BRF
A BRF é uma empresa transnacional brasileira do ramo alimentício, fruto da fusão entre Sadia e Perdigão, duas das principais empresas de alimentos do Brasil. A operação foi anunciada em 2009 e concluída em 12 de junho de 2013 após a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Concluído o processo, Sadia e Perdigão encerraram as atividades como empresas e tornaram-se marcas do portfólio da BRF.
BRF | |
---|---|
Razão social | BRF S/A |
Empresa de capital aberto | |
Cotação | B3: BRFS3 NYSE: BRFS |
Atividade | Alimentícia |
Gênero | Sociedade Anônima |
Fundação | 18 de agosto de 1934 (90 anos) |
Sede | Itajaí, SC, Brasil |
Área(s) servida(s) | mais de 127 países[1] |
Locais | Brasil, Malásia, Turquia e Emirados Árabes |
Presidente | Lorival Nogueira Luz Júnior[2] |
Empregados | |
Produtos | Aves Suínos Alimentos Processados Margarinas Massas Pizzas |
Lucro | R$ 557 milhões (2021)[1] |
LAJIR | R$ 5,55 bilhões (2021)[1] |
Faturamento | R$ 48,34 bilhões (2021)[1] |
Website oficial | brf-global.com |
História
editarAs negociações para a compra da Sadia pela Perdigão tiveram início em 2008, com o então presidente José Antônio do Prado Fay.[3] O sucesso da fusão, anunciado oficialmente em maio de 2009, deu origem à BRF, que seguiu sob o comando de Fay.[4]
Em outubro de 2011, a BRF faz duas aquisições na Argentina, comprando as companhias Avex (empresa frigorífica) e Dánica (líder argentina na fabricação de margarinas) por 150 milhões de dólares.[5][6]
Ainda em 2012, com a conclusão do processo de fusão entre Perdigão e Sadia, a então BRF Brasil Foods se tornou uma das maiores companhias de alimentos do mundo.
No ano seguinte, com o intuito de se consolidar como uma marca global, alterou a sua razão social para BRF S/A. Desde então, a empresa se apresenta ao mercado como BRF. O logotipo da empresa também acompanhou a mudança e foi remodelado após dois anos de pesquisa em públicos estratégicos, realizada com a consultoria das agências Interbrand e A10.
Em abril de 2013, o empresário Abílio Diniz é eleito o novo presidente do Conselho de Administração da BRF[7] e dá impulso ao plano de mudanças internas. Após quatro meses, Claudio Galeazzi passa a ocupar o cargo de José Antônio do Prado Fay, sendo nomeado o mais novo CEO da companhia. Galeazzi repete com Abilio Diniz uma parceria de anos, semelhante a de outras empresas na qual Diniz era responsável (como o Grupo Pão de Açúcar, por exemplo).
Em abril de 2014, mais uma fatia da Federal Foods é comprada por cerca de 27,8 milhões de dólares;[8] em agosto do mesmo ano, a BRF incorpora a distribuidora de alimentos congelados Alyasra Food Company, no Kuwait, por 160 milhões de dólares. Com essas aquisições, a companhia expande suas operações no Oriente Médio e dá sequência ao plano de internacionalização.[9]
Em setembro de 2014, a BRF vende seus ativos de lácteos para o grupo francês Lactalis por 1,8 bilhão de reais- entre os ativos vendidos estão as marcas Batavo, Cotochés e Elegê. De acordo com a BRF, a decisão de vender a divisão de lácteos foi feita devido ao baixo retorno financeiro para a empresa.[10] Ainda nesse mês, Cláudio Galeazzi anuncia que deixa a presidência do grupo e dá lugar ao executivo Pedro Faria, que assume a função a partir de janeiro de 2015.[11]
Em 2015, a companhia torna-se a primeira brasileira a investir na emissão de Green Bonds, títulos de dívida que exigem que os recursos captados sejam investidos em projetos ambientalmente sustentáveis.[12] Nesse ano, 50,2% da renda da BRF foi composta de vendas no mercado externo (exportações).
No ano de 2016, é constituída a subsidiária Sadia Halal, que deterá os ativos relacionados à produção, distribuição e comercialização de alimentos destinados aos mercados muçulmanos. Ainda, é fechado um acordo com a FFM Berhad, prevendo a cooperação entre as duas partes na FFM Further Processing SDN BHD (FFP), empresa processadora de alimentos baseada na Malásia. Também em 2016, a BRF fecha um acordo de investimento com a COFCO Meat, produtora de alimentos de origem suína na China, com operações verticalmente integradas, operando em todas as cadeias desse segmento de indústria.
No início de 2017, a BRF inicia as operações da subsidiária OneFoods, dedicada ao mercado halal. Com sede em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a empresa já nasce como a maior companhia halal de proteína animal do mundo. Ainda, a companhia desembarca na Turquia, o maior consumidor de frango halal, para assumir as operações da Banvit, maior produtora de aves e líder de mercado no país.
Investidores
editarCompanhia de capital aberto criada em 1980, a BRF integra o Novo Mercado da B3 (BRFS3) desde 2006 e também tem seus papéis negociados na Bolsa de Nova York (NYSE: BRFS – ADRs nível III).
Ainda em 2015, foi uma das dez companhias do país escolhidas para fazer parte do Euronext-Vigeo EM 70, índice da bolsa de valores europeia que engloba empresas de países em desenvolvimento que possuem alta performance em responsabilidade corporativa.[13]
Desde 2009, a companhia também integra o ICO2 Index da B3. E, desde 2013, faz parte do Global Impact 100 Index, índice de ações composto por empresas que representam o Pacto Global da ONU, consideradas as mais sustentáveis do mundo.
Marcas
editarEntre as marcas que compõem o portfólio da empresa estão:[14]
Alterações nos negócios
editarA fusão entre Sadia e Perdigão, aprovada pelo CADE em 13 de julho de 2013, estabeleceu uma nova dinâmica de mercado, dado que a BRF teria que se desfazer de alguns ativos físicos e marcas de consumo, entre elas, Rezende, Wilson, Escolha Saudável, Light & Elegant, Doriana, Delicata, Freski, Confiança, Tekitos, Texas, Patitas e Fiesta.
De acordo com o CADE, os ativos e marcas deveriam ser vendidos em um pacote único e a um único operador. No decorrer do mesmo ano, a BRF iniciou as tratativas com players do setor para cumprir a ordem determinada pelo CADE. Meses depois, o Grupo Marfrig, assumiu os ativos indicados pelo CADE revendendo posteriormente, os mesmos ativos à JBS.
Além de vender ativos e marcas, a BRF também teve que suspender temporariamente a comercialização de diversos itens do portfólio de Perdigão, entre eles: pizzas, pratos prontos e embutidos. A partir de 2015, a marca voltou a comercializar presunto e linguiça calabresa. Em 2016, relançou o salame da marca. A partir de julho de 2017, período que marca o fim de todas as restrições impostas pelo CADE, a Perdigão volta a incrementar o seu portfólio, cumprindo todas as diretrizes anunciadas pelo órgão regulador.
Referências
- ↑ a b c d e «Relatório Integrado 2021». BRF Global RI. 29 de abril de 2022. Consultado em 14 de novembro de 2022
- ↑ «BRF terá novo CEO: conselho elege Lorival Nogueira Luz para substituir Pedro Parente». InfoMoney. 29 de março de 2019. Consultado em 14 de novembro de 2022
- ↑ «Entrevista: Diretor-presidente da BRF, José Antônio Fay, conta o processo de criação e crescimento da megaempresa». revista SuperHiper200. 30 de maio de 2012
- ↑ «Sadia e Perdigão anunciam oficialmente fusão e criam a Brasil Foods». O Globo. 19 de maio de 2009
- ↑ «BRF compra Avex e Grupo Dánica da Argentina». Veja. 3 de outubro de 2011. Arquivado do original em 31 de outubro de 2014
- ↑ «BRF compra empresas argentinas de frango e margarina por US$ 150 mi». Estadão. 4 de outubro de 2011. Arquivado do original em 19 de outubro de 2014
- ↑ O Globo. «Abilio Diniz é eleito para presidência do Conselho de Administração da BRF». Consultado em 9 de abril de 2013
- ↑ «BRF compra participação adicional na Federal Foods». Exame. 9 de abril de 2014
- ↑ «BRF compra 75% de distribuidora de congelados no Kuwait». G1. 4 de agosto de 2014
- ↑ «BRF anuncia acordo com a Lactalis para venda de sua unidade de lácteos». O Globo. 3 de setembro de 2014
- ↑ «Pedro Faria é eleito o novo CEO da BRF». Época Negócios. 25 de setembro de 2014
- ↑ «BRF planeja emissão inédita de "green bonds"». Exame. Consultado em 27 de abril de 2016
- ↑ «Euronext lança índice sustentável de emergentes com ações brasileiras». Valor Econômico. Consultado em 27 de abril de 2016
- ↑ «Nossas Marcas». BRF. Consultado em 19 de março de 2018