Trave
Aliya Mustafina campeã mundial de trave em 2013
Olímpico desde: 1952
Desporto: Ginástica artística
Praticado por: Senhoras
Campeã Olímpica
Tóquio 2020
Guan Chenchen
 China
Campeã do Mundo
Kitakyushu 2021
Urara Ashikawa
 Japão

A trave olímpica ou trave de equilíbrio - popularmente chamada de trave - é um aparelho da ginástica artística, presente em todas as competições oficiais de senhoras.

A trave é o terceiro exercício do concurso geral feminino, dependendo da rotação escolhida, sendo apuradas as oito melhores ginastas para a final do aparelho, durante a disputa eliminatória por equipes. Além disso, esta disputa também está presente na fase final desta concorrência.

História

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Este aparelho faz parte da ginástica feminina competitiva. Os exercícios de equilíbrio são tão antigos quanto os livres, no solo. As primeiras práticas eram realizadas sobre um tronco de pinheiro e mais tarde, foram aprimoradas pelo alemão, "pai" da ginástica moderna, Friedrich Ludwig Jahn. Antes dele, o primeiro a formalizar interesse em relação a esta prática foi Johan Christoph GutsMuths (1759 - 1839) e sua trave possuía vinte metros de comprimento.[1]

No ano de 1936, já modernizados, os exercícios na trave fizeram a sua estreia em Jogos Olímpicos, ainda que não competitivamente. Anteriormente, em 1934, as primeiras provas neste aparelho foram realizadas no Campeonato Mundial em Budapeste. Nessa época, a trave possuía oito centímetros invés dos dez atuais. Desde então, material e taticamente, a trave evoluiu junto à prática da ginástica artística.

Apesar de poderem competir desde 1921, as mulheres só realmente praticaram rotinas na trave na década de trinta. A primeira vencedora competitiva foi a jovem italiana de quatorze anos, Elda Lividino, que acrescentou o ritmo à apresentação. Contudo, foram as húngaras, as conhecidas por inovarem as rotinas com movimentos como os acrobáticos – Erika Zuchold foi a primeira a executar um back flip (salto invertido). Em consequência dessas inovações, em 1965, um livro com normas precisou ser escrito. Apenas em 1973 outras novidades puderam ser reconhecidas, com a mudança no material do aparelho - Ele estando menos escorregadio, proporcionava às ginastas movimentos mais elásticos e melhores rondadas.[2]

Ainda que a dificuldade das execuções tenham aumentado com o passar dos anos, sua largura aumentou em apenas dois centímetros. Apesar disso, a trave é considerada um aparelho seguro dentro dos padrões que o esporte exige.[2]

Por fim, a trave estreou competitivamente nos Jogos Olímpicos de 1952, em Helsínquia. A primeira vencedora foi a soviética Nina Bocharova. A Romênia, desde os anos de Nadia Comaneci, é um país com grande tradição olímpica nesta especialidade, tendo conquistado seis medalhas de ouro, cinco das quais consecutivas.

Aparelho

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A trave em si é uma barra revestida com material aderente, situada a 1,25 metros do chão, com cinco metros de comprimento e dez centímetros de largura, onde a atleta deve equilibrar-se e realizar saltos e giros.

Até à década de 1980, a superfície da trave era de madeira simplesmente polida. Desde então, o aparelho foi revestido com couro ou camurça. Hoje, o material usado é uma espécie de cobertura maleável, semelhante à que é usada na mesa de saltos.[3]

Características da competição

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Sua sigla, para provas internacionais regulamentadas pela Federação Internacional de Ginástica, é BB

 
Sanne Wevers, campeã olímpica nos Jogos do Rio 2016

A ginasta tem noventa segundos para realizar sua série. As séries de ginastas de alto nível incluem saltos, mortais, rondadas, passos e a parte coreográfica. A partir dos anos 1970, a dificuldade dos exercícios de trave começou a aumentar. Olga Korbut e Nadia Comaneci foram as pioneiras das séries acrobáticas no aparelho, aproveitando a transição das traves polidas para as traves revestidas e menos escorregadias.[3]

Os exercícios deste evento são coreografados pelas atletas e/ou treinadores. Não há restrições, mas existem diversos elementos obrigatórios - como um giro de 360 graus, um salto que inclua uma separação de pernas de 180 graus e a presença de séries acrobáticas para a frente e para trás - que precisam ser cumpridos. A ginasta precisa subir e desmontar o aparelho sozinha, da forma que entender. A subida pode ser por impulsão simples ou através de um salto. Segundo o Código de Pontos, a saída[a] precisa ser realizada com um salto de grau de dificuldade mínimo "C" na C-I (classificatória), C-II (individual geral) e C-IV (equipe), e no mínimo "D" ou superior para a competição C-III (final por aparelhos). A ginasta tem ainda como obrigação em sua rotina, percorrer toda a extensão do aparelho para validar sua apresentação.[carece de fontes?]

A atleta pode competir descalça ou com sapatilhas apropriadas, e pode também usar carbonato de magnésio nas mãos e pés. Atualmente a preferência das atletas é por competirem apenas descalças, protegendo com ataduras as partes mais sensíveis e revestindo a palma dos pés com o pó de magnésio.

Para ter uma boa pontuação e realizar uma bonita apresentação, a ginasta precisa de:

  • Elementos acrobáticos e ginásticos de diferentes grupos (Os grupos possuem variantes de A a G);
  • Variações no ritmo entre movimentos rápidos e lentos, para frente, lado e para trás;
  • Mudança do trabalho próximo e afastado da trave;
  • Usar movimentos de voo (onde a ginasta realiza dois movimentos acrobáticos ligados) e movimentos mistos (onde a ginasta mistura suas acrobacias com seus movimentos coreográficos) aumentam sua pontuação.

A pontuação é determinada pela qualidade e dificuldade da coreografia e pela execução da prova. São feitas reduções caso:[4]

  • A coreografia não incluir os elementos obrigatórios;
  • A atleta demonstrar pouco domínio do aparelho;
  • A atleta se desequilibrar;
  • A atleta cometer falhas de execução;
  • A atleta cair da trave (penalização automática de 1,0 ponto e desqualificação se demorar mais de dez segundos a regressar ao aparelho);
  • O sinal tocar pela segunda vez significa que a ginasta ultrapassou os 90 segundos.

Ginastas de destaque

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  • a.^ : a ginasta pode optar por uma saída mais simples, desde que a exigência seja cumprida na entrada do aparelho.

Ver também

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Referências

  1. «History of Gymnastics on Balance Beam» (em inglês). About.com. Consultado em 11 de novembro de 2008 [ligação inativa]
  2. a b «From Balancing to Back Flips and more....» (em inglês). About.com. Consultado em 11 de novembro de 2008 [ligação inativa]
  3. a b «A trave de equilíbrio». FortuneCity. Consultado em 11 de novembro de 2008 
  4. «Regras por aparelhos - Trave». Ginásticas.com. Consultado em 11 de novembro de 2008. Cópia arquivada em 28 de agosto de 2008 

Ligações externas

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