Garcia de Resende (Évora, 1470 - Évora, 3 de Fevereiro de 1536) foi um poeta, cronista, músico, desenhista e arquiteto português.[1]

Garcia de Resende
Garcia de Resende
Dados pessoais
Nascimento 1470
Évora, Reino de Portugal
Morte 3 de fevereiro de 1536 (66 anos)
Évora, Reino de Portugal
Profissão Poeta, cronista, músico, desenhista e arquiteto
Títulos nobiliárquicos

Biografia

editar

Filho de Francisco de Resende, Fidalgo da Corte de D. Afonso V de Portugal, "criado" do Bispo de Évora D. Garcia de Meneses, a quem D. João II de Portugal doou, a 28 de Junho de 1484, uma Herdade no termo de Évora, e de sua mulher Beatriz Boto, que viveu em Évora.[2]

Sabe-se que em 1490 era moço da câmara de D. João II (1481-1495) e, no ano seguinte, seu moço de escrevaninha ou secretário particular, cargo que exercia ainda em Alvor, onde o soberano veio a falecer. Coube-lhe ser designado secretário-tesoureiro da faustosa embaixada liderada por Tristão da Cunha, enviada por D. Manuel I (1495-1521) ao Papa Leão X. Os últimos anos de vida passou-os em Évora, onde era proprietário.

Como muitos homens do Renascimento, Garcia de Resende tinha muitas facetas: trovava, tangia, desenhava e julga-se que era entendido em arquitectura militar.

Alguns historiadores consideram-no o iniciador do ciclo dos Castros, pois as suas trovas referentes à morte de Inês de Castro são o mais antigo documento poético conhecido versando sobre o assunto. Escreveu a Miscelânea em redondilhas, curiosa anotação de personagens e de acontecimentos, nacionais e europeus. Nessa obra atribui em versos a Gil Vicente a inovação da comédia de costumes em Portugal, quando o teatro da época se limitava a ser um misto de teatro litúrgico e teatro pastoril, conforme afirma Clovis Monteiro que transcreveu o seguinte trecho da citada obra e no qual é também citado Juan del Encina[3]:

"E vimos singularmente
Fazer representações
D'estilo mui eloquente,
De mui novas invenções,
E feitas por Gil Vicente,
Ele foi o que inventou
Isto cá, e o usou
Com mais graça e mais doutrina,
Posto que Joam del Enzina
O pastoril começou."

Mas o que tornou Resende conhecido foi o Cancioneiro Geral, publicado em 1516, que reuniu as composições poéticas produzidas nas cortes de D. Afonso V (1438-81), D. João II e D. Manuel I, tendo-lhe redigido um prólogo dedicado ao príncipe D. João e composto as quarenta e oito trovas com que encerra a obra.

Foi sepultado em campa armoriada com brasão e timbre dos de Resende, em Capela que instituiu em 1520 na cerca do Convento do Espinheiro, em Évora.

Em 1933 a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o escritor dando o seu nome a uma rua na Calçada de Carriche.[4]

  • Cancioneiro Geral (1516)
  • Breve memorial sobre a confissão (1521)
  • O sermão dos três reis magos (1536)
  • Vida e Feitos del-rei D. João II (1545)
  • Crónica de D. João II (1545)
  • Miscelânea e variedade de histórias (1554)

Referências

  1. Enciclopédia Barsa. Volume 13, pg. 297. Editora Encyclopaedia Britannica Consultoria Editorial Ltda. São Paulo (1994)
  2. «Título ainda não informado (favor adicionar)». www.arqnet.pt 
  3. MONTEIRO, Clóvis - Esboços de história literária - Livraria Acadêmica - Rio de Janeiro - 1961 - pg. 18
  4. «Título ainda não informado (favor adicionar)». www.facebook.com 

Ligações externas

editar