O Que É Ser Militar?
De Mário Wilson
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O Que É Ser Militar? - Mário Wilson
Agradeço
A todos os militares que lutaram e não voltaram das guerras, aos que lutaram e voltaram, aos que lutam, aos que ainda vão lutar e aos que estão se preparando para tempos vindouros.
Introdução
A intenção de pesquisar a informação militar do Brasil vem instigar um questionamento da ponta, os soldados, deste tipo de sociedade, considerado um sistema socialista, no qual os soldados e seus descendentes serão sempre soldados, de sargentos sempre serão sargentos e a classe nobre, oficiais, serão sempre oficiais e toda a sua descendência.
A mera palavra no latim militare não cumpre seu principal requisito que é dar o significado da palavra militar, em uma pesquisa mais ampla do arquétipo do militarismo e o ethos do militar, temos que navegar na história da humanidade para entender o porquê da existência desta sociedade, algumas pessoas estudam estes sistemas, porém algumas destas pessoas não são militares e acabam esbarrando em diversas barreiras para entender este sistema.
Para se alcançar o entendimento do que é ser militar é necessário fazer questionamentos, de onde vem o militar?
Falamos de soldados, falamos de tropas e se falamos de tropas, falamos de guerreiros e se falamos de guerreiros, falamos de servos e se falamos de servos falamos de escravos e se falamos de escravos falamos da história.
Uma das principais barreiras tem sido ao fato de não encontrar tantas evidências positivas sobre a classe de ponta, descobrindo em sua maioria o meio, como alguns subordinados informantes ou os escritores de certas cartas para seus senhores.
Uma das maiores dificuldades deste sistema é que os militares escondem a verdade de todas as formas, principalmente dos homens de linha de frente, os soldados que não precisam saber de tudo.
Ao estudar o sistema militar brasileiro caminhamos na busca de um conhecimento mais profundo, pois quando se fala em militar fala-se em tropa e quando falamos em tropa lembramos de força e força nos faz lembrar de escravos e quando tratamos de escravos falamos de história e quando falamos de história falamos da degradação humana que até hoje se arrasta no sistema socialista militar autoritarista.
Índice
Agradeço 5
Introdução 7
Motivos da pesquisa e agradecimentos 11
Ensaio 13
Questionamento 13
Porque tanta violência e incivilidades 15
A sociedade militar 17
O cerceamento de direitos 18
Psicologia militar 19
Conclusão 20
A história da humanidade 22
A história da escravidão 43
A história do servo 50
Os lideres 57
Mulheres – moeda de troca 63
Os uniformes 71
A humilhação do objeto escravo 79
As revoltas 84
Em busca do poder 88
Considerações finais 94
Bibliografia 96
Motivos da pesquisa e agradecimentos
Esta pesquisa iniciou em um quartel da Polícia Militar do Distrito Federal – PMDF no ano de 2008, quando o comandante do 8º (oitavo) Batalhão de Polícia Militar – 8º BPM, conhecido como Guardião da Ceilândia, a época Tenente Coronel Adalto Lima de AMORIM Júnior – atualmente Coronel (2012).
Ele fez um questionamento em uma formatura, momento em que o governador do Distrito Federal instituiu Postos Comunitários de Segurança – PCS, o que promoveu uma expectativa de mudança do tipo de policiamento e a criação de uma polícia protetora e não repressora, seguiu-se a questão se alguém sabia explicar o que é ser militar. Ao questionar seguiu-se um silêncio enorme no auditório, tentei explicar o porquê, dando a seguinte explicação: - Um grupo de pessoas apropriou-se de uma parte da sociedade para poder reprimir a outra, ou seja, a classe nobre pegou parte da classe pobre, deu-lhes mecanismos para lutarem entre si e dando espaço para a outra classe dominar e nunca sair do poder
.
Ao ouvir esta resposta ele sugeriu aos policiais que estudassem a questão e trouxessem para ele a resposta e após isso, ele, em determinado momento daria a resposta.
Agradeço a este Coronel por ter me instigado a fazer uma pesquisa tão agradável que me fez abrir os olhos a entender tão complexa sociedade.
Quando comecei a incansável busca para encontrar a resposta sobre os militares, apresentei a questão a uma conhecida, por ela ter escrito um livro sobre o guerreiro e o arquétipo dele.
Eu de pronto a convidei para que me orientar na pesquisa que aceitou ao convite.
Esta professora que atualmente é doutoranda (2012) na Universidade Católica de Brasília me ajudou muito em suas orientações e paciência em nossos contatos para orientar-me na construção deste primeiro volume.
Agradeço a Deus por tê-la posto a frente de minha pesquisa, me concedeu a chance de apresentar um caminho para o entendimento do sistema militar e a outros que querem navegar no mundo da pesquisa científica.
Esta pessoa é a Professora Lívia Borges e agradeço por sua paciência e dedicação e que Deus esteja sempre lhe abençoando e proporcionando-lhe alternativas de crescimento pessoal, familiar e social.
Ensaio
O termo militar
vem do latim (andar em mil homens) Militare, ou seja, grupo de indivíduos que utiliza armas, adestrados para guerra ou preparados para o combate.
Ao passar dos anos surgiram diversos derivados do termo militare: exército, milícia, tropa, polícia, batalhão, companhia e outros, no entanto esta nomenclatura, nos dias atuais, é utilizada para identificar aos Militares, não como tropa formada e sim como uma profissão, na antiguidade ainda não existia esta identidade, estas nomenclaturas foram variando de época a época:
Destros com animais de grande porte;
Cavalarias ou cavaleiros;
Preparados para as espadas;
Espadachins;
Arcos e Flechas;
Arqueiros ou Flecheiros;
Armaduras sobre cavalos.
Questionamento
Mesmo com o desenvolvimento social e a força das armas restaram também resquícios de maus-tratos e o cerceamento de direitos, outros marcos foram bons, como as festas cívicas, que acontecem em todo o mundo, os dias das independências, nos quais, alguns países apresentam as armas para toda a sociedade com desfiles de tropas de combate.
Na vida castrense, no seu interior, vemos diversas situações que incomodam ao indivíduo inserido neste tipo de sociedade e faz com que o indivíduo questione as diversas situações que convive.
No decorrer de sua carreira o indivíduo sofre humilhações, prisões, violências e outras, questiona-se: Porquê isso é necessário? Para este questionamento existe a necessidade de apresentar e desconstruir a cultura interna individual, para compreender os por quês
e para quês
da necessidade de aplicar estes tipos de violências dentro das corporações militares.
Como foram formadas estas tropas? O porquê da formação em pelotões ou em grandes blocos, como companhias, esquadrões? De onde surgiu a forma atual e complexa de patentes ou a hierarquia? O porquê de muitas atitudes dentro destas corporações?
Mas, se nós pensarmos um pouco e questionarmos: O que acontece no meio daquela tropa? Porque são obrigados estarem assim, enfileirados? Porque os passos devem estar cadenciados? Por quê todos têm que estar vestidos iguais? Por quê todos devem estar com o cabelo cortado? Por quê todos devem chamar o outro de senhor? De onde vieram as patentes? Aquele monte de bótons, donde vieram?
Por que existem partes em regulamento interno destas instituições que são pautados na exclusão de direitos? Por que as patentes mais baixas não têm direitos? As patentes mais altas têm diversos direitos e menos obrigações?
De qual lugar vem a continência? Como surgiram as medalhas e por quê delas? Por quê a obrigatoriedade