Conceitos Do Direito Penal PartGeral

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Direito Penal Direito Penal

Considerações Iniciais
Considerações Iniciais
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de
Cléber Masson conceitua o Direito Penal como o ramo do Direito Público reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou
(regras indisponíveis e obrigatoriamente impostas a todas as pessoas), que cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a
se ocupa de estudar os valores fundamentais sobre os quais se assentam que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou
as bases da convivência e da paz social, os fatos que os violam e o conjunto ambas, alternativa ou cumulativamente. Lei de introdução do Código
de normas jurídicas (princípios e regras) destinadas a proteger tais valores, Penal
mediante a imposição de penas e medidas de segurança. Dessa forma, a
finalidade do Direito Penal é proteger os bens mais importantes e Crime
necessários para a própria sobrevivência da sociedade. Infração penal –
Sistema dicotômico
Contravenção

Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade


não pode ser superior a 40 (quarenta) anos.

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Considerações Iniciais Considerações Iniciais

O Código Penal Brasileiro, decreto-lei nº 2.848/1940, é dividido em duas Código Penal e o Edital de concurso: O edital de um
partes, a Geral e a Especial. certame é a lei que rege o concurso. Nele estão previstas
Na Parte Geral são estabelecidos conceitos gerais extremamente informações como o número de vagas e cargos ofertados, a
importantes sobre diversos aspectos, tais como: a) Crime consumado e remuneração e atribuições de cada um, as etapas de provas e
tentado; b) Crime doloso e culposo; c) Concurso de Pessoas datas em que cada uma delas ocorrerá, bem como suas regras, o
Na Parte Especial estão localizados os crimes em espécie, as normas conteúdo programático e outras informações importantes.
incriminadoras e suas respectivas penas. Normalmente um edital vai exigir parte do CP e não o código inteiro
(361 artigos).
Parte Geral Parte Especial
Art. 1º ao 120 Art. 121 ao 361 • Edital de Escrevente, por exemplo pede estes artigos:
Normalmente editais DIREITO PENAL: Código Penal - artigos 293 a 305; 307; 308; 311-
começam do art. 293 em A; 312 a 317; 319 a 333; 336 e 337; 339 a 347; 357 e 359
diante

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Direito Penal Direito Penal

Já entendi! Para que saber disso?


O editais não pedem a parte geral. Não pede contravenção no meu edital!

O edital de escrevente já começa pedindo parte especial, ou seja


artigo 293 a 305... Denunciação caluniosa
É isso professor???
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de
procedimento investigatório criminal, de processo judicial, de
Eis a armadilha posta....o golpe tá aí.... processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime,
Uma análise apressada é dizer: então nada preciso saber da Parte infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe
Geral. inocente:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
CUIDADO! A bem da verdade, só se consegue § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de
compreender a Parte Especial com o entendimento correto das anonimato ou de nome suposto.
lições da Parte Geral. § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática
de contravenção.

Direito Penal Direito Penal

Comunicação falsa de crime ou de contravenção • Código Penal / Doutrina / Jurisprudência: A doutrina é um


conjunto de princípios, ideias e ensinamentos de autores e
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a juristas que, no caso, servem de base para o Direito e que
ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter influenciam e fundamentam as decisões judiciais. Jurisprudência
verificado: é o conjunto de decisões judiciais em um mesmo sentido
proferida pelos tribunais.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. • Tanto doutrina, quanto a jurisprudência são muito importantes,
pois ajudam a entender a aplicação prática do dispositivo legal.
Elas firmam entendimento sobre o direito material ou processual
Olha este....que perigo....não fala em contravenção... a partir da opinião de grandes juristas e aprofundam a discussão
sobre o tema.
Auto-acusação falsa • No entanto, as perguntas do concurso público, especial provas
de primeira fase ou de uma fase só, são primordialmente
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou baseadas nos artigos legais, como os previstos no Código
praticado por outrem: Penal. Ou seja, a leitura da lei seca é imprescindível e prioritária.
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

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Direito Penal Noções da PARTE GERAL
(VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário) Do Crime
Art. 14
Tendo em conta o crime de inutilização de edital ou de sinal, previsto no
artigo 336, do Código Penal, e o crime de subtração ou inutilização de livro DIZ-SE O CRIME:
ou documento, previsto no artigo 337, do Código Penal, assinale a
CRIME CONSUMADO CRIME TENTADO
alternativa correta.
(CONATUS)
A) São crimes próprios de funcionários públicos, só podendo ser por eles I - consumado, quando nele se II - tentado, quando, iniciada a
praticados. reúnem todos os elementos de execução, não se consuma por
B) O crime de inutilização de edital ou sinal será qualificado quando há sua definição legal; circunstâncias alheias à
violação de sinal empregado para cerrar objeto de interesse da justiça. vontade do agente.
C) São crimes que inadmitem tentativa. Parágrafo Único Salvo
D) O crime de subtração ou inutilização de livro ou documento restará disposição em contrário, pune-se
caracterizado ainda que o documento inutilizado estiver confiado a a tentativa com a pena
particular, desde que em serviço público. correspondente ao crime
E) O crime de subtração ou inutilização de livro ou documento, se parcial a 𝟏 𝟐
consumado, diminuída de a .
inutilização do documento, será punido de forma diminuída. 𝟑 𝟑
COMO te perguntam sobre tentativa se não pedem a parte geral???

Tentativa (conatus):
Condescendência criminosa

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar A tentativa (também chamada de conatus) constitui a realização
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, imperfeita do tipo penal. Dá-se quando o agente põe em prática o
quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da plano delitivo engendrado e, iniciando os atos executórios, vê
autoridade competente: frustrado seu objetivo de consumar o crime por motivos
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. independentes/alheios à sua vontade.

De acordo com o art. 14, parágrafo do Código Penal: Salvo


disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois
terços.

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PARTE GERAL
Do Crime
Condescendência criminosa Art. 18
DIZ-SE O CRIME:
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, CRIME DOLOSO CRIME CULPOSO
quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da I - doloso, quando o agente quis II - culposo, quando o agente
autoridade competente: o resultado ou assumiu o risco deu causa ao resultado por
de produzi-lo; imprudência, negligência ou
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. imperícia.

Seria possível a Tentativa? Art. 18, Parágrafo Único

Resposta Ninguém pode ser punido por


os casos expressos
Não é cabível, por se tratar de crime omissivo próprio ou puro, e, portanto, fato previsto como crime, senão SALVO
em lei.
unissubsistente, sendo impossível o fracionamento do iter criminis. quando o pratica dolosamente,

Somente um crime está prevista a modalidade culposa: Peculato culposo.

Do Crime
QUESTÃO
(FUNCAB ELABORADA
- 2014 - PJC-MT PELO PROFESSOR
- Investigador - Escrivão de Polícia)
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
Umbelino, policial civil encarregado de efetuar o transporte de
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem inquéritos policiais da delegacia para o fórum, por descuido, não
a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou percebeu quando um dos procedimentos caiu da pilha que
parcialmente: transportava no percurso entre a delegacia e o fórum, motivando a
instauração de um procedimento de polícia judiciária para apurar o
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime desaparecimento do inquérito policial. Uma vez provada todas
mais grave. essas circunstâncias, Umbelino:

A) Incidiu no crime de extravio, sonegação ou inutilização de livro


ou documento previsto no artigo 314 do Código Penal.
B) não praticou crime.
C) incidiu no crime de sonegação de papel ou objeto de valor
probatório previsto no artigo 356 do Código Penal.
D) incidiu no crime de subtração ou inutilização de livro ou
documento previsto no artigo 337 do Código Penal.
E) incidiu no crime de supressão de documento previsto no artigo
305 do Código Penal.

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PARTE GERAL
QUESTÃO
(FUNCAB ELABORADA
- 2014 - PJC-MT PELO PROFESSOR
- Investigador - Escrivão de Polícia)
Do Crime
Umbelino, policial civil encarregado de efetuar o transporte de
CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS
inquéritos policiais da delegacia para o fórum, por descuido, não
percebeu quando um dos procedimentos caiu da pilha que Art. 30
transportava no percurso entre a delegacia e o fórum, motivando a
instauração de um procedimento de polícia judiciária para apurar o NÃO SE COMUNICAM as
desaparecimento do inquérito policial. Uma vez provada todas circunstâncias e as condições SALVO quando elementares do
essas circunstâncias, Umbelino: de caráter pessoal, crime.

A) Incidiu no crime de extravio, sonegação ou inutilização de livro


Intraneus - funcionário público
ou documento previsto no artigo 314 do Código Penal.
Extraneus – particular
B) não praticou crime.
C) incidiu no crime de sonegação de papel ou objeto de valor
probatório previsto no artigo 356 do Código Penal.
D) incidiu no crime de subtração ou inutilização de livro ou
documento previsto no artigo 337 do Código Penal.
E) incidiu no crime de supressão de documento previsto no artigo
305 do Código Penal.

Do Crime Do Crime

Particular pode praticar crime funcional? Assim, o particular que, conscientemente, participa de um peculato
responde por esse crime, ante o disposto no art. 30 do CP. O
R: O particular, portanto, estranho à Administração Pública, que particular precisa saber que seu comparsa é funcionário público
colabore de qualquer forma para o crime cometido por funcionário (liame subjetivo).
público, por exemplo, peculato, responderá por esse delito na
qualidade de coautor ou partícipe, embora não detenha a qualidade
especial de funcionário público. (VUNESP - 2011 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de
Art. 30 CP) Registros – Provimento) O artigo 312 do Código Penal, crime de
peculato, pode ser imputado
CUIDADO: o particular deve ter conhecimento dessa condição A) ao particular em coautoria, desde que tenha conhecimento da
pessoal do coagente, isto é, o dolo deve abranger a elementar do qualidade de funcionário público do autor.
tipo penal. B) ao funcionário público desvinculado da função.
C) somente ao funcionário público independentemente do exercício
de sua função
D) somente ao particular.

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Do Crime
(VUNESP - 2023 - Prefeitura de Piracicaba - SP - Procurador
Assim, o particular que, conscientemente, participa de um peculato Jurídico)
responde por esse crime, ante o disposto no art. 30 do CP. O
Com relação ao crime de peculato, é correto afirmar que
particular precisa saber que seu comparsa é funcionário público
(liame subjetivo).
A) por tratar-se de crime próprio, somente praticado por funcionário
público, terceiro que tenha contribuído para a execução do delito
responde por crime diverso.
(VUNESP - 2011 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de
Registros – Provimento) O artigo 312 do Código Penal, crime de
Considerada ERRADA
peculato, pode ser imputado
A) ao particular em coautoria, desde que tenha conhecimento
da qualidade de funcionário público do autor.
Se houver participação de particular (que saiba da condição
B) ao funcionário público desvinculado da função.
de funcionário público do coautor), responderá também por
C) somente ao funcionário público independentemente do exercício
peculato.
de sua função
D) somente ao particular.

PARTE GERAL PARTE GERAL


Do Crime Do Crime

QUALIFICADORA CAUSA DE AUMENTO

Altera o patamar da pena base. Incrementa a punição.

Violação de sigilo funcional Corrupção passiva

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato tal vantagem:
não constitui crime mais grave. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(...)
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em
Pública ou a outrem: conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.. retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
pratica infringindo dever funcional.

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PARTE GERAL Direito Penal

O que é Fato típico e Atípico  Conduta comissiva (ação) e omissiva (omissão)

Diz-se que um fato é TÍPICO quando aquela conduta está Prevaricação


descrita como crime em uma norma penal. A tipicidade é a
subsunção de um fato a uma norma penal. Por exemplo: Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
matar alguém é considerado crime de homicídio porque está ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para
descrito no artigo 121 do Código Penal como uma conduta satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
punida com reclusão (Art. 121. Matar alguém: Pena –
reclusão, de seis a vinte anos).
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Já o fato ATÍPICO é uma conduta que não é considerada
...
crime por norma penal alguma. Por exemplo: mentir, contrair
dívidas, etc. Condutas:
Retardar e deixar de praticar - modalidades omissivas do crime
de prevaricação.
Praticar - comissivo

Iter criminis (Caminho do crime) Direito Penal

Iter criminis (Caminho do crime): Iter Criminis é uma expressão


em latim que pode ser traduzida para “itinerário do crime” ou
Cogitação (fase interna) “caminho do crime”. Da mesma forma, a expressão serve para se
Atos preparatórios (fase externa) - - - 294 do CP referir às várias etapas que se sucedem cronologicamente no
Atos executórios (fase externa) desenvolvimento do delito.
Consumação (fase externa)
Exaurimento Fase Interna: Cogitação – Não é punível. Enquanto a ideia
Petrechos de falsificação delituosa não ultrapassar a esfera do pensamento do indivíduo, por
pior que seja, não se poderá censurar criminalmente o ato, pois
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto ainda está apenas na fase de cogitação. A exteriorização da
especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis vontade por meio de uma ação ou omissão é necessária para a
referidos no artigo anterior: tipificação de uma conduta.
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

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Direito Penal Direito Penal

Petrechos de falsificação Consumação: de acordo com o art. 14, inciso I do Código Penal,
há consumação quando se fazem presentes todos os elementos da
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto definição legal do delito, ou seja, quando há total subsunção da
especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis conduta do sujeito com a norma penal.
referidos no artigo anterior:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. A consumação se dá em momentos diferentes a depender da
espécie de crime:
Não é necessário que o agente faça uso dos objetos destinados
a falsificação, bastando a posse dos mesmos para praticar o a) crimes materiais ou de resultado: é aquele cujo crime só se
crime. consuma com a produção do resultado naturalístico, como a morte,
para o homicídio; a subtração, para o furto.
Execução: trata-se do ato idôneo e inequívoco tendente à b) crimes formais ou de consumação antecipada: Também
consumação do crime. A execução se inicia quando a conduta do chamado de crime de consumação antecipada ou de resultado
sujeito passa a colocar em risco o bem jurídico tutelado pelo delito cortado, é aquele cujo tipo não exige a produção do resultado para
ou quando o agente pratica alguma conduta que se amolda ao a consumação do crime, embora seja possível a sua ocorrência.
verbo núcleo do tipo.

Direito Penal Direito Penal


O que é Exaurimento do crime?
Assim, o resultado naturalístico, embora possível, é irrelevante para
que a infração penal se consume. Exemplo – Crime de Concussão
O exaurimento dá-se quando o agente, depois de consumar o delito
-
e, portanto, encerrar o iter criminis, pratica nova conduta,
intensificando a agressão ao bem jurídico penalmente tutelado. Diz-
Concussão
se crime exaurido (ou esgotado plenamente) os acontecimentos
posteriores ao término do iter criminis.
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão
É o caso do funcionário público que, após atingir a consumação
dela, vantagem indevida:
mediante a solicitação de vantagem indevida, vem a efetivamente
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
recebê-la (CP, art. 317)
Trata-se de crime formal, pois consuma-se independentemente da
Corrupção passiva
produção do resultado naturalístico, traduzido no recebimento da
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
vantagem indevida exigida.
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas
em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:

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Direito Penal Direito Penal

Rubrica/Nome iuris: Denominação da infração penal. Exercício arbitrário das próprias razões

Auto-acusação falsa Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
ou praticado por outrem: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
-------------------------------------------------------------------------------------- correspondente à violência.
Falso testemunho ou falsa perícia Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como procede mediante queixa.
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo
judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:
vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em
depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação:

Na doutrina e jurisprudência: crime de corrupção ativa de


testemunha ou perito. O mesmo acontece com o artigo 319-A e
346 do CP.

Direito Penal Direito Penal

Normal Penal em branco: Emprego irregular de verbas ou rendas públicas


Em regra, as normas penais incriminadoras descrevem as condutas
em todos os detalhes, são as chamadas elementares do tipo. Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da
Entretanto, alguns tipos penais têm seu preceito primário estabelecida em lei:
incompleto, ou seja, a norma descreve a conduta, mas prevê Pena - detenção, de um a três meses, ou multa
alguma elementar de maneira indeterminada que deverá ser
completada por outra norma. São as chamadas leis penais em A parte final do tipo penal (“estabelecida em lei”) deixa evidente a
branco, ou leis cegas ou leis abertas. necessidade de complementação do preceito primário do art. 315
do Código Penal por outra lei. Trata-se, portanto, de norma penal
Um grande exemplo é a Lei de Drogas (Lei nº. 11.343/2006) que em branco homogênea ou lato sensu. É preciso analisar a lei que
punem condutas relacionadas com drogas ilícitas sem descrever confere às verbas ou rendas públicas uma finalidade específica,
quais seriam essas substâncias. A lei não diz o que é droga. Tal para só então concluir pelo emprego dos valores em destinação
informação se encontra em ato administrativo da ANVISA. diversa. (Cleber Masson)

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LIVROS DE LIVROS DE
DIREITO PENAL DIREITO PENAL
Quando se analisa um livro sobre Direito Penal, é comum o Dispositivo legal: trata-se do artigo de lei que contém uma
doutrinador apresentar uma estrutura de conceitos para cada crime. norma penal incriminadora. O dispositivo pode estar tanto no
Tais conceitos mudam pouco de autor para autor. Por exemplo, um Código Penal (art. 121 em diante) como em leis penais
penalista (autor do livro) vai explicar o crime de Peculato do artigo extraordinárias.
312 do CP, ele mostra:
Objetividade jurídica: trata-se do bem jurídico tutelado pela
Peculato norma penal. Exemplo: o Homicídio tem como bem jurídico a vida; a
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou Calúnia tem como bem jurídico a honra; a Corrupção tem como
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a bem jurídico a Administração Pública.
posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio: Objeto material: trata-se da pessoa ou coisa sobre o qual
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. recai a conduta criminosa, ou seja, o objeto real atingido pelo
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora agente criminoso.
não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre
para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se Núcleo do tipo: são os verbos que transmitem a ação ou
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. omissão criminosa. Por exemplo: no furto o núcleo é subtrair; no
estupro o núcleo é constranger; no peculato o núcleo é apropriar-
se.

LIVROS DE LIVROS DE
DIREITO PENAL DIREITO PENAL
Sujeito ativo e Sujeito passivo: o sujeito ativo é a pessoa Consumação e Tentativa: de acordo com o art. 14 do
que pratica a infração, podendo ser autor, coautor ou partícipe do Código Penal: há consumação quando se fazem presentes todos os
crime. Sujeito passivo é o titular do bem jurídico tutelado pela elementos da definição legal do delito, ou seja, total subsunção da
norma penal, ou seja, a vítima do crime. conduta do sujeito com o modelo legal abstrato. E há tentativa
quando o agente põe em prática o plano delitivo engendrado e,
Elemento subjetivo: trata-se da intenção do agente iniciando os atos executórios, vê frustrado seu objetivo de
criminoso. Os crimes podem ser dolosos ou culposos ou consumar o crime por motivos alheios à sua vontade.
preterdolosos. Quando o agente deseja atingir uma finalidade com
sua conduta ou quando assume o risco de produzir um resultado, Ação penal: no Direito brasileiro há duas modalidades de
tem-se um crime doloso; quando o agente não seja o resultado, ação penal: Ação Penal Pública e Ação Penal Privada. A Ação
mas o produz em razão de sua imprudência, negligência ou Penal Pública se divide em Incondicionada e Condicionada. A
imperícia, tem-se um crime culposo. Já os crimes preterdolosos grande diferença entre as modalidades de ação penal é seu titular:
ocorrem quando o agente deseja um resultado e age no sentido de a Ação Penal Pública é movida pelo Ministério Público; e a Ação
alcança-lo, conseguindo realizar sua vontade, mas em decorrência Penal Privada é movida pela vítima, seu representante, ou em caso
de culpa outro resultado além daquele desejado é alcançado. de morte pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

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Classificação doutrinária fundamentação
(VUNESP – TJ - SP - Escrevente Técnico Judiciário) Petrechos de falsificação

A respeito do crime de petrechos de falsificação, previsto no artigo 294, do Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar
Código Penal, é correto dizer que objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos
papéis referidos no artigo anterior:
A) É crime próprio de funcionário público.
B) Admite a modalidade culposa.
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
C) É crime material.
D) É instantâneo.
E) É tipo misto alternativo.

Classificação doutrinária
(VUNESP – TJ - SP - Escrevente Técnico Judiciário)

A respeito do crime de petrechos de falsificação, previsto no artigo 294, do


Código Penal, é correto dizer que

A) É crime próprio de funcionário público.


B) Admite a modalidade culposa.
C) É crime material.
D) É instantâneo.
E) É tipo misto alternativo.

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