Lentes de Contato Na Clínica Oftalmologica
Lentes de Contato Na Clínica Oftalmologica
Lentes de Contato Na Clínica Oftalmologica
2 Edio
Cleusa Coral-Ghanem Newton Kara-Jos
1998
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CIP-Brasil. Catalogao-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ Coral-Ghanem, Cleusa Lentes de contato na clnica oftalmolgica / Cleusa Coral-Ghanem, Newton Kara-Jos. 2.ed. Rio de Janeiro: Cultura Mdica, 1998. Inclui bibliografia ndice alfabtico Anexos ISBN 85-7006-210-9 1. Lentes de contato. 2. Oftalmologia. I. Kara-Jos, Newton. II. Ttulo.
C795L 2.ed.
97-1065
EDITORA AFILIADA Art. 184. expressamente proibida a reproduo ou duplicao fotomecanizada de toda ou parte desta obra. Sujeitar o infrator, nos termos da Lei n 8.635, de 16-03-1993, s penalidades previstas no Cdigo Penal, a saber: 1 Se a violao consistir em reproduo, por qualquer meio, com intuito de lucro, de obra intelectual, no todo ou em parte, sem autorizao expressa do autor ou de quem o represente, ou consistir na reproduo de fonograma ou videofonograma, sem a autorizao do produtor ou de quem o represente: Pena: recluso, de um a quatro anos. 2 Na mesma pena do pargrafo anterior incorre quem vende, expe venda, aluga, introduz no Pas, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em depsito, com intuito de lucro, original ou cpia de obra intelectual, fonograma ou videofonograma, produzidos ou reproduzidos com violao de direito autoral. 3 Em caso de condenao, ao prolatar a sentena, o juiz determinar a destruio da produo ou reproduo criminosa. Art. 2 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao. Art. 3 Revogam-se as disposies em contrrio.
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Capa e Diagramao:
Solues e Informtica Ltda. - Joinville - SC www.solucoes.com.br Dra. Cleusa Coral-Ghanem Prof. Valdir Vegini, D. Sc. Dra. Cleusa Coral-Ghanem
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: Proibida a reproduo total ou parcial, por qualquer meio ou processo, sem permisso expressa dos autores. A violao dos direitos punvel nos termos do art. 184 e pargrafos do Cdigo Penal, conjuntamente com busca e apreenso e indenizaes diversas (arts. 122, 123, 124 e 126 da Lei 5988, de 14.12 1976, Lei dos Direitos Autorais).
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(021) 567-3888
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COLABORADORES
Dr. Adamo Lui Netto Prof. Doutor da Faculdade de Cincias Mdicas da Santa Casa de So Paulo;
Mestre em Oftalmologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Coordenador do Curso de Lentes de Contato da Sociedade Brasileira de Oftalmologia; Presidente da SOBLEC binios 76/78 e 83/85.
Dra. Claudia Assis Lima Mdica voluntria do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da UNICAMP.
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Dr. Renato Giovedi Filho Assistente Voluntrio da Clnica Oftalmolgica da Santa Casa de So Paulo;
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APRESENTAO DA SEGUNDA EDIO
Rubens Belfort Junior * O sucesso alcanado pelo livro Lentes de Contato na Clnica Oftalmolgica, sem dvida, previu e justifica o lanamento desta nova edio atualizada e contendo o estado da arte. Esto novamente de parabns os editores e autores, pela qualidade internacional do material, e pela maneira extremamente didtica com que todos esses excelentes representantes da importante sub-especialidade oftalmolgica apresentaram a experincia slida. Fosse este livro escrito em ingls teria aceitao global. A oftalmologia brasileira felizmente, h mais de 30 anos, soube entender a importncia da lente de contato na oftalmologia moderna. O Brasil um dos pases mais avanados do mundo em relao a correta insero do captulo da contadologia e optometria dentro da Oftalmologia, enquadrando-a como parte do ato mdico e, dependente dele em todos os seus aspectos. Tambm o nosso pas est entre os primeiros em relao ao nmero de oftalmologistas que mais entende de lentes de contato, suas indicaes, tipos especiais, critrios de adaptao, diagnsticos e conduta nas complicaes, graas a cursos, congressos e livros como este. A educao das novas geraes e a atualizao de todos ns vem sendo realizada atravs do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato e dos lderes da sub-especialidade, entre os quais esto os editores e autores deste livro, que permeiam essas Associaes e publicaes. A oftalmologia e a Sade Ocular Brasileira devem mais esta grande obra aos autores e editores de Lentes de Contato na Clnica Oftalmolgica.
* Prof. Dr. Rubens Belfort Junior Professor Titular de Oftalmologia Instituto da Viso EPM / Universidade Federal de So Paulo - UNIFESP
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Aos meus pais, Hilda e Glio, pelo exemplo de vida. Aos homens da minha vida, EMIR, VINCIUS e RAMON, com quem compartilho o entusiasmo pela oftalmologia e com quem tenho a felicidade de viver o amor pleno de mulher e me.
A minha mulher Ldia e meus filhos, Newton, Csar, Paula, Andrea e Flvio. Com amor.
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PREFCIO DA PRIMEIRA EDIO
IMPORTNCIA DA ADAPTAO DE LENTES DE CONTATO NA PRTICA OFTALMOLGICA
Cleusa Coral-Ghanem Newton Kara-Jos
A adaptao de lentes de contato (LC) est se tornando cada vez mais importante na prtica da Oftalmologia, quer pelas possveis complicaes advindas do uso inadequado, quer pelo aumento do nmero de usurios, que se amplia a cada dia. Os novos materiais e desenhos colocados disposio no mercado tornam as LC mais confortveis e permitem a correo de quase todos os erros refrativos. A Sociedade Brasileira de Lentes de Contato e Crnea (SOBLEC), desde os primrdios de sua fundao, em 1971, durante o Congresso Brasileiro de Oftalmologia, em Campinas e oficializada em 28 de maio de 1972, em Belo Horizonte, tem como uma de suas principais metas o estudo da problemtica do uso de LC como um todo, visando dar aos usurios melhor qualidade de adaptao e acompanhamento e tornar seu uso o mais seguro possvel. Com a SOBLEC, o estudo de LC passou a fazer parte de todos os congressos de Oftalmologia e a adaptao de LC foi reconhecida como ato mdico pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, em 1975. Hoje, o ensino de LC faz parte do curriculum das residncias oficiais do pas. Alm da formao regular dos residentes, vrias universidades brasileiras e alguns oftalmologistas, em sua clnica privada, tm desenvolvido pesquisas nessa rea. As atribuies da Sociedade vo desde formar, conscientizar e reciclar o especialista, estudar os materiais disposio no mercado do ponto de vista de qualidade e de custo, at educar a populao sobre as vantagens e limitaes do uso de LC. Assim, nos ltimos anos, a literatura nacional enriqueceu-se com artigos e pesquisas publicados em peridicos especializados como o Jornal da SOBLEC e a edio de dois excelentes livros: em 1989, Clnica de Lente de Contato do Dr. Ari de Souza Pena e colaboradores e, em 1993, Lentes de Contato dos Drs. Saly e Hamilton Moreira.
LENTES DE CONTATO NA CLNICA OFTALMOLGICA parte de um processo que visa colocar ao alcance de todos os oftalmologistas brasileiros condies para a adaptao de LC. Disposto em forma de perguntas e respostas para possibilitar uma rpida consulta, este livro aborda as questes mais freqentes na prtica de LC, expondo, de maneira didtica, a experincia pessoal de cada um dos colaboradores.
nosso desejo que esse livro sirva de estmulo para que novas publicaes didticas sejam colocadas a servio da Oftalmologia brasileira.
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FOREWORD
Mark J. Mannis * The second edition of any book is almost always a testimony to its success. This is certainly true of this new edition of Lentes de Contato na Clnica Oftalmolgica. Cleusa Coral-Ghanem and Newton Kara-Jos, recognized leaders in Brazilian ophthalmology, along with a group of knowledgeable and experienced contact lens practitioners, have updated and augmented this excellent text. What is so unique about this effort is not simply the collective expertise of the authorship, but also the didactic approach, focused on intensely practical issues of contact lens fitting. It is a book designed to teach, and in this it has succeeded admirably. Despite the advances in intraocular lens technology and the growing diversity of refractive surgical techniques, the role of contact lenses in ophthalmic practice has only increased. This is due in part to enormous strides in materials technology, expanding applications both refractive and therapeutic for contact lenses, and the clear recognition that contact lenses will always be an important tool for the ophthalmologist. The fitting of contact lenses is a medical art, requiring a thorough understanding of the anatomy, physiology, and optics of the eye. It is formulaic only in part. Contact lens practice requires sound medical judgment and decision-making that comes only with hands-on experience. Doctors Coral-Ghanem and Kara-Jos provide us with a head-start by answering what in current computer parlance are called FAQs - frequently asked questions. Straightforward answers to these questions are provided by the voice of experience in this book. It is an uniquely practical handbook for residents, beginning, and even intermediate contact lens practitioners as well. It is, quite simply, an indispensable resource. In many countries, contact lens practice has, for various reasons, gravitated into hands of non-medical practitioners. Brazilian ophthalmology, largely through the efforts of SOBLEC, has had the wisdom to reaffirm contact lens practice as a medical discipline, an approach we hope it will maintain. It is an extraordinary honor for me to be associated with the editors and authors of this essential text for Portuguese-speaking ophthalmologists. My only regret is that the book is not yet available to English-speaking contact lens practitioners. Although there are several very good contact lens primers in English, none approach the utility and practicality of this slim volume. I congratulate the authors, as will the many users of this book over the years to come, for a fine contribution to the medical art and practice of contact lens fitting.
* Mark J. Mannis, M.D. FACS Professor of Ophthalmology Director, Cornea and External Disease University of California, Davis Sacramento, CA
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SUMRIO
LISTA DE TABELAS ...........................................................................................xxvi LISTA DE FIGURAS ........................................................................................... xxvii LISTA DE ILUSTRAES .............................................................................. xxviii LISTA DE SIGLAS ............................................................................................... xxix Captulo 01 INDICAES, CONTRA-INDICAES, EXAME OCULAR PRVIO E SELEO DAS LENTES DE CONTATO ............................................................ 1 Cludia Assis Lima Newton Kara-Jos 01) Quais as principais indicaes ao uso de LC? ........................................................ 1 02) Qual a rotina do exame ocular prvio ao uso de LC? ............................................ 2 03) Quais os critrios para a seleo dos pacientes candidatos ao uso de LCH de UP/flexvel? .............................................................................................. 4 04) Quando as LC rgidas devem ser a primeira indicao? ........................................ 5 05) Quando as LCH devem ser a primeira indicao? ................................................. 5 06) Quais as contra-indicaes de origem ocular ao uso de LC? ................................ 5 07) Quais as contra-indicaes de ordem geral ao uso de LC com finalidade ptica? ............................................................................................ 6 08) Quais as contra-indicaes de origem profissional ao uso de LC com finalidade ptica? ............................................................................................ 6 09) Quais as contra-indicaes relativas ao uso de LCH? ........................................... 7 10) Quais as contra-indicaes relativas ao uso de LC rgida? .................................... 7 11) Quais os fatores de sucesso para o uso de LC? .................................................... 7 Referncias Bibliogrficas ...................................................................................... 7 Captulo 02 IMPORTNCIA DA AVALIAO DO FILME LACRIMAL NO CANDIDATO AO USO DE LENTES DE CONTATO ....................................... 9 Milton Ruiz Alves Newton Kara-Jos 01) Quando se indica a avaliao do filme lacrimal (FL) no candidato ao uso de LC? .. 9 02) Quais os exames de rotina para a avaliao do FL em pacientes sintomticos ou com doenas comumente associadas ceratoconjuntivite seca? .......................... 9
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03) Quando os resultados da avaliao do FL contra-indicam o uso de LC? ............ 10 04) Quais as alteraes, a curto prazo, induzidas pelo uso de LC no FL? ................. 10 05) Qual o papel do efeito de bomba lacrimal na oxigenao da crnea? ............. 10 06) Quais os materiais de LC mais propensos a ter depsitos em sua superfcie? ..... 11 07) De que partes do filme lacrimal originam-se os depsitos das LC? ...................... 11 08) Que tipos de depsitos so encontrados nas LC? ................................................. 11 09) Quais os depsitos orgnicos mais comumente encontrados nas LC? ................. 12 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 13 Captulo 03 ANATOMIA E TERMINOLOGIA EM LENTES DE CONTATO ................ 15 Renato Giovedi Filho 01) Quais os tipos de LC existentes? .......................................................................... 15 02) O que LC RGP? ................................................................................................ 16 03) Qual o desenho de uma LC simples? ................................................................... 16 04) O que blend e qual sua importncia? ............................................................ 17 05) Quais os tipos de bordas possveis e suas finalidades? ......................................... 17 06) O que curva base (CB)? ................................................................................... 18 07) O que profundidade sagital? .............................................................................. 18 08) Qual a relao da espessura central com o poder diptrico? ............................... 18 09) O que grau de hidratao de uma LCH? .......................................................... 18 10) O que ngulo de umectao? ............................................................................ 19 11) O que so LC tricas e como se classificam? ..................................................... 19 12) O que prisma de lastro, LC truncada e estabilizao dinmica? ....................... 20 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 20 Captulo 04 CERATOMETRIA E TOPOGRAFIA CORNEANA ........................................ 21 Jos Guilherme Pecego 01) O que ceratometria? .......................................................................................... 21 02) Como realizada a ceratometria? ........................................................................ 21 03) Qual o valor do ceratmetro na adaptao de LC? ............................................. 21 04) O que disco de Plcido? .................................................................................... 21
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05) Como funcionam o disco de Plcido e o topgrafo? ............................................ 21 06) Quais as vantagens da topografia corneana computadorizada (TC)? .................. 22 07) Todos os topgrafos se baseiam no reflexo do disco de Plcido? ........................ 22 08) Quais as etapas na interpretao da TC? ............................................................ 22 09) O que significa a escala absoluta? ........................................................................ 23 10) Que outros fatores interferem na obteno da TC? ............................................. 23 11) O que crnea oblada e crnea prolada? ............................................................ 23 12) Como se classifica o astigmatismo na TC? .......................................................... 23 13) Quais os recursos oferecidos pela TC e suas principais aplicaes? ................... 24 14) Qual a nomenclatura especfica que a TC introduziu no estudo da crnea? ........ 24 15) A TC possui algum mapa que auxilie no ceratocone? .......................................... 25 16) Como avaliar o ceratocone na TC? ...................................................................... 25 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 26 Captulo 05 COMO ADAPTAR LC RGIDA DE POLIMETILMETACRILATO (PMMA) E GS-PERMEVEIS (RGP) ESFRICAS ........................................................... 27 Saly Moreira 01) Quais as principais caractersticas dos polmeros de PMMA e gs-permeveis? .................................................................................. 27 02) O que expressam os termos permeabilidade aos gases e transmissibilidade de oxignio? .......................................................................................................... 27 03) Quais os parmetros que devem ser especificados na prescrio de uma LC rgida esfrica? ............................................................................................... 27 04) Qual a filosofia de adaptao de LC rgida? ........................................................ 28 05) Quais os fatores anatmicos levados em conta na escolha do mtodo de adaptao da LC mais apropriada? ...................................................................... 28 06) Como se determina a curva base (CB), tambm chamada de curva central posterior (CCP), das LC rgidas esfricas? .......................................................... 28 07) Como so feitos os clculos para prescrio de grau de LC rgida? .................... 29 08) O que significa distncia ao vrtice? .................................................................... 30 09) Como feita a escolha do dimetro? ................................................................... 31 10) Qual a relao curva base (CB) e dimetro? ....................................................... 31 11) Como se procede ao teste e avaliao da LC de prova de PMMA? ............... 31
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12) Como feita a seleo dos parmetros de uma LC RGP esfrica para teste? ... 32 13) Qual o nomograma para escolha da CB das LC RGP? ....................................... 33 14) Como se faz a avaliao final da LC RGP de prova? .......................................... 33 15) Quais as sugestes para caixa de prova de PMMA e RGP? .............................. 34 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 36 Captulo 06 CONTROLE DA ADAPTAO DE LENTES RGIDAS GS-PERMEVEIS ............................................................................. 37 Cleusa Coral-Ghanem 01) Quais os principais sintomas normais de adaptao de LC RGP? ....................... 37 02) Quais os problemas mais comumente encontrados no incio do uso de LC RGP? . 37 03) Quais os problemas mais comumente encontrados, a longo prazo, em usurios RGP? ................................................................................................ 40 04) Como proceder com usurios de LC RGP insatisfeitos, adaptados por outro profissional? ......................................................................... 41 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 42 Captulo 07 ADAPTAO DE LC HIDROFLICAS ESFRICAS, DE USO DIRIO E DE USO PROLONGADO ................................................. 43 Ricardo Uras 01) Quais as caractersticas das LCH? ...................................................................... 43 02) Como se classificam as LCH? ............................................................................. 43 03) Como adaptar LCH? ............................................................................................ 44 04) Quais os sintomas e sinais de LC frouxa? ............................................................ 45 05) Quais os sintomas e sinais de LC apertada? ........................................................ 45 06) Como feito o controle do usurio da LCH? ....................................................... 45 07) Quais os sintomas e sinais de uma m adaptao? .............................................. 46 08) Qual a caixa de prova bsica para adaptar LCH? ............................................... 46 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 47 Captulo 08 LENTES DESCARTVEIS E DE TROCA PLANEJADA .............................. 49 Nilo Holzchuh 01) O que lente descartvel? ................................................................................... 49
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02) O que troca planejada? ...................................................................................... 49 03) Quais as indicaes e contra-indicaes da LC descartvel? .............................. 49 04) Qual o tempo de uso e de troca da LC descartvel? ........................................... 50 05) Como adaptar LC descartvel? ............................................................................ 50 06) Pode-se corrigir astigmatismo com LC descartvel/troca planejada? .................. 50 07) Quais as vantagens do uso de LC descartvel com finalidade teraputica? ........ 50 08) Como deve ser o controle de LC descartvel/troca planejada? ........................... 51 09) Quais as complicaes da LC descartvel? ......................................................... 51 10) Qual a aceitao da LC descartvel no mercado? ............................................... 51 Referncias Bibliogrficas. ................................................................................... 52 Captulo 09 ASTIGMATISMO E LENTES DE CONTATO TRICAS .............................. 53 Saly Moreira 01) Quais os 2 grupos de astigmatismo levados em considerao na adaptao de LC tricas? ...................................................................................................... 53 02) Qual a melhor maneira de se determinar o astigmatismo residual? ..................... 53 03) Quais os fatores relacionados com o astigmatismo a serem considerados na escolha do desenho da LC trica? ................................................................... 53 04) Quais os desenhos de LC e polmeros utilizados para correo do astigmatismo? ................................................................................... 54 05) Como se deve prescrever LC esfrica em crnea astigmtica? .......................... 54 06) Qual a definio e qual a indicao de LC rgida trica frontal? .......................... 54 07) Qual a tcnica de adaptao de LC trica frontal? .............................................. 55 08) Qual a definio e qual a indicao de LC trica posterior? ................................ 55 09) Qual o mtodo de prescrio da LC trica posterior? .......................................... 55 10) O que LC RGP bitrica? Quais as indicaes e qual a filosofia de adaptao? ........................................... 56 11) Qual a indicao e a filosofia de adaptao da LC RGP bitrica com prisma de lastro? .............................................................................. 57 12) Quando se deve prescrever uma LCH trica? ..................................................... 58 13) Quando no se deve indicar LC trica? ............................................................... 58 14) Sendo o astigmatismo moderado, deve-se escolher LCH trica ou RGP esfrica? ................................................................................................. 58 15) Quais os desenhos da LCH trica? ...................................................................... 58 16) Quais as tcnicas de estabilizao da LCH trica? ............................................. 59
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17) Quais os mtodos de adaptao da LCH trica? ................................................. 59 18) Como feito o teste de LCH trica de prova? .................................................... 59 19) Qual a prescrio da LCH trica final? ............................................................... 60 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 61 Captulo 10 ADAPTAO DE LC EM CERATOCONE ...................................................... 63 Ari de Souza Pena 01) Qual o conceito de ceratocone? ........................................................................... 63 02) Qual o quadro clnico de ceratocone? .................................................................. 63 03) Quais os sinais biomicroscpicos do ceratocone? ................................................ 64 04) Qual a classificao do ceratocone? .................................................................... 65 05) Quais as LC usadas para adaptar pacientes com ceratocone? ............................ 65 06) Qual a conduta clnica nas diferentes fases evolutivas do ceratocone? ............... 66 07) Qual a tcnica de adaptao nas fases incipiente ou moderada? ........................ 66 08) Qual a rotina de adaptao na fase avanada? .................................................... 66 09) Quais as outras formas de adaptar LC em ceratocone? ...................................... 67 10) Como tratar hidropsia aguda no ceratocone? ....................................................... 68 11) Quais as sugestes para caixas de prova de ceratocone? ................................... 68 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 70 Captulo 11 ADAPTAES PS-TRANSPLANTE DE CRNEA, PS-CERATOTOMIA E PS-CERATECTOMIA FOTO-REFRATIVA .... 71 Adamo Lui Netto 01) Quais as principais indicaes das LC ps-cirurgia? ............................................ 71 02) Qual o tempo de espera para a adaptao da LC? .............................................. 71 03) Qual o tipo de LC mais recomendvel para adaptar ps-transplante e ps-cirurgia refrativa? .............................................................. 71 04) Quais os critrios de escolha entre LCH e RGP para adaptar ps-transplante e ps-cirurgia refrativa? .............................................................. 72 05) Qual a tcnica de adaptao de LC RGP ps-transplante de crnea? Como se deve avaliar e fazer o controle da adaptao? Quais as complicaes? ....................................................................................... 72 06) Qual a tcnica de adaptao de LC RGP ps-ceratotomia radial? Como se deve avaliar e fazer o controle de adaptao? Quais as complicaes? ....................................................................................... 74
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07) Qual a tcnica de adaptao de LC RGP ps-ceratectomia foto-refrativa? Como se deve avaliar e fazer o controle da adaptao? Quais as complicaes? ....................................................................................... 76 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 77 Captulo 12 ADAPTAO DE LENTES DE CONTATO NA AFACIA .............................. 79 Adamo Lui Netto 01) Quando adaptar LC em afacia e quais as vantagens? ......................................... 79 02) Quando se deve adaptar LCH ou RGP? .............................................................. 79 03) Quando se deve indicar LC para uso contnuo? ................................................... 79 04) Qual a tcnica de adaptao de LC PMMA? Caixas de prova. .......................... 80 05) Qual a tcnica de adaptao da LC RGP? Caixa de prova. ................................ 81 06) Quando se deve utilizar LC rgida com desenho simples? .................................... 82 07) Quando se deve utilizar LC rgida com desenho lenticular e borda negativa? .................................................................................................. 82 08) Qual a tcnica de adaptao da LCH? ................................................................ 83 09) Quais as principais caractersticas da adaptao? ............................................... 83 10) Quais as desvantagens da LC e alternativas para afacia? ................................... 83 11) Quais as contra-indicaes de LC para a correo da afacia? ........................... 83 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 84 Captulo 13 LENTES DE CONTATO EM PEDIATRIA ........................................................ 85 Cleusa Coral-Ghanem 01) Quais as indicaes para adaptar LC em criana? .............................................. 85 02) Existe diferena entre a adaptao de LC em criana e adulto? ......................... 86 03) Quais as LC utilizadas em pediatria? .................................................................... 86 04) Como adaptar LC em criana? ............................................................................ 87 05) Como observar a relao entre a LC e a crnea? ............................................... 87 06) Quando adaptar LC na criana afcica e qual o prognstico visual? .................. 87 07) Qual a LC mais adequada para adaptar em criana afcica? .......................... 87 08) Como adaptar LC em criana afcica? ............................................................... 88 09) Como adaptar a LC de eslastmero de silicone? ................................................. 89 10) Como diminuir a aniseicnia dos afcicos corrigidos com LC? ........................... 89
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11) Como deve ser feito o controle das crianas afcicas? ....................................... 90 12) Quais as complicaes com as LC? ..................................................................... 90 13) Qual a responsabilidade social do mdico? ........................................................... 90 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 91 Captulo 14 PRESBIOPIA E LENTES DE CONTATO ......................................................... 93 Ari de Souza Pena Cleusa Coral-Ghanem 01) Quais so as formas de correo da presbiopia com LC? ................................... 93 02) Qual a rotina de adaptao em casos de monoviso? ....................................... 93 03) Como funciona a monoviso? ............................................................................... 93 04) Quais as limitaes da monoviso? ...................................................................... 94 05) Quais so as caractersticas das LC bifocais/multifocais? ................................... 94 06) Quem bom candidato para LC bifocal/multifocal? ............................................ 95 07) Quais os fatores desfavorveis para a adaptao de LC bifocal/multifocal? ................................................................................................. 95 08) Como adaptar LC bifocal de imagem alternante? ................................................ 95 09) O que LC bifocal de imagem simultnea? ......................................................... 96 10) Como funciona a LC bifocal concntrica que fornece imagem simultnea? ............................................................................................. 97 11) Como deve ser adaptada a LC bifocal Spectrum - CIBA Vision? ....................... 97 12) Como funciona a LC de desenho asfrico e imagem simultnea? ....................... 98 13) Como funciona a LC bifocal difrativa? Como deve ser adaptada? ...................... 99 14) Como deve ser adaptada a LC difrativa Echelon - American Hydron? .............. 99 15) Quais as vantagens e desvantagens das LC bifocais/multifocais de imagem simultnea? ............................................................................................ 100 16) Quais os sintomas de adaptao de LC bifocal de imagem simultnea? ............ 100 17) O que significa monoviso modificada? .............................................................. 101 18) Quais os fatores determinantes para o sucesso na adaptao de LC bifocais/multifocais? ............................................................................................ 101 Referncias Bibliogrficas ................................................................................... 102 Captulo 15 LENTES DE CONTATO COSMTICAS E PROTTICAS ......................... 103 Paulo Ricardo de Oliveira 01) O que uma LC cosmtica (LCC)? ................................................................... 103
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02) Quais os tipos de LC cosmtica (LCC)? ............................................................. 103 03) Quando se indica e como se adapta a LCC rgida escleral? ............................... 103 04) Como feita a adaptao de uma LCC corneana? ............................................ 103 05) Qual o material usado na fabricao da LCC rgida escleral e corneana? ......... 104 06) Quais as contra-indicaes ao uso da LCC hidroflica? ...................................... 104 07) Quais os tipos de LCC hidroflicas? .................................................................... 104 08) Quais as indicaes da LCC hidroflica translcida? ........................................... 104 09) Quais as indicaes da LCC hidroflica opaca? .................................................. 104 10) Como feita a adaptao da LCC hidroflica? ................................................... 104 11) Como deve ser feita a desinfeco da LCC hidroflica? ..................................... 105 12) A LCC opaca com pupila incolor reduz o campo visual do paciente? ................ 105 13) Como e quando se deve usar medicao tpica na presena de LCC? ............. 105 Referncias Bibliogrficas ................................................................................... 105 Captulo 16 LENTES TERAPUTICAS ................................................................................. 107 Paulo Ricardo de Oliveira 01) Quais as finalidades de uso de LC teraputica (LCT)? ...................................... 107 02) Quais as principais indicaes para o uso de LCT? ............................................ 107 03) Como se deve escolher o tipo de LCT? .............................................................. 107 04) Quais os principais benefcios a serem obtidos com o uso de LCT? ................... 108 05) Quais os princpios bsicos a serem observados na adaptao de uma LCT? ...... 108 06) Como e quando se deve fazer a manuteno e troca da LCT? .......................... 108 07) Como proceder nos casos em que necessrio medir a presso ocular durante o uso de LCT? ........................................................................................ 108 08) Como e quando se deve usar medicao tpica com LCT? ............................... 108 09) Em casos de ceratopatia bolhosa, quando est indicado o uso LCT? ................. 109 10) Em casos de eroso recorrente de crnea, durante quanto tempo se deve usar a LCT? ................................................................................................ 109 11) Quando se deve usar LCT em casos de olho seco e qual o tipo mais indicado? ................................................................................. 109 12) Quando se deve usar uma LCT em casos de descemetocele ou de perfurao corneana? ....................................................... 109 13) Quais as finalidades do uso de LCT em transplante de crnea? ......................... 110 14) Quando se deve usar LCT em casos de distrofia corneana? .............................. 110
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15) Quando se deve usar LCT em casos de queimadura qumica? .......................... 110 16) Quando se deve usar LCT no tratamento de ceratite neurotrfica? ................... 110 17) Quais as vantagens de usar LC descartvel, com funo teraputica? .............. 110 18) Quais as contra-indicaes das LCT? ................................................................. 111 19) Quais as complicaes mais freqentes causadas pelo uso de LCT? ............... 111 20) Quando e como usar LC de colgeno? ............................................................... 111 21) Quais as LC de colgeno disponveis? ................................................................ 111 22) Que medicaes podem ser usadas com LCT? .................................................. 111 Referncias Bibliogrficas ................................................................................... 112 Captulo 17 MANUTENO DAS LENTES DE CONTATO ............................................ 113 Cleusa Coral-Ghanem 01) Qual a importncia da manuteno das LC? ....................................................... 113 02) O que deve orientar a conduta do profissional para indicar o mtodo correto de limpeza e desinfeco? ...................................................................... 115 03) Qual a rotina para a manuteno da LCH? ........................................................ 115 04) Como a LCH deve ser limpa? ............................................................................. 116 05) Quais os sistemas enzimticos disponveis no mercado e suas principais caractersticas? .................................................................................... 117 06) Quais os passos para efetuar a limpeza enzimtica semanal? ............................ 118 07) Como desinfetar as LCH? ................................................................................... 119 08) Quais as vantagens e desvantagens da desinfeco trmica? ............................ 119 09) Como se deve realizar a desinfeco trmica? ................................................... 120 10) Quais as vantagens e desvantagens da desinfeco qumica? ............................ 120 11) Como se deve realizar a desinfeco qumica? ................................................... 120 12) Quais as vantagens e desvantagens da desinfeco pelo perxido de hidrognio a 3%? ............................................................................................ 120 13) Como se deve realizar a desinfeco com perxido de hidrognio a 3%? .......... 121 14) Quais os cuidados com LCH descartvel/troca planejada? ................................ 122 15) Quais os cuidados com LCH cosmtica (LCC)? ................................................ 122 16) Quais os cuidados com LC usada de forma contnua? ........................................ 123 17) Quais os cuidados com LC usada de forma ocasional? ...................................... 123 18) Quais os cuidados com LC SoftPerm? ................................................................ 123 19) Quais as finalidades de uso das solues fisiolgicas? ........................................ 123 20) Quais os problemas relacionados aos produtos de manuteno? ........................ 124
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21) Quais as causas mais freqentes das reaes de sensibilidade? ......................... 124 22) Por que e como se deve manter a LC RGP? ...................................................... 124 23) Por que no recomendvel misturar as solues dos diversos sistemas de manuteno? .................................................................................... 126 24) Como se deve preservar a LC RGP de prova? .................................................. 126 25) Como preservar a LCH de prova? ...................................................................... 126 26) Como se pode prevenir contaminao no consultrio? ........................................ 127 27) Pode-se praticar natao usando LC? ................................................................ 127 28) Quais as instrues que se deve dar aos usurios que necessitam nadar com LC? .................................................................................................... 127 Referncias Bibliogrficas ................................................................................... 128 Captulo 18 AIDS E LENTES DE CONTATO ....................................................................... 129 Cleusa Coral-Ghanem 01) Como prevenir a contaminao pelo HIV no consultrio oftalmolgico? ........... 129 02) Como prevenir a contaminao pelo HIV na prtica de LC? ............................. 130 03) Como conduzir o usurio de LC infectado com AIDS? ...................................... 131 Referncias Bibliogrficas ................................................................................... 131 Captulo 19 COMPLICAES ASSOCIADAS AO USO DE LENTES DE CONTATO ................................................................................ 133 Newton Kara-Jos Cleusa Coral-Ghanem 01) Por que ocorrem complicaes com o uso de LC? ............................................. 133 02) Quais os principais sintomas de complicao? .................................................... 133 03) Como se pode diminuir a ocorrncia de complicaes pelo uso de LC? ............. 134 04) Por que a adaptao de LC um ato mdico? ................................................... 134 05) Quais as principais complicaes oculares por LC? ........................................... 135 Referncias Bibliogrficas ................................................................................... 136 Captulo 20 COMPLICAES PALPEBRAIS E CONJUNTIVAIS ASSOCIADAS AO USO DE LC ......................................................................... 137 Cleusa Coral-Ghanem Newton Kara-Jos 01) Por que ocorre ptose em usurios de LC? Conduta. ........................................... 137 02) Quando a blefarite e meibomite prejudicam o uso de LC? Conduta. .................. 137
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03) Como e por que se manifesta a ceratoconjuntivite de limbo superior induzida por LC? Conduta. .................................................................................. 138 04) Qual a conduta indicada nos casos de conjuntivite infecciosa? ........................... 139 05) Como e por que se manifesta a conjuntivite irritativa em usurio de LC? Conduta. .............................................................................................................. 139 06) Como e por que se manifesta conjuntivite mucoprotica em usurio de LC? Conduta. .............................................................................................................. 140 07) Como se manifesta e quais as causas da conjuntivite papilar gigante (CPG)? ... 141 08) Qual a conduta em conjuntivite papilar gigante (CPG)? ...................................... 142 09) Quais as principais causas da hiperemia conjuntival? ......................................... 143 10) Como e por que ocorre olho vermelho agudo matinal? ....................................... 143 Referncias Bibliogrficas ................................................................................... 144 Captulo 21 COMPLICAES CORNEANAS ASSOCIADAS AO USO DE LENTES DE CONTATO ...................................................................................... 145 Cleusa Coral-Ghanem Newton Kara-Jos 01) O que causa edema de crnea em usurio de LC? ............................................ 145 02) Como se d a oxigenao da crnea com os diversos tipos de LC? ................... 145 03) Como e por que se manifesta o edema com LC rgida? Conduta. ...................... 146 04) Como e por que se manifesta o edema corneano em usurio de LC hidroflica? Conduta. ............................................................................................ 147 05) Como e por que se manifesta hipxia corneana aguda (sndrome de excesso de uso)? Conduta. ............................................................ 148 06) Como se manifesta e qual a conduta em hipxia corneana crnica? .................. 149 07) Como e por que se manifestam as distores corneanas? Conduta. .................. 149 08) Como se apresentam e quais as causas de opacidades corneanas em usurios de LC? ............................................................................................. 150 09) Por que se deve evitar e quais as causas de hipoestesia corneana em usurio de LC? Conduta. ..................................................................................... 150 10) Como prescrever culos para usurio de LC rgida? .......................................... 151 11) Como prescrever culos para usurio de LCH? ................................................. 151 12) Como e por que se manifesta a desepitelizao de crnea em usurio de LC rgida? Conduta. ............................................................................................ 152 13) Como resolver os casos de dissecao corneana (Sndrome das 3 e 9 horas)? . 153 14) Como e por que se manifestam os infiltrados corneanos estreis? Conduta. ..... 153 15) Como e por que se manifesta a vascularizao corneana? Conduta. ................. 154
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16) Como e por que se manifesta a ceratite numular associada ao uso de LC? Conduta. .............................................................................................................. 155 17) Como e por que se manifesta a ceratite pseudodendrtica (leso dendriforme) em usurios de LC? Conduta. ............................................................................. 155 18) Quais as principais causas de ceratite puntada superficial associada com LC? . 156 19) Como e por que se manifesta desidratao da LCH? Conduta. ......................... 156 20) Como e por que se manifesta leso arqueada epitelial superior? Conduta .......... 157 21) Por que ocorre lcera corneana infecciosa associada ao uso de LC? ................ 158 22) Quais os fatores de risco para lcera de crnea relacionada LC? ................... 159 23) Por que fazer diagnstico diferencial entre ceratite infecciosa e no infecciosa? .................................................................................................... 160 24) Qual o tratamento da lcera de crnea bacteriana? ............................................ 160 25) Como se manifesta e qual o tratamento de lcera por pseudomonas aeruginosa? . 161 26) Como se manifesta ceratite por acanthamoeba? Tratamento e preveno ...... 162 Referncias Bibliogrficas ................................................................................... 163 Captulo 22 COMPLICAES ASSOCIADAS AO MATERIAL, DEPSITOS E DESENHO DAS LENTES RGIDAS GS-PERMEVEIS ........................... 165 Cleusa Coral-Ghanem 01) Quais os principais problemas relacionados ao material e depsitos das LC RGP? ...................................................................................... 165 a) Flexo da LC ................................................................................................... 165 b) Deformao da LC ......................................................................................... 165 c) LC craquel ..................................................................................................... 166 d) Superfcie Hazying ......................................................................................... 167 e) reas hidrofbicas .......................................................................................... 168 f) Depsitos na superfcie .................................................................................... 169 g) Debris (fragmentos) sob a LC ................................................................... 169 02) Quais os problemas ligados ao desenho das LC rgidas? .................................... 170 a) Desconforto persistente .................................................................................. 170 b) Dissecao corneana perifrica (sndrome de 3 e 9 horas) ............................ 171 c) Adeso - moldeamento corneano (sndrome de LC fixa) ............................... 172 d) LC apertada .................................................................................................... 173 e) Lente frouxa .................................................................................................... 174
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03) Como resolver a descentrao da LC? ............................................................... 174 a) Descentrao inferior ...................................................................................... 174 b) Descentrao lateral (nasal ou temporal) ....................................................... 175 c) Descentrao superior .................................................................................... 175 Referncias Bibliogrficas ................................................................................... 176 Captulo 23 SUGESTES DE ROTEIRO PARA EXAME E ABREVIATURAS MAIS USADAS NO SETOR DE LC ................................................................... 177 Newton Kara-Jos Cleusa Coral-Ghanem Anamnese ............................................................................................................ 177 Avaliao do candidato ........................................................................................ 178 Acuidade visual .................................................................................................... 178 Viso de cores ..................................................................................................... 179 Semiologia motora ............................................................................................... 179 Refrao .............................................................................................................. 179 Exame do segmento anterior e anexos ................................................................ 179 Fundo de olho ....................................................................................................... 180 Ceratometria ........................................................................................................ 180 Teste com LC ...................................................................................................... 180 Orientaes ao usurio ........................................................................................ 181 Retornos .............................................................................................................. 181 Captulo 24 ATUAO DO AUXILIAR DE OFTALMOLOGIA NA ADAPTAO DE LC .................................................................................... 183 Newton Kara-Jos Regina Carvalho de Salles Oliveira 01) Qual o papel do auxiliar do oftalmologista na adaptao de LC? ........................ 183 02) Qual o papel do auxiliar de oftalmologia na anamnese do candidato ou usurio de LC? ............................................................................................... 183 03) Qual a funo do auxiliar de oftalmologia na fase de teste de LC? .................... 184 04) Como deve ser feita a educao do novo usurio de LC? .................................. 184 05) Qual a funo do auxiliar em relao aos fornecedores? ................................... 185 06) O auxiliar tem autonomia para prescrever LC? .................................................. 185 07) Qual a funo do auxiliar no controle imediato do novo usurio? ....................... 185
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08) Qual a funo do auxiliar na obteno de aderncia do paciente ao tratamento de complicaes, ps consulta? .................................................... 185 09) O auxiliar poder solucionar os problemas do paciente por telefone? ................. 185 10) Existe algum curso ou literatura especfica para o auxiliar adquirir mais conhecimentos sobre a adaptao de LC? .......................................................... 186 11) Quais as funes do auxiliar no setor de LC? ..................................................... 186 Referncias Bibliogrficas ................................................................................... 188 Anexo 1: Complicaes Associadas ao Uso de Lentes de Contato - Ilustraes ............................................................................................ 189 Anexo 2: Tabelas .................................................................................................... 193 Tabela 1 - Tabela de distncia ao vrtice ................................................................... 193 Tabela 2 - Tabela de converso que relaciona poder refrativo da crnea, em dioptrias, com o raio de curvatura, em milmetros ................................................ 194 ndice Remissivo .................................................................................................... 195
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LISTA DE TABELAS
CAPTULO 05 Tabela 1 - Nomograma para determinar dimetro de LC RGP ................................. Tabela 2 - Nomograma para determinar CB de LC RGP ......................................... Tabela 3 - Caixa de prova de 50 lentes PMMA ..................................................... Tabela 4 - Caixa de prova de LC RGP esfrica para MIOPIA, com dimetro 9.2 mm ................................................................................ Tabela 5 - Caixa de prova de LC RGP esfrica para MIOPIA, com dimetro 9.6 mm ................................................................................ Tabela 6 - Caixa de prova de LC RGP esfrica para HIPERMETROPIA ..............
32 33 34 35 35 35
CAPTULO 10 Tabela 1 - Caixa de prova monocurva para cone redondo ......................................... 68 Tabela 2 - Caixa de prova monocurva para cone oval ............................................... 69 Tabela 3 - Caixa de prova (PMMA ou RGP) dupla face posterior (SOPER), para ceratocone ......................................................................................... 69 CAPTULO 11 Tabela 1 - Caixa de prova RGP para adaptao ps-transplante de crnea ............. 74 Tabela 2 - Caixa de prova de LC RGP para adaptao ps-ceratotomia radial e ps-ceratectomia refrativa ..................................................................... 77 CAPTULO 12 Tabela 1 - Caixa de prova de LC de corte simples (PMMA) para afacia ................. 81 Tabela 2 - Caixa de prova de LC lenticular (PMMA) para afacia ............................ 81 Tabela 3 - Caixa de prova de LC lenticular RGP ....................................................... 82 CAPTULO 14 Tabela 1 - Caixa de prova da LC bifocal Spectrum (CIBA Vision) .......................... 98 CAPTULO 17 Tabela 1 - Classificao dos materiais de LCH quanto hidratao e ionicidade, pelo FDA ............................................................................. 114 ANEXO 2 Tabela 1 - Distncia ao vrtice .................................................................................. 193 Tabela 2 - Tabela de converso que relaciona poder refrativo da crnea, em dioptrias, com o raio de curvatura, em milmetros .............................. 194
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LISTA DE FIGURAS
CAPTULO 03 Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 - Configurao de LC de corte simples .................................................... 16 - Tipos de bordas de LC rgida ................................................................. 17 - Relao da profundidade sagital ............................................................ 18 - ngulo de umectao ............................................................................. 19 - LC com prisma de lastro ........................................................................ 20 - LC truncada ........................................................................................... 20 - LC com bordas superior e inferior afinadas ........................................... 20
CAPTULO 10 Figura 1 - Cone redondo - em bico (nipple cone) ............................................................... 65 Figura 2 - Viso frontal e perfil do ceratocone oval (segging cone) ................................... 65
CAPTULO 11 Figura 1 - Desenho da LC RGP Quintasphere PK ............................................... 73 Figura 2a - Perfil corneano normal ........................................................................... 74 Figura 2b - Perfil corneano ps-ceratotomia ............................................................ 75 CAPTULO 12 Figura 1a - LC de corte simples ............................................................................... 80 Figura 1b - LC lenticular aba plana .......................................................................... 80 Figura 1c - LC lenticular borda negativa .................................................................. 80 CAPTULO 14 Figura 1 Figura 2 Figura 3 - LC bifocal de desenho segmentado ....................................................... 94 - LC bifocal de desenho concntrico ........................................................ 94 - LC bifocal de desenho concntrico para imagem simultnea ................ 94
Figura 4.a - LC multifocal de desenho asfrico e grau positivo ................................ 95 Figura 4.b - LC multifocal de desenho asfrico e grau negativo ............................... 95 Figura 5.a - LC bifocal de desenho difrativo (frontal) ............................................... 95 Figura 5.b - LC bifocal de desenho difrativo (perfil) ................................................. 95
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LISTA DE ILUSTRAES
Figura 01 - Ceratoconjuntivite de limbo superior associada a LCH ........................ 189 Figura 02 - Filamentos fngicos infiltrando a LCH .................................................. 189 Figura 03a - CPG - papilas gigantes nas zonas 1 e 2 da conjuntiva tarsal superior, em usurio de LCH ............................................................................... 189 Figura 03b - CPG - papilas gigantes nas zonas 1 e 2 da conjuntiva tarsal superior, em usurio de LCH (outro caso) .......................................................... 189 Figura 04 - Infiltrados sub-epiteliais em olho vermelho agudo matinal .................... 189 Figura 05 - Infiltrados estreis em usurio de LCH ................................................ 189 Figura 06 - Neovascularizao de crnea (> 2 mm) secundria ao uso de LCH ... 190 Figura 07 - Ceratite numular - Infiltrados em forma de moeda nas camadas superficial e profunda do estroma corneano, em usurio de Thimerosal ..................................................................... 190 Figura 08 - Ceratite pseudodendrtica em usurio de Thimerosal e Clorhexidina .... 190 Figura 09a - Alterao epitelial em arco por desidratao de LCH fina de alta hidratao ....................................................................................... 190 Figura 09b - Alterao epitelial por desidratao de LCH ........................................ 190 Figura 10 - Leso arqueada epitelial superior por LCH .......................................... 190 Figura 11 - Ceratite no infecciosa em usurio de LCH descartvel ...................... 191 Figura 12 - lcera de crnea causada por Pseudomonas aeruginosa em usurio de LCH ............................................................................... 191 Figura 13a - Infiltrado em anel em paciente com lcera por Acanthamoeba (04/10/93) .............................................................................................. 191 Figura 13b - lcera por Acanthamoeba (mesmo caso, em 08/11/93) ...................... 191 Figura 14 - reas hidrofbicas em lente RGP ........................................................ 191 Figura 15a - Dellen em usurio de LC rgida ............................................................ 191 Figura 15b - Dissecao corneana perifrica (Sndrome de 3 e 9h) ......................... 192 Figura 15c - Dissecao corneana perifrica Grau II (Sndrome de 3 e 9h) ............ 192 Figura 15d - Dissecao corneana perifrica Grau IV (Sndrome de 3 e 9h) ........... 192 Figura 16a - Adeso de lente RGP, com debris presos debaixo (Sndrome de lente fixa) ........................................................................ 192 Figura 16b - Moldeamento corneano. Identao na crnea e conjuntiva aps a remoo da lente fixa ............................................................................ 192 Figura 16c - Eroso de crnea causada por moldeamento corneano prolongado ..... 192
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LISTA DE SIGLAS
AAO AIDS A V BUT CAB CB CCA CCP CDC CIP CPG CPP D DK FDA FL HEMA HIV K LASIK LC LCC LCH LCT LHT PMMA PRK RGP RK SOBLEC TC TR UC UD UF UO UP ZO - American Academy of Ophthalmology - acquired immune deficiency syndrome - acuidade visual - break-up time - alquilbutirato de celulose - curva base - curva central anterior - curva central posterior - Centers for Disease Control - curva intermediria posterior - conjuntivite papilar gigante - curva perifrica posterior - dioptria - permeabilidade do oxignio atravs do material da lente de contato - Federal Drug Administration - USA - filme lacrimal - hidroxietil metacrilato - human immunodeficiency virus - medida ceratomtrica do meridiano mais plano da crnea - laser in-situ keratomileusis - lente de contato - lente de contato cosmtica - lente de contato hidroflica - lente de contato teraputica - lente hidroflica trica - polimetil metacrilato - photorefractive keratectomy - rgida gs-permevel - radial keratotomy - Sociedade Brasileira de Lentes de Contato e Crnea - topografia corneana computadorizada - tempo de rompimento do filme lacrimal - uso contnuo - uso dirio - uso flexvel - uso ocasional - uso prolongado - zona tica
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INDICAES,
Ps-ceratotomia radial - Nos casos de pacientes com ametropia residual pscirurgia significativa, podem ter suas ametropias corrigidas com a LC. conveniente iniciar a adaptao aps 6 meses de cirurgia; a LC de primeira escolha a RGP. Cuidados especiais devem ser tomados quanto deformao corneal, neovascularizao das incises e s eroses epiteliais. Ps-ceratoplastia penetrante - A LC indicada nos casos com vcios refracionais grandes ou astigmatismo irregular no ps-cirrgico. Inicia-se a adaptao, de preferncia, aps 1 ano do transplante, depois de esgotadas as possibilidades de correo do astigmatismo pela remoo dos pontos. INDICAES COSMTICAS LC cosmticas so lentes coloridas ou pintadas, utilizadas para disfarar cicatrizes corneais desfigurantes ou para modificar a cor dos olhos. INDICAES TERAPUTICAS Toda LC pode ser considerada teraputica, quer nos pacientes que se sentem psicologicamente agredidos pelo uso de culos, quer pela presena de uma cicatriz desfigurante ou, ainda, quando usada para tratar doena corneana (ver captulo 16).
importante que o paciente tenha condies econmicas para trocar as LC sempre que necessrio. USO DE MEDICAMENTOS O usurio de LC deve estar informado, tambm, de que inmeras drogas de uso tpico ou sistmico, tais como descongestionantes nasais, diurticos, benzodiazepnicos, imunodepressores, accutane etc., podem alterar a superfcie anterior do olho, contraindicando ou dificultando o uso de LC. SADE OCULAR Investigar: injria ocular prvia; infeco palpebral; conjuntivite; catarata; glaucoma (incluindo histria familiar); alergia; olho seco; cirurgia ocular ou de anexos; uso prvio de LC; intolerncia medicamentosa. USO PRVIO DE LC Colher informaes sobre: ocupao do paciente (observar exposio a produtos qumicos, trabalhos em ambientes poludos etc.); correo ptica prvia; tipos de recreao; hbitos de esporte; tipo de LC; sucesso e complicaes; razes para o uso de LC (cosmtica ou intolerncia aos culos, afacia, ceratocone, melhora da AV, funo teraputica etc.). EXAME OFTALMOLGICO Refrao - Dinmica e/ou esttica (se necessrio). Curvatura corneana - Clinicamente, o procedimento mais comum e suficiente medir somente a curvatura central com o ceratmetro (manual ou automtico). Pode-se, ainda, utilizar ceratoscpio, fotoceratoscpio e topgrafo computadorizado.
Biomicroscopia - Avaliar plpebra e anexos, conjuntiva bulbar e tarsal, filme lacrimal, crnea, ris, dimetro pupilar e cmara anterior. Avaliao do filme lacrimal - (ver captulo 02). Medida da fenda palpebral - A abertura vertical normal de 7 a 13 mm. importante registrar a abertura da fenda palpebral, pois o uso de LC pode desencadear edema e fibrose com conseqente ptose palpebral. A medida da fenda palpebral realizada na lmpada de fenda, com o paciente olhando para a orelha do examinador. Pode ser feita da seguinte maneira: anotando em milmetros, com o auxlio de uma rgua, a distncia entre as plpebras; anotando a posio das plpebras em relao ao limbo. Plpebra no limbo, anotar como 0; cobrindo a crnea, anotar em milmetros de rea coberta (por exemplo +1, +2); se estiver deixando a esclera exposta, anotar -1,-2 etc. Tenso palpebral - Plpebras muito tensas ou frouxas podem alterar a movimentao das LC. Piscamento - Avaliar o ritmo e eficcia do piscar. Piscar incompleto, induzido ou no pelo uso de LC, pode levar a alteraes da crnea e/ou conjuntiva, com intolerncia LC. A freqncia normal do pestanejar de 12 a 15 vezes por minuto, aumentando com o movimento da cabea ou dos olhos e diminuindo em estados de ateno, como ler, assistir TV e dirigir automvel. Dimetro corneano - referido como o dimetro visvel da ris. A mdia do dimetro horizontal , aproximadamente, de 11,7 mm (variando geralmente de 11 a 12,5 mm). O dimetro vertical cerca de 1 mm menor. Sensibilidade corneana - Pode estar diminuda em doenas sistmicas (como diabetes), em doenas oculares (como herpes), pelo uso de medicao tpica e sistmica ou induzida pelo uso de LC. Usurios com baixa sensibilidade corneana esto mais sujeitos a eroses e infeces. Pode ser avaliada grosseiramente com algodo ou, mais precisamente, com o estesimetro de Cochet-Bonet.
03) QUAIS OS CRITRIOS PARA A SELEO DOS PACIENTES CANDIDATOS AO USO DE LCH DE UP/FLEXVEL?
A seleo inicia-se pela avaliao cuidadosa de cada paciente. Para permitir que o paciente durma com LC, necessrio que ele esteja ciente do seguinte: maior probabilidade de complicaes, inclusive lcera de crnea; importncia quanto boa sade ocular e geral; boa aderncia aos esquemas de cuidados com a LC; comparecimento aos controles programados, geralmente, a cada 6 meses; remoo da LC ao primeiro sinal de irritao ocular;
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reconhecimento e procura de atendimento precoce ao primeiro sinal e sintoma de complicao; condies econmicas, nos casos de necessidade de troca da LC. Recomenda-se remover a LC quando nova, pelo menos uma vez por semana, para completa limpeza e desinfeco. Entretanto, o ideal para sade ocular seria remov-la diariamente. A troca dever ser feita, pelo menos, a cada ano.
CONTRA-INDICAES: inflamao aguda e sub-aguda do segmento anterior do olho; infeces oculares agudas e crnicas; qualquer doena do olho que afete a crnea, conjuntiva e plpebras; (por exemplo: fragilidade epitelial, falncia endotelial, olho seco, alergia, ptergeo); hipoestesia corneana; glaucoma no controlado; toque vtreo endotelial em afcicos; intolerncia psicolgica aplicao de corpo estranho no olho. A maioria das contra-indicaes so relativas e, uma vez eliminada a causa, que impede a adaptao, o caso deve ser reavaliado, lembrando sempre que uma boa indicao a chave para uma adaptao bem sucedida.
Observao - Pessoas que trabalham em ambientes com ar condicionado ou moram em cidades de clima seco, freqentemente necessitam usar colrios lubrificantes oculares.
Lentes de Contato na Clnica Oftalmolgica
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BINDER, P. S; LAMBERT, R.; MOORE, M. Anatomical considerations for contact lens fitting. In: KASTL, P. R. Contact Lenses - The CLAO Guide to Basic Science and Clinical Practice. Iowa: Kendall/Hunt Publishing Co., 1995. v.1, p. 01-17. DONSHIK, P. C.; LEMBACH, R. G., et al. Avaliao do paciente antes da adaptao s lentes de contato. In: Curso Internacional Bsico sobre Lentes de Contato. Contact Lens Association of Ophthalmologists Inc., 1993. p. 09-11 (mimeo). KEY, J. E. Patient examination and contact lens selection. In: KEY, J. E. CLAO Pocket Guide to Contact Lens Fitting. New York: Kellner/Mc Caffery Associates, Inc., 1994, p. 02-19.
I MPORTNCIA
01) QUANDO SE INDICA A AVALIAO DO FILME LACRIMAL (FL) NO CANDIDATO AO USO DE LC?
A avaliao do FL indicada para todos os pacientes, a cada nova adaptao e por ocasio dos exames de controle. Deve-se verificar o menisco do filme lacrimal na margem superior da plpebra inferior por meio de exame na lmpada de fenda. Na ausncia ou diminuio do menisco lacrimal e na presena de debris ou excesso de muco, considerar a possibilidade de deficincia lacrimal ou outro tipo de conjuntivite crnica.
02) QUAIS OS EXAMES DE ROTINA PARA A AVALIAO DO FL EM PACIENTES SINTOMTICOS OU COM DOENAS COMUMENTE ASSOCIADAS CERATOCONJUNTIVITE SECA?
TESTE DE SCHIRMER I Utilizar fitas de papel de filtro Watman 41 em tira, de 5 mm de largura por 30 mm de comprimento. Dobrar 5 mm de uma das extremidades e colocar no frnice inferior. O resultado normal quando, aps 5 minutos, ocorrer na tira de papel o umedecimento de no mnimo 10 mm. Aps remoo do papel, esperar um minuto antes da leitura. Observao - Considera-se o umedecimento de mais de 5 mm da fita de papel, em 5 minutos, indicativo de que a glndula lacrimal tem capacidade de secretar lgrima quando solicitada. TEMPO DE RUPTURA DO FL (TR OU BUT) Teste invasivo - Exame realizado na lmpada de fenda, aps a instilao de uma gota de fluorescena sdica a 2% no fundo do saco conjuntival. Pedir ao paciente que mantenha o olho aberto (aps ter piscado vrias vezes), enquanto se observa o FL, sob iluminao focal direta, com filtro azul do cobalto e a fenda aberta numa posio intermediria. Marcar o tempo que leva para o aparecimento de reas de ruptura do FL (reas escuras ou de dessecao no epitlio corneano). considerado suspeito o tempo inferior a 10 segundos, e, anormal, o inferior a 5 segundos. Teste no invasivo - O tempo de ruptura do FL avaliado utilizando-se um aparelho denominado xeroscpio, que projeta anis na superfcie corneana. Pode, tambm, ser
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usado um ceratmetro. Mede-se o tempo em segundos, quando se observa distores das miras ceratomtricas. Medidas maiores que 20 segundos so consideradas valores normais. TESTE DE ROSA BENGALA 1% Pinga-se 1 gota da soluo a 1% na conjuntiva bulbar superior; pede-se, ento, ao paciente para piscar muitas vezes e, aps 1 minuto, examina-se a superfcie crneoconjuntival na lmpada de fenda com luz branca. A colorao puntada corresponde ao tecido desvitalizado. Registra-se a colorao, utilizando-se uma escala de 0 a 3 para a conjuntiva (nasal e temporal) e crnea.
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deturgescncia. O oxignio chega crnea captado da atmosfera e da corrente sangunea. A oxigenao associada ao piscar um fator de menor importncia no caso das LCH, quando apenas 5% das lgrimas so trocadas a cada pestanejar, diferentemente do que ocorre com as LC rgidas, em que a cada piscar, a bomba lacrimal troca 20% das lgrimas. A bomba lacrimal, contudo, tem sua importncia nas LCH porque permite a remoo de debris e de outros produtos do metabolismo. At mesmo LCH com alta permeabilidade e pouca mobilidade pode desencadear edema.
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mudanas de colorao; pigmentao (por produtos qumicos inorgnicos, provenientes do material de manuteno).
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
FARRIS, R. L. The dry eye: its mechanisms and therapy with evidence that contact lens wear is a cause. CLAO J., v. 12, p. 234-46, 1986. FARRIS, R. L. Contact lenses and the dry eye. Int. Ophthalmol. Clin., v. 34, p. 129136, 1994. HOLLY, F. J.; LEMP, M. A. Tear physiology and dry eyes. Review. Surv. Ophthalmol, v. 22, p. 69-87, 1977. NELSON, J. D. Diagnostic of keratoconjunctivitis sicca. Int. Ophthalmol. Clin., v. 34, p. 37-56, 1994. LUBNIEWSKI, A. J.; NELSON, J. D. Diagnosis and management of dry eye and ocular surface disorders. Ophtahlmol. Clin. N. Am., v. 3, p. 575-94, 1990.
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A NATOMIA
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Troca freqente - at 30 dias; Troca planejada - perodo maior do que 30 dias. CURVATURA Esfrica - possui as superfcies anterior e posterior esfricas; Trica - possui os dois meridianos principais com diferentes raios de curvatura; Asfrica - possui diferentes raios de curvatura do centro para a periferia, simulando a curvatura da crnea.
A face anterior de uma LC de corte simples uma curva contnua, denominada Curva Central Anterior (CCA). Corresponde zona ptica anterior e varia conforme o grau desejado. A face posterior formada por trs ou mais curvas: CCP - curva central posterior, tambm denominada Curva-Base (CB), desenhada conforme a curvatura da crnea, o primeiro e principal parmetro a ser escolhido no processo de adaptao;
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CIP - curva intermediria posterior, tambm chamada curva de fuso ou blend. Realiza a transio entre a curva central posterior e a curva perifrica posterior. Uma LC pode possuir mais de uma CIP para formar uma transio gradativa, tornando o toque da LC na crnea mais suave; CPP - curva perifrica posterior, desenhada de modo a criar uma transio suave, semelhante a um esqui, entre a CIP e a margem da LC, permitindo uma melhor circulao da lgrima a cada pestanejar.
DESENHO SIMPLES
ABA PLANA
BORDA POSITIVA
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A transmissibilidade da LCH ao oxignio diretamente proporcional ao seu grau de hidratao e inversamente proporcional sua espessura.
Umedecimento completo
Umedecimento parcial
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Figura 6 - LC truncada
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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C ERATOMETRIA
CORNEANA
TOPOGRAFIA
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irregularidades causadas por patologias, como ceratocone ou astigmatismo, os reflexos das miras sofrero deformaes. O topgrafo computadorizado consiste em uma cmara que captura a imagem dessas miras e analisa essas deformaes por um software, associando um cdigo de cores s diferentes variaes das miras encontradas. O resultado um mapa colorido, que facilita a interpretao.
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Observao - A pergunta que se deve sempre fazer, ao se analisar a TC : Est a variao da escala adequada ao objetivo? 3) Verificar a centralizao das miras em relao pupila. A falta de alinhamento do equipamento pode induzir erros que afetaro a avaliao clnica do mapa colorido.
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SAI - ndice de assimetria da superfcie; CEI - ndice de excentricidade da crnea; SDP - desvio standard do poder da crnea; IAI - ndice de astigmatismo irregular; AA - rea analisada; CVP - coeficiente de variao do poder da crnea; KPI - ndice de predio do ceratocone.
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DABEZIES, O. H. Contact lenses. The CLAO Guide to Basic Science and Clinical Practice. Boston: Little Brown and Co., 1989. GIRARD, L. J.; SOPER, J. W. Corneal contact lenses. Saint Louis: C. V. Mosby Co., 1970. MAEDA, N.; KLYCE, S.; SMOLEK, M.; THOMPSON, H. Automated keratometry screening with corneal topography analysis. Invest. Ophtalmol. Vis. sci. v. 35, p. 2749 - 57, 1994. RABINOWITZ, Y. S.; McDONNELL P. J. Computer-assisted corneal surg. Refract Corneal Surg., v. 5, p. 400-408, 1989. SANDERS, D. R.; KOCH, D. D. An atlas of corneal topography. Thorofare: Slack Inc., 1993. SCHANZLIN, D. J.; ROBIN, J. B. Corneal topography. Measuring and Modifying the Cornea. New York: Springer-Verlag, 1992.
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C OMO
Saly Moreira
03) QUAIS OS PARMETROS QUE DEVEM SER ESPECIFICADOS NA PRESCRIO DE UMA LC RGIDA ESFRICA?
Tipo de LC (material, desenho); curva base (CB) = curva central posterior (CCP); grau; dimetro total. Os outros parmetros so, geralmente, determinados por tabelas usadas pelos laboratrios que fabricam as LC.
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05) QUAIS OS FATORES ANATMICOS LEVADOS EM CONTA NA ESCOLHA DO MTODO DE ADAPTAO DA LC MAIS APROPRIADA?
A posio das plpebras e o eixo do astigmatismo corneano tm influncia na escolha do mtodo de adaptao. Quando a plpebra superior cobre a parte superior da crnea (fenda palpebral estreita), pode-se escolher uma adaptao paralela a K (em alinhamento). Quando a plpebra superior s cobre o limbo corneano superior ou fica acima dele, uma adaptao interpalpebral pode ser necessria (LC mais curva que K e com menor dimetro). Em presena de astigmatismo leve ou moderado, com-a-regra, escolher adaptao paralela curva K para LC RGP. Quando o astigmatismo for contra-a-regra e a adaptao em alinhamento no for satisfatria, tentar adaptao interpalpebral ou testar LC com superfcie posterior asfrica ou LC trica.
06) COMO SE DETERMINA A CURVA BASE (CB), TAMBM CHAMADA DE CURVA CENTRAL POSTERIOR (CCP), DAS LC RGIDAS ESFRICAS?
O primeiro parmetro a ser determinado a CB em dioptrias ou milmetros de raio. Para LC de PMMA, prefere-se, em geral, escolher a primeira para teste, com CB mais curva que a curva K. Isto , com afastamento apical, a fim de reduzir o excesso de movimento de uma LC de pequeno dimetro (dimetro preferido para LC de PMMA) e de obter melhor centralizao. O afastamento apical no deve ser excessivo para que no haja estagnao lacrimal sob a LC. A CB da primeira LC para teste pode ser assim escolhida: Para crneas esfricas ou quase esfricas, soma-se 0.50 D curva K. Exemplo: Ceratometria = 43.50 X 43.50 D CB = 44.00 ou 7.67 mm Para astigmatismo corneano at 2.00 D, escolher CB com 1/2 do astigmatismo somado curva K, quando a LC escolhida possuir dimetro menor que 9 mm.
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Exemplo:
Ceratometria CB Dimetro da LC
Observao Quando o dimetro da LC for 9.0 mm ou maior e o astigmatismo at 2.00 D, somar K somente 1/4 do astigmatismo. Para astigmatismo corneano superior a 2.00 D, somar K 1/3 da diferena entre as duas medidas ceratomtricas. Ceratometria CB = 43.00 X 46.00 D = 1/3 de 3.00 D = 1.00 D = 44.00 D
Exemplo:
Alguns profissionais preferem adaptar LC de PMMA, escolhendo a CB da primeira LC para teste usando K mdio, isto , a metade da diferena entre as medidas dos dois meridianos principais da crnea somado K (meridiano mais plano).
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Exemplo:
= esf. 3.00 1.00 a 180o = 43.00 X 44.00 D = 43.50 (0.50 D mais curva que K lente lacrimal de poder positivo a ser somado ao grau dos culos) = 3.00 0.50 = 3.50 D = esf. +3.00 1.00 a 180o = 43.00 X 44.00 D = 43.50 (0.50 D mais curva que K lente lacrimal de poder positivo a ser diminudo do grau dos culos). = +3.00 D 0.50 D = + 2.50 D
Grau final da LC
Quando a LC adaptada mais plana que K, esta forma uma lente lacrimal de grau negativo a ser diminudo do poder esfrico da prescrio dos culos, se a refrao for negativa, e, somado ao poder esfrico dos culos, se a refrao for positiva. Exemplo: Prescrio dos culos = esf. 3.00 0.75 a 180o Ceratometria = 43.00 X 43.75 D CB = 42.50 (0.50 D mais plana que K) Grau final da LC = 3.00 +0.50 = 2.50 D Exemplo: Prescrio dos culos = esf. +3.00 0.75 a 180o Ceratometria = 43.00 X 43.75 D CB = 42.50 (0.50 D mais plana que K) Grau final da LC = +3.00 +0.50 = +3.50 D
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12) COMO FEITA A SELEO DOS PARMETROS DE UMA LC RGP ESFRICA PARA TESTE?
Para as LC RGP, o mtodo de adaptao preferido o mtodo em alinhamento apical (em K). As LC de prova para teste podem ser do mesmo material da LC definitiva ou de PMMA. PARMETROS Curva base (CB) - Para as LC siliconadas (copolmero de silicone/acrilato), seleciona-se a CB da primeira LC para o teste, geralmente em K ou levemente mais curva que K, dependendo do grau de astigmatismo presente e do dimetro da LC. Para as LC fluorcarbonadas, a CB da primeira LC a ser testada , de preferncia, escolhida mais plana que K ou em K, dependendo do seu dimetro e do grau de astigmatismo corneano presente. Dimetro - Pode ser determinado atravs do tamanho da ris. A ris visvel, de acordo com o tamanho em milmetros, pode ser classificada em: pequena, mdia e grande. Tabela 1 - Nomograma para determinar dimetro de LC RGP
pequena di metro ris vis vel (mm) di metro LC (mm) 11.00 8 .8 m dia 11.50 9.2 grande 12.00 9. 6
Para dimetro pupilar maior de 6 mm, a LC dever ter um dimetro total, de no mnimo, 9.00 mm, com zona ptica grande para cobrir toda a rea pupilar. Grau - O grau da primeira LC escolhida para o teste determinado da mesma maneira que para as LC de PMMA, por meio da refrao para culos. Na forma cilindro negativo, abandona-se o componente cilndrico, quando presente, e usa-se o esfrico. Observao Quando a refrao for maior de +/-4.50D, compensar a distncia ao vrtice.
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Aconselha-se, para alcanar maior sucesso na adaptao de RGP, a disponibilidade de caixas de LC de prova com diferentes dimetros, ou seja, uma caixa com LC de 9.2 mm de dimetro e outra com 9.6 ou 9.8 mm.
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Tabela 4 - Caixa de prova de LC RGP esfrica para MIOPIA, com dimetro 9.2 mm
N 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 Dioptria 4 0 . 00 40.50 4 1. 0 0 41.50 42.00 42.50 43.00 43.50 44.00 4 4 . 50 4 5 . 00 4 5 . 50 4 6 . 00 4 6 . 50 4 7 . 00 Raio 8 . 44 8 . 33 8.23 8.13 8 . 04 7.94 7.86 7.76 7.67 7.58 7.50 7.42 7.43 7.26 7.18 Grau 3.00 3.00 3.00 3 . 00 3.00 3 . 00 3 . 00 3 . 00 3 . 00 3 . 00 3 . 00 3 . 00 3 . 00 3 . 00 3.00 Di me tro 9 .2 9 .2 9 .2 9 .2 9 .2 9 .2 9 .2 9 .2 9 .2 9 .2 9 .2 9 .2 9 .2 9 .2 9 .2
Tabela 5 - Caixa de prova de LC RGP esfrica para MIOPIA, com dimetro 9.6 mm
N 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Dioptria 4 0 . 00 40.50 41.00 4 1. 5 0 41.75 42.00 42.25 42.50 42.75 4 3 . 00 4 3 . 25 4 3 . 50 4 3 . 75 4 4 . 00 4 4 . 25 4 4 . 25 4 4 . 75 4 5 . 00 Raio 8 . 44 8 . 33 8.23 8.13 8.08 8 . 04 7.99 7.94 7.90 7.85 7.85 7.76 7 . 71 7.67 7.63 7.58 7.54 7.50 Grau 2.00 2.00 2.00 2 . 00 2.00 2.00 2 . 00 2 . 00 2 . 00 2 . 00 2 . 00 2 . 00 2.00 2 . 00 2 . 00 2 . 00 2 . 00 2 . 00 Di me tro 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6 9 .6
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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C ONTROLE
Cleusa Coral-Ghanem
A assistncia ao paciente, aps a adaptao inicial, o fator mais importante para alcanar o sucesso do uso da LC a longo prazo. O profissional dever esclarecer o usurio quanto aos sintomas de adaptao, modificar ou trocar as LC, se necessrio, verificar se a higiene est sendo feita apropriadamente, investigar por reaes txicoalrgicas aos produtos qumicos das solues de manuteno e examinar a crnea procura de sinais de hipxia ou outras reaes indesejveis.
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Tamanho da zona tica - Uma zona tica pequena, incompatvel com a dilatao pupilar, num ambiente escuro, provoca brilhos e reflexos, dificultando a viso. A queixa mais comum refere-se dificuldade de dirigir noite, em razo dos reflexos em torno das luzes. Descentralizao da LC - Provoca os mesmos sintomas de zona tica pequena, acima mencionados. As mesmas queixas so relatadas pelo paciente afcico com iridectomia sectorial adaptado com LC lenticular. LC invertidas - LC invertidas do lado direito para o esquerdo podem provocar queixas visuais, alteraes corneanas e sintomas de m adaptao. Em pacientes com baixa viso, evita-se a inverso, adaptando-se LC de cores diferentes. Flexo da LC (ver captulo 22). LC hidrofbicas (ver captulo 22) - LC de silicone-acrilato pode apresentar problemas de umectabilidade, principalmente em pacientes com alteraes de filme lacrimal, provocando desconforto e viso turva. A troca para LC fluorcarbonada diminui os sintomas. Depsitos na LC - Depsitos so causados por falhas na limpeza e manuteno. O processo de limpeza e desinfeco deve ser revisto, especialmente nos que eram usurios de PMMA. Esses pacientes podem estar utilizando saliva, produtos domsticos, que alteram o material RGP ou, simplesmente, no esto limpando as LC. Essas devem ser limpas ao serem removidas dos olhos e no no dia seguinte. Dificuldade de leitura - O paciente, com moderada ou alta miopia, quando muda de culos para LC, no tem mais o auxlio da base prismtica da lente oftlmica. Por isso, necessita fazer um maior esforo de acomodao e convergncia. No jovem, esse problema desaparece com horas de uso da LC. Entretanto, quando a pessoa est prxima aos 40 anos, pode ser necessrio fazer uma leve hipocorreo para melhorar o conforto leitura. Piscar menos durante um trabalho concentrado provoca ressecamento da superfcie da LC e da crnea, causa borramento visual e sensao de queimao. O uso de colrio umidificante alivia os sintomas, mas se as queixas persistirem, deve-se testar LCH. QUEIXAS DE DESCONFORTO Verificar: LC de borda espessa ou mal acabada - A borda deve ser suave, bem adelgaada e rolada levemente para dentro. Em LC com grau negativo moderado ou alto, deve-se usar borda positiva (Hyperflange). Por outro lado, em graus positivos altos, principalmente quando a crnea plana ou a adaptao em alinhamento, faz-se necessrio usar LC lenticular borda negativa (Myoflange) para auxiliar sua centralizao e alcanar um movimento vertical adequado.
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LC descentrada - A descentrao lateral geralmente conseqncia de astigmatismo contra-a-regra, pice corneano descentrado ou CB plana. A descentrao superior ocorre quando h aplanamento superior da crnea ou CB muito plana, enquanto a inferior resultado de CB apertada, borda da LC espessa, pestanejar incompleto ou irregularidades corneanas. Em ametropias moderadas e altas, o uso de lenticulao, com configurao de borda negativa ou positiva, auxilia na centragem da LC. LC espessa - pesada, tem borda mais grossa e pode levar dissecao (sndrome de 3 e 9 horas). Quando se adapta um astigmatismo moderado ou alto, ao invs de usar DK alto e LC espessa para evitar flexo e deformao, prefervel adaptar LC mais fina de DK baixo e material mais rgido. LC ressecada - Para maior conforto, a LC deve ser conservada em soluo especfica, que tambm auxilia na preservao de seus parmetros. Alterao do material da LC (ver captulo 22). LC RGP readaptada - Usurio de PMMA, que readapta RGP, recupera a sensibilidade normal da crnea, passando a sentir mais a poluio ambiental e a presena da LC. LC com borda lascada - Se a LC cai numa superfcie rgida, deve-se umidificar a ponta do dedo com uma gota de lquido para peg-la, sem arrastar e evitar arranhes. Antes de recoloc-la nos olhos, deve ser enxaguada, limpa e desinfetada para liber-la dos poluentes que podem causar irritao ou mesmo infeco. Para evitar a quebra da sua borda, deve-se orientar o usurio quanto aos cuidados no fechar o estojo. Movimentos bruscos - Podem ser causados por uma zona tica muito grande, ou uma LC mal planejada. Excesso de movimento - causado por uma LC frouxa, que irrita a plpebra superior e a rea lmbica. Ao contrrio, uma LC apertada pode provocar edema e alterao epitelial devido estagnao do filme lacrimal e reteno de corpos estranhos. Alteraes de filme lacrimal - A sensao de olho ou LC seca pode ser causada por produo insuficiente de lgrima ou por evaporao excessiva. A produo insuficiente de lgrima pode ser conseqncia do uso de medicamentos, (accutane, anticoncepcionais, anti-histmicos, descongestionantes, diurticos, inibidores da manoaminoxidose), de alteraes hormonais (menopausa, por exemplo) ou de doenas sistmicas (notadamente artrite reumatide e doenas de tireide). Quando o paciente tem alta concentrao de leo ou mucina, necessrio usar, com maior freqncia, o limpador surfactante e o limpador enzimtico. Deve-se evitar a LC de silicone-acrilato, preferindo a fluorcarbonada. Pestanejar deficiente - Piscar pouco ou de forma incompleta provoca ressecamento da LC e da crnea, podendo causar ceratite puntada, dissecao (sndrome de 3 e 9 horas) e eroso corneana. Para aliviar os sintomas, recomendase colrio umidificante, exerccios de piscar e/ou um novo desenho de LC.
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Sensibilidade a produtos qumicos - Os preservativos das solues de manuteno de LC podem provocar irritao ocular, hiperemia conjuntival e ceratite puntada, entre outras reaes txicas ou alrgicas. QUEIXAS DE FOTOFOBIA Pode ocorrer, como sintoma normal, nas 2 primeiras semanas de adaptao da LC. Alguns usurios necessitam de culos de sol em dia nublado, outros tm sensibilidade luz fluorescente. Se as queixas persistirem, deve-se rever o desenho, relao lente-crnea, procurar por edema corneano e, se necessrio, trocar por uma LC de DK mais alto, com filtro ultra-violeta.
03) QUAIS OS PROBLEMAS MAIS COMUMENTE ENCONTRADOS, A LONGO PRAZO, EM USURIOS RGP?
Alm dos j relatados acima, pode-se encontrar: ALTERAES REFRATIVAS A alterao da ametropia pode ser natural, provocada por edema ou por alteraes topogrficas da crnea. A cada consulta, deve-se fazer a refrao sobre uma LC limpa e conferida. Em seguida, remover a LC, rever a refrao e os parmetros da crnea, com a finalidade de detectar alteraes. ALTERAES TOPOGRFICAS DA CRNEA Podem ser causadas por edema e/ou moldeamento mecnico, que provoca borramento visual com culos. No passado, as recomendaes para tratamento desses casos, eram de descontinuar o uso da LC por um longo perodo, com controle semanal, at que os achados refrativos e ceratomtricos se repetissem em duas visitas. Com o advento das LC RGP de alto DK, na maioria das vezes, pode-se fazer uma readaptao imediata. O retorno s miras ceratomtricas regulares, nesses casos, pode levar de 2 meses a 2 anos, mas o aumento da oxigenao da crnea resultar numa reestruturao satisfatria da curvatura corneana. ALTERAES ASSOCIADAS AO MATERIAL, SUPERFCIE E DESENHO (ver captulo 22).
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04) COMO PROCEDER COM USURIOS DE LC RGP INSATISFEITOS, ADAPTADOS POR OUTRO PROFISSIONAL?
Investigar: as queixas atuais e anteriores; o incio do uso de LC; o motivo da adaptao; os tipos de LC usados; as possveis trocas de LCH para LC rgida, ou vice-versa; as causas e os perodos de trocas; os mtodos de limpeza e desinfeco usados; a obedincia s recomendaes do profissional; as expectativas do paciente em relao ao uso da LC. Com as respostas obtidas, pode-se avaliar se o problema bsico est na LC, no adaptador ou no usurio. Aps o exame oftalmolgico completo, que inclui ceratometria, deve-se: medir os parmetros da LC; colocar a LC no paciente; avaliar a integridade do material; avaliar a relao lente-crnea; fazer a sobre-refrao. Detectado o problema, faz-se nova adaptao com LC diagnstica de material, desenho e parmetros conhecidos. O paciente deve ser reeducado quanto ao mtodo de manuteno, visto que a maioria deles, muito provavelmente, ou no est obedecendo s instrues recebidas, ou no recebeu as orientaes necessrias. Esse usurio necessita de ateno especial para no abandonar o uso de LC.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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ADAPTAO
Ricardo Uras
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vida til: - LC descartveis e no descartveis. A descartabilidade pode ser diria, semanal, quinzenal, mensal ou trimestral. As duas ltimas so chamadas de LC de troca programada (ou planejada). Observao - importante ressaltar que o tempo de uso determinado pelo mdico ao avaliar o desempenho clnico da LC no olho do usurio, e no apenas pelas caractersticas da LC.
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EXAMINAR lmpada de fenda, uma maneira que facilita a anlise da relao lente-crnea pedir ao paciente que olhe na direo da testa do examinador, pisque corretamente e, posteriormente, olhe para os lados. A avaliao da movimentao e a sobre-refrao devem ser executadas aps, pelo menos, 20 minutos da colocao da LC. Considera-se, como movimentao adequada, um deslocamento lateral de 1 mm e vertical de 0.5 a 1 mm, ao movimento ocular.
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uso, com LC de baixa permeabilidade, deve ser reduzido at para 4 ou 6 horas. Nessas circunstncias, imperiosa a troca da LC para outra de alta permeabilidade, a fim de que o tempo de uso possa ser aumentado. Nos usurios que pretendem dormir com LC, deve-se fazer um rigoroso exame para verificar se no existe contra-indicao. Avaliar as condies oculares do paciente a cada 3 - 6 meses e suspender, imediatamente, o uso contnuo, ao menor sinal de sofrimento corneano. Para os que no dormem com LC, recomenda-se exame oftalmolgico anual. Nos exames de controle, deve-se sempre verificar se as instrues quanto manuteno das LC esto realmente sendo obedecidas. O usurio precisa se conscientizar de que a limpeza mecnica, desproteinizao enzimtica e desinfeco tero de ser executadas corretamente; caso contrrio, tanto a LC como o olho correro riscos.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Nilo Holzchuh
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astigmatismo acima de 1.0 D; problemas de poluio ambiental; viso pouco ntida; baixo poder aquisitivo.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
KARA-JOS, N.; VIOLANTE, A. C.; PRADO JUNIOR, J. et al. Uso teraputico de lentes de contato hidroflicas. Rev. Bras. Oftalmol. p. 36-75, 1977. HOLZCHUH, N.; PENNA, A. S. Indicaes e contra-indicaes das lentes de contato. In: PENA, A. S. Clnica de Lentes de Contato. Rio de Janeiro: Cultura Mdica, 1989. p. 44-47. AQUAVELLA, J. V. Therapeutic contact lenses. In: KASTL, P. R. Contact Lenses. The CLAO Guide to Basic Science and Clinical Pratice. Iowa: Kendall/Hunt Publishing Co., 1995. p. 67-68. DONSHIK, P.; WEINSTOCK, S. et al. Disposable hidrogel contact lenses for extended wear. The CLAO Journal. v. 14, p. 191-194, 1988. GRUBER, E. The disposable contact lens: a new concept in extended wear. The CLAO Journal. v. 14, p. 195-198, 1988.
53 DE
A STIGMATISMO
CONTATO TRICAS
LENTES
Saly Moreira
03) QUAIS OS FATORES RELACIONADOS COM O ASTIGMATISMO A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA DO DESENHO DA LC TRICA?
A maioria dos astigmatismos so corrigidos com LC rgidas esfricas. Porm, adaptase LC trica: quando o astigmatismo corneano for maior de 3.00 D (com ou sem astigmatismo residual) e quando uma boa adaptao no for conseguida com LC esfrica; quando o astigmatismo residual est presente e a crnea relativamente esfrica.
Lentes de Contato na Clnica Oftalmolgica
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Para dimetro maior que 9.00 mm, selecionar LC com CB 1/4 da diferena entre as medidas ceratomtricas dos 2 meridianos principais ou 0.25 mais curva que K.
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No teste com LC de prova, j com prisma de lastro de 1.50 , com um ponto marcado s 6h, verificar a estabilidade da LC sobre a crnea. No existe nenhum grau cilndrico na LC de prova. Lembrar que, para cada hora de rotao da LC, o eixo da prescrio dos culos corrigido 30 graus (1 hora de rotao = 30o). Com a rotao para a esquerda do observador (sentido horrio), somar os graus de rotao ao eixo dos culos. Com a rotao para direita do observador (sentido anti-horrio), diminuir os graus de rotao do eixo da prescrio dos culos.
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Deve-se avaliar a LC com os mesmos critrios de adaptao usados para as LC rgidas esfricas. Exemplo: Refrao Ceratometria 1 curva 2 curva = esf. 3.00 4.00 a 180o = 43.00/46.50 a 90o (2/3 de 4.00 = 2.75) = 0.50 D mais curva que K = 43.50 = 43.50 +2.75 = 46.25
H laboratrios que, em vez da regra dos dois teros, preferem fazer a 1 curva da LC sobre K ou 0.25 D mais plana ou mais curva que K e a 2 curva 0.50 D mais plana que a medida ceratomtrica do meridiano mais curvo. Exemplo: Refrao Ceratometria 1 curva 2 curva 1 curva 2 curva Grau = esf. 4.00 5.00 a 180o = 41.00/46.00 a 90o = 0.25 mais curva que K = 0.50 mais plana que a leitura ceratomtrica do meridiano mais curvo = 41.00 +0.25 = 41.25 = 46.00 0.50 = 45.50 = 4.25 4.25 (com correo da distncia ao vrtice). A LC vem assim especificada: 4.25 8.50 9.6 mm
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Fazer sobre-refrao com LC esfrica de PMMA de prova, obtendo-se: Lente esfrica Sobre-refrao = 44.50/-1.00 = plano +2.00 a 110o
Determinar o grau em cada meridiano, usando poder ptico cruzado. Para isso, preciso converter em forma de cilindro negativo e usar o esfrico esquerda e o esfrico do cilindro positivo direita, como segue: Plano +2.00 a 110o (forma de cilindro positivo) +2.00 2.00 a 20o (forma de cilindro negativo) +2.00 plano (poder cruzado) Somar CB e grau da LC esfrica de PMMA com o poder cruzado em cada meridiano, para determinar a ptica total em cada meridiano. Ceratometria 42.50 47.00 CB da LC esfrica PMMA 44.50 44.50 Grau LC esfrica 1.00 1.00 Poder cruzado +2.00 plano ptica total 45.50 43.50 Para se obter o grau final da LC em cada meridiano, subtrair a ceratometria (curva base) em cada meridiano da ptica total. ptica total 45.50 43.50 Ceratometria 42.50 47.00 Grau final +3.00 3.50 A LC final assim especificada: 42.50/+3.00 47.00/-3.50 Curva base sobre K (diretamente da ceratometria). O dimetro deve estar entre 9.0 e 9.6 mm, para auxiliar a estabilizao da LC.
11) QUAL A INDICAO E A FILOSOFIA DE ADAPTAO DA LC RGP BITRICA COM PRISMA DE LASTRO?
indicada em casos de moderado astigmatismo corneano, com moderado astigmatismo residual. A CB e o grau so determinados como descrito para a LC bitrica. Um prisma de lastro de 0.75 a 1.00 dioptrias prismticas adicionado, para ajudar a estabilizao e manter o eixo na posio necessria.
Lentes de Contato na Clnica Oftalmolgica
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No pedido, deve-se sempre enviar ao laboratrio a ceratometria detalhada para a LC ser fabricada com o prisma de lastro orientado, de acordo com o astigmatismo corneano.
14) SENDO O ASTIGMATISMO MODERADO, DEVE-SE ESCOLHER LCH TRICA OU RGP ESFRICA?
A preferncia do paciente, sua sensibilidade e os resultados visuais alcanados so fatores importantes na escolha. Lembrar que a LC RGP esfrica proporciona viso ntida, de fcil manuseio, maior durabilidade e menor preo. A LHT tem a vantagem de ser mais confortvel, mais apropriada para esporte e de fcil adaptao. A disponibilidade dos parmetros das LHT pr-determinados limitada e a viso nem sempre to boa quanto a obtida com os culos ou com as LC rgidas.
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LC com prisma de lastro (o prisma mais usado de 1.50 - dioptrias prismticas); LC truncadas; LC chanfradas; LC com zonas perifricas superior e inferior afinadas; LC com face posterior trica; LC com combinao de tcnicas precedentes.
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Avaliar a adaptao segundo os mesmos critrios usados para as LCH esfricas, ou seja, levar em conta o conforto, a centralizao, a cobertura corneana completa e a movimentao (quando muito mvel, apertar a CB e quando muito fixa, aplanar a CB da LC). A estabilidade ser verificada aps a obteno de boa adaptao. Avaliar a estabilidade, quando a LC estiver fixa sobre a crnea, numa posio diferente do eixo do cilindro, visto lmpada de fenda, atravs das marcas guias. Deve-se compensar a rotao, na prescrio final do eixo da LC. Anotar a posio das marcas, a direo da rotao e a quantidade de rotao em graus. Lembrar que 1 hora igual a 30o de rotao. A direo da rotao importante e deve ser assim anotada: se a rotao ocorrer em sentido horrio, isto , para a esquerda do examinador, para a LC se estabilizar sobre a crnea, os graus de rotao devero ser somados aos graus do cilindro da refrao dos culos do paciente, em forma de cilindro negativo; se a rotao ocorrer em sentido anti-horrio, isto , para a direita do examinador, a quantidade de rotao dever ser subtrada do cilindro, quando da prescrio dos culos. Observao - Fazer a sobre-refrao, de preferncia, somente com grau esfrico e corrigir a distncia ao vrtice, se necessrio.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
GASSET, A. R. Contact lenses and corneal disease: a programmed course. New York: Appleton-Century-Crofts, 1976. p. 03-403. KASTL, P. R.; JOHNSON, W. C. Fluoropern extended wear R. G. P. contact lenses, II. Front toric fitting. The CLAO Journal. p. 16-53, 1990. MALTZMAN, B. A.; RENGEL, A. Soft toric lenses: correcting cylinder greater than sphere. The CLAO J. v. 15, p. 196, 1989. MALTZMAN, B. A.; KOENIGER, E.; DABEZIES JUNIOR, O. H. Correction of astigmatism: hard lenses - soft lenses. In: DABEZIES JUNIOR, O. H. The CLAO Guide to Basic Science and Clinical Practice. Orlando: Grune & Stratton Inc., 1984. p. 50-1.13. MALTZMAN, B. A.; CONSTAD, W. H. Correction of astigmatism, with rigid lenses in contact lenses. In: KASTL, P. R. The CLAO Guide to Basic Science and Clinical Practice. 2. ed. Iowa: Kendall/Hunt Publishing Co., 1995. p. 11-86.
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Adaptao de LC em Ceratocone
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ADAPTAO DE LC EM CERATOCONE
Adaptao de LC em Ceratocone
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Ceratoscopia - o estudo da imagem refletida pela superfcie anterior da crnea, de anis concntricos ao eixo visual. Os anis concntricos dispostos em planos alternados e com sistema de iluminao potente compem os fotoceratoscpios. Na imagem normal, os anis so uniformes e concntricos. No ceratocone, verifica-se o estreitamento da faixa dos anis nos quadrantes inferiores da crnea. Topografia computadorizada - Permite a avaliao de toda a topografia da superfcie corneana, detectando qualquer irregularidade no seu contorno. A imagem refletida congelada por um sistema vdeo-digital, que registra numericamente grande quantidade de pontos na topografia corneana. A representao grfica dos resultados feita pelo mapeamento em cores. As cores quentes, como o violeta, vermelho ou amarelo, identificam regies mais curvas. As cores frias, como o azul e o verde, identificam regies mais planas. A anlise topogrfica, feita pelos topgrafos, permitem diagnsticos e segue a evoluo do cone. A topografia computadorizada pode identificar a existncia de ceratocone no seu incio. Rabinowitz e Mc Donnel destacam os fatores diagnsticos na topografia: diferena de 3 D ou mais entre 2 pontos situados a 3 mm superior e a 3 mm inferior do centro da crnea (I - S value); assimetria entre a ceratometria central dos dois olhos maior do que 1 D; ceratometria central (maior que 47.00 D).
03) QUAIS OS SINAIS BIOMICROSCPICOS DO CERATOCONE? Afinamento do pice corneano (visto na iluminao focal direta, com feixe de luz estreita); reflexo em gota de orvalho (visto em iluminao difusa e causado pela curvatura mais acentuada do cone agudo como espelho convexo); estrias de VOGT nas camadas profundas do estroma, oblquos ou verticais, (desaparecem compresso); anel de Fleischer - anel pigmentado ao nvel da membrana de Bowman que circunda parcial ou completamente a base do cone e corresponde a depsitos de hemossiderina; opacidades apicais, surgidas na evoluo da doena, exatamente no pice do cone (correspondem a rupturas na membrana de Bowman, substitudas por tecido fibroso); maior visibilidade dos nervos corneanos; rupturas na membrana de Descemet.
Lentes de Contato na Clnica Oftalmolgica
Adaptao de LC em Ceratocone
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VISO FRONTAL
VISO FRONTAL
Adaptao de LC em Ceratocone
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A escolha apropriada da LC para cada caso depende de vrios fatores: estapa da doena; dimetro, forma e localizao do cone; necessidades e preferncia do paciente.
Adaptao de LC em Ceratocone
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menor compresso intermediria. a chamada adaptao trs toques: toque central mnimo e as duas zonas de apoio perifrico. Nem sempre se consegue, de um modo satisfatrio, obter a LC com trs toques. Utilizar a LC dupla face posterior (modelo Soper), j que o cone est mais protruso, ocupando uma rea maior da crnea. Caractersticas da LC Soper:
CCP ocupa uma zona ptica central entre 6.0 a 7.5 mm; ampla zona de curvatura intermediria, padronizada em 45.00 D (7.50 mm); curvas perifricas de 40.00 D, 37.00 D e 26.00 D bem terminadas; dimetro final da LC igual ao tamanho da zona ptica, acrescido de 2 mm, isto , zona ptica de 6.5 mm com dimetro final 8.5 mm.
Esse modelo de LC simula o desenho de um chapu sobre a crnea. Na prtica, o dimetro final em torno de 9.0 mm. Por exemplo, numa LC com as especificaes 52/45 8.00 9.0 Z.O 7.0 mm tem-se: CB de 52.00 D (6.49 mm); curva intermediria de 45.00 D (7.50 mm); curva perifricas de 41.00, 37.00 e 26.00 D, progressivamente; zona ptica de 7.0 mm.
O modelo Soper no funciona adequadamente nos cones ovais, em fase avanada. Nesses casos, usa-se o modelo McGuire. So feitas quatro curvas perifricas nessas LC, com blend bem amplo e da seguinte maneira: 1 curva: 3 a 4.00 D abaixo da curva base; 2 curva: 6.00 D abaixo da 1; 3 curva: 6.00 D abaixo da 2; 4 curva: 6.00 D abaixo da 3. O dimetro final em torno de 9.0 a 9.4 mm.
Adaptao de LC em Ceratocone
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Sistema Piggy-Back - Consiste na adaptao de uma LCH acoplada a uma RGP sobre ela. Funciona razoavelmente em alguns casos. O paciente necessita fazer a manuteno de duas LC diferentes. Na prtica, existe grande resistncia da continuidade do uso desse sistema. De modo geral, o usurio voltar a tentar a adaptao com LC RGP ou realiza-se ceratoplastia.
Adaptao de LC em Ceratocone
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Tabela 3 - Caixa de prova (PMMA ou RGP) dupla face posterior (SOPER), para ceratocone
CB 52.00/45 52.00/45 52.00/45 54.00/45 54.00/45 56.00/45 56.00/45 60.00/45 60.00/45 Grau 8.0 0 8.0 0 8.0 0 10.00 10.00 12.00 12.00 16.00 16.00 Di me tro 8.0 8.5 9.0 8.5 9.0 8.5 9.0 9.0 9.5 Zona ptica 6 .0 6 .5 7.0 6 .5 7.0 6 .5 7.0 7.0 7.5
Adaptao de LC em Ceratocone
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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ADAPTAES PS-TRANSPLANTE DE
CRNEA, PS-CERATOTOMIA E PS-CERATECTOMIA FOTO-REFRATIVA
03) QUAL O TIPO DE LC MAIS RECOMENDVEL PARA ADAPTAR PS-TRANSPLANTE E PS-CIRURGIA REFRATIVA?
A LC RGP com elevado DK a mais indicada por propiciar a melhor adaptao e boa AV, alm de apresentar menos complicaes 4 - 5.
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04) QUAIS OS CRITRIOS DE ESCOLHA ENTRE LCH E RGP PARA ADAPTAR PS-TRANSPLANTE E PS-CIRURGIA REFRATIVA?
No transplante de crnea, a LCH indicada quando existe ametropia esfrica e quando os pontos ainda no foram retirados. Pode ser adaptada no ps-operatrio imediato. Aps a retirada dos pontos, deve-se adaptar RGP para prevenir complicaes, principalmente vascularizaes e reaes inflamatrias 3 - 4. Na cirurgia refrativa, a LCH de UD pode ser adaptada quando a ametropia esfrica e sintomtica, nos primeiros 2 ou 3 meses depois da cirurgia. A LC descartvel pode ser adaptada at com uma ou duas semanas, aps o ato cirrgico. Entretanto, recomendvel aguardar 6 meses para adaptar RGP 5. A LCH mais recomendvel para esses casos a LC de UD ou a LC descartvel com remoo diria. No transplante de crnea com afacia, a LCH pode oferecer boa AV, mesmo com astigmatismo, pois mais espessa no centro que a LC para correo da miopia ou baixa hipermetropia 4 - 5. Acompanhamento cuidadoso deve ser feito aos usurios de LCH por causa do alto risco de vascularizao corneana.
05) QUAL A TCNICA DE ADAPTAO DE LC RGP PSTRANSPLANTE DE CRNEA? COMO SE DEVE AVALIAR E FAZER O CONTROLE DA ADAPTAO? QUAIS AS COMPLICAES?
Uma anlise criteriosa da superfcie corneal deve ser realizada, fazendo-se cuidadosa ceratometria e, no caso de crneas irregulares, pode-se proceder topografia corneal computadorizada. Se no houver o topgrafo, pode-se realizar a ceratometria na regio central e perifrica da crnea, fazendo o paciente inclinar o olho 15 o para cima, para baixo, para o lado esquerdo e para o lado direito, ou ento, usar o topogmetro de Soper. Esse procedimento dar uma idia quanto ao desnvel perifrico da crnea em relao regio central. Assim, com tais medidas, pode-se analisar se a crnea tem uma superfcie regular ou irregular 6. PROCEDIMENTO 3 - 4: se o astigmatismo no for muito alto, colocar a LC de teste em K, com dimetro grande (igual ou maior que 9,6 mm), cobrindo a rea transplantada; se o astigmatismo for maior do que 5D, pode ser necessrio LC mais curva do que K e de dimetro menor que 9 mm. A partir da, faz-se a avaliao do padro fluorescenico lmpada de fenda, observando a relao entre a LC e a crnea, alm da troca do filme lacrimal sob a LC, ao piscar.
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Pode-se iniciar a adaptao com LC esfrica, embora alguns casos tenham uma relao lente-crnea melhor com LC asfrica. Para a determinao da LC definitiva recomendvel fazer uma sobre-refrao cuidadosa sobre uma LC de poder diptrico e dimetro mais prximo possvel da LC final. Foi desenvolvido um desenho especial de LC RGP para ps-transplante de crnea, multicurva ou pentacurva, a Quintasphere PK (R & D Ophthalmics, Mansfield, OH - Fig. 1), especificamente para a forma topogrfica da crnea ps-transplante 2. A LC fabricada com uma CB central e 4 curvas perifricas de aplanamento, desenhadas para simular a forma asfrica perifrica de crnea. Essa LC fabricada nos dimetros 9,2 mm a 10,0 mm (mdia de 9,5 mm), com CB que vai de 6,49 mm (52:00 D) a 8,03 mm (42:00), com incrementos de 0,75 D. Uma LC de 9,5 mm tem ZO constante de 7,9 mm, e uma LC de 10 mm tem ZO de 8,4 mm. Numa LC com CB de 8,0 mm (42,12 D), o aplanamento perifrico de 8,8 mm, 9,6 mm, 11,0 mm e 15,5 mm. O comprimento dessas curvas perifricas de 0,25; 0,25; 0,20 e 0,10 mm respectivamente, em relao curva central. O material utilizado fluorosilicone acrilato de DK 45.
O controle da adaptao feito aps 3 dias de uso da LC, mantendo o paciente com a LC entre 3 a 8 horas. Avaliar a relao lente-crnea e a integridade do epitlio corneal. Em casos de alterao, uma outra LC dever ser adaptada 3 - 4. COMPLICAES MAIS FREQENTES: alteraes epiteliais; eroso de crnea; neovascularizao; descompensao endotelial; rejeio do transplante.
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Observao - O edema da crnea sinal de alerta para a suspenso do uso da LC; outra dever ser readaptada aps a regresso do edema 3 - 4.
Curva Bas e (Dioptria) Adaptar em K ou 1,00 D mais curvo que K Adaptar em K Adaptar em K ou at2,00 D mais plano que K
Di me tro (mm) 9,6 mm a 10 mm (AF` CICO) 9,4 mm a 9,6 mm (AF` CICO) 9,2 mm a 9,4 mm (AF` CICO)
42,00 - 45,00
45,25 - 52,00
Observao - A LC de maior dimetro, lenticular com aba plana ou negativa, indicada para afcico, por propiciar melhor centralizao na zona tica e viso mais estvel.
06) QUAL A TCNICA DE ADAPTAO DE LC RGP PSCERATOTOMIA RADIAL? COMO SE DEVE AVALIAR E FAZER O CONTROLE DE ADAPTAO? QUAIS AS COMPLICAES?
A topografia corneal ps-ceratotomia radial fica alterada, deixando a rea central mais plana e a perifrica mais curva, produzindo elevao na zona intermediria da crnea, onde a LC pode tocar e lesar (figura 2a e 2b) 1 - 5.
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A RGP ps-ceratotomia radial deve manter a integridade corneal associada a uma boa AV. Recomenda-se material de alto DK, estvel e com curvas secundrias mais apertadas que a CB, tais como a Plateau (Menicon), RK Bridge (Conforme) e OK (Contex) 1. Como essas LC no esto disponveis no Brasil, utiliza-se as tradicionais ou as asfricas. Caso se selecione a LC de prova com base na curva central ps-operatria, esta, devido ao aplanamento central da crnea, apresentar movimento excessivo, m centralizao e toque na regio intermediria. Deve-se comear o teste com LC mais curva do que o K ps-operatrio e com grande dimetro. Vai-se apertando para melhor centralizar a LC. Geralmente, a curva central posterior da LC escolhida acaba sendo prxima do K da ceratometria pr-operatria. Pode-se partir do K pr-operatrio, ir aplanando a CB at que desapaream as bolhas do lago central, formado pelo aplanamento do pice corneal 5. A avaliao com a LC de prova dever ser feita atravs da lmpada de fenda, com o uso de fluorescena. Devido ao aplanamento da regio central, grande espao criado entre a LC e a crnea, com acmulo excessivo de lgrimas e, s vezes, bolhas de ar. A lgrima, nesse espao, atua como lente positiva por ser mais espessa no centro e mais fina na periferia. O adequado movimento da LC deve estar presente para permitir a troca do filme lacrimal. Muitas vezes, a troca lacrimal no satisfatria, sendo necessrio aplanar a curva central 5. O controle de adaptao feito aps a primeira semana de utilizao da LC, num perodo de 6 - 8 horas por dia 5. A neovascularizao a complicao mais freqente e ocorre em, aproximadamente, 60% dos usurios de LCH. Ela tende a ser superficial, localizada, principalmente, na extenso perifrica da inciso radial. Aps a retirada da LCH, a vascularizao tende a regredir parcial ou completamente 5.
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Nas LC RGP, bolhas de ar e edema epitelial microcstico podem ser observados na regio central, ocasionados por LC curva e pelo grande dimetro, geralmente, utilizado. Esse acmulo de lgrima na regio central pode induzir ao acmulo de restos metablicos e celulares, provocando desconforto, em casos de danos epiteliais e eroso corneal 5. Quando a LC est descentrada, ocorre edema na zona medial e diminuio da oxigenao, problemas a serem considerados quando do aparecimento de defeitos epiteliais 5.
07) QUAL A TCNICA DE ADAPTAO DE LC RGP PSCERATECTOMIA FOTO-REFRATIVA? COMO SE DEVE AVALIAR E FAZER O CONTROLE DA ADAPTAO? QUAIS AS COMPLICAES?
Assim como na ceratotomia radial, tambm ocorre, na ceratectomia foto-refrativa, alterao da topografia corneal. Por esse motivo, faz-se uma avaliao cuidadosa da superfcie da crnea, quer atravs da ceratometria com e sem topogmetro, quer atravs do mapeamento computadorizado da superfcie corneal 1. A LC de prova deve ter por base as medidas ceratomtricas pr-operatrias. A avaliao inicial realizada lmpada de fenda, mediante o uso de fluorescena, aps uma semana da adaptao e, por 8 horas de uso, no momento do exame. Como na adaptao ps-ceratotomia radial, a adaptao da RGP ps-ceratectomia refrativa pode demonstrar uma grande quantidade de lgrimas na regio central, com represamento e formao de bolhas de ar entre a LC e a crnea. Nesse caso, deve ser testada uma LC com curva central posterior mais plana. As complicaes so, principalmente, a reteno de lgrimas na regio central da crnea, bolhas de ar entre a LC e a crnea e edema microcstico. Devido pequena troca de lgrimas, restos metablicos e celulares podem ficar acumulados abaixo da LC e provocar danos epiteliais e eroses corneais.
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Tabela 2 - Caixa de prova de LC RGP para adaptao ps-ceratotomia radial e psceratectomia refrativa
Pode r Di ptrico 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00
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A LC tradicional ou de corte simples pesada (Fig. 1a), pois tem a face anterior mais curva. Para reduzir o peso, deve-se diminuir a dimetro. A LC de PMMA adapta-se melhor em crneas mais curvas. importante, quando da adaptao, ter uma caixa de provas com LC de parmetros bem precisos e de boa qualidade ptica, pois a prescrio final ser baseada na LC da caixa de provas 2. A LC de desenho lenticular apresenta uma rea de ptica central e uma aba perifrica, cuja finalidade facilitar a centragem da LC. A aba pode ser plana (Fig. 1b) porm, a mais usada o modelo lenticular de borda negativa (Fig. 1c), por facilitar a ao palpebral de segurar e levantar a LC. O desenho lenticular ajuda a reduzir o peso da LC, diminuindo a espessura perifrica, mantendo o dimetro, que deve ser de 9.0 a 9.5 mm. A ZO 2 mm menor que o dimetro total da LC, enquanto, na de desenho padro, somente 1 mm menor. As LC de desenho lenticular so mais indicadas em crneas mais planas, isto , menores que 43.00 D 5. A CB da LC selecionada pela ceratometria. A CB da LC de desenho simples deve ser mais apertada do que K. Quando o astigmatismo at 1.00 D, apertar 0.50 ou mais; nos astigmatismos de 1.25 at 3.00 D, aperta-se 1/3 do seu valor e acima de 3.25 D, o seu aperto, em mdia, ser de do total. Na LC de desenho lenticular, a CB selecionada 0,50 D mais curva do que K, em astigmatismos at 3,00 D. Acima disso, apertar 1.00 D ou mais, em relao ao meridiano mais plano. O poder diptrico da LC deve ser obtido pela sobre-refrao com uma LC de prova de grau aproximado
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ao da refrao do paciente. O grau adicional na refrao at 4,00 D ser somado ao da LC, sem levar em conta a distncia ao vrtice. Se o grau for maior, deve-se fazer a compensao. O dimetro de 9,00 mm em mdia, sendo 8,5 mm nas de PMMA, e 9,6 mm nas RGP lenticulares 2 - 3. A escolha da LC final deve ser baseada na centralizao, movimentao e na anlise da relao lente-crnea, corada com fluorescena. A AV deve ser estvel, no sofrendo flutuaes. Tabela 1 - Caixa de prova de LC de corte simples (PMMA) para afacia
Di me tro 9. 5 9. 2 9. 0 9. 5 9. 2
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A CB escolhida pela ceratometria e a LC selecionada, em geral, mais plana que K. Para a LC fluorosilicone acrilato, a CB cerca de 0,50 mais plana que K, variando com o astigmatismo corneal. Quanto maior o astigmatismo, mais curva deve ser a LC 1 - 2. O dimetro selecionado em torno de 9,6 mm 1 - 2. Tabela 3 - Caixa de prova de LC lenticular RGP
07) QUANDO SE DEVE UTILIZAR LC RGIDA COM DESENHO LENTICULAR E BORDA NEGATIVA?
Nos seguintes casos 2 - 3 - 4: crneas mais planas (abaixo de 45.00 D); astigmatismo contra-a-regra; astigmatismo de crnea acima de 1.50 D; fenda palpebral ampla; plpebras normais ou flcidas; pupilas redondas e centradas; LC com dimetro grande (de 9.00 a 9.60 mm).
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No Brasil, a mais usada a RGP, pela dificuldade em se conseguir LCH de alta hidratao, com dimetro pequeno e graus positivos elevados. J nos Estados Unidos, pode-se citar alguns exemplos: * LL-79 Pediatric Aphakic (Lombart Lenses) - Lidofilcon B 79% Dimetro CB Grau Dimetro CB Grau = 13.7 mm = 7.5/7.8 = de +18.00 a + 35.00 (0.25 D/0.25D) = 11.0; 11.5; 12.0; 12.5; 13.0 mm = 7.5/7.7/7.9 mm = de +21.00 a + 50.00 D (de 2.5 em 2.5D)
* Silsoft (Bausch & Lomb - USA) - Elastofilcon A Dimetro CB Graus = 11.3 e 12.5 mm = 7.5, 7.7, 7.9 e 8.3 mm = +12.00 at +32.00 D
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Os graus acima j esto com uma adio de +1.00 a +2.50 D, levando em conta que, quanto mais jovem a criana, maior o uso da viso de perto. DIMETRO O dimetro da LC RGP de prova varia, geralmente, entre 9.0 e 10 mm. Quando a LC de elastmero de silicone (SILSOFT), o mais utilizado de 11.3 mm e quando hidroflica, recomenda-se 2 - 3 mm maior do que o dimetro visvel da ris.
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A complicao mais freqente, porm, no a ocular e sim a perda da LC, provocando a desistncia do tratamento por parte dos pais, principalmente devido a fatores socioeconmicos.
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Quando o paciente deseja uma viso ntida para longe e para perto, sem nenhuma interferncia, o melhor adaptar LC monofocal para longe e receitar culos para perto.
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Na LC bifocal de desenho segmentado (ver fig. 1 acima), o segmento superior est com o grau para longe e o segmento inferior com o grau para perto. Quando o paciente olha para a frente, a poro de longe est alinhada em frente pupila; quando o olho movimenta-se para baixo, a LC sobe e a pupila fica alinhada com a poro inferior da LC. A excurso do olho de 4 mm, aproximadamente. Para manter a posio da LC e reduzir a rotao, que no pode ser maior do que 20o, usado prisma de lastro de 1.50 D, com ou sem truncagem. A rea de truncagem de 0.4 ou 0.5 mm. Esse sistema de estabilizao torna a LC mais espessa e pode provocar desconforto. Para pux-la e realizar o movimento de translao, o tnus da plpebra superior mais importante do que o posicionamento da plpebra inferior, embora o ideal que a borda palpebral inferior se situe no limbo ou acima dele. A posio da plpebra inferior deve estar, no mximo, 2 mm abaixo do limbo inferior. Esse desenho mais utilizado com as LC rgidas (PMMA ou RGP), por ser mais fcil alcanar o movimento de translao necessrio. So adaptadas sobre K, ou com um aperto de 0.25 a 0.50 D. O dimetro final fica em torno de 9.0 a 9.5 mm. Existe, tambm, LCH com desenho bifocal segmentado em crescente, com prisma de lastro e truncagem. As CB so 8.3 mm, 8.6 mm, 9.0 mm; a adio pode ser feita de + 1.00 a + 2.75 D (Exemplos: RGP Tanget Streak-Fused Kontacts, USA; HEMA Bi-Tech B&L, USA); o dimetro horizontal 14.5 e o vertical 13.00 mm. A LC bifocal de desenho concntrico, que fornece imagem alternante (Fig. 2 acima), no necessita de prisma e truncagem; por isso, mais confortvel do que a segmentada. No Brasil, fabricada em RGP pela Optolentes.
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6) identificar o olho dominante: testar o olho dominante com zona ptica de 2.3 mm; testar o olho no dominante com LC de zona ptica de 3.00 mm; 7) aguardar 15 minutos para efetuar a sobre-refrao, para longe e para perto; 8) avaliar a centragem a zona ptica de perto deve estar concntrica com a pupila e o movimento adequado de 0.5 a 1 mm. Observaes Pupilas muito pequenas no do bom resultado visual para longe. Para melhorar a AV para longe, usar LC com zona central pequena (2.3 mm). Para melhorar a AV para perto, usar LC com zona central grande (3.0 mm). Para avaliar a posio da zona central, usar o retinoscpio, aps o paciente piscar vrias vezes. Tabela 1 - Caixa de prova da LC bifocal Spectrum (CIBA Vision) CB 8.6 8.6 8.6 8.6 8.9 8.9 ESF. +0.50 +0.50 +0.50 +0.50 +0.50 +0.50 ADI O +2.00 +2.00 +2.50 +2.50 +2.00 +2.0 ZONA 2.3 3.0 2.3 3.0 2.3 3.0
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A viso para longe mais ntida luz do dia com pupila fechada. Em baixa luminosidade a pupila dilata, causando brilhos irregulares, especialmente em faris de automveis, iluminao de ruas e semforos. Um descentramento da LC maior do que 1 mm tambm provoca grandes distrbios visuais a distncia. Quando a LC tem a zona central para perto, o maior grau positivo ou o menor negativo esto na rea central. A sua asfericidade est na superfcie anterior. A qualidade de viso a distncia afetada pelo dimetro pupilar: quanto maior, melhor. Exemplo: Multifocal Profile A/B - Sunsoft; Unilens - Unilens Corp..
14) COMO DEVE SER ADAPTADA A LC DIFRATIVA ECHELON - AMERICAN HYDRON (Fig. 5.a e 5.b, acima)?
1) Colocar a LC de teste e aguardar 20 minutos; 2) avaliar centragem e mobilidade na lmpada de fenda: os anis ou chelettes devem estar concntricos com a pupila e o movimento deve variar de 0,5 mm a 1 mm; 3) fazer sobre-refrao para longe e para perto;
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Sintomas de adaptao: halos ao redor das luzes, mais percebidos noite, que tendem a tornar-se quase imperceptveis; imagem com fantasmas menor descentralizao da LC; perda de sensibilidade de contraste, com baixa iluminao, ocasionando queixas de viso ruim na penumbra.
Observao - Visto ser uma adaptao neurosensorial, nem todos os pacientes alcanam sucesso, mesmo que tenham condies anatmicas ideais e que a LC esteja adaptada conforme os padres exigidos.
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12) A LCC OPACA COM PUPILA INCOLOR REDUZ O CAMPO VISUAL DO PACIENTE?
No. Em condies normais de iluminao, o dimetro pupilar varia de 2,5 a 4,0 mm 1, enquanto o dimetro pupilar deste tipo de LCC varia de 4,5 a 5,3 mm.
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07) COMO PROCEDER NOS CASOS EM QUE NECESSRIO MEDIR A PRESSO OCULAR DURANTE O USO DE LCT?
A LC deve ser cuidadosamente retirada do olho. Uma vez feita a tonometria, usando fluorescena estril, o paciente dever permanecer 2 horas sem a LCT. Outra possibilidade utilizar a pneumotonometria.
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10) EM CASOS DE EROSO RECORRENTE DE CRNEA, DURANTE QUANTO TEMPO SE DEVE USAR A LCT?
Durante dois ou trs meses, para permitir a firme adeso do epitlio membrana basal 1.
11) QUANDO SE DEVE USAR LCT EM CASOS DE OLHO SECO E QUAL O TIPO MAIS INDICADO?
Seu uso deve ser reservado para os casos em que lgrimas artificiais, culos de proteo, ocluso do ponto lacrimal e outras tcnicas no tenham propiciado ao paciente um mnimo de conforto. importante considerar a maior facilidade de formao de depsitos na LC e a maior suscetibilidade de infeco ocular, nesses pacientes. O tipo mais adequado o de baixa hidratao, que tende a conservar o filme prcorneano e reduzir a evaporao. LCH de alta hidratao tende a permitir uma evaporao maior e retira gua do filme pr-corneano. O olho fica ainda mais seco e a LC fica excessivamente apertada, em conseqncia de sua desidratao.
12) QUANDO SE DEVE USAR UMA LCT EM CASOS DE DESCEMETOCELE OU DE PERFURAO CORNEANA?
A LCT pode ser usada quando a descemetocele ou a perfurao corneana for pequena, geralmente menor do que 2 mm 4 e quando no houver encarceramento de tecido uveal. A adaptao deve ser um pouco mais apertada e seguida de edema e de coadaptao das bordas da leso, impedindo o fluxo de humor aquoso, facilitando a recuperao da cmara anterior e a cicatrizao 2. A LCT pode ser usada, tambm sobre o adesivo de cianoacrilato, para diminuir o desconforto provocado pela sua presena, protegendo-o da ao palpebral, que pode remov-lo, alm de fazer com que seja percebido de forma mais intensa 2.
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CONTATO
DAS
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Os depsitos, alm de provocar desconforto e turvao visual, podem ocasionar reaes imunoalrgicas, facilitar a aderncia de microorganismos e levar infeco. So do tipo orgnicos e inorgnicos, derivados do fluido lacrimal (ver captulo 2) e poluentes ambientais. A natureza e a quantidade desses depsitos variam consideravelmente de acordo com a bioqumica da lgrima do usurio, o tempo de uso e o tipo da LC. Assim, por exemplo, dentre as protenas, a lisozima a que mais se deposita em LC de material inico, de alto contedo de gua (grupo IV* - tabela 1, abaixo). Em menor quantidade, adere aos inicos de baixo contedo de gua (grupo III* - tabela 1, abaixo) e, embora se deposite nas LCH no inicas (materiais dos grupos I e II* - tabela 1, abaixo), geralmente no a mais importante em quantidade. Os lipdios costumam ser encontrados em pequena quantidade nas LCH, mas podem representar depsitos importantes nas RGP, especialmente naquelas que contm muito siloxane, tornando-as hidrofbicas. Para que haja sucesso no uso da LC, cerca de 30% do tempo total dedicado a um paciente deve ser dispensado para a orientao do uso e manuteno. Todo usurio bem instrudo e atento manuteno est, seguramente, menos passvel a complicaes. Para garantir que o usurio siga as instrues corretamente, deve ser questionado a respeito, cada vez que fizer uma visita de controle.
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Tabela 1 - Classificao dos materiais de LCH quanto hidratao e ionicidade, pelo FDA
GRUPO 1 Baixa Hidratao (< 50%) Polmeros no inicos crofilcon (38 %, DK 12) hefilcon A & B (45 %, DK 12) isofilcon (36 %, DK 4) mafilcon (33 %, DK 4) polymacon (38 %, DK 9) tefilcon (38 %, DK 8) tetrafilcon (43 %, DK 9)
GRUPO 3 Baixa Hidratao (< 50%) Polmeros inicos bufilcon A (45 %, DK 12) deltafilcon A (43 %, DK 10) droxifilcon A (47 %, DK 17) ocufilcon A (44 %, DK 16) phemfilcon A (38 %, DK 8)
GRUPO 2 Alta Hidratao (> 50%) Polmeros no inicos lidofilcon B (79 %, DK 38) lidofilcon A (70 %, DK 31) netrafilcon A (65 %, DK 35) surfilcon (74 %, DK 35) surfilcon A (74 %, DK 39) vasurfilcon A (74 %, DK 39)
GRUPO 4 Alta Hidratao (> 50%) Polmeros inicos bufilcon A (55 %, DK 16) etafilcon A (58 %, DK 28) methafilcon A,B (55 %, DK 18) ocufilcon B (53 %, DK 16) ocufilcon C (55 %, DK 16) perfilcon (71 %, DK 34) phemfilcon A (55 %, DK 16) vifilcon A (55 %, DK 16)
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02) O QUE DEVE ORIENTAR A CONDUTA DO PROFISSIONAL PARA INDICAR O MTODO CORRETO DE LIMPEZA E DESINFECO?
Para a indicao inicial deve-se levar em conta: O material da LC LC de baixo contedo de gua permite todas as formas de desinfeco. LC de alto contedo de gua permite todas as formas de desinfeco, com exceo da trmica. O tipo da LC LCH, no trocada freqentemente, requer solues especficas, como surfactante dirio e limpeza enzimtica semanal. Para LC de troca planejada (a cada 1-3 meses), indica-se solues multi-uso ou solues especficas. A limpeza enzimtica poder ser quinzenal ou dispensada. Para LC descartvel, quando usada como troca planejada freqente (removida para dormir e descartada em duas semanas), recomenda-se solues multi-uso e dispensa-se a limpeza enzimtica. Ambiente de trabalho Ambientes poludos sugerem a necessidade de solues especficas para manter a LC mais limpa. Histria de alergia Nos pacientes portadores de alergias, o perxido de hidrognio ou a desinfeco trmica pode ser a melhor soluo. Praticidade e custo O melhor procedimento aquele com maior probabilidade de ser cumprido.
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Nutrientes para o desenvolvimento de microrganismos podem se acumular nos estojos, provenientes dos dedos do usurio ou da prpria LC suja. Tem-se demonstrado que, nos casos de infeco ocular, o mesmo agente infectante , freqentemente, encontrado no estojo da LC e/ou sob a unha do usurio. Estojo contaminado leva contaminao da LC e do olho. Higiene das mos, olhos e anexos As unhas devem ser aparadas e limpas. Recomenda-se lavar as mos com sabonete neutro para remover restos de nicotina, oleosidade ou corpos estranhos dos dedos, que podem danificar a LC. Devem ser evitados sabonetes com creme antissptico, desodorante qumico ou fragrncia pesada. Pequenas pores dessas substncias podem ser transferidas para o olho. Importante: secar com toalha que no solte fiapos. Limpeza da LC Usar solues limpadoras que contm substncias detergentes indicadas para remover oleosidades, mucosidades e cosmticos. Essas solues no so efetivas para a remoo de protenas. A tentativa de remov-las, atravs do excesso de frico, pode provocar ranhuras na LCH ou deformar a RGP. Por isso, a LC deve ser submetida ao limpador enzimtico, que age especificamente na remoo de protenas. Enxge Indicado para remover os depsitos soltos e a soluo limpadora da superfcie da LC. Desinfeco Aps a limpeza, a LC deve ser submetida desinfeco, para eliminar os microorganismos patognicos.
No friccionar a LC seca porque esta, ao ser removida do olho, pode trazer consigo partculas que arranhem sua superfcie durante o procedimento da limpeza. O enxge abundante, aps o uso da soluo limpadora, remove a sujeira, e uma grande parte dos microorganismos, evitando irritao ocular.
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As pessoas com dificuldade de manusear a LC podem utilizar, para sua limpeza, dispositivo ultra-snico ou de agitao mecnica. Um sistema de soluo multi-uso substitui a soluo limpadora, a soluo salina e a soluo desinfetante. Entretanto, importante lembrar que o uso dirio de soluo limpadora remove melhor os depsitos. Erro freqente dos usurios confundir limpeza com desinfeco. Deve ficar claro que so aes complementares. 05) QUAIS OS SISTEMAS ENZIMTICOS DISPONVEIS NO MERCADO E SUAS PRINCIPAIS CARACTERSTICAS?
Sistema de enzima simples contendo PAPANA Caractersticas: enzima derivada do mamo papaia; rompe e digere as molculas protenicas; inativada pela desinfeco trmica e pelo perxido de hidrognio a 3%; pode aderir ao polmero da LCH e causar reaes de sensibilidade; uso semanal, em comprimidos. Nome comercial: Hydrocare comp. (Allergan). Sistema de ao multienzimtico contendo PANCREATINA Caractersticas: enzima derivada do pncreas do porco; deve ser evitada em pessoas alrgicas carne suna; age na remoo de protenas, lipdios e mucina; uso semanal, em comprimidos. Nomes comerciais: Polyzym (Alcon); Opti-Free limpador (Alcon). SUBTILISINA A Caractersticas: enzima extrada do Bacillus Linchniformes; ataca uma larga variedade de protenas e no requer ativador; pode ser utilizada com todos os sistemas de limpeza e desinfeco; uso semanal, em comprimidos. Nomes comerciais: Ultrazyme (Allergan); FizziClean (Bausch & Lomb); Remove (Allergan).
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PANCREATINA purificada Caractersticas: enzima derivada do pncreas do porco; deve ser evitada em pessoas alrgicas carne suna; age na remoo de protenas; uso dirio, em soluo. Nome comercial: Opti-Free Supraclens (Alcon).
No usar gua corrente ou gua destilada para dissolver os comprimidos. Usar somente soluo enzimtica fresca, preparada imediatamente antes do uso, utilizando os recipientes apropriados. As solues enzimticas no servem para estocar as LC. O tempo de imerso deve ser respeitado. Algumas pessoas podem ser alrgicas a algum componente do sistema. A LC nunca deve ser colocada, diretamente da soluo enzimtica, no olho. Apesar do tratamento enzimtico semanal, alguns usurios continuam a apresentar LC com depsitos. Para esses, recomenda-se mudar para LC descartvel, troca planejada, RGP. A limpeza enzimtica pode ser dispensada em LC de troca planejada freqente.
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Observaes Se for necessrio enxaguar a LC, usa-se soluo salina preservada. Se no houver asseptizador eltrico, a desinfeco trmica pode ser feita, colocandose o estojo, que contm a LC imersa em soluo salina isotnica, para ferver em banho- maria, durante 15 a 20 minutos, dentro de um recipiente de vidro ou cermica.
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baixo risco de reaes de sensibilidade; auxlio na limpeza da LC; preveno do amarelamento da LC, especialmente em casos de fumantes; utilizao em todos os tipos de LC, exceto em algumas LC cosmticas; neutralizao do limpador enzimtico.
DESVANTAGENS: risco de neutralizao precoce, tornando a desinfeco ineficaz para fungos e acanthamoeba;
interrupo do efeito desinfetante aps a neutralizao; neutralizao incompleta, provocando dor, lacrimejamento e ceratite puntada; modificao temporria dos parmetros da LC. 13) COMO SE DEVE REALIZAR A DESINFECO COM PERXIDO DE HIDROGNIO A 3%?
O perxido de hidrognio a 3% um antimicrobiano de amplo espectro. Em 10 minutos, as bactrias comuns so destrudas. recomendvel, entretanto, um perodo mnimo de 40 minutos para a erradicao de alguns fungos, que costumam contaminar a LC. No Brasil, at o momento, h somente o sistema Oxysept (Allergan), que utiliza o neutralizador cataltico em forma de pastilha, adicionada diretamente ao perxido de hidrognio a 3%. Sistema OXYSEPT em duas etapas O OXYSEPT 1 a soluo desinfetante. Portanto, a que contm perxido de hidrognio a 3%. A LC deve ficar submersa nessa soluo, por um tempo mnimo de 20 minutos. O ideal at 2 horas, para que todos os fungos e a acanthamoeba sejam eliminados. Essa soluo dever ser neutralizada antes de colocar a LC no olho. OXYSEPT 2 a soluo neutralizante. Contm catalase a 0.2%, um biocatalisador, enzima responsvel pela decomposio do perxido de hidrognio em H2O e O2. MODO DE USAR: 1) lavar a LC com soluo limpadora, enxagu-la e coloc-la na cestinha; 2) encher o recipiente at a marca com OXYSEPT 1; 3) mergulhar a cestinha, contendo a LC dentro dessa soluo; 4) jogar fora o OXYSEPT 1 e encher o estojo com OXYSEPT 2, aps 20 minutos, ou em 2 horas; 5) mergulhar a LC e deix-la nessa soluo por 10 minutos, no mnimo, ou a noite inteira, antes de coloc-la no olho;
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6) fazer semanalmente a limpeza enzimtica, acrescentando, ao OXYSEPT 1, um comprimido de Ultrazyme. Sistema OXYSEPT em uma etapa O sistema de desinfeco e neutralizao pelo perxido de hidrognio a 3%, em apenas um procedimento (OXYSEPT SIMPLES), uma opo para os usurios com problemas de seguir procedimentos mais complexos. MODO DE USAR: 1) encher o estojo at a linha indicada com OXYSEPT Soluo Desinfetante; 2) abrir as abas da cestinha encaixadas na tampa do estojo e colocar a LC; 3) adicionar um OXYSEPT Comprimido Neutralizador no estojo, fechar e agitar levemente; 4) deixar a LC nessa soluo durante o mnimo de 2 horas ou a noite toda; 5) colocar a LC diretamente no olho, aps o procedimento; 6) lavar o estojo com gua corrente, deix-lo secar no ar e guard-lo fechado. Observao Nos EUA, existem vrios sistemas de perxido de hidrognio a 3% para o cuidado das LC. Os neutralizantes mais utilizados so: catalase, discos catalticos de platina, piruvato de sdio e tiosulfato. O usurio deve seguir rigorosamente as instrues especficas para cada um.
soluo limpadora diria; limpador enzimtico semanal; soluo qumica desinfetante, trocada diariamente.
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NO SE RECOMENDA:
soluo limpadora abrasiva; desinfeco trmica. 16) QUAIS OS CUIDADOS COM LC USADA DE FORMA CONTNUA?
Remover para limpeza e desinfeco, pelo menos uma vez por semana e, com maior freqncia, medida que for ficando mais velha; desinfetar com solues qumicas ou perxido de hidrognio a 3%. Observao LCH de alta hidratao no deve ser fervida.
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Observaes Solues fisiolgicas utilizadas para a manuteno podem apresentar-se contaminadas, provocando alterao na cor da LC. Solues fisiolgicas com formulao fora das especificaes fsico-qumicas ideais, podem provocar alteraes transitrias nos parmetros e no contedo de gua da LC. Assim, em soluo hipotnica, a LCH absorve gua e pode ficar distendida; em soluo hipertnica, a LCH perde gua e encolhe. Soluo fisiolgica com pH fora do normal, faz a LC provocar ardncia ocular. Solues salinas isotnicas no preservadas (soro fisiolgico endovenoso) devem ser adquiridas sempre em frascos pequenos, guardadas em geladeira, pois a demora no consumo propicia a proliferao de bactrias. As solues preservadas podem ser descartadas a cada 2 semanas.
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superfcie, por reas hidrofbicas ou por um tempo de rompimento do filme lacrimal abaixo de 10 segundos. Os microorganismos aderem facilmente a uma LC com depsitos, mas dificilmente a uma LC limpa. ROTINA DE MANUTENO: 1) Limpeza do estojo (pgina 115); 2) lavar as mos, evitando sabonetes com perfumes ou cremes; 3) pingar duas gotas de soluo limpadora em cada superfcie da LC e friccionar suavemente na palma da mo, com o indicador, durante 20 segundos, mantendo a parte cncava para cima; 4) enxaguar completamente com soluo salina ou soluo multi-uso; 5) evitar a gua de torneira; 6) colocar a LC dentro da soluo conservadora e desinfetante por 6 horas ou durante toda a noite; 7) enxaguar com soluo salina ou soluo multi-uso, antes de coloc-la no olho; 8) pingar gotas de soluo umidificante na LC, antes de coloc-la no olho para aumentar o conforto; 9) submeter limpeza enzimtica a cada 7 ou 14 dias. Observaes Limpar a LC sempre que for removida do olho e no no dia seguinte. A frico sobre a LC deve ser suave. Presso no o fator importante; tempo o elemento chave nessa operao. Uma forte presso em LC RGP de alto DK pode provocar danos no material e modificar os parmetros. Recomendao especial, nesse sentido, deve ser dada s pessoas que usavam LC de PMMA e passaram para a RGP. A LC RGP no pode ser fervida. A RGP de alto DK, quando usada de forma contnua, deve ser removida para limpeza e desinfeco, pelo menos uma vez por semana. Os sistemas de cuidados para LC RGP costumam conter propriedades desinfectantes e umidificantes numa nica soluo. As solues indicadas para a LC de PMMA so inadequadas para a RGP; porm, a maioria dos limpadores surfactantes usados em LCH efetivo, inclusive, em RGP. As solues desinfetantes e o perxido de hidrognio usados para a desinfeco da LCH podem, tambm, ser usadas na RGP.
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23) POR QUE NO RECOMENDVEL MISTURAR AS SOLUES DOS DIVERSOS SISTEMAS DE MANUTENO?
Porque pode ocorrer incompatibilidade qumica entre solues de marcas diferentes ou mesmo entre a soluo e o polmero da LC. Exemplos de incompatibilidade entre material da LC/soluo: Thimerosal, quando aquecido, pode escurecer a LC ou o estojo. Hydrocare soluo pode causar leve ceratite, quando usada com LC de elastmero de silicone. LC RGP sofre alterao do polmero quando em contato com lcool, acetona, gasolina etc. LCH armazenada em soluo surfactante torna-se opaca ou descolorida. Desinfetante qumico, usado para ferver a LC, descolore e altera o polmero. LCH de alto contedo de gua pode tornar-se opaca, descolorida e enrugada, quando submetida desinfeco trmica. Desinfeco trmica com soluo salina, j usada, torna a LC acinzentada. Exemplo de incompatibilidade entre soluo/soluo: Solues como clorhexidina no devem ser usadas com limpadores enzimticos que contm papana. PARA EVITAR INCOMPATIBILIDADE:
no misturar solues de vrios fabricantes; dar as instrues por escrito; perguntar, a cada visita de controle, qual o mtodo e quais os produtos que o paciente est usando; informar o usurio sobre a possibilidade de incompatibilidade da LC com as solues. 24) COMO SE DEVE PRESERVAR A LC RGP DE PROVA?
No consultrio, pode-se guardar a LC RGP limpa e seca dentro de estojo limpo e seco, ao invs de mant-la em soluo, pois no parece haver diferena significativa em relao ao nmero de contaminantes nas duas formas de conservao.
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28) QUAIS AS INSTRUES QUE SE DEVE DAR AOS USURIOS QUE NECESSITAM NADAR COM LC?
Esclarecer sobre os riscos da infeco ocular; levar culos, no caso de perder a LC; instilar gua destilada, antes de nadar ou mergulhar, para promover a aderncia e diminuir as chances de perda;
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recomendar o uso de culos de proteo; fechar os olhos debaixo dgua; dar rpidas piscadas para remover a gua dos olhos, ao invs de esfreg-los; esperar 20 minutos antes de remover a LC para permitir o equilbrio com as lgrimas, tornando-a, assim, mais frouxa e prevenindo a alterao do epitlio corneano; recomendar o uso de soluo salina ou gotas umidificantes antes de remover a LC para torn-la mais solta e auxiliar a eliminao de produtos qumicos e micrbios; limpar e desinfetar cuidadosamente a LC aps a natao; ter dois pares de LC para que o par usado, durante a natao, possa ser retirado, limpo, desinfetado e trocado, imediatamente; prescrever LC descartvel para que o paciente possa simplesmente jog-la fora aps a natao, quando o risco de infeco for maior; remover a LC e procurar o oftalmologista imediatamente, se houver dor, irritao ou viso turva.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Cleusa Coral-Ghanem
HIV tem sido isolado em quase todos os fluidos do corpo, inclusive nas lgrimas 3 e na maioria dos tecidos oculares 1 como, por exemplo, na conjuntiva e crnea de pacientes infectados, porm em pequena quantidade. At hoje no se conhece nenhum caso de transmisso de HIV por essas fontes. O CDC exclui a lgrima da sua lista de fluidos do corpo classificados como potencialmente infecciosos, pois a quantidade de vrus encontrada na lgrima de um paciente com AIDS muito pequena. Essa considerao muito importante, porque libera o oftalmologista de usar luvas durante o exame oftalmolgico rotineiro. Entretanto, a lgrima considerada como fonte de contaminao de HIV quando est misturada com sangue e, nesse caso, devem ser usadas luvas.
Lavar as mos com sabonete ou similar e secar bem. Evitar tocar o olho com a ponta do frasco de colrio a ser instilado. Desinfectar todos os aparelhos que entraram em contato com o paciente, durante o exame, particularmente o tonmetro de Goldmann. Ter duas extremidades de tonmetro permite que uma seja usada, enquanto a outra est sendo desinfectada. Conforme as recomendaes do CDC e da AAO, a desinfeco do tonmetro de aplanao pode ser efetuada de vrias formas: Limpar rigorosamente a extremidade do tonmetro com lcool isoproplico, enxaguar com gua e secar; Embeber a extremidade do tonmetro, por 5 minutos, em uma diluio de alvejante domstico. Em seguida, enxaguar com gua e secar; Usar perxido de hidrognio a 3%.
Tomar cuidados especiais com lenos de mo ou qualquer tecido que tenha estado em contato direto com o corpo do paciente.
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Usar luvas quando o profissional: tiver a possibilidade de entrar em contato, atravs de sua pele ou membrana mucosa, com sangue ou qualquer outro fluido potencialmente infeccioso; tiver qualquer corte ou dermatite; tiver que tocar em algum ferimento do paciente; tiver que puncionar uma veia, como no exame da angiofluoresceinografia;
Lavar a ferida com antissptico, por 5 minutos, se houver leso acidental. desnecessrio o uso de luvas, durante um exame oftalmolgico de rotina. 02) COMO PREVENIR A CONTAMINAO PELO HIV NA PRTICA DE LC?
Desde que se fez o isolamento do HIV em amostras de lgrimas de pacientes com AIDS 3, aumentou a preocupao em torno da possibilidade de transmisso do HIV durante a adaptao de LC. O HIV tem sido encontrado em LC de alto contedo de gua 5 e/ou em solues de enxge de usurios de LC portadores de AIDS. Por isso, na prtica de LC, esta e a lgrima devem ser consideradas como fontes potenciais de infeco do HIV. Para prevenir a contaminao: 1) lavar bem as mos e sec-las, entre um paciente e outro; 2) desinfetar todas as LC testadas. Observao desnecessrio o uso rotineiro de luvas. As recomendaes, feitas em 1985 pelo CDC 2, foram a desinfeco das LC de PMMA, RGP e LCH pelo perxido de hidrognio ou, se o material da LC permitir, atravs de desinfeco trmica. Tem sido demonstrado que a frico da LC com limpador surfactante, seguida de enxge, remove todas as partculas de HIV de uma LC contaminada 6. A limpeza, enxge e desinfeco das LC de prova pelos mtodos rotineiros, incluindo muitas solues qumicas desinfetantes, destroem esse vrus e evitam a transmisso do HIV de um paciente para o outro 6. O HIV est entre os vrus mais facilmente inativados. No h casos documentados de transmisso de HIV pela adaptao de LC. O risco de um paciente transmitir HIV para o profissional, atravs da LC ou da lgrima, parece no existir.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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C OMPLICAES
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CORAL-GHANEM, C.; KARA-JOS, NEWTON. Complicaes associadas ao uso de lentes de contato. In: _____. Lentes de Contato na Clnica Oftalmolgica. 1. ed. Porto Alegre: Palloti, 1995. p. 115-117. SILBERT, J. A. Ocular inflamation and contact lens wear. In: _____. Complications of Contact Lens Wear. St. Louis: Mosby-Year Book, 1992. p. 221-235. STEIN, H. A; SLATT, B. J.; STEIN, R. M. Complications of contact lens wear. In: _____. Fitting Guide for Rigid and Soft Contact Lenses, 3rd ed. St. Louis: C. V. Mosby Co., 1990. p. 472-481.
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C OMPLICAES
CONJUNTIVAIS USO DE LC
PALPEBRAIS E ASSOCIADAS AO
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agresso qumica pelo material da LC ou por solues de limpeza; depsitos sobre a LC. CONDUTA: 1) interromper o uso e instituir o tratamento especfico, dado que a LC , de forma direta ou indireta, a responsvel pela blefarite; 2) avaliar as glndulas de Meibmio, pois a secreo alterada dessas glndulas, associadas a blefarites e hiperemia das margens palpebrais, pode levar intolerncia das LC; 3) fazer compressa quente e limpeza com shampoo neutro quando h excesso de produo de lpides das glndulas de Meibmio; 4) usar pomada de antibitico, na fase aguda do tratamento, para eliminar os Staphylococcus epidermidis e S. aureus e Streptococcus, que costumam se multiplicar na presena de excesso de material gorduroso; 5) usar tetraciclina sistmica para auxiliar no tratamento e na reduo do material gorduroso do filme lacrimal, por 30-40 dias e at 6 meses, se necessrio. Aps a regresso da inflamao palpebral, inicia-se a readaptao, procurando eliminar os fatores causais.
03) COMO E POR QUE SE MANIFESTA A CERATOCONJUNTIVITE DE LIMBO SUPERIOR INDUZIDA POR LC? CONDUTA. (Fig. 1 - Pg. 189)
SINTOMAS E SINAIS: irritao ocular; intensa injeo da conjuntiva bulbar superior, com reas corando com rosa de bengala; ceratite puntada do limbo superior e crnea; opacidade subepitelial, no tero superior da crnea; vascularizao corneana superior; hipertrofia papilar, na conjuntiva tarsal superior; Observaes A ceratoconjuntivite de limbo superior associada LC, diferente da idioptica, pode reduzir a AV, pois as alteraes corneanas, freqentemente, comeam no limbo superior e progridem em forma de V, atingindo a rea pupilar. A unilateralidade mais freqente. A ceratite filamentar rara.
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CAUSAS: reao de sensibilidade a preservativos, especialmente ao thimerosal; reao txica; hipxia de limbo superior; m relao lente-crnea. CONDUTA: suspender temporariamente o uso das LC; suspender solues que contenham thimerosal; usar colrio de corticide; readaptar LC mais fina e/ou de outro material; adaptar uma LC RGP para evitar a formao de pannus, se o problema recidivar.
05) COMO E POR QUE SE MANIFESTA A CONJUNTIVITE IRRITATIVA EM USURIO DE LC? CONDUTA.
SINTOMAS E SINAIS: lacrimejamento; hiperemia conjuntival de graus variados; ardncia; sensao de corpo estranho; ceratite puntada e/ou eroso corneana; reas tingidas por fluorescena (geralmente na rea paracentral da crnea, concntrica ao limbo).
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CAUSAS: m relao lente-crnea - devido LC grande, LC apertada por m adaptao ou por depsitos na sua superfcie, m centralizao, everso ou inverso; alteraes na integridade do material - por rompimento do polmero e/ou deteriorizao da LC; impurezas no interior da LC - podem ocasionar imediata e intensa reao conjuntival, alm de ceratite;
depsitos - na superfcie da LC, podendo torn-la spera e apertada, diminuir a AV e a transmissibilidade de oxignio para a crnea; contaminaes - da superfcie da LC por fungo (Fig. 2 - Pg. 189) ou bactria, podendo provocar conjuntivite irritativa que desaparece com a remoo da LC.
Observao Pode ocorrer infeco ocular, se houver abraso corneana. A LC para afacia, por ser mais espessa, mais suscetvel invaso por fungo. CONDUTA: readaptar nova LC; remover os depsitos atravs da limpeza enzimtica; usar tratamento especfico, em casos de comprometimento corneano.
06) COMO E POR QUE SE MANIFESTA CONJUNTIVITE MUCOPROTICA EM USURIO DE LC? CONDUTA.
SINTOMAS E SINAIS: irritao ocular; secreo; nublao de viso por depsitos; diminuio da tolerncia LC. CAUSAS: depsitos mucoproticos na superfcie da LC; sensibilidade a preservativos de solues de manuteno. CONDUTA: suspender temporariamente a LC; usar colrio de corticide e antibitico; remover os depsitos ou trocar LC;
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Observaes Se o paciente tiver facilidade de formar depsitos na LC, averiguar se h anormalidade no sistema lacrimal e nas glndulas de Meibmio. Conjuntivite mucoprotica mais comum com LCH, principalmente com as de alta hidratao. rara com LC de PMMA.
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usar, de preferncia, solues especficas; incrementar o uso de limpadores enzimticos, uma ou mais vezes por semana, para manter a superfcie meticulosamente limpa; desaconselhar o uso prolongado, que propicia uma maior formao de depsitos.
CORTICOSTERIDE TPICO Pode ser til na fase inicial do tratamento. A histamina e outras substncias vasoativas, no tecido circundante, levam duas semanas para serem metabolizadas ou destrudas pelas enzimas. Nesse nterim, para aliviar os sintomas, o paciente pode usar colrio vasoconstrictor, colrio de olopatadina 0,1% ou de corticide. Observao importante o controle da presso intra-ocular, quando se recomenda colrio de corticosteride. ESTABILIZADOR DE CLULAS MASTCITAS Seu uso uma tentativa de interferir na resposta celular para o estmulo antignico. Col. de Cromoglicato dissdico a 2% ou 4% Pingar 2 a 4 vezes ao dia, por meses ou enquanto o paciente usar LC. Col. de Lodoxamida 0,1% A Lodoxamida 0,1% (Alomide) atua inibindo a degranulao das clulas mastcitas e a migrao dos eosinfilos. Alivia o prurido, a fotofobia e diminui a secreo.
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A dose recomendada 4 vezes ao dia, por 3 meses. Costuma levar de 7 a 14 dias para apresentar seu efeito total. Pode ser associado a vasoconstritores e antihistamnicos. ESTABILIZADOR DE CLULAS MASTCITAS + ANTI-HISTAMNICOS Col. de Cloridrato de Olapatadina 0,1% (Patanol) Atua bloqueando os receptores H1 e inibindo a liberao de histamina, promovendo o alvio do prurido. Inibe mediadores inflamatrios (Triptase e PGD2). Estabiliza a membrana dos mastcitos, diminuindo a recidiva. Diminui a hiperemia, pela ao descongestionante. Pingar 2 vezes ao dia, com intervalo de 6 a 8 horas.
10) COMO E POR QUE OCORRE OLHO VERMELHO AGUDO MATINAL? (Fig. 4, Pg. 189)
SINTOMAS E SINAIS: dor ocular unilateral pela manh, ao acordar; intensa fotofobia e lacrimejamento; injeo conjuntival lmbica e bulbar; infiltrados subepiteliais ou no estroma anterior, a poucos milmetros do limbo; ausncia de ceratite puntada superficial.
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CAUSAS: aderncia da LCH apertada; desidratao do filme lacrimal durante o ato de dormir; efeitos txico-inflamatrios por debris, situados debaixo da LC; resposta irritativa por hipxia aguda ou depsitos na LC; hipersensibilidade ou toxicidade a preservativos usados nas solues de manuteno; irritao mecnica devido ao desenho da LC. Observaes Olho vermelho agudo matinal uma resposta inflamatria de defesa, encontrada em alguns pacientes que dormem com LC. A reao inflamatria dessa sndrome, normalmente, apresenta infiltrados inflamatrios e no vem acompanhada de ceratite. Entretanto, requer um diagnstico diferencial por ser alto o potencial de ceratite infecciosa. Se houver defeitos epiteliais com infiltrao adjacente, necessita de tratamento com antibitico e observao, especialmente, nas primeiras 24 horas. CONDUTA: remover a LC - os infiltrados desaparecero em poucas semanas; usar corticostiride tpico para reduzir a resposta inflamatria, com muito cuidado porque a hipxia facilita a infeco microbiana; evitar o uso de LC, enquanto os sinais inflamatrios no desaparecerem; adaptar nova LC, de preferncia, de outro material e desenho; desaconselhar o uso contnuo e contra-indicar, em caso de recidiva da sndrome.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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COMPLICAES
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Em LCH, o fluxo de lgrima sob a LC mnimo, sendo que a oxigenao adequada da crnea depende, basicamente, da difuso de O2 atravs do material. O edema da crnea, nesses casos, causado por fatores que prejudicam a passagem do O2 atravs da LC, como fechamento palpebral, espessura excessiva e baixa hidratao do polmero, alm de filme lacrimal alterado. A inter-relao desses fatores extremamente crtica para usurios que fazem uso contnuo.
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CONDUTA: rever a relao lente-crnea; diminuir o tempo de uso; adaptar RGP com DK alto.
04) COMO E POR QUE SE MANIFESTA O EDEMA CORNEANO EM USURIO DE LC HIDROFLICA? CONDUTA.
Manifesta-se difuso, ao contrrio do que acontece com o edema associado LC rgida, que central e localizado. O edema corneano pode ser apenas epitelial ou tambm estromal, em casos de hipxia mais prolongada. Pode ser precoce ou tardio, em usurio de LCH, que faz uso contnuo. No incio da adaptao, o edema costuma ser apenas epitelial, provocando turvao visual pela manh. O estromal acontece, geralmente, aps 24 h de uso da LC, causando estrias na membrana de Descemet, com leve reduo da AV. Se persistir, aps uma semana do incio da adaptao, o uso contnuo deve ser evitado. SINTOMAS E SINAIS: viso esfumaada ou halos; epitlio orvalhado; microcistos; ceratite puntada superficial por rompimento dos microcistos; estrias na membrana de Descemet; opacificaes corneanas; alteraes refracionais; alteraes ceratomtricas com miras borradas; aumento da espessura corneana, medida com o paqumetro; diminuio da sensibilidade corneana.
CAUSAS: hipxia corneana provocada por: - LC espessa e de baixo contedo aquoso; - LC apertada; - LC com depsitos; - excesso de uso; anormalidades da lgrima como, por exemplo, lgrima hipotnica; alteraes do endotlio. CONDUTA: readaptar LC mais plana, mais fina e com maior contedo de gua; evitar o uso contnuo.
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05) COMO E POR QUE SE MANIFESTA HIPXIA CORNEANA AGUDA (sndrome de excesso de uso)? CONDUTA.
SINTOMAS E SINAIS: dor intensa aps algumas horas da retirada da LC; fotofobia e lacrimejamento; viso borrada; hiperemia conjuntival; edema palpebral; eroso central do epitlio corneano; injeo ciliar; miose. CAUSAS: excesso de uso da LC; ambiente com pouco O2 livre. CONDUTA: usar colrio de cicloplgico para aliviar a dor; prescrever colrio e pomada de antibitico; fazer curativo oclusivo em caso de eroso extensa; receitar analgsico por via sistmica; aguardar a epitelizao total para a readaptao da LC; reorientar o paciente quanto ao tempo de uso; adaptar RGP, se possvel. Observaes Hipxia aguda do epitlio pode acontecer quando o usurio excede o tempo de uso da LC a que est habituado ou quando est num ambiente com pouco oxignio livre. A hipxia leva formao de microcistos, que vo se superficializando e se rompendo ao atingir a camada superficial do epitlio, provocando a ceratite dolorosa da sndrome de uso excessivo. Os pacientes, em geral, relatam episdios anteriores de lacrimejamento, dor discreta, fotofobia e intolerncia LC, nas primeiras horas de viglia. Esses sintomas, provavelmente, faziam parte de uma sndrome de hipxia aguda de pequena intensidade.
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CAUSAS: longo tempo de uso de LC, especialmente a de PMMA; diminuio da rigidez corneana; LC mal planejada; irregularidade do piscar. CONDUTA: adaptar nova LC, de preferncia RGP de alto DK; reduzir gradualmente o tempo de uso; fazer controle ceratomtrico e refracional at a estabilizao das medidas.
09)POR QUE SE DEVE EVITAR E QUAIS AS CAUSAS DE HIPOESTESIA CORNEANA EM USURIO DE LC? CONDUTA.
A hipostesia da crnea altera um dos principais mecanismos de defesa do olho que se manifesta na presena de qualquer leso do epitlio corneano: a dor. No tendo essa defesa, o paciente corre o risco de ter retardado o diagnstico de uma alterao na superfcie corneana.
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Hipoestesia corneana pode ocorrer em usurio de LCH, entretanto muito mais freqente com LC de PMMA. CAUSAS: edema pela diminuio do aporte de oxignio crnea; alterao da tonicidade da lgrima; trauma mecnico constante da LC sobre a crnea. CONDUTA: reduzir o tempo de uso; adaptar LC RGP. Observao Algumas horas sem LC podem ser suficientes para recuperar a sensibilidade da crnea. Meses, entretanto, podem ser necessrios para quem usou LC de PMMA durante muitos anos.
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12) COMO E POR QUE SE MANIFESTA A DESEPITELIZAO DE CRNEA EM USURIO DE LC RGIDA? CONDUTA.
Um dos achados mais comuns em usurios de LC a perda celular do epitlio corneano. Essa leso detectada facilmente, utilizando-se o corante fluorescena sdica e luz azul de cobalto. O processo pode envolver poucas clulas, como na ceratite puntada superficial, ou pode ocasionar perdas maiores, em forma de eroso, e at mesmo atingir a membrana de Bowman. SINTOMAS E SINAIS: desconforto ou dor; sensao de corpo estranho; hiperemia conjuntival pericertica e geralmente localizada; eroso epitelial s 3 e 9 horas; eroso em arco; ceratite generalizada. CAUSAS: LC excessivamente plana, provocando desepitelizao apical; trauma mecnico direto por borda de LC mal acabada; mau polimento na juno das curvas; LC danificada; alterao de polmero; depsitos na face posterior da LC; debris (fragmentos) presos sob a LC; trauma quando da colocao ou remoo da LC; alterao do filme lacrimal; pestanejar irregular; ambiente seco; ruptura de microcistos epiteliais; sensibilidade a produtos qumicos. CONDUTA: suspender temporariamente a LC; usar colrio antibitico profiltico; readaptar nova LC; reorientar o usurio.
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As causas imunolgicas podem ser: uma resposta alrgica da crnea ao antgeno protico aderido LC; uma resposta imunolgica para a toxina do estafilococo (estril); reao de sensibilidade a preservativos; reao inflamatria generalizada a uma variedade de agressores.
CONDUTA: suspender temporariamente o uso da LC para permitir o gradual desaparecimento dos infiltrados;
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usar colrio de corticide, se houver muitos infiltrados ou se a reao inflamatria for intensa; associ-lo a colrio de antibitico, quando houver leso do epitlio; trocar a LC por outra que proporcione maior oxigenao crnea; trocar o processo de limpeza e desinfeco, suspendendo as solues que contm thimerosal e/ou clorhexidina; continuar com LCH, se no houver recorrncia dos infiltrados; adaptar LC RGP ou PMMA, em caso de recidiva; tratar blefarite e/ou meibomite, quando houver.
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Observaes Pode ocorrer com qualquer tipo de LC, sendo mais freqente com as LCH que causam edema disseminado, atingindo o limbo, do que com as LC rgidas que provocam edema mais central. A vascularizao pode progredir at o centro da crnea ou associar-se a depsitos lipdicos, levando a opacificaes corneanas. O risco de neovascularizao com o uso de LC grande em pacientes operados de miopia, transplante de crnea ou que sofreram ferimento perfurante da crnea.
16) COMO E POR QUE SE MANIFESTA CERATITE NUMULAR ASSOCIADA AO USO DE LC? CONDUTA.
A ceratite numular, tambm chamada de infiltrativa, semelhante quela da ceratoconjuntivite epidmica. As opacidades, em forma de moeda, aparecem nas camadas superficiais e/ou mais profundas do estroma corneano. SINTOMAS E SINAIS: desconforto; hiperemia; perda de tolerncia LC; leses semi-opacas, em forma de moeda, vistas lmpada de fenda, com iluminao direta ou retroiluminao (Fig. 7 - Pg. 190). CAUSAS: reao de sensibilidade, especialmente ao thimerosal; hipxia. CONDUTA: suspender as solues com thimerosal (lentamente desaparecem as leses); usar colrio de corticosteride diludo para acelerar o desaparecimento das leses.
17) COMO E POR QUE SE MANIFESTA A CERATITE PSEUDODENDRTICA (LESO DENDRIFORME) EM USURIOS DE LC? CONDUTA.
SINTOMAS E SINAIS: desconforto e perda de tolerncia LC; aparncia dendrtica semelhante quela provocada pelo Herpes Simples;
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leso tipo elevao discreta, placa epitelial irregular, que tinge com fluorescena e rosa bengala (Fig. 8 - Pg. 190). CAUSAS: reaes de sensibilidade ao thimerosal e clorhexidina; desconhecida. CONDUTA: descontinuar o uso da LC; readaptar nova LC; suspender solues que contenham thimerosal e clorhexidina; usar corticosteride para diminuir a resposta de hipersensibilidade desde que seja excluda a presena de bactria, clamdia e herpes.
18) QUAIS AS PRINCIPAIS CAUSAS DE CERATITE PUNTADA SUPERFICIAL ASSOCIADA COM LC?
CAUSAS EM RGP: reao txica s solues de manuteno, especialmente com as que contm cloreto de benzalcnio; reao txica aos depsitos na superfcie posterior da LC; m relao LC-crnea; olho seco. CAUSAS EM LCH: reao txica a preservativos das solues de manuteno; olho seco; desidratao da LCH; m relao LC-crnea (LC apertada pode provocar ceratite em arco).
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impresso escleral da LC desidratada; debris (fragmentos) sob a LC desidratada; pontilhado corneano que tinge com fluorescena, podendo ser esparso (grau I), levemente confluente (grau II) ou densamente confluente (grau III) e eroses (grau IV). CAUSAS E MECANISMO DE AO: As LCH desidratam enquanto so usadas. O grau de desidratao varia de acordo com as condies ambientais (umidade relativa do ar baixa), o modo de piscar, qualidade do filme lacrimal e o tipo de LC adaptada. A maior perda de gua devida evaporao que provoca o rompimento do filme lacrimal. LC de alta hidratao perde mais gua do que a de baixa hidratao, provavelmente, porque a perda maior do que a recuperao entre um ciclo de piscar e outro. A fina camada de lpide-mucina, entre a LC e a crnea, rompe-se e permite que a LC desidrate as clulas epiteliais. Quanto mais alta a hidratao e mais fina for a LC, mais facilmente pode haver leso epitelial (Figs. 9a e 9b - Pg. 190). CONDUTA: adaptar LC de baixo contedo de gua; usar gotas umidificantes, de preferncia sem preservativos.
20) COMO E POR QUE SE MANIFESTA LESO ARQUEADA EPITELIAL SUPERIOR? CONDUTA.
SINTOMAS E SINAIS: desconforto; sensao discreta de corpo estranho; sensao de olho seco; leso epitelial de 0.5 mm de largura por 2 a 5 mm de comprimento, com bordas irregulares; aparncia de uma fina linha branca de forma arqueada, prxima ao limbo superior, com uma regio de epitlio normal, separando a leso do limbo (Fig. 10 - Pg. 190); tingimento de leso com fluorescena, que no cora com rosa bengala; conjuntiva bulbar superior, com discreta ou nenhuma reao; leso, geralmente, unilateral.
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CONDUTA: prescrever colrio de antibitico devido ao rompimento epitelial; descontinuar o uso da LC por uma semana; readaptar outro tipo de LCH; adaptar RGP, se houver recorrncia. Observaes Leso arqueada epitelial superior mais freqente em usurios de LCH de baixo contedo de gua. A interrupo do uso de LC provoca a remisso do quadro em 24 horas, diferente de outras leses semelhantes, como a do herpes simples.
21) POR QUE OCORRE LCERA CORNEANA INFECCIOSA ASSOCIADA AO USO DE LC?
Como o resultado do rompimento da barreira epitelial, seguido de invaso do estroma corneano, por microorganismos patognicos. a mais grave complicao associada ao uso de LC. CAUSAS DO ROMPIMENTO EPITELIAL: hipxia que provoca edema; trauma por insero ou remoo da LC; reaes txicas aos preservativos das solues; LC com defeito; LC com depsitos. FONTES DE MICROORGANISMOS: meio ambiente; mos do usurio (freqentemente o contaminante est sob as unhas); olho ou estruturas adjacentes; LC contaminada; estojo da LC contaminado; material de manuteno contaminado.
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23) POR QUE FAZER DIAGNSTICO DIFERENCIAL ENTRE CERATITE INFECCIOSA E NO INFECCIOSA?
Deve-se fazer o diagnstico diferencial entre ceratite ou lcera infecciosa e no infecciosa (Fig. 11 - Pg. 191), porque os sinais clnicos associados a no infecciosa, tratada somente com antibitico, levam at 14 dias para desaparecer, enquanto que, o uso associado de corticosteride resolve o problema em poucos dias. O quadro abaixo auxilia no diagnstico diferencial das ceratites:
M ICROBIANA EST RIL
Crit rio cl nico Les es centrais Les es perif ricas Les es > 1,5 mm de di metro Les es < 1,5 mm di metro Est gio precoce: epit lio ntegro Defeito epitelial Est gio tardio: defeito epitelial Dor severa Dor leve Dor progressiva Dor est vel Supura o corneana severa Supura o corneana leve Supura o corneana progressiva Supura o corneana n o progressiva Uve tes Sem uve tes Tratame nto Investiga o microbiol gica auxilia a Investiga o microbiol gica n o auxilia orienta o da conduta na conduta Terapia suave Terapia antibi tica intensa Ester ide t pico Antibi tico profil tico
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Fluorquinolona - (ciprofloxacina, norfloxacina, ofloxacina) que tem amplo espectro de ao, como medicao tpica nica. Nas primeiras horas, o colrio usado de 30 em 30 minutos; depois, de hora em hora por 24 horas; e, de 2 em 2 horas, nos dias seguintes. Em infeces graves, entretanto, recomenda-se o uso do colrio de 5 em 5 minutos nas 2 primeiras horas e a administrao de antibitico via sistmica e via subconjuntival. O acompanhamento e os resultados laboratoriais reorientaro a conduta. Vancomicina e amicacina - Antibiticos de segunda escolha. Associa-se corticide somente quando existe a melhora do processo infeccioso. Se o paciente j utilizava corticide, a suspenso brusca pode agravar o quadro clnico. Suspende-se o uso da medio quando houver melhora clnica, desaparecimento do infiltrado e reepitelizao.
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TRATAMENTO Tpico: usar colrio fortificado de gentamicina (10 a 20 mg/ml), associado a outro, base de quinolona ou vancomicina; pingar colrio de cicloplgico; indicar colrio de acetilcistena a 10%. Sistmico: iniciar com antibitico de amplo espectro e modificar, conforme o resultado do antibiograma.
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mais txico a Neomicina. A Biguanida pode ser associada ao esquema trplice. Brolene, Neomicina e o Miconazol so mais eficazes contra o trofozito, enquanto a ao da Biguanida e do Brolene contra o cisto. O uso de corticide controverso. A maioria dos casos de ceratite por Acanthamoeba termina em transplante de crnea, realizado, sempre que possvel, depois que o processo inflamatrio tenha cedido. PREVENO A Acanthamoeba existe na forma de trofozito e de cisto. Utiliza bactria e fungo como fonte de alimento. encontrada em piscinas, banheiras com gua quente, gua de torneira, gua de esgoto, gua de avio, solo, ar. A ceratite por Acanthamoeba dolorosa, grave, rara e de difcil tratamento clnico, levando, com freqncia, ao transplante de crnea. Pode causar, tambm, esclerite e coriorretinite. O uso de LC, geralmente hidroflica, est associado em 85% dos casos. As fontes de contaminao de LC conhecidas so a soluo salina feita em casa, a gua de piscina pblica e a desinfeco irregular. Recomenda-se: Usar somente solues comercialmente preparadas; Evitar banho de piscina com LC (se isso acontecer, proceder imediata limpeza e desinfeco, ao sair - ver captulo 17); Evitar o uso de gua de torneira para enxaguar a LC.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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C OMPLICAES
Cleusa Coral-Ghanem
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CAUSAS: excessiva presso digital durante o processo de limpeza; RGP de alto DK; crnea muito trica; plpebra muito tensa; uso contnuo; calor excessivo (estojo com LC deixado no carro, sob o sol). CONDUTA: limpar a LC na palma da mo e no entre os dedos; usar sistema de limpeza mecnico; diminuir o DK e desaconselhar o uso contnuo. c) LC CRAQUEL Este termo, que significa superfcie semelhante a verniz rachado, tem sido usado genericamente para se referir a dois tipos de problemas distintos: LC RGP com superfcie crazing SINTOMAS E SINAIS: perda de nitidez de AV em graus variados; placas de depsitos parecendo linhas superficiais gravadas no material. CAUSAS: falhas na manuteno de LC; alteraes do filme lacrimal. CONDUTA: polimento de superfcie; repetidas limpezas enzimticas. LC RGP com superfcie cracking SINTOMAS E SINAIS: sem sintomas; aparncia de vitral, numa superfcie transparente, sem depsitos; fissuras que penetram 10% na matriz da LC, vistas ao microscpio eletrnico.
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CAUSAS: Fatores fsicos: calor; composio do polmero; desidratao/evaporao; mudanas bruscas de temperatura; PH alcalino; radiao ultravioleta. Fludos orgnicos: lcool no diludo; alguns solventes; alguns surfactantes. Presso mecnica: manuseio/flexo; polimento/modificao da LC; processo de fabricao. CONDUTA: substituir a LC. Observao Pode haver uma combinao dos dois problemas. Isto , aps o polimento e remoo de uma superfcie crazing, pode-se encontrar, abaixo, fissura do material demonstrando uma superfcie cracking. d) SUPERFCIE HAZYING Todas as LC RGP so susceptveis a sofrer evaporao do filme lacrimal na sua face anterior. Define-se uma superfcie hazying como o tempo que vai do piscar at o incio do rompimento do filme lacrimal, provocando um enevoamento dinmico atravs da superfcie da LC. Acredita-se que esse problema seja causado por alteraes qumicas na camada de mucina do filme lacrimal que aparecem entre um piscar e outro e reduzem a umectabilidade in vivo. O hazying mais freqente e aparece em menor espao de tempo em LC siliconada do que em fluorcarbonada. SINTOMAS E SINAIS: viso nublada; ressecamento da LC; enevoamento de LC entre um piscar e outro.
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CAUSAS: manuteno inadequada de LC; meio ambiente; polmero de LC; tcnicas de fabricao; temperatura baixa e umidade alta; tempo entre um piscar e outro. CONDUTA: usar gotas umidificantes; rever manuteno da LC; trocar o material da LC. e) REAS HIDROFBICAS (Fig. 14 - Pg. 191) SINTOMAS E SINAIS: turvao visual com LC; reas hidrofbicas na superfcie da LC. CAUSAS EXTERNAS: filme oleoso por material proveniente dos dedos ou por disfuno das glndulas de Meibmio; contaminao por cosmticos ou sabonete que contm lanolina; uso de solues incompatveis com a superfcie do material; filme de mucoprotena. CONDUTA:
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CONDUTA: deixar a LC imersa, aps limpeza, por 24 horas antes de entreg-la ao paciente; remover material aderido com solues especiais; trocar a LC. f) DEPSITOS NA SUPERFCIE A aparncia clnica dos depsitos pode variar, significativamente, de acordo com sua localizao: Na face anterior, so facilmente vistos como um filme translcido acinzentado, atravs de iluminao direta. Na face posterior, a princpio, podem ser detectados somente atravs de retroiluminao. Com o tempo, pode haver mltiplas placas, de fcil visualizao, que provocam alteraes hidrofbicas no epitlio. As placas perifricas no bisel, mais freqentes na superfcie anterior da LC, so formados por resduos opacos que se depositam em forma de anel ao redor da zona tica. Depsitos na face posterior perifrica so raros e de fcil remoo. SINTOMAS E SINAIS: perda de nitidez de AV, em graus variados; irritao ocular; depsitos na LC. CAUSAS: fragmentos hidrofbicos do filme lacrimal e outros depsitos. CONDUTA: usar diariamente soluo limpadora com abrasivo; limpar semanalmente com soluo enzimtica; usar gotas umidificantes; trocar o material da LC. g) DEBRIS (FRAGMENTOS) SOB A LC Debris, tipo clulas esfoliadas, presas sob a LC, podem ser vistos atravs de iluminao direta ou indireta. So mais freqentemente encontrados em usurios que dormem com LC e podem provocar adeso e/ou abrases epiteliais.
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SINTOMAS E SINAIS: queixas visuais discretas; irritao ocular; fragmentos presos entre a superfcie posterior de LC e a face anterior de crnea localizados, geralmente, na rea pupilar. CAUSAS: deficincia do filme lacrimal; deficincia do pestanejar; LC apertada. CONDUTA: indicar gotas umidificantes, 4 ou mais vezes por dia; rever relao lente-crnea; rever manuteno da LC.
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PERIFRICA
(SNDROME
a complicao mais freqente em usurios de LC rgidas. Conforme Henry et al., 1987, esta complicao apareceu em 53% dos usurios de RGP que fazem uso contnuo. Estudos de Schinider et al., 1990, demonstraram que este quadro mais comum em usurios que fazem uso contnuo do que nos que fazem uso dirio de RGP. SINTOMAS E SINAIS: sensao de olho ou LC seca; desconforto; dor que aumenta com o nmero de horas de uso, principalmente quando h formao de dellen (Fig. 15a - Pg. 191); ceratite puntada com freqncia coalescente, presente na regio nasal e temporal adjacente LC (Figs. 15b - Pg. 192 - e 15c - Pg. 192); injeo conjuntival localizada; neovascularizao; formao de pingucula/ptergio e depsito de gordura; ceratite lmbica vascularizada formao de cicatrizes e hiperplasia (Fig. 15d - Pg. 192), provocada por um caso extremo de dissecao crnica; ausncia de sintomas em alguns pacientes. CAUSAS: rompimento do FL em torno da borda da LC, associado a uma deficincia de FL; excessiva frico da LC contra o limbo; LC posicionada inferiormente e com pouca mobilidade; deficincia do pestanejar; LC de borda espessa.
CONDUTA: Corrigir a borda da LC: diminuir a elevao da borda; arredondar a borda para aumentar o conforto do paciente e facilitar o pestanejar; usar desenhos lenticulares: aba positiva, em LC negativa acima de 6 D; lenticular com aba negativa, em grau positivo alto.
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Posicionar a LC superiormente, no caso de estar parada embaixo: aumentar o dimetro; usar CB em K ou mais plana; rever as curvas perifricas com a finalidade de melhorar a troca de lgrimas. Reduzir o dimetro e apertar a CB, se o paciente estiver usando LC grande. Fazer LC fina, com borda pouco elevada: usar LC de DK baixo para fazer LC de menor espessura e peso. Evitar o uso prolongado/contnuo. Reavaliar filme lacrimal. Em caso de deficincia lacrimal: usar gotas umidificantes; concientizar o paciente quanto s limitaes do uso; contra-indicar o uso esttico de LC em olho seco. Avaliar o pestanejar. Em caso de deficincia, recomendar exerccios: olhar fixamente um objeto frente, na altura dos olhos, e piscar 20 vezes, de maneira completa e sem alterar a mmica facial (piscar com intensidade normal); repetir esse exerccio 4 vezes por dia, pelo menos por 30 dias. c) ADESO MOLDEAMENTO CORNEANO (SNDROME DE LC FIXA) A adeso, embora possa ocorrer no uso dirio de LC RGP, muito mais freqente quando usada para dormir. O paciente acorda pela manh com a LC presa crnea. Muitas vezes, ela se move, espontaneamente, aps 2 ou 3 horas. SINTOMAS E SINAIS: desconforto ou dor, principalmente aps a remoo da LC; sensao de LC apertada; LC de difcil remoo; borramento visual com culos; LC fixa, posicionada inferiormente; fragmentos debaixo da LC pela diminuio do fluxo lacrimal (Fig.16a Pg. 192); identao na crnea e conjuntiva, aps a remoo da LC (Fig.16b - Pg. 192).
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CAUSAS PRINCIPAIS: LC apertada - adaptada acima de K sofre mais flexo; LC adaptada abaixo de K, porm com dimetro muito grande e pouco levantamento de borda, impedindo o movimento da LC e do fluxo lacrimal; superfcie de LC hidrofbica; forte tenso palpebral; caracterstica topogrficas da crnea; filme lacrimal fino debaixo da LC, por diminuio de parte aquosa (a viscosidade da camada mucosa torna-se maior pela aderncia de debris, o que, somada a uma presso palpebral contnua durante o sono, provoca a adeso da LC). CONDUTA: aguardar que a crnea retorne s condies fisiolgicas normais para readaptar a LC; rever todos os parmetros da LC: aplanar o raio da CB em caso de LC apertada; adaptar a CB em K ou mais plana, porque LC mais plana sofre menos flexo; aumentar a espessura central em 0,03 mm a 0,05 mm; fazer a adaptao interpalpebral, se a CB da LC mais plana do que K, porm com dimetro muito grande; reduzi-lo e adaptar com livramento apical; melhorar curvas perifricas, em ambos os casos, para facilitar a troca lacrimal. testar LC asfrica; mudar o material RGP; desaconselhar o uso prolongado/contnuo. Observao A adeso prolongada pode causar distoro corneana localizada, ceratite puntada superficial, eroso de crnea (Fig 16c - Pg. 192) e olho vermelho agudo. d) LC APERTADA SINTOMAS E SINAIS:
ardncia; desconforto;
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edema de crnea; movimentao pequena ou ausente da LC; presena de bolha de ar sob a LC; hiperemia pericertica.
Observao O inadequado movimento da LC pode causar irritao epitelial ou at reao txica a restos metablicos presos debaixo dela. CONDUTA: Soltar a LC, reduzindo o dimetro ou aplanando a CB. e) LENTE FROUXA SINTOMAS E SINAIS:
desconforto; irritao na plpebra superior; queixas visuais; excesso de movimento da LC, com deslocamento nasal ou temporal; injeo lmbica.
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CONDUTA: solicitar desenho de borda lenticular negativa em LC negativa de baixo poder e em LC positiva, para posicionar 1/4 da LC debaixo da plpebra superior; usar, pelo mesmo motivo, borda positiva em LC de alto grau negativo, para diminuir o trauma da borda da LC com a borda palpebral, facilitando o pestanejar; verificar se o desenho da curva perifrica est desmasiado largo e plano, provocando excessivo livramento da borda; aplanar o raio de CB, adaptando em K ou mais plana do que K, especialmente em graus negativos; reduzir a espessura da LC, preferindo DK mais baixo para evitar flexo. Observao LC posicionada inferiormente causa de dissecao corneana perifrica (sndrome de 3 a 9 horas). b) DESCENTRAO LATERAL (NASAL OU TEMPORAL) CAUSAS: astigmatismo corneano contra-a-regra; pice corneano descentrado; LC plana. CONDUTA: apertar a CB; aumentar o dimetro; testar LC asfrica. c) DESCENTRAO SUPERIOR CAUSAS: LC plana; aplanamento superior da crnea. CONDUTA: apertar o raio da CB; aumentar a espessura em 0,03 mm - 0,04 mm; usar borda positiva ou bisel anterior. Observao LC acavalgando o limbo supeior pode provocar um aplanamento dessa rea crneana e simular um ceratocone inicial ao exame topogrfico.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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ANAMNESE Histria atual
S UGESTES
Queixa principal ....................................................................................... QP Sade/medicao sistmica e tpica em uso Histria do uso de culos Tempo de uso; motivo do incio; atividades em que usa; data e prescrio do ltimo exame; motivos para iniciar o uso de LC. Histria do uso de LC Tipo de LC Rgida gs permevel ........................................................................... RGP Hidroflica ........................................................................................... LCH Polimetilmetacrilato ......................................................................... PMMA Cosmtica .......................................................................................... LCC Teraputica .......................................................................................... LCT Hidroflica trica ................................................................................. LHT Uso dirio .............................................................................................. UD Uso prolongado ...................................................................................... UP Uso flexvel ........................................................................................... UF Uso contnuo .......................................................................................... UC Uso ocasional ........................................................................................ UO
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Tempo de uso .......................................................................................... TU - permanncia da LC no olho; - atual; - tempo habitual de troca; - tempo de borramento da viso aps a remoo da LC; - razes da troca do tipo de LC ou interrupo do uso. Sistema de manuteno utilizado Complicaes com LC anteriores Conhecimento do usurio sobre: - cuidados e perigos; - importncia da manuteno; - necessidade de controle. Expectativa do paciente Antecedentes oculares Antecedentes pessoais Antecedentes familiares AVALIAO DO CANDIDATO Higiene; condies psicolgicas e fsicas; ambiente de trabalho; esportes; manuseio com LC; cumprimento das recomendaes. ACUIDADE VISUAL ................................................................................... A V Olho direito .............................................................................................. OD Olho esquerdo ......................................................................................... OE Com correo .......................................................................................... CC Sem correo ........................................................................................... SC Para perto ................................................................................................ PP Para longe ................................................................................................ PL
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culos ..................................................................................................... OC Percepo luminosa ................................................................................ PLu Movimentos de mo ............................................................................... MM Conta dedos ............................................................................................. CD VISO DE CORES SEMIOLOGIA MOTORA Mobilidade extrnseca ocular ................................................................ MEO Ponto prximo de convergncia .............................................................. PPC Ponto prximo de acomodao ............................................................... PPA Rotao binoculares ................................................................................. RB Cover test ............................................................................................... CT Endoforia para perto .................................................................................. E Endotropia para perto .............................................................................. ET Endotropia intermitente para perto ......................................................... E(T) Endoforia para longe ................................................................................... E Endotropia para longe .............................................................................. ET Endotropia intermitente para longe ......................................................... E(T) Olho dominante ................................................................................. O.Dom Exoforia para perto .................................................................................... X Exotropia ................................................................................................. XT Exotropia intermitente ............................................................................ X(T) REFRAO Refrao dinmica .............................................................................. R. Din Refrao esttica................................................................................ R. Est Receitas de culos .................................................................................... Rx EXAME DO SEGMENTO ANTERIOR E ANEXOS Exame externo das plpebras Ectrpio .................................................................................................... Ec Entrpio .................................................................................................... En
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Ocluso palpebral .................................................................................... OP Piscamento ................................................................................................. P Fenda palpebral (medida em mm) ............................................................. FP Ponto lacrimal (posio, refluxo) ............................................................... PL Blefarite .................................................................................................... Bl Meibomite Biomicroscopia ......................................................................................... BIO Filme lacrimal ........................................................................................... FL Crnea ..................................................................................................... Co Conjuntiva ............................................................................................. Conj Teste com fluorescena .......................................................................... Fluo Teste com rosa bengala ........................................................................... RB Pupila Presso intra-ocular ................................................................................ PIO Filme lacrimal............................................................................................... FL Tempo de rompimento do FL ................................................... TR (ou BUT) Teste de Schirmer ............................................................................... T. Sch FUNDO DE OLHO ..................................................................................... FO CERATOMETRIA .......................................................................................... C TESTE COM LC Medir parmetros da LC curva base ............................................................................................... CB grau ............................................................................................................ G dimetro .................................................................................................... espessura ................................................................................................... E
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Observar lmpada de fenda: posio; mobilidade; relao lente-crnea; padro de fluorescena; piscamento; lacrimejamento; fotofobia. Avaliar adaptao e capacidade de uso: conforto; satisfao do paciente; reaes oculares LC; medida da AV para perto e para longe. ORIENTAES AO USURIO Explicar a importncia da limpeza e manuteno; instruir quanto manuteno; fazer um treinamento para o manuseio correto da LC; entregar materiais educativos para o paciente; recomendar retornos a qualquer sinal ou sintoma de irritao ocular. RETORNOS Medir a AV examinar ao biomicroscpio; conferir o cumprimento das orientaes fornecidas, quanto manuteno da LC e do estojo; conferir os parmetros da LC.
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A TUAO
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08) QUAL A FUNO DO AUXILIAR NA OBTENO DE ADERNCIA DO PACIENTE AO TRATAMENTO DE COMPLICAES, PS CONSULTA?
Aps prescrio dos medicamentos a serem utilizados, o paciente ser encaminhado ao auxiliar, que explicar a receita, a maneira correta do uso de colrio, da pomada oftlmica e quaisquer outras recomendaes do oftalmologista. O auxiliar marcar retorno e salientar a disponibilidade para contatos telefnicos.
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Dependendo do tipo de queixa, o auxiliar pode tratar resolv-la por telefone. Porm, deve marcar consulta de urgncia, ao menor sinal ou sintoma de perigo (dor, hiperemia, viso de halos coloridos ao redor das luzes, secreo, viso turva sem LC por mais de hora). Em caso de dvida, pedir para o paciente aguardar na linha e relatar ao oftalmologista todos os dados necessrios para o bom entendimento do caso, que tomar as decises e indicar a conduta a ser seguida. .
10) EXISTE ALGUM CURSO OU LITERATURA ESPECFICA PARA O AUXILIAR ADQUIRIR MAIS CONHECIMENTOS SOBRE A ADAPTAO DE LC?
A Unicamp e a SOBLEC realizam cursos para auxiliares de Oftalmologia que queiram se aprofundar na rea. Quanto literatura, o oftalmologista selecionar aquelas que achar mais adequadas para apresentar ao auxiliar. O importante que haja interesse em aprender, por parte do auxiliar, e, de ensinar, por parte do oftalmologista. Essa ser uma unio vantajosa para todos, principalmente para o paciente que estar melhor assessorado.
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ANAMNESE anamnese prvia; medida e avaliao dos culos e LC em uso. TRABALHO JUNTO AO OFTALMOLOGISTA posio do paciente nos aparelhos; instilao dos colrios; anotao de receitas; teste de Schirmer; teste de estereopsia; anotao dos resultados de exames; explicar sobre cicoplegia e midrase; PS-CONSULTA Teste: avaliao do paciente; condies higinicas; reao ao uso (piscar,prurido, dor etc.); capacidade de aderir s recomendaes propostas; medida da acuidade visual. EDUCAO DO PACIENTE horrio de uso; vida mdia e troca de LC; manuseio; conservao do estojo; reaes oculares; conduta, em casos de dvidas; sinais e sintomas de perigo; marcao de retorno.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CASTRO, R.S.; KARA-JOS, N. Anamnese dirigida. In: BELFORT JR., R.; KARAJOS, N. Crnea Clnica-Cirrgica. So Paulo: Roca, 1997, p.99. HOLYK,P.R.; ATWOOD,J.D. Starting a contact lens practice. In: KASTL, P. R. Contact Lenses the CLAO Guide to Basic Science and Clinical Practice. Iowa: Kendall Hunt, 1995. p. 263-275. STEIN,A.S.; SLATT,B.J.; STEIN,R.M. Management of a contact lens practice. In: _____. Fitting Guide for Rigid and Soft Contact Lenses, ed 3, St. Louis: C. V. Mosby Co., 1990, p. 489-498.
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Fig 03a - CPG - papilas gigantes nas zonas 1 e 2 da conjuntiva tarsal superior, em usurio de LCH.
Fig 03b - CPG - papilas gigantes nas zonas 1 e 2 da conjuntiva tarsal superior, em usurio de LCH (outro caso).
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Fig 07 - Ceratite numular - Infiltrados em forma de moeda nas camadas superficial e profunda do estroma corneano, em usurio de Thimerosal.
Fig 09a - Alterao epitelial em arco por desidratao de LCH fina de alta hidratao.
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Fig 13a - Infiltrado em anel em paciente com lcera por Acanthamoeba (04/10/93).
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Fig 16a - Adeso de lente RGP, com debris presos debaixo (Sndrome de lente fixa).
Fig 16b - Moldeamento corneano. Identao na crnea e conjuntiva aps a remoo da lente fixa.
Anexo 2: Tabelas
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ANEXO 2: TABELAS
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Anexo 2: Tabelas
Tabela 2 - Tabela de converso que relaciona poder refrativo da crnea, em dioptrias, com o raio de curvatura, em milmetros
Dioptrias
53,00 52,75 52,50 52,25 52,00 51,75 51,50 51,25 51,00 50,75 50,50 50,25 50,00 49,75 49,50 49,25 49,00 48,75 48,50 48,25 48,00 47,75 47,50 47,25 47,00 46,75 46,50 46,25 46,00 45,75 45,50 45,25 45,00 44,75 44,50 44,25 44,00
r (mm)
6,3 7 6,4 0 6,4 3 6,4 6 6,4 9 6,52 6,55 6,59 6,62 6,6 5 6,6 8 6,7 2 6,75 6,78 6,82 6,85 6,89 6,92 6,96 6,99 7,0 3 7,0 7 7,10 7,14 7,18 7,2 2 7,2 6 7,3 0 7,3 4 7,3 8 7,4 2 7,4 6 7,5 0 7,5 4 7,5 8 7,6 3 7,6 7
Dioptrias
43,75 43,50 43,25 43,00 42,75 42,50 42,25 42,00 4 1, 7 5 41,50 41,25 4 1, 0 0 40,75 40,50 40,25 40,00 39,7 5 39,5 0 39,2 5 39,0 0 38,75 38,50 38,2 5 38,00 37,50 37,00 36,50 36,00 35,00 34,00 33,00 32,00 31,00 30,00
r (mm)
7,7 2 7,76 7,8 0 7,85 7,8 9 7,9 4 7,99 8,04 8,0 8 8,13 8,18 8,2 3 8,28 8,33 8,39 8,44 8,4 9 8,5 4 8,6 0 8,6 5 8,71 8,77 8,8 2 8,8 8 9,0 0 9,12 9,2 5 9,3 8 9,6 4 9,9 3 10,23 10,55 10 , 8 9 11,25