Fundamentos Do Atletismo
Fundamentos Do Atletismo
Fundamentos Do Atletismo
Objetivamos, em nosso estudo, abranger os assuntos pertinentes ao ensino das habilidades e competncias ttico-cognitivas do atletismo, tambm trazer consideraes e informaes que sejam importantes e necessrias para que o professor possa desenvolver um bom trabalho no ensino do atletismo para seu aluno ou quem sabe, em alguns casos, para o seu atleta que ir participar das competies em nvel escolar. Desde que surgiu na face da terra, o ser humano apresenta um instinto competitivo. Competimos diariamente com pessoas que nem conhecemos, competimos com os nossos colegas de profisso ou da universidade para provarmos que somos melhores. Isto no quer dizer que devemos passar por cima de tudo e de todos com o objetivo de sermos campees. Mesmo no estando formalmente escritas, existem regras sociais que precisam ser respeitadas. Mas nem sempre as coisas funcionaram desta maneira. Nos primrdios da civilizao, inmeros grupos sociais definiam o valor das pessoas a partir da sua fora, velocidade e/ou resistncia. Neste sentido, acompanhar a trajetria histrica do atletismo algo bastante instigante, pois permitir a voc viajar no tempo sem precisar sair de casa ou da sala de aula. No se preocupe em tentar armazenar datas, mas sim, em compreender o contexto em que os fatos aconteceram. Leve em considerao que a trajetria desta modalidade no aconteceu de forma linear, atravs de concesses amigveis, mas como todas as outras atividades que fazem parte do campo esportivo e da sociedade, as suas mudanas foram resultado de longos processos sociais de disputas de interesses e relaes de poder. Este histrico ir te ajudar a visualizar as vrias transformaes pelas quais passou o atletismo, desde a antiguidade clssica at os dias atuais.
PR ESPORTIVIZAO
Inicia-se nas civilizaes primitivas, onde as aes tinham um objetivo utilitrio, sendo realizadas fundamentalmente como um meio de sobrevivncia. Os homens utilizavam a corrida, o lanamento de objetos e os saltos para tentar conseguir comida e outras vezes para evitar que eles se tornassem o prprio alimento.
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Com o passar do tempo, acabou prevalecendo o instinto competitivo do ser humano. Mesmo, no sendo possvel afirmar com certeza o momento em que o atletismo deixa de ser uma prtica utilitria e se torna uma atividade recreativa, existem indcios que apontam para a prtica de competies atlticas nas civilizaes primitivas, onde o homem media a sua fora, rapidez e habilidade, inicialmente contra obstculos naturais e posteriormente contra outros homens, momento em que essas prticas foram organizadas atravs dos Antigos Jogos Olmpicos. Com o advento das guerras, as atividades atlticas tornaram-se um meio eficiente para a preparao dos exrcitos, a ponto do imperador romano Teodsio I (O Grande), no ano de 393 D.C. resolver extinguir os Antigos Jogos Olmpicos (Os Jogos Olmpicos Antigos eram um
festival de cunho religioso e atltico realizado na Grcia, a cada quatro anos, no santurio de Olmpia em honra de Zeus. Atribui-se primeira edio a data de 776 aC.), como prova do seu arrependimento por ter mandado matar
SISTEMATIZAO ESPORTIVA
Ocorreu durante a Idade Mdia (476 D.C. a 1453), momento em que os educadores vitorianos introduziram os esportes nas escolas inglesas. Aqui tem incio o processo de padronizao da regulamentao do atletismo que, paulatinamente, vai sendo difundido para a Europa e posteriormente para todo o mundo. Coube aos ingleses a tarefa de reviver, de forma definitiva, as competies clssicas de pista e campo, no incio do sculo passado, com a reforma que os educadores vitorianos introduziram nas escolas pblicas, foram aproveitados os princpios defendidos por Thomas Arnold (Thomas Arnold foi um educador ingls, que buscou transformar o sistema educacional em toda a
Gr-Bretanha. Mostrando que o esporte sistematizado era de grande importncia na educao do jovem, disciplinando-o, aprimorando lhe as qualidades morais, e, sobretudo, levando a descarregar nos campos de jogo um potencial de energia que, de outra forma poderia ser utilizado em prticas condenveis, entre as quais destacavam-se as ideias reformistas dos jovens da classe mdia, em oposio ao tradicionalismo vitoriano ), na Rugby School.
Outra verso indica que no sculo XVIII a Inglaterra era considerada o bero do esporte moderno. Neste momento, ela introduz a prtica do atletismo em suas escolas primrias pblicas, sob a gide das teorias de Rousseau. Da mesma maneira que acontece com outros esportes, a prtica do atletismo levada para o restante do mundo, atravs dos vrios trabalhadores ingleses que saram do seu pas para auxiliar no desenvolvimento estrutural de outras naes. No sculo XIX, realizou-se as primeiras competies atlticas universitrias, envolvendo as universidades de Oxford e Cambridge (1864), o primeiro meeting nacional em Londres (1866) e o primeiro meeting amador realizado nos Estados Unidos em pista coberta (1868). Em 1913, fundou-se a Associao Internacional de Federaes de Atletismo. Com sede central de Londres, a associao o organismo central das competies de atletismo
em escala internacional, estabelecendo as regras e dando oficialidade s melhores marcas mundiais obtidas pelos atletas.
Rosseau
Atualmente, os Jogos Olmpicos so realizados, de quatro em quatro anos, em pases e cidades diferentes. O atletismo continua sendo uma das principais atraes, sendo composto por 26 provas masculinas e 23 femininas. Ao analisar o desenvolvimento tecnolgico esportivo para as Olimpadas de Pequim, a reprter Heleni Felippe mostrou que cada uma das disputas de medalhas est cercada de novidades, que envolvem as instalaes esportivas e os equipamentos utilizados pelos atletas, destacando-se a confeco de roupas com tecidos inteligentes que respiram no retendo o suor e auxiliando para que a temperatura corporal permanea em equilbrio, alm disso, destacam-se os pisos utilizados nas pistas que impulsionam os ps dos atletas, ps estes que utilizam calados feitos sob medida, pesando poucas gramas. Em Pequim, o Estdio Ninho do Pssaro, foi projetado para receber cerca de 91 mil pessoas, a pista foi feita com o mais moderno piso do mundo, fabricado pela empresa italiana Mondo, que utilizou uma nova tecnologia: Amortece o impacto e devolve energia ao atleta, explica o engenheiro Dcio Chusid. a nona vez que a empresa cobre a pista de atletismo em uma Olimpada. Alm do piso, cronmetros, teles e at ventiladores gigantes foram utilizados para refrescar o pblico. De acordo com o diretor tcnico do Trofu Brasil de Atletismo (Martinho Nobre dos Santos), o mais impressionante so os sistemas gerenciadores de competio, pois, sem sair da cadeira, o pblico, o jornalista ou o tcnico tm todas as informaes no estdio, recebendo-as na tela do computador, na TV ou no celular. Os sistemas so os mesmos, mas na Olimpada cada fabricante sempre leva o que tem de mais moderno, as novidades. No atletismo, tudo interligado, do disparo do revlver, passando pelo sistema de deteco de largada falsa no bloco de sada, o vento registrado pelo anemmetro, at a chegada e a cronometragem, transmitida em forma de resultado por wireless.
Discbolo de Mron
O ATLETISMO NO BRASIL
As primeiras matrias sobre o atletismo no Brasil foram localizadas no jornal carioca Commercio, em 1880, o qual apresentava os resultados de competies atlticas realizadas naquela cidade. Nas trs primeiras dcadas do Sculo 20, a prtica atltica foi consolidada entre ns. Em 1914, a antiga CBD (Confederao Brasileira de Desportos) filiou-se IAAF (Federao Internacional de Atletismo Amador). Em 1924, o Pas participou pela primeira vez do torneio olmpico, ao mandar uma equipe aos Jogos de Paris. No ano seguinte, foi disputado pela primeira vez o Campeonato Brasileiro.
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O Brasil segue participando das outras edies dos Jogos Olmpicos, mas s consegue conquistar a sua primeira medalha de ouro em 1952, nos Jogos de Helsinque, com Adhemar Ferreira da Silva na prova do salto triplo. Adhemar foi o primeiro dos trs triplistas brasileiros a estabelecer o recorde mundial na prova. Os outros foram Nelson Prudncio e Joo Carlos de Oliveira. Mesmo apresentando um quadro de melhoras significativas, com vrios atletas destacando-se em provas de pista, campo e rua, o atletismo brasileiro est longe de atingir o patamar de modalidades coletivas como o Voleibol e o Futebol, as quais conseguem manter uma sequncia de trabalho, renovando constantemente o seu elenco de bons atletas. Infelizmente, na atualidade, o atletismo brasileiro ficou marcado internacionalmente pela utilizao do doping. Na busca de superar limites, os atletas acabam utilizando todos os tipos de substncias que lhes permitam ter um maior ganho de massa muscular, recuperao mais rpida, maior rendimento... Ser que isto vale a pena? Os estudiosos so unnimes em afirmar que a indstria do doping est anos luz na frente do comit de anti-doping, inclusive existem indcios de que alguns pesquisadores trabalham para os dois lados, ou seja, utilizam as informaes privilegiadas do comit antidoping, para prescrever substncias ilcitas que normalmente no so detectadas. Voc deve estar se perguntando: - Se desta maneira, como os atletas so pegos nos testes? Vejamos como funciona a realizao dos testes. O comit antidoping realiza em competies nacionais e internacionais exames de rotina, onde so escolhidos aleatoriamente alguns atletas para realizar estes exames. Entretanto, quando ocorrem denncias annimas que sejam consideradas srias (fundamentadas), os atletas denunciados so chamados para realizar os testes, que podem ser confirmados ou no. Caso o teste de doping seja positivo, o atleta tem direito a pedir uma contraprova, que ser feita em outro laboratrio credenciado pela IAAF. Normalmente, durante o tempo em que se espera o resultado da contraprova, o atleta fica suspenso preventivamente. Agora que voc j viu os riscos de utilizar o doping, vamos deix-lo fora da nossa competio e conhecer alguns acontecimentos importantes na histria do Atletismo.
Voc sabia que o ser humano j praticava algumas das modalidades do atletismo como forma de sobrevivncia na pr-histria. A caminhada, por exemplo, era utilizada para se locomover de um lugar para o outro. A corrida e os saltos, para escapar das presas dos animais carnvoros. O arremesso era usado para se defender e matar animais que serviam de alimento. Desta forma, os homens e as mulheres foram adquirindo habilidades que, mais tarde, foram aprimoradas e adaptadas para as competies de atletismo. No incio das atividades competitivas elas eram restritas somente para os homens, pois se acreditava que a funo da mulher era ficar em casa cuidando do lar e dos seus filhos. Foi somente em 1928, em Amsterd, que as mulheres comearam a competir. Com o aumento das exigncias esportivas que poderiam trazer prestgio, fama, dinheiro, etc., muitos atletas comearam a utilizar meios ilcitos para superar os seus limites. No atletismo, um dos casos mais famoso ocorreu em Seul (1988) e ficou conhecido como Caso Ben Johnson. O italiano Primo Nebiolo foi presidente da International Association of Athletics Federations (IAAF), durante 18 anos. Sendo considerado um dos principais responsveis pela transformao deste esporte em um negcio milionrio. Quando ele assumiu a IAAF, a Federao tinha um oramento de US$ 50 mil e durante sua administrao este patrimnio subiu para US$ 50 Milhes. Nos Jogos Olmpicos de Pequim foram utilizados carrinhos de controle remoto para trazer de volta para os atletas os implementos das provas de campo, como dados, martelos, discos e pesos.
SER QUE VOC CAPA Z DE LEMBRAR: a. Qual foi a primeira medalha obtida por um brasileiro em uma olimpada?
Antes de passarmos o basto para continuarmos a nossa corrida importante voc saber que: A principal tarefa didtica da iniciao ao atletismo, nas escolas brasileiras aumentar sua atratividade. Um atletismo voltado para o ldico parece ser a sada pedaggica mais vivel, para tornar este esporte mais atraente aos alunos.
Como a nossa corrida longa, vamos precisar da ajuda de outras pessoas para que no cansemos demasiadamente no incio da competio. Por isso, vamos passar o basto para um experiente professor que pesquisou sobre o estgio de desenvolvimento do atletismo brasileiro. O nome dele Ubirajara Oro. Seu texto foi escrito na dcada de 80, mas parece retratar o momento atual do atletismo no nosso pas.
Na viso deste autor, a grande maioria das modalidades esportivas utilizadas nas escolas so sistematizadas em um regulamento oficial. Sempre que uma modalidade praticada, os limites do que possvel e daquilo que no deveria ser realizado est antecipadamente definido, o que lhe confere um sentido de rotina. No caso do atletismo, essa tendncia monotonia aumentada por dois fatores essenciais: 1)a naturalidade de seus movimentos, que os torna menos espetaculares, 2) a quase total previsibilidade do fluxo de suas aes. A esses fatores pode ser acrescentado o princpio da ao atltica tradicional: rendimento absoluto. Uma vez que se torna difcil alterar os dois primeiros fatores acima, sem descaracterizar o que hoje se entende por atletismo, uma alternativa interessante seria tentar evitar a elitizao e a tendncia especializao precoce. A supervalorizao de possveis atletas irradia-se para a rea didtica, induzindo o professor que acaba buscando resultados cada vez mais significativos, no menor prazo possvel. Em funo das competies mirins, as crianas talentosas tendem a receber ateno especial e intensiva, enquanto a grande maioria fica sem o mnimo satisfatrio de acompanhamento didtico. Atualmente a maioria dos clubes esportivos no possui departamento de atletismo vrios o fecharam e grande parte das escolas (notadamente pblicas) sequer dispe de espao fsico para a prtica do esporte. Diante destas circunstncias, torna-se impensvel uma prtica que seja voltada para o alto rendimento. A situao agrava-se, ao ser constatvel inexistir Educao Fsica de 1 a 4 sries. Isso leva os escolares brasileiros de at 10 anos a colherem experincias motoras apenas intuitivas, de natureza e processamento apenas espontneo, limitadas em qualidade e quantidade. Como grande parte destas crianas integra a populao brasileira urbana o problema torna-se ainda maior quando verificamos que, na grande maioria das cidades brasileiras, no existem em nmero suficiente, ambientes pblicos voltados para a prtica de atividades de lazer. Neste sentido, possvel acreditar que a maioria da populao brasileira infantil fica sem ter onde se exercitar adequadamente. Por outro lado, o brasileiro tpico associado ao clube no tem o hbito de frequent-lo para praticar esporte. Normalmente, a famlia em especial as crianas no aproveita as possibilidades do clube para sua educao esportiva. Alis, o clube esportivo brasileiro, como instituio sociocultural, refora essa situao, aplicando seus recursos materiais e humanos quase s no atendimento a suas equipes de alto-nvel. Ao associado comum, o clube no estimula e oferece muito pouco, em termos de prtica sistemtica. Interessante notar tambm que as modalidades de maior prestgio nacional so coletivas e tem como implemento de ao a bola. Isto nos leva a acreditar que o brasileiro vive pela filosofia do prazer. A bola, como instrumento de comunicao interpessoal e de auto expresso, mais a ndole acentuadamente ldica dos esportes coletivos, logram preencher suas expectativas de cultura fsica, por virem ao encontro dessa filosofia de vida. Tal concepo, talvez, ajude a explicar a sentena tipicamente brasileira: ATLETISMO NO TEM BOLA! No estar a um dos porqus centrais do subaproveitamento do atletismo neste pas? Como explicar, de outra maneira, que o atletismo, tecnicamente descomplicado, extensivamente ensinado nas escolas de todos os sistemas e nveis, variado na tipologia da ao e adaptvel a qualquer rea livre, no alcana maior iniciativa de uma populao, que no pode ou no tem onde se associar a clubes esportivos, mas vai escola e encontra meios de adquirir equipamento para jogar bola? Todas essas especulaes comprovveis, sem muito esforo, pela memria e pela experincia da grande maioria dos brasileiros indicam uma problemtica de natureza mais cultural do que social, mais educacional do que econmica. Contata-se a, antes de
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tudo, que o povo brasileiro no reconhece o esporte/atletismo como um valor cultural, na medida em que entende cultura como expresso de intelecto e esporte como jogo de bola. Para Ubirajara Oro, as respostas e solues para essa problemtica sero vrias e nada
simples. A que ele sugere voltada para a questo metodolgica, isto , desenvolvida no campo da Didtica. Entendido aqui um problema bsico do atletismo brasileiro como sendo algo cultural, e tendo a educao esportiva como funo social de aperfeioar a cultura fsica, por meio da interveno curricular, uma proposta transformativa para a situao do atletismo no Brasil precisa, forosamente, levar em conta os aspectos culturais, que pretende modificar. Ela deve ser capaz de mostrar-se interessante, de criar ao seu redor uma atmosfera motivadora e favorvel, de ter versatilidade em grau suficiente para indicar aos brasileiros novos caminhos e valores, dentro do esporte, sem desmerecer suas expectativas e convices. de suprema importncia pedaggica colocar a iniciao ao atletismo nessa perspectiva sociocultural. Pouco adiantar aos autores brasileiros escrever esmerados livros didticos, sobre o atletismo, com cuidadosa metodologia e farta ilustrao, se o contedo permanecer alheio a realidade social e aos valores procurados pelos brasileiros nas atividades esportivas.
a) O panorama apresentado por Ubirajara Oro semelhante ao que voc encontra na sua cidade?
b) Quais so os problemas que mais se aproximam e quais distanciam o atletismo que voc conhece da realidade apresentada pelo autor?
c) Voc capaz de criar atividades que envolvam fundamentos do atletismo e tenham a bola como fator de motivao?
FUNDAMENTOS DO ATLETISMO
Diferente do que se pensa, ensinar no uma tarefa simples, principalmente quando envolvemos o ser humano em situaes muitas vezes desconhecidas e/ou inusitadas. 1. O que diferencia o ato de andar do correr; 2. As diferentes fases que envolvem a corrida; 1. A importncia dos exerccios de coordenao para a execuo correta da corrida; 2. A posio correta dos movimentos atlticos durante os vrios momentos que compem uma prova de velocidade.
VOC J PERCEBEU QUE CORRER DIFERENTE DE ANDAR DEPRESSA? Quando uma pessoa est andando, ela mantm um dos ps no solo e o outro no ar, o tempo todo. Durante a corrida, momentaneamente, ela mantm os dois ps no ar. Isto permite afirmar que a corrida uma sucesso de saltos. A descrio da tcnica das corridas deve ser a considerao de que a boa tcnica de correr a manifestao dos movimentos naturais do ser humano, quando pretende deslocar-se com maior velocidade e, por isso, deixa de andar e passa a correr. Movimento que se caracteriza por uma fase area, ou seja, momentaneamente os dois ps perdem o contato com o solo. As corridas dividem-se em curta distncia ou velocidade (tiro rpido), que nas competies oficiais vo de 100 a 400 metros; mdia distncia ou de meio fundo (800 metros e 1500 metros); e longa distncia ou de fundo (3000 metros ou mais, chegando at s ultramaratonas de 100 quilmetros). Podem ser divididas tambm de acordo com a existncia ou no de obstculos/barreiras presentes durante o percurso. Um bom professor aquele que consegue armazenar em sua memria todos os cuidados corporais que o seu aluno dever ter durante a execuo de uma corrida. Pois, desta maneira, ele ser capaz de ensinar a forma mais eficiente de deslocamento, cuidando para que ele realize uma corrida uniforme, com os movimentos voltados para frente, sem movimentar exageradamente os quadris e ombros, resultando em maior velocidade com o mnimo desgaste de energia.
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1. NGULO DO CORPO
O ngulo em que o corpo se coloca durante a corrida uma caracterstica natural, porque, medida que o corredor acelera a passada o corpo comea a se inclinar para frente, em uma tomada natural de equilbrio. Para encontrar o ponto ideal da inclinao do corpo, deve-se mant-lo no conjunto, em uma linha reta, formada pela perna que est atrs (perna de apoio posterior), o tronco e a cabea. Na maioria dos casos, isso ocorre quando os olhos focam um ponto a certa distncia na pista, o que coloca a cabea posicionada corretamente, fazendo com que o corpo
adquira automaticamente o ngulo adequado.
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3. COLOCAO DOS PS
A colocao do p no solo, ao realizar os apoios nas passadas, depende muito do estilo prprio do corredor. Nas corridas de meio-fundo, por exemplo, o p dever apoiar-se primeiramente sobre o metatarso: (a) j nas provas mais longas coloca-se primeiro a parte anterior do p e depois a parte lateral externa: (b) sendo que o calcanhar aproxima-se mais do solo em comparao com as corridas de velocidade, onde o calcanhar fica mais elevado (predomina a ponta do p), (c) porque a inclinao do corpo mais acentuada para aumentar o impulso de deslocamento. Em todos os casos, os ps devem ser colocados paralelamente um ao outro e apontados para frente.
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TCNICA DA CORRIDA
A tcnica da corrida uma parte fundamental do treinamento, tanto para o iniciante como para o atleta formado. Ela deve ser usada em todos os perodos da iniciao ou treinamento, podendo ser trabalhada como um componente do aquecimento. Os exerccios de tcnica de corrida so conhecidos como escolinha de corrida, sendo compostos pelas seguintes aes: SKIPPING corrida com elevao alternada dos joelhos, at a altura da cintura, tronco ereto, olhar para frente, movimento dos braos no sentido ntero posterior, nfase na frequncia das passadas.
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ANFERSEN corrida com os calcanhares tocando os glteos, tronco levemente inclinado frente, movimento de braos no sentido anteroposterior, nfase na frequncia das passadas.
DRIBLING em progresso com as pontas dos ps, executar uma semi-flexo dos joelhos, com grande frequncia, movimento de braos no sentido anteroposterior e no ritmo das passadas, nfase na frequncia dos movimentos.
HOPSERLAUF em progresso, saltos consecutivos para cima, com elevao alternada dos joelhos at a altura do quadril, perna de impulso em extenso, braos em movimentos assimtricos s pernas, lanados para cima.
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Voc deve trabalhar a coordenao no incio das aulas, pois o aluno cansado no conseguir atingir os objetivos desejados. - No se esquea de que a mudana de comportamento ocorre de forma processual, por isso, voc no conseguir atingir a execuo correta dos movimentos somente em uma ou duas aulas. preciso planejamento, calma e persistncia. - Inicie as atividades trabalhando os diferentes segmentos corporais de maneira isolada. Por exemplo: realizar somente os movimentos de pernas dos exerccios de coordenao. SUGESTES DE ATIVIDADES PRTICAS 1. Realizar o skipping com os braos atrs das costas. 2. Realizar o skipping com os braos cruzados no peito. 3. Em crculo realizar o skipping segurando no ombro do amigo da frente. 4. Em coluna segurar no ombro do amigo e realizar o skipping. 5. Realizar o skipping parado, fazendo o joelho tentar tocar na mo de um auxiliar que estar frente. 6. Parado em p, realizar o movimento dos braos no sentido nteroposterior. 7. No lugar realizar o movimento de braos e pernas do skipping. 8. Em movimento realizar o movimento de braos e pernas do skipping. 9. Realizar o anfersen com as mos voltadas para trs, na altura do glteo, os ps devero tocar as palmas das mos. 10. Realizar o anfersen com os braos cruzados na altura do peito, os ps devero tocar os glteos. 11. Realizar o anfersen dentro do ritmo estabelecido pelo professor. 12. Alternar a execuo dos exerccios, 5 metros de skipping, 5 metros de anfersen, 5 metros de hopserlauf, 5 metros de dribling e 5 metros de percusso. 13. Idem ao anterior, mas deve-se trocar o nome dos exerccios por nmeros. Cada vez que o professor falar o nmero deve-se mudar imediatamente o exerccio que est sendo realizado. 14. Idem ao anterior acrescentando uma corrida de 10 metros ao final. 15. Corridas realizando os exerccios de coordenao sobre uma das linhas demarcatrias da quadra, conforme o comando do professor.
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16. Corridas realizando os exerccios de coordenao, executando mudanas dos exerccios e de direo de acordo com o comando do professor.
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Agora que voc j sabe como coordenar o seu aluno, o prximo passo ensin-lo a utilizar o bloco de partida, pois todas as provas de velocidade iro exigir este implemento. Desta forma, fundamental que o aluno passe por um processo de adaptao, de maneira que consiga sentir-se a vontade quando tiver que realizar uma partida rpida.
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SADA DO BLOCO
Como as provas de velocidades so realizadas em grande velocidade, numa curta distncia, a partida fator determinante para o seu resultado. Normalmente a diferena entre o primeiro e o oitavo lugar ocorre por fraes de segundos. Comear a correr imediatamente aps o tiro de partida algo fundamental para quem deseja obter um resultado satisfatrio. Por isso, criou-se um posicionamento especfico para a largada no atletismo, conhecido como largada baixa. Contudo, importante que no mbito escolar o aluno comece vivenciando a sada em p, pois como ele estar em uma posio confortvel, este tipo de sada ir facilitar para que se preocupe somente em colocar o seu corpo em movimento o mais rpido possvel, aps ouvir um estmulo externo. Neste caso, o aprendiz dever se posicionar da seguinte forma: - Em p, com um ligeiro afastamento das pernas no sentido anteroposterior, pequena inclinao do tronco no sentido da corrida. Este tipo de partida utilizada em algumas competies escolares, para alunos/atletas iniciantes, sendo considerada mais fcil e natural, portanto, mais eficiente para o iniciante. comum entre iniciantes, eles olharem para os lados ou para trs, tentando controlar a aproximao dos adversrios. Este ponto deve ser observado e corrigido pelos professores durante a fase de iniciao do aprendiz. Voc sabia que nas provas de velocidade obrigatria a utilizao do Bloco de Partida. Entretanto, devemos levar em considerao o fato de que os atletas apresentam diferentes alturas, o que faz com que o bloco tenha que ser ajustvel.
Existem trs distncias bsicas de colocao dos blocos: curta, mdia e longa. As quais devem ser utilizadas de acordo com o bitipo do atleta, levando-se em considerao principalmente o comprimento de suas pernas. A distncia existente entre a linha de partida e o bloco ir definir os trs tipos de partida baixa, que so assim caracterizadas:
Partida Curta ou Grupada Distncia de 30 cm entre os tacos e 40 cm entre o primeiro taco e a linha de partida. Neste tipo de sada, a ponta do p de trs colocada na direo do calcanhar do p que est fazendo o apoio no suporte da frente. O quadril coloca-se elevado a um ponto superior ao nvel da cabea, portanto, bem alto. Esse tipo de sada tambm conhecido por sada grupada, devido posio do corpo do corredor.
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Partida Mdia Distncia de 40 cm entre os tacos e 30 cm entre o primeiro taco e a linha de partida. um tipo intermedirio entre as outras duas (curta e longa), na qual o joelho da perna de trs colocado na direo da ponta do p que est no apoio anterior. Como referncia tem-se que o taco do apoio anterior colocado 38 cm atrs da linha de partida e o de trs 85 cm. Nesse caso, o quadril no se eleva tanto como na sada curta, ficando quase que em linha com a cabea. Partida Longa Distncia de 40 cm entre os tacos e 50 cm entre o primeiro taco e a linha de partida. Aqui, a separao entre os suportes para o apoio dos ps no bloco de partida maior do que nos tipos anteriores, onde as medidas mais comumente utilizadas so 33 cm para o apoio anterior, em relao linha de partida e 103 cm para o posterior. Como referncia, os atletas utilizam a medida de dois ps para a colocao do primeiro taco e trs para o segundo. O joelho da perna de trs fica situado mais ou menos atrs do calcanhar do p da frente e os quadris situam-se em um ponto pouco abaixo do nvel da cabea.
Agora que voc j sabe para que serve a sada baixa e as variaes das distncias dos blocos de partida, vamos aprender os procedimentos utilizados pelo atleta, antes dele comear a correr.
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Entrada no bloco
Aps colocar o bloco de partida na posio escolhida por ele, o corredor deve ficar em p, atrs do seu bloco, aguardando at que todos os competidores estejam na mesma posio. Neste momento, o rbitro de partida dar o comando: AS SUAS MARCAS. O atleta dever se aproximar do bloco e tomar sua posio, colocando o seu p de impulso na parte da frente do bloco e o outro na parte de trs. A seguir, ajoelha-se na perna de trs, apoiando as mos imediatamente atrs da linha de partida, a uma distncia igual a dos ombros, com os dedos voltados para fora, com exceo dos polegares que ficaro voltados para dentro. A cabea fica no prolongamento do tronco, com o atleta procurando no contrair os msculos do pescoo, o peso do tronco estar sobre os braos, que devero estar estendidos na vertical. O atleta dever estar em cinco apoios (duas mos, dois ps e o joelho da perna de trs).
Colocados desta forma, o corredor aguarda em posio imvel o novo comando do rbitro que dir: "PRONTOS!" Ao comando, o corredor eleva o quadril, para isto, levantar o joelho que est em contato com o solo, ficando ligeiramente mais alto do que os ombros, os quais so projetados um pouco frente da linha de partida, o centro de gravidade deslocado para os braos e o equilbrio do corpo mantido com os braos bem estendidos. A elevao dos quadris varia para mais ou menos, de acordo com o tipo de sada utilizada. Quanto mais prximo for a distncia entre os apoios dos ps, tanto maior ser a elevao. Os braos devem estar totalmente estendidos, o pescoo relaxado, a cabea abaixada, de forma que o olhar esteja dirigido a um ponto, cerca de 1,5 metros adiante, ou entre os joelhos. Tomada essa posio, o corredor deve manter-se esttico, aguardando o tiro de partida, que ser dado logo que todos os demais corredores estejam em posio.
A partida
Ao ouvir O TIRO de partida, o corredor deve reagir o mais rpido possvel, realizando uma ao simultnea das duas pernas que devem ser estendidas bruscamente, onde a perna da frente impulsiona o corpo, com toda a fora adquirida pelo apoio do p sobre o suporte. A perna de trs atua por um perodo de tempo mais curto e a direo da impulso provocada pela sua ao mais no plano horizontal, sendo imediatamente levada para frente, iniciando uma passada curta, a fim de reter a queda para frente, decorrente do abandono das mos e pela projeo do centro de gravidade para frente. A ao dos braos , ao mesmo tempo, propulsora e equilibradora. Depois que as mos deixam o solo, os braos entram energicamente em ao. O brao do lado da perna de impulso eleva-se para frente ajudando o movimento executado pela perna do mesmo lado, contribuindo para o equilbrio da corrida. O brao oposto lanado vivamente para trs. A primeira passada mais curta, com a amplitude sendo aumentada nas passadas seguintes ao mesmo tempo em que o tronco que estava inclinado, vai tomando a sua posio vertical. O bloco de partida oferece uma grande ajuda, devido forte ao dos ps sobre os apoios que ele suporta no momento da impulso, ao ser realizada a partida. A ao dos
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braos muito forte no princpio, para logo em seguida entrar em ritmo rpido e compassado com as pernas. Para completar o estudo sobre a sada baixa, vamos relacionar uma srie de observaes a serem respeitadas na totalidade dos gestos da sada. Assim, temos pontos positivos e negativos.
Pontos Positivos
Podemos observar as caractersticas de uma boa partida, que so consideradas os pontos positivos a serem buscados. Impulso poderosa sobre o apoio anterior, com extenso total da perna e espduas e lanamento dos quadris para frente; Ao bastante rpida dos braos; a mo do brao que vai para trs no ultrapassa a linha do quadril; o brao da frente no deve elevar-se exageradamente, e sim colocar-se paralelamente pista; A perna de trs deve ser projetada rapidamente adiante, por uma ao rasante.
Pontos Negativos
Entre os erros mais comuns, devemos evitar os seguintes: Levantar-se, em vez de impulsionar-se para frente; Elevao demasiada do brao de trs, o que proporciona um atraso em sua colocao na posio correta. Lanamento do brao da frente para o alto em linha oblqua, o que produz uma elevao muito rpida do corpo; Tirar os quadris sem que eles faam uma impulso efetiva sobre o apoio de trs.,
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Na sada de bloco, o peso do corpo deve ser deslocado para frente, ficando distribudo sobre as pernas e os braos. Aps a voz de comando prontos ocorre a sada, que deve ser executada de forma explosiva, com a perna de impulso frente sendo completamente estendida. Na parte inicial do percurso, o corpo estar levemente inclinado para frente. A postura de corrida normal tomada somente depois de 12 a 15 metros.
REGRAS PARTIDA
1. A partida de uma corrida deve ser marcada por uma linha branca de 5 cm de largura. Em todas as corridas em raia livre, a linha de sada ser curva, de maneira que todos os corredores percorram a mesma distncia, da sada chegada. 2. Todas as provas sero iniciadas pelo tiro da pistola do rbitro de Partida ou aparelho de partida aprovado, aps o rbitro ter verificado que os competidores esto em seus lugares e na posio correta de largada. 3. Em todas as competies internacionais, os comandos do rbitro e Partida sero feitos em ingls, francs ou no idioma local, nas corridas at e inclusive 400m (incluindo 4x200m e 4x400m), sero: As suas marcas, Prontos, e quando os competidores estiverem prontos e imveis, o revlver ser disparado ou o equipamento de partida ser ativado. 4. Em corridas acima de 400m, o comando ser s suas marcas e quando os competidores estiverem em seus lugares, o revlver ser disparado ou o equipamento de partida aprovado ser ativado. 5. Aps o comando s suas marcas, o competidor deve aproximar-se da linha de largada, assumir uma posio completamente dentro de sua raia e atrs da linha de largada. Ambas as mos e um joelho devem estar em contato com o solo e ambos os ps em contato com os blocos de partida. Ao comando de Prontos o competidor deve, imediatamente, se
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levantar para sua posio final de largada, retendo o contato das mos com o solo e dos ps com os blocos. Um competidor no pode tocar a linha de sada ou o solo alm dele, com suas mos ou seus ps, quando estiver em suas marcas. 6. Ser considerada uma sada falsa se um competidor inicia seu movimento de sada aps assumir sua total e final posio, acontecendo isso antes que o tiro do revlver ou o sinal do equipamento de largada aprovado seja dado. 7. Qualquer competidor que cometa uma sada falsa ser advertido. Somente uma sada falsa por corrida ser permitida sem a desqualificao do(s) atleta(s) que a cometeu. Qualquer (quaisquer) atleta(s) que cometer (em) outras sadas falsas na corrida deve(m) ser desqualificado(s) desta. 8. Em provas combinadas, se um competidor responsvel por duas sadas falsas, ele ser desqualificado.
De acordo com vrios estudos, ao duplicar a velocidade da corrida de 10 para 20 km/h, o comprimento da passada aumenta 85%, enquanto a frequncia da passada aumenta apenas 9%. A velocidade de corrida a maior velocidade que o corredor pode atingir; a resistncia a sua capacidade de resistir fadiga. A velocidade mxima ocorre s em curtos percursos, podendo ser mantida no mais de 40 a 50 metros do incio da fase de sada e acelerao. Assim mesmo, nos 100 metros, a resistncia do corredor que vai definir o resultado. No deve ser aplicado treinamento de velocidade e/ou coordenao para uma pessoa fatigada. Deve ser interrompido o trabalho quando a cadncia diminuir (deve ser limitado a 5-10 repeties por unidade de treinamento o volume de exerccio). Na sada em curva, no caso das provas de 200 e 400 metros aconselhvel colocar os blocos junto linha extrema da raia, pois isto permite ao atleta percorrer uma distncia muito maior em linha reta. So frequentes as falsas partidas que ocorrem quando o atleta sai antes do tiro de partida, que o sinal dado para comear a prova. Aps ter sido assinalada uma falsa partida, qualquer atleta que d uma nova falsa partida ser desclassificado. A exceo ocorre nas provas combinadas (Decatlo e Heptatlo), onde cada atleta tem direito a uma falsa partida. Um atleta d 45 passadas em mdia para percorrer o percurso de 100 metros e cruza a linha de chegada a cerca de 36 km/h. Uma pessoa comum faria a prova com 100 passadas e a uma velocidade de 22,5 km/h. CURIOSIDADE Acompanhe a matria produzida pelo jornalista Lucas Cipriano, demonstrando que no necessrio o atleta sair do bloco para ser considerada uma sada falsa. Um erro tcnico de Francis Obikwelu nos blocos de partida levou surpreendente desclassificao do velocista portugus na primeira eliminatria dos 100 metros do Mundial de atletismo em Osaka, no Japo. Resta agora, ao duplo campeo da Europa, a classificao para a final dos 200 metros, na quinta feira, onde poder superar a desiluso dos 100 metros e chegar s medalhas. Depois de uma primeira falsa partida do atleta centro-africano Gibrilla Pato Bangura, da Serra Leoa, a eliminatria ficou em perigo para todos os oito participantes. O que significa que o prximo erro, fosse de quem fosse, resultaria em excluso.
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Aos juzes no escapou uma pequena falha tcnica do luso-nigeriano: um ligeiro mexer de ombro e cabea. Sem contemplaes, deram ordem de sada a Obikwelu, que parecia no perceber o que se estava a passar. Contudo, Obikwelu no fez falsa partida. Os sensores do sistema eletrnico integrado nos blocos e na pistola de partida no assinalaram nenhum movimento do atleta antes do tiro de partida. De resto, foi o sexto pior tempo de reao na srie (162 centsimos de segundo). Mas aos juzes no escapou um pequeno erro tcnico do luso-nigeriano que poderia induzir em erro os adversrios. Francis Obikwelu tem na partida o seu ponto fraco. O atleta tem conseguido suprir essa limitao por meio de uma excelente terminao, que lhe valeu a prata nos Jogos de Atenas em 2004. Apesar de ter trocado Lisboa por Madrid e de treinador - o portugus Fausto Ribeiro pela espanhola Maria Jos Martinez - a verdade que nessa rea e, aos 28 anos, Obikwelu pouco ou nada evoluiu. Na madrugada de sbado, Obikwelu facilitou num momento da prova, onde no pode sequer vacilar. O portugus mexeu-se nos blocos e acabou por ser desclassificado. Os responsveis da delegao portuguesa ainda pensaram, numa primeira fase, protestar contra a deciso, mas depois de verem e reverem a gravao em vdeo preferiram acatar a desclassificao.
2. Mesmo sabendo da necessidade de respeitar a individualidade biolgica, o professor precisa tomar alguns cuidados durante o processo de iniciao das corridas. Cite e explique quais so estes processos.
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CORRIDAS RASAS
Agora que voc j aprendeu como sair rapidamente do bloco de partida, vamos compreender as principais diferenas existentes nas provas de velocidade (100, 200 e 400 metros). Na sequncia, vamos observar as provas de meio fundo (800 e 1500 metros) e, para terminamos, analisaremos as particularidades das provas de resistncia (5.000, 10.000 metros e a maratona). Para que possamos estar nas primeiras colocaes desta corrida necessrio conseguirmos compreender os aspectos bsicos de cada uma destas provas, as quais apresentam algumas semelhanas e muitas singularidades.
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Um pesquisador chamado Balreich, 1983 analisou um grande nmero de corredores, descobrindo que os principais fatores que interferem no resultado de uma corrida de velocidade so: Velocidade de reao (3,3%) Fora e velocidade de sprint (86,6%) Resistncia de sprint (10%) 1. Velocidade de reao a capacidade de responder no menor tempo possvel a um estmulo externo. Como ela vem do sistema nervoso central, pouco se consegue melhorar. Isto se leva a dizer que o velocista nasce pronto e no feito. 2. Velocidade de sprint - a capacidade de se atingir a maior velocidade possvel. Tambm est diretamente ligada ao sistema nervoso central. 3. Fora de sprint - a capacidade de conseguir a maior acelerao possvel no menor espao de tempo; 4. Resistncia de sprint - a capacidade de se manter na mais alta velocidade no maior tempo possvel, ou diminuir ao mximo a queda de velocidade.
A diferena entre a resistncia de sprint e a resistncia de velocidade que na primeira o nvel de intensidade mximo e na segunda submximo. O tempo de reao de estmulos ticos, acsticos e tteis diferenciado. A reao a um sinal tico um pouco mais lenta do que a um sinal acstico. O aparecimento de leses desportivas, na fase final dos esportes coletivos ocorre principalmente pela menor capacidade de reao, quando o indivduo est em estado de fadiga. Existe a velocidade cclica que ocorre atravs de uma sucesso de aes motoras (corrida), e a velocidade acclica, que ocorre em uma ao motora isolada (lanamento). A melhora da performance da velocidade algo difcil de se obter apenas com o treinamento, pois ela algo inato, diferente da fora e da resistncia que podem ser melhorados significativamente com treinamento, a velocidade pode ser melhorada cerca de 15 a 20% no mximo. Isto ocorre devido s diferenas de fibras musculares e o modelo de inervao geneticamente definidos, o treinamento pode apenas modificar o volume (aumento da seo transversal) ou a capacidade de coordenao, mas no a distribuio percentual das fibras. A velocidade a capacidade fsica que diminui mais cedo e mais fortemente, com o aumento da idade. A capacidade que um atleta tem em executar os movimentos mais depressa uma qualidade especfica, ou seja, no h transferncia direta da velocidade para movimentos diferentes (atletismo/natao). Isto pode ocorrer apenas em atividades que apresentam movimentos de coordenao semelhantes. Para avaliar a fora de sprint, existem vrias formas, uma delas seria tomar o tempo a espaos regulares, como por exemplo, a cada 5 metros, o que na prtica de treinamento impossvel dada s dificuldades de cronometragem. Por isso, estabeleceu-se a correlao entre a sada (10 primeiros metros) e a Fora Sprint, que deve ser medida at os 30 metros (durante os testes devem-se repetir as distncias).
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Aps verificarmos os aspectos gerais da corrida, vamos analisar as singularidades presentes em cada uma das provas de velocidade.
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Evoluo da prova
Todos os atletas de 100 metros rasos so treinados para responder ao disparo do tiro de partida com prontido. Um velocista campeo gasta em mdia dezoito centsimos de segundo para dar incio sua corrida. Uma pessoa determinada levar cerca de 27 centsimos de segundo para reagir. A respirao tambm muito treinada: os atletas inspiram na largada, expiram e inspiram novamente na marca dos 50 metros e expiram novamente s no fim da corrida. No primeiro movimento, o atleta avana cerca de cinco metros e as passadas iniciais medem 1,60m. Os campees atingem sua velocidade mxima (ca. 43 km/h) aos 35 metros de corrida, quando a extenso das passadas em torno de 2,10 metros, e consegue mant-la at os setenta metros. Um atleta comum j ter alcanado a velocidade mxima (27 km/h) na altura dos 25 metros de prova e comea a desacelerar a cinquenta metros do final da competio.
Aps realizar a impulso, a perna de balano deve buscar a posio ideal (junto as ndegas) para que possa ir o mais rpido possvel frente, o que ir manter a relao entre a fase anterior e fase posterior da corrida. Ou seja, quanto melhor e mais rpida for a fase posterior, melhor e mais rpidas ser a fase anterior.
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A prova dos 100m rasos tem sido dominada por atletas norteamericanos/estadunidense desde a sua primeira apario nos Jogos Olmpicos de Vero em 1896. Entre os medalhados olmpicos da prova contam-se Jesse Owens (dos Estados Unidos), que chocou o regime nazista com a sua vitria nos Jogos de 1936 em Berlim, Fanny Blankers-Koen (dos Pases Baixos), conhecida como a Dona de Casa Voadora, e Wilma Rudolph. Em 1968, o Jim Haines foi o primeiro homem a fazer os 100 metros rasos em menos de 10 segundos, marca mais tarde baixada para os 9,95s. Este recorde durou quinze anos, at que outro norte-americano/estadunidense, Calvin Smith, chegou aos 9,93s, em 1983. A maior polmica da prova surgiu com a vitria do canadiano Ben Johnson, no evento dos Jogos de 1988, em Seoul, depois de uma rivalidade de meses com Carl Lewis. Johnson ganhou a medalha de ouro com o recorde do mundo de 9.79 s, mas viria a ser desqualificado por uso de esteroides. Os 100 metros mais rpidos de sempre foram corridos por Obadele Thompson dos Barbados, que obteve a marca de 9.69 s. Este tempo no constitui um recorde mundial, uma vez que a prova foi disputada com 5 m/s de vento, acima dos limites permitidos pela IAAF. Na prova dos 100m, os atletas calam sapatilhas que so to leves quanto as de bal e pesam 170 gramas cada (50% menos que um chinelo estilo Rider). As solas tm pregos de comprimento mximo fixado em 8,4 milmetros e a espessura da sola no pode ultrapassar treze milmetros. No caso de uma chegada embolada nas provas de atletismo, os juzes iro observar a posio dos ombros ou do torso do atleta para determinar o vencedor. Pernas e braos no so levadas em conta. Um atleta desqualificado de uma prova se realizar uma falsa partida aps ter acontecido uma anterior. Anteriormente a desclassificao ocorria quando o mesmo atleta provocasse duas falsas partidas, j, hoje, um atleta pode ser desclassificado se ele cometer uma falsa partida e outro atleta (ou ele mesmo) j terem praticado uma falsa partida anteriormente
perda pela acelerao inicial. Segundo pesquisas realizadas com velocistas, essa perda de 117 a 170, porm os melhores, a mesma no ultrapassa os 0,9. Desse modo, logo veremos que levando-se em conta essa acelerao inicial, os primeiros 100m so corridos mais velozmente que os segundos.
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Os 200 metros rasos a prova mais prxima do primeiro evento das Olimpadas da antiguidade, a corrida de um estdio (cerca de 192 metros) que consagrou o primeiro campeo Olmpico, Koroibos de Elis, em 776 AC. Nos jogos atuais, disputados em uma pista de 400 metros, a prova comea numa das curvas e termina na reta. Mesmo sendo uma prova mais longa, os 200 metros so corridos com mais velocidade que os 100 metros. Por exemplo, o antigo recorde do mundo pertencente a Michael Johnson corresponde a uma velocidade de 37.3 km/h, enquanto que a marca de 9.77 s de Asafa Powell nos 100 metros, representa uma velocidade de 36.9 km/h. Isto se deve ao facto de, nos 200 metros, os atletas chegarem reta final em velocidade de ponta, o que permite que a segunda metade da prova seja mais rpida que a primeira. Atualmente o record da prova masculina pertence ao jamaicano Usain Bolt, com o tempo de 1919s. Obtido no mundial da Alemanha em 20 de agosto de 2009. Na prova feminina, o record dos 200 metros pertence a norte-americana Florence Griffith- Joyner, com o tempo de 2134 s. Obtido nas olmpiadas de Seul em 29 de setembro de 1988.
De acordo com o que voc viu at aqui. possvel afirmar que na prova dos 400 metros, os atletas mais velozes na primeira metade, so tambm os mais velozes na segunda metade?
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REGRAS CHEGADA
1. A chegada de uma corrida deve ser marcada por uma linha branca de 5 cm de largura. 2. Com a finalidade de facilitar colocao do equipamento de photo finish e a leitura do filme de photo finish, a intercesso das linhas das raias e a linha de chegada dever ser pintada de preto de uma maneira adequada. 3. Os competidores devem ser classificados na ordem em que qualquer parte de seu tronco (ficando excludos: cabea. pescoo, braos, pernas, mos ou ps) atinja o plano vertical que passa pela borda anterior da linha de chegada, como ficou definido anteriormente.
Nas sadas das provas de 200 e 400 metros recomenda-se que os blocos de partida sejam colocados o mais prximo possvel da linha externa da baliza, o que permitir que o corredor percorra uma distncia maior em linha reta. O corredor deve apresentar grande capacidade de correr na curva controlando o seu corpo, para manter-se o mais prximo possvel da borda interna da raia. A velocidade resultante da amplitude (tamanho da passada) de passada e a frequncia da passada (nmero de vezes que o p toca o solo). Os 400 metros estiveram presentes em todas as edies dos jogos olmpicos da era moderna. O primeiro campeo olmpico foi o estadunidense Tom Burke. O episdio mais controverso da histria da modalidade ocorreu nos Jogos de 1908 em Londres, na final olmpica da prova, que contou com trs estadunidenses e um britnico. A polmica surgiu quando um concorrente dos Estados Unidos foi desqualificado por bloquear a passagem do britnico Wyndham Halswelle, numa manobra permitida pelas regras dos EUA, mas ilegal segundo o regulamento britnico. Aps diversos protestos, a corrida foi anulada e os trs competidores restantes foram chamados a correr nova final. Os dois estadunidenses recusaram-se a correr boicotando a final. Halswelle correu sozinho e recebeu a medalha de ouro num pdio vazio. O evento de senhoras apareceu pela primeira vez nos Jogos de 1964, em Tquio, onde foi vencido pela australiana Betty Cuthbert. Em Sydney, 2000, a prova foi vencida por Cathy Freeman, a primeira aborgene a ganhar uma coroa olmpica. O recordista mundial Michael Johnson, com um tempo de 43,18 segundos, estabelecido em 26 de agosto de 1999, em Sevilha. a prova mais amplamente dominada pelos Estados Unidos no atletismo masculino. No incio de 2009, os doze melhores corredores da histria desta prova eram americanos.
A intensidade dos exerccios deve ser escolhida de tal modo que atinja os nveis elevados, necessrios para o desenvolvimento da velocidade; A durao do exerccio deve ser escolhido de maneira que a velocidade no diminua em consequncia da fadiga, que deve ocorrer somente no final do exerccio; Considerando-se que quando se observam pausas timas de recuperao, os efeitos cumulativos do treinamento causam fenmenos de fadiga, relativamente cedo, devendo ser limitado a 5-10 repeties por unidade de treinamento; No realizar exerccio de velocidade para a pessoa fadigada;
Interromper o trabalho de velocidade se a cadncia diminuir;
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A edio do dia 20 de agosto de 1997, da Revista Veja, traz uma reportagem com o ttulo Velocidade Total, onde destaca a quebra de recordes de algumas provas do atletismo, entre as quais est os 800 metros rasos. Confira o texto: No domingo dia 10, chegou-se a suspeitar do fim da histria do atletismo. O campeonato mundial terminara sem a quebra de um nico recorde. Trs dias depois, o Grand Prix de Zurique restabeleceu a emoo das corridas. No espao de quatro horas, o queniano residente na Dinamarca Wilson Kipketer pulverizou o recorde mundial dos 800 metros, que j durava dezesseis anos, o tambm queniano Wilson Boit Kipketer (nenhum parentesco com o anterior) baixou o tempo dos 3.000 metros com obstculos e o etope Haile Gebrselassie melhorou sua prpria marca nos 5.000 metros. Cada um dos novos recordistas ganhou um bnus extra de 50.000 dlares e 1 quilo de ouro. Quando tantos quenianos correm juntos neste estdio, a nica coisa que se pode esperar so recordes, brincou Moses Kiptanui, o ex-recordista dos 3.000 metros com obstculos. Com razo. Todos os recordistas em distncias acima de 800 metros so africanos, alguns deles quenianos. Wilson Kipketer mora h cinco anos na Dinamarca, mas s deve receber a cidadania dinamarquesa em dezembro. Por essa razo, no pde participar da ltima Olimpada. O Qunia no o autorizou a correr pela Dinamarca e Kipketer no quis disputar pelo Qunia. No importa a camisa que visto, diz Kipketer. Eu corro antes de tudo para mim mesmo. Um dos maiores talentos do atletismo atual, Kipketer especializou-se numa prova fascinante. A corrida dos 800 metros requer do atleta, ao mesmo tempo, velocidade e resistncia, fora bruta e estratgia. Os maiores expoentes da prova reinaram nos anos 80. Antes de Kipketer ningum correu to rpido os 800 metros quanto o ingls Sebastian Coe, detentor do antigo recorde mundial, e o brasileiro Joaquim Cruz, medalha de ouro e prata na Olimpada de Los Angeles e na de Seul. O recorde mais antigo do atletismo continua sendo dos 800 metros, mas na verso feminina. Foi estabelecido em 1983, pela checa Jarmila Kratochvilova.
Um atleta deve correr pelo seu pas de origem ou pelo pas onde est treinando? O que deve prevalecer as melhores condies financeiras e estruturais ou o respeito com a histria, cultura e tradio do seu povo?
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POSSIBILIDADES PRTICAS
Para as provas de 800 e 1500 metros, uma possibilidade bastante interessante de trabalho o Mtodo Intervalado. Ele diferente do interval trainning, pois configura-se por um trabalho peridico de esforo e pausa. A partir do quadro abaixo, voc ter referncias para poder organizar a sua atividade. Pois a quantidade de repeties a distncia a ser trabalhada ir depender da condio fsica dos alunos.
Exemplo
Realizar tiro de 1000 metros, com intensidade baixa, intervalo de trs minutos entre cada corrida andando e com trs repeties. Do ponto de vista terico possvel fazer 225 combinaes com estes fatores, mas na prtica este nmero reduzido, pois no aconselhvel combinar distncias longas com intensidades muito altas e/ou com grande nmero de repeties. Este mtodo de trabalho possibilita o desenvolvimento de trs qualidades fundamentais para os corredores de distncias longas e mdias resistncia aerbia, anaerbia e velocidade. Quando trabalhamos em distncias curtas, com intensidade alta, com pausas longas e baixo nmero de repeties, objetiva-se a velocidade. Atravs de outras combinaes destes fatores, podemos buscar o desenvolvimento da resistncia aerbia e anaerbia. Contudo, deve-se lembrar sempre que ao diminuirmos as distncias acabamos possibilitando ao jovem aluno correr em intensidade maior e, com isso, contrair um grande dbito de oxignio, o que desaconselhvel do ponto de vista fisiolgico e pedaggico. Por isso, o ideal seria aumentar a distncia e no diminu-la.
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ALGUMAS PESSOAS FICAM CANSADAS SOMENTE EM ASSISTIR UMA MARATONA. ENTRETANTO, IMPRESSIONANTE A VELOCIDADE QUE OS CORREDORES IMPRIMEM ATUALMENTE NESTAS CORRIDAS. PARA SE TER UMA IDEIA NA MARATONA DO RIO DE JANEIRO, EM JUNHO DE 2009, O ATLETA MARCOS ANTONIO PEREIRA, VENCEU A PROVA COM O TEMPO DE 2:17:30 SEG. O QUE EQUIVALE A UM TEMPO DE 3:15 MIN./KM.
MARATONA
A maratona foi includa no programa olmpico de atletismo como uma prova especial destinada aos corredores de fundo. O nome maratona uma referncia histrica proeza do soldado grego Feidpides, que correu da plancie de Maratona at Atenas, percorrendo uma distncia de aproximadamente 41 km, apenas para dar a notcia da vitria sobre os persas, caindo morto logo aps cumprir sua misso. Ao longo dos anos, a prova da maratona tornou-se uma das provas clssicas dos jogos olmpicos, a mais longa, desgastante, e uma das mais difceis e emocionantes provas do atletismo olmpico. A prova com percurso de aproximadamente 42 km, que consiste numa corrida executada em estrada com partida e chegada dentro do estdio. Considerada a prova atltica mais rdua, devido ao enorme esforo e resistncia que exige do atleta, necessita de uma longa preparao que requer muita dedicao e treinamento. A tcnica observada entre os atletas da maratona consiste no apoio total do p e leve inclinao do tronco, pequena elevao dos joelhos e braos ligeiramente flexionados, apenas o suficiente, para manter equilbrio do corpo.
No Brasil existem maratonas e/ou corridas similares em todos os seus Estados. Uma das mais tradicionais a Corrida de So Silvestre, que acontece sempre no dia 31 de dezembro. A histria desta prova e outros detalhes voc poder descobrir no site www.saosilvestre.com.br. Ao se tornar um especialista na rea dos esportes, fundamental que voc esteja bem informado sobre o que acontece no pas e no mundo. Por isso, vai a dica de alguns sites que iro te ajudar a ser um expert neste assunto. No perca tempo, corra at eles e descubra os segredos das Maratonas. www.maratonadorio.com.br www.meiamaratonadoriodejaneiro.com.br; www.ingnycmarathon.org/ www.maratonadesaopaulo.com.br/ www.voltadapampulha.com.br A Maratona uma prova fascinante, onde os atletas percorrem a distncia de 42.195 metros com intuito de desafiar os seus limites. Preparar-se para uma maratona criar um projeto de vida. indispensvel ter muita disciplina, dedicao e fora de vontade, para que um sonho no seja transformado em pesadelo. Alm destes componentes psicolgicos, que sero muito trabalhados e exigidos ao longo dos treinos, fundamental ter maturidade muscular e no partir para a prova s por modismo, como muitos tm feito por a. O indivduo que almeja percorrer a distncia de uma maratona, mesmo que seja s para completar, tem que ter no mnimo dois anos de treinamento, ter feito vrias provas de 10km, 15km e 21km (1/2maratona), treinar no mnimo 4 x por semana e procurar levar uma vida bem regrada. A procura de um treinador, formado em educao fsica e com especializao em corridas longas tambm fundamental, pois assim como voc solicita um dentista para
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tratar de seus dentes, um engenheiro para projetar e administrar a construo de sua casa deve procurar um profissional qualificado e habilitado para cuidar de seu treinamento. Embora o treinamento seja uma coisa totalmente individual, regido pelo Princpio da Individualidade Biolgica, que explica a variabilidade ou diferena entre indivduos da mesma espcie, o autor busca apresentar algumas dicas importantes para quem pretende iniciar neste tipo de corrida. Uma das principais dvidas para quem est iniciando : Quanto treinar? Independente do perodo do treinamento indiscutvel que o mnimo sero quatro sesses por semana de corrida. O ideal seria treinar cinco ou seis vezes por semana, caso contrrio melhor optar pelas provas em distncias menores, sobretudo, abaixo de maratona. Em geral, os atletas de elite fazem entre 160 e 180 km por semana, divididos em uma ou duas sesses dirias, mas as pessoas que no so profissionais da corrida, e que tem o grande desafio de conciliar trabalho, estudos, famlia e vida social com o treinamento, raramente chegam aos 100km por semana, sendo que alguns obtm timos resultados com quilometragem entre 60 e 70km semanais. Vale lembrar que estas maiores quilometragens so sempre atingidas cerca de 40 a 30 dias antes da prova e bem reduzidas nas duas ltimas semanas.
Como treinar?
Considerando estes quatro treinos de corrida por semana, dividimos da seguinte forma: 1) Treino de rodagem em ritmo confortvel, 1 treino de velocidade, 1 treino mais longo e 1 treino leve, regenerativo, normalmente utilizado um dia aps o treino longo. Considerando 5 treinos de corrida por semana: 2) Dois treinos de rodagem em ritmo confortvel, 1 treino de velocidade, 1 treino mais longo e 1 treino leve, regenerativo, normalmente utilizado um dia aps o treino longo. Em alguns perodos pode-se realizar dois treinos de velocidade, mas com intervalos de no mnimo 72 horas e precedidos de treinos regenerativos. Estes treinos podem ser os famosos intervalados (vulgo tiros), os fartleks, treinos de ritmo e at as provas preparatrias. A distncia dos treinos longos, que so os mais especficos, algo muito discutido, e que, depende muito da escola e metodologia do treinador, varia de 24 a 32km. Particularmente s utilizo distncias de acima de 32km, at 36km, para atletas de elite ou corredores que j possuem muita experincia, com intervalo de no mnimo 21 dias antes da prova. No geral, utilizo 1 ou 2 longos entre 30 e 32km, somados a mais alguns entre 21 a 24 km.
DICA IMPORTANTE
Corra no mximo 2 maratonas por ano, com um intervalo de no mnimo quatro meses entre elas e no coloque em risco seu maior patrimnio, sua sade!
Estas e outras dicas voc confere em http://www.corpore.org.br/cws_indiceconteudo_tecnicos.asp.
Neste site voc poder analisar diferentes propostas de treinamentos que serviro de subsdio para voc encontrar aquele que mais se adapte a sua realidade ou aos objetivos do seu aluno corredor.
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