EDUARDO NORONHA - Evolução Do TeatroTro
EDUARDO NORONHA - Evolução Do TeatroTro
EDUARDO NORONHA - Evolução Do TeatroTro
-^^
-r^^.
iMP^'^
EVOIiOflO DO THEITHO
Eduardo de Noronha
6ooIuQO
do fheotpo
O drama
LISBOA
LIVRARIA CLSSICA EDITORA
DE A.
1909
DEC 2 1967
Porto
Imp.
Portttgueza
Bua Formosa,
112
de theatro
Dedica
(b-ciazc/o
de
<yC<x^t<xnn42.
Corrtposio do drairta
Litteratura dramtica
Relao
Leis
a arte de representar
que
que imitam a aco representada por ])ersonagens introduzidas nellas como se fossem reaes
sies
aco.
As
variedades
Evoluo do Theatro
Cedo adquire
no convvio dos
mais especialmente nas conque variam e se
junturas alegres ou solennes
methodisam com a dana e com o canto. Qualquer
sas.
seus semelhantes,
essas expresses
com
outra,
homem
um
ral,
es.
cios, o
um
fict-
passo preliminar.
Nem
ha drama
que a
at
aoo,
que o
homem
figuradamente
Supremo em cuja
uma
uma
Ente
espcie, ao
operao da vontade e
gia,
attri-
eFeito.
como
numa
vontade humana ou
sobrehumana. Toda a imitao da aco pela aco
no grmen um drama. Nem todas as naes, potendo a sua origem
Chegado
uma forma
aqui,
resta ao
drama
revestir-se
de
Composio do drama
elenaeiitos
adventcios
--se colloquem
em
musica,
dana, decorao
tualmente a formao de novas espcies dramtiou fazer reviver as antiquadas. O drama, como
cas
ramo de
consequentemente, na historia da
in-
littera-
mais profundamente.
meramente
na verdade, inseparveis
mtica e
um
accidente. Embora,
da outra, a arte draa arte de representar, nem sempre andam
outras artes
parallelas.
uma
Evoluo do Theatro
10
dramaturgo pde, na
pratica,
mas no na
tlieoria,
O
ser
conjunto das
leis
regras do
drama deve
enumerado com preciso, indicar no s. os inda arte mas ainda os meios pelos quaes se
tuitos
podem
roalizar.
Mas nem
Lessing,
nem
os
as grandes auctorida-
como
Aristteles
entusiastas defensores de
ou
me-
neille
nunca interferiram seriamente na operao do poder creador, cuja inventiva actividade, a existncia de systemas admittidos tem frequentemente
servido
os
para estimular.
nenhuma
theoria dramatur-
seja
fora creadora.
com
Composio do drama
uma
siderar
(lo
11
como apparece na
historia
chronica,
assumpto
meira
tarefa,
matur^o;
expanda ou
execuo, a ultima depende sem-
embora a concepo
modifique com a
se
pre da primeira.
maturgo pde
ser to vasta
somma
uma
nao ou de
uma
ou pde
ficar
de
uma
transformao de
um
assumpto
em todo
em aco
o caso, a
egual-
mente indispensvel. Uma imperfeita transformao , como nas velhas chronicas medievaes, um
trabalho rstico, ou, como em noventa e nove de
cem peas modernas, fundadas em factos, um incorrecto methodo de produco dramtica.
Ha ento leis que determinem com propriedade a natureza de todas as aces, embora ellas
possam variar quer nos assumptos quer na forma?
12
Em
Evoluo do iheat^o
primeiro logar,
uma
possuir unidade, e este requisito distingue-a immediatamente do assum^pto que sugeriu a ida.
Os acontecimentos da vida real, os factos da historia,
como
incidentes
os
das
narrativas
ficticias,
so
um
vagas de
effeito.
cie
Esta
lei
problema de
hibe as folias de
uma aco
uma errnea
que
Um
numa
elemento
ser
um
ele-
assassinio de
Om/omQ^o
(lo
drama
13
A perda
do
avarento.
que so
apenas
subsidiarias; e
nisto
tambm
favorita do
Uma
drama moderno
episodio
ou enredo.
envolvida como
tal,
inconcebvel
num
simples
drama, embora haja muitas peas que so palpavelmente duas ligadas uma outra. Todos conhecem dramaturgos que, ao cahir do panno, parecem
ter contado pelos dedos quantas pessoas
mataram
ou casaram.
A unidade da aco nao implica a unidade do
heroe. Heroe ou heroina apenas um termo que
significa a principal personagem da aco. E posto
que uma aco possa consistir na lucta coUectiva
de mais que uma vontade contra o mesmo obstculo,
como por exemplo nos Sete contra Thehas,
ou no Romeu e Julieta
^ se d isso quando a
alterao no grau do interesse excitado por diffe-
rentes caracteres
numa
pea resulta de
uma mu-
Evoluo do Theatro
14
heroes avoca
um
da aco que
elles
da unidade de tempo
trarias
como
lutas.
de
loga>'
no
so,
uma
visivelmente contnua, de
modo
aco
a tornar a sua
mittir a
caracter
uma
aco,
concebida como
tal,
o seu
aproveitados por
o assumpto de
um
uma
do
uma
innovao grega,
tragedia s
numa
parte de
um
Composio do drama
15
foi
sngge-
do
em harmonia com
franceses
los
usos do seu, e
como
o descuido,
a construco e
que caracterisava
nesse
da
especial
scena inglesa.
palpvel
artificio
sempre
ter
em
termo
em Veneza
e parte em Chypre e todavia uma s aco.
Os limites do tempo em que uma aco decorre
aco.
em
redor do
Num
o
como
sol,
em
ou da lua
um
giro da terra
volta da terra.
si
esta
U7ia,
prpria. Esta
seu assumpto.
lei^
do
arte
real,
uma
uma
historiador, por
exposio completa
minado
mas
um
deter-
sabido
que
cialmente se realizaria, se
elle
expuzesse apenas o
fim,
arte,
taes eventualidades.
O dramaturgo,
tratando
uma
aco
com
uni-
Evoluo do Tlieairo
16.
e,
desde
partes,
mtica.
Cada
suas
aco, concebida
causas,
desenvolvimento,
gradao,
JSTo
as
conse-
existem
leis
que
se
principal e mais ou
episdios
experincia, porm,
como me do
uso, esta-
em
tagem em
trabalhos
Da adopo de
systemas particulares de diviso para certas espcies de dramas,
taes como os cinco actos de uma
se
afastar demasiado.
romanos tornou vulgar resultou uma certa uniformidade de relao entre a maneira de conduzir
Composio do drama
17
Na
essn-
j;r-
prlogo
A
,
os crticos inds, a
o entrecho.
semente
Sendo o
adoptaram no decorrer dos sculos para asefficacia. Assim, o prlogo de Euripedes, posto que falado por um dos caracteres da
pea, toma uma forma narrativa, e coUoca-se meio
fora, meio dentro da aco, da qual na verdade faz
tes se
segurar a sua
parte. Nota-se o
mesmo
Evoluo do Theatro
18
Ambign
Adelphi.
mesma
nacionalidade
criada ladina.
claro
que
taes expedientes
podem
que
como
aco
ella
uma
da sua
parte orgnica da
]oi'0-
pria aco.
7'es,
os espectadores
m me-
dramaticamente representar
uma
Ilibada de
ma-
em
todo o seu
Abaixo os capuletos! abaixo os montecchios! como no Romeu Com o mouro, dizes tu?
como no Othelo.
O fim da exposio com o inicio do movimento
da aco, um elemento de alta importncia
quando extremamente claro (como no Harnlet
onde se patenteia com toda a nitidez no encontro
do heroe com o phantasma). A sua vantagem
curso
Composio do drama
o de
uma
19
aco subsidiaria, ou de
um
episodio
ellas).
mento
se- antes de
20
Evoluo do Theatro
claro,
muito (como
em
todas
as
da aco) da
assumpto ser per-
partes
do
que o drama histrico apresenta
srias difficuldades, e talvez o exemplo do Henrique VIU, comparado com outras peas histricas de Shakespeare, fornea um exemplo instructivo da deficincia (devido pressa) do tral3alho
humano.
transformao
feita.
nisso
dramtica
II
Desenlace e caracteres
Desenlace
lidade da aco
Da
o
sen desfecho
cujo fim
catstrophe.
uma
em
prega o termo grego, que significa: lo d) entrecho o conjunto da segunda parte da aco, da
gradao para o fim. Se, no encaminhar do climax tudo depende de obter o efeito, no desenlace
tudo depende de no o estragar.
Este resultado consegae-se caminhando rapida-
as aces
est
em
Evoluo do
22
Tl, entro
complicada.
de Aristteles,
que
uma mudana
para o contrario do
da aco
onde a historia romana se
presta to admiravelmente s exigncias di-amaticas. Seja como for,- a arte do dramaturgo ,
nesta altura do seu trabalho, chamada a evidenciar o seu tacto e habilidade. O objectivo da gradao concentrar o interesse; o do fecho , principalmente, evitar que elle se dissipe. No ha
esperado
como no
Coriolano^
necessidade,
dios,
neste
mas devem
significativa do
ses
do drama;
vem
circumstancias
das
periodo,
ser de
que
uma
de
preciso
mesmo
excluir os epis-
a gradao occasionaram.
Em
Desenlace
e caracteres
23
efficaz,
taes
como
o eits ex ma-
pleta
em
si,
bilidade exigida a
lidade condicional
o da verdade no decorrer da
aco, pela qual, e com os caracteres que o dramaturgo escolheu, tem de a desenvolver. Com relao
primeira, no est agrilhoado a nenhumas restrices, salvo aquellas que elle a si mesmo impe,
e pde ou no ser condescendente com os usos empregados nas diversas composies dramticas.
24
Evoluo do Iheatro
ao Macheth
com
mesmo
acontece
dramtica.
O dramaturgo deve
crear
uma
forma
especial,
entre
si,
a aco.
despertam interesse
Desenlace
seu
25
e caracteres
na creao
os seus
emprego dos
bilidade
maio-
caracteres.
responsaa escolha
Ha
aspectos na arte
mas no ha nenhum em
homem.
As theorias
que
deiam
os edifcios.
os
As
observaes de Aristteles
esse
A
fazer
uma
Evoluo do Theatro
uma determinada
galeria de typos.
O drama italiano e hespanhol mais especialmente, e.o francs durante uma parte da sua historia,
mostram,
em
quer fossem
artifcios,
com
pos cmicos
modo
As
leis
deste
que
os individualiza.
Um
Desenlace
e caracteres
na aco, ser
sufficiente-
feies privativas
para
ra,
de
modo
a conseguir o resultado
por exemplo,
em
vista. Se,
ciaes.
ficando-se
^'oiijunto
com
do caracter que
elle cria.
uma
da
criao.
Num
eflteito
comtudo,
dramtico.
pode
machina photograpliica.
individualizao,
como primeiro
requisito
Evoluo do Tlieatro
28
do desenho dos caracteres dramticos, indispensvel em todas as personagens que tomam parte
numa aco dramtica, mas no em igual grau
para todos os casos. Aos grandes mestres dos caracteres basta
como
aproveitar-se, distinguindo
lago,
emprego dos
Octvio e
Surface.
contrastes.
Max
os caracteres
antthese directa
nem sempre
a ex-
uma
cie
uma
esp-
de desdobramento da princeza.
uma
concepo
bem
distincta,
modo de
devem
ser
na
Desenlace
29
e caracteres
bidos
com
Hamlet
derno,
No drama mo-
Podem
em
elementos
mesmo tempo
uma
variedade de typos semelhantes quelles que a experincia aponta na vida para classificar os ho-
mens, a sua naturalidade, como costume chamar-se, mais domina a imaginao. Naturalidade e
o termo que
cia
Um
com
30
Evoluo do Iheatro
sem
isto,
nem mesmo
modo
significativo, preciso
rado para os
d'elles.
pelos deuses a
um
morta para
se unir a
Romeu.
dos
aristotelianos,
applica-se
quillo
res-
que
mas que
delles.
Como
Desenlace e caracteres
liiimanos de repref^entao,
ai:;entes
31
em
certas con-
communidade
mens, a aco de
um
ou
como
as burlescas,
antiga
em
geral,
comedia atheniense,
podem completamente
natureza de
seus
caracteres
tempo
cial
seja
uma
so
de logar, de
das
adaptados,
um
distinces
certas peas.
um
O que
consideraes
um
de
transitrias
ou no a imitao de
de maneiras, torna-se
em
como
uma
que produz;
espcie particular
elemento insignificante
de somenos numas pode
32
Evoluo do Theatro
impunemente.
uma
uma
numa
escolha
definitivamente fixada.
s
Estas so
dentes
com frequncia
particulares
o resultado de antece-
seu
desenvolvimento
drama?
Isto
comtudo no
significa
que tudo
seja
Tanto quanto so distinguiveis, segundo os effeitos que as suas aces, ou as partes preponderantes das suas aces, produzem, podem primaria-
33
Desenlace e caracteres
mente
ser classificadas
media.
com
respeito s
podem
e o terror
mos
efeito trgico.
ao sentimento do ridculo e
si
como dramas
srios
tra-
34
Evoluo do Theatro
classificao,
porm, admitte
uma grande
O drama
feliz,
serio,
scliauspiel
gnero para emparelhar com a tragedia, mas apenas uma subordinada da primeira, se, na verdade,
se torna necessrio fazer tal distinco.
podem
Os nomes
indicar o desen-
.w^
III
Thearo ind
o drama
ind
(clssico)
'
do drama ind.
drama indiano em qualquer poca do seu desenvolvimento. Finalmente, o periodo da sua decadncia comeou antes da litteratura dramtica da
Europa
se ter manifestado.
Evoluo
36
T/teatro
(lo
um
rata,
mos
bem
aqui,
caracterisada,
cao do drama.
uma mera
que
Conta-se
trs
personifi-
espcies
de
Ainda a
este addicionou o
methodos de dansa.
A origem do drama ind sem duA^da religiosa; nasceu da combinao do canto com a dansa
nos festivaes dos deuses. Mais tarde foram-lhes
addicionados recitativos, primeiro cantados, depois
falados e
em
seguida dialogados.
ISTa
ndia ainda
se representam, de quando
mas
e dilogos,
mythologia de
baseados
daquella
consorte de
divindade,
Laxmi
que a mais
episodio da his-
e diz-se
um
-a
assumpto
drama
que liga os seus mais modernos themas com a mythologia nativa de Vichn,
concorda em attribuir a origem de uma espcie
particular de representao dramtica
^o sangita
indiano.
a Krisna,
tradio,
a pastora.
auctor do
poema
Gitago-
37
TJieatro indil
dualmente do geneTo dramtico, por meio do dialogo, o seu drama desenvolve-se independentemente
da unio das formas lyricas e picas.
A sua poesia dramtica vem em seguida s
suas epopas, cujos grandes trabalhos, o Mahbhrata e o Rmayana, tinham j sido precedidos pelos liymnos dos Vedas, exactamente como o drama
grego succedeu aos poemas de Homero e como
aquelles tinham sido antecedidos por outros antigos liymnos. O incio do drama ind pode ixar-se
no sculo iii antes de Christo, ou ainda em data
mais remota. No periodo em que foram produzidos os espcimens que conhecemos, attingira j o
seu zenith, e era considerada como
feita.
Conhecemo-la na sua
gloria,
uma
arte per-
no seu declinar
na sua decadncia.
A historia da litteratura dramtica da ndia
pode dividir-se, succintamente, em trs perodos.
O primeiro vae desde o sculo i antes da era
de Christo at o sculo x da era actual. Este perodo pertence historia pre-mahometana da chronica da ndia. No fim deste termo, porm, j o
budhismo se tornara um poderoso factor tanto na
vida social, como na moral e intellectual, do Industo. E esse o perodo clssico do drama ind e
abrange os trabalhos dos seus dois mais indiscute
38
Evoluo do IJieatro
mais remoto, pois viveu na corte do rei Vikramditya de Avanti e morreu no anno 56 antes de
Christo; considerado
como
o auctor do SJcun-
um drama ind.
um dramtico idylio
cia de
de amor, de inexcodivel
na opinio das mais consideradas auctoridades, uma das obras primas da litteratura potica do universo. Outro drama de Klidsa, ViIcrama e Urvs O heroe e a nympha embora
desegual comparado ao Shuntal, contm um
acto que um verdadeiro primor; a sua perdurvel influencia na litteratura dramtica indiana
bem evidente por causa da insistncia como foi
belleza,
e,
imitado
em
a Klidsa
mas
uma
tambm
outro poeta do
mesmo nome.
Outra obra de
chaJcat
com
um
carro phantastico
Mrich-
drama domestico
Theatro incl
vuti,
cliamado
rilantha,
^ii
39
aquelle
em
cuja
garganta est a riqueza, que floresceu nos princpios do sculo VIII. Embora seja considerado mais
na linguagem que o seu emulo, e geralmente mais illaqueado pelas formulas, no deve
ser considerado inferior em talento dramtico. Das
trs peas que existem delle, Mahvra-Charitra
e Utfra-Bama-Charitra so dramas hericos, relaartificial
Shakespeare.
As
a continuada serie
xi.
obra de
40
Evoluo do Tneatro
da lua
o erro)
Ratnavali
uma
prema virtude do
de controvrsia.
tel
xi e
data do famoso
ciana, e o interessante
para
Collar
zo e de intriga,
depois
xii.
uma
Uma
assumpto
Mudr-Rahshasa O sinete
do ministro, no qual o prncipe Chandragupta,
presumidamente identificado com Sandracottus,
tica de Viskhadatta,
faz
mente, nos
fins
do sculo
xii.
ind que conhecemos como sendo uma fabula histrica na sua essncia. Uma circumstancia digna
de nota, se no simples probabilidade, foi produzida quando j tinham comeado as invases mahometanas.
41
TJieatro in
As
tem
jecturar as datas, a poca da sua composio estende-se desde o fim do sculo xi at o xiv e per-
a despeito do caracter
uma
pea sobte
Anargha-Rghava, o qual
commum
se affirma gosar
mais alta
um
no
drama em
uma
rei,
mxima:
Nos sculos posteriores ao xiv s ha peas isoEstas, que se baseiam principalmente nas
lendas de Krishna (a ultima encarnao de Viclin),
devem ser considerados como um mero rebotalho
e mostram o drama ind na sua decadncia. Realmente, o ultimo delles, Chitra Yajna, que foi comladas.
modelo
42
Evoluo do Tlieatro
italiana
improvisada,
deixado ao arbitrio do
actor complet-lo.
ses
burlescas,
data incerta.
O numero
um
to vasto lapso de
tempo
relativa e absolu-
tamente pequeno. Wilson cr que as obras encontradas e as mencionadas pelos escriptores inds
sobre drama sobem a muito mais que sessenta.
Como vimos atrs no mais que trs so attribuidas a qualquer dos dois grandes mestres. A estas
deveriam addicionar-se as peas em tamil, computadas em. cerca de cem, e que foram compostas por
poetas que gosavam o patrocnio dos Pandian, reis
de Madura.
Os inds possuem abundantes tlieorias dramticas.
que
dramtica
uma
fornecer
um
parallelo de occasiD.
Os commenta-
que debaixo de
um
estreito
(De
sutra,
carpinteiro,
fio,
seus stras ou
nasceu sUra-hara,
43
Theatro in
No
sculo
XII,
quando o drama
se
approximava
um
nas, exliibindo
uma
ultrapassadas pelos labores dos doutrinrios occidentaes, antigos e modernos. Infelizmente no nos
espcimens de confiana
ficaram
(se
na verdade
um
drama?
O
<-
actor responde:
delicada
affectos,
sublimidade de
Ento
replica o director
lembro-me de
uma.
algum
elles.
ou venha a existir,
tenha gostos semelhantes aos meus; o tempo
infinito e o
mundo
exista,
grande.
44
Evoluo
Esta
indiferena
brotando de
uma
(lo
TJieabv
pessoal
pela
popularidade,
elevadas,
ligioso,
em
mais
guma
uma
com
mais ou menos perfeitos das linguas pra(em regra no mais que trs, usados nos can-
dialectos,
krit
commum
mais
este motivo,
na
uma
poesia,
da lingua prakrit,
o
auraseni).
da pea
Por
no-
no ser pelo conhecimento geral das lendasque lhe permittiam at certo ponto acom-
e contos
Thcatro
md
45
como
A
os
sentimentos
(segundo
os
processos
prescriptos
pela
theoria
ind) ser instrudo por meio de distraces. Estes sentimentos eram chamadas rasas (sabor ou
aroma) e brotavam do bhavas (condies do es-
pirito e corpo).
estas
excludo
isso
que
significava quietao.
Os
crticos
rilpalcas.
Evoluo do TJieatro
46
dita,
rj)aka, o nataha,
representa,
num
ou
sentido
ultimo.
heroe
um
com Rama
succede
vti,
TJieatro ind
Kolalialapur,
47
brahmanes
e sensuali-
dade dos ricos e poderosos. Estas banalidades representam o mais baixo extremo da escala dramtica, aos
os seguintes principios.
embora no
observada na prtica.
As
seja invariavelmente
interrupes prolixas ou
posto
em
um
que
nam
os acontecimentos representados
numa
car-
mas vezes em
mentos pblicos ou ao ar
livre.
48
Evoluo do Theatro
chandra as personagens fazendo compridas jornadas no proscnio, sob as vistas dos espectadores,
No
s a
leis
cohibi-
coram populo, mas ainda os actos de morder, agatanhar, beijar, comer, dormir, tomar banho e a
em
scena.
No
se
deviam figurar
exem-
fingir
scena.
As
seguida por
uma
uma
beno, nndi,
Theatro in
uma
por
49
em
com
actos, anhaSy
altas
classes
considervel
-quasi
uma
se representava
trilogia
mais que
caracterstico,
se
adivinhava o
pea fechava,
como
esposa apparece ante o marido, que, ao reconhe fatalmente assombrado por um encantamento, inexcedivel de dor; a scena no drama
c-la
Mlat
bem amada
de pavor. O
um
O engenhoso
artificio
de
uma
pea dentro da
50
Evoluo do TJieairo
pea, to familiar no
drama
ingls,
empregado
Tambm se
milagrosas e, numa
serviam de metamorplioses
e delicioso episodio de
da mangeira
ou gracs incidenouvindo tagarelar o filho da amante, uma das mais bellas scenas,
e que raras vezes se representam no drama moderno sem affectao. Os dramaturgos indianos
empregavam largamente no desenlace, no sentido
restricto da palavra, o deus ex machina e com free verde
tes domsticos,
quncia com
como
bom
o do cortezo,
senso.
divises.
os brahmanes.
-Em
geral,
relaes entre os sexos, sujeitas s peculiares resuso, mas mais livres que as que os
exemplos mahometanos mostram ter introduzida
trices do
Theatro ind
51
Os caracteres masculinos
so frequentemente desenhados com habilidade e
na
com
alumas vezes
principe
ofenuina forca.
Samsthanaka do Mrichchhahaf
um
sempre inoFensivos.
jos so
comer em
ckert define-a
com
flexvel e o verso
felicidade, dizendo:
bem
entretecido.
mam-se em
sorrisos
em
Na
R-
prosa
opinio de
As palavras
transfor-
em sorrisos e os
O drama ind baseia-se
alluses, as^alluses
metphoras.
essencialmente
na^s
Evoluo
(lo
Th cairo
que
requisitos
esses
so
capazes de pro-
duzir.
recem ser
descriptos.
Alm
me-
a pena mencionar-se.
individualmente,
reputao.
o
No Anargha-Rghava
mundo conhece
Kaudala.
actores
os
no theatro do Occidente,
um
ministro astucioso
53
Ihcatro ind
disfara a filha
em
com
rapaz e
sexo.
Mas
mundo.
na verdade
uma
um titulo que
um synonymo de preemi-
mais que
uma
um
como
uma
a ind,
casta, ao
lado
nas
mas
uma
foros
da
se a
vida presente do
homem
devem
ape-
mais
sublime
moral
indicam-lhe
es-
ao
54
Evoluo do Tlicairo
do
]n'opiio a
de
si
nhuma
arte
pode despresar.
liberdade do dese-
mas que
tico,
resignao.
No
de delicadeza so deficientes.
sua maneira de
com
nariz,
palavras,
como
es do Occidente.
excellencia caracteristica do
de se apresentar vestida
com
um
drama ind
traje
potico,
Theatro hid
55
nunca mentem
religiosa; entrete-
numa
f^'
o\v^
%[^^r^
draii a na China
itiguidado
decadncia
theatro chins,
como
uma
como
taes
chineses
Embora algumas
tradies
affirmem
(]ue
58
Evoluo do TJieatro
drama chins
essa data,
em
mos meio de
Em
uma
caracterstico da poca a
que pertence.
dynastia Tang,
peas,
re-
seu
herico.
interrompeu
civil
dade
os gosos
da paz e da prosperi-
dra-
As
peas da dynastia
Sung abrangem
o espao
chins;
cantor.
Kin
o drama na
T-'a-Ki.
Khio
China
59
Foi
principalment-e o Yuen-Peii que nos deu a conhecer o theatro cliins as peas curtas designadas por
;
Yen-Kia so do mesmo
lista
estylo,
mas mais
sofrivelmente
extensa; comprehende
Calcula-se o
Yuen
cerca de
eram
breves.
cor-
e sessenta e quatro.
Foi o missionrio
jesuita
numa
caixa
mysteriosa qual outro Cypselus ou Moyss. Volaproveitou o thema da remota pea para
taire
uma
<-
com
descrever
um
no delineamento,
Julien.
sir J.
uma
foi
devido ao labor
deste
estudioso,
de
devemos
de traduces dos dramas chineses, entre os quaes ha, na verdade, algumas obras primas.
serie
um
perodo mais
his-
mo-
60
Evoluo do TJieatro
demo que
fins
em
China.
1404, no
Tem
sido
derado como
um monumento
de moralidade e a
chins.
serio,
posto que
as peas ento
em
celebrado Si-Sianj-Ki
Occidente
historia da bandeira
do
de Wang-Chi-Fou.
dynastia Ming,
O que
facio
'
}ue se
no contm
nenhum
progresso.
encontra ali?
da edio de 1704 do
um acervo de sconas, umas imaginadas
burlescos,
e outras
apanhadas no tumultuar
das. ruas,
ou a
o drama tm
instructivas.
61
CJiina
Um
virtuoso.
ideaes.
tada,
entre
segundo os assumptos, em doze categorias. Actualmente duvidoso se as que elles classificam como
mais elevadas merecem na verdade tal primasa.
O elemento religioso no palco chins com frequncia uma pura chocarrice. A vida religiosa tal
como ella se reflecte no drama coUoca as diversas
crenas ao lado
uma
De
todas
comque
dominava j na China, muito antes dos dramas
mais remotos conliecidos. Assim o thema da absoluta abnegao tratado numa pea, como no
as tradies e doutrinas religiosas as mais
prehensiveis
so
Sacrifcio de si
as
do budhismo, religio
na
exemplo no Lai-Seng- Tchai
no outro mundo
absorpo
Evoluo do TJieatro
62
Os chineses no desconhecem o drama histrico, e embora a lei prohiba fazer figurar no palco
imperadores, imperatrizes, prncipes famosos, ministros e generaes de outras eras
tal restrico
no
As
numa
>
uma
das
uma
Um
uma
ou sogros como
como no P-Pa-Ki.
no Lao-Seng-Eul, ou
prtica,
No
circulo de gis
Alm
destas peas,
ha
uma
uma
creada de quarto.
o drama
7ia
6B
Chhia
mesmo modo, notavelmente amplo na creados caracteres. Como bem conhecido, a socie-
do
em
O Tchoang-Yuen ou
nesas.
o mais classificado
na
lista
()
heroe de muito drama, como no Ho-Han- Charla
Pi-Pa-Ki, etc. E uma apreciada vaidade por muitos annos um antepassado que desempenhou al-
tos cargos
por
uma
pes-
.pinta
com
os vicios de
ciedade. Existe a
mesma
liberdade
em
com
sexo feminino;
houve algumas
restries vexatrias
claro
que
so-
relao ao
pocas remotas
na vida chi-
at
(Pi-Pa-Ki)
64
Evoluo do Theatro
a mais gentil
descuidada cortezan que, qual outra Millwood, exproba ao cmplice o seu crime quando elle lhe
quem
e para
uma
antiga cor-
os sentimentos da primeira
O
uma
chinesas de
mostra accentuada
grande
ingenuidade
uma
natu-
peas so divididas
em
As
ros so, em geral, quatro; ha s A^ezes uma introducao ou narrativa-prlogo, declamada por alguns
dos caracteres (Sie-Tsen). Existem, no entanto,
feitas as contas
sejo,
diz
um
emprezario
num
do
que se deprehende
que a representao de algumas peas levava mais
de um dia. Exigia a regra que houvesse um acto
no se lhe corta nada,
Segundo uma
theoria,
da qual
nem sempre
sublimidade do delinea-
o drama na
mento
65
China
phrase.
No estando
e as torturas so
ha milagres
e incidentes
dos
em
altas espheras
leis
dra-
geral, arranja-
da sociedade
por
agentes matrimoniaes.
resoluo do nodiis da
Evoluo do Ihcatro
66
um
recapitularem
visto
com frequncia
pea j representada.
Ha no drama chins
convm pr em
uma
uma
evidencia.
livro,
parte
da
particularidade que
principal caracter de
nagem.
Elle ou ella heroe ou heroina e coro. Este
desempenhado pelo protagonista que canta trechos
poticos,
mximas de sabedoria
de moralidade,
Variam-no e transmittem-lhe tanta elevao e brilhantismo quanto possvel. O caracter que canta
deve ser a principal personagem da aco e pde
ser tirado de qualquer classe da sociedade. Se esta
personagem morre no decorrer da pea, canta outra
em
seu logar.
Mencionando
mente
os trechos lyricos,
drama
qualquer
chins,
que no
limitam ao
se
com frequncia
recitam versos
nestes
devem
pro-
de
uma
o drama na China
significa jacto
taes
67
compostas com
uma
palavra que
outras derivadas de
maes,
nomes de
predilectas.
Embora
um
de
inexperiente
uma
to rara
tem
chins
potico.
ticos,
direito
Abundam
mas no
nelle talvez os
est
drama
como
ornamentos pobanhado em
o ind,
poesia.
Evoluo do Iheatro
68
aproveit-los todos.
No
porariamente,
sentaes dramticas.
No
em
armados nas ruas (Hi-Thai). E este o motivo principal porque na China nunca se olhou
muito para as decoraes de uma certa importncia. O guarda-roupa descripto como sendo
magnifico; tradicionalmente o usado antes do
seculo> XVII em harmonia com o colorido histrico
de muitas peas.
geral,,
profisso de actor no
um modo
de vida
o drama na China
69
respeitvel na Cliina.
Os emprezarios costumain
comprar filhos de escravos e na escravatura os
conservam. E proliibido apparecerem mulheres no
proscnio desde que o imperador Khien-Long
admittiu uma actriz no numero das suas con^
cubinas!
sao
De
em
certas
fl
no Japo, Egypo
nalgdns povos da finierica
drarnafirgia
e
o drama
japons
resto da sia
do
O drama
todas os probabilidades,
uma
distraco extrema-
mas
lendrias ou histricas, o
uma
importfio chinesa.
drama no Japo
At ha bem pouco tempo
no tentou, pelo menos apparentemente, nem
m.esmo nas suas produces mais avanadas, emaneipar-se de reproduzir os typos chineses convencionaes.
Evoluo do Theatro
escreveu trinta e trs peas. Os japoneses, comtudo, attribuem a origem do seu theatro intro-
Em
sentaes theatraes.
com
nome de
Iso,
que
1108 viveu
uma mulher
considerado como
me
do drama japons. Os seus espectculos Ixmitavam-se a dansas ou a quadros vivos com trajes
masculinos (otokomai).
introduco do drama
propriamente dito universalmente attribuido a
o pri-
em Yeddo.
Pouco tempo depois, em 1651, as casas de espectculos foram removidas para um sitio privativo da capital, onde estiveram por muito tempo e
onde ainda esto algumas, O theatro comeou a
florescer desde ento,
provncia, principalmente
uma
mas
certa categoria
os actores
.4
America
73^
pacto leal
doutras
numa
siste
num
das
casas
uma
dialogo, de
jornada, que,
moda
das
inds,
se
passa
ultra-realista, e
prios,
as intrigas contra as
com
intermezzos
pelotiqueiros.
Cada
cial
classe
distraco theatral
^5
nascente
uma
dem, constituindo-se
em
alavanca poderosssima
74
Evoluo do Tfieairo
tambm
Lembram-se
nossos
Os
leitores,
com
certeza,
as recitas.
Na
mundo
Kinlcoro e o Mercador de
drama
civilisado.
em um
em
trs actos e a
o cavalleiro,
tambm em
Veneza: na segunda o
comedia
Ghesha e
Foram qua-
drama em
dois actos e
em
dois; e a quarta,
Kesa
matine,
em
mas
chins.
exclusivamente homens.
cipaes
Embora
os actores prin-
recebam
respeitveis salrios,
a classe considerada
75
com
desprezo e as companhias so geralmente recrutadas nas camadas mais baixas. Todas estas condies,
como dissemos,
se
No existem
IDOVos civilisados
da sia.
um
Ruth
e o Livro de Job.
o Livro de
egypcios tratar-se-ha
mais adeante.
No cabe nos
que
ficaria
um
sido
mesmo por
encontrados
em
diversas
partes
que teem
do Novo
Mundo. Nesses povos longnquos realizam-se representaes, acompanhadas por dansas e intercaladas com recitativos, como presenceou o capito
Cook nas ilhas do Mar do Sul.
Do chamado drama inca, dos peruanos, a nica
relquia
que nos
resta,
76
Evoluo do Theatro
em
Mr. Clements
em
posto
drama
Markham
em
do typo herico.
trica,
foi
volta combinados
com
Ha
scenas patheticas e
uma
si-
doura o lamento de
uma perdida personagem. A emparelhar com esta
tuao lyrica de bastante
nal-Achi,
traduzido pelo
texto mais
que
uma
dramtico.
uma
abbade de Bourbourg.
Mas
isto so
meras curiosidades
isoladas.
drama
devem
aos egypcios nos diversos ramos da scienno ha duvida que os primeiros se confessam
discpulos do Egypto na doutrina principal da sua
cia,
A doutrina da immortalidade da
alma encontrou ahi a sua mais solenne expresso
theologia nativa.
da sepultura
dades,
.4
dramaturgia
cio de Dioiysio,
7io
continham indubitavelmente
77
ele-
As
procuraram transmittir
em Osiris, o poder
vivo ou alma universal da natureza, a quem Herdoto identifica com toda a ingenuidade com o
Dionysio dos gregos. A mesma divindade era de
egual forma honrada com procisses entre as populaes ruraes egypcias, as quaes, segundo essa
auctoridade, se assemelhavam a todos os respeitos,
excepto na ausncia de coros, s procisses plialicas dos gregos em honra do deus do vinho.
Que os egypcios consideravam a musica como
uma sciencia importante parece plenamente estabelecido. A musica era diligentemente estudada
pelos seus sacerdotes, embora no, tanto como entre
os gregos, pois fazia* parte da educao geral. Nos
ritos sagrados dos seus deuses permittiam em regra
o uso da .flauta e da harpa, bem como a musica
idas s quaes elles
personificao centralisavam-se
vocal.
fissionaes,
dansa era
uma
mas no obstante
as classes superiores
se absterem
da sua prtica, as mais baixas exhibiam-na nas occasies festivas, quando se pronunciava a tendncia para a pantomima e prevalecia a
licerfa e a chocarrice desenfreada, exactamente
como nos remotos festivaes campezinos dos povos
VI
fl
tragedia grega
religiosa
Como nasceu Tragedia lyrica InO
Origem da comedia
veno do drama trgico
drama satyrico Tragi-comedia Perodos da tragedia
Euripedes
Os granSophocles
grega
Eschylo
des mestres da tragedia e os seus contemporneos
Ultimo perodo Os successores dos grandes mestres
Origem
Atlienas
des mestres
possvel e at provvel
tlieatro
que
os elementos do
ou doutros povos asiticos, mas o seu desenvolvimento foi independente, feito exclusivamente
por
si.
No
modo de
ser
relacionava-se intimamente
com
da sua
historia, o que no succede no mesmo grau e na
mesma amplitude com o theatro de nenhum outro
religio.
SO
Evoluo do Theatro
contacto directo
com
O polytheismo
a sua origem.
liellenico era
simultaneamente
^mais
tarde o
emblema
phallico ficou
perten-
eram
alvo.
com
com
a pelle
do bode que lhe sacrificavam. Eram estes os .9^?tyros. Da adoi-ao de Dionysio, Baccho, Apollo e
Demeter nasceram os principies do theatro grego.
brodiz Aristteles
Tragedia e comedia
taram de um rude e espontneo costume,
o pri-
81
tragedia grega
e o se-
as canes phallicas,
hoje
em
um
delles.
O costume
de dansas
de
hymnos nos
estava organisada
em que toda a
sobre uma base
sua existncia
militar. Eis a
dos soldados,
bem como
os seus
canes
c7'o e
das
acompanhadas primeiro
peja flauta. Deu-se
um
pelo
phorminx
depois
o poeta
cantores,
estas
da populao.
Do dorico paean, num perodo recuado, formaram-se varias espcies de dansas coraes, s quaes
corresponderam depois os trs estylos de dansa nas
representaes scenicas
Nenhum
trgico, o cmico e o
satyrico.
delles,
Evoluo do Thcatro
dnco entre os dricos do ithy.rambo -originariamente uma cano de convivas alegres, regida,
segundo todas as probabilidades, por um flautista,
acompanhada pela musica de outros instrumentos orientaes, como era costume em Creta celee
mento
talvez
as
duplo nasci-
cliefe da banda
cori/jjheu
esempenliava algumas vezes a personagem do deus
do vinho, cujos sectrios espalhavam por cima de
tudo o thyrso, O dithyrambo tomou uma forma
Suppe-se que o
num
ou
cyclico,
inventou
um
denominou
essas
estylo
coro
de musica
ou estylo
canes cnticos do
trgico
bode, ou tragedias.
tragedia grega
themas,
outros
83
depressa
annullado
foi
em drama
O costume
tris
trgico
a tragedia lyrica
foi
Se Homero
sentencioso ou
eFeito
um
foi
didcticos
rhapsodo,
moral
picos.
o era o
Hesiodo.
tambm
foi
enormede
as innovaes mtricas
embora
fins.
as
empregasse
com
recproca
e,
algumas vezes, extensos poemas, na ntegra. A recitao de um extenso poema pico pode ter despertado a ida de um dialogo theatral; os poemas
iambicos alternados, cuja forma se serve muita vez
Evoluo do Theatro
84
numa
culto se introduzira
em tempos recuados
po2:>ulao rstica. No entre-
na Attica
mesmo porque
Athenas,
os athenienses
tinham j
em
rhapsodico e o cyclico
e o coral
eram
Delpho. Dali
em
deante o
A unio realizou-se com os dois acompanhamentos do culto religioso nos ritos festivos
de Baccho e pela adopo destes ritos na cidade que dava as leis. Aconteceu isto no tempo
de Pisistrato, talvez depois da sua restaurao
de se unir.
em
554.
em
.4
trajedia
85
grega
corypheu
uma
com
modo
este
espcie de dialogo.
foi a
acima de
uma
que o carro de Thespis uma fico, provavelmente devida a esta mesa e ao carro de Susarion.
O disfarce do rosto do actor, primeiro com pintura
com mascara, uma inveno de certo almas menor, attribuida a Thespis. No dialogo tratava-se de um mytho relativo a Baccho ou
a qualquer outra divindade ou heroe. Fosse ou
e depois
cance,
no
Thespis
gedias,
disso,
quem
e parece
embora
psodica continuassem
com
objectivos separados, a
As
addies essen-
foram
segundo
um
ridade. Assegura-se
que
foi
Evoluo do TJieatro
86
rion,
natural de Megara.
cujos liabitantes
eram
afamados pelo seu gnio folgasao, que transmittiram s suas colnias da Sicilia. Desde ento, nessa
ilha, a ptria da mimica espontnea, nasceu a comedia. Nas festividades baccliicas da vindima rural,
(Kto|j/j;^
litteral-
com
madas
cornos^
num
eram cha-
cantor
em
das
phallicas,
o aviltamento
pessoal.
Independentes
uma
O drama
satyrico,
parti-
contemporneo de Eschylo, restaurou o coro trgico dos satyros. Produziu, a principio, dramas
com
mesma forma
thema das
tragedias,
mas
tragedia grega
que nunca tinham escripto comedias, compozeram dalii em deante dramas satyricos. Mas nunca
as tragedias nem os dramas satyricos foram escriptos por poetas cmicos. Foi conjuntamente
com as tragedias apenas que os dramas satyricos se representaram. A theoria do platnico
Scrates, de que o melhor poeta trgico e cmico
deve ser um homem s, nunca foi exemplificado
na prtica.
chamada
ltimos
hiJaro-tragedia
escriptores,
ou tragi-comedia dos
um
feliz. O elemento srio e sentimental nas comedias de Menandro e dos seus contemporneos foi ainda mais longe no desapparecimento da diferena essencial entre os dois grandes
ramos da arte dramtica grega.
A historia da tragedia grega que virtualmente sempre permaneceu attica divide-se em
por
desenlace
trs perodos.
O primeiro
cos
Evoluo do Ihatro
88
gedia clssica
dade.
no s
em Marathona
mas ainda
nianos era
um
com
da sua poesia
e a inexcedivel
89'
tragedia grega
uma
poca grandiosa na
Historia.
existncia
da
partidrio
sua
auctoridade
coincidiu
talvez
com
os
um
que
um
mas
a sua varo-
attento
doso,
com
o espirito de
um
da humanidade
destinos.
sua
a irresistvel
arte,
que
elle
feio
um
talento de
mais variada
complexa
espcie,
tem sido
dominadora que a delles, o seu engenho maisrhetorico que potico, a sua moralidade de ndole sophistica. Foi proclamado no s o mais
e
trgico
90
Evoluo do Theatro
um
espirito patritico;
a escolha
como
Scrates, o representante de
um
>,
perodo,
geral da littera-
nhum
tragedia seguiu as
em Roma;
a comedia
em Athenas pelo
que no permittia que nenhuma tragedia,
alm das suas, fosse representada mais de uma
vez, e pe.la lei de Lycurgo, promulgada em 330,
que obrigava os actores a servirem-se, quando intrepretassem os grandes inestres, de copias conservadas nos archivos pblicos.
A fertilidade da tragedia attica attingiu taes
propores que era impossvel no se tornar depoetas trgicos era reconhecida
uso
preciada.
Chegaram
at
ns os titulos de mil o
91
tragedia grega
grandes escriptores,
dos
verem tragedias
como
No
entanto
nem
tinham nascido em Athenas. Os nomes de Euphorion, hlho de Eschylo, de loj^hon, filho de Sophocles, Eur2:)edes e
nho
illustraram o
grandes homonymos,
tambm
como
um
em
380, j
compunha
a tragedia
num
certo perodo
Evoluo do TJieairo
92
em
com
representaes scenicas.
Ptolemeus, e
ali,
que
escreviam
no
estylo
seguiam
Pliade
as
regras
arte dramtica
continuaram a ser protegidas pelos
derradeiros Ptolemeus, e cerca do anno 100 antes
de Christo deu-se a curioso pbenomeno de um
rico e a
93
tragedia grega
nhas
uma
eram
as faafamiliares
auditrios
Eram raras as
em themas hist-
Pde
citar-se a
Tomada
de Mileto, de
Phry-
como
e ainda outra
cles,
94
Evoluo do TJientro
depois de
que
os trabalhos
(^).
Tanto quanto sabemos, os assumptos das tragedias antes de Eschylo derivavam do ejMs; e o
poeta costumava dizer que os*seus dramas nao
eram mais que pobres migalhas dos lautos banquetes de Homero
expresso que pode ser interpretada pela incluso dos poemas que pertencem ao to falado cyclo homrico. Sophocles,
Euripedes e os seus successores do mesmo modo
recorreram aos mythos troyanos, heraclios e the-
seos,
lendas
de Thebas,
atticas
de que j
em
geral,
Eschylo
bem como
se
as
aproveitara.
Esta reviso era muito diFerente do costume, conLycurgo promulgou uma lei, de remendar e
corrigir as obras dos grandes mestres, fazendo-lhe alteraes semelhantes s que os commentadores de Shakespeare
fizeram, afim de as melhorar, e de que o melhor exemplo
entre os ingleses o de Collej'' Ciber. Parece que os ltimos
trgicos tambm de quando em quando trasladavam certas
falas ou episdios de umas tragedias para outras
expediente largamente seguido pelos dramaturgos romanos, e
(^)
tra o qual
chamado
^4
estes
mytlios
vrios
95
tragedia grega
grupos
emparelliavam-se outros
Tudo
subsidirios.
se
isto
conservou
Foi, provavelmente,
em
resultado da intro-
diviso
talvez
um
segundo
constitusse
rhesis.
Esta
a primitiva
forma da trilogia,
trs seces do mesmo mytho
que formavam o principio, meio e fim de um
drama, diferente dos outros pelos cantos coraes.
Aproveitando esta innovaao, Eschylo tratou
de organisar as diferentes pores de
em
um mytho
assumpto e
sequentemente na mesma
occasio. E esta a trilogia de Eschylo de que
chegou at ns um exemplar, a Orestea pea
trs peas separadas, ligadas pelo
sendo
representadas
tem duvidas
Eschylo p&
nella em prtica o seu principio de que a intensidade devia recahir na do meio
por outras palavras, que o interesse devia centralisar-se na se-
se
96
Evoluo do Theatro
como
fosse, a synietria da
costume de representar
depois delia um drama satyrico, provavelmente,
oomo norma, se no sempre, relativa ao assumpto
da trilogia, que assim se converteu em tetralogia,
embora este termo, diferente do outro, parea ser
uma expresso puramente teclmica inventada pelos
doutos (^).
Sophocles, mais consciencioso e provavelmente
mais artista crtico que Eschylo, deve ser indigitado como o primeiro que elaborou as suas trage-
giinda
Fosse
pea.
dias
omo
e a isto, to
bem
elle
nunca
embora
no possuamos nenhum exemplar feito por Sophocles ou por qualquer dos trgicos modernos; por
outros termos, no ha provas que qualquer dos
seus successores se tenham afastado das normas de
Eschylo fazendo representar trs tragedias, seguidas de
(^)
um
drama
satyrico,
no mesmo
dia.
S se possue
bre a visita de
poetas da Pliade, servindo-se do drama satyrico, no seu
Metiedem, como uma arma de ridiculo pessoal, applicou-o
um
97
tragedia grega
estructura da
tragedia
attica.
da
sua tendncia
que
em
pea
que a aco
princij)ia.
por Aristophanes,
A medida que
Agatlion comeou a inserir cantos coraes (embolima), que no tinham nada que ver com a aco
da pea.
Na urdidura geral das aces era natural que,
em contraste com Eschylo, Sophocls e Euripedes
procurassem introduzir-lhe alguns progressos. Mas
a palma devida a um delineamento, que ao
mesmo tempo
piedoso e consequente
com
a essn-
no desenredar das aces complicadas que no entreE este o motivo porque recorria a miude
tece-las.
7
98
Evoluo do Tlieatro
em Taurida,
As
suppUcantes,
gruao^em elevada conservava-se essencialmente verdadeiro. Estava reservado para os seus successores
introduzirem na tragedia a
a linffuao^em da conversao
linguagem baixa
da comedia. Entre,
tanto,
ficado
.1
99
tragedia grega
A
na
actor.
da caracterisaao do
em
uso nas
dionysicas.
deira.
as mascaras, bem modeladas
estavam munidas de uma cabelleira e
de um topete; cobriam toda a cabea do actor, nao
deixando aberturas seno nos olhos e na bocca. Os
gregos tinham uma grande variedade de mascaras, que correspondiam a todas as differenas de
idade, de sexo, de classe, condio social, de raa
e de pas. Distinguiam-se cerca de vinte e cinco
espcies de mascaras trgicas (deuses e deusas,
Segundo Eschilo,
e colori
las,
100
Evoluo do Tlieatro
VII
fi
coniedia na Grcia
phico,
rlietorico
num
antithetico,
baixa chocarrice,
com certeza variado no estylo. Os assumptos, algumas vezes, mais na velha que na mdia comedia
attica,
Evoluo do Theatro
102
mente
os
em
450, primeira-
attica.
A vi-
lhes
uma
lei
limitava os excessos.
um
Gratino,
satyrico excessivamente
mos,
comeii na Greda
103
origem e
Adoptou
fiel
com
as
suas
jjor ter
104
Evoluo do Tlieatro
em
possuia a
acompanhava neste ponto como noue, como verdadeiro poeta cmico, era mordaz mesmo custa dos
seus amigos, e, pde quasi dizer-se, delle mesmo.
Pela opulncia da phantasia, como expresso na
pea As aves, e pela belleza da melodia lyrica,
religiosas,
occupa
um
feio caracterstica da velha comedia comparada com a mdia, a parahasis, o discurso que
o coro, dirigindo-se para a frente e encarando o
em nome
sem
nenhuma
fazer
referencia aco
culminante da
Strattis
democracia,
de
uma
espartana.
em
tyrannia
Quando a liberdade
foi
restaurada
em
na Grcia
comediOi
durante
um
105
tempo orienta-
40-1:,
us cidados
ram
certo
isso foi
progressos e resultados.
ento
Rans
alterao
succede
como
principalmente
como
crtica
Aristophanes na pea
fez
litteraria
na
Aristophanes
como
tambm de
Assembla
de
mulheres
realizou-se
transio
para a
comedia mdia. Das ultimas comedias de Aristophanes, trs, Lysistrata, ThesmopKorias e Pluto ii
no teem parabasis e na ultima delias que chegou
at ns o coro insignificante.
se estende aos
da sua predecessora tanto na forma como na substancia. E representada pelos nomes de vinte e sete
escriptores (mais do dobro dos poetas que figuram
na velha comedia), entre os quaes E abulo, Antiphanes e Aleixo passam por ter sido preeminentemente frteis e triumphantes. Era uma comedia
tanto de maneiras como de caracter, embora o ridculo de algumas classes particulares de homens
tendessem para a creao de typos permanentes,
Evoluo do Theatro
108
taes
como
parasitas,
cortezans, devassos
uma
vez fosse
critic-los,
desautliorizar.
dar
mas
em Athenas j antes
civil. O seu inventor
de terminar a grande
Hegemon.
Os athenienses riam com a sua Gjantoma^hia no
dia em que chegaram as novas do desastre da Siguerra
foi o tliracio
clia.
velhaco, o
Como
comediantes de
107
comedia na Grcia
comedias
de reiexo moral
e sentimental
um
elemento
que a depurou
se
ou
estado
como
as
propriamente
dita,
com
Posi-
dippo, cerca de 280. Mencionam-se, comtudo, outros escriptores cmicos posteriores, e entre esses
cm
As
representaes
103
Evoluo do Tlieatro
tlieatraes
todos,
em
effectuavam-se
religioso
no
localidades sagradas
mava
o centro do theatro.
Pela
mesma
razo,- assistiam s
representaes
O mbito era
enorme; segundo o platnico Scrates comportava
mais de trinta mil espectadores. As representaes
duravam todo o dia, ou, pelo menos, em harmonia
com o seu caracter festivo, prolongavam-se tanto
quanto possvel. Deve-se attribuir sua origem
serem consideradas
negocio do Estado.
As
despesas
theoricamenta significava a
satisfeitas
um
mero
que
maioria do povo, eram
religiosa o facto de
com
o coro,
li-
ricos,
rem
coro).
profissionaes (chorodidaseali).
comedia na Grcia
.4
109
r
'
um
trpode
em commemora-
uma
Um
monumento semelhante
ainda
nas
existe
foram
que
creadas
para
evitar
as
direito
a assistir
mulheres,
nem
aos
nem
festivaes de Baccho;
creanas,
ex-
predominavam
uso da mascara
foi
como
com muito cuidado e
disse,
eram
feitas
atrs
ada-
110
Evoluo do Tlieatro
cothurno,
ou bota de
sola alta,
que elevavam a
mente uma
scenario
foi,
No
grapliia
principiou
ser
esmeradamente
culti-
bem como
Num
tal
proscnio e
vencionaes pouca
actor.
Mas embora
pectculo.
Ao mesmo
proscnio
attico,
natureza, representar
com primor.
gesticulao
comedia na Grcia
111
Na
Era
o auctor, o poeta,
quem
os contractava. Tal-
ligava,
em
alta es-
presentar ascendeu a
at
alii
importante.
Abundavam
os synodos
dionysios,
em
representavam in partibus.
vitalidade de algumas das obras primas do drama grego na o tem
112
Evoluo do TJieairo
que
mesmo tempo
<3paes e
to conhecido.
doutrinas nessa
uma
obra,
que, mutilada
como
est,
tempos.
coro grego,
principio,
uma
em
uma
espcie de personagem mltipla, que intervinha mais ou menos na aco, e, nos intervallos,
cantava versos de um rythmo particular, acompanhados de dansa. O coro servia ordinariamente
para enquadrar a principal personagem da pea,
para a lastimar, louvar ou censurar.
As
comedia na Grcia
113
trabalho
somma
geral,
em que
foi profuso, e
reuniu
uma
vasta
em
114
Evoluo do Iheairo
indgena degenere na insignificncia, quando comparado com as peas adaptadas dos gregos, e
mesma origem
mico, possue
que
se
um
em
relevo.
Agamemnon que
quando
comedia
tui
115
Grcia
estremecer de horror
nos faz
annunciam a realizao do
da filha? Porque rimos com as rplicas
ribaldas dadas pelo salsicheiro ou pelo
os seus gritos
sacrifcio
vivas e
colhemos
quando
primavera? Por
que em todos estes exemplos, e em muitos outros,
a arte do drama grego, no s voa nas asas da
fora individual do talento, mas ainda ao mesmo
de Bromian sada o advento
.da'
nem
suas leis
namente.
moderno.
hellenos
litteratura
uma
dramtica
criao do
dos
movimento
actuaes
litterario
que precedeu a sua gloriosa lucta pela independncia, e que, pde dizer-se, faz parte daquella lucta."
Depois de um incio com dilogos dramticos de
intuitos patriticos, pronunciou-se
progresso
com
um
accentuado
comedias
excessos
especialmente
uma em que
As
suas
verbera os
grega moderna.
Evoluo o Theatro
116
como
se
v no Timoleon, Constan-
tino,
A.
ou O
e
um
Yalaoritis.
caracter da antiga
brilhante futuro.
VIII
micos.
theatro
grego.
taes
scenicas
118
Evoluo do Thcntro
devem
dramticas actuaes.
nome
Em
po-
representaes
de
Consistiam provavelmente
narrativas recitadas
nhamento de
flauta.
diverses receberam
um
Roma
ali no
anno 364 antes de Christo, com intuitos de propi-
ciao religiosa.
Os espectculos theatraes em
Estes histries,
Boma
119
quem coube a
honra de transmittir a sua denominao a toda
{istri fora o
dansarinos
pantomimos numa
As
suas representaes
ram
ci-
era
inintellegivel.
animaram
e desenvolve-
pois de estabelecido o
segundo
os
modelos gregos,
ser exhibidas
como peas
as saturae
passaram a
que
finaes (exodia) at
em que readquiriram
tornaram a occupar o seu
logar.
Ao
Evoluo do Tlieatro
120
Tomou
se desenvol-
as
exigncias de
para
uma
outros gneros,
As personagens
tes principiaram a
um
permaneceu nelles^
Campania perder a sua
mesmo quando,
depois da
independncia
em
plantadas para
Roma.
Havia
nelles
(pappus), o goloto
210,
as
pae
com
ou
marido
rabugento
ma-
(tal-
Os
correr do
em
esjectaculos theatraes
tempo
estas peas
em Roma
tambm
121
se vasaram.
um
precedente macednio, celebrada com a primeira representao de uma tragedia e uma comedia no proscnio romano. O auctor de ambas, que
se apresentou em pessoa como actor, era Livio
Andronico (278 ou antes) oriundo da cidade
grega de Tarento, onde os festivaes dionysios
gozavam de grande popularidade. Os seus modelos foram,
peas
dos
seus
analogias, de noticias soltas, especialmente dos titules das peas e de fragmentos semelhantes,
Dos
titulos
as
que chegaram
conhecidos das traredias de
122
Evoluo do Tkeatro
Livio Andronico,
As
manos entre
estylos
dos
em
os
poetas
geral,
do
trgicos
de confiana.
como
tra-
modo que a rigorosa diviso observada pelos gregos no cultivo dos dois gneros dra-,
gedias,
de
maticos
foi
em
vingana de uma familia nobre (a dos Metellos) incapazes de compreliender um gracejo de tal espcie,
talvez
os
em
que
03 gregos
Os espectculos theatraes em
taes peas
conseguiram
popularidade a
uma
Roma
ofiscar e
123
sobreviver
em
cena,
d'e
Mrio,
ou da dos G-racchos, ou de
E
trico
ou da historia imperial.
fcil
de perceber por
em Roma
dades para ter vida robusta, mesmo quando a tragedia tivesse separado o seu principal curso da
litteratura grega, o
valeu o apodo de
que no
fez, sujeio
copia livre
As
que lhe
proetextas, de
124
Evoluo do Theatro
Lpus
salinas
lobo
e Roynulos
As
bem como
de Naevio; Salinae
ou batalhas celebres
memoria popular,
Balbo no Iter
misso
>i
diz
Parece que
heroe
composta uma pea isolada tirada de um episodio da campanha de Pharsalia. Octavia, a ultima
proetexta attribuida a Sneca, com certeza no foi
foi
em Ta-
chamava
t-
como Ennio,
M. Pacuvio
mocidade
disputavelmente
mas no
todos,
superior
a Ennio.
Geralmente,
Os espectculos
theatrcies
um
dramaturgo
um
proliico,
um
de
em Roma
125
estudioso incansvel
quem chegaram
at
importante numero de
fragmentos.
As
em
Oderint
dum me
tuant
como
o prova o seguinte:
uma
tentativa,
(4-65)
com
um
Annaes Sneca
restam ainda algumas obras. Em harmonia
estylo
um
o famoso e malfadado L.
quem Sneca
foi
e o
Soj)hocles e Euripedes,
foi
arredado.
restricta,
em que
trgica
a lista termina.
romana
to
O termo da
litteratura
Evoluo do Tlieatro
126
pio,
e,
representaes de tragedias
damente
que trabalhos
biam em
scena.
infelizmente
os
nicos
exemplos da tragedia
concluses
sobre o
me-
Em
trgicas de
anteriores
fi-
caram, tanto quanto se pde ajuizar, como modelos da sua urdidura. Como em Roma as simples
peas eram representadas por lles prprios, havia
parecem
(deverbia)
ladas
com
ter sido
As
scenas
dilogos
largamente intercal-
mas
o efeito
deste ultimo deve ter soffrdo com o brbaro costume das canes serem cantadas por um rapaz
coUocado
em
com
a ges-
ticulao.
do grego) manteve-se na
proscnio e parece que occasionalmente tomava
parte na aco. Mas o conjunto do elemento mucoro
(differente
As
os gregos.
divises da aco
amplo desenvol-
parecem
Os espeduculos tJieatmes em
Boma
127
talvez
romana deve
ter
natureza da litteratura
exercido
sua influencia na
sam
estas
um
lado e falta de
produces
um
res-
nome
Na comedia romana
dos trajes.
gos
ciava
tavam em
estylo,
com
li-
alluses
Mas
o gnero de
de ser composta, excepto para distraco de pequenos crculos, embora as obras dos mais bem
succedidos auctores, Plauto e Terncio, se conser-
vassem
imprio.
em
scena
mesmo
depois do advento
da
Evoluo do Theatro
123
como
geniiinas, no
me-
Foi exclusivamente
um
poeta cmico, e no
desde Diphilo
Menandro
nacionaes
havia
e
Philemon
at
delicadssimo
genuinamente
nelle elementos
populares.
No
possvel
avaliar a
extenso da sua originalidade; provavelmente consistia mais na elaborao dos caracteres e nas mi-
chos.
oomo
Em
comedia moderna
em
todos
bem
mo-
aquelles pontos.
um
bello
Statio
quinho de triumpho.
Caecilio
(insubrio
levado para
Roma
mas no
existe
nenhuma pea
como
delle.
o seu
P. Te-
cognome
denuncia, oriundo de Carthago, de cujo conquistador elle gosava o patrocnio. As seis comedias que
Os
se salvassem
espcrlacaoi^ tieatraes
em
to grande
cm Boma
129
o drama antigo
e o
drama
christo.
Como drama-
e ao
mesmo
seu dialogo.
Em
que
com
eontaminao.
As
tocadora de flauta
iao
passo
Bnin-
A
9
togata,
realista
IBO
Evoluo do Theatro
que a palliata, mais fresca e mais grosseira, floresceu na litteratura romana entre 170 e 80 antes de
Cliristo. Nestes gneros, a Titinio, que puzera a
todas as suas peas titulos latinos, e eram tahernariae, succedeu L. Afranio mais esmerado. No
obstante escolher assumptos nacionaes, parece t-lastrabalhado segundo a maneira de Menandro. A&
suas peas continuaram a ser representadas no imprio, embora com a promiscuidade de elementos
derivados dos gneros mais baixos, com a pantomima, a que acabaram por lim de ceder o logar. Os
romanos da mesma forma adoptaram o gnero burlesco de comedia designada pelo seu inventor
Rhinthonica, e por outros nomes.
O im da litteratura dramtica romana foi
devida ao diletantismo e crtica; o fim do drama
romano deve-se
Embora
se
fosse
uma
um auditrio romano.
tornasse commum durante o perodo-
das caractersticas de
Os espectculos thcatraes em
augiistino
uma
Boma
131
os
amadores
em
litterarios,
prios auctores.
um
As
negocio de especulao
representaes
divertimentos
pblicos
Os
maior
ou da
ludorum).
(curatores
actores
arte, a
com
os antigos
condies
diferentes,
certos
em Roma em
respeitos,
da$ do
theatro grego.
multo,
que
a deleitar-se
e
com
applaudir
figurar no regresso de
tra,
com
os levavam, tanto
seiscentas mulas.
no theatro como no
o espavento e
com
o tu-
Evoluo do Theatro
132
No
theatro
romano
espectadores
dos
perto
os
que
no
theatro
como
grego.
atrs
punham
sonagens
Diz-se,
de
uma
cabelleiras
de
varias
cores.
(iesenvolveu-se.
modelou-se
sobre
funesta instituio
uma
criao
da claque
semelhante
de
em Roma
com
um
tivesse
preceitos gregos, no
tas atticos.
famoso
chamado depois da sua
(morreu em 62, A. C.) o
gls, foi to grande na
seu mais
representante
loB
foi
G-allo,
qual,
como
Roscio in-
escreveu
um
eram constan-
Evoluo do Theairo
134
Cedeu
s exigncias de
Um
ferente.
uma
mas
foi o
incio
da mo-
narchia.
outras
causa
espcies
da
sua
divertimentos
de
mais
audaciosa
cmicos,
por
immoralidade
aberta obscenidade.
los.
As mulheres tomavam parte nestes espectcuNo sculo VI uma mima adquiriu tal celebri-
No
entretanto
apesar de gosar,
em
drama regular
estacionara,
Grande (306-337), apressou a queda da arte dramtica em geral. As irrupes dos brbaros do
Os espectculos theatraes cm
Roma
lii
gueu-se contra
ella,
um
mas
er-
terrvel
adversrio.
A
sem
de
auctoridade da Igreja
tratar de discriminar o
mau
envolveu,
bom
mesma condemnao,
foi
cliristan
que havia de
quando
a f daquella i.greja
estril.
Os
restos
do
se
viram obrigados
ordem
mundo.
tomada pela Igreja christan com
a desmoralisao do
attitude
que os seus intuitos particulares eram simultaneamente detestados pelo fanatismo e deturpados
pela ignorncia. No lanara o seu anthema sobre
um ermo de decadncia, no se podia tornar, por
pouco que sonhasse tornar-se, a me carinhosa do
novo bero de uma arte que parecia incapaz de
regenerao.
Evoluo do Tlieatro
136
Embora
tivessem
sido
excludos
excommunho
se estendesse
mentos christos, e a
aos que frequentavam theatros em vez de templos
aos domingos e dias santos, e embora os edictos
desse jaez se succedessem nos ltimos tempos do
imprio, o exerccio da condemnada profisso
nunca foi completamente prohibido e at de
quando em quando era protegido pelos impe-
rantes.
os
mimos
os seus
Foi deste modo que estes estranhos intermeda ciyilisao conservaram as suas tradi-
dirios
o do
idades vindouras.
apresentavam
um
as das atellanas,
com
Os espectculos theatraes em
Roma
1B7
velho aphorismo actor de alto cothurno. O horzeguim era o calado dos actores cmicos. Compunha-se de uma palmilha de coiro ou de madeira
chamada calceus, e de uma parte superior de pelle^
(|ue se ajustava perna e se denominava caliga.
IX
Os niyserios, rnilagres e nioralidades
da Idade Mdia
Drama
litterario, ecclesiastico e
pelotiqueiros e menestris
gem do drama
loctivo
monstico
religioso medieval
Distinco entro
Joculatores,
mysterio col-
mysterios, milagres e
O clero e o drama religioso Prodrama medievo na Europa O drama religioso em Inglaterra Os milagres de Cornwall
As peas de Towneley, Chester e Coventry Modo
como eram representadas Caracter destas peas
moralidades
gressos do
Diabo
e o
Vicio
Transio
regular Eniremses
inglesas
drama
Foram
ambulantes
Grupos
de
moralidades
de
moralidade
para o drama
da
nacional.
os
irrequietos
perseguidos cmicos
quem conservaram
vivos na Idade
se no as
mais levantadas tradies da sua arte. Nessa poca
era completa a ausncia de composies escriptas
que servissem de trao de unio entre a litteratura dramtica antiga e moderna. No meio da
Evoluo
140
(lo
llieatro
ticas
drama
comedias
delinear
martyrios,
gunda, Sapientia, e milagres ou conA'^erses momentosas) e, como nos' diz o mesmo Grallicano
(Parte primeira, no Callimachus, Abraho e Panas lendas dos santos christos. Foi
phnutio)
se
Os mystetios, milagres
moralidades
141
Uma
foi
em
pulaes
seu principal vehiculo os joculatores. Estes entretenimentos, nos diversos paizes, harmonisavam-se
com
os diFerentes gostos, e
varias
litteraturas
com
com
o nascimento das
as tendncias
litterarias
A
se
communicou
por
hm
como
Hespanha
contaminar os
evidente no
e Itlia
incios
do drama
mysterio
que
conseguiu
religioso,
provenal
do
142
Evoluo do Theatro
sculo XI ou XII
As
virgens loucas.
No
norte da
tris
foi
em
que
Hastings, en-
ou mimo. Em Inglaterra esses menestris consumados facilmente eclipsaram os seus antecessores pre-normandos dotados de menos brilho;
ao passo que ali, como noutras partes, os humildes cultores da arte vagueavam dos castellos para
um
histrio
Os mysierios, milagres
e moralidades
143^
uma
Quando
a parte
com
tambm
veitando
mysterio litrgico
christo,
acompanhamento
principiou a
Succedera
lyrico,
curtos
em
Havia
nelles trechos
latim
O drama
religioso
144
Evoluo do Theatro
com
os
Redempo do mundo,
realizado pela
ela-
da Igreja.
Em
jser,
uniforme.
Como
as peas
augmentavam de
Os mysterios, milagres
extenso,
os
seus
moralidades
ornamentos
se
145
tornaram mais
As
associaes,
corporaes e particularmente
em
honra dos seus santos patronos dentro ou predifcios. Por ultimo, foram admit-
ou ensaiadas pelo
caracteres de desgnios mais ou
menos
scenas
triviaes.
taram-se
ao
Alguns
auditrio
como
um
significado
de
146
Evoluo do Tlieatro
com
outras
religiosas.
umas
vezes,
denunciadas
loro-
IssOy
nem
re-
outras
dindo vagarosamente durante alguns sculos. Nalguns pases mais, noutros menos, religiosos no seu
caracter, e
Em
Frana onde
conservaram
em moldes
que se approximavam da urdidura moderna do
drama. Em Paris a confraria dos Bazoehe (empregados do Chtelet e do Parlamento) adquiriram,
em 1303, o direito de dirigir as festas populares.
Depois a Confrrie de la Passion, que se dedicara
primitivamente a representao de peas da Paiessas diverses
xo, obteve
um
privilegio real,
em
fim.
obtido pela
mesma
sottises
alle-
com scenas cmicas da vida popugradualmente as peas principiaram a restringir-se a themas seculares.
e
moralidades
lar,
Os
Assim
mt/sterios, milagres e
preparou com
se
a transio para o
J
a
em
1395
representar
se
drama
147
moralidades
uma
certa facilidade
regular.
uma
de
farcas
que depois de mesclar typos reaes com personagens allegoricas acabou por excluir as ultimas.
O immortal Maistre Pierre Patelin (representado
em 1480 pelos Bazoche) fraco no entrecho, mas
a todos os respeitos
uma
comedia.
de peas religio-
traes emparelhava-se
os
com
tliea-
trionfi
Evoluo do Thearo
148
milava s tentativas
ma
clssicas
regular italiano.
para a
Itlia,
tica,
tomou na
Itlia
ISTo
entretanto os restos
em
nas
igrejas
em
vam
a comedia
as atellanas e
Na
litteratura leiga de
Hespanha no
ou
iiiterludios;
se
mas
s depois
de 1472, nas c-
Os mysterios, milagres
pias de
149
moralidades
commum)
povo
num
tempo,
outro dialogo do
ns temos tentativas de
uma
mesmo
auctor,
que
mas
os
cia.
No
Celebraram-se
depois
outros
festivaes,
com
histrico
allemo
realiza-se
facilmente.
Embora
nestas remotas peas allemans entrem muitas vezes elementos das moralidades, no se
confundiam
foram dadas um.x forma litteno sculo xv por Hans E/Osenplit, chamado Schnepperer
ou Hans Schnepperer, chamado Rosenpliit
predecessor de Hans
Sachs. Por este tempo stabelecem-se relaes na
Allemanha entre os divertimentos dramticos do
estas ultimas
Evoluo do Thentr.o
150
povo
cymrico
ram
at
em
milagres
no
dialecto
indgena
As que chega-
Foram
com
emprego occa-
representados, de
em
modo
pleno campo,
em
Os
nif/sierios.
iHl(iyre>
e titonddades
151
mea com
foi
Chester
quem deu
incluindo Wakefield, Coventry, York, New-Castleon-Tyne, Leeds, Lancaster, Prestou, Kendal, Wy-
mondliam, Dublin
eram
pretes
e Londres.
em
addio
de Towneley, que
se
As
inteiras de peas
numa
Evoluo do Theatro
dencias
notveis
Como
se
era
um
mentos,
um
sobre rodas.
em
dois comparti-
No
representavam.
modo que
inferior vestiam-se, e
no superior
os espectadores
pudessem v-los
e ouvi-
Esses cmicos representavam nas ruas. Principiaram por se exhibir s portas das abbadias, e
quando se dava o primeiro espectculo, conduziam
o palco at o cruzeiro doante do mayor, e assim
cada rua tinha simultaneamente o seu espectculo
at que todos os annunciados para esse dia se realizassem. Quando o espectculo estava prximo a
concluir, corria um prego de rua em rua, para
que os * espectadores se juntassem onde elle se
effectuava, com a maior ordem, e todas as ruas
possuam os seus espectculos antes de se darem
los.
todos
ao
mesmo tempo,
tambm que
Cada pea era ento representada pelos mesteiuma determinada classe ou associao, da
raes de
Os mysterios, milagres
Ib^
moralidades
ros, etc.
ava por
Em
um
um
arauto.
em que
se
viam
em
Frana, dividido
em
em
como
com uma
Inglaterra no era,
trs plataformas
caverna escura ao lado da mais baixa, apropriadasrespectivamente para o Pae do Co e seus anjos^
para os santos e homens glorificados, para os
homens vulgares
com frequncia nos milagres ingleses, com ou sem labaredas entrada. Os traje
eram, em parte, convencionaes. As personagens
local apparecia
tinham
em
Inglaterra
isentas de galhofa
mas
exhibem no
e in-
que
occa-
154
Evohio do Theatro
de sentimento moral.
I:s'este,
como noutros
respei-
as
tos,
escriptas por
sobre as
um
As
moralidades
moral que
illegoria
campo
dominava
em
nenhuma
parte
no
espirito, afim
necessrio
de comprehen-
ram
um
-entre ellas
giram com a
ligiosas do perodo
da Reforma.
um especial elemento
que na maneira de se exhibirem no
diferiam em nenhum ponto essencial da dos milagres, e at certo ponto se adaptavam a estes
ltimos. As moralidades eram em geral dotadas
de personagens cuja tarefa era alliviar o peso das
Alm
estas peas,
abstraces taes
como
gem, o
Vicio,
com
o seu pa-
um
traje
0,9 ynysterios,
milagres
155
moralidades
um
manter
casas.
Vicio
tinha
auditrio.
edificao e divertimento
Transformou-se
gradualmente
no
As
Hei^rique vii
mesmo
sua
viii o
classe, posterior
theologia,
Reforma. Mas
como Every-Man
se
semelhante
ensina, a orthodoxa
As
controvrsias
theologicas
abundam
larga-
mente nas moralidades na primeira parte do reinado de Isabel. Relacionam -se com o sentimento
politico numas famosas moralidades, Neio Costume
Novo costume , The Conftict of Conscience O Conflicto da conscincia de N. Woodes, e Satire of
156
the
Evoluo o Theairo
Three Estaitis
escri-
esforos
Apenas chegou
at ns
uma
simples moralidade
inglesa,
novo.
A
lar
em
drama regu-
um
lado, pela
Bale (1548)
cie Hystory
-o
pos da vida
pelotiqueiro
Tiler e sua
Tom
mulher
Os mysterios, milagres
rem muitas
reu
destas, clra
um homem
frente
em
um
157
moralidades
Heywood (mor-
de talento, John
ptores, taes
Chila
como
creana desobediente
mesmo caminho.
tambm
j fora
didctica
litteratura
scri-
The Disobedient
enveredaram pelo
T. Ingeland no
fundamente abalado na
com
como
os interludios
nham
usado as moralidades
ou entremses
numa
data recuada
sem
ter suppri-
Ilido a
depois do
Tal
foi,
num
carreira.
diverses
accentuasse distinctamente.
terra
florescido
uma
Evoluo do Theatro
158
tico,
mar
montar a cavallo,
que gozaram de perdurvel fama. Tinham
progredido em esplendor e engenho de concepo
sob a influencia dos flamengos e doutros exemplos
successores dos riding (arte de
picaria),
estrangeiros.
de
drama
samente separados.
A
mou
influencia
litteraria
qu porfim transfor-
em drama
nacional
Os mystenos, milagres
moraUaes
15>
para se lanar
importante.
num
leito,
certo
X
fl
Renascena fheafral na
Ifalia
o drama
e
XV
dti
mo-
artes,
e das
cia
perodo,
em
162
Evoluo
(lo
Theatro
impellida
pelos
mais levantados e
Esta ausncia
foi
devida
em
politicas
em
ecclesiasticas
parte s ve-
que a
que
em
terra,
tanto
como s tendncias
Hespanha com o
identificaram a
nascimento catholico.
Itlia
andavam
foi
religiosas
espirito
que
do re-
Ingla-
ita-
Eram muito
estrangeiro,
tal
da oppressao
de.
um
dominio
litteraria, depois
de transitar de
popular,
perdeu-se
numa immoralidade
solta
de
163
na origem
decorativo nos
fins,
artificial
entregoii-se
trgico e cmico,
em
baseia
num thema
clssico,
Achilles,
a outra discorre
164
Eiiolto do Tlieatro
recentes ou
em
1464),
ptos
em harmonia com
como
Loureno
filho
do papa Leo
x, sobre
amigo de
a aventura
especialmente
de Plauto
Terncio,
em
tambm no eram
desconhecidas; foi
com
a exhi-
com que
em
xvi, a tragedia
come-
voii primeiro,
165
fosse a ori-
assumptos
os quaes, embora na
maioria dos casos de origem clssica, eram occasionalmente derivados dos romances indgenas, ou
mesmo devidos a inveno eram todos desenvolvidos com predileco para o horrivel, inspirado
pelo exemplo de Sneca, -no obstante serem animados por um perenne gosto nacional.
O coro, estacionrio no palco, como na velha
trageiia romana, no ficara reduzido a uma appario incidental entre os actos at o comeo do
sculo XVII, nem foi amputado do drama trgico
dos
<^em
seus
at
metade do
xviii.
Assim
as
mudanas
soffridas
uma
nem
se
at o sculo xviii.
italiana
parece
pertencer
uma
Sofonsba
de
G-a-
em
leotto (102),
pea
gi:egos.
pea,
em
geral associada
com
os incios
da tragedia italiana
italiana
outra
em
primeiro
Sofonisba,
foi
1515, e escripta
em
sciolto)
em
166
Evoluo do Theatro
de tragedias (conservando, comtiido, os metros lydo coro), por Trissino, que foi empregado
ricos
pri-
como
Gruarini,
tomou
XVI
podem mencionar-se
Ddone
Grroto,
Romeu
no palco
italiano.
167
resultado.
tragedias crearam
<le
um
perigo
serio. Era,
no dizer
origem. Attribue-se
tambm
ao conde P. Bona-
relli (1589-1659), auctor do Solimano, o ter acabado com o uso do coro na tragedia italiana.
A innovao do emprego do rhythmo, tentado pelo
douto Pallavicino no Erminigildo (1655), e defendido por elle num discurso que precedia a pea,
no encontrou em Itlia, como no encontrou em
Inglaterra,
campo para
partidrio
foi
depois
Martelli
(morto
em
1727)
gosto popular.
Nos
ins
168
Ecolu^o do Theatro
(1690).
Os principaes esforos da nova escola de escriptores e crticos incidiam sobre a abolio do coro e
uma
ing-ls,
uma
Douglas, de
Home.
Seguiu-se-lhe
uma
Giovane de Lazzaroni- (1719), que provocou, diz-se, a primeira parodia italiana dramUlisse
il
tica; e as
(morto
em
Comeou ento
taire no drama
e,
em harmonia com
italianos,
um
meio
Benascena iheatral na
elle.
Itlia
169
intenso e apaixo-
italiana
reapparece
nas
peas
de
Ugo
Foscolo
moderna. Apparecem mais o conde Pepoli e Pindemonti, e ainda outros imitadores como Rosini,
Cristoforis, Marenco e Tebaldo Fores. A estes
Gr.
os de S. Pellico (1789-
170
Evoluo do TJieatro
mao apaixonada,
nifestam
uma
ma-
Itlia a
pas da Europa. Se a
pintada
com
musa
as feies de
em
na
qualquer outro
uma
artista, poder-se-ia
Rossi,
etc.
Na comedia
Beyiascena theairal
7ia
171
Itlia
nazaro
social.
(1492)
um
novo significado
mesma poca um
Pela
litterario
capitano valoroso^
Venturino de Pesara,
])ara o
naquelle perodo.
representada
de
uma
commedia
delVrte^
cesco Cherea,
de Leo
membros
x.
As
fa-
172
Evoluo do Theatro
lando dialectos locaes, mas que no era improvisada, e na verdade dada a sua natureza com difi-
uma
As personagens mas-
e Cov-
romano; BrigheUa, proxoneta de Ferrara e ArleGchino, creado lrpa de Bergamo. Alm destes e al-
gumas personagens
em
receram quatro
que nem
mesmo Goldoni foi capaz de a aniquilar.
No entretanto as imitaes em latim das comenao,
sentiram
to
grande
orgulho
de
'rego,
173
duces italianas, algumas das quaes foram representadas em Ferrara no sculo xv. Ao expirar
delle
como
a primeira
no pela
Boiardo (antes de 1494) duvidoso
poca, porque a pea s em parte original, fundada,
como
se
em grande
funda
No obstante
dialogo de Luciano.
uma
num
ella representa,
acima" de
Boiardo morreu
diato
proporo,
as suas persona-
em que
em
1494, no anno ou no
a Amicizia
imme-
uma comedia em
mal afamada
que no copiou nada de
Plauto. Pensa-se que a comps pouco antes da sua
de
mas
prosa. Calandra
divertida, protesta
representao
em
1508.
uma mera
adaptao da Os Menechmas
174
As
Evoluo o Theatro
originalmente escriptas
solto.
em
prosa,
so
em
verso
uma
da
palliata, e
este principio.
Mas
Lua
hbil
como na
das
como na La Cassaria
intrigas
complicadas,
taes
no 7 Suppositi.
Espirito ainda mais vivo e tom mais lascivo
so as caracteristicas da famosa comedia em prosa
de Machiavello (1469-1527) a Maragora. As outras
comedias deste escriptor, uma em verso; as oue
so
em
prosa.
As
obedecem mais ou menos a intuitos idnticos, principalmente a comedia em prosa MaresGaleo^ cujo
titulo devia ser escripto em asterisOs. Houve mais
comedigraphos no sculo xvi. B. Accolti, cuja
Virgnia (provavelmente antes de 1513) trata da
historia de Boccacio, que reapparece no Tudo
hom quando acaba bem; Gr. B. Araldo e J. Nardi,
dignos de nota como decentes e moraes no tom e
na tendncia; G-. Cecchi, F. d'Ambra, A. F. G-razzini, N. Secco ou Secchi e L. Bolce todos escri-
175
ou
em verso
prosa.
litteraria e
da Renascena.
primeiro
pois
Planeado para ser representado com musica
drama pastoril parente da opera esta bella
obra tem uma historia curta. Ao Cefalo, ou Aurora
de N. da Corregio (1450-1508) e outras que se lhe
num
O Aminta
uma
poca
176
Eroliio do Theatro
em
cmico,
parte
com
inteno satyrica.
pases,
clssica.
um
grande
poder
em
despertar interesse.
Mas
comedia
italiana
entrava
na
decadncia
177
einpreliendida
foi
pelo
Um
anno) e que, ao
turgo,
um
mesmo tempo,
teve,
mesmo
como drama-
com a chocarrice
com a progressiva
objectivo. Desgostado
convencional, e envergonhado
sem desprezar
os objectivos essenciaes
La
La Buona
La Buona Madre
Yeova Scaltra,
Figlia,
(Esta
) e
II Barbero Benfico^
Pamela Maritata
cujo estylo
tas,
foi
II Filosofo Inglese.
crtico severo e
Groldoni,
um
encontrou um
contemporneo no
Itlia,
feliz rival
Evoluo do Iheairo
178
da velha comedia mascarada com a inveno de noA^os gneros. Os seus tliemas foram
figuras
L^Amore
Turanot
Zoheia, ao qual accommodou algumas figuras
Melarance e II
delle tre
principaes
quem
corvo, e orientaes,
Groldoni
fizera
guerra. Esta
com
(escripta
um
contra
fim satyrico,
Groldoni),
UAmore
U Angellino
Belverde
harmonia com
as
delle tre
em
de Tieck.
xviii e pri-
Capacelli,
riador
do
Grhirardi
dei
Testa,
Scarpetta,
Ferrari e Nota,
que
Bon
data so
Roascena
na Itlia
tlieatral
P.
e Broferio,
Cossa,
179
G. Giacosa^
esperana.
um
Uma
e outra
que pareciam de
uma
sobreviveram a
decadncia sem
classicismo
timido;
comedia do conven-
progredir.
seguido
Nem
nem
a opera
expulsar
do
o bailado
theatro
nacional
nave, etc, e
em
etc.
seguida
vem Marco
XI
Lope de Uega
e os draniaargos
hespanhoes
nacional hespanhol
de theatro,
beber largamente.
pas da
numa data
uma forma ge-
nuinamente nacional do drama regular. To prpria Hespanha era a forma do drama, que ella
produziu e aperfeioou, que o termo romntico lhe
foi especialmente applicado, embora o eptheto,
num emprego restricto, seja claramente injustificvel.
182
Eooluo do TJieatro
As
influencias
nos
lei,
cultura e conheci-
mentos romanos
incidiram sobre as naes allemans foram representadas com o maior timbre de
fora e intensidade nas instituies da cavallaria,
a qual, na opinio de Walter Scott, se comprazia em ligar o valor militar com as mais fortes
paixes que actuam no espirito humano, com o
sentimento da dedicao e do amor Estes sentimentos na sua combinada operao sobre o caracter nacional, e no seu reflexo na litteratura nacional, no eram peculiares Hespanha, mas em
parte nenhuma se tornaram to effectivos e to
perdurveis em animar a vida moral de uma nao.
Diversas causas externas concorreram para este
Aps
nuavam de p,
resultado.
Hespanha era
um
foi
campo de
precisamente
das
caractersticas
numa
ori-
Lope de Veja
gem um
egual
e os
dramaturgos hespanhoes
183
As
idas
processo
civilisao)
da
arte.
para as
da
e
bom acabamento
dessa tarefa.
uma
tiva,
historia
da litteratura
j facetados para o
delicadezas
um
commemora-
grande passado.
que prevalece em
muitas das obras primas da sua litteratura
realmente uma caracteristica da nao hespanhola
em
todos os perodos,
osos,
mesmo
e o
ardor religioso
184
Evoluo do Theatro
vida nacional e sentimento revestido de forma aruma verdadeira litteratura dramtica natistica
cional,
e prosperidade
brilhante
theatro.
Na
ausncia de
As
primeiras
dramticas da
tentativas
litte-
brevemente
couplets
de
descripts.
Mingo
reputado
Revulgo
(R.
auctor
Cota
dos
Snior)
tornou-se depois
tina
imitada e
Lope de Vega
e os
dramaturgos
Jiespatihoes
185
litteratura hespanhola, at
quer obra de
tlieatro.
uma
Denunciava
certos conheci-
tom
seiras e de
prohibiu.
audacioso.
inquisio cedo as
produziam
publicadas
i.
As poucas
effeito.
fundao do theatro nacional hespanhol estava reservado para um homem do povo. Cervan-
(*)
nelaria) oxiste
os dialectos
um
Serqfina e C. Ti-
na comedia mascarada
italiana.
186
Evoluo do TJieatro
Timoneda e dois irmos auctores e actores realizaram, com uma companhia ambulante, diverses
dramticas fra das igrejas e palcios, nas praas
publicas
das
tablados
de occasio.
scenario
As
cidades,
em
director transportava o
num
guarda-roupa
sacco de trigo.
uma espcie
e uma pas-
cmicas, taes
sentadas
com inconcabivel
Lope de Rueda.
Uma
destas
peas pelo
uma
Timoneda, Cornlia
Negromante) parecem ter sido hauridas de
um manancial italiano. Outras mesclavam themas
modernos com apparies clssicas, Armelna de
Lope (Medea e Neptuno como deus ex ma^hina).
Outra de Timoneda era (talvez ainda por intermdio de qualquer pea italiana) de Flauto, Menennos,
Outras de concepo mais fraca eram chamadas
pasos,
gnero depois denominado entrems q que
se assemelhava aos modernos proverhes franceses..
Com estes esforos populares de Lope de Rueda e
dos seus amigos principiou uma considervel acti(Grli
Ingannati)
de
(II
vidade dramtica nos annos de 1560-1590 nalgumas cidades de Hespanha, e antes do termo deste
Lope de Vega
e os
187
dramaturgos hesjmnJioes
nentes
em
Duas peas
escriptas por
Gr.
Bermudez
as pri-
tratavam do episo
dio occorrido em Portugal com Ignez de Castro;
eram divididas em cinco actos, compostas em
meiras tragedias hespanliolas
metros e tinham
A'arios
Bio (1580)
foi
um
escripta por
coro de introduco.
Gr.
de Virues (que
em
trs jornaias): e
a tragedia de Lupercio de
Inglaterra se dava
um
primeiro destes
correu
ao
expediente de
introduzir abstraces
personificadas falando
vina
artificio
mente recebido.
Estas peas,
Evoluo do Theatro
188
leis
da constru-
co dramtica.
realismo
episdios (especialmente na
desses
Nu-
sua influencia
immenso proveito.
Foi Lope de Vega
(1562-1635),
um
se
tirou
es-
princpios
Algumas
aproveitadas
por
com egual
ou mesmo superior successo por auctores subsequentes, mas tanto na variedade como na fertilidade da produco nao tem rival. A sua
fertilidade, que foi tal que escreveu cerca de
mil e quinhentas peas alm de trezentas obras
classificadas como autos sacramentaes e entremses
e
uma
Lope de Vega
e os
dramaturgos hespanhoes
189
rias,
quem
numero
faz
mal
ao nome.
plifica
theatro
liespanhol
com
os
nomes de
As
liar
peas de
as
um
tal escriptor
talento
como
Um
dos seus
190
Evoluo do TJieatro
modo
O movimento,
...
o clamor, o
conlicto
perpetuas
lisonjas
dirigidas
um
em
toda a
com
alii
obscenidades, pois
o senti-
mento da delicadeza
e a base
do seu caracter a
litteratura banal
As
em geral,
nem sempre racionaes,
hespanhol,
so
divididas
em
classes,
moda
antiga,
em
verso,
lK)pe de
ressante
e os
dramaturgos hespanJioes
complicada,
perspicaz
Vega
intriga,
desempenha a sua
Os seus
191
titulos so
um
trama
em que
parte.
com frequncia
tirados de
uma
em
aco.
este
O drama
das
dessas peas
outras
um
naes deve
estructura
tenso.
As
em La
jerarchia real
Roma
ahrasada)
como
na
com
as quaes ellas
192
Evoluo do TJieatro
ede com
La Moza
classificar,
como
sue-
dei Cntaro.
Vega
Entretanto, Lope de
e os seus successo-
mesmo quando
no podia superintender em
algum tempo, na ver-
dade, ainda reassumiu esse papel. Em 1598 o moribundo Filippe II prohibiu a representao de
com
-um
desenvolvimento da
em .honra da qual
durante
um
Eram
mez.
como
dissemos,
em
Hespanha,
provinham ou de origem
religiosa,
Lope de Vega
e os
193
dramaturgos hespanhoes
los Beys Magos: ou moral, como as Danda Morte; ou satyrica, Fioegos de escrnio. Autos
sacramentales escreveu Lope de Vega cerca de
Mistrio de
sas
eram arcliitectadas
que compreliendia um
prlogo em dialogo entre dois ou mais actores de
um
sobre
modelo
fixo,
em
triumplio.
Lope de Vega
Nem
todos os entremses de
e outros foram,
comtudo, compostos
para serem insertos nestes autos. Este gnero popular de longa durao,
bem como
a velha espcie
O exemplo
um
tidade.
Lope de Vega
foi,
em
fertilidade,
como
de
Castro
Lope de Vega,
(1569-1631)
o seu
amigo
no deve passar
nem
J. P.
de Mon-
Evoluw do
194
Tlieatro
como a de Lee,
delle
cias
do povo.
attingiu
seu apogeu
com
P.
Calderon de la
Lope c Veja
hespanliol
e os
dramatmyos
195
JiespruiJioes
elle
Elaborou,
nacional,
estylo,
co da
com uma
scintillando
mesma
constante reprodu-
tempo que
os seus sentimentos
moraes
mesmo
e religiosos
nao
apresentam grande differena delle. Como Lope de
Vega, Calderon foi militar na sua juventude e
e as suas vistas geraes de sociedade e historia,
ecclesiastico
nos
derradeiros
annos;
como
elle,
Em
como
seculares.
fertilidade
era inferior a
cialmente
em
em
cem
Lope de Vega,
mas excede
peas,
dos quaes se affirma ter deixado no menos que setenta e trs, attingiu a mais alta perfeio a inven;
196
Evoluo do Theatro
de assumptos como Lope de Vega; mas essa variedade na o dissimilar. o fcil affirmar qual foi
um
poema
philoso-
phico.
auto.f
continuaram a florescer
em Madrid
em
toda a parte at 1765. Nessa poca a sua representao publica foi prohibida por
um
decreto real.
Lope de Vega
nagem proeminente
um
dramaturgos hespanhoes
197
na opinio de alguns
criticos,
e os
como se v no
El Lindo Don Diego. A sua melior obra, predilecta dos theatros, Desien con el Desden, uma
das mais graciosas e agradveis das comedias moperalvilho hespanhol da vida real,
dernas
simples
mas de enredo
interessante,
Tem muito
em
da verdade
shakespereana.
saynete,
198
Evoluo
poca,
como
um
(lo
Thcab-o
corte de
francesa, e a
em
qualquer
da Europa.
Com
ram consequentemente
impor
da doutrina dramtica,
exemplo das praticas dramticas
francesas. Estas diligencias assumiram uma forma
mais definitiva no meio do sculo. A sangrenta
tragedia de Montiano, Virgnia (1750), que nunca
foi representada, era acompanhada por um discurso que pretendia reconciliar as doutrinas do
auctor com a prtica dos velhos dramaturgos hespanhoes. A pea era em verso solto (metro nunca
os cnones franceses
e para seguir o
Lope de Vega
e os
dramaturgos hespanhoes
199
preferida
s tantas
pelos
vellios
mestres
entre
elles.
Em
auctor,
1770, comtudo,
drama
Hormesinda do mesmo
um thema na-
histrico tirado de
cional e escripto
em
verso nacional,
mas obede-
pelo
mesmo
em
uma
Evoluo do Theatro
200
dao por R.
em
frtil
cie
la
Cruz (antes de
1731), anctor
modo de ser
mdias e baixas. Nos crculos litterarios a volumosa coUecoo das velhas peas de
Huerta (1785) deu um novo impulso productividade dramtica, e continuou o conlicto entre os
representantes da velha escola, taes como Comella
cialmente saynetes, que pintavam o
das
classes
(1780)
os
da
nova,
como
Moratin
quaes a ultima
maior
e a de
prosa
joven
das
entre os
Na
em
nova
do sculo XVIII depois de passarem, como aconteceu com F. Martinez de la Rosa e Breton de los
Herreros, do systema da comedia francesa para a
maneira do drama nacional, ou se immobilisaram
sob a influencia da escola romntica francesa, ou
so
considerados
citar entre os
Codina, Dicenta^
Lope de Vega
e os
201
dramaturgos hespanhoes
e os
irmos
Quintero.
Os
etc.
hespanhoes
pensam em
ter
um
theatro
afamado publicista e
dramaturgo, apresentou um projecto de lei que
cria em Madrid um theatro semelhana da
Comdie-FranaisiB
O projecto foi j approvado
no Senado e na Camar dos deputados, verdade
que adoptando cada um desses dois corpos legislativos um systema differente.
No a primeira vez que se pensa em criar
nacional.
Perez
Galds,
em Hespanha um
theatro nacional.
Em
1863,
um
escriptor distincto
202
Evoluo do TJientro
um
em
convento e
os escriptores
os especuladores e os clericaes.
argumentavam
Os especuladores
num tlieatro
em Madrid
taes profanas
trs sculos se
eis
Fornos.
s
actual
edificantes.
Theatro-Hespanhol
se
em Madrid
tem
custa
Diaz de Mendoza
fez,
emquanto
Gruerrero,
foi
O novo
projecto de lei
um
inclue
ao
vatrio de
lado
do
qual
existir
declamao. Organisa
concurso
construir
um
uma
um
conser-
sociedade
Lope de Veja
governo
203
dramaturgos hespanhoes
e os
Theatro Eeal, a
quem
sero ga-
futuro.
esta
constitudo
de
])oro
historia.
obras
uma
Compr-se-
quasi
discreta pro-
consagradas
estrangeiras
exclusivamente
pela
de
escriptas
em Hespanha.
em
qualquer idioma
O regulamento em
titulo de experincia,
questo ficar
em
vigor,
Si
XII
regular francs
no sculo xvi
Jodelle A
tragedia francesa
de Corneille
neille e
francesa
movimento
Bellay
litterario
quem deu
da
Renascena.
o signal do ataque,
Foi
Du
que con-
com
206
Evoluo do Iheatro
do
theatro,
coniicto
em
com o
recorrer ao
Pluto,
em
vimento
que
para a scena.
Jodelle
representada no
UEugne, em
sacrifayit,
um
em
transferia
nesse
momomento
mesmo
foi
num
numero de provncias
ligadas
umas
um
certo
s outras pelas
tablado
em Franca
207
mente na
capital, estava
enervada pela
artificial,
frivolidiade,
de to de-
des populares.
com
na representao da qual o
auctor, bem como outros membros da Pliade
tomaram parte. E uma tragedia maneira de
Sneca, despida de aco e com um phantasma e
a
Clopatre
um
coro.
Captve,
Embora
escripta principalmente
em coplas
com
com
um
em
208
Evoluo do Tlieatro
outras antigas e o
drama
com
a representao de
como
ainda os coros
com
as
compridas
ti-
Durante
este perodo,
menor
como
natural, a
modelos
clssicos,
comedia
mas
era
Sneca
nenhuma
thema daquella
maridos.
productividade
leceu
uma
a viver
tablado
em Frana
colnia permanente
ali at o
209
em Frana, destinada
em
escreveu
em
italiana,
Les
coiitents, (I contenti),
de
S.
em
pea
Parabosco,
uma
O
floren-
1558, apresentou
(1550-1612),
talvez
nascido
em
Itlia,
chamado
ou menos traduces
As
litteraes
de L. Dolce, Les
(Grii
E
os de
210
Evoluo do TJieairo
Du
Bartas
e d'Aubign.
num
ambas
um
lUuminou a
uma
em
certas es-
individualidade
nuou
O povo
conti-
com
meio cynica
alegria,
que sempre
illu-
ciedade francesa.
tablado
em Frana
O romance
pastoril de
211
Honor
De
la
deram
s culminancias
da sociedade intellectual
La Gomdie
cies
Gomdies, de L.
du
da sua litteratura.
Muitos dos dramas franceses desta poca so
eguaes aos seus romances; caem sob o urbano castigo da satyra de Boileau. O amor herico (perfeitamente uma paixo technica), frtil em sentimentos ternos apoderou-se tanto do tlieatro como
e Calprende (1610-1663), Gr. de
dos romances
Scudry (1601-1667) com o UAmour Tyranniquey
sua irman (1607-1701) e outros estiveram egualmente em moda nos dois gneros.
No entretanto os modelos hespanhoes e italianos continuavam a exercer a sua influencia nos
dois ramos do drama. E bem conhecida a verso
de Gongora da historia do joven Pyramus e do
seu amor Thisbe dramatisado por Th. Yiaud
(190-1626); e o sentimento de Tristan (1601-1655)
na Marianne, que offuscou Herodes no palco e
;
prprio estylo de
Duryer (1609-1659),
muito superior ao dos seus contemporneos, enferma dos mesmos defeitos dos italianos.
Evoluo do Tlieairo
212
Clitanre, etc,
devem
comedias de intriga moda hespanhola. As produces de Eotrou mais dignas de nota, Le Vritdble Saint Genais e Yenceslas, so posteriores aos
acontecimentos que assignalam uma poca na historia do
drama
de Corneille,
em
francs,
o apparecimento do Cd
1636.
como
primeiro,
principia
com
tablado
em Frana
o Ci^ Horaee,
Cmna
213
e PolyeuGte^
era,
uma
jogue cada vez menos com os caracteres, e sempre mais, conforme o modo de ser dos hespanhoes,
com as situaes, as normas do drama hespanhol
conseguiram afiirmar o seu dominio sobre o theatro francs trgico.
O molde da
as
raros artistas
214
Eooluo do TJieatro
Foote
e II
arte trgica de Racine (1639-1699) complementa, mais que ultrapassa, a do seu contemporneo mais velho. As suas obras reflectem a serena
e tranquilla gravidade de uma poca na qual o
sol da monarchia brilhava com tal fulgor que
nenhumas nuvens pareciam capazes de obscurecer,
mesmo typo
o de uma
tuna,
mas
so
todos
tablado
em Frana
215
clamou-se a si mesma como definitivamente arvorada em modelo do seu gnero e foi acceita como
tal
pelo
grilhes,
mundo
Orgulhosa com
submisso.
si
estes
a tragedia francesa,
obstou que
Embora
se
denominasse
si
prpria
clssica
grega.
serio
os
seus
apenas a
themas,
ellas;
mas
para
Evoluo do TJieatro
216
gos modelos so estereotypados numa rigida etiqueta pelas exigncias do theatro-crte, que era
como uma dependncia do palcio.
As unidades de tempo
francesa
como
um
jugo
permanente.
mado numa
mento
uma
amiu-
simples cpia.
Existem ainda alguns trechos lyricos nas primeiras obras primas de Corneille, no Cid e Polyeucte^
por exemplo, mas o coro deliberadamente banido, para s reapparecer nos ltimos trabalhos de
Racine,
Estlier,
Athalie,
uma
tual.
seu
modo de explanar
drama
trgico.
uma
nao rhetorica e
numa
poca
tablado
em Frana
217
em que
os
uma
transi-
o entre a prosa e a
na plirase de
um
traje de baile.
ramos da
litteratura;
em
todos os
na tragedia excede
com
os seus
a sua aucto-
musica
Conseguiu convencer o mundo que as suas
innovaes tinham insufiflado uma nova vitalidade
na tragedia francesa. A verdade, porm, que
elle no introduziu nenhum melhoramento essencial na arte, e sim ainda mais augmentou a tendncia rhetorica que paralysou a real existncia
ridade, terem ultrapassado os esforos da
attica.
dramtica.
mentem nos
na Smiramis,
tra
fanatismo,
(Mahomet).
como no
Oedipe,
sua versatilidade
Le Fanatsme
foi estril
em
re-
sultados duradouros.
218
Evoluo do Tlieatro
com
na Zaire
tragedia
no caracter; onde
dico nunca egualou Cor-
na
direito immortalidade
des mestres.
num
em que
Voltaire
gundo na
Como
as
ramificaes
de
uma
arte
na sua declinao,
tablado
em Frana
219
as
O predominio que
Tambm
foi
de-
artificios
como
Csar,
220
Evoluo do Theatro
que tantas
harmonisaram a tragedia
delle,
com
tinham no modo de as
como Rachel (1821-188) depois
exigncias
exteriorisar. Elle,
natureza.
clssica francesa
de artistas de to elevada
ratura nacional.
As
clssica se
converteu
num
produces.
uma comedia
de intriga,
tablado
em Frana
221
doras.
em
seguida- escreveu
que
res-
tam pouco mais que fragmentos, comedias de intriga que so ao mesmo tempo maravilhosas e
vivas pinturas de costumes. Depois iniciou com a
cole
Maris (1661)
cies
uma
primas de comedia de caracter. Nem estas, as melhores das quaes no teem rival na litteratura
dramtica, exauriram a fecundidade das suas produces. Definir a sua arte to difcil
primir
em
No obstante
a escrever,
como ex-
nem
nem
comeou
a sua maneira
apenas
se
como
ella estava
nem mesmo
Molire.
Molire era
um
satyrico e
um
humorista; des-
222
cs.
Evoluo do TJieairo
As
humano
nos seus
amplas refe-
Leve
e perspicaz
na construco,
mestre na
que prestou sua arte so tambm servios prestados sociedade. A gargalhada da comedia digna
desse- nome consubstancia a verdade. Levantou a
comedia de caracter da baixa esphera da caricatura, e nas suas grandes criaes subordinou aos
mais altos fins de qualquer composio dramtica
os entrechos que to habilmente delineou, e a pintura dos costumes que to fielmente reproduziu.
Entre os dramaturgos franceses cmicos desta
poca houve muitos que no se convenceram que
Molire era o seu maior poeta. Embora Molire lhes
abrisse um caminho luminoso, os seus esforos no
passavam, com frequncia, de
tativas.
Um
uma
espcie de ten-
traduzia
ensaio
uma
uma
Andria.
numa
tablado
em Frana
Apenas
foi
feito
22B
um
unico
Na
Evoluo do TJieatro
224
de
L^Amour,
Les
Fausses
confidences,
Le
Dissipateur^
La Chausse
mos a comedia
Le
Glorieux, etc,
(1692-1754),
francesa se
tornou
um
em
cujas
campeo
om mais
raizes
um
iahlao
em Frana
225
santo
mas a
quem do
apostolo
destas
realizao
alvo,
um
como
se
ficaram
aspiraes
ves de la Vertu,
nero
era,
no parecer de M. de Stal
a affectao
elle exliibia.
forma dramtica
terceira
genre serieux
uma
que
declarou ser a consummao da arte dramtica. Declarando guerra frgida artificialidade da tragedia clssica, baniu o verso do novo gnero.
da natureza
-uma
verdade
tal
seu
lar,
apprender.
conducta da vida.
uma
da sociedade
escola
e
da
palavras,
diziam respeito
e tentar
abre-se
um
conflicto
entre
uma
escola artstica
226
FA'oluo do Theatro
redos,
tivera
parallelo,
dialogo
com
um
com que
bios, o
cm Frana
tablado
227
com
ella.
como
um
populares,
terem
intervallo de
depois
que,
sido
banidas,
foi
comps
opera, a
as operetas
principio
drama propriamente
dito, cuja
inveno
O melotambm
no seu ultimo desenvolvimento tornou-se meramente um drama singularizado pela musica, embora usualmente com pouca necessidade de que o
designem por qualquer titulo especial.
O principal lar do drama regular pedia es'
No
Tlitre Franais,
tornara-se audivel.
O mais proeminente
trgico da
histrico
com
moral
politica,
um
Charles
drama
IX
ou
Evoluo do Theatro
228
completo.
Mas
menos que cincoenta. Em 1807 o imprio restringiu o numero a nove, e restituiu ao Thtre
Franais o privilegio, ou quasi o mesmo, de representar o drama clssico.
Nenbum
escriptor de
merecimento
se
tentou
ou inspirou com as recompensas e outros incitamentos offerecidos por Napoleo para escrever uma
tragedia clssica, como o imperador queria deixar
ficar gravada na terra. As tragedias de C. Delavigne (1794-1844) representam os derradeiros suspiros do classicismo na transio para os ambiciosos princpios da escola romntica do drama
francs.
Basta dizer desta, que algumas das suas caraderivam do movimento geral do roman-
ctersticas
em vrios perodos
tablado
em Frana
229
bm um dramaturgo
podem
ser todos
ciso includos
numa
modernas
derrubou
elle e
idas,
por
os romnticos.
demonstraram
escriptores
uma
o rapi lo progresso
da sciencia dos
230
Fjvoluo
com
outros,
caram-se
dos
TJieatro
talvez
soluo
(lo
bem
de Yictorien Sardou.
Que
ceram
Talma
numa
e M.^ii
Mars
(1779-184:7), flores-
drama
litterario
tilidade
representar
A
de
um
tablado
em Frana
231
e de frequente,
uma
embora
agitado, restal3elecimento.
civilisao constituisse
uma
degenerescncia sem
ville, G-autier,
Courteline,
Evoluo o Theatro
232
R. de Flers,
ride, Caillavet^
Hermant, T. Bernard,
E.
conrcelle,
Coolus,
Leroux,
G. Devore, P. DeMoreau, A. G-uinon,
G-.
Griiches,
E.
J. Bois,
Uma
M. Leblanc,
etc.
formam os nomes de
como: A. Lecouvreur, A. Brasseiir e
Aiitoine, A. Rejart, A. Brohan, Baretta, os
lista
quasi egual
artistas taes
filho,
Dejazet,
Delaunay,
Desclauzas,
Dieudonn, Du-
J.
Hn-
Laferrire, Levassor,
Madame
M. Brohan, Barac, Laurent, Marie Denis, MauMounet SuUy, Rachel, Regnier, Reichem-
bant,
Worms,
etc, etc.
titulo de curiosidade
terminaremos
este capi-
respigando
artigo
para
c.
;N"essa
tablado
poca, escreve
em Frana
2oS
M. d'Avenel,
um
menes-
trel
no se sabe o numero
mas no
tigos
dos jornaes
francos a
Aos
se-lhes
um
pelotiqueiro.
hospedagem.
e xvii
humanistas
outorgaram-se rendas a
e chronistas.
Os mai> bem
Evoluo do Thcatro
284
Com
versos
pados.
Ronsard
um
recebia,
um
as
de
priorado.
Stuart
um
bufete .de
uma
Possuia falces,
prata
de 45.0CK3 francos.
matilha
vivia
como
um
bem
tra-
prncipe.
Desportes
gosava
de
50.000
francos
de
de
Meudon
seis
Corneille
em 1650 uns
1.200
francos,
Andelys
uma
casa
davam
qua-
1.100 a
em Eouen, outra em
em dinheiro, que
coUocados a 7
p.
c, juro ordinrio no
tempo de
apertado
em Frana
tablado
235
dinheiro, pois
no vivia
com
bem
um
mo-
theatro,
e Athalie, s lhe
as
dividas,
em
um
rendimento de cerca de
o theatro entrava
com bem
pouco.
emancipado o
escolhido.
homem
talento
de
letras.
O exemplo
mal
Os seus capites estavam sem cessar em movimento; do fundo do seu retiro comprava e vendia
papeis de credito
temporneo.
com
um
Ao mesmo
isto
236
Evoluo do Tlieatro
homem
Mas
mn
este m.erito
interesseiro.
Deu mais
deu-os
livros
com frequncia em
troca de
editores,
um
certo nu-
magnificamente
de folhas douradas
destinados
de
corrente
francos.
um
quer
peas
Quando
Molire
estabeleceu no theatro
com
ao
actor
companhia se
Bourbon desde os
a sua
Petit
vados por
um
por cabea.
com San-
cho Pana; a 18 de
iahlado
em Frana
Somma
primeira
francos
raras vezes
obtida depois,
pela
237
que
se elevou
\,
plat custava,
com
effeito,
15 sous,
isto ,
mas
meira
flor
cos.
tomou
em
tou
bancos,
augmentado
Molire tivesse
companhia,
parte
de
em
1663
14.000 francos
1669.
Quando
coUocados
ali
em
cada
1794.
Embora
effectivo
da sua
scio
ascendeu a
a 18.800 francos
a morte o colheu
em
em
1673 o grande
homem
francos,
recebia o
elles,
foi o
ganho
muito
Estes,
.200.(J(X) francos;
mas
fixas,
Preieuses,
pagas de
4.900
6.500 francos
servasse
para
seguintes,
menores,
em bloco
em som-
uma
vez,
francos
pelos
si
perfizeram
re-
Femmes
e peas
representava o
238
Evoluo do TJieatro
doze
por cento
situao
pecuniariamente
excepcional
de
mas de uma causa puramente mercantil explosi mesmo. Se Molire no tivesse accumulado as qualidades de director e de actor, nunca
obteria semelhantes vantagens como auctor; ao
rou-se a
um
talento
que outros o excederam nesse ponto, como succedeu no sculo xiX;, por exemplo, que Scribe fez
representar 125, d'Ennery 210, e que Clairville
j)roduziu vinte vauevilles
O que rendeu
cros
sem eguaes
em
a Molire
ento,
que
doze meses.
emquanto viveu
elle
lu-
prprio alimen-
ctores.
var o cartaz, onde nem as obras primas se demoravam muito tempo. O caso de Molire foi pois
um caso especial, e o que o prova, que depois
da sua morte os auctores continuaram a receber
~
honorrios bastante magros, ao passo que os comediantes viram augmentar os seus ordenados.
em Frana
tablado
239
Com
francos).
com
a Mtromanie,
em
a Catilina (9.720
1738, s obteve
8.125 francos, e Lesage apenas recebeu 2.000 francos do Turcaret. Entre auctores e comediantes a
em que
Comdie-Italienne
com peas
cia,
leves, o
Thtre-Franais
consti-
Se
se
compulsam
registros
os
do
Thtre-
(1715) ou da Force
e
.U5
clu
Destouches do Msani
Naturel (1750) foram de
Estas
parisienses.
ao auctor,
uma
uma
outra
peas,
em metade
dos theatros
renderam s
outra 4.852, porque
portanto,
4.083 francos,
vezes.
Por
elle
um
sale
acto
(1782),
em
francos
240
Evoluo do Thcatro
posfo
pudesse
pretender.
dias,
no mais.
como o Sucteur,
marquez de Bievre, ou
comedia
em
cinco actos do
com
tpido no
direitos de
espectculo.
Nos nossos
Franais
dias
um
acolhimento assas
corresponde, para
um
drama-
plicam
publico
quarenta ou
curioso
cincoenta vezes,
de novidades
porque o
As
tablado
em Frana
241
pouco augmentaranij mas ao lado delle surgiram quinze thearos de dimenses diversas, em que os logares
se vendem pouco mais ou menos pelos mesmos
receitas anniiaes
do
Franais
preos.
Em
vive do povo.
salas parisienses,
tes dos logares
da
Os nicos
<;
em
1780 a
de hoje
rente
que
em
ordenados fixos e
velas
23
em
logar de 29
a parte
em
Franais
como
pelo
os societrios de hoje,
trictos,
podem manter
com ordenados
estrellas
se
res-
no se levasse
242
Evoluo do Tlieatro
em
deseja conservar.
com
XIII
Shakespeare
os setis p.redeessores
Inicies do
fluencia
Os
seus caracteres.
inglesa
no ha exaggero
um
sem
a outra.
Evoluo o Theairo
244
das
moralidades
na primeira
ehronicle
com os restos das primeiras espcies); e como nessa mesma recuada data os
entremses de John Heywood tinham brilhado ao
history (ainda mesclada
em
re-
dita.
que podiam
ter-se
ser lidas
dos antigos trgicos, e escolhido como melhor auctor para taes exerccios. No anno da acclamao
da rainha Isabel principiou uma serie de traduces das suas peas, feitas por Jasper Heywood,
filho
em
recta
de
Embora
se
uma
o inverosmil GorboduG, de
thema
Thebais.
clssico,
245
com
que
mais
existem os nomes,
com excepo da
Jocasta de
(1566)
do
Damon and
Pithias de R.
Edward
tica
glese Italianato
un
davolo incarnafo)salYOii-se,
246
Ecoluo do Theatro
numa
cie
em modelos
serie
de
obras
clssicos
ou
italia-
de datas mais ou
menos
prosa, e
com
elementos
cmicos
picas,
Famous
habilidade.
glaterra,
uma
forma.
menos
tragedia na
tao
latinas isoladas
ori-
Shakespeare
ginal ou
em
em
verses inglesas ou
na reinado de Henrique
viii.
entrems apontava
descendente
247
e os seus predecessores
reprodues
moralidade e o seu
caminho para
nacionalisar e popularisar typos egualmente prprios para divertir espectadores romanos, italianos
ou
ingleses.
Assim
considerar
sequentemente
modo nenhum
Em
um
fraco
um
original, e con-
entreclio,
embora de
aborrecido.
mesmo tempo
que
se aproveitava
ou em
em
ir busc-los
a fontes clssicas.
pea de
Historie
of Error
of PJautus
(?)
1577;
(impresso
The Menmehmt
em
1595).
Ao
iaken
out
passo
cmicos
Evoluo o TJieairo
248
drama
ingls.
Alm
ingls
estavam
sazonadas
pelo
calor
drama
luz
da
grande poca isabeliana. O seu incio pde orgulhosamente ser contado do terceiro decennio do
paixo conreinado a que deve o seu nome.
stante da rainha pelos divertimentos dramticos
no podia por si s originar tal enthusiasmo, embora muito contribusse para esse resultado. Alm
dos ataques que um nascente puritanismo dirigia
j contra o theatro, por intermdio de Northbrooke,
o contricto dramaturgo Grosson, Stubbes e outros
tratavam no s de esterilisar os favores da realeza^
mas ainda o mais directo patrocnio dos nobres.
O facto, porm, das auctoridades litterarias terem
j pesado os progressos do drama ingls na balana de uma crtica sensata fizeram com que as
aspiraes da 'tragedia e da comedia fossem defendidas i^OT aquelles que as queriam distinguir
funces
do dramaturgo e actor, na
mesma
No foi
vou homens de
lucros.
que
le-
em
249
cessores de Shakespeare.
Quasi
elles
foram contemporneos de
nem ha
todos
Shakespeare,
condies
em que
orientaram as suas
e elle,
elles,
vidas
uma
diferena
dramaturgos.
so
de
actor
alguma
Mesmo Lodge,
turgo.
Existia, comtudo,
nunca pisou o
palco,
dramaInglby, que
recahia no
coisa
escreve o dr.
envergonhar
camaradagem
quezas humanas de
harmonia. Percalos
um modo
inveja e maledicncia.
De
de vida
e fra-
ta o attreito
todos os captulos da
menos
se
theatro firmara-se
um
partidrio cuja
elle era
250
Evoluo do Tlieatro
em
coro,
em
firmeza,
homem
respeitvel.
pectculos eram
251
mancebos.
Seria ftil nao pr
em
ter
uma
carreira inegualada.
Lyly
uma
grangeou
mtica inglesa.
mance transmittiu
Moon
clssicas
como romnticas,
mulo para
constitusse
um
est-
252
Evoluo o TJieatro
filia-se
em
adoptar a innovao de
em
prosa, e
nm
em
ter,
estylo affe-
exemplo
a que successores
como Shakespeare e Jonson muito deveram.
Thomas Kid (fallecido em 1594) auctor da
Spanish Tragedy possue alguma das caractersticas, mas no o talento do maior dramaturgo tr-
taes
a Christopher
lento terminou
prematuramente
de extremo brilhantismo.
tica
Tamhurlaine
antiga,
the Great,
uma
carreira po-
na qual o uso do
e de
attinge.
um
escriptor e
253
nhnma
delias
marcam.
asse~-
melha a Edivard
I,
nacional.
Thomas Lodge
(1558-1625),
Thomas Nash, o
Henry Chettle
Dekker
254
Evoluo do TJieatro
Jor a Father,
com egual
Revenge
mais geralmente conhecidos do primeiro theatro isabeliano, embora nem todos elles
possam estrictamente ser chamados predecessores
escriptores
de Shakespeare.
commum
caracteristica
a descuidada extravagncia
da dico. Como se correspondesse a uma neceisidade interior, a cadencia das coplas rimadas cedeu
o logar marcha impetuosa do verso solto. As
linhas compridas eram inevitavelmente chamadas
a valorisar as situaes e os caracteres fortes.
Distinctos
como
so
todos
estes
poetas pelo
com
seu
talento
individual,
ainda
um
instinctivo e pro-
Shakespeare
e os seus j^reecessores
255
victorioso.
Como
nella,
feitas,
tripla
sua armadura
era
frequentemente
dupla ou
do comediante
dico
attico: <*como
um
mercenrio arca-
>
um
Na
assumptos.
num
artificio,
256
Evoluo do Theatro
dos como
Kemp
O meio
no delineamento de entrechos
apropriados, para os quaes existia farto provimento
nas tradies populares conservadas nas bailadas
nacionaes e na crescente litteratura das fices esfora
reconhecido,
possuia
uma monarchia
prestigiosa e
uma
religio
Era nestas circumstancias que o maior dos dramaturgos principiara a dedicar o seu gnio ao
theatro. A carreira de Shakespeare como dramaturgo differe um tanto, nos seus princpios, da
dos seus contemporneos e rivaes. Antes ou quando
de retocar e imitar peas dos outros
para escrever peas originaes, o mais talentoso dos
elle transitava
-seus
como
predecessores
desapparecera.
um
Fora criticado
como
auctor, e
perodo de trevas
para o theatro, se no para elle mesmo, comearam, antes de terminar o sculo, os incios da sua
Shakespeare
no ha duvida,
foi,
robusteceu o
feliz
caracter
nacional
pirito
organisao privilegiada
Foi
feliz
teratura,
nas
com
com
o seu tempo,
nacional,
como
que
expandiu o
criou estmulos
257
c os seus predecessores
es-
mesmo numa
a sua.
os antecedentes
da forma da
lit-
opportunidades
ainda ignoradas.
tarde
vam
de outros assumptos
que trataou
histricos (antigos
em
geral e
agruparam
nese litteraria,
histories
Shakespeare.
um
Demonstram
bom
gosto
com
258
Evoluo do TJieatro
compozesse OS seus dramas da historia de Inglaterra na sequencia chronologica dos seus themas^
'
intima,
com
a qual no se
uma harmonia
com
cil,
com symetrica
integridade. Tratou
que
se
tornou
diffi-
algum tempo e
mas os esforos
at
neste
Shakespeare
259
e os seus predecessores
nomeada
e escriptas
com
mesma
uma
effectiva e
grande
lio
no delineamento dra-
drama
histrico moderno.
As
ram-se por
a
mesma
com egual
Onde
dade e altura,
em
um
largura, profundi-
emancipou o drama
ingls, nas
sen?,
houve
di-
se
tornarem ex-
tenuantes.
Evoluo do Theatro
260
em
qualquer methodo
efeito, so
comedias de
caracter.
um
em
geral, representa
foi
de
um
bem
os traou
Shakespeare
e os seus ^yredecessorcs
quando
se
com
valioso sub-
quencia chronologica.
coaduna-se
um
um
a de
lei
261
se-
aperfeioamento natural
estylo
taes
como
os rhythmos,,
caracterisa
as
mais
antigas,
ou
as
dessinenciast
de expresso
Mas
commum
as ultimas peas.
Evoluo do Thcatro
262
bem como sobre o drama moderno das nagermnicas em geral, e, o que mais digno
ingls,
es
uma exi-
um
methodo
de construco difPerente do do drama grego, ou
daquelles que eram vasados mais ou menos nos
seus moldes. No se pde attribuir a outro motivo
a circumstancia de Shakespeare combinar constantemente duas aces no decurso de uma s pea,
nem additar uma por meio da outra com uma
aco annexa ou subordinada principal. E ahi
que reside a sua perfeio e a sua mais evigncia pela qual se tornava necessrio
um
dente habilidade technica como dramaturgo,
asserto, que a comparao das peas claramente
attribuiveis aos successivos perodos da sua vida
estabelece satisfatoriamente.
Se
se procurasse
exprimir
numa
palavra o mais
263
o,
resultado
femininos.
quando
o tentasse
nos caracteres
Foi porm
com
um
certo
um
signal de decadncia,
que Shakespeare indicara e diligenciaram fazer do drama um espelho da humanidade, e ainda mais quando, na sua condemnaA^el
arrogncia, lanaram a falta de verdade no theatro
que o mestre animara com o hlito quente da
vida, onde Julieta brotara como uma flor da primavera, onde a nobre natureza de Othelo soffrera e
viar-se do trilho
peccara.
./
XIV
ranso do heafro ingls
fl
theatro irlands
foi
com excepo
daquelles, alheados
pela
dia produzir
drama religioso poucos tentaram attincomo prova The Virgin Martyr, de Mas-
confins do
gi-los,
266
Evoluo do Jheatro
com alguns
como
as
Julius Csar, The Alexandroean Trajedy de AY. Alexander, depois conde de Stirling, so meros esforos
isolados de
um
estudioso,
Agonistes de Milton, de
como tambm
uma
a Samsoji
em
As
do seu po-
267
Na sua ultima
mais aperfeioada
que, como
de prever, externamente era a mais apparatosa
approximaya-se muito de perto do pageant.
e dansa, de decorao e scenario.
forma
litteraria, a
i,
dramaturgos isabelianos
sua imaginao.
especialidade foi
Ben Jonson. As
suas numerosas
um
logar
quem
valia
menos que
historia
aquelles.
da pea dramtica
de
vistas e
lyrica
um
em
xito
263
Evoluo do Theatro
No
vale a pena insistir mais nesse poito. O Microcosmus de T. Nabbes, impresso em 1637, filiado no
gnero das moralidades, parece ter sido a primeira
pea dessa qualidade representada num tablado
publico. Attribue-se a representao de
uma
destas
em que
em
pois,
idntica
um
1634,
um
puritano comps
uma
pea
na sumptuosa vivenda de
dos mais deliciosos e sublimes
representada
nobre.
E um
uma
gnero dando-lhe
Deviam
cultar-lhe
uma forma
um
proporcionar-lhe
mash, mascara,
foi,
em
Inglaterra,
como
Ambas
A
em
mascara
irnnsiflo
era
um
269
do theatro ingls
logico,
como
em
mascaras
foram a Mascara
os
litteratura potica.
Entre
contemporneos e successores de
ha um que, pela energia do seu
talento, e no menos pelas circumstancias da sua
carreira litteraria, occupa uma posio de indispuos
Shakespeare
Ben Jonson,
em
uma
escola
ou
dores
tenham pensado, no
se
270
Evoluo do Theatro
grandes xitos.
bastado
Shakespeare.
Taes como
ellas so,
as
embora
vezes
com
forte intensidade.
Foram
elles:
feitas
Com
numa
2?!
em
tliemas,
que
tyrannos da Renascena,
Roma
aos
de egualmente espan-
iam buscar
assumptos tinham augmentado constantemente. Alm das fices italianas, hespanholas e
francesas, originaes ou traduzidas, alm das lentosa variedade. Os mananciaes onde se
estes
das britannicas
com
tveis.
novo
celleiro
As
tragedias
272
Eroino do Theairo
Tragedy.
YorhsJire
Heywood
T.
que produziu
dem, tal como
Algumas
Considera-se
todavia,
A Woman
das peas de T.
Dekker (1570-1640), de
mesmo
em
contraste
com
esta
g-
abun-
numero de motivos
menos como regra no drama
aproveitados
-pelo
uma
deste
perodo
foi
impresso, depois de
uniformidade
uma
leitura attenta, de
monotonia. Ambio
politica, ci-
que
in-
Nem
merecem
Nas obras de
J.
Webster,
.4
fallecido
em
273
1650,
Vttoria
Coromini
Duohess
dores efeitos.
Beaumont (1586-1616) e
Fletcher (1576-1625) no deve confundir-se com
ternamente
um
patheticos
ponto que
egualou
nenhum
em
relevo caracteres
situaes
guindadas a
poder
J.
perodo.
18
As
feies
communs
tragedia roman-
Evoluo do Tlientro
27-4
tica dessa
mas no
so capazes de obscurecer o
cunho
indi-
da
crtica
e estabelecer.
e perfeio,
no
encontrou mulos.
275
'
um
crescente progresso.
caracter.
W.
Evoluo do T/icatro
276
da revoluo
relacionam-se
da comedia inglesa.
E;elatm.os j quaes eram os contendores e rivaes neste ultimo perodo do velho theatro ingls.
Desde as masks e triumplios da corte e dos solares
nobres, com os seus olympos e parnasos concebidos
por Inigo Jones e povoados de deusas e nymphas
vestidas com trajes magnficos, desenhados pela sua
as ultimas produces
mo
em
A
e fez com que
mar como um
211
os aiictores os
apprendessem a
esti-
collaborador independente.
Os papeis de mulheres continuavam a ser desempenhados por imberbes rapazes, mas muitos delles tornaram-se celebres. Esse
costume collocou o theatro ingls num grau de
inferioridade s comparado com o hespanhol, onde
as mulheres s muito tarde se apresentaram no
escola dos palhaos.
tablado,
concorreu
com
uma
A dis-
rpida sue-
aco.
mente ao maior de
Ao
todos, ao publico.
da sympathia da
278
Evoluo do Thealro
embora
corte,
se
exercesse
rigorosa iscalisao
um
No
decreto
rei relativas
reinado de Jacques
em harmonia com
rei
em veMculo
funccionario,
i foi
promuldo
as idas
quer
official
gado
politicas.
moderno
christo.
com que
o theatro teve de luctar vieram de advermuito differente. Com o progresso do puritanismo o sentimento de hostilidade pelo theatro
augmentou numa grande parte da populao, poderosamente representada pelas auctoridades cA'is
srio
(9
279
differentes modos.
theatro (Blackfriars)
em
bavam
puritanos
puritanismo,
constituram a
Evoluo o TJieairo
280
Os
o
defeitos moraes, o
escarneo
dos
afrouxamento de caracter,
lei
a tendncia de apro-
de rdiculo para divertimento das classes superiores, degradando immenso a litteratura dramtica
daquella poca, tornaram intensssima a opposio
dos puritanos a todas e quaesquer peas tlieatraes.
Com
taes adversrios,
seus
Histrio Martix de
Prynne
(1632),
^ao
passo que
produzir o seu
effeito
dissi-
dncia entre o puritanismo e o theatro era demasiado antiga e demasiado profunda para no ter o
guerra
civil principiou
em
agosto de 1642 e
logo no
mez seguinte
Lords
foi
um
breve e
281
que emquanta
ominosos tempos de humi-
de funccionar. Muitos actores e escriptores dramticos seguiram a fortuna da causa real no campo
um
mais ou menos
voluntrio. Sobre os que ficaram em refgios pouco
seguros cahiu pesada a mo da lei. E no obstante
liaver razes para acreditar que continuaram a
realizar-se diverses dramticas, os magistrados
receberam ordens rigorosas para proceder summariamente contra quaesquer artistas que transgrealguns partiram para
dissem a
lei
exilio
obras dramticas
que consistiam
faras
em
pas,
denominadas
nas feiras,
drolls
(^)^
seus inimigos.
(')
Faras, entremses.
282
Evoluo do Tlieairo
Em
ctos delia,
uma
de
musica.
com
deu
um
obra quasi
dramtica de declamao
No anno immediato
apresentou
uma
pea
The
drama
ingls an-
e cedo
manifestou a sua
vitalidade.
sabe-se
(de York)'^ e
com
The King^s
os
Servants, dirigidas
uma
(1)
Touro vermelho.
no theatro
G-arden,
Lincolii's
em
283
Inn Fields
ento
em
Dorset
truido
um
theatro em Haymarket.
em G-oodman's Field, depois
uma
existncia urea
de 1729 a 1733.
O Act
(^)
com que
confinada a
uma
rea limitada.
em
lei
promulgada
nenhuma companhia
representada
pela
outra,
actuou
uma
pea
beneficamente
sobre a actividade dos dramaturgos e sobre o progresso da arte de representar. Libertou os actores
com
os quaes no
possuem
faculdades.
No ha duvida que
um
(0
Lei.
284
Evoluo do Theatro
bem gravados
Nenlium
com
concedido a Betterton.
terpretao do Othelo
em
pre-
prximo do im do sculo.
J na poca que precedeu a da guerra civil
o theatro ingls descera das culminancias a que o
elevaram os dramaturgos isabelianos. Quando uma
vez mais readquiriu a posse da arena que nenhum
drama vivo pde dispensar, seria ftil exigir que
os dramaturgos voltassem aos antigos processos,
indifferentes s influencias, indgenas ou estrangeiras, exercidas no seu meio.
Na o havia, porm, razo jDara que o novo
crias circumstancias at
A
drama no
aspirasse,
como
285
altos fins
XV
o ERoderno heafro ingls
tragedia
tragedia
em
Europa.
assignala-se
substituir
que por
em
esse
parte
tempo
diFerena
em quando
appa-
reccm algumas scenas cmicas nas tragedias, introduzidas ahi por certos dramaturgos que seguiram
mais de perto os modernos isabelianos, como Otway
e Crowne, mas a pratica cahiu em desuso. Os demais diligenciavam elevar a comedia por meio de
scenas patheticas e assumptos escolhidos. Esta
uma das phases que caracterisa o principio de um
outro perodo na litteratura dramtica inglesa.
As phases successivas porque passou a tragedia
^88
Evoluo do TJieatro
inglesa
nos
distinguem
ltimos tempos
bem umas
dos Stuarts no se
das outras.
orientao
em
com frequncia
illu-
soria.
seus
de
cipio
estructura dramtica
ou forma,
sustentar
de
subtil dial-
franceses
ou
modificaes
elles prprios,
mas
Quem
estudar
adornado e instrudo com prefcios, apologias, dilogos e discursos; apprender que o incomparvel vigor de Dryden na o se desperdiou
com exposies ou sophismas; e que Rymer, auctor
de A short Yieiu of Tragedies (1693), usualmente
considerado como tendo attingido o nadir do senso
tr-lo-
crtico dramtico,
no de todo despido de
sal.
ram
delia desde
moda, disfarada
Dryden
em
Rowe
a lucta entre a
tlieoria, e o instincto,
revelado
239
deferncia,
como
Carlos
II,
foi o
em
larga
romances franceses
romans delongue haleine de Scudrys seus contemporneos por peas francesas que desenvole
condemnaram-no
a ficar
extico.
The Con-
ergueram
larga popularidade.
Em
s culminancias
da mais
290
Evoluo do TJicahv
No
Poesy.
o intimidou o rdiculo,
que o celebre
lieroicas,
ellas e outras
que
flanco offerecia
abandonou.
amor
pela firmeza
que
em Dryden nunca
a tragedia rivalisasse
sem desdenhar
em
liberdade
pas-
com que
com
a opera^
sidia
como
o patenteou no
Tragey.
seguida audaciosamente
com
escreveu
AU
de
pontos
Don
feli-
cidade
peare,
Em
vista,
uma
mesmos
um
inglesa.
moderno
peas, amoldava a
Dryden, com quem
como dramaturo^o
291
tJieatro ingls
maneira de ser de
eventualmente collaborou
sua
elle
como
e,
introduziu o par-
elle,
seu talento
T.
Otway
um
rjie-
nem deve
simples imitador.
(1651-1695), o mais
bem
dotado poeta
Drydrama
den, herdou
alguma
coisa do espirito do
pressiva
ternura;
mas
tinha
o seu talento
uma
Crowne, fallecido
downe, Granville o
greve,
em
celebrada,
virtude de
em
delicado
uma
Lord
Lans(1667-1735), Con-
1703,
notvel,
Tlw
dos
dramaturgos
trgicos
deste
perodo,
muitos dos quaes eram, como os seus contemporneos cmicos, simples traductores ou adaptadores
do francs.
As
ao estudo de Shakespeare no
devem
ser esque-
Evoluo do Theatro
292
eidos,
do
estylo
extraordinariamente
declamatrio
de
Na
tragedia,
em grau
perodo
do
drama
ingls
uma
sofreu
num momento
de excitao
1713, assegurou-llie
um
extra-
destinadas
numero de
vulgarisar citaes,
linhas
que authenti-
cavam
caria
es
acabado.
ptrio
produzia,
os
com
drama
pastoril,
mesmo
2913
gncias d
grosseria e sensualidade.
excepes,
esses
figuravam
no
drama
potico,
foram absorvidos
No
se
facciosismo
politico
detestveis.
que
denomina comedia da Restaurao, termo que
significa mais alguma coisa que uma simples desi-
se
gnao chronologica.
No
seu delineamento, o
amor
294
Evoluo do TJieatro
genuinamente
completando
outros complementares. Ao mesmo tempo, os mais altos esforos da comedia francesa de caracter, bem como
a delicadeza da expresso, que figurava na lista
caracteres
ingleses, e
com
sem ao mesmo
tempo
as
Na o havia
differena
obras e as de
fallecido
em
um
escriptor-actor, tal
1681, e de
um
como
dramaturgo
J.
Lary,
profissio-
que
Os
o moderno
295
tlieatro ingls
tem indiscutvel
1723)j e
o seu mais
a
divina
fiel
Astra^ a
inefavel
ser principalmente
tyras
d.e
Como
J.
Wilson, fallecido
como
em
um
dramaturgo da prepossuia
Restaurao, Shadwell
alguma coisa nao
parecem
classific-lo
mas tambm do espirito de Ben Jonmas bastantes das suas obras eram escriptas,
como as dos seus contemporneos, e como as do
s da arte,
son;
numa
orien-
tavam em aperfeioar
com
vel.
Evoluo o TJieatro
296
occasionalmente, e sempre
com
mesma
defern-
com energia
e nitidez, delineou
bem
os en-
facilidade
Falta-lhe
felicidade.
Ao
alegria,
O mais
W.
no s o mais
intellectual
entrechos
com
mesma
primacial mestria.
sua
sonagens.
No obstante
ser
J.
nelle,
U moderno
Gr.
2^7
theairo ingls
numa
em
costumes
a manifestar no
que
the
tro
em
bem
fundado, e o
um
edii-
298
Evoluo do Theatro
primando nesta qualidade como representante dos loucos, que abundaram no theatro cmico, como por exemplo no Sir
auctor, empresrio e actor,
.
em
harmonia com
as
escriptor,
auxilio
ao
do pathetico.
Assim
ciados
um
to
novo
productivo
comedia
charco de
inglesa
artificio e
afundou-se
num
lamuriento
morJerno theatvo
Durante o sculo
299
7igls
em
regra, para
satisfazer as exigncias
Todavia
do tablado, as dos seus protectores
e as do publico, do que em ingls se denomina a
poca augustan e a que se lhe succedeu, esas aspiraes
l^arraram,
em
predileces
geral,
com
com
obstculos de gosto e de
os quaes a resurreio
da
litteratura
inglesa.
Ha
um
do drama
longo perodo
mesmo rumo de
artificialidade, e
que
se
conservou
pozeram actores
taes
como Macklin
Quin.
em
racteres ingleses.
Devotando-se
como
actor
empresrio,
com
drama
ingls, e indire-
Evoluo do Tlieatro
3(X)
litte-
uma
muitos dos quaes vivem para ns nos epigrammas drsticos do Rosciad (1761), de Churchill,
mas a fama destes empallideceu, ao passo que a de
bres,
como uma
isabelianas,
gular competncia.
Phihp (1671-1749)
Ambrose
J.
uma
o moomo
tJieatro higls
301
J.
subsequentes
tragedias
apenas so rememoradas
de
E.
Young
O merecimento
litte-
As
tentativas
de
Gr.
302
Evoluo do Theatro
gregos.
recordaes, Douglas, de
por
um
Home
Hume,
mas conhece de
contra
ainda
os
mesmos
com mais
contendores,
dificuldades.
via-se
braos
historia do mais
a musica;
mas
os pontos de contacto
a lingua nativa
no tablado da opera
tinham sido
moderno theatro
infructferos.
ali
303
higls
parcialmente e acabaram
por invadir completamente o palco. O talento doallemo Handel completou esse triumpho com uma
forma de
arte,
nenhuma
ligao
O drama
uma
pastoril tinha,
em
1725, produzida
Shepherd de
Allan Ramsay, o qual, com genuina frescura e
graa, mas sem sombra de burlesco, transferira
para o scenario de Pentland Hills o adorvel conta
de Florizel e Perdita. A forma dramtica deste
poema apenas um accidente, mas suggeriu sem
duvida a um dos espritos mais folgases de Londres a ida de experimentar um gnero diferente^
Newgate Pastoral de Gray, da The Beggars
Opera (1728), na qual o texto chistoso de uma
subdiviso isolada no
Gentle
das
em modas
cidade
com
avoenga de
com
canes basea-
a sua
uma
nova combinao
serie
e tornou-se
de agradveis produces,
Bickerstaff (1735-
Dibdin (1745-1814),
assignalar-se
as
peas
304
EvcAuo do Theatro
opera
em
Inglaterra,
como em toda
a parte,
em
em
pageant.
os
Numa
ram
o seu
nome
The
atyra
adubos.
politica,
litteraria
uma
ainda
Pasquin
mistura de
com
outros
Uma
305
nunca
como
terceira tentativa,
foi
posta
em
scena, proporcionou a
um
represen-
mosa
de 1737 no affirmou
lei
mas converteu em
cipio,
nenhum novo
fa-
prin-
que herdara
theatros.
as attribuies
do Inspector dos
lei estabele-
contra
ella
consideraes.
liberdade do palco
uma
questo diferente,
em
ha muito tempo
uma
de espectculo, tornou-se
questo obsoleta.
com
tragedia
fazer do palco
domestica
um
numa
tentativa para
Evoluo o Theatro
306
fara tornara-se um
para uso interno.
gnero genuinamente ingls, e nessa qualidade
conservou a sua vitalidade atravs de todas as victica,
cissitudes do theatro.
actor e
um
sacerdote, a
Aristoj^hanes ingls
introduziu na representao
das peas cmicas o abuso das caracterisaes pessoaes, para a exhibio das quaes
serie de
diverses,
mes de
uma
inventou
uma
longa prognie
de imitaes.
No
sentimental
trabalhos de A.
No
pde dizer que estes gneros se extinguissem, como algumas vezes se afirmou terem
se
desapparecido
com
O. Groldsmith (1728-1774).
A sua
o moderno
Man,
e a
Stoops
to
criticas
theatro higls
S07
Slie
uma
longa vida.
E..
bem
uma
mais
mesmo
nos sentimentos
Na
paiz.
Bourgoyne,
criar personagens
308
Evoluo do Theatro
quem
tuaram mais
elle
ao theatro.
o moderno
quando deliberou
ir
309
iheatro ingls
novos elementos
buscar
em
vez de haurir
ou a
Groetlie.
As
por
ellas.
os seus trabalhos
mances de
em
prosa,
nomeadamente
os ro-
como
um
rochedo
isolado,
no podia
leitores e
uma
resistir e foi
de escriptores.
espcie
de recipiente
310
Evoluo do TJieatro
Um
exemplo
fri-
que nos primeiros tempos traduzira com certo xito o Gtz von Berlichinger,
no conquistou reputao com as produces pr-
Walter
prias.
Scott,
moderno theatro
311
ingls
rico.
aventureiro,
soldado,
immortal
poucos
e belleza de pormenores.
theatro,
Rupert,
Pendes
O drama
s
Aspas ia
Joanna de Npoles.
um poema
de singular belleza,
um
drama de
As
e delicado
no seu des-
Ma-
no Drury Lane
em
Henrique Hart
Milman (179-184) Fazio, occupam no templo da
litteratura inglesa um nicho muito humilde.
A no ser de quando em quando, a litte(1795-184)
ratura
lon,
do
dicono
palco nacional.
No exaggeramos
se considerarmos
as manifestaes mais
desligadas da
Evoluo do TJieatro
312
um
futuro melhor.
Devemos
Edwin
com
(1800-1886)
Bello,
Henry Taylor
que
foi
Comnno
da intensidade
e R. H. Home,
dos mais dignos representantes
e
uma bem
de
facilidade
sazonada cultura
litte-
liistorico
seno
foi
uma
interpretado
promessa, de
um
Os
])reitos
o\3t
orientados
devem
ser re-
uma
Lord Lytton (1806-1873). De ento para c o theatro tem aberto as suas portas a muitos auctores
de merecimento; possvel que algumas das suas
peas mais applaudidas sobrevivam a quem as deu
luz, mas cedo de mais para se fazer uma seleco imparcial.
encontrou
uma
esperanas e bas-
314
Evoluo do Tlieatro
illustre successora
Ao mesmo tempo
surgiu
em
1819.
um
emulo de Kemble,
Edmond Kean, actor de intuio, que at certo
Aps
este veiu o
em
1833.
Os
crticos,
dos actores
actuaes,
seja
es-
se
o moderno
315
theatro ingls
se
de
lioje
xito da pea e
com
com
a permanncia do espectculo,
ou mais.
no benvola com a
arte,
mesma personagem
em Inglaterra
crtica
mas
o actor ingls
r-om frequncia
quem
a exerce,
no entanto, existem alguns theatros em Inglaterra que se aviltam de ora em quando pelo mau
gosto que patenteiam na escolha das peas e m
qualidade dos actores, e que nos dias pretritos os
puritanos designariam pelos epithetos que me-
e,
recem.
XVIII,
baixar
em
de
ser, e
teve
modo
litte-
ratura a que incumbia a principal misso de satisfazer as suas exigncias. A luz, que caminha
sempre a par do espirito de tolerncia, fez com
que essa reaco motivasse uma contrareaco. Ao
mesmo tempo uma parte importante das classes
cultas principiou a interessar-se pelo progresso do
theatro, o que arrastou atrs de si o mundo que
obedece moda.
A crtica dramtica tambm um ramo da
litteratura qual desde o tempo de Steel e de
Evoluo do Theatro
316
nome tinham
dedi-
com
um
com
ali
com desdm
a despertar, robus-
titulo,
mercial.
Que
no culti-
moderno thcatro
317
ingls
de
Terminada
em voga so,
Henry Arthur
Jones, R. C. Carton,
Arthur
W.
Jolm
Hare, etc, so Greorge Alexander, Irene Yanbrugh, Marie Tempest, Ethel Irving, C. M. Lowne,
Mrs Langtry, Boucliier, Tree, Portia, Miss Alexandra Carlisle, Miss Lena Ashwell, Frederic
Terry, Miss Fannie Ward, etc.
retirarem
A
ciar
de
crtica
um
teridade.
scena
Elisa
Terry,
Irving,
XVI
fl
Os princpios do
tlieatro allemo
diantes ingleses
em
pontos remotos, e at
recentes.
em
pontos relativamente
litteratura dramtica
sem embargo
da Allemanha,
estreitamente ligada
com
movimento nacional
es-
uma estril imitao das obras estrangeiAo mesmo tempo o theatro popular mani-
foros a
ras.
festava
com
grosseiras,
dos
devidas
em grande
parte influencia
pas.
theatro
320
Evoluo do TJieatro
allemo
parecia destinado
a irremedivel
deca-
dncia.
O drama
litterario
um
um
do outro
extremamente prolongado.
Desse modo vegetou at meados do sculo xviii.
Essa poca iniciou uma quadra mais esperanosapara a vida litteraria da nao e principiou a
effectuar-se a allianca da litteratura dramtica
com as peas exhibidas no palco. Antes de ex-
durante
perodo
mesmo
pirar o
pases,
mente
compreliensivel
de varias espcies.
No
em
Inglaterra,
na Allemanha
eram
na sua grande maioria cultivadas pelos mestrescantores de Nuremberg. Os espritos mais cultos da
Renascena alleman, que se tornou um dos mais
poderosos agentes da Reforma, dramatisada com
ardor, quer em latim quer na lngua nativa, ajroveitando simultaneamente as narrativas da Bblia,
procuraram adaptar o drama escolstico s exigncias da occasio. Apparece ento um protegido
de Luthero, o primeiro entre esses dramaturgos
associaes civis, e as composies das peas
321
e russa
da Suzanna
(^).
Foi
nliuma delias
mento dos
se
em
espirituaes
>
todas, o interesse
que na aco.
Em
ne-
caracteres.
como no
Siegjried e
humorismo cheio de
opulento
frescura patenteados
(1)
.
21
Evoluo do Theafro
322
muito diversa. O
dades exportadas da
Itlia,
do
ou de Hespanha, depu-
clero,
teve de se sujeitar
etc.
Um
certo
numero de antigas
suas,
feitas
por escri-
ptores germnicos.
das
allemo,
diligencias
adaptando-o
em normas
extravagantes
Nos
trabalhos
Hamlet,
Romeu
e Julieta, etc.
alle-
espalhados
pela sua
323
russa
vagabunda ubiquidade, no
de
ida
um
dos
tempestade
V. d.
Schnen
seus
foi
The
entrechos,
a essa origem
buscar a
tempest
Ayrer, comedia
Sidea).
povo
prn-
em
populari-
as suas repre-
com que
as
em
tinham apprendido muito nas suas viagens, principalmente no convvio com os seus collegas da
Hollanda, onde naquolla poca florescia a arte
da declamao grotesca.
Nem desdenhavam o auxilio das outras artes
desde ento na Allemanha os professores do
drama equestre foram conhecidos pela designa-
o popular de
gleses).
English riders
(cavalleiros in-
Evoluo do TJieatro
324
herdaram
m.anha
um
os
dos
descendentes
legtimos
Destes
pois,
mmicos,
Hans
Wiirst (Joo
que
os leitores
Sachs
privilegiado
'O
classes
devida a
si
mesmo
e a
quem
o protegia
po-
pulaa.
A
tasse
constituda por
uma
que a medonha
todos os
com frequn-
uma linguagem
e ridculas affectaes.
at
em
Assim proseguiram
visita
as coisas
Annos lanou
mente
at
nettes (Pui)penspiele)!
russa
325
Quando, a meio dessa guerra, os poetas aliemes principiaram, mais uma vez, a tentar a
forma dramtica, o drama germnico era deixado
fora do seu campo de aco. M. Opitz (1597-1639),
que occupa um logar honroso na historia da lin-
guagem
entre
uma
com
de Rinuccini, Daphne,
historia
estas ultimas
a qual comea a
nem
bem as
vigor
nem
obras shakesperianas
como
as latinas e italianas,
como
com
a sua Clepatra;
nem mesmo
as
mais sans
comedias de Chr. Weise (1642-1708) foram exhibidas no palco; ao passo que as peas religiosas de
Klay (1616-1656) so meros recitativos, ligados pelo entrecho moda italiana do oratrio.
As frgidas allegorias commemorativas dos
acontecimentos da poca, com as quaes os escriptoJ.
res coevos
dotaram de ora
em quando
o theatro, e
Evoluo do Theairo
326
OS
dramas
pastoris,
Nuremberg os
com que
os idylicos poetas de
celebrapastores de Pegnitz
ram, terminada a guerra, as tendncias pacificas
ou bellicosas dos seus concidados, foram egualmente simples tentativas dos doutos. Estes, na
verdade, continuaram a manter vivas nas universidades e gymnasios tanto as composies dramticas como as representaes, a animar o gosto
pelo theatro, incentivo que levou muitos estudantes a escripturarem-se em companhias de actores
de profisso. Mas, nem a alimentao deste fogo
sagrado, nem o lucl Caesarei, no qual os jesutas
em Vienna de ustria fizeram reviver a pompa
dos cortejos, e exhibiram o clssico de mistura
com o symbolismo cbristo, moda da Renascena
tiveram a minima influencia no progresso
do drama popular.
historia do theatro allemo decorre at o segundo decennio do sculo xviii triste e montona.
Entretanto, esse decurso um dos captulos mais
italiana,
ignorantes,
proviso
fara,
tmd
Staat saa^iionen
e russa
327
mas
da
religiosos, dos
macompauma
nhia de actores, representou durante algum tempo
na corte saxonia. Procurou esse benemrito, inter-
pretando comedias de Molre e de outros comedigraphos notveis, oppr uma barreira licena,
em
1693, o caos
uma
commedia deli arte italiana. Desta ultima aproveitou-se Arlequim, com quem Hans TF^^r^ estava
ligado, e que se tornou uma figura proeminente
em
Arlequim estabeleceu
em Yienna
Evoluo do Thcaro
328
actores
sofriam
condemnar
o theatro popular a
uma
irremedivel
decadncia.
As
ti-
nham, pelo menos- na apparencia, sido absolutamente estreis. No havia esperanas de melhorar,
nem no fundo nem na superfcie. Este insuccesso,
porm, no diminue a honra devida a dois nomes
que sero sempre citados com respeito na evoluo
do theatro.
biographia de Frederica Carolina Neuber
(1690-1760) constitue a historia de uma prolon,
gada
lucta, a qual,
embora no
isenta de erros e
uma
com
faln-
Directora de
donde
provm denominar-se
em
Leipzig
a nova escola de
de Leipzig ^resolveu acabar
com a confuso ento existente no theatro, separar
a tragedia da comedia e expulsar para sempre
Arlequim. Apoiou-a nesta diligencia o professor
de Leipzig J. Ch. Grottsched (1672-1766), que a
aconselhou a adoptar a comedia e a tragedia francesas como nicos modelos do drama regular.
Reuniram-se ento pela primeira vez nas mesmas mos a litteratura e o theatro, e no houA'e
representar
escola
mssa
329
revezes
aniquilar
perdurvel
Varreu-se do palco
um
colieso
desse
enlace.
numero de
verdade que no passaram
alm de verses u imitaes do francs, ou, coma
no caso do Cato Moribundo, de Gottsched, do francs e do ingls, de Deschamps e Addison. As contrariedades foram tantas que, ainda no momento
preciso em que o drama allemo principiava a
regenerar-se, lhe foram lanadas novas algemas^
ptos de jDroposito para o sanear grande
trabalhos litterarios.
um
lado os
arte de representar.
homens de
lettras principiaram a
adaptar as suas composies dramticas s exigncias do tablado. As tragedias e comedias de
J. E.
lares
efeitos
iniciara
uma
teve
a felicidade
muito mai&
ingls, mas que
carreira
num
330
Evoluo do TJieatro
gozava
da
homem
estima
incondicional
devida
um
honrado.
pensamento que
raes, o
concebido.
(1729-1781)
talento
ella e Grottsched
crtico
incomparvel,
de
E.
Gr.
tanto
tinham
Lessing
na amplido
das suas vistas, como na sua subtileza e profundidade. Se houve, porm, qualquer ramo de
litte-
sem
duvida a litteratura dramtica. Os servios prestados por elle ao desenvolvimento do theatro ger-
mnico
crtica
campo da
como no da
criao,
podem
classiicar-se
de
inestimveis.
dia a crtica de
uma
serie
de peas,
e,
nos seus
foi
em Hamburgo
tabelecer
mo
nacional
(1767-1769).
Embora
Esses
uma
dois
annos de
alta significao.
emprehendimento theatral
abortasse, o
sem
BBl
russa
appllo.
Mas
da Dramahirge foi decisivo, com])letoii a tarefa que Lessing principiara antes com
o intuito de acabar com o dominio das arbitrarias
o eFeito directo
leis
enunciou
Lessing
tornou
bem
leis
precisas
sobre
drama,
ridade
como da comedia.
tanto da tragedia
experimental, progressiva.
peas
Damo
misgino
(1747);
Aps
foi cautelosa;,
as suas primeiras
(1748-1754);
Os juieus (1749-1754),
Clir. F.
cou fundamentar os assumptos das peas shakespecomo Ricanlo III^ Romeu e Julieta, etc.
l'entou depois fundar com a sua pea Minna de
Barnhelm a comedia nacional tirada da lda real,
com um assumpto moderno. Ej embora essa obra
rianas, taes
como para
Escripto
em
as fundas
prosa,
sympathias humanas.
e
332
Evoluo o Theairo
em que
o precedera J. J.
Bodmer (1698-1783)
.4
mesmo
e russa
333
tritico Bardietten
(1730-1787),
do
W.
J.
mesmo
L.
auctor.
G^leim
Gr.
G-essner
(1719-1803),
Surgiu, porm,
muito favoreceu
comedigraphos.
um
animou
peare, principiada
1813),
com
o senti-
834
Evoluo do Theatro
com
essa innovao^
em
1770,
335
quando
foi
representada a
Mas
o Gtz voiv
^Dela escolha,
um
completo xito no
como succede a
uma
servil imitao
tantas outras.
O Ritterdramen
tido
a sua
aura,
com
Assim no perodo
na
amplamente na forma
caracter e ligam-se
336
Evoluo do Theatro
-coro.
impossivel tomar-se
algum
delles
como ponto de
Ao mesmo tempo
o seu
me-
dual
nem
serie
de encantadoras pastoraes e
podem
.1
dramtica.
crtica
como
concebido
concluido
O Egmont,
um
similar
de
337
e russa
originariamente
Gotz,
ficou
dramas
amor.
perodo clssico
em que
Groethe comeara a
e com mais
que o theatro reclama. Os trabalhos da sua juventude, The Rohhers
Os bandidos, Fiesco, Kabale un Liebe Intriga
e -amor que vibram sob a influencia de uma quadra de revoluo social, conglobam na sua forma
consistncia
prosaica
com
uma
os requisitos
intensa expresso
de paixo
com
338
Eroluro do Theatro
so
este
segundo pe-
engalanam
um
com
o dialogo
esplendido
douro
um
dramtico
nobre vesturio
iioiva de
erro,
destinado
um
no exercer dura-
efeito.
tranquilla e sensata
com o
estabelecimento de theatros permanentes nas cortes e nas grandes cidades. Os espectadores principiaram a exigir peas bem representadas.
O drama
sentimental domestico
jDre-
e russa
3;]0
tor-
O mais
i,^enero
actor,
comprehendeu
instincto
1819).
um
o theatro
de mercadoria
profissional,
foi
A.
no drama domestico, na comedia de todas as espcies, nas peas em verso, com Schiller e Shakes-
ella
dizer que,
embora
tempo de
um
gnio,
mesmo
nacional.
As
340
Evoluo do Theatro
satisfazer as necessidades de
um
de A.
W.
S.,
uma
certa
dramticos. Esperava-se
drama
nacional,
tos e cmicos
com fundadas
e a
vida
em
amadurecer
um
triotica.
e russa
Ml
como
tentativas
romntica,
infundido
no
drama de
cavallaria
um
intenso
sopro de poesia.
Clemens Brentano (1777-1842) foi um dramade phantasia que nao obteve triumphos
ruidosos no palco. Houve ento alguns romancistas e dramaturgos que conquistaram uma certa
celebridade de momento. Entram nesse numero
Z. Werner (1768-1823), auctor do Dar Februar
Fevereiro; A. Miillner (1774-1829), auctor do
De Schuld O criminoso e C. E. von Houwald
(1778-1845), auctor do Das Bil A pintura.
Trilhando o mesmo caminho, com o Die Ahnfrau
turgo
antepassada
Evohimo do Thcatro
342
Foi
este
seguramente
primeiro
dos
ltimos
uma
Grrillparzer
inclue
romntica que,
escola
por intermdio de
foi
rveis imitaes de
phanes
feitas
da
(1796-1835),
e os ridculos
taes
Raupach
K. Immer-
primeiros
pas,
em
intensidade.
.1
Alm
rario
348
c russa
de justia
(1813-1836),
Mosen (1803-1867),
J.
(1813-1865), F.
litte-
Halm
Ludwig
O.
derradeiro destes
\-ros
taram apenas a proteger a arte de representar buscando, educando e glorificando uma extensa serie
de actores eminentes, entre os quaes se evidenciam
L. Devrient e seus filhos, que conquistaram uma
reputao digna do seu nome, e ainda B. J3awison,
considerado o mais brilhante da sua classe, fizeram
mais, diligenciaram manter as mais estreitas relaes possiveis entre o tablalo e a litteratura.
Felizmente para
frisante contraste
si
com
Allemanha
estabelece
um
numero
mulos
artsticos,
mesmo
uma
as tradu-
lin-
primas
Evoluo do Thcatro
344
inglesa. O
nem sempre
influencias
se
co publica e
em harmonia com
No
a cultura intel-
que
da litteratura dramtica.
Dos modernos dramaturgos
tam-se
seus
allemes
conterrneos e
mesmo no
apon-
entre
os
estrangeiro Her-
Honra
As fogueiras de
carroceiro
Heuschel (1898),
do
SchlucJc. e
Jan
da Pelia do
Castor (1893).
Hauptmann
O merecimento
das
na verdade
e profundeza da observao. Oscar Blumental, nascido em 1852, e auctor da Fhilosophia do inconsciente (1876), dos Deputaios, do Livro Grande, do
Yo Preto, do Hoje e Hontem (1892), etc.
peas de
reside sobretudo
Terminado
este esboo
e russa
;>4.>
da evoluo do theatro
allemo delinearemos a largos traos a do liollands que, no seu incio se assemelha do allemo.
mesmo durante
as perturbaes
na Hollanda
do grande movi-
(^usinados
-truco,
estabelecimentos de in^
mas
de Hooft pertencem ao
primeiro
poeta
mesmo
perodo,
dramtico hoUands
foi
346
Evoluo do Th^atro
J.
imitar modelos clssicos para as formas mais originaes de composio dramtica, incluindo nellas
nem nenhum
es-
comedia
de
modo que
este talvez o
iio
se
tornasse
motivo porque o
perdurvel.
tlieatro liollands
litteratura
navos tambm
foi
dramtica dos
povos escandi-
man ancies
tar
alii
um
compz quinze
trs aunos,
O homem
desvairalo,
e russa
3-17
triumplio.
Em
Ulysses de Ithaca,
Erasmus
Mo-
da Dinamarca,
parodiou no seu
merecia
Amor sem
esse
castigo.
Vessel
Brnn o imitava
na Za)iira. Ewald, imitador da Allemanlia, ligado
com Klopstock, dava RolJ Krage, a primeira traposa do sculo XVII, ao passo que
No
depois
sculo
de
XIX,
uma viagem
escola semelhante
dinamarqus.
CElilensclikBger
que
criou,
em
(1779-1850),
fundou
Frana,
uma
Frana, Victor
so:
Hugo
Hagharih
de Rheinherg,
auctores
vaudevilles.
de
Alguns
cuidadas;
do norte.
34S
Evoluo o TJieairo
Palavras e
actos,
Os
Etmann amontoa
Na
contra veneno^
delles as suas
melhores
vaudevilles e comedias:
solteires,
caraia,
Veneno
um
grande mas-
provincia;
Noivado.
Uma
vi-
poeta
Um
popular de todos:
Bryde.
Convm no
da Familia Jensen,
escndalo, Sportsmen,
Emma Gad,
Einar Christiansen,
Anua
um
dos
dinamarqus.
Ibsen
Bjrnson.
As
suas
Drachmann
obras
com
abundam, a
isto , destinadas
tratou da historia antiga no Alchiaou Os gregos em decadncia; da historia estrangeira na Felicidade de Aren^a7io; da antiga mythologia escandinava no Vlund o Ferreiro; do conto
des
de fadas, no Era
uma
quadros de gnero:
senha grandes
vez.
Numa
349
obra, traa
em
Em
servos forros.
A Dinamarca
Drachmann no
nas e
tos feministas
confunde-se e
"
em
1832. Di-
Oscar a duello
obras, o
veu
as
350
Evoluo do Thealro
combates
Sgurd Slembe,
(1858),
Uma
(1865),
fallencia,
systema (1879),
Uma
trilogia
(1864),
Leonardo (1879),
luva,
Alm
(1862),
Os recemcasados
novo
As melhores
peas.
so:
Catilina,
tumulus,
Galileu
(1873),
Os
Oynt
(1867),
Imperador
da sociedade
sustentculos
mar
(1888); o
drama
realista,
Hedda Gabler
O pequeno
Eyolf (1894), Joo Gabriel Borhman (1896), Quando
os mortos acordam (1900). Alm destes dois ha
Gunnar Heiberg, cuja biographia e peas no encontramos em nenliuma encyclopedia.
(1891),
Solness
constructor
(1892),
Molire;
depois
Gustavo
iii,
successivamente
.1
351
russa
Strindberg (nascido
Augusta
Leler (1849-1892),
em
1858),
biblicos. Estes
foi
sculo
No
XII.
(1645-1676),
da
eram em versos
da Polnia, introduzido
as
primeiras tentativas
dramtica russa.
chamados
tteres
O drama
no principio do
reinado de Aleixo Mikhailovitcli
Moscou viu
litteratura
sylbicos.
ali
uma
dertep,
Em
meados do
espcie de exhibio de
O drama
regular nasce
em
S.
Pe-
tersburgo.
Um
Toma
como
Hamlet.
xito
o Falso Demtrio.
As
que
as
Tambm
traduziu o
mas
principalmente
na
352
Evoluo do TJieairo
ii
(1729-1796)
vos o de satyrisar
em
comedias as loucuras e
Yon
Vizine
de costumes, a
quem
se
emparelha A. N. Ostrovsky
nem
as prerogativas do tzar;
com
ampla
XVII
De
Garref
A regresso
Influencia do theatro
tragicomedia dos jesuitas
As mogiclssico, do italiano, francs e hespanhol
Faras
Antnio Jos da Silva, o Judeu
gangas
de cordel
.Manoel de Figueiredo e os seus companheiros
A Opera Os Elogios A Velha e
Kova Arcdia O Romantismo A obra de Garrett
theatro normal
Embora
theatro moderno
Artistas.
foram
que
Evoluo do Tlwatro
354
borda dos
rios e
os ^0^05 scenicos, os
momos, os
crisantos, os
'??-
pantomimas, etc.
Os nossos monarchas, como os de outras naes,
protegiam e at instigavam certas representaes
na corte, com tal ou qual caracter de tlieatralidade. Entre esses soberanos um dos que mais se
notabilisou nesse ponto foi D. Joo ii. Nos momos
com que quiz celebrar o casamento do illio, do
prncipe D. AFonso, effectuados em vora, o rei
desempenhou o papel de Cavalleiro do Cysne
bem como os mais notveis e brilhantes cortezos,
para dar maior realce s festividades, se incumbiram da representao de varias personagens.
No mencionaremos aqui as eruditas investitremses, as
do poeta da de seu
com
tio
apenas do
Gril
neste capitulo
tugus.
com
o histrico
Momo
setembro de 1490.
De
Monologo de
um
355
quando
ella estava
de parto.
meros
autos,
delles,
o dos
como a de Inez
Escreveu os autos de Santa Barbara, de Santo Antnio, de San Thiago apostolo e de San Vicente
Martyr.
com egual
fria,
era
tambm
natural de vora.
Evoluo do Tlieatro
356
Chiado icou-lhe a alcunha. Admirador de Gil Vicente e amigo de Luiz de Cames, deixou os autos
da Natural Inveno, das Regateiras, Pratica de
compadres, de Gonalo Chamho, etc.
A esta denominada escola de Gil Vicente em
quem
con-
em
em
leuco,
de Philodemo,
em
obras dramticas.
Gil Vicente, neto do poeta, compe o Auto da
Physico.
i).
De
357
nome
Completa a
Itlia
lista Fr.
na escola do sculo
xvi.
em
e,
artistas viajaram,,
se realizava,
acompa-
consequncia dessas
exame to de cerca,
denominada escola cls-
q,
lor.
dice expurgatorio, e
em
mas
Em
1618
foi
358
Evoluo do Theatro
i^eregrino.
em
manuscripto a come-
orginal.
em
148. Foi
um
em
para Itlia
Coiml3ra
em
1521. Visitou
ali
natal, par-
as
cidades
Estrange7'os.
mximo
italiana o
escola
theatro de
uma
realce e
quem
dota o
at ahi.
Castro, baseada
de Castro, tanto
resto do pas.
e Cioso e
a primeira tra-
na lenda de Ignez
Desembargador da Relao
foi
um
sculo XVII
floresceram
alguns
comedigraphos
cujos
nomes e obras a historia do theatro regista. Temos para no alongar demasiado este capitulo,
entre outros, Braz de Rezende, frade dominicano,
De
B59
em
do Porto, feitor
da alfandega do Fayal (1556), que escreveu a Reinditas. Sebastio Pires, natural
2)resentao
Nau
Texto e
(1565 (?)-1639), um dos nossos mais brilhantes poetas, oriundo de Leiria, formado em cnones, que
escreveu pouco depois de 1614 o Auto dei nasci-
dei
Fidalgo
D. Joo
Aprendiz,
gadores, a
que
IV,
bem
dizer,
representado
Mello, que s
com o Auto
na corte de
nacional.
Pouco
se
salvou do
pelo fanatismo.
extermnio determinado
Evoluo do Theatro
360
cellos, a
Officio.
Aos autos
tas,
rarios,
em
latim,
com que
se
commemoravam
as
siasticas,
etc.
tas
producentes.
tos
personagens so prncipes, e os accidentes sao graves e funestos, mas cujo fim feliz, ainda que
tugal D.
Manuel de
gloriosa memoria,
se repre-
De
sentou no
361
Collegio
O luxo
visto at
theatro
francs,
como
theatro
italiano,
seu predomnio,
clssico,
con-
rodo surge o
em
16-45,
em
trs actos,
campanha
362
(la
Evoluo do Tlieatro
para
escrevia
um
cartaz
de
hoje.
no estylo gongorico
Pedro Salgado
extravagante do
tempo.
obras de theatro.
Houve ainda
na escola de G-il Vicente, compozeram os seus trabalhos segundo as linhas geraes do mestre.
Nessa poca abundam os dramas litrgicos, as
comedias de capa e espada, as clogas, as operas,
os vilhancicos, tudo sob a influencia da escola dos
seiscentistas. D. Francisco Manoel de Mello, de
quem
cia
atrs falamos, quiz reagir contra a decadndo theatro, criticou e commentou o que se lhe
De
jiiorado encarceramento.
mento
363
apparecem com o
tes
lescos e
completo.
Como
llessias,
Silva, o
em circumstancias
momento uma espcie de
neiro, o illustre
comedigrapho,
filho
de
um
advo-
Quando
nova pea
mulher e a me
se ensaiava a
foram presos por ordem do inquisidor-mr. A inveja e o fanatismo perderam o maior escriptor
cmico depois de Gil Vicente. A me e esposa do
infeliz ficaram presas
indefinidamente e a 19 de ou-
364
Evoluo o TJieatro
tubro de 1739
com
apenas
foi
o portentoso
elle
O D.
quem
Assim
mallograram os
um novo aspecto, de lhe inocular nova seiva que o levantasse
do marasmo em que a estupidez o sepultara e que
alegrasse a sociedade portuguesa triste e boalmente fanatisada.
Durante um largo perodo do sculo xviii no
s se representam ainda autos e outras peas de
es
thtres
trangers.
se
yicente,
Gril
seus
entremses,
com
com
?e
coma
cordel,
De
ram
365
um
sculo
exactamente; pelo menos o paciente e erudito "investigador Rodrigo Felner conseguiu colleccionar
No
citamos,
que descreveremos
mais
largamente
Talhada
est
se
no
acabe,
Quem
As
peralta
dinhas da moda,
assembla do Isque,
Ao
velho im-
depois, existiram
866
Evoluo do Theatro
Petas
Sovina^
Os
trs
Madrinha
riissiana,
rivaes enganados.
Periquito
servir. Dei-
pectadores,
sem excluir
'
dou-
ao ar^
os frades,
es-
que gostavam
immenso
mento
intuitos.
um
um
louco
pnico.
intellectual succedeu
conscincia
uma
este
avilta-
reaco de nobres
publica tranquillisou-se
como
diz
um
historia-
De
tragedias
originaes
3oT
quatro traduzidas.
oito
mas
a compreliendeu,
Acompanharam-no
Pedro Antnio Corra Graro (1724-1772), tambem fundador da celebre Arcdia, com o nome de
Corydon Erymantlieu e auctor das duas comediiis Assembleia e O theatro novo^ que, na verdade,
no valem muito; Antnio Diniz da Cruz e Silva
(1731-1799), egualmente fundador da Arcdia,
progenitor do celebre poema lieroi-comico Hyssope
e de dierentes peas; Miguel Tibrio Pedegache;
Francisco Jos Freire (1719-1773) o Cndido
Lusitano da Arcdia, traductor de differentes
comedias italianas representadas em Lisboa em
1737 e auctor de, entre outras, da comedia A mulher pelo avesso;
1770),
barbeiro,
Castro,
Astarto,
(xomes,
Xova
em
fallecido
delirio, e traductor,
Feyel, e de
outros
1803,
de
em
verso,
Os Macchabeus,
quem mais
esboarmos o que
foi
Joo Baptista
da tragedia
allemo, que causou
das peas de Armand,
de Lamotte; e ainda
auctor
Nova Arcdia.
363
Evoluo do Theatro
accrescimo de fanatismo.
si,
por
011
suggesto
rainha D. Maria
alheia,
prohibiu
por
que no
tablado
excludas
trgica
Rosa,
Cecilia
Joaquina,
qualquer
cmica Maria
illustre
creatura do
sexo feminino.
divel decadncia.
em
da
Rua
ponto
com
mu-
o mais estpido
rigor.
um
No
um modo
nheiro,
brilhantssimo.
gastava-o
nesses
corte,
cheia de di-
espectculos
realmente
De
369
com
cia.
largueza,
Pde
mais
dizer-se
afamados
artistas
do
estrangeiro,
scen-
370
Evoluo do Theatro
qualquer
foi
licito
dar
espectculos
de
opera.
pela
'
com
vaterra e Ajuda,
ali,
De
Todi
cantora
se
371
bom grado
prestar de muito
essa innovao.
fez.
As
idas
com
medida de jirecauo policial. A musica, por intermdio dos liymnos revolucionrios de Delagrac,
de Mehul, de Grretry, de Lesueur, de Cherubini,
transformava-se agora
republicanos.
cpios
em
propagandista de prin-
Cerradas
as
salas
de
espe-
as
notas
essas
muito
mais
agitadoras
perigosas
radicaes,
que
consideradas
qualquer
mortfero
iagello.
Velha e Nova
Arcdia.
succedeu a seiscentista
academias
litterarias dos
com as suas pittorescas
diferentes
escolas
lares
com
(1663).
os elementos aproveitveis
da Academia dos
Evoluo do Tlieatro
372
Esta
OcGuUos.
instituio
floresceu
eutre
1757
em
vez de se dedicar
denominado
at
paz de 1801.
alguns continuadores da Velha
Arcdia faziam o possivel para melhorar a situao
crtica do theatro nacional. Manoel Joaquim Borges de Paiva, morto em 1824, escreveu as tragedias Nova Osmia, Polidoro, Jonas e Lucinda;
de paz,
Entretanto
tanos,
D. Joo
em
lusi-
I,
Africa,
Scrates,
1854) escreveu as peas Affonso Henriques, D, Sebastio e D. Joo de Castro e traduziu o Cato de
Bainha de Corintho
Tomada
de Lisboa, e tra-
Thomaz Antnio
De
373
(1751-1816)
I).
Ao mesmo tempo
com
tablado
ciosas.
em
de
Racine;
Almeida
(xarrett
deixou-nos
nessa
como
fageme de Santarm,
Sobrhiha do Marqus^
etc.
374
Ecoliiclo
quando em quando
(lo
anatmica,
maridos,
As
TIwatro
forma
caracteristica,
parteira
mulher de dois
astcias de Zanguizarra,
preta de
como Abel,
Vasco da Gama,
Pliedra,
Alvares Pereira,
etc.
D. Nuno
um
novo regimen
gosto
De
tragedias
revolncionarias
em que
faras
se
representavam as
os miguelistas, os corcundas,
eram
empenhado em restaurar
numa
vertendo-o
o pas
instituio
da
em
tradio
da tragedia, da comedia
uma
uma
arte,
posto
em que
Evoluo do Theairo
376
com
clesintelligencia
principal
estava
dezembro de 1836,
palcio
da Inquisio do
theatro de D. Maria
ii.
Emini
Portugal
uma
possuia
Grarrett
e
Por portaria de 28 de
em
Mas
o conde de Tliomar.
feito.
dramtica.
arte
beilas
drama
histrico,
mas
raria.
morte de Garrett
fez
com que
um ramo
a littera-
dijfferente
ao
dois rene-
lyrca
farceta
(1847),
Moniz (1861)
cidras do amor,
Quem
O triAs trs
O tio Andr
ainda
afilhada do baro.
porfia
mata
caa,
mocidade de D. Joo
V,
etc.
re-
Nobreza de
De
Homens
alma,
e
srios,
da Costa Cascaes,
tonio
castello
Uma
de Faria,
noite de Santo
An-
Nem
extrangeirado.
Nem
Morgados, A
O
equestre,
Alm
nem
russo
turco,
A pedra das
A lei
carapuas.
dos
D ffamador es,
me,
lido,
Um
377
caridade,
inaugurao da estatua
mineiro de Cascaes.
('poa os
Fez,
Estos
ticas
fronteiro ds Africa,
como
A
em
herana do Barhado.
geral, obras
dram-
tlieatro
aquelles sao,
ter,
nem
conse-
A judia
Caldeira
(1841-1894),
378
Evoluo do Tlieatro
no Olympo, Ao
<1890),
x)
Alcacer-KiUr
Os
(1891),
velhos
VI
(1893),
tinegra real,
com
O pntano
"borao
(1894),
triste
^
Burro do Senhor
d-
Companhia (remodelao
da
mticos.
crtica das
At 1835 a
immenso
blados deixava
S em 1771
um
a desejar.
edicto real
le
Boyaume
Balbi, publicado
nomes dos
em
actores
admira.
declarou honrosa a
No
de Portugal, de Adrien
Paris
Joo
ISTo
em
1822, citam-se os
Evangelista,
Sebastio
De
379
nenhum
perfeito.
Em
1835 apparece
em
no acha
Lisboa a
mente em attitudes que faziam medo. A enscenauma lastima. Paul foi, pois,
o era egualmente
um
pormenores
em
tava
em
grotescos. O grande
educador e descobridor ds nossos comediantes foi
Emilio Doux. A classe dos actores principiou a
ser tratada
ningum
se
com
Anna
Rosa
(pae),
Antnio
380
Evoluo
(lo
TJieatro
fceis
de se dar.
Terminaremos
este
cheias de desanimo,
XVIII
arfe draniafia no Brazil
fi
As dansas populares
Dramaturgos,
O
Os
mento da
arte dramtica
seu desenvolvimento
triotas
As
instincto e o senti-
compa-
da comedia improvisada, que, na Bahia, por exemplo, pelas festas do Natal e Anno Bom, um magote
de rapazes acompanha um boi de pasta, no qual
se occulta
um
dansador, e
boi.
Ha algumas
382
Evoluo do TJieairo
quando
drama
os
litterario
ganda
religiosa.
imitao dos franciscanos, apoderaram-se das formas vicentinas para tornarem
mais concreta a sua doutrinao. Foi principal-
fanas
Para confirmar
Theophilo
e accrescenta:
Este
dom que
o missio-
sympathia por
podem
considerar-se
um
No seu
Vermelhos,
Mello
Moraes
filho
Os
Escravos
narrou a repre-
Mysterio de Jesus^
383-
em castelhano por Anchieta, e depois traem portugus pelo padre D. Joo da Cunhar
escripto
duzido
No
typo.
Alm
Custodio,
como
um modelo, um
Decio e Valeriano,
Nero,
exhibem-se
(los;
substancin
de
um
acto;
com
S.
pecca-
Sebastio
uma viagem
jesuitica pela
1583
um
apontado
gens,
que
BaJiia,
at
e misso
1590,
vem
se representara
desde
um
navio
em uma
com
procisso,
na
as virgens dentro,
em
mesma
em 1583
N^sta
na Bailia
castelhano,'
384
Evoluo do Theatro
descreve
tambm
Ave Maria,
a representao do Dialogo da
lvaro Lobo,
to-
Villa
como
Morreu em Coimbra em 23 de abril de 1608.
Cita mais o padre Ferno Cardim um outro
AtUo do martyrio de 8. Sebastio, representado na
mesma poca no Rio de Janeiro: Desembarcando
legios de Braga, Lisboa, Porto e neste ultimo
reitor.
viemos
em
junto da praia.
Misericrdia
Estava
com uma
santa relquia se ps
um
tolda
sobre
tlieatro porta
da
de
uma
vela,
e a
um
rico
altar
em-
quanto se representou um devoto Dialogo do Martyrio do santo, com coros e varias figuras muito
ricamente vestidas; e
um
foi asseteado
um
moo atado
mas de devoo
do prespio,
effeito
385
com que os jesuitas recorressem ao espectculo com frequncia: em* 1575 representaram em
Pernambuco o Auto do rico Avarento e Lazaro
pobre: conta-se que fora tal a commoo causada
pelo auto, que muitos homens abastados se desfazia
<
carpintaria,
asseiadamente
mouriscas, e
tambm uma
vestidos
com
faras
representao de com-
Depois
daquella
dansa
seguiu-se,
sentaram os ourives em forma de embaixada, reinado que se compunha de mais oitenta mascaras,
oom faras ao seu modo de trajar, riqussimas pelo
25.
386
Evoluo d Theairo
mentos
projirios
do seu uso e
rito.
Seguiu-se a
Na
mesmas
festas de 1760, no
Sahiu pela cidade o estado
dos iKtrdos, seguido de dansas varias na ordem: a
de um soba magico, composta de vrios animaes;
a de doze lees com Hercules por guia; a dos
coUastros, a dos aubacas e dos moleques; a das taIheiras; a dos negrinhos pequenos; a de moleques
pequeninos de Angola; a de Catup e porfim o
baile do Congo.
Ha annos ainda, nas festas realizadas para commemorar o anniversario da independncia do Brazil, foram reproduzidas com grande verdade hist-
relao dessas
Eio de Janeiro,
se l:
em
se
nacional, ento
commum
387
.1
suem
segue-lhe
Thom Joaquim
Formado em
di-
em
cavalleiro
muitas
peas
representadas
em
S.
em
Carlos,
verso
taes
como
os
e as operas ly ricas:
prestigio da
noite de S. Joo
lei,
Evoluo do Thealro
388
ao throno de Portugal e
II
alchimista, de
A. Dumas
Hamlet, de Ducis.
em
lans de Voltaire e
Hugo;
em
Bolena,
Torquato Tasso,
Dama
Capuletos,
Anna
do .Lago, Norma,
em
previsto.
sorvete,
e traduziu
em
Maxambomba:
operas: Norma e
fidalgo fanfarro e a
quadras rimadas as
Puritanos.
e Silva
Rio (1810-1886),
da ordem da
official
o89
bailes (1839); e as
comedias:
desofio,
caloteiro
1882), natural do
deputado
(1811-
diplomata.
numero de
viuva
com grande
Ducis, Othelo.
em
de Paris, advogado,
Academia de
formado
S. Paulo, juiz
em
direito
do haro,
padres,
nistro,
As
aposta,
familia
rica de
O juiz
Evoluo o Theairo
390
desalmados,
um
filho,
Notvel coincidncia
oii
a justia divina
e Fatalidades da vida.
da taverna.
As
desgraas de
capito da Matta,
de
meu
tio; e os
uma
creancinha,
segredo de Estado,
dramas: Itamnda ou
um
terrivel
barriga
o guerreiro
Fernando ou
Santo Accusador.
nasceu
em
S.
Joo de Ipanema,
nistro plenipotencirio.
S.
auctor do drama:
Amador
A
Bueno
de
-orvatorio
um
em
PameUa
(his
de
casada:
PameUa
solteira
do francs, de A. Dumas:
Caehemira. Eedigiu
Senhoras,
Bivar
de
Chale
1841.
Ximenes
Atabalipa
Violante
(1817-1875), era
3i)l
relatrio
D.
BrazU
cote dramtica no
tambm
o Jornal
uma
senhora.
estalagem da
Virgem.,
casal das
Medico, professor,
valor.
Deixou
livro,
as comedias:
de peccados e
cego,
official
Coh,
Cincinato quehra-loiia ;
sacrificio
de Isaac,
O primo
em
torre
em
concurso,
Remisso
os dramas:
e vaidade,
O amor
O fantasma
da
branco e
da Califrnia.
Eroluo do Theatro
392
primeiro
fessor,
geiros, scio
oficial
dojia, Patkull,
Men-
um
collete,
de Brise Barre;
egosta,
de
O. Feuillet.
Carlos. Luiz de Saules (1824-1880), nasceu no
trio e escreveu o
Janeiro
em
offi-
cial
jDtore^
xou
marido
Susano,
tragedia:
est
graas e o
Abamoacara;
ministro.
Um
emancipao
drama
realista.
Dei-
as comedias:
Meu
thesouro,
das
educao,
mulheres.
compadre
As
trs
sua linguagem
purssima.
(Ircunatica no
(rte
Bmzil
393
Tag e Os dois
voz do
recrutas.
official
conde de Zampieri,
SanfAnna,
dramtico
Um
O Lucas da
em 1828
no Rio de Janeiro. Foi funccionario publico, jornalista, e escreveu um drama original: Ermolai ou
o servo russo, que o Conservatrio no deixou representar por advogar a emancipao dos escravos,
o que era delicto grave nessa poca. Traduziu quarenta e nove peas, entre as quaes Trapeiro de
Paris, Mysterios de Paris, Conde de S. Germano,
Filho da noite. Doutor Negro, Torre de Londres,
Mulheres de mrmore. Dama das camlias. Por direito de conquista. Medico das creanas, Genro do
Jos Joaquim Vieira Souto, nasceu
senhor Poirier,
etc.
Jos Martiniano de Alencar (1829-1877), natural de Alagadio Novo, Mecejana, prximo da ci-
uma
o primeiro
dramaturgo daquelle
seguintes comedias
pas.
auctor das
de
Evoluo do Theatro
1394
um
dito,
e da opereta:
S.
1829.
anjo,
jesuta,
cre-
me,
noite de S. Joo.
Joo
em
Formado em
no
Maranho
mas Maria,
:
ouro,
diabo,
me
d' agua.
As duas fadas
diabinho
no meu quarto.
Gaudncio Sabbas da Costa (1829empregado de fazenda
do Par, depois da alfandega do Maranho. Escreveu os seguintes dramas Francisco II ou a liberdaie de Itlia, Garibaldi ou o seu lyrimeiro amor,
Pedro V ou o moo velho, O aro de Oyapoch,
Bechman, A buena-dicha; e as comedias: O escriptor
publico e Os ba^^hareis.
Francisco Manoel Alvares de Arajo (18291879), natural da Bahia, official de marinha. E auctor dos dramas: Dedicao e De ladro a baro.
Domingos Joaquim da Fonseca, nasceu na
Bahia em 1829. Depois de ser oEcial de marinha,
demittiu-se e tornou-se empregado das alfandegas.
Foi membro do Conservatrio da Bahia e escreveu
os dramas: Remorsos, A ambio, Mathilde e Manoel
Bechman.
Caetano Alves de Sousa Filgueiras (1830-1882),
natural da Bahia. Formado em direito," advogado,
presidente da provncia de Groyaz, deputado proFrancisco
395
Constan^
Lagrimas de
as scenas cmicas:
crocodilo,
haroiieza de Cai/ajm
libertino.
rei.
seguintes
dramas:
resignaro,
captiveiro
396
Evoluo do Theatro
poca,
Antnio
1835 na cidade de
S.
goas.
dias
se bei-
(183-1896).
Formado em
Fez representar
as comeTchang-Tchang-Bung,
De Herodes para Pilatos, Bandidos de casaca, Paquita e Nem a tiro.
funccionario.
direito,
dias:.! nijihada do
meu
sogro,
em
1836.
Brazil e
E um
com
Marina
Dama
do vo.
A
Um
o e dever,
soberba,
Luiza
usurrio;
anjo da solido,
Colombo,
actriz,
das
Virtude, Celina,
dramticas:
scenas
heroismo feminil,
voluntrio,
agiota,
viso de
cime: e da
397
.1
O guarda
funccionario publico.
livros.
sua especialidade
foi
as seguintes peas:
fazia
polis a Paris,
cynismo.
Uma
Jockey-club,
Trumpho
republica
s avessas.
modelo.
se
Meia hora de
Entrei para o
paga,
defeito de
Evoluo do Thealro
398
candidatos,
na
cjsta e
cio
francs
diversas peas.
de
crtico
respeito;
prova-o
seu
bello
livro
Galeria Theatral.
protocollo,
essas,
.,
espalhafato,
s tu,
contam-se:
familia
uma
mulher, Pipelet e
As
natural
de
bodas de Joanninha.
Bellarmino' Barreto
(1840-1882),
Inhambupe, Bahia. Foi funccionario publico, jornalista e crtico theatral. Escreveu o drama As trc
coroas.
em Rio
nasceu
Janeiro.
verso:
39>
Rio de
dramas em
fundao de Piratiniga^ Ponta Negra e
Claro, ento provncia do
Deixou manuscriptos
O demnio
trs
do jogo.
Um
natural
medias:
Uma
scena contempornea,
caminho mais
curto,
Um
demnio^
educao,
nasceu
em
mulato,
trafico,
400
Evoluo do Theatro
Paschoa;
das
comedias:
Retratos
hicos
de
Um
ba-
toria do
Carlos
Ferreira,
nasceu
em
1846
em
Porto
pri-
meira culpa, Magdalena, Lcia, Martyres do corao, Arnaldo, A calumnia, Os pequenos e os grayies,
O marido da
doida,
esposa; e a comedia:
Peccado de Juventina.
Castro Alves, nasceu na Bahia em 1847 e
morreu muito novo quando cursava o quarto
anno de direito em Pernambuco. Era um poeta
de talento. Deixou dois bellos dramas: Gonzaga ou
a Revoluo de Minas e Don Juan.
Ferreira de Arajo, nasceu em 1847 no Rio de
Janeiro. Jornalista, proprietrio da Gazeta de Noticias, crtico abalisado. Traduziu alf?umas T)eas
negro.
em
1849.
Professor,
litterato, jornalista
poeta
com grande
pro-
401
paz
e o Bhliothcario,
em Pernambuco em
Juis:.
hilontra,
de collabo-
astiana
apoiados,
Comedias:
diabo
com Vicente
e Vov,
Os botucudos,
O Mar-
moas,
condessinha, esta
de
collaboraao
com
^
;
Ecoluo do Theairo
402
Amor
molhado,
diabo
na
terra,
A dama de espadas,
Coutinho;
redo
Mimi
Bilontra,
Pernambuco em 1852.
escreveu as comedias
Uma
o entre-acto:
funccionario, jornalista e
patuscada,
Um
a scena cmica:
Colimerio
engano
tem dentes:
critico.
para
dois,
espera da noiva,
um
estudante,
Que
creana!,
Roma
Uma
ul-
voluntrio,
Damasceno
em
em
Porto Alegre
lia; as
comedias:
thea-
.1 arte
Por um
entes: e a opereta:
Francisco
em
Deixou no
ou
filho
vopj
de Tira-
tlieatro
segredo
familia PaschoaJ.
Funccionario
Pelotas.
403
dramtica no Brazil
de
os
um
publico
dramas:
breve,
jornalista.
bolsa vermelha
O maon
jesuta,
em Aquidaban, Os amores
Um
dramtica:
de
um
cadete; e a scena
vete7'ano.
com
pseudonymo de Cndido
Silvio.
diarantes; e
as
comedias:
suicida por
amor
e Conscincia e remorso.
em
1854. Jor-
Escreveu as comedias:
daguerreotypo.
foi
um
Brazil.
elle e
sua
de collabora-
Amor por
Ecoliio do Theairo
404
annexins,
Casa de Orates,
jia, Liherato,
iiejo; revistas:
O mandarim, O
ha-
hilontra, Mercitrio,
Mascotte
na
monlogos:
mas O anjo
:
roa,
Maria Aug,
do mal.
filha
Genro
noite.
sogro,- Coquelicot,
res do mercado,
immenso com
a sua
morte.
em
mas: Corao de mulher. Helena, Satan; as comedias: Sogra, O Juc; a opereta em um acto: Na
vspera do espectculo; a satyra: Dois reimblicanos.
Traduziu o drama: Os bohemios.
Arthur Barreiros, nasceu no Rio de Janeiro
em 1856. Jornalis-ta e litterato. Traduziu as duas
comedias: Princeza Jorge e Primeiras proezas de
Richelieu.
em
405
em
1858, con-
siderada
como
litterata.
drama:
meo.
Valentim
de
Magalhes,
Formado em
Janeiro
em
nalista,
poeta e litterato.
vistas
do
1859.
anno
nasceu no Rio de
entre essas:
mulher-homem
escripta de collaborao
e
com
g-aray:
O gran
galeoto e
No
seio
da morte. So ori-
em
direito,
revistas:
jornalista
litterato.
Caijoora (1886),
Escreveu
as
Boulevard da im-
prensa (1888), Bendeg. Traduziu a comedia hespanhola: O chajjeii alto; a pea francesa: Le Parfum.
Figueiredo Coimbra, nasceu no Rio de Janeiro
em
em
carta
sua a comedia
anonyma.
o:
Tem
tra-
Princpe
Zilah.
Poeta de sentido
Evoluo do Thcatro
4()6
ctissima,
uma
lada: Triboulet.
em
falleceu
1870. Oicial de
injustia.
em
Tem
escripto
formado
varias
em
peas
Cresa e apparea e
direito
e
entre
litterato.
essas
as revistas:
abacaxi, de collaborao
com
Moreira Sampaio.
em
esfolado,
Lua
badalo,
junho
de mel.
auctor do drama:
Co coyn
escriptos,
em
revistas: Mineiro
com
Baptista Coelho.
em janeiro
em
Santos, S. Paulo,
as
A
No nos
407
foi possvel
Annibal
Um
Teixeira de S,
natural
da Bahia,
gente.
tambm oriundo da
vicio
em doutrina
da comedia:
A nuvem por
Juno.
S. Paulo,
de
n gordio e
Uma
sogra amvel.
em
verso:
As
deusas do balo.
Evoluo do TJieatro
408
de Uz.
Com
titulo
de
de Janeiro
em
filha
da
es-
e sacrifcio e
magicas:
arte dramtica
Trunfo s
Flor de Maio,
tio
avessas,
Brazil
AU
40)
Baba, Princeza
Vampiro
uma
em Campinas em 1839
Castello,
As
em
as
Trem
Ita-
peas:
de re-
laranjas da Sabina,
gella, etc.
Abdon
em
zella
posies.
em It,
em direito. A sua
Moema e em seguida es-
em
1865.
formado
primeira partitura a
creveu
uma
infinidade.
Atilio Capitani.
em
1865,
zileiro,
de
adoptiva.
mas pde
tal
modo
Tem
nasceu
em Roma
considerar-se hoje
como bra-
se identificou c^m a
sua ptria
italiano,
em
1868.
E um
professor
410
Evoluo do TJieatro
Vspera de Reis,
curso,
etc.
Sousa, baro de Paranapiacaba, que durante muitos annos exerceu o cargo de director do Conser-
Romero,
um
com
as suas
tem prestado
os mais
no
s litteratura brazileira,
mas
ainda portuguesa.
411
ros,
O mais
em
terras
evidentemente Joo Caetano dos Santos (1808-1863), natural do Rio de Janeiro. Falaremos delle mais detidamente antes de terminar
do Brazil
este
capitulo.
Francisco Paulo
Mondar
(1839-1873),
em
de Janeiro,
em
no Rio
em
Janeiro
412
Evoluo do TJieatro
em
Janeiro
sua gloria
em
falle
bm
tes
Colas,
Entre as actrizes brazileiras citam-se os seguinnomes como sendo das que mais rutilantemente
freda,
briella
dina,
Isolina
Polnio,
Anna
Leopol-
G-raziella,
413
Se
nossa,
pois
empregamos
as
maiores diligencias
pre-
encher.
O povo
E uma
brazileiro
vem
predileco que se
o theatro.
evidenciando de
sculos. Ao passo que nas outras nacionalidades a frequncia aos espectculos de esphera mais
ha
elevada se torna
difficil
lenta,
frequncia accentuou-se
com
facilidade e cresce de
uma
natureza nova,
quadro-! deslumbrantes
tem
se
encontra
forte,
ha
em
cheia de
No
satisfaam as exigncias de
attingir.
O povo
um
ideal
que deseja
a satisfao, a realidade, de
um
mento
esthetico.
excepcional.
Com
uma
robustez
clerical,
sacudido
414
Evoluo do Tlieairo
mtica.
com todo
brazileiro, ao interpretar
o rtilo brilho
uma
arte
que,
glorificando
os
escriptores
seus
Uma
abria
theatro brazileiro
tem
um
grande futuro.
e trabalhando
num
nos,
em
huma-
ao seu
que de
melhor existe na interpretao da tragedia, da
comedia, da opera, nos tablados europeus e ameestudo,
ao
seu exame,
sua
crtica,
415
podendo sustentar companhias onde figuastros mais scintillantes da scena contem23oranea, ha de necessria, imperiosamente
ricanos,
ram
os
inspirar,
maturgos
p rimas.
como
e
tem
inspirado,
comedigraphos,
verdadeiras
obras-
XIX
Corao esfiidani os actores
o momento
nervoso
chologia da personagem
embriaguez.
uma
evidente,
obra litteraria?
com evidencia
necessita de restrices
os
agentes
capites
nem
(^)
irrefutvel,
que no
de commentarios, que
da produco mental so o
atravessa o artista,
a orientao passageira do seu espirito, a quantidade de sangue que circula pelos capilares do seu
crebro durante aquellas horas de convulso criadora; e
(1)
27
um
pouco
atrs, as
Eduardo Zamacois.
grandes tendncias do
418
Evoluo do Tlieatro
que
foi
recolhendo no
um
instante,
mente no
Somemos tudo isso, e theoricamente (porque o calculo humano no pde descer a to profundos arcanos) veremos como o fructo da Belleza,
artistica.
Nada
mais.
Em
o cmico, ao
mesmo
ha de examin-la atravs do
critrio dos
arte,,
drama-
Como estudam
-419
os actores
modo que o
da
que
o
natureza,
e o tur
reflexo,
que
o
dos
auctores,
tuoso ou
se complemente e fortifique de tal modo que o vvido
turgos que interpreta e comp-la de
estudo
directo
confirme o
lido,
e este,
taneamente
as suas personagens,
como
se atrs
do
num
criador.
actor
a
necessrio
se
personagem
senta.
tal
que o
porque razes
apparece, e que cirlifland
explicar-nos
como
agitaram
cumstancias
summa,
recommenda
applique
ali
o paladim officioso
alma; sendo, em
do caracter que repre-
sua
artista
identificao
dramaturgo
suppe
uma
fuso
completa,
uma
suturas, entre o
um
dilatado trabalho
e o
comediante,
EcoliKjao do Theatro
420
]N'ovelli,
como Coquelin,
esses
taes
acerca
duraram
deste
at o fim da
caracter
minha
diz
Macready
carreira.
trgico, e lyrico
tambm
de todas as variedades
O que
Como
421
estdddin os actores
ou
approximaes
um
do
abysmo insupervel,
que
que o
fundo da
ideal esthetico,
divorcia
podido
tivesse
da phrase; se Shakespeare
dizer tudo quanto quiz, a sua
tormento
freram o
gloria
seria
infinitamente
portanto, deixa no
outra.
e outra depois.
as suas feies
devem
um
scenario
onde
successivamente
desfilam
todas
as
graas,
todos os esgares torvos, todos os tregeitos de juvenil contentamento, das paixes, da melancholia
viril.
Anlogas
consideraes
propsito da voz.
uma
verdadeira
obra de arte.
Como
poderiam
os olhos, a
fazer-se
garganta de
11
actor
422
Evoluo do Theatro
numbras
em
pe-
de harmonia.
e matizes
Ol.
um
co!.
Todo o
com que
a inteno transite de
uma
syllaba para
a outra.
tudes,
subtilisa a
anatomia do
Podem chamar-se
excessivos a
desembaraa, fortalece
apparelho vocal.
tantos requintes?.
Andrieux dividia
os
que
falam
Em
por
os actores
cantam, os que
em
trs grupos:
gritam
os
que
geral
gritar
>
os
artistas
dramticos principiam
423
Um
pr-se
nem
os proplietas,
tos
como
triumpliam
bello.
vivem em
com
despeito
ns.
os oradores,
Como
dos sculos,
Adoramos
Grrecia
Roma
a linha. Perdoamos a
Evoluo do TJieatro
42-4
Quasmodo
o desvio da sua espinha dorsal porque sabemos que, debaixo da sua corcunda de
bobo, ha um bonito rapaz.
Dumas (filho) cria que um comediante podia
triumphar apenas com a emotividade, com o que
elle denominava o demnio interior. O venerando
crtico Francisco Sarcey mostrava-se mais iconlatra; proclamava a importncia da forma: Ao
dizia seduz-se com uma boa figura e
publico
obra
Worms, tambm
supremacia da esculptura.
do instincto.
depois professor do
Em
reconhecia a
primeiro logar
so indispens-
de
exteriorisar
rapidamente,
um dom
de obser-
obras inferiores,
tic
dico
uma
para a interpretao do
boa presena,
na voz
um
agradvel.
Mounet-SuUy
sibilidade e imaginao.
os
uma
irreprehensivel
actores,
desde
Mas
<
sen-
Mlingue a Luciano
Gruitry,
Como
425
entivlain os actores
preferencia ao ta-
propsito disto
cdotas. Conta-se
que
podem
uma
noite,
citar-se
muitas ane-
M. Dormeuil,
Palais-Royal
di-
disse
sobrancellias
Meu
cellias,
Como?
Quer que
as arranque?
Mas
so mi-
nhas a valer.
O bondoso M. Dormeuil reparou melhor.
E verdade disse. Oh! ha de triumphar
depressa. Essas sobrancelhas constituem uma ori-
ginalidade e
um
contraste.
observao justa.
Como
Derval, muitos
actores acceleraram a hora das suas victorias, graas expresso suggestiva das feies. Sirva de
Claro
que
em
os
msculos do
uma
e outra
as particularidades
426
Evoluo do Theatro
uma
actores fei-
Mas
tancia
publico
com toda
para a ida;
alguma
coisa
de mascara ou de segundo
uma
espcie
do pensamento do auctor.
Todos os grandes artistas do theatro teem reconhecido a importncia da caracterisao, cuja
inveno se attribue a Daniel de Bac, famoso actor
cmico do tempo do segundo imprio. O celebre
Lafont no se demorava nunca menos de trs horas
a pintar-se. M. Febvre extranha que no exista
nos Conservatrios uma aula especial onde os aluperfeita, completa,
caracter sao.
a caracterirar-se.
na verdade, eonstitue
uma
427
como deve
ser
concordncia
do comediante. O
traje inlue
no actor: a malha
passadas
uma
vests
aos
desairosas,
de labrego predispe s
ademanes torpes;
uma
cabelleira do
Gonta
velho
toria triste e
commovedora de
que,
nao
l dentro, o papel de
Para o desempenhar, cedendo ao inve-
423
Evoluo do Theatro
um
que
a impresso de
por aquelle
Mas
mesmo
si
zelo,
que consideravam
intil.
redarguiu:
elle
Enganam-se;
isto
ajuda-me a
entoar
>
as
palavras.
O exame
por
parte
com
constante,
porciona,
insacivel,
verdadeiro e vvido.
Como
actores
os
pintores,
buscam na
rua,
como
os
novellistas,
os
um
um
Pepe
as cabeas
No campo,
Nas
Nos
igrejas
os
tribunaes
os juizes.
Nos
verdadeiros
os
advogados,
falsos
os
devotos.
delegados
os
Co)no estudam
criados
429
actores
os
principes
dos
lcios
os^
rentam pezar.
Os conselhos deste velho Manioal, um pouco
pueril, so, no fundo, de uma exactido indiscutvel. Nunca a agilidade criadora do gnio eguala
a fecundidade inexaurvel da natureza; todos os
caracteres que novellistas e dramaturgos, desde
Corneille
Rostand,
at
e de
famlias que
inventaram,
no do a
de typos, de temperamentos
somma da multido
podem
desfilar
por baixo da
Alguns
uma
hora.
passaram
historia.
uma personagem
G-arrick
declara
scenica,
nas
suas
Memorias que
de um amigo seu que perdera o juizo porque uma
filha sua cahira da janella rua, lhe serviram
mais tarde para compor o tempestuoso caracter
do rei Lear
Depois de to mltiplas e prolixas meditaes,
chegam os ensaios chamados de prova, que alguns
directores de scena to peritos como Fernando
Diaz de Mendoza, julgam contrrios espontaneidade que deve transmittir graa e frescura ao
trabalho do comediante; depois os ensaios de conjunto ou geraes, onde cada actor se habitua a
conhecer o verdadeiro sitio que occupa com relao
os gritos, esgares e lvido desespero
430
Evoluo o Tlieatro
outras
personagens;
sempre pavorosa
finalmente,
e terrvel
da
noite^
estreia.
No
que precede
as estreias.
como
procuram para
os
jejum;
buscam
outros
seus
nervos
um
irritar-se
acicate no
momentanea-
medo
em
scena, arremettia
com
o criado, esbofeteava-o,
insultava-o.
Traidor.
.,
miservel.
.,
pe-te de joelhos.
Como estudam
431
os actores
de representar bem.
Outros
artistas,
pelo
contrario,
procuram a
em
certa lassido
estreias visitava
um
foi
ao parque
que aquillo
confessa
sedativo exaltao do
Uma
ella
servia
meu
crebro
de excellente
num
adquire,
direito de
giria
ante
elles
como uma
coragem de subir.
Reproduzir a embriaguez em scena dos trabalhos mais diiiceis que podem caber a um actor,
diz ainda Zamacois. E preciso que a embriaguei
se harmonise com o temperamento da personagem
que interpreta. Ou o que o mesmo: que a embria-
432
Evoluo do TJieatro
guz
em
artificio,
caracter
scena supponha
um
um
artificio sobre
outro
tambm
falso, o
do
artistas,
offerece
quasi insuperveis,
conheci-
espontaneidade
com
um
entregar-se a
conversaes,
habituar-se
aos
seus
ademanes, e
grandes tregeitos humanos a que chamamos peccados. Mas como exigir a uma actriz que se embriague, que frequente as tabernas, que se degrade
e conviva,
mesmo
passageiramente,
com
os peores
interpretar
ladra de creanas.
Devia apparecer
homem.
embria-
Como estudam
433
os actores
1
que
chegou a embriagar-se
no seu
anlielo de perfeio
varias vezes.
No contente com
isto
quiz
ir
estudar
mas no
em
voz
alta,
feies,
chammejantes,
jogam em redor das mezas. E noite. Contrastando com aquella plebe tosca, que ri s gargalhadas, disputa, se ameaa e fuma cachimbo, appae
rece
a velha
velador.
E uma
mento
28
e de caridade, de
434
Evoluo do TJieatro
mrmore de uma
gidos
mais espar-
com
a Maest
respeitosamente
apostropha-os
chocarrices
um
boccado.
EUa
despreza-os e
Mas, no
porque os sabe inferiores a si, porque se compadece delles, e compadece-se porque percebe que
so seres miserveis e torpes, que morrero sem
saborear nenhum dos prazeres da elegncia e do
fausto que ella conheceu. Maest sempre foi
boa e generosa, a sua indulgncia chegou a todos,
alegrias
Bem
gente
ou mal, que
mim
de
cava-se
perdida
gente
Para
pozessemos a pensar!
sei
eu!
disse.
necessitada,
todos
Acer-
acercava-se
egual ...
Se
nos-
Como estudam
quisitices,
como
435
os actores
se isso fora
uma
condescendncia
de
arte.
linhar
nem
sub-
a cada phrase
Nem
maior
desdm
daquelles homens
to pouco cabe
com que
se diferenca
Evoluo do Theatro
436
se ella
no se re-
quem
com que
recebe Imperia, a
nem
aquelle
A embriaguez
que Cancio reproduziu de maneira to pasmosa,
a peor, a mais trgica: a dos que bebem para esquecer a sua grandeza perdida.
Na mesma pea, a embriaguez de Harry Lu-
centi
com
minutos, mas
em
Florncio
assassinado.
se
ficar s.
pressa; neste
j.
momento
no o vejam; no o deixe
s.
ali,
que
Como estudam
Est
Harry
bem
437
os actores
Que
rador.
insignificante morte:
uma
debaixo de
occulto
como
um
impe-
a sua vida!...
vi-lo
no quero v-lo
,
.
como
elle
Assim
devia morrer
Harry
No acredite
Uma
casuali-
Ha
anterior;
emoo.
complexos,
mos
em
ejSeitos
s suas
troca,
mas
dida
com
num
applauso unanime.
Segunda mulJier de Takeray, celebre
drama de Arthur Pinero, o actor hespanhol Jos
tralejava
Na
Santiago,
encarregado
do
delicioso
papel
de
Evoluo do TJieatro
438
No
briaguez.
dias
os
mesma
hora,
procura, todavia,
com
vicio
Na
as regras exigentes
tom.
mas sedento de
tranquillo,
Algum
Venha o
Santiago responde:
Hein? Que? Ao
at
corre!
bom
apresenta-se
do
se
whisJcy.
diz-lhe:
bilhar.
Como
tempo
vae a minha hora do whisky? Mas.
bilhar?
dir-se-ia
um
espirito e o
estonta
pouco.
com
com
bocca entreaberta e
com
com a lingua
com a glutona
o olhar imbecil,
Caminha pausadamente,
com a cabea rgida. Perce-
feliz.
os braos inertes,
Como estudam
um
est borracho e
que nao
um
cynico;
mas nao
fraco,
439
os actores
homem
elegante com-
emfim cumprimenta
effusivo a
dona da
casa, tratando
movem-se com
monioso
e mechanico,
obriga a
rir.
Esta embriaguez
cil
um
rhythmo
parci-
uma
mais
diii-
lucta constante
ou
A
estas
chan.
menas
em que
mais
embriaguez grosseira de Ernesto Eossi
luctas ntimas so
intensas,
com mestria a
do Chteau Margaux. Ningum se
famosa valsa
440
Evoluo do TJieairo
mais que
tudos,
cncias.
No
um
um
resultado
natural
das
suas reminis-
theatro,
como na
vida,
muito
dificil
um
livro.
XX
fi
verdade no fheafro
fluencia do
temperamento
Como
Os
Anecdotas In-
artistas
que sentem e
Deve
limitar-se a fingir
commoo prpria
publico no
tenham
suscita a
commoo
alheia,
so mais do
queimar na prpria
luz.
que
as paixes
do comediante necessitam
Ha nas paixes
comedimento, uma exaltao
ser fingidas.
(^)
Eduardo Zamacois.
desusada, que,
em
442
Evoluo do Theatro
mesma violncia de
podem parecer ridculos.
no breve espao de
demnassem
trs
ou quatro annos
a sentir diariamente, e
com
os con-
sinceridade
mes de
Oeipo, Ephigenia
Molire,
morrendo em
publico,
ao pronunciar o
o fim de
vista
ou Hamlet
scena,
quasi
do
juro inolvidvel no
do
gnero
cmico,
as
opinies
um actor
de um velho
um peralta
com
pretenses
seductor,
ou de
vida.
Na
involuntariamente,
A
que revolve
rior.
Em
443
verdade no theatro
paz inte-
lhes causam; o
questo
mentos
demasiado
pessoaes,
so senti-
demasiado
cosidos
com
haja
historia do
verdade.
multido de anecdotas, que
demonstram como o imprio suggestivo da fabula
scenica conseguiu levar muitos comediantes a
attinja
os
limites
theatro consigna
da
uma
Como
Grarrick,
Romeu
uma
e Julieta, fez a si
mesmo, ao
suicidar-se,
panheiro.
As
si,
matou
um
com-
Evoluo o Tlieatro
444:
bellezam, ou
se,
em-
maior
em
que^
Com
prova, de
verdade
modo
em
uma
anecdota, que
homem de caracter
comediante consciencioso,
impulsivo e violento,
em
parte
da sua
nenhuma,
nem mesmo
445
verdade no thentro
elle
expozera.
Pois
que servirem
com bala.
Como
em
com
a escrivaninha de bronze.
com
as paixes;
Eduardo Zamacois, que nos princpios da sua carreira, numa noite que representava no theatro
<Novedades
446
Evoluo do Iheatro
tremenda bofetada. O
recera-lhe
interesse
raciocinio,
os
nervos vibravam-llie
colricos, e a
que a
scincia
reappareceu
voltou
realidade
do&
factos.
opinio do illustre
penumbras
bem;
Romea
A
indisciplina
sabiam
447
verda/Ie no tlieatro
dos
asneira
mover-se,
nem
comparsas,
gesticular,
que no
nem
exaltar
com
acto,
Julian
Tudo
Romea
limitou-se a dizer-lhes:
quanto fizermos intil. Por conseguinte, quando eu, depois de tirar a espada,
descer o palco, vocs no faam outra coisa seno
olhar para a minha cara.
Algum perguntou:
E
Depois replicou Romea, nada, continuem
dej)Os?
tranzidos,
sem ordem
approximaram-se da
num
prvia, instinribalta,
mudos,
e logo
com
espantados,
um
com
448
Evoluo do TJieatro
dade do
vulgares,
lieroe.
Sem darem
tinham-se
por
mente em excellentes
actores,
sentir,
mos
gestos,
os
isso,
transformado
e,
comparsas
momentaneasem indicao,
repetiram os mes-
as
mesma
Romea.
que
os seus
verdade
tio
449
theatro
no seria difficil que breve nos chegassem a parecer extemporneos, e por conseguinte, ridculos.
jSTada
admittimos a hypothese de
que a inspirao de todos os comediantes que interveem numa representao pde alcanar idnSe, pelo contrario,
si
numa sala de
em companhia
de doudos.
No,
conclue
Eduardo
Zamacois
arte
ou
para a alma
imagem da
vida,
mas no a
vida.
pde dar a
parodia
um
espelho
do que somos.
XXI
fi
chefe da
claque
suas relaes
com
laqde
Antiguidade
da instituio
dues da
Ha
e
claque.
profisses que,
diz
no
publico
em
As
um
consideradas ao de
(^),
insignificantes e
minguados
so,
apparentemente,
comcomo a organisao
baseada
em normas
nella superintende
uma
precisas e delicadas,
funco,
que quem
e concreta, de bastante, se no de
bilidade.
(*)
Eduardo Zaraacois.
im-
452
Evoluo do TJieatro
portancia de
um
symbolisa a
publico,
pelo
opinio
Com
fre-
Se essas
batuta.
xitos;
os artistas descon-
ctadores
seguir.
chestra
vae interpretar, assim ao chefe da claque lhe devem ser familiares todos os pormenores da obra
que tenciona applaudir, e far com a sua gente
o
mesmo que
dispe
nhum
aquelle
coUoc-los
desafine
nem
com
os instrumentos de
e manej-los de
modo que
que
ne-
um
oppostos,
mais que
constitue
rico
em
mente
uma
um
artisticos.
453
claque
chefe da claque , dentro do inundo theaqualquer coisa como aquelle mediador plstico
ideado pelo psychologo Codwoord para explicar
tral,
serve de
e
elo,
efeito,
que
sala, indcil
claque,
com
empresa e o publico.
Affirma-se que Lope de Vega se lamentava no
camarim de uma artista da tibieza com que esta
EUa defendeu-se:
meu amigo, redarguiu
Creia
uma
coisa,
No caram em
parte
que sente a sua presena affectuosa, no a esquece. Existem actores que, depois
de um gesto ou de uma bella phrase, olham ufanos
alegra-o, e o actor,
454
Evoluo do Tlieatro
em que
um
as multides
costumam
perder o dominio de
si
mesmo,
es-
Mas
chefe
em
com uma
salva de applausos ou
seu auxilio, e
com
um
simples
si
mais para prevenir esses desfallecimentos imprevistos com que muitas vezes adoecem o ultimo ademane ou as phrases finaes de uma comprida tirada.
Mais que os actores de declamao, os cantores
devem claque favores immensos. Mercs que, seja
dito em seu louvor, costumam recompensar generosamente.
Londres.
Estou
rouco
participou-lhe quasi
me
Fique
os
no
indispensvel que
-tudo
descansado
-replicou
o interpellado
se
455
claque
me percam
de vista
nem
um
voz do bary-
nem
a tempestade pairava
lig-las.
publico
um murmrio
hos-
lmanos intelligentes, a
insignificante
furor crescia de
aphnico, a empreza devia ter suspendido o espectculo. Entretanto o duetto continuava e appro-
ximavam-se
notas
as
peores,
as
mais
dificeis,
De
no poderia alcanar.
sbito o chefe da claque, no encontrando
outro meio de conjurar o perigo, levantou-se. Enontrava-se nas cadeiras, e os seus olhos pregarain-se
com emoo
e alegria
no camarote
real.
456
Evoluo do Theairo
porque o equvoco
tem cimes do
mal educado
tos.
E uma
e vulgar.
Todos os
artistas,
mesmo
os
que
se
mostram
mais desdenhosos dos applausos, aspiram secretamente s sympathias da claque, cujo bulioso
elogio, embora fingido e mercenrio, lhes enche o
corao de ingnuo regosijo. Daqui os seus rogos
e
tambm
applauso
-A
as
suas
queixas,
official.
noite,
ao organisador do
dizem o
Fulana
senhor
necessrio que
proba a queixosa
applaudir
-que
Beltrana
Supponho
ex-
na
cavatina;
seria
uma
457
claque
evasivas,
sorrir
se malquistar
com
com
os influentes e poderosos,
nem
os pequenos,
capar-S9.
Eu declara no
nenhum
artista.
tir-la
do
cartaz.
conferencia secretamente
este encarrega-se de
Desde
lerias,
indispensvel, por-
Como?.
com
o chefe
cumprir to
difficil
comeam a
empresa
da
claque, e
commisso.
458
Evoluo do Tlieatro
cebidas
com
indifferena,
Na
noite
alguns espectadores levantam-se e saem sem esperar que desa o panno evidentemente o publico
;
aborrece-se.
Ante
estas
com quem
se
corrobor-lo e robustec-lo.
Em ambos os casos,
Em
nenhum
hospital de
morphinmanos
se en-
contra
nem
um
459
claque
como
seu
o publico. Essa
humor
est torvo, e o
lerisa-o.
Para corrigir esta crise absurda, este nervosismo sem fundamento lgico, nada como a claque.
Um dos agentes que mais directamente orientam ou desorientam a nossa conducta, a imitao
num instante de duvida, aquillo que o desconhecido que se acha ao nosso lado faz ou diz, tem
para ns o imprio de uma ordem; sem pensar,
obedecemos-lhe o que quer que seja de irreflectido e fatal que executamos sem saber porqu.
Esses triumphos da claque, verdadeiras surprezas das que se resentem at os artigos que os
proissionaes da crtica theatral escrevem para as
suas folhas, obteem-se facilmente. Durante varias
scenas, a multido conservou-se suspensa; o que
v, agrada-lhe.
no lhe agrada?.
No o sabe,
o seu critrio ainda no se fixou. De sbito resa,
;
e o publico
salva
depe
460
Evoluo do TJieatro
qu? Nem elle o sabe; mas a sua indeciso desappareceu e indubitvel que, a partir daquelle
momento, a obra que v afigura-se-lhe muito
melhor.
mas ignora
onde deve
faz-lo.
mesma
vo
coisa,
quando ho do applaudir.
Um
bra-
mento empanam a
uma
Nas peas
quando a batuta do regente da orchestra indica que a orao
musical acabou, e nos dramas e comedias no final
das phrases, scenas ou situaes de muito vulto e
brilho. O applauso, portanto, tem a sua opportunidade, o seu momento assignalado antes de tempo
perturba, obscurece a formosura do que pretende
celebrar, e se chega tarde intil, porque a attenbelleza de
scena.
o do publico, ainda
bem
no termina
um
episo-
tral,
que
os applausos
claque
com que
461
o auctor sonhava ao
em
realidade
bm
extremo de desmaiar, o que contribua para metter o x^ublico dentro da pea. Mas
este costume, que muitas vezes deu origem a scenas grotescas, acabou. Actualmente ha em Paris
dois theatros que no teem claque.
A organisao da claque muito simples. Os
seus chefes no desfructam de ordenado fixo, e s
dispem de vinte, cincoenta, cem ou mais bilhetes,
conforme a importncia do theatro, que diaria-
mento
at o
seus
subordinados,
um
dos quaes entrega diria ou semanalmente ao seu director uma quantia mdica, que
cada
varia
em Frana
cem
em
ris.
462
Evoluo do Theatro
teem
os olhos
bem
visivel.
em
chefe da
emprega
claque
certos
tributa ao artista
um
evitar equvocos
feliz
desenlace da
batalha.
bom
xito de
uma
pea,
o indique assim,
nem sempre
applaude.
As
suas
muito differentes
algum espectador
desse
Com
frequncia, emim,
os
fara:
que
tagarela
se
um
delles
comea a applaudir,
encontram perto
delle,
e outros,
mandam-no
calar.
Logo serenam,
e o publico, a
quem
a pea no
46B
^claque
na
sala
Mas
um
logo estraleja
tambm applaudem
Nas
augmenta enormemente.
no se cansa de lhe perguntar o effeito que cautal ou tal scena; o musico, frivolamente e
sar
uma
faa repetir a
sym-
ovao no duetto;
que a pea
seja
claque
um
um
triumpho.
dos aspectos mais seductores
interesseiros,
e,
no obstante,
E uma
feiticeira,
de cujas
E uma
como
instituio
de applausos, adoram-na.
XXII
o palo
e os seis ERehansraos
A do thoatro romano
do theatro medieval
Tablados, bafordos, festas,
pateos ou coitos, mogigangas
Privilgios do
Hospital de Todos os Santos
O palco durante o poriodo clsssico
theatro portugus do sculo xviii
Os theatros antigos de Lisboa o Porto Composio
do palco
Diversidade de palcos
Technologia
Illuminao, illuses e mutaes
Scenario
Adereos,
guarda-roupa e armamento
O pessoal.
Um
Ensinam-nos
as encyclopedias
que na Grcia,
mesmo durante
todo o
em que
festa e
taes.
elles
Desde
desse
ento
gnero
multiplicaram-se
em
os
monumentos
As
em
466
Evoluo do Iheatro
vertente
uma
de
coUina escavada
mar ou para um
mesmas
disposies
toda a parte
geraes e comprhendiam
Jcoilon
ou theatron propriamente
uma
trs
partes:
dito,
fechado por
em
em
hori-
a scena
ou
em
reservado
recinto
aos
espectadores;
em
lares (diaBomata),
por escadarias.
direita e esquerda,
no
ou no.
orchestra
era
um
espao
circular,
467
mrmore
scena era
uma
plata-
um
forma levantada
uma
campo, bosque sagrado, etc; a vista era completada por prismas triangulares que giravam sobre
Por trs
da parede da scena prolongavam-se os camarins
eixos e permittiam variar a paisagem.
dos
actores,
hypothese
orchestra
depsitos
recente,
com
os
prticos.
actores
Segundo uma
na
exhibiam-se
Os romanos construram os seus theatros imitando o dos gregos, mas, durante muito tempo, contentaram-se
com
theatros de madeira.
Pompeu
No anno 55
construiu o pri-
468
Evoluo do Theatro
em
degraus apoiavam-se
tavam exteriormente
em
uma
trs pontos:
1.^,
em
uma
eminncia; os
paredes
que apresen-
fachada de columnatas
ou de
3.^5
a forma de
Ao
um
Jcoilon
semicirculo.
em
res
seces
(haltei) e
As
em
etc.
palco
e os seus
469
mechanismos
No
em
zida do
(]ue
logar de ser
em
as localidades
uma
mesmo por um
estacionam
ali
durante toda a
tomavam
na sua
altura.
scena,
simples
aberto na frente,
um
andar
communicando entre
si estes trs
numa
interpre-
em
todo o
planos differentes.
caso,
estar
em
alturas
em
co apresentava-se geralmente
Evoluo do Theairo
470
em forma
de
flores
mes
de estrado
pontiicaes.
torre,
em que
appareciam, no meio
no interior
em
e sobre o eirado
tal
de
drago
bocca
se
uma
da qual se viam
pedes-
uma enorme
cabea
cuja
costu-
abria
fechava por
um
meio de
vez mais.
o
menor
rios
As
Antes de irmos alm vejamos em que consistiam alguns espectculos da Idade Mdia e mesmo
depois desse periodo. Ambrsio de Morales na sua
chronica explica o que era o tablado: Fazia-se um
tablado, pequeno castello, alevantado com tbuas
mal ajustadas, por forma que pelo ardil ou pela
fora se conseguisse derrub-lo. Atiravam os cavalleiros as suas varas, a que chamavam bafordos,
contra este tablado com destreza e grande fora,
No Minho, esat que o faziam desmoronar-se.
creve Theophilo Braga, continua-se o bafordo entre
os doze pares de Frana e os mouros commanda>>
um
tablado revestido de
471
Celando, e de
uma
Cvado, antigamente
numa
num
barco
um
rio,
com
foram as
trs
nymphas
a cada
um
mesmas
dos infantes
ultima,
segunda de amethistas,
de crystaes a
e das suas
margens
se
quando de entre
lhes
deram
banda
uma salva
d outra
de mais de dois mil mosquetes e arcabuzes, e
todos a um tempo to conformes, que todos se
ouviram juntos, e nenhum foi segundo. Assim o
tinha Bernardim Machado preparado, e de entre
infantes recebido as suas salvas,
as arvores
472
as
e
Evoluo do Theairo
saliiram
rio,
tantas
uma
fingiram
com
de
que
duas partes,
eram de Rhodes)
e turcos.
com hbitos
Bernardim Machado era
mais de oitenta a mesma
turbantes, e aquelles
naquelle
gran-mestre,
o ar
imitando outras
em
divididas
batalha
Estes
doze barcos,
que
galeras,
sol.
dia
dando a
bem
fingidas galeras,
No
num
mogigmigas
era
pateo ou corro.
e tteres.
Ahi
se
Segundo Eojas,
exhibiam as
a mogiganga
de duas mulheres
cinco
seis
011
seis peas,
palco
47ii
e os seus nieclimiismos
homens, com
um
repertrio de
e o i)at0
de 1698.
que
se
logar,
peas clssicas,
em
representavam-se
palcio
como
As
os
vontade.
474
Evoluo do Theatro
O uso, que durou desde approximadamente 1650 at 1750, de coUocar na scena um certo
numero de espectadores, foi um obstculo que
muito retardou o desenvolvimento da enscenao
do theatro francs, at que um dia, em 1759, o
duque de Lauraguais libertou os artistas daquelle
OS italianos.
direito importuno.
De
ento para
c,
uma
grade
conservavam de
p.
No havia
msicos occupavam
um
orchestra.
camarote.
Em
Os
geral
os
trajes
que as vistas.
Antes de 1707 foi reconstrudo o pateo das
comedias, na rua das Arcas, perto do Rocio. Tinha
a forma de meia laranja com o tablado ao norte,
um
parapeito
sobre
qual se apoiavam,
portas,
mos
este relato.
475
metros
me-
e meio).
uma
da
Rua
historia curiosssima,
dos
que
um
em
voga. Fre-
quentava-os a sociedade mais requintada de Lisboa. Eram, at certo ponto, luxuosos, pintados e
ornamentados
endiabrada
pelos
Pombal
se
boa,
Felicaldi,
artistas
Trebli,
Cecilia
Rosa,
476
Evoluo do TJieatro
tro de S.
ficar
lares
do
1843,
pas,
com
a opera de Auber,
Duque
em
de Olonna e
pertencente ao conde de Farrobo, que to importante influencia teve na arte e litteratura dramtica nacional.
No
Porto,
gusa,
existiam
inaugurou-se o theatro de
S. Joo.
Uma
parte dos
em
1875; o
Houve no Porto
como
os
Infante D. Afbnso.
que
no existe nenhum.
theatro
complicadssima de architectura.
theatro pro-
Na
fundo.
477
contro, a scena,
para a aco
dramtica e que
que
um
basti-
etc.
Na
sua
onde se faz todo o trabalho dos alapes, a scena propriamente dita, e o urimento, a
parte superior, onde se manobra para iar e arrear
pannos e outros labores.
Nos theatros portugueses os palcos so fixos,
mas nos do estrangeiro, modernos, sao moveis, circulares, girando sobre um eixo, o que permitte a
preparao simultnea de vrios quadros quando
as peas a representar so de grande movimento.
illuminao da scena uma parte extremamente importante da arte decorativa. Faz-se por
diversas f(3rmas: primeiro pela rampa, e depois
pelas gambiarras e pelos tanges. A rampa ou
ribalta a linha de fogo que separa a scena da
orchestra. Illumina toda a frente da scena de um
m.odo perfeitamente egual, e distribue de tal maneira a luz que o menor jogo physionomico dos
actores no pode passar despercebido. As gambiarras so apparelhos suspensos que atravessam
toda a scena, munidos de bicos de gaz ou de lmpadas elctricas, cuja fora illuminante se gradua
conforme preciso. Os tanges so apparelhos verterrneo, por
478
Evoluo do Theatro
ticaes,
elctricas,
trs
as
necessidades,
O que
illuses e
eram pintados em
lona,
madeira; hoje
em
so,
em
seguras
geral,
em
grades de
papel e
se
podem
dobram e
479
Os adereos,
isto
que
embellezam os
artistas e a comparsaria,
o guarda-roupa e o
armamento, quer
bem como
dizer, espin-
mao
i^-uardados por
bom
existncia,
actrizes,
heatros
de
uontra-regra,
scenographos,
de carpinteiros, de
alfaiates,
de
machinistas^
de costureiras, etc,
('
Chtelet
>
nem
numero
por isso
'
Em
o
nome de
com
cipadamente.
480
Evoluo do Theairo
Em Portugal,
no Porto,
foi
nova
catstroplie,
succeda.
INDICK
Pags.
I
21
482
Evoluo o Theatro
Numero de ])e9as
Litteratura crtica Exclusivismo do
drama ind Espcies de dramas As
unidades Propriedades Delineamento
Scenas o situaes Personagens Dico Sconario e traj es Actores Rc-
perodo (decadncia)
capitulao
IV
{dencia Tendncias
Drama
mestico Intuitos
religioso
Drama
Drama do-
theoricas
histrico
Dedas personagens
desenvolvimento da urdidura
A principal personagem que canta
Declamao potica
Mritos do drama
Actores
chinos
Scenario e trajes
lineamento
VA
nalguns
O drama japons
America
Ausncia do drama iio
Vestgios isolados do draresto da sia
ma nos povos do Novo Mundo Elementos dramticos na vida religiosa e popular
povos da
Chiushingiira
do Egypto
VI A
nasceu
ptos
chylo
ndice
4H:
Pags.
VJT
79
Phases da comedia
comedia na Grcia
grega
Comedia siciliana Attica An-
Aristoplianes O fim da velha comedia Mdia Nova Philemon c Menandro Decadncia da comedia Resultados
tiga
\Jr
101
IX
Os
mysterios>>,
milagres
>
moralida-
Drama
littorario,
monstico
Joculatores,
pelotiqueiros e menestris
A liturgia,
])rincipal origem do drama religioso medieval
O mysterio collcctivo Distinco entre mysterios, milagres e
moralidades
O clero e o drama reliProgressos do drama medievo na
gioso
ecclosiastico
Fiuropa
^Os
drama
religioso
cm Inglaterra
As poas
milagres de Cornwall
Modo
de Towneloy, Chestor e Covcntry
117
484
Evoluo do TJieatro
Diabo
e o
Yicio
des-
Gru-
XA
e o
drama nacional
XI
XII
mal
tablado
em
lar francs
cesa no
485
ndice
Paga.
tragedia
clssica
theatro trgico
francesa Voltaire
Comedia Moliro
Comedia sentimental
drama domestico
XIII
205
Os sous caracteres
XIV A
240
Formas do
ultimo drama isabeliano O drama pastoril A mask O ultimo drama isabeliano O palco nos derradeiros annos
da rainha Isabel O theatro irlands
O drama na poca dos Stuarts
XV O
....
A tragedia
moderno theatro ingls
A comedia sentimental O drama e o
palco no perodo anterior a Garrick
205
486
Evoluo do Tlieatro
Pags.
ctivo
287
XYI A
ma
O theatro
XVII
De
theatro russo
Gil
319
dramticas antigas
^Os
escola clssica
Antnio Ferreira e a
pliade portuguesa A regresso A tragicomedia dos jesutas Infiiiencia do
S
de Miranda
normal^ O
XVIII
A arte dramtica no Brazil As dansas populares Os jesutas e o theatro brazileiro Dramaturgos, traductores c artis-
H5o
487
Liice
Pags.
ias braziloiros
Bra/i]
culto do tliearo no
instincto o o s(MitiniMiLo
arte dramtica
O
O
da
seu desenvolvimento
seus compatriotas
futuro do theatro
381
brazileiro
XJX -
O momento
estudam os actores
nervoso
A mechanica do pensamento
Como
XX
fazer sentir
XXJ
claque -
111
chefe da claque
Ami-
guidade da instituio
As suas relaes
com as empresas e a sua influencia no
publico A sua organisao em Frana
A claque em aco Uma estreia
Especialidades dos indivduos da claque
- O palco e os seus mechanismos A construco do theatro grego A do theatro
romano
A do theatro medieval Taijlado,
bafordos, festas, pateos ou
COITOS , mogigangas
Privilgios do
Hos])ital do Todos os Santos O palcu
durante o porioilo clssico
theatro
portugus do sculo xviii Os theatros
antigos do Lisboa e Porto
Composio
XXll
117
Um
488
Evoluo do Theatro
Pass.
roipa
armamento O pessoal
465
PN
2108
N67
Noronha, Eduardo de
Evoluo do theatro
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