A Prateleira do Amor: Sobre Mulheres, Homens e Relações
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Avaliações de A Prateleira do Amor
10 avaliações1 avaliação
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Livro super gostoso de ler e com uma enxurrada de conteúdos indispensáveis no processo de se entender como mulher na sociedade. As indicações de filmes e outras leituras também são incríveis!
Pré-visualização do livro
A Prateleira do Amor - Valeska Zanello
Table of Contents
CAPA
Raízes culturais do machismo: o papel da cultura na formação de gênero
Mulheres e dispositivos amoroso e materno
HOMENSE DISPOSITIVO DA EFICÁCIA
REFERÊNCIAS
SOBRE A AUTORA
CONTRACAPA
Editora Appris Ltda.
1.ª Edição - Copyright© 2022 da autora
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010.Catalogação na Fonte
Elaborado por: Josefina A. S. Guedes
Bibliotecária CRB 9/870
Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT
Editora e Livraria Appris Ltda.
Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês
Curitiba/PR – CEP: 80810-002
Tel. (41) 3156 - 4731
www.editoraappris.com.br
Printed in Brazil
Impresso no Brasil
Introdução
Este livro de bolso é um projeto antigo. Desde que escrevi Saúde mental, gênero e dispositivos, nutria o desejo de colocar em poucas páginas as ideias principais do livro. Isso por dois motivos: primeiro, para facilitar o acesso do maior número de pessoas ao conteúdo ali desenvolvido, sobretudo professores, educadores em geral, pais, profissionais da saúde (incluindo a saúde mental) e curiosos; segundo, para chegar sobretudo em mulheres que estão passando ou passaram por relações abusivas e violentas, de uma forma mais direta e clara.
O livro pretende ser também provocativo e promover uma das tarefas que considero mais importantes na literatura sobre o tema: o letramento de gênero. Como o(a) leitor(a) verá, as próprias emoções são tematizadas e compreendidas não simplesmente como fenômeno espontâneo, mas como conformadas por profundas aprendizagens sociais. Nesse sentido, proponho a categoria de diferentes dispositivos de gênero para homens e mulheres, dispositivos esses que se constituíram histórica e culturalmente em nosso país. Apesar de todas as críticas ao binarismo de gênero, é importante ressaltar que nossa cultura permanece profundamente binária e, por isso, considero ser essencial entender os efeitos desse binarismo sobre os processos de socialização, isto é, sobre comportamentos e emoções das pessoas.
Quem tiver interesse e tempo para se aprofundar no tema, inclusive na história da conformação cultural dos dispositivos, sugiro ler o próprio livro original Saúde mental, gênero e dispositivos. Por apresentar as ideias e discussões deste último de forma resumida, o presente livro se constitui como um material que pode ser facilmente adotado em cursos de graduação, mesmo aqueles cujo campo profissional se encontra mais distante da Psicologia.
A composição deste livro foi planejada de forma a deixá-lo o mais didático possível, usando, também, as tecnologias hoje disponíveis. Nesse sentido, o(a) leitor(a) encontrará, além do texto, várias indicações para que assista vídeos no YouTube e leia artigos, de modo a aprofundar os tópicos abordados. Não os assistir não coloca em risco a compreensão dos temas; por outro lado, assisti-los, além de ajudar a fixação da aprendizagem, abrirá outras reflexões, decorrentes do conteúdo apresentado. Ao final de cada parte do livro, há um quadro sintetizador das principais ideias abordadas. Além disso, foram criadas ilustrações com exemplos cotidianos sobre os conceitos em questão.
Por fim, gostaria de agradecer a leitura de pessoas queridas que se debruçaram sobre o texto, fazendo apontamentos e sugestões que só enriqueceram o material: Iara Flor Richwin, Milton Leone Filho, Felipe de Baére e Thayse Rios. Meu muito obrigada a vocês!
Raízes culturais do machismo:
o papel da cultura na formação de gênero¹
O ser humano é marcado por uma especificidade em relação aos demais animais: nasce com uma abertura a ser, é definido pela ideia do tornar-se. No reino animal não humano prevalece o domínio do instinto. O instinto é algo inscrito em uma carga genética que torna semelhante todos os indivíduos de uma mesma espécie. Sua finalidade é circunscrita à sobrevivência pessoal, da prole ou do grupo. No caso do ser humano, o instinto é logo subvertido por aquilo que a psicanálise denomina de pulsão
². Este é um conceito criado por Freud para dar conta de ultrapassar a biologia e compreender a constituição humana no seio da cultura e por meio dela (FREUD, 1905, 1915).
Dizer que o ser humano é o único ser em aberto
implica em apontar que, quando ele nasce, não sabemos de forma alguma o que irá tornar-se. E mesmo para se tornar humano — com seus milhares de destinos possíveis — é necessário que seja introduzido na cultura por Outro humano, detentor e representante da cultura, por meio da linguagem. Isso implica em dizer que, no reino animal, o destino