Aula 1 - Direito Penal Anotações
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CARREIRA JURDICA
Direito Penal Rogrio Sanches
DIREITO PENAL: CONCEITO a) Aspecto Formal / Esttico: Direito Penal o conjunto de normas que qualifica certos comportamentos humanos como infraes penais, define os seus agentes e fixa sanes a seremlhes aplicadas. b) Aspecto Material: O Direito Penal refere-se a comportamentos considerados altamente reprovveis ou danosos ao organismo social, afetando bens jurdicos indispensveis prpria conservao e progresso da sociedade.
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- Quando a conduta atenta contra bens jurdicos especialmente tutelados, merece reao mais severa por parte do Estado, valendo-se do Direito Penal. - O que diferencia a norma penal das demais a espcie de consequncia jurdica (pena privativa de liberdade).
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1- MISSO MEDIATA
a) b)
2- MISSO IMEDIATA
2 Corrente:
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Positivo
Negativo
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CUIDADO! O DIREITO DE PUNIR ESTATAL NO ABSOLUTO / INCONDICIONADO / ILIMITADO: LIMITES DO DIREITO DE PUNIR ESTATAL: 1- Quanto ao MODO: O direito de punir estatal deve respeitar direitos e garantias fundamentais.
2- Quanto ao ESPAO: Em regra, aplica-se a lei penal aos fatos ocorridos no territrio nacional (Princpio da Territorialidade art. 5 C.P.).
Art. 5, C.P. - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuzo de convenes, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territrio nacional.
3- Quanto ao TEMPO: O direito de punir no eterno (a maior prova dessa afirmao a prescrio limite temporal do direito de punir).
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OBS.: O direito de punir monoplio do Estado, ficando proibida a justia privada. A justia privada pode caracterizar o crime de exerccio arbitrrio das prprias razes (art. 345 C.P.).
Art. 345 - Fazer justia pelas prprias mos, para satisfazer pretenso, embora legtima, salvo quando a lei o permite:
CUIDADO! H um caso que o Estado tolera a punio privada paralela punio estatal: ESTATUTO DO NDIO (art. 57 da lei n 6001/73)
Art. 57. Ser tolerada a aplicao, pelos grupos tribais, de acordo com as instituies prprias, de sanes penais ou disciplinares contra os seus membros, desde que no revistam carter cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte.
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- O artigo 1 do Estatuto de Roma consagrou o PRINCPIO DA COMPLEMENTARIDADE, segundo o qual, o TPI ser chamado a intervir somente se e quando a justia repressiva interna falhar, se tornar omissa ou insuficiente.
Estatuto de Roma - Artigo 1 - O Tribunal - criado, pelo presente instrumento, um Tribunal Penal Internacional ("o Tribunal"). O Tribunal ser uma instituio permanente, com jurisdio sobre as pessoas responsveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional, de acordo com o presente Estatuto, e ser complementar s jurisdies penais nacionais. A competncia e o funcionamento do Tribunal reger-se-o pelo presente Estatuto.
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DIREITO PENAL
DIREITO PENAL PROMOCIONAL / POLTICO / DEMAGOGO O Estado, visando a consecuo dos seus objetivos polticos, emprega leis penais desconsiderando o princpio da interveno mnima. Finalidade: usar o direito penal para a transformao social. Exemplo: Estado criando contraveno penal de mendicncia (revogada) para acabar com os mendigos ao invs de melhorar polticas pblicas.
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Atendendo as demandas de criminalizao, o Estado cria normas de represso ignorando garantias do cidado. Finalidade: devolver o sentimento de tranquilidade para a sociedade. Exemplo: lei dos crimes hediondos (lei n 8.072/90) sequestro do Ablio Diniz (presso da mdia).
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Trabalha com o tempo que o Estado leva para punir o autor de uma infrao penal mais ou menos severa.
1 VELOCIDADE:
2 VELOCIDADE:
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Pena privativa de liberdade Penas alternativas Procedimento garantista Ex: C.P.P. Procedimento flexibilizado Ex: lei n 9.099/95
Curiosidade - para alguns doutrinadores h, ainda a 4 VELOCIDADE do Direito Penal: A 4 (quarta) velocidade do Direito Penal est ligada ao Direito Internacional. Para aqueles que uma vez ostentaram a posio de Chefes de Estado e como tais violaram gravemente tratados internacionais de tutela de direitos humanos, sero aplicadas a eles as normais internacionais (TPI). Nessa velocidade, h uma ntida diminuio das garantias individuais penais e processuais penais desses rus, defendida inclusive pelas ONGs.
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Lugar de onde vem (fonte material) e como se exterioriza (fonte formal) o Direito Penal.
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Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo, aeronutico, espacial e do trabalho;
IMPORTANTE!
Lei complementar pode autorizar o Estado a legislar sobre Direito Penal incriminador no seu mbito.
Art. 22, pargrafo nico. Lei complementar poder autorizar os Estados a legislar sobre questes especficas das matrias relacionadas neste artigo.
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IMEDIATA: Lei
IMEDIATAS: - Lei - Constituio Federal -Tratados Internacionais de Direitos Humanos - Jurisprudncia - Princpios -Atos administrativos
MEDIATA: Doutrina
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- Muito embora no possa criar infraes penais ou cominar sanes, a C.F. nos revela o Direito Penal estabelecendo patamares mnimos (mandado constitucional de criminalizao) abaixo dos quais a interveno penal no se pode reduzir.
# Pergunta (fase oral MP/SP): Se a C.F. superior lei, porque ela no pode criar infraes penais ou cominar sanes?
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EXEMPLOS DE MANDADOS CONSTITUCIONAIS DE CRIMINALIZAO: Art. 5, XLII, CF - A prtica do racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso (patamares mnimos), nos termos da lei; (a lei quem cria o crime de racismo e comina a sua pena).
Art. 5, XLIV, CF - Constitui crime inafianvel e imprescritvel (patamares mnimos) a ao de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrtico;
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Existem mandados constitucionais de criminalizao implcitos? (MP/GO) - De acordo com a maioria, existem mandados constitucionais de criminalizao implcitos, com a finalidade de evitar a interveno insuficiente do Estado.
- Ex: O legislador no poderia retirar o crime de homicdio do ordenamento jurdico, porque a C.F./88 garante o direito vida.
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CF/88
TIDH - status constitucional (qurum EC) TIDH - status supralegal (qurum comum)
LEI ORDINRIA
Os T.I.D.H. (com status constitucional ou supralegal) no podem criar infraes penais ou cominar sanes para o Direito interno mas apenas para o Direito Internacional Penal (julgado no TPI).
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ATENO!
Antes da lei n 12.694/12 (que definiu organizao criminosa), o STF, no julgamento do HC 96.007, decidiu pela proibio da utilizao da definio de Organizao Criminosa dada pela Conveno de Palermo, reafirmando que os Tratados Internacionais no podem criar infraes penais ou cominar sanes para o Direito interno mas apenas para o Direito Internacional Penal.
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Ex: Art. 71 C.P. - Quando o agente, mediante mais de uma ao ou omisso, pratica dois ou mais crimes da mesma espcie e, pelas condies de tempo (jurisprudncia prope 30 dias), lugar, maneira de execuo e outras semelhantes, devem os subseqentes ser havidos como continuao do primeiro, aplicase-lhe a pena de um s dos crimes, se idnticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois teros.
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- Fonte formal imediata. -No raras vezes, os Tribunais absolvem ou reduzem penas com fundamento em princpios. Ex:
a.6) ATOS ADMINISTRATIVOS - Fonte formal imediata quando complementam norma penal em branco. - Ex:
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O ato de interpretar necessariamente feito por um sujeito que, empregando determinado modo, chega a um resultado.
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Art. 327, C.P. - Considera-se funcionrio pblico, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica.
1 - Equipara-se a funcionrio pblico quem exerce cargo, emprego ou funo em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de servio contratada ou conveniada para a execuo de atividade tpica da Administrao Pblica.
b) Interpretao doutrinria (ou cientfica) - a interpretao feita pelos estudiosos. - Ex: c) Interpretao jurisprudencial - o significado dado s leis pelos Tribunais. - Ex:
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CUIDADO!
Exposio de motivos do Cdigo Penal exemplo de interpretao doutrinria feita pelos doutos que trabalharam no Projeto do C.P. (no interpretao autntica / legislativa). da Exposio de motivos do C.P.P.: feita por lei (interpretao autntica / legislativa).
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b) Teleolgica
c) Histrica
d) Sistemtica
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b) Restritiva A interpretao reduz o alcance das palavras da lei para corresponder vontade do texto.
c) Extensiva (+ cai no concurso) Amplia-se o alcance das palavras da lei para que corresponda vontade do texto.
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ATENO! A doutrina cita, ainda, duas espcies de interpretao: 1- INTERPRETAO SUI GENERIS
Se subdivide em:
a) EXOFRICA: o significado da norma interpretada no est no ordenamento normativo.
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Exemplo: art. 20 C.P. (tipo) quem define o que tipo legal a doutrina e no a lei.
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punio por crime culposo, se previsto em lei.
b) ENDOFRICA : o texto normativo interpretado empresta o sentido de outros textos do prprio ordenamento normativo (interpretao muito utilizada nas normas penais em branco). Exemplo: art. 237 C.P. a expresso impedimento para casamento interpretada de acordo com o Cdigo Civil.
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existncia de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: Pena - deteno, de trs meses a um ano.
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2INTERPRETAO CONSTITUIO
CONFORME
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