Economia do Amazonas

economia do estado brasileiro do Amazonas

O Amazonas é o segundo estado mais rico da região Norte do Brasil. Em 2018, seu PIB somou R$ 100,1 bilhões ou 1,4% do PIB nacional.[3] A economia amazonense é diversificada, composta por polos agropecuários, indústrias (alimentos, bebidas, construção civil, eletroeletrônicos, duas rodas, naval, mecânica, siderúrgica, petroquímica, plástica e termoplástica),[4] bem como o setor terciário (comércio, comunicação, transportes, turismo, ecoturismo na Amazônia e demais serviços), que é responsável pela metade da economia do estado.[5]

Economia do Amazonas
Ficha técnica (2018)
Participação no PIB nacional 1,4% [1]
PIB R$ 100,1 bilhões
PIB per capita R$ 24 532,90
Composição do PIB (2018)[2]
Agropecuária 5,5 %
Indústria 28,9 %
Serviços 49,9 %

Localizado no centro da maior floresta tropical do mundo, o estado do Amazonas possui mais de 95% do seu bioma preservado.[6][7] Aliando seu potencial ecológico a uma política econômica embasada na sustentabilidade, a capital amazonense tornou-se um grande centro de negócios e serviços para o país, destacando-se como a quarta cidade mais rica do Brasil em 2002.[8] Devido à Grande Recessão, iniciada em 2007, a participação da indústria na economia de Manaus diminuiu bastante.[9] Mais tarde, de janeiro a abril de 2015, foi o quinto município que mais perdeu postos de trabalho com carteira assinada em decorrência da crise econômica de 2014 no país.[10] Atualmente, a capital do Amazonas ocupa a sexta colocação no PIB nacional.[11]

Na Região Metropolitana de Manaus aparece Itacoatiara como a terceira maior economia do estado.[5] Fato explicado pela sua localização considerada estratégica, servindo como um grande polo logístico exportador de grãos oriundos do Centro-Oeste do país.[12] Já o município de Manacapuru, também na Grande Manaus, destaca-se no setor primário, colocando o Amazonas como o maior produtor de juta e malva do país.[13] No interior do estado, aparece o município de Coari, com a produção de petróleo e gás natural em larga escala na Província Petrolífera de Urucu, sendo a maior reserva terrestre de petróleo e gás natural do Brasil.[14]

Basicamente, cinco dos grandes rios do Brasil estão localizados no estado do Amazonas, fazendo que muito de seus rios, afluentes e subafluentes tornem-se ótimos para a navegação facilitando o fluxo de bens para outras partes do Brasil e países vizinhos desnecessitando a abertura de novas estradas na selva, onde também pode se tornar prejudicial para a economia do próprio estado.[15]

Setor primário

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Os principais produtos do extrativismo vegetal do estado do Amazonas são: banana, madeira, melancia, guaraná, borracha, castanha-da-amazônia (maior produtor do país),[16] tucumã, cacau, graviola, pupunha, cupuaçu, essências, óleos de copaíba, andiroba, piaçava, coco, açaí e bacuri.[17][18] A extração mineral está em expansão e os minérios mais importantes são: bauxita, ferro, sal-gema, manganês, linhita, ouro e cassiterita,[17][19] a extração desses minérios ocorrem principalmente nos municípios de Presidente Figueiredo e Novo Aripuanã onde também são extraídos diamantes, níquel, cobre, calcário, gipsita, chumbo, caulim e estanho.[17][20]

A agricultura é praticada como forma de subsistência. Nas fazendas industriais existentes no estado os principais produtos produzidos são: juta e malva, (maior produtor do país)[13] guaraná (com destaque ao município de Maués),[21] mandioca, banana, cana-de-açúcar, feijão, laranja, cupuaçu, milho e pimenta-do-reino, enquanto na pecuária, apresenta gado bovino, suíno e bubalino (esse em pequena escala), existe também um pólo piscicultor, alguns especialmente na criação de peixes ornamentais como acará-bandeira e o tetra-cardeal e a exportação de peixes amazônicos mais consumidos como pirarucu, tambaqui, matrinxã, tucunaré e jaraqui. O sul do estado é a região onde ocorre com mais frequência a agricultura e pecuária, principalmente nos municípios de Apuí, Humaitá, Novo Aripuanã e Manicoré, a pecuária também destaca-se nos municípios de Autazes e Careiro da Várzea.[22]

Setor secundário

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A indústria é a segunda maior fonte geradora de renda na economia do Amazonas.[5] Após o fim do ciclo da borracha, a extração do látex deu lugar à indústria, com a implantação da Zona Franca de Manaus, em 1967. A indústria petroquímica também está presente na economia do estado. A Refinaria Isaac Sabbá, localizada às margens do rio Negro, em Manaus, iniciou suas operações em 6 de setembro de 1956 com a denominação de Companhia de Petróleo da Amazônia (Copam). Fundada pelo empresário Isaac Sabbá, a refinaria foi inaugurada oficialmente em 3 de janeiro de 1957, com a presença do Presidente Juscelino Kubitschek. Desde o ano 2000, a refinaria opera com capacidade de processamento de 7 milhões e 300 mil litros de petróleo por dia, ou seja, 46 mil barris por dia.[23] Em junho de 2012, o Amazonas foi o terceiro estado que mais contribuiu para a produção média de petróleo e gás da Petrobrás, dentre as dez unidades da federação produtoras, ficando atrás somente de Rio de Janeiro e Espírito Santo.[24]

  • Região Metropolitana de Manaus: maior polo de riqueza regional, concentra a maior parte das indústrias presentes no estado do Amazonas, onde a Grande Manaus detém o maior PIB da região Norte do Brasil.[25] O faturamento desse polo é em média cerca de US$ 18,9 bilhões por ano, com exportações superiores a US$ 2,2 bilhões.[26] São mais de 700 empresas de grande, médio e pequeno porte que fabricam uma grande quantidade da produção brasileira de motocicletas, televisores, monitores para computadores, cinescópios, telefones celulares, aparelhos de som, DVDs players, relógios de pulso, aparelhos de refrigeração, bicicletas, produtos químicos e bebidas sem álcool.[15]
  • Coari: quarta maior economia do estado, a maior parte da economia provém da extração de petróleo e gás natural, que ocorre no campo de Urucu, sendo esta unidade a maior em extração terrestre existente atualmente no Brasil. Atravessa o estado com o gasoduto de 663,2 km que liga Urucu até a capital, onde ocorre o processamento e distribuição a partir da Reman (Refinaria de Manaus).[20]
  • Parintins: a indústria na cidade é composta basicamente por micro e pequenas nos setores de madeireira, alimentos, gráfica, naval, oleira, química e vestuário.

Setor terciário

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O setor terciário em geral responde pela metade do PIB do Amazonas.[5] Em 2018 as áreas de comércio, bens e prestação de serviços foram responsáveis por 49,9% da economia amazonense, sendo o setor mais importante na economia do estado.[5]

O Amazonas mescla uma combinação de modernidade e conservação da natureza, dispondo de arrojados espaços culturais, shopping centers, excelente rede hoteleira, restaurantes de categoria internacional, rede de ensino diversificada, parques ecológicos, hotéis de selva e espaços de integração social, que asseguram qualidade de vida e bem-estar à população. O estado conta ainda com diversas opções de turismo que vão da visita de cavernas e cachoeiras, a prática do arvorismo, pesca esportiva, festivais folclóricos e patrimônios históricos.[27] Existem na capital do estado feiras que promovem o potencial econômico da região, incluindo produtos industrializados de ponta e regionais, feitos com base em matérias-primas locais e importadas.[28]

Panorama da cidade de Manaus em 2014, o centro financeiro da Amazônia Brasileira. Na cidade estão sediados alguns dos maiores conglomerados empresarias do país, como a Atem's Distribuidora, a Bemol, o Grupo Simões, a MAP Linhas Aéreas, a Petróleo Sabbá, a Recofarma, a Rede Amazônica, a Rede Calderaro de Comunicação, entre outros.

PIB por municípios em 2016

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Em negrito, estão os municípios que integram a Região Metropolitana de Manaus, que produzia 86% do PIB de todo o estado em 2016.

Posição Município Região Intermediária[29] PIB (R$ 1.000)[30] Per Capita[30]
Em 2016 Em 2015
1   (0) Manaus Intermediária de Manaus 70.296.364 33.564
2   (1) Itacoatiara Intermediária de Parintins 2.054.830 20.861
3   (1) Manacapuru Intermediária de Manaus 1.241.891 13.027
4   (2) Coari Intermediária de Manaus 1.134.798 13.521
5   (0) Parintins Intermediária de Parintins 1.024.890 9.093
6   (2) Tefé Intermediária de Tefé 650.319 10.450
7   (1) Codajás Intermediária de Manaus 648.090 23.737
8   (1) Iranduba Intermediária de Manaus 636.014 13.618
9   (3) Presidente Figueiredo Intermediária de Manaus 546.209 16.207
10   (1) Humaitá Intermediária de Lábrea 493.744 9.431
11   (1) Manicoré Intermediária de Lábrea 477.439 8.860
12   (0) Rio Preto da Eva Intermediária de Manaus 445.164 14.234
13   (1) Lábrea Intermediária de Lábrea 433.736 9.842
14   (1) Tabatinga Intermediária de Tefé 414.692 6.651
15   (1) Maués Intermediária de Parintins 396.078 6.481
16   (3) Eirunepé Intermediária de Tefé 391.606 11.364
17   (1) Boca do Acre Intermediária de Lábrea 308.465 9.115
18   (1) Urucará Intermediária de Parintins 296.567 17.379
19   (0) Careiro da Várzea Intermediária de Manaus 295.105 10.321
20   (1) Autazes Intermediária de Manaus 287.717 7.621
21   (1) São Gabriel da Cachoeira Intermediária de Manaus 271.073 6.184
22   (3) Benjamin Constant Intermediária de Tefé 266.870 6.603
23   (1) Borba Intermediária de Manaus 265.443 6.655
24   (1) Carauari Intermediária de Tefé 263.441 9.371
25   (1) Manaquiri Intermediária de Manaus 249.818 8.518
26   (3) Careiro Intermediária de Manaus 241.608 6.544
27   (1) Barreirinha Intermediária de Parintins 219.595 7.060
28   (1) Tapauá Intermediária de Lábrea 216.816 12.019
29   (2) Nova Olinda do Norte Intermediária de Manaus 209.842 5.862
30   (2) São Paulo de Olivença Intermediária de Tefé 205.182 5.501
31   (1) Jutaí Intermediária de Tefé 198.021 12.223
32   (4) Apuí Intermediária de Lábrea 185.275 8.810
33   (2) Anori Intermediária de Manaus 154.516 8.972
34   (8) Uarini Intermediária de Tefé 175.838 13.245
35   (4) Atalaia do Norte Intermediária de Tefé 168.978 9.085
36   (3) Novo Aripuanã Intermediária de Lábrea 167.040 6.758
37   (1) Santo Antônio do Içá Intermediária de Tefé 161.023 6.888
38   (1) Barcelos Intermediária de Manaus 157.193 5.698
39   (4) Fonte Boa Intermediária de Tefé 149.829 7.418
40   (13) Alvarães Intermediária de Tefé 147.946 9.406
41   (0) Caapiranga Intermediária de Manaus 145.493 11.527
42   (4) Maraã Intermediária de Tefé 144.220 7.805
43   (0) Envira Intermediária de Tefé 142.594 7.449
44   (4) Pauini Intermediária de Lábrea 140.830 7.226
45   (0) Nhamundá Intermediária de Parintins 133.331 6.462
46   (10) Santa Isabel do Rio Negro Intermediária de Manaus 128.353 5.558
47   (0) Ipixuna Intermediária de Tefé 125.078 4.534
48   (2) Urucurituba Intermediária de Parintins 121.982 5.634
49   (5) Beruri Intermediária de Manaus 121.837 6.558
50   (0) Novo Airão Intermediária de Manaus 120.587 6.650
51   (2) Tonantins Intermediária de Tefé 116.886 6.273
52   (2) Boa Vista do Ramos Intermediária de Parintins 110.092 6.089
53   (2) Guajará Intermediária de Tefé 109.928 6.834
54   (5) Itapiranga Intermediária de Parintins 100.554 11.123
55   (3) Silves Intermediária de Parintins 97.990 10.713
56   (0) Canutama Intermediária de Lábrea 97.250 6.351
57   (1) Anamã Intermediária de Manaus 95.318 7.533
58   (1) São Sebastião do Uatumã Intermediária de Parintins 94.782 7.233
59   (4) Juruá Intermediária de Tefé 88.753 6.535
60   (0) Itamarati Intermediária de Tefé 84.143 10.320
61   (0) Amaturá Intermediária de Tefé 66.232 5.995
62   (0) Japurá Intermediária de Tefé 59.189 12.701
  • Acima de 1 bilhão: 5 municípios
  • Entre 300 milhões e 1 bilhão: 12 municípios
  • Entre 200 milhões e 300 milhões: 13 municípios
  • Entre 100 milhões e 200 milhões: 24 municípios
  • Menos de 100 milhões: 8 municípios

Referências

  1. «Contas Regionais 2018». Agência de Notícias IBGE. 13 de novembro de 2020. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  2. «Produto Interno Bruto Municipal 2018» (PDF). Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEDECTI). Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  3. «Contas Regionais 2018». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 13 de novembro de 2020. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  4. Gallo, Márcio (10 de abril de 2017). «Polo Industrial de Manaus». Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA). Consultado em 14 de novembro de 2019 
  5. a b c d e «Produto Interno Bruto Municipal 2018» (PDF). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEDECTI). 16 de dezembro de 2020. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  6. «Pesquisa científica comprova contribuição do PIM para a redução do desmatamento na Amazônia». Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA). 15 de setembro de 2008. Consultado em 14 de novembro de 2019 
  7. «Pesquisador do INPA afirma que o Amazonas é um dos estados mais preservados da Bacia Amazônica». A Crítica. 19 de maio de 2015. Consultado em 14 de novembro de 2019 
  8. «Produto Interno Bruto dos Municípios 1999–2002» (PDF). IBGE. 2005. Consultado em 7 de fevereiro de 2020 
  9. Fuoco, Taís (13 de janeiro de 2009). «Polo de Manaus sente a crise com mais de 10 mil cortes». G1. Consultado em 7 de fevereiro de 2020 
  10. «As 100 cidades que mais fecharam empregos no Brasil». EXAME. Consultado em 26 de julho de 2017. Cópia arquivada em 27 de novembro de 2020 
  11. «Municípios com os 10 maiores PIB - 2018». Agência IBGE Notícias. 16 de dezembro de 2020. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
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  13. a b «Amazonas quer tornar Brasil auto-suficiente na produção de fibras de juta e malva». Globo Rural. Consultado em 3 de dezembro de 2019 
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