Anais - Ix Congic - Ifrn
Anais - Ix Congic - Ifrn
Anais - Ix Congic - Ifrn
RESUMO
A partir do estudo de teorias propostas por JacquesMarie mile Lacan, analisadas e pontuadas por Felix
Guattari e Suely Rolnik, que se faz possvel o recorte
para uma anlise comparativa sobre a ordem e os
mecanismos do desejo na literatura juvenil
contempornea, tendo como estudo de caso os
personagens das obras: Hell: Paris 75016 (2003) de Lolita
Pille e Tcnicas de Masturbao entre Batman e Robin
(2004) de Efraim Medina Reyes. Na comparao das
obras, o enfoque do desejo encontra-se pontuado
atravs do contraste entre duas realidades distintas: de
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1 INTRODUO
Conhecidos tericos, filsofos e pensadores tentaram conceituar, compreender e explicar a
definio daquilo que seria o sentimento do desejo, bem como as leis que o regem na articulao
entre homem e mundo. Desde o filsofo grego Epicuro, com as primeiras definies do desejo que
enfatizavam a felicidade individual, podendo gerar consequncias positivas e negativas para o
sujeito e seu meio. Passando pelo perodo medieval, com a ideologia crist empregada pela igreja
catlica, que caracterizava o desejo como um pecado, e, portanto, deveria ser banido pelos seus
fieis com fins de obteno da "salvao divina". Seguindo mais a frente, na linha do tempo da
histria, com o surgimento da classe burguesa, os parmetros e mecanismos do desejo se tornam
mais complexos, levando o mesmo a uma categoria de ambio individual, sempre em busca da
felicidade ou, nos dias de hoje, do bem estar do indivduo.
Porm, no sculo XX, com os estudos do psicanalista francs, Jacques-Marie mile Lacan
atribui-se que "o desejo tende a preencher a falha a castrao que seria, nesse caso, sua
separao da me. A criana deseja ser o falo da me, o desejo do desejo da me, o complemento
de sua falta. No podendo completar essa hincia, o desejo vai se aplicar a substitutos da me. "
(LACAN - 1971). a partir dos estudos e teorias propostas por Lacan, analisadas e pontuadas por
Felix Guattari e Suely Rolnik (1996), que se faz possvel o recorte para uma anlise comparativa
sobre a ordem e os mecanismos do desejo na literatura juvenil contempornea, tendo como
estudo de caso os personagens das obras: Hell: Paris 75016 (2003) de Lolita Pille e Tcnicas de
Masturbao entre Batman e Robin (2004) de Efraim Medina Reyes. Percebendo na literatura
atual a vazo do fluxo dos desejos nos personagens dessas obras aqui analisadas, em especial, e
como este afeta as relaes atualmente.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Com um contedo considerado de impacto para a maioria dos leitores juvenis, mas de
relato simples, franco e cotidiano para o universo da autora Lolita Pille, a personagem Hell, uma
garota considerada milionria e frequentadora assdua do crculo social composto pelas elites:
econmica, social e cultural da Paris contempornea e da Europa pr-crise, tece, atravs do relato
em primeira pessoa, uma espcie de dirio onde registra os seus pensamentos mais variados
tornando assim, o leitor, seu prprio confessor. Hell, no est preocupada com o julgo do leitor
sobre ela, alis, ela em muitas passagens admite que talvez seja realmente a gr-fina ftil que se
apresenta nas pginas e que o leitor mdio de classe social menor do que a dela certamente a
enquadraria nesse nicho. O leitor assim, sem meias palavras, apresentado a trs universos
distintos da personagem: seu cotidiano social, sua mente intelectualizada e maculada pelo seu
contexto social, e finalmente, a sua torrente de sentimentos e desejos.
Por outra via, em outra perspectiva, variando entre a linguagem coloquial, com grias, e
relato, que transformam a obra em um misto de manual e revista popular, est Sergio Bocamole.
Ele o protagonista latino de Tcnicas de Masturbao Entre Batman e Robin, onde o autor o
retrata de forma simples o seu cotidiano e o dos jovens que participam da mesma rotina e grupo,
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traando assim, um recorte das decises tomadas por muitos deles, sejam estas voltadas para as
tentativas sem sucesso de uma boa vida, ou imediatistas, como as destinadas para as festas e uso
de drogas sem preocupaes. Efraim Medina Reyes demonstra em Sergio Bocamole o perfil de
muitos jovens latinos das grandes e mdias cidades: sem dinheiro, sem solues claras, passando
por relacionamentos conturbados e muitas vezes sem meta alguma a ser alcanada em longo
prazo, alm do prazer imediato.
Reyes nos apresenta em sua obra, a popularidade daqueles que no tem nada alm de
suas prprias aes e desejos, bem como a diversidade sexual de suas personagens e as situaes
clssicas e corriqueiras de violncia urbana, fracasso e desigualdade de um mundo de situao
econmica difcil no qual suas figuras esto imersas e bem localizadas. para l que os leitores so
transportados e instrudos acerca de tcnicas para seduo, compositora do desejo, e da arte de
bem viver, segundo o relato do seu protagonista.
A partir das teorias de agenciamento do desejo podem-se estabelecer os diferentes nveis
e fluxos dos desejos liberados pelas personagens principais das obras em questo. bastante
desafiador para o leitor juvenil fazer a anlise e a comparao dessas obras sem deixar surgir a
construo de um pr-conceito, que em sua essncia s advm decorrente do desconhecimento
e contato com as diferenas e o mundo dos desejos dessas personagens, to divergentes entre si,
mas ao mesmo tempo completa e intimamente interligadas.
Durante a narrativa de Pille, a personagem ttulo Hell acaba engravidando de um filho que
ela no deseja nem um pouco. Decidida e aparentemente sem ter quaisquer sentimentos
maternos sobre a criana, acaba agendando um aborto e o faz sem demonstrar quaisquer
arrependimentos ou qualquer tipo de pensamento emotivo quanto ao filho perdido desde o ato
consumado at o fim da narrativa. A personagem tem o desejo unicamente de livrar-se de um
problema e no dado momento consegue resolv-lo.
Em Tcnicas de Masturbao entre Batman e Robin, a personagem Ana, aps o trmino
com Juan, acaba se envolvendo com outra mulher em uma festa fantasia, fato que gera o nome do
livro. Ana fica um tanto receosa de comear a relao homoafetiva, onde muitos no apoiam sua
deciso e no entendem tal desejo. O que se pode observar nesses dois casos a reao distinta
que a sociedade, na qual esto inseridos cada personagem da obra, vai apresentar frente vazo
desse desejo individual exposto ao coletivo social. No primeiro caso, o crculo social em volta da
protagonista no veio a julgar ou criticar o seu desejo, mas o aceita como uma simples deciso
advinda dos seus pensamentos e reflexes interiores. No segundo caso, as pessoas no
conseguem entender a mudana repentina, e acreditam que no seja seu desejo, e sim uma
influncia externa ou uma maneira da personagem vingar-se de Juan.
Relacionando, possvel perceber que o fator social a que ambas esto inseridas acabam
por influenciar na ordem e no fluxo dos desejos das personagens. de se esperar que os amigos
do 7emme de Hell no deem muita importncia a consumao de um aborto, alis, essa uma
realidade familiar. O lugar que essas personagens transitam de total assepsia e distanciamento
das relaes mais intensas e ntimas, uma sociedade onde o que no considerado bom ou
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lucrativo pode ser jogado fora e o que no bom ou lucrativo o bastante pode vir a ser
potencializado.
No ambiente suburbano da Cidade Imvel, de Tcnicas de Masturbao entre Batman e
Robin, a realidade outra. Envolvidos em um mundo de fracasso e companheirismo, qualquer
deciso de um nico indivduo se torna relevante, e consequentemente, pode vir a afetar os
demais. No se esperam que as atitudes tomadas pelas personagens sejam boas, os lugares que
frequentam so turvos, obscuros e contaminados pela proximidade humana. As aes no so
pensadas como fontes de lucro ou como algo louvvel, na verdade, as pessoas parecem no
esperar nada uma das outras.
Ao se falar em desejo, fala-se de algo que o indivduo anseia em seu interior, s vezes,
numa intensidade e proporo latentes, principalmente ao se tratar de algo proibido ou difcil de
ser alcanado. Encontrando uma dificuldade entre o divisor do desejo e do ato, o passivo desse
dilema pode vir a sofrer diferentes angustias e insatisfaes consigo mesmo. Dessa situao,
acaba-se por recorrer a solues imediatistas e que proporcionam rapidamente bem estar,
como por exemplo, o uso de drogas e substncias qumicas, que daro por um determinado
tempo a sensao de poder, o poder necessrio para dar vazo e desencadear a torrente de fluxo
dos desejos e se sentir como se os mesmos estivessem sendo satisfeitos.
Hell usuria confessa e assdua dos entorpecentes qumicos e alcolicos tendo acesso
fcil aos mesmos, dado o seu poder aquisitivo e crculo social. Durante o uso como se a
personagem estivesse em uma sesso de realizao tremenda, onde todos os seus desejos
parecem entrar em ebulio e ganhar vazo dentro de si. Com o personagem Srgio Bocamole,
percebe-se o mesmo, ele e o seu grupo social habitual usam com bastante frequncia as drogas
lcitas e ilcitas, esquecendo a realidade vivenciada e passando a um mundo de coisas possveis
naquele momento. Ambos os personagens, vivendo em realidades completamente opostas,
desencadeiam seus fluxos e agenciam seus desejos da mesma forma, a partir do estmulo qumico.
Como bem faz questo de dizer e demonstrar em todas as pginas do livro, Hell tem
dinheiro para comprar o que quiser e quando quiser. O poder de compra e de consumo parece
sorver um efeito narcotizante para a personagem igual ao mesmo provocado pelo uso de
entorpecentes qumicos. Ao esbanjar luxo e riqueza como se ela pudesse agenciar um desejo
tido como natural, com uma compulso. A sensao que um leitor mais atento tem, sobre Hell, a
de que, a personagem constantemente tenta preencher um espao destinado a um determinado
desejo natural (como comer, amar, ser amada, chorar, sorrir, etc.), com uma srie de outros micro
desejos frvolos.
Na leitura de Tcnicas de Masturbao Entre Batman e Robin perceptvel que os
personagens, em especial Srgio Bocamole, desejam a realidade social e econmica que
encontrada em Hell. Eles buscam o sucesso financeiro, uma vida considerada boa e um status
quo, para isso, entregam-se a sonhos que no se realizam e a desejos que no seguem um fluxo
especfico. Observemos a personagem Srgio Bocamole: escreveu um livro que vendeu apenas
seis exemplares, participa da Fracasso Ltda, tenta construir uma relao com Marianne, com Flog,
etc. Ele busca uma vida materialmente realizada, dinheiro e sucesso, onde em resposta encontra a
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mesmice, os sonhos irrealizveis, e o desejo que aparece espaado, mas que no segue em fluxo.
So vontades financeiras e econmicas, que se comparadas e confrontadas, com a dura vida que
vivem, acabam sendo eclipsadas. E a liberao desse fluxo do desejo s acontece mecanicamente,
mediante o uso das drogas e estmulos qumicos. A artificialidade qumica oferece a Bocamole e
aos seus amigos, a mesma sensao de poder e de liberao de potencialidades oferecida a Hell e
a sua turma, quando consomem e exercem o poder de compra.
3 RESULTADOS E DISCUSSES
O desejo ao longo dos sculos visto como um enigma para a sociedade. As anlises
primitivas do mesmo so provenientes do filosofo grego Epicuro. Em suas obras filosficas, o
mesmo define o desejo como uma necessidade natural do ser humano, podendo ser classificado
em dois grandes grupos os desejos naturais e os frvolos. Os desejos naturais podem ser
classificados como necessrios para a subsistncia da vida, como comida, gua, felicidade dentre
outros; e os naturais do ser humanos, como a libido e as variaes de prazer. Enquanto os desejos
frvolos so classificados em artificiais, como riqueza, glria e legado; e os irrealizveis, como
ressuscitar os mortos e voar como pssaros. Ainda segundo o filsofo, o ser humano passa a vida
completamente absorvido a saciar seus desejos.
Na obra Hell, a autora Lolita Pille, coloca a personagem imersa nos dois tipos de desejo
epicuristas, objetivando a felicidade, problematizada pela sua grande abundancia de riqueza. Essa
situao explicada por Epicuro de que quando os desejos so exacerbados podem gerar
perturbaes constantes, dificultando o encontro da felicidade do sujeito, que manter a sade
do corpo e a serenidade espiritual. Ou seja, a excessiva riqueza de Hell faz com que a mesma no
encontre a felicidade, tornando a personagem usuria de drogas como lcool e cocana, alm de
viver de forma exacerbada dos prazeres da vida. Outro tipo de desejo muito intenso enfrentado
pela personagem o desejo irrealizvel, despertado aps a morte do seu namorado, fazendo
com que a mesma, tenha uma busca insacivel pelo namorado falecido, praticando sexo fortuito
com outros homens, sem ter nenhuma relao amorosa, visando assim, uma espcie de
ressureio do sentimento amoroso que a personagem tinha com o seu ex-namorado, visando
seu bem individual, uma vez que, enquanto ela estava amando tinha um pouco de felicidade, que
lhe causou um grande efeito no corpo, conscincia e pensamentos. Isso pode ser explicado por
Michelle Menezes Wendling (2010), quando afirma que No mundo humano, a
ordem da necessidade seria radicalmente subvertida. A satisfao de nossas necessidades vitais
passaria pelo apelo ao Outro, por estarmos no mundo da linguagem. O Outro seria o lugar
evocado pelo recurso palavra, em qualquer relao em que este intervm. (WENDLING, p. 42).
Nesse caso, a personagem Hell, apela s lembranas e a presena-ausncia do seu ex-namorado,
assim como Bocamole, que apela para a sua ex-namorada ou mantm suas relaes fraternas e
seu ciclo de amizades consolidado.
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fala para influenciar o outro, caso o desejo esteja ligada a outra pessoa, a fazer o que se quer ou
provocar o que se pretende.
Nas duas obras as personagens exercem muito bem o direito a fala e ao exerccio da
linguagem. Elas se dirigem ao leitor diretamente, como um jogo de conquista e de persuaso. Hell
nos afronta e nos confronta com o seu suposto dirio-confisso e Bocamole com o seu pretenso
manual quer nos dizer que sua linguagem fcil, que sua vida to cotidiana e sem
complexidades que poderia ser redigida, organizada e exposta feito um grande e detalhado
manual.
4 CONCLUSO
A protagonista Hell em seu universo burgus e o latino Bocamole em seu ambiente
suburbano, so os modelos perfeitos de sincronia e diacronia que existem na contemporaneidade.
Ambas as personagens so agentes portadoras de fluxos dos desejos que so liberados de maneira
descompromissada, hedonista, livre e sem a culpabilidade crist. So personagens que
apresentam facetas de suas personalidades sem mscaras ou verniz social. Ultrapassam
constantemente qualquer definio que tentemos atribuir ao carter de cada um e escorregam
nas fronteiras que tentamos encaix-los. No apenas o retrato e as idiossincrasias da figura
humana que est impressa em cada um dos personagens, mas uma grande metfora geogrfica e
cartogrfica entre a opulenta e velha Europa (Hell) e a emergente e jovem Amrica Latina
(Bocamole).
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
1. PILLE, L. (2010). Hell., ed. 1. Editora Intriseca.
2. REYES, E. M. (2004). Tcnicas de Masturbao Entre Batman e Robin . Planeta.
3. GUATTARI, F., & ROLNIK, S. (1996). Micropolitica Cartografia do Desejo. Ed.1, Editora:Vozes.
4. JUNIOR, C. A. (2004). A Lei do Desejo e o Desejo Produtivo:Transgresso da Ordem ou
Afirmao da Diferena?
5. WENDLING, M. M. (2010). DUAS VERSES DO DESEJO: LACAN, DELEUZE & GUATTARI. So
Cristvo , Sergipe.
0009
RESUMO
Baseado no livro O amor nos tempos do clera, de
Gabriel Garca Mrquez, o presente artigo traz um
recorte que associa a questo do sofrimento por amor
aos sintomas da doena do clera, alm de elucidar o
seguinte questionamento acerca da personagem Fermina
Daza: seria ela um remdio ou um veneno para o clera
do amor vivido por Florentino Ariza? Para explicar essa
indagao, foi consultado o livro A farmcia de Plato de
Jacques Derrida (1991), a fim de esclarecer as analogias
0010
1 INTRODUO
O escritor colombiano, Gabriel Garca Mrquez publicou, em 1985, O amor nos tempos do
clera, que encontra-se dentro do gnero realismo fantstico. Nesta obra, ele retrata um
sentimento sem barreiras entre Florentino Ariza e Fermina Daza em um cenrio de uma pequena
cidade do Caribe. O romance tece o panorama de amor entre dois jovens que inicialmente se
correspondem por cartas durante trs anos e, em seguida, por questes preconceituosas da
sociedade da poca, interrompem o namoro. Orientada por seu pai, Fermina Daza casa-se com
Juvenal Urbino, um mdico rico e de boa procedncia, e no com Florentino, que era empregado
dos correios e, portanto, sem atrativos financeiros. Porm, mesmo com esse obstculo em seu
caminho, ele jura amor eterno a Fermina Daza, tomando a deciso de aguardar pacientemente
pela morte de seu rival. Durante a espera, Florentino se entrega a amores ocasionais para aplacar
o sentimento que carrega consigo. Mas sua promessa de amor verdadeiro persiste e espera
cinquenta e trs anos, sete meses e onze dias, quando seu rival morre e ele reafirma, no primeiro
dia da viuvez, seu amor por Fermina Daza.
Tudo isso ocorre em fins do sculo XIX, quando o surto do clera 1 e a guerra civil
dizimavam a populao. Em diversas partes da histria possvel perceber que os efeitos do
clera acabam confundidos com os sofrimentos por amor, pois o sofrer no sentido apenas
mentalmente, mas fisicamente tambm.
Mediante ao que foi exposto, o presente artigo tem como objetivo analisar o livro O amor
nos tempos do clera, fazendo a associao da contaminao da doena causada pela bactria
vibrio cholerae aos sintomas do amor. A escolha desse recorte se tornou relevante devido ao fato
de que pouco se tem discorrido sobre este tema e, feita a leitura desse livro, considera-se
interessante enveredar por esta tica, a fim de trazer a debate uma reflexo sobre como tratado
o sofrimento por amor na referida obra.
Por fim, a metodologia utilizada para o desenvolvimento desse artigo foi pesquisa
bibliogrfica e para a construo dos argumentos foram consultados os seguintes autores:
DERRIDA (1991), FREIRE (1998) e GARCA MRQUEZ (1985), a fim de constatar se os sintomas do
clera so tratados semelhantemente aos do amor do personagem de Florentino Ariza, bem como
o de responder a seguinte indagao a respeito da personagem Fermina Daza: seria ela um
remdio ou um veneno para o clera do amor vivido por Florentino Ariza?
O termo o clera est escrito no gnero masculino, porque, foi mencionado dessa forma na referida obra.
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2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Amor versos clera
O livro intitulado como O amor nos tempos do clera, remete a uma pertinente reflexo,
afinal como e a at que ponto o amor e o clera esto entrelaados, visto que essa doena est
como pano de fundo dessa obra literria.
preciso primeiramente trazer a tona os conceitos de cada um desses termos, para que
seja possvel realizar tal reflexo. O clera conceituada no meio acadmico por Oliveira (2001)
como:
Uma diarreia aguda causada por uma bactria denominada vibrio colrico (Vibrio
cholerae), que se multiplica rapidamente na luz intestinal. Embora esta bactria no seja
invasiva tem a propriedade de produzir uma toxina que atua sobre o intestino provocando
aumento descontrolado da secreo de cloro, sdio e gua para a luz intestinal. Isto
acarretando diarreia de tal intensidade que se torna frequentemente mortal.
0012
Alm desses sintomas, outros tambm comearam a aparecer, como mostra o seguinte
trecho:
O padrinho de Florentino Ariza, antigo homeopata [...], se alarmou tambm primeira
vista com o estado do enfermo, porque tinha o pulso tnue, a respirao rascante e os
suores plidos dos moribundos. Mas o exame revelou que no tinha febre, nem dor em
nenhuma parte, e a nica coisa que sentia de concreto era uma necessidade urgente de
morrer. (GARCA MRQUEZ, 1985, p. 82)
Alm disso, esse amor o consumia de tal modo que ele transtornado pela ventura:
Passou o resto da tarde comendo rosas e lendo a carta, repassando-a letra por letra uma
vez e mais outra e comendo mais rosas quanto mais lia a carta, e meia-noite j a lera
tanto e comera tantas rosas que a me teve que subjug-lo e prender-lhe a cabea por
trs, como um bezerro, para que engolisse uma poo de leo de rcino. (GARCA
MRQUEZ, 1985 p. 89)
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cura da doena chamada de: o clera do amor, que Florentino Ariza havia sofrido por meio
sculo.
Sua prpria me Trnsito Ariza, morreu convencida de que o filho foi concebido por amor e
criado para o amor, ela sempre costumava dizer: meu filho s ficou doente mesmo com o clera.
Cabe acrescentar que at Fermina Daza, o considerou doente de amor, isso pode ser visualizado
no seguinte momento: lhe inspirava em Florentino Ariza era uma certa pena, porque pareceu que
estava doente, mas a tia lhe disse que era necessrio ter vivido muito para conhecer a ndole
verdadeira de um homem, e estava convencida de que aquele que se sentava no jardim para v-la
passar s podia estar doente de amor. (GARCA MRQUEZ, 1985 p. 77)
Portanto, foi corroborado que os sintomas da clera so tratados semelhantemente aos do
amor, por que em ambos os casos podem levar a morte fsica. Dessa forma, o romance o amor
nos tempos do clera traz o amor fazendo referencia a doena: o clera, causada por uma
bactria, mas no sentido conotativo, este agente como um vibrio do amor, e a sua vtima foi
Florentino Ariza, que ao ser contaminado pelo clera do amor, foi capaz de esperar a sua amada
por cinquenta e trs anos, sete meses e nove dias, fazendo juz ao juramento de eterna fidelidade
e amor eterno a Fermina Daza.
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provocou nesse homem, sensaes diversas, que podem ser distribudas em trs etapas. Sendo
que a primeira foi boa, visto que os sintomas do amor fez Florentino Ariza sentir uma imensa
felicidade a qual ele nunca havia sentido antes, o que o fez jurar seu eterno amor por ela. Na
segunda, Fermina Daza promoveu em Florentino Ariza, uma dor imensa, um sofrimento absurdo e
indescritvel, que duraram muitos anos.
Para explicar a passagem da primeira etapa para a segunda, ou seja, do momento feliz para
o de dor, Derrida (1991, p. 47) explica que essa dolorosa fruio, ligada tanto doena quanto ao
apaziguamento, o phrmakon em si. Ela participa ao mesmo tempo do bem como do mal, do
agradvel e do desagradvel. Ou antes, no seu elemento que se desenham essas oposies.
J na ltima etapa, Fermina Daza proporcionou para aquele homem a felicidade de ter seu
amor correspondido, isso foi possvel ao viver ao lado dele os ltimos dias de sua vida. Logo,
Fermina Daza, foi benfica e ao mesmo tempo dolorosa para o amor daquele homem. Por isso, de
fato Fermina Daza pode ser analisada como um Phrmakon, pois seu comportamento diante
daquele amor foi eficaz em todos os sentidos, tanto no lado positivo quanto no negativo. Assim
como a eficcia do phrmakon descrita por Derrida (1991, p. 46): A eficcia do phrmakon possa
inverter-se: agravar o mal ao invs de remedi-los [...] Por duas razes e em duas profundidades
diferentes. Primeiro porque a essncia ou a virtude benfica de um phmakon no o impede de
ser doloroso.
importante enfatizar que a figura de Fermina Daza est ligada a vida ou morte, porque
ela causara em Florentino Ariza as duas sensaes, tanto a de vida como a de morte. A de vida
quando ele a conheceu, e quando eles ficaram juntos eternamente. J a de morte se refere ao fato
de que Florentino Ariza seria capaz de morrer por esse amor, pois ele afirmou que no h maior
glria do que morrer por amor (GARCA, 1985, p.107). Essa ideia tambm estar entrelaada com
a phrmakon, visto que Derrida (1991, p. 52) citou: phrmakon e a escritura so, pois, sempre
uma questo de vida ou morte.
Derrida (1991, p. 66), destaca tambm o phrmakon socrtico, esse age como um veneno,
um txico, uma picada de vbora. E a picada socrtica o pior que aquela das vboras, pois seus
rastros invade a alma. Isso de fato aconteceu, no momento que Florentino Ariza foi picado pelo
veneno do amor emitido por Fermina Daza, o qual o contaminou no mais profundo de sua alma.
Essa cadeia de significados explicada por Derrida (1991, p. 74), ao afirmar que:
Inversamente, a cicuta dada como um veneno nocivo e entorpecente para o corpo. Ela
se verifica em seguida benfica para a alma, que libera do corpo e desperta para a
verdade de eidos [...] Se o phrmakon ambivalentes, , pois por constituir o meio no
qual se opem os opostos, o movimento e o jogo que os relaciona mutuamente, os
reverte e os faz passar um no outro (alma/corpo, bem/mal, dentro/fora,
memria/esquecimento, fala/escritura etc.) a partir desse jogo ou desse movimento que
os oposto ou os diferentes so detidos por Plato.
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Ento, preciso destacar tambm, a forma como Fermina Daza lanou o seu veneno e este
penetrou em Florentino Ariza, esse ocorrido pode ser comparado com as palavras de Derrida
(1991, p. 102):
Assim a gua, a tinta, a pintura, o tingimento perfumado: o phrmakon penetra sempre
como o lquido, ele se bebe, se absorve, se introduz no interior que ele marca,
primeiramente, com a dureza do tipo, invadindo-o em seguida e inundando-o com seu
remdio, sua beberagem, sua bebida, sua poo, seu veneno.
Diante do exposto, fica evidente que Fermina Daza penetrou com seu veneno na alma de
Florentino Ariza e o fez sofrer de amor durante meio sculo, e ao mesmo tempo foi o remdio, a
cura para ele. Dessa forma, ela foi o grande amor da vida de Florentino Ariza, assim como foi seu
grande carma, seu veneno, ou seja, ela foi um agente que promoveu a doena do amor naquele
homem, o qual o deixou enfermo por muitos anos, como tambm sua cura ao viver os ltimos dias
de sua vida ao lado dele.
3 CONCLUSO
Em suma, ao realizar uma anlise acerca do clera do amor presente na obra literria em
questo, contatou-se que Florentino Ariza foi atingido no apenas pela doena da clera como
tambm pelos sofrimentos do amor, que em seu sentido figurado foi nomeado de clera do
amor. O seu sofrimento durou o tempo de espera pela amada, o que no foi somente fsico, mas
tambm, e principalmente, emocional.
Dessa forma, Florentino Ariza manteve sua esperana de que mais cedo ou mais tarde, o
seu amor seria correspondido, pois ele estava contagiado pelo clera do amor. E este se fez
presente durante muitos anos na vida dele, mas com dois significados diferentes, que num em
determinado momento teve como sinnimo o de dor, e por fim se converteu em salvao, e
nessa ocasio que Florentino Ariza se realiza no amor, porque vive seus ltimos dias ao lado da
sua eterna amada Fermina Daza, numa viagem do amor, sobre os mares do Caribe, num barco
chamado Nova Fidelidade e com a bandeira do clera hasteada.
4 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BUENO, Silveira. Minidicionrio da lngua portuguesa. 2 ed. So Paulo: FTD, 2007.
DERRIDA, Jacques. A farmcia de Plato. So Paulo: Iluminuras, 1991.
FREIRE, Jurandir Costa. Sem fraude nem favor. Rio de Janeiro: Roco, 1998
GARCA MRQUEZ, Gabriel. O amor nos tempos de clera. 6 ed. Rio de Janeiro: Record, 1985.
OLIVEIRA, rcio. SANVITTO, Gilberto. GUS, Pedro. ZELMANOWICZ , Rolf Udo. Abc da sade.
Disponvel em: < http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?87>. Acesso em: 20 de maio 2013.
0016
RESUMO
O presente artigo visa identificar as confluncias e
fronteiras dos discursos do jovem Marx do Manifesto de
1848 e do Bertolt Brecht de Santa Joana. Atravs da uma
metodologia de literatura comparada, buscar-se-
demonstrar que ambos convergem para um mesmo
objetivo: contestar o sistema econmico vigente,
denunciando suas consequncias mais desumanas, ao
mesmo tempo em que exalta um ideal comunista
baseado nos valores iluministas de liberdade, igualdade e
fraternidade. Procurar-se-, pois, evidenciar, com uma
anlise concisa de trechos da pea A Santa Joana dos
PALAVRAS-CHAVE: A Santa Joana dos Matadouros, O Manifesto Comunista, Marx, Brecht, Teatro pico
KEYWORDS: Saint Joan of the Stockyards, The Communist Manifesto, Marx, Brecht, Epic Theatre
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1 INTRODUO
O presente artigo consiste em uma leitura crtica comparada das obras O Manifesto
Comunista (MARX; ENGELS, 2001) e a pea A Santa Joana dos Matadouros (BRECHT, 2009).
Como objetivo geral, o presente artigo pretende avaliar a influncia das imagens do
burgus e do proletrio, presentes na obra de Marx, tomadas como tropos retricos que
alimentam o teatro de Brecht no perodo de construo da sua pea A Santa Joana dos
Matadouros. Nesse sentido, a temtica abordada na leitura crtica no se mostra relevante
apenas na construo de conexes interpretativas envolvendo obras de cunho mais filosfico e
poltico como o Manifesto Comunista de 1848 com textos literrios como a pea de Brecht,
mas tambm traz importantes contribuies para a compreenso das influncias marxistas
presentes na obra do dramaturgo alemo, contribuindo, desse modo, para uma leitura mais
detalhada e profunda das referncias poltico-filosficas presentes na obra de Brecht.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Notas sobre Marx: o conceito de proletariado no Manifesto Comunista
O Manifesto do Partido Comunista (ou simplesmente Manifesto Comunista) uma obra
literria que vem perpassando os sculos e que representa um dos mais importantes documentos
da fraseologia comunista. Redigido por dois prceres porta-vozes do comunismo do sculo XIX:
Karl Marx e Friedrich Engels; e publicado em 1848, o Manifesto Comunista constitudo pelos
mltiplos pensamentos e ideais crticos discutidos na poca e divide-se em trs partes a saber:
uma breve introduo, trs concisos captulos e uma curta concluso carregadas de um forte
teor crtico em relao ao modo de produo capitalista e consequente desigualdade social criada
pelo mesmo. Guiada pelo intuito de atingir a massa de operrios ingleses, a obra possui uma
linguagem acessvel e de fcil entendimento, tendo sido traduzida e publicada em diversas lnguas.
comum notar como as palavras de Marx e Engels soam familiares, o que se justifica pelo fato das
mesmas terem sido escritas no perodo do boom do capitalismo, sistema econmico que findou
por consolidar-se e tornar-se o modo de produo hegemnico na sociedade contempornea. De
um modo geral, a literatura aponta para o fato de que, at o presente momento sociopoltico, a
prpria ideia de sociedade carrega o nus do antagonismo de classes, isto , conflitos entre os
diferentes segmentos da sociedade.
Assistimos, desde meados do sculo XIV, ao declnio do ento vigente sistema feudal e a
ascenso de uma organizao econmica, social e poltica altura do homem moderno: o
capitalismo. Outrora a estratificao do poder criava uma mixrdia de relaes de suserania e
vassalagem, este novo sistema ser responsvel pela ciso da sociedade em dois polos que, a
exemplo da fsica, so dialeticamente opostos e co-dependentes. Trata-se, pois, das classes
proletria e burguesa. ponto comum que o proletrio subordinado burguesia. Entretanto, a
0018
origem dessa desigualdade muitas vezes tornar-se- imprecisa, qui pelo teor lacnico com que
eventualmente tratada, merecendo, pois, ser pormenorizada.
Consequncia da era feudal, uma imensa fatia da populao inglesa ainda residia no campo
no sculo XVI. Contudo, a partir do sculo XVIII, devido crescente monopolizao da terra por
parte do grande burgus, boa parcela da populao miservel migrar-se- para o espao
citadino. Finda a era feudal (na Inglaterra). Nasce o proletariado moderno. Nesse momento
transitrio, a burguesia, nas palavras de Marx (2001, p. 48): No lugar da explorao mascarada
por iluses polticas e religiosas, colocou a explorao aberta, despudorada, direta e rida.
Uma interpretao mais ortodoxa de Marx leva a pensar a figura do proletrio 1 como um
esteretipo mundial: partcipe da classe trabalhadora assalariada, no proprietria dos meios de
produo e que vende sua fora de trabalho a um empresrio burgus para sobreviver. Essa
concepo no est de toda errada. Entretanto, no retrata de modo fidedigno o cenrio
proletrio por no frisar um fator determinante para o curso da histria: a diferena entre classe
operria e proletariado. A primeira engloba aqueles indivduos que compem a mo de obra
industrial, realidade retratada brilhantemente por Charles Chaplin no filme Tempos Modernos
(Modern Times, 1936). O proletariado, contudo, um conceito mais amplo, como observou Slavoj
Zizek (2011) a partir de uma leitura hegeliana de Marx.
No escopo de uma sociedade, retire os poucos capitalistas ricos o bastante para obter a
hegemonia dos meios de produo. Tem-se, desse modo, o proletariado, isto , todos aqueles que
so de qualquer maneira subordinados estrutura econmica que d sustentao ao sistema
capitalista, inclusive o pequeno burgus (entende-se por pequeno burgus os pequenos
industriais, artesos, comerciantes e outros cujo capital no o suficiente para monopolizar os
meios de produo). Essa a concepo que o esteretipo suprime e que essencial para o total
entendimento deste captulo da histria. H muitos burgueses no proletariado. Desta feita, a
partir de agora referenciar-se- por burguesia os proprietrios dos meios de produo. Cabe falar
aqui que justamente essa camada da classe dominante (a pequena burguesia, da qual Marx faz
parte) submersa no proletariado que ir organizar-se sindicalmente e instruir o restante da classe
a lutar pelos seus direitos. Essa a ideia que Marx (2001, p.56) passa no seguinte trecho do
Manifesto: O movimento proletrio o movimento independente da imensa maioria no interesse
da imensa maioria. Independente da imensa maioria porque uma minoria dentro da imensa
maioria que est organizada na forma sindical, agindo autonomamente em prol dos interesses de
seus companheiros zumbis 2.
O termo proletariado (do latim proles, prognie, filho) surgiu na Roma Antiga. Conta-se que o rei Srvio
Tlio chamara de proletarii a camada menos favorecida da populao, cuja nica utilidade real seria a de fornecer sua
prole para aumentar o exrcito do imprio.
2
A comparao entre proletrios e zumbis relativamente antiga. A imagem do morto-vivo ficaria famosa com "Noite
dos Mortos Vivos" (1968), de George A. Romero. Desde ento, os zumbis so tidos como criaturas desalmadas e
mentecaptas, incansveis na busca por carne humana (na sua ausncia, a simples ideia de possu-la exorta-o a
prosseguir). Tal definio seria uma metfora para a condio humana no sistema capitalista (sociedade de consumo),
objetivando criticar o capitalismo.
0019
Existe, porm, mais uma faceta do proletariado que deve ser exposta. Em conjunto com a
classe operria e a pequena burguesia, ir compor o proletariado em sua totalidade uma classe de
indivduos desgraados de tal modo a ser denominada lumpemproletariado
(do alemo Lumpenproletariat: seo degradada e desprezvel do proletariado, de lumpen
trapo, farrapo e proletariat proletariado). Essa classe amoldar-se- pelo resduo do
exrcito proletrio de reserva, isto , pela ltima borra do caf. O exrcito proletrio de reserva
configura-se pelos operrios desempregados que fazem com que os empregados contentem-se
com o que tm e o capitalismo funcione. O lumpemproletariado engloba os indivduos
desempregados que no fazem parte deste exrcito, sendo destitudos de qualquer conscincia
poltica ou de classe, assim como de recursos financeiros. Marx encontra no sentimento de revolta
de tais miserveis a fora revolucionria da classe proletria, aqueles provando-se valorosos para
o comunismo se devidamente canalizados (por confederaes sindicais).
Por fim, entram na equao, por sua participao nos processos revolucionrios do sculo
XX na Rssia e na China, os camponeses. Logo, podemos falar em uma frmula apenas para
fins didticos para o proletariado marxista, composto por: mdia e pequena burguesia, classe
operria, exrcito proletrio de reserva, lumpemproletariado e camponeses.
Para Marx (2001), o burgus prega a neutralidade do Estado. Este, por sua vez, utilizar-se-
do estratagema das instituies os aparelhos ideolgicos, a saber: meios de comunicao,
escola, Igreja e etc. para reproduzir seus ideais. E quais seriam eles se no os ideais burgueses?
Analogamente, na disputa entre burguesia e proletariado, o juiz burgus. Essa conjuntura abre
precedentes para qualquer atrocidade que a grande indstria ambicionasse cometer (e cometeu)
contra a classe proletria. A problemtica bem evidenciada na mxima do pensador romano
Juvenal (55 127 DC) no sexto livro de sua obra Stiras (Satura VI): quis custodiet ipsos
custodes? Quem guardar os guardies? (JUVENAL, <www.thelatinlibrary.com/juvenal.html>
Acesso em 9 de maro de 2013).
O discurso de Marx singrou por entre as areias da ampulheta e muitos ouviram seu eco,
convertendo-se para esta nova fraseologia comunista. Dentre essa gama de personalidades,
destacar-se-, entre outros, o singular dramaturgo, poeta e encenador alemo Bertolt Brecht.
0020
que lutam,
homens. A
em classes
ao partido
Destarte, sob esse aspecto, concluir-se-ia que Brecht propunha a exposio dos problemas
sociais da poca, sem nunca perder de vista o objetivo de entreter no no sentido de iludir
(como no teatro de Stanislavski 3), mas na sensao que a plateia tem de querer estar ali. Essa linha
de pensamento confirmada quando Brecht (2005, p. 109) diz-nos: [...] Faz [o Teatro] com que as
reprodues da sociedade sejam vlidas e capazes de a influenciar, como autntica diverso.
Tendo em vista melhor entendimento, faz-se necessrio, aqui, uma sumarizao do
objetivo principal do Teatro de Brecht, o Teatro pico: a denncia da deturpao dos valores
morais da sociedade da poca de modo a iniciar uma discusso que s ir acabar muito depois das
cortinas terem se fechado ou talvez nunca acabe. Como uma explicao mais aprofundada
acerca do Teatro pico foge ao foco deste artigo, basta, por hora, que o leitor abstraia o seguinte:
os artifcios picos utilizados e defendidos exaustivamente por Brecht visam, em suma, causar um
efeito de estranhamento ao pblico a negao do Teatro estupefaciente. Tal efeito exortar o
expectador a ser arrancado da sua zona de conforto, isto , emigrar do reino do aprazvel
(BRECHT, 2005, p. 100). Uma vez que o estranhamento tenha surtido efeito, adquirir-se-ia
conscincia por parte da plateia e, por conseguinte, lanar-se-ia sobre a pea um olhar crtico. A
inteno de Brecht , portanto, educar a plateia provendo um panorama geral da sociedade em
que a mesma est inserida, na esperana de que haja ulterior mudana na postura social dos que
se vo ao Teatro.
Importante salientar que o papel do Teatro na primeira metade sculo XX comparvel
com o da indstria cinematogrfica nos dias de hoje. Trata-se, pois, de um veculo relevante de
3
Constantin Stanislavski (1863 1938) foi o maior representante do Naturalismo. A encenao no Teatro
Realista/Naturalista deve servir como um espelho da realidade (FERNANDES, 2006).
0021
METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A obra de Brecht possui um alto teor marxista na medida em que trata da comoditizao 4
do ser humano e critica incansavelmente o sistema capitalista. O dramaturgo procurava difundir
os ideais marxistas atravs de sua vasta obra, em especial na rea teatral isto porque o teatro
era para a sociedade da primeira metade do sculo XX o que o cinema para a sociedade atual:
uma fonte sem fim de conceitos, ideias e moldes sociais. Pode-se dizer, pois, que haveria uma
grande chance de Brecht engajar-se, caso nascesse no sculo XXI, na indstria cinematogrfica (ou
na autoria de telenovelas, caso nascesse no Brasil).
Uma das grandes peas do sculo XX e foco dos estudos deste artigo, A Santa Joana dos
Matadouros foi escrita no intervalo entre duas guerras e uma investida contra os valores
burgueses. A pea se passa na cena dos matadouros de Chicago do sculo XX, onde milhares de
trabalhadores perdem seus empregos cujos salrios j no supriam suas necessidades mais
4
0022
primordiais , vtimas das flutuaes do mercado. Tais flutuaes se do, em grande parte, por
medidas calculistas do magnata da indstria da carne: Pedro Paulo Bocarra; e de seu corretor,
Sullivan Slift. Estes apertam a garganta de seus concorrentes, mas quem sufocam so os
desventurados empregados. Paralelo a isso, Joana Dark, soldado do exrcito de Deus (mais
conhecidos como Boinas Pretas) munida com sua f religiosa e fraseologia comunista, surgir, a
priori, obrando providencialmente para com os mais necessitados e, a posteriori, para atuar como
mediadora entra a burguesia e a classe operria, aps inserir-se nas tramas do mundo capitalista a
fim de entender a origem da misria para, enfim, combat-la de modo eficaz.
Em sua obra, Brecht retrata fiel e ricamente a situao do proletariado, com nfase na
classe operria:
OS TRABALHADORES: Somos setenta mil trabalhadores nas Indstrias de Carne
Lennox. E no podemos viver nem mais um dia com este salrio de fome que
ontem, por cima, voltou a baixar. Hoje, os provocadores madrugaram no porto:
Quem acha pouco o que Lennox paga s ir embora (BRECHT: 2001, p. 23-4).
Referente ao cartel da carne em conserva, chefiado por Pedro Paulo Bocarra, magnata das indstrias de carne no
universo da pea A Santa Joana dos Matadouros.
0023
diria e de difcil manuteno de sobrevivncia impede essa classe de enxergar sua situao e,
por conseguinte, fazer algo a respeito.
Outra semelhana entre os dois autores alemes a fruio da artimanha de comparar o
discurso burgus e proletrio, a fim de mostrar o quo absurdo o primeiro quando analisado
com um mnimo de criticidade. O trecho que se segue um exemplo disso: SLIFT aos criadores /
[...] / Abram-se os portes, funcione o parque industrial / no trabalho que se entendem
proletariado e capital (BRECHT, 2001, p. 80). O entendimento neste caso no deve ser tido
como algo positivo. O proletariado e o capital esto ligados pelo trabalho, mas essa no uma
relao sadia. O discurso pr-capitalismo de Slift, brao direito de Bocarra, sugere que natural a
submisso dos proletrios ao capital atravs do trabalho, o que fato inverossmil. Essa uma
construo ideolgica o que no significa que uma regra ou mesmo que aceitvel. Tal
entendimento, portanto, no natural e inquestionvel. No obstante, o fato desse panorama de
dominantes e dominados ser tido como normal apenas enfatiza a urgente necessidade de uma
mudana na estrutura econmica que condiciona os valores sociais.
A anlise do seguinte recorte visa mostrar a falibilidade da burguesia: BOCARRA / [...] / Eu
acho que no vai dar. Eles so numerosos demais / Os aflitos clamando, e o nmero deles cresce
(BRECHT, 2001, p. 82). Neste fragmento, Bocarra finalmente evidencia seu temor pela revoluo,
admitindo a superioridade numrica da classe operria e entendendo que deve conter as aflies
dos trabalhadores to logo quanto possvel a fim de evitar uma maior organizao dos mesmos, o
que poderia significar o fim da estrutura econmica na qual ele mesmo se ps no topo. A fala de
Snyder (major dos boinas pretas), retratada a seguir, refora esse potencial revolucionrio
inerente ao proletariado: SNYDER no plpito / [...] / Eles vo acabar lhes tirando as fbricas e
dizendo: vamos fazer / como os bolcheviques e tomar as fbricas em nossas mos para / que
todos tenham trabalho e comida (BRECHT, 2001, p. 97). O sucesso dos bolcheviques na revoluo
russa de 1917 significava que uma revoluo operria e consequente ditadura do proletariado era
possvel e, portanto, a burguesia bocarrista teria que conter a situao antes que a mesma
tomasse propores descomunais.
No decorrer da pea, o leitor deparar-se- com duas descries bastante interessantes do
proletariado:
JOANA: [...] Assim avanava o cortejo e eu com ele. Envolta em neve que me
ocultava ao ataque inimigo. Transparente quase de fome e, portanto inalvejvel.
Jamais localizada por viver sem domiclio e superior a qualquer tortura por
habituada a todas (BRECHT, 2001, p. 118).
OS CARNICEIROS E OS CRIADORES falando alto para que as palavras de Joana no
sejam ouvidas: [...] Ai porm de quem soltasse a insubstituvel, porm horrvel. A
indispensvel, porm insacivel gente da ltima classe (BRECHT, 2001, p. 186).
A primeira, feita por Joana quando totalmente inserida nas profundezas do proletariado,
revela tanto a fragilidade quanto a fora desse mesmo proletariado, conferindo um sentido de
unidade e irmandade ao movimento operrio. Famintos, desabrigados e torturados, porm juntos:
0024
o proletariado tende a se unir a seus iguais e, desse modo, a massa de trabalhadores adquire, aos
poucos, uma unidade poltica com alguma representatividade atravs do trabalho das cabeas
pensantes da revoluo.
A segunda descrio, com apenas quatro adjetivos, sintetiza a viso burguesa do
proletariado: insubstituvel na arte de sustentar a burguesia, horrvel esttica e moralmente
pela precariedade de suas condies de vida, indispensvel para o capitalismo e insacivel por
esmolas. Estes mesmos burgueses utilizar-se-o dos mais variados estratagemas para que a
situao se mantenha deste modo, como pode ser observado no trecho a seguir: BOCARRA:
Trabalham, quem? Os sindicatos? E a polcia deixa? Diabo! Voc vai telefonar polcia
imediatamente, em meu nome, perguntando para que pagamos impostos. Pea a cabea dos
chefes da agitao, seja claro com eles (BRECHT, 2001, p. 133).
O trecho acima retrata a supracitada problemtica evidenciada pela mxima quis
custodiet ipsos custodes? (Quem guardar os guardies?). Nota-se, pois, a explicitao da
subordinao das Foras Armadas ao poder do capital. Partindo dessa premissa, chegar-se-
concluso de que o Estado ser neutro apenas quando neutro for tambm a diferena de
potencial revolucionrio que ameace de qualquer modo a elite burguesa. Nessas horas notar-se-
a verdadeira face do Estado a qual Marx se referia: uma fora existente exclusivamente para
garantir a dominao de uma classe sobre outra. Entre alfinetadas mais ou menos diretas, o
dramaturgo alemo documenta sua ideia de capitalismo que, como o leitor h de perceber, possui
fortes razes marxistas:
JOANA: Olho este sistema, por fora, meu velho conhecido, o funcionamento
que eu no via! Alguns poucos em cima. Outros muitos embaixo, e os de cima
chamando os de baixo: venham para o alto, para que todos estejamos em cima,
mas olhando melhor voc v algo de encoberto entre os de cima e os de baixo.
Algo que parece uma pinguela, mas no . E agora voc v perfeitamente que a
tbua uma gangorra, este sistema todo . Unia gangorra cujas extremidades so
relativas uma outra, os de cima esto l s porque e enquanto os demais esto
embaixo e j no estariam em cima se acaso os outros deixando o seu lugar
subissem, de sorte que necessariamente os de cima desejam que os de baixo no
subam e fiquem embaixo para sempre. necessrio tambm que os de baixo
sejam em nmero maior que os de cima, para que estes no desam. Seno no
seria uma gangorra (BRECHT, 2001, p. 138-9).
Nessa epifania da personagem Joana, Brecht define o sistema capitalista em toda sua
desigualdade e hipocrisia. Retomando as ideias de Marx, o dramaturgo revela a real armadilha
capitalista, que move massas com promessas de sonhos que so por via de regra impossveis
de serem realizados por todos. Na voz annima de um operrio qualquer, os pr-requisitos da
revoluo proletria so traados por Brecht (2001, p. 141-2), que mais uma vez parafraseia o
Marx do Manifesto de 1848: TRABALHADOR / [...] / Que, se no for fora, no vai / Nem vai se a
fora no for de vocs. A revoluo, para acontecer, deve se utilizar da fora, mas to somente
da fora do proletariado. Caso contrrio, a mesma no lograria dar origem a uma sociedade
igualitria, mas apenas ocorreria uma mudana da classe dominante.
0025
Pode-se fazer uma conexo do que Brecht quer passar nesse trecho com uma situao que
j aconteceu diversas vezes aqui no Brasil: a queima de quantidades exorbitantes de caf na era
Vargas e, mais atualmente, as centenas de toneladas de batatas que so jogadas no lixo todos os
dias, consequncia da superproduo. Tal procedimento, apesar de parecer desumano e
irracional, segue uma lgica econmica: a lei da oferta e da procura. Nesses casos, doaes no
resolvero o problema; quanto mais pessoas obtiverem o produto de graa, menor ser a
demanda pelo mesmo e maior o prejuzo do produtor burgus , o que certamente recair sobre
os trabalhadores desse produtor.
Estudar-se- a seguir um trecho que, aps uma anlise cuidadosa, provar-se- conclusivo
na demonstrao da absoro do discurso da classe dominante por parte do Poder Executivo
(mais especificamente por parte dos combatentes requisitados pela burguesia, na pea, para
afrontar os rebeldes). Os soldados, treinados para um determinado propsito servir ao Estado,
que serve burguesia , recusam-se a interpretar a mensagem que lhes passada, visto que, por
hora, sua situao estvel. Desta feita, acabam por prender outrem que lutam por seus direitos.
O DIRIGENTE: Eu quero que vocs entendam por que nos prenderam. Ouam, porque vocs no sabem.
OS SOLDADOS RINDO: Est bem, diga por que ns te prendemos.
O DIRIGENTE: Vocs no tm propriedade, mas ajudam os que tm. Por qu? Porque ainda no
enxergaram a maneira de ajudar os expropriados como vocs mesmos.
O SOLDADO: Muito bem, e agora vamos continuar (BRECHT, 2001, p. 176).
Pode-se perceber, nos trechos supracitados, que Brecht utiliza-se do discurso marxista
diversas vezes na pea A Santa Joana dos Matadouros. Assim sendo, abstrai-se que a motivao
do autor seria a de disseminar a fraseologia comunista com seu Teatro pico.
5 CONCLUSO
Como foi visto acima, Brecht utiliza-se de tropos retricos marxistas diversas vezes na pea
A Santa Joana dos Matadouros.
De tudo o que foi exposto, conclui-se que os discursos do jovem e, em certos aspectos,
ainda imaturo Marx do Manifesto de 1848 e do consciente Brecht de Santa Joana convergem,
quase que a todo o tempo, para um mesmo objetivo: contestar o sistema econmico vigente,
0026
denunciando suas consequncias mais desumanas, ao mesmo tempo em que prev (entre aspas
porque ambos os autores mantiveram uma postura proftica em relao ao comunismo, este
malogrando em todas as tentativas prticas de implantao) um sistema comunista baseado nos
valores iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade. Essa contestao se d a partir de
imagens e referncias literrias e de imagens retricas comuns. Pode-se, desta feita, entender
que Brecht vestiu a camisa do marxismo por compartilhar dos mesmos ideais, visando disseminlos atravs de seu Teatro pico.
A analogia entre o Manifesto Comunista de Marx e Engels e a pea de Brecht pode ser
assim elucidada em aspectos tanto estruturais e literrios quanto histricos e filosficos, o que
permite encontrar no universo da literatura a traduo de um manifesto poltico na forma da mais
pura arte teatral.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ARENDT, H. Homens em tempos
Companhia de Bolso, 2008.
sombrios.
Traduo de Denise
Bottmann.
So
Paulo:
0027
RESUMO
Por meio deste trabalho, procuramos identificar os nveis
de linguagem presentes no filme Cidade de Deus,
considerando o ambiente que cada personagem vive.
Objetivamos tambm refletir sobre o preconceito
lingustico que a sociedade exerce em relao aos
diferentes grupos sociais. Como tambm a possvel
imagem que o Rio de Janeiro passa para os demais pases
em relao ao Brasil. Nosso "corpus" constitudo por
quatro dilogos que selecionamos do filme, com o intuito
0028
1 INTRODUO
O filme Cidade de Deus foi adaptado a partir do livro de romance escrito por Paulo Lins,
que tem o mesmo nome do filme. Esse livro foi publicado em 1997 pela Companhia das Letras. O
livro teve, depois, um conjunto de trs adaptaes, para cinema e TV, que podem ser
consideradas com um conjunto1. um filme brasileiro lanado em 2002, dirigido por Fernando
Meirelles e co-dirigido por Ktia Lund. Recebeu quatro indicaes ao Oscar, nas categorias de
Melhor Diretor (Fernando Meirelles), Melhor Roteiro Adaptado (Brulio Mantovani), Melhor
Edio (Daniel Rezende) e Melhor Fotografia (Csar Charlone). Foi exibido fora de competio no
Festival de Cannes2.
Os principais personagens so: Cabeleira, Alicate, Marreco, Dedinho (Z pequeno),
Berenice, Anglica, Buscap, Cenoura e Ben. O filme comea com uma galinha que foge de Z
Pequeno, o bandido mais temido de Cidade de Deus, ela vai parar entre Buscap e os bandidos.
Com isso, o jovem fica aterrorizado, pois estava ciente que iria ser morto por Z Pequeno. Aps
esses acontecimentos, narra a histria mostrando como tudo tinha acontecido para chegar quela
situao e conta histria de trs ladres, chamados de Trio Ternura (Cabeleira, Alicate e
Marcelo), de Dadinho (Z Pequeno), mostrando como se deu a incluso desses personagens na
vida do crime.
2 METODOLOGIA
O trabalho foi baseado no filme Cidade de Deus, que relata a viso do Brasil por meio do
Rio de Janeiro, onde demonstrado diversas variedades lingusticas presentes em cada meio
social citado no filme. Para conduzir nossas anlises nos fundamentamos em alguns autores
relevantes para a temtica tais como Marcos Bagno (2011) e Ricardo Bortoni (2004).
A pesquisa segue uma abordagem qualitativa com mtodo interpretativista. Nosso
"corpus" constitudo por quatro dilogos que selecionamos do filme, com o objetivo de analisar
e perceber as diversas variaes lingusticas presentes na maneira como cada falante utiliza a
linguagem verbal no filme, sendo esta regida pelo ambiente que vivem, pelo grupo social e pelo
grau de escolaridade, entre outros fatores que interferem diretamente no modo como se
comunicam.
3 RESULTADOS E DISCUSSES
"A variao constitutiva das lnguas humanas, ocorrendo em todos os nveis. Ela sempre
existiu e sempre existir independente de qualquer ao normativa. Assim, quando se fala em
"Lngua portuguesa" est se falando de uma unidade que se constitui muitas variedades (MEC:
1998, p. 29). Partindo dessa definio, podemos verificar que essas diversidades lingusticas
presentes no modo como cada um utiliza a linguagem verbal faz parte do processo de
comunicao. Sendo este regido por vrios fatores que interferem diretamente nesse processo de
interao uns com os outros.
0029
Com base nesses autores, percebemos a existncia de uma grande barreira que diferencia
as pessoas que utilizam uma linguagem considerada "correta" entre as demais que utilizam a
"incorreta". Essas barreiras podem ser medidas atravs de: classe social elevada; boa escolaridade,
entre outros. Ou seja, ocorrem essas diversidades em praticamente todos os lugares, sendo por
diversas vezes tratada com certo preconceito social.
Analisando alguns filmes brasileiros vemos o modo como cada ator ou atriz se adequa ao
seu papel no filme. Por exemplo: se o protagonista mora na capital ir ter um tipo de linguagem
favorvel situao, ou seja, uma linguagem mais acadmica, entre outros; mas se for um que ir
morar numa favela, recebe uma mais informal com diversas grias. Com isso, vemos que a
diversidade lingustica que aplicada nos filmes retrata a nossa realidade que muitas vezes tornase preconceituosa com as pessoas que so diferentes em relao a nossa linguagem.
Dentre a linguagem informal temos as variaes lingusticas que podem ser: histrica,
cultural ou social e regional. No filme Cidade de Deus verificamos fortemente a variao cultural
ou social, por meio das diversas linguagens, que foram: Linguagem popular observada na praia, a
informal exercida pelos moradores da favela e a intermediria usada pelos jornalistas. Por isso
podemos perceber que predomina nesse filme a variao cultural devido aos diferentes grupos
sociais que ele apresenta gerando assim essas diferenas lingusticas.
Com isso percebe-se que devido ao Rio de Janeiro representar de alguma forma o Brasil
mundialmente, a repercusso desse filme nos demais pases pode passar uma imagem negativa,
mostrando que no nosso pas existe um grande nmero de pessoas com baixa escolaridade, classe
social baixa, que utilizam linguagem de baixo calo e que as pessoas que moram na favela, em sua
maioria, so bandidos e traficantes. Tambm contribui para a construo de uma imagem de que
todos os policiais so corruptos por alguns aceitarem propina de bandidos.
0030
Favela
Informal
Praia
Informal
Delegacia
Intermediria
Jornal
Intermediria
Dentre os quatro dilogos que analisamos escolhemos trs deles para exemplificarmos o
que citamos anteriormente em relao aos diversos nveis de linguagens que cada grupo social
utiliza no filme.
Com base nesse dilogo selecionado da favela, podemos ver que eles utilizam uma
linguagem informal, com grias e com palavras de baixo calo. Ou seja, no visto nenhuma
formalidade entre os falantes. O motivo dessas irregularidades apresentadas pode ser devido
baixa escolaridade que tiveram etc. Esses moradores da favela so considerados para a sociedade,
0031
de modo geral, como um povo sem educao. Entretanto, no podemos criticar e diminuir a
maneira que cada pessoa tem de se expressar, temos que respeitar cada um, para que assim esse
preconceito lingustico possa um dia chegar ao fim.
Podemos observar atravs desse dilogo que foi selecionado entre os falantes da praia,
uma linguagem popular, na qual predomina diversas grias. Como por exemplo: p, cara, tu; essas
grias para alguns no comum, mas para os grupos sociais que frequentam a praia, como os
surfistas, torna-se natural essa maneira de se expressar.
0032
- Hum... (Buscap)
- Prazer sou Marina, Buscap relaxa! Eu t com o dinheiro pra dar aqui, que justamente por
essas fotos. assim que funciona, quando a gente pega uma foto a gente paga o fotgrafo depois.
(Marina).
Nesse dilogo, que foi escolhido entre os falantes que trabalham no jornal, podemos
perceber que predomina uma linguagem intermediria, ou seja, no apresenta tantas grias,
porm no to formal. Por ser um ambiente em que os personagens esto trabalhando no vo
utilizar grias muitas palavras informais.
4 CONCLUSO
Por meio deste trabalho, analisamos as variedades lingusticas que foram empregadas em
cada ambiente do filme, considerando que a interao entre os personagens era limitada devido
aos grupos sociais que cada um participava. Tambm percebemos que essa diversidade lingustica
interfere diretamente na maneira como a sociedade trata cada pessoa. Pois, existe um esteretipo
que eles impem em relao ao que devemos falar e como devemos falar, considerando que isso
essencial para a carreira profissional. Porque atualmente, o mercado de trabalho d mais
preferncias a quem fala corretamente a lngua portuguesa e que evita usar uma linguagem
informal, como por exemplo, o uso de grias.
Tambm observamos a partir do filme a existncia do preconceito lingustico que faz parte
da nossa realidade, como vemos, por exemplo, a discriminao da sociedade com relao
algumas pessoas, por utilizarem uma linguagem diferente do padro formal.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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DUARTE, Vnia. Disponvel em: < http://www.brasilescola.com/gramatica/variacoeslinguisticas.htm> Acesso em 17 de Abril 2013, 10:25
0033
RESUMO
Com o objetivo de apresentar uma maneira diferente de
se trabalhar com os gneros textuais e suas possveis
adaptaes, este artigo traz informaes referentes a um
processo de adaptao feito a partir de um conto do livro
Felicidade Clandestina, da escritora brasileira Clarice
Lispector, para uma rede social, sendo esta atividade
realizada com alunos do ensino mdio do IFRN Campus
Nova Cruz, bem como de forma geral apresenta os
passos seguidos para a realizao do trabalho proposto.
0034
1 INTRODUO
Na sociedade atual - com seus incrveis avanos tecnolgicos - o domnio da leitura e da
escrita torna-se algo fundamental para qualquer pessoa, seja no ambiente profissional ou at
mesmo em suas relaes pessoais, uma vez que atravs da leitura que o ser humano adquire
informaes e conhecimentos e por meio dela que ele pode aperfeioar seu modo de falar para
assim poder ser comunicar com o outro expressando suas ideias e opinies da melhor maneira
possvel. neste sentido que o hbito da leitura se torna algo indispensvel para o homem
moderno, e a escola exerce um papel de grande importncia neste processo de desenvolvimento
do aluno.
Nos ltimos anos, vimos surgir uma nova forma de comunicao dada atravs das mdias
sociais que, para muitos autores, significa a evoluo de alguns gneros textuais que j existiam.
Dentre essas mdias, vimos surgir as redes sociais que proporcionam aos seus usurios uma forma
instantnea de comunicao. Com isso, cada vez maior a necessidade de utilizar tal gnero
textual em ambiente escolar, como por exemplo, atravs da adaptao de outro gnero, que,
neste caso, foi o conto para uma rede social, de forma a mostrar que a literatura um ambiente
aberto para novas possibilidades. com esse intuito que o presente trabalho visa mostrar uma
maneira diferente de se trabalhar com os gneros textuais e suas possveis adaptaes.
Este trabalho de adaptao foi realizado com alunos do ensino mdio do IFRN- Cmpus
Nova Cruz, a partir da leitura do livro de contos "Felicidade Clandestina", da renomada escritora
Clarice Lispector, em que os alunos deveriam realizar uma adaptao para uma rede social
escolhendo um dos contos lidos no livro. Neste caso, o conto escolhido recebe o mesmo nome do
livro, "Felicidade Clandestina". Esse conto mostra a histria de duas meninas: a primeira uma
menina m que odiava ler apesar de seu pai ser dono de uma livraria; j a segunda era uma
menina bonita de bom corao que adorava ler, mas pelo fato de sua famlia no ter muitas
posses ela no tinha tanto acesso aos livros. Certo dia, a menina m ganha o livro "As Reinaes
da Narizinho" - livro este que a outra menina desejava muito ler - e, a partir de ento, ela passa a
ir todos os dias na casa da menina m com a promessa de que receberia o livro emprestado at o
dia em que a me da menina m estranhando a presena daquela menina todos os dias em sua
porta toma conhecimento da situao e a obriga a emprestar o livro, a partir da a adorvel
menina passa a viver sua felicidade clandestina.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Quando interagimos com outras pessoas por meio da linguagem, seja a linguagem escrita,
seja a linguagem oral, produzimos certos tipos de textos que, com poucas variaes, se repetem
no contedo, no tipo de linguagem e na estrutura. Esses tipos de textos constituem os chamados
gneros textuais e foram, historicamente, criados pelos seres humanos, a fim de atender a
determinadas necessidades de interao verbal. "De acordo como o momento histrico, pode
nascer um gnero novo, podem desaparecer gneros de pouco uso ou, ainda, um gnero pode
sofrer mudanas at transformar-se num outro gnero." (CEREJA & MAGALHES, 2010).
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3 METODOLOGIA
Aps a leitura do livro da autora brasileira Clarice Lispector, "Felicidade Clandestina", foi
escolhido um conto para realizao da adaptao para o contexto de uma rede social que, neste
caso, foi o popular Facebook. Por coincidncia, o conto escolhido foi o de mesmo nome do livro,
"Felicidade Clandestina". A segunda etapa seguida para a adaptao foi perceber quais elementos
contidos no conto original seriam aproveitados na rede social, quais personagens teriam um perfil
criado e como a adaptao seria feita de forma a se manter fiel ao conto original. Foi definido que
apenas duas personagens teriam um perfil criado e que todo o tema do conto teria de ser passado
de forma clara para que qualquer pessoa entendesse, mesmo que no houvesse lido o conto. A
partir da escolha das personagens foram definidos dois nomes j que o conto no apresentava tal
informao: Maria Sophia, a menina boazinha e pobre que adorava ler mesmo no tendo
condies para comprar seu livro preferido, "Reinaes de Narizinho"; alm de Ana Beatriz,
menina rica, mimada, que s pensava em doces e que - apesar do pai ter uma livraria - detestava
ler. Todos os dias, por aproximadamente uma semana, os dois perfis eram atualizados de forma
que as personagens pudessem ser caracterizadas e que o enredo do conto fosse seguido. Aps
0036
todo o processo de adaptao do conto foi definida a melhor forma de exposio do trabalho que
se deu atravs de alguns pontos importantes: fazer uma breve sntese sobre a temtica que o
conto abordava e quais os personagens haviam sido utilizados como base na produo da
adaptao; depois da sntese, foi mostrado todo o processo de adaptao, quais elementos foram
mantidos e de quais formas foram mantidos.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Aps a realizao deste trabalho, foi possvel observar um grande interesse dos alunos para
a realizao de toda atividade com aprendizados significativos, mostrando que o desenvolvimento
de trabalhos que envolvam os assuntos estudados - em sala - com os recursos que a internet pode
oferecer - mais precisamente com as redes sociais que atualmente fazem parte do dia-a-dia da
grande maioria dos jovens - pode ser uma excelente ferramenta no processo de ensinoaprendizagem destes alunos.
Durante a realizao do trabalho, os alunos puderam conhecer melhor o que um conto e
como ele se estrutura, conhecendo, assim, mais um dos diferentes tipos de gneros textuais que
esto presentes no apenas no meio acadmico como tambm no cotidiano. Os alunos tambm
tiveram a oportunidade de ter contato com a literatura atravs do livro "Felicidade Clandestina" e
exercitar seu hbito de leitura, algo que precisa cada vez mais ser estimulado, no apenas nos
jovens como na populao em geral, uma vez que a partir do momento que voc ler bem,
automaticamente voc passar a escrever bem e falar bem, conseguindo assim expressar melhor
suas ideias e opinies.
Pde-se perceber tambm, ao longo do trabalho, que os alunos envolvidos tiveram um
desenvolvimento considervel na capacidade de interpretar aquilo que estavam lendo.
importante ressaltar que esta uma capacidade de extrema importncia e que precisa ser
trabalhada nos alunos, pois pesquisas apontam que grande parte dos alunos no consegue
compreender e interpretar o que leem. Outro resultado observado foi que, alm de entenderem o
que estava escrito no conto, os alunos conseguiram ir alm em sua interpretao, conseguindo,
assim, perceber qual a inteno da autora ao escrever aquilo, a essncia que o conto estudado
trazia e os elementos utilizados pela autora para que o conto fugisse do bvio.
5 CONCLUSO
Ao final deste trabalho, pode-se perceber que a utilizao das redes sociais e da internet (
no processo de ensino-aprendizagem dos alunos) gera um desenvolvimento e aprendizagem
significativos por parte destes; nota-se que a conciliao entre a literatura e aspectos que esto
presentes no dia-a-dia dos jovens - como o caso das redes sociais - gera nos alunos um interesse
maior no apenas pelos livros como tambm pelas aulas de literatura que so ministradas na
escola.
Quanto ao processo de adaptao, este exige dos alunos dedicao e esforo para que
sejam alcanados resultados satisfatrios e, por meio desta atividade, os alunos puderam
0037
6 REFERNCIAIS BIBLIOGRFICAS
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escrita
no
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profissionalizante.
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Acesso em: 30 abr. 2013.
0038
C. C. A. Carvalho e F. F. L. Linhares
1
2
E-mail: carol.alves.c@hotmail.com ; fred.linhares@ifrn.edu.br
RESUMO
O conto um gnero literrio tradicional que
tem como principais caractersticas apresentar uma
narrativa mais curta, que condense conflitos,
personagens, tempo e espao, apresentando
passagens significativas da primeira ltima linha.
Alguns autores revivem em seus textos os valores
transmitidos pela tradio oral e, por meio do
trabalho esttico da linguagem, trazem tona a
funo social da Literatura. Esse aspecto perceptvel
no livro de contos do moambicano Mia Couto, Cada
homem uma raa (1990). Dessa obra, o texto O
embodeiro que sonhava pssaros constitui-se nosso o
objeto de estudo do referente artigo. Sendo assim,
0039
1 INTRODUO
A literatura um instrumento que permite a interdependncia de elementos ideolgicos e
estilsticos com elementos estruturais e socioeconmicos. Desse modo, as produes literrias no
somente refletem o contexto histrico-social, no qual passaram pelo processo de produo e
circulao, como tambm contribuem para a formao de tal realidade. Essa funo social,
caracterstica da literatura, acontece de formas distintas nos seus variados gneros, no
excetuando o conto.
Essa forma de criao literria est presente no livro Cada homem uma raa, escrito por
Mia Couto (1990). A obra rene vrios contos do autor moambicano, estes apresentam temticas
similares, pois observam o povo de Moambique sob a perspectiva da cultura popular, levantando
diversas questes como o preconceito racial, relaes de gnero, excluso social, misria, entre
outros fatores que marcam a vida difcil dessa populao.
Os contos O apocalipse privado do tio Gegu e O embondeiro que sonhava pssaros
conseguem abranger as problemticas sociais citadas, de forma mais evidente, se configurando
como os objetos de estudo do referido projeto. Contudo, neste momento, tem-se como intuito
compreender a maneira que o autor trabalha as perspectivas sociais no segundo conto, tomando
como princpio o olhar sobre os pontos que refletem elementos e prticas histricas/culturais de
violncia fsica e simblica no contexto de frica.
O estudo da literatura africana de grande importncia para o resgate da cultura em frica
bem como da nossa, isso porque o Brasil devido aos fatores histricos tem em sua formao
sociocultural grande influncia dos descendentes desse continente. Sendo assim, o estudo dos
textos de Mia Couto se faz necessrio a partir do momento que eles representam o resgate
oralidade de um povo, a voz dos menos favorecidos e logo, a busca por mudanas nas estruturas
sociais e no modo como se v o mundo. A crescente adoo de literatura africana nas escolas
um exemplo de respeito s origens e ao sujeito.
2 REVISO BIBLIGRFICA
O conto um gnero literrio tradicional que tem como principais caractersticas
apresentar uma narrativa mais curta, que condense conflitos, personagens, tempo e espao,
apresentando passagens significativas da primeira ltima linha. Atualmente, o conto perde
espao no mercado para outros tipos de narrativas como o romance.
Todavia, essa no uma realidade homognea, pois o gnero tem recebido um
significativo espao nas produes literrias sul-americanas e africanas em lngua portuguesa;
neste ltimo, chega a representar uma ruptura e um retorno ao passado. Isso acontece ao passo
que os autores revivem em seus textos os valores transmitidos pela tradio oral e, por meio do
trabalho esttico da linguagem, fazem a funo social da literatura acontecer, isto , moldam-se a
nova sociedade que se estabelece complexa, dinmica e com rpidas mudanas para ser fonte de
denncia de diversos mbitos sociais.
0040
Cortzar (2008), ao comparar o conto e o romance, afirma que ambos podem ser
colocados analogicamente a fotografia e ao cinema. Explica que tanto no cinema quanto no
romance, o clmax se constri a partir da acumulao de elementos parciais durante o
desenvolvimento. Em contraposio, o autor afirma que:
Desse modo, o ideal para a literatura contista alcanado quando seus textos conseguem
ser to instigantes ao leitor que ele retorna (reconta) a obra mesmo o texto sendo antigo. Isso
significa que imprescindvel ao conto a presena de uma carga de valores populares, elementos
mticos, perspectivas da realidade referente situao na qual foi produzido, alm de uma
elaborao na esttica lingustica que permita o conto permear diferentes emoes diante de sua
leitura.
Tais pressupostos permitem a percepo dessas qualificaes evidentemente presentes
como uma forte caracterstica da literatura miacoutiana. Isso no exclui o conto em estudo, que
tem como incio a significativa frase: Pssaros, todos que no cho desconhecem morada
(COUTO, 1994, p. 31).
Assim como na fotografia, que tem o seu fermento de abertura garantido na seleo visual
de um dado momento, ela se tornou imprescindvel para o perfeito desenvolvimento da harmonia
de significncias culturais, polticos e socioeconmicos ao longo do texto. Isso porque este gnero
rene perfeitamente, como na fotografia, os elementos principais que permitiram ao Embondeiro
que sonhava pssaros um encadeamento de clmax que prendem corpo e alma do leitor desde as
primeiras palavras at as ltimas.
A matria prima para a elaborao desse texto a cultura popular moambicana, o que
permite a ele a elaborao de um ambiente em que coexistem o mundo mtico e o racional, de
forma que Jolles (1976) ao discutir sobre essa questo conclui que numa palavra: pode aplicar-se
o universo ao conto e no o conto ao universo. Isso o caracteriza como conto do realismo mgico.
Essa peculiaridade que marca as produes literrias africanas e americanas justificada
pelo processo histrico de colonizao/explorao de seus povos, constituindo uma forma de
autoafirmao das culturas das sociedades pr e ps-coloniais envoltas por elementos msticos e
mitocosmognico em contradio com a racionalidade europeia.
A frica foi um continente que teve historicamente suas riquezas naturais e sociais
explorada por estrangeiros. Isso foi permitido pelo sentimento de superioridade que os europeus
tinham sobre os povos africanos, considerando-os brbaros e desprovidos de religio e de
civilizao justificaram durante sculos os feitos de carter violento fsico e simblico praticados
0041
contra esses povos em prol do verdadeiro objetivo: apropriar-se de seus recursos para atender aos
seus fins capitalistas.
O Imprio Portugus possua leis que asseguravam a submisso do africanos que foram
empregadas no regime do ultracolonialismo. A exemplo disso esto o artigo 2 que considerava
como misso histrica possuir e civilizar os povos indgenas; o artigo 20 atribua ao Estado o
dever de obrigar os autctones(nativos da terra) a trabalhar nas obras pblicas, logo cabia a ele
decises judicirias, penais ou cumprimento de obrigaes fiscais; e o artigo 22 que aludiam aos
Estatutos Especiais para os nativos de acordo com seu estgio evolutivo, respeitados os seus
costumes desde que estivessem conforme com os ditames da humanidade.
Os indgenas foram, portanto, submetidos a um sistema educativo para posteriormente
serem considerados civilizados, aqueles que aos olhos do portugus mais se adequava
sociedade civilizada eram chamados por assimilados. Para tanto, o reconhecimento dos
africanos, em seu lugar de origem, era conquistado a partir do abandono de suas prprias culturas
medida que adquiriam a cultura portuguesa, e somente assim, teoricamente, teriam pleno
acesso cidadania. Todavia, o ttulo de assimilados poderia demorar geraes ou at mesmo
sculos para serem entregues.
Em Moambique, pas de Mia Couto e de seus personagens, as relaes de hierarquia se
davam da mesma forma. O pas teve seus primeiros encontros com os portugueses entre os anos
de 1497 e 1499 em uma expedio de Vasco da Gama, dando incio as relaes entre os europeus
e os moambicanos, que culminou em uma colonizao de aproximadamente cinco sculos. A
considerao de povos no civilizados no continente africano de extrema superficialidade, pois
de acordo com Leila Hernandes:
Em sntese, possvel considerar que Moambique condensava a
heterogeneidade prpria das fricas, no geral. Apresentava povos falando lnguas
diferentes, com tradies religiosas e noes de propriedade distintas, valores
diversos e vrios modos de hierarquizao de suas sociedades, articulando-se e
rearticulando-se de acordo com seus prprios interesses, resultando em
organizaes polticas vrias, que ora se uniam, ora entravam em disputa,
definindo o ascenso ou declnio de grandes imprios (como o de Monomotapa e
do Marave, no atual Malui), de reinos (como o de Gaza) e de Estados (como
o do Zimbbue no sculo XIX). (HERNANDEZ, 2008, p. 590)
0042
movimentos de resistncia, percebidos nas frequentes fugas dos negros para regies pouco
acessveis formando verdadeiros campos de refugiados. Os sentimentos de identidade cultural
eram repassados por geraes atravs da oralidade, segundo Leila Hernandes, No poucas vezes,
a insatisfao era manifestada por smbolos culturais como cantigas de trabalho e provrbios que
desafiavam os mecanismos prprios do sistema colonial (HERNANDES, 2008, p. 596).
importante ressaltar que nos pases africanos, colonizados de libertao tardia, o discurso
em prol dessa conquista se iniciou atravs dos textos jornalsticos. Assim, o desenvolvimento da
literatura e da organizao da escrita por meio de crnicas jornalsticas que se propunham a tratar
de temticas de conscientizao-social com fortes traos do estilo literrio. Em Moambique, o
jornal foi o primeiro veculo de mostrar sua contestao diante da barbrie colonizao de forma a
reivindicar a autonomia de seus espaos.
Aos poucos a populao foi se organizando em prol de sua independncia. Em 1962 foi
fundado o grupo de maior importncia para esse movimento, a Frelimo (Frente de Libertao
Moambicana), que alcanou a libertao de seu pas do julgo colonial em 1975. Todavia, as
tenses sociais comeavam acontecer agora no mbito interno, pois a Frelimo no conseguia
representar plenamente toda diversidade moambicana.
O grupo da oposio constituiu a Renamo (Resistncia Nacional Moambicana) em
sensibilizao aos descontentamentos com o governo apresentados pela populao. Apesar disso,
a Renamo no possua nenhum projeto alternativo ao do Estado liderado pela Frelimo, Esse fato
provocou a guerra civil que cresceu e se expandiu desde 1984. A assinatura do Acordo de Paz se
realizou em Roma no ano de 1992 e conteve uma guerra de 16 anos para ir busca da
reconciliao nacional pela base.
Moambique , portanto, um pas em formao. Foi nesse contexto que nasceu Mia
Couto (1955). O autor, descendente de famlia portuguesa, cresceu em um meio, no qual a
diversidade cultural era muito perceptvel. Mas, isso s veio a ser enxergado por ele porque desde
criana o carter revolucionrio de seus pais, aguava em sua essncia uma maior sensibilidade, a
valorizao humana.
Mia trabalhou para a Frelimo como jornalista da Tribuna. Essa profisso jornalismo
proporcionou a Couto o acmulo de informaes ligadas ao seu espao, que mais tarde
modelariam suas personagens, dando vida aos ambientes, como tambm, coerncia as suas
produes literrias. isso, que segundo Foucault, constitui a funo do autor na construo do
discurso literrio, afirmando que
Em muitas de suas obras, Mia Couto recria a lngua portuguesa a partir das influncias
moambicanas, como forma de resgatar a oralidade de seu povo, mantendo a tradio com o vis
0043
da modernidade. A partir de ento Couto consegue colocar em seus textos o modo hierarquizado
das relaes sociais no pas bem o olhar dos negros sobre tal contexto. Assim, alm de representar
a o mundo mtico deste povo, sua obra abre espao para funo literria de elemento de
denncia, colocando no texto o mundo real.
Coexistem, portanto, no conto em anlise o mundo do plano fictcio e o do real sem
promover nenhuma estranheza dos personagens ou ao leitor. A elaborao da esttica lingustica
de Mia Couto encanta com presena entrelaada das esferas do real e irreal/mstico.
3 METODOLOGIA
Diante disso, pela natureza dos dados que analisa, segue o mtodo dedutivo e documental.
Quanto ao mtodo de abordagem dos dados, trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa,
visando interpretao dos sentidos que emergem do texto e de como eles so construdos na
relao autor-texto-leitor.
J as categorias de anlise referem-se aos fatores socioculturais apontados por Candido
(2010) como determinantes da relao entre literatura e sociedade presentes nos elementos dos
contos, como personagens, tempo, espao e enredo. A pesquisa tem ainda como respaldos
tericos os conceitos de conto (GOTLIB, 1987), informaes sobre o contexto scio-histrico
(HERNANDES, 2008) e literrio que permeiam a produo de Mia Couto.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
O conto O embondeiro que sonhava pssaros narra a histria de negro que vendia todas as
manhs pssaros enquanto tocava sua gaita-de-boca em bairros destinados aos brancos. Isso criou
um clima de hostilidade e desconfiana contra o negro, pois ele desordena o cotidiano daquele
lugar.
O anonimato do vendedor, e logo de toda uma classe, comprovado quando ele
chamado apenas por passarinheiro, demonstrando a relaes coloniais em Moambique. Paralelo
a isso h uma resistncia cultural e a necessidade de libertao dominao europeia,
notadamente representada j na epgrafe do livro:
0044
A desconfiana dos adultos contra o negro era evidente, todavia, a beleza dos pssaros
chamava a ateno das crianas que logo exigiam aos pais colonizadores a compra. Isso
representava um risco quebra das regras naturais que permitiam historicamente a devida
organizao das relaes sociais entre brancos e negros.
Ao final do texto o passarinheiro preso e torturado pelos senhores coloniais, contudo
uma das crianas, o menino Tiago, que se tornou amigo do velho, tenta ajuda-lo e acaba sendo
queimado por engano dentro da rvore em que morava o vendedor, o embondeiro.
Essa rvore est presente por toda a frica e recebe muitos nomes como baob, imbodeiro
e embondeiro, e est atrelada a muitas crenas e mitos da populao. Heloisa Pires, ao analis-la
em suas diferentes faces, revela que:
0045
5 CONCLUSO
Refletir sobre os textos de Couto permitem perceber a presena dos discursos do racismo,
da excluso social, das relaes de gneros, da represso contra os mais fracos, entre outros que
configuram as prticas de violncias simblicas e fsicas to enraizadas na populao
moambicana. Isso leva ao questionamento realizado por Foucault ao iniciar em aula a discusso
sobre a ordem do discurso: Mas, o que h, enfim, de to perigoso no fato de as pessoas falarem e
de seus discursos proliferarem indefinidamente? Onde, afina est o perigo? (Foucault, 1970, p. 8)
Tal pergunta pode ser respondida baseada na ideia defendida por Eni Orlandi (2011) ao
dissertar sobre a anlise do discurso, afirma que para toda fala existe uma memria discursiva que
contribui para a formao desta, de modo que toda ideia constituda por ideias preexistentes
quela. Desse modo, ao proibirem as crianas de comprar pssaros ao ancio negro, por exemplo,
os homens brancos estavam disseminando e reafirmando os preceitos de discriminao,
marginalizao, excluso social, entre outras prticas que constituem a violncia simblica e fsica
historicamente firmadas contra os negros.
Diante das leituras realizadas, pode-se concluir que forma como Mia Couto produz seus
textos, colocando na escrita a oralidade do povo moambicano e desse modo reafirmando seus
valores culturais, evidente que ele defende a necessidade de mudanas sociais, e o
levantamento de novas vozes que se faam ouvir na perspectiva de um futuro melhor em
conjunto ao respeito memria e a tradio de seu povo. E somente assim, fazer de suas obras
literrias no somente instrumentos que contribuem para o estudo da histria, mas tambm para
a modificao desta.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
0046
CORTZAR, J. Valise de Conpio. Trad. Davi Araguai Jr. E Joo Alexandre Barbosa. 2. ed. So
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HERNANDES, Leila. A frica na sala de aula: visita a histria contempornea. 2. ed. So
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LIMA, Heloisa; GNEKA, Georges; LEMOS, Mrio. A semente que veio da frica. 2. ed. So Paulo: Salamandra, 2005.
0047
RESUMO
Nosso trabalho construdo no estudo de cinco letras de
msicas de Caetano Veloso e outras cinco de Chico
Buarque. Essas abordando diferentes temas, desde a
problemtica da ditadura at a escravido. Isto erigido
principalmente atravs da arte do implcito e do
subentendido. De modo tal qual que para depreender o
propsito da composio preciso refletir sobre o que
aquele determinado trecho representa. Isso decorre
devido ao uso de diversas figuras de linguagens, as quais
buscamos e destacamos em todas as referidas msicas.
Com efeito, mostramos que o papel desta no
necessariamente o de relaxar, ela tambm pode ser
embebecida de crtica, exortando a insatisfao para
determinada situao tartufa. Alm disso, foi feita uma
anlise de duas msicas: Clice (Chico Buarque) e Podres
poderes (Caetano Veloso), sendo que por meio delas
verificamos como a produo musical desses artistas em
0048
1 INTRODUO
O presente artigo faz refletir a cerca de questes que rodeiam a sociedade de forma geral,
nos fazendo pensar que h muito existiu uma ideia equivocada de que a msica era meramente
um meio de entretenimento ou lazer, quando na verdade, muitas delas tinham/tem em suas letras
uma mensagem contextualizada com o perodo no qual viviam, ora criticando-o, ora relatando-o.
Com o tema: Anlise das Figuras de Linguagem e Importncia poltico-social em msicas
de Caetano Veloso e Chico Buarque, o trabalho em questo tem como principais objetivos
analisar os artifcios lingusticos presentes nas msicas destes compositores, e estabelecer sua
relao com o perodo em que foram criadas. Dessa forma, tem o dom de caracterizar a
identidade e o pensamento crtico a respeito do povo e de sua respectiva poca para impulso de
atos reflexivos denotados por sentimentos de opresso, descriminao e autoritarismo.
A literatura um meio pluralista pelo qual esses autores dedicavam seus pensamentos e
emoes perante problemas polticos e sociais alarmantes seja por intermdio de crtica ao
sistema totalitrio e centralizador vigente como tambm por meio de denncia ao regime
ditatorial. Ambos os artistas fazem parte do que chamamos de Msica Popular Brasileira, tem
estilos e personalidades semelhantes, alm de compartilharem o mesmo perodo histrico (poca
da ditadura militar e o cenrio mundial atual) e cultural (cotidiano brasileiro), denotando assim
uma conexo entre os compositores em foco e evidenciando a importncia tanto da vida e
principalmente da obra desses clebres nomes bastante influentes no cenrio nacional.
2 METODOLOGIA
As dez msicas que compem o corpus do trabalho so de autoria dos compositores
Caetano Veloso e Chico Buarque, e foram escolhidas para anlise a partir da sua temtica e
recursos lingusticos. Nas anlises pretendemos identificar as figuras de linguagem predominantes
(metfora, hiprbole, ironia, paronomsia e anttese), buscando saber se elas servem de
estratgias, para conseguir um efeito determinado na interpretao do leitor.
Foram analisadas 5(cinco) msicas de Caetano Veloso e 5(cinco) de Chico Buarque, as quais
esto descritas abaixo:
Msicas de Caetano Veloso: Alegria, Alegria (1967);Como 2 (dois) e 2 (dois) (1971);Podres poderes
(1984);Tropiclia (1967);Zumbi (1974).
3 FUNDAMENTAO TERICA
O texto enquanto discurso ou ato de comunicao traduz aspectos sociais e histricos do
falante, de modo a provocar a interao entre indivduos de sociedades diversas ou mesmo dentro
de uma mesma comunidade. Segundo Marcuschi, a lngua um conjunto de prticas sociais e
0049
cognitivas historicamente situadas 1. Nesse sentido, pode-se dizer que um texto no marcado
pela neutralidade, pois a sua natureza no esttica, tambm no pode ser entendido de forma
isolada, uma vez que para Fiorin (1993, p.34) a linguagem complexa, pois social; individual;
fsica; fisiolgica e psquica. Social porque algo comum a todos os falantes, e, individual porque
goza de uma autonomia ao ser exteriorizada por cada indivduo j que preciso levar em conta
bem mais que saberes estruturais ou gramaticais, que so os fatores contextuais, relacionando,
ento, conhecimentos diversos. Quanto a isso, Maingueneau (2011, p.20) afirma que
compreender um enunciado no somente referir-se a uma gramtica e a um dicionrio,
mobilizar saberes muito diversos, fazer hipteses, raciocinar, construindo um contexto que no
um dado preestabelecido e estvel.
Diante de uma infinidade de gneros discursivos/ textuais, temos o musical, que diferente
do que muitos pensam, exerce uma funo alm do entretenimento ou lazer, pois dentre outros
aspectos relevantes, tambm pode ser visto como um instrumento de denncia social, em pocas
como a ditadura militar no Brasil, por exemplo. Partindo desse pressuposto, entendemos que a
msica aborda aspectos sociais e/ou culturais diversos, capaz de dar voz aquele que por meio de
suas melodias age no de forma passiva frente a uma realidade com a qual no concorda. Assim,
possvel ver em vrias msicas de compositores brasileiros uma forma de reivindicao social,
muitas vezes tornando-se crtica do sistema poltico onde a obra e o autor esto inseridos. Para
Paulse (2009, p.215)
A msica registra a histria sobre um ponto de vista subjetivo, atravs de sensaes e
sentimentos, diferentemente dos livros e dos documentos de arquivo, em que o registro
feito de forma pretensamente objetiva. Esse registro por meio dos sentidos e das
sensaes aproxima o relato das vivncias do receptor, que, por tabela, os recorda ou os
vivencia (mesmo no tendo deles participado) 2
Dessa forma, a msica que por tantas vezes tem suas razes originadas de produes
literrias, assume uma natureza potica, que revela pontos de vista ou uma viso de mundo
contrria ideologia de uma determinada poca ou contexto.
Para compor suas msicas, cantores/poetas utilizam de vrios artifcios lingusticos tais
como: figuras de linguagem, ambiguidade, repetio e outros. Em suas melodias a ambiguidade
um recurso utilizado para possibilitar inmeras interpretaes em um mesmo enunciado. Por isso,
se insere numa estrutura que permite mais de uma interpretao sobre a mesma realidade. Com
isso, vale ressaltar que este um recurso de linguagem prprio dos textos artsticos, pois eles no
se limitam a produzir um nico significado daquilo que anunciam. Para Fiorin (1993) a semntica
um recurso lingustico indispensvel no texto, esta que tem o papel de revelar de forma mais
consistente a determinao ideolgica, o que no implica na funo do discurso para com a
construo de sentido, pois existe significados divergentes para um mesmo termo, o fator
determinante ser o valor semntico que o receptor conceder aos elementos usados.
0050
0051
que preciso manejar com muito cuidado a repetio de termos lexicais, pois, se ela no estiver
a servio da criao de um efeito de sentido de intensificao, por exemplo, considerada uma
falha de estilo. Com isso, a produo artstica, deve, pois, fazer uso da repetio de forma coesa e
harmnica para contribuir tanto para a construo de artifcios semnticos como para a prpria
esttica do texto.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Para conduzirmos nossa anlise, apresentaremos a seguir dois quadros com as 10 (dez)
msicas analisadas e as figuras de linguagem que mais se destacam nestas.
Quadro 01: Figuras de Linguagem nas Msicas de Chico Buarque
Figuras de
Linguagem
Paralelismo
Anttese
Comparao
Eufemismo
Hiprbole
Ironia
Metfora
Metonmia
Paronomsia
Polissndeto
Clice
Construo
Msicas
Deus lhe
Pague
Hino da
Represso
O Que Ser
9
9
9
9
9
9
9
9
9
9
9
9
9
Alegria,
Alegria
9
9
9
9
Como 2 e 2
Msicas
Podres
Poderes
Zumbi
9
9
Tropiclia
9
9
9
9
9
9
9
9
0052
com trs; a paranomsia e o polissndeto com duas; por fim a comparao e o eufemismo com
uma.
A msica com mais figuras de linguagem foi Alegria, Alegria de Caetano Veloso como
observamos nos seguintes trechos: Caminhando contra o vento/Sem leno, sem documento e
Em dentes, pernas, bandeiras/Bomba e brigittebardot, onde temos a metfora e a anttese,
respectivamente. Como tambm o Hino da Represso de Chico Buarque, cuja quantidade fora
quatro. Seguida por Zumbi, Clice, Construo, Deus lhe pague, Podres Poderes, Tropiclia, O Que
Ser e Como 2 e 2, com trs.
2
Opresso
Opresso
Opresso
Predominncia
Grfico 01: Temticas predominantes nos anos que as canes escolhidas foram produzidas.
Observamos as pocas nas quais as canes foram produzidas, uma vez que o contexto
social um fator determinante para quaisquer produes no meio artstico-cultural. Como
podemos ver no Grfico acima, a Opresso foi um dos assuntos mais abordados pelos dois
autores, fato denotado principalmente pelas principais msicas com essa temtica, Clice e O que
ser, ambas de Chico Buarque e Podres Poderes de Caetano.
Relao das temticas nas canes
5
4
3
2
1
0
04 msica(s)
03 msicas
03 msica(s)
02 msica(s)
01 msica(s)
Regionalismo
Opresso
Polticas
pblicas
Regime
ditatorial
Religiosidade
0053
Apesar de pouca apario nas canes escolhidas, o Regionalismo tambm foi uma
abordagem relevante, sendo assim junto com os demais temas, uma marca registrada desses
artistas, ora relatando a vida do povo brasileiro, ora tentando buscar o verdadeiro carter social
em meio s injustias. Sendo que os clebres recursos da nossa lngua sempre estiveram a favor
das afveis composies de msicas que vo muito alm do que expresso.
Como podemos observar em ambos os grficos, foram identificadas cinco temticas que
compreendem comumente a construo do contexto nas canes. Evidenciamos que
Regionalismo, Opresso, Polticas Pblicas, Regime Ditatorial e Religiosidade esto presentes nas
10 (dez) msicas envolvidas, e a abordagem mais recorrente foi a opresso, com aparecimento em
quatro msicas.
Pela impossibilidade de analisarmos todas as msicas escolhemos duas, cada uma de um
compositor, para identificarmos os recursos lingusticos e a construo do sentido.
4.1.1 Clice, de Chico Buarque
relevante salientar que a composio desta msica foi no perodo da Ditadura Militar,
sendo esta caracterizada por uma poltica totalitria, regida pela censura e extremo rigor.
Composta em parceria com Gilberto Gil, mostra o grande desespero sentido durante esse perodo
por muitas pessoas. Nessa cano, os compositores usam de um episdio bblico, que o
momento da crucificao de Jesus, para expressar os seus anseios momentneos, pois na sua
orao antes de ser pego pelo governo romano, assim o disse: Pai! Afasta de mim esse clice, de
vinho tinto de Sangue!.
Primeiramente ser esmiunado seu verso mais repetido: Pai! Afasta de mim esse clice/
de vinho tinto de sangue. Esse trecho ambguo. Na primeira leitura, Pai metfora de Deus, e
clice o que guarda o vinho tinto de sangue, sendo sangue uma metfora de sofrimento,
causado pelo regime ditatorial, com efeito, este um exemplo de um pai piedoso. Na segunda
leitura, Pai metonmia dos detentores de poder no regime, assumindo o sentido de Pai da
nao, e clice uma paranomsia de cale-se, ou seja, este trecho revela a sofreguido de
quem est sendo cuidado: a populao. O sangue seria uma metfora de sofrimento, como no
primeiro caso. Portanto, esse seria um mau exemplo de pai.
De forma intensa, o autor usa o artifcio da metfora para criticar as atitudes cruis do
governo. De forma a aludir, que suas armas violentas de tanto usadas j no servem, De muito
usada a faca j no corta. E seu grito de insatisfao est prestes a ser exortado Essa palavra
presa na garganta.
Este rgo no polpa ningum, sua abrangncia independe do meio do indivduo,
compreensvel a partir do trecho com eufemismo: De que me vale ser filho da santa? /Melhor
seria ser filho da outra/ outra realidade menos morta. Em que outra aludiria prostituta.
Nesse trecho pode ser visto tambm a mediocridade que o estado da submisso, em que
morta, remete a algo desinteressante.
0054
Vrias palavras utilizadas nessa composio mostram o ardor causado pelos artifcios da
censura a coagir, como amarga, dor, morta, mentira, fora bruta, atordoa, entre
outras. Tudo para mostrar a magnitude vil desse rgo: Atordoado eu permaneo atento/Na
arquibancada pra a qualquer momento/ Ver emergir o monstro da lagoa. Sendo este comparado
a um ignbilo monstro, uma metfora.
Antes calaram sua boca, e este disse que restava o peito, mas se o peito calar, ainda resta a
mente, que desta ramifica a reflexo e a depreenso de que o sistema vigente inadequado.
Mesmo calado o peito resta a cuca. Ou seja, mesmo que imponham sua perspectiva e o alvo
seja condescendente por obrigao, o poder do pensamento no pode ser inibido.
4.1.2 Podres poderes, de Caetano Veloso
Podres poderes remete ao corrompido poder dos seus detentores majoritrios. Sendo
uma paranomsia de padres, fornecendo desde j a crtica Amrica catlica. Desse modo,
subentendido a putrefao do exerccio de poder destes.
Ao analisarmos esse trecho: Enquanto os homens exercem seus podres poderes/Motos e
fuscas avanam os sinais vermelhos /E perdem os verdes, somos uns boais. Observamos que
podem se efetuar duas leituras dos sinais vermelhos e verdes. A primeira a imprudncia no
trnsito, sendo este o sentido literal. A segunda seria sinais vermelhos, como sendo uma
metfora, de modo em seu sentido no literal, vir aludir inconsequncia humana, aos atos
impensados. E verdes referir-se ao caminho mais adequado. Portanto, nesta segunda leitura,
pode-se depreender que enquanto h esse domnio das classes poderosas, h a inrcia da opo
da inconsequncia em detrimento do advento virtude, h a escolha em ser boal.
Nesta cano, Caetano exorta um questionamento calcado na dvida de que sempre
iremos ser passivos, quanto a incompetncia da Amrica catlica, (metonmia de podre/padre
poder). A qual comandada por tiranos (metfora dos comandantes da Amrica Catlica). E que
se realmente to difcil de entender que isso no certo? J que isto um fato to escancarado
e virulentamente prejudicial, faz-se de fato necessrio que esse ativista grito de exortao
reflexo, ser ainda propagado? No, no , mas assim que continua.
Nesta parte, carnaval assume trs sentidos diferentes. Para os ndios: estado de
passividade de seres politicamente alheios ao que est acontecendo; Para os padres: estado de
luxria e alegria e quando se fala em bichas, negros, adolescentes e mulheres, remete-se grande
abrangncia da mediocridade. Por conseguinte Caetano fala que gostaria de ser "afinado", ou seja,
condescendente com eles, compartilhar dessa dormncia tartufa. Todavia, ele estaria sendo
hipcrita, pois seria detentor do conhecimento de que esse estado inadequado, mas fingiria
estar em transe. Portanto, depreende-se que necessrio pensar melhor respeito de tal adeso.
Trevas algo obscuro, nesse caso, referindo-se falta de luz intelectual, ignorncia. As
pessoas taparam sua viso, e esto imersas nas trevas. Enquanto com esta vedao estiverem, no
podero refletir. Por conseguinte Caetano cita os hermetismos pascoais, intertextualizando o
cantor Hermeto Pascoal, um multi-instrumentista brasileiro. Por fim, "Morrer e matar de fome, de
raiva e de sede/ So tantas vezes gestos naturais" remete banalizao de atitudes to fortes. Ou
0055
seja, se tornou trivial ser egosta ou frgido ao lidar com a vida de outra pessoa, estando a
intertextualizar novamente, sobretudo, para com os genocdios.
5 CONSIDERAES FINAIS
Os resultados das anlises realizadas reforam a ideia de que a msica exerce um papel
importante nas relaes sociais, interferindo de forma significativa na vida dos indivduos,
promovendo interao entre os mesmos e novos olhares sobre o mundo. A utilizao de msicas
como arma de reivindicao social j foi explorada por cantores como Chico Buarque e Caetano
Veloso, que juntamente com outros artistas ganharam destaque na chamada msica de protesto
no Brasil, passando a oferecer uma viso mais crtica quanto aos esteretipos de vida e sistemas
polticos vigentes no perodo em que viviam. Msicas desse tipo ao serem elaboradas exploram
uma grande quantidade de recursos lingusticos, tais como: figuras de linguagem, repeties,
ambiguidade e fatores determinantes para a produo de seu significado, como o prprio
contexto no qual so produzidas.
Sabemos que no Brasil, por exemplo, o Regime Militar era marcado essencialmente pela
censura do Estado sobre a populao, e diante de situaes como estas as canes ganham papel
fundamental, quebrando pensamentos pacficos e acrticos em relao a acontecimentos como
estes, assumem, portanto um cunho poltico de manifestao e de reflexes com carter
revolucionrio. De forma que nem mesmo o autoritarismo calava a voz dos artistas que sempre
traziam em suas melodias reivindicaes de problemas diversos que estavam em pauta.
Textos com perfis literrios possuem caractersticas peculiares em relao aos demais,
onde destacamos um relevante processo de construo de significados que circula entre os
interlocutores, podendo assim existir uma gama de interpretaes sobre um mesmo texto tendo
em vista uma anlise de receptores diversos. Contudo, para todo texto existe um contexto e para
toda insatisfao h uma ato de contrapartida, sendo assim o gnero musical caracteriza-se como
um veculo multifocal para a submisso de mensagens controvrsias a respeito das mltiplas
questes que tecem o modelo social predominante.
Portanto, a utilizao de inmeros artifcios lingusticos justificada pelo contexto polticosocial da poca, no qual presenciamos uma linguagem conotativa, isto , a subjetividade em meio
censura e opresso que a sociedade enfrentava. Com isso, a utilizao da arte do implcito
denota a insuficincia da liberdade de expresso, sendo que a msica vinha a ser utilizada como a
voz subliminar do povo em prol de uma vida e sociedade mais digna e justa.
6 REFERNCIAS
BUARQUE, Chico. Clice. Disponvel em <http://www.vagalume.com.br/chicobuarque/calice.html>
VELOSO, Caetano. Podres Poderes. <http://www.vagalume.com.br/caetanovel/P.Poderes.html>
FIORIN, Jos Luiz. Linguagem e Ideologia. So Paulo: Editora tica, 1993.
FIORIN, Jos Luiz e SAVIOLI, Francisco Plato: Lies de Texto. So Paulo: Editora tica, 2006.
_____. Para entender o texto leitura e redao. 16 ed. So Paulo: tica, 2003.
0056
GUIMARES, Helio Seixas e LESSA, Ana Ceclia. Figuras de Linguagem - teoria e prtica. 1. ed. So
Paulo. Atual Editora, 2009.
MAINGUENEAU, Dominique. Anlise de textos de comunicao. 6. ed. So Paulo: Cortez, 2011.
MOISS, Massaud. Dicionrio de termos literrios. 7 ed. So Paulo: Editora Cultrix, 1968.
PAULSE, Carolina Gomes: Cantando a resistncia, construindo identidade: anlise das canes
de Chico Buarque. Disponvel em:
<http://www.ppgartes.uerj.br/spa/spa3/anais/carolina_paulse_200_216.pdf>15 de Abril de 2013.
KOCH, Ingedore; ELIAS, Vanda M. Ler e Compreender - os sentidos do texto. SP: Contexto, 2006.
_____. Ler e Escrever: estratgias de produo textual. So Paulo: Contexto, 2009.
0057
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo averiguar e
discutir a imagem da mulher nas propagandas de cerveja,
analisando desde a essncia das propagandas at o
efeito de sentido repassado para o pblico buscando
identificar como isso influi na sociedade. Dessa forma,
abordaremos a utilizao da figura feminina, a forma
como ela apresentada, ou seja, seu esteretipo. Para
realizarmos o estudo tivemos como fonte de pesquisa
revistas informativas e sites da internet, nos quais
coletamos 90 propagandas de cerveja publicadas entre
0058
1 INTRODUO
Sendo sabedores que a publicidade o processo de criao pelo qual as ideias surgem at
a formao de uma propaganda e que esta por sua vez responsvel por despertar nas pessoas a
necessidade e o interesse por determinado produto. O presente trabalho pretende investigar a
questo da linguagem na construo de gneros em textos publicitrios de cerveja.
Para tal anlise, seguimos uma abordagem qualitativa de natureza interpretativista. No
qual estabelecemos como hiptese que em tais textos a representao feminina ser inferiorizada
perante a figura masculina.
Desta forma, fundamentamo-nos em vrios autores entre eles: CITELLI (1990); SANTANNA
(2002); SILVA, e et all (2004). O Corpus se constitui de 90 propagandas, coletadas
aleatoriamente em revistas e sites da internet, entre os anos de 1993 e 2013.
2 METODOLOGIA
Conforme j citamos anteriormente a construo do nosso corpus se deu de forma
aleatria, atravs de pesquisa em revistas informativas, revistas de cerveja e sites da internet, para
isso visitamos algumas bibliotecas e tambm conversamos com alguns donos de estabelecimentos
nos quais so vendidos cerveja. Sendo assim, temos 60 propagandas coletadas em revistas
informativas (veja, isto , poca e super interessante); 15 propagandas coletadas em revistas
especficas para divulgao das cervejas e 15 propagandas coletadas na internet.
Aps ordenar todas as propagandas de acordo com a data, elaboramos um quadro
identificando os temas apresentados em tais propagandas, conforme apresentaremos a seguir. A
partir desse quadro delimitamos o corpus do presente artigo, resultando assim 26 propagandas
que apresentam a imagem feminina como atrativo para a venda e divulgao do produto.
3 FUNDAMENTAO TERICA
Para melhor efeito de compreenso dividimos nossa fundamentao terica em trs
tpicos que iro abordar os conceitos de publicidade e propaganda e refletir sobre a construo
da identidade de gneros e da representao feminina na propaganda de cerveja.
0059
responsvel pela venda de uma determinada mercadoria, pois mesmo ela tendo como uns dos
seus principais objetivos estimular e motivar as vendas existe outros fatores essenciais que levam
o consumidor a compra, como: qualidade do produto ou servio, apresentao atraente,
condies de preo, cultura da regio em que est inserido, etc.
Atravs da publicidade gera-se uma pr-disposio ao consumo, no qual o consumidor
pode ser considerado rei.
Segundo essa linha de raciocnio, Citelli (1990, p.45) define o texto publicitrio como a
conjuno de vrios fatores, quer psico-sociais-econmicos, quer do uso daquele enorme
conjunto de efeitos retricos aos quais no faltam s figuras de linguagem, as tcnicas
argumentativas, os raciocnios.
Nessa perspectiva, ele preocupa-se tambm com a construo do slogan que deve
apresentar entre quatro a sete palavras gramaticais (CITELLI: 1990, p. 44), evitando a disperso
do ouvinte e favorecendo a assimilao rpida, podendo abrir-se para duas realidades: excluso
ou smbolo, possibilitando sempre uma forte presso psicossocial.
Quanto ao raciocnio, vlido ressaltar que deve ser o mais formal possvel com o
repertrio que priorize expresses vocabulares simples e marcantes. As figuras de linguagem
como comparao, metfora, metonmia e hiprbole, entre outras, tambm so utilizadas para
reforar a mensagem, uma vez que se caracterizam como ornamentos discursivos na busca da
expressividade e jogo de emoes.
Nesse jogo de sentimentos e afetividade, o emissor pode desviar-se, ainda, da denotao,
j que nesta etapa preliminar o contexto scio-cultural, apesar de ser fundamental, no poder
influenciar na leitura do texto, de acordo com a opinio de Monteiro, este afirma que a denotao
est menos sujeita s interferncias subjetivas(MONTEIRO: 1991, p. 19). Por outro lado, a
conotao surge como uma linguagem afetiva, individual e subjetiva, podendo resultar de
experincias nicas e pessoais (MONTEIRO: 1991, p. 20) ou assumir um sentido coletivo e social.
Outro mecanismo lingustico apontado por Citelli (1990, p. 45) a repetio, que surge
como uma possibilidade de aceitao pala constncia reiterativa e tem para Marcuschi (1992, p.
89) a funo de colaborar com a coesividade e (...) manter o tpico. Em seu estudo a repetio
na lngua falada-formas e repeties, o autor colabora para esta discusso e aponta que na
oralidade a repetio deixa de ser um vcio de linguagem para ser uma estratgia de coeso e
envolvimento, possibilitando uma maior leveza e naturalidade, destacando, ainda, as funes de
reforo, nfase e efeito estilstico.
Sintetizando estas ideias, Citelli (1990, p. 45) prope um esquema bsico no qual destaca
as figuras de sons como aliterao e assonncia, que produz jogo sonoro o uso de esteretipos,
a substituio de nomes, criao de inimigos, apelo autoridade e uso de afirmaes, atravs de
verbos no imperativo, como fatores que possibilitam a persuaso e induz o ouvinte a aceitar a
mensagem como uma verdade universal.
0060
0061
Propaganda de 1926
Propaganda de 1942
Propaganda de 1969
0062
4 ANLISES
Nossas anlises seguem uma abordagem qualitativa com mtodo interpretativista, para
uma melhor compreenso das caractersticas do corpus nos apoiamos tambm na abordagem
quantitativa, o que nos possibilitou traar os dois quadros abaixo, nos quais destacamos
respectivamente as marcas de cerveja e as temticas mais recorrentes, considerando um
agrupamento das propagandas em perodos de cinco anos.
QUADRO 01: Constituio do corpus
Kaiser
6
Antarctica
3
Schin
2
Skol
1
12
11
11
10
Devassa
Outras
Total
17
23
19
37
13
90
A prpria
cerveja
Os esportes
Divulgao de
festas e
eventos
A mulher
A histria da
cerveja
Msica e
diverso
Outros
Total
93 a 97
9
98 a 2002
4
2003 a 2007
12
1
1
1
2
5
4
10
5
2008 a 2013
1
Total
26
6
3
9
2
24
16
7
8
90
Nesse outro quadro, percebemos que a maioria das propagandas fazem referncia
respectivamente a prpria cerveja ou a mulher, alm desses temas encontramos propagandas que
abordam os esportes (em sua maioria o futebol), a msica, festas entre outros que passam a ideia
de diverso. Detectado as temticas mais recorrentes em nosso corpus passamos a analisar
individualmente algumas propagandas que focalizam a mulher, ideia central do nosso artigo.
Exemplo 01:
0063
Exemplo 02:
0064
http://nadave.net/tag/cerveja/ , 2013
Nesse exemplo temos como foco principal a cantora Sandy, que desde pequena faz sucesso
e traz consigo uma imagem de menina pura, quieta, e meiga, sempre reservada em relao a sua
vida pessoal, totalmente oposta a imagem da mulher nas outras propagandas analisadas e que
tambm se contrape ao nome do produto oferecido. Tal fato, poderamos arriscar que constituise como uma anttese, torna-se o recurso mais propcio para atrair a ateno do pblico alvo, que
no exclui totalmente o pblico feminino, uma vez que a ideia da propaganda mostrar que todas
as mulheres podem ter o seu lado devassa, que da forma como colocado bem mais atrativo
que outros perfis femininos.
Tal ideia interfere na construo da identidade da mulher na sociedade atual, que aliados a
outros agravantes da sociedade atual, como msicas e vestimentas enfraquecem a imagem de
uma mulher mais recatada e exalta o oferecimento gratuito do corpo, tornando a mulher um
produto, um objeto de prazer.
Exemplo 04:
0065
http://quasepublicitarios.wordpress.com/2010/06/23/anuncios-da-skol/, 2013 .
A ausncia da imagem fsica da mulher na propaganda no interfere no uso dela como
elemento principal de atrao da mesma. O homem novamente como pblico alvo, dessa vez no
cercado de mulheres, mas ao invs de receber gorjetas, teria como recompensa pelo seu
trabalho, calcinhas, elementos que metonimicamente remetem a mulher, comprovando a
vulgarizao da mesma, tornando ela, elemento de troca, pagamento, inserindo novamente na
sociedade uma cultura machista, que deixa a mulher sem voz e raciocnio, podendo ser
comparada a cerveja, que nada mais que uma diverso momentnea.
5 CONSIDERAES FINAIS
A anlise dos textos coletados entre 1993 e 2013 e que trazem a presena da mulher ou de
elementos que simbolizam seu universo, revelam uma supervalorizao do esteretipo masculino
confirmando assim, a hiptese de que vivemos em uma sociedade patriarcal, na qual a figura da
mulher, quando no ridicularizada por um machismo histrico, vista como um objeto de
consumo no qual a forma fsica considerada em detrimento dos seus contedos intelectuais e
valores religiosos e morais.
Todos esses aspectos, constatados a partir das propagandas de cerveja, refora a premissa
de que o gnero fator determinante da posio social em uma sociedade bastante
masculinizada, em que o homem assume uma posio de superioridade e a mulher ocupa escales
inferiores.
6 AGRADECIMENTOS
Agradeo a professora do IFRN Elis Betnia Guedes da Costa pelo empenho, a
disponibilidade e a confiana em meu trabalho, dando o suporte necessrio, apesar de estar
0066
inserida em outro Campus da referida instituio, ao IFRN Campus Caic e a minha me que me
auxiliou na coleta do corpus.
7 REFERNCIAS:
CITELLI, Adilson. Linguagem e persuaso. 5.ed. So Paulo: tica, 1990.
MARCUSCHI, Luiz Antnio. A repetio na lngua falada: formas e repeties. Recife, 1992.
Mimeo. (Tese apresentado ao Departamento de Letras, UFPE).
MONNERAT, Rosane Mauro. Apublicidade pelo aveso. Niteri:EDUFF, 2003, 88p.
MONTEIRO, Jos Lemos. A Estilstica. So Paulo: Editora tica, 1991.
SANTANNA, Armando. Propaganda, Teoria, Tcnica e prtica. 7. Ed. So Paulo: Pioneiro, 2002.
0067
RESUMO
Muitos defendem que h uma lngua falada padro,
correta, que deve ser respeitada por todos e por todos
falada, esquecendo-se, assim, das variaes lingusticas
presentes em nosso pas, e de que no h, em hiptese
alguma, uma lngua portuguesa falada correta. Essa ideia
gera um grave problema: o preconceito lingustico, que
afeta os falantes das variantes ditas no padro,
incorretas, fazendo com que eles mesmos desprestigiem
sua maneira de falar, envergonhando-se de sua
cultura. Considerando esses fatores, o presente trabalho
tem como objetivo analisar a variao lingustica
0068
1 INTRODUO
Cidade de Deus um filme de 2002 dirigido por Fernando Meirelles e Ktia Lund, foi
adaptado por Brulio Mantovani a partir do livro escrito por Paulo Lins em 1997. Ambos mostram
o crescimento do crime organizado na Cidade de Deus entre as dcadas de 1960 e 1990. O filme
teve reconhecimento mundial, participando de premiaes em pases como Reino Unido, Cuba,
Colmbia, Estados Unidos e Dinamarca, alm de ser indicado a 4 scares e dos mltiplos prmios
no Grande Prmio Brasileiro de Cinema, entre outras diversas premiaes.
A primeira parte da histria narra ocupao de Cidade Deus e a formao das quadrilhas.
A ambio individual, a relao com as drogas apenas no sentido do prprio consumo, e o que
move a criminalidade dos bandidos a vontade de fazer um grande assalto e viver o resto da vida
nos moldes ideais dos burgueses. A participao da polcia efetiva, que de forma violenta e
implacvel procura eliminar os criminosos. A Segunda parte tem seu maior enfoque na busca do
comando da favela por meio do trfico de drogas e na nova gerao de criminosos que do
proteo comunidade. A terceira e ltima parte, traz a guerra propriamente dita, com uma
sequncia interminvel de assassinatos a sangue frio, e o aumento desmedido de jovens entrando
na marginalidade.
O filme aborda claramente a criminalidade na favela, o que pode ser considerado um
equvoco produzido pelo esteretipo de moradores excludos, marginais, agressivos, traficantes,
ociosos, negros e perigosos. Estes esteretipos passam a contribuir com a representao da
identidade brasileira, especificamente, das favelas. O sucesso mundial do filme faz espalhar-se a
ideia de um pas com a populao violenta e sem educao, isso resultado de um esteretipo
que se espalhou durante muito tempo.
claro que existem violncia e problemas sociais, evidente, est nos jornais. Mas a
porcentagem de pessoas envolvidas com o trfico de drogas numa favela mnima, o problema
que essa pequena parcela mais visvel, ocupando o territrio com armas de guerra.
Cada indivduo em seu meio/regio adapta-se sua maneira de comunicao. Cada regio
tem suas qualidades e seus vcios de linguagem. Para a sociolingustica, a lngua social e no
pode ser estudada como uma estrutura autnoma e independente do contexto, da cultura ou da
histria de um indivduo ou populao. Portanto, a variao da lngua algo inevitvel, pois todas
as manifestaes verbais de uma lngua sofrem alteraes. Dessa forma, o objetivo do nosso
trabalho mostrar a forma de falar coerente com o meio social em que os personagens viviam.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Variao lingustica: o que e como se classifica.
Marcos Bagno, (2005; p. 15) defende que:
No Brasil, embora a lngua falada pela grande maioria da populao seja o portugus, esse
portugus apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade, no s por causa da
grande extenso territorial do pas, mas principalmente por causa da trgica injustia
social que faz do Brasil o segundo pas com a pior distribuio de renda em todo o mundo.
So essas graves diferenas de status social que explicam a existncia, em nosso pas, de
0069
Com base nessa afirmao podemos concluir ento que essa variao do portugus no
errada, mas sim diferente de uma norma padro imposta em nossas escolas.
Cesrio e Votre, (2010; p.141) tambm mostram que existem quatro tipos de variaes da
lngua, podendo ser histrica, geogrfica, social e estilstica.
A variao histrica da lngua acontece ao longo de um determinado perodo de tempo e
pode ser identificada ao serem comparados dois estados de uma lngua. As mudanas podem ser
de grafia ou de significado.
A variao geogrfica refere-se a diferentes formas de pronncia, s diferenas de
vocabulrio e de estrutura sinttica entre regies, nem sempre coincidindo com as fronteiras
geogrficas.
A variao social agrupa alguns fatores de diversidade: o nvel socioeconmico, o grau de
educao, a idade e o gnero do indivduo. O uso de certas variantes pode indicar qual o nvel
socioeconmico de uma pessoa, e h a possibilidade de que algum, oriundo de um grupo menos
favorecido, venha a atingir o padro de maior prestgio.
A variao estilstica refere-se s diferentes circunstncias de comunicao em que se
coloca um mesmo indivduo: o ambiente em que se encontra (familiar ou profissional, por
exemplo) o tipo de assunto tratado e quem so os receptores.
2.2 Grias
O conceito de gria para Nascentes (2003; p. 593) de que esta aponta para o vocabulrio
especial dos criminosos, contrabandistas, vadios e outras pessoas de ndole duvidosa. No entanto,
a gria tem tambm a funo de identificar as pessoas pela classe social, pela regio em que vive, e
tambm, por exemplo, pela idade, quando usam uma gria em desuso, o que demonstra a
transformao constante no tempo e no espao a que est sujeito o vocabulrio.
As grias so uma variante lingustica, muito embora quase todas as pessoas utilizem ou
conheam quem use grias na sua comunicao diria, poucas conseguem estabelecer uma
definio suficientemente precisa sobre o que gria e como ela se estrutura, se desenvolve e
opera nos diferentes nveis sociais e nos contextos de fala em que utilizada. Para tanto, Preti
(1984; p. 67) aponta para uma compreenso de gria em dois nveis: a gria de grupo, de uso
mais restrito, que se caracteriza como uma linguagem de identificao e de defesa, buscando
comunicao e, ao mesmo tempo, a preservao de um grupo. E o segundo nvel que a gria
comum, amplamente difundida.
A populao brasileira se expressa melhor com as grias do que com os verbetes dos
dicionrios, isto se d, devido ao pouco hbito de leitura, sem falar na praticidade da gria na
comunicao informal, j que esta falada com muita frequncia no cotidiano dos brasileiros.
comum ento, que falemos o que ouvimos com maior frequncia, no entanto uma ressalva, h
0070
necessidade de saber onde e como us-la, visto que, como disse Coseriu (1982, p. 17), trata-se de
acessrio e no deve tomar o lugar de palavras conceituadas no falar do portugus brasileiro.
Uma noo correta imposta pelo ensino tradicional da gramtica normativa origina um
preconceito contra as variedades do padro.
Assim, preciso, urgentemente, que se abandone esse pensamento preconceituoso de
existir somente uma variante falada correta do portugus brasileiro.
preciso, portanto, que a escola e todas as demais instituies voltadas para a educao e
a cultura abandonarem esse mito da unidade do portugus no Brasil e passarem a
reconhecer a verdadeira diversidade lingustica de nosso pas para melhor planejarem
suas polticas de ao junto populao amplamente marginalizadas dos falantes da
variedade no-padro. (BAGNO: 2005, p. 18)
3 METODOLOGIA
Nossa pesquisa est fundamentada na sociolingustica, a sociolingustica usa a lngua em
seu uso real, levando em conta principalmente as relaes sociais que levam produo
lingustica (CESRIO E VOTRE: 2010; p. 140), e caracteriza-se como uma pesquisa interpretativa
com abordagem qualitativa. Para esse trabalho foram analisados 3 dilogos entre traficantes e
cocotas, representados em cenas no filme Cidade de Deus, 2002. Tais dilogos foram
codificados e sero analisados.
0071
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Para exemplificar a variante lingustica vamos trabalhar com 3 dilogos, conforme j foi
mencionado em materiais e mtodos, pela impossibilidade de analismos todos os dilogos do
filme, apresentaremos os dilogo entre personagens do filme Cidade de Deus e seus
correspondentes na norma culta, como podemos observar abaixo:
Dilogo 1: inicialmente, o personagem Buscap diferencia os personagens Ben e Z
Pequeno, o dilogo procede entre Z Pequeno e Cenora:
Buscap O Ben era o bandido mais responsa da cidade de Deus, distribua maconha,
pagava cerveja. O Z Pequeno era o contrrio, s trabalhava, s pensava em ser o dono da favela,
tava sempre arrumando desculpa pra tomar a boca do Cenora.
Z Pequeno Y d
baxa fica assaltando aqui dento da favela no rap.
Cenora Vl, tu cuida da tua rea, eu cuido da minha, Pequeno, fica tudo certo assim.
Dilogo 1 na verso formal :
Buscap O Ben era o bandido mais responsvel da Cidade de Deus, distribua maconha,
at pagava cerveja. J o Z Pequeno era o contrrio, s trabalhava, s pensava em dar as ordens
na favela, estava sempre procurando desculpas para tomar o ponto de vendas do Cenora.
Z Pequeno Ks
o caixa baixa assaltar dentro da favela, rapaz.
Cenora Preste ateno, voc responsvel pelo que acontece na tua regio e eu na
minha, fica tudo certo assim.
Dilogo 2: Buscap e seus amigos:
Tiago Muleques, ai, bora pra praia.
Anglica D
Tiago
Buscap
Todos s
Dilogo na verso formal:
Tiago , vamos para a praia.
Anglica Mas haver os testes.
Tiago Y-se como inocente.
Buscap Vamos para praia, todo mundo est l.
Todos
0072
Gria
Responsa
Arrumando
Y
Rap
Vl
A boca
Muleque
Vamo bora
Bobeira
Geral
Firmar com ns
To nessa
Parada
D1
D1
D1
D1
D1
D1, D3
D1, D2
D2
D2
D2
D2
D3
D3
D3
Correspondente lingustico
Responsvel
Procurando
K
Rapaz
Preste ateno
Local de venda de drogas
Crianas, Pessoas
Vamos embora
Y
Comporta-se como inocente
Todas as pessoas
Ficar conosco
Envolvido
Assunto
0073
Na moral
Ta fudido
Parceiro
Neguinho
Passar
D3
D3
D3
D3
D3
5 CONCLUSO
O nosso trabalho foi baseado no filme Cidade de Deus. Buscando observar as diversas
formas de expresso apresentadas pelos personagens. Percebemos que algumas formas de
expresso da lngua portuguesa eram ditas de uma forma completamente diferente da padro.
Porm de acordo com a sociolingustica, no devemos considerar como erros e sim
variaes de uma lngua heterognea, a qual jamais poder ser mortificada ou domada, lngua
esta que, desde o perodo da colonizao, foi motor e motivo para a expanso e avano deste
lugar. (BAGNO, 2001, p.11).
Depois de ter estudado a sociolingustica, preconceito lingustico e analisamos falas de
alguns personagens da favela, conclumos que essa variante da Lngua Portuguesa no errada,
mas sim diferente de uma norma padro imposta em nossas escolas e sociedade, apenas um
0074
modo diferente, um hbito diante de seu convvio cotidiano, uma prtica comum entre pessoas
que frequentam um mesmo espao, essa forma de falar vai sendo herdada de gerao em
gerao, sempre tendo inovaes, novas grias, novos modos de expresso, vai mudando junto
com o tempo.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Ferreira. Rio de Janeiro: Presena; So Paulo. USP, 1982.
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Varia%C3%A7%C3%A3o_lingu%C3%ADstica
pgina visitada em 11/04/2013
Variao
Lingustica,
0075
RESUMO
Este trabalho apresenta os resultados preliminares do
projeto de pesquisa Metalinguagem e teatralidade na
obra dramatrgica de Nikolai Ggol. O projeto pretende
realizar uma anlise interpretativa da obra dramatrgica
completa de Ggol, buscando compreender de que
maneira a metalinguagem e a teatralidade esto
presentes nela. Alm disso, busca investigar os
referenciais tericos que tratam do conceitos de
metalinguagem e teatralidade, estabelecendo um
dilogo entre esses conceitos e a obra do dramatrgico.
Por ser considerado um dos melhores escritores russos,
da primeira metade do sculo XIX, conforme Cavaliere
(2009) e Picon-Vallin (1980), o dramatrgico ucraniano
Nikolai Ggol foi escolhido para a realizao dessa
investigao. A pesquisa parte de uma anlise
bibliogrfica, sobre a Rssia do sculo XIX e, biogrfica
sobre o dramaturgo. O trabalho no momento encontrase em fase de pesquisa bibliogrfica sobre o contexto
histrico da Rssia do sculo XIX e sobre a obra do autor.
Os estudos sobre o contexto histrico nos apontam para
uma Rssia que valorizava a cultura. Os artistas por sua
vez utilizavam a arte como mecanismo de
questionamento sobre os rumos que a sociedade russa
tomava, sobre a maneira como a poltica era conduzida.
At o momento apenas uma das peas de Ggol foi lida
O Inspetor Geral, que aponta para uma tendncia do
dramaturgo para stira-social e para a crtica a aspectos
polticos de seu pas. Expondo as fraturas de sua
sociedade Ggol torna sua obra universal por tratar de
temas pertinentes a qualquer cidade e/ou pas,
principalmente os subdesenvolvidos, onde os
governantes so facilmente corrompidos.
0076
1 INTRODUO
O presente artigo expe os resultados iniciais do projeto de pesquisa intitulado
Metalinguagem e Teatralidade na obra dramatrgica de Nikolai Ggol, coordenado pela
professora Ms. Rebeka Caroa Seixas no IFRN Campus Joo Cmara e So Gonalo do Amarante. O
projeto pretende realizar uma anlise interpretativa da obra dramatrgica completa de Ggol,
buscando compreender de que maneira a metalinguagem e a teatralidade esto presentes nela.
Alm disso, busca investigar os referenciais tericos que tratam dos conceitos de metalinguagem e
teatralidade, estabelecendo um dilogo entre esses conceitos e a obra do dramaturgo. Por ser
considerado o melhor escritor russo, da primeira metade do sculo XIX, conforme Cavaliere (2009)
e Picon-Vallin (1980), o dramaturgo ucraniano Nikolai Ggol foi escolhido para a realizao dessa
investigao. A pesquisa se encontra em fase inicial, atualmente estamos desenvolvendo
pesquisas bibliogrficas e sobre o contexto histrico da Rssia do sculo XIX onde Nikolai Ggol
viveu e deu vida a sua obra. Apresentaremos a seguir os resultados preliminares onde
desenvolvemos uma reflexo sobre os principais pontos da histria Russa, sua arte e sua
literatura.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Segundo Arlete Vavaliere, A ironia e a melancolia que brotam de seus textos afastam
Gogol de uma apreciao crtica ligeira que muitas vezes vincula sua obra comdia de costumes,
ou a uma simples stira social, e, em particular, ao que se convencionou chamar de realismo
crtico. Seus estudos nos ajudaram a compreender e a desenvolver a pesquisa entendendo o
dualismo presente em nos textos de Nikolai Gogol.
Tambm trabalhamos com a leitura da prpria obra dramatrgica do autor, em especial O
Inspetor Geral, para que pudssemos entender como a metalinguagem e a teatralidade se
apresentavam na obra de Gogol e tambm como uma forte ferramenta para conseguir entender a
situao social e cultural que o Rssia do sculo XIX estava vivendo.
Nikolai Gogol Teatro Completo Coleo Leste, nos ajudou a compreender que Gogol, foi
mestre da pardia e do humor crtico, ocupando uma posio singular no panorama da literatura
mundial.
Tambm trabalhamos com textos de autores que nos apresentaram Nikolai Gogol como o
precursor do realismo do sculo XIX, que inclui autores to fundamentais quanto ele, como
Dostoievski e Tchekhov.
METODOLOGIA
0077
Ser necessrio ainda, uma anlise interpretativa das peas O Inspetor Geral (1835), O
Casamento (1835), Os Jogadores (1842), Sada do Teatro Depois da Representao de uma Nova
Comdia (1836), Desenlace de O Inspetor Geral (1946), buscando extrair, compreender e expor
forma como esto presentes nessas obras os principais elementos metalingusticos e a
teatralidade.
O embasamento terico para a anlise vir dos textos dos autores citados no referencial
terico deste trabalho e, trata dos aspectos especficos da metalinguagem e a teatralidade
aplicada ao texto dramatrgico, bem como de outros estudos cuja abordagem terica,
eventualmente, possa servir como subsdio para a presente pesquisa.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A Rssia um pas que se localiza na Eursia da Europa e mundialmente conhecido e j
documentado como o maior pas do mundo quando se fala em territrio. A Federao Russa
composta por diversos contrastes, sendo estes baseados na cultura ou na natureza geogrfica. Na
cultura, destacamos as msicas, monumentos, pinturas, e a prpria literatura, que servem como
instrumentos de comunicao entre as pessoas dentro de uma sociedade.
Durante o sculo XIX, a Autocracia da Rssia se baseava profundamente nos Czares. At o
incio do sculo XX, a forma de governo da Federao Russa era comandado basicamente por um
nico individuo, onde este detinha todos os poderes regentes de uma sociedade (Judicirio,
Legislativo e Executivo), muito embora no fossem assim chamados na poca. Chegou-se
concluso de que, basicamente, os Czares que governaram a Rssia do sculo XIX surgiram a partir
do momento em que o Imprio Russo inicia um processo de transformaes internas. Ser um Czar
era um mrito que todos desejavam, mas poucos conseguiam, pois tambm tinha um preo a
pagar, j que cabia ao Czar, controlar a sociedade legislativamente, judicialmente e
executivamente bem, pois qualquer deciso poderia provocar intrigas com a sociedade ou com os
outros ministros, se esses no se agradassem da deciso tomada. Vale ainda ressaltar, que o
termo Czar foi criado em homenagem a Csar, que era um grande imperador romano.
A Rssia czarista 1 passava, em meados do sculo XIX, por profundas transformaes, tanto
na rea poltica, quanto na econmica e na social, principalmente depois que Alexandre II assumiu
o poder. O czar props reformas liberais para modernizar os seguimentos sociais, geradas a partir
das lutas armadas do movimento revolucionrio. Por outro lado, o desenvolvimento da indstria
ocasionou uma elevao no nmero de habitantes nas zonas urbanas das principais cidades
russas. Esse desenvolvimento no ocorreu somente na indstria. A educao, o teatro, as artes
plsticas, as cincias e a tecnologia refletiam as transformaes que estavam ocorrendo no pas,
conforme afirmao de Hesse:
La abolicin, em 1883, del monopolio que ostentaban los teatros imperiales viene a
sealar la consolidacin definitiva del teatro en el imperio ruso, ya que gracias a
esta medida aparecen nuevos locales, como el de Korschev, em Mosc, y el de
0078
Ideia de que o pensamento filosfico comea com o sujeito humano, no meramente o sujeito pensante,
mas as suas aes, sentimentos e a vivncia de um ser humano individual.
0079
Tchekhov, conhecido como um dos maiores contistas do perodo foi escritor literrio,
mdico e dramaturgo, dessa forma, ele criou obras clssicas que so conhecidas at hoje. Assim
como outros escritores, estes foram artistas de grande importncia para a literatura russa, pois
traziam um alto e valoroso reconhecimento para seu pas, j que eram mundialmente conhecidos.
A literatura russa foi marcada por diferentes tipos de gneros textuais e por diversos autores que
pertenceram poca de Ggol e foram influenciados por ele ou influenciaram-no, assim, tornouse possvel a criao de vnculos harmnicos contribuindo para o desenvolvimento de uma
literatura realista.
Se a literatura russa j era famosa, no sculo XIX ela ganha grande destaque, pois mesmo
sendo submetida a um poder comunista, os escritores fizeram uso principalmente do teatro, do
conto e do romance como seus instrumentos de expresso preferidos. Neste difcil perodo que a
populao russa estava enfrentando, o comunismo passou a reprimir as obras literrias dos
escritores, isto porque com o incio desse movimento o pensamento humano deveria estar
voltado somente aos interesses do governo, e como os artistas no queriam parar de escrever
suas obras, muitos foram exilados. Apesar do exlio e do combate feito pelo governo aos artistas
que tentavam transgredir as normas, eles nunca pararam de escrever, permaneceram fieis a arte
mesmo quando os governantes buscavam calar seus sentimentos, assim, a literatura russa
comeou a atrair ainda mais o pblico, pois o povo reconhecia vontade de superao que os
autores possuam em relao ao poder comunista.
Como um critrio que auxilie o estudo da literatura russa, pode-se dizer que ela est
atualmente dividida em eras consoantes ao tempo, isto pelo fato de a mesma passar por algumas
mudanas com o decorrer do tempo, mudanas essas que faziam referncia aos estilos literrios
dominantes (Era de Prata), a reforma alfabtica pelos Czares (Era Pr-Dourada), introduo do
comunismo na Rssia (Era Sovitica), entre outras, assim, daremos destaque a Idade de Ouro, que
faz referncia especificamente literatura russa no sculo XIX.
Assim como vrios outros acontecimentos e at mesmo como as outras Eras, a Idade de
Ouro da literatura da Rssia surge com Aleksandr Sergeievitch Famintzin. Famintzin, nasceu em
Kaluga no dia 24 de outubro de 1841, era poeta e prosista. Considerado por muitos como principal
fundador da literatura russa e expoente mximo na era romntica, foi quem deu origem a Idade
de Ouro, apesar de no fim de sua vida ter aderido ao Realismo. Ressalta-se ainda que, suas obras,
no somente apaixonavam e atraiam as pessoas comuns, mas tambm encantavam os grandes
escritores literrios da poca, como Dostoievski, Ggol, entre outros.
Aps essa breve contextualizao histrica, desenvolveremos a seguir uma introduo
vida e a obra de Nikolai Ggol, foco central desta pesquisa. Vale frisar que este trabalho encontrase em fase embrionria e que a anlise das obras do referido dramaturgo est sendo desenvolvida
concomitantemente a uma pesquisa histrica sobre a literatura russa do sculo XIX.
Ggol nasceu no dia 19 de maro de 1809 na vila da provncia ucraniana de Vasslievska,
desde cedo, demonstrou interesse pela escrita, tendo sido influenciado pelo pai, que era escritor e
tendo herdado da me um valoroso sentimento religioso. Ggol no escreveu somente peas, mas
tambm novelas e contos, baseados na vida cotidiana da sociedade russa. Hans Kchelgarten foi
um de seus primeiros poemas, e foi publicado quando Nikolai tinha 20 anos, mas o resultado que
se esperava no foi obtido, pois o poema foi alvo de muitas crticas e consequentemente rejeitado
0080
por muitos. Aps esta fase, onde foram feitas inmeras crticas a sua obra, Nikolai Ggol se junta a
um grupo de mestres literrios que buscavam atravs de suas obras imortalizar as tradies de
seu povo e de seus pas, assim, Ggol passa a escrever seus contos e suas peas. Foi durante a
dcada de 1820, que Gogol se destacou em sua escola como escritor e como um bom autor, com
isso, ele parte para Petersburgo, inicialmente somente com o sonho de ser escritor. No ano de
1830, alm do trabalho como escritor, passa a ter diferentes empregos, no Ministrio a Corte,
entre outros.
Ggol foi um dos artistas mais representativos deste perodo porque o mesmo tornava a
literatura Russa mais realista. Na sua obra ele buscava descrever com objetividade as questes
e/ou os problemas sociais que a sociedade Russa da poca, estava submissa. Isto, nos diz tambm
Arlete Cavaliere em uma entrevista ao Dirio Russo:
A ironia e a melancolia que brotam de seus textos afastam Gogol de uma
apreciao crtica ligeira que muitas vezes vincula sua obra comdia de costumes,
ou a uma simples stira social, e, em particular, ao que se convencionou chamar de
realismo
crtico
(http://www.diariodarussia.com.br/danielamountian/noticias/2011/12/19/cenasdo-palco-russo/).
Como foi dito anteriormente, Ggol no escreveu somente peas de teatro, dedicou-se
tambm a escrever contos. Dentre os contos escritos por Ggol O Nariz, o que ganhou maior
destaque, sendo conhecido como o principal conto escrito pelo autor e tendo conquistado
importncia internacional. O Nariz um conto cmico-satrico escrito por Ggol no ano de 1835,
onde o autor buscou narrar uma histria ao qual o desenvolvimento e o desfecho se do a partir
do momento em que o nariz de um oficial decide abandonar o seu rosto e ter uma vida
independente, assim, Ggol ridiculariza falhas ou problemas sociais que cada vez mais se faziam
presentes no Imprio Russo.
Dando nfase na obra dramatrgica do autor, foco desta pesquisa, importante destacar
que Ggol escreveu, ao longo de sua carreira, apenas cinco peas, so elas: O Inspetor Geral
(1835), Os Jogadores (1842), O Casamento (1835), Sada do Teatro Depois da Representao de
uma Nova Comdia (1836), Desenlace de O Inspetor Geral (1946), muito embora, como dito
anteriormente, seja autor de vrias obras pertencentes outros gneros literrios.
J mencionadas as peas que compem a obra dramatrgica de Nikolai Ggol, possvel
perceber, atravs de pesquisas e/ou da prpria leitura de alguma ou de todas elas, que esses
clssicos se tornaram muito conhecidos no somente pelo fato de Ggol fazer uso de forma crtica
em seus textos, pois como ele se preocupava muito com a condio social dominante na poca ele
buscava sempre atingir e mostrar a todos as feridas da sociedade e dos regimes de poder.
Atualmente estamos trabalhando na anlise estrutural da pea O Inspetor Geral. A referida
pea foi publicada em 1836, e narra a histria da visita de um inspetor h uma determinada
aldeia. O fato que, na histria, a comdia se desencadeia porque o inspetor falso e faz isso
somente para ser bem recebido pela populao da aldeia, alm de fazer crticas a sociedade da
poca, onde vigorava o corrupo, a fraude, entre outros problemas sociais. possvel perceber
nesta pea que, apesar de expor as principais feridas sociais que a Rssia possua, Gogol fazia isso
utilizando-se da comdia, sua obra dramatrgica eminentemente cmica, mesmo que esta se
encontre entre lgrimas, ou em um sorriso nervoso, que expressavam sua angustia sobre os
0081
problemas que o Imprio Russo possua. Escrita em poucas semanas, a pea abordava um amplo
campo social, ou seja, Nikolai utilizou esta pea como um instrumento acusatrio aos aspectos
sociais russo da poca. Fica de certa forma explicita a situao da Rssia na poca quando um
personagem, neste caso, o prefeito da cidade, que quando sabe que o Inspetor est hospedado na
cidade h algum tempo diz:
Duas semanas! ( parte) Meu Deus! Valham-me todos os santos! Nessas duas
semanas espancaram a mulher do sargento! No alimentaram os presos! As ruas
esto uma baguna, uma imundcie! Uma vergonha! Uma calamidade! (Pe as
mos na cabea) (O Inspetor Geral - Prefeito) [...] (GGOL, 2009, p.86)
importante ressaltar, que com a leitura desta obra, possvel perceber que a pea
merecedora de ser considerada smbolo de riso e realismo, muito embora este riso se apresente
entre lgrimas, isto, pelo fato de ela no somente criticar a sociedade russa da poca, mas a
mesma possui um valor revolucionrio pelo fato de expor as feridas sociais de diversos pases que
transpuseram o tempo e permanecem cada vez mais vivas na sociedade de diversos pases. Arlete
Cavaliere em entrevista ao Dirio Russo afirma que sim, a pea smbolo de riso.
O riso gogoliano transfigura realidade, tornando-a real e fantstica, conhecida e
desconhecida, geral e nica, tudo ao mesmo tempo [...]E, ento, a simples anedota
pode se transformar repentinamente em comicidade amarga, estranha, por vezes
melanclica, lanando o universo artstico de Ggol para o campo da esttica do
grotesco
(http://www.diariodarussia.com.br/danielamountian/noticias/2011/12/19/cenasdo-palco-russo/).
Ainda no ano de 1835, Nikolai Ggol, escreve sua segunda pea, nomeada O Casamento,
mas que por incrvel que parea, esta pea no se trata especificamente de um casamento ou algo
relacionado ao amor. A narrativa conta a histria de um homem que procurava uma noiva, mas
que tudo muda com a chegada de um forasteiro que pretende ajuda-lo nessa jornada. Assim,
Nikolai faz referncia ao par de trapaceiros que normalmente aparecem em suas peas. Sada do
Teatro Depois da Representao de uma Nova Comdia foi mais uma de suas peas, esta, escrita
no ano de 1836, com o intuito de discutir principalmente as crticas feitas sua pea O Inspetor
Geral, assim, Ggol termina esta pea apresentando sua angustia em relao s crticas recebidas.
No ano de 1842 Nikolai Vasslievitch Ggol escreve Os Jogadores, pea na qual um personagem
chamado Ikhariv tem extrema devoo a uma carta de baralho, mas o interessante que a nica
referncia feminina se encontra nesta carta, que na pea chamada de Adelada Ivnovna e que
possivelmente ajuda Ikhariv a descobrir qual o tipo de carta que seus adversrios possuem. Por
ltimo, Nikolai escreve Desenlace de O Inspetor Geral, isto em 1946, onde na pea ele expe sua
opinio ou o seu modo de pensar em relao aos instrumentos que rodeiam o teatro, como por
exemplo, o riso. Ele fixa bem esta sua posio em relao ao teatro em sua pea Sada do Teatro
Depois da Representao de uma Nova Comdia, onde o personagem, no caso o prprio autor,
diz:
(...) No, so aplausos que eu queria para este momento: eu queria, neste exato
instante, transportar-me para o palco, para a galeria, para uma poltrona, para a
0082
0083
5 CONCLUSO
Como concluses preliminares, visto que, a pesquisa encontra-se ainda em fase inicial,
podemos dizer que o contexto em que Nikolai Ggol escreveu suas peas foi um perodo muito
fecundo para a arte russa e que produziu diversos artistas reconhecidos mundialmente por suas
obras. Quanto a anlise das peas s foi possvel, at o momento, analisar uma delas, o que
significa dizer que ainda no temos um padro de comparao com as demais obras
dramatrgicas do autor. A leitura da pea O Inspetor geral, deixa claro a crtica do autor
sociedade russa do perodo e seu talento em mostrar isso de forma cmica, com um riso nervoso.
Conclui-se tambm, que a obra do referido autor e de extrema importncia para a sociedade
atual, pois, mesmo tendo sido escrita no sculo XIX, representa de forma significativa a sociedade
e a poltica contempornea.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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FERNANDES, Millr. Nota Introdutria. In: ARISTFANES. Lisstrata; As Nuvens. Traduo de Millr
Fernandes. So Paulo: Abril Cultural, 1977.
0084
0085
RESUMO
Os operadores argumentativos so considerados dentro
da Semntica Argumentativa um dos principais
elementos responsveis pela estruturao e orientao
argumentativa do texto. O aporte terico decorre de
Bakhtin (1929, 1997), Ducrot (1989), Gil (2010), Perelman
&Olbrechts-Tyteca (1996), Koch (2004) entre outros. As
fontes a serem pesquisadas tratam-se das produes
escritas, especificamente as redaes produzidas por
discentes do 1 ao 9 ano do ensino fundamental no 1
Prmio Nacional de Redaes do Programa
Cooperjovem. Visto que ambas as produes tratam do
0086
1 INTRODUO
No presente trabalho, pretendemos demonstrar e avaliar os conjuntos formativos ou
operadores argumentativos de um texto e sua aplicao nas produes de texto a partir de que se
deve trabalhar com gneros textuais diversos que possibilitem o trabalho com a oralidade, anlise
lingustica, e produo/reescrita de textos na escola, buscando compreender e verificar conceitos
compatveis por meio da interao que nos possibilita uma transmisso de informaes de um
emissor a um receptor. No qual o trabalho parte do objeto de estudo, ou seja, a linguagem como
um lugar de interao humana que por meio dela o sujeito que fala pratica aes que no
conseguiria praticar a no ser falando e com ela o falante age sobre o ouvinte. Portanto, para que
haja uma coerncia no texto o autor/produtor tem que apresentar uma harmonia, uma ligao de
suas ideias que seguem uma ordem, interligadas de forma clara construindo nexo ao texto.
Entretanto no damos a devida importncia aos operadores argumentativos. Pois so os nicos
elementos responsveis pela unidade de sentido.
Afinal so eles (...) os principais responsveis pelo nvel coesivo do texto, por isso,
insuficiente consider-los apenas como elementos de ligao, como muitas vezes ensina a
gramtica normativa, sendo preciso entend-los tambm como instncias capazes de
produzir significados (...) possuem funes distintas no interior dos enunciados. (CITELLI,
1994, p. 36)
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A semntica argumentativa preocupa-se com o uso da linguagem e atravs da Teoria da
Argumentao na Lngua (ANL), pensada primeiramente por Oswald Ducrot e Jean-Claude
Anscombre e em sua fase atual denominada Teoria dos Blocos Semnticos (TBS), sistematizada
por Ducrot e Marion Carel, assume que a argumentao inerente lngua.
O carter argumentativo da linguagem pode ser compreendido pela existncia de
elementos lingusticos que agregam o processo de utilizao e de classificao de argumentos,
chamados operadores argumentativos.
Para Koch (2004, p. 21), a argumentao constitui como atividade intrnseca ou inerente de
qualquer discurso, seja ele oral ou escrito, no qual parte de junturas argumentativo-discursivas,
0087
que, no entanto, o sujeito deve-se orientar sobre a construo/formao dos enunciados que
compem determinado texto e no interior ou na perspectiva da lingustica, especificamente a
lingustica textual que verificamos o uso e diferentes abordagens acerca dos operadores
argumentativos.
importante salientar que os operadores tm como funo relacionar semanticamente
elementos no interior do texto, essenciais para a interpretao do mesmo e assim como a
construo das relaes discursivas pelo sujeito. J segundo Bakhtin (1929) a verdadeira
substncia da lngua associada interao verbal, ou seja, realizada atravs da enunciao, e
essa interao verbal constitui a realidade fundamental da lngua. Declara o autor que a lngua no
constituda de um sistema abstrato de formas lingusticas, e nem pela enunciao monolgica
isolada.
Benveniste (1976), grande terico da Anlise do Discurso, defendia que dentro da e pela
lngua, que o indivduo e sociedade se determinam mutuamente. Para ele, o homem dependia da
lngua para se relacionar com a natureza e com os outros homens, s com o uso e exerccio da
lngua seria possvel viver em sociedade. Ele afirma que lngua e sociedade no podem ser
concebidas uma sem a outra.
J Saussure (1916) define a lngua como se ela fosse invariante, ou seja, depende de vrios
fatores para torn-la o objeto central de estudo. Um dos pontos principais a lingustica externa
que atravs dos saberes que temos necessrio conhecermos mais alm para aprimorar os
conhecimentos que temos sobre a lngua falada hoje. Quando falamos em lingustica externa,
falamos de vrias formas que cada um usa para se comunicar. necessrio dialogarmos com
pessoas de vrias regies para entender as variaes lingusticas existentes. Por isso, que lngua e
sociedade no se separam, esto sempre interligadas.
3 METODOLOGIA
O trabalho a ser realizado trata-se de uma pesquisa bibliogrfica, pois ser elaborado com
base a observar e analisar as redaes pertencentes s categorias 1 |1 ao 4 ano| e categoria 2
|5 ao 9 ano| do programa Cooperjovem vinculado ao Servio Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo SESCOOP Nacional.
Nestes termos, ser realizado um levantamento de todo material (especificamente as
produes de egressos no 2 Prmio Nacional de Redaes do Cooperjovem), j publicado junto a
unidade do SESCOOP Estadual. Para esse estudo ser considerado a unidade do estado do Rio
Grande do Norte. Em seguida uma leitura de carter exploratrio sob a tica dos pressupostos
tericos de (KOCH, 1994), (MARCUSCHI, 1983) e os Parmetros Curriculares Nacionais (1999) e
entre outros, sob o vis dos materiais publicados pelo Programa Cooperjovem vinculado ao
Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo - SESCOOP Nacional, entidade do Sistema
S pertencente Organizao Brasileira das Cooperativas OCB.
0088
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Partindo do pressuposto de que a escrita um processo que exige envolvimento e cuidado,
podemos perceber que esse processo de aquisio e desenvolvimento da linguagem escrita tem
como ponte a oralidade e essa construo no acontece de uma ora para outra, pois estes
possuem semelhanas entre si, havendo elementos da oralidade que se assemelham aos da
escrita como tambm os da escrita que se assemelham aos da oralidade. A linguagem
fundamental na formao do indivduo, uma vez que a mesma se manifesta de vrias formas
desde os seus primeiros indcios de vida. No processo de formao de qualquer indivduo, a
escrita tambm exerce, sem dvida, papel indispensvel, ainda mais quando se vive numa
sociedade permeada de atividades mediadas pela prtica leitura e escrita, nas interaes sociais.
O corpus usado neste estudo constitudo por redaes escritas coletadas no caderno de
redaes do 2 prmio de redaes do programa Cooperjovem. Utilizamos como critrio de
seleo: textos que pudessem atender os objetivos deste trabalho, ou seja, selecionar textos que
contm o uso dos operadores argumentativos ou marcas de argumentatividade.
Neste sentido, apresentamos diferentes operadores argumentativos que podem conduzir o
discurso de uma forma convincente ou no como:
1) Operadores que estabelecem o argumento para uma concluso:
Operadores argumentativos que introduzem uma justificativa ao enunciado anterior como:
com o passar do tempo, temos assistido a uma corrida desmedida no campo do trabalho,
trapaas, mentiras, violncia que no tem fim.
Isto operador argumentativo que introduz assero derivada, que tende a explicar,
corrigir, desenvolver ou matizar o que foi dito antes, ou seja, um enunciado. Como podemos ver
no fragmento ... um simples projeto federal, que incentiva o cooperativismo nas escolas.
evidencia a expanso deste em nosso pas. Assim como o operador argumentativo isto , existem
outros operadores argumentativos com a mesma funo, ou seja, uma funo geral de
conformidade ou ajustamento.
Verificamos tambm o uso do e como operador argumentativo nos fragmentos:
possibilitando o crescimento econmico, social e cultural e o decrscimo da violncia, da inveja,
do individualismo e outros valores negativos. Retoma ao enunciado anterior principio
fundamental do cooperativismo, o elo entre as pessoas, desenvolvendo o esprito da unio,
cooperao, companheirismo, integrao entre outros, ou seja, se tratando do principio do
cooperativismo. Ainda podemos ver o uso do e no fragmento o cooperativismo pode colaborar
atravs do valor dado ao ser humano, cuidando de sua formao profissional e realizao
pessoal., no qual faz relao ao enunciado dito anteriormente (as pessoas buscam a sua
qualidade de vida e de seus semelhantes) e acrescenta um argumento que passa a ser decisivo,
quando h duas ou mais escalas com mesmo sentido. como podemos ver o uso do operador
argumentativo no exemplo a seguir: que foi a forma encontrada pelas pessoas para organizar e
realizar as suas atividades sociais, no qual faz uma retomada ao enunciado anterior depois de
algum tempo a ideia de ajuda mtua foi aprimorada, dando origem ao princpio do
cooperativismo.
0089
5 CONCLUSO
Diante do que foi exposto, podemos constatar que o trabalho com argumentao retratada
nas produes escritas de sujeitos inseridos dentro do Programa Cooperjovem e formadores de
uma comunidade discursiva, ou seja, sujeitos produtores do prprio discurso. O uso dos
operadores argumentativos como construo discursiva vem sendo trabalhada de um jeito um
tanto distante da realidade, no fazendo assim com que os alunos reflitam sobre o uso da lngua
nas mais diversas situaes comunicativas, sejam elas no mbito escolar e ou social, sendo que a
linguagem vista como um lugar de interao humana, no qual devem ser mostradas ao aluno as
riquezas que as diferenas proporcionam para os falantes, demonstrando as mais diversas culturas
e linguagens existentes.
Deste modo, foi possvel perceber no tocante aos operadores argumentativos e as marcas
de argumentatividade como uma tendncia comum, de que os alunos no perfazem, ou seja, no
interagem por determinao prpria, ou seja, por meio do discurso escrito ou falado, mas com
receio de falar ou escrever errado, falam por falar ou escrever por escrever, no identificando os
aspectos sociais, regionais e histricos, por exemplo, de uma determinada populao, ou defender
seu posto de vista como retomada de uma problemtica social, poltica, econmica e cultural.
Assim, a argumentao precisa urgentemente ser bem trabalhada nas escolas, trazendo a
realidade para sala de aula como algo novo, como um relance com diferentes atividades e que
desenvolvam tal habilidade, para que futuramente, o fazer pedaggico consista exatamente no
conceito de um letramento habilitado.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BAKHTIN, M. Esttica da criao verbal. Trad. Maria E. G. G. Pereira. 2. Ed. So Paulo: Martins
Fontes, 1997. (Coleo Ensino Superior).
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 5 ed. So Paulo, Hucitec, 1990. (ttulo original,
1929)
BENVENISTE, E. Problemas de Lingustica Geral. So Paulo, Cia. Editora Nacional/EDUSP, 1976, p.
27.
0090
SAUSSURE, F. Curso de lingustica geral. 3 ed. So Paulo, Cultrix, 1981. (ttulo original, 1916)
DUCROT, O. Argumentao e Topoi Argumentativos. In: GUIMARES, Eduardo (Org.). Histria e
Sentido na Linguagem. Campinas, So Paulo: Cortez, 1989.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. Ed. So Paulo: Atlas, 2010.
PERELMAN, C; OLBRECHTS-TYTECA, L. Tratado da Argumentao: A nova retrica. So Paulo:
Martins Fontes, 1996.
KOCH, I. G. V. Argumentao e Linguagem. So Paulo: Cortez, 2004.
SAUSSURE, F. Curso de lingustica geral. 3 ed. So Paulo, Cultrix, 1981. (ttulo original, 1916)
0091
RESUMO
Este trabalho o resultado de nossa experincia no
decorrer do Curso de Formao Inicial e Continuada (FIC)
Linguagem e Argumentao realizado no IFRN - Cmpus
Nova Cruz. No que concerne metodologia, nossa
pesquisa segue uma abordagem qualitativa de natureza
interpretativista Temos como objetivos identificar e
analisar a sequenciao por meio de conectores
recorrentes em produes textuais de alunos do curso
supracitado, que permitem a conexo, como tambm,
mostrar como a sequenciao auxilia na progresso
textual e na construo de sentido. Estabelecemos como
hiptese que muitos alunos apresentam dificuldades
quanto ao uso de mecanismos coesivos de sequenciao
SEMANTIC
RELATIONS SIGNALED BY CONNECTING THE TEXTS OF STUDENTS TRAVEL FIC
NOVA CRUZ
ABSTRACT
This work is the result of an experience I had a
scholarship Extension Training Course Initial and
Continuing (FIC) Language and Argumentation held
at IFRN - Campus Nova Cruz. Regarding
the
methodology,
our
research
follows
a
qualitative nature interpretive We aimed at
identifying
and
analyzing sequencing through connectors recurring textu
al productions of students of above, which allow the
connection,
but
also
show
how
the sequencing helps progression and the construction
of textual direction. Established hypothesis that
many students have difficulties regarding the use
of cohesive mechanisms sequencing in written texts. To
accomplish
this
research, fundamented in the studies Antunes (2005) an
d Koch (1999, 2010). The corpus is composed of thirteen
(13) texts, the genre open letter, they were coded
and then analyzed. Thus we seek to identify the
function assumed by sequencing the corpus in question,
as well as the difficulties presented by the
students regarding the use of this. The collected
data confirm this hypothesis, since the analyzes point
to this difficulty, which implies that through this
study can also contribute to the formatting of such a
course and development of teaching materials of the
following courses.
0092
INTRODUO
Para que uma redao seja bem elaborada so necessrios diversos procedimentos, entre
os quais a coeso um dos fatores essenciais para que haja progresso textual. A coeso textual
um termo que designa mecanismos lingusticos que estabelecem no texto uma continuidade de
sentido entre diversos elementos da estrutura textual. Esses mecanismos compreendem, na
linearidade do texto, processos lxico-gramaticais que so fundamentais para a compreenso de
sentido.
Nessa pesquisa objetivamos a identificao e anlise da sequenciao com o propsito de
compreender a forma como os alunos usam os conectores para dar sequncia aos textos,
considerando sua importncia na elaborao desses textos. Apresentamos como hiptese que os
alunos sentem dificuldade em redigir textos em portugus escrito, o que faz refletir no uso dos
conectivos e, consequentemente, nas relaes semnticas.
METODOLOGIA
No ano de 2011 aconteceu no IFRN - Cmpus Nova Cruz um curso FIC (Formao Inicial
Continuada) que tinha como ttulo Linguagem e Argumentao, tal curso objetivava a capacitao
e aperfeioamento na escrita de alunos da comunidade externa nos textos predominantemente
argumentativos pelos quais os gneros abordados foram Artigo de Opinio e Carta Aberta, o
mesmo foi ministrado pela professora Elis Betnia Guedes da Costa e o professor Luiz Alberto,
tendo o acompanhamento dos bolsistas Jeane Gomes de Paiva e Joo Marcos Borges da Silva.
Aps o trmino desse curso constatamos a necessidade de analisar os textos produzidos
pelos alunos, observando principalmente os recursos coesivos. Para este artigo destacamos a
sequenciao, em especial, os conectores, tendo em vista que uma das dificuldades mais
frequentes, dos alunos para com as redaes, a concatenao das ideias por meio de conectivos.
O corpus do nosso estudo formado por 13 (treze) textos de gnero Carta Aberta.
Considerando o fato desse gnero ser bastante solicitado em processos seletivos, acreditamos
que este estudo tenha tambm um aspecto colaborativo devido a vinculao do gnero tratado
com a realidade do aluno.
O curso apresentava uma carga - horria de 60 horas e dividia-se em trs mdulos: (1)
Noes de texto, coeso e coerncia, (2) Oficina de Artigo de opinio e (3) Oficina de Carta Aberta.
Uma vez que os dois gneros, apresentam discurses sobre temas polmicos, ns bolsistas,
ficamos com a responsabilidade de pesquisar e abordar polmicas atuais para que os alunos
tivessem noo do contedo que seria solicitado nas produes.
O conceito de justia foi abordado como proposta de redao pelo qual o gnero foi carta
aberta e com isso serviram de base trs textos na tentativa de situar o aluno e proporcionar assim
uma maior facilidade quanto ao texto a ser produzido.
0093
REVISO BIBLIOGRFICA
0094
3.2 A conexo
A conexo uma relao que sinaliza a orientao argumentativa do texto, como
tambm, funciona, entre as vrias partes do texto como elos. Sobre a conexo, Antunes (2005, p.
140) diz que o recurso coesivo que se opera pelo uso dos conectores, o qual desempenha a
funo de promover a sequencializao de diferentes pores do texto.
Em outras palavras, denomina-se conexo a relao semntica existente entre oraes e
segmentos do texto, obtida atravs de conectores que a sinalizam. Isso quer dizer que os
conectores estabelecem relaes entre os diversos termos inseridos no texto, como tambm so
responsveis pela estruturao textual a medida que o texto vai progredindo.
O recurso da conexo sobressai mais significativo ainda quando se considera que
os conectores no servem apenas para ligar, ou para articular segmentos. O
mais relevante reconhecer que esses elementos tambm cumprem a funo de
indicar a orientao discursivo-argumentativa que o autor pretende emprestar a
seu texto. (ANTUNES: 2005, p. 143-4)
0095
VALORES SEMNTICOS
Prioridade ou relevncia
Distribuio espacial
Gradao
0096
Causalidade
Consequncia
Finalidade
Concesso
Concluso
Comparao
Eventualidade
Aceitao, conformidade
Condicionalidade, formulao de
hiptese
Temporalidade
0097
Silva (2002, p. 73) ainda acrescenta que esse gnero tem como finalidade discursiva
publicizar algo. Geralmente, exposta numa Carta Aberta uma questo polmica, tendo em
vista que a mesma trata-se de um texto argumentativo com caractersticas de persuaso em que o
autor expe em pblico suas opinies ou reivindicaes acerca de um determinado assunto.
RESULTADOS E DISCUSSO
0098
0099
Temporalidade
Concesso
Concluso
------------0
Conformidade
2
--3
1
1
1
1
1
1
2
1
1
15
Finalidade
--1
1
--1
1
-----4
Consequncia
10
8
5
13
10
6
4
3
-5
4
3
3
74
Causalidade
Oposio
13
14
4
7
7
8
6
5
5
9
13
1
7
99
Gradao
Exemplificao
002
003
005
006
008
009
012
015
016
017
019
020
021
TOTAL
Acrscimo
N dos
Texto
Confirmao
TOTAL DE
CONECTORES
2
-2
2
1
--3
2
1
5
--18
-----------1
-1
1
1
1
----1
-----4
4
2
-2
-2
4
-1
----15
------1
1
1
-1
--4
--1
-------1
--2
-------1
----2
3
32
25
14
28
19
17
17
16
10
16
26
6
13
239
Como pode ser observado no quadro acima, os conectores identificados somam 239 que
aparecem nos textos. Os conectores mais frequentes nos textos, foram o que e o e que
estabelecem uma relao semntica de confirmao e acrscimo, respectivamente, como
podemos ver alguns fragmentos dos textos abaixo, nos quais podemos visualizar um dos
conectores mais usados (e):
Ocorrncia do conector e:
1. Agradeo a justia, quem trabalhar, terem carter, com o modo de ser e agir com
firmeza e dignidade e esfora-se para o pas melhora ter sucesso nos planejamento.
(Texto 006).
2. Devemos ns conscientizarmos de que violncia s leva a violncia, e que
conversando e que podemos tomarmos decises e efetivamente poder chegar a tomar
certas aes (Texto 009).
1
0100
CONCLUSES
Os dados obtidos na anlise realizada confirmam a hiptese inicial deste trabalho, uma
vez que foi identificado que a maioria dos alunos do curso FIC de Linguagem e Argumentao tm
dificuldade em fazer a sequenciao do texto. Tambm encontrada nos textos, principalmente, a
repetio de um mesmo conectivo por vrias vezes, fazendo com que as relaes semnticas
sejam prejudicadas, uma vez que h uma repetio exagerada, o que implica dizer que os alunos
fazem uso inadequado desses conectivos.
Em suma, a anlise desenvolvida mostrou que na maioria das vezes os alunos
desconhecem alguns conectores, uma vez que houve a ausncia de 12 (doze) categorias de valores
semnticos, ocasionada pela insuficincia de conectores em tais textos, com isso se faz necessrio
que seja trabalhado de forma mais intensa esse assunto possibilitando aos alunos relacionar a
teoria e a prtica, o que implicar na produo de textos mais coesos e menos repetitivos. No
curso em questo dedicamos 6 horas/aula para trabalhar os princpios de textualidade com maior
foco na coeso, porm a anlise de tais textos mostra que deve ser dedicado mais tempo a esse
contedo, tendo em vista que muitas vezes os alunos no o estudaram no Ensino Mdio e tem
uma grande dificuldade na interpretao e produo de textos.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANTUNES, I. Lutar com palavras: coeso e coerncia/ Irand Costa Antunes. So Paulo:
Parbola Editorial, 2005.
______. Anlise de textos: fundamentos e prticas. So Paulo: Parbola Editorial, 2010.
COSTA, E. B. G. Mecanismos de coeso referencial na produo escrita de alunos concluintes
do ensino fundamental. (Dissertao apresentada ao Programa de Ps-graduao em Estudos
da Linguagem- PPgEl/UFRN, para obteno do grau de Mestre). Natal, 2010.
KOCH, I. G. V. Desvendando os segredos do texto 6. ed. So Paulo: Cortez, 2009.
______. A coeso textual - 11. ed. So Paulo: Contexto, 2009.
______. A coeso textual - 22. ed. So Paulo: Contexto, 2010.
PIRES, J. P. S. Alguns mecanismos coesivos organizadores do relatrio produzido pelo aluno
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Educao, 29 de novembro a 03 de dezembro de 2004, Currais Novos, RN. RODRIGUES, Maria
das Graas Soares; GALVO, Marise Adriana Mamede; SILVA, Camilo Rosa Silva
(organizadores). So Paulo: Parbola Editorial, 2004.
SILVA, J. Q. G. Um estudo sobre o gnero carta pessoal: das prticas comunicativas aos
indcios de interatividade na escrita dos textos. (Tese de Doutorado apresentada ao Programa
de Ps-graduao em Letras Estudos Lingusticos/ UFMG, para a obteno do ttulo de
doutora). Belo Horizonte, 2002.
0101
RESUMO
O fazer teatral na escola sempre um processo de
aprendizado e um campo amplo para experimentaes
cnicas, exerccios e exorcismos de couraas pessoais.
Longe de ser apenas um processo ldico, teraputico ou
uma livre plataforma para serem trabalhadas outras
questes que excedem a arte teatral e sua finalidade, o
teatro , por excelncia, seu prprio objeto de estudo e
tambm o seu processo resultante dos encontros e das
interaes humanas. Por lidar com questes inerentes a
existncia e a comunicao humana, logicamente, outros
fatores pessoais, ntimos, coletivos e inerentes a um
determinado grupo acabam por tambm surgir e fazer
0102
1 INTRODUO
O sculo XXI por definio um tempo de estreitamento das fronteiras cientficas,
tecnolgicas, geogrficas e humanas. O mundo contemporneo e as suas cincias e saberes
parecem ramificar-se a maneira rizomtica, como bem nos coloca Gilles Deleuze e Felix Guattari
em sua obra Mil Plats: capitalismo e esquizofrenia (1995). O mundo no se sustenta a base de
grandes e slidas hierarquias sequenciais, mas antes, apresenta-se em rede, principalmente na
web com as suas possibilidades mltiplas de hiperlinks e conexes. Presencia-se com frequncia
as dissolues de velhos conceitos, ideias e ideais, onde a cidadania no se fundamenta mais no
pndulo colonizador-colonizado. So novos tempos e espaos que se criam, e com eles, uma nova
cartografia das identidades, dos relacionamentos e dos desejos. Esse fluxo de mudanas parece
desconhecer barreiras geogrficas e fsicas. As margens se deslocam para o centro, mas no se
posiciona como centro, antes, se amplia de maneira a estender-se e fazer valer as mltiplas e
diferentes vozes de seu coro. Diferentemente do antigo coro grego, esse que surge nas redes
sociais, virtuais e presenciais, no recorre a uma mscara como recurso do seu disfarce, mas antes
brinca com as mltiplas mscaras disponveis, maneira da utilizao dos Gadgets, testando,
desafiando e esgotando as possibilidades e combinaes dos artefatos.
Ora, a histria do teatro ocidental est registrada nos livros para nos contar e apontar que
o teatro, essa arte que surge desde os primeiros registros do homem sobre a terra, tambm no
se esgota e nem se deixa engessar. Como arte e fenmeno artstico, o teatro cola-se a histria do
prprio homem, acompanha as mudanas sociais e entende melhor do que qualquer outra arte, as
propostas e os rumos humanos e seus contextos. Muitas das vezes, por ser arte, precipita-se e
como uma pitonisa, apresenta ao homem novas possibilidades de mundo e de vir a ser, antes
mesmo que elas aconteam ou existam.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Como a ideia principal do projeto era estruturar um grupo de teatro para logo em seguida
comear os processos de ensaio para a obteno de um produto cnico, as primeiras aes
adotadas, ps-seleo prvia dos interessados, foram as de trabalhar com jogos teatrais, mas
precisamente os conhecidos e habituais jogos de iniciao teatral da norte-americana, Viola Spolin
(2000).
Com o passar dos ensaios, os jogos no mais conseguiam dar conta e nortear os alunos,
afinal, boa parte das brincadeiras propostas por Spolin (2000), eram de conhecimento geral dos
alunos, como por exemplo: pular corda, jogo do espelho, trava lnguas, etc. Ento, comeou-se a
tornar o jogo mais especfico e pessoal, para isso, o nvel precisou aumentar um pouco mais e
gerar discusses e reflexes crticas, nessa fase, Jean Pierre Ryngaert (2012), com os seus
apontamentos em Jogar, Representar: prticas dramticas de formao, concluiu-se a segunda
etapa da formao bsica e partiu-se para uma terceira etapa, que seria a apresentao do texto
dramtico escrito.
0103
3 RESULTADOS E DISCUSSES
Aps o perodo de preparao, que efetivamente levou trs meses de iniciao teatral e
vivncias corporais, os alunos-atores estavam prontos para ter acesso ao texto da montagem.
Havia curiosidade da parte deles e tambm fascnio. Ao apresentar o texto de Lisstrata de
Aristfanes, para os alunos. A leitura se deu coletivamente, e de maneira aleatria, quem se
0104
0105
0106
CONCLUSO
Iniciar um processo teatral hoje em dia, entrar em uma sala de ensaio, e, trabalhar com os
indivduos oriundos dos mais diversificados e diferentes contextos, estar atento a isso tudo, e
tambm, se colocar bem no olho desse turbulento furaco que virou o mundo contemporneo.
Trabalhar teatro na escola no numa perspectiva texto-ensaio-aluno-montagem, mas estabelecer
sistematizaes e propor articulaes dialticas, dialgicas e complexas. Pensar na possibilidade
texto (o que dizer?) mundo (como apreender e subsistir?) aluno (agente, cidado do mundo,
ator, performer, indivduo) ensaios (descobertas e utilizao de recursos fsicos com a
capacidade de realizar snteses e compreenses de leitura) e por fim, a montagem (a resultante
esteticamente organizada dessas diferentes ordens de entradas, leituras e possibilidades). Uso o
termo organizada entre aspas por que como se trata do teatro enquanto fenmeno, e isso
fato, nunca uma apresentao vai ser igual outra, e no h uma ideia moralizante, totalitria e
panfletria de um mundo.
No se prope uma pedagogia do teatro ou um teatro unicamente pedaggico, vivencia e
se experincia o fazer e o ato teatral, que por natureza prpria, se faz didtico, e estabelece uma
relao de ensino e aprendizagem, aprendizagem para as coisas da vida, do mundo, dos saberes e
tambm das cincias, e por que no? Vida longa aos Bardos!
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
1. ARISTFANES. Lisstrata: a greve do sexo. Porto Alegre-RS, L&PM Editores, 2003.
2. BARROS, B. A Guerra da Coria de Macau. Macau-RN,Imperial Casa Editora da Casqueira, 2012.
3. BROOK, Peter. A Porta Aberta. (2000) Rio de Janeiro RJ, Civilizao Brasileira, 2000.
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5. RYNGAERT, J.P. Jogar, Representar: prticas dramticas e formao. So Paulo-SP, CosacNaify,
2012.
6.SPOLIN, V. O jogo Teatral no Livro do Diretor. So Paulo-SP, Perspectiva, 2000.
0107
RESUMO
A literatura parte integrante da cultura e como tal deve
ser pensada em relao ao ser humano e sua expresso.
A funo maior da literatura a conscientizao, essa
dada por palavras, para convenc-los de seu
pensamento. Esta uma manifestao artstica e difere
das demais manifestaes pela maneira como se
expressa, pela matria-prima com que trabalha: a
linguagem verbal, a palavra. Nesse artigo iremos ver o
leque de possibilidades que a literatura traz, o que a
palavra pode remeter ao ser humano. A
conscientizao uma das funes da literatura e o
ficcionalismo um dos modos de descrev-la, pois os
alunos apreciam o ldico, o viajar por outros mundos,
mas com elementos da realidade, fazendo com que o
leitor atravs de sua leitura e imaginao vislumbre
esta fronteira to tnue entre fico e realidade por
meio da literatura. Este trabalho analisa a melhora
ABSTRACT
The literature is part integrant in the culture and as such
should to be thought in respect to human and your
expression. The function more in the literature is the
awareness, this given by words, for convince of his
thought. This is one artistic manifestation and differs the
other manifestation by way as if expressed, by raw
material as that works: the language verbal, the "Word".
This article Will see the fan possibilities that the
literature brings, what word can remit to be human.
The awareness is in the functions the literature and
fictionalism is a modes of it describe, because the
students appreciate the playful, the travel by other
worlds, but as elements the reality, making as that
reader through of your reading and imagination
gleam this border so tenuous between fiction and reality
by means literature. This work analyze the functional
improvement that teaching the literature reach at the
0108
1 INTRODUO
No de hoje que se tem conhecimento que o ensino de algumas disciplinas causa apatia
em alguns alunos. Dentre essas disciplinas, vemos a literatura - inserida de uma forma significativa
- distanciando os alunos. A abordagem da mesma deve ser feita de modo a estabelecer uma
ligao entre as competncias escolares, os professores e o mundo cotidiano em que os
estudantes esto inseridos. No sendo abordada dessa forma, a literatura passa a ser vista como
algo redundante e enfadonho. Acaba-se ento, por no contemplar as vrias possibilidades que
ela oferece em sala de aula.
No h dvida que a sociedade composta de tudo que os outros seres humanos
repassam. Se tivermos uma literatura vista de forma mais ldica, prazerosa, certamente a
funcionalidade da mesma melhorar consideravelmente; o resultado ser algo significativo para o
aprendizado e o conhecimento, pois, ela estar ampliando o universo do aluno, incitando-o a
imaginar outras maneiras de conceb-lo e organiz-lo.
Aps termos observado a dificuldade que o aluno enfrenta - quando se trata de relacionarse com a literatura - desenvolvemos uma pesquisa com os alunos do IFRN, Cmpus Nova Cruz.
Essa pesquisa tem como base o interesse dos mesmos sobre a literatura, est voltada a
compreender melhor essa empatia que os alunos tm com a literatura enquanto disciplina
curricular.
No de hoje que vemos a dificuldade enfrentada em sala de aula em relao a esse
assunto, e foi com base nisto que desenvolvemos essa pesquisa para compreender melhor o
porqu dessa situao.
Desta forma, o objetivo desta pesquisa descobrir o problema, tentar entend-lo e, por
fim, tentar ameniz-lo. O estudo se efetivou, junto aos alunos, com o intuito de saber quais suas
maiores crticas ao ensino da literatura atualmente, para que, partindo das respostas dos alunos,
possamos trazer os meios citados pelos mesmos na pesquisa para nossa realidade, provando
assim que a literatura no pode ser reduzida ao absurdo, pois, ainda, possvel despertar o gosto
pela leitura e estimular o saber e conhecer.
Assim, estaremos firmando a importncia que a literatura tem na vida de qualquer ser
humano, pois, ela estimula todos outros saberes e se torna indispensvel. Cada item dessa
pesquisa est voltado melhorar a funcionalidade do aluno em sala de aula.
Esta pesquisa colabora para despertar, de alguma forma, o interesse de alunos que no
tm estmulo pela leitura, alunos que no veem necessidade da mesma, pois foram ou so
apresentados de uma forma fechada e reduzida a um mundo infinito de possibilidades que a
literatura.
Desta forma, suas impresses sero apenas novas leituras, com concluses j existentes,
sua capacidade perceptiva no ser aguada, e o aluno continuar trancado em pensamentos j
formados, contradizendo a literatura em sua essncia, onde no existem limites.
Portanto, importante mudar essa situao, levando em considerao que a literatura
conduz ao conhecimento do mundo exterior e possibilita a melhor compreenso do homem. Faz o
homem conhecer seu mundo. Logo, o que queremos mostrar que ela muda a nossa percepo e
nos ensina a nos comunicarmos com seres e mundos diferentes que so expressos dentro do
universo da literatura. A escola, indubitavelmente, precisa trazer esta experincia humana e no
0109
apenas um saber cientfico, pois tudo o que a literatura oferece indispensvel para a formao
de qualquer ser humano.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O livro A literatura em perigo traz ao leitor vrios aspectos da literatura e aborda, de uma
forma objetiva, o absurdo a que ela reduzida no dia-a-dia das escolas.
Que absurdo seria esse? Seria o fato de a literatura ser vista apenas pelo saber cientfico e no
para identificar sentimentos, sentidos para ver e compreender a vida. Assim, prioriza-se a
literatura estudada para conhecer a vida e obra de determinados autores, para se ter a mesma
concluso que os crticos tem, opinies j formadas que so apenas repassadas para os
aprendizes.
A partir disso, se estabelece esta pesquisa, a partir da seguinte citao de Todorov: O
campo da literatura se expandiu para mim, porque passou a incluir, ao lado dos poemas,
romances, novelas e obras dramticas, o vasto domnio da escrita narrativa destinada ao uso
pblico ou pessoal, alm do ensaio da reflexo.. (TODOROV, 2009, p.23). Em outras palavras
Todorov consegue mostrar que o campo da literatura se expande a partir do momento que
conseguimos incluir tudo isso.
Baseando-se nas teses de Todorov, percebemos, claramente, que nosso conhecimento
ampliado e estimulado a novas vises, no apenas em viso de mundo e sociedade, mas em
saberes cientficos como: melhor uso da gramtica, um leque de novas palavras e novas
funcionalidades de palavras que conhecemos.
A partir do estudo da literatura, entramos em contato com um mundo diferente, porm
no fictcio, pois a literatura se confunde frequentemente com a realidade, sendo carregada de
fico. Criou-se ento um mundo ficcional (imaginrio, inventado) com base em elementos do
mundo real, isto , criou uma supra-realidade.
Desse modo a leitura do poema, romance, dos livros, em geral, nos permite descobrir e
construir vrios sentidos. Todorov diz: Ela me faz descobrir mundos que se colocam em
continuidade com essas experincias e me permite reconhec-las. (TODOROV, 2009, p.23)
Reconhecendo isso, no podemos confundir a literatura com a nossa prpria vida, pois os
textos no-literrios tambm tem muito a nos ensinar sobre a mesma. Sendo trabalhada nossa
capacidade para extrair as riquezas destes, levando em conta que no serviro para o
conhecimento apenas literrio, mas para o conhecimento da verdadeira vida. Todorov diz: Ela
permite que cada uma responda melhor sua vocao de ser humano (TODOROV, 2009, p.24).
Baseando-se no livro a literatura em perigo de Todorov vemos que a obra literria
desperta nossa capacidade de associao e provoca uma mudana depois do contato inicial. E
nisso que embasamos essa pesquisa, na apresentao da literatura como um leque de novos
horizontes, novas possibilidades. Todorov diz: O mundo real se torna mais pleno de sentido e
mais belo (TODOROV, 2009, p.24).
Conseguindo aplicar a literatura em vrios aspectos, ela se tornaria algo convidativo a
todos e no seria mais esse inimigo de tempos da escola. O papel que Todorov admite literatura
no reconhecido por todos, pois no meio escolar no se observa tanta aceitao dos educadores
quanto a isso. Isabel Alarco no que diz respeito abertura dos docentes a esta perspectiva mostra que se a docncia exercida de forma rotineira, se os professores no esto dispostos s
mudanas a situao de ensino ir se tornar aos olhos dos alunos algo no prazeroso.
0110
Entretanto, se observada reao dos alunos enquanto crticos do ensino escolar, estes
passam a depender menos do professor, a ter mais autodeterminao, maior conscincia crtica
passando a valorizar mais sua capacidade; alm de conhecer o sentido do prazer que deriva da
conscincia do seu prprio progresso e se tornam mais responsveis pelo seu prprio contexto.
So independentes.
Logo, perceptvel que tanto Tzvetan Todorov quanto Isabel Alarco nos impulsionam a
vivenciar na prtica que esta prtica mais interativa melhor seria para o aprendizado e geraria o
interesse e reconhecimento da literatura em nossas vidas.
Precisamos reconhecer o que cada obra nos passa, o que podemos aprender com aquilo e
trazer para a nossa vida, e no isso o que geralmente acontece, o que acontece que os alunos
so obrigados a aceitar aquilo que os crticos dizem a respeito de determinadas obras e no aquilo
que eles trazem a partir de suas experincias vividas.
Quando h este distanciamento da vida dos alunos, a literatura torna-se essa matria
citada por muitos como cansativa. O que acontece, a partir dai, o aluno ler uma obra apenas por
obrigao, apenas para responder a um questionrio ou um trabalho. Entretanto, quando l um
livro fora da escola, l apenas para ficar em contato consigo mesmo, descobrir coisas a seu redor,
viajar em um mundo idealizado por ele, naquelas histrias em que ele vive o que quer para sua
vida e abstrai aspectos importantes que vo lhe ajudar a compreender melhor a sociedade em
geral. Assim, deve a escola propor isso: uma leitura que o faa compreender melhor o homem e o
mundo.
O que queremos mostrar que - a partir do estudo da obra de Todorov - temos cada vez
mais a certeza de que o professor no pode ficar restrito ao currculo, aos contedos bimestrais,
pois a literatura no pode ser ensinada, ela tem que ser descoberta na relao aluno-professor a
cada aula.
3 METODOLOGIA
Neste trabalho foi usado o seguinte mtodo de abordagem: Foi elaborado um questionrio
com dvidas frequentes sobre a literatura. No decorrer da elaborao, foi discutido quais
perguntas poderiam despertar a ateno dos alunos e servidores do Cmpus. Aps a escolha das
perguntas e finalizao do questionrio, passamos nas salas das turmas do Ensino Integrado
(Matutino e vespertino) e Subsequente (Matutino) do IFRN Cmpus Nova Cruz.
Ao chegarmos s salas de aula, primeiramente, foi feita uma explanao sobre o assunto
da pesquisa, seguida da explicao do seu objetivo. Distribumos os questionrios e comeamos a
observar o comportamento dos alunos a partir dai.
Vimos que a pesquisa foi bem aceita pelos alunos e pelos professores presentes no
momento da aplicao do questionrio, de forma que todos tiveram uma compreenso adequada
do assunto que estava sendo exposto. Porm, aconteceram algumas dificuldades no decorrer das
respostas; estas surgiram quando os mesmos precisaram responder como foram ensinados sobre
a literatura. Sendo esta uma das perguntas chaves de nosso questionrio.
Depois de passarmos nas salas de aula, todos os questionrios tiveram suas respostas lidas
e analisadas. Fazer a anlise das respostas foi essencial para termos um bom resultado, fizemos
um balano entre as respostas das pergunta-chaves do nosso questionrio. Com essas respostas
obtemos um percentual em que tnhamos a realidade da pesquisa exposta de uma forma mais
exemplificadora.
0111
Respostas
Voc gosta de
ler?
Reconhece a
importncia da obra
literria para melhorar
produes textuais?
V a necessidade de
um mtodo de ensino
mais motivador?
Sim
70,6%
90,2%
80,4%
No
0,01%
3,9%
19,6%
Mais ou menos / no
sabe
23,8%
3,9%
Respostas
Voc
gosta de
ler?
Reconhece a importncia da
obra literria para melhorar
produes textuais?
V a necessidade de
um mtodo de ensino
mais motivador?
Sim
63,15%
89,47%
94,73%
No
36,84%
5,26%
Mais ou menos /
no sabe
5,26%
5,26%
3.3 Servidores
Tabela 3: Mostra o percentual da pesquisa sobre Literatura
Voc
gosta de
ler?
Reconhece a
importncia da obra
literria para melhorar
produes textuais?
V a necessidade de
um mtodo de ensino
mais motivador?
Sim
100%
100%
85,7%
No
14,3%
Mais ou menos / no
sabe
Respostas
Respostas
0112
Respostas
Voc
gosta de
ler?
Reconhece a
importncia da obra
literria para melhorar
produes textuais?
V a necessidade de um
mtodo de ensino mais
motivador?
Sim
77,77%
93,33%
71,11%
No
6,66%
4,44%
15,55%
Mais ou menos / no
sabe
15,55%
2,22%
13,33%
A partir destes percentuais das anlises, das crticas e dicas traremos como resultado a
integrao dessas, de forma terica, ainda para nosso cotidiano. Com intuito que essa prtica
atual se adapte a algumas dessas novas percepes que os estudantes trouxeram como resposta
nos questionrios, para que assim a literatura se torne algo mais acessvel.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Tendo em vista que a literatura no se restringe ao ambiente escolar, fomos em busca de
saber o que os alunos - a partir de suas percepes de mundo - nos dizem a respeito do que a
literatura em suas vidas e o que falta para aqueles que ainda no a tem to presente, e comear a
entender que a literatura no tem explicao. Pois a literatura fala da vida e um prazer para
muitas pessoas, porm para outras ainda existe uma rejeio.
Quando nos deparamos com pessoas que gostam de ler, estamos de frente com pessoas
mais abertas ao mundo literrio e que desenvolveram esse gosto pela leitura por reconhecerem
que a literatura pode nos ajudar em vrios aspectos da vida, como expressar sentimentos a partir
de textos, conhecer a realidade, conhecer a histria, culturas diferentes, abrir novos horizontes de
conhecimento, reconhecendo que a literatura est em tudo, e que voc mesmo responsvel por
adquirir aquilo para a sua vida.
A partir das perguntas do nosso questionrio, percebemos que a maioria dos alunos do
IFRN Cmpus Nova Cruz tem o prazer pela leitura, porm, a maioria foi ensinada sobre a
literatura de uma forma muito superficial. Os gneros de livros preferidos entre eles so muito
variados e o que vemos em comum o fato de todos os livros trazerem uma ligao com o
momento que cada um vive e com a personalidade de cada um. Assim, a vontade de buscar o que
vir em cada linha seguinte, ser sempre presente.
Quando o livro no consegue fazer ligao com a realidade, o que nos dizem que ele
cansativo, e a busca maior de todos os alunos conseguir sempre fazer a ligao do fictcio com o
real, pois a literatura no est desligada disso, e por muitas vezes no conseguimos identificar o
que fictcio e o que real, porm existem vrias realidades e o professor precisa conhecer seus
alunos para conseguir fazer um trabalho prazeroso. Diversas estratgias para melhor-la foram
aparecendo durante esse trabalho, possibilidades de trazer jovens, adultos e crianas para perto
da leitura, e em sua grande maioria so mtodos simples de serem aplicados, elementos que ao
serem acrescentados iro fazer a diferena.
O que no deve ser proposto a mudana apenas do professor, mas tambm, a mudana
da escola, o modo de alertar seus alunos para a importncia literria na vida de cada um. Essas
mudanas que foram sugeridas ao decorrer da pesquisa e conseguiro unir cada vez mais aluno,
0113
professor e escola. O professor precisa ter cincia que no so os nicos que transmitem saber,
no detm o conhecimento, que so apenas estruturadores de ensino. Precisam se adaptar as
novas circunstncias juntamente com a escola que tambm no detm monoplio do saber. A
escola precisa ser um sistema aberto, pensante e flexvel, aberto a comunidade que se insere. Por
ltimo temos como resultado dessa parceria, o aluno, que sujeito a todas essas mudanas estar
aprendendo a gerir e relacionar-se com novas informaes, que estaro aguando seu
conhecimento e saber.
A obra literria muito importante em vrias situaes ao longo de nossa vida, e mais
ainda enquanto estudantes, pois estamos sendo postos em prova muitas vezes sobre nossa
capacidade de redao, e precisamos ter bagagem suficiente para enfrentar a si mesmo e para
enfrentar a outras pessoas quando nos prestarmos a concursos. Podemos notar isso quando
Tzvetan Todorov cita em A Literatura em perigo que A obra literria produz um tremor de
sentidos, abala nosso aparelho de interpretao simblica, desperta nossa capacidade de
associao e provoca um movimento cujas ondas de choque prosseguem por muito tempo depois
do contato social.. A esse reconhecimento que buscamos conscientizar, pois a leitura nunca
demais.
O que vemos com maior predominncia esse reconhecimento, bons textos vm sempre
com base em boas leituras, o amplo conhecimento adquirido notado em tudo, no s na escrita,
como tambm, na interpretao de textos desconhecidos e dos j conhecidos, esse efeito nos traz
a uma reflexo de diversos pontos de vista, alm de melhorar a viso de mundo e o modo de estar
inserido na sociedade. Quando nosso senso crtico ativado as coisas que nos cercam passam a
ter melhor e mais claro significado, isso que Isabel Alarco afirma, que o aluno ao descobrir o
prazer de ser uma mente ativa, ir absorver tudo com mais facilidade.
No apenas em pontos crticos e reflexivos a literatura importante, quando estamos em
contato frequentemente com ela, nossa capacidade de colocar as palavras em situaes corretas
aumenta, em usar as palavras corretas e conseguir expressar melhor o que se acha sobre algo para
o publico que se vai escrever tenha total compreenso. Tendo em vista que no basta apenas
saber refletir sobre algo o conhecimento da gramtica muito importante, e como o mundo
literrio muito diverso aprendemos a nos adaptar a cada tipo de texto.
0114
de expresso, meios de descobrir novos mundos na literatura, meios que possam sempre estar em
paralelo com as experincias cotidianas, pois s assim interligando tudo eles podero melhor
compreend-las. Mas ser que esses mtodos, essas diversas formas dela se apresentar, so
possveis?
No decorrer desse trabalho dentro do IFRN Cmpus Nova Cruz, foi possvel observar esses
mtodos, despertando os alunos e os impulsionando a conhecer e se familiarizar mais a literatura
j sendo posto em prtica. Esse dinamismo foi visto de formas diferentes pelos alunos, exposies
da literatura de uma forma mais ldica, por curtas metragens, peas teatrais, e ainda sim houve o
resgate da literatura de forma significativa segundo a interpretao de cada um.
Atividades como essa despertaram e impulsionaram cada a se envolver com a literatura e
faz-la mais presente em sua vida. Vemos que o professor mediador disso, que suas prticas
devem estar ligadas num mtodo inovador. Pois ele cria, estrutura e dinamiza situaes de
aprendizagem que estimula o aprendizado do aluno.
O que observamos que a forma de aprender e ensinar literatura esto sempre em
movimento, mas que a vontade do aluno deve ser levada em considerao, pois o que dito por
esses faz com que o trabalho flua melhor. E o que proposto por eles vai desde a escolha de um
livro preferido - dentro do mtodo selecionado pelo educador- at a escolha de livros mais
cientficos, porm trazendo uma linguagem de fcil compreenso, uma linguagem atual. Quando
nos referimos linguagem atual, por existir afastamento de jovens que sentem dificuldade de
compreender determinadas obras, alunos que tem dificuldade pela linguagem dos livros no
serem adequada para sua respectiva idade. Esses fatos so de extrema importncia para despertar
o interesse de cada aluno.
Todas essas atividades dinmicas foram constatadas no decorrer dessa pesquisa, e com um
resultado existente vemos que se a literatura for colocada de uma forma mais dinmica, mas livre
ela poder acolher todos e os proporcionar o campo amplo de reflexo.
5 CONCLUSO
Uma pesquisa sobre literatura importante para gerar uma conscientizao sobre a
importncia da leitura nas vidas das pessoas. O que acontece que essa conscientizao no
uma prtica muito comum. O que vemos que os alunos reclamam da falta de interao entre
eles e professores, pois boa parte destes professores distancia a leitura das coisas cotidianas das
quais ela est inserida.
Sendo assim, a literatura acaba no sendo vista como algo atrativo.
A literatura no simplesmente uma fonte de aprendizado, tambm parte de nossas vidas, pois
nos ajuda a refletir sobre vrios aspectos da condio e da convivncia humana e nos permite
compreender melhor o mundo em que vivemos.
Diante de todo este embasamento fundamentado nas ideias de Tzvetan Todorov, aliado
ao pensamento da professora Isabel Alarco -, desenvolveu-se esta pesquisa e por ela foram
obtidos resultados positivos mediante esta problemtica existente que o afastamento, a
resistncia literatura. Os resultados apresentaram a percepo dos alunos mediante a
problemtica, como tambm sugestes dadas pelos mesmos para (digamos assim) melhorar a
funcionalidade da literatura.
A pesquisa desenvolvida abordou o seguinte ponto: A literatura inserida no ensino de uma
forma mais ldica, prazerosa, para que, desta forma, a sua importncia e recepo melhore
consideravelmente entre os discentes. Diversos meios de melhorar a recepo da literatura - por
0115
parte dos alunos - apareceram durante esse trabalho, possibilidades estas que se destacaram por
trazerem mtodos viveis, elementos que, ao serem acrescentados, podem fazer a diferena.
Sendo assim, este trabalho abrange com significncia o papel da literatura na sociedade
atual. A literatura uma arte, em que se cria um mundo ficcional com elementos do real. Desse
modo, a leitura nos permite construir vrios sentidos, pois ela atribui sentido aquilo que real e
por essa razo importante que o que seja trabalhado em sala de aula no seja apenas algo
imaginrio, sem a mnima ligao com o mundo dos fatos reais, ou seja, nosso dia-a-dia. Pois,
apesar de no podermos usar uma nica definio para o que a literatura, podemos
compreend-la e contempl-la no meio em que vivemos.
Esperamos que essas possibilidades mostradas anteriormente no corpo da pesquisa
favoream alunos, professores e as prprias escolas a desempenharem de uma forma motivadora,
ldica e qualificada o ensino da literatura. Que por uma relao mais prxima com a literatura,
atravs das obras literrias, alunos possam entrar em sala de aula para vivenciar o prazer da
leitura e torn-la um hbito.
Assim, com a escola, professores e alunos se mostrando flexveis aos mtodos e
pensamentos diversos que aparecem no meio escolar, literatura cada vez mais ser parte
fundamental na vida de cada um, pois tudo o que foi dito para um melhor gosto para a literatura
vem com base na ligao da realidade com o fictcio to encantador que colocado no mundo
literrio.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo; Difel; 1 Ed. / 2009
ALARCO, Isabel. Professores Reflexivos em uma Escola Reflexiva; Disponvel em
http://www.slideshare.net/valdecicorreia/isabel-alarco-professores-reflexivos-em-uma-escolareflexiva-2929515
7 ANEXO
Questionrio sobre a literatura Brasileira
0116
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________________________
4- Voc v a necessidade de um mtodo de ensino da literatura mais motivador? E o que
voc indicaria para tornar a literatura menos cansativa?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________________________
5- Como pra voc ler um livro?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________________________
0117
RESUMO
A literatura sempre se mostrou propcia expresso de
questes de carter social. No presente trabalho, iremos
analisar como a deficincia fsica abordada no conto O
pescador cego, do livro Cada homem uma raa, do
moambicano Mia Couto (1990). O objetivo perceber,
na narrativa, como ocorre a excluso social e a
inferiorizao desses portadores. Para podermos analisar
o conto, recorremos a estudiosos como Candido (2010),
na relao entre literatura e sociedade; Hernandez
(2008), que aborda uma viso histrica contempornea
de Moambique; Pereira (2008), que fala sobre a
trajetria literria de Mia Couto; e Maqua (2005), que
trata de uma entrevista com o autor do conto.Quanto ao
ABSTRACT
The literature has always shown propitious to express
questions of social feature. In the present paper, we
analyze how the physical deficiency is represented in the
shorty story O pescador cego, in the book Cada
homem uma raa, by the Mozambican Mia Couto
(1990). The purpose is to realize, in the narrative, how
the social exclusion and the inferiorization of these
carries occur. To analyze the short story, we resort to
scholars like Candido (2010), in the relations between
literature and society; Hernandez (2008), that deals with
aspects of Mozambique History; Pereira (2008), that talks
about Mia Coutos literary trajectory; and Maqua (2005)
that deals with an interview with the shorty story author.
0118
1 INTRODUO
As artes em geral tm servido como forma de denncia, principalmente quando mostra a
sua importncia como instrumento de crticas sociais. Ela coloca sua funo esttica a servio de
protestos e denncias. nessa perspectiva que se configura a obra Cada homem uma raa, de
Mia Couto (1994), da qual definimos para estudo o conto O pescador cego. O livro apresenta
algumas questes que afligem a sociedade moambicana, como violncia e misria, por exemplo,
mas nesse trabalho optamos por analisar como a excluso social tematizada atravs da cegueira.
Para tanto, utilizamos como fundamentao terica os seguintes autores: Candido(2010),
que estabelece relaes entre literatura e sociedade; Hernandez (2008), que trata do contexto
histrico contemporneo da frica e especificamente de Moambique; Maqua (2005) e Pereira
(2008), que tratam de aspectos da vida e da obra de Mia Couto.
O artigo estrutura-se da seguinte forma: primeiramente, expomos a fundamentao
terica, e nela abordamos caractersticas da produo literria de Mia Couto, situando-a no
contexto histrico de Moambique, bem como a relao entre literatura e sociedade; em seguida,
relatamos o delineamento metodolgico da pesquisa; posteriormente, apresentamos a anlise do
conto; por fim, segue a concluso.
Moambique um pas de grande diversidade lingustica e tnica. Dessa forma, Mia Couto
usa a lngua portuguesa como instrumento de unificao em Moambique, j que a escolha de
uma lngua ou outra nativa do pas poderia significar a escolha de uma ou outra etnia e, para
evitar tal fragmentao, a lngua portuguesa serve como unidade.
0119
Assim, apesar de utilizar a lngua do colonizador portugus, a literatura de Mia Couto est
claramente comprometida com a representao de sua nao, sua cultura e suas identidades.
necessrio afirmar a moambicanidade atravs do mosaico de lnguas, culturas e raas que o
pas e escrever o seu multiculturalismo atravs da diversidade. Ns sabemos que a identidade
moambicana algo que ningum sabe exatamente definir, mas sabemos que todos ns temos
que fazer uma viagem par chegarmos at l (MAQUA, 2005, p. 207), declara Mia Couto em
entrevista. Essa viagem nos proposta atravs de sua literatura.
A escrita de Mia Couto se mescla com a oralidade e com um discurso de revolta contra o
colonialismo. A literatura engajada de Couto se mostra como uma arma a favor dos direitos
humanos e da liberdade de Moambique, defendendo a cultura local e a promoo da educao.
Algumas caractersticas marcantes do autor so a desconstruo da linearidade narrativa, o uso
da histria como cenrio, a retomada do tema guerra colonial, as metforas desenvolvidas
durante o processo de exceo democrtica porque passou Portugal (PEREIRA, 2008, p. 12).
Essa literatura de Mia Couto est inserida num contexto de ps-colonialismo africano, pois,
como sabemos, o continente africano viveu muito tempo sob a explorao e a opresso europeia.
Durante esse perodo, os africanos eram submetidos a um tipo de racismo muito grave. No caso
das colnias portuguesas, como Moambique, entre as diversas formas de violncia fsica e moral,
eles eram obrigados a trabalhar como forma de serem educados pelo colonizador, a fim tambm
de recuper-los de uma cultura dita atrasada e inferior e transform-los em cidados
europeus, tomando como ponto de referencia o ideal de civilidade portuguesa. Os no
civilizados careciam de uma transformao gradual nos seus valores morais, sociais e nos seus
costumes (HERNANDEZ, 2008, p. 512).
Essa situao opressora resultou em movimentos de luta por independncia. Grandes
lderes comearam a surgir em meio ao povo moambicano, e em 1962 foi fundada a Frente de
Libertao de Moambique (Frelimo). A luta armada em prol da libertao de Moambique
comeou em 1964, organizada pela Frelimo. Em 25 de setembro de 1975 tornou-se realidade em
Moambique, tanto quanto poderia ser real a independncia dos pases africanos(HERNANDES,
2008, p. 608).
Assim, Mia Couto e outros autores moambicanos, atravs de sua literatura
engajada,contriburam de forma positiva nos processos de luta, ao denunciar, atravs da
literatura, o que foi a colonizao portuguesa e, no perodo ps-independncia, o que significa, em
ltima instncia, a valorizao da cultura nacional e da identidade do povo.
0120
3 LITERATURA E SOCIEDADE
A relao entre literatura e sociedade foi decisiva para a produo do conto O pescador
cego, e o conhecimento dele nos imprescindvel para compreender o conto. Isso se d porque a
literatura possui uma estreita relao com a sociedade, e esta influencia aquela.
Hoje podemos dizer, sem maiores restries, que a sociedade est engajada na literatura e
vice-versa, propondo, assim, reflexes sobre a relao de ambas. Mas essa relao nem sempre foi
assim to clara aos olhos das pessoas. Muitos defendiam a tese de que a arte seria autnoma e
isolada dos fatos sociais; outros, porm, que a arte era ou deveria ser expresso da sociedade. Os
primeiros abrigam sua ideia com a justificativa de que eles, enquanto artistas, deveriam produzir
sua arte sem qualquer envolvimento com temas pblicos; ou seja, a arte no poderia envolver-se
com nada de carter social. Outros apoiavam que os artistas tinham o dever de ser engajados com
a realidade, dotando sua arte de uma funo social. Eles, ento, aproveitariam sua arte e a
utilizariam como forma de denncia de problemas, mostrando, assim, que a literatura no
autnoma da sociedade, mas a influencia e a reflete.
Para Candido (2010, p. 40), a obra depende estritamente do artista e das condies sociais
que determinam sua posio. Desse modo, a obra surge da confluncia da iniciativa individual e
das condies impostas pela sociedade, mesmo que o autor no tenha conscincia disso.Candido
ainda aponta os elementos que marcam a influncia da sociedade sobre a obra: so os fatores
socioculturais. Eles se ligam estrutura social, aos valores e ideologias, s tcnicas de
comunicao.
O grau e a maneira por que influenciam estes trs grupos de fatores variam
conforme o aspecto considerado no processo artstico. Assim, os primeiros se
manifestam mais visivelmente na definio da posio social do artista, ou na
configurao de grupos receptores; os segundos, na forma e contedo da obra; os
terceiros, na sua fatura e transmisso. Eles marcam, em todo ocaso, os quatro
momentos da produo, pois: a) o artista, sob o impulso de uma necessidade
interior, orienta-o segundo os padres da sua poca, b) escolhe certos temas, c)
usa certas formas e d) sntese resultante age sobre o meio. (CANDIDO,2010, p.
31).
Portanto, fica evidente a relao entre literatura e sociedade, quer ela acontea de modo
consciente ou inconsciente. Apesar de reconhecermos que as influncias so
mtuas,consideraremos neste trabalho de que forma o meio determina caractersticas da obra.
METODOLOGIA
O presente artigo filiado a um projeto de pesquisa intitulado Um retrato da excluso
social em contos de Cada homem uma raa, de Mia Couto, e adota desta o seu delineamento
metodolgico: trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, visando interpretao dos
sentidos que emergem do texto e de como eles so construdos na relao autor-texto-leitor.
A partir da leitura do conto O pescador cego, toma como objeto de estudo a abordagem de
temtica relativa a diferenas que inferiorizam e promovem a excluso social, neste caso, a
cegueira. Para realizarmos a interpretao dos sentidos dos contos, elegemos como categorias de
0121
anlise os fatores socioculturais considerados por Candido (2010) como os responsveis pelo
estabelecimento da relao entre literatura e sociedade.
0122
Nesse conto, o fantstico foi utilizado por Mia Couto para que passemos a enxergar outra
realidade, que para muitos se encontra invisvel. O autor instiga a preservar as verdades orais da
frica, suas crenas, costumes, fantasias e histrias, a fim de garantir a memria sempre viva em
meio sociedade.
O conto, em meio a tais acontecimentos fantsticos, nos faz refletir sobre a construo de
identidades. Nesse caso, a cegueira e o consequente isolamento do personagem principal
permitem a ele adentrar seu mundo interior e buscar seu eu.
Ao conseguir retornar do mar, Mazembe torna-se uma pessoa mais sensitiva, e tudo que
est a sua volta passa a ter um novo significado em sua vida graas ao seu novo modo de
percepo. Isso pode estar relacionado escurido que estava vivendo graas cegueira, que fez
com que ele desse um novo sentido a vida. A solido vivida pela personagem tanto em alto mar
como no seu regresso praia um motivo que est relacionado essncia espiritual do ser
humano.O pescador, silencioso, percorria os atalhos da alma (Couto, 1990, p. 70). Prestando um
pouco mais de ateno, podemos analisar tambm que a sua profisso de pescador j remetia em
alguns momentos como um ato solitrio ou de reflexo.
A cegueira faz com que Mazembe mergulhe em seu interior tentando buscar o valor das
coisas mais simples e entender melhor a complexidade do ser humano, da qual ele parece no ter
conscincia. Nessa reflexo, Mazembe se encontra perdido, em um espao vazio, no conseguindo
alcanar o seu verdadeiro eu, que seria a sua identidade que ainda estava perdida. Cada vez que
olhava para o seu interior, uma chuva de perguntas e dvidas invadia seu pensamento,
conflitando tudo.
Assim, ele prefere se excluir, para ficar afastado de todos e mergulhado na escurido que
estava agora vivendo para poder conhecer quem ele verdadeiramente era. Ele se permite fazer
isso em busca de mudar e transformar o sentido de sua vida.
Mazembe, ento, vivia uma situao drstica de uma incansvel luta procura da sua
verdadeira identidade junto aos costumes africanos. Com isso, percebemos que com o passar da
leitura do conto a cegueira de Mazembe toma tambm outras propores: com a cegueira
deixamos de ver e passamos a olhar (GUALBERTO; LCIO; DANTAS, 2010, p. 25), e esse ltimo
sim, nos levaria ao nosso verdadeiro eu, que se encontra dentro da nossa alma. O conto ento
est relacionado em enxergar o prprio esprito, conhecer o seu interior e ver o que est alm do
que dito, mostrando ser todo formado por metforas. Assim, em passos lquidos, ele
aparentava buscar seu completo rosto (COUTO, 1990, p. 72)
A escurido trazida pela deficincia, somada ao isolamento, faz com ele enxergue as
situaes e as pessoas com um novo olhar, assim como faz com sua esposa Samila. Quando tinha
viso, ele a desmerecia, chamava-a de fraca e batia nela; cego apenas de um olho, dizia que ela
era muito fraquinha; depois de completamente cego, passou a respeitar a pobre Salima como ela
merecia.
Outra leitura que pode ser feita que, medida que a personagem foi ficando cega, sua
fome foi sendo saciada, ou seja, a cegueira o salvou da morte, mostrando que o obstculo fsico
no nos impede de pensar e refletir. Estamos habituados a desistir de situaes que se mostram
0123
superiores a nossa capacidade e foi o que impedia Mazembe de voltar para casa. Contudo, aps
a sua cegueira, ele passou a desconhecer e no temer essas adversidades impostas pela vida e a
remar at chegar praia. Mazembe passa ento a dar um rumo a sua vida a partir da, fazendo
com que o leitor reflita e passe a perceber que ele era cego quando tinha os olhos e no quando
os perdeu, pois os olhos o impediam de achar sadas para os mais diversos problemas que a vida
apresentasse. A cegueira passou a representar mais do que uma deficincia ou algo que o
impossibilitasse de viver sua vida normalmente e com plena capacidade do sentido da viso. Ela
passou a ser para Mazembe uma forma de fazer com que ele visse alm do que ele via enquanto
tinha a viso esse alm est ligado diretamente ao seu interior, quando ele passa a refletir
sobre a sua verdadeira identidade e passa a desvendar os mistrios que a envolvem.
Mazembe tambm pode representar o povo africano quanto sua memria e o seu
esquecimento. Metaforicamente, podemos admitir que o colonizador foi levando as memrias dos
africanos e deixando para eles muitos problemas sociais, de modo que ao povo moambicano
cabe resgat-las em seu interior, do qual surgiria sua identidade. A memria do povo africano
est ligada estreitamente ao mar, ao regresso, ao silncio, a (sic) escurido, a (sic) solido, a (sic)
cegueira (GUALBERTO; LCIO; DANTAS, 2010, p. 28). O mar foi palco de muitos horrores (muitos
foram vistos indo, mas nunca voltando) e quem ficava em terra firme ainda vivia sob uma terrvel
opresso dos colonizadores (que os cegavam, privando-os de seus costumes). Podemos analisar,
dessa forma, que os colonizadores fecharam os olhos para a frica e isso repercutiu muitas
dcadas depois para que o continente se transformasse no mais pobre do mundo. A frica foi
silenciada pelo preconceito e pela falta de liberdade, por isso Mazembe representa toda uma
nao que busca reconstruir a sua verdadeira identidade aps as atrocidades cometidas pelos
colonizadores.
5 CONCLUSO
A arte se apresenta a favor da livre expresso e demonstra muitas vezes mais do que o
estado de expresso do autor. Isso pode ser observado no conto O pescador cego, de Mia Couto,
quando a arte engajada a favor da luta contra o colonialismo portugus que tentava destruir a
cultura moambicana.
Com o objetivo de compreender, na leitura do conto, como a personagem busca a
autorreflexo em seu interior na procura da sua verdadeira identidade, apresentamos um
contexto histrico da frica e tambm a relao entre literatura e sociedade. A partir desse
suporte terico, procedemos a uma anlise do conto. Nele, Mia Couto apresenta o personagem
Mazembe que representa toda a populao africana que se encontrava cega aps o perodo de
colonizao e que procurava em seu interior refletir e buscar a sua verdadeira identidade e
resgatar as razes moambicanas. Essa busca pela identidade atravs da sua auto excluso,
quando passa a analisar as coisas ao seu redor com um novo ponto de vista, este mais sensato, j
que a cegueira o possibilitou encontrar o seu verdadeiro eu.
O trabalho, nesse sentido, possibilitou-nos um contato com manifestaes artsticas, e,por
meio do estudo delas, a formao de um senso crtico mais amplo e contribuio ainda mais com a
nossa formao acadmico-cientfica. Compreender o significado da anlise do conto tambm faz
0124
com que aprendamos melhor como lidar com a realidade e a importncia da preservao de nossa
cultura.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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literria. 11ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2010. p. 27-50.
COUTO, M. Cada homem uma raa. 3.ed. Lisboa: Editorial Caminho, SA, 1990.
HERNANDEZ, L. L. A frica na sala de aula: visita histria contempornea. 2.ed. So Paulo: Selo
Negro, 2008.
MAQUA, V. Entrevista com Mia Couto. Via Atlntica, n. 8, p. 205-217, dez. 2005. Disponvel em:
<http://www.fflch.usp.br/dlcv/posgraduacao/ecl/pdf/via08/Via%208%20cap13.pdf>. Acesso em:
5 abr. 2012.
PEREIRA, C. da C. Moambicanidade em processo ou Estar desiludido no desistir: umestudo
sobre a trajetria literria de Mia Couto. Letras de hoje, Porto Alegre, v. 43, n. 4, p.11-17,
out./dez. 2008. Disponvel em:<http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/
viewFile/5620/4094>. Acesso em: 5 abr. 2012.
0125
RESUMO
O presente trabalho tem como propsito analisar as
propagandas divulgadas pelo Greenpeace; leva-se em
considerao, dez apelos para conscientizao e
inspirao de mudana de atitude em uma linguagem
verbal, no-verbal e/ ou sincrtica. Essa organizao
utiliza de tais artefatos em prol da mobilizao racional e
emocional em que a natureza o foco principal; por mais
que nem todos tenham a capacidade de assimilar o
coerente (a preservao) de forma concisa. Objetiva-se
neste artigo identificar as estratgias lingusticas
KEYWORDS: Verbal and nonverbal, linguistic resources, advertisements Greenpeace, environmental education.
0126
1 INTRODUO
O Greenpeace (do ingls: Green = verde / Peace = paz) uma organizao mundial com o
intuito de proteger o ecossistema e atuar como incentivador na ao humana visando um futuro
menos degradado, com essa misso seu trabalho constantemente propagado atravs de vdeos
na internet, TV, revistas e redes sociais. Assim, os ativistas da maior organizao ambientalista do
mundo so extremamente conhecidos pela criatividade das propagandas. Logo, este artigo
consistiu na anlise dos dez (10) textos publicitrios mais relevantes em decorrncia das
campanhas atuais.
Os materiais expostos da linha Greenpeace possuem argumentos grandiosos e propiciam a
conscientizao para preservao 1. A estrutura de tais propagandas atinge o objetivo mximo, no
caso, a interao comunicativa com o leitor. E atravs deste elo social da publicidade com o
mundo possvel discernir a leitura mais embasada aps anlise que est situada neste artigo.
Com quarenta (40) anos de experincia o Greenpeace continua mais ativo e conceituado.
Atualmente, seus vdeos, propagandas e anncios so propagados em diversas lnguas, adaptadas
para cada regio e focados na falta de cuidados locais. Mundialmente chega a atingir dois (02) mil
funcionrios e em uma pgina de rede social, h 619.242 curtidas [Figuras 12 e 13]; ou seja, seu
material de boa qualidade, e as pessoas sentem-se a vontade tanto para ajudarem como
colaborador, pois uma causa nobre, como tambm de forma mais amena, divulgando e
compartilhando informaes a respeito de como preservar, vivenciar o que so os valores
agregados a esta entidade que busca o bem de forma estruturada e significativa para toda nao.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Para anlise das propagandas tomamos como base os conceitos de texto segundo Vilela e
Koch (2001: p. 456) que defendem que o mesmo pode, pois ser concebido como resultado parcial
de nossa atividade comunicativa, que se realiza por meio de processos, operaes e estratgias
que tem lugar na mente humana e so postos em ao, em situaes concretas de interao
social. Dessa forma, compreendemos que diante da interao comunicativa e do contexto em
que se vive e est inserido o texto ser interpretado; logo analisaremos as formas: no-verbal,
verbal e sincrtico apresentados por Plato e Fiorin (2006), entre outros autores. Dessa forma
buscamos identificar quais as estratgias lingusticas utilizadas e apresentar a descrio/anlise de
cada texto.
Sabemos que a unidade lingustica textual baseada em trs tipos:
I.
II.
III.
Linguagem Verbal;
Linguagem No-verbal e
Linguagem Sincrtica.
Conservar formar artifcios de proteo para que algo continue com seus elementos naturais x Preservar
defender contra qualquer impacto que o ser humano possa cometer. Vernier, 2005.
0127
II.
III.
Vale ressaltar que todos os tpicos acima so identificados em textos diversos, uns com
maior porcentagem, ou seja, h predominncia. E outros, sem muita intensidade dependero do
gnero e do intuito do locutor/produtor textual.
Como diz Marcuschi (2008: p. 155): os gneros so frutos de trabalho coletivo e
contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia.. O gnero
propaganda por sua vez apresenta propositalmente dois tipos de linguagem, a no-verbal e a
verbal, desse jeito uma d sustentabilidade a outra. Algumas caractersticas do gnero comentado
sua linguagem persuasiva, direta e clara; obtendo estrutura varivel, mas geralmente composta
por: ttulo (que chama ateno sobre o produto), texto (que amplia o argumento do ttulo) e
assinatura, logotipo ou marca do anunciante; h tambm, o nvel de linguagem que determinado
de acordo com o pblico alvo; os verbos so no modo imperativo ou no presente do indicativo,
0128
caracterizando assim o predomnio da sequncia injuntiva, que segundo Adam (2008) instrui o
leitor e o incita a seguir uma recomendao, orientao, conselho em que determinado a
cumprir. Alm do uso de recursos como: figura de linguagem, ambiguidade, jogo de palavras,
provrbios etc.
Fundamentamo-nos tambm em referncias sobre a educao ambiental tendo como base
a Lei n 9.795, de 27 de abril de 1999 cujo artigo primeiro apresenta o conceito da educao
ambiental que trata dos processos por meio dos quais o indivduo e a coletividade constroem
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competncias voltadas para a conservao
do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade.
o
3 METODOLOGIA
Para dar incio a nossa pesquisa escolhemos dez (10) propagandas no stio do Greenpeace
optamos pela escolha das imagens, devido fora que h nas redes sociais, as quais so mais
compartilhadas que os prprios vdeos. Ou seja, h uma visibilidade maior pelo pblico alvo.
A princpio, durante a pesquisa em stios relacionados ao tema e os de busca, como o
Google-Imagens, foram detectados as imagens de melhor resoluo, e as que contm uma
proposta de campanha nacional, alm do contexto de conscientizao inserido em cada uma, mas
principalmente, as que nos chamavam mais ateno pelo efeito de sentido, at mesmo ambguo
que existem nas mesmas.
Em primeiro plano detectamos dezesseis (16) imagens que atingiam os critrios escolhidos,
ao fazermos a seleo, trs (03) delas foram eliminadas por serem da mesma campanha, duas (02)
possuam m resoluo e a ltima, para chegarmos dezena, nos chamou ateno maior por se
tratar de pensamentos distintos, no caso, a figura cinco (05) causou discusso no grupo, pois
tratamos de ambiguidade, vezes que detectamos uma rvore, outras, uma exploso de bomba
atmica, mas precisamente a ocorrida em Hiroshima e Nagasaki, em 1945, conforme relacionamos
a imagem onze (11), em anexos.
Em seguida codificamos as imagens e realizamos a anlise das propagandas aplicando
conceitos de noo e princpios de textualidade, caractersticas do gnero, como: domnios,
modalidades, suporte, sequncia tipolgica, tipo de linguagem (verbal e visual), entre outras. De
acordo com Adam (2008), Marcuschi (2008), Koch e Elias (2006), Cereja e Magalhes (2003), Vilela
e Koch (2001), Koch (1999), entre outros.
Por fim, buscamos relacionar as propagandas do Greenpeace a uma proposta de educao
ambiental para o ensino fundamental II, pois os alunos estariam mais preparados para fixar e
discernir o que seria melhor para a natureza e comunidade; e esclarecer, levando ao seu mbito
social a compreenso e interpretao textual, concisa e coerente.
0129
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Para melhor efeito de entendimento dos recursos utilizados nas propagandas analisadas foi
elaborada as tabelas a seguir, elas sintetizam as anlises e fomentam os conceitos existentes.
Texto
Linguagem verbal
Propaganda 01
Propaganda 02
Propaganda 03
Propaganda 04
Propaganda 05
Propaganda 06
Propaganda 07
Propaganda 08
Propaganda 09
Propaganda 10
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Linguagem no-verbal
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Das dez (10) propagandas 100% usam a linguagem no-verbal, 90% usam a linguagem
verbal e 95% unem ambas as linguagens; podemos dizer ento, que a maioria das propagandas
vislumbram o poder do texto verbal por ele argumentar e introduzir no leitor a habilidade de
modificar o pensamento, pois segundo Perelman/Tyteca (1996) argumentar uma tcnica que faz
uso da linguagem para persuadir e para convencer. Argumentar agir tentando modificar um
estado de coisas preexistentes. Isso tudo soma ao que Adam (2008) diz sobre a sequncia
tipolgica mais utilizada no gnero propaganda, a injuntiva, na qual o leitor persuadido por sua
organizao lingustica apresentada por uma razo prtica de fazer, agir e como fazer. Nestes
casos, tambm, a imagem foi fundamental para demonstrar o que o Greenpeace quer
transparecer, ou seja, criticar a sociedade e faz-la compreender atravs da mesma que a
natureza um bem de todos e sua preservao essencial para qualquer regio. Em outras
palavras, podemos dizer que os textos publicitrios do Greenpeace, recorrem a argumentao e a
injuno para convencer seu pblico alvo, sendo que esses recursos no aparecem apenas na
leitura do texto verbal, eles tambm so recuperados quando construmos o sentido de tais textos
atravs da relao do texto verbal com o texto no verbal.
0130
intencionalidade, pois, formata uma inteno ao produzir uma manifestao em prol de cada
causa.
Texto
Propaganda 01
Propaganda 02
Propaganda 03
Propaganda 04
Propaganda 05
Propaganda 06
Propaganda 07
Propaganda 08
Propaganda 09
Propaganda 10
Ambiguidade
Intertext.
X
X
X
X
Intencion.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
0131
Figura 1: Greenpeace I O aquecimento global acaba com todo o verde do planeta. Todo mesmo.
Disponvel em:
<http://3.bp.blogspot.com/_i1z80Yixvl4/TGF53mwtwwI/AAAAAAAAALk/yxGA4AQdJlA/s1600/greenpeace1.jpg>
Acesso em: 24 de janeiro de 2013.
No texto dois (02) fica implcito a intertextualidade que h entre a histria infantil da
Chapeuzinho Vermelho, personagem de um conto de fadas clssico, e uma outra histria em
que nos dias atuais est se agravando, ou seja, o desmatamento da flora e da fauna, caracterizada
por uma menina com cesta na mo passeando pela floresta. A inteno primordial despertar a
ateno do leitor para ajudar o Greenpeace a combater o desmatamento, a poluio qumica e
industrial. E criticar a atitude humana em relao preservao florestal do territrio brasileiro.
Isso se torna mais transparente por ter uma linguagem intermediria na qual a compreenso
mais fcil e o pblico alvo atingido. Nesse texto temos o predomnio da sequncia injuntiva, a qual
influencia o leitor a fazer o que ele manda exposto no quadro utilizando os verbos no imperativo:
Acesse e Ligue; h tambm uma pergunta retrica, Voc no quer contar essa histria para os
seus filhos, quer?, a resposta que se espera no, pois o Greenpeace acredita que o leitor possa
compreender a gravidade do problema, ou seja, das crescentes taxas de reas desmatadas.
Figura 2: Greenpeace 02 Voc no quer contar essa histria para seus filhos, quer?
Disponvel em: <http://www.duoemebrasil.com.br/wp-content/uploads/2012/06/greenpeace-chapeuzinhovermelho.jpg>. Acesso em: 26 de maro de 2013.
O texto trs (03) vale-se de conscientizao, de abrir os olhos da sociedade para o fato de
que a madeira brasileira est sendo exportada de forma ilegal, ou seja, caracterizando um crime.
As pessoas ao redor da bandeira que diz: 100% crime, so as poucas dispostas a ajudar, onde de
fato o crime toma conta de uma parte gigantesca. H, tambm, um dizer em ingls: for export
que em portugus significa: para exportao, situado na parte superior da bandeira amarela, e
esta cor descreve ateno ao fazermos uma sinalizao; este recurso nos explica que existe a
interveno de outros pases para obteno da madeira. Logo, esta propaganda utiliza de artifcios
como o conhecimento de mundo para que o leitor identifique os dados acontecimentos com a
situao do desmatamento. A bandeira est a meio mastro simbolizando condolncias. Alm de
0132
obter a mesma modalidade e mesmo domnio lingustico dos textos um (01) e dois (02)
anteriormente mencionados. Focaliza principalmente a intencionalidade, intertextualidade e a
informatividade, respectivamente, a qual refere-se produo de uma manifestao.
5 CONCLUSES
Em vista da exposio terica realizada e das propagandas que foram analisadas,
relevante compreender que o texto, seja ele verbal ou no-verbal, necessita de interpretao, esta
acometida de elementos lingusticos favorveis a compreenso pessoal e interpessoal.
Com isso, o Greenpeace baseia-se e vive em prol do meio ambiente, e como elemento
persuasivo usa o gnero propaganda para relacionar-se com a sociedade, bem como possui de
suporte, a mdia, para abranger essa atividade. Por isso, os dez (10) textos analisados contm
caractersticas as quais explicam a interao comunicativa com o leitor.
Alm disso, os mtodos de pesquisa e a intertextualidade contida no se resumem apenas
a uma viso lingustica, e sim as demais possibilidades de conhecimento. E decorrente a essas
possibilidades possvel recorrer s estratgias de educao ambiental fomentadas para adquirir
conhecimento enquanto a criana estiver no Ensino Fundamental II, e formar o senso de cidado,
(ajudando, preservando, orientado e sendo instrumento de ensino-aprendizagem) para tanto,
por essa devida importncia que se constituiu a lei de educao ambiental.
Por fim, os comentrios das anlises sintetizou a concretizao da necessidade de
correlacionar o que h na forma lingustica com as experincias de cada um e interagindo com
outras disciplinas como a geografia, a histria, entre outras que possam contribuir com a temtica
da educao ambiental.
O trabalho com o texto publicitrio tambm revela que todo texto publicitrio possui uma
intencionalidade e nem sempre o leitor est atento e perspicaz, cabendo tambm escola o papel
de ensinar o aluno a ler e reconhecer o propsito comunicativo dos textos que circulam
socialmente, em especial na mdia.
6 AGRADECIMENTOS
0133
A nossa mestre Elis Betnia Guedes da Costa pela orientao e incentivo; ao Bruno Luiz
Philip de Lima, professor de geografia do IFRN; a Ivinna Ellionay Alves dos Santos, bolsista TAL de
Lngua Portuguesa; Julianne Caroline Magalhes Coelho, servidora do IFRN; assim como as nossas
famlias, por direta e indiretamente participarem com seu auxlio no decorrer deste artigo.
7 REFERNCIAS
ADAM, Jean-Michel. A Lingustica Textual: introduo anlise textual dos discursos; reviso
tcnica Luiz Passegi, Joo G. S. Neto. So Paulo: Cortez, 2008.
_____. Types de textes ou genres de discours ? Comment classer les textes qui disent de et
comment faire?. Langages, n.141, 2001, p. 10-27.
CEREJA, William Roberto. Portugus: linguagem : Volume nico / William Roberto Cereja, Thereza
Cochar Magalhes. So Paulo: Atual, 2003.
FIORIN, Jos Luiz; PLATO, Francisco. Para entender o texto: leitura e redao. So Paulo: frica,
2006.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender os sentidos do texto. 2. Ed. So Paulo: Contexto,
2006.
MARCUSHI, L. A. Produo textual, anlise de gneros e compreenso. So Paulo: Parbola
Editorial, 2008.
MONNERAT, Rosane. A publicidade pelo avesso. Niteri/RJ: EDUFF, 2003.
PERELMAN, C.; OLBRECHTS-TYTECA, L. Tratado da argumentao: A nova retrica. Traduo de M.
E. G. G. Pereira. So Paulo: Martins Fontes, 1996.
VILELA, M. A. Q.; KOCH, I. G. V. Gramtica da lngua portuguesa: gramtica da palavra, gramtica
da frase, gramtica do texto/discurso. Coimbra: Almedina, 2001.
VERNIER, Jacques. O Meio Ambiente. 7 ed. Papipus; So Paulo, 2005.
BRASIL. Constituio. Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispe sobre a educao ambiental,
institui a Poltica Nacional de Educao Ambiental e d outras providncias.. Disponvel em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em: 20 de Maro de 2013.
0134
RESUMO
De jovens a adultos, ter perfis em redes sociais parece
significar o pertencimento a determinados grupos
sociais. Com esse pertencimento, surgem questes
identitrias
que
devem
ser
insistentemente
problematizadas. Assim, interessa-nos o modo como a
linguagem est sendo utilizada para construir
identidades de jovens apaixonados(as) no twitter.
Objetivamos, principalmente, observar e problematizar
que tipos de identidades de adolescentes apaixonadas e
apaixonados tm sido constitudas no twitter. Para tanto,
essa pesquisa caracteriza-se como de natureza
documental, em que se utilizaro as postagens do twitter
como documentos. E, para a anlise dos dados, adotarse-o procedimentos qualitativos com recorrncia a
procedimentos terico-metodolgicos da Anlise de
Discurso francesa, procurando, quando necessrio,
hibridizar teoria e as categorias de anlise para a
execuo das etapas da pesquisa. Como fundamentao
terica, recorremos principalmente ao pensamento de
Michel Foucault (1988) acerca da confisso; aos estudos
culturais, com suas ideias acerca das identidades (HALL,
2002); e a prpria AD francesa, com as noes de
discurso e interdiscurso (ORLANDI, 1987).
0135
1 APRESENTAO
Com o avano acelerado da internet, e seus variados usos, as redes sociais ganham dos
internautas uma aceitao de forma abrangente nos ltimos anos. O twitter, como uma de suas
prprias funes anuncia, (e realmente o que pretende ser uma rede social), consiste em fazer e
ter uma comunidade virtual. Essas comunidades virtuais refletem no nosso dia-a-dia, ou seja, ter
um perfil em rede social questo de socializao no mundo moderno, desse modo esta
comunidade virtual faz com que seus usurios se comportem atravs da rede como se estivessem
em uma sociedade real.
comum e de certa forma indispensvel para alguns usurios expressarem seus
sentimentos pelo twitter, assim percebemos que um indivduo, o prprio ser biolgico, pode
possuir vrias identidades. Existem alguns pensadores que refletem sobre essa questo da
identidade, pode-se entender que para Hall (2002) e Bauman (2005) a identidade que um sujeito
possui, depende do contexto em que ele est inserido,as ideias que o indivduo possui sejam elas
tnicas, religiosas, sexuais variam com o lugar e at mesmo com outros indivduos que esto a
cerca dele mesmo. A mudana ou surgimento de novas identidades pode acontecer quando o
indivduo compartilha seus posicionamentos e a partir disso surgem novas identidades, que
podem ser mudadas novamente a partir do contexto e/ou situao inserida. Na
contemporaneidade, o uso dessas redes sociais, tem propiciado, cada vez mais, o surgimento de
novas identidades. E uma das formas que os participantes dessas redes utilizam para sociabilizar
estes sentimentos so os atos de confisso (FOUCAULT, 1988).
Entendemos que as transformaes no ato da confisso podem ser percebidas desde o
surgimento de tal prtica, associada inicialmente Igreja Catlica como forma de manuteno e
sustentao de um discurso dominante, aquele que fabrica subjetividades pautadas pela
culpabilidade do ser humano ao pecar. Na confisso, assim sendo, o sujeito que fala acaba
coincidindo com o sujeito do enunciado. como se o sujeito que fala buscasse compreenso tanto
por parte de si prprio como por parte de quem ou ouve/l. Contudo, diferentemente da
confisso praticada diante de um sacerdote, as prticas contemporneas no so feitas por
obrigao, mas para incitar um autoconhecimento, reforando um controle, ao mesmo tempo em
que abre espao para resistir.
Os tweets so textos que materializam discursos responsveis pela constituio de
sujeitos os quais, a partir de significados culturais, se identificam e integram o universo de virtuais
personalidades no mbito de uma ordem social to fortemente marcada pelo discurso da incluso,
reafirmando a possvel igualdade. Possuir uma rede social parece garantir a participao e
circulao em diversos espaos contemporneos.
Sendo assim, alguns tweets que falam sobre amor ou algo que envolve este sentimento
como o dio, a saudade, a paixo e outros sentimentos vinculados por esta rede, so
apontamentos discursivos pelos quais o indivduo est encontrando para divulgar suas vontades e
seus desejos, assim como uma ferramenta para confisso contempornea.
0136
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Para fundamentar nossa investigao, recorremos a ferramentas tericas advindas dos
Estudos Culturais e da anlise do discurso de filiao francesa, principalmente. Dentro do
pensamento dos Estudos Culturais, interessa-nos o conceito de Identidade, especialmente. J na
AD, buscamos as noes de Discurso e Interdiscurso.
Segundo as teorizaes de Stuart Hall, na obra A identidade cultural na psmodernidade (2002), no inicio do sculo XX, as identidades culturais eram imaginadas como
slidas por conta das paisagens de classe, gnero, sexualidade, raa, nacionalidade e etnia. Ou
seja, por questes polticas, histricas e de valores da poca, as identidades no tinham esta
valorizao a carter de cincia humana como atualmente. Hoje, as identidades, como Hall (2002)
teoriza, esto cada vez mais se fragmentando:
Estas transformaes esto tambm mudando nossas identidades pessoais
abalando a ideia que temos de ns prprios como sujeitos integrados. Esta perda
de um sentido de si estvel chamada algumas vezes de deslocamento ou
descentrao do sujeito. (HALL, 2002, p.9)
A descentrao das identidades, tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de
si mesmo, constitui uma crise de identidade para o indivduo. Esses processos de mudana
tomados em conjunto representam um meio de transformao e nos levam a perguntar se no a
prpria modernidade que est sendo transformada.
As sociedades modernas so constitudas em mudanas constantes, rpidas e
permanentes, e isto a diferencia da sociedade tradicional, ou seja, no existe nenhum rgo,
nenhuma lei, nem sequer uma pessoa capaz de dominar por completo a ideologia do povo
constituinte da sociedade moderna, logo impossvel fazer com que o indivduo tenha uma
0137
identidade dominada por algo superior, fazendo com que ele possua vrias identidades, que
podem ser influenciadas por inmeros fatores, porm nunca suas identidades so submissas a
algo ou algum.
Corroborando as ideias de Hall (2002), o socilogo polons Zygmunt Bauman, na sua obra
Identidade (2005), teoriza que sociedade moderna no slida, e que o pertencimento a um
grupo (seja ele pra qualquer funo) e as nossas variadas identidades, e um dos motivos de
possuirmos vrias identidades, (pois pra cada situao e/ou pessoa que estamos inclusos uma
identidade nova est presente) sejam elas de carter cultural, religioso, sexual, poltico e at
mesmo amoroso esto sendo constantemente modificados, renovados, transformados no
lquido da modernidade em que estamos imersos.
Deste modo, a identidade no adquirida por um exclusivo acontecimento, tudo depende
das decises que o sujeito escolhe, do caminho que percorre e da maneira como age. O socilogo
polaco, para ilustrar, recorre ao exemplo de uma amiga que mulher, hngara, judia, norteamericana e filsofa, ou seja, ela tem uma identidade (ou vrias dependendo do contexto e da
situao) para cada funo na sua vida. Sendo assim, poucos de ns ou quase ningum est
exposto apenas um conjunto de ideias, o sujeito possui dentro de si valores em que a mudana de
opinio ou ideia seja constante, e essa mudana pode ser em qualquer parte da vida.
Para o socilogo,
As identidades flutuam no ar, algumas de nossa prpria escolha, mas outras
infladas e lanadas pelas pessoas em nossa volta, e preciso estar em alerta
constante para defender as primeiras em relao s ltimas. (BAUMAN, 2005, p.
19)
3 METODOLOGIA
Para investigar a constituio de identidades de adolescentes nessa modernidade lquida
(BAUMAN, 2001) produzidas no twitter, recorremos Lingustica Aplicada bem como outras
referncias tericas e metodolgicas que esto articuladas com teorizaes ps-modernas que
redimensionam a noo de sujeito, identidades culturais, relaes de poder. Situada dentro dessa
perspectiva ps-moderna, a pesquisa utilizou ferramentas conceituais dos Estudos Culturais, de
teorizaes foucaultianas e da Anlise de Discurso francesa (ORLANDI, 1987). Para tanto,
consideramos relevantes as contribuies de alguns pensadores, entre outro, Bauman (2001;
0138
2005), Hall (2002). Destacamos a relevncia de Foucault (1988) cujas teorizaes permitiram
analisar o fenmeno do poder e da confisso.
A pesquisa caracterizou de natureza documental, em que se utilizaram as postagens do
twitter como documentos. E, para a anlise dos dados, adotamos procedimentos qualitativos com
recorrncia a procedimentos terico-metodolgicos da Anlise de Discurso francesa, procuramos,
quando necessrio, hibridizar teoria e as categorias de anlise para a execuo das etapas da
pesquisa.
Inicialmente, coletamos cerca de trezentas postagens do twitter no perodo de 06 de abril
a 30 de junho, para tornarmos a pesquisa mais abrangente e no coletar informaes apenas dos
usurios que ns seguimos (follow), utilizamos a ferramenta virtual Topsy (WWW.topsy.com) que
funciona como uma busca tweets de vrios usurios (at mesmo usurios que ns
desconhecemos) a partir de uma palavra, neste caso colocvamos palavras relacionadas ao amor,
(o prprio amor, paixo, dio, saudade, traio e etc.) e selecionvamos as informaes que
achvamos convenientes.
O pblico alvo da nossa pesquisa foram os jovens de 13 a 17 anos. Sempre
procurvamos a idade pela descrio do perfil, a bio, meninos e meninas eram nosso objeto de
pesquisa, e em relao s mensagens coletvamos confisses, frases com destinatrio
desconhecido e ironias, citaes de autores (as) (sejam eles(as) de qualquer escola ou poca
literria), trechos de msica, menes a pessoas que se amam, que estejam em um
relacionamento srio ou no.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Aps a leitura e seleo, categorizamos os dados da seguinte maneira, quanto
constituio das identidades dos(as) adolescentes: O atravessamento da literatura;
Declaraes romnticas; o cotidiano da vida amorosa compartilhado no twittere Frases com
destinatrio desconhecido e ironias. Para cada categoria, selecionamos, em mdia, 5 tweets.
Vejamos, ento, que tipos de identidades podemos observar constituindo-se via twitter. Os dados
analisados sero enumerados de acordo com sua ordem de aparecimento no texto (Dado-1; D2;D-3; por exemplo).
0139
0140
identidade exibicionista, ou seja, no basta o sujeito estar sentindo algo satisfatrio para si, tem
que mostrar para os outros.
Vamos analisar estes enunciados:
D-8 Eu posso ter mil e uma paixes, mas ser sempre voc o meu amor,
o que eu tenho de mais bonito, profundo..
D-9 S quero ter, s quero amar, s vou contemplar voc, quero correr,
pra algum lugar e depois voltar pra te ver..
Em D-8 e D-9 percebemos uma identidade de entrega e paixo total para a pessoa
amada, em D-8 o sujeito confunde paixo com amor, porm este tipo de entrega uma paixo e
no precisamente um amor. Diferente dos outros fragmentos desta mesma categoria, que o
sujeito tenta apenas anunciar o quanto est feliz amando uma pessoa que pelo contexto a faz
feliz, mas ambas apresentam o mesmo fenmeno da crise de identidade teorizada por Hall (2002),
as pessoas necessitam de exibir suas ideias para o pblico, neste contexto no basta o sujeito
amar ou ser amado, ele tem que expor este sentimento para o pblico.
Por fim, vejamos este enunciado:
D-10 Eu te amo de todas as formas que se possa amar uma pessoa, e no
importa o tempo que passar, porque ser amor, lindo da mesma forma
Em D-10 podemos analisar uma identidade de paixo explicita, porm com uma
identidade mais madura, prevendo que esta paixo com o tempo pode diminuir sua intensidade,
mas pelo fato de amar tal pessoa e saber o valor deste sentimento o sujeito promete que este
amor ser preservado.
0141
amor, estes fragmentos nos mostram uma identidade de positividade, o que nos leva a acreditar
em um possvel relacionamento at o presente momento saudvel.
Em D-12 o sujeito alm de possuir uma identidade de felicidade e positividade, possui em
especial uma identidade de carter prestativo onde tenta ajudar algum do grande pblico a
valorizar os momentos simples de uma relao, enfatizando que possveis bens e momentos
materialmente construdos no so de grande relevncia, mas o importante a pessoa amada
compartilhar consigo todos os momentos da sua vida.
Vejamos estes enunciados:
D-13 Estar com a pessoa que voc ama, assistindo um filme que voc
gosta... Acho que a felicidade veio e ficou aqui..
D-14 Algumas pessoas gostam de se exibir mostrando seu carro novo, mas
o meu jeito diferente, andando com meu amor de mos dadas o
suficiente..
0142
tentar, atravs de frases com destinatrio desconhecido e ironias, fazer com o indivpiduo que
estivesse subentendido tenha alguma conscincia de algum ato que praticou no passado.
Ainda em D-16 e D-17, percebemos uma das maneiras mais recorrentes de uso das redes
sociais, qual seja: usar textos com mensagens subentendidas e com destinatrios ausentes, para o
grande pblico. Esses textos fazem surgir identidades de jovens que demonstram ter vencido uma
dor, por diversos motivos ocasionadas. Nos casos em anlise, parece um fim de relacionamento.
No entanto, como as identidades so facas de dois gumes (Bauman, 2005), enunciados como os
de D-16 e D-17 fazem surgir uma identidade justamente contrria pretendida pelo usurio do
twitter, ou seja, surge uma identidade de um jovem que de forma alguma superou a perda, de
modo que se mostra ainda tocado pela dor.
Vejamos os seguintes fragmentos:
D-18 Sabe quando 2 minutos destroem 23 horas e 58 minutos e um amor
de uma vida inteira? Pois
D-19 Twitter, Facebook, vocs revolucionaram o jeito de amar sabiam?
Obrigado por destruir a vida da gente.
Em D-18 e D-19 podemos perceber o surgimento de uma identidade que culpa a prpria
rede social por algum conflito em sua vida amorosa. O que em muitas vezes usado para fazer
declaraes, acaba estando relacionado perda. Contudo, os enunciados D-8 e D-9 sugerem
sentidos muito prximos de D-16 e D-17: de, de alguma maneira, esses textos passam mensagens
com destinatrios desconhecidos por uma maioria.
Uma possvel identidade de repdio diante das redes sociais, talvez por saber que o
companheiro postou algo ao seu olhar inapropriado ou algum outro motivo que levasse a estes
apontamentos. Estes tipos de relaes virtuais como Bauman (2005) teorizou tendem a ser frgeis
e fracas, alm de perder o tradicionalismo de um relacionamento real.
Por fim, vejamos o seguinte enunciado:
D-20 voc me odeia? Saiba que eu te odeio ainda mais!
Voc no merece o amor nem do ser mais duro que existe
na face da terra.
Percebemos novamente outro fragmento textual em que o sujeito tenta construir uma
identidade de superioridade, aparentemente tentando mostrar aos demais que esta relao no
bem sucedida no est o afetando. No entanto, o uso do pronome voc deixa mais direcionado
o interlocutor da mensagem, sem, no entanto, revel-lo por completo.
5 CONCLUSO
Observamos que as prticas de confisses dos jovens apaixonados (as) no twitter e as
suas determinadas identidades so bem abrangentes e as suas constituies no podem ser
tratadas nem questionadas por um nico fator. Como teoriza Bauman (2005), as identidades no
so definidas, nem slidas, mas negociveis e revogveis.
0143
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BAUMAN, Zygmunt. IDENTIDADE. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.2005.
_____. Modernidade Lquida; traduo, Plnio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
FOUCAULT, Michel. Histria da Sexualidade 1: a vontade de saber. Rio de Janeiro, Edies Graal,
1988.
HALL, Stuart. A identidade cultural na ps-modernidade. 7 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
ORLANDI, E. P. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. Campinas: Pontes,
1987.
SITES VISITADOS
www.twitter.com
www.topsy.com
0144
RESUMO
Na modalidade de ensino a distncia em lngua
espanhola, observamos que os alunos apresentam em
seus relatos dificuldades para compreender o material e
em expor suas dvidas, por no haver contato direto
com os professores e toda a comunicao ser baseada
em fruns, caixas de textos das atividades e caixas de
mensagens. Com base neste problema, resolvemos
investigar o papel que as estratgias metacognitivas de
0145
1 INTRODUO
A transio do ensino presencial para o ensino a distncia um desafio e pode levar um
tempo at que os alunos se adaptem. As diferenas so muitas e a modalidade a distncia exige
muito mais do aluno que deve ter uma postura autodidata, sendo disciplinado e automotivado.
Essas estratgias permitem que no ato da leitura o leitor tenha objetivos para a escolha dos
textos, ative seus conhecimentos prvios e possa selecionar, antecipar, inferir e verificar as
informaes contidas no texto para que se construa um sentido. So mecanismos que auxiliam o
leitor a compreender e dar sentido ao texto.
Ao conhecer as caractersticas da comunicao entre professores/tutores e alunos neste
curso a distncia, as causas de eventuais dificuldades podero ser encontradas e possibilitaro a
tomada de medidas que minimizem seus impactos e contribuam para um processo de
aprendizagem mais consciente.
O caminho a anlise das respostas dadas pelos alunos do polo de Natal sobre a utilizao
de estratgias metacognitivas durante a leitura de textos diversos. Observando a capacidade de
compreenso do material lido, as estratgias metacognitivas utilizadas durante a leitura e o
momento da leitura em que so utilizadas.
A utilizao de estratgias de leitura no processo de aprendizagem envolve a ativao de
conhecimentos que vo desde a compreenso da escrita at o conhecimento de mundo do leitor
(GONALVES, 2010). Tomando como partida o desejo de contribuir para a melhoria do curso, um
melhor aproveitamento das aulas e uma melhor interao entre professores, tutores e alunos, se
faz necessrio que os co-enunciadores busquem um ponto de equilbrio. O escritor deve colocarse no lugar do leitor ao produzir o texto, enquanto o leitor deve fazer uso das estratgias
cognitivas e metacognitivas de leitura para ter uma melhor compreenso do que lido atribuindolhe sentido.
Diante do exposto, tentarei encontrar respostas s minhas indagaes atravs da anlise
das respostas dos questionrios, identificando as dificuldades enfrentadas por mim e meus
colegas de curso, numa tentativa de buscar solues para o melhor desenvolvimento do processo
de aprendizagem. Farei uma abordagem parcial sobre leitura, escrita, modalidade a distncia e
desenvolvimento de estratgias de leitura, como essas estratgias auxiliam no aprendizado da
lngua espanhola e como os alunos do curso de licenciatura em Letras Espanhol do IFRN/UAB
esto fazendo uso dessas estratgias.
Diante da necessidade de analisar e entender como as estratgias metacognitivas de
leitura contribuem para o aprendizado da lngua espanhola no ensino a distncia, este estudo tem
como objetivo responder seguinte indagao: Qual a importncia do desenvolvimento de
estratgias metacognitivas de leitura para a aprendizagem da lngua hispnica?
Buscaremos respostas para a nossa questo de pesquisa identificando inicialmente quais
so as estratgias metacognitivas utilizadas pelos alunos durante as suas leituras nesta
Licenciatura em Espanhol.
0146
Durante a investigao proporemos uma metodologia que vise produzir as condies para
desenvolver no grupo estudado estratgias metacognitivas de leitura que contribuam para tornar
suas atividades de leitura mais consciente e reflexiva.
2 FUNDAMENTAO TERICA
A escrita est presente em todos os momentos da nossa vida, seja em bilhetes, e-mails,
placas, embalagens, e demais textos do nosso cotidiano. Existem muitas definies sobre o que a
escrita, para KOCH & ELIAS (2009, p.32) o modo pelo qual concebemos a escrita no se encontra
dissociado do modo pelo qual entendemos a linguagem, o texto e o sujeito que escreve assim, a
escrita pode ser vista de trs formas: foco na lngua, foco no leitor e foco na interao.
Sobre a primeira forma, KOCH & ELIAS (2009, p.33) definem como: O texto visto como
simples produto de uma codificao realizada pelo escritor a ser decodificado pelo leitor,
bastando a ambos, para tanto, o conhecimento do cdigo utilizado. O foco no leitor para KOCH &
ELIAS (2009, p.33) pode ser entendido da seguinte forma: A escrita, entendida como uma
atividade por meio da qual aquele que escreve expressa seu pensamento, suas intenes, sem
levar em conta as experincias e os conhecimentos do leitor ou a interao que envolve esse
processo. A terceira forma de conceber a leitura envolve escritor e leitor numa via de mo dupla
onde quem escreve deve faz-lo tendo em vista o conhecimento do leitor, assim a comunicao
acontece a partir do conhecimento comum de ambos sobre o tema.
Durante a vida, aprendemos a ler e escrever e convivemos diariamente com textos, o que
nos permite desenvolver a capacidade de leitura e escrita. A interao entre escritor e leitor tornase importante no processo de leitura, pois permite que haja uma troca de informaes entre as
partes envolvidas.
A leitura o processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita () para ler
necessitamos, simultaneamente, manejar com destreza as habilidades de decodificao e
aportar ao texto nossos objetivos, ideias e experincias prvias; precisamos envolver em
um processo de previso e inferncia contnua, que se apoia na informao proporcionada
pelo texto e na nossa prpria bagagem, e em um processo que permita encontrar
evidncia ou rejeitar as previses e inferncias antes mencionadas. (SOL, 1998, p.23)
A leitura uma atividade de compreenso e interpretao daquilo que se l, para que isso
seja possvel, recorremos s estratgias de leitura que auxilia na construo de sentido do texto.
Essas estratgias permitem que enquanto a leitura esteja sendo feita, o leitor analise o que est
sendo lido e a partir do conhecimento prvio este possa selecionar, antecipar, inferir e verificar as
informaes contidas no texto para que se construa um sentido.
Durante a leitura as antecipaes sero levantadas e depois confirmadas ou rejeitadas.
Sero, enfim, sempre testadas no movimento da leitura, a partir de conhecimentos que
esto em nossa memria. () Esta antecipao de informaes e as inferncias
decorrentes delas serviro de base para a compreenso do texto, verificando, testando as
nossas hipteses, exercitando, assim, a autorregulao do prprio processo de leitura.
(GONALVES, 2010, p.09)
0147
Apesar dos avanos tecnolgicos, o material didtico, que pode ser impresso ou em meio
digital, ainda o principal responsvel na transmisso de informao e porta-voz do que o
professor pretende passar para o aluno e torna-se eficiente de acordo com sua utilizao e, por
isso, deve ser apresentado de forma que o aluno desperte interesse e sinta-se motivado a estudar,
ou seja, o autor deve colocar-se no lugar do leitor para que ocorra uma satisfatria interao. o
elo entre o professor e o aluno, principalmente nas relaes existentes no ensino a distncia,
nele que a informao ou o conhecimento emprico se transforma em conhecimento
sistematizado ou cientifico.
O material didtico tem que motivar os alunos atravs do estabelecimento de um dilogo
permanente, da proposio de atividades que instiguem a busca pela descoberta e pela
pesquisa e que estejam relacionadas com o contexto de vida do aluno; tem que ser
0148
A modalidade a distncia, por ser algo ainda novo para muitos de ns estudantes, pode
levar um tempo para que todos os alunos se adaptem s mudanas decorrentes da transio do
ensino presencial para o ensino a distncia. No primeiro, a comunicao entre professor e aluno se
d de forma imediata, as aulas so presenciais e o professor explica o contedo das aulas e tira as
dvidas da turma medida que as dvidas vo aparecendo. No segundo, as aulas so mediadas
por apostilas e textos disponibilizados na plataforma por cada professor e cabe ao aluno acessar
esse material.
Segundo SOL (1998, p.22) O significado que um escrito tem para o leitor no uma
traduo ou rplica do significado que o autor quis lhe dar, mas uma construo que envolve o
texto, os conhecimentos prvios do leitor que o aborda e seus objetivos.
Essa comunicao entre professor/tutor e aluno pode sofrer interferncia, uma vez que
quem escreve deseja passar uma mensagem que nem sempre compreendida da maneira como
deveria por quem l.
O como dizer o que se quer dizer revelador de que a escrita um processo que envolve
escolha de um gnero textual em consonncia com as prticas sociais, seleo,
organizao e reviso das ideias para os ajustes/reajustes necessrios, tendo em vista a
eficincia e a eficcia da comunicao. (KOCH & ELIAS, 2009, p.36)
Na EaD a interao entre alunos, professores, tutores e colegas se d geralmente por meio
de comunicao assncrona, que segundo MARIZ (2010, p.12), aquela em que a interao no
se d em tempo real, como por exemplo, atravs de cartas, e-mails, chats, fax, mensagens no
celular, etc. Outras formas de comunicao tambm so utilizadas como: blogs, fruns, sites,
teleconferncia e outras tecnologias disponveis, sejam elas em tempo real ou no e as inovaes
tecnolgicas vm para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem devendo ser utilizadas de
maneira adequada com o objetivo de auxiliar o desenvolvimento das atividades.
O processo de leitura e compreenso de um texto requer uma srie de mecanismos que
auxiliam na construo de sentido. Mecanismos que levam em considerao no s os
aspectos intrnsecos ao texto, mas os conhecimentos de mundo do leitor. Nesse processo,
de fundamental importncia a compreenso do contexto em que aquele texto foi
elaborado e est em uso. O leitor processa essas informaes automaticamente enquanto
participa do processo de construo dos sentidos do texto e, para isso, utiliza uma srie de
0149
3 METODOLOGIA
O universo dessa pesquisa foi composto pelos alunos do polo de Natal que esto
matriculados nos perodos acadmicos do ano de 2012. A pesquisa foi realizada atravs de
questionrio criado no Google Fomulrio para alunos do curso de Licenciatura em Letras Espanhol
do IFRN na modalidade a distncia do polo de Natal e visitas ao polo de Natal.
Os dados deste estudo sero obtidos a partir da observao no campo da pesquisa,
pesquisas bibliogrficas, questionrio.
Para a realizao da pesquisa, selecionamos um instrumento que j tivesse sido utilizado
em outros momentos. Elegemos a Escala de Estratgias Metacognitivas de Leitura Ensino Mdio
(EMeL EM) que foi utilizado para 641 alunos do Ensino Mdio de escolas pblicas e particulares
do interior de So Paulo.
tem por objetivo avaliar o tipo e a freqncia de estratgias de leitura que os jovens
estudantes utilizam antes, durante e depois da leitura de textos informativos. composta
por 39 afirmaes do tipo Likert com trs opes de freqncia nunca, algumas vezes e
sempre. A anlise fatorial do instrumento indicou trs fatores, sendo 15 estratgias
metacognitivas globais (questes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 18, 19, 21, 22, 24, 26, 29, 36), 10
estratgias metacognitivas de suporte leitura (questes 12, 13, 16, 27, 32, 33, 34, 37, 38,
39) e 15 metacognitivas de soluo de problemas (questes 7, 8, 9, 10, 11, 14, 15, 17, 20,
23, 25, 28, 30, 31, 35). Estes fatores explicam 39,43 % da variabilidade da escala. A
preciso total da escala de e de para estratgias metacognitivas globais
e de soluo de problemas e para as de suporte leitura. Quanto ao momento de
leitura os itens de nmero 1 ao 4 se referem a estratgias utilizadas antes da leitura, os de
nmero 5 ao 30 se referem s estratgias durante a leitura e os itens 31 a 39 esto
relacionadas a estratgias que so utilizadas depois do trmino da leitura. (Marini, 2006 p.
54).
0150
5 CONCLUSO
Conhecer as estratgias de leitura e saber utiliz-las de maneira adequada para atingir os
objetivos de aprendizagem proporciona melhor compreenso do material lido. Percebemos que a
maioria dos alunos do curso de Licenciatura em Letras Espanhol na modalidade Distncia no
costuma fazer perguntas sobre o material a ser lido, mas costuma relembrar os principais pontos
do texto considerado um dos pontos mais importantes.
A leitura uma importante habilidade cognitiva e que mais do que apenas decodificar
signos lingusticos ou compreenso de palavras. um ato fundamental para a insero do
indivduo na sociedade. Verificamos que a maioria dos alunos faz uso adequado das estratgias
metacognitivas de leitura no que diz respeito soluo de problemas o que indica um alto nvel de
habilidade leitora. Em relao s estratgias pr leitura, estas devem ser trabalhadas mais a fim de
facilitar o processo de leitura e at mesmo da compreenso dos materiais lidos.
Os futuros professores de lngua espanhola devem estar preparados para ensinar a
utilizao de estratgias de leitura para seus alunos para que estes compreendam melhor os
textos lidos e para isso precisam ter conhecimentos delas e saber como utiliz-las de maneira
eficaz. A sugesto que seja elaborada uma oficina onde sejam abordadas a importncia das
estratgias metacognitivas de leitura e sua utilizao como recurso para melhor compreenso da
leitura.
6 REFERNCIAS
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. So Paulo: Atlas, 2004.
0151
GONALVES, Rousiene Silva. Lngua Portuguesa I: texto e sentido. Aula 02. Natal, 2010.
GONALVES, Rousiene Silva; CAVALCANTE, Ilane Ferreira. Lngua Portuguesa I: estratgias
utilizadas para a compreenso e interpretao de textos. Aula 03. Natal, 2010.
KLEIMAN, ngela. Oficina de leitura: teoria e prtica. Campinas, SP: Pontes, 1993. p. 49-64.
KOCH, Ingedore Villaa; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. So Paulo:
Contexto, 2006
_____. Ler e escrever: estratgias de leitura e produo textual. So Paulo: Contexto, 2010.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia cientfica. 4.
ed. So Paulo: Atlas, 2001.
_____. Metodologia cientfica. 4. ed. So Paulo: Atlas, 2004.
MARIZ, Liane Trindade. Educao a distncia: bases conceituais e evoluo histrica. Aula 02.
Natal, 2010.
_____. Professores e alunos de educao a distncia. Aula 04. Natal, 2010.
_____. Material didtico na educao a distncia: natureza, tipologia e elemento. Aula 05. Natal,
2010.
_____. Mdias e ferramentas na educao a distncia. Aula 06. Natal, 2010.
_____. A tutoria na aprendizagem a distncia: interatividade e afetividade. Aula 08. Natal, 2010.
MARINI, Janete Aparecida da Silva. Escala de estratgias metacognitivas de leitura para o ensino
mdio: evidncias de validade. Programa de Ps-Graduao Stricto Sensu em Psicologia da
UniversidadeSo Francisco: So Paulo, Itatiba, 2006.
MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaborao de monografias e dissertaes. 3. ed. So
Paulo: Atlas, 2002.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho cientfico. 23. ed. rev. e atual. So Paulo:
Cortez, 2008.
SOL, Isabel. Estratgias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.
0152
RESUMO
Esse trabalho investiga o perfil de leitor do aluno da
licenciatura em espanhol a distancia do IFRN no polo de
CARABAS/RN. Destacamos a leitura, dentre os aspectos
especficos do curso, como um dos mais importantes na
construo do conhecimento da autonomia do aluno.
Foram entrevistados 12 alunos ingressantes em 2012, no
curso de licenciatura em Letras Espanhol distncia,
ofertado pelo IFRN. A referida pesquisa foi aplicada na
sala de apoio ao Polo presencial do curso de Licenciatura
0153
INTRODUO
Desde 2010 o Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte
(IFRN) vem ofertando a licenciatura em espanhol a distancia em 06 (seis) polos no Rio Grande do
Norte. Um curso a distancia oferece algumas vantagens para o aluno trabalhador tais como: a
possibilidade de estudar em seus horrios disponveis, o estmulo autonomia, o acesso a um
curso superior de qualidade em sua prpria regio, fato que at muito pouco tempo no era
possvel. No entanto, os mesmos aspectos que podem funcionar de forma positiva, dependendo
do comprometimento do aluno, ou de seu histrico de formao anterior, podem ser tidos como
obstculos.
Um dos aspectos muito exigidos do aluno, em seu processo de construo da prpria
autonomia para o estudo e a construo do conhecimento, a capacidade leitora. Os alunos de
espanhol a distancia do primeiro perodo tem disposio um material Didtico digital que, se
impresso, totalizaria cerca de 1500 pginas de texto. Obviamente, esse material didtico apenas
uma porta para o conhecimento das reas especficas que o curso agrega. O que significa que o
aluno, alm das aulas propriamente ditas, precisaria agregar a essa quantidade de pginas por
semestre, a leitura do material complementar, textos indicados pelo professor, vdeos, udios,
entre outros materiais.
Fica bem claro, portanto, que a competncia leitora aspecto crucial no bom
desenvolvimento do curso para o aluno, alm, claro, do bom desenvolvimento do aluno.
Observando, ainda, por outro lado, o curso de licenciatura em espanhol a distancia da
rea de letras, o que implica no s a capacidade de ler e compreender o texto, reconhecendo
suas instancias sociais de circulao, mas tambm lidar com a linguagem em aspectos mais
profundos, reconhecendo recursos como ironia, parodia, parfrase, entre outros. Recursos que
so a base da linguagem literria, por exemplo.
Em pesquisa realizada no ano de 2011 por um grupo de pesquisadores da base de pesquisa
em Multirreferencialidade, educao e linguagem 1, investigaram a evaso no curso de licenciatura
em espanhol a distancia e identificaram, entre outros aspectos, um dado exposto pelos
entrevistados: dificuldades ligadas ao material didtico. Considerando que as respostas a esse
dado foram contraditrias, alguns entrevistados justificaram como elemento positivo o material
didtico, outros apontaram o material como elemento dificultador, e considerando, ainda, a
qualidade que a equipe de produo de material didtico tem visado ao produzir esse material,
surgiu o interesse em pesquisar se a dificuldade desse aluno no estaria ligada sua competncia
leitora. Isto , ser que esse aluno l? O que ele l? Ele l literatura? Que contato ele teve ou tem
com literatura? E com outras leituras?
A pesquisa A evaso no Curso de Licenciatura em espanhol a distancia ofertado pelo IFRN/UAB foi desenvolvida
entre os alunos evadidos do curso e resultou em um relatrio e em painel apresentado no IV CONGIC.
0154
Bem, pensando nessas questes, que esse trabalho fruto de uma segunda pesquisa,
realizada com o objetivo de investigar o perfil de leitor do aluno que entra na licenciatura em
espanhol a distancia do IFRN no plo de CARABAS/RN.
REVISO BIBLIOGRFICA
0155
0156
A estratgia de visualizao feita quase de maneira automtica, pois quando lemos nos
envolvemos sensaes e imagens que permitem as palavras do texto se virar desenhos em nossa
mente. Assim essa estratgia uma forma de inferncia, pois tanto a visualizao, quanto a
inferncia necessitam ser trabalhadas de forma bem prxima. Quando lemos e vemos as imagens
criamos automaticamente imagens pessoais e isso prende nossa ateno dando significado
leitura.
Quando extingamos os alunos a fazerem perguntas sobre a leitura acabamos por ao
auxiliar a compreenso da histria. Essa estratgia auxilia as crianas a aprenderem com o texto, a
perceberem os rastros dados pela narrativa e assim facilitando o raciocnio.
Se tratando da habilidade da sumarizao quando h uma hiptese feita a partir da
necessidade de resumir o que lemos sendo necessrio aprender o que fundamental em um
texto, ou seja, buscar a essncia, separando-a do detalhe. Quando selecionamos o que
imprescindvel na histria, assim o educador aumenta a chance de compreenso da histria lida
apontando ao aluno as ideias principais do texto.
Quando resumimos anotamos as ideias fundamentais de um texto, parafraseando-o, desse
modo a estratgia de sntese expressa mais do que resumir um texto. A sntese acontece quando
pronunciamos o que lemos em nossas impresses subjetivas, reconstruindo o prprio texto,
selecionando as informaes fundamentais e moldando-as com o nosso conhecimento. Quando
abreviamos acrescentamos novos elementos a partir de nosso conhecimento prvio, alcanando
uma compreenso maior do texto, e no apenas recordando episdios importantes do texto.
Percebemos assim que essa aula introdutria a primeira atividade da oficina de leitura,
em que o docente utiliza uma ou duas estratgias de compreenso do texto, e depois orienta a
sua prtica. Conforme Girotto e Souza (2010), nessa fase, professor e alunos praticam a estratgia
juntos em um contexto de leitura partilhada, refletindo por meio do texto e construindo
significados atravs da discusso.
Em seguida os alunos leem individuais e silenciosamente podendo anotar seus
pensamentos ao lado do texto, e desse modo tentando aplicar sozinhos, as habilidades de leitura,
o educador por sua vez conversa com as crianas sobre suas descobertas e as questes ao texto. A
avaliao e o dialogo na sala entre os alunos sobre o texto lido a etapa final das oficinas de
leitura. Assim o professor passa a avaliar se foram alcanados os objetivos principais da aula.
Finalmente perante a funo do educador na aula, especificando as desenvolturas de
leitura, ponderando o conhecimento prvio e o ritmo de cada um, respeitando o texto literrio em
sua retido, como tambm na utilizao as oficinas de leitura, teremos assim leitores literrios que
compreendendo prontamente o texto utilizaro a literatura em sua vida social.
Conclumos assim, que o ensino da literatura na escola tem como objetivo final a formao
de leitores capazes de se inserir na sociedade, se sobressair e destacar em diversas situaes na
escola e na sociedade em que vive, estando sempre pronto para avanar em seus objetivos finais
sabendo que [...] a fico feita palavra na narrativa e a palavra feita matria na poesia so
processos formativos tanto da lngua quanto do leitor. Uma e outra permitem que se diga o que
0157
no sabemos dizer e nos dizem de maneira mais precisa o que queremos dizer ao mundo e ns
mesmos (COSSON, 2006a, p. 16).
O ato de ler, no entanto, visto pelo aluno na maioria das vezes como obrigao e, por
isso, ele pode ser levado a ler de forma resignada. Assim, preciso que o educador crie estratgias
de estimulo leitura, alm disso, o professor de literatura deve estar sempre atualizado e passar
para o aluno a importncia da formao do hbito de ler.
No de necessidade extrema que o educador seja leitor de clssicos da literatura, basta
apenas que ele tenha gosto pela leitura e tenha segurana do que esta passando para os alunos.
Outro ponto importante a forma como ele passa essa segurana, com expresses faciais, gestos,
entonao e pausas certas, criando um envolvimento dos alunos com o texto, tornando assim a
aula muito mais atrativa e interessante.
Para que a aula de literatura tenha um bom desempenho preciso que o educador crie
estratgias de leitura e uma rotina estabelecendo horrios e dias especficos para cada atividade.
O aluno, na verdade o reflexo do professor, ou seja, quando o educador proporciona uma
aula agradvel e textos de forma clara e objetiva isso se refletir no desenvolvimento de
aprendizagem do aluno, principalmente os alunos que esto iniciando sua vida como leitores.
preciso tambm que o aluno tenha a liberdade de se expressar se sentindo assim vontade para
escolher qualquer tipo de leitura, desde uma bula de remdio at uma revista de quadrinhos, o
que na verdade importa que acontea o desejo da leitura, pois s assim o aluno poder ver a
leitura com um olhar mais amigvel.
A leitura precisa sempre estar atualizada, com noticias do cotidiano, tecnologia, cincia
entre outros temas. Alm de outros fatores que fazem parte do dia-a-dia do aluno, podemos
observar que importante esse envolvimento do aluno no prprio desenrolar da aula, pois a
interao entre os alunos e com o educador de extrema importncia.
O professor poder utilizar algumas estratgias para chamar a ateno do aluno para a
leitura, como a linguagem oral e udio visual.
Uma as grandes dificuldades do professor de literatura nos dias de hoje a falta de uma
biblioteca equipada com acervo de livros necessrios e especficos para um bom desenvolvimento
da aula, muitas vezes sobra criatividade, doao e entusiasmo por parte do professor, mas essas
carncias de material e ambiente para aula acabam por desanimar o educador, que em muitos
casos faz o que pode com o que tem acesso.
dever do professor de literatura utilizar a biblioteca como fonte principal do projeto
pedaggico, pois alm de proporcionar um timo ambiente de estudo para o aluno, uma fonte
rica de estudo e inspirao para o professor. O ambiente de leitura deve ser calmo, aconchegante
e estimulante, pois a leitura alm de servir para buscar informaes ao mesmo tempo deve ser
prazerosa.
No somente importante, mas necessrio esse ambiente de leitura, e esse material
indispensvel na aula, tambm imprescindvel que o educador esteja preparado e capacitado
para lidar e trabalhar com esse material sendo sempre ousado, critico criativo, e estando sempre
0158
frente nas tecnologias e inovaes, nunca se contentando com o bsico, para assim proporcionar
o desejo e o estimulo dos alunos pela leitura.
Assim no momento e o professor passa a ter melhores qualidades de fontes de informao,
e acesso a consequentemente ter mais segurana para dar uma aula de mais qualidade.
CONTEXTUALIZANDO A PESQUISA
0159
Pensando nisso observamos que os critrios adotados pelo O SAEB e o ENEN. O SAEB so
voltados para os sistemas de ensino e no para os conhecimentos pessoais dos alunos, os dados
coletados demonstram que grande parte de alunos, em todas as sries avaliadas, apresentam
nvel abaixo do esperado com algumas significativas dificuldades compreenso na leitura.
J o ENEM que direcionado para estudantes que concluram o Ensino Mdio,
possibilitando o ingresso ao Ensino Superior, permite a contnua construo do conhecimento,
introduzindo o indivduo no mundo em que vive, tendo sua finalidade em analisar as
competncias dos estudantes.
Observamos assim que tanto SAEB quanto ENEM ambos tem seus fundamentos voltados a
estimular a leitura, a compreenso da leitura e a produo textual. Porm somente o ENEM tem a
preocupao de considerar a abrangncia do texto literrio, de forma a avaliar a capacidade do
estudante quanto s suas especificidades.
Um curso a distancia oferece algumas vantagens para o aluno trabalhador tais como: a
possibilidade de estudar em seus horrios disponveis, o estmulo autonomia, o acesso a um
curso superior de qualidade em sua prpria regio, fato que at muito pouco tempo no era
possvel.
Um dos aspectos muito exigidos do aluno, em seu processo de construo da prpria
autonomia para o estudo e a construo do conhecimento, a capacidade leitora.
Fica bem claro, portanto, que a competncia leitora aspecto crucial no bom
desenvolvimento do curso para o aluno, alm, claro, do bom desenvolvimento do aluno.
Observando, ainda, por outro lado, o curso de licenciatura em espanhol a distancia da rea de
letras, o que implica no s a capacidade de ler e compreender o texto, reconhecendo suas
instancias sociais de circulao, mas tambm lidar com a linguagem em aspectos mais profundos,
reconhecendo recursos como ironia, parodia parfrase, entre outros. Recursos que so a base da
linguagem literria, por exemplo.
O Curso de Licenciatura em Espanhol do IFRN um curso da rea de Letras que se prope
a formar docentes de lngua estrangeira para o ensino fundamental e mdio. Para constituir-se em
egresso do curso, o aluno precisa dominar competncias lingusticas que dominem as quatro
habilidades (falar, ouvir, ler e escrever) em lngua estrangeira. Evidentemente, esse processo ser
mais profcuo se o aluno dominar o seu prprio idioma. Nesse domnio, o aspecto da leitura se faz
fundamental, principalmente, atrelada ao conceito de letramento, que implica as prticas sociais
atreladas leitura.
Outro fator relevante nesse aspecto a leitura literria. O professor de uma lngua
estrangeira no aprende apenas a lngua, junto com o idioma, vem a compreenso de todo um
patrimnio cultural que inclui a literatura escrita em lngua estrangeira.
Nesse processo, o conhecimento acerca da literatura em seu idioma materno
imprescindvel, no s como parmetro, mas como esteio para a compreenso de valores, de
aspectos culturais e de especificidades da literatura na lngua alvo. Sem mencionar a questo da
compreenso e da aceitao das diferenas que constituem a formao da identidade nacional.
0160
METODOLOGIA UTILIZADA
0161
procurar entender a cultura leitora que os segue desde a infncia, e quais os principais
incentivadores leitura em seu meio social. Desse modo, as questes abertas tentam nos
aproximar da intimidade desse aluno em seu cotidiano de leitor.
Ao total foram elaboradas 12 questes, das quais somente uma questo fechada. No foi
aplicada nenhuma questo com opes que pudessem formar um grfico.
As primeiras 3 questes investigam o perfil social do aluno. Por meio dela, buscamos
entender a importncia da leitura para o entrevistado e como ele (ou ela) teve acesso aos livros,
no incio de sua vida como leitor.
As questes a seguir investigam o que influenciou a leitura, o cotidiano desse leitor, e
tambm qual o grau de interesse que ele tem pelos livros.
A maioria dos entrevistados respondeu que possui um perfil leitor frequente, mesmo que
alguns, pelo fato de estarem cursando uma universidade e assim ler com mais frequncia somente
os textos e as aulas do curso de Letras do IFRN. Outros 5 indicaram que possuem o perfil de
habitualmente ler para estar bem informados. Outros 3 alunos tem o perfil religioso, gostam de
ler, mas preferencialmente leem a Bblia, poucos indicaram um perfil de no leitores.
RESULTADOS E CONCLUSES
O perfil de leitor se constri desde a infncia de acordo com o contato com os primeiros
livros e do incentivo da famlia para a leitura, e se concretiza na vida adulta mais precisamente na
universidade. Nesse convvio direto com o ambiente escola e/ou universidade esse hbito se torna
mais frequente, tanto por opo e desejo, quanto pela necessidade de se obter o conhecimento
necessrio para sua vida e formao acadmica. Nessa viso e de acordo com os dados coletados
nessa pesquisa chegamos concluso de que os referidos leitores tem um perfil mais
precisamente dedicados a leitura especialmente pelo fato de estarem se formando em curso de
extrema exigncia intelectual e por terem o objetivo de serem no futuro educadores capacitados e
preparados para as diversidades do mundo da sala de aula. Dois exemplos podem ser observados
nos depoimentos a seguir.
5.1 Entrevistada 1
Atravs do incentivo da minha me que todos os dias mim dava um capitulo da Bblia
sagrada para ler, depois que fiz a leitura da Bblia completa, percebo que no h dificuldade em ler
nada, basta apenas organizar o tempo.
5.2 Entrevistada 2
Atualmente tenho me dedicado mais aos textos dos cursos de licenciatura em Espanhol e
Psicopedagogia, portanto no tenho um nmero preciso, mas no so muitos.
0162
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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http://revistaescola.abril.com.br >. Publicado em Dezembro 2005.
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a distncia Polo de Carabas/ RN. Natal/ 2012.
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<http://revistaescola.abril.com.br >. Publicado em Agosto 2007, com o ttulo Para que a
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FIDELIS, Fabiana Cardoso - UFSC - Formao do leitor e literatura: da livraria biblioteca,
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LINARDI, Fred; LIMA, Eduardo - Ler por prazer o X da questo - Revista nova escola. Disponvel
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PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena - Estgio e docncia: diferentes
concepes.- 2004 Professora Titular da Faculdade de Educao da Universidade de So Paulo
USP; Professora Doutora da Universidade Estadual do Cear UECE - Revista Poesis -Volume 3,
Nmeros 3 e 4, pp.5-24, 2005/2006.
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http://revistaescola.abril.com.br >. Publicado em Nova Escola. Edio 228, Dezembro 2009, com o
ttulo Uma lenta caminhada para vencer o analfabetismo funcional
SOUZA, Renata Junqueira de; COSSON, Rildo. - Letramento Literrio: uma proposta para a sala de
aula. Faculdade de Cincias e Tecnologia Departamento de Educao UNESP / Presidente
Prudente; Cefor da Cmara dos Deputados / Braslia Centro de Alfabetizao, Leitura e Escrita
Faculdade de Educao UFMG. Contedo e didtica.
0163
RESUMO
Esse trabalho tem como objetivo mostrar o que as
redes sociais causam com as pessoas, as influncias
com as grias e a alienao que elas fazem com seus
usurios. Nele estaro sendo apresentadas as
caractersticas de duas pginas; o Facebook e o
Twitter, o modo de se usar de cada uma delas, os
objetivos e as influncias que elas tm sobre seus
0164
1 INTRODUO
As redes sociais esto cada vez mais alcanando um nvel alto de alienao entre crianas e
adolescentes, principalmente, quando se trata do modo de falar e escrever, entre esses assuntos
entram as grias, palavras criadas e usadas por determinados grupos sociais ou profissionais,
como afirma Fusaro, Karin. O que acaba deixando as grias com uma popularidade enorme,
embora sejam prticas podem prejudicar mais tarde na escola, e na busca por trabalho, pois,
podem vir a existir atividades relacionadas confeco de textos que por sua vez no podem de
jeito nenhum ter erros. Tomando como exemplo o Facebook, criado em 4 de fevereiro de 2004,
por Mark Zuckerberg e seus colegas, nele existem mais de 1 bilho de usurios, seu sucesso foi
tanto que cerca de 316.455 de pessoas se cadastram por dia desde sua criao. (Folha de So
Paulo. Facebook mostra o raio-x de 1 bilho de usurios, Folha de So Paulo, 4 de outubro de
2012). Temos tambm o Twitter que foi criado depois do Facebook em Junho de 2006, por Jack
Dorsey, Evan Willians e Big Stone. Atualmente usado por mais de 500 milhes de usurios e
desses, 200 milhes acessam diariamente. A seguir falaremos sobre a comunicao nesses meios,
como jovens utilizam mais as grias, o que acontece quando se utilizam elas, o preconceito de
algumas pessoas com quem escreve dessa maneira exemplificando algumas delas.
2 METODOLOGIA
Para esse artigo foram selecionados textos, comentrios e conversas de sites sociais,
especificamente de dois sites sociais: Facebook e Twitter. Por serem uns dos mais utilizados
atualmente por milhares de usurios, o qual, independentemente das idades se utilizam de
linguagem informal, original e criativa, que vem sendo passadas de conversas e que a cada dia
vem sendo inovada.
RESULTADOS E DISCUSSO
Certas grias utilizadas em redes sociais podem ser muito prejudiciais, embora sejam
criadas para nos ajudarem, fazendo com que escrevamos mais rpido por causa da correria em
que vive o mundo nos dias atuais. Estas s tem essa fama, pois de acordo com (CARMINATE, 2012)
... muitos usurios aprendem facilmente essas grias e se torna quase uma segunda lngua....
Atualmente os usurios mais novos vivem conectados sempre a aparelhos eletrnicos com
acesso a internet, fazendo com que as relaes sociais que utilizam-se destes termos informais
tornem se cada vez mais presentes no dia a dia.
Alm dos que acham que podem prejudicar, tambm existem aqueles que vo ter sua
opinio achando que podem ser muito teis sem muitas danificaes. Por este motivo no se
pode criticar sem antes ouvir a opinio de uma outra pessoa que usufrui deste mesmo meio de
comunicao, que necessrios para a utilizao nos dias atuais em que as pessoas no tem
tempo para digitar textos enormes e corretos. Da surge as necessidades de no caso usarmos
certas palavras de baixo calo.
0165
Redes sociais tem grande poder de vcio fazendo com que pessoas passem o dia inteiro em
frente a computadores, acessando suas pages. Certos usurios assim que se entra em redes
sociais no conseguem mais sair. Deixam de estudar, de comer e at de dormir o que faz muito
mal. Segundo a psicloga do Scarpa, Graziele Ribeiro Martins As redes sociais so boas desde que
no prejudiquem o desempenho das pessoas tanto no trabalho quanto nos estudos.
Redes sociais so utilizadas online podendo ter uma conversao online com seus amigos
adicionados, compartilham interesses, entre outras opes.
No Brasil onde se encontra uns dos maiores pblicos no mercado da internet, com isso
surgiram muitos preconceitos, pois, existem muitas pessoas que se utilizam da internet, para
acessar, entrar, em redes sociais, onde vivem expostas a um mundo de grias, entre muitos desses
que no aceitam em palavreado, surgindo assim, um conflito entre diferentes pensamentos,
segundo (MARTINS; 2008) .O que para alguns no passa de palavras fteis, para tantos outros, a
gria uma maneira de interagir com o seu grupo de romper com os padres normativos
estabelecendo na sociedade.
ANLISES
Para conduzir nossa anlise dividimos esse tpico em trs partes. Na primeira sobre
Facebook, a segunda sobre Twitter e a terceira com tabelas sobre as grias em ambas as redes.
4.1 Facebook
O Facebook uma rede social que comporta vrios gneros como: bate-papo, feed de
notcias, eventos, aplicativos, grupos, opo de curtir, comentar e compartilhar. Como podemos
ver na figura abaixo:
0166
x
x
x
x
x
x
Bate-papo: uma rea em que as pessoas que voc tem no seu Facebook, entram em
contato com voc para conversar.
Feed de Notcias: Parte em que mostra o que as pessoas fazem ou postam em sua rede
social.
Eventos: quando voc convidado, atravs de um convite virtual, para eventos na sua
regio e demais partes do pas.
Aplicativos: So programas que convidam voc para se divertir, jogar e at fazer parte de
outras redes sociais.
Grupos: quando um Facebook feito para vrias pessoas.
Curtir, Comentar e Compartilhar: Quando se posta uma foto, uma frase, um texto-, uma
msica, etc. os usurios que tem o seu Facebook podem curtir, comentar ou compartilhar.
Quando se curte significa dizer que voc gostou do que a outra pessoa postou, quando
voc comenta uma postagem, expor uma opinio sua sobre o que achou e quando
compartilha voc espoem uma postagem sua para as pessoas que voc tem na sua rede
social.
Notificaes: Parte em que aparece tudo o que as pessoas da sua rede social faz ou manda
pra voc.
4.2 Twitter
A pgina do twitter como um microblogging, que permite aos usurios enviar e receber
atualizaes pessoais de outros contatos em textos de at 140 caracteres, conhecidos como
"tweets", por meio do website do servio, por SMS e por softwares especficos de gerenciamento.
A seguir pginas do twitter:
0167
0168
Nessa imagem esto expostas todas as funes do Twitter, nele se encontra o incio, que
onde esto os Tweets que os usurios colocam, algumas opes de pessoas que se pode seguir,
caso voc queira; tem tambm o seu perfil onde esto seus dados, ou seja, tudo o que voc
Twittou e Retweetou, e informaes sobre voc.
PALAVRA
Voc
Por que
Pois
S que no
Vocs
Quando
O que mais
Macho
Fazer
Mesmo
FACEBOOK
Vc
Pq
Poiz
Sqn
Vcs
Qnd
Q+
M
Fzr
Msm
TWITTER
Vc
Pq
Poiz
Sqn
V6
Qnd
Q+
Mah
Fzr
Msm
Este quadro tem como propsito mostrar como algumas palavras ou at meias frases
podem ser mais prticas para ser utilizadas, simplificando a vida de um internauta, pessoa que se
utiliza da internet, fazendo com que ele possa digitar e consequentemente poder fazer mais
outras coisas rapidamente, sendo estas abreviaes uma forma menor de uma frase.
0169
Quadro 2: Grias
PALAVRA
Sozinho pra sempre
Rindo muito
Amigo/irmo
Homem/Mulher bonito(a)
Vingar
Oh meu Deus
Brincadeira
Cara
Embora
Beijo
Zombar
Procurar
FACEBOOK
Forever Alone
LOL
Mano
Gato/Gata
Dar o troco
Oh my God
Brinks
Kara
Bora
Xero
Troll
Fuar
TWITTER
Forever Alone
LOL
Mano
Gato/Gata
Dar o troco
OMG
Brinks
Kara
Rambora
Beijocas
Trolar
Fuar
J esse quadro tem como objetivo demonstrar como alguns adolescentes conversam,
existem outras grias, como eles escrevem em computadores. Muitas vezes um pai no sabe o que
o filho fala ento bom conhec-las.
4.4 Frases
x
Esta mesma frase sem as grias ficar maior, demorando ainda mais para se expressar e
tendo em vista uma forma de falar muito comum entre os jovens.
Ei rapaz, vamos sair para passear hoje? Ficar com umas garotas.
x
5 CONCLUSO
Nossa pretenso no apresentar nesse momento, uma concluso sobre o assunto em
foco, tendo em vista que tal temtica merece ser aprofundada considerando sua relevncia no
mundo atual, porm de forma geral, podemos perceber que as redes sociais esto em todas as
partes, fazendo pessoas de todas as idades se utilizarem delas. Mas, no s porque que se tem
uma rede social que se deve tornar um alienado, preciso que voc tenha a capacidade de dividir
o que se escreve numa pgina de relacionamento na internet, digamos assim, e o que se escreve
em uma redao em sala de aula, por exemplo, no se pode existir grias nem abreviaes em
momento algum de uma redao. Todas as grias faladas acima so usadas diariamente por
pessoas que acessam suas pginas, mas devemos sempre pensar na adequao lingustica
considerando o gnero em questo, a inteno comunicativa e o pblico alvo.
0170
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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de 2013.
Em:< http://www.kbaus.com/2011/06/girias-da-internet-entenda-o-que-seus.html > Acessado em
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Em:< http://conexaoscarpa.net/jovens-e-os-vicios-em-redes-sociais/ > Acessado em 25 de abril de
2013.
Em:< http://centralsul.org/?p=4453 > Acessado em 24 de abril de 2013.
Em:<
http://atiliamartins.blogspot.com.br/2008/01/gria-uma-escolha-ou-falta-dela.html
Acessado em 23 de Abril de 2012.
Em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Twitter > Acessado em 25 de abril de 2013.
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Em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_social > Acessado em 21 de abril de 2013
Em:< http://www.suapesquisa.com/o_que_e/giria.htm > Acessado em 21 de abril de 2013
0171
>
RESUMO:
O presente trabalho trata de um estudo acerca do
poema Meninos Carvoeiros, de Manuel Bandeira,
procurando analisar como nele se inscreve a
representao social da pobreza e da infncia. Para
tanto, tomamos como aporte terico os conceitos de
representao social, de Jodelet (1985) e Moscovici
(2004) por se tratar de um gnero textual que se define
por uma particularidade de linguagem a poesia
veremos tambm como algo que a princpio visto como
material de delicadeza e pura leveza traz sua expresso
um modo de ver a realidade social de forma crtica e
reflexiva. Podemos dizer, ento, que do ponto de vista
tradicional, por um lado, a poesia lrica sempre esteve
voltada para a expresso do estado de alma e do
sentimento individual dos poetas, longe de
problematizar o mundo e a histria, por outro na
0172
1 INTRODUO
Existem alguns fatores interligados desde muito tempo em nossa sociedade: Pobreza,
trabalho infantil, misria e demais agravantes desses fatores. Neste trabalho, pretendemos refletir
acerca da representao social da pobreza e do trabalho infantil que inscreve no poema de
Manuel Bandeira, Meninos Carvoeiros, procurando analis-lo em sua relao com a sociedade.
Apresentando vivncias de situaes de pobreza, o autor nos deixa refletir acerca de suas
implicaes sobre os indivduos e formao de uma estrutura sociopoltica. Sob essa perspectiva,
acreditamos que a poesia de Manuel Bandeira revela questes para alm de seu estado de
esprito ou de seu sentimento individual, haja vista que tambm se apresenta aos nossos olhos
como um discurso capaz de problematizar os homens e a sociedade, apreendendo o mundo como
um mundo-problema. A respeito da poesia moderna, gostaramos de afirmar com Jos Guilherme
Merquior (1965, p. 166), em seu livro Razo do poema: A lrica contempornea tende a uma
abertura ao social. A poesia se rende e se aumenta no esforo de interpretar o mundo. Dessa
forma, segundo o autor, a poesia torna-se crtica da sociedade e discute valores.
O autor ainda nos diz que a poesia no necessita mais que indicar problemas; ela
permanece alheio a solues. Para ns, nessa direo que est o poema de Manuel Bandeira:
se ele no capaz de oferecer solues aos problemas sociais, no significa que deixe de ter sua
importncia entre ns, pois a sua funo de indicador dos impasses da vida suficiente para levar
o leitor a refletir criticamente acerca da realidade que o circunda, tornando-se uma pessoa muito
melhor para ver a vida e a si mesmo.
No Brasil comum ouvirmos expresses que definem o estudo da literatura como
puramente decorativo, isso porque se tem em mente uma ideia ultrapassada de que este estudo
se restringe unicamente memorizao de datas e definies de escolas literrias. Ao contrrio
desse entendimento, preciso se adotar uma perspectiva de estudo que leve em considerao a
funo social que a literatura tem, na compreenso do homem em sociedade, revelando as
contradies que lhe so inerentes, bem como os paradoxos da vida.
O poema Meninos Carvoeiros, de Manuel Bandeira, traz aspectos relacionados pobreza e
ao trabalho infantil como representao da vida social brasileira, sem que percamos de vista a
poesia como um gnero textual de natureza especfica.
2 METODOLOGIA
Nosso mtodo de trabalho consiste em articular texto e contexto social, partindo de uma
reflexo sobre como a poesia se articula na sociedade e sua funo social, a fim de ver como no
texto potico de Manuel Bandeira se inscreve a representao social da pobreza e do trabalho
infantil. Isso significa que nossa abordagem pressupe ler o poema em estudo luz do conceito de
representao social, mas sempre privilegiando, sobretudo o texto potico.
A partir de uma perspectiva de estudo que compreende a relao entre literatura e
sociedade, analisaremos o poema Meninos Carvoeiros, de Manuel Bandeira, procurando
0173
identificar que aspectos sociais so por ele ressaltados. Este poema traz uma representao de
temas caros nossa sociedade, mais especificamente no que se refere pobreza e ao trabalho
infantil. este o procedimento adotado em nossa anlise sobre o referido poema, tendo em vista
que ele se relaciona com a realidade social para nos fazer ver algo para alm da primeira vista:
crianas aparentemente felizes, sendo exploradas, exercendo atividade braal no dia a dia, e
perdendo ao decorrer do tempo a possibilidade de vivenciar realmente uma infncia feliz.
3 FUNDAMENTAO TERICA
Para procedermos anlise de Meninos carvoeiros, de Manuel Bandeira, tomamos como
aporte terico o conceito de representao social, de Jodelet (1985) e Moscovici (1985), de
reflexes tericas acerca da funo da poesia e da literatura, segundo a formulao de Antonio
Candido (2004), em O direito literatura e Antoine Compagnon (2009), em Literatura para qu,
considerando que estes ltimos autores citados trazem um fio condutor comum s suas reflexes:
a literatura como um projeto de conhecimento capaz de humanizar as pessoas e contribuir para se
atingir o que h de humanidade no homem. Reproduzimos aqui trs questionamentos feito por
Campagnon no referido livro, a saber: a) Quais valores a literatura pode criar e transmitir ao
mundo atual?; b) Que lugar deve ser o seu no espao pblico?; c) Ela til para a vida? A resposta
a estas perguntas assinalam positivamente para se pensar na pertinncia da literatura em nossas
vidas, no que ela capaz de nos dar como projeto de conhecimento acerca da condio humana.
Segundo Candido (2004, p. 175), a literatura [...] fator indispensvel de humanizao, e, sendo
assim, confirma o homem na sua humanidade [...] Por isso que nas nossas sociedades a
literatura tem sido um instrumento poderoso de instruo e educao, entrando nos currculos,
sendo proposta a cada um como equipamento intelectual e afetivo. Dessa importncia tambm
dir Compagnon (2009, p. 26), a literatura um exerccio de reflexo e experincia de escrita, a
literatura responde a um projeto de conhecimento do homem e do mundo.
Um dos traos marcantes da sociedade brasileira no est relacionado ordem e
progresso, essa afirmao se d devido a uma constante permanncia de agravantes sociais,
contrastes e desigualdades que, estando presente em pocas distintas, se d de forma muitas
vezes camuflada. No Brasil, comum se pregar a ideia de democracia e direitos iguais, quando na
verdade a realidade bem diferente. A literatura, ao contrrio das ideologias que sempre
procuraram legitimar o poder e as verdades institudas, o que tem provocado muitos impasses
sociais e histricos s escondidas, procura dar visibilidade ao que antes no se via. que ela
ressalta do nosso dia a dia aquilo que a ideologia esconde. Dessa forma, ganha destaque a partir
do momento em que nos leva a rever os mecanismos sociais que durante a histria apenas
reproduziram de forma intensa a pobreza e a explorao dos mais fragilizados. Nessa categoria,
entram o negro, a mulher, a criana, o mendigo, o menino de rua, etc., bem como problemas a
subjacentes como a prostituio e a violncia, por exemplo, que se inscrevem no texto literrio
contrariando dogmas e modelos sociais antigos.
Os modelos polticos antigamente assumiam um carter mais opressivo como na poca da
ditadura militar, nesse momento os artistas j utilizavam da literatura e da arte para criticar e
0174
fazer refletir acerca das injustias ocorridas. O sistema social no qual vivemos, o capitalismo, sem
dvida alguma um dos agravantes da desigualdade social, consequentemente da pobreza, fazendo
com que as crianas se vejam obrigadas a trabalhar cada vez mais cedo para garantir seu prprio
sustento, deixando, portanto, de frequentar escolas e garantir uma boa educao, dessa forma
crescem sem chances no mundo de trabalho capitalista que no leva em conta o que voc , mas
o que voc tem, e a quantidade de lucros que voc pode render. a que observamos a face mais
severa e obscura do sistema poltico que conduz o indivduo a se preocupar cada vez mais com a
materialidade e o individualismo, distanciado de uma compreenso de que a vida s se d em
sociedade, pois o coletivo deve prevalecer sobre o individualismo.
A literatura como instrumento de denuncia social, nos ajuda a entender aspectos sociais
que h muito perduram. Sobre esta temtica, Marcos Alexandre (2004, p.131) define assim as
representaes sociais:
So formas de conhecimento que se manifestam como elementos cognitivos (imagens,
conceitos, categorias, teorias), mas que no se reduzem apenas aos conhecimentos
cognitivos. Sendo socialmente elaboradas e compartilhadas, contribuem para a
construo de uma realidade comum, possibilitando a comunicao entre os indivduos.
Dessa maneira, as representaes so fenmenos sociais que tm de ser entendidos a
partir do seu contexto de produo, isto , a partir das funes simblicas e ideolgicas a
que servem e das formas de comunicao onde circulam.
0175
Todorov (2012, p. 77) diz que como a filosofia e as cincias humanas, a literatura pensamento e
conhecimento do mundo psquico e social em que vivemos. A realidade que a literatura aspira
compreender , simplesmente (mas, ao mesmo tempo, nada assim to complexo), a experincia
humana.
Em semelhante perspectiva, Compagnon (2009, p. 47), em seu livro Literatura para qu?,
toma a literatura como projeto de conhecimento do homem e da vida. Em sua fala
A literatura deve, portanto, ser lida e estudada porque oferece um meio - alguns diro ate
mesmo o nico - de preservar e transmitir a experincia dos outros, aqueles que esto
distantes de ns no espao e no tempo, ou que diferem de ns por suas condies de
vida. Ela nos torna sensveis ao fato de que os outros so muito diversos e que seus
valores se distanciam dos nossos.
Tambm no trato dado funo da literatura em sua relao com a vida social, Antonio
Candido (2004, p.176), no texto O direito literatura, discute como a literatura comporta um
discurso e uma esttica capaz de dar ao homem uma cota de humanidade, na medida em que faz
com que as pessoas enxerguem melhor o mundo, o seu semelhante, e a si mesmo. Dessa forma,
ele afirma que A funo da literatura est ligada complexidade da sua natureza, que explica
inclusive o papel contraditrio mas humanizador (talvez humanizador porque contraditrio).
Nessa perspectiva, o poema de Manuel Bandeira traz uma mensagem importante sobre a
nossa sociedade, j que, sendo uma representao social da pobreza (crianas raquticas, burros
magrinhos) e do trabalho infantil (meninos carvoeiros) nos conscientiza acerca dos problemas da
vida cotidiana, e nesse sentido nos faz enxergar melhor o mundo e seus dilemas.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
4.1 Meninos Carvoeiros (Manuel Bandeira)
Os meninos carvoeiros
Passam a caminho da cidade.
- Eh, carvoero!
E vo tocando os animais com um relho enorme.
Os burros so magrinhos e velhos.
Cada um leva seis sacos de carvo de lenha.
A aniagem toda remendada.
Os carves caem.
(Pela boca da noite vem uma velhinha que os
recolhe, dobrando-se com um gemido.)
- Eh, carvoero!
S mesmo estas crianas raquticas
0176
Manuel Bandeira tem um papel muito importante na literatura brasileira, com seu olhar
atento frente s problematizaes do mundo, ele repudia os pobres de esprito que parecem
no enxergar os pobres economicamente. Desse modo, o autor dialoga com a sociedade e
problemas que a mesma vem enfrentando, fazendo, portanto, com que seus textos sejam sempre
atuais.
Ao ler o poema, logo percebemos que a sua estrutura difere do gnero puramente lrico,
pois se abre a uma forma de narrao, apresentando uma voz narrando uma histria com
personagens especficas: meninos, velhinha, burrinhos. Trata-se de um poema narrativo que
aborda a representao de pessoas marginalizadas socialmente, ou que vivem fazendo da rua o
lugar de seu trabalho. A questo que a representao nesse caso diz respeito a situaes
vivenciadas por muitas crianas em vrias regies do Brasil: meninos que trabalham no dia a dia
ao invs de viverem permanentemente nas escolas, o que acaba por gerar indignao. Quem sabe
seja essa a razo que faz este tema fluir em meio aos escritos literrios de forma a sensibilizar
nossos olhares, a deix-lo mais reflexivo acerca de problemas sociais que acontecem geral e
silenciosamente, mas deixando cicatrizes fsicas e psicolgicas para aqueles que sofrem diante
desse conflito. Enquanto muitos pensam que o trabalho infantil deixou de ser um problema atual,
vemos as estatsticas do pas mostrarem o contrrio. Segundo o Portal dos Direitos da Criana e do
Adolescente Os ltimos dados do Censo de 2010, divulgados no dia 12 de Junho de 2012, Dia
Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, revelam que, no Brasil, existem mais de 3 milhes de
crianas e adolescentes, de 10 a 17 anos, ocupadas, ou seja, em situao de trabalho
O trabalho infantil est entrelaado com a sociedade e por isso aparece presente em obras
literrias, como na de Manuel Bandeira, na medida em que o poeta apreende ou traz como
temtica de seu poema a representao da pobreza e do trabalho infantil. Vivemos em um mundo
dividido entre tantas classes sociais, em qual delas uma criana pobre estaria inserida? A esse
respeito Eduardo Aguiar Bezerra afirma que o trabalho constitui-se, portanto, como um valor
com importante significado para o processo de socializao da criana pobre. Ele ainda diz que
Apesar desta concepo, na realidade o que se percebe no contexto do trabalho infantil,
alm do aspecto de explorao e degradao pessoal a que a maioria destas crianas est
submetida, um forte conflito entre o desejo de trabalhar e a aspirao de serem
inseridas no que consideram o mundo aceito socialmente, atravs da frequncia escola
e do acesso a uma aprendizagem profissional.
0177
A segunda estrofe vem nos trazer uma mensagem a mais, pois o eu lrico amplia o seu
olhar que se volta inclusive aos animais, e a que vemos a ideia de pobreza sendo intensificada.
Temos, nesse caso, a imagem da dureza do trabalho e de todo sofrimento ser expandida para
alm dos meninos, alcanando o restante do ambiente: burrinhos magrinhos e velhos, aniagem
remendada, carves que caem. No verso Os burros so magrinhos e velhos, destaca-se a
questo da misria, corpos que mesmo raquticos e magros, pela fome e sofrimento, continuavam
sendo explorados para o trabalho, nesse momento quem os explora so os prprios meninos
carvoeiros, mas quem sabe no fosse por maldade e sim por aquela ser a nica alternativa que
lhes restava: trabalhar para sobreviver e usar os meios que lhes fosse acessvel, inclusive animais
em ms situaes, assim como a das crianas. Ao ler Cada um leva seis sacos de carvo de lenha,
percebemos que o esforo era enorme e que os seres que viviam em meio a todo esse ambiente
de dor ficavam sobrecarregados de servio.
Nesse cenrio, tambm surge a figura de uma velhinha que aparece para dar nfase ao
que j se vinha dizendo, j que por mais uma vez, por meio dessa personagem, enxergamos a
pobreza claramente. A velhinha que aparece meio que inesperadamente em um nico verso do
poema, no est ali de forma incoerente, talvez como forma de o poeta revelar duas realidades
diferentes e, ao mesmo tempo, iguais: de um lado a infncia abandonada; de outro, uma velhinha
abandonada, mas tendo tambm uma realidade comum: a pobreza e a misria.
Dessa maneira, a dor enfrentada de se trabalhar ainda menino, parece amadurecer
juntamente com a criana que um dia adulto vai refletir traos daquilo que presenciou no meio
social em que viveu, quem sabe essa criana explorada torne-se exploradora ou continue sendo
violentada pela pobreza e sistema social e poltico que rege a sociedade.
Destaca-se dessa forma um enorme ciclo de explorao que gira em torno da sociedade,
enquanto pessoas com melhores condies sociais exploram as crianas, estas reproduzem esse
mal e exploram os animais. No decorrer do poema, vemos uma aproximao feita entre os
meninos
carvoeiros
e
os
animais:
S
mesmo
estas
crianas
raquticas
/Vo bem com estes burrinhos descadeirados. Ao analisarmos essa aproximao percebemos
que ambos tm alguns fatores em comum: trabalho, explorao, pobreza, sofrimento, corpos
raquticos. Os burrinhos, animais de carga, so descritos igualmente s crianas, porm estas
acabam levando sobre si bem mais que seis sacos de carvo como fazem os animais, pois como
0178
seres racionais acabam por perder pouco a pouco a prpria dignidade, e quem sabe essa seja uma
dor maior que a da fome, pois sem dignidade perdem consequentemente o respeito e o sentido
da cidadania.
Nos versos seguintes, animais e crianas continuam sendo comparados, de tal forma que
quando
lemos:
A
madrugada
ingnua
parece
feita
para
eles.../
Pequenina, ingnua misria!, sabemos que a ingenuidade prpria das crianas, porm nesse
caso se refere tanto a elas como aos animais, o que nos faz perceber que o eu lrico observava
alm das aparncias de ambos (magros, pobres, raquticos), como tambm o seu jeito de ser
ingnuo, o que talvez pudesse lhes permitir que suas dores fossem amenizadas. Porque essa
caracterstica, ingnua, lhes permitia no entender bem ao certo a gravidade de tudo o que entre
eles ocorria, j que todos partilhavam de uma mesma situao: explorao e misria.
No seguinte verso observamos que o termo adorveis carvoeirinhos aparece no
diminutivo podendo demonstrar tanto um lao de carter mais afetivo e carinhoso como tambm
o fato do eu lrico est se referindo as crianas. Existe portanto um claro paradoxo, um absurdo
observado nessa cena: os meninos carvoeirinhos trabalham como se estivessem brincando.
Diferente das outras crianas, vemos que neste cenrio existem crianas que tiveram sua infncia
sacrificada, perderam o significado daquilo que realmente seria brincar j que a sua prpria
condio social imps que o trabalho era necessrio, e se a vida deles era resumida /limitada a
isto, toda a sua concepo de vida girava em torno de seu trabalho que acabou se tornando
inclusive uma brincadeira.
Como fruto de todo seu esforo e trabalho, vemos que os carvoerinhos ganham sua
recompensa: Quando voltam, vm mordendo num po encarvoado. Aqui, vemos um dos
maiores problemas sociais que como tantos outros regido pela desigualdade, pois enquanto uns
trabalham pouco e ganham muito dinheiro e prestgio, outros trabalham demais s que em troca
disso recebem salrios baixos desproporcionais ao trabalho que exercem e essas so geralmente
pessoas annimas, sem voz na sociedade. Os carvoeiros que no tm condies ao menos de
comer um po em bom estado, acabam comendo-o encarvoado, sinal de misria e decadncia do
ser, j que diz respeito a situao desumana. Contudo, somente nos ltimos versos que vemos
as crianas aparentemente, em uma primeira leitura, brincando, usufruindo de sua ingenuidade e
em meio a tanto sofrimento: Danando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos
desamparados. A esse respeito Wilson Jos Flores Jr (2010) diz que
(...) a dana e o bamboleio, mencionados no incio do ltimo verso, so brincadeiras, mas,
como ocorrem nas cangalhas, parecem ser, eles mesmos, um pouco involuntrios, uma
vez que podem ser apenas resultado do movimento dos animais, de forma que seria o eulrico que estaria conferindo a dignidade de brinquedo a algo que talvez seja apenas
expresso do cansao da volta do trabalho.
0179
experincias externas que interferem diretamente na formao de seu carter. Sobre isso Eliana
Yunes aponta que
Ao nascer, a criana se encontra em um grupo social que simultaneamente a acolhe e
repele: a conscincia de si mesma, a identidade cultural se desenvolve pelas sucessivas
interaes com os outros. Estas relaes no so contudo espontneas e 'naturais' mas
correspondem a um padro ou modelo que cada cultura sistematiza como expresso que
lhe parece adequada sua experincia coletiva. (YUNES 1986, apud BARRETO, 2006, p,
23).
Manuel Bandeira revela, ento, as crianas que trabalham nas ruas e perdem as suas
espontaneidades e sua naturalidade, empurradas que so para fora da escola pelo sistema social
opressor. A imagem da pobreza encontrada no poema corresponde ao que ocorre no cotidiano de
muitas crianas brasileiras e no mundo, bem como a condio tambm de abandono vivenciado
por muitos idosos. No poema de Bandeira podemos observar a representao da velhice como
tambm da infncia em um cenrio de misria e desigualdade social em que pessoas e animais
sofrem e se confundem. Por meio de uma linguagem simples, o poeta nos traz em seu poema
problemticas sociais preocupantes que parecem esquecidas em um mundo onde parece no se
ter tempo para enxergar os frutos da pobreza, tais como o trabalho infantil, a violncia e a
prostituio infantil, por exemplo.
5 CONCLUSO
Ao analisar o poema de Manuel Bandeira, foi possvel perceber que o eu lrico diz de uma
ingnua misria relacionada a uma classe social a que pertencem os meninos carvoeiros,
pequenas crianas raquticas que trazem em si o peso e o reflexo da m distribuio de renda da
sociedade brasileira. So seres precoces porque no aprenderam a viver como crianas, uma vez
que no lugar de uma experincia de coisas espontneas da vida infantil, os meninos carvoeiros
se apresentam no poema na condio de trabalhadores braais, assumindo, portanto, atividades
prprias da vida adulta muito cedo. Sendo assim, o poeta nos faz refletir sobre uma problemtica
que h muito perdura em nosso meio e tem prejudicado a vida de milhares de pessoas, podendo
gerar outros problemas maiores, tais como a marginalizao e a violncia.
A anlise do referido poema tambm nos fez perceber como a poesia assume na sociedade
um papel de extrema importncia, no so apenas letras num papel, mas a voz de um povo
disposto a indagar sobre a vida e sobre os homens. A representao social que de formas diversas
aparece nos escritos literrios nos leva a enxergar o mundo e problemas que a muito perduram
em nosso meio, ao revelar aspectos da vida social, muitas vezes escondidos por interesses
ideolgicos. Escritores como Manuel Bandeira traduzem em seus textos o mundo e o nosso
cotidiano, por isso mais que reproduzir a realidade, questionam, criticam, denunciam, reivindicam
valores que at ento continuavam invisveis aos olhos da maioria.
Dessa forma, o estudo da literatura pode contribuir para a construo da nossa cidadania e
pensamento crtico. Em Meninos Carvoeiros, observamos que problemas como a pobreza e o
trabalho infantil se estendem de tempos antigos atualidade, o que faz do tema uma recorrncia
0180
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0181
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo registrar os estudos
sobre variao lingustica regional e outros aspectos da
cultura nordestina, a partir da anlise do causo
Samarica Parteira. Esse causo foi escolhido em virtude
da comemorao do centenrio de Luiz Gonzaga, o rei do
baio, em 2012, e para homenagear tambm o escritor
do causo, Z Dantas. Neste artigo, alm das variaes
lingusticas, esto em enfoque: a importncia das
parteiras, a religiosidade, as supersties, o uso dos
remdios populares, os animais presentes no causo, e
tambm os capites do Nordeste e o relevo do serto, o
que ajuda o leitor a imaginar o local onde a histria se
passa. O trabalho de pesquisa foi realizado com a turma
do primeiro ano tcnico integrado de alimentos, do
0182
1 INTRODUO
Este artigo pretende levar o leitor a fazer uma viagem pelas marcas do Nordeste
encontradas no causo Samarica parteira, escrito por Z Dantas e interpretado por Luiz Gonzaga.
O causo interpretado pelo rei do baio foi lanado pela primeira vez no ano de 1973, no disco que
recebeu o nome da prpria msica. No causo, podem-se perceber alguns aspectos do serto,
como, por exemplo: o falar, a maneira como no Nordeste se d a comunicao, as variaes
lingusticas, expresses idiomticas etc; a importncia que as parteiras tiveram e ainda tm para
determinados lugares onde o acesso a hospitais difcil; as supersties, os tratamentos e
remdios populares que se constituem costumes do povo da regio; o reflexo da autoridade que
os coronis exerciam em outras pocas; e tambm a f que as pessoas tinham em criaturas divinas
e a confiana que eles tinham de que os santos podiam ajud-los em diferentes situaes, crena
que perdura at os dias atuais.
Os aspectos literrios no foram esquecidos pelo autor. Para mostrar o relevo da regio, o
autor utiliza onomatopeias e ainda h a presena da personificao dos animas, o que acentua o
carter humorstico do texto.
O presente artigo ajuda o leitor na compreenso de algumas das riquezas do serto
nordestino expressas no causo, ao mesmo tempo em que valoriza a obra de dois pernambucanos:
um, o compositor Z Dantas, por contemplar a cultura nordestina; outro, Luiz Gonzaga, por
difundi-la por meio da sua interpretao. Esse documento j est configurado com as normas prestabelecidas pela Comisso Organizadora do evento e, para segui-las, basta substituir os textos
de descrio pelo contedo do artigo. Caso no seja possvel proceder dessa forma, as normas de
submisso sero descritas a seguir nos demais itens.
0183
dificultou um pouco a sua chegada casa de Samarica. Depois que a parteira chegou casa do
Capito Balbino, ela ficou frente de todo o desenrolar da histria de ali em diante, at que,
finalmente, nasceu o filho do casal com sua ajuda e orientao.
A anlise do causo Samarica parteira aguou a curiosidade pelo estudo das variaes
lingusticas, especificamente pela variao lingustica regional. Na ocasio, realizou-se a anlise
estilstico-semntica desse causo e houve a oportunidade de se verificar a riqussima ocorrncia
desse tipo de variao. Tal variao, alm de mostrar as marcas de determinada regio refletidas
na lngua, revela como o modo de essa populao se comunicar reflete-se em diversos aspectos de
seu meio social.
No causo Samarica parteira, h grande presena da forma como os sertanejos se
comunicam, ou seja, a variao lingustica regional (regionalismo). Exemplos concretos dessa
variao regional so:
2.1.1 Omisso do r em encontros consonantais:
Variao Lingustica:
1) ...Serto dos caba valente...
2) ...j num t dento...
3) ...Um rancho, rancho de pobe...
Linguagem formal:
1) cabra (homens)
2) dentro
3) pobre
Linguagem formal:
1 )mulheres
2) dor
3) cuspir
4) voltar
5)
secar
0184
Linguagem formal:
1) estranhando
2) caador/ caadorzinho
Linguagem formal:
1) nacional
2) coronel
Significado:
1) V rpido, com pressa.
2) Momento do parto, contraes.
3) Uma ordem de voltar depressa.
2.2 As parteiras
As parteiras desempenharam e ainda desempenham um papel muito importante no
serto. Elas surgiram desde os primrdios das civilizaes e das sociedades em geral e seu papel
sempre foi o de ajudar no nascimento, assistindo s mes no parto. O conhecimento dessas
mulheres sempre foi passado de me para filha, sem ser formalizado, no existia manual, foi um
conhecimento passado naturalmente. No Brasil, os registros de educao formal para mulheres
que poderiam auxiliar no parto datam o sculo XIX:
0185
No Brasil, no sculo XIX, a educao formal de parteiras iniciou-se junto s escolas mdicas,
que controlaram sua formao at meados do sculo XX. O primeiro documento legal sobre
o ensino de parteiras data de 1832, quando as Academias Mdico-Cirrgicas do Rio de
Janeiro e da Bahia foram transformadas em Faculdades de Medicina e, entre os cursos
oferecidos, foi includo o Curso de Partos. (RIESCO; TSUNECHIRO, 2008)
2.3 As supersties
Superstio a crena baseada na ideia de que determinadas atitudes, nmeros ou
palavras trazem azar ou sorte. Podendo ser pessoal, religiosa ou cultural. O trabalho realizado
pelas parteiras tradicionais no Nordeste brasileiro tambm marcado pelas supersties, tendo
em vista que muitas dessas profissionais prticas se inspiram no ciclo lunar para poder realizar
partos.
Em Samarica parteira, podemos ver a presena de algumas supersties, tais como o
recurso da faca fria junto ao dedo do p, possivelmente para tirar a ateno da mulher das
dores; alm disso, a preparao do ambiente com incenso e as oraes das rezadeiras, tudo isso
para tornar o parto mais fcil. Como podemos ver no exemplo: - Capito Barbiiino, bote uma faca
fria na ponta do dedo do p dela, bote.; Aguenta nas orao, mui! [vozes rezando alto].
0186
Observa-se tambm a valorizao que os que moram no serto nordestino do gua, pois
os nomes dos seus animais sempre tm nome de peixe, que, obviamente, vivem em gua. E esses
nomes tambm nos permitem perceber que no serto h fome, e que os animais tambm so
atingidos por esse mal.
Outro dado curioso uma referncia ao nome Baleia, que aparece no causo, notadamente
pertencente a uma famosa personagem do romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, que uma
metfora: seu nome uma ironia pelo fato de a cachorra ser magra, coisa bem comum de
encontrar nos cachorros de pobre. Por exemplo, na obra cita-se: A cachorra Baleia estava para
morrer. O pelo cara-lhe em vrios pontos, as costelas avultavam num fundo rseo, onde manchas
escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. (RAMOS, 2013)
2.6 Religiosidade
A religiosidade do nordestino est em cada detalhe da sua vida. No artesanato, so
frequentes as figuras de santos, como So Francisco e So Benedito. Nas cidades, as igrejas so
parte fundamental da vida cotidiana. Cada municpio guarda com carinho e devoo a data do seu
santo protetor. Em dias de festejo, as cidades se cobrem de peregrinos, rezas e muita dana, tudo
em nome da f.
Neste ambiente de religiosidade, destacam-se os municpios de Juazeiro do Norte e
Canind, no Cear. Grandes centros de peregrinao, as duas cidades recebem anualmente
0187
milhares de pessoas de todo o pas. Padre Ccero, importante figura religiosa do Nordeste, antes
de sua morte mostrou, por meio de um pequeno texto, o seu agradecimento s pessoas que iam
de muitos lugares do pas a romarias e peregrinaes a Juazeiro, mostrando como a cidade era,
desde ento, um lugar onde as pessoas buscavam ofertar os seus sacrifcios:
Vocs que vm de suas terras distantes do sul de Alagoas e Pernambuco, dos Brejos da
Paraba, das praias do Rio Grande do Norte e deste Estado, ou dos longnquos sertes do
Piau, Maranho e Bahia, sofrendo privaes, a fome, a sede, o sol, e as intempries dos
longos caminhos, tudo por amor a visitar Nossa Senhora das Dores e o Padre Velho do
Juazeiro, fiquem certos de que a Me de Deus recompensar a todos. (Padre Ccero Romo
Batista, apud DINIS, 1935, p.34, apud RAMOS, 2001, p. 147)
No causo, vemos a presena muito marcante dessa religiosidade. Samarica parteira, com o
intuito de facilitar o momento do parto de D. Juvita, comea a incentivar as mulheres a rezar,
priorizando a Orao a So Raimundo Nonato, certamente a prece de maior fora para o caso, j
que So Raimundo Nonato passou por bastantes dificuldades no momento em que estava
nascendo, chegando a perder a sua me, por isso recebeu o sobrenome Nonato, que quer dizer
no nascido de me viva: Chama as mui dessa casa, pr'a rez a orao de So Raimundo, que
esse cristo vem ao mundo nesse instante. No satisfeita, recorre a Santo Antnio e o desfecho
se d: nasce a criana. A orao feita de uma forma desengonada, misturando a figura de Deus
com o diabo, recorrendo a todas as foras para a vinda da criana ao mundo: Sant' Antoin
pequenino, mansad de burro brabo, fazei nascer esse menino, com mil e seiscentos diabo!" .
A religiosidade se apresenta em momentos importantes no causo, mostrando a f dos
nordestinos em determinados santos, acreditando que eles podem realmente auxili-los na busca
por certas causas.
As rezadeiras tm uma grande importncia no conto, pois todos acreditam que os clamores
podem ser atendidos na hora do parto, e que uma criatura divina pode auxiliar para que o parto se
torne mais fcil. Elas demonstraram uma grande afeio figura dos santos, fazendo questo de
representar de forma prtica sua eficcia e revelaram possveis intervenes que determinados
santos puderam fazer em suas vidas.
0188
Eles tinham poder absoluto, o que vale dizer que sua autoridade no era contestada e nem
sempre se restringia a um pequeno municpio, mas tambm a uma regio. Eram eles os chefes
polticos, os mandatrios que exerciam poderes e ditavam normas e leis a serem cumpridas, desde
o carcereiro at o juiz.
No causo, podemos ver o poder do capito, quando Lula obedece de prontido aos pedidos
do seu patro. No entanto no conseguimos ver esse poder em todos os momentos, pois Samarica
quem assume o controle da situao, e o capito chega at a obedecer aos pedidos da parteira,
pelo bem da sua esposa: - Capito Barbiiino, bote uma faca fria na ponta do dedo do p dela,
bote.
2.8 O relevo
O relevo do serto nordestino caracterizado pela presena de plantas de pequeno porte
e de um solo, na maior parte do ano, seco.
Em Samarica parteira, uma das preocupaes do escritor Z Dantas esclarecer ao leitor
onde acontece a histria, mostrando todos os lugares por onde Lula passa. Ele representa o
relevo por meio de sons, fazendo o leitor projetar o cenrio em diversas situaes.
Primeiramente, o autor nos mostra Lula atravessando o lajedo: Um lajedo: patatac
patatac patatac patatac patatac . Sa por fora. Depois, quando sai do lajedo, mostra o galope de
bestinha Melada no solo seco Nordeste: Piriri tic tic piriri tic tic piriri tic tic piriri tic tic. Em
seguida, ele nos apresenta a passagem pela lagoa, cuja formao frequente nos perodos de
chuva no serto. bluu oi oi bluu oi, uu, uu.
Ainda em relao paisagem local, podemos perceber a criao de gado e a presena das
propriedades rurais, pela reproduo da sonoridade das aberturas das cancelas encontradas ao
longo do percurso entre a casa de coronel Barbino e a casa de Samamrica: nheeeiim ... p.... A
presena dessas cancelas est relacionada s prticas econmicas utilizadas no Nordeste, tais
como a agropecuria.
3 CONCLUSO
O presente artigo teve como objetivo registrar os estudos sobre variao lingustica
regional e outros aspectos da cultura nordestina, a partir da anlise do causo Samarica Parteira.
Para alcanar os objetivos propostos, a turma se envolveu, lendo o texto vrias vezes em voz alta,
para ento perceber o ritmo imposto pelos dilogos, mostrando como as variantes regionais
impem uma leitura diferenciada da leitura de um texto com a linguagem padro. Houve tambm
pesquisa sobre temas suplementares, j que no causo o compositor Z Dantas incorporou ao texto
vrios aspectos importantes da cultura nordestina, como: a importncia das parteiras; o uso a
medicina popular; a religiosidade da populao; os animais, que caracterizavam a diferena
socioeconmica entre animais criados por ricos e por pobres; o relevo, para projetar na
imaginao do leitor onde a histria se passa; as autoridades da poca - os capites; e tambm as
supersties da populao. Durante a apresentao do trabalho, a turma tambm mostrou
0189
ilustraes confeccionadas pelos grupos sobre o espao onde se passava a histria, o que deu ao
trabalho um vis multissemitico, j que agregou linguagem escrita e msica, a linguagem
imagtica.
Para que o trabalho fosse executado, as poucas informaes disponveis em livros e na
internet em relao formao das parteiras e o reconhecimento de algumas palavras utilizadas
no causo foram algumas das dificuldades encontradas pelos grupos, j que essa rea de variao
lingustica e pesquisas sobre pocas passadas do Nordeste so um pouco escassas. Mas o
importante que a turma concluiu que, de muitas maneiras, a lngua portuguesa ajuda a
compreender no s o que as pessoas falam, mas tambm o modo como elas vivem. Alm disso,
verificou-se que os causos podem conter timos registros histrico-culturais de um povo.
A melhoria em relao aprendizagem dos alunos sobre a variao lingustica foi ntida.
Esse trabalho serviu como um exemplo de que a aprendizagem pode ser melhor se forem usados
outros gneros, como, por exemplo, letras de msicas, causos e ainda tantas outras linguagens
msica, imagens - que servem de auxlio para melhor entendimento de diferentes assuntos.
4 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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BARROS, Luitgarde Oliveira Cavalcanti. Santurios, Peregrinaes e Novas Modalidades de
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Revista Cientfica da Ordem dos Mdicos, v. 23, n. 2, 2010. Em
http://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/610/294, acesso em
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ZULUAGA, A. Introduccin al estudio de las expressiones fjas. Frankfurt: Peter D. Lang, 1980.
0190
RESUMO
Este artigo visa analisar a obra Harry Potter e a Pedra
Filosofal, da escritora J. K. Rowling, dentro do contexto
social da Escola de Magia Hogwarts a partir de estudos
sociolgicos sobre os conceitos de raa, etnia,
preconceito e segregao social (GIDDENS, 2005), alm
de estudos sobre a concepo de raa na perspectiva
biolgica (BARBUJANI, 2007), e da relao entre a
literatura e a sociedade (CANDIDO, 2010; FACINA, 2004).
A obra em anlise tambm foi relacionada com pesquisas
acerca das primeiras concepes de mundo racista
cientificamente fundamentadas e suas influncias nos
conflitos raciais que marcaram o sculo XIX e XX (NETO,
0191
1 INTRODUO
Atualmente, o mundo globalizado consegue aproximar pases distantes e culturas diversas
de uma maneira muito mais rpida do que no passado. Os meios de transporte e de comunicao
aproximam os dois hemisfrios do globo, dando a impresso de que o mundo no to grande
assim. No entanto, a intolerncia com pessoas de outras raas, culturas e etnias diferentes ainda
um problema constante em nossa sociedade global. Embora muitas pesquisas tenham afirmado
que o conceito de raa no passa de um construto ideolgico (GIDDENS, p. 205), e que, at o
momento, no foi possvel determinar as diferenas biolgicas entre pessoas de pases diferentes,
o preconceito racial ainda existe, e praticado com fora e violncia em vrios pases do mundo.
Esse preconceito pode ser verificado em vrios aspectos da sociedade e nos transmitido
atravs das mais variadas expresses artsticas, como canes, filmes e obras literrias. Assim, em
todos os momentos em que a nossa histria foi marcada por atitudes extremas de preconceito
racial, possvel encontrar obras de artistas que dedicaram seus talentos para a denncia desta
realidade. Isso pode ser verificado com os diversos trabalhos de artistas que denunciaram os trs
principais momentos extremistas de preconceito racial ocorridos nos sculos XIX e XX: a
segregao racial nos Estados Unidos (1865-1964), o assassinato de 6 milhes de judeus na
Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e o Apartheid na frica do Sul (1948-1994).
Em todos esses momentos, houve artistas que empregaram seus talentos na msica, no
cinema e na literatura para denunciar estas formas de preconceito racial. Na obra selecionada
para esse estudo a autora J. K. Rowling tambm trata dessa questo de uma forma bem intensa,
fazendo uma referncia indireta ao nazismo, utilizando tanto os personagens do mundo real
quanto os do mundo da magia que foram criados por ela. Dessa forma, considerando a relevncia
do tema apresentado, este trabalho visa analisar a obra Harry Potter e a Pedra Filosofal numa
perspectiva sociolgica com o objetivo de identificar a maneira pela qual os alunos so
selecionados para ocupar cada uma das quatro Casas que constituem a escola de magia Hogwarts
e compreender a forma pela qual os alunos desta escola direcionam atitudes preconceituosas
contra algumas pessoas e favorecem outras, estabelecendo relaes entre a estrutura social da
escola, as atitudes racistas e percebendo tambm, na construo esttica do texto, como se
inscrevem vozes de protesto contra o preconceito racial de forma a reconhecer a obra como uma
manifestao artstica e instrumento de protesto. Por esses motivos, a anlise da obra ser
realizada a partir das perspectivas sociolgica (GIDDENS, 2005), biolgica (BARBUJANI, 2007), da
relao entre literatura e sociedade (CANDIDO, 2010; FACINA, 2004), bem como sobre o
preconceito e a segregao social e racial presentes na obra de J. K. Rowling (BASSHAM, 2011;
NEIL, 2006).
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Segundo Giddens (2005), as teorias cientficas sobre a raa surgiram no final do sculo XVIII
e incio do sculo XIX como justificativa para a ordem social emergente medida que a Inglaterra e
outras naes da Europa tonavam-se potncias imperiais que submetiam territrios e populaes
0192
aos seus domnios. Considerando o conceito de raa como um conjunto de relaes sociais que
possibilitam situar os indivduos e os grupos com base em aspectos biologicamente
fundamentados, Giddens (2005) acreditava que as distines raciais representavam fatores
importantes na reproduo de padres de poder e de desigualdade dentro da sociedade. Porm, a
racializao, processo pelo qual as interpretaes de raa so empregadas na classificao de
indivduos ou de grupos de pessoas, est ligada ao fato de que certos grupos acabam sendo
rotulados como se constitussem grupos biologicamente distintos, com base em aspectos fsicos
de ocorrncia natural, onde em determinados momentos da histria assumiu formas
institucionais codificadas, como no caso da escravido, nas colnias norte-americanas, e do
apartheid, na frica do Sul (GIDDENS, p. 206).
De acordo com Neto (2009), foi o Conde Joseph-Arthur de Gobineau (1816-1882), quando
publicou o livro Ensaio sobre a Desigualdade das Raas Humanas, que apresentou a primeira
concepo de mundo racista cientificamente fundamentada e influenciou os pensamentos dos
fundadores de diversos grupos de supremacia racial, entre os quais os instituidores do nazismo e
do apartheid. As linhas gerais do racismo do Conde de Gobineau seguiam os seguintes princpios:
a) existe uma raa humana superior, os arianos dolicocfalos, portadora de uma aptido
civilizadora; b) a principal fora motriz da histria vitalidade racial; c) a queda das civilizaes
uma consequncia da miscigenao das raas.
Assim como o Conde de Gobineau, Louis Agassiz (1807-1873) foi mais um cientista que
condenava com veemncia a miscigenao e ficou conhecido por ser o principal defensor da
doutrina do poligenismo, teoria baseada na hiptese de que as raas humanas no possuem uma
origem em comum. No livro A Eloquncia do dio, Bulco Neto (2009) cita diversas figuras
renomadas que propagaram os ideais poligenistas e, entre elas, est o renomado filsofo
empirista britnico David Hume (1711-1776). Segundo Neto (2009), Hume, em seus ensaios
polticos, defendia que os negros e outras espcies, pois h quatro ou cinco diferentes, esto
todas abaixo da espcie dos brancos, e que uma diferena to uniforme e constante [entre negros
e brancos] no poderia acontecer se a natureza no houvesse estabelecido uma distino original
entre essas raas de homens (NETO, p. 140).
Como dito anteriormente, desde o sculo XVIII os cientistas tm buscado dados que
possam provar, explicar e determinar a diversidade racial. Porm, como a cincia precisa se basear
em dados concretos e comprovados experimentalmente, os resultados foram imprecisos e, por
esse motivo, foi somente no final dos anos de 1960 que a cincia passou a compreender melhor o
genoma humano e respostas para as lacunas sobre a raa comearam a ser formuladas de
maneira cientfica.
Sendo assim, o geneticista Richard Lewontin aperfeioou o mtodo estatstico que
compara entre si os genes dos indivduos da mesma populao e de populaes diferentes,
consideradas como pertencentes mesma raa ou no, para poder medir as diferenas genticas
entre elas e ter, assim, a capacidade de distinguir as pessoas em raas especficas. Em 1972,
Lewontin analisou como variavam 17 genes em todas as populaes estudadas at aquele
momento e descobriu que 85% da variabilidade gentica humana total se localizava no interior
0193
das populaes, 8% entre populaes de mesma raa e 7% entre raas diferentes. Ao trmino da
pesquisa, Lewontin concluiu seu artigo com o seguinte pargrafo:
Nossa percepo de que as diferenas entre os grupos e subgrupos humanos so
grandes quando comparadas s diferenas internas desses grupos claramente
uma percepo deformada. Com base em suas diferenas genticas, as raas e
populaes humanas so notavelmente semelhantes entre si, enquanto a parte
incomparavelmente maior da diversidade humana representada por diferenas
entre indivduos. A classificao racial humana no tem qualquer valor social e
tem um claro efeito destrutivo sobre as relaes sociais e humanas. Dado que,
agora, est demonstrado que essa classificao no tem qualquer significado
gentico ou taxionmico, no h nenhuma justificativa para mant-la
(BARBUJANI, 2007, p. 83).
0194
De acordo com Silva (2003), o filsofo hngaro GyrgyLukcs afirmava que a literatura no
apenas reflete a realidade social na caracterizao dos ambientes e personagens, como tambm
na maneira como o texto se desenvolve e se estrutura, refletindo o todo social e mostrando a
forma como a sociedade construda e organizada. Dessa forma, de extrema importncia a
presena da sociologia para explicar como os traos sociais envolveram a vida da autora J. K.
Rowling durante os diferentes momentos de desenvolvimento da obra Harry Potter e a Pedra
Filosofal.
Nessa linha, Niel (2006) relata que J. K. Rowling usa o mundo paralelo que criou no s
para a diverso do leitor, mas tambm para fornecer um quadro real sobre questes relacionadas
raa, afinal a fico tem a capacidade de penetrar nossas defesas psicolgicas e alcanar nossas
crenas fundamentais.
3 METODOLOGIA
Esta pesquisa toma como objeto de estudo a obra literria Harry Potter e a Pedra Filosofal,
publicada em 1997 pela escritora britnica J. K. Rowling. A obra foi analisada como uma
manifestao artstica e instrumento de protesto com o intuito de identificar o modo pelo qual
essa obra fictcia apresenta traos da realidade do preconceito racial vivenciado por milhares de
pessoas ao redor do mundo. Para isso, foi realizada a reviso de literatura, envolvendo estudos
sobre o conceito de raas e etnias nas diferentes pocas da sociedade, sobre o conceito de raa e
0195
etnia nas perspectivas sociolgica e biolgica, e sobre os conflitos raciais que marcaram os
sculosXIX e XX. Foi realizada tambm a leitura da obra numa perspectiva sociolgica, alm da
anlise dos dados direcionados para a compreenso da identificao da estrutura social da escola
de magia Hogwarts, a compreenso da maneira pela qual ocorrem as atitudes preconceituosas
dentro da escola entre os alunos de Casas diferentes, o estabelecimento da relao entre a
estrutura social da escola e as atitudes racistas e o delineamento, na construo esttica do texto,
da inscrio das vozes de protesto contra o preconceito. Alm disso, foi realizada a leitura de mais
um livro da escritora, Os Contos de Beedle, O Bardo, que retrata, de forma clara, o contexto da
hierarquia racial que envolve a escola de Magia Hogwarts.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Durante o primeiro ano em Hogwarts os alunos so selecionados pelo Chapu Seletor para
uma das quatro Casas que formam a estrutura social da escola: Grifinria, Sonserina, Lufa-lufa e
Corvinal. Os alunos membros da Casa a qual so destinados realizam todas as atividades juntos,
desde as prticas em sala de aula at as competies realizadas pela escola, como explica a
Professora Minerva MacGonagall na chegada dos alunos Hogwarts: A Seleo uma cerimnia
muito importante porque, enquanto estiverem aqui, sua Casa ser uma espcie de famlia em
Hogwarts. Vocs assistiro as aulas com o restante dos alunos de sua Casa, dormiro no
dormitrio da Casa e passaro o tempo livre na sala comunal (ROWLING, 2000, p. 101).
Os alunos so selecionados para cada uma das Casas de acordo com as caractersticas mais
marcantes de sua personalidade, como mostra o Chapu Seletor durante a cerimnia de Seleo:
[...] s me porem na cabea que vou dizer
Em que Casa de Hogwarts devero ficar.
Quem sabe a sua morada a Grifinria,
Casa onde habitam os coraes indmitos.
Ousadia e sangue-frio e nobreza
Destacam os alunos da Grifinria dos demais;
Quem sabe na Lufa-lufa que voc vai morar,
Onde seus moradores so justos e leais
Pacientes, sinceros, sem medo da dor;
Ou ser a velha e sbia Corvinal,
A casa dos que tm a mente sempre alerta,
Onde os homens de grande esprito e saber
Sempre encontraro companheiros seus iguais;
Ou quem sabe a Sonserina ser a sua casa
E ali far seus verdadeiros amigos,
Homens de astcia que usam quaisquer meios
Para atingir os fins que antes colimaram (ROWLING, 2000, p. 104-105).
0196
A Professora McGonagall ainda ressalta que cada Casa tem sua histria e cada uma
produziu bruxas e bruxos extraordinrios (ROWLING, op. cit., p. 102) e por isso so igualmente
dignas de respeito. Durante o perodo letivo, os acertos e vitrias dos alunos rendem pontos para
suas Casas, enquanto que os erros os faro perder, de forma que no fim do ano letivo a Casa com
o maior nmero de pontos recebe o Trofu das Casas, uma grande honraria. Por esse motivo, ser
membro de uma Casa em Hogwarts influencia no modo como os alunos tratam os seus colegas
pertencentes a outras Casas, afinal, por exemplo, cada aluno da Grifinria dar tratamento
especial e preferncia queles que, assim como eles, contribuem para o sucesso de sua Casa.
Dessa forma, o patriotismo presente entre os membros das casas considerado uma virtude ou
uma forma de excluso e diferenciao entre os alunos?
Entendemos que, por um lado, ser patriota bonito e elegante, pois significa ajudar,
defender e buscar o melhor para a sua Casa, entretanto, quando se coloca o bem-estar de sua
ptria acima do de todas as outras o patriotismo pode parecer um vcio, pois divide as pessoas e
tem como base a presuno, a arrogncia e o egosmo. possvel perceber essa viso na obra
quando se analisa que existem bruxos que acreditam que por terem uma descendncia bruxa so
superiores e mais dignos de estudar em Hogwarts do que os que nasceram em famlias trouxas
(no mgica). Um exemplo Draco Malfoy, que em conversa sobre Hogwarts se expressa da
seguinte forma: eu realmente acho que no deviam deixar outro tipo de gente entrar, e voc?
No so iguais a ns, nunca foram educados para conhecer o nosso modo de viver. Alguns nunca
ouviram falar de Hogwarts at receberem a carta, imagine. Acho que deviam manter a coisa entre
as famlias de bruxos. (ROWLING, op. cit., p. 72).
Apesar de ser uma forma mais efetiva de administrar a escola e garantir uma educao de
qualidade a todos os estudantes, a diviso de Casas em Hogwarts gera entre os alunos uma grande
rivalidade e competio. Um exemplo a averso e o desapontamento dos alunos da Grifinria ao
descobrirem que teriam aulas de voo com os alunos membros da Sonserina. Alm disso, alguns
estudantes mostram desprezo e repulsa a certas Casas. Segundo Hagrid, a antipatia de Malfoy ao
dizer [...] imagine ficar na Lufa-lufa, acho que saa da escola (ROWLING, op. cit., p. 71) graas
ao esteretipo alimentado pelos estudantes de que na Lufa-lufa s tem panacas (ROWLING, op.
cit., p. 73). Outro esteretipo que rodeia a escola o de que no tem um nico bruxo nem uma
nica bruxa desencaminhados que no tenham passado por Sonserina (ROWLING, op. cit., p. 73).
esse tipo de esteretipo que causa a discrdia e a antipatia dos alunos com relao aos
membros da Sonserina.
Outro caso que merece destaque forma com que o professor Severo Snape visto por
boa parte dos alunos, especialmente por Harry e seus amigos da Grifinria. Por ser severo e
exigente, passa boa parte da histria sendo acusado de ser um bruxo maligno, entretanto, ao final
do livro, J. K. Rowling mostra o quanto as aparncias so enganosas e revela Snape como um
verdadeiro heri.
A diversidade racial, social e cultural presentes em Hogwarts, assim como no mundo real,
gigantesca, por isso, impossvel negar que certos alunos direcionam atitudes preconceituosas
contra algumas pessoas e favorecem outras. Os estudantes que mais se destacam no emprego
dessas atitudes so Draco Malfoy e seus dois amigos Crabbe e Goyle. De acordo com Draco
0197
algumas famlias de bruxos so melhores do que outras (ROWLING, op. cit., p. 96), e por isso
Harry no deve se relacionar com pessoas de famlia pobre como Ronald Weasley (Rony).
Ao longo de todo o livro, Draco faz comentrios e deboches sobre a situao financeira da
famlia Weasley, como, por exemplo, durante os preparativos de Natal, quando dispara o seguinte:
est tentando ganhar uns trocadinhos, Weasley? Vai ver quer virar guarda-caa quando terminar
Hogwarts. A cabana de Rbeo deve parecer um palcio comparada ao que sua famlia est
acostumada (ROWLING, op. cit., p. 169). Alm de Rony, Neville Longbottom frequentemente
vtima das chacotas de Draco e seus amigos, pois, segundo eles, Neville no tem miolos
(ROWLING, op. cit., p. 192).
O preconceito e a discriminao, baseados nas diferenas raciais, so evidentes durante
toda a obra. Hagrid, o guarda-caa de Hogwarts, por ser meio-gigante e meio-humano sofre
frequentemente com os comentrios maldosos e as mentiras dos alunos. Draco, ao conhec-lo,
comenta: ouvi falar que uma espcie de selvagem. Mora num barraco no terreno da escola e de
vez em quando toma um pileque, tenta fazer mgicas e acaba tocando fogo na cama (ROWLING,
op. cit., p. 71).
Em Os Contos de Beedle, o Bardo, torna-se evidente a forma discriminatria com que
certos pais tratam de assuntos relacionados miscigenao das raas, visto que alguns j exigiram
a retirada de livros da escola que narram histrias de casamento entre trouxas e bruxos, como o
caso do conto A Fonte da Sorte, em Os Contos de Beedle, O Bardo, em que uma bruxa aceita se
casar com um cavaleiro trouxa. Segundo Dumbledore, [...] A Fonte da Sorte provavelmente o
conto de Beedle mais popular (ROWLING, 2008, p. 38), entretanto, possui detratores, uma vez
que j foi motivo de crticas at mesmo por um antigo membro da diretoria de Hogwarts, Lcio
Malfoy, que apresentou por escrito a seguinte exigncia para que a histria fosse proibida:
Qualquer obra de fico ou no-fico que retrate a miscigenao de bruxos e
trouxas deve ser banida das estantes de Hogwarts. No quero que meu filho seja
influenciado a macular a pureza de sua linhagem lendo histrias que promovam
casamentos entre bruxos e trouxas (ROWLING, 2008, p. 39).
Entretanto, tal pedido foi negado pelo diretor e pela maioria dos membros do conselho
escolar. Em resposta ao Sr. Malfoy, Dumbledore escreveu o seguinte:
As famlias de sangue supostamente puro mantm a sua alegada pureza
excluindo os trouxas ou filhos de trouxas de suas rvores genealgicas,
deserdando-os ou mentindo sobre sua pureza. Tentam ento impingir aos demais
a sua hipocrisia, pedindo a excluso de obras que abordem as verdades que eles
negam. No h um nico bruxo ou bruxa no mundo cujo sangue no tenha se
misturado ao de trouxas, e, assim sendo, devo considerar ilgica e imoral a
remoo de obras que tratem do assunto do acervode conhecimentos dos nossos
alunos (ROWLING, 2008, p. 40).
Isso mostra o quanto J. K. Rowling buscou em suas obras retratar e combater todos os tipos
de preconceito, discriminao e atitudes que ferissem os direitos de cada pessoa, independente
de ser bruxo ou no. Uma vez que os trs principais personagens (Harry Potter, Rony Weasley e
0198
Hermione Granger) apresentam linhagens diferentes, pois Harry mestio, Rony puro-sangue
e Hermione filha de trouxas, a obra mostra que esse tipo de distino totalmente inapropriado
e que as habilidades em magia independem disso, revelando que estabelecer padres baseados
em aspectos raciais gera um claro efeito destrutivo sobre as relaes sociais e humanas
(BARBUJANI, 2007, p. 83).
Alm disso, a autora faz com que os personagens considerados como bodes expiatrios por
certos grupos de alunos, como o caso de Neville Longbottom e Hagrid, se destaquem na obra,
mostrando mais uma vez que qualquer tipo de atitude preconceituosa viola o ideal de que todas
as pessoas merecem a mesma considerao moral. Assim, quando o livro rejeita a viso de mundo
preconceituoso, apresentando personagens que conseguem superar todos os obstculos impostos
por aqueles que se consideram superiores, assume uma posio a favor da igualdade de valor
entre as pessoas.Dessa forma, todos os personagens considerados do mal discriminam e tm
atitudes preconceituosas contra centos bruxos e, principalmente, contra os trouxas, mestios ou
outras criaturas mgicas; por outro lado, os personagens que so contra qualquer tipo de
preconceito e denunciam a discriminao so considerados do bem.
Alm do mais, possvel constatar que em Hogwartsconvivem as representaes de alunos
pobres, ricos, honestos, desonestos e dos alunos inteligentes e esforados como em muitas
escolas do mundo real. A autoramostra que todosos personagens so constitudos pelos conflitos
de bem e mal, da tica, da honestidade e da desonestidade. Perguntam-se sobre seus atos, e so
responsabilizados pelas suas condutas, de forma que o seu destino uma consequncia de todas
as sua atitudes.
5 CONCLUSO
Com base na anlise do livro possvel notar o quanto a obra de J. K. Rowling est
entrelaada com a realidade, onde o preconceito relacionado etnicidade e raa evidente
quando certos personagens questionam sobre quais seriam as pessoas dignas de estudar em
Hogwarts. Alm do mais, a noo de superioridade que certos alunos apresentam ao se
considerarem melhores por possurem uma descendncia bruxa e, por esse motivo, tratam os
mestios e os trouxas como uma segunda classe, assemelha-se com a histria da nossa prpria
sociedade de opresso e de regimes de supremacia raciais, sociais e culturais.Da mesma forma, os
pensamentos de que os membros da Lufa-lufa so inferiores, de que os da Sonserina so todos do
mal e a discriminao com relao classe social, retratam a realidade social em que a autora
estava inserida ao produzir sua obra, pois, assim como no mundo criado por J. K. Rowling, no
mundo real as atitudes preconceituosas com relao s diferenas, sejam elas lingusticas,
culturais, raciais ou sociais, geram problemas srios no convvio das naes.
Dessa forma, fica evidente que a autora J. K. Rowling utilizou a obra Harry Potter e a Pedra
Filosofal como instrumento de protesto contra a discriminao e o preconceito racial, social e
cultural, retratando a realidade de forma prazerosa e criativa com o intuito de promover uma
reflexo acerca das injustias, levando o leitor a refletir sobre problemas no mbito local e global.
0199
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0200
RESUMO
O presente trabalho toma como objeto de estudo crticas
sociais veiculadas no musical Calabar: o elogio da
traio, de Chico Buarque e Ruy Guerra. A obra denuncia
os problemas relacionados represso da ditadura
militar brasileira (1964-1985), utilizando outro tempo
histrico as invases holandesas. O objetivo analisar
duas canes do musical como manifestaes artsticas e
instrumentos de protesto no contexto histrico-literrio
da ditadura militar. As canes so Cobra de vidro e
Vence na vida quem diz sim. Para fundamentar
teoricamente o trabalho, recorremos a Fausto (2001),
que apresenta o contexto histrico brasileiro referente
s invases holandesas e ao regime militar; Napolitano
(1997), que aponta a censura em relao a artistas que
0201
1 INTRODUO
Este trabalho pretende investigar crticas sociais veiculadas em canes que fazem parte do
musical Calabar: o elogio da traio, de Chico Buarque e Ruy Guerra. No ano de 1964, os militares
chegam ao poder mximo do pas e instauraram um regime ditatorial. Nesse perodo, vrias
formas de cultura serviram como porta-voz da populao como, por exemplo, a msica e o teatro,
meios pelos quais eram denunciados aspectos da realidade nacional. Essa prtica no foi bem
vista pelos militares, que tomaram como providncia a censura, ato que no impediu muitos
artistas de continuarem a usar suas canes como instrumentos de protesto.
Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar as canes Cobra de vidro
e Vence na vida quem diz sim, que compem a obra de Chico Buarque e Ruy Guerra e se
apresentam como verdadeiras manifestaes artsticas e instrumentos de protesto durante o
perodo da ditadura militar. Alm disso, consideraremos as canes no contexto do texto teatral
do qual fazem parte.
O artigo encontra-se estruturado da seguinte forma: primeiramente, temos uma
fundamentao terica que aborda o contexto histrico referente ditadura militar, o teatro
engajado, a prpria obra e, por fim, o perodo do Brasil Colnia. Logo aps, encontra-se a analise
dos dados, que contm as letras das canes e suas respectivas interpretaes; por ltimo, porm
no menos importante, a concluso, na qual construmos uma relao entre as canes e o
contexto da obra.
0202
Alm disso, muitos artistas foram banidos e punidos por expressarem suas opinies e
crticas em suas obras. Nesse contexto, artistas e intelectuais inconformados com problemas
sociais e sem muitas medidas de protesto ao alcance, assumiram a responsabilidade de produzir
uma arte engajada. Eles utilizaram suas obras como meio de denunciar e criticar de forma direta
e/ou indireta problemas sociais e at o prprio regime militar. Baseando-nos em Napolitano
(1997, 2010), vimos que os artistas envolvidos tinham a preocupao de denunciar o pessimismo,
problemas e a prpria realidade sem si. Para isso, inseriam em suas composies contedo
poltico com o objetivo de promover uma revolta e de certa forma acordar a sociedade para o
que estava sendo vivenciado.
Como j visto, essa prtica no era bem vista pelos militares, que instalaram rgos de
controle que tinham o poder de vetar as notcias em certo veculo de comunicao, censurar peas
de teatro ou impedir a gravao de uma determinada msica em um disco; e criaram atos
institucionais para punir e perseguir a todos que fossem contra os princpios do regime.
No entanto, todas as formas de punio, a censura e o regime militar no foram suficientes
para deter esses artistas que, comprometidos com a mudana social, utilizaram construes
artsticas mais rebuscadas que pudessem, de certa forma, preservar o contedo poltico de suas
obras e, ao mesmo tempo, passar despercebidas pela censura.
Esse novo estilo de arte se manifestou de diferentes formas e veculos que constroem a
cultura, como por exemplo, o teatro, o cinema, a literatura e a msica. A pea Calabar uma
prova de arte engajada no mbito teatral, pois essa possui em seus atos crticas voltada contra o
regime militar, poca na qual o livro foi escrito e censurado, juntamente com a pea que s pde
ser apresentada anos mais tarde.
Calabar: o elogio da traio foi escrito no final de 1973 e no ano seguinte aconteceria sua
estreia em palcos. Porm, o regime militar desaprovou e proibiu a pea e o prprio ttulo, pois o
nome Calabar seria uma forma de criticar ao governo, j que ele considerado um traidor da
ptria e seu nome estaria associado ordem cale a boca!. Ela apenas foi liberada para
apresentao em 1980.
Toda a histria retrata Calabar e as consequncias de sua suposta traio contra os
portugueses, ao passar para o lado dos holandeses durante a invaso que estes realizaram no
0203
Brasil no sculo XVII. De acordo com Fausto (2001), os holandeses tinham o objetivo de conquistar
a terra para produzir acar e controlar o comrcio de escravos. Para isso, precisavam vencer os
portugueses, que colonizavam as terras brasileiras naquela poca. Assim, aconteceram vrios
conflitos armados entre foras portuguesas e holandesas. Durante tais conflitos, os holandeses
ofereciam recompensas a quem com eles colaborasse. Teria sido o caso de Calabar, um oficial que,
na verso portuguesa da histria, aliou-se aos portugueses visando a algum tipo de recompensa.
Depois de um perodo de dominao holandesa, os portugueses reconquistaram os territrios,
expulsaram os holandeses, e capturaram Calabar, que foi enforcado e teve seu corpo esquartejado
e exposto em praa pblica.
O livro serviu de porta-voz da populao, criticando de forma sbia o perodo da ditadura
militar, de modo indireto; usando para fazer arte engajada outra poca que assemelhasse ao que
estava sendo vivenciado. A pea definitivamente serviu de ferramenta de protesto, pois chegou a
ser censurada devido insolncia de pronunciar-se contra o regime e suas formas de governo.
Assim, a relao existente entre o perodo da ditadura militar e o livro Calabar est na
analogia de imagens de ambos os perodos histricos a qual, aps uma observao, fica clara e
facilita a identificao das crticas. Calabar representa os rebeldes, artistas, escritores, estudantes
e tantas outras classes que foram massacradas, punidas e censuradas pelo regime, por pensarem
de forma diferente ou discordarem dos mtodos e da forma de governo da poca. Assim como
Calabar, inmeras pessoas foram presas e torturadas por serem consideradas traidoras da ptria.
O regime, por sua vez, representado pelas figuras de Mathias de Albuquerque, Felipe Camaro,
Sebastio do Souto e personagens que apenas pensam em seus prprios interesses e no poder
que querem ter e exercer sem medir esforos para isso. Outras relaes existentes entre o livro e
o regime so as revoltas, os polos de poder, a perseguio da minoria que luta por melhores
condies e por direitos e a censura.
0204
Seus cacos
De cobra
O seu veneno arruinando
A tua filha
A plantao
Presta ateno
Aos quatro cantos seus ganidos
Seu grito
Medonho
Aos quatro ventos os seus quartos
Seus cacos
De sonho
O seu veneno temperando
A tua veia
O teu feijo
Presta ateno
Presta ateno
Presta ateno
Presta ateno
Presta ateno.
0205
Se te criam fama
Diz que sim
Se te chamam vagabunda
Montam na cacunda
Se te largam moribunda
Olha bem pra mim
Vence na vida quem diz sim
Vence na vida quem diz sim
[]
Se te cobrem de ouro
Diz que sim
Se te mandam embora
Diz que sim
Se te puxam o saco
Diz que sim
Se te xingam a raa
Diz que sim
Se te incham a barriga
De feto e lombriga
Nem por isso compra a briga
Olha bem pra mim
Vence na vida quem diz sim
Vence na vida quem diz si.
A composio cantada por Anna de Amsterd para Brbara, tentando convenc-la de que
no adiantaria ir contra aqueles que possuem o poder nas mos: o melhor a fazer seria aceitar as
condies impostas e concordar, ou calar. Essa msica enfatiza o fato de que venceria quem se
submetesse s regras impostas, mesmo que elas provocassem sofrimento e mal s pessoas. Caso
contrrio, elas seriam perseguidas e punidas, at dizerem que sim, ou seja, que aceitam: Se te di
o corpo/ Diz que sim/ Torcem mais um pouco/ diz que sim/Se te do um soco/ Diz que sim/ [...] Se
te alisam com o chicote/ Diz que sim. Enfatiza tambm que aqueles favorveis ao regime so
compensados e sempre dizem sim, bem como aqueles que no o so e mesmo assim devem dizer
que sim, apesar e acima de tudo: Se te cobrem de ouro/ Diz que sim/ Se te mandam embora/ Diz
que sim/ Se te puxam o saco/ Diz que sim/ Se te xingam a raa/ diz que sim/ Se te incham a
barriga/ De feto e lombriga/ Nem por isso compra a briga.
Composta no ano de 1972, Vence na vida quem diz sim est relacionada ditadura
quanto ao fato de parte da populao aceitar calada o que o regime estava propondo. Os militares
chegaram ao poder e implantaram seus comandos para que fossem seguidos por todos, e mesmo
os que no concordavam com as medidas autoritrias que incluam censura, represso, perda de
direitos polticos, torturas, exlios deveriam aceitar ou acatar. Alguns se rebelaram e acabaram
contidos com brutalidade, chegando at a morte. Foi o que aconteceu a Calabar, ao jornalista
Vladimir Herzog e a tantos outros, que se negaram a dizer sim.
0206
4 CONCLUSO
Neste trabalho, procuramos,investigar crticas sociais veiculadas em canes que fazem
parte do musical Calabar: o elogio da traio, de Chico Buarque e Ruy Guerra. Pretendamos
mostrar como essas canes se apresentam como verdadeiras manifestaes artsticas e
instrumentos de protesto durante o perodo da ditadura militar. Alm disso, consider-las no
contexto do texto teatral do qual fazem parte, a saber, as invases holandesas no sculo XVII.
Para a realizao desse trabalho, fizemos um estudo de duas pocas, a que retratada no
livro, perodo do Brasil Colnia, e aquela em que o livro foi produzido, o perodo da ditadura
militar.
Podemos afirmar que Chico Buarque e Ruy Guerra criticaram de forma sbia a ditadura
militar, pois eles fizeram uso das metforas nas produes artsticas a fim de, por um lado, burlar
a censura rigorosa do sistema e, por outro, demonstrar um panorama social e poltico do perodo
do regime, usando como pano de fundo outra poca, o Brasil Colnia. A populao estava vivendo
um tempo de absoluta submisso, censura, falta de direitos e de liberdade. O musical,
certamente, serviu de porta-voz para a populao que reivindicava o direito de escolha e de
liberdade.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BUARQUE, Chico; GUERRA, Ruy. Calabar: o elogio da traio. 24. ed. Rio de Janeiro: Civilizao
Brasileira, 2000.
FAUSTO, B. Histria do Brasil. 9. ed. So Paulo: Edusp, 2001.
NAPOLITANO, M. A cano engajada no Brasil: entre a modernizao capitalista e o
autoritarismo militar (1960/1968). Curitiba: UFPR, 1997.
NAPOLITANO, M.; WASSERNAM, M. C. Desde que o samba samba: a questo das origens no
debate historiogrfico sobre a msica popular brasileira. Revista Brasileira de Histria, So Paulo,
v. 20, n. 39, p.167-189, 2000. Disponvel em: <http://www.scielo.br/pdf/rbh/v20n39/2985.pdf>.
Acesso em: 15 nov. 2010.
0207
RESUMO
O setor de pesca do Rio Grande do Norte traz benefcios
sociais e econmicos para o Estado. O RN um dos
maiores produtores de pescado (em especial o atum) do
pas, gerando cerca de 40 mil empregos diretos.
Objetivando melhorar o escoamento da produo, e
assim manter-se no topo da exportao de pescado no
nordeste brasileiro, investimentos em obras como a do
terminal pesqueiro e do Aeroporto de So Gonalo do
0209
1 INTRODUO
O desempenho do Rio Grande do Norte no segmento da pesca, destaca-se no cenrio
brasileiro ocupando posio liderana nas exportaes de atum. Embora este segmento gere um
significado nmero de empregos no estado, sendo uma atividade que beneficie tanto o setor
econmico quanto o social, os obstculos so visveis, dificultando o potencial do Estado em nvel
de competio, necessrio investimentos na infraestrutura e logstica adequando assim o setor,
podendo levar a favorecer esta atividade, investimentos como no Terminal Pesqueiro e o
Aeroporto de So Gonalo do Amarante. Sendo assim, torna-se importante analisar a logstica do
segmento e seus impactos no setor pesqueiro, verificando os problemas e possveis solues para
que o Estado se torne mais competitivo na exportao de pescado.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O comrcio exterior est estruturado em muitas variveis (...) uma logstica de transporte
montada adequadamente (...) pode representar para a empresa a lucratividade ou prejuzo na
atividade exportadora e, consequentemente, a sua manuteno, incremento ou retirada do jogo
das trocas internacionais (Keedi, 2004).
Modal martimo (...) o transporte que se realiza nos mares e oceanos, sendo o modal
mais utilizado internacionalmente para o deslocamento de mercadorias do planeta (...) sua
importncia o menor nas trocas comerciais entre pases limtrofes, em especial entre pequenos
pases em face das pequenas distncias, bem como entre aqueles que no tm sada para o mar,
ou quando tm , sua utilizao no compensa (Keedi, 2014).
Competncia logstica decorre de uma avaliao relativa da capacitao de uma empresa
para fornecer ao cliente um servio competitivamente superior ao menor custo total possvel. (...)
em resumo, a estratgia fornecer um servio superior por um custo total inferior a media do
segmento industrial respectivo (Bowersox, 2007).
Transporte barato tambm contribui para reduzir o preo dos produtos. Isto acontece
porque, alem de sua influencia no aumento da competio no mercado, o transporte um dos
componentes de custo que, juntamente com os custos de produo, vendas e outros, compe o
custo agregado do produto. medida que o transporte se torna mais eficiente e oferece melhor
desempenho, a sociedade beneficia-se de melhor padro de vida (Ballou, 1993).
A exportao permite a empreendedora ampliar a sua capacidade de gerao de negcios
e contribui para minimizar os efeitos da carga tributria incidente em suas atividades produtivas,
haja vista a existncia dos incentivos fiscais estabelecidos justamente para apoiar e dinamizar a
atuao mercantil de empresas nacionais no mercado externo (Faro e Faro, 2012, p.213).
A disponibilidade de recursos como o do atum e seu potencial comercial comprovado deve
existir no local proposto para existir possivels investidores. Questes associadas sazonalidade de
ambos os recursos devem ser determinadas, juntamente com atum com seus padres de
migrao. Como tambm deve ser analisado a estabilidade poltica, a gesto da
0210
economia
(incluindo
monetria
e
fiscal),
tipo
e
extenso
dos
controles
colocada em investidores estrangeiros e a consistncia com que esses controles
so aplicados, clareza de diretrizes de investimento, e da capacidade de resposta
do governo agncias e departamentos para lidar com consultas de investimento
estrangeiro e propostas (Doulman, 1986).
3 METODOLOGIA
Os mtodos utilizados para atender os questionamentos de es9tudo caracterizam-se como
pesquisa exploratrio-descritiva, na forma de estudo de caso com base em fontes bibliogrficas,
documentais e entrevistas como tambm o auxilio do meio digital.
A pesquisa exploratria tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema, com vistas a torn-lo mais explcito ou a constituir hipteses (Gil, 2002, p.41).
O tipo de pesquisa que se classifica como "descritiva", tem por premissa buscar a resoluo
de problemas melhorando as prticas por meio da observao, anlise e descries objetivas,
atravs de entrevistas com peritos para a padronizao de tcnicas e validao de contedo
(THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007).
Sero utilizadas na delimitao e justificativa do projeto trs entrevistas de carter
exploratrio a representantes da rea de exportao e logstica de empresas do segmento do
pescado especificamente o atum em Natal-RN.
0211
Em 2011 o RN exportou aproximadamente US$ 18 milhes em peixes. Esse foi um dos mais
importantes itens da pauta de exportao do estado. Esse nmero representou o recorde
histrico das exportaes de pescado do territrio potiguar.
O desempenho potiguar notvel ao manter-se no patamar de liderana nas exportaes
do Atum, mesmo com os problemas gerados pela crise econmica internacional, que afetou o
poder de compra de milhes de pessoas nos pases da Europa e nos Estados Unidos, consumidores
diretos do produto. Um dos fatores para esse resultado foi poltica de incentivos ao setor.
O RN ocupou, em 2011, a quarta colocao nas exportaes de peixes congelados em geral
no ranking nacional. frente do territrio potiguar ficaram: Par (US$ 24,3 milhes), Rio Grande
do Sul (US$ 22,99 milhes) e Santa Catarina (US$ 22,5 milhes).
A parceria firmada entre a empresa Atlntico Tuna, com sede em Natal, e a japonesa Japan
Tuna conseguiu elevar a captura de atum no pas em 2 mil toneladas no ano de 2011. Um
aumento de mais de 400% do valor exportado, em dlar, pelo Rio Grande do Norte, o que mostra
o impacto da tecnologia japonesa nos nmeros.
0212
Cear. O porto de Natal responde por apenas 2,08% da movimentao nordestina de contineres
e 0,25% da movimentao nacional.
O Aeroporto internacional de So Gonalo do Amarante ainda em construo, sendo uma
das oportunidades do Estado para o desenvolvimento da economia, como tambm a expanso
turstica, esperado grande movimentao de passageiros e cargas.
No que se refere a frota pesqueira, v-se necessrio a criao de novas embarcaes
voltadas ao tipo de captura utilizada na extrao do atum, contribuindo no aumento da
produtividade, outro fator importante a tecnologia que exige nveis de qualificao adequados,
com o investimento em pessoas e produo, criar uma gerao para o manuseio dessa tecnologia.
5 CONCLUSO
O setor de pescado no Rio Grande do Norte uma atividade produtiva de grande potencial
de crescimento estratgico, que traz benefcios sociais e econmicos para o Estado, apesar de
tudo isso necessita superar obstculos oriundos da ausncia de polticas pblicas que poderiam
favorecer para sua modernizao, como por exemplo, uma estrutura de escoamento eficiente
para que o produto chegue ao seu destino no menor tempo, tornando-se assim necessrio as
empresas do ramo pesqueiro local a tomarem medidas onerosas para a exportao de seus
produtos. importante ressaltar que os recursos que as empresas gastam com despesas logsticas,
poderiam ser redirecionados pesquisa/desenvolvimento de novos produtos e modernizao da
frota. Os empresrios que tiveram suas estruturas analisadas no veem vantagens com a
construo do novo terminal, por no haver uma poltica de insero deste produto de
exportaes para outros destinos, o que leva a crer que essa melhoria no geraria muitas
diferenas no setor de abastecimento de mercados internacionais.
O governo do estado do Rio Grande do Norte defende que a ampliao do porto de Natal
facilitar a integrao dos meios de transporte e juntamente com a entrada em operao do
Aeroporto de So Gonalo do Amarante reduzir-se- dependncia de portos como portos de
Pecm e Suape.
Os empresrios apontam que ausncia de avies cargueiros e de estradas apropriadas ao
transporte de grandes cargas se apresenta como barreiras para o transporte do produto. Para
muitas empresas a ausncia de aeronaves especficas para o transporte de cargas, ou mesmo de
voos diretos com destinos como Estados Unidos, Frana e Espanha e o pouco espao destinado s
companhias areas para os produtos tem diminudo a competitividade do segmento.
senso comum entre os entrevistados e do que o governo tem publicado que os
investimentos logsticos em infraestrutura poder ter impacto direto no desenvolvimento
econmico do setor pesqueiro do estado e a expectativa das empresas que essas melhorias
poder gerar maior agregao de valor ao produto e tambm maior competitividade ao pescado
potiguar tanto em nvel nacional quanto internacional.
0213
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BALLOU, Ronald H.. Logstica empresarial: Transportes, administrao de materiais e distribuio
fsica. So Paulo: Atlas, 1993.
BOWERSOX, Donald J.. Logstica Empresarial: O processo de integrao da cadeia de suprimento.
So Paulo: Atlas S.A, 2007.
DOULMAN, David J. The Tuna Industry in the Pacific Islands Region: Opportunities for Foreign
Investment. Marine Fisheries Review, Islands, p. 1-8, 1 jan 1986.
FAO, 1997. (FAO Documento Tcnico Sobre as Pescas 334). Disponvel
http://www.fao.org/DOCREP/003/T1768P/T1768P01.htm. Acesso em 04/04/06.
em:
0214
RESUMO
O parasitismo por nematoides gastrointestinais provoca
muitas perdas econmicas para os produtores de ovinos.
O tratamento mais comumente usado a administrao
de produtos qumicos, havendo a possibilidade do
surgimento de resistncia parasitria. A fitoterapia vem
sendo usada como alternativa no controle das
parasitoses em ovinos. O objetivo desse trabalho foi
verificar o potencial ao anti-helmintica in vitro do
extrato de rom contra endoparasitas gastrointestinal. O
experimento foi conduzido no laboratrio do IFRN. Aps
coletadas as frutas, foram processadas em triturador e
armazenadas em recipiente de vidro, As amostras de
fezes foram coletadas diretamente da ampola retal em
ovino do rebanho do IFRN Cmpus Ipangua infectadas
naturalmente por helmintos gastrointestinais. Foram
utilizadas placas de 24 poos, em 6 repeties por grupo,
0215
1 INTRODUO
A caprinocultura uma atividade largamente explorada nos pases tropicais, visando a
produo sustentada de carne, leite e peles. O interesse pela explorao de caprinos e ovinos vem
aumentando nos pases edesenvolvidos, onde o uso de tecnologias, com o objetivo de aumentar a
produo j significativo (VIEIRA et. al.,2003).
As parasitoses ocupam lugar de destaque como causas de perda de produtividade,
causando atraso de crescimento e mortalidade dos animais. Esses parasitas gastrointestinais de
ovinos e caprinos causam enormes prejuzos aos criadores, tendo como principais: reduo na
produo de carne, leite e l e para o animal anemia, diarreia, anorexia e morte sbita.
Os gastos com tratamentos anti-helmnticos utilizados em ruminantes no Brasil giram em
torno de 1,4 bilhes de reais/ano (VIEIRA et. al., 2003).
Atualmente busca-se formas opcionais de controle parasitrio que no sejam mtodos
qumicos, tendo como base o uso de fitoterpicos. Dentro desse contexto, o uso da rom tem sido
relatado em literatura e no conhecimento popular como eficiente recurso no combate as
verminoses.
Diversos vegetais tm sido usados, na forma de chs ou infuses, com fins profilticos e
curativos de infeces e infestaes. Punica granatumL originaria da sia e espalhada em toda a
regio do Mediterrneo e cultivada em quase todo o mundo, inclusive no Brasil. J se conhece
atividade das cascas do caule e da raiz desta planta contra vermes chatos como a solitria, diarreia
crnica e disenteria amebiana, cuja ao justificada pela presena do alcaloide isopeletierina e
seus anlogos (LORENZI, 2002).
O objetivo desse trabalho foi verificar o potencial ao-anti-helmntica in- vitro do extrato
de rom contra endoparasitas gastrointestinais. Essa pesquisa se justifica pelo fato de no serem
adotados, pelos pequenos produtores, tcnicas fitoterpicas de controle a verminoses em
caprinos por meio de plantas medicinais.
2 FUNDAMENTAO TERICA
Em condies naturais, antes da domesticao, o equilbrio entre parasita e hospedeiro
permitia a tolerncia dos animais a essa enfermidade. Com a domesticao, e consequentemente
o aumento no numero de animais por rea, alterou-se esse equilbrio, em favor dos parasitas
fazendo com quer o principal problema sanitrio dos rebanhos ovinos e caprinos seja verminose
(XAVIER, 2005).
As helmitoses de caprinos so causadas por parasitoses pertencentes s classes Nematoda,
Cestodas e Trematodas, tendo como os principais gneros parasitas: o Haemonchus,
Trichostrongylus, Strongyloides, Moniezia, Cooperia, O esophagostomum, Skrjabimema, Trichuris e
Cysticercus (ATHYDE et al.,1996). (ATHAYDE et al., 2005).
0216
A Rom, que rica em diversos polifenis, foi usada durante sculos em culturas antigas
por suas propriedades medicinais. um arbusto ou pequena rvore nativa da sia e tem sido
usada como adstringente, hemosttica, antidiabtica, anti-helmntica e antidiarrica. Os
benefcios sade so atribudos a sua diversidade fitoqumica. O extrato contm antioxidantes
nicos que protegem as clulas endoteliais contra o dano oxidativo.. A fitoterapia e a homeopatia
no controle de verminoses so alternativas que podero reduzir o custo com a aquisio de antihelmnticos bem como prolongar o aparecimento de resistncia anti-helmntica. Muitas plantas
so, tradicionalmente, conhecidas como possuidoras de atividade anti-helmntica, necessitando
entretanto, que suas eficcias sejam cientificamente comprovadas (VIEIRA et. al., 2003).
A droga, para ser considerada como anti-helmntico eficiente, precisa ter a propriedade de
penetrar na cutcula do verme ou, ento, ganhar o interior de seu trato alimentar. A forma de
ao ocorre por narcose ou paralisia do verme, ou ento ao lesar a sua cutcula, o que acarretaria
digesto parcial ou rejeio do verme por mecanismos imunolgicos (RANG, et al., 2011).
Nas populaes de helmintos gastrointestinais, existem indivduos que so mais resistentes
que outros ao de medicamentos especficos, sendo que a utilizao de um determinado
produto, por um perodo prolongado, tende a criar uma presso seletiva no sentido de aumentar a
quantidade de helmintos resistentes (MATTOS ,et. al., 2008).
Segundo Vieira, et al.(2003), a resistncia o aumento significativo no nmero de
indivduos, em uma populao, capaz de suportar doses de um composto qumico que tenha
0217
provado ser letal maioria de uma populao normalmente sensvel a futuras exposies a uma
droga pode ser transmitida aos seus descendentes.
3 METODOLOGIA
3.1 Local de anlises
O experimento foi conduzido no laboratrio do IFRN e apoio do laboratrio de
Parasitologia Molecular da UFERSA e do laboratrio de Qumica da UERN.
0218
Figura 05: Material para o teste de eclodibilidade. Em destaque os vidros com extrato da rom.
0219
4 RESULTADOS E DISCUSSO
A ao ovicida do extrato aquoso da Punica granatum aps 24 horas de exposio pode ser
verificada na tabela 03. Observa-se diferenas de ao entre as diluies 0,75 %, 1,5%, 3%, 6%,
12%. O maior percentual de inibio de ecloso de ovos foi obtido na diluio de 12% onde em
total de 87 ovos 64% foram inibidos prximo do valor referente ao controle positivo onde foi
utilizado um ovicida comercial. Ao verificar a tabela 04, os outros tratamentos obtiveram os
valores 0,75% 32,61%, 1,5% 59,00%, 3% 61,02%, 6% 44,37% C+ 63,16% , C- 20,73%.
Tabela 02: Total de ovos e quantidade de larvas que eclodiram e que foram inibidas.
Diluies
Total de Ovos
LE
LI
0,75%
1,5%
3%
6%
12%
C+
C-
15
82
108
79
87
84
72
67,39%
41,0%
38,98
55,63%
35,63%
36,84%
79,27%
32,61%
59,00%
61,02%
44,37%
64,37%
63,16%
20,73%
Tabela 03: Percentual da eficcia mdia (PEM) desvio padro (DP) da Punica granatum na inibio da
eclodibiilidade dos ovos de nematoides gastrointestinais em ovinos.
Concentrao (%)
PEM DP
0,75%
1,5%
3%
6%
12%
C+
C-
32,61% 3,38
59,00% 9,89
61,02% 9,05
44,37% 5,71
64,37% 4,65
63,16% 8,58
20,73% 9,07
0220
90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
LE (%)
LI (%)
Figura 06. Avaliao percentual do desenvolvimento e inibio dos ovos de nematoides gastrointestinais em ovinos
submetidos a ao da Punica granatum em 24 horas de incubao.
5 CONCLUSO
Os resultados obtidos neste estudo sugerem que o extrato aquoso da casca da Punica
granatum Rom foi eficaz no tratamento in vitro do nematoide gastrointestinal lHaemonchus
contortus. Novos experimentos devem ser realizados, para que sejam investigados outras diluies
e compostos ativos e assim viabilizar uma melhor aplicao pelo produtor rural.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALMEIDA, M.A.O. DE; DOMINGUES, L.F.; ALMEIDA, G.N.; SIMAS, M.M. DOS S.; BOTURA,M.B.;
CRUZ, A.C.F.G. DA; SILVA, A.V.A.F. DA; MENEZES, T.P.; BATATINHA, M.J.M. Efeitos dos extratos
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larvas infectantes de nematides gastrintestinais de caprinos.Revista Brasileira de Parasitologia
Veterinria, v. 16, n.1, p. 57-59, 2007.
ATHAYDE, A. C. R. et al. Surto epizotico de haemoncose e strogiloidose caprina no semiridoparaibano.In: CONGRESSO PANAMERICANO DE CINCIAS VETERINARIAS,15,.1996,
Anais...Campo Grande.., 1996.p.264.
0221
0222
RESUMO
Em torno de 800 milhes de habitantes em todo o
mundo se dedicam a atividades diretamente
relacionadas agricultura no meio urbano, sendo esta
atividade um fenmeno scioeconmico consolidado. A
Agricultura Urbana e Periurbana (AUP) se refere
produo agrcola e criao de animais, para fins de
autoconsumo ou comercializao, dentro das cidades e
nas suas periferias (FAO, 1999; MOUGEOT, 2000). Nesse
sentido, buscamos compreender como essa atividade
tem sido reconhecida dentro da realidade da cidade de
Natal-RN, levando em considerao as relaes campocidade e rural-urbano como categorias de anlise, bem
como os aspectos socioeconmicos relacionados a AUP.
Vale salientar que em Natal-RN a AUP desenvolvida
sem fiscalizao, assistncia tcnica adequada e
causadora de inmeros impactos ambientais sobre os
0223
1 INTRODUO
A Agricultura Urbana e Periurbana (AUP) desenvolvida em Natal-RN conta com inmeros
entraves, contradies e peculiaridades que merecem destaque, cuidadosa observao e urgente
interveno estatal. Diante de um cenrio poltico que pouco contribui para os avanos da
sociedade natalense, ampliamos a possibilidade de discusso sobre um relevante tema que trata
dentre outros aspectos, do desenvolvimento urbano sustentvel.
A agricultura urbana uma atividade realizada em pequenas reas dentro de uma cidade,
ou no seu entorno (periurbana), sendo destinada produo de cultivos e criao de animais para
o consumo prprio ou para a venda, em pequena escala, em mercados locais dentro das cidades e
nas suas periferias, pode ser caracterizada no somente como produo de hortalias, mas
tambm criao de animais e aves. (FAO, 1999 e MOUGEOT, 2000).
Partindo da compreenso de que a ausncia de planejamento urbano uma das principais
causas da pobreza, desigualdades sociais e desemprego, pensamos que o desenvolvimento de
uma atividade agrcola na cidade uma alternativa vivel para as problemticas vivenciadas no
espao urbano. Antes da descrio sobre a AUP e o que ela significa para o desenvolvimento da
cidade, importante frisar o porqu da cidade estar ampliando possibilidades para uma atividade
eminentemente rural ou porque o campo tem ampliado possibilidades para a cidade.
A rima utilizada como frase de efeito no ttulo do artigo no foi em vo, de fato, o campo e
a cidade so categorias interdependentes e, portanto no devem ser hierarquizadas. notvel que
a cidade tem se desenvolvido a passos largos e aos poucos aqueles que no se concentram no
centro da cidade so empurrados para a periferia e marginalizados pela sociedade. A vida no
campo cada vez mais difcil, ento o xodo rural surge como alternativa vivel. A transferncia
dos agricultores para a cidade em busca de melhores condies de emprego, lazer e cidadania
acaba por isol-los na periferia onde, sem muitas alternativas, eles desenvolvem a agricultura
urbana. Em Natal-RN, esse movimento facilmente percebido, nas entrevistas realizadas, onde a
maioria dos agricultores ou vieram do interior ou trabalham com a agricultura a vida inteira nas
imediaes do Gramorzinho.
A AUP uma atividade desenvolvida no espao urbano e na imediata periferia, e como j
esperado, em Natal-RN esta atividade no merece a ateno devida, no sendo reconhecida como
atividade econmica oficial, apesar de sua significativa importncia para os agricultores e para a
prpria economia do municpio j que muito dos excedentes de produo so vendidos para
supermercados e feiras livres. A ausncia de regulamentao faz com que essa atividade seja
desenvolvida sem assistncia tcnica adequada, sem fiscalizao e seja causadora de inmeros
impactos ambientais.
Assim, entendemos que a AUP pode se configurar como uma atividade relevante para a
sociedade que dela desfruta, alm de ser uma possibilidade para a gerao de emprego e renda,
amplia as alternativas de alimentao, mas para que exista um crescimento sustentvel dessa
atividade necessrio polticas pblicas adequadas bem como investimento em todas as
dimenses que abarcam a prtica da AUP.
0224
Vale salientar que com esta pesquisa, a luz da anlise das categorias campo-cidade/ruralurbano, objetivamos verificar o formato com que tem sido desenvolvida a AUP, bem como
compreender as caractersticas e contradies socioeconmicas dos produtores, especificamente,
de espcies olercolas que vivem dessa atividade em Natal-RN.
A metodologia adotada foi baseada em pesquisa bibliogrfica, leitura de artigos,
dissertaes e teses que envolvem a temtica em questo. A observao direta foi realizada
atravs de levantamentos de campo para coleta de dados primrios, documentao fotogrfica,
georreferenciamento das reas em estudo, realizao de entrevistas, questionrios estruturados e
semi-estruturados. Os dados de fontes secundrias foram obtidos atravs dos Censos
Agropecurio, Demogrfico e Produo Agropecuria Municipal.
0225
No que toca a citao de Carlos (2004), podemos notar que a globalizao e o advento cada
vez mais forte do capitalismo informacional, temos que a concepo de local perde para o global e
todos passamos a fazer parte de uma sociedade global, onde todos do planeta esto ligados
0226
virtualmente. Assim como o aprofundamento da diviso social e espacial do trabalho que tende a
buscar uma nova lgica do saber e da tcnica para homogeneizar o espao. No campo no seria
diferente, pois estando cada vez mais prximo da cidade no ficar alheio a essa nova realidade.
Em Natal-RN, sabemos que na regio do gramorzinho existem as ilhas de ruralidade,
espaos onde so puramente rurais, mas a relao campo-cidade fortemente percebida ao
passo que perceptvel a complementao dessas reas. Percebemos, desse modo, que a relao
campo-cidade est muito alm do que a distino de espaos concretos, de acordo com as
percepes de Rosa e Ferreira (2006, p. 196): Considera-se, no entanto, que campo e cidade s
podem ser concebidos na contemporaneidade em suas relaes. Relaes estas que podem
ser avaliadas a partir de diferentes eixos: legal, espacial, paisagstico, demogrfico, sociocultural,
econmico, histrico (...). Ou seja, a relao campo-cidade se insere na condio de continuum 1
onde tais relaes no so sobrepostas e sim so resultados de relaes intrnsecas e necessrias
ao desenvolvimento da sociedade como um todo.
No que toca especificamente a rea estudada, reconhecemos aspectos inerentes ao campo
e ao modo de vida rural quando verificamos que muitos daqueles produtores vivem
exclusivamente da agricultura familiar. Entretanto tambm percebemos que esta atividade com o
passar do tempo tem sido precarizada devido a ausncia de apoio tcnico, disponibilizao de
creditos e ausncia de incentivos que fomentem e ampliem o acesso agricultura no municpio.
Por ser uma atividade desenvolvida prxima a cidade, muitos agricultores e seus familiares
passam a ir em busca de empregos e novas oportunidades no centro da cidade. Entendemos a
regio do Gramorzinho inserido dentro da lgica do contnuo campo-cidade, assim com expe
Sposito (2006):
O reconhecimento de um contnuo cidade/campo no pressupe o desaparecimento da
cidade e do campo como unidades espaciais distintas, mas a constituio de reas de
transio e contato entre esses espaos que se caracterizam pelo compartilhamento, no
mesmo territrio ou em um micro parcelas territoriais justapostas e sobrepostas, de usos
de solo, de prticas socioespaciais e de interesses polticos e econmicos associados ao
mundo rural e ao urbano. (SPOSITO, 2006, p. 121).
Segundo Rosa e Ferreira (2006), o conceito de continuum foi inicialmente utilizado pelo antroplogo norteamericano Robert Redfield (em meados de 1930) (...). Segundo este autor existiriam variaes e continuidades entre
os aspectos culturais das populaes urbanas e no-urbanas. Tal conceito foi rebatido por estudiosos da sociologia
rural, pois polarizava o rural, o urbano, o campo e a cidade. Mas, aqui est sendo utilizado como um termo que
demonstra integrao e continuidade.
0227
0228
5 CONSIDERAES FINAIS
Dessa forma, compreendemos que a pesquisa no se encerra aqui, porque se trata de uma
temtica dialtica e que necessita de aprofundamento terico e prtico. Apesar disso, com o
aporte terico abordado e com a vivncia prtica da pesquisa percebemos que a AUP em Natal-RN
uma atividade que merece maior reconhecimento e valorizao. Conforme foi repetidas vezes
citado no decorrer do artigo, a regio do Gramorzinho um espao privilegiado que merece
maior ateno para esse tipo de atividade agrcola, o que poderia ampliar possibilidades de
emprego, tambm se ampliam as possibilidades de alimentao segura. Pode-se observar a
importncia dessa atividade para o municpio em questo, mas no possvel perceber aes mais
significativas para ampliao e fomento dessa atividade.
Alm disso, a condio atual daquela regio de completo descaso por parte do poder
pblico, mesmo com o projeto amigo verde que promover a transferncia para a agricultura
orgnica, percebemos que aos poucos a agricultura urbana perde espao, bem como os
agricultores perdem o seu principal meio de sobrevivncia. Muitos agricultores se submetem a
condies de parcelamento da terra por no possurem subsdios suficientes para a prtica
agrcola individual, o que se traduz como uma precarizao dessa atividade. Por fim, entendemos
que o campo e a cidade so realidades distintas, mas complementares, de modo que se o campo
no planta, a cidade no janta, dada as devidas propores da rima, possvel compreender que
a cidade depende da atividade agrcola; atividade esta que se desenvolve principalmente no
campo, e porque no desenvolv-la nas proximidades da cidade com todo o aparato legal, social e
econmico que a atividade merece?
6 REFERNCIAS
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degradao na regio do rio doce, Natal-RN. Dissertao de Mestrado. UFRN PRODEMA. Natal,
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Projeto
estimula
produo
orgnica.
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Acessado
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WHITACKER, A. M. Cidade e Campo: relaes e contradies entre urbano e rural. 1. ed. Editora
Expresso Popular: So Paulo, 2006.
0230
RESUMO
Esta pesquisa aborda o tema sustentabilidade de
agricultura irrigada. Tem por objetivo diagnosticar
algumas abordagens sobre sustentabilidade da
agricultura irrigada em agroecossistemas tradicionais de
bananeira, de Ipanguau-RN. A metodologia da pesquisa
caracteriza-se como bibliogrfica e estudo de caso. Para
tal, realizamos coleta de dados nos agroecossistemas
irrigados tradicionais de Ipanguau, onde se evidenciou
uma acentuada utilizao de agrotxico e de recursos
naturais. O desenvolvimento da agricultura irrigada local,
utiliza tecnologias de irrigao tradicionais com
predomnio do uso de tcnicas antigas de produo
0231
1 INTRODUO
Esta pesquisa aborda a temtica sustentabilidade de agricultura irrigada despontada a
partir da revoluo verde. Essa agricultura tem tido certa notoriedade, no municipio de Ipanguau,
Estado do Rio Grande do Norte, no que diz respeito fruticultura irrigada, mais precisamente a
banana (Figura1). Discute-se que a agricultura uma atividade economica essencial para a
sociedade, pois desde a pr-histria, estudos apontam que a mesma vem possibilitando melhoria
de vida as civilizaes. Contudo, a agricultura irrigada por ser uma das atividades mais
demandadoras de gua, necessita de uso consciente, o que tem criando polmicas e controvrsias
sobre a sustentabilidade da agricultura irrigada. Diante disso emerge o interesse deste estudo
para contribui ao conhecimento da atividade em questo, de forma a sustentabilizar a longo
prazo, perodo de aproximadamente 20 anos (HAMMOND et al., 1995).
Os agroecossistemas (termo abreviado, neste artigo como agros) irrigados, caracterizam-se
por meio de diferentes formas de produo tradicional ou moderna. Nos tradicionais, predomina
o uso de tcnicas antigas de produo agrcola que vm de origem dos antepassados s atuais
tecnologias. Por outro lado os agros modernos, embasados nos sistemas inovadores 1 de produo
irrigada, utilizam tecnologias modernas de advindas do pacote tecnolgico (REIS, 2013).
No semirido do Nordeste brasileiro, a escassez de gua um dos principais problemas
enfrentados pela agricultura regional, devido a irregularidades pluviomtricas. As grandes
estiagens no apenas avassalam a produo agrcola do homem do campo como tambm limitam
os meios possveis de sobrevivncia do trabalhador rural em sua propriedade, sendo na maioria
das vezes estimulado a abandonar sua propriedade, aumentando o xodo rural. Mas em uma
anlise direcionada irrigao no semirido nordestino, apontado como de suma importncia
utilizao de tecnologias modernas, pois com a ocorrncia do dficit hdrico para as plantas, nas
situaes de ndice pluviomtrico baixo e distribuio irregular das chuvas, torna a irrigao uma
tecnologia fundamental a agricultura da regio e contribui desta forma, para o desenvolvimento
dessa atividade econmica, com relao gerao de emprego e renda local (FRANA, 2001).
Nesse cenrio, a agricultura irrigada, no Nordeste, particularmente no Rio Grande do
Norte, em especial no municpio de Ipanguau, tem se apresentado no apenas como estratgia
de fixao do homem no campo, mas tambm como soluo para questes socioambientais
relacionadas quebra de safra em perodos de secas, e como alternativa para melhoria de
emprego e renda locais (ALBAN0, 2008).
Nesse sentido, o municpio tem o privilgio de localizar-se no Vale do Au (Figura 1), regio
com disponibilidade de gua, perenizada, oriunda da Barragem Armando Ribeiro Gonalves, numa
regio de clima semirido, onde programas de irrigao fortaleceram a fruticultura. A grande
produo de banana e de frutas em geral, contribui para que Ipanguau venha sendo considerado
um dos maiores produtores de banana no estado, sendo ento de grande importncia para o
Usa sementes e mudas selecionadas, agroqumicos, maximizao produtiva e lucro, denominada agricultura:
moderna, tecnolgica, dentre outras (HAMMOND et al., 1995; MULLA; SCHEPERS, 1997; SANTOS, 1997).
0232
curso da economia potiguar. O referido municpio composto por diversos agros tradicionais e
modernos o que tem promovido acentuada produo em sua atividade econmica predominante
no que diz respeito produtividade de banana.
Nesse contexto, esta pesquisa tem como objetivo geral, elaborar diagnstico sobre
algumas abordagens de sustentabilidade da agricultura irrigada de agros tradicionais de
bananeira, municpio de Ipanguau-RN. Espera-se com esse estudo prover elementos para a
compreenso conceitual de sustentabilidade de agros de bananeira irrigada no municpio de
Ipanguau contribuindo para maiores reflexes e prticas sobre a relao do homem com os
recursos naturais. Nesse sentido, buscamos diagnosticar os agros irrigados tradicionais. Foram
visitados ao todo 23 agros tradicionais, onde, atravs de entrevista com os trabalhadores e
produtores, pudemos coletar dados de valor ambiental, fsico, econmico e social. Obtivemos
resultados que sinalizam que poder desenvolver de formas mais adequadas a partir da utilizao
de prticas socioeconmicas e ambientais que sejam conceituadas como sustentveis.
Para atender o objetivo proposto, este artigo est dividido em seis sees. Na primeira
seo esta introduo trazendo tona tema, problema e objetivo. Na segunda uma breve reviso
bibliogrfica sobre agricultura irrigada sustentvel. Na terceira destaca a metodologia, em que
caracteriza os materiais e mtodos em que percorremos. Na quarta seo os resultados e
discusses. Na quinta seo se encaixam as concluses obtidas de acordo com os resultados
observados e por fim as referncias que deram suporte a pesquisa.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Com toda a problemtica relacionada ao uso de recursos hdricos, manejo do solo,
biotecnologia, entre outros assuntos controversos envolvidos no desenvolvimento da atividade
agrcola, importante atentar para o fato das limitaes ambientais, econmicas e sociais,
0233
0234
3 METODOLOGIA
A metodologia deste estudo caracteriza-se como pesquisa bibliogrfica (GIL, 2009) e
estudo de caso (YIN, 2007; GIL,). A pesquisa bibliogrfica foi de primordial importncia, uma vez
que, na medida em que forneceu diversos dados de carter escrito, audiovisuais, cartogrficos,
livros, teses, monografias, artigos e revistas, tambm permitiu a sistematizao dos dados obtidos
(MARCONI; LAKATOS, 1996). O estudo de caso foi o momento em que nos reportamos
especificamente aos 23 agros tradicionais de bananeira irrigada. Os dados primrios foram
coletados nos agros tradicionais local, onde foram feitas entrevistas estruturadas coletando
informaes sobre a caracterizao ambiental, econmicas e social dos vinte e trs (23) agros
irrigados tradicionais, de bananeira e os dados secundrios por meio de pesquisas bibliogrficas
(IBGE). De forma que pontuamos as prticas do desenvolvimento das atividades da bananeira,
principal fonte econmica do municpio estudado.
Esse contedo foi utilizado para a construo de tabelas onde pudemos coletar dados de
valor ambiental, fsico, econmico e social, obtendo resultados que comprovam que os agros
tradicionais podem ser considerados eficientes desde que utilizem manejo adequado nos recursos
naturais sustentveis. Foram realizados estudos bibliogrficos com base em livros que tratam
sobre o assunto em questo, tambm em algumas teses e artigos cientficos de mesma natureza e
pesquisa no site do IBGE. Nessa pesquisa podemos compreender o quo importante o papel de
uma agricultura, irrigada, que seja sustentvel no s nas questes ambientais, recursos naturais,
mas para a sociedade em geral.
Pois contribui de certa forma at mesmo encontrar a melhor maneira de combater a
fome no mundo, concomitantemente de acordo com o uso consciente dos recursos hdricos (que
so motivo de conflito em diversos pases onde h escassez), at porque a escassez de gua um
dos principais problemas enfrentados pela agricultura regional, devido a irregularidades
pluviomtricas, em climas de semiaridez. As grandes estiagens no apenas avassalam a produo
agrcola do homem do campo como tambm limitam os meios possveis de sobrevivncia do
trabalhador rural em sua propriedade, sendo na maioria das vezes estimulado a abandonar sua
propriedade, aumentando o xodo rural (FRANA, 2001). A partir dessas pesquisas bibliogrficas
foram realizados fichamentos que nos auxiliaram no desenvolvimento prtico do projeto PIBIC
IFRN (03/2012) de maneira que contriburam em seu carter cientifico, trazendo maior veracidade
e enfatizando a importncia do assunto tratado. Alm disso, foram realizadas oito (8) idas aos
agros para reconhecimento da rea e aplicao da entrevista semiestruturada, dilogo com as
pessoas dos agros, registros fotogrficos e georreferenciamento para a realizao do diagnstico.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Dentre as discusses presentes nesse trabalho destacamos: a problemtica do uso de
recursos hdricos e sua importncia na agricultura irrigada; a questo da sustentabilidade da
agricultura moderna que, de acordo com padres sustentveis, se deve considerar aspectos
ambientais, econmicos, sociais, ticos e culturais; o crescimento e a produo da bananeira. Visto
0235
que, comparando os 23 agros, de acordo com o diagnstico ambiental realizado por meio da
entrevista, em que foi analisado o meio fsico e enfatizamos a situao da gua quanto a seu uso,
podemos observar que a gua consumida nos agros para irrigao, em sua maioria tem sua origem
do rio Piranhas-Au (14 casos), mas h outra quantidade considervel de agros que provem de
poos escavados (10 casos). A maior parte dos agros no emite contaminao nos corpos de gua,
com exceo dos agros 20, agro 21, agro 22 e agro 23, pois os mesmos utilizam irrigao por meio
de baldeao, ou sulco. Podemos perceber tambm que em nenhum dos agros tradicionais feito
algum tipo de tratamento ou cuidado com a gua. possvel notar que os agros no possuem
nenhum problema quanto escassez de gua, conforme as respostas apresentadas no quadro 1.
Isso acontece por serem utilizados princpios agroecolgicos, que trazem o beneficio de ter um
baixo ndice de contaminao, no necessitando que a gua seja tratada. O rio Piranhas-Au
perenizado e, por isso, no ocorre escassez de gua.
Quadro 1 Diagnstico ambiental: meio fsico
0236
*1
2 3
VR
R V
4 5 6 7 8 9 1
0
R V V R R R V
R
1
1
R
1
2
R
1
3
R
1
4
R
1
5
R
1
6
R
1
7
V
1
8
V
1
9
V
20
VR
2
1
C
2
2
R
23
VR
agros
agro 1
agro 2
agro 3
agro 4
agro 5
agro 6
agro 7
agro 8
agro 9
agro 10
agro 11
agro 12
agro 13
agro 14
agro 15
agro 16
agro 17
agro 18
agro 19
agro 20
Elica
Sem dados
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Sem dados
X
Sem dados
X
Sem dados
X
Sem dados
X
X
0237
agro 21
agro 22
agro 23
X
X
X
agros
agro 1
agro 2
agro 3
agro 4
agro 5
agro 6
agro 7
agro 8
agro 9
agro
10
agro
11
agro
12
agro
13
agro
14
agro
15
agro
16
agro
Quem determina o
Como informado sobre os
peo
dos preos de comercializao da
produtos?
banana?
Prod Atrav Mer Comunica Com Atrav Ou
utor essa cad o:
prad essa tro
dor
o
meio
or
dor
s
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
0238
17
agro
18
agro
19
agro
20
agro
21
agro
22
agro
23
X
X
5 CONCLUSO
Atravs deste diagnstico, conclumos que a agricultura irrigada, ao desenvolver tcnicas
de manejo como uso do solo, gua e prticas de cultivos consideradas sustentveis, podem vir a
ser consideradas viavelmente sustentveis, isso baseando-se nos tericos, entrevistas e anlises
dos resultados deste estudo de caso nos agros tradicionais.
Diagnosticamos que de suma importncia para a sociedade, apesar de demandar altos
ndices de recursos hdricos, e no municpio de Ipanguau-RN, possui papel essencial para seu
desenvolvimento econmico, sendo uma das maiores potencias de fruticultura do pas. Tambm
foi observado que o manejo agroecolgico, realmente um modo de sustentabilidade eficaz e
gratificante para os agros tradicionais na medida em que poder proporcionar baixos custos e
certa qualidade da produo como foi observado nas analises.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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1997.
YIN, Robert K. Estudo de Caso: planejamento e mtodos. So Paulo: Bookman, 2007.
0240
RESUMO
Visando avaliar o desenvolvimento e a produtividade da
cultura do alho, utilizando variedades comuns, no Vale
do Au no Estado do Rio Grande do Norte, foi instalado
este ensaio na Horta didtica do IFRN Cmpus
Ipanguau, entre os meses de junho a outubro do ano de
2012. O delinemaneto experimental foi em blocos
casualizados com quatro repeties e seis tratamentos
referentes as variedades, totalizando vinte e quatro
parcelas experimentais. As variedades testadas foram:
Branco Mossor, Mexicano, Gravat, Centenrio, Cateto
values for shoot length at the end of the crop cycle, were
observed in the Centenrio variety, averaging 46.13 cm.
The lowest values were observed in Cateto Roxo and
Caturra varieties, with averages of 33.6 and 32.9 cm,
respectively. The highest values for bulb yield were
observed in Centenrio, Branco Mossor and Cateto
Roxo varieties, with average values of 472.12, 360.77 and
-2
342.18 g m .
0241
1 INTRODUO
O alho (Allium sativum L.) uma das espcies cultivadas mais antigas. Devido suas
acentuadas caractersticas de sabor e aroma, muito utilizado como condimento na cozinha
brasileira, e praticamente em quase todo o globo, alm de apresentar propriedades medicinais
reconhecidas cientificamente (RESENDE; PEREIRA, 2009).
O Brasil est entre os maiores produtores de alho da Amrica do Sul, atingindo em 2010 a
produo de 104.125,00 toneladas, com rendimento mdio de 9,96 Mg ha-1 (IBGE, 2010). A
produo no Nordeste Brasileiro se concentra basicamente no estado da Bahia, que em 2010
apresentou uma rea plantada de 729 ha, o que correspondeu a mais de 97% da rea plantada
com alho na regio.
Com a expanso da rea cultivada com alhos nobres e roxos, em substituio aos alhos
comuns e brancos, nas dcadas de 80 e 90, aumentou o custo de produo da cultura do alho
especialmente o da semente (33% do custo total). O custo elevado das sementes dificulta o cultivo
de alhos nobres por pequenos produtores, responsveis pela maior parte da produo de alho no
Brasil (TRANI et al., 2008).
H uma grande diversidade de cultivares de alho utilizado no Brasil, sendo que algumas
foram obtidas por meio de mutaes somticas e outras mediante seleo de caractersticas
desejadas pelos prprios agricultores (HONORATO, 2012).
O estado do Rio Grande do Norte j teve reas cultivadas com alho, principalmente
utilizando variedades de ciclo curto, com predomnio do alho Branco Mossor, tambm conhecido
como o Branco Mineiro. Estas variedades tambm so conhecidas como de alho comum,
apresentam ciclo de aproximadamente quatro meses, de pouca exigncia em clima frio e
fotoperodo longo (FILGUEIRA, 2008), o que possibilitava o cultivo sem a necessidade de realizao
da prtica da vernalizao.
As cultivares de alho comum tendem a produzir bulbos com bulbilhos pequenos e
numerosos, frequentemente com presena de palitos, o que desvaloriza estes produtos no
mercado (SOUZA; RESENDE, 2006). Com isso, com a chegada do alho tipo nobre no mercado
potiguar oriundos de outros estados brasileiros e at mesmo de importao, as reas cultivadas
no estado comearam a diminuir ao ponto de atualmente no se ter reas cultivadas com a
cultura.
Na ltima dcada, intensificou-se a preocupao com estudos voltados para minimizar os
impactos ambientais, em contrapartida a demanda por alimentos orgnicos se elevou (FEITOSA et
al., 2009). Nesse sentido a oferta de alho no mercado restrita e dependente da produo de
outros estados ou at mesmo da importao. Assim a gerao de conhecimentos relacionados a
esta cultura reveste de importncia para o agricultor e consumidor no Estado do Rio Grande do
Norte.
Com isso, visando diminuir a dependncia do alho oriundo de outros estados e at mesmo
revitalizar a produo no estado do Rio Grande do Norte, pesquisas tm sido desenvolvidas com o
0242
METODOLOGIA
2.1 LOCALIZAO E PREPARO DA REA
0243
Pmax
p max
1 DT
(1)
Onde:
P: a varivel dependente;
T: tempo (dias aps a semeadura, DAS);
W
sendo Pmax o valor mximo estimado de P durante o ciclo da cultura.
Ainda foi avaliada a taxa de crescimento absoluto (TCA), que representa a eficincia da
planta na produo diria da caracterstica avaliada e obtida a partir da derivada primeira do
modelo (equao 2).
TCA
p max na nT ( n 1)
>1 DT @
(2)
n 2
Para as caractersticas avaliadas, foi realizada anlise estatstica por meio da anlise de
varincia e teste de mdia, utilizando o teste de Scott-Knott ao nvel de 5% de probabilidade para
comprimento da parte area, e Tukey a 5% de probabilidade para produo de bulbos. Para as
anlises estatsticas foram utilizados os softwares ASSISTAT 7.6 (SILVA; AZEVEDO, 2002) para
anlise de varincia e teste de mdia, e o STATISTICA 7.0 (STATSOFT, 2010) para a regresso no
linear.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
Os valores das variveis W
determinao para os diferentes tratamentos avaliados so observados na tabela 1.
dsW para as
//&ZE
Variedades
T1 - Branco Mossor
T2 Mexicano
P max
38,94
38,16
0,0441
0,0340
n
2,51
2,71
R2
0,9974
0,9961
0244
T3 Gravat
T4 Centenrio
T5 - Cateto Roxo
T6 Caturra
31,57
51,18
34,39
32,97
0,0378
0,0362
0,0375
0,0424
3,30
2,04
3,11
3,63
0,9994
0,9995
0,9999
0,9993
Foi observado efeito significativo pelo teste F da anlise de varincia, para comprimento da
parte area e produo de bulbos. O resumo da anlise de varincia, tanto para crescimento
quanto para produo de bulbos, pode ser observado na Tabela 2.
Tabela 2. Y&
//&ZE
Caracterstica avaliada
Quadrado mdio do
tratamento
Coeficiente de variao
%
& d
DdDd'ddZd
d//&ZE
0245
Dias *
Variedades
21
41
66
84
Branco Mossor
17,68 a
31,53 b
37,10 b
37,10 b
Mexicano
11,03 b
26,75 d
35,33 b
35,40 b
Gravat
10,10 b
25,48 d
30,43 c
33,15 c
Centenrio
18,68 a
35,18 a
44,13 a
46,13 a
Cateto Roxo
11,10 b
27,28 d
32,38 c
33,55 c
Caturra
13,10 b
29,15 c
31,93 c
32,90 c
* Mdias seguidas pela mesma letra, na coluna, no diferem entre si pelo teste de Scott-Knott ao
nvel de 5% de probabilidade.
Para a produo total de bulbos, foram observados os maiores valores na variedade
Centenrio, com 472,12 g m-2, diferindo significativamente de Gravat, Mexicano e Caturra, que
apresentaram os valores de produo de 330,11; 299,73 e 296,26 g m-2, no diferindo
significativamente dos valores observados em Branco Mossor e Cateto Roxo, que apresentaram
produtividade de 360,77 e 342,18 g m-2. Estes resultados podem ser observados na Tabela 4.
dD-2//&ZE
Produtividade*
--g m-2-Branco Mossor
360,77 ab
Mexicano
299,73 b
Gravat
330,11 b
Centenrio
472,12 a
Cateto Roxo
342,18 ab
Caturra
296,26 b
*: mdias seguidas pela mesma letra, na coluna, no diferem entre s pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Variedades
0246
4,00 a 5,00 Mg ha-1. Para este ensaio, os valores para a Cateto Roxo foram de 3,42 Mg ha-1,
aproximadamente.
Os resultados mais promissores foram para as cultivares Centenrio, Branco Mossor e
Cateto Roxo. Contudo, novos ensaios devem ser realizados, em diferentes pocas do ano, para
que se desenvolva uma tecnologia de cultivo e assim, diminua a dependncia de importao desta
cultura no estado do Rio Grande do Norte.
CONCLUSO
Ao final do ciclo da cultura, a variedade Centenrio foi a que apresentou o maior
comprimento da parte area. Os menores valores foram observados nas variedades Cateto Roxo e
Caturra.
Os maiores valores para produtividade foram observados na variedade Centenrio, porm
no diferiu, significativamente, das cultivares Branco Mossor e Cateto Roxo.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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cultivares de alho em trs regies do Estado do Rio de Janeiro cultivados sob sistema orgnico.
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FILGUEIRA, F. A. R. E. 3. ed. Viosa: UFV, 2008. 421p.
HONORATO, A. R. F. D. 2012. 59 f. Dissertao
(Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) - Universidade Federal Rural do Semi-rido, Mossor, 2012.
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operacional Windows. ZW, v. 4, n. 1, p.71-78, 2002.
SOUZA, J. L.; RESENDE, P. D , K. 2. ed. Viosa-MG: Aprenda Fcil,
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de alho na regio paulista de Tiet. , v. 67, n. 3, p. 713-716, 2008.
0247
RESUMO
O presente trabalho traz informaes da qualidade fsicoqumica da gua utilizada para produo animal em
propriedades leiteiras da cidade de Parelhas-RN,
considerando os atuais padres legais de potabilidade da
gua. Os parmetros analisados foram: ph,
condutividade, teor de cloretos, alcalinidade total e
dureza total. Coletaram se amostras durante trs
0248
1 INTRODUO
Parelhas situa se na regio Serid do estado do Rio Grande do Norte e possui um clima
semirido o qual caracterizado pela baixa umidade e pouco volume pluviomtrico que est
diretamente ligado limitao no suprimento de gua nos termos de qualidade e quantidade. A
cidade possui muitos rios, canais, crregos e lagos e conhecida por sua riqueza de
recursos minerais por se localizar em solo cristalino.
uma regio em que zona rural muito habitada e a maioria das pessoas opta por viver da
agricultura de subsistncia a partir da criao de gado e dos alimentos advindos dele, tais como:
leite e queijo; ou seja, a bovinocultura de leite exerce uma relevncia scio econmica na regio
do Serid e h necessidade de melhorar a produtividade e qualidade do mesmo, e assim melhorar
a eficincia dos sistemas de produo de leite e queijo e diminuir o impacto ambiental gerados
pela cadeia produtiva do leite.
A limpeza e a higienizao eficientes de ordenhadeiras, tubulaes, tanques de expanso e
vasilhames exigem gua de baixa dureza, ou seja, que contenha baixos teores de minerais
dissolvidos para impedir ou minimizar a formao de crostas nas superfcies das canalizaes,
especialmente quando aquecidas. Alm de dificultar a limpeza e a higienizao, as guas ricas em
sais dissolvidos (guas duras) comprometem a vida mdia dos equipamentos do sistema de
ordenha. As guas que apresentam ph abaixo de 7.0 geralmente so ricas em oxignio e gs
carbnico e por essa razo passam a ser agressivas e passam a correr as superfcies das
canalizaes metlicas. (AMARAL L.A. et al.).
Diante do exposto, o trabalho teve como objetivo geral avaliar parmetros fsico-qumicos
da gua, na zona rural e urbana do municpio de Parelhas-RN a fim de obtermos os dados sobre a
qualidade desta gua de acordo com a legislao vigente no pas.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Segundo Feltre (2004), a gua capaz de dissolver um grande nmero de substncias,
sendo por esse motivo denominada solvente universal. Exatamente por isso, ela tende a se tornar
poluda com muita facilidade. Considera-se como agente poluidor da gua qualquer substncia
que venha a torn-la imprpria a vida vegetal e animal ou para o consumo pblico, agrcola ou
industrial.
De acordo com a Fundao Nacional da Sade (2006), de vrias maneiras a gua pode
afetar a sade: pela ingesto direta, na preparao de alimentos; na higiene pessoal, na
agricultura, na higiene do ambiente, nos processos industriais ou nas atividades de lazer. Hoje,
sabe-se da importncia de se tratar a gua destinada ao consumo humano e animal, pois, ela
capaz de veicular grande quantidade de contaminantes fsico-qumicos e/ou biolgicos (TORRES et
al., 2000), cujo consumo tem sido associado a diversos problemas de sade.
A necessidade do monitoramento deve-se ao fato de possveis mudanas em algumas
caractersticas da gua que podem ocorrer com o tempo ou devido condies externas que
0249
3 METODOLOGIA
Foram coletadas amostras de guas para anlise fsico - qumica, no perodo de maio a
julho de 2012, num total de quatro pontos comeando na rea urbana de Parelhas/RN, sendo eles
o percurso do rio Serid que inicia se na Comporta do Boqueiro (ponto 1), seguindo o seu
trajeto pela Passagem do Rio Serid prximo a sada da mesma (ponto 2). Na rea rural so
coletadas outras duas amostras: a do Stio localizado na Sussuarana 1 (ponto 3), e por ltimo a do
Stio localizado na Sussuarana 2 (ponto 4). Aps as coletas as amostras foram acondicionadas at
serem analisadas.
As anlises de gua foram realizadas no Laboratrio de Anlises de Alimentos do Instituto
Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte Cmpus Currais Novos (IFRN),
de acordo com o Manual prtico de anlise de gua. Algumas delas foram feitas a partir do
mtodo de titulaes, tais como: cloretos, dureza total e alcalinidade total, j a anlise de
condutividade foi usado o condutivmetro, e para anlise de ph foi utilizado o phmetro.
Os principais parmetros analisados so descritos a seguir, de acordo com a Portaria MS
2914-11 Conama e a Portaria n 518 Ministrio da Sade.
a) Cloretos: advindo da dissoluo de sais presentes na forma de sdio, clcio e magnsio,
podendo, em altas concentraes, imprimir um sabor salgado gua, podendo tambm
indicar a presena de guas residurias.
b) Dureza Total: a soma das concentraes de ons clcio e magnsio na gua expressos
como carbonato de clcio, ela pode ser temporria ou permanente causando sabor
desagradvel, podendo ter efeito laxativo, alm de causar incrustaes em tubulaes de
gua e reduzir a formao de espuma, aumentando o gasto de sabo.
c) Ph: representa a concentrao de ons hidrognio. Na gua, este fator de excepcional
importncia, principalmente nos processos de tratamento.
0250
d) Alcalinidade Total: dada pelo somatrio das diferentes formas de alcalinidade existentes,
concentrao de hidrxidos, carbonatos e bicarbonatos expressa em termos de Carbonato
de Clcio. Pode se dizer que a alcalinidade mede a capacidade da gua em neutralizar os
cidos.
e) Condutividade: capacidade da gua em conduzir corrente eltrica, depende da
concentrao dos ons presentes na soluo: ctions e nions. Um dos fatores que
influencia a condutividade nos corpos dgua a formao geolgica da rea em questo.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Neste estudo foram realizadas anlises de parmetros fsico-qumicos de amostras de gua
em propriedades leiteiras da cidade de Parelhas em estudo e da rea prxima a elas. Os
resultados obtidos no variaram muito durante o perodo de coleta devido falta de chuva, que
caracterstica da regio. Todas as amostras de acordo com a Resoluo CONAMA N 357, so
classificadas como salobras e de classe I, por possuir dureza, por ter salinidade superior a 0,5%
inferior a 30,5% e por possurem pH entre 6,5 e 8,5.
Os resultados do PH dispostos na Figura 1, de acordo com a Portaria MS N 2914 de 2011 Conama, encontram se no intervalo de ph 6,0 a 9,5, ou seja, esto dentro dos limites
especificados pela legislao. A amostra da gua coletada na Comporta do Boqueiro apresentou
se a mais bsica, j as demais apresentaram valores inferiores.
Se comparada a gua de abastecimento na rede de distribuio da cidade de Marlia-SP
(MARINELLI, et al. 2000) onde a amplitude dos resultados obtidos atravs das anlises de pH varia
de 6,9 a 8,54, os resultados das guas de Parelhas tornam-se parecidos, dentro do intervalo de 6 a
9, mesmo sendo amostras de guas de regies e destinos diferentes.
Em relao Figura 2, o teor de cloretos presentes nas amostras aumentou
significativamente ao longo dos meses, sendo apresentado em maior quantidade no ponto 4. Em
relao qualidade dos corpos dgua, pode-se verificar, de acordo com os resultados que, para
os parmetros de cloretos de acordo com a Portaria MS N 2914 - Conama, as amostras
encontram-se com valores que ultrapassam o valor mximo permitido que 250 mg/L Cl,
desqualificando a utilizao dessas guas para uso domstico e agropecurio sem tratamento
prvio. O teor de cloretos pode ser indicativo de poluio por esgotos domsticos segundo dados
obtidos no EBAH (Tratamento de guas de abastecimento), o que possivelmente pode ter sido a
causa desse aumento durante os meses.
Ao comparar esses resultados com os das Lagoas de Bonfim, Extremz e Jiqui RN as quais
obtiveram os seguintes resultados, respectivamente, 57 mg/L, 92 mg/L, 20 mg/L, percebe-se que
em nenhuma lagoa o valor de cloreto foi to alto quanto nas guas de Parelhas, que comparada a
outras amostras tornam-se bem mais impactadas; o que tambm as tornam guas de diferentes
classes.
0251
5 CONCLUSO
Os resultados obtidos neste trabalho indicaram que nas reas analisadas,a amostra que
apresentou mais conformidade de acordo com a legislao vigente foi a Comporta do Boqueiro
0252
(ponto 1), as demais apresentaram nvel de no conformidade iguais, o que implica dizer que estas
encontram-se impactadas pelos fatores ambientais e antropolgicos. Sendo assim, no esto
totalmente adequados para fins de utilizao domstica, de ordenha e para a produo no setor
leiteiro, como atualmente esto sendo utilizados.
Esses resultados, entretanto, apenas pressupem uma situao que poder ser mais bem
avaliada com base em um monitoramento peridico, visto que faz parte de um projeto totalmente
voltado para a populao e este deveria ter mais importncia para os rgos pblicos
responsveis.
Ph
10
5
MAIO
JUNHO
400
300
200
100
0
MAIO
JUNHO
JULHO
JULHO
Condutividade
Alcalinidade total
300
200
100
0
MAIO
JUNHO
JULHO
2000
1500
1000
500
0
MAIO
JUNHO
JULHO
0253
Dureza total
300
200
100
0
MAIO
JUNHO
JULHO
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Marlia / SP, 2000.
MINISTRIO DA SADE - Portaria N 2914 GM de 12 de dezembro de 2011. Dispe sobre os
Procedimentos e Responsabilidades relativos ao Controle e Vigilncia da Qualidade da gua para
Consumo Humano e seu Padro de Potabilidade.
MINISTRIO DA SADE - Portaria N. 1469, de 29 de dezembro de 2000. Estabelece os
procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilncia da qualidade da gua para
consumo humano e seu padro de potabilidade, e d outras providncias.
0254
0255
RESUMO
A apicultura uma importante fonte de renda para os
produtores do Alto oeste potiguar. O mel, durante a sua
colheita e processamento, se no for manipulado com os
devidos cuidados higinico-sanitrios, pode sofrer
contaminaes microbiolgicas, interferindo em sua
qualidade e acarretando perdas para os apicultores. O
objetivo deste trabalho foi avaliar alguns pontos
importantes para a manuteno da qualidade higinicosanitria durante a extrao do mel em apirios
localizados na Regio do Alto Oeste Potiguar. Foram
aplicados questionrios nas propriedades produtoras
0256
INTRODUO
A apicultura tem se destacado como uma das atividades mais importantes do ponto de
vista econmico, social e ambiental, empregando mo-de-obra familiar e proporcionando gerao
de fluxo de renda, favorecendo a fixao do homem no campo (PAXTON, 1995). A maioria dos
produtores da Regio do Alto oeste Potiguar so agricultores familiares, nestas condies a
apicultura se destaca como uma atividade econmica de bastante importncia (MATOS, 2005).
Geralmente, a perda de qualidade do mel ocorre devido s falhas durante a extrao e
processamento. Neste contexto, crescente a preocupao com a manuteno da qualidade do
mel produzido na regio do Alto Oeste potiguar, bem como o conhecimento da variao das
caractersticas utilizadas como indicadoras de qualidade. O controle da qualidade da produo do
mel primordial, tornando-se fundamental o atendimento das boas prticas de higiene por parte
dos produtores, bem como a utilizao de um local adequado para o manuseio e extrao do mel
(PIRES, 2011). Assim, objetivou-se com o presente estudo, avaliar alguns pontos importantes para
a manuteno da qualidade higinico-sanitria durante a extrao do mel em apirios localizados
na Regio do Alto Oeste Potiguar, tais como: participao dos apicultores em treinamentos,
permanncia das melgueiras em contato direto com o solo durante a coleta, frequncia de
limpeza dos utenslios, principal fonte de gua no apirio e presena de local exclusivo para a
extrao do mel.
REVISO BIBLIOGRFICA
A regio Nordeste a segunda maior produtora nacional de mel, com 38,6% da totalidade
(IBGE, 2009). Neste contexto, crescente a preocupao com a manuteno da qualidade do mel
produzido no Brasil, bem como o conhecimento da variao das caractersticas utilizadas como
indicadoras de qualidade.
A contaminao no mel pode ser observada pela presena de sujidades como gros de
areia, restos vegetais e madeira, que esto presentes desde o manejo das colmeias no campo, at
o envase na unidade de extrao de produtos apcolas (UEPA), sendo as mesmas controladas pela
implantao das Boas Prticas Agrcolas ou por origem biolgica (Senai, 2009). Souza Carneiro
(2008) estudou a presena de sujidades e matrias estranhas em mel de abelhas melferas do
Piau e verificou que 65,47% das amostras estudadas no atendiam aos aspectos macroscpicos e
microscpicos e aos padres de identidade e qualidade estabelecidos para o mel (BRASIL, 2000),
por apresentarem sujidades e matrias estranhas, tais como: insetos, larvas, caros, pelos
humanos e de roedores, traas, dentre outras.
Dentre os perigos aos quais o mel est exposto, o biolgico o mais importante por estar
relacionado alterao por fermentao causada por leveduras, at a presena de bactrias
esporuladas como o Clostridium botulinum, que podem causar doenas e morte para o
consumidor (Finola et al., 2007). Barros (2003) estudou a contaminao de mis artesanais e
industriais por leveduras e fungos filamentosos e observou alto ndice de contaminao.
0257
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSES
100
80
Quantidade (%)
60
40
20
0
0258
Durante a coleta do mel verificou-se que 91% dos apicultores no colocavam as melgueiras
utilizadas em contato direto com o solo, enquanto que 9% dos apicultores entrevistados as
deixavam diretamente em contato com o solo (Figura 2). A fase da coleta do mel uma fase muito
importante para a manuteno da qualidade e higiene do produto final, por isso as melgueiras no
devem entrar em contato direto com o solo durante a coleta, pois as sujidades e bactrias,
incluindo o Clostridium botulinum podem facilmente aderirem a esse produto (MOURA, 2008).
Segundo Pereira (2008) um total de 2 a 15% do mel produzido no mundo apresenta-se
contaminado pelo C. botulinum, sendo maior a incidncia de mel coletado no apirio. Dessa
forma, observamos que a maioria dos apicultores da Regio do Alto Oeste Potiguar realiza o
manejo correto das melgueiras durante a coleta.
Melgueiras em contato com o solo
100
90
80
70
60
50
Quantidade (%)
40
30
20
10
0
sim
no
Com relao limpeza dos utenslios, observou-se que 91% dos apicultores limpavam os
utenslios utilizados na coleta sempre que os usavam, enquanto que 9% dos entrevistados os
limpavam eventualmente (Figura 3). Verificou-se, durante a entrevista, que, apesar de 91% dos
entrevistados realizarem a limpeza aps a utilizao dos utenslios, muitos deles no sabem as
etapas corretas de higienizao dos equipamentos e no sabem preparar solues sanitizantes,
alm disso, nem todos os utenslios utilizados na propriedade so construdos totalmente de ao
inoxidvel, o que torna maior o risco de contaminao do mel durante a colheita.
0259
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Quantidade (%)
Com relao principal fonte de gua nos apirios, verificou-se que, em 73% das
propriedades entrevistadas, a gua era proveniente de aude ou barragem, 18% de rio/riacho e
9% de bebedouro (Figura 4). A gua originria da barragem a mesma utilizada no abastecimento
pblico (CAERN) apresentando-se devidamente tratada. Segundo a Portaria n 368, a gua
utilizada nos estabelecimentos de alimentos deve ser potvel e livre de contaminaes. A
presena de gua tratada consiste em um dos pontos importantes para a garantia de alimento
seguro, pois a utilizao de gua contaminada pode veicular microrganismos patognicos,
parasitas e vrus, durante a limpeza dos ambientes, equipamentos, utenslios, veculos de
transporte e higiene dos trabalhadores (SENAI, 2009). No caso dos apirios que apresentam
abastecimento de gua por rios/riachos e bebedouros, esta deve ser devidamente tratada e
clorada para garantir a sua qualidade, j que utilizada para lavar os equipamentos, utenslios e
mos dos manipuladores.
Principal Fonte de gua
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
(%) Quantidade
0260
Foi verificada a presena de agrotxicos nas proximidades dos apirios e observou-se que
100% dos apirios no os apresentavam prximo s reas de obteno e extrao do mel (Figura
5). A ausncia de agrotxicos prximos aos apirios protege o mel durante a coleta e extrao de
contaminao qumica, contribuindo assim para uma melhor qualidade higinico-sanitria.
Presena de Agrotxico nas proximidades do
apirio
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Quantidade (%)
Foi verificada a existncia de um local especfico para a extrao do mel e verificou-se que
64% das propriedades visitadas apresentavam casa do mel padronizada, 9% apresentavam casa do
mel despadronizada, 9% dos apicultores extariam o mel no campo em barraco e 18% realizavam
a extrao em outro local no especfico para essa operao (Figura 6). Segundo Barreto et al.
(2006) o ambiente para a obteno dos produtos apcolas deve ser apropriado e com
infraestrutura adequada. Segundo a Portaria N 006/986 do MAPA a estrutura fsica da casa do
mel deve apresentar construo e disposio simples, constando de rea de recepo do material
do campo (melgueiras) separada da rea de manipulao, rea de processamento do mel, rea de
envase, local de armazenagem do produto final e banheiro em rea isolada (externa ao prdio).
Isso minimiza os riscos de contaminao cruzada, pois evita o contato entre o produto colhido no
campo e o material processado. No entanto, a realidade dos apicultores do Alto Oeste Potiguar
ainda est muito aqum dos requisitos exigidos pela legislao, o que torna o produto mais
suscetvel contaminao.
0261
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Quantidade (%)
CONCLUSO
Verificou-se que os apicultores da Regio do Alto oeste Potiguar precisam de maior apoio
tcnico, necessitando de treinamentos abordando as condies mnimas para garantir a higiene e
qualidade do produto final, tais como; treinamento em Boas Prticas Apcolas e de Fabricao,
mtodos de higienizao, manejo higinico das melgueiras e do mel durante o processamento.
Outras aes junto ao Ministrio da Agricultura e Desenvolvimento, Servio de Apoio s Micros e
Pequenas Empresas e Banco do Nordeste devem ser realizadas no sentido de organizar uma
reestruturao fsica desses apirios, obedecendo aos requisitos exigidos pela legislao.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
0262
0263
RESUMO
O conceito de desenvolvimento sustentvel, assim como
o modo de produo agrcola em territrios rurais
brasileiros, que se caracterizam por diferentes relaes
do processo produtivo, o uso de insumos,
comercializao e trabalho vem sendo discutido desde o
sculo passado at atualidade. Sendo essas discusses de
grande relevncia foi estabelecido para este estudo o
objetivo de avaliar o estado de sustentabilidade de
agroecossistemas de fruticultura irrigada, bananeira, no
Vale do Baixo-Au, estado do Rio Grande do Norte (RN).
Para isso, utilizamos o uso do ndice de desenvolvimento
0264
INTRODUO
0265
REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Desenvolvimento sustentvel
2.2 Agroecossistema
Agroecossistema entendido como lugar de produo agrcola percebido como um
ecossistema, ou seja, um sistema funcional de relaes complementares entre organismos vivos e
0266
seu meio. O conceito de agroecossistema proporciona uma estrutura com a qual podemos analisar
os sistemas de produo de alimentos como um todo, incluindo seus conjuntos complexos de
insumos e produo e as interconexes entre as partes que os compem Gliessman, (2005).
Ainda pode-se descrever o agroecossistema como sendo um sistema ecolgico modificado
pelos seres humanos com a finalidade de produzir alimentos, fibras, matrias primas ou outros
produtos agrcolas. , portanto, um sistema com objetivos bem definidos e meios ou instrumentos
para alcan-los. Sendo assim, a manuteno da produtividade dos agroecossistemas em longo
prazo requer a produo sustentvel de alimentos, que somente pode ser alcanada por meio de
prticas agrcolas alternativas, orientadas pelo amplo conhecimento dos processos ecolgicos que
ocorrem nas reas produtivas e contextualizando com o local (GLIESSMAN, 2005; GALLOPIN et al.
(1995).
2.3 Agronegcio
O agronegcio (agribusiness) pode ser conceituado como a soma das operaes de
produo e distribuio de suprimentos agrcolas, processamentos e distribuio dos produtos
agrcolas e itens produzidos a partir deles. A agricultura passa a ser abordada de maneira
associada aos outros agentes responsveis por todas as atividades, que garantem a produo,
transformao, distribuio e consumo de alimentos, considerando assim, a agricultura como
parte de uma extensa rede de agentes econmicos. Essa viso sistmica passa a ganhar
importncia, quando abrange os atores locais, pesquisa ao consumidor final (DAVIS, 1957).
A terminologia agronegcio foi usada para designar, a partir da experincia norteamericana, as relaes de dependncia entre as indstrias de insumos, a produo agropecuria, a
indstria de alimentos e o sistema de distribuio, desde ento passou a ter por referncia os
negcios da agricultura de dentro para fora da porteira (DAVIS, 1957). Mas nos anos 60, os
franceses criaram o conceito de filire, que no Brasil conhecido como cadeia produtiva, ou seja,
sucesso de operaes de transformaes dissociveis, que podem ser analisadas em forma de
diferentes elos e atores (FERREIRA, 2008).
Sobre a importncia do agronegcio na percepo do Ministrio da Agricultura,
fundamental economia, nas diversas esferas locais representando cerca de um tero do PIB
brasileiro, dando grande contribuio s exportaes de commodities e de produtos
agroindustriais. Acrescenta ainda que, para consolidar o agronegcio preciso ampliar sua
competncia de modo eficiente no controle e mensurao de indicadores de sustentabilidade.
0267
METODOLOGIA
Para realizao desta avaliao foi utilizado o mtodo o Biograma (SEPLVEDA, 2008),
pesquisa bibliogrfica realizadas em livros, artigos, teses, dissertaes, portais governamentais e
sites de pesquisa para coleta de dados secundrios e pesquisa de campo por meio de entrevista
semi-estruturada com os produtores agrcolas e observaes in loco para coleta de dados
primrios.
Esse mtodo composto pelo ndice de Desenvolvimento Sustentvel (IDS S) e sua
representao grfica o Biograma, que possibilitou uma anlise comparativa e uma melhor
compreenso do estado real de sustentabilidade dos agroecossistemas intensivos de grande
porte, localizados no vale do Baixo-Au(RN).
Para a avaliao da sustentabilidade dos agroecossistemas, selecionamos as dimenses e
em seguida definimos os indicadores, que foram utilizados para o clculo do IDS S, obtido por
meio da mdia aritmtica das respectivas variveis que compem cada dimenso chegando assim
aos ndices, operacionalizados na planilha Microsoft Excel 2007 (SEPLVEDA, 2008).
Por fim, para expressar o estado de sustentabilidade de cada dimenso analisada e
identificar qual delas apresentam maiores fragilidades, foi elaborado o Biograma (representao
grfica do IDS), em que cada eixo pode variar de 0 a 1, podendo ser representado por cinco cores
padronizadas, conforme o estado de sustentabilidade apresentados a seguir: os valores abaixo de
0,2 (cor vermelha) demonstram um estado de colapso; entre 0,2 e 0,4 (cor laranja) representa um
estado crtico; entre 0,4 e 0,6 (cor amarela) indica um estado intermedirio; entre 0,6 e 0,8 (cor
azul) que representa um estado estvel e entre 0,8 e 1 (cor verde) que significa um estado timo
de sustentabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSES
Para realizao deste estudo selecionamos a regio do Vale do Baixo-Au (RN), a qual
composta pelos muncipios de Ass, Alto do Rodrigues, Carnaubais e Ipanguau. Toda essa regio
banhada pelo Rio Au, tambm denominado de Piranhas-Au, que o principal rio da bacia
hidrogrfica, Piranhas-Au.
0268
DIMENSES
AMBIENTAL
(A)
ECONMICA
(E)
SOCIAL
(S)
INDICADORES
A1. Consumo de gua irrigao (m/ms)
A2. Consumo de energia (Kwh/ms)
A3. rea de reserva legal (%)
A4.Uso de agrotxicos e fertilizantes (%)
A5. Reuso de resduos vegetais no cultivar
(%)
E1. Produo do cultivar(Kg/ms)
E2. Produtividade (Kg/ha)
E3. Comercializao externa (%)
E4. Gerao de emprego (%)
E5. Gasto com energia (R$)
S1. Escolaridade
S2. Acesso justia trabalhista (%)
S3. Uso EPIs (%)
S4. Responsabilidade interacional(N)
S5.
Nmero
de
funcionrios
da
comunidade (N)
NDICE GERAL
AGRO 1
1
1
1
1
AGRO 2
0,84
0
0
0,93
AGRO 3
0
0,75
0
0
0,4
0
1
0
0,98
1
1
1
1
1
1
0
1
1
0
0,77
0
1
0,29
0,73
0,01
1
0
0,79
0
1
0
0
0
0,80
0,24
0,50
1
0,35
Desta forma foi possvel realizar uma anlise comparativa de trs agroecossistemas, sendo
esses nos municpios de Ass (AGRO1), Alto do Rodrigues (AGRO2) e Ipanguau (AGRO3).
Aplicando o mtodo Biograma para realizar uma avaliao objetiva, simplificada e comparativa,
obtivemos como resultante grfica os seguintes grficos, sendo eles compostos de 15 indicadores,
0269
O AGRO 1 ( biograma 1) localizado em Ass mostrou um ndice igual 0,80, estado estvel,
tendo assim o melhor estado se comparados aos demais, porm mostrou ter baixa rentabilidade
na dimenso econmica, com ndices igual ou prximo a zero, apresentando um estado crtico na
dimenso econmica.
O AGRO 2 ( biograma 2) localizado em Alto do Rodrigues mostrou um ndice igual a 0,50,
estado instvel, apresentando oscilaes significativas em seus indicadores, assim caracterizando
um desequilbrio ntido dentro do sistema principalmente na dimenso ambiental.
O AGRO 3 ( biograma 3) localizado em Ipanguau mostrou um ndice igual a 0,35, estado
crtico. Para a dimenso ambiental ndices nitidamente crticos foram observados, tendo
indicadores em sua maioria com valores igual a zero. No entanto para a dimenso econmica teve
melhores resultados se comparados aos AGRO1.
CONCLUSO
Visto que este estudo se subjetivou de uma perspectiva sustentvel para agroecossistemas
de fruticultura irrigada, trazemos ento as consideraes obtidas atravs da utilizao do mtodo
Biograma e IDS.
Os ndices apresentados para os agroecossistemas mostraram uma sinuosa discrepncia
entre seus estados de sustentabilidade. Tendo o AGRO 1, ndice igual 0,80 caracterizando um
estado estvel, porm com ressalvas, pois o mtodo do IDS trabalha com a mdia aritmtica, que
possibilita uma compensao entre os valores dos indicadores. No AGRO 2 foi possvel percebe
que o sistema apresenta problemas no referente a preservao ambiental, teve ndice igual a 0,5
caracterizando um agroecosssistema instvel, que apresentou fragilidade em mais de dois
0270
indicadores por dimenso. J para o AGRO 3, que apresentou ndice igual a 0,35 caracterizando
um agroecossistema crtico, mostrando mais de dois ndices iguais a zero nas dimenses
estudadas. Porm mesmo com fragilidades o AGRO 3 foi bem sucedido na dimenso econmica.
Por fim, conclumos esse estudo com a certeza que muitos ainda so os questionamentos
sobre a agricultura sustentvel, e que a regio selecionada para estudo, Vale do Baixo-Au (RN),
apresenta dificuldades significativas para desenvolver sistemas sustentveis em todas as
dimenses, inviabilizando um equilbrio entre o meio ambiente, a sociedade e a economia. E com
isso visvel a necessidade da realizao de mais estudos na regio para verificar as concluses
tomadas nesse momento, pois elas so de carter e valor atual do sistema e no evolutivo.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
0271
<http://wp.ufpel.edu.br/consagro/files/2010/10/SARANDON-cap-20-Sustentabilidad.pdf>. Acesso
em: 25 abr. 2013.
SEPLVEDA, S. Biograma: metodologa para estimar el nivel de desarrollo sostenible de territorios.
San Jos, Costa Rica. : IICA, 2008.
SILVA, A.G. da. Trabalho e tecnologia na produo de frutas irrigadas no Rio Grande do NorteBrasil. In: CAVALCANTI, J.S.B. (Org.). Globalizao, trabalho, meio ambiente: mudanas
socioeconmicas em regies frutcolas para exportao. Recife. Ed. Universitria da UFPE, 1999.p.
171-220.
0272
RESUMO
A acerola uma fruta que se destaca por seu
considervel valor nutricional e potencial econmico. No
entanto, devido presena de pragas, podem levar os
frutos a perderem seu valor comercial. Neste caso, a
soluo seria o controle destas pragas, feito
normalmente com inseticidas sintticos, que possuem
certas restries a cultura da acerola. Neste contexto, o
Nim (Azadirachta indica A. Juss.) uma tima opo por
sua baixa toxidade vertebrados, baixo custo e eficcia
sobre as mais diversas pragas em inmeras culturas,
como a da acerola. Diante desta problemtica, esse
trabalho teve como objetivo verificar as possveis
alteraes que o extrato de Nim pode provocar nos
alimentos. Foram realizadas 6 sries de anlises fsicas
0273
INTRODUO
A acerola uma fruta nativa da Amrica Central, Amrica do Sul e das ilhas do Caribe,
conhecida tambm como cereja das Antilhas. uma fruta carnosa de agradvel sabor e
reconhecida por seu valor nutricional, principalmente como fonte de vitamina C, vitamina A,
vitaminas do complexo B (Tiamina, Riboflavina e Niacina), ferro, clcio, fsforo, antocianinas e
carotenides.
Alm disso, a acerola apresenta grande potencial econmico, podendo ser utilizadas em
diversos segmentos como nas indstrias farmacutica, de cosmtico, mas principalmente na
alimentcia.
Embora apresente grandes qualidades e utilidades, problemas como a alta perecibilidade
dos frutos e a presena de pragas podem levar os frutos a perderem totalmente seu valor
comercial, trazendo prejuzos a quem os produz. Neste caso, a soluo seria o controle destas
pragas, feito normalmente com inseticidas sintticos.
O conhecimento sobre os problemas causados pelo uso desordenado de inseticidas
sintticos, principalmente a resistncia de certas pragas, alm da crescente preocupao com a
sade e o meio ambiente, vem provocando um crescendo pela procura por inseticidas naturais.
Entre as vrias opes existentes, o Nim se destaca devido ao seu baixo custo, sua baixa toxidade
a vertebrados e eficcia sobre inmeras espcies de pragas nas mais diversas culturas, entre elas a
da acerola.
O Nim (Azadirachta indica) uma planta extica utilizada como barreira natural ou barreira
verde, conhecida por as suas propriedades medicinais e inseticidas. O Nim possui vrios
compostos ativos, no entanto, seu principal ingrediente ativo azadiractina que, de maneira geral,
age como um inibidor em vrios aspectos como alimentao, reproduo e desenvolvimento de
diversas espcies de insetos em inmeras culturas.
Atualmente, h vrios estudos sobre o Nim e sua comprovada eficcia sobre pragas. No
entanto, se desconhecida seus efeitos nas caractersticas qualitativas e quantitativas dos
alimentos, o que torna preocupante o uso deste inseticida em culturas, como a da acerola.
Diante do exposto, este projeto visou verificar possveis alteraes que pudessem
prejudicar a qualidade da acerola trazendo benefcios para produtores e consumidores deste
fruto.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A acerola ou cereja das Antilhas (Malpighia glabra, Linn.)- da famlia das Malpighiceas-
uma planta frutfera, originrias das Antilhas, norte das Amrica do Sul e Amrica central (MARINO
NETTO, 1986). A cor vermelhada acerola, no estdio maduro, decorre da presena de antocianinas
(compostos fenlicos) (AGOSTINI-COSTA et al., 2003). O fruto macio e sucoso quando maduro e,
usualmente, tem um agradvel sabor cido (MARINO NETTO, 1986).
0274
Alm das caractersticas sensoriais j citadas, rica em minerais como clcio, fsforo e
ferro e vitaminas A, B1, B2, B3, antocianinas, carotenides e, particularmente, em vitamina C,
sendo uma das maiores fontes naturais desse composto (GOMES et al. 2001). O consumo de 2 a 4
unidades da fruta capaz de atender as necessidades mdias de vitamina C de um adulto saudvel
(GONSALVES,2002). Alm disso, a acerola contm o cido mlico, o qual confere fruta um
perfume semelhante ao das mas (MARINO NETTO, 1986).
O Brasil o maior produtor, consumidor e exportador de acerola no mundo (CARVALHO,
2000). Existem plantios comerciais em praticamente todos os Estados brasileiros (ALVES, 1996).
Contudo, na regio nordestina, por suas condies de solo e clima, onde a acerola melhor se
adapta (PAIVA et al., 1999).
A acerola apresenta potencial para industrializao, uma vez que pode ser consumida sob
forma de compotas, gelias, utilizada no enriquecimento de sucos e de alimentos dietticos, na
forma de alimentos nutracuticos, como comprimidos ou cpsulas, empregados como suplemento
alimentar, chs, bebidas para esportistas, barras nutritivas e iogurtes (CARPENTIERI-PPOLO et al.,
2002). Para uso domstico, geralmente consumida ao natural e na forma de sucos, gelias e
doces de massa (RITZINGER & RITZINGER, 2004).
Entretanto, os frutos da aceroleira so altamente perecveis e quando atacados por pragas
reduzem ou perdem totalmente o seu valor comercial, causando srios prejuzos aos produtores e
processadores (BRAGA SOBRINHO et al., 2000), tornando assim necessrio uma maneira para o
controle de insetos que as acometem.
O uso de inseticidas botnicos, ou seja, provenientes de planta, datam desde a
antiguidade. Com o passar do tempo, sua utilizao passou a ser grandemente reduzida devido
descoberta dos inseticidas sintticos (MOREIRA et al., 2006). Apesar de o uso de inseticida ser
benfico dentro do manejo integrado de pragas, a falta de conhecimento sobre o seu manuseio
adequado e o nmero de pulverizaes cada vez maiores, com doses excessivas, podem contribuir
para proporcionar efeitos malficos, como contaminaes do solo e da gua, destruio dos
insetos benficos vida selvagem, envenenamento do homem e animais domsticos, alm de
causar problemas de resduos nos produtos agrcolas e desenvolver resistncia das pragas.
(NEVES, et al., 2003).
Como alternativa a esses inseticidas, destacam-se os inseticidas naturais, que podem ser
preparados na prpria propriedade e utilizados principalmente por pequenos produtores rurais,
contribuindo para reduzir os custos de produo, os riscos e a dependncia de inseticidas
manufaturados (NEVES & CARPANEZZI, 2008). A planta do Nim (Azadirachta indica A. Juss.)
apresenta-se como sendo uma alternativa eficiente, tendo mostrado acentuada atividade
inseticida para vrias espcies de pragas (VIANA & RIBEIRO, 2010).
A planta do Nim, natural do sudeste da sia e do subcontinente indiano, pertence famlia
Meliaceae, conhecida devido as suas propriedades medicinais e inseticidas. Esta planta possui
azadiractina, que o principal ingrediente ativo que atua na inibio da alimentao dos insetos,
afeta o desenvolvimento das larvas e atrasa seu crescimento, reduz a fecundidade e fertilidade
0275
dos adultos, altera o comportamento, causa diversas anomalias nas clulas, na fisiologia dos
insetos e causa mortalidade de ovos, larvas e adultos (PUGLIANE et al., 2011).
Atualmente, so inmeras as pesquisas sobre o Nim e suas aes. No entanto, se
desconhecido os efeitos do inseticida na qualidade de alimentos, como a acerola, onde o mesmo
utilizado para o controle de praga, podendo ele causar alteraes considerveis em importantes
elementos dos alimentos, como suas caractersticas fsico-qumicas e organolpticas. Sendo assim,
se necessrio pesquisas para a avaliao da ao do Nim nas caractersticas dos alimentos,
mostrando assim a importncia desse trabalho para o conhecimento dessas consequncias.
3 METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido no IFRN - Cmpus Currais Novos, durante o perodo de abril de
2012 a janeiro de 2013, nos Laboratrio de Cincias e Laboratrio de Alimentos. Foram realizadas
6 coletas, para as anlises fsicas e fsico-qumicas, sendo elas 3 sem a aplicao e 3 com a
aplicao do extrato aquoso de Nim.
0276
4 RESULTADOS E DISCUSSES
4.1 Peso da fruta
O peso mdio das acerolas foi maior quando no houve aplicao do Nim, ocorrendo uma
queda de aproximadamente 25,03% do peso da fruta depois da aplicao do inseticida Nim, como
pode ser notado na Figura 1.
Os pesos mdios encontrados nas anlises se aproximam dos valores estabelecidos por
Frana & Narain(2003), que alternam entre 2,65g a 10,85g para frutos maduros. Segundo Brunini
et al.(2004), em suas anlises pelo estado de So Paulo, o peso varia de 6,92g a 9,60g. Analisando
frutos de aceroleiras de diferentes microrregies da Paraba, Freire et al.(2006) determinou que o
peso mdio variasse de 2,33g a 6,27g.
4,000
3,000
2,000
1,000
3,703
2,776
ACEROLA SEM
APLICAO DE
EXTRATO DE NIM
ACEROLA COM
APLICAO DE
EXTRATO DE NIM
0,000
Figura 1: Resultado da anlise de peso da fruta (g).
0277
4.2 Dimenses
As dimenses mdias foram maiores na quando no ocorreu a aplicao de Nim, tendo
uma reduo de 5,26% para a dimenso transversal e 6,25% para a dimenso longitudinal, aps a
sua aplicao, como podemos observar na Figura 2.
Os resultados encontrados esto dentro dos valores obtidos por Freire et al.(2006).
Segundo Batista et al.(2000), as dimenses transversal e longitudinal mdias de um fruto maduro
de acerola so de, respectivamente, aproximadamente; 21mm (2,14cm)e 19mm (1,19cm).
Nas pesquisas de Ribeiro et al. (2011), as dimenses mdias transversal e longitudinal em
diferentes estgios de maturao variam a valores prximo a 20mm (2cm) a 22mm (2,25cm) e
17mm (1,66) a 18mm (1,77cm), respectivamente.
20
19,5
ACEROLA SEM
APLICAO DE
EXTRATO DE NIM
19
19
18,5
18
18
17,5
ACEROLA COM
APLICAO DE
EXTRATO DE NIM
17
(A)
17
ACEROLA SEM
APLICAO DE
EXTRATO DE NIM
16
16
15
15
ACEROLA COM
APLICAO DE
EXTRATO DE NIM
14
(B)
Figura 2: Resultado da anlise de dimenses (mm). (A) dimenses transversal (horizontal) e (B) dimenses
longitudinal (vertical).
4.3 Densidade
Aps a aplicao do Nim, a densidade dos frutos diminuiu em, aproximadamente; 1,72%,
comparados com o perodo sem Nim, como pode ser observado na Figura 3.
Os resultados esto dentro dos valores estipulados por Freire et al. (2006), que oscilam
ente 0,87g/cm3e 2,50g/cm3. Para Gadelha et al.(2009), a densidade mdia do fruto da acerola
de 1,0263g/cm3.
0278
0,91500
0,91275
ACEROLA SEM
APLICAO DE
EXTRATO DE NIM
0,91000
0,90500
0,90000
0,89705
0,89500
0,89000
ACEROLA COM
APLICAO DE
EXTRATO NIM
0,88500
Figura 3: Resultados da anlise de densidade do fruto.
2,064
2,000
1,900
1,800
1,880
POLPA DE ACEROLA
SEM APLICAO DE
EXTRATO DE NIM
POLPA DE ACEROLA
COM APLICAO DE
EXTRATO DE NIM
1,700
Figura 4: Resultados da anlise de acidez (g/100g de cido ctrico).
Nas pesquisas de Lima (2010) com polpa orgnica de acerola pasteurizada e nopasteurizada, em Fortaleza-CE, a acidez mdia corresponde a 1,24 e 1,21g/100g de cido ctrico,
respectivamente. Em Macei-AL, com polpa de acerola obtida em supermercados, Temteo et al.
(2012) obteve acidez de 0,94g/100g de cido ctrico.
4.5 Brix
Em relao ao Brix da polpa, seu valor apresentou um aumento de 21,18% depois de o Nim
ter sido aplicado, como podemos ver na Figura 5.
Segundo o MAPA (BRASIL, 2000), o valor mnimo de solubilidade para a polpa de 5,5Brix.
A polpa da aceroleira com e sem Nim est dentro dos parmetros de qualidade.
Em pesquisas realizadas por Trres (2011), os teores de slidos solveis das amostras das
polpas concentradas de acerola obtiveram variao de 18,1 a 21,15Brix. Na Amaznia-AM,
Canuto et al. (2010) encontrou na polpa da acerola um ndice de slidos solveis de 3,5Brix.
0279
15
13,33
11
10
POLPA DE ACEROLA
SEM APLICAO DE
EXTRATO DE NIM
POLPA DE ACEROLA
COM APLICAO DE
EXTRATO DE NIM
5
0
7,095
6,000
4,316
4,000
POLPA DE ACEROLA
SEM APLICAO DE
EXTRATO DE NIM
POLPA DE ACEROLA
COM APLICAO DE
EXTRATO DE NIM
2,000
0,000
CONCLUSO
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AGOSTINI-COSTA, T. da S.; ABREU, L. N. de; ROSSETTI, A. G. Efeito do congelamento e do tempo de
estocagem da polpa de acerola sobre o teor, de carotenides. Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal, v. 25, n. 1, Abril. 2003.
ALVES, R. E. Caractersticas das frutas para exportao. In: FREITAS, Claisa Andra Silva de et
al.Acerola: produo, composio, aspectos nutricionais e produtos. Revista Brasileira de
Agrocincia, Pelotas-RS, v. 12, n. 4, p.395-400, 2006.
0280
0281
0282
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi analisar microbiolgica e
fisico-quimicamente trs sabores de iogurte produzidos
na usina-escola do IFRN Campus Currais Novos. Essas
amostras foram analisadas nos laboratrios de alimentos
e de microbiologia do campus, sendo feita anlises de
acidez, potencial hidrogeninico (pH), protenas, gordura, contagem de bactrias lticas e determinao de
bolores e leveduras. Nas anlises fsico-qumicas foram
encontrados bons resultados, j que, na sua maioria, se
enquadraram dentro do pedido pela legislao. O valor
de acidez obtido foi de aproximadamente 0,998%, praticamente o menor valor permitido, o teor de gordura est
apropriado para produtos semidesnatados, em torno de
1,688%, a quantidade de protenas maior que o mnimo
estabelecido, entretanto o pH se encontrou bem abaixo
do valor tido como necessrio para a completa coagulao do leite. Na contagem de bactrias lticas o resultado no foi muito bom, pois, com o pH baixo, a quantidade das mesmas no atingiu o esperado, que era de no
-7
mnimo 10 UFC/g. Entretanto, na determinao de bolores e leveduras, o resultado foi bastante favorvel ao
que se esperava, pois no apresentou crescimento de
colnias dos mesmos. Por esses resultados possvel
perceber que o iogurte servido na merenda escolar do
instituto, no apresenta riscos sade dos alunos, pois
nutricionalmente rico e nos quesitos microbiolgicos
tambm se enquadra nos padres exigidos, precisando
apenas controlar o pH para se obter a quantidade ideal
de bactrias lticas.
QUALITY EVALUATION OF YOGURT PRODUCED IN PLANTCAMPUS SCHOOL IFRN CURRAIS NEW AND DISTRIBUTED IN SCHOOL MEALS
ABSTRACT
The aim of this study was to analyze microbiological and
physico-chemically three flavors of yogurt produced at
the plant-IFRN School Campus New corrals. These samples were analyzed in the laboratories of food microbiology and the campus, being made acid analysis, hydrogen
potential (pH), protein, fat, lactic acid bacteria count and
determination of yeasts and molds. In the physicalchemical analyzes showed good results, since, mostly not
fit within the application by the legislation. The acid value obtained was approximately 0.998%, almost the lowest allowed value, the fat product is suitable for semiskimmeds, about 1.688%, the amount of protein greater
than the minimum established, however the pH was
0283
1. INTRODUO
O iogurte um produto lcteo fresco, obtido pela fermentao do leite com cultivos prsimbiticos das bactrias Streptococcus termophilus e Lactobacillus bulgaricus. Surgiu no Oriente e
depois entre os gregos e romanos. Esse alimento, que hoje faz parte do cotidiano da maioria das
pessoas, rapidamente se difundiu, conquistando uma posio privilegiada nas dietas alimentares
dos mais diversos povos (CIRIBELI e CASTRO, 2011).
O iogurte apresenta fcil digesto e benfico flora intestinal, principalmente o natural.
As protenas do leite so pr-digeridas por ao das bactrias lticas, produtoras do cido ltico,
que permitem uma melhor digesto e a dissoluo do clcio presente no iogurte, facilitando a sua
assimilao pelo organismo. Alm disso, a acidez do iogurte confere uma proteo natural contra
as infeces, causando a inibio de diferentes tipos de bactrias patgenas no produto (CIRIBELI
e CASTRO, 2011).
A composio desse alimento depende da classe do leite empregado, da tcnica de trabalho, do grau de evaporao, do tempo de incubao, da qualidade e da composio da flora microbiana. Ele, tambm, uma fonte de protenas, vitaminas, minerais e gordura, possuindo composio semelhante do leite, ou seja, contm alto valor nutritivo.
O Programa Nacional de Alimentao Escolar (PNAE) reconhecido pela United Nations
Childrens Found (UNICEF) como o maior projeto de alimentao do mundo. o mais antigo programa social do Governo Federal Brasileiro, na rea da Educao, atendendo durante os 200 dias
letivos a 37 milhes de crianas e adolescentes por dia, correspondendo a 21% da populao brasileira (FNDE, 2002 apud FLVIO; BARCELOS; LIMA, 2004).
Devido importncia desse programa, o IFRN, como, deve ser todas as escolas de ensino
bsico, participa do PNAE fornecendo diariamente uma refeio por turno aos seus alunos de ensino bsico (cursos tcnicos integrados e da modalidade PROEJA). Mas, de forma diferenciada da
maioria das escolas, o IFRN produz parte de sua merenda escolar em um projeto que integrada
seus Cmpus. Basicamente, o projeto consiste na produo do leite na Fazenda-Escola do Cmpus
Ipanguau, o leite processado na Usina-Escola do Cmpus Currais Novos, sendo produzidos os
iogurtes e outros derivados do leite, e a produo distribuda entre os demais Cmpus da instituio.
Pelo elevado valor nutricional dos iogurtes produzidos no IFRN, sua importncia no programa da merenda escolar e por sua produo contribuir na formao dos alunos do Instituto, fazse necessrio avaliao da qualidade desses produtos que devem cumprir os requisitos de qualidade previstos pela legislao brasileira e pela literatura.
Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade fsico-qumica e microbiolgica
de trs sabores de iogurtes produzidos na Usina Escola do IFRN Cmpus Currais Novos.
2. FUNDAMENTAO TERICA
2.1. O leite e sua importncia
0284
Composto
mg/100 ml
Vit. B1
0,04
Vit. B2
0,17
Niacina
0,09
Vit. B6
0,06
cido pantotnico
0,34
Vit. C
2,10
Vit. E
0,10
U.I./100 ml
Vit. A
159
Vit. D
2,20
Fonte: Urgel de Almeida Lima (2010)
Por causa dos seus valores nutricionais, o leite sempre foi muito consumido e,
principalmente, o de vaca, porque ele apresenta uma alta quantidade de protenas e essas
possuem elevada qualidade, pois so formadas por diversos tipos de aminocidos essenciais
(TRONCO, 2008).
Tabela 2. Constituintes do leite
Espcie Gordura (%) Protena (%) Lactose (%) Cinzas (%) Clcio (mg)
Vaca
3,5
3,1
4,9
0,7
0,11
Fonte: www.quifipor.pt/leite/htm
0285
2.2. Iogurte
O iogurte um alimento tradicional do Oriente mdio. No ocidente seu consumo se iniciou
como sendo um remdio, s com a prescrio mdica. Hoje em dia, alm das suas funes
dietticas, tambm so servidos como sobremesas, refeies rpidas, entre outros motivos,
devido, sempre, sua aparncia, ao seu sabor e por seu alto valor nutritivo (FERREIRA, 2005).
Entende-se por iogurte os produtos adicionados ou no de outras substncias alimentcias,
obtidas por coagulao e diminuio do pH do leite, adicionado ou no de outros produtos
lcteos, por fermentao lctica mediante ao de cultivos de microorganismos (BRASIL, 2007).
Ele um derivado lcteo, obtido a partir das culturas pr-simbiticas de Lactobacillus delbreckii,
subsp. bulgaricus, e Streptococcus termophilus (FERREIRA, 2005).
A composio do iogurte depende do tipo de leite empregado, de como foi feito, do tempo
de incubao, da qualidade da matria-prima e da composio microbiana. O iogurte poder ser
obtido do leite de qualquer espcie leiteira, ou tambm de leite de soja e apresenta composio
semelhante a do leite (CIRIBELI e CASTRO, 2011).
Segundo Ferreira (2005) os iogurtes se classificam em, basicamente, trs tipos: os de massa
firme, de massa batida e o de textura lquida. O de massa firme adquire essa consistncia por ser
incubado j na embalagem de envase. O batido tem textura menos firme que o anterior, pois ele
incubado em fermenteira e depois a sua massa quebrada, para que este possa ser envasado. O
lquido uma variao do batido, s que ainda menos denso, e a partir desse tipo de iogurte que
se produz os naturais, com frutas e aromatizados.
E de acordo com o Brasil (2006) iogurte deve ser fludo, pastoso ou gelificado,
apresentando a cor natural do leite ou da substncia ou corante que a ele for adicionado e sabor e
odor acidulados de acordos com os complementos que a eles forem adicionadas, mantendo
sempre as caractersticas de protenas, acares, gordura, entre outros, iguais as do leite. Ele
tambm padronizado com relao s quantidades desses compostos, dependendo sempre da
classificao em que ele se enquadra.
Tabela 3: Constituintes do Iogurte
Produto
Tipo
Matria gorda
lctea (g/100g)
Protenas lcteas
(g/100g)
Acidez
(g/100g)
Etanol
(% v/m)
Iogurte
Integral
3,0 a 5,9
Mn. 2,9
0,6 a 1,5
0286
3. MATERIAL E MTODOS
As amostras de iogurte foram coletadas na prpria Usina-Escola do campus Currais Novos
IFRN. Trs sabores foram analisados: ameixa, salada de frutas e morango. O trabalho foi realizado
nas dependncias dos laboratrios de alimentos e microbiologia do prprio Campus e foram feitas
as anlises fsico-qumicas de potencial hidrogeninico (pH), de acidez em cido ltico, gordura e
protenas; e as microbiolgicas de contagem de bactrias lticas e contagem de bolores e leveduras.
Para a determinao do pH foi utilizado potencimetro, devidamente calibrado com solues tampo de valor de pH 4,0 e 7,0. O pH foi medido diretamente em alquotas das amostras; a
anlise de acidez foi feita por volumetria de neutralizao com soluo padronizada de hidrxido
de sdio 0,1 N e soluo alcolica de fenolftalena a 1% como indicador; a medio da matria
gorda foi feita pelo mtodo butiromtrico, adaptando-se a tcnica para leite fluido e a determinao das protenas, pelo mtodo de kjeldahl (BRASIL, 2006). Todas as anlises fsico-qumicas foram
realizadas em triplicata.
Para a realizao das anlises microbiolgicas preparou-se diluies decimais das amostras
da seguinte maneira: transferiram-se alquotas de 25 g das amostras para erlenmeyers de 500 mL
contendo 225 mL de soluo salina peptonada a 0,1%, homogeneizaram-se as misturas obtendose as diluies 10-1. A partir destas diluies, as demais foram obtidas diluindo-se 1 mL da diluio
anterior em tubos de ensaio contendo 9 mL de soluo salina peptonada e propagou-se as diluies at a 10-7.
A contagem de bactrias lticas foi feita pela tcnica de profundidade em sobrecamada,
em placas de Petri, usando o meio de cultura Agar APT, em duplicata e usando as diluies decimais 10-5 a 10-7. Aps a inoculao das amostras, estas foram incubadas em estufa bacteriolgica a
35 C, por 48 h (LOPES, 2005).
E a contagem de bolores e leveduras foi realizada utilizando a tcnica de plaqueamento em
superfcie com as trs primeiras diluies, 10-1 a 10-3, no meio de cultura Agar PDA (Potato Dextrose Agar), acidificado com cido tartrico a 10%. Aps a inoculao as placas foram incubadas em
estufa por 7 dias a 25 C (BRASIL, 2003).
4. RESULTADOS E DISCUSSO
Como mostrado na Tabela 4, os valores de pH encontrados nas amostras dos trs sabores
de iogurte ficaram pouco acima de 3,8, indicando que esto bem abaixo da faixa ideal de pH para
iogurtes, que fica entre 4,5 e 4,6 (AQUARONE et al., 1983). Pois nesse momento que a fermentao d-se como concluda e deve ser realizado o resfriamento rpido da coalhada, a uma temperatura de 20 a 24 C, para reduzir a atividade do fermento, porque sem esse resfriamento a fermentao no cessa e pode comprometer a qualidade do produto. Outros fatores que podem ter
propiciado o pH bem abaixo do esperado foi o armazenamento inadequado, a temperaturas de
refrigerao elevadas, quando o ideal seriam temperaturas prximas a 5 C, ou tempo prolongado
0287
de armazenamento, j que a vida de prateleira do produto de, aproximadamente, 30 dias (FERREIRA, 2006).
Entretanto, mesmo como o pH abaixo do esperado, os valores de acidez encontram-se de
acordo com os requisitos fsico-qumicos exigidos pela legislao (de 0,9% a 2,0%), o que garante a
estabilidade microbiolgica do produto por seu elevado valor, pois inibe a microbiota de competio, principalmente os patgenos (FRANCO e LANDGRAF, 2004; BRASIL, 2007).
Valores de acidez abaixo do exigido e aos encontrados nos produtos testados neste trabalho foram encontrados em iogurtes elaborados em outros estudos. Por exemplo, Medeiros et al.
(2011) desenvolveram duas formulaes de iogurtes de jaca e encontraram valores de acidez de
0,75% e 0,62%, como tambm o trabalho de Perez et al (2007), no qual o desenvolvimento de iogurtes com adio de biomassa de microalgas, apresentou valores de acidez igual 0,33%, valor
tambm abaixo do esperado.
As amostras apresentaram-se como semidesnatadas (0,6% a 2,9%) de acordo com Brasil
(2007), pois a nata foi parcialmente retirada antes do processo de liquidificao e essa reduo do
teor de gordura foi importante, j que o leite uma fonte de gorduras saturadas e que segundo
Lottenberg (2009), o consumo dessas gorduras est relacionado com a elevao do nvel de colesterol plasmtico e a doenas cardiovasculares. As diferenas existentes entre os teores de matria
gorda apresentadas nos trs sabores de iogurtes podem ser relacionados composio dos leites
utilizados para a elaborao dos produtos, j que estes foram elaborados com remessas diferentes
de leites ou por falta de uniformizao na retirada da nata antes do processamento que foi feita
de forma artesanal sem uso de desnatadeira regulada, sendo retirada apenas a nata sobrenadante
nos lates de leite.
Os teores de protenas encontrados ficaram acima do mnimo estabelecido por Brasil
(2007) que de 2,9%, principalmente o de morango. Os iogurtes produzidos na usina-escola mostraram-se boas fontes de protenas de alto valor biolgico, sendo o leite fonte de casenas e albuminas (SGARBIERI, 2005). Isso mostra que o produto servido na merenda escolar, para os alunos,
bastante saudvel, pois apresentam uma baixa quantidade de gordura e uma alta quantidade de
protenas, estas que so essenciais vida (SILVA, 2010).
Tabela 4: Resultados obtidos nas anlises fsico-qumicas das trs diferentes amostras
Amostras
Ameixa
Salada de frutas
Morango
Acidez
Gordura
Protenas
Potencial Hidrogeninico (pH)
(g c. Ltico. 100g-1)
(g.100g -1)
(g.100g-1)
0,988 0,020
1,430 0,153 2,991 0,537
3,83 0,035
1,118 0,092
1,667 0,058 3,474 0,179
3,83 0,015
0,889 0,74
1,967 0,208 4,295 0,261
3,82 0,153
0288
zimas digestivas e os sais biliares destroem grande parte destas antes que cheguem ao destino,
por esse motivo elas devem estar presentes em quantidades abundantes e ativas em iogurtes.
J os iogurtes dos sabores salada de frutas e morango apresentaram contagens de bactrias lticas abaixo do mnimo estabelecido pelo padro.
Esse problema de baixas contagens de bactrias lticas pode estar relacionado aos valores
de pH que foram encontrados que inibem a presena do S. termophilus, pois este microrganismo
tem seu crescimento inibido em pH 4,2 a 4,4, enquanto o L. bulgaricus toleram valores mnimos de
pH 3,5 a 3,8 (MOREIRA, 1999).
Sobre a contagem de bolores e leveduras das amostras analisadas pde-se constatar que
no houve crescimento em nenhuma das placas incubadas no prazo de 7 dias. Esses resultados
mostram que o processo de produo dos iogurtes foi realizado de forma higinica, j que, um dos
grandes problemas, que tm contribudo para a perda do produto e consequentemente causa de
prejuzos para a indstria, a presena de contaminao por fungos e leveduras que podem causar alteraes de sabor, cor e tambm estufamento de embalagem nas prateleiras refrigeradas de
comercializao (FEET; MIAN, 1987 apud MOREIRA, 1999).
Tabela 5 - Resultados obtidos nas anlises microbiolgicas das trs diferentes amostras
Amostras
Ameixa
Salada de frutas
Morango
Bactrias Lticas
(UFC/g)
1,4x107
5,1x106
6,8x106
Bolores e Leveduras
(UFC/g)
<1,0x101 est.1
<1,0x101 est.1
<1,0x101 est.1
As placas no apresentaram crescimento de colnias na menor diluio (10-1); a forma que os resultados esto expressos recomenda por Brasil, 2003.
5. CONCLUSES
Os resultados mostraram que do ponto de vista fsico-qumico, os trs iogurtes se apresentaram dentro dos padres da legislao brasileira quanto aos parmetros acidez, gordura e protenas.
O pH de em todos os casos se mostrou muito baixo, mostrando possveis problemas no
processamento dos iogurtes.
Em relao contagem de bactrias lticas, apenas a amostra de iogurte sabor ameixa
apresentou concentrao adequadas dessas bactrias, os sabores morango e salada de frutas
apresentaram contagens inferiores ao descrito na legislao.
E nenhuma das amostras de iogurtes produzidos na Usina-Escola do IFRN apresentou contaminao por bolores e leveduras, mostrando que o processo foi realizado em condies higinicas adequadas.
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
0289
AQUARONE, E.; LIMA, U.A.; BORZANI, W. Biotecnologia: alimentos e Bebidas produzidos por fermentao. So Paulo: Edgar Blugher Ltda., 1983.
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agosto de 2003. Oficializa os Mtodos Analticos Oficiais para Anlises Microbiolgicas para Controle de Produtos de Origem Animal e gua.
BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Instruo Normativa n 68, de 12 de
Dezembro de 2006. Mtodos Analticos Oficiais Fsico-Qumicos para Controle de Leite e Produtos
Lcteos.
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Outubro de 2007. Regulamento Tcnico de Identidade e Qualidade de Leites Fermentados.
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27 jul. 2012.
0290
0291
RESUMO
A reviso de literatura tratou do processo de
branqueamento realizado, usualmente, em frutas e
hortalias. Este processo consiste em provocar um
choque trmico nos alimentos em um curto perodo de
tempo de aplicao, permitindo a inativao de enzimas
que podem causar reaes de deteriorao. O trabalho
procurou mostrar as diversas finalidades em que o
branqueamento empregado, assim como suas
0292
1 INTRODUO
As frutas e hortalias permanecem vivas mesmo aps sua colheita, mantendo-se ativos
todos seus processos biolgicos naturais e vitais, pois elas respiram, aquecem, perdem gua,
brilho, frescor, ainda amadurecem e envelhecem. Sendo assim, para um maior perodo de
conservao e uma reduo nas perdas e danos ps-colheita, fundamental e essencial que se
conhea e utilize as prticas adequadas de manuseio durante toda a cadeia produtiva nas fases de
colheita, armazenamento, transporte, comercializao e consumo.
0293
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O tempo de no ter tempo invadi cada vez mais a vida dos Brasileiros. O cotidiano feito
de correria para ir ao trabalho, estudar, ir s compras e at ao lazer familiar. Tendo-se assim
pouco tempo, portanto, para uma alimentao saudvel. (SIMARELLI, 2009). Sendo que essa
alimentao inadequada propicia a todas as fachearias excesso de peso, e propcios a danos a sua
sade. As frutas e hortalias por sua vez, so alimentos saborosos, saudveis, nutritivos, de fcil
acesso e sem contra-indicaes. Sabe-se tambm que esse tipo de alimento tem uma grande
quantidade de gua livre e passa por vrias etapas at chegar mesa.
A escolha do mtodo adequado ser dependente de fatores como: Natureza do alimento
(se em estado slido, liquido ou gasoso), perodo de tempo a conservar, custo que ter a cada
processo e os tipos de deterioraes presentes. (VASCONCELOS e FILHO, 2012).
Pode-se destacar o branqueamento como um dos mtodos de conservao, que segundo
Felows (2006, p. 233), trata-se de um termo adaptado de blanching que tem a principal funo de
inativar enzimas, principalmente em frutas e hortalias, que iro receber tratamentos posteriores.
Este processo, segundo Souza (2011), pode ser realizado a partir de duas tcnicas, a vapor
ou em gua quente. Quando o branqueamento for a partir de vapor, faz-se o uso de esteira
transportadora e/ ou tnel com uma atmosfera de vapor. J, quando o processo feito atravs do
uso de gua quente, este processo pode ser realizado em branqueadores rotatrios e/ ou
branqueadores tubulares e, este tratamento trmico brando faz uso de temperaturas entre 70 e
100C e tempos que variam de 1 a 5 minutos (VASCONCELOS e FILHO, 2012).
Ainda segundo Souza (2011), os fatores que influenciam o tempo do branqueamento so: o
tipo de fruta ou hortalias, o tamanho dos pedaos do alimento, a temperatura de
branqueamento e o mtodo de aquecimento. vlido ressaltar que um branqueamento mal
elaborado consiste na no inativao enzimtica e at na deteriorao mais rpida do alimento.
vlido ressaltar ainda que se o processo for realizado de maneira eficiente e eficaz, o
mesmo trar resultados benficos nos produtos a ele submetidos, pois poder facilitar a remoo
do ar do interior do alimento, causar a destruio parcial de microrganismos, melhorar a textura
e acentuar a sua colorao e, alguns autores ainda fazem referencia da importncia do uso do
branqueamento como pr-tratamento em produtos que sero submetidos
desidratao. (GONALVES, et al, 2010).
Os produtos minimamente processados (MP) fazem parte de um dos segmentos do sector
alimentcio com maior crescimento. No entanto, muitas dificuldades vistas na preservao da sua
qualidade durante longos perodos de tempo, continuam a motivar a elaborao de muitos
estudos. (VASCONCELOS, 2005).
Segundo PRAA (2002), este processamento mnimo aumenta a perecibilidade devido a
leses provocadas durante a manipulao que promovem a descompartimentalizao celular e
possibilitam o contato de enzimas e substratos, que originam modificaes bioqumicas como
escurecimento, formao de odores desagradveis e perda de textura original, alm de favorecer
a colonizao dos tecidos vegetais por microorganismos deterioradores e patognicos.
0294
3 CONCLUSO
Em termos gerais conclui-se que aqui foi apresentado o branqueamento ou blanching,
sendo esse um pr-tratamento frequentemente empregado em frutas e hortalias. um
processamento eficiente, desde que seja corretamente aplicado. Tem como principal finalidade a
inativao de enzimas que aceleram a ao de deteriorao, como por exemplo, o escurecimento.
Apresenta tambm a maneira como o mesmo se empregado, sua aplicao e suas diversas
vantagens e desvantagens. Suas formas em que pode ser aplicado (a vapor ou gua quente). Pode
ser adotado em casa, agroindstrias, pequeno e mdio produtor, sendo eficiente e propcio na
conservao.
4 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ESTELLES; R. S.;Importncia do controle da temperatura e do tratamento trmico na preservao
dos nutrientes e da qualidade dos alimentos. 2003. 32 f. Monografia (Especializao em Qualidade
em
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de
Braslia,
Braslia,
2003.
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FELLOWS, P.J. Tecnologia do Processamento de Alimentos: princpios e prtica- 2 ed. Porto
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PEREDA, J. A. O.; RODRIGUES, M. I. C.; LVAREZ, L.F.; SANZ, M. L. G.; MINGUILLN, G. D. G. F.;
PERALES, L. H.; CORTECERO, M. D. S.; Tecnologia de alimentos Componentes e processos; Porto
Alegre: Artmed, 2005. v.1.
0295
em:
0296
RESUMO
O leite um alimento rico em nutrientes e bastante
consumido em todo Brasil. As propriedades desse
produto o tornam susceptvel de sofrer alteraes
microbiolgicas e fsico-qumicas. Desta forma, a sua
comercializao, sem nenhum tratamento trmico ou
processamento, oferece riscos sade do consumidor. O
trabalho teve por objetivo pesquisar o modo de
comercializao do leite fluido em estabelecimentos
comerciais no municpio de Apodi. Para a pesquisa,
utilizou-se um questionrio contendo perguntas
relacionadas aos hbitos dos comerciantes quanto ao
tipo de leite vendido, quantidade vendida e preo pago
pelo produto. Foram entrevistados 32 estabelecimentos
significante
o
total
dos
estabelecimentos comerciais que possui o hbito de
vender o leite cru, sendo necessrio de um trabalho de
conscientizao dos produtores e donos de
estabelecimento comerciais quanto aos riscos
relacionados sade pblica.
price
paid
for
the
product.
We
interviewed
32
commercial
establishments milk fluid apodi-RN, from July 2012. Most
of the marketing of fluid milk establishments in the
municipality formally (74%), but the amount of fluid
milk sold in liters, milk informal represents the largest
proportion of milk sold, representing 243.8 L / week. It is
significant to the total business establishments that have
the habit of selling raw milk, requiring an
awareness
of
the
producers
and
owners
of commercial property for risks related to public health.
0297
1 INTRODUO
O leite definido como o produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta, em
condies de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas (BRASIL, 2002). um dos
alimentos mais completos da natureza e sua importncia deve-se ao seu elevado valor nutritivo,
como riqueza em protenas, vitaminas, gorduras, sais minerais, clcio, altos teores de tiamina,
niacina e magnsio (TAMANINI et al., 2007).
Durante o processo de produo, elaborao, transporte, armazenamento e distribuio,
qualquer alimento est sujeito contaminao por substncias txicas ou por bactrias
patognicas, vrus e parasitos. O leite, devido sua riqueza nutritiva, constitui um excelente meio
de cultura para o desenvolvimento de diversos microrganismos, sendo veculo de transmisso de
importantes zoonoses para o homem (FRAZIER, 1993).
O leite cru o leite tirado das vacas, ovelhas e cabras e que no foi pasteurizado para
eliminar bactrias danosas. Este leite cru, no pasteurizado, pode carregar bactrias perigosas
como a Salmonella, Escherichia Coli, e a Listeria, responsveis por causar numerosas doenas
veiculadas por alimentos. Estas bactrias perigosas podem afetar seriamente a sade de qualquer
pessoa consumidora do leite cru, ou dos seus derivados, especialmente quando os consumistas se
tratam de gestantes, crianas e pessoas com o sistema imune enfraquecido (INTEGRALMIX, 2012).
O principal objetivo da pasteurizao do leite a destruio de bactrias patognicas,
como tambm a eliminao de parte dos microrganismos saprfitos e a inativao de certas
enzimas que prejudicam a qualidade do produto (ANDRADE et al., 2008).
Desta forma, este trabalho teve por objetivo avaliar a comercializao do leite fluido
(formal e informal) no municpio de Apodi-RN.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O leite composto por 100.000 tipos de molculas diferentes, o que lhe confere um alto
grau de complexidade, pois cada uma destas molculas apresenta uma funo especfica,
propiciando nutrientes ou proteo imunolgica para o neonato. Contudo, sob aspecto alimentcio
para os humanos, o leite assume papel importante na dieta, devido ao alto valor biolgico de seus
nutrientes (protenas, lipdeos, glicdios, minerais e vitaminas), alm de permitir grande variedade
de processamentos industriais de diversos produtos e participar da formulao de outros tantos
na alimentao humana (FONTANELI, 2001).
Devido sua riqueza nutritiva, o leite constitui um excelente meio de cultura para o
desenvolvimento de diversos microrganismos, sendo veculo de transmisso de importantes
zoonoses para o homem (FRAZIER, 1993).
Grande parte dos casos de intoxicaes alimentares resulta da associao entre o consumo
de alimentos que sofreram manipulao inadequada e as ms condies de armazenamento e
distribuio, que permitam a exposio direta ao ambiente, propiciando a contaminao e
0298
3 MATERIAL E MTODOS
O trabalho foi realizado nos estabelecimentos comerciais do municpio de Apodi, localizado
na regio do oeste potiguar, que possui um clima do tipo semirido, com estao chuvosa
atrasando-se para o outono, precipitao pluviomtrica anual mdia de 833,5 mm, perodo
0299
chuvoso de maro a maio, temperatura mdia anual em torno de 28,1C e umidade relativa mdia
anual de 68% (CPRM, 2005).
Para o desenvolvimento do trabalho, foi confeccionado um questionrio de pesquisa
contendo perguntas relacionadas aos hbitos dos comerciantes quanto ao tipo de leite vendido,
quantidade vendida e preo pago pelo produto.
Os questionrios foram aplicados pelos alunos bolsistas do projeto e as entrevistas foram
realizadas em estabelecimentos comerciais, entre supermercados e mercadinhos, que eram
pontos de comercializao de leite fluido no municpio. Foram entrevistados 32 comerciantes de
leite fluido, em seus estabelecimentos, no perodo de julho de 2012.
Os dados foram tabulados em planilha eletrnica do Excel (Windows 2007) e utilizou-se a
estatstica descritiva para demonstrar os resultados encontrados.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Dentre os pontos comerciais pesquisados a maioria foram mercadinhos (81%), conforme
visto na Figura 1. Tal fato ocorreu devido o municpio apresentar maior nmero mercadinhos
situados em bairros, sendo comum o comrcio de leite fluido. J os supermercados existem em
menor nmero, sendo todos entrevistados na pesquisa.
19%
81%
Mercadinho
Supermercado
De acordo com a figura 2, notou-se que a maior parte da comercializao do leite fluido
dos estabelecimentos no municpio de Apodi-RN ocorre de maneira formal (74%) em relao
comercializao do leite cru ou informal (26%). Porm quando se observa a quantidade de leite
fluido comercializado em Litros, pode-se comprovar que o leite informal representa a maior
parcela do leite comercializado, representando 243,8L/semana (tabela 1). As razes que levam o
consumidor a preferirem este tipo de leite podem ocorrer devido ao menor preo pago dentre os
tipos pesquisados (R$ 1,30).
Santos et al.(2002) e Vilela et al. (2002) comentam que a produo de leite informal
muito resistente a crise por ter um mercado consumidor fiel, porm esse mercado tem dificuldade
de desenvolver.
0300
30
25
20
15
10
5
0
Cru
Pasteurizado
UHT (caixinha)
Outro fato que merece destaque, que do total de leite fluido cru comercializado em
Apodi, 50% so embaladas em garrafas pets reutilizadas e 50% em vasilhames trazidos ao
comrcio pelo comprador. Os dois casos so preocupantes, tendo em vista que os manipuladores
manuseiam o leite sem nenhum controle sanitrio de qualidade, podendo ocorrer ainda
contaminao por deficincias de procedimentos de higiene nas embalagens. Outro fato
observado nos estabelecimentos em relao venda do leite in natura a falta de locais
apropriados para a correta armazenagem do leite, j que este depende de locais refrigerados e
com higienizao adequada para manter as qualidades nutritivas do leite.
Tabela 1. Quantidade mdia semanal (em litros) e preo mdio (R$) do leite fluido comercializado nos mercados do
municpio de Apodi-RN
Quant (L)
243,8
86,9
15,5
Preo (R$)
1,30
1,80
2,80
5 CONCLUSO
Com a realizao da pesquisa foi possvel observar que ainda significante a parcela dos
estabelecimentos comerciais apodiense que possui o hbito de vender o leite cru, ou seja, aquele
que no recebe nenhum tratamento trmico que vise eliminar microrganismos patognicos, por
motivos diversos, desde a cultura de que este seria um leite com mais qualidade nutricional, at o
preo.
Fica evidente a necessidade de um trabalho de conscientizao dos produtores e donos de
estabelecimento comerciais quanto aos riscos relacionados sade aos quais esto susceptveis,
assim como uma maior fiscalizao, por parte dos rgos responsveis, do comrcio de leite que
no atende s normas estabelecidas pela Legislao vigente (IN 51).
0301
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANDRADE, N.J.; AJAO, D.B.; ZOTTOLA, E.A.; Growth and adherence on stainless steel by
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Nacional de Inspeo de Produtos de Origem Animal. Regulamento de Inspeo Indstria e
Sanitria de Produtos de Origem Animal. Aprovado pelo Decreto 30.691 de 29 de maro de 1952
e alterado pelo Decreto 1.255 de 25 de junho de 1962. Rio de Janeiro. 1952.
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Tarso Monteiro Pires, Dunaldson Eliezer Guedes Alcoforado da Rocha, Valdeclio Galvo Duarte de
Carvalho. Recife: CPRM/PRODEEM, 2005. 11 p.
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Programa de Ps-graduao em Cincias Veterinrias da UFRGS. 2001. Disponvel em:
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Leiteira na Regio Sul do Brasil, 2002, Maring. Anais... ing: UEM/CCA/DZONUPEL, 2002.
0302
E-mail:
RESUMO
Este trabalho teve por objetivo avaliar alguns parmetros
de qualidade do mel de abelha (Apis Mellifera L.) em
comparao com o de glucose de milho. Foram
analisadas cinco amostras de mis comercializadas no
comrcio varejista do municpio de Alexandria - RN
nomeadas: amostras 01, 02, 03 e 04 todas de (Apis
Mellifera L.) e 05 (mel de glucose de milho). Anlises
realizadas foram: pH, acidez (miliequivalente/kg),
umidade (%), cinzas (%) e cor (mm pfund). Observou-se
que todas as anlises das diferentes amostras de mis
0303
1 INTRODUO
O mel de abelhas um produto muito apreciado, no entanto, de fcil adulterao com
acares ou xaropes. Dessa forma, necessrio que haja algumas anlises para a determinao de
sua qualidade para que seja comercializado. O mel basicamente uma mistura complexa de
acares altamente concentrada. A composio do mel depende de muitos fatores tais como:
espcies colhidas, natureza do solo, raa da abelha, estado fisiolgico da colnia, estado de
maturao do mel e condies meteorolgicas [1].
Assim, o mel fica sujeito a variaes em seu aroma, paladar, colorao, viscosidade e
propriedades medicinais. Contudo, estas caractersticas tambm podem ser modificadas por
adulteraes geradas por fontes no confiveis que fazem mau uso do produto, adicionando em
sua composio substncias de menor valor comercial e nutritivo. Isso ocorre principalmente em
um preo relativamente alto, incentivando a sua adulterao [2].
No Brasil, a legislao atual determina que seja expressamente proibida a utilizao de
qualquer tipo de aditivos. As anlises fsico-qumicas de mis contribuem para o controle de
qualidade e para a fiscalizao dos mesmos. Seus resultados so comparados com os padres
citados por rgos oficiais internacionais, ou com os estabelecidos pelo prprio pas, protegendo
contra fraude. Os parmetros fsico-qumicos so importantes para sua caracterizao, e
primordial para garantir a qualidade do mel no mercado [3].
O mel produto natural elaborado pelas abelhas extremamente benfico ao ser humano,
enquanto que o mel de glucose de milho um produto industrializado, e produzido a partir da
glicose do acar, ao qual so adicionados diversos produtos qumicos, principalmente
conservantes, o que o torna malfico ao consumo. A uma grande diferena entre os dois na hora
da comercializao, pois h determinadas receitas culinrias que so preparadas com glucose de
milho e que se fosse utilizado o mel, no daria certo, pela consistncia diferenciada entre os dois
produtos. E tambm h medicamentos preparadas base de mel e que no funcionariam caso
fossem preparados com o mel de glucose de milho.
Assim esse trabalho teve por objetivo avaliar os parmetros fsico-qumicos dos mis de
abelha (Apis Mellifera L.) e do de glucose de milho, de acordo com os parmetros da legislao
brasileira, e verificar algum tipo de diferena entre os mesmos.
2 METODOLOGIA
As anlises foram determinadas no laboratrio de Fsico-Qumica do Instituto Federal de
Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), campus Pau dos Ferros.
Foram coletadas 5 amostras provenientes do comrcio varejista do municpio de
Alexandria - RN nomeadas: amostras 01, 02, 03 e 04 todas de (Apis Mellifera L.) e 05 (mel de
glucose de milho).
0304
3 RESULTADOS E DISCUSSES
Os resultados das anlises fsico-qumicas esto reunidos na Tabela 1. Os valores de pH no
esto padronizados pela legislao vigente, assim, sua determinao no controle de qualidade do
mel no obrigatria. De acordo com os resultados apresentados nesta Tabela, em relao
legislao vigente, quanto prova de acidez todas as amostras encontram-se dentro dos padres
exigidos, variando entre 24,9 e 36,8 miliequivalente/kg de mel.
interessante notar a baixa acidez da amostra 05 (mel de glucose de milho) pelo fato
deste no ser produzido a partir do nctar (matria prima do mel), e tambm porserem
adicionados diversos produtos qumicos, aromticos e corantes muitas vezes nocivos sade,
como anilina, iodo, gua de rosas, baunilha, e at "mercrio - cromo e mertiolate", diminuindo sua
acidez.
Com relao umidade 100% das amostras analisadas foram aprovadas pelos parmetros
assim especificados na tabela como padro, com uma mdia de 17,9 a 21, 1 %.
Em relao ao teor de minerais totais (cinzas), todas as amostras apresentam-se dentro dos
padres permitidos Tabela 1, uma vez que pelo Regulamento Tcnico de Identidade e Qualidade
do mel, permite--o ainda, como mel
para consumo.
Na cor todas as amostras se encontram entre mbar claro a mbar escuro, mantendo-se
dentro dos parmetros de qualidade permitidos pela legislao brasileira.
Tabela 1: Valores fsico-qumicos de amostras de mis analisadas neste trabalho.
Amostras
pH
Umidade (%)
3,95
Acidez Livre
(milieq/kg)
36,894
01
Cinzas (%)
21,13
0, 277
02
3,67
34,756
18,05
0, 260
03
4,98
24,972
18,90
0, 497
04
4,19
30,728
17,99
0, 246
Cor
(mmp/Fund)
122
mbar-escuro
107
mbar
150
mbar-escuro
71
0305
05
4,17
12,132
19,26
Legislao
Brasileira
_____
Mximo
50
Mximo
20
0, 327
Mximo
0,6
mbar-claro
75
mbar-claro
mbar claro escuro
Valores muito baixos de pH podem indicar adulterao por xarope de sacarose ou amido
invertido por hidrlise cida, enquanto valores muito altos evidenciam caldas de sacarose sem
adio de cido.
, ,
nctar, alm das diferenas na composio do solo ou a associao de espcies vegetais para a
composio
Bertoldi et al. [4] concordam que teores de umidade dentro dos padres de referncia
potencializam a promoo de um aumento da vida de prateleira do produto, uma vez que propicia
condio desfavorvel para o desenvolvimento microbiano.
De uma forma geral, as amostras analisadas mostram que os mis estudados encontram-se
dentro do limite preconizado pela legislao.
4 CONCLUSES
Ao final deste estudo, observou-se que todas as amostras encontram-se dentro dos
parmetros fsico-qumicos dentro dos limites aceitveis. Apenas a amostra 05 apresentou um
parmetro de acidez com valor em desacordo com relao s amostras 01, 02, 03 e 04.
Essa baixa acidez pelo fato de ser um produto industrializado e ser adicionados durante sua
fabricao diversos produtos qumicos e aromticos. Devem-se alertar os consumidores sobre os
cuidados na hora de comprar o mel, pois muitos comerciantes esto vendendo Glucose de Milho
como mel de abelha, dessa forma sendo enganados e correndo srios riscos se consumirem este
produto puro.
Este trabalho de importncia no controle de qualidade do mel produzido, e devero ser
analisadas outras amostras da regio como tambm sero feitas outras anlises fsico-qumicas e
microbiolgicas.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
[1] PRICO, E.; TIUMAN, T. S.; LAWICH, M. C.; KRUGER, R. L. Avaliao Microbiolgica e Fsicoqumica de Mis Comercializados no Municpio de Toledo, Pr. Rev Cin. Exatas e Naturais, Vol.13,
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[2] RIBEIRO, R. O. R.; SILVA, C.; MONTEIRO, M. L.; BAPTISTA, R. F.; GUI- MARES, C. F.; MARSICO, E.
T.; MANO, S. B.; PARDI, H. S. Avaliao comparativa da qualidade fsico-qumica de mis
0306
0307
RESUMO
O ser humano primitivo aprendeu retirar da natureza o
que era necessrio para sua sobrevivncia ao deixar de
ser nmade, sendo fundamental a compreenso do
manejo dos recursos naturais em seu entorno.
Objetivou-se com este estudo, resgatar, identificar,
sistematizar e valorizar o saber tradicional cultural sobre
o solo e o ambiente o qual esto inseridos os agricultores
da comunidade Pedro Ezequiel, municpio de Ipangua RN, inter-relacionando-o com o conhecimento gerado no
meio cientfico atravs do estabelecimento de
0308
INTRODUO
Desde a antiguidade o ser humano primitivo aprendeu retirar da natureza o que era
necessrio para sua sobrevivncia, seja na coleta de frutos, folhas ou razes. Desta maneira com o
passar dos anos, o ser humano foi se adaptando e se fixando em certos espaos ou territrios,
deixando de ser nmade. Para essa fixao foi fundamental a compreenso do manejo dos
recursos naturais em seu entorno, particularmente no que diz respeito a solo, gua, planta e
animal.
Assim esse conhecimento milenar tem sido passado de gerao a gerao h pelo menos
10.000 anos, perodo onde surge base da agricultura moderna. Tais informaes serviram de
base para o desenvolvimento cientfico das cincias agrrias e a cincia do solo atual, no entanto
esses conhecimentos tem se distanciado, principalmente ao longo dos ltimos 50 anos, com a
modernizao da agricultura ou revoluo verde, o que tem provocado srias consequncias ao
ambiente e degradao dos recursos naturais.
Para Alves et al. (2006) na medida em que ideias e interpretaes baseadas na cincia
formal, muitas vezes trazidas de regies temperadas, falham ao serem aplicadas no manejo dos
solos em ecossistemas tropicais, torna-se evidente que o conhecimento local, presente em grupos
humanos que vm interagindo com solos e ambientes por geraes, pode oferecer novas e
instigantes perspectivas para o manejo e a conservao, em bases sustentveis, inclusive em
nosso pas.
Essa viso vai ao encontro do conceito de co-evoluo, um dos elementos centrais na
Agroecologia, pois para Casado, Molina e Guzmn (2000), um dos efeitos derivados do princpio da
co-evoluo se d no reconhecimento de que os sistemas agrrios tradicionais tm co-evoludo
durante centenas de anos, e assim a experincia adquirida pelos camponeses que historicamente
os tem manejado com o saber e o conhecimento associado que tem desenvolvido e acumulado
com o tempo.
Tambm para Morin (2000) o conhecimento s tem sentido quando situado no contexto,
sendo que a ausncia da contextualizao torna o processo cognitivo insuficiente e assim todas as
condutas se aprendem e so aprendidas em um ambiente e todos os ambientes tm capacidade
de educar. Dessa forma contraria as premissas dominantes na pesquisa cientfica, como a qual
muitas vezes, submete a segundo plano o conhecimento dos agricultores com suas pesquisas
predominantemente realizadas em centros universitrios desconsiderando os diversos contextos
os quais esto inseridos os agricultores, e assim tratando-os to somente como objeto ou
receptores das pesquisas, jamais como sujeitos ativos e legtimos detentores de conhecimento
capazes de contribuir ativamente na definio, planejamento e execuo das pesquisas.
J para Correia et al.(2007) um dos desafios para construo de modelos agrcolas que se
referenciam pela sustentabilidade a utilizao de conhecimentos cientficos adequados a
singulares situaes sociais. Para isso, necessrio considerar saberes acumulados por
agricultores no espao e no tempo. No caso do recurso solos, pouco desse saber considerado
no ensino em cincia do solo e nos trabalhos de pedologia.
0309
Dessa forma Alves et al. (2005) afirma que a realizao de pesquisas etnopedolgica em
contextos sociais e pedolgicos pode contribuir para o avano da cincia do solo, sendo tambm
uma oportunidade para uma melhor compreenso das formas campesinas de conhecimento e
manejo de solos.
Assim sendo buscou-se com este estudo, resgatar, identificar, sistematizar e valorizar o
saber tradicional cultural sobre o solo e o ambiente o qual esto inseridos, inter-relacionando-o
com o conhecimento gerado no meio cientfico atravs do estabelecimento de metodologias
participativas a partir de uma reflexo dialogada com os agricultores e sua viso de protagonistas
desse processo.
REVISO BIBLIOGRFICA
Embora o conhecimento dos agricultores sobre o uso das terras possa auxiliar no
levantamento de solos e ser imprescindvel, muitas vezes, no plano de manejo sustentvel dos
recursos naturais, no existe uma ponte ou mesmo uma complementaridade na construo do
conhecimento cientfico tido aqui como o Sistema Brasileiro de Classificao de Solos (SiBCS) de
acordo com EMBRAPA (2006) e a classificao campesina dos solos, localmente adotada pelos
agricultores, emergindo assim uma barreira no momento da comunicao sobre identificao, uso
e conservao dos solos entre agricultores e tcnicos extensionistas ou pesquisadores.
Assim considerando o solo como estratificador de ambientes e base para elaborao do
planejamento de uso da terra, a integrao entre saberes de agricultores e de pedlogos pode
permitir a construo de modelos agrcolas mais adequados realidade local (Correia et al., 2007).
No entanto a falta de legitimidade dado aos conhecimentos culturais por parte dos cientistas
convencionais tem feito com que muitos programas e projetos venham a fracassar por falta de um
dilogo verdadeiro que promova a construo de um novo conhecimento justapondo o
conhecimento acadmico ao conhecimento campesino.
Contrariando essa falta de legitimidade Correia et al. (2007), em um estudo de caso em Rio
Pardo Minas, conclui que os dois modos de construo do conhecimento sobre solos (do agricultor
e do pedlogo) no so conflitantes.
J Vale Jr. et al. (2007) confrontaram a experincia etnopedolgica dos ndios Uapixana
com o SiBCS, durante o levantamento de solos da Terra Indgena Malacacheta, estado de Roraima,
e afirmaram que o dilogo etnopedolgico travado entre a comunidade indgena e os pedlogos
trouxe contribuies muito relevantes e mutuamente benficas, facilitando a transferncia de
conhecimento entre os dois saberes, in loco, e ainda a experincia permitiu uma real comunicao
e aproximao entre os agentes do saber (indgenas e tcnico), com base na troca e em
descobertas mtuas de conhecimentos.
Tambm em um estudo relacionando o conhecimento local do ambiente com os atributos
qumicos e fsicos do solo e com o Sistema de Capacidade de Uso das Terras para fins de reforma
agrria, no Norte de Minas Gerais, Fernandes et al. (2008), concluram que o conhecimento local
0310
sobre o uso das terras mostrou estreita relao com o Sistema de Capacidade de Uso, constituindo
uma ferramenta para o parcelamento das terras para fins de Reforma Agrria.
J Benassi et al. (2009) mostraram que os agricultores reconhecem os diferentes tipos de
solos existentes nas suas unidades de explorao agrcola, tipificando-os por meio de um sistema
prprio de classificao.
Para isso Alves (2004), com o intuito de analisar o perfil do solo em profundidade atravs
da viso de um grupo de arteses loiceiros solicitou que um dos cinco informantes primrios,
indicasse e nomeasse, de acordo com seus prprios critrios, os tipos de materiais que ele (a)
fosse capaz de reconhecer nesses perfis, sendo que em seguida foram coletadas amostras dos
materiais indicados pelos ceramistas, medindo-se tambm as respectivas profundidades e
espessuras.
J Correia et al. (2007), em um estudo de caso em Rio Pardo Minas, obteve as informao
dos agricultores sobre solos e ambientes utilizando-se de tcnicas de estudos etnogrficos, como
observao participante, entrevistas semiestruturadas, histrias de vida e caminhadas
transversais, alm da tcnica de desenho de mapas das propriedades, realizados pelos prprios
moradores.
Benassi et al. (2009) analisaram o conhecimento dos agricultores familiares da regio
Centro-Sul do Paran sobre os solos de pequenas comunidades rurais tradicionais por meio de
metodologias participativas e abordagem direta. Aplicando trinta questionrios semi-estruturados
aos agricultores e, como auxlio dos mesmos organizaram croquis com a distribuio dos solos na
paisagem, por meio de tcnicas de ranqueamento e tempestade de idias.
Dessa forma a investigao de termos locais culturalmente utilizados pelos agricultores
como carrasco, arisco, salo, massap, cabea de gato entre outros, poder
proporcionar no s a socializao de interpretaes entre o conhecimento cientfico e o cultural,
mas a construo de um novo conhecimento com maior potencial de aplicao e sustentabilidade.
METODOLOGIA
As aes do projeto foram realizadas na Microrregio do Vale do Au, uma das dezenove
microrregies do estado brasileiro do Rio Grande do Norte pertencente Mesorregio do Oeste
Potiguar, na comunidade rural de Pedro Ezequiel (Figura 1), situada na cidade de Ipanguau RN
dentro da abrangncia da realidade que envolve o IFRN, Campus Ipanguau. O municpio localizase a uma latitude sul de 5 29 56 e longitude a oeste de 36 51 10, com uma rea territorial de
374, 236 km (37.424 ha) e uma estimativa de 13.856 habitantes, sendo que sua densidade
demogrfica de 37,02 (hab/km) com clima considerado semirido, portanto, quente e seco e
uma precipitao pluviomtrica bastante irregular.
O trabalho foi realizado durante o ano de 2012, nesse perodo foram feitas visitas de
acordo com agendas acordadas com a comunidade e entrevistados. A percepo dos agricultores
sobre os diferentes ambientes bem como seus sistemas de classificao teve como base os
0311
RESULTADOS E DISCUSSES
0312
Foi possvel perceber que dentre os critrios para diferenciar os ambientes e os solos ali
encontrados, os agricultores utilizaram fortemente o atributo cor e fertilidade, embora tambm
fizessem uso de outros atributos de diferenciao, inclusive no nvel de camadas, como foi
identificado por outros autores como Correia et al. (2007).
(Agricultor)
4.1.1 Vrzea ou Vrzea argilosa
Embora as reas de Vrzea ou Vagem ou ainda vargem, muitas vezes passar boa parte do
inverno indisponvel, devido aos alagamentos, o ambiente mais utilizado pelos agricultores no
assentamento para a produo agrcola, segundo os mesmos por ser uma terra boa e frtil,
plantando-se principalmente batata- doce e o milho, podendo ainda ser utilizada para outras
culturas como banana e hortalias.
Ambiente semelhante foi descrito por Moura & Souza (2013) como barro de vargem
sendo atribudos a estes solos caractersticas como ricos e produtivos.
4.1.2 Vrzea ariscada ou Arisco
A Vrzea ariscada ou simplesmente arisco, indicado pelos agricultores como sendo um solo
misto, caracteriza-se pela mistura de barro e areia. Identificam ainda que este solo apresenta uma
diferenciao de camadas, sendo que logo aps uma camada superficial de areia e pedras estaria
uma camada mais argilosa, opaca, e logo abaixo uma camada mais arenosa. Algo semelhante foi
descrito por Moura & Souza (2013) onde encontraram a denominao Arisco Barreado
descrevendo como um solo mais solto que o barro ou argila, componente textural predominante
nos solos de vrzea, embora no tenho observado a diferenciao de camadas.
0313
CONCLUSO
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
0314
0315
RESUMO
A Artemia sp conhecida na regio de Macau como
artmia salina ou tambm, em outras regies do Brasil,
como camaro de salmoura, um micro-crustceo
braquipoda, pertencente ao filo Arthropoda e a
ordem Anostraca. Esses micro-crustceos apresentam-se
como excelente dieta alimentar para peixes e crustceos
no ambiente natural e so ricas em protenas, vitaminas
(caroteno) e sais minerais, por isso so utilizadas em
larga escala na aquicultura de camares e peixes na fase
larval,
0316
1 . INTRODUO
A Artemia sp conhecida na regio de Macau como artmia salina ou tambm, em outras
regies do Brasil, como camaro de salmoura, um micro-crustceo braquipoda, pertencente ao
filo Arthropoda e a ordem Anostraca. Existem seis espcies de artmias espalhadas pelo mundo
(STORER e USINGER, 1984), sendo consideradas cosmopolitas e adaptadas a um amplo alcance de
ambientes. Segundo PEREIRA (2001) dependendo dos diferentes parmetros fisiolgicos e
bioqumicos do ambiente, as populaes de artmia podem se reproduzir sexualmente ou
parterogeneticamente, liberando nuplios ou cistos. Segundo PEREIRA (2001) a artmia est
adaptada grandes mudanas ambientais, tais como, variaes abruptas de salinidade,
temperatura e oxignio dissolvido.
Esses micro-crustceos apresentam-se como excelente dieta alimentar para peixes e
crustceos no ambiente natural, devido a isso prefere habitar locais com difcil sobrevivncia para
outras espcies, como as salinas que chegam a atingir temperaturas de at 40C e salinidade de
at 300 partes por mil, pois nestes ambientes conseguem escapar dos predadores. Todavia SEALE
(1933) e ROLLEFSEN (1939) descreveram sobre o alto valor do nuplios de artmia como alimento
para alevinos e com o desenvolvimento principalmente da carcinicultura no Brasil, houve um
incremento da demanda de cisto e biomassa de artmia. Alm disso as artmias tem sido utilizado
nas pesquisas (IGARASHI et al., 1989). As artmias so ricas em protenas, vitaminas (caroteno) e
sais minerais, por isso so utilizadas em larga escala em cultivo de camares e peixes na fase
larval, acelerando o crescimento dos animais (CMARA, 2004).
As artmias apresentam certa rusticidade operacional, facilidade no cultivo, no manejo, na
estocagem do cisto e tm o tamanho ideal para alimentar larvas de peixes ou de outros
crustceos. A crescente demanda de cistos de artmia salina, em contraste com o estacionrio
suprimento deste tipo de alimento, motivou tentativas das mais diversas para solucionar este
problema, considerado j em 1976, ponto de estrangulamento para a aquicultura em todo o
mundo. Segundo (SOGERLOOS,1976), as primeiras tentativas para inoculao de artmia salinas
em ambientes naturais, ocorreram no incio da dcada de sessenta, nas lagunas hiper salinas da
Ilha Christmas, no Pacfico Central, entretanto, por razes de fatores ecolgicos adversos, no
foram bem sucedidas. Os resultados satisfatrios, s foram realizados atravs de inoculaes
temporrias, que tm sido conseguidos em reas de salina em pases como Filipinas (LOS SANTOS,
1980) e Tailndia (VOS & TANSUTAPANIT, 1979).
Os melhores resultados foram obtidos em Macau, Nordeste do Brasil, a partir de
inoculaes feitas com cistos de artmia salina importados da Califrnia, E.U.A. Segundo Cmara
(2000), populaes deste crustceo se dispersaram por toda a regio salineira do Rio Grande do
Norte. As populaes de artmia adaptaram-se s condies ambientais encontradas nas salinas
do Rio Grande do Norte. Nestas reas, esses microcrustceos ocorrem em maior frequncia nos
evaporadores de elevada salinidade (superiores a 100) e temperatura, que constituem refgio
contra predadores (AMARAL, 1987). As salinas artesanais so compostas basicamente de tanques
evaporadores. Porm o que favorece a produo do sal e consequentemente de artmia, a alta
salinidade da gua do mar (superior a 40 g.L-1), neste contexto a ao dos ventos e o trabalho dos
0317
moinhos bombeiam a gua para o interior dos tanques, assim a gua do mar passa de um tanque
para outro, evaporando e aumentando o grau de salinidade e por ltimo, a cristalizao do sal,
ocorre nos tanques menores (BMLP, 2004).
Segundo CMARA (2004) h aproximadamente 25.000 ha de evaporadores que produzem
anualmente 5 milhes de toneladas de cloreto de sdio (NaCl) e o aumento da salinidade (35 a
280 ) alcanado nos evaporadores em funo da alta taxa de evaporao diria (> 7 mm) e
baixa pluviosidade anual (< 1.000 mm).
A produo do micro-crustceo Artemia sp. encontra-se voltada para o uso em cultivos de
larvas de crustceos e peixes, de elevados valor comercial, sendo utilizadas vivas, como nuplios
ou adultos, como biomassa congelada e tambm micro encapsulada. Observa-se em alguns
trabalhos publicados no Brasil que existem poucas informaes sobre a produo de Artemia sp. a
nvel industrial e sabe-se que o extrativismo ainda pouco explorado.
Segundo CMARA (2004) aqui no Brasil, cerca de 250 toneladas de biomassa de A.
franciscana so coletadas anualmente, considerando uma capacidade mxima sustentvel de 0,2
toneladas por hectare/ano, a produo atual (250 toneladas) poderia ser incrementada em at 12
vezes (3.000 toneladas) nos 15.000 ha de evaporadores disponveis.
Todavia o potencial da produo de artmia no Brasil evidente, mas requer investimento,
pesquisas e a integrao das indstrias para obter sucessos e ser uma alternativa sustentvel para
a regio Nordeste do Brasil.
Desta forma, o presente estudo objetivou analisar em laboratrio a biologia da Artemia sp.
observando a taxa de desenvolvimento desde ecloso dos cistos em diferentes parmetros da
gua.
2 . METODOLOGIA
2.1 Coletas dos Cistos
Os locais da coleta de cistos e biomassa de artmia so os evaporadores das salinas, onde a
salinidade atinge entre 100 e 160 g.L-1 (Figura 1), nestes locais os cistos depositados flutuam e so
acumulados pela ao dos ventos, facilitando o trabalho de coleta com redes, sacos de algodo
e/ou ps (Figura 2). A biomassa coletada nos canais de circulao entre os evaporadores (BMLP,
2004). Aps uma lavagem inicial para retirada de detritos, os cistos coletados so lavados em
diferentes peneiras, e os cistos viveis so estocados para posterior limpeza, secagem e
embalagem (CMARA, 1996).
0318
x
x
x
x
x
x
3 . RESULTADOS
No presente estudo foram realizados cinco experimentos (I, II, III, IV e V), obtendo-se xito
de ecloso satisfatria em apenas trs deles.
Os experimentos I e II apresentaram uma baixa taxa de ecloso, sendo de 35% (Tabela I).
Aps anlise em lupa, observou-se a presena de fungos que se desenvolveram no experimento,
este seria o provvel fator que justificasse a baixa porcentagem de ecloso.
No satisfeito com a ideia de que as baixas ecloses dos experimentos (I e II) fora causadas
pela contaminao de fungos e bactrias, foram feitos mais trs experimentos e para os mesmos,
foram usado um novo critrio de parmetros, acompanhados de vrios estudos, no intuito de
obtermos uma explicao que justificasse uma ecloso de 35%, quando a normal, seria no mnimo,
75%.
Neste estudo podemos observar que nas mudanas realizadas, elevamos as taxas de acidez
da gua, (PH de 7 para 8), o oxignio dissolvido (OD) que antes oscilava entre 27 a 30, foi elevado
para 40, a temperatura ambiente, que se encontrava entre 18 e 26, estabilizaram em 28C, por
todo perodo da ecloso e, finalmente, a gua descansada por 15 dias que tambm, nos favorece
com espao de tempo, a vantagem de detectar se existem fungos ou bactrias antes de ser usada.
Os experimentos III, IV e V depois de receber precisas mudanas, tiveram uma elevao das
taxas de ecloses bastante satisfatrias, chegando a 75%, 80% e 85%, taxas que superam as
exigncias do mercado; este estudo tambm nos forneceu o procedimento correto para a ecloso
perfeita dos cistos de artmia, mostrando-nos que para uma boa ecloso, necessrio:
a)- Um cisto de boa qualidade, (tipo A).
b)- gua de 35/00 ppm de salinidade, descansada por 15 dias.
c)- Hidratao dos cistos durante 1:30hm, seguida de descapsulao higienizada com
Hipoclorito de sdio, (cloro).
(d)- Uma temperatura permanente de 28C durante toda ecloso.
(e)- Acidez da gua, (PH estabilizou na escala de 8 ).
(f)-Oxignio dissolvido, (OD de 29 at 40).
(g)-Uma aerao constante de 24 horas com luz permanente.
0319
4 . CONCLUSO
De acordo com o presente trabalho, pode-se concluir que os experimentos de ecloses
com artmia salina em condies laboratoriais do IFRN Campus Macau, demonstraram resultados
satisfatrios aps adotados critrios de diferentes parmetros, que apresentaram mudanas nas
elevaes das taxas de ecloses que foram alm das exigidas pelo mercado dos carcinicultores e
piscicultores no Brasil. Esta mudana de parmetros analisados ajudou no reconhecimento do
quanto necessrio os cuidados a serem seguidos no desempenho da ecloso de artmias em
laboratrios, seja para testes em pesquisas ou para a produo em larga escala, para empresas do
mercado de aquicultura.
5 . REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AMARAL, V. M. P. G. Cultivo de Artmia spp. In Ogawa, M. Koike, J. (editores) Manual de Pesca,
Fortaleza: Associao dos Engenheiros de Pesca do Estado do Cear, p. 251-253, 1987.
BMLP. As mulheres do Rio Grande do Norte. Disponvel em: http://web.uvic.ca/bmlp/portnews/BoletimRN.pdf. 2004.
CMARA, M. R. Artmia no Brasil: em busca de um modelo auto-sustentvel de produo.
Panorama da Aquicultura, Rio de Janeiro. 6(36): 16-19, 1996.
CMARA, M. R. Artmia no Brasil: do extrativismo ao cultivo. n. 62 nov/dez, 2000. Disponvel em:
www.panormadaaquicultura.com.br. 2000.
CMARA, M. R. Biomassa de Artmia na carcinicultura: repercusses ambientais, econmicas e
sociais. Panorama da Aquicultura. 14(82): 40-45, 2004.
IGARASHI, M. A.; SUGITA, H.; DEGUCHI, Y. Microflora associated with eggs and nauplii of Artemia
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Disponvel
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SEALE, A. Brine shrimp (Artemia) as satisfactory live food for fishes. Trans. Amer. Fish. Soc., 63:
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SORGELOOS, P. The brine shrimp, Artemia salina: A Bottleneck in mariculture. Fao Technical
Conference on Aquaculture. FIR:AQ/Com/76/E.77. 1976.
STORER, I.Z.; USINGER, K.L. Zoologia Geral. So Paulo: Ed. Nacional, 1984.
VOS, J. & A. TANSUTAPANIT. Detailed report on Artemia cysts inoculation in Bangpakong,
Cachoengsao Province. FAOIUNDP Field Doe. THAI75/ 008: 54 pp. 1979.
0320
RESUMO
No presente artigo foram analisados o modo tradicional
de feitura do chourio um doce feito com sangue de
porco, rapadura, coco, farinha e especiarias como cravo,
canela, erva-doce, gengibre e pimenta do reino e a
manipulao durante seu processo de acondicionamento
como um dos fatores de possveis contaminao do
doce. A despeito de o chourio ter sido cozido em fogo
lenha por, no mnimo, seis horas consecutivas, seu
acondicionamento normalmente feito em vasilhames
de flandres e em depsitos descartveis, para os quais o
fechamento s foram feitos aps o doce j est frio.
Nossa hiptese que nesse momento o doce torna-se
suscetvel contaminao sendo este um aspecto
negativo em seu processamento, o que o tornaria
invivel para consumo humano, sem que se apresente
HERITAGE EDUCATION IN GOOD VIEW INTO PARELHAS-RN: A STUDY OF SOCIOANTHROPOLOGICAL AND CHEMICAL CHARACTERIZATION OF CHOURIO
ABSTRACT
The present paper analyzed the traditional way of
making the sausage - a sweet made with pig's blood,
brown sugar, coconut, flour and spices like cloves,
cinnamon, fennel, ginger and black pepper - and
manipulation during the process of packing as a factor of
possible contamination of sweet. Despite the sausage
being cooked on a wood fire for at least six consecutive
hours, their packaging is usually done in tin containers
and disposable deposits, for which the closure was only
made after the candy is already cold. Our hypothesis is
that this time the sweet becomes susceptible to
contamination which is a negative aspect in its
processing, which would make it impossible for human
0321
1. INTRODUO
No presente artigo analisou-se o modo tradicional de feitura do chourio um doce feito
com sangue de porco, rapadura, coco, farinha e especiarias como cravo, canela, erva-doce,
gengibre e pimenta do reino e a manipulao durante seu processo de acondicionamento como
um dos fatores de contaminao do doce. A despeito de o chourio ter sido cozido em fogo
lenha por, no mnimo, seis horas consecutivas, seu acondicionamento foi feito em vasilhames de
flandres e em depsitos descartveis, os quais s foram tampados aps o doce j est frio. Nossa
hiptese era a de que o esfriamento do doce era um momento suscetvel sua contaminao e
um fator negativo em seu processo de fabricao para consumo humano. Para consecuo de
nossas anlises, utilizou-se o mtodo etnogrfico, uma vez que a participao na festa do chourio
na comunidade Boa Vista no municpio de Parelhas-RN, teve-se a oportunidade adiantar que esse
modo de acondicionamento vigente uma dos fatores principais de contaminao do chourio,
comprometendo sua qualidade higinica para consumo humano. Tal comprovao no invalida o
modo tradicional de feitura do chourio, mas sugere alteraes em suas formas de manipulao.
Comerciante especializado na compra, na venda e no abate de bovinos, caprinos, ovinos e sunos. Tambm
comercializa a carne desses animais e pode realizar a castrao artesanal dos machos.
2
Quando a dona da festa ou dos porcos no domina o saber-fazer do chourio, ela convida uma mestra conhecida, e
de sua confiana, para fazer o doce. O servio pode ser pago em dinheiro, em latas do doce ou em cortesia.
3
As palavras grifadas em negrito no decorrer do texto correspondem a termos empricos.
0322
Todo o espao que circunda as residncias dos stios e das fazendas, cujo limite demarcado pela limpeza feita pelas
mulheres, a qual o distingue do monturo e do mato. Normalmente, a parte de trs do terreiro denominada de
quintal, e as partes laterais de oites.
5
Comida sertaneja em forma de guisado, tambm conhecida por sarapatel, feita de fgado, corao, gordura, sangue
e bofe (estes dois ltimos, opcionais), aferventados e picados, de suno, caprino ou ovino. servido acompanhado de
farinha de mandioca. Em outras regies, o sarrabulho. O picado de porco considerado o mais carregado, se
comparado ao dos outros animais.
0323
poro de banha e passou a mex-la com uma colher de pau. Com tudo pronto, se que pode-se
usar esses termos para uma comida que cozinhou mais de seis horas, a mestra, em clima de
animao e, ao mesmo tempo, de tenso, pediu a seus ajudantes (homens e mulheres) que
montassem uma trempe e pusessem o tacho. Por volta de uma hora, aps ser colocado no fogo, o
doce apresentou a primeira fervura. A partir da a mestra passou a contar o tempo de cozimento.
O cozimento teve incio s 9h30min, prolongando-se at s 15h30min.
A partir da a movimentao na casa de sua filha foi crescendo e entrou pela noite, quando
aconteceu a rifa do chourio. A mestra assumiu a tarefa de mexer o doce, mesmo assim aceitou a
ajuda de algumas pessoas de confiana, tanto na mexida como no cuidado com o fogo. Alguns,
porm, chegaram durante o cozimento, os que ainda no gozavam da confiana das mestras para
realizar uma tarefa to arriscada 7. Estes figuraram apenas como convidados e meros aprendizes.
O almoo foi servido aos presentes e no cardpio figuraram carne de porco torrada,
picado, feijo macaa, feijoada, macarro, arroz, farofa, refrigerante, saladas e galinha caipira
torrada. Segundo a anfitri, esta ltima comida foi preparada, especialmente, para as pessoas que
estavam doentes ou que tinham receio de comer carne de porco. As comidas foram dispostas na
mesa em tigelas e em pratos, de forma sincrnica, que iam sendo reabastecidos conforme o
apetite dos comensais. A oferta simultnea de todas elas parecia ser uma provocao aos
paladares mais aguados e famintos destes e se constitua em uma estratgia de ostentao. Esse
tipo de disposio da refeio no peculiar quelas residncias, mas uma regra presente no
estilo alimentar brasileiro e tambm foi observado em outros contextos por Lvi-Strauss (2006).
Esses modos mesa so usados no dia-a-dia e nas refeies festivas e tornam-se exemplos
mximos da representao da abundncia nessas ocasies. Quem estava sentado mesa teve o
direito de saborear de todas as comidas. Alm dos aspectos ostensivos, essas maneiras mesa so
formas de solidariedade, de compartilhamento e de convivialidade muito presentes nessa
sociedade, aspectos tambm observados por Fischler e Masson (2010) entre os franceses. Como
bem assinala Poulain (2004, p. 45), as maneiras mesa so uma representao concreta dos
valores fundamentais de uma cultura.
Encerrado o almoo, as atenes se voltaram novamente para o tacho de chourio. As
mulheres cuidaram da limpeza da cozinha e das vasilhas de leite em p, de doce e depsitos
descartveis, para acondicionar o chourio. Mais de seis horas haviam transcorrido desde a
primeira fervura, e o doce borbulhava ardentemente, quando a mestra decidiu que era o
momento de colocar o restante das especiarias e da garapa. Por volta das 15h30min, Dona
Damiana anunciou com entusiasmo que o doce estava cozido, ou como as mestras preferem no
ponto. A forma de saber se o doce estava no ponto usada por Dona Damiana foi observar se
ele estava enrugando, ou engelhando.
Com tudo pronto para a retirada do doce, a mestra solicitou aos homens que
providenciassem a transferncia do tacho do fogo para o cho do alpendre, tarefa bastante
6
0324
A prtica de raspar o tacho aps a retirada da comida recorrente na regio e usada tambm no caso do queijo de
manteiga, da canjica e de outros doces.
0325
momento, soubemos que um costume mant-lo aberto durante seu consumo e, de preferncia,
fora da geladeira.
2. REVISO BIBLIOGRFICA
Nossa abordagem terica neste projeto teve dois vieses: um socioantropolgico e um
bioqumico. O primeiro nos permitiu compreender a dimenso sociocultural da prtica do
chourio, em especial, das tcnicas culinrias utilizadas no modo de fazer o doce na regio e o
como esses saberes e fazeres so transmitidos no espao da cultura. O segundo tratou de uma
anlise de metais por absoro atmica que medir o tempo de conservao do chourio em
embalagem de vidro tampada a vcuo.
No campo socioantropolgico nos guiamos pela abordagem multidimensional da
antropologia da alimentao, representada por autores como Contreras e Gracia (2005), dentre
outros, e as orientaes de Fischler (1995) e Poulain (2004). O interesse da antropologia da
alimentao est voltado para uma leitura do universo alimentar que considera as interaes
entre os aspectos biolgico, ecolgico e social.
Os saberes e fazeres associados ao chourio pertencem a uma cultura alimentar que
formada por conjunto de representaes, de crenas, conhecimentos e de prticas herdadas
e/ou aprendidas que esto associadas alimentao e que so compartilhadas pelos indivduos de
uma cultura dada ou de um grupo social determinado dentro de uma cultura (CONTRERAS,
GRACIA, 2005, p. 37).
Como um patrimnio cultural, o chourio um smbolo de construo de identidade para
os seridoenses. Assim, um projeto que pretende trabalhar na perspectiva de uma educao
patrimonial (BALLART, 1997) deve pretender a preservao dessa comida identitria, algo
almejado por muitos seridoenses, conforme pudemos perceber em nossa etnografia do chourio
na regio.
Neste sentido, entendemos o patrimnio cultural como sendo o conjunto de bens
materiais e imateriais que se referem identidade, ao e memria dos diferentes grupos
sociais. Contudo, compreendemos o patrimnio no somente de bens culturais que herdamos do
passado e que transmitimos a geraes futuras, mas de um grupo significativo da populao por
meio de uma seleo consciente deseja legar ao futuro.
Durante anos temos aceitado diversos alimentos sem a menor preocupao com a
qualidade destes. A qualidade do alimento diz respeito ao conhecimento da composio de seus
nutrientes como na disponibilidade de molculas que participam da estrutura do nosso
organismo, bem como para assegurar a produo de energia para os processos bioqumicos.
Condies de armazenamento tambm devem ser muito bem controladas a fim de assegurar a
integridade da composio do alimento.
Nos dias de hoje, j temos a preocupao com a manipulao dos alimentos, escolha dos
materiais a serem usados para o transporte e armazenamento de alimentos, principalmente para
aqueles destinados a ficarem em um tempo de prateleira longo. O cuidado na manipulao exige
0326
3. METODOLOGIA
Na visita realizada a comunidade quilombola Boa Vista, em Parelhas-RN, levantou-se dados
de como o chourio feito, armazenado e acondicionado. Nesta anlise observou-se as
irregularidades cometidas desde a matana do porco at o armazenamento do chourio, as quais
necessariamente podem contribuir para a contaminao tanto da carne como do prprio
chourio.
Aps todas as observaes feitas pela equipe e identificadas s irregularidades no preparo,
a prxima etapa foi esterilizar todos os utenslios que seriam necessrios para a coleta do doce, o
qual foi acomodado em trs recipientes diferentes: um de vidro, um descartvel e no modo
tradicional em latas. Podemos observar esse acondicionamento na Figura 1.
0327
4. RESULTADOS E DISCUSSES
Partindo-se do principio de que uma manipulao adequada dos alimentos uma
manipulao norteada por Boas Prticas de Fabricao e com o objetivo de avaliar se os
manipuladores de alimentos manipulam adequadamente os alimentos. Nota-se que as pessoas
que realizam a matana do porco no tomam cuidados necessrios, alm do mais, as pessoas que
realizam essa matana os marchantes como so conhecidos, utilizam trajes irregulares, no
lavam as mos corretamente o que acomete uma contaminao tanto na carne que ir ser
consumida como no sangue que ser utilizado no doce.
Presenciou-se as mesmas atitudes na preparao do doce, a matria prima para
preparao da especiaria fica totalmente exposta e alojada em locais irregulares. Temos como
medidas incorretas o acondicionamento da rapadura, que ser diluda em garapa, esta fica
exposta durante toda a noite, sem nenhuma proteo, observa-se esse fato nas figuras 2, 3 e 4.
Outros dois pontos observados a acomodao do sangue que fica durante toda noite na
geladeira sem nenhuma proteo e o cozimento ao ar livre do chourio. Alm desses trs fatores
citados, outro ponto identificado foi o armazenamento do doce em potes de margarinas e em
latas, algumas delas enferrujadas. Estas ficam expostas durante horas sem proteo, s vo ser
cobertas quando concluda a rifa do doce. Um fato ruim, pois o problema da durabilidade da
especiaria est justamente em seu acondicionamento e em sua exposio ao meio.
0328
5. CONCLUSO
Por outro lado, em muitas comunidades h pessoas que continuam preparando e
consumindo alimentos seguindo regras tradicionais de manipulao que apresentam baixa
qualidade higinica. Isso no quer dizer que esses modos tradicionais de cuidados com o
cozimento e conservao dos alimentos devem ser desconstrudos em prol de uma nova
segurana alimentar. No mximo, acredita-se que eles precisam sofrer interferncias no que diz
respeito aos processos de manipulao e de higienizao.
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BALLART, Josep. El patrimonio histrico y arqueolgico: valor y uso. Barcelona: Ariel, 1997.
BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por uma segurana no mundo atual. Traduo Plnio
Dentzien. Rio Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.
______. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Traduo Carlos Alberto Medeiros. Rio
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
0329
0330
RESUMO
Neste trabalho foi realizada a caracterizao trmica,
utilizando tcnica termoanaltica de Calorimetria
Exploratria Diferencial (DSC) de filmes a base de albedo
com diferentes concentraes de gelatina. Os resultados
de DSC mostrou que a presena de gelatina no melhora
0331
1 INTRODUO
Existe um grande interesse no desenvolvimento de biofilmes comestveis ou degradveis
biologicamente, principalmente devido demanda por alimentos de alta qualidade, preocupaes
ambientais sobre o descarte de materiais no renovveis (utilizados como embalagem para
alimentos) e oportunidades para criar novos mercados de matrias-primas formadoras de filme,
como hidrocolides e lipdios [1,2].
Os biopolmeros mais utilizados na elaborao de filmes e coberturas comestveis so as
protenas (gelatina, casena, ovoalbumina, glten de trigo, zena e protenas miofibrilares), os
polissacardeos (amido e seus derivados, pectina, celulose e seus derivados, alginato e carragena)
e os lipdios (monoglicerdeos acetilados, cido esterico, ceras e steres de cido graxo) ou a
combinao dos mesmos [3].
Os filmes elaborados a partir de polissacardeos ou protenas possuem excelentes
propriedades mecnicas, pticas e sensoriais, porm so sensveis umidade e apresentam alto
coeficiente de permeabilidade ao vapor dgua. Ao contrrio, as coberturas compostas de lipdios
apresentam boas propriedades de barreiras ao vapor dgua, mas so opacas e pouco flexveis,
alm de apresentarem sabor residual, o que pode influenciar as caractersticas sensoriais do
alimento. A combinao dos biopolmeros tem como vantagem agregar os pontos positivos de
cada um dos constituintes utilizados [4].
O Brasil um grande produtor mundial de maracuj amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa
Degener) [5]. No pas, a fruta utilizada principalmente para o consumo in natura e fabricao
de sucos [6]. Os resduos do processamento de maracuj amarelo na produo de suco so a
casca, o albedo e as sementes, que correspondem a cerca de 40% a 60% da massa total da fruta,
sendo 12% a 32% somente de albedo [7-11].
O objetivo deste trabalho avaliar o efeito de diferentes concentraes de gelatina (GEL)
sobre as propriedades trmicas dos filmes base de albedo (ALB), por meio de anlise de
Calorimetria Exploratria Diferencial (DSC).
2 METODOLOGIA
Materiais: Os materiais utilizados neste trabalho foram:
i)
ii)
iii)
0332
Obteve-se o filme liquido e este foi colocado sobre placa de acrlico, e deixada secar a
temperatura ambiente por 24h para a obteno do filme.
Calorimetria Exploratria Diferencial (DSC): A anlise de DSC foi utilizada para determinar a
temperatura de transio vtrea (Tg) dos filmes. A amostra pesando aproximadamente 6mg foi
selada hermeticamente em panela de alumnio. Um recipiente vazio foi utilizado como referncia.
A temperatura da rampa foi de 20 a 220C por dois ciclos a uma taxa de aquecimento de 10C/min
usando calorimetria diferencial de varredura (DSC 60, Shimadzu, C304545), em atmosfera de
argnio. A temperatura de transio vtrea foi medida no segundo ciclo de aquecimento.
3 RESULTADOS E DISCUSSES
Imagens dos filmes de albedo so mostradas na Figura 2. Os filmes contendo 60% ALB e
70% ALB no apresentaram boa formao devido elevada concentrao de ALB e baixa
concentrao de GEL. O ALB puro no capaz de formar filme sendo necessrio utilizao de um
agente plastificante. A gelatina empregada como plastificante teve sua atuao limitada devido a
quantidade de albedo utilizado. Faz-se necessrio o estudo com outros agentes plastificantes para
0333
0334
Nas Fig. (3, 4, 5, 6 e 7) pode ser observado que a temperatura de transio vtrea dos filmes
de albedo mudou na medida em que foi modificado as concentraes de ALB e GEL aos filmes.
Alm disso, observa-se na Tab. 1 que os valores de Tg foram aumentados com o aumento do teor
de gelatina e diminuio teor de albedo, indicando que este no apresentou a funo de melhorar
as propriedades de flexibilidade dos filmes de albedo.
Filme
30% ALB + 70% GEL
40% ALB + 60% GEL
50% ALB + 50% GEL
60% ALB + 40% GEL
70% ALB + 30% GEL
Tg (C)
199
196
195
194
191
0335
4 CONCLUSO
x
x
x
A Gelatina no mostrou ter efeito plastificante quando adicionado a filmes de albedo com
elevadas concentraes.
O aumento da percentagem de gelatina provocou um aumento na temperatura de transio
vtrea.
Quantidades elevadas de albedo dificultam a formao do filme.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
1. Palmu PST. Preparao, propriedades e aplicao de biofilmes comestveis base de glten de
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0336
RESUMO
Na regio semirida do Brasil, agroecossistemas
familiares encontram-se sobre solos que so deficientes
em nutrientes. Nesse aspecto, a adubao orgnica
apropriada, pois a utilizao da biomassa vegetal e
animal podem proporcionar melhorias na fertilidade do
solo. No perodo de maio a outubro de 2012, foi
desenvolvido um experimento para avaliar o efeito da
adubao orgnica sobre os rendimentos do milho (Zea
mays L.). O trabalho foi realizado em Ipanguau (RN),
0337
1 INTRODUO
A adubao orgnica uma prtica de manejo do solo que produz inmeros benefcios
quando utilizada de forma correta. Para a regio semirida, especialmente nas pequenas
propriedades, o aumento da eficincia no uso dos recursos crucial, tendo em vista a sua escassez
e reduo na qualidade devido ao uso s vezes inadequado. Nesse aspecto, a contribuio da
adubao orgnica pode ser fundamental, tendo em vista benefcios como suprimento de
nitrognio ao sistema, aumento no teor de matria orgnica e de outros elementos, tais como
fosfatos e micronutrientes, alm da recuperao (reciclagem) de nutrientes lixiviados (KIEHL,
1985; SILVA, 2004). Esses so fatores que podem garantir a sustentabilidade da propriedade rural
por mais tempo.
Sendo a regio Semirida caracterizada pela escassez de gua durante a maior parte do
ano devido s baixas precipitaes e elevadas temperaturas, alm do baixo nvel tecnolgico
empregado na agricultura familiar, tecnologias devem ser utilizadas visando um manejo mais
adequado do solo para que assim possa haver uma melhor eficincia no uso dos recursos
disponveis, e o uso da adubao orgnica uma medida alternativa para a economia de gua e
nutrientes na agricultura, pois tem apresentado importantes resultados com relao a
manuteno da fertilidade do solo (PINTO; CRESTANA, 1998; MAPA, 2007).
Dessa forma, para manter ou aperfeioar a produo vegetal se faz necessria a realizao
de pesquisas que promovam o desenvolvimento de tcnicas adaptadas e viveis para a regio e
que com isto possibilitem maior eficincia na produo. Com base nisto, foi conduzido um ensaio
com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes fontes de adubos orgnicos na produtividade do
milho em um Neossolo flvico em Ipanguac, RN.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A adubao orgnica uma prtica realizada h milnios como forma de manuteno e
recuperao da fertilidade do solo, com o objetivo adicionar matria orgnica, reciclar nutrientes
e fixar nitrognio biologicamente (KIEHL, 1985), podendo ser incorporada ou mantida sobre a
superfcie do solo.
O Nordeste brasileiro possui como uma de suas caractersticas uma alta densidade de
pequenos e mdios agricultores, onde a prtica de agricultura de sequeiro predominante com
culturas anuais de subsistncia e criaes diversas, mantidas nas mesmas reas sob cultivos, alm
da ausncia ou deficincia de adubao qumica no cultivo, motivada pelos altos custos desse
insumo e a descapitalizao dos agricultores (SANTOS et al., 2009; NASCIMENTO, 20O3). Por estas
caractersticas, o uso da adubao orgnica uma prtica agrcola adequada para a regio, pois o
uso de insumos prprios contribui, significativamente, para o aumento da produtividade e
melhoria da qualidade do produto final, principalmente em culturas exploradas por pequenos
produtores, com baixa tecnologia e cultivo de subsistncia.
0338
Neste aspecto, o esterco bovino um insumo natural, de baixo custo, acessvel a pequenos
agricultores (SANTOS et al., 2009), sendo uma alternativa para a manuteno da matria orgnica
do solo, pois apresenta funo nutricional, j que fonte de N, P, S e micronutrientes essenciais,
para o crescimento vegetal (KIEHL, 1985). Quanto adubao verde, Alvarenga et al. (1995), ao
avaliarem as caractersticas de algumas leguminosas para a conservao do solo, observou que o
feijo guandu foi o que apresentou maior potencial para penetrao de razes no solo, produo
de biomassa area e imobilizao de nutrientes. As crotalrias e o capim mostraram-se mais
sensveis compactao do solo, concentrando suas razes mais superfcie, j o feijo de porco
destacou-se quanto velocidade inicial e percentagem de cobertura do solo.
Quanto ao manejo, Schroth et al. (1995) citado por Eiras e Coelho (2010) preferem a
deposio sobre o solo do material do adubo verde podado (mulch) ao adubo verde incorporado
por razes de proteo do solo e economia de trabalho. Os autores destacam tambm a menor
oscilao na temperatura do solo e a melhor reteno da umidade no solo com a cobertura,
promovendo-se condies mais favorveis ao crescimento da populao de minhocas.
Em uma regio com as caractersticas climticas do Vale do Au, esses efeitos so
extremamente desejveis nos solos agrcolas. Dessa forma, a adubao orgnica constitui um
conjunto de aes integradas que trazem grandes benefcios aos solos e sistemas agrcolas em
geral, como, por exemplo: proteo do solo contra eroso; elevao da taxa de infiltrao e
aumento da capacidade de reteno de gua; recuperao da estrutura; adio de matria
orgnica; aumento da CTC; promoo do aumento do teor de nitrognio; controle de nematides;
aumento e diversificao da populao de microrganismos do solo, incremento da capacidade de
reciclagem e mobilizao de nutrientes lixiviados ou pouco solveis em camadas mais profundas
do solo (PINTO; CRESTANA, 1998; KIEHL, 1985, NASCIMENTO, 2003).
Nesse aspecto, as ervas espontneas podem promover os mesmos efeitos de proteo do
solo e ciclagem de nutrientes que espcies cultivadas ou introduzidas para adubao verde
(FAVERO et al., 2000). Esses autores, trabalhando com sistemas com plantas espontneas e
leguminosas, concluram que o sistema com apenas as espontneas produziu menos biomassa e
acumulou menos nutrientes que os sistemas com leguminosas. Foram poucas as espontneas que
apresentaram teores de carbono, clcio e nitrognio prximos ou superiores aos das leguminosas.
No entanto, para potssio, magnsio e fsforo, ocorreu o inverso.
A maioria das espontneas apresentou teores de potssio, magnsio e de fsforo
superiores aos das leguminosas. Apesar de todos esses benefcios, as pesquisas envolvendo o uso
de adubos orgnicos e a produtividade de culturas agrcolas, em particular a do milho na regio
semirida nordestina, ainda so incipientes (NASCIMENTO, 2003; MENESES, 2007). Dessa forma,
estudos regionais so necessrios para o melhor aproveitamento das potencialidades e
entendimento dos mecanismos que promovem alteraes no solo pelo uso de cobertura vegetal e
adubaes, que podem auxiliar na determinao de prticas de manejo que melhorem o
rendimento das culturas (ANDREOLA et al., 2000).
0339
3 METODOLOGIA
3.1 Descrio da rea
O experimento foi realizado no Instituto Federal do Rio Grande do Norte, Campus
Ipanguau, no Distrito Base Fsica, municpio de Ipanguau durante o perodo de maio de 2012 a
outubro do mesmo ano. A mdia de precipitao pluvial da regio de cerca de 582,7 mm por
ano, com regime unimodal, sendo a estao mida geralmente de maro a junho e a estao seca
de julho a fevereiro. A anlise qumica do Neossolo flvico indicou pH =7,5; Ca+2 = 7,4 cmol C dm-3 ;
Mg+2 = 3,9 cmol C dm-3 ; K+ = 357 mgdm-3 ; Na = 1,7 cmol C dm-3(trocvel+solvel); Al+3 = 0,0
cmol C dm-3; P = 277 mgdm-3 ; matria orgnica = 38 g/kg. O delineamento experimental foi em
blocos casualizados com quatro repeties e cinco tratamentos, totalizando 20 parcelas
experimentais, com densidade de 50.000 plantas ha-1, ficando os tratamentos assim distribudos:
plantio e incorporao da Crotalaria (Crotalaria juncea) na poca de florao; Esterco bovino;
Plantio e incorporao da mucuna preta ( Mucuna aterrima) mais ervas espontneas; Ervas
Espontneas incorporadas; Testemunha, apenas o solo capinado.
O plantio da crotalria foi feito no incio de maio de 2012, em covas, no espaamento de
1,0 x 0,5 m. J a mucuna foi semeada no espaamento de 1,0 x 1,0 m, e desenvolveu-se junto com
as ervas espontneas, enquanto a parcela testemunha foi mantida limpa de ervas. Foi utilizada a
irrigao suplementar, por meio de sistema por asperso. A incorporao de toda biomassa,
inclusive da crotalaria ao solo, foi feita atravs de enxada rotativa, acoplada a um minitrator, aps
dois meses de crescimento. Logo aps a incorporao de todo o material vegetal nas parcelas foi
adicionado 300 kg de esterco nas parcelas respectivas, totalizando uma dose de 93 t por hectare.
A biomassa area da crotalaria, da mucuna, e das plantas espontneas, em todas as
parcelas, foram determinadas antes de serem incorporadas ao solo. Para isso, toda a biomassa
area dentro de trs quadros de 0,25 m, em cada parcela, foi cortada rente ao cho, levada
estufa de ventilao, uma temperatura mdia de 65C para secagem at peso constante. A
quantidade mdia de material orgnico incorporada calculada nas parcelas mucuna+ervas foi de
4,16 t/ha; de ervas espontneas, 3,17 t/ha e de crotalria, 2,32 t/ha.
0340
3.3 Colheita
Foram coletadas, aleatoriamente, em todas as parcelas, nas duas fileiras centrais, 10
plantas, nas quais foram medidas a altura da planta (distncia do nvel do solo ao ponto de
insero da lmina foliar mais alta) e da insero da primeira espiga (distncia do solo ao ponto de
insero da primeira espiga) com trena. Para determinao da matria seca, foi pesada 300 g de
material fresco e colocado para secar em estufa de circulao forada de ar a 65 C. Esse mesmo
procedimento foi utilizado para o esterco, ervas espontneas e ervas mais mucuna. A
produtividade foi avaliada considerando-se o peso total de espigas verdes em palha
comercializveis com tamanho igual ou maiores que 22 cm e as espigas despalhadas com tamanho
igual ou maior que 17 cm. Para as caractersticas avaliadas foram realizadas anlise de varincia e,
quando houve significncia, foi feito um teste de mdia utilizando o teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Encontram-se, na figura 1, os resultados referentes s caractersticas da cultura avaliadas;
observa-se que para as variveis espigas na palha maiores que 22 cm, espigas sem palha maiores
ou iguais a 17 cm e peso de espigas maiores que 22 cm, o tratamento com esterco foi o que
apresentou superioridade em relao aos demais. Esses resultados esto de acordo com Silva et
al., 2004, que constataram que a aplicao de doses de esterco bovino aumentou o nmero de
espigas empalhadas comercializves de duas cultivares de milho.
O valor mdio de espigas (10,5) maiores que 22 cm foram estatisticamente superiores aos
demais no tratamento com esterco, alcanando o dobro do valor mdio do segundo melhor
tratamento (ervas espontneas), que foi igual a 5,25. Um dos motivos deste resultado deve-se ao
fato do esterco servir como fonte de nutrientes. Vrios autores relataram tambm os efeitos
benficos da utilizao de vrias formas de matria orgnica sobre as plantas (SANTOS et al.,
2009; FAVERO et al., 2000; PRIMO et al., 2011). J os demais materiais, alm de no estarem
completamente decompostos, foram adicionados em quantidades inferiores, no podendo
realizar, dessa forma, nem um adequado fornecimento de nutrientes (por no estarem
completamente decompostos), nem uma cobertura de solo completa, visto que foram
0341
incorporados ao solo. A dose de esterco utilizada pde proporcionar tambm a formao de uma
cobertura morta sobre o solo, pois este no foi incorporado ao solo.
Figura 1: Espigas sem palha maiores ou iguais a 17 cm, espigas na palha maiores ou iguais a 22 cm, altura da
primeira espiga, peso das espigas maiores ou iguais a 22 cm, altura de planta e matria seca. Mdias seguidas da
mesma letra no diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
0342
Neste trabalho, o tratamento que apresentou a menor mdia de altura e a 3 menor altura
mdia de insero da primeira espiga foi o que proporcionou a melhor produtividade de espigas
para o milho, enquanto que o tratamento que apresentou a maior mdia de altura de plantas
apresentou o pior resultado no rendimento das espigas (figura 1). Resultado semelhante foi
encontrado por Lacerda e Silva (2006), onde o tratamento com esterco de galinha para a cultura
do algodo, com teores de nutrientes superiores ao do esterco bovino apresentou, com exceo
da varivel altura de planta, os maiores rendimentos nos tratamentos avaliados. Os autores
atriburam tal fato ao maior contedo de nutrientes no esterco de galinha. Neste caso, o
tratamento com esterco bovino apresentou-se superior as demais formas utilizadas nesse estudo
pelo que j foi discutido anteriormente.
De modo geral, os menores valores para as variveis analisadas, com exceo da altura de
planta, foram no tratamento com crotalria. Vale salientar que, nesse caso, a incorporao dessas
plantas foi feita quando as plantas j estavam frutificando, ou seja, a relao C/N estava elevada, o
que pode ter imobilizado nutrientes essenciais para a cultura.
Segundo Silva et al., (2008), a reduzida resposta aplicao de adubos orgnicos pode ser
explicada em parte pelo curto intervalo de tempo de avaliao, em culturas de ciclo rpido, como
aconteceu neste trabalho. Nesses casos, provvel que os nutrientes presentes nas fontes
orgnicas aplicadas no tenham sido disponibilizados. Esse efeito imediato ou residual depende de
vrios fatores, como o tipo (LACERDA; SILVA, 2006) e grau de decomposio (RODRIGUES, 1990
apud SILVA et al., 2008) da matria orgnica utilizada.
5 CONCLUSO
Nas condies em que foi conduzido o experimento, conclui-se que:
x
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0344
0345
RESUMO
Visa-se neste estudo avaliar o efeito de adubos
orgnicos na absoro de N, P e K e seus efeitos na
produtividade do milho (Zea mays L.). O
experimento ser conduzido no municpio de Ass,
RN. Os agroecossistemas da regio semirida na
regio Nordeste do Brasil possuem limitada
disponibilidade hdrica e encontram-se sobre solos
que so naturalmente deficientes em nutrientes,
como o nitrognio e o fsforo. Como agravante, o
0346
1 INTRODUO
A adubao orgnica uma prtica de manejo do solo que produz inmeros benefcios
quando utilizada de forma correta. Para a regio semirida, especialmente nas pequenas
propriedades, o aumento da eficincia no uso dos recursos crucial, tendo em vista a sua escassez
e reduo na qualidade devido ao uso s vezes inadequado. Nesse aspecto, a contribuio da
adubao orgnica pode ser fundamental, tendo em vista benefcios como suprimento de
nitrognio ao sistema, aumento no teor de matria orgnica e de outros elementos, tais como
fosfatos e micronutrientes, alm da recuperao (reciclagem) de nutrientes lixiviados (Kiehl, 1985,
Silva, 2004). Esses so fatores que podem garantir a sustentabilidade da propriedade rural por
mais tempo.
Sendo a regio Semirida caracterizada pela escassez de gua durante a maior parte do
ano devido s baixas precipitaes e elevadas temperaturas, alm do baixo nvel tecnolgico
empregado na agricultura familiar, tecnologias devem ser utilizadas visando um manjo mais
adequado de manejo do solo para que assim possa haver uma melhor eficincia no uso dos
recursos disponveis, e o uso da adubao orgnica uma medida alternativa para a economia de
gua e nutrientes na agricultura, pois tem apresentado importantes resultados com relao a
manuteno da fertilidade do solo (Pinto & Crestana, 1998, MAPA, 2007).
Dessa forma, para manter ou aperfeioar a produo vegetal se faz necessrio a realizao
de pesquisas que promovam o desenvolvimento de tcnicas adaptadas e viveis para a regio e
que com isto possibilitem maior eficincia na produo. Com base nisto, ser conduzido um ensaio
com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes fontes de adubos orgnicos na absoro de N, P e
K pelo milho em um Neossolo flvico em Ipanguac, RN.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A adubao orgnica uma prtica realizada h milnios como forma de manuteno e
recuperao da fertilidade do solo, com o objetivo adicionar matria orgnica, reciclar nutrientes
e fixar nitrognio biologicamente (Kiehl, 1985), podendo ser incorporada ou mantida sobre a
superfcie do solo. O Nordeste brasileiro possui como uma de suas caractersticas uma alta
densidade de pequenos e mdios agricultores, onde a prtica de agricultura de sequeiro
predominante com culturas anuais de subsistncia e criaes diversas, mantidas nas mesmas
reas sob cultivos, alm da ausncia ou deficincia de adubao qumica no cultivo, motivada
pelos altos custos desse insumo e a descapitalizao dos agricultores (Santos et al., 2009,
Nascimento, 20O3).
Por estas caractersticas, o uso da adubao orgnica uma prtica agrcola adequada para
a regio, pois o uso de insumos produzidos na propriedade contribui, significativamente, para o
aumento da produtividade e melhoria da qualidade do produto final, principalmente em culturas
exploradas por pequenos produtores, com baixa tecnologia e cultivo de subsistncia. Neste
aspecto, o esterco bovino um insumo natural, de baixo custo, produzido por pequenos
0347
agricultores (Santos et al., 2009), sendo uma alternativa para a manuteno da matria orgnica
do solo, pois apresenta funo nutricional, j que fonte de N, P, S e micronutrientes essenciais,
para o crescimento vegetal (Kiehl, 1985). Quanto adubao verde, Alvarenga et al., (1995), ao
avaliarem as caractersticas de algumas leguminosas para a conservao do solo, observou que o
feijo guandu foi o que apresentou maior potencial para penetrao de razes no solo, produo
de biomassa area e imobilizao de nutrientes. As crotalrias e o capim mostraram-se mais
sensveis compactao do solo, concentrando suas razes mais superfcie o feijo de porco
destacou-se quanto velocidade inicial e percentagem de cobertura do solo. Quanto ao manejo,
Schroth et al. (1995) citado por Eiras & Coelho (2010) preferem a deposio sobre o solo do
material do adubo verde podado (mulch) ao adubo verde incorporado por razes de proteo do
solo e economia de trabalho.
Os autores destacam tambm a menor oscilao na temperatura do solo e a melhor
reteno da umidade no solo com a cobertura, promovendo-se condies mais favorveis ao
crescimento da populao de minhocas. Em uma regio com as caractersticas climticas do Vale
do Au, esses efeitos so extremamente desejveis nos solos agrcolas. Dessa forma, a adubao
orgnica constitui um conjunto de aes integradas que trazem grandes benefcios aos solos e
sistemas agrcolas em geral, como, por exemplo: proteo do solo contra eroso; elevao da taxa
de infiltrao e aumento da capacidade de reteno de gua; recuperao da estrutura; adio de
matria orgnica; aumento da CTC; promoo do aumento do teor de nitrognio; controle de
nematides; aumento e diversificao da populao de microrganismos do solo, incremento da
capacidade de reciclagem e mobilizao de nutrientes lixiviados ou pouco solveis em camadas
mais profundas do solo (Pinto & Crestana, 1998, Kiehl, 1985, Nascimento, 2003).
Nesse aspecto, as ervas espontneas podem promover os mesmos efeitos de proteo do
solo e ciclagem de nutrientes que espcies cultivadas ou introduzidas para adubao verde
(Favero et al., 2000). Esses autores trabalhando com sistemas com plantas espontneas e
leguminosas concluram que o sistema com apenas as espontneas produziu menos biomassa e
acumulou menos nutrientes que os sistemas com leguminosas. Foram poucas as espontneas que
apresentaram teores de carbono, clcio e nitrognio prximos ou superiores aos das leguminosas.
No entanto, para potssio, magnsio e fsforo, ocorreu o inverso. A maioria das espontneas
apresentou teores de potssio, magnsio e de fsforo superiores aos das leguminosas. Apesar de
todos esses benefcios, as pesquisas envolvendo o uso de adubos orgnicos e a produtividade de
culturas agrcolas, em particular a do milho na regio semirida nordestina, ainda so incipientes
(Nascimento, 2003; Meneses, 2007). Dessa forma, estudos regionais so necessrios para o
melhor aproveitamento das potencialidades e entendimento dos mecanismos que promovem
alteraes no solo pelo uso de cobertura vegetal e adubaes, que podem auxiliar na
determinao de prticas de manejo que melhorem o rendimento das culturas (Andreola et al.,
2000).
0348
3 METODOLOGIA
3.1 Descrio da rea
O experimento foi realizado no Instituto Federal do Rio Grande do Norte, Campus
Ipanguau, no Distrito de Base Fsica, municpio de Ipanguau. A mdia de precipitao pluvial da
regio de cerca de 582,7 mm por ano, com regime unimodal, sendo a estao mida geralmente
de maro a junho e a estao seca de julho a fevereiro. A anlise qumica do Neossolo flvico
indicou pH =7,5; Ca = 7,4 cmol C dm-3 ; Mg = cmol C dm-3 ; K = 357 mgdm-3 ; Na = cmol C dm-3; Al = 0,0
cmol C dm-3; P = 277 mgdm-3 ; matria orgnica = 38 g/kg.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados com quatro repeties e cinco
tratamentos, totalizando 20 parcelas experimentais, com densidade de 50.000 plantas ha1
, ficando os tratamentos assim distribudos: plantio e incorporao da Crotalaria na poca de
florao (C); Esterco bovino (E); Plantio e incorporao da Mucuna Preta (M); Ervas Espontneas
(EE); Testemunha, apenas o solo capinado. As parcelas experimentais tinham 4 x 8 m.
O plantio da crotalaria foi feita no incio de maio, em covas, no espaamento de 1,0 x 0,5
m. J a mucuna foi semeada no espaamento de 1 x 1m, e desenvolveu-se junto com o mato. Nos
tratamentos com ervas espontneas e ervas mais mucuna preta, deixou-se ervas espontneas
desenvolverem-se junto com a mucuna. Foi utilizada a irrigao por asperso devido seca. A
incorporao de toda biomassa, inclusive da crotalaria ao solo foi feita atravs de enxada rotativa,
acoplada a um minitrator, aps dois meses de crescimento. Logo aps a incorporao de todo o
material vegetal nas parcelas foi adicionado
300 kg de esterco nas parcelas respectivas,
totalizando uma dose de 93 t por hectare. A biomassa area da crotalaria, da mucuna, e das
plantas espontneas, em todas as parcelas, foram determinadas antes de serem incorporadas ao
solo. Para isso, toda a biomassa area dentro de trs quadros de 0,25 m, em cada parcela, foi
cortada rente ao cho, levada estufa de ventilao, uma temperatura mdia de 65C para
secagem at peso constante, para depois ser realizada a anlise qumica dos teores de nutrientes.
A quantidade mdia de material incorporado calculada nas parcelas mucuna+ervas foi de 4,16
t/ha; e de crotalria, 2,32 t/ha.
0349
3.3 Irrigao
A irrigao da rea foi realizada atravs de um sistema de irrigao por asperso
convencional, com aspersores dispostos em um espaamento de 18 x 9 m. Com os canos
possuindo um dimetro de 10 cm, sendo que formassem duas linhas horizontalmente distribudas,
por entre toda a rea do experimento. O aspersor possua uma presso de 2,7 mm, e um dimetro
de alcance de at 10 m. A rea do experimento era irrigada de 7 em 7 dias, a partir do plantio.
Essa proposta de tempo de irrigao foi escolhida, pela inconstncia das chuvas no perodo da
realizao do experimento. Sendo assim, o tempo em que a rea era irrigada poderia chegar at
15 em 15 dias. No afetando assim, o crescimento da planta.
3.4 Colheita
Foram coletadas, aleatoriamente, em todas as parcelas, nas duas fileiras centrais, 10
plantas, nas quais foram medidas a altura da planta (distncia do nvel do solo ao ponto de
insero da lmina foliar mais alta) e da insero da primeira espiga (distncia do solo ao ponto de
insero da primeira espiga) com trena e a matria seca e fresca das plantas, tambm foram
determinadas. Para determinao da matria seca, foi pesada 300 g de material fresco e colocado
para secar em estufa de circulao forada de ar a 65 C. Esse mesmo material ser modo em
moinho tipo Wiley e as amostras sero digeridas para quantificao do N, P e K. Esse mesmo
procedimento ser utilizado para o esterco, ervas espontneas e ervas mais mucuna. A
produtividade foi avaliada considerando-se o peso total de espigas verdes em palha
comercializveis com tamanho igual ou maiores que 22 cm e as espigas despalhadas com tamanho
igual ou maior que 17 cm. Para as caractersticas avaliadas foram realizadas anlise de varincia e,
quando houve significncia, foi feito um teste de mdia utilizando o teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Encontram-se, na figura 1, os resultados referentes s caractersticas da cultura avaliadas;
observa-se que para as variveis espigas na palha maiores que 22 cm, espigas sem palha maiores
ou iguais a 17 cm e peso de espigas maiores que 22 cm, o tratamento com esterco foi o que
apresentou superioridade em relao aos demais. Esses resultados esto de acordo com Silva et
0350
al., 2004, que constataram que a aplicao de doses de esterco bovino aumentou o nmero de
espigas empalhadas comercializves de duas cultivares de milho. O valor de espigas maiores que
22 foram estatisticamente superiores aos demais no tratamento com esterco, devido ao fato do
servir como fonte de nutrientes. Vrios autores relataram tambm os efeitos benficos da
utilizao de vrias formas de matria orgnica sobre as plantas ( Santos et al., 2009; Favero et al.,
2000; Primo et al., 2011).
Figura 1. Variveis analisadas. Mdias seguidas da mesma letra no diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
0351
5 CONCLUSO
Nas condies em que foi conduzido o experimento, conclui-se que:
x
x
x
0352
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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0353
0354
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi elaborar e caracterizar,
fisico-quimicamente, iogurtes batidos de goiaba, com a
inteno de verificar se os mesmos se encontrariam nos
padres da legislao brasileira. Esse alimento foi
produzido com leite integral pasteurizado, advindo do
campus-fazenda do IFRN em Ipanguau, e polpa de
goiaba, adquiridas e produzidas no campus do IFRN-CN.
O produto foi dividido em 18 amostras, partindo de 6
formulaes distintas, separadas em grupo A com 10%
de acar na formulao (A 1 : 10%, A 2 : 15% e A 3 : 20% de
polpa de goiaba) e grupo B sem acar na formulao
(B 1 : 15%, B 2 : 20% e B 3 : 25% de preparado de goiaba a 65
PREPARATION AND
CHARACTERIZATION PHYSICAL CHEMISTRY YOGURT SHAKE GUAVA
ABSTRACT
The aim of this study was to develop and characterize,
physico-chemically, yogurts shakes guava, intending to
check whether they would meet the standards of the
Brazilian legislation. This food was produced with
pasteurized milk, coming from the campus-farm IFRN in
Ipanguau and guava pulp, acquired and produced on
the campus of IFRN-CN. The product was divided into 18
samples, starting from 6 different formulations, apart
from "group A" with a 10% sugar formulation (A1: 10%
A2 and A3 15% 20% pulp guava), and "group B" without
sugar in the formulation (B1: 15% B2: B3 20% and 25%
0355
1.
INTRODUO
O iogurte um produto lcteo fresco, obtido pela fermentao do leite com cultivos prsimbiticos das bactrias Streptococcus termophilus e Lactobacillus bulgaricus. Surgiu no Oriente e
depois entre os gregos e romanos. Esse alimento, que hoje faz parte do cotidiano da maioria das
pessoas, rapidamente se difundiu, conquistando uma posio privilegiada nas dietas alimentares
dos mais diversos povos (CIRIBELI e CASTRO, 2011).
O iogurte apresenta fcil digesto e benfico flora intestinal, principalmente o natural.
As protenas do leite so pr-digeridas por ao das bactrias lticas, produtoras do cido ltico,
que permitem uma melhor digesto e que permite a dissoluo do clcio presente no iogurte,
facilitando a sua assimilao pelo organismo. Alm disso, a acidez do iogurte confere uma
proteo natural contra as infeces, causando a inibio de diferentes tipos de bactrias
patgenas no produto (CIRIBELI e CASTRO, 2011).
A composio desse alimento depende da classe do leite empregado, da tcnica de
trabalho, do grau de evaporao, do tempo de incubao, da qualidade e da composio da flora
microbiana. Ele, tambm, uma fonte de protena, vitaminas, minerais e gordura, possuindo
composio semelhante do leite, ou seja, contm alto valor nutritivo.
Sendo assim, a elaborao e avaliao de novos tipos de iogurtes so de extrema
importncia, j que este um alimento muito consumido e altamente nutritivo e por, tambm,
agregar valor goiaba, que pode ser processada como polpa ou adicionada ao iogurte, dessa
forma, melhorando suas caractersticas organolpticas e nutricionais, pela adio de fibras e
vitaminas (A, B 1 , B 2 , C e Niacina) (SOUZA et al, 2002).
2.
REVISO BIBLIOGRFICA
2.1. O leite e sua importncia
0356
Composto
Vit. B1
Vit. B2
Niacina
Vit. B6
cido pantotnico
Vit. C
Vit. E
Vit. A
Vit. D
mg/100 ml
0,04
0,17
0,09
0,06
0,34
2,10
0,10
U.I./100 ml
159
2,20
Por causa dos seus valores nutricionais, o leite sempre foi muito consumido e,
principalmente, o de vaca, porque ele apresenta uma alta quantidade de protenas e essas
possuem elevada qualidade, pois so formadas por diversos tipos de aminocidos essenciais
(TRONCO, 2008).
Tabela 2: Constituintes do leite
Espcie Gordura (%) Protena (%) Lactose (%) Cinzas (%) Clcio (mg)
Vaca
3,5
3,1
4,9
0,7
0,11
Fonte: www.quifipor.pt/leite/htm
2.2. Iogurte
O iogurte um alimento tradicional do Oriente mdio. No ocidente seu consumo se iniciou
como sendo um remdio, s com a prescrio mdica. Hoje em dia, alm das suas funes
dietticas, tambm so servidos como sobremesas, refeies rpidas, entre outros motivos,
devido, sempre, sua aparncia, ao seu sabor e por seu alto valor nutritivo (FERREIRA, 2005).
0357
Produto
Tipo
Iogurte
Integral
3,0 a 5,9
Protenas lcteas
(g/100g)
Mn. 2,9
Acidez
(g/100g)
Etanol
(% v/m)
0,6 a 1,5
2.3. Frutas
As frutas so alimentos que oferecem grande variedade de sabores e aromas. Elas so
compostas de cerca de 80% de gua, contm acares (sacarose, glicose e frutose), vitaminas,
minerais e so pobres em protenas e lipdios. So indispensveis para a sade, pois so tidas
como portadoras de propriedades medicinais, estimulantes de funes gstricas e desintoxidantes
do organismo, mas para isso elas devem ser consumidas quando esto em perfeito estado de
maturao (LIMA, 2008).
2.3.1.
Goiaba
A goiaba um fruto nativo da Amrica tropical, e a espcie mais cultivada da famlia das
Myrtaceae. uma excelente fonte de vitamina C e carotenides, em especial o licopeno, que um
pigmento importante na preveno de alguns tipos de cncer, apresenta uma aprecivel
quantidade de minerais como clcio, fsforo e ferro. Apresentando alto consumo no Brasil, in
natura ou de forma industrializada, sendo os principais produtos processados o suco, a polpa, a
0358
compota, a gelia e a goiabada (HAAG (in memoriam) et al, 1993; FERNANDES et al, 2007;
PEREIRA, 2005).
3.
METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido no IFRN Campus Currais Novos, nas dependncias dos
laboratrios de alimentos e de processamento de produtos vegetais utilizando goiabas produzidas
nos pomares deste campus e o leite produzido no IFRN Campus Ipanguau.
A metodologia foi separada em duas partes:
0359
4.
RESULTADOS E DISCUSSO
0360
1,02 0,07
1,47 0,29
3,53 0,45
A2
1,02 0,05
1,35 0,21
2,89 0,16
A3
0,97 0,04
1,17 0,06
3,22 0,15
B1
1,19 0,07
1,27 0,06
3,54 0,11
B2
1,28 0,16
1,17 0,15
3,59 0,29
B3
1,31 0,14
1,00 0,10
3,53 0,09
5. CONCLUSO
O iogurte um alimento muito rico em nutrientes e amplamente consumido, fazendo parte da
dieta do brasileiro. E, de acordo com os resultados obtidos, os produtos elaborados encontraram-se
totalmente de acordo com a legislao brasileira e por serem semidesnatados, apresentarem elevado teor
proteico, nenhum tipo de aditivo qumico e foram saborizados com a polpa natural da goiaba ou com o
preparado da mesma, os iogurtes elaborados se apresentaram bastantes favorveis sade humana.
Posteriormente, testes sensoriais devero ser realizados para verificar a aceitao de consumidores.
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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0362
RESUMO
A atividade pesqueira possui importncia econmica
devido captura de organismos aquticos de elevada
fonte proteica, importante para a sade humana.
Diferentes tipos de embarcaes pesqueiras so usadas
nessa atividade, sendo necessrio a realizao de
manuteno peridica de todos os equipamentos
bordo, incluindo superviso tcnica, administrativa. O
estudo objetivou acompanhar as atividades de
0363
1 INTRODUO
O setor pesqueiro artesanal de fundamental importncia para famlias brasileiras,
especialmente na regio Norte e Nordeste, onde quase 12 vezes maior que a captura industrial
(Brasil, 2000).
Conforme os preceitos produtivos expostos em Batalha, et al. (2008), o grande desafio para
uma atividade econmica a produo com o mnimo de desperdcio, sem necessidade de
retrabalho, mitigando os impactos ambientais. Assim, esse deve tambm ser o compromisso da
pesca artesanal.
A otimizao da atividade pesqueira dever ocorrer a partir do custo de produo do
pescado e levar atividade a seu crescimento sustentado, uma vez que deve ser considerado o
desenvolvimento socioeconmico, e psicolgico do pescador, dentro do enfoque social. Sob esta
perspectiva, atuando na rea de manuteno da embarcao pesqueira, o projeto pretendeu dar
subsdios a um processo de desenvolvimento da atividade.
Sabemos que todas as operaes da embarcao, inclusive a de manuteno, necessitam
se adequar aos objetivos de desempenho da produo: qualidade, velocidade, confiabilidade,
flexibilidade e custos.
Estando a embarcao operando em um meio corrosivo, sujeito s vibraes e s
intempries naturais, com reduzido nmero de pessoal para operao e manuteno de seus
equipamentos, torna-se importante a utilizao de tcnicas eficientes de manuteno para que a
atividade fim do barco possa ocorrer, minimizando o downtime perodos fora de operao
para manuteno , gerador de prejuzos tanto para o armador da embarcao quanto para as
empresas e pessoas que dependem da atividade daquela embarcao.
No presente estudo, a embarcao para pesca artesanal foi considerada como
equipamento. A falha da embarcao durante suas operaes poder ocasionar prejuzos ao meio
ambiente, ocasionar perdas humanas e lucros cessantes. Especificamente para a pesca artesanal,
a falha da embarcao poder colocar a produo de pescado fresco perda total, pondo em risco
tambm a segurana alimentar de muitas famlias.
bordo de uma embarcao pesqueira, o elemento humano responsvel pela manuteno
tambm tem como atribuies a operao do sistema de propulso e equipamentos auxiliares, a
captura dos recursos marinhos e manuteno da(s) mquina(s) e apetrechos de pesca.
O objetivo principal do trabalho foi descrever os modelos de manuteno utilizados em
embarcaes de pesca artesanal e seus indicadores operacionais, analisando como as falhas
influenciam na produtividade da pesca artesanal.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Sendo a manuteno definida como a combinao de todas as aes tcnicas e
administrativas, incluindo as aes de superviso, destinada a manter ou restaurar um item a um
estado no qual ele possa realizar uma funo requerida, e tendo como misso de garantir a
0364
3 METODOLOGIA
Para execuo do projeto faz necessrio:
x
x
x
0365
Ao Tipo
Durante a viagem:
Houve ocorrncia de Falhas?
(
) Sim
(
) No
Qual equipamento apresentou falha?
(
) Motor (
) Bomba de Esgoto
(
) Caixa redutora (
) Alternador
(
) Iluminao
(
) Equipamentos Eltricos
(
) Sistema de Combustvel
(
) Sistema de Lubrificao
(
) Estrutural/Casco
(
) Resfriador
Tempo total para reparo?
(
) Horas
A falha influenciou na pesca?
(
) Sim
(
) No
Quantas horas?
Os recursos para correo estavam disponveis a bordo?
(
) Sim
(
) No
Foi necessrio auxlio externo (peas, ferramentas, material de outra embarcaes,
reboque, mo de obra de terceiros, etc.)?
(
) Sim
(
) No
O qu?
Houve desperdcio de pescado?
(
) Sim
(
) No
Quantidade:
Kg
Houve derramamento de leo ou outros materiais no mar?
(
) Sim
(
) No
O qu? Quantidade?
Quantidade de pescado durante a viagem?
__________________ em Kg
Valor bruto de primeira comercializao?
R$:
Valor de armao da Embarcao?
R$:
Houve lucro ou prejuzo?
(
) Lucro (
) Prejuzo
Questionrio 1: caracterizao da embarcao pesqueira e a relao das falhas na casa de mquinas e o ambiente
natural.
0366
Calado Maximo:..................................
- Minimo: ...............
boca maxima:......................................
- Moldada: .............
Instalaes de maquinas
Tipo de propulso: ................................................. N de propulsores: ................................
Potencia de propulso: ................................. Nmero de motores principais: ..................
Especificao do Motor:................................................ Fabricante:........................................
Nmero de Cilindros: ........ Cilindrada:............ Combustvel: .........................................
Martimo ou Marinizado: .....................................
RPM(max.): .......... Veloc.(max.) : .......... RPM (serv.): ............... Voloc.(serv.): ..........
N de geradores ou alternadores: ............. capac. Tanques gua: ..............................
Consumo de combustvel veloc. de servio: .......................................................................
Consumo de gua veloc. de servio: ...................................................................................
Qual a distncia da costa voc navega: ...................................................................................
Equipamentos de segurana
N de Balsas salva vidas: ............................................ N de coletes salva-vidas:..............
N de bias salva-vidas: ............ N de sinalizadores de fumaa: ....... N de extintores:
0367
.......
N de tripulantes- lotao inicial (CTS): ..........
Convs
Qte.
Mquinas
Motorista de pesca
Aprendiz motorista
Qte.
interior
Pescador profissional especializado
Pescador profissional
Aprendiz de pesca
Questionrio 2: identificao das caractersticas e o modelo de gesto da manuteno da embarcao.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
As atividades se iniciaram em maio de 2012, atravs de contatos com ambas as colnias de
pescadores do municpio de Macau, quais foram Z-09, na sede do municpio e Z-41, no distrito de
Diogo Lopes. Segundo Brasil (2012), as colnias de pescadores apresentam um total de 6.977
pescadores embarcados na frota cadastrada em cada municpio, juntamente com aqueles
pescadores envolvidos na pesca desembarcada, na atividade pesqueira em 2010. Em Macau, Brasil
(2012) cita que o total de pescadores de 1.074 pescadores.
Devido existir pescadores que ou no so cadastrados nas colnias, ou esto h algum
tempo inadimplentes com suas obrigaes de associados, o nmero de pescadores mencionados
anteriormente pode at dobrar. Para tanto, a participao dos presidentes das colnias nesse
projeto de pesquisa como em outras atividades de coleta de dados foi de fundamental
importncia.
Aps reunio com os presidentes das colnias para apresentao da equipe de pesquisa,
foram traados os encontros com os pescadores para realizao das entrevistas, que tanto
aconteceram ao longo de reunies peridicas nas colnias, como visitas aos pontos de encontro
dos pescadores, permitindo o levantamento de informaes sobre as principais embarcaes
operadas em Macau.
As entrevistas iniciais identificaram diferentes embarcaes de pesca artesanal, como o
bote (Figura 1), o batelo e a canoa. Os dois ltimos so comuns vela. Todavia, para facilitar a ida
dos pescadores aos pontos de pesca, foram acoplados pequenos motores, tambm chamados de
motor de rabeta (com potncia de 3,5 at 8,5 cavalo vapor (CV)).
0368
Figuras 1: A- bote motor utilizado para pesca de sardinha, voador, e outras espcies de peixes, no
distrito de Diogo Lopes (Macau-RN); B- hlice do motor do bote, em melhor ngulo para visualizao.
0369
5 CONCLUSO
Os resultados das entrevistas mostraram que as embarcaes de pesca artesanal do
municpio de Macau e as do distrito de Diogo Lopes em sua maior parte no realizam a
manuteno de forma correta, o que pode acarretar graves consequncias tanto para a pesca,
com a perda de pescado, para o meio ambiente, com derramamento de leo e tambm com a
perda de vidas humanas.
Observou-se que os pescadores, em sua grande maioria, apenas realizam manuteno de
forma corretiva, e no preventiva, se consideramos a parte mecnica e eltrica, que so de
fundamental importncia para o bom funcionamento da embarcao, bem como conservao do
produto estocado.
A partir dos dados analisados, verificou-se a necessidade de elaborao de novos projetos
que auxiliem os pescadores a melhorarem suas tcnicas de manuteno das embarcaes
pesqueiras artesanais, proporcionando aumento na produo de pescado, evitando danos
ambientais devido ao derramamento de leo por parte da embarcao, perda do pescado
capturado, alm de risco com a prpria segurana no mar.
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Disponvel em
<www.usp.br/nupaub/SEAPRelatorio.pdf>. Acesso em: 28 de Mai. 2013.
0370
RESUMO
O ato de comer est intrinsecamente relacionado
dimenso sociocultural e ao sentimento de
pertencimento e/ou de identidade de sujeitos e de
grupos sociais a uma determinada cultura e
territorialidade. No sentido de pensar essa relao, o
objeto de estudo aqui foi a importncia do filhs doce
frito, feito com farinha de trigo (ou batata doce ou
macaxeira ou fcula de milho) e outros ingredientes, e
comido com mel de rapadura ou de acar para
comensais do municpio de Caic, na regio do Serid, no
Rio Grande do Norte, como um bem patrimonial
significativo para essa populao. Diante da escassez de
estudos cientficos sobre a temtica da relao entre o
ato de comer doces (comensalidade) e cultura nessa
regio, nossa questo central foi compreender as
motivaes dos caicoenses em comerem filhs durante o
carnaval e em outros momentos festivos. Para resoluo
de nossa problemtica, utilizamos dados etnogrficos
0371
1 INTRODUO
O ato de comer tem sido para a antropologia social objeto de estudo de grande
complexidade, revelador de crenas, comportamentos, costumes e valores, sejam eles sociais,
dietticos, estticos, econmicos, polticos, culturais. Os hbitos e comportamentos alimentares
podem caracterizar um grupo social e cultural, identificando-o e diferenciando-o dos demais
grupos. essa reflexo que suscita Contreras e Gracia (2005, p. 467) ao nos proporem analizar los
alimentos como uma forma de compreender processos sociales y culturales: los alimentos no se
consideran tanto como portadores de nutrientes, sino como modelos o mecanismos para estudiar
la cultura. Lody (2008, p. 31) tambm reconhece a dimenso cultural e identitria intrnseca ao
ato de comer ao afirmar que ele existir enquanto indivduo, enquanto histria, enquanto
cultura, dando o sentido de pertencimento a uma comunidade, a um grupo.
No sentido de discutirmos a relao entre o ato de comer e sua dimenso sociocultural,
seno dizer, o sentimento de pertencimento e/ou de identidade de sujeitos e grupos sociais a uma
determinada cultura e territorialidade, tomamos como objeto de estudo neste artigo, a
importncia do filhs doce frito, feito com farinha de trigo (ou batata doce ou macaxeira ou
fcula de milho) e outros ingredientes, e comido com mel de rapadura ou de acar para
comensais do municpio de Caic, na regio do Serid, no Rio Grande do Norte, como um bem
patrimonial significativo para essa populao. O filhs um doce de origem portuguesa, mas
re(significado) no contexto seridoense. Por seu sabor e sua singularidade um doce muito
apreciado no somente pela populao caicoense, mas por outros seridoenses.
A despeito do filhs ser uma dentre tantas outras guloseimas da doaria seridoense, sua
fabricao e comensalidade do-se coletivamente e, principalmente, durante momentos festivos,
como no carnaval, especialmente no domingo de entrudo. A tradio de comer esse doce em
festas no se sabe ao certo quando comeou a ser construda, mas vem sendo reafirmada pelos
comensais at os dias de hoje. Sabemos que uma tradio herdada e significada no seio familiar
por muitas geraes. O costume de se fazer e comer o filhs durante festas talvez tenha sido um
legado portugus integrado ao estilo alimentar local. Em Portugal e em outros pases da Europa, o
filhs apresenta-se como um doce festivo, bem apreciado nos festejos carnavalescos, natalinos e
de Ano Novo, conforme Lody (2008). Ainda segundo este autor, h registros do consumo desse
doce durante o carnaval em outros Estados do Nordeste brasileiro, como em Pernambuco, e em
diversos pases europeus.
Assim, diante da escassez de estudos cientficos sobre a temtica da relao entre o ato de
comer doces (comensalidade) e cultura nessa regio 1, nossa questo central foi compreender as
motivaes dos caicoenses em comerem filhs durante o carnaval e em outros momentos festivos
como na Festa de SantAna, registrada pelo Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional,
em 2010, como patrimnio imaterial do Brasil.
0372
2 METODOLOGIA
Filhs um doce frito, feito com farinha de trigo (ou batata doce ou macaxeira ou fcula
de milho) e outros ingredientes, e comido com mel de rapadura ou de acar. Doce singular na
doaria seridoense, esse tipo de filhs moldado mo, em forma de pequenas bolinhas.
Geralmente sua feitura, como na de outros doces, requer o envolvimento de outras pessoas, que
juntas trabalham, divertem-se e comem. As figuras de 1 a 5 mostram a preparao do filhs e o
doce j pronto.
Segundo a doceira e professora aposentada Iracema Arajo dos Santos, para se fazer uma
poro de filhs de farinha de trigo, com rendimento mdio de 2 quilos, preciso 1 quilo de
farinha de trigo, 2 litros de leite, 7 ovos batidos, 1 garrafa mdia de gua, 1 xcara de manteiga do
serto, uma pitada de sal e de bicarbonato de sdio. Misturam-se todos os ingredientes numa
panela, excetuando a farinha, o sal e o bicarbonato de sdio e leva-se ao fogo para ferver. Quando
2
Esses dados fazem parte do projeto de pesquisa Doaria seridoense: um patrimnio cultural alimentar, que visa
registrar e inventariar os saberes e fazeres associados ao processo de produo, de comercializao e consumo dos
doces tradicionais do Serid potiguar. O projeto vem sendo desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Cultura, Arte e
Sociedade (IFRN) desde 2010.
0373
a mistura est fervida, derrama-se numa bacia contendo a farinha de trigo, o sal e o bicarbonato.
Em seguida, mistura-se tudo at formar uma massa firme e consistente. Depois de fria, s fazer
as bolinhas e fritar em leo fervente! Filhs pronto, a hora do mel, o que faz seu gosto doce. O
mel pode ser feito de rapadura ou de acar e servido como uma cobertura do filhs. Para fazlo coloca-se 1 rapadura com duas colheres de acar e 200ml de gua numa panela, deixando
ferver at derreter a rapadura; caso a preferencia seja pelo mel de acar, os ingredientes so
acar, gua e limo. A tentao de comer filhs servido com mel grande, por isso o bom de
consumi-lo logo aps ser feito, quentinho, mas apesar do apreo dos comensais pela guloseima,
ele pode ser conservado na geladeira por at oito dias. Muito embora esse doce seja consumido
muito rapidamente, logo aps ser feito, devido o grande apreo dos comensais pela guloseima, ele
pode ser conservado na geladeira por at oito dias.
Iracema Arajo aprendeu essa receita no seio da famlia, com uma cunhada, como
acontece com a maioria das doceiras do municpio. No passado, ela tambm fazia outros doces
caseiros para vender, sobretudo por encomenda, como biscoitos, raivas e sequilhos e ainda hoje
vende filhs na festa de SantAna 3, durante a Feirinha de SantAna.
H outras receitas de filhs de farinha de trigo, como a do doceiro Joaquim Francisco de
Albuquerque Lima, no contexto conhecido por Quincas, de Caic, feito de forma irregular,
semelhante a um bolinho de chuva, assado na banha de porco. Esse modo de fazer filhs se
aproxima ao feito em Portugal, quanto a sua forma, segundo ele, o verdadeiro filhs, feito com
farinha de trigo, fritado na banha de porco e servido com mel de acar dentro. Quincas mistura
1quilo de farinha de trigo (de preferencia sem fermento), 12 ovos, 1 pitada de sal e gua fervente
para fazer a massa, piro como ele chama. O preparo dessa massa semelhante ao apresentado
anteriormente por Iracema, colocando a farinha de trigo com uma pitada de sal e gua fervente
numa bacia, enquanto um homem mexe at formar a massa. O segredo do filhs para Quincas e
muitas doceiras e doceiros do municpio a presena masculina para mexer a massa e deixa-la
bem uniforme numa temperatura fria, processo que exige muita fora! Isso interessante, pois
reafirma que o doce feito e consumido coletivamente. Durante essa mistura, quebram-se os
ovos, separando a clara e a gema, para bater na batedeira a clara, at deixa-la em neve, para em
seguida colocar as gemas. Chegado o ponto da massa, colocam-se a clara em neve batida com as
gemas, tornando a mexer at unir novamente toda a mistura. O curioso desse filhs, alm do
formato e da delcia de ser fritado na banha de porco que ele comido com mel de acar
dentro, no como uma cobertura. As figuras 6, 7 e 8 abaixo ilustram a massa do filhs de Quincas,
o doce pronto e servido na mesa.
A celebrao dessa festa acontece h mais de 260 anos, no municpio de Caic. So dez dias de intensas
manifestaes socioculturais no fim do ms de julho, ms de Santana para os caicoenses, entre elas a tradicional
Feirinha de SantAna, realizada na praa da catedral, sob a organizao da Parquia de Santana. A festa foi
reconhecida e registrada no livro de celebraes do Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN), em
novembro de 2010, como manifestao de grande importncia para a populao seridoense, recebendo o ttulo de
patrimnio cultural imaterial do Brasil.
0374
Figura 7: filhs portugus feito por Quincas Figura 8: filhs com mel de acar dentro
Diferentemente de Caic, na maioria dos outros municpios do Serid, a preferncia pelo filhs de batata doce em
detrimento do de farinha de trigo.
0375
batendo bem as claras. Coloca-se sal e continua a mexer. Esta a receita portuguesa, diferente do
modo de fazer e servir do Serid (LODY, 2008).
RESULTADOS E CONCLUSES
0376
Diante dessas consideraes podemos perceber que ao nos referirmos ao filhs servido com
mel de rapadura estamos diante de algo de valor para os caicoenses, estes se sentem pertencidos
a uma localidade, a um povo, identificados culturalmente. Comer filhs nos perodos do domingo
de carnaval e da festa de Santana diferenci-los dos demais grupos sociais, ao menos no
contexto do Rio Grande do Norte, e por que no dizer da regio do Nordeste, j que no comum
encontrarmos filhs em outras regies. reconhecer-se como parte de um lugar e de uma cultura,
melhor dizendo, como parte do doce. Nessa perspectiva Silva (2009, p. 218) observa que o
patrimnio antes de mais o patrimnio dos povos e das gentes que lhe adstringem valor. Os
caicoenses atribuem esse valor prtica de comer filhs em festa. O patrimnio uma
construo social, ou se quiser cultural, porque uma idealizao construda.
Portanto, o conceito de patrimnio no existe isolado, s existe em relao a alguma coisa.
o legado que herdamos do passado e que, aps uma seleo consciente, transmitimos a geraes
futuras. Trata-se de algo que representa simbolicamente um grupo, uma identidade. Esse sentido
ou construo depende de cada grupo em sua singularidade (SILVA, 2009). Logo podemos pensar
o filhs como sendo patrimnio dos caicoenses, como dissemos anteriormente, estes se sentem
representados por esse doce, como afirma Contreras e Gracia (2005, p. 462) los alimentos
adquieren frecuentemente um significativo valor simblico a travs del cual las personas pueden
identificarse a s mismas e identificar a las dems. Mediante determinados usos y preferencias
alimentarias, um individuo se identifica com um certo grupo social. Lody (2008, p. 31) tambm
comunga com o pensamento de Contreras e Gracia ao dizer que a comida to importante e
identificadora de uma sociedade, de um grupo, de um pas, como o idioma, a lngua falada,
funcionando como um dos mais importantes canais de comunicao. Assim, comida e idioma tm
valores reconhecidos pelo que comunicam sobre as pessoas, seus cotidianos, suas festas, suas
caractersticas individuais, suas identidades e principalmente suas diferenas.
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0378
RESUMO
Por se tratar de uma das frutas mais produzidas e
consumidas no Brasil, a banana assume um papel
importante na economia. A fim de minimizar as perdas
sofridas por essas frutas durante as etapas de produo,
a secagem convectiva assume um papel importante na
qualidade destes produtos, pois permite a obteno de
produtos com baixo teor de umidade o que dificulta a
proliferao de microrganismos. Diante disso o presente
trabalho utilizou-se da secagem convectiva e osmo-
0379
1 INTRODUO
A banana est entre as frutas mais consumidas nos domiclios das principais regies
metropolitanas do pas, superada apenas pelo consumo de laranja. Consumida pelas mais diversas
camadas da populao, a banana se faz presente na mesa dos brasileiros no apenas como
sobremesa, mas como alimento, com um consumo per capita em torno de 25 kg/ano (Embrapa
2003).
Entres as maiores perdas referentes ao processamento da banana destacam-se as perdas
durante produo, processamento, acondicionamento e nas prprias casas dos consumidores,
resultando em cerca de 40% no produto final (SOUSA, 1993).
Um dos meios de se evitarem tais perdas so os processos de secagem, que, segundo
SOUZA 2008, podem ser feitos por meio de vrios mtodos de secagem estando dentre os mais
tradicionais, o mtodo de secagem natural realizada pelo sol e/ ou vento, e a secagem convectiva,
em que o fluxo de ar aquecido fornecido artificialmente.
A secagem um processo que consiste na eliminao de gua de um produto por
evaporao, com transferncia de calor e massa. necessrio fornecimento de calor para
evaporar a umidade do produto e um meio de transporte para remover o vapor de gua formado
na superfcie do produto a ser seco. O processo de secagem pode envolver trs meios de
transferncia de calor: conveco, conduo e radiao. A transferncia de calor por conveco
o meio mais utilizado na secagem comercial, em que um fluxo de ar aquecido passa atravs da
camada do produto. Durante o processo de secagem, a umidade migra do interior para a
superfcie do produto, de onde se evapora para o ambiente (MELONI, 2003).
Tendo o presente trabalho o objetivo principal obter formulaes de bananas passa por
secagem convectiva e por processo osmo-convectivo. E objetivos especficos formular bananas
passa por secagem convectiva, formular bananas passa por processo combinado osmo-convectvo,
avaliar a umidade dos produtos elaborados e por fim avaliao da qualidade sensorial das passas
produzidas.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Banana pacovan
As bananas so frutos comestveis do gnero Musa spp., cultivadas na maioria dos pases
tropicais, em rea superior a quatro milhes de hectares, gerando uma produo aproximada de
76 milhes de toneladas (Alves, 1999).
A cultivar Pacovan um triplide, pertencente ao grupo genmico AAB, sendo uma
mutao da Prata. mais rstica e produtiva, apresentando frutos 40% maiores e um pouco mais
cidos que aqueles do tipo Prata, e com quinas que permanecem mesmo depois da maturao.
(EMBRAPA, 2009)
0380
A produo brasileira de banana est distribuda por todo o territrio nacional, sendo a
regio Nordeste a maior produtora (38,5%), seguida das Regies Norte (11,70%), Sudeste
(31,97%), Sul (14,69%) e Centro-Oeste (3,58%). A rea colhida no Brasil de cerca de 486.991 ha,
com uma produo de cerca de 6.962.792 milhes de toneladas anuais. (EMBRAPA, 2010)
0381
Esta combinao de mtodos de secagem tem sido apontada como uma alternativa
econmica e segura para a conservao de produtos alimentcios (BRANDO et al., 2003).
3 METODOLOGIA
O presente trabalho foi realizado no Laboratrio de Produtos de Origem Vegetal no
Instituto Federal de Educao, Cincias e Tecnologia do Rio Grande do Norte IFRN, campus
Currais Novos.
3.2 Seleo:
As bananas foram analisadas e selecionadas, separando as que apresentaram algum
defeito, podrido, machucados ou as que estavam em estado de maturao inadequado, por
poderem apresentar textura e sabor diferenciados.
3.2.1 Lavagem e sanitizao:
Realizada no intuito de remover as impurezas, por meio de imerso em cloro 10% livre
diludo em gua. A primeira etapa foi feita na concentrao de cloro de 50ppm por 20 minutos.
0382
Aps a primeira etapa foi realizada a segunda, na concentrao de cloro a 20 ppm por 10 minutos.
E por ltimo no terceiro estado, as bananas foram imersas por 5 minutos em gua.
3.2.2 Descascamento e corte:
As bananas foram descascadas manualmente e cortadas ao meio no sentido longitudinal a
fim de se obter pedaos maiores e com menos diferenas.
3.2.3 Branqueamento:
Foi realizado com o objetivo de inativar as enzimas evitando o escurecimento enzimtico
por imerso em gua a 100 C por um minuto.
Secagem convectiva: Parte das bananas foram secas em diferentes temperaturas (40C,
50 C e 60C), por meio convectivo at chegar umidade de 20%, em um perodo de 24 36
horas. A umidade final das bananas foi determinada pela frmula:
=
100
100
0383
N de
julgadores
20
N de
amostras
20
34
Com a amostra mais preferida, foi realizado o teste de aceitao e inteno de compra com
vinte julgadores, do sexo masculino e feminino de diferentes idades. Sendo as mesmas codificadas
com algarismos de trs dgitos escolhidos aleatoriamente, e apresentadas aos provadores
juntamente com gua, biscoito gua e sal e o formulrio de avaliao.
4 RESULTADO E DISCUSSES
4.1 Avaliao da umidade
Segundo ITAL 1999, a fruta seca o produto obtido pela perda parcial da gua da fruta
madura inteira ou em pedaos, atingindo-se um teor de umidade final que varia de 15 a 25% de
acordo com a Resoluo CNNPA n 12 - 24/07/1978. Em todos os produtos obtidos manteve-se a
umidade mdia em torno de 20-21%, levando em considerao que a umidade inicial da banana
de 76% (IAL,1999 ), ficando todas dentro do pr-estabelecido por esta resoluo.
Amostra
Umidade final
(%)
0384
A
B
C
D
E
F
21,9%
22,1%
20,4%
20,3%
21,1%
18,4%
Amostra
A
B
C
D
E
F
Total
70ab
55a
59ab
69ab
89b
78ab
As somas das ordens das seis formulaes de bananas foram comparadas com os limites
apresentados na tabela de Kramer, que fornece faixas de soma de ordens representando
preferncia no significativa a 5% de probabilidade. Para 6 amostras e 20 julgadores fornece a
faixa de ordens igual a 52-88. A menor soma de ordens representando preferncia nosignificativa, para comparao de tratamentos entre si, 52, e a maior soma das ordens
representando preferncia no-significativa e 88. As somas de ordens para tratamentos abaixo de
52 e acima de 88 indicam preferncia significativa de 5% de probabilidade. No caso a soma de
ordens para a formulao E(89) est fora da faixa de soma de ordens representando preferncia
no-significativa a 5% de probabilidade, indicando preferncia significativa (P <0,05), entre estas
formulaes sendo a formulao de banana E a mais preferida.
Se a diferena entre a soma das ordens for igual ou superior ao valor tabelado, existe
preferncia significativa de 5% (P <0,05) entre as amostras. Para a quantidade de 20 julgadores e 6
amostras o valor de significncia a 5% de 34, podendo assim dizer que a amostra E foi a mais
preferida.
5 CONCLUSES
As bananas passa processadas se encontraram dentro da umidade estabelecida para ser
considerada fruta seca, com umidade final prximo de 20%, sendo desse modo considerada uma
0385
fruta desidratada. Podendo desse modo ser comercializada dentro dos requisitos bsicos. Alm
tambm da desidratao agregar valor ao produto final.
Com base nos resultados obtidos no teste de ordenao apresentados, conclui-se que
apesar de no haver diferena entre a amostra E e as outras, ela foi escolhida pelo teste de
aceitao por ter recebido a maior pontuao no teste de preferncia. Tendo o teste de aceitao
uma nota final bastante elevado, prximo ao mximo, o que mostra que o produto pode ser uma
tima alternativa para a conservao de bananas.
Sendo a desidratao um importante processo de conservao dos alimentos,
principalmente de frutas visto que so produtos altamente perecveis, a banana desidratada
(Principalmente a amostra E) desenvolvida nessa pesquisa uma tima opo de conservao
podendo ser um produto com elevado nvel de comercializao visto que a aceitao da analise
sensorial da amostra foi bastante elevada. Podendo ser tambm Um ponto e investimento para
pequenos e mdios produtores de bananas.
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0386
0387
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo avaliar os impactos
sociais oriundos da prtica de cultivo de mamo irrigado
na Agrovila Canudos no Assentamento Rosrio em Cear
Mirim-RN, na perspectiva de contribuir com alternativas
que minimizem os impactos negativos e potencializem os
impactos positivos. Para este estudo foram considerados
vinte agricultores familiares associados Cooperativa de
Produtores de Canudos, escolhidos de acordo com
amostragem no probabilstica intencional, conforme Gil
(2007). A avaliao dos impactos sociais constituda de
acordo com o AMBITEC-SOCIAL cuja se compe de um
0388
1 INTRODUO
O presente artigo tem por objetivo avaliar os impactos sociais oriundos da prtica de
cultivo de mamo irrigado na Agrovila Canudos no Assentamento Rosrio em Cear Mirim-RN, sob
a tica do sistema AMBITEC, na perspectiva de contribuir com alternativas que minimizem os
impactos negativos e potencializem os impactos positivos.
Os agricultores de Canudos fazem parte de uma importante engrenagem socioeconmica
estadual, a fruticultura irrigada, que nas ltimas dcadas vem se destacando como considervel
fonte de renda, estimulando assim a economia e a agricultura do estado, modificando as antigas
formas de subsistncia familiar.
Atualmente, a produo de frutas frescas para o mercado externo no semirido potiguar
uma das atividades mais dinmicas do estado e merece realce dentro da expanso do agronegcio
brasileiro. Tal produo consequncia do processo de modernizao ocorrida na segunda
metade do sculo XX, decorrente da penetrao do capitalismo no campo. (COSTA et al, 2007, p.
1).
O municpio Cear Mirim se destaca na produo de mamo por apresentar as condies
favorveis de clima, gua e solo. Em 1999, empresas agroexportadoras, como a Caliman S/A, se
instalaram no municpio para produzir mamo papaya atravs da fruticultura irrigada no
Assentamento Rosrio, constitudo das agrovilas Rosrio e Canudos.
Tal empresa props s famlias assentadas na agrovila Canudos a parceria na produo de
mamo, que organizadas em uma cooperativa - Cooperativa dos Produtores de Canudos (COPEC),
essas famlias obtiveram recursos junto aos rgos fomentadores, para comprar equipamentos e
insumos para a produo de mamo, plantado em rea coletiva do assentamento, com diviso de
trabalho e lucro.
Segundo o depoimento do presidente da COPEC, o mamo hoje, considerado a mola
mestra dos produtos cultivados pelas famlias cooperadas, que produzem tambm: banana,
melancia, macaxeira, feijo, jerimum, milho, abacaxi, alm da produo de tilpia (informao
verbal). 1
A produo de mamo considerada uma das mais rentveis, e para que seja sustentvel do
ponto de vista da produo, avaliar os impactos sociais pode ser uma ferramenta que revela a
prtica de manejo e assim caracterizar se h seguridade produtiva, qualidade de vida dos
produtores e conservao ambiental.
Os agricultores seguem os padres da agricultura convencional, decorrentes do caminho
aberto pela chamada Revoluo Verde nos anos 50 e 60, com algumas prticas que reforam os
argumentos de Altieri (2004), que cita: o uso intensivo de insumos qumicos, variedades
Informao fornecida pelo presidente da Copec Zacarias Felipe da Silva, em 14 de novembro de 2011.
0389
2 METODOLOGIA
2.1 Natureza e carter da pesquisa
Esta pesquisa pode ser classificada como quantitativa e descritiva. Do ponto de vista da
natureza, quantitativa, que consiste em considerar que tudo pode ser quantificvel (SILVA;
MENEZES, 2001).
O carter quantitativo decorre do fato de traduzir em nmeros opinies e informaes
para classific-las e analis-las. Neste caso, o mtodo composto por um conjunto de planilhas
eletrnicas construdas para permitir a considerao de aspectos de contribuio com indicadores
organizados em matrizes de ponderao automatizadas, nas quais os componentes dos
indicadores so valorados com coeficientes de alterao. Quanto ao carter descritivo, prope
descrever as caractersticas de determinado fenmeno ou o estabelecimento de variveis. Envolve
o uso de tcnicas padronizadas de coleta de dados: questionrio e observao sistemtica (GIL,
2007).
0390
0391
Coeficiente de alterao
do componente
+3
+1
0
-1
-3
0392
Escala de ocorrncia
Pontual
Local
Entorno
Fator de ponderao
1
2
5
3 RESULTADOS E DISCUSSES
Os resultados dos impactos sociais do cultivo do mamo na agrovila canudos foram obtidos
por meio dos coeficientes gerados em todas essas planilhas citadas anteriormente. Levando-se em
considerao todos os aspectos e todas as planilhas, geraram-se os seguintes resultados:
Vale ressaltar, por meio da Figura 2, o baixo grau de capacitao dos cooperados, bem
como a qualidade do emprego. Esses fatores se aplicam, uma vez que no assentamento no h
cursos profissionalizantes regularmente, entretanto, em parceria com Instituies alguns cursos
so oferecidos 2, no assentamento no se encontra tambm profissionais de nvel tcnico nem de
nvel superior. No tocante a qualidade do emprego, h uma preveno por parte das famlias em
no colocar as crianas para trabalhar, porm no existe regularidade nas horas de trabalho,
gerando assim, uma informalidade do trabalho no assentamento. Os agricultores no contribuem
com a previdncia, aposentando-se por invalidez ou por tempo de servio, a no utilizao de EPI
tambm contribui negativamente. Quanto oportunidade de emprego, h criao de trabalhos
Curso de aquicultura oferecido pela Universidade Tecnolgica Federal do Paran (UTFPR) na modalidade EAD (Ensino
a distncia).
0393
Do ponto de vista da gerao de renda, os produtores de mamo esto bem assistidos, pois
h uma boa segurana quanto ao retorno da produo; a cultura do mamo apresenta-se estvel,
gerando uma confiabilidade no produto, e por se tratar de uma cooperativa, todos os lucros so
divididos entre os integrantes que trabalharam corretamente, alm da manuteno de outras
culturas, melancia e banana, para a diversidade da renda. Embora no haja grandes oportunidades
de emprego fora do campo, destacam-se algumas como, professor e administrador de finanas
dos cooperados.
Em contraste com o mencionado acima, os cooperados retiram constantemente a gua do
lenol fretico para utilizar na fertirrigao. Outrossim, os fertilizantes entram em contato direto
com o solo, facilitando a contaminao do prprio e dos corpos aquticos. Como j referido
anteriormente, h jovens trabalhando no campo e sem utilizao de EPI, assim como adultos.
O prximo aspecto a ser apresentado ser o referente sade, Figura 4.
0394
0395
Aps o exposto, e com base na anlise dos dados obtidos por meio de entrevistas e visitas
ao campo, pode-se perceber que a cooperativa COPEC dos produtores de Canudos vem auxiliando
na sobrevivncia dos moradores, consequentemente s suas famlias, no que diz respeito parte
social, os cooperados e a agrovila como um todo apresentam-se relativamente bem.
Entretanto, necessria uma interveno na forma de organizao e capacitao do
trabalho, considerando o coeficiente de capacitao, a tecnologia proposta no est amparando
devidamente a formao do trabalhador. de suma importncia entender o desenvolvimento do
agricultor, como tambm de sua famlia, trata-se de uma via de mo dupla. Porm uma forma de
estimular o crescimento e a qualificao dos assentados seria a implantao de cursos voltados
para o campo, necessidade relatada por moradores. Garantindo assim maiores oportunidades de
concorrncia de mercado, e para os jovens, maiores oportunidades de emprego.
Ainda no tocante ao trabalho, percebeu-se um dficit na qualidade do trabalho, levando-se em
conta o coeficiente desse indicador. Essa afirmao justificada, pois, no h um correto
manuseio dos EPIs, tampouco contribuio previdenciria. Essa situao expe os cooperados a
uma insegurana trabalhista.
Ademais, no aspecto renda, os cooperados encontraram uma forma segura de garantir o
retorno de sua produo, para isso, investiram tambm em diversas culturas alm do mamo,
como a banana e a melancia. No que diz respeito a esse aspecto a agrovila Canudos est bem
assistida, uma vez que o lucro da produo dividido entre os cooperados, quanto aos no
cooperados, eles buscam outras formas de subsistncia, contudo, a partir da observao in loco,
os assentados que no fazem parte da COPEC apresentam uma certa estabilidade financeira. Essa
concluso baseia-se no s nos resultados positivos do aspecto renda, mas tambm da observao
e constatao in loco de vrios aparelhos eletrnicos nos interiores das residncias.
Como se no bastasse, outro aspecto que deixa a desejar o da sade, assentando-se a isso o
lanamento e o uso peridico de agrotxicos e pesticidas, consequentemente, aumentando o
risco ambiental de poluio dos corpos hdricos e do solo. Alm disso, os agricultores que lidam
0396
diretamente com o campo esto expostos a um alto grau de periculosidade, no que diz respeito a
agentes biolgicos e qumicos. Esse nmero poderia ser reduzido caso houvesse uma
conscientizao quanto ao uso de equipamentos de segurana EPIs.
4 CONCLUSES
A partir das informaes apresentadas no decorrer desse trabalho, fica clara a persistncia
com que os cooperados COOPEC desempenham para manter-se nessa esmagadora concorrncia
no mercado de fruticultura irrigada. Perante o exposto, observou-se um alto grau de
responsabilidade para com o produto (mamo) comercializado, entretanto, diversos parmetros
de qualidade do trabalho devero ainda ser averiguados pela cooperativa, ilustrando, o uso
regular de EPIs e contribuio previdenciria.
Entretanto, de suma importncia frisar o grau significativo de subjetividade empregada
na atribuio dos valores dos coeficientes, limitando, assim, a interpretao dos resultados.
importante salientar tambm que a fruticultura irrigada do estado est em pleno
desenvolvimento, e, trabalhos cientficos que abordem essa rea, so de fundamental
contribuio para esse processo.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALTIERI, M. Agroecologia. 4. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.
COSTA, A. C. R.; TRINDADE, D. C.; PAIVA, F. H. D. de. et al. O potencial fruticultor do Rio Grande
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0397
RESUMO
O conceito de desenvolvimento sustentvel tem se
destacado na atualidade em todas as dimenses da
sociedade. Dentre essas categorias a que tem sido mais
questionada,
sobre
as
suas
condies
de
sustentabilidade, a de produo agrcola. Portanto o
objetivo desse estudo foi o de definir indicadores de
sustentabilidade para a avaliao de agroecossistemas
familiares de produo de mandioca do Agreste da
Paraba, por meio da utilizao do mtodo do ndice
Integrado de Desenvolvimento Sustentvel (S),
representado pelo Biograma. Assim, baseando-se na
proposta do mtodo S e do Biograma, apresentado por
Seplveda (2008), foram realizadas inicialmente trs
etapas, a saber: definio das unidades de anlises (UA),
0398
INTRODUO
REVISO BIBLIOGRFICA
0399
METODOLOGIA
0400
RESULTADOS E DISCUSSES
Com base nos procedimentos propostos pelo mtodo S e sua representao grfica o
biograma foram realizadas inicialmente trs etapas, a saber: definio das unidades de anlise
(UA), seleo do nmero de dimenses de anlises (DA) e definio dos indicadores.
A unidade de anlise (UA) o territrio selecionado para a avaliao da sustentabilidade,
podendo ser aplicado a outras unidades de anlises (como regies, pases, municpios
comunidades, bacias hidrogrficas, Setores, fazendas e etc.), j que esse mtodo permite a
escolha da quantidade e do tipo de unidade a ser avaliada (SEPLVEDA, 2008).
Seplveda (2008) define as dimenses de anlises como os componentes analisados do
sistema de acordo com o conceito de desenvolvimento sustentvel, definidas conforme o tipo de
avaliao realizada, sendo consideradas as dimenses sociais, polticas-institucionais, econmicas,
ambientais e culturais. Convm ressaltar que a seleo do nmero de dimenses deve refletir o
estado de sustentabilidade do sistema a ser analisado.
Os indicadores de sustentabilidade, por sua vez, so instrumentos que permitem, a partir
da sua interpretao, definir a condio de um sistema como sustentvel ou no (COSTA, 2010).
Ou seja, os indicadores de sustentabilidade so variveis que permite que se avalie em termos
econmicos, ambientais e sociais os nveis de sustentabilidade de um dado sistema.
A unidade de anlise (UA) selecionada foi o Agreste Paraibano, em que selecionamos os
municpios de Araagi, Araruna, Bananeiras e Puxinan por serem os de maior produo de
mandioca do estado da Paraba. Na seleo das dimenses de anlises (DA) esto sendo
0401
consideradas para esta avaliao as dimenses ambiental, econmica e social, uma vez que essas
dimenses refletem melhor o estado de sustentabilidade da unidade de anlise investigada para
esse estudo de caso. Desta forma, foram definidos a priori para cada uma das dimenses quatro
indicadores ou variveis que contribuiro para a mensurao da sustentabilidade, como pode ser
visualizado no quadro1.
Quadro 1 Dimenses, indicadores e as unidades de medidas do Sou Biograma
Dimenses
Ambiental
Indicadores
Coliformes termotolerantes na gua
Domiclios atendidos por abastecimento de gua
Fertilidade dos solos
Unidades de matas e ou florestas naturais
destinadas preservao permanente ou reserva legal
Renda mdia domiciliar per capita
Rendimento mdio da produo
Econmica
Social
Unidades de medidas
NMP/100 mL*
% dos domiclios
ndice
Hectares (ha)
Reais (R$)
Quilograma por
hectares (kg/ha)
Nmero de
financiamento agrcola
Toneladas (ton)
Nmero de pessoas
Nmero de centros de
sade
Nmero de aes na
sade
Nmero de associaes
rurais por municpio
Nota: *NMP/100 mL: Nmero Mais Provvel de coliformes termotolerantes por 100 mL
CONSIDERAES FINAIS
0402
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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SEPLVEDA S. S. Biograma: metodologa para estimar el nivel de desarrollo sostenible de
territorios. San Jos, C.R.: IICA, 2008.
0403
0404
RESUMO
Dentre os derivados lcteos, o queijo de coalho se
destaca como um dos mais produzidos e consumidos na
regio Nordeste, se tornando assim uma referncia do
seu povo e da cultura, e uma importante fonte de renda.
No Rio Grande do Norte, a regio do Serid se destaca
pela fabricao do mesmo, tanto artesanal com
industrialmente. Dessa maneira objetivou-se com as
PALAVRAS-CHAVE: queijo de coalho, disponibilidade, anlises fsico-qumicas, Rio Grande do Norte, Serid,
KEYWORDS: cheese curd, availability, physical-chemical analyzes, Rio Grande do Norte, Serid.
0405
1 INTRODUO
Dentre os derivados lcteos, o queijo de coalho um dos mais produzidos e consumidos na
regio Nordeste, se tornando assim uma referncia do seu povo e da cultura que conseguiu
perpetuar de gerao em gerao, e uma importante fonte de renda. Um dos estados mais
produtor do queijo de coalho o Rio Grande do Norte, com significativa produo na regio do
Serid. Considerando o que foi exposto anteriormente, o presente trabalho visou obter um
levantamento da disponibilidade de comercializao do queijo de coalho no municpio de Currais
Novos, para que posteriormente fossem realizadas, por mtodos fsico-qumicos, anlises das
amostras selecionadas. Alm desse aspecto, foi objetivo do projeto comparar os resultados das
anlises fsico-qumicas entre as amostras artesanal e industrial, observando as semelhanas e
diferenas entre as mesmas, confrontar os resultados encontrados com a Instruo Normativa N
30 (regulamento de Identidade e Qualidade de Queijo de Coalho) observando se esto em
conformidade ou no com os padres definidos, e caracterizar a medida do possvel, o queijo de
coalho produzido na regio do Serid do Rio Grande do Norte, analisando os aspectos que
caracterizam esse queijo e o difere dos demais.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O queijo tem sido utilizado ao longo do tempo como uma forma de preservao do leite.
Embora o processo bsico de fabricao de queijos seja comum a quase todos, variaes na
origem do leite, nas tcnicas de processamento e no tempo de maturao criam a imensa
variedade conhecida (ANDRADE, 2006). Dentre os produtos de laticnios fabricados no Nordeste, o
queijo de coalho um dos mais difundidos. Este produto possui grande popularidade e fabricado
principalmente nos estados do Rio Grande do Norte, Paraba, Cear e Pernambuco (CAVALCANTE;
ANDRADE; SILVA; 2004 apud ARAJO et al. 2009).
A origem do seu nome deriva do fato de ter sido tradicionalmente manufaturado com leite
coagulado pela ao de coalho animal, extrado do quarto estmago de pequenos animais tais
como cabrito, bezerro, pre, moc, os quais devidamente preparados so chamados de
coagulador ou abomasun (AQUINO, 1983 apud ANDRADE, 2006).
Segundo NASSU et al (2003) a fabricao e comercializao do queijo de coalho, bem como
o queijo de manteiga e a manteiga da terra, so atividades muito importantes para a economia
regional, e so desenvolvidas por uma parcela considervel de pequenos produtores estabelecidos
principalmente na zona rural, significando sua principal fonte de renda, j que esses produtos so
largamente consumidos.
O queijo de coalho produzido tanto de forma artesanal como industrializado, sendo a
primeira de maior expresso, por estar arraigada culturalmente.
Durante a fabricao artesanal, o produto geralmente elaborado com leite cru, o que lhe
confere caractersticas nicas que so percebidas pelo consumidor desse tipo de queijo.
0406
3 MATERIAIS E MTODOS/METODOLOGIA
3.1 Levantamento da disponibilidade dos queijos de coalho
Realizou-se uma pesquisa de maneira censitria, no municpio de Currais Novos-RN, junto
com alguns estabelecimentos comerciais que disponibilizam a venda de queijo de coalho, seja
artesanal ou industrial. Os estabelecimentos visitados foram supermercados, padarias,
mercadinhos e banca na feira livre. Foram recenseados dados referentes ao produtor, ao local e
maneira de produo, ao preo por quilograma (Kg) e ao histrico de venda nos locais
especificados, alm de serem registradas, atravs de fotografias as amostras, de modo a se
identificar o formato em que foram produzidas e/ou comercializadas e os rtulos.
0407
Determinao de pH
Atividade de gua
Umidade
Gordura
O teor de gordura das amostras foi determinado por Mtodo Butiromtrico para queijo,
utilizando Butirmetro para queijo, e com leitura direta no butirmetro (CASTANHEIRA, 2010).
3.4.5
A gordura no extrato seco foi determinada por meio do calculo da razo entre a gordura e
o extrato seco total, multiplicado por cem (100).
3.4.6
O percentual de extrato seco total foi determinado atravs da subtrao da parte inteira
(cem por cento) pelo percentual de Umidade encontrado nas amostras (CASTANHEIRA, 2010).
0408
3.4.7
Cinzas
Para a anlise de cinzas as amostras foram carbonizadas e logo aps levadas para a mufla a
uma temperatura de 550 C por 3 horas (CASTANHEIRA, 2010).
3.4.9
Acidez
A acidez foi determinada por meio da titulao das amostras, dissolvidas em gua isenta de
gs carbnico, com soluo de hidrxido de sdio 0,1 N (CASTANHEIRA, 2010).
3.4.10 Cloretos
O teor de cloretos foi determinado por Mtodo Argentomtrico, titulando-se as cinzas,
obtidas na anlise de cinzas, acrescentadas de cromato de potssio, com nitrato de prata 0,1 N
(CASTANHEIRA, 2010).
3.4.11 Nitrognio Total
O contedo de nitrognio total dos queijos foi obtido pelo mtodo apresentado por
Castanheira (2010), sendo dividido em trs partes: digesto da amostra com cido sulfrico;
destilao e titulao com soluo de cido clordrico 0,1 N.
3.4.12 Protenas
O percentual de protenas foi determinado atravs da multiplicao da porcentagem de
nitrognio total por um fator de converso da relao nitrognio/protena (F=6,38).
4 RESULTADOS E DISCURSES
De acordo com a pesquisa realizada durante o segundo semestre de 2012, o municpio de
Currais Novos possua uma ampla disponibilidade de queijos de coalho. Ao todo foram assinalados
17 produtos de fabricantes distintos, destes sendo 16 provenientes de produo artesanal e
apenas 1 industrial, o que ressalta uma aceitabilidade expressiva do queijo produzido
artesanalmente,
Em relao procedncia dos queijos, constatou-se que a fabricao proveniente
predominantemente de Currais Novos, como se observa na Tabela 01.
0409
Tabela 1 Levantamento da origem das amostras de Queijos de Coalho comercializadas na cidade de Currais
Novos/RN.
Cidades
Caic
Cruzeta
Currais Novos
Flornia
Jardim do Serid
Jucurutu
So Vicente
N de
amostras
1
2
7
2
1
1
3
0410
Tabela 2 Mdias dos resultados das anlises fsico-qumicas obtidos para amostras de Queijo de Coalho artesanal
comercializadas na cidade de Currais Novos/RN.
Mdia
6,61
Padro*
-
Atividade de gua
0,971
0,949
0,940
0,924
0,930
0,914
0,938
Umidade (%)
55,81
44,08
46,21
43,26
37,99
44,10
45,24
36-54,9
Gordura (%)
23,30
25,00
23,70
25,50
25,00
24,7
24,53
GES (%)
52,70
44,71
43,80
44,94
40,19
44,19
45,09
35-60
EST (%)
44,20
55,91
54,02
56,74
62,01
55,90
54,80
ESD (%)
20,90
30,91
30,35
31,24
37,01
31,20
30,27
Cinzas
4,47
3,97
3,59
3,85
3,92
4,70
4,04
Acidez
0,16
0,17
0,17
0,09
0,10
0,06
0,13
Cloretos (%)
1,75
2,65
1,16
1,11
0,96
1,57
1,53
Protenas
25,07
23,41
25,46
27,24
26,98
25,03
Nitrognio Total
3,93
3,67
3,99
4,27
4,98
4,17
Anlises
pH
*baseado na IN N 30
Tabela 3 Mdias dos resultados das anlises fsico-qumicas obtidos para amostras de Queijo de Coalho industrial
comercializadas na cidade de Currais Novos/RN.
Mdia
6,60
Padro*
-
Atividade de gua
0,973
0,996
0,945
0,841
0,948
0,947
0,942
Umidade (%)
61,85
46.07
44,36
42,82
39,99
44,22
46,55
36-54,9
Gordura (%)
27,30
25,00
24,30
27,00
22,00
27,5
25,52
GES (%)
71,57
44,71
41,72
47,22
36,66
49,30
48,53
35-60
EST (%)
38,14
53,92
56,07
57,18
60,01
55,78
53,52
ESD (%)
10,80
28,52
32,64
30,19
38,01
28,28
28,07
Cinzas
4,88
4,03
4,75
4,21
4,26
3,61
4,29
Acidez
0,09
0,24
0,15
0,08
0,09
0,07
0,12
Cloretos (%)
2,40
2,73
2,43
1,51
1,43
0,84
1,89
Protenas
25,12
25,41
23,67
19,84
20,08
22,82
Nitrognio Total
3,94
3,98
3,71
3,11
3,15
3,58
Anlises
pH
*baseado na IN N 30
Os valores encontrados para pH das mdias das amostras analisadas variaram de 6,60 e
6,61, sendo a maior proveniente de processo artesanal, esse valor maior justifica-se uma vez que o
0411
processo artesanal no se utiliza fermento. Resultados semelhantes foram obtidos por SILVA et al
(2010). J FILHO et al (2009) encontraram pH entre 5,27-5,85 para amostras de queijo de coalho
produzidas artesanalmente em Jucati/PE.
A atividade de gua obteve pequena variao, com valor mais alto correspondente s
mdias das amostras industriais. Vidal (2011) ao analisar amostras comercializadas na cidade de
Natal/RN encontrou valores entre 0,9670,003 - 0,9830,002 para artesanais e 0,9670,002 0,9900,002 para industriais, valores que se so superiores com as mdias da presente pesquisa.
Em relao umidade, os valores ficaram entre 45,24% para a mdia artesanal e 46,55%
para a industrial, a primeira classificada como queijo de mdia umidade (36,0 e 45,9%),
enquanto que a segunda se enquadra como queijo de alta umidade (46,0 e 54,9%) de acordo com
o Regulamento Tcnico de Identidade e Qualidade de Queijos (BRASIL, 1996). Uma das amostras
que FILHO et al (2009) encontraram se assemelham com a mdia das amostras artesanais da
pesquisa.
Os resultados para o teor de Gordura ficou entre 24,53 e 25,52%. NASSU et al (2003)
encontraram resultado parecido: um teor mdio de gordura para queijo de coalho de 25,613,81.
O percentual de gordura no extrato seco variou de 45,09 a 48,53%, para artesanal e
industrial, respectivamente. Ambas as amostras se enquadram na faixa de 45,0 e 59,9 de acordo
com o estabelecido no Regulamento Tcnico de Identidade e Qualidade de Queijo de Coalho,
sendo classificados como gordo (BRASIL, 2001).
No extrato seco total a variao ocorreu de 53,52, para a amostra industrial, e 54,80, para
a amostra artesanal. Andrade (2006) ao analisar amostras produzidas no Cear encontrou
resultados superiores, porm prximos, tanto para as artesanais quanto para as industriais, com
mdias, de 55,56% e 55,65%, respectivamente.
A porcentagem de extrato seco desengordurado variou entre 28,07 e 30,27%, valores estes
prximos se comparado aos encontrados por Santos et al (2008), que obtiveram como mdia
29,77% para amostras artesanais. Andrade (2006) tambm encontrou valores semelhantes, com
mdias de 28,68% para as amostras artesanais e 30,82% para as amostras industriais.
O percentual de cinzas variou de 4,04 para a mdia artesanal e 4,29 para a industrial. Silva
et al (2010) encontraram valores entre 3,40(0,10) -3,70(0,10), sendo estes inferiores. J Santos et
al (2008) encontraram em algumas amostras de Sergipe valores prximos.
As amostras apresentaram valores baixos de acidez, variando de 0,12 a 0,13, sendo
respectivamente mdias industrial e artesanal. A maioria dos trabalhos relatam nveis superiores
de acidez. Filho et al (2009) obteve resultados semelhantes em algumas de suas amostras, com
variao entre 0,113 a 0,495.
O teor de cloretos ficou entre 1,53 e 1,89%, resultado semelhante com a mdia encontrada
por Nassu et al (2003) de 1,96%. J Silva et al (2010) encontraram valores superiores, variando
entre 3,34(0,12) a 5,48(0,86).
0412
5 CONCLUSO
Os resultados encontrados a partir do levantamento da disponibilidade dos queijos de
coalho revelam grande disponibilidade dos mesmos, principalmente em relao maneira
artesanal de produo, reafirmando a sua tradio e apreciao, e tambm, graas diversificao
da maneira de como ocorre a produo e comercializao, e ressalta tambm as exigncias dos
consumidores atuais. As anlises fsico-qumicas mostram pouca disparidade entre as mdias das
amostras artesanal e industrial, porm, quando comparadas individualmente (amostra artesanal e
industrial/ms), observa-se grande varincia. Comprando-se as mdias obtidas com os padres
definidos pela IN N 30 todas se apresentaram em conformidade, porm quando analisados os
resultados separadamente, alguns se apresentaram no conformes: a amostra artesanal do ms
de julho no quesito umidade (55,81%), a amostra industrial tambm no quesito umidade (61,85%)
e uma amostra industrial do quesito gordura no extrato seco (71,57%). Podemos concluir a partir
das informaes analisadas que h uma carncia de padronizao no processamento do queijo de
coalho, levando necessidade de conhecimento das tcnicas empregadas com posterior
regulagem das mesmas.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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cultura.gov.br/sislegis-consulta/servlet/VisualizarAnexo?id=2239>. Acesso em: 01 de agosto de
2012.
0413
0414
RESUMO
A bananicultura assume um papel importante na gerao
de renda para produtores no Vale do Au, com a
produo extensiva surgem vrios problemas
fitossanitrios, entre eles o ataque de insetos-praga
ocasionando grandes perdas na produo e prejuzos
econmicos. Os insetos desempenham vrias funes
ecolgicas importantes nos agroecossistemas como:
decomposio, polinizao, inimigos naturais de pragas,
por isso, o conhecimento da entomofauna de suma
importncia para a implantao de um Manejo Integrado
de Pragas (MIP) para a cultura da bananeira no Vale do
Au. O levantamento da entomofauna foi realizado numa
rea de 1,0ha de produo de banana (Musa sp.) com
PRELIMINARY SURVEY OF THE FAUNA ASSOCIATED WITH BANANA CROP AGROECOLOGICAL MANAGEMENT IN THE VALLEY AU, RN
ABSTRACT
The banana crop plays an important role in generating
income for farmers in the Valley of Acu, with extensive
manufacturing various disease problems arise, including
the attack of insect pests causing major production
losses and economic losses. Insects play several
important ecological functions in agroecosystems as
decomposition, pollination, natural enemies, so the
knowledge of the insect fauna is of paramount
importance for the implementation of an Integrated Pest
Management (IPM) for banana plantations in the Valley
Acu. The survey of the insect fauna was conducted in an
area of 1.0 ha of production of bananas (Musa sp.) With
0415
1. INTRODUO
A produo mundial de banana no ano de 2011 foi 106.541.709 t. Nesse cenrio, o Brasil
destaca-se como o quinto maior produtor mundial de banana, tendo produzido 7.329.470t da
fruta (FAO, 2012). De acordo com dados do IBGE (2011), a regio Nordeste responde por 39,5% da
produo nacional de banana, sendo os estados da Bahia, Pernambuco, Cear, Paraba e Rio
Grande do Norte, os maiores produtores da regio. Em 2003, o estado do Rio Grande do Norte j
se destacava como o principal exportador de banana do pas, com um montante de mais de
13.361.630,00 de dlares, principalmente devido produo localizada no Vale do Au
(SECRETARIA DE COMRCIO EXTERIOR, 2007).
O Vale do Au responde por 1,1% da produo nacional de banana, com uma produo de
74.316 T. Tendo destaque os municpios de Ipanguau com uma produo de 29.475 T e o
municpio de Alto do Rodrigues com 28.914 T (IBGE, 2011).
A bananicultura brasileira apresenta caractersticas peculiares, tanto no que diz respeito
diversidade climtica em que explorada quanto em relao ao uso de cultivares, a forma de
comercializao e as exigncias do mercado consumidor. De modo geral os cultivos seguem os
padres tradicionais, com baixos ndices de capitalizao e tecnologia. Cultivos tecnicamente
orientados so encontrados em So Paulo, Santa Catarina, Gois, Minas Gerais e alguns novos
polos no Nordeste. Nestas regies se utilizam de tecnologias adequadas e adaptadas s condies
edafoclimticas da regio. A produtividade das principais cultivares exploradas no pas, inferior a
16 toneladas/ha, o porte elevado de algumas variedades, a intolerncia estiagem e a ocorrncia
de doenas e insetos - praga so os principais entraves bananicultura brasileira (ALVES, 1999).
Os artrpodes compreendem 75% dos animais sobre a terra, sendo que 89% destes so
insetos (BUZZY & MIYAZAKI, 1993). Os insetos podem dominar cadeias e teias alimentares tanto
em volume quanto em nmero, alm de desempenharem inmeras outras funes vitais ao
equilbrio dos ecossistemas, como por exemplo, a decomposio e incorporao de matria
orgnica, disperso de sementes e polinizao (GULLAN & CRANSTON, 2007). Em ambientes
agrcolas, alm de espcies benficas ao agroecossistema, existem insetos que podem ocasionar
srios prejuzos sanidade e consequentemente a produo e produtividade das espcies vegetais
exploradas, o que torna extremamente necessrio o levantamento da entomofauna associada a
uma determinada cultura, possibilitando o reconhecimento de agentes polinizadores,
decompositores de matria orgnica, inimigos naturais (predadores e parasitoides) e insetos
praga ou com potencial para se tornar praga, sendo este tema uma das bases para implantao de
um sistema de Manejo Integrado de Pragas (MIP).
A produo de banana no Vale do Au corresponde a uma parte importante da economia
dessa microrregio do Rio Grande do Norte, havendo produtores de pequeno, mdio e grande
porte. O aumento da produo agrcola e especialmente a produo em monoculturas, tem
proporcionado um aumento na ocorrncia de insetos - praga e incidncia de doenas
especializadas exatamente neste cultivo (BRECHELT, 2004). Entretanto, ainda so escassas
informaes bsicas sobre a diversidade de insetos associados ao cultivo da banana no Vale do
0416
2. REVISO BIBLIOGRFICA
A bananeira (Musa paradisaca) uma planta herbcea, pertencente famlia muscea. O
gnero Musa abrange entre 24 a 30 espcies, geralmente seminferas, a ele esto filiadas todas as
cultivares produtoras de frutos partenocrpicos, isto , frutos de polpa abundante, desprovidos de
sementes e comestveis, bastante apreciados em todo o mundo, sendo consumidos in natura ou
processados.
A banana uma das frutas mais consumidas no mundo (OLIVEIRA & SOUZA, 2003), no
Brasil a atividade agrcola mais antiga, produzindo a fruta de maior consumo anual per capita,
com quantidades mdias de 35 kg/habitante (CARVALHO, 1998). A fruta um alimento altamente
energtico (cerca de 100 kcal por 100 g de polpa), cujos carboidratos (aproximadamente 22%) so
facilmente assimilveis. Embora pobre em protenas e lipdeos, seus teores superam os da ma,
pera, cereja ou pssego. Contm teores de vitamina C similares aos da ma, alm de razoveis
quantidades de vitamina A, B, pequenas quantidades de vitaminas D e E, e maior percentagem de
potssio, fsforo, clcio e ferro do que outras frutas, como a ma ou a laranja (MEDINA, 1995).
O centro de origem da banana a sia Tropical, com centros secundrios na frica e Ilhas
do oceano Pacfico. Resultados dos cruzamentos de espcies selvagens Musa acuminata (genoma
A) e Musa balbisiana (genoma B), as bananeiras encontram-se em todas as regies tropicais e
subtropicais do globo. No Brasil, cultivada em todas as unidades da federao (PBMH & PIF,
2006).
As cultivares mais difundidas no Brasil pertencem ao grupo Prata (Prata, Pacovan, PrataAn, etc.), grupo Nanica - subgrupo Cavendish (Nanica, Nanico, Grande Naine, etc.) e grupo Ma
(Ma, Mysore, Thap Maeo, etc.). As variedades pertencentes ao grupo Prata ocupam
aproximadamente 60% da rea cultivada com banana no Pas (OLIVEIRA et al., 1999).
Deve-se estudar os insetos por vrias razes , principalmente por apresentarem uma
grande diversidade de espcies e, consequentemente, uma grande variedade de funes
ecolgicas, dominando cadeias e teias alimentares tanto em volume quanto em nmero. As
especializaes alimentares de diferentes grupos de insetos incluem ingesto de detritos, material
em decomposio, madeira morta e viva, fungos, filtrao aqutica e alimentao de fitoplncton,
herbivoria (=fitofagia), incluindo suco de seiva e parasitismo. Cada espcie de insetos parte de
um conjunto maior, e sua perda afeta a complexidade e a abundncia de outros organismos.
Alguns insetos so considerados espcies-chave porque a perda de suas funes ecolgicas
crticas poderia levar o ecossistema inteiro ao colapso. Os insetos so intimamente associados
com nossa sobrevivncia, uma vez que certos insetos causam danos a nossa sade e de nossos
animais domsticos, e outros afetam de forma negativa nossa agricultura e horticultura. Mas
certos insetos trazem muitos benefcios sociedade humana, tanto por nos fornecer comida
diretamente quanto por contribuir para nossa alimentao e aos materiais que usamos. Insetos
0417
3. METODOLOGIA
O levantamento da entomofauna foi realizado em um pomar agroecolgico de banana,
localizado no IFRN Campus Ipanguau (532'1.55"S 3653'2.21"W), na regio do Vale do Au,
estado do Rio Grande do Norte, a 3 km da sede do municpio de Ipanguau.
Para captura dos insetos foram instaladas 10 armadilhas de solo (tipo Pitfall), constitudas
por recipientes plsticos com capacidade para 1000 ml (dimetro e profundidade) preenchidos
com 600 ml da soluo de detergente neutro a 5%. As armadilhas foram dispostas em duas linhas
centrais do pomar, na densidade de cinco armadilhas por linha, com distncia de 20m entre linhas
e 20m entre armadilhas da mesma linha, sendo todas as armadilhas devidamente numeradas e
identificadas. A coleta dos insetos foi realizada semanalmente, entre os meses de maio e
setembro de 2012, com auxilio de pinceis, pinas e peneiras de malha fina, totalizando ao final do
perodo do levantamento dez coletas.
Os insetos capturados foram acondicionados em potes plsticos contendo lcool 70%,
devidamente etiquetados e encaminhados para triagem, contagem e identificao em nvel de
ordem no Laboratrio de Fitossanidade, com o auxlio de microscpio estereoscpio (Lupa), e
chave especfica de acordo com Triplehorn e Jonnson (2011), posteriormente foram montados e
depositados na Coleo Entomolgica de Referncia do IFRN Campus Ipanguau.
Os dados obtidos foram organizados apresentados de maneira descritiva em tabela e
grfico.
4. RESULTADOS E DISCUSSES
Foram coletados um total de 24. 427 insetos, distribudos em quatro ordens, Hymenoptera,
Diptera, Coleoptera e Orthoptera (Tabela 1).
0418
Tabela 1: Nmero de insetos coletados na rea do bananal em Ipanguau, RN, no perodo de maio a
setembro/2012.
Ordens
Coletas
Total
Hymenoptera
Diptera
Coleoptera
Orthoptera
1
4464
825
175
36
2
3371
606
227
19
3
3550
207
137
7
4
1886
309
48
13
5
1421
133
32
18
6
580
92
14
11
7
2029
74
58
19
8
1393
52
41
13
9
1483
55
30
11
10
904
60
15
9
21081
2413
777
156
Total
5500
4223
3901
2256
1604
697
2180
1499
1579
988
24427
1%
3%
10%
Coleoptera
Diptera
Hymenoptera
Orthoptera
86%
0419
um dos grupos chaves na organizao dos seres vivos, considerada benfica do ponto de vista
humano. Alm disso, sua grande diversidade em comportamento gerou interesse no grupo como
um modelo para a investigao de vrios problemas evolutivos importantes, entre eles o papel do
instinto e a origem do comportamento social complexo (JOLY et al, 1999). Durante as coletas foi
verificado atravs de observao visual que havia um ntido predomnio de espcimes da famlia
Formicidae, um dos grupos mais abundantes em diversos tipos de ecossistemas.
A ordem Diptera possui 150 mil espcies, classificadas em cerca de 10 mil gneros, de 188
famlias descritas (Thompson, 2006). Essa ordem foi a segunda mais numerosa nas coletas no
bananal da Fazenda-Escola do IFRN/Campus Ipanguau com um total de 2.413 espcimes
capturados, entre esses foi observada com frequncia, em campo, a presena da mosca-da-espiga
(Euxesta spp.). Os Dpteros desempenham vrias funes no agroecossistema, alguns so insetospraga, como a mosca-minadora (Liriomyza sp.) e a prpria mosca-da-espiga, outros so vetores de
doenas para humanos e animais, como a mosca (Musca domestica) e mosca varejeira
(Dermatobia hominis), cujo larva se instala no tecido subcutneo de animais, causando uma
parasitose chamada de berne ou dermatobiose, existindo espcies predadoras e parasitoides,
esto adaptados aos mais diversos ecossistemas.
5. CONCLUSES
A predominncia de insetos da ordem Diptera e Hymenoptera e a pouca diversidade pode
indicar um distrbio no agroecossistema que, apesar de ter um manejo agroecolgico, ainda se
configura como monocultivo, que sofreu a interferncia antrpica. O levantamento por sua
natureza preliminar sugere um maior aprofundamento e o monitoramento da rea e a
implementao de tcnicas agroecolgicas que promovam um aumento na diversidade da
entomofauna no cultivo da bananeira no municpio de Ipanguau - RN.
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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0420
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0421
RESUMO
O bioma caatinga o principal ecossistema do nordeste
brasileiro, porm so poucas as informaes existentes
sobre a diversidade de insetos nesse bioma, devido
escassez de pesquisas com levantamentos da fauna de
insetos no semirido. Esta pesquisa teve como objetivo,
realizar um levantamento entomofauna numa rea de
reserva legal de mata nativa (cobertura vegetal de
Caatinga), na Fazenda-Escola do IFRN-Campus
Ipanguau. As coletas foram realizadas com armadilhas
tipo Pitfall, totalizando 10 armadilhas, dispostas em duas
linhas de cinco armadilhas com espaamento 20 x 20m.
Foram realizadas cinco coletas, em intervalos regulares
de sete dias, durante os meses de junho e julho de 2012.
Os
insetos
capturados
foram
acondicionados
0422
INTRODUO
REVISO BIBLIOGRFICA
0423
Quando o solo passa a ser um fator de produo, este sofre mudanas drsticas, pois as suas
caractersticas so exploradas para outro fim, fazendo com que o solo se submeta a condies
impostas pelo novo explorador, causando um grande problema, pois nem sempre as condies
impostas ao solo so suficientes para as interaes do novo ecossistema, e a tendncia a
biodiversidade ser atingida diretamente por esse impacto. Os estudos da diversidade de insetos
pode revelar o nvel de qualidade ambiental a partir do qual podem ser determinadas
intervenes a fim de manter, recuperar ou restaurar a sanidade ambiental atingindo a
sustentabilidade ecolgica dos ecossistemas (FREITAS et al, 2003), dessa forma atuando como
bioindicadores. Os bioindicadores, segundo Allaby (1992), so espcies que podem ter uma
amplitude estreita a respeito de um ou mais fatores ecolgicos, e quando presentes, podem
indicar uma condio ambiental particular ou estabelecida.
Cada espcie responde de forma diferenciada a um distrbio, sendo fundamental,
portanto, reconhecer a sua interao com as alteraes ambientais, bem como reconhecer e
entender a sua evoluo tanto em locais degradados como em estgio de recuperao. Assim, os
inventrios de levantamento e identificao de insetos nos ecossistemas permitem as prevenes
ou remediaes de impactos nos diferentes ambientes.
Isto caracteriza a importncia destes estudos a fim de que se identifiquem grupos de
bioindicadores potenciais. Pois assim, medida que ocorre o resgate da diversidade e equilbrio
ambiental tambm os insetos respondem em diversidade e densidade, cumprindo a sua funo
indicadora.
METODOLOGIA
0424
RESULTADOS E DISCUSSO
Hymenoptera
Diptera
Coleoptera
Orthoptera
Lepidoptera
Blattodea
Hemiptera
Odonata
1
2
5085 427
84
15
147 14
4
1
24
7
0
0
2
0
0
0
3
1202
149
61
42
1
8
0
0
4
1141
124
38
4
0
2
0
0
Coletas
5
6
1954
998
199
322
59
20
13
9
0
0
1
0
1
0
0
0
Total
5346 464
1463
1309
2227
Ordens
1349
Total
7
682
165
39
3
0
0
0
0
8
743
319
19
8
0
0
0
1
9
331
236
22
8
0
0
0
0
10
2444
189
35
14
0
0
0
0
15007
1802
454
106
32
11
3
1
889
1090
597
2682
17416
0425
2,61%
0,61%
0,27%
10,35%
Hymenoptera
Diptera
Coleoptera
Orthoptera
Lepidoptera, Blattodea,
Hemiptera e Odonata
86,17%
Figura 1: Percentual de insetos capturados por ordem no pomar com manejo agroecolgico no municpio de
Ipanguau nos meses de maio e junho de 2012.
As oito ordens capturadas esto entre algumas das mais importantes presentes em
agroecossistemas.
Os himenpteros compreendem insetos com uma grande diversidade de hbitos, existindo
indivduos que apresentam comportamento predatrio ou parasita, como tambm polinizadores
como as abelhas, durante o levantamento foi observada, entre os espcimes dessa ordem, a
predominncia de indivduos pertencentes famlia Formicidae, onde muitos so carnvoros,
existindo espcies fitfagas, que podem causar danos s plantas.
A segunda ordem mais numerosa foi a dos dpteros, nesse grupo existem representantes
que se alimentam de secrees vegetais, seiva, tecido clorofiliano e polpa de frutos, podendo
causar problemas fitossanitrios e a sade humana. No presente levantamento foi observada uma
grande diversidade de mosquitos e moscas frugvoras.
Os colepteros apresentaram uma grande diversidade, possivelmente devido
composio vegetal tambm diversificada, j que essa ordem uma das mais diversas
correspondendo a cerca de 35% de todas as espcies de insetos, podemos destacar a presena de
joaninhas (Coccinellidae) durante as coletas, esse coleptero um importante predador de
insetos-praga (BUZZI, 2012). J os ortpteros foram representados por grilos e gafanhotos. Alm
desses grupos foram capturadas baratas, mariposas, percevejos (fitfagos e predadores) e
liblulas.
0426
CONCLUSO
O tipo de solo e de cobertura vegetal, bem como a escala temporal e regional, so fatores
importantes que determinam a composio e a riqueza dos insetos coletados (PETILLON et al.,
2006), as caractersticas do pomar agroecolgico da Fazenda-Escola do IFRN Campus Ipanguau,
com uma flora diversificada e o manejo agroecolgico, com aplicao de tcnicas
conservacionistas, provavelmente tm possibilitado a manuteno do complexo de insetos na
rea estudada, os resultados preliminares indicam uma boa diversidade de insetos na rea com
um total de oito ordens, porm ainda no so o suficiente para se confirmar tal hiptese, havendo
necessidade da continuidade e aprofundamento nos estudos entomofauna associada a esse
sistema de cultivo.
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OMOTO, C. Entomologia agrcola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p
0427
0428
RESUMO
O inhame (Dioscorea sp.), uma planta
monocotilednea, herbcea, trepadeira, de clima tropical
e subtropical. Seus tubrculos so ricos em carboidratos
e vitaminas, alm de encerrar teores das vitaminas A e C
(MONTEIRO, 2002 apud LEONEL et al, 2006). Rico ainda
em clcio, ferro, fsforo alm de ter vitaminas do
complexo B, especialmente a vitamina B1, importante no
crescimento das crianas, e a vitamina B5, que auxilia o
0429
1 INTRODUO
O inhame (Dioscorea sp.), uma planta monocotilednea, herbcea, trepadeira, de clima
tropical e subtropical. Seus tubrculos so ricos em carboidratos e vitaminas, alm de encerrar
teores das vitaminas A e C (MONTEIRO, 2002 apud LEONEL et al, 2006). Rico ainda em clcio,
ferro, fsforo alm de ter vitaminas do complexo B, especialmente a vitamina B1, importante no
crescimento das crianas, e a vitamina B5, que auxilia o sistema imunolgico (ZUANY, 2008).
Ultimamente as pessoas de modo geral vm desenvolvendo um aumento no interesse pelo
papel desempenhado na sade por alimentos que contm componentes que influenciam em
atividades fisiolgicas ou metablicas, ou que sejam enriquecidos com substncias isoladas de
alimentos que tenham uns destes atributos, os quais recebem o nome de alimentos funcionais.
Segundo a Secretaria de Vigilncia Sanitria, do Ministrio da Sade, alimento funcional :
"aquele alimento ou ingrediente que, alm das funes nutritivas bsicas, quando
consumido como parte da dieta usual, produza efeitos metablicos e/ou fisiolgicos e/ou
efeitos benficos sade, devendo ser seguro para consumo sem superviso mdica"
(RDC 18/99)
0430
inhame precisa ser consumido com parcimnia, por ser calrico. Em termos de palatabilidade, a
massa pr-cozida de inhame possui textura leve com sabor marcante, o que torna o referido
produto uma iguaria ideal para os apreciadores de paladar apurado e amantes da gastronomia.
Na cidade de Mossor e regio, observa-se um crescimento significativo de empresas do
segmento alimentcio. Algumas indstrias do ramo de cereais e massas j se encontram com um
reconhecimento bem significativo no prprio municpio, assim como em cidades circunvizinhas.
Portanto, observa-se que h uma oportunidade para se lanar no mercado um novo tipo de massa
alimentcia, porm, deve-se trabalhar, tambm, a aceitao dos consumidores-alvo diante do novo
produto atravs da sua publicidade e estratgias de marketing.
As estratrgias de marketing do produto atuam o intuito de reforar a identidade e agregar
valor ao produto. Dessa maneira, a comunicao do mesmo contemplar uma srie de estratgias,
tais como: design da embalagem; a figura do chefe Buonissimo, que ser o mascote do produto; as
receitas contidas no verso da embalagem do macarro, dentre outros recursos visuais.
2 FUNDAMENTAO TERICA
O inhame uma raiz abundante, de fcil plantio e cultivo em vrios tipos de solos, climas e
reas geogrficas. De acordo com Bontempo (2009), este contm amidos, carboidratos,
aminocidos, mucilagens e fibras absorvveis e no absorvveis. Portanto, consiste em um
alimento altamente energtico, que proporciona uma maior saciedade devido grande
quantidade de fibras, o que facilita na perda de peso e na regulao do intestino.
Atualmente, os maiores produtores de inhame so pases tropicais da frica Ocidental,
principalmente Nigria e Costa do Marfim, onde se concentram 91% do total que produzido no
mundo, 39.897.327 t/ano, com uma rea plantada de 4.438.362 h. A Nigria, sozinha, assume
70% do que se produz mundialmente, acima de 26 milhes t/ano, com uma nvel tecnolgico,
chegam a alcanar uma produtividade superior a 22.000 kg/ha.
O Brasil produz cerca de 230.000 toneladas de inhame anualmente com rea plantada de
25.000 hectares, ficando em segundo lugar em volume produzido na Amrica do Sul, ultrapassado
apenas pela Colmbia com 255.000t/ano. Por no ser includa no rol das culturas nobres, a
explorao do inhame no contemplada nas polticas agrcolas importantes, apresentando
carncia de apoio tcnico e de crdito, normalmente destinados s monoculturas de produtos
exportveis.
Ainda no Brasil, especificamente no estado de Minas Gerais, a colheita do inhame maior
do que a da mandioca e da batata-doce. A rea cultivada de inhame, em 2001, foi de 783,9
hectares, obtendo-se uma produo de 3.121 toneladas, apresentando um rendimento de 3.981
quilos por hectare e com o valor da produo equivalente a R$1.022.474,13 segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE, 2001). Ademais, o desenvolvimento de produtos
alimentcios tendo como base razes tropicais, de tradio de cultivo e apelo cultural como o
inhame, tem obtido o interesse dos produtores rurais e industriais, pois possibilita o incremento
de toda a cadeia produtiva (CRIVELARO, 2008).
0431
Apesar de ser referida no cardpio de diversas civilizaes ao longo dos sculos e estar
presente desde o incio da colonizao brasileira so os nordestinos quem, praticamente,
assumem a demanda do inhame no Brasil. Dessa forma, a regio Nordeste apresenta-se como a
maior produtora, destacando-se os Estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Paraba onde o
inhame normalmente cultivado, utilizando-se mo de obra familiar e baixos nveis tecnolgicos,
que no tem permitido alcanar produtividade satisfatria. Em muitos casos, os produtores no
dispem de capital suficiente para aquisio de terras frteis e utilizam equipamentos e
maquinrios obsoletos. As novas tecnologias que poderiam ser adotadas por produtores com este
perfil apresentam dificuldades na sua implementao, desde o alto custo, at o fato dos possveis
usurios serem destitudos de formao e educao tecnolgica. Assim, usam seus prprios
conhecimentos e no as prticas e tcnicas resultantes de pesquisa e novos conhecimentos
provados pela cincia. Aliando todas essas tecnologia de produo com as tcnicas de
processamento mnimo possvel agregar valor ao inhame e garantir um produto de melhor
qualidade ao consumidor.
Estudos cientficos evidenciaram no preparo de farinhas mistas a possibilidade de seu uso
em substituio de mandioca, com maiores vantagens, pois a farinha de inhame praticamente
no tem glten. Alm disso, algumas espcies de inhame tm sido cultivadas com finalidades
farmacolgicas para obteno de material de partida para sntese de cortisona e hormnios
esterides. Na fabricao da farinha de inhame, o aproveitamento dos nutrientes total (ZUANY,
2008).
Segundo Crivelaro (2008), a utilizao da farinha de Inhame, traz as seguintes vantagens:
SEM GLTEN: diferentemente do Trigo, do centeio, da cevada e da aveia, o amido do
Inhame no possui glten (ideal para doentes alrgicos celacos).
AGRICULTURA FAMILIAR: as fecularias nacionais extraem 500 mil toneladas/ano do branco
e fino amido de Mandioca. Isto poderia ser triplicado com o incremento da cultura do Inhame
gerando 300 mil empregos no campo, principalmente de mulheres.
Existem pesquisas que apontam a crescente preocupao, em nvel mundial, com o
substituto do trigo visando atender a populao hipersensvel, entre os quais encontram celacos.
Uma tendncia o desenvolvimento de novos produtos sem glten (Escouto e Cereda, 1999 a,b;
2000, 2002 apud Wolf (2008).
De acordo com Cardoso (2003), as matrias primas alternativas, sem glten podero
ocupar um mercado altamente carente, o dos celacos e de outras sndromes que levaram
excluso do glten da dieta. Os celacos carecem de produtos que naturalmente contenham
glten, ou seja, sejam produzidos com os ingredientes: trigo, aveia, cevada, malte e centeio, mas
que, por processo tecnolgico adequado, retire-se desses alimentos o glten, produzindo-se,
assim, um produto especial para o celaco, sem a presena da protena do glten. Essa, de fato, a
informao que gera benefcio ao celaco, contemplada em legislaes da Unio Europia e de
pases como Estados Unidos e Argentina, denominando-se gluten free foods (PERONDI, 2007).
A necessidade de produtos especiais sem glten torna os celacos um pblico consumidor
abandonado pelo mercado (GONALVES,2007).
0432
Seca-se
em
estufa
temperatura
de
70
graus
centgrados
durante
aproximadamente 7 h.
x
0433
Segundo Carolino (2007) atravs da associao de ingredientes base de amido que atuam
na substituio da farinha de trigo, em harmonia com as propriedades do inhame e tcnicas de
preparo adequadas possvel obter resultados satisfatrios em relao qualidade da massa e
nas caractersticas organolpticas, sendo isto comprovado nos resultados de anlise sensorial
realizados em estudos cientficos, que superou o ndice de aceitabilidade, demonstrando aceitao
pelos provadores, fator importante para aprovao de um produto.
possvel tambm, segundo Fonseca (2006) o emprego da mucilagem do tubrculo do
inhame como melhorador natural na produo de po de forma.
O inhame til no preparo de massas, sopas, bolos e pes. (Mascarenha & Resende (2002)
apud FONSECA, (2006)).
Composio (g/100 g)
Mdia
Umidade
Cinzas
Amido
Fibras
Protenas
Lipdeos
0,39 +/ -0,01
Acares totais
4 MATERIAIS E MTODOS
4.1 Elaborao da Massa Pr-cozida a base de Inhame:
O referido produto foi elaborado no ambiente de cozinha industrial, onde, para o preparo
deste, foram empregados os ingredientes contidos na tabela abaixo (tabela 2):
Tabela 2: Ingredientes utilizados na formulao da massa fresca de inhame.
Ingredientes
Farinha de Inhame
Ovos
Quantidades
300g
150g
0434
Sendo assim, para o processo de formulao foi necessrio misturar 300g de farinha de
inhame e 150g de ovos num recipiente mdio e homogeneiz-los at obter-se uma massa firme.
Em seguida, foi feito a abertura da massa em uma superfcie plana e rgida, para que a mesma
ficasse bem fina. Posteriormente, a massa foi cortada com o auxlio de um objeto cortante, o que
resultou em amostras em formatos retangulares. Por fim, cozinhou-se a massa em 2 litros de gua
fervente. Esse processo foi realizado duas vezes, no entanto, ambos se diferem em relao
adio de sal, ou seja, um foi adicionado de sal e o outro no. Por conseguinte, as amostras foram
acondicionadas em temperaturas de refrigerao (0C 10C), em recipientes plsticos at a
prtica da anlise sensorial.
0435
Sexo
Maculino
( )
Feminino
Idade
At 20 anos
( )
21 a 30 anos
( ) 31 a 40 anos
Acima de
41 anos
Escolaridade
Superior
Incompleto
( )
Superior
completo
( ) Ps-graduao
Outro
Consumidor de
macarro?
Sim
( )
No
1- Por favor, prove da esquerda para a direita as duas amostras de acarro e faa
um crculo na amostra de sua preferncia. Pedimos que enxge a boca com
um pouco de gua a cada degustao.
___________
___________
2- Agora, d uma nota para cada uma das amostras, seguindo a seguinte escala:
1-Desgostei muitssimo
2-Desgostei muito
3-Desgostei moderadamente
4-Desgostei ligeiramente
__________
__________
________
________
5 RESULTADOS E DISCUSSES
Por meio da realizao da anlise sensorial, verificou-se que o produto teve percentuais
moderados de aceitao, dentro de uma escala hednica que varia de 1 a 9 referentes s
categorias de gostei muitssimo at desgostei muitssimo. Tal produto obteve nota sete, onde 80%
0436
dos entrevistados demonstraram interesse maior pela formulao adicionada de sal. Lembrando
que a preferncia foi significativa na classe feminina.
Das 50 pessoas que degustaram o produto 82% possuem nvel superior incompleto, 12%
nvel superior completo e 6% ps-graduao. Dentre essas pessoas 46% possuem at 20 anos, 42%
de 21 a 30 anos, e 12% de 31 a 40 anos, dos quais 58% do sexo feminino e 42% do sexo masculino.
O produto dever ser mantido em temperaturas de refrigerao (0C 10C) embalado a
vcuo, cujo custo sair em torno de dez reais a unidade contendo 400g. J com relao
composio nutricional da massa pr-cozida de inhame, esta constitui-se dos valores seguidos
abaixo (Figura 2).
Informao Nutricional
Poro de 100g
Quantidade por poro
418kcal = 1756kj
Valor energtico
Carboidratos
%VD (*)
21%
72,4g
24%
9,1
12%
10,4g
19%
Gorduras
saturadas
0g
0%
Gorduras trans
**
Fibra alimentar
0g
0%
730mg
30%
Protenas
Gorduras totais
Sdio
6 CONSIDERAES FINAIS
Mediante aos fatos relatados ao longo do presente estudo, conclui-se que os resultados
demonstraram que tanto a massa pr-cozida de inhame com adio de sal como a massa prcozida de inhame sem acrescimento de sal, preparadas a base da farinha de inhame foram bem
aceitas pelos provadores, sendo que 80% dos mesmos apresentaram maior preferncia pela
massa com sal, especialmente a populao feminina.
0437
Com isso, o produto em questo pode ser utilizado como uma alternativa para tentar
agregar ingredientes mais saudveis mesa da populao sem comprometer o sabor e a
qualidade das refeies, bem como para evidenciar os benefcios e propriedades do inhame e as
suas combinaes de preparo, apresentando-se, assim, um novo conceito no mercado, cujo
objetivo principal consiste em atender a necessidade de um pblico altamente amplo e verstil, o
que contempla crianas, adolescentes, adultos e at mesmo idosos, sendo o seu maior
contingente populacional os portadores de doena celaca, diabetes, hipertensos, obesos e
apreciadores de alimentos funcionais.
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da farinha de inhame (Dioscorea rotundata). Campinas, 1996. Dissertao (mestrado)
Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas.
0438
RESUMO.
Nesse trabalho estudou-se uma das principais pragas da
bananicultura, o moleque da bananeira (C. sordidus),
considerada praga chave dessa cultura, com o objetivo
de apresentar subsdios tcnicos ao projeto de banana
orgnica em desenvolvimento no Campus IFRNIpanguau. O trabalho de monitoramento (flutuao
populacional) foi realizado na rea agrcola do IFRN,
Campus Ipanguau, de maio a dezembro de 2012. O
monitoramento foi feito usando iscas tipo telha, feitas
de pseudocaule, cortada longitudinalmente, medindo 50
cm, de plantas recm colhidas. Os dados referentes
flutuao populacional foram analisados graficamente,
on
population
fluctuations
were
analyzed graphically, besides the study of simple
correlation between the number of insects per bait,
and climatic factors (rainfall, temperature and relative
humidity). The project area "organic banana" on
campus IFRN-Ipanguau is in equilibrium in the
incidence of the insect C. sordidus, ie, monthly mean
values presented below EIL (Economic Injury
Level) and the period of the experiment was not possible
to identify the most correlation with climatic
variables
studied,
recommending
continuation
of observations for further evaluation.
0439
1 INTRODUO
No mundo a cultura da banana concentra-se principalmente, em pases em
desenvolvimento, situados em zonas tropicais e subtropicais (GUERRA, et al 2009). H registros
em todos os estados brasileiros, onde cultivada tanto em grandes reas sistematizadas, como
tambm em minifndios, por pequenos agricultores, que enriquecem a dieta alimentar de suas
famlias.
A produo mundial de banana quase dobrou nos ltimos 20 anos, saindo de 45 milhes
de toneladas em 1990, para 85,8 milhes em 2007 (FAOSTAT, 2009). No Brasil, em 2007 a
produo total foi de 7,1 milhes de toneladas, perfazendo assim 8,3% da produo global (IBGE,
2009). Esses nmeros classificam o nosso pas como o quarto maior produtor, perdendo apenas
para ndia, China e Filipinas, porm, quanto ao aspecto exportao, coloca-se no dcimo segundo
lugar, com pouco mais de 1% de participao, enquanto pases de menor produo como o
Equador, exportam quase 25% do que produzem (MDICE, 2009).
O Estado do Rio Grande do Norte, no ano de 2007, produziu 191 mil toneladas em 6.851
hectares, sendo que 52% dessa rea est localizada na microrregio geogrfica do Vale do Au,
com destaque para os municpios de Ipanguau (1.330 ha), Alto do Rodrigues (1.160 ha),
Carnaubais (630 ha) e Au (434 ha) (IBGE, 2009).
O Estado do Rio Grande do Norte, no ano de 2007, produziu 191 mil toneladas em 6.851
hectares, sendo que 52% dessa rea est localizada na microrregio geogrfica do Vale do Au,
com destaque para os municpios de Ipanguau (1.330 ha), Alto do Rodrigues (1.160 ha),
Carnaubais (630 ha) e Au (434 ha) (IBGE, 2009).
Nesse trabalho estudou-se uma das principais pragas dessa cultura, o moleque da
bananeira (Cosmopolites sordidus), considerada praga chave dessa cultura, com o objetivo de
apresentar subsdios tcnicos ao projeto de banana orgnica em desenvolvimento no Campus
IFRN-Ipanguau.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Fundamentos
C. sordidus considerada como praga especfica do gnero Musa. E quanto a
suscetibilidade das variedades de bananeiras cultivadas, no h espcies consideradas
verdadeiramente resistentes, porm, no Brasil, foi constatado que os cultivares Maa e Terra
so mais suscetveis ao ataque de C. sordidus, do que os cultivares Prata, Nanica e Nanico
(BATISTA FILHO, et al. 2002).
0440
2.3 Monitoramento
Para Batista et al. ( 2002), o conhecimento da dinmica populacional de C. sordidus
indispensvel ao controle dessa praga, que pode ser feito utilizando-se iscas tipo telha ou tipo
queijo, (iscas de pseudocaule).
Para amostragem e controle de adultos de C. sordidus, so utilizadas iscas tipo telha
feitas de pedaos de pseudocaules, com aproximadamente 50 cm de comprimento, cortadas ao
meio no seu comprimento, ficando a parte cortada voltada ao solo, colocadas prximo as
touceiras. As iscas tipo queijo so feitas de pedao de pseudocaule com altura entre 5 e 10 cm,
cortado transversalmente e colocado sobre a base do pseudocaule que permaneceu no solo, do
qual a isca foi feita. Recomenda-se o uso de 20 iscas por hectare para monitoramento da
populao e cerca de 100 a 150 iscas tipo telha por hectare para controle (BATISTA, et al., 2002).
Em termos prticos, utilizam-se 50 a 100 iscas/ha, sendo as coletas realizadas
semanalmente e as iscas substitudas a cada 15 dias. A utilizao das iscas baseia-se na atrao
exercidas pelas substncias volteis presentes no pseudocaule e no rizoma da bananeira sobre
adultos de C. sordidus (VILADERBO, 1973 apud FANCELLI, 1999).
3 METODOLOGIA
O trabalho de monitoramento (flutuao populacional) foi realizado na rea agrcola do
IFRN, Campus Ipanguau, de maio a dezembro de 2012.
O monitoramento foi feito usando iscas tipo telha, feitas de pseudocaule, cortada
longitudinalmente, medindo 50 cm, de plantas recm colhidas. As iscas eram colocadas prximo
das touceiras, em lugar limpo, com a parte seccionada voltada para baixo, que foram numeradas
com estacas e placas para facilitao das coletas.
0441
4 RESULTADOS
A partir dos dados coletados estimou-se os valores mdios mensais de insetos coletados
por isca, como pode ser visualizado na Figura 1. Estes valores permitem uma comparao com os
ndices de infestao considerados limites para o controle dessa praga. Para Gallo et al. (2002) e
Batista Filho et al. (2002), o controle da mesma deve ser realizado encontrando-se a mdia de 5
adultos/isca/ms. Com efeito, referenciando-se os dados com as recomendaes da literatura,
percebeu-se que em nenhum ms a rea apresentou ndices de incidncia populacional do inseto
que denotasse valores acima do nvel de controle estabelecidos e citados nesse pargrafo.
Verificou-se dinmica populacional de C. sordidus, de modo que o pico populacional foi no
ms de maio de 2012, que foi o incio das observaes, com uma mdia de 3,90 insetos/isca. Os
meses de menor ocorrncia foram julho e agosto de 2012 com 1,25 e 2,31 insetos/isca,
respectivamente (Figura 1).
Os dados climticos, temperatura, umidade relativa do ar e precipitao pluviomtrica,
referente ao perodo de estudo de flutuao populacional do inseto em discusso, esto dispostos
na Figura 2, na qual pode-se verificar que apenas a umidade relativa apresentou correlao (baixa)
com a flutuao populacional de C. sordidus, enquanto que temperatura mdia e precipitao no
indicam correlao, o que muito provavelmente se deu devido ao ano atpico que ocorreu
(prolongada estiagem) promovendo certa constncia nas temperaturas e valores insignificantes de
chuva.
0442
N mdio de adultos/isca
4,00
3,50
3,90
3,17
2,91
2,97
3,06
3,02
3,00
2,31
2,50
2,00
1,50
1,25
1,00
0,50
0,00
2012
Figura 1 Flutuao populacional de adultos de Cosmopolites sordidus em bananal da cv. Pacovan, cultivado em
sistema agroecolgico, IFRN, Cmpus Ipanguau-RN, no perodo de maio a dezembro de 2012.
Figura 2 Dados de temperatura, umidade relativa do ar, precipitao pluvial e nmero de insetos (Cosmopolites
sordidus ) coletados no perodo em bananal da cv. Pacovan, cultivado em sistema agroecolgico, IFRN, Cmpus
Ipanguau-RN, no perodo de maio a dezembro de 2012.
0443
5 CONCLUSO
A rea do projeto de banana orgnica do cmpus IFRN-Ipanguau encontra-se em
equilbrio quanto incidncia do inseto C. sordidus, ou seja, apresentou valores mdios mensais
abaixo do NDE (Nvel de Dano Econmico) e, no perodo do experimento no foi possvel
identificar correlao com a maioria das variveis climticas estudas, recomendando-se
continuidade das observaes para uma posterior avaliao.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALVES, lio Jos. A cultura da banana: aspectos tcnicos, socioeconmicos e agroindustriais. 2
Braslia: EMBRAPA-SPI, 1999. 585 p.
0444
0445
RESUMO
O presente trabalho resulta de uma avaliao
institucional que apresenta o perfil do aluno referente ao
curso de alimentos, em todos os nveis de ensino, sendo
eles: integrado, subsequente e ProEJA, do Instituto
Federal de Educao Cincia e Tecnologia do Rio Grande
do Norte, cmpus Pau dos Ferros. Este artigo tem como
objetivo Traar o perfil do aluno do curso Tcnico em
Alimentos, enfatizando suas opinies e expectativas. A
metodologia da pesquisa para a coleta de dados foi a
0446
1 INTRODUO
O mercado de trabalho exige cada vez mais uma formao aprimorada das pessoas. Isso se
d pelo fato de sempre estarem surgindo novas tecnologias e termos que nos adaptar a elas,
tendo em vista nossa realizao profissional. A rea de alimentos muito diversificada, surgem a
cada dia novas tcnicas de produo e novos alimentos. um campo de atuao que est em
constante mudana, visando sempre satisfao do consumidor.
Com a grande demanda de profissionais, as instituies esto cada vez mais ampliando a
rede de ensino, oferecendo novos cursos em diferentes nveis. Observando essa demanda, o IFRN
decidiu oferecer mais reas de ensino para formao tcnica. Segundo o atual Projeto Pedaggico
do Curso Tcnico de Nvel Mdio em Alimentos na forma Integrada (2011, p. 7), o IFRN ampliou
sua atuao em diferentes municpios do estado do Rio Grande do Norte, com a oferta de cursos
em diferentes reas profissionais, conforme as necessidades locais. E os cmpus em que foi
oferecido o curso Tcnico em Alimentos foram: Pau dos Ferros e Currais Novos [1].
Os cursos na forma integrada e subsequente esto fundamentados nas bases legais
explicitadas na LDB n 9.94/96 no decreto 5.154/2004 decretado no sistema educacional
brasileiro. A forma ProEJA est no decreto n 5.154/2004 e n 5.840/2006. Os trs nveis de ensino
tem como objetivo ampliar os avanos da educao no mercado de trabalho, percebendo as
necessidades de bons profissionais na rea de alimentos [1, 2 e 3].
Atualmente exige-se uma grande demanda de profissionais na rea de alimentos e
bebidas, devido este setor ser o que mais movimenta investimentos no mundo [1].
Aps quase trs anos de funcionamento do IFRN em Pau dos Ferros e com todo o
desenvolvimento do curso de alimentos, viu-se a necessidade de saber a opinio dos alunos deste
referido curso. A pesquisa foi realizada com base na viso do aluno sobre as suas expectativas
antes de ingressar no curso, sobre os seus objetivos com a concluso dele, sobre quais
metodologias de ensino so mais relevantes e sobre as caractersticas gerais.
A opinio dos discentes muito relevante, no que diz respeito, avaliar a atual imagem e
contribuir em futuras vistorias do curso. O ponto de vista do aluno em relao estrutura geral
pode implicar em mudanas futuras, no que consiste especificamente a estrutura curricular, a
metodologia das aulas, a oferta de iniciao cientfica, dentre outras possibilidades.
2 METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa de carter descritivo em todas as turmas do curso Tcnico em
Alimentos do IFRN, localizado no Bairro Chico Caj, na cidade de Pau dos Ferros. Para a obteno
dos dados foi aplicado um questionrio com onze perguntas de mltipla escolha e algumas
abertas, no perodo de 06 a 13 de maro de 2013, na referida instituio de ensino.
0447
Para Cervo, Bervian e Da Silva [4] a forma de pesquisa em questionrios possibilita medir
com mais exatido o que se deseja. Por esse motivo optamos pelo mtodo de questionrio, para
obter respostas claras e precisas sobre o perfil do aluno em relao ao seu prprio curso.
No questionrio enfocamos questes como: o sexo predominante, a idade com que os
alunos ingressaram no curso, qual a viso que tinham antes de iniciar o mesmo. Buscamos saber
tambm o motivo que acarretou a escolha do curso, qual o ponto mais positivo e relevante e qual
a rea de atuao de um Tcnico em Alimentos. Houve questo em que se avaliou a estrutura
curricular, atividades oferecidas pelo curso e pela instituio e o que o aluno objetiva ao trmino
deste.
Por fim, os dados obtidos foram quantificados e calculados em porcentagens, em que
foram usados os softwares Word e Excel, quanto ao total de alunos inseridos no curso Tcnico em
Alimentos que responderam o questionrio.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
O questionrio foi realizado por um total de 171 alunos do curso Tcnico em Alimentos, e
conforme os resultados, o sexo predominante feminino, com 65,5% do total e o restante (34,5%)
dos alunos so do sexo masculino. Essa predominncia feminina pode ser explicada pelo fato de o
curso Tcnico em Alimentos ser observado pelos estudantes como algo associado gastronomia,
cozinha, ou nutrio.
Dentre as turmas avaliadas, quatro so na forma integrada, que corresponde a 74,8% do
total de alunos que responderam o questionrio. E por ser um nvel procurado por estudantes que
ainda iro iniciar o ensino mdio, consequentemente as idades desses alunos vo ser em mdia
abaixo de 15 anos. E nos dados obtidos foi possvel observar que as idades da maioria dos alunos
quando ingressaram no curso foram abaixo de 15 anos, com 46,5% do total. Sendo 39,4% entre 15
e 20 anos e 14,1% acima de 20 anos. Considerando que em um questionrio essa pergunta no foi
respondida.
Na quarta pergunta, a maioria dos alunos afirmaram que quando ingressaram no curso,
tinham opinies de que seria relacionado com nutrio, pois 52,4% marcaram esta opo, quanto
aos que pensavam estar relacionado com a indstria, foram 36,4%, j gastronomia, foram 9,6% e
1,6% dos alunos que no avaliaram nenhuma dessas opes marcaram Outros, mas no
especificaram.
2%
10%
36%
52%
Gastronomia
Nutrio
Indstria
Outros
0448
Para esta pesquisa tambm consideramos como um ponto relevante, o porqu desses
alunos terem escolhido o curso Tcnico em Alimentos. Esta questo foi enfocada na quinta
pergunta e os discentes poderiam escolher mais de uma opo. Com os dados pudemos perceber
que as respostas dos alunos foram equilibradas, pois 27,7% afirmaram terem escolhido o curso
porque gostam da rea, 24,8%, porque se aproxima da rea desejada e a mesma quantidade de
alunos disse que o motivo era no ter outra opo e 22,5% buscam uma qualificao.
Considerando o tempo em que os alunos se encontram desde o ingresso na instituio,
procurou-se saber deles qual a rea em que um Tcnico em Alimentos poderia atuar, esta questo
foi enfocada na sexta pergunta do questionrio. A maioria dos alunos afirmou que a rea de
atuao seria em fbrica, com um percentual de 37%. Os que disseram que tanto a fbrica, o
laboratrio e a cozinha eram reas de atuao foram 33,3% e o restante marcou a opo
Laboratrio, que foram 29,5%.
33%
37%
30%
0%
Fbrica
Laboratrio
Cozinha
Todas
0449
61%
Slida formao
0450
24%
48%
5%
23%
4 CONCLUSO
Com tudo que foi discorrido, podemos dizer que o curso Tcnico em Alimentos, do
Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte, cmpus Pau dos
Ferros, foi avaliado pelos discentes como um curso satisfatrio, tanto referente sua estrutura
quanto aos objetivos e opinies dos mesmos, apesar de muitos alunos antes de ingressarem,
terem noo de forma diferenciada a que o curso se destina.
Quanto s atividades ofertadas fora da sala de aula, muitos alunos j tinham noo do que
iria ser realizado e tambm julgaram como sendo atividades muito importantes e relevantes ao
curso. E como ponto positivo, afirmaram que o aspecto mais considervel o de ter uma slida e
completa formao, levando em conta que avaliaram tambm a estrutura curricular como
completa para a formao.
Portanto, com todas as informaes contidas neste trabalho, pode-se dizer que as opinies
dadas pelos 171 alunos, podem acarretar futuros projetos e inovaes no curso Tcnico em
Alimentos, pois a cada dia so criadas novas tecnologias, processos e novos alimentos.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
[1] INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE.
Projeto pedaggico do curso tcnico de nvel mdio em alimentos na forma integrada presencial.
[Pau dos Ferros], 2011a.
[2] INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE.
Projeto pedaggico do curso tcnico de nvel mdio em alimentos na forma integrada, na
modalidade de educao de jovens e adultos, presencial. [Pau dos Ferros], 2011b.
[3] INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE.
Projeto pedaggico do curso tcnico de nvel mdio em alimentos na forma subsequente, na
modalidade presencial. [Pau dos Ferros], 2011c.
0451
[4] CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; DA SILVA, R.; Metodologia cientfica. 6. ed. So Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2007.
)Feminino
)Masculino
3-Em qual mdulo/ano voc est inserido?( )Integrado ( )1 ano ( )2 ano ( )3ano
( )Subsequente
4-Quando voc entrou no curso de alimentos, achava que o curso estava relacionado com:
( )Gastronomia ( )Nutrio ( )Indstria ( )Outros. _____________________
5-Por que voc escolheu o curso de alimentos?
( )Porque se aproxima mais da rea desejada ( )Em busca de uma qualificao
( )Porque no tinha outra opo
( )Porque gosta da rea de alimentos.
6-Para voc, qual a rea de atuao do tcnico de alimentos?
( )Fbrica
( )Cozinha
( )Laboratrio de anlise
( )Todas as alternativas.
7-Ao ingressar no curso de alimentos, voc tinha noo que teria aulas prticas?
( )Sim. Quais?__________________________________________________________
( )No.
8-Sobre as disciplinas do curso de alimentos, voc acha que estas disciplinas so apropriadas para uma
completa formao do tcnico de alimentos?
( )Sim.
( )No. Quais as disciplinas sugeridas para incluso?____________________________
9-Qual o aspecto que voc considera mais positivo e relevante do curso de alimentos?
( )Slida formao tcnica
( )Relacionamento com os colegas.
( )Facilidade de acesso a professores ( )Facilidade de uso da infraestrutura do IFRN
e gestores.
10-Avalie a importncia das seguintes atividades e prticas didticas realizadas no curso.
Mais
Medianamente Menos
Atividades
importante importante
importante
Aulas prticas no laboratrio
Pesquisas bibliogrficas e anlise de
0452
artigos cientficos
Iniciao cientfica
Trabalhos em equipe e seminrios
Projetos
Aulas tericas
11-Quanto suas expectativas ao final do curso, voc espera:
( )Rpida insero no mundo do trabalho.
( )Deseja continuar com o curso de graduao na rea de alimentos.
( )Almeja iniciar ou dar continuidade aos negcios na rea de alimentos
( )Outros. Qual?_________________________________________________________
0453
RESUMO
As microalgas pertencem a um grupo muito heterogneo
de organismos, predominantemente aquticos e
geralmente microscpicos unicelulares, que podem
formar colnia, com pouca ou nenhuma diferenciao
celular. Estes organismos fotossintetizantes apresentam
requerimentos nutricionais relativamente simples e cuja
biomassa pode ser empregada na nutrio, sade
humana e animal, no tratamento de guas residuais, na
produo de energia e na obteno de compostos de
interesse das indstrias alimentar, qumica e
farmacutica. A aplicao mais comum das microalgas
0454
1 . INTRODUO
As microalgas pertencem a um grupo muito heterogneo de organismos,
predominantemente aquticos e geralmente microscpicos unicelulares, que podem formar
colnia, com pouca ou nenhuma diferenciao celular. So caracterizadas pela presena de
pi
Filogeneticamente, as microalgas so compostas de espcies procariticas ou eucariticas, antigas
ou mais recentes, conforme o perodo em que surgiram no planeta (RAVEN et al., 2001). Estes
organismos fotossintetizantes apresentam requerimentos nutricionais relativamente simples e
cuja biomassa pode ser empregada na nutrio, sade humana e animal, no tratamento de guas
residuais, na produo de energia e na obteno de compostos de interesse das indstrias
alimentar, qumica e farmacutica (BOROWITZKA, 1993; CERTIK & SHIMIZU, 1999; KIRK &
BEHRENS, 1999; LEMAN, 1997; BRUNO 2001; GROBBELAAR, 2004; RICHMOND, 2004).
A aplicao mais comum das microalgas tem sido na aquicultura, servindo na alimentao
de algumas espcies de peixes, moluscos, crustceos e de diversos organismos forrageiros de
interesse econmico. Alm de serem empregadas diretamente (vivas), as microalgas tambm
podem ser utilizadas de forma indireta, pois servem de alimento a fitoplanctfagos (artmia,
rotferos, coppodes, etc), os quais so comumente utilizados como alimento em larviculturas.
Ainda neste sentido, pode-se empregar microalgas concentradas, criopreservadas e desidratadas.
Dentre as espcies cultivadas, destacam-se as das classes Bacillariophyceae (Chaetoceros
spp. Ehrenberg, Thalassiosira spp. Cleve, Phaeodactylum tricornutum Bohlin e Skeletonema
costatum Greville), Haptophyceae (Isochrysis spp. Parke), Cryptophyceae (Rhodomonas spp.
Karsten), Chrysophyceae (Monochrysis spp. Skuja), Prasinophyceae (Tetraselmis spp. Stein),
Cyanophyceae (Arthrospira spp. e Spirulina spp.) e Chlorophyceae (Chlorella spp., Dunaliella spp. e
Scenedesmus spp. Bourrely), dentre outras (SILVA et al., 2003; MULLER-FEUGA, 2004).
Na aquicultura, estes organismos podem ser cultivados em diversos sistemas de produo,
com volume variando desde poucos litros at bilhes de litros. Os sistemas comumente
empregados so pouco sofisticados, uma vez que muitas empresas desenvolvem cultivos a cu
aberto, sob condies naturais de iluminao e temperatura, e com baixo ou nenhum controle
destes parmetros ambientais (BOROWITZKA, 1999). Nestes ambientes de cultivo o crescimento
de uma populao microalgal resultado da interao entre fatores biolgicos, fsicos e qumicos
(RAVEN, 1988). Os fatores biolgicos esto relacionados s taxas metablicas da espcie cultivada,
bem como com a possvel influncia de outros organismos sobre o desenvolvimento algal. Quanto
aos fatores fsico-qumicos esto relacionados iluminao, temperatura, salinidade e
disponibilidade de nutrientes (HELLENBUST, 1970; GUILLARD, 1975; EPPLEY, 1977;
YONGMANITCHAI & WARD, 1991).
Uma vez que as microalgas constituem a principal fonte de alimento para as larvas de
organismos cultivveis, em suas primeiras etapas de vida, o xito de um laboratrio de produo
de ps-larvas depende da obteno e da produo em larga escala de espcies algais que
satisfaam os requerimentos nutricionais destes animais. Mesmo existindo a opo do alimento
0455
2 . METODOLOGIA
2.1 As microalgas utilizadas
As cepas utilizadas para cultivo foram cedidas pela professora Fabiana Cmara da Escola
Agrcola de Jundia/UFRN.
0456
3 . RESULTADOS
O experimento foi desenvolvido em sala de cultivo, no Laboratrio de Aquicultura do
Instituto Federal do Rio Grande do Norte, Campus Macau e teve incio no dia 22.11.12.
A temperatura da sala de cultivo foi mantida em 252oC e as culturas foram desenvolvidas
com iluminao artificial (lmpadas fluorescentes de 40 W), sendo submetidas a fotoperodo
integral. Uma das culturas foi mantida com agitao (aerao) constante e a outra sem aerao
artificial, apenas com um fluxo de ar atmosfrico.
O crescimento das microalgas foi determinado pelo incremento dirio da densidade celular
de cada uma das unidades experimentais, entretanto, este aumento no pode ser contabilizado
devido a no disponibilidade da cmara de contagem. A olho desarmado pode-se concluir que
ambos os experimentos (com e sem aerao artificial) apresentaram crescimento satisfatrio, com
o experimento com aerao artificial demonstrando maior densidade (Figura 1a, 1b e 1c).
At a terceira semana obtivemos bom crescimento celular, porm com o passar dos dias
iniciou-se a formao de fungos e consequentemente todo o experimento foi prejudicado devido
a contaminao, impedindo assim sua repicagem. Conclumos que as cepas j vieram
contaminadas, porm, o manuseio inadequado, ou seja, sem os materiais apropriados, tambm
prejudicaram o sucesso do cultivo.
0457
4 . CONCLUSO
Conclumos que, mesmo que os resultados no tenham sido satisfatrios, possvel
realizar um bom cultivo de microalgas nas dependncias do IFRN/Campus Macau com a utilizao
de materiais adequados e uma amostra pura e no contaminada.
5 . REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANDRADE, M. R. Cultivos autotrficos e mixotrficos de Spirulina platensis em diferentes escalas e
condies ambientais no extremo sul do Brasil. Dissertao apresentada para a obteno do ttulo
de mestre em Engenharia e Cincia de Alimentos na subrea de Bioprocessos em alimentos, Rio
Grande do Sul, 2005.
BOROWITZKA, M.A. Commercial production of microalgae: ponds, tanks, tubes and fermenters.
Journal of Biotechnology, v.70, p.313-321, 1999.
BOROWITZKA, M.A. Products from microalgae. Infofish International, v.5, p.21-26, 1993.
BROWN, M. R.; JEFFREY, S. W.; VOLKMAN, J. K.; DUNSTAN, G. A. Nutritional properties of
microalgae for mariculture, Aquaculture, v.151, p.315-331, 1997.
BRUNO, J.J. Edible microalgae: a review of the health research. Pacifica: Center for Nutritional
Psychology, 2001.
CERTIK, M.; SHIMIZU, S. Biosynthesis and regulation of microbial polyunsaturated fatty acid
production. Journal of Bioscience and Bioengineering, v.87, n.1, p.1-14, 1999.
EPPLEY, R.W. The growth and Culture of diatoms. In: WERNER, D. (Ed). The biology of diatoms.
Berkeley: University of California, 1977
GROBBELAAR, J.U. Algal biotechnology: real opportunities for Africa.
Botany, v.70, n.1, p.140-144, 2004.
Journal of
Advances in Applied
0458
RAVEN, P.H. et al. Biologia vegetal. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 906p, 2001.
RICHMOND, A. (Ed). Handbook of microalgal culture: biotechnology and applied phycology.
Oxford: Blackwell Science, 566p, 2004.
SILVA, F.C. et al. Cultivo de microalgas marinhas. In: POLI, C.R. et al. (Orgs).
experincias brasileiras. Florianpolis: Multitarefa, p.93-120, 2003.
Aqicultura:
0459
RESUMO
Objetivou-se, neste trabalho, avaliar a produo da
massa fresca, massa seca e a viabilidade econmica do
sorgo BRS Ponta Negra e do capim elefante verde e do
capim elefante roxo irrigado com rejeito de
dessalinizador e de gua salobra subterrnea na
comunidade de Riacho Salgado localizada a 9 km do
centro da cidade de So Paulo do Potengi RN. O estudo
foi desenvolvido no perodo de 22 de agosto de 2012 a 2
de janeiro de 2013. A rea irrigada com gua salobra
-1
-1
subterrnea foi de 0,13 ha (tratamento 1) e 0,30 ha
irrigado com gua de rejeito do dessalinizador
0460
1 INTRODUO
As regies semiridas se caracterizam climaticamente pelos baixos ndices pluviomtricos
(350 a 700 mm ano-1) e dficit hdrico. Varias regies rurais difusas no tem sistema de
abastecimento de gua, as guas superficiais so escassas e dispem apenas de gua salobra
subterrnea. Uma soluo tecnolgica para fornecimento de gua potvel para essa populao o
processo da dessalinizao da gua. Porm, essa tecnologia gera rejeito com elevados teores de
sais, os quais lanados no solo sem nenhum tratamento prejudicam o meio ambiente.
Os sistemas de dessalinizao, geralmente implantados por rgos pblicos, utilizam a
tcnica da osmose reversa no tratamento da gua. Essa tecnologia utilizada no Rio Grande do
Norte, como tambm em todo territrio Nacional. Esses dessalinizadores apresentam rejeito de
gua salgada igual ou superior a 50%. O dispositivo mais utilizado para receber esses rejeitos
constitudo por tanques, os quais em sua maioria apresentam rachaduras e alguns foram
projetados de forma inadequada (FONSECA et al., 2005). No estado do Rio Grande do Norte
existem 379 dessalinizadores catalogados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos
Recursos Hdricos (SEMARH), os quais foram implantados pela prpria SEMARH, como tambm
pelo DNOCS, FUNASA, Fundao Banco do Brasil e prefeituras com recursos prprios ou
financiados pelo PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).
Entretanto, apenas 142 equipamentos esto em funcionamento no Estado (37,5%) (SILVA, 2010).
A desvantagem da dessalinizao da gua com o uso da tecnologia da osmose reversa o
rejeito que possui alta concentrao de sais que provocam impactos ambientais severos ao solo,
haja vista que parte da regio j sofre problema de salinizao do solo (AMORIM et al., 2007).
Segundo estudos de Ahmed et al. (2003), vrias so as opes como destino do rejeito do
dessalinizador, alm da simples infiltrao do solo: lagoas de evaporao; tanques de evaporao;
processo de salmoura para extrair todos os sais; lanamento no mar; uso na aquicultura, atravs
da criao de camaro, tilpia e artmia salina; irrigao de culturas agrcolas tolerante e
absorvedora de sais, tais como: atriplex e cevada.
Como uma alternativa para reduo dos impactos ambientais dos sistemas de
dessalinizao no Nordeste do Brasil, a irrigao das plantas halfitas com efluente salino tem sido
sugerida. Estas plantas, alm de suportar altos nveis de salinidade do complexo solo-gua,
sobrevivem em regies de baixa precipitao e temperatura elevada. O arbusto Atriplex
nummalaria (erva-sal) uma das principais halfitas que funciona como um dessalinizador
biolgico do solo, acumulando grande quantidade de sais em seus tecidos (PORTO et al., 2001).
Alm da fitorremediao do solo, a erva-sal pode tambm, ser utilizada na alimentao animal
(ovinos e caprinos) no semirido do Nordeste do Brasil (ARAJO, 2006).
Em perodos de seca no semirido nordestino, as guas do lenol fretico, mesmo com
elevados teores de sais, representam importante suporte de recurso hdrico para atender boa
parte da necessidade da populao, seja para o consumo humano atravs do uso da tecnologia de
dessalinizao da gua, seja para dessedentao animal e para a agricultura familiar, atravs da
irrigao de determinadas culturas agrcolas, principalmente aquelas mais adaptadas salinidade
0461
como as halfitas (erva-sal) e outras menos tolerantes. Assim, enquanto o algodoeiro tolera alto
nvel de sal na gua (at 6,4 dS m-1), o pimento suporta apenas 1,5 dS m-1.
Assim, surgiu o projeto da Unidade Demonstrativa (UD) em 2004 para o Programa de gua
Doce que visa melhorar as unidades de dessalinizao, estima-se que existam dois mil
dessalinizadores no semirido nordestino com o aproveitamento do rejeito do dessalinizador. As
UDs aproveitam o rejeito do dessalinizador para a gerao de recursos financeiros e alimentos
para as famlias da comunidade, atravs da gesto dos recursos hdricos com a criao de peixe,
principalmente a tilpia tailandesa, e cultivo de atriplex nummularia, alm da gesto dos recursos
hdricos com o fornecimento de gua potvel de boa qualidade para consumo (ING, 2010). O Rio
Grande do Norte possui apenas uma Unidade Demonstrativa implantada em 2006 pelo Ministrio
do Meio Ambiente e a Embrapa, a segunda do pas que se localiza no assentamento de Caatinga
Grande no municpio de So Jos do Serid/RN. Atualmente, o semirido nordestino dispe de 14
Unidades Demonstrativas (UD) para aproveitamento do rejeito dos dessalinizadores.
De acordo com Azevdo (2012) de num total de 24.847 poos para atendimento domstico
e uso mltiplo da gua subterrnea, instalados no Semirido, 43,83% so classificados como de
gua salobra. Outros 56,13% apresentam gua doce e 0,04% contm gua salina.
A seca no semirido nordestino um processo cclico, alm da estao chuvosa se
concentrar em perodos curtos e mal distribudos, geralmente de trs a cinco meses. Uma ao
permanente de combate seca seria o uso da agricultura irrigada com o uso de gua salobra com
culturas adaptadas a determinados nveis de sais para serem utilizadas na agricultura familiar,
Visto que a vazo dos poos no semirido baixa. O presente estudo objetivou avaliar a
produtividade e a viabilidade econmica do capim elefante e do sorgo irrigados com gua do
lenol fretico e do rejeito do dessalinizador, na comunidade de Riacho Salgado, municpio de
So Paulo do Potengi/RN, localizado no semirido potiguar.
2 MATERIAL E MTODOS
2.1 Descrio e localizao da rea experimental
Os experimentos de campo foram conduzidos na microrregio do Agreste Potiguar, na
comunidade Riacho Salgado (62657 S; 535240 W), distante 9 km da sede do municpio de So
Paulo do Potengi RN, durante a estao seca (outubro a dezembro) de 2012. A rea
experimental apresenta solo do tipo Planossolo Soldico, com fertilidade natural alta, textura
argilo-arenosa, imperfeitamente drenada e rasa. O clima da regio muito quente e semirido,
com precipitao anual mdia de 562,1 mm, umidade relativa do ar mdia anual de 70% e
temperatura do ar mdia de 27,2 C (CPRM, 2005).
Foram utilizadas duas reas experimentais, cada uma com um tratamento, distantes entre
si em 80 m. O tratamento 1 foi realizada na rea menor (0,13 ha), foi irrigada com gua
proveniente do lenol fretico (poo) que abastece o dessalinizador com 10 m3 dia-1, com
condutividade eltrica de 2,9 dS m-1. O tratamento 2 na rea maior (0,29 ha), foi irrigado com o
rejeito do dessalinizador com 15 m3 dia-1, com condutividade eltrica igual a 3,7 dS m-1. Cada rea
0462
pesquisada foi dividida igualmente para as duas culturas, sorgo e capim elefante (dividida ao meio
para o capim verde e capim roxo). O dessalinizador constitudo por um sistema de osmose
reversa com uma membrana, 6 tanques de evaporao e um reservatrio de 5 m3 para gua
potvel. O sistema produz 75% de rejeito que foi enviado para reservatrio de 5 m3 e, em seguida,
para irrigao das duas culturas agrcolas no tratamento 2.
0463
balana. Em seguida, de acordo com Silva, 2009, as amostras foram acondicionadas em sacos de
papel, secadas em estufa com circulao forada de ar a temperatura de 60 oC. As amostras
permaneceram na estufa at a amostra atingir a massa constante, para assegurar a obteno da
massa seca. As massas foram determinadas atravs de balana eletrnica com preciso de 0,01 g.
As coletas dos dados do material seco e material fresco foram realizadas a cada 60 e 75 dias aps
a germinao de cada ciclo de cultivo do capim elefante e 75 dias para o sorgo.
2.4.2 Eficincia econmica dos cultivos
Para realizao da anlise econmica foram levantados dados por meio da produo
comercial, custo e receita. Os preos de insumos, mo-de-obra e da venda dos produtos foram os
valores vigentes no perodo de agosto a dezembro de 2012.
Nos dois tratamentos, faz-se a avaliao do desempenho econmico por meio da
determinao de indicadores de viabilidade econmica para cada cultura agrcola. Nesta pesquisa
foram utilizados os seguintes indicadores: Renda lquida, taxa de retorno, ndice de lucratividade e
taxa de rentabilidade.
A anlise da renda lquida foi obtida subtraindo-se da renda bruta os custos de produo
que variam de acordo com o tratamento e a cultura agrcola utilizada e expressa em R$ ha-1. A
taxa de retorno por real investido foi obtida por meio da relao entre a renda bruta e o custo de
produo de cada tratamento. O ndice de lucratividade, obtido da relao entre a renda lquida e
a renda bruta para cada tratamento. A taxa de rentabilidade tambm em cada tratamento, obtida
pela relao entre a renda lquida e o custo de produo, expressa em porcentagem, conforme
procedimento empregado por Pereira et al. (1985).
A receita bruta foi obtida multiplicando a produtividade de cada tratamento pelo seu
valor, isto , multiplica-se o preo unitrio mdio de venda da cultura (R$ ha-1) pela produtividade.
O custo total do sistema ou o custo total de produo (R$ ha-1) foram coletadas as informaes de
custo dos insumos consumidos, o custo da mo-de-obra utilizada e o custo com energia.
3 RESULTADOS E DISCUSSES
3.1 Produo de massa verde e massa seca
Os valores mdios da massa: verde e seca do capim elefante, obtidos no perodo entre 60 e
75 dias aps a emergncia e do sorgo aos 75 dias aps a emergncia, so apresentados na Tabela
2. Verificou-se que o aumento da salinidade diminuiu a massa verde e seca de todas as forrageiras
estudadas.
A alta produo de massa verde do sorgo avaliado (Tabela 1) irrigado com gua do poo
tubular correspondente a um hectare foi estimada em 47,5 t ha-1, enquanto a massa verde irrigada
com gua do rejeito do dessalinizador ocorreu reduo de 20,4%. Entretanto, a produo de
biomassa verde de ambos os tratamentos estudados, manteve-se prximo ou superior mdia
obtida por Cunha e Lima (2010), Aguiar et al. (2008), Santos, et al. (2007) e Paulo et al. (2008)
0464
cultivada em sequeiro que obtiveram por corte, 46,7 t ha-1, 40,37 t ha-1, 51,70 t ha-1 e 33,70 t ha-1,
respectivamente. Porm, obtivemos valores inferiores a Vieira et al. (2005) que obteve 57,0 t ha-1
e 64,7 t ha-1 de sorgo forrageiro gentipo CSF 18 colhido com 112 dias com uso de gua de
condutividade eltrica de 0,90 dS m-1 e 5,80 dS m-1, respectivamente. Tambm ficou aqum da
produtividade obtida por Lima et al. (2012) que estudou o comportamento do sorgo forrageiro
BRS Ponta Negra irrigado com gua doce no Rio Grande do Norte e obtiveram por corte 82 t ha-1
de massa verde.
Tabela 1: valores de massa verde (MV) t ha-1, massa seca (MS) t ha-1 e percentual de massa seca (%MS) do capim
elefante e do sorgo obtidos aos 60 e 75 dias aps a emergncia (DAE).
rea irrigada
(poca do corte)/Cultura
Lenol fretico (DAE = 60)
Lenol fretico (DAE = 75)
Rejeito (DAE = 60)
Rejeito (DAE = 75)
Capim roxo
MV
MS
19,4
3,9
22,1
4,6
15,3
2,6
16,7
3,4
Capim verde
MV
MS
17,8
3,5
19,1
3,9
13,9
2,6
14,5
2,9
Sorgo
MV
MS
ND
ND
47, 5 14,5
ND
ND
37,8
11,0
CER
20,1
20,8
18,5
20,4
% MS
CEV
19,7
20,4
18,3
20,0
S
ND
30,5
ND
29,1
ND = no determinado
A produo da massa verde do capim elefante foi maior na cultivar roxo em todos os
tratamentos e idades de corte. Ocorreu reduo na massa verde com o aumento da salinidade, a
relao capim elefante roxo e verde foi de 21,1% e 21,9% no corte realizado aos 60 dias e 24,4% e
24,1% no corte realizado aos 75 dias, respectivamente, em relao aos dois tratamentos. Os
valores obtidos foram inferiores aos encontrados na literatura com uso de gua doce, tais como,
DANTAS et al. (2002) obtiveram 35,8 t ha-1 corte-1, com o cultivar Mott. Entretanto a massa verde
do capim elefante irrigada com gua do lenol fretico ficou no limite mnimo recomendado por
Lima (2007a) que estima a produo de 20 a 30 t ha-1 no mesmo perodo.
O sorgo apresentou produo de matria seca bem superior ao capim elefante, o resultado
obtido de 14,5 t ha-1 foi superior ao relatado por Aguiar et al. (2008) com corte de 86 dias tendo
obtido 11,2 t ha-1 com 27,5% MS, ficou dentro da faixa de produtividade de Lima et al. (2007b) na
qual a massa seca aceita de 12 a 15 t ha-1 no ciclo de 105 dias com aplicao da mesma cultivar e
uso de gua doce.
Programamos a melhor poca para o corte do capim-elefante aos 60 dias aps a
emergncia, quando a maioria dos cultivares de capim-elefante apresenta uma produo mdia
de matria seca em torno de 6,5 t ha-1 (Dantas, 2004). Entretanto, nosso experimento ficou abaixo
para as duas cultivares e os dois tratamentos empregados. Tambm ficou abaixo da produo
obtida por Machado et al. (1996) na qual o plantio foi realizado com o mesmo espaamento com
rendimento de 13,0 t ha-1 cujo corte ocorreu aos 113 dias aps a emergncia.
0465
Culturas
CER
CEV
Sorgo
TOTAL
Tratamento 1 (R$)
Receita bruta da
Receita bruta
rea pesquisada
por hectare
165,75
5.525,00
167,13
4.775,00
748,13
11.875,00
1.080,01
22.175,00
Tratamento 2 (R$)
Receita bruta da
Receita bruta
rea pesquisada
por hectare
315,63
4.175,00
274,05
3.625,00
1.323,00
9.375,00
1.912,68
17.175,00
0466
capim elefante resultaria resultados econmicos no primeiro ciclo da cultura, porm apresentaria
valores positivos no segundo ciclo.
Tabela 3: Anlise econmica dos tratamentos (T1 e T2): receita bruta (RB), custo de produo (CP), renda lquida
(RL), ndice de lucratividade (IL) e taxa de rentabilidade (TRent)
Tratamento
T 1 projeto
T 2 projeto
Total
RB (R$)
1.081,01
1.912,68
2.993,69
CP (R$)
726,00
1.396,00
2.122,00
RL (R$)
355,01
516,68
871,69
TR
1,49
1,37
1,41
IL
0,33
0,27
0,29
TRent
1,15
0,37
0,41
4 CONCLUSO
O efeito da salinidade da gua se refletiu sobre sorgo BRS Ponta Negra e o capim elefante
roxo e verde, reduzindo a biomassa verde e seca, de modo que a irrigao com rejeito da
dessalinizao da gua apresentou valores inferiores em relao gua do lenol fretico.
O sorgo BRS Ponta Negra foi mais produtivo que o capim elefante em relao biomassa
verde e seca, sendo que a produtividade do capim elefante roxo relativamente superior quela
do capim elefante verde.
Os resultados da anlise econmica do capim elefante e do sorgo irrigados com gua do
lenol fretico e do rejeito do dessalinizador apresentaram valores positivos. O tratamento 1
apresentou maior viabilidade econmica em todos os parmetros analisados.
Os resultados obtidos sugerem a substituio do capim elefante roxo e verde pelo sorgo
forrageiro BRS Ponta Negra, assim aumentaria a viabilidade econmica e o projeto tornaria
autossustentvel. O sorgo Ponta Negra por possuir caractersticas apropriadas ao semirido
nordestino e apresentar tolerncia moderada salinidade, apresenta-se como alternativa para o
aproveitamento do rejeito da dessalinizao de gua por osmose reversa ou guas salobras
subterrneas com as mesmas condies de salinidade da gua estudada, gerando uma fonte
alternativa de alimentos para o gado ou de renda aos associados de Usurios de gua, habitantes
do semirido nordestino.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AGUIAR, E.M.; LIMA, J.M.P.; CUNHA, E.E.; FREITAS, M.O.; GOUVEIA, H. S. A.; MELO, A.B.; CASTRO,
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0467
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1997. CD Rom
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Paraba, 2012.
0468
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Milho e Sorgo, 2007. (Comunicado Tcnico, 145).
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Produtividade e qualidade da forragem de sorgo irrigado com guas salinas. Rev. Bras. Eng. Agric.
Amb. 9:42-46,2005.
0469
RESUMO
Objetivou-se desenvolver um iogurte, sabor maracuj,
sob diferentes concentraes da polpa de maracuj (5%,
10% e 12%). Sendo o Brasil um dos maiores produtores
mundiais de maracuj, produzindo, aproximadamente,
478 mil toneladas anuais de maracuj (IBGE, 2004),
sendo a quase totalidade de maracuj amarelo
(Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener), utilizado
principalmente para a fabricao de suco e no consumo
in natura (MATSUURA; FOLEGATTI, 1999). O leite em
natura integral utilizado na formulao oriundo da
CERSEL; que tem parceria com IFRN campus de Currais
0470
1 INTRODUO:
O iogurte produzido atravs de leite fermentado por bactrias, usualmente Lactobacillus
bulgaricus e Streptococcus thermophilus, e possui uma consistncia que o diferencia de outros
produtos derivados de lacticnios. Contm todos os constituintes nutricionais do leite, com
exceo da lactose, reduzida durante a fermentao, revelando-se vantajoso para quem no
digere bem o leite.
A origem do iogurte no um fato consolidado, mas existem alguns episdios espalhados
pelo mundo que indiciam a idade deste alimento. Um destes episdios est relacionado com a
descrio deste alimento como sendo de maior digestibilidade comparativamente ao leite e o seu
efeito benfico e purificador no excesso de blis e nos problemas de estmago.
Este lacticnio era considerado um medicamento, vendido apenas em farmcias, no
entanto, o seu consumo generalizou-se na Europa, incluindo Portugal, e entrou nos consumos
alimentares, a partir da dcada de 50. Neste momento, os iogurtes so consumidos como
pequeno-almoo lanche ou at mesmo jantar.
No nosso Pas, o iogurte e o leite fermentado mais consumido. Em outras regies do
mundo so usados outros leites fermentados: o kefir, preparado com leite de vaca, cabra e outras
espcies, por fermentao lctica, alcolica e carbnica.
Os iogurtes tm uma relevncia proeminente nos hbitos alimentares, no s por serem
considerados um substituto do leite, mas por representar uma importante fonte de clcio, e
tambm por possuir variadas caractersticas nutritivas indispensveis para o bem-estar. Verifica-se
ento, que se trata de um produto essencial no dia-a-dia de cada um. Este fato condiciona as
necessidades do mercado, o que leva investigao/criao de novos sabores, novos frutos, entre
outros, de acordo com os diferentes pblicos-alvo. Esta introduo de variedades a principal
causa do grande aumento de produo de iogurte nestes ltimos anos. Deste modo, pode-se
afirmar que esta atividade tem um impacto significativo tanto social como economicamente.
Um dos pontos fulcrais relativamente importncia social est relacionado com a
concepo de novos produtos que tm em conta as necessidades das pessoas. Por exemplo, h
iogurtes magros, gordos, com pedaos de frutas, com aroma, cremosos, e muitos
outros;possibilitando assim uma maior diversidade de escolha.
Como exemplo de uma empresa de iogurtes de importncia econmica e social temos a
Danone. A Danone uma empresa implementada em Portugal h 16 anos com sede em Castelo
Branco. Com um volume de negcio de 163 milhes de euros e uma quota de mercado de 40,5%,
a Danone um dos maiores investidores em publicidade televisiva em Portugal. As suas fbricas
empregam cerca de 322 colaboradores e fabricam 50 mil toneladas por ano, com cerca de 107
referncias de produto. Trabalha com 33 produtores de leite portugus, comprando cerca de 50
milhes de litros por ano.
0471
x
x
x
Um bom iogurte deve apresentar o cogulo sob a forma de uma massa uniforme, dividida
em finssimas partculas e no separada do soro. O sabor dever ser agradvel e no muito cido.
Em funo da preferncia do consumidor devero ser incorporadas substncias que conferem
sabores e cores especficas ao iogurte.
O valor nutritivo do iogurte muito prximo ao valor do leite de que originrio,
conservando as suas propriedades de forma mais durvel. Assim, tal como o leite, o iogurte rico
em protenas, vitaminas e clcio. Os iogurtes, mesmo os gordos, tm poucas calorias em
comparao com os outros derivados do leite. A principal propriedade de iogurte deve-se flora
viva que contm e que pode resistir no intestino, opondo-se ao desenvolvimento da flora de
degradao, responsvel pelo aparecimento de doenas e desregulao do seu funcionamento.
Entre essas bactrias reguladoras encontram-se as L.cassei, L. cassei fortis, L. cassei imonitais etc.
J o maracuj apresenta em sua composio aproximadamente 51% de casca; 20% de
sementes e 28% de suco. A gua o principal componente do suco de maracuj. Os carboidratos
totais (13-18%) correspondem maior parte dos slidos do suco de maracuj e so responsveis
pelo teor calrico deste produto. Contm tambm elevado teor de cidos e o pH e a acidez total
do suco de maracuj variam de 2,7 a 3,3, e de 3,0% a 5,0%, respectivamente. Possui clcio,
fsforo, potssio, vitaminas A, B1, B2 e C, e tambm uma substncia alcalide, chamada
passiflorina ou maracujina, que tem propriedades sedativas, mas no prejudicial, pois no causa
dependncia e est presente em todas as suas partes, principalmente nas folhas. O fruto do
maracuj contm compostos cianognicos, mas quando completamente maduro estes
componentes encontra-se em concentraes mais reduzidas.
0472
2 METODOLOGIA:
A formulao da fabricao do iogurte sob duas formulaes foi realizada na Seo de
Beneficiamento do leite do IFRN Campus Currais Novos, o leite utilizado foi proveniente da Cersel,
a avaliao sensorial ocorreu no IFRN, por meio de teste de Aceitao global.
2.1 Procedimento
Primeiramente pegou-se os maracujs e os colocou de molho em um tanque com gua
sanitria. Depois a cozinhou e peneirou-o; resultado total foi de 1.370g.
Padronizao de 100 ml leite, depois se adicionou 10% de acar em um tanque hermtico,
que no permite a entrada de qualquer corpo estranho e/ou bactrias indesejveis.
2.1.1 Pasteurizao
Um equipamento chamado de pasteurizador aquece toda a mistura do iogurte a uma
temperatura suficiente para eliminar todas as bactrias indesejveis que possam estar presentes
na mistura. A uma temperatura de 90 a 95C por 7min.
2.1.2 Resfriamento:
Em seguida o iogurte foi resfriado at 44C.
2.1.3 Fermentao e etapas finais:
A lactose (o acar do leite) transformada em cido lctico que ser o agente da
coagulao do leite. So usadas duas bactrias para a transformao da Lactose em cido lctico:
Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus. A fermentao ocorre a uma temperatura
de 42 a 43C durante aproximadamente 4 horas. Neste tempo, a formao de acidez e aroma
monitoriza. adicionado igualmente cloreto de clcio para repor os nveis de clcio perdidos nos
processos.
Em seguida ocorreu a mistura dos produtos e manual para se obter no, produto acabado,
uma consistncia lisa e cremosa. Quando o produto atinge a acidez desejada ele resfriado e
enviado a outro tanque hermtico tomando-se todo cuidado para que nenhuma das
caractersticas at ento obtidas sejam perdidas. O produto recebe a polpa da fruta de maracuj
de acordo com suas caractersticas. Depois o iogurte embalado sem nenhum contato manual,
mantendo-se assim toda a sua qualidade e frescor. E por fim foi conservado a uma temperatura
ideal para conservao do iogurte varia de -2 a 4C e seu tempo de validade de 35 dias.
Para se retirar a polpa, mais facilmente se cozinho as mesma por cerca de 15 min.; e em
seguida a peneirou e armazenou.
0473
3 RESULTADO E DISCURSO:
Aps anlise dos resultados do teste de aceitao global, verificou-se que no aspecto
aparncia, os trs se equipararam, j no aspecto aroma houve uma maior aceitao das amostras
de 5 e 10% .
J a textura a textura e o sabor das amostra das amostras de 10 e 12 % ;tambm se
sobressaiu , em relao a amostra de 5%.
1 Amostra:
2 Amostra:
3 Amostra:
5%
10%
12%
300g de polpa;
500g de polpa;
400g de polpa;
200g de acar;
200g de acar;
200g de acar;
2 colheres de estabilizantes.
1 colher de estabilizante.
1 colher de estabilizante.
4 CONCLUSO:
Tendo em vista os resultados obtidos, concluiu-se que possvel a produo de um iogurte
caseiro enriquecido com polpa de maracuj e com boas caractersticas sensoriais, podendo servir
como uma importante suplementao de alimentar, pois cada vez mais comum consumidor
incluir o iogurte na sua dieta alimentar, pois esto procura de alimentos saudveis e de baixo
custo.
O iogurte caseiro apresentou caractersticas semelhantes ao industrializado, porm
algumas diferenas foram encontradas como o menor valor no teor de lipdio, tornando-o um
iogurte, isento de aditivos, conservantes, acidulantes, corante e espessantes, o que ajuda na
absoro pelo organismo. um produto natural e de fcil fabricao, alm de possuir
propriedades organolpticas como o iogurte industrializado. Em relao s determinaes das
anlises fsico-qumicas dos iogurtes, obtiveram-se resultados satisfatrios, mesmo tendo alguns
resultados abaixo do exigido pela legislao.
Alm disso, o maracuj uma fruta fcil de se produzir e muito comercializada na regio
nordeste ,devido a sua fcil adaptao ao clima .
Concluiu-se que as amostra de 10% e 12% de maracuj tiveram uma maior aceitao
devido ter uma maior concentrao de polpa de maracuj, alm e claro que quantidade de
estabilizante se equiparou com a concentrao da polpa, para que o mesmo no se mostra-se
incoerente com a amostra e se torna-se muito grosso e difcil de se misturar.
Alm disso, o sabor se mostrou com uma acidez desejvel e aceitvel, pelos provadores;
que demostraram grande interesse pela degustao e comercializao do produto.
0474
5 REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS:
MACHADO, S. S.; CARDOSO, R. L.; MATSUURA, F. C. A. U.; FOLEGATTI, M. I. S. Caracterizao fsica e
fsico-qumica de frutos de maracuj amarelo provenientes da regio de Jaguaquara, Bahia. Magistra,
v.15, n.2, especial, p.229-233, 2003.
0475
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo a avaliao da
qualidade parasitolgica e microbiolgica de alfaces
cultivadas em meio orgnico e comercializadas no
municpio de Acari - RN. As amostras foram coletadas em
uma propriedade rural nas proximidades do municpio de
Acari e levadas para anlise no Laboratrio de
0476
1 INTRODUO
A alface (LACTUCA sativa) uma das hortalias folhosas mais comercializadas no Brasil.
pertencente famlia Asteracea, igualmente a alcachofra, o almeiro, a chicria e a escorola.
Conhecida cerca de 500 anos antes de Cristo, a alface provavelmente foi introduzida no pas, no
sculo XVI, pelos portugueses. Suas propriedades nutricionais, aliadas ao baixo custo, a torna
habitual na mesa dos brasileiros. A alface tem um sabor agradvel e refrescante, uma
importante fonte de sais minerais, principalmente de clcio, fsforo, ferro e de vitaminas, possui
efeito calmante, diurtico e laxante. (MOGHARBEL e MASSON, 2005), (ABNOR GONDIM, 2010).
Dentre as vrias formas de cultivo da alface, destaca-se a orgnica, que utiliza a matria
orgnica para a manuteno da fertilidade e da vida do solo. De acordo com RESENDE et al.
(2007), no Brasil, a ideia do cultivo orgnico ganhou fora e apoio da mdia nos ltimos anos,
conquistando a confiana da populao que, por sua vez, procurava opes de uma alimentao
mais saudvel aliada crescente preocupao com a preservao do meio ambiente.
Estimativas recentes mostram que o mercado brasileiro de produtos orgnicos movimenta US$
300 milhes por ano, sendo que as hortalias representam 60% desse total. O mercado brasileiro
de orgnicos cresce cerca de 10% ao ano, existindo produo orgnica em praticamente todos os
estados brasileiros (VALLE et al., 2007).
Atualmente, a procura por alimentos orgnicos tem sido significativa em todo o mundo,
decorrente da conscientizao da populao, que busca alimentos saudveis, livres de
contaminao por resduos qumicos. Porm, apesar de ser isenta de agrotxicos, o consumo de
alfaces orgnicas pode expor o consumidor a microrganismos, como protozorios, helmintos e/ou
patgenos de origem fecal. ARBOS et al. (2010), afirma que vrios trabalhos sugerem que
algumas prticas do sistema orgnico, como o uso de esterco animal e a proibio de aplicao de
agrotxicos possam aumentar o risco de uma contaminao microbiolgica e parasitria, tornando
o alimento no adequado ao consumo. Os alimentos de origem vegetal irrigados com gua
contaminada ou efluente no tratado podem veicular diversos microrganismos que, ao serem
ingeridos, causam doenas com diferentes graus de gravidade podendo levar morte (KELLER et
al, 2000). Tal contaminao proveniente de prticas errneas de irrigao, manipulao,
transporte e/ou estocagem. Dessa forma, deve-se ter cautela com a higienizao correta desse
tipo de produto, visto que, a maneira com a qual a alface manipulada, tem influncia direta com
sua qualidade. Portanto, o diagnstico laboratorial de grande importncia para a sade pblica,
uma vez que, seu resultado denota as condies sanitrias da alface.
O presente projeto teve como objetivo avaliar a qualidade microbiolgica e parasitolgica
da alface (L. sativa) produzida em cultura orgnica destinada ao consumo humano no municpio
de Acari-RN.
0477
2 METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado durante a primeira semana de julho de 2012, no Laboratrio de
Microbiologia de Alimentos e Biologia Molecular do IFRN Cmpus Currais Novos usando trs
amostras de alface que foram colhidas em horta de uma propriedade rural no municpio de AcariRN. Para verificar as condies higinico-sanitrias das amostras da alface, foram realizadas
anlises microbiolgicas e parasitolgicas. As anlises microbiolgicas foram: nmero mais
provvel (NMP) de coliformes totais, NMP de coliformes termotolerantes e contagem padro de
microrganismos mesfilos aerbios estritos e facultativos viveis (contagem padro em placas CPP), e a anlise parasitolgica de protozorios e helmintos.
Os procedimentos das anlises microbiolgicas foram os seguintes: pesou-se
assepticamente 25 g da amostra e transferiu-se para erlenmeyer contendo 225 mL de soluo
salina peptonada 0,1%, homogeneizou-se a mistura que constituiu a diluio 10-1, procedeu-se
uma srie de diluies decimais a partir da mesma. Essas diluies foram feitas transferindo-se 1
mL da diluio anterior para 4 tubos de diluio com 9 mL de soluo salina peptonada, e assim,
foram preparadas diluies at 10-5.
Para o teste presuntivo de coliformes foi utilizado o caldo lauril sulfato (LST) concentrao
simples. Trs sries de trs tubos contendo o caldo LST com tubos de Durhan invertidos foram
inoculadas com 1 mL das diluies 10-3, 10-4 e 10-5. Incubaram-se os tubos por 24 - 48 h a 36 C.
Aps o tempo de incubao, a suspeita da presena de coliformes foi verificada nos tubos com
formao de gs em frao de no mnimo 1/10 dos tubos de Durhan. Para o teste confirmativo de
colirmes totais, repicou-se cada tubo positivo, na prova presuntiva, para tubos contendo caldo
BVB com tubos de Durhan invertidos e incubaram-se esses tubos por 24 h a 36 C, a confirmao
se deu de forma idntica a da prova presuntiva. Para o teste confirmativo de coliformes
termotolerantes, repicou-se cada tubo positivo no teste presuntivo para o caldo EC com tubos de
Durhan invertidos e incubaram-se os tubos por 24 h a 45 C, a confirmao foi feita igual prova
presuntiva. O nmero mais provvel foi estimado usando a tabela especfica para o teste na faixa
10-1, 10-2 10-3, considerando os valores encontrados uma casa decimal anterior e multiplicando o
resultado por 1000. A CPP foi realizada pela tcnica de plaqueamento de profundidade semeandose 1 mL de cada diluio das amostras para placas de Petri e adicionando-se entre 15 e 20 mL de
gar PCA sobre o volume semeado, incubaram-se as placas por 24 h a 36 C, para cada diluio
usaram-se duas placas. Realizou-se a leitura das placas que contiveram entre 30 e 300 colnias. As
tcnicas de anlises microbiolgicas esto de acordo com Brasil, 2003.
Para a anlise parasitolgica, pesaram-se 25 g das amostras e misturaram com 225 mL de
gua destilada em frasco estril, e foram homogeneizadas manualmente por 15 minutos.
Sedimentaram-se as amostras em copo de sedimentao de 250 mL por 24 h. Aps a
sedimentao, coletaram-se 10 mL da poro inferior do sobrenadante em dois tubos de ensaio
rosqueados, e foram para centrifugao a 3000 rpm por 5 minutos. Pipetaram-se gotas dos
sobrenadantes das amostras centrifugadas para lminas de microscopia, com pequenas retenes
de algodo, adicionaram-se soluo de lugol s lminas, para corar os provveis parasitas e
0478
cobriram-se as lminas com lamnulas. Procedeu-se a microscopia com aumento de 400x e 1000x,
de acordo com a necessidade (PARTELI e GONALVES, 2005).
3 RESULTADOS E DISCUSSES
Foram realizadas anlises microbiolgicas e parasitolgicas com trs amostras de alface (L.
sativa) cultivada em sistema orgnico no municpio de Acari-RN. As contagens totais de bactrias
em hortalias so utilizadas como parmetro da carga microbiana presente, no indicando se a
populao tem efeito benfico ou prejudicial. Contudo, servem como um alerta das condies de
higiene durante a manipulao e armazenamento, como tambm dos potenciais riscos oferecidos
sade do consumidor (BRASIL, 2001). Na contagem padro de microrganismos mesfilos
aerbios estritos e facultativos viveis observou-se a formao de colnias em todas as amostras,
indicando assim precrias condies higinicas em sua manipulao. Aps verificar a presena do
grupo coliforme em algumas amostras pelo teste presuntivo, seguiu-se para a prxima etapa, a
confirmativa, visando a presena de coliformes totais (35C) e termotolerantes (45C), nela, foram
feitas uma mdia do NMP de microrganismos por grama de alface. Na primeira amostra no
houve formao de gs nos tubos de Durhan dos caldos EC e BVB, na segunda amostra houve
formao de gs somente nos tubos de BVB, que indica a presena de coliformes fecais, e na
terceira amostra constatou-se a presena de coliformes totais e termotolerantes. Na anlise
parasitolgica, foram identificados alguns parasitas intestinais tais como helmintos e protozorios,
as amostras apresentaram resultados semelhantes.
Tabela 1. Anlises microbiolgicas das amostras de alface
Anlise
Amostra 1
Amostra 2
Amostra 3
CCP (UFC/g)
2.17 x 105
1.00 x 107
2.05 x 105
NMP coliformes
totais (NMP/g)
<3.0
360
2300
NMP coliformes
termotolerantes
(NMP/g)
<3.0
<3.0
920
0479
a)
b)
c)
d)
e)
f)
4 CONCLUSO
Considerando a possibilidade de contaminao fecal e o elevado risco de doenas
veiculadas pelas hortalias como a alface, consumidas cruas, de suma importncia que existam
aes bsicas de higiene dos produtores, orientando sobre a importncia de uma boa lavagem e
desinfeco das folhas antes do consumo.
5 REFERNCIAS
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em:
0481
RESUMO
O presente trabalho est sendo desenvolvido no IFRN,
Campus Ipanguau com o objetivo de desenvolver
tecnologias para produo de briquetes a partir de
materiais vegetais disponveis na regio do Vale do AuRN. Atravs de uma briquetadeira de bancada, pesquisas
so realizadas visando criar tecnologias voltadas para a
operacionalizao da biofbrica de briquetes que est
sendo implantada no referido Campus. Nessa fase do
trabalho foram analisadas as seguintes espcies vegetais:
algarobeira e materiais provenientes das podas das
mangueiras e determinado seus respectivos teores de
0482
1 INTRODUO
A floresta, no decorrer da histria, ofereceu ao homem mltiplas possibilidades de uso,
embora seu potencial madeireiro tenha sido o mais explorado ao longo dos sculos, dando
suporte a economias locais, nacionais e internacionais, inmeros outros produtos e subprodutos
tiveram, e ainda tem significativa importncia econmica e sociocultural.
As florestas j foram o espao total, o sustentculo da economia, mas, com o aumento
da populao e o consequente aumento da necessidade de alimentos, os homens e as mulheres
perceberam que, ateando fogo nas reas onde cresciam florestas, era possvel fazer agricultura,
cultivar alimentos e criar animais.
Ainda hoje, este o panorama geral de ocupao dos territrios pelas civilizaes
humanas: a agricultura disputa espao com as reas florestais. No Brasil, j vivemos fases de
explorao e extermnio de magnficas florestas. Nossas florestas da Mata Atlntica e da Caatinga,
do Cerrado e da Amaznia e nossas Araucrias foram e vm sendo derrubadas para dar espao
agricultura, pecuria, explorao mineral, ocupao humana e a outros fins, em verdadeiros
ataques aos complexos florestais. Nos dias atuais, na Amaznia Oriental j chegou a explorar mais
de 300 espcies florestais, que so extradas para a produo de madeira.
A maior reserva de carnaubeira do Estado do Rio Grande do Norte, localizada no Vale do
Au, foi fortemente devastada durante o perodo de 1990 a 2000, para dar lugar aos grandes
projetos da fruticultura irrigada. As reas de vrzeas formadas por solos Neossolos Flvicos, onde
tradicionalmente existiam os carnaubais, ocorreu uma diminuio expressiva ao longo dessa
dcada, da extrao de cera de carnaba e, ao mesmo tempo, um aumento na quantidade
produzida de banana (ALBANO & S, 2009).
A madeira do sabi indicada para a produo de carvo vegetal, em funo das suas boas
caractersticas fsico-qumicas. O carvo tem alto poder calorfico, destacando-se o seu elevado
rendimento gravimtrico (32,04 %), baixo teor de cinza (1,71 %) e alto rendimento em carbono
fixo (25,40 %) (GONALVES et al., 1999). A sabi alm de sua potencial produo de madeira e
como forrageira de excelente qualidade destaca-se por ser uma planta xerfila, com alta
resistncia a seca e tambm, mostrou-se muito tolerante aos perodos de inundaes do Vale do
Au, conforme se constatou durante o projeto de revegetao da TERMOAU/IFRN, no municpio
do Alto do Rodrigues-RN, que no ano de 2009, aps transplantio para o local definitivo, resistiu
inundao por um perodo de aproximadamente 30 dias.
Analisando o estado atual da caatinga nativa no semirido nordestino, percebe-se o avano
da degradao pelo desmatamento e retirada de lenha, principalmente para as cermicas, olarias
e fabricao de carvo. A biomassa florestal responde por 35% da energia utilizada pelas
indstrias nos estados da regio nordeste (CAMPELLO et al., 1999).
Uma das formas de minimizar o desperdcio e a presso sobre o ambiente se d por meio
do aproveitamento dos resduos. Nesse contexto, destaca-se a briquetagem, processo no qual se
utiliza resduos lignocelulsicos, como serragem, maravalha, casca de arroz, palha de milho,
0483
sabugo, bagao de cana, entre outros, no qual depois de compactados, possibilita seu
aproveitamento como matria-prima na substituio da lenha por um produto equivalente
(SCHUTZ et al., 2010).
O presente trabalho teve por objetivo desenvolver no IFRN, Campus Ipanguau,
tecnologias para produo de briquetes a partir de materiais vegetais disponveis na regio do
Vale do Au-RN. Foram desenvolvidos trabalhos de identificao das espcies vegetais com
potencial de fornecimento da matria prima para fabricao dos briquetes, visando determinar o
rendimento de briquetes, em funo das fontes de matria prima existentes. Durante o processo
de fabricao do carvo ecolgico (briquete), foi feito a determinao do percentual que cada
espcie vegetal far parte da composio e se a explorao apresenta viabilidade tcnica,
econmica, social e ambiental. Com a existncia da briquetadeira de bancada, foram
determinados vrios parmetros tcnicos para produo dos briquetes, como: teor de umidade,
temperatura e presso.
A pesquisa visou contribuir com informaes tecnolgicas para o funcionamento da
biofbrica de briquetes que est sendo implantada no IFRN Campus Ipanguau, que aliado ao
desenvolvimento integrado do ensino, pesquisa e extenso, contribuir tambm, para apoiar e
incentivar a criao de empresas incubadas, fomentando assim, a cultura empreendedora e
contribuindo para o desenvolvimento sustentvel da regio, principalmente do setor responsvel
pelo parque ceramista do Vale do Au-RN.
Os dados so preliminares, por no ter sido feito ainda estudos como um nmero maior de
materiais possveis, conforme previsto no projeto.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Aspectos gerais da briquetagem
A produo de briquetes pode ser afetada por diversos fatores, tais como a temperatura,
presso, tamanho das partculas e umidade do material (QUIRINO, 1991).
A compactao da biomassa apresenta vrias vantagens, entre elas, o aumento do
contedo calorfico do material por unidade de volume, maior facilidade para manipulao,
transporte e armazenamento dos briquetes, a homogeneidade de forma e a granulometria
melhoram a eficincia de queima, sendo uniforme e de qualidade (VILAS BOAS, 2011). Alm disso,
a briquetagem ajuda a resolver problemas de disposio de resduos (BHATTACHARYA, 2004).
Segundo Quirino (1991), a baixa umidade e a elevada densidade reduzem a biodegradao dos
resduos briquetados.
0484
0485
3 METODOLOGIA
A pesquisa est sendo desenvolvido no IFRN Campus Ipanguau, onde atravs de uma
briquetadeira de bancada, pesquisas so realizadas visando criar tecnologias voltadas para a
operacionalizao da biofbrica de briquetes que est sendo implantada no referido Campus.
Considerando que na regio existem diversas fontes de matrias primas com potencialidades para
atender a demanda requerida pela biofbrica, sero testados percentuais das matrias vegetais na
composio do briquete. Nessa fase do trabalho foram analisadas as seguintes espcies vegetais:
algarobeira e materiais provenientes das podas das mangueiras.
O projeto est sendo desenvolvido em duas etapas. Durante essa primeira etapa foi
determinado o teor de matria seca em estufa a 65C at peso constante e determinao do teor
de umidade dos materiais estudados (100 % algarobeira e 100 % podas de mangueiras).
Aps a secagem e analisados os parmetros j mencionados, foi iniciada a segunda etapa,
onde o material da algarobeira foi levado para a briquetadeira de bancada, na qual os tratamentos
com 100 % de algarobeira, foram submetidos a temperatura de 100 C, combinado com escalas de
presses correspondentes a 100 e 150 bar, totalizando 02 tratamentos e cada tratamento tero
04 (quatro) repeties. Aps o briquete pronto foi feito a determinao da densidade e
armazenado para depois da concluso dos outros tratamentos, serem encaminhados para o
laboratrio da Embrapa Solos no Rio de janeiro, para determinar o poder calrico.
0486
4 RESULTADOS
A seguir so apresentados nas tabelas os dados das variveis avaliadas nos materiais
estudados. Comparaes com a literatura no foram possveis em funo de no ter se verificado
estudos que permitissem uma confrontao.
AMOSTRA
1
2
3
4
MDIA
MU (g)
614
600
410
550
MSest (g)
360
344
238
315
U (%)
70,56
74,42
72,27
74,60
72,96
MU massa mida; MSest massa seca em estufa a 65 C por 72 horas; U (%) teor de umidade
Foi realizada a coleta proveniente de galhos de podas de mangueira, que depois de
totalmente seco ao ar, foi colocado em estufa a 65C, durante 72 horas, para determinao do
teor de umidade, conforme Tabela 02.
Tabela 02. Resultados de poda de mangueira (Amostra seca ao ar)
AMOSTRA
1
2
3
4
MDIA
MSar (g)
550
520
580
555
MSest (g)
450
435
460
453
U (%)
22,22
19,54
26,09
22,07
22,48
MSar massa seca ao ar; MSest massa seca em estufa a 65 C por 72 horas; U (%) teor de
umidade.
0487
AMOSTRA
1
2
3
4
MDIA
MSest (g)
45,00
30,00
35,00
60,00
42,50
h - Altura
Briquete
(cm)
5,30
3,80
4,50
7,90
5,38
d - Dimetro
briquete (cm)
3,40
3,30
3,40
3,30
3,35
a - rea
(cm2)
9,07
8,55
9,07
8,55
8,81
Volume
briquete
(cm3)
48,10
32,48
40,84
67,53
47,24
Dg
(g/cm3)
0,94
0,92
0,86
0,89
0,90
AMOSTRA
1
2
3
4
MDIA
MSest (g)
40,00
35,00
30,00
35,00
35,00
h - Altura
Briquete
(cm)
4,90
4,50
4,10
4,60
4,00
Volume
briquete
(cm3)
41,89
38,47
35,05
39,32
38,68
Dg (g/cm3)
0,95
0,91
0,86
0,89
0,90
5 CONCLUSES
x
Verificou-se que nas amostras de algarobeira, quando submetidas presso de 150 bares,
apresentou umidade excessiva, necessitando, portanto de permanecer mais tempo na estufa.
x
Verificou-se que a densidade dos briquetes submetidos temperatura de 100C e as
presses de 100 e 150 bar, no apresentaram diferenas significativas, possivelmente, em funo
do alto teor de umidade e do tamanho dos fragmentos maiores que 10 mm.
x
Verificou-se que a briquetadeira quando submetida presso maior ou igual a 150 bar,
apresenta vazamentos nas conexes.
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2010.
0489
RESUMO
Com o aumento mundial da populao, as exigncias de
produtos alimentares e principalmente de qualidade
tambm aumentaram. A segurana alimentar, ou
biotecnologia, nos oferece toda a segurana de
consumirmos um alimento saudvel e com todas as
qualidades como sabor, textura, odor, aparncia e
nutrientes em perfeitas condies, desde a sua colheita
ou produo at o nosso prato. Pois, faz-se uso desta
tecnologia para suprir as necessidades alimentcias da
populao mundial que vem crescendo a cada ano. A
biotecnologia utiliza de mtodos para a conservao e
armazenagem dos alimentos, como a adio de aditivos
ao alimento, desde a produo do insumo l na
and also the packaging of the food itself, which will save
longer on the shelves of supermarkets. So that food
reaches our tables with quality assurance biotechnology
developed biopesticides, which is a less aggressive and
more economical than chemical insecticides, for foods,
plants, soil and ozone to combat crop pests . However,
biotechnology is a science paramount these days for
food production to meet world demand, contributing to
the production of food on the shelves longer lasting and
more nutritious among others.
0490
1 INTRODUO
Segurana alimentar o direito de todos ao acesso ao consumo de alimentos com garantia.
Que abrange um conjunto de necessidades para obteno adequada de nutrientes e, o primordial
sociedade, sade. No Brasil, o Ministrio da Sade responsvel pela fiscalizao dos produtos
industrializados, pelo o qual tem como respectivo controle de segurana da qualidade a ANVISA
(Agncia nacional de vigilncia sanitria).
A biotecnologia chega como uma nova revoluo para uma produo de larga escala e com
uma alta tecnologia, obtendo resultados excelentes na produtividade de alimentos seguros. Com
tudo o objetivo geral saber se esses processos supriram as necessidades de qualidade e
quantidade, respeitando a diversidade cultural, ambientais, econmica e socialmente
sustentveis. Com base em artigos, pesquisas e estudos sobre a segurana alimentar no mundo
biotecnolgico podem aprimorar nossos conhecimentos sobre esse assunto discutido atualmente
no mundo industrializado.
0491
0492
5 ALIMENTOS DE QUALIDADE
Com o aumento mundial da populao, as exigncias de produtos alimentares e
principalmente de qualidade tambm aumentam. A biotecnologia apresenta uma via em que,
atravs de investigaes, a cultura de plantas transgnicas e tcnicas de micropropagao in viltro,
podem fornecer uma melhoria nutricional aos habitantes. Devemos destacar que importncia de
manter a qualidade do produto obtido, atravs da implementao e da utilizao de boas prticas
agrcolas. O uso de programas de controle de riscos (Anlise de Perigos e Pontos Crticos de
Controle, APPCC) e a importncia de utilizar embalagens adequadas para o transporte e a sade
dos animais tambm mereceram destaque. So fatores importantes para a produtividade de
alimentos qualificados para o consumo.
0493
Portanto uma batalha de longa gerao e que ao passar dos tempos pode-se combater
por completo essas pragas que comi as plantas. Os biopesticidas podem estar disponveis no
mercado, e ao um custo inferior do que os qumicos, representando uma vantagem econmica,
mas com uma falha, suas propriedades ambientais se alteram de acordo com a umidade e o sol.
7 CONCLUSO
Em suma, a biotecnologia abrange diversos meios para uma melhor qualidade alimentcia,
constituindo de ferramentas eficazes e sofisticados e sua importncia crucial para o aumento de
produtividade agrcola e, principalmente, abre a possibilidade de melhoramento gentico da
qualidade e variedade de espcies, tal como exigido pela indstria processadora e pela tendncia
de segmentao da indstria de alimentos. O investimento feito pelas indstrias de biotecnologia
grande, uma vez que so necessrios muitos anos de desenvolvimento e testes de segurana
para que o produto possa estar disponvel comercialmente. No entanto preciso utiliza - l com
bastante circunspeo, a natureza nos oferece tudo, mas devemos explora-la com sabedoria para
que no afete a nossa biodiversidade, pois um patrimnio que deve ser protegido.
8 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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em:
0494
RESUMO
O Vale do Au caracteriza-se por uma regio agrcola
em que seus sistemas tecnolgicos de irrigao e de
monitoramento de lavouras so arcaicos para os
padres tecnolgicos atuais. Dessa forma, este
projeto visa o desenvolvimento de um sistema
automatizado, com maior mobilidade, segurana e de
baixo custo. Para tanto, faz-se necessrio decompor o
desenvolvimento deste projeto em duas grandes
reas: hardware e software. A primeira rea consiste
em um circuito dedicado (sistema embarcado) capaz
de verificar periodicamente variveis ambientais e
envi-las (usando tecnologia de redes sem fio) a uma
central remota, que contm um software (segundo
momento do projeto) o qual armazena as
informaes em um banco de dados e decide a
Low Cost Automated System for Monitoring and Control of Irrigation in the
Vale do Au
ABSTRACT
The Vale do Au is an agricultural region, which their
technological systems of irrigation are out-of-date
compared with nowadays technological standards.
Thus, this work aims to develop an automated system
with mobility, security and low acquisition cost. For
this purpose, it is necessary to distribute the
development of this project in two major areas:
hardware and software. The first area consists of a
dedicated circuit (embedded system) capable to
monitor periodically environmental variables and
send them (technology using wireless networks) to a
remote system, which is a software will store
information in the database and it will decides the
0495
INTRODUO
No Vale do Au, uma regio de tradio agrcola percebe-se, ainda, a utilizao de sistemas
de monitoramento de tecnologia ultrapassada para otimizao de processos, controle/manejo de
irrigao, gerao de relatrios, identificao e alerta de pragas. Esses sistemas, se comparados
aos atuais avanos tecnolgicos, alm de no convencionais, apresentam alto custo de
implantao e utilizao tanto para o proprietrio como para o meio ambiente. Sendo assim, a
maioria dos sistemas agrcolas no se aproveita do leque de benefcios que as tecnologias atuais
oferecem.
Dessa forma, este projeto tem como objetivo o desenvolvimento de um sistema de
automao para o controle semiautomtico e monitoramento remoto de irrigaes implantadas
nos diversos plantios no Vale do Au. O sistema a ser desenvolvido ser focado em sistemas de
irrigao de pequena escala. Como exemplo de aplicao e testes do sistema pode citar o cultivo
do mini milho no Vale do Au, o qual este tipo de cultura bastante artesanal. Nesse contexto, a
utilizao de tecnologias automatizadas de baixo custo de implementao e implantao para o
controle e monitoramento de irrigao contribui a utilizao mais eficiente de recursos naturais
(gua), resultando em menos desperdcio do bem natural.
Este projeto visa ligar duas grandes reas de conhecimento do campus Ipanguau:
informtica e agroecologia. Alm disso, para tornar esse mecanismo de monitoramento da
irrigao com toda a praticidade e velocidade da informao primordial utilizao de tecnologia
aberta para os desenvolvedores, logo um dos objetivos disseminar informao e conhecimento
aos agricultores locais.
2 FUNDAMENTAO TERICA
Segundo (TADEU M. DE QUEIROZ et al., 2008), a irrigao uma tcnica de produo
agrcola que concorre, em algumas regies, diretamente com a indstria e as cidades, pelo uso da
gua, sendo vista nesse processo como vil, pois o volume de gua utilizado demasiadamente
grande. Todavia, essa uma ao necessria, pois a aplicao de gua nas culturas aumenta a
eficincia de uso de outros insumos, como fertilizantes, por exemplo, garante a produo na
entressafra em regies ridas ou de regime pluviomtrico inconstante, alm de oferecer
segurana durante os veranicos.
Dessa forma, o maior desafio deste sculo para a Engenharia Agrcola, na cadeia da
irrigao, ser o desenvolvimento de mtodos e sistemas mais eficientes na aplicao e no uso da
gua. Nesse contexto, a eletrnica como ferramenta para automao desempenha papel
fundamental. Assim como a Informtica, que agregada a mecanismos eletrnicos se torna um
forte envoltrio para a tecnologia e praticidade disponibilizadas hoje.
Uma forma encontrada para integrao de uma plataforma de hardware e de software
segura, prtica e livre, foi por meio da utilizao do Arduino. A plataforma consiste em uma placa
de circuitos com entradas e sadas para um micro controlador, o mesmo constitudo de um
0496
3 METODOLOGIA
Nesta sesso sero apresentadas as tecnologias utilizadas para o desenvolvimento do
Hardware e do Software do sistema de irrigao.
3.1 Hardware
A proposta desse trabalho difere dos sistemas manuais de irrigao, pois o primeiro utiliza
a inteligncia do sistema embarcada em uma placa de Arduino UNO, ou seja, ao invs de irrigar
manualmente (acionamento e desacionamento manual de bombas), esse sistema atua conforme
os algoritmos embarcados no Arduino UNO. Este ltimo pode ser visualizado na Figura 2.
0497
Por que utilizar o Arduino UNO, tendo em vista que h centenas de opes de placas com
microcontroladores disponveis no mercado? A resposta : simplicidade de programao.
O Arduino UNO um microcontrolador que permite ao desenvolvedor criar diversos tipos
sistemas automticos, robs e etc. Ele possui uma porta de comunicao USB para se conectar a
um computador, por um cabo USB-AB, e o desenvolvedor poder programar a funo do micro
controlador na linguagem de programao prpria do Arduino, baseada na linguagem C/C++.
Com a programao feita, o cdigo ser gravado no microcontrolador e atravs das portas
analgicas e/ou digitais (depende do cdigo inserido) pode ser concretizada a funo desejada do
desenvolvedor. No caso, o controle de um sistema de irrigao.
A funo do Arduino no sistema ser coletar as informaes lidas pelo sensor presente no
solo (umidade, temperatura e etc.), e envia-las para um servidor. O Meio de envio das
informaes coletadas ser por uma conexo sem fio com o servidor, que estar localizado em um
ponto ao alcance do sinal emitido. Essa conexo ser possibilitada por meio do mdulo XBee,
conectada ao Arduino.
O mdulo XBee funciona como uma antena de comunicao para longas distncias, um
XBee de 1mW proporciona uma rea de cobertura de 100m. A comunicao se d entre dois
mdulos XBee. O mesmo pode ser visualizado na Figura 2.
Figura 2: XBee.
0498
3.2 Software
H trs tipos de software no sistema de irrigao, o software do Arduino UNO, o software
do computador pessoal e o software dos dispositivos mveis.
O software do micro controlador responsvel por fazer o controle de irrigao e a
comunicao de um XBee, conectado ao prprio Arduino, com outro que estar conectado em um
servidor. Esse software obedece uma sintaxe padro, pelo qual sua estrutura pode ser identificada
na figura 3.
0499
0500
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Com a confeco do circuito de sensores de umidade, o Arduino recebe as informaes
sobre o nvel de umidade presente no solo e envia, atravs do XBee, para o servidor que est
conectado internet. Com isso o usurio pode executar, em um computador pessoal ou
dispositivo mvel, o aplicativo que ir buscar todas as informaes referentes situao do campo
de irrigao e poder programar um horrio de funcionamento para a bomba dgua. A Figura 6
representa o esquema do funcionamento do sistema.
5 CONCLUSO
Atravs do presente trabalho foi possvel expor uma alternativa para um sistema de
irrigao, uma vez que a maioria dos sistemas controlada manualmente e quase sempre
desperdia uma grande quantidade de gua desnecessria ou at mesmo prejudicial para o
campo.
0501
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
QUEIROZ, T.M de, BOTERL, T.A., FRIZZONE, J.A. Desenvolvimento de software e hardware para
irrigao de preciso usando piv central. Engenharia Agrcola, Jaboticabal, v.28, n.1, p.44-54,
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Ensino de Fsica, v. 33, n. 1, 1702 (2011).
CAVALCANTE, M.A., TAVOLARO C.R.C., MOLISANI, E. Fsica com Arduino para iniciantes. Revista
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de Informtica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. Julho de 1997.
DIMARZIO, JEROME F.; Android: A programmer's Guide, New York. McGrawHill E-Book, 2008.
JNIOR, M.A.P., CASTRO, R.O. Estudo de caso da plataforma Android com Interfaces
Adaptativas. LUMNI, v. 1, n. 1, (2011) .
0502
RESUMO
Este artigo vem apresentar a viso dos alunos do curso
de alimentos, modalidade integrada, do Instituto Federal
de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do
Norte - cmpus Pau dos Ferros, tendo como objetivo
comparar as opinies dos alunos do 1 e 3 ano,
observando as semelhanas e diferenas, opinies e
expectativas. A metodologia aplicada de carter
0503
1 INTRODUO
O curso Tcnico em Alimentos, oferecido pelo Instituto Federal de Educao, Cincia e
Tecnologia do Rio Grande do Norte, envolve uma rea que est sempre em crescimento, pois o
Brasil est se tornando um grande produtor de alimentos. E observando este desenvolvimento e a
demanda de profissionais na rea, o IFRN decidiu implantar este curso com a finalidade de formar
tcnicos capacitados para atuar no diversos setores inseridos na rea de alimentos. O curso foi
ofertado em dois cmpus com localidades especficas, avaliando como sendo reas que possam
oferecer maiores condies de mercado de trabalho, so eles: Currais Novos e Pau dos Ferros [1].
Este curso foi ofertado com o objetivo de formar profissionais que possam atuar nas mais
diversas reas do setor de alimentos, tendo em vista que exigida cada vez mais uma capacitao
aprimorada [2]. Pois sabemos que na sociedade atual sempre surgem novos avanos tecnolgicos,
fazendo com que novos conhecimentos sejam passados para os alunos.
Com o trmino do curso, os discentes esto preparados para ingressar no mercado de
trabalho nas mais variadas reas, como, por exemplo: processamento e conservao de matriasprimas, anlises sensoriais e fsico-qumicas, realizarem a sanitizao de indstrias alimentcias. E
alm dessas reas, eles podem tambm atuar em ambientes diversificados, como: laboratrios,
institutos de pesquisa, rgos de fiscalizao, entre outros [3].
Aps trs anos de funcionamento do IFRN em Pau dos Ferros e com todo o
desenvolvimento do curso de alimentos, viu-se a necessidade de saber a opinio dos alunos deste
referido curso verificando se h diferenas entre a viso do aluno ingressante e do concluinte.
2 METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa de carter descritivo, no perodo de 6 a 13 de maro de 2013,
nas turmas ingressantes e concluintes do curso Tcnico em Alimentos do IFRN, localizado no
Bairro Chico Caj, na cidade de Pau dos Ferros, atravs da aplicao de um questionrio com onze
perguntas de mltipla escolha e algumas abertas para avaliar a viso do aluno sob o referido curso
pois, segundo Cervo, Bervian e da Silva [3], a avaliao por meio de questionrio um mtodo
preciso e exato.
No questionrio foram enfocadas questes como: sexo, idade, objetivos ao final do curso,
reas em que um Tcnico em Alimentos pode atuar, positivos e relevantes do curso, importncia
de atividades prticas e didticas, entre outras.
Por fim, os dados obtidos foram quantificados e calculados em porcentagens, em que
foram usados os softwares Word e Excel, para comparar as diferenas e/ou semelhanas entre as
respostas dos alunos iniciantes e concluintes.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
0504
Na primeira pergunta do questionrio foi possvel observar que a maioria dos alunos das
turmas do 1 ano, ingressou no curso com idade abaixo de 15 anos (61,29%). J para o 3 ano, o
ingresso no curso com a referida idade foi de 35,1% abaixo de 15 anos e 64,8% entre 15 e 20 anos.
Desta forma, pode-se observar uma considervel diferena entre as turmas, demonstrando que a
cada ano, so inseridos profissionais mais jovens no mundo do trabalho visto que ao trmino
deste curso os alunos sero tcnicos em alimentos aptos a exercerem suas funes.
Em ambas as turmas analisadas, pode-se notar que h a predominncia de alunos do sexo
feminino, sendo este com 61,3% no 1 ano e 62,1% no 3 ano. Essa predominncia feminina pode
ser explicada pelo fato de o curso Tcnico em Alimentos ser observado pelos estudantes como
algo associado gastronomia, cozinha ou nutrio.
Quando indagados sobre a que se relacionava o curso tcnico de alimentos, a maioria dos
discentes da turma do 1 ano afirmou que o curso estaria relacionado com a indstria (49,2%), j
41,5% disseram que estaria relacionado com nutrio, 7,7% afirmaram que era gastronomia e
1,5% avaliaram que o curso no estava relacionado com nenhuma das alternativas. J a viso da
maioria dos alunos concluintes, ao ingressarem, foi que o curso estaria relacionado com nutrio
(57,1%), 38% disseram que o curso tinha relao com a indstria e 4,7% com gastronomia. Com
essas respostas pode-se notar que existe uma poltica de apresentao do referido curso pelo
Instituto mostrando sua finalidade e objetivos, pois houve uma diferena entre as respostas
obtidas dos alunos ingressantes e concluintes visto que, os alunos que recentemente ingressaram
no curso de alimentos j conhecem a estrutura do campus a mais de trs anos tendo,
consequentemente, maiores informaes sobre o curso em questo.
Com relao ao por que da escolha pelo curso tcnico de alimentos, os estudantes do 1
ano, afirmaram que no tinha outra opo (31,2%), escolheram o referido curso porque gostava
da rea (31,2%), 21,9% disseram que se aproxima da rea desejada e 15,6% buscam uma
qualificao profissional. J em relao aos alunos do 3 ano, 37,5% afirmaram que escolheram o
curso porque se aproxima da rea desejada, 34,3% por no ter outra opo, 25% buscam uma
qualificao e 21,8% escolheu o curso porque gosta desta rea.
Quando analisada a rea em que um Tcnico em Alimentos poderia atuar, na turma do 1
ano, a maior parte dos discentes afirmou que a fbrica era o campo de atuao, com 41,8% das
respostas, 34,2% disseram que o laboratrio de anlise seria a rea de um tcnico e 24% julgaram
como sendo todas as alternativas (Fbrica, Laboratrio de anlise e Cozinha). J para os alunos do
3 ano, observaram-se opinies diferentes, pois 37,0% afirmaram que as trs reas citadas eram
reas de atuao, j 34,8% marcaram a opo fbrica e 28,2%, laboratrio de anlises. Nota-se
que os anos do 3 ano, por estarem a mais tempo no curso, apresentam uma viso mais ampla
sobre o mundo do trabalho para sua formao, j que o curso os capacita de maneira a
acompanhar a diversidade da rea de alimentos.
Buscamos saber dos alunos se eles tinham noo de que haveria aulas prticas no decorrer
do curso, obtiveram-se as seguintes respostas, 75,8% e 70,3% afirmaram que tinham
conhecimento que haveria aulas prticas (laboratrio, visitas tcnicas, etc) para os alunos
ingressantes e concluintes, respectivamente. Observando-se mais uma vez que a viso dos novos
0505
alunos sobre o curso tcnico de alimentos est ampliada quando comparado com o conhecimento
que os alunos do 3 ano tinham ao ingressarem na escola.
Quando indagados sobre a estrutura curricular do curso, se as disciplinas eram apropriadas
para uma formao completa de um Tcnico em Alimentos observou-se que, para os alunos do 1
ano, 98,4% dos alunos afirmaram que sim e apenas 1,6% disseram que no. E no terceiro ano,
todos os alunos (100%), afirmaram que a estrutura curricular apropriada para a formao do
tcnico. Essa predominncia no 3 ano pode-se dar pelo fato de eles j terem um maior
conhecimento das disciplinas e experincia com aquilo que o curso oferta.
Tambm buscamos saber dos alunos qual a principal caracterstica e aspecto positivo do
curso, foram fornecidas repostas como "slida formao tcnica", "facilidade de uso da
infraestrutura do IFRN", "fcil acesso a docentes e gestores" e "relacionamento com os colegas"
onde, observou-se que, para os alunos do 1 ano, houve uma predominncia na primeira
alternativa, com 63% das respostas obtidas, 23,3% avaliaram como sendo o aspecto mais positivo
a facilidade de uso da infraestrutura do IFRN, 9,5%, o acesso a professores e gestores e 4,1%, o
relacionamento com os colegas. Na turma do 3 ano tambm houve um maior nmero de
respostas na opo da Slida formao tcnica (50,0%), 21,4% afirmaram ser a facilidade de uso
da infraestrutura, como o ponto mais positivo, e nas alternativas de Facilidade de acesso a
professores e gestores e Relacionamento com os colegas, obteve-se a mesma quantidade de
respostas, que foram 14,3%.
Foram expostas aos alunos seis atividades prticas e didticas do curso para que os alunos
avaliassem sua importncia atravs de uma escala que ia de "mais importante" a "menos
importante" passando pelo "medianamente importante" e, obtiveram-se os seguintes resultados:
- Os alunos do 1 ano avaliaram as aulas prticas em laboratrio, como um item muito relevante
ao curso com 90,2% das respostas enquadradas na opo Mais importante sendo o restante das
respostas (9,8%) enquadrada na opo "Medianamente importante". A segunda atividade avaliada
foi s pesquisas bibliogrficas e anlise de artigos cientficos onde, 60,6% julgaram como sendo
Medianamente importante, 31,1% como Mais importante e 8,2% como Menos importante.
Com relao iniciao cientfica, 54% dos alunos afirmaram ser Mais importante, 39,3% como
Medianamente importante e 6,5%, Menos importante. A opo Trabalhos em equipe e
seminrios, foi avaliada com um grau de importncia mdia, com 49,2%, 41% como Mais
importante e 9,8% como Menos importante. J os projetos foram avaliados por 82% dos alunos
como Mais importante, 16,4% como Medianamente importante e 1,6% como Menos
importante. E as aulas tericas, 64,5% dos alunos avaliaram como Mais importante e 35,5%
como Medianamente importante.
J na turma do 3 ano, na primeira prtica didtica (aulas prticas em laboratrio), 94,6%
dos alunos julgaram como Mais importante e 2,7% como Medianamente e Menos
importante. J na segunda, 54% avaliaram como sendo Medianamente importante, 43,2%
como Mais importante e 2,7% como Menos importante. A terceira prtica foi avaliada com um
grau de importncia maior por 75,7% dos alunos e 24,3% disseram que Medianamente
importante. Na quarta atividade observou-se que 51,3% avaliaram com um grau de importncia
mdia, 32,4% como Mais importante e 16,2% como Menos importante. A quinta atividade foi
0506
vista por 45,9% dos alunos como Mais e Medianamente importante e 8,1% como Menos
importante. E na ltima atividade 59,4% dos alunos disseram que Medianamente importante,
32,4% como Mais importante e 8,1% como Menos importante.
Com isso podemos perceber que os alunos julgaram com mais relevncia, atividades
diferenciadas, em que se distancia um pouco do tradicional, como: aulas prticas, projetos e
iniciao cientfica. As aulas tericas tambm esto dentro desse grau de avaliao, diante disso,
vimos que os discentes reconhecem que de grande valia a aquisio de conhecimentos dentro
da sala de aula.
E, por fim, na ltima questo, foram questionados as expectativas e objetivos dos discentes
ao final do curso. Em que no 1 ano, grande parte dos alunos busca uma rpida insero no
mundo do trabalho, com 53,6%, 20,3% desejam realizar outras atividades como fazer faculdade
em outra rea, 18,8% objetivam continuar com a graduao na rea de alimentos e 7,2% desejam
assumir os negcios nesta rea. J no 3 ano, 43,5% objetivam tanto a insero no mundo do
trabalho como realizar outras atividades, 10,2% quer continuar com graduao e 2,5% desejam
entrar nos negcios.
4 CONCLUSO
Com os resultados observados pode-se perceber que o curso tcnico de alimentos tem
uma grande aceitabilidade e, avaliado pelos discentes como satisfatrio havendo poucas
diferenas de opinies entre as turmas ingressantes e concluintes.
valido ressaltar ainda que, mesmo ingressando em anos diferentes, os alunos tm
opinies e expectativas semelhantes quanto a importncia de uma slida e completa formao
que oferecida pelo Instituto.
0507
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
[1] INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE.
Projeto pedaggico do curso tcnico de nvel mdio em alimentos na forma integrada presencial.
[Pau dos Ferros], 2011a.
[2] INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE.
Projeto pedaggico do curso tcnico de nvel mdio em alimentos na forma integrada, na
modalidade de educao de jovens e adultos, presencial. [Pau dos Ferros], 2011b.
[3] INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE.
Projeto pedaggico do curso tcnico de nvel mdio em alimentos na forma subsequente, na
modalidade presencial. [Pau dos Ferros], 2011c.
[4] CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; DA SILVA, R.; Metodologia cientfica. 6. ed. So Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2007.
)Feminino
)Masculino
3-Em qual mdulo/ano voc est inserido?( )Integrado ( )1 ano ( )2 ano ( )3ano
( )Subsequente
4-Quando voc entrou no curso de alimentos, achava que o curso estava relacionado com:
( )Gastronomia ( )Nutrio ( )Indstria ( )Outros. _____________________
5-Por que voc escolheu o curso de alimentos?
( )Porque se aproxima mais da rea desejada ( )Em busca de uma qualificao
( )Porque no tinha outra opo
( )Porque gosta da rea de alimentos.
6-Para voc, qual a rea de atuao do tcnico de alimentos?
( )Fbrica
( )Cozinha
( )Laboratrio de anlise
( )Todas as alternativas.
7-Ao ingressar no curso de alimentos, voc tinha noo que teria aulas prticas?
( )Sim. Quais?__________________________________________________________
( )No.
0508
8-Sobre as disciplinas do curso de alimentos, voc acha que estas disciplinas so apropriadas para uma
completa formao do tcnico de alimentos?
( )Sim.
( )No. Quais as disciplinas sugeridas para incluso?____________________________
9-Qual o aspecto que voc considera mais positivo e relevante do curso de alimentos?
( )Slida formao tcnica
( )Relacionamento com os colegas.
( )Facilidade de acesso a professores
( )Facilidade de uso da infraestrutura do IFRN
e gestores.
10-Avalie a importncia das seguintes atividades e prticas didticas realizadas no curso.
Mais
Medianamente Menos
Atividades
importante importante
importante
Aulas prticas no laboratrio
Pesquisas bibliogrficas e anlise de
artigos cientficos
Iniciao cientfica
Trabalhos em equipe e seminrios
Projetos
Aulas tericas
11-Quanto suas expectativas ao final do curso, voc espera:
( )Rpida insero no mundo do trabalho.
( )Deseja continuar com o curso de graduao na rea de alimentos.
( )Almeja iniciar ou dar continuidade aos negcios na rea de alimentos
( )Outros. Qual?_________________________________________________________
0509
RESUMO
0511
1 INTRODUO
A mariscagem uma das principais atividades econmicas desenvolvidas por moradores
locais do bairro do Valado na cidade de Macau/RN. Esses trabalhadores realizam essa prtica de
forma artesanal, tanto para consumo prprio quanto para a venda. Os marisqueiros desenvolvem
uma atividade histrica e cultural nesta cidade, transmitida de gerao a gerao.
Dentre as mais variadas formaes vegetais encontradas na cidade de Macau, o Manguezal
se destaca por ser um bioma costeiro predominantemente encontrado na regio, dominado por
espcies vegetais halfilos 1 e diversos tipos de animais aos quais se associam outros organismos,
adaptados a um solo frequentemente inundado pela mar que se encontra com as guas dos rios,
caracterizando um solo rico em nutrientes, alagado e salino. (IDEMA-RN, 2013).
Tendo em vista a importncia do manguezal e da atividade marisqueira para cidade de
Macau, nos despertou o interesse em aprofundar os estudos nessa rea, tendo em vista que
encontramos poucas pesquisas relacionadas a essa problemtica nas fontes bibliogrficas. Dessa
forma, buscamos conhecer mais da realidade vivida pelos marisqueiros do bairro do Valado bem
como refletir sobre a importncia social e ambiental dessa prtica.
Diante desses fatores, tornou-se necessrio aprofundar os estudos com relao
mariscagem no bairro, caracterizando assim essa atividade to relevante na cultura dos
moradores desta comunidade.
Dessa forma, esta investigao tem como objetivo conhecer a atividade marisqueira do
bairro Valado na cidade de Macau/RN refletindo sobre as implicaes dessa prtica na vida
desses moradores. Para que pudssemos alcanar esse intento, buscou-se previamente realizar
um levantamento bibliogrfico a respeito da atividade marisqueira e do local de trabalhos dessas
pessoas: o manguezal. Por fim, traar um perfil sociocultural de um determinado grupo de
trabalhadores da referida comunidade.
Essa pesquisa torna-se de fundamental relevncia para a comunidade local, pois, notria
a escassez de estudos voltados para essa temtica na cidade de Macau. Dessa forma, aprofundar
as investigaes nessa rea contribui na divulgao dessa atividade to caracterstica.
0512
1.2 Metodologia
Para o desenvolvimento dessa investigao, adotamos como instrumento de pesquisa o
questionrio articulado e a observao participativa in loco.
O questionrio articulado teve o intuito de levantar dados para oferecer suporte no
esclarecimento da atividade marisqueira e dos aspectos socioeconmicos. Gressler (2004) explica
que, alm de ser um mtodo verstil e flexvel, o questionrio assegura o anonimato dos
participantes da investigao, garantindo uma maior liberdade de expresso e opinies pessoais.
Alm disso, o questionrio , normalmente, o instrumento mais rpido e de baixo custo para se
coletar dados.
J a observao participativa uma tcnica de coleta de dados para obter informaes e
utiliza os sentidos para captar aspectos da realidade. No se resume apenas a um ver ou ouvir
3
Em Botnica, propgulos so estruturas constitudas basicamente por clulas meristemticas que se desprendem de
uma planta adulta para dar origem a uma nova planta, geneticamente idntica planta de origem (clones).
0513
2 RESULTADOS E DISCUSSO
Nos primeiros momentos de discusso e observao da realidade dos marisqueiros,
percebemos que esses trabalhadores desenvolvem uma atividade cultural, transmitida de gerao
a gerao. Visitamos vrias residncias nas quais todos os membros da famlia participavam
diretamente ou indiretamente da atividade marisqueira.
Os catadores de mariscos do bairro do Valado desenvolvem uma atividade que no est
relacionada diretamente com os aspectos biolgicos de cada individuo -eles no nascem com
aptides para serem marisqueiros-, as pessoas que desenvolvem essa prtica se apropriam de um
conjunto de aptides que foram construdas no decorrer da vida, por um processo de apropriao
da cultura criada pelas geraes anteriores.
De acordo com o Vygotsky (1991), observamos que o ser humano fruto das interaes
sociais e que a aprendizagem est comumente relacionada com o meio social que cerca aqueles
determinados indivduos. A mariscagem uma atividade desenvolvida artesanalmente h muito
tempo no bairro do Valado. Apesar dos conhecimentos serem passados de gerao a gerao, a
forma de pensar e trabalhar hoje so diferentes dos marisqueiros mais antigos, pois os
marisqueiros atuais se apropriam do conhecimento e modificam de acordo com as necessidades
do momento (BOCK, FURTADO E TEIXEIRA, 1991).
A partir dos dados coletados, compreendemos que por mais que os saberes da atividade
marisqueira sejam transmitidos de gerao a gerao, observamos uma predominncia maior de
0514
Faixa etria
trabalhadores de idade mais avanada, como podemos notar na Figura 1 mais da metade dos
marisqueiros tm mais de 35 anos. Isso se deve, segundo as palavras desses trabalhadores, a
grande rejeio dessa atividade por parte dos mais novos, acontecendo no momento que
percebem os impasses e dificuldades desta profisso, ento, acabam por procurar outra ocupao.
Dessa forma, entendemos que os saberes dos mais velhos so transmitidos para os jovens, mas
estes, muitas vezes pelas dificuldades da prpria atividade marisqueira no despertam o interesse
em continuar nessa prtica.
35 60 anos
64%
25 35 anos
14%
15 25 anos
21%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
0515
Grau de escolaridade
14%
21%
64%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
Frequncia de coleta
Todos os dias so realizados mutires de amigos ou de familiares que saem para catar seu
sustento a partir das riquezas provenientes do manguezal, principalmente o bzio, coletado por
todo o ano no havendo perodo de maior ou menor extrao. Todo o processo de catao de
marisco feita de forma artesanal, com instrumentos produzidos por eles e muitas vezes manuais.
60%
57%
40%
29%
14%
20%
0%
Todos Os Dias Da Semana
Figura 3: Mais da metade dos participantes da investigao coletam mariscos todos os dias.
0516
falas dos marisqueiros, 86% dessas pessoas afirmaram que ganham em torno de 1 (um) salrio
mnimo. Os autores Dias, Rosa e Damasceno (2013), aprofundam essa viso comentando a
respeito das condies de trabalho dos marisqueiros, eles relatam que: no h medidas de
segurana contra acidentes, contra queimaduras solares nem contra incidentes eventuais que
possam acontecer com as marisqueiras ou com as crianas (seus filhos) que as acompanham.
Percebemos, portanto, que a atividade marisqueira uma parte importante na
comunidade do bairro do Valado e na cidade de Macau, alm de ser de extrema relevncia nos
mbitos sociais e culturais. Dessa forma, compreendemos que a mariscaria no somente um
ramo de trabalho, representa parte da cultura daquele bairro. Em meio a isso, os ganhos
econmicos e, consequentemente, o reconhecimento sociocultural dessa atividade, poderiam ser
bem maiores se algumas medidas fossem tomadas como, por exemplo: melhoria nas condies de
trabalho no mangue, melhoria nas condies de processamento de mariscos, beneficiamento e
agregao de valor ao produto e, principalmente, viabilizao de mercado consumidor garantido.
Portanto, preciso que boas iniciativas no governamentais e/ou polticas pblicas
governamentais enxerguem as marisqueiras como mulheres produtivas, como pescadoras
capazes de se organizarem enquanto classe social, e, sobretudo, como trabalhadoras profissionais
que elas so (DIAS, ROSA e DAMASCENO, 2013).
3 CONSIDERAES FINAIS
A investigao realizada no bairro do Valado na cidade de Macau-Rn nos permitiu inferir
sobre a realidade social, cultural e econmica dos moradores que tm como fonte de renda e
sobrevivncia uma atividade tradicional que a catao de mariscos. Ao longo da pesquisa ficou
evidente a importncia sociocultural dessa profisso e as dificuldades econmicas vivenciadas por
esses marisqueiros.
Os ensinamentos da mariscagem na comunidade do Valado so transmitidos geralmente
de pais para filhos, a maioria dos trabalhadores do sexo feminino, que alm de cuidar da famlia
ainda trabalham assiduamente no manguezal, muitas vezes, todos os dias. Por outro lado, ganham
muito pouco, trabalham muito, alm das condies de higiene e o local de trabalho no serem os
mais favorveis. Os filhos comeam muito cedo na atividade, mas a investigao constatou que
eles no permanecem no trabalho durante muito tempo, percebem a dificuldade enfrentada pelos
mais velhos.
Essas reflexes nos permite compreender a importncia cultural da atividade, ao mesmo
tempo em que constatamos as fragilidades sociais e econmicas. Uma vez exposto esses dilemas
no decorrer de toda a pesquisa, compreendemos que alcanamos o objetivo proposto, j que
conseguimos caracterizar a atividade marisqueira e refletir sobre os possveis dilemas vivenciados
por esses moradores.
preciso que o poder pblico municipal apresente um olhar mais atencioso para os
catadores de mariscos, sabemos que essa atividade apresenta srias fragilidades, dessa forma,
preciso uma assiduidade maior do poder pblico sobre os marisqueiro, pois eles alm de
0517
desenvolverem uma atividade econmica, fazem parte da cultura local desse municpio e devem
ser reconhecidos por isto.
4 REFERNCIAS
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0518
RESUMO
0519
1 INTRODUO
A presente pesquisa surge como resposta preocupao com o ecossistema manguezal da
cidade de Macau/RN. Um recurso natural cercado de riquezas biolgicas e que vem sendo
devastado dia aps dia atravs das aes humanas. Destacando sua importncia ecolgica e de
berrio para o Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (caranguejo u) que uma fonte econmica
para os pescadores e marisqueiras da cidade.
Mediante esse pressuposto, procurou-se estimular o surgimento de uma cultura de ligao
entre natureza e sociedade, atravs da formao de uma atitude ecolgica, trabalhada
diretamente com catadores de caranguejo do manguezal de Imburanas, distrito da cidade de
Macau/RN. E nessa perspectiva contribuir com o desenvolvimento da formao de seres capazes
de compreender a sua realidade e agir nela de forma consciente, configurando sujeitos ecolgicos.
A construo da pesquisa ora relatada foi em decorrncia dos estudos desenvolvidos a
partir do Projeto Integrador, um dos componentes da prtica profissional do curso de Licenciatura
Plena em Biologia do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte
(IFRN) Cmpus Macau. Simbolizando uma ao importante para os graduandos, pois permite o
amadurecimento terico acerca da prtica. Nesse contexto este estudo fora impulsionado pelas
disciplinas de Zoologia dos Invertebrados II e Estatstica, trabalhadas no quarto perodo do
referido curso, dando nfase a temtica da Educao Ambiental.
vlido considerarmos, ainda, que o projeto no mbito do IFRN uma concepo de
ensino e aprendizagem que visa uma postura metodolgica, interdisciplinar, que envolva alunos e
professores. Com a finalidade de proporcionar o dilogo entre as disciplinas que integram o
currculo (PROJETO POLTICO-PEDAGGICO DO CURSO, 2012).
Imersas nesse cenrio, o requerido estudo almejou, ainda, analisar os conceitos empricos
configurados por esses catadores, no que se diz respeito preservao desse ecossistema.
Buscando ofertar a realizao de encontros geradores de debates que proporcionassem a
interao com a comunidade marisqueira, atentando para a importncia da preservao daquele
meio ambiente e consequentemente o cuidado para com a sua fonte de trabalho.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Manguezais so ecossistemas arbreos-aquticos representados pelos gneros Rhizophra,
Brugiera, Sonneratia e Avicennia. Esto presentes ao longo do litoral em reas com sedimentos
salinos, frequentemente anaerbicos e algumas vezes cidos. Situados na zona intermar, so
inundados duas vezes por dia pela mar. So tolerantes ao sal, possuem razes areas e sementes
que germinam na rvore. Dessa forma, apresentam caractersticas especificas que os tornam
nicos e adaptados s condies ambientais rigorosas dos esturios. Alm dessas caractersticas,
so considerados ecossistemas economicamente e socialmente importantes (SOARES, 1995 apud
ROCHA Jr., 2011).
0520
Para o autor Arthur Soffiati (2000) citado por Luana das Graas Queirz de Farias (2006) os
manguezais desempenham funes ecolgicas, tais como: fixador de terras, mitigando a fora
erosiva dos rios e dos movimentos marinhos bem como a das tempestades e dos ventos;
reproduo de espcies de gua doce e salgada; produtor e exportador de alimentos para o mar,
sobretudo pelos movimentos das mars.
Muitos desses ecossistemas so utilizados para atividades de subsistncia, na retirada da
madeira para construo de casas, canoas e pescas em pequena escala de peixes e crustceos.
Muitas comunidades localizadas no entorno de reas de manguezais podem ser inteiramente
dependentes dos mangues para subsistncia (ROCHA Jr., 2011).
A fauna encontrada no mangue muito variada, sendo composta por moluscos,
crustceos, aracndeos, aves, insetos, anfbios, mamferos e repteis. Sendo utilizada pelo homem
na obteno de alimento, principalmente a partir dos crustceos que tem como um de seus
representantes a espcie do caranguejo u. A sua carne muito utilizada e tem um valor
socioeconmico para os seus catadores (GOMES et al. 2005).
Apesar dos muitos benefcios dos manguezais, eles so alvo da presso antrpica pelo uso
dos seus recursos, em particular, a devastao para produo de sal, crustceos e a demanda por
madeira. O aumento das atividades comerciais e o crescimento das cidades tm ameaado os
manguezais, sendo de extrema importncia a adoo de estratgias de proteo desses
ecossistemas (COELHO Jr., C. 1998 apud ROCHA Jr., 2011).
3 METODOLOGIA
Para o desenvolvimento da pesquisa recorreu-se utilizao de um questionrio quantitativo
que continha dez (10) perguntas objetivas baseadas em questes socioambientais e econmicas
referentes ao ecossistema manguezal e as atividades de coleta do caranguejo u, procurando
identificar as possveis problemticas ambientais existentes. Estes foram aplicados atravs de visitas a
campo no distrito de Imburanas Macau/RN.
O levantamento de dados foi obtido a partir de amostragem determinstica intencional, que
consiste em uma amostra de uma populao escolhida pelos pesquisadores (KRONE, 1980). Ao todo,
trabalhou-se com uma amostra de vinte e dois (22) pescadores e marisqueiras que desenvolvem suas
atividades pesqueiras no mangue. Posteriormente analisamos o perfil social dos entrevistados
destacando a mdia das suas idades e graus de escolaridade.
Ademais, com base nas respostas obtidas, desenvolveu-se um encontro reflexivo com os
agentes do nosso estudo, que teve por tema A Preservao dos Manguezais, realizado no manguezal
do distrito de Imburanas Macau/RN. Diante das anlises, e utilizando o conhecimento pr-existente
desses catadores referentes aos mtodos de preservao dos manguezais, foram discutidas questes
condizentes a atual realidade em que estes se encontram, e as possveis solues ilustradas a partir de
cartazes, para que possam colocar em prtica diariamente, para cuidar do manguezal, e
consequentemente, da sua fonte de sobrevivncia.
0521
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A partir dos estudos fundamentados na importncia da preservao do ecossistema
manguezal na cidade de Macau/RN, pode-se dizer que em sua maioria os catadores do distrito de
Imburanas, usufruem dos recursos naturais ofertados pelos mangues, para sustento prprio e das
suas famlias. Centrando suas atividades principalmente na comercializao do caranguejo u
provenientes das reas de manguezal da cidade.
Salienta-se que embora esta pesquisa seja voltada aos pescadores e marisqueiras do
distrito de Imburanas, os benefcios ofertados pelos recursos encontrados no manguezal, no se
restringe somente a esta parte de trabalhadores. Sendo explorados, tambm, por pessoas de
cidades vizinhas e outros estados. Caracterizando-se como um bem comum a todos aqueles que
dele usufruem direta ou indiretamente.
Os entrevistados apresentaram uma mdia de idades de 38,6 anos e seus graus de
escolaridade encontram-se divididos em trs categorias: dois (02) que no so alfabetizados e se
distribuem em 9%, dezesseis (16) catadores que cursaram somente o Ensino Fundamental I
representando uma parcela 73% e por fim quatro (04) trabalhadores que estudaram at o Ensino
Mdio totalizando em 18%, porm no chegaram a sua concluso.
Com base nos questionrios, pode-se dizer que, atualmente os catadores j sofrem as
consequncias do desmatamento dos manguezais. Entre as problemticas acarretadas pela falta
de cuidados com esse ecossistema, podemos aqui citar o desmatamento encontrado nos mangues
da cidade, que por sua vez, refletem sobre a baixa demanda do caranguejo u, fonte econmica
dessas pessoas. Segundo os entrevistados, suas reprodues vm diminuindo a cada ano naquela
rea.
Ainda de acordo com eles, os seus relatos apontam as atividades de carcinicultura,
desenvolvidas por empresas naquele local, como agente colaborador para o desmatamento dos
mangues, uma vez que destes se utilizam para despejo de sais e produtos qumicos. Diante das
visitas a campo realizadas atravs desta pesquisa, verificou-se ainda, que o acmulo de lixo seja
outro agravante da destruio dos manguezais. O professor de geografia, Marcos Antnio Alves
de Arajo et al. (2010), em sua pesquisa destaca o processo de urbanizao e o crescimento
demogrfico da cidade de Macau como sendo os principais responsveis pelo desmatamento e
aterramento da mata nativa de manguezal, proporcionando, entre outros impactos, a diminuio
de sua biodiversidade.
Tais fatores obrigaram os pescadores e marisqueiras a migrarem para outros locais em
busca da coleta do caranguejo, que antes encontravam dentro da prpria cidade. Em suma, essas
pessoas passaram a desenvolver suas atividades pesqueiras no distrito de Imburanas, Macau/RN.
Essa mudana, para eles, converteu-se em prejuzos, considerando fatores como: transporte,
deslocamento e estadia.
Partindo da premissa de que os trabalhadores que exploram a biodiversidade dos
mangues, e consequentemente, deveriam atentar para a preservao deste, procurando
contribuir para que o seu local de trabalho no venha a ser extinto e to pouco o prprio
0522
caranguejo, o encontro realizado trouxe como discusso a preservao dos manguezais, no qual
deixou notrio, que a importncia desse ecossistema para os trabalhadores encontra-se refletida
nas atividades de coleta do caranguejo u e outros recursos, retirados do mangue, que gerem e
movimentem a economia.
A partir da discusso advinda deste encontro como momento de interao e reflexo,
pode-se construir o conhecimento com os pescadores e marisqueiras, que juntos, apontaram as
problemticas e os impactos encontrados nos manguezais. Partindo destes conhecimentos
empricos e nos amparando do conhecimento cientifico, incentivamos esses trabalhadores a
repensarem sobre a preservao contnua do ecossistema manguezal, retratando a sua
importncia, no somente econmica, mas tambm ambiental, para as espcies que al se
encontram.
Educao ambiental e discurso educacional que devem fazer referncia essencialmente
busca da qualidade de vida, objetivando uma harmonia do ser humano com seu meio.
Meio ambiente esse natural ou no. Ela tem que lidar com a possibilidade e o real
potencial de mudana do homem para com seu meio circundante (Mergulho e Vasaki,
1998).
5 CONCLUSO
O ecossistema manguezal um ambiente rico em recursos naturais e abrigo para muitas
espcies, principalmente marinhas. Desempenham um importante papel ecolgico, bem como,
social, refletido nos trabalhadores que utilizam os mangues como fonte de subsistncia. Porm,
este ambiente, gradativamente, vem sendo devastado pelo homem pelas mais variadas atividades
as quais podemos citar: a poluio, o crescimento desordenado das cidades, o despejo de resduos
slidos e produtos qumicos no mangue, a pesca predatria das espcies que l se encontram etc.
Na cidade de Macau/RN, pode-se encontrar uma vasta extenso de rea de manguezais,
que se caracterizam como importante agente ambiental, e tambm, fonte econmica para boa
parte dos seus habitantes e circunvizinhanas. Que se apresentam principalmente na forma de:
atividades pesqueiras e de coletas do caranguejo u. Porm, a situao dos mangues da cidade,
no se mantem distante da realidade de desmatamento e problemticas ambientais, oriundas da
falta de preservao por parte das pessoas.
Esta abordagem torna clara a importncia de se desenvolver trabalhos de conscientizao
com a comunidade, em geral, e principalmente, com as pessoas que trabalham diretamente com
os mangues. de grande valia a preservao deste ecossistema que se torna um bem comum para
todos. Para isso, se fazem necessrios, trabalhos de divulgao da conscientizao com a educao
ambiental nas ruas, escolas e com os prprios catadores, com a ateno voltada para que no se
joguem lixos nas reas de mangues, que sejam evitadas a pesca e a captura predatria das
espcies. Assim, espera-se contribuir para que no ocorra a extino desse ambiente e de seus
respectivos recursos naturais.
0523
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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importncia da aplicao de prticas preservacionistas pela indstria petrolfera local. Natal,
2011. Dissertao de mestrado-Faculdade de Engenharia do Petrleo-Universidade do Rio Grande
do Norte, 2011.
0524
RESUMO
A Morinda Citrifolia L. comumente conhecida como Noni
uma fruta originria do Sudeste da sia, de algumas
reas da Austrlia e das Ilhas do Pacfico. conhecida por
sua capacidade nutracutica no qual a de maior
importncia a capacidade antioxidante. A capacidade
antioxidante dos alimentos depende da forma como este
consumido, seja na forma in natura ou processado. O
processamento e os procedimentos para a preservao
dos alimentos podem ser responsveis tanto pelo
aumento quanto pelo decrscimo da ao antioxidante,
dependendo de muitos fatores, tais como: estrutura
qumica, potencial de oxireduo, sua localizao na
0525
1 INTRODUO
O Brasil possui grande potencial para o cultivo de diversas espcies, pois apresenta uma
diversidade muito grande de tipos de solos e climas que favorecem o cultivo de fruteiras tropicais,
subtropicais e temperadas, Simo (1998).
O Noni uma fruta que chegou ao Brasil como uma matria-prima com forte apelo
comercial devido a todas as caractersticas benficas a ele atribudas e os benefcios relacionados
ao seu consumo.
Com o nome cientfico de Morinda citrifolia L., o Noni uma pequena rvore de origem
asitica cujo uso no mundo bastante difundido. Ele mais popular nos Estados Unidos e em
alguns pases da Europa. No Brasil a difuso do suco da fruta ainda muito recente, no existindo
relatos de produo em escala comercial dessa fruta no pas. O fruto verde, parecido com a fruta
do conde, aparecendo geralmente apenas em forma de suco engarrafado. Segundo (MANUEL
PINHEIRO, 2006) existe um grande interesse na sua utilizao na medicina popular devido s
supostas propriedades farmacolgicas que possui; chega-se a afirmar que alcance mais de 120
problemas de sade que podem ser tratados, e at curados, com a planta e seus extratos. O fruto
desempenha um papel benfico sade por conter compostos que agem no combate a uma srie
de doenas, desempenham atividade anticancergena, possuem atividade antiinflamatria,
estimulam o sistema imunolgico, e dilatam os vasos sanguneos (YANG et al., 2010).
A fruta possui uma polpa carnuda e amarga de colorao esbranquiada, e quando madura
exala um cheiro forte e ranoso (MORTON, 1992 citado por CHAN-BLANCO et al., 2006). muito
comercializado em vrias partes do mundo tanto na forma de suco quanto em cpsulas contendo
o p da fruta (SANG et al., 2001). O consumo do Noni est relacionado principalmente aos
benefcios sade proporcionados por sua grande capacidade antioxidante, combatendo os
radicais livres. Por isso, vem ganhando grande importncia no mercado mundial, sendo consumida
em todo o mundo, principalmente na Amrica do Norte, Europa e sia.
Figura 1 Estdios de maturao do Noni: A - Fruto verde (casca verde); B Intermedirio ou Ponto de colheita
(verde esbranquiado) e C - Fruto maduro ou de vez (amarelo esbranquiado)
0526
Recentemente, esta planta tem sido o foco de diversos estudos devido s suas
propriedades nutracuticas 1 (CHAN-BLANCO et al. , 2006; DIXON et al. , 1999; ZIN . et al, 2006). Os
efeitos benficos sade observado podem resultar de compostos especficos extrados das
razes, folhas, cascas e frutas como o xido ntrico, alcalides e esteris com potencial
antioxidante (CHAN-BLANCO et al. , 2006).
A cada parte da planta de Noni (Morinda citrifolia L.) atribuda uma diferente
propriedade medicinal. A casca tem propriedade adstringente e utilizada no tratamento contra
malria; as folhas so usadas como analgsico e no tratamento de inflamaes externas; as flores
so empregadas no tratamento de inflamaes oculares; o extrato das razes reduz a presso
sangunea; as sementes so utilizadas como laxante; e os frutos, que possuem a mais ampla
utilizao, so usados como antibactericida, analgsico, anticongestivo, antioxidante,
expectorante, anti-inflamatrio, adstringente, emoliente, emenagogo, laxativo, analgsico,
hipotensor, purificador do sangue, imunoestimulante e tnico (ELKINS, 1997). Tambm atribuda
ao fruto, ao anticancergena (RODRGUEZ e PINEDO, 2005).
Estudos epidemiolgicos comprovam que o consumo dirio de alguns alimentos, como as
frutas e verduras, fornecem uma quantidade significativa de antioxidantes ao organismo, por meio
da vitamina C, vitamina E, carotenides e diversos compostos polifenlicos.
Substncias antioxidantes desempenham um papel importante na sade atravs de seus
efeitos na modulao dos processos oxidativos que ocorrem no organismoA definio de
antioxidante pode ser expressa como substncias capazes na retardao ou inibio da oxidao
de substratos oxidveis, podendo ser, ou no, enzimtico tais como: -tocoferol (vitamina E), caroteno, ascorbato (vitamina C) e os compostos fenlicos (flavonides) (HALIWELL, 2001; SOUSA
et AL., 2007).
A definio de antioxidante pode ser expressa como substncias capazes na retardao ou
inibio da oxidao de substratos oxidveis, podendo ser, ou no, enzimtico tais como: tocoferol (vitamina E), -caroteno, ascorbato (vitamina C) e os compostos fenlicos (flavonides)
(HALIWELL, 2001; SOUSA et al., 2007).
um produto nutricional, que se alega ter valor teraputico. Resulta da combinao dos termos nutrio e
farmacutica, e estuda os componentes fitoqumicos presentes nas frutas, dispondo-se a investigar seus benefcios
a sade e possveis curas de doenas.
0527
0528
2 MATERIAL E MTODOS
Centrifugad
a
1 kg
Extrato
Aquoso
Filtrada
Armazenada
Noni
(Morinda citrifolia
L.)
Leitura de
Concentraes
de 25, 50 e
100 g.mL
1,5 mL de
DPPH + 0,5 mL
de cada
concentrao
Absorbncia
Triplicata
Vitamina C
Figura 3 Etapas do processamento para anlise da atividade antioxidante do extrato aquoso do Noni (Morinda
citrifolia L.)
0529
antioxidante gasto para reduzir em 50% o radical DPPH. O DPPH utilizado nesta pesquisa foi
fabricado no prprio laboratrio de Biologia do Cmpus. O extrato aquoso do fruto foi testado nas
concentraes de 25, 50 e 100 g.mL-1. Uma quantidade de 1,5 mL de DPPH foi adicionada a 0,5
mL de cada concentrao do extrato. A leitura da absorbncia foi realizada em espectrofotmetro
BIOSPECTRO SP-22 a 517 nm, transcorridos 05 e 30 minutos do incio da reao. Todas as
determinaes foram realizadas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem
antioxidantes). A queda na leitura da densidade tica das amostras foi correlacionada com o
controle e estabelecida percentagem de descolorao do radical DPPH. Foi usada como controle
positivo, uma soluo de vitamina C, utilizada como padro.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
O extrato aquoso do Noni (Morinda citrifolia L.) teve atividade antioxidante reduzindo o
radical DPPH em concentraes extremamente baixas em poucos minutos. Possivelmente, essa
reduo se trata de agentes minerais, j que foi oriundo de um extrato aquoso. Dessa forma, se
faz necessrio avaliar o extrato em ensaios mais especficos, bem como purificar o extrato, a fim
de identificar o principal agente responsvel pela atividade antioxidante. De acordo com Sies &
Stahl (1995) a caracterizao de um bom antioxidante est na sua capacidade de ter uma tima
atuao sobre os radicais livres mesmo que em baixas concentraes. As leituras (517 nm) foram
monitoradas a cada minuto, onde foi observada a reduo da absorbncia at sua estabilizao.
As substncias antioxidantes presente no extrato reagiram com o DPPH que um radical estvel,
convertendo-os em 2,2-difenil-1-picrilhidrazil. O grau de descolorao indicou o potencial
antioxidante do extrato. O resultado do extrato aquoso foi comparado aos padres com uma
soluo de vitamina C. Considerando que espcie M. citrifolia utilizado na medicina popular, o
resultado obtido da atividade antioxidante foi satisfatrio sendo aproximadamente de 85% na
concentrao de 100 g.ml-1.
4 CONCLUSES
Constatou-se que o extrato aquoso do Noni (Morinda citrifolia L.) apresentou-se como um
potente agente antioxidante, descolorindo quase que totalmente o radical livre DPPH, garantindo,
ento, uma possvel fonte natural que venha a ser somada composio de frmacos
antioxidantes, certificando a conservao de alimentos, ou mesmo, como na medicina caseira, a
busca nos alimentos naturais como fonte de preveno de doenas ocasionadas pela degradao
do organismo pela ao dos radicais livres do meio. Logo a planta em estudo pose ser importante
na produo de novos fitoterpicos assim como atuar por meio da reduo de radicais livres e
inibio da peroxidao lipdica, o que pode contribuir para a preveno ou reduo do
desenvolvimento de patologias associadas ao estresse oxidativo.
0530
5 AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Esp. Airton Arajo de Souza Jnior pela confiana e orientao em todas as etapas
desse trabalho e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) pelo
suporte financeiro.
6 REFERNCIAS
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0532
RESUMO
0533
INTRODUO
A natureza fornece ao homem uma grande infinidade de plantas com valores medicinais.
As plantas medicinais vm sendo usadas desde o inicio dos tempos como forma de tratamento de
doenas sendo a flora brasileira uma rica fonte de plantas que podem auxiliar no mesmo bem
como na preveno de doenas. Para Freitas (1999), as plantas medicinais constituem importante
recurso teraputico no tratamento da sade humana, principalmente das naes em
desenvolvimento. Servem tanto conhecida medicina caseira, que faz parte da cultura popular
destes pases, como de matria prima para elaborao de medicamentos fitoterpicos ou extrao
de compostos qumicos farmacologicamente ativos (FREITAS, 1999).
Atualmente, encontra-se descrito na literatura um grande nmero de trabalhos cientficos
que comprovam as propriedades medicinais de vrias plantas. Segundo Santos (2006), o Brasil
possui uma flora estimada em mais de 40.000 espcies, havendo conhecimentos populares de
propriedades medicinais de vrias delas. Por outro lado, apesar dos esforos e pesquisas
cientficas que possibilitem o bom aproveitamento deste potencial que o pas possui, estes
estudos ainda no so produzidos em volume suficiente (SANTOS, 2006).
A espcie Cnidoscolus phyllacanthus, popularmente conhecida por faveleira ou favela
uma planta pertencente famlia Euphorbiaceae, decdua, helifila, pioneira e endmica da
caatinga nordestina, que ocorre abundantemente nos estados da Paraba, Pernambuco, Bahia,
Piau, Rio Grande do Norte, Cear, Sergipe e Alagoas (GOMES, 1973; LORENZI, 1998; MARQUES
2007) sendo bastante adaptada s condies adversas existentes em seu ambiente natural.
Apresenta porte arbustivo, com galhagem entrecruzada, lactescente e pode atingir cinco metros
de altura. Sua casca suberosa e rica em protenas, suas razes so tuberculadas, as flores diicas
e brancas (LORENZI, 1998; BATISTA et al., 2007). Seu principal uso como planta forrageira.
A maioria das plantas de faveleira possui grande quantidade de espinhos pequenos, agudos
e urticantes nos limbos e pecolos das folhas. A presena dos espinhos torna algumas operaes
de manejo difceis, como o corte e o manuseio das folhas. Plantas inermes tambm podem ser
encontradas, porm, em frequncia muito menor que as plantas com espinhos (BATISTA et al.,
2007).
Grande parte dos estudos da favela voltada para a rea agrria, sendo poucos os estudos
da espcie na rea da qumica de produtos naturais. Por essa razo o presente trabalho tem como
objetivo a avaliao da capacidade antioxidante da Cnidoscolus phyllacanthus, e desta forma
descobrir novas fontes vegetais com a respectiva atividade comprovada.
reviso bibliogrfica
Trabalhos de Halliwell (1994) e Bianchi (1999) definem radicais livres como espcies
qumicas, orgnicas, inorgnicas ou tomos, que contm um ou mais eltrons no pareados, com
existncia independente. A presena de um excesso desses radicais livres, resultado de um
desequilbrio entre molculas oxidantes e antioxidantes, um dos principais causadores de danos
celulares pelo processo chamado estresse oxidativo (SIES, 1993; BIANCHI, 1999).
0534
METODOLOGIA
2.1 Obteno do material vegetal
0535
O material vegetal (torta) foi ento deixado imerso em etanol por 72 h e, posteriormente
em gua para obteno de seus extratos, etanlicos e aquoso, respectivamente.
% In=
100%
(1)
(2)
RESULTADOS E DISCUSSES
Os extratos hexnico, etanlico e aquoso das folhas, talos e razes da faveleira foram
avaliados quanto a sua capacidade antioxidante utilizando mtodo de captura de radicais DPPH
0536
Extrato
IC 50
Folhas
Talos
Razes
Trolox
58,3 ppm
382,5 ppm
Insolvel
4,0 ppm
Extrato
IC 50
Folhas
Talos
Razes
Trolox
245,7ppm
362,6 ppm
203,6 ppm
4,0 ppm
Extrato
IC 50
Folhas
Talos
Razes
Trolox
230 ppm
Insolvel
Insolvel
4,0 ppm
CONCLUSO
Diante dos estudos realizados da capacidade antioxidante dos extratos de diferentes partes
da faveleira pode-se concluir que apesar destes no apresentarem uma boa capacidade
antioxidante frente captura de radicais DPPH outros mtodos devem ser utilizados para avaliar
os resultados obtidos. Pretende-se dar continuidade ao trabalho a partir do fracionamento dos
extratos com intuito de obter fraes e/ou substncias puras com atividade relevante.
0537
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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0539
RESUMO
0540
INTRODUO
0541
REVISO BIBLIOGRFICA
De acordo com a Fundao Nacional da Sade (2006), de vrias maneiras a gua pode
afetar a sade: pela ingesto direta, na preparao de alimentos; na higiene pessoal, na
agricultura, na higiene do ambiente, nos processos industriais ou nas atividades de lazer. Hoje,
sabe-se da importncia de se tratar a gua destinada ao consumo humano e animal, pois, ela
capaz de veicular grande quantidade de contaminantes fsico-qumicos e/ou biolgicos (TORRES et
al., 2000), cujo consumo tem sido associado a diversos problemas de sade.
A portaria n 518 de 2004 do Ministrio da Sade/ANVISA regulamenta as normas de
potabilidade de guas para consumo humano: os nveis de qualidade probem Escherichia Coli ou
coliformes termotolerantes em amostras de 100ml de gua para consumo humano. A Legislao
Sanitria (portaria 326/97 - ANVISA), determina que para manipulao de alimentos deve ser
utilizada somente gua potvel. Quando utilizada soluo alternativa de abastecimento de
gua, a potabilidade deve ser atestada semestralmente mediante laudos laboratoriais.
Quando utilizado em contato direto com alimentos ou com superfcies que entrem em
contato com alimentos, deve ser produzido a partir de gua potvel e no pode representar
fonte de contaminao.
Na Instruo Normativa 62 (BRASIL, 2003) estabelecido que a gua deve ser de boa
qualidade e deve apresentar, obrigatoriamente, as caractersticas de potabilidade, como por
exemplo ser clara, ausente de cores e odores, que esto fixadas no Regulamento da Inspeo
Industrial e Sanitria de Produtos de Origem Animal RIISPOA.
METODOLOGIA
3.1 Coleta
0542
Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), onde se realizaram as
anlises de pesquisa de coliformes totais e Fecais.
0543
RESULTADOS E DICUSSES
Os resultados das amostras analisadas de cinco pontos distintos mostram, uma grande
contaminao das guas do municpio de Parelhas, j que todas as amostras demonstram ter
coliformes totais e algumas coliformes termotolerantes, tendo sido confirmado em 4 dos 5 pontos
a presena de Escherichia coli. O primeiro ponto de coleta era na comporta do Aude Boqueiro,
sendo esse considerado com qualidade microbiolgica mais vivel, por apresentar apenas a
presena de coliformes totais. As guas com os maiores ndices de contaminao e que em todas
as analises se confirmaram a presena da E. coli, foram a passagem do rio Serid pelo municpio e
um rio que corta a propriedade rural Sussuarana 1, gua essa que era destinada a domiclios e
produo animal. Os dois ltimos pontos de coleta eram um poo e uma cisterna localizados na
zona rural de Parelhas, os mesmos em todos os meses apresentaram resultados positivos para
coliformes termotolerantes, totais e E. coli, em ambos os casos os moradores das propriedades
utilizavam a gua para diversos fins, inclusive o consumo. Em 86% das amostras foi considerado
como positivo para a presena de coliformes totais, 36% para coliformes fecais e 29% para
Escherichia coli.
Em relao ao consumo humano, todas as amostras coletadas se apresentam
inadequadas, j que todas mostraram ter coliformes, assim a contaminao das guas do
municpio de Parelhas um nmero preocupante para a populao, que utiliza a gua sem
conhecimento da sua qualidade, estando sujeita a inmeras doenas transmitidas pela gua.
De acordo com a resoluo do CONAMA de n 357 de 2005 para guas salobras, os
coliformes termotolerantes no devem exceder o valor de 200 coliformes termotolerantes por
100mL para a irrigao de hortalias que so consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam
rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoo de pelcula, bem como para guas com as
quais o publico possa vir a ter contato direto. E para os demais usos no devera ser excedido um
limite de 1.000 coliformes termotolerantes por 100 mililitros.
A Portaria n 518 do Ministrio da Sade estabelece como padro de potabilidade, para a
gua destinada ao consumo humano, a ausncia de bactrias do grupo dos coliformes
termotolerantes, anteriormente denominados coliformes fecais.
No presente estudo so mostrados resultados alarmantes quanto contaminao hdrica
no municpio de Parelhas, sabendo que algumas dessas guas so destinadas a consumo humano,
consumo animal e finalidades domesticas sem nenhum tratamento, sendo um fator preocupante
de sade pblica. Outro fator preocupante o lixo encontrado as margens do aude do
Boqueiro, j que a maior reserva de gua que o municpio tem, sendo o segundo de maior
capacidade do Rio Grande do Norte, e a partir de sua comporta se deriva pequenos rios que vo
para as propriedades rurais com alto ndice de coliformes e contaminaes, revelando o descaso
com a preservao da natureza, e suas fontes hdricas.
No de hoje que se sabe que no meio rural as fontes de contaminaes de coliformes so
altssimas, visto que as doenas de veiculao hdrica so causadas principalmente por
microrganismos patognicos de origem entrica, animal ou humana, transmitidas basicamente
0544
pela rota fecal-oral, ou seja, so excretados nas fezes de indivduos infectados e ingeridos na
forma de gua ou alimento contaminado por gua poluda com fezes (Grabow, 1996).
CONCLUSO
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
0545
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0546
RESUMO
IN VITRO
EVALUATION OF THE ANTIMICROBIAL SENSITIVITY OF MICROORGANISMS ISOLATE
D FROM MASTITIS CASES IN APODI/ RN
ABSTRACT
0547
1 INTRODUO
Conforme a Instruo Normativa n 51 do Ministrio da Agricultura, Pecuria e
Abastecimento - MAPA, entende-se por leite, sem outra especificao, o produto oriundo da
ordenha completa e ininterrupta, em condies de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e
descansadas (BRASIL, 2002).
A produo mundial de leite fluido foi cerca de 430.128 bilhes de toneladas em 2009,
sendo os maiores produtores: a Unio Europeia com 133.800 bilhes de toneladas, os Estados
Unidos com 85.820 bilhes de toneladas, a ndia com 45.800 bilhes de toneladas, a Rssia com
32.500 bilhes de toneladas e o Brasil, na quinta posio, com aproximadamente 28.790 bilhes
de toneladas os maiores produtores (USDA, 2010).
A mastite ou infeco da glndula mamria, que na maioria das vezes tem origem
bacteriana, o principal problema que afeta os rebanhos leiteiros, reduzindo a qualidade e a
quantidade da produo e industrializao do leite e derivados (FAGUNDES; OLIVEIRA, 2004).
responsvel por grandes perdas econmicas para indstria leiteira em todo o mundo, pois causa o
aumento do descarte involuntrio, aumento dos custos com tratamentos, diminuio da produo
de leite e mudana na composio do leite, causando tambm, grandes preocupaes a sade
pblica, pela veiculao de microorganismos patognicos aos humanos atravs da ingesto do
leite (HALASA et al., 2007; BEECHER et al., 2010).
O Staphylococcucus aureus o principal agente etiolgico da mastite, este produz uma
variedade de fatores de virulncia que so responsveis pelas infeces intramamrias
persistentes e subclnicas. (HWANG et al., 2010). A probabilidade de surgimento de uma infeco
na glndula mamria est relacionada principalmente com o grau de exposio do teto aos
microrganismos patognicos, s oportunidades desses agentes penetrarem na glndula mamria e
habilidade da bactria se multiplicar e sobreviver ao sistema imune (BRAMLEY et al., 1998).
No municpio de Apodi/RN, no diferente de outras cidades do pas, frequente o uso de
antimicrobianos para o tratamento de mastites, porm no se conhece a eficcia desse manejo
emprico e as contribuies para o desenvolvimento de resistncia bacteriana com a utilizao da
prtica. Nesse contexto, so necessrias pesquisas que se proponha a avaliar a susceptibilidade
antimicrobiana dos agentes etiolgicos envolvidos na mastite bovina, j que relatado por
diversos autores o incremento da resistncia bacteriana devido ao uso indiscriminado de
antibiticos (STILWELL; GONALVES, 2002).
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 MASTITE
A mastite uma doena infecciosa complexa e economicamente importante para a
produo de leite em todo o mundo, o que pode resultar em perdas substanciais devido a reduo
0548
0549
leite, e entre esses testes destacam-se o CMT (Califrnia Mastitis Test), o WMT (Wisconsin
Mastitis Test) e a contagem eletrnica de clulas somticas (RUPP et al., 2000), bem como exames
microbiolgicos do leite (PHILPOT; NICKERSON, 1991).
O CMT um dos testes mais conhecidos e prticos para o diagnstico da mastite
subclnica, baseando-se na estimativa da contagem de clulas somticas no leite. O reagente do
CMT um detergente que possui um indicador de pH. Quando o leite misturado ao CMT em
quantidades iguais, este reagente dissolve ou rompe a membrana das clulas de defesa
(leuccitos) e o material gentico (DNA) da clula liberado. O DNA formar uma massa ou gel.
Quanto maior o nmero de leuccitos, maior a quantidade de gel formada. O CMT deve ser feito
com os primeiros jatos de leite, e a presena de sujeira, fezes e outras partculas no interfere no
resultado do teste, pois no h material gentico de leuccitos (HOE, 2005).
O resultado do teste avaliado em funo do grau de gelatinizao ou viscosidade da
mistura do leite e do reagente em bandeja apropriada. Os resultados so expressos em cinco
escores: Negativo e Traos (um, dois e trs sinais positivos), os quais apresentam correlao
relativamente boa com a contagem de clulas somticas (ESSLEMONT; KOSSAIBATI, 2002).
3 MATERIAL E MTODOS
O estudo foi desenvolvido em duas fazendas de criao de bovinos, localizada no municpio
de Apodi/RN, propriedade de mdia produo leiteira, com incidncia de mastite clnica e
subclnica (diagnosticadas pelo mtodo California Mastitis Test - CMT) (SCHALM; NOORLANDER,
1957), nas matrizes em lactao.
0550
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Foram analisados 13 animais, totalizando 17 quartos mamrios. Destes, 02 (11,8%)
apresentavam mastite clnica, 15 (88,2%) mastite subclnica diagnosticadas a partir do teste CMT.
Correlacionando o exame microbiolgico ao teste do CMT, verificou-se que nos 15 quartos
mamrios que apresentaram mastite subclnica, reagentes ao CMT, 13 (86,67) foram positivos ao
exame microbiolgico. De acordo com COSTA et al. (1996), o CMT um mtodo auxiliar de boa
correlao com o exame microbiolgico, porm o processo inflamatrio pode no ser de origem
infecciosa.
O perfil de sensibilidade antimicrobiana das 15 amostras analisadas positivas ao exame
microbiolgico encontra-se na Tabela 1. Observou-se que os percentuais gerais de resistncia para
os grupos farmacuticos da penicilina, eritromicina e cefalexina foram 86.7, 53.3 e 40%,
respectivamente. Os antibiticos mais eficazes foram a norfloxacina com 100% de eficcia,
seguida pela amicacina com 93.3% e a tetraciclina 80%. J a estreptomicina foi 73.4% eficaz.
Resultados semelhantes foram obtidos por BRITO et al. (2001) na Zona da Mata do Estado
de Minas Gerais e por FREITAS et al. (2005) no Agreste do Estado de Pernambuco, que observaram
que a norfloxacina apresentaram 100 e 96% de eficcia para cepas de estafilococos isoladas de
mastite bovina, respectivamente. A alta eficcia da norfloxacina nas propriedades do estudo
0551
ocorreu, possivelmente, devido ao pouco uso deste antibitico em medicina veterinria, pois em
nenhuma das propriedades estudadas este medicamento era utilizado para o tratamento da
mastite.
Tabela 1 - Anlise geral do perfil de sensibilidade antimicrobiana isoladas de amostras de leite de vacas com mastite
clnica e subclnica no municpio de Apodi-RN, 2012.
Antibiticos
Classificao
S
13.3%
Tetraciclina (30g)
---
86.7%
80.0%
6.7%
13.3%
Amicacina (30g)
93.3%
---
Cefalexina (30g)
53.3%
6.7%
40.0%
Estreptomicina(10 g)
73.4%
13.3%
13.3%
Norfloxacina (10g)
100.0%
---
---
Eritromicina (15g)
26.7%
20.0%
53.3%
6.7%
0552
5 CONCLUSO
Os resultados obtidos no presente trabalho evidenciaram a ao biolgica antibacteriana
da norfloxacina, amicacina e tetraciclina e em menor grau, a estreptomicina. No entanto, as
frmulas farmacuticas sintticas devero ser comparadas com bactrias no prprio animal e
apresentar ndices semelhantes aos ensaios obtidos em laboratrio para testar a eficincia das
drogas para o controle de mastite bovina.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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0554
0555
RESUMO
0556
1. INTRODUO
A utilizao de plantas com fins medicinais, para tratamento, cura e preveno de doenas
uma das mais antigas formas de prtica medicinal da humanidade. No incio da dcada de 1990 a
Organizao Mundial da Sade (OMS) divulgou que 65-80% da populao dos pases em
desenvolvimento dependiam das plantas medicinais como nica forma de acesso aos cuidas
bsicos de sade (AKERELE, 1993). A histria do uso de plantas medicinais tem mostrado que as
mesmas fazem parte da evoluo humana e foram os primeiros recursos teraputicos utilizados
pelos povos. As antigas civilizaes tm em suas prprias histrias, referncias a cerca das plantas
medicinais e, muito antes do surgimento de qualquer forma de escrita, o homem j utilizava
plantas como alimentos e remdio (DORTA, 1998).
O araticum (Annona crassiflora Mart.) um espcie frutfera, pertence famlia
Annonaceae e encontra-se amplamente distribuda no cerrado (RIBEIRO E SILVA, 1996; SILVA et
al., 2001). Seus frutos, tambm conhecidos como marolo, so coletadas entre fevereiro e maro.
Os frutos so utilizados na alimentao e so muito apreciados por sua polpa doce, amarelada e
de aroma bastante forte. As sementes possuem ao contra afeces parasitrias do couro
cabeludo. Na medicina popular a infuso das folhas e das sementes pulverizadas so utilizadas
para combater a diarreia e induzir a menstruao. (ALMEIDA et al., 1994; LORENZI, 1988).
A descoberta humana das propriedades teis ou nocivas dos vegetais tem sua origem no
conhecimento emprico. A observao dos efeitos do uso desses vegetais no comportamento dos
animais bem como no organismo humano tem um importante papel. Por exemplo, a observao
de religiosas sobre os efeitos excitantes dos cafeeiros selvagens (Coffea arabica), nos herbvoros
domsticos que os tinham ingerido fez com que estas se utilizassem desses vegetais para
prolongar o estado de viglia a que eram submetidas devido as suas piedosas ocupaes (Goof,
1997).
Quais extratos so realmente ativos, como e quando podem ser descritos e como devem
ser preparados so questes que misturam o conhecimento popular ao cientfico e que devem ser
respondidas atravs de comprovaes cientficas e da ampliao dos estudos das plantas
brasileiras, principalmente nas reas de fitoqumica e etnofarmacologia (MACIEL et al., 2002).
Somente com estas respostas que j existem para dezenas de fitomedicamentos, e sua divulgao,
os mdicos passaro a prescrev-los, aproximando-se dos desejos da populao, de utilizar as
plantas medicinais em seus tratamentos.
No Brasil, diretrizes do ministrio da sade determinaram prioridade na investigao das
plantas medicinais e, implantando a fitoterapia como prtica oficial da medicina, orientaram as
Comisses Interinstitucionais de Sade (CIS) a buscarem sua incluso no Sistema nico de Sade
(SUS). Porm, para que essa incluso ocorra essencial que os profissionais da rea da sade
conheam as atividades farmacolgicas e a toxicidade das plantas medicinais de cada bioma
brasileiro, de acordo com os costumes, tradies e condio socio-econmica da populao.
Diversos trabalhos j foram realizados em estados como Cear com o objetivo de desvendar o uso
de plantas medicinais pela populao, encontrando alta prevalncia de uso (Silva et al., 2006).
0557
3. METODOLOGIA
3.1 Obteno do material vegetal
A matria prima utilizada na obteno dos extratos de Annona crassiflora (Araticum) foi
obtida na zona rural de Apodi-RN. O material foi previamente separado por folhas, talos e raiz,
triturada e pesada.
3.2 Obteno dos extratos de Annona crassiflora (Araticum)
Aps pesagem o material foi deixado ao ar livre para perda de umidade e imerso em
hexano por um perodo de 72 h. A mistura foi filtrada e o solvente concentrado em evaporador
rotativo obtendo-se seu respectivo extrato hexnico.
O material vegetal (torta) foi ento deixado imerso em etanol por 72 h e, posteriormente
em gua para obteno de seus extratos, etanlicos e aquoso, respectivamente.
0558
4. RESULTADOS E DISCUSSO
4.1 Testes fitoqumicos dos extratos de araticum
Os extratos hexnico, etanlico e aquosos das folhas, razes e talos de araticum foram
submetidos a testes descritos por Mattos (1997) com intuito de avaliar qualitativamente a
presena de grupos de metablitos secundrios nos mesmos. Os resultados das avaliaes so
apresentados nas Tabelas 1, 2 e 3, a seguir.
Tabela 1: Resultado dos testes fitoqumicos dos extratos hexnicos de Annona crassiflora (Araticum)
Testes
Extrato hexnico
Folha
Raiz
Talo
Fenis e taninos
Antocianinas,
antocianidinas e
flavonides
Leucoantocianidinas,
catequinas e flavonas
Fenis, flavonoides e
xantonas
Esterides e
triterpenides
N
+ flavonas,
flavonis e
xantonas
0559
Saponinas
N = Teste negativo
Tabela 2: Resultado dos testes fitoqumicos dos extratos etanlicos de Annona crassiflora (Araticum)
Estrato etanlico
Testes
Folha
Raiz
Talo
Fenis e taninos
Antocianinas,
antocianidinas
eflavonides
Leucoantocianidinas, N
catequinas e flavonas
Fenis, flavonoides e
xantonas
Esteroides e
triterpenides
Verde sem
aparecimento do
azul evanescente
com partculas
suspensas
N
Saponinas
N = Teste negativo
Tabela 3: Resultados dos testes fitoqumicos dos extratos aquosos de Annona crassiflora (Araticum)
Testes
Fenis e taninos
Antocianinas,
antocianidinas
eflavonides
Estrato aquoso
Folha
Raiz
Talo
\N
Leve mudana de
colorao.
Flavonas flavonis
e xantonas
Leucoantocianidinas, N
catequinas e
flavonas
Fenis, flavonoides e N
xantonas
0560
Esteroides e
triterpenides
Saponinas
Insolvel
Insolvel
Insolvel
N = Teste negativo
Como pode-se observar esses testes no dizem muito a respeito das substncias que
podem ser encontradas nos extratos, visto que os mesmos so de cunho qualitativo, sendo assim
muitas variveis podem alterar os resultados como, por exemplo, a quantidade de extrato diludo
para a realizao dos mesmos.
4.2 Avaliao de Fenis Totais dos extratos de araticum
O estudo quantitativo dos extratos de araticum permitiram a avaliao do teor de fenis
presentes em suas folhas, talos e razes. Os resultados obtidos nos testes em questo so
apresentados nas Tabelas 4, 5 e 6, a seguir.
Tabela 4: resultado do teste fenis totais dos extratos hexnicos de Annona crassiflora (Araticum)
0561
5. CONCLUSO
A partir dos testes realizados com os extratos de araticum podemos concluir que os testes
fitoqumicos apresentaram algumas irregularidades visto que, mesmo os extratos que no
apresentaram teste positivo para fenis apresentaram concentraes, mesmo que pequenas dos
mesmos no teste quantitativo.
Os testes quantitativos de compostos fenlicos mostraram que os extratos hexnico,
etanlico e aquoso das folhas, razes e talos da Annona crassiflora (araticum) apresentam
quantidades relativamente semelhantes com destaque para os extratos etanlico dos talos e
razes e o extrato hexnico das folhas.
Pretende-se com esse trabalho uma posterior avaliao da capacidade antioxidante dos
respectivos extratos frente teste de captura de radical DPPH o que comprovaria ainda mais a
presena desse grupo de compostos nos mesmos.
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AKERELE, O.; HerbalGram. v. 28, p. 13, 1993.
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HASLAM, E.; Natural polyphenols (vegetable tannins) as drugs: possible modes of action. Journal
of Natural Products. v.59, p. 205, 1996.
0562
0563
RESUMO
A Deinococcus deserti microrganismo e foi isolado
recentemente a partir de areias superficiais no Deserto
do Saara, um ambiente extremo, com escassez de
nutriente, intensa exposio radiao ultravioleta,
ciclos de temperaturas extremos e dessecao. D. deserti
pertence famlia Deinococcaceae, a qual composta por
um grupo de organismo caracterizado pela excepcional
habilidade de sobreviver a agentes lesivos ao DNA,
incluindo radiao ionizante, luz UV e dessecao. Foi de
nosso interesse realizar uma anlise de biologia de
0564
1 INTRODUO
A Deinococcus deserti pertence famlia Deinococcaceae que compreende mais de 30
espcies num nico gnero. Esta famlia composta por um grupo de organismo caracterizado
pela excepcional habilidade de sobreviver a agentes lesivos ao DNA, incluindo radiao ionizante,
luz UV e dessecao. A D. deserti microrganismo e foi isolado recentemente a partir de areias
superficiais no Deserto do Saara, um ambiente extremo, com escassez de nutriente, intensa
exposio radiao ultravioleta, ciclos de temperaturas extremos e dessecao. Nessas amostras
de areia a partir do qual foram isolados D. deserti foram tambm "enriquecido" com tolerncia
exposio radiao gama de 15kGy de radiao. A classificao taxonmica dessa espcie adveio
baseado em sequncia do gene do RNA ribossomal 16S e hibridao de DNA-DNA, a nova estirpe
D. deserti mostrou pertencer ao gnero Deinococcus (DE GROOT, et al. 2005). Tal como os demais
membros do gnero Deinococcus, D. deserti no-patognicos e no possui motilidade
(MAKAROVA, et al. 2005).
As colnias de Deinococcus deserti crescem uniformente, esbranquiadas, circulares, com
raio de 0,5-1mm quando cultivadas em caldo tripticase soja (TSB) a 30 C, no entanto, no
apresenta crescimento em meio enriquecido. D. deserti um organismo aerbio obrigatrio tem
propriedade protease e catalase positiva igualmente aos demais membros do gnero Deinococcus
spp. (DE GROOT, et al. 2009).
Para entender melhor como a vida est adaptada a estas condies ambientais especficas,
De GROOT, et al. (2009) submeteram Deinococcus deserti ao seqenciamento do genmico e
caracterizao do proteoma. O seu genoma possuiu 4,7 Mbps constitudo por um grande
cromossomo e trs mega-plasmdeos. A anlise de proteoma detectou 1348 protenas o que
corresponde a 39% do proteoma terico. A genmica e protemica comparativa de D. deserti e
outros membros da Deinococcus revelou vrias sequncias de genes e protenas importantes na
sobrevivncia em diversas condies adversas. Tambm, elucidou alguns mecanismos que levam a
extrema capacidade de tolerncia a radioactivos, do gnero Deinococcus. Essas descobertas
podem ser exploradas para fins prticos, tais como limpeza e de estabilizao de depsitos de
resduos radioativos (MAKAROVA, et al. 2001).
Dessa maneira, uma vez estado disponvel os dados protemicos e gennicos, foi de nosso
interesse realizar uma anlise de biologia de sistema, visando identificar protenas chaves em um
mapa protemico de referencia de D. deserti. Esta anlise poder elucidar melhor como esse
organismo responde aos estmulos ambientai em um ambiente hostil.
A biologia de sistemas um ramo da biologia que procura unir de forma sistemtica o
macroscpico (botnica, zoologia e ecologia) ao microscpico (biologia molecular, gentica), ou
seja: investigar, de forma sistemtica, a maneira que ocorrem os processos celulares (transcrio,
traduo, homeostase de metabolitos e outras molculas, ciclo e diviso celular), afim de que
possa haver a existncia de vida ao nvel da clula, do tecido, do rgo, do organismo e do
ecossistema.
0565
2 METODOLOGIA
De GROOT, et al. (2009) submeteram Deinococcus deserti ao sequenciamento do genmico
e caracterizao do proteoma. Dos dados dos proteoma de D. deserti esto disponveis no NCBI
(National Center for Biotechnology Information) onde foi possvel obter os cdigos das ORFS a
serem analisadas (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/).
Inicialmente os cdigos das ORFS foram submetidos plataforma online STRING
(http://string-db.org/) para elaborao dos interatomas os quais esto representadas as ligaes
protena-protena (SZKLARCZYK et al., 2011, KUHN et al., 2009).
O interatoma gerado foi submetido para analise no software Cytoscaspe 2.8.3(SMOOT,
2011) no qual foi possvel identificar os principais clusters que compe o interatoma, atravs do
uso do plugin Mcode (BADER e HOGUE, 2003). Sendo considerado como um cluster vlidos os que
possussem score superior a 2,5. A fim de identificar os bottleneck que compem o interatoma, foi
obtido os dados de centralidade e betweenness atravs do uso do plugin Centiscape 1.21
(SCARDONI et al., 2009).
3 RESULTADOS E DISCUSSES
A partir das analises feitas foi gerado um interatoma contendo 96 ns com 453 interaes
(Figura 3). A anlise do Mcode revelou dois clusters para esse interatoma, o principal contendo 23
ns e 61 interaes (Figura 1), j o secundrio possui 15 ns e 38 interaes (Figura 2). A relao
centralidade e betweenness identificou trs bottlenecks sendo eles: GroL, GlyA e Pyk (Figura 4).
0566
Protenas
accC
glyQS
fabF
ilvC
ddl
thrS
sodA
atpB
pyk
Deide_23470
Deide_11420
gmk
prs
sucA
Deide_06120
clpP
rplA
rplY
rpsI
efp
nusG
rpoC
rpoB
Categoria funcional
Biossntese de cidos graxos
Biossntese aminoacil-tRNA
Biossntese de cidos graxos
Biossntese de aminocidos
Biossntese de aminocidos
Biossntese de aminocidos
Estresse oxidativo
Fosforilao oxidativa
Gliclise/ Gluiconeogeneses
Gliclise/ Gluiconeogeneses
Gliclise/ Gluiconeogeneses
Metabolism de purinas
Metabolismo de purina
Oxireduo
Protena hipottica
Protelise
Ribossomo
Ribossomo
Ribossomo
Traduo
Transcrio
Transcrio
Transcrio
0567
Protenas
groL
glyA
ndk
pnp
guaA
tig
Deide_18600
rpsB
rplL
rpoA
secA
tsf
tufB
fusA
greA
Categoria funcional
Degradao de RNA
Metabolismo de aminocidos
Metabolismo de purina e pirimidina
Metabolismo de purina e pirimidina
Metabolismo de purinas
Protein de dobramento
Redox celular
Ribossomo
Ribossomo
RNA polimerase
Sistema de secreo
Traduo
Traduo
Traduo
Transcrio
Figura 3. Interatoma feito com as protenas detectadas no mapa protemico de referncia de D. deserti, em
destaque os bottlenecks identificados.
0568
Figura 4: Grfico representando a identificao dos bottlenecks atravs da relao Node degree com Betweenness.
4 CONCLUSO
A anlise de biologia de sistemas de Deinococcus deserti de dados gerados partindo de um
proteoma de referncia revelou apenas protenas do metabolismo geral como bottlenecks. Como
esse organismo sobrevive em ambientes inspitos esperava-se identificar protenas de resposta a
estresse como bottlenecks, o que no ocorreu. No entanto, foi observado que nos principais
cluster presena de fatores de transcrio o que sugere a possibilidade de uma rpida e eficiente
resposta ambiental. Os resultados dessa anlise ento, sugerem que somente sob condies de
estresse que esse organismo possui uma resposta especializada e eficiente.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BADER GD, HOGUE CW. An automated method for finding molecular complexes in large protein
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DE GROOT A, CHAPON V, SERVANT P, CHRISTEN R, FISCHER-LE SAUX M, et al. (2005) Deinococcus
deserti sp. nov., a gamma-radiation-tolerant bacterium isolated from the Sahara Desert. Int J Syst
Evol Microbiol 55: 24412446.
0569
0570
RESUMO
0571
INTRODUO
medida que os recursos naturais se tornam mais escassos e o avano tecnolgico amplia,
a maneira como se usam os recursos do meio ambiente e as formas de preserv-lo tornam-se
questes prioritrias. Essa conduta sustentvel se deve a uma maior conscientizao da
populao, a leis cada vez mais rgidas destinadas proteo do ambiente e a uma percepo
ambiental mais apurada por parte da populao. Problemas como a poluio do ar, da gua e do
solo, dentre outros, tornam-se cada vez mais comuns. Destes a poluio atmosfrica um dos
principais fatores de degradao ambiental gerado pelo desenvolvimento econmico (SAVIA et
al., 2008).
Dentre os problemas ambientais evidenciados pela populao do municpio de Itaj, no Rio
Grande no Norte, a poluio do ar o problema ambiental mais evidente (SOUZA et al., 2011).
Esse municpio comporta, em seu territrio, um total de 16 cermicas, que so empresas
destinadas fabricao de telhas, tijolos e lajotas, utilizados principalmente pela construo civil.
A produo anual gira em torno de 188,4 milhes de peas. Esse polo trabalhista de grande
importncia tanto para o desenvolvimento econmico quanto social do municpio. S as cermicas
da cidade de Itaj empregam 75% da populao ativa afora os empregos indiretos que o setor
prov. Todavia, importante ressaltar que essa atividade vem propiciando um aumento da
poluio do ar, dada a enorme queima da madeira retirada do bioma local, a caatinga, que
utilizada como matriz energtica para o aquecimento dos fornos (LOPES, 2011).
A queima de biomassa produz uma srie de poluentes, dentre eles destacam-se o material
particulado, o oznio e os hidrocarbonetos policclicos aromticos, compostos conhecidos por
possurem propriedades genotxicas (GBELOV et al., 2004; ROSA et al., 2008; MEIRELES et al.,
2009; CABRAL, 2010). O dixido de carbono produzido pela queima de madeira conhecido por
contribuir para o efeito estufa, no entanto, outros gases como monxido de carbono, metano,
dixido de enxofre, dixido de nitrognio so produzidos em quantidades muito maiores do que
era conhecido. (KAMMEN, 1992). As condies ambientais e a sade humana so depreciadas por
altos nveis de poluio urbana (Who, 2005), o que propicia uma maior probabilidade de
desenvolvimento de conjuntivite, predisposio broncopneumonia, riscos de enfisema e de
doenas cardiovasculares (VASCONCELOS, 2007). A poluio atmosfrica considerada pela
Organizao Mundial da Sade (OMS) um dos tipos de exposio que mais afetam a sade
humana pela sua potencialidade de causar infeces respiratrias, cncer, doenas crnicas
respiratrias e cardiovasculares (YU, 2001). Estudo anterior de percepo ambiental realizado por
SOUZA et al., (2011) revelou que a populao de Itaj reconhece viver em um ambiente com
atmosfera bastante degradada devido atividade da indstria ceramista. Sendo assim, fez-se
necessrio realizar um estudo de anlise da qualidade do ar de Itaj atravs do
biomonitoramento, visando detectar, pelo teste do microncleo (MN) em Tradescantia pallida, a
existncia ou no de efeitos genotxicos oriundos das atividades de degradao atmosfrica.
0572
REVISO BIBLIOGRFICA
METODOLOGIA
0573
Figura 1 - Mapa do Rio Grande do Norte, em vermelho a rea de estudo representada pelo municpio de Itaj.
0574
Figura 2 - Teste de microncleo com Tradescantia pallida. Foto micrografia de ttrade obtida da antera da
inflorescncia em aumento de 400X, seta indica um microncleo.
RESULTADOS E DISCUSSES
Figura 3 - Frequncia mdia de microncleos nos meses de maro, abril, maio e junho de 2012 no ponto de
queima e controle. * Estatisticamente significativo pelo teste Mann-Whitney U, adotando um p < 0,01.
0575
obtidos pela estao meteorolgica do Campus do IFRN de Ipanguau (Tabela 1). No entanto, os
dados de precipitao no forneceram nenhuma correlao, uma vez que, durante o estudo, a
precipitao foi muito baixa, configurando um ano de estiagem.
A intensidade da radiao solar foi verificada e apontou para uma correlao positiva (r =
0,86) com a frequncia de MN. PEREIRA et al. (2012), realizando em Presidente Prudente-SP o
biomonitoramento dos efeitos genotxicos em Tradescantia pallida e a avaliao do efeito sazonal
da radiao solar, observaram uma frequncia de MN significativamente maior em ttrades das
plantas mantidas nas condies de iluminao solar direta em comparao com as plantas
mantidas sob condies de sombra. Sendo assim, atriburam a maior frequncia de MN observada
nos meses de maro e abril (Figura 2) maior incidncia da radiao solar.
Tabela 1 - Dados meteorolgicos obtidos na estao meteorolgica do Campus Ipanguau, local onde fica a
estao controle e prximo rea de estudo.
Meses
Precipitao mm
Total
Min/Max
Mdia
Min/Max
Mdia
Min/Max
maro
60,20
0/18
319,32
299,04/359,25
1,69
1,19/2,07
abril
22,80
0/13,4
250,52
233,71/256,5
1,58
1.10/2,14
maio
8,20
0/6,4
268,29
267,21/275,41
2,06
1,45/2,74
junho
0/0
279
279/279
2,23
2,04/2,53
CONCLUSO
0576
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
0577
0578
RESUMO
0579
1 INTRODUO
O lanamento de esgoto tratado no solo acontece geralmente em reas onde a topografia
inviabiliza tcnica e economicamente o transporte de bacias de drenagem. Um dos pontos mais
importantes a se avaliar nesse lanamento a preocupao com a possvel alterao na qualidade
do solo e das guas subterrneas. O efluente que se infiltra no solo, pode atingir o lenol fretico,
e dessa forma em regies que dependem de guas subterrneas para o abastecimento
necessrio uma avaliao constante das alteraes nessa rea.
Em reas de infiltrao de efluentes fundamental estudar e dimensionar adequadamente
os sistemas, pois segundo Paganini et al. (2004), essa alternativa pode incorrer em riscos para o
solo e ao meio ambiente pela potencialidade de lixiviao de elementos qumicos atravs do solo
at os lenis subterrneos
Na cidade de Natal a preocupao com a infiltrao de efluentes no solo deve-se ao fato da
zona sul da cidade de Natal ser abastecida, predominantemente por guas subterrneas, podendo
ento, a disposio de efluentes domsticos no solo, levar poluio ambiental e o
comprometimento do aqufero.
importante, portanto se avaliar as caractersticas do solo e suas modificaes ao longo do
tempo, pois dentre as propriedades do solo que afetam a reteno e mobilidade de poluentes tais
como metais pesados esto o pH , a quantidade de matria orgnica, a quantidade e o tipo de
frao argila (argilas).
Esse trabalho tem, portanto, por objetivo geral analisar as caractersticas do solo da rea
do entorno das valas de infiltrao da ETE Ponta Negra para subsidiar a avaliao das reas que
recebem efluentes da ETE, de modo a se verificar as alteraes ocorridas devido infiltrao de
efluentes de esgotos domsticos tratados no solo.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O solo tem como uma das suas principais funes atuar como um filtro, depurando os
resduos nele lanados, no entanto, a capacidade de depurao e imobilizao de poluentes pode
ser alterada em funo do efeito cumulativo da deposio dos diversos elementos ainda presentes
no efluente tratado. A migrao dos poluentes atravs do solo, para as guas superficiais e
subterrneas, se constitui em uma ameaa para a qualidade dos recursos hdricos utilizados em
abastecimento pblico, industrial, agrcola, comercial lazer e servios (CASARINI et al.,2001).
A qualidade do solo pode ser brevemente definida, como a capacidade contnua do solo de
aceitar, estocar e reciclar gua, nutrientes e energia, bem como, reter, dispersar e transformar
materiais qumicos e biolgicos, funcionando como um tampo ou filtro ambiental (GREGORICH et
al., 1994 apud FORTES NETO et al. 2012).
Com isso, entendemos que a qualidade do solo de fundamental importncia para o ser
humano. O solo constitudo basicamente por partculas minerais, ar, gua e matria orgnica.
0580
Esses constituintes variam de um local para outro e as alteraes decorrentes de aes antrpicas
podero alterar a qualidade do solo e suas funes. Mesmo quando tratados, os efluentes
quando lanados no solo no podem causar poluio ou contaminao das guas superficiais e
subterrneas de acordo com a Resoluo CONAMA 430/2011 (BRASIL, 2011).
Vrias caractersticas do solo so de interesse ambiental destacando-se as caractersticas
fsicas: textura, estrutura, cor e permeabilidade e dentre as caractersticas qumicas destacam-se
pH, acidez salinidade, capacidade de troca catinica e teor de matria orgnica.
importante, portanto se avaliar as caractersticas do solo e suas modificaes ao longo do
tempo, pois dentre as propriedades do solo que afetam a reteno e mobilidade de poluentes tais
como metais pesados destacam-se o pH , a quantidade de matria orgnica, a quantidade e o tipo
de frao argila (argilas ).
3 METODOLOGIA
O local de estudo a rea da ETE Ponta Negra localizada nas proximidades da Rota do Sol
(50 4742 S e 3501234N) ocupando uma rea total de 115.221 m2. A Figura 01 mostra uma vista
area da rea.
0581
solos e rochas (ABNT, 1995). A Figura 2 mostra as caractersticas do solo de onde foram retiradas
as amostras.
Figura 02: retirada de amostras do solo da rea da ETE que no recebe efluentes.
0582
Figura 03: reatores para anlise de degradao de solo com e sem aerao (a) recipiente com montagem do
experimento (b) recipientes recobertos.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
0583
ETE so constitudos por 5,2% de argila, 4,2% de 87,3% de areia e 3,55% de pedregulhos, sendo
um solo mal graduado e em funo da granulometria propcio para reas de infiltrao.
Com relao as variaes de pH ao longo da profundidade so mostradas na Figura 05.
0584
Figura 06: variao de pH do solo que recebe efluente em ambiente com e sem aerao.
Observa-se que o pH do solo que recebe efluente menor que o solo natural, como foi
mostrado na Figura 05, que apresentou variao de 5,59 a 7,0 enquanto que no solo que recebe
efluente variou de 4,0 a 5,2 no solo aerado e de 4,8 a 5,0 no solo sem aerao. Isso demonstra
que a infiltrao de efluente no solo diminui o pH do solo, podendo acarretar em uma acidificao
do solo. No entanto, a Figura 06 revela que, ao longo do tempo, o pH do solo pode ser aumentado
em solos com infiltrao de efluentes quando h aerao, embora ainda sejam resultados
preliminares. O que pode se concluir disso que as reas de infiltrao precisam de tempo para
diminuir umidade e assim poder aerar-se naturalmente para que seja melhorado seu pH evitan-se
acidificao do solo.
5 CONCLUSO
A avaliao das condies naturais do solo da rea do entorno da ETE Ponta Negra ainda
esto em curso, com o objetivo final de subsidiar as informaes acerca das modificaes na
qualidade do solo em funo de infiltrao de efluentes tratados.
Os solos no entorno da ETE so constitudos por 5,2% de argila, 4,2% de 87,3% de areia e
3,55% de pedregulhos, sendo um solo mal graduado e propcio para reas de infiltrao. De
acordo com as anlises o pH varia de 5,59 a 7,00 caracterizando-se como uma acidez de baixa a
muito baixa. Observa-se que o solo quando recebe efluentes tratados sofreu alteraes de pH com
diminuio de pH e que a aerao melhora essas condies, tendendo a elevar o pH ao longo do
tempo. Esses resultados preliminares demonstram tambm que necessrio se obedecer aos
tempos de descanso para o solo, no qual ele seca e restabelece as condies aerbias conforme
preconiza Fonseca (2005).
De um modo geral esse estudo visa contribuir para a avaliao do impacto ambiental
decorrente da utilizao do solo como destino final de efluentes tratados em regies com mesmas
0585
6 REFERNCIAS
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efluentes, complementa e altera a Resoluo no 357, de 17 de maro de 2005, do Conselho
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Janeiro, 2012. 12p.
LOPES, Rgia. ARAJO, Andr Luiz Calado (2007). Caracterizao Preliminar dos Solos da rea de
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NBR 6502/1995 Solos e rochas (ABNT, 1995).
NBR 7181/84: Anlise granulomtrica para solos (ABNT, 1984).
PAGANINI, W. S.; SOUZA, A. BOCCHIGLIERI. M. S. Avaliao do comportamento de metais pesados
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Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental Vol. 9, no. 3 jul/set Rio de
Janeiro/RJ: ABES, 2004.
0586
RESUMO
0587
1 INTRODUO
O crescimento populacional da cidade de Natal/RN tem implicado em uma urbanizao
intensa com utilizao de reas de fragilidade ambiental, tendo em vista que a cidade est
localizada em solo predominantemente caracterizado por areias quartzosas distrficas, de acordo
com o IDEMA (2008). A utilizao do solo como rea de infiltrao para efluentes domsticos tem
sido utilizada na cidade desde o ano de 2000, quando da Estao de Tratamento de Esgotos de
Ponta Negra iniciou sua operao. A localizao, portanto, da cidade em rea de geomorfologia
caracterizada por de Dunas gera a necessidade de estudos acerca da sensibilidade do solo quanto
s alteraes fsico-qumicas e microbiolgicas provocadas pela infiltrao do efluente no solo.
A preocupao com efluentes infiltrados de relevada importncia, pois sendo a zona sul
da cidade de Natal abastecida, predominantemente por guas subterrneas, a disposio de
efluentes domsticos no solo, pode levar poluio ambiental e o comprometimento do aqufero.
O lanamento de esgoto tratado no solo acontece geralmente em reas onde a topografia
inviabiliza tcnica e economicamente o transporte de bacias de drenagem. Nesse caso
fundamental estudar e dimensionar adequadamente os sistemas de infiltrao, pois segundo
Paganini et al. (2004), essa alternativa pode incorrer em riscos para o solo e ao meio ambiente
pela potencialidade de lixiviao de elementos qumicos atravs do solo at os lenis
subterrneos.
importante, portanto se avaliar as caractersticas do solo e suas modificaes ao longo do
tempo, pois dentre as propriedades do solo que afetam a reteno e mobilidade de poluentes tais
como metais pesados esto o pH , a quantidade de matria orgnica, a quantidade e o tipo de
frao argila (argilas).
Esse trabalho tem, portanto, por objetivo geral analisar as caractersticas do solo da rea
de infiltrao da ETE Ponta Negra, e fazer uma comparao com solos de reas adjacentes que no
recebem efluentes da ETE, de modo a se verificar as alteraes ocorridas devido infiltrao de
efluentes de esgotos domsticos tratados no solo.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A qualidade de qualquer solo depende da sua natureza, que funo dos fatores de
formao e da interferncia antrpica relacionada ao uso e manejo (GREGORICH et al., 1994 apud
CEOLA, 2010). Dentre as principais funes do solo est a de atuar como um filtro e ser capaz de
reter, dispersar e transformar materiais qumicos e biolgicos.
A migrao dos poluentes atravs do solo, para as guas superficiais e subterrneas, se
constitui em uma ameaa para a qualidade dos recursos hdricos utilizados em abastecimento
pblico, industrial, agrcola, comercial lazer e servios (CASARINI et al.,2001). Quando no se
dispe de corpos d gua para o recebimento de efluente final de Estaes de Tratamento de
Efluentes (ETES), a infiltrao no solo torna-se uma opo. Isso acontece geralmente em reas
0588
0589
3 METODOLOGIA
A ETE localizada nas proximidades da Rota do Sol (50 4742 S e 3501234N) ocupando
uma rea total de 115.221 m2. O sistema de tratamento que compreende uma fase preliminar,
atravs de gradeamento, caixa de areia a Calha Parshall, seguido de tratamento biolgico
secundrio por um conjunto de trs lagoas em srie, sendo uma lagoa facultativa primria (LFP)
seguida de duas lagoas de maturao (LM1 e LM2) e por fim o destino final a infiltrao no solo
atravs de valas. A Figura 01 mostra uma vista area da rea.
Aps a ltima lagoa, 1/6 do efluente recirculado para a entrada do sistema e o restante
encaminhado por gravidade, por um emissrio de 400 mm, para uma rea com cerca de 20
hectares, onde destinada infiltrao em um conjunto de 18 valas com dimenses de
aproximadamente 2,5 m x 100 m.
Para caracterizao granulomtrica as amostras de solo foram retiradas da camada mais
superficial das valas de infiltrao (0,20 m), sendo coletadas manualmente. A anlise do
granulomtrica foi realizada seguindo a ABNT 7181/84 (ABNT, 1984), que prescreve o mtodo
para anlise granulomtrica de solos. A anlise foi feita pela combinao de sedimentao e
peneiramento sendo as fraes constituintes do solo classificadas de acordo com a norma NBR
6502/1995 solos e rochas (ABNT, 1995).
Para se avaliar as variaes de caractersticas fsico-qumicas e microbiolgicas ao longo da
profundidade forma coletadas amostras de solo com um trado manual, em um perfil at 1,0 m,
com estratificao de 0,10 em 0,10 m, como mostrado na Figura 2.
0590
0591
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Figura 04: Granulometria do solo da rea de infiltrao da ETE e de uma rea adjacente
0592
Figura 05: rea recebendo efluentes da ETE fora das valas de infiltrao
0593
1 semana
2 semana
3 semana
4 semana
5 semana
10 cm
6,24
5,79
6,84
6,75
20 cm
6,28
6,22
6,1
6,63
6,8
30 cm
6,06
6,25
5,75
6,36
6,7
40cm
5,6
5,9
5,85
6,51
6,68
50cm
5,83
5,87
6,15
6,45
6,59
60cm
5,57
6,09
6,08
6,44
6,53
70cm
5,58
6,04
5,97
6,69
6,59
80cm
5,84
5,94
6,22
6,85
6,84
90cm
6,06
6,65
6,25
6,56
6,71
100cm
6,05
5,99
6,24
6,78
6,82
Verifica-se que o solo apresentou uma variao de pH de 5,6 a 6,85 caracterizando-se com
uma acidez de baixa a muito baixa. Geralmente os solos brasileiros, em condies tropicais e
subtropicais midas, so cidos (pH< 7) e de acordo com a tabela 01 podemos verificar que
mesmo com a adio de matria orgnica no local os solos ainda se apresentam com pH abaixo de
7,0.
Com relao a matria orgnica as anlises apresentaram dificuldades pela ausncia de um
reagente indicador que no chegou at a presente data. Houve uma adaptao da metodologia,
que est sendo testada no laboratrio do DIAREN (IFRN) e as anlises s foram realizadas depois
de 2 meses da coleta, porm essa adaptao no se mostrou vivel para o tipo de solo (rico em
matria orgnica) podendo os resultados determinados no serem fidedignos. Os teores de
matria orgnica de forma preliminar obtidos com anlises das profundidades de 0,8 a 1,0 m
variaram de 60 a 240 g/dm3. Fortes Neto et al. (2012) em estudos de anlise de qualidade
ambiental de solos fertilizado com lodo de composto de esgotos, apresentaram valores de matria
orgnica variando de 23 a 38 g/dm3 mostrando que na rea da ETE de Ponta Negra pode est
havendo uma introduo elevada de matria orgnica, tendo em vista que o solo da rea natural
nessa regio pobre em matria orgnica como mostrou Lopes e Arajo (2007).
Novas coletas esto sendo feitas e sero utilizadas tanto a metodologia de oxidao com
dicromato quanto a metodologia gravimtrica com queima em mufla para tentar estabelecer uma
correlao e verificar a viabilidade tanto econmica (gastos com reagentes x energia) quanto de
tempo para essa anlise, alm de outros parmetros fsico-qumicos que possam demonstrar a
melhor a variao da qualidade do solo usado para infiltrao dos efluentes da ETE Ponta Negra.
0594
5 CONCLUSO
A avaliao das condies atuais do solo da rea de infiltrao ainda esto em curso, com o
objetivo final de comparar com os solos do entorno que no recebem efluentes. Verifica-se que o
solo tem apresentado perodos de colmatao quando h disposio de efluentes em rea no
projetadas.
Os solos da ETE so constitudos por 5,5% de argila, 4,0% de 86,5% de areia, sendo um solo
mal graduado e propcio para reas de infiltrao no havendo alteraes significativas na
granulometria pela infiltrao dos efluentes, embora visualmente as caractersticas do solo
apresentem colorao amarronzada, com partculas de maior granulometria caractersticas da
presena de matria orgnica em decomposio.
De acordo com as anlises o pH varia muito pouco em profundidade e em uma anlise
preliminar a matria orgnica est variando de 60 a 240 mg/dm3, sendo considerada elevada em
comparao com outros estudos. As anlises que esto em curso podero responder se houve
alteraes ao longo do tempo devido a disposio de efluente no solo.
De um modo geral esse estudo visa contribuir para a avaliao do impacto ambiental
decorrente da utilizao do solo como destino final de efluentes tratados em regies com mesmas
caractersticas de solo da Cidade de Natal, observando suas interferncias no meio fsico e
biolgico.
6 REFERNCIAS
BRASIL. Resoluo CONAMA no. 430/2011 Dispe sobre as condies e padres de lanamento de
efluentes, complementa e altera a Resoluo no 357, de 17 de maro de 2005, do Conselho
Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Brasilia, 2011, 9p.
CASARINI, D. C. P. et al. Relatrio de Estabelecimento de Valores Orientadores para Solos e guas
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CEOLA, J. Fungos micorrzicos arbusculares na recuperao de reas mineradas no municpio de
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Solo Medida pela Liberao de Co2 e pelo Nmero de Bactrias e Fungos num Solo Fertilizado com
Composto de Lodo de Esgoto. In: IX Simpsio de Excelncia em Gesto e Tecnologia. Rio de
Janeiro, 2012. 12p.
0595
0596
RESUMO
0597
1 INTRODUO
Os produtos naturais so utilizados pela
alvio e cura de doenas pela ingesto de ervas
formas de utilizao desses vegetais. A histria
Ocidental rica em exemplos da utilizao de
pragas e em mecanismos dedefesa, merecendo
Chinesa. (VIEGAS, 2006)
No Brasil, h uma imensa diversidade biolgica e o estudo das plantas vem despertando a
ateno de diversos cientistas, e cada vez mais comprovada a eficcia do seu uso no combate de
doenas, pragas, entre outros males que afetam os seres humanos.
As espcies do gnero Capsicum vm sendo estudadas por pesquisadores do mundo
inteiro e os estudos conferem capsaicina uma atividade antihiperlipidmica (KUDA; IWA; YANO,
2004), propriedades anti-inflamatrias (SURH, 2002), antioxidantes (SURH; LEE; LEE, 2002; GANJI,
2004), alm de efeito quimiopreventivo (SURH; LEE; LEE, 2002; LEE, et al. 2005) e efetivos no
tratamento de um nmero de desordens de fibras nervosas, incluindo dor associada com artrite,
cistite e neuropatia diabtica (NUEZ, 1995). As pimentas ainda contm altas concentraes de
vitamina A e C, consideradas nutrientes anticancergenos (KUDA; IWAI; YANO, 2004). Usada
devidamente, pode ser bastante saudvel e efetiva contra doenas fsicas e mentais. Pode ser til
em casos de indigesto, priso de ventre e tem a habilidade de modificar o perfil lipdico do
sangue, especialmente o nvel de colesterol. Tambm utilizada para melhorar a circulao e
elevar o metabolismo. Sua habilidade de aumentar o fluxo sanguneo perifrico pode ser til em
casos de enxaqueca e depresso. Alm disso, aumenta a efetividade de sistema imunolgico,
fortalecendo o corpo contra invasores infecciosos. (STARK, 2008)
Dentre esse gnero, destaca-se a Capsicum chinense, conhecida popularmente como
pimenta de cheiro,que a mais brasileira de todas as espcies de pimenta domesticada, sendo
cultivada ao leste dos Andes, porm encontrada em maior diversidade na bacia amaznica e no
Par. Desta forma, este estudo tem como objetivo caracterizar algumas propriedades qumicobiolgicas dos extratos desta planta(folhas, galhos, razes e frutos).
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Alguns fitoqumicos derivados de frutas e vegetais so agentes quimiopreventivos, como,
por exemplo, a capsaicina (das pimentas), o resveratrol (do vinho), o licopeno (do tomate), a
alicina (do alho), o eugenol (do cravo) e a genistena (da soja). Estes agentes apresentam grande
valor teraputico no somente na preveno, como tambm tm sido usados como adjuvantes
nas terapias, pois dados revelam que podem reverter a quimioresistncia e radioresistncia em
pacientes em tratamento de cncer (DORAI; AGGARWAL, 2004).
0598
Surh (2002) concluiu que a capsaicina (Figura 1) efetiva para dor de cabea, coceira e dor
causada pela sndrome ps-mastectomia. Tambm eficaz em casos de mucosite oral, alergia
cutnea, dor no pescoo e tumor de pele.
3 METODOLOGIA
3.1 Preparao do extrato
Coletou-se o material vegetal (folhas, galhos, fruto e razes) de C.chinense, na cidade de
Apodi.Em seguida, cada uma das partes foram colocadas em contato com etanol por 7 dias e o
processo foi repetido 3 vezes. Aps esse perodo, foi realizada a filtrao e depois o lquido foi
colocado num sistema de rota evaporador sob presso reduzida para obteno do extrato
etanlico.
0599
0600
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Seguindo a metodologia descrita no item 3.1, foram obtidos 97,73g (13,37%) de extrato
etanlico das folhas (EEFCC), 2,7247g (1,40%) de extrato etanlico das razes (EERCC), 28,6124g (
5,25%) de extrato etanlico do fruto (EEFrCC), 19,1267g (2,95%) de extrato etanlico dos galhos
(EEGCC) . Esses extratos foram submetidos ao estudo fitoqumico para identificar as classes de
metablitos secundrios e estes resultados podem ser observados na Tabela 1.
Tabela 1: Identificao dos metablitos secundrios presentes nos extratos etanlicos das diferentes partes da
C. chinense
Metablitos
secundrios
Fenis e Taninos
Antocianinas,
Antocianidinas e
Flavonides
Flavonis,
Flavanonas,
Flavanonis e
Xantonas
EEFCC
EERCC
EEGCC
EEFrCC
Taninos
flobabnicos
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
Flavonas,
flavonis,
xantonas
(-)
Leucoantocianidinas,
(-)
(-)
(-)
catequinas e
flavonas
Saponinas
(-)
(+)
(+)
Esteroides e
Presena de
Presena de
Presena de
Triterpenides
esterides livres esterides livres esterides livres
EEFCC: Extrato etanlico das folhas da Capsicumchinense
EERCC: Extrato etanlico das razes da Capsicumchinense
(-)
(-)
(+)
(-)
0601
Parte da planta
Folhas
Razes
Galhos
Fruto
Trolox
Ic 50
439,66ppm
202,80ppm
235,29ppm
711,74ppm
4,07
Cdigo
EEFCC
EERCC
EEGCC
EEFrCC
-
Etanlicoda Folhas
Etanlico do fruto
Etanlico dos galhos
Etanlico da raizes
Cdigo
EEFCC
EEFrCC
EEGCC
EERCC
0602
5 CONCLUSO
Esses testes no nos do total certeza para afirmar que a planta teraputica, para o tal
seria necessria a aplicao de outros testes; pretende-se no futuro estudar a atividade larvicida
dos extratos das partes dessa planta.
6 REFERNCIASBIBLIOGRFICAS
DORAI, T.; AGGARWAL, B.B. The antimicrobial properties of chie peppers (Capsicum species) and
their uses in Mayan medicine. Cancer Letters. v.17, n.4, p.1263-1265, 2004.
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0603
CONSTRUODEBIODIGESTORMODELOINDIANONOINSTITUTOFEDERAL
CAMPUSAPODIRN
L.F.Moura1,P. T. Barbosa,F. F. M. Silva,C. S. Macedo2
Email:lucianofernandes_19@hotmail.com1;cleia.macedo@ifrn.edu.br2
RESUMO
A crescente demanda por energia a nvel mundial, que
apresentagrandedependnciadoscombustveisfsseis,
quesorecursosnorenovveiseporisso,finitos,deixa
a sociedade refm de alguns pases detentores das
reservas de petrleo. Portanto, o desenvolvimento de
fontes alternativas de energia tornase imprescindvel
paraasoberanianacional.NessecontextoaBiodigesto
anaerbicadesempenhapapeldedestaque,pois,uma
tecnologia capaz de transformar matria orgnica, tais
comodejetosanimais,embiogs,umafontedeenergia
limpa e renovvel que usa como matria prima um
material muitas vezes inutilizado (dejetos). Com isso,
estetrabalhotevecomoobjetivocontruirumbiodigestor
modeloindianonoInstitutoFederaldeEducao,Cincia
e Tecnologia do Rio Grande do Norte, visando o
tratamentodosdesejosqueserogeradospeloossunos
dafazendaescola.Obiodigestorconstrudo,commode
obra local tem 2,20 m de profundidade com 1,90m de
dimetro e um volume til de aproximadamente 6, 20
m3.Paraoarmazenamentodobiogsfoirealizadouma
adaptao em um reservatrio de polietileno de alta
densidade. O teste de estanqueidade foi realizado
atravs do abastecimento do biodigestor com cerca de
3000Kg de dejetos bovinos diludos em 3000 litros de
gua. O biodigestor construdo no apresentou
vazamentoeofluxodebiomassanacaixadeentradae
de sada foram plenamente satisfatrios. Portanto, a
tecnologiadabiodigestoanaerbicasemdvidasuma
alternativa vivel e fundamental para tratamento dos
dejetos animais apresentandose como um sistema que
alm de contribuir para o saneamento rural de
construoeoperaosimples.
PALAVRASCHAVE:Biodigesto,biogs,biodigestor,desejos.
CONSTRUCTIONOFBIODIGESTERTHEFEDERALINSTITUTECAMPUSAPODIRN
ABSTRACT
Thegrowingdemandforenergyworldwide,whichshows
great dependence on fossil fuels, which are non
renewable resources and therefore finite, let society
hostage to some countries with oil reserves. Therefore,
thedevelopmentofalternativeenergysourcesbecomes
imperative for national sovereignty. In this context the
AnaerobicDigestionplaysanimportantrolebecauseitis
a technology capable of transforming organic matter
such as animal manure, into biogas, a source of clean,
renewable energy that uses as raw material a material
often unusable (waste). Therefore, this study aimed to
buildabiodigesterIndianmodelattheFederalInstitute
of Education, Science and Technology of Rio Grande do
Norte,inordertotreatthedesiresthatwillbegenerated
bythepigsonthefarmschool.Thebiodigesterbuiltwith
local labor is 2.20 m deep with 1.90 m diameter and a
working volume of approximately 6, 20 m3. For the
storage of biogas was performed an adaptation of a
reservoirofhighdensitypolyethylene.Theleaktestwas
performedbysupplying thedigester withabout 3000Kg
cattle manure diluted in 3000 liters of water. The
biodigesterconstructedshowednoleakandtheflowof
biomass in the inbox and output were fully satisfactory.
Therefore, the technology of anaerobic digestion is
undoubtedly a viable and essential for treatment of
animal wastes presenting itself as a system and
contribute to rural sanitation is of simple construction
andoperation.
KEYWORDS:educationalgames,ludochemical,PeriodicTable
0604
1. INTRODUO
O crescimento populacional atrelado a um maior nvel de conforto e tecnologia vem
fazendo com que o consumo de combustveis poluentes aumente ao longo dos anos. Desta forma,
a busca por novas fontes de energia, renovveis, acessveis e de baixo custo, vem ganhando
impulso, se tornando assim uma alternativa indispensvel para o desenvolvimento sustentvel.
Neste contexto a produo de biogs a partir dos desejos de animais visto como uma
soluo vivel para a maioria dos problemas, pois tm a capacidade de transformar um material
inutilizado e incmodo, os dejetos animais, em uma fonte de energia renovvel e limpa.
importante ressaltar que atividades como essa pode ser desenvolvida em qualquer propriedade
rural, contribuindo assim para o fortalecimento da agricultura familiar da regio.
Para que ocorra a produo de biogs necessrio proporcionar um meio onde ocorra a
digesto anaerbica dos desejos, para tanto, necessrio construo dos biorreatores, mais
conhecido popularmente como biodigestores. O princpio de funcionamento de um biodigestor
bastante simples. Trata-se basicamente de uma cmara fechada onde os resduos orgnicos so
fermentados anaerobicamente, sem a presena de ar, transformando esta biomassa em gs
combustvel (biogs) e biofertilizante. Como definiu Barrera (1993), "o biodigestor, como toda
grande idia, genial por sua simplicidade". Tal aparelho, contudo, no produz o biogs, uma vez
que sua funo fornecer as condies propcias para que um grupo especial de bactrias, as
metanognicas, degrade o material orgnico, com a consequente liberao do gs metano.
Entre os diversos modelos de biodigestores, o modelo indiano (figura 1), apresenta
algumas vantagens em relao aos demais, pois so perfeitamente adaptveis aos mais diferentes
tipos de solos, sendo suas medidas alteradas quase que independentemente, caractersticas
necessrias em solos de pouca profundidade, tais como os do semi-rido (Gaspar, 2003).
0605
Espcie
m3 de biogs/ 100
kg de esterco
Caprino/ ovino
4,0-6,1
Bovinos de leite
4,0-4,9
Bovinos de corte
4,0
Sunos
7,5-8,9
Frangos de corte
9,0
Poedeiras
10,0
Codornas
4,9
Quando se analisa a produo dos dejetos animais mais encontrados nas fazendas (Figura
2), percebe-se o grande potencial desta tecnologia na produo de uma energia alternativa, alm
da necessidade de tratamento deste volume considervel de dejetos, contribuindo para o
saneamento rural, melhorando a qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras e
agregando valor a um material at ento praticamente inutilizado.
0606
Portanto, este trabalho teve como objetivo a construo de um biodigestor no IFRN Campus
Apodi, buscando aperfeioar o processo de digesto anaerbica e assim contribuir para consolidar
e difundir a tecnologia dos biodigestores como uma fonte de energia limpa e geradora de
qualidade de vida no meio rural. Ao mesmo tempo em que torna o processo de ensino mais
consistente e vinculado aos problemas da comunidade local, incentivando com isso a busca por
solues viveis e tornando o aluno protagonista do desenvolvimento local.
2. REVISO BIBLIOGRFICA
O biogs surgiu h muito tempo, embora a primeira instalao operacional destinada a
produzir gs combustvel s tenha sido implantada na metade do sculo XIX, onde, o primeiro
biodigestor posto em funcionamento regular foi na ndia no incio do sculo XX em Bombaim. J
em 1776, o pesquisador italiano Alessandro Volta descobriu que o gs metano j existia
incorporado ao chamado "gs dos pntanos", como resultado da decomposio de restos vegetais
em ambientes confinados. (Gaspar, 2003).
Na dcada de 1960, surgiram os primeiros estudos sobre o desenvolvimento dos
biodigestores da frica do Sul, estudo esse realizado por um fazendeiro (Sganzerla, 1983). De
acordo com Seixas (1980) foi posto em prtica o primeiro biodigestor a batelada, em
funcionamento regular em Bombaim, em 1900. Durante e depois da segunda grande guerra,
alemes e italianos, entre os povos mais atingidos pela devastao da guerra, desenvolveram
tcnicas para obter biogs de dejetos e restos de culturas.
No contexto brasileiro o uso de biodigestores teve seu inicio nos anos 80 onde houve uma
corrida dos rgos de pesquisa bem como interesse do governo na implantao e difuso de
biodigestores para os meios rurais Brasileiros motivados pela necessidade de alternativas
energticas juntamente com os exemplos bem sucedidos da ndia e China. Contudo, com o
advento do etanol da cana de acar os projetos foram aos poucos sendo esquecido a ponto do
final da dcada praticamente no haver registros destes empreendimentos.
No Nordeste, cujas condies climticas para produo do biogs so as mais favorveis no
pas, no h polticas nem programas de incentivo para este tipo de atividade. Contudo dos
experimentos recentes realizados por instituies de pesquisa merecem destaque no fenmeno
destas aes afirmativas para a regio Nordeste do Brasil. O primeiro experimento pioneiro
financiado pelo o Banco Nordeste foi realizado na Fazenda Experimental do Vale do Curu (FEVC),
onde esse experimento demonstrou a viabilidade da produo de biogs e biofertilizante a partir
de dejetos da caprinocultura. O segundo aconteceu no estado da Bahia, realizado pela a
universidade Estadual da Bahia, com o objetivo de avaliar a eficincia da produo de biogs a
partir de desejos de caprinos e o aproveitamento do gs na coco (Quadros, 2007).
Outro exemplo importante aconteceu no estado da Paraba, onde na dcada de 80, a
EMATER (Empresa de Assistncia Tcnica e Extenso Rural) conseguiu, atravs de convnio com o
Ministrio de Minas e Energia, implantar cerca de 200 biodigestores em propriedades rurais
daquele estado. Deste universo de biodigestores implantados, apenas 4,6% esto em
funcionamento (Oliver et al 2008). Muitos produtores afirmam que a baixa utilizao de
0607
0608
0609
3. METODOLOGIA
3.1 Construo do biodigestor
O biodigestor foi construdo utilizando mo de obra local e o mesmo foi instalado a uma
distncia de 30m das pocilgas. Sua estrutura tem o formato cilndrico, constituda de alvenaria
(com execeo da caixa de sada de que de polietileno) e os tubos utilizados para o fluxo da
biomassa so de PVC (Policloreto de vinila) com dimetros de 100 e 150mm. As dimenses do
biorreator podem ser visualizadas na Figura 3.
0610
0611
passou por uma diluio com proporo de 1:1 biomassa/gua. A adio de biomassa foi realizada
at o momento em que a mesma comeou a sair na caixa de sada e durante 12 dias foi observado
a ocorrncia de vazamento.
4. RESULTADOS E DISCUSSES
O biodigestor construdo (figura 6) apresentou resultados satisfatrios quanto ao fluxo de
biomassa da caixa de entrada at a caixa de sada. No foi constatado nenhum vazamento na
cmara de digesto assim como no gasmetro. Aps o 6 dia de abastecimento observou-se um
aumento no nvel do gasmetro, o que indica o incio da produo de biogs no biodigestor. Vale
ressaltar que apesar o gasmetro feito com polietileno de alta densidade, possui a vantagem de
ser um material de baixo custo e de fcil aquisio, uma vez que o mesmo vendido para o
armazenamento de gua, o fato dele possui um formato levemente cnico acaba reduzindo o
volume til de biogs, pois, o volume de dejetos do selo dgua acaba sendo maior que o
necessrio. O peso desta campnula adaptada outro dado a se levar em conta j que por ser
muito leve a presso de sada do biogs pode ser insuficiente para algumas aplicaes, levando a
necessidade do uso de sistemas de compresso. Portanto, mesmo sendo de custo
consideravelmente maior, a campnula feita com ferro ou ao a mais indicada, tanto por serem
materiais de alta durabilidade como no inflamveis (do contrrio do polietileno), aumentando
assim a vida til deste equipamento e disponibilizando maior segurana no seu uso.
D
C
B
Figura 6. Biodigestor com caixa de entrada (A), Cmara de digesto (B), Gasmetro (C) e
caixa de sada (D).
0612
5. CONCLUSO
Dada as crescentes problemticas ambientais, sociais e econmicas oriundas do uso
intensivo de combustveis fsseis como principal fonte de energia no mundo, o desenvolvimento e
a aplicao de tecnologias de gerao de energias limpas e renovveis torna-se fundamental para
a sustentabilidade dos ecossistemas e at mesmo da vida humana. A biodigesto anaerbica
sem dvida uma das alternativas promissoras para viabilizar o uso de energias renovveis nas
comunidades rurais, contribuindo sobremaneira para o saneamento rural, para a preservao da
flora e da fauna local e ainda gerar independncia energtica mesmo nos lugares mais remotos,
pois, faz uso de dejetos animais para a gerao do biogs atravs de sistemas de digesto de fcil
operao e manuteno.
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0614
RESUMO
0615
1 INTRODUO
Considerando-se o nmero de informaes que podem ser exploradas atravs do
dicionrio, incontestvel sua importncia como instrumento didtico. A prtica da consulta ao
dicionrio, no entanto, no habitual maioria dos alunos. A esse fato pode-se atribuir que
grande parte das formas tradicionais de ensino muitas vezes no suficiente para envolver os
jovens e despertar neles motivao pela aprendizagem. Sendo assim, preciso criar um ambiente
que atraia os alunos e que desperte neles a disposio para aprender (Almeida, 2003: apud Pozo,
1998).
Segundo Machado (2000) a popularizao da informtica, o advento das grandes redes
telemticas, entre outras inovaes das ltimas dcadas revestem-se de um enorme potencial
educativo e instrucional, mas por outro lado exigem um enorme esforo dos tericos para com
uma reconceitualizao do contedo trabalhado, sem a perda da essncia desse.
Diante desse contexto, faz-se necessrio um investimento em novas formas de difuso do
conhecimento que apresentem qualidade e sejam simplificadas. Porm, a quantidade de obras
adaptadas a esse pblico e focadas na perspectiva de esclarecer conceitos-chave da Biologia, por
exemplo, escassa; esse fato foi um dos pontos-chave para o desenvolvimento deste trabalho.
Os poucos dicionrios tcnicos de Biologia esto disponveis apenas em verses impressas,
o que limita o pblico-alvo, dada a dificuldade de sua aquisio. Evidencia-se, assim, outro
benefcio das ferramentas online, que o alcance amplo irrestrito a todo e qualquer usurio
conectado internet. Grande parte desses materiais disponveis online, no entanto, no
apresentam referncias de contedo. Isso comum dado que a internet, por ser um meio
compartilhado de divulgao de informaes, permite que usurios com conhecimentos bsicos
em informtica criem sites dos mais variados assuntos sem que haja um controle do que
divulgado.
A ideia de construir-se um dicionrio de biologia online, onde os conceitos sero
apresentados de forma simples, circunstanciada e organizada de forma didtica, far com que,
no apenas os alunos, mas toda a comunidade com interesse no assunto tenha acesso a
informaes pertinentes a construo do conhecimento, possibilitando desta forma uma melhor
compreenso dos conceitos. Alm de promover a possibilidade da representao de fenmenos
biolgicos por animaes e figuras e demais recursos obtidos pela internet, com o devido
redirecionamento por meio de links presentes no site.
Ento, para melhor explanar a proposta diz-se que o dicionrio denominado biolgico,
pois tem como foco a rea da Biologia; etimolgico por possuir a origem (etimologia) da palavra;
e circunstanciado pelo fato de apresentar ilustraes em cada verbete, alm de ser virtual por ser
online ao contrrio do padro impresso tradicional.
O objetivo desse estudo, portanto, configura-se na criao de um dicionrio virtual
etimolgico e circunstanciado para aprimoramento pedaggico na rea de Biologia, auxiliando o
aluno a adquirir a significao de um termo biolgico para incremento no processo ensinoaprendizagem da disciplina.
0616
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Antigamente o dicionrio servia basicamente para a descodificao do texto lido;
atualmente, porm, este se torna imprescindvel para a aprendizagem do lxico e da lngua em
geral, visto que considervel a quantidade de informaes que podem ser exploradas atravs
dele como consulta ao significado, etimologia, sinnimos etc. (Sousa, 2011).
sabido que com a evoluo das tecnologias, em consonncia as prticas sociais, o uso dos
dicionrios tradicionais (as verses impressas, em forma de livros) est cada vez mais obsoleto.
Para um jovem muito mais prtico pesquisar na internet, fonte que lhe trs um leque
abrangente de informaes de forma instantnea do que aprender a manusear um dicionrio de
forma correta para buscar a informao e saber traz-la para o contexto requerido (Almeida,
2000).
De acordo com Almeida (2003) a integrao entre a tecnologia digital e os recursos da
telecomunicao que originou a internet evidenciou possibilidades de ampliar o acesso
educao, embora esse uso no represente mudanas nas concepes de conhecimento, ensino e
aprendizagem ou nos papis do aluno e do professor; de forma que esse quadro no se torna de
todo ruim, e de certa forma ainda contribui para a evoluo das novas metodologias de ensino.
Ainda segundo Almeida (2003) existe um dficit com relao s formas de ensino onde h
uma significativa dificuldade do aluno em despertar a disposio para aprender, disponibilizando
as informaes pertinentes de maneira organizada e, no momento apropriado, promovendo a
interiorizao de conceitos construdos; de forma que necessrio um investimento em novas
formas de difuso e fornecimento de informaes credenciadas aos jovens, que portem qualidade
e sejam simplificadas, para que esse possa naturalmente fazer uso da informao sem mais
complicaes sendo, portanto, a internet uma das melhores formas para se faz-lo, pois grande
maioria dos jovens faz uso desse meio de busca para subsidiar seu conhecimento.
Nesse contexto, o perodo que envolve o aluno no ensino mdio marcado por sua
exposio a uma gama de informaes cientfico-biolgicas, configurando-se assim uma
necessidade de compreenso desses contedos e conceitos da biologia. Por isso quando os alunos
entram em contato com um novo e vasto campo lexical ressaltando os termos empregados na
disciplina estes devero compreender o conceito e incorpor-lo ao seu vocabulrio cognitivo,
havendo a possibilidade da incompreenso dessas terminologias pelo estudante, o que
certamente acarretar num dficit da aprendizagem.
De acordo com Mainart (2010) os recursos tecnolgicos devem servir para enriquecer o
ambiente educacional, propiciando a construo de conhecimentos por meio de uma atuao
ativa, crtica e criativa da parte de alunos e professores. Diante disso, a internet como veculo de
informaes faz com que diferentemente dos meios tradicionais de ensino alm de se ter mais
liberdade para a procura por dados que sejam relevantes a sua rea de interesse, exista tambm a
troca de saberes e o ganho de conhecimento imediato, dada a possibilidade de acesso
informao por todos, em tempo real e a interao entre os usurios nos mais diversos lugares do
mundo.
O uso de recursos informacionais no tocante da Biologia facilita muito a compreenso de
certos eventos, vista a possibilidade da sua demonstrao por meio de animaes, figuras, vdeos
e gifs, os quais auxiliam na fixao das etapas do processo dentro do contedo da biologia.
0617
METODOLOGIA
Contedo
Anos
Exemplos
Noes de embriologia
Histologia (tecidos epitelial,
conjuntivo, muscular e
nervoso)
Botnica
Quantidade de
Verbetes
280
70
300
150
270
380
0618
Classificao Biolgica
Zoologia
Filos
Vrus
Doenas
Total
Zoocoria.
Anagnese; Apomorfia; [...]
Taxonomia.
Acelomado; Aneldeo; [...]
Zoologia.
Abomaso; Actinomiceto; [...]
Zygomycota.
Aids; Bacterifago; [...]
Vibrio.
Amebase; Alantidiose; [...]
Tuberculose.
-
85
100
550
40
90
2315
A pgina web na qual o dicionrio est disponvel foi desenvolvida atravs do DokuWiki
(http://www.dokuwiki.org/dokuwiki), uma ferramenta simples destinada a criao de sites. Ele
oferece uma gama de layouts bsicos gratuitos para download, instalao e personalizao.
destinado s equipes de desenvolvedores, grupos de trabalho, entre outros; possui uma sintaxe
simples e poderosa que garante que os arquivos de dados sejam legveis fora do Wiki e facilita a
criao de textos estruturados.
No que se diz respeito organizao e disposio dos verberes na pgina web, o dicionrio
est organizado de acordo com os assuntos trabalhados no ensino mdio. medida que os
verbetes forem sendo selecionados (pois estes estaro contidos tambm em hiperlinks dentro dos
textos para evitar sua repetio, havendo apenas um redirecionamento), seus conceitos, imagens,
vdeos etc. referentes a ele como verbetes secundrios aparecem, como mostra a Figura 1.
0619
Um dos mtodos utilizados para a divulgao do site na web as redes sociais. Essa
escolha foi feita frente ao diferencial em potencial destas, que est em sua capacidade de facilitar
o acesso rpido informao a um nmero muito maior de internautas devido a sua alta
capacidade de compartilhamento. Alm disso, o pblico ao qual o dicionrio anseia alcanar como
objetivo principal (alunos do ensino mdio) est presente nas mais variadas redes sociais.
Portanto, a pgina dispe de cones que do acesso direto a essas redes sociais para a
difuso da informao, onde o usurio poder compartilhar com os demais o contedo o qual est
acessando, caracterizando assim o principal veculo de divulgao do Dicionrio, facilitando o
repasse de informaes; estando tambm ligado ao site do IFRN. Observe em detalhe na Figura 2.
Figura 2: Detalhe no canto superior da pgina mostrando botes para divulgao do site
Para configurar a praticidade da web existe um campo de busca no centro da pgina que
localiza o verbete no site e retorna links relacionados procura realizada pelo usurio. Outros
recursos utilizados so as imagens, animaes, vdeos etc., para explanar o conceito do verbete ou
expresso biolgica trabalhada, obtendo um aprofundamento do verbete e conceito biolgico
apresentado no dicionrio virtual. Sendo assim, h um redirecionamento para material online
confivel e j filtrado pela equipe gestora do site.
Cada palavra apresenta sua etimologia, exceto no caso de expresses compostas tais como
"respirao celular", alm dos verbetes poderem apresentar uma figura ou esquema para
exemplificao do seu significado.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Como j dito anteriormente, o fato do estudante do ensino mdio ter certa dificuldade ao
compreender os conceitos biolgicos, devido a sua complexidade e a linguagem tcnico-cientfica
muitas vezes utilizada, remete-se ao uso de um dicionrio tcnico biolgico.
Essa metalinguagem presente na atmosfera de qualquer rea do saber constri um campo
focado de viso, de modo que s possvel aprender uma cincia quando se adquire a
competncia lingustica do seu universo de discurso (Barbosa, 2002). Portanto, notrio que os
vocabulrios tcnico-cientficos constituem um instrumento de trabalho indispensvel e
0620
0621
5 CONCLUSO
Por mais que a construo da pgina no esteja completa e visto que a biologia no uma
cincia exata, sua manuteno feita com base na anlise das dificuldades dos estudantes na
compreenso de determinado conceito e discusses contemporneas no mbito dessa cincia.
Observa-se que ao trazer o conceito de biologia de uma forma simplificada, alm de
explan-lo por meio de imagens, vdeos etc. tem-se uma melhor fixao deste pelo aluno,
melhorando seu entendimento geral do contedo em questo. Portanto, incontestvel a
importncia do dicionrio. Ele, bem como os livros didticos convencionais, um instrumento
essencial na armazenagem e recuperao de fatos cientficos, alm de ser um importante
instrumento de pesquisa e de sustentao da estrutura terica de uma cincia.
Visa-se, assim, oferecer uma ferramenta que auxilie os estudantes dessa disciplina e que
acarrete um retorno positivo comunidade escolar promovendo uma melhor fixao do contedo
pelo aluno e aperfeioando sua sabedoria.
Espera-se que este recurso sirva como complemento aos livros didticos convencionais,
sendo um instrumento essencial na armazenagem e recuperao de dados cientficos, e que
convenha como um timo mecanismo de pesquisa.
0622
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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0623
RESUMO
0624
INTRODUO
0625
MTODOS
RESULTADOS E DISCUSSES
Foi gerado um interatoma com 54 ns e 428 interaes (ver figura 1). O dados gerados da
relao node degree e betweenness revelaram quatro bottlenecks os quais so representado pelas
protenas SodA, DR_0970, Eno e DnaK (ver figura 2). Os bottlenecks identificados podem ser
classificados em duas categorias funcionais, DR_0970 e Eno, relacionadas com metabolismo
energtico, enquanto SodA e DnaK respondem ao estresse oxidativo.
A Superxido dismutase uma importante defesa antioxidante que catalisa a dismutao
de superxido em oxignio e perxido de hidrognio (SHAFEY, 2010). A presena desse gene em
reposta a radiao gama de grande relevncia para a sobrevivncia desse organismo, uma vez
que essa radiao atua sobre as molculas de gua, gerando espcies reativas de oxignio. As
protenas DR_0970 e Eno, identificadas como bottlenecks, sugerem que esse microrganismo, em
condio de estresse, reprograma seu metabolismo energtico. A DnaK uma chaperona cuja
funo modelar protenas. Sob condio de estresse oxidativo, essa protena atua sobre
protenas oxidadas, remodelando-as (WANG, et al. 2012).
0626
Figura 2: Grfico representando a identificao dos bottlenecks atravs da relao Node degree com Betweenness.
CONCLUSO
0627
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em:
0628
RESUMO
0629
1 INTRODUO
O uso de espcies vegetais com propriedades bioativas um trao comum a todas as
comunidades humanas, autctones ou no. Reconhecendo a efetividade de seu uso, a
Organizao Mundial da Sade recomenda a incorporao das plantas medicinais nos sistemas de
Sade Pblica. Contudo, apesar do reconhecimento oficial, a populao ainda tem nas feiras livres
a principal fonte para a aquisio das espcies que utiliza.
De modo geral, a comercializao de plantas medicinais em feiras livres e mercados
caracterizada por condies estruturais e de higiene insatisfatrias, o que pode facilitar tanto a
contaminao do material por microrganismos, quanto a posterior proliferao da microbiota,
incluindo-se nestas espcies patognicas para humanos.
Dentre os patgenos potencialmente presentes em plantas medicinais, destacamos
Staphylococcus aureus, mundialmente implicado em surtos de doenas estafiloccicas, resultantes
da ingesto de material contaminado por suas toxinas. No contexto do uso tradicional de plantas
medicinais, a ingesto de chs formulados com base em matria vegetal contaminada pelas
toxinas estafiloccicas pode representar risco sade, uma vez que tais metablitos secundrios
so termorresistentes e permanecem ativos no produto final, o ch.
Apesar de sua relevncia para a sade pblica, tanto a OMS quanto a ANVISA no
explicitam limites especficos para a presena de S. aureus em plantas medicinais, impossibilitando
a ao fiscalizatria. Neste contexto, necessrio que sejam desenvolvidos estudos que
dimensionem o risco sade do consumidor. Desse modo, podem ser fornecidas as bases para
que os rgos competentes possam ser pressionados no sentido de preencher o vcuo legal
existente, com a criao de legislao especfica voltada ao estabelecimento de parmetros de
qualidade microbiolgica para o comrcio de plantas medicinais e preparos tradicionais derivados.
Com o presente trabalho, objetivamos detectar em amostras de plantas medicinais de alta
aceitao popular (ameixa, boldo, caju, cumar e pepaconha), comercializadas na feira livre de
Currais Novos/RN, as densidades de S. aureus presentes, permitindo avaliar a sua adequao ao
consumo humano.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O uso de plantas medicinais iniciou-se na pr-histria, quando as primeiras comunidades
humanas caracteristicamente coletoras, recorriam flora em busca de alimento. Por tentativa e
erro, ao longo do tempo foram selecionando o que poderia ser consumido ou no. Como
consequncia, observaram que algumas das espcies vegetais apresentavam um ou mais efeitos
teraputico sobre determinadas enfermidades. Esses conhecimentos empricos foram sendo
acumulados e passados de gerao em gerao, resultando no que conhecido pela Organizao
Mundial da Sade como Medicina Tradicional. Porm, diante do fcil acesso a produtos
industrializados que a modernidade possibilitou, tais costumes foram ficando para trs, pois com o
0630
0631
3 METODOLOGIA
3.1 Caracterizao da rea estudada
As amostras foram coletadas na feira popular do municpio de Currais Novos (figura 1).
Figura 1. Localizao do estado do Rio Grande do Norte e do municpio de Currais Novos, indicado pela
seta.
0632
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Baseando-se nas anlises realizadas a presena do S. aureus foi observada em 100% das
amostras, conforme expresso na tabela 1.
Tabela 1: Populaes de S. aureus detectadas nas amostras de plantas medicinais analisadas.
Planta medicinal
analisada
Amostras analisadas
Densidades mdias
observadas (UFC/g)
Pepaconha (Cephaelis
ipecacuanha)
Cumar (Amburana
cearensis)
Ameixa (Ximenia
americana)
Cajueiro (Anacardium
occidentale)
Boldo (Peumus boldus)
6,0x105
1,7x105
2,8x104
1,0x104
4,8x102
0633
5 CONCLUSO
Embora no sejam estabelecidos limites legais para a sua presena em plantas medicinais,
consideramos que a deteco do S. aureus no material analisado o torna inapropriado para o
consumo humano. Tal fato indica a necessidade de melhorias higinico-sanitrias, fiscalizao
eficaz, regulamentao, formao dos manipuladores, e ateno voltada a toda cadeia produtiva
das plantas medicinais, dada a sua grande aceitao como recurso teraputico na rea estudada.
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0635
RESUMO
0636
1 INTRODUO
Vrias espcies vegetais disponveis na natureza contendo compostos orgnicos coloridos
tais como flavonoides, taninos, carotenoides, entre outros, tm permitido diversos estudos
envolvendo trabalhos didticos e aplicaes industriais (BISHOP, 1972).
Em produtos naturais, grande parte das substncias responsveis pela colorao pertence
classe dos flavonoides. Dentro dessa classe, as antocianinas apresentam destaque devido sua
diversidade e inmeras atividades. Estas constituem um grupo de pigmentos solveis em gua,
dos quais demonstram um elevado potencial no uso como corantes naturais, apresentando
diferentes tonalidades de cor, oscilando entre vermelho, laranja e roxo, de acordo com condies
intrnsecas, como o pH, temperatura e presena de oxignio. (BROUILLARD, 1983; MAZZA e
MINIATI, 1993).
As antocianinas esto presentes em diferentes rgos da planta, tais como frutos, flores,
caules, folhas e razes (BROUILLARD, 1982). As funes desempenhadas por esse grupo de
metablitos so bem variadas. Dentre estas, destacam-se: atividade antioxidante, proteo ao
da luz, mecanismo de defesa e funo biolgica (LOPES et al., 2007).
As diferentes funes reportadas pelas antocianinas encontram-se diretamente
relacionadas com sua diversidade estrutural (BORDIGNON et al., 2009). Suas molculas possuem
estruturas elaboradas, e so baseadas em um esqueleto policclico de quinze carbonos, onde os
diferentes grupos ligados, R, caracterizam cada composto de antocinico, como mostra a Figura
1.
R5
R6
3'
2'
+
R4
7
6
A
5
R3
6'
4'
5'
O
8
R7
2
3
R1
R2
Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliao de extratos de
flores oriundas do Oeste potiguar no que diz respeito concentrao de antocianinas presentes
nos mesmos.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
As principais classes de pigmentos responsveis pela colorao de flores, frutos e folhas
so denominados de agentes cromforos, que colaboram na colorao das espcies destacandose as porfirinas, os carotenoides e os flavonoides (ALKEMA e SEAGER, 1982).
0637
Figura 2: Variao estrutural das antocianinas em funo do pH (LOPES, 2002; e CARDOSO, 2011).
0638
METODOLOGIA
3.1 Coleta do material botnico
0639
Aps esse perodo o material foi prensado manualmente com basto de vidro e filtrado,
com a finalidade de reter o resduo, e o extrato transferido para balo volumtrico de 100 mL,
tendo seu volume completado com o solvente extrator, formando o Extrato Concentrado. O
contedo do balo foi centrifugado a 2000 rpm, por 10 minutos. O sobrenadante foi filtrado. Aps
a filtrao, o extrato foi purificado, extraindo-se (trs extraes sucessivas) o contedo de clorofila
com auxlio de 100 mL de solvente extrator ter Etlico : ter de petrleo (1/1) (TEIXEIRA et al.,
2008).
4 RESULTADOS E DISCUSSES
No presente estudo foram avaliados os teores de antocianinas presentes em diversas flores
de vegetais oriundos do municpio de Apodi-RN e regies prximas. As espcies utilizadas
(buganvlia (Bougainvillea glabra), espirradeira (Nerium oleander), alamanda-amarela (Allamanda
laevis) e ixora (Ixora coccnea)) foram escolhidas devido a forte colorao caracterstica de suas
flores como demonstrado nas Figuras 3 6, a seguir.
0640
Aps extrao das antocianinas presentes nos extratos hidroalcolicos das flores estudadas
utilizando metodologia citada anteriormente foi possvel quantificao de seu teor. No mtodo
utilizado para anlise, denominado mtodo de pH nico para quantificao de antocianinas
0641
(Teixeira et al., 2008), verificou-se que as flores buganvlia (Bougainvillea glabra) e espirradeira
(Nerium oleander) apresentaram os maiores teores de antocianinas com valores de 1383,3
mg/100g e 1006,6 mg/100g, respectivamente.
A alamanda-amarela (Allamanda laevis) apresentou teor de Antocianina prximo ao
encontrado na uva (750 mg/100g MALLACRIDA e MOTTA (2006)) e superior ao teor encontrado
na casca fresca do aa (263 mg/100g BOBBIO et al. (2000) apud LIMA et al. (2011)) com um
valor de 746,6 mg/100g.
As flores da espcie Ixora coccnea (ixora) apresenaram, dentre as flores analisadas, o
menor teor de antocianinas, 393,3 mg/100g. O valor obtido, ao ser comparado com valores da
literatura, ainda superior ao teor da pele da jabuticaba o Paulista (383,0 mg/100g LIMA et al.
(2011)) e do repolho-roxo (175 mg/100g - LOPES et al. (2006)), este ltimo referncia no uso
como indicador natural cido-base devido sua capacidade de variao de cor (caracterstico das
antocianinas) em diferentes pH.
Os valores obtidos nos testes realizados so apresentados na Tabela 1 bem como na Figura
7.
Tabela 1: Teor de Antocianinas Total (mg/100g da amostra)
Teor de antocianina
(mg/100g)
Amostra
Buganvlia
Espirradeira
Alamanda-amarela
Ixora
Teor
1383,3 mg/100g
1006,6 mg/100g
746,6 mg/100g
393,3 mg/100g
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
Segundo o Macheix et al. (1990) apud Teixeira et al. (2008) o teor de antocianinas pode ser
influenciado por diversos fatores, tais como, o clima, a temperatura e iluminao, que, dessa
forma, dificultam a comparao entre diferentes cultivos de uma mesma fruta e flores, uma vez
que, os trabalhos realizados so em diversas regies, pocas climticas diferentes dentre outros.
0642
5 CONCLUSO
Na avaliao dos extratos de flores oriundas do municpio de Apodi-RN observou-se alto
teor de antocianinas totais quando comparadas com valores da literatura. As flores de alamandaamarela e da ixora apresentaram um bom resultado em relao ao teor de antocianinas. J a
Buganvlia e espirradeira pretende-se realizar estudos mais aprofundados, principalmente no que
diz respeito ao seu uso como indicador cido-base devido ao elevado teor encontrado.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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0643
0644
RESUMO
0645
1 . INTRODUO
A ictiofauna global abarca por volta de 27.000 espcies de peixes, desse total quase a
metade constituda exclusivamente por espcies de gua doce (NELSON, 2006), contudo, estimase que esse txon j perdeu cerca de 20% da sua diversidade mundial (MONTENEGRO, 2007).
A maior diversidade ictiofaunstica dulccola mundial encontra-se na regio Neotropical,
que vai da Amrica do Sul Amrica Central (BALDISSEROTO & GOMES, 2005), sendo relatada
nesta rea cerca 4.500 espcies dulccolas (TAKAHASHI, 2010) com mais de mil e quinhentas
espcies ainda no descritas (BRAUN, 2005). Tambm devemos atentar ao fato de que esta regio
foi a que recebeu a maior nmero de espcies exticas, sendo o Brasil a receber o maior nmero
dessas introdues (AGOSTINHO & JULIO, 1996).
Os ecossistemas dulccolas abrigam 40% do total de espcies de peixes, mesmo tendo
menos do que 1% do volume de gua da Terra (NELSON, 2006). E justamente esses ecossistemas
so os que sofrem maiores interferncias humanas (TEJERINA-GARRO et al., 2005). Nas regies
Tropicais temos um complexo que envolve ameaas comuns qualquer ecossistema aqutico,
como explorao excessiva, poluio, modificaes no fluxo, destruio ou degradao dos
habitats e a invaso de espcies exticas (DUDGEON et al., 2006), que somados a falta de
informaes e a aes governamentais mal planejadas, podem culminar na reduo de estoques,
ou mesmo na extino de espcies que nem sequer foram descritas (TAKAHASHI, 2010). Contudo,
Agostinho et al. (2007) apontam para a plasticidade trfica e reprodutiva dos peixes neotropicais,
que impede a extino massiva dos mesmos.
No Brasil, as guas interiores ocupam uma rea inundada de aproximadamente 3x106 de
hectares, e aqui se encontra a mais rica diversidade ictiofaunstica dulccola do mundo (ROSA et
al., 2005). Segundo Baldisserotto & Gomes (2005), a diversidade de espcies de peixes no Brasil
condiz com a sua dimenso continental, sendo que muitas dessas espcies esto aptas
piscicultura e/ou pesca esportiva. Entretanto, Menezes (1996) destaca que o conhecimento
insatisfatrio acerca da biologia destes organismos influi negativamente sobre nossa compreenso
destes.
De acordo com Nascimento (2010), a Caatinga um bioma exclusivamente brasileiro que
apresenta bacias hidrogrficas de caractersticas nicas, e estas condies moldaram a ictiofauna
dulccola da Caatinga (LUNDBERG et al., 1998). Este bioma abarca 7% do territrio nacional e 70%
do Nordeste brasileiro, onde so encontradas 240 espcies de peixes, distribudas em 7 ordens,
sendo 9 exticas e 136 provavelmente endmicas.
As bacias hidrogrficas presentes no semi-rido nordestino apresentam um regime
intermitente e sazonal, resultado das condies meteorolgicas locais (AB SABER, 2005 apud
NASCIMENTO, 2010). Nesta regio, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS)
constri audes desde o incio do sculo XX (MONTENEGRO, 2007). Estes audes apresentam
mltiplo aproveitamento, sendo comum a simultaneidade entre irrigao, abastecimento pblico,
0646
2 . METODOLOGIA
2.1 COLETA DO MATERIAL E REA DE ESTUDO
Durante o perodo de Novembro de 2011 a Novembro de 2012, foram coletados 371
indivduos, distribudos em 14 espcies de peixes, em 04 pescarias experimentais realizadas na
Lagoa do Queimado, Municpio de Pendncias, estado do Rio Grande do Norte, situada entre as
coordenadas 5 12 24 e 5 16 06 S e 36 42 11 e 36 38 47 W (Figura 1).
Foram utilizadas redes de espera com dimenses de 1,5x265 m e 40 mm de espaamento
entre ns adjacentes, e tarrafas com 2,86 m de dimetro. Aps as capturas, os espcimes foram
acondicionados em caixas trmicas e transportados ao Centro de Tecnologia em Recursos
Pesqueiros do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte
(campus Macau) para anlises.
Segundo o Instituto de Desenvolvimento Sustentvel e Meio Ambiente do RN (IDEMA) o
clima na regio da Lagoa do Queimado caracterizado como muito quente, com temperaturas
mdias anuais que variam de um mnimo de 21 C a uma mxima de 32,0 C (mdia de 27,2 C).
Ainda segundo o Instituto, o perodo chuvoso ocorre de fevereiro a abril. A precipitao
pluviomtrica anual mdia para o municpio de Pendncias (do qual o local de estudos faz parte)
de 595,3 mm. Enquanto isso, a umidade relativa mdia anual de 68%.
A Lagoa do Queimado, local de estudos, alimentada pelo fluxo de gua oriundo da bacia
0647
3 . RESULTADOS
3.1 COMPOSIO, RIQUEZA E CONSTNCIA
Ao total foram capturados 371 indivduos, totalizando 51.390,1 g de biomassa, distribudos
em 14 espcies de peixes, dispostas em 4 ordens, 9 famlias e 14 gneros, conforme descritas na
Tabela 1 e ilustradas na Figura 2.
Das 14 espcies registradas, dez foram classificadas como endmicas, representando
71,42% do total de espcies. As espcies Cichla monoculus, Plagioscion squamosissimus e
Paralichthys sp. foram reconhecidas como alctones, sendo estas oriundas de outras bacias
hidrogrficas brasileiras, enquanto Oreochromis niloticus como a nica espcie extica, oriunda da
frica. A ordem dos Characiformes obteve a maior abundncia relativa em nmero de espcies
com 50% do total de registros, sendo seguida pela ordem dos Perciformes (35,71%),
Pleuronectiformes (7,14%) e dos Siluriformes (7,14%). Characiformes tambm foi a ordem que
0648
obteve maior representatividade quanto ao nmero de famlias, com pouco mais de 55%, a ordem
dos Perciformes registrou 22,22%, enquanto as ordens Pleuronectiformes e Siluriformes
obtiveram 11,11% (cada uma) da riqueza relativa total, conforme visto na Figura 3. A famlia
Cichlidae teve a maior abundncia relativa, de indivduos capturados, observada nesse estudo com
73%, seguida pela famlia dos Characdeos (18%), juntas essas famlias representaram a quase
totalidade dos indivduos estudados (91%). Estas duas famlias tambm tiveram a maior riqueza
em nmero de espcies com 4 para a primeira, e 3 para a segunda (Figura 4). As espcies O.
niloticus e Serrasalmus sp. juntas apresentaram a maior abundncia relativa em nmero de
exemplares capturados com 80% do total de indivduos coletados. Triportheus angulatus, C.
monoculus e P. squamosissimus vm na sequncia como as outras espcies mais abundantes
durante o perodo de estudo. Durante o perodo de estudo, nove espcies foram classificadas
como acessrias e outras cinco como constantes, de acordo com o ndice de Constncia (C)
(Tabela II). Nenhuma espcie foi considerada como acidental.
0649
0650
0651
4 . CONCLUSO
A composio da ictiofauna da Lagoa do Queimado, na cidade de Pendncias/RN, foi
representada por 14 espcies de peixes distribudas em 9 famlias, sendo que, aproximadamente,
35% foram consideradas constantes, 65% acessrias, e no houve espcies classificadas como
acidentais. Alm disso, mais de 70% das espcies coletadas foram classificadas como endmicas
da prpria bacia. A famlia Cichlidae foi a mais representativa, em nmero de capturas, riqueza de
espcies e biomassa relativa, durante o perodo de estudo, atravs das espcies Cichlasoma
orientale, Cichla monoculus, Crenicichla menezesi e Oreochromis niloticus. O. niloticus e
Serrasalmus sp. foram as espcies mais abundantes tanto em nmero de capturas quanto em
biomassa relativa na Lagoa do Queimado durante o perodo de estudo. A ictiofauna da Lagoa do
Queimado foi agrupada em trs grupos de acordo com o comprimento padro mdio da espcie.
Desta forma, 5 espcies foram classificadas como de grande porte, 7 como de mdio porte e 2
como espcies de pequeno porte. Durante o perodo de estudos aproximadamente 93%, dos 371
indivduos capturados, apresentaram um comprimento padro entre 11 e 20,9 cm. Organismos
0652
com comprimento padro inferior ou superior a este intervalo somaram 7%. Mais de 70% das
espcies analisadas durante este perodo de estudos apresentaram uma proporo sexual com
predominncia de fmeas. Apenas Characidium fasciatum e C. menezesi apresentaram um
nmero de machos superior ao de fmeas. Duas espcies no puderam ter nenhum dado sexual
inferido, dado o avanado grau de degradao das suas gnadas, foram eles Hypostomus pusarum
e Astyanax fasciatus.
5 . REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Carlos, 2009.
0653
0654
RESUMO
A maior parte de toda energia consumida no
mundo provm do petrleo cru, do carvo e do gs
natural. Essas so fontes limitadas de energia e com
previso de esgotamento no futuro. Portanto, a
busca por fontes alternativas de energia de suma
importncia. Nesse contexto, destaca-se a presena
do biodiesel, um combustvel biodegradvel e
renovvel, obtido de fontes como leos vegetais e
gorduras animais. Atrelado a isso, verificamos uma
considervel quantidade de gua subterrnea salobra
no semirido do Rio Grande do Norte, que so pouco
exploradas, mas que podem ser utilizadas na irrigao
controlada de plantas oleaginosas, as quais so fontes
de leos vegetais para a produo do biodiesel.
Sendo assim, o estudo visa avaliar a gesto ambiental
da produtividade de culturas oleaginosas em
condies adversas de clima, solo e gua. A pesquisa
se estruturou por meio de uma reviso bibliogrfica,
alm de visitas tcnicas, anlises em laboratrio e
0655
INTRODUO
2 METODOLOGIA
A pesquisa se estruturou por meio de uma reviso bibliogrfica, a qual se iniciou com
estudos sobre o biodiesel e sua produo no Brasil e no RN e posteriormente, com pesquisas
sobre irrigao com gua salobra e testes de germinao. Alm disso foi realizado um simples
levantamento das oleaginosas produzidas no estado, assim como as comercializadas localmente,
em Natal.
Aps a escolha das sementes a serem utilizadas, foi avaliada a qualidade delas, por meio de
testes de germinao, conduzidos em laboratrio sob condies controladas e atravs de mtodos
padronizados, de acordo com o Ministrio da Agricultura e Abastecimento (BRASIL, 2009). Tais
testes foram realizados com cultivares de soja, amendoim e girassol, utilizando papel toalha como
substrato e irrigando com gua de poo subterrneo da regio semirida do Rio Grande do Norte
com 6,5 dS de Condutividade Eltrica (CE), sendo diluda de seis formas diferentes, de acordo com
a tabela 1.
0656
Condutividade (dS)
100
75
50
40
25
10
0
0,0033
0,7411
1,866
2,6
2,68
4,64
6,46
Autores, 2012.
3 RESULTADOS E DISCUSSES
Para analisar os resultados e entraves da implantao do biodiesel como alternativa
energtica no Rio Grande do Norte, foi realizada uma breve pesquisa em dados do IBGE Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatstica acerca da produo de oleaginosas no estado. Por meio
desse levantamento, percebemos que entre as principais sementes produzidas est o girassol. A
tabela 2 mostra os dados mais recentes de sua produo no Brasil e no estado.
Tabela 2: Produo de girassol no RN
BRASIL
148.297
100.905
86.730
RN
1.231
1.246
1
Atravs da tabela acima, possvel notar que h um declnio na produo com o passar dos
anos. Essa situao resultado da falta de continuidade de programas de incentivo aos
agricultores familiares e assentados, tambm contribuindo as variaes climticas provocadas
pelo agravamento do aquecimento global, seja em perodos de seca prolongada, seja em raros
perodos de ndices pluviomtricos elevados comprometendo a quantidade e a qualidade das
sementes.
Atrelado ao levantamento da produo norte-riograndense, foi realizado um levantamento
das sementes oleaginosas disponveis no mercado local, em Natal. A pesquisa revelou disponveis,
dentre outras, cultivares de amendoim, girassol e soja. Foram adquiridas uma cultivar de
amendoin, trs cultivares de girassol e uma cultivar de soja. Para analisar a qualidade, assim como
a resistncia salinidade de tais sementes foram realizados testes de germinao.
Aps as anlises, verificamos que as sementes de girassol, das cultivares catissol 1,
comercial 1 (vulgo mido) e comercial 2 (vulgo grado) foram as nicas apresentar germinao,
quando expostas gua salobra. A cultivar de amendoim apresentou ndices de germinao muito
0657
baixos, mesmo expostos gua doce, enquanto que a cultivar de soja, no apresentou
germinao dentro das condies laboratoriais. Dessa forma, os testes continuaro apenas com as
sementes de girassol.
Apesar de germinar razoavelmente bem sob condies normais irrigado com gua doce
o comercial 2 obteve resultados baixos quando irrigado com a gua salobra, chegando a 0% em
algumas diluies. Isso perceptvel, quando analisamos a tabela 3 e a figura 1.
Tabela 3: Resultados da germinao do comercial 2
Fator de Diluio (%) Condutividade (dS) Total Germinadas Fator de Germinao (%)
100
75
50
40
25
10
0
0,0033
0,7411
1,866
2,6
2,68
4,64
6,42
50
50
50
50
50
50
50
7
6
4
0
0
3
5
14
12
8
0
0
6
10
Autores,2012
0658
Condutividade (dS)
Total
Germinadas
100
75
50
40
25
10
0
0,0033
0,7411
1,866
2,6
2,68
4,64
6,42
50
50
50
50
50
50
50
41
33
40
35
31
29
36
82
66
80
70
62
58
72
Autores,2012
Fator de Diluio (%) Condutividade (dS) Total Germinadas Fator de Germinao (%)
100
75
50
40
25
10
0
0,0033
0,7411
1,866
2,6
2,68
4,64
6,42
50
50
50
50
50
50
50
46
39
37
35
32
35
24
90
78
74
70
64
50
48
Autores,2012
Sendo assim, o girassol da cultivar catissol 01, configurou-se como a mais resistente e com
melhor adaptao condies adversas.
0659
4 CONCLUSO
Em sntese, podemos observar diante do exposto, que a cultura do girassol, ressaltando-se
o da cultivar catissol 01, mostrou-se tolerante salinidade da gua do poo subterrneo para a
irrigao, onde a Condutividade Eltrica de aproximadamente 6,5 dS. Por fim existe um grande
otimismo na produo do biodiesel atravs do girassol irrigado com gua salobra com principal
enfoque nos ganhos ambientais e sociais no semirido do estado. Para observar resultados mais
conclusivos em relao produo no semirido fez-se necessrio o estudo em campo.
5 REFERNCIAS
ALBUQUERQUE, M.C. de F. E.; ,MORO, Fabola V.; FAGIOLI, Marcelo; RIBEIRO, Miriam C. Testes de
Condutividade Eltrica e de Lixiviao de potssio na avaliao da qualidade fisiolgica de
sementes de girassol. Belo Horizonte. 2001.
AYERS, R. S.; WESTOT, D. W. A qualidade da gua na agricultura. 2 edio. Campina Grande:
UFPB, 1999. 153p. Estudos FAO. Irrigao e drenagem, 29 revisado.
BRASIL. Regras para Anlises de Sementes. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.
2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA. Produo Agrcola MUNICIPAL PAM
(2008/2010).
Disponvel
em:
<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=16
12&z=p&o=24>. Acesso em 06 de Dezembro de 2012.
SAVVAS, D. et al. Interactions between salinity and irrigation frequency in greenhouse pepper
grown in closed-cycle hydroponic systems. Agricultural Water Management, Amsterdam, v. 91, n.
1, p. 102-111, 2007.
ZOBIOLE, L.H.S. et al. Marcha de absoro de macronutrientes na cultura do girassol. Revista
Brasileira de Cincia do Solo. V.34, n.02, p.425-433, 2010.
0660
RESUMO
0661
1 INTRODUO
O biodiesel tem ganhado cada vez mais espao no mercado por ser um combustvel
biodegradvel e por ser produzido por vrias fontes renovveis. No Brasil ele pode ser obtido a
partir de vrias culturas de oleaginosas, tais como da mamona, girassol, dend, algodo, soja e de
outras espcies. Alm disso, pode ser produzido por vrios processos como craqueamento,
esterificao ou transesterificao. Todavia, as indstrias devem atender os padres de qualidade
aceitos para o seu uso e quando isso no alcanado com xito pode gerar graves prejuzos aos
produtores (OLIVEIRA, 2012).
Problemas que podem ser apontados quando o biodiesel apresenta-se em uma qualidade
fora do parmetro desejado prejudicar a queima do motor, forma depsitos no sistema de
injeo e ainda emite quantidades de substncias ou gases poluentes. Um parmetro essencial no
controle da propriedade do biocombustvel a estabilidade oxidativa. Na oxidao so gerados
vrios compostos como aldedos, cetonas, cidos, perxidos, polmeros, que modificam as
propriedades do combustvel. Por serem um fator importante na qualidade, diversas tcnicas so
adotadas para a determinao da estabilidade oxidativa. A necessidade da indstria contar com
matrias-primas abundantes para inibir a tendncia oxidativa. Com isso pode-se adicionar
compostos que iram retardar ou impedir a oxidao. Esses so os antioxidantes. Esses compostos
antioxidativos ou de atividade ou ao antioxidante reagem preferencialmente com os produtos
de oxidao, e formam produtos mais estveis e interrompem a reao. Nessa categoria existem
dois tipos, os sintticos e os naturais. Os naturais so molculas que esto presentes em pequenas
quantidades nos alimentos, capazes de diminuir a velocidade das reaes de oxidao dos
compostos lipdicos. Apesar da grande variedade de frutas, vegetais, cereais e especiarias
apresentarem em suas composies a ao antioxidativa que se procura e dos muitos trabalhos
cientficos j desenvolvidos a cerca dos antioxidantes sintticos e naturais, poucos estudos foram
realizados da ao desses compostos para fins automotivos, principalmente os que so de origem
natural (LOPES, 2011).
O Neem, Azadirachta indica A. Juss, da famlia Meliaceae, uma planta de mdio porte que
j foi muito estuda. As primeiras pesquisas foram estimuladas quando observado que a planta
mantinha-se intacta a pestes e era usada por agricultores como compostos repelentes e
inseticidas, despertando o interesse cientfico sobre suas propriedades. Quando se trata das
caractersticas antioxidativas do Neem, na literatura da atualidade, muitos estudos j foram
realizados sobre essa ao. Diversas atividades biolgicas das folhas de Neem j foram
encontradas, no entanto poucos estudos cientficos foram conduzidos com o leo de suas
sementes. Diante disso, este trabalho busca desenvolver um estudo com as sementes do Neem,
comumente encontradas na regio, para fornecer uma anlise dessa planta na antioxidao do
biodiesel em armazenamentos de postos de gasolina (OLIVEIRA, 2012).
0662
2 REVISO BIBLIOGRFICA
No controle de qualidade do Biodiesel, a elevada tendncia oxidao um fator
preocupante. Nesse processo so gerados vrios compostos como aldedos, cetonas, cidos,
perxidos, polmeros, que modificam as propriedades do combustvel afetando assim o
funcionamento do motor. Deste modo a estabilidade oxidativa deve ser entendida como um
parmetro essencial no controle da propriedade do biodiesel (DANTAS et al., 2011).
Se tratando do combustvel durante o perodo de armazenamento, Santos (2010) diz que o
grau da oxidao ir influenciar no potencial do combustvel e esse no ter homogeneidade na
queima, o que trar um atraso de ignio para os motores de ciclo diesel.
Diante disso, os compostos de ao antioxidante vm ganhando ateno no mercado.
Esses antioxidantes so substncias que impedem ou retardam a formao de compostos como
perxidos, aldedos, cetonas, dmeros e polmeros, produtos formados pela ao da temperatura
gerando oxidao de leos e gorduras, impedindo a etapa inicial da auto oxidao, a formao de
radicais livres, removendo-os do meio (RIOS, 2004).
Ch verde, ch preto, plantas medicinais, vitaminas, temperos e hortalias tm sido
extensivamente estudados quanto s propriedades antioxidantes frente a uma variedade de
espcies reativas (OLIVEIRA et al., 2009).
O Neem uma planta de mltiplas utilidades, dentre elas uma que desperta interesse
cientfico, a de possuir propriedades repelentes e inseticidas. Dados da literatura mostram que
as folhas de Neem so atxicas e no mutagnicas, alm de possuir atividade anticarcinognica
supostamente por auxiliar os sistemas de defesa antioxidantes celulares (BISWAS et al, 2002).
Independente do tipo da rota tecnolgica, a aceitao do biodiesel no mercado precisa ser
assegurada e, para isso, indispensvel que esse produto esteja dentro das especificaes
internacionalmente aceitas para o seu uso (ANP, 2008).
3 METODOLOGIA
3.1 Levantamento de estudos relacionados s atividades antioxidantes
Pesquisas sobre as atividades antioxidantes foram feitas destinadas comprovao da
eficcia dos mesmos no controle do processo oxidativo do biodiesel. Nesta feita, buscou-se utilizar
uma fonte acessvel e que disponibilizasse arquivos como livros e artigos de confiana. Forma foi
feito uso do Portal CAPES, o qual se mostrou uma eficaz ferramenta de pesquisa disponvel para os
IFs. Os documentos extrados desse portal serviram de argumento e auxilia na confirmao na
busca, isto , comprovar o quanto os antioxidantes so importantes na produo e at mesmo
armazenamento do biodiesel.
0663
4 RESULTADOS E DISCUSSES
As pesquisas apontaram a importncia dos antioxidantes na produo e armazenamento
do biodiesel, solucionando problemas ligados ao processo de oxidao. Na oxidao so gerados
vrios compostos (aldedos, cetonas, cidos, perxidos, polmeros)capazes de modificar as
propriedades do biocombustvel e corroerem os tanques de armazenamento, sendo isso um dos
principais pontos negativos, devido o alto custo desses recipientes. Assim, estudos dirigidos s
0664
5 CONCLUSO
As pesquisas sobre antioxidantes confirmaram a importncia dos antioxidantes para a boa
qualidade do biodiesel produzido pelas indstrias e at mesmo no armazenamento, erradicando
gastos constantes com a substituio de tanques de depsitos do biocombustvel e at mesmo
prejuzos ligados ao consumido, como prejuzos na queima do motor e formao depsitos no
sistema de injeo dos carros. Em relao aos estudos com o leo da semente de Neem ainda no
possvel concretizar concluses, visto que o teste definitivo ainda est sendo encaminhado,
todavia, pesquisadores observaram que a planta mantinha-se intacta a pestes e era usada por
agricultores como compostos repelentes e inseticidas, alm de j existir estudos sobre ao
antioxidante do Neem e sobre as diversas atividades biolgicas de suas folhas.
Diante de todas essas pesquisas, a expectativa que sejam alcanados resultados
promissores no teste proposto ao leo das sementes de Neem. Vale lembrar, que h vrios
estudos voltados a planta do Neem, mas poucos estudos cientficos foram conduzidos com o leo
da semente, sendo a proposta deste presente projeto exposta algo inovador.
6 REFERNCIAS
OLIVEIRA, RICARDO. S, M.sc. Avaliao da ao antioxidante de produtos naturais no biodiesel
B100 (Glycinemax).Universidade Estadual do Oeste do Paran,Novembro.2012.
LOPES, G. O.; PAIVA, J.; RODRIGUES, T. Caracterizao das propriedades antioxidantes de extratos
gliclicos de Azadirachta indica em mitocndrias isoladas. Disponvel em: <http://www.umc.br>.
Acesso em: 21 mai. 2013.
RIBEIRO, P. C.; RODRIGUES, T. Estudo das propriedades antioxidantes do leo dassementes de
Azadirachta indica. Disponvel em: <http://www.umc.br>. Acesso em: 21 mai. 2013.
DAMASCENO, S. S.; CALIXTO, C. D. Aplicao de antioxidantes naturais como bioaditivos em
biodiesel. 34 Reunio Anual da Sociedade Brasileira de Qumica.
0665
RESUMO
0666
1 INTRODUO
O projeto visa realizar o estudo de biocidas para melhorar a qualidade do biodiesel, atravs
do controle da biodeteriorao que ocorre nas misturas de diesel e biodiesel. Os biocidas so
substncias qumicas de origem natural que tem funo principal, destruir, neutralizar, ou impedir
qualquer ao de outro organismo que seja considerado nocivo ao homem. Dentre a vasta e
ampla rea dos biocidas, destacam-se os biocidas: lisozima, dixido de cloro (ClO 2 ), brometos de
aquilo, dentre outros. Os biocidas so classificados em: Fsicos, Qumicos e Biolgicos. E o critrio
de classificao, parte da origem do biocida. (MARIA OLIVIA, UNIVERSIDADE DO MINHO 2001)
A partir da determinao do biocida central da pesquisa, houve um controle feito sobre
ele, isto , determinar suas caractersticas principais, tais como o seu habitat, formas de adaptao
no espao, clima e vegetao. O Neem (Azadirachta indica) foi planta escolhida para pesquisa.
Pois alm da capacidade de sua adaptao no clima seco da nossa regio, o Neem fcil de
encontrar e tem capacidade oleaginosa, que a partir da, ser extrado de sua semente o leo para
realizar o controle dos combustveis nas misturas de Diesel e Biodiesel.
O Neem (Azadirachta indica) uma planta natural do sudeste asitico, e pertence a mesma
famlia dos cedros e mogno. um tipo de espcie de plante resistente a perodo de seca. Mantemse verde por todo o perodo do ano, e floresce diversas vezes ao decorrer do ano. Segundo
estudos, o Neem tem funo repelente para cerca de 400 espcies de insetos, agindo de maneira
inseticida principalmente no crescimento dos insetos, assim, atrasando seu desenvolvimento, o
que causa um descontrole na praga. Dentre as diversas pragas que a planta atinge com sua funo
repelente, destacam-se: mosca-branca (Bemisia argentifolii), lagarta do cartucho (Spodoptera
frugiperda), dentre outas (SOGLIA, EMBRAPA 2006).
Todos os processos, desde a extrao e obteno das sementes da planta, at a extrao
do leo, foram realizados em espao acadmico. O instituto dispunha das sementes das plantas,
foram coletadas e levadas at o laboratrio para determinar as caractersticas da semente. Com
posse das sementes, prximo passo foi determinar o ndice de acidez, verificar a umidade
presente nas sementes, observar sua capacidade oleaginosa, para assim dar-se o processo de
extrao do leo.
As pesquisas foram realizadas rotineiramente, com controle e observao dos bolsistas em
exerccio do projeto. Para a extrao do leo da semente triturada do Neem foi montado um
sistema de extrao por Soxhlet. Esse sistema de extrao utiliza o solvente orgnico Hexano
(CH 3 (CH 2 ) 4 CH 3 ), de baixa polaridade e com afinidade com a parte oleosa. O Hexano submetido
a uma determinada temperatura e presso onde realizava a passagem pelo cartucho feito de
papel de filtro que armazenava as sementes trituradas, onde posteriormente, a essas viragens, o
leo estava sendo extrado e depositava-se em um balo de fundo redondo e ao trmino da
extrao completa, era retirado e transferido para um frasco devidamente pesado e etiquetado.
Uma justificativa para a utilizao desse sistema de extrao que ele utiliza inteligentemente o
solvente orgnico.
0667
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O estudo de biocidas no controle da biodeteriorao das misturas de diesel e biodiesel nos
auxilia bastante na descoberta de algumas formas que possam ser utilizadas para a melhoria de
combustveis como o diesel e o biodiesel. Estudos e pesquisar devem ser feitos com o intuito de
encontrar o correto biocida que realmente eliminem microrganismos como bactrias que podem
alterar a qualidade do combustvel.
O nosso projeto est em fase de iniciao, pesquisas j foram realizadas, utilizamos vrios
meios para obter o conhecimento do assunto, como, artigos, internet, revistas, entre outros.
Depois de um tempo levamos o nosso projeto para o laboratrio, onde l podemos extrair o leo
do biocida escolhido, que foi o Neem.
Buscando na internet alguns projetos que tratem do mesmo assunto, encontramos
resumos de pessoas que trabalham tambm em busca da melhoria dos combustveis atravs de
biocidas.
Durante o armazenamento, as vantagens do biodiesel tais como a biodegradabilidade, a
afinidade pela gua e a ausncia de aromticos, podem tornar o combustvel ainda mais suscetvel
contaminao microbiana, comprometendo a qualidade final do produto. Neste sentido, avaliouse a suscetibilidade a biodeteriorao de misturas de diesel com 5, 10 e 20% de biodiesel e de
somente de biodiesel, por microrganismos isolados de tanques contaminados, e seu controle com
biocidas. (BCKER, FRANCIELLE, 2009).
A contaminao de combustveis pode se dar com a presena de gua, com isso o
desenvolvimento de populaes microbianas surgem, interferindo assim na qualidade final do
combustvel. A limpeza dos tanques e drenagens da gua formada uma forma de tentar
controlar a infeco microbiana. A aplicao de biocidas, reduzem e eliminam o desenvolvimento
desses microrganismos, um mtodo qumico no controle da suscetibilidade deteriorao dos
combustveis. (CARDOSO, UFRGS)
importante hoje termos um combustvel de qualidade, que atendam as nossas
necessidades. Sem tratamento, os combustveis so suscetveis contaminao por bactrias e
fungos, que pode causar mau funcionamento de mquinas, obstruo de filtros, falha de motores,
avaria dos indicadores de aeronaves e corroso induzida por micrbios. As propriedades de
desempenho do combustvel tambm podem ser impactadas de forma negativa. (Dow Microbial
Control)
Podemos perceber que esse mtodo j est sendo bastante utilizado por vrias pessoas,
por ser um mtodo eficiente, alm de proporcionar a sustentabilidade pelo fato dos biocidas
serem de fcil localizao, ajudando assim na melhoria do nosso combustvel eliminando bactrias
ou outros tipos de microrganismos que possam alterar a qualidade do mesmo.
0668
3 3. METODOLOGIA
3.1 Levantamento bibliogrfico e construo de um banco de dados
Para o incio do projeto de pesquisa, foi necessria a realizao de uma fundamentao
terica, com o objetivo de promover um maior conhecimento da rea em que o estudo iria se
desenvolver. Inmeros artigos foram lidos em atividades fora do ambiente escolar. Por exemplo,
entrevistas, que foram realizadas em diferentes cidades da regio de Apodi, em que foi obtida
uma lista de plantas medicinais e suas respectivas atividades. Tudo com o propsito de descobrir
um biocida que fosse de fcil obteno e que apresentasse bons resultados.
Diante dessa busca, o neem foi escolhido como objeto de estudo. A partir de ento,
pesquisas mais especficas puderam ser realizadas, a comear com a realizao de seminrios
baseados em artigos que se tratavam da utilizao do Neem em diversas reas, como na utilizao
ao combate patulina (praga muito comum na cultura da ma). Um banco de dados tambm foi
formado, como forma de base a possveis dvidas durante a realizao do projeto. Nesse banco de
dados podem ser encontrados diversos artigos cientficos, todos encontrados atravs do Portal
CAPES, com os seguintes temas: Neem, biocidas, biodiesel, biocombustveis e plantas medicinais.
0669
0670
4 RESULTADOS E DISCUSSES
O estudo de biocidas no controle da biodeteorizao de misturas de diesel e biodiesel
apresenta uma grande importncia para a sociedade em geral. A aplicao desse estudo seria
muito ampla, uma vez que, a biodeteorizao ocorre em diversos lugares espalhados pelo Brasil.
Ao realizar um estudo mais especfico sobre o Neem, podemos perceber que esta encontra-se
facilmente em nossa regio e que o seu cultivo no exige cuidados especiais devido a sua alta
adequao ao clima semi-rido. Sendo assim, os custos como relao a matria prima ( o Neem)
seriam economicamente viveis.
O projeto ainda est nas primeiras fases, porm com a realizao da extrao do leo da
semente do Neem podemos perceber que no apresenta um bom resultado quantitativo a cada
extrao, uma vez que, foi necessrio realizar o mesmo procedimento vrias vezes para conseguir
uma quantidade relativamente suficiente. Isso no seria um bom sinal ao nosso projeto, porm
aps realizarmos os testes de eficincia da atividade biocida, poderemos concluir se realmente
uma boa escolha continuar o estudo do Neem ou partir para o estudo de outra planta com
provvel atividade biocida e mais vantajoso.
5 CONCLUSO
O trabalho de fundamentao terica da pesquisa visado na rea de extrao de leo
atravs do processo de biodeteorizao teve-se o primeiro resultado obtido. Todo o estudo ainda
est em fase inicial de pesquisa. Mas o que foi coletado hoje, j demonstra o que se pode vir
futuramente. Obteve-se uma certa quantidade de leo, que foi armazenado pelos alunos de
pesquisa do projeto. Todo o projeto de pesquisa teve principio de pesquisa dos alunos e da
orientadora. A prxima fase do projeto a determinao do ndice de acidez, e caractersticas
principais do leo obtido. Nesta fase, com todos os alunos inseridos no projeto, os resultados
pode vir a acontecer logo neste segundo semestre, isto porque, os estudos so contnuos e
semanais, o que contribui para o avano da pesquisa dos biocidas.
6 REFERNCIAS
ABADIAS, M. et al. Viability, efficacy, and storage stability of freeze-dried biocontrol agent Candida
sake using diferente protective and rehydration media. Journal of Food Protection, lowa, v.64,
n.6, p. 856-61, 2001.
BENTO, F. M. et al. Microrganismos e o armazenamento de leo diesel. Revista Petroqumica
Petrleo, Gs & Qumica, Rio de Janeiro, v. 211, p. 70-77, 1999.
BIANCO, H.; MAESTRI, J.P.; JUNIOR, L.C. Apostila Kit Curso de leo diesel, Petrobras
Distribuidora S.A. 88p. 1998.
BIODIESEL: Handling and use Guidelines. U.S. Departament of energy Efficiency and Renewable
Energy-DOE; GO 102004 1999. Out. 2004, 60 pg.
0671
BRADDOCK, J.F, CATTERALL, P.H. A simple method for enumerating gasoline and Diesel-degrading
microorganisms. Bioremediation Journal, Philadelphia, v.3, p.81-84, 1999.
BRUCE, N. A laboratory study of microbial growth in simulated fuel tanks. International
Biodeterioration Bulletin, Birmingham, v.18, n.3, p.87-91, 1982.
DUNN, R.O. Effect of antioxidants on the oxidative stability of methyl soyate (biodiesel). Fuel
Processing Technology, Pennsylvania, v.86, n.10, p.1071-1085, 2005.
0672
RESUMO
Este projeto tem por finalidade o estudo da fabricao do
briquete com podas de rvores provenientes dos municpios
de Natal e de Parnamirim/RN. O briquete utilizado como
uma nova fonte de energia renovvel um biocombustvel
obtido atravs de matria orgnica compactada. Hoje, a sua
principal fonte de matria prima so os resduos
agroindstrias, tais como: p de serragem, pedaos de
madeira, casca de coco, etc. Podendo tambm ser utilizado
culturas agrcolas ou derivados, por exemplo, capim
elefante e palha de coqueiro. O briquete tem como objetivo
principal substituir a lenha, os derivados de petrleo, o
carvo vegetal e mineral nos fornos. Assim, o briquete
apresenta alta relevncia nos aspecto ambiental para a
regio do semirido nordestino, por ser combustvel
renovvel, evita o desmatamento, principalmente a regio
do Rio Grande do Norte devido ao consumo de lenhas pelas
cermicas, padarias e pizzarias. uma nova modalidade de
biocombustvel na rea de energia renovvel com matria
0673
1-INTRODUO
Utilizado como uma nova fonte de energia renovvel, o briquete um biocombustvel
obtido atravs de matria orgnica compactada e submetida a altas temperaturas, produzidas
atravs de resduos diversos, tais como: serragem, bagao de cana, casca de coco, resduos de
madeira, etc. Esse biocombustvel vem substituir a lenha e os derivados de petrleo utilizados nas
padarias, pizzarias e cermicas. Sua produo vem crescendo no mercado brasileiro, que possui
rea disponvel para esse tipo de tecnologia. uma nova modalidade de biocombustvel na rea
de energia renovvel com matria prima da nossa regio. Tem vantagens diversas como o alto
poder calorfico; maior temperatura de chama; facilidade no manuseio; Menor espao de
armazenagem e de ndice de poluio; ecologicamente correto, diminui o desmatamento; tem um
poder calorfico quatro a cinco vezes maior que a lenha; alm de tecnologia simples e
investimentos baixos.
A densificao pela briquetagem consiste na compactao a elevadas presses,
provocando aumento da temperatura do resduo at acima de 250 C. A lignina da madeira sendo
um polmero termoplstico comea a escoar a partir de 170C atuando como aglomerante das
partculas da madeira (Rowell, 1987).
Este projeto tem por finalidade o estudo da fabricao do briquete com podas de rvores.
As podas de rvores e jardins so destinadas a aterros sanitrios ou lixes ocupando volume
considervel destes. Esse material provoca impactos econmicos e ambientais. O aproveitamento
destes resduos slidos ir prolongar por mais tempo vida til dos aterros sanitrios, diminuir a
poluio visual (galhos jogados nas ruas) e produzir um biocombustvel em substituio aos
derivados de petrleo, como tambm, a substituio da lenha que envolve atividades que
favorecem ao desmatamento da regio do semirido do Rio Grande do Norte.
Na pesquisa temos como objetivos, avaliar as condies de aplicabilidade do briquete
utilizando podas de rvores; levantamento do processo da fabricao de briquete; obter dados
sobre a produo de podas em dois muncipios do Rio Grande do Norte; analisar o poder calorfico
e do teor de umidade das principais rvores utilizadas na rea urbana dos muncipios do Rio
Grande do Norte; identificar as rvores encontradas nas reas urbanas; incentivar e melhorar o
desempenho no processo de ensino-aprendizagem.
2 REVISO BIBLIOGRAFICA
2.1 Briquetagem
Briquetagem um processo no qual pequenas partculas de material slido so prensadas
para formar blocos de forma definida e de maior tamanho. Por meio desse processo, subprodutos
de beneficiamento agroflorestal e finos de carvo convertem-se em um material de maior valor
comercial (ANTUNES, 1982). O briquete substituiu parcialmente (at 20%) o carvo vegetal com
resultados satisfatrios no forno eltrico de reduo e no alto-forno. (ANTUNES, 1982).
0674
3- METODOLOGIA
0675
0676
biocombustvel com o uso de podas de rvores, inclusive algumas pginas informam que as podas
podem ser utilizadas, mas no mostram o seu uso na prtica.
Realizou-se contato com o departamento de Engenharia Qumica da UFRN para a
realizao do poder calorfico do briquete que foi produzido pelo projeto e tambm uma visita a
Cermica Bela Vista na cidade de Parelhas, onde o briquete fabricado e usado na prpria
empresa, segundo os dados passados pelos responsveis, existe uma reduo no custo com o uso
do material, pois utilizam menos briquete para a produo da telha, do que a lenha usada
anteriormente, alm de gerar pouca cinza. A empresa informou que pretende fabricar o briquete
para revender, visto que o biocombustvel apresentou bastantes pontos positivos.
Por fim, foi realizado o processo de quebra de folhas para a realizao do briquete atravs
do aproveitamento de folhas de diversas plantas como mangueira, Imbuzeiro, Ip roxo e outras
espcies, recolhidas no bosque do IFRN- Natal/Central. Selecionando apenas as folhas secas para
facilitar a quebra e tambm por ter menor teor de umidade, aumentando assim o pode calorfico.
Foram trituradas manualmente no laboratrio cerca de 15 Kg , foram levadas para a indstria de
Touros/RN onde foi produzido o briquete e posteriormente avaliado a sua qualidade nas anlises.
Foi realizado um levantamento de espcies de rvores no IFRN- Natal Central para saber onde se
obtm a maior quantidade extradas, com a finalidade de usar essas podas para a fabricao do
briquete, sendo a espcie (Pitthecelobium dulce) a mais podada e as outras espcies so podadas
de acordo com a necessidade. As podas retiradas servem como adubo ou so usadas para a
compostagem. A mquina para cortar as podas encontra-se em processo de instalao no IFRNCampus Natal central.
O teor de umidade foi analisado com a quebra do briquete em pequenas partes, pesamos
na balana de preciso e colocamos 100 gramas em um Becker, levamos estufa para secar em 48
horas a temperatura de 105C, depois retiramos, esperamos esfriar por duas horas, e pesamos
novamente, assim chegando ao resultado. Utilizou-se para o clculo a seguinte expresso:
%u=(um-ms)100/um,
Onde:
um= massa (g) de matria mida,
ms=massa (g) de matria seca
%u= porcentagem de umidade (base mida)
4-RESULTADOS E DISCUSSES
Dentre os levantamentos realizados podemos observar que existe uma grande quantidade
de empresas entre padarias, pizzarias e cermicas que apesar de no conhecer o briquete so
potenciais utilizadoras desse biocombustvel visto que um material de baixo custo e tem grande
durao, alm de gerar pouca cinza. O uso do briquete reduziria o custo com aterro sanitrio de
podas, pois as mesmas seriam usadas como matria prima do briquete, alm de evitar o corte de
rvores que seriam usadas como lenha.
A tabela 1 apresenta a anlise do poder calorifico, teor de cinzas, calor e teor de umidade.
0677
Briquetes
Poder calorifico
(Cal/g)
Teor de Cinzas
(%)
Calor (Cal)
Teor de
Umidade em 100
g (%)
Folha 1
Folha 2
Folha 3
Bagao de cana 1
Bagao de cana 2
P de Serra
4745,567
4599,414
4445,414
4588,599
4741,157
5403,084
25,89
18,98
11,82
14,91
10,48
13,11
869,388
1466,293
1214,024
1264,618
1567,901
1174,63
5%
5%
5%
7%
7%
3%
O briquete de folhas produzido apresentou colorao escura, o seu poder calorfico ficou
abaixo dos briquetes produzidos pela empresa, a partir de p de serra, palha de coqueiro, bagao
e palha de cana de acar, o teor de cinzas ficou com valor superior aos briquetes comparados, o
calor e o teor de umidade ficaram com valores aproximados, porm o baixo custo da aquisio das
folhas com matria prima, inclusive a prpria empresa a indstria de briquete em Touros, no
Engenho de Santa Luzia possui folhas em grande quantidade, o produto final poder ser vendido
abaixo do valor de mercado praticado na regio.
5-CONCLUSO
Conclumos que a produo de briquetes de folhas vivel como uma alternativa as fontes
tradicionais de energia. Sendo perfeitamente aplicvel, dada a grande disponibilidade de matria
prima na regio, os baixos custos de produo j que todo o material usado no processo pode ser
adquirido nos aterros de podas, aumentando assim o seu tempo de vida til, e destacamos
tambm a facilidade de implementao da tecnologia de produo, que apesar de um custo inicial
relativamente alto, esse valor de investimento e recuperado com a venda do prprio briquete.
A bibliografia escassa sobre a produo de briquetes com podas oferece a este e qualquer
estudo na rea um grande valor e tambm contribui por incentivar novas pesquisas em um campo
carente de informaes, mas gera tambm um ponto negativo que a baixa procura por esse
biocombustvel devido falta de informao dos consumidores.
O briquete apresenta benefcios ambientais como diminuio dos resduos destinados a
aterros sanitrios, a diminuio do desmatamento para uso da lenha, possui baixo custo podendo
substituir a lenha o carvo e outros, apresenta maior poder calorifico, como tambm menor teor
de umidade e ocupa menor espao para armazenamento. De forma geral, todos os briquetes
analisados apresentam potencial para a produo de energia, com alto ndice de poder calorifico,
inclusive superior ao da lenha.
6- REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
0678
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Acesso em 09.04.2013
0679
E-mail: luciana.bertini@ifrn.edu.br
RESUMO
0680
1 INTRODUO
Os produtos naturais so utilizados pela humanidade desde tempos imemoriais. A busca
por alvio e cura de doenas pela ingesto de ervas e folhas culminaram em uma das primeiras
formas de utilizao dos produtos naturais (VIEGAS JR; BOLZANI, 2006). Antigamente o uso de
vegetais como forma de alvio de determinadas doenas estava entrando em decadncia, mas
devido falta de acesso aos medicamentos sintticos, acabou contribuindo para a procura de
fontes naturais no mercado.
O interesse em torno dos produtos naturais vem aumentando consideravelmente, muito
embora os centros menos desenvolvidos sempre apresentassem uma forte dependncia aos
medicamentos fitoterpicos. Esta dependncia no somente justificada pelo fator econmico,
mas geralmente transmisso secular das tradies culturais de cada comunidade.
A pesquisa fitoqumica tem por objetivo conhecer os constituintes qumicos de espcies
vegetais ou avaliar sua presena. Quando no se dispe de estudos qumicos sobre as espcies de
interesse, a anlise fitoqumica preliminar pode indicar o grupo de metablitos secundrio
relevante da mesma. Caso o interesse esteja restrito a uma classe especfica de constituintes ou s
substncias responsveis por determinada atividade biolgica, a investigao dever ser
direcionada para o isolamento e a elucidao estrutural da mesma (SIMOES et al., 1999).
Dessa forma, estudos de prospeco fitoqumica por meio de extratos brutos ou
fracionados, so de fundamental importncia para a identificao de novas plantas medicinais,
que despertem o interesse ou respaldem estudos qumico-farmacolgicos ou qumico-biolgicos.
Segundo Gupta e Singh (1991), espcies do gnero Senna alata so ricas em flavonides,
antraquinonas e polissacardeos. Rodrigues, Souza Filho e Ferreira (2009) relataram que h uma
diversidade de resultados satisfatrios com os compostos isolados da Senna alata. Dentre as
classes de metablitos secundrios isolados da planta esto: cumarinas, taninos, alcalides,
alcalides piperidnicos, isoquinolinas, cromonas, lactonas, estilbenos, triterpenos, esterides,
carboidratos redutores, saponinas, antocianidinas, antraquinona, cido mlico, tartrico, emodina
e leo essencial (ORDEEZ et al., 2004; BARRESE PREZ et al., 2005).
O objetivo deste trabalho preparar os extratos de Senna alata e ainda fracion-los por
ordem crescente de polaridade para serem submetidos a testes fitoqumicos, com finalidade de
identificar as classes de metablitos presentes nas diversas partes desta espcie.
2 FUNDAMENTAO TERICA
A natureza, de um modo geral, a responsvel pela produo da maioria das substncias
orgnicas conhecidas, entretanto, o reino vegetal responsvel pela maior parcela da diversidade
qumica conhecida e registrada na literatura (VIEGAS JR; BOLZANI, 2006).
As plantas produzem uma grande variedade de compostos qumicos, os quais so divididos
em dois grupos, metablitos primrios e secundrios. Os metablitos primrios so considerados
0681
Figura 1: Senna alata (Mangerioba do Par) - Fonte: Francisca tala da Silva Paiva
3 MATERIAL E MTODOS
3.1 Preparao dos Extratos
As folhas e o fruto de Senna alata foram coletados na BR-405 da cidade de Apodi/RN. Os
mesmos foram picados e em seguida colocados em um recipiente de vidro com ter de petrleo
deixando em contato por 7 dias. Aps esse perodo o solvente foi filtrado e concentrado em um
sistema de rota evaporao sob presso reduzida, obtendo o extrato em ter de petrleo. A
mesma metodologia foi empregada utilizando etanol como solvente e obtendo o extrato em
etanol.
0682
0683
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Os extratos e as fraes foram submetidos aos estudos fitoqumicos para identificar as
classes de metablitos secundrios e estes resultados podem ser observados respectivamente nas
Tabelas 1 e 2 abaixo.
Tabela 1: Identificao dos Metablitos Secundrios dos Extratos Etanlicos.
METABLICOS
SECUNDRIOS
Fenis e Taninos
EEFLSA
EEFOSA
EEGASA
EEVASA
(-)
(-)
(-)
(-)
Flavonis
Flavonas,
Flavonis
Xantonas
Flavonis, Flavanonas,
Flavanonis e Xantonas
(-)
(-)
(-)
(-)
Saponinas
(-)
(-)
(-)
(-)
Presena de
esteroides
livres
Presena de
esteroides
livres
Catequinas e
Flavanonas
Flavanonas
Antocianinas,
Antocianidinas e
Flavonides
Esteroides
Triterpenides
Leucoantocianidinas,
catequinas e flavonas
Flavonis
(-)
Flavanonas
(-)
Presena de
esteroides
livres
Flavanonas
Tendo em vista que o resultado apresentado no extrato em etanol como mostra a Tabela 1
indica a presena dos seguintes metabolitos secundrios: flavonas, flavonis, xantonas, esteroides
livres, flavonis, catequinas e flavononas. Estudos realizados por RODRIGUES, SOUZA FILHO,
FERREIRA, 2009, confirmam em seus experimentos tambm algumas das classes citadas.
0684
Fenis e taninos
Antocianinas,
Antocianidinas e
Flavonides
Esteroides e
Triterpenides
Leucoantocianidinas,
catequinas e flavonas
Frao hexnica
da folha
Frao dicloro da
folha
Frao
metanlica da
folha
Frao aquosa da
folha
Frao hexnica
das flores
Frao dicloro das
flores
Frao
metanlica das
flores
Frao aquosa
das flores
Frao hexnica
das vagens
Frao dicloro das
vagens
Frao
metanlica das
vagens
Frao aquosa da
das vagens
Frao hexnica
dos galhos
Frao dicloro dos
galhos
Fracometanlica
dos galhos
Frao aquosa
dos galhos
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
Flavonas, Flavonis e
Xantonas
(-)
Esteroides
livres
(-)
Catequinas (taninos
catquicos)
Flavanonas
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
Fenis e taninos
Flavonas, Flavonis e
Xantonas
Esteroides
livres
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
Flavonas, Flavonis e
Xantonas
(-)
Esteroides
livres
Esteroides
livres
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
Flavonas, Flavonis e
Xantonas
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
Catequinas (taninos
catquicos) e
flavanonas
Flavanonas
(-)
(-)
5 CONCLUSO
Tendo em vista diversidade apresentada de metablitos secundrios presentes nos
extratos, tende-se a necessidade de um fracionamento para separao e um possvel isolamento
de substncia, como mostrado na Tabela 1 os metablitos presentes no extrato etanlico. Na
Tabela 2 foi observado a presena de flavonas, flavonis e xantonas na frao dicloro e
metanlica, esteroides livres nas fraes dicloro e hexnica, catequinas e flavononas nas fraes
dicloro e hexnica.
0685
6 AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao CNPq e IFRN pela concesso das bolsas de iniciao cientfica e
apoio financeiro para realizao do projeto.
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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0686
RESUMO
0687
INTRODUO
0688
METODOLOGIA
0689
+3
+1
0
-1
-3
0690
Existem valores que representam cada fator citado anteriormente que varia entre 1 ou 2
ou 5, que no podem ser modificados pelo pesquisador usurio da planilha, pois esses valores so
utilizados automaticamente pela planilha atravs das respostas obtidas com os pesquisados, que
utiliza valores maiores quando a tecnologia afeta o espao, estes valores sendo utilizados para
gerar os clculos finais. Tais indicadores constituem em seu completo o ndice de Impactos
Ambientais da Inovao a Tecnolgica. (TSTO; BRANDO; MACEDO; CAPECHE, 2006).
O Ambitec-AGRO subdividido em tabelas de ponderao automtica que se dividem e se
ordenam nos aspectos: Alcance, Eficincia, Conservao e Recuperao Ambiental, contemplada
de oito indicadores, avaliados por 37 componentes, tais elementos tendo como referencia para
preenchimento o questionrio. Discutindo-se ento a viso das atividades de agronegcio em
respeito s lavouras, pastagens e reflorestamentos.
Estas subdivises so importantes no momento da leitura descritiva de cada variante na
zona em anlise. O Alcance da Tecnologia aborda em seus resultados o meio geogrfico influente
no meio, dados como a relao da rea total com a rea plantada, abordada nesse quesito. J o
Aspecto Eficincia Tecnolgica relata o suporte tecnolgico para a sustentabilidade agropecuria
da rea, exposto pela aplicao de agroqumicos (pesticidas e fertilizantes),
pelo consumo de
energia (combustveis fsseis, biomassa e eletricidade), e os recursos naturais. O Aspecto
Conservao aborda a anlise e avaliao dos impactos ambientais de frente a viabilidade de
infeco de resduos gerados pela atividade produtiva agropecuria, se subdividindo em
indicadores: Atmosfera, Capacidade produtiva do Solo, gua e Biodiversidade. A ltima diviso o
Aspecto Recuperao Ambiental diagnostica o real estado do meio no quesito degradao
agrcola, revelando a necessidade de restaurar o ecossistema no sentido de aplicao de
agricultura sustentvel, a constantes auxlios a recuperao da essncia ambiental com melhorias
de manejo, se classificando na planilha em um nico ponto o da Recuperao Ambiental.
Quando todos esses dados so inseridos nas respectivas matrizes de avaliao, os
resultados dos coeficientes de impacto ambiental da inovao tecnolgica do agronegcio so
maquinalmente expressos graficamente nas planilhas (Plataforma MS-Excel) de AIA da
Tecnologia. As planilhas expressam os segmentos em avaliao, juntamente com os impactos
provenientes dos clculos efetuados, normatizados para comparao no grfico e sntese dos
coeficientes de impacto. Por possuir desiguais tipos de escalas condicionadas pela ponderao de
seus componentes, faz-se preciso tais normatizaes. Nos resultados finais, todos os coeficientes
so expressos numa mesma escala (-15 a +15), a maior observada, permitindo, portanto, a
comparao direta do desempenho ambiental da inovao tecnolgica para cada indicador.
(TSTO; BRANDO; MACEDO; CAPECHE, 2006).
O clculo dos coeficientes de impacto ambiental para cada indicador obtido pela
expresso:
Equao (1)
0691
Equao (2)
em que Iiat = ndice de impacto ambiental da tecnologia t; Ciai = coeficiente de impacto
ambiental do indicador i; Pi = fator de ponderao para importncia do indicador i para
composio do ndice de impacto ambiental da tecnologia t; m = nmero de indicadores.
Para mencionar a intensidade do impacto da inovao tecnolgica estudada,
convencionou-se considerar os seguintes parmetros: se o impacto apresentar um ndice dentro
do intervalo 0 i 5 ser considerado baixo ; se 6 i 10 julgado como mdio e se for 11 i
15 apontado como alto.
RESULTADOS E DISCUSSES
0692
que so o lcool, Lenha/ Carvo Vegetal, Bagao de cana e Restos Vegetais. J em eletricidade,
representada por +3, por todas as casas utilizam como meio de energia, a eltrica
majoritariamente.
No coeficiente de Uso de Recursos Naturais, na nica subdiviso dessa tabela, a de
Recursos Natural, foi concedido o valor de +3 em gua para Irrigao, por toda a rea de
plantao ser irrigada por gua, outro ponto o de gua para processamento foi estabelecido +1
como varivel por utiliza-se pouco esse recurso, atravs da limpeza dos frutos. Em Solo para
plantio (rea) numericamente foi atribudo -1, por no utilizarem toda a rea ganha pelo governo,
e por terem deixado de cultivar em um lote j utilizado.
Sendo gerado ao fim do preenchimento deste aspecto gera-se o grfico (Grfico 01), de
demonstrao da variao dos coeficientes de impacto ambiental, nele visvel que s existiu
variao negativa.
0693
0694
Imagem 2 - ndice de impacto ambiental da inovao tecnolgica agropecuria, resultado final da pesquisa.
0695
CONCLUSO
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
0696
0697
RESUMO
and
coral.
The
vessels
transporting oil (called tankers) and pipelines are
causing
problems
in
the
marine
environment causing water contamination and death of
living
beings,
due
to
leakage,
irregular
tank washings from vessels and so on. This work aims to
show the environmental impacts caused by oil tankers.
0698
1 INTRODUO:
Apesar de todas as qualidades do petrleo associadas ao desenvolvimento econmico dos
pases, remete-se a qualidade de vida de suas populaes, este valioso produto est relacionado a
grandes fontes de poluio do meio ambiente marinho.
Todos esses resduos de petrleo so descartados ao mar, ocasionando um tipo de
poluio marinha nomeada de mar negra. O petrleo, chamado por muitos de ouro negro,
consumido em todo o mundo, principalmente pelos pases mais desenvolvidos. a fonte mais
barata de obteno de energia e por conta de um elevado consumo mundial tem garantido
avanos tecnolgicos na rea de explorao e produo em locais cada vez mais longe da costa.
A poluio marinha tem sido motivo de constantes discusses de mbito internacional e
geraram vrias convenes com o objetivo de melhorar a qualidade das embarcaes, resultando
em melhores condies de segurana para quem trabalha no mar, assim como estabelecer regras
e limites com a inteno de prevenir contra acidentes que possam causar impactos no ambiente
marinho.
Com o de objetivo explorar as aes dos navios que transportam petrleo pelos oceanos,
d-se a continuidade a nossa pesquisa. Dedicaremos ao estudo, a discusso de alguns aspectos
ligados aos danos ambientais provocados por este tipo de poluio.
2 REVISO BIBLIOGRFICA:
Inicialmente vamos fazer um pequeno esclarecimento dos direitos do mar. De acordo com
Conveno das Naes Unidas sobre o Direito do Mar determina, que a introduo de substncias
no meio marinho, provocando efeitos nocivos aos recursos vivos e vida marinha, a qual se
configura como poluio do ambiente marinho, estando seus agentes sujeitos legislao
internacional concernente matria. A OMI (Organizao Martima Internacional), agncia
especializada das Naes Unidas criada em 1948 responsveis pela melhoria da segurana e
proteo do ambiente marinho aprovou em 1973 a Conveno Internacional para a Preveno de
Poluio de Navios.
0699
Grandes calamidades no s causadas por navios, mas tambm por guerras, vazamentos
de dutos, exploses de plataformas, extrao do leo e os acidentes desta ordem nos chamaram
ateno, como o que ocorreu com O petroleiro Exxon Valdez em 1989 prximo costa do Alasca,
que devastou milhares de quilmetros de costa derramando 40 milhes de litros de petrleo
bruto onde havia vida selvagem, matando animais, destruindo a mata nativa e prejudicando a
pesca e economia local.
O segundo grande evento e o maior de toda a histria foi o acidente em 2010 da
plataforma americana Deepwater Horizon no Golfo do Mxico, que deixou vazar 5 mil barris de
petrleo por dia (equivalentes a 800 mil litros) num total de mais de 5 milhes de barris ou 20
navios. Tantos outros eventos dessa natureza existem, porm estes foram os maiores da historia.
Se os grandes acidentes mobilizam as maiores atenes, esto, contudo longe de
constiturem os nicos problemas ambientais das nossas praias e zonas porturias. Os incidentes
de pequena dimenso so extremamente frequentes, quer devido a lavagens ilegais de pores em
alto mar, quer decorrentes das operaes porturias de rotina.
3 OBJETIVO
Este trabalho tem por objetivo discutir os impactos ambientais causados pelos navios
petroleiros e relatar as principais formas de conteno das manchas de petrleo.
4 METODOLOGIA
Considerando que a vrios tipos de contaminao petrolfera, Uma das formas de
contaminao das guas pelo petrleo o uso da gua do mar para lavar tanques de navios
petroleiros,que depois de feita a lavagem desses tanques, a gua contaminada devolvida para o
mar, poluindo aquela regio. Por vezes, quando os tanques esto vazios, utiliza-se a gua do mar
para ench-los, a fim de equilibr-lo. Depois, a gua poluda lanada ao mar.
O petrleo derramado se espalha pela superfcie da gua formando uma camada
superficial que impede a passagem da luz, assim afetando a fotossntese e destruindo o plncton.
0700
Essa fina camada que se forma tambm impede a troca de gases entre a gua e o ar. O
derramamento de petrleo prejudica no s o ecossistema martimo, como tambm comunidades
costeiras, onde milhares de famlias vivem da pesca. Para a retirada do petrleo das guas,
existem algumas opes emergenciais onde as empresas responsveis se utilizam de produtos
qumicos que promovem a dissoluo mais rpida do petrleo. Esses dispersantes causam a
fragmentao da mancha, permitindo que gotculas do leo se misturem com gua e sejam
absorvidas com maior rapidez pelo ecossistema.
Outro mtodo utilizado para acabar com manchas de petrleo que chegaram costa o
uso de agentes biolgicos. Fertilizantes, como o fsforo e o nitrognio so espalhados pela costa
atingida com o intuito de aumentar o crescimento de microrganismos que promovem a dissoluo
do petrleo. Algumas vezes possvel utilizar tambm bactrias e fungos que o degradam, mas
esse um processo muito lento. Na figura abaixo podemos ver algumas tcnicas de limpeza
utilizadas aps os vazamentos.
0701
aparecimento de "alcatro" nas praias fortemente penalizante para o turismo. Alis, este
problema bem visvel na maioria das praias nacionais, em especial fora da poca balnear,
obrigando a encargos elevados de limpeza posterior pelas autarquias e concessionrios.
Desde 1990 at Junho 1997 foram registrados, pela Direo-Geral da Marinha, 662
incidentes, a quase totalidade envolvendo hidrocarbonetos, dos quais mais de metade verificada
nos trs primeiros anos da dcada. Aqui no Brasil, o transporte martimo de petrleo e derivados,
que tem como funo a importao e a exportao, o escoamento da produo dos campos
petrolferos e a distribuio dos produtos processados, realizado pelos navios petroleiros,
constituem-se no principal modal, atuando tanto na navegao de longo curso como na
navegao de cabotagem ao longo de toda a costa brasileira (SILVA, 2004).
Derramamentos de leo originados por incidentes no transporte martimo tm
demonstrado grande potencial poluidor, sendo responsveis, anualmente, por cerca de 10% da
poluio global dos oceanos.
Como consequncia, o governo e empresas vm estruturando a preparao e o
planejamento para resposta a esses incidentes com o objetivo de reduzir os danos a eles
associados. De acordo com a Agenda 21, a degradao do meio ambiente marinho pode resultar
de vrias fontes, tais como as de origem terrestre, que contribuem com 70% da poluio marinha,
as atividades de transporte martimo e descarga no mar com 10% cada uma. Entretanto, a
magnitude dessas interaes, varivel de acordo com a maior ou menor extenso das bacias
hidrogrficas, coletoras de sedimentos e de resduos poluentes de vastas reas (GEO BRASIL,
2002).
Portanto a poluio no mar pode atingir de uma forma drstica e rapidamente o ambiente
marinho e os seres que o habitam, trazendo assim a morte instantnea do plncton, ou ainda pela
bio-acumulao, que o fenmeno atravs do qual os organismos vivos acabam retendo dentro
de si algumas substncias txicas que vo se acumulando tambm nos demais seres da cadeia
alimentar at chegar ao homem, sendo um processo lento de intoxicao e muitas vezes letal (
GEO BRASIL, 2002). A poluio por leo pode ser catastrfica.
0702
5 RESULTADOS E DISCUSSES:
Com nosso aprofundamento da pesquisa vimos continuamente os problemas relacionados
aos desastres no ambiente marinho ocasionados pelos navios de transporte de petrleo. Tem
consequncias e muitas, tais como; o intemperismo do leo, que consiste na combinao de
processos fsicos, qumicos e biolgicos, inicia-se imediatamente aps o derrame e processa-se a
taxas variveis. Sua eficincia depende das condies da gua do mar, como PHS, temperatura,
correntes e salinidade, do clima, tais como umidade e incidncia de radiao solar, da presena de
bactrias e materiais particulados suspensos na gua, alm das propriedades fsico-qumicas do
leo derramado, como a composio qumica, o estado fsico, a densidade, viscosidade,
solubilidade, temperatura o teor de oxignio. A taxa do processo no constante, sendo mais
efetiva nos primeiros perodos do derrame (CETESB, 2004).
As transformaes sofridas pelo petrleo e seus refinados no ambiente afetam
primeiramente as caractersticas fsicas do produto (densidade, viscosidade, ponto de
escoamento, solubilidade) sem alteraes na natureza qumica dos componentes. Ocorrem,
principalmente, os processos de espalhamento do produto derramado e evaporao dos
componentes leves, seguidos da dissoluo das fraes solveis, emulsificao decorrente do
hidrodinamismo e sedimentao por aderncia de partculas suspensas na coluna dgua (SILVA,
2004).
Por tanto Ocorrem tambm processos mais lentos, que alteram a natureza qumica dos
componentes, como a oxidao qumica ou fotoqumica microbiana, que podem se estender de
meses a anos atuando sobre o produto j envelhecido o qual sedimentar no fundo ocenico. Mas
tambm se espalha em do meio. Como atmosfera por evaporao, disperso e etc. Muitas vezes o
petrleo derramado em alto mar chega at as praias, tornando-as imprprias para o banho.
Muitos meios j foram e ainda esto sendo desenvolvidos para recolher o leo que por vezes se
derrama no mar.
0703
6 CONCLUSES
Os derramamentos de leo no mar deixam rastros de degradao que na maioria das vezes
poderia ter sido evitada. Eles atingem animais, plantas e seres humanos, com uma remota
possibilidade de recuperao efetiva dos seres atingidos, devido a grande permanncia das
substncias txicas nos ecossistemas.
As pesquisas sobre melhores mtodos e produtos de conteno e recolhimento a serem
usados em um derramamento tm avanado a cada dia. No entanto, a busca das empresas por
melhores posies no mercado e o objetivo direcionado to somente para os lucros, so
obstculos que precisam ser superados atravs da conscientizao, levando-as a adotar prticas
seguras para prevenir os acidentes.
7 REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS:
DUARTE, Luiza. Falta de dados sobre vazamento da Chevron no Brasil
ambientalistas.Meio
Ambiente
24
Nov.2011.Disponvel
:<http://www.portugues.rfi.fr/geral/20111124-chevron> Acesso em 03 Mar. 2013.
inquieta
em
CARVALHO, Eduardo. Especialistas avaliam mtodos para conter vazamento de leo no Rio. G1
Natureza
24
de
Nov.
2011.
Disponvel
em:
<http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/11/especialistas-avaliam-metodos-para-contervazamento-de-oleo-no-rio.html> Acesso em 05 Mar.2013.
RODRIGUES, Hayrton. A poluio Causada pelos Navios. Qualidade Online's Blog, 21 jul de
2010.Disponvel
em:<http://qualidadeonline.wordpress.com/2010/07/21/a-poluicao-causadapelos-navios/,> Acesso em 07 de fev. 2013.
DIAS, Thiago. A busca por navios no poluentes. Revista e Portal Meio Filtrante Ed.32 maio/junho
2008.
Disponvel
em:
<http://www.meiofiltrante.com.br/materias_ver.asp?action=detalhe&id=380>Acesso em 07 de
fev.2013.
FOGAA, Jennifer. Danos causados por vazamentos de petrleo nos oceanos. Mundo Educao.
Disponvel em:<http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/danos-causados-por-vazamentospetroleo-nos-oceanos.html>Acesso em 14 de fev. 2013.
FONSECA, Ana. et al.Descargas em Alto Mar. Universidade Fernando Pessoa,9 jun.2008. Disponvel
em:<http://www2.ufp.pt/units/eamb/document/acosteir/descargas/index.html>Acesso em 27 de
fev.2013.
0704
RESUMO
O estudo foi realizado na cidade de Pau dos Ferros-RN,
visando a realizar um levantamento etnobotnico de
plantas medicinais utilizadas pela populao, tendo em
vista a preservao do bioma da caatinga, alm de servir
como ferramenta de conservao do saber. Aplicou-se o
pr-teste, pesquisas semiestruturadas a idosos, raizeiros,
curandeiros, entre outros, a fim identificar os vegetais
usados na medicina popular, as partes utilizadas e suas
indicaes, alm de caractersticas socioeconmicas dos
usurios de tal medicina alternativa. A coleta dos dados
ocorreu de abril de 2012 a janeiro de 2013. A coleta de
0705
1 INTRODUO
O uso de plantas no mbito tradicional, seja medicinalmente, como combustvel ou com
outros fins, comum em inmeras localidades e realizado por basicamente todos os grupos
sociais. Constri-se, a partir disso, um conhecimento etnobotnico, que deve ser protegido,
conservado, mantendo, assim, seguros os saberes culturais inerentes a cada grupo.
A etnobotnica vem ganhando prestgio nos ltimos anos, devido suas implicaes
ideolgicas, biolgicas, ecolgicas e filosficas. Pode ser entendida como o estudo das interrelaes, sejam estas simblicas ou materiais, entre o ser humano e as plantas, que agrega valores
culturais e ambientais, alm de especificidades locais relacionadas ao conceito e uso dos vegetais
(ARAUJO, 2009). Para Rodrigues (2001), a interao com as populaes tradicionais uma das
caractersticas fundamentais da etnobotnica, sendo passo importante para o trabalho conjunto
de profissionais como agrnomos, engenheiros florestais, mdicos, antroplogos, etc.
Segundo Silva (2002), o estudo das plantas medicinais permite o aumento do
conhecimento cientfico relacionado a essas espcies, validando, assim, seu uso medicinal e o
emprego em sistemas pblicos de sade, de modo a disponibilizar medicamentos de baixo custo
populao. A importncia dos estudos etnofarmacolgicos tambm apontada por Araujo (2009),
quando destaca que inmeros estados brasileiros iniciaram o desenvolvimento de projetos do
gnero, como o caso do Cear, que, desde 1983, conta com o Programa Farmcia Viva na
Universidade Federal do Cear (UFC).
A caatinga o bioma menos conhecido do pas, j que poucas coletas foram realizadas
nele. No entanto, os dados mais atuais indicam uma grande riqueza de ambientes e espcies, com
932 espcies de plantas, 148 de mamferos e 510 de aves, sendo que muitas dessas so
endmicas, ocorrendo somente neste bioma (MMA, 2012). Tamanha diversidade encontra-se
ameaada: segundo dados do Ministrio do Meio Ambiente (2005), o bioma da caatinga um dos
mais suscetveis a desertificao, fenmeno que assola o nordeste brasileiro, mais precisamente a
regio semirida.
A vegetao do Alto-Oeste Potiguar composta principalmente pela Caatinga
hiperxerfila, um tipo de vegetao de carter mais seco, onde h a abundncia de cactceas e
plantas de baixo porte e espalhadas. Entre as espcies de plantas encontradas na regio,
destacam-se a jurema-preta, o mufumbo, o faveleiro, o marmeleiro, o xiquexique e a facheiroa.
Em cidades como Dr. Severiano e So Miguel, encontra-se presente a Floresta Caduciflia, na qual
as plantas possuem folhas caducas que caem no perodo seco (IDEMA, 2012).
De acordo com Gomes et al (2007), na caatinga nordestina, a fitoterapia amplamente
utilizada na medicina popular das comunidades locais. Essas comunidades apresentam uma
farmacopeia natural, sendo que boa parte dessa origina-se dos recursos vegetais encontrados nos
ambientes ocupados por estas populaes.
Nesse contexto, o atual projeto visou realizar um levantamento etnobotnico de plantas
medicinais utilizadas pela populao de Pau dos Ferros e cidades circunvizinhas, no estado do Rio
0706
Grande do Norte, tendo em vista a preservao do bioma da caatinga, podendo vir a fornecer
subsdios para futuros estudos farmacolgicos regionais, alm de servir como ferramenta de
conservao do saber tradicional. Para tanto, um catlogo de ervas ser mantido Instituto Federal
da cidade, disponvel aos alunos e a populao em geral.
2 MATERIAIS E MTODOS
O estudo foi realizado em Pau dos Ferros, Encanto, Dr. Severiano e So Miguel,
pertencentes ao territrio do Alto-Oeste Potiguar. Rio Grande do Norte. O territrio possui 4048
km2, limitando-se ao Norte com a Chapada do Apodi, ao Oeste com o Estado do Cear e ao Sul e
Leste com o Estado da Paraba, sendo que, ao todo, conta com mais de trinta municpios (PDTRS).
O levantamento etnobotnico e etnofarmacolgico ocorreu entre os meses de abril de
2012 janeiro de 2013, sendo realizado por meio de entrevistas semi-estruturadas, aplicadas aos
portadores de maiores conhecimentos referentes ao tema, abrangendo, ento, trs mbitos
principais: idosos, feirantes e raizeiros.
O primeiro grupo portador de enorme saber cultural e local recebido de seus ancestrais
(pais e avs), que deve ser recuperado, podendo contribuir, assim, para o conhecimento da flora
medicinal nacional (NETO, 2006; SILVA 2002). Os feirantes, por sua vez, mais especificadamente os
comerciantes de ervas, esto inseridos em um ambiente de grande expresso cultural e
informaes relativas diversidade etnobotnica (GOMES et al, 2007). O terceiro grupo, por sua
vez, reconhecido em diversos trabalhos como grande conhecedor das propriedades medicinais
vegetais, sendo, muitas vezes, o responsvel pela coleta das plantas que comercializa e, por isso,
tem certa noo de onde encontr-las, suas caractersticas bsicas, entre outros dados
(RODRIGUES, 2001; ALVES et al, 2008). No atual projeto, alm de raizeiros, contatou-se mateiros e
produtores de lambedor.
Foram entrevistados 7 (sete) idosos, 4 (quatro) feirantes e 2 (dois) raizeiros, totalizando 13
entrevistas.
As entrevistas visaram obteno de alguns dados relevantes, tais como o nome dos
vegetais, parte utilizada, mtodo de uso, indicao e, no caso dos feirantes e raizeiros, o ndice de
procura das referidas ervas. Tambm se buscou conhecer o perfil dos entrevistados atravs de
dados como a idade, sexo, escolaridade e moradia (campo ou cidade), alm de informaes
quanto a suas opinies referentes medicina tradicional.
Junto ao trabalho de levantamento de informaes etnobotnicas, etnofarmacolgicas e
socioeconmicas, esto sendo coletados exemplares botnicos pela tcnica de turn guiada,
onde as idas a campo so guiadas por um ou mais entrevistados, com a finalidade de facilitar o
trabalho de coleta. As plantas coletadas sero classificadas com chaves de identificao especfica
em nvel de famlia, sendo depositadas no herbrio que ser organizado no IFRN- Campus Pau dos
Ferros. O valor de uso das plantas citadas seguir a frmula proposta por Phillips et. al (1994) e
modificada por Rossato et. al.
0707
3 RESULTADOS E DISCUSSO
Os entrevistados so, em sua maioria, do sexo feminino, com uma vantagem em relao ao
sexo oposto de aproximadamente 4%. Tal resultado semelhante ao de Silva (2007), que indica as
mulheres como as grandes detentoras do saber tradicional. Quanto a idade, esta variou de 26
101 anos, com uma mdia de 59,5 anos. O nvel de escolaridade variou muito: 6 (seis) dos
entrevistados disseram nunca ter estudado, 2 (dois) possuam fundamental incompleto, 1 (um)
possua o fundamental completo, 3 (trs) possuam ensino mdio incompleto e apenas 1 (um)
havia concludo o curso superior. Todos os entrevistados moram na cidade e so usurios de
medicina natural.
Os participantes da pesquisa mostraram-se amplamente satisfeitos com as plantas
medicinais. Cerca de 30% disseram usar os chamados remdios do mato sempre que doentes,
enquanto aproximadamente 23% os utilizavam independentemente do estado de sade, todos os
dias. Fato curioso que, para cerca de 85% dos entrevistados, os remdios naturais so melhores
do que os convencionais, enquanto os outros 15% apenas se restringiram a dizer que possuam
conhecimentos escassos demais para responder. As justificativas dadas so muitas: a presena de
qumica nos medicamentos de farmcia; experincias prprias de vida, como a cura de doenas
ditas incurveis pelos mdicos com plantas medicinais, entre outras.
De acordo com as entrevistas, notou-se que o conhecimento sobre os vegetais originou-se
de vrias fontes. A maioria diz ter aprendido o que sabe com os pais, enquanto outros citam
cursos realizados, programas de rdio e at mesmo o dia-a-dia. Foram citadas 76 tipos de planta,
com uma mdia de plantas citadas de 11,5 por pessoa, sendo os idosos os maiores conhecedores.
Os vegetais foram ligados mais de 25 problemas de sade, como gastrite, sinusite, presso alta,
dor de cabea, cncer, clculo renal, surdez, tuberculose, entre outras (Tabela 01). Em certas
ocasies, no houve distino entre o sintoma e a doena, como ocorreu no trabalho da Embrapa
(2007), sendo referenciados como bom para o fgado ou bom para a garganta.
Tabela 01 Espcies mencionadas pelos entrevistados
Planta
None
Cidreira
Arruda
Anador
Plageru
Manjerico
Cofrin/confrei
Cajueiro
Comaru
Jatob
Rom
Malva
Angico
Parte Utilizada
Fruta e folha
Folhas
Folhas
Folhas
Folhas
Folhas/"pendo"
Folhas
Casca da rvore
Casca
Casca
Casca da fruta
Folhas
Casca da rvore
Uso
Suco
Ch
Ch (abafa) / leo
Ch
Ch/ Lambedor
Ch (inalao)/ cozimento
Inalao/suco
Lambedor
Ch/ Lambedor
Lambedor
Lambedor/macerao
Lambedor/macerao
Lambedor
Indicao
Presso alta
Dor de barriga
Dores, clica
Dor de cabea
C.A
Sinusite
Gastrite/cicatrizante
Inflamao
Gripe
Inflamao
Inflamao (garganta)
Inflamao
Peito aberto
0708
Carrapateiro
Saboa/Sabugueiro
Espinheira Santa
Sucupira
Anil Estrelado
Linhaa
Cabainha
Papaconha
Ameixa
Quixabeira
Endro
Embiriba de Macaco
Marcela
Girassol
Coentro
Gengibre
Boldo
Camomila
Eucalipto
Ch Verde
Moror
Coit
Laranjeira
Cansano Branco
Graviola
Oiticica
Quina-quina
Gergelim
Favela
Pau-de-leite*
Marmeleiro
Mufumbo
Milona/jarrinho
Xique-xique
Batata de Pulga
Pacot
Quebra-pedra
Pimenta de Macaco
Capim Santo
Erva Doce
Ch Preto
Tip
Babosa
Mamona
Folhas
Flor
Folhas
Semente
Semente
Semente
"bucha"
Raiz
Casca
Casca
Folha
Semente/"fruto"
Semente
Semente
Folhas
Raiz
Folhas
Semente
Folhas
Folha
Raiz
Folha
Raiz
Raiz
Folha/casca
Raiz/folhas
Casca
Semente
Raiz
Casca
Casca/folha
Casca
Raiz
Folha
Raiz
Raiz/casca
Raiz
Fruta (?)
Folha
Folha
Folha
Folha
Folha
Fruta (?)
Ch*
Ch
Ch
Ch
Ch
Comer natural ou moda
Ch
Ch
Ch
Ch
Ch
Ch
Ch
Ch*
Ch
Ch
Ch
Ch
Ch
Ch
Ch
Ch
Ch
Ch
Ch
Macerao/ch
Ch
Puro/doce
Macerao
Macerao
Ch
Ch
Macerao
Macerao
Com cachaa
Macerao
Ch
Macerao (com cachaa)
Ch (com malva)
Ch
Ch
Macerao no lcool
Pe na ferida
leo
Cobreiro*
Gripe
Gastrite
Inflam. na Garganta
Gripe, bom p/ rins
Clculo Renal
Abortivo
Catarro no Peito
Inflamao/Gastrite
Cncer
Dores
Dores
Bucho Inchado
Trombose
Tontura/intestino
Gripe/ inflamao
Intestino/indigesto
Calmante
Gripe
Acelera Metabolismo
Hemorragia e surdez
Rins
Corao
Fgado
Gastrite/lcera
Diabetes
Febre
Trombose/derrame
Feridas (tiro, facada)
Feridas/febre
Dor de Barriga
Gripe
Corao
Corao
Equizema
Prstata
Inflamao
Ameba
Dor de cabea
Calmante
Colesterol
Dor nos ossos/coceira
Cicatrizao
Feridas
0709
Juc
Goiabeira
Canela
Arueira (do serto)
Malvarisco
Angico-branco
Cardo Santo
Hortel
Erva Cidreira
Agrio
Xanana
Unha de gato
Aafroa
Alecrim
Catinguei ra
Favaca
Tansagem/tansai
Aafro
Aspirina
Vagem
Folha
Casca
Casca/caule
Folha
Casca
Semente (leo)
Folha
Folha
Flor
Raz
Casca/"olho"
Folha
Folha
Casca
Semente
Folha
Raz
Folha
Feridas/equizema
Dor de Barriga
Melhora o apetite
Inflamao
Anemia, pulmo*
Tuberculose, pulmo
Pulmo (bom para o)
Gripe, pulmo
Corao, dor de cabea
Fgado (bom para o)
Prstata, inflamao
Coluna
Garganta
Corao (bom para o)
Diabetes
Febre, gripe
Inflamao
Garganta, mouquice
Dor de cabea
Os dados pertinentes a identificao dos vegetais esto sendo realizados a medida que os
vegetais so coletados e devidamente preparados e identificados no laboratrio de biologia do
IFRN-Campus Pau dos Ferros.
4 CONCLUSO
O conhecimento da medicina popular de grande importncia, pois faz parte da
identidade da populao local, representando um tipo de manifestao cultural de um povo. O
estudo etnobotnico promove, ento, a propagao e manuteno de tal identidade partir do
registro de informaes. A disponibilizao do catlogo no Instituto Federal da cidade transmite s
conhecimentos supracitados aos aluno do cmpus.
Alm disso, princpios ativos atualmente desconhecidos presentes nos vegetais utilizados
podem ser descobertos e usados na fabricao de novos medicamentos, o que figuraria um
avano na rea tecnolgica. O estudo etnobotnico tambm fundamental como ferramenta de
preservao do bioma da caatinga, pois fomenta o cultivo de espcies para uso familiar e mantm
seguros os vegetais que, agora, so fonte de interesse e benefcio.
A citao de vegetais no nativos da regio, como a linhaa, indica a mixagem de espcies
presente. O projeto servir de subsdio a futuros estudos farmacolgicos regionais.
0710
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
RODRIGUES, V. E. G; CARVALHO, D. A. Levantamento Etnobotnico de Plantas Medicinais no
Domnio do Cerrado na Regio do Alto Rio Grande Minas Gerais; Cinc. agrotec., Lavras, v.25,
n.1, p.102-123, jan./fev., 2001.
ARAUJO, M. M. Estudo etnobotnico das plantas utilizadas como medicinais no assentamento
Santo Antonio, Cajazeiras, PB, Brasil. 2009. 130 f. Dissertao (mestrado em Cincias Florestais e
Ambientais) Centro de Sade e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande,
Paraba.
SILVA, R. B. L. A etnobotnica de plantas medicinais da comunidade quilombola de Curia,
Macap-AP, Brasil. 2002. 175 f. Dissertao (mestrado em Agronomia/Bilogia Vegetal Tropical)
Departamento de Biologia Vegetal e Fitossanidade, Universidade Federal Rural da Amaznia, Par.
BRASIL. Ministrio do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade e Florestas. Caatinga. Braslia.
2012
BRASIL. Ministrio do Meio Ambiente. Panorama da desertificao no estado do Rio Grande Do
Norte. Rio Grande do Norte: Secretaria de Recursos Hdricos, 2005, 78 p.
GOMES, E. C. S, et al. Plantas da caatinga de uso teraputico: levantamento etnobotnico. 9 p.
Joo Pessoa, 2007.
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL E MEIO AMBIENTE DO RN. Perfil do seu
Municpio: Pau dos Ferros. Natal. 2008.
BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Agrrio. Plano territorial de desenvolvimento rural
sustentvel Alto-Oeste Potiguar. Rio Grande do Norte, [data desconhecida], 172 p.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA. Levantamento dos recursos vegetais
utilizados como fitoterpicos no Municpio de Cujubim, Rondnia, Brasil. Boletim de
Desenvolvimento 62, 2010, Porto Velho, Rondnia.
0711
RESUMO
0712
1 INTRODUO
O bioma caatinga o principal ecossistema existente na Regio Nordeste, estendendo-se
pelo domnio de climas semiridos, numa rea de 73.683.649 ha, 6,83% do territrio nacional,
ocupa os estados da BA, CE, PI, PE, RN, PB, SE, AL, MA e MG. As caractersticas meteorolgicas
incluem alta radiao solar, baixa nebulosidade, altas temperaturas, baixas taxas de umidade
relativa e precipitaes baixas e irregulares, limitadas a um perodo muito curto do ano
(ANDRADE-LIMA 1981). Este bioma tem sido muito modificado pela ocupao humana, sofrendo
um processo intenso de degradao, produto da agricultura e pecuria intensivas, sendo que
menos de 2% se encontra protegido em unidades de conservao de proteo integral(TABARELLI
et al., 2000).
A vegetao nativa da Caatinga composta de plantas com adaptaes deficincia
hdrica e a fauna de insetos associada a este tipo de vegetao ainda pobremente
conhecida(LEWINSOHN et al, 2005). Os insetos, como bem se sabe, podem atuar como
decompositores, herbvoros, parasitas, polinizadores, dispersores, predadores dentre outros. Por
isso, que levantamentos faunsticos na rea de caatinga so fundamentais para o conhecimento
das estruturas taxonmicas e funcionais da biodiversidade.
Estudos sobre a diversidade e abundncia dos insetos podem prover uma rica base de
informaes sobre o grau de integridade dos ambientes em que se encontram(LUTINSKI &
GARCIA, 2005), auxiliando na conservao da biodiversidade, pois, constituem hoje o grupo animal
que apresenta a maior diversidade de espcies, trs quartos de todas as espcies animais descritas
e ocorrem em praticamente todos os ambientes graas as suas peculiaridades estruturais e
fisiolgicas que permitem adaptaes a condies ambientais bastante distintas.
Os insetos so considerados bons indicadores dos nveis de impacto ambiental, devido a
sua grande diversidade de espcies e habitat, alm da sua importncia nos processos biolgicos
dos ecossistemas naturais(THOMANZINI & THOMANZINI, 2002).
Sendo assim, o presente estudo teve por objetivo fazer um levantamento preliminar da
diversidade de insetos existentes na rea de um ecossistema de reserva legal de mata nativa.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A Classe Insecta representada por aproximadamente 53% das espcies conhecidas de
animais, sendo, portanto, o maior grupo existente atualmente (HALFFTER et al., 2001).
Muitas espcies se constituem em pragas agrcolas e urbanas outras so polinizadoras de
vrias espcies de plantas (TRINDADE et al., 2004), tambm existem espcies que atuam na
disperso de sementes. Devem-se, ainda, enfatizar as espcies produtoras de materiais usados
pelo homem, bioindicadores de qualidade ambiental, degradadoras de matria orgnica e
importantes modelos de estudo para diversas reas da cincia.
0713
3 METODOLOGIA
O Campus Ipanguau est localizado na regio do Vale do Au no estado do Rio Grande do
Norte, a 3 km da sede do municpio de Ipanguau, sua rea total corresponde a aproximadamente
115 h, sendo margeada ao leste pela RN 118, ao oeste pelo Rio Piranhas-Au, ao sul por
propriedade particular produtora de banana e ao norte por uma propriedade produtora de manga
e milho.
Foram realizadas cinco coletas em intervalos regulares de sete dias durante os meses de
junho a julho de 2012 com o auxlio de armadilha de solo (tipo Pitfall), em recipientes com
capacidade para 1000 ml preenchidos com 600 ml da soluo de detergente neutro a 5%. As
armadilhas foram instaladas na rea da Fazenda-Escola do Campus Ipanguau, em um ecossistema
de reserva legal de mata nativa (cobertura vegetal de caatinga). A rea foi georreferenciada com
GPS (Global Positioning System): rea 531'52.23"S 3653'17.21"W. Durante o perodo de coleta
foram coletados os dados meteorolgicos atravs da estao meteorolgica localizada no Campus
Ipanguau (Tabela 1), para verificao da interferncia de fatores ambientais sobre a quantidade
diversidade de insetos.
0714
Tabela 1: Dados da estao meteorolgica da Fazenda - Escola do IFRN-Campus Ipanguau, durante os meses de
junho e julho de 2012.
Ms
Dados
Junho
Julho
29,80
28,77
58,59
59,27
4,80
23,20
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Foi coletados um total de 9.588 das ordens: Hymenoptera (6.161), Coleoptera (1.696),
Diptera (1.632), Orthoptera (93) e Hemiptera com apenas seis espcimes (Tabela 2).
Tabela 2: Nmero de insetos coletados na rea de reserva legal de mata nativa (caatinga) na Fazenda - Escola do
IFRN-Campus Ipanguau, durante os meses de junho e julho de 2012.
Ordens
Coletas
3
4
Total
Hymenoptera
Coleoptera
Diptera
Orthoptera
Hemiptera
6161
1696
1632
93
6
Total
0715
Orthoptera
Diptera 0.97%
17.02%
Hemiptera
0.06%
Hymenoptera
Coleoptera
Diptera
Orthoptera
Hemiptera
Coleoptera
17.69%
Hymenoptera
64.26%
A ordem Hymenoptera est representada por uma grande diversidade de formigas, vespas
e abelha, com espcies benficas para os ecossistemas: polinizadoras, predadoras e parasitoides
(inimigos naturais), esse insetos so os mais explorados no controle biolgico de pragas e so
responsveis pela manuteno e controle de populaes de insetos malficos aos ecossistemas e
agroecossistemas.
A pesar de armadilhas Pitfall poderem capturar uma larga faixa de ordens de insetos,
abaixa diversidade encontrada pode ser devido utilizao de apenas esse mtodo de coleta, j
que em ambiente florestal apresenta uma diversidade de insetos com comportamentos variados e
para que ocorra uma amostragem significativa recomendada a utilizao de vrios mtodos
ativos e passivos. Tambm ocorreu interferncia durante as coletas, algumas armadilhas foram
danificadas, quebradas e entupidas por solo, possivelmente por ao de um animal, que no foi
identificado pela equipe de pesquisa.
5 CONCLUSO
A pequena diversidade de ordens, cinco no total, existentes na rea de reserva da caatinga
pertencente Fazenda Escola do IFRN - Campus Ipanguau, pode est relacionada com a
interferncia sofrida durante as amostragens, que podem ter mascarado os resultados, por esse
motivo e devido natureza preliminar da pesquisa h necessidade da realizao de novas
pesquisas que possam repetir o experimento utilizando-se de diferentes mtodos de coleta, em
pelo menos duas pocas diferentes do ano, no perodo das chuvas (de janeiro a maro) e na poca
seca (de agosto a outubro) na regio, possibilitando um maior aprofundamento e levando a
identificao em nvel de famlia.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANDRADE-LIMA, D. The Caatinga Dominium. Revista Brasileira de Botnica, 4: p.149-153, 1981.
0716
0717
RESUMO
0718
1 INTRODUO
O lixo marinho compreendido como qualquer resduo slido originrio de qualquer fonte
e que tenha sido introduzido no ambiente marinho (COE & ROGERS, 1997). Sua origem est
relacionada a atividades como recreao, turismo, atividade pesqueira, redes de drenagem,
descarte por embarcaes e plataformas (TOURINHO, 2007; IVAR DO SUL, 2005; PIANOWSKI,
1997). Os resduos produzidos pela atividade humana fazem com que os mares recebam uma
diversidade de poluentes, de forma direta ou indireta.
Regies costeiras que apresentam centros urbanos localizados prximos a baas e
esturios, so mais vulnerveis ao impacto da poluio (MARQUES JR. et al., 2009). A presena do
lixo pode resultar em danos econmicos e humanos (NASH, 1992), modificando a qualidade
esttica da praia e causando danos a fauna marinha. Animais migratrios como mamferos
marinhos, aves e tartarugas so vulnerveis contaminao por resduos slidos (LAIST, 1997).
Levantamentos realizados no estado do Rio Grande do Norte revelam que tanto o litoral sul
quanto o litoral norte, apresentam stios de reproduo de tartarugas marinhas (IBAMA, 2013) e
que diversos materiais inorgnicos podem ser confundidos com o alimento natural das tartarugas,
o que pode ocasionar um aumento da mortalidade destes animais (SILVA et al., 2012, apud
NEGRO, 2009).
No litoral brasileiro, estudos especficos de lixo marinho ainda so escassos, sendo
fundamental a ampliao de trabalhos que caracterizem a composio, tamanho e local de
episdio dos resduos slidos. Os estudos realizados se concentram no litoral do Rio Grande do
Sul, com alguns trabalhos em Pernambuco e Rio de Janeiro (IVAR DO SUL, 2005).
Lixo marinho comum em regies costeiras que apresentam centros urbanos e em regies
afastadas desses centros, onde a presena humana ausente (CONVEY et al., 2002). O litoral
norte do Rio Grande do Norte apresenta uma carncia de informaes sobre lixo marinho na costa
do Estado. O presente trabalho tem como objetivo quantificar e estimar a origem do lixo marinho
encontrado na Reserva de Desenvolvimento Sustentvel Estadual Ponta do Tubaro (RDSEPT) no
municpio de Macau-RN, visando contribuir com os estudos sobre lixo marinho no litoral brasileiro
no mbito de promover aes para solucionar os problemas da poluio marinha na costa
brasileira.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O lixo marinho considerado atualmente como um dos principais problemas nos
ambientes costeiros em todo o planeta (TUDOR et al.,2002), sendo considerado como qualquer
resduo slido proveniente de qualquer fonte e que tenha sido introduzido de determinada forma
no ambiente marinho (COE & ROGERS, 1997). A introduo do lixo no ambiente marinho pode
ocorrer de forma acidental ou por atividades humanas diretas tais como a pesca, navios de
comrcio, barcos de recreao, ou a partir do continente pela drenagem de rios ou transportados
pelos ventos (GILLIGAN et al., 1992; LAIST et al., 1999).
0719
3 METODOLOGIA
Em junho de 2012 foi realizado amostras de lixo marinho coletados na costa da Reserva de
Desenvolvimento Sustentvel Estadual Ponta do Tubaro no municpio de Macau-RN, numa rea
de aproximadamente 12,90 km de extenso (Figura 1). A coleta foi realizada em quatro dias
consecutivos no perodo da mar mais baixa (baixa mar) utilizando um esforo de duas pessoas
num tempo de trinta minutos. Perpendicularmente linha deixada pela mar mais alta, mediu-se
6 metros de distncia em direo ao continente em 7 pontos da costa e paralela linha da mar,
considerou-se uma linha imaginria na qual formou uma rea para a coleta dentro da rea de pspraia. Foram coletados todos os resduos slidos encontrados na face praial e no ps-praia e
posteriormente pesados e classificados quanto ao material de origem (plstico, vidro, ferro,
alumnio, tecidos, papel, isopor, calados e materiais de pesca).
0720
Figura 1: Mapa da rea de coleta do lixo na Reserva de Desenvolvimento Sustentvel Estadual Ponta do Tubaro
(adaptada de Google Earth, Data SIO, NOAA, US, Navy, NGA, GEBCO (2013)).
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Foram realizadas 4 coletas em 4 dias resultando em um total de 16,70 kg de amostra de
lixo marinho da costa da RDSEPT, onde foram divididos em: plstico (34,1 %), vidro (13,1 %), ferro
(10,7 %), alumnio (3,7 %), tecidos (0,5 %), papel (0,4 %), isopor (1 %), calados (22,2 %) e materiais
de pesca (14,3 %). O plstico foi o item que apresentou maior proporo na amostra coletada,
seguido de calados e de matrias de pesca. Dos 16,70 kg de lixo coletados, 5,69 kg so plstico,
2,18 kg de vidro, 1,79 kg de ferro, 0,62 kg, 0,09 kg de tecidos, 0,06 kg de papel, 0,17 kg de isopor,
3,71 kg de calados e 2,39 kg de materiais de pesca, conforme pode ser verificado na tabela 1.
Tabela 1: Pesos dos resduos coletados.
6
5
4
3
2
1
0
Vidro
Tecido
Papel
Plastico
Materiais de
pesca
Isopor
0721
Durante a coleta percebeu-se que a costa da RDSEPT apresenta um pequeno trecho que
utilizado para recreao pela populao, no qual foi encontrado grandes quantidades de garrafas
de vidro de bebida alcolica e latas de cerveja. A presena de pescadores e ranchos de pesca
frequente durante toda a rea, fato que justifica os materiais de pesca como o terceiro item mais
abundante encontrado ao longo da reserva.
Grande parte dos resduos encontrados aparentemente so gerados localmente por meio
dos usurios de praia e dos pescadores. Usurios de praias so considerados como a principal
fonte poluidora em praias de atividades tursticas (SANTANA NETO, 2009; SANTOS et al., 2004).
Apesar da costa da RDSEPT no apresentar grande atividade turstica, a mesma utilizada para
fins de lazer pela populao local como mencionado anteriormente.
Outra parte dos resduos tais como isopor e alguns plsticos como garrafas PET, alguns
apresentando indcios de origem local, outros provavelmente foram trazidos pelas correntes
marinhas provenientes respectivamente de municpios de vizinhos.
5 CONCLUSO
Os resduos coletados nos revela um problema preocupante para o ambiente marinho na
RDSEPT, o plstico foi o material mais abundante da amostra de lixo apresentando 34,1 % do peso
total da amostra, confirmando uma tendncia mundial de que o plstico o material mais
encontrado em coletas de lixo marinho em todo o mundo (DERRAIK, 2002). Caso a costa da
reserva seja utilizada para a reproduo de tartarugas marinhas, esses animais correm srios
riscos em relao aos seus processos de nidificao, pois o lixo pode servir de obstculo e impedir
que esses animais encontrem locais adequados para a desova.
Os materiais de pesca descartados e encontrados na reserva aponta para uma deficincia
no conhecimento da preservao ambiental por partes dos pescados da regio. O
desenvolvimento de aes de educao ambiental em escolas com alunos e/ou em outros
ambientes com a populao local abordando a destinao adequada do lixo produzido pela
populao, a conservao das espcies e as consequncias do lixo no meio ambiente, em
comunidades litorneas, podem ajudar no processo de reduo da poluio pelo lixo marinho em
reas ao longo da costa brasileira.
Campanhas de limpeza de praias tambm podem ser utilizadas junto com a populao
objetivando minimizar as consequncias da poluio no ambiente marinho. Aes estabelecidas
de maneira integrada entre municpios vizinhos que se localizem em reas litorneas, podem
minimizar a poluio em grandes reas costeiras, pois parte do lixo marinho acaba sendo
deslocado de uma rea para outra por meio das correntes martimas.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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0723
0724
RESUMO
0725
1 INTRODUO
Vrios so os problemas ambientais produzidos pela ao humana que comprometem a
sustentabilidade das sociedades, pressionando o meio ambiente, afetando o equilbrio dos
sistemas naturais e, consequentemente, a qualidade de vida das populaes.
Dentre os processos que interferem diretamente para o estado de declnio dos estoques dos
recursos naturais podemos citar o processo da desertificao o qual, admitimos em parte, ter
como principal causa a ao antrpica sobre ecossistemas, que mediante sua explorao irracional
trazem transformaes muitas vezes irremediveis para a natureza e para o prprio homem.
Segundo a Conveno das Naes Unidas de Combate Desertificao (UNCCD), este
processo deve ser entendido como a degradao da terra nas regies ridas, semi-ridas e
submidas secas, resultante de vrios fatores, entre os quais se destacam as variaes climticas e
as atividades humanas (ECO, 1992).
No Brasil, 180 mil quilmetros quadrados j se encontram enquadrados em processo grave e
muito grave de desertificao, concentrados principalmente nos estados do Nordeste, os quais
possuem 55,25% do seu territrio atingido em diferentes graus de deteriorao ambiental,
segundo dados do Ministrio do Meio Ambiente (2007). Nesse contexto, ns direcionamos a
pesquisa em pauta, focalizando o processo de desertificao exatamente em espaos do
semirido brasileiro, como por exemplo, o do Serid oriental norte-rio-grandense.
Dessa forma, o olhar das populaes que sofrem com esse estado de degradao continua
deve ser analisado, para se entender como esse fenmeno pode ser pensado e a partir disso
levantar estratgias que visem uma melhoria desse estado. Assim, a anlise socioeconmica vem
com o intuito de criar relao entre o sujeito que vivencia esse processo diretamente e tais
processos.
0726
2 METODOLOGIA
O estudo aqui proposto trata-se de uma pesquisa como exploratria e descritiva objetiva a
fim de proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torn-lo mais explcito ou
construir hipteses e a descrever as caractersticas de determinada populao (GIL, 1996).
Como nosso estudo caracteriza-se por investigar a realidade humana a partir do significado
dado pelos sujeitos participantes do estudo, os dados foram colhidos no prprio cotidiano dos
sujeitos, e, utilizamos para coleta de dados, essencialmente a entrevista semi-estruturada e a
observao participante.
Assim, foram entrevistadas 18 pessoas escolhidas de maneira aleatria, com faixas etrias
variadas, de ambos os sexos, residentes na rea do Serid Oriental. Essa quantidade de
entrevistados foi delimitada baseando-se no critrio de saturao proposto por S (1998), pois
segundo esse autor, o nmero de sujeitos da pesquisa deve ser interrompido quando os discursos
passarem a se repetir continuamente, sem que novos temas sejam observados nas respostas dos
indivduos entrevistados.
RESULTADOS E DISCUSSES
0727
As entrevistas foram aplicadas junto a 18 moradores, com faixa etria compreendida entre
21 e 80 anos, conforme demonstra a Figura 2:
Observamos que a maioria dos informantes possui um baixo grau de escolaridade, uma vez
que cerca de 11% so analfabetos e pouco mais de 44% deles tm somente o Ensino fundamental.
O que indica, falta de polticas educacionais nessas regies nas quais o trabalho muitas vezes
sobrepe a vida escolar, principalmente, pelo fator de sobrevivncia.
Os seridoenses foram, tambm, questionados quanto ao tempo em que moravam na
residncia onde foi realizada a entrevista. Cerca de 11% responderam que residiam a menos de 3
0728
anos, 17% residiam entre 3 e 10 anos, 50% moravam entre 11 e 25 anos e 22% moravam a mais de
25 anos.
Quanto renda mdia familiar observam-se a partir dos dados coletados e dispostos na
Figura 4, que os rendimentos so muitos baixos, haja vista 17% dos indivduos viverem com menos
de um salrio mnimo mensal e 72% receberem de 1 at 2 salrios mnimos. O que indica que a
escolaridade interfere diretamente na renda mensal da populao, pois esta acaba obtendo
empregos de baixa qualificao e remunerao.
4 CONCLUSO
Diante das discusses e reflexes desenvolvidas ao longo desta pesquisa, embasada pelos
levantamentos bibliogrficos e pelo trabalho de campo, foi possvel investigar os problemas
ambientais, no enfoque da desertificao, a partir de uma anlise da socioeconmica dos
seridoenses envolvidos com essa problemtica em seu meio vivencial.
0729
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
GIL, A. C. Como elaborar Projetos de Pesquisa. 3 ed. So Paulo: Atlas S.A., 1996.
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TUAN, Y. F. Topofilia: um estudo da percepo, atitudes e valores do meio ambiente. So
Paulo: Difel, 1980.
0730
RESUMO
0731
1 INTRODUO
A gua um recurso indispensvel biosfera, cuja qualidade pode ser alterada facilmente,
sendo que o impacto negativo de certas atividades antrpicas sobre os mananciais tem resultado
no aumento mundial da incidncia das doenas de veiculao hdrica.
A populao escolar especialmente vulnervel s doenas transmitidas pela rota fecaloral, pelo fato de concentrar em um nico local indivduos em fase especialmente vulnervel de
seu desenvolvimento. Adicionalmente, as instalaes de armazenamento e distribuio da gua
destinada ao consumo humano nem sempre se encontram em condies de manuteno
adequada, o que facilita a contaminao da gua por patgenos capazes de provocar danos
sade humana.
Situado na regio Serid do Rio Grande do Norte, o Campus Currais Novos do IFRN atende
a aproximadamente 900 alunos e servidores, contando com abastecimento de gua misto,
composto por fornecimento via concessionria local (CAERN), poos artesianos e armazenamento
de guas pluviais em cisternas.
O presente trabalho se props a avaliar a qualidade microbiolgica da gua destinada ao
uso humano, distribuda em pias e bebedouros situados no Campus Currais Novos, classificando as
amostras analisadas como adequadas ou no ao preparo de alimentos e/ou ingesto por
humanos.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Dentre todos os recursos do nosso planeta, sejam eles naturais ou no, a gua vital, uma
vez que constitui parte essencial da bioqumica dos seres vivos, sendo o componente majoritrio
das suas clulas. A vida na terra como um todo depende essencialmente da existncia de gua
com qualidade e quantidade suficientes e prontamente disponvel para uso direto e indireto
(MORAES; JORDAO, 2002).
Apesar de abundante no planeta (cerca de 1.350.000 Km3) e de ser erroneamente
percebida pela maioria da populao humana como um recurso inesgotvel, o quadro real acerca
da disponibilidade de gua potvel preocupante: aproximadamente 97,5% do volume total de
gua na terra correspondem gua salgada contida nos mares e oceanos. Os 2,5% restantes por
sua vez, correspondem gua doce, majoritariamente armazenada em aquferos e geleiras,
locais de difcil acesso onde no est prontamente disponvel. Deste percentual, apenas 0,007%
corresponde s guas superficiais, presentes em lagos, rios e atmosfera (UNIAGUA, 2006).
O Brasil, graas sua superfcie territorial extensa, caracterizada por grande diversidade
climtica e edafolgica, possui uma situao privilegiada em relao aos seus recursos hdricos.
Apenas considerando o potencial hdrico fluvial, a vazo mdia de nossos rios corresponde a cerca
de 180.000 m3/s, respondendo por 12% da disponibilidade hdrica mundial. Adicionalmente, o
Brasil detm em seu territrio 71% do aqufero Guarani, a maior reserva subterrnea de gua
0732
doce da Amrica Latina, que armazena aproximadamente 46.000 km3 de gua potvel de
excelente qualidade (MARINOSKI, 2007).
Apesar da abundncia de gua presente em nosso pas, esta riqueza relativa, uma vez
que se distribui de forma irregular ao longo do territrio nacional. A bacia hidrogrfica da
Amaznia, por exemplo, detm cerca de 74% das guas superficiais do pas, enquanto concentra
menos de 5% da populao nacional. Em contraste, o semirido nordestino, regio bem mais
populosa, sofre com a instabilidade em seu regime de chuvas, resultando em secas frequentes
com variaes bruscas na disponibilidade de gua. Nesta regio, a gua um recurso escasso e um
fator crtico para as populaes locais, influenciando de forma negativa o bem estar da populao
e o desenvolvimento regional. Estes fatos ressaltam a necessidade urgente e a importncia do
correto gerenciamento dos recursos hdricos disponveis (GEO BRASIL, 2007; MARENGO, 2008).
fato conhecido que as doenas veiculadas pela rota fecal-oral so responsveis por
milhares de mortes, sendo a veiculao hdrica de doenas um grave problema de sade pblica,
que tem se intensificado ao longo das ltimas dcadas, em especial nos pases em
desenvolvimento (FRANCO, 2007). Embora fundamental para o bem-estar das populaes, a
qualidade da gua somente passou a ser percebida como um problema de sade coletiva no final
do sculo 19 e incio do sculo 20. At ento, aspectos meramente sensoriais como cor, gosto e
odor eram utilizados para a avaliao da potabilidade. Na segunda metade do Sc. XX foram
estabelecidos os Valores Mximos Permitidos ou Limites Mximos de Contaminao (MCLs) como
resultado de estudos diversos, bioensaios, anlises toxicolgicas, e caracterizaes fsico-qumicas.
Tais valores, se observados, garantem a potabilidade, boas propriedades organolpticas e,
consequentemente um baixo ndice de rejeio pelo consumidor final. Atualmente os padres so
estabelecidos e recomendados pela Organizao Mundial da Sade - OMS (FREITAS; FREITAS,
2005).
Os padres adotados em nosso pas seguem os parmetros estabelecidos no Guidelines for
drinking-water quality (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1996). Embora a legislao pertinente
estabelea com clareza os nveis permitidos de contaminantes (BRASIL, 2011), nem sempre existe
a garantia de que a gua consumida pelo usurio final esteja livre destes. Fatores diversos como
falhas no controle de qualidade, danos ou falta de manuteno nos sistemas de armazenamento
e/ou distribuio podem alterar a qualidade da gua consumida.
prioritrio que os sistemas produtores (mananciais, captao e tratamento) e os sistemas
de distribuio (reservatrio e redes) de gua sejam protegidos contra a contaminao por dejetos
de animais e humanos, passveis de conter patgenos (DAGUILA et al., 2000; HELLER, 1998).
Dentre estes se destacam por seu impacto as bactrias patognicas, os vrus e os parasitas
intestinais - protozorios e helmintos. A Organizao Mundial da Sade (OMS) estimou a
existncia global de um bilho de infectados por Ascaris lumbricoides, 400 milhes por Entamoeba
histolytica e 200 milhes por Giardia lamblia (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1997). As diarrias
causadas por patgenos presentes na gua consumida so a segunda causa de mortalidade
infantil, levando ao bito ao nvel mundial cerca de 4.500 crianas por dia (DAGUILLA et al., 2000).
0733
Dados da United Nation Childrens Fund (UNICEF, 2009) apontam para a existncia de 400
milhes de criana sem acesso gua potvel no mundo. Na Amrica Latina prevalecem
desigualdades extremas tanto entre pases, como tambm entre suas regies componentes. Tais
desigualdades mostram-se claramente no Brasil em seus ndices de saneamento e da qualidade da
gua consumida, em especial na regio Nordeste do pas. Nesta, reconhecido que as doenas de
veiculao hdrica tm impacto significativo sobre a sade da populao, sendo frequentemente o
ambiente escolar um dos responsveis pela sua disseminao.
A Escola, por ser o local onde crianas, jovens e adultos permanecem por parte significativa
do dia (atingindo em alguns casos mais de 70% do seu tempo dirio) pode no contexto da
transmisso de doenas de veiculao hdrica ser considerado um ambiente de risco (CUNHA
et al., 2002). Estudos realizados em todo o mundo indicam uma estreita relao entre a gua
consumida nas escolas e a prevalncia de parasitoses na populao escolar. Tal contaminao
pode ocorrer no prprio manancial, nos sistemas produtores ou de distribuio da gua (FRANCO,
2007).
Atualmente atendendo a aproximadamente 900 alunos e servidores, o Campus Currais
Novos do IFRN, situa-se na Regio Serid do Rio grande do Norte. A regio classificada pelo
Ministrio do Meio Ambiente como pertencente a rea sob grave risco de desertificao, o que
aumenta a presso sobre o gerenciamento dos recursos hdricos (BRASIL, 2005a). Atualmente, o
Campus conta com sete poos artesianos, com vazo aproximada de 10.000 L/h e de um sistema
de captao de guas pluviais (tipo calha). O armazenamento de gua realizado em oito caixas
dgua, com capacidade de 60.000 L, para onde se destinam a captao dos poos e a gua
fornecida pela concessionria local. A gua captada nas chuvas por sua vez armazenada em um
conjunto de seis cisternas com capacidade de 50.000 L, dotado de duplo de sistema de filtragem,
sendo filtrada na entrada e na sadas das cisternas, aps o que direcionada para os bebedouros e
para uso dos laboratrios. J a gua captada nos poos, destina-se para uso geral (banheiros,
jardins...).
Tendo em vista o impacto da qualidade da gua sobre a sade pblica e, em especial sobre
a populao escolar, objetivamos caracterizar a qualidade da gua potvel disponvel no Campus
Currais Novos do IFRN, confrontando os resultados com a resoluo vigente.
3 METODOLOGIA
3.1 Caracterizao da rea estudada
O presente trabalho foi desenvolvido no Campus Currais Novos do IFRN situado sob
coordenadas 61539 Sul, 363104, na mesorregio Central Potiguar e na microrregio Serid
Oriental, municpio de Currais Novos (figura 1), Estado do Rio Grande do Norte (BRASIL, 2005b).
0734
Figura 1. Localizao do estado do Rio Grande do Norte e do municpio de Currais Novos, indicado pela seta.
0735
4 RESULTADOS E DISCUSSO
A Tabela 1 mostra os resultados encontrados conforme Silva (2007).
Tabela 1: Resultados encontrados conforme mtodo dos tubos mltiplos (Nmero Mais Provvel - NMP).
Ponto
de
Coleta
B1
B2
P1
P2
N
da
amostra
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
1
2
3
Coliformes
termotolerantes
(NMP/ml)
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
5,1
>23
16
0
0
0
Percentuais de
reprovao*
Perante
Perante
coliformes E. coli
totais
80%
0%
60%
0%
100%
100%
0%
0%
0736
5 CONCLUSO
Foram reprovadas perante a legislao vigente 62,5% das amostras. A presena de E. coli
foi registrada em 100% das amostras provenientes da pia situada no CTq, rea destinada ao
fornecimento de lanche aos alunos. Todas as amostras provenientes da pia situada no refeitrio
foram aprovadas perante os limites estabelecidos pela legislao vigente.
Os resultados foram comunicados Direo Geral do Campus Currais Novos, que se
comprometeu em adotar de forma imediata as aes necessrias correo do problema.
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0738
RESUMO
0739
1 INTRODUO
Na rea de recursos pesqueiros, que inclui a pesca e a aqicultura, existe uma grande
necessidade do registro fotogrfico dos organismos de objeto de estudo ou trabalho. Neste
registro so apresentadas informaes bsicas do objeto de forma a esclarecer o pblico
acadmico ou comum com o que se est trabalhando. Essa necessidade muitas vezes tambm se
d pelo modo o qual os trabalhos cientficos devem ser apresentados para a comunidade, sob a
forma de artigos, apresentaes ou banners.
Dessa forma, independente do tipo de trabalho, o registro fotogrfico sempre
importante. Porm no existe uma padronizao no procedimento de registro fotogrfico, e
muitas vezes o resultado final obtido poderia ser melhor atingido. O principal complicador o
plano de fundo onde os animais de estudo so colocados para se fazer o registro.
Na maioria das vezes o plano de fundo no retirado das imagens e algumas vezes a cor
do plano de fundo se mistura a cor e as estruturas dos organismos de estudo, prejudicando assim
a identificao de caracteres diagnsticos importantes para a compreenso taxonmica.
Com o avano tecnolgico, juntamente com o avano da rea de recursos pesqueiros,
importante que o desenvolvimento seja compartilhado, ou seja, que uma rea ajude a outra a
melhorar suas prticas. Isso j nos expresso pela realidade que nos demonstrada, onde
nenhuma rea no atual estado de desenvolvimento cientfico e tecnolgico pode crescer sem a
ajuda da tecnologia.
A informtica, como um ramo das tecnologias se esfora para que as atividades de outras
reas sejam realizadas de forma mais eficiente. Praticamente nenhum trabalho cientfico da rea
de recursos pesqueiros hoje realizado hoje sem a utilizao de microcomputadores e mquinas
fotogrficas digitais. O simples registro da imagem do seu objeto de estudo j requer o uso da
informtica e a dependncia da cincia dela. Atualmente isto se expressa pela quantidade de
softwares de tratamento de imagens existentes no mercado, sendo o mais utilizado deles o Adobe
Photoshop.
Atravs destes softwares possvel a retirada do fundo das imagens dos objetos de estudo
de forma relativamente simples, porm sistematizada que nem todos os usurios possuem,
principalmente da rea de recursos pesqueiros. Dessa forma, este projeto visou a criao de um
procedimento digital padro no modo de retirada do plano de fundo destas, para uma melhor
visualizao e apresentao cientfica.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A anlise de imagem em computao pode ser descrita como a edio de imagens
(Ferreira, 2002), no nosso caso, a anlise das imagens dos organismos aquticos foi realizada com
o intuito de retirar o plano de fundo das imagens, facilitando assim tal atividade para a rea de
recursos pesqueiros.
0740
0741
METODOLOGIA
0742
0743
Figura 4: Teste das ferramentas para a retirada do plano de fundo das imagens.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Com a utilizao do Photoshop as principais ferramentas identificadas para a deteco de
bordas para retirada do plano de fundo das imagens de organismos aquticos foram a varinha
mgica, o lasso magntico e a borracha.
A ferramenta varinha mgica (Magic wand tool) serve para fazer selees de uma
maneira simples e rpida. Como na maioria das vezes os organismos apresentam um plano de
fundo com uma colorao homognea, a varinha mgica nos permite seleciona-lo quase que por
inteiro, dependendo da imagem. A partir da seleo da varinha, e seleo de uma rea da imagem,
o software ir buscar cores idnticas, ou parecidas, a da rea que o usurio selecionou.
A escala de cores RGB que o programa ir buscar depende da tolerncia (tolerance), que
pode ser utilizada ou no marcando a caixa de dilogo que fica aparente quando a ferramenta
esta sendo utilizada. Tambm com a varinha mgica selecionada, outras opes importantes so
utilizadas, como a antialias, que suaviza a deteco das bordas, evitando que fiquem
mastigadas, ou pixeladas.
A opo refine edge, que permite, aps a seleo, que a rea seja homogeneizada, ou
seja, a rea marcada fique como um s bloco. Ainda a ferramenta contguos, que tambm
influencia na gama de cores que ser selecionada pelo programa, todas estas opes ficam mais
claras (Figura 5).
0744
A ferramenta lasso magntico (Magnetic lasso tool) seleciona reas pequenas ou que se
confundem com o plano de fundo. Dependendo da tolerncia a qual a ferramenta varinha
mgica foi ajustada, alguns caracteres pequenos ou com transparncia, como as nadadeiras e
suas membranas, poderiam ser perdidos.
Com a utilizao do lasso de mo livre, aquele que segue a trajetria do ponteiro do
mouse, fica muito mais fcil livrar essas partes do organismo de avarias, ou at a sua perca total.
Assim como a varinha mgica, o lasso tambm dispe de algumas opes, que na maioria das
vezes no interferem no trabalho. A sua utilizao simples, basta escolher o lasso de mo livre,
e realizar a seleo da rea desejada (Figura 6).
0745
A ferramenta borracha (eraser) utilizada somente para apagar as partes do fundo que
esto longe das extremidades do organismo. Serve como uma ferramenta de retoque, e aplicada
em reas que no necessitam de cuidados minuciosos, ou seja, as partes que no so de encontro
entre o plano de fundo e o organismo (Figura 7).
Com a utilizao destas ferramentas otimizadas para o tipo da imagem que foram
trabalhadas, o resultado final foi a obteno de uma tabela de padronizao do procedimento de
deteco de borda e da melhoria na retirada do plano de fundo de diferentes tipos de interao
entre o objeto de estudo e o plano de fundo em que a foto foi realizada (Figura 8 e Tabela 1).
Figura 8: 1 Exemplo de organismo com pigmentao totalmente contrastante com o fundo, 2 Exemplo de
organismo com estrutura transparente e pequena, 3 Exemplo de organismo com estrutura transparente e 4
Exemplo de organismo com cor muito prxima da do fundo.
0746
Com esta tabela apresentado um procedimento que fica mais fcil saber o qu utilizar, e
quais os parmetros que devem ser utilizados na hora da retirada do plano de fundo de imagens
com caractersticas diferentes. Deve-se lembrar de que as imagens devem ser tiradas j seguindo
um padro. Quanto mais homogneo for a cor do plano de fundo na hora da captura da imagem,
mais fcil ser a retirada do plano de fundo.
Adicionalmente deve-se estar atento para a utilizao de uma escala na realizao de
imagens do objeto de estudo, de forma a dar ao observador a condio de avaliar o porte do
organismo focalizado. A imagem deve conter uma escala com uma medida conhecida e no
Photoshop esta ser substituda por uma escala grfica vetorial com a indicao textual de seu
tamanho em centmetros (cm). Para esta tarefa foi utilizada a ferramenta lpis (pencil), que se
d somente em relao ao aproveitamento da escala. Na retirada do plano de fundo da imagem a
escala original acaba se perdendo, o que tornaria impossvel saber o tamanho do organismo.
O lpis o melhor meio encontrado para que no seja perdida a noo do tamanho do
organismo, o seu uso se d primeiramente criando uma nova camada (Layer -> New-> Layer).
Selecionado o lpis e posicionado o ponteiro do mouse em uma das extremidades que
compem a fita de escala na imagem, pressionando a tecla shift se arrasta o ponteiro at a
extremidade oposta, criando assim uma linha reta que ser a nova escala. importante lembrar
que neste processo o nmero de centmetros tambm deve ser preservado, e que para tal
utilizada a ferramenta texto (type). A nova camada deve ser preservada at o trmino total da
retirada do plano de fundo, s ento a nova camada sobrepe a antiga camada e a imagem salva
(Figura 9).
0747
5 CONCLUSO
Com a utilizao de ferramentas de edio de imagem fica muito mais fcil a retirada do
plano de fundo das imagens, o que proporciona uma melhor apresentao em eventos,
permitindo assim a melhor visualizao de caracteres diagnsticos (Figura 10).
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
FERREIRA, L.R. Anlise computacional de micrografias de nanoestruturas. Centro Paula Souza
Cetesp/SP. So Paulo/SP. 32p. 2002.
FITTIPALDI, M. Por dentro da cmera digital. Guia prtico digital: fotografe melhor, So Paulo, ano
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SILVER, B. An introduction to digital image processing. Cognex Corporation. Modular Vision
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SOUZA, V.C. Deteco Computadorizada de Regies de Interesse nas Imagens Pulmonares. Est.
Pesq. v.6, n.1. 123-131. 2003.
0748
RESUMO
0749
1 INTRODUO
O uso de plantas medicinais representa um importante recurso teraputico cuja eficcia
tem sido reconhecida pela Organizao Mundial da Sade. Graas ao fcil acesso, baixo custo e
ampla aceitao, o uso de espcies vegetais com propriedades bioativas tem crescido anualmente
no mundo todo.
De modo geral, o comrcio popular de plantas medicinais ocorre em feiras livres, sob
condies higinico-sanitrias inadequadas, o que facilita a introduo e proliferao de
microbiota contaminante e indesejvel. Dentre os microrganismos contaminantes mais
frequentes, encontram-se os fungos, cujo potencial de dano sade humana reconhecido pela
OMS como um problema de Sade Pblica.
Capazes de gerar ampla variedade de enzimas, os fungos podem promover alteraes
qumicas no fitocomplexo das plantas medicinais, resultando em reduo ou perda da ao
teraputica esperada, ou mesmo toxicidade. Adicionalmente, espcies dos Gneros Aspergillus,
Penicillium e Fusarium so reconhecidas produtoras de micotoxinas, metablitos secundrios
txicos, alguns dos quais so termorresistentes e carcinognicos para humanos.
A despeito da gravidade do problema, so poucas as iniciativas no pas, voltadas
caracterizao da qualidade microbiolgica das plantas medicinais comercializadas em feiras
livres. Diante disto, nos propusemos a quantificar as densidades de bolores e leveduras em
amostras de plantas medicinais de alta aceitao popular, comercializadas na feira livre de Currais
Novos, RN, caracterizando-as como adequadas ou no ao consumo humano.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Por sculos, as plantas foram a nica fonte de agentes teraputicos para o homem. No
incio do sculo XIX, com o desenvolvimento da qumica farmacutica, as plantas representaram a
fonte principal de substncias para o desenvolvimento de medicamentos. Atualmente, apesar do
grande desenvolvimento da sntese orgnica e de novos processos biotecnolgicos, 25% dos
medicamentos prescritos nos pases industrializados so originrios de plantas e 120 compostos
de origem natural, obtidos a partir de cerca de 90 espcies de plantas, so utilizados na terapia
moderna (HOSTETTMANN et al., 2003).
Cerca de 75% da populao mundial utiliza as plantas medicinais no tratamento de
enfermidades, devido s caractersticas desejveis associadas ao uso, como eficcia, baixo risco,
reprodutibilidade e constncia de qualidade. Elas tm sido utilizadas na assistncia primria
sade com excelentes resultados em muitos pases da Amrica Latina, Europa e extensamente na
sia, em razo da presena de substncias ativas como taninos, alcaloides, compostos fenlicos,
leos essenciais e vitaminas (KOSEKI et al., 2002 apud VIEIRA et al., 2007).
Fatores como os crescentes aumentos dos preos das drogas convencionais, seus efeitos
colaterais, novas formas de doenas passveis de tratamento atravs de medicamentos ditos
0750
naturais e as dificuldades relacionadas ao acesso aos servios de sade pblica, tem contribudo
para o aumento no consumo das plantas medicinais (MARODIN; BAPTISTA, 2001).
Embora existam parmetros especficos para a produo e comrcio de fitoterpicos, a
fraude e a m qualidade tm ocorrido e preocupado profissionais da rea de sade e a
comunidade cientfica. A ausncia de qualidade, a adulterao e a incorreta utilizao, interferem
na eficcia e at mesmo na segurana do produto (MELO et al., 2007). A preocupao torna-se
maior quando consideramos que as plantas medicinais em si, isto , o produto no padronizado
disponvel in natura ou no nas feiras livres ao longo do territrio nacional, no so objeto de
fiscalizao adequada, voltada manuteno de parmetros de segurana e qualidade (ROCHA et
al., 2010). Tem sido constatado que as plantas medicinais possuem alta carga microbiana,
proveniente dentre outras fontes do solo e/ ou decorrentes de ms condies de manipulao e
armazenamento (ZARONI et al., 2004).
No comrcio em feiras livres, comum que as plantas medicinais sejam expostas em
caladas e pequenas bancas temporrias. Frequentemente, os produtos so estocados ou
expostos prximos a materiais que por si s, constituem fonte de contaminao bacteriana e/ou
fngica. fato reconhecido que parte da microbiota contaminante em plantas medicinais
proveniente do solo ou transportada pelas correntes de ar. Estes fatores, associados ausncia de
prticas de higiene adequadas na manipulao e embalagem dos produtos, contribuem de forma
significativa para a sua baixa qualidade sanitria (ARAJO et al., 2009; IDU; EHARBOR; IDELE, 2011;
LUGAUSKAS et al., 2009; YADAV; PRAJAPATI, 2011; ROCHA, 2007; WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2007).
Considerando a presena de contaminantes de natureza biolgica capazes de afetar a
qualidade e a eficcia teraputica de plantas medicinais (AMARAL et al., 2003), devemos assumir
que as avaliaes da sua qualidade microbiolgica constituem uma importante etapa no que se
refere ao aspecto de segurana. Isto se torna mais importante quando consideramos o seu uso por
idosos, crianas e pessoas debilitadas (SATOMI et al., 2005). A qualidade implica controle no qual
esto envolvidos anlises e experimentos nos quais se insere o controle microbiolgico,
objetivando quantificar a contaminao por microrganismos indesejveis (SANTOS; OLIVEIRA;
TOMASSINI, 1995; BRANDO; FREIRE; SOARES, 1998; BUGNO; MATOS; PINTO, 2002). Contudo, o
que se observa que a falta de regulamentao do comrcio informal de plantas medicinais,
associada ao aumento de demanda pela fitoterapia, vm afetando negativamente a qualidade do
produto ofertado populao. Neste contexto, torna-se necessrio adotar medidas regulatrias e
educacionais que assegurem a qualidade do material comercializado (AMARAL et al., 2002;
ZARONI et al., 2004; BUGNO et al.,2005; DOURADO et al., 2005).
Dentre os organismos presentes na microbiota associada s plantas medicinais, destacamse pela sua resistncia e facilidade de disperso, os fungos. As doenas fngicas assumem um
papel relevante entre os fatores que mais prejudicam a produo de plantas medicinais. Elas
contribuem para a murcha e queda de folhas, reduo na produtividade e afetam a qualidade das
substncias biologicamente ativas (MARGINA; ZHELJAZKOV, 1996).
0751
3 METODOLOGIA
3.1 Caracterizao da rea estudada
As amostras foram coletadas na feira popular do municpio de Currais Novos (figura 1).
Figura 1. Localizao do estado do Rio Grande do Norte e do municpio de Currais Novos, indicado pela seta.
0752
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Dentre as plantas analisadas, foi constatada a presena de bolores e leveduras em 100%
das amostras (tabela 1).
Tabela 1: Comparao dos resultados das amostras com os nveis recomendados pela Organizao Mundial da
Sade (OMS) para Medicamentos fitoterpicos nos quais gua fervente adicionada antes da utilizao
Planta
Pepaconha
Cumaru
Cajueiro
Ameixa
Boldo
Amostra
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
Densidades
observadas (UFC/g)
1,7x104
4,8x106
1,1x105
1,1x104
7,1x104
1,4x104
2,0x106
9,2x104
2,0x104
8,4x104
4,2x104
3,1x106
6,4x104
1,6x105
1,7x106
7,2x104
3,7x105
7,6x105
7,7x104
1,2x106
7,0x105
9,5x102
2,6x103
6,0x102
1,4x103
Status da amostra
perante limites da OMS
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Reprovada
Aprovada
Aprovada
Aprovada
Aprovada
0753
0754
5 CONCLUSO
A presena de fungos foi constatada em 100% do material analisado. A reprovao perante
os parmetros da OMS para o material destinado ao preparo de chs atingiu 84% do total. As
amostras de ameixa, pepaconha, cajueiro e cumaru foram integralmente reprovadas, enquanto
80% das de boldo foram aprovadas perante o mesmo limite.
Os resultados refletem a inadequao das condies de higiene presentes no comrcio das
plantas medicinais no municpio de Currais Novos, RN. Sugere-se a continuidade dos estudos e a
implantao de aes educativas junto aos comerciantes, visando a melhoria na qualidade do
produto disponvel ao consumidor.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AMARAL, F. M. M.; ROSA, L. M. V.; COUTINHO, D. F.; GONALVES, L. H.; RIBEIRO, M. N. Qualidade
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of Benin city, Nigeria. International Journal of Medicinal and Aromatic Plants. v. 1, n. 3, 2011.
0755
0756
RESUMO
0757
1 INTRODUO
Nos ltimos anos, o consumo mundial de plantas medicinais tem crescido de forma
significativa, impulsionado por fatores tais como as dificuldades de acesso aos sistemas de sade
pblica e o custo impeditivo dos medicamentos alopticos. Nos pases em Desenvolvimento, os
recursos da Medicina Tradicional podem representar a nica forma de terapia disponvel s
populaes carentes.
Apesar do reconhecimento da OMS em relao eficcia teraputica das plantas
medicinais e da sua incorporao ao sistema nico de Sade (SUS), a populao ainda tem nas
feiras livres a principal fonte para a aquisio das espcies vegetais que utiliza. Em tais espaos, de
modo geral, predominam condies de higiene inadequadas, capazes de afetar de forma negativa
tanto a qualidade sanitria, quanto a eficcia teraputica das produtos comercializados.
A presena de Escherichia coli em plantas medicinais tem sido relatada em nvel mundial,
sendo apontada pela OMS como um problema de sade pblica. O consumo de alimentos
contaminados pelo microrganismo potencialmente expe o consumidor a infeces, intoxicaes
ou toxinfeces de gravidade varivel, podendo em casos extremos, resultar em bito.
Apesar da gravidade do problema, pouco tem sido feito para monitorar a qualidade dos
produtos da Medicina Tradicional comercializados nas feiras livres espalhadas ao longo do
territrio nacional. Neste contexto, o presente trabalho objetiva quantificar as densidades de E.
coli presentes em plantas medicinais de alta aceitao popular comercializadas na feira livre de
Currais Novos, RN, caracterizando-as como adequadas ou no ao consumo humano.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O poder curativo das plantas to antigo quanto o aparecimento da espcie humana na
terra. Desde cedo as primeiras civilizaes perceberam que algumas plantas continham princpios
ativos os quais ao serem experimentados no combate s doenas revelaram empiricamente seu
poder teraputico. Durante muito tempo, o uso de plantas medicinais foi o principal recurso
utilizado para tratar a sade das pessoas e de suas famlias; entretanto, com os avanos ocorridos
no meio tcnico-cientfico, sobretudo no mbito das cincias da sade, novas maneiras de tratar e
curar as doenas foram surgindo. Uma dessas maneiras consiste no uso de medicamentos
industrializados, gradativamente introduzidos no cotidiano das pessoas modernas, atravs de
campanhas publicitrias que prometiam curar as mais diversas doenas. Desde ento, o uso de
plantas medicinais vem sendo substitudo pelos medicamentos alopticos. (ALVIM; FERREIRA;
FARIA; AYRES, 2004).
O contexto do grupo familiar abriga um conhecimento prprio, repassado entre as
geraes familiares, com particularidades que ficam restritas aquele grupo. Nesse cenrio, as
plantas medicinais so usadas com a finalidade de prevenir e tratar doenas ou de aliviar sintomas
das mesmas (DI STASI, 2007).
0758
Com os avanos cientficos, esta prtica milenar perdeu espao para os medicamentos
sintticos, entretanto, o alto custo destes frmacos e os efeitos colaterais apresentados
contriburam para o ressurgimento da terapia atravs das plantas, ou fitoterapia
(SCHVARTSMAN,1990).
Segundo a Organizao Mundial de Sade (OMS) 65 a 80% da populao mundial,
especialmente em pases em desenvolvimento, utilizam produtos base de plantas medicinais no
tratamento de suas doenas para vrias finalidades e sob diversas combinaes, com base em
evidncias histricas (CALIXTO, 2000; RAHMAN; SINGHAL, 2002; FUNARI; FERRO, 2005). Esse fato
pode ser explicado pelo acesso limitado a medicamentos alopticos, que ocorre em comunidades
carentes, levando a populao a uma busca por alternativas teraputicas. Assim as plantas
medicinais tornam-se o principal ou nico recurso disponvel em muitos casos (RITTER et al 2002).
No Brasil, mesmo com o incentivo da indstria farmacutica para a utilizao de
medicamentos industrializados, parcela significativa da populao ainda se utiliza de prticas
complementares para cuidar da sade, como o uso das plantas medicinais, empregadas para o
alvio ou cura de suas enfermidades (ALVIM; FERREIRA; FARIA; AYRES, 2004).
Ainda hoje nas regies mais pobres do Brasil e at mesmo nas grandes cidades, plantas
medicinais so comercializadas em feiras livres, mercados populares e encontradas em quintais
residenciais (ANGRA; FRANA; BARBOSA, 2007). De acordo com Matos (2002), 90% da populao
economicamente carente do Nordeste brasileiro recorrem s plantas medicinais para a cura de
seus problemas de sade.
O consumo nacional de plantas medicinais caracteriza-se pelo uso emprico e, na maioria
dos casos, ausncia da comprovao adequada das aes farmacolgicas descritas pelos
curandeiros, comerciantes e usurios (VEIGA JNIOR et al., 2005).
A comercializao informal de tais recursos teraputicos extensa, ocorrendo
principalmente em pontos comerciais fixos e bancas temporrias situados em feiras livres. Estas
so espaos socialmente construdos e aceitos, sendo representaes em pequena escala da
diversidade cultural e biolgica das comunidades onde se situam, sendo fundamentais
manuteno e difuso da cultura popular. Economicamente, representam um importante papel na
gerao de renda das comunidades que os abrigam, atravs da comercializao de mercadorias,
sejam estas produzidas localmente, ou proveniente de outras regies. Sua significncia econmica
relevante no apenas para a gerao de renda dos comerciantes nelas estabelecidos, mas
tambm para os consumidores que passam a ter acesso aos produtos que lhes so necessrios a
preos mais acessveis (ALMEIDA; PENA, 2011; LIMA; COELHO-FERREIRA; OLIVEIRA,2011).
Tipicamente, os comerciantes instalam-se em estruturas permanentes ou temporrias,
rsticas, base de madeira, onde dentre outros produtos naturais, comercializam plantas
medicinais nativas e exticas, fruto do cultivo, importao e, principalmente do extrativismo
praticado no entorno da comunidade. Comercializadas in natura ou processadas de forma
artesanal, as plantas medicinais esto disponveis na forma de rgos ntegros ou no, com
predomnio de folhas, cascas e razes, geralmente desidratadas. A contaminao de plantas
medicinais por microrganismos ou seus metablitos comum. Contudo, nas regies tropicais e
0759
0760
3 METODOLOGIA
3.1 Caracterizao da rea estudada
As amostras foram coletadas na feira popular do municpio de Currais Novos. O municpio
situa-se na mesorregio Central Potiguar e na microrregio Serid Oriental, sob as coordenadas
61539,6 Sul, 363054 Oeste, Estado do Rio Grande do Norte (BRASIL, 2005).
3.3
Anlises microbiolgicas
0761
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Os resultados obtidos a partir das 25 amostras analisadas esto expressos na tabela 1.
Tabela 1: amostras analisadas e respectivos nveis de contaminao microbiolgica.
Plantas
Amostras
Ameixa
1
2
3
4
5
Densidade
observada
(UFC/g)
3,0x104
6,0x104
1,0 x102
1,4x104
2,4x103
Boldo
1
2
3
4
5
1,8x103
1,0x101
4,0x101
<1,0x101
2,0x101
Cajueiro
1
2
3
4
5
1,4x104
1,4x103
3,5x105
3,0x104
3,0x102
Cumar
1
2
3
4
5
2,0x102
1,9x105
2,5x104
3,4x103
4,0x102
Pepaconha
1
2
3
4
5
2,0x104
3,0x102
3,0x102
5,0x102
2,4x103
Nossas observaes revelam que a presena de Escherichia coli foi confirmada em 100%
das amostras, bioindicando a contaminao fecal das mesmas. Em comparao com os limites
recomendados pela Organizao Mundial da Sade para o preparo de chs, observamos que em
92% dos casos, o limite legal adotado neste trabalho equivalente a 10 UFC/g foi excedido,
explicitando a inadequao do material analisado ao consumo humano.
A deteco de E. coli denuncia a possvel presena de enteropatgenos e/ou parasitas, tais
como certos vrus, bactrias patognicas, cistos de protozorios e ovos de helmintos (FRANCO;
LANDGRAF, 2008; SILVA et al., 2007). A presena deste microrganismo nos alimentos de forma
geral, pode causar infeco intestinal e at morte, principalmente em crianas, idosos, gestantes e
pessoas imunossuprimidas. O consumo de plantas medicinais contaminadas por fezes pode expor
o usurio a infestaes, infeces, intoxicaes ou a toxinfeces.
0762
5 CONCLUSO
Diante de nossas observaes, conclumos que 92% das amostras analisadas eram
inadequadas ao preparo de chs destinados ao consumo humano, representando risco sade da
populao.
0763
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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0766
RESUMO
THE SUSTAINABLE REUSE: THE PRODUCTION OF SOAP THROUGH THE FRYING OIL
ABSTRACT
0767
1 INTRODUO
Os impactos ambientais na atualidade tomam dimenses inimaginveis, devido s
sucessivas agresses que o homem vem provocando ao nosso planeta. Isso justificado pelo
sistema que prioriza o imediatismo, o lucro e descarta a qualidade de vida das geraes atuais e
futuras. E na contramo desse modelo vislumbra um desenvolvimento sustentvel que se apoia
em bases ecolgicas, sociais e econmicas.
"A busca de sustentabilidade resume-se questo de se atingir harmonia entre seres
humanos e a natureza, ou de se conseguir uma sintonia com o relgio da natureza cuja influncia
algumas pessoas gostariam de eliminar. (Clvis Cavalcanti, 1994, p. 97).
Est longe de alcanarmos este caminho, no entanto faz-se urgente que tomadas de
atitudes venham a priori fazer parte de aes para um planeta menos agredido, melhor de se viver
e conviver com os nossos iguais e outras espcies. E so as pequenas aes que nos fazem
idealizadores de um mundo melhor agora, hoje. Neste sentido, este projeto percebeu a produo
de sabo atravs do leo de frituras como um instrumento que possa incrementar na prtica o
discurso do desenvolvimento sustentvel com bases no econmico, no social e no ambiental.
Fortalecendo essas vertentes em comunidades rurais carentes proporcionando economia
domstica e renda. Alm de evitar o descarte de um produto de extremo poder poluidor dos
mananciais. O objetivo geral deste projeto de extenso foi levar a tcnica de fabricao do sabo
atravs do leo de frituras at a comunidade rural de Passagem de Pedra. Para tanto, com o apoio
da associao de moradores da prpria comunidade, foram cadastradas um grupo participante de
35 mulheres, vinculadas comunidade atendida. A partir desse cadastro estabelecemos os
momentos para que palestras sobre meio ambiente fossem ministradas. Posteriormente
estabelecemos as aulas prticas para a fabricao do sabo.
REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 O descarte do leo de fritura e os perigos para o meio ambiente.
O leo de cozinha apresenta um problema srio tanto para a sade humana de quem o
consome em demasia quanto o seu descarte depois de utilizado em frituras. O professor do
Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanas Climticas da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Alexandre D'Avignon, explica que a decomposio do leo de
cozinha emite metano na atmosfera, sendo este um dos principais gases que causam o efeito
estufa contribuindo para o aquecimento do planeta. O leo de cozinha, que muitas vezes vai para
o ralo da pia, acaba chegando ao oceano pelas redes de esgoto e em contato com a gua do mar,
passa por reaes qumicas que resultam em emisso de metano. "Voc acaba tendo a
decomposio e a gerao de metano, atravs de uma ao anaerbica de bactrias". O leo
impede a troca de oxignio e mata todos os seres vivos como plantas, peixes e micro-organismos,
ele tambm impermeabiliza o solo contribuindo para as enchentes. D'Avignon defende que
quanto mais o cidado evitar o descarte do leo no lixo comum, mais estar contribuindo para
0768
preservar o meio ambiente, relata tambm que uma das solues entregar o leo usado a um
catador de material reciclvel ou a associaes que faam a reciclagem do produto. "Se ns
conseguirmos dar algum valor de compra desse leo para o catador, para que ele seja usado na
produo de biodiesel, a gente vai fazer com que haja um ciclo de vida desse produto, para que
ele volte para o sistema produtivo e produza biodiesel e isso substitua o consumo de leo diesel",
sugere o professor.
Um litro de leo domstico jogado no ralo da pia chega a contaminar de uma s vez um
milho de litros de gua (Fig. 1), quantidade suficiente para a sobrevivncia de uma pessoa - desde
banho, comida e consumo - por at 14 anos. Segundo Marcos Marcelo de Moraes e Matos,
presidente da ONG Academia de Gesto Pblica (Agespub), uma famlia com quatro pessoas
consome em mdia um litro de leo por semana. O consumo em um restaurante de mdio porte
gira em torno de 10 litros/dia. Em vrias universidades brasileiras j se desenvolve tecnologia para
a produo de biocombustveis atravs do leo de frituras, mas a prtica para a produo de
sabo simples e de baixo custo econmico. Aproximando-se com mais facilidade das
comunidades desfavorecidas. Os ganhos ambientais ao evitarmos que um litro de leo chegue aos
cursos d gua so incalculveis no que diz respeito aos danos que ele provoca ao ser descartado
de forma irresponsvel na natureza. Ao ser despejado no ralo, o leo vai formando crostas de
gordura na tubulao, atraindo ratos e baratas, que acabam invadindo a casa sem que os
moradores saibam o verdadeiro motivo. A mesma gordura que se acumula na tubulao, pode
acumular nas artrias coronarianas, principalmente se o leo for reutilizado. que, aps a queima
(uso), ele se transforma em saturado, na temida gordura trans, responsvel por problemas que
afetam o corao. Ruim para o corao e excelente para a produo de sabo. Os componentes
do leo de cozinha so muito agressivos e chegam aos rios, onerando em 100% o tratamento do
esgoto", afirma Marlene Tobaldini, diretora regional da FIESP (Federao das Indstrias do Estado
de So Paulo) e presidente do conselho consultivo do SESI/SENAI. Este projeto de extenso foi
executado exclusivamente na comunidade de Passagem de Pedra, zona rural de Mossor,
envolvendo 35 mulheres que labutam no campo e enfrentam dificuldades econmicas que as
privam da efetiva garantia dos direitos bsicos e fundamentais.
0769
O sabo o primeiro produto qumico com finalidade de limpeza conhecido pelo homem.
Ele j conhecido aproximadamente 2.300 anos. Segundo Plnio, o Velho, os fencios j
preparavam o sabo a partir do sebo de cabras e cinzas de madeira por volta do ano 600 a.C. e era
s vezes usado como um artigo de escambo com os gauleses. Ficou amplamente conhecido por
todo o Imprio Romano, mas no se sabe ao certo se os romanos aprenderam o uso do produto
com povos antigos do Mediterrneo, ou com o povo celta. Este ltimo, o povo celta, produzia
sabo a partir de gorduras animais e de cinzas de plantas, e chamavam o produto pelo nome de
saipo, da qual deriva a palavra sabo. A importncia do sabo como produto de limpeza no foi
reconhecido at o sc. II d.C., quando o mdico grego Galeno fez meno ao sabo como sendo
um medicamento que servia para a limpeza do corpo. As escrituras atribudas ao sbio rabe do
0770
sc. VIII Jabir ibn Hayyan (tambm conhecido pelo nome latino Geber) menciona repetidamente o
sabo como agente de limpeza.
As primeiras fbricas de sabo surgiram na Inglaterra no final do sc. XII, em Bristol. Nos
sc. XIII e XIV surgiram uma pequena comunidade de fbricas nos arredores de Cheapside, em
Londres. Naquela poca, os artesos produtores de sabo tinham que pagar um imposto por todo
sabo produzido. Somente a partir de 1853 esse imposto foi abolido, sacrificando ao Estado
britnico um valor acima de um milho de libras esterlinas. O sabo se tornou to corriqueiro no
sc. XIX que Justus von Liebig, um qumico alemo, declarou que a quantidade de sabo
consumida por um pas era uma medida exata de sua riqueza e civilizao. Somente depois da
dcada de 1940 apareceram os detergentes sintticos, com demandas rapidamente aumentadas,
contudo, hoje em dia ainda h uma grande demanda por sabes e sabonetes, principalmente
voltados para a higiene pessoal e limpeza domstica em geral.
3 METODOLOGIA
Inicialmente estabelecemos contato com a comunidade de Passagem de Pedra, zona rural
de Mossor. Em seguida se conversou com a comunidade e informou-se da realizao do projeto.
O interesse foi imediato. Foram cadastradas 35 mulheres, estas sendo das mais variadas idades.
Aps o cadastro foram ministradas em torno de quatro palestras onde foram abordados a
temtica ambiental dentro do cotidiano dessas pessoas. Feitas as palestras iniciamos as aulas
prticas de como produzir o sabo a partir do leo de frituras. Utilizando o leo de frituras,
seguimos a seguinte formulao: 5 L de leo de frituras, 1 kg de soda custica e 1 L de gua.
Essncia e corante participam como itens opcionais. Dissolve-se a soda custica em 1 litro de gua
(lixvia). Acrescenta-se a mistura ao leo, mexendo sempre at engrossar. Acrescentar a essncia e
o corante se houver. Por fim, transfere-se para as formas, que podem ser de madeira, papelo ou
plstico. Aps o endurecimento, faz-se o corte das barras. Usar o sabo somente depois de uma
semana para garantir que a reao foi totalmente realizada.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Atravs do contato estabelecido com o Conselho Comunitrio da comunidade de Passagem
de Pedra podemos iniciar o projeto, realizando palestras, dentre elas sobre economia sustentvel.
O fato de ter sido entregue amostras do sabo de leo de fritura para ser usado contribuiu muito
para motivar os participantes (Fig. 3), com isso demos incio a produo do sabo.
Com a produo do sabo (Fig. 4) pudemos fazer um bom aproveitamento do leo de
frituras e evitar que o mesmo pudesse ser descartado no meio ambiente, poluindo assim rios e
mananciais subterrneos e mostrar para a comunidade de Passagem de Pedra qual a importncia
ecolgica de reutilizar materiais que, aparentemente, no tem aproveitamento nenhum. Portanto
foi-se desenvolvida uma conscientizao no que se diz respeito ao meio ambiente e a produtos
que podem ser muito bem reaproveitados contribuindo no s com o meio ambiente, mas
0771
tambm com a gerao de uma pequena renda domestica, j que os sabes produzidos puderam
ser comercializados.
Tendo em vista o bom resultado do projeto, no seria correto afirmar que a maneira de
satisfao das necessidades bsicas do homem no mundo de hoje, revelam-se simplesmente
insustentveis, vendo que como foi mostrado, a produo de sabo atravs do leo de frituras
uma iniciativa sustentvel. Sabemos que um pequeno passo e que h um longo caminho a ser
percorrido para que possamos alcanar a to desejada nomenclatura de Sociedade Sustentvel,
entretanto so as pequenas atitudes dirias que iro garantir a preservao do nosso planeta.
Contudo devemos ter conscincia do fato de que, mais cedo ou mais tarde, teremos que
confrontar a nmesis da natureza.
5 CONCLUSO
Atravs dessa prtica as pessoas envolvidas puderam compreender a importncia do
reaproveitamento de resduos que atualmente poluem as guas subterrneas e superficiais. Ao
final do projeto as participantes produziram sabo para o consumo prprio e o excedente foi
0772
vendido gerando dessa forma economia domstica e gerao de renda. Mas a conscincia
ecolgica que essa prtica props foi o eixo fundamental que alcanamos.
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em:
0773
RESUMO
0774
1 INTRODUO
Os ciclos naturais so os geradores das energias renovveis como o sol (energia solar), o
vento (energia elica), os rios e as correntes de gua doce (energia hidrulica), os mares e oceanos
(energia mareomotriz e energia das ondas), as matrias orgnicas (biomassa) e o calor da Terra
(energia geotrmica). Outra fonte de energia que tem gerado bastante interesse ao governo
brasileiro so os combustveis renovveis, que so oriundos de matria-prima renovvel para a
natureza, principalmente os de origem vegetal, como a cana-de-acar (Saccharum L.), utilizada na
fabricao do etanol, a mamona (Ricinus communis) e o girassol (Helianthus annuus), usados na
fabricao do biodiesel ou outros leos vegetais, que podem ser usados diretamente em motores
a diesel com algumas adaptaes (PAPER, 2011). A utilizao das energias renovveis emerge em
uma conjuntura bastante favorvel para sua implementao, pois vivemos um momento em que
os problemas socioambientais so bastante evidentes e trazem srios problemas s populaes
humanas em todo mundo. Para PACHECO (2006), As energias renovveis podem e devem ser
utilizadas de forma sustentada, de maneira tal que resulte em mnimo impacto ao meio
ambiente. FLREZ (2003), por sua vez, afirma que As energias renovveis solucionaro muito
dos problemas ambientais, como as mudanas climticas, os resduos radioativos, as chuvas cidas
e a contaminao atmosfrica. Porm para isso temos falta de vontade poltica e dinheiro.
Visando, portanto, a fornecer subsdios para o uso mais eficiente de biocombustvel,
principalmente do biodiesel oriundo do leo da mamona, resolvemos investigar a via metablica
da biossntese de lipdeos da mamona. A mamoneira, cientificamente denominada Ricinus
communis L, um vegetal da famlia Euphorbiacea e seu fruto conhecido como mamona ou
rcino. No Brasil, ela tambm conhecida como mamoneira, ricino, carrapateira, bafureira, baga,
planta christi e palma-criste. Em algumas regies africanas, conhecida como abelmeluco. Na
lngua inglesa, por sua vez, ela recebe o nome de castor bean e cator seed (EMBRAPA, 2012).
A mamona tem como principal produto o leo, tambm chamado de leo de rcino. Na
medicina popular, o rcino usado como purgativo. Esse leo uma matria-prima de aplicaes
nicas na indstria qumica devido a caractersticas peculiares de sua molcula, que o fazem o
nico leo vegetal naturalmente hidroxilado e com uma composio com predominncia de um
nico cido graxo, ricinolico, conferindo-lhe as propriedades qumicas atpicas como alta
viscosidade e solubilidade em lcool a baixa temperatura (BELTRO, 2004). O leo de rcino,
portanto, devido a todas essas caractersticas, pode tambm ser utilizado como matria-prima
para o biodiesel (CHIERICE e CLARO NETO, 2001).
O cultivo de rcinos sofre algumas restries (JACKSON et al, 2006), pois a mamona produz
protenas txicas que so encontradas no endosperma das suas sementes, sendo a principal a
ricina uma citotoxina que venenosa a humanos, animais e insetos (LER, et al, 2006). Stillmark,
em 1888, nomeou a ricina, tambm conhecida como RCA 60, por ter 60 kDa, quando analisava os
efeitos do extrato de mamona em clulas vermelhas de sangue e observou que se aglutinaram
(HOFMAN et al, 2007). Atualmente, sabido que a aglutinao observada causada pela RCA (do
ingls: Ricinus communis agglutinin), uma lectina potente com funo hemoltica tambm
0775
2 METODOLOGIA
Nos ltimos anos, com a execuo de centenas de projetos genoma, milhares de
sequncias nucleotdicas e peptdicas foram depositadas nos bancos pblicos, cujos acessos so
gratuitos. Dessa maneira, as sequncias de R. communis e outros organismos esto disponveis em
bancos pblicos mundiais. As sequncias de interesse foram adquiridas para dispormos de um
banco de dados particular. Para isso, foi acessado o principal banco GenBank Overview do NCBINational Center for Biotechnology Information (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/).
Uma vez de posse dos dados depositados em nosso banco de dados, foram realizadas as
construes de redes interatmicas. Para execuo dessa atividade, foi utilizado o portal do
STRING (http://string.embl.de/), o qual consiste em bancos de dados que contm as interaes de
protena previstas. As interaes so estabelecidas utilizando-se diversos parmetros, que incluem
0776
3 RESULTADOS E DISCUSSO
Um interatoma foi gerado pela plataforma STRING com sequncias de protenas com
funes relacionadas ao metabolismo de lipdeos de R. communis, o qual apresentou 19 nodes e
70 edges (conexes) - ver figura 1. A fim de um maior entendimento da biossntese de lipdeo,
esse interatoma foi expandido, criando outro com 53 nodes e 281 edges (figura 3).
0777
Node degree
15
10
ENR
Protena Hipottica
0
0
20
40
60
80
Betweenness
Figura 2. Grficos de identificao dos bottleneck no interatorma 1
0778
Node degree
30
20
TfpA
Protena hipottcia
10
0
0
200
400
600
Betweenness
Figura 4. Grficos de identificao dos bottlenecks no interatoma 2.
0779
4 CONCLUSO
Os resultados mostraram as protenas chaves da biossntese de lipdios interagindo com
protenas hipotticas que ainda no tm funo caracterizada. Esse dado revela que os
mecanismos de biossntese do rcino e demais cidos graxos ainda no so totalmente
compreendidos. Sendo assim, a biologia de sistema mostrou-se uma ferramenta importante no
entendimento de processos biolgicos bem como detectou duas protenas com funo
desconhecida cuja caracterizao necessria para se obter a compreenso completa do
mecanismo da biossntese de cidos graxos em R. communis .
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0780
RESUMO
A correria do dia a dia, a falta de tempo para cuidar do
corpo, nos leva muitas vezes a doenas ocupacionais,
bem como o estresse. O objetivo geral do projeto :
Proporcionar prticas corporais em um programa de
qualidade de vida que ser desenvolvido pela
COAS/DIAPE/CNAT nas reas de cultura, esporte, lazer e
meio ambiente, estimulando um bom convvio social e
visando melhorar a qualidade de vida dos/as
servidores/as desse Campus. Trata-se de uma pesquisa
0782
1 INTRODUO
Diante das diversas suscitaes ocasionadas no sculo em curso, a Educao emerge como
um trunfo imperioso para que o ser humano tenha a probabilidade de avanar na materializao
dos ideais de liberdade, paz, justia social, tica e amor, mas com qualidade de vida para todos.
Instituies pblicas que tratam de Educao no nosso pas devem estar atentas ao que
rege estas ideias supracitadas.
O Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), que passou por diversas denominaes,
como: Escola de Aprendizes e artfices de Natal; Liceu Industrial; Escola Industrial de Natal; Escola
Tcnica Federal do RN (ETFRN); Centro Federal de Educao Profissional e Tecnolgica (CEFET) e
por fim Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte IFRN, prima
por essas ideias.
O Campus Natal Central do IFRN, no alto dos seus 103 anos de existncia, desenvolve um
trabalho social na rea Educacional do nosso estado e pas, trabalho este desempenhado por
indiscutvel empenho de nossos funcionrios.
Ao considerarmos a correria do dia a dia, a falta de tempo para cuidar do corpo, como
alimentao adequada, falta de exerccio fsico, sono adequado e o excesso de trabalho repetitivo,
nos levam muitas vezes a doenas ocupacionais, bem como o estresse. Pensando nesses fatores, o
IFRN Campus Natal Central (CNAT) reflete sobre a qualidade de vida dos/as seus/suas
funcionrios/as. Como ex-aluna dessa instituio, sempre percebi a preocupao com seus/suas
servidores/as. E, atualmente, como servidora estamos tendo a oportunidade de dar continuidade
a esse trabalho.
Desta forma, a nossa coordenao vem trabalhando na perspectiva de propor o presente
projeto em que sero efetivadas aes envolvendo o acesso a promoo da sade fsica e mental
dos servidores ativos e inativos, os terceirizados e estagirios melhorando a interao entre todos,
com a realizao de um projeto que proporcione o dialogo corporal atravs de prticas corporais.
Uma vez que a principal caracterstica da nossa Instituio oferecer ensino pblico, gratuito e de
qualidade, devendo, portanto estar atenta conservao da qualidade de vida do seu quadro
funcional, pois quando estamos bem trabalhamos satisfeitos e vivemos melhor ainda.
Diante deste contexto, a Coordenao de Assistncia ao Servidor do CNAT intenciona
ampliar um projeto destinado qualidade de vida dos servidores, terceirizados, inativos e
estagirios do IFRN Campus Natal Central. A utilizao de prticas corporais d-se na perspectiva
de um dilogo em que o/a servidor/a negue a performance nessas prticas, negue a busca de um
corpo padronizado, da competitividade exacerbada, mas que essas prticas proponham
harmonizao, solidariedade, compaixo, alegria, prazer (pessoal e no trabalho), enfim, respeito
natureza. Portanto, o objetivo geral deste Projeto :
Proporcionar prticas corporais em um programa de qualidade de vida que ser
desenvolvido pela COAS/DIAPE/CNAT nas reas de cultura, esporte, lazer e meio ambiente,
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estimulando um bom convvio social e visando melhorar a qualidade de vida dos/as servidores/as
desse Campus.
A relevncia do projeto d-se da iniciativa sobre a importncia de se criar condies
adequadas a vida dos/as servidores/as de nossa instituio, de modo que eles/as se sintam
participante da organizao e passem a atuar com mais satisfao pessoal e profissional em todas
as aes do dia a dia na instituio.
Desta maneira, e pensando na minimizao dos problemas sociais e de sade dos
nossos/as servidores/as, estamos desenvolvendo o programa de qualidade de vida buscando a
formao de um carter crtico, reflexivo, social, e participativo do indivduo e que leve em conta a
valorizao pessoal e do seu trabalho. Ento, visando melhores condies de desenvolvimento
pessoal e profissional dos/as servidores/as do IFRN/CNAT, percebeu-se a necessidade desse
Projeto voltado para o bem estar dos nossos/as servidores/as, em que possamos desenvolver
prticas corporais que tragam mudanas no estilo de vida deles/as. Pois, assim como aponta Bom
Sucesso (1998), ao abordar sobre os fatores intrapessoais a respeito da qualidade de vida no
trabalho, concordamos que: A vida no trabalho faz-se em cenrio de atitudes, emoes e
sentimentos de enorme diversidade, reproduzindo a forma particular de cada indivduo lidar com
a realidade (p.37).
Esse projeto tambm vem sendo realizado como parte de um projeto maior, o Projeto
Campus Verde, que envolve os diversos setores do CNAT, cujo objetivo tratar dos diversos
aspectos que envolvem a Agenda Ambiental na Administrao Pblica (A3P). Seguindo a
orientao dessa agenda o campus definiu as seguintes temticas de atuao: 1. Uso racional dos
recursos naturais; 2. Gesto adequada dos resduos slidos; 3. Licitao sustentvel; 4. Sade e
qualidade de vida e 5. Formao continuada em Educao Ambiental.
2 FUNDAMENTAO TERICA
2.1 Educao, prticas corporais e qualidade de vida
Houve um tempo em que o homem se considerava a prpria ou parte da natureza, em que
se acreditava, como acreditavam os indgenas, que o ser humano era uma espcie a mais no
planeta e no a nica e a mais importante, como a sociedade civilizada parece supor. Naqueles
tempos, o homem no teria necessidade de voltar natureza, porque sensivelmente se
encontrava imerso a ela, era sua prpria vida, tinha a compreenso de que sua prpria existncia
faz parte dela. Pouco a pouco, a raiz, sobretudo da revoluo industrial, a apario das cidades tal
como se conhece hoje, o ser humano comea a distanciar-se da madre Terra, tratando de tirar
dela suas necessidades bsicas, deixando a margem desta. A Educao um meio dessa
reaproximao porque promove conscincia.
Assim, a Educao e o seu processo educacional motivam o homem a constituir e torn-lo
cada vez mais capaz de apontar o contexto social, as aes que o rodeiam, oferecendo elementos
que o proporcione a intervir, transformar ou construir determinado contexto. a partir da
valorao que se torna possvel definir objetivos para a educao. Partindo-se da presuno que a
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educao prima pela ascenso do homem, suas ansiedades que geraro os objetivos
educacionais. Para Saviani (1980, p. 41), os valores indicam as expectativas, as aspiraes que
caracterizam o homem em seu esforo de transcender-se a si mesmo e a sua situao histrica.
Dessa forma, o autor contextualiza o homem como um ser histrico-social, apropriado a intervir
na vida em sociedade, e encontrar condies para alter-la e para se compreender enquanto ser.
Como exemplo disso, podemos observar nas ltimas trs dcadas do sculo XX, alm de
notveis descobertas e progressos cientficos, numerosos pases chamados emergentes
superaram o subdesenvolvimento, enquanto o nvel de vida continuou a progredir em ritmos
bastante diferentes, conforme as instabilidades de cada Estado. E, no entanto, um sentimento de
desencanto parece dominar o mundo e contrasta com as expectativas surgidas aps a Segunda
Guerra Mundial. possvel falar, portanto, das decepes do progresso no plano econmico e
social: o que confirmado pelo aumento do desemprego e pelos fenmenos de excluso social
nos pases ricos, fatos que vem ocorrendo atualmente, com a crise europeia e americana, assim
como pela persistncia das desigualdades de desenvolvimento no mundo. Apesar da conscincia
do homem atravs de diversas aes de proteo ao meio ambiente com reunies, encontros,
como a Rio 92 e 2012, os desastres naturais esto cada vez mais fortes, basta citarmos as
catstrofes como a do Japo no ano de 2011, bem como acidentes tecnolgicos, porque de fato o
homem no muda suas aes, pois a ganncia pelas questes materiais est acima do respeito ao
humano.
Ao problematizar a educao, Morin (2005) prope a reforma universitria, a reforma do
pensamento nico para o complexo, porque, segundo ele, o pensamento complexo propiciar a
hominizao, a tica humana. Assim, ele prope, em 2006, os sete saberes necessrios educao
do futuro, quais sejam: as cegueiras do conhecimento: o erro e a iluso; o conhecimento
pertinente; ensinar a condio humana; ensinar a identidade terrena; enfrentar as incertezas e
ensinar a compreenso. Portanto, para Morin (2005), a misso da reforma do pensamento :
A reforma do pensamento contm uma necessidade social-chave: formar cidados
capazes de enfrentar os problemas de seu tempo. Com isso, tornar-se-ia possvel frear o
debilitamento da democracia que suscita, em todos os campos da poltica, a expanso da
autoridade dos experts, de especialistas de toda ordem, que limitam progressivamente a
competncia dos cidados, condenados aceitao ignorante daqueles que so
considerados conhecedores, mas que de fato praticam uma compreenso que rompe com
a contextualidade e a globalidade dos problemas (p.27).
Assim, o homem constitui uma afinidade de valores intensamente larga, e, na maioria das
vezes, sem ao menos entend-las. De tal modo, valoriza, internamente, os elementos da natureza
primordiais manuteno da sua vida (ar, gua, alimentos, etc.) muito embora no se preocupe
em apresentar o valor deles. Portanto, pensar e agir sobre o prisma da natureza, numa
compreenso de totalidade faz-se nobre, como prope Morin.
As prticas corporais podem ser um meio especfico de educao, como aponta Soares
(2006), mas para isso faz-se necessrio conscincia de que voc um corpo e, graas isso, essa
compreenso do corpo de fundamental importncia, pois, assim, ns profissionais da rea,
teremos a possibilidade de olhar a educao por outro ngulo. Teremos condies de perceber
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uma educao que realmente favorea o desenvolvimento pleno do indivduo, sendo esta voltada
para os ideais de humanizao. E no uma educao que reprime, que exclui, que aliena os
interesses e sonhos daqueles que nos depositam confiana de um futuro melhor.
A conscincia de seu corpo, apesar de no ser um ponto ainda em evidncia da Educao,
tem muito que oferecer para o desenvolvimento, pois ser atravs deste amadurecimento que se
tornar fonte de conhecimentos e aspiraes para aqueles que buscam emancipar sua prtica
pedaggica, pois esta oferece subsdios coerentes que contrasta com os ideais desumanos do
sistema capitalista atual.
Para Santin (1992), a corporeidade, ou seja, sua compreenso de corpo vivificada pela
sociedade de maneira distrada. As pessoas frequentemente no se interrogam sobre o significado
do seu corpo, e quando param para perceber-se corporalmente, esta percepo se processa sob a
tica dos modelos padronizados impostos na sociedade.
Uma das formas mais prticas de se chegar s pessoas atualmente atravs da mdia que
muitas vezes apresenta questes de seu interesse, por exemplo, o culto ao corpo, para Anjos
(1997), exige disciplina, sacrifcios e, em seguida, a disciplina moral, pois uma vez passiva age no
sentido de culpabilidade, quando ditado que cada um tem o corpo que merece. O respeito ao
corpo uma necessidade de conscincia que o homem deva ter um conhecimento mais amplo de
si, pois este corpo um corpo no mundo, um corpo concreto e passvel de influncias.
Para Soares (2005, p. 48), ao fazer uma anlise da arquitetura esportiva, que, segundo ela,
tambm padroniza, no apenas os gestos corporais, mas tambm determina um estilo de vida, um
estado de esprito, aponta que: Torna difcil pensar prticas corporais e espaos para o seu
desenvolvimento, seja em escolas ou fora delas, que no estejam domesticados pela cultura do
esporte de alto rendimento, do treinamento desportivo e todo seu aparato cientfico. Isto , um
estilo de vida que carrega padronizaes corporais, gestuais, comportamentais, atravs da
realizao de prticas corporais, enfim, que estimula o consumo exacerbado dessas pratica e
mistifica a compreenso corporal.
Portanto, a proposio de prticas corporais que ao invs de privilegiar as tcnicas, os
exerccios estafantes, automatizados, atentos ao cultivo da cultura de movimentos dos indivduos,
preocupados com a sensibilidade, com as emoes, sentimentos e senso esttico, uma vez que,
vendo o corpo como mquina, dentro da tica da aptido fsica, considerando o princpio da
utilidade e do uso estaremos sendo reducionistas em nossos objetivos de integrao e socializao
dos/as servidores/as do CNAT. Essa reduo ao corpo fsico, sua constituio anatmica,
dificilmente est vinculada s questes de ordem social, poltica, ideolgica ou cultural, que
pleiteamos neste projeto de qualidade de vida ao/a servidor/a do CNAT.
As prticas corporais so fenmenos que se mostram, prioritariamente, ao nvel corporal e
que se constituem como revelaes culturais de atitude ldica, tais como os jogos, as danas, as
ginsticas, os esportes, as artes marciais e acrobticas, entre outras prticas sociais. Estas
manifestaes so compostas por tcnicas corporais, como j identificava e categorizava o
antroplogo Marcel Mauss na passagem do sculo XIX para o sculo XX. tambm uma forma de
linguagem como expresso corporal e os fenmenos acima apontados constituem o acervo
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daquilo que vem sendo chamado de cultura de movimento. Estas manifestaes, entre outros
fatos culturais que se expressam corporalmente, so representantes da corporalidade humana. As
prticas corporais como meio de tornar possvel o acesso a natureza, a solidariedade, a alegria
primordial para a qualidade de vida. Pois pensar que: as prticas corporais so mediaes, so
discursos sociais que compem sistemas simblicos, so, portanto, materialidade que pode
produzir outras representaes sobre o corpo (SOARES, 2005, p.61).
Dessa maneira, compreender seu corpo, enquanto ser vivo e participante de um meio
social ir proporcionar uma melhor vivncia em sociedade, em sua qualidade de vida.
Para Bom Sucesso (1998, p.8): Com a ascenso no Ocidente do Budismo e de outras
religies orientais surgem s preocupaes com a qualidade de vida, passando o trabalho a
constituir uma forma de contribuio pessoal, experincia que s faz sentido quando sintonizada
com as aspiraes e os interesses pessoais.
A referncia que se aborda qualidade de vida tem relao ao prolongamento da vida
cronolgica, como aponta Moreira (2001, p. 13):
Prolongar a vida um valor biologicamente desejvel, posto como um valor cultural.
Prolongar a vida, hoje, torna absoluta a cronologia, traduzida como longevidade e
esperana de vida, e a falta de cuidados para atingir esse fim alertada por campanhas
contra seus riscos, pelo valor negativo para as finanas pblicas nos gastos com a sade.
No faz parte da preocupao atual o movimento da qualidade de vida o que cada um
deve fazer com sua prpria vida, bem como na relao que cada um estabelece com a vida
de seus semelhantes, quando beneficiado com o aumento dos anos que dever viver.
Desse modo, compactuamos que qualidade de vida nos faz aprender a viver e a conviver
bem conosco, com o outro e com a natureza, assim esperamos, como aponta Moreira (2001), que
a compreenso sobre o conceito de qualidade de vida seja complexo, pois como ele afirma:
Arriscamos dizer que o conceito atual de qualidade de vida, se no for entendido em sua
complexidade, talvez seja doente, valorizando apenas a quantidade de anos a mais,
mesmo que isso possa significar indiferena, mais exacerbao de competitividade.
Portanto, necessrio saber ver, saber perceber, saber conceber e saber pensar (p.1516).
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de pesquisa
O presente projeto caracteriza-se como uma pesquisa do tipo qualitativa, se utiliza de
dados numricos quantitativos para sustentao qualitativa da analise dos dados, sendo recorrida
a abordagem da Pesquisa-Ao.
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A pesquisa qualitativa, que nos dar subsdios para fundamentar nossas discusses,
segundo Chizzoti (1995):
Parte do fundamento de que h uma relao dinmica entre o mundo real e o sujeito,
uma interdependncia viva entre o sujeito e o objeto, um vnculo indissocivel entre o
mundo objetivo e a subjetividade do sujeito o conhecimento no se reduz a um rol de
dados isolados, conectados por uma teoria explicativa; o sujeito-observador a parte
integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenmenos, atribuindo-lhes um
significado e relaes que sujeitos concretos criam em suas aes (p.79).
Ao considerarmos que a pesquisa qualitativa, assim como aponta Ldke e Andr (1986),
leva em considerao o direto contato do pesquisador com o objeto de estudo e seu ambiente de
investigao, neste caso estar ligados/as diretamente atravs da interveno das prticas
corporais.
Outras caractersticas apontadas por Ldke e Andr (1986) nesse tipo de pesquisa so:
ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como principal instrumento; os
dados coletados so predominantemente descritivos; o produto menos preocupante que o
processo de ao; o pesquisador se preocupa mais com o significado que as pessoas do aos fatos
e as coisas da vida; o processo indutivo o foco na anlise dos dados.
Alm de pesquisa qualitativa, acreditamos que a abordagem da Pesquisa-ao atenda os
pressupostos do projeto, pois, segundo Betti (p. 248, 2009): A compreenso da pesquisa-ao
como delineamento de pesquisa ficar facilitada se a situarmos no quadro das tipificaes da
abordagem qualitativa proposto por Andr (1995).
Para Andr (1995) apud Betti (2009, p. 249-250):
a pesquisa-ao surgiu com o propsito de investigar relaes sociais e promover
mudanas em atitudes e comportamentos dos indivduos, e apresenta atualmente vrias
correntes, mas todas elas envolvem um plano de ao baseado em objetivos, em um
processo de acompanhamento e controle da ao planejada e no relato concomitante
desse processo.
Como o projeto intenciona proporcionar prticas corporais que venham a harmonizar o/a
servidor/a em sua vida pessoal e profissional a pesquisa-ao contribuir para atingirmos esta
inteno, uma vez que, segundo Betti (2009), um dos aspectos dessa pesquisa a tomada de
conscincia e a produo de conhecimento por parte dos participantes da ao.
Os instrumentos de coletas de dados foram: questionrio semi-estruturado, observaes
das prticas corporais, filmagens e imagens das prticas corporais. Estes instrumentos so
fundamentais para que possamos perceber os mnimos detalhes e contribuir com fidedignidade na
ao do objetivo do projeto, como aponta Ldke e Andr (1986, p. 12): Todos os dados da
realidade so considerados importantes. O pesquisador deve, assim, atentar para o maior nmero
possvel de elementos presentes na situao estudada.
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Em consonncia com o apresentado pelo questionrio fomos realizando algumas aes que
atendiam, mas que estavam no limite de possibilidade de realizao de espao adequado, material
e pessoal qualificado para realizar a prtica corporal ou atividades solicitadas. Ento criamos
subprojetos que so os seguintes: dana de salo, realizado duas vezes na semana; Alongamento,
caminhada e corrida, tambm realizado duas vezes na semana; atividades de lazer no final de
semana, todo ms elegemos uma das prticas corporais propostas pelos/as servidor/a e a
realizamos em um dia do final de semana, em que servidores/as e familiares so convidados a
participar; Semana de Qualidade de Vida, realizamos esta semana com o intuito de culminar com
o trabalho desenvolvido durante todo o ano abordando palestras de sade do trabalho com
fisioterapeuta, psiclogo e nutricionista; atraes culturais, jogos esportivos competitivos e
prticas corporais alternativas: Yoga, escalda do muro e dana de salo.
5 CONCLUSES
A realizao desse projeto vem sendo de significativa relevncia para ns e para os/as
servidores/as que esto participando das prticas corporais, bem como das demais atividades
promovidas pela COAS. Por outro lado temos observado a baixa participao efetiva dos/as
servidores/as.
Realizamos em trs finais de semana, como apontando pelo cronograma acima, atividades
de lazer para servidores/as e familiares. No passeio ciclstico apenas duas servidoras fizeram parte;
na trilha ecolgica no parque das dunas dos trinta e dois inscritos participaram doze servidores/as
e familiares; no servkart dos vinte inscritos participaram onze servidores/as. Vale esclarecer que
apenas no nosso campus temos 613 servidores/as (docentes e tcnicos administrativos) e, todas
as atividades esto disponveis a todos, bem como a estagirios e aposentados. Algo que podemos
observar que contraditrio a partir do discurso dos/as servidores/as ao questionarmos a respeito
dos pontos positivos da realizao das prticas corporais na semana de qualidade de vida que
promovemos em outubro e novembro, por exemplo:
Prticas de atividades esportivas, culturais, sociais e de sade to necessrias no nosso
cotidiano; Eventos como esse so importantes para alertar os servidores sobre a necessidade de
regulares prticas esportivas e culturais. Serviu tambm para diminuir mais o stress do dia a dia,
diante de tantos processos e obrigaes no ambiente de trabalho. fundamental destacar a
excelente iniciativa e esforo da COAS para desenvolver o evento.
Dessa maneira, mesmo tendo solicitado diversas atividades, como apontaram nos
questionrios, e afirmando quando avaliamos e em conversas nas reunies, nos corredores
relatando e ressaltando da importncia do trabalho desenvolvido pela COAS, porm no
conseguimos entender o discurso divergente da prtica, uma vez que a falta de participao
efetiva nas prticas corporais e mesmo nas demais atividades notria como apresentado com os
dados. Assim, no momento, a leitura que fazemos que no conseguimos desenvolver um
trabalho continuo de formao e educao e, at mesmo de conscientizao, porm sabemos que
o processo longo e necessita de um tempo de assimilao e acomodao, uma vez que este
trabalho novo na instituio.
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6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANJOS, J. L. Temticas e discursos da corporeidade. Vitria: UFES, Centro de Educao Fsica e
Desportos, 1997.
BETTI, M. Educao fsica escolar: ensino e pesquisa-ao. Iju: Ed. Iju, 2009.
BOM SUCESSO, E. de P. Trabalho e qualidade de vida. Rio de Janeiro: Qualitymork/Dunyda. Ed.,
1998.
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em cincias humanas e sociais. So Paulo: Cortes, 1995.
LDKE, M.; MARLI, E. D. A. ANDR. Pesquisa em Educao: abordagens qualitativas. So Paulo:
EPU, 1986.
MOREIRA, W.W. (Org.). Qualidade de vida: complexidade e educao. Campinas: Papirus, 2001.
MORIN, E. Educao e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. Maria Conceio Almeida,
Edgar de Assis Carvalho, (org.) 3. Ed. So Paulo: Cortez, 2005.
SANTIN, S. Perspectivas na viso da corporeidade. In: Moreira, W. W. (Org.). Educao fsica:
Perspectivas para o sculo XXI. Campinas: Papirus, 1992.
SAVIANI, Demerval. Educao: do senso comum conscincia filosfica. So Paulo: Cortez, 1980.
SOARES, C. L. Prticas corporais: inveno de pedagogias? In: Prticas corporais: gnese de um
movimento investigativo em Educao Fsica. V1. Ana Mrcia Silva, Iara Regina Damiani
(organizadoras) Florianpolis: Nauemblu Cincia & Arte, 2005.
0791
RESUMO
A partir do ano de 2009 o Instituto Federal de Educao,
Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte-IFRN
completou um ciclo de debates, estudos, pesquisas e
proposies que se iniciaram no ano de 1994 e que
culminaram com a elaborao do documento base do
projeto politico pedaggico em 2012. Os Ncleos centrais
estruturantes - NCES dos diversos componentes
curriculares tiveram a misso de elaborar as suas
propostas pedaggicas articuladas com os princpios do
projeto politico pedaggico. Desse modo, a Educao
Fsica passou a ter uma identidade pedaggica projetada
na sua proposta curricular. A partir de ento, novas
PALAVRAS-CHAVE: Educao Fsica, Componente Curricular, Cultura corporal de Movimento, Teoria ps-critica.
KEYWORDS: Physical Education, Curriculum Component, Body Culture Movement, post-critical theory.
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1 INTRODUO
O ano de 1996 foi um marco importante para a educao brasileira no que se refere aos
seus aspectos legais. Com a promulgao da Lei de Diretrizes Bases da Educao Nacional LDB
9394/96, foram criadas novas perspectivas para os aspectos administrativos, curriculares e
didtico pedaggicos no mbito escolar. De acordo com a LDB, o ensino escolar ser ministrado
com base nos princpios da igualdade de condies, da liberdade de aprender, do pluralismo de
ideias e de concepes pedaggicas, gesto democrtica e padro de qualidade de ensino entre
outros princpios (BRASIL, 1996).
O artigo 26, 3 traz em seu texto uma nova perspectiva para a Educao Fsica no mbito
escolar. Diz o texto que: A educao fsica, integrada proposta pedaggica da escola,
componente curricular da educao bsica, ajustando-se s faixas etrias e s condies da
populao escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos (BRASIL, 1996). A partir de ento,
podemos considerar que a Educao Fsica deixa de ser uma atividade extracurricular de carter
recreativo, esportivo ou de lazer e se integra ao processo de formao geral do processo
educacional.
Outra publicao relevante foram os parmetros curriculares nacionais PCNS (BRASIL,
1997) que em sua primeira verso que traz proposies, fundamentos e modos de organizao
para os diversos componentes curriculares e suas inseres em reas temticas transversais scio
culturais dos contedos. No ano de 1999, foram publicados os PCNS do ensino mdio que, at
ento, era uma rea da educao considerada como uma passagem do ensino bsico para o
ensino superior com a vocao de preparar para o vestibular, sem maiores conexes com outras
dimenses da formao dos jovens. Contrrio a essa perspectiva restrita, a rea de cdigos e
linguagens se integra s diretrizes da LDB cuja perspectiva a de criar uma escola de ensino mdio
com identidade que atenda s expectativas de formao escolar dos alunos no mundo
contemporneo (BRASIL, 1999) fazendo parte desse mundo o trabalho, a cultura, o movimento, a
arte e o lazer.
Nessa publicao dos PCNS, feita uma referencia a Educao Fsica nas escolas. Diz o
texto que: Confrontando, portanto, os objetivos do ensino mdio com os que se tem no cotidiano
da Educao Fsica nas escolas, deparamo-nos com uma incongruncia. Enquanto as demais reas
de estudo dedicam-se a aprofundar os conhecimentos dos alunos, atravs de metodologias
diversificadas, estudos do meio, exposies de vdeo, apreciao de obras de diversos autores,
leituras de texto, soluo de problemas, discusso de assuntos atuais e concretos, as aulas do
mais atraente dos componentes limita-se aos j conhecidos fundamentos do esporte (BRASIL,
1999).
Sem ficar de fora dessa realidade, a Educao Fsica no mbito do IFRN, sempre esteve
associada a pratica esportiva como elemento de identidade institucional. No entanto, a partir dos
trabalhos de reconfigurao dos cursos tcnicos integrados profissionalizantes do Instituto Federal
do Rio Grande do Norte IFRN atravs da reconstruo do projeto politico pedaggico
institucional, mais precisamente nos Ncleos Centrais Estruturantes NCES, essa identidade
0793
passou a ser debatida e questionada no mbito do corpo docente da Educao Fsica do IFRN o
que causou certo impacto para os procedimentos didticos pedaggicos dos docentes.
O contexto da pratica pedaggica da Educao Fsica, antes centrada na pratica de esportes
descontextualizada do processo de formao geral e profissional dos educandos(as) se configurava
a partir de novos fundamentos tericos metodolgicos. A proposta pedaggica elaborada pelo
NCE de Educao Fsica traz em sua proposio trs tendncias pedaggicas, a saber: Criticoemancipatria (KUNZ, 1991-1994); Critico superadora (COLETIVO DE AUTORES, 1991) e Aulas
abertas experincia (HILDEBRANDT E LAGGING, 1986) como suporte terico metodolgico para a
prtica docente. No entanto, a proposta ainda carece de uma concepo curricular que possa
fundamentar as aes pedaggicas como base para a identidade pedaggica da Educao Fsica
nos cursos tcnicos integrados do IFRN.
Nesse sentido, elaboramos um projeto de pesquisa para uma tese de doutorado em
educao no programa de ps-graduao em educao PPGED da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte UFRN, com o objetivo de contribuir para a transformao da prtica
pedaggica da Educao Fsica no mbito do IFRN Campus Natal Zona Norte, fundamentado na
teoria do currculo ps critico (SILVA, 2010) a partir dos pressupostos metodolgicos da pesquisa
ao (THIOLLENT, 2010). Desse modo, a interveno autorizada pelo departamento acadmico do
campus e com o livre consentimento dos alunos faz parte do processo de construo da tese como
elemento de contribuio para a consolidao da Educao Fsica como componente curricular no
mbito do IFRN.
2 REVISO BIBLIOGRAFICA
A histria do currculo da Educao Fsica no plano educacional revela o quanto o
componente sempre esteve atrelado aos discursos polticos e ideolgicos hegemnicos associados
aos conhecimentos predominantes no mundo cientifico e acadmico em cada momento de
afirmao e de transformao dos paradigmas scio econmicos, polticos e culturais da
sociedade moderna. Estudos realizados sobre a insero da Educao Fsica no plano curricular
educacional indicam que desde a passagem do sculo XIX para o sculo XX, o componente buscava
um saber pedaggico de tipo novo, moderno, experimental e cientifico (CARVALHO APUD NEIRA E
NUNES, 2008).
A discusso da identidade curricular da Educao Fsica ao longo da sua histria tem sido
motivo de confrontos ideolgicos e tericos tanto no plano externo quanto no plano interno da
rea de conhecimento com implicaes na poltica educacional da Educao Fsica escolar em
todos os nveis de ensino. Apesar da mudana do paradigma terico da rea de conhecimento a
partir dos anos de 1980 ainda nos ressentimos no mbito escolar, de uma consistncia didtica e
de experincias na prtica pedaggica que representem e considerem o pensamento terico
produzido ao longo dos ltimos anos.
Para Caparroz (2007, p. 9) os anos de 1980 aparecem como o nascimento de concepes e
prticas libertadoras, transformadoras na perspectiva de desenvolver uma Educao Fsica voltada
para o humano e no mais para as necessidades do capital. Todo o movimento construdo ao
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O termo entre o no mais e o ainda no revela o conflito da Educao Fsica que deixou de ser uma mera atividade
para ser um componente curricular, mas que, no entanto ainda no superou o conflito da passagem da modernidade
para a ps modernidade. Gonzlez, Jaime Fernando e Fensterseifer, Paulo Evaldo. Entre o no mais e o ainda no:
pensando sadas do no lugar da Educao Fsica I. Cadernos de Formao RBCE, p. 9-24, set. 2009.
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3 METODOLOGIA
A abordagem metodolgica desse estudo de natureza qualitativa e utiliza como
referencial os pressupostos da pesquisa ao. O processo de interveno teve seu inicio
concomitante ao perodo letivo do ano em curso nas duas turmas do 1 ano do ensino mdio
integrado profissionalizante das turmas de comrcio e de eletrnica do turno vespertino do IFRN
Campus Natal Zona Norte. O quantitativo das duas turmas que participaram da pesquisa de 76
alunos(as) recm-ingressos no instituto, provenientes das redes publicas estaduais, municipais e
privadas do municpio de Natal e de municpios circunvizinhos.
As aes metodolgicas do processo de interveno tiveram seu inicio com a apresentao
aos alunos(as) das caractersticas da Educao Fsica no IFRN/Campus Natal Zona Norte a partir do
modelo que foi implantando no ano de 1996 na ento UNED, hoje campus Mossor. Esse modelo
contempla duas aulas semanais por turma que se constitui de forma heterognea no mesmo
horrio dos outros componentes curriculares do campus e desenvolve as praticas pedaggicas
comuns como aulas com vivencias de praticas corporais e expositivas, aulas de campo, pesquisas
de campo, pesquisas na internet, seminrios temticos, leituras de textos, trabalhos e pesquisas
de grupo e abordagem dos contedos considerando os aspectos histricos, culturais, sociais,
econmicos e polticos dos contedos da cultura corporal de movimento.
Apresentamos a proposta pedaggica da Educao Fsica que est sendo implantada em
todos os cmpus do IFRN no ano letivo de 2012 e abrimos para questionamentos, duvidas e
possveis sugestes que venham dos alunos. Apresentamos como se configura a pratica esportiva
no instituto, os eventos locais, regionais e a nvel nacional. A seguir, como introduo aos
contedos da cultura corporal de movimento propomos aos alunos(as) a elaborao de um
conceito de movimento humano a partir das suas experincias anteriores com as praticas
corporais na escola fundamental e nos espaos sociais. Como estratgia pedaggica foram
registradas as palavras chaves das definies lanadas pelos alunos(as). Aps esse primeiro
momento, propomos a elaborao do conceito de movimento humano a partir das palavras
chaves lanadas de modo que o conceito tenha sentido, represente a compreenso dos alunos e
reflita as suas experincias anteriores e as suas ideias sobre o se movimentar humano.
Cada turma elaborou seu conceito com a devida orientao docente e a partir dele
introduzimos o jogo como o primeiro contedo a ser vivenciado na primeira unidade. Para o jogo
enquanto contedo e como uma experincia corporal comum a todos(as) alunos(as), vivenciamos
inicialmente de forma pratica alguns jogos que fazem parte da cultura corporal. Resgatamos como
se praticam esses jogos dialogando e realizando pequenas alteraes na lgica das regras
tradicionais dos jogos. Orientamos a realizao de uma pesquisa de campo para os alunos(as)
realizarem com seus familiares ou com as pessoas mais velhas da comunidade onde residem. Eles
trouxeram esses jogos no formato relatado pelas pessoas consultadas, comparamos as regras, os
espaos, os materiais e o formato com as experincias vivenciadas pelos alunos(as). A partir desse
resultado separamos os alunos por grupo para que esses grupos analisasse m e elaborassem novas
formas de praticar esses jogos.
0796
4 DISCUSSO
No pensamento ps critico a relao teoria e pratica antes considerada pelo pensamento
idealista e materialista como determinante e determinado no encontra ressonncia da lgica de
causa e efeito na ao intelectual. Foucault e Deleuze (1979), em uma conversa sobre os
intelectuais e o poder, debatem essa relao na perspectiva de que uma teoria no se rende nem
refora os determinantes polticos, ideolgicos, econmicos, culturais prticos. Pelo contrrio, a
teoria luta contra o poder em suas nuances mais ocultas, procura desvelar seus limites e busca
transformar o plano de ao local onde e no qual ela se expressa. Consideram os autores que uma
teoria no basta por si, ela precisa ter um alcance social. No pode ficar restrita ao pensamento
intelectual e nem ser motivo de domnio da conscincia coletiva. Ela tem que ser movida pelas
massas sociais, pelos grupos regionais, pelos educadores, pelos educandos. Se uma teoria no
encontra repercusso porque ela no tem valia ou seu tempo de ao ainda no chegou.
A viso de Deleuze, a teoria no totaliza; a teoria se multiplica e multiplica. Rediscutir e
ampliar os horizontes dos saberes na chamada relao teoria e pratica no plano acadmico da
formao profissional e no plano cientifico das pesquisas em Educao Fsica torna-se algo
imprescindvel. Assim, as praticas pedaggicas escolares precisam estabelecer uma conexo entre
esses saberes de um modo dinmico e ao mesmo tempo se tornar uma expresso cultural dos
sujeitos envolvidos na e pela ao educacional docente.
0797
Nessa condio, no tem sido possvel pelo formato pedaggico da Educao Fsica focada
no modelo esportivo que vinha sendo desenvolvido at ento na instituio. O esporte enquanto
fenmeno isolado da sua perspectiva histrica, sociocultural, ldica, poltico-econmica e do
processo de formao integral dos educandos, perde a sua essncia e se transforma em um objeto
fragmentado e alienado da sua real dimenso cultural pelo currculo tradicional e pela ao
pedaggica descontextualizada do processo de formao geral e profissional no mbito do IFRN.
A discusso, situada no plano da teoria e pratica profissional, tem sido objeto de pesquisas
que buscam desvelar os porqus das limitaes para que as relaes entre os saberes no se
configurem como unidades filosficas e epistemolgicas desvinculadas da pratica pedaggica
curricular. Parto do principio que a aula de Educao Fsica se constitui no espao das vivencias
com as praticas da cultura corporal de movimento que permitam aos educandos se apropriar do
conjunto das experincias e dos conhecimentos subjacentes a essas praticas como um patrimnio
histrico elaborado pelos seres humanos na integrao do corpo com a natureza e com a cultura.
Considerando, pois, a lacuna didtico pedaggica existente na Educao Fsica do Ensino
Mdio Integrado, torna-se necessrio refletirmos acerca de como poderemos desenvolver aes
educacionais que considerem os educandos como pessoas com projetos de vida a serem
concretizados. Os adolescentes do Ensino Mdio so pessoas com projetos de vida e o
conhecimento se apresenta como uma ferramenta bsica e essencial para as conquistas
profissionais e para a sua emancipao social. Nesse sentido, o processo de ampliao temtica
acerca dos contedos da cultura corporal de movimento se apresenta como uma possibilidade de
transformao para o processo didtico pedaggico e como provvel documento de identidade
curricular para a Educao Fsica no Ensino Mdio do IFRN. Sob essa tica, a prtica pedaggica da
Educao Fsica no Ensino Mdio do IFRN poder se revestir de sentidos e significados no processo
de ensino e de aprendizagem no contexto escolar.
Para o pesquisador, a elaborao do planejamento sobre o movimento/cognio/emoo
assim como o registro do processo didtico pedaggico, se constituir na filosofia de ensino com
base epistemolgica sendo concretizada numa forma de relao unvoca entre a teoria e a pratica,
j que, a reinveno do cotidiano passa imediatamente pela dimenso do corpo em movimento
que de forma autnoma e consciente pode ampliar os seus sentidos e os significados existenciais.
Para os alunos, a Educao Fsica se tornar um elemento integrante dos conhecimentos gerais
necessrios sua formao e como elemento essencial da vivncia e da valorizao da cultura
corporal de movimento. Talvez, seja essa a essncia da educao, o refletir e organizar,
observando e registrando a dinmica cultural das aprendizagens e as suas significaes.
5 CONCLUSO
Os processos de ensino e aprendizagem antes centrados no professor se deslocaram da
referencia de sua identidade individual e passaram a ter um carter cultural mais amplo. As
duvidas e as incertezas que se estabeleceram e tendem a se configurar numa nova identidade que,
alm de se caracterizar como uma crise provocou uma nova situao que descentrou a figura do
0798
0799
se tornou a nica forma de identidade institucional da rea da Educao Fsica reforada por
eventos pontuais como jogos internos, jogos regionais e jogos nacionais dos IFS. No queremos
dizer com isso que no somos adeptos do esporte, muito pelo contrario, mas preciso
compreender o esporte como um fenmeno histrico, poltico, social e econmico que deve ser
o foco permanente de discusso dos seus valores, e que precisa ser tratado como um patrimnio
cultural que abrange conhecimentos pertinentes no campo da escolarizao.
Assim sendo, a transformao didtico pedaggica do esporte (KUNZ, 2001) como objeto
de aprendizagem e de emancipao social dos sujeitos que o vivenciam no contexto escolar deve
priorizar o sentir prazer e a satisfao e no a obrigao pelo rendimento, pelo gesto tcnico
perfeito ou pela exacerbao competitiva. Essa condio s ser possvel mediante uma
transformao da concepo esportiva reinante no contexto escolar. Ser a escola ambiente
reprodutor das desigualdades sociais? Ter a escola como funo social a excluso e a seleo e
no a incluso e a participao de todos no movimento esportivo?
Acreditamos que, ao evidenciarmos a Educao Fsica como componente curricular no
contexto do IFRN, poderemos ter dois momentos pedaggicos que se complementam. O do
esporte enquanto elemento de organizao das aulas de Educao Fsica nas quais poderemos
vivenciar o esporte enquanto tema de abrangncia sociocultural, esttica, tica, politica e
econmica no campo terico metodolgico e vivenci-lo de forma ldica, criativa e prazerosa na
dimenso pratica e, de outro modo, poderemos ter um espao especifico para a dimenso do
treinamento dos esportes coletivos e individuais sem a preocupao com o rendimento, mas antes
com a perspectiva do envolvimento com o ldico, com o prazer de estar em grupo, de superar os
limites individuais coletivamente, de conquistar objetivos e de nos sentirmos bem por respeitar a
dimenso humana como perspectiva da ao pedaggica do esporte.
6 REFERNCIAS
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Braslia, DF, 1996.
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0800
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THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ao. 17. Ed. So Paulo: Cortez, 2009.
0801
RESUMO
O trabalho avaliou o nvel de conhecimento de alunos da
rede pblica de ensino de Apodi e Severiano Melo sobre
a Brucelose e Tuberculose. Participaram 44 alunos de 02
escolas, atravs das respostas de questionrios, os quais
foram aplicados antes e aps palestras realizadas sobre
as formas de transmisso de Brucelose e Tuberculose.
Antes das palestras 44,4% sabiam as formas de
transmisso da Tuberculose e aps, o percentual foi de
0802
1 INTRODUO
A ausncia de trabalhos educativos e o desconhecimento das zoonoses, como a Brucelose
(BC) e a Tuberculose (TB), podem representar um risco para a populao.
Nesse sentido, o governo federal, atravs do Ministrio da Agricultura, Pecuria e
Abastecimento, instituiu, em 2001, o Programa Nacional de Controle e Erradicao da Brucelose e
da Tuberculose Animal com o objetivo de diminuir o impacto negativo dessas zoonoses na sade
humana e animal (Brasil, 2006). Contudo, apenas leis no so suficientes para um processo de
assimilao do conhecimento e mudanas de hbitos. So necessrios programas educativos e
nesse sentido, Silva Neto et al. (2002) discorre que levar informao para determinadas
comunidades um dos papeis fundamentais das Universidades. Dessa forma, a expanso da rede
tcnica federal pelo interior do Brasil pode representar uma oportunidade para alunos e
professores contriburem com a sociedade para a melhoria dos conhecimentos preventivos das
doenas.
Dessa forma, objetivou-se, atravs de palestras, conscientizar e educar jovens do ensino
pblico de Apodi e Severiano Melo sobre a importncia e formas de preveno da Brucelose e
Tuberculose.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Segundo Oliveira et al. (2007), a tuberculose uma doena infectocontagiosa, crnica,
granulomatosa, caracterizada por formaes especficas denominadas granulomas. Trata-se de
uma doena antiga, disseminada pelo mundo inteiro e extremamente importante sob o ponto de
vista de sade pblica.
O Ministrio da Sade (MS) (2002), define a tuberculose como prioridade entre as polticas
governamentais de sade, estabelecendo diretrizes para as aes e fixando metas para o alcance
de seus objetivos. As aes para o controle da tuberculose no Brasil tm como meta diagnosticar
pelo menos 90% dos casos esperados e curar pelo menos 85% dos casos diagnosticados. A
expanso das aes de controle para 100% dos municpios complementa o conjunto de metas a
serem alcanadas. A propagao da tuberculose est intimamente ligada s condies de vida da
populao. Prolifera, como todas as doenas infecciosas, em reas de grande concentrao
humana, com precrios servios de infra-estrutura urbana, como saneamento e habitao, onde
coexistem a fome e a misria. Por isto, a sua incidncia maior nas periferias das grandes cidades,
podendo, porm, acometer qualquer pessoa mesmo em reas rurais.
As principais formas de transmisso da Tuberculose aos humanos o contato com animais
infectados e por ingesto de leite cru ou produtos lcteos, como por exemplo o queijo fresco. A
pasteurizao ou a fervura do leite anula a transmissibilidade desta infeco. A tuberculose
humana atualmente uma das doenas infecciosas mais disseminadas a nvel mundial e a mais
importante causa de morte em adultos no mundo (S e Ferreira, 2007).
0803
Oliveira et al. (2007) discorre que fica evidente que a regio oeste potiguar necessita de
uma ateno especial, na realizao de um trabalho em vrias frentes, desde a conscientizao do
produtor, passando pela fiscalizao nas barreiras sanitrias, at levantamentos peridicos da
situao epidemiolgica desta doena na regio avaliada. Alm disto, h o agravante que o leite
obtido dos animais da regio em grande parte comercializado no mercado informal, sem
qualquer processamento trmico, produzindo risco direto populao que consuma o leite in
natura.
Para S e Ferreira (2007), a estratgia de erradicao desta zoonose em animais baseia-se
na deteco dos animais infectados pela utilizao da prova intradrmica de hipersensibilidade
retardada, utilizando-se a tuberculina em animais com idades superiores a seis meses e no abate
dos reagentes.
A brucelose, tambm conhecida como febre ondulante, febre do Mediterrneo ou
febre de Malta, uma zoonose e a infeco quase sempre transmitida por contato direto ou
indireto com animais infectados ou seus produtos (WHO, 2006).
A brucelose uma doena de ocorrncia mundial, exceto em alguns poucos pases que
lograram erradic-la. Entre os que obtiveram xito em atingir este estgio destacam-se a Austrlia,
Canad, Dinamarca, Finlndia, Holanda, Nova Zelndia, Noruega, Sucia, Reino Unido e Japo.
Pases europeus da regio mediterrnea, pases da frica, Oriente Mdio, ndia, sia Central,
Mxico, Amrica Central e do Sul so especialmente afetados (Poester, 2010).
A transmisso da doena em seres humanos ocorre por contato direto com materiais
contaminados (fetos abortados, restos placentrios) ou indiretamente por ingesto de produtos
contaminados (lcteos no pasteurizados). Nos animais ocorre atravs do contato com a bactria
em restos placentrios (via oral, conjuntival, pele), inseminao artificial ou monta natural (S e
Ferreira, 2007). A carne no uma fonte importante de transmisso da bactria, a no ser quando
estiver pouco cozida ou mal assada. A medula ssea e vsceras mal cozidas podem ser importantes
fontes de infeco humana. O contato com culturas de laboratrio, com amostras de tecidos
contaminados e a injeo acidental de vacinas vivas so importantes fontes de infeco para
humanos. A transmisso entre pessoas, embora possvel, um acontecimento bastante raro em
brucelose. H casos na literatura de transmisso por meio de transfuso de sangue, transplante de
medula e at por relao sexual (Poester, 2010).
A eliminao da doena no homem depende fundamentalmente da eliminao da
enfermidade nos animais. A fonte mais importante de contaminao para humanos o contato
com animais infectados ou os seus produtos. Logo, a preveno deve ser baseada na eliminao
destas fontes. Torna-se, portanto, fundamental a adoo de medidas que reduzam o risco de
infeco como medida de proteo nas diferentes atividades profissionais (proteo individual ao
manipular fetos ou produtos de abortos) associadas higiene alimentar (pausterizao de
produtos lcteos). A inexistncia de vacinas faz com que as medidas profilticas sejam pouco
importantes na preveno da brucelose humana (Poester, 2010).
0804
3 MATERIAL E MTODOS
O trabalho foi desenvolvido, entre setembro e novembro/2011, em 02 escolas municipais.
Em Apodi, o trabalho foi realizado na Escola Francisco Targino da Costa e em Severiano Melo foi
na Escola Ricardo Srgio. Foram aplicados 44 questionrios e 378 alunos entre o 5 e o 9 ano do
ensino fundamental e o 1 e o 3 ano do ensino mdio nas modalidades integrado e EJA assistiram
as palestras.
Os questionrios foram elaborados com perguntas abertas contendo questes sobre
transmisso da BC e TB. Os questionrios aplicados antes das palestras foram em espao decido
pelos professores. Os questionrios aplicados aps as palestras foram respondidos logo aps as
mesmas. Em cada uma das escolas pesquisadas, foi definido um percentual de 10% de alunos
matriculados que responderam aos questionrios.
As perguntas foram as seguintes:
x
x
Nas palestras foi utilizada uma linguagem simples e acessvel, com recurso de multimdia.
As mesmas duravam, em mdia, 40 minutos. Alm da Brucelose e Tuberculose, tambm foram
abordados o conceito de Zoonoses, Leptospirose e Leishmaniose. Todavia nesse resumo, sero
abordadas apenas as respostas frente Brucelose e Tuberculose. A anlise dos dados foi realizada
de maneira descritiva.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A idade mdia dos participantes foi de 13,5 anos, com variao entre 10 e 25 anos.
Para a tabela 1, pode ser observada a resposta dos alunos frente ao conhecimento da
transmisso da TB, onde antes das palestras 44,4% dos entrevistados afirmaram saber a forma de
transmisso e aps as palestras, esse percentual foi de 43,7%. Quanto BC, antes das palestras
nenhum aluno (0%) soube informar a forma de transmisso e aps as mesmas esse percentual
passou para 44,4%.
Quanto forma de transmisso da TB, antes das palestras 100% associaram a doena com
o simples contato com portadores da tuberculose. Aps as palestras, 100% associaram com o
contato com secrees respiratrias de pessoas doentes. Para a BC, antes das palestras o
percentual de conhecimento foi de 0,0% e aps foi de 16,7, 16,7 e 66,6% para gua contaminada,
fetos contaminados e contato com animais contaminados, respectivamente.
0805
Tabela 1: Conhecimento sobre a transmisso da Tuberculose e Brucelose em alunos da rede pblica de ensino nos
municpios de Apodi, Felipe Guerra e Severiano Melo, antes e aps as palestras (n=44)
44,4%
55,6%
0,0%
100,0%
43,7%
56,3%
44,4%
55,6%
Como se pega a
Como se pega a
Tuberculose?
Brucelose?
Antes das
Aps as
Antes das
Aps as
palestras
palestras palestras palestras
100,0%
0,0%
-
0,0%
0,0%
16,7%
16,7%
0,0%
66,6%
0,0%
100,0%
0806
5 CONCLUSO
As palestras sobre as formas de transmisso da brucelose e tuberculose aumentaram o
conhecimento dos alunos, no entanto os estudantes carecem de maiores trabalhos educativos
quanto transmisso dessas doenas.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Curitiba-PR: 2 ed., v. 1, 2010, p.142-162.
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bsica. Braslia: Ministrio da Sade, 2002. 6. ed. rev. e ampl. 62 p. (Srie A. Normas e Manuais
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WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Corbel M J (Org.). Brucellosis in humans and animals.
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0807
RESUMO
O trabalho avaliou o nvel de conhecimento de alunos da
rede pblica de ensino de Apodi, Felipe Guerra e
Severiano Melo sobre a salmonelose, o ttano e a
doena de chagas. 55 alunos de 08 escolas responderam
aos questionrios, os quais foram aplicados antes e aps
palestras realizadas sobre as formas de transmisso de
salmonelose, ttano e doena de chagas. Antes das
palestras 26,7% sabiam as formas de transmisso da
salmonelose e aps, o percentual foi de 64,3%. Quanto
ao ttano, antes das palestras, as respostas sobre o
the
transmission
of
the
disease
was
22.2%
and
78.0%
after.
For
the
Chagas
disease, before the lectures 90% of the
students
knew
inform
the
mode
of
transmission,
and
after
this
percentage was 95.0%Thus, it is concluded that the
lectures are important tools in the passage of knowledge,
however there is still the need for educational work and
other teaching tools with young people, so that they act
as multipliers of knowledge.
0808
1 INTRODUO
Nos ltimos anos, a ocorrncia de surtos e epidemias por doenas emergentes ou
reemergentes obrigou as comunidades a aprimorarem a capacidade de deteco e preveno de
eventos sanitrios. Entre os fatores que contriburam para essa mudana esto, a presso
demogrfica, as mudanas no comportamento social e as alteraes ambientais. Outro fator
importante foi a globalizao, que, integrando pases, aumentou a circulao de pessoas e
mercadorias entre estes e, consequentemente, levou ao compartilhamento de doenas capazes
de provocar graves problemas de ordem econmica, social, poltica e de sade. Para que haja a
mudana desse quadro social so necessrios programas educativos e nesse sentido, Silva Neto et
al. (2002) discorre que levar informao para determinadas comunidades um dos papeis
fundamentais das Universidades. Dessa forma, a expanso da rede tcnica federal pelo interior do
Brasil pode representar uma oportunidade para alunos e professores contriburem com a
sociedade para a melhoria dos conhecimentos preventivos das doenas.
Dessa forma, objetivou-se, atravs de palestras, conscientizar e educar jovens do ensino
pblico de Apodi, Felipe Guerra e Severiano Melo sobre a importncia e formas de preveno da
salmonelose, ttano, doena de chagas e ataque por animais peonhentos.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
As zoonoses so doenas que so naturalmente transmitidas entre animais vertebrados e o
homem. Causam elevada taxa de morbidade e mortalidade, principalmente em regies cujo
servio de sade pblica deficiente, como na maioria dos municpios brasileiros. No municpio de
Apodi e circunvizinhos, os servios de sade pblica constam das atividades desenvolvidas pela
Secretaria municipal de sade com apoio da Secretaria estadual. Todavia, no h nos municpios
Centros de Controle de Zoonoses ou trabalhos especficos para as principais zoonoses, mesmo nos
ltimos anos tendo sido registrados casos na regio.
A organizao mundial de Sade e o Ministrio da sade defendem que os trabalhos de
educao sanitria constituem ferramentas essenciais para o controle dessas doenas. Para
Oliveira et al. (2008), vista a importncia das zoonoses para a sade pblica, faz-se necessria a
conscientizao da populao quanto aos riscos das mesmas, especialmente por crianas e jovens,
por estes serem disseminadoras de conhecimento, repassando para os pais e outros adultos o
aprendizado obtido. Com o evidente processo de globalizao e sabendo que as zoonoses no tm
fronteiras, a integrao entre estados necessria para que ocorra um processo eficaz de
informao visando a uma slida conscientizao dos profissionais envolvidos e,
consequentemente, da sociedade (PROGRAMA DE ZOONOSES DA REGIO SUL, 2009).
Segundo dados da Organizao Mundial da Sade, 60% dos patgenos humanos so
zoonticos, 75% das enfermidades emergentes humanas so de origem animal e 80% dos
patgenos que poderiam ser usados em bioterrorismo tambm so de origem animal
(PROGRAMA DE ZOONOSES DA REGIO SUL, 2009).
0809
A transmisso das zoonoses para o homem geralmente ocorre diretamente pelo contato
com animais infectados, os quais eliminam o agente pelas secrees; e indiretamente, pela
ingesto de animais ou gua contaminada. A participao de vetores e a interao com o
ambiente tambm pode ocorrer. Por esta razo alimentos de origem animal, como carne, leite e
derivados, ovos e mel so de grande importncia (LANGONI, 2004).
No contexto das doenas dos animais naturalmente transmissveis ao homem as aes de
profilaxia e de polcia sanitria, que representam as bases fundamentais da metodologia de
saneamento. A estratgia adotada atravs da informao, vigilncia e controle dos animais deve
orientar-se no sentido da erradicao da doena visada, mas a concretizao desse objetivo pode
ser influenciada por caractersticas particulares de cada zoonose, pela maior ou menor eficincia
tcnico-cientfica dos servios envolvidos e at pelas disponibilidades financeiras e econmicas de
cada regio (S e FERREIRA, 2007).
3 MATERIAL E MTODOS
O trabalho foi desenvolvido, entre setembro e novembro/2011, em 08 escolas nos mbitos
municipal (E.M.), estadual (E.E.) e federal nos municpios de Apodi, Severiano Melo e Felipe
Guerra. Em Apodi, o trabalho foi realizado na E.E. Gerson Lopes, E.E. Zenilda Gama, E.M. Lourdes
Mota, E.M. Francisco Targino da Costa e o IFRN. Em Severiano Melo as escolas participantes foram
a E.M. Ricardo Srgio e a E.E. Severiano Melo. Em Felipe Guerra, as palestras foram realizadas na
E.M. Jos do Patrocnio Barra. Foram aplicados 55 questionrios e 1.735 alunos entre o 5 e o 9
ano do ensino fundamental e o 1 e o 3 ano do ensino mdio nas modalidades integrado e EJA
assistiram as palestras.
Os questionrios foram elaborados com perguntas abertas contendo questes sobre
transmisso da salmonelose, ttano, doena de Chagas e ataque por animais peonhentos. Os
questionrios aplicados antes das palestras foram em espao decidido pelos professores. Os
questionrios aplicados aps as palestras foram respondidos posteriormente s mesmas. Em cada
uma das escolas pesquisadas, foi definido um percentual de 10% de alunos matriculados que
responderam aos questionrios.
As perguntas, antes e aps as palestras, foram as seguintes:
x
x
x
x
x
x
x
Nas palestras foi utilizada uma linguagem simples e acessvel, com recurso de multimdia.
As mesmas duravam, em mdia, 40 minutos. A anlise dos dados foi realizada de maneira
descritiva.
0810
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A idade mdia dos participantes foi de 16 anos, com variao entre 10 e 25 anos.
Para a tabela 1, pode ser observada a resposta dos alunos frente ao conhecimento da
transmisso da Salmonelose, onde antes das palestras 26,7% dos entrevistados afirmaram saber
como se transmite e aps as palestras, esse percentual foi de 64,3%. Especificamente quanto s
formas de transmisso, aps as palestras, 77,8% associaram o contato dos alimentos
contaminados e a Salmonelose. A resposta Germe de porco tambm foi citada por 22,2% dos
entrevistados, mesmo essa citao sendo relativa ao complexo Cisticercose-tenase.
Tabela 1: Conhecimento sobre a transmisso da Salmonelose em alunos da rede pblica de ensino nos municpios
de Apodi, Felipe Guerra e Severiano Melo, antes e aps as palestras
Momentos
Antes das palestras
Aps as palestras
Respostas
Alimentos contaminados
Germe de porco
Segundo Shinohara et al. (2008), a salmonelose uma das principais zoonoses para a sade
pblica em todo o mundo e algumas doenas transmitidas pela Samonella spp. so a Febre Tifide
causada por S. typhi e Febre Entrica causada por S. paratyphi. A transmisso da Febre Tifide
ocorre por gua e alimentos contaminados por fezes humanas, a Febre entrica por consumo de
gua e alimentos, especialmente leite e vegetais crus, mariscos e ovos. Alm disso, existem as
Salmoneloses ocasionadas por outros tipos de Salmonellas, onde Os alimentos mais incriminados
so carne bovina, aves, suno e ovos crus. Cardoso e Tessari (2008) relatam que os principais
alimentos envolvidos na veiculao de salmonelose so ovos, carne de aves e seus derivados,
sendo que a manipulao desempenha um papel importante na disseminao da bactria, por
propiciar contaminao cruzada no ambiente de preparo de alimentos.
Para S e Ferreira (2007), a diminuio do risco baseia-se na implementao de medidas
preventivas em trs grandes linhas de atuao: pelo controlo de Salmonelas nos alimentos para
animais prevenindo-se a introduo de bactrias nos animais; no aumento da higiene durante o
abate e posteriormente no processamento da carne; na preparao final do alimento e educao
da indstria e do consumidor na implementao de medidas efetivas de higiene.
As respostas dos alunos comprovaram que as palestras podem ser instrumentos de
educao, todavia, as afirmaes com relao ao germe de porco foram citadas erroneamente.
Em doenas pouca exploradas pela mdia ou escolas, onde os alunos possuem um baixo
conhecimento prvio, outras metodologias devem ser exploradas e nesse sentido o auxlio de
outras metodologias como jogos educativos e oficinas pode ser til.
0811
Momentos
Antes das palestras
Aps as palestras
Respostas
Contato com objetos enferrujados ou
contaminados
No respondeu
78,0%
22,0%
Segundo o Ministrio da Sade (2005), O ttano ainda constitui problema de sade pblica
nas reas onde os nveis de desenvolvimento humano e de cobertura vacinal so inadequados. A
transmisso pode ocorrer atravs de ferimentos por objetos contaminados, onde toda e qualquer
ferida por objeto suspeito deve ser limpa e desinfetada, sendo lavada com soro fisiolgico e
substncias oxidantes ou antisspticas e debridar o foco de infeco. A preveno ocorre pela
vacinao, onde atualmente, a vacinao contra o ttano realizada concomitantemente
vacinao contra a difteria, coqueluche e contra a meningite.
Os dados referentes ao ttano demonstraram que as palestras so eficientes pois houve
um aumento de 67,8% no conhecimento sobre o Ttano e nesse sentido o Ministrio da Sade
(2005) discorre que a educao em sade uma prtica social que tem por objetivo promover a
conscincia sanitria dos cidados. Estimula a luta pela melhoria da qualidade de vida, conquista
sade, responsabilidade comunitria, aquisio, apreenso, socializao de conhecimentos e
opo por um estilo de vida saudvel.
Na tabela 3 so observadas as respostas dos alunos para a doena de Chagas, onde antes
das palestras 90% dos alunos soube informar a forma de transmisso e aps as mesmas esse
percentual passou para 95,0%. Quanto transmisso em si, aps as palestras 95,0% dos alunos
associaram o barbeiro como o transmissor dessa doena.
0812
Tabela 3: Conhecimento sobre a transmisso da Doena de Chagas em alunos da rede pblica de ensino nos
municpios de Apodi, Felipe Guerra e Severiano Melo, antes e aps as palestras
Momentos
Antes das palestras
Aps as palestras
Respostas
Barbeiro
Mosquito
5 CONCLUSO
O presente trabalho evidenciou que as palestras alcanaram o objetivo de passar
conhecimentos para os alunos, as palestras sobre as formas de transmisso da salmonelose,
ttano e doena de Chagas trouxeram uma melhoria na aprendizagem e com fixao de conceitos
de transmisso e preveno de algumas zoonoses, todavia ainda h a necessidade de trabalhos
educativos sobre zoonoses com os jovens, para que os mesmos atuem como multiplicadores.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CARDOSO, A.L.S.P., TESSARI, E.N.C. Divulgao Tcnica salmonela na segurana dos alimentos
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Tropical Diseases, v.10, n.2, p. 111-111. 2004.
0813
0814
RESUMO
De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatstica), a populao residente em Joo
cmara de 24.900 na rea urbana, com rea de 715
Km, situada na regio do Mato Grande. O clima da
cidade semi-rido, com temperatura mdia anual de
30 C. A dengue uma doena infecciosa aguda, de
gravidade varivel, causada por um vrus do gnero
Flavivrus. O mosquito transmissor da dengue
denominado Aeds aegypti. No Brasil, a implantao de
Sistemas de Informaes na rea de vigilncia
epidemiolgica, vem se processando ao longo dos anos.
Dessa forma, atualmente possvel coletar dados que
sofrem
tratamentos
computacionais.
O
0815
A dengue uma doena infecciosa aguda, de gravidade varivel, causada por um vrus do
gnero Flavivrus. O mosquito transmissor da dengue denominado Aeds aegypti (Ver Figura 2),
ele provavelmente originrio da Etipia, e chegou ao pas por meio dos povos que migraram
pelos continentes. O vetor s reproduz em reservatrios de guas limpas, estritamente no
ambiente domiciliar, distanciando-se poucos metros das habitaes humanas, razo pela qual
geralmente no encontrado em reas rurais brasileiras, onde as casas aparecem isoladas
(Varejo et al., 2005). So conhecidos quatro tipo de dengue no mundo DEN-1, DEN-2, DEN-3 e
DEN-4, segundo TAUIL (2001). So fatores de risco para os casos de para os casos de graves: a
cepa do sorotipo do vrus infectante, o estado imunitrio e gentico do paciente, a contamitncia
com outras doenas e a infeco previa por outro sorotipo viral da doena (Figueiredo & Fonseca,
1966; Pinheiro & Travassos-da-Rosa, 1996).
A dengue teve ao longo da ultima dcada uma difuso incontrolada no territrio brasileiro
(Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical), cerca de 100 milhes de casos mundiais.
Uma forma para o controle da epidemia a busca de muitos pesquisadores, mas com o aumento
da urbanizao do pas fica cada vez mais difcil, a limitao que o processo de urbanizao causa
0816
0817
anos. Dessa forma, atualmente possvel coletar dados que sofrem tratamentos computacionais
de forma que sirvam para nortear a tomada de deciso. Desde o comeo do mundo o
conhecimento de localizao foi uma necessidade para humanidade, h registro histrico que
comprova a existncia desta necessidade antes do Cristianismo, passando pelo Imprio Romano e
chegando a Revoluo Industrial. Somente no sculo X, especificamente nos anos 70 em funo do
gerenciamento dos recursos terrestres foi impulsionado o aparecimento de sensores para
mapeamento da superfcie terrestre de acordo com VIEIRA (2007). Das tcnicas usadas para esse
tipo de procedimento o geoprocessamento o mais eficiente, pois no depende de condies
climticas e tm coordenadas muito mais precisas.
O municpio de Joo cmara tem registrado nmeros bastante significativos com relao a
casos da doena, so mais de 400 casos confirmados s na rea urbana, o mapeamento da doena
fundamental para vigilncia da epidemia. Atualmente no existem tratamentos especficos para
a cura da doena, isso porque a dengue um vrus, existe apenas conselhos para que os sintomas
sejam aliviados, sendo assim a nica alternativa a preveno e controle do vetor.
2 MATERIAS E MTODOS
Os dados de onde havia casos da epidemia foram fornecidos na Secretaria Municipal de
Sade, referente ao perodo de 03 de janeiro de 2011 03 de junho de 2011 (6 meses), o mapa
digital do municpio foi usado para precisar os locais de ocorrncia, depois de adquirir os dados e
estar com o mapa digital em mos, foram considerados os endereos fixos ou temporrios de
moradores com diagnostico confirmado da rea urbana do municpio Joo Cmara. Para anlise
estatstica o mtodo usado foi aleatria simples, ou seja, foi utilizada uma amostragem
randmica. Os endereos foram separados pela regio de notificao, depois selecionados 10% de
cada bairro. Foram levados em conta dados scio-economicos dos bairros (saneamento bsico,
tipo de construo, grau de urbanizao, entre outros). Em seguida, foram sorteados e finalmente
marcados com o aparelho de GPS (Etrex Venture HC). Aps a marcao dos pontos foi criado um
banco de dados digital contendo o nmero total de infectados pela doena, homens e mulheres
de cada unidade de sade e total de pontos marcados (Ver Tabela 1). Os pontos marcados foram
importados para o programa (SIGA WEB/ Programa de Geoprocessamento do IDEMA), gerando
mapas para analise da estatstica de incidncia. Para cada bairro foi analisados determinado fator
socioeconmicos mais relevantes para. Os bairros com maior incidncia foi olhado de forma mais
detalhada, visando procura de reas mais propicias ao vetor, a presena de terrenos baldios,
cemitrios, depsitos abandonados, piscina e outros. Nesse sistema foram inseridos os pontos na
forma de coordenadas em um mapa da regio disponvel no prprio sistema.
0818
3 RESULTADOS E DISCUSSO
A tabela a seguir mostra a porcentagem de homens e mulheres infectados com a dengue, e
quantos endereos foram marcados em cada local de notificao. O nmero de mulheres
bastante alto com relao aos homens. Os bairros com localidade na parte mais alta da cidade se
destacam com nmeros bastante significativos, contudo os bairros mais carentes do municpio
revelam altos nmeros de casos. Apesar disso, a Cohab um bairro carente, mas que no teve
altos ndices . Os bairros, Bela Vista e o So Francisco, obtiveram os maiores nmeros de casos.
HOMENS
MULHERES
TOTAL DE
INFECTADOS
PONTOS MARCADOS
(10% de cada local)
PSF 1 GAFURINGA
1.05%
1.2%
15 Indivduos
2 Indivduos
PSF 2 SO
FRANCISCO
PSF 3 VILA NOVA
PSF 4 CENTRO DE
SADE
0.42%
1.54%
14 Indivduos
2 Indivduos
2.75%
3.5%
25 Indivduos
3 Indivduos
5.94%
5.94%
33 Indivduos
4 Indivduos
PSF 5 COHAB
0.45%
0.36%
9 Indivduos
1 Indivduos
3.78%
3.51%
27 Indivduos
3 Indivduos
HOSPITAL REGIONAL
DE JOO CMARA
454.1%
1025.31%
429 Indivduos
42 Indivduos
0819
18
16
14
12
10
Mulheres
Homens
6
4
2
0
Gafuringa
So
Vila Nova Centro de
Francisco
Sade
Cohab
Bela Vista
Figura 5. Mapa georreferenciado do municpio de Joo Cmara, com a rea urbana em destaque. a) Parte mais alta
da cidade e b) Regio mais carente
0820
Figura 6: Mapa georreferenciado do municpio de Joo Cmara , com rea urbana em destaque. rea mais propicia
ao vetor, terrenos baldios, cemitrios e terrenos abandonados.
4 CONCLUSES
No municpio de Joo Cmara vrios fatores contriburam para a proliferao do vetor, o
saneamento bsico, abastecimento de gua, a coleta de lixo, sistema produtivo moderno, a
produo de recipientes descartveis, plsticos, latas e outros materiais, a produo de lixo
descartveis em ruas, aumenta, a reduo de verba governamental para a sade e infra estrutura,
o municpio totalmente carente de profissionais dedicados a esse fator .
Na regio do Mato Grande, o vero um dos perodos de maior incidncia da doena,
devido s chuvas espordicas que permite o acmulo de gua e o aumento da temperatura
ocorrendo ecloso das larvas do mosquito transmissor, que so os principais fatores para a
proliferao do vetor. Esse perodo compreendeu de 03 de janeiro 03 de junho de 2011, que
coincidem com o perodo da pesquisa, com isso, verificou-se que o municpio de Joo Cmara
totalmente disperso em relao ao combate da dengue, no ocorre uma visita peridica de
agentes de sade nas residncias. O mapeamento dos pontos proporcionou a identificao de que
os bairros mais atingidos so os de difcil acesso. O saneamento bsico inacabado est presente
em todo o municpio. possvel notar a proximidade das residncias aos audes, assim no tem
separao de uma completa higiene, pois convivem nos mesmos ambientes, animais e seres
humanos,com isso se explica porque a incidncia mais presente nesses pontos, esse lado tem
tambm mais presena de terrenos baldios e onde se encontra o cemitrio da cidade. Na tabela
mostra que a incidncia maior est nas mulheres. A possvel causa da maior ocorrncia em
pacientes do sexo feminino atribui-se a vestimentas. comum as mulheres deixarem o corpo
menos protegidos e assim favorecerem a picada do inseto. Alm disso, as mulheres da cidade
trabalham mais em afazeres domsticos como: lavar loua e roupa no quintal, que o local onde
mais propicio a ocorrncia de gua e conseqentemente objetos onde o mosquito possa se
reproduzir. Os locais onde no tem gua encanada so determinantes para a criao do mosquito,
0821
isso porque os moradores so obrigados a armazenar gua. Esses locais tm uma quantidade
maior de focos e conseqentemente de mosquito. Nesses locais a pesquisa traa por onde os
administradores da sade em Joo Cmara devem tentar combater e solucionar o problema do
vetor.
5 AGRADECIMENTOS
Deixo expressos meus sinceros agradecimentos s seguintes instituies e pessoas, sem as
quais o presente trabalho teria sido impossvel: ao IFRN pela receptividade, acolhida e apoio
tcnico e administrativo; ao programa PIBIC-EM do CNPq pelo incentivo financeiro ao
desenvolvimento deste trabalho; ao professor e orientador, Airton de Souza Junior, pelas valiosas
discusses e sugestes no decorrer do trabalho e a secretaria de sade do municpio de Joo
Cmara pelos dados que foram fundamentais para a concluso do artigo.
6 REFERNCIAS
AZEVEDO, Aurlio Barreto-Neto; COMETTI, Rafaela Recla; Sensoriamento remoto como
ferramenta auxiliar no combate ocorrncia de dengue nacidade de Vitria-ES. Anais XIII
BARCELLOS , Christovam; PUSTAI, Adelaide Kreutz, WEBER, Maria Anglica e BRITO, Maria
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FIGUEIREDO,
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0822
0823
RESUMO
Em suma este projeto tem o intuito de promover uma
melhoria na vida dos participantes atravs da prtica
orientada de exerccios fsicos dentro de um programa
elaborado, depois de uma avaliao de reconhecimento
0824
1 PROBLEMA
Nos ltimos anos, em todo o mundo, vem crescendo o numero de idosos, em decorrncia
do aumento da expectativa de vida da nossa populao, ocasionando, assim, inmeras
preocupaes no mbito educacional, denominado de agente de mudana social, pelo fato de a
educao integrar o processo de desenvolvimento da sociedade. Os idosos so indivduos que
vivem margem da sociedade, por ainda no haver programas, espao e at mesmo momentos
que possibilitem a interao deles com as demais pessoas da sociedade. Uma alternativa para
sanar ou, pelo menos, para amenizar essa fragilidade emergente de nossa sociedade so
programas insero dessa camada, classe desfavorecida, em programas de atividade fsica, em
prol da sade e da qualidade de vida, com propsito investigativo, educacional, funcional, social e
de interao, gerando, desse modo, um ambiente favorvel para que essa parcela da sociedade
desfrute de uma vida confortvel em sociedade.
Para ratificar a importncia da atividade fsica, DARIDO(2003), a partir de outros autores,
entende e ressalta a importncia das informaes e conceitos relacionados aptido fsica e
sade, bem como reflete sobre a adoo de estratgias de ensino que contemplem no apenas
aspectos prticos, mas tambm a abordagem de conceitos e princpios tericos que proporcionem
subsdios aos praticantes, no sentido de receberem determinaes quanto relevncia de hbitos
saudveis de atividade fsica ao longo de toda a vida.
No entanto, a incorporao de projeto para idoso nessa perspectiva de promoo da sade
refora a informao de que o envelhecimento populacional pode passar a representar mais um
problema que uma conquista da sociedade, caso os anos de vida ganhos no sejam vividos em
condies de independncia no que se refere a sade, incluso social e mobilidade.
2 ESTUDO DA ARTE
2.1 Sade e atividade fsica: conceitos e olhares
PITANGA (2004) define a sade no apenas com ausncia de doenas, mas com toda a
amplitude que oferece a diversidade contempornea, contemplando as dimenses fsica, mental e
social e amparada em dois polos, um positivo e outro negativo. Enquanto o primeiro seria a
superao das aes do cotidiano, sejam ambientais, sociais, biolgicas ou ligadas ao estilo de
vida, o segundo gira em torno da morbidade, com a mortalidade no extremo. Essa concepo
provoca uma ampliao dessa conceituao conhecida por todos e relacionada s rea biolgica e
higinica, para uma compreenso pedaggica de anlise e de estudo por toda a vida.
O conceito de atividade fsica no censo comum sempre confundido com e de exerccio
fsico, sendo que a atividade fsica definida como qualquer movimento corporal, produzido pela
musculatura esqueltica, que resulta em gasto energtico, (CASPERSEN, POWEL & CHRITENSON,
1985). A prtica da atividade fsica sistematizada leva o individuo a desenvolver uma aptido fsica.
0825
O exerccio fsico, por sua vez, uma atividade planejada e estruturada e tem com
propsito a manuteno da aptido fsica (CASPERSEN, POWEL & CHRITENSON, 1985).
Nesse sentido, fica evidente que o estado de sade est diretamente relacionado
qualidade de vida, influenciada pela condio ofertada pelo estilo de vida, no intuito de obter a
felicidade e a concretizao da independncia funcional e das condies sociais e econmicas dos
idoso em processo de envelhecimento.
0826
ltimos anos na maioria dos pases sinaliza um incremento ainda maior do processo global de
envelhecimento da populao.
Os programas de promoo da sade do idoso so cada vez mais requeridos em face das
demandas crescentes do envelhecimento populacional. Do ponto de vista gerontolgico, o tema
converge com a promoo do envelhecimento ativo, caracterizado pela experincia positiva de
longevidade com preservao de capacidades e do potencial de desenvolvimento do indivduo,
para o que a garantia de condies de vida e de polticas sociais so uma prerrogativa. A
incorporao da viso de promoo da sade nos programas para idosos supe uma abordagem
crtica da preveno e da educao em sade e pode ser vista como um processo social em curso,
complexo, que vem sendo estimulado em nvel internacional por fruns e documentos
institucionais desde meados da dcada de 1980.
OMS, como agncia especializada da ONU (Organizao das Naes Unidas), coube um
papel particularmente importante na formulao de recomendaes especficas. Na Assemblia
de Madri, a entidade lanou o documento Envelhecimento ativo: um marco para elaborao de
polticas. Nesse documento, a OMS recomenda que polticas de sade na rea de envelhecimento
levem em considerao os determinantes de sade ao longo de todo o curso de vida (sociais,
econmicos, comportamentais, pessoais, culturais, alm do ambiente fsico e do acesso a
servios), com particular nfase sobre as questes de gnero e as desigualdades sociais, (Carta de
Ouro Preto-NESPE, 2003).
Para atender a essas agendas, faz-se necessrio desenvolver modelos de ateno sade
do idoso que superem as prticas tradicionais, pois o atendimento que lhes oferecido
habitualmente restringe-se, na melhor das hipteses, ao tratamento clnico de doenas
especficas.
VERAS & CAMARGO (1995) afirmam que, dentre as instituies pblicas, em especial as
universidade so as mais bem equipadas para responder a essas necessidades. A estruturao de
microssituaes temticas voltadas para a terceira idade pode ser um ponto de partida. Ali, os
idosos, alm de receberem assistncia e participarem de atividades culturais e de lazer,
constituem um campo inestimvel para pesquisas em vrias reas do conhecimento, ajudando
assim na formao de profissionais de alta qualificao e alavancando a produo de
conhecimento sobre o envelhecimento humano.
Segundo CALDAS (1999), para adquirir uma mentalidade preventiva e promover
adequadamente a sade do idoso, fundamental a evoluo e a disseminao do conhecimento
sobre o envelhecimento. importante que, em qualquer faixa etria, todos saibam reconhecer
situaes que ponham em risco a qualidade de vida no presente e no futuro e como preveni-las. A
proposta para os que j so idosos a de promover a sade por meio da manuteno ou
recuperao da autonomia e da independncia. Com isso, naturalmente, procurar-se- postergar,
ao mximo, o incio das doenas, pois estas, em sua imensa maioria, so crnicas e, depois de
instaladas, so de difcil resoluo e de evoluo lenta.
0827
3 METODOLOGIA
Em busca das respostas para as questes iniciais de estudo e de alcanar os objetivos
propostos nesse projeto de pesquisa, elegemos a abordagem qualitativa em razo de esta
incorporar o carter scio-histrico e dialtico da realidade social, compreendendo o ser humano
como transformador e criador de seus contextos (Ghedin& Franco, 2008: 118). Para fundamentar
nossa pesquisa, recorremos Anlise de Contedo, mtodo que, segundo BARDIN (1977),
compreende que o rigor atende s expectativas que cercam nosso objeto de estudo. Para BARDIN
(1977), a utilizao da anlise de contedo prev trs etapas principais: 1) pr- anlise - que trata
do esquema de trabalho, envolve os primeiros contatos com os documentos de anlise, a
formulao de objetivos, a definio dos procedimentos a serem seguidos e a preparao formal
do material; 2) explorao do material - que corresponde ao cumprimento das decises
anteriormente tomadas, isto , leitura de documentos, categorizao, entre outros; e, 3)
tratamento dos resultados - fase em que os dados so lapidados, tornando-os significativos. Essa
etapa de interpretao deve ir alm dos contedos manifestos nos documentos, buscando
descobrir o que est por trs do imediatamente apreendido.
No cumprimento de nossa pesquisa, investigaremos os idosos pertencentes ao projeto de
atividade fsica para idoso do IFRN-Cmpus Mossor. Como delimitao amostral, selecionaremos
20 idosos, de ambos os sexos. A seleo ser feita mediante a participao nas atividades com no
mnimo de 80% de frequncia, faixa etria a partir dos 60 anos, bem como aptido para praticar
atividade fsica. O critrio para a no participao na pesquisa ser a incapacidade de participar de
atividades fsicas.
Para coletarmos nosso material de anlise, realizaremos aplicao de questionrio e
entrevistas com os idosos do projeto atividade fsica para idoso. O questionrio a ser utilizado ser
padronizado pelo grupo que estuda qualidade de vida da Organizao Mundial de Sade, o
WHOQOL-Bref (1998), proposto a partir do WHOQOL-Bref, com 100 questes. O questionrio que
ser utilizado contm 26 questes, duas gerais, relacionadas qualidade de vida, e as demais 24
representam cada uma das 24 facetas que compem o instrumento original. Esse questionrio
discrimina quatro aspectos: o fsico, o psicolgico, o do meio ambiente e o de relaes sociais
(Fleck, 2000).
J as entrevistas sero realizadas de forma individualizada. Para isso, utilizaremos como
recurso um aparelho para gravao de udio. Na oportunidade, ainda emitiremos um termo de
consentimento, que dever ser assinado pelos entrevistados e por ns para que possamos, assim
como eles, estar respaldados quanto s informaes prestadas.
As entrevistas sero do tipo semiestruturadas, visto que estas partem de questes
previamente elaboradas, porm oportunizam que, durante a realizao das entrevistas, novos
questionamentos possam ser realizados na busca pela aquisio de informaes mais detalhadas.
Alm disso, oferecem ao entrevistado um clima de dilogo que rompe com o formalismo que
geralmente predomina na realizao de entrevistas (TRIVIOS, 1987). Dessa forma, a coleta de
informaes proporcionadas pelas perguntas dessa tipologia de entrevista ter grande
0828
4 RESULTADOS E CONCLUSO
Com o pouco tempo de implantao do projeto, foi visvel a obteno dos resultados, nos
campos funcional e comportamental dos idosos. Observou-se que eles melhoraram o humor e a
qualidade de vida, tornando-se pessoas mais extrovertidas e animadas. Observou-se tambm que
houve uma significativa reduo nas taxas e nas medidas corporais dos participantes. Desse modo,
constatou-se diminuio de peso e aumento nas defesas imunolgicas, bem como melhorias em
alguns sistemas, como o respiratrio, o circulatrio e at mesmo o nervoso. Outro fator marcante
do projeto foi a liberao dos idosos pelos profissionais de sade da unidade, que antes os
acompanhavam semanalmente e, com a melhoria da sade daqueles, passaram a monitor-los
somente a cada 15 dias. Tambm foi relevante o fato de se haverem coletados depoimentos de
idosos que antes no conseguiam executar atividades simples, tais como vestir sua prpria roupa,
e agora as executam sozinhos. Essas observaes levaram concluso de que o projeto
relevante e de que sempre deve ser seguido o cronograma de execuo, mantendo-se assim os
padres planejados e elevando o aprendizado e a qualidade de vida dos idosos.
5 REFERENCIAS
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0830
RESUMO
O desconhecimento sobre os cuidados necessrios de
higiene bucal representa uma realidade frequente uma
vez que a informao no chega a todas as camadas da
populao da mesma forma e, dificilmente, apreendida
de modo a produzir conhecimento e autonomia em
relao aos cuidados com a sade. Dessa forma de
fundamental importncia a criao de programas
odontolgicos educativo-curativos, que levantem,
interpretem e tratem as necessidades das populaes de
menor acesso aos servios de sade odontolgicos. Esse
artigo visa, portanto, relatar o projeto de extenso
Sorrindo na escola desenvolvido na cidade de Pau dos
0831
INTRODUO
REVISO BIBLIOGRFICA
0832
Botazzo (1994) observa que, at a dcada de 1970, a maioria das aes coletivas, no campo
da sade bucal, era descontnua e espordica, sendo executada na semana dos bons dentes ou
algo parecido. Essas aes apresentavam mais caractersticas de campanha do que de programa.
Em instituies de sade mais bem estruturadas, procurava-se adotar como base de um nico
mtodo de preveno, por exemplo: ou a fluorao das guas de abastecimento pblico ou a
realizao de bochechos fluorados semanais.
Propostas com o foco no coletivo ainda representam um desafio ao campo da odontologia,
tanto pelo fato de a formao na rea dirigir-se para o individual, quanto pelo fato de apenas uma
pequena parte do investimento feito em cincia e tecnologia dirigir-se aos problemas de sade
bucal com relevncia para a sade pblica.
METODOLOGIA
3.5 - Tratamento clnico-odontolgico dos servidores e terceirizados do IFRN campus Pau dos
Ferros.
RESULTADOS E DISCUSSES
De modo geral o projeto apresentou uma boa aceitao nos escolares com relao
participao nas atividades educativas. Seria prematuro, no entanto, tecer comentrios a cerca de
0833
uma possvel mudana no perfil epidemiolgico da crie nessa populao uma vez que esses
resultados viro em longo prazo. Por outro percebe-se que, ao usar experincias como a da casca
do ovo, a aceitao do tratamento e a conscientizao da importncia do flor foi absorvida de
forma bastante relevante.
Com relao ao atendimento de servidores e terceirizados percebeu-se uma real
necessidade do servio da odontologia principalmente entre terceirizados, o que demonstra a
importncia de se manter o servio da odontologia dentro da instituio como forma de promover
uma melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores.
Infelizmente, devido a dificuldade na obteno de materiais odontolgicos por meio dos
demorados processos licitatrios o atendimento clnico teve que ser interrompido sendo mantido
apenas as palestras educativas o que impediu uma ateno integral desses escolares.
CONCLUSO
de fundamental importncia o trabalho da educao em sade nas escolas uma vez que o
acesso aos servios de sade ainda precrio e a preveno se torna ferramenta eficaz na
mudana do perfil epidemiolgico da crie. Tendo em vista que os programas de ateno sade
bucal dos escolares atualmente existentes no municpio e desenvolvidos pelas equipes de sade
da famlia resume-se palestras e aplicaes tpicas de flor espordicas, um projeto como esse
de fundamental importncia na medida que possibilita traar o perfil epidemiolgico da doena
crie nos escolares o que refletir na qualidade de vida desses alunos e por suas vez no
desempenho escolar.
REFERNCIAS BILIOGRFICAS
Botazzo C 1994. A sade bucal nas prticas coletivas de sade. Instituto de Sade (Srie
Tendncias e Perspectivas em Sade 1).
Porto VMC 2002. Sade bucal e condies de vida: uma contribuio do estudo epidemiolgico
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Ayres JRCM 2001. Sujeito, intersubjetividade e prticas de sade. Cincia & Sade Coletiva 6(1):6372.
0834
RESUMO
Em se tratando de qualidade de vida, observa-se que tal
questo perpassa inmeras esferas da vida do indivduo,
sendo um ponto de extrema relevncia, seja no meio
empresarial ou governamental. Dentro desse contexto
este trabalho pretende analisar a qualidade de vida no
trabalho dos servidores lotados na Diretoria Acadmica
de Gesto e Tecnologia da Informao DIATINF, do
Cmpus Natal-Central - CNAT do Instituto Federal de
0835
INTRODUO
Os afazeres do dia a dia e os inmeros papis sociais que o indivduo tem de assumir,
somados falta de tempo para cuidados pessoais, resulta em pessoas estressadas e deprimidas, e
isso se reflete no ambiente organizacional e acaba por motivar as organizaes a investirem em
programas de qualidade de vida que so desenvolvidos para melhorar essa realidade.
Essa prtica aplicada dentro do servio pblico promove o bem-estar coletivo e o
desenvolvimento pessoal do servidor, que exerce sua cidadania no trabalho, e traz a melhoria ao
servio pblico, uma vez que um programa de qualidade de vida envolve responsabilidade
institucional e social.
No Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN),
mais especificamente no Cmpus Natal-Central (CNAT), as aes de promoo qualidade de vida
do servidor so desenvolvidas pela Coordenao de Assistncia ao Servidor COAS, vinculada a
Diretoria de Administrao de Pessoal do Cmpus Natal-Central, colaborando com esta no tocante
s atividades de assistncia ao servidor, com a funo de desenvolver programas de atendimento
e acompanhamento biopsicossocial do servidor, alm de executar e avaliar projetos e aes que
visam contribuir para a qualidade de vida dos servidores da instituio, em conformidade com o
regimento interno da instituio.
As principais atividades desenvolvidas para promoo qualidade de vida do servidor na
instituio so: prticas corporais como corrida, caminhada e dana de salo; prticas esportivas
como jud e tnis; campanhas voltadas sade com a aplicao de exames peridicos; alm de
eventos artsticos e culturais.
Nesse contexto, esta pesquisa trata de analisar como se encontra a qualidade de vida dos
servidores da IFRN, com enfoque nos servidores da Diretoria Acadmica de Gesto e Tecnologia
em Informtica DIATINF, fazendo um levantamento acerca de questes relevantes ao assunto.
Acredita-se que o tema da qualidade de vida est cada vez mais em evidncia, e apesar de
ser bastante explorado, deve sempre ser tratado como uma questo essencial, pois ter qualidade
de vida de suma importncia para que o indivduo possa se desenvolver socialmente e
principalmente no trabalho.
REFERENCIAL TERICO
0836
individuais de vida no contexto dos sistemas de cultura e de valores em que vivem, e em relao a
suas metas, expectativas, padres e preocupaes.
Para Costa (2008), a qualidade de vida est relacionada ao desenvolvimento humano como
um todo, na sade fsica e mental, em um bom convvio social e na conquista do equilbrio de
todos estes fatores. Assim, qualidade de vida envolve pequenas partes que compem um
indivduo, partes que se somam, que se mesclam devendo estar em sintonia para que se tenha
qualidade.
Com relao qualidade de vida no trabalho, hoje vive-se numa sociedade em constante
mudana, que se reflete nas organizaes. Assim, como afirma Carmello (2012), percebe-se que
prticas inadequadas no ambiente de trabalho geram impacto negativo na sade fsica e
emocional dos trabalhadores, e consequentemente prejudicam financeiramente as organizaes.
Nesse contexto, programas de qualidade de vida no trabalho so desenvolvidos com o
intuito de ajudar os funcionrios a modificar seu estilo de vida, em direo a um timo estado de
sade e satisfao, facilitando a adaptao s mudanas constantes que perpassam a vida em
geral, combinando aes e prticas de sade, cultura, lazer e preveno de doenas, promovendo
o bem estar do funcionrio em todos os segmentos de sua vida, tanto profissional quanto pessoal.
A Qualidade de Vida no trabalho uma consequncia da compreenso comprometida e
abrangente das condies de vida no trabalho, incluindo aspectos como bem-estar social, sade,
segurana e capacitao (CALDERARI e MASSOLLA, 2011)
Com a revoluo industrial e a mecanizao do trabalho, alm da influncia de inovaes
tcnicas, ocorreram vrias consequncias sociais e psicolgicas para o trabalhador, que com novos
mtodos de trabalho e diferentes meios de interao social, perda de autonomia, especializao
das tarefas etc., sofreram impactos sociais nas relaes, alm de ter aumentado o grau de stress
pessoal, e problemas devido rotina como o absentesmo. Assim, surgiu a ideia de compensar tais
efeitos ao observar que o trabalho est dentro de um sistema social maior.
Complementando o pensamento anterior, Vasconcelos (2007), destaca que o mundo nos
tempos moderno, vem sendo atingido por inmeras adversidades, que por sua vez interferem no
mundo do trabalho atingindo o trabalhador, trazendo-lhe desgastes e insatisfao, no qual, na
busca de combater tais adversidades, as organizaes utilizam-se de prticas de qualidade de vida
como ferramenta estratgica de gesto.
Com relao qualidade de vida no trabalho, considera-se que esta se relaciona a
satisfao no trabalho e aos benefcios deste trabalho para as organizaes, e ainda, que
programas de qualidade de vida no trabalho enfatizam aspectos como crescimento na carreira,
participao nas decises e no sistema de compensao justa (GUIMARES, 2004 apud MEDEIROS
2007, p.26).
Conforme afirmado por Silva (2012), dentro da atual conjuntura econmica do pas, onde o
funcionalismo pblico vem sendo considerado responsvel pelo dficit dos cofres da Unio e
demanda-se grande esforo empreendido pelas organizaes para sobreviver, bem como um
desgaste por parte dos funcionrios em conseguir planos desejveis pelo novo sistema
organizacional do mundo moderno, surgem propostas de qualidade de vida que objetivam a
0837
melhoria das condies de vida na inteno de conseguir um estado de satisfao por parte dos
trabalhadores ao executarem suas atividades. Desse modo de grande importncia criar
condies para que os (as) funcionrios (as) das instituies pblicas, em particular do IFRN/CNAT,
sintam-se integrantes da organizao e possam atuar com mais satisfao pessoal e profissional.
Ainda de acordo com Silva (2012) o surgimento de doenas ocupacionais adquiridas em
virtude da execuo de determinadas tarefas, tem ocasionado srios danos aos funcionrios,
sendo estes os maiores obstculos enfrentados pela nova gerao, que se v acometida com o
surgimento de doenas, como: estresse, depresso e outras doenas laborais, principalmente a
LER (Leso por Esforo Repetitivo), ocasionado pela falta de momentos de descontrao e prazer,
como os que atividades de lazer propiciam, devido exacerbada cobrana na realizao de
atividades.
Desta maneira, para que se possam minimizar os problemas sociais e de sade dos
servidores, de suma importncia promover aes de qualidade de vida. Considera-se que para
haver melhor condio de desenvolvimento pessoal e profissional dos servidores do IFRN/CNAT,
h necessidade de se desenvolver aes de promoo qualidade de vida na instituio, a fim de
promover o bem estar dos servidores, com o desenvolvimento de prticas corporais que tragam
mudanas no estilo de vida deles.
Assim sendo, ao abordar sobre os fatores intrapessoais a respeito da qualidade de vida no
trabalho, concorda-se que: A vida no trabalho faz-se em cenrio de atitudes, emoes e
sentimentos de enorme diversidade, reproduzindo a forma particular de cada indivduo lidar com
a realidade (BOM SUCESSO, 1998 apud SILVA 2012, p.37).
Percebe-se, portanto, que so muito particulares e singulares as questes que tratam da
qualidade de vida no trabalho, assim como na vida pessoal de cada indivduo, e, o que se busca,
a melhoria de forma generalizada deste tema entre os servidores. Ou seja, um programa de
qualidade de vida que atua na promoo do bem estar dos funcionrios, que venha contribuir em
suas relaes de forma geral, seja no mbito social ou familiar e principalmente organizacional.
Tendo em vista o citado por Carmello (2012), onde se afirma que as prticas no ambiente
de trabalho geram impactos na qualidade de vida do indivduo, e a partir do questionrio aplicado
entre os servidores da DIATINF IFRN/CNAT destacam-se alguns pontos relevantes a serem
discutidos na anlise dos resultados. aqui que Medeiros (2007) conceitua os seguintes aspectos:
I) Execuo do trabalho, que trata de questes acerca da realizao de tarefas simples e
corriqueiras, bom desempenho na realizao das tarefas, significncia do trabalho,
realizao de tarefas completas, feedback do trabalho (percepo quanto ao
desempenho), permisso do uso da iniciativa ou discernimento e esgotamento com o
trabalho;
II) Auto-realizao, que englobaria questes acerca da realizao pessoal e profissional,
conhecimento para realizao do trabalho, satisfao com o trabalho e oportunidade de
desenvolvimento pessoal;
III) Equidade no trabalho, que trabalha as questes que envolvem contar com a ajuda do
chefe quando tiver problemas no trabalho, relacionamento com colegas de trabalho,
0838
IV)
V)
VI)
VII)
VIII)
IX)
X)
XI)
METODOLOGIA
De acordo com Lakatos e Marconi (2001), a presente pesquisa pode ser considerada um
estudo de carter descritivo, pois possui objetivos e procedimentos definidos, direcionados para
anlise de questes relevantes ao tema, bem como tambm pode ser exploratria, j que ir
explorar um segmento especfico do tema promovendo um maior conhecimento em torno da
promoo qualidade de vida do servidor na instituio IFRN/CNAT, especificamente na DIATINF.
0839
Alm disto, uma pesquisa quantitativa por utilizar-se de mtodos quantificveis, com uso
de amostra de uma determinada populao, conforme definem Lakatos e Marconi (2001).
Dessa forma, utilizou-se como estratgia um estudo de caso que ir investigar as questes
da qualidade de vida no trabalho junto aos servidores da DIATINF IFRN/CNAT, que possui ao
todo 64 servidores, sendo a pesquisa realizada com uma amostra de 26 destes servidores, isto ,
com 40,62% do universo total de servidores da referida diretoria.
O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionrio adaptado de Medeiros
(2007). Houve uma diviso entre as afirmaes do questionrio, de acordo com os aspectos que as
envolviam. Aos agrupamentos feitos foi dado o nome de aspecto. Ou seja, entende-se por
aspecto o agrupamento das questes do questionrio, de acordo com o assunto s quais tratam.
ANLISE DE RESULTADOS
Percentuais
+
Total
16,0 84,0 100,0
16,7 83,3 100,0
8,3
91,7 100,0
27,3 72,7 100,0
25,0 75,0 100,0
16,7 83,3 100,0
44,0 56,0 100,0
22,0 78,0 100,0
Com relao auto-realizao observou-se, de acordo com a Tabela 02, que grande parte
dos entrevistados sentem-se realizados pessoal e profissionalmente com seu trabalho, haja vista
que existe o conhecimento necessrio para realizao dele e este ponto muito importante para
desenvolver um bom trabalho, bem como se v destaque quanto oportunidade de
desenvolvimento o que agrega valor ao indivduo, tornando-o mais satisfeito em relao ao seu
trabalho. Isto reflete de forma positiva na instituio, visto que ao se desenvolver a satisfao
aumenta-se a produtividade.
Tabela 02: Comportamento quanto auto-realizao.
2 Aspecto Auto-Realizao
Realizao profissional
Realizao pessoal
Percentuais
+
total
20,0
80,0 100,0
16,0
84,0 100,0
0840
16,7
12,5
12,5
15,5
83,3
87,5
87,5
84,5
100,0
100,0
100,0
100,0
15,4
3,8
7,7
23,1
28,0
4,2
13,7
Percentuais
+
total
84,6 100,0
96,2 100,0
92,3 100,0
76,9 100,0
72,0 100,0
95,8 100,0
86,3 100,0
Conforme explcito na Tabela 04, no que diz respeito relao com a organizao, houve
grande ndice de respostas positivas, constatando que os indivduos se identificam com a
organizao e enxergam a relevncia de seu trabalho e da prpria instituio perante a sociedade.
Ou seja, ao avaliar de forma positiva a relao com a organizao, os servidores da DIATINF
IFRN/CNAT sentem-se participantes da organizao, e se veem importantes para a instituio com
o reconhecimento de seu trabalho.
Tabela 04: Comportamento quanto relao com a organizao.
20,0
8,3
16,7
12,0
11,5
8,3
12,8
Percentuais
+
total
80,0 100,0
91,7 100,0
83,3 100,0
88,0 100,0
88,5 100,0
91,7 100,0
87,2 100,0
48,0
20,0
Percentuais
+
total
52,0 100,0
80,0 100,0
0841
41,7
15,4
16,7
24,0
27,6
58,3
84,6
83,3
76,0
72,4
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
40,9
65,2
62,5
56,2
Percentuais
+
total
59,1 100,0
34,8 100,0
37,5 100,0
43,8 100,0
44,0
19,2
0,0
12,0
46,2
24,3
Percentuais
+
total
56,0
100,0
80,8
100,0
100,0
100,0
88,0
100,0
53,8
100,0
75,7
100,0
29,2
26,9
16,0
13,0
Percentuais
+
total
70,8 100,0
73,1 100,0
84,0 100,0
87,0 100,0
0842
21,3
78,7
100,0
No tocante relao trabalho-vida social, v-se de acordo com a Tabela 09, e tendo em
vista o alto ndice de respostas positivas, que os servidores da DIATINF consideram o IFRN como
uma excelente instituio para se trabalhar, onde se oferece condies de lidar com mudanas,
alm de transmitir segurana com relao ao futuro na instituio, o que importante para
manter a confiana do indivduo em realizar seu trabalho, mantendo um equilbrio para com sua
vida pessoal.
Tabela 09: Comportamento quanto relao trabalho-vida pessoal.
20,8
4,0
24,0
29,2
19,5
Percentuais
+
total
79,2 100,0
96,0 100,0
76,0 100,0
70,8 100,0
80,5 100,0
No que diz respeito participao, como se observa na Tabela 10, os servidores da DIATINF
IFRN/CNAT consideram-se participativos dentro dos processos da organizao, tanto com
relao tomada de decises quanto em relao participao nos movimentos de reivindicao
de melhorias institucionais.
Tabela 10: Comportamento quanto participao.
10 Aspecto - Participao
Participao nas decises da rea de trabalho
Participao em movimentos que reivindicam melhorias para a organizao
16,0
30,8
23,4
Percentuais
+
total
84,0 100,0
69,2 100,0
76,6 100,0
50,0
40,9
45,5
Percentuais
+
total
50,0
100,0
59,1
100,0
54,6
100,0
Nesse contexto, pode-se considerar a partir dos dados apresentados que, em sua maioria,
os servidores da DIATINF sentem-se satisfeito com seu trabalho e que a instituio oferece boas
condies de trabalho e atua de forma a promover a qualidade de vida de seus funcionrios.
0843
CONSIDERAES FINAIS
Diante dos inmeros problemas causados pelo capitalismo e a globalizao, que perpassam
as relaes sociais e a esfera do trabalho nos dias de hoje, a questo da qualidade de vida torna-se
cada vez mais visvel. Neste cerne, faz-se necessrio a atuao das organizaes como provedoras
de aes que promovam qualidade de vida de seus funcionrios, para que se possa ter um
equilbrio nas relaes, causando a satisfao do indivduo, e assim, refletindo esta satisfao de
forma positiva em seu trabalho. Dessa forma, as organizaes trabalham a questo da qualidade
de vida em diversos aspectos, com o intuito de promover o bem-estar e desenvolvimento pessoal
e profissional de seus funcionrios.
Diante da pesquisa realizada, foi possvel identificar que a instituio, na maioria dos
aspectos considerados, trabalha de forma a promover a qualidade de vida de seus servidores, que
por sua vez, sentem-se satisfeitos em trabalhar na instituio, existindo assim, o bem estar que a
proposta principal da qualidade de vida.
Ao longo da anlise, identificou-se que noventa por cento dos aspectos analisados,
traduziu-se em satisfao na qualidade de vida dos servidores dentre estes, esto aspectos
intrnsecos a capacidade e vontade que a instituio tem em promover a qualidade de vida de
seus funcionrios.
Quanto aos aspectos negativos, observou-se que foram mnimos, pois apenas dez por
cento dos aspectos analisados deixaram a desejar, sendo este o aspecto relativo satisfao
quanto remunerao, principalmente no quesito que se compara os ganhos financeiros da
instituio com profissionais de outros rgos, bem como com relao ao que o sujeito produz
para instituio.
Espera-se, por fim, que este trabalho sirva de base de dados, para que os gestores da
diretoria em questo propiciem um melhor atendimento no que diz respeito qualidade de vida
no trabalho, nos planejamentos vindouros, assim como, para estudos futuros neste campo da
pesquisa.
REFERNCIAS
COSTA,
R.
L. O
que
qualidade
de
vida? Novembro
2008.
Disponvel
em: <http://palavriado24.blogspot.com.br/2008/11/o-que-qualidade-de-vida.html>. Acesso em: 12 fev.
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SIMPSIO
DE
EDUCAO
UNISALESIANO.
Disponvel
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0844
0845
RESUMO
O presente estudo tem como finalidade analisar o nvel
de atividade fsica presente no projeto recreio cultural,
desenvolvido na escola municipal Anglica de Almeida
Moura, Natal/RN entre crianas do 4 ao 5 ano do
ensino fundamental I durante o intervalo das aulas,
avaliando como se d a influncia das atividades fsicas,
presente nas prticas de lazer durante o recreio. O
estudo se encontra em desenvolvimento, mas se utilizar
do mtodo etnogrfico, caracterizando uma abordagem
qualitativa tendo como instrumento a observao
0846
APRESENTAO
RECREIO CULTURAL
ESTILO DE VIDA
Pode-se entender como conceito de estilo de vida, de acordo com Featherstone (apud
Pinto 2002. p 09-10), que uma expresso, modificada atravs da contemporaneidade em um
0847
conjunto no fixo de gostos e disposies, mas que se constri de maneira dinmica no cotidiano
e com as experincias transitrias. Mas o conceito deste numa viso diferenciada, pode ser
tambm entendido como um conjunto de adaptaes biolgicas e culturais que experimentamos
durante a toda a vida dependendo de como vivenciado, pode refletir positivamente sobre os
aspectos e as condies de sade e bem-estar (VILARTA, GONALVES, 2004, p.46).
Trazendo para o contexto das crianas, o mundo globalizado tem exigido cada vez mais
delas, uma vez que muitos alm da rotina escolar, em qualquer que seja o turno, tm mantido nos
ltimos anos um segundo perodo de atividades colegiais, a exemplo disso so as escolas de
reforos, os projetos sociais (como Mais Educao, desenvolvido na escola Anglica A. Moura), as
aulas de idiomas, de informtica e etc., o que acaba por impedir de que essas crianas possam
vivenciar momentos agradveis de lazer como jogos e brincadeiras com os amigos e famlia.
Essas exigncias, associado afatores como, a violncia dos centros urbanos, a automao
na sociedade moderna, a falta de infraestrutura adequada em escolas, a falta de politicas pblicas,
a ascenso da tecnologia entre outros fatores so hoje alguns dos motivos para a diminuio das
atividades fsicas, gerando um quadro de sedentarismo em muitas capitais.
Grandes concentraes urbanas, reduo dos espaos livres, mquinas que nos poupam
esforo e a glorificao da vida sedentria como smbolo de status social, criaram o
cenrio ideal para as doenas associadas a inatividade fsica, tambm referidas como
doenas da civilizao (NAHAS, 2001, p.24).
Com isso, o pouco tempo e espao que lhes so concedidas para brincar, muitas crianas
preferem aderir de fato, as vrias formas de tecnologia e seus meios miditicos, como sendo as
nicas prticas de lazer, por estas serem de mais fcil acesso, ou seja, dentro de casa
(MARCELLINO, 1996, p.74).
0848
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSES
0849
A figura 1 demonstra o espao destinado boa parte das atividades desenvolvidas durante
o recreio. Como j citado, trata-se de espao fechado com pequenas propores, mas que fora
reutilizado para fins ldicos e recreativos.
As figuras 2 e 3 correspondem aos parques, equipamento constitudo de escorregas,
balanos e etc. detm a maior procura pelas crianas. Onde se percebe que esta procura deva-se
muito associao do parque com as brincadeiras livres, como, pega-pega, esconde-esconde e
derivados. A escola possui dois parques, ambos so liberados para o brincar das crianas durante o
recreio. Sendo que um deles est situado na parte da frente da escola prximo a quadra,
reunindo um nmero maior de crianas, j o outro, est situado nos fundos da escola e existe uma
menos demanda para este.
0850
uns dos outros, uma vez que a quadra est logo frente. Assim, os que saem da quadra entram
no parque e vice-versa.
0851
Discernir boas brincadeiras das ms um dos princpios abordados pelo projeto recreio
cultural, que at onde fora pesquisado tem se mostrado eficaz. Pois quando uma criana fere
esse principio lhe chamada a ateno, depois lhe retirado da atividade e se persistir os pais so
convocados para uma reunio com a coordenadora do projeto juntamente com a diretora, onde
buscar-se- uma soluo para qualquer ocorrido.
CONCLUSO
REFERNCIAS:
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20:25:30.
0853
RESUMO
Dada importncia do esporte e lazer na vida social da
populao brasileira e em especial a dos moradores da
cidade de So Jos de Mipibu, localizada no Estado do
Rio Grande do Norte, percebe-se um crescente aumento
na populao de crianas e adolescentes necessitando de
polticas sociais, contexto esse que permeia as demais
cidades brasileiras. Assim nasceu o Programa Sexto
Momento com objetivo de garantir a essa populao o
acesso ao esporte e ao lazer como direitos sociais. Foi
realizado diagnstico por meio de entrevistas com a
populao e secretrios municipais, analisaram-se
programas e projetos desenvolvidos pelas secretarias de
0854
1 APRESENTAO
Pelo constante crescimento das cidades brasileiras e as dificuldades encontradas na
implantao de programas voltados ao esporte e lazer, percebe-se que a cidade de So Jos de
Mipibu localizada na regio metropolitana do Estado do Rio Grande do Norte, apresenta uma
deficincia nesse ponto que a falta de polticas pblicas voltadas para o esporte e lazer da sua
populao. Nesse intuito fundamental que sejam criadas solues que diminuam as
desigualdades sociais. O Projeto Sexto Momento (PSM) surgiu em18 julho de 2012, na cidade de
So Jos de Mipibu de uma inquietao do autor com a carncia de poltica pblica social de
esporte e lazer de seu municpio, projeto esse desenvolvido de uma iniciativa particular, sem
apoio pblico at o momento, o PSM voltado para crianas e adolescentes. Esta iniciativa baseouse em autores do lazer, os quais mencionam os direitos sociais como:
Os direitos sociais so assim denominados por terem sido reconhecidos e esquematizados
tardiamente em relao aos direitos civis e polticos. Apesar de seu reconhecimento
posterior, os direitos sociais so, atualmente, considerados como preceito bsico para
uma vida digna e, entre eles, inclui-se o direito ao lazer. (GOMES, 2010, p.33).
Assim, suas aes so desenvolvidas de forma autnoma pelo prprio autor, no ginsio de
esporte e lazer da cidade, cuja proposta visava garantir o acesso ao esporte e ao lazer como
instrumento de incluso social, considerando sua importncia no desenvolvimento integral do
indivduo e na formao da cidadania, favorecendo sua insero na sociedade.
Essa iniciativa pode estimular a educao, e a socializao, proporcionando o
desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo, social e moral desse pblico. So Jos de Mipibu
necessita de programas de esporte e lazer, j que o acesso ao esporte e lazer surge como direito
constitucional no seu art. 6, captulo II dos direitos sociais do cidado brasileiro. Na
perspectiva de melhoria na qualidade de vida desses jovens, o Projeto Sexto Momento (PSM)
surge como elemento facilitador da aprendizagem de seus participantes, contribuindo com a
reverso do quadro de excluso social que cerca as cidades brasileiras.
O PSM aparece como uma vertente de esporte e do lazer que busca a consolidao de um
direito do cidado, podendo se contrapor lgica do mercado hegemnico que continua sendo
privilgio de poucos cidados brasileiros.
Reconceituar o esporte e o lazer pens-lo enquanto patrimnio cultural da humanidade,
colocando na agenda do governo enquanto um dever do Estado municipal executivo. Para tanto,
necessrio conquistar um espao dentro dos gabinetes governamentais e construir ressignificados
em um programa que no somente no seu ttulo devesse a preocupao da aproximao do
esporte e do lazer, mas acima de tudo no fazer pedaggico do cotidiano. Por isso, Castellani Filho
(2008, p.5) afirma que:
Por sua vez, a identificao em seu ttulo das expresses esporte e lazer buscava reforar
o entendimento de que ambas constituam-se em conceitos distintos, mas de certa forma
confluentes, na medida em que o primeiro, em sua dimenso recreativa, dissociada da
busca do rendimento, encontrava no lazer a possibilidade concreta de expresso. no
0855
Ressalta-se que essas prticas de esporte e lazer trazem benefcios para a qualidade de
vida dessa populao no que diz respeito s possibilidades amplas do uso do tempo livre, fazendo
com que seus praticantes tenham prazer, divertimento, bem-estar atravs dessas prticas
desportivas e de lazer. Com isso os membros do projeto ao estarem em contato com outros jovens
interagem socialmente, fazendo destes que ser nossa populao adulta, uma sociedade mais
criativa, crtica e mais humana. Dada relevncia social que o esporte e lazer possibilitam,
fundamental que todas as aes contribuam no desenvolvimento das crianas e adolescentes
mipibuenses
Entrevistas realizadas no perodo de fevereiro a maro de 2013 nas secretarias de educao e esporte e lazer da
cidade de So Jos de Mipibu/RN. Os entrevistados demostram interesse em desenvolver aes voltadas para as
polticas pblicas de esporte e lazer, porm os mesmos relatam dificuldades em relao burocracia nas instncias
governamentais, e em relao dificuldade na elaborao de projetos e programas que culminem na contemplao
via edital pblico.
0856
0857
de So Jos de Mipibu, podendo ser dos bairros Tancredo Neves, Bairro Novo, Pau-Brasil, dentre
outros. Os alunos so cadastrados por meio de inscrio prvia e gratuita feita por seus
responsveis com os seguintes documentos: comprovante de residncia, identidade, 01 foto 3x4 e
declarao que est matriculado em instituio de ensino. O projeto no primeiro ano da sua
implantao atende ao nmero de at 100 crianas e adolescentes, com faixa etria de 08 a 16
anos.
Suas aes so ofertadas atravs de atividades sistemticas (oficinas) e assistemticas
(eventos). As atividades sistemticas so desenvolvidas no Ginsio de esportes do prprio
municpio, com periodicidade duas vezes por semana pela manh no horrio das 07h00min at as
08h30min, desenvolvendo atividades pr - desportivas de forma ldica, atividades esportivas tais
como: handebol, basquete, vlei, badminton, futsal; jogos cooperativos; brincadeiras populares;
aulas dialgicas. E as atividades assistemticas ocorrem em parcerias com instituies de ensino e
outros Programas de esporte e lazer 2, com periodicidade espordica, nas quais desenvolvem as
aes com profissionais de outras reas como Educao Fsica, Tecnlogos em Gesto em
Desportiva e de lazer, dentre outros.
A ttulo de exemplo de atividade assistemtica, realizamos no Projeto um evento em
parceria com o PELC, evento no qual teve o objetivo de oportunizar vivncias ldicas no esporte e
lazer. O evento teve dois momentos: turno da manh (para os alunos regulares do Projeto); Turno
da tarde (alunos da escola Municipal Professor Severino Bezerra de Melo). Todos os turnos
apresentados tiveram vivncias em atividades cooperativas, brincadeiras populares, capoeira e
diversas manifestaes culturais. Houve sorteios de brindes, distribuio de picol, balas e
pipocas.
So utilizados materiais pedaggicos para realizao das atividades tais como: bolas de
diversos esportes (futebol de salo, vlei, handebol, basquete) bambols, redes de vlei, raquetes
de badminton, cones, bomba de inflar bolas, dentre outros de financiamento prprio.
O ensino baseia-se principalmente na teoria de crescimento e desenvolvimento motor de
David Gallahue (2005), priorizando as tarefas nas habilidades motoras fundamentais e habilidades
motoras especficas, tendo o professor o conhecimento cientfico e a percepo para que possa
favorecer os estmulos mais amplos possveis para esses participantes, atividades essas
implantadas sempre de forma ldica.
Sabendo que a criana est em processo de transformao, o PSM tem a ateno e o
cuidado em perceber suas particularidades, porm no podemos deixar passar as janelas de
oportunidade termo esse que aponta a fase onde a criana est mais propcia aprendizagem.
Por isso de fundamental valia que o projeto sexto momento seja incorporado pelo governo
municipal de So Jos de Mipibu.
As instituies de ensino so o IFRN, a UNI-RN e a Escola Municipal Professor Severino Bezerra de Melo de So Jos
de Mipibu/RN. O Programa o Esporte e Lazer da Cidade PELC, do Ministrio do Esporte.
0858
O esporte e o lazer aqui se entrelaam com a educao, dessa maneira fica evidenciado
que possvel contribuir de forma ativa na formao de cada indivduo participante do Projeto
Sexto Momento, atravs de atividades desportivas construdas com nfase no respeito, no
compromisso e no trabalho em equipe, fazendo com que eles exeram sua cidadania e possam
conviver melhor em sociedade. Na medida em que o esporte e o lazer participam da construo
social, acredita-se que o Projeto Sexto Momento seja um mediador na aprendizagem do saber
emprico dos participantes em conhecimento cientfico, pois envolvemos a comunidade a
participar, para podemos desenvolver a auto-organizao da sociedade para atividades futuras.
O esporte de lazer ou recreativo na lei vigente esporte de participao expressa, na
adjetivao do conceito de esporte, a compreenso de que em sua realizao deve
prevalecer o sentido do ldico, caracterizado pela livre escolha, busca da satisfao e
construo, pelos prprios sujeitos envolvidos, dos valores tico-polticos a serem
materializados. Ele se realiza em limites temporais e espaciais do lazer como expresso de
festa e alegria. Por meio dele, o ser humano s vivencia situaes esportivas ldicas e
prazerosas, seja em pequenos grupos ou em multido. (POLTICA NACIONAL DO ESPORTE,
2005).
Diante do exposto pode-se dizer que o projeto sexto momento sustenta o objetivo que
garantir o acesso ao esporte e ao lazer como desenvolvimento ntegro do indivduo na sua
formao para o exerccio da cidadania. Nessa perspectiva de cidadania Gomes (2010, p.34) indica
que:
A conquista da cidadania se traduz na capacidade de nos fazermos sujeitos responsveis
por nossa histria e pela construo da histria da nossa sociedade, procurando
transform-la no sentido da emancipao e da justia social.
Nesse contexto, o PSM com um planejamento eficiente e eficaz torna-se possvel inserir
toda comunidade a interagir com intuito coletivo, fazendo destes sujeitos comprometidos a
participar do desenvolvimento social da Cidade de So Jos de Mipibu.
0859
5 CONSIDERAES FINAIS
Face ao exposto apresentado verificamos at o momento que o municpio citado necessita
de gestores com atitudes que vislumbrem solues aos problemas sociais existentes na localidade,
permitindo assim a incluso social atravs do esporte e lazer. Desse modo o Projeto Sexto
Momento (PSM) se configura como uma referencia de ao para o municpio de So Jos de
Mipibu, marcando assim o incio de mudana social, ofertando mltiplas vivencias no esporte e
lazer. Essas crianas atendidas pelo projeto esto em pleno processo de crescimento e
desenvolvimento, carecendo de ateno e atitudes. Segundo Mascarenhas (2005, p. 26)
A participao social seria um fator solicitado para concretizao do esporte e lazer
enquanto direitos sociais constituintes da cidadania e esferas do exerccio do poder pela
sociedade civil organizada. Nesse sentido, o direito ao esporte e lazer deve estar
alicerado sobre princpios como planificao, justia e democracia, deixando de ser
monoplio ou instrumentos daqueles que concentram o poder econmico.
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0861
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo a avaliao da
qualidade fsico-qumica e microbiolgica da gua que
era destinada ao consumo dos alunos em trs escolas
pblicas do municpio de Acari - RN. As amostras foram
coletadas nos bebedouros das trs escolas que em
seguida foram levadas para o laboratrio de Anlise de
Meio Ambiente (LAMA) e em seguida foram realizadas as
seguintes anlises: pH (potencial hidrogeninico),
0863
1 INTRODUO
Sabemos que a gua uma das substncias elementares vida, ela imprescindvel aos
nossos processos metablicos, mas quando poluda por agentes qumicos ou biolgicos e no
tratada ou transportada e armazenada de forma adequada se torna um veculo de doenas.
Segundo a Organizao Mundial da Sade cerca de 80% das doenas que ocorrem em
pases em desenvolvimento so veiculadas pela gua contaminada por microrganismos
patognicos (COELHO et al., 2007 apud CARVALHO et al., 2009).
E segundo Cruz et al.(2007), fundamental que os recursos hdricos apresentem condies
fsico-qumicas adequadas para a utilizao dos seres vivos, devendo conter substncias essenciais
vida e estar isentos de outras substncias que possam produzir efeitos prejudiciais aos
organismos.
De acordo com a Fundao Nacional de Sade (2006), as bactrias patognicas
encontradas na gua e/ou alimentos constituem uma das principais fontes de morbidade e
mortalidade em nosso meio. So responsveis por numerosos casos de enterites, diarrias infantis
e doenas endmicas/ epidmicas (como a clera e febre tifide), que podem resultar em casos
letais.
Quando se trata do fornecimento de gua de consumo para escolas de ensino infantil ou
fundamental, deve-se ter um cuidado redobrado, pois as crianas so mais propensas aquisio
de doenas devido menor imunidade, o que obriga a existir um fornecimento peridico de gua
livre de contaminantes (CASALI, 2008). Esse cuidado especial que necessrio ter-se com a gua
que fornecida aos estudantes, principalmente as crianas, o fato que justifica este estudo, pois
estudando os possveis problemas de contaminao podem-se propor medidas que minimizem o
risco de contaminao da gua consumida nas escolas em questo.
A portaria n 518/2004 do Ministrio da Sade estabelece normas de qualidade da gua
para o consumo humano, dispondo de definies e dos deveres do nvel federal, estadual, distrito
federal, municipal e do responsvel pela operao de sistema e/ou soluo alternativa.
Tomando essa norma como instrumento norteador, este trabalho teve como objetivo
avaliar a qualidade fsico-qumica e microbiolgica da gua destinada ao consumo e preparo de
alimentos de escolas pblicas do municpio de Acari - RN.
2 METODOLOGIA
O trabalho foi realizado, com a gua proveniente dos bebedouros de trs escolas do
municpio de Acari RN (Figura 1), no laboratrio de anlises de meio ambiente (LAMA) do IFRN
Campus Currais Novos, as amostras foram coletadas de acordo com os procedimentos para coleta
em residncias do manual de anlises de gua da FUNASA (2006).
0864
Para verificar a garantia da potabilidade da gua distribuda aos alunos foram realizadas
anlises fsicoqumicas, elas foram: Turbidez, potencial hidrogeninico (pH) e Cloro Residual
Livre.
Para a determinao da turbidez, utilizou-se o turbidmetro, mas em primeiro lugar
calibrando o aparelho de acordo com as instrues do fabricante, em seguida foi realizado a
leitura diretamente no aparelho na escala UNT (Unidade nefelomtrica de turbidez), e para o pH
teve basicamente o mesmo princpio de determinao da turbidez, utilizou um potencimetro
calibrando o aparelho de acordo com as instrues do fabricante depois foi realizado a leitura
diretamente no aparelho.
J para a determinao do cloro residual livre utilizou-se o manual tcnico de
procedimentos e tcnicas laboratoriais voltado para anlises de gua e esgoto sanitrio e
industrial (2004), antes de ter dado incio a operao foram preparadas uma soluo de tiossulfato
de sdio 0,1 N que a partir dela foi preparada a soluo padro de tiossulfato de sdio 0,025 N,
soluo indicadora de amido, soluo de dicromato de potssio ( ) 0,1N utilizada para a
padronizao do tiossulfato de sdio 0,1 N e 0,025N. Em seguida, foi pipetado 50 ml da amostra e
transferido para um erlenmeyer de 250 ml, posteriormente foi ajustado o pH com a adio de
cinco ml de cido actico glacial em uma capela com exaustor, depois com o auxilio de uma
esptula adicionou um grama de iodeto de potssio (KI), assim que ocorreu a adio do iodeto nos
erlenmeyers foram enrolados com papel alumnio e mantidos em local escuro por durante seis
minutos, decorrido o tempo e retirado o papel toalha iniciou a titulao com tiossulfato de sdio
0,025 N vagarosamente at a mudana de cor, onde nesse momento foi adicionada a soluo
indicadora de amido, que no nosso caso no ocorreu a mudana de cor, finalizando o
procedimento nessa parte.
Para as anlises microbiolgicas utilizaram-se como referncia os passos estabelecidos pela
Instruo Normativa N 62, de 26 de agosto de 2003. Primeiramente como recomendado, se
realizou a prova presuntiva, que visa detectar a possvel presena de coliformes totais e
termotolerantes, com a inoculao de 10 ml da amostra que foi analisada em uma srie de trs
tubos contendo caldo lauril sulfato de sdio (LST) em concentrao dupla; depois inoculou um ml
da gua em uma segunda srie de trs tubos com caldo lauril sulfato de sdio, mas desta vez com
0865
concentrao simples, prosseguido com as diluies a partir da 10-1 at a 10-3 posteriormente ouve
a incubao por aproximadamente 48 horas em 36 C. Antes de partir para a prova confirmativa
foram observados quais tubos houve a formao de gs em aproximadamente dez por cento nos
tubos de Durhan
3 RESULTADOS E DISCUSSES
Na tabela 1 pode-se observar que os valores de turbidez ficaram abaixo da tolerncia
estabelecida pela portaria n 518/2004 MS, considerando o padro para gua potvel. Esse
resultado importante, pois a turbidez tem relao direta com a eficincia da filtrao no
tratamento, das condies da tubulao na qual a gua foi conduzida e das condies da caixa
dgua onde a gua ficou armazenada.
A turbidez se deve a presena de slidos suspensos, de origem orgnica e inorgnica e um
parmetro adotado em controle de poluio de gua, alm disso, a presena de turbidez
esteticamente indesejvel (BARCELLOS et al., 2006; PEZENTE, 2009).
Lage Filho e Andrade Jnior (2007) mostraram que a turbidez apresentada por uma amostra
de gua diretamente proporcional ao contedo de matria orgnica desta que por sua vez
diretamente proporcional a demanda de cloro livre da amostra. Castania (2009) argumenta que
valores de turbidez devem sempre ser menores do que 5,0 UNT em processos usuais de
desinfeco de gua, j que partculas suspensas atuam como escudos para os patgenos
diminuindo a ao do desinfetante. Isso significa que o teor de cloro ativo na gua dever ser
suficiente para degradar toda matria orgnica presente, destruir os microrganismos patognicos
e ainda deixar uma frao de cloro residual ativo para garantir a sanidade da gua at o momento
do consumo.
Os valores de pH apresentados pelas amostras tambm esto em conformidade pelo que
estabelece a norma. importante que o pH se encontre dentro faixa estabelecida, pois quando as
guas de abastecimento, em geral, apresentam valores de pH entre 5 e 10, as formas presentes
so o cido hipocloroso (HOCl) e o on hipoclorito (OCl-). O cloro existente na gua sob essas
formas definido como cloro residual livre (OPAS, 1987; ROSSIN, 1987 apud MEYER, 1994).
Observa-se na Tabela 1 que nenhuma das amostras apresentou cloro residual livre, esse
um grave problema, sabe-se que de fundamental importncia as guas de consumo
apresentarem no mnimo 0,2 mg/L de cloro residual livre para garantir a sua sanidade (BRASIL,
2004). Esse problema da ausncia de cloro ativo nas amostras analisadas pode ser decorrente da
contaminao por matria orgnica e microrganismos presentes nas tubulaes e nas caixas
dgua das escolas. Segundo Castania (2009), a concentrao de cloro ativo decai ao longo da
tubulao em virtude das reaes que ocorrem com a matria orgnica, essas reaes alm de
reduzirem o teor de cloro ativo ainda podem forma substncia nocivas.
O uso e a presena de cloro no tratamento da gua podem ter como objetivos a desinfeco
(destruio dos microrganismos patognicos), a oxidao (alterao das caractersticas da gua
pela oxidao dos compostos nela existentes) ou ambas as aes ao mesmo tempo. A desinfeco
o objetivo principal e mais comum da clorao, o que acarreta, muitas vezes, o uso das palavras
desinfeco e clorao como sinnimos (BAZZOLI, 1993 apud MEYER, 1994).
Em relao aos parmetros microbiolgicos coliformes totais e termotolerantes, as trs
amostras foram consideradas dentro dos padres, apesar da Tabela 1 apresentar o valor de >3
NMP/mL para todas as amostras, esse valor aparece apenas pela tcnica usada ser uma
0866
estimativa, mas nenhum tubo apresentou presena de gs nem sequer turvao, por isso
consideraram-se negativos todos os resultados.
No seria de se admirar gua tratada no apresentar de contaminao fecal, mas nesse caso
especfico que as amostras no apresentaram cloro livre residual deve-se prestar ateno especial,
pois os patgenos podem se proliferar nas guas consumidas nas escolas desse estudo por no
apresentarem cloro residual e a consequncia pode ser um grave problema de sade pblica.
Tabela 1: Anlises fsico-qumicas e microbiolgicas da gua das escolas
Escola
Turbidez
(UNT)
2,7 0,9
0,7 0,9
3,0 0,3
Padro de aceitao
segundo a portaria
n 518/2004
5,0
pH
7,9
0,1
6,4
0,1
7,5
0,1
6,0 a
9,5
Cloro
Residual
Livre (mg/L)
Coliformes
totais
(NMP/mL)
Coliformes
termotolerantes
(NMP/mL)
nd
>3
>3
nd
>3
>3
nd
>3
>3
Mn. 0,2
1 positivo por
ms
Ausncia
4 CONCLUSO
Os valores de turbidez e pH encontrados foram aceitveis de acordo com a legislao.
No foi detectado cloro ativo residual nas amostras quando a portaria 518/2004 MS
preconiza um residual mnimo de 0,2 mg/L, o que caracteriza um risco sade dos consumidores
da gua dos locais de coleta.
Apesar da no deteco do cloro residual, as amostras no apresentaram contaminao
por coliformes totais e nem por termotolerantes.
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<http://www.hidrolabor.com.br/IN62.pdf.> Acesso em 02 ago. 2012.
0868
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo analisar o
comportamento da precipitao total anual, de 1986 at
2007, das cidades de Mossor e Natal, as quais so
municpios do Rio Grande do Norte-RN (Nordeste do
Brasil: NEB). Isso, a fim de investigar se h uma tendncia
de aumento, diminuio ou uma permanncia
aproximadamente constante da precipitao total anual,
em meio s mudanas climticas que esto sendo
observadas no planeta. Segundo pesquisadores, sobre a
0869
1 INTRODUO
A precipitao pluviomtrica uma das variveis meteorolgicas mais importantes para os
estudos climticos de uma determinada regio. Diversas atividades do setor produtivoeconmico-social (como agricultura, gerao e distribuio de energia hidroeltrica, indstria, etc)
so dependentes da variabilidade pluviomtrica regional. E, o conhecimento do comportamento
dessa varivel substancial para os projetos dessas atividades.
No contexto atual, de mudanas climticas, tem sido perceptvel que a variabilidade anual
e sazonal da precipitao no estado do RN tem se tornado cada vez maior, isto , perodos
bastante secos e outros bastante chuvosos. Como por exemplo, esse ano, 2013, foi previsto
precipitao abaixo da mdia pela Empresa de Pesquisa Agropecuria do Rio Grande do Norte
(EMPARN) e pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), o primeiro trimestre do ano foi um
perodo bastante seco, seguido por um perodo chuvoso, onde a precipitao foi induzida pela
Zona de Convergncia Intertropical, principal sistema atuante nessa regio. A variabilidade da
precipitao perceptvel para o RN, mas com relao precipitao acumulada ao decorrer dos
anos, ela vem aumentando ao passar dos anos? Ou diminuindo? Ou seria constante, apenas
oscilando entre extremos (anos secos e anos chuvosos)?
O objetivo desse trabalho analisar a tendncia (aproximadamente constante,
decrescente ou crescente) da precipitao, entre os anos de 1986 at 2007, nos municpios de
Natal e Mossor, ambos localizados no Rio Grande do Norte, NEB, por conseguinte, efetuando
uma anlise comparativa do regime de chuva entre os mesmos. Foram escolhidas essas duas
cidades por estarem localizadas em sub-regies diferentes de acordo com algumas classificaes
encontradas na literatura. As regies so classificadas pelos diferentes climas, ou seja, pelos
sistemas meteorolgicos que atuam sobre a referida.
Esses resultados fornecem subsdios e embasamentos para um pesquisador ou projetista
de construes para armazenamento de gua, e tambm, agricultores (de pequeno ou grande
porte) para planejar, de forma consciente, seus investimentos com menos riscos, seja esse
financeiro ou fsico.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
No A distribuio da precipitao no Nordeste do Brasil (NEB) irregular tanto no tempo
quanto no espao, com precipitao mdia entre 300 e 2.000 mm/ano. Dentre os principais
sistemas atmosfricos que influenciam na precipitao no NEB, temos a Zona de Convergncia
Intertropical (ZCIT), as bandas de nebulosidades associadas s frentes frias, os distrbios de leste,
Vrtices Ciclnicos de Altos Nveis (VCANs), Brisas Martimas (favorecendo as Linhas de
Instabilidades) e Terrestres (Molion e Bernardo, 2002). Cada sub-regio do NEB influenciada por
combinaes de alguns desses mecanismos fsicos.
Com base nos totais pluviomtricos anuais, perodo chuvoso e na associao dos sistemas
meteorolgicos atuantes, Lucena et al. (2011) dividiu o NEB em trs sub-regies: i) Norte, onde o
0870
perodo com maior precipitao entre fevereiro e maio; ii) Leste, com perodo chuvoso entre abril
e julho; iii) Semirido, com precipitao mxima entre maro e maio.
De acordo com a Figura 01, Natal est inserida na sub-regio 2, com perodo chuvoso
demarcado entre abril e julho, e Mossor na sub-regio 1, com maior precipitao entre fevereiro
e maio. Foram escolhidas essas duas por servirem de amostra para o todo o RN, j que esto
localizadas em sub-regies diferentes.
So escassos os estudos climticos regionais, abrangendo o estado do RN. Dessa forma,
alm de tentar verificar a tendncia da precipitao sobre essa regio, ser feita uma anlise
comparativa entre o regime de precipitao dos dois municpios, e deve-se verificar/confirmar a
insero destes em sub-regies diferentes, de acordo com a classificao de Lucena et al. (2011).
Figura 01: Diviso do NEB de acordo com Lucena et al., (2011). Fonte: Lucena et al., (2011).
0871
0872
nas guas superficiais do Oceano Pacfico Tropical. Geralmente os impactos de La Nia tendem a
ser opostos aos de El Nio, favorecendo a chegada de frentes frias no NEB, influenciando seu
regime de chuva, de forma a aumentar a precipitao.
METODOLOGIA
3.1 Dados
O comprimento a unidade de medida usada para obter a distncia entre dois pontos. O
milmetro um submltiplo do metro (1 metro = 0,001 mm). A unidade de medida utilizada para a
precipitao pluviomtrica o milmetro (mm). Ora, o procedimento da medio da precipitao
pluviomtrica a distncia entre a gua acumulada sobre o cho e o prprio cho. O instrumento
que mede a quantidade de chuva o pluvimetro. O pluvimetro constitudo por um recipiente,
onde se mede o volume da gua da chuva acumulada e estima-se a altura desta em uma superfcie
de 1 m. O resultado encontrado a precipitao em milmetros.
As informaes de precipitao utilizadas para a anlise do comportamento da chuva
acumulada durante um ano, medida que o tempo passa, nos municpios de Mossor e Natal
foram do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). So abertas e de fcil obteno no stio no
INMET.
Os dados do INMET utilizados so da precipitao mensal de janeiro a dezembro, durante
os anos de 1986 at 2007.
0873
informaes dos ltimos cinco anos, relativas precipitao mensal ao decorrer do ano, para
tentar verificar o perodo chuvoso de cada cidade.
RESULTADO E DISCUSSO
4.1 Anlise dos dados de Natal
De acordo com os dados de Natal de 1986 a 2007, a mdia total para este perodo foi de
136,9 mm/ms. O ano com maior mdia anual foi 1986 (207,2 mm/ms) e o com menor foi o de
1993 (70,8 mm/ms). Os meses com mxima precipitao foram: julho de 1998 (789 mm), junho
de 2005 (762,3 mm) e junho de 2004 (643,4 mm).
Podemos observar no grfico da Figura 02 que em mdia houve um aumento da
precipitao pluviomtrica em Natal de 1986 at 2007, representado pela linha vermelha, embora
oscile entre mximos e mnimos. Dentre os anos observados, o ano de 1988 foi o que teve maior
precipitao, valor que s pode ser observado novamente em 2004. Observa-se uma variao de
aproximadamente 1500 mm do ponto mnimo, em 1992 (menos de 1000 mm) a 2004 (quase 2500
mm). Alm de uma ascenso brusca de 1000 mm entre 1993 e 1994.
A oscilao da precipitao, ou seja, anos chuvosos e anos secos, ocasionada pela
oscilao da temperatura na superfcie do mar no Oceano Pacfico. Para um aumento na
temperatura do Pacfico tem-se El-Nio e para a diminuio, La-Nia. Em anos de El-Nio a
precipitao diminuiu sobre o NEB, como o caso de 1993 e 1998. Em 1998 houve um decrscimo
de 75,7% do ndice pluviomtrico mdio do ciclo de chuvas (fevereiro a maio) em relao a 2004,
atribudo forante do Pacfico, El-Nio. J em anos de La-Nin, a precipitao aumenta
consideravelmente, como exemplo, em 1999.
Precipitao
1000,0
Linear (Precipitao)
y = 7,5516x + 1555,7
500,0
0,0
1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006
Figura 02: Precipitao total anual de 1986 at 2007 (linha azul). Tendncia linear dos dados captada pela Regresso
Linear (linha vermelha).
0874
De acordo com Lucena et al. (2011), a parte Leste do Nordeste tem o perodo chuvoso
entre abril e julho. Natal est inserida nesta parte. Ao analisar os grficos (ver figura 03) vemos
que o pico de precipitao pluviomtrica condescendente com esta classificao, tendo seu
pice, geralmente, no ms de junho, sobretudo no ano de 2005.
1000,0
800,0
2003
600,0
2004
400,0
2005
200,0
2006
0,0
2007
JAN
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
Meses
Figura 03: Precipitao mensal de 2003 at 2007 para a cidade de Natal.
0875
Precipitao
Linear (Precipitao)
y = 7,9985x - 15250
Figura 04: Precipitao total anual de 1986 at 2007 (linha azul). Tendncia linear dos dados captada pela Regresso
Linear (linha vermelha).
De acordo com Lucena et al. (2011) no Norte, a sub-regio de Mossor estaria inserida,
pois o perodo com maior precipitao entre fevereiro e maio. Ao observamos o grfico da
Figura 05 vemos que dois, 2003 e 2004, a estao chuvosa comeou no ms de janeiro.
necessria uma anlise ao decorrer de um intervalo de anos maior, para poder reclassificar a
cidade de Mossor.
2003
2004
2005
2006
2007
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEC
CONCLUSO
0876
precipitao pluviomtrica do municpio de Mossor, como por exemplo, no ano de 2007, a mdia
mensal foi de 78,2 mm/ms e o total foi de 939,4 mm. Entre os meses de fevereiro e abril, no
referido ano, a soma foi de 732,9 mm, isso denota que as chuvas se concentraram nesse perodo,
j que detiveram 78,4% do ndice pluviomtrico, e de julho a novembro a soma foi de apenas 9,8
mm (1% do ndice pluviomtrico total), salientando que nestes cinco meses, trs tiveram total
escassez (setembro, outubro e novembro).
Comparada a Mossor, a cidade de Natal tem alto ndice de precipitao, com registro em
todos os meses. A precipitao sobre Natal fora da estao chuvosa, que entre abril e julho,
principalmente atribuda s brisas martimas e terrestres. J a precipitao observada na estao
chuvosa, tanto para Natal quanto para Mossor, atribuda a ZCIT, que est sobre a regio nesse
perodo.
Perodos secos e chuvosos vo sempre existir devido presena dos eventos El-Nio e LaNia, respectivamente. Durante eventos de El-Nio, perodos secos, para evitar os demasiados
estragos possveis, principalmente para regio do semirido, faz-se por necessrio, a princpio,
uma poltica de conscientizao na populao quanto importncia da gua, j que esta pode vir a
tornar-se escassa, posteriormente, investir no seu armazenamento e assegurar a prontido dos
carros-pipas no caso de uma possvel crise. Por fim, garantir a pureza dos lenis freticos,
evitando, principalmente, a poluio dos solos. Neste ltimo ponto, os lixes so malficos,
contudo, coletas seletivas e a to benfica reciclagem podem amenizar isto. J durante perodos
chuvosos, ano de La-Nia, so as capacidades das barragens e audes que garantem a segurana
da populao. E uma poltica de sistema de armazenamento da gua essencial, mesmo que seja
uma simples cisterna.
Devido s mudanas climticas que vem sendo induzidas no planeta, seja por foras
naturais ou antropolgicas, estudos mostraram que a precipitao mdia anual ir aumentar de
intensidade na regio tropical, a qual Mossor e Natal esto includas, mas diminuiro nas regies
subtropicais. Como previsto, foi observado que sobre Natal (abril a julho) e Mossor (fevereiro a
maio) a precipitao acumulada ao decorrer dos anos est aumentando, embora oscile devido s
foras naturais (El-Nio e La-Nia).
Foi atestado neste trabalho, que embora se tenham perodos secos, como no decorrente
ano, h o aumento do ndice pluviomtrico ao decurso dos anos no estado do RN. Para uma eficaz
resilincia s mudanas climticas necessrio estar preparado para arrostar as consequncias
desta. Conseguintemente, no intuito de evitar prejuzos, faz-se por imprescindvel que os projetos
das barragens, audes e cisternas levem em considerao esse aumento gradativo da chuva ao
longo dos anos visando evitar perdas irreparveis por inundaes.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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LUCENA, D.B., FILHO, M.F.G., SERVAIN, J. Avaliao do impacto de eventos climticos extremos
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http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Felicio/climaII/05B-ElNinoLaNina.pdf 19 de maio de 2013 Acessado s 21:32.
0878
RESUMO
O presente trabalho objetivou a anlise de parmetros
fsico-qumicos (pH, condutividade, cor, turbidez, acidez,
alcalinidade, cloreto e salinidade) das guas da barragem
pblica de Pau dos Ferros-RN. As coletas foram
realizadas a cada trs meses para 4 pontos distintos da
barragem durante o perodo de 9 meses. Os dados foram
interpretados para a obteno de um diagnstico prvio
0879
1. INTRODUO
A pesquisa manteve o intuito de monitorar a qualidade das guas da barragem pblica da
cidade de Pau dos Ferros RN para alguns parmetros fsico-qumicos: pH, condutividade,
turbidez, cor, acidez, alcalinidade e salinidade, alm do cloreto. A referida barragem abastece no
somente a populao daquela cidade, mas tambm outros municpios circunvizinhos, fornecendo
gua potvel.
A cidade de Pau dos Ferros est localizada no Alto Oeste Potiguar, no semirido
nordestino, h aproximadamente 400 km da capital, Natal. Pau dos Ferros um importante plo
econmico para a regio e destaca-se economicamente atravs de atividades agropecurias,
comerciais e de servios. Segundo o ltimo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
(IBGE), em 2010, a cidade possui uma populao estimada em 28 mil pessoas. O clima
tipicamente semirido com temperaturas que variam de 29 C at 35 C, dependendo da poca do
ano. Nesse sentido, o perodo chuvoso se estende do ms de fevereiro a junho, mas com
precipitao pluviomtrica anual de 700 mm, em mdia.
A barragem pblica da cidade foi construda em 1968 pelo Departamento Nacional de
Obras Contra a Seca (DNOCS). Possui uma bacia hidrogrfica de 14 km de extenso, 2050 Km2 de
rea cuja capacidade mxima de armazenamento de 54.846.000 m3 de gua. Seu sangradouro
possui 240 m de largura e descarga mdia de 2237,3 m3/s. Deve-se ressaltar que atualmente,
devido ao perodo de estiagem prolongada, o volume de gua da barragem est em um nvel bem
abaixo da capacidade mdia. O que se sabe que existem muitas reclamaes e pessoas
insatisfeitas com a gua da barragem, principalmente devido ao cheiro forte e ao gosto, digamos
diferente.
A poluio antropognica, isto , aquela causada pelo homem, um agravante que
comprova algumas das vezes que o ser humano age sem se preocupar com o meio ambiente,
gerando danos natureza e, consequentemente, sua prpria sade. Segundo a ONU 80% da
populao mundial vive em reas em que a segurana da gua debilitada, fazendo com que as
pessoas fiquem sujeitas a doenas. Da a seriedade em fazer um trabalho que aborde uma
temtica to em pauta, que com certeza poder ajudar todas as pessoas que fazem uso da gua
da barragem publica de Pau dos Ferros RN. Sem dvidas, a poluio afeta o equilbrio de
ecossistemas pondo a vida humana, de animais e vegetais em risco. Assim, os parmetros
analisados nesse trabalho podem ser utilizados como uma indicao de que o corpo dagua est
ou no sofrendo degradaes advindas de atividades poluidoras.
2. REVISO BIBLIOGRFICA
Sabe-se perfeitamente o quo importante a gua para nossa sobrevivncia. Baseando-se
no CONTROLE DE QUALIDADE DA GUA, pouco mais de 95% de toda a gua do planeta salgada e
o restante doce. Por outro lado, dos quase 5% de gua doce disponvel, a maioria est congelada
ou inadequada ao consumo humano. De fato, apenas 0,147% so realmente consideradas
0880
potveis. O Brasil, por sua vez, possui a maior quantidade de recursos hdricos do mundo, porm
de forma muito mal distribuda. De toda a gua disponvel no planeta, 13,7 % est no Brasil sendo
que a maioria situa-se na Bacia Amaznica, local onde a densidade demogrfica muito baixa. Por
isso que hoje em dia tanto se fala sobre os cuidados que se deve ter com a gua. O
desenvolvimento dos recursos hdricos no pode se desassociar da conservao ambiental, j que
na essncia envolve a sustentabilidade do homem no meio natural (TUNDISI, 2003, apud
CORNATIONI).
Isto nos faz refletir sobre os diversos fatores que podem alterar a qualidade da gua,
principalmente onde esse bem mais escasso, como o caso da regio nordeste do Brasil, pois
como afirmam MOURA, RIGHETTO e LIMA, 2011, a maioria dos audes dessa regio possuem alta
concentrao salina e contaminao provenientes de esgotos, algas txicas e resduos agrotxicos,
tornando a gua imprpria para consumo. Assim sendo, torna-se cada vez mais urgente a
necessidade de estudos voltados para o diagnstico e preservao dos corpos dgua,
principalmente dessa regio, onde esse recurso to escasso. Tendo em vista que as guas de
audes so destinadas para consumo, tanto humano como na produo agropecuria, elas devem
passar por uma classificao baseada na resoluo do CONAMA N357, de 17 de maro de 2005.
ARCOVA e CICCO (1999) ditam que a qualidade da gua dos mananciais de reas naturais
resultado de influencias climticas, geolgicas, fisiogrficas, como tambm do solo e da
vegetao da bacia hidrogrfica. Portanto, guas de bacias hidrogrficas superficiais possuem seus
parmetros de qualidades diretamente relacionados com os fatores supracitados.
MERTEN e MINELLA (2002) relatam que a qualidade da gua destinada a consumo pode ser
afetada por efluentes domsticos sendo caracterizado por contaminantes orgnicos e
patognicos, efluentes industriais que pode ser complexa de acordo com sua natureza e grau de
concentrao.
Sabendo-se que a gua considerada como solvente universal e assim sendo, dissolve
alguns dos materiais orgnicos, o que pode acarretar uma srie de problemas para os seres
humanos ao consumi-la; ao dissolver compostos orgnicos esse recurso hdrico torna-se veculo
favorvel a transmisso de doenas.
3. METODOLOGIA
2.1. Coleta
As amostras das guas em estudo foram coletadas em pontos distintos da barragem,
escolhidos de acordo com alguns critrios de localizao: acesso a banhistas, despejo de esgotos
residenciais e rea de piscicultura. As amostras foram coletadas em recipientes de polietileno
exaustivamente lavados e enxaguados previamente com gua deionizada. Foram coletadas
amostras de quatro pontos distintos da barragem sendo cada uma recolhida a 30 centmetros da
superfcie, tendo a preocupao de no deixar ar nas garrafas. Em seguida, as amostras foram
acondicionadas em recipiente trmico com gelo e transportadas para o Laboratrio de Qumica
0881
Analtica do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do RN, campus Pau dos Ferros. O
tempo decorrido de transporte das amostras foi em torno de 1 (uma) hora.
Realizaram-se no total trs coletas das guas da barragem, num intervalo aproximado de
trs meses entre cada uma (coleta trimestral). A primeira coleta foi realizada no dia 21 de Junho
de 2012, a segunda em 04 de Outubro do mesmo ano, e a terceira em 31 de Janeiro de 2013.
A seguir a localizao de cada ponto:
x
x
x
x
0882
proporcional quantidade de luz que passa por ela e que o conhecimento desse potencial auxilia
para o monitoramento do poder de corroso. A suspenso de partculas slidas na coluna dgua
lhe d essa caracterstica, que diminui a claridade e reduzem a transmisso da luz por ela. Devido
proteo fsica que as partculas oferecem gua a eficincia da clorao reduzida, pela
proteo dos microrganismos do contato direto com os desinfetantes. (BATALHA & PARLATORE,
1977, apud CORNATIONI, 2010). Segundo Oliveira-Filho, 1994, apud Donadio, Galbiatti e Paula, a
turbidez alterada devido devastao das matas ciliares, do assoreamento e da eroso das
margens.
A acidez refere-se ao comportamento que a gua assume quando seu pH menor que 7.
Alguns slidos e cidos, como o cido sulfdrico (H 2 S), quando em quantidades excessivas na gua,
geram esta caracterstica. O dixido de carbono (CO 2 ) tambm um grande agente causador.
Uma gua com acidez alta apresenta geralmente um sabor mais amargo e pode contribuir para o
aumento do potencial corrosivo do meio.
A Alcalinidade, por sua vez, apresenta-se quando o pH da gua est acima de 7. Os
principais constituintes que determinam este parmetro so os ons: bicarbonato (HCO- 3 ),
carbonato (CO 3 2-); e hidrxidos (OH-). Se numa gua quimicamente pura (pH = 7) for adicionada
pequena quantidade de um cido fraco seu pH mudar instantaneamente. Numa gua com certa
alcalinidade a adio de uma pequena quantidade de cido fraco provocar a elevao de seu pH,
porque os ons presentes iro neutralizar o cido. (BATALHA & PARLATORE, 1977, apud
CORNATIONI, 2010).
A Condutividade refere-se capacidade que a gua tem de transmitir corrente eltrica
devido aos ctions (cargas positivas) e aos nions (cargas negativas) presentes nela, a partir da
dissociao de outras substncias.
A salinidade a medida dos teores de sais dissolvidos na gua. Esses sais favorecem o
crescimento das plantas, mas em excesso tornam-se prejudiciais, e podem afetar o sabor da gua.
Determinou-se o pH pelo mtodo da potenciometria direta, utilizando um pHmetro
acoplado a um eletrodo combinado de vidro. Inicialmente o aparelho foi calibrado com solues
tampo de biftalato, fosfato e brax. A condutividade foi determinada por um condutivmetro
pelo mtodo condutomtrico. A salinidade foi medida com o mesmo equipamento. A Cor foi
determinada fazendo uso de um aparelho colorimtrico, o qual faz comparaes com a cor de
solues padro cujos valores so conhecidos. A Turbidez foi determinada por turbidmetro
usando mtodo nefelomtrico que envolve a comparao com solues padro de turbidez
conhecida. O cloreto foi determinado pelo Mtodo de Mohr e a acidez/alcalinidade foi
determinada por um mtodo volumtrico de neutralizao, atravs da titulao de uma amostra
da gua com solues padro de NaOH (acidez) e H 2 SO 4 (alcalinidade); sendo que, o resultado das
anlises foram expressos em termos de ppm de CaCO 3 .
0883
4. RESULTADOS E DISCURSSES
Todos os processos e valores obtidos para os parmetros analisados obedeceram
portaria n 518, do Ministrio da Sade, de 25 de Maro de 2004, no captulo IV, do padro de
potabilidade, Art. 17 [9]: As metodologias analticas para determinao dos parmetros fsicos,
qumicos, microbiolgicos e de radioatividade devem atender s especificaes das normas
nacionais que disciplinem a matria, da edio mais recente da Standard Methods for the
examination of water and wastwater, de autoria das instituies American Public Health
Association (APHA), American Water Works Association (AWWA) e Water Environment Federation
(WEF), ou das normas publicadas pela ISO (International Satandartization Organization).. Ainda
segundo esta portaria, gua potvel toda e qualquer gua destinada ao consumo humano de
modo que os parmetros microbiolgicos, fsicos, qumicos e radioativos estejam de acordo com o
padro de potabilidade e que de forma alguma ofeream riscos sade. A seguir veremos os
ndices de normalidade de cada parmetro, segundo os dados do Ministrio da Sade e do
CONAMA.
x pH: na gua doce os valores permitidos variam de 6 a 9 (adimensional);
x Condutividade: quando estiver acima de 100 s/cm a gua sofreu impactos indesejveis;
x Cor: 15 uH o valor mximo aceitvel para a cor da gua potvel;
x Turbidez: a gua doce de classe 1, aquela destinada ao consumo humano, deve possuir no
mximo 40 NTU;
x
Alm disso, o CONAMA aborda no captulo VI, nas disposies finais e transitrias, no art.
48 que o no cumprimento ao disposto nesta resoluo sujeitar os infratores, entre outras, s
sanes previstas na lei n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e respectiva regulamentao.
As tabelas 1, 2, 3 e 4, apresentam os resultado das anlises fsico-qumicas e cloreto para
os quatro pontos de coleta, respectivamente. Vale ressaltar que em nenhum dos casos foi
realizada anlise quanto acidez das guas, visto que em todas as amostras os valores de pH
foram superiores a 7.
x
pH: adimensional;
Condutividade: S/cm;
Salinidade (% NaCl):
Cor: uH;
Cloreto (mg/L).
0884
Tabela 1: Valores dos parmetros analisados para o ponto 1 e situao quanto as normas exigidas.
Parmetro
Situao
Jan (2013)
Situao
Bsico
Out
(2012)
9,15
Bsico
9,01
Bsico
358,2
Alterada
474,2
Alterada
748,8
Alterada
127,3
Alterada
231
Alterada
232
Alterada
Turbidez
32,50
Normal
46,9
Alterada
Alcalinidade
127,7
390
67,5
-
Alterada
-
Salinidade
0,017
Normal
0,019
Normal
0,024
Normal
Cloreto
83,28
Normal
114,7
Normal
142,9
Normal
pH
Condutividad
e
Cor
Jun
(2012)
8,97
Situao
Tabela 2: Valores dos parmetros analisados para o ponto 2 e situao quanto as normas exigidas.
Parmetro
Jun (2012)
Situao
Situao
Jan (2013)
Situao
Bsico
Out
(2012)
9,06
pH
8,81
Bsico
8,96
Bsico
Condutividade
363,80
Alterada
445,2
Alterada
708
Alterada
Cor
130,30
Alterada
240
Alterada
228
Alterada
Turbidez
40,10
Alterada
49,3
Alterada
57,2
Alterada
Alcalinidade
114,4
370
Salinidade
172,18
192,39
233
Cloreto
100,9
Normal
112,73
Normal
136,55
Normal
Tabela 3: Valores dos parmetros analisados para o ponto 3 e situao quanto as normas exigidas.
Parmetro
Jun (2012)
Situao
Situao
Jan (2013)
Situao
Bsico
Out
(2012)
8,95
pH
8,80
Bsico
9,052
Bsico
Condutividade
370,40
Alterada
463,6
Alterada
685,4
Alterada
Cor
124,00
Alterada
223
Alterada
228
Alterada
Turbidez
33,40
Normal
54
Alterada
72,1
Alterada
Alcalinidade
111,4
386
Salinidade
141,57
200
227,48
Cloreto
82,95
Normal
117,19
Normal
133,29
Normal
0885
Tabela 4: Valores dos parmetros analisados para o ponto 4 e situao quanto as normas exigidas.
Parmetro
Jun
(2012)
8,60
Situao
Situao
Jan (2013)*
Situao
Bsico
Out
(2012)
9,07
Bsico
pH
Condutividad
e
Cor
375,70
Alterada
453,7
Alterada
157,30
Alterada
252
Alterada
Turbidez
46,10
Alterada
59,1
Alterada
Alcalinidade
114,40
Salinidade
145,2
208,24
Cloreto
85,08
Normal
122
Normal
0886
5. CONSIDERAES FINAIS
A partir dos dados apresentados e com relao aos parmetros analisados, pode-se
concluir que a principal fonte poluidora das guas da barragem pblica de Pau dos Ferros de
origem antropognica proveniente, principalmente, da falta de saneamento bsico local. Os
valores alterados dos parmetros: turbidez, condutividade e cor; revelam que h uma grande
quantidade de slidos dissolvidos, tanto de origem orgnica como inorgnica, que pode ser
provocada tanto pelo despejo de esgotos como pelo baixo nvel de gua que se encontra a
barragem.
Tendo em vista o exposto, considera-se de suma importncia e urgncia a implantao de
uma infraestrutura saneamento bsico para a comunidade que vive s margens da barragem,
como tambm uma maior ao de conscientizao dos produtores quanto a no desmatamento
ciliar da barragem.
Entretanto, deve-se alertar que, um monitoramento com anlises mais criteriosas e
aprofundadas, seja feito levando-se em considerao parmetros fsicos, qumicos e
microbiolgicos no abordado nessa pesquisa, mas que so de importncia para atestar a
qualidade de potabilidade da gua.
6. REFERNCIAS
ARCOVA, F. C. S. ;CiCCO, V.. Qualidade da gua de microbacias com diferentes usos do solo na
regio de Cunha, Estado de So Paulo. ScientiaForestalis (IPEF), PIRACICABA, n.56, p. 125-134,
1999.
BRASIL. Portaria N 518, de 25 de maro de 2004. Estabelece os procedimentos e
responsabilidades relativos ao controle e vigilncia da qualidade da gua para consumo humano e
seu padro de potabilidade, e d outras providncias. Braslia, DF, 2004.
BRASIL. Ministrio da Sade. Vigilncia e controle da qualidade da gua para consumo humano.
Braslia, DF, 2006. 213p.
BRASIL. Resoluo N 357, de 17 de maro de 2005. Dispe sobre a classificao dos corpos de
gua e diretrizes ambientais para seu enquadramento, bem como estabelece as condies e
padres de lanamento de efluentes, e d outras providncias. Braslia, DF, 2005.
Controle
de
qualidade
da
gua.
Disponvel
em:
<http://www.universoambiental.com.br/Arquivos/Agua/ProcessosQuimicosdeTratamentodeEflue
ntes08.pdf> acesso em: 26 de Dezembro de 2012.
CORNATIONI, M.B., Anlises fsico-qumicas da gua de abastecimento do municpio de colina
SP. Bebedouro, 2010.
DONADIO, N.M.M., GALBIATTI, J.A., PAULA, R.C. Qualidade da gua de Nascentes com Diferentes
Usos do Solo na Bacia Hidrogrfica do Crrego Rico, So Paulo, Brasil. 2005.
Instituto
Brasileiro
de
Geografia
e
Estatstica.
Disponvel
em:
<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=240940>. Acesso em: 15 de
Janeiro de 2013.
0887
0888
RESUMO
A proposta dessa pesquisa consiste em apresentar
uma abordagem hbrida, via Algoritmos Genticos,
para configurao automtica dos parmetros de
controle de Redes Neurais Artificiais com mltiplas
camadas. Experimentos empricos foram conduzidos
PALAVRAS-CHAVE: Redes Neurais Artificiais com Mltiplas Camadas; Algoritmos Genticos; Classificao de
Padres.
0889
1 INTRODUO
A cada dia notvel a crescente utilizao dos mtodos de Aprendizado de Mquina em
diferentes domnios de pesquisa. Isso se deve, principalmente, ao fato de novas investigaes
cientficas estarem gerando extensos conjuntos de dados. Esses dados, por sua vez, precisam ser
analisados posteriormente, fazendo-se necessria, para tanto, a utilizao de tcnicas automticas
que auxiliem na interpretao dos resultados finais. Dos algoritmos que recebem maior ateno
na literatura, e foco de estudo nessa pesquisa, as Redes Neurais Artificiais so as mais utilizadas.
O estudo de Redes Neurais Artificiais, iniciado por McCulloch e Pitts (1943), surgiu como
uma tentativa computacional de tornar possvel a construo de sistemas capazes de adquirir
conhecimento de forma autnoma atravs da experincia, ou seja, aprendendo, errando e
fazendo descobertas. Essa ideia, no entanto, inspirada no modelo de estrutura neural de
organismos inteligentes. As redes neurais podem ser aplicadas na resoluo de diversos
problemas prticos, tais como:
x
x
x
Aproximao de funo;
Previses de sries temporais; e
Reconhecimento de padres.
2 FUNDAMENTOS TERICOS
2.1 Redes neurais
Podemos definir uma rede neural artificial, conforme encontrado em Faceli et al (2011),
como um sistema computacional distribudo composto por unidades de processamento
densamente interconectadas, denominadas neurnios artificiais, responsveis por computarem
funes matemticas. As unidades so dispostas em uma ou mais camadas e interligadas por um
grande nmero de conexes, as quais simulam as sinapses biolgicas, e possuem pesos que
ponderam a entrada recebida por cada neurnio da rede.
De forma mais abrangente, podemos dizer que a concepo de uma rede neural depende
de trs elementos fundamentais: neurnio, arquitetura e aprendizagem. O neurnio a unidade
0890
O processo de aprendizado de uma rede MLP pode ser descrito em duas fases. Na primeira
fase, os valores dos atributos de uma amostra do conjunto de treinamento so inseridos em
separados nas entradas da rede e propagados em um nico sentido (feed-forward), camada a
camada, at a produo das respectivas sadas. Os valores dos pesos sinpticos e limiares de seus
neurnios permanecem inalterados durante cada execuo desta fase. As respostas produzidas
pelas sadas da rede so ento comparadas aos valores das respostas desejadas. Uma vez
cometido erro pela rede, d-se incio segunda fase, tambm chamada de propagao reversa
(back-propagation). Em outras palavras, realizada uma retropropagao dos erros para realizar
os ajustes dos pesos. Esse ajuste, ao contrrio da primeira fase, prossegue da camada de sada at
a primeira camada intermediria.
Em suma, as aplicaes da primeira e segunda fase fazem com que os pesos sinpticos e
limiares dos neurnios se ajustem automaticamente a cada iterao, ocasionando uma gradativa
diminuio da soma dos erros produzidos pelas respostas da rede frente quelas desejadas. A
segunda fase do treinamento de redes MLP ser explanada com maiores detalhes na Seo 3.1.
0891
PROBLEMTICA DA PESQUISA
(1)
0892
(2)
(3)
(4)
Em que representa o valor do j-simo atributo do objeto de entrada (ou a sada do jsimo neurnio da camada anterior).
A partir dos tpicos comentados at ento, observa-se que a quantidade de camadas MLP,
o nmero de neurnios em cada camada, a taxa de aprendizado e o termo momentum
aparecem como parmetros fundamentais sobre os quais necessria reflexo quanto da
modelagem de uma rede MLP, haja vista que boa parte destes parmetros atua diretamente nas
equaes responsveis pelo treinamento da rede. O uso de Algoritmos Genticos neste projeto
visa buscar uma configurao mais adequada nos valores de tais parmetros, de modo que o
desempenho alcanado pela rede possa apresentar vantagem quando comparado ao uso da
configurao padro para tais modelos matemticos.
0893
uma arquitetura que apresente as caractersticas mais adequadas para adquirir o melhor
desempenho possvel quando da induo de um dado problema.
O algoritmo gentico utilizado nesta pesquisa para a abordagem hbrida proposta foi o
NSGA-II (DEB, 2002), por possuir complexidade computacional relativamente baixa ,
em que M representa o nmero de objetivos, enquanto N, o tamanho da populao de indivduos.
O NSGA-II, em linhas gerais, um algoritmo gentico com abordagem multiobjetivo, ou seja,
capaz de otimizar em uma nica execuo mais de uma funo objetivo. Em nossos experimentos,
foi otimizado apenas o erro mdico produzido por uma rede neural MLP a partir da escolha de
diferentes parmetros de controle j mencionados. A Figura 2 ilustra a distribuio dos
parmetros de controle em um cromossomo.
Cada indivduo representado por um vetor binrio de 46 posies. A primeira posio do
cromossomo corresponde normalizao nos valores dos atributos, no qual 1 indica que a
normalizao ocorrer, enquanto que 0 denota o contrrio. As posies de 2 a 10 correspondem
ao nmero de pocas, o qual possui representao binria, mas que posteriormente convertido
para a representao decimal. Tal parmetro refere-se aos instantes de tempo t, os quais esto
associados aos pesos nas Equaes (1) e (4).
Para a pesquisa, estabelecemos que as redes MLP utilizadas teriam cinco camadas intermedirias, cada
camada contendo no mximo 15 neurnios.
0894
METODOLOGIA E RESULTADOS
0895
garantir resultados estatisticamente significantes, para cada conjunto de problemas foi aplicado
um particionamento estratificado na ordem de 90% para treinamento e 10% para teste, ambos
gerados aleatoriamente.
Tabela 1: Descrio dos problemas de classificao.
Bases
Descrio
Breast-cancer Busca identificar a presena de tumores em mamas, que
pode ser benignos ou malignos.
Colic
Avalia se clicas em cavalos so provenientes de leses
cirrgicas ou no.
Credit-a
Aprovar ou no o crdito a um dado cliente mediante a
anlise de seu perfil de crdito.
Heart-c
Diagnosticar a presena ou ausncia de risco de doena
coronria (enfarto) a partir dos resultados de vrios
testes clnicos.
Sick
Classifica a presena ou ausncia de tireoidiana.
Sonar
Distinguir entre materiais metlicos ou rochosos de
acordo com os nveis de intensidade de sinais de sonar
enviados sob diferentes condies (ngulos, frequncias,
etc.)
Avalia os votos da Cmara de Representantes nos EUA se
Vote
foram realizados por um republicano ou um democrata.
Waveform
Classificao de tipos de onda.
368
15
690
13
303
29
60
3772
208
2
2
16
435
21
5000
0896
Parmetro
Valor
Normalizao de
atributos.
Verdadeiro
Nmero de pocas.
500
Quantidade de
neurnios nas
camadas
intermedirias3.
Taxa de aprendizado.
Termo momentum.
0,3
0,2
BASES
MLP
PADRO
MLP
EVOLUTIVA
Breast-cancer
0,0334
0,0404
Colic
0,2068
0,1873
Credit-a
0,1507
0,1652
Heart-c
0,1717
0,1945
Sick
0,0302
0,0342
Sonar
0,1683
0,1588
Vote
0,0393
0,0553
Waveform
0,1542
0,1607
A partir dos resultados analisados, observou-se que a rede neural configurada atravs do
NSGA-II apresentou melhor desempenho frente rede que utiliza configurao padro em 80% dos
experimentos realizados. Desta forma, pode-se sugerir que a proposta de combinao de sistemas
inteligentes sugerida nesta pesquisa apresenta considervel relevncia quanto ao seu uso.
O ambiente construdo a partir dos frameworks citados anteriormente tambm foi
relevante para a pesquisa, visto que permite uma melhor comparao dos resultados aqui
produzidos como outros trabalhos correlatos, bem como, servir de base para avanos em outras
pesquisas no tema aqui apresentado.
5 CONSIDERAES FINAIS
Neste trabalho foi apresentada uma abordagem evolutiva para configurao automtica
dos parmetros de controle de redes neurais com multiplicas camadas a serem aplicadas em
problemas de classificao de padres. Os resultados indicam uma diminuio do erro mdio de
teste produzido pela nossa abordagem frente aos resultados obtidos por redes do mesmo tipo
que utilizam configurao padro (encontrados na maioria das ferramentas de aprendizado de
mquina). Outro ponto a receber destaque foi a utilizao dos frameworks WEKA e jMetal, haja
vista as contribuies no que se refere a reuso de cdigo, diminuindo, assim, o tempo
empreendido na codificao dos experimentos, bem como, a possibilidade de comparao dos
resultados com outros trabalhos correlatos que utilizam tais ferramentas.
0897
Como trabalho futuro, pretende-se utilizar outras abordagens bioinspiradas, tais como
Otimizao por Enxame de Partculas (KENNEDY; EBERHART, 1995) e Sistemas Imunolgicos
Artificiais (CASTRO; ZUBEN, 2002), para configurao automtica de redes neurais com mltiplas
camadas e de diferentes topologias.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ASUNCIN, A.; NEWMAN, D. J. UCI Machine Learning Repository. University of California at
Irvine. Disponvel em: <http://ics.uci.edu/~mlearn/MLRepository.html>. Acesso em 01 nov.
2012.
BLUM, Avrim; RIVEST, Ronald. Training a 3-node neural network is NP complete. Workshop on
Computational Learning Theory, Cambridge, p. 9-18. jan. 1988.
CASTRO, L. N. de; VON ZUBEN, F. J.. Learning and optimization using the clonal selection
principle. IEEE Transactions on Evolutionary Computation, Portland, p. 239-251. 07 ago. 2002.
DEB, Kalyanmoy et al. A fast and elitist multiobjective genetic algorithm: Nsga-ii. Ieee
Transactions On Evolutionary Computation, Portland, p. 182-197. 07 ago. 2002.
DURILLO, Juan J.; NEBRO, Antonio J.. JMetal: A java framework for multi-objective
optimization. Advances In Engineering Software, Amsterdan, p. 760-771. 10 out. 2011.
EIBEN, A. E.; SMITH, J.E.. Introduction to Evolutionary Computing. Berlin: Springer, 2003.
FACELI, Katti et al. Inteligncia Artificial: Uma Abordagem de Aprendizado de Mquina. So
Paulo: LTC, 2011.
HASTIE, Trevor; TIBSHIRANI, Robert; FRIEDMAN, Jerome. The Elements of Statistical Learning:
Data Mining. Berlin: Springer, 2001.
KENNEDY, James; EBERHART, Russell C.. Particle swarm optimization. Proceedings Of The Ieee
International Conference On Neural Networks, Perth, p. 1942-1948. 27 nov. 1995.
MCCULLOCH, Warren S.; PITTS, Walter. A logical calculus of the ideas immanent in nervous
activity. Bulletin Of Mathematical Biology, Berlin, p. 115-133. 01 dez. 1943.
WITTEN, I. H.; FRANK, E. Data Mining: Pratical Machine Learning Tools and Techniques. 2. ed.
Berlin: Springer, 2005.
0898
A. C. Fernandes e F. G. Penha
1
2
E-mail: ageldcavalcanti@hotmail.com ; fabio.garcia@ifrn.edu.br
RESUMO
Neste trabalho apresentado um estudo da sntese e
caracterizao de argilas bentonita e vermiculita
orgnicas e cidas. As argilas naturais foram
organofilizadas com o surfactante brometo de
dodeciltrimetilamnio e acidificadas com HCl 2,00 mol/L.
As amostras foram caracterizadas por fluorescncia de
raios-x (FRX) e difrao de raios-x (DRX). Foram
0899
1. INTRODUO
H uma preocupao crescente por parte de estudantes e pesquisadores a cerca da
contaminao de efluentes e leitos de rios, gerada pela disposio de subprodutos de processos
qumicos das indstrias, como por exemplo, na indstria txtil. Vrios estudos vm sendo
realizados com o propsito de desenvolver materiais que possuem a capacidade de retirar
poluentes sem agredir ainda mais o ambiente aqutico. Dessa forma, as argilas e zelitas saem na
frente em pesquisa sobre adsoro de poluentes aquticos, uma vez que possuem grande
capacidade em adsorver poluentes orgnicos lanados em ambientes aquticos atravs de
atividades industriais e de apresentarem-se na natureza com abundncia em algumas regies
brasileiras.
No entanto, materiais argilosos apresentam carter hidroflico que dificulta as interaes
com os poluentes orgnicos. Contudo, os aluminosilicatos, como tambm so conhecidos,
possuem em sua estrutura cristalina ctions inorgnicos trocveis, geralmente Na + e K+, que
podem ser substitudos por ctions orgnicos de cadeias longas, como por exemplo, o ction
dodeciltrimetilamnio. Esse on encontrado no surfactante brometo de dodeciltrimetilamnio,
material usado na fabricao de detergentes.
Uma das principais aplicaes das argilas organoflicas na adsoro e reteno de
efluentes contendo molculas orgnicas como os compostos da gasolina, leo diesel, petrleo e
indstria txtil. A modificao qumica de argilas atravs da impregnao de surfactantes
catinicos ou aninicos em sua estrutura, pode tambm favorecer a adsoro de metais pesados e
de nions. Portanto, argilas orgnicas podem ser utilizadas na remoo de vrios tipos de
poluentes de ambientes aquticos.
A adsoro um mtodo alternativo aos outros mtodos fsico-qumicos de remoo de
poluentes. O carvo ativado o adsorvente mais empregado para remoo de poluentes de
guas, pois ele possui excelentes propriedades adsorventes. A alta capacidade de adsoro do
carvo ativado se d a sua alta rea superficial especfica e estrutura de poros. Entretanto, o custo
para esse adsorvente ainda elevado, fazendo com que se procure adsorventes alternativos como
as argilas e zelitas.
Este artigo trata da caracterizao de argilas naturais bentonita e vermiculita, bem como
da sntese, caracterizao e aplicao destas argilas na forma orgnica e cida como adsorventes
do corante azul de metileno de soluo aquosa. As argilas so materiais abundantes na natureza,
principalmente na regio norte e nordeste do pas. Estes minerais apresentam elevada rea
especfica sendo considerados adsorventes alternativos de poluentes aquticos. Alm disso,
podem ser quimicamente modificados aumentando o seu poder de adsoro de poluentes. O uso
destes materiais, principalmente as argilas, contribui para o aproveitamento de recursos naturais
do nordeste para o tratamento de guas. Portanto, o trabalho contribui para o desenvolvimento
tecnolgico e social da regio.
0900
2. REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Argilas
O termo argila permite vrias definies, dependendo a rea de concentrao estudada
(mineralogia, qumica, petrologia, sedimentologia, cermica), quer seja pela aplicao, quer seja
pelas suas propriedades (SOUZA SANTOS, 1975; COELHO et al., 2007). Entretanto, a definio com
maior aceitao, considera argila como uma rocha constituda essencialmente por minerais
argilosos, podendo apresentar outros minerais (no argilosos), alm de matria orgnica e outras
impurezas, que, quando pulverizada e misturada com gua em quantidade adequada, se torna
plstica. Aps secagem, torna-se consistente e rgida, e, aps queima a temperatura superior a
1000 oC, adquire grande dureza. (SOUZA SANTOS, 1975)
Todas as propriedades teis das argilas advm dos minerais argilosos, caractersticos de
argilas e geralmente cristalinos, que, quimicamente, so silicatos hidratados, podendo conter
ctions como: Al+3, Mg+2, Ca+2, K+. Os minerais argilosos so os componentes caractersticos das
argilas e, estas por sua vez, so rochas nas quais os minerais argilosos ocorrem ss, ou esto
misturados em vrias propores com outros minerais, os minerais no argilosos, tais como:
quartzo, feldspato, mica, etc. Os minerais no argilosos esto praticamente ausentes na frao
granulomtrica < 2 mm. Os mesmos so pertencentes famlia dos filossilicatos (do grego: phyllon
= folha), que podem ser definidos como silicatos, contendo folhas tetradricas bidimensionais
contnuas de composio Si2O5.
Essas folhas podem ser nomeadas, por uma simples expresso da razo, entre as folhas
tetradricas e folhas octadricas. Os silicatos de estrutura lamelar podem ser divididos em grupos
ou famlias: a) camadas 1:1; b) camadas 2:1; (montmorillonita) c) camadas 2:2 ou 2:1:1. Assim
sendo, um argilomineral do tipo 2:1 possui duas folhas tetradricas e uma folha octadrica
interna. Entre essas folhas, encontram-se ctions trocveis (Na+, Ca+2, Li+, etc), fixos
eletrostaticamente com funo de compensar carga, oriundos de substituies isomrficas, como
por exemplo, Si+4 por Al+3 na camada tetradrica, e Al+3 por Mg+2 na camada octadrica. Cerca de
80% dos ctions trocveis na montmorillonita esto presentes nas galerias e 20% se encontram
nas superfcies laterais. (RODRGUEZ-SARMIENTO e PINZN-BELLO, 2001; LEITE et al., 2008;
KOZAK e DOMKA, 2004)
Bentonita uma argila que contm a montmorillonita como argilomineral mais abundante
pertencente ao grupo das esmectitas. Ela pertence ao grupo dos filossilicatos 2:1, e possui
estruturas constitudas por duas folhas tetradricas de slica com uma folha central octadrica de
alumina, que so unidas entre si por tomos de oxignio, comuns a ambas as folhas (Figura 1).
0901
0902
3. METODOLOGIA
3.1 Sntese de argilas orgnicas
A sntese de argilas orgnicas realizada por troca catinica, cujas variveis de sntese so
temperatura, tempo, razo em massa argila/surfactante, e a natureza qumica do surfactante
usado. Por isso, pesou-se de 5,00 g da argila, que foram misturados com 50 mL de gua destilada,
sendo a mistura deixada sob agitao por 1 hora no preparo da soluo 1. Depois, foi adicionado
1,00 g do surfactante catinico brometo de dodeciltrimetilamnio a 50 mL de gua formando a
soluo 2. As solues 1 e 2 foram colocadas num sistema de refluxo sob agitao e aquecimento
por 8 horas a temperatura de 80 oC. Aps, a mistura foi filtrada a vcuo e seco na estufa a 60 oC.
3.4 Caracterizao dos materiais por fluorescncia de raios-x (FRX) e difrao de raios-x (DRX)
As anlises qumicas de FRX foram feitas utilizando um equipamento de modelo EDX-720
marca SHIMADZU pertencente ao Laboratrio de Processamento Mineral da DIAREN (Diretoria de
Recursos Naturais) do Campus Natal Central do IFRN.
A anlise de difrao de raios X foi realizada em um equipamento difratmetro de raios X
da SHIMADZU, modelo XRD-7000 com radiao de CuK e comprimento de onda =1,5406 , que
0903
opera a uma voltagem de 40KV com 30mA de corrente. A amostra em forma de p (#200) foi
analisada em um intervalo de varredura de 2, entre 5 e 80 graus, a uma taxa de 2 C/min. As
amostras em forma de p so de granulometria menor que 200 mesh j que as amostras so
passantes em peneiras de 200 mesh.
4. RESULTADOS E DISCUSSO
4.1 Fluorescncia de raios X
Os resultados de fluorescncia (FRX) para as amostras naturais podem ser vistos nas
tabelas 1 e 2. Segundo a tabela 1, a bentonita apresenta em sua composio, alm do Silcio e do
Alumnio, os ctions potssio e magnsio e 17,4% de matria orgnica. Na tabela 2, tem-se a
composio da vermiculita, que alm do Silcio e do Alumnio, possui os ctions magnsio, clcio e
potssio com 16% de matria orgnica.
Tabela 01: FRX da Bentonita
58,515
17,195
2,420
2,308
2,007
0,087
0,033
0,021
0,013
17,400
Composio
SiO2
MgO
Fe2O3
Al2O3
CaO
K2 O
BaO
MnO
Rb2O
SrO
P F*
Quantidade (%)
32,397
18,936
12,891
10,596
4,002
2,956
1,142
0,133
0,029
0,016
16,000
0904
10000
2500
8000
2000
Intesidade, u.a.
Intensidade u.a.
12000
6000
4000
2000
1500
1000
500
0
0
10
20
30
40
50
60
70
0
0
10
20
30
2T
40
50
60
70
2T
(a)
(b)
Figura 3: DRX das argilas (a) vermiculita natural e (b) bentonita natural
Na anlise de DRX das argilas orgnicas, como mostra as figuras 4-a e 4-b, observa-se
claramente que na bentonita houve deslocamento do pico para menores ngulos o que indica
expanso da argila pela insero do surfactante no espao interlamelar, uma vez que, o ngulo de
difrao 2T e a distncia interatmica d responsvel pela difrao so inversamente proporcionais.
J para a vermiculita houve o aparecimento de um pico abaixo de 5 porm um pico de maior
intensidade continua entre 5 e 10, o que pode indicar uma insero parcial do surfactante no
espao interlamelar.
4000
2000
1500
Intensidade u. a.
intensidade u. a
2500
1000
500
3000
2000
1000
0
0
10
20
30
40
20
(a)
50
60
70
0
0
10
20
30
40
50
60
70
2T
(b)
Figura 4: DRX das argilas (a) bentonita Orgnica e (b) vermiculita Orgnica
Os DRX para as argilas cidas (Figuras 5-a e 5-b) mostrou que no houve modificaes
significativas no difratograma para a bentonita cida, o que indica que no houve destruio da
estrutura e nem perda da cristalinidade. Observa-se uma maior modificao para a vermiculita,
porm observa-se ainda a presena do pico entre 5 e 10, o que indica uma destruio parcial da
estrutura com perda de cristalinidade.
0905
800
700
Intensidade u. a.
600
500
400
300
200
100
0
0
10
20
30
40
50
60
70
2T
(b)
(a)
Figura 5: DRX das argilas (a) bentonita cida e (b) vermiculita cida
450
16
400
350
300
12
q, mg/g
q, mg/g
14
10
250
200
150
100
50
4
0
10
20
30
40
0
-20
20
Ceq, mg/L
(a)
40
60
80
100
120
140
160
Ceq, mg/L
(b)
Figura 6: Isotermas das argilas (a) vermiculita natural e (b) Bentonita natural
0906
180
400
160
350
140
300
120
q, mg/g
250
200
q, mg/g
150
100
80
100
60
50
40
0
0
50
100
150
200
-100
250
100
200
300
400
500
600
700
Ceq, mg/L
Ceq, mg/L
(a)
(b)
Figura 7: Isotermas das argilas (a) Vermiculita com surfactante (b) Bentonita com surfactante
240
220
350
200
300
180
160
q, mg/g
q, mg/g
250
200
150
140
120
100
100
80
50
60
40
0
0
50
100
150
200
250
300
100
Ceq, mg/L
(a)
200
300
400
500
600
Ceq, mg/L
(b)
Figura 8: Isotermas das argilas (a) Vermiculita cida e (b) Bentonita cida
0907
5. CONCLUSO
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
COELHO, A. C. V.; SOUZA SANTOS, P. de.; Argilas Especiais: O que so, caracterizao e
propriedades. Qum. Nova. 30 (1), 146-152, 2007.
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LEITE, I. F.; RAPOSO, C. M. O.; SILVA, S. M. J., Caracterizao estrutural de argilas bentonticas
nacional e importada: antes a aps o processo de organofilizao para utilizao como
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PAIVA, L. B.; MORALES, A. R.; DAZ, F. R. V.; Argilas organoflicas: caractersticas, metodologias de
preparao, compostos de intercalao e tcnicas de caracterizao. Cermica, 54, 213-226, 2008.
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SOUZA SANTOS, P. de.; Tecnologia de Argilas, vol. 1, Ed. da Universidade de So Paulo, So Paulo,
1975.
0908
RESUMO
Este artigo visa ajudar a demonstrar atravs de sugestes
como poderiam ser superadas as dificuldades no ensino
da Matemtica, sabendo que o objeto de estudo, a
turma I do Curso Integrado em Alimentos
20101.1.9410.M do IFRN- Campus Pau dos Ferros, reflete
vrias outras pelo pas. O estudo em anlise observou
alunos de uma turma para saber onde se encontra a
dificuldade na Matemtica para pod-los ajudar, aps
um questionrio descobriu-se que a mecanicidade do
sistema de ensino era a principal barreira enfrentada
pelos estudantes. Ademais, foram realizadas leituras de
0909
1 INTRODUO
A sociedade encontra-se extremamente complexa, utiliza-se de linguagens e smbolos
confusos para a formao de uma comunicao e por consequncia um campo circunscrito. Essa
complexidade implica diretamente na aprendizagem dos alunos que no conseguem compreender
o que se ensina; disciplinas da rea de exatas, Matemtica, por exemplo, so as que mais sofrem
com essa complicao, pois aquela linguagem grfica parece no ter sentido. Surge, ento, uma
necessidade de auxiliar essas pessoas que no conseguem entender a linguagem atravs da grafia
e seus significados. Aprender Matemtica no depende apenas da forma de ensino, embora este
ponto tenha um grande mrito, mas tambm do interesse do(s) pupilo(s).
Este trabalho pretende apontar um conjunto de elementos nos quais os ensinamentos
matemticos devem sofrer mudanas, pois os alunos a vm como uma disciplina de pouca
participao no cotidiano e difcil compreenso, mas ao contrrio do que se pensa esses conceitos
esto inseridos de diversas formas no dia-a-dia, faltando apenas condies satisfatrias para sua
constatao.
As mudanas devem ocorrer de diversas formas, inicialmente, haja dinamicidade nas
ferramentas de ensino para tentar derrubar a barreira que foi criada entre o ensinar e o
compreender, tentando ao mximo deixar de lado a mecanicidade que o atual sistema de ensino
emprega. Alm disso, demonstrar suas aplicaes no dia-a-dia para que no parea que o
contedo seja desnecessrio, afinal de contas o aluno acredita que a soluo de um problema
encontrado na Matemtica no estar diretamente relacionada com problemas numa situao
real.
A utilizao de jogos vem sendo bastante utilizada como uma ferramenta adicional
educao, pois necessrio compreender e intervir nos processos cognitivos, de forma que o
aluno seja desfiado a criar uma estratgia, consequentemente desenvolvendo o raciocnio,
habilidades motoras, cognitivas e scias afetivas; tudo isso serve para evidenciar que pode haver
diverso atravs dos seus ensinamentos e incorporar os preceitos nas diversas reas de ensino.
Alm do mais, deve desenvolver um sistema contnuo para que essa metodologia de
ensino possa progredir atravs do interesse dos alunos e ao final ver quais foram os reais
resultados dessas modificaes para o aprendiz e a comunidade. O crescimento intelectual dos
aprendizes essencial, por que suas aplicaes vo transformar a cincias que est por vim, a
forma como a sociedade vai se estruturar e com qual qualidade.
Aproveitando os avanos tecnolgicos, o novo sistema de fazer da tecnologia sua aliada
trazendo novidades e projees para o alunato, com isso espera-se sustentar os alunos com o
interesse necessrio, j que muitos desistem de resolver um problema matemtico, afirmando
no ter o conhecimento necessrio para resolver aquele tipo de questo ainda, quando ele no
conhece qual o algoritmo ou processo de raciocnio adequado.
0910
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Segundo Ramos (2011), atravs de muitos achados envolvendo a Matemtica, percebe-se
que os problemas esto presentes no ensino da Matemtica desde muito tempo. No antigo Egito,
j se utilizava os conhecimentos da relao existente do triangulo retngulo, que posteriormente
passou a ser conhecido como Teorema de Pitgoras, para resolver problemas relacionados
agricultura. Porm, Stanick e Kilpatrick (1989), apesar dos problemas serem bastante antigos no
ensino da Matemtica a Metodologia Resoluo de Problemas algo novo. Por isso, entre outros
motivos, existe ainda muita resistncia, por parte dos professores, para aplicar a metodologia nas
salas de aula. Talvez porque nem sempre simples utilizar a resoluo de problemas com base
para as aulas de Matemtica e, de acordo com Stanicke Kilpatrick (1989, p.4) at muito
recentemente, ensinar a resoluo de problemas significava apresentar problemas e talvez,
incluir um exemplo de resoluo de uma soluo tcnica cientfica.
No que tange resoluo de problemas, Gomez-Grannel (2008, p.276) enfatiza:
A resoluo de problemas foi habitualmente usada no ensino da Matemtica como uma
forma de aplicar os conhecimentos previamente adquiridos. Neste sentido, percebemos
que a princpio, a resoluo de problemas muito se confundia com a resoluo de
exerccios, pois apenas tinha a finalidade de fixar o contedo. Hoje, atravs de vrias
pesquisas nessa rea, pode-se considerar a resoluo de problemas como uma nova
metodologia que pode levar o aluno a pesquisar formas diferentes de resolver diferente
situao que um problema, porque ele no resolve de forma mecanizada. A resoluo
de problemas possibilita que se veja os contedos como ferramenta que tem o objetivo
de ajudar a resolver problemas contextualizados, com aplicao no cotidiano e em outras
disciplinas e descontextualizados, ou seja, aqueles que tm aplicao apenas na
Matemtica.
Na viso de Skovsmose (2001), ensinar uma Matemtica mais significativa e voltada para
os interesses sociais educar democraticamente, visando alcanar a todos, para que a sociedade
possa participar discutir e refletir essas influncias dessa cincia no dia-a-dia, formando um
cidado crtico. A estrutura com que a Matemtica apresentada nas escolas desarticula a
educao crtica descartando a possibilidade de envolver aspectos polticos na Educao.
Concretizar a Matemtica, tirando-a da abstrao, envolv-la na sua construo e comunicao
com a realidade, retorn-la uma cincia de uso cotidiano ao uso de todos, democratizando esse
conhecimento.
Baseado nesse raciocnio Ogliari (2007) diz, a distncia entre os objetivos previstos nos
currculos e a realidade do aluno deve-se, em geral, a uma forte atividade mecanicista, a uma
aprendizagem por repetio, Ogliari (2007) acreditava que os livros didticos atuais trazem, na sua
maioria, contedos contextualizados e os currculos previstos para o ensino da Matemtica
mostram-se de acordo com esses ideais. A sociedade evoluiu rapidamente e a Educao se
encontra a alguns passos atrs de acordo com esses ideais, caminhando lentamente na medida em
que os educadores esto sendo alertados sobre as necessidades de reavaliar as competncias
propostas pela Educao Matemtica.
0911
Por isso, Cunha e Silva (2012), afirma que dessa forma os ldicos no Ensino Mdio
propem explorar e dinamizar as atividades proposta pelo professor ao aluno e, partindo desse
preceito, melhoram a absoro dos conceitos fazendo com que o aluno extraa mtodos para
resolver os problemas e questionar outras formas de resoluo, facilitando o entendimento do
aluno e melhorando seu desempenho em sala de aula.
Ademais, Ambrosio (2002), afirma que diversos so os grupos estudando o uso de
computadores no ensino a Matemtica. Enquanto h grupos desenvolvendo programas chamados
de Instruo Assistida por Computadores, em que o ensino por treino e teses reforado e
enfatizado, h tambm grupos utilizando a mesma tecnologia para desenvolver um trabalho
moderno baseando-se numa linha psicolgica construtiva de aprendizagem. Embora estruturas
bem diferentes esses dois programas tm algo em comum. O LOGO uma linguagem de
programao em que o aluno trabalha com a construo de conceitos matemticos atravs da
programao de pequenos projetos; j o Geometric Supposer um programa que cria um
ambiente de investigao na geometria. Atravs da explorao de diversos exemplos de
fenmenos geomtricos o aluno levanta hiptese e conjectura sobre os mesmos, partindo em
seguida para a desconstruo dos mesmos. Acredita-se que a metodologia de trabalho desta
natureza tem o poder de dar ao aluno a autoconfiana na sua capacidade de criar e fazer
matemtica. Com essa abordagem a matemtica deixa de ser um corpo de conhecimentos pronto
e simplesmente transmitido aos alunos e passa a ser algo em que o aluno faz parte integralmente
no processo de construo de seus conceitos.
Nessa linha, Pontes (2005) relata que o modo de trabalho em sala de aula, a forma como o
professor negocia com os alunos a resoluo das tarefas, os papis assumidos por ele e os alunos,
a estratgia de ensino e os instrumentos de avaliao utilizados, tudo isso tm uma grande
influencia no trabalho realizado e nas aprendizagens que podero acontecer.
0912
3 METODOLOGIA
Conhecer o que se estuda indispensvel, por que a partir dali sero retirados todos os
dados necessrios para a pesquisa que ser realizada, alm do mais a relao deve ser muita
prxima, pois servir como uma conexo entre estudo e polticas scias educacionais. Prevendo
essa importncia, realizou-se um estudo com a turma I do Curso Integrado em Alimentos
20101.1.9410.M do IFRN- Campus Pau dos Ferros, pela qual a obteno de dados do setor de
registro acadmico da instituio juntamente com um questionrio teria o propsito de entendela e futuramente desenvolver mecanismo para ampliar os conhecimento em Matemtica.
Admitindo o direcionamento a partir das informaes coletadas, sendo sintetizada em uma tabela,
fora realizada leituras (reportagens, artigos, teses, revistas, dissertaes) para tentar entender
como ajudar da melhor maneira possvel os alunos; logo aps a obteno de conhecimento
metodolgico houve discurses houve discusses sobre como ensinar a essas pessoas o
verdadeiro valor da Matemtica e suas aplicaes. Evidenciando de forma slida o desejo de
integrar o conhecimento, realizou-se, ento, uma aula para os alunos, sendo esta a primeira de
vrias.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Para haver compreenso do objeto de estudo necessrio relacion-lo ao universo de
coisas que o indivduo conhece, entretanto os problemas, em Matemtica, nem sempre podem
ser aplicados ao cotidiano, mas se cria uma possibilidade de ser bem explorada de forma a buscar
seus diversos ramos, talvez essa experincia torne-se vlida; essa conjuntura pode ser observada
diretamente nas disciplinas de Fsica e Qumica, pelas quais as resolues de alguns exerccios
necessitam do conhecimento matemtico como aritmtica, lgebra, geometria entre vrios
outros.
Como o intuito de estabelecer a verdade foi construdo a tabela sinttica, tabela 1, logo
abaixo, por qual foi possvel perceber uma variao entre o rendimento anual nas disciplinas de
Matemtica, Fsica e Qumica.
Tabela 1: Sntese das mdias anuais, da turma, nas disciplinas de Fsica, Matemtica e Qumica referentes ao 1 e 2
anos do Ensino Regular Mdio.
Disciplinas
Fsica
Matemtica
Qumica
Mdia do 1 ano
82,7
68,3
70,7
Mdia do 2 ano
64,9
75,4
72,7
Foi possvel verificar que o rendimento da turma nos anos de 2010 e 2011 houve
divergncia de notas, em Fsica claramente visto que o declnio ocorreu, chegando a 21,6%, j
em Matemtica e Qumica teve um crescimento singelo, especialmente em Qumica, mas que
indica o incio de bons resultados. Porm, inevitvel se questionar o porqu de apenas Fsica ter
essa queda de rendimento, ou o porqu de Qumica ter crescido to pouco comparado a
Matemtica.
0913
0914
5 CONCLUSO
Os alunos tm um grande potencial, e seria estupidez deixar essa futura gerao sem
auxlio para enfrentar as deficincias educacionais, sendo que com um pouco de apoio e exerccio
o estorvo deixaria de existir, e estes ganhariam confiana e determinao para lutar por seus
ideais, pois o que diferencia sonho de realidade apenas o desejo de realiz-lo, talvez, seja a ao
o que falta para desencadear um potencial nos estudantes, pois, na Matemtica, por sua vez, os
matemticos tm, na resoluo de problemas, o motor que impulsiona o desenvolvimento
dessa cincia (MEDEIRO, 1999). Alm de essa vontade ajudar ser colocada em prtica necessria
a mudana na metodologia em sala de aula sendo tambm incorporadas as outras cincias, afinal,
segundo Diniz (1991, p.12) A metodologia Resoluo de Problemas, representa, em essncia,
uma mudana de postura em relao ao que seja ensinar Matemtica.
Ao final dessa experincia foi confirmado o que se imaginava inicialmente, deixando
explcito que a metodologia escolar deveria ter mais liberdade e abrir novas possibilidades de
ensino, tendo em vista que cada aluno aprende com uma velocidade diferente e que seu
interesse pelo conhecimento deve ser constantemente alimentado para que no haja uma
estagnao intelectual; por fim utilizar formas de ensino que faam parte dos interesses de cada
gerao, fazendo com que haja uma maior identificao e consequentemente melhores
resultados.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CUNHA, J. S; SILVA, J.A.V. A importncia das atividades ldicas no ensino da Matemtica. Rio
Grande do Norte: IFRN, Campus Natal-Central.
GMEZ-GRANEL, C. A aquisio da linguagem matemtica: smbolo e significado. In A. Teberosky
& L. Tolchinsky (Eds.), Alm da alfabetizao Aprendizagem fonolgica, ortogrfica, textual e
matemtica. So Paulo: tica, 2008.
POLYA, G. A arte de resolver problemas. Rio de Janeiro: Intercincia, 1995.
MEDEIROS, K.M.O Contrato Didtico e a Resoluo de Problemas Matemticos em Sala de Aula.
Recife: UFPE, 1999. 211p. Dissertao (Mestrado em Educao) Centro de Educao,
Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
RAMOS, P.P.S Uma investigao da resoluo de problemas como propostas metodolgicas para
a sala de aula no ensino mdio. Campina Grande: UEPB, 2011. Dissertao ( Especializao em
Educao) Centro de Cincia e Tecnologia, Universidade Estadual da Paraba, Campina Grande.
DAMBROSIO B.S.; Como ensinar Matemtica hoje?. Disponvel em: http://educadores.diaadia.pr
.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/MATEMATICA/Artigo_Beatriz.pdf Acesso em: 7 de ago.
de 2012.
DESSBESEL, R.S.; MORAES, M.C.S. Educao Matemtica no Ensino Fundamental: Anos iniciais e
anos finais. Disponvel em: http://www.projetos.unijui.edu.br/matematica/cnem/cnem/principal
/mc/PDF/MC7.pdf Acesso em: 7 ago. de 2012.
0915
0916
RESUMO
Este artigo trata-se da criao, elaborao e aplicao
de uma atividade realizada em duas turmas do
primeiro ano do Ensino Mdio, na Escola Estadual
Professor Antnio Dantas da cidade de Apodi RN,
onde seus alunos foram bastante ativos durante a sua
realizao e tinham como objetivo, sanar suas
dvidas com relao ao contedo que estava sendo
transmitido pelo professor, Do Macroscpio ao
Microscpio: tomos e elementos qumicos. Para a
0917
1) INTRODUO
O presente artigo trata-se de evidenciar a criao e aplicao da atividade sobre tomos e
molculas elaborado pelos alunos do 6 Perodo do curso de Licenciatura Plena em Qumica do
Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) Cmpus
Apodi bolsistas do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Incentivo a Docncia).
Este trabalho visa sanar as dvidas encontradas pelos alunos durante a explicao do
professor, de forma fcil e menos cansativa para ambas as partes. A atividade ldica tem o
objetivo de propiciar o meio para que o aluno induza o seu raciocnio reflexo e
consequentemente a construo do seu conhecimento; promover a construo do conhecimento
cognitivo, fsico, social e psicomotor o que o leva a memorizar mais facilmente o assunto
abordado. Alm disso, desenvolve as habilidades necessrias s prticas educacionais da
atualidade.
De acordo com Melo (2000), o ldico um importante instrumento de trabalho. Grandes
tericos precursores de mtodos ativos da educao, como Decroly, Piaget, Vygotsky, Elkonin,
Huizinga, Dewey, Freinet e Froebel, frisaram categoricamente a importncia que os mtodos
ldicos proporcionam educao de crianas, adolescentes e adultos, pois nos momentos de
maior descontrao e desinibio [...] s pessoas se desbloqueiam e descontraem-se, o que
proporciona maior aproximao, uma melhoria na integrao e na interao do grupo, facilitando
a aprendizagem (SANTANA, 2008). O ldico nestas condies mostra-se como uma ferramenta
indispensvel nos processos de ensino e aprendizagem.
2) REVISO BIBLIOGRFICA
O ensino da Qumica de fundamental importncia na formao da cidadania, pois esta
cincia faz parte da sociedade tecnolgica moderna. Tradicionalmente, as cincias tm sido
ensinadas como uma coleo de fatos, descrio de fenmenos, enunciados de teorias em que o
aluno tem que memorizar (ZANON, 2008). Para mudar esta viso existem as estratgias de ensino,
que visa o aprendizado de forma simples, interativa e sem cansao fsico.
Este trabalho foi realizado nas turmas do 1 Ano D e E da Escola Estadual Professor
Antnio Dantas, tendo como contedo: Do macroscpio ao microscpio: tomos e molculas.
Para isso foi necessrio realizar uma atividade em sala, que tinha como objetivo sanar as
dvidas encontradas na temtica exposta anteriormente que estava sendo abordada pelo
professor e a partir das observaes feitas, foi necessrio fazer uma interveno para melhor
explicitar essa diferena, o que para os alunos servir de auxlio na sua aprendizagem.
A utilizao deste tipo de estratgia bastante vlida, visto que ajuda na compreenso
mais rpida do assunto, tendo como pressuposto que o assunto j foi explicado pelo professor
anteriormente, pois s assim ser vlida esta interveno.
0918
3) METODOLOGIA
Antes de iniciarmos a atividade em sala de aula, o professor fez uma explicao do que
seria realizado na aula seguinte (a atividade) e aps isso comeou normalmente dando
seguimento ao contedo.
Para o desenvolvimento deste trabalho foi necessrio dividi-lo em duas etapas. A primeira
foi confeco das folhas com as molculas e tomos, a segunda foi a aplicao do mesmo.
Na aula seguinte, comeou-se a atividade na qual fizemos em folhas de papel A4, como
mostrado nas fotos a seguir.
Ao quadro foi feito 5 colunas e 4 linhas, como mostra a figura 1 e a tabela a seguir.
Tabela 1: Tabela desenhada no quadro das 2 turmas trabalhadas.
Composto
N de molculas
N de tomos
N total de
tomos
N total de
elementos
qumicos
Ca(OH)2
5 H2O
2 NH3
Onde os seguintes compostos Ca(OH)2, 5H2O, 2NH3, foram colados ao quadro na primeira
coluna para iniciarmos a atividade, e logo em seguida, entregou-se a cada aluno uma folha de
0919
papel A4 com um nmero inscrito na folha como mostrado na foto abaixo, e logo aps iniciou-se
de fato a atividade.
Figura 2: Modelo da folha com um nmero que foi entregue a cada aluno no incio da atividade.
A partir disso, fomos completar a tabela com os alunos, onde a primeira linha foi feita pelos
realizadores da atividade e ao mesmo tempo explicando e tirando dvidas dos mesmo que
perguntavam. J a segunda e terceira linha foi feita exclusivamente pelos alunos onde eles foram
ao quadro completar a tabela, como mostrado na figura a seguir.
Aps completar a tabela foi feita a correo pelos mesmos e mais uma vez, tiramos as
dvidas, o que segundo eles tinham mais incerteza era diferenciar tomo de elemento qumico, o
que de acordo com a resoluo da atividade foi solucionada.
0920
4) RESULTADOS E DISCUSSES
A atividade sobre tomos e molculas foi realizada para auxiliar na aprendizagem dos
alunos, tendo em vista que o contedo no foi muito bem compreendido tendo em vista as
diversas dvidas dos alunos. Este trabalho foi aplicado na Escola Estadual Professor Antnio
Dantas no dia 16 de Abril de 2013 e fomos auxiliados pelo professor Edson Fernandes Moreira,
tendo como durao 1 hora/aula.
Segundo Coelho (2010) tendo em vista a dificuldade de se ensinar algumas matrias de
Qumica e da preocupao em desenvolver estratgias didticas que envolvam os temas, os
modelos didticos surgem como alternativa vivel para o aprimoramento do processo de ensino e
aprendizagem, sendo o mesmo de baixo custo para sua produo e pelo fato de serem adaptados
pelos prprios alunos e professores, proporcionando, assim, uma maior assimilao do assunto
estudado.
Verificou-se tambm que a atividade fortaleceu ainda mais os vnculos de amizade entre os
alunos, gerando um lao de companheirismo pela experincia vivida, e que eles buscaram uma
melhor forma de aprendizado do que a forma tradicional. Assim aprender brincando se torna
mais prazeroso e menos complexo para ambas as partes.
Como mostrado anteriormente, a atividade foi de grande valia, pois serviu de aprendizado
para os alunos, e que a partir dela estimulou-se tambm a busca do conhecimento e da pesquisa
em qumica.
5) CONCLUSO
O jogo ou neste caso a atividade oferece estmulo e o ambiente necessrios para propiciar
o desenvolvimento espontneo dos alunos alm de permitir que o professor amplie seus
conhecimentos sobre tcnicas ativas de ensino, estimulando-o a recriar sua prtica pedaggica
(Brasil, 1999).
Verificou-se tambm que o jogo aproximou mais os alunos, gerando um lao de
companheirismo gerado pela nova experincia vivida, e que buscaram uma melhor forma de
aprendizado do que a forma tradicional. Assim aprender brincando se torna mais prazeroso e
menos cansativo para ambas as partes.
Com a decorrncia das aplicaes do jogo, o professor, conseguir identificar, possveis
dificuldades de aprendizagem, e assim dever encontrar meios para solucion-los. No decorrer da
aplicao a professora deu opinies para que o jogo se tornasse mais interessante. Ao final do
jogo foi possvel comprovar tudo o que foi exposto no artigo sobre jogos didticos.
0921
6) AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professor Antnio Dantas pelo espao cedido, ao Programa de Bolsas de
Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia do Rio
Grande do Norte-IFRN, Cmpus Apodi.
7) REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Matemtica e suas Tecnologias. In: Parmetros Curriculares Nacionais do Ensino Mdio. Braslia,
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BORGES, Regina Maria Rabello; SCHWARZ, Vera. O Papel dos Jogos Educativos no Processo de
Qualificao de Professores de Cincias. 2005.
COELHO, Fernanda Sales, ZANELLA, Priscilla Guimares; FERREIRA, Ftima Cristina; BARROS,
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Facilitadores Para O Ensino De Biologia. 2010.
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nomenclaturas dos compostos orgnicos: projeto, produo, aplicao e avaliao. Departamento
de didtica, UNESP SP, 2008.
0922
RESUMO
Este trabalho trata da aplicao de tecnologias na
realizao do controle da iluminao de uma residncia
em particular. Para tanto, desenvolveu uma aplicao
web que permita a programao de comandos de
iluminao a serem enviados para o acionamento de
pontos de luz a partir de um computador, bem como
realize a deteco de falhas no sistema de iluminao
inclusive pontos de luz queimados e ainda faa a
medio do consumo de energia do sistema. A deteco
baseada em um circuito e controlada atravs de um
site podendo ser consultado pelo usurio final. A
0923
1 INTRODUO
Hoje em dia a necessidade de automatizar uma serie de processos e indiscutvel. Por exemplo,
sistemas de energia eltrica, usinas nucleares, semforos, sistemas de irrigao so todos
comandados por computadores. Alm disso, j podemos identificar a necessidade de automatizar
algumas tarefas que realizamos em nossas residncias no dia-a-dia.
Geralmente, o tipo de automao residencial mais requisitada envolve iluminao, permitindo
que algumas tarefas relacionadas sejam realizadas de forma automtica. Neste projeto a luz ser o
enfoque principal para automao, permitindo programar o horrio para ligar/desligar luzes a
partir de um website.
Algumas dessas tarefas realizada em uma residncia podem ser melhor aproveitados com o
auxlio da eletrnica atravs da confeco de dispositivos simples e baratos, que podem ser
utilizados em lares e em pequenas empresas. Automatizar a casa certamente uma economia,
alm disso, podemos acessar todos os sistemas remotamente, o usurio liga apenas aquilo que
quer e precisa, sem necessariamente usar tudo na potncia mxima. Isso faz com que as luzes de
um cmodo da casa, estejam ligadas apenas quando necessrio, e de uma forma inteligente. [2]
Nesse contexto se insere a automao residencial, que consiste no uso da tecnologia para
facilitar e tornar automticas algumas tarefas domsticas habituais que, numa casa convencional,
ficariam a cargo de seus moradores, sendo executadas manualmente. A utilizao no ambiente
residencial de diversos dispositivos como sensores de presena, temporizadores ou at mesmo o
envio de um comando a partir de um simples toque num controle remoto possibilitam o
acionamento de cenas ou tarefas pr-programadas, trazendo maior praticidade, segurana,
economia e conforto para o morador .[1]
O objetivo desse sistema proporcionar conforto e comodidade ao usurio, permitindo o
acionamento remoto para ligar/desligar, deteco de falhas, queimas de luzes e calculo do
consumo de energia. Alm disso, a integrao desse sistema a um servidor web possibilita ainda a
deteco de pontos de luz ligados durante a ausncia do proprietrio na residncia, informando-o
atravs de e-mail.
2 MATERIAL E MTODOS
De modo geral, os componentes do sistema de transmisso envolvidos nesses
dispositivos so:
x Transmissor: o transmissor se encarrega de enviar comandos codificados contendo
informaes para o receptor.
x Receptor: um circuito que recebe os comandos enviados pelo transmissor e os
decodifica para enviar ao equipamento de destino.
x Fonte de energia: rede de energia eltrica que alimenta os circuitos.
x Web Site: Interface de comunicao entre o usurio e a residncia.
0924
2.1 Metodologia
O sistema tem uma abordagem voltada para a implementao em software/hardware.
Para tanto, foram realizadas pesquisas para a obteno do material necessrio e definio da
topologia do dispositivo. Feito isso, iniciou-se o levantamento dos componentes necessrios
implementao dos mdulos, buscando-se atentar para o baixo custo, sem que isso implique na
perda de qualidade ou eficincia.
O dispositivo composto de dois mdulos, sendo um mdulo transmissor/controlador e
um mdulo receptor/atuador, descritos nas subsees a seguir.
2.1.1 Mdulo Transmissor/Controlador
Nesse modulo o usurio acessar o web site onde ter a sua disposio uma interface
grfica assim ele ter acesso aos pontos de luz presente na residncia. Atravs dessa interface o
usurio pode enviar comandos atravs da internet para um computador servidor que estar
localizado na residncia. Nesse servidor estar conectado um circuito transmissor que enviara um
conjunto de dados codificados ao circuito das lmpadas.
0925
2.3 Software
O software ter como principal funo a interao de seus usurios com suas residenciais
onde a longa distncia poder ter maior conforto, podendo fazer muitas funcionalidades bsicas
com um simples clique. O web site tem o desenvolvido em PHP, CSS e HTML5 conta com um
design simples e de fcil acesso, os dados fica armazenado em um banco de dados que teve o seu
desenvolvimento em cima do POSTGREE, contando com seis tabelas, para o registro de
equipamentos, usurios, cenrios, equipamentos etc.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
O trabalho teve como objetivo apresentar um novo sistema de automao residencial, o
qual apresenta novas formas de controle na automao residencial, assim tornando uma melhor
forma de vida para o usurio final. Como existem habitantes que se adaptam facilmente a
inovaes e outros no, os mesmo iro interagir diferentemente com o sistema.
0926
Com esse dispositivo funcionando em conjunto com o website, poder ser avaliada a
possvel economia de energia que o dispositivo trar ao enviar medidas mais confiveis sobre a
iluminao real de um ambiente automatizado. Para isso ser necessrio o clculo de consumo de
meses anteriores da residncia e depois funcionando cotidianamente durante ms para clculo
mdio do seu novo consumo de energia.
0927
4 CONCLUSES
O sistema ainda no se encontra 100% terminado, porm muitos itens esto funcionando,
foi feito estudo em cada rea do software e hardware tendo como principal destaque para a parte
do software que encontra com boa parte em funcionamento. Porm ainda falta terminar de fazer
a parte de cadastramento de cada cmodo e dos pontos de luzes, atualizao de cliente e
excluso, Na parte de cliente o sistema ainda no est com o seu funcionamento completo
faltando a parte de agendamento de cada evento para ser armazenado no Bando de Dados. O
hardware est faltando a comunicao com a interface web.
Contamos com ideias futuras para deixar o sistema cada vez mais robusto, prendemos
implementar mais itens da residncia como o fechamento de portas eletrnicas, acionamento de
bombas e motores, banheira de hidromassagem entres outros.
5 AGRADECIMENTOS
Deixo expressos meus sinceros agradecimentos s seguintes instituies e pessoas, sem as
quais o presente trabalho teria sido impossvel.
Ao PIBIC/IFRN pelo incentivo ao desenvolvimento deste trabalho atravs de uma bolsa de
pesquisa, alm de todo material que mim dispe para a realizao deste trabalho.
Ao meu orientador Clauber Gomes Bezerra, do IFRN, que sempre mim apoio nos
momentos mais cruciais deste trabalho.
6 REFERNCIAS
[1] Automatic House; Automao residencial. Disponvel em: http://www.automatichouse
.com.br/AutomaticHouse/WebSite/Automacao/Residencial.aspx
[2] Ivan Gouveia: Automao residencial. Disponvel em: http://www.oficinaaberta.com.br/
informatica/automacao/automacao.asp
[3] Comello: Comello Engenharia. Disponvel em: http://www.comello.com.br/blog/?p=310
[4] PIMENTEL, Victor Costa de Andrade. AUTOMAO RESIDENCIAL.
J. G. Costa, J. P. Santos, A. S. Silva, R. N. A. Prado, V. C. A. Pimentel. DISPOSITIVO DE BAIXO CUSTO PARA O
CONTROLE REMOTO DE PONTOS DE LUZ
0928
RESUMO
A ANP estabelece a adequao da gasolina tipo C, a ser
comercializada, de acordo com as especificaes das
normas para comercializao em 25%, de acordo com a
Portaria de 1 de maio de 2013, como forma de incentivo
ao setor de cana de acar e lcool. O valor admitido,
outrora era de 20%; assim, os resultados no constantes
nesta faixa (25%) esto fora dos limites estabelecidos e
esta considerada adulterada.O trabalho realizado pela
parceria IFRN Natal Central -UFRN, com apoio financeiro
da PETROBRAS/PRFH consistiu em anlises de bancada
realizadas em quinze amostras de gasolina de Natal-RN,
coletadas de pontos estratgicos para melhor cobertura
de rea analisada, nas quais foram realizadas as
seguintes medidas: pH por papel de pH, densidade por
picnometria e teor de lcool com proveta de boca
0929
1. INTRODUO
Atualmente, o petrleo e seus derivados tm sido alvo de vrios estudos por atenderem a
um amplo mercado energtico que requer altos gastos no que diz respeito grande utilizao
destes em diversas reas: domstica, industrial, automotiva, etc. Neste contexto, sempre que o
preo do petrleo apresenta uma certa instabilidade, a gasolina ganha mais espao na mdia
(DAZZANI M.,et al). Para lanamento da gasolina no mercado, a Agncia Nacional do Petrleo
estabelece a especificao da gasolina automotiva tipo C, comercializada, atravs da PORTARIA de
1 DE MAIO DE 2013, que estabelece a porcentagem de 25% de teor de lcool ,com intuito de
motivar o mercado de etanol. Um problema grave existente que, devido pequena quantidade
de fiscais que a ANP dispe e a m inteno por parte de alguns estabelecimentos (TAKESHITA,
2006), ainda hoje so detectados focos de adulterao dos combustveis (geralmente por adio
de solventes) a serem disponibilizados para venda. Assim, o trabalho desenvolvido demonstra a
realizao de anlises em bancada para avaliao da adulterao de combustveis, de diversos
locais, sem identificao destes, tanto para promover o aprendizado tcnico dos alunos e motivar
ao estudo cientfico, quanto para comparar s normas legais vigentes. O estudo faz um
comparativo das amostras obtidas e analisadas quando da vigncia da portaria de 2011 que
estabelecia 20% de lcool na gasolina, com a portaria atual, que requer 25% de lcool.
O trabalho desenvolvido no mbito do IFRN Natal Central, com parceria da Universidade
Federal do RN e apoio da PETROBRAS/PFRH, consistiu na aplicao de tcnicas de bancada para
realizao de anlises fsico-qumicas tais como teor de lcool na gasolina, densidade por proveta
e picnometria, colorao, pH, que so critrios de suma importncia na eficincia de uso do citado
derivado.O uso de gasolina adulterada, tanto pode ocasionar perda de desempenho do
automvel, como aumentar o consumo do combustvel ou at mesmo causar entupimento da
bomba de gasolina do veculo; outros problemas evidenciam corroso.
As anlises aqui descritas apresentaram uma grande viabilidade de execuo, j que
contou com espao fsico adequado ( Laboratrio de Materiais, nas instalaes do Departamento
de engenharia Qumica UFRN e IFRN Natal Central) e de equipamentos de baixo custo (proveta
de boca esmerilhada 100mL, balana analtica de cinco casas, proveta de 100mL e picnmetro
da TECNAL de 50mL de volume). Dessa maneira, o trabalho tem como principal fundamento
incrementar os conhecimentos tericos e laboratoriais dos alunos do IFRN Natal Central na rea
de fluidos de petrleo, especificamente relacionados ao processo de refino do petrleo bruto,
correlacionando a composio qumica dos seus derivados e como esta constituio influencia nas
propriedades de seus subprodutos. Outro ponto importante a comparao dos resultados com
as normas estabelecidas pela PORTARIA veiculada no Dirio Oficial da Unio, para averiguao da
conformidade dos teores de lcool da gasolina no mercado. Observa-se tambm como a adio
desta funo orgnica no hidrocarboneto ocasiona mudana na suas propriedades fsicoqumicas. Outra etapa do trabalho a realizao de testes para correlacionar os resultados de
caracterizao fsico-qumica destes combustveis com a eficincia dos combustveis de diferentes
marcas em motores automotivos.
0930
2. MATERIAIS E MTODOS
O trabalho consistiu de uma srie de atividades, tais como: pesquisas bibliogrficas sobre
derivados do petrleo, especificamente a gasolina; dissertaes e teses sobre refinados de
petrleo; Coleta de gasolina de diferentes marcas, anlises laboratoriais de pH, teor de lcool na
gasolina, densidade por picnometria; as anlises foram realizadas no IFRN e UFRN. Uso de
programa computacional EXCEL para realizao de grficos.
0931
50mL de gasolina----------------------------100%
Volume de lcoolmL----------Y%
Para estar em conformidade, a gasolina deve estar inserida em 25%, de teor de lcool.
2.2.1.4 Densidade por picnometria
MA
pgua pvazio
(1)
onde :
MA a massa de gua,
pgua a massa do picnmetro com gua,
pvazio a massa do picnmetro vazio
0932
MA
vreal
(2)
Onde:
Neste mesmo picnmetro calibrado com a gua, todas as amostras foram inseridas
separadamente, medindo-se a massa do fluido, dividindo-a pelo volume real do picnmetro e
obtendo-se cada densidade , como na Equao (3):
df
Mf / vreal
(3)
Onde:
df a densidade do fluido,
Mf a massa do fluido,
vreal o volume real do picnmetro.
0933
3. RESULTADOS E DISCUSSO
Foram expressos na Tabela 1 os valores encontrados nas medidas realizadas em bancada
para pH, densidade por picnometria e teor de lcool. Os resultados referentes ao teor de lcool
que no se encontraram em 25% foram considerados no-conforme, segundo a legislao,
determinada pela ANP, Agncia Nacional do Petrleo para comercializao.
Tabela 1: Resultado para medidas fsico-qumicas das diferentes amostras de gasolinas
Gasolinas
pH
Densidade
(g/mL)
Teor de
lcool(%)
LEI ATUAL
2013
NO
CONFORME
NO
CONFORME
NO
CONFORME
NO
CONFORME
NO
CONFORME
NO
CONFORME
0,754
20
0,754
18
0,753
20
5,5
0,761
20
0,755
20
5,7
0,754
18
0,755
17,4
NO
CONFORME
NO
CONFORME
0,745
19
NO
CONFORME
NO
CONFORME
0,745
16
NO
CONFORME
NO
CONFORME
10
5,8
0,760
20
11
5,4
0,754
18
12
5,6
0,759
20
13
0,754
20
14
0,759
24
15
0,760
20
NO
CONFORME
NO
CONFORME
NO
CONFORME
NO
CONFORME
NO
CONFORME
NO
CONFORME
Portaria
678/2011
CONFORME
NO
CONFORME
CONFORME
CONFORME
CONFORME
NO
CONFORME
CONFORME
NO
CONFORME
CONFORME
CONFORME
NO
CONFORME
CONFORME
0934
de legislao de 2011, dessa maneira, no estavam em mercado para atendimento dos 25%
requeridos atualmente.
0935
Figura 2: esquerda, gasolina sem adio de lcool; direita, adio de 60% de lcool ( v/v)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0.75
0.75
0.76
0.76
0.76
0.77
0.77
0.77
0.78
0.78
0.79
0936
6. CONCLUSES
Concluiu-se, a partir do trabalho realizado, que os resultados foram satisfatrios e o grupo
participante atingiu sua meta, aplicando a tcnica de determinao de teor de lcool em gasolina
e avaliando como esse parmetro influencia nas propriedades fsico-qumicas inerentes a este
derivado do petrleo. Outra contribuio da pesquisa foi o aprendizado das tcnicas de segurana
laboratoriais, manuseio e funo de cada vidraria e equipamento utilizados. Ao comparar com as
especificaes da legislao vigente, a equipe adquiriu conhecimento tcnico e quele pertinente
sua funo como cidado, unindo contribuio social e tecnolgica; interagindo entre duas
instituies renomadas no RN IFRN e UFRN.
A equipe pretende ampliar a reas de anlises de diferentes gasolinas, para outras
distribuidoras na cidade de Natal e cidades vizinhas, bem como efetivar em parceria com uma
outra equipe de Mecnica automotiva, no IFRN, para confirmar a eficincia na queima de alguns
tipos de gasolina tipo C e como esta pode vir a prejudicar o comportamento dos automveis em
sua parte mecnica. O laboratrio de Petrleo e Gs no IFRN Natal Central est em vias de entrega
e isso ajudar muito no andamento dos trabalhos.
AGRADECIMENTOS
Gostaramos de agradecer aos chefes dos laboratrios de Materiais e Laboratrio de
Controle de Qualidade de guas, respectivamente, prof, Joo Bosco de Arajo Paulo e prof
Josette Lourdes, por permitir o uso de alguns equipamentos e estrutura fsica no Departamento de
Engenharia Qumica - UFRN.
REFERNCIAS
Agncia Nacional do Petrleo - PORTARIA ANP N 71/1998
Agncia Nacional do Petrleo - PORTARIA ANP N 309/2001 .
DAZZANI, M.; CORREIA, P. R. M., OLIVEIRA, P. V. MARCONDES, M. E. R. Explorando a Qumica na
Determinao do Teor de lcool na gasolina. Qumica Nova na Escola, n 17, maio 2003.
NORMA ABNT N.13992 Regulamentao de Ensaios para Verificao de Teor de lcool na
Gasolina.
SANTOS, A. A. ASSUNO, G.V., FILHO, V.E.M, Avaliao das Caractersticas Fsicas da Gasolina
C, comum, comercializada na cidade de So Lus, v.13, n2, p 16-24, dezembro, So Lus, 2002.
PORTARIA MAPA N 678, DE 31.8.2011 - DOU 1.9.2011 .
TAKESHITA, E. V. Adulterao de gasolina por adio de solventes: Anlise dos parmetros fsico
qumicos. Dissertao de mestrado.102 p Florianpolis SC, 2006.
0937
RESUMO
A busca por produtos naturais com fins teraputicos vem
crescendo bastante nos ltimos tempos, por ser um
produto que no apresenta tantos danos ao meio
ambiente e de baixo custo. Desta forma, o presente
trabalho tem como objetivo estudar a planta Capsicum
frutensens L, conhecida popularmente como pimenta
malagueta. A mesma foi submetida a testes fitoqumicos,
0938
1 INTRODUO
Os produtos naturais so utilizados pela humanidade desde o tempo dos primrdios, onde
a busca pela cura de doenas pela ingesto foi uma das primeiras formas da sua utilizao. O
Brasil, com a grandeza de seu litoral, de sua flora e, sendo o detentor da maior floresta equatorial
e tropical mida do planeta, no pode abdicar de sua vocao para os produtos naturais. A
Qumica de Produtos Naturais (QPN) , dentro da Qumica Brasileira, a rea mais antiga e a que,
talvez ainda hoje, congregue o maior nmero de pesquisadores (PINTO et al., 2002).
As pesquisas de plantas medicinais envolvem investigaes da medicina tradicional e
popular (etnobotnica); isolamento, purificao e caracterizao de princpios ativos (qumica
orgnica: fitoqumica); investigao farmacolgica de extratos e dos constituintes qumicos
isolados (farmacologia); transformaes qumicas de princpios ativos (qumica orgnica sinttica);
estudo da relao estrutura/atividade e dos mecanismos de ao dos princpios ativos (qumica
medicinal e farmacolgica) e finalmente a operao de formulaes para a produo de
fitoterpicos (MACIEL et al., 2002).
A planta Capsicum frutensens L, popularmente conhecida por pimenta malagueta,
classificada dentro da famlia Solanaceae e o gnero Capsicum. Atua na diminuio do nvel de
gordura no sangue, como expectorante ajudando a descongestionar vias respiratrias, como
redutora de inflamaes e, pelo teor de vitamina C, como antioxidante sendo capaz de contribuir
para a eliminao de radicais livres e, assim, retardar o processo de envelhecimento das clulas
(REIFSCHNEIDER, 2000). Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo estudar os extratos
fixos dessa planta nos seus aspectos qumicos e biolgicos.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Plantas condimentares, tais como as pimentas e pimentes do gnero Capsicum, que
sempre foram usadas pelos ndios e civilizaes antigas para tornar os alimentos mais agradveis
ao paladar, alm de serem utilizadas como conservantes em alimentos, so fontes de
antioxidantes naturais como a vitamina E, vitamina C e carotenoides (REIFSCHNEIDER, 2000).
O Brasil o segundo maior produtor de pimenta no mundo (RISTORI et al., 2002) e centro
da diversidade do gnero Capsicum (REIFSCHNEIDER, 2000). Essa hortalia est difundida em
todas as regies do Brasil, sendo que as principais reas de cultivo so as regies Sudeste e
Centro-Oeste. So comercializadas para o consumo in natura, conservas caseiras e exportao do
produto industrializado (WAGNER, 2003).
As pimentas, principalmente as malaguetas, so estimadas para condimentar comidas e
excitar o apetite. Por causa da capsaicina, um alcalide encontrado na semente, so acres,
excitantes e provocam localmente um estmulo rpido e energtico (BRAGA,1976).
O pimento e as pimentas doces no possuem sabor picante, devido ausncia do
alcalide capsaicina, sendo estes utilizados como corantes e para consumo in natura. As pimentas,
em sua maioria, possuem sabor ardido, caracterstico, devido presena do alcalide capsaicina
0939
na placenta, nas sementes e, pode ser encontrada em menor grau, no pericarpo do fruto,
destacando-se a pimenta-malagueta, pelo elevado teor possui sabor mais pungente
(REIFSCHNEIDER, 2000).
A capsaicina atua na diminuio do nvel de gordura no sangue, como expectorante
ajudando a descongestionar vias respiratrias, como redutora de inflamaes e, pelo teor de
vitamina C, como antioxidante sendo capaz de contribuir para a eliminao de radicais livres e,
assim, retardar o processo de envelhecimento das clulas (REIFSCHNEIDER, 2000).
Em pimentas, a pungncia deve-se presena de amidas chamadas capsaicionides.
Segundo ROSA et al. (2002), a atividade antioxidante dos capsaicionides inibem a peroxidao de
lipdios com desempenho semelhante ao tocoferol, justificando o seu uso como antioxidantes
naturais, uma vez que o Brasil o segundo produtor de pimenta no mundo e centro de
diversidade do gnero Capsicum (RISTORI et al., 2002; REIFSCHNEIDER, 2000 ).
Pesquisadores conduziram um estudo para verificar a atividade antioxidante dos frutos de
pimenta, conforme o seu estado de maturidade e observaram que h uma diferena na atividade
antioxidante entre os frutos verdes e os maduros, sendo que os frutos maduros apresentam maior
atividade antioxidante (PERUCKA; OLESZEK, 2000).
A cor dos frutos das pimentas bastante variada, comeando geralmente com verde,
amarelo ou branco na fruta no madura, e se tornando vermelho, marrom ou quase preto em
frutas maduras (LONG-SOLIS, 1998). A cor de cada variedade no estado de maturao depende da
capacidade dos frutos de sintetizar carotenides e at mesmo de reter pigmentos de clorofila.
Quanto maior o grau de maturao da pimenta, maior ser o contedo de capsaicina, dessa forma
o contedo dessa substncia nos frutos no est relacionado com a cor dos frutos e sim o grau de
maturao (LONG-SOLIS, 1998).
Os flavonides em maior contedo encontrados nas pimentas so a quercetina e a
luteolina, que esto presentes em formas conjugadas. Luteolina tem maior atividade antioxidante
seguida pela capsaicina e pela quercetina (LEE et al., 2005). As substncias mencionadas podem
ser observadas na Figura 1.
0940
3 METODOLOGIA
3.1 Preparo do extrato etanlico
O material vegetal (folhas, galhos, fruto e raiz) do Capsicum frutescens L. foi coletado na
cidade de Apodi no Rio Grande do Norte. O mesmo foi picado e em seguida colocado em um
recipiente de vidro com etanol deixando em contato por 7 dias. Esse processo foi repetido por trs
vezes. Aps esse perodo foi filtrado o solvente das folhas e concentrado em um rota evaporador
sob presso reduzida.
Pegou-se dois tubos de ensaio com extrato, o primeiro foi acidulado a pH 3 e o segundo
alcalinizado a pH 11, em seguida os tubos foram aquecidos por 3 minutos e verificado a variao
na cor.
3.2.4 Teste para flavonis, flavanonas, flavanonis e xantonas
Foi adicionado a um tubo de ensaio com o extrato alguns centigramas de magnsio em fita
e 0,5 mL de HCl concentrado. Esperou-se o fim da reao indicada pelo termino da efervescncia e
observou-se a mudana na cor da mistura.
3.2.5 Teste para saponinas
Em um tubo de ensaio com extrato foi adicionado 5-10 mL de gua para dissolv-lo. Aps
esse processo o tubo foi agitado com a soluo, fortemente, de dois a trs minutos, observandose a formao de espuma.
0941
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Foram obtidos 21,2574g do extrato etanlico das folhas (EEFCF), 11,5227g do extrato
etanlico do fruto (EEFRCF), 8,6013g do extrato etanlico dos galhos (EEGCF) e 2,151g do extrato
etanlico das razes (EERCL), o que resultou em um rendimento de 8,77%, 6,44%, 2,70% e 1,56%,
respectivamente. Os extratos foram submetidos a testes fitoqumicos para identificar as classes de
metablitos secundrios presente nos mesmos, e estes resultados podem ser observados na
Tabela 1.
0942
Tabela 1: Identificao dos metablitos secundrios presentes nos extrato etanlicos de Capsicum frutescens L.
METABLICOS
SECUNDRIOS
Fenis e Taninos
Antocianinas,
Antocianidinas e
Flavonides
Leucoantocianidinas,
Catequinas e
Flavonas
Flavonis,
Flavanonas,
Flavanonis e
Xantonas
Saponinas
Esteroides e
Triterpenides
EEFCF
EEFRCF
EEGCF
EERCF
(-)
(-)
(-)
Taninos
flobabnicos
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
(-)
Esteroides
livres
(-)
Esteroides
livres
(-)
Esteroides
livres
(-)
(-)
Na anlise fitoqumica, os testes para o extrato etanlico das folhas, do fruto e galhos
foram positivos somente para esterides e triterpenides, indicando a presena de esterides
livres. O extrato das razes apresentou apenas taninos flobabnicos. Os demais testes deram todos
negativos para os quatro extratos.
O valor da concentrao inibidora (IC 50 ) foi calculado a fim de se definir a concentrao
necessria para inibir o radical DPPH em 50%. Os resultados obtidos atravs dos testes
antioxidantes podem ser observados na Tabela 2.
Tabela 2: Atividade antioxidante obtida pelo mtodo do DPPH dos extratos de Capsicum frutescens L.
Extratos
IC 50
Cdigo
204,60 ppm
687,57 ppm
431,29 ppm
138,54 ppm
4,07 ppm
EEFCF
EEFRCF
EEGCF
EERCF
-
Mediante os resultados obtidos, pode-se observar que a raiz de Capsicum frutescens L foi a
que apresentou melhor atividade antioxidante quando comparado com os demais extratos, o que
j era esperado, pois foi o nico que apresentou taninos flobabnicos.
0943
Na Tabela 3 esto expressos os resultados da determinao dos fenis totais dos extratos,
que foram realizados pelo mtodo de folin-ciocalteau, expressos em equivalncia de cido glico
(EAG) por grama de extrato bruto.
Tabela 3: Teor de fenis totais obtida pelo mtodo folin-ciocalteau dos extratos de Capsicum frutescens L.
Extrato
Etanlico das folhas
Etanlico do fruto
Etanlico dos galhos
Etanlico das razes
Cdigo
EEFCF
EEFRCF
EEGCF
EERCF
5 CONCLUSO
Diante das pesquisas realizadas, pde-se constatar a presena de esterides livres e
taninos flobabnicos que se caracterizam por serem os metablitos secundrios presentes nos
extratos do material vegetal coletado. A atividade antioxidante de Capsicum frutescens L, quando
comparada com o padro positivo considerada baixa, apresentando a IC50 muito elevada, onde
o extrato que apresentou uma maior atividade foi o etanlico das razes com 138,54 ppm. A planta
apresentou um baixo teor de fenis, o que comprova assim a relao existente entre fenis e a
atividade antioxidante.
Vale salientar que apenas os testes fitoqumicos no so suficientes para validar uma
espcie como teraputica, necessrio realizar outros testes biolgicos como, por exemplo,
toxicidade, teste esse que ser realizados posteriormente para uma melhor avaliao da Capsicum
frutescens L.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALVES, H. M. Plantas como fonte de fitofrmacos. Cadernos Temticos de Qumica Nova na
Escola. n 3, p. 01-06. 2001.
BRAGA, R. Plantas do Nordeste, especialmente do Cear. 3. ed., Fortaleza: Escola Superior de
Agricultura de Mossor, 1976, 234 p.
LEE, J. J.; et al. Impact of genetic and environmental variation on development of flavonoids and
carotenoids in pepper (Capsicum spp.). Scientia Horticulturae, v.106, p.341-352, 2005.
0944
LONG-SOLIS. Capsicum y cultura: la historia del chilli. Mxico: Ed. Fundo de Cultura Econmica.
P.240, 1998.
MACIEL M. A. M. et al. Plantas Medicinais: a necessidade de estudos multidiciplinares. Qumica
Nova, 25:429-438. 2002.
MATOS, F. J. A. Introduo a fitoqumica experimental. 3 ed. Fortaleza: Edies UFC, 2009. p.
47-54.
PERUCKA, L.; OLESZEK, W. Extraction and determination of capsaicinoids in fruit of hot pepper
Capsicum annuum L. by spectrophotometry and high-performance liquid chromatography.
Innovative Food Science & Emerging Technologies. v.7, p.189-192, 2000.
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Universidade de So Paulo, Piracicaba, 2003.
0945
RESUMO
O presente artigo tem por finalidade discutir a
importncia da utilizao de atividades ldicas no ensino
de Qumica, em sala de aula, com a produo de um jogo
intitulado Batalha Termoqumica, que tratar dos
processos endotrmicos e exotrmicos de forma
contextualizada. Este jogo foi aplicado a alunos do 2 ano
0946
1 INTRODUO
O ensino de Qumica tem sido motivo de muitas discusses e debates, em relao ao modo
de trabalhar os contedos, com a inteno de possibilitar a compreenso da Qumica e a sua
relao como meio social das pessoas. A fim de que a construo do conhecimento em qumica
seja slida e consistente, necessrio compreender como esta se processa. A elaborao de uma
estrutura de conhecimentos em qumica ou em qualquer outra disciplina parte da formao ou
aquisio de conceitos (PALANGANA, 1994).
Existem vrios fatores que afetam na aprendizagem do aluno, essas dificuldades podem
estar relacionadas ao contexto emocional vivido pelo aluno em casa, com a famlia, no trabalho ou
at mesmo na escola ou s questes de metodologia de ensino utilizadas pelo professor na sala de
aula. O professor-pesquisador a soluo para conhecer a classe, que se apresenta cada vez mais
heterognea. A necessidade de fornecer aos alunos um tratamento diferenciado, atividades de
diferentes graus de dificuldade, leituras variadas, dinamismo nas atividades e avaliao constante
criam maiores condies dos alunos perceberem que o progresso em seu processo ensinoaprendizagem ser mais objetivo e de maior valor.
Este trabalho tem como objetivo promover aulas expositivas e diferenciadas de Qumica no
2 ano do ensino mdio, elaborando um material didtico, intitulado como "Batalha
Termoqumica", auxiliando de forma eficaz no ensino-aprendizagem.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Sabemos que a Qumica a cincia que estuda a matria, as transformaes qumicas por
ela sofridas e as variaes de energia que acompanham estas transformaes. Ela representa uma
parte importante em todas as cincias naturais, bsicas e aplicadas, por isso est presente em
tudo. Mas nem todas as pessoas conseguem assimilar essa cincia com o dia-a-dia, muitas vezes
isso consequncia do modo que esta cincia est sendo ensinada, tendo em vista que o
professor deve utilizar de recursos que facilitem o aprendizado do aluno.
No entanto, nem sempre o professor est preparado para atuar de forma interdisciplinar,
relacionando o contedo com a realidade dos alunos. Os livros didticos podem ser, e so, na
maioria das vezes, utilizados como instrumentos educacionais que auxiliam os educadores a
organizarem suas ideias, assimilar os contedos e proceder exposio aos alunos, porm, o
professor deve evitar utilizar apenas deste recurso didtico em suas aulas (LOBATO, 2007).
importante que o professor trabalhe sempre com a contextualizao, ligando o ensino aos
acontecimentos do cotidiano do aluno, para que estes possam perceber a importncia da
Qumica.
De acordo com SANTANA (2006), vrios estudos e pesquisas mostram que o Ensino de
Qumica , em geral, tradicional, centralizando-se na simples memorizao e repetio de nomes,
frmulas e clculos, totalmente desvinculados do dia-a-dia e da realidade em que os alunos se
encontram. A Qumica, nessa situao, torna-se uma matria maante e montona, fazendo com
0947
que os prprios estudantes questionem o motivo pelo qual ela lhes ensinada, pois a Qumica
escolar que estudam apresentada de forma totalmente descontextualizada. Por outro lado,
quando o estudo da Qumica faculta aos alunos o desenvolvimento paulatino de uma viso crtica
do mundo que os cerca, seu interesse pelo assunto aumenta, pois lhes so dadas condies de
perceber e discutir situaes relacionadas a problemas sociais e ambientais do meio em que esto
inseridos, contribuindo para a possvel interveno e resoluo dos mesmos.
Uma proposta que contribui para a mudana desse ensino tradicional a utilizao de
jogos e atividades ldicas. Segundo CUNHA (2004), o ldico apresenta dois elementos que o
caracterizam: o prazer e o esforo espontneo, alm de integrarem as vrias dimenses do aluno,
como a afetividade, o trabalho em grupo e das relaes com regras pr-definidas. O mesmo deve
ser inserido como impulsor nos trabalhos escolares. Os jogos so caracterizados como um tipo de
recurso didtico educativo que pode ser utilizado em momentos distintos, tais como: na
apresentao de um contedo, ilustrao de aspectos relevantes ao contedo, avaliao de
contedos j desenvolvidos e como reviso ou sntese de conceitos importantes ao contedo.
Entendendo a importncia do ensino ldico, este trabalho tem como o objetivo promover
uma gincana com o jogo Batalha Termoqumica no 2 ano do ensino mdio na Escola estadual
professor Antnio Dantas, localizada na cidade de Apodi-RN. Este jogo envolve os contedos:
processos exotrmicos e endotrmicos nas reaes qumicas que ocorrem em nosso cotidiano. O
diferencial desse jogo que ele composto por imagens do nosso cotidiano, contextualizando,
assim, o contedo.
3 METODOLOGIA
Batalha Termoqumica um jogo de 30 imagens apresentadas cada uma em um slide, as
regras so as seguintes:
x
x
x
x
x
x
x
O jogo ocorre em forma de gincana, no qual dever ser dividida a turma em dois
grupos que sero nomeados pelos alunos.
Cada grupo escolhe um participante para representa-lo no sorteio e saber quem ir
comear.
Os grupos, um por vez, escolhem um nmero de 2 a 30 que correspondem aos
slides que contem as imagens do jogo.
Em alguns slides tero imagens de reaes que acontecem ao nosso redor, como
por exemplo: fogueira e a fuso do gelo. Cabe ao grupo dizer se a reao trata-se de
um processo exotrmico ou endotrmico, lembrando que o professor dever a cada
imagem delimitar qual o Sistema a ser questionado.
A cada resposta certa em relao ao processo qumico que est acontecendo o
grupo ganha 1 ponto.
Nos slides tambm tero imagens que o grupo ganha pontos, perde pontos, passa a
vez e joga novamente.
No fim do jogo, quando todas as imagens j foram reveladas, somam-se os pontos e
o grupo que tiver mais vence a Batalha Termoqumica.
0948
4 RESULTADOS E DISCUSSES
O jogo foi aplicado em uma turma do 2 ano do ensino mdio com aproximadamente 30
alunos na Escola Estadual Professor Antnio Dantas. Essa forma ldica de ensino agradou bastante
aos alunos e percebemos que o contedo foi repassado de maneira eficaz, alcanando um melhor
aprendizado. As figuras abaixo mostram a aplicao do jogo em sala de aula.
0949
0950
5 CONCLUSO
A partir dos resultados obtidos, pode-se afirmar que a introduo de jogos e atividades
ldicas no cotidiano escolar muito importante, devido influncia que os mesmos exercem
frente aos alunos, pois quando o professor utiliza de mtodos alternativos de maneira que
contextualize o contedo estudado, o processo de ensino e aprendizagem se torna mais fcil e
dinmico.
6 AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professor Antonio Dantas pelo espao cedido, ao Programa de Bolsas de
Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia do Rio
Grande do Norte-IFRN, Cmpus Apodi.
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CUNHA, M. B. Jogos de Qumica: Desenvolvendo habilidades e socializando o grupo. XII Encontro
Nacional de Ensino de Qumica/ENEQ, Goinia/Go, 2004.
PALANGANA, I.C. Desenvolvimento e Aprendizagem em Piaget e Vygotski: a relevncia do social.
So Paulo: Plexus, 1994.
LOBATO, A. C. A abordagem do efeito estufa nos livros de qumica: uma anlise crtica. Belo
Horizonte, 2007.
SANTANA, E. M. D. A Influncia de atividades ldicas na aprendizagem de conceitos qumicos.
Universidade de So Paulo, Instituto de Fsica - Programa de Ps Graduao Interunidades em
Ensino de Cincias - 2006.
0951
RESUMO
O mundo atual tem um grande problema a ser resolvido:
a questo da gerao de energia, que dependente dos
combustveis fsseis como petrleo e gs natural. Estas
fontes so alvo de crticas e preocupaes pelos altos
ndices de poluio e por serem fontes finitas que j do
sinal de que esto esgotamento. A soluo para tal
problemtica parece ser investir em pesquisa para o
desenvolvimento de combustveis alternativos. Uma
0952
1 INTRODUO
A nossa sociedade vem sofrendo com drsticas alteraes no tocante s fontes
energticas, pois o advento da crise do petrleo nas ltimas dcadas do sculo passado, o
aumento da demanda por combustveis e a preocupao ambiental levaram a uma crescente
busca por fontes alternativas e renovveis de energia. O foco so fontes renovveis que possam
suprir tanto as necessidades dos combustveis fsseis aplicados nos meios de transporte quanto
gerao de eletricidade.
No mbito nacional esta discusso no nova, j na dcada de 1970, como a maior parte
dos pases ocidentais o Brasil era um pas dependente da importao do ouro negro, pois a
produo nacional no era suficiente para suprir as necessidades internas. A brusca alta do preo
devido a questes geopolticas em 1973 e 1979, respectivamente, levou o governo federal
criao do Prolcool (Programa Nacional do lcool), que se consistiu numa iniciativa do governo
brasileiro de intensificar a produo de lcool combustvel, etanol, como substituto da gasolina.
At mesmo por este histrico e por razes geogrficas, o Brasil um dos lderes da produo de
biocombustvel derivado da cana-de-acar. Destaca-se ainda que o uso desta combustvel tem a
capacidade de reduzir em at 90% as emisses de gases na atmosfera, contribuindo com a
minimizao de alteraes climticas.
2 METODOLOGIA
A metodologia deste estudo foi a reviso bibliogrfica em duas principais bases de dados:
SciELO (http://www.scielo.org/) e Google Acadmico (http://scholar.google.com.br/). Nestas
bases foram obtidos trabalhos sobre o tema, atravs da busca por palavras-chave. Foram
selecionados para este estado da arte os artigos com maior nmero de citaes e materiais
disponibilizados por instituies estatais.
3 REVISO BIBLIOGRFICA
3.1 Produo de biocombustvel.
O problema que envolve a produo de biocombustveis que alm do desenvolvimento
cientfico e tecnolgico, uma questo que permeia a utilizao de biomassa para produzir
combustvel o dilema entre a segurana alimentar e energtica (SUAREZ, et al 2009).
A maior motivao para a produo e uso de biocombustveis seu potencial de reduzir a
emisso de gases de efeito estufa (GEE) de uma forma sustentvel, porm, caso no leve em
considerao a origem dos leos vegetais, a sua produo pode ser prejudicial ao homem, pois a
derrubada de florestas para o plantio de espcies oleaginosas domesticadas seria responsvel por
uma emisso muito maior de gases que contribuem para o efeito estufa (LEITE, et al 2007;
FIGUEIREDO et al 2009).
0953
3.2 Comparativos
No haver combustvel fssil para atender a essa demanda de crescimento na utilizao
de energia. O desenvolvimento sustentvel incorpora a produo de energia, e a estagnao
econmica insustentvel. A energia da biomassa uma das solues (VECCHIA 2010).
Para fornecer a mesma quantidade de energia, o ciclo de produo e uso da gasolina libera
3.059 quilos de CO2 a mais na atmosfera do que com o ciclo do etanol (por 1000 litros de etanol)
(FRANA 2008).
Apesar de contribuir com a preservao do meio ambiente por um lado, quando
comparado aos efeitos danosos da queima de combustveis de origem fssil, por outro lado alguns
tipos de biocombustveis podem causar impactos sociais significativos (FIGUEIREDO, et al 2009).
Comparando o contedo energtico da biomassa da cana com o petrleo, tem-se que a
produo energtica de uma tonelada de cana equivale produo energtica de 1,2 barril de
petrleo (VECCHIA 2010).
3.3 Contexto
Num universo de razes para optar pela utilizao dos biocombustveis, podem-se destacar
a diminuio dos efeitos das emisses veiculares na poluio local (uma vez que os
biocombustveis so vistos como mais limpos que os outros combustveis) e o controle da
concentrao de gases de efeito estufa (este por consequncia do anterior, com a diminuio dos
gases poluentes, o controle se torna mais fcil), alm da diminuio, para os pases dependentes,
da dependncia do petrleo externo. Sendo o ultimo fator, o que impulsionou as pesquisas em
diversos pases, inclusive o Brasil, na rea de biocombustveis, quando as crises do petrleo se
instauraram no mundo passado (LEITE et al, 2009).
O que muito se v a preocupao ambiental em conferncias e tratados marcados pelas
autoridades internacionais. O mais famoso deles o Tratado de Kyoto, que pretendia diminuir os
gases do efeito estufa significativamente at o fim de 2012, para tanto os pases que o assinaram
teriam que se organizar para que, em 2005 o tratado entrasse em vigor. Assim, o Tratado de Kyoto
teria sete anos para se concretizar. O que no aconteceu. O que aconteceu na queda do Tratado
foi que no era vivel economicamente para os pases diminurem suas atividades a fim de que
suas emisses de efeito estufa diminussem no mesmo ritmo. Assim, a proposta do biocombustvel
0954
solucionou dois problemas de uma s vez: a provvel falta de combustvel nas prximas geraes
e o aumento repentino no envio de gases do efeito estufa (SUAREZ, et al 2009).
4 CONCLUSO
Para o aumento da presena de biocombustveis na matriz energtica mundial preciso
suprir o mercado com matrias-primas de origem biolgica, o que um desafio. E a produo
destes a partir de cidos graxos e derivados um desafio maior ainda, visando baixa
produtividade das culturas oleaginosas tracionais. No entanto, diversas alternativas esto sendo
atualmente estudadas, as quais apontam que provavelmente no haver uma soluo energtica
nica, mas que dever haver uma diversidade tanto de matrias-primas quanto de processos e de
combustveis.
O biodiesel ainda tem um duro caminho pela frente, h presses mundiais para a criao
de novas tecnologias e expectativas para que essas possam vir a substituir os chamados
biocombustveis de primeira gerao.
5 REFERNCIA BIBLIOGRFICA
LEITE, Rogrio Cezar de Cerqueira, LEAL, Manoel Rgis L. V... O biocombustvel no Brasil. CEBRAP,
So
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Disponvel
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002007000200003&lang=pt>
Acessado em 02 de maio de 2013.
0955
0956
RESUMO
Este trabalho trata-se de uma pesquisa experimental
que tem como objetivo comparar as possveis
substncias e suas funes orgnicas, presentes em
extratos etanlicos e hexnicos de Aspidosperma
pyrifolium Mart. (pereiro), atravs de Espectroscopia
de Adsoro na Regio do Infravermelho. A
caracterizao foi realizada com base em
metodologia j descrita e bem estabelecida na
0957
INTRODUO
O estudo aqui descrito faz parte de um projeto de pesquisa com outros objetivos, que visa,
por exemplo, analisar o potencial larvicida de algumas plantas da Regio do Alto Oeste Potiguar,
contra o Aedes aegypti. Inicialmente optou-se pela Aspidosperma pyrifolium Mart., popularmente
conhecido como pereiro, pelo fato de ser uma planta muito comum na regio, pelo seu alto
valor medicinal e por ter demonstrado bons resultados em trabalho anteriormente desenvolvido
(Medeiros e Ximenes, 2007). Com isso, o primeiro passo foi investigar que tipos de funes
orgnicas estavam presentes nos compostos contidos nas amostras dos extratos obtidos desse
vegetal. Isso foi realizado atravs da espectroscopia de absoro na regio do infravermelho, que
possibilitou no apenas a identificao de funes orgnicas dos compostos, como tambm
permitiu uma comparao entre os extratos. Desta forma, o estudo aqui desenvolvido, teve como
objetivo geral identificar as funes e as classes de compostos das substncias orgnicas presentes
em extratos etanlicos e hexnicos das sementes, folhas e razes do pereiro.
A utilizao de espectroscopia na regio do infravermelho importante, pois ajuda a
determinar a composio qumica das substncias presentes na amostra investigada, apontando
seus principais constituintes moleculares e contribui para posterior elucidao das estruturas.
Auxilia tambm na investigao de alteraes estruturais, de constituio e pureza do material.
Outras vantagens desse mtodo incluem reduo do tempo de anlise, diminuio
substancial nas quantidades das amostras, ampliao da capacidade de identificar ou caracterizar
estruturas complexas, no a destruindo e a possibilidade de acoplamento com mtodos modernos
de separao, como cromatografia gasosa de alta resoluo (CGAR) e cromatografia lquida de alta
eficincia (CLAE) (Lopes & Fascio, 2004).
REVISO BIBLIOGRFICA
O uso de plantas com fins teraputicos uma tradio milenar presente nas culturas de
vrias naes constituindo ainda hoje, um recurso alternativo de grande aceitao, no somente
nos centros urbanos, mas sobretudo nas pequenas comunidades rurais. Este comportamento vem
chamando a ateno da comunidade cientfica no sentido de comprovar a eficcia e promover o
uso seguro desses recursos naturais (Fennell et al., 2004). Vale ressaltar que as plantas so fontes
naturais de uma infinidade de substncias qumicas que so biossintetizadas com vrias
finalidades, entre elas, proteg-las contra predadores ou atrair polinizadores (Stepp, 2004).
Levando em considerao a biodiversidade vegetal que existe no planeta (cerca de 250.000
espcies) e que somente cerca de 5 a 15% foi investigada do ponto de vista fitoqumico e/ou
farmacolgico, as pesquisas com plantas superiores apresentam-se como uma fonte
extremamente promissora para a descoberta de novas substncias que possam ser utilizadas no
tratamento de vrias doenas (Rojas et al., 2003).
O uso de componentes de plantas com o objetivo farmacutico tem aumentado
0958
0959
METODOLOGIA
3.1 Conceitos Gerais
0960
Materiais e Equipamentos
Bales volumtricos
Bales de fundo chato e redondo
Pipeta graduada e volumtrica
Micropipeta
Tubos de ensaio
Bqueres
Esptulas
Conta gotas
Balanas analticos e semi-analticas
Rotaevaporador
Chapa aquecedora
Vortex
Espectrofotmetro de UV-Vis
Reagentes/Solventes
Metanol
Etanol
Hexano
Diclorometano
gua destilada e deionizada
Extratos etanlicos das folhas, das sementes e das
razes do pereiro.
Extratos hexnicos das folhas e das razes do
pereiro.
por
RESULTADOS E DISCUSSES
4.1 Extrato Etanlico das Folhas do Pereiro (E. E. F. P.)
A ausncia de absoro entre 1820 e 1630 cm-1 exclui todas as funes carboniladas. A
presena de uma banda de forte intensidade a 1046,09 cm -1 indica a presena de estiramento CO
que pode ser atribudo existncia de grupo aril-alquil-ter. A confirmao disso vem com a
descoberta a 1455,97 cm-1, da presena de anel aromtico (Ar), por 1635,26 cm-1 que corresponde
aos carbonos insaturados C=C e por 2925,28 cm -1 e 2854,49 cm-1, os quais representam
estiramentos
As absores a 1272,88 cm-1 e 1254,62 cm-1 so compatveis com a existncia de grupo arilalquil-amina, por causa dos estiramentos CN. Desta forma, atravs da identificao do pico
3348,77 cm-1, que determina a presena de NH das aminas primrias ou secundrias e pelos
picos 1635,26 cm-1 (estiramentos C=C), 1455,97 cm-1 (Ar), 2925,28 cm-1 e 2854,49 cm-1 (
H),
h confirmao do composto indicado (Lopes & Fascio, 2004) (Silverstein et al., 2007) (McMurry,
2008).
Ainda perceptvel a existncia de deformao assimtrica (CH3, aproximadamente
1455,92 cm-1) e simtrica (CH3, aproximadamente 1377,69 cm-1), indicativos da ausncia ou no
de grupo metila (Silverstein et al., 2007). Na Figura 1 possvel observar todo o espectro.
0961
H (2930,90 cm-1)
H a
2930,90 cm-1) (Lopes & Fascio, 2004; Silverstein et al., 2007;McMurry, 2008).
Um estiramento a 748,89 cm-1, ainda indica a constituio por haletos de alquila (Lopes &
Fascio, 2004;McMurry, 2008).
0962
0963
), o que torna verdico a afirmao (Lopes & Fascio, 2004; Silverstein et al., 2007; McMurry,
2008).
caracterstica de alcenos (C=C) em 1635,93 cm-1 (Lopes & Fascio, 2004; Silverstein et al., 2007;
McMurry, 2008).
Mais adiante, identifica-se os grupos alquil-amina e/ou aril-alquil-amina (CN), a 1215,23
-1
H, a 2918,24
-1
cm e 2849,92 cm ), justificam a identificao desse composto (Lopes & Fascio, 2004; Silverstein
et al., 2007; McMurry, 2008).
Outro ponto de destaque a presena, em aproximadamente 1377,47 cm -1, de grupo
metila (deformao simtrica CH3) e a indicao de CH2 (deformao em tesoura) em
0964
Regio de Alta
Frequncia (40001300)
Regio
Intermediria ou
Regio da
Impresso
digital (1300900)
3348,77
3328,38
3329,67
3356,11
3340,82
2925,28 e
2854,49
2930,90
2922,35
2924,14 e
2853,59
2918,24 e
2849,92
1635,26
1630,00
***
1635,93
1455,97
~1455,92
1655,06 e
1630,64
1597,68 e
1462,07
***
1597,57 e
1460,86
***
1451,64
~1451,64
1510,66 e
1460,86
***
~1377,69
~1377,92
~1377,19
~1376,46
~1377,47
***
~1462,07
~1460,86
***
~1462,64
1272,88 e
1254,62
***
1270,41
1270,41
1255,45
1215,23
***
***
***
1215,23
1046,09
1076,04 e
1045,03
1045,92
***
1031,98
Estiramento NH
Estiramento
H
Estiramento C=C
Estiramento Ar
Deformao
assimtrica CH3
Deformao
simtrica CH3
Deformao em
tesoura CH2
Estiramento CN
(aril-alquil-amina)
Estiramento CN
(alquil-amina)
Estiramento CO
(aril-alquil-ter)
0965
Regio de Baixa
Frequncia (900650)
***
748,89
***
***
751,69
Haletos de alquila
CONCLUSO
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao IFRN, pelos laboratrios, UFC pela anlise das amostras e ao
CNPq, pela bolsa concedida.
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0967
RESUMO
Este artigo analisa a construo de centros de
competncias em software livre no sentido de
aperfeioar e promover a disseminao de cultura do
conhecimento livre; e melhor direcionar os estudantes
dos cursos de computao aos perfis profissionais que o
mercado espera, introduzindo o estudante desde cedo
nas diversas reas de atuao, atravs de aes de
ensino, extenso e pesquisa. Para tanto, apresentar-se-
ensaios sobre uma abordagem metodolgica de ensino
que no seja baseada no modelo tradicional (punitivo e
0968
1. INTRODUO
Segundo Carvalho et. al. (1999), a internet foi um dos grandes responsveis pelo rpido e
fcil acesso a informao, provocando verdadeiras revolues nos mtodos de colaborao e
compartilhamento de informao. Tais revolues acabam gerando grandes mudanas e, por
conseguinte o mercado e a sociedade tambm so transformados, passando a exigir novas
habilidades e competncias.
As grandes mudanas que vem ocorrendo quanto o perfil profissional exigido pelo mercado
de trabalho, frente ao profissional que est sendo formado. Em virtude destas tendncias e dos
novos desafios a enfrentar, urgem mudanas, reformulaes, definio de novos enfoques e
estabelecimento de novas prioridades para o futuro, desencadeando um processo de mudanas e
desenvolvimento. Estas mudanas devem levar em considerao as novas perspectivas exigidas do
profissional, e tambm uma nova gama de ferramentas que os docentes e alunos possuem a
disposio para a busca e produo do conhecimento (CARVALHO et. al., 1999). Uma das grandes
mudanas desencadeadas pelas transformaes na forma de compartilhar conhecimento na
computao foi o desenvolvimento colaborativo atravs da internet, culminando no movimento
software livre.
Em seu livro, Raymond (1999), trata da revoluo que aconteceu na maneira de
desenvolver software a partir do surgimento da internet. Falando sobre observaes do autor
sobre metodologias de engenharia de software aplicadas no desenvolvimento de um sistema
operacional livre, Linux. No referido livro, Raymond, diferencia dois modelos de desenvolvimento
de software livre. O chamado desenvolvimento Catedral, onde um grupo restrito de pessoas tem
acesso ao cdigo-fonte do programa e o modelo Bazar, onde todo o desenvolvimento seria feito
publicamente sem restries de grupos e sem limite de desenvolvedores. Ainda segundo as
observaes de Raymond (1999), o modelo Bazar apresenta resultados que permitiriam a
construo de software de mais qualidade, partindo da premissa que: quanto mais olhos para
analisar o cdigo, menos falhas ficariam presentes no software.
Partindo das mesmas premissas do desenvolvimento colaborativo, analisar-se- nesse
artigo a construo de Centros de Competncias em Software Livre a fim de aperfeioar,
promover disseminao de cultura do conhecimento livre e melhor direcionar os estudantes dos
cursos de computao aos perfis profissionais esperados.
2.
O DESAFIO DO CONHECIMENTO
O desafio das universidades, pedagogos e professores enorme. Pois, sabe-se que a cada
dois anos o poder da tecnologia dobra em nossa era do crescimento exponencial; so publicados
3000 livros diariamente; empresas de videogame investem o dobro que os EUA investem na
educao, em pesquisa e desenvolvimento. Vive-se numa poca na qual nunca foi to fcil obter
informaes. Atualmente, uma edio de um dos jornais mais conhecidos do mundo, o New York
Times contm mais informaes do que uma pessoa comum poderia receber durante toda a sua
vida no sculo XVIII, mas nem sempre foi assim. (MEDRADO, 2006).
0969
0970
que se ope aos jogos codificados pelo adulto , em essncia, posta pela atividade espontnea,
realizada sozinha ou em grupo, em um ambiente organizado, livre, sem restries ou regras,
ausente do julgamento, do adulto, sobre seus atos, conforme assinalam Berzi e Bonzom (1987).
Complementando esta ideia e adicionando-lhe as caractersticas que promovem o
crescimento individual, Souza (2006), afirma que todo e qualquer sujeito tem, na sua infncia,
diferentes experincias de socializao e de aprendizagem que ficam indelevelmente marcadas
em suas vidas, muitas vezes como divisoras de pocas.
Portanto, as caractersticas individuais muito esto relacionadas aos processos ldicos da
infncia, como objeto de formao das escolhas, inclusive, da rea de estudos ou trabalho a seguir
na vida adulta. A fabricante Alem de veculos, Volkswagen, em uma de suas campanhas de
marketing mais recente, tentava estabelecer atravs de atividades ldicas mudana de
comportamento. A campanha conhecida como The FunTheory (WOLKSWAGEN, 2010) teve
essencialmente trs aes criadas pela prpria montadora e uma ao sugerida por um
participante em concurso atravs da internet. Em todas as aes, a montadora pretendia
demonstrar que a partir de um estmulo ldico mnimo poderia mudar um comportamento
negativo.
Segundo Foucault (1987), dentre as muitas modificaes que aconteceu devido s
mudanas na teoria da lei e crime, nova justificao moral ou poltica do direito de punir; abolio
das antigas ordenanas, supresso dos costumes; projeto ou redao de cdigos modernos.
Dentre tantas modificaes, atenho-me a uma: o desaparecimento dos suplcios. Hoje existe a
tendncia a desconsider-lo; Talvez, em seu tempo, tal desaparecimento tenha sido visto com
muita superficialidade ou com exagerada nfase como humanizao que autorizava a no
analis-lo. A utilizao de punies menos diretamente fsicas, uma certa discrio na arte de fazer
sofrer.
A campanha da referida empresa parte da ideia do estmulo ldico como agente de
transformao, de maneira a espontaneamente transformar situaes. Na primeira das aes,
intitulada The Worlds deepest bin, questionava-se a possibilidade de incentivar as pessoas a
jogarem mais lixo no pontos de coleta apropriados. Pelo ordenamento jurdico atual, evitar este
problema consistiria em criar um mecanismo fiscalizador, a fim de aplicar sanes nos indivduos
que agissem de maneira contraria ao que diz a norma. Na campanha supracitada tal problema foi
abordado de maneira ldica. A experincia consistiu em colocar um sensor de movimento na
tampa do lixo que ao detectar um objeto sendo inserido disparava um som que lembra um objeto
em queda constante, sem tocar um fundo, remetendo a sonoplastia de desenhos animados
bastante conhecidos. Segundo dados da empresa (WOLKSWAGEN, 2010), com essa simples
interao, aquele lixeiro passou a receber 72 kg de lixo ao dia, o que representa 135% a mais que
em um dia comum de coleta (sem o sensor - onde o nico mecanismo legal existente so as
multas e advertncias para quem descumprir a lei).
Tais aes corroboram a ideia de que um estmulo ldico pode sim transformar o
comportamento das pessoas. Neste artigo esta noo importante, porque ela justifica o
0971
3. O ENSINO COLABORATIVO
Tentando estimular o aprendizado e ao mesmo tempo chamando os alunos a participarem
na construo do conhecimento, no apenas como indivduos que seriam alienados (no sentido de
adquirirem uma conscincia formal teorizada por outros), mas como sujeitos transformadores da
realidade na construo destes conhecimentos. Mitigados pela ideia de usar a educao de forma
sinrgica, de forma a tornar homognea e indissocivel a mistura entre teoria e prtica,
procedemos com discusses entre os alunos e professores no mbito da disciplina. Algumas
questes ficaram bastante evidenciadas durante as discusses:
1) Como fazer a participao do aluno transcender o aprendizado e tornar-se propriamente
o caminho para a construo dos mecanismos de ensino de forma espontnea?
2) De que forma os modelos colaborativos de desenvolvimento, o software livre, as aes de
marketing viral e redes sociais existentes podem trilhar e nos oferecer um entendimento de
0972
0973
mercado de trabalho cada vez mais seleto, quanto a promover mudanas na forma de produzir
estes produtos e conhecimento, refinando inclusive o prprio mercado e maneira de se pensar a
propriedade intelectual.
5. EXPERINCIAS
Algumas experincias realizadas por parte destes autores, desde 2010, evidenciam pontos
bastante positivos e esboos de como pensar a construo dos referidos Centros em instituies
de Ensino. Sugere-se como ponto inicial sempre a construo de uma cultura colaborativa e,
portanto, uma das primeiras atividades na construo de um Centro a formao de pessoal
qualificado e motivado, que sero agentes de multiplicao.
0974
camada de distribuio para tornar possvel sua visualizao. A central, embora possivelmente
localizada em lugares menos remotos que os mdulos tm a limitao fsica. Desta maneira, as
opes consideradas foram sistemas embarcados, que enquanto possuem poder computacional
relativamente alto, mantm um baixo consumo eltrico e alta portabilidade como descrito por
Heath (2003). Para a interface logo no incio percebeu-se uma oportunidade verdadeiramente
grande: usar o sistema de internet. Isso permitiria ao usurio um acesso instantneo s
informaes de qualquer lugar do globo terrestre. A interface do sistema web do projeto
Samana pode ser visualizada na Figura 3.
0975
35
30
22
20
10
0
Matriculados
Concluiram
Figura 4. Alunos do curso
6.
CONSIDERAES FINAIS
Embora este trabalho tenha como principal objeto de discusso e apresentao da criao
Centro de Competncias em Software Livre - IFRN, acreditamos que as iniciativas aqui dispostas
podem servir de referncia para outras reas da educao. Posto que o objetivo deste trabalho
entender os fluxos colaborativos dentro das comunidades de software livre, afim de incorporar
estes no processo de ensino-aprendizagem, atravs de atividades de ensino, extenso e pesquisa.
Partindo dessa perspectiva, este trabalho oferece subsdios que permitam analisar de que
forma os processos de desenvolvimento colaborativo, principalmente os provenientes do modelo
de desenvolvimento com software livre, e como estes podem ser utilizados no fomento de centros
de excelncia (neste caso remetemos ao centro de competncias em software livre). Analisando
de forma sistemtica os elementos dispostos neste artigo que apontam para a criao de Centros
de Competncias em Software Livre, atravs dos quais conhecimentos abrangentes aliados a uma
metodologia de desenvolvimento colaborativo, atravs da utilizao de estmulos ldicos como
agente transformador de comportamento, com um ensino colaborativo e munido de exemplos
bem sucedidos como o software livre e o Linux, tem um potencial considervel na transformao
do paradigma de conhecimento restritivo / excludente, ainda hoje existente. Permitindo uma
verdadeira incluso, no apenas digital.
0976
7.
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0977
RESUMO
A rea do presente estudo situa-se nas comunidades
ribeirinhas do municpio de Nova Cruz/RN, o Rio
Curimata que atravessa a cidade se encontra com
grande quantidade de poluio, muitas vezes ocasionada
pela prpria comunidade, que sem discernimento sobre
educao ambiental colocam lixo nas encostas do rio.
Acreditando ser uma problemtica enfrentada pelos
0978
1 INTRODUO
No perodo em que vivemos, cada vez mais falado sobre conscincia ambiental e
responsabilidade ecolgica, segundo SOARES 1997, os temas da ecologia esto presentes todos os
dias nas manchetes de jornais, nos artigos de revistas, nos programas de televiso, em palestras,
congressos, campanhas populares e providncias de governo. Porm percebemos que os
problemas ambientais no esto longe do nosso convvio dirio e que as informaes necessrias
a uma educao ecolgica devem chegar principalmente s localidades mais prximas de onde
ocorrem crimes ao meio ambiente. Com bases nesses conceitos to debatidos pela mdia e pela
sociedade que se faz conhecido uma pesquisa realizada com a populao ribeirinha do Rio
Curimata, enquanto encontra-se no municpio de Nova Cruz/RN.
O Rio Curimata um rio de domnio federal que banha os estados da Paraba e do Rio
Grande do Norte. Ele nasce no municpio paraibano de Barra de Santa Rosa, na serra do cariri
velho, pertencente ao complexo do Planalto da Borborema. A Bacia deste rio ocupa uma rea total
de 3.346 km. Este rio entra no estado do Rio Grande do Norte pelo municpio de Nova Cruz e
desgua no oceano atlntico atravs do esturio denominado de Barra de Cunha, no municpio
de Canguaretama.
Trata-se de um rio temporrio que apenas apresenta gua em seu leito durante os
perodos de inverno. Quando este rio desloca-se cidade de Nova Cruz/RN aglomerado pela
poluio presente ao longo de suas margens, a populao ribeirinha j acostumada a est triste
realidade cotidiana, mesmo com a presena de caminhes de limpeza pblica, colocam seus
detritos prximos ao seu leito, assim temos a presena crescente da poluio.
de suma importncia procurar mtodos cientficos ligados educao ambiental, para
haver a conscientizao da nossa sociedade sobre importncia da divulgao de crimes ambientais
adentrados dentro da realidade de nossos municpios. Segundo a UNESCO (1997 apud SILVA;
SALES 2002) O objetivo principal da Educao Ambiental levar o ser humano compreender a
complexidade natural do meio ambiente, resultante da interao de seus aspectos biolgicos,
sicos, sociais, econmicos e culturais, e adquirir conhecimentos, valores, comportamentos e
habilidades prticas para participar da preveno e soluo dos problemas ambientais.
Este estudo cientfico aplicado s comunidades ribeirinhas ligadas ao Rio Curimata, vem
divulgar a vises dos moradores destes locais, pois s conhecendo-as, iremos conseguir prover
mtodos de conscientizao pblica e assim mudar est triste realidade de poluio ambiental
que assola o Rio Curimata quando encontrado na Rainha do Agreste Potiguar.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A educao ambiental que se constitui pela forma abrangente de educao, que se prope
a atingir todos os cidados, atravs de um processo que procura discutir uma conscincia crtica
sobre a problemtica ambiental deve estar presente na nossa sociedade, seus princpios devem
0979
ser passados de gerao em gerao e ensinado nas instituies de ensino, pois somente assim
conseguiremos xito na formao de pessoas com responsabilidade ecolgica.
Segundo Paulino 2005, proteger e respeitar a natureza constitui valores fundamentais para
o bem-estar dos povos e para o desenvolvimento econmico e social em todo mundo.
Buscando uma definio mais ampla de educao ambiental, temos a perspectiva de
Reigota (1995 apud JACOBI, 2003) sobre o assunto, onde mostrado que a Educao Ambiental
pode ser definida como um processo permanente, uma prticainterdisciplinar, que deve permear
todas as disciplinas dos currculos em todos os nveis de ensino, visando no s a utilizao
racional dos recursos naturais, mas basicamente a participao dos cidados nas discusses e
decises dos problemas ambientais, tendo em vista uma transformao nos valores da sociedade
de consumo, para assegurar a prpria sobrevivncia da espcie humana e a vida em todos os seus
aspectos.
A poluio que segundo Barros; Paulino 2006 pode ser entendida como qualquer mudana,
no meio abitico ou meio bitico de um ecossistema, que altere o desenvolvimento das
populaes ou cause desfigurao na natureza, acontece h vrias dcadas no Rio Curimata,
sendo j costume para os habitantes nova cruzenses, devemos perceber que existe certa relao
entre a poluio de reas naturais e a relao entre escolaridade e renda da populao afetada.
Leff (2001 apud JACOBI, 2003) fala sobre a impossibilidade de resolver os crescentes e
complexos problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudana radical nos
sistemas de conhecimento, de valores e dos comportamentos gerados pela dinmica da
racionalidade existente, fundada no aspecto econmico do desenvolvimento.
Assim, de suma importncia conhecer o acesso renda que tem essas comunidades
pesquisadas, trata-se de espaos urbanos onde os moradores geralmente tem baixa concentrao
de capital e temos a pobreza com uma relao direta com a poluio, pois ela resultado da
ausncia de educao, assim quem vive neste estado, no tem base para exigir seus direitos de
cidado.
Para Sachs (1993 apud SCHONS; MORETTO 2007), os problemas da pobreza e do meio
ambiente podem ser evitados, pois no h quaisquer limites ecolgicos ou falta de tecnologia que
impeam sua superao e, conclui que os obstculos so sociais e polticos. Outra viso do
assunto, do programa das Naes Unidas para o meio ambiente PNUMA (1978 apud SANTOS
2010) mostra que a educao relativa ao ambiente no pode escapar a questo dos valores.
As populaes com menor poder aquisitivo encontram ensino na rede pblica, ensino este
muitas vezes sucateado e sem foras para fazer acontecer uma profunda modificao na estrutura
do indivduo, assim sua construo de valores deixa passar assuntos primordiais para a sociedade,
como a modificao de culturas de crimes ambientais, porm notrio fazer conhecido que no
s as populaes mais pobres poluem, em pases ricos a poluio resultado da forma como a
sociedade consumista est organizada para produzir e desfrutar de sua riqueza, progresso
material e bem-estar.
0980
Nesse contexto, segundo Reigota (1995; 1998 apud JACOBI, 2003), a educao ambiental
aponta para propostas pedaggicas centradas na conscientizao, mudana de comportamento,
desenvolvimento de competncias, capacidade de avaliao e participao dos educandos e um
instrumento poderoso que a sociedade dispe para recriar valores perdidos ou nunca alcanados
antes, capazes de induzir crianas e jovens a perceberem a natureza como um bem comum a ser
partilhado com base num sentimento de solidariedade e responsabilidade no trato com os
recursos naturais e com todas as formas de vida. Pois somente com essas mudanas no seio de
nossa comunidade social, conseguiremos formar pessoas com carter socioambiental.
3 METODOLOGIA
Para a realizao desta pesquisa, que ocorreu nos bairros nova cruzenses do centro, na rua
conhecida como Campo Santo e Rua Frei Alberto Cabral e ainda na Cidade do Sol na parte baixa
deste bairro, no ms de abril de 2013, escolheu-se a aplicao de um questionrio, que pode ser
observado atravs da Figura 1, objetivando conhecer melhor a viso de moradores situados
prximos ao Rio Curimata, na sua passagem pelo municpio de Nova Cruz/RN sobre problemas
ambientais que ocorrem ao leito do rio e ainda perguntas relativas ao consumo exacerbado de
gua.
Este foi o instrumento de verificao utilizado, contendo cinco perguntas pessoais, sendo
quatro objetivas e uma subjetiva. A escolha dos entrevistados que totalizando chegaram a
cinquenta e uma pessoas, foi relacionada ao local de residncia, pois como a maioria das questes
estariam ligadas a problemtica do rio eles teriam que morar em comunidades prximas as suas
margens, outro fator importante foi idade, pois todos deveriam ter mais de doze anos.
Os entrevistados tiveram que responder as questes com base em seus conhecimentos de
mundo e o local onde as indagaes ocorreram foi onde os moradores eram encontrados pelos
entrevistadores, nas ruas ou em suas prprias residncias.
Figura 1: Questionrio utilizado para realizao deste estudo investigativo. (Fonte: Arquivo prprio)
0981
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Inicialmente foi procurado saber dos entrevistados se eles j teriam contribudo com a
poluio do rio, jogando lixo em suas margens. Os resultados obtidos podem ser observados
conforme Grfico1, a seguir.
No
39,20%
Sim
Grfico 1: Concepes dos moradores ribeirinhos quando perguntados se j teriam jogando lixo em torno do Rio
Curimata. (Fonte: Arquivo prprio)
Figura 2: Penas de galinha nas margens do Rio Curimata. (Fonte: Arquivo prprio)
Sabendo que grande maioria nunca teria jogado lixo no rio, foi procurado saber se esses
habitantes de rea urbana se consideravam desperdiadores de gua, os resultados obtidos
podem ser vistos atravs do Grfico 2, abaixo.
0982
56,87%
No
Sim
3,93%
Possui dvida
Grfico 2: Concepes dos moradores quando interrogados sobre sua participao perante o desperdcio de gua.
(Fonte: Arquivo prprio)
No
Grfico 3: Resposta da comunidade ribeirinha quando interrogada sobre medo de agregar doenas entrando em
contato com gua ou areia do Rio Curimata. (Fonte: Arquivo prprio)
Ao visualizar os dados possvel perceber que 80,39% possui medo de agregar doenas, e
19,61 disseram no possuir este temor, assim possvel ver que grande maioria possui receio,
resposta considerada esperada, pois existe grande divulgao nas mdias do risco de se agregar
doenas entrando em contato com gua e areia poluda. Segundo Magossi; Bonacella(2003 apud
KAZIMIRSKI; JAIVAN; NECKEL; JULIO; ANGRA, 2009) a contaminao das guas pelo esgoto urbano
resulta em dois problemas muito srios: a contaminao por bactrias causadoras de doenas e a
contaminao por substncias orgnicas capazes de serem transformadas por micro-organismos.
Pode-se perceber a presena de detritos que podem causar doenas atravs da Figura 3.
0983
Grfico 4: Moradores ribeirinhos apontam solues para erradicao da problemtica ambiental em torno Rio
Curimata. (Fonte: Arquivo prprio)
0984
propostas. Segundo PAULINO 2005, preciso existir uma disposio no s do governo de cada
pas, mas de todas as pessoas, que devem estar atentas para os casos de devastao, denunciando
as aes humanas que possam causar prejuzos ao ambiente. Atravs da Figura 4 visualizada a
presena de animais no rio e por meio da Figura 5 visto a presena de esgoto em torno do
Curimata, causas citadas como dificuldades que teriam que ser sanadas para a erradicao dos
problemas ambientais.
0985
52,94%
1,97%
Nada
Reclamaria
Procuraria as autoridades
Grfico 5: Resposta da populao ribeirinha quando indagada sobre qual sua reao se enxergassem algum
jogando lixo no Rio Curimata. (Fonte: Arquivo prprio)
5 CONCLUSO
Ao fim do presente trabalho, conclumos que, os entrevistados possuem conhecimento das
ms praticas ambientais executadas em torno do Rio Curimata, bem como tem informaes
sobre a ocorrncia de desperdcio de gua em alguns lares, sabendo ainda, que alguns dos
moradores destas localidades ribeirinhas j colocaram lixo nas margens do rio e mesmo morando
perto dele, grande maioria tem medo de agregar doenas entrando em seu contato, com as
informaes coletadas visualizado que a maioria dos constituintes das comunidades reclamaria
caso enxergassem algum jogando seus amontoados de objetos ou produtos que foram
descartados e acumulados em torno do rio.
Lembrando ainda que a pobreza tem ligao com a poluio, porm est ligao pode ser
quebrada, pois as novas tecnologias devem ser utilizadas para quebrar este elo e que estas
comunidades ribeirinhas encontradas prximas ao rio tem total capacidade de reverter este
quadro de degradao ambiental, pois j conta com ideias que se forem colocadas em prtica
repercutiram em bons resultados.
Com os dados acimas obtidos, possvel realizar grandes ajuntamentos de pessoas para
mobilizarem a sociedade novacruzense em torno de um pacto pela erradicao dos problemas
ambientais em torno do Rio Curimata, bem como, prover mtodos de limpeza juntamente com o
poder pblico e realizar palestras abordando temas como poluio, contaminao dos recursos
hdricos e educao ambiental.
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em:http://www.ecoeco.org.br/conteudo/publicacoes/encontros/vii_en/mesa3/trabalhos/pobreza
_e_meio_ambiente.pdf. Acesso em 03/05/2013 s 20h48mim.
0987
RESUMO
Com o objetivo de avaliar o conhecimento dos alunos do
ensino mdio no municpio de Nova Cruz/RN sobre a
Qumica verde, foi realizada uma pesquisa na rede
pblica e privada, no qual os alunos responderam a um
questionrio referente a esse tema que vem ganhando
destaque no meio acadmico e que se mostra como um
caminho alternativo na busca por um desenvolvimento
sustentvel das indstrias que fazem uso de processos
0988
1 INTRODUO
Atualmente as questes ambientais so destaques em todos os lugares, cada vez mais
visvel preocupao do governo e de outras instituies em promover um desenvolvimento
sustentvel principalmente na rea industrial, uma vez que suas atividades geram inmeros
impactos ambientais, impactos estes que na maioria das vezes so irreversveis ou quando
reversveis demoram meses e at anos para que os danos sejam recuperados. Dentre as diversas
atividades que causam prejuzo ao meio ambiente, as que envolvem a qumica so as que so
vistas como as mais prejudiciais devido poluio do ar e da gua problemas graves que
atualmente so enfrentados e que h algum tempo desperta grande preocupao, no entanto
com o surgimento da qumica verde essa ideia vem mudando, a qumica que antes era vista como
o problema vem se mostrando como a soluo para essas situaes. A qumica verde definida
pela IUPAC como A inveno, desenvolvimento e aplicao de produtos e processos qumicos
para reduzir ou eliminar o uso e a gerao de substncias perigosas, esse novo ramo da qumica
surgiu a cerca de dez anos nos Estados Unidos como a busca pelo desenvolvimento da qumica
associada sustentabilidade, sendo norteada por doze princpios que foram propostos pela USEPA
e pela ACS (American Chemical Society), como a qumica verde vem se mostrando algo de suma
importncia para o desenvolvimento e a criao de novas tecnologias que no causem impactos
negativos ao meio ambiente, foi realizado uma pesquisa no municpio de Nova Cruz/RN com o
objetivo de medir o conhecimento dos alunos a respeito da qumica verde e de seus doze
princpios.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A qumica orgnica do sculo XX mudou o mundo, dando-nos novos medicamentos,
inseticidas, materiais compostos e todos os tipos de polmeros. Mas esses avanos no vieram de
graa: todos os processos qumicos produzem resduos que precisam ser tratados, incluindo os
solventes reativos e os subprodutos txicos que podem evaporar para o ar ou serem liberados em
lenis de gua se no forem descartados adequadamente. At mesmo os subprodutos
aparentemente inofensivos precisam ser aterrados com segurana ou isolados. Talvez nunca seja
possvel tornar a qumica orgnica completamente benigna, mas a cincia de problemas
ambientais causados por grandes processos qumicos aumentou dramaticamente nos ltimos
anos, o que fez surgir um movimento chamado qumica verde. (John McMurry, 2011).
Segundo a Unio Internacional de Qumica Pura e Aplicada (IUPAC) a Qumica Verde pode
ser compreendida como: A inveno, desenvolvimento e aplicao de produtos e processos
qumicos para reduzir ou eliminar o uso e a gerao de substncias perigosas. De acordo com essa
definio o termo perigosas deve ser entendido com qualquer substncia nociva de algum modo
sade humana ou ao meio ambiente.
A USEPA e a ACS propuseram doze princpios com o intuito de mostrar um caminho a ser
seguido em relao s pesquisas em Qumica Verde, estes princpios so: 1-Preveno: Evitar a
produo do resduo melhor do que trata-lo ou limp-lo aps sua gerao. 2-Economia de
0989
tomos: deve-se procurar desenhar metodologias sintticas que possam maximizar a incorporao
de todos os materiais de partida no produto final. 3-Sntese de produtos menos perigosos: Sempre
que praticvel, a sntese de um produto qumico deve utilizar e gerar substncias que possuam
pouca ou nenhuma toxidade sade humana e ao meio ambiente. 4-Desenho de produtos
seguros: Os produtos qumicos devem ser desenhados da tal modo que realizem a funo
desejada e ao mesmo tempo no sejam txicos. 5-Solventes e auxiliares mais seguros: o uso de
substncias auxiliares (solventes, agentes de separao, secantes, etc.) precisa, sempre que
possvel, tornar-se desnecessria e, quando utilizadas, estas substncias devem ser incuas. 6Busca pela eficincia de energia: A utilizao de energia pelos processos qumicos precisa ser
reconhecida pelos seus impactos ambientais e econmicos e deve ser minimizada. Se possvel, os
processos qumicos devem ser conduzidos temperatura e presso ambientes. 7-Uso de fontes
renovveis de matria-prima: Sempre que tcnica e economicamente vivel, a utilizao de
matrias-primas renovveis deve ser escolhida em detrimento de fontes no renovveis. 8-Evitar a
formao de derivados: A derivatizao desnecessria (uso de grupos bloqueadores, proteo/
desproteo, modificao temporria por processos fsicos e qumicos) deve ser minimizada ou, se
possvel, evitada, porque estas etapas requerem reagentes adicionais e podem gerar resduos. 9Catlise: reagentes catalticos (to seletivos quanto possvel) so melhores que reagentes
estequiomtricos. 10-Desenho para a degradao: os produtos qumicos precisam ser desenhados
de tal modo que, ao final de sua funo, se fragmentem em produtos de degradao incuos e
no persistam no meio ambiente. 11-Anlise me tempo real para a preveno da poluio: ser
necessrio o desenvolvimento futuro de metodologias analticas que viabilizem um
monitoramento e controle dentro do processo, em tempo real, antes da formao de substncias
txicas. 12-Qumica intrinsecamente segura para a preveno de acidentes: As substncias, bem
como a maneira pela qual uma substncia utilizada em um processo qumico, devem ser
escolhidas a fim de minimizar o potencial para acidentes qumicos, incluindo vazamentos,
exploses e incndios.
importante ressaltar que os doze princpios da qumica verde no sero cumpridos em
todas as aplicaes no mundo real, mas so de importncia significativa, fornecendo um objetivo
valioso que faz com que os qumicos pensem com mais cuidado nas consequncias ambientais que
seus trabalhos podem gerar.
3 METODOLOGIA
Para verificar o conhecimento dos alunos da cidade de Nova Cruz/RN a respeito da qumica
verde, foi realizado um trabalho de pesquisa com um total de oitenta e um alunos que estudavam
no municpio, onde dezenove eram alunos da rede pblica, trinta e trs eram alunos do IFRNCampus Nova Cruz e vinte e nove eram alunos da rede privada. A pesquisa foi realizada atravs da
elaborao de um questionrio contendo trs perguntas com trs alternativas, na qual os alunos
deveriam responder se conheciam a qumica verde, onde eles ouviram falar sobre o assunto e por
fim se eles tinham algum conhecimento a cerca dos doze princpios da qumica verde, citando
quando possvel alguns desses princpios. Aps todos os alunos terem respondido o questionrio
foi realizado um processo de contagem manual para sabermos quantos alunos tinham marcado
0990
cada alternativa, com estas informaes em mos foi construdo trs tabelas uma para cada grupo
da pesquisa com o auxlio de um software para edio de texto, o Microsoft Word. Com as
informaes organizadas nas tabelas foi dado incio a construo dos grficos, uma para cada
tabela, com o auxlio do software de planilha eletrnica Microsoft Excel.
4 RESULTADOS E DISCURSSES
De acordo com o Grfico 1 pode-se observar que dos oitenta e um alunos entrevistados
apenas trinta conheciam a qumica verde, no IFRN foram entrevistados trinta e trs alunos, onde
vinte no conheciam a qumica verde e treze j conheciam o assunto, entre os alunos da rede
privada o resultado foi mas equilibrado, enquanto quinze alunos afirmaram no conhecer o
assunto, quatorze alunos disseram que j ouviram algo sobre o tema e na rede pblica dos
dezenove entrevistados dezesseis no tinham conhecimento sobre o assunto e apenas trs tinham
um certo conhecimento.
25
20
20
15
13
15
14
16
IFRN
Rede Privada
10
Rede Pblica
0
Sim
No
Com base na anlise desse primeiro grfico podemos ver que apesar de j h alguns anos a
qumica verde est sendo introduzida no meio acadmico e da crescente preocupao das
indstrias em aderir prticas sustentveis e ecologicamente corretas, esse ainda no um assunto
muito conhecido e discutido entre os alunos.
Com relao fonte onde os entrevistados obtiveram conhecimento sobre o assunto podese concluir a partir a observao do Grfico 2 que dos treze alunos que conheciam o assunto no
IFRN seis tiveram contato com o tema atravs dos meios de comunicao e sete alunos
conheceram por meio da escola, na rede privada dos alunos que conheciam a qumica verde, dez
0991
conheceram atravs dos meios de comunicao e apenas quatro tiveram contato com o assunto
na escola e por fim na rede pblica onde apenas trs alunos conheciam o assunto, sendo dois
atravs dos meios de comunicao e apenas um por meio da escola.
25
20
20
15
16
15
IFRN
Rede Privada
10
10
Rede Pblica
7
5
2
0
Meios de comunicao
Escola
Aps a anlise do segundo grfico podemos perceber que dos trinta alunos que conheciam
a qumica verde, dezoito adquiriram este conhecimento atravs dos meios de comunicao
enquanto doze conheceram o assunto na escola, isso mostra que na maioria das vezes esse um
assunto que acaba ganhando mais visibilidade na mdia do que no prprio meio escolar, podendo
gerar at mesmo certos conhecimentos equivocados sobre o assunto uma vez que nem todos os
meios de comunicao trazem informaes confiveis, como a internet, por exemplo, onde
qualquer pessoa pode colocar informaes tanto certas como erradas.
Como j foi citado anteriormente a partir do conceito de qumica verde surgiram Os Doze
Princpios da Qumica Verde e durante a realizao da pesquisa quando perguntado aos alunos se
eles conheciam algum desses princpios, do total de oitenta e um alunos entrevistados apenas
dois, sendo um do IFRN e um da rede pblica afirmou que conheciam algum dos princpios, mas
nenhum deles tinha conhecimento a cerca dos doze princpios e a grande maioria dos alunos no
conhecia nenhum dos doze princpios da qumica verde.
0992
35
32
29
30
25
20
18
IFRN
Rede Privada
15
Rede Pblica
10
5
1
0
Sim, conheo alguns
No conheo nenhum
deles
Grfico 3: Conhecimentos dos entrevistados a cerca dos doze princpios da qumica verde.
5 CONCLUSO
Aps o termino desta pesquisa pode-se perceber que o conhecimento dos alunos do
municpio de Nova Cruz/RN a cerca da qumica verde bastante reduzido, mostrando que esse
um assunto que necessita ganhar mais visibilidade no meio acadmico, uma vez que a busca por
um desenvolvimento sustentvel se torna cada vez mais importante. Outro problema observado
so os locais onde estes alunos esto buscando essas informaes, muitas vezes vindo de fontes
no confiveis, podemos observar isso pelo fato de que boa parte dos alunos entrevistados
acharem que a qumica verde apenas a qumica que no prejudica o meio ambiente, muitos tem
esse conceito formado apenas por associar qumica verde ao meio ambiente. Quando a
discusso sobre o assunto tomado por lado mais srio e exige um conhecimento mais
aprofundado os alunos demostram no ter domnio sobre o assunto, no sabendo que a qumica
verde guiada por doze princpios e quais so esses princpios. A partir desse trabalho vemos a
necessidade de haverem palestras e seminrio realizados nas escolas para que os alunos possam
ter acesso a informaes adequadas, verdicas e confiveis sobre esse assunto que vem se
mostrando cada vez mais importante em um mundo que almeja a cada dia aprimorar seu
desenvolvido.
0993
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
FELTRE, Ricardo. Qumica Orgnica. 6 ed. So Paulo: Moderna, 2004, p. 271-272.
McMURRY, John. Qumica Orgnica, vol. 1. 7 ed. So Paulo: Cengage Learning, 2011, p. 372-373.
O que Qumica Verde. Disponvel em: <http://www.ufpel.tche.br/iqg/wwverde/>. Acesso em: 07
jan. 2013.
Qumica Verde. Disponvel em: <http://www3.usp.br/quimicaverde/>. Acesso em: 07 jan. 2013.
0994
RESUMO
O presente trabalho trata da utilizao e produo de
jogos ldicos para o Ensino de Qumica, em que tem
como objetivo explorar o aspecto ldico apresentando
como produo de jogo o Conhecendo Vidrarias, este
baseado no Jogo da Memria tradicional, no qual o
contedo voltado para vidrarias laboratoriais na
0995
1 INTRODUO
A Qumica uma cincia experimental que estuda a matria, as transformaes qumicas
por ela sofridas e as variaes de energia que acompanham estas mudanas. Para se obter um
melhor conhecimento da qumica, necessrio estudar a teoria vista em sala de aula nos
laboratrios, atravs de atividades experimentais, bem como utilizar de atividades ldicas para um
melhor ensino-aprendizado.
Segundo Farias, Basaglia e Zimmermann (2009), o objetivo da cincia compreender a
natureza e so os experimentos que proporcionam aos alunos uma compreenso mais cientfica
das transformaes que nelas ocorrem. Porm, percebe-se que muitos alunos tm dificuldade em
atividades experimentais por no conhecerem as vidrarias e equipamentos que so utilizados para
as atividades prticas. Desse modo v-se necessrio a utilizao de novos mtodos que facilitem o
aprendizado do aluno, um desses mtodos so os jogos ldicos, que promovem a construo do
conhecimento cognitivo, fsico e social do educando.
Segundo Santana (2008), o ensino ldico uma importante ferramenta na qual o professor
deve oferecer possibilidades para a elaborao do conhecimento. Quando bem trabalhadas, essas
atividades oportunizam a interlocuo de saberes e o desenvolvimento pessoal, assim
importante que os jogos didticos sejam empregados como instrumentos de apoio, construindo
elementos favorveis no reforo de contedos j estudados anteriormente.
Nesta perspectiva esse trabalho tem como objetivo explorar o aspecto ldico
apresentando a produo do jogo Conhecendo Vidrarias, este baseado no Jogo da Memria
tradicional, no qual o contedo voltado para vidrarias laboratoriais na Qumica.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Estudos e pesquisas mostram que o Ensino de Qumica , em geral, tradicional,
centralizando-se na simples memorizao e repetio de nomes, frmulas e clculos, totalmente
desvinculados do dia-a-dia e da realidade em que os alunos se encontram. A Qumica, nessa
situao, torna-se uma matria maante e montona, fazendo com que os prprios estudantes
questionem o motivo pelo qual ela lhes ensinada, pois a qumica escolar que estudam
apresentada de forma totalmente descontextualizada. Por outro lado, quando o estudo da
Qumica faculta aos alunos o desenvolvimento paulatino de uma viso crtica do mundo que os
cerca, seu interesse pelo assunto aumenta, pois lhes so dadas condies de perceber e discutir
situaes relacionadas a problemas sociais e ambientais do meio em que esto inseridos,
contribuindo para a possvel interveno e resoluo dos mesmos. (SANTANA; 2006).
Uma proposta que contribui para a mudana desse ensino tradicional a utilizao de
jogos e atividades ldicas. O ldico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o
esforo espontneo, alm de integrarem as vrias dimenses do aluno, como a afetividade, o
trabalho em grupo e das relaes com regras pr-definidas. O mesmo deve ser inserido como
impulsor nos trabalhos escolares. Os jogos so caracterizados como um tipo de recurso didtico
0996
educativo que pode ser utilizado em momentos distintos (Cunha, 2004) tais como: como na
apresentao de um contedo, ilustrao de aspectos relevantes ao contedo, avaliao de
contedos j desenvolvidos e como reviso ou sntese de conceitos importantes ao contedo.
O objetivo da atividade ldica no apenas levar o aluno a memorizar mais facilmente o
assunto abordado, mas sim induzir o raciocnio do aluno, a reflexo, o pensamento e
consequentemente a construo do seu conhecimento, onde promove a construo do
conhecimento cognitivo, fsico, social e psicomotor. Alm do desenvolvimento de competncias e
habilidades necessrias s prticas educacionais da atualidade (Guimares, 2006).
Os jogos didticos um mtodo bastante utilizado pelos professores, visto que os alunos
aprendem de maneira mais divertida e significativa os contedos, segundo Melo (2005), vrios
estudos a respeito de atividades ldicas vem comprovar que o jogo, alm de ser fonte de prazer e
descoberta para o aluno a traduo do contexto scio - cultural - histrico refletido na cultura,
podendo contribuir significantemente para o processo de construo do conhecimento do aluno
como mediadores da aprendizagem.
3 METODOLOGIA
Foi produzido um jogo baseado no Jogo da memria tradicional, o Conhecendo Vidrarias, a
meta deste jogo levar o aluno a conhecer os tipos de vidrarias laboratoriais, fazendo com que
aprendam o seu nome e a sua funo, desse modo o aluno tem que memorizar as respectivas
cartas, em que esto agrupadas, uma contendo a imagem da vidraria e a outra contendo o nome e
a sua funo.
O jogo contm 40 cartas, sendo no total 20 tipos de vidrarias laboratoriais, vence o jogo
quem conseguir agrupar a maior quantidade de cartas. As figuras 1, 2, 3 e 4 abaixo ilustram as
cartas do Jogo Conhecendo Vidrarias:
0997
0998
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A aplicao do Jogo Conhecendo Vidrarias envolveu aproximadamente 25 alunos, que
cursam o segundo ano do ensino mdio na Escola Estadual Professor Antnio Dantas, em que os
mesmos mostraram um grande interesse pelo jogo, foi observado que o jogo despertou a
curiosidade dos alunos a respeito dos nomes e funes de cada vidraria laboratorial. Antes da
aplicao do jogo foi feita uma aula expositiva, mostrando as vidrarias, seus nomes e respectivas
funes, como mostram as figuras 5, 6, 7 e 8:
0999
5 CONCLUSO
O Ldico enquanto funo educativa propicia ao aluno uma melhor compreenso do
contedo, o uso dos jogos e atividades ldicas em sala de aula de extrema importncia para o
processo de ensino aprendizagem. Dessa forma, o desenvolvimento de jogos didticos no ensino
da Qumica bastante proveitoso, pois os alunos conseguem absorver melhor o contedo,
obtendo assim, uma aprendizagem mais significativa.
1000
6 AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professor Antonio Dantas pelo espao cedido, ao Programa de Bolsas de
Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia do Rio
Grande do Norte-IFRN, Cmpus Apodi.
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
SANTANA, E. M. A Influncia de atividades ldicas na aprendizagem de conceitos qumicos. In:
SENEPT, 2008, Belo Horizonte. Anais... So Paulo: Universidade de So Paulo, Instituto de Fsica Programa de Ps-Graduao, 2008.
FARIAS, C. S., BASAGLIA, A. M., ZIMMERMANN, A. A importncia das atividades experimentais no
Ensino de Qumica. Unipar/ Campus Umuarama, 2009.
FELTRE, Ricardo. Qumica 2 Fsico-Qumica. Vol. 3, 7 Ed. So Paulo: Moderna, 2008.
KOTS, John C.; TREICHEL, Paul M. Jr. Qumica Geral 2 e Reaes Qumicas. Vol. 2, 5 Ed. So Paulo:
GENGAGE Learning, 2009.
GUIMARES, O. M. Atividades ldicas no Ensino de Qumica e a Formao dos professores. UFPR/
Projeto Prodocncia, 2006.
CUNHA, M. B. Jogos de Qumica: Desenvolvendo habilidades e socializando o grupo. XII Encontro
Nacional de Ensino de Qumica/ENEQ 028, Goinia/Go, 2004.
MELO,C. M.R. As atividades ldicas so fundamentais para subsidiar ao processo de construo do
conhecimento. V.2, 2005.
SANTANA, Eliana Moraes de - A Influncia de atividades ldicas na aprendizagem de conceitos
qumicos. Universidade de So Paulo, Instituto de Fsica - Programa de Ps-graduao Inter
unidades em Ensino de Cincias - 2006.
1001
RESUMO
Neste trabalho foram utilizadas diferentes ferramentas
didticas afim de se aprofundar o assunto discutido em
sala de aula. Um seminrio terico foi apresentado e em
seguida um questionrio foi aplicado em sala abordando
a utilizao, localizao, aplicao, concepo,
conhecimento e reconhecimento dos alcanos.Com
enfoque na atualidade, tentando despertar o senso
crtico de cada um sobre seus atos em relao a descarte
dos derivados provenientes desses hidrocarbonetos. Foi
detectado que o tema antes do seminrio era pouco
1002
1 INTRODUO
A aplicabilidade dos alcanos, hidrocarbonetos parafnicos acclicos e saturados, isto que
tm cadeias abertas e apresentam apenas ligaes simples entre seus carbonos segundo FELTRE,
essa aplicao em nosso cotidiano de extrema importncia, cada vez mais e mais os alcanos
ganham espao na indstria, seja na produo, venda, como matria prima e etc. esse
crescimento se d principalmente na indstria petroqumica onde usado na produo de
Polmeros sintticos, nilon (...). Um dos assuntos inicialmente mais importante a ser abordado na
qumica orgnica o conhecimento dos hidrocarbonetos, que so divididos em alcanos, alcenos,
alcinos e alcadienos, e torna-se de extrema importncia para o aluno ter o conhecimento tcnicocientfico sobre tal tema, pois est presente em nosso entorno diariamente.
Foi proposto um seminrio sobre a aplicabilidade dos alcanos no nosso cotidiano, para
mostrar aos alunos da referente turma que eles prprios utilizam e usufruem daquilo que
estudam que aquele assunto dado em sala de aula no fica somente na teoria ou prtica em
laboratrio, mas sim que ele usa em sua vida a todo o momento, direta ou indiretamente e que se
torna de suma importncia em seu cotidiano. No presente trabalho foi feita uma anlise sucinta a
partir de uma produo de questionrio com perguntas abertas e fechadas sobre a concepo dos
alunos da turma em relao ao conhecimento da aplicabilidade dos alcanos.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O presente trabalho teve principalmente como bibliografia o livro de Qumica Geral 3 de
Ricardo Feltre, Moderna 2004, pois o livro utilizado pelo Instituto Federal de Educao Cincia e
Tecnologia do Rio Grande do Norte. Onde no captulo 2 do livro feito o estudo sobre os
hidrocarbonetos em geral no caso foram utilizados no trabalho os alcanos. O tema Aplicao dos
Alcanos no Cotidiano, no um tema que comumente encontrado sejam em livros,
dissertaes, artigos, pois o que encontrado em relao ao tema so geralmente os exemplos
dados por alto nos livros de qumica orgnica sobre a aplicabilidade desses hidrocarbonetos. Surge
ento a necessidade do tema ser mais bem explorado, j que apenas poucos exemplos so
mostrados aos alunos e como tambm de extrema importncia para os alunos terem esse
aprofundamento do conhecimento tcnico-cientfico tentando assim abord-lo de forma sucinta e
prazerosa.
Segundo Freire, o homem busca educao por saber inacabado, tendo assim que
relacionar o que dado em sala de aula com seu cotidiano para ter o saber de alguma forma
complementado, sendo assim o ser humano passando a compreender que o Eu, aluno, pessoa
que recebe informaes, pode ser tambm aquele que aplica essas informaes recebidas em seu
ambiente vivenciado em geral. Desse modo, Freire mostra a sociedade que a escola no algo
indissocivel do mundo mais que ela est inserida nele. No livro de Feltre ele no d ao aluno esse
conhecimento sobre a importncia da aplicabilidade dos alcanos em seu dia-a-dia, Freire
demonstra no livro Educao e Mudana veementemente que de extrema importncia escola
estar inserida no mundo do ser humano, relacionando os contedos em seu cotidiano.
1003
3 METODOLOGIA.
Para o seguinte trabalho, foi apresentado um seminrio terico em Microsoft PowerPoint 2010
com o seguinte tema: Aplicabilidade dos alcanos em nossas vidas.Esse seminrio mostrou
inicialmentea definio de alcanos, suas caractersticas, a caracterstica de vrios produtos
produzidos quanto s suas particularidades, o uso desses materiais na indstria, como
encontrado na natureza como matria-prima e seu uso em produtos usualmente utilizados por
todos ns. No final da apresentao foi dado um enfoque principal na produo de derivados
petrleo que um importante alcano, tomando como base o assunto dado em sala de aula, aps
o seminrio ser apresentado foi passado o seguinte questionrio com 8 questes no intuito de
analisar a concepo dos alunos sobre o assunto abordado na apresentao.
As quatro figuras dispostas acima foram retiradas da apresentao dos slides no seminrio
terico apresentado em sala da aula na turma de Administrao 1131.1. A primeira figura mostra
a introduo da apresentao, onde foi relembrado aos alunos a definio e algumas
caractersticas dos hidrocarbonetos alcanos; Na segunda figura foram dispostas as informaes
em relao fase dos materiais produzidos, derivados de alcanos, segundo a quantidade da
1004
presena de carbonos no composto; na terceira figura foram dados alguns exemplos sobre
derivados dos alcanos, no caso esses derivados de uma importante fonte de recurso natural no
renovvel, o petrleo e seu uso como combustvel e como polmero sinttico; Na quarta figura foi
representado a importncia do petrleo na vida terrestre onde vrios exemplos so dados se no
existisse o petrleo, mostrando-se assim a importncia dos derivados desse composto. A figura 5
representa o questionrio que foi proposto aos alunos responderem
4 RESULTADOS E DISCUSSO.
Foram entrevistados 37 alunos da turma do integrado de administrao vespertino do
Instituto Federal Cmpus Novas Cruz todos os alunos estavam presentes ao seminrio terico
apresentado. Aps o questionrio aplicado foram analisadas e contabilizadas todas as respostas
que esto dispostas nos grficos a seguir:
1005
4.1 Grfico 1:
Sim
No
No grfico acima foi percebido que aps o seminrio 35 dos 37 alunos afirmaram que
utilizavam derivados de alcanos em seu cotidiano, sendo assim mostrado que a grande maioriados
alunos sabem que no seu cotidiano aplicado aquilo que estudado em relao aos
hidrocarbonetos.
4.2 Grfico 2:
No Souberam
Souberam
1006
4.3 Grfico 3:
Sim
No
4.4 Grfico 4:
1007
4.5 Grfico 5:
Na quinta pergunta 5 afirmaram que sua vida sem a aplicao dos alcanos seria normal, 4
disseram que seria impossvel e 27 disseram que seria difcil viver sem a presena desses
hidrocarbonetos.
4.6 Grfico 6:
6 Depois da apresentao do
seminrio sobre a aplicabilidade dos
alcanos, voc acha que sua concepo
sobre o assunto melhorou?
Melhorou
No melhorou
Indiferente
Na sexta pergunta 29 alunos afirmaram que sua concepo sobre o assunto melhorou, 1
aluno disse que no melhorou e 7 disseram que foi indiferente. Nessa pergunta observado que a
concepo dos alunos em relao ao tema exposto antes do trabalho no era to boa, pois um
grande nmero afirmou que a concepo melhorou, percebe-se que foi de grande valia para eles
passarem a relacionar e reconhecer os alcanos presentes em suas vidas.
1008
4.7 Grfico 7:
Sim
No
A stima pergunta foi direcionada concepo ambiental dos prprios alunos em relao
ao descarte indevido dos derivados dos alcanos, 29 alunos responderam que sim, que acham que
esses produtos descartados incorretamente podem influenciar em problemas ambientai e 8
alunos disseram que no que no influenciam. Nessa pergunta foi proposto mostrar os possveis
problemas ambientais, foram citados a poluio de rios, mares, com plsticos, a poluio do solo
em geral, a queima de combustveis fsseis provocando assim o efeito estufa e contribuindo para
o aquecimento global.
4.8 Grfico 8:
Sim
No
1009
5 CONCLUSES
Os resultados obtidos foram satisfatrios, pois o questionrio apresentado mostra que a
concepo dos alunos sobre o assunto demonstrado no seminrio melhorou consideravelmente,
aps o estudo sobre os hidrocarbonetos, no surge nos alunos a necessidade ou a vontade de
estudar, pesquisar, ou at mesmo desenvolver algum trabalho sobre a aplicao dos
hidrocarbonetos em geral. Por conseguinte relacionar com o cotidiano a aplicao dos alcanos e a
partir da conhecer e reconhecer esses hidrocarbonetos; para que o aluno adquira facilidade na
construo desse saber, o assunto dado necessrio que se tenha conhecimento terico, prtico
e que ele relacione e que o mesmo tenha aplicabilidade no seu dia a dia, com isso tornando essa
aprendizagem significativa. As perguntas propostas foram diretamente relacionadas ao
aprendizado dos alunos sobre a aplicao, o uso dos derivados de alcanos.
O resultado obtido foi importante, pois os alunos passaram a compreender que eles
praticam, usam, usufruem daquilo que estudam mesmo sem perceber no seu prprio cotidiano.
Hoje em dia a indstria busca cada vez mais e mais produzir derivados de petrleo afim de
aumentar o lucro, melhorar o uso daquilo que pode ser extrado da natureza de diversas formas
para a formao dos mais variados produtos, quando foi dado um enfoque nos derivados de
petrleo o objetivo era realmente esse, o de mostrar que so produzidos na contemporaneidade
inmeros derivados desse recurso natural no-renovvel presente em abundncia no Brasil, que
se torna de extrema importncia para a economia brasileira, na representao do Pr-Sal no PIB
(Produto Interno Bruto) brasileiro.
Assim foi demonstrado aos alunos da turma de administrao integrado do IFRN Cmpus
Nova cruz que os derivados de alcanos so muito importantes no cotidiano de cada um, a anlise
feita foi importante para ocorrer a percepo de que a concepo dos alunos melhorou bastante
sobre o tema e que depois do seminrio apresentado eles conhecem e reconhecem a aplicao
desses hidrocarbonetos a luz dos problemas ambientais, sociais e cientficos. Segundo Freire,Um
ser como esse no pode comprometer-se; em lugar de relacionar-se com o mundo, o ser imerso
nele somente est em contato com ele.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
FELTRE, Ricardo, 1928. Qumica / Ricardo Feltre 6 ed.- So Paulo : Moderna, 2004. P.27 e 28 e da
33
FREIRE, Paulo, Educao e Mudana. So Paulo: Editora Paz e Terra, 1979
1010
RESUMO
Os fitoterpicos tm sido usados desde a antiguidade
como medicina para o tratamento de diversas doenas.
As pesquisas indicam que todas as classes
socioeconmicas no Brasil usam plantas medicinais
devido s preferncias culturais, ao baixo custo e pela
sua eficcia. Desta forma, a pesquisa cientifica vem
ganhado cada vez mais espao com a finalidade de
descobrir novas substncias. Nessa perspectiva o
presente trabalho tem como objetivo constatar o teor de
fenis e sua relao com a atividade antioxidante a partir
dos extratos brutos e fraes de Solanum melongena L
(berinjela). As quantidades de fenis e antioxidantes
foram determinados pelos mtodos de folin-ciocalteau e
1011
1 INTRODUO
As plantas medicinais tm sido uma fonte de obteno de molculas para serem
exploradas terapeuticamente. Muitas substncias isoladas de origem natural continuam sendo
fontes de medicamentos. No Brasil 20 % da populao consome 63 % dos medicamentos
alopticos, o restante encontra nos produtos de origem natural, especialmente as plantas, uma
fonte alternativa de medicao (FOGLIO et al., 2006). O interesse da pesquisa nesta rea tem
aumentado nos ltimos anos onde esto sendo institudos projetos financiados por rgos
pblicos e privados.
Nos ltimos anos o interesse em trabalhar com fitoterapia tem ressurgido. Na ltima
dcada, registrou-se um aumento expressivo no interesse em substncias derivadas de espcies
vegetais, evidenciado pelo crescimento de publicaes dessa linha de pesquisa nas principais
revistas cientficas das reas de qumica e farmacologia (CALIXTO, 2000).
As plantas medicinais tm sido utilizadas tradicionalmente para o tratamento de vrias
enfermidades. Em que alm de seu uso na medicina popular com finalidades teraputicas, tm
contribudo, ao longo dos anos, para a obteno de vrios frmacos (FOGLIO et al., 2006).
Tendo em vista todo o potencial farmacolgico e o uso popular das plantas do Nordeste do
Brasil, ainda so necessrios estudos mais aprofundados tanto nos aspectos qumicos como
biolgicos para um melhor entendimento desse potencial sugerido por muitos pesquisadores.
Desta forma, a validao cientfica do uso popular dessas espcies merece uma investigao mais
aprofundada.
Hoje em dia existem vrias metodologias para a obteno de frmacos, dentre elas existem
os mtodos de folin-ciocalteau e sequestro do radical livre DPPH, que possibilitam determinar o
teor de fenis e atividade antioxidante presente na espcie.
Nos ltimos anos, os compostos fenlicos tm recebido ateno no que diz respeito a sua
atividade antioxidante, sobretudo por inibirem a peroxidao lipdica e alipooxigenasein in vitro
(HASLAM, 1996).
A atividade antioxidante de compostos fenlicos deve-se principalmente s suas
propriedades redutoras e estrutura qumica. Estas caractersticas desempenham um papel
importante na neutralizao ou sequestro de radicais livres e quelao de metais de transio,
agindo tanto na etapa de iniciao como na propagao do processo oxidativo. Os intermedirios
formados pela ao de antioxidantes fenlicos so relativamente estveis, devido ressonncia
do anel aromtico presente na estrutura destas substncias (HASLAM, 1996).
Com esse entendimento, o presente trabalho tem como objetivo analisar o teor de fenis
presente no vegetal em estudo e sua correlao com a atividade antioxidante dessa espcie.
2 FUNDAMENTAO TERICA
O uso de espcies vegetais com fins teraputicos vem sendo utilizados desde o tempo das
civilizaes. Nos ltimos anos, o consumo destes produtos s cresce, pois existem vrios fatores
1012
que levam a populao a utilizarem, entre eles destaca-se o desapontamento com medicamentos
convencionais com o desejo de uma melhor qualidade de vida e tambm o alto custo dos mesmos.
Desta forma, a pesquisa cientfica vem ganhando espao para elucidar e dar veracidade aos
componentes bioativos existentes em espcies vegetais.
Segundo Gonalves et al
contribuindo com um vasto campo de pesquisa que fornecer importantes subsdios geradores de
id
posologia, indicao, limitaes e riscos de utilizao.
A berinjela (Figura 1), Solanum melongena L., originria da ndia, sendo seus frutos muito
utilizados na alimentao humana. um vegetal com alto teor de gua, baixo de protenas, rica
o, potssio e magnsio) e vitaminas (A, B1, B2, Niacina e
s:ZKEzDKZEK
2006).
Sabe-se que a maioria dos frmacos de origem vegetal utilizados atualmente foi
pesquisada e posteriormente levada ao mercado baseado em informaes da chamada medicina
tradicional ou popular, demonstrando assim que as substncias de origem vegetal tm papel
essencial na obteno de medicamentos e que partindo do conhecimento popular, bons
resultados podem ser obtidos (COLOMBO, 2008).
Para assegurar o uso desses produtos, deve-se submet-los a testes de eficcia e segurana
por mtodos recomendados pela legislao, sendo as informaes toxicolgicas pr-clnicas
obtidas com pesquisas em animais de laboratrio previamente padronizadas (BRASIL, 2004).
Uma atividade possvel de ser realizada em laboratrio de pequeno porte o antioxidante
pelo mtodo de DPPH que muito utilizado para se determinar a atividade em extratos e
substncias isoladas como: compostos fenlicos (SOUSA et al., 2007), fenilpropanides,
>:et al., 2007), cumarinas (VOGEL et al., 2005), quitosana com
diferentes pesos moleculares (Kim; T>:et al., 2007;
DE LIMA et al.:/>et al., 2007), rutina, kaempferol (SILVA et al., 2005).
1013
3 MATERIAIS E MTODOS
3.1 Preparao dos Extratos
As folhas e o fruto de Solanum melongena foram coletados na cidade de Apodi no Instituto
Federal de Educao, Cincias e tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Os mesmos foram
picados e em seguida colocados em um recipiente de vidro com ter de petrleo deixando em
contato por 7 dias. Aps esse perodo o solvente foi filtrado e concentrado em um sistema de rota
evaporao, obtendo o extrato em ter de petrleo. A mesma metodologia foi empregada
utilizado etanol como solvente e obtendo o extrato em etanol.
1014
4 RESULTADOS E DISCUSSO
A determinao dos fenis totais dos extratos e fraes, realizada pelo mtodo de folinciocalteau, expressos em equivalente de cido glico (EAG) por grama de extrato bruto, esto
apresentados na Tabela 1. De uma forma geral, todos os extratos apresentaram concentrao de
fenis, sendo que alguns em maior quantidade, destacando-se a frao em metanol das folhas que
apresentou o maior ndice de fenis com 183,25 mg de EAG/g de extrato bruto.
Aps avaliao da atividade antioxidante dos extratos e fraes pelo mtodo de sequestro
do radical DPPH descrito na literatura, observou-se uma relao direta da quantidade de fenis
nos extratos e fraes com sua atividade, e estes resultados podem ser observados na Tabela1.
Quando comparadas com o padro positivo Trolox (IC 50 = 4 ppm) verifica-se que os
extratos apresentam, de um modo geral, baixa atividade no que diz respeito ao sequestro do
radical DPPH.
Tabela 1: Relao do teor de fenis e atividade antioxidante dos extratos e fraes.
Extrato / Frao
Extrato em etanol das folhas
Extrato em etanol do fruto
Extrato em etanol da casca
Extrato em ter de petrleo
das folhas
Extrato em ter de petrleo do
fruto
Frao em diclorometano da
folha
Frao em metanol da folha
Frao em diclorometano do
fruto
Frao em metanol do fruto
Frao em metanol da casca
IC 50 % (ppm)
95,86
150,05
146,09
18,09
820,50
39,38
614,62
29,06
116,81
183,25
110,74
23,25
209,43
136,8
90,99
488,19
353,38
1015
5 CONCLUSES
Os dados obtidos aps a anlise do teor de antioxidantes e fenis dos extratos e fraes de
solanum melongena mostram que possvel correlacionar a quantidade de fenis presente em
um extrato com sua atividade antioxidante visto que extratos com alto teor fenlico apresentaram
melhores atividades.
6 REFERNCIAS
:/>DE/h<,d^'ZKh:^Bioactive compounds and antioxidant potential of
mango peel extract. Food Chemistry. 105, 982-988, 2007.
ALMEIDA, M. C. S., ALVES, L. A., SOUZA, L. G. S., MACHADO, L. L., MATOS, M. C., OLIVEIRA, M. C. F.,
LEMOS, T. L. G., BRAZ-FILHO. Flavonoids and other substances from Lippia sidoides and their
antioxidant activities. Qumica Nova, 33, 1877-1881, 2010.
BONOLI, M.; VERARDO, V.; MARCONI, E.; CABONI, M. F. Antioxidant Phenols in Barley
(HordeumvulgareL.) Flour: Comparative Spectrophotometric Study Among Extraction Methods of
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BRASIL. Ministrio da Sade. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Resoluo. RE no. 90/2004.
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COLOMBO. Utilizando adequadamente as plantas medicinais. Colombo: Herbarium, 2008.
DE LIMA, AA, SUSSUCHI, EM, DE GIOVANI, WF. Eletrochemical and antioxidant properties of
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FOGLIO, M. A.; QUEIROGA, C. L.; SOUSA, I. M. de O.; RODRIGUES, R. A. F. Plantas Medicinais como
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:ZKEzDK<DZEKD'>W
base de Berinjela (Solanum melongena L.) usadas no tratamento de hipercolesterolemias.
&Z&:W^
KIM, KW, THOMAS, RL. Antioxidative activity of chitosans with varying molecular
1016
1017
RESUMO
O uso de dobraduras modulares (mdulo Sonob)
permite a formao de poliedros que so a juno de
cubos. Um jogo de encaixe bem interessante pode ser
formado por tais poliedros: o Cubo Soma. Ele possui 7
peas distintas, denominadas policubos e tem como
objetivo formar um cubo maior de dimenses 3x3x3.
1018
1 INTRODUO
Aps algumas reunies do projeto que participo (Dobraduras Modulares, no laboratrio de
matemtica do IFRN Campus Joo Cmara), fui apresentada ao jogo CUBO SOMA, pelo meu
orientador do projeto e por aluno bolsista. Eles estavam elaborando um livro sobre dobraduras
modulares. Fiquei responsvel em fazer um dos apndices desse livro, que tratava sobre esse jogo.
Este artigo DOBRANDO O CUBO SOMA E REGISTRANDO AS SUAS MONTAGENS est
dividido em oito etapas. A primeira a reviso bibliogrfica. A segunda um histrico sobre o que
seja o jogo e suas regras. A terceira a metodologia, onde trataremos como ser feito o processo
de contagem. A quarta aborda a influencia da simetria no processo de contagem. A quinta o
ponto central desse artigo: o processo de contagem. Nela, iremos organizar as solues para o
cubo soma. A penltima a concluso. Por ltimo as referncias bibliogrficas.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
De acordo com Martin Gardner (Tulsa, 21 de outubro de 1914 Norman, 22 de maio de
2010, matemtico e autor de obras de divulgao cientfica estadunidense), Piet Hein o criador do
cubo soma, estava assistindo a uma aula sobre mecnica quntica e formulou a seguinte hiptese:
Se pegarmos todas as formas irregulares construdas por at quatro cubos de
tamanhos iguais unidos por suas faces, seremos capazes de montar um cubo
maior.
Ele se referia a policubos com at quatro cubos que so formas irregulares, forma irregular,
neste contexto, deve ser entendido como figura cncava. Uma figura cncava quando possvel
escolher dois pontos do interior da figura de modo que o segmento de reta que os une passa por
fora da figura. Existem 12 policubos com at quatro cubos, mas apenas 7 so irregulares: estas so
as 7 peas do cubo soma.
Tudo que usei como referncia bibliogrfica foram apenas para tratar do histrico, as ideias
foram surgindo atravs da experincia em sala de aula, com alunos.
3 CUBO SOMA
O cubo soma um quebra-cabea criado pelo poeta e matemtico dinamarqus Piet Hein.
um jogo formado por 7 peas distintas chamadas de policubos (juno de cubos unitrios). Cada
1019
policubo formado por uma fuso de cubos menores e de mesma aresta que ao encaix-los de
forma correta ser possvel obter um cubo 3x3x3.
Dessas 7 peas, 6 so formadas por unio de 4 cubos (tetra cubos) e apenas 1 formada
por 3 cubos (tri cubo), totalizando 27 cubos (que o 3), como mostra a figura 1.
Figura 1
Esse cubo 3x3x3 pode ser montado de 240 formas distintas, dentre elas temos a mostrada
na figura 2:
Figura 2
Como o objetivo do jogo montar um cubo 3x3x3, ento a forma de se encaixar 2 ou mais
peas no pode formar uma figura que tenha mais de 3 cubos enfileirados, como por exemplo o
encaixe da figura 3:
Figura 3
4 METODOLOGIA
Para ajudar a alcanar o objetivo desse artigo, nossa escolha foi juntar 3 das 7 peas (figura
4), para assim formar uma pea fixa, denominada base (figura 5). Restaro outras 4 peas que
podero ser encaixadas na base de forma a completar o cubo 3x3x3.
Figura 4
Figura 5
1020
Depois de alcanar o mximo de solues obtidas com as quatro peas restantes para uma
dada base, mudamos a posio das trs peas iniciais para formar outra base e geramos assim
outra forma de montagem. Repetiremos esse procedimento at alcanar todas as solues.
Para facilitar o processo de contagem, percebemos que cada base possui uma base
simtrica (ser mostrado adiante). Ao formar uma certa base, podemos afirmar que sempre ser
possvel formar uma outra base simtrica primeira colocando as peas na posio simtrica,
como mostra a figura 6.
Figura 6
5 SIMETRIA
Uma vez realizada a montagem do cubo soma, possvel afirmar que as peas podero ser
montadas de forma simtrica em relao a um plano de simetria do cubo. O cubo soma possui 7
peas. Em 5 delas, as suas respectivas simtricas so elas mesmas, como mostra a figura 7:
Figura 7
J as outras duas que sero mostradas, na figura seguinte, a pea simtrica de uma delas
a outra pea. Isso faz com que as conexes entre peas mudem quando fazemos a montagem
simtrica (figura 8), formando assim uma nova forma de montagem do cubo soma.
Figura 8
1021
Acabamos de garantir a existncia da montagem simtrica, uma vez que toda pea possui
uma simtrica, seja ela mesma ou outra pea. Como o cubo possui trs planos de simetria
poderamos imaginar que poderia existir mais de uma montagem simtrica. Vamos provar a seguir
que essa montagem nica.
Plano ZX
Ento se refletirmos a pea P1, P2, P3, P4 em relao ao plano ZX obteremos a pea P5, P6,
P7, P8 (Figura 9). Veja a seguir as relaes entre os pontos iniciais e finais:
Figura 9 - Plano XY
Se refletirmos a mesma pea P1, P2, P3, P4 em relao ao plano XY obteremos a pea P9,
P2, P3, P10 (Figura 10). Veja a seguir as relaes entre os pontos iniciais e finais:
Figura 10
Se rotacionarmos esta pea recm obtida P9, P2, P3, P10 em torno do eixo X de 180,
obteremos a pea P5, P6, P7, P8, que venha ser a mesma pea obtida pela reflexo ao plano XZ
(Figura 11). Veja a seguir as relaes entre os pontos iniciais:
1022
Figura 11 - Plano YZ
Figura 12
Se rotacionarmos esta pea recm obtida P9, P2, P11, P12 em torno do eixo z de
180, obteremos a pea P5, P6, P7, P8 (Figura 13). Veja a seguir as relaes entre os pontos iniciais:
Figura 13
Aps todas essas reflexes e rotaes, a pea continua sendo a mesma, o que difere
apenas a posio. Consequentemente podemos concluir que s existe uma nica pea simtrica
para essa pea dada. No difcil perceber que isso acontecer com as demais peas.
6 CONTAGEM
Como foi mencionado no terceiro tpico, com as 3 peas selecionadas realizamos diversos
encaixes entre elas e geramos as seguintes bases da figura 14:
1023
Figura 14
Figura 15
Abaixo sero mostradas todas as solues para a primeira base da figura 15:
1024
Figura 16
Figura 17
1025
7 CONCLUSO
Diante de tudo que foi exposto no artigo, pode-se observar que o cubo soma um jogo
que possui relaes com alguns conceitos matemticos e pode ser trabalhado em um contexto de
sala de aula quando o assunto estudado for anlise combinatria ou simetria. Esses assuntos
podem ser estudados no ensino mdio.
Para obtermos o total de montagens do cubo soma, utilizamos um processo de contagem
to usual na anlise combinatria. No conseguimos, porm realizar um processo de contagem
que poderamos chamar de rpido, uma vez que reduzimos a grupos muito pequenos. Na maior
parte das bases ( da 2 at a 45) os grupos tiveram tamanhos pequenos (2, 4, 6 ou 8 elementos).
Apenas na primeira base, que foi realizado um processo mais eficiente com mais elementos (104
solues).
A maneira proposta por este artigo de agrupar as montagens desse jogo atravs da
escolha de trs peas para formar bases no se mostrou adequada. Com isso, temos a clareza que
se pode concluir que outras formas de contagem podem ser trabalhadas a fim de gerar uma
contagem mais rpida e eficiente. A maior contribuio desse trabalho o registro da maior parte
das 240 solues diferentes de montagem que possui o cubo soma.
8 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
NETO, Francisco Q.; JOS, Antnio N.; BARBOSA, Francisco C. S. Dobraduras Modulares de
Poliedros: Uma Ferramenta Para o Aprendizado de Geometria. 2011.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cubo_soma Acessado dia 29/10/2012 s 22h15min
http://www.slideshare.net/btizatto1/cubo-soma Acessado dia 31/10/2012 s 19h45min
http://jogosmatcon.blogspot.com.br/2010/10/cubo-da-soma.html Acessado dia 31/10/2012 s
19h58min
http://www.ludologia.pro.br/ludoteca/jogos/jogos-de-tabuleiro/149-cubo-soma.html
dia 31/10/2012 s 20h10min
Acessado
https://uspdigital.usp.br/siicusp/cdOnlineTrabalhoVisualizarResumo?numeroInscricaoTrab
alho=4854&numeroEdicao=16 Acessado dia 31/10/2012 s 21h32min
1026
RESUMO
Este trabalho visa o desenvolvimento de um editor
grfico de circuitos digitais em modo protoboard,
com o objetivo de tornar muito mais prximo a
prtica da teoria.
O editor ir possibilitar a
montagem de circuitos no computador de forma mais
1027
INTRODUO
Na rea educativa de eletrnica existem trs pontos de muita importncia para formao
do aluno:
1. Contedo passado em sala para os alunos;
2. Simulao em sala de circuito eletrnico;
3. Pratica no laboratrio.
Para a simulao temos o auxlio de simuladores de circuito eletrnico que se encontram
no mercado, uns comerciais, e outros como softwares livres. Entre esses simuladores temos
alguns principais: CircuitMaker, Multisim, EWB, Proteus entre outros. Todos esses simuladores
simulam de forma abstrata as portas lgicas trazendo apenas para a prtica a semelhana em
relao ao circuito lgico. Observando a Figura 1 veremos um exemplo de circuito (circuito
multiplexador) feito no simulador CircuitMaker.
1028
1029
OR (uma ficaria sem utilizao). Ainda existiria uma complicao para o aluno. (Sabendo quais CI's
devem ser utilizados, falta entender como fazer as ligaes entre os componentes, pois na
protoboard, ou matriz de contatos, temos algumas regras especficas para que no ocorram curto
circuitos e nem circuitos abertos e os alunos ainda no esto habituado com isso, o que deixa as
aulas prticas muito extensas.
Observando a Figura 5 a seguir, que representa um circuito somador, e lembrando-se da
nossa Figura 1 podemos perceber a diferena entre a simulao e a prtica.
TECNOLOGIAS ENVOLVIDAS
2.1 XML
O XML uma tecnologia verstil, pois pode se torna tudo aquilo que um documento possa
apresentar como necessrio para que haja a distribuio de informaes pela rede de internet e
em aplicativos (softwares). Sendo assim podemos usar essa tecnologia para difundir pela web as
melhoras de nosso trabalho (sistema). Tittel (2003) diz que o XML permite de forma simples que
interajamos com essas estruturas e suas trocas de dados.
1030
Podemos ler no Almeida (2002) que o XML permite pelo editor do arquivo fazer suas
prprias marcas, facilitando a disseminao da informao e tambm uma melhor qualidade
semntica, sendo essa uma importante caracterstica.
Para a utilizao (leitura e escrita) do XML optou-se pelo uso do DOM
(DocumentObjectModel). DOM um modelo baseado em rvores que armazena os dados do
documento em uma hierarquia de nodo, assim todos os dados ficam na memria,
consequentemente eles sero mais rapidamente acessados, assim foi descrito pela Deitel (2003).
2.3 Inkscape
Inkscape um aplicativo, onde possvel desenvolver graficamente imagens SVG (Scaleble
Vector Graphics), com recursos bastante avanados como marcadores, clones, etc. O inkscape
possibilita o desenvolvimento detalhado de imagens SVG, dessa forma fazendo com que o
programador faa as imagens personalizadas da forma que ele realmente deseja e com uma
qualidade excelente que satisfaz os usurios mais exigentes.
DESENVOLVIMENTO
1031
como a classe Protoboard que ir receber os componentes adicionados pela classe Mesa(que
representa a bancada do laboratrio) e tambm possui o desenho real de uma protoboard padro
do laboratrio de eletricidade e eletrnica do IFRN - cmpus Currais Novos, essa classe
primordial, por ser detalhada e projetada para ser realmente uma protoboard virtual.
A API Piccolo que uma extenso do Java2D, ou seja, possui os recursos de Java2D e
ainda outros mais. Trabalha de forma a deixar mais eficiente a adio e remoo de componentes,
pois pelo fato dela tratar cada imagem (tanto as SVG como as desenvolvidas por ele prprio) como
objetos, facilitando no desempenho do programa, j no necessitando a cada edio da
protoboard refazer todos os desenhos (isso aconteceria caso o programa estivesse sendo
desenvolvido utilizando apenas Java2D em vez de Piccolo), mas editar ela sem perda de tempo
atualizando os componentes sem necessitar atualizar o programa como um todo. Assim o
programa ganha em desempenho e qualidade.
No momento estamos trabalhando no desenvolvimento de uma ferramenta de barra de
rolagem para se tornar mais padronizado o programa em relao a tantos outros no mercado,
onde essa ferramenta padro para o deslize sobre a pgina, atualmente o deslize possvel
apenas pressionando o boto direito do mouse e arrastando. Ao mesmo tempo estamos
aperfeioando a ferramenta de deletar componentes, que atualmente s permite a excluso de
LEDs, CIs e resistores, e que pretendemos adicionar a possibilidade de excluso de fios. A excluso
realizada ativando o boto remover componente e assim basta apenas sair clicando com o
boto direito do mouse em cima do componente a ser deletado.
Podemos observar na Figura 7 como o programa est atualmente.
1032
Da mesma forma da janela de seleo para adicionar CIs (Figura 9) foram feita as demais
para adicionar LEDs e Resistores. A parte de visualizao de CI na janela foi desenvolvida usando a
tecnologia de Piccolo e Swing. Dessa forma tambm possvel ao usurio manipular a imagem
(arrastar ou amplificar).
1033
CONCLUSO
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALMEIDA, M. B. Uma Introduo ao XML, sua Utilizao na Internet e Alguns Conceitos
Complementares. Cincia da Informao, v. 31, n. 2, 2002.
Feofiloff P., KohayakawaY.,Wakabayashi Y. Uma introduo sucinta Teoria dos
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<http://www.cs.umd.edu/hcil/jazz/ >. Acessado em: 10 maio de 2013.
1034
RESUMO
A estatstica, na atualidade, tem contribudo de forma
bastante significativa para o processo de tomada de
deciso, uma vez que fundamental para anlise de
informaes de forma consistente e fidedigna. Logo, essa
ferramenta pode ser utilizada onde houver incerteza, e
imprescindvel para profissionais tanto da iniciativa
privada, quanto do governo e pesquisadores. Diante
disso, este artigo estuda, atravs de uma anlise
estatstica, as relaes existentes entre os diferentes
nveis educacionais e o crescimento econmico de alguns
municpios do Rio Grande do Norte. Para isso, considera
as relaes existentes entre as variveis nvel escolar,
dados econmicos e produto interno bruto, variveis
essas, coletadas dos cento e sessenta e sete municpios
KEYWORDS: Statistics, School levels, GPD, Socio economic development, Rio Grande do Norte.
1035
1 INTRODUO
Embora a estatstica tenha sido utilizada em tempos remotos, somente no sculo XIX ela
comeou a ganhar importncia, destacando-se e fortalecendo-se no decorrer de todo sculo XX,
quando passou a ser aplicada nas grandes organizaes. E hoje, as mais diversas reas, dependem
em grande parte de modelos estatsticos, em funo das informaes estatsticas serem concisas,
especficas, eficazes e fidedignas. E, quando essas informaes so analisadas com o apoio dos
instrumentos formais de anlise estatstica, fornecem subsdios imprescindveis para as tomadas
racionais de deciso. Neste sentido, a estatstica fornece ferramentas importantes para que as
empresas e instituies possam definir melhor suas metas, avaliar seu desempenho, identificar
seus pontos fracos e atuar na melhoria de seus problemas.
nessa direo que esse artigo se desenvolve, ao tentar descobrir a correlao existente
entre os diferentes nveis educacionais e o crescimento econmico dos municpios potiguares. E,
ao mesmo tempo, uma tentativa de colocarmos em prtica as aulas tericas da disciplina
Probabilidade e Estatstica, oferecida no curso de Anlise e Desenvolvimento de Sistemas do
Instituto Federal do Rio Grande do Norte. Portanto, este trabalho, leva em conta,
sobretudo,mtodos estatsticos para analisar de que forma as variveis nveis educacionais,
dados econmicos, produto interno bruto podem relacionar-se entre si, e que influncia elas
podem exercer umas nas outras. Para esse fim, sero utilizados dados referentes aos 167
municpios do estado do Rio Grande do Norte, apreendidos de uma pesquisa realizada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica(IBGE) no ano de 2010.
Alm desta introduo, o artigo ser organizado da seguinte forma: Metodologia, Alguns
Conceitos Bsicos, Situao escolar: Breve Reflexo, Anlise dos Resultados, Consideraes Finais
e Referncias.
2 METODOLOGIA
Os mtodos e as tcnicas utilizadas para atender problemtica do estudo seguiram as
seguintes caracterizaes de pesquisa: exploratrio-descritiva, na forma de estudo de caso e com
base em fontes bibliogrficas e documentais, com auxlio, ainda, do meio digital Internet.
Para Maia e Oliveira a pesquisa descritiva uma caracterizao do fenmeno estudado,
descrevendo-se suas caractersticas, suas variveis e as relaes entre elas. (2006).
Tambm entendemos que a pesquisa tem carter exploratrio, pois de acordo com os
ensinamentos de Gil (2002, p. 41) quando este diz que este tipo de trabalho tm como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torn-lo mais explcito ou a
constituir hipteses. Por tal motivo, o planejamento do estudo bastante flexvel, possibilitando
considerao dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado.
Quanto a coleta de dados baseou-se em um estudo de caso sobre os ndices taxa bruta
de frequncia escolar, renda per capita e ndice de desenvolvimento humano municipal
especficos, teve como base a pesquisa realizada pelo IBGE no ano de 2010, dados esses
1036
referentes aos cento e sessenta e sete municpios do estado do Rio Grande do Norte. Alm disso,
as informaes pertinentes tiveram como origem livros, pesquisas e documentos, alm de bases
informacionais retirados da Internet.
Como tcnica estatsticafoi analisada a influncia da educao sobre o crescimento
econmico dos municpios do Rio Grande do Norte e, consequentemente, fazer uma comparao
do desempenho de alguns municpios em relao a outros, sero utilizadas as Relaes Estatsticas
e Correlaes e o Diagrama de Disperso para atender a problemtica do estudo.
1037
populao. Portanto, o PIB tem um significado importante para a sociedade ele indica uma
conjuntura que pode ser propcia ou no ao bem estar da populao.
No entanto, o PIB no capta todas as riquezas geradas num pas, pois para fazer os clculos
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica s leva em conta as atividades legalizadas, ficando
de fora todas as atividades informais.
Vasconcelos (2000) apud Vieira (2008), Albert (2008) et al. Apresentam uma classificao
das fontes de crescimento para analisar as diferenas desenvolvimento econmico a partir dos
elementos que constituem a funo de produo agregada do pais. Desse modo, o crescimento da
produo e da renda decorre da variao da quantidade e da qualidade de dois insumos bsicos:
capital e mo-de-obra. As fontes de crescimento so o aumento na fora de trabalho, derivado do
crescimento demogrfico e da imigrao; o aumento do estoque de capital, ou da capacidade
produtiva; a melhoria da qualidade de mo-de-obra, por meio de programas de educao,
treinamento e especializao; a melhoria tecnolgica, que aumenta a eficincia na utilizao do
estoque de capital; e eficincia organizacional referente interao dos insumos. Segundo esta
classificao, a educao faz parte de um dos itens que auxiliam no crescimento econmico e
produo agregada de um pas, que a melhoria da qualidade de mo-de-obra.
1038
1039
5 ANLISE DE RESULTADOS
A anlise dos dados foi executada segundo observaes de dados educacionais,
populacionais, e econmicos. Os dados analisados correspondem aos cento e sessenta e sete
municpios. Os dados so nmero total de habitantes residentes, pessoas com ensino fundamental
completo, pessoas com ensino superior completo, e o produto interno bruto. Juntamente com
esses dados, foram gerados a porcentagem de pessoas com ensino mdio completo, a partir da
populao total e nmero indivduos com ensino mdio completo; e tambm foram geradas as
porcentagem de pessoas com ensino superior completo, a partir do nmero total de pessoas
residentes, e o nmero de indivduos com ensino superior completo.
Decorrente das observaes foi notada certa influncia positiva das porcentagens de
graduados do ensino mdio e superior sobre o produto interno bruto. A mdia da soma de ambos
os graduados do ensino mdio e superior de 15% entre as cidades potiguares, com o produto
interno bruto mdio de R$ 167.094.740,00. Tambm se foi notado que um nmero razovel de
cidades apresentava um produto interno bruto maior que a mdia geral quando tambm
apresentavam o nmero de graduados maior que a mdia geral.
Figura 1 Grfico Relao Percentual Ensino Mdio / PIB (Fonte: Elaborao Prpria)
1040
1041
Figura 3 Relao Percentual Soma Ensino Superior e Mdio / PIB (Fonte: Elaborao Prpria)
Tabela 3 Correlao Percentual Soma Ensino Superior e Mdio / PIB (Fonte: Elaborao Prpria)
Segundo a figura 3 em conjunto com a tabela 3, nota-se que a o produto interno bruto
moderadamente alterado pela mo-de-obra com educao mdia e/ou superior concludas. Esta
correlao no maior, pois o PIB tambm fortemente influenciado por fatores alm da
qualidade da mo de obra.
Ao analisar o conjunto de figuras 1, 2, e 3, nota-se que a sada de pessoas com a
preparao bsica para o mercado de trabalho influencia menos o produto interno bruto do que a
insero de pessoas mais qualificadas para um conjunto especfico de tarefas. Sabe-se tambm
que cada pessoa preparada com um curso superior produz mais valor, alm de apresentar maior
renda do que uma pessoa com entrando no mercado de trabalho a partir do ensino mdio. Como
existe um maior nmero de indivduos somente com nvel mdio do que com nvel superior, mas
mesmo assim a porcentagem com nvel superior apresenta maior influncia na variao do PIB,
conclui-se que a melhoria da qualidade da mo de tem maior influncia sobre o PIB do que o
aumento da fora de trabalho isoladamente.
1042
6 CONSIDERAES FINAIS
Neste momento, aps as breves articulaes e anlises aqui realizadas, no podemos
deixar de reconhecer que tivemos uma oportunidade impar com este trabalho acadmico da
disciplina Probabilidade e Estatstica, uma vez que abre as nossas reflexes para as diferentes
possibilidades de desenvolvimento geradas pela educao formal, e ainda, demonstra-nos a
importncia do emprego da estatstica, que se tornou imprescindvel para as diversas reas
profissionais, tanto em nvel da iniciativa privada como do governo e pesquisadores em geral.
Sem querer entrar no mrito de anlise de dados, j realizada no item anterior,
apresentamos de forma sucinta e comparativa, a situao do Ass, uma das cidades mais antiga
do interior do estado, e do municpio de Natal. Conforme se pde observar, a qualificao e
acmulo de conhecimento, em virtude do nmero de indivduos com formao superior completa,
proporcionam ao municpio de Natal o nvel do PIB mais elevado e, consequentemente, melhor
qualidade de vida, devido a maior capacitao dos indivduos desse municpio.
Portanto, em relao ao nosso posicionamento quanto a existncia ou no de correlao
entre crescimento econmico e educao formal, aps a anlise dos dados realizada no item
anterior, que o crescimento econmico pode ser explicado pelo aumento da educao, isto :
que educao e desenvolvimento esto intrinsecamente associados formao de profissionais
qualificados e, consequentemente, ao aumento do nvel do Produto Interno Bruto de uma dada
regio; mas cabe frisar que estas no so as nicas variveis que contribuem para explicar a
variao do Produto Interno Bruto.
Finalmente, importante ressaltar que ao longo deste trabalho, foi possvel vislumbrar a
importncia da educao formal como fonte de crescimento de uma dada regio, como tambm
compreender os outros aspectos inerentes ao desenvolvimento do capital humano. Mas essa
nossa iniciativa no suficiente para esclarecer o tema em toda a sua abrangncia. Da a
necessidade de estudos que venham completar e/ou aumentarem o escopo de conhecimento j
existente sobre o assunto ora apresentado.
Fica aqui, portanto, a nossa contribuio para o desenvolvimento de trabalhos futuros,
que, entre outros aspectos, possam utilizar mais variveis a fim de captar as principais correlaes
existentes entre elas; que possam apontar outras variveis capazes de explicar a variao do PIB,
uma vez que a relao crescimento econmico e educao no so as nicas variveis que
contribuem para a mudana do PIB.
7 AGRADECIMENTOS
Ao Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte IFRN pelo
apoio de recursos e ao Prof. Joo Maria Filgueira por todo apoio e pacincia.
1043
8 REFERNCIAS
BRASIL. EDUCAO no Brasil. Disponvel em: http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-nobrasil/numeros-do-brasil/dados-por-estado/rio-grande-do-norte/.
BRASIL. IBGE/Estatsticas PNAD. Disponvel em: www.ibge.gov.br
BRASIL. INEP, 2007 . Disponvel em: www.inep.gov.br
CORREA, Snia M. B. Barbosa. Probabilidade e estatstica. 2 ed. Belo Horizonte: PUC Minas
Virtual, 2003
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crescimento econmico: teoria e estimativas dinmicas em painel de dados. Revista de Economia
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heterogeneidade educacional? Rio de Janeiro: PUCRJ, Departamento de Economia, 2000.
GIL, Antnio Carlos.Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4 ed. So Paulo: Atlas, 2002
MAIA, Lerson F. dos Santos; OLIVEIRA. Marcus V. de Faria. Trabalhos acadmicos: princpios,
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VIEIRA, Luiz Renato. A Expanso do ensino superior no Brasil: abordagem preliminar das polticas
pblicas
e
perspectivas
para
o
ensino
de
graduao.
Disponvel
em:
www.educa.fcc.org.br/pdf/aval/v08n02a07.pdf.
1044
RESUMO
Os locais de trabalho de um profissional em qumica
apresentam uma srie de fatores de risco. Isto gera a
necessidade de utilizao de equipamentos de proteo
individual ou coletiva. Mapas de risco se apresentam
como importantes medidas preventivas de acidentes em
ambientes de risco. Nesta perspectiva, a utilizao de um
mapa de risco de fundamental importncia dentro de
um laboratrio de qumica, seja este de ensino, pesquisa
ou prticas de uma empresa privada. Deste modo, o
1045
1 INTRODUO
O mapa de risco um instrumento de preveno e orientao a cerca dos riscos existentes,
que deve ser elaborado para ambientes onde o profissional seja exposto a algum tipo de risco
ergonmico. Ele utilizado como forma de preveno de acidentes e orientao dos riscos
existentes, alm de facilitar a interpretao utilizando linguagem visual com o mnimo de
informao tcnica. O mapa de risco deve ser afixado em um local de fcil visualizao, contendo
informaes relativas aos riscos oriundos de diversos elementos do processo de trabalho, como
reagentes, equipamentos e procedimentos (NEVES et. al, 2006). Sua elaborao feita por um
profissional capacitado como, por exemplo, um tcnico em segurana do trabalho ou ainda um
profissional qualificado responsvel pelo local avaliado. Ele moldado, inicialmente, observando
os riscos que o profissional est sujeito durante o exerccio de suas atividades laborais, atividades
estas que podem afetar o bem estar fsico e psquico do individuo.
De acordo com a Norma Regulamentadora NR4 (SESMT - Servio Especializado em
Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho), laboratrios de qumica se encaixam no
perfil do disposto, pois so ambientes considerados insalubres e periculosos, nos quais os
profissionais esto em contato direto com reagentes qumicos e equipamentos (fontes de calor e
eletricidade), que podem representar riscos sade do mesmo.
Deste modo, este trabalho descreve o procedimento para elaborao de um mapa de risco
de um Laboratrio de Experimentao em Qumica, detectando os riscos existentes bem como
suas intensidades, a sistemtica adequada exigida pela CIPA (Comisso Interna de Preveno de
Acidentes), sancionada atravs da Norma Regulamentadora NR5.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Segundo Barbosa Filho (2010: p. 69) ergonomia cincia do conforto humano, a busca do
bem estar, a promoo da satisfao no trabalho, a maximizao da capacidade produtiva, a
segurana plena etc, neste case a unio entre sade, segurana e higiene, ou seja, uma
engrenagem que solidifica o meio em que est inserido proporcionando o bem estar fsico e
psquico. Assim, podemos concluir que todo e qualquer cidado tem direito de trabalhar conforme
a multidisciplinaridade de conhecimentos que tratam de uma srie de cuidados que envolvem o
homem e as particularidades inerentes a cada tarefa que realiza, observadas as caractersticas e
limitaes individuais. A Figura 1 apresenta a sistemtica dos princpios da ergonomia.
A preveno de riscos sade relaciona-se ao uso por parte dos profissionais de
equipamentos de proteo individual e coletiva nas reas insalubres e de periculosidade qumica
laboratorial, alm de ser uma questo ergonmica. Sabe-se que de fundamental relevncia para
o profissional de laboratrio qumico exercer, em suma, os critrios de higiene, de segurana e de
sade ocupacional, pois os fatores de contaminao so inmeros e simples atos de displicncia,
como por exemplo, a no utilizao de mapa de risco podem aumentar as chances de ocorrncia
1046
1047
Risco Fsico
Risco Qumico
Risco Biolgico
Risco Ergonmico
Risco Acidente
Rudos
Poeiras
Vrus
Vibraes
Fumos
Bactrias
Levantamento e
transporte manual de
peso
Arranjo fsico
inadequado
Mquinas e
equipamentos sem
proteo
Radiaes
ionizantes
Nvoas
Protozorios
Exigncia de postura
inadequada
Radiaes no
ionizantes
Frio
Neblinas
Fungos
Gases
Parasitas
Controle rgido de
produtividade
Imposio de ritmos
excessivos
Ferramentas
inadequadas ou
defeituosas
Iluminao
inadequada
Eletricidade
1048
Calor
Vapores
Bacilos
Presses
anormais
Substncias
compostas ou
produtos qumicos
em geral
Umidade
Trabalho em turnos
diurno e noturno
Jornadas de trabalho
prolongadas
Probabilidade de
incndio ou exploso
Armazenamento
inadequado
Monotonia e
repetitividade
Animais peonhentos
Na caracterizao dos riscos, ainda podem ser evidenciados a intensidade do grau de risco
por meio da utilizao de crculos com diferentes tamanhos, como pode ser observado na Figura
2.
Grande Risco Grave
Caso haja encontro de tipos de riscos diferenciados de igual gravidade e/ou distinta,
utilizamos apenas um circulo de acordo com o setor, como podemos visualizar alguns modelos
abaixo na Figura 3.
Figura 3: Crculos com identificao de vrios tipos de risco, nas mesma ou diferente intensidade.
3 METODOLOGIA
Utilizou-se como ambiente de estudo o Laboratrio de Qumica Geral da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte - Polo Nova Cruz. Atravs do trabalho sobre mapa de risco
ministrado na disciplina de Segurana e Sade do Tcnico em Qumica iniciou-se as pesquisas a
respeito do tema.
1049
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Com base na avaliao dos riscos encontrados no laboratrio de qumica geral da UFRN
Nova Cruz foi elaborado o mapa de risco observado na Figura 4.
1050
Foram observados todos os tipos de risco no laboratrio com destaque ao risco qumico,
que foi identificado em maior frequncia e habitualmente mais presente em quase todos os
setores. A ordem decrescente dos tipos de risco observada foi: Risco Qumico > Risco Ergonmico
> Risco de Acidente > Risco Fsico > Risco Biolgico.
Foram encontrados vinte e um (21) riscos ambientais consistindo em quatro (04) qumicos,
cinco (05) ergonmicos, quatro (04) fsicos, cinco (05) de acidentes e dois (02) biolgicos, no
entanto, apresentam diferentes intensidades no laboratrio. Assim, podemos observar esses
dados em forma de porcentagem na Figura 5.
Setor
Tipo de Risco
1051
cidos so compostos que em soluo aquosa se ionizam produzindo ction hidrognio (H+);
Sal so compostos inicos que possuem pelo menos, um ction diferente de H+ e um nion diferente de OH
Definies segundo Arrhenius. (FOGAA <http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/conceito-acido-base-sal-pelateoria-arrhenius.htm> Acesso em: 27/05/2013)
1052
A sala de reagente a que possui o maior grau no sentido de acidente e qumico, pois nela
armazenado substncias compostas e produtos qumicos em geral de forma inadequada, alm
da probabilidade de incndio ou exploso. H ainda o risco ergonmico causado pela exigncia de
postura inadequada no armrio onde se encontram vidrarias.
Conforme Santos (2010: p. 5): a atribulao do dia a dia costuma desviar nossa ateno
para as situaes urgentes, fazendo com que deixemos de lado a preocupao ou a preveno de
doenas, com a identificao dos riscos e com o ambiente de trabalho, amplamente considerado.
Portanto, vlido fomentar que o mapa de risco essencial na preveno de acidentes na esfera
de trabalho, pois sua utilizao torna-se necessria para ocasionar informaes quanto quele
setor, orientando as pessoas a como se portar.
5 CONCLUSO
Conclui-se que de considervel relevncia tratar da biossegurana coletiva e individual
em quaisquer ambientes, inclusive no trabalho. Por isso que existe a necessidade de elaborao
do mapa de risco, pois necessria uma ateno maior preveno. Assim, no laboratrio da
UFRN - Nova Cruz e em todos os outros lugares de trabalho necessrio o mximo de cuidados,
um desses o mapa de risco. Sua utilizao respaldada em estudos feitos por profissionais da
rea de segurana e/ou agentes especficos, cuja funcionalidade primordial para nos
adequarmos a determinados perigos, estes sendo simbolizados e especificados prximos
entrada principal de quaisquer ambientes que necessitem de tal respaldo. Contudo, este artigo
prope o estudo simplificado e correlacionado com demais ambientes de trabalho, englobando o
setor qumico laboratorial como rea de pesquisa. Logo, de grande valia usufruir do mapa de
risco e, principalmente, equilibrar seu objetivo com as demais Normas Regulamentadoras.
6 REFERNCIA BIBLIOGRFICA
BARBOSA FILHO, A. N. Segurana do trabalho e gesto ambiental, 3. ed. Ed. Atlas, 2010.
FOGAA, J. R. F. Conceito de cido, base e sal pela teoria de Arrhenius. Disponvel em:
<http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/conceito-acido-base-sal-pela-teoriaarrhenius.htm>. Acesso em: 27 de maio de 2013.
NEVES, W. B. Mapa de risco em laboratrio de clnico: avaliao de riscos ambientais em
laboratrio
de
biologia
molecular.
Disponvel
em:
<http://www.biotecnologia.com.br/revista/bio36/lab_36.pdf>. Acesso em: 29 de maio de 2013.
POSTMA, J. M.; ROBERTS JR, J. L.; HOLLENBERG, J. L. Qumica no laboratrio. 5 Ed. Editora
Manole, 2009.
SANTOS, M. S. T.; SENNE, S. H. L.; AGUIAR, S. R. L.; MARTINS, Y. A. Segurana e sade no trabalho
em p&r/ [et al.]: - e. ed. So Paulo: IOB, 2010.
1053
RESUMO
Apresenta o projeto EnergyDownNow que consiste no
desenvolvimento de um jogo ldico e interativo para o
ensino da Fsica, mais precisamente tpicos de
Eletricidade. A interao entre os usurios e o jogo se
dar atravs de cenrios em que o objetivo do jogador
ser o de reduzir o consumo eltrico de uma residncia
sem afetar o conforto dos moradores. O interesse dos
alunos pelo estudo da Fsica sempre foi um grande
desafio para as escolas, por isso para muitos alunos
preciso criar situaes em que a relao com as matrias
1054
1 INTRODUO
Segundo Fiolhais e Trindade (2003), as recentes tecnologias computacionais abriram novas
perspectivas para o ensino e aprendizagem das Cincias em geral, permitindo a diversificao das
estratgias de ensino. A enorme quantidade de softwares disponveis para o ensino da Fsica, fato
facilmente verificado por uma consulta a stios de busca da Internet, refora a concepo de que o
computador apresenta potencial como ferramenta de apoio ao ensino, mesmo que no haja um
consenso em relao forma exata de como utilizar tais ferramentas (FIOLHAIS E TRINDADE,
2003).
Dentre as diversas ferramentas que auxiliam os estudantes no processo de aprendizagem,
tem-se o computador como um grande aliado. O computador, representando as diversas
ferramentas da informtica e os softwares educativos usados nas escolas, torna-se cada vez mais
um amplificador de potencialidades na capacitao e aperfeioamento de alunos, professores e
das prprias instituies de ensino. De acordo com Silva (2007), softwares educativos se
destacaram no campo educacional por possibilitarem a criao de ambientes de ensinoaprendizagem ldicos atravs de jogos, agregando elementos tais como entusiasmo, concentrao
e motivao.
Com isso, este projeto de pesquisa visa auxiliar docentes e alunos da rea de Fsica e
tecnologia como forma de estmulo e dando propulso a aprendizagem, fazendo assim
desenvolver o interesse dos discentes na matria. Este objetivo ser alcanado com o
desenvolvimento de um jogo computacional de carter ldico e interativo que orienta os usurios
na tomada de aes que iro acarretar na diminuio do consumo eltrico sem afetar o conforto
dos residentes da casa. Na execuo do jogo o usurio poder se utilizar de artimanhas como
diminuio do tempo de uso de um eletrodomstico ou a realizao da troca de alguns aparelhos.
Entre os objetivos especficos, encontram-se facilitar a identificao, por parte dos usurios
do jogo, das grandezas fsicas e caractersticas presentes nos aparelhos domsticos e que possuem
impacto direto no consumo eltrico de uma residncia, aplicao dos conhecimentos adquiridos
pelos bolsistas nas disciplinas do curso de Tecnologia em Anlise e Desenvolvimento de Sistemas,
publicao de artigos no IX CONGIC, proporcionar aos bolsistas a vivncia com um processo de
desenvolvimento de software e pesquisa cientfica, criao e estabelecimento de um stio do
projeto acessvel pela Internet, alm de estimular o uso do jogo no ensino da Fsica no IFRN.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Os jogos eletrnicos tm fascinado pessoas de todas as faixas etrias, em todo mundo. No
de se admirar que o seu uso em sala de aula esteja cada vez mais presente, j que durante o
jogo o aluno se mantm bastante concentrado e com o nvel de ateno elevado, o que o leva a
um desenvolvimento maior de suas habilidades visomotoras, j que para controlar o game ele
precisa fazer uso de botes, controles remotos ou mesmo o teclado e o mouse do computador.
Partindo dessas observaes procuramos desenvolver um software que associa o
encantamento favorecido pelo jogo eletrnico ao processo de aprendizagem de grandezas fsicas
utilizadas no cotidiano de uma residncia.
1055
Contribuindo com esta reflexo, Silva (2007) afirma que a falta de experimentao, o
ensino livresco das Cincias e a ausncia do estabelecimento de relao com o cotidiano so
alguns entre os fatores responsveis por dificultar a aprendizagem dos alunos brasileiros em
disciplinas de Cincias. A falta de identificao com os contedos apresentados implica
diretamente na baixa motivao em Cincias apresentada de forma geral pelos estudantes. Para
contornar este aspecto, Silva (2007) prope a adoo do ldico como estratgia de motivao.
Igualmente Mattar (2010, p. xiii) afirma que o aprendizado necessita de motivao para um
envolvimento intenso, o que atingido pelos games.
A adoo do ldico no processo de ensino-aprendizagem efetiva um processo educativo
centrado nas aes do sujeito e nas perturbaes produzidas pela anlise de situaes prticas
com o intuito de se obter as condies que permitam compreender as bases conceituais
interessantes. As atividades experimentais realizadas em prticas de laboratrios compartilham
esse intuito de estimular a descoberta das relaes de causa e efeito e instigar posturas
questionadoras, s que em um contexto formal. Na relao ensino-aprendizagem das cincias, o
ldico assume um papel que transcende a funo de proporcionar apenas prazer aos estudantes
envolvidos com as atividades experimentais. Neste contexto, o ldico tambm estimula a
motivao, a qual adquire papel fundamental na apreenso dos conceitos cientficos envolvidos
(SILVA, 2007).
Segundo Aliprandini (2009), o ensino da Fsica no deve se reduzir apenas s repeties
conceituais e anlises matemticas. Deve-se estimular o desenvolvimento de outras habilidades
importantes para compreenso dos contedos como a observao, a descrio, a leitura, a
interpretao e a concluso. O objetivo deve ser capacitar os estudantes de forma que estes
utilizem os conhecimentos cientficos adquiridos na tomada de decises.
Lawson e McDermott (1987 apud Aliprandini, 2009), afirmam que devem ser encorajadas
tcnicas de instruo atraentes e que coloquem a nfase na compreenso qualitativa de conceitos
fsicos complexos e difceis de visualizar.
Apesar dos benefcios proporcionados pela simulao em software, Figueira (2005) alerta
para que seja realizada a distino, junto aos alunos, entre simulaes e experimentos fsicos:
As cincias so construes humanas com base em observaes e conjecturas. Assim, o
experimento fsico crucial em todo o desenvolvimento terico (da cincia). A
modelagem ou simulao so modelos tericos da realidade, com base nas observaes
do mundo real. Assim entende-se que simulaes no podem substituir a atividade
1056
1057
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
1058
Ao final de cada dia de trabalho, tudo que era produzido era enviado para o mesmo e todos
participantes do projeto poderiam ter acesso on line ao cdigo do jogo na sua verso atualizada.
4 REQUISITOS IDEALIZADOS
Com o objetivo principal de desenvolver um jogo ldico capaz de auxiliar a compreenso
das grandezas fsica envolvidas no consumo de energia eltrica, a equipe definiu o formato e os
requisitos do que deveria ser produzido.
Como o pblico-alvo do jogo ser formado basicamente por estudantes de ensino mdio e
por professores de Fsica, seja em sala de aula ou em atividades extra-classe, o jogo deve estar
facilmente disponvel, seja atravs de acesso remoto ou local. Adicionalmente, um processo de
instalao descomplicado facilita a adoo e uso do software. Diante disto, optou-se pelo
desenvolvimento em formato Java Applet, atendendo ambas as formas de acesso idealizadas e os
requisitos de instalao.
Em relao ao formato, foi decidido que o jogo oferecer diversos cenrios de interao, os
quais podem ser vistos como nveis de dificuldades ofertados aos jogadores (e.g, fcil, mdio e
difcil). Cada cenrio representa uma residncia com um conjunto de aparelhos eletroeletrnicos,
e uma meta de consumo a ser atingida. O andamento do jogo baseado em turnos, sendo que
cada turno representa o perodo de um ms. A cada turno o programa calcula o consumo
energtico do cenrio (residncia) e verifica se a meta foi atingida ou no. Para influenciar o
consumo mensal, os jogadores podero executar duas aes: alterar o tempo de funcionamento
de um aparelho, ou realizar a sua troca.
Para tornar o jogo mais interessante, indo alm de uma calculadora de consumo eltrico,
decidiu-se que cada cenrio tambm possuir um conjunto de personagens, cada qual com suas
restries de conforto. Assim, ao alterar o tempo de uso de um aparelho o jogador poder estar
interferindo na sensao de conforto de um ou mais personagens. Assim, para que o jogador
obtenha sucesso ele deve atingir no apenas a meta de consumo energtico, mas tambm deve
atender as restries de conforto de todos os personagens integrantes do cenrio. Acredita-se que
esta uma caracterstica que tornar a interao com o jogo bem mais interessante. Basta
imaginar que para atingir uma meta de consumo, em determinados cenrios, bastaria deixar de
utilizar a geladeira, um dos eletrodomsticos com maior impacto no consumo energtico
residencial. Em uma situao real, esta seria uma deciso com impacto extremamente negativo no
conforto de todos os moradores da residncia.
A outra ao disponvel aos jogadores permitir a substituio por aparelhos
energeticamente mais eficientes (e.g., lmpadas fluorescentes frente a lmpadas incandescentes).
Entretanto, esta ao ser limitada por uma quantidade em dinheiro disponvel no cenrio. Assim,
como as trocas no sero ilimitadas, os jogadores tero que descobrir quais trocas de aparelhos se
mostraro mais adequadas.
5 RESULTADOS
O software abordado neste trabalho teve a lgica de jogo (classes de domnio)
completamente implementada de acordo com as ideias apresentadas na seo anterior. Esta
camada, composta por sete classes, foi desenvolvida de maneira independente da interface com o
usurio (IU), sendo que sua execuo foi verificada atravs de testes unitrios. Tambm foi
1059
implementada uma verso em modo texto de um pequeno cenrio para fins de validao e
compreenso das funcionalidades da aplicao final.
1060
1061
FIOLHAIS, Carlos e TRINDADE, Jorge. Fsica no Computador: o Computador como uma Ferramenta
no Ensino e na Aprendizagem das Cincias Fsicas. Revista Brasileira e Ensino de Fsica, vol. 25, n
3, p. 259-272, Set., 2003.
MATTAR, Joo. Games em educao: como os nativos digitais aprendem. So Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2010. 181 p.
MORATORI, Patrick Barbosa. Por que utilizar jogos educativos no processo de ensino
aprendizagem?.2003. 28 f. Trabalho de concluso da disciplina Introduo Informtica na
Educao no mestrado de Informtica aplicada Educao(Mestrado de Informtica Aplicada a
Educao) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2003.
SILVA, Alcina M. T. Braz da; METTRAU, Marsyl B. ; BARRETO, Mrcia S. L. O ldico no processo de
ensino-aprendizagem das cincias. Revista Brasileira de Estudos Pedaggicos, vol. 88, n 220, p.
445-458, 2007.
1062
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo a identificao de
classes de compostos orgnicos encontrados em
extratos da planta Aspidosperma pryrifolium,
conhecida popularmente como pereiro. Essa planta
nativa do Nordeste, mas pode ser encontrada nas
demais regies como no norte de Minas gerais, sendo
sua maior concentrao no Cear, Rio Grande do
Norte e Bahia sendo adaptveis as regies secas do
nordeste.
1063
INTRODUO
REVISO BIBLIOGRFICA
1064
Os flavonides apresentam um amplo grupo de compostos antioxidantes e antiinflamatrios. No grupo flavanonas sua estrutura composta por hidroxila como mostra a Figura 2
pertencente ao grupo dos flavonides, onde pode ser encontrado nos sucos de frutas ctricas,
como no caso da laranja ou tangerina por apresentarem um sabor amargo ou adstringente.
Atualmente as frutas ctricas tem despertado o interesse cientfico por possurem alguns
compostos capazes de reduzir o risco de se desenvolver alguns tipos de cncer e melhorar o perfil
lipdico plasmtico. ASSIS [et al] (2010 p. 1).
1065
METODOLOGIA
O material vegetal (pereiro) foi coletado pelo turno matutino na regio do Alto Oeste
Potiguar, no stio Torres, municpio de Pau dos Ferros-RN, onde foram coletadas a raiz, folha e
semente. Dando incio ao preparo dos extratos foi realizado a secagem dos vegetais onde se
deixou em repouso ao ar livre por 5 dias eliminando toda a umidade presente na planta. Aps a
secagem, as partes da planta foram trituradas e submetidas ao processo de extrao frio. Para
produo dos extratos orgnicos foram utilizados os solventes etanol e hexano, para cada parte da
planta coletada. Esse processo levou 7 dias, e em seguida foi realizada a evaporao sobre presso
reduzida, onde foram obtidos os extratos brutos de cada parte da planta. Os extratos foram
respectivamente pesados e com isso foram obtidos os seus respectivos percentuais que esto
expressos na tabela 1 de acordo com cada parte do vegetal.
1066
Constituintes
Cor em meio
cido
Alcalino
Leucoantocianidinas
Vermelha
Catequinas
Pardo-amarelada
Flavanonas
Vermelha laranja
J para alcalides o procedimento foi da seguinte forma: 10 ml dos extratos foram diludos
e acidificados com pH 4 e em seguida alcalinizados com pH 11. Aps esse processo foi adicionado
acetato de etila para a extrao orgnica, com isso foi obtido s fraes orgnicas e aquosas. A
fase orgnica foi retirada da fase aquosa e colocada em outro tubo de ensaio, a parte aquosa foi
acidificada com HCL e em seguida se deu a adio do reagente Wagner. Aps alguns minutos a
formao de precipitado indica a presena de alcalides.
Nos testes de saponinas os extratos utilizados foram os etanlicos, o procedimento seguiu
conforme descrio adiante. Aos extratos foram adicionados metanol e gua destilada com
agitao contnua, levando formao de duas fases, uma solvel e outra insolvel. Retirada toda
a parte solvel usou-se apenas a parte no solvel, que mais uma vez foi adicionada gua para
retirar qualquer substncia aquosa, aps esse procedimento deve ser agitada a soluo para a
formao de espuma, que caso aparea, tal formao indica a presena de saponinas.
O teste para triterpenides foi obtido do experimento anterior, no qual a soluo solvel
foi filtrada e seca com sulfato de sdio anidro e em seguida adicionado anidrido actico com
agitao suave e adicionado lentamente 3 gotas de cido sulfrico onde a formao da colorao
vermelha indica a presena de triterpenides.
1067
RESULTADOS E DISCUSSES
Extrato vegetal
Extrato aquoso da semente do
pereiro (E.A.S.P)
Extrato etanlico da semente
do Pereiro (E.E.S.P.)
Extrato etanlico da raiz do
Pereiro (E.E.R.P.)
Extrato hexnico da da raiz do
Pereiro (E.H.R.P.)
Extrato etanlico da folha do
Pereiro (E.E.F.P.)
Extrato hexnico da folha do
Pereiro (E.H.F.P.)
Resultado da acidificao
Resultado da alcalinizao
1068
Extrato vegetal
Soluo Aquosa
Soluo Orgnica
Precipitou
No precipitou
Precipitou
No precipitou
No precipitou
No precipitou
No precipitou
Precipitou
No precipitou
No precipitou
Extratos do Vegetal
Extrato etanlico da folha do pereiro
(E.E.F.P)
Extrato etanlico da semente do pereiro
(E.E.S.P)
Extrato etanlico da raiz do pereiro
(E.E.R.P)
Resultados
-
Pelos dados apresentados na tabela 05, no houve formao de espuma nos testes,
significando que no h ocorrncia saponinas nos extratos etanlico da raiz, folha e semente.
1069
Extratos do Vegetal
Extrato etanlico da folha do pereiro
(E.E.F.P)
Extrato etanlico da semente do pereiro
(E.E.S.P)
Extrato etanlico da raiz do pereiro
(E.E.R.P)
Resultados
-
De acordo com dos resultados apresentados na tabela 06, os triterpenides, assim como
as saponinas, no so incidentes nos extratos testados, pois apresentaram resultados negativos
para tal classe de compostos.
CONCLUSES
REFERNCIAS
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AGRADECIMENTOS
1071
RESUMO
Estudos voltados para a Educao de Jovens e Adultos
(EJA) mostram a necessidade na educao de estimular
os alunos, para que o professor compreenda as
percepes dos alunos, bem como, os alunos possam
formar uma prpria interpretao das informaes,
cooperando para a formao de sua identidade. Assim os
contedos de qumica devem ser repensados para os
cursos de educao de jovens e adultos, valorizando a
integrao curricular. Privilegiar as questes cotidianas,
prticas pedaggicas diferenciadas e introduzir aulas
prticas so muito importantes para melhorar a
qualidade do ensino de qumica aos alunos. O objetivo
1072
1 INTRODUO
A Qumica faz parte da grade curricular da modalidade EJA, sendo de grande importncia
na formao do carter scio educacional do educando, mas de acordo com Budel e Guimares
(2009) um desafio ensinar Qumica para os alunos do Ensino Mdio na modalidade EJA. Na
maioria das vezes os alunos possuem grande dificuldade e devido a isto, eles possuem frustraes
e no se acham capazes de aprender qumica, muitas vezes por no entenderem a importncia da
disciplina no dia a dia.
Os alunos ficam receosos antes de iniciarem a disciplina, pois a acham complicada e em
geral, os alunos tm pouco tempo de estudo e muitas responsabilidades financeiras e familiares,
sendo a grande maioria trabalhadora e responsvel pelo sustento de sua famlia. Sua rotina
cansativa e a falta de motivao desses estudantes tambm est relacionada com o grande
sentimento de culpa, vergonha por no ter concludo seus estudos na poca oportuna. Todos
esses fatores acabam tornando o ensino nesta modalidade muito fragilizado e com grandes
lacunas (NASCIMENTO, 2012).
Muitos professores de Qumica relatam que uma das maiores dificuldades enfrentadas por
eles frente a esta modalidade a falta de uma boa preparao e formao adequada, pois sem
esta devida formao muitas vezes, dependendo do professor, o objetivo pretendido pela
disciplina no alcanado resultando dessa forma num ensino incompleto e com grandes lacunas .
Outro ponto tambm bastante relatado a falta de um material didtico adequado ao nvel e as
necessidades do aluno da modalidade EJA.
O professor deve mostrar a importncia da qumica para a sociedade, mostrando dados
informativos e situaes cotidianas que contribuam para o aprendizado do aluno. De acordo com
Dias e Silva (1996 apud Mortimer, 2006) os questionamentos e as reflexes na aula de qumica
permitem o movimento da elaborao de conceitos, assim os alunos entendem os contedos. A
forma como os conceitos so trabalhados na sala de aula poder abrir caminho para a melhor
compreenso dos conceitos espontneos que cada aluno traz de suas vivncias anteriores. O
professor precisa ensinar a compreenso dos diferentes significados que os conceitos da disciplina
apresentam durante as aulas os alunos devem buscar ampliar as ideias e conceitos. De acordo
com Silva (2007) a contextualizao no ensino e qumica precisa ser defendida pelos educadores,
pesquisadores e grupos ligados educao como um meio de possibilitar ao aluno uma
educao para a cidadania concomitante aprendizagem significativa de contedos.
De acordo com Nascimento (2012) dentro da modalidade de ensino da EJA, o professor
deve trabalhar de uma forma que possa mostrar ao aluno que a qumica assim como as demais
disciplinas uma ferramenta construtora do conhecimento e no uma disciplina cheia de regras e
teorias decorativas que reprova. Assim necessrio que seja aproveitado durante as aulas o
mximo a experincia de vida do aluno, estimulando ideias novas, deixando que o aluno busque
em seu cotidiano soluo para as situaes-problema, e que se sintam como parte importante e
ativa do processo de ensino-aprendizagem.
1073
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A Educao de Jovens e Adultos (EJA) uma modalidade de ensino reconhecida na LDB
9.394/96, que no seu art.37 destaca: A educao de jovens e adultos ser destinada queles que
no tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e mdio na idade prpria
(BRASIL, 1996, p.15).
Especialmente no contexto da Educao de Jovens e Adultos, no basta apenas informar os
alunos, mas capacit-los para aquisio de novas competncias, preparando-os para lidar com
diferentes linguagens e tecnologias e para responder aos desafios de novas dinmicas e processos
(PICONEZ, 2002, p. 108).
Na prtica diria se observa que o aluno da EJA quer ver a aplicao imediata do que est
aprendendo como relata Ortiz (2002, p.80):
O aluno da EJA quer ver a aplicao imediata do que est aprendendo. Ao mesmo tempo,
precisa ser estimulado a desenvolver uma autoestima positiva, pois a ignorncia traz
angstia e complexo de inferioridade [...]. Muitas vezes tem vergonha de falar de si, de
sua moradia, de sua experincia frustrada da infncia em relao escola.
Segundo Peluso (2003, p. 43) a vontade de aprender do adulto grande, e, por isso
mesmo, deve-se cuidar para que este aluno permanea na instituio escolar.
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Rede Pblica de Educao Bsica do Estado do
Paran (PARAN, 2006) o objetivo do ensino da Qumica formar um aluno que se aproprie dos
conhecimentos qumicos e seja capaz de refletir criticamente sobre o perodo histrico atual.
Segundo Santos e Schnetzler (2003) pode-se considerar que o objetivo central do ensino de
Qumica para formar o cidado preparar o indivduo para que ele compreenda e faa uso das
informaes qumicas bsicas necessrias para sua participao efetiva na sociedade tecnolgica
em que vive. O ensino de Qumica precisa ser centrado na inter-relao de dois componentes
bsicos: a informao qumica e o contexto social, pois, para o cidado participar da sociedade, ele
precisa no s compreender a qumica, mas a sociedade em que est inserido.
A importncia da contextualizao dos temas qumicos sociais evidenciada, pelo interesse
despertado nos alunos quando se trata de assuntos vinculados diretamente ao seu cotidiano.
Enquanto que, de acordo com Lima e Silva (1997, p.6) o trabalho descontextualizado tem
se mostrado com frequncia, improdutivo para promover a formao de um cidado.
1074
Neste contexto Santos e Schnetzler (1996) apontam que a funo do ensino de qumica
deve ser a de desenvolver a capacidade de tomada de deciso, o que implica a necessidade de
vinculao do contedo trabalhado com o contexto social em que o aluno est inserido.
Para o desenvolvimento de novas prticas de ensino aplicveis para a modalidade EJA o
educador necessita conhecer um pouco da realidade dos alunos, estudarem os contedos
propostos, pensar nas especificidades dos educandos em relao sua faixa etria e propor
contedos que estimulem e sejam motivadores.
O professor desta modalidade, precisa ter sua ao pedaggica marcada pelas
especificidades deste ensino, cujo pblico constitudo de grupo homogneo do ponto de vista
socioeconmico, mas bastante heterogneo quanto ao aspecto sociocultural. No que tange ao
ensino de Qumica, os conhecimentos devem ser construdos e reconstrudos considerando seu
carter dinmico, multidimensional e histrico (GOES et al, 2010).
Para Nascimento (2012) possvel que utilizando uma metodologia que valorize o
conhecimento do aluno, este compreenda a importncia do aprender, onde sua formao pode
estabelecer uma ligao com contedo ministrado na escola e o cotidiano, sendo o professor o
instrumento que favorece as estratgias de ensino, ligando a contextualizao e a
interdisciplinaridade indo alm do papel de mediador em sala de aula, levando o aluno a criar
estratgias, ao lembrar e repassar o conhecimento adquirido.
O desenvolvimento de novas prticas de ensino aplicveis para a modalidade EJA o
educador necessita conhecer um pouco da realidade dos alunos, estudarem os contedos
propostos, pensar nas especificidades dos educandos em relao sua faixa etria e propor
contedos que estimulem e sejam motivadores. Essa estratgia busca romper com aquela usual
fragmentao dos contedos da Qumica, contribuindo para que o aluno construa seus
conhecimentos em Qumica e perceba que a mesma faz parte do seu dia a dia estando ligada a
outras reas do conhecimento (PARAN, 2006).
Estudos voltados para a modalidade EJA mostram a necessidade na educao de estimular
os alunos, para que o professor compreenda as percepes dos alunos, bem como, os alunos
possam formar uma prpria interpretao das informaes, cooperando para a formao de sua
identidade. Assim os contedos de qumica devem ser repensados para os cursos de educao de
jovens e adultos, valorizando a integrao curricular. Privilegiar as questes cotidianas, prticas
pedaggicas diferenciadas e introduzir aulas prticas so muito importantes para melhorar a
qualidade do ensino de qumica aos alunos (NASCIMENTO, 2012).
3 METODOLOGIA
Este trabalho faz parte do Projeto Integrador do curso de Licenciatura Plena em Qumica
do IFRN Cmpus Apodi. O processo de realizao do mesmo foi dividido em etapas, em que as
iniciais j foram concludas e outras ainda esto por concluir como mostra a sequncia da Figura 1
abaixo:
1075
A primeira etapa foi e ainda est sendo realizada, visto que uma pesquisa bibliogrfica se
d do incio ao fim do trabalho. No momento foi realizada uma reviso bibliogrfica de vrios
artigos a respeito desta modalidade e tambm livros de qumica geral da 1 srie do Ensino Mdio
citados logo a baixo, visando com isto ter um embasamento para se fundamentar na elaborao
do material didtico aqui proposto. Outra etapa que est em desenvolvimento a produo do
material, em que est se tomando como base para a sua construo os materiais j existentes na
literatura. A terceira etapa dividida em dois momentos um de apresentao das primeiras ideias
do trabalho desenvolvidas at o momento, resultando numa aplicao de um questionrio e outro
momento que a apresentao final do trabalho j concludo, apenas o primeiro momento j foi
realizado, pretende-se no segundo momento desta etapa apresent-lo para os principais
profissionais da rea envolvidos com esta modalidade. A quarta e ltima etapa a publicao, j
feito o primeiro contato com a IFRN Editora, a proposta foi bem vista aguardando apenas o
trmino para a suas devidas avaliaes para publicao.
Os livros didticos utilizados como consulta bsica para elaborao do material didtico
so:
1. BONI, Luis Alcides Brandini De; GOLDANI, Eduardo. Introduo Clssica Qumica Geral.
Porto Alegre, Ed. Tch Qumica Cons. Educ. LTDA, 2007.
2. FELTRE, Ricardo. Qumica Geral. 6 ed. So Paulo: Moderna, 2004. v. 1.
3. PERUZZO, T. M.; CANTO, E. L. do. Qumica na abordagem do cotidiano. 4 ed. So Paulo:
Moderna, 2006.v.1.
4. REIS, Martha. Qumica. So Paulo: FTD, 2004.
5. SARDELLA, Antonio. Qumica. So Paulo: tica, 1998.v.1.
6. USBERCO, Joo. Qumica. 5 ed. So Paulo: Saraiva, 2002. Volume nico.
Os materiais utilizados at o momento foram: computador conectado a internet, livros,
Portal Peridicos CAPES como uma das fontes de pesquisa, impressora, folhas A4, mquina
fotogrfica e projetor de multimdia.
1076
4 RESULTADOS E DISCUSSES
O Presente trabalho foi apresentado como um dos resultados finais do Projeto Integrador
da turma 6.8413.1V do curso de Licenciatura em Qumica do Instituto Federal de Educao,
Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte, cmpus Apodi.
Como j dito anteriormente, o presente trabalho encontra-se em fase de construo,
estaro explanados aqui alguns resultados obtidos das atividades j realizadas, entre elas: as
primeiras produes do material, uma apresentao para uma turma (7.8420.1V) de stimo
perodo do curso de Zootecnia na modalidade EJA do IFRN Cmpus Apodi exposio das ideias
iniciais do trabalho desenvolvido e uma aplicao de um questionrio.
a)
b)
1077
c)
d)
e)
Figura 3: c) Modelo de pgina com a sesso Qumica Online; d) Modelo de pgina com a sesso De Olho na Qumica
e e) Pginas com exerccios
1078
( ) No
2- A maneira como o livro est sendo desenvolvido faz com que o assunto seja absorvido
com mais clareza?
( ) Sim
( ) No
( ) No
( ) No
5- Os links com sugestes de vdeos, jogos online e artigos despertam curiosidade para
aprender o contedo de forma simples?
( ) Sim
( ) No
( ) No
1079
5 CONCLUSO
Atravs do estudo realizado, verificou-se que a modalidade Educao de Jovens e Adultos
(EJA), esta pautada, na importncia de se considerar o perfil distinto de seus educandos. Em geral
os alunos desta modalidade de ensino so trabalhadores, pais de famlia, tendo uma rotina
cansativa, sendo assim, possuem pouco tempo para os estudos. Diante deste fato, muitos
educadores dizem que um desafio lecionar a disciplina de qumica junto a este pblico, dessa
maneira ele devem repensar sua prtica pedaggica, buscando facilitar o processo de
ensino/aprendizagem, levando os alunos a aprimorarem sua conscincia crtica, tornando seus
alunos letrados. Sendo assim, h a necessidade do educador elaborar aulas diferenciadas de
qumica, ter uma formao mais adequada para esta modalidade, utilizar materiais didticos que
os auxiliem no processo, tudo isso para que os alunos percam a impresso que a disciplina de
qumica faz parte de um processo condicionante e rduo, levando-os a terem a qumica como uma
disciplina proveitosa e eficaz, a qual possui aplicabilidade em suas vidas.
Acredita-se que este tipo de projeto, aqui apresentado, colaborou para que o aluno da
modalidade EJA aprenda a vislumbrar o mundo com os olhos da Qumica e a perceber que esses
conhecimentos contribuem para a melhoria de sua qualidade de vida, como tambm ser de
grande valia no auxlio do professor.
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1081
RESUMO
O Presente artigo teve como objetivo analisar como
feito o descarte do leo de cozinha depois de seu uso nas
residncias. Sabido que o leo de cozinha usado
quando jogado diretamente no ralo da pia ou no lixo
pode poluir crregos, riachos, rios e o solo, alm de
danificar o encanamento das residncias. de
fundamental importncia que a sociedade tenha
conscincia no apenas dos danos causados pelo leo
1082
1 INTRODUO
No nosso planeta a poluio ambiental vem se agravando cada vez mais e tem se tornado
uma das situaes mais delicada da atualidade, como soluo podemos contemplar a reciclagem
visando um mundo mais sustentvel, onde o lixo transformado em produtos de alguma utilidade
pela sociedade. O leo residual que geralmente descartado atravs do ralo da pia gera
problemas, quando retido no encanamento causa entupimento das tubulaes e nas redes de
esgotos, havendo a necessidade do uso de alguns produtos qumicos para solucionar o problema,
no entanto, acaba tendo uma maior contribuio para a poluio ambiental. Segundo Calhau
(2012, p. 1) enfatiza: a tendncia um aumento acentuado nesta situao com a falta de
medidas para conter a escalada da poluio ambiental nas atividades industriais e domsticas.
necessrio conscientizar o ser humano sobre os efeitos que o leo trs ao ser descartado
de forma inadequada, poluindo as guas e ocasionando problemas nos esgotos com o
entupimento e mau cheiro. Assim, como Lopes & Baldin (p. 1, 2009) enfatizam: Por ser menos
denso que a gua, o leo de cozinha forma uma pelcula sobre a mesma, o que provoca a reteno
de slidos, entupimentos e problemas de drenagem quando colocados nas redes coletoras de
esgoto.
imprescindvel para preservao do meio ambiente a conscientizao, para que o homem
aprenda a lidar com substncias qumicas no dia a dia, sendo assim, a formao escolar pode-lhe
muito contribuir para sensibilizar o cidado aos problemas relacionados aos cuidados com o meio
ambiente. Na escola o aluno poder aprender a ter uma relao com o ensino de qumica no seu
cotidiano, buscando uma vida mais sustentvel. Assim, como Silva et al. (2010) enfatiza: Mas,
para que essa conscientizao seja despertada necessrio que se promova uma educao mais
contextualizada voltada para a realidade do aluno bem como trabalhar as temticas sobre
educao ambiental.
A simples atitude de no jogar o leo de cozinha usado diretamente no lixo ou no ralo da
pia pode contribuir para diminuir o aquecimento global e proteger as guas dos rios [],
pois o leo de cozinha que muitas vezes vai para o ralo da pia acaba chegando aos
oceanos pelas redes de esgotos (LOPES & BALDIN, p. 1, 2009).
Tendo como referncia esses aspectos, este artigo tem como objetivo analisar a forma de
descarte do leo utilizada pelos alunos do 2 e 3 ano do Ensino Mdio EJA Noturno, em uma
determinada escola estadual no municpio de Acari-RN. Atravs de uma pesquisa bibliogrfica e a
aplicao de um questionrio, no qual analisamos a questo do descarte inadequado do leo, para
demonstrar nessa anlise do descarte do leo a viabilidade socioambiental e sustentvel.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
de fundamental importncia que haja uma sensibilizao da conscincia ambiental dos
alunos de como deve ser o trato de algumas substncias qumicas e seus derivados, que cada vez
mais fazem parte do cotidiano e tem se tornado imprescindvel a preservao do meio ambiente.
Em vrias cidade do Brasil o leo de cozinha descartados de forma inadequado, assim, poluindo
as guas nos riachos e rios. Em vrias cidade do Brasil o leo de cozinha descartados de forma
1083
1084
Figura 1. Artigo Coleta seletiva de leo residual de fritura para aproveitamento industrial. p. 6, 2008.
1085
3 METODOLOGIA
Buscando saber para onde destinado o leo das residncias dos alunos, fizemos uso de
um questionrio que abordasse o descarte do leo residual como um processo de reflexo em que
Buscando saber para onde destinado o leo das residncias dos alunos, fizemos uso de um
questionrio que abordasse o descarte do leo residual como um processo de reflexo em que os
alunos venham ter respeito ao descarte, que em muitas vezes nas residncias o descarte do leo
destinado no ralo da pia e em lugares inapropriados, como, no vaso sanitrio, em lixos, entre
outros. Antes de ser aplicado o questionrio, foi explicado de forma clara qual era o objetivo e que
o mesmo no era obrigatrio responder, nem preciso a identificao, j que no estava vinculado
atividade da escola.
A pesquisa foi feita com 22 (vinte e dois) alunos da segunda e terceira srie, que puderam
responder 5 (cinco) perguntas objetivas que tratava do descarte do leo nas residncias.
Questionrio aplicados aos alunos na escola Professor Iracema Brando de Arajo
1. Para onde destinado o leo utilizado na sua residncia? Ralo da pia ( ) Reutiliza ( ).
2. Voc a favor de reciclagem do leo de cozinha? Sim ( ) No ( ).
3. Voc acha que o leo utilizado e jogado na pia, polui o meio ambiente? Sim ( ) No ( ).
4. Voc reaproveita na fritura o leo depois de us-lo? Sim ( ) No ( ).
1086
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A proposta da pesquisa sensibilizar os alunos para que ao se depararem com situaes
prximas a sua realidade, procurarem atribuir sentido aquilo que esto vivenciando, utilizando-se
dos conceitos disciplinares de forma que, ao tentarem atribuir sentido ao que esto aprendendo
em sala de aula, formularo suas prprias maneiras de articular aquilo que est sendo ensinado na
aula, com que j sabiam.
Na anlise do questionrio, realizado com vinte e dois alunos, foi possvel identificar como
os entrevistados destinam o leo comestvel usado em suas casas e qual seu nvel de
conhecimento relacionado aos problemas ambientais.
Reutiliza
Para onde destinado
o leo utilizado na sua
residncia?
Ralo do pia
8 10 12 14 16
10
15
20
25
1087
concepes prvias, 14 alunos afirmaram que jogam os resduos do leo utilizado em frituras no
ralo da pia, e apenas 8 alunos disseram que o reutiliza.
Na figura 2, podemos ver o nvel de conhecimento ao descarte do leo, 20 (vinte) dos
alunos responderam que so a favor da reciclagem e dois responderam que no, pelo que foi
analisado pela fundamentao terica e pelo questionrio, os dois alunos no fizeram nenhuma
relao com danos ao meio ambiente, ou seja, no tem conhecimento dos danos que o descarte
indevido pode causar ao meio ambiente, e existncia de incentivos a reciclagem do leo. Na Na
terceira pergunta, 17 alunos responderam que acham que leo jogado na pia, polui o meio
ambiente e 5 disseram que no polui. Na quarta pergunta, 9 alunos disseram que reaproveita na
fritura o leo depois de us-lo e 13 disseram que no reaproveita o leo novamente. A ltima
pergunta, foi sobre se os alunos j tinham ouvido falar que se pode reutilizar o leo usado, 20
alunos disseram que j ouviram falar sobre a reciclagem do leo, apenas 2 dos alunos disseram
que no sabiam que o leo poderia ser reutilizado para outros meios, ou seja, reciclado.
5 CONCLUSO
Contudo, o leo residual proveniente de frituras considerado como um dos resduos
domsticos vilo da poluio ambiental. Alm de gerar graves problemas de higiene e mau cheiro,
a presena de leos e gorduras na rede de esgoto, causa o entupimento da mesma, dificultando
seu funcionamento o que consequentemente vem a gerar os impactos ambientais negativos, uma
vez que para ser realizada a remoo do leo, so empregados produtos qumicos, o que resulta
no comprometimento da qualidade da gua mesmo aps ter sido feito um tratamento de esgoto.
Outro impacto causado o de impermeabilidade do solo, j que se trata de uma substncia que
possui baixa interao com gua, impedindo que a mesma execute seu ciclo no solo, entre outros.
Buscou-se realizar um diagnstico da forma como feito o descarte do leo usado
proveniente de frituras, para assim compreender-nos como ocorre o rejeito e o grau de
conscientizao das pessoas quanto s possibilidades de reciclagem desse leo.
Garantindo assim, que o impacto gerado atualmente por seu descarte incorreto seja
minimizado; necessrio conscientizar o ser humano sobre os efeitos que o leo trs ao ser
descartado de forma inadequada poluindo as guas.
A questo ambiental deve ser tratada de forma global, considerando que a degradao do
meio ambiente resultante de um processo social, determinado pelo modo como a sociedade
utiliza os recursos naturais, de maneira irracional e insustentvel.
Com isso, trabalhar em favor da preservao do meio ambiente requer mudana de
atitudes e essas mudanas sero mais fceis e rpidas, se a populao estiver consciente de que, o
processo adequado de descarte de possveis substncias poluidoras do meio ambiente, como o
Com isso, trabalhar em favor da preservao do meio ambiente requer mudana de atitudes e
essas mudanas sero mais fceis e rpidas, se a populao estiver consciente de que, o processo
adequado de descarte de possveis substncias poluidoras do meio ambiente, como o leo usado
em frituras, poder vir a trazer benefcios imediatos tanto para a populao como para o meio
ambiente.
1088
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CALHAU,
J.da
S..
Reciclagem
de
leo
de
Fritura.
Disponvel
<http://www.ecoleo.org.br/reciclagem_joel_calhau.html>. Acesso em 23 outubro de 2012.
em:
Disponvel
em:
1089
RESUMO
Este Artigo um estudo exploratrio que apresenta
uma maneira de utilizar a ferramenta da Geometria
Dinmica para facilitar o estudo de funes de
primeiro grau. Para isso foi executado um roteiro de
1090
1 APRESENTAO
O uso de tecnologias possibilita uma ferramenta em que o aluno, de forma criativa, deixa
de ser um elemento passivo e passa a ser um elemento ativo no processo de aprendizagem de
muitos assuntos da matemtica. A Geometria Dinmica um termo utilizado para indicar um
mtodo dinmico e interativo para o ensino e aprendizagem de geometria e suas propriedades
usando ambientes computacionais destinados a esse fim.
Este artigo visa utilizar a geometria dinmica para facilitar o entendimento dos alunos
sobre a o estudo de funo afim. Para isso, optamos por usar um software de Geometria Dinmica
chamado Tabulae Colaborativo como apoio, pois alm de ser um software livre, ele possui uma
interface de fcil acesso as ferramentas e possui ferramentas fundamentais para estudar o tema
deste Artigo.
O estudo de tcnicas para o ensino e aprendizagem de funes tem recebido muita
ateno dos pesquisadores em ensino de matemtica no Brasil e no exterior (Sierpinska, 1992;
Mu-ruci et al., 2008; Tall e Bakar, 1991). A maioria dos professores tendem a ensinar este assunto
de forma limitada quanto aos exemplos, restringindo a ideia conceitual dos alunos sobre o tema.
Minha proposta neste artigo exibir um conjunto de atividades exploratrias voltadas para o
ensino da funo afim com a inteno de auxiliar o aluno a uma compreenso mais ampla sobre
esta funo. Neste artigo, exploraremos a funo afim sugerindo aos professores atividades, com
geometria dinmica, para chamar ateno dos alunos em relao s propriedades desta funo.
Este trabalho foi desenvolvido no Laboratrio de Matemtica do IFRN campus Joo
Cmara, como parte de um projeto de pesquisa em geometria dinmica.
2 GEOMETRIA DINMICA
Geometria dinmica um termo utilizado para nomear (indicar) um mtodo dinmico e
interativo para o ensino e aprendizagem de geometria e suas propriedades usando ambientes
computacionais destinados a esse fim. O termo dinmico tem ideia de movimento, e isso que
os programas de Geometria Dinmica tm como principal ferramenta.
A ferramenta que d a dinamicidade referida o comando arrastar. Voc pode clicar num
ponto da figura e move-lo, fazendo um movimento em que h uma mudana na configurao da
construo do objeto que voc construiu. No caso da Funo Afim, podemos arrastar o ponto de
controle de um dos parmetros e consequentemente mudar o ngulo em relao ao Eixo x ou
posio da reta que determinamos funo.
O termo Geometria Dinmica foi usado, inicialmente, por Nick Jakiw e Steve Rasmussen
para diferenciar esses softwares dos demais softwares geomtricos. Estes programas agem de
forma interativa e permitem visualizao, criao e manipulao de figuras geomtricas com suas
propriedades.
1091
3 METODOLOGIA
Nossa pesquisa foi realizada no IFRN campus Joo Cmara, no laboratrio de matemtica.
Para analisar as propriedades, irei propor atividades exploratrias e com isso, tentar fazer com
que o aluno visualize, movendo, o conceito do assunto de forma divertida.
1092
Para desenvolver o artigo, vou mostrar um breve passo a passo da construo da funo
afim no Tabulae Colaborativo e fao algumas perguntas durante a construo para que o aluno,
antes de terminar a construo, entenda o porqu foi feito cada passo. Alm disso, tambm
mostro uma sequencia de atividades a fim de que os alunos, atravs do movimento dos objetos,
visualize as propriedades de cada parmetro e do estudo de sinal da funo.
4 FUNO AFIM
Chama-se funo afim ou de 1 grau quela funo cuja equao que faz a associao
entre os elementos do domnio (x) e os elementos da imagem (y) possui a seguinte forma:
y = a .x + b
x e y so denominadas variveis porque podem assumir diversos valores. J as letras a e b
so denominadas parmetros porque numa funo elas possuem valores fixos para cada exemplo
de funo, embora possa variar de uma funo para outra. A sua representao grfica formada
por pontos que geram uma forma geomtrica bastante conhecida: a reta. O objetivo central da
atividade que ser proposta a seguir ser permitir que o aluno, aps a devida interao com o
software mediante a provocao das perguntas propostas, consiga dar significado aos parmetros
a e b.
CONSTRUINDO A FUNO AFIM NO TABULAE
Para construir o grfico da funo voc precisar criar retas paralelas; fazer a razo de
trs pontos numa reta para dar origem ao nmero que representar o valor de x; fazer mais duas
razes por trs pontos para definir os parmetros a e b.
PASSO 1 Plano Cartesiano
Para construir o Plano Cartesiano faremos uma reta na rea de trabalho e a chamaremos
de r; em seguida criaremos uma reta perpendicular a reta r e chamaremos esta de s.
1093
PASSO 3 - PARAMETROS
Faremos agora duas retas paralelas a r sobre a rea de trabalho e a chamaremos de t e q.
Passo 3.1 - Parmetro a
Agora criaremos uma razo por trs pontos (0, 1, a, respectivamente) em que os pontos
estaro sobre t, em seguida faa o segmento 0a.
Passo 3.2 Parmetro b
Faremos 2 retas perpendiculares a t, uma que passe por 0 e outra que passe por 1.
Criaremos outra razo por trs pontos (0, 1, b, respectivamente) em que os pontos estaro
sobre q (o ponto 0 ser a interseo da reta perpendicular que passa por 0 com q, o ponto
1 ser a reta perpendicular que passa por 1 com q, o ponto b ser livre sobre q). Em
seguida faa o segmento 0b.
1094
Figura 4: parametros
PASSO 4 VARIAVEL Y
A equao que iremos utilizar y = a . x + b, como j temos a e b, a varivel X, falta agora
calcular o valor de Y. Para isso, vamos usar a calculadora e clicar nos valores dos mesmos e fazer as
operaes, Com isso obteremos o valor de Y. Agora faremos a homotetia do ponto R e centro O
com a razo Y e chamaremos o novo ponto sobre s de Y.
Figura 5: Ponto Y
1095
Figura 6: Ponto I
5 ATIVIDADES
As atividades propostas a seguir podero ser aplicadas numa aula em um laboratrio de
informtica com computadores que tenham o software Tabulae Colaborativo instalado neles.
Cada aluno deve ficar em um computador.
1096
1097
a)
b)
c)
d)
6 CONCLUSO
Aps a pesquisa feita para a realizao deste trabalho, verifiquei que utilizar o Tabul
Colaborativo para aprofundar os conceitos de funes muito til, pois evidenciou diversos
aspectos relevantes da funo afim. O processo de pesquisa ainda no foi finalizado, pois ainda
no foi possvel analisar os resultados desse trabalho em sala de aula. Embora o trabalho ainda
no tenha sido aplicado, pautando-se nos trabalhos desenvolvidos nos moldes pode-se verificar
que os resultados obtidos so favorveis aprendizagem dos alunos.
1098
Espero que este trabalho possa ser aplicado para alunos que esto comeando a ingressar
no estudo de Funo afim para que os mesmos tenham melhores condies de acompanhar o
assunto, e desenvolva a habilidade geomtrica desta funo.
7 REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALVES, George de Souza; SOARES, Adriana Benevides. Geometria Dinmica: um estudo de seus
recursos, potencialidades e limitaes atravs do software Tabulae.
GUIMARES, Luiz Carlos; MATTOS, Francisco; CUNHA, Daniela S. I.; DEVOLDER, Rodrigo G.; DIAS,
Ulisses. Estratgias para o Ensino de Funes atravs do Tabul Colaborativo e do MathMoodle.
1099
RESUMO
O presente artigo refere-se a um estudo de
aplicaes das tecnologias sem fio, onde o objetivo
principal apresentar a proposta de um modelo para
automao da iluminao residencial. Trata-se de
uma rede Bluetooth aliada a uma plataforma de
prototipagem eletrnica open-source, denominada
Arduino, onde o usurio pode controlar as lmpadas
1100
INTRODUO
Com a expanso da utilizao de dispositivos mveis durante a ltima dcada, houve uma
mudana de cenrio, onde a necessidade no apenas conectar estaes fixas, mas tambm
oferecer opes para os usurios desses aparelhos. Neste ambiente atual, a tecnologia sem fio
comeou a se estabelecer, ganhando um espao considervel entre as tecnologias de transmisso
de dados existentes.
Com o intuito de aliar conhecimento terico prtica este trabalho tem como principal
foco apresentar o uso de um dos padres de transmisso sem fio em uma aplicao. Trata-se de
um projeto de automao residencial totalmente adaptvel, onde toda a comunicao entre os
dispositivos, ou seja, todas as informaes de controle so transmitidas sobre a estrutura de
protocolos do padro Bluetooth de transmisso sem fio.
Este trabalho foi subdividido em cinco partes: Introduo, onde se apresenta
problemtica e o objetivo por este documento almejado; Reviso bibliogrfica, que traz uma
abordagem dos pressupostos tericos utilizados na fundamentao deste; Metodologia, onde se
aborda os mtodos e estratgias empregados durante a pesquisa e a realizao do presente
artigo; Testes e resultados, na qual feita uma anlise dos resultados a cerca dos dados obtidos
durante a realizao dos testes; e a Concluso, que traz as consideraes finais a respeito da
problemtica aqui abordada, apresentando, consequentemente, sugestes para trabalhos futuros.
REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Redes sem fio
A infraestrutura fsica utilizada pela Internet Global bastante heterognea, ou seja, isso
permite que as informaes consigam atingir todas as partes do mundo, utilizando meios fsicos
de transmisso como a fibra tica, cabo coaxial, alm das tecnologias sem fio.
Um enlace para comunicao de dados sem fio um sistema ponto-a-ponto, tambm
chamado de rdio enlace, que utiliza como meio de comunicao entre os dois pontos uma
portadora eletromagntica que se propaga pela atmosfera do transmissor at o receptor, os sinais
de radiodifuso viajam atravs do ar, ficando acessvel a quem quer que disponha de um
dispositivo capaz de receb-los (FOROUZAN 2006, p. 185). A Figura 1 traz os elementos bsicos
para um enlace de dados sem fio.
1101
Cobertura geogrfica
Mobilidade
Custo
Internacional
Alta
Mdio
Global
Dezenas de metros
Alta
Baixa
Alto
Baixo
Centenas de metros
Baixa
Baixo
Dezenas de quilmetros
Sem
Mdio
2.2 Bluetooth
Em 1994, a empresa L.M. Ericsson ficou interessada em conectar seus telefones a outros
dispositivos sem utilizar cabos. Junto com outras quatro empresas (IBM, Intel, Nokia e Toshiba) ela
formou o consrcio SIG (Special Interest Group) com o objetivo de desenvolver um padro sem fio
para conectar dispositivos, o projeto foi denominado Bluetooth (TANENBAUM, 2003). Harald
Bluetooth Blatand foi um viking, rei da Dinamarca, durante o perodo de 940 a 980 D.C. O
apelido Bluetooth (dente azul) foi dado devido colorao de sua arcada dentria, esse nome
possivelmente veio por indicao da Ericsson, a representante nrdica do consrcio (RUFINO
2005, p. 196).
Segundo Stallings (2005, p. 238), o conceito do Bluetooth fornecer um protocolo padro
de comunicao sem fio de curto alcance, do tipo PAN (personal area network), universal e
projetado para baixo consumo, baseado em microchips transmissores de baixo custo em cada
dispositivo. De acordo com o seu alcance o Bluetooth pode ser divido em trs classes: Classe 1com
1102
uma potncia de 100mW (20 dBm) e um alcance de 100m, Classe 2 com uma potncia de 2.5mW
(4 dBm) e um alcance de 10m e Classe 3 com uma potncia de 1mW (0 dBm) e um alcance de 1m.
No padro Bluetooth oito dispositivos podem se conectar a uma piconet e dez dessas
piconets podem coexistir na mesma faixa de cobertura do Rdio Bluetooth. Stallings (2005, p. 238)
cita que Todo o enlace codificado e protegido contra violaes e interferncia. O Bluetooth
oferece suporte a trs reas de aplicao que usam conectividade sem fio e de curto alcance:
Pontos de acesso de voz e dados: facilita a transmisso de voz e dados em tempo real
fornecendo fcil conexo entre dispositivos;
Substituio de cabo: elimina a necessidade de utilizao de uma conexo guiada.
Rede ad hoc: trata-se de um modelo simples em que usado normalmente para
transferncia de arquivos ou sincronismo de estaes.
2.3 Automao
Trata-se de um sistema automatizado em que os controles verificam seu prprio
funcionamento, por meio de medies, sem a interferncia humana. A automao aplica tcnicas
computadorizadas ou mecnicas para diminuir a mo de obra, principalmente o uso de robs e
mquinas.
2.4 Arduino
O Arduino uma ferramenta de prototipagem eletrnica, que pode ser definida como uma
plataforma de hardware livre, ou seja, qualquer pessoa, interessada, pode ter acesso ao projeto e
contribuir com o mesmo. Dessa forma podem-se desenvolver placas baseadas no Arduino, de
maneira que elas atendam inmeras necessidades (BANZI 2008, p. 130).
Ele possui uma linguagem de programao padro, que tem origem em Wiring, que
essencialmente simplifica a escrita de programao em C/C++. O objetivo principal do projeto
criar ferramentas de baixo custo e de fcil utilizao. O projeto iniciou-se na cidade italiana de
Ivrea, em 2005, com intuito de interagir com projetos escolares. Chegou marca de mais de
150.000 placas Arduino vendidas mundialmente e a quantidade de placas clone vendidas est na
casa das 500.000 (MCROBERTS 2011, p. 20).
METODOLOGIA
1103
1104
Comandos
\r\n+STBD=115200\r\n
\r\n+STWMOD=0\r\n
\r\n+STNA=abcdefg\r\n
\r\n+STOAUT=0\r\n
\r\n+STPIN=2222\r\n
\r\n+INQ=0\r\n
Significado
Defini a taxa de transmisso usada pelo o
microchip.
Seta o modo de funcionamento do microchip, onde
o valor 0 representa que Shield operara em modo
escravo e o valor 1 modo mestre.
Seta o nome do dispositivo.
Permite se auto conectar a um dispositivo com
quem uma conexo aberta.
Defini o cdigo PIN do dispositivo.
Inicia o funcionamento do dispositivo.
1105
Figura 2: Diagrama de caso de uso que demonstra o fluxo do programa enviado para a
placa.
A fonte de sinal 5V do Arduino quem controla o rel, atravs dos seus pinos digitais de
controle conectados a ele, que neste projeto o pino 13. Quando o Arduino recebe um comando,
o interpreta e avalia se um comando para apagar ou acender a lmpada, feito isso o que
acontece a mudana de estado do pino de controle usado para acionar o rel, esses estados so
HIGH (nesse estado o valor 1 e a lmpada acende) e LOW (nesse estado o valor 0 e lmpada
apaga).
1106
O Blue Control um tipo de controle remoto universal para dispositivo Bluetooth na verso
2.0 (figura), para cada boto pressionado pelo usurio enviado o cdigo ASCII assinalado no
boto. Os botes A H (Figura 10) enviam respectivamente os caracteres a h e os botes acima,
baixo, esquerda, direita e centro enviam os caracteres U, D, L, R e C.
TESTES E RESULTADOS
Os testes realizados para a validao desse estudo foram feitos a partir da integrao da
plataforma Arduino ao Bluetooth. O objetivo desses testes descobrir se possvel por em prtica
o projeto. Nestes testes foram usados os botes A, B, C e D do Blue Control, que enviam os
respectivos caracteres.
A primeira etapa foi avaliar se era possvel enviar informaes ao Arduino atravs do
smartphone. Para isto, a programao inserida na placa faz com que ela tenha seu funcionamento
em modo escravo aguardando o pareamento de algum mestre para d inicio ao recebimento das
informaes. Ao fazer o pareamento foi enviado o caractere A para a placa, ao receb-lo o rel
acionado e a lmpada acesa, logo depois foi enviado o caractere B que fecha a chave do rel
apagando a luz. Ao constatar que as funes que apaga/acende a lmpada funcionam
corretamente ao receber um caractere correto, foi dado inicio aos testes com caracteres
diferentes. Dessa forma, ao receber um cdigo de controle que no lhe foi destinado placa muda
seu modo de funcionamento e solicita uma conexo que confirmada e estabelecida pela
segunda placa.
Graas s informaes recolhidas durante as medies realizadas durante os testes foi
possvel chegar informaes para se levar em conta quando se pensa realmente em por em
1107
prtica esse projeto. Uma dessas informaes o tempo mdio para o estabelecimento de uma
conexo entre placas usando o Bluetooh. Os dados coletados foram organizados em uma
distribuio de frequncia de cinco (5) classes, conforme a Tabela 3.
Tempo para conexo
Medidas Media
0,0439 |--------0,0677
6 0,09613
0,0677 |--------0,09
6
0,09 |--------0,1131
3
0,1131 |--------0,14
4
0,14 |---------|
0,1562
4
23
Tabela 3: Distribuio de frequncia.
Como mostrado na tabela acima, o valor da media de 0,09613, ou seja, uma conexo
entre placas Arduino leva em mdia 9,613 segundos para ser estabelecida. O desvio-padro de
0,01767548, o que permite corrigir o valor da Mdia para mais e para menos, ou seja, a mdia
varia entre os limites mnimo de 0,078461 (7,84 segundos) e mximo de 0,113812 (11,38
segundos). Fazendo a projeo de uma futura implementao para uma residncia com uma
grande quantidade de cmodos, o tempo para acender uma lmpada fora do alcance do
microchip Bluetooth do usurio poderia ser muito alto, e o tempo que uma ao leva para ser
tomada um fator determinante quando falamos de automao.
De acordo com os dados recolhidos durante os testes probabilidade do comando enviado
pelo usurio chegar primeira placa de 100%. Dessa maneira mostrando que o bluetooth um
meio de transmisso confivel em relao ao envio e recepo de dados. Isso deve ser levado em
conta caso seja feita uma futura implementao desse projeto.
CONCLUSO
O principal objetivo do trabalho foi apresentar uma aplicabilidade para o padro Bluetooth
de transmisso sem fio. Com o resultado da pesquisa bibliogrfica e dos experimentos o produto
final obtido um modelo de controle automatizado de iluminao flexvel. Em relao aos
resultados obtidos pode-se dizer que a proposta vivel, mas sujeita a melhorias, principalmente
no que se diz respeito agilidade. possvel se aproveitar boa parte da estrutura j existente do
projeto, mas acrescentando outras extenses do Arduino, como por exemplo: sensor de
luminosidade, humidade e temperatura ou at mesmo sensores de presena, podendo-se alterar
at mesmo a tecnologia de transmisso entre dispositivos (wi-fi por exemplo). Outra sugesto
criar uma interface que seja mais atrativa para o usurio final, seja um aplicativo para smartphone
ou um controle especifico para essa funo.
1108
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BANZI, Massimo. Getting Started With For Arduino. 1.ed. Maker Midia: 130 p.
Google
Play
BlueControl.
Disponvel
em:
<https://play.google.com/store/apps/details?id=com.gundel.bluecontrol&feature=search_result#
?t=W251bGwsMSwyLDEsImNvbS5ndW5kZWwuYmx1ZWNvbnRyb2wiXQ..>Acesso em: 25 de
Maro 2013.
CRESPO, Antnio Arnot. Estatstica Fcil. 18. ed. So Paulo: Saraiva, 2002.
FONSECA, Jairo Simon da; MARTINS, Gilberto de Andrade. Curso de Estatstica.6 ed. So Paulo:
Atlas, 1996.
GIL, ANTNIO CARLOS, Como elaborar projetos de pesquisa. Editora Atlas, So Paulo, 1991.
MCROBERTS, Michael.; ZANOLLI, Rafael (trad.); S, Marta Almeida (rev.). Arduino Bsico. So
Paulo: Novatec, 2011. 39 p.
ROCHOL, Juergen. Redes Sem-fio e Sistemas Celulares. In: 3 Escola Regional de Redes de
Computadores, 3, 2005, UNISC. Minicurso: Redes Sem-fio e Sistemas Celulares. Santa Cruz:
Editora, data. 99.
RUFINO, Nelson Murilo de Oliveira. Segurana em redes sem fio: aprenda a proteger suas
informaes em ambientes wi-fi e bluetooth. So Paulo: Novatec, 2005. 224 p.
SPIEGEL, Murray R. Estatstica. Traduo e reviso tcnica Pedro Consentino. 3 ed. So Paulo:
MakornBooks, 1993.
TANENBAUM, Andrew S.; SOUZA, Vandenberg D. de (trad.); JAMHOUR, Edgard (rev.).Redes de
computadores. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 945 p.
1109
RESUMO
Neste artigo, apresentamos e discutimos um projeto de
pesquisa de iniciao cientifica desenvolvido no Curso de
Licenciatura em Matemtica do IFRN/Mossor e
financiado pelo PIBIC/CNPq. A pesquisa ocorreu no
perodo de 2011 a 2013 e de carter qualitativo. A
metodologia constou de entrevistas abertas e narrativas
escritas com licenciandos em Matemtica. O objetivo era
1110
INTRODUO
Este artigo tem sua origem no projeto de pesquisa de iniciao cientfica intitulada
Formao do profissional docente no IFRN/Mossor: saberes, narrativas e trajetrias de vida,
desenvolvido no Curso de Licenciatura Plena em Matemtica do Instituto Federal de Educao,
Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Campus Mossor, e financiado pelo PIBIC/CNPq.
A pesquisa, centrada nas narrativas autobiogrficas como mtodo de investigao, teve
incio no segundo semestre de 2011 visa contribuir para os estudos voltados formao inicial e
continuada de professores. Os dados para a anlise surgiram por meio de questes previamente
apresentadas aos licenciandos em matemtica, sobre as quais estes deveriam produzir narrativas
autobiogrficas. Posteriormente, para dar continuidade ao projeto, foi realizada uma discusso em
grupo e entrevistas individuais, gravadas, a partir de temas geradores.
Quanto aos seus objetivos, a pesquisa de carter qualitativo, haja vista que se preocupa
em discutir as subjetividades presentes nos discursos, as representaes e as leituras de mundo de
indivduos que esto em processo de formao profissional e humana. A pesquisa foi realizada
com as duas primeiras turmas ingressas na Licenciatura em Matemtica (IFRN/Mossor): a
primeira, em 2009.2, e a segunda, em 2010.2.
do percurso desse projeto de pesquisa que tratamos neste artigo, que se encontra
dividido em duas partes. Na primeira, tecemos algumas consideraes sobre o percurso
metodolgico seguido na pesquisa, com nfase no uso de narrativas (auto)biogrficas como
proposta de pesquisa qualitativa para a educao matemtica. Na segunda parte, apresentamos e
discutimos a recolha e a analise das narrativas para a pesquisa.
PERCURSO METODOLGICO
O carter formativo desses estudos ressaltado por Bueno (2002), pois o sujeito, ao
realizar uma anlise de seu percurso existencial e de sua formao intelectual, ir tambm fazer
uma autoreflexo sobre o seu passado e, a partir disso, ele buscar uma tomada de conscincia de
si. Outro aspecto muito importante expresso por Souza (2004, p. 12), a construo da
autonarrao inscreve-se na subjetividade e estrutura-se num tempo, que no linear, mas num
tempo da conscincia de si, das representaes que o sujeito constri de si mesmo.
Nesse contexto, afirma Cunha (1997, p. 3):
1111
ITINERRIO DA PESQUISA
Trs eixos temticos serviram de elementos norteadores para a coleta de dados durante a
pesquisa: 1) Trajetria de vida; 2) Ser professor de Matemtica; 3) As projees do futuro. Para
compor o corpus da pesquisa, foi necessrio realizar uma anlise de todo o material coletado
(textos escritos, entrevistas). Em seguida, selecionamos os dados que se apresentavam pertinncia
para a pesquisa. Foram transcritos os udios e os textos escritos dos alunos e agrupamos as
informaes (palavras, expresses ou frases) que coincidiram de uma histria para outra. Por fim,
comeamos a anlise dos contedos.
Apresentamos, a seguir, os resultados que obtivemos desde o segundo semestre de 2011
at o primeiro de 2013. Obviamente, dada limitao do espao deste artigo, o faremos de forma
resumida.
Escrever narrativas sobre as experincias adquiridas ao longo da vida e da formao
profissional se apresentou como um desafio para os alunos da licenciatura. As primeiras atividades
da pesquisa ocorreram durante as aulas da disciplina de Didtica campo de conhecimento
1112
1113
1114
Turmas
2011.2
2009.2
2009.2
2009.2
2012.2
2013.1
2010.2
Narrativas
escritas e orais
Ensaio Autobiogrfico
Escrita de si
Ensaio Autobiogrfico
Histria de vida
Ensaio Autobiogrfico
profisso docente
Ensaio Autobiogrfico
Histria de vida
2010.2
Ensaio Autobiogrfico
Minha relao com a
matemtica
2009.2
Ensaio Autobiogrfico
Mudana de concepes e
carreira docente
Atividades
Como voc se define?; Porque voc est
aqui?.
No que diz respeito sua formao, qual o
caminho percorrido por voc at chegar ao
curso de licenciatura em Matemtica no
IFRN/Mossor.
Momento de discusso coletiva sobre a
profisso docente e o ser professor.
Escreva sobre a sua histria de vida
abordando aspectos que considera relevantes
sobre seu passando, o seu presente e como
voc projeta o seu futuro.
Relate sua relao com a matemtica
durante a sua vida escolar, destacando fatos
que lhe foram significativos durante a sua
aprendizagem.
Com base nas narrativas escritas em 2011,
entrevistamos, individualmente, alguns alunos
e questionamos sobre as suas pretenses
quanto docncia.
CONSIDERAES FINAIS
REFERNCIAS
1115
1116
RESUMO
Os leos essenciais so substancias naturais que
podem ser extrado de qualquer parte das plantas e
de animais atravs de vrios mtodos de extrao.
Este trabalho tem como objetivo mostrar a
possibilidade de extrair leo essencial por um
mtodo caseiro utilizando apenas materiais de
baixo custo, para ser utilizado como matria-prima
na fabricao de material de limpeza (desinfetante).
1117
1 INTRODUO
Produtos naturais so substncias produzidas por seres vivos encontrados na natureza,
com atividade biolgica ou farmacolgica, que podem ser usados na descoberta ou concepo de
produtos farmacuticos. Dentre eles, podem-se citar os leos essenciais, que so compostos
volteis obtidos de plantas e animais. Os mesmos so substncias qumicas que exercem as
funes de autodefesa das plantas, atraindo tambm animais polinizadores. De acordo com
Tavares (2007):
Os leos essenciais so substncias consideradas os principais componentes
bioqumicos de ao terapeuta das plantas medicinais e aromticas, constituindo
matrias-primas de grande importncia para as indstrias farmacutica (drogas
vegetais empregadas in natura para a preparao de infuses e para a
aromatizao de formas farmacuticas destinadas a uso oral), alimentcia
(condimentos e aromatizantes de alimentos de bebidas) e cosmtica (perfumes e
produtos de higiene).
A planta produz leos essenciais em todas as suas partes, como por exemplo, flores, cascas
dos frutos, folhas, pequenos gros, razes, cascas da rvore, resinas da casca e sementes. E em
animais o leo pode ser obtido pela secreo e em processo de extrao com lcool. Os leos
essenciais, segundo Simes et al. (1999), so compostos encontrados em vrias plantas e possuem
como caractersticas bsicas, o cheiro e o sabor. Estas plantas so denominadas aromticas e
apresentam uma percentagem de leos essenciais, em relao a sua massa seca, de 0,01% a
10,0%. Os leos essenciais passaram a serem utilizados para diversos fins, como uso teraputico,
essncias para cosmticos, materiais de limpezas, dentre outros. Brito (2007):
O uso teraputico de leos essenciais tem se expandido por todo o mundo, sendo
amplamente utilizados contra vrias doenas inflamatrias, alrgicas, reumticas
e artrite. Esses tratamentos so reconhecidos atravs de experimentaes
clinicas, em especial por aplicao na pele, via massagens e ungentos, mas ainda
existem poucos estudos cientficos sobre suas aes biolgicas. At ento tem
sido estabelecido, cientificamente, que cerca de 60% dos leos essenciais
possuem propriedades antifngicas e 35% exibem propriedades antibacterianas.
1118
Os componentes qumicos dos leos essenciais apresentam estruturas diversas, tais como:
terpenos, fenilpropanides e sesquiterpenos, cada qual com sua cadeia caracterstica e ao bioqumica.
Alguns exemplos dessas estruturas podem ser observados na Figura 1.
Os leos essenciais so utilizados desde pocas anteriores ao antigo Egito, passando pela
Idade Mdia e chegando ao incio do sculo XX atravs de tratados de Aromaterapia. Cunha et al
(2007) afirmam que:
Com efeito, os primeiros habitantes do planeta queimavam plantas de odor
agradvel para pedir proteo aos bons Deuses, constituindo, as de perfume
desagradvel, um meio de afugentar os animais, os inimigos ou para afastar os
Deuses malficos. Aos aromas, sempre foi associada a idia de purificao. As
plantas aromticas empreguem como oferendas, sempre serviram para relacionar
o homem com os Deuses, particularmente em momentos difceis e perigosos,
como o nascimento, uma viagem, uma guerra ou at mesmo na morte.
O objetivo deste trabalho foi extrair os leos essncias da casca da laranja e do eucalipto
utilizando o mtodo de hidrodestilao, por ser de fcil manuseio e com base nesse processo
construir um extrator caseiro, para obteno do leo que para ser utilizado posteriormente como
matria-prima na oficina de produo de matrias de limpeza, em destaque a fabricao de
desinfetante.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Para a construo e desenvolvimento desse projeto, foi feito pesquisas para entendemos
melhor sobre leos essncias, tendo em vista a sua importncia em meio sociedade, uma vez
que com alguns estudos e descobertas na rea da qumica, os mesmos passaram a serem
utilizados para diversos fins, como uso teraputico, essncias para cosmticos, materiais de
limpezas, dentre outros. O uso teraputico de leos essenciais tem se expandido por todo o
mundo, sendo amplamente utilizados contra vrias doenas inflamatrias, alrgicas, reumticas e
artrite. Esses tratamentos so reconhecidos atravs de experimentaes clinicas, em especial por
aplicao na pele, via massagens e ungentos, mas ainda existem poucos estudos cientficos sobre
suas aes biolgicas. At ento tem sido estabelecido, cientificamente, que cerca de 60% dos
1119
Este projeto ser utilizado como uma alternativa de diferenciar as aulas de Qumica
Orgnica nas escolas estaduais do municpio de Apodi, no qual esperado incentivar e contribuir
para a aprendizagem dos alunos, j que o Ensino de Qumica visto como uma disciplina de difcil
compreenso. Segundo Fialho (2007) a falta de motivao a principal causa do desinteresse dos
alunos, quase sempre acarretada pela metodologia utilizada pelo professor ao repassar os
contedos.
1120
3 METODOLOGIA
3.1 Construo do extrator caseiro
Para montar o aparelho de extrao de leo essencial caseiro, foram utilizados os seguintes
materiais:
x 1 lata de tinta de 3,6 L
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
1 cola de cano
1 Durepxi
2 tampas de cano PVC de 100 cm
Meio metro de cano PVC de 100 cm
Cano de cobre (retirado de um ar condicionado)
1 cola super bonder
Casca de laranja
Bico de Busen
Bureta com suporte universal
1 bquer
Foram feitos dois furos na tampa de cima do cano, um na lateral para a sada da gua e
outro na parte de cima para a entrada do vapor. Na tampa inferior um furo na lateral para a
entrada da gua e o ltimo furo fica na parte inferior do cano para a sada do leo essencial. Todos
1121
os buracos foram vedados com Durepxi. Aps as montagens foram realizadas as instalaes
necessrias (Figura 3).
vapor, por se capaz de colocar uma maior quantidade de material botnico que ajudara na
obteno de uma maior quantidade de leo essencial.
1122
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A Tabela 1 mostra as quantidades de leo obtido a partir das cascas de laranja e das folhas
eucalipto pelo mtodo caseiro:
1123
Material botnico
Casca de laranja
Eucalipto
Quantidade
1,4636g
2,2345g
O rendimento obtido est de acordo com outras literaturas que utilizaram o mesmo
mtodo, como a de ASTOLFI el at., (2007) e FERNANDES (2006), evidencia que as condies de
extrao foram favorveis e maximizaram o processo. Quanto s caractersticas organolpticas do
leo, observou-se um aroma agradvel e muito semelhante fruta, o que confere ao leo grande
potencial de uso como aromatizante.
Atravs dos resultados obtidos possvel observar que o extrator caseiro obtm uma
quantidade de leo pequeno, deste modo o processo foi repetido algumas vezes ate obter uma
quantidade de leo que fosse capaz de ser utilizado como matria-prima para a produo de
desinfetante.
5 AGRADECIMENTOS
Ao IFRN pelo espao cedido e ao aluno Jackson Diego (in memoriam) pela sua dedicao no
desenvolvimento desse projeto
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALBERICI, Rosana Maria; PONTES, Flvia Fernanda Ferraz de. RECICLAGEM DE LEO COMESTVEL
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FIALHO, Neuza Nogueira. Os jogos pedaggicos como ferramentas de ensino. Curitiba. FACINTER.
2007.
1124
1125
RESUMO
O projeto de fabricao de sabo ecolgico de forma
sustentvel vem sendo desenvolvido pelo IFRN desde
Maio de 2011, orientando escolas, comunidades rurais e
urbanas, quanto importncia de se descartar de forma
ecolgica e sustentvel o leo de cozinha j utilizado, em
funo da sua nocividade a natureza, bem como,
incentivando a prtica da sua reciclagem com fins
comerciais, que possibilite atuaes empreendedorinovadoras ou cooperativadas, de escolares e de
cidados de diversas localidades rurais e urbanas da
regio do Mato Grande/RN; conta ainda com o apoio de
alunos ambientalistas do IFRN, na pesquisa, coleta,
avaliao dos dados e na divulgao do projeto nas
comunidades visitadas, alm de participarem da
capacitao dos interessados no processamento do
sabo e na ao social de educar, transformar e
1126
1 INTRODUO
A reciclagem do leo comestvel residual uma alternativa, para se evitar que esse leo
seja descartado indevidamente como lixo na natureza e que provoca; entupimentos e desgaste
prematuro dos encanamentos de gua; provoca tambm mau cheiro quando jogado nas pias;
alm de elevar a emisso de gases do efeito estufa na atmosfera, quando jogado a cu aberto; e
quando colocado nos mananciais aquticos, por ser o leo mais leve que a gua, fica na
superfcie, criando uma barreira que dificulta a entrada da luz e impossibilitando a oxigenao da
gua, sendo assim um dos principais poluidores e agressores do meio ambiente, quando no
devidamente reaproveitado. Pesquisas existentes, j provaram que o descarte do leo na natureza
(na gua ou solo) alarmante e feito de modo inadequado, em todo o Brasil. j que 01 litro de
leo descartado indevidamente na natureza capaz de contaminar 1.000.000 de litros de gua,
j tratada ou no, fato que contribui para uma maior degradao ambiental e mais desperdcios
financeiros, alm de mostrar o pouco nvel de conscientizao e de educao da populao.
O processamento do leo residual considerado um projeto Inovador para a nossa
realidade local, quando o entendemos como um projeto que vem trazendo socialmente,
economicamente e sustentavelmente, mudanas de atitudes e de comportamentos das pessoas,
alm das seguintes vantagens para as sociedades organizadas da regio do Mato Grande:
Viabilidade Empreendedora Por permitir que as pessoas organizem um negcio prprio
ou a criao de cooperativas para fabricar sabo e seus derivados, gerando assim, renda, trabalho
e incluso social com seus prprios esforos, para si, suas famlias e as comunidades em situaes
de vulnerabilidade social.
Sustentabilidade Social A mobilizao de alunos na busca de pesquisar e orientar as
comunidades, quanto aos malefcios que o descarte indevido do leo usado pode causar na
natureza, vem gerando mais conscientizao, aprendizado, divulgao do projeto na sociedade,
alm de fomentar a coleta solidria e cooperada junto a restaurantes, hotis, lanchonetes, num
processo de troca permanente, que vem gerando: envolvimento, participao e aprendizado e
solidariedade entre alunos e a sociedade interessada.
Sustentabilidade Ambiental O incentivo do projeto ao descarte ambientalmente
responsvel vem contribuindo para uma menor degradao ambiental na cidade, que j sofre com
a falta de coleta de lixo e com o seu prprio lixo e no pode continuar com o agravamento de
mais essa realidade ambiental, haja vista que, a maioria da populao desconhece por um fator
educacional, os malefcios do leo descartado indevidamente nas pias ou no solo e as
consequncias que podem trazer sade das pessoas, a fauna, a flora e a natureza no seu todo.
O objetivo principal desse projeto tem sido proporcionar as populaes interessadas, uma
orientao quanto destinao correta e sustentvel do leo de cozinha usado, atravs da oferta
de Oficinas de fabricao de sabo artesanal e de saneantes domsticos, criando oportunidades
empreendedoras e inovadoras para alunos e de gerao de renda, trabalho e incluso social para
as comunidades rurais organizadas do Mato Grande e de outras regies, bem como contribuir
1127
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Agricultura Familiar:
A agricultura familiar desempenha um importante papel scio econmico na sociedade,
proporcionando a permanncia do homem no campo e, consequentemente, evitando o xodo
rural, reduzindo o crescimento dos cintures da pobreza em torno das cidades, diante da
necessidade das famlias de procurarem sobreviver, buscando trabalho e oportunidades de
educao e mais qualidade de vida.
O aumento da escala da produo agrcola e o crescimento das exportaes que tem
aumentado s exigncias da qualidade dos produtos agrcolas vem colocando os pequenos
agricultores em dificuldades de competitividade, ameaando sua sobrevivncia. Para alguns, as
oscilaes de preos dos mercados podem ser considerados eventos muito distantes da realidade
das pequenas famlias rurais. Porm, estes elementos, que permeiam a realidade econmica
atualmente, tambm atingem as pequenas propriedades, j que as mesmas esto inseridas no
mesmo contexto, ofertando produtos em pequenas quantidades, sem apoio tecnolgico e com
um custo de produo muito alto, em relao s pequenas quantidades produzidas.
A partir dessa situao de vulnerabilidade, as pequenas famlias rurais esto buscando
outras formas de organizao, procurando agregar valor aos seus produtos e buscando conquistar
mais espaos nos mercados (BATALHA, 2007). Discute-se a necessidade dos agricultores de mdio
e pequeno porte utilizar novas estratgias comerciais, com mtodos de promoo comercial e
busca de novas maneiras de se organizar, promovendo a unio dos mesmos para que conquistem
maior poder de barganha junto aos seus clientes e fornecedores, bem como junto ao poder
pblico, na busca de novas oportunidades de vida e trabalho (OLIVEIRA, 2001).
Desse modo, as pequenas famlias rurais esto apostando nas agroindstrias familiares
(processamento de polpas de frutas, fabricao de doces e compotas, utilizao intensiva de
irrigao para recuperar seus pomares), como formas de melhor agregar valor aos seus produtos,
atravs da industrializao e qualidade diferenciada da sua produo, e com isso, aumentando os
seus ganhos, ampliando a gerao de trabalho e consequentemente, melhorando a qualidade de
vida desses agricultores e suas famlias.
Essas prticas de trabalho adotadas pelas famlias rurais vm se expandindo
gradativamente, motivando os agricultores a investirem cada vez mais neste tipo de formato
organizacional. Como consequncia, eles tm procurado tambm outras formas mais eficientes de
insero, objetivando uma maior competitividade, para permanecerem nos mercados, da a opo
de algumas associaes de diversificarem e investirem tambm atravs das suas mulheres e filhos,
no processamento do sabo ecolgico e dos saneantes domsticos, uma alternativa de renda
durante os ciclos de safra e entressafra, que caracterizam a agricultura nordestina.
1128
1129
Entre todas essas dinmicas geradoras do novo rural para melhor compreend-lo,
preciso levar em considerao, alm do desenvolvimento rural priorizado no Brasil em suas
diferentes dcadas, a sua a dinmica social interna e a dinmica social externa. Para a
primeira, o meio rural socialmente construdo pelos seus habitantes em funo das relaes
orgnicas estabelecidas, baseadas nos laos de parentescos e vizinhanas; essas coletividades
rurais no so isoladas, mas, integradas aos espaos sociais mais amplos, determinando a
dinmica social externa, estabelecidas nas relaes com o mercado e com a vida urbana, que
acabam por interferir no interior do meio rural. (WANDERLEY, 2000).
Apesar da perspectiva da modernizao agrcola e da integrao socioeconmica, que
parecia promover um desenvolvimento rural priorizando mais a dinmica social externa, e assim
desenvolver uma agricultura industrial integrada ao mercado global, conforme destaca Wanderley
(2003), no ocorreu uma forma social nica e homognea dentro desse contexto, onde reaparece
a agricultura familiar no cenrio nacional, e acrescentamos ainda um enfoque de uma agricultura
pautada na sustentabilidade, uma necessidade mundial que tem caracterizado a agenda das
relaes comerciais entre dirigentes desses pases, conjuntamente com organismos fiscalizadores
como a ONU, que em seus diversos documentos e protocolos firmados com os signatrios, tem
ressaltado a necessidade de todos de controlarem mais profundamente suas emisses de Gases
do Efeito Estufa, de evitarem desperdcios e a substituio de energias poluentes por energias
limpas, de controlar o consumo de gua e outros insumos, para reduzir a degradao ambiental
vigente, entre eles, o uso indiscriminado de pesticidas na agricultura e que afeta os alimentos, a
sade e a vida da populao. Sem uma agricultura saudvel e sustentvel, deixamos de estar
necessariamente integrados aos mercados que s aceitam produtos orgnicos e sem sade, a
sobrevivncia humana no ter futuro no longo prazo. Essa nova realidade, exige um novo modelo
de fiscalizao e tambm de conscientizao, educao e transformao nas propriedades e nas
pessoas e passa pela pequena, mdia e grande atividade rural.
O terremoto e o tsunami no Japo no ano passado mostraram como lies ao
mundo, a incapacidade e a impotncia do homem para controlar os fenmenos
da natureza, provocado pela insensibilidade das pessoas e pelos desastres
ambientais que acontecem a toda hora, de forma impune, que leva inocente a
perderem as suas vidas... O que nos leva a seguinte reflexo! Quem poder mais
no futuro... O homem com a sua tecnologia, mas indiferente realidade
ambiental ou a natureza, com a sua fora incontrolvel... (SOUZA, 2011, p. 8)
Nesse sentido, fundamental um estilo de educao que vise, atravs de uma prtica
pedaggica participativa, despertar em todos os cidados uma conscincia crtica e reflexiva
acerca da problemtica ambiental. Trata-se, ento, de uma educao que comea,
primordialmente, pelo conhecimento da situao encontrada, passando pela conscientizao da
influncia da ao individual e coletiva sobre o meio ambiente, chegando tomada de postura
numa perspectiva de ao para a preservao do meio ambiente.
Para Gadotti (2007, pp.75 76), a educao deve ser a educao para a vida sustentvel ou
a educao para a sustentabilidade, compreendendo-se a sustentabilidade como o equilbrio
dinmico/harmonioso entre elementos distintos, a saber: o outro e o meio ambiente..
1130
3 METODOLOGIA
3.1 O Projeto desenvolveu desde a sua implantao, diversa etapas avaliativas de
trabalho:
1 Etapa: Coleta e Anlise dos Dados: Os alunos ambientalistas voluntrios do IFRN aplicam
sempre um questionrio nas Escolas ou nos diversos bairros das cidades onde vamos realizar
Oficinas, para conhecer e avaliar os hbitos das famlias, a respeito da conscientizao quanto ao
uso e o descarte do leo utilizado, no cotidiano das residncias, distribuindo ainda um folder
informativo, dando instrues sobre os malefcios causados a natureza pelo descarte indevido
desse leo no ambiente e solicitando o apoio solidrio das famlias quanto doao de leo, para
que as comunidades no parem de fabricar o sabo por falta de matria prima.
2 Etapa: Divulgao do Projeto no IFRN e na Sociedade Organizada: Todos os nossos
alunos so informados atravs de palestras, distribuio de folders e cartazes; e a populao pelo
rdio da cidade e, pessoalmente atravs de palestras nas Escolas Pblicas, sobre a importncia de
todos contriburem com o Projeto, participando das Oficinas e adotando a causa de trocar o leo
usado por sabo (5 litros de leo pode ser trocado por uma barra de sabo de 200 gr.) e da
necessidade de divulgarem o mesmo na sua comunidade, de atuarem como multiplicadores
desses benefcios natureza, atuando tambm junto a padarias, lanchonetes, hotis, num
processo de conscientizao e de educao para a mudana.
3 Etapa: Distribuio do material didtico com as receitas do Sabo para os cursos: Todo
aluno com viso Empreendedora ou Cooperativista, assim como as pessoas da sociedade civil
organizada ou das comunidades que o desejarem, tem tido acesso as Oficinas e as diversas
receitas de fabricao do Sabo Ecolgico e outros Saneantes Domsticos, assim como tem
participado de visitas s comunidades que j fabricam o sabo regularmente, para trocar
experincias e aprender em comunidades de prticas diferentes das que costuma frequentar,
alm de receberem a nossa visita tcnica uma vez por ms, para soluo de problemas na
padronizao dos processos.
4 Etapa: Realizao propriamente dita das Oficinas: As primeiras oficinas realizadas dentro
do IFRN tinham efeito educativo e multiplicador da conscientizao ambiental, com toda a
1131
produo do sabo sendo distribuda com os alunos nas salas, para despertar o interesse de todos
em colaborar com o projeto e se envolverem com a doao do leo residual, enquanto isso
caminhava na direo das escolas pblicas e comunidades, para tornar o projeto mais conhecido.
Nesse momento atual de expanso para outras cidades e com a incluso de novos produtos alm
do sabo ecolgico, como: as Oficinas de Geo Tinta, uma tinta a base de barro, gua, corante e
goma de tapioca: de Saneantes Domsticos, como: Desinfetantes, Detergentes; Amaciantes de
Roupas e gua Sanitria, as Oficinas vm sendo seletivamente direcionadas para associaes
organizadas, capazes de gerar aes multiplicadoras e empreendedoras, para auferir renda e
incluso social.
5 Etapa: Analisando e acompanhando as opinies, as expectativas e as percepes dos
entrevistados, a cada nova pesquisa resolveu ampliar as aes sociais do projeto, para fora do
Mato Grande e do IFRN, para que ele pudesse continuar educando e despertando interesse, mas,
mantendo sempre o foco Ambientalista e Empreendedor, dessa forma, ampliamos a nossa
participao para outras regies, atravs de parcerias em aes sociais e cidads de grande porte
desenvolvidas conjuntamente com as seguintes entidades: Assembleia Legislativa do Estado,
Organismos Ambientais como a Semurb- Natal, Prefeituras das cidades polos onde o IFRN tem
Instituio e Secretaria de Justia do Estado, e que atuam por todas as regies do estado com
projetos sociais.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Esperamos como resultados ainda, diante da continuidade do Projeto no Mato Grande,
uma ao transformadora e uma mobilizao mais efetiva dos participantes das Oficinas, no
sentido do desenvolvimento de uma cultura sustentvel, na perspectiva da busca de resolues de
forma individuais e coletivas, para uma mudana de atitudes mais conservacionistas da sociedade
organizada, que tambm uma vtima da insensatez humana, que a cada dia nos indigna com
aes predatrias no meio ambiente, cujos impactos climticos dirios so o somatrio desse
conjunto de desacertos. Acreditamos que a orientao quanto ao descarte correto e o
reaproveitamento do leo, com objetivos sociais e econmicos, tem sensibilizado a sociedade,
donas de casas e comerciantes para doarem e serem mais solidrios com a causa e a natureza e
isso vem despertando nas pessoas a certeza que esse pode ser um dos caminhos viveis a
educao e a mudana de comportamentos, atravs da participao, conscientizao e integrao,
para um mundo melhor e menos degradado, com a certeza da viso de deixar um futuro
sustentvel para os que nos sucedero, aliado as vantagens econmicas da fabricao,
processamento e comercializao do sabo e dos saneantes domsticos, atravs da ao da
retirada do leo e de outros resduos da natureza.
5 CONCLUSO
Esse projeto de Extenso faz parte do contexto de atuao sustentvel do IFRN Campus
Joo Cmara, junto sociedade civil do Mato Grande e vem desenvolvendo um papel fundamental
e transformador na vida das pessoas, que podem usufruir dessa alternativa de vida como ao
1132
6 REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS
ABRAMOVAY, R. Paradigmas do capitalismo agrrio em questo. So Paulo: HUCITEC, Campinas:
UNICAMP, 1992.
ALMEIDA, Fernando; Os desafios da sustentabilidade. 3. Reimp. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
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BATALHA, Mario Otavio (Org.). Gesto Agroindustrial. V. 2. 5. Ed. So Paulo: Editora Atlas, 2009.
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1133
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WANDERLEY, M. N. B; Agricultura Familiar e campesinato: rupturas e continuidade. Estudos
Sociedade e Agricultura, UFRJ, n. 21, p 46-61, out. 2003.
1135
RESUMO
Sabemos que as cores esto presentes em nossas vidas e
que sua existncia j deve ter causado uma interrogao
algum dia. Sabemos ainda que isso no seria possvel
sem a presena da luz. A ideia no nosso trabalho
mostrar aos alunos do ensino mdio a relao entre luz e
cores e como a fsica est inserida no nosso dia-a-dia.
Atravs de conceitos simples relacionados natureza da
luz tentamos explicar esse fenmeno to intrigante da
natureza, que desde muito tempo fascina os cientistas,
como Isaac Newton. O projeto PIBID Fsica do Campus
IFRN Joo Cmara organizou um minicurso de frias
titulado Fsica das Cores para atender a alunos do
ensino mdio de escolas pblicas da regio. Uma das
schools in the region. One of the features of the minicourse is to approach the subject in a completely
experimental, leaving aside the mathematical approach
and emphasizing the phenomenology of the subject for
the facilitation of meaningful learning of physics
concepts in the high school level. Questionnaires were
administered at the beginning of the mini-course for the
analysis of students' previous knowledge on the subject
at the end, we applied a new questionnaire, where we
could compare them and see a significant improvement
in responses, concluding that students changed their
conceptions original and that was a learning experience.
1136
1 INTRODUO
Desde a antiguidade j se estudava a relao entre a luz e as cores. Filsofos, como Plato
e Aristteles, foram os pioneiros na elaborao de hipteses a respeito dessa relao. Contudo, o
fsico e matemtico Isaac Newton foi o primeiro a reconhecer a natureza espectral da cor e a
formular uma teoria cientfica a seu respeito. Ele percebeu a disperso da luz branca, ou seja,
conseguiu visualizar que se a mesma incidisse sobre um prisma de vidro, totalmente polido, dava
origem a inmeras outras cores. Dessa forma, Newton lanou a hiptese de que a luz branca
no era pura, mas sim formada pela mistura ou superposio de todas as cores do espectro, e
concluiu ainda que a luz se decompe por causa da refrao que sofre ao passar de um meio para
outro.
equipei-me com um prisma triangular de vidro, para tentar [testar] com ele o famoso
fenmeno das cores. E, tendo para isto escurecido meu quarto e feito um pequeno furo
na veneziana da janela, para deixar entrar apenas a quantidade conveniente de luz solar,
coloquei meu prisma nessa entrada, para que assim fosse refratada para a parede oposta.
No incio foi um divertimento muito agradvel ver as cores vvidas e intensas serem
produzidas desse modo. (CREASE; Robert P. Os dez mais belos experimentos cientficos.
2006 p.64)
A teoria de Newton no explica tudo, mas contribuiu com grandes avanos no estudo da
natureza da luz e estudos posteriores. At hoje questes como: o que a luz? O que a cor?
Como se forma o arco-ris? So perguntas de difcil resposta e o senso comum faz com que a
maioria das pessoas atribua a esses fenmenos causas divinas ou msticas. Outras pessoas,
simplesmente, nem pensam no assunto. Enfim, questes como estas fazem parte das aulas do
ensino mdio, entretanto, alunos, principalmente de escolas pblicas, possuem uma grande
dificuldade em interpretar esses conceitos, sobretudo, devido abordagem excessivamente
matemtica dos contedos de fsica utilizada nas escolas, dessa forma, a abordagem conceitual
deixada de lado dificultando a interpretao do aluno e impedindo que o mesmo relacione o
contedo com o cotidiano e isso refora a ideia de que a fsica no est presente no nosso dia-adia, sem falar na ausncia de aulas experimentais, o que refora todos os aspectos negativos
citados anteriormente.
A Fsica Experimental foi praticamente banida do Ensino Mdio no Brasil. A estrutura
acadmica de nossas escolas um empecilho prtica experimental continuada. Quando
muito, os professores mais corajosos realizam duas ou trs aulas experimentais por ano.
Entenda-se por aula experimental, aquela em que o prprio aluno monta, mede, analisa e
tira suas concluses. (BERGOLD; RUIZ 2005, p. 01)
1137
2 METODOLOGIA
O mini-curso Fsica das Cores teve oito dias de durao e cada dia de aula foi planejado
de forma que fossem realizadas atividades dinmicas. A princpio, nas primeiras aulas foram
coletadas informaes sobre as concepes prvias dos alunos a respeito do tema Luz e Cores a
partir do questionrio aplicado. Feito isto, levantamos algumas questes para discusso, induzindo
os alunos para que eles obtivessem suas prprias concluses sobre o que luz e o que cor.
Utilizamos recursos de mdias, como slides e vdeos, para iniciarmos o dilogo sobre luz, cor, viso
e para que os alunos comeassem a confrontar suas concepes com os conceitos lanados nas
discusses sobre o assunto em questo.
Em outro momento, comeamos a expor os conceitos e a realizar demonstraes prticas
para reforamos os conceitos j formulados nesse momento, a principio, procuramos explanar o
1138
1139
2.1.3 Espectrmetro
Outra prtica no laboratrio foi a construo de um espectrmetro. Uma caixa feita de
material opaco, com uma fenda em uma das extremidades e um agente difrator na outra. Quando
a luz incide na extremidade do agente difrator, podemos perceber que semelhante ao prisma o
espectrmetro difrata a luz branca emitida por determinado corpo luminoso e, em um ambiente
totalmente escuro, nos permite ver a faixa do espectro de luz visvel atravs do seu agente
difrator. Este experimento foi significante para que os alunos compreendessem melhor os
1140
conceitos de disperso da luz e espectro visvel da luz. Neste experimento utilizamos um pedao
de cd como agente difrator.
2.1.4 Mistura de pigmentos
Encerramos o nosso mini-curso com a aula de mistura de cores. Neste momento, os alunos
puderam comprovar o aprendizado terico sobre a diferena entre cores primrias e cores
secundrias da luz e dos pigmentos utilizando papel e tinta nas cores ciano, amarelo e magenta
(que so as cores primrias para pigmentos). A partir destas trs, os alunos puderam criar diversas
outras cores.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
Os resultados obtidos no mini-curso foram os esperados. As questes que abordamos
foram, respectivamente, O que cor?, O que luz?, O que a luz tem haver com a cor?,
Qual a importncia da luz no nosso cotidiano?, Porque enxergamos?. No primeiro
questionrio as respostas estavam mais soltas, a maioria das questes os alunos deixaram em
branco ou deram respostas relacionadas ao cotidiano, conhecimentos artsticos ou psicolgicos.
Quando perguntamos O que cor? as respostas eram: o que d vida as coisas., uma
forma de distinguir objetos, assim ento diferenciando uma coisa da outra para no haver
nenhum problema. Eu acho que cada cor tem o seu significado. E ainda, Cor tudo o que se
ope ao preto e ao branco, dentre outras respostas. Na relao entre luz e cores, notamos
atravs das respostas, que parte dos alunos obtinha conhecimentos cotidianos sobre a luz. A
maioria relacionou luz com o sol, com o que claro, com a luz do dia e que sem luz impossvel
enxergarmos e consequentemente enxergarmos colorido, o que puderam comprovar
posteriormente atravs dos experimentos, mas precisamente a sala do nada. A partir dessas
repostas, tivemos um cuidado maior ao planejar as aulas, pois nosso intuito era atender as
deficincias dos alunos a cerca do tema.
Ao final do mini-curso, abordamos questes semelhantes as do primeiro questionrio, e
notamos que os alunos passaram a perceber de forma diferente os fenmenos luminosos, tendo
1141
uma noo mais ampla dos conceitos, passando a responder com maior facilidade as questes,
alm de uma melhor formulao das respostas. As concepes naturais do cotidiano de cada
aluno foram se modificando ao decorrer das aulas e outras tiveram uma melhor fundamentao,
visto que muito do senso comum tem algum embasamento cientfico.
4 CONCLUSES
A fsica est presente em nosso cotidiano de forma evidente. Fenmenos naturais como,
por exemplo, raios, o sol, as estrelas, o arco-ris, a dinmica dos diversos animais, a forma como
enxergamos, como respiramos, dentre outras infinitas demonstraes da cincia presente em
nossa vida diria nos mostram que a fsica muito mais do que s clculo. O ensino de fsica no
pode estar preso apenas a teorias e comprovaes matemticas. O universo da fsica fascinante
e incrivelmente cativante e importante que o professor de fsica apresente a seus alunos esse
mundo pouco conhecido de muitos estudantes desenvolvendo atividades voltadas para a prtica
experimental enfatizando aplicaes prticas do cotidiano de seus alunos.
A fsica experimental est ausente nas escolas por vrios motivos, falta de laboratrios, a
escolha dos professores por aulas expositivas o que, na maioria dos casos resulta em uma
abordagem excessivamente matemtica e acabam privando os alunos de conceitos e prticas
experimentais que, como comprovamos com o mini-curso de cores, estimula o interesse dos
alunos pelo aprendizado de fsica, pois, diferente das aulas tericas de Fsica, nas aulas com uma
didtica experimental est presente o referencial emprico, organizado especialmente para a
experimentao, para a comprovao e ilustrao dos fenmenos fsicos.
Com o mini-curso os alunos do Ensino Mdio de escolas pblicas da regio do Mato
Grande/RN puderam ter contato com essa prtica escassa nas salas de aula nos dando resultados
dentro do esperado, comprovando na prtica que as aulas experimentais so essenciais para o
aprendizado do aluno de Ensino Mdio. Assim, verificou-se a eficincia dos questionrios
aplicados e a metodologia abordada, alm dos experimentos realizados, o que foi de total
importncia para a realizao do mini-curso, visto que grande parte do estmulo dos alunos veio
atravs dos experimentos. Com isso acrescenta-se um aumento significativo pela rea de cincia e
tecnologia, melhorando assim, a aprendizagem.
5 REFERNCIAS
ARAJO, M. S. T.; ABIB, M. L. V. S. Atividades Experimentais no Ensino de Fsica: Diferentes
Enfoques, Diferentes Finalidades. Revista Brasileira de Ensino de Fsica, v. 25, n. 2, 2003, p. 176 194.
BERGOLD, Arthur W. B; RUIZ, Victor H. V. Anistia da fsica experimental no ensino mdio: iniciando
um laboratrio didtico de fsica. In: XVI Simpsio Nacional de Ensino de Fsica, 2005. Rio de
Janeiro.
SOBRINHO, Antnio A.; SOUZA, Gilberto M. P. ptica fsica e geomtrica. Natal: Editora CEFET,
2007.
CREASE, Robert P. Os dez mais belos experimentos cientficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
2006.
1142
RESUMO
Este artigo tem como objetivo apresentar o
desenvolvimento de um software chamado geomat
desenvolvido com o intuito de gerenciar uma atividade
desenvolvida pelo orientador, a qual pretende contribuir
com o ensino aprendizado das funes afim, quadrtica e
exponencial. Ela foi desenvolvida devido a observao de
1143
1 INTRODUO
Verificando os problemas que os alunos tm no aprendizado de funes, a importncia da
utilizao do jogo como ferramenta didtico-pedaggica, e a falta de conhecimentos dos alunos
em relao utilizao de jogos na aprendizagem, o orientador com auxlio do bolsista
desenvolveram uma atividade que pretende unir a ludicidade do jogo, a praticidade e atratividade
da tecnologia do software GeoGebra com o aprendizado de funes, a fim de construir uma nova
experincia de ensino aprendizado com os alunos. Para facilitar a aplicao, difuso e otimizao
desta atividade foi desenvolvido um programa, o geomat, a apresentao do mesmo o objetivo
do artigo.
O geomat, conforme a atividade desenvolvida, fornece a possibilidade de que o aluno
divirta-se ao mesmo tempo em que estuda as principais caractersticas das funes afins,
exponenciais e quadrticas, atravs da manipulao de grficos e equaes que visam acertar
determinados pontos de acordo com algumas regras. O programa pode constituir uma boa
ferramenta de ensino de funo devido a sua capacidade de proporcionar ao aluno uma
experincia de ludicidade na matemtica integrado com algumas tcnicas de fixao de contedo,
afim de construir um aprendizado slido de maneira divertida.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O conhecimento no produzido somente por humanos, mas tambm por atores
no humanos. As tecnologias so produtos humanos, e so impregnadas de
humanidade, e reciprocamente o ser humano impregnado de tecnologia. Neste
sentido, o conhecimento produzido condicionado pelas tecnologias. (BORDA,
2004, p. 305 aput CONGRESSO..., 2011, p. 1415)
1144
Jogos constituem uma grande ferramenta para o ensino, isso pode ser comprovado com
base na teoria de vrios pesquisadores como Vygotsky, e pode ser verificada na citao abaixo.
Os jogos possuem um valor educacional intrnseco, pois age como um grande
motivador, unindo a vontade e o prazer durante o desenvolvimento de uma
atividade, tornando as aulas agradveis e a aprendizagem fascinante, uma vez que
o ato de aprender est associado diverso. (CONGRESSO..., 2011, p.119)
3 METODOLOGIA
Inicialmente foi feito uma reviso e discurso bibliogrfico dos autores Rego 2002, Farias
2011, Smole 2008 e Grando 1995 sobre a importncia do jogo para o ensino. Depois foi feito uma
avaliao e anlise de uma pesquisa aplicada pelo orientador com alunos de escola pblica do
municpio, bem como a elaborao de novos questionrios sobre funo afim e quadrtica.
Posteriormente o autor estudou o manual do software GeoGebra, afim de discutir com o
1145
4 RESULTADOS E DISCUSSES
De acordo com a anlise dos dados da pesquisa realizada com os alunos de escolas pblicas
do municpio, percebe-se que eles obtiveram baixo desempenho, pois se ao questionrio
empregado fosse atribudo uma nota de 0 a 10, poucas pessoas teriam atingido a mdia 6. Tendo
em vista este resultado, a atividade foi desenvolvida para tentar melhorar os conhecimentos
destes alunos e consequentemente aumentar as suas mdias.
1146
A Figura 2 mostra a tela inicial do geomat, onde o usurio poder escolher um dos trs
jogos disponveis: a batalha das afins, o combate parablico e o duelo exponencial. Eles trabalham
respectivamente com as funes afim, quadrtica e exponencial. Depois de se escolher o jogo o
usurio direcionado para uma tela semelhante a da Figura 3, onde poder escolher as fases do
jogo escolhido. Ao clicar em uma das fases uma mensagem sonora emitida pelo programa, a
qual mostra o que se deve fazer na fase, o boto b1 direciona o jogador para a tela inicial, o boto
b2 mostra uma tela que apresenta os desenvolvedores do jogo, o b3 restaura as malhas caso
algum tenha gravado nelas, o b4 mostra as regras do jogo, e os botes b5 a b11 direcionam o
jogador para a fase correspondente.
Nas fases do geomat os alunos realizaram as atividades da Tabela 1:
1147
Fases
Combate parablico
O duelo exponencial
Acertar
pontos
com Acertar
pontos
com
a Acertar pontos com
funes afins crescentes
concavidade da parbola virada funo
exponencial
para cima
crescente
Acertar
pontos
com Acertar
pontos
com
a Acertar pontos com
funes afins decrescente
concavidade da parbola virada funo
exponencial
para baixo
decrescente
Acertar dois pontos atravs Atingir dois pontos com a Acertar dois pontos com
da funo afim crescente
concavidade da parbola virada funo
exponencial
para cima.
crescente
Acertar dois pontos atravs Atingir dois pontos com a Acertar dois pontos com
da funo afim decrescente concavidade da parbola virada funo
exponencial
para baixo.
decrescente
Como foi visto na tabela anterior, a atividade baseia-se em atingir pontos de uma malhar,
que pode ser entendida como um campo de batalha onde deve-se destruir os soldados (pontos
pretos), os pontos vermelhos so soldados aliados e por isso no devem ser atacados. Em questo
de contedo os jogos trabalham muito com as caractersticas das funes e a alterao de suas
variveis, para que os pontos sejam atingidos. A atividade tambm contribui para o
desenvolvimento do raciocnio lgico, pois exige que o aluno pense na funo o mais rpido
possvel para que possa sair na frente de seus competidores, e tambm possibilita o estudo de
intervalos.
1148
Alm disso tambm foi desenvolvido um site na plataforma wordpress para hospedar e
divulgar o programa. O mesmo est disponvel no seguinte endereo: http://geomat.neq3.com/,
pode ser visualizado na figura 4 e possui cinco pginas. A de Incio mostra a logomarca do geomat
junto com uma mensagem de boas-vindas, a qual descreve rapidamente o software e mostra as
funcionalidades do site, a pgina Sobre descreve um breve histrico sobre a criao do programa,
a pgina demonstrao mostra vdeos que apresentam uma demonstrao dos trs jogos, a
pgina downloads permite que o usurio faa o download dos arquivos compilado, de seus
requisitos e do cdigo fonte, a pgina do frum permite ao usurio tirar dvidas sobre o
programa, bem como ajudar no desenvolvimento do mesmo.
A ferramenta desenvolvida possibilita um maior controle das malhas que esto abertas,
no sendo necessrio que as mesmas sejam iniciadas antes do evento, alm disso, traz uma maior
portabilidade a atividade j que, atravs do programa possvel lev-la para a casa dos alunos
permitindo que os mesmos pratiquem em casa e possam obter ainda mais conhecimento e se
divertirem. Ela possui algumas limitaes, como a de no fazer a contagem de pontos do jogador e
a de no impedir que o mesmo trapaceie. Estas limitaes podem ser eliminadas ao longo do
1149
tempo mas, por enquanto no influenciam muito na execuo da atividade, j que o seu foco a
construo de conhecimento e a diverso.
5 CONCLUSO
O geomat pode constituir uma boa ferramenta para o ensino de funo, se utilizada de
maneira adequada, pois traz para a atividade uma maior portabilidade e interatividade mesmo
com algumas limitaes.
A participao em um projeto de construo de jogos matemticos virtuais muito
interessante, divertida e proporcionou a interao com uma literatura rica e vasta, bem como uma
troca de conhecimentos entre os integrantes do grupo de pesquisa, resultando na construo da
atividade, que pode constituir uma boa ferramenta didtico pedaggica, por proporcionar um
ambiente ldico no aprendizado de funo e mostrar aos alunos como utilizar a tecnologia neste
processo. O professor de matemtica deve procurar adaptar a atividade a sua realidade sem
perder o seu objetivo, para que os alunos tenham acesso a informaes sobre a utilizao de
softwares no ensino aprendizagem e percebam a possibilidade de se aprender matemtica de
maneira ldica. Para realizar isso o professor pode utilizar-se do gerenciador desenvolvido,
permitindo at mesmo que o aluno pratique em casa.
Tambm foi possvel perceber a importncia do mtodo tradicional de se trabalhar com
funes, como a prtica do desenho manual, j que primeiramente o aluno deve saber a teoria
sobre funo e como desenhar seu grfico de forma manual, para que atravs da atividade ele
possa realizar experincias com as funes devido a praticidade ao constru-las no GeoGebra, afim
de construir novos conhecimentos e consolidar os j obtidos.
O emprego de jogos matemticos no ensino sofre muita rejeio dos alunos que acreditam
na impossibilidade da unio entre matemtica e ludicidade, alm disso, na prpria literatura
possvel encontrar autores que no consideram as atividades pedaggicos ldicas como um jogo,
mostrando que cada vez mais necessrio fazer com que os professores de matemtica procurem
novas maneiras de ensino que amenize o preconceito dos alunos e provem que possvel unir a
ludicidade com a matemtica atravs do jogo.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histrico-cultural da educao. 14. Ed. Petropolis, RJ: vozes,
2002.
FARIAS, J. V. Produo de Material Didtico: Jogos Para Auxiliar no Processo de Ensinoaprendizagem, de Fraes Nas Turmas do Proeja. 2011. N. 62. Trabalho de Concluso de Curso
Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Pau dos Ferros.
SMOLE, K. S, et al. Mathema: Jogos de matemtica de 1 a 3 ano. 1. Ed. Porto Alegre: Artmed,
2008. 116 p.
GRANDO, R. C. O jogo e suas possibilidades metodolgicas no processo ensino aprendizagem de
Matemtica. So Paulo. 1995.
1150
SMOLE, K. D. S.; DINIZ M. I. Matemtica Ensino Mdio. 6. Ed. So Paulo: Saraiva, 2010. 160 p.
Volume 1.
CONGRESSO NORTE E NORDESTE DE PESQUISA E INOVAO, 6., 2011, Natal. Anais eletrnicos...
Natal: IFRN. Disponvel em:<http://portal.ifrn.edu.br/pesquisa/editora/livros-para-download/viconnepi-ciencias-exatas-e-da-terra/at_download/arquivo>. Acesso em: 9 out. 2012.
1151
RESUMO
A importncia de buscar novas metodologias para o
ensino de Matemtica torna-se urgente e vem sendo
objetivo de grande nmero de pesquisas na rea do
raciocnio lgico. Partindo desse pressuposto, propomos
novos estudos sobre a obra Symbolic Logic (1896) de
Lewis Carroll. O romancista, tambm poeta e
matemtico da Universidade de Oxford, na Inglaterra,
tornou-se mundialmente famoso pela autoria do clssico
Alice's Adventures in Wonderland (1865). Symbolic Logic
foi originalmente dividido pelo autor em Symbolic Logic,
Part I: Elementary e Symbolic Logic, Parts I and II,
publicadas em meados de 1977. Reconhecendo o
potencial inegvel de Symbolic Logic como fonte de
1152
1. INTRODUO
A importncia de buscar novas metodologias para o ensino de Matemtica, que tantas
vezes caracterizado como sendo pesaroso para a maioria dos alunos, torna-se urgente e vem
sendo objetivo de grande nmero de pesquisas na rea do raciocnio lgico. Tais pesquisas
buscam algo que possa fixar a ateno do aluno, levando-o a exercer uma linha de raciocnio que
no se limite a repetir o que o professor ensina, mas que o torne em ampla extenso
independente, com um raciocnio capaz de desenvolver e fomentar a matria de modo prazeroso.
Segundo Skemp (1980) esse raciocnio denominado como compreenso relacional.
Percebemos, assim, a necessidade de incitar os alunos para tornar possvel a compreenso
das relaes e a edificao de um conhecimento slido numa dinmica criativa.
Motivadas por essa constatao, voltamos nossa ateno para a obra Symbolic Logic (1896)
escrita por Lewis Carroll, um romancista, poeta e matemtico que fez sua carreira na Universidade
de Oxford, Inglaterra. Desde sua infncia, Carroll e seus irmos foram estimulados
intelectualmente pelos pais com desafios, charadas e anagramas. Esse trao de sua educao
sugere uma gnese das mltiplas atividades criativas que desempenhou com sucesso na vida
adulta, tantos as que o tornaram um grande nome nos estudos da Lgica Matemtica quanto
aquelas que o destacaram como autor de inmeras obras e artigos cientficos, aos quais se
acrescentaram os romances matemticos como Alice's Adventures in Wonderland (1865),
mundialmente celebrado.
Dentre esse rico acervo legado por Carroll, detivemos nossos estudos na obra considerada
por alguns crticos como a mais ambiciosa do autor, por sintetizar aspectos da chamada lgica
nonsense 1, comumente utilizada em suas obras anteriores. Dividido pelo autor em duas partes
Symbolic Logic, Part I: Elementary e Symbolic Logic, Parts I and II o trabalho foi publicado em sua
verso mais completa postumamente, em meados de 1977.
Com o objetivo de facilitar o acesso de alunos e professores a Symbolic Logic como fonte
de experincias para a expanso do raciocnio lgico, construmos um glossrio bilnge, nos pares
lingsticos ingls-portugus. Para tanto, conduzimos tradues e anlises da primeira parte da
obra em busca de termos fundamentais e conceitos a eles relacionados; inclusive, ao identific-los
sem o acompanhamento dos respectivos conceitos, tivemos a tarefa de reconstitu-los de forma
que pudessem ser usados em harmonia com as propostas do autor para o desenvolvimento do
raciocnio lgico.
Visamos ainda, estimular o estudo da matemtica como fazer intelectual dinmico de
modo lgico, a fim de desenvolver o raciocnio do aluno sob mltiplos aspectos, com o incentivo
do estudo interdisciplinar entre as matrias matemticas e as denominadas Humanidades, com
especial nfase para as lnguas estrangeiras e a literatura. Como benefcio indireto em potencial
Oriundo do termo francs non-sense, um termo utilizado para designar algo sem sentido, irreal, fora dos
parmetros comuns, desprovido de razo.
1153
desses estudos interdisciplinares, teramos ainda uma maior qualidade nas tradues de obras
especializadas e, por conseguinte, maior desenvolvimento metodolgico.
Apresentamos, neste artigo, a parte da verso final do glossrio, que contm os termos
lgicos encontrados na obra aps a traduo e anlise dos dois primeiros livros, com as definies
dadas pelo autor ou, na sua ausncia, com definies contemporneas construdas durante a
pesquisa e adequadas obra.
Dada a sua natureza especializada, o glossrio se atm s definies necessrias para a
compreenso e desenvolvimento do raciocnio lgico, no tratando dos termos em diferentes
contextos, como se faz uso em dicionrios.
2. JUSTIFICATIVA
O interesse em desenvolver esta pesquisa partiu da preocupao em contribuir com o
desenvolvimento do Ensino de Matemtica referente ao Grupo de Pesquisa Matemtica, Cincias
da Natureza e suas Tecnologias do IFRN de Santa Cruz/RN.
Sob esta perspectiva, escolhemos fazer uso de uma obra marcada pelos traos
caractersticos da lgica de Lewis Carroll, sendo preponderante seu poder de forar as leis da
lgica, explorar os limites da linguagem simblica, bem como os limites das formulaes,
revelando a possibilidade de que o nonsense esteja escondido sob a aparncia de correo formal.
caracterstico de Carroll o tratamento de problemas matemticos e lgicos sob o prisma
humorstico e ldico. O autor foi tambm um dos pioneiros na pesquisa de uma nova cincia do
discurso atravs do uso de smbolos, sendo essa simbolizao de problemas matemticos
discretamente imersa no mundo de Alices Adventures in Wonderland (1965).
Optamos pela Primeira Parte de Symbolic Logic por acreditar que nela est a sntese inicial
da lgica de Carroll, e de que a partir de sua explorao pode-se dar a contribuio para um novo
fazer metodolgico para o desenvolvimento de estudos matemticos.
Esse entrelaamento da Lgica Matemtica com a linguagem literria e o estudo de uma
lngua estrangeira propicia, em outro aspecto, a criao de novas metodologias, pois favorece
interaes ainda inusitadas, mas potencialmente muito frutferas, entre as diversas reas do
conhecimento
Somando-se ao destaque de Carroll como um autor que alia a linguagem matemtica e a
linguagem literria em um ambiente ldico para a aprendizagem do fazer matemtico, a reunio
da Matemtica com a Lngua Inglesa em nosso projeto de pesquisa foi motivada pela inexistncia
de quaisquer tradues da obra para o portugus. Isso se torna imprescindvel para os
pesquisadores que atualmente desejam estudar a obra em sua verso original. Em decorrncia de
tal fato, escolhemos desenvolver um glossrio bilngue, partindo ainda de outro pressuposto: a
carncia de glossrios temticos na rea de lgica para alunos do Ensino Mdio.
1154
Dentro desse contexto, a pesquisa desenvolvida e apresentada neste artigo consiste num
passo indito e importante em aspectos lingsticos e matemticos tratados com
interdisciplinaridade.
3. FUNDAMENTAO TERICA
Partindo do pressuposto gerado pela necessidade de metodologias capazes de desenvolver
o raciocnio lgico em alunos, no somente no Ensino Superior, mas abarcando ainda os
estudantes de Nvel Mdio, observamos que os documentos oficiais que orientam a educao no
Brasil, tais como os PCNs (BRASIL, 1998), enfatizam a adaptao da linguagem matemtica desde
o ensino bsico, especialmente, no Ensino Mdio. Dessa forma, so destacados como habilidades
a serem desenvolvidas pela Matemtica aspectos como: representao e a comunicao,
investigao e compreenso e, ainda, a contextualizao sociocultural.
Observamos que a Matemtica tambm consiste em uma linguagem, e como tal, apresenta
diversas deficincias, sendo provvel que decorram da falta de compreenso por parte do aluno
referente ao fato de que no se trata de uma linguagem corriqueira. Sobre isso Klsener (1998, p.
182) afirma que:
[...] os problemas evidenciados na aprendizagem matemtica como meio de
comunicao no so os mesmos da aprendizagem da lngua materna, j que a
linguagem matemtica no se adquire de maneira natural, no utilizada
constantemente e necessita ser apreendida e praticada em diferentes contextos.
Para que a aprendizagem seja desenvolvida pelo aluno, no necessrio apenas que esse
execute as atividades propostas pelo professor de modo repetitivo. preciso tambm que ele se
sinta motivado a compreender e praticar de tal maneira que seja capaz de edificar solidamente o
conhecimento. De tal modo, tornar-se- possvel o desenvolvimento de um raciocnio que Skemp
(1980) define como compreenso relacional. Segundo tal definio, a Matemtica se constitui sob
mltiplos aspectos oriundos de uma coleo de conhecimentos, mas todos eles voltados para o
exerccio do conhecer.
Fossa (2001, p. 84) acentua que a meta da educao matemtica levar o aluno ao nvel
da matemtica relacional. Esse nvel da matemtica corresponde compreenso de algo
relacionada ao porqu, englobando ainda o conhecimento de algo denominado como saber.
Sob tais aspectos, observamos em Lewis Carroll a unificao do pensamento lgico e da
literatura em um ambiente ldico para a aprendizagem do fazer matemtico, bem como
desenvolvimento da compreenso relacional. O fim explcito de suas obras era tornar a Lgica
popular, uma fonte de recreao que se estabeleceria no s nas escolas, mas tambm nas casas
de famlia. Como expe o matemtico no Prefcio de Symbolic Logic (1896), seu livro consistia,
para ele,
the very first attempt (with the exception of my own little book, The Game of
Logic, published in 1886, a very incomplete performance) that has been made to
popularise this fascinating subject. It has cost me years of hard work: but if it
1155
should prove, as I hope it may, to be of real service to the young, and to be taken
up, in High Schools and in private families, as a valuable addition to their stock of
healthful mental recreations, such a result would more than repay ten times the
labour that I have expended on it. 2
Observamos que a falta de adaptao da linguagem, muitas vezes deixada de lado a fim de
enfatizar diretamente os contedos, acaba por dificultar ainda mais a aprendizagem, j que esta
fundamental para a definio de conceitos claros e entendimento dos assuntos.
Sobre a falta de clareza com relao aos conceitos, Fossa (2001, p. 15), explicita este
aspecto da linguagem com seguinte exemplo:
Se, por exemplo, queremos que o aluno construa o conceito de sereia e ele diz
que tem medo de sereias que correm na praia noite, vislumbramos um
problema. Segundo nosso conceito de sereia, esta no pode correr na praia
porque no tem pernas. Assim, precisamos fazer o nosso aluno reorganizar seu
conceito de sereia de tal forma que, em vez de pernas, ela possua uma cauda de
peixe.
Relacionado a esse objetivo, Carroll declara ter evitado, em Symbolic Logic (1896), todas as
dificuldades que lhe pareceram estar alm da compreenso de uma criana de (digamos) doze ou
quatorze anos de idade.
Estando nossa pesquisa voltada principalmente para a identificao, anlise, traduo e
construo de termos e conceitos prprios Lgica Simblica, e em alguns casos muito
particulares viso de Carroll, apoiamos a confeco do glossrio sobretudo na Terminologia, pois
o reconhecimento de conceitos e de suas designaes o ponto de partida do trabalho
terminolgico, o que deriva no reconhecimento de definies terminolgicas. (LEPRE, 2007, p.22).
O glossrio, diferentemente do dicionrio, constitui-se de palavras que se tornaram termos
de uma linguagem especializada, e passaram a expressar conceitos particulares segundo essa
especializao. Como bem explica Lepre (2007):
Ao contrrio da palavra comum que mais polissmica, o termo tende a exibir
menor polissemia. Assim, um termo que uma unidade inserida em um
determinado discurso, o que, muitas vezes colabora, para no haver
ambigidades lingsticas, fator indesejvel no universo cientfico especializado.
Desta maneira, os termos tcnicos possuem uma maior tendncia em ser
monossmicos, ou seja, possurem somente um sentido somente para cada termo
em uma situao de uso bastante determinado. (p.22)
1156
ortografia, regncia verbal, fontica, classificao e origem das palavras, nem persegue o ideal de
apresentar cada palavra em toda a sua polissemia, expondo todas as possibilidades de uso da
palavra na lngua da qual faz parte.
4. METODOLOGIA E RESULTADOS
A traduo da obra escolhida foi iniciada usando, como ferramentas auxiliares, dicionrios
no par lingstico ingls-portugus. Esse primeiro perodo de traduo foi desenvolvido em
concomitncia com a introduo gradual das alunas pesquisadoras aos primeiros rudimentos de
tcnica e teoria da traduo (RNAI, 1981), assim como com a solidificao e expanso do
vocabulrio e do conhecimento estrutural da Lngua Inglesa pelas mesmas.
Sempre trabalhando de forma interdisciplinar, o mesmo perodo foi dedicado ao
levantamento, descoberta e familiarizao das alunas com os termos lgicos mais importantes.
No que diz respeito s atividades lingusticas, essa tambm foi uma fase dedicada
adaptao da traduo ao Portugus contemporneo, j que a obra fora escrita na Inglaterra do
sculo XIX.
Aps esta adaptao, tornou-se possvel realizar, de modo eficaz, o levantamento dos
termos lgicos presentes neste artigo, sendo feito pela observao caso a caso, ou seja, de forma
particular a cada expresso. Esse processo desenvolveu-se a partir da leitura e discusso do corpus
pelas pesquisadoras e a orientao. Ferramentas como WordSmith no foram adotadas, pois so
mais apropriadas ao trabalho com grandes corpora, visto que nos propomos a analisar a
particularidade de cada termo. Com traduo e levantamento feitos, os termos selecionados
foram, inicialmente, estudados com aprofundamento sob as definies contemporneas da
Lgica. Aps o levantamento dos termos, iniciamos o desenvolvimento do glossrio bilnge de
Lgica Matemtica de Carroll no par lingstico ingls-portugus.
O processo de estudo e anlise ocorreu durante todas as etapas da pesquisa, e
acreditamos que deste modo alcanamos de modo eficaz nossos objetivos no resultado do nosso
trabalho.
1157
Ingls
Class
Individual Class
Classification
Copula
Dichotomy
Division
Name
Proposition
Sign of Quantity
Terms
^K/E'>^WKZdh'h^
Portugus
Definio
Classe
Grupo de certas Coisas.
Classe Individual
A Classe, que contm apenas um Membro.
Classificao
um Processo Mental, no qual imaginamos
que reunimos, num grupo, certas Coisas.
Cpula
O verbo ser.
Dicotomia
a diviso em duas classes.
Diviso
um processo mental, no qual pensamos
numa certa Classe de coisas e a dividimos em
duas classes menores.
Nome
Uma palavra (ou frase).
Proposio
Qualquer palavra ou frase, que transmita uma
informao.
Sinal de Quantidade Palavra, que nos diz quantos membros do
Sujeito so tambm membros do Predicado.
Termos
O Sujeito e o Predicado de uma
proposio.
dd
SEO WKZdh'h^/E'>^
Portugus
Ingls
Definio
Classe
Class
Classe Individual
Individual Class
Classificao
Classification
Cpula
Copula
Dicotomia
Dichotomy
Diviso
Division
1158
Name
Proposio
Proposition
Sinal de
Quantidade
SignofQuantity
Termos
Terms
6. CONCLUSES
Apresentamos nesse trabalho a verso definitiva do Glossrio bilnge de Symbolic Logic,
resultado de um perodo total de pesquisa de cerca de dez meses sobre a primeira parte da obra
Symbolic Logic (1896), escrita por Lewis Carroll.
O glossrio presente neste artigo se fundamenta numa amostra sucinta das terminologias
da obra, a fim de tornar-se prtico diante da necessidade de compreenso e desenvolvimento de
raciocnio lgico.
No referido perodo, traduzimos os dois primeiros livros da obra e analisamos os principais
termos lgicos encontrados segundo as definies contemporneas, a fim de desenvolver o
conhecimento das pesquisadoras acerca da terminologia. Posteriormente, aprofundamos nossos
estudos acerca desses termos sob a lgica nonsense utilizada pelo autor.
Desse modo, acreditamos que esta pesquisa se constitui de um modo eficaz para o
desenvolvimento de novas metodologias que abarquem o estudo matemtico de forma ldica, a
fim de contribuir de modo inovador com o estudo da Lgica entre estudantes do Ensino Mdio e
pesquisadores.
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Ediciones Morata, S. A. 1980.
1160
RESUMO
Os resduos das indstrias txteis, alm de apresentarem
uma intensa colorao qual interfere nos processos de
fotossntese,
podem
ser
carcinognicos
e/ou
mutagnicos, possuem metais pesados. Devido aos
problemas ambientais causados pelos efluentes txteis,
diversas pesquisas tm sido direcionadas na busca por
novos mtodos e materiais para tratar tais efluentes,
recebendo destaque dentre estes, os processos de
adsoro usando materiais mesoestruturados, como
carves ativos. Entretanto, devido ao seu alto custo,
novos materiais alternativos veem sendo estudados,
dentre eles os fosfatos mesoporos, devido apresentarem
reas superficiais elevadas e grandes volumes de poros,
exigidos no processo de adsoro. Neste contexto,
presente trabalho descreve a sintetize de uma
1161
1 INTRODUO
A indstria txtil uma das maiores produtoras de efluentes lquidos em virtude do grande
consumo de gua e produtos qumicos, em especial nos processos de tingimento e acabamento.
Os resduos dessas indstrias apresentam como caracterstica uma intensa colorao qual, em
ambientes aquticos, pode causar uma interferncia nos processos de fotossntese. Alm disso,
certas classes de corantes, assim como seus subprodutos, podem ser carcinognicos e/ou
mutagnicos.
Devido s implicaes ambientais citadas a necessidade do tratamento do efluente lquido
da indstria txtil, surge a busca por novos mtodos e materiais, recebendo destaque dentre estes
os processos de adsoro usando materiais mesoestruturados, devido apresentarem reas
superficiais elevadas e grandes volumes de poros, exigidos no processo de adsoro. So
vantagens adicionais se estes materiais forem biodegradveis.
Hidroxiapatitas mesoporosas so excelentes candidatas para serem utilizadas como
adsorventes, pois apresentam boa biodegradabilidade, aliada a uma alta rea superficial e estreita
distribuio de poros. Aliadas as propriedades estruturais e texturais que os fosfatos de clcio,
tanto convencionais como mesoporosos, apresentam, ainda possvel funcionalizar sua superfcie,
tornando-o mais eficiente e seletivo como adsorvente de corantes.
Neste contexto, presente trabalho descreve a sintetize de uma hidroxipatita com
porosidade controlada utilizado como agente direcionador de estrutura, modific-la
organicamente com grupos nitrogenados visando melhorar as propriedades finais desses slidos
principalmente no tocante a capacidade adsortiva frente ao corante txtil Azul de Metileno (AM). Os
resultados mostraram ser perfeitamente possvel a obteno de materiais mesoporosos com
estrutura ordenada a base de hidroxiapatita, bem como estes materiais apresentam alta
capacidade na reteno de poluentes provindos da indstria txtil.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Corantes txteis: Problemas ambientais e possveis solues.
A racionalizao do uso da gua uma questo de grande importncia, j que esse recurso
est cada vez mais escasso. Essa questo decorre do mau uso desse recurso por diversos setores
da sociedade, principalmente pela atividade industrial, que utiliza a gua em praticamente todas
as suas atividades, gerando, desta forma, grandes volumes de efluentes, com os mais diversos
tipos de contaminantes. O setor da indstria txtil um dos que mais consome gua. O processo
essencial indstria txtil, o tingimento de fibras e tecidos provoca um problema ambiental. Pelo
menos 20% dos corantes txteis consumidos so descartados em efluentes que, se no tratados
adequadamente, podem provocar danos graves ao ecossistema e sade da populao (ZANONI e
CARNEIRO, 2001).
Alm de causarem poluio visual e prejuzos biota aqutica, pois, so considerados
altamente txicos para a vida aqutica, afetando processos simbiticos, reduzindo a capacidade
a
atividade fotossinttica (SRINIVASAN e VIRARAGHAVAN, 2010), estudos recentes tm mostrado
1162
que algumas classes de corantes podem ser carcinognicos e/ou mutagnicos (KUNZ et al, 2002).
Alm disso, resduos da indstria txtil podem conter ainda metais pesados em nveis acima dos
permitidos pelas leis ambientais (BOOTH, 1985 apud SILVA, et al, 2010).
Devido s implicaes ambientais citadas, novas tecnologias tm sido estudadas para a
degradao ou imobilizao desses compostos em efluentes txteis. Diferentes tipos de
tratamentos, tais como oxidao qumica, coagulao, floculao, precipitao qumica,
nanofiltrao por membranas, troca inica e adsoro, vm sendo utilizados para tratar efluentes
contendo corantes. (CERVELIN, 2010). Dentre estes, o processo fsico de adsoro tem se
mostrado bastante promissor na etapa de remoo de cor de efluentes lquidos industriais.
Atualmente o material que apresenta maior capacidade de adsoro o carvo ativado,
amplamente utilizado na remoo de cores de efluentes (DALLAGO, et al, 2005) devido a sua alta
KddK
avaliado, comercialmente, como tendo um alto custo e, assim, vrios estudos vm sendo
desenvolvidos para encontrar materiais alternativos que apresentem boa capacidade de adsoro
de corantes e um menor custo. Assim, vrios adsorventes como rejeitos agroindustriais, argilas,
microorganismo e polmeros naturais veem sendo estudados ao longo dos ltimos anos como
alternativas de baixo custo e apresentem boa capacidade de adsoro para o tratamento de efluentes
industriais ricos em corantes.
Nessa busca por novos mtodos, os processos de adsoro usando slidos
mesoestruturados tm recebido ateno especial devido versatilidade, baixo custo e alta
eficincia quando utilizado em condies favorveis. Matrizes mesoporosas por apresentarem
reas superficiais elevadas e grandes volumes de poros geralmente tm sido exigidos para a
utilizao em adsorventes, e, alm disso, o controle do tamanho dos poros aumenta a
possibilidade de utilizar os compostos mesoestruturados para a adsoro seletiva de molculas de
tamanho nanmetrico (IKAWA et al, 2008). So vantagens adicionais se estes materiais forem
biodegradveis, a exemplo dos fosfatos de clcio.
Fosfatos de clcio mesoporosos com um arranjo de poros ordenados e uma distribuio de
poros muito estreita, propriedades que no ocorrem com fosfatos de clcio convencionais, unem
a versatilidade dos materiais mesoporosos, que so objetos de um nmeros crescente de estudo
em aplicaes distintas, a interessantes propriedades dos fosfatos de clcio convencionais. Aliadas
as propriedades estruturais e texturais que os fosfatos de clcio, tanto convencionais como
mesoporosos, apresentam, ainda possvel funcionalizar sua superfcie, tornando-o mais eficiente
e seletivo como matriz no adsorvente de corantes.
3 METODOLOGIA
3.1 Preparao da hidroxiapatita mesoporosa
A sntese da hidroxiapatita mesoporosa foi realizada partindo de solues de iguais
volumes contendo 0,033 mol de fosfato de amnio ((NH 4 ) 2 HPO 4 ) e 0,056 mol de cloreto de clcio
(CaCl 2 .2H 2 O) numa razo molar Ca/P = 1,67. Em um procedimento tpico, inicialmente 250 cm3 de
uma soluo aquosa de casena de concentraes 5 mg/cm-3, foram preparadas com solues
tampes: Imidazol/HCl (pHs 7,0 e 8,0) e NH 4 Cl/NH 4 OH (pH 11,0). Essa suspenso foi adicionada a
um balo de fundo redondo de trs bocas, com capacidade de 1000 cm-3 conectado a dois funis de
1163
adio e na terceira boca a conexo com o agitador mecnico. Inicialmente, 250 cm-3 da soluo
de casena foi agitada vigorosamente a uma velocidade de 1400 rpm por 1 h, a temperatura
ambiente. Em seguida, a agitao foi diminuda a 200 rpm e adicionou-se simultaneamente, gotaa-gota, 250 cm3 das solues aquosas de CaCl 2 .2H 2 O e de (NH 4 ) 2 HPO 4 . Aps a completa adio
dessas solues, o precipitado formado foi envelhecido sob agitao e temperatura ambiente por
15 h. Finalmente, o slido foi secos a 373 K em estufa, por 24 horas, para eliminao da gua. O
slido obtido foi denominado de Hap-CASx, onde x representa o pH de sntese. Aps secos os hbridos
mesoestruturados Hap-CASx, foram calcinados a temperatura de 573 K por seis horas sob atmosfera
de oxignio com taxa de aquecimento de 10K.min-1 para a retirada do surfactante e obteno da
estrutura mesoporosa.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
4.1 Caracterizao dos slidos
Com base nos dados de raios-X, Espectroscopia de IV, Termogravimtrica e RMN do estado
slido de 31P observa-se que, todos os slidos sintetizados, com ou sem agente direcionador,
formaram slidos monofsicos, nos quais a nica fase observada foi a da hidroxiapatita.
A Tabela 1 apresenta os resultados obtidos das medidas de adsoro de N 2 , para as
hidroxiapatitas mesoporosas sintetizadas utilizando concentrao de casena de 5 mg.ml-1 e
sintetizadas a pHs 7,0; 8,0 e 11,0; calcinadas em temperatura de 573 K com taxas de
aquecimento de 10 K.min.-1.
1164
Tabela 3.1 - Resultados de adsoro de N 2 para as hidroxiapatitas mesoporosas sintetizadas com concentrao de
casena 5 mg.ml-1 a pHs 7,0; 8,0 e 11,0.
pH
7,0
8,0
11
S BET (m2.g-1)
Vp (cm3.g-1)
Dp (nm)
66,55*
0,215*
15,90*
67,77
0,169
15,42
84,13*
0,193*
10,02*
86,12
0,185
10,62
106,17*
0,370*
12,72*
106,54
0,384
12,95
Onde: S BET = rea superficial especfica, Vp = volume de poros, Dp = dimetro de poros e * = amostra sem tratamento
trmico ps-sntese.
1165
0,0016
0,0010
0,0008
0,0006
0,0004
0,0002
0,0000
0
20
40
60
80
100
120
140
50
100
0,0014
0,0012
150
0,0016
300
0,0014
200
250
200
150
0,0012
0,0010
0,0008
0,0006
0,0004
0,0002
0,0000
100
20
40
60
80
100
120
140
160
50
0
(b)
(d)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
0,0
1,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
200
150
0,007
250
0,006
0,005
0,004
0,003
0,002
0,001
0,000
100
-0,001
0
10
20
30
40
50
60
70
50
(c)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Figura 2 - Isotermas de adsoro dos slidos HapCAS 5,0/7,0 (a); HapCAS 5,0/8,0 (b) e HapCAS 5,0/11,0 (c) calcinados a 573
K com taxa de aquecimento de 10 K.min-1 (') em comparao com a hidroxiapatita mesoporosa no calcinada ().
Esse comportamento se deve que ao fato que, apesar de estveis, as micelas de casena,
no apresentam uma estrutura fixa. Mudanas de temperatura, pH, fora inica e imposio a
altas presses leva a mudanas na distribuio dos tamanhos das micelas de casena e
provavelmente, percentagem de sub-estruturas (MADADLOU et al, 2009). A pH 7,0, pH prximo
ao valor terico do PI (o PI mdio da casena de 4,8) da casena, a carga lquida das molculas de
casena quase zero o que diminui a repulso eletrosttica entre as molculas, aumentando as
interao hidrofbicas entre as molculas, tornando a estrutura micelar mais compacta, causando
consequentemente, a tendncia das prprias micelas interagirem fortemente entre si, (LIU e GUO,
2008) retardando, assim, o processo de transferncia de massa entre a soluo e o substrato, o
que dificulta a interao fosfato de clcio surfactante, consequentemente prejudicando a
formao da estrutura mesoporosa. Entretanto, a pHs mais altos, pH igual a 11,0, a
desprotonao do grupo carboxlico do cido asprtico (Asp) e resduos do cido glutmico (Glu)
1166
0,008
200
150
100
0,007
250
0,006
0,005
0,004
0,003
0,002
0,001
0,000
-0,001
0
20
40
60
80
100
120
140
160
50
0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Figura 3 - Isotermas de adsoro das matrizes mesoporosas calcinadas a 573 K com taxa de aquecimento de
10 K.min.-1 e sintetizadas a utilizando concentrao de casena 5mg.ml-1 a pH de 7,0 (), 8,0 (') e 11,0 ().
Vale salientar que todos os materiais sintetizados neste trabalho apresentam reas
superficiais de BET (a 55 a a 106 m2.g-1) elevadas quando comparadas com aquelas encontradas
na literatura para os fosfatos de clcio mesoporoso, bem como em comparao a hidroxiapatita
convencional, onde sua rea superficial de BET de apenas 18 m2.g-1. Estes dados credenciam a
casena como um excelente biosurfactante na sntese de materiais mesoestruturados.
1167
0,008
(a)
(b)
0,006
200
dV/dR (cm3.g-1.nm-1)
0,007
150
100
50
0,005
0,004
0,003
0,002
0,001
0,000
-0,001
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
10
20
30
40
50
60
Figura 4 - Isotermas de adsoro (a) e distribuio de tamanho de poros (b) do slido Hap-CAS 11,0
organofuncionalizado com o agente sililantes SilN (), em comparao com o slido no funcionalizado ().
1168
100
(b)
96
(a)
Transmitncia (%)
98
94
(b)
92
90
88
86
(I)
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
84
(a)
(II)
400
600
800
1000
1200
Temperatura (K)
Figura 5- Espectros na regio do infravermelho (I) e curvas termogravimtricas (II) para as hidroxiapatitas Hap
mesoporosa (a) e sua forma mesoporosa modificada pelo silano SilN (b).
Figura 6 - Influncia do tempo na adsoro de AM nas hidroxiapatitas Hap (a) e (HapCAS 11,0 ) (b) e sua forma
organofuncinalizada (Hap-CAS-SilN) (c).
1169
material. As capacidades de adsoro desse material foi de aproximadamente 120 mg.g-1 para o
slido HapCAS 11,0 e 80 mg.g-1 para o slido Hap.
Analisando a Figura 6 possvel observar que a capacidade adsortiva do slido, HapCAS 11,0 , e Hap-CAS-SilN frente AM maior que a dos slidos no mesoporosos, Hap, e sua
formas modificadas com relao ao tempo. A hidroxiapatita, Hap-CAS-SilN, alm de possuir rea
superficial especfica maior que a amostra no porosa, apresenta maior quantidade de grupos
NH 2 , tanto na superfcie como no interior dos poros, o que lhes confere maior capacidade
adsortiva, o que segundo WANG (2009), a funcionalizao de materiais mesoporosos pode alterar
o tamanho dos poros e as propriedades hidroflicas/hidrofbica da superfcie, modificando a
interao entre o AM e o substrato, resultando em maior carregamento de corante. Este aumento
do nmero de centros bsicos para os materiais mesoporosos pode explicar o alto ndice de molculas
de AM adsorvida.
5 CONCLUSO
Os resultados mostraram ser perfeitamente possvel a obteno de materiais mesoporosos
com estrutura ordenada a base de hidroxiapatita. A grande vantagem deste procedimento a
possibilidade de manipular as propriedades texturais atravs da variao de parmetros, tais
como temperatura de calcinao, pH de sntese e concentrao do surfactante.
Esta isotermas tambm indicam que a casena um promissor biosurfactante na sntese de
fosfatos de clcio mesoporosos, obtendo reas superficiais superiores as encontradas na
literatura. Os dados de adsoro de N 2 , espectroscopia de infravermelho e anlise
termogravimtrica comprovaram que a extrao do surfactante foi realizada durante o processo
de lavagem dos slidos, este fato credencia a casena como um excelente biosurfactante na
sntese de materiais mesoestruturados, uma vez que sua extrao simples e ecologicamente
correta, pois dispensam o uso de solventes orgnicos e/ou gastos de energia atravs do processo
de calcinao, comuns na extrao de surfactantes comerciais.
As hidroxiapatitas mesoporosas apresentaram uma maior capacidade no ancoramento dos
agente sililante quando comparadas aos slidos no mesoporosos. Este fato pode est relacionado
s altas rea superficial especfica que os materiais mesoporosos apresentam, ou seja, apresentam
maior quantidade de grupos OH, tanto na superfcie como no interior dos poros, o que confere
maior capacidade adsortiva dos grupos orgnicos nitrogenados.
No tocante ao ancoramento de AM na matriz modificada organicamente, a eficincia na
adsoro de AM cresce medida que o teor de nitrognio incorporado aumenta, devido ao
aumento de stios bsicos de nitrognio o que favorece a adsoro. Outros fatores como pH e
fora inica podem influenciar a adsoro de AM na superfcie de hidroxiapatitas, entretanto, os
mesmos no foram analisados
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1171
RESUMO
Este artigo apresenta uma abordagem da influncia que
os computadores tem desempenhado para
seus
usurios enxadristas hoje em dia. Alm disso, realizada
uma comparao entre as tcnicas presentes no passado
e a evoluo das ferramentas e acessrios dos quais
1172
INTRODUO
REVISO BIBLIOGRFICA
1173
Em 11 de maio de 1997, Garry Kasparov sentou-se com o supercomputador IBM Deep Blue
para uma ltima partida de xadrez. [VENTURA, 2012]. Tal feito pode ser considerado um grande
passo na utilizao das engines no xadrez.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSO
1174
Chips de Xadrez
1175
segundo. Usando mais de 200 desses chips a velocidade geral do programa poderia ser aumentada
para 200 milhes de posies por segundo.
1176
que tem bom percentual de sucesso, e focar apenas nas partidas que pertencem s variaes bem
sucedidas.
Os nmeros estatsticos ganharam cada vez mais importncia no mundo competitivo e
suas aplicaes podem variar, pois no h convenes que determine qual ser a finalidade das
estatsticas para um enxadrista.
1177
Introduo
As posies podem ser divididas, segundo o Grandemestre Alexander Kotov em seu livro
Train Like a Grandmaster, como sendo: Posies que podem ser resolvidas com base em clculo
de variantes ou uso da lgica; Posies que no podem ser resolvidas por anlise, mas apenas por
intuio.
4.4.2
1178
1179
CONCLUSO
1180
tentativas em criar um programa que fosse tanto capaz de jogar quanto de superar os melhores
jogadores humanos.Os softwares de bancos de dados e estatsticas tais como o Chessbase ou o
Chess Assistant so capazes de transformar o modo de se estudar xadrez, seja no treinamento de
aberturas, analisar jogos, ou visualizar textos.Vimos tambm que a anlise de xadrez uma rea
bastante complexa e que os computadores podem contribuir bastante para o desenvolvimento do
jogo, sendo seus acessrios, ferramentas que tornam o trabalho do computador ainda mais
poderoso.Tambm foi possvel notar a dimenso positiva que os computadores tm ganhado no
cenrio enxadrstico no como intrusos, com o intuito apenas de nos superar, mas como
poderosssimas ferramentas de estudo para os jogadores e pessoas relacionadas ao jogo. Alm
disso, esta pesquisa proporcionou o uma nova fonte de consulta em portugus no campo de
computadores no xadrez, pois o material sobre o tema bastante escasso.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
1181
RESUMO
Nosso projeto consistiu, principalmente, em ajudar os
alunos das escolas pblicas de Santa Cruz na
aprendizagem matemtica. Percebemos a grande
deficincia e a carncia de professores qualificados, fato
que verdico e comprovado no s em Santa Cruz, mas
em outras cidades, estados e pases, s que ns estamos
tentando melhorar essa realidade, ajudando os alunos e
os professores da rede pblica de Santa Cruz, com isso
criamos um laboratrio itinerante de jogos matemticos
variados, que se encontra no IFRN Cmpus Santa Cruz.
Aplicamos as atividades em turmas do municpio e
analisamos os resultados. Esse trabalho apresenta uma
1182
1 INTRODUO
Buscando melhor qualidade de ensino e aprendizagem de matemtica, implantamos um
laboratrio de Matemtica Itinerante com jogos matemticos, com o intuito de ajudar os alunos
das escolas pblicas de Santa Cruz em seu desenvolvimento educacional. Depois das pesquisas e
levantamentos feitos nas escolas em relao ao interesse da aplicao dos jogos por parte dos
professores, fizemos pequenas oficinas de jogos (selecionados pelos professores das
determinadas escola), essas oficinas consistiram em apresentarmos os jogos solicitados, falar um
pouco sobre a histria dos mesmos e em seguida fazer com que os alunos tivessem contato com
os jogos. Percebemos uma grande dificuldade, pois os professores no sabiam como utilizar os
jogos. Sendo assim, sentimos a necessidade de trabalhar em conjunto com professores e alunos.
Observamos que no contexto de jogo, a participao ativa do sujeito sobre o seu saber
valorizado por pelo menos dois motivos. Um deles deve-se ao fato de oferecer uma oportunidade
para os estudantes estabelecerem uma relao positiva com a aquisio de conhecimento, pois
conhecer passa a ser percebido como real possibilidade. Alunos com dificuldades de
aprendizagem vo gradativamente modificando a imagem negativa, tendo uma experincia em
que aprender uma atividade interessante e desafiadora. Por meio de atividades com jogos, os
alunos vo adquirindo autoconfiana e so incentivados a questionar e corrigir suas aes, analisar
e comparar pontos de vista, organizar e cuidar dos materiais utilizados.
Outro motivo que justifica valorizar a participao do aluno na construo do seu prprio
saber a possibilidade de desenvolver seu raciocnio. Os jogos so instrumentos para exercitar e
estimular a pensar com lgica, condies para jogar bem e ter um bom desempenho escolar.
Particularmente, a participao em jogos de grupo permite conquista cognitiva, emocional, moral
e social para o estudante, uma vez que podero agir como construtores de seu conhecimento,
tomando decises e resolvendo problemas, o que consiste um estmulo para o desenvolvimento
da competncia matemtica e a formao de verdadeiros cidados.
Pensando na melhoria dos alunos decidimos desenvolver atividades no Laboratrio
Itinerante de Matemtica onde os alunos do ensino fundamental possam ter um jeito mais
agradvel de estudar, pois no se aprende s com aulas expositivas, mas com uma atividade
diferente que possa ser estimulante e ao mesmo tempo sanar suas duvidas e propiciar que ele
aprenda um pouco mais atravs de outro mtodo onde tem acesso a atividades ldicas. Desse
modo o nosso projeto levou o aluno a ter mais opes para o aprendizado e possibilitar uma maior
dinamizao do ensino.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O laboratrio de Matemtica Itinerante surgiu da necessidade de um momento diferente
de construo do conhecimento do educando, de modo que, nesse momento tem-se uma
interao entre aluno e professor, em um aspecto diferente em relao ao dia a dia da sala de
1183
1184
1185
formao do cidado para o exerccio de sua cidadania plena. A questo primordial, no entanto,
seria unir esses ramos, fornecendo uma educao que ao mesmo tempo forme mo-de-obra
qualificada sem descuidar da formao do ser humano para o mundo, para a vida em sociedade.
Segundo Mendes (2009, p.13):
... a resposta para formar o cidado universal sem descuidar do
profissional est no desenvolvimento da autonomia competente dos
indivduos, pois uma pessoa autnoma capaz de tomar decises a partir
de suas prprias anlises, que associadas competncia tcnico-poltica
sempre encontram caminhos para superar os obstculos apresentados no
dia-a-dia da sua vida profissional e social.
Acreditamos que o desenvolvimento da autonomia competente dos seres humanos seja
realmente uma sada para a formao do indivduo apto a enfrentar os obstculos da vida pessoal
e profissional e que o Laboratrio de Matemtica seja um dos ambientes propcios ao
desenvolvimento desta autonomia, visto que um ambiente de descoberta, de troca de
conhecimentos e com materiais manipulativos, o que d um incentivo a mais para o nosso aluno.
O trabalho de investigao enriquece a discusso em sala de aula, alm de familiarizar o
aluno com as diversas formas de expresso escrita e oral. interessante que o professor tenha
uma atitude receptiva a esse tipo de trabalho e entenda-o como um processo que pode trazer
resultados significativos para a formao dos alunos.
Desse modo, sempre que possvel relacionamos a Matemtica com outras Disciplinas,
utilizando a prtica e com jogos e brincadeiras diversas, unindo o ldico ao desenvolvimento do
raciocnio matemtico, tendo como base as propostas inovadoras da Educao Matemtica. Os
debates contemporneos, em nossa forma de perceber e de pensar, levam ao limite essa questo.
A Matemtica est integrada ao sistema cientfico, tecnolgico, industrial, militar, econmico,
poltico, cujo processo sempre foi apoiado por tais sistemas, dando a essa disciplina um carter
universal e agradvel, sempre que possvel (DAMBROSIO, 2001).
O jogo pode ser considerado um timo instrumento para a fixao de vrios conceitos,
inclusive os matemticos, pois a utilizao dos jogos para o ensino da matemtica, no apenas
divertem, mas tambm extrai das atividades informaes suficientes para gerar conhecimento,
interessar e fazer com que os estudantes pensem com certa motivao.
3 DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE
Implantamos o laboratrio de Matemtica Itinerante devido necessidade de um momento
de construo do conhecimento do educando, de modo que, neste momento tem-se uma
interao entre aluno e professor, em um momento ldico, possibilitando assim, uma dinamizao
do ensino e da aprendizagem.
Sendo assim, no nosso projeto organizamos uma relao com os jogos disponveis no
Laboratrio de Matemtica do IFRN Cmpus Santa Cruz e apresentamos aos professores das
1186
escolas municipais e estaduais. Fizemos uma tabela com os jogos escolhidos e uma escala de
apresentao nas escolas, sempre trocando experincias com os integrantes do grupo. E,
buscamos apresentar as atividades de forma que fosse acessvel a todas as pessoas.
Para o nosso projeto, decidimos dividir o nosso cronograma fsico em basicamente trs
etapas distintas: pesquisa nas escolas, organizao do material e aplicao. Essas foram as nossas
metas antes da concluso do mesmo. De incio, visitamos as escolas e realizamos entrevistas com
os professores para saber o interesse nos jogos disponveis e fizemos uma anlise geral acerca de
jogos que serviriam de base para o incio do programa, levando em considerao as alteraes que
achamos necessrias tanto acerca de suas regras quanto ao modo de aplicao, j que todos
devem servir para auxiliar a aprendizagem dos alunos e atuao dos professores.
Com relao aos jogos escolhidos, temos: o Tangram, Material Dourado, Torre de Hanoi,
Jogo da Velha Tridimensional e baco de Fraes. Terminada a organizao da relao dos jogos,
entramos na segunda etapa do projeto, ou seja, a organizao do Material. De incio, fizemos uma
apostila com os jogos e sua especificao. Vejamos algumas informaes.
3.1 Tangran
Faixa etria: acima de 04 anos.
Origem: o Tangram um quebra-cabea chins formado por 7 peas (5 tringulos, 1
quadrado e 1 paralelogramo) Com essas peas podemos formar vrias figuras, utilizando todas
elas sem sobrep-las. Segundo a Enciclopdia do Tangram possvel montar mais de 1700 figuras
com as 7 peas. um jogo educativo, motivador pelo desafio que desenvolve a criatividade,
exercita a pacincia e libera a fantasia.
Regras simples: toda figura deve usar as 7 peas; as peas no podem ser apoiadas ou
colocadas uma sobre as outras, mesmo parcialmente; so sugeridas vrias figuras para serem
montadas junto com o jogo, mas a criana fica tambm livre para usar a imaginao e a
criatividade enquanto brinca.
1187
Origem: O Material Dourado foi criado pela educadora italiana Maria Montessori e destinase s atividades que auxiliam na aprendizagem do sistema de numerao decimal. Com esse
material, as relaes numricas abstratas passam a ter uma imagem concreta, facilitando a
compreenso.
Regras simples: Com o Material Dourado, os alunos tem a chance de aprender a fazer as
relaes corretas, como por exemplo, uma barra tem 10 cubinhos, uma placa tem 10 barras e o
cubo tem 10 placas. Realizamos a oficina do Nunca Dez, pedimos aos alunos para que em uma
folha em branco, dividissem em trs partes da direita para esquerda escrevendo: unidades,
dezenas e centenas, respectivamente. Em seguida, entregamos o Material aos grupos e
explicamos as regras do jogo:cada um na sua vez pegava dois dados e jogava, conferindo o valor
obtido, esse valor deveria ser representado com o material dourado, representando esse valor no
quadro de valores feito na folha branca.Aps todos os componentes terem jogado os dados uma
vez, deveriam jogar novamente. Quando forem acumulados dez cubinhos (pontos) da unidade, o
jogador dever retirar esses dez cubinhos e troc-los por uma barrinha que ser colocada na casa
seguinte representando dez unidades ou uma dezena, vencer quem colocar a primeira pea na
terceira casa da folha, que representa as centenas.
1188
1189
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Tendo em vista a aplicao dos jogos didticos em sala de aula, esperamos que tal ato
funcione como pioneiro para a implantao dos mesmos como recurso de aprendizagem para os
alunos da comunidade do Trairi. Dessa forma, esperamos tambm que sejam realizadas
exposies acerca do projeto com o objetivo de motivar os alunos a procurarem o conhecimento
atravs das atividades ldicas expostas.
Logo, percebemos que por meio dos jogos podemos ter uma nova percepo de como eles
podem atuar como elementos motivadores no processo de ensino e aprendizagem, pois o ensino
utilizando meios ldicos cria ambiente gratificante e atraente servindo como estmulo para o
desenvolvimento integral do educando.
Durante a realizao de atividades no Laboratrio de Matemtica Itinerante com alunos do
Ensino Fundamental, verificamos a motivao dos alunos e participao efetiva em todas as
1190
atividades. Portanto, indispensvel utilizao dos jogos e do referido espao como sendo uma
fundamentao de ensino na aprendizagem do aluno em uma nova abordagem.
Sendo assim, tambm extremamente importante pesquisar sempre, buscando novas
alternativas, pois o mundo est em constantes e rpidas mudanas. Consequentemente, se est
sempre aprendendo coisas novas, quer como alunos, quer como professores na vivncia de sala
de aula, quer observando a comunidade, consultando grupos de estudos e pesquisas ou
publicaes, ou ainda trocando ideias e experincias em cursos, encontros, congressos, para
melhorar a atuao e o desempenho do aluno a cada dia.
5 CONCLUSO
O ensino-aprendizagem nas escolas pblicas do Brasil tem enfrentado muitas dificuldades e
est longe de ser tido como um ensino de qualidade. Os problemas so vrios, desde currculos
desatualizados, escassez de recursos materiais nas escolas, baixos salrios, deficincia na
formao dos profissionais envolvidos, at a falta de incentivos e de perspectiva.
Portanto, preciso propiciar ao aluno uma base slida que o torne capaz de constituir-se
como sujeito de seu prprio processo de evoluo, atendendo ao perfil requerido de autnomo
intelectualmente, criativo, capaz de perceber um mundo em constante transformao como
oportunidade para o desenvolvimento de atitudes comportamentais que lhe dar condies de
continuar aprendendo continuadamente, mais como uma necessidade de participao no
processo evolutivo, do que por promessas de sucesso.
Dessa forma, percebemos a necessidade de implantao de atividades diferenciadas que
possibilitem o desenvolvimento global do educando. Com esse intuito, sugerimos a unio contnua
dos educadores, pesquisando e trocando experincia bem sucedida para a concretizao de um
processo de ensino e aprendizagem que atenda as verdadeiras necessidades educacionais.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BRASIL. Secretaria de Educao Fundamental. Parmetros Curriculares Nacionais: Matemtica.
Braslia: MEC/SEF, 2001.
DAMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemtica: elo entre as tradies e a modernidade. Belo Horizonte:
Autntica, 2001.
MENDES, Iran Abreu. Matemtica e Investigao em sala de aula: Tecendo redes cognitivas na
aprendizagem. 2. ed. rev. e ampliada. So Paulo. Livraria da Fsica, 2009.
MENDONA, Silvia Regina. A matemtica nas turmas de Proeja: o ldico como facilitador da
aprendizagem. Revista HOLOS IFRN, Rio Grande do Norte, n 03, 2010. p. 136-149.Disponvel em
<http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/434>. Acesso em: 18 fev. 2013.
TAHAN, Malba. Matemtica Divertida e Delirante. So Paulo: Saraiva, 1962.
TOLEDO, Marlia; TOLEDO, Mauro. Didtica de Matemtica: como dois e dois A construo da
Matemtica So Paulo: FTD, 1997.
1191
RESUMO
Todos os materiais didticos so de fundamental
importncia para a construo do processo de
ensino-aprendizagem, e o jogo didtico um dos
mais utilizados, pois se trata de um indispensvel
instrumento de mediao para o processo de
construo da aprendizagem de forma dinmica e
atraente. E alm de facilitar o trabalho do professor,
uma opo divertida e atrativa para o aluno. Visto
1192
1 INTRODUO
A Qumica a cincia que estuda os materiais que compem a natureza, sua estrutura,
suas propriedades, suas reaes, suas composies e suas transformaes. Para a melhor
compreenso dessa cincia necessrio toda uma fundamentao terica seguida de um
embasamento prtico. Ela esta presente em todas as atividades que nos rodeia, desde um simples
suco feito em casa at os mais complexos experimentos. Porm perceptvel que um dos maiores
problemas enfrentados pelos estudantes, est em pensarem que a Qumica esta totalmente
distante de tudo vivido diariamente.
Como de conhecimento de todos os conceitos cidos e as bases surgiram atravs da
teoria de dissociao eletroltica de Arrhenius em que um cido toda substncia que, em soluo
aquosa, libera o on H+ e a base toda substncia que, em soluo aquosa libera o nion OH-. Essa
teoria foi aprofundada e surgiu teoria de Brnsted-Lowry afirmando que um cido a espcie
qumica que doa prtons e a base a espcie qumica que recebe prtons, mas essa teoria
tambm foi reformulada e surgiu a mais aceita nos dias atuais que a teoria de Lewis em que um
cido qualquer molcula ou on que pode formar ligao com o par eletrnico nocompartilhado de uma base, ou seja um cido de Lewis um receptor de um par de eltrons e um
base toda espcie qumica que apresenta par de eltron capaz de formar uma ligao
coordenada com outra molcula ou on, ou seja, a base de Lewis uma doadora de um par de
eltrons.
Nessa perspectiva, percebeu-se que seria de fundamental importncia que o professor
utilizasse de novos e variados mtodos para proporcionar interesse, motivao, curiosidade e
compreenso aos alunos. Uma prtica que vem sendo muito usada a aplicao dos jogos
didticos, em que Segundo Kishimoto (1996), citado por Soares e Cavalheiro (2006), o jogo
educativo tem duas funes. A primeira a funo ldica, propiciando diverso e o prazer quando
escolhido voluntariamente. A segunda a funo educativa, ensinando qualquer coisa que
complete o indivduo em seu saber e sua compreenso de mundo. De acordo com Nascimento e
et al (2006), o ldico apresenta duas caractersticas que o especificam: o prazer e o esforo
espontneo, alm de unirem as vrias dimenses do aluno, como a afetividade, o trabalho em
grupo e das relaes com regras pr-definidas. O mesmo deve ser inserido como impulsionador
nos trabalhos escolares.
Visto esses fatores, o trabalho proposto tem como principal objetivo explorar o aspecto
ldico, trazendo como proposta de jogo a memria inorgnica em que os contedos abordados
so os cidos e as bases inorgnicas presente no dia a dia. E a finalidade desse jogo mostrar
quais so essas substncias e onde elas esto presentes, no cotidiano do aluno.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O objetivo da atividade ldica no apenas levar o aluno a memorizar mais facilmente o
assunto abordado, mas sim induzir o raciocnio do aluno, a reflexo, o pensamento e
1193
3 METODOLOGIA
O jogo contem 24 cartas com as imagens e nomes de substncias do dia a dia e 24 cartas
com nomes de cidos, bases e neutros para agrupa-las e defina-las, totalizando assim 48 cartas.
Esse jogo foi criado baseando-se no jogo tradicional da memria, e as regras so as mesmas. As
figuras 1, 2, 3 e 4 abaixo mostram as cartas do jogo, respectivamente.
1194
1195
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A criao do jogo Memria Inorgnica, surgiu com intuito de prevenir dificuldades que os
alunos pudessem enfrentar e tambm em relacionar os cidos e as bases inorgnicas com o seu
cotidiano. uma forma educativa e alternativa que facilita na aprendizagem, sendo de grande
relevncia tanto para o educador quanto para o educando. Aps a confeco, o jogo, foi aplicado e
direcionado aos alunos do 1 ano do ensino mdio da Escola Estadual Professor Antnio Dantas,
dinamizando as aulas e interagindo com o cotidiano dos estudantes, como mostram as figuras 5 e
6:
1196
5 CONCLUSO
perceptvel a importncia dos jogos didticos, que uma importante ttica para o ensino
e a aprendizagem de conceitos abstratos e complicados, favorecendo tambm a motivao, o
raciocnio, a argumentao e a interao dos alunos entre os professores, criando o jogo Memria
Inorgnica que ser de significativamente til do comeo ao fim dos estudos desse assunto
abordado, ajudando tambm as dinamizar as aulas do professor, tornando-as de fcil
compreenso.
1197
6 AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professor Antonio Dantas pelo espao cedido, ao Programa de Bolsas de
Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia do Rio
Grande do Norte-IFRN, Cmpus Apodi.
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANCINELO, Patrcia Raffin; CALDEIRA, Leia Palma. O papel dos jogos ldicos na educao
contempornea.
Pesquisado
em:
<
http://www.unifra.br/eventos/jornadaeducacao2006/2006/pdf/artigos/pedagogia/O%20PAPEL%
20DOS%20JOGOS%20L%C3%9ADICOS%20NA%20EDUCA%C3%87%C3%83O%20CONTEMPOR%C3
%82NEA.pdf> Acesso: 01 ago. 2012.
CAMPOS, Luciana Maria Lunardi; BORTOLOTO, T. M.; FELCIO, A. K. C. A produo de jogos
didticos para o ensino de cincias e biologia: uma proposta para favorecer a aprendizagem.
Pesquisado em: < http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2002/aproducaodejogos.pdf> Acesso: 03
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FELTRE, Ricardo. Qumica 2 Fsico-Qumica. Vol. 3, 7 Ed. So Paulo: Moderna, 2008.
KISHIMOTO, T.M. O jogo e a educao infantil. So Paulo: Pioneira, 1996.
KOTZ, John C.; TREICHEL, Paul M. Jr. Qumica Geral 2 e Reaes Qumicas. Vol. 2, 5 Ed. So Paulo:
GENGAGE Learning, 2009.
SANTOS, lia Amaral do Carmo; JESUS, Basiliano do Carmo de. O ldico no processo ensinoaprendizagem. Dissertao apresentada em 01/2010.
SOARES, Mrlon Herbert Flora Barbosa; CAVALHEIRO, der Tadeu Gomes. O ludo como um jogo
para
discutir
conceitos
em
termoqumica.
2006.
Pesquisado
em:
<http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc23/a07.pdf> Acesso em: 05 ago. 2012.
PIAGET, J. A formao do smbolo da criana. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
1198
RESUMO
A questo dos resduos urbanos vm se tornando um dos
problemas mais graves da atualidade, sendo a reciclagem
uma forma muito atrativa de gerenciamento destes
resduos, pois transforma o lixo em matria-prima, com
diversas vantagens ambientais. Dentre os materiais que
apresentam riscos de poluio ambiental, e por isso
merecem destaque especial, figuram os leos e gorduras
vegetais, utilizados em processos de fritura por imerso.
O descarte do leo utilizado em domiclios e
estabelecimentos comerciais para frituras apenas uma
pequena parte do grande problema relacionado
1199
INTRODUO
REVISO BIBLIOGRFICA
1200
problema a reciclagem do resduo, existindo diversas formas para o seu reaproveitamento. Entre
os mtodos de reciclagem de leo residual destaca-se a produo de sabo, que vem ganhando
espao cada vez maior, por ser um procedimento simples e barato.
Sem dvida alguma, o sabo comum o mais antigo dos produtos de limpeza. Segundo
Plnio, o Velho, os franceses e os alemes foram os primeiros a utilizar o sabo. Somente no
segundo sculo d.C., o sabo citado, por escritos rabes, como meio de limpeza. Na Itlia, foi
conhecido devido existncia, nas legies romanas, de batedores que tinham a funo de anotar
novidades existentes na cultura dos povos por eles subjugados. Ditos batedores tomaram
conhecimento das tcnicas de produo do mesmo na Alemanha. Denominaram-no, ento, sapo
(RIBEIRO et all, 2010).
Este produto foi muito apreciado nas termas de Roma, mas, com a queda do Imprio
Romano, em 476 d.C., sua produo e consumo caram muito. Conta-se que os gauleses, tanto
quanto os germnicos, dominavam a tcnica de obteno de sabes e, por volta do sculo I d.C.,
este produto era obtido em um processo rudimentar por fervura de sebo caprino com cinza de
faia, processo este que conferia-lhe um aspecto ruim. Somente no sculo IX, ser vendido, como
produto de consumo na Frana, onde tambm surge, nesta poca, mais especificadamente na
cidade de Marselha, o primeiro sabo industrializado. Pouco tempo depois, na Itlia, nas cidades
de Savona, Veneza e Gnova surgem outras indstrias de sabo (ENGEL et all, 2011).
A definio qumica para o termo popular sabo que, este um sal de um cido graxo,
formado a partir da hidrlise de triacilgliceris, sendo obtido atravs da reao de saponificao.
Um glicerol um composto simples que contm trs grupos hidroxila (figura 1), quando todos os
trs grupos lcool formam ligaes steres com cidos graxos o composto resultante um
triacilglicerol, o qual antes denominava-se de triglicerdeo (figura 1).
1201
Assim, aquecendo gordura em presena de uma base, realiza-se uma reao qumica que
produz sabo, a qual se chama saponificao. O uso de KOH no lugar de NaOH permite obter
sabes potssicos, empregados, por exemplo, na fabricao de cremes de barbear. Em muitas
localidades do Brasil comum, ainda hoje, encontrar pessoas que fazem o chamado sabo de
cinza. Para fabric-lo, deve-se ferver gordura animal (banha de vaca, por exemplo) ou vegetal
(gordura de coco, por exemplo) junto com gua de cinzas, tambm conhecida como lixvia. Aps
cerca de duas horas de fervura, est pronto o sabo de cinza. Esse processo o mesmo usado em
fbricas de sabo, sendo a cinza um substituto para o NaOH ou KOH.
Na reao de saponificao o NaOH ataca os referidos steres, deslocando a glicerina e
formando, com os radicais cidos assim liberados, sais sdicos. A mistura dos sais de sdio dos
cidos carboxlicos no ramificados com 12 a 18 carbonos o sabao, que passando por um
processo de purificao e adio de outros insumos, transformam-se nos produtos comerciais.
(SOLOMONS, 2009).
1202
METODOLOGIA
3.1 Aplicao de questionrios
Inicialmente foram aplicados questionrios sobre o uso de leo e gorduras, seu descarte
e reaproveitamento, para que uma pequena parte da populao de Pau dos Ferros respondesse.
RESULTADOS E DISCUSSES
O primeiro passou foi analisar os dados obtidos atravs da aplicao dos questionrios. A
primeira pergunta tratava-se sobre a frequncia do uso de leos e gorduras. Das 30 pessoas
entrevistadas, 37% afirmam que usam leo todos os dias. O Grfico 1 apresenta os resultados
obtidos.
1203
Srie1;
Reutiliza; 6;
20%
Esgoto
Ralo da pia
Lixo domstico
Reutiliza
Srie1; Lixo
domstico; 9;
30%
Srie1; Ralo
da pia; 11;
37%
Reaproveitamento
Srie1;
no; 5;
17%
e descarta
corretament
e; 4; 13%
sim
Srie1; Sabe,
mas descarta
incorretame
nte; 9; 30%
no
Srie1; No
sabe; 17;
57%
Srie1;
sim; 25;
83%
1204
fragncias e corantes, tudo isso sempre nas propores adequadas. Aps a mistura o material
resultante foi submetido a agitao at completa homogeneidade. Em seguida foi adicionado s
formas de sabo para endurecimento do mesmo por at 5 dias.
Os sabes obtidos foram distribudos entre alunos do instituto e populao local.
Lamentavelmente o trabalho teve de ser interrompido por falta de reagentes no
laboratrio para confeco do sabo.
CONCLUSO
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao IFRN, pelos laboratrios, UFC pela anlise das amostras e ao
CNPq, pela bolsa concedida.
REFERNCIAS BILIOGRFICAS
1205
RESUMO
Este artigo apresenta-se o resultado de uma
apresentao do trabalho de qumica, onde se trata
sobre O Ldico no processo ensino-aprendizagem com
o objetivo de descrever a incorporao do ldico na
prtica e os benefcios para o processo ensino
aprendizagem. Para a realizao deste trabalho fez-se
necessrio as tcnicas e instrumentos que foram
1206
1 INTRODUO
Foi realizado um trabalho com o tema educao ambiental e seus aspectos gerais que
teve como objetivo apresentar os problemas ambientais enfrentados atualmente trazendo ao
pblico uma reflexo e aprendizado dos mesmos.
A forma de apresentao foi por meio de processos ldicos, uma vertente de estrema
importncia na construo do conhecimento humano que permite a ao de diferentes
habilidades e impulsiona o crescimento acadmico.
Este artigo vem com fim de mostrar que a afirmao colocada acima e verdadeira,
buscando primeiramente, trazer o meio de construo do trabalho que foi feito (elaborao e
detalhes ligadas a organizao de partes formadoras) em seguida trazendo suas ligaes com o
meio ldico, suas abordagens, e importncia construtora de conhecimento, tendo como base o
pedagogo Paulo Freire e estudos feitos em outros artigos ligados a rea da educao.
2 ELABORAO DO TRABALHO
O trabalho foi apresentado no Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio
Grande do Norte - Cmpus Nova Cruz para as salas do ensino tcnico, subsequente e servidores,
buscou apresentar os seguintes temas: poluio atmosfrica, as mudanas de temperatura, o uso
de agrotxicos que gera a poluio do solo, o processo de eutrofizao e desenvolvimento
sustentvel confim de chamar a ateno do publico e trazer algo diferenciado o trabalho, foi feito
diretamente ligado s artes cnicas, apresentado como telejornal.
Na elaborao dos temas e incorporao com sua forma de aplicao, buscou-se trazer
assuntos com proximidade dos educandos, buscando os problemas ambientais que existem na
regio e no estado usando como fontes jornais e noticias televisiva alm da internet, por ser um
telejornal, os temas foram abordados em forma de noticia no desenvolvimento dessas, levando
em conta no apenas a relao com os educandos, mas a coerncia na estrutura de apresentao
de um telejornal foi feita a aproximao do que noticiado em um tele jornal com o tema
apresentado (Ex: mudana de temperatura/previso do tempo).
Aps a escolha dos temas, da forma de apresentao e da organizao feita para unir estes
dois se tornou necessrio desenvolver a arte, toda a parte udio visual, que inclui as imagens
utilizadas, a produo slogan do jornal, figurino, personagens, vinheta jornalstica, o udio
humorstico, o vdeo noticirio, o cenrio e os crditos de finalizao, a parte de formatao e
edio que uni esses de forma logica produzir contedo.
Nessa produo foi criado o nome para o jornal "Jornal Ambiental", coerente quanto ao
tema, foram divididos os papeis para a apresentao teatral oque somava dois ancoras dois
jornalistas e uma moa do tempo cada com figurino respectivo ao personagem, foram utilizadas
imagens e vdeos ligados s noticiam que eram expostas quando o assunto era abordado, to
como imagens e vdeos de apresentao que antecediam as noticias, a vinheta jornalstica abriu e
1207
1208
Sendo assim, o processo de educar, trazendo uma informao acadmica, deve ser
aproximada do ensinando levando o saber para o seu convvio natural aplicando-o no cotidiano
unindo o saber com a cultura, o dia-a-dia e a sociedade daquele que aprende.
Como exposto anteriormente, no trabalho as noticias apresentadas tiveram como base os
problemas ambientais que existem na regio a poluio do solo pelos pesticidas agrcolas, o
processo de poluio dos lagos rios; noticias que remetiam a problemas existentes na comunidade
ou nas proximidades dela o que exercia uma imediata reflexo quanto tema que era apresentado.
Outro ponto relevante a proximidade e interao do trabalho com os educando, torna-lo
participante da construo do aprendizado ganhando mais ateno e consequentemente
resultados positivos.
Isto foi feito por meio de processos ldicos, o uso do teatro, do humor e da composio do
cenrio, figurino, e audiovisual que descontraiam e chamavam ateno.
Assim nessa perspectiva, como relatado em outra pesquisa (Amaral do Carmo, 2010) o
mtodo ldico se assenta em bases pedaggicas, porque envolve os seguintes critrios: a funo
de literalidade e no literalidade, apresentao de novo meio informativo, a flexibilidade a partir
de novas combinaes de ideias e comportamentos, a ausncia de presso no ambiente, ajuda na
aprendizagem de noes informaes e habilidades.
Observasse ento uma grande importncia da metodologia ldica tendo em vista sua
capacidade de trazer informao a partir do entretenimento, sendo importante ressaltar que a
educao ldica esta distante de concepo ingnua de passatempo, brincadeira vulgar ou
diverso.
1209
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Quando se busca tratar da construo de um trabalho inmeros fatores so relevantes,
tratasse da busca de uma forma competente de gerar conhecimento, tanto para quem elabora e
apresenta quanto daquele que assiste a uma apresentao.
Foram trazidas as etapas da construo do trabalho foi definido o tema, subtemas, as
partes da construo (espao, estrutura e materiais de produo e mdia) mostrando a
organizao e por meio de quais caminhos o trabalho foram apresentadas, alm de ter sido
mostrado quais as ligaes do trabalho com o meio ldico, os aspectos afins, que torna o trabalho
fonte de conhecimento diferenciado e rico por suas abordagens e direcionamentos, como melhor
detalhado a seguir.
Ao trazer as etapas de construo foi possvel ver quais meios de formao foram
utilizados buscando sempre lidar de forma coerente e visando a maior qualidade e o efeito
positivo ao educando, surge assim, uma base para a elaborao de outros trabalhos e produes,
permitindo um melhor aproveitamento do que foi feito e outras futuras produes acadmicas
com base nas ideias e abordagens utilizadas no mesmo.
Outro ponto e a elaborao com base na metodologia ldica. Ser essa a forma mais
adequada de formar contedo? A utilizao de mtodos dinmicos que proporcionassem a
interao entre apresentador e educando, foi capaz de gerar aprendizado e trazer reflexo ao
publico, torna evidente que um ambiente descontrado longe das paredes impostas e a forma
pragmtica usada ainda em algumas salas de aula, tambm e capaz de trazer aprendizado mesmo
que surja da informalidade, torna clara assim sua importncia como forma de produzir contedo,
ou seja, adequada. Sem descartar outras formas de aprendizado, todas tendo sua importncia,
cabe ao que ensina lidar com a forma mais cabvel de passar contedo de acordo com o ambiente
e os ensinados.
Tambm importante ressaltar a presena da abordagem humanista e sociocultural, pois
buscar trazer o contedo para o universo social, cultural e pratico do ensinando e uma forma
inteligente e competente de facilitar o aprendizado, o universo palpvel mais simples de ser
entendido e aplicado, a pratica "freiriana" quando unida aos mtodos cnicos utilizados puderam
gerar um desenvolvimento pratico positivo ganhando a ateno no apenas por meios de artifcios
humorsticos (vindos com o lado teatral), mas tambm pela proximidade da quilo que era
noticiado com o oque era vivido pelo educando.
Por fim, a observao nos permite trazer tais concluses, o trabalho quando feito deve
buscar no s trazer contedo, mas torna-lo acessvel para o educando. O conjunto de praticas,
abordagens e o trabalho empenhado na produo de uma apresentao, quando feitos no
direcionamento certo podem satisfazer tais exigncias. Tal como o enfoque deve ser feito no
ensinando para poder gerar um maior e satisfatrio resultado como foi visto anteriormente.
1210
5 CONCLUSES FINAIS
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Freire, P. Pedagogia da Autonomia,1996.
1211
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo a aplicao do RPG (Role
Playing Game) como um elemento adicional ao ensino de
qumica como uma estratgia de ensino aprendizagem.
Sendo o RPG um jogo de interpretao grupal
desenvolvendo-se no plano da imaginao, pode ser
utilizando para testar os conhecimentos qumicos e suas
aplicabilidades no cotidiano. Como este tipo de jogo
1212
1 INTRODUO
O RPG a abreviao em ingls de Role playing Game. Vrias tradues j foram feitas
para o portugus, no entanto, a mais popular algo semelhante a Jogo de Interpretao. Este jogo
uma aventura em que um dos participantes, o narrador, chamado de mestre, conduz a partida
ou jogo, descrevendo o ambiente, interpretando personagens que os jogadores encontraro pelo
caminho, organizando as regras a serem testadas e determinando os resultados das aes,
contudo, so os jogadores que decidem o que seus personagens vo dizer ou fazer (MARCONDES,
2004).
Estima-se um maior desempenho dos discentes ao se depararem com as aplicaes da
qumica em um universo onde a proposta cientifica desenvolvida para a sobrevivncia dos
jogadores. Tendo o jogador que avaliar a problematizao, com solues a serem desenvolvidas e
no previamente determinadas e, principalmente, estimulando um trabalho colaborativo na sua
formao, desta maneira induzindo o trabalho conjunto em meio as situaes do jogo que iro
estipular tais aes com dramatizaes que ajudam o aluno a testar comportamentos e
experimentaram possibilidades. Tendo tais atividades os alunos projetaram-se nos papis e
aprenderam por investigao, proporcionando a vantagem no ensino de cincias pela sua
liberdade de ao, e a cooperao em grupo.
Objetivo deste trabalho apresentamos o RPG como mtodo de ensino de qumica. Os
discentes, na maioria dos casos, apresentam dificuldades de assimilao ao se depararem com os
conceitos gerais da qumica, problema este que acaba criando traumas que bloqueiam a
aprendizagem. As maiores dificuldades dos alunos esto situadas nos perodos iniciais onde eles
tm um primeiro contato com a disciplina, sendo os tpicos de Qumica Geral de mais difcil
assimilao pelos alunos. Esta situao pode-se gerar desmotivao. observando este problema
comum nas aulas de qumica prope-se um Jogo de RPG onde os contedos venham ser
apresentados de uma maneira mais cognitiva, surgindo uma estratgia que pode ser de grande
ajuda para aprendizagem dos alunos, utilizando o RPG para testar os conhecimentos qumicos e
suas aplicabilidades no cotidiano.
Sendo o RPG um jogo de estratgia no qual vencer no o nico objetivo, podendo ser
utilizado como exerccio de aprendizagem e fixao de contedos de uma maneira onde os
participantes iro ser colocados em situaes que proporcionam liberdade e no possui a
atmosfera restrita a atividades montonas proposta em sala de aula. O aluno ter consulta direta
a livros de qumica, onde objetivo com cunho moto vocacional trazer o conhecimento de
qumica para o cotidiano testando ele em sua aplicabilidade.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Como o RPG um jogo com vrios atrativos como criatividade. Existem algumas series de
livros que narram aventuras onde os jogadores tm que vencer as situaes propostas usando as
ferramentas que o cenrio descrito fornece a liberdade de expresso quanto personagem, o livre
1213
arbtrio de tomar decises no jogo que definiro a vida de seus personagens contribuindo na
recriao da aventura, sendo assim um jogo que jovens e adultos entram em um mundo de
possibilidades e novas descobertas.
Aventura bsica do RPG remete-se em um cenrio medieval sem limites de lendas e mitos
que na maioria das situaes em jogo so verdicas. Cabe salientar que um mundo onde
Drages, Elfos, entre outros seres coexistem. Segundo Huinziga (1980) o jogo como uma
atividade voluntria exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espao,
segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatrias dotadas de um fim em si
mesmo, acompanhado de um sentimento de tenso e alegria e de uma conscincia de ser
diferente de vida cotidiana. Marcatto (1996, p.16), salienta que o RPG um exerccio de
dilogo, de deciso em grupo, de consenso, pois s atravs da interao de todos os jogadores
possvel a construo da narrativa ficcional.
3 METODOLOGIA
Aps criar duas classes qumicas para personagens do jogo proposto, sero impressos as
regras bsicas e as fichas para cada jogador utiliza-las e assim dinamizar a interatividade. O uso de
um conjunto de dados de acrlico variados para as situaes que ocorreram dentro do jogo.
Podemos definir um jogo de RPG com as seguintes caractersticas: sempre tem um mestre que
responsvel pela construo ou conduo de um roteiro de aventura. Ao longo do processo esse
roteiro pode sofrer adaptaes desde que sejam respeitados os valores inicias, as regras aceitas
por todos e a coerncia com a misso proposta. Um mestre pode mudar de lugar uma armadilha
ou um artefato, quando esse for necessrio para criar conflitos dramticos para a histria, ou no
caso educacional, para atingir um objetivo, mas ele no pode, sem mais nem menos, mudar regras
e prejudicar certos personagens ou mesmo mudar a personalidade de personagens no-jogadores
(personagens controlados pelo sistema ou pelo mestre) de modo que a histria fique
incoerente. O Role play pode propor tanto ambientes fantsticos, cotidianos e at reproduzir
situaes histricas. Nesse ltimo caso a liberdade potica em relao aos personagens
propostos pelo roteiro deve ser compatvel com as pesquisas cientficas. Mesmo num mundo
cotidiano ele deve seguir as regras fsicas e sociais. Um mundo fantstico tambm tem suas regras
de funcionamento.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Vale ressaltar que o RPG est em nvel preliminar. A aventura ainda est em fase de
confeco e aplicao de pilotos para se melhorar a histria para posterior discusso dos
conceitos e da linguagem utilizada. Em relao aos conceitos realizada durante toda a atividade
a partir do momento que os participantes tm que resolver situaes e problemas que contenham
conceitos qumicos para avanar no jogo. As vantagens para a aprendizagem no uso do jogo em
ensino de cincias est relacionada a liberdade de ao, trabalho em grupo, cooperao e
construo conjunta do conhecimento. De maneira que o professor poder soltar-se das amarras
de um contedo programtico para atender de forma efetiva seus alunos. O professor poderia
1214
aprender com um Mestre de RPG como tornar suas aulas mais atraentes, produtivas e
significativas, sobretudo no que se refere motivao, aos processos de pesquisa, leitura e escrita,
mesmo estando numa instituio normatizada, com seus rituais e regras.
Segundo Oliveira (2005) conferida pelos jogos e brincadeiras e leva o aluno a uma situao
de busca bem mais intensa do que aquela verificada dentro de um ensino tradicional. Com base na
aprendizagem Vygotsky enfatiza que a educao no s o desenvolvimento potencial do
indivduo, mas tambm a expresso histrica e o crescimento da cultura a partir da qual o homem
emerge. Como ser scio histrico, ele se desenvolve dentro de seu tempo e espao. Se a escola
no est prxima de alcanar a proposta de educao do sculo XXI, porque a realidade social
no est em condies de solidificar esses pilares. No entanto temos pistas de como alcan-los,
tornando-os realidade.
Como se trata de um jogo haver ludismo e todos os jogadores puderam mostrar o que
aprenderam de qumica e como usar esse conhecimento em diversas situaes com isso, tomar
conscincia do seu mundo interno e das suas mais variadas formas de aprender.
Ao usar o RPG como mtodo de aprendizagem e ensino h caractersticas que surgem com
sua utilizao: A expresso oral, que exercitada em todo o desenrolar do jogo, j que os
personagens descrevem suas aes continuamente; a expresso corporal, que usada para
melhorar a interpretao das aes dos personagens durante todo o jogo; a aventura elaborada
contm pistas, que so na verdade trechos de textos para leitura e determinao de atitudes, as
aes em grupo so privilegiadas, j que para vencer preciso que o outro jogador tambm
vena. A partir de solues coletivas, o contedo disciplinar ou interdisciplinar desenvolvido no
decorrer do jogo, rompendo as dificuldades e resistncias do aluno em aprender. Ao mesmo
tempo, estimula o raciocnio rpido, a capacidade de interpretao e a escrita.
Tendo a aprendizagem por meio do RPG vemos muitos pontos positivos para sua aplicao,
pois seus conceitos colocados em aplicao da qumica como proposta de ensino refletem em
muitos atrativos que estimulam os alunos e colocam seus ideais sobre a qumica em pratica
estimulando assim sua aprendizagem.
Segundo Luckesi (2006), pais, sistemas de ensino, profissionais da educao, professores e
alunos, todos tm suas atenes centradas na promoo, ou no, do estudante de uma srie de
escolaridade para outra. Os professores utilizam permanentemente os procedimentos de
avaliao como elementos motivadores dos estudantes por meio da ameaa. Fazendo com que o
processo avaliativo seja por meio de exames e no por uma pedagogia do ensino/aprendizagem. O
professor cria um clima de medo, tenso e ansiedade entre os alunos tirando a liberdade e
inibindo sua criatividade.
5 CONCLUSO
A aprendizagem no simplesmente observar o professor falar ou mostrar, mas tambm
acontece com exerccios previamente organizados. Ento os alunos tm que experimentar, ou
dedicar-se a exerccio tateando-se por si mesmo, trabalhando ativamente em liberdade.
1215
Ento escolheremos contedos de qumica geral que os alunos estejam familiarizados para
melhor desenvoltura do jogo proposto. O RPG como estratgia de ensino j foi explorado por
alguns autores (Soares, 2004.; Oliveira e Soares, 2005.; Cavalcanti e Soares,2009).
Isto comprova a eficcia da aplicao do RPG na aprendizagem do ensino de qumica,
abordando assim uma didtica em sala para contribuir com o melhor desempenho dos alunos para
com os conhecimentos qumicos.
Tendo este trabalho foco no desenvolvimento de um RPG para os alunos de qumica,
espera-se que a imaginao, a percepo, o interesse e a ateno dos alunos sejam despertados
com as vrias interpretaes e discusses de dados propostos pelo jogo.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CAVALCANTI E. L. D. e Soares M. H. F. B.; Revista Electrnica de Enseanza de las Ciencias Vol.8
N1 (2009)
COLLINS, A.; Cordel, B. R. e Reid, T. Dungeous & Dragon, Livro do Mestre. So Paulo, BRA: Editora
Abril. (2005).
COLLINS, A.; Cordel, B. R. e Reid, T. Dungeous & Dragon, O Livro Completo do Arcano. So Paulo,
BRA: Editora Abril. (2007).
HUIZINGA, J. Homo Ludens A Study of the Play Element in culture. Boston, USA: Beacon Press.
(1980).
LUCKESI, C.C. Avaliao da Aprendizagem Escolar. So Paulo, BRA: Cortez. (2006).
MARCATTO, Alfeu. Saindo do Quadro. So Paulo: A. Marcatto, 1996.
MARCONDES G.C.; Livro das Lendas aventuras didticas. So Paulo, BRA: Zouk. (2004).
OLIVEIRA, A. S e Soares, M. H. F. B.;. Qumica Nova na Escola, 2005, 20, 17.
SOARES, M. H. F. B.; Tese de Doutorado, Universidade Federal de So Carlos, Brasil, 2004.
VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. So Paulo: Martins Fontes, 1996.
1216
RESUMO
As Olimpadas de Matemtica fazem parte da histria da
humanidade. Desde a antiguidade sua histria percorre o
mundo de seu surgimento na Europa at o Brasil. De l
para c, as competies de Matemtica entre estudantes
tm se revelado fortes indicadores para o descobrimento
de novos talentos, desenvolvendo a capacidade de
resolues de problemas, a motivao para a disciplina e
estimulando o raciocnio e o pensamento matemtico.
Com a finalidade de procurar desenvolver o ensino de
Matemtica na microrregio da Borborema Potiguar,
assim como trabalhar o aspecto social e de incluso
cientfica das Olimpadas de Matemtica, iniciamos em
1217
1 INTRODUO
As Olimpadas de Matemtica fazem parte da histria da humanidade. Segundo alguns
historiadores, j no sculo XVI, eram famosas as competies filosficas que giravam em torno de
desafios matemticos, nos quais respeitveis matemticos empenhavam sua reputao e at
mesmo razoveis quantias em dinheiro. Entretanto, relatos mais antigos apontam evidncias de
tais disputas na Grcia Antiga.
Mais tarde, mais precisamente a partir de 1894, os matemticos hngaros passaram a
organizar, competies matemticas denominadas Eotvos. Sendo essa ideia disseminada pelo
resto da Europa e tambm por todo o mundo.
Devido forma que foram estruturadas, essas disputas passaram a assumir ento, um
carter semelhante aos dos dias atuais se transformando no que hoje conhecemos como
Olimpadas de Matemtica. No que diz respeito s Olimpadas de Matemtica na atualidade,
podemos destacar o que segundo Dias (2005) uma das principais caractersticas dessas
competies: as Olimpadas de Matemtica disputadas entre os jovens so torneios em que as
armas dos participantes so a inteligncia, a criatividade, a imaginao e a disciplina mental, ou
seja, tm carter intelectual uma vez que, os objetivos das mesmas so: encontrar talentos
matemticos, gerar nos jovens o prazer de estudar Matemtica e uma inclinao por essa matria,
como tambm, incitar o surgimento de novos profissionais ligados Matemtica.
A fim de buscar desenvolver a educao Matemtica na microrregio da Borborema
Potiguar - parte do Rio Grande do Norte pertencente mesorregio Agreste Potiguar. Com
populao estimada em 2006 pelo IBGE em 129.566 habitantes. Sendo nessa microrregio,
situados dezesseis municpios em uma rea total de 3.922,227 km -, como tambm trabalhar o
aspecto social e de insero cientfica das Olimpadas de Matemtica que iniciamos em 2011 e
demos prosseguimento a uma pesquisa acerca, essencialmente, das Olimpadas Brasileiras de
Matemtica das Escolas Pblicas (OBMEP), avaliando todo o trajeto da participao das Escolas da
referida microrregio.
A parte inicial da pesquisa tem como objetivo mostrar, comparar e interpretar os dados
relativos premiao dos estudantes das Escolas Pblicas da Borborema Potiguar. Enquanto a
segunda parte objetiva coletar novos dados a fim de aperfeioar e aprofundar as anlises j feitas
para encontrar e definir mtodos para melhoria do desempenho da comunidade escolar que
participa da OBMEP. Vale ressaltar que a continuidade da pesquisa foi em vista da necessidade de
um tempo maior para a sua concluso e a sua devida utilidade.
Assim, o referente artigo baseado nos resultados decorrentes do incio e da continuidade
da pesquisa, mas, principalmente, nos dados pertencentes fase final do Projeto Olimpadas de
Matemtica das Escolas Pblicas: Anlise da trajetria da participao das escolas Pblicas da
Microrregio Borborema Potiguar. Tem como objetivo apresentar, interpretar e comparar os
dados do ano de 2011 relativos premiao dos estudantes das Escolas Pblicas da Microrregio
da Borborema Potiguar, na OBMEP (Olimpada Brasileira de Matemtica das Escolas Pblicas)
desde que ela foi criada, em 2005, com os do ano de 2010 e 2011.
1218
2 FUNDAMENTAO TERICA
Diante das dificuldades enfrentadas pela educao brasileira necessrio defender a real
necessidade da compreenso do papel da Educao Matemtica. De acordo com Dante (1995),
um dos objetivos do ensino da matemtica fazer o aluno pensar produtivamente.
Para isso, diante das dificuldades da educao brasileira, a Matemtica precisa ser
concebida como um conhecimento que vai da resoluo de problemas presentes no cotidiano a
questes pertencentes a outros campos do conhecimento humano, e, no sendo destinada a si
mesma. O aluno desenvolve seu raciocnio participando de atividades, agindo e refletindo sobre a
realidade que o cerca, fazendo uso das informaes de que dispe, tendo assim uma participao
ativa como cidado.
Dante (1988) garante ainda que, se no perodo da vida escolar forem dadas oportunidades
ao aluno de se envolver com diferentes situaes problemas, quando adulto agir com inteligncia
e naturalidade ao ter que enfrentar seus problemas da vida diria, sejam eles de ordem
econmica, poltica e social.
Assim, se faz necessrio pesquisar no s os meios para uma melhoria do Ensino e
Aprendizagem, mas o perfil do pblico a ser trabalhado, para que a teoria faa efeito na prtica e
haja uma real construo de conhecimento.
Atrelado a isso se tem como forma para alcanar a aprendizagem da Matemtica, em todas
as suas concepes, a problematizao constante, incentivando o aluno a refletir, pensar por si
mesmo, persistir. Para tanto, a perspectiva metodolgica para o ensino de Matemtica, neste
artigo, aborda bastante a resoluo de problemas.
Desse modo, um dos meios para motivar os alunos para que se sintam instigados e
percebam a Matemtica como linguagem viva, e no desvinculada das demais disciplinas e do diaa-dia, se refere s Olimpadas de Matemtica, pois trabalham a citada problematizao constante,
o que importante para a constituio do aluno enquanto cidado, para incitar a capacidade
criadora e a iniciativa individual.
Segundo o PCN+/MEC, 2002. p. 112:
A resoluo de problemas pea central para o ensino de matemtica, pois o pensar e o
fazer e mobilizam e se desenvolvem quando o indivduo est engajado ativamente no
enfrentamento de desafios. Esta competncia no se desenvolve quando propomos
apenas exerccios de aplicao dos conceitos e tcnicas matemticos, pois, neste caso, o
que est em ao uma simples transposio analgica: o aluno busca na memria um
exerccio semelhante e desenvolve passos anlogos aos daquela situao, o que no
garante que seja capaz de utilizar seus conhecimentos em situaes diferentes ou mais
complexas.
1219
Os professores devem ser mediadores e, acima de tudo, motivadores daquilo que esto
ensinando. Para ensinar algo a um aluno, preciso dar a este um motivo para aprender.
necessrio que os professores trabalhem fazendo-os se sentirem motivados, com a finalidade de
preparar, capacitar o aluno a participar de uma Olimpada de Matemtica.
Como expresso anteriormente, um dos objetivos do ensino da Matemtica fazer o aluno
pensar produtivamente e, para isso, nada melhor que apresentar-lhe situaes, problemas que o
envolvam, o desafiem e o motivem a querer resolv-las. Mas, para solucionar tais problemas,
imprescindvel que o professor ajude o aluno a desenvolver a habilidade de elaborar um raciocnio
lgico e fazer uso inteligente e eficaz dos recursos disponveis. Para que ele possa propor boas
solues s questes que surgem em seu dia-a-dia, na escola ou fora dela.
Nesse contexto as Olimpadas de Matemtica assumem um papel fundamental para o
desenvolvimento do raciocnio matemtico e da construo do conhecimento, uma vez que,
segundo os PCNS:
... importante salientar que a compreenso e a tomada de decises diante de questes
polticas e sociais dependem da leitura critica e interpretao de informaes complexas,
muitas vezes contraditrias, que incluem dados estatsticos e ndices divulgados pelos
meios de comunicao. Ou seja, para exercer a cidadania necessrio saber calcular,
medir, raciocinar, argumentar, tratar informaes estatisticamente, etc. (PCN, 1998)
Com base no que foi dito anteriormente, a proposta de trabalhar resoluo de problemas
e, em particular, problemas olmpicos, o tratamento de situaes ditas complexas e diversificadas,
permite ao aluno pensar por si mesmo, construir estratgias de resoluo e argumentao,
relacionar diferentes conhecimentos e, enfim, perseverar na busca da soluo.
3.1 OBMEP
A OBMEP realizada anualmente, tendo como objetivo alcanar a todos os segmentos
educacionais das escolas municipais, estaduais e federais, sendo orientada a todos os estudantes
do ensino fundamental e mdio. A cada edio dessa olimpada participam, em mdia, dez
milhes de estudantes de quinta a oitava sries do Ensino Fundamental e da primeira a terceira
srie do Ensino Mdio, de escolas pblicas municipais, estaduais e federais de todo o pas.
1220
1221
Nos grficos acima, podemos observar a descrio das premiaes da OBMEP (medalhas
de ouro, prata, bronze e meno honrosa) no Rio Grande do Norte, nos anos de 2005-2010, 20052011 e 2005-2012, os quais mostram que apesar do aumento do nmero de premiaes a
porcentagem no mudou, ou seja, apenas 2% de todas as premiaes no RN de 2005-2010, 20052011 e de 2005-2012 foram distribudas na microrregio da Borborema Potiguar. Os 98% restantes
foram distribudos nas outras regies do Rio Grande do Norte.
Observamos ainda que o aumento no ano de 2011 fora de 06 premiaes e de 2012 de 18
premiaes na regio citada, enquanto que em todo o Estado aumentaram 306 e 474 premiaes,
respectivamente. Com relao a outros estados brasileiros este aumento foi pouco significativo,
primeiramente porque observamos que a maioria dessas premiaes fora referente a menes
honrosas e no medalhas.
3.3.2 Premiao Geral do Rio Grande do Norte na OBMEP com exceo da
Microrregio Borborema Potiguar
Nos grficos acima, podemos observar a descrio das premiaes da OBMEP no Rio
Grande do Norte de 2005-2010, 2005-2011 e 2005-2012, com exceo da microrregio Borborema
Potiguar, notamos uma diferena significante entre os trs grficos com relao s menes
honrosas e medalhas de prata. Houve uma diminuio na porcentagem de medalhas de bronze de
10% para 8%, no ano de 2011, que corresponde a 31 premiaes e, um aumento no ano de 2012
de 8% para 9%, correspondentes a 29 premiaes. Quanto meno honrosa ocorreu um
aumento na porcentagem de 85% para 87%, no ano de 2011, e uma diminuio de 87% para 86%
no ano de 2012, correspondentes a 293 e 448 premiaes, respectivamente. Com relao s
medalhas de ouro, apesar de terem aumentado em 04 premiaes no ano de 2011 e 07
premiaes no ano de 2012 a porcentagem permanece a mesma em todos os anos e, quanto s
1222
1223
4 CONCLUSES
Considerando como objeto de estudo a Olimpada Brasileira de Matemtica das Escolas
Pblicas (OBMEP), realizamos assim, desde o incio da pesquisa, a busca de aes e mtodos para
melhoria do desempenho da comunidade escolar que participa da OBMEP. Tais aes procuraram
desenvolver um processo de ensino e aprendizagem mais significativo da disciplina de
Matemtica, tendo em vista descobrir novos talentos matemticos que podero ser futuros
1224
profissionais que possam contribuir futuramente de maneira significativa nas reas tecnolgicas
ou nas licenciaturas, como professores de Cincias Naturais ou Matemtica, ou ainda, como bons
profissionais em outras reas.
Na fase final da nossa pesquisa, nossa preocupao foi a de atualizar os dados gerais das
premiaes das escolas pblicas na OBMEP, coletados no decorrer da referida pesquisa, para que
assim pudssemos analis-los e compar-los com os dados anteriores e apresent-los para, em
seguida, fazermos anlises e comparaes gerais acerca deles.
Em relao aos dados gerais das premiaes das escolas pblicas na OBMEP obtidos e
apresentados nesse artigo podemos notar um relativo aumento do ndice das premiaes, muito
embora ainda no tenhamos chegado a premiaes com medalhas. Sendo que, esse aumento no
nmero de premiaes na Microrregio Borborema Potiguar se d, especificamente, como
podemos ver, nos nveis 2 e 3 da OBMEP, uma vez que esse aumento considervel nas premiaes
deve-se, principalmente, organizao e execuo de um treinamento mais especfico, um
projeto de extenso no qual eram dadas aulas trabalhando a matemtica olmpica a alunos do
Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte - Cmpus Santa Cruz
(IFRN/SC) participantes da OBMEP no nvel III e o Plo Olmpico de Treinamento Intensivo(POTI),
destinado a alunos participantes de tal olimpada no nvel II, estudantes da cidade de Santa CruzRN.
No que diz respeito s estratgias para superar as dificuldades no ensino de Matemtica,
incentivamos a participao nas competies matemticas defendendo, preparando e
trabalhando treinamentos adequados para tais competies, uma vez que as questes que
compem as provas da OBMEP assim como as que compem as provas de outras olimpadas de
matemtica no exigem que o aluno tenha amplo saber matemtico e/ou decore a maioria de
suas frmulas, mesmo que muitos raciocinem que a matemtica se sintetize a isso. O que as
provas exigem do aluno , na verdade, um timo raciocnio e interpretao das situaes
problema. So questes que no se resumem a aplicaes de receitas e/ou algoritmos prestabelecidos para resolv-las. Por isso, o arqutipo de ensino empregado por muitas escolas sai
do molde cobrado pela OBMEP e por outras olimpadas de matemtica, acarretando na no
aquisio de bons resultados nesta(s) competio(es).
Por fim, temos em relao aos porqus dos ndices por vezes to baixos, a falta de
incentivo no interior, a pouca participao nas atividades disponibilizadas, a falta de preparo e
pouco contato dos professores com o nvel das questes olmpicas, falta de tempo para realizar o
trabalho e at mesmo de incentivo financeiro para professores da rede municipal e estadual, bem
como, alta carga horria e falta de professores que estejam habilitados para lecionar matemtica,
assim como o modelo de ensino empregado pelas escolas da Microrregio enfocada e que foge do
molde cobrado pela OBMEP e por outras competies matemticas.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BRASIL. Ministrio da Educao e do Desporto. Secretaria de Educao Fundamental. Parmetros
Curriculares Nacionais: matemtica, terceiro e quarto ciclo. Braslia: MEC/SEF, 1998.
1225
DANTE, Luiz Roberto. Didtica da Resoluo de Problemas de Matemtica. 11.ed. So Paulo: Atica,
1998.
DANTE, Luiz Roberto. Criatividade e resoluo de problemas na prtica educativa matemtica.
Rio Claro: Instituto de Geocincias e Cincias Exatas, Tese de Livre Docncia, 1988
FERNANDES, J.A.; OLIVEIRA, C.C. Olimpadas de Matemtica: contextualizando o dia-a-dia.
Campina Grande-PB.sd.
GARNICA, A. V. M. A interpretao e o fazer do professor: a possibilidade do trabalho
hermenutico da educao matemtica. Dissertao de Mestrado em Educao Matemtica.
Instituto de Geocincias e Cincias Exatas. Departamento de Matemtica. Universidade Estadual
Paulista Campus de Rio Claro. Rio Claro, 1992.
MEC, Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica. PCNs+ Ensino Mdio: orientaes educacionais
complementares aos Parmetros Curriculares Nacionais. Cincias da Natureza, Matemtica e suas
Tecnologias. Braslia: MEC, SEMTEC, 2002. 144 p.
OBMEP. Regulamento. s.d. Disponvel em < http://www.obmep.org.br>. Acesso on-line em 17 de
maio de 2012.
1226
RESUMO
Na atualidade prticas sustentveis fazem toda a
diferena, favorecendo a economia sem esquecer o meio
ambiente, elas geram solues para diversos problemas.
Diante disso surgiu a ideia da produo do biodiesel, um
combustvel de origem renovvel e sustentvel,
utilizando para sua obteno leo residual usado em
fritura. Para que se torne mais compreensvel sero
OBTAINING BIODIESEL BY METHYL ETHYL VIA FROM THE DOMESTIC OIL USED IN
FRYING.
ABSTRACT
In actuality sustainable practices make all the difference,
favoring the economy without forgetting the
environment, they generate solutions to various
problems. Given this arose the idea of producing
biodiesel, a fuel made from renewable sources and
sustainable, using to your getting waste oil used in frying.
So that it becomes more understandable will be
1227
1. INTRODUO
Os biocombustveis tornaram-se mais importantes ao decorrer dos anos, uma vez que sua
busca tem aumentado de maneira considervel. Esse artigo procura demonstrar uma forma de
produo de um biocombustvel, o biodiesel. Em que a temtica da sustentabilidade entra em
foco, atravs da reutilizao de leo residual para tais fins, e melhorias que esse combustvel
renovvel possibilita.
Aps estudos e prticas desenvolvidos acerca da temtica surgiu a ideia da produo do
biodiesel atravs do reaproveitamento de leo utilizado em frituras, coletado nas residncias dos
pesquisadores. Bem como a produo com leo de soja ainda no utilizado em fritura, para de tal
forma observar diferenas e semelhanas. Identificando os benefcios do processo nos mbitos
ecolgicos e socioeconmicos; e as etapas de produo, verificando sua viabilidade.
2. REVISO BIBLIOGRFICA
Ao longo dos tempos as pessoas vm prejudicando o meio ambiente seja atravs de
explorao, poluio e prticas indevidas. O biodiesel surge como um combustvel que busca
diminuir tais danos e fortalecer o desenvolvimento de mtodos sustentveis. Para maior
entendimento relacionado proposta estabelecida o trabalho tratar conceitos de
sustentabilidade, biodiesel e questes sobre o descarte do leo, utilizando pensamentos de
estudiosos como Pedro Jacobi, Grazielly Barbosa, Renata Rabelo, Osmar Ferreira e Luciano Rossi. E
contribuies do Ministrio da Educao e Secretria de Educao Profissional e Tecnolgica.
Desde a conferncia de Estocolmo o conceito de sustentabilidade ganhou maiores
parmetros e passou a se desenvolver, aumentando a percepo das pessoas acerca da
degradao do meio ambiente. A sustentabilidade social, econmica e ecolgica combina a
melhora da qualidade de vida com a preservao do ambiente. Assim percebe-se a necessidade da
prtica sustentvel que traz alternativa para adaptao do meio ambiente e economia,
preservando os ecossistemas para as necessidades fundamentais das pessoas no presente e
futuro. (JACOBI, 2003)
Com a expanso das prticas sustentveis a rea dos combustveis tambm foi afetada, no
qual ao longo do tempo so produzidos tipos que degradam menos o ambiente. Entre eles est o
biodiesel, que se apresenta como uma opo do petrleo e derivados, destacando menor emisso
de poluentes e produo consideravelmente barata (RABELO,FERREIRA; 2008). Analisando o
biodiesel segundo a cartilha BIODIESEL do Ministrio da Educao (2006) entende-se que obtido
atravs da associao dos leos vegetais com o lcool, em um processo qumico conhecido como
transesterificao (processo de separao da glicerina do leo vegetal) (MINISTRIO DA
EDUCAO, 2006, p.04). Tal conceito foi trabalhado ao longo da proposta, acrescentando a
utilizao do leo vegetal residual e puro no processo.
Abordando uma considerao tcnica, o biodiesel pode ser definido como um ster
alqulico de cidos graxos, no qual obtido atravs da transesterificao entre leos vegetais com
1228
1229
3. METODOLOGIA
Para efetivar a pesquisa foi coletado leo residual de soja utilizado em fritura domstica, e
leo de soja no utilizado, aps a coleta foi realizado o processo de obteno do biodiesel atravs
do processo de transesterificao utilizando ambos os leos. Dessa forma tornar-se-ia possvel a
comparao entre a reao com o leo residual e o no usado.
O processo foi dividido em etapas, primeiramente com ambos os leos reagindo com
etanol, em que o leo residual no passou por nenhum processo anterior produo. Assim seria
verificada a eficcia com o etanol, sendo este lcool de melhor viabilidade, na produo do
biodiesel. Durante a reao o catalisador utilizado tambm era o de maior viabilidade, sendo este
a Soda Caustica (NaOH), seguindo o mesmo pensamento de anlise do rendimento econmico e
qualitativo.
Durante a segunda etapa o lcool utilizado foi o metanol, e o catalisador foi o Hidrxido de
Potssio (KOH), oferecendo comparao entre este processo e o realizado anteriormente, ainda
que seguidos os mesmos passos, os reagentes mudaram para identificao da melhor maneira de
produo. Bem como possibilitando o resultado visvel entre ambos.
Para uma melhor considerao ocorreu uma terceira etapa, primeiramente com a
repetio da segunda etapa, dessa vez com o leo residual passando por um processo de
peneirao anteriormente produo. Aps houve o procedimento envolvendo o lcool etanol
com o catalisador Hidrxido de Potssio (KOH), para tornar possvel a verificao da reao que o
catalisador pode ter com os dois lcoois, e se isso influenciaria de alguma forma. O leo residual
passou pelo processo ante a produo novamente.
Tais etapas foram realizadas durante o trabalho, para que pudesse haver uma melhor
anlise, abrangendo os dois tipos de lcool, bem como catalisador bsico. Realizando combinaes
entre eles acreditava-se que resultaria em reaes diferentes, e assim a produo mais vivel, com
melhores estimativas poderia ser encontrada.
4. RESULTADOS E DISCUSSES
Os biocombustveis, ainda que de grande importncia, no possuem tanta valorizao
quanto os outros combustveis usados mais frequentemente. Mesmo com as ideias explanadas
acerca do biodiesel, o mesmo no to desenvolvido, ainda que gere um benefcio para o meio
ambiente. Atualmente so realizadas pesquisas para que o biodiesel seja utilizado de forma pura
nos motores, ocupando o lugar destinado ao diesel, sem nenhuma modificao no motor do
veculo automotivo para tais fins. Alguns pases j realizam tal processo de substituio, mesmo
que ainda no ocorra aqui, o Brasil no est to distante dessa realidade, pois realiza misturas
com o biodiesel para adaptar aos poucos o combustvel, at chegar a um objetivo desejado.
1230
A produo do biodiesel seria vivel para o Brasil j que encontram em seu territrio
diversos tipos de plantas oleaginosas que tornariam a produo possvel, bem como apresentando
menor gasto. Ainda acarretaria uma maior quantidade de empregos na rea rural, e valorizao de
tal trabalho. O ndice de poluentes que afetam o meio ambiente diminuiria de forma considervel,
fechando o ciclo do carbono com as plantas cultivadas para produo.
Para que haja uma maior diminuio dos impactos ambientais o leo vegetal utilizado na
produo do biodiesel seria residual, isto , o leo de fritura gerado nas residncias e at mesmo
em restaurantes e padarias seria reaproveitado durante o processo. Dessa forma haveria um
destino adequado para o leo residual, evitando o despejo em pias e aterros sanitrios.
O meio ambiente seria beneficiado de ambas as formas, e a produo seria vivel ao Brasil,
aumentando o desenvolvimento tecnolgico com prticas conscientes. A sustentabilidade estaria
nesse foco, possibilitando a criao de um biocombustvel que abrangeria tanto a economia
quanto as aes sociopolticas.
Acreditando em tais pontos expostos, a prtica para obteno do mesmo foi realizada e
verificado os pontos que sero apresentados a seguir. Na primeira etapa, em que houve a mistura
dos leos com o lcool etanol e o catalisador Soda Caustica (NaOH) ocorreu um processo de
saponificao na mistura de leo residual, como pode ser observado na Figura 2, e a reao
adquirida com o leo no usado foi gelatinosa e sem fases distintas evidentes.
1231
leo de soja no usado, duas reaes com leo de soja residual, e leo de soja residual usado em
fritura domstica.
A terceira etapa misturava os leos com lcool etanol e Hidrxido de Potssio (KOH) como
catalisador, tentando verificar os possveis geradores do resultado obtido durante a primeira
etapa. Ambas as misturas obtidas foram homogneas, sem fases distintas evidentes, apesar disso
no ocorreu o processo de saponificao, tampouco a mistura tornou-se gelatinosa.
120,00%
100,00%
80,00%
Mistura
Homognea
60,00%
Biodiesel
40,00%
20,00%
Subproduto
0,00%
1232
5. CONCLUSO
Mesmo que ainda no se apresente em grandes propores, o biodiesel um
biocombustvel gerador de renda e de menores impactos ambientais. A mistura dele ao diesel
um passo importante para que as pesquisas avancem consideravelmente, assim aumentando a
possibilidade de ser usado puro, e substituir combustveis degradantes.
A obteno atravs do processo de transesterificao utilizando leo residual uma forma
de qualificar ainda mais tal biocombustvel, aumentando seus benefcios e gerando colaboradores
economia e ecologia. O processo no necessita de muitas etapas de produo, ocorre de
maneira simples e sem grandes custeios. Verificou-se que a produo utilizando o lcool metanol
e o catalisador Hidrxido de Potssio (KOH) a melhor, j que essa apresentou melhores
resultados, se comparado com as outras etapas demonstradas.
Antes da realizao do processo o leo residual deve passar por um processo de
peneirao, assim apresentando efeitos mais desejveis. Permite que os resduos maiores
encontrados no leo no atrapalhem durante o processo de obteno do biodiesel. Tornando
dispensvel tal procedimento ao final da produo. A glicerina obtida como subproduto pode ser
utilizada em produtos da indstria de cosmticos e derivados.
Para que o Brasil consiga realizar de forma eficaz essa produo utilizando leo residual
faz-se necessrio uma conscientizao da populao para destinao do leo usado em casa. Um
sistema de coleta seletiva que tambm abranja a coleta do leo nas residncias indispensvel,
em algumas cidades brasileiras tais sistemas foram implantados, mas ainda no se encontra nos
nveis desejados. Ainda que ocorra uma separao nas residncias se no for destinado da
maneira correta pode chegar aos aterros sanitrios, afetando o solo, os lenis freticos e
poluindo ainda o meio ambiente. O leo necessita de uma destinao correta, e o biodiesel surge
ento como uma prtica sustentvel, sendo uma alternativa para esse fim.
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BARBOSA, G.N., et al. Aproveitamento do leo residual de fritura na produo de biodiesel. Gois,
2008. Universidade Catlica de Gois-Departamento de Engenharia- Engenharia ambiental, 2008.
JACOBI, P. Educao ambiental, cidadania e sustentabilidade. So Paulo, 2003. Caderno de
Pesquisa, n.118, p.189-205, Mar. 2003.
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Educao Profissional e Tecnolgica, 2006.
RABELO, R.A., FERREIRA, O.M. Coleta seletiva de leo residual de fritura para aproveitamento
industrial. Gois, 2008. Universidade Catlica de Gois-Departamento de Engenharia- Engenharia
ambiental, 2008.
ROSSI, L.F.S., et al. Produo de biocombustvel alternativo ao leo diesel atravs da
transesterificao de leo de soja usado em fritura. Curitiba, 1999. Departamento de Qumica e de
Mecnica do CEFET-PR, 1999.
1233
RESUMO
A poluio atualmente pode ser considerada um dos
maiores problemas enfrentados pela populao mundial,
que vem evoluindo devido ao crescimento urbano
desordenado e a alta produo de lixo. O leo utilizado
nas frituras surge nesse contexto como um resduo
gerado diariamente nos lares e estabelecimentos do pas.
Devido falta de informao este resduo acaba sendo
descartado de forma indevida. necessrio conscientizar
a populao para que venham dar a esse leo j usado
um destino adequado, pois ele contamina o meio
ambiente de forma considervel. de suma importncia
1234
1 INTRODUO
Educao Ambiental o processo pelo qual o indivduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competncias, todas voltadas para a conservao
do meio ambiente. O meio veiculador da educao ambiental a escola, no qual atravs dos seus
projetos aborda um dos principais temas ambientais da atualidade resduos slidos (JUNIOR,
2009).
Entre esses resduos est o leo, este o que mais polui o meio ambiente, devido ao seu
difcil descarte. Muitas vezes esse descarte segue o caminho dos mananciais aquticos ou at
mesmo o solo (AZEVEDO et al., 2009).Por ser menos denso que a gua, o leo de cozinha forma
uma pelcula sobre a mesma, o que provoca a reteno de slidos, entupimentos e problemas de
drenagem quando colocados nas redes coletoras de esgoto. Nos arroios e rios, a pelcula formada
pelo leo de cozinha dificulta a troca de gases entre a gua e a atmosfera, causando a morte de
peixes e outros seres vivos que necessitam de oxignio.
O leo de cozinha jogado diretamente na pia pode prejudicar o meio ambiente. Se o
produto for para as redes de esgoto encarece o tratamento dos resduos em at 45% e o que
permanece nos rios provoca a impermeabilizao dos leitos e terrenos, o que contribui para que
ocorram as enchentes. A soluo para este problema a reciclagem do leo vegetal. E existem
vrias maneiras de reaproveitar esse produto sem dar prejuzos ao meio ambiente (LOPES, BALDIN
2009).
Quem lida diariamente com grandes quantidades de leo de cozinha muitas vezes tem
dificuldades para descart-lo. A simples atitude de no jogar o leo de cozinha usado diretamente
no lixo ou no ralo da pia pode contribuir para diminuir o aquecimento global e proteger as guas
dos rios, pois a decomposio do leo de cozinha emite gs metano na atmosfera e o mesmo um
dos principais gases que causam o efeito estufa que contribui para o aquecimento da Terra(LOPES,
BALDIN 2009).
to impactante para o ambiente que apenas um litro de leo contamina ate um milho
de litros de gua. Esse valor o suficiente para uma pessoa consumir ao longo de 14 anos
(BIODIESELBR, 2007). J ao atingir o solo, o leo pode causar a impermeabilizao, influenciando
nas enchentes e no desenvolvimento de organismos.
O descarte do mesmo apenas uma pequena parte do grande problema relacionado
gerao de resduos no mundo. Tratar resduos possui um alto custo e quando no tratado,h um
forte impacto ambiental,com isso, a reciclagem do leo de cozinha usado na fabricao de sabo
uma alternativa vivel no sentido de minimizar o impacto do descarte inadequado desse tipo de
resduo no meio ambiente.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O surgimento de problemas socioambientais ameaadores sobrevivncia da vida um
fenmeno relativamente novo para a humanidade, mas extremamente preocupante. A poluio
1235
atualmente pode ser considerada um dos maiores problemas enfrentados pela populao
mundial, que vem evoluindo devido ao crescimento urbano desordenado e a alta produo de
lixo.
De acordo com Leff (2001), a crise ambiental suscitou novas direes para o processo de
desenvolvimento e novas demandas para os movimentos sociais/ambientais. Onde, faz-se
necessrio incorporar uma dimenso ambiental ao mbito do planejamento econmico,
cientfico, tecnolgico e educativo, induzindo novos valores no comportamento dos agentes
sociais e problematizando todo um conjunto de disciplinas cientficas que so o suporte da
racionalidade econmica e tecnolgica dominantes.
Diariamente, em milhes de lares, o leo utilizado na fritura de alimentos jogado pela pia
da cozinha e em outros locais, num ato aparentemente inofensivo, porm com impactos de
propores trgicas, agravando a preocupao com a escassez de gua potvel, acarretando
prejuzos ambientais e econmicos.
A reciclagem do leo usado de frituras possui aspectos importantes, principalmente,
educacionais, culturais, sanitrios, ambientais, econmicos, sociais, polticos e institucionais. A
reciclagem um meio de gerenciamento muito atrativo para o lixo. Embora tenha diversas
vantagens, dentre as quais a preservao do meio ambiente, esta prtica muito pouco utilizada
no nosso pas (MANO, 2005).
Mediante as informaes mencionadas cima, este trabalho tem como objetivo
conscientizara populao municpio de Apodi mostrando forma adequada de reutilizar esse leo
de cozinha usado, informando tambm a mesma os problemas causados no meio ambiente com o
descarte inadequado do leo usado, alm de possibilitar uma maior economia financeira com a
fabricao de sabo para uso na higiene das suas residncias.
3 METODOLOGIA
Com esse estudo da fabricao de um sabo ecolgico a partir do leo de cozinha usado
pela comunidade do municpio de Apodi-RN, afim de demonstrar uma forma sustentvel e
econmica de descarte do mesmo.
O estudo foi desenvolvido no Laboratrio de Qumica do Instituto Federal de Educao
Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte - IFRN, Cmpus Apodi, executado pelas graduandas
do curso de Licenciatura Plena em Qumica do IFRN Cmpus Apodi: Juliana Joice Viana de Oliveira,
Paloma Poliana Souza Silva e Rafaela Cristina Fernandes Oliveira, sob orientao da professora
Michele Asley Alencar Lima.
O presente projeto foi feito em algumas etapas: Na primeira etapaforamescolhidos trs
bairros do municpio de Apodi por meio de sorteio, em cada uma dessas regies foi determinado o
numero mnimo de 20 residncias a servisitada, a escolha das mesmas foi feita livremente,
observando se havia pessoas na residncia e essas concordavam em contribuir com o projeto.
Desse modo se conseguiu a adeso de 50 residncias, que tiveram as famlias devidamente
informadas sobre os problemas acerca do descarte inadequado do leo e sobre como guardar o
1236
mesmo para que fosse posteriormente coletado pelos integrantes do projeto para a produo do
sabo. A Segunda visita ocorreu trs dias aps o primeiro contato, onde se totalizou cerca 20 litros
de leo usado.
Na segunda etapa foram feitos testes de proporo, at adquirirmos um sabo de boa
qualidade. Aps se determinar a melhor proporo para a produo do sabo, deu-se incio a
fabricao de 50 barras de sabo (Figura 1 e 2). Na terceira etapa, realizamos a entrega do
sabo(Figura 3) feito s pessoas que contriburam para a realizao do projeto, para essa etapaa
populao foi informada sobre a entrega, onde a Escola Estadual Professora Alvani de Freitas Dias
cedeu o espao, onde alm da entrega do sabo foi ministrada uma palestra sobre os impactos
ambientais causados pelo descarte inadequado do leo de cozinha, na oportunidade, foi realizada
uma oficina de fabricao de sabo ecolgico.
1237
Para a produo do sabo foram utilizados os seguintes materiais: 4 litros de leo usado, 1
Kg de soda custica em escamas, de sabo em p, um pedao de TNT, luvas, mascaras, jalecos,
uma balana, 3bquer de plstico,1 colher de madeira e embalagens de achocolatado lquido
(servidos no lanche do Programa Nacional de Alimentao Escolar - PNAE).
Inicialmente filtrou o leo, com o auxlio de um pano de TNT (Tecido No Tecido), a fim de
separar os resduos slidos, em seguida foi feito a dissoluo do sabo em p em 2 litros de gua
quente, posteriormente dissolveu-se cuidadosamente a soda custica em 2 litros de gua
quente.Aps a total dissoluoda soda caustica,a mesma foiadicionadaao leo, em um bquer de
plstico, misturou com umacolher de madeira at ganhar consistncia, depois acrescentou osabo
em p e continuou mexendo por 40 minutos, aps este processo, transferiua mistura parafrmas
de embalagem Tetra Pak de achocolatado e suco, entregues na merenda escolar do IFRN.Desse
modo, aps a total solidificao do sabo,que duraram trs dias, aconteceu entrega do mesmo
para os moradores colaboradores do projeto e alguns participantes da palestra e oficina.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A produo de sabo a partir de leo de cozinha usado uma tima forma de descarte do
leo, diminuindo a poluio de mananciais e reservatrios e possibilitando a populao fazer
economia, tendo em vista que qualquer pessoa, seguindo uma receita simples, pode fazer o seu
prprio sabo que pode ser usado para lavar louas e at roupas.
O sabo produzido pelo projeto obteve uma consistncia adequada e um cheiro agradvel,
possibilitando o seu uso para a lavagem de louas, roupas e limpeza em geral. Com a realizao
das palestras, possibilitando uma sensibilizao dos participantes, tendo a convico de que
aquelas informaes sero teis para o dia-a-dia deles, e que a partir de agora, iro reciclar o seu
leo usado, sendo produzindo o seu prprio sabo ou guardando em garrafas Pet e levando a
coleta seletiva. Tendo a oportunidade de todas as informaes serem repassadas para outros que
no participaram do projeto, sensibilizando mais pessoas a cerca deste assunto to importante.
Segundo Biodieselbr (2007), cada litro de leo de cozinha, quando jogado diretamente no
ralo ou no lixo, vai diretamente para Mananciais, poluindo at um milhode litros de gua, e
quando vai parar no solo, impermeabiliza o mesmo, impedindo que a gua se infiltre, sendo assim,
um dos responsveis pelo problema das enchentes.
1238
5 CONCLUSO
Analisando as primeiras etapas do trabalho verificou-se que os objetivos propostos com a
realizao dessa atividade, de coletar e preparar o sabo a partir do leo usado em frituras foi
plenamente atingido. Dessa maneira, pretende-se manter essa linha de trabalho no decorrer do
ano, utilizando como foco principal a conscientizao da populao em geral, pois a educao
ambiental de uma comunidade propicia o gerenciamento do resduo a partir da reciclagem e da
reutilizao. Essa conscientizao acontecer atravs de palestras e oficinas que sero realizadas
em escolas, comunidades rurais e associaes do municpio de Apodi.
de extrema importncia chamar a ateno da populao apodiense para a questo
ambiental que est inserida em cada momento das nossas vidas e este projeto mostra como
pequenas aes podem refletir positivamente na preservao do meio ambiente, alm de
despertar a conscientizao da comunidade em geral quanto s questes ambientais envolvidas
no descarte inadequado do leo de cozinha usado no meio ambiente, essas atividades de
reutilizao desse leo usado em frituras podem tornar tambm fonte de renda para as
comunidades mais carentes do municpio. Desse modo alm conscientizar esperamos levar para a
populao uma fonte renda.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AZEVEDO, O. A. et al. Fabricao de sabo a partir do leo comestvel residual: conscientizao e
educao ambiental. 2009. XVIII Simpsio Nacional de Ensino de Fsica. Vitria, Esprito Santo.
Disponvel em < Reciclagem de leo comestvel usado atravs da fabricao de sabo>acessado
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MANO, E. B. Meio Ambiente, Poluio e Reciclagem. So Paulo: Edgard Blcher, 2005.
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em 18/05/2013.
1239
RESUMO
Esse trabalho visa analisar as contribuies oferecidas
pelos jogos na aprendizagem de Hidrocarbonetos,
contedo presente na 3 srie do Ensino Mdio. Dentre
as varias alternativas metodolgicas, prope-se os jogos
como recurso pedaggico, de modo que, podemos ao
final da atividade verificar de fato sua eficcia no
processo
de
ensino-aprendizagem.
Alm
da
1240
1 INTRODUO
Hidrocarbonetos um contedo que est presente no ano final do ensino mdio (3 srie). No
entanto, nem sempre os alunos se sentem motivados para seu estudo, apresentando dificuldades tanto em
sua nomenclatura quanto em suas aplicaes no cotidiano, por exemplo, o uso do Etanol na produo de
combustvel para automveis, ou o gs Propano utilizado na refinao de petrleo, entre outros. Uma das
maneiras de auxiliar os estudantes na aprendizagem desse contedo, a busca de alternativas
metodolgicas que possam a vir contribuir positivamente. Dentre os vrios recursos pedaggicos, foi
proposto o ldico como um auxiliador educativo no ensino de hidrocarbonetos.
O material manipulvel pode ser um grande aliado nas aulas de Qumica, no substituindo o
professor, mas complementando suas aulas. Para que seu uso possa, efetivamente, trazer benefcios ao o
processo de ensino e aprendizagem, faz necessrio que o docente tenha em mente um planejamento, para
que o ldico seja diretamente relacionado com o assunto que se pretende trabalhar, assim como procurar
materiais que estejam de acordo com sua disponibilidade, tornando assim a atividade exequvel.
Neste artigo apresenta-se resultados de um projeto desenvolvido na Escola Estadual Professora
Maria Zenilda Gama Torres, no municpio de Apodi-RN, com o objetivo geral de analisar as contribuies da
utilizao dos jogos como ferramenta para a explorao de contedos de Qumica, mais especificamente
Hidrocarbonetos, bem como proporcionar aos alunos um ambiente escolar mais interativo e prazeroso,
alm de avaliar o ndice de aprendizado dos alunos atravs do jogo a ser desenvolvido.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Vrios estudos e pesquisas mostram que o Ensino de Qumica , em geral, tradicional,
centralizando-se na simples memorizao e repetio de nomes, frmulas e clculos, totalmente
desvinculados do cotidiano e da realidade em que os alunos se encontram. A Qumica, nessa
situao, torna-se uma matria montona, fazendo com que os prprios estudantes questionem o
motivo pelo qual ela lhes ensinados. Por outro lado, quando o estudo da Qumica proporciona
aos alunos o desenvolvimento de uma viso crtica do mundo seu interesse pelo assunto aumenta,
pois lhes so dadas condies de perceber e discutir situaes relacionadas ao meio em que esto
inseridos. (SANTANA, 2006).
Uma proposta que contribui para a mudana desse ensino tradicional a utilizao de
atividades ldicas. O objetivo dessas atividades no apenas levar o aluno a memorizar mais
facilmente o assunto abordado, mas sim induzir o raciocnio do mesmo, a reflexo, o pensamento
e consequentemente a construo do seu conhecimento.
Essas atividades podem ser utilizadas tambm como uma forma de melhorar a assimilao
e consequentemente a aprendizagem para o ensino de qumica, alm de inserir os professores e
os alunos numa discusso no que diz respeito s relaes entre cincia, tecnologia, sociedade e
ambiente (SILVA & OLIVEIRA, 2008).
Ainda de acordo com Melo (2005), vrios estudos a respeito de atividades ldicas vm
comprovar que o jogo, alm de ser fonte de prazer e descoberta para o aluno, a traduo do
1241
3 METODOLOGIA
O jogo Palpite Orgnico, Figura 01, foi elaborado pela necessidade dos professores de
Qumica buscar algo inovador que relacionasse o contedo de Hidrocarbonetos com o cotidiano
dos alunos. O mesmo foi aplicado na Escola Estadual Professora Maria Zenilda Gama Trres, no
municpio de Apodi-RN, com os alunos da 3 serie do ensino mdio.
1242
Para a confeco desse jogo foi utilizado os seguintes materiais: folhas A4 brancas e
coloridas, cola branca, tesoura, cartolina guache, impressora, computador, fita adesiva e pinceis
para quadro branco.
Para iniciar os pees dos jogadores, Figura 03, ficam sobre a marca incio do tabuleiro.
Um jogador lana o dado e escolhe uma das fichas com as dicas, o mesmo escolhe uma das dez
dicas que contm na mesma, a partir da dica lida o jogador deve tentar encontrar a resposta
correta do hidrocarboneto. Se a resposta estiver correta, o jogador percorrer com seu peo o
nmero de casas no tabuleiro correspondente ao sorteio feito atravs do lanamento dado. Se a
resposta estiver errada no andar o nmero de casas indicadas no dado e passa a vez para o
prximo jogador que escolher outra dica, e assim por diante, at acabarem-se as dicas da ficha.
Terminada as dicas desta carta, o prximo jogador lana o dado e outra carta retirada e
inicia-se novamente o mesmo processo. Uma das dicas contida na ficha de cada categoria um
palpite a qualquer hora, que d o direito a qualquer jogador dizer seu palpite mesmo que no
seja a sua vez. O vencedor quem conseguir chegar primeiro ao final da trilha do tabuleiro.
1243
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Aps a utilizao do jogo, foi proposta aos alunos uma atividade (ver anexo I), com o
intuito de diagnosticar o conhecimento obtido atravs do jogo, podendo assim verificar as
contribuies que o mesmo proporcionou na aprendizagem de Hidrocarbonetos.
A atividade proposta contida de questes objetivas e relacionada ao jogo, sendo assim
possvel quantificar o nvel de respostas corretas contestadas pelos discentes e observar se o
objetivo da metodologia sugerida foi alcanado.
A turma composta de trinta alunos, no qual vinte e quatro participou da atividade ldica
e posteriormente do questionrio avaliativo. Dessa forma verificaram-se os seguintes resultados
expostos na Tabela 01.
Tabela 01: Resultados da atividade de hidrocarbonetos.
Questes
1
a)
b)
c)
2
60%
52%
55%
100%
40%
48%
45%
0%
De acordo com os resultados obtidos possvel concluir que essa metodologia contribuiu
na aprendizagem, tendo em vista que, a mesma propicia uma aula mais dinmica e prazerosa,
contribuindo tambm na relao aluno-professor.
Contudo, faz-se necessrio o docente ter em mente a prtica desses recursos pedaggicos
em suas aulas, porm sem perder o principal objetivo, que garantir que os discentes obtenha o
conhecimento do contedo exposto.
5 CONCLUSO
O ldico uma atividade que apresenta um diferencial em relao a outras metodologias
voltadas ao Ensino de Qumica, pois os jogos so elementos importantes no processo de
aprimoramento do conhecimento, permitindo o desenvolvimento de competncias como a
comunicao, o trabalho em equipe, alm das habilidades de competio e cooperao em um
contexto formativo, pois o aluno coopera com os colegas de equipe e competem com as outras
equipes que so formadas pelos demais colegas da turma.
Dessa forma, a partir dos resultados obtidos pode-se afirmar que a introduo de jogos no
cotidiano escolar muito importante, devido influncia que eles exercem nos alunos, pois
quando os mesmos esto envolvidos na ao, o processo de ensino -aprendizagem torna-se mais
fcil e dinmico. Dessa maneira podemos afirmar que o jogo nada mais que um meio facilitador
do processo de ensino-aprendizagem.
1244
6 AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professora Maria Zenilda Gama Torres pelo espao cedido, ao Programa
de Bolsas de Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e
Tecnologia do Rio Grande do Norte-IFRN, Campus Apodi.
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BORGES, R.M.R.; SCHWARZ, V.O. O Papel dos jogos educativos no processo de qualificao de
professores de cincias. In: ENCONTRO IBERO-AMERICANO DE COLETIVOS ESCOLARES E REDES DE
PROFESSORES QUE FAZEM INVESTIGAO NA ESCOLA, 4. Lajeado, RS, 2005.
CUNHA, M. B. .Jogos de Qumica: Desenvolvendo habilidades e socializando o grupo. Eneq 0282004.
Fialho, N. N. (s.d.). OS JOGOS PEDAGGICOS COMO FERRAMENTAS DE ENSINO. FACINTER, pp.
12301-12302.
MELO, C. M. R. As atividades ldicas so fundamentais para subsidiar ao processo de construo
do conhecimento. Informacin Filosfica. V.2 n1 2005 p.128- 137.
MURCIA, J.A.M. Aprendizagem atravs dos jogos. Porto Alegre: Artmed, 2005.
ROBAINA, J. V. .QUMICA ATRAVS DO LDICO: BRINCANDO E APRENDENDO. Canoas: EDITORA
DA ULBRA. 2008.
SANTANA, E.M.; WARTHA, E. J. O Ensino de Qumica atravs de jogos e atividades ldicas baseados
na teoria motivacional de Maslow. In: ENCONTRO NACIONALDE ENSINO DE QUMICA, 13,
Campinas (Unicamp), 2006. Anais, Campinas So Paulo, 2006.
SILVA, S. A. M. & OLIVEIRA, A. L.. A msica no ensino de cincias: perspectivas para a
compreenso da ecologia e a temtica CTSA (Cincia, Tecnologia, Sociedade e Ambiente).
Paran: 2008.
1245
8 ANEXOS
Anexo 1: Atividade avaliativa proposta aps a aplicao do jogo.
Escola Estadual Professora Maria Zenilda Gama Trres
Ensino Fundamental e Mdio
Aluno:___________________________________srie:__________
( ) Ciclobuteno
( ) Acetileno
( ) Metileno
2. Uma fabrica deseja produzir Biodiesel, para isso, quais dos hidrocarbonetos abaixo serve
de matria-prima para a obteno desse produto:
a) Metano
b) Butanol
c) Etanol
d)N.D.A
Boa Sorte!
1246
RESUMO
Os jogos didticos tm um valor indispensvel no
processo de ensino e aprendizagem, sendo estes
ferramentas alternativas que do um bom suporte/apoio
para o professor, que quer transmitir conhecimento para
o aluno, que deseja adquiri-lo. Os jogos tm inmeras
vantagens, mas uma das principais que ao mesmo
tempo em que ensinam, divertem, facilitando assim a
aquisio de conhecimentos. Este trabalho prope o
desenvolvimento de um jogo intitulado Par Peridico,
PALAVRAS-CHAVE: Jogos didticos; Par Peridico; Qumica; Tabela Peridica; Elementos Qumicos
1247
1 INTRODUO
O professor enfrenta diariamente uma batalha para conseguir atrair a ateno do aluno e
despertar seu interesse. Dentro de uma sala de aula o docente lida com diferentes personalidades,
cultura, faixa etria e religio. Os jovens dispem de uma variedade de tecnologias que lhes
proporcionam entretenimento e informao a qualquer hora. Diante de tanta tecnologia, o
quadro de giz e o professor no so suficientes para despertar a ateno do aluno.
Os jogos educativos com finalidades pedaggicas revelam a sua importncia, pois
promovem situaes de ensino-aprendizagem e aumentam a construo do conhecimento,
introduzindo atividades ldicas e prazerosas, desenvolvendo a capacidade de iniciao, ao ativa
e motivadora. A estimulao, a variedade, o interesse, a concentrao e a motivao so
igualmente proporcionados pela situao ldica... (MOYLES, 2002).
Jogando, o indivduo se depara com o desejo de vencer que provoca uma sensao
agradvel, pois as competies e os desafios so situaes que mexem com nossos impulsos.
Segundo Silveira (1998, p.02):
[...] os jogos podem ser empregados em uma variedade de propsitos dentro do
contexto de aprendizado. Um dos usos bsicos e muito importantes a possibilidade de
construir-se a autoconfiana. Outro o incremento da motivao. [...] um mtodo eficaz
que possibilita uma prtica significativa daquilo que est sendo aprendido. At mesmo o
mais simplrio dos jogos pode ser empregado para proporcionar informaes factuais e
praticar habilidades, conferindo destreza e competncia.
importante que o jogo pedaggico funcione como um apoio no processo de repasse de contedos,
complementando o que foi previamente estudado. A competio evidente, pois se trata de um jogo,
porm o professor deve orientar o aluno a desenvolver um relacionamento saudvel com os colegas.
De acordo com Fialho (2007, p. 16):
A explorao do aspecto ldico, pode se tornar uma tcnica facilitadora na elaborao
de conceitos, no reforo de contedos, na sociabilidade entre os alunos, na criatividade
e no esprito de competio e cooperao, tornando esse processo transparente, ao
ponto que o domnio sobre os objetivos propostos na obra seja assegurado.
O objetivo deste trabalho apresentar uma proposta de jogo Memria Peridica tendo
como funo principal servir como ferramenta didtica a professores de Qumica do ensino mdio,
atuando como agente motivador da busca pelo conhecimento qumico.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O ensino da Qumica de fundamental importncia na formao da cidadania, pois esta
cincia faz parte da sociedade tecnolgica moderna. Tradicionalmente, a cincia tm sido
ensinada como uma coleo de fatos, descrio de fenmenos, enunciados de teorias em que o
aluno tem que memorizar. A maioria dos educadores no procura fazer com que os alunos
1248
discutam as causas dos fenmenos, estabeleam relaes da cincia com o cotidiano, enfim, que
entendam os mecanismos dos processos que esto estudando (ZANON, 2008).
Segundo Silva et al (2009) muito comum que no seja dada a devida importncia ao que
chamado, na literatura, de processo da cincia, ou seja, aos eventos e procedimentos que levam
s descobertas cientficas. Em geral, o ensino fica limitado apresentao dos chamados produtos
da cincia. Assim, para muitos alunos, aprender Qumica decorar um conjunto de nomes,
frmulas, descries de instrumentos ou substncias, enunciados de leis.
Diante dessas circunstncias as atividades ldicas, mais do que serem aceitas como rotina
da educao dos alunos, so uma prtica privilegiada para a aplicao de uma educao que visa o
desenvolvimento pessoal e a atuao cooperativa na sociedade, como tambm instrumentos
motivadores, atraentes e estimuladores do processo de construo do conhecimento, podendo
ser definida de acordo com Soares (2004) como uma ao divertida, seja qual for o contexto
lingustico, desconsiderando o objeto envolto na ao. Se h regras, essa atividade ldica pode ser
considerada um jogo.
O jogo, considerado como um tipo de atividade ldica, segundo Kishimoto (1996 apud
SANTANA, 2006) possui duas funes: a ldica e a educativa, em que as mesmas devem coexistir
em equilbrio. Se a funo ldica prevalecer, no passar de um jogo e se a funo educativa for
predominante ser apenas um material didtico. O ldico apresenta dois elementos que o
caracterizam: o prazer e o esforo espontneo, alm de integrarem as vrias dimenses do aluno,
como a afetividade, o trabalho em grupo e das relaes com regras pr-definidas. O mesmo deve
ser inserido como impulsor e instigador nos trabalhos escolares, isso por apresentar funes to
importantes.
Segundo Vygotsky (1989), os jogos estimulam a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiana;
aprimoram o desenvolvimento de habilidades lingusticas, de concentrao; exercitam interaes
sociais e trabalho em equipe. Do ponto de vista do professor, os jogos permitem identificar erros
de aprendizagem e atitudes e dificuldades dos alunos. As dificuldades para a implementao dos
jogos didticos incluem a perda do carter didtico devido m aplicao dos jogos; o sacrifcio de
outros contedos em funo do tempo gasto com o jogo; a perda da caracterstica ldica da
atividade pela interferncia do professor; dificuldades no acesso aos jogos e s informaes que
possam subsidiar o trabalho do docente.
Segundo Borges e Schwarz (2005) ao criar ou adaptar um jogo ao contedo escolar
ocorrer o desenvolvimento de habilidades que envolvem o indivduo em todos os aspectos:
cognitivos, emocionais e relacionais. A atividade ldica tem como objetivo tornar o indivduo mais
competente na produo de respostas criativas e eficazes para solucionar os problemas. Ser
competente implica em saber mobilizar de forma criativa e eficaz as habilidades, nas quais os
conhecimentos, valores e atitudes so usados de forma integrada frente s necessidades impostas
pelo meio. As habilidades se constroem e manifestam na ao, a qual se aprimora pela prtica,
levando reconstruo do conhecimento.
Na elaborao de um jogo didtico deve-se ter bastante cuidado, respeitar as condies fsicas
e o desenvolvimento dos educandos, bem como o nvel de interesse, a faixa etria e o(s) tema(s)
1249
escolhido(s) para ser trabalhado. Cumprindo esses pontos os resultados esperados sero alcanados
com sucesso.
3 METODOLOGIA
O desenvolvimento deste trabalho ser realizado em duas etapas. Na primeira ocorrer
confeco do jogo. Sero selecionados os principais elementos da Tabela Peridica presentes no
cotidiano humano para serem utilizados nas cartas, totalizando 86 elementos. Nas cartas iro conter o
smbolo do elemento qumico e seu respectivo nome. Em outra, um material do dia-dia em que
encontrado o elemento qumico como mostrado na Figura 1. Os materiais utilizados na construo
das cartelas sero de: papelo para servir de base para as cartas do jogo da memria, utilizando
material reciclado, como tambm papel ofcio, fita transparente para fixar as cartas em sua respectiva
base, tesoura, cola, computador e impressora.
1250
avaliar o conhecimento dos alunos e tambm ser aplicado um questionrios para se saber qual a
opinio dos alunos sobre a atividade desenvolvida.
Em sntese, o Par Peridico um jogo da memria, que ocorre uma disputa de duas ou mais
equipes. A meta do jogo formar pares de cartas associando o elemento ao material em que
encontrado no dia-a-dia. As peas sero embaralhadas com as imagens para baixo. Sorteia-se qual
equipe comea primeiro, cada jogador puxa uma carta de cada vez e verifica se fez um par. Vence
quem formar mais pares.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A ideia do jogo despertar o conhecimento do aluno acerca dos elementos qumicos
presentes no cotidiano dos mesmos, tendo em vista que muitos no detm esse conhecimento.
Em toda atividade ldica evidente o carter motivador da mesma, pois tudo ocorre sob uma
atmosfera de descontrao, mas muito reflexiva e construtiva.
importante que o professor busque sempre novas ferramentas de ensino procurando
diversificar suas aulas e assim torn-las mais interessantes e atraentes para seus alunos, e o
trabalho com jogos vem atender essa necessidade como opo diferenciada, que pode ser
utilizada como reforo de contedos previamente desenvolvidos. Atravs deste trabalho ser
possvel entender a importncia da utilizao dos jogos no processo educativo, como instrumento
facilitador da integrao, da sociabilidade, do despertar ldico, da brincadeira e principalmente do
aprendizado, enfocando a necessidade de alguns cuidados que devem ser tomados ao levarmos
um jogo em sala de aula e ressaltando a importncia da colocao de regras e pontuaes.
Os jogos devem ser utilizados como ferramentas de apoio ao ensino e que este tipo de
prtica pedaggica conduz o estudante explorao de sua criatividade, dando condies de uma
melhora de conduta no processo de ensino e aprendizagem alm de uma melhoria de sua
autoestima Dessa forma, podemos concluir que o indivduo criativo constitui um elemento
importante para a construo de uma sociedade melhor, pois se torna capaz de fazer descobertas,
inventar e, consequentemente, provocar mudanas.
5 CONCLUSO
Segundo Llian Montibeller (2003, p.320): no brinquedo, a criana vive a interao com
seus pares na troca, no conflito e no surgimento de novas ideias, na construo de novos
significados, na interao e na conquista das relaes sociais, o que lhe possibilita a construo de
representaes. Portanto, estamos apenas levando o esprito ldico para nossas salas de aula,
atravs de brincadeiras e jogos que, por sua vez, esto envolvendo contedos importantes,
porm, de uma forma mais prazerosa e diferenciada. Desta forma, acreditamos que o jogo da
Memria Peridica se apresenta como uma til ferramenta para o processo de ensinoaprendizagem da Qumica em nvel mdio.
1251
Como perspectiva de futuro, est ideia de aplicar o jogo Par Peridico em escolas do ensino
mdio na regio da cidade de Apodi, RN visando uma validao e aprovao maior para a
ferramenta.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BORGES, R. M. R.; SCHWARZ, V. O. O Papel dos jogos educativos no processo de qualificao de
professores de cincias. In: IV Encontro Ibero-Americano coletivos escolares e redes de professores
que fazem investigao na escola, 4. Lajeado. ed. UNIVATES, 2005.
FIALHO, Neusa Nogueira. Jogos no Ensino de Qumica e Biologia. Curitiba: IBPEX, 2007.
Kishimoto, T.M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educao. So Paulo: Cortez, 1996.
MONTIBELLER, Llian. O brinquedo na constituio do sujeito e como elemento precursor da escrita.
IN Srgio Antnio da S. Leite (org.), Alfabetizao e Letramento- Contribuies para as Prticas
Pedaggicas. Campinas, SP: Editora Komedi, 2003.
MOYLES, Janet R. S brincar? O papel do brincar na educao infantil. Traduo: Maria Adriana
Veronese. Porto Alegre: Artmed, 2002.
SANTANA, E. M. A Influncia de atividades ldicas na aprendizagem de conceitos qumicos.
Universidade de So Paulo, Instituto de Fsica - Programa de Ps-Graduao Interunidades em Ensino
de Cincias, 2006.
SILVA, L.M.; CRUZ, K.C.A.; Filho, J. R. L.; Reis, S. M.; Costa, P.H.C.S.; SOUZA, L. Master Qumica: A
utilizao de jogos educativos como motivao para aprender Qumica. IFPB-JP. Instituto Federal de
Educao, Cincia e Tecnologia da Paraba, 2009.
SILVEIRA, R. S; BARONE, D. A. C. Jogos Educativos computadorizados utilizando a abordagem de
algoritmos genticos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Informtica. Curso de
Ps-Graduao em Cincias da Computao. 1998.
SOARES, M.H.F.B. O ldico em qumica: jogos e atividades aplicados ao ensino de Qumica. Tese
(Doutorado em Ensino de Qumica), 2004. 71F.Universidade Federal de So Carlos, So Paulo. 2004.
VYGOTSKY, L.S. A formao social da mente. So Paulo: Martins Fontes, 1989.
ZANON, D. A. V.; GUERREIRO, M. A. S.; OLIVEIRA, R. C. Jogo didtico Ludo Qumico para o ensino de
nomenclatura dos compostos orgnicos: projeto, produo, aplicao e avaliao. (UNESP)Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho Campus Araraquara- So Paulo, 2008.
1252
RESUMO
O foco principal da exigncia sobre a qualidade da gua a
proteo sade pblica, em virtude das condies bsicas
de saneamento e sade serem questes indissociveis,
principalmente no tratamento da gua e de esgoto. Neste
meio, milhes de pessoas vivem em condies precrias de
saneamento e sade, o que resulta no acometimento de
doenas transmitidas pela m qualidade da gua. Isso se d
devido a vrios motivos, como o no tratamento da gua
por uma estao de tratamento especializada, a ausncia de
tratamento de gua e pelo consumo de gua contaminada.
Dessa forma, o papel essencial da gua no est vinculado
ao suprimento das necessidades da populao e sim como
uma das principais causas para a conduo de doenas,
chamadas assim de doenas de veiculao hdrica, como:
clera, febre tifoide, hepatite A e dentre outras. Nesse
1253
1 INTRODUO
A gua um recurso natural necessrio s diversas formas de utilizao pelo homem,
sendo ela indispensvel sua prpria sobrevivncia, entretanto, uma grande parcela da populao
brasileira ainda no tem acesso gua potvel de boa qualidade. Isso se d devido a vrios
motivos externos: como o no tratamento da gua por uma estao especializada, a poluio dos
mananciais por parte de indstrias, e at mesmo a prpria populao, com o lanamento de
dejetos, lixo e leo de cozinha.
Motivos estes, que contribuem para a grande incidncia de doenas, que na maioria das
vezes encontram-se intensas nas reas rurais, onde o tratamento de gua e a ausncia de
saneamento bsico quase sempre so precrios.
Nesse sentido, importante destacar o que afirmou (AMARAL, 2003) a esse respeito, A
maioria das doenas nas reas rurais pode ser consideravelmente reduzida, desde que a
populao tenha acesso gua potvel.
Em todos os municpios em estudo foram detectados diversas falhas no que diz respeito
potabilidade da gua, a principal relacionada ausncia de tratamentos, onde muitos moradores
dessas reas por falta de recursos so obrigados a utiliza-la, sem conhecimento verdadeiro dos
riscos que podem acarretar.
Segundo (LOPES, 2011),o muncipio de Itaj, est geograficamente localizado na
microrregio do Vale do Au-RN e possui as seguintes coordenadas geogrficas: 534, 18 de
latitude Sul; 36 54, 36de longitude a oeste do meridiano de Greenwich, apresenta um clima
quente e seco e de pouca pluviosidade. A gua distribuda atravs de calhas que coletada
diretamente da barragem Armando Ribeiro Gonalves e distribuda para a populao. Contudo,
segundo relatos de moradores, as calhas se encontram em um estado de completo abandono
contendo lixo, animais mortos e at mesmo dejetos.
O municpio de Au-RN localizado na microrregio do Vale do Au, em pleno interior do
nordeste semirido, na Mesorregio do Oeste Potiguar, situa-se entre as seguintes coordenadas
geogrficas: latitude (s) 5 34 36 e longitude de 36543, a precipitao pluviomtrica
considerada baixa, variando de 591,4 a 719,4 mm.A gua coletada e armazenada em poos
artesanais, onde disponibilizada para a populao por meio do sistema de distribuio, porm
muitos reclamam da falta de tratamento e a grande quantidade de resduos que chegam a ser
surpreendente no momento da limpeza da caixa d gua.
O municpio de Ipanguau-RN, geograficamente localizado na microrregio do vale do Ass
est localizado 214 km da capital Natal, com uma extenso de 374, Km2, possui as seguintes
coordenadas latitude -52954 sul e longitude -36518 oeste, caracterizado por um clima
Semirido muito seco e com precipitao pluviomtrica anual normal 582,9 (NASSIF, 2011)A gua
distribuda nas comunidades rurais e bastante semelhante a do muncipio acima, embora no
ocorra cobrana do uso da mesma os consumidores reclamam da falta de tratamento, tendo at
mesmo que efetuar a filtrao, devido a grande quantidade de resduos assim acumulados.
1254
Percebe-se o grau de parentesco entre os trs casos, embora sejam paradoxais no meio em
que vivemos, contudo vale salientar a importncia do tratamento de gua, j que a gua potvel
de boa qualidade fundamental para a sade e o bem-estar humano.
De antemo, o artigo aborda a percepo dos consumidores das zonas rurais da
microrregio do vale do Au-RN a respeito da qualidade da gua que utilizada desde o consumo
a demais atividades, j que a ausncia de esgotamento sanitrio e a falta de tratamento de gua
tornam-se alarmante levando a populao a correrem vrios riscos, dentre estes a contaminao
por agentes infecciosos transmitidos pela m qualidade da gua.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Segundo Censo Demogrfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
IBGE/2010, no Brasil cerca de 29,9 milhes de pessoas residem em localidades rurais, em
aproximadamente 8,1 milhes de domiclios.Os servios de saneamento prestados a esta parcela
da populao apresentam elevado dficit de cobertura.
Segundo (Vilas, 2003), A gua no meio rural utilizada para inmeras finalidades,
destacando-se: o usoda gua para irrigao, populao e dessedentao animal, prticas agrcolas
eproduo de animais para abate, entre outros. Dentre os diversos usos, destaca-se o uso para
fins de abastecimento humano.
Entretanto, seu abastecimento realizado de forma desigual, j que as principais fontes de
abastecimento so os poos rasos e nascentes, constituindo-se em fontes bastante susceptveis
contaminao.
Observa-se que o abastecimento de gua da zona rural ainda ocorre de forma bastante
rudimentar, em que se verifica uma ausncia total de mecanismos de remoo de poluentes, quer
seja do ponto de vista microbiolgico quer do aspecto fsico-qumico. Esse fato acarreta
preocupaes, tendo em vista que a gua de consumo humano um dos importantes veculos de
enfermidades diarricas de natureza infecciosa, denominadas de doenas de veiculao hdrica,
que so causadas, principalmente, por microorganismos patognicos de origem entrica, animal
ou humana.
A gua essencial manuteno da vida. A proteo de contaminaes no fornecimento
de gua a primeira linha de defesa (DAHI, 1992). Quase que invariavelmente, o melhor mtodo
de assegurar gua adequada para consumo consiste em formas de proteo, evitando-se
contaminaes de dejetos animais e humanos, os quais podem conter grande variedade de
bactrias, vrus, protozorios e helmintos. Falhas na proteo e no tratamento efetivo expem a
comunidade a riscos de doenas intestinais e a outras doenas infecciosas (BROMBERG, 2005;
HELLER, 1998).
A perspectiva social de bastante relevncia, pois justamente a populao que
abastecida pela gua em questo que percebe os primeiros impactos de falhas no sistema de
conduo de gua.
1255
3 METODOLOGIA
O estudo descrito constitui-se de observao, onde se utilizou como instrumento de coleta
de dados questionrios aplicados em residncias de cidados das presentes regies. A amostra foi
aleatria e distribuda pelas diferentes reas rurais, garantindo dessa forma uma representao
equitativa entre as mesmas.
Os dados relativos habitao e saneamento foram obtidos diante s informaes dos
entrevistados associada s observaes feitas pelos entrevistadores. O questionrio foi organizado
de forma a demonstrar as caractersticas sociais dos usurios, habitacionais e acerca do
saneamento bsico aplicado realidade dos entrevistados.Foram aplicados 65 questionrios nas
zonas rurais, sendo 30 em Au, 20 em Ipanguau e 15 em Itaj, que se localizam na microrregio
do vale do Au, no interior do nordeste semi-rido na mesorregio do Oeste Potiguar. Na
elaborao dos questionrios de perguntas fechadas, foi priorizada a clareza com a qual deveriam
ser desenvolvidas as questes, de modo que as respostas assinaladas pudessem expressar um
quadro da realidade qual estava inserido o entrevistado, nos fornecendo uma previso do que
seria o estado atual da gua consumida pela populao das zonas rurais citadas.
Optou-se pela elaborao de interrogatrio que abrangesse a qualidade da gua da regio
e suas relaes com os temas: avaliao pessoal a respeito da qualidade da gua consumida,
doenas de veiculao hdrica e formas de poluio prximo da regio (lanamento de dejetos,
lixo ou leo de cozinha, na gua). Os questionrios foram postos em cada residncia de
determinada rea rural, sorteada aleatoriamente com o auxlio do software Excel 2010.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Observou-se durante as pesquisas que a distribuio e o tratamento de gua entre a zona
urbana e rural ocorrem quase sempre de forma desigual, contribuindo para diversos problemas de
carter social, dentre estes o grande ndice de doenas, causado pelo no tratamento da gua.
A ausncia de esgotamento sanitrio tende a agravar tais problemas, j que a proteo
contra contaminaes no seu fornecimento um dos princpios para a reduo de doenas
relacionadas veiculao hdrica. Diante disto, foi observado que nas zonas urbanas de tais
localidades, exceto Itaj, a gua recebia tratamento antes da distribuio, diferentemente das
reas rurais onde se observa falhas, como o a ausncia de tratamento, distribuio e saneamento.
Problemas estes, que vo desde a falta de proteo sade pblica at a manuteno de suas
necessidades.
1256
Neste sentido, foi questionado aos consumidores a respeito das doenas que j se
manifestaram na famlia Figura 1, como: esquistossomose, diarreia, disenteria, febre tifoide,
clera, Hepatite A e poliomielite. No entanto, diarreia e disenteria foram as que demonstraram
um resultado mais expressivo, com 87,69%, Hepatite A com 30, 76%, esquistossomose 9,23%,
febre tifoide 3,07% e por ltima clera com o menor percentual 1,53%. Talvez muitos dos
consumidores que j foram infectados com tais doenas desconhecem as principais causas, o que
provavelmente deve aumentar os riscos de novas contaminaes, j que a compreenso das
causas e suas consequncias podem amenizar tais incidncias, pois a preveno um dos
princpios fundamentais para a no contaminao.
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Figura 1: Percentual da incidncia de doenas de veiculao hdrica, em resposta da pergunta: voc ou algum filho
j apresentou determinados problemas?
1257
80%
60%
40%
20%
0%
Boa/Regular
Figura 2: Percentual da percepo dos consumidores a respeito da classificao da gua da regio,
definindo-a entre boa/regular ou ruim/pssima.
Diante dos resultados apontados no que diz respeito segurana dos consumidores ao
ingerirem a gua Figura 3, percebe-se que diversos moradores de tais localidades sentem-se
inseguros ao consumirem a gua distribuda, devido aos efeitos que podem causar, incluindo
dores no estmago, diarreia, disenteria e etc. Deste nmero, 60% dos entrevistados acreditam
que a gua que distribuda possui muitos problemas.
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Sim
No
Figura 3: Percentual de respostas afirmativas sobre o questionamento: voc se sente seguro ao ingerir a
gua encanada da sua regio?
1258
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Sim
No
Figura 4: Percentual de respostas dos consumidores com relao presena de resduo observado na gua
encanada.
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Lixo, detrito, leo de cozinha e etc.
No identifico
Figura 5: Percentual de respostas dos entrevistados com relao pergunta: Voc identifica formas de
poluio da gua de onde voc vive?
1259
Segundo (MARQUES & BOAVIDA, 1997) sabido que atitudes como estas podem causar
eutrofizao dos corpos hdricos que consiste num processo de enriquecimento de nutrientes,
principalmente fsforo e nitrognio, onde este aporte excessivo provoca o crescimento
descontrolado de algas, gerando assim uma biomassa maior que aquela que o sistema poderia
naturalmente controlar. Esse aumento na populao e a posterior degradao no corpo aqutico
geram uma demanda de oxignio grande, a qual pode ento provocar a morte de animais
aquticos (peixes) e tambm a proliferao de organismos anaerbios. Este fato leva a mudanas
nas caractersticas trficas destes corpos aquticos, como tambm pode restringir o tempo de
vida til destes ecossistemas (BARBOSA et al., 2006).
De fato, observa-se a necessidade de polticas pblicas no que diz respeito
conscientizao da populao sobre os riscos e as consequncias da poluio dos rios ou lagos, j
que a diminuio da qualidade da gua um dos problemas que assola nossa sociedade e que
uma vez contaminada encontra-se inadequada para consumo.
A esse respeito importante salientar o que afirmou (D'AGUILA et al, 2000), O propsito
primrio para a exigncia de qualidade da gua a proteo sade pblica. Os critrios adotados
para assegurar essa qualidade tm por objetivo fornecer uma base para o desenvolvimento de
aes que, se propriamente implementadas junto populao, garantiro a segurana do
fornecimento de gua atravs da eliminao ou reduo concentrao mnima de constituintes
na gua conhecidos por serem perigosos sade.
5 CONCLUSO
Diante dos resultados percebeu-se o grande ndice de doenas, o que deve estar
relacionado falta de saneamento bsico e a ausncia de tratamento de gua, conclui-se que
estes fatores influem na sade da populao e, consequentemente, na sua qualidade de vida.
A percepo dos moradores est fortemente ligada ao contexto no qual eles se inserem, o
que resulta no estabelecimento da percepo acerca da gua consumida, o que nos permitiu
supor um quadro baseado no ndice de doenas e na descrio acerca da gua utilizada referente
s trs reas em estudo, entretanto o estudo realizado necessita de posterior comparao a dados
concretos provenientes de anlises fsico-qumicas e microbiolgicas.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AMARAL, L.A. et al. gua de consumo humano como fator de risco sade em propriedades
rurais. Revista de Sade Pblica, So Paulo, v.37, n. 4, p. 510-514, 2003.
BARBOSA, J.E.L.; ANDRADE, R.S.; LINS, R.P.; DINIZ, C. R. Diagnstico do estado trfico e aspectos
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Brasileiro. Revista de Biologia e Cincias da Terra, Suplemento Especial, n.1, p. 81-89, 2006.
BROMBERG, M., Safe drinkingwater: Microbial standards help ensurewaterquality for
consumers..Disponvel
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http://www.hermes.ecn.purdue.%20edu/cgi/convwqtest?/ru7.il.ascii > Acesso em: 1 jul 2012.
1260
D'AGUILA, et al. Avaliao da qualidade de gua para abastecimento pblico do Municpio de Nova
Iguau. Cadernos de Sade Pblica, vol.16, n. 3, p.791-798, Jul./Set. 2000.em: 1 Jul 2012
DAHI, E. WaterSupply in Developing Countries: ProblemsandSolutions. Lyngby: Eds. Technical,
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HELLER,L. Saneamiento y Salud. Washington, D.C.: CEPIS/OPS, 1998.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Pesquisa de informaes bsicas municipais.
Disponvel
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LOPES, Jos E. Itaj dos Lopes, 2. ed. [S.l.: s.n.], 2011. 5p.
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NEBEL, B.J. e WRIGHT, R.T. Environmental Science. 7. ed. New Jersey:Prentice Hall, 2000
VILAS, Andres Troncoso. Racionalizao do uso da gua no meio rural, CGEE,Braslia, p.94, 2003.
STERNBERG, R. Psicologia Cognitiva. Artmed Peridicos, 2000.
1261
A. O. Anjos e L. R. Lucena
1
2
E-mail: alessandro.anjos@academico.ifrn.edu.br ; Leonardo.lucena@ifrn.edu.br
RESUMO
O Ncleo de Desenvolvimento de Software do IFRN
vem desenvolvendo a linguagem de programao
Potigol para ser usada nos cursos introdutrios de
computao. Alm da linguagem em si, o projeto
prev o desenvolvimento de ferramentas de suporte.
Essas ferramentas serviro, por exemplo, para
analisar o cdigo e verificar possveis erros.
Atualmente, a sintaxe concreta de Potigol ainda est
em processo de aprimoramento, mas a sintaxe
1262
1 INTRODUO
Um algoritmo pode ser escrito em qualquer linguagem de programao, mas a lgica a
mesma. De acordo com os recursos oferecidos pela linguagem o resultado final pode ser uma
interface simples em modo de texto ou uma interface grfica, ou at mesmo poder ser mostrada
em uma pgina da web e assim por diante [SAID, 2007]. Assim como nas lnguas faladas por ns
seres humanos as linguagens de programao possuem diferenas de sintaxe e de gramtica,
existem linguagens mais simples e outras mais difceis, alm de existirem linguagens que so mais
adequadas de acordo com o tipo e da tarefa a ser realizada.
O desenvolvimento de algoritmos se d por meio das linguagens de programao
estruturada bem conhecidas como, por exemplo, as linguagens C, C++, Pascal, Fortran, entre
outras, mas em nenhuma dessas linguagens existe um modelo de abstrao que possa determinar
que uma linguagem de programao possa ser codificada e transformada no que se refere a
sintaxe e a gramtica, e assim ter essa mesma sintaxe de um algoritmo em diferentes linguagens.
O objetivo da linguagem PotiML que ela seja uma linguagem baseada na tecnologia XML
e que essa mesma linguagem tambm seja uma definio abstrata da linguagem Potigol e que
apresente os mesmos elementos de uma linguagem de programao de alto nvel porm em XML,
permitindo que os algoritmos escritos em PotiML sejam transformados facilmente em Potigol ou
em outras linguagens de programao.
Este trabalho est inserido em um projeto de pesquisa para a construo de uma
linguagem no formato da tecnologia XML desenvolvida em conjunto com a linguagem de
programao Potigol e que possibilitar a construo e a definio abstrata dessa linguagem. A
primeira etapa deste projeto maior a avaliao da construo da linguagem Potiml. Este
processo de avaliao est divido em duas etapas: uma com a avaliao da construo de uma
sintaxe sendo construda por meio do DTD e do Schema e posteriormente a construo de um
reconhecedor de sentenas (parser) utilizando a linguagem Scala ou Java. Assim, no trabalho
apresentado iremos mostrar os resultados obtidos na avaliao e no desenvolvimento de uma
sintaxe utilizando o DTD e o Schema com as mesmas construes da linguagem Potigol.
2 METODOLOGIA
Para o desenvolvimento da pesquisa foi iniciada um estudo das linguagens de definio de
sintaxe tais como: o DTD e o Schema, posteriormente foram realizados a definio e a construo
de uma linguagem no formato da tecnologia XML por meio do prprio DTD e do Schema, este
ltimo possibilitou adicionar mais recursos para a linguagem, recursos esses que o DTD no
possui, pois contm limitaes em sua construo o que a torna uma linguagem limitada no seu
poder de expresso, assim, utilizou-se o XML Schema deixando a sintaxe da linguagem bem mais
poderosa. Posteriormente, foi realizado o desenvolvimento de exerccios de algoritmos escritos na
prpria linguagem desenvolvida para explorar todos os recursos e identificar possveis falhas na
construo da mesma.
1263
3 A LINGUGEM XML
A Linguagem XML (eXtensible Markup Language) - mantida pelo comit do consrcio
internacional W3C (World Wide Web Consortium), responsvel pelos padres e diretrizes usados
na Web [W3C, 2012] foi definida com os seguintes objetivos:
x
x
x
x
1264
O DTD
Aplica-se nos casos em que o trabalho segue uma linha de desenvolvimento de assuntos
contnuos, conforme a estrutura dada abaixo:
O DTD (Document Type Definition) define um padro para marcao de dados em
documentos por meio da definio de uma hierarquia de elementos, onde a partir de um
elemento raiz desta hierarquia h outros elementos compostos por atributos, entidades,
subelementos e comentrios. Para que um documento XML esteja de acordo com o DTD apenas
os elementos e as estruturas de alinhamento entre os elementos definidos no DTD so permitidos
no corpo do documento, esta validao feita por um parser XML.
O DTD pode tanto ser definido no prprio documento XML como tambm em um arquivo
externo. Um arquivo DTD e todos os documentos XML (e documentos HTML) so compostos por
blocos de construo como os:
x
x
x
x
Elementos
Atributos
PCDATA
CDATA
Figura 2: Exemplo de um trecho de cdigo de uma declarao interna da linguagem XML utilizando o DTD.
Um DTD pode definir a estrutura bsica de um documento XML, no entanto, o DTD possui
limitaes na sua construo tornando uma linguagem limitada no seu poder de expresso. Uma
dessas limitaes de no ser possvel restringir o tipo de contedo de um elemento ou de um
atributo. No possvel, por exemplo, estabelecer que o valor de um determinado atributo seja
1265
um valor numrico e no um texto qualquer, alm disso, o DTD possui tipos de dados limitados. O
W3C para recuperar as limitaes do DTD definiu a linguagem XML Schema como sendo uma
linguagem de definio de sintaxe em XML.
5 O XML SCHEMA
Como alternativa ao DTD surge o XML Schema (Figura 3) que um mtodo utilizado para
especificar uma gramtica ou um apanhado de regras para um conjunto de documentos XML. O
XML Schema tem o objetivo de fornecer uma linguagem mais poderosa no que diz respeito na
especificao de gramticas para documentos XML. O XML Schema da W3C o mais promissor
para substituir o DTD, pois define:
x
x
x
x
Figura 3: Exemplo de um trecho de cdigo de uma declarao interna da linguagem XML utilizando o Schema.
1266
6 O POTIGOL
A linguagem Potigol [LUCENA, 2011] est sendo elaborada com o objetivo ser uma
linguagem de programao voltada para brasileiros que esto aprendendo programao. Potigol
uma linguagem multiparadigma que mistura elementos das linguagens Scala [ODERSKY, 2010],
Ruby [FLAMAGAN, 2008], Portugol [SOUSA, 2009] e Java [DEITEL, 2003] que equivalha a mesma
lgica de programao de alto nvel das outras linguagens de programao conhecidas para
resolver as dvidas e a solues no desenvolvimento de algoritmos fase em que o iniciante
necessita ver o resultado da sequncia lgica das instrues que compiladas, editadas e
executadas ir compor o algoritmo. Para alcanar o objetivo est sendo formulada uma maneira
fcil e prtica para o aluno trabalhar com a linguagem Potigol (Figura 4), pois o cdigo deve-se
tornar o mais enxuto, prtico e objetivo possvel.
7 O POTIML
O XML considerado como ser uma metalinguagem por ser uma linguagem capaz de gerar
outras linguagens, para isso utiliza-se o DTD ou o Schema em que esses so definidos
especificando quais tags podemos ou deveremos encontrar nos documentos XML, incluindo a
ordem e descrevendo os atributos que podero ou devero estar contidos em todas as tags.
Assim, o documento XML pode ter as suas prprias tags (definidas em um DTD ou no Schema) do
mesmo modo como uma linguagem de programao tem as suas palavras chaves.
A linguagem PotiML surge para ser uma linguagem que seja baseada na tecnologia XML e
tambm que essa seja uma linguagem abstrata da linguagem Potigol, para isso deve apresentar os
mesmos recursos de uma linguagem de programao de alto nvel em XML e permitir que os
algoritmos escritos em PotiML sejam transformados em Potigol ou em outras linguagens de
programao.
1267
Figura 5: Trecho do XML Schema para a definio da sintaxe e para o uso da linguagem PotiML.
Alm de definir a linguagem PotiML pelo uso do XML Schema tambm possvel defini-la
pelo DTD como mostrado na Figura 6.
Figura 6: Trecho do DTD para definio da sintaxe e para o uso da linguagem PotiML.
Com a construo para a definio da sintaxe da linguagem PotiML utilizando o XML Schema
e o DTD possvel desenvolver algoritmos com uma coleo de tags e aplica-las na linguagem
1268
atravs de uma referncia do DTD ou do Schema e assim ficar livre para poder escrever os
algoritmos como utilizado nas Figuras 7 e 8.
Figura 8: Programa escrito em PotiML referenciado por um DTD atravs da diretiva <!DOCTYPE>.
1269
Figura 9: Lista de opes fornecidas para ajudar no desenvolvimento do algoritmo na linguagem PotiML.
Para desenvolver na linguagem PotiML poder ser utilizado a IDE (Integrated Development
Environment) ou Ambiente de Desenvolvimento Integrado utilizando o Eclipse ou um simples
editor de texto comum e assim o usurio estar livre para desenvolver qualquer programa. A
linguagem no case sesitive, ou seja, no faz diferena entre letras maisculas e minsculas o
que torna uma linguagem de fcil uso.
Figura 10: Exemplo da traduo de um algoritmo escrito na linguagem PotiML convertido para o Potigol.
1270
10 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CARRO, S. Curso de XML Completo. Disponvel em: http://pt.scribd.com/doc/83565628/Cursode-XML-completo> Acesso em: 10 abr 2013.
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L.
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Tcnico.
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ODERSKY, M; SPOON, L; VENNERS, B. Programming in Scala, Second Edition: A Comprehensive
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SAID, R. Curso de Lgica de Programao. So Paulo: Digerati Books, 2007.
SOUSA, C. VisuAlg - Ferramenta de Apoio ao Ensino de Programao. Vol. 2, Revista TECCEN,
2009, pp. 1-9.
1271
RESUMO
A preparao do biodiesel importante assim como sua
anlise fsico-qumica, em que so caracterizadas as
qualidades do mesmo. A determinao analtica que
faz a avaliao da qualidade carburante do produto
obtido, que influencia a produo do biodiesel. Para ser
um bom biodiesel, preciso possuir certas caractersticas
como ser virtualmente comparado ao diesel
ABSTRACT
The preparation of biodiesel is important as well as its
physical and chemical analysis, which are characterized
in the qualities of it. The analytical determination is what
makes the evaluation of the quality of the fuel product,
which influences the production of biodiesel. To be a
good biodiesel, one must possess certain characteristics
such as being virtually compared to conventional diesel,
1272
1 INTRODUO
A maior parte de toda a energia consumida no mundo provm do petrleo, do carvo e do
gs natural. Essas fontes so limitadas e com previso de esgotamento no futuro, portanto, a
busca por fontes alternativas de energia de suma importncia. Neste contexto, os leos vegetais
aparecem como uma alternativa para substituio ao leo diesel.
O biodiesel surgiu como uma alternativa para a substituio ao leo diesel, contribuindo
para minimizar a dependncia das importaes do petrleo, como tambm para a reduo da
poluio ambiental, atravs da diminuio das emisses de gases poluentes. Esta fonte renovvel
de energia vem sendo amplamente pesquisada em diversos pases (FERRARI, 2005).
A maior parte do biodiesel atualmente produzido no mundo deriva do leo de soja,
utilizando metanol e catalisador alcalino, porm, todos os leos vegetais, enquadrados na
categoria de leos fixos ou triglicerdeos, podem ser transformados em biodiesel. Por isso
importante a procura de novas fontes vegetais para suprir as necessidades do mercado. Apesar de
a soja ser uma tima fonte oleaginosa, a cultura da mesma no pode suprir os dois mercados em
que ela est inserida, os mercados de alimentos e energia (GERIS, 2007).
O biodiesel uma nova forma de tentar produzir energia por meio de fontes renovveis,
sendo estas desenvolvidas principalmente por leos e gorduras vegetais, em que tem a funo de
reduzir os danos causados pelas queimas dos combustveis fsseis, como o caso do petrleo.
Essa nova energia j tem gerado muita polmica, deixando assim um grande desafio para
nossa sociedade, de como submet-la a ela sem provocar muito impacto ambiental e
convencendo os grandes magnatas do petrleo que essa a melhor forma de ter uma energia
mais ecolgica e limpa, para o ecossistema do planeta terra.
Com tanta riqueza no Brasil, na fauna e flora, a cada dia que se passa novas descobertas
so desvendadas, menos do que o esperado, se comparado com tamanha riqueza em
biodiversidade vegetal.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O Brasil com sua rica fauna e flora, ainda pouco explorada na matriz energtica brasileira
uma fonte alternativa de energia, que o biodiesel, por meio de leos vegetais que substitui
derivados de petrleo (SARTORI, 2007). Tendo em vista que um dos principais recursos naturais
utilizado para obteno de energia ainda o petrleo.
O biodiesel ele pode ser preparado a partir do leo extrado das sementes por vrios
processos. O mtodo fsico, atravs do uso da prensa para extrao de leos vegetais ainda
utilizado, sendo que nas primeiras dcadas deste sculo, a extrao por meio de solvente
mostrou-se mais interessante, sendo o hexano o solvente mais utilizado (CORSO, 2008).
1273
O
R1
O
R4
HO
O
R2
R2
+ 3 R4
OH
HO
R4
O
HO
O
R4
O
R3
O
R3
Triglicerdeo
lcool
Glicerina
Biodiesel
1274
3 METODOLOGIA
3.1 Preparaes do Biodiesel
A obteno do biodiesel foi a partir do leo comercial in-natura de: Milho, Algodo
e Girassol, adquiridos no comrcio local. A sntese foi realizada nas rotas metlicas e etlicas.
3.1.1 Preparao da soluo de metxido e etxido de potssio
Para obter o metxido de potssio foi utilizado 20g de lcool metlico, 1g de hidrxido do
potssio (KOH), sob agitao constante at a homogeneizao completa. J para obter o etxido
de potssio foi utilizado 30g de lcool etlico anidro, 1g KOH sob agitao constante at a
homogeneizao completa.
3.1.2 A reao de transesterificao
Na rota metlica o metxido de potssio obtido foi adicionado a 100g de leo vegetal numa
razo molar (1:6), deixando sob agitao constante em uma placa magntica. Essa mistura
reacional ficou por 50 minutos sendo agitada, em temperatura ambiente para ocorrer a reao de
transesterificao.
Na rota etlica o etxido de potssio obtido foi adicionado a 100g de leo vegetal numa
razo molar (1:6), deixando sob agitao constante em uma placa magntica. Essa mistura
reacional ficou por 80 minutos sendo agitada, em temperatura ambiente para ocorrer a reao de
transesterificao.
3.1.3 Separao do biodiesel
A mistura reacional foi colocada em funil de decantao para separao das fases. Aps 30
minutos de repouso foram observadas nitidamente duas fases: uma menos densa e clara, rica em
steres etlicos ou metlicos (dependendo da rota) e outra mais densa e escura rica em glicerina.
Depois de 24 horas de repouso, a glicerina foi retirada, ficando apenas o biodiesel para ser
tratado.
3.1.4 Tratamento do biodiesel
O biodiesel foi submetido a um processo de lavagem com cido clordrico (HCl) 0,1M. Em
seguida, os steres metlicos ou etlicos foram lavados com gua destilada. E, por fim, o biodiesel
puro foi obtido separando a gua de lavagem por decantao e os traos de umidade e de lcool
foram eliminados atravs de um aquecimento numa placa trmica com agitao magntica
constante 100C, durante 80min e filtrada com uma camada de sulfato de sdio (Na 2 SO 4 ) ainda
reforando a retirada da umidade.
1275
Ia = VxFx5,61/P
(Eq. 1)
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Todos os leos testados foram transesterificados a seus respectivos steres. Os ndices de
acidez encontrados nos biodiesel de rota metlica e etlica das espcies so apresentados na
Tabela 1.
Tabela 1: ndice de acidez dos biodieseis das espcies estudadas
ESPCIE
Milho
Girassol
Algodo
NDICE DE ACIDEZ
ROTA METLICA ROTA ETLICA
0,043mgKOH/g
0,098mgKOH/g
0,045mgKOH/g
0,07mgKOH/g
0,04mgKOH/g
0,07mgKOH/g
1276
Constituintes
9-oxo-nonanoato de metila
Hexadecanoato de metila
9,12 (z z) Octadecadienoato
(E) 9-Octadecenoato de metila
Octadecanoato de metila
13-Docosenoato de metila
Tricosanoato de metila
Outros
TOTAL
%
2,45
18,02
22,21
51,92
3,87
0,33
0,68
0,53
100,00
Constituintes
Hexadecanoato de etila
Linoleato de etila
(E) 9-Octadecenoato de etila
9-Octadecanoato de etila
9-Hexadecenoato de etila
Hexadecanoato de etila
TOTAL
%
11,14
48,03
38,38
1,92
0,11
0,42
100,00
Constituintes
9-oxo-nonanoato de metila
Hexadecanoato de metila
9,12(z z)Octadecadienoato de metila
(E) 9-Octadecenoato de metila
Octadecanoato de metila
8,11-Octadecadienoato de metila
(z) 9-Octadecenoato de metila
Eicosanoato de metila
9,12,15-Octadecatrienoato de metila
Docosanoato de metila
TOTAL
%
3,20
11,63
35,01
37,74
9,45
0,43
0,23
0,59
0,75
0,98
100,00
Constituintes
Pentadecanoato de etila
9,12-Octadecadienoato de etila
(E) 9-Octadecenoato de etila
Octadecanoato de etila
9-Hexadecenoato de etila
Eicosanoato de etila
Tetracosanoato de etila
Outros
%
6,33
60,02
23,65
5,07
0,16
0,36
0,18
4,23
1277
TOTAL
100,00
Constituintes
9-oxo-nonanoato de metila
Tetradecanoato de metila
Hexadecanoato de metila
9,12 (z z) Octadecadienoato de metila
9 Octadecenoato de metila
Octadecadienoato de metila
9,12 Octadecadienoato de metila
Heneicosanoato de metila
TOTAL
%
8,16
1,57
58,58
1,17
24,42
5,00
0,64
0,44
100,00
Constituintes
Tetradecanoato de etila
Pentadecanoato de etila
9,12-Octadecadienoato de etila
(E) 9-Octadecenoato de etila
Octadecanoato de etila
9-Hexadecenoato de etila
TOTAL
%
0,53
24,15
56,49
16,46
2,20
0,17
100,00
CONCLUSO
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CORSO, Marins Paula. Estudo da extrao de leo de sementes de gergelim (Sesamun indicum L.)
empregando os solventes dixido de carbono supercrtico e n-propano pressurizado. 2008.
Dissertao (Mestrado em Engenharia Qumica) Universidade Estadual do Oeste do Paran.
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Etlicos, Caracterizao Fsico-Qumica e Consumo em Geradores de Energia. Qumica Nova, v. 28,
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1278
SARTORI, Marcos Antonio. Anlise de Cenrios de Extrao de leo Vegetal para Produo de
Biodiesel na Regio do Norte de Minas Gerais. Universidade Federal de Viosa, Viosa-MG, 23 fev.
2007.
1279
RESUMO
A utilizao de lousas interativas apresentam diversas
vantagens para o processo de ensino-aprendizagem dos
envolvidos (professores e alunos). Infelizmente este
equipamento (lousa interativa) tem um custo elevado,
possibilitando a muitas escolas a compra, quando
possvel, de apenas uma lousa. Assim, relevante que o
1280
INTRODUO
REVISO BIBLIOGRFICA
Com o decorrer do projeto, foram analisados alguns artigos e sites que relacionavam-se
com os insumos para a construo da lousa interativa utilizando o WiiMote (Nintendo 2008).
Insumos estes necessrios para desenvolver uma perspectiva bastante ampla, do que diz respeito a
criao, desenvolvimento e implantao da lousa interativa.
O site do desenvolvedor do projeto, Johnny Lee (Projects Wii, 2008), contm boa parte da
pesquisa feita, mas como toda pesquisa, existe alguns pontos que precisam ser melhorados, um
dos objetivos deste projeto. Alguns pontos analisados foram o software, complexo e de difcil
manipulo. O software tem cdigo aberto, sendo capaz de que outros desenvolvedores possam
modificar tal programa, sendo possvel torn-lo o mais amigvel para os possveis usurios
comuns. J outros pesquisadores como Silva e Torres, indicam softwares de cdigo fechado. Para
esses autores o Wiimote Smoothboard (Boon, Jim 2008) o software mais completo em termos de
funcionalidades, como o boto direito do mouse (H uma opo nas configuraes do programa
Mouse Click); suporta vrios wiimotes simultneamente e compatvel com o Microsoft Power
Point (Silva & Torres 2009).
1281
METODOLOGIA
Aps a anlise detalhada feita por meio de artigos, revistas, sites e vdeos, conseguimos
fazer com que o projeto obtivesse um resultado satisfatrio. Com tais pesquisas houve uma
definio de vrios fatores e etapas executadas no projeto, tal como qual led seria utilizado, qual a
melhor posio para o controle em relao a lousa e os softwares a serem utilizados. Os fatores
surgiram e foram esclarecidos ao longo do projeto e de acordo com as necessidades enfrentadas.
Para que os testes fossem realizados, primeiro criamos a caneta IR(InfraRed). O processo de
criao fora um tanto demorada, pois utilizamos leds disponveis no mercado local que no
cumpriram com os requisitos necessrios para que o Wiimote pudesse captar a luz emitida pelo
led implantado na caneta. Os leds adquiridos inicialmente no emitiam a luz IR com tanta
amplitude, limitando a distncia que o controle pudesse captar a luz. Pesquisou-se os leds
apropriados e os mesmos foram comprados atravs da Internet. O led pesquisado era o TSAL 6400,
modelo que cumpria as necessidades do projeto. A Figura 1 representa o prottipo da caneta
desenvolvida. Tal caneta composta por um led IR, um boto para ativao da luz, uma pilha AA, e
um corpo plstico derivado de um pincel de quadro branco. Mostra tambm o led infravermelho
aceso. Tal luz s pode ser captada atravs da mquina fotogrfica, pois a luz infravermelha emitida
no visvel a olho nu.
1282
1283
Os softwares utilizados durante o projeto foram vrios, alguns de cdigo aberto, outros
no. As caractersticas de um programa de cdigo aberto para um fechado, se diferem bastante em
relao as funcionalidade apresentadas por eles. De cdigo fechado utilizamos o Wiimote
Smoothboard (Boon, Jim 2008), como j foi citado anteriormente, aparenta ser o programa com
um maior gama de funcionalidades. Ele apresenta informaes sobre o estado da bateria; uso do
WiiMote em apresentaes de slides. O software funciona, especificamente, na plataforma
Windows. Como mostrado na Figura 4.
1284
RESULTADOS E DISCUSSES
A lousa interativa uma ideia vlida de uma atividade de ensino e aprendizagem. Ajudando
tanto professores como alunos atravs de uma ferramenta de ensino-aprendizagem que tornas as
aulas mais dinmica maximizando o desempenho nas salas de aulas e afins. Desta forma possvel
desenhar esquemas para explicar e exibir determinados raciocnios, podendo tambm rever
matrias expostas ao decorrer da disciplina, melhorando a qualidade do ensino.
O projeto mostrou ser capaz de executar as funes bsicas de uma lousa interativa. As
definies quanto a posio que o controle deve se posicionar, o software a ser utilizado, o led cuja
especificao se encaixa no projeto j foram solucionadas. Para projetos futuros, a criao de um
software de cdigo aberto com vrias funes e a melhora na interao programa-usurio.
Facilitando, ainda mais, o projeto a ser implementado nas salas de aula. Alm destes, relevante a
criao de um manual de auxlio ao utilizador da lousa interativa, deixando a ferramenta
tecnolgica mais acessvel e facilmente reproduvel.
1285
CONCLUSO
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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1292
RESUMO
A proposta deste artigo montar um sistema
aplicado a monitoramento que colete dados, a partir
de sensores externos e utilize a rede sem fio para a
transmisso das informaes coletadas. Permitindo
ao usurio analisar as informaes de forma remota e
1293
1 INTRODUO
A constante evoluo das redes de telecomunicaes, proporcionada pelos avanos
tecnolgicos nas ultimas dcadas, deu origem a diversas tecnologias emergentes, alm de
possibilitar o avano e estudo na rea de microprocessadores.
Este trabalho tem o intuito de validar conhecimentos tericos, com o foco na apresentao
do protocolo SNMP em uma aplicao prtica. Trata-se ento de um sistema de sensoriamento
sem fio, aplicado ao monitoramento de quaisquer varivel, open-source e open-hardware
totalmente flexvel.
Ser explicitado um sistema com funcionamento genrico, cuja funo coletar dados e
envia-los utilizando a estrutura do SNMP, desta forma podendo ser efetuada a recuperao destas
informaes a partir de um software de gerncia qualquer. O produto final ir realizar o
monitoramento climtico de um ambiente a partir do uso de um sensor externo embarcado na
placa Arduino, entretanto, qualquer outro sensor ou proposta de monitoramento pode ser
aplicado a esse projeto.
A apresentao deste estudo est subdividida em cinco partes: Introduo, caracterizando
a pesquisa e seus objetivos; Reviso Bibliogrfica, que aborda o embasamento terico, tais como
as caractersticas das redes de monitoramento e controle, a estrutura do protocolo SNMP, no que
consistem sistemas embarcados e suas aplicaes; Metodologia, que caracteriza a pesquisa e
aborda os mtodos e ferramentas utilizadas para a elaborao deste projeto; Testes e resultados,
explicitando o que foi obtido durante o projeto e os estgios do experimento. Por fim, a concluso
ressalta as consideraes finais levando em conta os pontos positivos e negativos obtidos da
problemtica e consequentemente sugestes para projetos futuros.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Protocolo SNMP
O protocolo Simple Network Management Protocol, consiste em um conjunto de
especificaes de gerncia de redes, caracterizado por ser um protocolo de comunicao entre
mquinas que garante a interoperabilidade entre fabricantes.
O SNMP foi adotado como padro para as redes TCP/IP entre o trmino da dcada de
oitenta e o incio da dcada de noventa. O SNMP um protocolo de estrutura hierrquica,
baseada entre a comunicao de gerentes e agentes.
O SNMP no define quais informaes o sistema deve deter, entretanto, este dispe de um
modelo expansvel, atravs das MIBs (Management Information Base). Estas consistem em
estruturas que descrevem a rotina da gesto, especificam itens de dados que um dispositivo
gerencivel precisa manter de forma hierrquica, nos quais o armazenamento e consulta destas
informaes feito atravs do chamado aos identificadores de objetos (OIDs - Object
IDentifier).(COMER,2006)
1294
O SNMP permite sete operaes bsicas conhecidas genericamente como PDUs (Protocol
Data Unit), sendo elas: GetRequest, GetNextRequest, GetResponse, SetRequest, GetBulkRequest ,
InformeRequest e Trap. Cada PDU corresponde definio dos formatos empregados pelas
entidades do protocolo na troca de informaes. (KUROSE, 2006)
A imagem abaixo explicita a troca de informaes realizada pelo Protocolo SNMP ao ser
efetuada uma consulta.
Os Gerentes enviam uma solicitao, (que pode ser qualquer uma das sete PDUs citadas
acima) e esta encaminhada para as estaes agentes, juntamente com o OID do objeto a ser
analisado. Estas retornam aos respectivos valores solicitados pelos gerentes de acordo com a
estrutura de rvore desenvolvida em suas MIBS. Cada agente mantm um banco de dados local
contendo as variveis que no s descrevem seu estado e histrico como tambm afetam sua
operao. (TANENBAUM, 1997).
Esta troca de informaes Gerente-Agente feita utilizando o Protocolo UDP na camada
de transporte, o que permite um baixo consumo de banda dos equipamentos que garantem
suporte ao SNMP, garantindo assim um baixo impacto operacional.
1295
METODOLOGIA
1296
umidade e temperatura modelo DTH11, uma Xbee de conexo sem fio, padro 802.11 (Wi-Fi),
uma placa Arduino verso Duemilanove, uma Ethernet Shield, um roteador para servir como
ponto de acesso e uma estao configurada com o software de recuperao de dados SNMP
Nagios Xi, que uma ferramenta proprietria paga, sob a licena gratuita para testes, com
durao de sessenta dias.
O subsistema A caracterizado por ser a estrutura responsvel pela coleta dos dados, esta
consiste na placa embarcada Xbee Carrier modelo SDLD71385P, acompanhado de uma bateria de
3.7V e painel solar em conjunto com o sensor externo de umidade e temperatura modelo DTH11.
A Grove Xbee Carrier trata-se de uma placa de prototipagem desenvolvida para
dispositivos Xbee, dentre suas caractersticas, o dispositivo possui memria interna e
processamento semelhante a uma placa Arduino Duemilanove. Alm de contar com duas sadas
digitais e duas sadas analgicas, um conector para o painel solar, um conector para alimentao
externa, uma entrada USB e um conector I2C. Essa placa de prototipagem o dispositivo que
servir como a prpria placa Arduino do subsistema A.
No subsistema A ser adicionado o sensor de umidade e temperatura DTH11, cuja
principal caracterstica possuir uma boa preciso e baixo consumo energtico (o que
imprescindvel para este trabalho), uma placa Xbee Wi-Fi que prover a conexo rede. O painel
solar e a bateria externa fornecem a fonte energtica para o dispositivo, garantindo um timo
nvel de autonomia em ambientes externos com forte incidncia solar. Sem a incidncia solar a
bateria apresentou, em testes, a autonomia avaliada em cerca de vinte e quatro horas
1297
1298
TESTES E RESULTADOS
a)
b)
Figuras 3: Testes de conexo utilizando a ferramenta Ping - a) Teste do subsistema A; b) Teste do subsistema B
(Fonte: Prpria).
1299
Figura 4: Teste de recuperao de dados SNMP usando Agente NET-SNMP (Fonte: Prpria)
Figura 5: Teste de recuperao de dados SNMP usando MIB Browser (Fonte: Prpria)
Por fim, o sistema foi ativado e posto para fazer o monitoramento contnuo de um
ambiente por cerca de seis horas, utilizando o sensor externo de umidade e temperatura DTH11. A
figura abaixo contm os grficos gerados pelo subsistema C.
1300
Figura 6: Grficos de monitoramento dos objetos gerenciados, temperatura e umidade usando Nagios XI (Fonte:
Prpria)
CONCLUSO
1301
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TANENBAUM, ANDREW, Redes de computadores. 4. ed. Rio de Janeiro:Campus, 1997. 923p.
1302
RESUMO
Esse artigo relata uma experincia que utiliza jogos como
metodologia de ensino na aprendizagem de Qumica,
mais precisamente as propriedades de alguns Elementos
Qumicos da Tabela Peridica, onde o ldico foi
apresentado na 1 serie do ensino mdio, a aplicao do
jogo "QUIDESCOBERTA" se deu aps a ministrao do
assunto pelo docente, sendo o jogo um recurso
pedaggico usado para a fixao do contedo em
1303
1 INTRODUO
Sabe-se que as atividades ldicas so uma prtica privilegiada para a aplicao de uma
educao que vise o desenvolvimento pessoal e a atuao cooperativa dos alunos em sala de aula,
como tambm instrumentos motivadores, atraentes e estimuladores do processo de construo
do conhecimento.
A dificuldade na assimilao dos contedos abordados em Qumica est ligada aos baixos
ndices de aprendizado, alm da desmotivao causada pelo desinteresse na disciplina. Por isso, a
implantao de novas metodologias de ensino que vise auxiliar e facilitar o aprendizado vm se
destacando no meio educacional. Os jogos alm de serem fontes de prazer e descoberta para o
aluno contribuem significativamente para o processo de construo do conhecimento do mesmo,
atuando como mediadores da aprendizagem.
Por isso, importante que haja a utilizao dos jogos na sala de aula, pois uma forma
mais dinmica que o professor tem de apresentar os contedos, alm de proporcionar uma maior
interao com os alunos e possibilitar o desenvolvimento cognitivo dos mesmos.
Desse modo, foi aplicado o jogo QuDescoberta, Figura 01, em uma instituio da rede
pblica de ensino, no municpio de Apodi-RN, que teve como objetivo facilitar a aprendizagem dos
alunos referente s propriedades de alguns elementos da tabela peridica, alm de proporcionar
uma aula mais interativa e diferenciada.
Portanto, esse estudo tem por objetivo verificar a atuao dos jogos na aprendizagem de
Qumica, bem como analisar a opinio do aluno em relao aplicao dessa metodologia em
sala.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A atividade ldica no tem apenas como objetivo levar ao aluno a memorizao dos
contedos abordados, mas tambm induzir o raciocnio do mesmo, a reflexo, o pensamento e
consequentemente a construo do seu conhecimento. Alm de, desenvolver competncias e
habilidades necessrias s prticas educacionais da atualidade.
1304
3 METODOLOGIA
O jogo QuDescoberta, foi aplicado em uma turma de 1 ano da Escola Estadual Professora Maria
Zenilda Gama Trres, Figura 02, do municpio de Apodi-RN. Tendo como objetivo auxiliar os alunos em
relao s propriedades de alguns elementos qumicos da Tabela Peridica.
O QuDescoberta, um jogo de tabuleiro que pode ser jogado por quatro equipes, cada
uma representada por um peo, possui ainda 35 cartas com alguns elementos qumicos, divididas
em relao suas propriedades fsicas (lquido, slido e gasoso) e radioativas. Alm de informar
sobre o nmero atmico, massa, raio atmico e eletronegatividade. O jogo tambm
1305
disponibilizar para cada equipe uma tabela com: 5 vidrarias, (representadas por gravuras), uma
cpsula (para captura de elementos radioativos) e 50 Mendeleev (a moeda do jogo). Figura 03.
Para a confeco desse jogo foi utilizados os seguintes materiais: folhas A4 brancas para a
produo das 35 cartas, fita adesiva para finalizao das cartas, impressora, cola branca, tesoura e
tabuleiro.
Ao final da aplicao do jogo ser realizado outro questionrio, onde se tem por objetivo
obter a opinio dos alunos sobre a utilizao do jogo como uma forma alternativa de deixar as
aulas mais dinmicas.
1306
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Durante a aplicao do jogo QuDescoberta, pde-se perceber um maior entusiasmo por
partes dos alunos, por ser um recurso pedaggico no utilizado frequentemente pelo docente.
Segundo Borges e Schwarz (2005), ao adaptar um jogo ao contedo escolar, ocorrer o
desenvolvimento de habilidades envolvendo o aluno em todos os aspectos: cognitivos, emocionais
e relacionais. Assim o aluno implicar em saber mobilizar de forma criativa e eficaz as habilidades,
nas quais os conhecimentos, valores e atitudes so usados de forma integrada frente s
necessidades impostas pelo meio. As habilidades se constroem e manifestam na ao, a qual se
aprimora pela prtica, levando reconstruo do conhecimento.
Dessa forma, observou-se que o jogo auxiliou os alunos na aprendizagem em relao aos
estados fsicos de alguns elementos qumicos, alm de suas propriedades como:
eletronegatividade, raio, massa e nmero atmico, como tambm, o desenvolvimento lgico e
estratgico para vencer o jogo. Alm de ter dado suporte ao docente na fixao do contedo j
ministrado e contribuindo para uma maior interao entre os alunos, promovendo uma aula mais
dinmica.
Aps a aplicao do ldico, foi aberta uma discurso com os alunos sobre a atuao desse
material didtico nas aulas de qumica, foi questionada a contribuio do jogo na aprendizagem
dos mesmos e se estes o aprovaram. De forma geral, todos acharam proveitosa a utilizao desse
recurso pedaggico, visto que, ajudou na fixao do contedo j ministrado pelo docente, desse
modo foi possvel perceber a aprovao do jogo pelos alunos.
Portanto, constatou-se a importncia da utilizao dos jogos no processo de ensino e
aprendizagem dos alunos, alm de proporcionar uma forma diferenciada e dinmica para a fixao
dos contedos de qumica.
5 CONCLUSO
Sabe-se que os jogos so elementos motivadores e facilitadores do processo de
ensino/aprendizagem e seu objetivo no se resume apenas na facilitao da memorizao do
contedo pelo aluno, mas sim a estimula-lo ao raciocnio, reflexo, e consequentemente,
formao do seu conhecimento.
No meio ldico o aluno pode desenvolver suas capacidades e vivenciar uma experincia
dinmica proporcionando tambm ao educando, potencializar sua aprendizagem. Por meio deste
trabalho foi possvel identificar as facilidades e dificuldades na incluso do ldico na prtica
docente e descrever os benefcios que ele pde trazer para o processo ensino/aprendizagem dos
alunos.
Contudo, com esse estudo pde verificar que os jogos so mais que uma forma divertida
de se aprender, mas sim, um recurso alternativo que o docente tem para aprimorar sua
1307
metodologia de ensino, bem como, um facilitador para a fixao do assunto por parte dos alunos,
alm de proporcionar a interatividade e o melhor relacionamento, tanto aluno-professor como
tambm aluno-aluno.
6 AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professora Maria Zenilda Gama Torres pelo espao cedido, ao Programa
de Bolsas de Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e
Tecnologia do Rio Grande do Norte-IFRN, Campus Apodi.
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BORGES, R.M.R.; SCHWARZ, V.O. O Papel dos jogos educativos no processo de qualificao de
professores de cincias. In: ENCONTRO IBERO-AMERICANO DE COLETIVOS ESCOLARES E REDES DE
PROFESSORES QUE FAZEM INVESTIGAO NA ESCOLA, 4. Lajeado, RS, 2005.
CUNHA, M. B. .Jogos de Qumica: Desenvolvendo habilidades e socializando o grupo. Eneq 0282004.
Fialho, N. N. (s.d.). OS JOGOS PEDAGGICOS COMO FERRAMENTAS DE ENSINO. FACINTER, pp.
12301-12302.
MELO, C. M. R. As atividades ldicas so fundamentais para subsidiar ao processo de construo
do conhecimento. Informacin Filosfica. V.2 n1 2005 p.128- 137.
MURCIA, J.A.M. Aprendizagem atravs dos jogos. Porto Alegre: Artmed, 2005.
ROBAINA, J. V. .QUMICA ATRAVS DO LDICO: BRINCANDO E APRENDENDO. Canoas: EDITORA
DA ULBRA. 2008.
SANTANA, E.M.; WARTHA, E. J. O Ensino de Qumica atravs de jogos e atividades ldicas baseados
na teoria motivacional de Maslow. In: ENCONTRO NACIONALDE ENSINO DE QUMICA, 13,
Campinas (Unicamp), 2006. Anais, Campinas So Paulo, 2006.
SILVA, S. A. M. & OLIVEIRA, A. L.. A msica no ensino de cincias: perspectivas para a
compreenso da ecologia e a temtica CTSA (Cincia, Tecnologia, Sociedade e Ambiente).
Paran: 2008.
1308
RESUMO
Todos os dias, nos deparamos com situaes perigosas e,
muitas vezes, involuntrias; no ambiente de trabalho,
nas residncias, nas vias de trnsito, entre outros, os
riscos existem e alguns podem ser evitados. Logo, esse
trabalho tem como objetivo principal de relatar
procedimentos de estudo, anlise e identificao
laboratorial do cotidiano do estudante e/ou profissional
de qumica, mas que deve ser considerado alvo para
1,2 e 3
Acadmicos do Curso Tcnico de Nvel Mdio em Qumica do Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia
do Rio Grande do Norte.
4,5 e 6
Professor do Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte.
1309
1 INTRODUO
O mapa de risco um instrumento de preciso em vrios ambientes de trabalho. Ele
utilizado como forma de preveno de acidentes e orientao dos riscos existentes, alm de
facilitar a interpretao utilizando linguagem visual com o mnimo de informao tcnica. O mapa
de risco deve ser afixado em um local de fcil visualizao por parte dos trabalhadores que atuam
no setor, contendo informaes quanto aos riscos do ambiente, riscos estes com origem em
diversos elementos do processo de trabalho, como reagentes, equipamentos etc (NEVES et al,
2006). O mapa de risco, elaborado por um profissional capacitado, sendo este um tcnico em
segurana do trabalho ou ainda um profissional qualificado responsvel pelo local avaliado. Ele
elaborado, primeiramente, observando os riscos que o profissional/trabalhador est sujeito
durante o exerccio de suas atividades laborais. Essa avaliao est relacionada preveno de
acidentes que podero afetar o seu bem estar fsico e psquico.
De acordo com a Norma Regulamentadora NR4 (SESMT - Servio Especializado em
Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho), locais passveis de aplicao de mapa de
risco devem elaborar documentos relacionados a acidentes, afastamentos e doenas
ocupacionais, os riscos propostos e a quantidade de funcionrios para cada mbito setorial. Assim,
torna-se mais vivel evitar a ocorrncia de acidentes de trabalho.
Laboratrios so ambientes considerados insalubres e periculosos, nos quais os
profissionais esto em contato direto com reagentes qumicos e equipamentos (fontes de calor e
eletricidade), que podem representar riscos sade do mesmo.
Deste modo, este trabalho descreve o procedimento para elaborao de um mapa de risco
de um Laboratrio de Experimentao em Qumica, detectando os riscos existentes bem como
suas intensidades, a sistemtica adequada exigida pela CIPA (Comisso Interna de Preveno de
Acidentes), sancionada atravs da Norma Regulamentadora NR5.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Segundo Barbosa Filho (2010: p. 69) ergonomia cincia do conforto humano, a busca do
bem estar, a promoo da satisfao no trabalho, a maximizao da capacidade produtiva, a
segurana plena etc, neste case a unio entre sade, segurana e higiene, ou seja, uma
engrenagem que solidifica o meio em que est inserido proporcionando o bem estar fsico e
psquico. Assim, podemos concluir que todo e qualquer cidado tem direito de trabalhar conforme
a multidisciplinaridade de conhecimentos que tratam de uma srie de cuidados que envolvem o
homem e as particularidades inerentes a cada tarefa que realiza, observadas as caractersticas e
limitaes individuais. A Figura 1 apresenta a sistemtica dos princpios da ergonomia.
1310
1311
1312
Tabela 1: Classificao dos principais riscos ocupacionais, de acordo com a sua natureza e a padronizao das cores
correspondentes.
Risco Fsico
Risco Qumico
Risco
Biolgico
Risco Ergonmico
Risco Acidente
Rudos
Poeiras
Vrus
Vibraes
Fumos
Bactrias
Levantamento
e Mquinas
e
transporte manual de equipamentos sem
peso
proteo
Radiaes
ionizantes
Nvoas
Protozorios
Radiaes
no
ionizantes
Neblinas
Fungos
Frio
Gases
Parasitas
Calor
Vapores
Bacilos
Presses
anormais
Substncias
compostas
produtos
qumicos
geral
Umidade
ou
Arranjo
inadequado
fsico
ou
em
-
Monotonia
repetitividade
e Animais
peonhentos
Na caracterizao dos riscos, ainda podem ser evidenciados a intensidade do grau de risco
por meio da utilizao de crculos com diferentes tamanhos, como pode ser observado na Figura
2.
Grande Risco Grave
1313
Caso haja encontro de tipos de riscos diferenciados de igual gravidade e/ou distinta,
utilizamos apenas um circulo de acordo com o setor, como podemos visualizar alguns modelos
abaixo na Figura 3.
Figura 3: Crculos com identificao de vrios tipos de risco, nas mesma ou diferente intensidade.
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSES
1314
Com base na avaliao dos riscos encontrados no laboratrio de qumica geral da UFRN
Nova Cruz foi elaborado o mapa de risco observado na Figura 4.
Foram observados todos os tipos de risco no laboratrio com destaque ao risco qumico,
que foi identificado em maior frequncia e habitualmente mais presente em quase todos os
setores. A ordem decrescente dos tipos de risco observada foi: Risco Qumico > Risco Ergonmico
> Risco de Acidente > Risco Fsico > Risco Biolgico.
Foram encontrados vinte e um (21) riscos ambientais consistindo em quatro (04) qumicos,
cinco (05) ergonmicos, quatro (04) fsicos, cinco (05) de acidentes e dois (02) biolgicos, no
entanto, apresentam diferentes intensidades no laboratrio. Assim, podemos observar esses
dados em forma de porcentagem no Grfico 1.
1315
25%
20%
Qumicos
Fsicos
20%
25%
10%
Biolgicos
Ergonmicos
De Acidentes
Setor
Armrios com reagentes
Armrios com vidrarias e documentos
Bancada lateral
Bancadas centrais
Capela
Forno e estufa
Geladeira
Pia e destilador
Quadro negro
Sala de reagentes
Tipo de Risco
Qumicos, ergonmicos e de acidentes.
Ergonmicos
Qumicos e ergonmicos.
Qumicos, fsicos, ergonmicos e de acidentes.
Qumicos, fsicos, ergonmicos e de acidentes.
Qumicos, de acidentes e fsicos.
Qumicos e fsicos.
Qumicos, biolgicos, de acidentes e fsicos.
Qumicos e ergonmicos.
Qumicos, ergonmicos e de acidentes.
1316
coletiva, no entanto o extinto est abaixo da bancada lateral e prximo geladeira, ambiente
consideravelmente longe da sada. H um quadro negro para auxiliar os tutores s aulas nele foi
detectado poeira, exatamente pelo uso de giz, podendo este quadro ser trocado por outro que
agrida menos o profissional; e o risco ergonmico deste setor monotonia e repetitividade, alm
da imposio de ritmos excessivos, e para melhorar o andamento do tutor diante dessas questes
seria a ginastica laboral e pausas durante utilizao do quadro.
O risco de acidente que tambm necessita de ateno a probabilidade de incndio ou
exploso, pois o laboratrio contm muitos reagentes e mquinas que utilizam a eletricidade para
seu funcionamento, podendo causar algum dano ao ambiente e/ou ao profissional.
A capela de exausto um compartimento fechado para eliminar o risco de inalao dos
gases txicos produzidos pela reao dos produtos qumicos, mas estava sendo usada para
armazenar alguns reagentes, no entanto isso se torna inadequado e provocando um risco maior
ao ambiente, os produtos qumicos deveriam estar guardados na sala de reagentes e apenas a
movimentao ocorrer dentro da capela. Isso acarreta riscos como: acmulo de gases,
probabilidade de incndio ou exploso, eletricidade, esforo fsico intenso, exigncia de postura
inadequada alm do calor expelido pela mquina. Prximo capela existe a pia e o destilador,
neste compartimento foi encontrado os riscos biolgicos atravs do lixo armazenado abaixo da
pia, ocasionando fungos e bactrias e quanto ao risco qumico detectou-se o armazenamento de
rejeitos qumicos. O destilador, neste caso, est caracterizado por uma ferramenta inadequada ou
defeituosa. Houve tambm o risco fsico detectado por rudos e vibraes.
De fronte a capela detectamos dois armrios, um para armazenagem dos cidos 1 e outro
contendo sais 2; estes por sua vez possuem riscos em intensidades diferentes, pois no primeiro h
intensidade mdia, enquanto o segundo tem intensidade grande. Na armazenagem dos cidos
encontramos riscos qumicos incorporados por gases e substncias compostas ou produtos
qumicos em geral; risco ergonmico, exigncia de postura inadequada. No risco de acidentes
ocasionado pela probabilidade de incndio ou exploso. No armrio contendo sais foi localizado
em maior proporo o risco ergonmico, pois a necessidade de utilizao deste maior, ou seja,
monotonia e repetitividade, alm da imposio de ritmos excessivos. No caso do tipo qumico dse por meio de substncias compostas ou produtos qumicos em geral; o de acidente ocorre
devido armazenagem inadequada.
A sala de reagente a que possui o maior grau no sentido de acidente e qumico, pois nela
armazenado substncias compostas e produtos qumicos em geral de forma inadequada, alm
da probabilidade de incndio ou exploso. H ainda o risco ergonmico causado pela exigncia de
postura inadequada no armrio onde se encontram vidrarias.
Conforme Santos (2010: p. 5): a atribulao do dia a dia costuma desviar nossa ateno
para as situaes urgentes, fazendo com que deixemos de lado a preocupao ou a preveno de
1
cidos so compostos que em soluo aquosa se ionizam produzindo ction hidrognio (H+);
Sal so compostos inicos que possuem pelo menos, um ction diferente de H+ e um nion diferente de OH
Definies segundo Arrhenius. (FOGAA <http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/conceito-acido-base-sal-pelateoria-arrhenius.htm> Acesso em: 27/05/2013)
1317
doenas, com a identificao dos riscos e com o ambiente de trabalho, amplamente considerado.
Portanto, vlido fomentar que o mapa de risco essencial na preveno de acidentes na esfera
de trabalho, pois sua utilizao torna-se necessria para ocasionar informaes quanto quele
setor, orientando as pessoas a como se portar.
5 CONCLUSO
Conclui-se que de considervel relevncia tratar da biossegurana coletiva e individual
em quaisquer ambientes, inclusive no trabalho. Por isso que existe a necessidade de elaborao
do mapa de risco, pois necessria uma ateno maior preveno.
Assim, no laboratrio da UFRN - Nova Cruz e em todos os outros lugares de trabalho
necessrio o mximo de cuidados, um desses o mapa de risco. Sua utilizao respaldada em
estudos feitos por profissionais da rea de segurana e/ou agentes especficos, cuja
funcionalidade primordial para nos adequarmos a determinados perigos, estes sendo
simbolizados e especificados prximos entrada principal de quaisquer ambientes que necessitem
de tal respaldo.
Contudo, este artigo prope o estudo simplificado e correlacionado com demais ambientes
de trabalho, englobando o setor qumico laboratorial como rea de pesquisa. Logo, de grande
valia usufruir do mapa de risco e, principalmente, equilibrar seu objetivo com as demais Normas
Regulamentadoras.
6 REFERNCIA BIBLIOGRFICA
BARBOSA FILHO, Antonio Nunes. Segurana do trabalho e gesto ambiental / Antonio Nunes
Barbosa Filho. 3. ed. So Paulo: Atlas, 2010
Santos, Milena Sanches Tayano dos. Segurana e sade no trabalho em p&r/ [et al.]: - e. ed. So
Paulo: IOB, 2010. Outros autores: Silvio Helder Leoncini Senne, Snia Regina Landeiro Aguiar,
Ydileuse Aparecida Martins.
POSTMA, J. M.; ROBERTS JR, J. L.; HOLLENBERG, J. L. Qumica no laboratrio. 5 Ed. Editora
Manole, 2009.
NEVES, W. B. Mapa de risco em laboratrio de clnico: avaliao de riscos ambientais em
laboratrio
de
biologia
molecular.
[et
al.].
Disponvel
em:
<http://www.biotecnologia.com.br/revista/bio36/lab_36.pdf>. Acesso em: 29 de maio de 2013.
FOGAA, J. R. F. Conceito de cido, base e sal pela teoria de Arrhenius. Disponvel em:
<http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/conceito-acido-base-sal-pela-teoriaarrhenius.htm>. Acesso em: 27 de maio de 2013.
1318
RESUMO
Atualmente a preocupao com as questes ambientais
bem maior do que h certo tempo atrs, visto que os
problemas vm crescendo diariamente, um desses
problemas o descarte inadequado do leo de cozinha.
Com base nisto, o presente trabalho tem por finalidade
encontrar uma alternativa para reaproveitar este
resduo, e uma das sadas a fabricao de sabo,
fazendo uso deste leo, pois este mtodo til tanto
1319
1. INTRODUO
Atualmente vivenciamos uma grande problemtica no que diz respeito s questes
ambientais, sendo esta a falta de conscincia por parte da populao, e uma medida a ser adotada
para a minimizao deste problema a insero da Educao Ambiental como disciplina nas
escolas, uma vez que a escola mantenedora e reprodutora de uma prtica dissociada da teoria e
esta no surte resultados satisfatrios preservao do meio ambiente, devendo buscar
mudanas e metodologias inovadoras que possam no s diminuir, mas introduzir uma que traga
consequncias benficas ao seu meio.
Um dos principais contribuidores para o agravamento desses problemas o descarte
inadequado de leo de cozinha, utilizado para frituras na maioria das residncias, bem como em
lanchonetes e restaurantes. Alm de gerar os problemas j citados, a presena de leos na rede de
esgoto pode causar o entupimento das mesmas, o mau funcionamento das estaes de
tratamento, em contato com lenis subterrneos compromete a qualidade da gua que
consumimos e provoca a impermeabilizao do solo.
Uma das alternativas para o reaproveitamento do leo de cozinha o processo de
fabricao de sabo caseiro. O sabo um produto obtido a partir de uma hidrlise alcalina
(saponificao) de uma gordura de origem vegetal ou animal. Os leos vegetais so constitudos
predominantemente de substncias como triglicerdeos, que so steres formados a partir de
cidos carboxlicos de cadeia longa (cidos graxos) e glicerol (BRITO 2008).
O lixo se fundamenta hoje em um dos problemas mais graves da atualidade e a reciclagem
a forma mais atrativa de gerenciar os resduos slidos urbanos, podendo contribuir para
manuteno dos recursos naturais e para o bem estar da sociedade (ALBERICI & PONTES, 2004).
Tendo em vista as condies atuais em que o mundo se encontra, o presente estudo tem
por objetivo informar a populao, a cerca dos problemas ambientais causados pela poluio e
mostrar alternativas para evitar ou minimizar os mesmos, atravs do estudo da qumica. Para isto,
ser realizada uma pesquisa de campo, na comunidade IPE, do municpio de Apodi-Rn, com o
intuito de saber dos moradores o que os mesmos fazem com o leo aps sua utilizao, e assim
comprovar a necessidade da realizao deste trabalho, visto que na cidade no h outra forma de
se reaproveitar este resduo.
2. REVISO BIBLIOGRFICA
No Brasil estima-se que a populao produz cerca de 44 milhes de toneladas de lixo,
sendo que 60% dos resduos urbanos coletados no recebem a destinao correta. Um resduo de
difcil descarte o leo de fritura. Alm de no possuir destinao correta nem tratamento, ao
atingir o solo, tem a capacidade de impermeabiliz-lo, dificultando a gua chegar at o lenol
fretico (TEIXEIRA, 2004).
1320
O descarte do leo usado nas frituras pode significar problemas ao meio ambiente gerando
a poluio. A sociedade no est apta para realizar o descarte correto deste resduo e o seu
descarte acaba sendo o ralo da pia, ou no terreno vazio ao lado de sua casa. Apenas 1 litro de leo
contamina o equivalente a 1 milho de litros de gua, o suficiente para o consumo de uma pessoa
por um perodo de 14 anos, em media uma residncia com quatro pessoas consome um litro de
leo por semana e um restaurante uma mdia de 10 litros por dia (BIODIESELBR, 2008 e
OPABRAZIL, 2008). Por no se misturar com a gua, a presena de leos nos rios cria uma barreira
que dificulta a entrada de luz e a oxigenao da gua, comprometendo assim, a base da cadeia
alimentar aqutica e contribui para a ocorrncia de enchentes e aquecimento do planeta (REVISTA
PLANETA CIDADE, 2007).
Segundo o professor do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanas
Climticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alexandre DAvignon, a
decomposio do leo de cozinha emite metano na atmosfera, um dos principais gases
causadores do efeito estufa, que contribui para o aquecimento da terra. O leo de cozinha que vai
para o ralo da pia chega ao oceano pelas redes de esgoto. Em contato com gua do mar, esse
resduo lquido passa por reaes qumicas que resultam em emisso de metano. O gs metano
21 vezes mais poluente que o gs carbnico, pois retm mais radiao solar (ANP, 2012).
Alguns resduos podem ser transformados em outras matrias primas para outra linha de
produo atravs do reaproveitamento ou da reciclagem. A reciclagem permite que alguns
materiais possam ser reprocessados, mantendo suas caractersticas. Possibilita a reduo do
volume de resduos, conserva recursos naturais, economiza energia, diminui a poluio do ar, da
gua, e do solo (VALLE, 2004).
Segundo COMPAM (1999-2006) os resduos podem ser classificados segundo sua: natureza
fsica, seco ou molhado; sua composio qumica orgnica ou inorgnica e pelos riscos potenciais
ao meio ambiente perigosos, no inertes ou inertes. Os resduos domiciliares so constitudos por
resto de alimentos, produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral e os
mais utilizados nas cozinhas e o leo proveniente de frituras.
O leo vegetal pode causar vrios danos ao meio ambiente se for descartado de forma
incorreta. A transformao do leo em sabo a forma mais recomendvel para o
reaproveitamento do mesmo. Uma diminuio significativa na poluio do meio ambiente poderia
ser constatada com o reaproveitamento do leo para fabricar sabo, mas exige cuidados por
utilizar produtos qumicos. O leo tambm pode ser transformado em biodiesel (SILCON, 2007).
Os leos e gorduras so steres, que podem sofrer uma reao de hidrlise cida ou
bsica. A hidrlise cida produzir simplesmente o glicerol e os cidos graxos constituintes. J a
hidrlise bsica produzir o glicerol e os sais desses cidos graxos. Desta forma, aquecendo
gordura em presena de uma base, realizamos uma reao qumica que produz sabo, reao de
saponificao, que ocorre atravs da mistura de um cido graxo existente em leos ou gorduras
com uma base com forte aquecimento. O sabo um sal de cido carboxlico e por possuir uma
longa cadeia carbnica em sua estrutura molecular capaz de se solubilizar tanto em meios
polares quanto em meios apolares. A extremidade polar do sabo solvel em gua; a cadeia
1321
longa apolar e solvel em leos; quando uma gota de leo atingida pelo sabo, o mesmo
penetra, assim tornando solvel em gua (ALLINGER, 1976).
Desse modo, um mtodo prtico e vivel para o tratamento desse resduo a reciclagem
do mesmo, produzindo sabo. A transformao do leo em sabo tem a capacidade de quebrar a
molcula de gordura, deixando-o solvel em gua.
3. MATERIAL E MTODOS
3.1 Aplicao de um Questionrio:
O questionrio, Anexo 1, foi feito atravs de uma abordagem nas residncias dos
moradores, da comunidade IPE do municpio de Apodi/RN. Foram entrevistados 10 residncias de
forma aleatria.
4. RESULTADOS E DISCUSSES
Partindo dos resultados obtidos no questionrio, Tabela 01, pde-se verificar que nas
residncias no qual foram abordadas no havia uma preocupao com o descarte correto do leo.
Ficou confirmado que esses moradores no sabiam de que forma poderia reaproveitar este
resduo e que no estavam preocupados com os riscos que ele estava trazendo ao meio ambiente.
De acordo com as opinies dos moradores expressas no questionrio, o principal fator que agrava
essa problemtica a falta de informaes e um local especifico para o recolhimento do leo.
1322
No contestaram.
No contestaram.
40% deram de 5 7
No contestaram.
20% sabia.
80% no sabiam.
No contestaram.
Desse modo, esses moradores foram orientados que aps o uso do leo, armazena-lo em
garrafas pet, Figura 01, para recolhermos e pra transform-los em sabo. Assim, foram obtidos
240 g de sabo, Figura 02, e que foram distribudos aos moradores, que contriburam para a
realizao do questionrio.
1323
Figura 02: Sabo produzido a partir do leo recolhido, e doado aos moradores.
5. CONCLUSO
Contudo, com esse estudo foi possvel mostrar aos moradores desta comunidade que o
leo de cozinha bastante prejudicial ao meio ambiente, mas que o mesmo possui um grande
potencial de reaproveitamento e que somado a um fator de interesse mundial, que o
desenvolvimento ecologicamente sustentvel, impulsiona a necessidade de reutiliz-lo de forma
eficaz.
6. AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professora Maria Zenilda Gama Torres pelo espao cedido, ao Programa
de Bolsas de Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e
Tecnologia do Rio Grande do Norte-IFRN, Cmpus Apodi.
7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALBERICI, R. M. e PONTES, F. F. F. Reciclagem de leo comestvel usado atravs da fabricao de
sabo. 2004. Revista Oficial do curso de Engenharia Ambiental CREUPI. Engenharia Ambiental:
Pesquisa e Tecnologia. Esprito Santo do Pinhal, SP.
ALLINGER, N. L. Qumica Orgnica. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1976.
BALDASSO, E.; PARADELA, A. L.; HUSSAR, G. J. Reaproveitamento de leo de fritura bna
fabricao de sabo. Engenharia Ambiental - Esprito Santo do Pinhal, v. 7, n. 1, p. 216-228,
jan./mar. 2010.
1324
ANEXOS
Anexo 1: Questionrio aplicado aos moradores.
QUESTIONRIO
1.
Nome:
2.
Idade:
3.
Sexo:
( )M
( )F
4.
5.
6.
7.
O que voc acha de ter em sua comunidade um espao para recolher esse tipo de resduo?
( ) Bom
( ) timo
( ) No faz diferena
8.
9.
1325
RESUMO
O crescente aumento da populao mundial, o
desenvolvimento de novas tecnologias e o maior nvel de
conforto e comodidade de grande parte da sociedade
tem provocado uma grande elevao no consumo de
energia que em maior parte produzida a partir de
combustveis fsseis, que no so renovvel e que
contribuem para a poluio atmosfrica. Com isso, nos
ltimos anos, o desenvolvimento de pesquisas visando
adoo de combustveis renovveis tem se intensificado,
destacando-se entre estes biocombustveis, o Biodiesel,
que pode ser obtido a partir de diversas oleaginosas. O
pinho bravo (Jatropha mollissima Muell. Arg.) uma
oleaginosa que disperta interesse como matria
matria-prima na produo de biodiesel na regio
1326
1 INTRODUO
O uso generalizado de combustveis derivados do petrleo tem resultado em um alto custo
econmico, ambiental e social no nosso planeta, pois, o seu uso em larga escala tem elevado o seu
preo ao mesmo tempo em que tem emitido maior volume de gases poluente (CO 2 , CO, NO x , SO 2 )
para atmosfera. Com isso, o desenvolvimento de meios alternativos para gerao de energia
torna-se necessrios e urgentes para a sustentabilidade do meio ambiente e, portanto da
humanidade. Neste contexto, a produo de biodiesel, o qual pode ser usado como um substituto
do diesel produzido a partir do petrleo torna-se uma alternativa promissora. O biodiesel, que
pode ser produzido a partir de fontes renovveis como leos vegetais, gorduras animais e leos
utilizados em fritura, apresenta a vantagem de contribuir para a diminuio da taxa de emisso de
gases poluentes na atmosfera, resultando em uma reduo significativa das emisses de materiais
particulados, xidos de enxofre e gases que contribuem para o efeito estufa (MITTELBACH, 1985).
Assim, o uso de combustveis renovveis possibilita a melhora na qualidade de vida da populao.
Aranda (2005) afirma que entre as vantagens ambientais do uso do biodiesel destaca-se a
reduo de 78% das emisses de gases poluentes como o dixido de carbono, que o principal
gs responsvel pelo efeito de estufa que esta alterando o clima em escala mundial. A liberao de
material particulado 50% menor e as emisses de xidos de enxofre tambm so reduzidas j
que o biodiesel puro no contm enxofre. Alm disso, o biodiesel renovvel e biodegradvel.
Os leos vegetais, com seu alto poder calorfico apresenta-se como uma fonte promissora
de energia, alm de deter qualidades comumente no encontradas em outras formas de
combustveis e lubrificantes, como a ausncia de enxofre na mistura de glicerdeos, com isso, sua
produo industrial no gera substncias danosas ao meio ambiente (SARTORI, et al.,2009).
O uso direto dos leos vegetais in natura em motores de combusto interna encontra
algumas dificuldades, a maior delas relacionada sua alta viscosidade, que dificulta o escoamento
do combustvel atravs do sistema de injeo. Com isso, a partir da dcada de 1970 processos
qumicos comearam a seres usados visando reduzir a viscosidade do leo vegetal, com a
consequente produo de biodiesel sendo a reao de transesterificao, ainda hoje, a mais
utilizada.
As plantas dotadas de maior capacidade gentica para produo de leos so em geral
denominadas de oleaginosas, destacando-se no Brasil, entre outras; amndoa (Prunus amygdalus
Batsch), andiroba (Carapaguia-ganensis), o babau (Orbignia sp.), cevada (Hordeum vulgare),
Camelina (Camelina sativa), cumaru (Dipteryxodorata), amendoim (Arachis hypogaea), pinho
manso (Jatropha curcas), Karanja (Pongamiaglabra), louro, (Lesquerellafendleri, Madhucaindica),
as microalgas (Chlorella vulgaris), aveia (Avena strigosa), piqui (Caryocar sp.), papoula (Papaver
somniferum L), arroz (Oryza Sativa), gergelim (Sesamum indicum) e o trigo (Triticum vulgare Vill)
(NASIR, 2013).
O pinho bravo figura 1 (Jatropha mollissima Muell. Arg.) uma oleaginosa que apresenta
aspectos atraentes para ser usada como uma alternativa energtica, pois, uma planta arbustiva,
pertencente famlia das Euforbiacea, nativa da Amrica do Sul, mas que tambm ocorrem em
1327
outros pases da Amrica Central, frica e sia (FRANCIS et al, 2005). Planta nativa do semirido
que vegeta com maior facilidade em reas da Caatinga, pode ser encontrada entre os estados do
nordeste, principalmente, no Rio Grande do Norte, apresenta cerca de 1 a 3 metros de altura
(SILVA, 2010).
O seu fruto tem forma de cpsulas verdes, contendo trs sementes castanho-escuroavermelhadas, espessas, de 8 a 9 mm podendo conter em mdia 33% de leo inodoro, fcil de ser
extrado por presso e empregado na fabricao de tintas, sabes e lubrificantes (SILVA, 2010).
Outra utilizao em potencial do leo do pinho bravo na produo de biodiesel.
Mesmo sendo uma planta nativa das regies semiridas e de fcil cultivo os estudos
referentes utilizao do leo das sementes do pinho bravo visando produo de biodiesel
escasso na literatura, por isso, este trabalho foi elaborado com o intuito de destacar a
potencialidade do pinho bravo como fonte de energia renovvel, analisando o teor de leo
presentes em suas sementes e realizando anlises fsico-qumicas preliminares do mesmo
comparando-os com dados obtidos de outras oleaginosas tradicionais na produo de biodiesel,
tais como a soja e o girassol.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
As pesquisas sobre combustveis alternativos e renovveis so realizadas desde a dcada
de 20, porm, foi a partir da dcada de 90 quando a implantao de plantas industriais de
produo em escala comercial comeou a ser impulsionadas, visando principalmente
conservao do meio ambiente e a procura de uma nova fonte de energia com custo competitivo
com o petrleo que esses biocombustveis (etanol, biodiesel, biogs) passaram a ter papel de
destaque nos grandes centros de pesquisa e no mercado mundial.
O biodiesel tem grande importncia na diminuio da emisso de gases poluentes, de
acordo com Lima (2004). Em termos ambientais o biodiesel se destaca expressivamente pela
reduo da emisso de poluentes. Comparado ao leo diesel derivado de petrleo, o biodiesel
pode reduzir em 78% as emisses de gs carbnico, considerando se a reabsoro pelas plantas.
Alm disso, reduzem em 90% as emisses de fumaa e praticamente elimina as emisses de xido
de enxofre. importante frisar que o biodiesel pode ser usado em qualquer motor de ciclo diesel,
com pouca ou nenhuma necessidade de adaptao.
1328
Autores como Nogueira e Pikman (2002) tambm discutem sobre as vantagens econmicas
na produo do biodiesel. Do ponto de vista econmico, a viabilidade do biodiesel est
relacionada com o estabelecimento de um equilbrio favorvel na balana comercial brasileira,
visto que o diesel o derivado de petrleo mais consumido no Brasil, e que uma frao crescente
desse produto vem sendo importada anualmente. Alm dessas vantagens, Oliveira e Costa (2002)
complementam que, o biodiesel possui para o Brasil vantagens econmicas (relacionadas
substituio de importaes de leo diesel), e sociais (na gerao de empregos e fixao do
homem no campo).
Dentre as fontes de biomassa prontamente disponveis, os leos vegetais tm sido
largamente investigados como candidatos a programas de energia renovvel, pois proporcionam
uma gerao descentralizada de energia. Assim como, o cultivo de espcies oleaginosas constitui
alternativas em apoio agricultura familiar, criando melhores condies de vida em regies
carentes, valorizando potencialidades regionais e oferecendo alternativas a problemas
econmicos e scios ambientais (Ramos et al., 2003).
Segundo Paiva Rio (1982) existe duas espcies nativas da caatinga para a produo de leo
no comestvel: Jatropha curcas L. e J. mollissima L, conhecidas pelo nome vulgar de pinho-doparaguai ou pinho-manso e pinho-bravo, respectivamente. Tem sido destacada a possibilidade
de cultivos destas culturas no Nordeste, onde, inclusive, ocorrem naturalmente espcies de
Jatropha (OLIVEIRA, 1979), alm de ser uma planta de fcil adptao a caatinga (FRANCIS, 2005).
Essas espcies se revestem de elevada importncia para o semi-rido brasileiro, pelas
possibilidades de fcil cultivo, adaptao a solos pouco frteis e degradados, resistncia seca e
por estarem despontando como novas opes de ocupao de mo-de-obra e gerao de renda,
por sua utilizao como fonte de leo para a produo de biodiesel. A utilizao de leos vegetais
in natura como combustvel alternativo tem sido alvo de diversos estudos nas ltimas dcadas
(Piyaporn et al., 1996).
Em sntese, notrio que pesquisas que visam desenvolver novas alternativas energticas
com a consequente gerao de emprego e renda em regies como o nordeste, vm a contribuir de
maneira significativa para o desenvolvimento econmico local, com a consequente reduo na
emisso de gases poluentes e assim auxiliar para construo de uma sociedade mais justa e um
meio ambiente mais sustentvel.
3 METODOLOGIA
3.1 Coleta do material botnico e sua determinao de umidade
As sementes de Jatropha mollissima (pinho bravo), foram coletadas em diversas reas
(rural e urbano) no municpio de Apodi-RN.
1329
ID50 para obter sua porcentagem de umidade perdida. Logo aps a essa analise as sementes do
pinho bravo foi triturada em um moinho de marca Marconi MA048, para se possvel deix-lo em
p, aps a obteno desse p, mesma foi colocado em cartuchos feitos de papel de filtro para
iniciar a extrao do leo.
3.3
A extrao foi feita a quente com hexano durante 3 horas, em refluxo usando um aparelho
de Soxhlet. O leo foi separado do solvente em rotaevaporador sob presso reduzida, em seguida
foi colocada em banho Maria para eliminar os traos de hexano residuais.
Figura 2: Etapas de obteno do leo de pinho bravo a) Colheita do material botnico b) Semente do pinho bravo
c) Sistema soxhlet d) leo obtido do pinho bravo.
1330
4 RESULTADOS E DISCUSSO
4.1 Extrao do leo
O processo de extrao foi bastante satisfatrio, pois apresentou um valor muito perto da
literatura como apontou Silva (2010) na qual varia de 25 a 33% de leo. De acordo com Lima
Ribeiro (2007) mostra na tabela 1 abaixo, o rendimento de varias oleaginoso cultivadas no Brasil,
vale ressaltar que o pinho bravo apresenta um maior rendimento de leo em relao soja que
a oleaginosa, mias produzido no Brasil.
Tabela 1: Rendimento de algumas oleaginosas produzido no Brasil
Material vegetal
Pinho Bravo
Soja
Algodo
Girassol
Dend
Mamona
Rendimento (%)
25,2
17
15
28 a 48
20
43 a 45
Material vegetal
Pinho Bravo
Soja
Algodo
Girassol
Dend
Mamona
ndice de Acidez
0,13
0,3
0,55
0,0022
0,79
1,79
1331
4.3 Densidade
Os resultados de densidade para o leo e para o biodiesel de pinho bravo esto dentro da
norma da ANP que indica entre 860 a 900 g dcm-3. Ressaltando, o leo tem uma maior densidade
em relao ao Biodiesel, pois o aumento do tamanho das cadeias carbnicas do ster que ocorre
na transesterificaao diminui a densidade. A leitura foi realizada no visor do equipamento a
27,4 C. Tabela 3 abaixo mostra a densidade de outras oleaginosas cultivada no Brasil segundo
(BELTRO, 2010), nota-se que o leo do pinho bravo apresenta a mesma densidade da soja.
Tabela 3: Densidade de outras oleaginosas cultivada no Brasil
Material vegetal
Pinho Bravo
Soja
Algodo
Girassol
Dend
Mamona
Densidade (g/L)
0,9163
0,916
0,876
0,8796
0,922
0,959
Material vegetal
Pinho Bravo
Soja
Algodo
Girassol
Dend
Mamona
ndice de refrao
1,466
1,466
1,472
1,467
1,454
1,477
Vale ressaltar que os procedimentos desse projeto sero refeito posteriormente, na qual o
mesmo e tambm se virar como dissertao de monografia do aluno Kelyson Caio, pois ser feito
outra analise como viscosidade, ponto de fugor, Tenso superficial (mN/n) entre outros.
5 CONCLUSO
Conclui-se que os resultados mostraram que a semente de Jatropha mollissima (pinho
bravo) produziu leo em boa quantidade (25%) a mesma apresenta boas caractersticas fsicoqumicas para ser usado como matria prima na transesterificao para obteno de biodiesel.
Nos resultados obtidos, estabelecem-se as seguintes concluses para as caractersticas fsicoqumicas como: ndice de acidez, densidade e ndice de refrao para o leo do pinho bravo esto
1332
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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1334
RESUMO
Este trabalho descreve os resultados preliminares do
projeto de extenso Recondicionamentos de Lixo
Eletrnico: Equipamentos de Informtica, desenvolvido
no Campus Natal Zona Norte do IFRN, que tem o
objetivo de coletar equipamentos de informtica
descartados por rgos pblicos e privados, para serem
recondicionadas no Laboratrio de Manuteno de
Computadores do referido campus, por extensionistas
selecionados entre os alunos dos cursos tcnicos de
Eletrnica, Informtica e Manuteno e Suporte em
Informtica. Dessa forma, so atendidos diversos alunos
para a realizao da Prtica Profissional, exigncia
1335
INTRODUO
Atualmente o rpido avano tecnolgico vem trazendo muitos benefcios para a sociedade,
porm traz consigo um grande problema, o acmulo de lixo eletrnico na forma de equipamentos
descartados, principalmente do setor de informtica, que vem crescendo a cada dia.
Diariamente muitos equipamentos de informtica, ainda em condies de uso, mas por
falta de manuteno, vem sendo descartados indiscriminadamente. Em vez de se efetuar a
manuteno, compram-se novos equipamentos, gerando gastos desnecessrios, que muitas vezes
saem do nosso bolso, tendo em vista que boa parte desses materiais so descartado por
instituies pblicas. Indo alm da preocupao financeira, devemos observar que o descarte
desses equipamentos vem causando graves prejuzos ambientais. Sabemos que a preocupao
com o meio ambiente vem aumentando em todas as reas e com o lixo eletrnico no poderia ser
diferente, tendo em vista que esses equipamentos possuem uma grande quantidade de metais
pesados, tais como: mercrio, chumbo e cdmio, que, descartados de forma incorreta, podem
causar danos irreversveis ao meio ambiente.
tendo em vista tal situao que surgiu a ideia de um projeto que tem por objetivo geral a
coleta e recondicionamento de lixo eletrnico, voltados para equipamentos de informtica, com o
intuito de prolongar a vida til da maior quantidade de equipamentos possvel.
Alm de mostrar que h um desperdcio do dinheiro pblico e privado na aquisio de
novos equipamentos de informtica, levamos em considerao tambm o impacto que esses
materiais podem causar para o meio ambiente. Por este motivo um dos nossos objetivos mostrar
que o descarte desse tipo de equipamento traz prejuzos no s financeiros mas tambm
ambientais, tendo em vista que muitos destes so descartados de maneira incorreta.
O material que recolhemos para conserto foi suficiente para podermos provar que o
recondicionamento desses equipamentos pode ser feito a um custo insignificativo, pois utilizamos
componentes de outros equipamentos para o conserto dos que pretendamos recondicionar.
Apesar de termos custo quase zero no recondicionamento desses equipamentos, mais a frente
mostraremos os valores que seriam gastos na compra dos componentes que foram utilizados no
reparo das mquinas, fazendo uma comparao com o valor de novos equipamentos. Diante dos
resultados observamos que mais um objetivo do projeto pde ser alcanado que era comprovar
que muitos materiais descartados como sendo inservveis ainda esto em condies de serem
recondicionados, prolongando sua vida til e diminuindo o impacto ambiental do lixo eletrnico.
A princpio os materiais utilizados para o projeto foram fontes de alimentao para
computadores e fontes de alimentao ininterrupta (nobreaks), recondicionados no Laboratrio de
Manuteno de Computadores do Campus Natal - Zona Norte, do Instituto Federal de Educao,
Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), sob a orientao do professor responsvel.
Esse trabalho foi feito por alunos dos cursos tcnicos em Informtica, Eletrnica e Manuteno e
Suporte em Informtica, do Campus Zona Norte do IFRN, o que proporcionou uma oportunidade
de realizao da prtica profissional, condio necessria para a concluso do curso.
1336
EMBASAMENTO TERICO
A sociedade moderna vive produzindo novidades tecnolgicas, que fazem com que as
pessoas considerem os seus antigos aparelhos eletroeletrnicos desatualizados. Afirma Favera
(2013), que o descarte descuidado desses equipamentos gera problemas sociais e ambientais, pois
grande parte destes possuem materiais qumicos nocivos sade das pessoas e ao meio ambiente.
Macohin (2008), descreve que
A abordagem que se faz sobre a reciclagem e eliminao dos produtos txicos das peas
de computadores necessria, pois alm de abranger os eletroeletrnicos em geral, o
tema vem sendo tratado superficialmente tanto pelos meios de comunicao quanto pela
sociedade. A situao na qual se encontra a sociedade, diante do uso incessante de
produtos eletrnicos e de seu descarte, merece a devida ateno e precisa ser resolvida
em curto prazo, pois os riscos oferecidos so vrios, e a maioria ainda desconhecida.
A tabela a seguir contm dados que ajudaro a entender a magnitude dos problemas que o
lixo eletrnico pode causar a nossa sade.
Tabela 1: De que so feitos os entulhos da nova era.
Fonte: POCA apud PROTAZIO, 2004.
AS SUBSTNCIAS TXICAS DOS COMPUTADORES E CELULARES
1337
Alm da TI verde, uma das solues propostas por Macohin (2013) seria estender a vida til
dos computadores, como por exemplo, os de uso domstico, que, na sua maioria, no precisam da
ltima gerao de processadores e memrias, pois toda a capacidade que possuem no
aproveitada e tambm evitar trocar de equipamento quando este apresentar defeitos que podem
ser corrigidos com a manuteno. Alm disso deveria haver o incentivo s empresas que fabricam
produtos com menor impacto ou aquelas que se comprometem em recolher o equipamento
antigo a serem contempladas na hora da compra.
J que no h como conter ou retardar o lanamento de novas tecnologias, seria necessrio
a conscientizao e educao ambiental para impedir que as pessoas realizem a troca constante
dos aparelhos que possuem, estando cientes da quantidade de lixo txico que produzem
(MACOHIN, 2013).
Dessa forma caminharemos para uma civilizao realmente avanada, que alm de trata
seu lixo o reaproveita, e no simplesmente o descarta de maneira incorreta, comprometendo a
populao e o meio ambiente (PEREIRA, 2013).
METODOLOGIA
Inicialmente, foi elaborada pela autora uma pesquisa prvia para a concepo deste
projeto, com a carga horria equivalente a 200 horas de prtica profissional, para fundamentao
terica e estudo de viabilidade.
Quanto implementao, foram coletadas fontes de alimentao para computadores e
fontes de alimentao ininterrupta (nobreak), vindos de rgos pblicos como secretarias
(municipais e estaduais) e universidades, alm de rgo privados, como empresas. Aps serem
coletados, os equipamentos passaram por uma triagem, no qual foram classificados e selecionados
1338
RESULTADOS E DISCUSSES
75% das fontes coletadas, que se encontravam com defeito, foram recuperadas.
1339
A tabela 2 faz uma relao dos valores que seriam gastos na compra de novas fontes,
juntamente com o valor que seria gasto para o devido reparo das mesmas. Para demostrar os
defeitos mais frequentes, foram selecionadas as marcas que mais se repetiram.
DEFEITO ENCONTRADO
MDIA DO PREO DA
FONTE NO MERCADO
OEM
Fusvel aberto
R$ 0,15
R$ 35,00
HP
R$ 0,45
R$ 60,00
VCOM
R$ 12,39
R$ 49,00
K-MEX
R$ 0,45
R$ 35,00
Apesar da discriminao dos valores, os componentes foram obtidos sem custo, das fontes irrecuperveis ou
obsoletas.
1340
A tabela 3, feita com os UPS, mostram os resultados semelhantes. Como j foi citado, todos
os equipamentos foram recondicionados.
Tabela 3: Comparao de valores entre conserto e compra dos UPS
MARCA
DEFEITO
ENCONTRADO
VALOR DOS
COMPONENTES
SUBSTITUDOS
MDIA DO PREO DA
FONTE NO MERCADO
MICROSOL
R$ 37,14
R$ 577,00
MICROSOL
Bateria 7 Ah com
defeito
R$ 36,99
R$ 577,00
MICROSOL
Bateria 5 Ah com
defeito
R$ 55,00
R$ 499,00
CONSIDERAES FINAIS
REFERNCIAS
1341
2013.
PROTAZIO,
Paula.
Montanhas
de
lixo
digital.
Disponvel
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG67907-6014,00MONTANHAS%2BDE%2BLIXO%2BDIGITAL.html Acesso em 02 de maro de 2013.
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ROSA, Agostinho. Fabricao de cada computador consome 1.800 quilos de materiais Disponvel
em: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010125070309 Acesso
em 20 de maro de 2013.
1342
RESUMO
O presente estudo tem por objetivo a obteno de
biocombustvel atravs de leos de cozinhas j utilizados
para que o mesmo no seja descartado
inadequadamente. Tendo em vista que 1 (um) litro de
leo pode contaminar at 1(um) milho de litros de
gua (BORTOLUZZI: 2011, p. 21), buscou-se atravs de
experimentos laboratoriais uma alternativa de reutilizar
este leo para a produo de biodiesel por meio de uma
reao de transesterificao em meio alcalino,
combatendo assim a poluio que este vem causando ao
meio ambiente com o descarte inapropriado. Sabendo
que os subprodutos so utilizveis neste processo
tambm foi produzido glicerol (glicerina). No processo de
1343
1. INTRODUO
Segundo a lei N. 11097 de 13 de Janeiro de 2005, no Art. 2 que orienta que a introduo
do biodiesel na matriz energtica brasileira, sendo fixado em 5% (cinco por cento), em volume, o
percentual mnimo obrigatrio de adio de biodiesel ao leo diesel comercializado ao
consumidor final, em qualquer parte do territrio nacional. Este combustvel comea a ganhar
importncia no mbito nacional, pois a sua insero na matriz energtica brasileira debatida em
vrios pontos. O biocombustvel pode ser produzido a partir de vrias formas, uma delas atravs
do leo de cozinha j utilizado. Alm disso, a contaminao que o leo em contato com a gua
pode produzir gs metano (CH 4 ) atravs de um processo anaerbico. Como tambm 1 (um) litro
de leo pode contaminar at 1(um) milho de litros de gua (BORTOLUZZI: 2011, p. 21). Dessa
forma, buscou-se uma alternativa de reutilizar este leo para a produo de biodiesel combatendo
a poluio que este vem causando ao meio ambiente, com o descarte inapropriado.
A produo de biodiesel atravs do leo pode formar o glicerol, substncia de aplicaes
em cosmticos, rea txtil, indstria, alimentcia e entre outras reas, porm a produo de
glicerol um fator a ser estudado, pois a sua purificao desprende muito investimento e o seu
preo final pode cair pela grande oferta desta substncia. O presente artigo mostra uma forma de
utilizar esse glicerol produzido, diminuindo esta preocupao com o acmulo do mesmo.
Portanto, todo o leo aproveitado nessa transformao em biodiesel e glicerol, com apenas
rejeitos mnimos. Foi experimentado a utilizao do leo de cozinha transformando-o em
biodiesel e glicerina com um dos principais objetivos conscientizar a populao em prol da
reutilizao do leo vegetal em biocombustvel, assim como a utilizao de um dos seus
subprodutos em sabo. Com adio de uma frao do Biodiesel no prprio diesel como foi citado
acima tem o intuito de baratear o custo deste combustvel.
2. MATERIAL E MTODOS
Para este trabalho foi utilizado 500 (quinhentos) mililitros leo de cozinha j usado, 116
(cento e dezesseis) mililitros de metanol e 3,5 (trs e meio) gramas de hidrxido de sdio. Usou-se
uma proveta de 500 (quinhentos) mililitros, um bquer de 250 (duzentos e cinquenta) mililitros,
basto de vidro, vidro de relgio, esptula, balana analtica, funil de decantao, funil de vidro,
agitador magntico, chapa aquecedora eltrica, termmetro, capela de exausto como tambm
os EPIs: luvas descartveis, mscara protetora e culos de proteo.
Primeiro misturou-se a massa de hidrxido de sdio pesada previamente na balana
analtica com o volume medido de metanol na proveta citada acima. Atravs dessa reao foi
produzido o metxido de sdio, que por sua vez, foi armazenado num frasco de vidro e depois de
alguns dias em descanso.
1344
Logo depois foi misturado ao leo de cozinha, que antes havia passado por um processo
de peneirao para retirada de impurezas e tambm foi aquecido a uma temperatura constante
de 55C na chapa aquecedora durante 1(uma) hora com o intuito de retirar o mximo possvel de
gua presente no leo.
Aps esse processo de purificao do leo e retirada da gua presente no mesmo, foi
adicionado o metxido de sdio e colocou-se 200 (duzentos) mililitros dessa mistura num bquer,
que foi mexido com a ajuda do agitador magntico durante 1 (uma) hora. Como descrita pela
Figura 3 a seguir.
1345
Logo aps, a mistura foi levada para o funil de decantao e ficou em repouso durante 2
(dois) dias.
3. RESULTADOS E DISCUSSES
A cada dia que passa, o preo da gasolina, diesel e derivados de petrleo aumenta ao
mesmo tempo que suas reservas diminuem, esse quadro torna-se mais preocupante porque essa
uma tendncia permanente, ou seja, no temos expectativa que esse quadro seja revertido.
Alm do problema fsico, existe tambm o problema poltico: em que a cada ameaa de guerra ou
crise internacional, o preo do barril de petrleo dispara.
O biodiesel uma energia renovvel, em que seu uso como combustvel proporciona
ganho ambiental para todo o planeta, pois colabora para diminuir a poluio e o efeito estufa,
tendo risco de exploso baixo. Ele precisa de uma fonte de calor acima de 150 (cento e cinquenta)
graus celcius para explodir.
1346
relevante reciclar o leo de cozinha, pois sua poluio pode prejudicar a oxigenao,
matando plantas e peixes na regio, deixando-os doentes. Se o leo for despejado diretamente no
esgoto, ele encarece o tratamento deste em cerca de 45% (quarenta e cinco). Alm de todos esses
problemas, ele ainda causa mau cheiro e pode provocar entupimento, ajudando a causar refluxos
e alagamentos.
Uma preocupao constante dos ambientalistas na atualidade a priorizao de meios
para amenizar estes problemas descritos anteriormente. Dessa forma estudamos alternativas para
suprir algumas necessidades atravs de restos de leos de cozinha.
O processo de transformao do leo vegetal em biodiesel proveniente de uma reao
orgnica chamada de transesterificao, que de acordo com Silva (2012,p. 15)
consiste num processo reversvel no qual os triglicerdeos reagem com o
lcool metlico na presena de um catalisador cido ou bsico. Ocorre o
craqueamento nas molculas dos steres e outro craqueamento das
molculas do lcool metlico; forma-se o subproduto glicerol e o ster
metlico de cido graxo (biodiesel).
O autor em questo apresenta a Figura 5 abaixo que mostra a reao de transesterificao
do leo de cozinha:
O produto obtido foi armazenado no funil de separao, no qual foi realizado o processo
de decantao atravs da diferena de polaridade do biodiesel e do glicerol, a parte mais clara o
biocombustvel e a parte mais escura o glicerol junto com outras impurezas do processo, como
mostrado na Figura 6 abaixo:
1347
Aps ser separado o biodiesel foi lavado com gua destilada para a retirada de impurezas,
que possam estar ainda no mesmo, segundo a Figura 7 abaixo.
1348
4. CONCLUSES
A preservao do meio ambiente fundamental para todos os setores da sociedade.
Porm, so evidenciadas cada vez mais formas de destruir esse meio. Tendo em vista esse quadro
o presente artigo chega a uma definio de uma das formas de conservao destes ecossistemas.
O destino do material que foi alvo do estudo foi uma das formas encontradas para o no
descarte indevido do mesmo, encontrando assim uma alternativa para esta mistura. Alternativa
essa usada para a produo de substancias que sero utilizadas no desenvolvimento de alguns
setores como energia renovvel com utilizao do Biodiesel, o qual um subproduto do material
em estudo assim como a produo de glicerina outro subproduto do mesmo processo. J este
outro subproduto teve um estudo direcionado para a fabricao de sabo completando assim
todo o processo de utilizao da mistura citada anteriormente evitando que a mesma v para o
ambiente degradando-o com seus aspetos nocivos atravs da interao com a natureza.
Conclui-se dessa forma que o processo descrito neste artigo mais proveitoso que os
demais trabalhos j estudados nesse mbito, tendo em vista que os outros mtodos utilizam
recursos alimentcios naturais, pois alm de preservar o meio ambiente retirando um poluente
que iria afetar a natureza ele produz substncias que sero reutilizados no dia a dia em aplicaes
diferentes.
5. AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradecemos a Deus pelo dom da vida. Segundo, a nossos pais por nos dar
foras para nunca desistir. Agradecer tambm pela oportunidade de poder estar fazendo parte do
quadro de alunos de uma das melhores instituies do Brasil. Ao professor Severino George
Domingo por ter nos ajudado cedendo o laboratrio da UFRN Campus Nova Cruz - para alguns
dos nossos procedimentos. Ao aluno Abson Luiz Pereira da Silva por ter nos ajudado coletando
leo em sua residncia e ter nos fornecido. Aos professores Allan Nilson Dantas e Djeson Mateus
1349
Alves da Costa por nos auxiliarem nas prticas laboratoriais. Por fim, agradecemos a professora
Elis Betnia Guedes por ter nos auxiliado no decorrer do desenvolvimento do trabalho.
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
SILVA, C. N. Obteno de Biocombustvel a partir da reutilizao de leo vegetal de uso culinrio.
Santo Andr. 2012.
AGNCIA NACIONAL DO PETRLEO, GS NATURAL E BIOCOMBUSTVEIS, Lei N. 11097 de 13 de
Janeiro de 2005. Regulamento Tcnico. Disponvel em (www.anp.gov.br) Acesso em 12 de Abril de
2013.
Disponvel em: <http://www.biodieselbr.com/biodiesel/vantagens/vantagens-biodiesel.htm>.
Acesso em: 12 Abril. 2013.
Disponvel em: <http://www.biodieselbr.com/noticias/biodiesel/reciclagem-oleo-cozinha-10-0707.htm > Acesso em 10 Abril. 2013.
Disponvel em: <http://meioambiente.culturamix.com/reciclagem/a-importancia-de-reciclar-ooleo-de-cozinha> Acesso em 10 Abril. 2013.
1350
RESUMO
O presente artigo trata da tecnologia de satlites e sua
relao com as tecnologias de informao e
comunicao, largamente utilizadas pela humanidade
atualmente. Realizamos pesquisas bibliogrficas em
materiais ligados ao tema, e buscamos construir o artigo
de modo que pessoas que no possuem conhecimento
nas reas de Fsica e Engenharia possam entender o
tema tratado. Sentimos a necessidade de construo
desse artigo devido ao fato de que muitas pessoas
utilizam as tecnologias relacionadas aos satlites, no
entanto no tem entendimento dos processos de
lanamento, como eles se comportam no ambiente fora
1351
1 INTRODUO
O interesse do ser humano pelo espao sideral, os planetas e os astros, existe desde a
poca das cavernas onde os homens pr-histricos j admiravam o cu. Milhares de anos depois,
com os trabalhos de fsicos como Galileu Galilei, Tycho Brahe, Johannes Kepler e Isaac Newton, ao
longo dos sculos XVI e XVII, os conhecimentos fsicos necessrios para o lanamento de foguetes
e satlites foram desenvolvidos no continente europeu. No entanto, mostrou-se ao longo desses
estudos que a tecnologia da poca no estava capacitada para enviar foguetes e satlites ao
espao. Os primeiros trabalhos com o intuito de buscar solues para os problemas de engenharia
que impossibilitavam o lanamento de projteis ao espao, s comearam a ser realizados anos
antes da Segunda Guerra Mundial pelos engenheiros Konstantin E. Tsiolkovsky, Robert H. Goddard
e Hermann Oberth, que trabalharam independentemente e quase sempre com poucos recursos.
Os estudos desses dois engenheiros no foram, inicialmente, bem aceitos e compreendidos. S a
partir da possibilidade de uso dos satlites e foguetes com fins militares, que a Alemanha, Os
Estados Unidos e a Unio Sovitica passaram a se interessar por essa tecnologia. Findada a
Segunda Guerra Mundial, inicio-se a corrida espacial entre dois dos vitoriosos: Estados Unidos e
Unio Sovitica, durante a chamada Guerra Fria. Como primeiro produto dessa corrida espacial,
dona tambm de um carter militar, em 4 de outubro de 1957 foi lanado pela Unio Sovitica o
primeiro satlite, o Sputnik 1. A partir da diversos outros foram lanados, e a tecnologia de
foguetes foi sendo cada vez mais desenvolvida e aperfeioada (CARLEIAL, 1999).
Atualmente os satlites desempenham importante papel em diversos setores, como os de
Estudos do espao (planetas, estrelas ou fenmenos como buracos negros, nascimento e morte de
estrelas etc.); Telecomunicaes (TV, celular, internet); Monitoramento remoto e
geoprocessamento (estudo da vegetao, das correntes de ar, do clima dentre outros a partir da
observao feita por satlites), etc. Infelizmente muitas pessoas, embora se sirvam diariamente
dessas tecnologias e seus benefcios, no tem conhecimento das utilidades de um satlite e da
forma como ele se relaciona com as tecnologias de informao e comunicao. Por isso
pretendemos neste artigo discutir de forma clara e objetiva questes relacionadas aos satlites e
suas utilidades para a tecnologia, visando contribuir para que o conhecimento sobre esse tema
seja mais e melhor divulgado.
2 METODOLOGIA
Para construo do presente trabalho fizemos uma pesquisa bibliogrfica sobre temas
como lanamento, rbitas, tipos (funes) dos satlites artificiais e lixo espacial, utilizando como
principais fontes de pesquisa o material sobre satlites artificiais produzidos por Iran Carlos
Stalliviere Corra do Instituto de Geografia da UFRS; os princpios fsicos relacionados ao
lanamento e estabilizao do satlite em rbita, presentes na apostila-aula sobre gravitao de
Caio e Marcelo Macdo, professores da UFS e no texto O Canho orbital de Isaac Newton. Como
assim? de Carlos Henrique Veiga. Os demais assuntos tratados no presente trabalho (inclusive
1352
lixo espacial) tiveram como fonte de consulta os demais referenciais tericos listados nas
referencias bibliogrficas.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
3.1 Colocando o satlite em rbita
O primeiro estudioso a refletir sobre como se poderia colocar um satlite em rbita ao
redor da Terra foi Isaac Newton. Ele se questionava como poderia o satlite se manter em rbita
ao redor da Terra sem cair nela, j que a fora gravitacional que o planeta exerceria sobre o
satlite se manteria atuante durante o movimento ao longo da rbita. Para resolver tal problema,
Newton imaginou um canho capaz de lanar projteis a grandes distncias, posicionado num
local de altitude elevada, onde a influncia do ar pudesse ser desprezada, devido a este ser muito
rarefeito. Essa altitude seria cerca de 150 km acima do nvel do mar. Segundo o raciocnio de
Newton, devia existir uma velocidade para qual, o corpo sendo lanado, no casse sobre o solo da
Terra, como ocorre quando lanamos um objeto na horizontal com pequena velocidade.
Certamente essa velocidade deveria ser bastante elevada para que o objetivo fosse conseguido.
Para as velocidades baixas, os projteis que estavam sendo lanados seriam atrados pela fora
gravitacional e cairiam sobre a Terra (Veiga, 2012). J se essa velocidade fosse atingida, o projtil
continuaria caindo em direo a Terra, mas de forma a fazer ao seu redor um movimento circular
uniforme, como est representada na figura abaixo.
Segundo MACDO e MACDO, 2012, a Lei da Gravitao Universal de Newton, diz que todo
corpo que possui massa capaz de atrair outros corpos atravs da chamada fora de atrao
gravitacional. Essa fora diretamente proporcional ao produto das massas dos corpos e
inversamente proporcional ao quadrado das distncias, tudo isso multiplicado pela constante
gravitacional G. Traduzindo isso numa equao matemtica temos:
F g =
(1)
1353
(2)
V o =
(3)
Diante do resultado acima chegamos concluso de que a velocidade orbital proposta por
Newton no depende da massa do corpo que vai realizar o movimento circular uniforme, e sim
apenas da massa do corpo que gera o campo gravitacional de maior intensidade e do raio da
trajetria. Levando em considerao que a massa da Terra aproximadamente 6,0x1024 kg, o raio
6,37x106 m e a constante gravitacional G 6,67x10-11 N.m2/kg2, teremos que a velocidade de
escape ser de aproximadamente 8 km/s. A equao proposta, nos mostra como encontrar o valor
da velocidade orbital, ou seja, a velocidade necessria para que o corpo orbitando ao redor da
Terra no caia nela. Levando em considerao que Newton se valeu da ideia de um canho
hipottico, que pudesse ficar a uma altura superior a 150 km da superfcie terrestre, fcil
perceber que essa equao no poderia se aplicar para o lanamento de um corpo, no caso um
satlite, aqui da Terra.
Para encontrarmos o valor da chamada velocidade de escape, ou seja, a velocidade mnima
que um corpo tem que ter para que, saindo da Terra, passe a orbitar ao seu redor, devemos
analisar o comportamento das energias cintica e potencial gravitacional do corpo, de forma que
quando o corpo acumule a energia potencial da rbita que queremos que ele fique, sua energia
cintica seja nula. A energia cintica se constitui como a energia de movimento do corpo, ou seja,
se um corpo possui movimento em relao a um referencial, possui energia cintica em relao a
esse mesmo referencial. A energia potencial gravitacional a energia acumulada num corpo
devido a sua interao com o campo gravitacional da Terra. Vejamos a deduo de como
encontrar a velocidade de escape abaixo.
As energias cintica e potencial gravitacional para um corpo na Terra so dadas
respectivamente por:
= e =
(4)
Assim a energia mecnica do sistema, ou seja, a soma das energias cintica e potencial
gravitacional, considerando que a dissipao de energia durante a subida do foguete seja mnima
dada por:
E c + E pg = E m
(5)
1354
Onde a energia potencial gravitacional tem sinal contrrio ao da energia cintica, pois
quanto mais o satlite se aproxima da rbita, mais energia cintica convertida em potencial.
Como o sistema praticamente no perde energia, a equao acima pode ser escrita como:
E c - E pg = E c = E pg
Substituindo as equaes temos:
(6)
(7)
Assim percebemos que a velocidade de escape, de dada pela equao acima, o que
representa uma velocidade de aproximadamente 11,3 km/s. Para se colocar um satlite em rbita,
o mesmo posto dentro de um foguete e lana-se esse foguete em direo ao espao. O foguete
imprime ao satlite uma velocidade horizontal, e logo em seguida comea a se desmontar, at que
o satlite fique completamente livre do foguete e comece a realizar um movimento circular
uniforme ao redor do planeta, devido fora de atrao gravitacional e a velocidade tangencial
rbita (BROWN, 2012). Veja a figura abaixo:
1355
rbita. Isso ocorre devido ao chamado arrastamento atmosfrico, que consiste na atuao de uma
fora de resistncia ao movimento, imposta pelo ar. Os satlites nessa rbita viajam com velocidade
aproximada de 27.400 km/h ou 8 km/s. Em consequncia um satlite nessa rbita leva de 90 minutos
para dar uma volta ao redor da Terra. Vale salientar que, dependendo do comprimento da rbita, os
satlites esto sujeitos as aes dos gases atmosfricos na termosfera (nas alturas entre 80 a 500 km)
ou na exosfera (nas alturas de 500 km acima) (CORRA, 2010).
Um satlite em rbita polar se movimenta sobre os polos norte e sul da Terra em cada um
de seus movimentos. Sendo assim, sua rbita aproximadamente perpendicular linha do
equador. Como a rbita do satlite fixa, provvel que ele varra reas diferentes do planeta, em
sentido vertical, ou seja, varra reas de diferentes latitudes, devido ao movimento de rotao da
Terra. Essa rbita normalmente usada para satlites de mapeamento geogrfico e geolgico,
observao da superfcie terrestre, satlites meteorolgicos e at satlites espies. Logo abaixo
temos o exemplo de uma rbita polar, que normalmente tem formato elptico e grande
excentricidade, ou seja, bastante achatada. Essa rbita tambm conhecida como rbita de
Molniya (CORRA, 2010). Tambm est representada na figura a rbita equatorial, a partir da qual
podemos perceber a sua perpendicularidade com a rbita polar. Do lado direito temos outra
representao da rbita polar, com as reas varridas pelo satlite postas em amarelo, e a rbita
em vermelho.
1356
Um satlite com rbita elptica mais um caso de satlite com rbita polar. Nessa rbita o
caminho oval, sendo que uma parte est mais prxima da Terra, (o Perigeo) e a outra est mais
distante (o Apogeu). O perodo desse satlite, ou seja, o tempo que ele leva para dar uma volta
completa em sua rbita de 12 horas. Veja a figura abaixo, que ilustra a rbita elptica (CORRA,
2010).
1357
Esses satlites tem uma importncia em especial para a Geografia, pois os dados coletados por
esse tipo de satlite, expressados acima so temas de grande interesse dessa rea de estudo
(CORRA, 2010).
Satlites astronmicos: So basicamente sondas, que fazem a coleta de dados astronmicos de
planetas, galxias, estrelas, meteoros e meteoritos dentre outros. Inicialmente essas sondas
orbitam a Terra para s depois se encaminharem ao planeta de destino, por isso consideramos
que as mesmas se comportam, durante certo tempo, como satlites (CORRA, 2010). Um dos
satlites astronmicos mais conhecidos o Hubble que um telescpio ptico lanado pelos
Estados Unidos no ano de 1990.
Satlites meteorolgicos: so utilizados para estudo e anlise do clima do planeta e das suas
intempries. Uma anlise bem detalhada e livre de grandes alteraes s pode ser feita a partir do
espao, onde o satlite pode coletar dados precisos sobre distribuio das nuvens, correntes
martimas nos oceanos, os principais processos atmosfricos, verificar o nvel da irradiao
trmica da Terra para o espao, detectar a formao de furaces, dentre outros (CORRA, 2010).
Satlites de telecomunicao: possuem uma importncia que merece destaque. Eles so
responsveis pela recepo e envio dos sinais de telefonia celular, algumas modalidades de
internet e de TV. O Brasil tem um satlite desse tipo, que foi posto em rbita pela empresa
Embratel, chamado Brasilsat (CORRA, 2010).
Satlites de navegao: tm como principal utilidade possibilitar a localizao de um determinado
objeto na superfcie terrestre, e se divide em dois tipos: os de localizao e os de posicionamento.
Os satlites de localizao so mais antigos, e necessitam que o objeto que se quer encontrar na
superfcie da Terra emita um sinal, para que seja captado pelo satlite, e assim este indique a
localizao. J o de posicionamento no necessita dessa emisso de sinal. O segundo tipo
amplamente utilizado nos atuais aparelhos de GPS (CORRA, 2010).
Satlites militares: Se destinam, ou pelo menos se destinavam, a realizar o mesmo trabalho que os
de navegao e localizao, alm de outros com carter especificamente militar. Esse tipo de
satlite foi utilizado em especial na poca da Guerra Fria, onde Estados Unidos e Unio Sovitica
buscavam constantemente desenvolver aparatos militares e tecnolgicos mais avanados que os
da sua nao rival. Ambas as naes lanaram satlites que tinham objetivo de monitorar a nao
inimiga, e descobrir o que ela estava fazendo, com o intuito de se prepara para eventuais ataques
da nao inimiga (CORRA, 2010).
1358
continua se agravando, pois muitos dos satlites e equipamentos desativados que continuam em
rbita colidem uns com os outros, gerando grande quantidade de destroos, que por sua vez
podem colidir com satlites ainda em uso ou com naves espaciais, provocando grandes danos a
esses equipamentos.
Infelizmente, muitas vezes se esquece de falar sobre o lixo espacial, quando se fala em
preservao do planeta e no desenvolvimento de estratgias para corrigir os problemas gerados
pela tecnologia utilizada pela humanidade. Muitos pases firmam tratados que visam o uso
consciente dos equipamentos espaciais e do controle do lixo espacial. Infelizmente muitas vezes
esses tratados so desrespeitados pelos prprios pases que os firmaram, como foi o caso da China
que no ano de 2007 enviou um mssil atmosfera para destruir um satlite de sua propriedade.
Milhares de destroos do satlite destrudo se espalharam pelas rbitas, aumentando as chances
de colises e danos outros satlites e equipamentos tambm em rbita.
Outro srio problema o risco desses objetos atingirem a Terra. Normalmente, aps a
coliso, esses objetos diminuem de velocidade, e dependendo dessa diminuio, podem chegar a
no ter velocidade o suficiente para manter-se em rbita, consequentemente caindo no planeta.
Os objetos de menor extenso normalmente se desintegram na atmosfera. O problema est nos
objetos maiores, que podem manter-se com tamanho perigoso e provocar estragos e mortes nos
locais onde cair. Alguns objetos j caram em pases como Estados Unidos, Canad, Frana, Brasil e
Nova Zelndia. Como se j no bastasse o problema da queda dos destroos em si, ainda existe o
risco de contaminao por material radioativo, pois muitos satlites utilizam reatores nucleares
para fornecer energia para o funcionamento do seu sistema. Uma eventual queda desse tipo de
satlite certamente traria grandes consequncias, no s pela coliso com o planeta, mas tambm
pela contaminao radiolgica que provocaria. Se o problema no for resolvido, existe a
possibilidade de no se poder mais continuar utilizando as comunicaes via satlite. Esse fato
ocorrer porque futuramente no ser mais vivel colocar satlites em rbita, pois as colises com
o lixo espacial certamente acarretar na destruio dos mesmos.
Existem algumas formas pensadas para tentar se resolver o problema do lixo espacial.
Dentre elas esto: A utilizao de lasers instalados na Terra, que poderiam atingir o lixo em rbita
e desvi-lo, fazendo com que cassem na atmosfera da Terra e assim se desintegrasse durante a
queda; o uso de redes feitas de material resistente e flexvel, que poderiam pegar grandes
quantidades de lixo, e logo aps traz-los para o planeta; fios de cobre e materiais magnticos,
que atraindo o lixo espacial e interagindo com o campo magntico da Terra atrairiam esse lixo de
volta ao planeta; uso do chamado aerogel, que seria uma liga supergrudenta que colaria destroos
e depois seria recolhida e trazida para a Terra; brao coletor que poderia agarrar os equipamentos
e coloc-los em recipientes para traz-los de volta a Terra e espumas, que seriam corpos
extremamente porosos para que os detritos em movimento passassem por dentro deles e
reduzissem sua velocidade. Com essa reduo de velocidade os detritos cairiam na Terra, e se
desintegrariam devido ao atrito com a atmosfera. De uma forma geral, nenhuma dessas tcnicas
est ainda sendo colocada em prtica, tanto devido necessidade de mais estudos quando aos
valores exorbitantes de seus custos (BIANCHIN, 2008).
1359
Alm de todos esses problemas, analistas preveem que se o problema no for resolvido
logo, ocorrer a chamada sndrome de Kessler, que consiste no encapsulamento da Terra por uma
camada de lixo espacial. Diante desse quadro, faz-se cada vez mais urgente a busca de solues
imediatas e eficazes para solucionar o problema. Abaixo temos uma figura que representa o
quadro atual do lixo espacial ao redor da Terra, onde cada ponto branco representa um satlite
em uso, estao espacial ou destroo (RODRIGUES, s/d).
4 CONCLUSO
Verificamos que a tecnologia de satlites tem grandes implicaes para o avano dos
estudos do espao e dos planetas (inclusive a Terra), bem como das tecnologias de informao e
comunicao utilizadas cotidianamente por ns. No entanto essa tecnologia demanda
conhecimentos especficos dos quais a grande maioria da populao no possui. importante que
se passe a debater sobre questes ligadas aos programas espaciais dos diversos pases ao redor do
mundo, visto que essa tecnologia largamente em pregada pela grande maioria dos pases, alm
de que a sndrome de Kessler se mostra um quadro preocupante e bastante provvel de ocorrer
no futuro. Defendemos que as instituies de ensino e os meios de comunicao passem a
divulgar mais e melhor o tema, buscando informar a populao sobre essa tecnologia e seus
riscos, possibilitando que as pessoas possam, no s entender o tema, mas que tenham
capacidade de opinar minimanete sobre ele.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BIANCHIN, Victor. Os garis do Universo. Revista Superinteressante Edio Verde, 2008.
BROWN,
Gary.
Como
funcionam
os
satlites.
Disponvel
<http://ciencia.hsw.uol.com.br/satelites.htm/printable>. Acesso em 10 dezembro de 2012.
em
CARLEIAL, Aydano Barreto. Uma Breve Histria da Conquista Espacial. In Panorama e histria da
pesquisa espacial, nmero 7, outubro de 1999.
CORRA, Iran Carlos Stalliviere. Satlites Artificiais. Museu de Topografia Prof. Laureano Ibrahim
Chaffe. Departamento de Geodsia IG/UFRGS, outubro de 2010.
1360
1361
RESUMO
Este artigo apresenta um sistema de superviso e
aquisio de dados microcontrolado (SCADA), que foi
desenvolvido com a finalidade de monitorar a situao
de um ambiente. O sistema permite armazenar amostras
e plotar um grfico dos dados referentes ao
monitoramento da temperatura, o que possibilita uma
anlise mais detalhada desses dados em estudos futuros.
1362
1 INTRODUO
O monitoramento de ambientes uma atividade de suma importncia, e indispensvel em
grande parte dos sistemas industriais por ser mais eficiente e seguro do que um monitoramento
humano. Em muitos sistemas de risco, o monitoramento pode representar a integridade dos
equipamentos, dos produtos, e do operador. Nas cmaras frigorficas, a superviso pode ajudar a
prevenir defeitos que ocasionem falhas operacionais do equipamento e consequentemente, a
perda de produtos. Nos sistemas de gerao de energia, o ambiente de gerao deve ser
rigorosamente monitorado para evitar qualquer deficincia que possa causar problemas que
resultem na interrupo ou queda de qualidade no fornecimento da eletricidade. Como boa
alternativa a ser utilizada para o monitoramento est a utilizao de sistemas digitais de
monitoramento conhecidos como SCADA.
Uma vez que os equipamentos comercializados para aquisio de dados possuem um custo
elevado, e so relativamente raros no Brasil, existe a necessidade do desenvolvimento de SCADAs
de monitoramento de dados meteorolgicos, de baixo custo e adaptveis para outros enfoques da
superviso de ambientes.
Para se desenvolver um SCADA necessrio haver uma interface entre o homem e a
mquina, um terminal remoto, um computador para adquirir e supervisionar os dados recolhidos
pelo terminal remoto e um meio de comunicao. Os terminais devem estar ligados a sensores de
monitoramento. Tais terminais se encarregam em converter os valores correspondentes as
grandezas fsicas do ambiente monitorado, que so adquiridos pelos sensores, e enviar para o
sistema de aquisio. No SCADA desenvolvido, a grandeza de temperatura por meio do sensor
LM35. Para desenvolver esse sistema foi utilizado o microcontrolador PIC18F4520. Como canal de
comunicao dos terminais remotos com os computadores foi utilizado o padro RS-232 e o
protocolo UART.
A figura abaixo representa o SCADA desenvolvido.
1363
cdigo-fonte (firmware) para o microcontrolador. O cdigo fonte contm uma rotina para
execuo que se encarrega de manipular o display, a porta serial e a coleta de dados. Durante a
coleta de dados, o usurio pode tambm salvar os valores em um arquivo *.txt e em um grfico
*.png por meio da aplicao desenvolvida que ser detalhada a seguir.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Monitoramento de ambientes com sistemas microcontrolados
Nos dias atuais, de elevado avano tecnolgico, a aquisio de dados dos processos
imprescindvel e aplicado em diversas situaes como, por exemplo, na comprovao de dados
tericos e na avaliao de potencial de fontes renovveis de energia. [JUC apud FRANA,1997].
O registro de dados de forma automtica possibilita, entre outras vantagens, a eliminao
de erros humanos na leitura dos sensores, erros de digitao, perdas de dados, sincronismo da
leitura entre vrios instrumentos e frequncia de leitura com intervalos precisos. [SOUSA, 2012].
Outra vantagem do uso de computadores que os dados obtidos podem ser trabalhados
em diversos aplicativos comerciais, tais como planilhas eletrnicas, programas grficos,
estatsticos, editores de texto, dentre outros. [SOUSA apud GOMIDE, 1998].
2.3 Microcontroladores
Como alternativa robusta e flexvel para o monitoramento dos dados, podem ser utilizados
os microcontroladores, que sevem como interface controladora dos perifricos, como o conversor
analgico-digital e os sensores.
Segundo Souza (2005) ... poderamos definir o microcontrolador como um pequeno
componente eletrnico, dotado de uma inteligncia programvel, utilizado no controle de
processos lgicos [SOUZA, 2005, p.21]. Um microcontrolador um sistema computacional
pequeno contendo um processador, uma memria primria e uma memria de armazenamento.
adepto do conceito tudo em um chip. Em contrapartida aos microprocessadores atuais, o
microcontrolador um sistema de propsito especifico, sendo que ele escolhido exatamente
para determinada tarefa, de forma oposta aos microprocessadores, que so fabricados com base
em maximizar a capacidade de processamento.
1364
2.4 Sensor
Sensores so dispositivos que variam suas propriedades sob a ao de uma grandeza
fsica, fornecendo um sinal que indica essa grandeza [SOUSA apud BASTOS, 2002]. Para capturar
os valores da temperatura foi utilizado o sensor LM35. O LM35 tem em sua sada 10 mV para cada
Grau Celsius de temperatura, a sua escala total de amplitude de temperatura varia de -55 C a
+150 C (NATIONAL SEMICONDUCTOR, 1994).
METODOLOGIA
1365
Por se tratar de um kit educacional, muitas funes desta placa no sero utilizadas.
Muitas funes desta placa podem inclusive atrapalhar a preciso da medio, como o aquecedor.
Existem chaves para habilitar o funcionamento dos perifricos. Para desligar um componente,
necessrio mudar a respectiva posio da chave para OFF. As chaves que devem estar com a
posio ON so as chaves dos AN0, LCD, TEMP,RX e TX. As chaves RX e TX so responsveis pela
entrada e sada de dados pela porta serial.
Caso sejam necessrias mais informaes sobre a placa PicGnios, o site da micrognios
poder ser consultado: www.micrognios.com
1366
eficiente, rpida e poderosa. O programa utilizou como compilador o MIKROC desenvolvido pela
empresa mikroeletronika.
Startbits: um bit enviado para iniciar a comunicao. Ele inicia a comunicao com
base nos parmetros abaixo:
enviado.
Numero de bits: define o nmero de bits de dados que compe o byte a ser
Para mais informaes o padro serial RS-232, o site Eletrnica.org poder ser consultado:
Site Eletrnica.org - http://www2.eletronica.org/artigos/eletronica-digital/padrao-serial-rs-232
3.7 Rxtx
O RXTX a mais famosa API para comunicao de dados pela porta serial e paralela. uma
API baseada na antiga API nativa do Java, a Java.comm, que atualmente somente disponibilizada
para os sistemas Solaris e Linux. Os comandos so de fcil interpretao.
Para mais informaes
consultado.: rxtx.qbang.org
biblioteca
RXTX,
site
da
API
poder
ser
3.8 JFreeChart
O JFreeChart um projeto de software livre, iniciado em 2000 desenvolve uma API
grfica para plotagem de grficos. O JFreeChart possui licena LGPL que permite a sua utilizao
em projetos de cdigo-fechado.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
4.1 Funcionamento do firmware do microcontrolador
O firmware do microcontrolador funciona da forma descrita no diagrama abaixo:
1367
1368
A aba monitor possui 5 botes, sendo que 4 deles j foram implementados. O boto com
o cone da lista representa a Lista de Amostras colhidas. J o cone com as ferramentas, representa
a configurao da gravao do relatrio de amostras colhidas. O boto com um cone de um
monitor cardaco permite que sejam plotados os grficos dos dados recebidos. O boto de
fechar tem como funo fechar a comunicao, gravar os relatrios, caso solicitado, e voltar ao
estado inicial da aplicao. O boto com um pequeno terminal uma interface ainda em
desenvolvimento para enviar comandos ao microcontrolador, o que permitir que o operador
altere a forma com que o microcontrolador trabalha.
4.2.1 Teste de desempenho do SCADA
Utilizando um termmetro digital do IFRN, foi realizado um pequeno teste de medio da
temperatura adquirida. Durante quatro minutos foram adquiridas oito amostras a cada 30
segundos:
1369
LM35
TESTE
16:20
16:20
16:21
16:21
16:22
16:22
16:23
16:23
16:24
16:24
26
26
25
25
25
25
25
25
25
25
25.6
25.6
25.5
25.5
25.5
25.5
25.4
25.4
25.3
25.2
5. CONCLUSO
O SCADA desenvolvido o primeiro passo para o desenvolvimento de estudos mais
complexos relacionados aos SCADAs. Aps os testes, o projeto atingiu s expectativas, permitindo
que a medio seja monitorada distante do terminal remoto com preciso satisfatria. Com o
prottipo em pleno funcionamento, o objetivo do projeto foi alcanado. O desenvolvimento de
outros trabalhos com SCADA estaro facilitados, pois o requisito bsico j foi fixado, sendo a partr
disto, fcil a adaptao para outros enfoques de SCADA.
Futuramente podero ser implementadas novas funes ao Serial PC Monitor: banco de
dados e a possibilidade de disponibilizar os dados na rede de computadores. J para o
microcontrolador PIC, o cdigo dever ser modificado para permitir que os dados possam ser
tambm adquiridos em variveis de ponto flutuante. Alm disso, poder ser desenvolvido um
firmware para controlar outros sensores, como por exemplo, um sensor para medio da
velocidade e direo do vento, umidade do ar entre outros.
1370
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Microcontrolador: Prof. Dr. Gideon Villar Leandro, Microcontrolador PIC 18F452 / PROTEUS, 1
edio, CURITIBA, 2011.
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que
um
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Centigrade
Temperature
Sensors
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em 13 de Novembro de 2012>.
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Dissertao (Mestrado em Engenharia Eltrica). Universidade Federal da Paraba; Campina
Grande-PB; 1997.
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utilizando um microcomputador PIC. 2012. 65 f. Dissertao (Mestrado em Irrigao e Drenagem)
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BRAGA, Newton C. Como funcionam os conversores A/D. Revista Saber Eletrnica - ano 42 nmero 402, So paulo, Jul/2006.
1371
RESUMO
O software livre um tipo de software que no trs
custos diretos na sua aquisio, ao contrrio dos
chamados softwares proprietrios. Seu uso, ainda algo
que vem sendo estudado e sua existncia ainda no de
conhecimento da populao como um todo, mas apesar
disso, depois de criada a ideia de um software que no
necessitasse de licenas de uso, ele vem se propagando
de uma maneira jamais esperada. Hoje, podemos
perceber isso atravs das empresas privadas e rgos
pblicos, que adotaram o uso de softwares baseados na
licena GPL e isso vem crescendo consideravelmente. O
1372
1 INTRODUO
Por mais que j no seja to recente, o software livre ainda um recurso desconhecido por
muitos. Dentre vrios motivos que os levam a esse desconhecimento, o fato dos softwares
proprietrios exibirem custos, os permite maior destaque na sociedade. Porm, isso no impede
que os dois tipos de softwares apresentem equivalncias entre si, a cada dia, os programas livres
vem aumentando seu espao no mundo tecnolgico, com sua gratuidade, facilidade de uso e
maior comodidade.
Ao explorarmos o uso do software em microempresas e rgos pblicos, perceberemos o
avano do uso dos softwares baseados na licena GPL, criada por Richard Stallman aps lanar o
projeto GNU, que formada por quatro liberdades. Essas empresas tm reconhecido as
benfeitorias que eles trazem e sabendo aplica-las de forma que os resultados sejam mais do que
positivos. Resultados que variam desde a prpria economia financeira, seja em empresas privadas
ou pblicas, at o investimento em projetos governamentais, como a incluso e alfabetizao
digital da sociedade.
1373
1374
1375
uso do conhecimento obtido ao longo dos anos, alm de minimizar os impactos frentes s
mudanas e ciclos tecnolgicos, trazendo menos dificuldades aos nossos executivos e
administradores de TI na tomada de deciso. Estamos no caminho certo..
Escritrio
Suite Office
Processador de textos
Planilhas
Apresentaes
Windows
MS Office
MS Word
MS Excel
MS PowerPoint
GNU/Linux
OpenOffice.org, GnomeOffice, Koffice
Abiword, OpenOffice.org Writer, Kword
Gnumeric, OpenOffice.org Calc, Kspread
OpenOffice.org Impress, Kpresenter
1376
Banco de dados
Finanas
Gerenciador de projetos
Multimdia
Tocador de MP3/OGG
Gravador de CD
Tocador de CD
Visualizador de vdeos
Tocador de DVD
Extrator de MP3
Editor de udio
Windows
GNU/Linux
XMMS, Mplayer, Xine
Grficos
Visualizador de imagens
Visualizador de fotos
Editor de imagem (bsico)
Editor de fotos
Editor de imagens vetoriais
Ferramentas Desktop
Visualizador de PDF
Gerador de PDF
Programas de Scanner
Anti-vrus
Grip, Gnome CD
Mplayer, Xine, KDE Media Player, VLC
Mplayer, Xine, AviPlayer, Ogle, VLC
Grip, Lame, NotLame
WaveForge, GNUSound, Glame, Sweep
Windows
GNU/Linux
Corel Draw
Windows
Adobe Acrobat Reader
Adobe Acrobat Distiller
Cds que acompanham o scanner
Norton Antivirus, TrendMicro, Dr. Web
Gtkam, Gphoto2
Kpaint, Tuxpaint, Gpaint
Gimp, ImageMagick, CinePaint
Sodipodi, OpenOffice.org Draw, Dia, Xfig
GNU/Linux
GhostView, Xpdf, kghostview
PDFLatex, GV, Xfig, Ghostscript, Kghostview
Xsane, kooka
OpenAntiVirus, Clam Antivirus
1377
3 CONCLUSO
Sabemos que o uso do software livre no algo de conhecimento completo por parte de
usurios comuns, apesar de que essa realidade vem mudando medida que os benefcios que
esse tipo de software trs, vem, aos poucos, fazendo parte do conhecimento da sociedade. Tem
ficado claro que os softwares baseados em licenas GPL j so capazes de suprir as necessidades
existentes, com eficincia semelhante a dos softwares proprietrios.
Microempresas e rgos pblicos tomaram conhecimento desses benefcios, que vo alm
da grande economia financeira. A percepo desses conhecimentos tem sido refletida em
nmeros e pesquisas, cerca de metade das microempresas brasileiras j adotaram o uso do
software livre e algumas at desenvolvem os seus prprios softwares, rgos pblicos tem
utilizado esse recurso para economizar nos impostos e investir em programas como incluso
digital.
O software livre j conseguiu sair do pensamento idealista e passou a ser realidade no
mercado e na tecnologia, ocupando um espao mais do que significado na sociedade e
possibilitando avanos em outras reas, a exemplo da tecnologia da informao.
1378
4 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
SILVA, F.J. Software Livre: Conceitos, Histria e Impactos. Maranho, 2009. Grupo de
Engenharia de Sistemas e Mobilidade-Departamento de Informtica-Universidade Federal do
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softwares livres. Disponvel em:
<http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2012/12/13/ibge-quase-metade-dasmicroempresas-usa-softwares-livres/> Acessado em: 10/03/2013
G1: Tecnologia e games Software livre uso em 40% das microempresas no Brasil, diz IBGE.
Disponvel em:
<http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/12/software-livre-e-usado-em-48-dasmicroempresas-no-brasil-diz-ibge.html g1> Acessado em: 10/03/2013
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Acessado em: 30/03/2013
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Disponvel em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Open_Source_Development_Labs>
Acessado em: 04/04/2013
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<http://www.softwarelivre.gov.br/artigos/estamos-no-caminho-certo/>
Acessado
04/04/2013
em:
1379
RESUMO
ABSTRACT
1380
INTRODUO
A busca por produtos naturais com propriedades teraputicas h muito tempo vem sendo
explorada pelo homem. As primeiras descries sobre plantas medicinais feitas pelo homem
remontam s sagradas escrituras e ao papiro de Ebers. Bolzani [et.al](2002. p.48).
Aspidosperma Pyrifolium, conhecida popularmente como Pereiro, uma espcie de planta
natural da regio do Semi-rido do Nordeste do Brasil e frequentemente utilizada pela medicina
popular no tratamento de doenas e enfermidades. Essas propriedades teraputicas so
provenientes de compostos orgnicos, bem como os flavonides presentes na casca do Pereiro,
que de acordo com Ricardo (2011, p.50) agem no combate de inflamaes do trato urinrio e
dermatite.
Devido ampla distribuio dessa espcie na regio do Alto Oeste Potiguar e suas
respectivas atividades anti-inflamatrias, usadas na medicina popular da regio, que foram
realizados testes fitoqumicos com o intuito de analisar a presena das classes de compostos
orgnicos presentes em extratos brutos obtidos de diferentes partes dessa planta, dos quais
estudam apontam para presena de taninos, antocianinas, antocianidinas e flavonides que
apresentam, entre outras, possveis atividades anti-inflamatrias e antioxidantes.
REVISO BIBLIOGRFICA
1381
1382
Figura 2: Estruturas das antocianidinas em funo do pH. Guimares; Alves; Filho (2012).
METODOLOGIA
1383
professora biloga Viviane Medeiros (IFRN), e sua exsicata encontra-se em processo de elaborao
para posterior catalogao.
Para obteno dos extratos, as partes coletadas (folha, raiz e semente) foram submetidas
secagem ao ar para retirada de toda a umidade por 5 dias. Aps esse perodo, os materiais
vegetais foram triturados e submetidos processo de extrao frio em separado com os
solventes hexano e etanol, por 7 dias. Aps a extrao, os respectivos solventes foram evaporados
sob presso reduzida em evaporador rotatrio, obtendo-se assim os extratos hexnico e etanlico
brutos de cada parte vegetal. Esses extratos foram pesados e obtidas as respectivas massas e
percentuais correspondentes das plantas. Esses dados esto citados na tabela 01.
7,8 %
41,59%
4,93%
3,57%
0,365%
RESULTADOS E DISCUSSES
1384
Tabela 2. Resultado dos testes fitoqumicos realizados com os extratos da Aspidosperma Pyrifolium.
Extrato vegetal
Resultado do teste
para identificao de
identificao de antocianinas,
taninos
antocianidinas e flavonides
Pereiro (E.E.S.P.)
Extrato etanlico da folha do
Pereiro (E.E.F.P.)
Extrato hexnico da folha do
Pereiro (E.H.F.P.)
Extrato etanlico da raiz do Pereiro
(E.E.R.P.)
Extrato hexnico da da raiz do
Pereiro (E.H.R.P.)
O teste fitoqumico realizado para identificao de taninos teve resultado positivo nos
extratos etanlicos da folha e semente do Pereiro, nos quais foi possvel observar a formao de
precipitados de colorao escura em ambos os testes.
Como as alteraes nas antocianinas e antocianidinas ocorrem em funo do pH, o que
confere diferentes estruturas para esses compostos que buscou-se identificar, a partir dos
resultados obtidos, quais os compostos flavonlicos presentes nos extratos vegetais do Pereiro.
Contudo foi possvel observar que E.E.R.P. com pH 3,0, apresentou colorao vermelha,
caracterizando a presena de antocianinas, antocianidinas, chalconas e auronas, quando
alcalinizado a pH 11, obteve colorao amarela, indicando a presena de flavonas , flavanis e
xantonas que tambm foram identificados no E.H.F.P. tambm com pH 11.
CONCLUSES
1385
REFERNCIAS
1386
AGRADECIMENTOS
1387
TRILHA ATMICA: UMA MANEIRA DIFERENTE PARA MELHORAR O ENSINOAPRENDIZAGEM NA DISCIPLINA DE QUMICA
1
RESUMO
Os jogos didticos tm um valor indispensvel no
processo de ensino-aprendizagem, sendo estes
ferramentas alternativas que do um bom
suporte/apoio tanto para o professor, que quer
transmitir conhecimento quanto para o aluno, que
deseja adquiri-lo. Os jogos tm inmeras vantagens,
mas uma das principais que ao mesmo tempo em
que ensinam, divertem, facilitando assim a aquisio
de conhecimentos. Diante dessas caractersticas dos
jogos
didticos
este
trabalho
prope
o
desenvolvimento de um jogo, intitulado Trilha
Atmica. Este trabalho foi desenvolvido pelos
bolsistas do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de
Iniciao a Docncia). O mesmo, tem como objetivo
melhorar e facilitar o processo de ensino-
KEY-WORDS: Trail Atomic, Atomic Models, Educational games, teaching and learning.
1388
1. INTRODUO
Atualmente estudar qumica sem uma orientao didtica pode ser uma atividade
exaustiva paras os alunos, considerando as vastas infinidades de smbolos que ser abordado ao
longo dessa cincia. Muitos alunos por sua vez entram em um processo de decorar os smbolos,
desde modo de grande importncia que o ensino de qumica seja relevante aos estudantes.
O professor tem a necessidade de buscar um recurso para facilitar a aprendizagem e tornar
as aulas de qumica mais agradveis e dinmicas para os alunos, dentre os recursos tem os jogos,
que uma boa atividade ldica deste modo promove e ajuda os alunos absorverem os contedos
com maior facilidade, ao mesmo tempo em que o educador deixa suas aulas dinmicas. Assim a
partir desta interao os alunos desenvolvem estratgias modernas e simples em busca do
conhecimento saindo de uma linha tradicional despertando a curiosidade do discente e tornandose assim um aluno ativo (BARROS et al, 2009).
A atividade ldica tem o objetivo de propiciar o meio para que o aluno induza o seu
raciocnio, a reflexo e consequentemente a construo do seu conhecimento. Promove a
construo do conhecimento cognitivo, fsico, social e psicomotor o que o leva a memorizar mais
facilmente o assunto abordado. Alm disso, desenvolve as habilidades necessrias s prticas
educacionais da atualidade.
O objetivo do trabalho apresentar uma proposta de jogo didtico Trilha Atmica
tendo como funo principal de servir como ferramenta didtica a professores do ensino mdio,
atuando como agente motivador da busca pelo conhecimento Qumico.
2. REVISO BIBLIOGRFICA
Na formao da cidadania, o ensino da Qumica de fundamental importncia, pois esta
cincia faz parte da sociedade tecnolgica moderna que vivemos hoje. Tradicionalmente, as
cincias tm sido ensinadas como uma coleo de fatos, descrio de fenmenos, enunciados de
teorias em que o aluno tem que memorizar. A maioria dos educadores no procura fazer com que
os alunos discutam as causas dos fenmenos, estabeleam relaes da cincia com o cotidiano,
enfim, que entendam os mecanismos dos processos que esto estudando (ZANON et al, 2008).
Segundo os Parmetros Curriculares Nacionais Ensino Mdio (Brasil, 1998), a Qumica,
como disciplina escolar, um instrumento de formao humana, um meio para interpretar o
mundo e interagir com a realidade.
Diante disse os jogos educativos ou didticos fornecem um meio para que a aula se torne
mais dinmica. Com eles, os estudantes possam ir alm da aprendizagem convencional, centrado
na teoria, interagindo com o contexto trabalhado. Assim, seus pensamentos sero muito mais
organizados, fundamentados e amplos, aumentando a curiosidade e vontade de aprender. Vrios
so os jogos para ensino de qumica encontrados na literatura, a grande maioria verses de
sucessos de venda, como Perfil e jogos clssicos, como ludo, bingo e batalha naval (ALMEIDA &
NETO, 2010).
1389
De acordo com Ferreira (2004, p. 1158), no Novo Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa,
verificam-se a existncia de 20 significados para a palavra jogo:
Como se pode observar existem vrios conceitos para a palavra jogo, cabe ao professor
fazer uma analise desses conceitos antes de se criar um determinado jogo, visto que esse
conhecimento a cerca desses significados de grande importncia para um bom desenvolvimento
de uma atividade ldica envolvendo o jogo.
O ldico um importante instrumento de trabalho. Grandes tericos precursores de
mtodos ativos da educao, como Decroly, Piaget, Vigotsky, Elkonin, Huizinga, Dewey, Freinet e
Froebel, frisaram categoricamente a importncia que os mtodos ldicos proporcionam
educao de crianas, adolescentes e adultos, pois nos momentos de maior descontrao e
desinibio, oferecidos pelos jogos, s pessoas se desbloqueiam e descontrair-se, o que
proporciona maior aproximao, uma melhoria na integrao e na interao do grupo, facilitando
a aprendizagem. O mediador, no caso do professor, deve oferecer possibilidades na construo do
conhecimento, respeitando as diversas singularidades. Essas atividades oportunizam a
interlocuo de saberes, a socializao e o desenvolvimento pessoal, social, e cognitivo quando
bem exploradas (MELO, 2005).
Segundo Santana e Rezende (2008) quando se cria ou se adapta um jogo ao contedo
escolar, ocorrer o desenvolvimento de habilidades que envolvem o indivduo em todos os
aspectos: cognitivos, emocionais e relacionais. Tem como objetivo torn-lo mais competente na
produo de respostas criativas e eficazes para solucionar os problemas. O jogo nestas condies
mostra-se como uma ferramenta indispensvel no processo de ensino-aprendizagem.
De acordo com Vygotsky (1989), os jogos estimulam a curiosidade, a iniciativa e a
autoconfiana; aprimoram o desenvolvimento de habilidades lingusticas, mentais e de
concentrao; e exercitam interaes sociais e trabalho em equipe. Do ponto de vista do
professor, os jogos permitem identificar erros de aprendizagem e atitudes e dificuldades dos
alunos. As dificuldades para a implementao dos jogos didticos incluem a perda do carter
didtico devido m aplicao dos jogos; o sacrifcio de outros contedos em funo do tempo
1390
gasto com o jogo; a perda da caracterstica ldica da atividade pela interferncia do professor; e
dificuldades no acesso aos jogos e s informaes que possam subsidiar o trabalho do docente. E
segundo Roos et al (2009) no Ensino de Qumica a maneira com que alguns temas so abordados,
leva o estudante a v- l como uma cincia abstrata, j que muitas vezes no consegue conceber
as ideias de espao tridimensional, dificultando a aprendizagem. Aos professores, cabe buscar
alternativas didticas para reverter o problema, mostrando que a Qumica uma cincia cujos
conceitos e leis so consequncias diretas do comportamento da natureza.
3. METODOLOGIA
O processo de realizao deste trabalho foi dividido em trs etapas como mostra o
fluxograma da Figura 1 abaixo:
1 Etapa
Aula teorica
sobre a
Evoluos dos
Modelos
Atmicos
2 Etapa
3 Etapa
Confeco do
jogo Trilha
Atmica
Aplicao do
jogo
confeccionado
A primeira etapa foi a aula terica sobre a Evoluo dos Modelos Atmicos, foi uma aula
ministrada de forma tradicional utilizando-se apenas o quadro e o livro didtico, e logo em
seguida foi aplicado um pequeno questionrio sobre o assunto abordado.
Visto muitas dificuldades na compreenso do contedo foi realizado confeco de um
jogo intitulado Trilha Atmica, sendo esta a segunda etapa do trabalho. Foram selecionadas
algumas questes sobre o contedo serem trabalhadas no jogo. O jogo composto por um
tabuleiro feito de folhas A4 num tamanho real, um dado e 30 cartas, nelas continham perguntas
do assunto e provas surpresas para que as equipes realizassem no decorrer do jogo, observe o
modelo das cartas na Figura 2 e o Tabuleiro construdo na Figura 3. Os materiais utilizados na
construo das cartelas foram: papelo para servir de base para as cartas e uma caixa de papelo
para a construo do dado, pensando assim em uma questo de reciclagem, como tambm papel
1391
ofcio colorido, pincel para quadro, fita transparente para fixar as cartas em sua respectiva base e
as casas do tabuleiro, tesoura, cola, computador e impressora.
Chegada
Sada
4. RESULTADOS E DISCUSSES
No teste feito antes do jogo, logo aps a aula terica, pde-se perceber e comprovar com
os resultados obtidos na Tabela 1 abaixo, que os alunos apresentaram dificuldades para responder
algumas das questes, muitos acabava confundindo-se na hora de fazer relao do modelo
atmico com o cientista que o desenvolveu.
1392
Notas
Abaixo de 6,0
Acima de 6,0
Percentagem (%)
55
45
Observando a Tabela 1, percebeu-se que 45% dos alunos obtiveram uma nota acima de 6,0
enquanto que 55% das notas foram inferiores a mdia escolar. Provavelmente por se tratar de um
assunto que requer leitura e muita compreenso de fatos histricos, boa parte dos alunos
apresentaram um baixo rendimento no teste aplicado e o percentual abaixo da mdia foi um
pouco preocupante, isso por se tratar de um assunto mais simples que muitos outros da qumica.
Porm foi levado em conta que para eles a aula talvez no tenha sido to boa quanto se esperava,
no houve motivao e nem interesse dos alunos, pois foram utilizados apenas o livro e o quadro
como recursos didticos.
A aplicao do jogo Trilha Atmica envolveu ao todo 34 alunos de duas turmas de 1 srie
do Ensino Mdio da Escola Estadual Professor Antonio Dantas do Municpio de Apodi/RN, os
mesmos mostraram um grande interesse pelo jogo e participaram ativamente da atividade.
Durante a aplicao do jogo pde-se observar o interesse dos alunos pelo assunto
trabalhado, a socializao entre os grupos, a interao da turma, a participao do professor que
acompanhou a aplicao do jogo, a diverso e ao mesmo tempo uma aula mais dinmica,
tornando mais expressiva aprendizagem como observado na Figura 4. Sem falar que foi
realizado outro teste ps jogo e o rendimento foi bem melhor, 68% obtiveram uma nota acima de
6,0 e 32% das notas foram inferiores a 6,0.
1393
Diante desses resultados pde-se perceber que o jogo foi bem aceito pelos alunos, pois ao
complementar a aula terica com exerccios e com jogos ldicos, a mesma se tornou mais atrativa,
divertida e interessante.
5. CONCLUSO
Com a aplicao do jogo, observou-se que houve um maior interesse dos alunos em
estudar qumica. Isto pde ser percebido atravs da participao ativa dos mesmos que
interagiram de forma dinmica durante a aplicao do jogo demonstrando curiosidade e interesse
pelo assunto. O jogo propiciou uma maior interao e familiarizao dos alunos com a Evoluo
dos modelos atmicos, que antes era tido como algo difcil de ser aprendido e que despertava
pouco interesse, pois este vinha sendo desenvolvido na sala de aula de forma tradicional de
ensino.
6. AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professor Antonio Dantas pelo espao cedido, ao Programa Institucional
de Bolsas de Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e
Tecnologia do Rio Grande do Norte-IFRN, Cmpus Apodi.
REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS
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Acesso em 03/05/2013 s 23:25.
1394
1395
RESUMO
Este artigo aborda a importncia da utilizao de
atividades ldicas como instrumento norteador do
processo de ensino-aprendizagem das escolas publica e
importante instrumento dinamizador, tornando as aulas
mais atrativas e motivadoras, alm de favorecer a
socializao dos educandos e estimular o interesse dos
alunos pelos contedos trabalhados. A atividade
1396
1 INTRODUO
A ideia do Ensino despertado pelo interesse do estudante passou a ser um desafio
competncia do docente para o processo de aprendizagem. nesse contexto que o professor,
gerador de situaes estimuladoras para o aprendizado, ganhou espao com os Jogos Didticos
que se tornou instrumento motivador dos conhecimentos na disciplina de Qumica.
medida que se prope o estmulo ao interesse do aluno, por um lado, o jogo constri
novas formas de pensamento e desenvolvimento, e por outro lado, para o professor, o jogo traz a
condio de condutor e avaliador de aprendizagem.
Sabe-se que a dificuldade na assimilao dos contedos abordados em Qumica est ligada
aos baixos ndices de aprendizado, alm da desmotivao causada pelo desinteresse na disciplina.
Por isso, a implantao de novas metodologias de ensino que vise auxiliar e facilitar o aprendizado
vm se destacando no meio educacional.
A utilizao de um jogo didtico em Qumica tem por finalidade, proporcionar o
conhecimento amplo das representaes que se tem na disciplina, especialmente quando se
desejam desenvolver no aluno a capacidade de entender os conceitos, nomenclaturas dos
elementos qumicos e representaes de frmulas, para o entendimento de muitos que devem ser
trabalhados em sala de aula, pois conhecer os aspectos representacionais da Qumica faz parte de
uma cultura cientfica importante para o bom aproveitamento da atividade realizada e formao
dos indivduos.
Dessa forma, o jogo Twister Qumico foi aplicado na Escola Estadual Professora Maria
Zenilda Gama Trres, no municpio de Apodi-RN, e tem como objetivo facilitar o aprendizado dos
alunos referentes aos cidos e bases, a representao por meio de frmulas e sua respectiva
nomenclatura, alm de proporcionar uma aula mais interativa e diferenciada.
2 REVISO BIBIOGRFICA
O ensino de qumica na escola, em muitas situaes, se d pelo conjunto de passos e
frmulas, onde os professores continuam mostrando exemplos no quadro e tendo como objetivo,
a expectativa de que os alunos sejam capazes de resolver exerccios, exatamente iguais, tornando
assim o ensino uma maneira apenas de repassar o conhecimento. Segundo Freire (1996) ensinar
no transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua prpria produo ou a sua
construo.
O ensino da qumica seria bem mais simples e agradvel se fossem abandonadas as
metodologias ultrapassadas muito utilizadas no ensino tradicional, isto , os mtodos onde
os nicos recursos didticos utilizados pelo professor para repassar os contedos aos
alunos so o quadro, o pincel e a linguagem oral e se investissem mais nos procedimentos
didticos alternativos (BERNARDELLI, 2004).
Dessa forma torna-se papel do docente inserir novas metodologias no ensinoaprendizagem como forma de estimular o interesse dos alunos pelas aulas de qumica, como
tambm para alcanar uma aprendizagem concreta. Sobre isso Almeida (1998) afirma que
1397
preciso reencontrar caminhos novos para a prtica pedaggica escolar, uma espcie de libertao,
de desafios, uma luz na escurido [...] A educao ldica pode ser uma boa alternativa.
Sendo assim este trabalho teve como objetivo desenvolver um jogo pedaggico,
semelhante ao tradicional jogo Twist ter adaptado para o contedo de cidos de bases, utilizandoo como ferramenta facilitadora, ao mesmo tempo em que funciona como um instrumento
motivador, dinamizando as aulas, proporcionando aos discentes uma forma descontrada de
desenvolver o raciocnio e quebrar um pouco o modelo tradicional de ensino.
3 METODOLOGIA
Inicialmente foi aplicado o jogo Twister Qumico, em uma turma de 20 alunos da 2 srie
do Ensino Mdio, da Escola Estadual Professora Maria Zenilda Gama Trres, do municpio de
Apodi-RN, no qual, jogado no solo em um tabuleiro de grandes dimenses formado por quatro
colunas de grandes crculos coloridos, e cada circunferncia de uma cor: vermelho, amarelo, azul e
verde; na qual apresentavam as frmulas sobrescritas de diferentes cidos e bases, ver figura I.
Um spinner, Figura 02, ainda adicionado a um tabuleiro quadrado menor que vai servir
como molde para o jogo. O spinner dividido em quatro seces rotuladas: p direito, mo
esquerda, p esquerdo e mo direita. Cada uma dessas quatro partes so divididos em quatro
cores (vermelho, amarelo, azul e verde) e escritos de acordo com a nomenclatura de cidos e
bases.
1398
Para a confeco desse jogo foi utilizados os seguintes materiais: folhas A4 brancas, para
confeco do spinner, impressora, cartolinas (vermelho, amarelo, azul e verde) para a produo
de 32 crculos, fita adesiva para finalizao, cola branca e tesoura.
Ao final da aplicao do jogo foi solicitada a opinio dos alunos sobre a utilizao desse
jogo em sala de aula, como uma forma alternativa de trazer um melhor aprendizado do contedo
(cidos e bases) e tornar as aulas mais dinmicas.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
No decorrer da aplicao do jogo Twister Qumico, observou-se uma participao ativa
entre os alunos, demonstrando um comportamento entusiasmado e verificando-se um
aprendizado por parte dos mesmos por meio da fixao do contedo. O jogo tambm auxiliou os
alunos a adquirir o conhecimento sobre os elementos cidos e bases, alm da sua nomenclatura e
frmulas qumicas respectivas.
Aps a aplicao, foi solicitada a opinio dos alunos sobre esse material didtico nas aulas
de qumica e questionada a contribuio do jogo na aprendizagem dos mesmos. De forma geral,
todos puderam comprovar que a utilizao desse recurso ajudou na fixao do contedo. Dessa
forma, os alunos conseguiram adquirir a capacidade de identificar e diferenciar um cido de uma
base, e desse modo foi possvel perceber a aprovao do jogo. Figura 04.
1399
Aprovao do jogo
timo
15%
Bom
15%
10%
60%
Regular
ruim
Portanto, foi possvel perceber que o jogo possibilitou aos alunos uma aula diferenciada e
proveitosa, pois os mesmo conseguiram associar os nomes dos cidos e bases com suas
respectivas frmulas.
5 CONCLUSO
Com a utilizao do Twister Qumico, foi possvel verificar que os jogos so ferramentas
auxiliares que podem ser utilizadas no processo de ensino-aprendizagem. A partir da sua aplicao
na sala de aula, o ensino pode se tornar mais ativo e diferenciado, no qual o discente estimulado
pela prtica do jogo busque a resoluo de problemas apresentados pelo mesmo, como uma
forma de conquistar xito na atividade proposta. Tal afirmativa reforada por Fialho (2010), o
qual enfatiza que:
[...] o jogo exerce uma fascinao sobre as pessoas, que lutam pela vitria procurando
entender os mecanismos dos mesmos, o que constitui de uma tcnica onde os alunos
aprendem brincando; no entanto, queremos deixar claro, que os jogos devem ser vistos como
apoio, auxiliando no processo educativo. Fialho (2010).
Por meio das atividades realizadas, foi possvel comprovar que a utilizao dos jogos pode
trazer resultados positivos para a aprendizagem, desde que sejam utilizadas como uma forma de
incentivo para aluno querer aprender, alm de poder tornar as aulas de qumica, que so
consideradas de difcil compreenso e que muitas vezes leva o aluno a reprovao, mais
significativas, dinmicas e prazerosas.
Atravs da anlise dos resultados obtidos nas atividades desenvolvidas pudemos concluir
que a aprendizagem significativa por meio de metodologias diferenciadas proporciona aos
discentes uma melhor compreenso dos contedos, alm de contribuir para uma melhor relao
entre os alunos e o professor.
1400
6 AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professora Maria Zenilda Gama Torres pelo espao cedido, ao Programa
de Bolsas de Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e
Tecnologia do Rio Grande do Norte-IFRN, Campus Apodi.
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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compreenso da ecologia e a temtica CTSA (Cincia, Tecnologia, Sociedade e Ambiente).
Paran: 2008.
1401
RESUMO
Grandes eventos ocorrem periodicamente pelo mundo
mobilizando
multides
com
suas
temticas
diversificadas. Muitos desses eventos enfrentam uma
srie de problemas em comum: a falta de recursos
financeiros, baixa visibilidade e pequena interao do
pblico. Essas dificuldades ocorrem por diversos motivos,
que normalmente esto interligados, variando de acordo
com o pblico alvo, planejamento e execuo do evento.
Na procura por solues para esses problemas, surgiu o
Konnect, uma plataforma que integra o marketing digital
1402
1. INTRODUO
O segmento de eventos (convenes, congressos, feiras, etc.) movimenta em todo o mundo
mais de 30 bilhes de dlares por ano, segundo dados da Caribbean Tourism Organization (2010),
organizao responsvel por estmulo ao turismo sustentvel. No Brasil, este setor um ramo de
atividade em constante crescimento, com mais de 330 mil eventos realizados por ano (REVISTA
EVENTOS, 2012), nmero que tende a crescer devido alta visibilidade gerada pelos grandes
eventos desportivos que o pas sediar (Copa do Mundo e Olimpadas), alm do seu forte
desenvolvimento econmico nos ltimos anos. A cidade de So Paulo, por exemplo, considerada
a capital latina de eventos de negcios (ABEOC, 2013). Ao lado da regio Sudeste, o Nordeste
aparece como destaque neste seguimento, de acordo com a CBC&VB1, a regio produz mais de 58
mil eventos por ano. E ainda, de acordo com o SEBRAE-RN, 76,6% dos profissionais desta rea em
Natal pretendem ampliar seus servios nos prximos anos.
O uso de marketing digital em eventos tm propiciado estratgias mais eficientes de
comunicao entre os organizadores e os participantes, de forma relevante, personalizada e com
mais eficincia. O marketing digital o conjunto de estratgias de marketing e publicidade,
aplicadas Internet e ao novo comportamento do consumidor quando est navegando. No se
trata de uma ou outra ao, mas de um conjunto coerente e eficaz de aes que criam um contato
permanente de sua empresa com seus clientes (Torres, 2010). Segundo FALCO (2008), a
publicidade tem acompanhado o desenvolvimento da Internet como meio de comunicao e
negcios, desde sua abertura comercial em 1995, investindo em novas formas de interao entre
consumidores e marcas. O marketing viral, por exemplo, estimula o marketing boca a boca de
certo produto pela Internet, aproveitando-se das redes sociais de contanto, para tal finalidade.
Em paralelo, o crescimento tecnolgico fez surgir novos mecanismos de iterao entre
usurios e tecnologia, fazendo surgir um novo conceito conhecido como realidade aumentada,
que visa garantir que o usurio se sinta imerso e possa interagir com o ambiente virtual, de forma
fcil e natural. O uso de realidade aumentada pode ser um grande atrativo em eventos e um
recurso interessante para aumentar iterao de seus participantes.
1403
1.1 Problemtica
Em contrapartida, a realizao de um evento de sucesso consiste em oferecer boas atraes
e receber em troca um grande pblico, sendo possvel custear os gastos e at mesmo gerar lucro.
Contudo, por questes financeiras, o montante investido para a organizao e execuo dos
eventos pequeno, gerando um resultado final abaixo do esperado.
A falta de recursos financeiros disponveis para o investimento em um evento poderia ser
solucionada com patrocnios, sendo que, qualquer patrocinador tem como intuito o retorno
positivo do dinheiro investido, seja ele com vendas diretas, ou com o fortalecimento da marca
entre os consumidores. Dessa forma, apenas os grandes eventos, que geram uma grande ateno
da mdia em sua volta, conseguem bons patrocnios de maneira fcil e rpida. Enquanto isso, a
parcela restante encontra srias dificuldades, devido a baixa visibilidade gerada em todos os meios
de comunicao. Sem recursos, os organizadores so obrigados a oferecerem atraes mais
modestas, estruturas menos confortveis, menos segurana, em suma, so tomadas medidas de
corte de gastos, que acarretam em um evento menos atrativo, ocasionando um baixo nmero de
pessoas presentes.
1.2 Proposta
Com o intuito de solucionar a problemtica levantada e consequentemente aumentar a
visibilidade de eventos, de modo mais eficiente e menos onerosa, propomos uma abordagem
integrada de marketing digital com realidade aumentada para realizao de eventos, chamada de
Konnect. A plataforma desenvolvida prope um maior envolvimento os participantes do evento,
que atuaro como promotores naturais do mesmo. O Konnect a juno de um plano de
marketing em rede aliado a um software de interao atrativo e inovador, que incentiva a
competio por brindes ofertados pelos patrocinadores, gerando um grande trfego de posts e
fotos pelas redes sociais, disseminando o nome do patrocinador.
1404
2. REVISO BIBLIOGRFICA
A evoluo recente das tecnologias para captura de interaes, muitas vezes de forma
ubqua dos usurios, criou novos padres para concepo de interfaces de aplicaes interativas,
tais como o Wiimote (Wii Remote 2009) e o Kinect (2010). Essas so as duas principais aplicaes
comerciais que caracterizam essa nova forma de se pensar em interfaces, facilitando a
comunicao entre usurio e computador, por meio de interaes naturais, segundo dados
publicados por (AUGUSTA, 2011). A vantagem do uso de interfaces naturais est na aplicao de
habilidades, simples e inatas ao ser humano, que podem ser adaptadas a diferentes tarefas sem
muito esforo. O processo de aprendizagem rpido, pois pode ser alcanado, muitas vezes,
apenas atravs da observao de outra pessoa demonstrando a habilidade uma vez ou outra,
segundo (Blake, 2011).
O Kinect possui um sofisticado algoritmo de processamento paralelo (embarcado no chip
SoC) necessrio para extrair o mapa de profundidade a partir da luz estruturada recebida. Para
possuir mais preciso nas informaes dos sensores, as imagens so alinhadas pixel a pixel, ou
seja, cada pixel de imagem colorida alinhado a um pixel da imagem de profundidade. Alm disso,
o Kinect sincroniza (em tempo real) todas as informaes dos sensores (profundidade, cores e
udio) e as entrega atravs do protocolo USB 2.0, CRAWFORD (2010).
Rede social um sistema composto por ... vrios objetos sociais (pessoas), funes
(atividades dessas pessoas) e situaes (contexto) (Lewis, 1987, p. 443-444). Algumas delas
podem se tornar grande aliadas de empresas para fornecer feedbacks rpidos sobre seus servios.
O Twitter bom exemplo dessas redes e de larga utilizao mundial. Um microblog na qual seus
usurios so convidados a responder pergunta O que voc est fazendo? em at 140
caracteres. Entretanto, desde o seu surgimento, diversas apropriaes da ferramenta vm
despontando, inclusive para fins jornalsticos, o que faz com que se possa ir bem alm do que
propunha o sistema inicialmente. Alm disto, dada a arquitetura aberta do Twitter, essas
informaes disponibilizados na ferramenta podem ser reaproveitadas em outros ambientes
atravs do uso de sua API (ZAGO, 2009). Utilizando a Twitter Streaming API (Application
1405
Programming Interface), pde-se coletar os tweets praticamente em tempo real atravs de uma
conexo persistente (XAVIER, 2011).
3. A ABORDAGEM KONNECT
Konnect foi o nome escolhido para nomear o prottipo do software desenvolvido, partindo
de uma premissa de connect (conectar) + Kinect, assim gerando o nome do produto. Segundo
BARICHELLO (2010), a internet configura um ambiente frtil, que permite a participao de todos.
Por isso, o sistema integra tweets e imagens postadas com as hashtags determinadas pelos os
organizadores do evento e seus patrocinadores. A utilizao de uma hashtag facilita a
disseminao de um tpico, assim como organiza o acompanhamento do contedo. Para a
utilizao de uma hashtag necessrio apenas utilizar o smbolo # mais a palavra desejada,
#IXCONGIC #Patrocinador por exemplo.
Para estimular o uso dessas hashtags nos tweets e em fotos do Instagram - que
normalmente tambm so compartilhados no Facebook - ser adotado a entrega de prmios para
os usurios mais participativos (os que mais postarem contedo), populares (os que mais
acumularem retweets) alm de sorteios peridicos entre todos os usurios. Alm disso, ser
possvel acompanhar os Trending Topics do evento e o mapa dos usurios (foto do perfil dos 50
usurios mais ativos).
Isso tudo poder ser monitorado e acompanhado atravs do Konnect, que ficar em pontos
estratgicos, ou seja, aqueles com o maior fluxo de pessoas no evento, atraindo a ateno dos
participantes, e aumentando a possibilidade deles aderirem a campanha. Com o intuito de atrair
ainda mais os curiosos, a forma de comunicao do usurio com o programa ser totalmente
natural, sendo necessrio apenas o uso de gestos simples, que sero apresentados em um
pequeno tutorial. Isso ser possvel com o uso do Kinect, aparelho que reconhece movimentos.
Toda essa estrutura ir proporcionar uma campanha de divulgao interna de baixo custo e
de alta eficincia, segundo FIGUEIRA (2006) o consumidor reconhecido como o principal
potencializador e propagador da mensagem para outros grupos de pessoas. Alm disso, todo
usurio que recebe informaes de um amigo pode reproduzi-las e distribu-las instantaneamente
entre dezenas ou centenas de outros amigos, justificando o investimento por partes das
empresas, em forma de patrocnio em eventos, solucionando o problema abordado inicialmente.
1406
Para utilizao do programa, necessrio manter uma distancia mnima de 1,5 metros,
como pode ser visto na figura 1. O sistema reconhecer automaticamente o usurio, dando-lhe
instrues de onde se posicionar, e dos gestos para a interao.
Figura 1 - Esquematizao do uso do Konnect, onde o nmero 1 representa uma TV, 2 o Kinect e 3 o usurio
A iniciativa foi bem aceita entre os participantes, que constantemente postavam fotos e
compareciam ao stand para utilizar o programa. Ao final dos trs dias de evento, foram registradas
mais 350 imagens apenas no Instagram, comprovando o total sucesso inicial do Konnect.
1407
1408
Os Populares - Os 5 usurios do Twitter que mais acumularem retweets, como pode ser
visto na Figura 7. O objetivo que os usurios espalhem entre si e entre os seus seguidores os
tweets e fotos relacionados ao evento e patrocinador.
Trending Topics - Os assuntos mais falados dentro do evento at o momento, como pode
ser visto no exemplo abaixo na Figura 8.
Mapa dos participantes - As fotos dos perfis dos participantes so organizadas e exibidas
de em forma de um mapa, ver Figura 9.
1409
4. CONCLUSO
Como pode ser visto nos resultados preliminares, o Konnect bastante atrativo do ponto
de vista dos usurios e vantajoso do ponto de vista dos organizadores dos eventos, que podero
encontrar com maiores facilidades patrocinadores. O trabalho encontra-se ainda em sua fase
inicial, e j esto previstas novas funcionalidades, que variam da interface grfica a uma verso
web e mobile do programa, com o intuito de difundir e facilitar o seu uso. Alm disso, o Konnect
ser adaptado com o intuito de abranger algumas reas diferentes. Locais com um constante fluxo
de pessoas, shoppings ou lojas de rua, poderiam utilizar o Konnect com uma forte ferramenta de
marketing digital, agregando visibilidade a suas aes promocionais.
Est previsto testes em eventos como a Feira de Negcios da cidade de Joo Cmara,
EXPOTEC e CONGIC. Eles serviro como parmetro para as futuras mudanas, no qual ser
utilizado principalmente a opinio dos participantes, possibilitando uma verso final totalmente
interativa e com o mnimo de erros, atendendo e solucionado os problemas abordados
inicialmente.
1410
5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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1411
RESUMO
O municpio de Nova Cruz localizado no agreste
nordestino apresenta um tratamento de gua
convencional, isto , no simplificado, porm mantm a
ausncia de saneamento bsico em alguns locais da
cidade, o que resulta em alteraes nos parmetros de
qualidade de gua. Pesquisas realizadas relatam os
principais motivos pelo qual influenciam negativamente
nos parmetros fsicos e fsico-qumicos da gua. A busca
do saber possibilitou a concluso de alteraes nos
valores relacionados turbidez, coliformes totais e etc.
Algumas informaes ligadas aos assuntos explorados
1412
1 INTRODUO
A pesquisa abordou a anlise qumica da qualidade da gua da cidade de Nova Cruz-RN que
surge do rio piquir no Esprito Santo/RN. A principal fonte vital de gua, onde abastece inmeras
cidades adjacentes (principalmente a cidade abordada neste contexto), beneficia aos
consumidores e proporciona-lhes melhoras nas condies de vida.
Pesquisas comprovaram, por meio de fontes concretas, alteraes decorrentes de
inmeros fatores, presente neste lquido principalmente devido ausncia de saneamento bsico.
Alm do que foi esclarecido anteriormente, expe citaes feitas pelo tcnico entrevistado no
momento das pesquisas cumpridas, o que proporcionou uma maior compreenso e
complementao do conhecimento sobre as formas de tratamento da gua em anlise, o que
possibilitou um avano significativo nas pesquisas.
A necessidade de expandir o conhecimento provocou a busca de informaes alm do que
foi obtido atravs da entrevista com o profissional, por esse motivo a pesquisa no restrita
exclusivamente s informaes adquiridas dentro do que estava planejada, mas aquelas que, por
sua vez, poderiam contribuir nos assuntos abordados.
Durante esses estudos relacionados aos tratamentos de gua da cidade de Nova Cruz/RN
foram detectados alguns problemas relevantes os quais esto interligados com a ausncia de
saneamento bsico da regio. importante notar que o processo que a estao de tratamento
oferece no se torna compensador com a carncia do saneamento, uma vez que o saneamento
bsico proporciona uma grande parcela de contribuio para a portabilidade da gua consumida
pelos habitantes da regio em estudo. Esta ausncia pode afetar desde os parmetros fsicos,
qumicos e biolgicos da gua como tambm a sade da populao, uma vez que os coliformes
fecais e organismos patognicos causam inmeras doenas vida da populao como: clera,
hepatite, pano branco, barriga d gua e entre outras doenas.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A gua na terra se move continuamente um segundo ciclo de evaporao e transpirao
(evapotranspirao), precipitao e escoamento superficial, geralmente atingindo o mar. A
evaporao e a transpirao contribuem para a precipitao sobre a terra.
Temos total convico que a gua essencial para os humanos e para as outras formas
de vida. Ela age como reguladora de temperatura, diluidora de slidos e transportadora de
nutrientes e resduos por entre os vrios rgos. Bebemos gua para ajudar na diluio e
funcionamento normal dos rgos para em seguida ser eliminada pela urina e por evaporao
nos poros, mantendo a temperatura corporal e eliminando resduos solveis, como sais e
impurezas.
Sabe-se hoje que a gua um dos principais vetores na transmisso de doenas. Clera e
tifo, que so transmitidas pela gua, mataram milhes de pessoas no passado e so ainda uma das
1413
do
globo,
especialmente
nos
pases
3 METODOLOGIA
Levando em considerao a observao no mbito desta pesquisa, pode-se dizer que um
dos passos decisivos para o esclarecimento sobre a qualidade da gua consumida pelos moradores
da regio em estudo faz-se mais concreta durante a pesquisa em questo, tendo em vista que os
prprios se sentem inseguros a respeito da gua que usam diariamente desde o consumo s
atividades dirias, uma vez que a incerteza que prevalece nos consumidores, provavelmente
provocada pela falta de informao ou at mesmo da carncia de esclarecimento por parte da
empresa responsvel, pode ser provada atravs de pesquisas realizadas onde os moradores
confirmam que jamais houve um esclarecimento mensal, por parte dos responsveis, em relao
s condies que a gua se encontrava.
Um dos fatos preocupantes da atualidade comprova que cerca de 1,4 bilhes de pessoas
em todo o mundo ainda no tm acesso gua potvel. Da mesma forma, 2,0 bilhes de pessoas
vivem em reas sem que haja coleta ou tratamento do esgoto (VICTORINO 2007, p. 21).
Saber ou no se gua se encontra prpria para consumo, um dos objetivos a alcanar e
um desafio a vencer, pois por meio de anlises deseja-se encontrar respostas para suprir essas
dvidas. S assim podemos repassar confiana para os consumidores a respeito do que foi
adquirido durante o tempo, com isso a populao sentir mais segura a respeito da gua que est
sendo consumida, da as dvidas sero combatidas no decorrer do processo.
Alteraes nos valores de pH, coliformes fecais, nitratos etc. foram monitorados, para que
possam estar de acordo com a legislao estabelecida, uma vez que alteraes bruscas nestes
valores provocam grandes mudanas no controle de qualidade da gua. Um monitoramento das
anlises sendo realizadas diariamente, e principalmente se a empresa responsvel cumpriu
corretamente com as portarias previstas onde devem ser cumpridas para garantir uma boa
segurana para a populao.
1414
vlido salientar a importncia dos mritos acadmicos, pois atravs do que foi produzido
deseja-se compreender e adquirir conhecimentos ligados rea explorada, assim, expandi-los
para alm dos muros da escola, lev-lo alm, expandir, oferecer, beneficiar, aqueles que so os
principais contribuidores do projeto, os consumidores.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Tabela 1: Os valores coletados do ano de 2011com relao o cloro residual demonstrado na tabela
abaixo:
Parmetro
Ms
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Total 2011
Padro
Em conformidade
09
05
05
10
08
08
08
08
08
07
07
12
95
0,2 a 2,0
Cloro residual: em relao s anlises, tendo como objeto de estudo o Cloro residual, no
ms de Janeiro de 2011, de 09 amostras analisadas todas esto inclusas nos padres
estabelecidos, uma vez que este se encontra entre 0,2 a 2,0. J nos meses de Fevereiro e Maro de
10 amostras em anlise, apenas 05 esto de acordo com os padres estabelecidos. Todas as
amostras, totalizando 10, coletadas no ms de Abril esto em concordncia com os padres, como
tambm, nos meses de Maio a Setembro do ano citado, de 08 amostras analisadas todas esto
inclusas nos padres, assim como, nos meses de Outubro e Novembro sendo analisadas 07
amostras e por fim o ms de Dezembro que tambm, das 12 amostras analisadas todas se
encontram de acordo com os padres, ou seja, entre 0,2 a 2,0.
importante lembrar que o cloro uma espcie qumica altamente reativa e quando
adicionado gua deve oxidar substncias orgnicas e inorgnicas igualmente, em consequncia
disto, nem todo o cloro adicionado gua ir produzir o chamado cloro livre disponvel. A
quantidade de cloro que reage com espcies inorgnicas (Fe+2, Mn2+, NO-2 e NH3) e impurezas
orgnicas denominada de demanda de cloro, esta demanda deve ser satisfeita antes da
formao do cloro livre disponvel. O excesso de cloro deve ser evitado, uma vez que essa pratica
pode apresentar um sabor caracterstico indesejado. Isto significa que em uma ETA devem ser
feitos testes frequentes visando determinar a dose correta de cloro a ser aplicada.
1415
Alm destes aspectos, a gua a ser distribuda para a populao deve conter certo teor de
cloro residual, que pode ser determinado em uma amostra coletada na torneira de nossas casas.
Isto feito para se prevenir que haja nova contaminao da gua, principalmente durante o
processo de distribuio.
Um dos problemas decorrentes do uso do cloro como agente de desinfeco est
relacionado com sua capacidade em reagir com as substncias orgnicas de ocorrncia natural,
que podem estar presentes na gua. Estas reaes produzem os trialometanos (THM), entre eles o
clorofrmio, que cancergeno. Os THM no so removidos da gua atravs do tratamento
convencional, e desta forma deve-se assegurar que a matria orgnica deve estar ausente da gua
que vai ser submetida clorao.
Os valores respeitados no cloro no se confirmam aos coliformes totais, pois em todos os
meses do ano atual estes so ultrapassados, violando assim leis que regem sobre os parmetros,
que obrigatoriamente devem ser respeitado pelas estaes de tratamento de gua, um dos
principais motivos desta violao a falta de saneamento bsico ausente na regio, o que decorre
a alteraes deste gnero.
Tabela 2: Os valores coletados do ano de 2011 com relao a turbidez demonstrado na tabela abaixo:
Parmetro
Ms
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Total 2011
Padro
Mnimas obrigatrias
05
05
05
05
05
05
05
05
05
05
05
05
60
Turbidez (uT)
Analisadas
09
10
10
10
08
08
08
08
08
07
07
12
105
Em conformidade
04
04
04
09
01
01
01
02
02
05
07
12
62
Turbidez: por meio da tabela, conclumos que os valores oscilaram em grandes propores
principalmente em perodos chuvosos em que estes valores so totalmente alterados devido
deposio de guas e slidos vindos dos corpos adjacentes, que trazem consigo barros vermelhos
(e outros materiais que possuem a funo de variar tonalidades, principalmente de lquidos).
1416
Tabela 3: Os valores coletados do ano de 2011 com relao a cor aparente demonstrado na tabela abaixo:
Parmetro
Ms
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Total 2011
Padro
Mnimas obrigatrias
05
05
05
05
05
05
05
05
05
05
05
05
60
Em conformidade
00
00
00
09
00
00
00
00
00
04
07
08
28
Cor aparente: nas amostras de gua analisadas, cabvel dizer que as mesmas nos meses
de Fevereiro e Maro no esto em conformidade com os padres mnimos obrigatrios que
Janeiro, Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e
Dezembro esto em conformidade de acordo com os padres fornecidos.
Tabela 4: Os valores coletados do ano de 2011 com relao os Coliformes totais demonstrado na tabela abaixo:
Coliformes totais
Ms
Mnimas obrigatrias
Analisadas
Em conformidade
Jan
30
09
09
Fev
30
10
07
Mar
30
10
10
Abr
30
10
10
Mai
30
08
07
Jun
30
08
08
Jul
30
08
07
Ago
30
08
07
Set
30
08
08
Out
30
07
07
Nov
30
07
07
Dez
30
12
12
Total 2011
360
105
99
Padro Ausncia em 95% das amostras Ausncia em 95% das amostras Ausncia em 95% das amostras
Parmetro
1417
5 CONCLUSO
Com o referido artigo esperam-se grandes resultados na rea que estar sendo explorada,
pois se acredita que o mesmo seja uma porta de entrada para adquirir mritos e bons resultados
no que estar sendo buscado durante este perodo de tempo. Deseja-se por meio deste adquirir a
certeza de como a gua da regio em estudo se encontra atualmente, uma vez que existem
inmeras hesitaes a respeito da mesma, por esse motivo esperam-se respostas que possam ser
levados at a populao, como um meio de beneficiar os que tornaram realidade tudo aquilo que
foi planejado, e tambm os principais protagonistas, os consumidores.
Tudo que foi planejado e adquirido em termos de conhecimento ira ser levado para
aqueles que no conheciam a respeito do que estava sendo desvendados, atravs de palestras,
congressos ou qualquer meio de divulgao. S assim os que desconheciam passaro a conhecer
de perto o que ocorre com a gua bruta assim coletada ate chegar as suas residncias, um dos
resultados compensadores alcanar.
Por se tratar de um tema prximo de todos, os resultados esperados que caso seja
alcanado, servira de beneficiamento desde os pesquisadores aos consumidores, pois no se trata
de um tema restrito, mas amplo, que deve ser levado alm para que todos adquiram certo
conhecimento do que estar acontecendo com a gua e a empresa responsvel pelo seu
tratamento. Almeja-se que o mesmo continue com um dos objetivos principais que monitorar a
qualidade da gua da cidade de Nova Cruz, onde possa ser um alicerce no que estar sendo
realizado, para que seja um meio de beneficiar os prprios consumidores, passando-lhes
segurana e certeza no que esto consumindo.
Atravs do que foi realizado pudemos aprender e compreender sobre os fatores que so
considerados importantes para se classificar uma gua adequada para consumo, os tratamentos,
processos, parmetros de classificao e etc. Este nos proporcionou a oportunidade de colocar em
pratica a realizao de um artigo, fator crucial para nossa formao acadmica e acima de tudo a
expanso do nosso conhecimento, por isso a necessidade de relatar o nosso aprendizado.
Uma gua prpria para consumo aquela que se encaixa dentro dos padres estabelecidos
pela legislao, s assim o consumidor pode sentir-se seguro sobre o seu consumo, alm disso,
podemos aprender sobre a importncia do saneamento bsico dentro de uma regio, uma vez que
contribui para o melhoramento de vida do consumidor, dentre estes, crianas.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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consumers. (Disponvel em: http://www.hermes.ecn.purdue.%20edu/cgi/convwqtest?/ru7.il.ascii. Acessado em: 28/05/2012).
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http://www.caern.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/caern/arquivos/pdf/Nova_Cruz.pdf.
Acessadoem: 06/06/2012).
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CHARRIERE, G.et al. Assesment of the marker value of various components of the coli-aerogenes
group of Enterobacteriaceae and of a selection of Enterococcus spp. For the official monitoring of
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http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambienteagua/classificacao-da-agua.php.
Acessado em: 08/06/2012).
GLYNN HENRY, J. e HEINKE, G.W. Environmental Science and Engineering. 2. Ed. New Jersey:
Prentice Hall, 1996. IMHOFF, Klaus & IMHOFF, Karl. Manual de Tratamento de guas Residurias,
26 Ed. So Paulo, Editora EgardBlucherLtda: 1998.
1419
RESUMO
O projeto busca desenvolver de forma interdisciplinar
contedos tericos e prticos, explorando aspectos da
vivncia cotidiana da comunidade escolar, bem como
propor uma reflexo sobre os cuidados que se deve ter
ABSTRACT
The project seeks to develop interdisciplinary theoretical
and practical exploring aspects of the daily life of the
school community as well as proposing a reflection on
the care that must be taken when using cleaning
1420
1 INTRODUO
Diante dos aspectos observados e analisados vimos que o professor tem a necessidade de
buscar um recurso para facilitar a aprendizagem e tornar as aulas de qumica mais agradveis e
dinmicas para os alunos, dentre os recursos utilizaremos essa abordagem da qumica com o
cotidiano do aluno atravs dos estudos sobre os produtos de limpezas alm da
interdisciplinaridade com as demais matrias: Matemtica, Fsica e Biologia.
Desta forma o trabalho foi realizado com os alunos do Ensino Mdio da Escola Estadual
Professor Antnio Dantas, Ensino Fundamental e Mdio do municpio de Apodi-RN, e teve tem
como finalidade proporcionar a comunidade escolar, informaes de carter cientfico sobre a
necessidade de aprimorar os conhecimentos acerca da composio qumica de diversos produtos
de limpeza e suas implicaes para a sade. Apresenta como eixo articulador contedos dos
componentes curriculares de Qumica, Fsica, Biologia e Matemtica. Nessa perspectiva, a
operacionalizao das aes ser realizada mediante pesquisa bibliogrfica, de campo e de
laboratrio, visando um fazer pedaggico de carter interdisciplinar com conhecimentos que se
traduzam em prticas sociais relacionadas natureza dos prprios contedos.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
No que diz respeito seleo dos contedos de Qumica, este sero fundamentado em
autores como Usberco e Salvador (1996), Fonseca (2001), Bianchi, Albrecht e Maia (2005) e
Diretrizes Curriculares de Qumica (2006).
Retomando a questo operacional, a princpio ser realizada uma pesquisa bibliogrfica a
qual busca a fabricao dos produtos de limpeza em questo, pois segundo Fonseca (2001, p.
575).
A gua sanitria, usada como desinfetante na limpeza domstica, contm como
ingrediente ativo o hipoclorito de sdio, NaClO (aq). As solues comerciais de hipocloritos em geral
so indicadas desinfeco de gua e de superfcies. Ao mesmo tempo so relativamente pouco
txicos e irritantes. Possuem como desvantagem o odor forte e caractersticas e aes corrosiva
sobre metais.
Com base no texto acima se constata que as informaes acerca dos princpios ativos da
gua sanitria e a sua funo nas utilidades domsticas de fundamental importncia para o
conhecimento prtico dos usurios. Com isso, defende-se que essas informaes estejam
explicitas nos rtulos como uma das formas de esclarecimento e respeito ao consumidor.
Partindo para as aes do componente curricular de Biologia, estas propem desenvolver
com a comunidade escolar, atividades de esclarecimentos acerca das doenas ocasionadas pelo
uso inadequado das concentraes nos produtos de limpeza (gua sanitria e desinfetante) como
tambm a utilizao inadequada dos usurios com relao aos produtos.
1421
METODOLOGIA
PRODUTOS
Essncia
Brancol
Cloreto
benzoato
Corante
de
QUATIDADE
0,5 mL
10 mL
0,2mL
QSP
PRODUTOS
Hipoclorito de
QUATIDADE
300 mL
1422
sdio
Barrilha
10 mL
4 RESULTADOS E DISCUSSES
muito comum utilizarmos diversos materiais de limpeza juntos, porm muitos de ns no
sabemos o quanto prejudicial a nossa sade, podendo causar at a morte. No entanto poucos
sabem que as reaes provenientes da juno das substncias so manifestadas com o
aparecimento de uma fumaa asfixiante que em poucos instantes afeta os olhos, nariz, e pode at
causar a perda do olfato e da viso, por isso de suma importncia que antes de adquirir algum
produto deve-se primeiramente ler os rtulos dos mesmos.
Tendo em vista a deficincia de esclarecimento sobre os riscos causados pelo mau uso dos
materiais de limpeza, achou-se necessrio promover esclarecimento, em primeiro momento a
comunidade escolar, na qual foi promovida uma visita a uma empresa de produtos de limpeza.
Figura 01.
Esse projeto foi trabalhado na Escola Estadual Antnio Dantes, onde foram sensibilizados
os alunos da referida escola que tinha com seus objetivos a conscientizao do uso adequado das
matrias de limpeza, visto que o mau uso pode causar srios comprometimentos sade.
1423
Com isso, a visita empresa ampliou os conhecimentos dos alunos no que diz respeito
quantidade de reagentes necessrios para a fabricao dos produtos.
5 CONCLUSO
Por se tratar de um tema de fundamental importncia para a sociedade, achou-se
necessrio o esclarecimento para a comunidade escolar da problematizao provocada pelo uso
inadequado dos produtos de limpeza. Tendo em vista que so produtos que esto presentes no
dia a dia das pessoas, seu uso desordenado pode afetar diretamente a sade, isso consequncia
da falta de informao sobre a quantidade de reagentes permitidos para a fabricao.
Assim, necessrio orientar as pessoas sobre esse problema e alertar as empresas,
pois as implicaes futuras sero de inteira responsabilidade dos fabricantes, logo dever deles
disponibilizar nos rtulos dos produtos todas as informaes de segurana e o modo correto de
usar o mesmo.
6 AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professor Antonio Dantas pelo espao cedido, ao Programa de Bolsas de
Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia do Rio
Grande do Norte-IFRN, Campus Apodi.
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
LAURENCE, J. Biologia. Ensino Mdio, volume nico. So Paulo: Nova Gerao, 2005.
AMABIS, J.M.; MATHO, G.R. Conceitos de Biologia: volume 2. So Paulo: Moderna, 2004.
SARDELLA, A. Qumica: Srie novo ensino mdio, volume nico. So Paulo: tica, 2003.
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SANTOS, W.L.P.; MOL, G.S. Qumica e Sociedade. Volume nico, editora nova gerao. Ano 2005.
So Paulo.
RAMANOSKI, M.; BENABOU, J.E. Editora Atual. Volume nico. Ano 2003. So Paulo.
BARRETO FILHO, B.; SILVA, C.X. Matemtica aula ps-aula 1 ed. So Paulo: FTD, 2003 (coleo
matemtica aula por aula em 3 v.).
YOUSSEF, A.N.; FERNANDEZ, V.P.; SOARES, E. Matemtica. Volume nico, So Paulo: Scipione,
2000.
SANTOS, C.A.M.; GENTUL, N.; GRECO, S.E. Matemtica. Volume nico: ensino mdio So Paulo:
tica, 2002.
PARMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Ensino Mdio. Ministrio da Educao. Secretaria de
Educao Mdia e Tecnolgica Braslia: Ministrio da Educao, 1999. 364 p.: fotos; 27cm.
FONSECA, M.R.M. Completamente Qumica: Qumica Geral. So Paulo: FTD, 2001.
BIANCHI, J.C.A. Universo da Qumica: Ensino Mdio. Volume nico. So Paulo: FTD, 2005.
1425
RESUMO
O presente trabalho tem o objetivo de mostrar uma
alternativa de convivncia com o semirido a qual ser
realizado o tratamento da d`gua por meio de um
procedimento simples e prtico, que ser utilizado a
semente da moringa a mesma possui propriedades
importante no tratamento da gua, propriedades essas
sero debatidos no desenvolver deste trabalho, outro ponto
positivo para o uso moringa que a mesma possui fcil
acesso, pois adaptada a climas secos, um clima muito
caracterstico na nossa regio. importante ressaltar que
este trabalho uma proposta de interveno em uma
1426
1 INTRODUO
Nos primeiros estudos a gua para Tales de Mileto era tida como um elemento, o mesmo
chegou a esta concluso, pois observou que com gua as plantas, animais e humanos mantinham
sua vida sendo essencial para sobrevivncia, quando estes se ausentavam de gua as plantas
morriam, no era possvel existir vida na ausncia da gua. Como a cincia possua seus entraves e
era pouco desenvolvida, Ento definiu a gua como um elemento, com avano das cincias vrias
hipteses foram feitas e provadas, resultando em outras concluses que gua no um elemento.
A poluio das guas hoje um dos maiores problemas relacionados a degradao
ambiental, prticas feitas pelos humanos de forma irresponsvel, falta de conscientizao por
parte dos cidados, mostra-se como um agravante do problema e tambm um desafio para tentar
amenizar esses prejuzos. comum da regio semirida, por se tratar de um clima pouco chuvoso
as pessoas utilizarem reservatrios como: audes, lagos servindo muitas vezes como fonte de
sobrevivncia est que na maioria das vezes no est adequada para o consumo humano, quando
a gua em fase de m qualidade entra em contato com o nosso organismo, faz com que ficamos
expostos complicaes interferindo na qualidade de nossa sade, realizar o tratamento da gua
quando se tem uma populao menos favorecida muitas vezes invivel por motivos de
condies para arcar como procedimentos de alto custo.
Ento nesse contexto de escassez de gua potvel, necessria a reflexo a respeito de
alternativas simples que tenham bons resultados, importante tambm ressaltar que
determinada alternativa, respeite o meio ambiente, resultando realmente uma prtica
convivncia, tendo em vista que gua importante para a sobrevivncia humana desde seus
primrdios, onde as populaes procuravam sempre se instalar em reas com caractersticas
hdricas bem definidas, em torno de lagoas e rios, ou seja, em regies com boa disponibilidade de
gua. Ento no nos resta mais dvidas a respeito da importncia da gua para a nossa
sobrevivncia, como relata o autor Grassi (2001, p. 31), A gua um recurso fundamental para a
existncia da vida, na forma que ns conhecemos. Foi na gua que a vida floresceu, e seria difcil
imaginar a existncia de qualquer forma de vida na ausncia deste recurso vital.
Neste trabalho ir se discutir a uma proposta de Interveno em uma escola pblica, sendo
ela a Escola Estadual Professora Maria Zenilda Gama Torres a mesma localizada na zona urbana
do municpio de Apodi, no Rio Grande do Norte, o principal objetivo deste trabalho tornar os
alunos da turma de 9 do Ensino Fundamental da referida escola conhecedores de um processo
simples e vivel de tratamento de gua. Para realizao do tratamento de gua ser utilizada a
semente de uma plana chamada popularmente por moringa ela baste eficaz neste processo
devido a caractersticas Fsicas e Qumica que vamos, vamos trazer mais informaes da mesma no
caminhar deste trabalho.
importante deixarmos bem claro que este trabalho se trata de uma tentativa de
conscientizao no tocante ao meio ambiente quanto a preocupao da disponibilidade de gua
potvel, buscar com que os alunos do 9 ano da referida escola tenham uma postura reflexiva com
respeito ao meio ambiente sobre a poluio da gua, este trabalho ser desenvolvido nas
1427
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A qualidade e disponibilidade da gua nos dias atuais questo de debate e reflexo a
respeito do uso da mesma, pois a gua potvel de boa qualidade
A gua potvel de boa qualidade fundamental para a sade e o bem estar humano.
Entretanto, a maioria da populao mundial ainda no tem acesso a este bem essencial.
Mais do que isto, existem estudos que apontam para uma escassez cada vez mais
acentuada de gua para a produo de alimentos, desenvolvimento econmico e
proteo de ecossistemas naturais. (GRASSI, p.31)
Como j havamos falado antes neste trabalho proposta uma interveno na escola aqui
j citada, ser realizado o tratamento de gua turva fazendo a utilizao de um processo simples
por meio da semente de uma planta comum no serto nordestino Moringa oleifera Lamarck,
planta pertencente famlia das Moringaceae nativa da ndia amplamente cultivada nos trpicos
de todo o mundo (Karadi et al., 2006 apud SANTANA et al, 2010). A moringa adaptada ao clima
semirido, sendo resistente a longos perodos secos e pode ser encontrada facilmente, est
possui bom resultado no tratamento de gua turva ou barrenta, de acordo com Santana A
moringa tem capacidade de sobreviver em solos pobres e bastante adaptada a perodos secos.
(SANTANA, 2010, p. 56).
Segundo Santana (2009) a utilizao do agente coagulante Moringa apresentou resultados
muito significativos como coagulante natural, podendo ser considerada como uma tcnica
alternativa para o tratamento de gua produzida.
De acordo com Monaco (2002, p. 233), Muitos so os resultados de pesquisas comprovando
a eficincia do extrato das sementes de moringa, como agente coagulante, na remoo de
turbidez e coliformes de gua residurias e de utilizao no abastecimento pblico.
1428
Segundo Santos (2011, p. 296) At o momento nenhuma evidncia foi encontrada de que
as sementes possam causar efeitos secundrios nos seres humanos, especialmente com as baixas
doses necessrias para o tratamento da gua.
Segundo (Schwartz, 2000 apud Lenhari; Hussar, 2010, p.5 ) , a semente de moringa contm
uma grande quantidade de protena solvel em gua que contm carga inica positiva. Quando
adicionados gua atua como magneto atraindo a matria orgnica de carga negativa.
Em recentes pesquisas realizadas, Amagloh & Benang (2009) citado por (PATERNIANI et al,
2009) afirmam que as sementes de Moringa oleifera contem protenas com baixo peso molecular
e quando seu p dissolvido em gua adquirem carga positivas que atraem partculas
negativamente carregadas tais como, argilas e siltes, formando flocos densos que sedimentam. Os
autores afirmam ainda, que o coagulante base de sementes de moringa, por ser de origem
natural, possui significativa vantagem, quando comparado ao coagulante qumico, sulfato de
alumnio, principalmente para pequenas comunidades uma vez que pode ser preparado no
prprio local.
3 METODOLOGIA
Este trabalho faz parte das atividades desenvolvidas pelo projeto PIBID na Escola Estadual
Professora Maria Zenilda Gama que ser realizado com uma turma de 9 ano, para dar incio do
processo ser feita uma apresentao aos alunos a respeito da importncia da gua e a utilizao
da moringa, aps isso ser feito a parte prtica onde os prprios alunos iro realizar. Nesta etapa
ser orientado que os alunos realizem o processo de tratamento, a semente que est em vargem
ser retirado da vargem, onde duas sementes sero utilizadas para fazer o tratamento de dois
litros de gua turva, essa semente ser fragmentada fazendo com que a semente vire um p, logo
aps ser adicionado um pouco de gua ao p da semente fazendo que fique um espcie de leite,
coamos com um pano para retirar partes maiores que ficaram presente no liquido, j com o
liquido da moringa pronto pode ser adicionado a gua turva e esperar um de 5 a 10 minutos.
Ento est gua j poder ser consumida. importante ressaltar que durante estes procedimento
ser utilizado garrafas pets para auxiliar o processo.
1429
5 CONCLUSO
Atravs dos estudos realizados e das leituras feitas para construo deste trabalho
podemos concluir que possvel fazemos discurso a respeito da qualidade da gua tendo em
vista que a partir deste trabalho e outros conhecimentos prvios somos conhecedores da
importncia deste recurso fundamental a vida que a gua, necessrio que se trabalhe mais
questes de conscientizaes nas escolas, para que os alunos possam propagar pensamentos e
aes de respeito e cuidado com o meio ambiente.
Ento atravs de trabalho como este podemos contribuir para que o aluno perceba a
Qumica de forma natural, contribuindo na qualidade de vida do prprio aluno, atravs de um
processo simples que pode ser feito em sua prpria casa.
6 AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professora Maria Zenilda Gama Torres pelo espao cedido, ao Programa
de Bolsas de Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e
Tecnologia do Rio Grande do Norte-IFRN, Cmpus Apodi.
7 REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS
BLEFARI, Jos Leandro Lenhari; HUSSAR, Gilberto Jos. COMPARAO ENTRE O USO DA Moringa
oleifera LAM E DE POLMEROSINDUSTRIAIS NO TRATAMENTO FISICOQUMICO DO EFLUENTE
DEINDSTRIA ALIMENTCIA. Engenharia Ambiental - Espr ito Santo do Pinhal, v. 7, n. 4, p. 033042, out. /dez. 2010
GRASSI, Marco Tadeu. guas no planeta Terra. Cadernos Temticos de Qumica Nova na Escola.
Edio especial Maio 2001. Disponvel em: http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos
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1430
MONACO, Paola Alfonsa Vieira Lo; MATOS, Antonio Teixeira; RIBEIRO, Ivan Clio Andrade;
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SANTANA, Claudia Ramos; PEREIRA, Daiane Farias; ARAJO, Nicolis Amaral de; CAVALCANTI,
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GO%20O%20PIBID-PEDAGOGIA%20NAS%20ESCOLAS%20P%DABLICAS%20DE%20ALAGOAS.pdf
Acesso em 15 maio de 2013.
1431
RESUMO
Sistemas de liberao controlada de drogas podem
conseguir a liberao com preciso espacial e temporal
dos agentes teraputicos para o local de destino.
Geralmente, os sistemas de liberao controlada de
drogas podem manter a concentrao das drogas nos
stios precisos do corpo dentro da faixa tima e abaixo do
limiar de toxicidade, que melhoram a eficcia teraputica
e reduzem a toxicidade. Nos ltimos anos, a liberao
controlada de drogas foi desenvolvida em sistemas a
base de polmeros e tambm baseados em sistemas de
novos materiais inorgnicos, dentre eles os slidos
mesoporosos. Nessa direo, este trabalho de pesquisa
descreve a sintetizar hidroxipatita mesoporosa utilizado
surfactantes como casena (neutro), dodecilsulfato de
sdio - SDS (aninico) e o brometo de
hexadeciltrimetilamnio - CTAB (catinico), todos em
SDS
(anionic)
and
hexadecyltrimethylammonium
bromide - CTAB
(cationic),
all
in
their
critical
micelle
concentration (CMC), modify it organically with silylating
agent
aminopropyltriethoxysilane
groups,
to
improve the capacity of the loader as bovine serum
albumin (BSA). The results proved quite possible to
obtain the mesoporous materials based on
hydroxyapatite using casein as a biosurfactant, as well
as manipulate textural properties by varying parameters
such as calcination temperature and the type of
surfactant.
The
surface
modification of mesoporous hydroxyapatite with 3aminopropyltrimethoxysilane considerably decreased
the release kinetics of BSA. what makes it as
1432
1433
1 INTRODUO
Ao longo das ltimas trs dcadas, tem havido um crescimento rpido na rea de
administrao de medicamentos, na busca de novos sistemas de liberao controlada de drogas,
uma vez que sistema de liberao controlada oferece algumas vantagens sobre os mtodos
convencionais que liberam o agente ativo em curto perodo de tempo. Algumas delas so:
manuteno de nveis constantes do frmaco no organismo; aplicao do agente diretamente no
stio de ao; menos frequncia de administrao do agente ativo (LINARES e BRIKGI, 2006).
Nos ltimos anos, diversos materiais, naturais e sintticos tm sido testados como sistemas
carreadores de drogas. Cada um deles apresenta caractersticas prprias que os tornam
adequados para o uso em determinadas regies do corpo ou determinadas drogas. Em geral, um
substrato potencial a ser usado como carreador de droga tem que ter a habilidade para incorporar
uma droga, ret-la em um local designado e especfico, e liber-la progressivamente com o tempo
dentro de tecidos circunvizinhos. So vantagens adicionais se estes materiais forem
biodegradveis (GINEBRA et al, 2006). Fosfatos de clcio so excelentes candidatos para serem
utilizados como dispositivos de liberao controlada, pois apresentam boa biocompatibilidade e
propriedades osteocondutoras aliada a possibilidade de serem sintetizados em baixas
temperaturas.
Sistemas de liberao de frmacos base de fosfatos de clcio esto sendo muito
investigados com compostos tais como hormnios de crescimento, antibiticos, antiinflamatrios
e quimioterpicos (HEYMANN e PASSUTI, 1999). Em sistemas de liberao controlada de drogas
envolvendo fosfatos de clcio, apesar de apresentarem boa biocompatibilidade porosidade
dessas matrizes altamente heterognea, devido composio qumica complexa, o que torna
um grande desvantagem, uma vez que no garante uma distribuio homognea da droga atravs
da matriz, afetando assim a taxa de liberao (GINEBRA et al, 2006). Portanto, a necessidade de
suprir essa desvantagem tem conduzido a melhoras nesse campo atravs da utilizao de
materiais mesoporosos, quimicamente homogneos, que possuem porosidade bem definida.
Nessa direo, este trabalho de pesquisa descreve a sintetizar hidroxipatita mesoporosa
utilizado surfactantes com diferentes caractersticas (catinico, aninico e neutro), modific-la
organicamente, com grupos nitrogenados, visando melhorar sua capacidade como carregadora
da soroalbumina bovina (BSA). Os resultados mostraram ser perfeitamente possvel a obteno de
materiais mesoporosos a base de hidroxiapatita. Alm, destes materiais se apresentam como
excelentes candidatos para serem utilizados como dispositivos de liberao controlada de
frmacos.
1434
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Liberao controlada de frmacos
Por definio, o termo sistema de liberao de frmacos refere-se tecnologia utilizada
para otimizar a liberao de um frmaco, onde o princpio ativo deve ser liberado e/ou absorvido,
melhorando a resposta teraputica. Diferentemente dos tratamentos convencionais utilizados
para combater processos infecciosos (solues, suspenses, plulas, entre outros), os quais
requerem uma administrao por um longo perodo de tempo, visando manter os nveis
teraputicos do frmaco no organismo. Muitas vezes, tais nveis no so alcanados, pois o
tratamento no exibe resultados ou apresenta efeitos colaterais, devido alta concentrao do
frmaco. Mecanismos de librao controla mantem a concentrao do medicamento na corrente
sangunea dentro da faixa teraputica do medicamento, leva reduo no nmero de doses
requeridas e ao aumento na eficcia do tratamento, pois desta forma diminui a possibilidade de
alcanar nveis txicos ou subteraputicos (faixa ineficaz) (DASH, et al, 1998).
Assim, os sistemas de liberao, frequentemente descritos como drug delivery systems,
oferecem inmeras vantagens quando comparados a outros de dosagem convencional. De fato, os
trabalhos da literatura aqui escolhidos forneceram numerosas evidncias do seguinte: a) Maior
eficcia teraputica, com liberao progressiva e controlada do frmaco; b) Diminuio
significativa da toxicidade e maior tempo de permanncia na circulao; c) Natureza e composio
dos veculos variados e, ao contrrio do que se poderia esperar, no h predomnio de
mecanismos de instabilidade e decomposio do frmaco (bio-inativao prematura); d)
Administrao segura (sem reaes inflamatrias locais) e conveniente (menor nmero de doses);
e) Direcionamento a alvos especficos, sem imobilizao significativa das espcies bioativas; f)
Tanto substncias hidroflicas quanto lipoflicas podem ser incorporadas.
Ao longo das ltimas trs dcadas, tem havido um crescimento rpido na rea de
administrao de medicamentos, na busca de novos sistemas de liberao controlada de drogas.
Ambos os materiais naturais e sintticos tm sido testados e se propem como componentes de
NDDS e muitos esforos tm sido feito para sintetizar materiais com propriedades biolgicas,
tecnolgicas e mecnicas com aplicao na liberao controlada de drogas. Nos ltimos anos,
vrios tipos de materiais, incluindo polmeros naturais (colgeno, albumina, gelatina, agarose,
alginato, carragenina, cido hialurnico, dextran, quitosana, ciclodextrinas); plstico (polister,
poliamidas, polianidrido, polmeros acrlicos) (OLIVEIRA e LIMA, 2006); slica (MANZANO et al,
2008); nanos tubos de carbono (HILDER e HIL, 2008); zelitas (HORCAJADA et al, 2006) e cimentos
de fosfatos de clcio (YU et al, 2009), tm sido utilizados como substrato para a liberao
controlada de drogas.
1435
3 METODOLOGIA
3.1 Preparao da hidroxiapatita mesoporosa
A sntese da hidroxiapatita mesoporosa foi realizada partindo de solues de iguais
volumes contendo 0,033 mol de fosfato de amnio ((NH 4 ) 2 HPO 4 ) e 0,056 mol de cloreto de clcio
(CaCl 2 .2H 2 O) numa razo molar Ca/P = 1,67 e e como direcionadores estruturais foram utilizados
casena (neutro), dodecilsulfato de sdio - SDS (aninico) e o brometo de hexadeciltrimetilamnio
- CTAB (catinico), todos em suas concentrao micelar crtica (CMC). Em um procedimento
1436
tpico, inicialmente 250 cm3 de uma soluo aquosa de casena (1 mg/mL), SDS (9.10-3 mol/L) ou
CTAB (10.10-4 mol/L) preparadas com soluo tampo pH 7,0 (C 3 H 4 N 2 /HCl), 10,0 (NH 4 OH/NH 4 Cl) e
10,0 (NH 4 OH/NH 4 Cl), respectivamente, foi adicionada a um balo de fundo redondo de trs bocas
com capacidade de 1000 cm-3, conectado a dois bales de adio e na terceira boca a conexo
com o agitador mecnico. A soluo do surfactante foi agitada vigorosamente a uma velocidade
de 1400 rpm por 1(uma) hora, a temperatura ambiente. Em seguida, a agitao foi diminuda a
200 rpm e adicionou-se simultaneamente, gota-a-gota, 250 cm3 das solues aquosas de
CaCl 2 .2H 2 O e de (NH 4 ) 2 HPO 4 . Aps a completa adio dessas solues, o precipitado formado foi
envelhecido sob agitao e temperatura ambiente por 15 horas. Finalmente, o slido foi secos a
373 K em estufa, por 24 horas, para eliminao da gua. Aps secos os hbridos mesoestruturados
Hap-CAS, Hap-SDS e Hap-CTAB foram calcinados a temperaturas de 300, 400 e 5000C por 6 (seis)
horas sob atmosferas oxignio com taxa de aquecimento de 5 0C.min-1 para a retirada do
surfactante e obteno da estrutura mesoporosa. Os slidos obtidos a partir deste processo foram
denominados Hap-CASx, Hap-SDSx e Hap-CTABx, onde x representa temperatura de calcinao.
1437
4 RESULTADOS E DISCUSSO
4.1 Caracterstica Estrutural
Com base nos dados de raios-X, Espectroscopia de IV e RMN do estado slido de 31P
observa-se que, todos os slidos sintetizados, com ou sem agente direcionador, formaram slidos
monofsicos, nos quais a nica fase observada foi a da hidroxiapatita. Pode-se observar tambm
que aps a retirada do agente direcionador das matrizes de hidroxiapatita, empregando diferentes
temperaturas, no houve nenhuma mudana estrutural significativa das mesmas, uma vez que
no foi observado nenhum deslocamento em seus picos caractersticos para estes materiais.
A Tabela 1 apresenta os resultados obtidos das medidas de adsoro de N 2 , que mostram
as diferenas nos valores da rea superficial especfica (S BET ), volume de poros (Vp) e dimetro de
poros (Dp) das amostras da hidroxiapatita mesoporosa calcinada em temperaturas diferentes.
1438
Amostra
Hap-CAS
Hap-SDS
Hap-CTAB
0,0020
0,0020
200
0,0018
180
0,0018
0,0016
160
100
0,0012
0,0010
0,0008
0,0006
0,0004
0,0002
0,0000
0
20
40
50
60
80
100
120
140
(a)
0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
140
120
100
80
0,0014
dV/dR (cm3.g-1.nm-1)
150
0,0014
dV/dR(cm3.g-1.nm-1)
0,0016
0,0012
0,0010
0,0008
0,0006
0,0004
0,0002
0,0000
0
60
20
40
60
80
100
120
140
160
180
40
20
(b)
0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1439
220
0,0020
200
0,0018
0,0016
0,0014
160
140
120
dV/dR (cm3.g-1.nm-1)
180
0,0012
0,0010
0,0008
0,0006
100
0,0004
80
0,0002
60
0,0000
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
40
20
(c)
0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Figura 1 - Isotermas de adsoro dos slidos Hap-CASx (a), Hap-SDSx (b) e Hap-CTABx (c), para as amostra
calcinadas a 3000C (), 4000C () e 6000C () em comparao com a hidroxiapatita no porosa () e suas
respectivas distribuio de tamanho de poros (em destaque).
Todos estes materiais, aqui investigados, apresentam essas caractersticas gerais, mas
diferem entre si quando suas isotermas so examinadas de forma quantitativa. Algumas
diferenas podem ser observadas nas isotermas de adsoro, bem como os grficos de
distribuio de tamanho de poros de BJH, em destaque na Figura 1, em funo da temperatura de
calcinao utilizada, principalmente nos slidos Hap-CASx. As posies dos ramos de adsoro
deslocam-se em direo s presses de preenchimento de poros mais altas, medida que a
temperatura de calcinao aumenta, indicando que em amostras calcinadas a temperaturas
maiores que 3000C diminui a presena da microporodidade destes materiais, uma vez que com o
aumento da temperatura ocorre a converso de microporos para mesoporos, o comportamento
observado confirma tambm que poros maiores so formados a temperaturas de calcinao mais
altas, conforme Tabela 1. Esta caracterstica torna estes materiais aqui sintetizados muito
importantes para aplicao como dispositivo para liberao controlada de frmacos,
comportamento que est relacionado com o controle cintico da liberao por meio dos poros das
matrizes. importante ressaltar que a possibilidade de controle da estrutura, como variao do
tamanho de poros, mais uma das caractersticas que tornam estes materiais atraentes como
matrizes para dispositivos de liberao controlada de frmacos.
Os slidos Hap-SDS300, Hap-SDS400, Hap-SDS600 no foi observada a presena de histerese,
nos ramos de adsoro e dessoro, indicando a no formao de slidos mesoporosos,
apresentando assim, comportamento similar a hidroxiapatita convencional, inclusive com rea
superficial muito prximo a 13,78 m2.g-1 , caracterstica da hidroxiapatita pura. As baixas reas
superficiais encontradas nestes materiais est relacionada ao tipo de surfactante utilizado.
Segundo BUJAN, et al (2001) em baixas concentraes, prximas a concentrao micelar critica
(mcm) e em presena de ons Ca2+ ou Na+, surfactantes aninicos, como no caso SDS, apresentam
efeito inibitrio para a formao de micelas. Em baixas concentraes de surfactante inico, o
efeito inibitrio de surfactantes pode ser atribudo adsoro eletrosttica de monmeros de
surfactante para com os cristais recm formados do fosfato, inibindo a formao de micelas do
1440
(a)
Transmitncia (%)
(b)
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
-1
Figura 2 - Espectros na regio do infravermelho do slido Hap-CAS300 SilN (a) em comparao com o solido HapCAS300 (b) no silanizado.
1441
140
500
130
400
120
Nf (mg.g-1)
Nf (mg.g-1)
110
100
90
300
200
80
100
70
(a)
60
(b)
0
20
40
60
80
Tempo (min.)
100
120
1000
2000
3000
4000
Concentraao (ppm)
Figura 3 - Influncia do tempo (a) e da concentrao (b) na adsoro de BSA na hidroxiapatita mesoporosa pura ()
e funcionalizada com agente nitrogenado 3-aminopropiltrimetoxissilano ().
1442
0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Tempo (horas)
Figura 4 - Perfil de liberao de BSA das amostras de hidroxiapatita mesoporosa pura () e funcionalizada com
agente nitrogenado 3-aminopropiltrimetoxissilano ().
Pode-se observar que esses sistemas apresentam perfis similares, sem a presena de uma
primeira liberao pronunciada. Essa liberao inicial atribuda dissoluo e liberao imediata
da poro da protena frmaco localizada na superfcie dos slidos. Esses sistemas apresentam
uma taxa de liberao at as primeiras 30 horas de experimento em torno de 2,5% e 4,5% da
droga incorporada, para os slidos Hap-CAS300 e Hap-CAS300SilN, respectivamente, seguida de
uma taxa mais lenta, quase constante, para as horas subsequentes. Esse fato pode estar
relacionado interao entre a BSA e a hidroxiapatita mesoporosa por meio de ligaes de
hidrognio, devido afinidade dos grupos funcionais da molcula e grupos OH ou NH2 presentes
nas paredes dos poros da hidroxiapatita. Esse resultado pode ser indicativo da ocorrncia de
interaes qumicas entre a superfcie da matriz fosftica e grupos funcionais da molcula de BSA.
SONG et al, (2005), constataram o mesmo comportamento ao estudar SBA-15 funcionalizado com
grupos amina na liberao de BSA, concluindo que as matrizes organofuncionalizadas
1443
apresentam uma taxa de liberao mais favorvel para a liberao da BSA devido ao grande
numero de interaes eletrostticas e hidroflicas entre a BSA e a matriz de SBA-15 funcionalizada.
5 CONCLUSO
Os resultados mostraram ser perfeitamente possvel a obteno de materiais mesoporosos
com estrutura ordenada a base de hidroxiapatita. A grande vantagem deste procedimento a
possibilidade de manipular as propriedades texturais atravs da variao de parmetros, tais
como temperatura de calcinao, tipo de surfactante e condies de sntese. As isotermas obtidas
atravs da adsoro de N2 demonstraram a casena um promissor biosurfactante na sntese de
fosfatos de clcio mesoporosos. A modificao superficial da hidroxiapatita mesoporosa com 3aminopropiltrimetoxissilano diminuiu consideravelmente a cintica de liberao da BSA. Isto
mostra que o agente sililante age como uma barreira temporria e evita a rpida liberao da
protena durante o ensaio. Este fato confirma que um efetivo controle da taxa de liberao do
frmaco pode ser alcanado modificando a superfcie da hidroxipatita mesoporosa.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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1445
RESUMO
Este trabalho mostrar a importncia da utilizao de
recurso didtico como um meio alternativo de dinamizar
as aulas ministradas por professores de Qumica, ao
mesmo tempo incentivando e chamando a ateno dos
alunos, j que os mesmos sempre reclamam sobre a
metodologia utilizada pelo docente em sala de aula. A
fabricao do jogo Up and Down Chemical foi
contextualizada com o contedo interdisciplinar
apresentado pelo professor em sala de aula, podendo ser
usados em vrias disciplinas e com vrios contedos.
1446
1 INTRODUO
O Ensino Bsico no Brasil, de acordo com o Plano Nacional de Educao, Lei n.
10.172/2001 deve garantir a elevao global do nvel de escolaridade da populao, a melhoria da
qualidade do ensino em todos os nveis, a reduo das desigualdades sociais e regionais, dentre
outros. (BRASIL, 2009).
O mundo, por sua vez, tem sofrido um rpido processo de evoluo cientfica e
tecnolgica, sem precedentes na histria da humanidade, proporcionado pela grande produo
em cincias e tecnologia. Nesse processo, destaca-se a importncia fundamental dessa produo
para o desenvolvimento das naes, o que torna a alfabetizao cientfica de seus cidados uma
necessidade urgente. (SCHNETZLER, 2002).
Atualmente estudar qumica sem uma orientao didtica pode ser uma atividade
exaustiva paras os discentes, esta disciplina recebe muitas reclamaes pelos alunos devido
dificuldade que eles sentem, hoje vrios professores tentam deixar as aulas mais dinmicas, pois
os mesmos vem a necessidade de buscar recursos que facilitem o processo de ensinoaprendizagem. Muitos alunos por sua vez entram em um processo de decorar os contedos, os
smbolo, conceitos e clculos ao invs de tentarem aprender. Deste modo de suma importncia
que o professor busque recursos para facilitar a aprendizagem e tornar as aulas de qumica mais
agradveis e dinmicas para os alunos, dentre esse recursos eles podem usar jogos didticos.
Segundo MELO (2005), muitos estudos a respeito de atividades ldicas, comprovam que, o jogo
alm de ser fonte de descoberta e prazer para o aluno, est inserido tambm no contexto sciohistrico refletido na cultura. Partindo desta idia, o professor poder desenvolver estratgias
simples, podendo o mesmo sair de uma linha tradicional, e despertando a curiosidade do discente
tornando-o assim um aluno ativo. A este respeito Miranda (2001) afirma que:
Mediante o jogo didtico, vrios objetivos podem ser atingidos, relacionados cognio
(desenvolvimento da inteligncia e da personalidade, fundamentais para a construo de
conhecimentos); afeio (desenvolvimento da sensibilidade e da estima e atuao no
sentido de estreitar laos de amizade e afetividade); socializao (simulao de vida em
grupo); motivao (envolvimento da ao, do desfio e mobilizao da curiosidade) e
criatividade.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educao, Lei n. 9.394/96, prev uma educao escolar
vinculada ao mundo do trabalho e prtica social, cujas finalidades so o pleno desenvolvimento
do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho
(BRASIL, 1996). Com a produo desse jogo os alunos das Escolas Estaduais adquiriram a
capacitao bsica para a confeco desse material didtico.
Diante do exposto, apresentada nesse trabalho uma proposta de ferramenta didtica
para auxiliar as aulas de Qumica na formao bsica/Ensino Mdio, visando uma facilitao do
processo de ensino-aprendizagem, alm de contribuir diretamente na formao/capacitao dos
alunos-professores envolvidos no projeto, contribuindo assim para o desenvolvimento do ensino
de Qumica no Rio Grande do Norte, tanto no que diz respeito a uma formao de melhor
1447
qualidade dos alunos da rede pblica de ensino. Assim a partir desta interao os alunos
desenvolvem estratgias modernas e simples em busca do conhecimento saindo de uma linha
tradicional despertando a curiosidade do discente e tornando-se assim um aluno ativo.
Utilizaremos como referencial o Novo Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, nele verificam-se a
existncia de 20 significados para a palavra jogo:
Jogo (). S. m. 1. Atividade fsica ou mental organizada por um sistema de regras que
definem a perda ou o ganho. 2. Brinquedo, passatempo, divertimento. 3. Passatempo ou
loteria sujeito a regras e no qual, s vezes, se arrisca dinheiro. 4. Regras que devem ser
observadas quando se joga. 5. Jogo de azar. 6. O vcio de jogar. 7. Maneira de jogar. 8.
Srie de coisas que forma um todo ou uma coleo. 9. Conjugao harmoniosa de peas
mecnicas com o fim de movimentar um maquinismo. 10. Mecanismo de direo de um
veculo. 11. Balano transversal. 12. Escrnio, ludbrio, jigajoga. 13. Manha, astcia, ardil.
14. Vicissitudes, alternativas, vaivns; jogada, jigajoga. 15. Aposta (1). 16. Comportamento
ou atitude de algum que visa a obter vantagens de outrem. 17. Na tcnica instrumental,
a maneira como cada artista se serve dos recursos tcnicos prprios ao seu instrumento.
18 Ms. Conjunto de registros do rgo ou do harmnico. 19. Psicol. Jogo (1 e 2)
empregado como meio de investigao ou tratamento psicolgico. 20. Teatr. Uma das
mais antigas composies dramticas da Idade Mdia, principalmente da Alemanha,
Frana e Espanha, constituda de breves dilogos, cenas e recitaes e representaes em
praa pblica de trovadores e jograis.[...] (FERREIRA, 2004, p. 1158).
A confeco desse jogo e bastante perecido com o Sobe e Desce tradicional, ambos so
utilizadas as mesmas regras. Foi confeccionado UP AND DAWN CHEMICAL para dar apoio e
despertar a curiosidade dos discentes, esta atividade foi pensada como uma forma de contribuir
no preenchimento de uma lacuna existente na formao dos discentes ao concluir o Ensino
Fundamental ou mesmo na primeira srie do Ensino Mdio, que a aprendizagem de vrios
contedos qumicos que no so bem dissolvidos. Tendo como objetivos despertar a prtica
educativa e a participao ativa dos alunos no processo de construo do conhecimento, ampliar a
capacidade dos alunos se relacionarem em grupos e melhorar o rendimento dos alunos do ensino
mdio da Escola Estadual Professor Antonio Dantas do Municpio de Apodi-RN. Assim, o jogo foi
utilizado como instrumento de apoio ao professor, o mesmo podendo ser utilizado como um meio
de avaliao ou como um instrumento de reforo de contedos j apreendidos anteriormente.
2 FUNDAMENTAO TEORICA
Para a construo e desenvolvimento desse projeto, foram observados alguns aspectos
relacionados importncia da dinamizao de aulas tericas para facilitar o processo ensinoaprendizagem. Sobre isso a Lei de Diretrizes e Bases da Educao, Lei n. 9.394/96, art. 1 deixa
claro que: A educao abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na
convivncia humana, no trabalho, nas instituies de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizaes da sociedade civil e nas manifestaes culturais.
Quando as situaes ldicas so criadas pelo professor visando estimular a aprendizagem,
revela-se ento dimenso educativa. Para Szundy (2005) O educador necessita assumir seu papel
efetivo de modificador social, capaz de propor mudanas que despertem no aluno o desejo de
1448
VANTAGENS
Introduo e desenvolvimento de
conceitos de difcil compreenso;
DESVANTAGENS
Quando os jogos so mal utilizados, existe o perigo de
dar ao jogo um carter puramente aleatrio, tornandose um apndice em sala de aula. Os alunos jogam e
se sentem motivados apenas pelo jogo sem saber por
que jogam.
O tempo gasto em atividades de jogo em sala de aula
maior e, se o professor no estiver preparado, pode
existir um sacrifcio de outros contedos pela falta de
tempo.
1449
Desenvolvimento de estratgias de
resoluo de problemas (desafios
dos jogos).
3 METODOLOGIA
3.1 Confeco do jogo
O Up and Down Chemical (Figura 1) foi desenvolvido a partir da necessidade de tornar as
aulas de Qumica mais atrativa e para facilitar a aprendizagem do aluno. A esse assunto Silva
(2006) diz que:
A introduo dos jogos no ambiente escolar facilita o processo na busca do aluno pelo
conhecimento, despertando o seu interesse pelas novas experincias e descobertas
1450
O jogo Up and Down Chemical foi desenvolvido em forma de um tabuleiro, contendo casas
numeradas de 1 a 100. Vale ressaltar que este jogo pode ser aplicado em todas as turmas do
ensino mdio.
3.2 Regras
O Up and Down Chemical pode ser jogado com seis alunos, ou em grupos. Estes iro
jogando os dados e avanando as casas. Em determinadas casas esto escadas ou erlenmeyer, o
inicio da escada representa uma pergunta que o professor far ao jogador, se o mesmo acertar
poder subir a escada e se errar permanecer no mesmo local. Ao chegar no erlenmeyer o
desafiante ter que responder uma pergunta, no qual a resposta errada far com que o mesmo
desa algumas casas (depende no local que ele parar), caso acerte permanecer no mesmo local.
importante ressaltar que as perguntas feitas ao decorrer do jogo sero voltadas aos contedos
ministrados pelo professor. Vence o jogo aquele aluno ou o grupo que chegar primeiro na casa de
nmero 100.
Foram levantadas vrias maneiras de como o jogo seria organizado, por fim chegamos
concluso de envolver o Up and Dawn Chimical juntamente com assuntos ministrados pelos
professores no ensino mdio.
1451
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Para a aplicao do jogo Up and Down Chemical, a sala foi dividida em grupos e cada grupo
esperava o fim de uma partida para jogar. Durante a aplicao os alunos se mostraram bastante
motivados e interessados, apresentando, assim, maior facilidade em responder as perguntas
realizadas. Os resultados alcanados atravs do uso do ldico foram positivos e os objetivos foram
alcanados. De acordo com Castro e Costa (2011) 171.
Os jogos so uma alternativa vivel e
interessante para aprimorar as relaes entre professor aluno conhecimento, reconhecendo
que estes podem proporcionar ao indivduo um ambiente agradvel, motivador, prazeroso e rico
em possibilidades, que torna mais simples a aprendizagem de vrias habilidades.
Para podemos fazer uma avaliao do mtodo utilizado, fez-se uso de um questionrio
avaliativo fechado, com perguntas objetivas, para os 22 alunos do 3 ano do ensino mdio da
Escola Estadual do Municpio de Apodi. Os resultados so mostrados na tabela 2 abaixo:
Tabela 1: Resultado do questionrio realizado com alunos do 3 ano do Ensino Mdio da Escola
Estadual Professor Antonio Dantas no municpio de Apodi
Afirmaes
Sim
No
22
19
20
22
16
22
22
16
1452
dificuldades?
9- Pode-se dividir a aula em expositiva, exerccios individuais e dinmica
de jogo?
20
20
22
Atravs da tabela a cima, podemos notar que para os alunos aceitaram bem o jogo e
conseguiram fixar e compreender melhor o contedo ministrado pelo professor. Assim, atravs da
diversificao da metodologia o professor pode despertar a motivao dos alunos pelas aulas e
pelos contedos, fazendo com que o aluno pudesse facilitar a absoro do contedo, e ao mesmo
tempo melhorando o seu rendimento escolar.
5 CONCLUSO
Acreditamos, assim que os jogos so importantes para o ensino e a aprendizagem dos
alunos, e servem como suportes para os professores de Qumica, podendo ser utilizado como uma
forma de dinamizar as aulas e motivarem os alunos. Alm de aplicar o jogo os professores
precisam estar atentos aos objetivos que eles desejam alcanar. A atividade ldica no pode ser
aplicada de qualquer forma, o professor tem que saber explorar o jogo para que o aluno possa
aprender ao mesmo tempo em que se diverti. Em suma, o jogo mostrou ser uma excelente
alternativa para atuar como um elemento facilitador no processo ensino-aprendizagem.
6 AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professor Antonio Dantas pelo espao cedido, ao Programa de Bolsas de
Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao O Programa Institucional de Bolsas de Iniciao em
Desenvolvimento Tecnolgico e Inovao PIBITI/CNPq do Instituto Federal de Educao Cincia e
Tecnologia do Rio Grande do Norte-IFRN, Cmpus Apodi. E em memria do aluno Jackson Diego
pela ajuda ao desenvolvimento desse projeto.
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BRASIL. (Lei 9.394/1996) DIRETRIZES E BASES DA EDUCAO NACIONAL. Braslia, DF. 1996.
http://prope.unesp.br/xxi_cic/27_33597616852.pdf acessado no dia 18/05/2013 s 15:20.
BRASIL. (Lei 10,172/2001) PLANO NACIONAL DE EDUCAO. BRASLIA, DF. 2001. Internet.
Disponvel em <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm> Acesso em
18/05/2013.
1453
1454
RESUMO
Todo desenvolvedor de jogos ou aplicativos, busca
desenvolver para as plataformas que mais atraem
usurios. Mas nem sempre o jogo ou aplicativo fcil de
ser criado. Entretanto, o Android (Sistema Operacional
da Google) , atualmente, a melhor plataforma para os
desenvolvedores, pois vem constantemente atraindo
THE USE OF ANDROID FOR THE DEVELOPMENT OF THE GAME STUDENT COMBAT
ABSTRACT
Every game developer or applications are looking to
develop for the platforms that attract users. But not
always the game or application is easy to be created.
However, the Android (OS from Google) is currently the
best platform for the developers, as has been constantly
attracting many users, and it is easy and efficient to
1455
1 INTRODUO
Com a chegada dos Smartphones e Tablets, a computao mvel cresceu muito nos
ltimos anos. A demanda por esses aparelhos subiu mais ainda com a criao do Sistema
Operacional Android em 2008, j que os dispositivos compatveis eram mais baratos, alm de
serem livres para o desenvolvimento de aplicativos (ANDROID, 2013). A plataforma disponibiliza
ainda todas as ferramentas gratuitas para a criao de qualquer aplicativo.
Junto aos dispositivos mveis, h uma crescente demanda por uma nova metodologia de
auxlio no ensino, e os Jogos Educacionais um dos mtodos que mais despertam a ateno dos
alunos (VITTA et al., 2012) (ARANHA, 2006) (OLIVEIRA et al., 2009). Esses jogos podem ser usados
nos dispositivos mveis, aparelhos de menor poder e processamento que permitem mobilidade e
que esto ficando cada vez mais presentes na vida das pessoas (COSTA et al., 2010).
Devido a isso, o presente trabalho prope o desenvolvimento de um jogo para a
plataforma Android, no intuito de auxiliar estudantes do ensino mdio em todas as disciplinas de
forma divertida e estimulante.
O jogo chamado de Student Combat, e consiste em uma disputa entre dois estudantes
utilizando diferentes dispositivos conectados internet, onde ambos iro responder questes
referentes a uma determinada disciplina. O jogo finaliza no momento que um dos estudantes erra
uma das perguntas dando a vitria para o outro, que por sua vez ir aumentar sua pontuao do
jogo. Ao final, a sua classificao atualizada no Ranking do Student Combat. Tambm ser
explicado como foi feito o desenvolvimento do Student Combat, quais as ferramentas utilizadas,
ambientes de desenvolvimento e trechos de cdigos.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Com o crescimento da tecnologia mvel, as empresas de informtica vm investindo cada
vez mais na mobilidade de dispositivos, e a Google uma delas, com o lanamento do Android em
2008 (ANDROID, 2012). O Android consiste em um Sistema Operacional feito para dispositivos
mveis como Tablets e Smartphones e roda sobre o Kernel Linux (VAUGHAN-NICHOLS, 2012). Ele
permite o desenvolvimento de aplicativos na Linguagem de Programao Java, controlando o
dispositivo via bibliotecas desenvolvidas pela Google (SHANKLAND, 2012).
Ele um dos Sistemas Operacionais que mais cresce, se tornando em uma plataforma to
popular quanto Windows, Mac OS e Linux. possvel visualizar o crescimento do nmero de
ativaes de dispositivos Android de 2009 at 2012 na Figura 1.
1456
3 METODOLOGIA E MTODOS
Para o desenvolvimento do jogo foi utilizado a IDE Eclipse, por ser a mais apropriada para o
desenvolvimento Android e por ter uma boa compatibilidade. Foram tambm utilizados os kits de
desenvolvimento SDK (Software Development KitKit de Desenvolvimento de Software), o JDK
(Java Development Kit Kit de desenvolvimento Java) e suas APIs. O cdigo do jogo foi escrito na
linguagem de programao Java e a interface grfica em XML. O Play Framework foi utilizado na
construo do Web Service para realizar a comunicao do jogo com o servidor.
O jogo Student Combat consiste em conectar dois usurios a um servidor e mostrar para
ambos uma mesma questo sobre uma determinada disciplina. Cada questo composta por um
enunciado, quatro alternativas e uma nica resposta certa.
As questes, as alternativas e a resposta so armazenadas, em um banco de dados, por
professores das disciplinas e so selecionadas aleatoriamente para o jogador. O acesso questo
feito pelo cdigo demonstrado na Figura 2.
1457
Figura 2: Mtodo HTTP usado para puxar uma questo do banco de dados.
O mtodo HTTP foi utilizado para que atravs de uma URL o aplicativo armazene em uma
varivel (declarao da varivel na linha 17 e armazenagem do texto na linha 37) o enunciado da
questo juntamente com cada alternativa e a resposta correta, todos separados por uma barra
vertical |. Esse mtodo est separado em uma classe distinta para poder ser usado tanto para
buscar as questes, quanto para cadastrar ou buscar um jogador, uma vez que basta modificar a
URL.
Aps o armazenamento da questo, necessrio que se separe o enunciado, as
alternativas e as respostas. Para isso a classe responsvel por expor a questo na tela dotada de
um cdigo especfico para a quebra da varivel que contm o enunciado, expor o enunciado e as
alternativas e guardar a resposta certa em outra varivel para ser comparada com a alternativa
marcada pelo jogador.
Na Figura 3 demonstrada a quebra e a exposio do enunciado com as alternativas.
1458
A classe StringTokenizer (presente no JDK 1.0) separa a varivel sempre que h uma barra
vertical. Cada pedao separado mostrado na tela do usurio (na linha 50 o enunciado
mostrado, da linha 51 a 54 so mostrados as alternativas da 1 a 4 e na linha 55 o nmero da
alternativa correta armazenado na String resposta), com exceo da resposta. Na linha 57 a
String resposta convertida para um valor do tipo inteiro e armazenada na varivel numero.
Na Figura 4, possvel visualizar a verificao da resposta correta.
1459
4 RESULTADOS E DISCUSSES
O jogo Student Combat foi desenvolvido utilizando a tecnologia Java para a plataforma
Android. Sua tela inicial demonstrada na Figura 5. Ela composta por dois botes, o de Login e o
de Cadastrar. O boto Login ir transferir o jogador para uma tela onde ele informar seu nome de
usurio e sua senha. O boto de Cadastrar ir transferir o jogador para uma tela onde ele far o
seu cadastro no jogo, caso no tenha uma conta j realizada.
Depois de ter sido feito o login do usurio, o jogo mostrar os jogadores que esto online,
onde o usurio escolher um para desafiar, ativando o respectivo boto de rdio e em seguida
clicando em Desafiar, como mostra a Figura 6.
1460
1461
5 CONCLUSO
O desenvolvimento do jogo Student Combat foi facilitado devido disponibilidade de
ferramentas gratuitas e eficientes da plataforma Android, alm da linguagem de programao,
Java, ser amplamente difundida pela Internet, de fcil compreenso e tambm possuir uma API
repleta de classes que minimizam o trabalho de um desenvolvedor de aplicativos.
A primeira verso do Student Combat foi desenvolvida com o propsito de ser uma
alternativa divertida para auxiliar no processo de aprendizagem dos alunos do ensino mdio,
proporcionando, atravs de um jogo de perguntas e respostas, uma melhora na fixao dos
contedos ministrados nas disciplinas escolares.
Como trabalhos futuros, esto sendo realizadas melhorias na interface grfica, como
planos de fundo e animaes, para que o jogo seja to atrativo quanto os que so, comumente,
encontrados em dispositivos mveis. Pretende-se tambm acrescentar outros tipos de desafios e
tambm permitir que o jogador crie salas de jogos com senhas para que o jogo possa ser restrito a
algumas pessoas. Aps a concluso da verso final do jogo, pretende-se public-lo na Play Store
para que qualquer um com um dispositivo mvel com Android possa baix-lo.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANDROID. Android, the worlds most popular mobile platform. Disponvel
<http://developer.android.com/about/index.html>. Acesso em: 16 mai 2013.
em:
1462
1463
RESUMO
O presente trabalho descreve um estudo de caso sobre o
Sistema Unificado de Administrao Pblica (SUAP). Esse
sistema foi desenvolvido pela equipe de Tecnologia da
Informao (TI) do Instituto Federal de Educao, Cincia
e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) para suprir
as necessidades da instituio no que tange os seus
trmites administrativos. No trabalho buscamos
investigar, preliminarmente o SUAP, e como resultado
exposto uma sucinta apresentao. Tambm foram
estudados os principais problemas que foram
identificados nesse cenrio, abrindo janelas para
1464
APRESENTAO
Lei 11.892, de 29 de dezembro de 2008, transforma os Centros Federais de Educao Profissional e Tecnolgica em Institutos Federais de
Educao, Cincia e Tecnologia.
1465
1466
Assim, o objetivo deste trabalho realizar um estudo de caso sobre o SUAP para avaliar a
sua aplicabilidade e investigar as suas limitaes do contexto especficos do Cmpus Joo Cmara
do IFRN. Sobre o estudo, apresentamos os usurios participantes, o perodo em que o realizamos,
a caracterizao do cenrio e funcionalidades que foram analisadas. Por fim, os resultados foram
colhidos e a partir deles foi possvel estabelecer um plano de melhorias do sistema para o cenrio.
O restante do artigo est dividido da seguinte forma: A seo seguinte trata dos detalhes
do estudo de caso; a seguinte apresenta os resultados destacando as limitaes e discusses sobre
o SUAP; e, finalizando, a seo com nossas concluses e perspectivas de trabalhos futuros.
Para desenvolver o estudo de caso, contamos com a participao dos bolsistas da Diretoria
de Administrao, um setor que funciona em parceria com a Coordenadoria de Finanas e
Contratos do Cmpus Joo Cmara, esses dois setores contam os servios de dois bolsistas, a
quem foi concedido acesso ao SUAP, para gerenciar processos dos dois setores com ajuda do
mdulo Protocolo do SUAP, durante trs meses analisamos como eles utilizavam as
funcionalidades desse mdulo, so elas: Busca, Encaminhamento, Recebimento e Finalizao de
processos, Registro e Justificativa de Ponto e Gerar Folha de Ponto, com resultados colhidos por
intermdio de entrevista.
Tambm tivemos a participao da coordenadora de atividades estudantis, e da servidora
(lotada no setor Protocolo do Cmpus Joo Cmara) responsvel pela execuo do
protocolamento, que significa o cadastro do processo no SUAP, com esses participantes, o perodo
de anlise foi mais curto, de apenas um ms, onde analisamos as mesmas funcionalidades citadas
acima, e mais um que o Cadastro de processos, resultados tambm colhidos por intermdio de
entrevistas.
Contamos com ajuda de alguns bolsistas, que atuam nos diversos setores do Cmpus Joo
Cmara, com os bolsistas o perodo de anlise foi um pouco mais longo, de dois meses, analisamos
um mdulo e meio, pois os bolsistas tem acesso ao mdulo Ponto Eletrnico e metade do
Protocolo, dizemos isso porque os alguns bolsistas no esto autorizados a gerenciar processos do
setor em que lotados, analisamos as seguintes funcionalidade: Buscar de processos, Registro e
Justificativa de Ponto e Gerar Folha de Ponto, resultados adquiridos por intermdio de
questionrios.
RESULTADOS E DISCUSSES
1467
que o sistema pode apresentar. Com as informaes coletadas dos tcnicos administrativos,
montamos dois grficos que apresentam as satisfao do SUAP, e a frequncia em que usado o
sistema.
Com advento das entrevistas nos foi relatado o fato do sistema do sistema ficar
indisponivel frequentemente durante o cadastro de processos, que agravado pela falta de
treinamento, pois o quando o usurio se depara com essa situao ele no sabe as devidas
providncias a ser tomadas diante esses casos, No sabemos se o o processo foi cadastrado ou
no comentou um dos usurios do sistema durante o estudo.
Fizemos um pesquisa de satisfao com os tcnicos administrativos do cmpus Joo
Cmara, pesquisa essa que nos possibilitou a criao de um grfico que apresenta a satisfao com
sistema, onde 38% dos entrevistas jugaram o sistema como Razoavel, 54% como Bom e 8% como
timo, ninguem jugou o sistema como Ruim, como mostra a Figura 3.1. Tambm realizamos um
pesquisa sobre a frequncia em que o sistema usado, onde constatamos que dependendo do
setor o sistema muito usado, e em outros no, onde 54% dos entrevistados usam
frequntemente o sistema, e 46% no, como mostrado na Figura 3.2.
Pesquisa de Satisfao
Bom
Razoavel
Ruim
Otimo
0%
8%
38%
54%
Frequncia de Uso
Sempre
Dificilmente
46%
54%
1468
1469
Mdulo
Limitao/Problema
Quantidade de
ocorrncias
Protocolo
Visualizao de processos
Protocolo
Sistema Indisponvel
Assistncia Estudantil
Exportar planilhas
Ponto Eletrnico
O SUAP nos apresentou algumas limitaes, como mostra a Tabela 3.1, limitaes como a
visualizao de processos uma limitao que tivemos que lidar durante todo o estudo assim
como a Exportao de Planilhas.
De perto acompanhamos e at participamos da rotina de arquivamento no setor contbil
do cmpus, e junto com a Coordenadoria de Finanas e Contratos constamos que esse servio
poderia ser auxiliado com um sistema e j chegar ao setor financeiro pronto para seu
arquivamento, com todos os carimbos e suas assinaturas.
Atualmente incomum, mas no passado era consideravelmente normal um processo sair
de um setor para uma verificao rpida de algum item, ao passar do tempo foi acontecendo
problemas, processos se perdiam ou se misturavam com processos completamente diferentes,
felizmente esses documentos eram encontrados, at ser estabelecida a seguida ordem: quando
um processo for encaminhado para outro setor ele tem quer ser discriminado no caderno de
protocolo ou no SUAP. Junto aos bolsistas nos foi relatado que esse problema era bem comum
antes da ordem posta pela Direo Administrativa, esse problema levara novamente a retrabalho.
No Mdulo de Assistncia Estudantil tem uma funcionalidade para inscries para
programas de atividades estudantis, junto com essa inscrio feita uma caraterizao do aluno, e
o sistema oferece planilhas, o nico fato que incomoda os usurios fato dos dados dessas
planilhas no poderem ser exportadas, preciso copiar e colar cada pgina, ou imprimir direto do
sistema pgina por pgina comentou a Coordenadora de Atividades Estudantis do Cmpus, vale
salientar que ocorre o mesmo problema no Mdulo de Matrias. As inscries que so executadas
pelo mdulo de Assistncia Estudantil, servem apenas para as bolsas oferecidas pela
coordenadoria de Atividades Estudantis, como Bolsa Trabalho, Auxilio Transporte, Proeja etc.
quanto as bolsas de pesquisa e extenso no se incluem nessas inscries Seria bom se as
inscries para todas as bolsas fossem feitas em s sistema comentou um aluno do 3 ano de
Informtica.
1470
Limitao
Visualizao de
Processos
Sistema Indisponvel
Exportao de Planilha
Acesso a Folha de Ponto
Classificao
Soluo
Limitao Tcnica
Processos Digitalizados
Limitao de Uso
Limitao Tcnica
Limitao de Uso
Oferecer Treinamento
Gerar planilhas em pdf
Oferecer Treinamento
Para solucionar a maior deficincia do mdulo Protocolo ser criado de uma central de
converso de documentos, para serem anexados de um modo seguro pretendemos usar um tipo
de arquivo bem comum no dia-dia em sociedade informatizada, que portable document format
pdf, tambm ter que ser providenciado uma ferramenta no para o anexo retroativo para os
processos que j esto finalizados no sistema, facilitando a verificao rpida de um processo.
Na coordenadoria de contratos e finanas e tambm na diretoria de administrao do
Cmpus Joo Cmara, existem uma Unidade de Arquivamento, notamos que essa prtica tambm
adotada por outros setores, ento para auxiliar os arquivamentos de processos destes setores
ter que ser criado uma Unidade de Arquivamento, dessa maneira seria possvel qualquer setor
gerenciar sua prpria unidade com os processos que fossem finalizados pelo setor, onde tambm
seriam arquivados os documentos expedidos e recebido. Todos os processos tero uma categoria
e sero arquivados de acordo com elas, reforando cada vez mais o mdulo Protocolo.
Para facilitar o acesso a informao ser criado um Central de Providncias, para que
quando um processo for originado, junto com ele ser determinado uma srie de providncias a
ser tomadas nos setores competentes ao assunto, quando concludas o sistemas notificaria os
1471
interessados, com a criao da central, facilitaria aos setores informar aos interessados certas
previses, por exemplo a coordenadoria de assistncia estudantil poderia informar um previso de
pagamento dos bolsistas.
Alm desses servios citados acima, defendemos a criao de um novo mdulo, o de
Inscries, pois no Cmpus Joo Cmara j foram disponibilizados varias bolsas, e em outubro de
2010 foi realizada uma seleo entre alunos para ocupar uma vaga no programa de iniciao ao
trabalho, os interessados deviam preencher alguns mo alguns formulrios para concorrer
bolsa, em 2011 foi criado um sistema interno para a assistncia estudantil, neste sistema os alunos
podiam fazer um caraterizao e inscrever-se em alguns dos programas oferecidos pela assistncia
estudantil, e recentemente o sistema foi integrado no SUAP, alm das inscries para bolsa,
existem eventos, cursos, minicursos, estgios etc.
1472
AGRADECIMENTOS
REFERNCIAS
1473
RESUMO
O ensaio discute uma proposta para o trabalho com
atividades interdisciplinares envolvendo a Fsica e a Arte
das Revistas de Histrias em Quadrinhos HQs/Gibis,
revista essa criada e desenvolvida pelo aluno ZUMBA e
Dr. Zanoni. Alm da discusso de aspectos histricos
epistemolgicos e culturais, fazendo uma ponte entre as
duas culturas, e uma critica a educao, considerada,
segundo Paulo Freire, educao bancria, alienadora,
adotada no Pas, por uma grande parte dos professores.
O ensaio ressalta a importncia da fsica na construo
de um dilogo inteligente com o mundo. Essa Fsica deve
contemplar contedos histricos, filosficos e culturais
do sujeito, mediados pela literatura de HQS. Alm de
permitir uma forma alternativa de ensino, a ponte entre
Fsica e Gibis pode contribuir para amenizar a crise e as
PALAVRAS-CHAVE: ensino de cincias, ensino de Fsica, cincias e HQs-Gibis, ldico e fico cientfica.
and cartoons can help ease the crisis and the difficulties
of interdisciplinarity, as well as, for a problem-based
education, through dialogue, even to the use of
generative themes and context, tools, those who
contribute, if well prepared for effective education. The
aim is to contribute to the dissemination of scientific
information leading science and technology, combining
the playful, the scientific and fiction in a differentiated
approach to the textbooks. Literary texts, images, fiction,
dreams and desires may allow a better job with those
students who have epistemological obstacles and do not
feel motivated to study physics. This journal is a
proposed studies and innovative research.
KEY-WORDS: Science education, teaching of physics, science and comic-cartoons, playful and science fiction.
1475
1476
O eixo deste ensaio, [...] minha convico de que a fsica deve participar da
formao cultural do cidado contemporneo, independente das eventuais
diferenas de interesses individuais e das mais variadas motivaes
acadmicas e/ou profissionais. Meu objetivo central atingir aqueles alunos
que, no formato tradicional do ensino, no se sentem motivados ao estudo
da fsica. E no precisamos nos basear em nenhum sofisticado levantamento
de opinies para saber que esses alunos representaro a grande maioria de
nosso alunado do ensino mdio. (ZANETIC, 2006, p.3).
Nesse pensamento, a utilizao dos Gibis aliada ao ensino de cincia se torna uma
ferramenta importante para levar a informao cientfica, despertar o interesse e mostrar a
importncia da cincia no mundo contemporneo, para os jovens e adolescentes alm de
contribuir para a divulgao cientfica.
1477
3 A CINCIA E A INTERDISCIPLINARIDADE
A primeira verso da serie de revistas de HQ traz justamente essa proposta. Ela tem como
tema principal a Gravidade, a mesma, traz uma discurso entre vilo e super-heri sobre os
aspectos de causas, efeitos, importncia e, os conhecimentos do homem sobre a Gravidade. Uma
construo do conhecimento, levando em conta os aspectos geogrficos, climticos, culturais,
tursticos e elementos literrios, linguagem e fico munida da realidade. Trazendo, assim, uma
proposta interdisciplinar, e os pensamentos de FREIRE: temas geradores, onde, segundo este
autor, o tema gerador no se encontra nos homens isolados da realidade, nem tampouco na
realidade separado dos homens. S pode ser compreendido nas relaes homens-mundo (FREIRE,
2005, p. 98). A mesmo ainda fala sobre a dialocidade e a problematizao para a construo do
conhecimento cientfico.
O que se pretende com o dilogo, em qualquer hiptese (seja em torno de
um conhecimento cientfico e tcnico, seja de um conhecimento
experencial), a problematizao do prprio conhecimento em sua
indiscutvel relao com a realidade concreta na qual se gera e sobre a qual
incide, para melhor compreende-la, explic-la, transform-la. (FREIRE, 2005,
p. 52).
Para que seja possvel a formulao de problemas que estejam presentes no universo
cultural dos estudantes e que se relacionem com os contedos a serem trabalhados preciso que
se busquem os Temas Geradores (FREIRE, 2005, apud, MARENGO). atravs do mesmo, que se
construir um contedo prximo a realidade dos estudantes.
O tema gerador, portanto, gerar um contedo programtico a ser
estudado e debatido; no s como contedo inspido e atravs do qual se
pretende iniciar o aluno ao raciocnio cientfico; no um contedo
determinado a partir da ordenao dos livros textos e dos programas
oficiais, mas como um dos instrumentos que tornam possvel ao aluno a
compreenso do seu meio natural e social. (DELIZOICOV, 1982, p.11 - 12).
1478
Figura 1 Uma viagem ao espao, imagem mostrando o comportamento de objetos em gravidade quase
zero, e experimentos que comprovam o que a Fsica diz.
A revista ser verso para Tablet, ofertando uma maior interatividade e envolvendo os
1479
Figura 2 Imagem mostrando o efeito da Lua no mar, causando as mars, e a atuao da gravidade sobre
os objetos na terra.
1480
Nesse contexto, a figura 2 traz a afirmativa de que o efeito das mars causado pelo efeito
da gravidade da lua. Isso pode causar uma sria de perguntas, que a priori, requer um
conhecimento cientfico para explicar, algo que muitos no sabem arisco at em dizer que a
grande maioria no detm esse conhecimento e para essa realidade no preciso uma pesquisa
to elaborada. No entanto, essa realidade conhecida por muitos, principalmente para quem
vivem em comunidade de pescadores, os prprios pescadores e ribeirinhos. Os mesmo detm
esse conhecimento atravs da observao e da convivncia, e utiliza o conhecimento para
sobreviver, seja para pesca ou at mesmo para construir suas moradias.
Na figura 3, um terremoto causa um grande estrago em uma cidade do interior do Rio
Grande do Norte, conhecida como Joo Cmara. Nessa, que uma pagina da revista, ser
colocado um vdeo de uma reportagem que traz em sua pauta o terremoto que aconteceu no ano
de 1986 que atingiu um ndice de 5.3 na escala Richter, destruindo milhares de casas e deixando
centenas de pessoas feridas. Depois de 25 anos, a cidade volta a registrar abalos ssmicos que
chegou a atingir 2.8 na escala Richter, o maior ndice desde os abalos do ano de 1986, isso foi o
1481
suficiente para a populao ficar em alerta, j que no ano de 1986, houve uma grande perca
material. Os tremores sempre preocupa muito a populao, pois no possvel detectar quando
vai ter outros abalos ssmicos muito menos sua intensidade, alm disso, a cidade, o estado como
um todo no tem estrutura nem preparo para lhe dar com a situao. No que foi exposto, essa
figura faz uma ponte entre a cincia, a histria e a realidade, um trabalho interdisciplinar, que
estabelece uma comunicao entre as disciplinas e cultura do sujeito.
A interdisciplinaridade atualmente uma palavra-chave para a organizao
escolar. O que se busca com isso , de modo geral, o estabelecimento de
uma comunicao efetiva entre as disciplinas, por meio do enriquecimento
da relao entre elas. Almeja-se, no limite, a composio de um objeto
comum, por meio dos objetos comuns particulares de cada uma das
disciplinas componentes... as unidades disciplinares so, portanto,
mantidas, tanto no que se refere aos mtodos quanto aos objetos, sendo a
horizontalidade a caractersticas bsicas das relaes estabelecidas. (Nilson
Jos Machado)
A educao ainda precisa passar por grandes transformaes, e o ensino de cincias por
grandes adaptaes. Esse processo precisa comear na formao dos professores para a formao
do cidado. Para esse processo, indispensvel Transposio Didtica, a Contextualizao, os
pensamentos de FREIRE: Temas Geradores, Educao Problematizadora, o dilogo e a cultura do
sujeito. Todo esse processo dialogando atravs da interdisciplinaridade, como coloca ZANETIC:
Para levarmos adiante essas experincias interdisciplinares necessitamos
sofisticar cada vez mais a formao de nossos professores do ensino mdio.
No podemos aceitar a presena de professores polivalentes. Na formao
dos professores de fsica temos importantes experincias em curso no Pas.
Com esses professores poderemos ousar percorrer a ponte entre cincia e
arte [...]. (ZANETIC, 2006, p. 55)
1482
Nos primeiros pargrafos aludi aos ideais de um grande mestre, e volto a afirmar que para
melhorar a educao preciso pensar no sujeito do ensino, o aluno, e para isso se torna
necessrio fazer algumas perguntas, tais como: Como eu tenho uma viso clara sobre a Fsica?
Para quem vou fazer? Por que vou fazer? O que eu quero ensinar? Como vou fazer? Como vou
falar?
Diante tais perguntas, desejo que muitos educadores possam pensar em respond-las
antes de cada aula, e que possa esquecer o tempo de calendrio e tornar suas aulas mais eficazes.
Fecho esse ensaio com uma frase sobre o que cincia, fazendo ao mesmo tempo uma
homenagem ao meu saudoso e eterno Mestre Dr. Zanoni Tadeu Saraiva dos Santos, falecido em
2013, e ainda agradeo pelo legado que o mesmo deixou:
Se o olho humano pode trair o homem de tal forma que tantas geraes
haviam sido levadas a crer que o sol girava em torno da Terra, ento a
metfora dos olhos da mente j no podia ser verdadeira; baseava-se,
embora implicitamente e mesmo quando usada em oposio aos sentidos,
numa f ulterior na viso corporal. Se o Ser e a Aparncia esto
e este, co
definitivamente separados
realmente o pressuposto bsico de toda a cincia moderna, ento nada
resta que possa ser aceito de boa f; tudo deve ser posto em dvida. A
antiga predio de Demcrito, de que a vitria da mente sobre os sentidos
s podia terminar com a derrota da mente, parece haver-se realizado
exceto que, agora, a leitura de um instrumento havia aparentemente
derrotado a mente e os sentidos. (ARENDT, apud, ZANETIC 2006, p. 56).
4 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
1. DELIZOICOV, D. La Educacin en Ciencias y la Perspectiva de Paulo Freire. Alexandria - Revista
de Educao em Cincia e Tecnologia, v.1, n.2, p.37-62, 2008. Disponvel em:
http://www.ppgect.ufsc.br/alexandriarevista/index.htm
2. DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. P.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de cincias: Fundamentos e
Mtodos. So Paulo: Cortez, 2002.
3.
FREIRE, Paulo. Extenso ou comunicao? Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 2. ed., 1975.
6. SILVA, Jos Gilvan Zumba da; SANTOS, Zanoni Tadeu Saraiva dos. Imagens produzidas para a
revista em quadrinhos Zats descobrindo o universo.
7. ZANETIC, Joo. Qual o papel da cincia na formao bsica? Atas do IX Simpsio Nacional de
Ensino de Fsica, SBF, 1991.
8. ZANETIC, Joo. Fsica e literatura: uma possvel integrao no ensino. Cadernos Cedes: Ensino
da Cincia, Leitura e Literatura, 41, 1997, p. 46/61.
1483
9. ZANETIC, Joo. Literatura e cultura cientfica. In: ALMEIDA, Maria Jos P. M. de; SILVA,
Henrique Csar da (orgs.). Linguagens, leituras e ensino da cincia. Campinas: Mercado de Letras,
1998, p. 11-36
1484
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE: PIBID; Ensino de Fsica; Interveno Didtica; Ensino de Ondas; Objetos de Aprendizagem.
KEYWORDS: PIBID; Physics Teaching; Intervention Curriculum, Teaching Waves; Learning Objects.
1485
1 INTRODUO
Este trabalho foi desenvolvido por bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciao Docncia PIBID, na Licenciatura em Fsica do Instituto Federal de Educao, Cincia e
Tecnologia do Rio Grande do Norte/IFRN Campus Caic, sendo o projeto composto na referida
instituio por um coordenador de rea, uma coordenadora de rea adjunta, trs professores
supervisores atuantes de escolas pblicas e quinze alunos bolsistas matriculados neste cmpus.
Os bolsistas referentes a este trabalho desenvolveram atividades de interveno na Escola
Estadual Antnio Aladim de Arajo, situada na cidade de Caic - RN. A escola oferece ensino nos
nveis fundamental e mdio e para a modalidade Educao de Jovens e Adultos (EJA). As aes
que foram desenvolvidas nesta escola foram destinadas aos alunos de 2 anos dos turnos
matutino e vespertino do ensino mdio e realizadas no contra-turno noturno.
Como citado no projeto PIBID da Licenciatura em Fsica do IFRN Cmpus Caic (EDITAL N
02/2009 CAPES), os bolsistas devem ser orientados por um professor supervisor atuante em uma
escola pblica conveniada ao PIBID, para desenvolver aes de interveno didtica na mesma,
contribuindo para melhorar o ensino de Fsica da escola e tambm para a formao docente do
prprio bolsista ao se inserir no ambiente escolar.
Ao fazer um diagnstico das aulas de Fsica da escola em questo, percebemos que sendo
as aulas de Fsica apenas duas vezes por semana e com a realizao da greve de professores da
rede estadual de ensino no ano letivo de 2011, essas aulas no seriam suficientes para garantir
todos os contedos de Fsica referentes s turmas de 2 anos. Com isso, vimos uma grande
necessidade de realizar algumas aulas extras no contra-turno para suprir essa ausncia de
contedos.
O principal objetivo deste trabalho consiste em descrever e analisar algumas intervenes
didticas realizadas na Escola Estadual Antnio Aladim de Arajo, cujo pblico alvo era alunos de
2 ano.
Os referenciais tericos que utilizamos para fundamentar este trabalho esto relacionados
a alguns recursos didticos para serem utilizados nas aulas de Ondas, especialmente os
relacionados s Novas Tecnologias da Informao e da Comunicao (NTIC) e experimentao.
Quanto aos contedos de Fsica escolhidos, devemos dizer que, apesar de muitas vezes
encontrarmos os contedos de Ondas em segundo plano - as aplicaes dos contedos de ondas
so de grande importncia na aprendizagem dos alunos, por estarem muito presentes em nosso
dia-a-dia.
1486
No trabalho de Costa e Duarte (2011, pg.2), os autores propem que sejam utilizados
vdeos e simulaes em computador, assim como demonstraes experimentais de todos os
conceitos envolvidos.
Apresentaes multimdia podem acelerar e aumentar a compreenso, uma vez que os
recursos usados imagem, som e movimento tm como objetivo chamar a ateno da plateia a
todo o momento (YAGER 1991 apud COSCARELLI, 1998, p. 26 apud Costa e Duarte - 2011).
A informtica no ensino de ondas recurso muito til e importante para a aprendizagem
dos alunos por eles terem acesso a essa ferramenta diariamente. Neumann e Barroso (2004)
apresentam em um de seus trabalhos a utilizao de simulaes realizadas em computadores que
podem ajudar na compreenso dos conceitos de ondas. Segundo os autores, as simulaes
pretendem fornecer um mecanismo auxiliar na aprendizagem, correspondendo a visualizar com
imagens as equaes matemticas obtidas na soluo de problemas. (Neumann e Barroso
2004, pg.2).
Para Aliprandini et al (2009, pg.1373) uma das grandes vantagens da utilizao de
simulaes que uma situao pode ser representada vrias vezes de diversas formas:
As simulaes podem ser consideradas a soluo de muitos problemas que professores de
Fsica enfrentam ao tentar explicar para seus alunos fenmenos demasiado abstratos para
serem visualizados pela descrio em palavras, e demasiado complicados para serem
representados por meio de uma figura esttica. Elas possibilitam observar em alguns
minutos a evoluo temporal de um fenmeno que levaria horas, dias ou anos em tempo
real, alm de permitir ao estudante repetir a observao sempre que o desejar.
1487
"aula", o que modifica a postura, as expectativas em relao ao seu uso. Precisamos aproveitar
essa expectativa positiva para atrair os alunos para o assunto abordado.
Outra estratgia muito utilizada e muito eficiente so as aulas experimentais no ensino de
Fsica. Essas por sua vez atraem a ateno dos alunos e permitem a esses que faam uma relao
entre a teoria e a prtica. Nas nossas intervenes, optamos por utilizar a experimentao em
uma abordagem demonstrativa, onde o aluno apenas um expectador e o professor quem
manipula o experimento.
Em relao s experimentaes demonstrativas nas aulas de Fsica, Silva et al (2011, pg.3),
relatam:
Na perspectiva demonstrativa, o professor o manipulador da experimentao, o
experimento utilizado de forma ilustrativa. O experimento demostrado aos alunos e os
mesmos observam os acontecimentos. Depois eles refletem e relacionam o que foi visto
no experimento com os conceitos fsicos estudados. Nessa proposta, no condio
fundamental que os alunos promovam interaes entre eles e nem manipulem o
experimento.
De acordo com Barreiro e Bagnato (1992) apud Silva et al (2011, pg.3), para os alunos, as
demonstraes experimentais tornaram as aulas mais interessantes, os conceitos ficaram mais
bem esclarecidos e a fixao da matria melhorou, fatores esses que ajudaram na compreenso
da teoria, nas aplicaes e nas resolues de exerccios.
As atividades experimentais de demonstrao em sala de aula, tanto quanto as atividades
de laboratrio realizadas por grupos de alunos com orientao do professor, apresentam
dificuldades comuns para a sua realizao, desde a falta de equipamentos at a inexistncia de
orientao pedaggica adequada. No entanto, alguns fatores parecem favorecer a demonstrao
experimental: a possibilidade de ser realizada com um nico equipamento para todos os alunos,
sem a necessidade de uma sala de laboratrio especfica, a possibilidade de ser utilizada em meio
apresentao terica, sem quebra de continuidade da abordagem conceitual que est sendo
trabalhada e, talvez o fator mais importante, a motivao ou interesse que desperta e que pode
predispor os alunos para a aprendizagem (Gaspar e Monteiro 2005).
Nas palavras de Pereira (2005) apud Resende e Werkhaizer (2009, pg.3): a utilizao
deste tipo de material didtico pelos professores, nas condies reais de sala de aula, relevante,
pois pode contribuir para a aprendizagem conceitual, aproximando o estudante do fenmeno
fsico, conseguindo substituir as demonstraes ao vivo eficientemente.
Diante do exposto, percebemos que a proposta de utilizar vdeos, simuladores e a
experimentao caracterizam-se como uma prtica de ensino que pode vir a ser vivel e
estimulante para o ensino de Ondas.
3 METODOLOGIA
Este trabalho se caracteriza como um relato de experincia, onde relatamos as
intervenes didticas de Fsica realizadas por dois bolsistas do PIBID de Fsica IFRN Cmpus
1488
Caic, na Escola Estadual Antnio Aladim de Arajo, conveniada ao projeto PIBID do referido
Cmpus.
As intervenes didticas foram destinadas a todos os alunos dos 2 anos dos turnos
matutino e vespertino do Ensino Mdio e tinham como propsito abordar os contedos de Ondas.
As aulas foram realizadas uma vez por semana com durao de 1 hora e 30 minutos, no turno
noturno.
Para a realizao das mesmas, ns bolsistas realizamos alguns estudos bibliogrficos sobre
estratgias de ensino para aulas de ondas e tambm nos reunimos com a professora supervisora tambm bolsista do PIBID de Fsica - para decidirmos como fazer a abordagem dos contedos e
fazer o planejamento das aulas. Para isso, utilizamos o prprio livro didtico adotado pela escola
(Cincia e Tecnologia, de Paulo Cesar M. Penteado) para que os alunos pudessem ter o material de
acompanhamento das aulas.
Os objetivos gerais a serem alcanados durante a realizao das intervenes eram:
cotidiano.
Conceituar Energia;
1489
Fazer com que os alunos pudessem debater e interagir com os professores e
colegas sobre o assunto;
na Fsica;
dia a dia;
Dar exemplos dos tipos de ondas e dos fenmenos que esto presentes no nosso
1490
A aula foi iniciada com um breve comentrio sobre o assunto da aula passada. Em seguida
iniciamos os novos contedos e no decorrer da aula mostramos alguns simuladores para melhor
compreenso e clareza do contedo explicado. Para finalizar realizamos alguns exerccios.
Quarta aula - Nesta aula a quantidade de alunos diminuiu um pouco pelo fato de ser
perodo de prova para estes na referida escola.
Os temas abordados durante a quarta aula foram Ressonncia e Efeito Doppler. Para
trabalhar com esses temas utilizamos vdeos e nossos principais objetivos eram:
a dia.
Iniciamos a aula com a explicao dos conceitos sobre Efeito Doppler e em seguida com
Ressonncia, finalizamos o contedo de ondas e logo aps mostramos vdeos relacionados aos
contedos ensinados. Finalizamos a aula tirando dvidas dos alunos.
Quinta aula - fizemos uma reviso de todos os contedos ministrados durante as quatro
aulas anteriores.
Nesta aula os contedos revisados foram Tipos de Ondas, Fenmenos Ondulatrios, Ondas
Estacionrias, Ondas Sonoras, Ressonncia e Efeito Doppler. Utilizamos como recursos didticos
apenas o quadro e o pincel. Os objetivos eram:
Tirar dvidas dos alunos em relao ao assunto estudado, caso houvesse alguma.
1491
Sexta aula Esta ltima interveno didtica tinha como propsito fazer com que os alunos
produzissem um mural, onde o tema do mesmo no seria relacionado ao contedo de Ondas, mas
sobre Fsicos famosos e algumas curiosidades sobre a Fsica.
5 CONSIDERAES FINAIS
Diante das aes realizadas na Escola Antnio Aladim de Arajo com os alunos dos 2 anos
do Ensino Mdio, identificamos resultados positivos em relao s aulas ministradas por ns
bolsistas do PIBID, pois conseguimos alcanar os objetivos que havamos traados.
Os objetivos das intervenes realizadas nas escolas estavam relacionados aprendizagem
dos alunos sobre os contedos de ondas. Quanto a isso, podemos dizer que houve muito
engajamento por parte dos alunos nas aulas, demonstrando interesse em aprender a matria e
participar das aulas extras no contra-turno.
As aulas de contra turno viabilizaram aos alunos a oportunidade de terem novas
experincias de aula com novos professores, alm de lhes proporcionar o estudo e compreenso
de contedos que eles no iriam ver durante o ano letivo por falta de tempo.
Atravs das aulas que ministramos na referida escola, nossa pretenso colocar em prtica
todas as boas experincias que adquirimos e investir na nossa carreira como futuros professores
educadores, levando para a sala de aula tudo aquilo que ensinamos e aprendemos no ato da
convivncia real com o ambiente escolar.
Por fim, devemos destacar a grande importncia que o projeto PIBID est tendo na nossa
formao docente, pois nos proporcionou vivenciar de perto a realidade das escolas pblicas e,
portanto, despertar ainda mais em ns o interesse e a vontade de sermos professores da rede
pblica de ensino.
6 REFERNCIAS
ALIPRANDINI, Daiane Maria; SCHUMAHCHER, Elcio; SANTOS, Muriel Clasen dos; Processo Ensino e
Aprendizagem de Fsica apoiada em software de modelagem. Atas do I Simpsio Nacional de
Ensino de Cincia e Tecnologia, 2009.
BARREIRO, A.C.M.; BAGNATO, V. Aulas Demonstrativas nos Cursos de Bsicas de Fsica. Vol. 9, n.3;
1992.
COSTA, A. R. H.; DUARTE, S.E.S. Utilizao de Recursos Multimdia e Experimentais em uma Aula
Sobre Ondas Estacionrias. XIX Simpsio Nacional de Ensino de Fsica, 2011.
FIOLHAIS, Carlos; TRINDADE, Jorge. Fsica no computador: o computador como uma ferramenta
no ensino e na aprendizagem das cincias fsicas. Revista Brasileira de Ensino de Fsica, vol. 25, n.
3, Setembro, 2003.
GASPAR, Alberto; MONTEIRO, Isabel Cristina de Castro. Atividades Experimentais de
Demonstraes em sala de Aula: Uma Anlise Segundo o referencial da teoria de Vygotsky.
Investigaes em ensino de Cincias. V. 10, 2005.
1492
acessado
em
7 ANEXOS
1493
1494
RESUMO
1495
INTRODUO
O Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte no ano de
2009 comemorou seu primeiro centenrio. Essa instituio de ensino iniciou suas atividades em
1909 com a denominao Escola de Aprendizes Artfices de Natal. Ao longo dos anos essa
denominao foi sofrendo alteraes, passando a ser Liceu Industrial de Natal, Escola Industrial de
Natal, Escola Industrial Federal do Rio Grande do Norte, Escola Tcnica Federal do Rio Grande do
Norte, Centro de Educao Tecnolgica do Rio Grande do Norte e, por ltimo, Instituto Federal de
Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte.
Essa instituio centenria tem uma histria ligada educao e a formao para o
trabalho. Nas atividades comemorativas do centenrio da instituio foram programadas
pesquisas e exposies referentes trajetria da escola. A base para essas aes foram s
pesquisas documentais realizadas nos arquivos da referida escola. Mas, como os arquivos da
escola estavam organizados e dispostos pesquisa?
A partir dessa indagao, propomos nesse texto visibilizar o arquivo da instituio,
atentando para o lugar que este ocupa no processo de organizao das comemoraes do
centenrio.
Para melhor sistematizar esse trabalho, utilizamos como base a realizao de pesquisas
bibliogrficas e documentais referentes a arquivos e ao IFRN. Bem como, faremos uso do projeto
de iniciao cientfica financiado pela Fundao de Apoio Educao e ao Desenvolvimento
Tecnolgico do RN(FUNCERN). Esse projeto tem como objetivo modernizar o arquivo e
proporcionar o acesso ao mesmo por meio da digitalizao. O referente projeto foi realizado no
perodo de maio de 2011 a maio de 2012.
Dessa forma, esse texto ser dividido em dois momentos. O primeiro momento aborda a
concepo de arquivo e suas definies e o segundo aborda a (re) organizao do arquivo a partir
da aprovao do projeto de iniciao cientfica denominado: Programa de Apoio Pesquisa e
Desenvolvimento no Instituto Federal do Rio Grande do Norte: inovar para consolidar.
1496
1497
devida ateno e nem o adequado trato. Muitas vezes o arquivo esteve disposto em espaos
imprprios e os documentos armazenados de forma inadequada.
Essa realidade comea a ser alterada no contexto das comemoraes do centenrio e com
a contratao dos primeiros arquivistas. Em seguida um projeto de reorganizao do arquivo
comea a ser empreendido. Para tanto, foi aprovado pela Fundao de Apoio Educao e ao
Desenvolvimento Tecnolgico do RN(FUNCERN) um projeto que visava organizao do arquivo e
sua referida digitalizao.
Para dar incio aos trabalhos foram contatados quatro bolsistas de iniciao cientfica que
deveriam atuar no trabalho de separao dos documentos, higienizao, catalogao e
digitalizao do acervo.
A etapa da separao foi empreendida entre os meses de maio at setembro. A mesma foi
desenvolvida da seguinte forma: sondagem das condies do arquivo e separao dos
documentos por temtica.
Figura 1: Acervo antes do processo de revitalizao Figura 2: Organizao do acervo por temtica
Fonte: Acervo de Luana Izidoro dos Santos
1498
Aps a separao e a higienizao dos documentos demos incio a fase de catalogao dos
documentos. Para isso, foi preenchida uma ficha especfica para cada documento. Essas fichas
continham informaes acerca da condio material do documento e do seu contedo.
A partir dessas fases foi vislumbrado o processo de modernizao dos documentos. Essa
seria uma iniciativa alinhada ao propsito de modernizar o arquivo. Dessa maneira, nos
questionamos: Modernizar digitalizar? Quais os limites da digitalizao?
Essas questes sero discutidas e analisadas aps o processo de digitalizao que ser
feito pela equipe de informtica do IFRN, Campus Natal-central. Entretanto, at o momento, no
h data para que isso ocorra.
1499
CONCLUSO
O projeto Programa de Apoio Pesquisa e Desenvolvimento no Instituto Federal do Rio
Grande do Norte: inovar para consolidar est voltado s preocupaes com a histria e memria
dessa instituio centenria, o Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande
do Norte.
O acervo do arquivo do IFRN est sendo higienizado e reorganizado. Esse processo de
redimensionamento do acervo tem vistas ao melhor acondicionamento dos documentos, o que
possibilitar a preservao e o acesso sistematizados.
REFERNCIAS
ASSOCIAO DOS ARQUIVISTAS BRASILEIROS. Disponvel em: <http://www.aab.org.br/> Acessado
em: 20 nov. 2011.
ARQUIVOLOGIA. Disponvel em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAARj4AA/arquivologia
Acessado em: 21 nov. 2011.
BRASIL. IFRN. Centenrio. Disponvel em: <www.ifrn.edu.br/centenario>
FUNCERN. Projeto de Pesquisa. Programa de Apoio Pesquisa e Desenvolvimento no Instituto
Federal do Rio Grande do Norte: inovar para consolidar. 2010.
1500
RESUMO
Neste artigo, discutimos a formao dos profissionais das
Engenharias no Brasil. Trata-se de uma pesquisa
bibliogrfica realizada a partir do desenvolvimento de
projetos de iniciao cientfica no campus Mossor do
IFRN, em 2012-2013, cujo objetivo analisar a insero
de bacharis de engenharia na rea da educao. Um
histrico sobre a Engenharia no Brasil nos mostra que as
primeiras escolas dessa rea do conhecimento foram
1501
1 INTRODUO
A capacidade humana de dar forma a elementos da natureza, empregando-os para
diversos fins, existe desde os tempos mais remotos. Um exemplo disso a inveno da roda,
situao em que houve a utilizao de um fundamento cognitivo mecnico para a construo de
um objeto que promovesse a melhoria da vida do homem em seu meio social e natural. Pode-se
afirmar, assim, que a histria da humanidade, desde a chamada Pr-Histria at o tempo presente
foi feita de avanos no mbito da tecnologia, sobretudo a partir do sculo XVII, com a Revoluo
Cientfica.
De acordo com Telles (1994, p. 01), o conceito atual de engenheiro, isto , uma pessoa
diplomada e legalmente habilitada a exercer alguma das mltiplas atividades da engenharia,
relativamente recente, podendo-se dizer que data da segunda metade do sculo XVIII. Para esse
autor, a cole Nationale des Ponts et Chausss, fundada em Paris em 1747, por iniciativa de Daniel
Trudaine, considerada o primeiro estabelecimento de ensino, em todo o mundo, onde se
ministrou um curso regular de engenharia e que diplomou profissionais com esse ttulo. At ento,
as obras que (...) at hoje causam admirao, so por isso muito mais fruto do empirismo e da
intuio, do que de clculo e de uma verdadeira engenharia, como entendemos atualmente
(1994, 01).
Mas, se a profisso engenheiro historicamente recente em nvel mundial, quando essa
profisso teve incio no Brasil? Quando surgiram as primeiras escolas de formao de
engenheiros? Em que bases elas se assentaram? Como a formao dos engenheiros hoje? Neste
artigo, pretendemos responder essas questes e refletir sobre o papel que esse profissional
exerce na atualidade.
Trata-se de uma pesquisa bibliogrfica realizada a partir do desenvolvimento de dois
projetos de pesquisa de iniciao cientfica no campus Mossor do IFRN, em 2012-2013, e que
tm como objetivo principal analisar a insero de bacharis de engenharia na rea da educao,
como professores de cursos tcnicos. Pelo carter qualitativo dos referidos projetos,
empreendemos uma reviso de literatura sobre a histria da Engenharia e da formao desses
profissionais no Brasil, informaes importantes para compreendermos as prticas pedaggicas
adotadas pelos professores engenheiros.
O texto est dividido em duas partes: na primeira, fazemos um levantamento histrico
sobre a Engenharia no Brasil e, em seguida, abordamos o carter social e humanstico dessa
profisso e a necessidade desta se abrir para a rea das Humanidades.
1502
1503
1504
1505
desempenhar, mais eficaz ele e, para tanto, o engenheiro precisa ter conhecimentos no
somente tcnicos, mas tambm polticos, econmicos e sociolgicos.
A falta de engenheiros no mercado de trabalho foi e continua sendo uma realidade
brasileira. A formao meramente tecnicista no resolver esse problema, muito embora possa
numericamente aumentar essa disponibilidade de recursos humanos, j que tem levado mera
formao de homens-massa instrudos a repetir os padres comprovados pelas cincias exatas e
no de profissionais aptos a criar solues aos problemas da sociedade moderna. Muito mais do
que engenheiros tecnicistas, preciso formar engenheiros empreendedores, capazes no s de
repetir o que lhes foi ensinado, mas a solucionar problemas e situaes-problema que porventura
apaream no decorrer de sua atuao profissional.
Para que tal realidade mude, faz-se necessria uma reformulao profunda na estrutura
curricular dos cursos de engenharia, tendo em mente que esse profissional no imediatista e no
tem como objetivo mximo a aquisio de um emprego ou a criao de uma empresa, mas sim
um engenheiro humano, voltado soluo de problemas de ordem que ultrapassa as fronteiras
de sua formao principal, seja engenharia civil, eltrica, mecatrnica ou qualquer outra.
Como o objetivo principal dos governos formar mo de obra qualificada para atender as
demandas atuais e as universidades particulares objetivam agradar os seus clientes, que em sua
maioria estudam para conseguir um emprego, Ferraz observa:
A universidade deixou de ser um centro de criao e divulgao de cultura, para
transformar-se numa instituio preparatria para a conquista de empregos, em
entidades industriais principalmente, sem diversificar as aptides para os cargos do
servio pblico e para o desempenho de empresas privadas (1983, p. 77).
4 CONSIDERAES FINAIS
Os papeis que a sociedade espera que o engenheiro desempenhe contribuem para uma
reflexo a respeito da formao que os profissionais da Engenharia recebem. A necessidade de
abertura para outras reas do conhecimento, superando as limitaes impostas pelo positivismo,
impe mudanas nas grades curriculares dos cursos de formao de engenheiros, devendo estes
serem sensveis s transformaes da sociedade.
Dentro desse contexto, o engenheiro passa a exercer outros papeis alm do fato de ser um
tcnico. Suas atividades tambm tm um vis cientfico, devido ao aprofundamento de estudos
que esse profissional necessita. Alm disso, ele tambm tem um envolvimento gerencial, pois, no
desempenho de suas atividades, ele desenvolve a liderana no local de trabalho e toma decises
com base em estudos e tcnicas aplicadas. Acrescente a estes, o papel de agente de
transformao que a sua profisso poder exercer na sociedade em que est inserido. Portanto,
1506
seus conhecimentos no podem se restringir aos aspectos tericos e tcnicos, uma vez que o
engenheiro , antes de tudo, um ser social e, principalmente, humano.
5 REFERNCIAS
CUNHA, Flvio M. A formao do engenheiro na rea humana e social. In: BRUNO, Lcia;
LAUDARES, Joo B. (Orgs.). Trabalho e formao do engenheiro. Belo Horizonte: Fumarc, 2000. p.
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FERRAZ, Hermes. A formao do engenheiro: um questionamento humanstico. So Paulo: tica,
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LODER, Liane L. Ensino de engenharia: possibilidades de uma perspectiva freireana. Disponvel
em: <http://www.abenge.org.br/CobengeAnteriores/2004/artigos/03_194.pdf> Acesso em: 16
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SILVEIRA, Marcos A. da. A formao do Engenheiro inovador: uma viso Internacional. Rio de
Janeiro: Abenge, 2005.
TELLES, Pedro C. da S. Histria da Engenharia no Brasil (sculos XVI a XIX). 2. ed. Rio de Janeiro:
Clavero, 1994.
KAWAMURA, Lili K. Engenheiro: trabalho e ideologia. So Paulo: tica, 1979.
1507
RESUMO
momentos:
CineFsica,
Grupo
de
Pesquisa,
Fundamentao Terica, e Experimentao. Tais etapas
foram desenvolvidas pelos alunos do curso de
Licenciatura em Fsica do Instituto Federal de Cincia,
Educao e Tecnologia do Rio Grande do Norte IFRN,
que atuam como bolsistas do Programa Institucional de
Bolsas de Iniciao a Docncia PIBID na escola supracitada.
1508
1 INTRODUO
Os desafios de se ensinar Fsica esto fortemente demostrados no cotidiano escolar de
alunos e professores do Brasil. Pesquisas mostram que a disciplina considerada pelos alunos do
ensino mdio como uma das mais difceis de se compreender; outra informao pertinente que
a disciplina apresenta alto nmero de reprovaes e um dficit consideravelmente grande de falta
de professores. Fatores como este certamente contribuem para manter a imagem aterradora que
os alunos do ensino mdio alimentam sobre da disciplina.
Torna-se evidente que a Fsica no de fato uma das mais simples das matrias
ministradas no ensino mdio, no entanto a falta de entendimento dos alunos no est relacionada
somente a este fator. Os alunos apresentam dificuldades na compreenso da linguagem da Fsica
que a Matemtica, outra disciplina tambm temida por eles; existe ainda a gritante falta de
professores formados na disciplina; outro fator a falta de metodologias que estimulem os alunos
a estudar; e principalmente a falta da relao da disciplina com o cotidiano dos alunos. Sobre este
ltimo fator, cabe-nos argumentar que os alunos no entendem a Fsica como uma cincia da
natureza presente nos fenmenos naturais, ou seja, eles no conseguem visualizar a Fsica
presente em m seu dia a dia, e isso um problema muito grave que sustenta ainda mais a imagem
de que a fsica no passa de uma disciplina escolar, repleta de clculos e de questionamentos
interminveis. Tornando-a viso deles uma cincia montona e fria. Sobre relao da fsica com o
cotidiano Simonetti argumenta que:
(...) os fenmenos fsicos ocorrem em todo lugar e a todo momento, e os conhecimentos
da fsica esto acessveis a todas as pessoas que tem curiosidade em relao a eles(...).
Essa maneira de expor ideias por meio de situaes comuns, observado o que ocorre ao
nosso redor facilita a compreenso dos conceitos cientficos, muitas vezes abstratos, e
ajuda a explicar os mais diversos fenmenos que ocorrem na natureza. (SIMONETTI, p. 6,
2002)
Alm de no conseguir estabelecer relao das teorias da fsica em suas vidas, os alunos
tambm no sabem identificar de onde surgiram tais teorias. A falta da abordagem da Histria da
Cincia acaba ocasionando nos alunos a sensao de que o conhecimento cientfico um produto
surgido do nada, como se no houvesse sido necessrio a dedicao e o estudo de inmeros
cientistas renomados. Alm do mais o fato dos estudantes no conhecerem o contexto histrico
das descobertas e a histria de seus descobridores s favorece a utopia dos gnios, ou seja, por
no tomar conhecimento da histria dos cientistas, os alunos creditam que estes nasceram
repletos de conhecimento, desvalorizando assim o esforo e a dedicao de anos, no seria
exagero dizer, muitas vezes o esforo e a dedicao de uma vida toda. Vem a ser muito
importante enfatizar para os alunos, que estes cientistas atualmente renomados tambm
passaram por grandes dificuldades e controvrsias em suas vidas, tambm tiveram momentos em
que foram obrigados a tomar decises difceis, e se posicionarem diante das mais variadas
mudanas sociais como cidados. muito importante mostrar para os estudantes que o cientista
por mais gnio que seja, ainda assim humano; por mais grandiosa que seja a sua obra, ele
tambm veio a cometer erros. Isto poder conscientizar os alunos de que a cincia no
1509
destinada para os gnios, mas sim para todo e qualquer cidado que seja aplicado e dedicado em
seus estudos. PENTEADO e TORRES (2005) argumentam que esse contato com a fsica pode vim a
contribuir no apenas para a aquisio do conhecimento cientifico, mas tambm para que ele se
conscientize do seu papel de cidado, neste mundo cada vez mais globalizado.
Defende-se aqui, portanto que tal abordagem da histria da cincia pode vim a estimular
os estudantes a dedicarem-se mais em seus estudos, conseguindo assim consequentemente
melhorar seu desempenho escolar e abandonar a imagem errada mantida por tantos estudantes
sobre a Fsica.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
de se estudar a histria da fsica ressaltada anteriormente, isso pouco ocorre ou nem chega
a ocorrer na maioria das escolas. A pouca informao que os alunos recebem com relao aos
cientistas e suas descobertas esto geralmente associadas somente s nomenclaturas de leis e
unidades que carregam o nome de seu respectivo descobridor, como o caso, por exemplo, das
Leis de Newton, a Lei de Coulomb, as unidades Joule, Ampere, Watt e etc. Fica muito a critrio do
professor se posicionar diante dessa situao e procurar abordar alm das teorias e frmulas
matemticas, o contexto histrico das descobertas e seus personagens importantes, visto que
vem a mostrar ao aluno o verdadeiro caminhar da cincia, que tanto proporciona benefcios na
vida cotidiana.
Diante do desafio de contar corretamente a histria da fsica, h ainda uma grande
dificuldade que a veracidade das informaes encontradas. Como relatado a priori, nos livros
didticos trazem poucos escritos que abordam o contexto histrico das descobertas, alm disso,
cada vez mais estudos recentes mostram as frequentes controvrsias sobre a histria da fsica
encontradas nos livros. Sobre isso MARTINS (2012) salienta a importncia de informar (aos
alunos), que a maior parte dos livros se baseia em informaes indiretas, sem nenhum valor. Ele
diz ainda que verses errneas podem ser obtidas facilmente em livros didticos, enciclopdias,
livros de divulgao, na internet e etc. , e incentiva os alunos a compararem e procurarem
identificar os pontos falhos justificando que tal atividade pode estimular o entendimento e a
discurso das ideias da fsica. Cabe assim ao professor antes de propor qualquer discusso se
certificar se as verses encontradas so verdadeiramente seguras, pois segundo MARTINS (2012)
preciso contar a histria mais correta e transmitir mensagens adequadas sobre a natureza da
cincia.
Apesar de ainda ser a minoria, alguns livros didticos trazem uma quantidade considervel
de fundamentao histrica. Na obra Os fundamentos da fsica por exemplo, os autores
destacam que acharam necessrio ampliar a Histria da Fsica, apresentando-a na forma de
vrias leituras ao longo dos trs volumes. (RAMALHO; NNICOLAU; TOLEDO, 1993). Textos como
estes servem de subsdios para guiar tanto os professores quanto os prprios alunos em pesquisas
relacionadas a histria da cincia. Torna-se necessrio assim que o professor no exerccio de sua
docncia mantenha sempre abordagens que discutam a origem e a evoluo das ideias da fsica,
1510
salientando e guiando seus alunos para os escritos mais confiveis sobre os possveis temas a
serem discutidos.
3 METODOLOGIA
Levando em considerao as causas e preocupaes citadas a priori buscamos desenvolver
atividades que trabalhassem a histria da fsica e que estabelecesse coerncia com os respectivos
assuntos que os alunos estivessem estudando. As atividades foram realizadas na Escola Estadual
Jos Bezerra Cavalcanti com os alunos do primeiro e segundo ano do ensino mdio. A experincia
como um todo se dividiu em quatro momentos interligados, estes foram: CineFsica, grupo de
pesquisa, fundamentao terica e construo dos experimentos. Vale salientar ainda que todas
as atividades realizadas foram documentadas atravs de fotos, apresentam anexos como planos
de aula e roteiros experimentais, alm de terem sido analisadas pelo professor supervisor
Nelson Cosme de Almeida. Detalharemos adiante como viemos a desenvolv-las.
3.1 CINEFSICA
Foram escolhidos dois documentrios intitulados Isaac Newton - Pai da Cincia era
ocultista e alquimista e Isaac Newton e F, cada um de aproximadamente vinte e cinco minutos
de durao retratavam a obra e vida do cientista Isaac Newton. Os documentrios foram
facilmente encontrados nos respectivos sites: < http://www.youtube.com/watch?v=F-BoYHQscMY
> e <http://www.youtube.com/watch?v=or_3DksjhFc>. Ambos os documentrios falavam sobre a
obra de Isaac Newton destacando suas contribuies no estudo da mecnica e nos estudos
relacionados natureza da luz, alm de retratarem o notrio esforo e dedicao exercida por ele
durante toda sua vida pessoal, profissional e acadmica. A atividade teve durao de
aproximadamente duas horas entre a execuo e o debate dos temas abordados e foi realizada
separadamente som os alunos do primeiro e segundo ano do ensino mdio.
1511
4 RESULTADOS E DISCUSSO
No CineFsica os alunos se mostraram atentos e ao mesmo tempos surpresos com as
dificuldades e adversidades enfrentadas por Isaac Newton e relatadas nos documentrios. Eles
apresentaram comentrios sobre a extrema dedicao do cientista para com seus estudos e sua
notria devoo religio e a alquimia. Durante as pesquisas notou-se entusiasmo, pois os alunos
pesquisaram os mais diversos atributos sobre o cientista como imagens, obras, contribuies, e
etc., ocorreu que dentre esses atributos acharam frases presentes nas mais diversas obras de Isaac
Newton e descobriram-se surpresos aos perceber que j conheciam e at admiravam tais frases
sem sequer saber suas autorias.
Durante as aulas de reforo onde ocorreu a fundamentao terica, os alunos mostraram
ter o mnimo de conhecimento sobre os temas abordados, visto que eles estavam ou j haviam
estudado os mesmo assuntos nas aulas regulares. Por fim, ao mostramos os experimentos aos
alunos, eles demostraram entusiasmo diante do funcionamento dos experimentos por serem to
simples e mesmo assim representarem bem as teorias abordadas.
Vale salientar ainda que os alunos foram alertados sobre o funcionamento dos
experimentos, tornou-se necessrio esclarecer que por serem confeccionados com materiais de
baixo custo e no industriais, que os resultados obtidos no chegariam a ser totalmente visveis,
por exemplo, no caso do pndulo de Newton foram usados chaveiros que eram miniaturas de
bolas de sinuca o que no permitia por muito tempo a visualizao da conservao de energia
e/ou leis de Newton presentes no sistema. Outro exemplo o caso do disco, onde as cores foram
pintadas com lpis de colorir o que no deixava a tonalidade da cor perfeita, portanto ao ser
girado o disco no alcanava a cor branca, porm se aproximava significativamente. Detalhes
como estes so muito importantes, pois se no explicados para o aluno, ele poder entender o
oposto, ou seja, que o experimento contraria a teoria abordada.
1512
5 CONCLUSO
Diante da primeira atividade os alunos mostraram-se perceptivelmente conscientizados do
tamanho esforo do cientista Isaac Newton, que era justamente um dos fatores que pretendamos
despertar neles. Consideramos muito importante a utilizao de objetos de aprendizagem como
estes, pois servem para a produo do conhecimento e para possibilitar a aprendizagem, tanto
colaborativa como significativa (SAMPAIO; SOUZA; RAIMUNDO, p. 45, 2010). Alm de eficaz os
documentrios foram tambm coerentes com as teorias e como defende Pimenta e Batista (2004)
fomentam a sua reutilizao, eventualmente em mais de um curso ou em contextos
diferenciados destacamos aqui o fato de na experincia documentada neste trabalho, os
documentrios terem sido utilizados em turmas de nveis diferentes do ensino mdio. Os autores
ainda complementam que tais materiais so passveis de combinao e/ou articulao com
outros objetos de aprendizagem de modo a formar unidades mais complexas e extensas
fortificamos ainda este argumento com o fato de termos realizado essa combinao/articulao
dos documentrios com as demais atividades como as pesquisas, fundamentao terica e
experimentao.
No segundo momento da experincia tornou-se notvel a empolgao dos alunos ao
descobrirem que j conheciam e at admiravam as frases de Isaac Newton. Acreditamos que
tomando conhecimento disto alunos vieram a nutrir simpatia pelo cientista e por suas
descobertas. J na fundamentao terica os alunos conseguiram acompanhar o contedo das
aulas e se mostraram participativos, consideramos que esta foi uma etapa muito importante da
experincia, pois possibilitou aos alunos esclarecer dvidas e fortalecer seus conhecimentos, alm
do mais seria uma atividade indispensvel para o prximo passo, pois segundo BRONOWSKY
(1996) (...) a experimentao depende de uma elaborao terica anterior. Por fim ao
apresentarmos os experimentos aos alunos eles tentaram visualizar as teorias estudadas no
funcionamento dos experimentos em questo e se mostraram satisfeitos com os resultados.
Destacamos ainda que em uma atividade que visa valorizar a histria da fsica no poderia deixarse de lado a experimentao, pois esta tem sua histria intimamente ligada maneira como foi
interpretado o procedimento de construo do conhecimento cientfico. (PINHO ALVES, 2000a).
Conclumos, pois ento que a atividade desenvolvida como um todo proporcionou
aprendizado aos envolvidos, pois se assim no fosse seria improvvel que ela viesse a ser
concluda, j que as diferentes atividades dependiam umas das outras.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
SIMONETTI, Roberta [et al] . Telecurso 2000: Fsica Ensino mdio, v.2. Fundao Roberto Marinho.
Rio de Janeiro, 2002.
PANTEADO, Paulo Cezar M; TORRES, Carlos Magno A. Fsica - Cincia e Tecnologia. v. 2, So Paulo:
Moderna, 2005.
RAMALHOS, F. Junior; NICOLAU, G. Ferraro; TOLEDO, Paulo Antnio de. Os fundamentos da Fsica. 6
Edio. So Paulo: Moderna, 1993.
MARTINS, Roberta de Andrade. A ma de Newton: histria, lendas e tolices. Estudos de Histria e
Filosofia da Cincia. Cap. IX, p. 168 189 ,2012
1513
PIMENTA, P; BATISTA, A. A. Das plataformas de E-learning aos objetivos de aprendizagem. In. DIAS,
A. A.S; GOMES, M. J. E-learning para e- formadores. Minho, TecMinho, p. 97 -109, 2004.
SAMPAIO, R. Lopes; SOUZA, Antonio C. dos Santos; RAIMUNDO, Pedro Oliveira. Aprendendo a lgica
de programao com objetos de aprendizagem. Revista de Educao, Cincia e Tecnologia E.C.T. p.
45 48, 2010.
1514
RESUMO
O objetivo desta pesquisa analisar o favorecimento que
o brincar proporciona durante a infncia na formao
para vida. Esta pesquisa ter o apoio metodolgico
bibliogrfico, com levantamento dos registros de leitura
em documentos impressos, utilizando-se de dados
tericos j trabalhados por outros pesquisadores,
analisando, classificando, interpretando e registrando
fatos observados e coleta de dados. Buscando avaliar as
influncias causadas pelas atividades de raciocnio,
motora, participao e integrao inserindo o indivduo
na cultura a que pertence que so considerados
componentes que visam melhoria na formao de um
adulto. Verificando assim as mudanas ocorridas na
educao, nas brincadeiras e atividades empregadas na
escola. Tendo em vista que atravs destas brincadeiras
1515
1 INTRODUO
Em todos os pases, independente de seu grau de desenvolvimento, as brincadeiras
tradicionais esto sendo deixadas de lado para o uso da informatizao, com isso muitas das vezes
no se utiliza brincadeiras no processo de formao da criana, por acreditar que algo
dispensvel e sem funcionalidade. Diante de tal contexto questiona-se: qual a contribuio que o
brinquedo empregado nas brincadeiras infantis pode proporcionar para a formao de um
individuo?
O ldico uma necessidade do ser humano em qualquer idade, as tcnicas ldicas fazem
com que a criana aprenda com prazer, alegria e entretenimento. importante destacar que a
educao ldica est distante da concepo ingnua de passatempo e diverso superficial.
NEGRINE (2000) afirma: que a capacidade ldica est diretamente relacionada a sua pr-histria
de vida. Acredita ser, antes de mais nada, um estado de espirito e um saber que progressivamente
vai se instalando na conduta do ser devido ao seu modo de vida.
O ldico a forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos, raciocnio de uma
criana atravs de jogos, msica, dana, mmica. O intuito educar e ensinar se divertindo e
interagindo com os outros. O brincar considerado uma importante fonte de desenvolvimento e
aprendizado. Caracterizando-se por ser espontneo funcional e satisfatrio.
Independente de poca, cultura social, os jogos e os brinquedos fazem parte da vida da
criana, pois elas vivem num mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos, onde
realidade e faz-de-conta se confundem (KISHIMOTO, 2000).
Est pesquisa relatar uma importante anlise sobre as transformaes acontecidas na
infncia para vida adulta, mostrando e abordando diferentes formas de incluso, de orientao
para profisso, formao de carter e conduta de um adulto, visando integrao de todos para
um mesmo meio.
2 FUNDAMENTAO TERICA
A insero de atividades ldicas hoje uma exigncia na sociedade, que entende estes
como um dos possveis caminhos, para uma boa escola, integrando seus alunos em uma sociedade
mais democrtica. Como Kishimoto (1995, p. 5) afirma:
A concepo de brincar como forma de desenvolver a autonomia das crianas requer um
uso livre de brinquedos e materiais, que permita a expresso dos projetos criados pelas
crianas. S assim, o brincar estar contribuindo para a construo da autonomia.
Criana, lazer, escola. Quando usadas separadamente, so cercadas de uma polmica que
cresce ainda mais, medida que se procura relacion-las, transformando-se em obstculo difcil
de transpor. Uma srie de equvocos est presente nas discusses que procuram relacionar o
ldico e o processo educativo, principalmente quando envolvem tentativas de viabilizao de
propostas de interveno.
1516
Alguns filsofos garantem que brincar essencial para uma boa base da cultura de um
povo. Segundo Emerson Capaz, no prefcio da obra Histria do Brinquedo: Para as crianas
conhecerem e os adultos se lembrarem (ATZINGEM, 2001, p. XVIII).
Conhecer a fundo, portanto, esse poderoso instrumento, ir nos ajudar a educar melhor
nossos filhos, a melhor prepar-los para uma vida mais saudvel. Crianas que passam a
sua infncia utilizando brinquedos e brincadeiras que exercitam a sua criatividade, em vez
de simplesmente apertarem botes, sero adultos diferenciados.
Estudos e pesquisas afirmam cada vez mais a contribuio positiva das atividades ldicas
empregadas na educao infantil, esto proporcionando condies adequadas emocional, motora,
social e cognitiva. Pois segundo MALUF (2008) mais importante do que o tipo de atividade ldica
a forma como dirigida e como vivenciada, e o porqu de estar sendo realizada. Toda criana
que participa de atividades ldicas, adquire novos conhecimentos e desenvolve habilidades de
forma natural e agradvel, que gera um forte interesse em aprender e garante o prazer.
Quando se fala do brincar para a vida a adulta cada vez mais est se perdendo esse ldico,
pela falta de tempo, a vida agitada. Em mundo globalizado cada vez mais necessita-se de
praticidade, ento progressivamente os indivduos esto se afastando do convvio ldico. Como
afirma NEGRINE (2000) como consequncias, o adulto de hoje vive uma oscilao constante da
auto-imagem e da auto-estima. medida que a idade avana necessitamos cada vez mais
vivenciar atividades compartilhadas.
O brinquedo, tem histria, as vezes muito antigas. Como diz o ditado, uma viagem que
nos permite percorrer culturas, estilos, modos de vida, regras sociais, uso de materiais,
ferramentas, relaes pessoais. Afirma dessa forma Atzingen (2001) ao conhecer esse universo
mgico, descobrimos que o brinquedo muito mais que entretenimento. , acima de tudo, um
processo cultural que forma, amplia e estabelece valores.
Entendemos que possvel aprender brincando, pois com as brincadeiras ser possvel
aprendermos a ganhar ou perder, a esperar, a ter autonomia, liderana e conseguirmos lidar
melhor com as dificuldades e frustraes ocorridas ao longo do desenvolvimento da vida.
Desenvolvimento esse que ocorre de maneira diferente em cada criana, por isso as atividades
ldicas devem ser elaboradas de acordo com os interesses das crianas de uma forma ldica e
participativa.
BRANDO (2004, p. 10) afirma que: A recreao (ldico) uma ocorrncia de todos os
tempos, parte integrante da vida de todo o ser humano, mas tambm um problema que surge
e deve ser estudado e orientado como um dos aspectos fundamentais da estrutura social.
ATZINGEN (2001) afirma que: No podemos perder de vista que nossas crianas so, em
grande parte de suas vidas, educadas e se relacionam com o mundo adulto pelo brincar, e que
fazem usando o brinquedo como instrumento.
Ento o brincar deve ser cada vez mais estudado, pesquisado e aplicado na educao
infantil, para que assim possa se ter seres humanos cada vez mais bem preparados para a vida
adulta e que possam assim lidar com suas possveis frustaes. Como para Rubem Alves:
1517
3 CONCLUSES
Os estudos iniciais apontam que a sociedade de hoje espera ter uma escola que busque
qualidade, e para isso vem tentando desenvolver metodologias que auxiliem na formao da
criana trazendo para sua estrutura a participao mais ativa da comunidade, novas formas de
aprendizado como as prprios brinquedos e brincadeiras, e o ldico empregado na educao em
busca de melhorias para a prpria estrutura escolar e do individuo em formao.
Constatou-se que um adulto que viveu uma infncia ldica e com brinquedos e
brincadeiras orientadas ou livres, jogos de raciocnio e de coordenao tiveram uma melhor
formao para vida.
4 REFERNCIAS
ATZINGEN, Maria Cristina Von. Histria do Brinquedo: Para as crianas conhecerem e os adultos se
lembrarem. So Paulo: Alegro, 2001.
BRANDO, Daniela Laura. O ldico na educao infantil. Disponvel em:
http://pt.scribd.com/doc/26604474/O-Ludico-Na-Educacao-Infantil. Acesso em: 23 fev. 2012.
BRUGRE, Gilles. A criana e a cultura ldica. Disponvel em: <http://www.scielo.br>. Acesso em
15 fev. 2012.
FORTUNA, Tnia Ramos. O brincar na educao
http://www.artemed.com.br. Acesso em 15 fev. 2012.
infantil.
Disponvel
em:
1518
RESUMO
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciao
Docncia (PIBID) vem tornando-se uma poltica pblica
muito importante de valorizao do magistrio,
possibilitando aos licenciandos atuao no seu campo de
trabalho desde o incio de sua formao. O PIBID - IFRN
iniciou suas atividades em maio do ano de 2010, sendo
contemplado subprojeto da rea de Qumica.
Atualmente o PIBID atende a duas escolas da rede
ABSTRACT
1519
1 INTRODUO
O Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte IFRN,
atualmente oferta o curso de Licenciatura Plena em Qumica, em quatro cidades distintas: Apodi,
Currais Novos, Ipanguau e Pau dos Ferros, localizadas no estado do Rio Grande do Norte. De
acordo com o Projeto Pedaggico do Curso Superior de Licenciatura Plena em Qumica do IFRN
PPC (2009; p.06): O objetivo do curso formar o licenciado em Qumica para que desenvolva a
docncia para a educao qumica na escola bsica, a fim de promover a educao cientfica e o
desenvolvimento da personalidade integral dos alunos desse nvel de escolaridade. Formando
profissionais para atuar na educao bsica, bem como, em reas afins permitidas em legislao,
instituio tem como meta a produo e socializao do conhecimento. No mbito das
licenciaturas dos campi citados desenvolvido o Programa Institucional de Bolsa de Iniciao
Docncia PIBID, que uma iniciativa para o aperfeioamento e a valorizao da formao de
professores para a educao bsica.
Os projetos devem promover a insero dos estudantes no contexto das escolas pblicas
desde o incio da sua formao acadmica para que desenvolvam atividades didtico-pedaggicas
sob orientao de um docente da licenciatura e de um professor da escola. Nesse contexto o
projeto teve suas atividades relacionadas ao curso de licenciatura em Qumica iniciadas em maio
de 2010, atendendo ao Edital CAPES/DEB 02/2009, mas a primeira chamada pblica do PIBID foi
realizada pelo Edital MEC/CAPES/FNDE em 2007.
Quando se pensa em educao de qualidade, busca refletir sobre a formao dos
professores e em virtude da constante transformao dos avanos tecnolgicos da sociedade, se
faz necessria a formao de educadores capacitados para atuarem em mbito escolar, que um
dos desafios mais presentes em nosso pas. No que diz respeito formao inicial de professores o
PIBID vem se consolidando como uma das mais importantes iniciativas do pas. o programa surgiu
como uma nova proposta de incentivo e valorizao do magistrio, possibilitando aos estudantes
do curso de licenciatura o contato direto com a realidade escolar ao longo de sua graduao, sob
uma nova perspectiva de atuao diferencial, preparando-os para seu futuro campo de atuao e
permitindo um amadurecimento como docente ao longo de sua formao.
Nesse contexto, o presente trabalho visa mostrar a importncia do PIBID em mbito
escolar, possibilitam a aproximao do bolsista com o seu futuro profissional, o deixando mais
interagido com a prtica e a teoria, a partir de sua atuao no contexto escolar, o futuro docente
pode avaliar as relaes que estabelecem os saberes docentes. O subprojeto PIBID do curso de
licenciatura em qumica do IFRN um marco de grande importncia para a instituio por
oportunizar um espao para as aes de formao dos licenciandos e para o estmulo a docncia
por meio do desenvolvimento de suas aes para o melhor entendimento sobre a formao inicial
do professor de qumica.
1520
2 REVISO BIBLIOGRFRICA
A Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES) financia
programas educacionais juntamente com as Secretarias de Cincia e Tecnologia e as Secretarias de
Educao dos Estados, com o intuito de incentivar uma poltica educacional, ampliando o acesso
ao saber e fornecendo respostas inovadoras aos problemas apresentados em nossa educao. O
PIBID um dos projetos financiados pela CAPES em parceria com o Ministrio da Educao e o
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE). Segundo Passoni et al., (2012): O
programa tem por finalidade valorizar o profissional do magistrio e apoiar a formao dos
estudantes dos cursos de licenciatura plena das instituies pblicas de ensino superior.
Estando inserido com uma poltica pblica diretamente voltada para o apoio aos alunos
universitrios de instituies superiores pblicas ingressantes numa licenciatura, o PIBID tem
como uma de suas principais contribuies a formao inicial de professores com estmulo
docncia aos licenciandos das diferentes reas do conhecimento. Cada instituio formadora de
professores participante do PIBID desenvolve aes visando atender a essa proposta geral do
programa.
Assim, para o desenvolvimento desta pesquisa ser estudado alguns pesquisadores que
falam sobre o projeto PIBID e a sua importncia na formao de licenciando para o seu futuro
profissional. Segundo Burchard e Sartori (2011): O PIBID tem o desafio de viabilizar uma forma de
democratizar o saber que se produz na escola, tanto pelos educandos como pelos educadores,
bem como aquele que produzido na Universidade pelos bolsistas, o bolsista deve buscar formas
alternativas para o melhor entendimento do alunado em questo, ajudando ao professor
supervisor atuante no ensino mdio a encontrar caminhos mais simples para o melhor
entendimento dos alunos.
O PIBID vem se consolidando como uma importante ao do pas com a formao inicial de
professores e pode ser identificado como uma nova proposta de incentivo e valorizao do
magistrio e possibilitando aos acadmicos dos cursos de licenciatura a atuao em experincias
metodolgicas inovadoras ao longo de sua graduao (BRAIBANTE e WOLLMANN, 2012).
O programa possibilita um contato direto com o professor em processo de formao
docente com a escola, o aluno e todos os aspectos poltico-pedaggicos da instituio educativa
de forma diferenciada (SILVA et al., 2012). uma oportunidade de um caminho evolutivo de
amadurecimento da docncia ao longo do tempo em que o acadmico vivencia a sua licenciatura.
Assim, o PIBID auxilia a formao docente, preparando o licenciando para o seu futuro campo de
atuao. Algumas das principais metas do PIBID so:
Incentivar a formao de docentes em nvel superior para a educao bsica; contribuir
para a valorizao do magistrio; elevar a qualidade da formao inicial de professores
nos cursos de licenciatura, promovendo a integrao entre educao superior e
educao bsica; inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pblica de
educao, proporcionando-lhes oportunidades de criao e participao em
experincias metodolgicas, tecnolgicas e prticas docentes de carter inovador e
interdisciplinar que busquem a superao de problemas identificados no processo de
ensino-aprendizagem; incentivar escolas pblicas de educao bsica, mobilizando seus
1521
Devido aos elevados ndices de reprovao e evaso, o ensino de qumica tem passado por
uma intensa reflexo, j que as aulas de qumica geralmente so vistas pelos alunos como algo de
memorizao de conceitos e frmulas apresentas nos livros didticos. Contudo, sabe-se que a
escola deve trabalhar com os alunos a realidades dos mesmos transformando-os em cidados
conscientes em que o processo de aprendizagem seja mediado pela ao do professor com o uso
de novas metodologias, despertando o interesse do aluno em aprender. Esse ensino voltado para
novas metodologias se coloca como um desafio aos professores, no s pela busca do acesso fcil
ao ensino, mas tambm pela necessidade de buscar novos recursos e materiais didticos, como
apontam Pires, Abreu e Messeder (2010, p. 1):
[...] tendo em vista as novas tendncias do ensino de qumica, que procuram enfatizar
questes sociais, econmicas, polticas e histricas, professores do ensino mdio se
deparam com a escassez de material didtico, principalmente para o aspecto histrico
da qumica.
nesse sentido que o projeto PIBID entra como uma nova perspectiva na formao inicial
de professores, um dos mritos do projeto a valorizao dos licenciandos, professoressupervisores e coordenadores por meio de bolsas, alm disso, os bolsistas inseridos no projeto
esto ligados diretamente a sala de aula, juntamente com o professor-supervisor, ajudando o
mesmo a buscar novos mtodos para uma melhor aprendizagem dos alunos das escolas
envolvidas com o projeto, ligando os contedos ali expostos com o cotidiano. De acordo com
Burchard e Sartori (2011) o projeto PIBID:
Busca oferecer aos educadores em formao o acesso escola, de forma que possam
desenvolver atividades que sejam significativas aos educandos, relacionadas com
situaes-problema do seu cotidiano, resultando num aprendizado, tanto ao educador
em formao como ao educando da escola bsica.
3 METODOLOGIA
3.1 Universos de Estudo
O estudo foi realizado no universo do IFRN Cmpus Apodi e das escolas envolvidas com o
projeto, que a Escola Estadual Professor Antnio Dantas e Escola Estadual Professora Maria
1522
Zenilda Gama Torres, que foram contempladas com o projeto PIBID. Foram pesquisados 15 dos
bolsistas ainda em exerccio no desenvolvimento do projeto.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Para a obteno dos resultados deste trabalho, foi realizada a aplicao de um
questionrio composto de perguntas objetivas e com base nesse questionrio, foi feita a anlise
da importncia do projeto PIBID na vida acadmica dos bolsistas que atuam em duas escolas
estaduais do municpio de Apodi.
Para podemos fazer uma avaliao do mtodo utilizado, fez-se uso de um questionrio
avaliativo fechado, com perguntas objetivas, para os 15 bolsistas que atuam na Escola Estadual
Professor Antnio Dantas e na Escola Estadual Professora Maria Zenilda Gama Torres, as duas do
municpio de Apodi - RN. Os resultados so mostrados na Tabela 1 abaixo:
Tabela 1: Resultado do questionrio realizado com bolsistas atuantes nas duas escolas estaduais no municpio de
Apodi
Afirmaes
Sim
No
15
11
15
15
15
15
15
1523
Atravs da tabela a cima, podemos notar que os bolsistas destacam bem a importncia do
PIBID em seu futuro profissional, tendo em vista que o projeto oportuniza um caminho evolutivo
do amadurecimento da docncia ao longo do tempo em que o acadmico vivencia a sua
licenciatura. Assim, o PIBID auxilia a formao docente, preparando o licenciando para o seu
futuro campo de atuao.
5 CONCLUSO
Desde o seu incio, o PIBID tem se consolidado com uma iniciativa muito importante no que
diz respeito formao inicial dos acadmicos das licenciaturas. Este vem preencher uma lacuna
existente na maioria dos currculos dos cursos de Licenciatura em Qumica, bem como nos rgos
de fomento para o desenvolvimento de projetos na rea de ensino. A possibilidade de
conhecimento prvio do campo de atuao de educadores em formao e da interao entre
profissionais que atuam na escola e no ensino superior o diferencial desse programa.
Acreditamos, assim que o PIBID se faz importante para o futuro docente do bolsista, pois o mesmo
faz parte da formao dos acadmicos, professores em formao, permitindo uma melhor
qualificao na sua futura atuao profissional.
6 AGRADECIMENTOS
As duas Escolas Estaduais do municpio de Apodi RN que so Escola Estadual Professor
Antonio Dantas e Escola Estadual Professora Maria Zenilda Gama Torres pelo espao cedido, ao
Programa de Bolsas de Iniciao a Docncia - PIBID/CAPES, ao Instituto Federal de Educao
Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte - IFRN, Cmpus Apodi e aos bolsistas do PIBID que
forneceram informaes para um maior conhecimento do presente trabalho.
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BRAIBANTE, M. E. F.; WOLMANN, E. M.A Influncia do PIBID na Formao dos Acadmicos de
Qumica Licenciatura da UFSM. Qumica Nova na Escola. Vol. 34, N 4, p. 167-172, 2012.
BURCHARD, C. P.; SARTORI, J. FORMAO DE PROFESSORES DE CINCIAS: REFLETINDO SOBRE AS
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CAPES/DEB. Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior/Diretoria de Educao
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Selma Garrido Pimenta) 2004.
LIMA, C. M. de (coord.). Projeto Pedaggico do Curso Superior de Licenciatura Plena em Qumica
na modalidade Presencial - Projeto aprovado pela Resoluo n 033/2009-CONSUP/IFRN, 2009.
MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Tcnicas de pesquisa: planejamento e execuo de
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So Paulo: Atlas, 2008.
MEC/CAPES/FNDE. Ministrio da Educao/Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel
Superior/Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao. Programa Institucional de Bolsa de
Iniciao
Docncia
PIBID.
Disponvel
em:
<http://www.capes.gov.br/images/stories/download/editais/Edital_PIBID.pdf>. Acesso em: 25 de
mar. 2013.
PASSONI, L. C.; VEGA, M. R.; GIACOMINI, R.; BARRETO, A. M. P.; SOARES, J. dos S. C.; CRESPO, L. C.;
NEY, M. R. G.Relatos de Experincias do Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia
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Nova na Escola. Vol. 34, N 4, p. 201-209, 2012.
PIRES, R.O.; ABREU, T.C.; MESSEDER, J.C. Proposta de ensino de qumica com uma abordagem
contextualizada atravs da histria da cincia. Cincia em Tela, v. 3, n. 1, p. 1-10, 2010.
SILVA, E. L. da; MENEZES, E. M.. Metodologia da pesquisa e elaborao de dissertao.
Florianpolis: UFSC/PPGEP/LED, 118 p, 2000.
SILVA, C. da S.; MARUYAMA, J. A.; OLIVEIRA, L. A. de O.; OLIVEIRA, O. M. M. de F.O Saber
Experiencial na Formao Inicial de Professores a Partir das Atividades de Iniciao Docncia no
Subprojeto de Qumica do PIBID da Unesp de Araraquara. Qumica Nova na Escola. Vol. 34, N 4,
p. 189-200, 2012.
1525
RESUMO
1526
INTRODUO
2 REVISO BIBLIOGRFICA
No mbito escolar nos deparamos com as dificuldades dos alunos para o entendimento da
disciplina de cincias, principalmente tratando-se de alunos que esto cursando o 9 ano ou 8
srie os concluintes do ensino fundamental, em que se depararam com esse componentes
curriculares, que desta vez dividida em: Qumica, Fsica e Biologia, no mas como Cincias.
Ento se pode constatar que tambm neste perodo o ritmo de leitura entre os jovens
diminuem, em vez de tenderem a aumentar, o real motivo a motivao dos jovens a leitura,
assim tambm tende a aumentar as dificuldade em entendimento com os assuntos abordados nas
sala de aula.
Por estes motivos pesquisam-se novas metodologias para atuar em sala de aula das
disciplinas de Cincias; ou Qumica; Fsica e Biologia, entre estas se notou a aplicao da Literatura
infantil em ligao com a cincias, com diz as palavras de Luana von Linsingin:
A Cincia faz parte do mundo, inclusive do mundo do escritor infanto-juvenil. So vrias as
histrias juvenis e infantis que trazem tona questes como o lixo, as usinas nucleares, as
extines em massa, o futuro do futuro; transformam os assuntos da Cincia no que so de fato:
assuntos sociais
A aplicao dessa disciplina com auxilio da literatura infantil formou-se uma didtica ldica
para se trabalhar com os alunos, pois alm de formar bons leitores construir um aluno
entendedor das disciplinas relacionadas a cincias naturais.
1527
METODOLOGIA
RESUTADOS E DISCULSSES
Foi feita a aplicao do projeto com duas turmas do 9 ano, essa distintas entre elas,
ambas com a mesma quantidade de alunos, porm um com idades diferentes, um turma com
alunos novos e outra com alunos mais velhos. A turma que tivemos mais dificuldade foi a com
1528
r
Grfico de rendimento do 9 A
Grfico de rendimento do 9 B
1529
4. coluna teve a seguinte pergunta: Acha que deveria ter mais projetos como esse na
escola, onde possibilite a interdisciplinaridade das matrias?
Linha 1: sim
Linha 2: no
Linha 3: Em partes
5. coluna teve a seguinte pergunta: Gostou das bolsistas como professoras?
Linha 1: sim
Linha 2: no
Linha 3: Em partes
6. coluna teve a seguinte pergunta: Gostou do mtodo aplicado pelas bolsistas?
Linha 1: gostei
Linha 2: bom
Linha 3: no gostei
7. coluna teve a seguinte pergunta: Faa sua crtica sobre as aulas:
Linha 1: fez crtica
Linha 2: no fez crtica
8. coluna teve a seguinte pergunta: No que poderia melhora?
Linha 1: respondeu
Linha 2: no respondeu
Diante dos grficos, percebemos que a maioria dos alunos gostou das aulas,
principalmente da do modelo atmico de Rutherford, alm disso, foi observado que deveria ter
nas escolas mais projetos desse tipo, para que o alunado venha a entender melhor a disciplina e a
interdisciplinaridade das matrias.
CONCLUSES
Foi concludo que essa prtica pode ser de muita valia no mundo acadmico, tanto para
professores de cincias da natureza quanto para professores da disciplina de literatura, linguagem
e suas tecnologias.
Foi observado o grande interesse dos alunos com esse novo mtodo, que talvez estranhem no
primeiro momento, mas de reconhecimento sublime pelo mesmo.
Diante do que foi concludo vale ressaltar que ns os docentes devemos estar sempre
buscando novos caminhos para a aprendizagem do nosso alunado.
1530
REFERNCIA BIBLIOGRFICA
LINSINGIN, Luana von. Alguns motivos de trazer a Literatura Infantil para a sala de
aula de cincias. Cincias & Ensino, vol. 2, n. 2, junho e 2008.
PINTO, A. A. Conceitos de cientfico e concepo de cincias na Literatura Infantil
Brasileira. Relatrio de Iniciao Cientfica. Presidente Prudente: Fapesp, Outubro
de 2005.
BAKHTIN, M. Maxismo e filosofia da linguagem. 7.ed. So Paulo: Hucitec, 1995.
VALLE, Ceclia Coleo Cincias 8 srie.
LOBATO, Jos Bento Monteiro. Viagem ao Cu. Coleo Stio do Pica Pau Amarelo.
COSTA, Marta Morais da. Metodologia do ensino da Literatura Infantil.
Metodologia do ensino da literatura infantil (Marta Morais da Costa).
Pesquisa em Educao na Escola (Jos Milton, Jos Divino e Paulo Csar de Almeida)
Cultura Acadmica Editora, ed.1, 2010, Rio de Janeiro.
ZANETIC, J.: Fsica e literatura: construindo uma ponte entre as duas culturas.
Histria, Cincias, Sade Manguinhos, v. 13 (suplemento), p. 55-70, outubro 2006.
1531
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo analisar como o
aprendizado atravs do ldico pode contribuir para a
formao do ser e facilitar o entendimento da sociedade
em relao ao lazer, possibilitando a valorizao do
mesmo como algo essencial para o desenvolvimento
humano. Em virtude disto dada a importncia deste
estudo tendo em vista que fora observado por estes
pesquisadores a necessidade de aferir a influncia do
ldico no processo de aprendizagem ocorrida no
programa Mais Educao, sendo estes fundamentados
1532
1 MAIS EDUCAO
A educao vem passando por um processo gradativo de adaptao a fim de alcanar o
que se v como forma ideal de educar para que a formao do ser seja cada vez melhor.
Qualquer sistema educacional s um sistema se tiver uma entrada facilitada, uma
continuidade garantida e na sua sada uma coeso com os seus princpios. Sendo que, um
sistema educacional de um pas que, busca um bem estar social, para o seu povo tem
como ponto principal formao do cidado completo, humanista e transformador.
(LEITE, 2005, p. 01)
O termo interesses do lazer foi utilizado pelos tericos JoffreDumazedier (Sociologia Emprica do Lazer) e Nelson
Marcellino (Estudos do Lazer - Uma Introduo).
1533
1534
4 CONHECENDO OS PESQUISADOS
Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa de carter exploratrio e se utilizou da
observao participante que para Marconi e Lakatos (2010) consiste na participao real do
pesquisador na comunidade ou grupo. Ele se incorpora ao grupo, confunde-se com ele. Esta se
pautando nesta pesquisa como uma observao participante natural que par Marconi e Lakatos
(2010) significa que o observador pertence mesma comunidade ou grupo que investiga. O que
ocorre neste estudo, pois os pesquisadores so monitores do Programa Mais Educao, ou seja,
esto diretamente ligados ao grupo por fazerem parte do mesmo.
Os Procedimentos metodolgicos desta pesquisa subdividiram-se em trs etapas: reviso
bibliogrfica, observao na escola e levantamento de dados estatsticos do programa. A reviso
bibliogrfica da literatura relacionada situao problemtica foi feita com o fim de verificar o que
pode ser aprendido de pesquisas semelhantes realizadas anteriormente, por exemplo, de seus
objetivos, procedimentos ou problemas encontrados em relao ao ldico na educao como
contribuio para formao do ser humano, fora utilizado para embasar o estudo diversas
publicaes na rea do lazer. A observao na escola foi feita com o fim preliminar de identificar o
que realmente est ocorrendo em sala de aula com relao situao problemtica, onde se
observou a evoluo dos participes do programa. Os pesquisadores procuraram observar as
ocorrncias na escola, fazendo registros de som e imagem, no decorrer do estudo. A seguir,
fizeram uma anlise dos dados levantados atravs do acompanhamento integral das atividades do
Mais Educao na Escola Municipal Anglica de Almeida Moura em juno com os dados
estatsticos do Programa entregues a Secretaria Municipal de Educao.
5 CONSIDERAES FINAIS
Com a realizao deste estudo ampliou-se a compreenso sobre o fenmeno da ludicidade
nos estilos de vida de indivduos criativos, como tambm contribuiu com o desenvolvimento de
uma epistemologia do lazer medida que foram evidenciadas descobertas e construes
relevantes.
A partir deste estudo constatou-se como resultados que o ldico na socializao de
conhecimentos no programa Mais Educao na Escola Municipal Anglica de Almeida Moura
contribuiu de forma significativa para a formao de seus participes deixando como legado para a
sociedade indivduos mais holsticos que provavelmente no futuro sero capazes de pautarem
melhor sua formao enquanto ser, evidenciando a importncia do lazer neste processo. Em
virtude destes apresentarem grande evoluo no que tange a alguns elementos do ambiente
1535
escolar diferentemente dos indivduos que no fazem parte do programa tais como: maior senso
de cooperao e de responsabilidade, maior nvel de criatividade e desinibio, melhor
desenvolvimento sensrio motor, excelente nvel de assiduidade, melhor oralidade ,aumento da
participao familiar no ambiente escolar.
6 REFERNCIAS
CAMARGO, Luiz Octvio. Educao para o Lazer. 5. ed., So Paulo: Editora Moderna, 1998.
CAMARGO, Luiz Octvio. O que Lazer?.3. ed., So Paulo: Editora Brasiliense, 1992.
CSIKSZENTMIHALYI, M., A psicologia da felicidade. So Paulo: Saraiva, 1992.
DUMAZEDIER, Joffre. Sociologia emprica do lazer. 2. ed., So Paulo: Editora Perspectiva, 2001.
GOMES, Chistianne. Lazer, trabalho e educao. 2. ed., Minas Gerais: Editora UFMG, 2008.
LEITE, Oswaldo. Proposta de mudana do sistema educacional brasileiro. Publicado em 2005 em
http://www.monografias.com/trabajos21/proposta-mudanca/proposta-mudanca.shtml .Acesso
em 25/12/2012, as: 15h22min.
MARCELINO, Nelson. Estudos do Lazer uma introduo. 4. ed., So Paulo: Editora Autores
Associados, 2006.
MARCONI, Marina de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia cientfica.7.
ed., So Paulo: Editora Atlas S.A., 2010
MASLOW, Abraham. Motivation and Personality. New York: Harper & Row, 1975
MELO, Victor Andrade. JNIOR, Edmundo. Introduo ao lazer. So Paulo: Editora Manole, 2003.
MORAIS, Maria Candida. Educar na biologia do amor e da solidariedade. Rio de janeiro:Vozes,
2003.
PINTO, Leila. MARCELINO, Nelson. ZINGONI, Patrcia. Como fazer projetos de lazer: elaborao,
execuo e avaliao. 3. ed., So Paulo: Papirus Editora, 2007.
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa ao. So Paulo: Cortez Autores Associados, 1988.
______. A pesquisa ao nas organizaes. So Paulo: Atlas, 199
Apresentar na Referncias em ordem alfabtica, seguindo as normas da ABNT-NBR-6023 (2002).
1536
RESUMO
As cincias exatas so indiscutivelmente importantes e
indispensveis compreenso dos processos, que se
relacionam de forma a explicar a teoria do que acontece
ao nosso redor numa abordagem matemtica. Assim,
esse trabalho objetiva apontar alguns caminhos para que
a interatividade seja desenvolvida nas disciplinas
Matemtica, Fsica e Qumica facilitando, dessa forma, o
processo de aprendizagem dos estudantes facilitadores
desse estudo. Optamos por essa temtica devido ao fato
de constatarmos inmeras dificuldades provindas, em
geral, da falta de base dos estudantes nessas disciplinas,
de forma mais especfica na matemtica, em que se
encontra a maior parte dos clculos. Os quadros da
pesquisa que abordam esta questo gerou a necessidade
1537
1 INTRODUO
Em um pas onde o conceito de educao ainda possui defasagem importante buscar
incentivos, em um contexto de transdisciplinaridade, numa concepo de atitudes pedaggicas
como alternativas ao processo ensino aprendizagem, para expandir oportunidades de ampliao
de conhecimento e promover avanos futuros.
O crescimento acelerado da tecnologia cada vez mais transforma a sociedade e, nesse
contexto, o conhecimento das exatas e a importncia das engenharias no pode ser despercebido.
E se tratando de exatas a Matemtica, a Fsica e a Qumica o bero dessa ascenso. So esses
cursos que formam professores para a educao bsica e justamente essas reas que possuem
maiores dficits de docentes nas escolas pblicas brasileiras (FOLHA, 2013). O que pode se
observar, que muitos alunos que hoje em dia sentem dificuldade no aprendizado de disciplinas
clculos, no tiveram uma boa base, ou reforo suficiente para avanar durante sries primrias.
Isso relacionado falta de estrutura fsica adequada e falta de material didtico, ainda muito
presente em escolas pblicas no pas.
Tomando por base esse pressuposto, o presente trabalho consiste numa anlise crtica dos
resultados apresentados pelos estudantes de Ensino Mdio no Curso de Informtica, turma I, do
IFRN Campus Pau dos Ferros. A partir do levantamento desses dados, atravs de matrizes sero
apresentadas as relaes entre as mdias bimestrais que envolvem as trs disciplinas,
Matemtica, Fsica e Qumica. Com este quadro visualiza-se de que forma os resultados se interrelacionam e de que modo revelam a interao das disciplinas. Com essa ao pretende-se
observar a ocorrncia de melhoria de desempenho dos estudantes envolvidos, atravs de suas
mdias bimestrais e anuais, levando em considerao que quando se estuda/aprende com ajuda e
interatividade, esta prtica se torna mais fcil e agradvel.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Observa-se que a Matemtica uma cincia que se desenvolve interagindo com diversas
outras reas do conhecimento e se relaciona com diversas disciplinas atravs de um processo
integrador. Dentre elas, que mantm esta interatividade encontram-se a Fsica e Qumica e seus
contedos, que exigem, normalmente, dos estudantes um bom nvel de aprendizagem de
Matemtica, considerando os diversos clculos aritmticos concernentes aos estudos dessa rea
do conhecimento. A matemtica em hiptese alguma uma cincia pronta e acabada, sim uma
ferramenta que desenvolve outras cincias e resolve por meio de seus algoritmos problemas de
aplicao em cada rea do conhecimento (OLIVEIRA e ANDRADE, 2009).
Para Jnior (2008, p. 01) O conhecimento matemtico e sua atitude pedaggica vm sendo
modificados atravs de pesquisas e de discusses acerca de sua eficincia, bem como, de sua
aplicabilidade ao cotidiano e real funo social da construo do raciocnio matemtico.
1538
3 METODOLOGIA
A partir da investigao que se pretende realizar foram abordados os dados de modo a se
construir a pesquisa com um modelo indutivo-dedutivo em que se puderam apresentar
instrumentos que contriburam na metodologia de trabalho aplicada ao processo de ensinoaprendizagem.
Neste trabalho foram identificadas as principais caractersticas dos estudantes da turma de
Informtica I, tais como, seus percursos acadmicos e idade, verificando-se que essas variam entre
15 a 18 anos em ambos os gneros. Em um segundo, momento foi buscado junto equipe
pedaggica da instituio os registros acadmicos de cada estudante da turma, contidos no dirio
de classe com suas frequncias e mdias bimestrais referentes s disciplinas Matemtica, Fsica e
Qumica, durante os quatro bimestres decorridos em 2010 e 2011.
Aps essa busca foram construdas matrizes relativas s notas do 1 e do 2 ano da turma
para anlise individual da situao, evoluo dos estudantes e construo do objeto de pesquisa.
O livro da coleo Explorando o Ensino foi utilizado como referncia, pois traz uma
fundamentao baseada em processos metodolgicos e pedaggicos a partir de uma proposta
diferente, contendo crnicas, problemas contextualizados, sugestes e etc. Alm disso, utiliza-se
tambm o acesso a sites de projetos similares. Busca-se a partir da identificao dessas
dificuldades, propor a aplicao do projeto de estudos e de ajuda numa interveno que vise
obter melhores resultados nestas disciplinas, pois acreditamos que estas influenciaro outras,
uma vez que objetiva desenvolver uma aprendizagem de forma dinmica e interativa.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Conforme os levantamentos realizados, apresentamos algumas tabelas com os registros da
turma, contendo as mdias bimestrais, observando-se que a mdia geral varia de 0 a 100 e que a
mdia considerada para aprovao 60. As tabelas esto separadas por matria e os alunos no
foram identificados por uma questo metodolgica e de sigilo, como princpio. A Tabela 1 mostra
as notas bimestrais durante o 1 e o 2 ano da turma I de Informtica referente disciplina de
Matemtica utilizada no estudo.
Tabela1: Notas bimestrais do 1 e 2 ano da turma I de Informtica na disciplina de Matemtica.
Alunos
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02
03
04
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Notas
1 BIM
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2 BIM
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1 Ano
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85
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2 Ano
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12
13
13
15
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31
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75
95
60
95
90
90
85
95
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95
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95
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35
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95
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35
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50
95
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50
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0
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45
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60
50
55
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35
50
60
30
50
33
45
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60
75
55
98
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61
44
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9
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35
35
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62
46
60
40
51
56
61
85
45
48
65
25
43
36
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49
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59
35
35
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49
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73
30
45
63
28
60
30
38
56
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48
38
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59
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80
Conforme se verifica h uma mdia geral da turma em matemtica nos dois anos de 69, 8,
sendo que no primeiro ano, para 40 estudantes, a mdia era 58,8 e no segundo, para 29
estudantes, 80, 8. Isso, mostra que houve crescimento de 22 na mdia, do primeiro para o
segundo, o que evidencia melhoria de aprendizagem da turma. A Tabela 2 mostra as notas
bimestrais durante o 1 e o 2 ano da turma I de Informtica referente disciplina de Fsica
utilizada no estudo.
1540
Alunos
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
13
15
16
17
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19
20
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24
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31
32
33
34
35
36
37
38
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40
Notas
1 BIM
93
73
62
3
52
72
72
83
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100
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94
77
92
70
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71
84
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80
34
62
82
76
76
52
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86
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82
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1 Ano
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78
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4BIM
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100
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15
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1 BIM
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*
59
2 Ano
2 BIM
3 BIM
55
83
23
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70
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*
65
56
67
56
65
82
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*
47
62
83
94
47
75
77
70
60
77
87
85
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*
59
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*
*
63
78
**
**
69
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62
66
53
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*
*
54
54
*
*
**
**
69
77
55
76
58
61
53
71
50
84
57
54
57
74
23
49
43
53
66
80
*
*
21
64
4BIM
82
70
62
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75
69
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75
80
59
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*
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**
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*
64
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*
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**
79
74
69
61
82
50
69
60
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85
*
45
1541
Conforme se verifica h uma mdia geral da turma em fsica nos dois anos de 67, 7, sendo
que no primeiro ano, para 40 estudantes, a mdia era 69, 03 e no segundo, para 29 estudantes,
66, 32. Isso, mostra que houve diminuio de 2,71, do primeiro para o segundo, o que representa
provveis dificuldades no aprendizado da turma. A Tabela 3 mostra as notas bimestrais durante o
1 e o 2 ano da turma I de Informtica referente disciplina de Qumica utilizada no estudo.
Tabela 3 Notas bimestrais do 1 e 2 ano da turma I de Informtica na disciplina de Qumica.
Alunos
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
13
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
Notas
1 BIM
90
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38
28
43
75
80
93
35
48
88
68
85
73
90
38
88
58
75
38
73
33
78
83
40
68
35
68
95
90
68
70
58
73
75
1 Ano
2 BIM
3 BIM
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96
72
87
52
60
18
24
17
34
80
95
79
77
73
87
25
24
61
81
100
100
60
80
92
86
74
78
100
100
37
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74
80
61
50
58
79
10
10
91
86
36
52
71
77
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91
37
52
72
83
28
56
58
73
92
84
63
71
49
35
54
62
55
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83
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63
4 BIM
43
56
43
11
0
66
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59
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40
98
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28
68
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95
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66
65
21
62
0
43
100
55
63
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40
36
50
1 BIM
74
46
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**
55
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52
49
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85
47
20
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67
55
2 Ano
2 BIM
3 BIM
98
92
65
62
83
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75
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*
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85
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68
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76
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72
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4 BIM
94
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68
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76
81
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98
*
76
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84
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82
78
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65
*
**
60
77
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41
65
52
1542
36
37
38
39
40
55
33
70
40
10
40
50
69
43
55
54
67
84
59
69
25
33
54
28
41
29
24
54
*
78
40
60
75
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60
28
85
85
*
62
52
59
81
*
28
Conforme se verifica h uma mdia geral da turma em Qumica nos dois anos de 65, sendo
que no primeiro ano, para 40 estudantes, a mdia era 60 e no segundo, para 29 estudantes, 69, 6.
Isso, mostra que houve crescimento de 9,6, do primeiro para o segundo, o que evidencia melhoria
de aprendizagem da turma.
A reduo do nmero de estudantes na turma decorrente de reprovaes da ordem de 27,
5% do 1 ano para o 2, considerando as diversas disciplinas, sendo que o maior percentual dessas
reprovaes advm das disciplinas de Matemtica, Fsica e Qumica, o que traduz as dificuldades
de aprendizagem conforme atestam as mdias anuais. As mdias gerais obtidas em Matemtica
de 69, 8, em Fsica de 67, 7, e em Qumica de 65 refletem provavelmente a existncia de uma
similaridade de conhecimento relativo s trs disciplinas. oportuno evidenciar nesse sentido,
que isso ocorre devido ausncia de uma base no que concerne a aprendizagem dos
conhecimentos dessas disciplinas, bem como a falta de interatividade que pode contribuir de
modo significativo para a construo dos conhecimentos necessrios para essas reas do saber.
Nota-se tambm que existem alunos que apresentam certo grau de facilidade elevado e que
mantiveram boas mdias durante os dois anos.
5 CONCLUSO
Por meio do desenvolvimento desse trabalho, podemos constatar que os alunos da Turma
de Informtica I, apresentam inmeras dificuldades no que se refere aprendizagem, de forma
particular nas disciplinas Matemtica, Fsica e Qumica, o que traz tona a necessidade de um
projeto capaz de proporcionar uma maior construo do conhecimento nessas matrias. Para isso,
acreditamos que isso pode ser possvel se o ensino for baseado e desenvolvido por meio da
interatividade.
Com essa interao possvel diminuir a insatisfao e rejeio ainda existente em relao
Matemtica, considerando-se ser importante propor novos desafios e solucionar dvidas j
existentes, pois isso que capacita o aluno e o possibilita inovar, principalmente nas reas
tecnolgicas. A matemtica tem o poder de desenvolver o raciocnio lgico-dedutivo, condio
essa que est fortemente ligada com o mundo e as atividades profissionais. Filosoficamente
falando, particularmente, a matemtica um dos pilares que sustenta as outras cincias (OLIVEIRA
e ANDRADE, 2009). Esperamos assim, que este trabalho possa contribuir com a concretizao
desse novo modelo de ensino, capaz de atender s reais necessidades dos discentes, alm disso,
possa servir de base para o desenvolvimento de outros estudos que visem aprofundar o
conhecimento acerca dessa temtica.
1543
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BRASIL. Ministrio da Educao. Coleo explorando o ensino: Matemtica, v. 1, Braslia, 2004.
288 p.
Fsica, qumica e matemtica no 'chamam ateno' de estudantes". Folha de So Paulo. 24 de
Abril. Disponvel em <http://www1.folha.uol.com.br/educacao/1262236-fisica-quimica-ematematica-nao-chamam-atencao-de-estudantes.shtml> Acesso em 07 Jun. 2013.
JNIOR, Gilson Tavares Paz. As dificuldades no ensino de matemtica. Disponvel em <
http://www.webartigos.com/artigos/as-dificuldades-no-ensino-dematematica/5488/#ixzz1zmeteZOi> Acesso em 07 Jun. 2013.
KLINE, Morris. O Fracasso da Matemtica Moderna. So Paulo: IBRASA Instituto Brasileiro de
Difuso Cultural, 1976.
OLIVEIRA, Itamar e ANDRADE, Soares. A importncia da matemtica nos cursos de outras reas
do conhecimento. Disponvel em <http://www.fmb.edu.br/ler_artigo.php?artigo=282> Acesso em
07 Jun. 2013.
1544
RESUMO
O manguezal um ecossistema nico, dotado de
inmeras caractersticas que o determinam como tal.
Trata-se de um ambiente lodoso de colorao cinza e
odor ftido, caracterizado como ecossistema de
transio entre os ambientes terrestre, aqutico doce e
marinho, existindo somente na zona tropical e
subtropical do planeta, sua fauna apesar de possuir
poucas espcies, apresenta-se em grande nmero. Os
manguezais so de grande importncia ecolgica e
econmica, pois desempenham diversas funes
naturais, dentre elas: proteger a linha de costa, reter os
sedimentos que so carreados pelos rios, concentrar
nutrientes, renovar a biomassa as linha de costa e servir
de local de alimentao, abrigo e repouso de aves, sendo
por isso denominado tambm de berrio do Atlntico. O
1545
1 INTRODUO
Os manguezais so ecossistemas que possuem caractersticas bastante particulares,
estima-se que sua origem na Terra seja de 60 milhes de anos, no Tercirio. Os manguezais esto
registrados na histria, desde o ano 325 a.C, feitos por navegadores que percorriam o sudeste
asitico, nesses registros os navegantes faziam aluses a rvores com 14m de altura, crescendo
beira-mar, possuindo flores brancas. Os escritos tambm faziam uma descrio quanto s razes
dessas rvores, afirmando que elas possuam o formato de um candelabro invertido. (NOVELLI;
JUNIOR & ROSA, 2002).
Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel
SEMADS (2001), os manguezais so ambientes formados pelo encontro da gua doce e salgada, e
so tpicos de ambientes estuarinos, de baas e lagoas costeiras. As superfcies dos manguezais ora
encontram-se expostas, ora inundadas devido variao das mars, so caracterizadas pela
vegetao, fauna; lama escorregadia de colorao cinza e de odor ftido, devido intensa
atividade biolgica e a salubridade proveniente das guas. O ecossistema de mangue
considerado um dos indicadores ecolgicos mais importantes do planeta, pois serve de abrigo, na
fase reprodutiva, para peixes, aves marinhas e animais invertebrados, sendo tambm denominado
de berrio do Atlntico.
Na Reserva de Desenvolvimento Sustentvel Estadual Ponta do Tubaro FOI CRIADA NO
ANO DE 2003, NELA possvel encontrar diversos ecossistemas, sendo o mais expressivo o de
manguezal. De acordo com Cunha (2006, p.15), possvel encontrar na reserva um ambiente
caracterstico do bioma caatinga, mas com expressivas representaes de manguezal e restinga,
com uma rica quantidade de espcies e uma vasta biodiversidade.
Portanto, o objetivo desse trabalho desenvolver um amplo conhecimento do manguezal
em uma rea delimitada da Reserva de Desenvolvimento Sustentvel Estadual Ponta do Tubaro,
em Diogo Lopes, Rio Grande do Norte, para promover o Ecoturismo Educativo Comunitrio como
uma das atividades geradoras de renda para a regio, visando despertar um compromisso de
preservao do manguezal tendo em vista sua importncia como ecossistema, tanto pelos
moradores da reserva, quanto pelos visitantes ou turistas que iro visit-la.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Manguezal: caracterizao
O manguezal um ecossistema nico, dotado de inmeras caractersticas que o
determinam como tal. Trata-se de um ambiente lodoso de colorao cinza e odor ftido,
caracterizado como ecossistema de transio entre os ambientes terrestre, aqutico doce e
marinho, existindo somente na zona tropical e subtropical do planeta, sua fauna apesar de possuir
poucas espcies, apresenta-se em grande nmero.
1546
1547
existem milhes de capilares finos. Na superfcie das folhas e nas razes sempre h um volume de
lquidos que ao atingir a superfcie se evaporam automaticamente (ALVES, 2004).
Existem quatro espcies arbreas de mangue: o mangue branco (Laguncularia racemosa);
o mangue boto (Conocarpuserecta); a siribeira, o mangue siriba ou preto (Avicenniagerminans e
Avicenniaschaueriana) e o mangue sapateiro ou vermelho (Rhizophoramangle). Segundo Feitosa e
Souza (2009):
Os mangues vermelho e branco colonizam locais mais baixos, constantemente inundados,
enquanto o mangue siriba caracterstico de locais mais altos e mais afastados da
influencia das mars. Quando o mangue penetra em locais arenosos, recebe a
denominao de mangue seco. A flora do manguezal pode ser acrescida de poucas
espcies, como a samambaia-do-mangue, a gramnea Spartina, o hibisco, a bromlia
Tillandsiausneoidese o lquen Usnea barbata (as duas ltimas conhecidas popularmente
como barba-de-velho e muito semelhantes entre si).
Como a fauna desse ecossistema bastante caracterstico, este apresenta uma enorme
variedade de nichos ecolgicos, resultando uma fauna diversificada, rica em diferentes espcies.
Segundo a SEMADS (2001), a fauna do manguezal apresenta os seguintes grupos de animais:
aneldeos, moluscos, crustceos, aracndeos,insetos, anfbios, rpteis, aves e mamferos. A maioria
dos pssaros usa o lugar unicamente para alimentar-se, descansar, ou estacionar durante a
migrao. A fauna do manguezal pode apresentar uma distribuio tendo como condio os
diferentes compartimentos que existem nesse ecossistema, segundo a SEMADS (2001),
didaticamente estes compartimentos podem ser:
gua, sedimento e vegetao. No meio aqutico encontram-se os crustceos (siris e
camares) e peixes (tainhas, robalos, manjubas etc), enquanto no sedimento observam-se
os aneldeos (minhocas e poliquetas), moluscos (mariscos, ostras e caramujos) e
crustceos (caranguejos) e sobre o sedimento os mamferos (guaxinim ou mo-pelada).
Por fim, na vegetao so avistados moluscos (caramujos, broca de madeira e ostras),
crustceos (caranguejos), insetos (moscas, mosquitos, borboletas, mariposas etc.) e
aracndeos.
Sendo assim, cabe ressaltar a importncia do ecossistema manguezal para o ser humano,
pois o manguezal fornece uma gama de variedade de organismos que so utilizados na pesca, foi a
captura desses animais para o comercio e subsistncia que permitiu ao longo dos anos a
sobrevivncia de vrias comunidades na zona de costa e a manuteno das tradies e
culturasdessa regio.
1548
Com uma vasta diversidade natural, a RDSEPT se caracteriza pelo sistema estuarino do
chamado Rio Tubaro, a baa da Ponta do Tubaro, alm de restingas e dunas adjacentes. Este
ambiente tambm apresenta dunas mveis que formam falsias protegendo o mar aberto da
enseada onde se localizam pequenas ilhas cobertas de vegetao tpica de mangue, alm da
grande diversidade de animais marinhos e terrestres, como o cavalo marinho e o canrio do
mangue. A vegetao composta por diversos tipos de mangue, tal qual o mangue vermelho, que
ambiente propcio para existncia do caranguejo vermelho e o aratu; alm do mangue cano,
onde se reproduz o caranguejo branco; o mangue manso e o mangue ratinho.
A reserva, segundo Nobre (2005, p 49), abrange cerca de 13 mil hectares, sendo
constitudos de um ecossistema formado por mar, esturio, manguezal, dunas, restinga e caatinga,
com uma populao estimada em pouco mais de 4 mil habitantes.
Segundo o IDEMA so reconhecidos na RDSEPT oito unidades geoambientais (ver
Figura 3), sendo que as dunas ocupam a maior parte da rea, cerca de 38%, seguidos pela poro
marinha, 30%, e pela superfcie de aplainamento, 19% (IDEMA/RN, 2004).
1549
De acordo com Cunha (2006, p.15), a RDSEPT, pioneira para a regio nordeste e a
primeira do Brasil inserida na Caatinga, envolvendo ainda representaes do manguezal e da
restinga. H na fauna do manguezal da reserva uma enorme diversidade de espcies e animais.
De uma forma geral, possvel encontrar uma grande quantidade de crustceos como aratu,
caranguejo u, camaro, siris e tambm aves, tais como a lavadeira, o canrio do mangue, a
gara-branca, a gaivota, alm da gara-azul e do cavalo-marinho, alm dos insetos herbvoros. A
flora predominante do mangue da RDSEPT apresenta quatro tipos de mangue (mangue branco,
mangue-preto, mangue-vermelho e mangue- ratinho) e outras espcies de plantas associadas,
como o algodo-da-praia, bromlias, entre outras.
1550
inmeras atividades nas suas ilhotas, tais como caminhadas pelo solo do mangue,pela costa/ praia
e exerccios pedaggicos de interpretao do ambiente.
O Ecoturismo Educativo Comunitrio apresenta como caractersticas, o nmero reduzido
de participantes e um atendimento individualizado, visando uma estreita relao entre os
fomentadores e os grupos de visitao, alm dessas caractersticas, ainda aparece a que diz
respeito ao meio ambiente, as visitas no devem ser invasivas para no causar impactos
ambientais ao meio visitado proporcionando uma observao mais tranqila e sem pressa para
que o aprendizado possa ser mais efetivo (SIQUEIRA; SOUZA 2010, p. 07).
Portanto, o Ecoturismo Educativo Comunitrio tem como objetivo final utilizar a rea de
manguezal encontrada na RDSEPT para elaborao de atividades que visem conscientizao dos
problemas ambientais encontrados na reserva, contribuindo com a formao de turistas cidados
empenhados em defender as prticas ecolgicas, a respeitar a biodiversidade bem como a cultura
das comunidades tradicionais.
METODOLOGIA
Para realizao deste trabalho foram feitos levantamento bibliogrficos, visitas in loco,
bem como entrevistas com os moradores da regio e com os grupos de trabalho que so
responsveis pela RDSEPT. As visitas na maioria das vezes eram acompanhadas por moradores
locais que trabalham como guias de turismo, nos conduzindo pelas rotas, tanto martimas quanto
terrestres. Para que houvesse tais visitas foram necessrios planejamentos com os moradores
para traar os roteiros da visita e tambm para garantir que a vivncia fosse bastante proveitosa
para o grupo de pesquisadores. Os percursos feitos de barco ficavam sujeitos as tbuas de mars,
j que partes dos trechos s poderiam ser realizados com a mar cheia. Tambm utilizamos para
registro das visitas, cmeras fotogrficas, gravadores de voz e registro escrito das observaes dos
pesquisadores.
4 RESULTADOS E DISCURSES
O Ecoturismo Educativo Comunitrio um modelo de ecoturismo desenvolvido com o
objetivo de promover o conhecimento cientfico dos ecossistemas locais onde ocorre a visitao; a
educao ambiental para sensibilizao, preservao e a proteo desses ecossistemas; a
interao com a cultura local, bem como o compromisso e a responsabilidade socioambiental para
sustentabilidade da comunidade e dos ecossistemas locais.
Nesse sentido, Siqueira e Souza (2010) afirmam que a prioridade para o Ecoturismo
Educativo Comunitrio conhecer locais que possuam caractersticas ambientais que possam ser
estudadas ou locais onde a biota se encontra em estado mais primitivo e conservado. Assim, a
RDSEPT apresenta todas as caractersticas pelo seu potencial natural para o desenvolvimento
desta atividade.
O carter educativo, a pesquisa cientfica e preservao so objetivos importantes para a
atividade do ecoturismo, mas a interao com a comunidade para conhecer seus hbitos
1551
5 CONCLUSES
Os manguezais so ecossistemas de grande importncia ecolgica, sendo assim,
necessrio que haja programas de sensibilizao quanto preservao desse ecossistema, to
importante para o nosso mundo. Eles so responsveis pela grande reproduo de animais
marinhos e aves, por isso considerado o berrio do Atlntico e por esse motivo o manguezal
serve de fonte de renda para muitos moradores que vivem nos seus arredores.
nesse sentido e buscando a preservao e sensibilizao ambiental que escolhemos a
Reserva de Desenvolvimento Sustentvel Estadual Ponta do Tubaro, localizada no Rio Grande do
Norte nos municpios de Macau e Guamar para o nosso estudo. A RDSEPT foi criada a partir da lei
1552
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALVES, Andr. Os Argonautas do mangue. So Paulo: UNICAMP, 2004.
CUNHA, Rbia Carlas Macdo da. Anlise de potencialidades e restries ao ecoturismo: o caso
da Reserva de Desenvolvimento Sustentvel Estadual Ponta do Tubaro-RN. UFRN/PRODEMA.
Natal, 2006.
FEITOSA, Hortncia de Carvalho; SOUZA, Samir Cristino de. Manguezal e Educao Ambiental.
CONNEPI, Belm, 2009.
MACHADO, lvaro. Ecoturismo: um produto vivel. Experincia do Rio Grande do Sul. Rio de
Janeiro: SENAC, 2005.
NOBRE, Itamar de Morais. Revelando os modos de vida da Ponta do Tubaro: a fotocartografia
sociocultural como uma proposta metodolgica. Natal, RN: EDUFRN, 2011.
SCHAEFFER-NOVELLI, Yara; JUNIOR, Clemente Coelho; TOGNELLA-DE-ROSA, Monica. Manguezais.
Ed. tica, 2001.
SEMADS. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel. Manguezais:
educar para proteger. Fundao de Estudos do Mar. Rio de Janeiro, 2001.
1553
RESUMO
O presente trabalho desenvolvido na Escola Estadual
Professora Clara Teteo no municpio de Macau-RN tm
como objetivo apresentar as atividades desenvolvidas
pelo subprojeto PIBID do IFRN Cmpus Macau no ano de
2012-2013, com o propsito de contribuir para a
melhoria da aprendizagem dos alunos do Ensino Mdio,
nas cincias biolgicas da educao bsica pblica. No
universo das atividades foram desenvolvidas pelos
alunos bolsistas do PIBID aulas prticas de microscopia,
1554
1 INTRODUO
A cincia no uma atividade neutra, ela apresenta-se diretamente relacionada com os
aspectos sociais, polticos, econmicos, culturais e ambientais. A escola como instituio de
ensino, fornece aos educando um enriquecimento de conhecimentos, tornando em inmeras
vezes o momento de aprendizagem uma atividade divertida. Abordar para os alunos a importncia
da biologia, enfatizando os seres vivos e o meio ambiente como parte integrante do convvio social
e cultural poder acarretar vrias transformaes positivas da viso biolgica diante do contexto
social e da preservao do meio ambiente. O processo de ensino de biologia deve ser ajustado de
maneira como o raciocnio dos estudantes se desenvolve, ressaltando o aprendizado ativo por
meio do envolvimento em atividades de descoberta (KRASILCHIK 2008). Vivemos em um mundo
onde a cada momento est acontecendo descobertas cientficas, e muitas descobertas envolvem a
biologia e suas reas correlacionadas. Porm, com a deficincia estrutural de muitas escolas, e a
ausncia de novas metodologias de ensino, os alunos acabam ficando afastado desses processos
de conhecimento, o que resulta por desestimular o interesse pela cincia. No entanto, os
professores interessados em mudar essa realidade se encontram com os seguintes
questionamentos: Como estimular o estudo pelas cincias biolgicas? A questo como despertar
nos alunos a importncia do estudo da biologia? Diante deste pressuposto o presente trabalho
desenvolvido na Escola Estadual Professora Clara Teteo no municpio de Macau-RN tm como
objetivo apresentar as atividades desenvolvidas pelo subprojeto PIBID do IFRN Cmpus Macau no
ano de 2012-2013, com o propsito de contribuir para a melhoria da aprendizagem dos alunos do
Ensino Mdio, nas cincias biolgicas da educao bsica pblica. No universo das atividades
foram realizadas com alunos do 1 e 2 ano do ensino mdio, aulas prticas de microscopia, aulas
prticas de zoologia e produo de jogo didtico. Dentro deste contexto destaca-se o Programa
Nacional de Iniciao Docncia (PIBID) que promove a integrao das instituies pblicas de
ensino superior que apresentam cursos de licenciatura, com as escolas pblicas das redes estadual
e municipal de ensino, visando contribuir para a melhoria da educao no Brasil (MEC 2013).
Nesta perspectiva, a atuao dos participantes do subprojeto PIBID do curso de licenciatura em
biologia do IFRN Cmpus Macau corrobora para a aplicao e ampliao de experimentos
metodolgicos no ensino de biologia.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
As aulas prticas tm como funo despertar e manter o interesse dos alunos pela cincia,
envolvendo os mesmos em investigaes cientficas para que eles possam desenvolver habilidades
de resolver problemas do contexto cientficos (HOFSTEIN & LUNETTA, 1982).
O ensino por meio de experincias prticas originou-se nas universidades como objetivo
de promover um estmulo para a formao de novos cientistas (GALIAZZI, 2001). A formao com
bases em um carter cientfica est diretamente ligada a maneira de como se constri o
conhecimento (FUMAGALLI, 1993).
1555
3 METODOLOGIA
A metodologia apresentada nesse estudo decorre de relatos de experincias das atividades
desenvolvidas pelo PIBID/IFRN/Macau, realizadas com alunos do 1 e 2 ano do Ensino Mdio no
qual permearam aulas prticas de Microscopia, zoologia e produo de jogo didtico.
1556
1557
As cartas com as perguntas ficam com o lder com as perguntas em uma face voltada para baixo e
so puxadas seguindo uma ordem de baixo para cima. As cartas j puxadas so colocadas abaixo
da ltima carta;
O primeiro jogador que chegar ao fim da trilha ser o campeo.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Na aula prtica de microscopia metade dos alunos demostraram desinteresse pela
apresentao do contexto histrico do microscpio, ou seja, pela aula expositiva dialogada. Os
alunos estavam interessados na aula prtica, o objetivo principal da aula. Porm, inclua como
ponto importante da aula uma breve discusso a respeito da microscopia. Conforme Krasilchik
(2008) as aulas expositivas devem ser utilizadas para transmitir ideias, problematizar um assunto
ou sistematizar um tpico importante.
Borges (2002) afirma que em aulas prticas laboratoriais os alunos entram em contato com
instrumentos que normalmente eles no observam no ambiente de sala de aula. Na visualizao
de laminas com pequenos invertebrados e sangue os alunos demostraram curiosidade e
participao na aula com perguntas a respeito das amostras visualizadas. Todos os alunos
demostraram efetiva participao, resultando desta maneira a importncia das aulas prtica no
processo de ensino.
Na aula prtica de zoologia os alunos demostraram um comportamento de curiosidade
durante a apresentao das amostras biolgicas desviando a ateno da discusso e focalizando-a
sobre as estruturas morfolgicas dos animais. Os alunos entenderam o assunto de forma mais
rpida, diferenciando bem os filos do reino animal apresentados e as estruturas que os
caracterizam. No trmino da aula os alunos ficaram fazendo questionamentos sobre as amostras:
Aonde esse animal foi capturado? Aqui na escola tem desses insetos? Encontramos esse molusco
na praia de Macau?. Desta forma, percebe-se que com a amostragem das amostras biolgicas a
aula prtica estimulou a curiosidade epistemolgica dos alunos, o que resultou na importncia
dessa metodologia naquele momento.
A aplicao do jogo didtico possibilitou entre a turma uma maior aproximao entre
professor-aluno e aluno-aluno. Antes da aplicao do jogo os alunos no apresentavam
comunicao entre si e nem com o professor. Durante a aplicao do jogo didtico, os alunos
interagiram entre si e com o professor de forma divertida e comunicativa, demostrando interesse
no conhecimento da composio qumica da clula como estratgia para obter vitria no jogo.
Conforme Teles (1999) o jogo e o humor posiciona o indivduo em estado criativo.
Em aulas aps a aplicao do jogo os alunos estavam com desenvoltura mais comunicativa
entre eles e com o professor. Conforme Fialho (2007) a explorao do ldico pode tornar-se uma
tcnica facilitadora no reforo de contedos, na sociabilidade entre os alunos, na capacidade
criadora e no esprito de competio e cooperao entre os alunos.
Kishimoto (1996) descreve que o jogo desenvolve a afetividade, as funes sensrio
motoras e a rea social, promovendo relaes entre os alunos. Desta maneira, o jogo permitiu o
1558
surgimento de amizade entre os alunos por meio da cooperao estabelecida no jogo, alm da
demonstrao de interesse no conhecimento do assunto, mesmo que este ltimo tenha ocorrido
como estratgia para xito no jogo, mas possibilitou desta forma um avano no aprendizado do
assunto apresentado.
5 CONCLUSO
Nas aes do PIBID percebeu-se que as aulas expositivas foram vistas pela maioria dos
alunos como uma atividade de pouca importncia realizada pelo professor, trazendo apenas o
conceito dos assuntos. Desta forma, se percebe a importncia de desenvolver por partes dos
docentes da Escola Estadual Professora Clara Teteo, novas metodologias pedaggicas para
trabalhar, com o objetivo de mudar esse quadro. Durante muito tempo acreditava-se que o
fracasso escolar era devido ao processo de os alunos no aprenderem o que os professores
ensinavam. Hoje o fracasso de aprendizado dos alunos tambm devido ao trabalho inadequado
do professor (OLGUIN e col. 2008).
Nas aulas prticas de microscopia e zoologia percebeu-se a importncia dessa metodologia
para os alunos da Escola Estadual. Essa prtica pedaggica utilizada posteriormente a aulas
expositivas promoveu um aprendizado maior pelos alunos com o assunto apresentado e
estimulou a curiosidade dos mesmos. O uso do jogo didtico promoveu entre alunos da turma do
1 ano C uma comunicao e amizade na qual no existia antes. Desta maneira percebeu-se a
importncia do uso da atividade ldica para complementar a aula de composio qumica da
clula para os alunos da Escola Estadual. Assim, fica evidente que o uso de atividades ldicas e
aulas prticas para completar um assunto j exposto estimulam a curiosidade dos alunos
promovendo um interesse no conhecimento do assunto discutido.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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VYGOTSKY, L. A Formao Social da Mente. So Paulo: Martins Fontes, 1989.
1560
RESUMO
O artigo em questo visa por em evidncia as prticas e
experincias vividas pelos idosos participantes do projeto
de extenso Vida Saudvel na Melhor Idade em relao
alfabetizao. Projeto esse que tem como objetivo o
bem estar do idoso, a interao social e a volta dele para
a sala de aula, para que assim possa compreender e agir
criticamente no seu cotidiano melhorando sua qualidade
de vida. A alfabetizao desses idosos vem contribuindo
para a interao dos mesmos na sociedade, e com isso
diversos fatores tambm so trabalhados como; autoestima, lazer e interao com a comunidade estudantil
do cmpus, uma vez que a maioria deles se sentem
oprimidos por no saberem ler e escrever. As aulas de
Lngua Portuguesa, no projeto, tm o objetivo de
resgatar ou criar hbitos que os idosos perderam, ou no
1561
1 INTRODUO
Para FREIRE (1981), o ensino da leitura e da escrita no pode ser apenas a repetio
mecnica das famlias silbicas, nem a memorizao de uma palavra alienada, mas sim a difcil
aprendizagem de nomear o mundo. Trabalhando nesse sentido, a alfabetizao dos idosos
relatada nesse artigo vem se apropriando desse mtodo para uma melhor aprendizagem
direcionada aos idosos do municpio de Joo Cmara/RN, situado na regio do Mato Grande,
visando deliberao dos fatores que afetam essa populao de idosos, onde dentre eles esto
perda de independncia, falta de uma rede social de apoio e as questes de ordem financeiras.
Dessa forma trabalhando na transformao social dos idosos participantes do projeto atravs da
alfabetizao e das prticas de cidadania ali trabalhadas.
Propondo uma melhor aprendizagem para alunos envolvidos, procuramos sempre
apropriar-nos em prticas que faam a diferena em relao alfabetizao dos idosos. Levando
sempre em conta as experincias de vida dos envolvidos e a insero dos mesmos no meio
cultural da localidade onde eles residem, aproveitando, dessa forma, os elementos pessoais e
regionais para a execuo de atividades temticas no sentido da alfabetizao dos participantes.
Sabiamente Freire afirmou que O que est em jogo aqui a noo de alfabetizao que
estabelece relaes de poder e de conhecimento no apenas a que os professores ensinam, mas
tambm aos significados produtivos que os alunos, com todas as suas diferenas culturais e
sociais, trazem para sala de aula como parte da produo de conhecimento e da construo de
identidades pessoais e sociais (1987, p. 61).
A alfabetizao na terceira idade abrange quesitos determinantes que devem ser
trabalhados para uma melhor aprendizagem, no sentido de que os fatores sociais, culturais e
pessoais exercem grande importncia nesse processo. Devemos levar em conta a experincia dos
alunos com a lngua materna, uma vez que desde sua infncia at hoje, eles a utilizam atravs da
comunicao verbal.
Segundo FREIRE (1987) a linguagem e o poder esto inextricavelmente entrelaados e
proporcionam uma dimenso fundamental da ao humana e da transformao social. A
linguagem o verdadeiro recheio da cultura e constitui tanto um terreno de dominao quanto
um campo de possiblidade, portanto, o conhecimento trazido pelos alunos para sala de aula deve
ser considerado como um fator determinante para uma melhor aprendizagem, podendo ser
aproveitado, gerando assim resultados promissores no decorrer desse processo. Baseado no
aspecto em questo, a alfabetizao dos idosos participantes do projeto Vida Saudvel na Melhor
Idade e os dados coletados nos revelam um grande nmero de alunos que no concluram o
ensino fundamental, outros no concluram o ensino mdio e tambm temos alguns alunos que
so analfabetos, que por diversos motivos tiveram que abandonar a escola ainda quando jovens.
Com a pesquisa feita sabemos que vrios desses idosos enfrentaram dificuldades, no que se diz
respeito ao acesso a escola, na infncia e juventude. Os fatores que causaram esse abandono da
sala de aula foram diversos, como por exemplo; ter que deixar de estudar para trabalhar,
ajudando os pais na agricultura, nas atividades domsticas dentre outros. Levando isso em conta
1562
o Instituto Federal de Cincia Educao e Tecnologia do Rio Grande do Norte Cmpus Joo
Cmara, em parceria com a Prefeitura do Municpio de Joo Cmara atravs da assistncia social,
atende o grupo de idosos do Centro de Convivncia do Idoso (C.C.I.) e buscam atravs desse
projeto de extenso, o Vida Saudvel na Melhor Idade, contribuir para a consolidao e
construo da cidadania dos mesmos.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Segundo FREIRE (1982, p.16). O aprendizado da leitura e da escrita no pode ser feito
como algo paralelo ou quase paralelo realidade concreta dos alfabetizandos. Aquele
aprendizado, por isto mesmo, demanda a compreenso da significao profunda da palavra [].
Mais que escrever e ler que a asa da ave, os alfabetizandos necessitam perceber a necessidade
de um outro aprendizado: o de escrever a sua vida, o de ler a sua realidade, o que no ser
possvel se no tomam a histria nas mos []. Se apropriando das contribuies de Paulo Freire,
buscamos trabalhar a alfabetizao de idosos no projeto relacionando a suas obras de letramento
de jovens e adultos, levando em conta a ideia de que todo conhecimento vlido.
Tambm trabalhamos autores que tem suas obras voltadas para a cultura regional, para
que assim pudssemos usar esses conceitos nas atividades em sala de aula, assim como obras que
priorizam o bem estar e uma vida saudvel, principalmente focando para idosos, que o publico
alvo do projeto.
De acordo com NAHAS (2006), modernamente, o envelhecimento humano definido
como um processo gradual, universal e irreversvel, que acelera na maturidade e provoca uma
perda funcional progressiva no organismo. Nesse sentido trabalhamos as atividades fsicas para
os participantes com o sentido de proporcionar melhoras no estilo de vida, tornando-o ativo e
saudvel.
METODOLOGIA
O projeto Vida Saudvel na Melhor Idade contempla 30 pessoas, a partir dos 60 anos de
idade, todas residentes do municpio de Joo Cmara/RN. O grupo se rene semanalmente,
sendo3 vezes na semana, durante 2 horas por dia, os encontros acontecem sempre pela manh,
no cmpus Joo Cmara. Esses encontros so previamente planejados e so executados atravs de
dinmicas, atividades de expresses artsticas, culturais, corporais e aulas de Lngua Portuguesa.
As aulas so realizadas no laboratrio de lnguas, em salas de aulas, biblioteca, no auditrio,
enfim, possibilitando aos idosos uma maior vivncia e interao com os espaos pedaggicos
disponveis.
Durante o processo de instruo nas aulas de Lngua Portuguesa utilizamos diversos
mtodos, j que como ressaltado por FREIRE (1987) A alfabetizao no pode ser reduzida a
experincias apenas um pouco criativas, que tratam dos fundamentos das letras e das palavras
como uma esfera puramente mecnica. Nesse sentido, para uma melhor aprendizagem,
procuramos sempre manter o nvel de dificuldade ao alcance de todos os participantes, visando
1563
assim, a interao dos mesmos. Foram propostas atividades diversificadas, onde sempre
buscvamos palavras e temas mais significativos na vida do aluno, envolvendo vocbulos
pertinentes a essa regio, sempre com o intuito de chamar a ateno dos idosos para o que
estaria sendo trabalhado. Comeamos pela apresentao das letras do alfabeto por meio de
mtodos diversos que estimularam os alunos. As prticas usadas nas aulas de Lngua Portuguesa
foram as seguintes:
Nessa atividade os participantes puderam trabalhar a silabao, que iria ajudar mais
adiante com as palavras, assim como a prtica da ortografia, uma vez que muitos deles no
exercitavam h muito tempo, e outros no frequentaram a escola.
Jogos Educativos
Nessa atividade prtica levamos a sala de aula algumas letras das msicas de Luiz Gonzaga,
entre elas Asa Branca, Acau e o Xote das Meninas, que marcaram o passado dos idosos, dessa
forma fazendo-os interagir mais com o que estava sendo proposto. Letras musicais que retratam a
vida do morador da roa, costumes, tradies, focando tambm as prticas pertinentes a
localidade onde eles esto situados. Com isso podemos trabalhar vocbulos que fizeram parte da
vida dos idosos.
Interpretao de Textos
Alguns textos foram levados para sala de aula, como pequenas leituras e poesias sempre
remetendo aos hbitos dos nordestinos, que outrora foram vividos pelos idosos ali presentes. Com
isso foi possvel trabalhar no contexto proposto fazendo com que os participantes se envolvessem
na atividade.
Utilizao de Lendas
Nessa atividade tratamos s lendas pertinentes a regio do Mato Grande (regio essa onde
est situado o municpio de Joo Cmara). Inicialmente levamos uma lenda (O Torreo
Cachimbando) para que pudesse servir de modelo, trabalhando a leitura, logo aps pudemos
colher histrias narradas pelos prprios idosos que foram passadas de gerao em gerao at os
dias atuais, trabalhando assim no registo das mesmas.
Gneros Textuais
1564
para a turma uma vdeo-aula, ensinando como fazer um iogurte natural, para que logo em seguida
fosse trabalhado o gnero. Tambm podemos citar o conto como gnero levado para a sala, uma
vez que propomos vrias leituras e atividades relacionadas a contos diversificados.
O seminrio foi feito com os alunos onde foram realizadas prticas com alguns objetos
significativos para eles, tais como fotos, brinquedos e pertences pessoais que representaram e
que foram de suma importncia na sua vida, no presente ou no passado. Os grupos foram
organizados em trios, onde cada um dos integrantes deveria relatar sobre fatores que tiveram
grande significncia para com a vida deles, ressaltando a importncia de cada item posto no
cartaz, expondo seus costumes, prticas, recordaes, relatos pessoais, com a tarefa de
apresentar o feito para toda a turma, o que tambm contou como ponto positivo, melhorando na
interao e melhor vivncia do grupo. Essa foi uma atividade bastante proveitosa, sendo que foi
possvel trabalhar diversos aspectos, os fatores educacional, social, cultural e, sobretudo, o fator
emocional que foi algo bastante ressaltado nessa atividade. Abaixo (Figura 1) temos uma imagem
que faz referncia atividade executada.
1565
caixas de som, equipamentos de vdeo, o uso de CDs e DVDs educativos, dentre outros. Vale
ressaltar que todas as atividades e prticas realizadas foram registradas atravs de fotografias e
relatos de alguns dos participantes.
Com as atividades executadas em sala de aula, muitos elementos, alm da aprendizagem,
foram visivelmente observados, levando em conta os resultados obtidos poderamos ressaltar
alguns desses fatores, que somam para um bem-estar nos dias atuais e esclarecem os motivos que
os levaram a deixar a escola quando jovens.
Fatores Sociais
Com o desenrolar do projeto podemos perceber que muitos dos idosos se sentiam
oprimidos em relao a pessoas alfabetizadas, uma vez que esses sabiam ler e escrever,
diferentemente deles que no frequentaram a escola regularmente. Essa problemtica est
diretamente ligada na forma de socializao desses indivduos no meio em que eles convivem,
muitas vezes eles tm problemas de famlia e isso interfere no modo como eles interagem nas
aulas. As prticas do projeto tambm agem na forma de entret-los, fazendo com que eles
ganhem mais autonomia.
Fatores Emocionais
bastante percebvel o efeito positivo das aulas no que se diz respeito a auto-estima dos
participantes, podemos perceber tal aspecto com os relatos de muitos dos idosos, levando em
conta que eles esto tendo a oportunidade de aprender ler e a escrever, possibilitando assim, uma
melhor vivncia no meio em que ele convive, o que tambm vem a ajudar na inibio de algumas
doenas como at mesmo a depresso, o que comum em pessoas na terceira idade.
Fatores Culturais
4 RESULTADOS E DISCUSSES
O projeto Vida saudvel na melhor idade estar sendo realizado no cmpus, nesse ano
de 2013, pela quarta vez, sendo que a alfabetizao foi iniciada no ano de 2011. De uma forma
geral foram obtidos bons resultados tanto para o desenrolar das prticas do projeto quanto para a
divulgao do instituto na comunidade do municpio. Vale ressaltar que as atividades relativas ao
ano letivo de 2013 ainda no foram iniciadas, portanto, os resultados aqui apresentados so
referentes aos anos anteriores, onde foi iniciada a alfabetizao no projeto.
As prticas pertinentes ao projeto enfatizam oportunizar ao idoso o acesso ao Instituto
Federal de Cincia Educao e Tecnologia, desenvolvendo afinidade sociocultural e socializadora
que lhes permitam refletir o cotidiano. O projeto tambm visa possibilitar um espao de
convivncia entre o idoso e a comunidade do instituto, promovendo um convvio intergeracional,
1566
motivando assim uma interao social maior entre esses indivduos. Buscamos estimular o
intercmbio com instituies que desenvolvam atividades relacionadas aos elementos trabalhados
nas aulas do projeto, atividades que estimulam a aprendizagem, recorrem a aspectos culturais da
regio, possibilitam espaos para discusses construtivas, sendo que todos esses pontos so
usados de um modo mais compreensvel, direcionado a pessoa da terceira idade. Como afirmou
FREIRE (1987) Os educadores devem desenvolver estruturas pedaggicas radicais que propiciem
aos alunos a oportunidade de utilizar sua prpria realidade como base para alfabetizao, dessa
forma recorrendo a elementos referentes ao cotidiano dos alunos, assim como tambm onde o
meio em que os mesmos esto inseridos. O convivo com a realidade dos participantes do projeto
tambm possibilita o desenvolvimento de novas pesquisas que permitem a obteno de
conhecimento sobre a realidade social e a sua qualidade de vida referente ao idoso no na regio
do Mato Grande. Procuramos sempre possibilitar ambientes para uma boa qualidade de vida,
onde os idosos se sintam melhor, com maior autonomia de si, uma vez que visamos o acesso
alfabetizao a pessoa da terceira idade.
Alm da alfabetizao, com as aulas de Lngua Portuguesa, que o enfoque deste atrigo, o
projeto visa explorar diversas reas relacionadas a problemticas pertinentes ao envelhecimento
dos integrantes, a fim de possibilitar uma melhor qualidade de vida para os mesmos. Abaixo
(Tabela 1) temos o cronograma expondo todas as reas trabalhadas no projeto e os horrios
semanais vinculados a elas.
Tabela 1: Cronograma de aulas semanais
Horrio
09:00
Intervalo
10:00
11:00
Segunda
Planejamento
Intervalo
-
Tera
Ed. Fsica
Intervalo
Artes/Portugus
-
Quarta
Ed. Fsica
Intervalo
Portugus
-
Quinta
-
Sexta
-
1567
18
16
14
Analfabetos - 9 alunos
12
10
Ensino Fundamental
Incompleto - 18 alunos
8
6
4
2
0
1
Grfico 1: Grau de escolaridade dos alunos.
5 CONCLUSO
A partir da anlise dos resultados, que o projeto com os idosos obteve durante essas
edies de realizao, podemos concluir que foi bastante satisfatrio para a melhora do
desenvolvimento do grupo da terceira idade, durante o perodo de durao do projeto, foi
bastante perceptvel motivao e o prazer na execuo das aulas de Lngua Portuguesa, uma vez
que a frequncia de falta dos alunos nas aulas foi mnima, apenas levando em conta as faltas por
motivos pessoais (doenas, e problemas familiares), dessa forma possibilitando o aprimoramento
no desempenho, pois um grupo bastante motivado a participar e a fazer as atividades de uma
forma em que haja o maior envolvimento, permitindo o compartilhamento de experincias entre
si, ajudando, tambm com a socializao e outros fatores, o grupo inteiro. Outro ponto a ser
considerado foram os relatos e crticas construtivas que recebemos a respeito das aulas
ministradas e das atividades propostas, o que nos leva a dedicarmos ainda mais, buscando sempre
novos e melhores recursos para os participantes. Os dados obtidos durante esse tempo de
trabalho foram bastante promissores, e com a continuao das aulas, nesse ano de 2013,
1568
pretendemos alcanar metas desafiadoras, entre elas: uma maior ampliao aos conhecimentos
na rea da Lngua Portuguesa, o desenvolvimento na escrita e leitura a um maior nmero de
participantes ali inseridos, tambm como a ampliao do entendimento nos contedos em geral,
alm de continuar possibilitando melhoras significativas na auto-estima dos participantes, para
que assim eles se tornem mais confiantes para interagir na sociedade.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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1569
RESUMO
1570
1 INTRODUO
No ensino de cincias defende-se a promoo da alfabetizao cientfica (AC), embora
sejam vrios os significados atribudos a esse termo. Essa defesa emana da necessidade de
entendimento sobre cincia e tecnologia (C&T) que a populao em geral passa a ter em funo
dos avanos tcnico-cientficos e de como esses tm interferido diretamente nas condies gerais
de vida dessa populao. Uma das interpretaes sobre AC nos dada por Chassot (2006), para
quem a AC seria um conjunto de conhecimentos que facilitariam ao homem e a mulher ler o
mundo em que vivem. Por outro lado, com um pensamento mais abrangente Cajas (2001)
defende uma alfabetizao que insira tambm o conhecimento tecnolgico em seu escopo.
neste contexto, que diante da necessidade de uma alfabetizao cientfica para todos
visando o exerccio da cidadania, Solbes, Vilches e Gil-Prez (2001) defendem as relaes CTS
como elemento fundamental.
As discusses de mbito CTS (Cincia, Tecnologia e Sociedade) vm sendo analisadas e
inseridas no ensino de cincias com vistas a proporcionar uma atitude crtica da populao em
relao aos conhecimentos cientficos e tecnolgicos, bem como sobre seus usos. Desta forma,
vem se discutindo os materiais didticos e sua elaborao (SOLBES e VILCHES, 1989; SANTOS et al,
2009), as concepes de estudantes (VZQUEZ ALONSO e MANASSERO MAS, 1997; VZQUEZ
ALONSO e MANASSERO MAS, 2009); e as concepes de professores em formao inicial e
continuada (VIEIRA e MARTINS, 2005; ACEVEDO DIAZ, 2001; NUNES e DANTAS, 2010; NUNES e
DANTAS, 2012).
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O movimento CTS tem repercutido mais intensamente no contexto brasileiro a partir dos
ltimos anos, o que pode ser percebido em teses e dissertaes produzidas na rea (AULER, 2002;
SILVA 2003; PINHEIRO, 2005), ou na referncia a que os documentos norteadores do ensino mdio
fazem abordagem do contexto social, tecnolgico e ambiental no ensino de cincias naturais
(BRASIL, 1999; BRASIL, 2002).
Tambm se pode perceber o avano das discusses de mbito CTS atravs dos grupos de
pesquisa dedicados rea, dentre os quais Mezalira (2008) identificou trs de maior atuao no
pas: a) Fsica e Engenharias (UFSC); b) Qumica (UNB); c) Biologia (USP).
a partir desses fatores que nos propomos neste trabalho a discutir a insero das
relaes CTS em um livro didtico de biologia adotado pelo PNLDEM-2012, escolhido pelo Campus
Mossor do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia.
1571
3 METODOLOGIA
Este trabalho faz parte de um projeto de pesquisa cujo objetivo analisar a insero das
relaes entre a Cincia, a Tecnologia, a Sociedade e o Ambiente nos oito livros de biologia
adotados no Programa Nacional do Livro Didtico do Ensino Mdio (PNLEM - 2012).
Aqui nosso corpus de anlise foi composto pelo captulo "Breve histria das ideias
evolucionistas do terceiro volume da srie Biologia das Populaes. Este livro foi o adotado
pelo Campus Mossor do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do
Norte para suas turmas de terceiro ano dos cursos tcnicos de nvel integrado e para as turmas de
nvel tcnico integrado na modalidade EJA.
Para o procedimento analtico do corpus foram adotados elementos da Anlise de
Contedo, Conforme descrito por Bardin (1977). Este procedimento iniciado pela definio da
unidade de anlise como o pargrafo, escolha do material a compor o corpus, seguida de uma
leitura flutuante, transcrio dos textos, categorizao e, por fim, a quantificao da ocorrncia
das categorias no texto.
Com base na literatura (MALAVER et al, 2004) foram definidas categorias a priori, no
entanto, durante a leitura flutuante, emergiram outras categorias como significativas para a
anlise, conforme podem ser observadas na tabela 1.
Tabela 1: Categorias de Anlise
CATEGORIAS A PRIORE
Relaes CTS/ ou BSA
Relao Biologia Sociedade (BS)
CATEGORIAS A POSTERIORE
Meta-texto1
Explicaes Biolgicas Sobre Fenmenos da
Natureza
Neste trabalho o termo meta-texto foi utilizado para descrever textos que visavam apenas explicao da estrutura do texto,
sem fazer relao direta com o contedo qumico, ou contextual.
oportuno destacar que neste trabalho tem-se em conta o papel do sujeito na construo
do conhecimento cientfico, de maneira que a anlise de contedo aqui trabalhada como um
procedimento metodolgico no seja confundida com uma orientao positivista. Em lugar disso,
como argumenta Franco (2008), trata-se de um recurso analtico capaz de fornecer informaes
sobre o sentido e o significado do texto.
1572
4 RESULTADOS E DISCUSSES
importante ressaltar que nem todas as categorias escolhidas a priori aparecem no
captulo em anlise. A ocorrncia das categorias como tambm sua frequncia percentual no
captulo so apresentas na tabela 2.
Tabela 2: Categorias e Frequncias
CATEGORIAS
ENCONTRADAS POR
PARGRAFO
Contexto Histrico
Epistemolgico
PARGRAFOS
NMERO DE
PARGRAFOS
PORCENTAGEM
(%)
38
48,72
39,74
6,41
75-77
3,84
Explicaes Biolgicas de
fenmenos do cotidiano
33
1,29
Conceitos Biolgicos
Relao Biologia
Tecnologia
A categoria CHE foi apresentada de forma clara e objetiva, sendo de suma importncia sua
apario para que o alunado perceba as teorias evolucionistas que foram base para os conceitos e
teorias atuais sobre ns seres viventes na terra. Contudo, nota-se tambm que o texto tende a
transmitir ao estudante idias positivistas e esteretipos sobre a cincia, como: a) o grande
cientista responsvel pelo avano da cincia; b) o avano da cincia linear; c) e a nfase no
1573
Apesar de aparecer em terceiro lugar esta categoria tem pouco destaque no corpo do
texto, no revelando uma intencionalidade por parte do autor em trat-la. O mesmo acontece
com as demais categorias encontradas no captulo. A inter-relao da qumica com a biologia ou
Relao qumica com a biologia (BQ), foi a quarta de maior incidncia no corpus em anlise, cujo
trecho vemos a seguir:
A anlise comparativa de protenas e de cidos nucleicos tem confirmado as semelhanas
anatmicas e embrionrias j verificadas entre certos organismos. Um exemplo a
comparao da sequncia de aminocidos do citocromo c, uma protena com pouco mais
de uma centena de aminocidos, presente na maioria das espcies. (Pgina 158,
pargrafo 76)
1574
TIPOS DE QUADROS E
FIGURAS
CATEGORIAS ENCONTRADAS
PORCENTAGEM DOS
QUADROS (%)
Explicativos
Imagens
82,35
De
17,65
5 CONCLUSO
De maneira geral percebe-se que o livro analisado tem uma preocupao em retratar o
desenvolvimento histrico da teoria da evoluo dispondo da maior parte do texto para esta
finalidade. O contedo conceitual propriamente dito, tambm aparece com grande destaque, o
que se entende como esperado e essencial a um livro texto de qualquer disciplina, mas elementos
da interao entre a biologia e o contexto social, ambiental e tecnolgico esto quase ausentes do
captulo.
At mesmo a abordagem histrica adotada no livro tende a uma interpretao linear, com
caractersticas positivistas aliceradas na ideia de desenvolvimento contnuo baseado na figura de
grandes gnios que descobrem a verdade. Assim, seria desejvel que ao adotar este material
1575
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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1577
RESUMO
J temos atualmente um acervo considervel, e em
acelerado crescimento, de recursos tecnolgicos que
permitem aperfeioar a qualidade das interaes e
substituies sensoriais para o indivduo portador de
deficincia auditiva (D.A.). Este trabalho tem como
objetivo apresentar as perspectivas e possibilidades que
permeiam a importncia da aquisio de novos
conhecimentos para que se desenvolvam com auxilio dos
artefatos tecnolgicos existentes, equipamentos, com
alta capacidade produtiva e com baixo custo operacional.
1578
1 INTRODUO
A Comunicao humana no abrange apenas a fala, mas tambm, olhar, gestos e sons que
consolidam seus significados quando h uma funo comunicativa inserida em um contexto. A
perda de qualquer uma das funes sensoriais causa um desequilbrio na percepo, que reflete
significativamente na qualidade de interao do indivduo com o meio em que vive.
Inegavelmente, para compor o processo de comunicao entre surdos, cegos ou surdo-cegos fazse necessrio o emprego da substituio sensorial, isto , a ausncia de um sentido compensada
parcialmente por outras modalidades sensoriais.
A deficincia auditiva insere o indivduo em uma realidade repleta de limitaes. Tal fato
se evidencia na fala humana. As tecnologias atuais ainda no so capazes de prover acesso total a
ampla gama de sons que devem ser transformados em sinais para serem ouvidos de forma
semelhante ao som percebido pelos ouvintes. Logo, os deficientes continuam a usar os sinais
visuais e tteis como formas primrias de processamento sensorial do mundo.
A maior parte da nossa percepo dos eventos da vida cotidiana registrada
simultaneamente por mais de uma modalidade sensorial de maneira integrada e unificada, sem
descontinuidade aparente, otimizando a deteco e o reconhecimento de objetos e tambm a
nossa resposta a esses (KING; CALVERT,2001).
Mtodos alternativos tm sido explorados por dcadas. Em 1829, Louis Braille, definiu um
sistema universal de leitura para os deficientes visuais. Posteriormente, em 1969, foi desenvolvido
por Paul Bach-y-Rita, o primeiro dispositivo eletrnico de substituio visuo-ttil, denominado
TVSS (Tactile Vision Substitution System). Segundo KASTRUP, CARIJ, ALMEIDA (2009) o TVSS
visava converter sinais luminosos em estimulao ttil. Desta forma os cegos teriam acesso a
imagens tteis anlogas s imagens visuais que se formam na retina dos videntes.
A proposta de inovao da abordagem visuo-ttil, por meio da integrao de novas
tecnologias tem um correlato terico com as concepes de Ilton (2010), que considera
importante o desenvolvimento de um sistema em tempo real de correo da frequncia
fundamental, avaliando algumas formas de codificao da voz pela estimulao ttil. Pesquisas
que se preocupam com a avaliao da percepo da fala vm sendo desenvolvidas e avanos na
tecnologia representam novas possibilidades de aprimoramento do sistema de substituio ttilvisual.
Essa pesquisa visa investigar as atuais necessidades e limitaes dos portadores de
deficincia auditiva e dessa forma, estudar, difundir e incentivar a busca por novos dispositivos
eletrnicos que melhorem o desempenho da oralizao, destacando em especial a aplicabilidade
da utilizao de circuitos reconfigurveis nesse processo, pois nesses sistemas podemos agregar
uma grande quantidade de conhecimento, sendo este paradigma muito promissor, podendo criar
novas perspectivas para portadores de deficincia sensorial, o que certamente trar vantagens
para os usurios, que com equipamentos portteis e flexveis podero ter acesso a diversas
interfaces integradas, independentemente da habilidade que o mesmo desenvolva.
1579
2 FUNDAMENTAO TERICA
Felizmente hoje, as melhorias nos aparelhos auditivos e procedimentos clnicos do timo
apoio para o desenvolvimento da oralidade em pacientes surdos que ainda possuem audio
residual, ou seja, no houve a perda total desse sentido, no entanto alguns fonemas especficos
ainda so mais difceis de serem percebidos, exigindo uma sensibilidade maior. Quanto relao
ensino/aprendizagem, hoje j se usa um sistema FM (Frequncia Modulada) que ajuda na
diminuio do rudo em sala de aula e aumenta as chances de aprendizagem do deficiente que
tem o rudo ambiente como principal vilo nesse processo, entretanto a insero desse sistema
ainda no se d de maneira adequada. Assim, em alguns segmentos ainda nos cabe reconhecer
que os avanos tecnolgicos e os elementos eletrnicos vigentes, no garantem uma boa
abordagem comunicativa baseada na "arte de expressar-se verbalmente". Com base nesta
prerrogativa, investir no aprimoramento da melhoria da fala pode contribuir para as relaes
interpessoais e corporativas, com reflexes em produtividade e valorizao de talentos individuais
que se destacam na comunicao.
Para Quadros (1997), a postura educacional perante a lngua de sinais interfere no
processo histrico das comunidades surdas. O fato de permitir e/ou no permitir que as
pessoas surdas usem a lngua de sinais provocam profundas mudanas na vida das pessoas que
interagem com tais comunidades. Percebe-se que os surdos passam a ter um papel importante no
processo educacional no momento em que a lngua de sinais passa a ser respeitada como uma
lngua prpria dos membros deste grupo social (p. 45).
De acordo com Denton apud Freeman, Carbin, Boese (1999), a definio citada
frequentemente sobre a Comunicao Total a seguinte:
A Comunicao Total inclui todo o espectro dos modos lingusticos: gestos criados
pelas crianas, lngua de sinais, fala, leitura orofacial, alfabeto manual, leitura e
escrita. A Comunicao Total incorpora o desenvolvimento de quaisquer restos de
audio para a melhoria das habilidades de fala ou de leitura orofacial, atravs de
uso constante, por um longo perodo de tempo, de aparelhos auditivos individuais
e/ou sistemas de alta fidelidade para amplificao em grupo (p.171)
1580
1581
METODOLOGIA
1582
RESULTADOS E DISCUSSES
Quanto aos fins, esta pesquisa considera-se descritiva, pois a preocupao central
descrever a influncia de inovaes no processo de melhoria na oralidade, refletindo sobre
inovaes nos mtodos de estmulos visuo-tteis. Vale salientar que o importante no a
quantidade de tcnicas e exerccios para se desenvolver com as pessoas, mas, sim, saber abordar
e utilizar ao mximo cada tcnica, fazendo-se as devidas adaptaes tecnolgicas em razo das
condies e necessidades de cada um. O indivduo deve antes ser considerado na sua totalidade
para que possa realmente beneficiar-se da utilizao das tcnicas visuais e tteis como recursos
facilitadores para desenvolver a fala. Para efeito de comparao, fez-se a observao de duas
terapias que visam desenvolver a fala em crianas surdas. A primeira terapia utilizava mtodos
abstratos. A criana, usuria de aparelho de amplificao sonora individual (AASI) e tinha como
suporte a tecnologia FM.
Constatou-se que por este mtodo, o sistema FM captava a fala da fonoaudiloga por meio
de um microfone e a transmitia diretamente para o aparelho auditivo do usurio, como se ela
estivesse falando prximo ao ouvido dele, mesmo um pouco distante, eliminando certas
interferncias de sons ambientais, dessa forma o paciente conseguia, embora de forma confusa
reproduzir o que ouvia. O sistema FM tem sido utilizado com sucesso em vrios tipos de
populao de deficientes auditivos, mostrando-se efetivo, porm muitos portadores de deficincia
auditiva no se beneficiam dele pelo seu preo. Como no h produo nacional, a importao
eleva os custos para o consumidor, dificultando o acesso de recursos s classes menos favorecidas
economicamente. Portanto, embora muitas vezes as famlias tomem conhecimento do FM,
acabam por optar apenas pelo uso dos AASIs e utilizarem seus recursos financeiros para sua
manuteno, permanecendo sem condies de adquirir essa tecnologia assistiva. Tal ocorrncia
comprova a necessidade de estudos voltados para tecnologias, com preos mais viveis, ou at
quem sabe nacionais.
1583
Mtodo
Tipo
Tcnica abstrata
Tcnica visual
Descrio
Estmulos verbais
Imagens exploradas pela
lngua
1584
5 CONCLUSES
A anlise das formulaes de alguns autores, apoiada pelos resultados das observaes de
certas tcnicas de audiologia educacional em pacientes surdos do SUVAG/RN, comprovou a
necessidade de dotar tais pessoas de sistemas de comunicao que funcionem como porta-vozes
eletrnicos e que este processo aliado s novas tecnologias reconfigurveis tem papel efetivo na
melhoria do desenvolvimento da fala, atravs de pistas visuais que podem estar diretamente
vinculadas aos estmulos tteis.
O estudo apenas o incio de um projeto que promete ter contribuies significativas para
as propostas melhorias na integrao do mtodo de estmulo visuo-ttil. A discusso sobre
tcnicas vibrottes aliadas a este sistema est apenas comeando, muito pouco ainda tem sido
experimentado neste campo, pois as novas tecnologias assistivas de acessibilidade para surdos
ainda so muito tmidas no que tange a utilizao de linguagem visual e ttil integradas para
minimizar e superar obstculos da falta de sinais em conhecimentos cientficos e em outros
conhecimentos no campo do ensino/aprendizagem dos portadores de tal deficincia. Sistemas
eletroeletrnicos que utilizem processamento de sinais, sem dvida representam propostas de
solues adaptativas. Tornando necessria a divulgao, otimizando o processo de melhoria na
incluso dos deficientes auditivos e a formao de recursos humanos por meio de uma rea
recente e ainda pouco explorada como a computao reconfigurvel. O emprego de estratgias de
codificao da fala permite particularizar um programa de adaptao e promove resultados
significativos aos sujeitos. esperado que futuras pesquisas avancem em um nvel que possibilite
a todos os deficientes auditivos obterem um desempenho satisfatrio para ir ao encontro s suas
necessidades quanto aos benefcios especficos da audio e oralizao, para que se torne possvel
fornecer estratgias e combinaes de parmetros apropriadas, primando pela melhora na
qualidade de comunicao dos mesmos. Novos sentidos sobre a audio devem ser colocados em
evidncia nos ambientes de pesquisa vigentes. Esperamos que este trabalho tenha demonstrado a
nossa hiptese inicial de que nesse contexto se tem muitas frentes em que a tecnologia pode
1585
auxiliar, tanto com hardware quanto com software especfico para a rea. Em funo do pequeno
nmero de casos analisados, e alcance do estudo, se este servir para instigar nos leitores o
interesse em estudar o tema, o nosso objetivo ter sido alcanado, pois as pessoas com deficincia
auditiva, bem como qualquer outra, devem ter o seu direito de comunicar-se respeitado e
incentivado.
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Educao - ANPED. Curitiba : UFPR/Setor de Educao, 1999. p. 480-495.
1586
RESUMO
ABSTRACT
1587
1 INTRODUO
O artigo apresenta uma pesquisa bibliogrfica e um estudo de caso, foi feita na escola
estadual Ada ramalho Cortez pereira localizada em Mossor/RN, a amostra e a coleta de dados foi
realizada atravs de tcnica de pesquisa semiaberta, a pesquisa foi realizada em outubro de 2012.
Foram elaboradas perguntas a serem feitas aos alunos do ensino mdio e EJA( educao de jovens
e adultos), essas perguntas foram apresentadas/discutidas com os mesmos de um forma aberta,
ou seja, o grupo de alunos da licenciatura em matemtica do IFRN campus Mossor lanavam as
perguntas, ou questes e os alunos respondiam. Todo esse processo foi feito de forma bem
interativa, onde a turma inteira formou um ciclo incluindo os pesquisadores para que o debate em
sala de aula pudesse ser feito.
A receptividade, em ambos os casos, foi muito boa, manifestando aos alunos grandes
interesses em se expressar. Os resultados no tm a pretenso de representatividade e no
podem ser generalizados, constituindo sugesto para aprofundamento em futuras pesquisas, de
maior abrangncia. A pesquisa realizada com alunos do ensino mdio e educao de jovens e
adultos contou com a participao tambm dos servidores da referida escola.
A pesquisa visou a identificao e a descrio dos objetivos e dos mtodos de ensino dos
docentes destas turmas, considerando os objetivos deste trabalho, identificou-se que a maioria
dos docentes usa uma metodologia que varia de turma em turma, onde eles priorizam mais as
turmas que demonstram mais interesse. Isso pode ser verificado na fala desse aluno da EJA:
Quando os professores percebem que uma turma bem desinteressada, falta muito,
conversa eles terminam deixando de lado, todos so adultos e sabe o que querem, eles
(professores) dizem isso. (aluno da EJA, outubro de 2012).
Muitos destes alunos, tanto do ensino mdio quanto da EJA, j apresentavam uma idade
uma faixa etria entre 18 a 50 anos , ou seja, muitos deles tinha largado o estudo mais cedo por
terem que cumprir obrigaes na idade da juventude, muitas das garotas engravidaram e
deixaram os estudos de lado para cuidar de suas crianas e virar dona de casa, j os garotos muito
deles tinha que trabalhar mais novos pelo fato de sua renda familiar ser baixa e outros terem que
sustentar suas mulheres e filhos.
A maioria dos entrevistados/as falou no debate que se arrependem de terem largado seus
estudos quando ainda jovens, pois hoje como eles tm uma mente mais aberta, alguns
pretendiam estarem cursando uma faculdade, outros pretendiam j ter tido um melhoramento de
vida pelo fato de j terem concludos seus estudos, ou seja, na realidade a escola contribui para
formar uma fora de trabalho socialmente requerida inculcando uma mentalidade burocrtica aos
estudantes. (Gintis, 1971).
O que se percebeu no decorrer da pesquisa, isso no que diz respeito ao contexto
sociocultural que ensino mdio e a educao de jovens e adultos representavam uma alternativa
importante para os alunos e alunas retomarem a escolaridade, cuja utilidade em termos de
1588
trabalho foi enfaticamente destacada, alm das repercusses mais amplas, formativas e
informativas, do processo educacional.
De acordo com as falas mais relevantes da entrevista, algumas falas proferidas pelos alunos
que ilustram bem essa relao da educao com o mundo do trabalho, com a melhoria de vida e
tambm do processo de aprendizagem:
-o ensino mdio e a educao de jovens e adultos significa um apoio, uma chance para
prosseguir o estudo.
- a nica oportunidade para ns.
- uma conscientizao da realidade; sem a escola tudo fica pior.
- um meio de sobrevivncia, uma forma de saber falar direito, aprender a se destacar;
oportunidade de encontrar um emprego decente (entrevista concedida em outubro de 2012).
Outras dificuldades dos alunos eram a falta de disciplina de alguns alunos, menos
interessados e at com comportamentos desviantes, certas deficincias de infraestrutura. Apesar
dos desencontros, porm, a grande maioria dos participantes demonstrou gostar do
estabelecimento e tinha uma viso relativamente otimista do prprio futuro, pretendendo
continuar os estudos. De modo geral, estavam conscientes de que o seu crescimento dependia,
em grande parte, do esforo individual, isso por vez se apresentava de forma enftica, ou seja,
acreditavam que sua participao no processo de educao dependia de seu esforo pessoal, no
percebiam esse processo dentro e um contexto mais amplo, desconheciam muitas vezes as
politicas educacionais e sua importncia para a disponibilizao de uma educao inclusiva.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Primeiramente foi feita uma reviso bibliogrfica a partir de um referencial terico
proposto e organizado pela professora orientadora, composto principalmente por autores como
Marx, Durkheim, Gramsci, Saviani, Freitag, Frigotto na perspectiva de construir um pensamento
fundamentado e referenciado por esses autores, onde gerou conhecimentos nos demais,
incluindo os alunos envolvidos na pesquisa.
A partir da leitura, discusso e debate de um referencial terico no qual se refletia sobre os
fundamentos sociais e polticos da educao brasileira se resolveu consolidar a aprendizagem
terica com uma pesquisa in loco, a tcnica utilizada foi a entrevista semiaberta, o pblico alvo
foram os alunos e servidores o ensino mdio e EJA do turno noturno, da escola j mencionada. a
finalidade da pesquisa foi analisar o pensamento educacional na convivncia de cada aluno, suas
dificuldades e anseios futuros.
1589
3 METODOLOGIA
A pesquisa feita na escola estadual Ada ramalho Cortez pereira em Mossor/RN, sob a
orientao da professora de fundamentos da sociologia Francisca Gomes Torres Filha, cuja
orientao foi dada aos alunos do segundo perodo do curso de licenciatura plena em matemtica.
Primeiramente foi feita uma reviso bibliogrfica a partir de um referencial terico
proposto e organizado pela professora orientadora, composto principalmente por autores como
Marx, Durkheim, Gramsci, Saviani, Freitag, Frigotto na perspectiva de construir um pensamento
fundamentado e referenciado por esses autores, onde gerou conhecimentos nos demais,
incluindo os alunos envolvidos na pesquisa.
A partir da leitura, discusso e debate de um referencial terico no qual se refletia sobre os
fundamentos sociais e polticos da educao brasileira se resolveu consolidar a aprendizagem
terica com uma pesquisa in loco, a tcnica utilizada foi a entrevista semiaberta, o pblico alvo
foram os alunos e servidores o ensino mdio e EJA do turno noturno, da escola j mencionada. a
finalidade da pesquisa foi analisar o pensamento educacional na convivncia de cada aluno, suas
dificuldades e anseios futuros.
De acordo com Karl Marx, a educao um objeto de pesquisa que se insere em uma
sociedade com luta e deveres de classes. Antes de tudo importante destacar que ele no
elaborou uma teoria da educao, no se dedicou sobre o tema como Rousseau, Durkheim,
Vygotsky, Bourdieu, dentre outros. No entanto, sua obra insere alguns princpios importantes que
devem ser levados em conta, estabelece uma prtica educacional transformadora do contexto
social no qual se insere as concepes do capitalismo. Para enfatizar essa concepo de marx.
basta refletirmos um pouco sobre o conceito de o conceito de OMNILATERALIDADE que de
grande relevncia para a compreenso de sua concepo de educao. Nesse conceito ele
apresenta ideia de uma formao humana oposta formao unilateral provocada pelo trabalho
alienado, pela diviso social do trabalho, pela retificao, pelas relaes burguesas intrnsecas a
organizao capitalista da sociedade.
Pode-se dizer que no processo de educao brasileira ainda existem muitas lacunas, os
princpios estabelecidos por Marx no tem sido utilizados, uma vez que o modelo de educao que
o Brasil oferece ainda altamente exclusivo, discriminatrio, onde s os indivduos da classe
dominante tm reais chances de alcanar uma melhor posio social no interior de seu grupo
social.
No entanto, cabe-se a cada um, educadores, lutar para o estabelecimento de um ideal de
educao. Segundo Barbara Freitag, no Brasil, no existe um ideal de educao comprometido
com a transformao da realidade social, assim como propunha marx.
1590
4 RESULTADOS E DISCUSSO
De acordo com os vrios assuntos abordados, podemos ressaltar alguns aspectos
importantes na pesquisa realizada, na qual foram abordados assuntos sobre a vida educacional de
alguns alunos que cursam o ensino mdio e outros o ensino de educao de jovens e adultos.
1591
....antigamente os alunos faziam apenas uma prova de recuperao no final de cada ano,
tentando recuperar aquela disciplina que no foi bem aproveitada, porm era exigido
todo estudo aplicado durante o ano. Hoje alm da recuperao final, o aluno tem a
oportunidade de mudar de ano e aquela disciplina no aproveitada ser vista em outro
horrio adaptado ao aluno (entrevista concedida em outubro de 2012).
Isso facilitou que muitas pessoas no desistissem de concluir o Ensino Mdio, no entanto,
preciso tomar cuidado e atentar para que o aluno concluinte do Ensino mdio saia com a mnima
qualificao exigida para que possa continuar seus estudos.
1592
De acordo com Oliveira (1994, p. 108, 110), no o estudo de algum autor que lhe move a
dedicar-se a determinados temas educacionais, mas o enfrentamento dos problemas da
educao brasileira que tem dirigido a sua ida aos autores, numa constante busca de
aprofundamento da sua fundamentao terica.(...)Ao estudar Marx, Gramsci, Kosik,
Suchodolski, Snyders, Vieira Pinto, etc. Saviani no justape as ideias desses autores s suas, mas
retira deles os elementos que enriquecem sua reflexo e a forma de realiz-la, reelaborando-os
tendo em vista sua opo por determinados valores.
5 CONCLUSO
Com o apoio dos colaboradores que integram a Escola Estadual Ada Ramalho Cortez
Pereira, teve-se a oportunidade de observar a real situao desta escola, seu progresso e suas
dificuldades, Tambm foram esclarecidos os motivos de muitos problemas como, por exemplo, o
da evaso escolar existente na devida escola.
1593
O aprendizado que foi submetido atravs da interao com os alunos do turno noturno do
Ensino Mdio e do EJA, foi de grande importncia para o entendimento da Educao nas escolas
pblicas e dos trabalhos elaborados pelos professores que seguem essa rede de ensino. . A
observao da forma como convivem os profissionais da educao e os alunos de fundamental
para que se tenha uma noo de como ser educador.
Como essa pesquisa foi uma parcela na preparao de futuros licenciados, pode-se
entender que as dificuldades enfrentadas no dia a dia de cada aluno e o modo de vida que esto
sujeitos, seus anseios e pensamentos so de alta importncia para a maneira de como o futuro
educador deve agir, no s como o professor que repassa os conhecimentos cientficos, mas
tambm como pessoa capaz de ensinar e aprender, compreender a realidade de cada aluno de
extrema importncia para que aja uma educao respeitosa, assim contribuindo para a melhoria
de cada indivduo, aplicando prticas de ensino de acordo com a necessidade de cada cidado.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
FRIGOTO, Gadncio. A PRODUTIVIDADE DA ESCOLA IMPRODUTIVA. Editora Cortez, 8 Ed. P. 47.
Jos
Nunes
Pereira.
Pedagogia
Saviani.
Disponvel
<http://citacoesacademicas.blogspot.com.br/2012/07/pedagogia-saviani-1991-p103.html>.
Acesso em: 23 maio 2013.
em:
MARX, Karl. Teses contra Feurbach. In: MARX. Os pensadores. So Paulo: Abril, 1978. Durkheim
SAVIANE, Dermeval. Escola e democracia. Edio comemorativa. Campinas, SP:autores
associados, 2008,160p.
SOUZA, Marlon Antnio Pereira De. Contribuies Marxistas para Educao. Disponvel em:
<http://institutoiunes.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=40:informenews&catid=13:artigos&Itemid=29>. Acesso em: 22 maio 2013.
1594
RESUMO
Este trabalho uma continuao do trabalho intitulado,
ANLISE DO ENSINO DE MATEMTICA NA EDUCAO
DE JOVENS E ADULTOS NA CIDADE DE CURRAIS NOVOS,
e objetiva a construo e aplicao de jogos ldicos em
sala de aula, como novo mtodo de aprendizagem. Neste
trabalho foi construdo inicialmente, o domin racional,
j proposto pelo trabalho anterior, o qual foi aplicado na
1595
1 INTRODUO
No Brasil, bastante comum serem seguidas as formas tradicionais de ensino, quadrolivro, e na disciplina de matemtica no diferente. Inovando nessa rea, propomos nesse
trabalho mais uma ferramenta de uso didtico em sala de aula: os jogos ldicos. Que uma forma
dinmica de ensinar-aprender matemtica. Alm de trazer a importncia desse material em sala
de aula, mostraremos atravs da anlise a eficcia desses jogos, mais particularmente, o domin
racional. Os jogos no so restritivos, podem abordar os mais diversos contedos nas mais
diversas fases do ensino. O objetivo difundir essa idia, para que os professores possam aderir a
esse outro mtodo de ensino, como forma de sair da rotina e do cotidiano de lousa e pincel.
Com a utilizao de jogos ldicos em sala de aula contribui no s para mudar a rotina de
ensino, como tambm despertar o interesse dos alunos, aumentar a motivao para a
aprendizagem, desenvolver a organizao, a autoconfiana, a ateno, concentrao, o raciocnio
lgico-dedutivo, o senso cooperativo, bem como desenvolver a socializao dos alunos em sala.
Na disciplina de Matemtica, a utilizao dos jogos ldicos na complementao dos assuntos
trabalhos ainda mais importante, por essa matria ser to rejeitada pela maioria dos alunos.
Essa rejeio da maior parte dos alunos em relao disciplina de Matemtica, segundo
BORIN (1996), deve-se aos alunos se sentirem incapazes de aprender o contedo, temendo-o. Por
isso os jogos no devem ser utilizados apenas para fins recreativos, mais utilizados como
facilitadores e colaboradores na compreenso dos alunos a determinados assuntos matemticos.
Os jogos apresentam correspondncia direta com o pensamento matemtico, pois ambos
tm regras, operaes, instrues, dedues, definies e ainda utilizasse de normas e obtm
novos conhecimentos, que seriam os resultados.
Os jogos ldicos podem tanto ser utilizados para amadurecer contedos e aprofundar os
itens j trabalhados, adquirindo conceitos matemticos importantes, como tambm para
introduzir algum contedo que ainda no tenha sido abordado.
Segundo Moura e Viamonte (2005) o trabalho com jogos matemticos na sala de aula traz
algumas vantagens, a saber: detectar os alunos que esto com dificuldades reais; demonstrar se
um assunto foi bem assimilado pelos alunos; o aluno torna-se mais crtico, alerta e confiante.
Desta forma expressando o que pensa e elaborando perguntas e tirando concluses sem
necessidade da interferncia ou aprovao do professor, com isso o medo de errar diminui
consideravelmente, pois o erro considerado um degrau necessrio para se chegar a uma
resposta correta, o aluno motiva-se com o clima de uma aula diferenciada, o que faz aprender sem
perceber.
Smole, Diniz e Milani (2007) sugerem que os jogos possam ser jogados vrias vezes, afim de
que o aluno tenha tempo de aprender as regras e obter conhecimentos matemticos com o jogo.
Os mais diferentes tipos de jogos podem ser modificados, de acordo com a necessidade e
preferncia. Pode-se usar tanto o domin como outros jogos, sem ser com nmeros racionais. Ou
seja, pode ser adaptados de acordo com outros contedos da matemtica.
1596
2 MATERIAL E MTODOS
Dentre os vrios tipos de jogos educativos de especial importncia destacar os de
estratgia, pois no esto associados ao fator sorte, dependem nica e exclusivamente do jogador
para vencer. As habilidades envolvidas na elaborao de uma estratgia para vencer o jogo, que
exigem tentar, observar, analisar e verificar compe o raciocnio lgico, importante para o ensino
da Matemtica.
A aprendizagem atravs de jogos, como domin, quebra-cabeas, palavras cruzadas,
memria e outros, permitem que o aluno faa da aprendizagem um processo interessante e
divertido. Fizemos uso em nosso trabalho do Domino Racional, jogo escolhido devido a sua
facilidade de jogar, alm de poder ser adaptado de acordo com o nvel e os contedos da turma,
observando tambm a facilidade em constru-lo.
Para constru-lo foram necessrios apenas canetas, cartolinas, rgua e tesoura, material ao
qual o acesso simples e prtico. Assim temos a favor do domin o baixo custo na construo,
alm de poder ser reutilizado vrias vezes, pois cada material utilizado para dois ou at quatro
alunos, podendo ser usado novamente por outros, e possuindo tambm a possibilidade de ser
construdo com material reciclado.
Utilizamos como mtodo a observao dos grupos enquanto jogavam, para acompanhar a
aprendizagem e logo aps o questionrio ps- jogo, que nos possibilitou uma melhor avaliao.
O Domin Racional, que segue abaixo, foi criado para melhorar a compreenso e a
aprendizagem sobre os nmeros racionais, tendo em nfase as fraes:
O Domin Racional, mostrado na Figura 1, um jogo que faz o aluno trabalhar com noes
racionais e decimais, bem como noes de porcentagem, converso entre fraes e decimais e
porcentagem, ou seja, as diferentes formas de um nmero racional. O que o diferencia de um
domin comum, por ele permitir que os jogadores associem o nmero racional a outro modo em
que esse nmero pode aparecer, tendo assim que analisar os nmeros e as formas de suas cartas.
Ou seja, se o jogador, por exemplo, pegar uma carta com o nmero 25%, o outro jogador da vez
1597
ter que encaixar uma carta que tenha o mesmo valor que este, estando escrito apenas de outra
forma matemtica diferente, como por exemplo, 0,25.
O jogo bem simples, sendo jogado entre quatro pessoas. Inicialmente as peas so
colocadas sobre a mesa, viradas para baixo e misturadas (como em um domin comum), depois
cada jogador pega cinco peas, enquanto as demais continuam viradas sobre a mesa. Em seguida,
decidem-se quem inicia o jogo e o primeiro jogador coloca uma pea qualquer virada para cima,
sobre a mesa. O segundo jogador deve colocar uma pea, em que uma das extremidades
represente o mesmo nmero que est representado em uma das extremidades da pea que est
sobre a mesa. E assim sucessivamente, s pode ser jogada uma pea de cada vez e caso o jogador
no tenha uma pea que possa ser encaixada, deve pegar (comprar ou puxar, quando no se
tem nenhuma pea em suas mos que se adqe ao jogo) outra pea no monte que est sobre a
mesa. O jogador dever ir pegando at encontrar uma pea que encaixe. Caso as peas acabem, e
ainda assim no conseguirem uma pea adequada, o jogador dever passar a vez. Vence o
primeiro jogador que ficar sem peas.
A aplicao do Domin Racional foi realizada na sala de Manuteno e Suporte, da EJA
(Educao de Jovens e Adultos), do segundo perodo, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte,
campus Currais Novos, do dia 10 de Maio de 2012, no qual contava com a participao de 28
alunos na referida turma, onde foi separado em 7 grupos de 4 alunos, cada grupo ficando com um
Domin Racional para jogar.
Foi-se instrudo a forma como se jogava aos alunos e na primeira partida foram oferecidas
ajudas. J na segunda vez que jogaram foi negado qualquer tipo de consulta ou ajuda. Os alunos
agiram de forma bastante positiva, aceitando bem o jogo, apesar de quererem que ns
aplicadores lhes dissessem as respostas. Eles levaram aproximadamente 20 minutos por partida. O
professor de matemtica nos ajudou e tambm orientou os alunos quando ainda era permitido.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
Em virtude de melhorarmos a nossa pesquisa, os alunos foram solicitados a responderem
um questionrio ps-jogo, para assim podermos analisar o que cada um achou do mesmo, se
conseguiram entender o propsito, e o que eles acham dessa alternativa de jogos ldicos como
forma de aprendizagem.
Aps a aplicao, pedimos que os alunos respondessem a um questionrio, e obtivemos os
seguintes resultados:
1598
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
timo
Bom
Regular
Ruim
Na primeira questo, pedimos que classificassem o jogo como timo, Bom, Regular ou
Ruim. E foram obtidos os seguintes dados: 8 alunos consideraram o jogo timo, outros 16 como
Bom e 4 como Regular. Mais o jogo no foi considerado Ruim por nenhum dos alunos. O jogo foi
classificado como Bom pela maioria dos alunos, por muitos deles ficarem ainda em dvida nas
diferentes formas de um nmero racional, caracterizando o jogo como um pouco difcil.
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Muito Difcil
Difcil
Regular
Fcil
Muito Fcil
Na segunda questo, pedimos para opinar a respeito do nvel do jogo, e as opes eram:
Muito Difcil, que obteve 3 marcaes; Difcil, com 10 marcaes; Regular, liderando com 15
marcaes; e nas opes Fcil e Muito fcil nenhuma marcao.
1599
30
25
20
15
10
5
0
Sim
No
30
25
20
15
10
5
0
Sim
No
Tanto Faz
1600
Na sexta questo os questionamos se melhor aprender jogando, e eles nos deram uma
resposta bastante positiva e gratificante. 24 alunos acham que sim e apenas 4 alunos se
posicionaram de forma indiferente, enquanto nenhum falou que no.
E por ltimo foi aberto um quesito sugestes, em que recebemos as seguintes: Gincanas
matemticas com perguntas e respostas rpidas e mais jogos, com diferentes contedos.
4 CONCLUSES
Com a realizao desta pesquisa, foi observado que o jogo ldico como forma de reforar
um contedo, ou at mesmo inici-lo, em sala de aula bastante interessante e significativo, j
que os alunos realmente conseguem aprender brincando e sem perceber em muitas vezes que
esta construindo o conhecimento.
O que pode ser feito agora, difundir essa idia, para que os professores possam aderir a
mais esse mtodo de ensino, como forma de sair da rotina.
Visto que os jogos dinamizam as aulas, eles podem ser trabalhados com os mais diversos
contedos. No caso do Domin Racional, nos trouxe resultados positivos, demonstrando que ao
menos a maioria dos alunos consegue aprender jogando. O prximo passo ser aplicar o mesmo
jogo em outra modalidade de ensino, para que haja uma comparao de resultados. E aplicar
outros jogos para realizar uma anlise de resultados.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BORIN, J. Jogos e resoluo de problemas: uma estratgia para as aulas de matemtica. So
Paulo: IME-USP; 1996.
MOURA, P. C.; VIAMONTE, A. J. Jogos Matemticos como recurso ditctico.Lisboa: APM, 2005.
SMOLE, K.S.; DINIZ, M.I.; MILANI, E. Jogos de matemtica do 6 ao 9 ano. Cadernos do
Mathema. Porto Alegre: Artmed 2007.
1601
RESUMO
1602
INTRODUO
Este trabalho se inicia com uma abordagem preliminar sobre polticas pblicas, elucidando
conceitos de poltica e diretrizes em que as fundamentam e tem por objetivo principal analisar o
processo de implementao do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e Emprego
(PRONATEC), no Cmpus Natal-Central (CNAT) do Instituo Federal de Educao, Cincia e
Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), luz do pensamento de integrantes do Conselho
Superior (CONSUP) da instituio. O trabalho utilizou-se de entrevista que foram norteadoras de
uma anlise SWOT apontando as foras, fraquezas, ameaas e oportunidades do Programa em
questo.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e Emprego (PRONATEC), que faz parte
do Plano BRASIL SEM MISRIA, foi criado pelo Governo Federal, por meio da Lei 12.513, de 26 de
outubro de 2011, e implementado nesse ano (2012) no IFRN, com o intuito de ampliar e
diversificar a oferta de cursos de educao profissional e tecnolgica no Brasil. O PRONATEC,
normatizado pela Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica (SETEC) em comum acordo
com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE), ambos os rgos ligados ao
Ministrio da Educao (MEC).
O PRONATEC foi escolhido para esse trabalho, pois se trata de um programa que busca
melhorar um dos gargalos para o crescimento do pas, que a escassez de mo de obra
qualificada. Esse estudo poder contribuir, pois, para o processo de implementao do PRONATEC
no CNAT/ IFRN, para que os beneficirios do programa neste estabelecimento de ensino tenham
uma melhor educao e formao profissional tcnica gratuita.
No meio acadmico, o PRONATEC um assunto relativamente novo, tendo em vista que
ele foi criado h pouco tempo, no ano de 2011, portanto um trabalho cientfico que fale desse
programa contribuir para o surgimento de novas indagaes que busquem a melhoria contnua
do mesmo.
A presente pesquisa no aborda todo o programa ou mesmo suscita novos debates sobre o
assunto, mas mostra que a situao vivenciada por parte da gesto no IFRN Cmpus Natal-Central,
assim satisfazendo a intencionalidade deste estudo que demonstrar a viso dos conselheiros do
CONSUP acerca do Programa.
REFERENCIAL TERICO
1603
2.1 PLANEJAMENTO
O planejamento est presente de forma rotineira na vida dos indivduos, seja no mbito
pessoal, nas relaes sociais, no ambiente profissional ou na relao com os governos e a Gesto
Pblica. Mesmo que de forma no estruturada, recorre-se a atividades que requerem algum tipo
de plano de ao, estabelecendo objetivos que se deseja alcanar. Esse processo de definir uma
situao futura a ser alcanada e estabelecer uma meta a atingir , em essncia, planejamento
(ALBERNAZ, 2012).
Para alguns autores, como Pereira (2010), planejamento se refere a pensar, criar ou tentar
controlar o futuro de uma organizao dentro de uma perspectiva estratgica. Pode-se dizer que
planejamento o processo formulado para gerar resultados. Nesse sentido, planejamento se
difere do improviso. Enquanto este prepara algo rapidamente para atender situaes no momento
em que elas acontecem, aquele pressupe uma elaborao de plano para agir.
O termo planejamento a primeira e mais importante dentre as funes administrativas
(planejar, organizar, dirigir e controlar) e consiste num processo de estabelecer objetivos e buscar
uma maneira adequada de alcan-los. Pode-se dizer ento que planejamento a base para as
demais funes (PALUDO; PROCOPIUCK, 2011).
O planejamento governamental, por sua vez, o planejamento realizado pelas trs esferas
de governo (Federal, Estadual e Municipal) e tambm por todos aqueles gestores que
desempenham alguma funo pblica ou em nome dela (PALUDO; PROCOPIUCK, 2011).
Como o Brasil possui o Ministrio especfico para essa rea, torna-se relevante citar a
definio de planejamento governamental contida no portal do Ministrio do Planejamento,
Oramento e Gesto:
O planejamento governamental acrescenta ao conceito as
caractersticas da esfera pblica, tornando a atividade ainda mais
complexa. Para realiz-la, preciso conhecimento aprofundado
sobre as razes do estgio de desenvolvimento nacional, as
formas de operao do Estado e as circunstncias e possibilidades
polticas de atuao (BRASIL, 2013C).
1604
1605
1606
METODOLOGIA
RESULTADOS
1607
Pontos fortes
Estrutura Fsica do IFRN de tima qualidade
Estrutura administrativa do IFRN de boa qualidade. Ex.: ponto eletrnico, sistema
de acompanhamento de aluno
Corpo docente e tcnico qualificado
Bolsa formao bastante ampla. Ex.: caderno, farda, auxlios
Localizao privilegiada do IFRN
Histria e Prestgio da Instituio
Boa disponibilidade de profissionais servidores do Cmpus para atuarem no
programa
Nmero de
registros
2
2
2
1
2
1
1
Pontos Fracos
Pouco tempo de preparao para iniciar o curso
Disponibilidade de espao fsico. Ex.: faltam salas no Cmpus
No questionamento dos Dirigentes dos Institutos Federais quanto
implementao do programa
A proposta poltico-pedaggica no bem entendida por todos
A escolaridade exigida para realizao dos cursos no suficiente para realizao
de um curso com formao tcnica em curto prazo
Nmero de
registros
1
1
1
1
2
Oportunidades
Nmero de
registros
O Servio de Incluso Nacional do Emprego- SINE vai fazer um cadastramento dos
1
1608
1
1
1
2
1
Quadro 04 - Ameaas
Ameaas
um programa embrionrio; traz consigo alguns pontos de eficincia duvidosa
quanto ao ensino de qualidade
O PPC limita as decises de algumas instituies, do ponto de vista jurdico
Evaso dos Alunos
Preocupao em que o Programa Nacional de Integrao da Educao Profissional
- PROEJA venha deixar de existir ou tenha sua oferta diminuda em substituio ao
PRONATEC
Precarizao do trabalho dos profissionais da educao
Quantidade de recurso pblico que est sendo investido nas Instituies privadas
do Sistema S (SENAC, SESI, SENAI) alm de outras, o que poder comprometer o
investimento pblico nas Instituies Federais em longo prazo
Diferena de idade e de nvel entre os estudantes
O Programa do Sistema Nacional de Informaes da Educao Profissional e
Tecnolgica - SISTEC. As matrculas so feitas por ele
Nmero de
registros
1
1
2
1
1
1
2
1
A partir da anlise dos resultados obtidos com a realizao das entrevistas foram
identificadas as oportunidades possveis de serem aproveitadas, as vulnerabilidades, os pontos de
defesa contra as ameaas e as debilidades, conforme descrito a seguir:
- Oportunidades possveis de serem aproveitadas (pontos fortes x oportunidades): algumas
das oportunidades citadas acima podem ser aproveitadas quando combinada aos pontos fortes.
Como exemplo, a estrutura fsica/administrativa de tima qualidade e o corpo docente e tcnico
qualificados podem viabilizar o desejo dos alunos em realizar um novo curso na instituio.
- Vulnerabilidades (pontos fracos x ameaas): o grau de vulnerabilidade do PRONATEC
deve merecer uma ateno especial, visto que ficou constatado pela anlise dos resultados, a
ausncia de elementos internos que absorvam o impacto das ameaas. Como exemplo mais
significativo pode-se citar o ponto fraco - proposta poltico-pedaggica que no bem entendida
por todos - o qual, em confronto com a evaso dos alunos, pode reduzir as possibilidades de
aproveitamento das oportunidades.
- Pontos de defesa contra as ameaas (pontos fortes x ameaas): os pontos fortes no so
suficientes para minimizar ou at mesmo neutralizar algumas ameaas, pode-se citar, como
exemplo, a quantidade de recurso pblico que est sendo investido nas Instituies privadas do
1609
Sistema 'S' (SENAC, SESI, SENAI) alm de outras, o que poder comprometer o investimento
pblico nas Instituies Federais em longo prazo.
- Debilidades (pontos fracos x oportunidades): os pontos fracos identificados so
significativos, a ponto de restringir o aproveitamento de algumas oportunidades. Como por
exemplo, o ponto fraco escolaridade exigida para realizao dos cursos no suficiente para
realizao de um curso com formao tcnica em curto prazo pode dificultar a oportunidade de
reingresso em curso tcnico do prprio estabelecimento de ensino.
CONSIDERAES FINAIS
REFERNCIAS
BOBBIO, Norberto. Ensaios sobre Gramsci e o conceito de sociedade civil. 2 ed. Trad. Marco
Aurlio Nogueira. So Paulo: Paz e Terra, 2002
BRASIL. Lei
n 12.513,
de
26 de
outubro de
2011.
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12513.htm>.
mar.2013A.
Disponvel
em:
Acesso em: 7
1610
Disponvel em:
Acesso em: 7
1611
RESUMO
A pesquisa realizada se trata de entender as dificuldades,
os fatores que dificultam a aprendizagem de Qumica
sendo esta uma matria complexa, pois envolve clculos
matemticos, equaes, smbolos qumicos e
conhecimentos especficos. um desafio constante para
os professores que ensinam Qumica em sala de aula, j
que muitos alunos desaprovam a matria. So muitas as
variveis que vo resultar nas dificuldades de
1612
1 INTRODUO
O ensino de qumica segue ainda de maneira tradicional gerando nos alunos um grande
desinteresse pela matria mesmo a qumica estando presente no nosso cotidiano. A
aprendizagem de Qumica deve possibilitar aos alunos a compreenso das transformaes
qumicas que ocorrem no mundo fsico de forma abrangente e integrada, para que estes possam
julg-la, com fundamentos, as informaes adquiridas na mdia, na escola, com pessoas, etc. A
partir da, o aluno tomar sua deciso e dessa forma, interagir com o mundo enquanto indivduo
e cidado. Mas o atual sistema de educao passa por diversas dificuldades. Muitos alunos se
apavoram ss de ouvir falar em Qumica esse preconceito da comunidade estudantil como um
todo tem fundamentado diversas pesquisas, debates e desenvolvimentos de novas metodologias,
visando tornar a aprendizagem de Qumica e das cincias exatas mais eficaz e participativa.
O aprender implica cultivar todas as potencialidades de cada pessoa. Abarca as dimenses
essenciais da pessoa, em toda a sua riqueza e na complexidade das suas expresses e dos seus
compromissos. Refere-se ao desenvolvimento global: corpo e mente inteligncia, sensibilidade,
sentido tico. Cabe ao professor planejar e conduzir esse processo contnuo de aes que
possibilitem aos estudantes, inclusive aos que tm maiores dificuldades, irem construindo e
aprendendo o assunto pretendido, em momentos sequenciais e de complexidade crescente.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Quando falamos em aprender, entendemos como a busca por novas informaes, superar
as prprias barreiras, desenvolver novas habilidades e por fim toda forma de aprendizagem deve
ser centrada no aluno sendo seu principal objeto de estudo, mas para isso ela tem significado,
objetivo e envolver o aluno por completo no aspecto sociocultural e pessoal.
O sentido de educar estar em guiar os alunos nos caminhos do saber tendo como base a
experincia prpria do aluno embora ensinar no seja uma, tarefa nada fcil principalmente se
tratando das disciplinas de exatas como qumica, fsica e matemtica. A grande maioria dos
alunos tem uma viso errada em relao s matrias de exatas devida muitas vezes serem
complexas e exige um grau maior de concentrao do aluno em sua resoluo. O professor
precisa, ento, abordar em sala de aula as informaes qumicas fundamentais que forneam uma
base para o aluno participar nas decises da sociedade, cnscios dos efeitos de suas decises. Isso
significa que o aluno, para se tornar um cidado, precisa saber participar e julgar.
O processo de aprendizagem se realiza atravs do relacionamento interpessoal entre o
aluno, e professor para que isso ocorra e necessrio, uma boa comunicao de ambas das partes
isso feito continuamente produzir meios para o desenvolvimento crtico e humano do aluno. O
ensinar se define em funo do aprender para isso o professor deve estar disposto para designar
tal ofcio. Um professor que demonstra ter bom nimo em sala de aula transmite para os alunos
confiana e motivao para aprender.
1613
3 METODOLOGIA
Aplicou-se um questionrio contendo perguntas objetivas e discursivas com o objetivo de
identificar as principais dificuldades em aprender qumica, o qual teve como objeto de pesquisa
alunos de escolas pblicas de Currais Novos. Participaram no total 100 alunos todos do terceiro
ano do ensino mdio de trs escola. A partir dos resultados obtidos, as respostas foram analisadas
individualmente e transformadas em grficos.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Iniciamos a pesquisa com a seguinte pergunta Voc gosta de Qumica? 45% responderam
no e 55% responderam sim. Veja o grfico 01:
Apreciao da Disciplina de Qumica em %
45%
Sim
55%
No
A segunda foi Voc tem dificuldade em aprender Qumica? 58% responderam sim. Veja o
grfico 02:
Dificuldade em Aprender Qumica em %
42%
58%
Sim
No
51% dos alunos apontam os clculos como principal fator de dificuldade no aprendizado de
Qumica seguido pela interpretao de questes e assimilao dos contedos como mostra o
grfico 03:
1614
22%
Clculos
51%
Interpretar Questes
Assimilar o Contudo
27%
Muitos alunos sente muita dificuldade para entender questes de qumica principalmente
as que envolvem clculos matemticos, pois muitas vezes exige que o aluno tenha conhecimento
dos conceitos qumicos. Os problemas na aprendizagem de Qumica que so apontados em todos
os nveis de ensino no so novos: De gerao a gerao a Qumica ocupa o posto de disciplina
mais difcil e odiada, o que torna difcil sua assimilao pelos estudantes. Por isso, antes de falar
em dificuldades de aprendizagem em Qumica necessrio verificar se o problema no est no
currculo ou na metodologia utilizada.
61% dos alunos acham que a carga horria e insuficiente para aprender os assuntos de
qumica. Sendo alguns assuntos de qumica extensos e o tempo destinado s aulas de qumica
serem pouco muitos professores se sentem obrigados h acelerar um pouco os contedos para
cumprir a ementa isso acaba prejudicando os alunos principalmente aqueles que dificuldade. Uma
boa soluo seria aulas de reforo de qumica dessa maneira os alunos teriam uma melhor
compreenso dos contedos de qumica. Paulo Freire, Aprender e educar so processos que
envolvem a transmisso, a fixao e a produo de saberes, memrias, sentidos e significados,
prticas e performances..
5 CONCLUSO
Diante dos resultados obtidos conclui-se que a grande dificuldade dos alunos, em aprender
qumica estar na forma de como a matria vendo sendo apresentada. Isso pode ser minimizado
ser samos um pouco do trio do tradicional quadro, giz e livro e tentamos mostrar uma qumica
diferente mais dinmica e atrativa para os alunos seja por meio de jogos didticos, aulas de campo
ou at mesmo o simples fato de relacionar a qumica com o cotidiano dos alunos. Dessa forma os
alunos se sentiriam mais motivados para descobrir as maravilhas da qumica. Embora no exista
uma receita pronta e acabada que possamos seguir para enfrentarmos os desafios de ensinar
Qumica.
1615
6 REFERNCIA BIBLIOGRFICA
Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica educativa/ Paulo Freire-So
Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleo Leitura). Reimpresso, 2010
Masseto, Marcos Tarciso. Didtica: a aula como centro. 4.ed.So Paulo: FTD,1997. (Coleo
aprender e ensinar)
MORAN, Jos Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e
mediao pedaggica. Campinas, So Paulo: Papirus, 2000
Zabala, Antoni. A prtica educativa: como ensinar. Antoni/zabala. Artmed, Porto Alegre, 1998.
Reimpresso, 2007
1616
RESUMO
1617
1 INTRODUO
Surge da emergncia planetria, tambm caracterizada como situao de mundo a
urgncia de uma alfabetizao cientfica e tecnolgica, uma vez que grande parte dos problemas
enfrentados na atualidade se relacionam com C&T, de maneira que no se pode mais exercer uma
cidadania plena na sociedade ps-moderna (sociedade do conhecimento) sem o letramento nesse
campo de conhecimento humano.
Ainda que possa haver diversas definies para a alfabetizao cientfica (AC) podemos
partir de algumas definies iniciais: para Chassot (2006) a AC seria um aprender a interpretar o
mundo natural, enquanto que para Marco-Stiefel (2001) seria a capacidade de ler a realidade,
uma realidade concreta marcada pelo desenvolvimento cientfico e tecnolgico. Outro aspecto a
se levar em considerao nesta discusso o papel que a tecnologia desempenha dentro deste
marco que, segundo Cajas (2001), a despeito de existirem diversas orientaes para a
alfabetizao cientfica poucas entendem o conhecimento tecnolgico como um conhecimento
para todos.
neste contexto, que diante da necessidade de uma alfabetizao cientfica para todos
visando o exerccio da cidadania, Solbes, Vilches e Gil-Prez (2001) defendem as relaes CTS
como elemento fundamental.
As discusses de mbito CTS (Cincia, Tecnologia e Sociedade) vm sendo analisadas e
inseridas no ensino de cincias com vistas a proporcionar uma atitude crtica da populao em
relao aos conhecimentos cientficos e tecnolgicos, bem como sobre seus usos. Desta forma,
vem se discutindo os materiais didticos e sua elaborao (SOLBES e VILCHES, 1989; SANTOS et al,
2009), as concepes de estudantes (VZQUEZ ALONSO e MANASSERO MAS, 1997; VZQUEZ
ALONSO e MANASSERO MAS, 2009); e as concepes de professores em formao inicial e
continuada (VIEIRA e MARTINS, 2005; ACEVEDO DIAZ, 2001; NUNES e DANTAS, 2010; NUNES e
DANTAS, 2012).
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O movimento CTS tem repercutido mais intensamente no contexto brasileiro a partir dos
ltimos anos, o que pode ser percebido em teses e dissertaes produzidas na rea (AULER, 2002;
SILVA 2003; PINHEIRO, 2005), ou na referncia a que os documentos norteadores do ensino mdio
fazem abordagem do contexto social, tecnolgico e ambiental no ensino de cincias naturais
(BRASIL, 1999; BRASIL, 2002).
Tambm se pode perceber o avano das discusses de mbito CTS atravs dos grupos de
pesquisa dedicados rea, dentre os quais Mezalira (2008) identificou trs de maior atuao no
pas: a) Fsica e Engenharias (UFSC); b) Qumica (UNB); c) Biologia (USP).
Quando particularizamos o ensino de qumica, esta importncia se faz sentir nas
orientaes curriculares oficiais, mas tambm nos livros escolhidos pelo Programa Nacional do
1618
Livro Didtico do Ensino Mdio (PNLDEM) 2012, no qual, trs dentre os cinco livros de qumica
escolhidos fazem referncia direta s relaes CTS (LISBOA 2010; SANTOS et al, 2010; REIS, 2010).
Dada a importncia fundamental que o livro tem historicamente exercido no processo de
ensino-aprendizagem, sendo em muitos casos o nico material didtico disponvel para consulta
de professores e estudantes, plausvel supor que a adoo de uma nova perspectiva de ensino
no Brasil com base nas contribuies do movimento CTS passa necessariamente pela incorporao
desses princpios pelos livros adotados pelos livros escolhidos e distribudos atravs do PNLDEM
para as escolas pblicas do pas.
METODOLOGIA
CATEGORIAS A PRIORE
Relaes CTS/ ou QSA
Relao Qumica Sociedade (QS)
CATEGORIAS A POSTERIORE
Meta-texto 1
Explicaes qumicas de fenmenos do cotidiano
oportuno destacar que neste trabalho tem-se em conta o papel do sujeito na construo
do conhecimento cientfico, de maneira que a anlise de contedo aqui trabalhada como um
Neste trabalho o termo meta-texto foi utilizado para descrever textos que visavam apenas a explicao da
estrutura do texto, sem fazer relao direta com o contedo qumico, ou contextual.
1619
procedimento metodolgico no seja confundida com uma orientao positivista. Em lugar disso,
como argumenta Franco (2008), trata-se de um recurso analtico capaz de fornecer informaes
sobre o sentido e o significado do texto.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
No captulo em anlise no foram encontradas todas as categorias escolhidas a priori. A
ocorrncia destas categorias e sua frequncia percentual no captulo so sintetizadas na tabela 2
abaixo.
Tabela 2: Categorias e Frequncias
CATEGORIAS
ENCONTRADAS POR
PARGRAFO
Conceitos Qumico
Contexto HistricoEpistemolgico
Relao QumicaTecnologia
Explicaes qumicas de
fenmenos do cotidiano
PARGRAFOS
NMERO DE
PARGRAFOS
PORCENTAGEM
(%)
23
49
19
12
26
11-12, 19.
A categoria de maior incidncia foi a CQ, o que j era esperado, tendo-se em vista que se
trata de um livro de didtico de qumica do ensino mdio.
Foram retirados trechos do captulo que mostram a forma como o contedo foi abordado:
Se uma ou mais substncias, presentes no estado inicial de um sistema,
transformam-se em uma ou mais substncias diferentes, que estaro presentes
no estado final, a transformao uma reao qumica, ou transformao
qumica. Em Outras palavras, reao qumica um processo em que novas
substncias so formadas a partir de outras. (Pgina 50, pargrafo 2)
As substncias inicialmente presentes num sistema e que se transformam em
outras devido ocorrncia de uma reao qumica so denominadas reagentes. E
as novas substncias produzidas so chamadas produtos. (Pgina 54, pargrafo
14)
1620
Em nenhum dos pargrafos acima foi citado o uso da tcnica que descrevem, como ou em
que elas influenciam o meio social, o que pode ser percebido como uma abordagem superficial
das relaes QT.
A terceira maior categoria foi o CHE. Nos pargrafos analisados o autor explica um pouco
do histrico do contedo trabalhado. A discusso deste histrico de extrema importncia, pois
mostra ao aluno a natureza da cincia em estudo e auxilia na aprendizagem de conceitos de forma
significante. Foram retirados alguns trechos que mostram como o autor trabalhou a categoria:
No h uma data que possamos estabelecer como o incio da Qumica. No
entanto, alguns cientistas que viveram nos sculos XVII e XVIII deram importantes
contribuies para o estabelecimento dessa cincia. (Pgina 58, Pargrafo 30)
Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794) deu uma grande contribuio para
estabelecer a Qumica como uma cincia quantitativa ao mostrar a importncia
de se efetuarem medidas exatas nas investigaes experimentais. Em um de seus
experimentos ele aqueceu xido de mercrio e observou que este se
decompunha produzindo mercrio metlico e um gs ao qual deu o nome de
oxignio. No foi observada variao na massa depois de terminada a reao em
recipiente fechado. (Pgina 62, pargrafo 48)
O CHE foi trabalhado de forma clara e objetiva no texto, havia sesses exclusivas para a
abordagem da categoria.
Alm do texto propriamente dito, o captulo em anlise contm vrios quadros para
reforar o contedo ministrado apresentando algumas relaes entre Qumica-Sociedade,
Contexto Histrico-Epistemolgico, Meta Texto e claro o prprio contedo qumico. Mas s vezes
esses quadros que so essenciais no so repassados pelos professores e passam despercebidos
pelos alunos, no tomando conhecimento do que se trata.
Ao todo o captulo apresenta 22 quadros dos mais diversos tipos variando de acordo com
os assuntos abordados. Os quadros analisados referentes aos pargrafos e as categorias
encontradas esto na tabela 3 na pgina seguinte.
O tipo de quadro que mais aparece foi o explicativo de imagens em que apresenta um
nico pargrafo para melhor interpretao da figura, variando suas categorias entre MT, QS e CQ.
Alguns trechos foram retirados para comprovar essa afirmao:
A combusto um exemplo de reao qumica. Neste captulo voc conhecer as
caractersticas que um processo deve ter para que seja classificado como reao
qumica [...] (Pgina 48, quadro 1)
1621
CATEGORIAS ENCONTRADAS
PORCENTAGEM DOS
QUADROS (%)
Alertas e Avisos
32%
Explicativos de
Imagens
TIPOS DE QUADROS
Introdutrio
Experimentos
Lembrete
Conclusivo
P.1-4 CHE
P.5 CQ
P.6-7 MT
Relao Q-T
P.1-2 CQ
P.1-6 CHE
41%
4,5%
13,5%
4,5%
4,5%
O segundo tipo de quadro mais utilizado foi de alertas e avisos que apresentou em sua
minoria mais de um pargrafo e variando tambm suas categorias analisadas. Foi um meio
encontrado pelo autor de colocar certo limite nos exemplos de contedos, alertando ao aluno
sobre o que est sendo estudado.
As categorias presentes so CQ e MT limitadas por pargrafos e em alguns quadros por
completo. Como mostra os exemplos:
Experimentos com sais de chumbo podem causar intoxicao (Pgina 53,
quadro 10)
O gs hidrognio, produzido no experimento, altamente explosivo. Por isso,
no deve haver nenhuma chama ou dispositivo que produza fascas eltricas nas
proximidades (Pgina 56, quadro 17, pargrafo 3)
1622
Tambm sente captulo, voc conhecer duas importantes leis cientficas referentes s
reaes qumicas: a de Lavoisier e a de Proust. Ambas so marcos importantes na histria da
Qumica e na evoluo dos conceitos qumicos (Pgina 49, Quadro 4, pargrafo 7)
O lembrete teve um maior destaque no texto pelo autor, para que o estudante possa fixar
o conceito e no precisar buscar no texto o que est explcito de forma breve, Possuindo tambm
dois curtos pargrafos categorizados como CQ.
Reagentes: so gastos, consumidos ou eliminados. (Pgina 54, Quadro 12,
pargrafo 1)
Produtos: so formados, criados ou produzidos. (Pgina 54, Quadro 12,
pargrafo 2)
1623
5 CONCLUSO
De maneira geral, a relao tridica entre C-T-S raramente se encontra de forma explcita
nos livros didticos. A falta de preocupao dos autores em apresentar tal conexo notvel, essa
pode descender do prprio desinteresse dos professores em us-la, prejudicando na formao de
alunos.
O livro em anlise demonstrou certa preocupao em citar exemplos de aplicaes do
contedo trabalhado no cotidiano (ligando fatos vistos antes de modo superficial e auxiliando a
compreenso do aluno sobre o contedo abordado apresentando-lhe a cincia por um ngulo
mais familiar) e o contexto histrico que o originou, porm no o relacionou com as outras
cincias (o contedo poderia facilmente se relacionar com as outras observaes da natureza, a
fsica e a biologia) ou a sociedade.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BARDIN, L., Anlise de contedo. Lisboa: Edies 70, 1977.
BRASIL, Ministrio da Educao, Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica. Parmetros
Curriculares Nacionais: Ensino Mdio. MEC: Braslia, 1999.
BRASIL, Ministrio da Educao, Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica. PCN+: Orientaes
Complementares aos Parmetros Curriculares Nacionais. MEC: Braslia, 2002.
CAJAS, F. Alfabetizacion cientifica y tecnologica: la transposicion didactica del conocimiento
tecnologico. Enseanza de las ciencias, v. 19. n. 2, 2001, 243-254.
CHASSOT, A. Alfabetizao cientfica: questes e desafios para a educao. Iju: Ed. Uniju, 4 ed,
2006.
FRANCO, M. L. P. B. Anlise de contedo. Braslia: Liber Livro, 3 ed, 2008.
LISBOA, J. C. F. Ser Protagonista: Qumica. SM Editora: So Paulo, 2010.
MALAVER, M., PUJOL, R. , DALESSANDRO MARTNEZ, A., Los estilos de prosa y el enfoque CienciaTecnologa-Sociedad en textos universitarios de qumica general, Enseanza de las ciencias, v.22.
n. 3, 2004, 441-454.
MEZALIRA, S. M. Enfoque CTS no Ensino de Cincias Naturais a partir de publicaes em eventos
cientficos no Brasil. Uniju: Iju, 2008. (Dissertao de Mestrado).
NUNES, A. O., DANTAS, J. M. As relaes cinciatecnologiasociedade-ambiente (CTSA) e as
atitudes dos licenciandos em qumica, Educacin Qumica, v. 23, n. 1, 2012, 85-90.
NUNES, A. O., DANTAS, J. M., Atitudes dos licenciandos em Qumica da cidade de So Miguel-RN
sobre as Relaes CTSA. Anais do II Seminrio IberoAmericano de CTS no Ensino de Cincias,
Braslia, 2010.
1624
1625
RESUMO
Vivemos em um contexto de emergncia da necessidade
de uma alfabetizao cientfica e tecnolgica (ACT) da
populao em geral, na qual a Qumica tem um papel
importante. Neste panorama o objetivo deste trabalho
analisar as atitudes cientficas e atitudes frente qumica
por parte dos alunos do terceiro ano do Curso Tcnico
Integrado em Informtica do IFRN/Campus Mossor, isto
atravs de uma abordagem quantitativa baseada em
duas escalas de diferencial semntico e uma escala de
Likert. Os instrumentos foram aplicados no ano letivo de
1626
1 INTRODUO
Surge da emergncia planetria, tambm caracterizada como situao de mundo a
urgncia de uma alfabetizao cientfica e tecnolgica, uma vez que grande parte dos problemas
enfrentados na atualidade se relacionam com C&T, de maneira que no se pode mais exercer uma
cidadania plena na sociedade ps-moderna (sociedade do conhecimento) sem o letramento nesse
campo de conhecimento humano.
Ainda que possa haver diversas definies para a alfabetizao cientfica (AC) podemos
partir de algumas definies iniciais: para Chassot (2006) a AC seria um aprender a interpretar o
mundo natural, enquanto que para Marco-Stiefel (2001) seria a capacidade de ler a realidade,
uma realidade concreta marcada pelo desenvolvimento cientfico e tecnolgico. Outro aspecto a
se levar em considerao nesta discusso o papel que a tecnologia desempenha dentro deste
marco que, segundo Cajas (2001), a despeito de existirem diversas orientaes para a
alfabetizao cientfica poucas entendem o conhecimento tecnolgico como um conhecimento
para todos.
neste contexto, que diante da necessidade de uma alfabetizao cientfica para todos
visando o exerccio da cidadania, Solbes, Vilches e Gil-Prez (2001) defendem as relaes CTS
como elemento fundamental.
neste contexto que nos propomos a avaliar as atitudes frente a qumica dos estudantes
do ensino mdio integrado em informtica do IFRN/ Campus Mossor, por entender que a
qumica enquanto uma cincia bsica de fortes implicaes sociais, ambientais e industriais um
parmetro adequado do letramento cientfico destes estudantes.
REVISO BIBLIOGRFICA
1627
3 METOLOGIA
H a presena marcante de dois paradigmas bsicos na pesquisa social e por consequncia
no Ensino de Cincias, sendo estes o qualitativo e o quantitativo, tendo cada qual suas limitaes e
ainda contradies (GRECCA, 2002). A abordagem qualitativa resulta no recolhimento intensivo de
dados permitindo uma anlise mais subjetiva e especfica das questes propostas, enquanto a
abordagem quantitativa, como o prprio nome sugere, permite a quantificao dos resultados,
estudados atravs de anlise estatstica (COLL, DALGETY e SALTER, 2002), o que possibilita a
identificao de padres e consequentemente a analogia em contextos semelhantes. Com base
nisto, o projeto do qual este trabalho fruto, foi realizada uma pesquisa quali-quantitativa.
Aqui descrevemos apenas os dados quantitativos do estudo. Quanto aos instrumentos
utilizados, nesta pesquisa, foram a adaptao de trs escalas do CAEQ (Chemistry Attitudes and
Experiences Questionnaire) (COLL, DALGETY e SALTER, 2002). Sendo as duas primeiras escalas de
diferencial semntico com 22 e 19 comparaes, cujos valores variam entre -3 (mais negativo) e
+3 (mais positivo) e por ltimo uma escala adaptada uma escala de Likert com 30 afirmativas
divididas em trs blocos: aulas expositivas, aulas de monitoria e aulas de laboratrio. Na escala de
Likert, sero utilizados os valores +2 para TA (totalmente de acordo), +1 para A (de acordo), 0 para
I (indeciso), -1 para D (desacordo) e -2 para TD (totalmente em desacordo). Ser empregado, na
anlise estatstica, o clculo da mdia aritmtica e o do desvio padro de cada assertiva proposta.
1628
Este trabalho foca a aplicao deste instrumento na turma do 3 ano do curso tcnico
integrado em informtica do IFRN Campus Mossor do ano letivo de 2011.2. A atividade contou
com a participao de 18 (dezoito) alunos da referida turma.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
A primeira escala de diferencial semntico trata especificamente das atitudes cientficas
em relao qumica, na qual os estudantes foram questionados sobre aspectos gerais da qumica
dentro da sociedade, sua importncia, seu interesse geral nesta cincia, e a percepo que se tem
dos profissionais da qumica.
Como se pode notar no grfico 1, os estudantes apresentam uma viso geral muito positiva
em relao a qumica. Onde apenas quatro comparaes entre vinte e duas apresentam valores
negativos, respectivamente C1, C15, C20, C21. Contudo essas questes apresentam baixos valores
de mdia e altos valores de desvio padro, o que indica divergncia entre os estudantes que
responderam ao estudo.
Atitudes Cientficas
Mdia
Desvio
2,15
1,67
1,891,89
1,83
1,83 1,79 1,83
1,83
1,77
1,60
1,59
1,57
1,26
1,55
1,501,42
1,50
1,45
1,451,331,30
1,24
1,22 1,15
1,17
1,17
1,10
0,92 0,78
0,89
0,89
0,72
0,680,83
0,67
0,61
0,50
0,44
0,06
1 2
-0,33
10 11 12 13 14-0,06
15 16 17 18 19 20 21 22
-0,06
-0,78
1629
1,08
1,31 1,23
Desvio
1,31 1,20
0,56
1,15
0,83
1,34
1,11
1,25 0,96
0,89
0,22 0,17
1
2
-0,11
-0,72
4
5
6
7
8
9 10 11
-0,28
-0,33-0,44
-0,50
-0,56-0,67
-0,78
-0,83
12
13 14
-0,22
15
16
17
18
19
-0,56
O grfico 3, apresenta os resultados referentes ao terceira questionrio, que faz uso de uma
escala Likert, onde possvel traar um perfil das experincias de ensino aprendizagem em
qumica dos estudantes, podendo ser subdividida em trs categorias: aulas expositivas (A1 - A10) ,
aulas de monitoria (A11 - A18), aulas prticas (A19 - A28).
De maneira geral os estudantes caracterizam suas aulas expositivas com valores menores
que as aulas de monitoria e as aulas de laboratrio. O que levam a inferncia de que esta tida
como a que menos contribui para seu aprendizado nessa disciplina. Isso pode ser um indcio para
o reforo da ideia de que as aulas no tradicionais chamam mais ateno e podem ser aliadas na
mudana do quadro negativo demonstrado no grfico 2.
Essa comparao se torna muito clara ao confrontarmos as assertivas A6 e A28. Os
estudantes concordam com a ideia de que as aulas de laboratrio contribuam para sua melhor
compreenso dos contedos, mas discordam que o professor da disciplina em suas aulas
expositivas tenha contribudo para tanto.
Experincias em Qumica
Mdia
Desvio
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
1630
5 CONCLUSO
Pode-se aferir que os estudantes apresentaram, em primeira instncia, uma viso geral
muito positiva em relao a atividade qumica, o papel do qumico e seu papel social, salvo em
raras ocasies. Num segundo momento da anlise, os resultados mostram que os educandos
demonstram baixos valores de autoconfiana em relao a estudar e realizar atividades referentes
a esta cincia. Chegando ao ponto dos estudantes sentirem nenhum pouco confiante em propor
uma questo significativa em qumica que possa ser respondida experimentalmente.
De maneira geral os estudantes caracterizam suas aulas expositivas com valores menores
que as aulas de monitoria e as aulas de laboratrio. Dessa forma, h o indcio de que os momentos
educativos, ditos no tradicionais, chamam mais ateno e podem ser importantes aliados na
busca por uma construo de uma viso menos traumtica em relao ao uso da qumica no
cotidiano. Ficando bem claro quando aferimos que os estudantes demonstram que as aulas de
laboratrio contribuam para a melhor compreenso dos contedos, mas divergem no que diz
respeito a contribuio do professor em suas aulas expositivas.
Assim observa-se que o conjunto dos dados revela uma realidade contraditria no tocante
percepo da qumica entre os estudantes entrevistados: enquanto esta cincia vista como
benfica e socialmente relevante os mesmos no se sentem confiantes em aprender ou
desenvolver atividades rotineiras no estudo desta disciplina. Talvez as experincias de
aprendizagem, vividas pelos mesmos, possam apresentar indcios de como estas atitudes se
desenvolveram, uma vez que as aulas expositivas (modalidade mais frequente de ensinoaprendizagem) foi negativamente pontuada pelo conjunto de estudantes.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ACEVEDO, J. A. D. A.; VZQUEZ, . ; MANASSERO, M. A. Progresos en la evaluacin de actitudes
relacionadas con la ciencia mediante el cuestionario de opiniones CTS. Disponvel em
<http://www.campusoei.org/salactsi/acevedo.htm>. Acesso em 20 jan. 2009.
CAJAS, F. Alfabetizacion cientifica y tecnologica: la transposicion didactica del conocimiento
tecnologico. Enseanza de las ciencias, v. 19. n. 2, 2001, 243-254.
CHASSOT, A. Alfabetizao cientfica: questes e desafios para a educao. Iju: Ed. Uniju, 4 ed,
2006.
CHUENG, D. Evaluating Student Attitudes toward Chemistry Lessons to Enhance Teaching in the
Secondary School. Educacin Qumica. n. 2, v. 22, 2011, p. 117-122.
COLL, R. K., DALGETY, J., SALTER, D. The development of the chemistry attitudes and experiences
questionnaire (CAEQ). Chemistry education: Research and practice in Europe. n 1, v. 3, 2002, p.1932 .
GRBER, W. German High School Students Interest in Chemistry A Comparison between 1990
and 2008. Educacin Qumica. n. 2, v. 22, 2011, p. 134-140.
1631
1632
RESUMO
Relata-se, neste trabalho, as atividades desenvolvidas no
perodo de Agosto de 2012 a Maio de 2013, na Escola
Estadual Professora Maria Arioene de Souza em Campo
Redondo/RN. O desenvolvimento dessas atividades faz
parte das aes previstas no projeto do Programa de
Bolsas de Iniciao Docncia (PIBID/CAPES), do
Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do
Rio Grande do Norte - IFRN Cmpus Santa Cruz, com o
1633
1. INTRODUO
O presente trabalho relata as atividades desenvolvidas na Escola Estadual Professora Maria
Arioene de Souza, do municpio de Campo Redondo/RN. Estas fazem parte das aes previstas no
projeto do Programa de Bolsas de Iniciao Docncia (PIBID/CAPES), do Instituto Federal de
Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte - IFRN Cmpus Santa Cruz. Foram
desenvolvidas aulas tericas, oficinas pedaggicas e atividades e mostras experimentais. Tais
ferramentas de ensino tm como objetivo fazer com que os alunos assimilem melhor os
conhecimentos transmitidos pelos professores de forma interativa e motivadora.
Objetiva-se colocar em discusso a relevncia do PIBID para a formao do professor de
Fsica e para as escolas da rede pblica de ensino do Rio Grande do Norte, reconhecendo-se que a
escola tem o grande desafio de educar as pessoas, preparando-as para o mercado de trabalho e,
ao mesmo tempo manter sua tica ensinando-lhes respeito ao prximo. Entretanto, isso fica cada
vez mais difcil, pois, diferentemente de algumas dcadas atrs, quando se acreditava que era
possvel a assimilao do conhecimento pelos alunos atravs da repetio, sendo os mesmos
responsveis por seu xito ou fracasso escolar, hoje evidenciado que a falta de qualificao para
os profissionais da educao um dos fatores que contribuem para a falta de sucesso do aluno
(OLGUIN e col. 2008).
Deste modo, faz-se necessrio o desenvolvimento de programas voltados incorporao
de novas didticas na formao profissional do educador, dos quais podemos citar como exemplo
as atividades do PIBID que tem o objetivo de inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da
rede pblica de educao, proporcionando-lhes oportunidades de criao e participao em
experincias metodolgicas, tecnolgicas e prticas docentes de carter inovador e interdisciplinar
que busquem a superao de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem.
(Disponvel em: http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid. Acessado em: 6 de junho
de 2013).
As cincias tidas como exatas, em geral so consideradas difceis. A fsica presente nas
engenharias e dependente da matemtica o temor da maioria dos alunos. Tal fato se deve,
muitas vezes, a falta de qualificao adequada ao profissional educador, que por sua vez d
origem a uma gama de profissionais aversivos a essa cincia ou, quando admiradores de tal, so
profissionais no qualificados para o ensino. Contudo, o PIBID possibilita aos licenciandos em
Fsica uma melhor viso do que a educao pblica, no caso em questo, no municpio de
Campo Redondo, de modo que estes possam auxiliar seu melhoramento, utilizando-se de
atividades didticas que acompanhem o processo de evoluo das tecnologias como um todo. Tal
experincia tambm possibilita a expanso dessa viso para toda a regio, pois ainda que tendo
desenvolvido o projeto em uma nica escola e em um nico municpio, sabe-se que, de um modo
geral, a educao nas escolas pblicas estaduais passam todas pelos mesmos problemas: falta de
verba; professores qualificados; condies essenciais para uma boa educao.
1634
2. REVISO BIBLIOGRFICA
Em se falando de ensino de Fsica perceptvel s dificuldades encontradas junto ao ensino
e aprendizagem de seus conceitos pelos alunos do Ensino Mdio. Este fato fundamenta-se,
inicialmente, nas deficincias estruturais, fsicas e humanas encontrada na maioria das escolas da
rede pblica de ensino em nosso pas. E, em segundo plano, e condicionado a estes termos, na
falta de interesse contguo da maioria dos alunos por esta disciplina. A todos esses fatores
acrescentam-se as condies sociais e pessoais dos prprios alunos que, no conjunto, contribuem
para diminuir o rendimento de aprendizagem desses. Voltando-se a falta de interesse dos
estudantes, de acordo com Fernandes (2012) pode estar relacionada abordagem tradicional do
processo educativo como transmisso - recepo de informaes, a falta de contextualizao e a
necessidade de memorizao. Silva e Benevent (2012) salientam que muitos professores so
produtos de uma formao que trabalha na direo de um conhecimento descontextualizado
tanto histrica como socialmente. Neste sentido, diferentes prticas de ensino, desenvolvem no
aluno o raciocnio crtico, cientfico e sociocultural, levando-o aprendizagem. Fernandes (2012)
ainda ressalta que, uma simples mudana de enfoque metodolgico, seria a busca por novas
ferramentas de ensino, que podem promover a motivao nos estudos e no ensino de Fsica.
Diante deste contexto, as atividades desenvolvidas no PIBID tentam contribuir para a
adoo de um modelo de prtica de ensino diagnstica que se contrape abordagem tradicional
do processo educativo e auxilia o processo de ensino e aprendizado na disciplina de fsica de
forma dinmica e plausvel, portanto, que busque conhecer os conhecimentos prvios dos alunos
antes de se introduzir novos conhecimentos.
Destacando as atividades anteriormente citadas, a experimentao, de acordo com o PCN+
indispensvel que esteja sempre presente ao longo de todo o processo de desenvolvimento das
competncias em Fsica, privilegiando-se o fazer, manusear, operar, agir, em diferentes formas e
nveis. dessa forma que se pode garantir a construo do conhecimento pelo prprio aluno,
desenvolvendo sua curiosidade e o hbito de sempre indagar, evitando a aquisio do
conhecimento cientfico como uma verdade estabelecida e inquestionvel. Experimentar pode
significar observar situaes e fenmenos a seu alcance, em casa, na rua ou na escola, desmontar
objetos tecnolgicos, tais como chuveiros, liquidificadores, construir aparelhos e outros objetos
simples, como projetores ou dispositivos pticomecnicos. Pode tambm envolver desafios,
estimando, quantificando ou buscando solues para problemas reais.
Rosito (2003) destaca que:
importante destacar que boas atividades experimentais se fundamentam
nasoluo de problemas, envolvendo questes da realidade dos alunos, que
possamser submetidas a conflitos cognitivos. Desta forma, o ensino de Cincias,
integrando teoria e prtica, poder proporcionar uma viso das cincias
comouma atividade complexa, construda socialmente, em que no existe um
mtodo universal para soluo de todos os problemas, mas uma atividade
dinmica, interativa, uma constante interao de pensamento e ao. (p.208)
1635
3. METODOLOGIA
As atividades desenvolvidas nesse projeto se deram a partir da utilizao de mdias udio
visuais, aulas experimentais, oficinas pedaggicas e feiras de cincia que foram realizadas
utilizando-se apenas material de baixo custo e tiveram por finalidade facilitar o trabalho dos
bolsistas e alunos envolvidos tornando as aulas dinmicas e mais interessantes no momento em
que consolidavam a teoria com a prtica, facilitando assim, a absoro dos contedos lecionados,
desenvolvendo a criatividade e mostrando que cada um pode montar um pequeno laboratrio de
fsica com o que tem em casa.
Nas aulas tericas os contedos foram apresentados inicialmente de forma oral, seguido
de utilizao de mdias que continham figuras ou vdeos explicativos, de forma anloga as aulas
experimentais e oficinas seguiam o mesmo padro lgico com a explicao oral do contedo e
prosseguia com a realizao do experimento e/ou oficina.
Nas feiras de cincias uma sala foi confeccionada pelos bolsistas especialmente para
locao dos experimentos que eram divididos por contedo e, por fim, mostrados a toda
comunidade escolar com o objetivo de difundir o conhecimento cientfico.
1636
4. RESULTADOS E DISCURSO
Para dar incio s atividades previstas nesse projeto os alunos-bolsistas assistiram aulas de
Fsica nas trs sries do Ensino Mdio da referida escola, e observaram os mtodos de ensino,
1637
bem como as atividades didticas dos professores, se havia interesse pela disciplina por parte dos
alunos e como se dava o convvio professor/aluno dentro de uma sala de aula. A partir da foram
realizadas aulas de reforo, oficinas, aulas experimentais, e uma feira de cincias. Pde-se
observar que a maioria dos alunos demonstrou interesse pelos contedos abordados,
participando ativamente das atividades desenvolvidas. Observou-se tambm um melhor
rendimento desses alunos em provas, testes e outras avaliaes pelas quais eles passaram a partir
da chegada do PIBID na Escola.
Entre os resultados positivos destacados nesse processo de ensino e aprendizagem
observou-se a empolgao e interao dos alunos participantes diante dos conhecimentos que
foram abordados em cada atividade, tanto tericos como experimental, apresentado e
correlacionando-os com seus conceitos preconcebidos de Fsica e conhecimentos de mundo, bem
como um melhor aprendizado cientfico desses alunos, revelando um melhor ndice de aprovao
nessa disciplina.
5. CONCLUSO
Considera-se que as atividades desenvolvidas na Escola Estadual Professora Maria Arioene
de Souza despertaram o interesse e a criatividade dos alunos pela disciplina de fsica, permitindo
uma melhor absoro dos assuntos abordados, no momento em que os contedos foram
trabalhados de forma dinmica e envolvente, e de forma anloga, promoveu e lapidou a
experincia docente dos bolsistas envolvidos no projeto, colaborando assim, para o
engrandecimento profissional de todos os envolvidos.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BRASIL. PCNs+ Ensino Mdio: orientaes educacionais complementares aos Parmetros
Curriculares Nacionais. Braslia: MEC, SEMTEC, 2002.
FARIAS, L. N. Feiras de Cincias como oportunidades de (re) construo do conhecimento pela
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Pedaggico de Apoio ao Desenvolvimento Cientfico, Universidade Federal do Par, Belm, 2006.
FONTANA, NIURA MARIA; PAVIANI, NEIRES MARIA SOLDATELLI. Oficinas pedaggicas: relato de
uma experincia. Conjectura, Neires M. S. Paviani e Niura M. Fontana , v. 14, n. 2, maio/ago. 2009.
MORAES, ROQUE. Debatendo o ensino de cincias e as feiras de cincias. Boletim Tcnico do
Procirs. Porto Alegre, v. 2, n. 5, p. 18-20, 1986.
OLGUIN, C. F. A., FRAPORTI, A. D., FURTADO, D. F. F., COSTA, F. S., WOLFART, F., FERREIRA, J. D. L. F. Jogos
didticos como recurso facilitador da aprendizagem de alguns contedos de Qumica Orgnica para o
Ensino Mdio (MD). Atas DO XIV Encontro Nacional de Ensino de Qumica, 2008.
1638
1639
RESUMO
O seguinte estudo teve por objetivo medir o
aproveitamento prtico de algumas atividades ldicas e
recursos audiovisuais para o aprendizado dos alunos,
procurando utilizar com equilbrio esses recursos alm
dos tradicionais numa tentativa de sanar algumas
dificuldades existentes no processo de ensinoaprendizado: tais como: motivao, dificuldades de
assimilao dos contedos, interao etc. As atividades
aqui propostas foram realizadas na Escola Estadual
Antnio Gomes na cidade de Joo Cmara-RN, em uma
turma de 1 Srie do ensino mdio. Os materiais foram
confeccionados por ns mesmos e a professora Luciana
Bernardo, de acordo com a proposio do professor, que
1640
INTRODUO
Para esse projeto priorizamos o estudo de vocabulrio de alguns tpicos da lngua inglesa,
ouvimos msicas, tentamos fazer compreender suas letras e observamos a pronncia de palavras
tudo isso porque:
No processo de ensino-aprendizagem de Lngua Inglesa, temos muitas vezes notado
resultados insatisfatrios, nos levando a repensar a nossa prtica pedaggica. Pelas observaes
em sala de aula verificamos problemas na aprendizagem dos alunos durante a realizao das
tarefas como falta de ateno, interesse e pouca compreenso do contedo e da lgica das
atividades. Em busca da resoluo desse quadro procuramos utilizar atividades novas, modernas,
que pudessem motivar os alunos, corrigindo possveis erros de execuo das tarefas em sala de
aula ao realizar atividades ldicas mais de uma vez.
Focalizamos em trabalho com textos diversos, formatos diferentes, assim possibilitando
atingir os diferentes pblicos entre os alunos. Como diz o DCE:
No Ensino de Lngua Estrangeira, o conhecimento lingustico importante porque d
suporte para o aluno interagir com os textos. Se ele desconhece completamente o vocabulrio, os
sons da lngua, a ordem em que as palavras se organizam no enunciado, por exemplo, ter
maiores dificuldades na compreenso dos textos (DCE - 2008).
O estudo de msicas foi considerado como um ponto importante em nossa pesquisa. Por
meio da apresentao de videoclipes legendados em ingls tentamos concentrar os sentidos de
viso e audio dos alunos em obter vocabulrio e pronncia da letra da msica, a partir de
atividades que orientam os estudos, para que assim eles pudessem assimilar o vocabulrio, ao
mesmo tempo que os sons de pronncia do ingls. E a msica quando j conhecida ou ouvida
pelos alunos da classe retm mais a ateno, porque o objeto de estudo passa a ser algo que os
alunos gostam.
A utilizao de atividades ldicas uma maneira de revisar os contedos j conhecidos e
auxiliar o aluno a adquirir o vocabulrio, j que isso s ocorre com a prtica, e as atividades ldicas
que aproveitam o conhecimento cultural dos alunos faz com que eles adquiram o conhecimento
de ingls a partir do que j lhe familiar, evitando um grande contraste ao obter traos da cultura
inglesa ou americana, um contexto de que preciso compreenso desses aspectos culturais para
o entendimento de como realmente funciona a lngua estrangeira. Os jogos formam um ambiente
onde o aluno tem que adentrar num contexto em que totalmente necessrio o ingls, para a
compreenso do jogo e para que o aluno possa ser competitivo, competitividade essa que serve
de estmulo para o aluno aceitar a realizao do jogo.
Portanto, as atividades ldicas criam uma necessidade de obter vocabulrio da lngua para
realizar a atividade, sendo elemento que imita a utilizao real da lngua inglesa, nos contextos
dos pases em que so utilizadas. Os jogos tentam criar um construo discursiva do idioma
estrangeiro.
1641
METODOLOGIA
1642
Figura 2: Cartelas utilizadas para fazer perguntas de vocabulrio com imagens para permitir aos alunos correo.
Na segunda aula trabalhamos a msica rock Imagine, de John Lennon, conhecida e de fcil
compreenso da letra, onde os alunos puderam aprender o significado e a pronncia correta de
certas palavras em destaque na letra. O videoclipe da msica foi tocado para atrair a ateno dos
alunos para a letra, que foi entregue aps a realizao de um jogo onde pedimos aos alunos que
ordenassem a letra da msica, que tinha sido cortada em alguns pedaos contendo 3 versos cada.
Nessa aula os alunos no conseguiram ordenar a msica, que tinha sido tocada em um mp3
player. A inquietao tomou conta da turma, at decidirmos exibir o vdeo, que prendeu a ateno
da turma, e fez com que realizassem a tarefa.
Antes desse jogo, porm, aplicamos um questionrio diagnstico, que continham quatro
questes: sobre o Simple Present, verbo to be, e conhecimentos de ingls em geral.
1643
1644
Na quarta aula trabalhamos em cima de uma msica apontada pelo professor da classe,
onde exploramos atravs de um bingo a pronncia de verbos no Past Tense.
Copiamos 15 verbos no quadro, sendo que apenas nove deles estavam presentes na
msica que tocaramos: I set fire to the rain, de Adele. Treinamos a pronncia de cada uma das, e
pedimos que escolhessem nove para por na cartela de bingo em formato de jogo da velha.
Tocamos a msica e dissemos que cada vez que percebessem um verbo de sua cartela na msica,
marcassem. O campeo foi aquele que teve a cartela com mais verbos presentes na msica
marcados. Como incentivos doces foram dados aos primeiros lugares.
RESULTADOS E DISCUSSES
Notamos atravs dessas atividades que a alternncia entre atividades tradicionais e ldicas
pode quebrar a monotonia, permitindo que o aluno possa tirar um dos empecilhos
aprendizagem que a falta de interesse.
Que importante passear entre as cadeiras da sala para ver quem est fazendo a
atividade, j que essa uma oportunidade para os alunos tirarem sua dvida, e assim conseguir
fazer a atividade de classe.
O professor ao passar a atividade ldica deve passa-la com um objetivo pedaggico, para
que a turma no fuja de observar o contedo e veja que h intuito importante de aprendizado
naquela atividade, para que ao mesmo tempo em que o aluno se divirta com um jogo preste
ateno ao que est sendo passado de contedo.
Atividades de jogos prontas podem no levar reflexo quando no bem observado o
efeito daquela atividade ao aprendizado do aluno. Esse projeto permitiu-nos ver que quando bem
pensadas e observadas as atividades servem melhor para gerenciar o nvel de aprendizado do
aluno conforme aos avanos que vo obtendo. Utilizamos atividades baseadas em modelos de
atividades vistas em livros e na internet. Mas por serem atividades inseridas num contexto de
pesquisa, cremos ter conseguido observar possveis erros durante a aplicao das tarefas, e
corrigi-los com o avanar da pesquisa.
Os aspectos histricos e culturais auxiliam muito na tentativa de tornar mais espontneo e
significativo o processo de ensino-aprendizagem do aluno, pois ele passa a obter os novos
conhecimentos a partir do seu atual conhecimento de mundo. Pudemos verificar isso ao notar
como foi mais interessante para os alunos associar tipos de parentescos entre personagens j
conhecidas por eles, o que torna mais interessante o aprendizado do vocabulrio, j que se torna
um meio de fixar melhor os parentescos, pois eles lembraro, por exemplo, que no desenho
animado dos Simpsons Bart filho de Homer, j no exemplo em ingls: Bart is Homers son.
As msicas utilizadas para aprendizado da lngua inglesa so algo que atraem a curiosidade
dos alunos, embora muitas vezes eles no compreendam bem o significado da letra. Atividades
como jogos de ordenar letras de msica podem cumprir o papel de eles sozinhos, observando o
contexto da msica ir descobrindo o significado de algumas palavras, o que faz o aluno participar
mais ativamente do aprendizado, assim fixando melhor em sua memria os conhecimentos de
1645
vocabulrio que o professor demonstra ser importante, mas que o aluno no v em situaes
prticas.
Foi importante a participao do professor no projeto, j que ele decidiu tornar parte na
deciso do contedo de nossas atividades, como opinou quais msicas ou jogos consideraria teis
ao processo de ensino/aprendizado dos alunos.
CONCLUSO
As atividades ldicas podem ser sim utilizadas como um bom mtodo para tornar
significativo o aprendizado de lngua estrangeira moderna, desde que essas atividades inovadoras
sejam utilizadas com equilbrio, juntamente com atividades e aulas tradicionais, j testadas em
contextos anteriores, atividades no cansativas, obviamente, mas que sejam estimulantes, e que
podem ter recapitulao por meio de jogos temticos envolvendo temas relacionados ao
contedo presente no planejamento do professor.
No deve s tarefa do aluno a assimilao do vocabulrio. Trabalhar atividades ldicas faz
com que o aluno assimile o vocabulrio estudado. Porm necessrio que o professor planeje
bem essas atividades para que possa garantir uma melhor concentrao do aluno no contedo
durante a realizao da ludicidade, como vimos na aula com a msica Imagine, onde a msica
somente no obteve bons resultados, j que no prendeu a ateno dos alunos. O vdeo captou
melhor a concentrao dos alunos em sala de aula.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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1646
1647
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo investigar a
realizao e utilizao dos processos avaliativos por
professores de Qumica do Ensino Mdio. Atravs
deste estudo puderam-se conhecer as concepes
dos docentes sobre a atividade de avaliar e
relacionar estas concepes a estudos disponveis
na literatura. Os resultados obtidos demonstraram
que o grupo de professores estudado demonstra
utilizar a avaliao como instrumento auxiliar para o
acompanhamento e planejamento de suas prticas,
1648
1 INTRODUO
A avaliao da aprendizagem uma questo complexa e controversa, e por isso, alvo de
preocupao de pesquisadores e educadores. O ato de avaliar importante pois consiste no
principal meio de analisar a aprendizagem e nortear as prticas pedaggicas, ela deve servir tanto
para o professor quanto para o aluno, fornecendo informaes importantes para auxiliar o
professor nas suas tomadas de decises e tambm ao aluno com relao aos seus progressos e
dificuldades.
Assim, para que a avaliao da aprendizagem cumpra o seu objetivo, ela precisa ser
desenvolvida de modo continuado para dar direcionamento s prticas pedaggicas. Um processo
avaliativo mal desenvolvido, concebido com um fim em si mesmo, no ir proporcionar subsdios
suficientes para o educador acompanhar a construo do conhecimento do aluno.
Para que essa prtica seja concretizada de modo a cumprir os objetivos de cada etapa do
processo de ensino e aprendizagem, necessrio que o professor tenha compreenso das
concepes e princpios da avaliao. Nessa perspectiva, das vrias concepes possveis de
avaliao, referimos Mendez (2003) que assume que a avaliao o processo de reflexo e
indagao e ponto de partida para a ao, no ponto final de comprovaes sobre dados
passados. Necessitamos dela para compreender e para fortalecer os processos que desejamos
gerar.
O conceito de avaliao tem sofrido alteraes significativas ao longo da histria, e esto
relacionadas a diversas transformaes sociais, polticas, culturais, cientificas e tcnicas que
conduziram a uma nova perspectiva da educao e da escola. Assim a forma como os professores
concebem a avaliao est ligada a cultura em que est inserido, e essa concepo vai influenciar
suas condutas em sala de aula e, consequentemente, a qualidade do processo ensinoaprendizagem.
Com esse trabalho objetivou-se analisar de que maneira as concepes que os professores
tm sobre a avaliao influenciam suas prticas. Essa pesquisa propiciou o levantamento e anlise
das formas de avaliao utilizadas pelos professores, relacionando-as com as suas concepes
sobre o tema. Para tanto, tomamos como parmetro a realidade das escolas estaduais do
municpio de Pau dos Ferros RN.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Ao observarmos a educao nos moldes em que se apresenta atualmente, percebemos
que a avaliao tem servido quase que exclusivamente como instrumento de verificao, seleo e
classificao, visando a exatido de reproduo do contedo abordado em sala de aula. Hoffmann
identifica esse tipo de avaliao como classificatria, e os resultados obtidos so apresentados na
forma de notas que classificam o aluno em timo, bom, regular e insuficiente, tendo como
referncia a mdia adotada para aprovao por determinado sistema de ensino. Nesse tipo de
avaliao normalmente utiliza-se apenas um instrumento de avaliao: a prova.
1649
Luckesi (2006) afirma que esse tipo de atitude faz com que o ato de avaliar no sirva como
pausa para pensar a prtica e voltar a ela, mas sim como um meio de julg-la e torn-la
estratificada. [...] Com a funo classificatria, a avaliao no auxilia em nada o avano e
crescimento. Somente com uma funo diagnstica ela pode servir para essa finalidade.
(LUCKESI, 2006, p.35)
Autores como Perrenoud (2007) e Haydt (2000) defendem que a avaliao no deve ter
carter seletivo, servindo como uma forma de classificao e promoo ou detectar o sucesso ou
fracasso dos alunos, e sim diagnosticar as dificuldades apresentadas por eles e buscar medidas
que possam tornar o processo de aprendizagem eficaz.
Hoffmann (2008) e Chueri (2008) reforam ainda a necessidade de se repensar o
paradigma epistemolgico que substancia o processo avaliativo, para implantar prticas
pedaggicas com novos significados, que ultrapassem a concepo de medida e classificao, e
que seja desenvolvida em benefcio do educando. Nessa perspectiva os autores Neto e Aquino
(2009) concretizam:
[...] o processo avaliativo tem relao direta com a significao que o
professor construiu sobre avaliao da aprendizagem e que, em ocorrncia
disso, a formao de uma concepo de avaliao como instrumento de
comunicao que facilita a construo do conhecimento, depende de uma
coerente formao inicial e continuada dos mediadores do processo
educativo. (NETO; AQUINO,2009, p.3).
Segundo os Parmetros Curriculares Nacionais do Ensino Mdio (PCNEM) imprpria a
avaliao que s se realiza numa prova isolada, pois deve ser um processo contnuo que sirva
permanente orientao da prtica docente. Nesse contexto a prova considerada apenas mais
um instrumento de avaliao no processo de ensino-aprendizagem onde tambm devem estar
includos observaes e registros da produo coletiva e individual do conhecimento. A avaliao
no deve ser um procedimento aplicado nos alunos, mas um processo que conte com a
participao deles.
A Concepo de avaliao concebida pelo PCNEM pode ser classificada como formativa.
Segundo Cardinet (1986) esse tipo de avaliao visa orientar o aluno quanto ao trabalho escolar,
procurando localizar as suas dificuldades para o ajudar a descobrir os processos que lhe permitiro
progredir na sua aprendizagem. A avaliao formativa ope-se a avaliao classificatria que se
constitui apenas de um balano parcial ou total de um conjunto de aprendizagens, e diferente da
avaliao classificatria no se considera apenas um instrumento de avaliao.
Assim, a avaliao da aprendizagem alm de subsidiar a mobilizao dos conhecimentos e
competncias construdos pelos alunos, ela deve tambm fornecer ao professor informaes
acerca do progresso e das necessidades dos educandos, e, a partir disso, avaliar a sua prtica
docente. Silva (2002) entende a escola como um espao de aprendizagem tanto para o aluno
como para o professor, que tambm um aprendiz de sua profisso. nesse espao que o
educador pode e deve avaliar e repensar a sua prtica, conseguindo com que o aluno construa o
1650
3 METODOLOGIA
O procedimento metodolgico adotado foi a pesquisa de campo, por meio de um estudo
exploratrio de cunho qualitativo. A pesquisa foi realizada junto a um grupo de professores de
qumica das escolas estaduais, do municpio de Pau dos Ferros- RN.
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi uma entrevista semiestruturada. A
entrevista foi composta por 5 questes. Onde a primeira visou identificar a concepo que os
professores possuem sobre avaliao e quais critrios ele utiliza para formulao de suas
atividades avaliativas; a segunda questo procurou identificar ao grau de importncia que o
educador d avaliao como ferramenta do seu trabalho e se perguntou ao educador se
possvel desenvolver as atividades sem avaliar a aprendizagem dos alunos; a terceira questo
procurou identificar quais as principais dificuldades que o educador encontra no processo de
avaliao; a quarta questo visou identificar quais as formas de avaliao e se o mesmo acha
importante a aplicao de mais de uma forma de avaliar; a quinta questo procurou saber como
so utilizados os resultados da avaliao.
Considerando o questionrio aplicado, v-se que as questes procuraram identificar desde
a concepo que os professores possuam de avaliao bem como a importncia, critrios,
dificuldades e instrumentos que utilizavam na sua elaborao. Os dados coletados foram
analisados quantitativamente e qualitativamente, confrontados em seguida com o referencial
terico a respeito do tema para melhorar a compreenso dos mesmos.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A avaliao parte essencial do processo de ensino e aprendizagem, pois atravs dela
pode-se identificar as dificuldades dos alunos, a familiaridade destes com determinados
contedos, suas habilidades, etc. Neste trabalho buscou-se investigar como professores de
qumica do Ensino Mdio da cidade de Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte realizam suas
avaliaes e de que forma utilizam seus resultados.
Na primeira questo foi indagada qual era a concepo de avaliao por parte dos
professores e quais critrios eles utilizavam na elaborao de suas atividades avaliativas. Todos os
entrevistados acreditam que a avaliao uma forma de verificar a eficcia do processo de
ensino-aprendizagem bem como descobrir onde os alunos sentem mais dificuldade.
Verifica-se aqui que os docentes veem a avaliao como parte do processo de ensinoaprendizagem, no a isolando como um processo independente, como diz Luckesi (2000, p. 6):
1651
necessrio que se tenha cincia de que a avaliao um processo integrante das relaes
de ensino e aprendizagem e que no faz sentido se no estiver diretamente ligado a estas.
Segundo os docentes, os critrios utilizados nas avaliaes so predominantemente os
assuntos vistos em sala de aula, sendo que alguns tambm apontam o uso da contextualizao e
da observao e participao dos alunos durante as aulas. Estes critrios apontam para uma
avaliao mais tradicional, apoiada principalmente em testes escritos versando sobre os
contedos vistos em sala de aula.
A utilizao da contextualizao e das experincias em sala de aula, entretanto, indicam a
preocupao de alguns professores em realizar uma avaliao mais ampla, pautada no apenas
em um momento especfico no qual o estudante deve responder a uma srie de questes, mas na
avaliao de todo o processo de ensino e aprendizagem que ocorre no decorrer do perodo letivo.
Quando questionados sobre a importncia da avaliao em seu trabalho, todos afirmaram
ser fundamental, pois permite verificar os conhecimentos absorvidos pelos alunos e identificar as
lacunas no processo ensino-aprendizagem, para ento prosseguir com o contedo.
Verifica-se que, pelas respostas dos professores, estes tm conhecimento da real funo
das avaliaes e buscam aplicar os critrios de um processo avaliativo em seu cotidiano escolar.
Quanto as principais dificuldades encontradas no processo de avaliao, os trs
professores responderam que as principais dificuldades so a falta de interesse dos alunos e a
ausncia de conhecimentos prvios necessrios para a aprendizagem de qumica. Um dos
professores tambm destacou que a falta de tempo para a elaborao dos instrumentos de
avaliao dificulta esse processo. Palavras do professor P1 a respeito do que pensa sobre o
processo de avaliao: - Considero uma das aes pedaggicas mais complexas do processo
ensino-aprendizagem devido o prprio sistema educacional impor certos critrios para a prtica
pedaggica.
Aqui se observam problemas recorrentes nos processos de avaliao. Problemas muitas
vezes originrios do prprio sistema educacional, como o tempo reduzido para o planejamento
das atividades.
Sobre como eles utilizam os resultados das avaliaes, um dos docentes afirma que serve
como reflexo para a sua prtica e para tomadas de decises relativas ao ensino aprendizagem
enquanto os outros dois disseram que utilizam para identificar as principais dificuldades de
aprendizagem dos alunos e os assuntos que devem ser revistos.
Fica claro, a partir das respostas fornecidas pelos professores que, apesar das dificuldades
encontradas, estes buscam aplicar avaliaes voltadas ao acompanhamento do desenvolvimento
dos estudantes e para a orientao de sua prtica pedaggica, demonstrando uma ruptura com o
modelo avaliativo centrado na aferio de conhecimentos.
1652
5 CONCLUSO
A partir dos dados obtidos com a entrevista, pde-se constatar que a avaliao vista pelo
grupo de professores estudado como parte integrante do processo de ensino e aprendizagem,
sendo utilizada como instrumento norteador da prtica docente.
As respostas fornecidas pelos docentes demonstram que estes procuram integrar a sua
prtica instrumentos avaliativos que permitem o acompanhamento do desenvolvimento dos
estudantes e de suas prprias prticas.
Com apenas este estudo no pode-se afirmar precisamente se a avaliao realizada de
forma plena, mas as respostas dos professores demonstram a preocupao destes em desvincular
a avaliao de um simples instrumento para atribuir notas.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do
Norte pelo suporte e apoio financeiro para a essa pesquisa, atravs de sua Base de Pesquisa
Parnklisis Campus Pau dos Ferros/RN.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BRASIL. Secretaria de Educao Fundamental. Parmetros curriculares nacionais: Cincias Naturais
/Secretaria de Educao Fundamental. Braslia: MEC/SEF, 1998. Disponvel em
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencias.pdf>, acesso em 05 maio 2013.
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SILVA, Janssen F. Avaliar...O qu? Quem? Como? Quando? Revista TV Escola, Edio: out. 2002.
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1653
RESUMO
INORGANIC DECK: THE PLAYFUL AS AID FOR TEACHING ACIDS AND BASES
RELATED TO THE EVERYDAY
ABSTRACT
1654
1 INTRODUO
As atividades ldicas podem ser consideradas como uma atividade facilitadora de
aprendizagem, onde a mesma utiliza de diversos instrumentos para auxiliar ao aluno no processo
de ensino e aprendizagem, tendo como objetivo divertir e produzir prazer em sua execuo. A
atividade ldica uma prtica educativa que visa o desenvolvimento pessoal e a atuao
cooperativa na sociedade, como tambm um instrumento motivador, atraente e estimulador do
processo de construo do conhecimento (Santana e Rezende, 2008).
Os jogos uma das atividades ldicas mais antigas do homem. Acompanha a evoluo
cultural da humanidade, toda e qualquer atividade em que exista a figura do jogado e as regras a
serem compridas.
O objetivo deste projeto foi desenvolver o jogo Baralho Inorgnico no intuito de auxiliar a
construo do conhecimento dos alunos, sobre qumica inorgnica, relacionando o tema, cido e
bases, com exemplos do cotidiano e desenvolver o raciocnio do aluno, a reflexo e
consequentemente a construo do seu conhecimento sobre cidos e bases presentes no dia a
dia. Alm de apresentar os resultados de um questionrio que teve como finalidade saber a
opinio dos alunos na utilizao de jogos educativos em sala de aula, em especial o jogo em
questo.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Para Piaget (1978), as origens das manifestaes ldicas acompanham o desenvolvimento
da inteligncia vinculando-se aos estgios do desenvolvimento cognitivo.
Kishimoto (1996) apresenta o jogo educativo como possuidor de duas funes que devem
estar em constante equilbrio. Uma delas diz respeito, a funo educativa, que tem como objetivo
aumentar os conhecimentos dos educandos. A outra, funo ldica, que est ligada a diverso, ao
prazer e at o desprazer. A diviso dos jogos educativos segue o esquema da Figura 1.
1655
deve se comprometer para que a atividade seja desafiadora, divertida, mas sem perder a
seriedade que o processo ensino aprendizagem exige (ALMEIDA et al, 2011). Embora recebam a
mesma denominao, os jogos tm suas especificidades e sua variedade de fenmenos o que
denota dificuldade em defini-lo (SOARES, 2008).
As atividades ldicas no levam apenas memorizao do assunto abordado, mas induzem
o aluno reflexo, alm de aumentar a motivao dos alunos perante as aulas de Qumica
(Santana e Rezende, 2008). Tendo em vista que, a qumica por ser uma disciplina que envolve
muitas frmulas, teorias e aplicaes, muitas vezes no apresentada de forma que relacione os
contedos com o cotidiano, passa a ser uma disciplina considerada pelos alunos com tediosa.
Vrios estudos e pesquisas mostram que o ensino de qumica em geral, tradicional,
totalmente desvinculado do dia-a-dia e da realidade em que os alunos se encontram (SANTANA,
2006), a partir desse contexto, Gazola (2010) constata-se a necessidade e a importncia da
aplicao de atividades ldicas na disciplina de qumica.
MATERIAL E MTODOS
O pblico alvo da aplicao dessa ferramenta didtica foi duas turmas do 1 ano do ensino
mdio, composta por um total de 39 alunos da Escola Estadual Professor Antnio Dantas do
municpio de Apodi-RN.
Tornou-se necessrio seguir as seguintes orientaes para melhor aplicao e
encaminhamento da atividade a ser desenvolvida. Foram escolhidos 36 produtos que contm
cidos e bases para ser utilizado no jogo Baralho Inorgnico. Os produtos escolhidos esto
presentes no cotidiano dos alunos, podendo ser relacionados com a vivncia dos mesmos. Foram
confeccionados 72 cartes, no qual, 36 possuam as imagens dos produtos selecionados e 36
possuam a identificao de uma substancia cida ou bsica como mostrado na Figura 2 e Figura
3.
HO-
H+
HO-
H+
BASE
SABO
HO-
H+
HO-
H+
1656
HO-
H+
HO-
H+
CIDO
LARANJA
HO-
H+
HO-
H+
Para a construo dos cartes foram utilizados os seguintes materiais: Cartolina, Guache
colorida para servir de base para os cartes do Baralho Inorgnico, papel ofcio para imprimir os
cartes, fita dupla face, para fixar os cartes em sua respectiva base, plstico transparente (papel
contact) para plastificar os cartes, tesoura, computador e impressora.
Para dar incio ao jogo os alunos dividiram-se em 4 grupos, no qual, cada grupo ficaria com
14 cartes e os restantes dos cartes foram colocados em monte de descartes, para que os
jogadores possam compra uma carta, se a carta lhe servir, poder ficar com a mesma e ter de
descartar a que no lhe favorece. O grupo a descartar a primeira carta, foi escolhido por um
sorteio. O objetivo do jogo era formar pares com os produtos escolhidos e suas identificaes
cidas ou bsicas, alm de destacar a importncia do trabalho em grupo. O jogo s acaba quando
um dos grupos j estiver formado pares com todas as suas cartas, lembrando que depois de
definido um par de carto, o mesmo no pode ser modificado e o vencedor do jogo ser quem
tiver mais pares. Aps o trmino do jogo foi aplicado um questionrio com os alunos do 1ano do
ensino mdio, este questionrio era composto por cinco questes referente opinio dos alunos
sobre a utilizao do jogo Baralho Inorgnico e do aprendizado adquirido com a aplicao do
jogo, no questionrio no ser necessrio a identificao dos alunos, como e mostrado na Figura
4.
Questionrio da atividade ldica Baralho Inorgnico
1.
A utilizao de jogos educativos em sala de aula facilita seu aprendizado? Sim ( ) no( )
2.
Os jogos auxiliam para que a aula se torne mais atrativa? Sim ( ) no( )
3.
Voc j teve experincia com outros jogos educativos que envolvam cido e base? Sim ( )
no( )
4.
Este jogo pode facilita a sua aprendizagem sobre o contedo de cido e base? Sim ( )
no( )
5.
O jogo Baralho inorgnico de fcil compreenso? Sim ( ) no( )
Obrigada por sua contribuio
1657
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A aplicao do Baralho Inorgnico envolveu aproximadamente 39 alunos, onde os mesmos
mostraram um grande interesse pelo jogo. Foi observado que o jogo estimulou a curiosidade dos
alunos sobre o contedo de cido e bases, tornando-se mais significativa aprendizagem. No
momento do jogo, os alunos mostraram estar concentrados na tentativa de diminuir a
possibilidade de erros e estarem felizes como mostrado na Figura 5.
1658
0%
SIM
NO
100%
5%
SIM
NO
95%
Com base nos questionrios, evidenciou que 100% dos alunos nunca tiveram experincia
com outros jogos educativos que envolvam cidos e bases (Figura 8), 100% dos entrevistados
afirmam que o jogo Baralho Inorgnico facilita a aprendizagem sobre o contedo cido e bases
(Figura 9), 95% dos alunos consideraram o jogo Baralho Inorgnico de fcil compreenso e 5 %
dos discentes discordam dessa afirmao (Figura 10).
0%
SIM
NO
100%
Figura 8: Experincia dos alunos com outros jogos educativos que envolvam cidos e bases.
1659
0%
SIM
NO
100%
Figura 9: O jogo Baralho Inorgnico como facilitador de aprendizagem dos elementos da Tabela
Peridica.
5%
SIM
NO
95%
A partir dos resultados obtidos pelo estudo do questionrio foi possvel perceber que o
estmulo dos alunos em aprender brincando e maior e mais proveitoso do que em aulas sem
inovao, no qual os alunos so pouco construtores de conhecimento. Alm de destacar a
importncia dos jogos para as aulas de Qumica, pois facilitam a aprendizagem do aluno, alm de
motivar o mesmo.
5 CONCLUSES
Diante dos resultados obtidos confiamos que a aplicao de atividades ldicas nas aulas
sobre Qumica Inorgnica uma boa ferramenta para a construo do conhecimento sobre cidos
e bases, tendo em vista que quando relacionamos o contedo com o cotidiano o processo de
ensino-aprendizagem mais significativo, alm de ser uma boa estratgia para chamar a ateno
dos alunos.
Esta experincia de criao e aplicao do jogo Baralho Inorgnico, comprova que o jogo,
alm de ser fonte de prazer e descoberta para o aluno sevem com auxilio no processo de ensino-
1660
6 AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professor Antonio Dantas pelo espao cedido, ao Programa de Bolsas de
Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia do Rio
Grande do Norte-IFRN, Cmpus Apodi.
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALMEIDA, C. R. S.; DIAS, M. J.; MARTINS, S. E. Ludicidade na EJA: uma forma diferente de romper
desafios. Centro Universitrio Metodista Izabela Hendrix. Curso de Pedagogia. Belo Horizonte,
2011.
CUNHA, M. B. Jogos de Qumica: Desenvolvendo habilidades e socializando o grupo. Eneq 0282004.
GAZOLA, Marcos B. A. A percepo da importncia do ldico na docncia de qumica no ensino
mdio. Trabalho de Concluso de Curso (Licenciatura em Qumica), Universidade Tecnolgica
Federal do Paran, Pato Branco, 2010.
KISHIMOTO, T. M. O jogo e a Educao Infantil. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e Educao. 4 Ed.
So Paulo: Cortez, 1996.
PIAGET, J. A formao do smbolo na criana: imitao, jogo e sonho, imagem e representao.
3ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.
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Anais, 2008, Curitiba-PR.
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Baseados na Teoria Motivacional de Maslow. Encontro Nacional de Ensino de Qumica, v.13.
Campinas, 2006.
SOARES, M. H. F. B. Jogos e Atividades Ldicas no Ensino de Qumica: Teoria, Mtodos e
Aplicaes. XIV Encontro Nacional de Ensino de Qumica. Curitiba, 2008.
1661
RESUMO
A paisagem das cidades pequenas evidencia rugosidades,
fruto de um processo de formao que muitas vezes no
est registrado nem divulgado nas instituies de
memrias, como museus, centros histricos, instncias
governamentais e fundaes que demandam essa
preocupao em resgatar tais aspectos. Desse modo,
tendo em vista a comemorao dos 50 anos da cidade de
Bom Jesus-RN, antigo povoado de Panelas, consideramos
conveniente suscitar uma reflexo sobre o resgate da
memria coletiva. J que essa apresenta um papel
fundamental na construo da histria, que por sua vez,
faz uma leitura do passado para entendimento do
1662
1 INTRODUO
Diante dos debates desenvolvidos no Ncleo de Pesquisas e Estudos Geogrficos (NUPEG),
do curso de Licenciatura Plena em Geografia oferecido pelo Instituto Federal de Educao, Cincia
e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Campus Natal-Central, sentiu-se a necessidade de se
investigar na perspectiva da Geografia Histrica, a cidade de Bom Jesus-RN, antigo povoado de
Panelas, localizada a 57 quilmetros de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte.
Tendo em vista, a comemorao dos 50 anos da cidade, consideramos conveniente suscitar
uma reflexo sobre o resgate da memria coletiva, j que a memria, na qual cresce a histria,
que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir ao presente e ao futuro. Dessa
forma, procuramos observar as transformaes da paisagem, a dinmica espacial, os cidados que
contriburam com a vida poltica e cultural da cidade, alm de outros aspectos.
J que no processo de formao das cidades pequenas, muitas vezes no est registrado e
divulgado nas instituies de memrias, como museus, centros histricos, instncias
governamentais e fundaes nas quais demandam essa preocupao em resgatar tais atributos.
Essa busca de identidade se d a partir da preocupao das pessoas, que percebem alguns
laos histricos e culturais nos quais vem se perdendo com o tempo, procurando ento, a partir da
investigao do passado, resgatar suas origens e as mant-las guardadas na escrita e nos registros
fotogrficos.
Assim, diante de nossas leituras e investigaes realizadas, percebemos que a
caracterizao das cidades brasileiras e em especfico, das pequenas cidades, vem sendo apontado
nos lugares, nas paisagens, edificaes, costumes, culturas e no cotidiano dos habitantes que as
fazem.
Portanto, o sistema urbano brasileiro que se configura de modo extremamente complexo,
vem necessitando de investigaes que contemplem os mais variados aspectos, em que o recorte
espacial direciona-se para o Estado do Rio Grande do Norte, que possui atualmente 167
municpios, cujas sedes, por fora de lei so consideradas cidades e que em 2012, desse
contingente de cidades, vinte e oito chegaro ao seu cinquentenrio de emancipao poltica.
1663
Com o intuito de se apropriar e de resgatar esses espaos pela paisagem, Andrade (2008, p.
43) afirma que, para reconstituir uma espacialidade pretrita no se pode prescindir das imagens,
especialmente as fotografias antigas.
No entanto, SILVA (2012, p. 2) afirma que:
Para ir ao encontro da interpretao dos lugares, a geografia tem que considerar
que as formas sociais so produtos histricos, resultado da ao humana sobre a
superfcie terrestre, e que expressam a cada momento as relaes sociais que lhe
deram origem.
Ou seja, essas formas sociais expressas historicamente, so resultado das aes humanas e
das relaes sociais que ficaram expressas nas paisagens e nos costumes dessas sociedades,
prevalecendo uma sintonia da paisagem com o lugar.
Assim, o papel da paisagem est estreitamente ligado a esse entendimento, j que,
A paisagem tem dimenses que perpassam pelos sentidos humanos, isto , pelas
percepes, sendo marcada por relaes sociais dadas ao longo do tempo
(COSGROVE, 1999 e 1998; CRREA e ROSENDAHL, 2003, 2000 e 1998)
1664
Assim, o homem confiava na sua memria e nas suas experincias, resgatando qualidades
to necessrias ao desenvolvimento humano a partir da necessidade de cada grupo e de cada
comunidade.
Ento, a partir de fatores exgenos e at mesmo endgenos, a sociedade pde se adaptar,
aperfeioar e at se modificar ao ponto de perder sua identidade antes configurada no seu
espao, ao ponto de aglutinar a uma nova proposta mais atrativa e/ou diferente, se assim
permite-se falar, satisfazendo seus anseios e ficando ou se aproximando do que todos esto
fazendo-praticando.
Entendemos que a histria oral desdobra-se em formas de perpassar o que sabemos e o
que podemos recordar, tornando-se frgil diante das modificaes em que as sociedades esto
sujeitas.
Segundo Meireles (1979, p.41):
O ofcio de contar histrias remoto (...) e por ele se perpetua a literatura oral,
comunicando de indivduo a indivduo e de povo a povo o que os homens, atravs
das idades, tm selecionado da sua experincia como mais indispensvel vida.
1665
Desse modo, a preocupao com o registro dos fatos se d pelo dinamismo das memrias
coletivas, nas quais vivem em constantes transformaes, junto com os perodos de ruptura ou
pela prpria quebra de tradio promovida por fatores exgenos.
Em preocupao com o que possa acontecer em relao a possibilidade da perda dessa
memria coletiva, Nora (1984) aponta para o diferencial entre a memria e a histria. Ou seja, a
memria, seja ela coletiva ou individual, sempre seletiva, em que s nos lembramos daquilo que
queremos lembrar. Adotando de forma involuntria, uma caracterstica que se constitua
vulnervel e descontinua.
Nessa perspectiva, ESTAVILLE JR. (1991, p. 315-322), fala que:
A vantagem da abordagem sincrnica-diacrnica possibilitar o estudo conjunto
da estrutura e do processo. Como o recorte sincrnico congela um padro
espacial, perde-se informao referente ao processo, situao que se inverte ao
utilizar-se a anlise diacrnica, pois temos muita informao referente ao
processo, porm perde-se informao a respeito dos padres espaciais.
1666
O registro escrito sobre o passado geogrfico histrico e a histria oral contada a partir das
memrias do coletivo, produz realces sobre os processos histricos, polticos, econmicos e
sociais, compondo o reconhecimento das identidades no espao, proporcionando o
reconhecimento dos grupos sociais no lugar atravs das relaes espaciais e temporais, da a
importncia de tal registro a partir tambm das leituras feitas na paisagem.
3 RESULTADOS E DISCUSSES
Realizamos visitas e entrevistas in loco, com o intuito de analisar os costumes, relatar
experincias de vida e vivncias de alguns habitantes da cidade no perodo desses cinquenta anos
de emancipao poltica. Preferimos tambm por escolher de forma aleatria as pessoas que
seriam entrevistadas, a fim de deixar a pesquisa menos tendenciosa possvel, no escolhendo as
pessoas por qualquer classificao, muito menos por condio social. Destacamos que tais anlises
so feitas de forma qualitativa e as mesmas no contemplam a totalidade.
J que partimos do pressuposto que para atingirmos o objetivo no qual se prope,
recorremos reconstruo da memria coletiva, por meio da histria oral, e o levantamento de
registros fotogrficos, observaes diretas, anotaes, e entrevistas estruturadas e semiestruturadas junto ao pbico-alvo, procurando sempre estabelecer uma relao entre os
questionamentos, observando as colocaes e comparaes de alguns moradores, em algumas
das questes propostas e levantar as lembranas que os habitantes mais antigos tm do passado
da cidade, como por exemplo em saber quais as lembranas que se tem de Bom Jesus no perodo
de infncia e adolescncia, de como era o dia-dia da cidade num tempo passado, dentre outros
fatores ocorridos nesse intervalo de cinquenta anos.
Segue, portanto, algumas questes a serem analisadas que consideramos mais pertinentes,
nos respectivos quadros:
Quadro 1 - Algumas questes relativas as pessoas e a cidade
Morador (a)
M1
M2
M3
1667
Morador(a)
M1
M2
M3
1668
4 CONCLUSO
Consideramos por fim que diante da proposta do trabalho, optamos por primar pelo
levantamento bibliogrfico fazendo uma relao direta com o nosso objeto de estudo, visto que
pudemos ter uma breve noo que nos ajuda a refletir sobre o resgate da memria coletiva,
observando as transformaes da paisagem na cidade de Bom Jesus-RN e algumas entrevistas
realizadas com parte da populao. Ressaltamos ainda que essa pesquisa no tem carter
conclusivo e que necessrio fazer mais e mais desdobramentos, j que estamos necessita de
mais levantamentos de dados em campo atravs da histria oral com representantes da
populao, de preferncia a da melhor idade, j que a pluralidade de caractersticas presentes no
nosso pas-estado e consequentemente no municpio de Bom Jesus-RN intensa, nos mbitos
histrico-culturais e regionais.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
COSGROVE, D. A Geografia Cultural do Milnio. In: ROSENDAHL, Z.; CRREA, R. L. Manifestaes
da cultura no espao. Rio de Janeiro: EdEURJ, 1999. p. 17-49;
ESTAVILLE, JR., Lawrence E. Organizing Time in Historical Geography. In: GREEN, D. Brooks (ed.).
Historical Geography: a methodological portrayal. Savage, Maryland: Rowman & Littlefield
Publishers, c1991. p. 310-324;
HALBWACHS, Maurice. A memria coletiva. So Paulo: Vrtice, 1990;MEIRELES, Ceclia.
Problemas da Literatura Infantil. So Paulo: Summus, 1979;
MOREIRA, Raimundo Nonato Pereira. Histria e memria: algumas observaes.
Disponvel em: <http://www.fja.edu.br/praxis/praxis_02/documentos/ensaio_2.pdf>.
Acesso em dezembro de 2007.
NORA, Pierre. Entre memrie et histoire. Paris: Galliimard, 1984;
POLLAK, Michael. Memria, esquecimento, silncio. . In: Estudos Histricos, Rio de Janeiro, vol.2,
n.3, 1992;
1669
1670
RESUMO
1671
1 INTRODUO
O objetivo deste artigo analisar o Curso Normal Regional de Pau dos Ferros, Rio Grande
do Norte, na dcada de 1950 que foi criado pela Lei n. 204 de 1949 e regulamentado pela Lei
Estadual n. 621, de 06 de dezembro de 1951. Este Curso tinha o propsito de formar Regentes de
Ensino Primrio e diminuir os mestres leigos nas salas de aula.
O recorte temporal, dcada de 1950, justifica-se por ter sido este o perodo que o curso
funcionou com a nomenclatura Curso Normal Regional de Pau dos Ferros, uma vez que pela
promulgao da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional n. 4.024, de 20 de dezembro de
1961, este passaria a denominar-se Curso Normal Ginasial.
A dcada de 1950 expressou, no Brasil e no Rio Grande do Norte, a expanso do Ensino
Normal de 1 Ciclo no estado, correspondente ao nvel ginasial. Conforme Morais e Silva (2011) o
fato dos Cursos Normais Regionais serem considerados Curso de 1 Ciclo do Ensino Mdio, exigiase das candidatas, como requisito no ato da matrcula, o certificado de concluso do Ensino
Primrio e a habilitao no Exame de Admisso e, aps quatro anos de estudo, as concluintes
recebiam o diploma de Regente de Ensino Primrio.
1672
Foi nesse contexto que, nas dcadas de 1940 a 1950, ocorreu a expanso do ensino normal
no Rio Grande do Norte com os chamados Cursos Normais Regionais institudos pela Lei n. 204.
(RIO GRANDE DO NORTE, 1949). A deliberao para a instituio dos Cursos Normais Regionais
ocorreu no governo de Jos Augusto Varela (1947-1951), no entanto a execuo ocorreu no
Governo de Sylvio Piza Pedroza (1951-1956).
Esses Cursos Normais Regionais seriam criados junto as Escolas Normais de Natal e
Mossor e deveriam seguir as normas do Decreto n. 684, que adaptou a legislao estadual Lei
Orgnica do Ensino Normal de 1946. (RIO GRANDE DO NORTE, 1947).
Os Cursos Normais Regionais foram descritos por Sylvio Piza Pedroza como providncia
utilssima, pois se configurava como alternativa para solucionar os problemas da formao de
professores nas cidades mais afastadas de Natal, capital do Estado. (RIO GRANDE DO NORTE,
1952, p. 10).
Esses cursos, destinados formao de regentes de ensino primrio, foram implantados na
dcada de 1950 nas seguintes cidades do interior do Rio Grande do Norte: Au, Alexandria,
Angicos, Apodi, Cear Mirim, Flornia, Macau, Martins, Nova Cruz e Pau dos Ferros.
Sylvio Piza Pedroza acreditava que, com a efetivao desses cursos, em poucos anos, os
municpios do Estado contariam com [...] professores diplomados em nmero suficiente para
provimento de suas escolas, atualmente, em grande maioria, regidas por professores leigos, sem o
conveniente preparo educacional. (RIO GRANDE DO NORTE, 1952, p. 10).
1673
Silva (2011) com base no Livro de contratos de professores do Curso Normal Regional de Ass
(1952-1953), no Decreto-Lei Nacional n. 8.530 de 1946 e no Decreto-Lei Estadual n. 684 de 11 de
fevereiro de 1947.
Tabela 01: Matrias dos Cursos Normais Regionais
1 ano
2 ano
3 ano
4 ano
Portugus
Matemtica
Geografia Geral
Cincias Naturais
Portugus
Matemtica
Geografia do Brasil
Cincias Naturais
Portugus
Histria do Brasil
Noes de Higiene
Psicologia e Pedagogia
Educao Fsica
Educao Fsica
Portugus
Matemtica
Histria Geral
Noes de Anatomia e
Fisiologia Humana
Desenho
Desenho e Caligrafia
Canto Orfenico
Desenho e Caligrafia
Canto Orfenico
Trabalhos Manuais e
Economia Domstica
Trabalhos Manuais e
Atividades Econmicas da
Regio
Canto Orfenico
Trabalhos Manuais e
Atividades Econmicas da
Regio
Educao Fsica
Recreao e Jogos
Didtica e Prtica de
Ensino
Desenho
Canto Orfenico
Educao Fsica
Recreao e Jogos
Fonte: Livro de contratos de professores do Curso Normal Regional de Ass (1952-1953), Decreto-Lei Nacional n.
8.530/1946 e Decreto-Lei Estadual n. 684 de 11 de fevereiro de 1947.
De acordo com a exposio das matrias a serem ensinadas ao longo dos quatro anos de
formao dos professores primrios nos Cursos Normais Regionais, podemos perceber que ocorria
uma nfase nos anos iniciais na cultura geral e no ltimo ano a nfase estaria na formao
didtico-pedaggica.
Para o ingresso no Curso Normal Regional de Pau dos Ferros, e demais Cursos desta
modalidade implantados no Brasil exigia-se a idade mnima de 13 anos e mxima de 25; ser
brasileira com sanidade fsica e mental e no possuir deficincias e distrbios funcionais que
comprometessem as futuras atividades docentes e ter sido habilitada no Exame de Admisso e
gozar de bom comportamento no grupo social. (BRASIL, 1946).
Ainda na dcada de 1950, o ensino primrio e normal do Rio Grande do Norte durante o
Governo de Dinarte de Medeiros Mariz (1956-1961) esteve sujeito a uma reforma em obedincia
Lei n. 2.171, de 06 de dezembro de 1957, que organizou e fixou as bases da Educao Elementar e
da Formao do Magistrio Primrio do Estado. (RIO GRANDE DO NORTE, 1957).
Para dar sustentao ao plano de aplicao da reforma de ensino fez-se necessria a
reorganizao da Secretaria de Estado de Educao que passou a denominar-se Secretaria de
Estado de Educao e Cultura, uma mudana autorizada pela Lei de n 2.225, de 9 de dezembro
de 1957. (AQUINO, 2007).
Ainda conforme Aquino (2007), a reforma notabilizou-se por sua poltica abrangente de
aperfeioamento das professoras dos mais longnquos lugares do Estado e pela criao de rgos
1674
considerados vitais para a execuo das metas educacionais estabelecidas, como o Centro de
Estudos e pesquisas Educacionais (CEPE).
De acordo com a imprensa Oficial a referida reforma [...] coloca[va] o Rio Grande do Norte
na vanguarda em matria de organizao tcnico-educacional (EDUCAO..., 1958, p. 3). Nesse
contexto de reforma, a convocao, o aperfeioamento e a capacitao para professores
primrios eram constantes.
Zilda Lopes Rgo era professora do Curso Normal Regional de Pau dos Ferros e foi
convocada para ser integrante da turma de cursistas na Escola Normal de Mossor e,
posteriormente, foi designada a realizar especializao de Metodologia da Matemtica, no Rio de
Janeiro, onde permaneceu de maro a dezembro de 1958. Como incentivo para frequentarem o
curso, as professoras que ensinavam no interior do Estado passaram a receber pagamentos
adicionais, calculados de acordo com a proporcionalidade da distncia entre a sede em que
trabalhavam e o centro onde realizavam o curso de formao (ELEVAO..., 1958 apud AQUINO,
2007).
Na continuidade dos trabalhos de aplicao da reforma, em 1959, foram convocadas
professoras de 31 municpios para receberem instrues a respeito da reforma por intermdio dos
Crculos de Estudos e instaladas misses pedaggicas nas cidades de Currais Novos, Cear Mirim,
Pau dos Ferros, Mossor e Jardim do Serid (RIO GRANDE DO NORTE, 1959).
Em Pau dos Ferros, a Misso Pedaggica foi instalada em 12 de agosto de 1959 e
coordenada pela professora Idezuite Rgo, diretora do Grupo Escolar Joaquim Correia e do Curso
Regional Normal. (ALCANARAM..., 1959). Essa Misso ocorreu nas dependncias do Grupo
Escolar Joaquim Correia e contou com a participao de mais de 180 professores dos municpios
de So Miguel, Marcelino Vieira, Luiz Gomes, Portalegre, Martins, Ita, Almino Afonso, Pat, Jos
da Penha, Alexandria e Umarizal.
4 CONSIDERAES FINAIS
Se, no incio do sculo XX a histria da educao de Pau dos Ferros tinha no Grupo Escolar
Joaquim Correia sua principal instituio de ensino, na dcada de 1950 foi o Curso Normal
Regional de Pau dos Ferros que se configurou enquanto instituio de destacada notoriedade.
A relevncia educacional do Curso Normal Regional de Pau dos Ferros assentava-se por ser
esta a nica instituio formadora de professores primrios da cidade e por congregar estudantes
de municpios vizinhos, o que corroborava para que os professores formados por esta instituio
passassem a atuar no s nas escolas de Pau dos Ferros, mas tambm em instituies de ensino
de distintas localidades do oeste potiguar, a exemplo das cidades de So Miguel, Marcelino Vieira,
Luiz Gomes, Portalegre, Martins, Ita e outras.
1675
5 REFERNCIAS
ALCANARAM xito as duas misses pedaggicas realizadas no interior. A Repblica, Natal, 12
ago. 1959.
AQUINO, Luciene Chaves de. De Escola Normal de Natal a Instituto de Educao Presidente
Kennedy (19501965): configuraes, limites e possibilidades da formao docente. 2007. 259 f.
Tese (Doutorado em Educao) Centro de Cincias Sociais Aplicadas, Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, Natal, 2007.
BRASIL, Lei Orgnica do Ensino Normal. Decreto-Lei N. 8.530 de 2 janeiro de 1946. Disponvel em:
<http://www.soleis.adv.br/leiorganicaensinonormal.htm>. Acesso em: 25 jul. 2012.
EDUCAO, novos mtodos nas escolas do Estado. A Repblica, Natal, p. 3, 31 jan. 1958.
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2011.
MINISTRO
Jos
Fernandes
Dantas.
Disponvel
em:
<http://www.stj.jus.br/publicacaoseriada/index.php/coletanea/article/viewFile/2922/2988>
Acesso em: 30 jul. 2012.
RIO GRANDE DO NORTE. Decreto-Lei n. 684, de 11 de fevereiro de 1947. Adapta o ensino normal
do Estado legislao federal. Atos legislativos e decretos do governo. Natal: Departamento de
Imprensa, 1947.
______. Decreto-Lei n. 204, de 7 de dezembro de 1949. Cria o curso normal regional junto s
escolas Normais de Natal e Mossor e d outras providncias. Atos legislativos e decretos do
governo. Natal: Departamento de Imprensa, 1949.
______. Lei n. 7, de 30 de dezembro de 1950. Estatuto do magistrio pblico do Rio Grande do
Norte. Atos legislativos e decretos do governo. Natal: Imprensa Oficial, 1951.
______. Lei n. 621, de 06 de dezembro de 1951. Cria os cursos de regentes do Ensino Primrio e
dar outras providncias. Atos legislativos e decretos do governo. Natal: Departamento de
Imprensa, 1952.
______. Mensagem Anual apresentada Assembleia Legislativa pelo Governador Sylvio Pedroza.
Natal: Imprensa Oficial, 1952.
______. Lei n. 2.171, de 06 de dezembro de 1957. Organiza e fixa as bases da educao elementar
e da formao do magistrio primrio do Estado. Atos legislativos e decretos do governo. Natal:
Imprensa Oficial, 1957.
______. Departamento de Educao. Mensagem apresentada pelo Governador Dinarte de
Medeiros Mariz Assemblia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte, em 1 de junho de
1959. Natal: Departamento da Imprensa, 1959, p. 53-64.
1676
RESUMO
1677
1 INTRODUO
Este trabalho foi desenvolvido no mbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciao
Cientfica PIBIC, por uma aluna do curso da licenciatura em Fsica do Instituto Federal de
Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte IFRN/Campus Caic.
Nossa proposta refere-se construo e aplicao de uma cartilha experimental que possa
servir de material didtico para o ensino de Fsica das escolas pblicas da Cidade de Caic-RN. Esta
cartilha tem uma abordagem construtivista e servir de suporte didtico para o professor de Fsica
que poder utiliz-la na realizao de aulas prticas experimentais, cujo pblico alvo so alunos do
nvel mdio.
As atividades aqui apresentadas foram vinculadas a quatro escolas da rede pblica de
ensino da cidade de Caic-RN. Estas escolas so todas de nvel mdio, sendo uma delas na
modalidade EJA. Duas destas escolas no possuem laboratrio experimental e as outras duas
dispem dos laboratrios, mas estes no so utilizados.
Atualmente, percebe-se uma grande ausncia na diversificao de materiais didticos nas
aulas prticas de Fsica das Escolas da Rede Pblica de Ensino, geralmente o nico material
utilizado pelos professores como base para ministrar suas aulas o livro didtico disponibilizado
pelas escolas.
A aula experimental no ensino de Fsica algo de suma importncia para o
desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, j que onde eles tm a oportunidade de fazer
uma relao entre a teoria e a prtica dos conceitos fsicos estudados, facilitando assim a
visualizao de alguns conceitos abstratos.
Contudo, nossos objetivos referentes a este trabalho consistem em: Produzir uma cartilha
experimental abordando diversos experimentos na rea de Fsica; Inserir a cartilha nas escolas
pblicas da cidade de Caic RN; Incentivar os professores de Fsica da rede pblica de ensino a
ministrarem aulas experimentais; Instruir os professores de Fsica da rede pblica de ensino a
utilizarem a cartilha experimental como suporte durante as aulas prticas;
Portanto, podemos dizer que a pesquisa referente utilizao de materiais didticos no
ensino de Fsica essencial tanto para os professores quanto para os alunos, pois ambos podero
adquirir novas experincias e uma aprendizagem significativa de ambas as partes.
A estrutura desse trabalho segue com a fundamentao terica onde iremos ressaltar a
importncia da utilizao de materiais didticos no ensino de Fsica e a opinio de alguns autores a
respeito da temtica. Alm disso, conta ainda com a metodologia que onde sero apresentados
os mtodos utilizados para a realizao deste trabalho. Em seguida, nas nossas consideraes
finais ser feita uma anlise no geral a respeito do trabalho em si e da importncia da cartilha
experimental para o ensino de Fsica e por final sero apresentadas nossas referncias
bibliogrficas utilizadas neste trabalho.
1678
1679
organizando um ensino que seja baseado em recursos e materiais didticos diversos. (Zambon e
Terrazzam, 2009, pg. 2):
Nas aulas tradicionais, nem sempre a aprendizagem realmente significativa, talvez seja
por falta de opo ou de oportunidades, pois os alunos priorizam as notas e fazem memorizao
de contedos e frmulas com o propsito de apenas passar de ano. Neste caso podemos dizer que
temos o professor como transmissor do conhecimento e os alunos meros receptores.
Segundo Silva et al (2011, pg. 2):
No ensino tradicional, o aluno usa sua mente para armazenar os conhecimentos decorando
frmulas e mtodos de resolues de questes fazendo com que ele apenas use aquela
aprendizagem quando se depara com situaes especficas. J no modelo investigativo
(construtivista), os alunos constroem conhecimentos a partir dos seus conhecimentos prvios, de
forma ativa. Por isso a importncia de se trabalhar com um ensino onde os alunos construam os
conhecimentos e no apenas os guardem.
Segundo Rezende (2002, pg.5), uma sala de aula tradicional, por exemplo, prioriza os
bancos de informao e os utenslios para processamento de smbolos. O professor tradicional,
em geral, faz o papel de gerenciador de tarefas.
De acordo com Fiscarelli (2007, pg. 2): Assim, em torno dos materiais didticos tem se
construdo, ao longo da histria da educao brasileira, um discurso que legitima sua utilizao em
sala de aula, salientando as suas potencialidades rumo a um ensino moderno, renovador, eficiente
e eficaz.
Diante disso, segue a necessidade e importncia da utilizao de diversos tipos de
materiais didticos no ensino de Fsica, para que algumas dificuldades de aprendizagem sejam
supridas e para que as aulas tradicionais sejam superadas por aulas mais dinmicas e atraentes.
Ainda para Fiscarelli (2007, pg. 4): Os materiais didticos dinamizam a aula, facilitam a
aprendizagem, atraem a ateno, mantm os alunos ocupados, motiva-os, despertando o
interesse pela aula, conforme as seguintes palavras de alguns professores, essas so algumas das
vantagens que uso do material didtico oferece.
Portanto, temos que a cartilha experimental uma proposta de material didtico a ser
utilizada como suporte ao professor de Fsica durante aulas prticas. Esta utiliza uma abordagem
construtivista baseada na resoluo de problemas, onde os alunos so instigados a resolv-los
utilizando apenas os seus conhecimentos prvios. Para Rezende (2002, pg.3):
O fato de a abordagem construtivista ser hoje predominante no significa uma tendncia
nica refletida nos materiais didticos, mesmo porque a idia de construo do conhecimento est
1680
presente na obra de vrios autores, como Piaget, Vygotsky, Wallon, Paulo Freire, Freud, entre
outros (Grossi & Bordin, 1993, citado por Bastos, 1998) e, dependendo de qual deles seja o
referencial eleito, configura-se uma proposta pedaggica um pouco diferenciada.
Ainda em relao s atividades baseadas em problemas, Rezende (2002, pg. 7) relata que:
Uma das metodologias mais fortemente apoiadas nos pressupostos construtivistas a
Aprendizagem baseada em Problemas, a qual permite ao estudante aprender a partir da
colocao de um problema (ou caso), que pode ser real ou simulado (Savery & Duffy, 1995). Apesar
de haver vrias estratgias de implementao, em geral, o estudante interage com o problema,
obtm dados, formula hipteses, toma decises e emite julgamentos.
A existncia de uma cartilha experimental como sendo um instrumento didtico
essencial, pois os alunos podem relacionar a teoria prtica como afirma Ferreira (2010) apud
Filho et al (2011, pg.170):
A construo de recursos didticos empregados no Ensino de Cincias permite a ligao
entre teoria e prtica e os experimentos ou atividades prticas devem ser conduzidos visando a
diferentes objetivos, tal como demonstrar um fenmeno, ilustrar um princpio terico, coletar
dados, testar hipteses, desenvolver habilidades de observao ou medidas, adquirir familiaridade
com aparatos, entre outros, permitindo o desenvolvimento do raciocnio crtico e reflexivo do
aluno.
Os materiais didticos podem diminuir as dificuldades da prtica pedaggica, uma vez que
os professores os utilizam como instrumento de aula e ainda para facilitar a compreenso dos
alunos em relao aos conceitos mais abstratos. Fiolhais e Trindade (2003) apud Silva et al (2009,
pg. 5) dizem que em relao a estes conceitos um dos pontos que tornam a Fsica mais difcil,
j que muitos alunos tm pequena capacidade de abstrao, principalmente os alunos mais
novos.
As aulas prticas experimentais baseadas em problemas faz com que os alunos manipulem
os experimentos. Mas alm dessa proposta, as aulas experimentais podem ser tambm em forma
de demonstraes onde os experimentos so demonstrados aos alunos e quem os manipulam so
os professores. Segundo Barreiro e Bagnato (1992) apud Silva et al (2011, pg. 3), para os alunos,
as demonstraes experimentais tornaram as aulas mais interessantes, os conceitos ficaram mais
bem esclarecidos e a fixao da matria melhorou, fatores esses que ajudaram na compreenso
da teoria, nas aplicaes e resolues de exerccios.
Dessa forma, a utilizao dessa cartilha nas escolas da rede pblica de ensino da cidade de
Caic-RN servir de apoio instrucional ao professor durante suas aulas prticas de Fsica,
1681
facilitando assim a relao professor-aluno e contribuindo diretamente para o ensinoaprendizagem, onde os alunos podero compreender com clareza os contedos ensinados.
Para Silva e Giordani (2009, pg. 8098), os materiais didticos no devem ser
menosprezados, nem mesmo so as solues para todos os problemas de aprendizagem, contudo,
devem ser considerados e estudados.
As diversas estratgias de ensino proporcionam ao professor o prazer de ensinar, pois
segundo Anastasiou e Alves (2004) apud Silva et al (2009, pg. 2): Assim como a elaborao,
organizao e utilizao de materiais didticos caracterizam uma necessidade de recolocar a
tarefa da docncia na efetiva prtica do exerccio docente do professor.
Enfim, utilizar a cartilha experimental numa abordagem construtivista uma
tentativa de contribuir para o desenvolvimento e progresso de todos, juntamente com a escola. A
mesma poder proporcionar aos professores e alunos a satisfao de uma aula de Fsica mais
dinmica e produtiva, assim os alunos se sentiro motivados a se envolverem na aula pelo fato de
isso lhes ser algo prazeroso e no por obrigao.
3 METODOLOGIA
Este trabalho se caracteriza como uma pesquisa de campo exploratria e utiliza uma
abordagem qualitativa, pois foram feitas observaes nas aulas de Fsica das quatro escolas em
questo e realizados questionrios com os professores de Fsica de cada uma delas.
As observaes serviram para coletar dados e analisar as aulas de Fsica, enquanto as
entrevistas feitas com os professores possibilitaram um melhor diagnstico das estratgias
utilizadas pelos mesmos durante suas aulas.
A anlise da coleta de dados se deu em trs fases, primeiramente foram feitos estudos
bibliogrficos sobre trabalhos j realizados a respeito da temtica materiais didticos para o
ensino de Fsica, na segunda fase pudemos analisar as respostas dos professores diante dos
questionrios a respeito da utilizao de materiais didticos no ensino de Fsica e no terceiro
momento foi feito uma analise para a seleo do contedo a ser inserido na cartilha experimental,
de acordo com as necessidades que cada escola apresentou.
A escolha desta metodologia deu-se devido realidade enfrentada na qualidade de ensino
das escolas pblicas e pela necessidade de contribuir para a melhoria da aprendizagem dos alunos
estudantes destas escolas.
4 CONSIDERAES FINAIS
Diante da proposta apresentada neste referido trabalho podemos esperar que os
resultados sejam positivos em relao aos objetivos que pretendemos alcanar. Tendo em vista a
existncia da cartilha experimental como sendo um material didtico que contribua para o Ensino
1682
de Fsica nas escolas pblicas de Caic-RN, onde os professores possam dar suas aulas de maneira
mais dinmica, clara, divertida e produtiva. Esperamos tambm obter sucesso no que se diz
respeito aos alunos, que eles possam realmente se sentir motivados a assistir as aulas de Fsica por
lhes proporcionar prazer e que os contedos estudados sejam de fato compreendidos de maneira
natural sem que haja decorao de formulas ou de situaes especficas.
Dessa forma, podemos percebemos que a proposta da utilizao de uma cartilha
experimental no ensino de Fsica caracteriza-se como uma prtica construtivista e com base
nessa proposta que os professores das escolas pblicas de Caic devem se orientar para que estes
despertem nos alunos a vontade e o desejo de aprender e compreender os conceitos fsicos.
Assim, esperamos que possa existir uma boa relao ensino aprendizagem nas
aulas de Fsica das escolas pblicas com a utilizao da cartilha experimental aqui desenvolvida,
pois o mediador do ensino deve fazer uso de boas estratgias para que haja uma boa
aprendizagem por parte dos alunos.
5 REFERNCIAS
ARAJO, M. S. T de; ABIB, M. L. V. dos S. Atividades Experimentais no Ensino de Fsica:
Diferentes Enfoques, Diferentes Finalidades. Revista Brasileira de Ensino de Fsica, vol. 25, no. 2,
Junho, 2003.
FILHO, F. S. L.; CUNHA, F. P.; CARVALHO, F. S.; SOARES, M. C. A importncia do uso de recursos
didticos alternativos no ensino de qumica: uma abordagem sobre novas metodologias (2011).
FIOLHAIS, Carlos; TRINDADE, Jorge. Fsica no computador: o computador como uma ferramenta
no ensino e na aprendizagem das cincias fsicas. Revista Brasileira de Ensino de Fsica, vol. 25, n.
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FISCARELLI, R. B. O. Material didtico e prtica docente (2007).
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REZENDE, Flvia; LOPES, Arilise Moraes de Almeida; EGG, Jeanine Maria. Problemas da prtica
pedaggica de professores de Fsica e de Matemtica da escola pblica. Atas do IV ENPEC
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SILVA, Evellyn Ledur da; GIORDANI, Estela Maris. Aprendizagens de professores e alunos com
materiais didticos nos anos iniciais do ensino fundamental (2009).
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atravs de experimentos investigativos: uma proposta desafiadora e divertida (2011).
ZAMBON, L. B; TERRAZZAM, E.A. Recursos didticos diversos no ensino de fsica: uma proposta
para o ensino do conceito de corrente eltrica. Encontro Nacional de Pesquisa em Educao em
Cincias, 2009.
1683
RESUMO
This research sought to unravel as occurs in the day-today Public Schools High School, located in the
municipality of So Gonalo do Amarante / RN, the
implementation of the Federal Law No. 10.639 of
09 January 2003, mandating teaching about
the history of Africa and Afro-Brazilian culture in public
and private schools from elementary and high
school.
In
our
society
there
is
a
fact
that
happens
repeatedly,
racial
discrimination.
Research
indicates
that
this
discrimination is perceived by children early in
school. Such situations experienced by black
children within the school environment, makes
them to feel inferior compared to white
children. Therefore, studies on the history of Africa
1684
1685
1 INTRODUO
Os temas que abordam as relaes entre o Brasil e o continente africano, mesmo tendo
ganhado certo destaque nas ltimas dcadas, continuam representando questes exticas,
tratados, muitas vezes, de formas equivocadas.
Essa discusso pode tomar como ponto de partida a natureza das imagens, ideias e
representaes, veiculadas pela mdia, livros didticos, etc., comumente associadas ao que os
brasileiros, em geral, entendem por frica, a saber: pobreza, animais selvagens, ritos macabros,
etc.
Assim, acredita-se na necessidade de um trabalho sistemtico nas escolas, onde os valores
da frica sejam apresentados sem preconceitos, contribuindo para desmistificar essa viso
pejorativa do continente africano. Porm como as escolas iro trabalhar se os materiais didticos
que utilizam no esto adequados? Os livros, geralmente, apresentam a imagem do negro como
inferior, escravo, enquanto a imagem do europeu apresentada como superior, o heri que
descobriu o Brasil.
Os livros didticos, sobretudo os de histria, ainda esto permeados por uma
concepo positivista da historiografia brasileira, que primou pelo relato dos
grandes fatos e feitos dos chamados heris nacionais, geralmente brancos,
escamoteando, assim, a participao de outros segmentos sociais no processo
histrico do pas. Na maioria deles, despreza-se a participao das minorias
tnicas, especialmente ndios e negros. Quando aparecem nos didticos, seja
atravs de textos ou de ilustraes, ndios e negros so tratados de forma
pejorativa, preconceituosa ou estereotipada. (FERNANDES, 2005, p.380).
Neste sentido, faz-se necessrio fazer uma avaliao sobre os olhares que a sociedade
produz a respeito de uma regio que se constituiu como ponto de origem de um fluxo migratrio
determinante na constituio de nosso Pas, visto que as vises da frica falam tambm do olhar
sobre o negro brasileiro.
Diante disso, os estudos sobre a Histria da frica e da Cultura Afro-Brasileira, devem estar
presentes no cotidiano das escolas. Afinal, ser do entendimento da natureza do legado africano,
da sua riqueza e da sua diversidade, que certamente surgir uma possibilidade de enxergar,
reconhecer e valorizar a diferena do afro-brasileiro.
A presente pesquisa teve como objetivo identificar a implementao da Lei n 10.639/2003
nas escolas, ou seja, se estudos sobre a Histria da frica e da Cultura Afro-Brasileira faz parte da
rotina diria das escolas de Ensino Mdio localizadas no municpio de So Gonalo do
Amarante/RN.
1686
2 REVISO BIBLIOGRFICA
H um quadro desanimador que se repete cotidianamente na maioria das escolas
brasileiras: a relao entre professores e alunos negros. Em pesquisa recente, Cavalleiro (2006)
afirma que existe, na prtica de muitos educadores, a existncia de fortes componentes racistas,
tais como falas preconceituosas e atitudes de humilhao e agresso contra crianas negras.
Segundo a pesquisadora, h um tratamento mais afetivo e diferenciado dirigido s
crianas brancas, com as quais os professores aceitam o contato fsico atravs do abrao ou beijo.
Na relao professor/aluno negro, o contato fsico mais escasso. As crianas brancas recebem
mais oportunidades de se sentirem aceitas e queridas. A ateno e o afeto so distribudos de
maneira desigual, tendo a categoria raa como critrio para esta distribuio. As crianas brancas
recebem constantemente convites para tomarem parte da famlia da professora, o que no ocorre
com as crianas negras.
Ainda de acordo com a pesquisadora, h no cotidiano escolar, uma desvalorizao
sistemtica das caractersticas estticas das crianas negras. Alm disso, na avaliao das
atividades das crianas brancas, o elogio feito criana, porm nas atividades das crianas
negras, o elogio se dirige tarefa e no a elas.
A pesquisa aponta ainda que, na existncia de situaes e prticas preconceituosas, as
professoras tendem a minimizar a reclamao da criana negra.
Assim, compreende-se que
[...] a escola um espao que no efetivou de fato a incluso positiva do grupo
negro. A criana negra vive na escola um sistemtico processo de excluso. Ela
est presente na escola, mas dela efetiva e positivamente no participa
(CAVALLEIRO, 2006, p. 232).
1687
A Lei federal n 10.639, de 09 de janeiro de 2003 um bom comeo para contemplar esta
demanda. Ela torna obrigatrio o ensino sobre Histria e Cultura Afro-Brasileira nos
estabelecimentos de ensino mdio e mdio, oficiais e particulares, de todo o pas. Contudo, dessa
exigncia surge uma pergunta: o que os professores sabem sobre histria e cultura afro-brasileira?
Como trabalhar tais contedos positivamente, sem o risco de reforar preconceitos?
Outra preocupao bem presente que a insero curricular deste contedo no se
esgote em temas afins, nem seja reduzido a eventos, como o Dia da Conscincia Negra, ou a
semana cultural.
Este um assunto que precisa ser tratado com seriedade, devendo fazer parte do
cotidiano escolar, sendo trabalhado exaustivamente e no apenas de forma pontual e isolada.
um tema que diz respeito ao desenvolvimento da formao dos professores.
3 METODOLOGIA
Tendo em mente investigar o problema em suas mltiplas dimenses, a metodologia
empregada neste estudo de base qualitativa.
Levando-se em considerao que o presente estudo visa obter informaes acerca da
implementao da Lei n 10.639/2003 nas escolas, ou seja, investiga se estudos sobre a Histria
da frica e da Cultura Afro-Brasileira faz parte da rotina diria das escolas de Ensino Mdio
localizadas no municpio de So Gonalo do Amarante/RN, optamos como instrumento de coleta
de dados pela entrevista semi-estruturada e pela observao participante.
A entrevista uma das principais tcnicas utilizadas nas pesquisas qualitativas
constituiu-se de questes sobre o que os professores conhecem da Lei 10.639/2003 e quais aes
so desenvolvidas na escola durante o ano letivo que envolvem a temtica, permitindo-nos
interagir com os sujeitos pesquisados favorecendo a obteno das informaes desejadas.
A observao instrumento que permite ao pesquisador chegar mais perto dos sujeitos
nos possibilitou a familiarizao com o cotidiano das escolas estudadas.
Para registrar nossas observaes fez-se o uso de anotaes escritas, sempre com a
autorizao dos participantes da pesquisa. As anotaes constaram de registro detalhado do que
ocorre e uma parte reflexiva com as impresses do pesquisador, conforme sugerem Bogdan e
Biklen, citados por Ldke e Andr (1986). Ainda durante a coleta de dados, foram preparados
relatrios curtos mostrando algum aspecto interessante do estudo que podero ser
disponibilizados aos profissionais posteriormente (em um projeto de extenso, por exemplo) para
que possam refletir sobre sua prtica.
A partir de uma listagem disponibilizada pela Secretaria Municipal de Educao, foram
selecionadas 04 escolas de Ensino Mdio, localizadas na zona urbana do municpio de So Gonalo
1688
4 RESULTADOS E DISCUSSES
O lcus de estudo foi a escola Estadual Vereador Jos Moacir de Oliveira, localizada na Rua
Joo Paulo VI n16, no Bairro Loteamento Santa Terezinha, cujo espao fsico bem amplo, com
12 salas de aulas, sala de vdeo, sala de laboratrio de informtica, sala de laboratrio de qumica,
sala de laboratrio de biologia, quadra de esportes, auditrio, biblioteca, sala de multimeios,
almoxarifado, sala de professores, secretaria, direo, cantina, e 04 banheiros, alm de um ptio
com capacidade de receber todos os estudantes nos intervalos das aulas.
A modalidade de ensino da escola Ensino Mdio, funcionando nos turnos matutino,
vespertino e noturno, contendo dez turmas pela manh, dez turmas pela tarde, e oito turmas
noite. Abrigando no total 820 alunos.
O quadro de professores encontra-se completo, com 26 professores, todos com formao
acadmica de nvel superior, alguns com especializao, outros com mestrado. Na escola no tm
coordenadores pedaggicos.
1689
1690
disseram que no. Dos que responderam sim, 30% disseram que discutido em alguns momentos
do ano.
A dcima questo, dirigida aos mesmos sujeitos da questo anterior, averiguava saber se
existe incluso da temtica diversidade tnico-racial nas prticas pedaggicas da escola. Dos
entrevistados, 90% afirmaram que no e apenas 10% afirmaram que sim.
A dcima primeira pergunta, tambm dirigida aos professores e coordenadora, indagava se
o trabalho docente contemplava a diversidade tnico-racial. Dos entrevistados 80% responderam
que a abordagem dava-se como tema transversal dos PCNs na pluralidade cultural e 20% dos
entrevistados no marcaram nenhuma das opes.
Diante dos resultados, evidencia-se a falta de conhecimento da temtica no cotidiano
escolar, bem como a negligncia do poder pblico quanto disponibilizao de material didtico,
cursos de capacitao, etc. Tanto gestores quanto professores apontam o desejo de conhecer
sobre a Histria da frica e da cultura afro-brasileira. Portanto, fez-se necessrio uma urgente
interveno, como poltica pblica, de modo que esses profissionais tenham acesso a materiais e
cursos que o capacitem na difcil tarefa de implementao dessa Lei.
5 CONSIDERAES FINAIS
Esta pesquisa permitir reflexes sobre as contribuies que a incluso da Histria da
frica e da Cultura Afro-Brasileira trar ao cotidiano escolar, no sentido de diminuir os conflitos
nas relaes tnico-raciais. Alm disso, medida que a pesquisa for sendo divulgada, esperamos
contribuir para que as escolas pblicas de Ensino Mdio no municpio de So Gonalo do
Amarante/RN que ainda no o fizeram, possam incluir a Lei n 10.639/2003 em seus Projetos
Polticos Pedaggicos, ampliando dessa forma as aes desenvolvidas que contemplem a Histria
da frica e da Cultura Afro-Brasileira, de modo que esta temtica esteja presente nas suas rotinas
dirias.
Espera-se que a Lei 10.639/2003, bem como outras aes afirmativas tais como as cotas
nas universidades pblicas, por exemplo venham, de fato, alterar o quadro de desigualdades
tnico-raciais na sociedade brasileira, diminuindo os danos psicolgicos, materiais, sociais,
polticos e educacionais sofridos pela populao negra em solo brasileiro, de modo que a ascenso
social dessa populao no seja motivo de estranhamento nem objeto de matria publicitria por
seu carter extraordinrio.
Espera-se ainda que essa discusso aqui proposta possa de alguma forma, contribuir para a
construo de relaes tnico-raciais harmnicas no cotidiano escolar.
6 REFERNCIAS
BRASIL., Ministrio da Educao. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes
tnicos-Raciais e para o Ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Braslia, DF: 2004.
1691
1692
RESUMO
O objetivo deste trabalho discutir a utilizao de textos
de divulgao cientfica nas aulas de Fsica do Ensino
Mdio. Alm de possibilitar ao estudante a compreenso
do discurso cientfico, propiciar o entendimento que o
conhecimento cientfico deve ser gradual e constante,
devendo envolver um processo social e um estilo de vida.
Sabemos que os artigos publicados em revistas de teor
cientifico so escritos numa linguagem geralmente
1693
1 INTRODUO
Atualmente, a presena da cincia e tecnologia no mbito social, tem feito da divulgao
cientfica uma tarefa necessria. A necessidade da criao de uma cultura cientfica pblica, que
habilite e permita aos cidados a participao em processos decisrios que envolvem cincia e
tecnologia aproxima a divulgao cientfica da educao e lhe confere tambm um compromisso
pedaggico. Porm, o carter educativo da divulgao cientfica parece ainda despertar pouco
interesse e consequentemente est longe de consolidar-se, principalmente entre alunos do ensino
mdio. Reconhec-lo e consider-lo surge como um novo desafio a ser encarado, mas por ora, a
divulgao cientfica precisa buscar sobrepor problemas estruturais como, por exemplo, entender
de que tipo de formao acadmica seus praticantes carecem e de uma compreenso acerca de
termos e palavras utilizadas na linguagem cientifica.
1694
3 METODOLOGIA
A tipologia do trabalho de perfil qualitativo. De acordo com (LUDKE e ANDR, 1986): J
que na abordagem qualitativa procura-se alcanar uma viso holstica dos fenmenos, no qual a
preocupao com o processo muito maior que a preocupao com o produto, o ambiente
natural a fonte direta dos dados e o pesquisador o principal instrumento de coleta O
fenmeno estudado permitir fazer o estudo de caso, por ser uma unidade de ao flexvel,
contextualizar as questes propostas com as informaes do grupo social atravs da observao
participante e a entrevista semi-estruturada.
A investigao fomentar a elaborao e o manuseio dos instrumentos luz dos dados,
evidenciando com maior fluidez a literatura pertinente, associando assim, um processo de
sincronia entre teoria/dado/teoria, para compreender os fatores que podero interferir na
produo dos conhecimentos dos sujeitos da pesquisa. Para manter uma boa clareza na coleta de
dados e promover uma boa analise de documentos, optamos pelo grau de participao
classificado como observao participante. A escolha desta metodologia deu-se devido ao contato
direto dos pesquisadores com a situao estudada e pela necessidade de entender o processo de
domnio e de apropriao da linguagem da divulgao cientifica escrita. O desenvolvimento desse
trabalho teve como ponto de partida um breve aprofundamento de estudos de abordagens
qualitativas. Logo depois deste estudo, realizamos: Em um primeiro momento foi aplicado um
1695
QUESTIONRIO
1 - Voc j leu anteriormente algum texto de divulgao cientfica?
( )Sim ( )No
Nmero de respostas positivas = 05
Nmero de respostas negativas = 15
( )Totalmente desinteressante.
Opo assinalada por 2 alunos
1696
TERRA, publicado na revista Planeta, 421 edio, outubro de 2007. Por meio da aproximao dos
alunos com textos de divulgao cientifica, deu-se incio ao processo de simplificao desses
textos cientficos, mtodo esse que se caracteriza por ser um procedimento hbil, consistente em
reunies de conceitos fragmentados em outros mais abrangentes que, numa sucesso progressiva
de snteses - ou estgios - reduzem a complexidade do texto original para uma compreenso mais
fcil dos participantes envolvidos no processo de simplificao dos textos.
4 CONCLUSO
Propostas de ensino focadas na utilizao de textos de divulgaes cientficas tm sido
aplicadas em salas de aulas nos ltimos anos. A pesquisa aqui descrita vem juntar-se a imensa lista
de trabalhos nesta rea. A aplicao da mesma e as manifestaes dos estudantes que dela
participaram nos permitiram chegar s seguintes consideraes: embora a pesquisa ainda esteja
em andamento, pois foi realizada em apenas uma escola publica estadual, como parte da
disciplina de Fsica, nada impede que ela seja inserida nas vrias outras disciplinas que compem a
grade curricular presentes no ensino mdio, no exigindo a criao de uma disciplina especfica
para que possa ser levada a cabo. Entretanto, existe uma condio inicial para a sua
implementao que a existncia de textos de divulgaes cientficas que apresentem de forma
contextualizada contedos que estejam ao alcance do domnio de entendimento dos alunos
inseridos na pesquisa. Esta condio, portanto, no pode ser desculpa, para no se trabalhar com
textos de divulgaes cientificas, uma vez que essa condio pode ser atendida com maior ou
menor facilidade, dependendo da disciplina em que se pretende trabalhar os textos; vale salientar
o cuidado que se faz necessrio na escolha dos artigos.
Durante todo o estudo, foi interessante a verificao de textos que abordam no s
aspectos cientficos mas tambm, sociais e tecnolgicos, para uma possibilidade de reflexo sobre
esses assuntos, alm do cuidado dos temas dos textos de divulgaes cientificas, faz-se necessrio
saber escolher os textos com uma mdia de paginas no maior que cinco, pois textos com grandes
extenses exigem um tempo de leitura maior que aquele que os alunos consideraram razovel,
tornando-se assim um fator de desmotivao para a leitura de textos cientficos.
Diante dessas condies iniciais escolhemos textos cientficos com extenses entre duas e
quatro pginas, e, foi perceptvel a influncia dos textos cientficos, na vida escolar e social dos
alunos, uma vez que eles prprios relatam que a partir da implementao dessa pesquisa eles
esto buscando cada vez mais a o acesso a textos de divulgaes cientificas.
Por fim, vale destacar que a pesquisa abarca um maior leque de atividades que incluem a
leitura e discusso/interpretao de artigos cientficos e pode encontrar receptividade entre
alunos do ensino mdio e trazer para a sala de aula a oportunidade de desenvolvimento de
habilidades capazes de levar o aluno a um crescimento mais efetivo, no s quanto ao conhecer a
divulgao cientifica, mas tambm quanto ao conhecer e desenvolver sua capacidade de
comunicao, de trabalho em grupo e de pensamento crtico, que lhe favorea o progresso
profissional, pessoal e social.
1697
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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N
10.
2002.
Disponvel
em:
<http://www.eca.usp.br/nucleos/njr/espiral/papiro10.htm >Acesso em: 22 de janeiro 2012.
EINSTEIN, A. L. A Evoluo da Fsica. Rio de Janeiro. Zahar,1984 (4 edio)
LOPES, A.R.C. Contribuies de Gaston Bachelard ao ensino de cincias. 11 (3). 1993. pp. 324-330.
ZAMBONI, L.M.S. Cientistas, jornalistas e a divulgao cientfica: subjetividade e
heterogeneidade no discurso da divulgao cientfica. Campinas/SP: Autores associados. 2001.
1698
RESUMO
Atualmente, os alunos desde cedo so inseridos num
arsenal de tecnologias que a cada dia se renova, como
vdeos games, celulares, tabletes, laptops, netbooks
entre outros, com isso eles adquirem uma mentalidade
diferente e jeito de aprender mpar tpico da gerao.
Assim, esses alunos sentem menos dificuldades em
aprender num ambiente virtual, sentindo-se bastante
confortveis at motivados, visto que, j esto inseridos
na realidade desse mundo. Assim percebemos a
necessidade de atualizar o mtodo de ensino na
KEYWORDS: Teaching / learning, physical phenomena, pedagogical tool, virtual world, educational simulators.
1699
APRESENTAO
METODOLOGIA
1700
projeto. O estgio acontece numa escola pblica da cidade de Caic, onde o pblico alunos do
EJA (educao de jovens e adultos). Para essa fase utilizamos a sala de informtica para que os
alunos pudessem manipular os simuladores e assim construir seu prprio conhecimento
percebendo que existem vrias ambientes de aprendizado e que estudar Fsica no
necessariamente precisa ser em sala de aula convencional.
RESULTADOS E DISCURSSES
Quando usamos recursos virtuais conseguimos reproduzir com qualidade o mundo ldico
dos alunos e conseguimos realizar com segurana e qualidade experincias que dificilmente
seriam realizadas em sala de aula. Como salienta Aldrich (2009), tais elementos influenciam o
modo como os estudantes interagem com o objeto de estudo, enriquecendo as experincias de
aprendizagem. Quando perguntados qual a melhor simulao que eles acharam, responderam:
A da panela de presso, por que no podemos abrir, e o que acontece l dentro,
gostei muito! Aluna do 2 ano (EJA)
Aquela que mostra a diferena de calor e temperatura que pra mim era quase a
mesma coisa, e com a simulao deu pra ver a diferena. Aluna do 2 ano (EJA)
Esta possibilidade de ambientar o fenmeno que esta sendo estudado trs para o ensino
aprendizagem a capacidade do aluno poder relacionar os contedos aos seus conhecimentos de
mundo. Os mundos virtuais em sala de aula tambm favorecem a construo de atividades
colaborativas, pois professores e alunos podem manipular os mesmos simuladores
simultaneamente utilizando os mesmo mecanismos de manipulao sobre o ambiente. O fato de
estar usando uma mdia social, tambm possibilita que outras pessoas de outros lugares com
outras culturas, faam parte desse ensino aprendizagem. Assim, ficou decidido que s ao trmino
do cronograma os simuladores sero disponibilizados em um blog que ser criado e divulgado por
meio das redes sociais para que qualquer pessoa possa ter acesso aos simuladores.
1701
CONCLUSO
REFNCIAS BIBLIOGRFICAS
1702
RESUMO
1703
1 INTRODUO
Os ndios, muito antes do povoamento dos povos europeus e africanos habitavam as terras
brasileiras. Divididos em diversos povos de hbitos, costumes e lnguas diferentes tiveram um
papel importante na formao da nao brasileira. Estima-se que no perodo do descobrimento do
Brasil, a populao indgena variava entre trs a seis milhes de habitantes. No nordeste como um
todo, especificamente no estado do Rio Grande do Norte, existiu dois grupos lingusticos com
vrias tribos e aldeias. Os tupis guarani habitavam o litoral do estado, tinha os potiguaras como
umas das tribos mais representativas. J no interior do estado, o grupo J ou Tapuia, era o
predominante, formados por diversas tribos tais como: Jandus, Pataxs, Pajes, Paiacus, Moxors
entre outras. Tal classificao foi estabelecida pelos jesutas no perodo da catequizao indgena,
levando em considerao o dialeto falado por esses grupos.
Inmeras e diversas foram s contribuies que os povos indgenas deram formao
cultural do povo brasileiro, seja na alimentao, nas lendas e nos costumes, seja na msica, na
dana e na religio. A diversidade cultural brasileira se deve, sobretudo, presena do indgena,
que miscigenado com o povo europeu e africano constituram o modo de ser da populao
brasileira. As lendas, a alimentao, o folclore e a lngua, o hbito de tomar vrios banhos por dia,
o uso de chs, infuses e emplastros de plantas medicinais empregados na medicina popular. A
utilizao de redes para dormir. Na alimentao, a canjica, a tapioca, o beiju, a pipoca, a pamonha,
farinha de mandioca, entre outras comidas so contribuies da cultura indgena.
Dentre a rica diversidade cultural dos povos indgenas esto os jogos, brinquedos e
brincadeiras que influenciou a formao da cultura ldica tradicional da criana brasileira. Freyre
(1963) ressalta que da tradio indgena, ficou no brasileiro o gosto pelos jogos e brinquedos. De
acordo com Cascudo (2001) os jogos tradicionais brasileiros carregam a marca da miscigenao, a
mistura do europeu, do negro e do ndio. O legado indgena marcado pelos contos, lendas e
histrias transmitidas pela tradio oral. Constatou-se pela imerso na literatura que est
manifestao do folclore infantil potiguar, ainda no est devidamente registrada. No Rio Grande
do Norte, h vrias comunidades remanescentes indgenas com informaes essenciais para
o resgate destas tradies. Elas preservam de certa forma, a histria oral e a memria social
dos seus ancestrais, revelando costumes e tradies. Dentre as comunidades destacam- se os
Eleotrio do Catu - Canguaretama/RN, os Mendona do Amarelo - Joo Cmara/RN; os Caboclos
de Au; a Comunidade de Bangu e de Trapi, estas ltimas tambm em Au; a Comunidade
de Sagi, cujos antecessores Potiguara vieram da Baa da Traio/PB.
As tradies ldicas infantis, objeto deste estudo, revelam-se pelas msicas, pelos
jogos e brincadeiras, pelos brinquedos e, pelas festas e rituais. De acordo com os estudos
preliminares, as manifestaes ldicas indgenas eram diversas, e sintonizadas com aspectos
religiosos, culturais e geogrficos de cada regio. Os rituais, as letras e melodias, juntos com os
gestos corporais, representam as expresses artstico-culturais e o imaginrio coletivo da infncia
norte-rio-grandense de um passado recente, e que foi sucumbido pelas radicais transformaes
ocorridas na dinmica social, nas ultimas dcadas. So manifestaes ldicas inseridas no tempo e
espao, fundamentais para compreenso da histria e da cultura norte-rio-grandense. Neste
1704
sentido, o estudo tomou a seguinte questo como norteadora: quais os brinquedos de influncia
indgenas que so preservadas na memria e nas tradies da cultura ldica do Rio Grande do
Norte? Portanto, o objetivo principal deste trabalho est em revelar a contribuio da cultura
ldica indgena na formao do repertrio a ludicidade infantil, a partir do levantamento e registro
da memria da cultura ldica tradicional.
2 O CAMINHO METODOLGICO
O estudo realizou uma abordagem etnogrfica, atravs da observao das vivncias ldicas
tradicionais em comunidades rurais e urbanas do Rio Grande do Norte. Os costumes, as tradies
infantis, os hbitos foram objetos de registro. Alm da observao, os procedimentos da histria
oral foram utilizados como estratgia de coleta de informaes junto s pessoas
devidamente identificada em um estudo exploratrio, e que guardavam na memria registros da
sua infncia. De acordo com Thompson (1992), a histria oral a histria construda em torno da
vida das pessoas. Lana a vida cotidiana para dentro da prpria histria, alargando o campo de
ao. Traz a histria para dentro da comunidade e extrai a histria de dentro da comunidade.
Contribui para que os menos privilegiados, e especialmente os idosos, conquistem dignidade e
autoconfiana ao valorizar as suas histrias. Para Halbwach (2004) a memria individual tambm
uma memria coletiva, a medida que ela o reflexo das experincias construdas nas relaes
sociais. Quantos aos seus objetivos, a pesquisa se caracterizou por ser descritiva, quando se
props a fazer o registro do fato, sem tent-lo interpret-lo.
A amostra foi constituda tendo como base as cidades distruibuidas nas 19 microrregies
do Estado do Rio Grande do Norte. Entretanto, medida que as incurses aos municpios
aconteciam, ampliava-se a amostra, vrios municpios que no estavam no plano amostral inicial
foram incorporados. Ao final dos trabalhos de coleta de dados, trinta e trs municpios foram
pesquisados. Garantiu-se assim, a abrangncia de todo o estado, tanto do ponto de vista espacial
como histrico. Nessas microrregies, os municpios considerados mais antigos e uma localidade
da zona rural contriburam no fornecimento das informaes, sendo que antes da coleta houve
um levantamento de carter exploratrio para escolha dos informantes e de outras fontes de
pesquisa. Assim, a amostra inicial foi constituda por dezenove cidades mais antigas de cada
microrregio. Foram elas: 1-Microrregio do Agreste Potiguar: Nova Cruz, 1852; 2- Microrregio
Angicos: Angicos, 1850; 3- Micror-regio Barra Verde: Joo Cmara, 1928; 4- Microrregio
Borborema Potiguar: Santa Cruz, 1876; 5- Micror-regio Apodi: Carabas, 1868; 6- Microrregio
Litoral Nordeste: Touros, 1868; 7- Microrregio Litoral Sul: Goianinha, 1832; 8- Microrregio
Macaiba: Cear-Mirim, 1755; 9- Microrregio Macau: Macau, 1847; 10-Mdio Oeste: Augusto
Severo, 1870; 11- Microrregio Mossor: Mossor, 1852; 12-Natal: Natal, 1599; 13- Micro-regio
Pau dos Ferros: Portalegre, 1788; 14- Serid Ocidental: Caic, 1788; 15- Serid Oriental: Acari,
1833; 16- Serra de So Miguel: Luis Gomes, 1890; 17- Umarizal: Martins, 1841; 18- Vale do Au:
Au, 1788; e Serra de Santana: Flornia, 1890. Os municpios que no estavam relacionados na
amostra inicial e que contriburam na ampliao foram: Galinhos, Governador Dix-Sept Rosado,
Jandus, Antnio Martins, So Miguel, Cruzeta, Serra Negra do Norte, Parelhas, Santana do Serid,
1705
Bom Jesus, Tangar, Monte Alegre, So Jos do Serid, So Jos de Mipibu, Pedro Velho, Tibau do
Sul, So Bento do Norte, Caiara do Norte e Maxaranguape.
A coleta de dados aconteceu a partir dos seguintes procedimentos e instrumentos:
entrevista semiestruturada para obteno de dados junto s pessoas mais antigas e que
mantinham registrada na sua memria as brincadeiras e os processos de fabricao dos
brinquedos infantis; questionrio aberto aplicado s crianas dos locais visitados; filmagem dos
depoimentos e dos jogos populares tradicionais vivenciados pelos brincantes com ficha de
acompanhamento; roteiro para levantamento de equipamentos, materiais e brinquedos infantis;
visita s bibliotecas, arquivos pblicos, Secretarias de Educao e outras instituies para
obteno de documentos e informaes relevantes para o resgate dos jogos e brinquedos
populares; registro em vdeo e fotografia dos depoimentos e jogos.
Atravs das incurses no campo de pesquisa, foi possvel fazer um levantamento dos jogos
e brinquedos que integram a cultura ldica tradicional do Estado do Rio Grande do Norte. Cerca
de trezentos deles foram inventariados. As caractersticas regionais, geogrficas e culturais,
especficas de cada localidade, das comunidades rurais e urbanas foram registradas. O vocabulrio
de cada modalidade, as regras e suas variaes, as variaes de nomes, recursos materiais,
tcnicas de fabricao dos brinquedos, os espaos e tempos prprios para cada manifestao da
cultura ldica tradicional foram categorias chaves no processo de registro. Aps a incurso e o
tratamento das informaes, o repertrio de brinquedos identificados foi relacioados com os
estudos que registraram, em outras regies do pas, os brinquedos e jogos indigigenas. Este
procedimento teve a finalidade de indificar, dentre do universso pesquisado, o brinquedos que
eram de origem indigna ou que sofreram influncia em seu processo de resignificao na cultura
potiguar.
1706
1707
1708
jogo da ona, cama de gato, animais de palhas de carnabas; diversos tipos de apitos; arremedos
de pssaros; chocalho entre outros.
Nesse universo repleto de diversidade, destaca-se o chocalho que para Carneiro (1997) seja
o primeiro brinquedo utilizado para encantar a criana, entre os indgenas, cuja funo ia para
alm da distrao, ou seja, consistia em espantar os maus esprito. A peteca da palha de milho
brinquedo de contribuio indgena. Tem-se registro dela em outras culturas, mas a confeccionada
com palha de milho e de origem indgena. Kishimoto (1979, p. 254) ressalta que antes da chegada
dos portugueses ao Brasil, os nativos j jogavam peteca. A origem do vocabulrio peteca vem do
Tupi, cujo significado bater. Cascudo (2001) relata que a peteca era confeccionada com
palha de milho achatada, com uma decorao apenas de um chumao da prpria palha. Durante
o estudo, foram registradas outras variaes de petecas feitas com os diversos tipos de matrias
como: palha de milho, sabugo, meia, de agave e at mesmo de couro de bode.
Um jogo bastante comum nas comunidades pesquisadas foi o jogo da ona. O jogo
consiste em um tabuleiro traado no cho ou na areia usando-se pedras ou sementes como peas:
uma pea representa a ona e 14 outras (iguais entre si) representam os cachorros. Trata-se de
um jogo de estratgia para dois jogadores, em que um deles atua como ona, com o objetivo de
capturar as peas do adversrio. possvel encontrar muitas referencia sua origem indgena,
este um jogo de tabuleiro em que a estratgia a principal caracterstica.
As representaes de animais, atravs do barro, de ossos, palhas de carnabas e at
mesmo com cera de abelha so elementos de origem indgena. De acordo com Kischimoto (1993),
dentro da cultura indgena entre algumas tribos as mes faziam para os seus filhos brinquedos de
barro cozidos, representando figuras de animais e de gente. No universo infantil o barro
transforma em muitos simples brinquedos, tais como bonecos, animais e pequenas panelinhas, as
quais estimulavam a criatividade e alegrava a vida de muitas crianas.
1709
5 CONSIDERAES FINAIS
No universo dos brinquedos populares identificado pelo estudo, a presena cultural
indgena marcante. Pode-se inferir que as tradies ldicas indigena, de maneira geral,
manifestassem-se na cultura ldica potigura, reordenadas a partir de elementos retirados da
realidade social, organizadas em novas combinaes que produzem sentidos e significados no
processo de construo da prpria atividade ldica. Configuram-se como uma forma peculiar da
criana potiguar se relacionar com o mundo objetivo. So patrimnios da humanidade, que, de
acordo com Cabral (1985), pertencem histria das ideias, das mentalidades e das prticas sociais.
Revelam a expresso grandiosa da alma popular e tradicional, traduzida na necessidade do lazer e
alegria do trabalho. O qual de extrema importncia a preservao do Patrimnio Ldico Cultural
dos povos indgenas para que as futuras geraes possam conhecer e usufruir do legado deixado.
E que devido a crescente modernizao do modo de produo dos brinquedos e a globalizao da
sociedade atual, est levado esses brinquedos e brincadeiras ao ostracismo.
6 REFERNCIAS
BERNARDES, Lannes Elizabeth. Universidade Federal de Uberlndia. Jogos e Brincadeiras
Tradicionais: um Passeio Pela Histria. Cadernos de Histria da Educao. n. 4 - jan./dez. p. 4554, 2005.
BROUGRE, Gilles. A criana e a cultura ldica. Revista da Faculdade de Educao. So Paulo, v.
24, n. 2, 1998.
CABRAL, Antnio. Jogos populares portugueses. Porto: Editorial Domingos Barreira, 1985.
CARNEIRO, M. A. B. Jogo: um pouco da histria. O brinquedista. O Brinquedista, So Paulo, v. 19,
p. 3-3, 1997.
CASCUDO, Lus da Cmara. Dicionrio do folclore brasileiro. So Paulo: Melhoramentos, 1984.
CASCUDO, Lus da Cmara. Superstio do Brasil. 4.ed. So Paulo: Global, 2001.
1710
1711
RESUMO
1712
1 INTRODUO
O presente trabalho teve como objetivos: realizar o diagnstico de ensino de cincias nas
escolas pblicas dos municpios da regio do Trair/RN (Campo Redondo; Lajes Pintadas; Tangar;
Jaan; Coronel Ezequiel; So Bento do Trair, Jap, Serra caiada e Sitio Novo); Desenvolver uma
ferramenta de avaliao de ensino tendo como eixos temticos distribuio etria e por gnero,
formao profissional, prtica pedaggica, contedos considerados mais complexos e que
despertam maior interesse nos alunos; Realizar um levantamento acerca das principais
dificuldades encontradas pelos professores de cincias da regio com relao aos contedos
ministrados, e a partir da propor a formao de cursos de formao docente mais especficos;
Propor a implementao de polticas e aes voltadas para a melhoria da qualidade de ensino em
toda a regio.
A pesquisa foi desenvolvida com 48 professores de Cincias do 5ao 9 ano do ensino
fundamental das escolas pblicas localizadas nos municpios da regio do Trair, distribudos em 18
escolas pblicas. O diagnstico do ensino de cincias nas escolas foi realizado atravs de
entrevistas estruturadas com auxilio de questionrios destinados professores da rede de ensino.
Posteriormente coleta dos dados, estes foram armazenados na forma de banco de
dados utilizando-se o software estatstico SPSS v15.0. A anlise dos resultados foi feita levando-se
em considerao a regio do Trair como um todo.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A regio do Trair est localizada na mesorregio do Agreste Potiguar e na microrregio
da Borborema Potiguar, que compreende os municpios: Campo Redondo; Lajes Pintadas;
Tangar; Jaan; Coronel Ezequiel; So Bento do Trair, Jap, Serra caiada e Sitio Novo. Esta regio
composta de uma dezena de escolas publicas, entretanto, o nvel educacional da regio
bastante limitado, o que ficou confirmado pelos ltimos resultados divulgados das principais
ferramentas de avaliao da educao no pas, ENEM (exame nacional do ensino mdio) e IDEB
(ndice de desenvolvimento da educao bsica) (PORTAL MEC).
O avano de pesquisas na rea de educao bastante relativo, em especial no ensino de
cincias, consideramos que a sua expanso na educao aconteceu a partir de 1971 com a
promulgao da lei 5.692 que tinha em seu corpo a obrigatoriedade do ensino de Cincias Natural
para todas as series da educao bsica.
Atualmente o Ensino de Cincias (EdC) est no foco de muitas linhas de pesquisas tanto
na rea da educao como na rea de ensino de Cincias Natural e Matemtica, tendo quase
sempre como lcus em suas pesquisas o professor. Trabalhos de pesquisas acadmicas voltada
para os docentes so de grades relevncia para os estudos nessa rea (SANTOS, 1999; SLONGO,
2001; DELIZOICOV, 1998; BASTO E SOUZA, 2001; SCALA, 1988). Tais pesquisas, segundo Delizoicov
et AL (2009) enfatizam a preocupao com o EdC na postura do professor, pois o mesmo um
porta-voz de contedos.
Dessa forma, o docente est com o ponto de partida na construo do conhecimento
cientifico em uma dimenso didtico-pedagogica, no sentido que ele o responsvel pela
mediao do processo de aprendizagem do aluno (DELIZOICOV et AL, 2009).
1713
Infelizmente, essa dimenso didtico-pedagogica passa hoje por muitos professores como
uma retrica do EdC dos anos 60, onde os contedos eram jogados em grande escalas em sala
de aula para que os alunos os decorassem. Os professores ministrante de tal concepo
tradicional de EdC contribui com atividade de ensino que s reforam o distanciamento do uso dos
modelos e teorias para a compreenso dos fenmenos naturais e daqueles oriundos das
transformaes humanas, alm de caracterizar a cincia como um produto acabado e
inquestionvel: um trabalho didtico-pedaggico que favorece a indesejvel cincia morta.
(DELIZOICOV, ANGOTTI E PERNAMBUCO, p.32-33, 2009)
Tal cincia morta contribui para o analfabetismo cientifico, pois alunos que passam por
professores tecnicamente tradicionais no so capazes de ler e de escrever cientificamente. Dessa
forma, a alfabetizao cientifica tida por Lorenzetti & Delizoicov (p.1, 2001) como a capacidade
do individuo ler, compreender e expressar opinio sobre assuntos que envolvam a Cincia.
Preocupados com EdC na regio do Trairi, desenvolvemos uma pesquisa com o objetivo
de realizar uma caracterizao dos professores de cincia das escolas pblicas da regio, mais
precisamente com os professores do ensino fundamental.
3 METODOLOGIA
A pesquisa foi desenvolvida com 48 professores distribudos em 18 escolas pblicas da
regio do Trair, que contempla os municpios de Jaan, Serra Caiada, Coronel Ezequiel, Tangar,
Sitio Novo, Japi, Campo Redondo e Santa Cruz.
O diagnstico do ensino de cincias nas escolas foi realizado atravs de entrevistas
estruturadas com auxilio de questionrios. A entrevista levou em considerao os seguintes eixos
temticos: Perfil socioeconmico e a formao profissional do professor; A anlise da estrutura
fsica das escolas.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Dos 48 questionrios aplicados um total de quarenta foram devidamente respondidos e
devolvidos pelos entrevistados. Inicialmente, caracterizamos os entrevistados com relao faixa
etria e gnero (Tabela 1). Com relao a faixa etria, a maioria dos professores de cincias da
regio do Trair/RN encontra-se na faixa de 41-50 anos (22 professores), seguida das faixas de 3140, 20-30 e 51-60 com 13, 3 e 2 entrevistados, respectivamente. No que diz respeito ao sexo, h
uma predominncia de mulheres (26 docentes) com relao aos professores do sexo masculino
(14 docentes) dentre os educadores da regio.
Tabela 1. Distribuio dos professores de cincias da rede publica da regio do Trair com relao a faixa
etria e sexo.
SEXO
FAIXA ETRIA
FEMININO
MASCULINO
Total
20-30
31-40
41-50
51-60
Total
2
1
3
8
5
13
15
7
22
1
1
2
26
14
40
1714
Recentemente,
o
INEP
(Instituto
Nacional
de
Estudos
e
Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira) desenvolveu o Estudo do Professor a partir do Censo
Escolar da Educao Bsica 2007 com o propsito de apresentar um conjunto de informaes
sobre os professores das escolas brasileiras. Neste relatrio foi mostrado que dentre os
professores da educao bsica no Brasil, a grande maioria do sexo feminino (81,9%). Este
mesmo estudo mostrou que no Rio Grande do Norte, 77,9% dos professores so mulheres,
enquanto apenas 22,1% so homens. Outros estudos mostram uma predominncia de professores
do sexo masculino em relao ao sexo feminino, entretanto vale destacar que este perfil somente
passa a ser observado medida que se caminha para o ensino mdio e para a educao
profissional (MEC/INEP, 2003). Estes dados corroboram com o que foi observado no nosso
trabalho, predominncia do sexo feminino em relao ao masculino, o que de certa forma mostra
certa significncia da amostra populacional aqui definida.
Ainda, a maior parte dos professores encontra-se na faixa etria correspondente a 31-50
anos de idade (87,5%). Este dado extremamente significativo, j que est de acordo com o que
foi relatado pelo Estudo do Professor no Rio Grande do Norte (MEC/INEP, 2007) e com um
estudo realizado em escolas publicas de Pernambuco (Silva & Duarte, 2010), onde foi observado
que a faixa etria predominante de 36-55 anos (68%).
Aps a caracterizao individual dos professores de cincias da regio do Trair/RN,
iniciamos a avaliao do perfil acadmico dos mesmos. Dentro desta perspectiva, a formao
acadmica dos professores mostrada na figura 1. A maior parte dos professores possui formao
acadmica na disciplina de cincias biolgicas (31%), enquanto a menor parcela apresenta
formao na rea de fsica, com 11,9%.
Figura 1- Formao acadmica dos professores de cincias da rede publica da regio do Trair/RN.
Alguns dados devem ser considerados com relao formao profissional dos
professores da regio do Trair: 1) Vale destacar o grande nmero de pedagogos que
desempenham funes referentes s cincias naturais (19%). Este resultado extremamente
preocupante, j que de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDBEN), s
pode lecionar nos anos finais do ensino fundamental e no ensino mdio, o professor graduado
com licenciatura plena. Entretanto vale destacar que historicamente, as redes de ensino tm
encontrado dificuldades para manter em seus quadros professores com formao especifica; 2) A
presena de considervel percentual de professores de matemtica lecionando disciplinas das
1715
cincias naturais pode ser justificada atravs dos resultados encontrados por Lima (1996), que
desenvolveu um estudo do perfil dos docentes no estado de Pernambuco. Nesse estudo foi
verificada que boa parte dos professores que lecionam as disciplinas de qumica e fsica so
aqueles formados em matemtica; 3) O quantitativo de professores que no apresentam
formao superior (possuem apenas o ensino mdio e/ou magistrio) praticamente
insignificante, representando 7,1% dos docentes de cincias da regio. Esse dado bastante
considervel, j que segundo dados oficiais divulgados para o Rio Grande do Norte, dentre os
professores aptos para lecionar as mais diversas disciplinas bsicas do ensino fundamental, cerca
de 85% possuem o diploma de curso superior. Possivelmente, estes professores que no
apresentam diploma de curso superior se enquadram dentro da formao mnima admitida por lei
para o exerccio da docncia na educao infantil e nas quatro primeiras sries do ensino
fundamental (diploma de ensino mdio na modalidade magistrio), que por motivos diversos
passaram a lecionar nas sries finais do ensino.
Recentemente, o livro didtico aparece como uma das principais ferramentas de apoio ao
ensino de cincias. Entretanto, estes no conseguem acompanhar o aumento considervel de
informaes cientificas exploradas na mdia (EL-HANI, 2007), o que torna essencial aos professores
de cincias a busca de outros materiais didticos de apoio para contribuir para o seu
planejamento de aulas. Nossos resultados mostram que os professores, em sua maioria, no
encontram dificuldades para utilizar materiais didticos de apoio eficientes. Entretanto, um
nmero significativo de professores (35%) declarou encontrar dificuldades, pois segundo relatos
dos prprios professores, no havia biblioteca especializada no seu estabelecimento de trabalho e
os livros especializados so de difcil acesso financeiro. Todas os municpios avaliados tiveram pelo
menos um professor que declarou ter dificuldades em encontrar material especifico, mostrando
que possivelmente a infra-estrutura escolar deficitria uma realidade para toda a regio.
Figura 2 avaliao das dificuldades encontradas pelos professores de cincias em encontrar material didtico
especifico da rea.
1716
alunos da educao bsica, o que de certa forma, obriga o professor a utilizar parte considervel
do livro adotado.
Podemos tambm observar a partir da figura 3 que boa parte dos professores utiliza
vdeos, e em menor escala computadores como recursos didticos no ensino de cincias. A
utilizao especificamente de computadores em sala de aula pelos professores de cincias nos
leva a inferir os seguintes pontos: A associao do ensino de cincias com a informtica oferece
atualmente vrias possibilidades para ajudar a resolver os problemas de insucesso das cincias em
geral, como visto anteriormente por Fiolhais & Trindade (2003); a disponibilidade de
computadores aos professores da regio mostra o investimento, apesar de que ainda tmido, dos
municpios em ferramentas de ensino que promova a incluso digital dos estudantes.
Quanto ao ultimo ponto, dados recentes mostram que no municpio de Santa Cruz/RN,
principal municpio da regio do Trair, cerca de 60% das escolas avaliadas apresenta laboratrios
de informtica (SILVA ET AL, 2010). Se considerarmos esse percentual como representativo para
toda a regio, podemos concluir que apenas uma pequena parcela dos professores utiliza
efetivamente estes laboratrios, j que aqui, apenas 12 professores, o que corresponde a 30% do
total dos entrevistados, declararam utilizar computador como ferramenta didtica. Esse dado
mostra que no basta para os gestores municipais apenas investir em tecnologia, mas
principalmente oferecer programas de formao permanente dos docentes que estimule e d
possibilidades ao professor de integrar as atividades dos softwares educacionais existentes ao
contedo curricular de suas disciplinas.
consenso que apesar dos constantes avanos da cincia e das tecnologias observa-se
que o ensino de cincias naturais permanece ainda, na maioria dos casos, restrito s aulas
expositivas com mnima participao dos alunos. A utilizao de outras modalidades didticas tais
como: audiovisuais, ferramentas computacionais, prticas no laboratrio e na sala de aula,
atividades externas, programas de estudo por projetos e discusses, entre outras, quando ocorre,
se d por iniciativas espordicas de alguns professores, levadas a diante por enorme esforo
pessoal de tais profissionais (PACHECO, 2000). Portanto, interessante avaliar se os professores
de cincias da regio utilizam de outras modalidades didticas em detrimento da aula expositiva.
1717
As atividades mais utilizadas so: Atividades experimentais (16 professores); Feiras de cincias (13
professores); Visitas tcnicas (9 professores); Excurses (8 professores) (Figura 4).
Por fim, depois de caracterizada a pratica docente dos professores de cincias da regio
do Trair, decidimos avaliar se existe uma relao entre os contedos de cincias que mais
despertam interesse nos alunos e aqueles que os professores tem mais dificuldade em ensinar
(Figura 5). A figura 5A mostra os contedos que os educadores mostram maior dificuldade em
ensinar. Podemos destacar os contedos referentes as disciplinas de qumica (Ligaes qumicas;
tabela peridica e estrutura atmica) e fsica (Energia, movimento e ptica) como sendo os mais
complexo na viso dos professores de cincias, enquanto os contedos das cincias biolgicas,
1718
seres vivos e programa de sade, receberam apenas 3 e 2 citaes, respectivamente. com relao
aos contedos que mais despertam a ateno dos alunos (Figura 5B) podemos observar que os
contedos das cincias biolgicas so de longe mais atraentes (corpo humano, seres vivos e
sexualidade) quando comparados com aqueles da fsica e da qumica.
A anlise desses resultados nos traz algumas consideraes interessantes: Ao mesmo
tempo em que os contedos de fsica e qumica so mais complexos para os professores, tambm
so os que menos despertam a ateno dos alunos em sala de aula. Por outro lado, os contedos
das cincias biolgicas parecem ser os mais atraentes tanto para professores e alunos. Parece
tambm existir uma relao direta entre falta de preparo do professor com contedos especficos
e desinteresse dos alunos. Finalmente, os resultados apresentados na figura 1, que mostra que os
professores formados em licenciatura plena em fsica e qumica correspondem a 11,9% e 16,7%,
respectivamente, provavelmente justifica a averso dos professores de cincias aos contedos
destas disciplinas, o que conseqentemente compromete o aprendizado dos alunos na sala de
aula.
Figura 5 (A) Relao dos contedos considerados mais complexos pelos professores de cincias e (B) os contedos
que mais despertam a ateno dos alunos.
CONSIDERAES FINAIS
1719
pedagogos, matemticos e professores sem formao nas salas de aula. Todos esses dados
refletem na prtica docente dos professores, sendo que os contedos fsicos e qumicos so mais
complexos para os professores, o que consequentemente despertam menos interesse nos alunos.
Apesar disso, boa parte dos professores de cincias das escolas publicas do Trair procuram
minimizar a falta de capacitao profissional e de infra-estrutura escolar, principalmente no
desenvolvimento de mtodos alternativos de ensino, como praticas laboratoriais e feiras de
cincias. A partir dos resultados apresentados aqui, faz-se urgente e necessrio investimentos na
formao acadmica dos professores e na oferta de cursos de formao continuada,
especialmente, na rea das cincias fsicas e qumicas, bem como na rea de informtica, j que
apesar de boa parte das escolas apresentarem laboratrios de informtica, este recurso encontrase subutilizado. O IFRN Santa Cruz se insere nesse contexto atravs da oferta de cursos que
contribuam com a formao continuada de professores da regio e desenvolvendo, junto com os
professores, mtodos dinmicos de ensino o que tornar as aulas mais atrativas e prticas com o
uso de materiais concretos.
6 REFERNCIAS
BUENO, M. A. A importncia do estudo do meio na prtica de ensino em geografia fsica
.B.goiano.geogr, Goinia, v. 29, n. 2, p. 185-198, jul./dez, 2009
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DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Cincias: fundamentos e
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Gentica. In: ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCAO EM CINCIAS (ENPEC), V., 2005, Bauru, Atas
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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS EDUCACIONAIS ANSIO TEIXEIRA INEP. Estatsticas dos
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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS EDUCACIONAIS ANSIO TEIXEIRA INEP. Estatsticas dos
professores no Brasil. Braslia, 2007
WERTHEIN J. O ensino de cincias e a qualidade da educao. Cincia Hoje. 23 de agosto de 2006.
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rede municipal de recife. Ensaio: aval. pol. pbl.Educ., Rio de Janeiro, v.14, n.52, p.397- 412, 2006.
LIMA, N. S. Diagnstico da formao docente em Pernambuco. Relatrio de pesquisa. Recife: FUNDAJ,
Ed. Massangana, 1996.
1720
1721
RESUMO
1722
1 INTRODUO
A partir da segunda metade do sculo XX, a temtica ambiental passou a ganhar destaque
nos mais diferentes setores com a divulgao pela mdia dos grandes desastres e problemas
ambientais como os crescentes ndices de desmatamento, queimadas, descarte de poluentes nos
rios e mares, que geram graves problemas de ordem social, econmica, cultural e ecolgica. Estes
problemas so o resultado de uma administrao mal orientada e influenciam a crise ambiental
que est associada a muitas outras crises, e tem um significado especial porque da sua soluo
depende a sustentabilidade do planeta e a vida das geraes futuras. Pode-se afirmar que nos
encontramos em uma encruzilhada histrica.
Deve-se adotar a conscincia que estamos todos em uma mesma morada, a terra, onde
sabemos que possui fortaleza e fragilidades e que sensvel a nossas agresses. Isso nos faz
perceber que somos cidados plenos da comunidade bitica. Por isso, exigido de ns que
fiquemos mais atentos a nossa relao com a natureza, e como princpio notar que somos seres
naturais e que a natureza tudo o que est em nossa volta. Assim, devemos rever a nossa
percepo para as condies e pr-requisitos ecolgicos que do suporte as diversas formas de
vida.
necessria uma modificao nos hbitos, para que haja conservao da vida no planeta, e
assim sobrevivemos, de contra partida, se continuamos a destruir o equilbrio dinmico das foras
da natureza teremos graves consequncias. Se observarmos os ecossistemas e o funcionamento
biolgico e fsico-qumico do mundo e a prpria sociedade, veremos que apresentam um padro
de funcionamento em rede de interaes interdependentes. Atravs disso, podem ser inseridos
novas compreenses, demandas educacionais e sociais, valores esses que traro mudanas no
modelo educativo atual e com a introduo nas redes de interaes, antes mencionadas, podero
trazer mudanas. E para isso contribuio dos educadores e instituies comprometidas com o
desenvolvimento sustentvel do cidado, faro as mudanas necessrias.
Com isso, torna-se necessrio uma educao para a vida, que ultrapasse os muros da
escola e possibilite aos alunos uma viso sustentvel que pressuponha a compreenso da essncia
e importncia da vida de todas as criaturas existentes no planeta. Alm disso, preciso possuir a
responsabilidade pela vida e por todos os seres da natureza, que por fim saber agir com
sabedoria e respeito. Porm, para que essa educao seja posta em prtica necessrio
reconstruir a partir de agora as prticas do amor vida para se construir um futuro, realmente,
sustentvel.
Assim, a Educao Ambiental para a sustentabilidade, toma como base as atividades
transdisciplinares, que pratica a integrao de conhecimentos cognitivos, ao, emoo,
convivncia que facilitam a formao de redes de intercmbios e interaes, esse o caminho
mais eficiente para a construo de uma sociedade melhor, que tenha uma viso sustentvel. A
partir deste caminho poderemos ampliar as oportunidades para uma vida longa, saudvel e digna,
e expandir o acesso s informaes que circulam no mundo, levando ao bem-estar espiritual e
material associado participao ativa e consciente com aes coletivas.
1723
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A pesquisa que fundamentou este projeto de carter exploratrio e descritivo, foi
desenvolvida a partir de levantamento bibliogrfico, anlise crtica dos textos selecionados e a
observao das prticas de ensino dos professores da escola em questo. A anlise crtica dos
textos selecionados teve como estratgia investigar rigorosamente os conceitos e os fatores que
identificam e contribuem para o conhecimento rigoroso do objeto de estudo. Enquanto que o
contato direto com as prticas de ensino aprendizagem dos professores e a relao de todos da
escola com o meio ambiente auxiliaram no desenvolvimento da metodologia utilizada nas prticas
de educao ambiental.
3 METODOLOGIA
O foco principal da pesquisa foi o desenvolvimento de atividades que envolvessem o corpo
docente e decente da escola, levando a reflexo acerca da temtica ambiental e, principalmente,
as medidas a serem adotadas para a resoluo dos problemas atuais. Alm disso, foi trabalhada a
produo de atividades que envolvessem os alunos, os professores e a comunidade, buscando a
formao conjunta de uma educao ambiental para a sustentabilidade. Foram realizadas oficinas,
danas circulares, plantao de horta no espao da escola, atividades interdisciplinares de
educao ambiental de acordo com o contedo estudado pelos alunos, confeco de um material
contendo atividades e dicas de possveis prticas a serem desenvolvidas pelos professores, tudo
isso para a formao de uma conscincia ambiental para a sustentabilidade.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A Educao Ambiental uma temtica de extrema importncia para ser trabalhada, mas
foi inserida a transdisciplinaridade para facilitar a compreenso para os alunos do ensino
fundamental, da escola em questo, para que eles desenvolvam uma viso geral e crtica dessa
temtica e desenvolvam uma percepo dos problemas e solues no seu cotidiano.
Para isso, foi tomado como base os Parmetros Curriculares Nacionais que adota o tema
transversal como sendo uma maneira eficaz de transmisso de uma conscincia global das
questes relativas ao meio ambiente e assim assumirem a responsabilidade de preservar os
elementos naturais. De acordo com os Parmetros:
1724
A escola dever, ao longo das oito sries do ensino fundamental, atravs da temtica
ambiental:
[...] oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fatos
naturais e humanos a esse respeito, desenvolva suas potencialidades e adote posturas
pessoais e
comportamentos sociais que lhe permitam viver numa relao construtiva
consigo mesmo e com seu meio, colaborando para que a sociedade seja ambientalmente
sustentvel e socialmente justa; protegendo, preservando todas as manifestaes de vida
no planeta; e garantindo as condies para que ela prospere em toda a sua fora,
abundncia e diversidade (Parmetros Curriculares Nacionais, 2001, p. 53).
1725
1726
Figura 1: Horta presente na rea pertencente escola. Atividade desenvolvida com os alunos para o contato
com a natureza.
Figura 2: Confeco de porta lpis que utiliza rolos de papel higinico, matrias reciclveis coletados em
casa.
1727
Figura 3: Produo do quebra-cabea com tema poluio ambiental. Foi trabalhada a poluio do ar, gua,
solo, sonora e visual. O objetivo formar nesses alunos uma viso crtica e buscar alternativas para eliminar esses
problemas.
Logo, o tema transversal Meio Ambiente que serviu de base para a construo da Educao
Ambiental, foi integrada a Transdisciplinaridade e assim sendo tratada nas diversas reas de
conhecimento, de forma a compor toda a prtica educativa e, assim, criando uma viso global a
questo ambiental.
5 CONCLUSO
Ao termino dessa etapa do projeto, foi perceptvel que os alunos e professores adotaram
boa parte das prticas de cuidado com o meio ambiente em seus cotidianos onde podemos
perceber que a educao possui um importante papel na sociedade sendo capaz de reconstruir
conceitos e paradigmas j estabelecidos. importante ressaltar que independe de idade, pois a
Educao Ambiental Transdisciplinar consegue mudar pensamentos e aes.
Logo, a escola foi a primeira a desfrutar das mudanas de hbitos e conscincia do corpo
docente e discente, e atravs das atividades desenvolvidas em grupo foi trabalhado o respeito a
natureza, a si e ao prximo, a utilizar com conscincia tudo o que nos oferecido no espao da
escola a gua, energia, os materiais escolares e a cuidar da estrutura fsica da escola, com uma
viso sustentvel que usar com limites hoje, para poder desfrutar amanh, tanto ns como as
prximas geraes.
A comunidade escolar passou a compreender a gravidade dos problemas ambientais e o
desenvolvimento de valores e atitudes de respeito ao meio ambiente. Claro que o papel da
comunidade de grande importncia porque a educao no acontece apenas de cima para
1728
baixo. O que se requer no apenas um consentimento passivo, mas a participao ativa das
pessoas. Deve-se instruir a populao e mostrar seu papel na sociedade, seus direitos de vida
digna e saudvel, e seus deveres para que seus direitos prevaleam, alm de informar sobre
diferentes assuntos e seu carter complexo, que resultado da inter-relao de aspectos
biolgicos, fsicos, sociais, econmicos e culturais. A conscientizao da opinio pblica, a
educao e formao de crianas e jovens conscientes so o melhor caminho para a recuperao
da vida no planeta.
Com isso, o podemos ver o processo de mudanas de hbitos, vises, atitudes e
conscincia da comunidade o que nos prova que a Educao Ambiental para a Sustentabilidade
eficiente quando bem trabalhada utilizando as ferramentas corretas, essas ferramentas podem
contribuir para a construo de uma sociedade em equilbrio com a natureza e a formao de
seres humanos conscientes da importncia das pequenas atitudes para a preservao do meio no
qual fazem parte: o meio ambiente.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CAPRA, Fritjof. et al. Alfabetizao ecolgica: a educao das crianas para um mundo
sustentvel. So Paulo: CULTRIX, 2006.
DIAS, Genebaldo Freire. Educao Ambiental: princpios e prticas. 8. ed. So Paulo: Gaia, 2003.
PARMETROS CURRICULARES NACIONAIS: meio ambiente: sade / Ministrio da
Educao. Secretaria da Educao Fundamental. 3 ed. Braslia: A Secretaria, 2001.
PELICIONI, A. F.; RIBEIRO, Helena. Percepes e prticas de estudantes a respeito de meio
ambiente, problemas ambientais e sade. 1998, p. 1-8. Disponvel em:
<http://www.bvsde.paho.org/bvsaidis/eduamb/peru/braesp278.pdf>. Acesso em: 21 de set. 2007
1729
RESUMO
of Life, part of the Center for Research on Socioenvironmental dynamics in Trairi - NUPEDS, IFRN Campus
of Santa Cruz, and results from the continuity of previous
studies about environmental education in the
municipality of Santa Cruz.
1730
1 INTRODUO
O trabalho Educao ambiental no municpio de Santa Cruz/RN: limites e possibilidades
objetiva discutir os limites e as possibilidades de um projeto de educao ambiental no municpio
de Santa Cruz, partindo do princpio da sua obrigatoriedade, considerando, porm, as dificuldades
para sua implantao, como a formao dos professores, e evidenciando as possibilidades de
efetivao de um projeto desta natureza.
A necessidade de vivermos em harmonia com o ambiente do qual fazemos parte coloca em
evidncia a importncia da educao ambiental em todos os nveis de escolaridade, de modo a
construir valores que possibilitem uma convivncia saudvel com o ambiente e com as demais
espcies de nosso planeta. Neste sentido, um importante passo foi dado com a publicao da
Constituio Federal do Brasil, de 1988, quando a Educao Ambiental se tornou exigncia a ser
garantida pelos governos federal, estaduais e municipais (artigo 225, 1o, VI). No entanto, a
legislao brasileira para a Educao Ambiental carece de muitas regulamentaes, inclusive no
que concerne formao dos professores.
Compreendemos que a educao um processo contnuo, e as questes ambientais devem
estar presentes em todos os nveis de escolaridade, de modo a promover mudanas de valores e
comportamentos que possibilitaro um desenvolvimento sustentvel, partindo do princpio de
que a natureza no uma fonte inesgotvel de recursos, evidenciando a necessidade de se
combater o desperdcio e otimizar os recursos naturais. No podemos perder de vista o fato de
que as questes ambientais esto intimamente relacionadas qualidade de vida, exigindo
planejamento cuidadoso em relao ocupao do solo, tanto nas reas rurais como urbanas, ao
transporte, ao lazer e a proteo dos recursos naturais.
Nesse contexto, de acordo com os Parmetros Curriculares Nacionais: Educao Ambiental
(BRASIL, 1998, p. 181):
[...] fica evidente a importncia de educar os brasileiros para que ajam de modo
responsvel e com sensibilidade, conservando o ambiente saudvel no presente e
para o futuro; saibam exigir e respeitar os direitos prprios e os de toda a
comunidade, tanto local como internacional; e se modifiquem tanto
interiormente, como pessoas, quanto nas suas relaes com o ambiente.
Considerando que a Educao Ambiental no Brasil est amparada pela Lei n 9.795, de 27
de abril de 1999, que institui a Poltica Nacional de Educao Ambiental, e estabelece, no Art. 2,
que A educao ambiental um componente essencial e permanente da educao nacional,
devendo estar presente, de forma articulada, em todos os nveis e modalidades do processo
educativo, em carter formal e no-formal. (BRASIL, 2013), relevante uma investigao acerca
dos limites e possibilidades de efetivao da Educao Ambiental no municpio de Santa Cruz/RN,
verificando os limites e as possibilidades para sua realizao.
1731
1732
Apesar de ser um dever dos sistemas de ensino a oferta de formao continuada aos
professores, muitas vezes essas formaes no ocorrem, ou so realizadas de forma aligeirada,
somente para cumprir exigncias legais, como verificamos durante a realizao da pesquisa nas
escolas de Santa Cruz. necessrio, como diz Dias (2013)
[...] a criao de polticas pblicas que garantam a continuidade, o fortalecimento
e a permanncia de equipes de formao nos municpios e estados, atravs, por
exemplo, de articulaes entre as secretarias de educao, as escolas e as
universidades.
1733
3 ALGUMAS CONSIDERAES
Discutir os limites e as possibilidades da educao ambiental de Santa Cruz evidenciou a
necessidade de se realizar uma formao continuada de qualidade para os professores em
exerccio. preciso que a Secretaria Municipal de Educao e a Diretoria Regional de Educao
(DIRED), juntamente com as instituies de formao de professores da regio, estabeleam uma
poltica de formao continuada de forma sistematizada, de modo a diminuir os limites e ampliar
as possibilidades de uma educao ambiental no municpio de Santa Cruz.
4 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANDRADE, D. F. Implementao da Educao Ambiental em escolas: uma reflexo. In:
Fundao Universidade Federal do Rio Grande. Revista Eletrnica do Mestrado em Educao
Ambiental, v. 4.out/nov/dez 2000.
BRASIL. LEI No 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999. Disponvel
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em 16 de maio de 2013.
em:
1734
RESUMO
Este presente trabalho visa mostrar e avaliar a presena
dos pais no acompanhamento escolar de seus filhos e a
orient-los na forma correta de como realizar esse
acompanhamento. A educao familiar tem total
influencia no desenvolvimento escolar de um aluno, nela
podemos observar o que deve ser feito para melhorar
essa determinada situao e identificar problemas
diversos atravs do dialogo. A pesquisa foi realizada com
os pais de alunos do ensino fundamental e mdio de
escolas da rede municipal e estadual de ensino,
localizadas na zona rural do municpio de Apodi RN. O
1735
1 INTRODUO
A educao familiar deve funcionar de forma coerente e direta, ela pode trazer pontos
positivos no desenvolvimento do aluno, exemplo disto seria uma maior ateno dos pais com seus
filhos, o aumenta do dialogo entre ambos, a maior interao entre os dois gerando a confiana,
em relao a esses pontos pode-se observar a motivao de alguns alunos que tomam como
principal objetivo impressionar seus pais e deix-los orgulhosos. No mundo capitalista onde
vivemos, os pais esto cada vez mais afastados de seus filhos, deixando de participar no
acompanhamento escolar e esquecendo que so eles, a principal fonte de educao que seus
filhos podem ter. Quando um erro for cometido deve ser corrigido imediatamente, caso contraria,
pode vir a ocorrer algum tipo de conflito ou gerar um problema ocasionado por brigas ou
discusses que venham a acontecer internamente.
Esses problemas podem refletir no desenvolvimento e no rendimento do aluno em mbito
escolar, uma famlia problema gera um filho ou aluno problema. Muitos fatores podem influenciar
na educao, a famlia um deles, ela deve atuar diretamente, usando o dialogo como principal
ferramenta, quando um pai ou uma me conhecem realmente seu filho e isso s acontece se o
dialogo acontecer, eles podem identificar algum problema que esteja acontecendo e
imediatamente tentar resolve-lo.
Na escola, muitas vezes os alunos que apresentam rebeldia e baixo rendimento acadmico,
so os mesmos que no recebem ateno em casa e procuram chamar a ateno na escola por
meio de badernas e ficando com notas baixas, chegando at a rir da sua prpria nota, isso pode
ser observado em ambientes em que os filhos sentem falta de algum conselho ou at mesmo de
um amigo para pode conversar, ento, eles procuram algum tipo de ajuda e quando no acham
acabam descontando sua raiva em situaes diversas, ocasionando brigas e conflitos com
professores e colegas.
Tiba afirma que a falta de limites, carrega o peso de ser a responsvel por uma gerao
desinteressada e sem cidadania. Os pais aceitam que os filhos faam o que tem vontade para no
contrariar, achando que assim sero lideres. um engano. (TIBA, 2008). Com isto os pais devem
desenvolver autoridade prpria e impor seu domnio sobre seus filhos, que muitas vezes
contrariam a opinio do verdadeiro significado de serem pais ou apenas porque a mensagem no
foi passada corretamente.
Ferreira fala sobre cortar o mal pela raiz ou comear a resolver o problema pela raiz,
ele mostra a raiz como se fosse a base, a famlia. Enfatizando tudo que ocorre ou o que ainda vai
ocorrer, tudo sempre passa pela raiz e nela que podemos identificar o problema e resolve-lo.
(FERREIRA, 2012) traa um plano metodolgico de como a escola e os professores podem orientar
os pais de como participar melhor na educao de seus filhos.
Os filhos muitas vezes assimilam de forma errada uma ao que o pai fez em casa e acaba
repetindo-a na escola, como movimento de revolta ou de raiva. TIBA reputa a cobra de bons
exemplos pelos pais aos filhos como uma receita para a consolidao da cidadania, ao invs de
copiar ms condutas.
1736
Quando os pais apresentam algum tipo de problema que ocorre dentro de casa, eles no
param para pensar que o mesmo pode influenciar no rendimento e desenvolvimento acadmico e
social de seus filhos. O problema deve ser resolvido internamente e entre, e somente entre os
pais, mas e quando o problema est diretamente relacionado aos filhos o que fazer? Quais os
procedimentos devem ser tomados em primeira instancia? Onde buscar orientao? So essas e
muitas outras dvidas que a sociedade se depare e no buscam resposta. A educao familiar est
cada ver mais entre as escolas, atravs de palestras, seminrios e oficinas e diversas outras
experincias que capacitem os pais a participar ativamente no desenvolvimento acadmico social
de seus filhos.
Os professores da escola colaboraram com um debate que foi realizado internamente com
os apresentadores das palestras visando esclarecer sobre o assunto, a opinio deles foi de
extrema importncia e serviu como orientao para futuras apresentaes.
2 FUNDAMENTAO TERICA
Ferreira fala sobre cortar o mal pela raiz ou comear a resolver o problema pela raiz,
ele mostra a raiz como se fosse a base, a famlia. Enfatizando tudo que ocorre ou o que ainda vai
ocorrer, tudo sempre passa pela raiz e nela que podemos identificar o problema e resolve-lo.
(FERREIRA, 2012) traa um plano metodolgico de como a escola e os professores podem orientar
os pais de como participar melhor na educao de seus filhos.
Tiba afirma que a falta de limites, carrega o peso de ser a responsvel por uma gerao
desinteressada e sem cidadania. Os pais aceitam que os filhos faam o que tem vontade para no
contrariar, achando que assim sero lideres. um engano. (TIBA, 2008). Com isto os pais devem
desenvolver autoridade prpria e impor seu domnio sobre seus filhos, que muitas vezes
contrariam a opinio do verdadeiro significado de serem pais ou apenas porque a mensagem no
foi passada corretamente.
A cultura de cada local diferencia a educao prestada por pais e professores.
As crianas das famlias em estudo so socializadas e educadas num ambiente profissional
e familiar fortemente etnicizado, onde a pertena tnica se tem revelado fundamental na
estruturao do habitus, construindo e desenvolvendo privilegiadamente relaes de
sociabilidade intra-tnicas. (CASA-NOVA, 2005).
Muitos pais pensam que a porcentagem maior da educao est com as escolas. Ledo
engano. A escola representa um complemento, um direcionamento, um vis, na complementao
da educao familiar (RODRIGUES, 2008). Por mais que os educadores desempenhem papel
primordial na orientao da criana, no exime os pais da responsabilidade maior na educao de
seus pimpolhos. Uma idade ideal para os pais brindarem seus filhos com excelente educao vai
dos zeros aos sete anos de idade. Dos sete aos 14 a situao complica um pouco.
1737
3 METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste trabalho, fez-se necessrio um levantamento bibliogrfico,
para servi como orientao. Em primeiro, visitamos cinco pais em suas residncias para fazer sua
caracterizao e alguns questionamentos sobre o assunto abordado, o Questionrio (Anexo 01) foi
usado de forma oral. Com base nas respostas dos questionrios, reunimos o mximo de pais
possvel, para conversar, discutir e orient-los sobre a maneira de como participar corretamente
no desenvolvimento escolar de seus filhos. O encontro ocorreu na mesma escola.
A reunio foi dividida em duas partes, na primeira foi feito uma palestra com durao de
25 minutos, com o seguinte tema: A participao dos pais no desenvolvimento acadmico e
social de seus filhos. A palestra foi apresentada pelos bolsistas do Programa Institucional de
Bolsas de Iniciao a Docncia (PIBID). A palestra ressaltou pontos como a importncia da famlia
na escola; a forma certa de conversa com seu filho, entre outras. Depois foi aberto um perodo de
30 minutos para questionamentos e discusses, foi importante o esclarecimento de algumas
dvidas que fossem apresentadas. No ultimo momento, foi proposto uma oficina que haveria
formao de dois grupos contendo quatro pais cada, onde os mesmos apresentariam situaes,
que podem vir a acontecer nas famlias, s situaes eram as seguintes:
O aluno se meteu em uma briga na sala de aula e foi expulso!.
O filho tirou nota baixa e culpou o professor.
Os professores da escola participaram de um debate interno, depois deste foi criado uma
lista de metas para aproximar os pais do mbito escolar que podem ser vistas nos seguintes
pontos:
1738
Essas metas foram criadas pela banca apresentadora das palestras e pelos professores,
mas, s poder ser posta em prtica com o total empenho dos docentes e dos pais, as mesmas
serviro para estudos futuros caso essas ideias tenham obtido algum xito.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Na Tabela 01 podem ser observadas as caracterizaes dos entrevistados que nos permitiu
uma melhor avaliao, tendo em vista que alguns grupos familiares continham apenas um Pai ou
uma Me, tenho melhor aproveitamento se os dois participassem ativamente no processo de
ensino de seu(s) filho(s).
Tabela 01: Caracterizao dos entrevistados.
Pai 1
Pai 2
Pai 3
Pai 4
Gnero
Feminino (Me)
Feminino (Me)
Masculino (Pai)
Idade
Localidade
Onde Mora
Renda
Familiar
Total de
Pessoas que
Moram na
residncia
Total de Filhos
36
Zona Rural
Feminino e
Masculino
(Casal)
38 e 42
Zona Rural
35
Zona Rural
40
Zona Rural
4 pessoas
4 salrios
mnimos
5 pessoas
2 salrios
mnimos
2 pessoas
4 salrios
mnimos
3 pessoas
3 salrios mnimos
Os resultados dos questionrios aplicados aos pais podem ser observado na Tabela 02. Os
pais tiveram dificuldades em responder as questes oralmente, mas tudo caminhou bem e de
forma coerente eles puderam expressar alguns problemas que eles enfrentam.
Tabela 02: Resultados dos questionrios aplicado aos pas.
Questes
01
Resposta/ Pai 1
Bem, procuro
cobrar o
mximo deles e
a d alguns
exemplos de
vida para
motiv-los.
Resposta/ Pai 2
Boa, nossa
participao
tranquila,
sempre
procuramos os
professores para
saber como
esto as notas.
02
Procuraria a
direo para
Sempre o
aconselhamos
Resposta/ Pai 3
Sempre
procuro saber
como est o
comportamento
dele e suas
notas, acho que
sou bem
participativo e
sempre procuro
cobrar
bastante.
Acho que iria
resolver o
Resposta/ Pai 4
Acho que boa,
vou s reunies,
eventos e
converso com os
professores sobre
as notas e seu
comportamento.
No sei, acho
que esses
1739
resolv-lo e se
preciso tomaria
as providencias
necessrias.
para no fazer
besteira na
escola e sempre
prestar ateno
nas companhias
que andam com
ele.
assunto na
escola junto
com ele, e
procuraria
deix-lo de
castigo se
necessrio.
03
Sim, sempre
digo a ele o que
certo e o que
errado, mas
nem sempre ele
segue esse
conselho.
04
Sim,
principalmente
com suas notas,
por que quando
as notas esto
baixas, ele leva
um puxo de
orelha.
05
Cobraria mais
dele, de forma
que o impedisse
de fazer coisas
que ele goste de
fazer, j fiz isso
uma vez e
funcionou.
Sempre
Quando
conversamos
conversamos,
com ele, no s
geralmente ele
assuntos
no me d
relacionados a
ateno, ento
escola mais
fica difcil
tambm em
conversar
relao a sua
sozinha.
vida.
Participamos
Sim, Quando
sim, mas com
ele participa os
restries,
jogos (JERNs),
quando tem
de gincanas e
algum evento na
outras
escola acabamos atividades estou
sabendo por
sempre
outra pessoa e
incentivando
no por ele,
ele,
Como se ele nos
evitasse irmos
escola.
No sei isso
Ele j foi
nunca
reprovado um
aconteceu, mas
ano e quando
se acontecer um soubemos disso
dia tenho
ficamos
certeza que ser chateados, mas
a nica vez,
ele concertou o
procuraria
erro sem nossa
corrigir o erro
participao,
que foi
apenas dissemos
cometido ao
a ele que
decorrer do
estudasse mais
ano
para isso no vir
a ocorrer
novamente.
problemas esto
diretamente
ligados a outros
colegas de m
inteno e
resolveria
conversando com
a direo e com
ele.
Concerteza, ns
pais precisamos
conhecer
realmente nossos
filhos, e
conseguimos isto
atravs da
conversa.
Participamos
sempre que
possvel, Quando
ele viaja com a
escola ou faz
qualquer
atividade extra,
sempre pergunto
como foi e se ele
gostou.
Isso j
aconteceu, mas
no foi o fim do
mundo, acho que
foi at bom ter
ocorrido, por que
depois disto ele
se empenhava
mais nos estudos,
ento apenas
disse a ele que
era normal
atrasar um ano,
mais q tomasse
cuidado para no
acontecer
novamente.
1740
Nos comentrios dos pais puderam ser identificados alguns problemas, mas o que se deu
maior destaque foi cobrana intensa que eles fazem com seus filhos, essa cobrana deve
acontecer, mas, de forma coerente e sem deixar magoas em seus filhos. Quando os pais cobram
demais eles deixam seus filhos estressados e isso acaba tirando a concentrao que eles devem
ter com os seus estudos. Ento os pais devem cobrar de seus filhos, mas usando formas
adequadas de satisfaz-los, ou seja, de forma motivadora. Aos poucos os entrevistados
comentaram sobre dilogos que ocorrem entre eles e seus filhos, conversas que servem como
algum tipo de orientao, essa orientao deve ser acompanhada de perto por profissionais da
rea (Professores, membros da direo acadmica) eles sim daro caminhos nos quais os pais
podem encontra as solues dos problemas encontrados.
5 CONCLUSO
Nos questionrios, os pais procuram concertar erros que os prprios comentem ao decorrer
da educao de seus filhos, neste caso pode ser visto como um ponto positivo, pois, no processo
de formao cognitiva as crianas tendem a mudar de opinio se essa opinio for explicada no
tempo certo. Outro ponto importante seria a falta de um dos pais no processo de
desenvolvimento dos filhos, eles sentem a falta da personalidade materna demonstrando
desafeto e brutalidade em alguns casos e da figura paterna em termos de companheirismo e de
fcil dialogo. No foi identificado nenhum problema relacionado a renda familiar e localidade
onde mora (Zona Rural).
Na palestra, poucos pais demonstraram interesse sobre o assunto, eles pareciam no
compreender a linguagem que foi sugerida pelos apresentadores, tanto que, no momento dos
questionamentos muitas vezes foi pedido para explicar melhor algum tipo de frase ou ideia que foi
exposta, em alguns casos eles levantavam ocasies que poderiam acontecer, mas colocando o
professor para resolver essas situaes, as quais os prprios pais que deveriam se envolver, ento
foi explicado e sobreposto, o que os pais desses alunos fariam se o problema fosse direcionado at
ele? Na palestra pde ser identificado um grande problema, que os pais acabam trocando de
papel com os professores, mas ligeiramente foi corrigido por professores e palestrantes.
Na oficina, no comeo nenhum dos pais queriam participar, ento decidimos introduzir um
professor aos grupos para facilitar as oficinas, este modo como os pais agiram j erra esperado,
mas ao decorrer da oficina as aes propostas a eles foram feita de forma correta e cada um
abrindo um espao para discutir o tema proposto a cada grupo e realizar a apresentao, no grupo
01 foi visto que os pais que compunham o mesmo tinham uma linha de pensamento parecida e
decidiram mostrar a cena em que, O filho se envolve em uma briga e expulso!, o grupo 02
apresentou uma linha de pensamento diferente da esperada, na apresentao em que O filho
tirou nota baixa e culpou o professor, os pais deveriam discordar do filho e no apoi-lo, mas
esse desvio foi corrigido depois da apresentao com uma explicao sobre a determinao dos
alunos.
No debate com os professores, eles se mostraram bastante satisfeitos com as atividades
realizadas e se dispuseram suas participaes quando necessria. O debate se delimitou aos
problemas encontrados na aproximao dos pais ao mbito escolar, tambm nos trouxe uma lista
de ideias que sero posta em prtica pela diretoria da escola e o corpo docente.
1741
Para os pais, Se quiser ter um bom filho, seja primeiro um bom pai..
6 AGRADECIMENTOS
As Escolas Estaduais pelo espao cedido, ao Programa de Bolsas de Iniciao a DocnciaPIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia do Rio Grande do NorteIFRN, Cmpus Apodi.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Prtica da Educao. (Maio/Ag. 2005) 207-214.
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TIBA, Iami. PAIS E EDUCADORES DE ALTA PERFORMANCE. 1 ED. SO PAULO. INTEGRARE, 2011.
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VASCONCELLOS, Vera M. R. et al. Perspectiva Co-construtivista na Psicologia e na Educao.
Porto Alegre: Artes Mdicas, 1995.
7 ANEXOS
Questionrio aplicado aos pais
1. Como voc se auto avalia em relao a sua participao no desenvolvimento escolar de seu (s) filho
(s)? Comente.
2.
O que voc faria se acontecesse algum tipo de problema na escola que envolva seu (s) filho (s)?
Comente.
1742
RESUMO
Este trabalho uma reviso bibliogrfica sobre o
contexto educacional no Brasil, focando principalmente,
o Ensino Fundamental, numa perspectiva dos dias atuais.
A histria da educao no Brasil percorreu diversos
caminhos para chegar ao atual contexto educacional. A
conquista da Lei de Diretrizes e Bases da Educao
Nacional (Lei n 9.394/96) uma das principais diretrizes
da atual poltica educacional. As matrculas do Ensino
Fundamental compem a maior parte das matrculas no
Brasil, segundo o ltimo Censo Escolar (2012) existem
1743
1 APRESENTAO
A histria da educao no Brasil percorreu diversos caminhos para chegar ao atual
contexto educacional. A partir de 1990 a partir das reformas educacionais, a conquista da Lei de
Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei n 9394/96) foi um dos maiores destaques para o
desenvolvimento da educao, o que possibilitou varias mudanas positivas nessa rea. Onde
aes realizadas neste mbito, podem trazer benefcio para a populao, com estmulos para a
capacitao do discernimento, de reflexo e criticidade, configurando as polticas educacionais
como importantes instrumentos de mudanas sociais e como obrigao do Estado (LEO, 2005).
Atravs de uma anlise bibliogrfica iremos refletir sobre as propostas da Educao Bsica,
focando especificamente no Ensino Fundamental e financiamento da educao.
Schwartzman (2003) apresenta um breve resumo histrico do processo educacional do
Brasil, onde enfatiza que a educao no se desenvolveu como nos outros pases por no conter
elementos que promovessem a organizao e crescimento de suas prprias instituies de ensino,
tanto a nvel nacional como regional, faltando principalmente uma solida estrutura e organizao
do magistrio para o ensino bsico e uma profissionalizao para o ensino superior.
Apesar de alguns impasses, notrio que o perfil da educao brasileira se modificou e
melhorou significativamente nas duas ltimas dcadas. Para Brasil (1997), houve reduo no nvel
de analfabetismo, crescente aumento de matrculas em todos os nveis de ensino e aumento na
taxa de escolaridade mdia da populao.
Em relao a oferta do Ensino Fundamental de obrigao do municpio, sendo facultada
ao Estado, e iniciada aos sete anos, e facultada seis anos de idade da criana. A obrigatoriedade do
ensino fundamental implica reconhec-lo como a formao mnima que deve ser garantida a
todos os brasileiros, de qualquer idade. Em sua concluso, o estudante deve dominar a leitura, a
escrita e o clculo.
Uma das mudanas positivas para a educao comeou em 1990, com a aprovao do
texto da LDB, onde surgia a nova terminologia Educao Bsica. A educao bsica torna-se,
dentro do artigo 4 da LDB, um direito do cidado educao e um dever do Estado de atend-lo
mediante oferta qualificada.
A educao bsica comtempla desde a educao infantil at o ensino mdio. No Brasil, o
conceito de educao bsica existente hoje, inovou a concepo da educao, por se tratar de um
pas que por tempos excluiu seus cidados do direito a escola (CURY. 2008). Esta nova concepo
de ensino mudou o rumo dos sistemas educacionais, possibilitando a incluso de maior nmero de
estudantes nas escolas.
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional amplia o dever do poder pblico
com a educao em geral, principalmente o ensino fundamental. Podemos constatar que no artigo
22 dessa lei, que a educao bsica deve assegurar a todos a formao comum indispensvel
para o exerccio da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores (Brasil. 1997).
1744
Cury (2008) ainda ressalta em seu trabalho os direitos e deveres desse novo sistema de
educao bsica:
Do direito nascem prerrogativas prprias das pessoas em virtude das quais elas
passam a gozar de algo que lhes pertence como tal. Estamos diante de uma
proclamao legal e conceitual bastante avanada, mormente diante da
dramtica situao que um passado de omisso legou ao presente. Do dever,
dever de Estado, nascem obrigaes que devem ser respeitadas tanto da parte de
quem tem a responsabilidade de efetiv-las, como os poderes constitudos,
quanto da colaborao vinda da parte de outros sujeitos implicados nessas
obrigaes (CURY, 2008, p.296).
Se tratando da educao bsica, o Ensino Fundamental compe sua maior parte, com
durao atual de nove anos. No Brasil, segundo o ltimo Censo Escolar (2012) existem 25.013.441
alunos do ensino fundamental matriculados nas redes estadual e municipal de educao.
Contudo, ainda existem vrias lacunas a serem preenchidas na oferta e qualidade do
ensino fundamental, entre eles a questo dos financiamentos e programas sociais que sero
discutidos a seguir.
Os Programas de Politicas Pblicas voltadas para a educao surgiram como apoio para a
melhoria da qualidade de ensino e o aumento da clientela que frequentam as escolas. Essas
politicas devem ser concebidas para a melhoria da educao, observando as anlises dos Censos
Escolares e demais pesquisas, para assim traar um projeto que atenda a demanda destinada
(KLEIN. 2006).
Entre essas politicas pblicas podemos citar o Plano Nacional de Educao (PNE) que foi
criado para vigorar de 2011 a 2020, e foi enviado pelo governo federal ao Congresso em 15 de
dezembro de 2010. O novo PNE apresenta dez diretrizes objetivas e 20 metas, seguidas das
estratgias especficas de concretizao. No seu texto, prev formas de a sociedade monitorar e
cobrar cada uma das conquistas previstas. As metas seguem o modelo de viso sistmica da
educao estabelecido em 2007 com a criao do Plano de Desenvolvimento da Educao (PDE).
Tanto as metas quanto as estratgias premiam iniciativas para todos os nveis, modalidades e
etapas educacionais.
Outro programa o ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (IDEB), criado em 2007
para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. O indicador calculado com base
no desempenho do estudante em avaliaes do INEP e em taxas de aprovao. Assim, para que o
IDEB de uma escola ou rede cresa preciso que o aluno aprenda, no repita o ano e frequente a
sala de aula. Para que pais e responsveis acompanhem o desempenho da escola de seus filhos,
basta verificar o IDEB da instituio, que apresentado numa escala de zero a dez. Da mesma
forma, gestores acompanham o trabalho das secretarias municipais e estaduais pela melhoria da
educao.
1745
Essas mudanas causaram reformas no currculo escolar, como por exemplo, ao ensino da
Histria do Brasil, que levar em conta as contribuies das diferentes culturas e etnias para a
formao do povo brasileiro, especialmente das matrizes indgena, africana e europeia. Entre as
disciplinas que devem compor o currculo escolar esto ainda o estudo da lngua portuguesa e da
1746
Contudo, a LDB (Lei n 9.394/96) norteou de forma positiva a educao bsica, sobretudo
ao Ensino Fundamental, ajudando as escolas a seguir um rumo coerente com os novos caminhos
que a educao brasileira tomou nos ltimos anos.
1747
Alm disso, introduziu novos critrios de distribuio e utilizao de 15% dos principais
impostos de Estados e Municpios, promovendo a sua partilha de recursos entre o Governo
Estadual e seus municpios, de acordo com o nmero de alunos atendidos em cada rede de
ensino.
Quanto ao o FUNDEB, o fundo atende toda a educao bsica, da creche ao ensino mdio.
Substituto do FUNDEF, ele est em vigor desde janeiro de 2007 e se estender at 2020. Trata-se
de um importante compromisso da Unio com a educao bsica, na medida em que aumenta em
dez vezes o volume anual dos recursos federais. Alm disso, materializa a viso sistmica da
educao, pois financia todas as etapas da educao bsica e reserva recursos para os programas
direcionados a jovens e adultos.
A estratgia distribuir os recursos pelo pas, levando em considerao o desenvolvimento
social e econmico das regies a complementao do dinheiro aplicado pela Unio
direcionada s regies nas quais o investimento por aluno seja inferior ao valor mnimo fixado
1748
para cada ano. Ou seja, o FUNDEB tem como principal objetivo promover a redistribuio dos
recursos vinculados educao.
A destinao dos investimentos feita de acordo com o nmero de alunos da educao
bsica, com base em dados do censo escolar do ano anterior. O acompanhamento e o controle
social sobre a distribuio, a transferncia e a aplicao dos recursos do programa so feitos em
escalas federal, estadual e municipal por conselhos criados especificamente para esse fim. O
Ministrio da Educao promove a capacitao dos integrantes dos conselhos.
Contudo, apenas esses fundos no so suficientes para arcar com os custos da educao
brasileira, sendo necessria sempre a implementao de Programas de polticas Pblicas que
completem e amplie os recursos para reas especificas da educao.
4 CONCLUSO
O Ensino Fundamental compe a maior parte dos anos escolar de um estudante, com
durao atual de nove anos, formando parte do ensino bsico brasileiro. No Brasil tem 25.013.441
alunos do ensino fundamental matriculados nas redes estadual e municipal de educao (Censo
Escolar 2012), porm, ainda existem muitas crianas em idade escolar fora da escola.
O desempenho atual da educao brasileira nos direciona a interpretar que melhorou nas
duas ltimas dcadas, demonstrado pela reduo no nvel de analfabetismo, do crescente
aumento de matrculas em todos os nveis de ensino e o aumento na taxa de escolaridade mdia
da populao brasileira. Mas quando nos referenciamos em qualidade das instituies, este
desempenho questionvel, como a observao do IDEB das escolas pblicas estaduais e
municipais na cidade de Macau/RN, onde as turmas de 6 ao 9 ano, obtiveram nota de 2,8
(ultimo IDEB/2011), ndices com nota menor do que o previsto, que seria 3,0 para as escolas
pblicas estaduais e 3,3 para as escolas pblicas municipais.
Podemos ainda relacionar o IDEB das escolas pblicas municipais e estaduais de
Macau/RN, com seus dados que esto abaixo das metas, pela decorrncia, entre outras coisas, da
falta de investimentos ou mau gerenciamento na aplicao adequada deste na educao.
Os financiamentos que o Governo concede a educao ainda so poucos e desse pouco
ainda existe o mau direcionamento desses investimentos por parte dos estados e municpios, o
que dificulta ainda mais a situao da educao brasileira. Em relao aos currculos, a parte
diversificada pouco ou mal trabalhada, como por exemplo, a cultura macauense (histria,
ecossistema, artistas, etc.) que no explorada nas escolas do municpio.
Por fim, percebemos que muito ainda preciso fazer para melhorar a educao no Brasil,
principalmente no nosso Estado e Municpio. As politicas pblicas so insuficientes para manter o
bom funcionamento das escolas e o progresso da educao no pas.
1749
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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em:
1750
RESUMO
A compreenso do mundo um aspecto que cada vez
mais tem se revelado como um instrumento de
emancipao e autonomia para o cidado que deseja
estar no mundo como sujeito. Paralelo a isto, a
sociedade brasileira vive um processo de transio
histrica, social e poltica, onde emerge a necessidade de
cidados crticos, reflexivos e aptos a atuarem no mundo
como sujeitos transformadores. Dessa forma, este
trabalho apresenta a proposta da formao poltica
com estudantes do ensino mdio como instrumento de
ferramenta pedaggica para o estimulo reflexo,
criticidade e responsabilidade cidad perante o mundo.
Isso porque a educao traz consigo a inerncia poltica e
1751
1 INTRODUO
Historicamente educao e poltica eram-se impensvel pronunci-la juntas, haja vista a
educao no Brasil no ser trabalhada dentro de um projeto social libertador, inerente aos
fundamentos da educao, no toa, desde o Brasil Colnia, conforme (ROMANELLIi, 1993), o
acesso educao foi restrito a uma determinada camada social de maior poder e a uma
considerada elite racial: os brancos. Ainda segundo a mesma, dentre os cinco sculos de existncia
do nosso pas, quase quatro foram marcados pela escravido, motivo pelo qual vrias
consequncias permeiam os dias atuais, como nao, que est entre os campees em
desigualdade social, e coube camada que fica margem, aos grupos discriminados, e aos
desfavorecidos economicamente, excluso educacional e consequentemente emancipao
cidad.
A compreenso do mundo um aspecto que se revela cada vez mais como instrumento de
emancipao de um povo que durante muito tempo foi condicionado margem da participao
social, paralelo inerncia de um sistema social de classes, onde sociologicamente a classe
definida por grupos que apresentam um status social similar, que partilham de recursos
econmicos comuns, responsveis por influenciar seu modo de vida, tal que, a riqueza e a
ocupao profissional constituem as principais das diferenas entre classes.
Nessa perspectiva, a educao se d como proposta de uma situao poltica-estratgica,
onde as instituies de ensino devem cumprir com a funo de proporcionar uma formao
cidad, poltica e, por conseguinte, contribuir para o surgimento de novas lideranas polticas, com
viso ampla, autntica, e crtica sobre a realidade do pas em mbito regional e nacional. Para
tanto, a participao social e a formao poltica, so dois aspectos fundamentais para
compreender a sociedade e se perceber no mundo como um agente constituidor e transformador.
Despertar tal conscincia trabalhar sob a tica de compromisso profundo entre o educador e
educando que assumem o papel social de libertar-se e libertar por meio do processo permanente
de reflexo no plano concreto que est inserido. Segundo Freire (1981), a primeira condio para
que um ser possa assumir um ato de est comprometido em ser capaz de agir refletir..
Desde os anos de 1985, com o fim da ditadura militar, a discusso a respeito da cidadania
vem assumindo dimenso considervel, desde o mbito social com os movimentos sociais, ao
campo educacional em virtude dos processos scio-histricos, polticos e econmicos, que
documentam nossa histria. Todavia, os indicadores da educao e mtodos de exames como
ENEM (Exame Nacional do Ensino Mdio) que prope a anlise do educando como sujeito
pensante, tm tido resultados que motivam questionamentos e discusses sobre a formao que
as instituies de ensino esto promovendo. Esse fato se deve a um conjunto de fatores, porm o
objeto de pesquisa deste trabalho analisar a dimenso crtica da formao cidad, que tambm
influencia nesse trabalho.
Partindo desses pressupostos, apresenta-se uma proposta de um projeto, que tem como
objetivo apresentar a formao poltica como um instrumento de ferramenta pedaggica para
os estudantes do ensino mdio. Visto que h algum tempo, suscita questionamento para
1752
professores das mais diversas reas, mostrar a utilidade prtica e significativa para o
conhecimento construdo durante a educao formal. Porm, no tratando de pragmatizar e
quantizar o conhecimento, mas (re)signific-lo tendo em vista a formao plena do educando,
como ser que pensa, sente e toma decises diariamente.
Sendo assim, a ferramenta de formao poltica, prope-se apresentar aos professores
do ensino mdio da rede pblica como instrumento metodolgico para incentivar o
aprofundamento de debates, a percepo dos alunos quanto anlise dos discursos, a reflexo
crtica sobre a realidade brasileira regional e nacional, com base no conhecimento formal para
interpretao do mundo e tomadas de decises.
2 METODOLOGIA
Em um primeiro momento o projeto foi apresentado a uma escola da cidade de Au/RN,
solicitando disponibilidade da mesma para aplicao do projeto. Onde a princpio, (as)os
responsveis pelo projeto observaram as aulas dos professores(as) que se dispuserem a adotar a
ferramenta pedaggica para sua prtica docente.
Em um segundo momento o trabalho foi feito em comunho com o educador, a fim de
discutir como produzir planos de aulas, tendo em vista a formao poltica dos educandos,
trazendo a tona temas de interesse social da regio e colocando sempre o estudante diante de
situaes-problemas que exijam do educando um posicionamento crtico, reflexivo, e que
trabalhem na construo da viso de um mundo mais justo, igualitrio e sustentavelmente
desenvolvido, alm de por os mesmos, frente a tomadas de decises.
Em terceiro momento, pretende-se que a equipe do projeto planeje uma atividade de ao
que v de encontro comunidade da regio, de forma que aspectos sobre a poltica, sociedade,
questes agrcolas, agrrias, ambientais, tecnolgicas, educacionais; sejam problematizadas
perante a sociedade, apontado para uma ao cidad e a constituio de um projeto social, onde a
sociedade seja sujeito constituinte da histria.
Almeja-se produzir uma diretriz, apontando a experincia da ferramenta metodolgica na
ntegra, mostrando seus possveis pontos positivos e negativos, onde ser encaminhada para
Secretaria de Educao Regional, onde ser proposto uma promoo de curso complementar a
formao docente.
RESULTADO E DISCUSSES
A educao, mais do que questo do campo pedaggico, faz parte de um projeto poltico
social, onde nenhuma prtica educativa deve se dar no ar, mas num contexto concreto, histrico,
social, cultural, econmico e poltico, no necessariamente idntico a outro contexto. (FREIRE,
2006). Desta forma, impossvel pensar a educao como um fazer momentneo, mas sim, pensla dentro de um todo integrado, ou seja, a educao necessariamente um projeto poltico, sendo
1753
1754
educar. Da o surgimento de alguns mtodos de apoio metodolgico para demandar que o ato de
educar possibilite uma ao cultural de ensino para a liberdade, e por via desta, seja responsvel
pela formao de cidados crticos, capazes de compreender o mundo, desenvolver uma maior
conscincia sobre as circunstncias sociais, melhorar suas condies de vida e dos demais que
esto inseridos, alm de propiciar sua integridade, autoconhecimento e (in)completude, enquanto
indivduo e sujeito perante o mundo.
4 CONCLUSES
A partir da anlise da discusso dos pressupostos da emancipao cidad, paralelo ao
processo scio-histrico, econmico, poltico e, sobretudo, educacional, pode-se perceber que por
intermdio da formao poltica, enquanto instrumento pedaggico, viabiliza a estruturao de
prticas pedaggicas, que orientam a construo de uma formao integral, que d condies aos
envolvidos educador e educando a compreenderem-se dentro de um processo dinmico
permanente de formao crtica, nos espaos de reflexo e apropriao a respeito dos bens
culturais da comunidade e da nao, assim como a historicidade, sua relevncia social e sua
interface na construo e transformao do presente e o futuro, desde o cmpus local a global.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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FREIRE, P. Ao Cultural para a Liberdade. 11 Ed. So Paulo: Editora Paz e Terra, 2006.
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ROMANELLI. O. Histria da educao do Brasil. 15. Ed. Petrpolis: Vozes, 1993.
ALVES, R. Conversas com quem gosta de ensinar. Campinas: Cortez Editora, Autores
Associados,1980.
1755
RESUMO
1756
1 INTRODUO
Novas metodologias de ensino esto se tornando cada vez mais procuradas por
professores que buscam uma soluo para interagir e aumentar a dinmica em sala de aula
facilitando o ensino, j que a estratgia de ensino deve ser dinmica e sofrer constante
reavaliao, alm do fato de que, no momento exato da sua aplicao, deve ser observada e
reestruturada quando necessrio. Esses novos mtodos vo de uma brincadeira de perguntas e
respostas at a utilizao de msicas para a memorizao de uma lei da qumica ou at uma
frmula de matemtica. (MATHIAS, AMARAL, 2010)
Jogos pedaggicos esto includos em uma nova metodologia de ensino e sendo levados s
salas de aulas. Estes so direcionados ao processo de ensino-aprendizagem sendo utilizado como
uma forma de atividade ldica servindo para desenvolver o conhecimento e a aprendizagem de
quem o joga. Esta metodologia frequentemente est sendo aplicada no contexto escolar, por
facilitar a aprendizagem do aluno e despertar a curiosidade de descobrir e absorver mais
informaes. Jogos desta categoria ampliam o conhecimento e as dimenses a qual o aluno est
acostumado a conviver, fazendo-o imaginar, descobrir e absorver ligaes com o assunto ao qual
est sendo lecionado em sala de aula. (MATHIAS, AMARAL, 2010)
O jogo que antes era utilizado para diverso e lazer, agora retirado do mbito o qual se
era utilizado e levado para a escola, todavia sem perder este carter ldico pertencente aos jogos,
conferindo maior dinamicidade e uma maior reflexo interativa neste processo de obteno de
conhecimento do aluno. Os jogos agora so direcionados para assuntos mais especficos, como as
disciplinas ao qual o professor leciona, onde o mesmo atua como mediador, no momento de
aplicao da atividade e a turma se organiza de formas variadas para alcanar o seu objetivo no
jogo e absorver ou desenvolver mais facilmente o contedo lecionado.
Diante desta realidade e busca por metodologias alternativas de ensino, este trabalho
busca desenvolver jogos pedaggicos, relacionados a combustveis, sendo esta uma rea
geralmente restrita a cursos tcnicos e superiores, no explorada demasiadamente no ensino
mdio ou no contexto escolar, propriamente dito. Sendo, porm uma rea importante de
conhecimento energia! a busca do futuro, o que move as indstrias, os automveis e toda
tecnologia. Fonte de energia sempre uma preocupao e uma busca para pases desenvolvidos,
porque isto na verdade a base da economia, de forma que sem a energia, no haveria,
indstrias, fbricas, empresas, impossibilitaria o desenvolvimento e a aplicao de tecnologia e de
quase todas outras coisas importantes para a movimentao da economia e para a manuteno
da vida, seja da energia mais simples ou at a mais desenvolvida. O que , por tanto o objetivo
deste trabalho, auxiliar a professores e a profissionais do ensino, neste processo de transmisso
de conhecimento, levando os alunos, no s a aprender mais de forma mais atrativa, mas
perceber a importncia deste assunto, deste tema, e lev-los a buscar mais, despertando suas
curiosidades, levando-os a romper as barreiras escolares de aprendizagem.
1757
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Os jogos pedaggicos so instrumentos bastante teis no ensino aprendizagem a partir da
observao de suas caractersticas cognitivas que ajudam o aluno a desenvolver melhor os seus
pensamentos. Existem jogos que fazem com que o/a aluno/a crie estratgias de ao para uma
melhor atuao como jogador/a, onde ele/a tenha que criar hipteses e desenvolver um
pensamento sistmico, podendo pensar mltiplas alternativas para resolver um determinado
problema. (LARA, 2004).
Segundo Orso (1999, p. 7) a criana precisa ser algum que joga para que, mais tarde,
saiba ser algum que age, convivendo sadiamente com as regras do jogo da vida. Saber ganhar e
perder deveria acompanhar a todos sempre. Desta maneira os jogos pedaggicos proporcionam,
alm de uma aprendizagem bastante divertida e diversificada, o desenvolvendo de habilidades e
conhecimentos do cotidiano. Lara (2004) afirma que os jogos, ultimamente, vm adquirindo
espao dentro das escolas, numa tentativa de trazer o ldico para dentro da sala de aula.
Acrescenta que a pretenso de quase todos os professores com a sua utilizao a de tornar as
aulas mais agradveis com o intuito de fazer com que a aprendizagem torne-se algo mais
fascinante; alm disso, as atividades ldicas podem ser consideradas como uma estratgia que
estimula o raciocnio, levando o aluno a enfrentar situaes conflitantes relacionadas com o seu
cotidiano.
A aprendizagem atravs de jogos, como domin, palavras cruzadas, memria e outros
permite que o aluno faa da aprendizagem um processo interessante e at divertido. Para isso,
eles devem ser utilizados ocasionalmente para sanar as lacunas que se produzem na atividade
escolar diria. Neste sentido verificamos que h trs aspectos que por si s justificam a
incorporao do jogo nas aulas. So estes: o carter ldico, o desenvolvimento de tcnicas
intelectuais e a formao de relaes sociais. (GROENWALD, TIMM, 2002).
Groenwald (2003) considera que a proposta da utilizao do ldico propicia um ambiente
favorvel ao aprendizado, pois motiva os educandos a frequentarem as aulas e a fazerem suas
atividades de aprendizagem. O uso de jogos no ensino da matemtica tem o objetivo de fazer com
que os alunos gostem de aprender esta disciplina, despertando o interesse do aluno envolvido.
Para isso, os jogos devem ser integrados, aparecendo de maneira sistemtica nos programas
escolares e no devem ser utilizados ocasionalmente para sanar as lacunas que se produzem na
atividade escolar diria.
Os jogos pedaggicos podem ensinar diversos conceitos para os alunos como, por
exemplo, alguns assuntos de matemtica que podem ser expressos nos mesmos desde que os
jogos sejam aplicados de forma correta e com o objetivo de ensinar. Segundo Valente (1993)
existe uma grande variedade de jogos educacionais para ensinar conceitos que podem ser difceis
de serem assimilados pelo fato de no existirem aplicaes prticas mais imediatas, como o
conceito de trigonometria, de probabilidade, etc. Entretanto, destaca tambm, que o grande
problema com os jogos que a competio pode desviar a ateno da criana do conceito
envolvido no jogo.
1758
Lara (2004) diz que a competio pode trazer efeitos negativos se no se souber lidar com
a mesma de maneira positiva. Ela acrescenta que s vezes o prprio professor acaba por criar um
vencedor ou perdedor sem nem se da conta. Ficar por conta de o educador mostrar para os
alunos que os mesmos devem atingir um nvel de aprendizagem e desenvolver o interesse pelo
trabalho proposto. Utilizar a perda e a vitoria bastante importante, pois em situaes reais da
vida algumas vezes se ganha, outras se perde. Uma segunda opo o desenvolvimento de jogos
colaborativos, ao invs de competitivos, em que um jogador ajude ao outro a resolver a questo
do jogo.
Os jogos escolhidos para serem aplicados devem ser jogos que estimulem o aprender como
uma forma de se sobressair em relao aos outros jogadores. Lara (2004) diz que no se deve
tornar o jogo algo obrigatrio; sempre procurar jogos que a sorte no interfira nas jogadas,
fazendo com que vena aquele que descobrir as melhores estratgias; estabelecer regras, que
podem ser modificadas no decorrer do jogo; trabalhar a frustrao pela derrota do jogador, no
sentido de minimiz-la.
Oliveira (2001) aponta que os jogos educacionais tm como objetivo possibilitar
entretenimento para o usurio, podendo influenciar o seu desenvolvimento scio-afetivo e
cognitivo. Muitas vezes os jogos ensinam de maneira mais fcil e divertida alguns assuntos que
seriam difceis de serem entendidos atravs da utilizao de outros meios. A essncia do jogo
educacional a aprendizagem com prazer e a criatividade com diverso.
Segundo Coll (1996) a construo de materiais pedaggicos precisa levar em conta que a
tarefa do professor no simplesmente atuao no mbito da sala de aula, mas inclui aspectos
de gesto e de manejo de relaes humanas no contexto da escola, tendo em vista o carter social
e socializador da educao escolar.
Os jogos pedaggicos so recursos bastante importantes para o desenvolvimento de
diversas habilidades desde que estes sejam bem explorados. uma ferramenta muito boa, pois os
mesmos podem atingir diversas reas do conhecimento.
3 METODOLOGIA
3.1 Levantamento de informaes e criao dos jogos
Foram feitas pesquisas para encontrar jogos j existentes e transform-los em jogos
pedaggicos, pesquisou-se sobre alguns jogos para ter uma ideia da viabilidade dos mesmos, j
que na construo de um jogo pedaggico o custo deste algo bastante importante, pois quanto
menor for esse custo mais acessvel se torna o mesmo. Em meio s buscas conseguiu-se encontrar
dois tipos de jogos bem divertidos que foram: o jogo geogrfico e o quebra-cabea, a partir destes
se deu incio a construo dos dois novos jogos pedaggicos adaptados.
Um dos jogos, que foi a adaptao do Jogo Geogrfico que existe no mercado, foi intitulado
de Jogo Biogrfico, este direcionado, basicamente, para alunos de ensino mdio, sendo que
podem ser aplicados em aulas de qumica ou geografia, podendo ser utilizado tambm em turmas
de nvel menor, do ensino fundamental, em aulas de matemtica, por conter muitos nmeros.
1759
Para a criao deste jogo foram feitas diversas pesquisas para que fossem obtidos dados
referentes s varias fontes de energias existentes em todos os pases, a partir dos dados
adquiridos montou-se as cartas, com auxlio de programas de computador. No jogo biogrfico os
dados escolhidos para serem postos nas cartas foram: a rea do pas, o PIB, a populao, a
produo de energia eltrica, a produo de gs natural e a produo de petrleo. Posteriormente
distribuio dos dados das cartas foram criados os modelos das cartas e da caixa do jogo que
esto demonstrados na Figura 1.
(a)
(b)
Figura 1: Representao da caixa do jogo (a) e representao das cartas do jogo (b)
1760
1761
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Pela aplicao feita durante o processo do trabalho, o qual ainda est em andamento,
pode-se perceber que os jogos elaborados atenderam as expectativas. Os jogos apresentaram de
fato o carter didtico esperado, sem perder o carter ldico. Percebeu-se que havia motivao
do grupo de alunos, o qual avaliou os jogos, no momento da brincadeira. Houve diverso,
animao da turma, competio e percebeu-se o estmulo dos alunos ao perceber cada
conhecimento novo adquirido, cada novo dado que eles descobriam, no caso da aplicao do jogo
biogrfico, alguns nmeros chegaram a surpreender os participantes do jogo e isto acaba por
estimular a curiosidade dos alunos.
A aplicao dos jogos propicia uma maior interao entre os alunos em sala de aula, pdese perceber. No caso do quebra-cabea, que se destina a um pblico infantil, acaba estimulando o
trabalho em equipe, desenvolve um pensamento sistmico, buscando mltiplas alternativas para
resolver o quebra-cabea, tambm desenvolve o raciocnio lgico.
Portanto de uma forma geral, a utilizao de jogos em sala de aula, como uma ferramenta
de ensino e tambm como avaliao, sendo que os dois objetivos devem andar juntos no
momento da aplicao dos jogos, acabam por promover conhecimentos, acrescentar o assunto
lecionado durante as aulas e desenvolver qualidades de carter social, individual, como emocional
e intelectual, como a promoo do desenvolvimento cognitivo. (VILELA, 2011)
5 CONCLUSO
Atualmente o meio escolar brasileiro apresentam barreiras, que atrapalham a educao e
este processo de transmisso de conhecimento, salas de aula superlotadas, a falta de disciplina
dos alunos, a heterogeneidade das turmas, sendo cada ser individual com suas caractersticas
especficas.
Diante disto, v-se que de fato importante a busca por novas ferramentas que possam
auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. Sendo que j existem vrias pesquisas sobre a
utilizao de jogos como uma destas ferramentas sempre apontando a positividade desta prtica.
O professor, neste contexto, serve como mediador, sendo importante uma boa elaborao
da atividade, feita pelo mesmo. O jogo no pode ser, em sala de aula, apenas um jogo, tem que
ser de fato instrumento de ensino, no sendo vivel a aplicao de qualquer jogo, mas sim um
jogo que concorde com o contedo ministrado em sala de aula, enriquecendo o aluno e
despertando o interesse do mesmo.
Deve-se deixar claro, que por mais que o jogo, e outras ferramentas, agora surjam como
forma de auxlio em sala de aula, o profissionalismo do professor, ainda o principal em sala de
1762
aula, este no perde seu carter de piv, no processo de ensino-aprendizagem. Este profissional
tem que avaliar e repensar suas aes sempre que necessrio.
No caso da utilizao dos jogos, a aprendizagem e as outras qualidades que eles
proporcionam, devem ser coisas adquiridas por todos os alunos em sala de aula, de forma que, se
isto no ocorrer, o professor deve repensar suas aes e rever alternativas, para que os
conhecimentos se disseminem de forma comum e integral a todos, bvio, que cada ser com suas
individualidades, dificuldades e particularidades, tendo cada um uma forma de aprendizado
diferente do outro. E mais uma vez o professor entra em cena, devendo compreender seu aluno
como ser nico, portador de diferentes qualidades e dificuldades.
6 REFERNCIAS
COLL, C; MIRAS, M. A interao professor-aluno no processo de ensino e aprendizagem. In: COLL,
C.; PALACIOS, J.; MARCHESI, A. (org). Psicologia da Educao: desenvolvimento psicolgico e
educao. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1996, v.2, p. 265-280.
FIALHO, N. Os Jogos Pedaggicos como Ferramentas de Ensino. In: Congresso Nacional De
Educao, 8., 2008, Curitiba, e Congresso Ibero-Americano De Violncia Nas Escolas, 3., 2008,
Curitiba
FIALHO, N. N. Jogos no Ensino de Qumica e Biologia. Curitiba: IBPEX, 2007.
GROENWALD, C. L. O.; TIMM, U. T. Utilizando curiosidades e jogos matemticos em sala de aula.
Disponvel em: <http://www.somatematematica.com.br>. Acesso: fev/2002
GROENWALD, C. L. O. & TIMM, U. T. (2000). Utilizando curiosidades e jogos matemticos em sala
de aula. Educao Matemtica em Revista - RS, 2, 21-26.
1763
R. F. Brasil e R. G. Norte
1
2
3
E-mail: jhonatta.ewerton@gmail.com ; wisleyhudson@hotmail.com ; luciana.bernado@ifrn.edu.br
RESUMO
O presente artigo tem por finalidade pesquisar como
msicas atuais podem ser agregadas no ensino da
Lngua Inglesa a alunos do 1 ano do Ensino Mdio.
Quanto metodologia de investigao, utilizaram-se
diversos textos, e complementadas por atividades
audiovisuais, uso de novas tecnologias, bem como
atividades ldicas. Foram aplicados alguns
procedimentos terico-metodolgicos tais como
anlise de contedo de livro didtico e suas
respectivas unidades, onde havia vrias atividades de
listening, as quais abordaram vrios temas
referentes ao cotidiano dos alunos e foram realizadas
em grupo, pares ou individualmente. A partir da
anlise, evidenciou-se o papel da msica na
1764
INTRODUO
O sistema educativo brasileiro vem passando por inmeras modificaes, sempre visando
melhorar a qualidade de ensino dos adolescentes, preparando-os para o mundo globalizado. E
com a globalizao, vem a competitividade e um certo sentimento de incerteza em relao ao
futuro, provocando mudanas nas relaes humanas. O mtodo de aprendizagem de Lngua
Inglesa sempre enfrentou e continuar a enfrentar situaes adversas, como por exemplo, o
limitado nmero de aulas semanais, sendo uma carga horria muito restrita, o que implica na
difcil relao e contato com a lngua alvo, impossibilitando o sucesso da aprendizagem do idioma,
e at provocando o distanciamento entre o aluno e a lngua em foco.
O ensino de L.E passa por constantes desenvolvimentos, buscando novas metodologias de
ensino, visando uma aprendizagem mais expressiva e eficaz para o alunado. AUSEBEL, 1980 (apud
Nicholls, 2011) menciona dois diferentes tipos de aprendizagens sendo elas, a mecnica que se
apropria do mtodo de memorizao, muito usado nos procedimentos escolares tradicionais, e a
significativa, que leva o aluno a agregar novas informaes, e o educador a sentir-se responsvel
pela escolha de artifcios que facilitam o processo ensino e aprendizagem.
A finalidade do ensino de L.E, levando em considerao o ponto de vista da
Sociolingustica, levar o aprendiz a valer-se da lngua para fins comunicativos, no levando em
considerao a necessidade do ensino da gramtica como principal elemento de compreenso do
funcionamento da lngua. A lngua repleta de sentidos scio-culturais, sendo ideolgica e
complexa. Lngua e cultura devem caminhar juntas nas aulas de L.E, visando proporcionar ao aluno
uma vasta viso para que ele saiba da importncia das lnguas na sociedade e no seu cotidiano,
como tambm, formao de um aluno participativo e interativo. A prtica da utilizao de
material didtico por meio da msica pode ser justificativa pelo seguinte fato de que canes na
sala de aula podem ensinar divertir, acalmar e melhorar as relaes e convvio no ambiente
escolar, no intuito de tornar essas aulas mais atraentes e produtivas para os alunos. MURPHEY
(1999), diz que por meio da msica, a linguagem pode ser absorvida mais facilmente, com melhor
fixao.
O ensino atravs de atividades com msica permite contextualizar e dar sentido
aprendizagem, fazendo com que o aluno perceba que a Lngua Inglesa no apenas uma matria
sem sentido, ao contrrio, ela tem uma enorme significao na aquisio do conhecimento. Dita
como arte, a msica interessa a todos, resultando num maior contato entre professor e aluno,
propiciando um ambiente calmo, prazeroso, agradvel, com baixo stress, sendo de total
importncia para a aprendizagem do idioma, pois torna mnimo o conflito das implicaes
psicolgicas que impedem o processo de aprendizagem. Cria um ambiente descontrado e
agradvel, promove o contato com diversas culturas, facilitando o conhecimento do idioma,
levando o aluno a despertar o interesse pela disciplina, como tambm, fazendo perceber a
importncia da mesma no mundo globalizado e competitivo. Mas alm do aspecto lingustico e
cultural no trabalho com msica, deve-se levar em considerao outro importante aspecto, o
emocional no aprendiz.
1765
Segundo KRASHEN, Faz-se necessrio a anlise do estado emocional do aluno para que ele
esteja relaxado e determinado, isso, faz com que o aluno consiga se expressar sem medo de errar,
pois, emoes contraproducentes, como ansiedade, aflio, desmotivao e falta de confiana
agem como um filtro impedindo a aquisio de uma aprendizagem eficaz. Por fim, podemos
destacar a facilidade e a rapidez com que aprendemos e nos lembramos das msicas, sendo de
grande importncia no aprendizado de lnguas, elas fixam-se em nossa mente e tornam-se parte
de ns, incentivando-nos a escutar, repetir e at cant-las.
MATERIAL E MTODOS
1766
Como Pre-listening para a msica Criminal da Britney Spears, foi trabalhado pequeno texto
sobre a cantora, para ser discutido com os alunos sobre a vida pessoal e polmicas envolvendo a
artista pop, debatendo e comentando (se necessrio) seus conhecimentos sobre ela. Neste texto
foram elaborados lacunas, de forma que o verbo to be pudesse ser preenchido pelos prprios
alunos, visando assim a melhoria de sua gramtica e de certa forma poder ser revisado o assunto.
O passo seguinte foi o Listening, para realiza-lo foram usados os seguintes critrios: a msica
deveria ser tocada e os alunos estariam com a letra da msica em mos, porm esta letra est
trocada palavras com pronncias parecidas como Mine e propositalmente foi substituda por
Live, para desenvolver o aspecto de ateno dos alunos e a concentrao durante a escuta,
auxiliando assim no desenvolvimento da atividade. O terceiro passo o Pos-listening onde os
alunos poderiam assistir ao clip da msica trabalhada, e em seguida seriam perguntadas algumas
perguntas polmicas sobre o clip, tal como: Na sua opinio, como seria se apaixonar por um
criminoso? O amor supera tudo? dentre outras, e logo em seguida os alunos seriam
encaminhados a um trabalho em grupo, nele os participantes teriam que debater sobre o tema,
porm um dos grupos deveria ser a favor e o outro contra, logo aps alguns minutos de debate os
mesmos teriam que trocar de posicionamento assim, o grupo que era a favor teria que ficar
contra. Desta forma poderamos identificar de forma mais exata o posicionamento do aluno, e sua
compreenso sobre o tema abordado.
O segundo momento se deu com a msica The Girl From Ipanema verso de garota de
Ipanema gravada por Amy Winehouse, o tema desta cano o retrato da mulher brasileira,
neste trabalho o Pre-listening os alunos devero assistir ao clip: Mas que nada feat. Black Eyed
Peas e discutir sobre os esteretipos da mulher brasileira no exterior, e sua relao entre o vdeo
e a cultura brasileira. Em seguida no Listening os alunos teriam simplesmente que ouvir a musica
com bastante ateno aos detalhes para o Post-listening, que por sua vez uma atividade que
utiliza a criatividade e o cunho artstico, os alunos desenvolvero um desenho retratando a
como a mulher brasileira vista no Brasil e fora dele, caracterizando-a nos dois locais.
RESULTADOS E DISCUSSO
1767
CONCLUSO
O ensino da Lngua Inglesa busca mtodos que permita com que o aluno se interesse pelas
aulas, criando um ambiente prazeroso e estimulando as habilidades de compreenso auditiva dos
alunos, a partir dessa preocupao, procuramos uma forma de melhorar o desempenho dos
aprendizes nas atividades de listening, ento, de acordo com os autores e linguistas estudados,
percebemos que realizada a produo de material didtico juntamente com o uso de msicas na
sala de aula, teramos resultados significantes e satisfatrios. Esse caso possui muitos benefcios,
mas existe ainda uma grande dificuldade em estimular os professores a usarem esses mtodos,
pelo fato deles considerarem a gramtica como elemento principal. As escolas como um todo,
devem instigar o professor para que o mesmo procure introduzir este excelente recurso didtico
em seus mtodos de ensino, visto que isso pode contribuir para o desenvolvimento da
aprendizagem e aquisio do conhecimento em L.E dos educandos. O fato que esses artifcios
despertam sim, um melhor entrosamento na sala de aula, uma participao mais evidente
resultando na clara mudana nos hbitos dos alunos em relao s atividades propostas da
disciplina.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
1768
1769
RESUMO
to the socioeconomic growth of salt reserve microregion. In that context, contents and inherent discussions
to the field of the Philosophy, in excessively the ethics,
they have been essential to the materialization of the
values negotiated by the Education that contribute to the
development
of
maintainable
actions. These values relate primarily to the development
of a sense of belonging to the social and environmental
context in which individuals are inserted. Furthermore,
we
made
a
literature
review
to
substantiate theoretical intuitions all the former, in
the
Aristotle's
light
(1997),
Boff
(2012), Bursztyn, (2001), Capra (1983), Friedman (2010),
Sen (2010) and Wolf (2013).
1770
1 REFLEXES INTRODUTRIAS
O cientista holands Paul Crutzen foi o responsvel pela introduo do termo antropoceno
na literatura cientfica. Entretanto, tal terminologia foi enriquecida pelo professor de
Desenvolvimento Sustentvel da Universidade de Columbia Jeffrey Sachs, ao denotar que o
Antropoceno a era em que a Terra est dominada pelo ser humano porque o volume das
atividades humanas agora to grande que desbaratou todos os sistemas fundamentais para a
sustentabilidade da vida (citado por VILCHES, PRAIA e GIL-PREZ, 2008, p.2). Esse acaba por ser o
ponto de inflexo do sculo XXI. Ser que os seres humanos continuaro no mesmo caminho que
vem sendo traado h diversas geraes? O professor Martin Wolf (2013) acredita que sim, a
humanidade vai manter o mesmo passo, j que no so demonstradas aes consistentes em prol
de mudanas relevantes para o verdadeiro desenvolvimento sustentvel.
notrio que a consolidao da consolidao da Revoluo Industrial, no sculo XVIII,
trouxe consigo muitas mudanas scio-culturais. Dentre as mais notveis podem-se destacar as
mudanas na paisagem urbana e a do comportamento humano. notrio que as atividades do
homo sapiens sempre causaram alguma forma de impacto no mundo. Entretanto, com a
efetivao da industrializao, v-se que no lugar dos biomas encontram-se prdios e indstrias,
que via de regra no foram inseridas em tais ambientes da maneira mais adequada. Ademais
disso, uma imensido de itens buscam satisfazer o consumismo humano. Porm, com todas as
inovaes tecnolgicas surgem grandes dvidas: Vale pena correr o risco de perder grande parte
da nossa fauna e flora em troca de um suposto conforto que os aparatos tecnolgicos nos trazem?
Quanto vale a natureza? Ser que possvel buscar o crescimento com base em uma cincia
sustentvel?
Antes de qualquer coisa necessrio compreender os fatores histricos que nos levaram a
buscar solues para os graves problemas ambientais que nossa poca de excessos nos trouxe
(FRIEDMAN, 2010). Somente ao obter uma viso clara, e distinta, sobre o caminho que fez do
homo sapiens tambm o homo demens ser possvel traar um mapa diagnstico efetivo da atual
situao de alienao na qual se insere o homem moderno, a qual incorre inexoravelmente na
crise ambiental (NINIS; BILIBIO, 2012). Talvez, assim seja possvel encontrar solues viveis para
que se possa projetar um caminho real para a sustentabilidade.
Destarte, consegue-se notar que em meio a uma contextualizao histrica do avano
cientfico, do desenvolvimento tecnolgico, at chegar ao atual estado, o qual pode-se
denominou-se antropoceno, percebe-se a falta de um componente importantssimo no ser
humano: pensar e agir de forma sustentvel. Somos os nicos animais que pensam sobre o que
fazem. Ainda assim estamos desestabilizando o ecossistema, retirando recursos naturais de
maneira descontrolada e passando por cima de todos os valores ticos para conseguir valores em
dinheiro. Segundo os estudos que sero apresentados, percebe-se que o agir tico a chave para
se alcanar o desenvolvimento sustentvel. Sem ele o que nos resta pobreza, a desigualdade, a
falta de escolaridade e todos os demais fatores que impedem o desenvolvimento de forma
igualitria (SEN, 2010).
1771
Tendo em vista as reflexes feitas se faz mister informar que o trabalho aqui exposto
objetiva de forma mais geral discutir o intercurso dos conceitos de sustentabilidade e de tica.
Assim sendo, como objetivos especficos pretende:
1. Contextualizar a relao terica entre os conceitos de sustentabilidade e tica;
2. Fazer uma anlise das prticas dos alunos do Integrado de Qumica no que tange
sustentabilidade;
3. Estabelecer uma viso crtica sobre as prticas denominadas como sustentveis.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 O desafio do sculo: conscientizar versus condicionamento histrico
O conceito de cincia origina-se no sculo XVI atravs do poltico e filsofo Francis Bacon,
que dividia o conhecimento em duas categorias: divino e cientfico. O divino seria todo aquele
conhecimento que fosse da natureza de Deus. J o conhecimento cientfico baseava-se no
empirismo um mtodo investigativo baseado na
observao, descrio, classificao,
comparao, eliminao e, s ento, deduo das possveis causas de um fenmeno (BBC, 2009, p.
72). O fato de o conceito ter sido concretizado no sculo XVI no exclui que existiu cincia antes
do sculo XVI, tendo em vista que desde a pr-histria os primeiros humanos j usavam da tcnica
para construir as melhores ferramentas para uso no dia-a-dia. Com esse conceito surge tambm a
viso da cincia e natureza como algo heterogneo. E a grande inquietao : como o homem
que faz a cincia separado da sua prpria casa natureza? JAMIESON (2010) diz que
poderemos voltar a ter uma relao saudvel com a natureza somente depois de percebermos
que essa tentativa de separao insana e destrutiva. De fato, o homem s buscou juntar cincia
e natureza quando percebeu que as matrias-primas estavam se esgotando, e que se ele no
cuidasse da sua casa no teria a maior chance de ganhar uma guerra irracional com o planeta
Terra (BOFF, 2012).
J no sculo XIX as perspectivas a respeito da cincia era de algo inovador, que traria
conforto e bem-estar humanidade. No sculo XX, a tica com a qual se abordava o
desenvolvimento cientfico se transformou ao mesmo passo que se deu o interesse por tal
desenvolvimento. Assim sendo, a cincia antes vista nas raias da perfeio, comea mostrar
defeitos, ou, melhor dizendo, seus efeitos (BURSZTYN, 2001). O antigo modelo de
desenvolvimento, baseado no crescimento econmico e na industrializao, deixou vrios desafios
para o nascente sculo XXI. Principalmente ao se perceber que aquele primeiro no uma via de
mo nica para o desenvolvimento humano, sobretudo se tal crescimento no leva em
considerao a reduo dos impactos ambientais, por meio da participao ativa dos indivduos.
Na atualidade j no se pode negar que o desenvolvimento cientfico e tecnolgico precisa
de um certo controle. Contudo, dado controle no objetiva levar a sociedade a um retrocesso,
como se almejasse voltar atrs no tempo, para que a relao do ser humano com a natureza se
recompusesse. O controle do qual se fala o que pode-se denominar desenvolvimento
1772
sustentvel. Um novo estilo de vida que tem por mote buscar a sustentabilidade humana sendo
minimamente solidrio com a biosfera. A discusso to ampla que o intervalo de tempo entre os
anos 2005-2014 foi adotado pelas Naes Unidas como a dcada da Educao para esse
desenvolvimento. Esta tem por finalidade associar valores intrnsecos ao desenvolvimento
sustentvel com a inteno de provocar mudanas de comportamentos que permitam criar uma
sociedade sustentvel e justa (UNESCO, 2005, p. 17).
O problema aparece quando se percebe a dificuldade de por em prtica as reflexes
supracitadas. Primeiramente deve-se tirar da cabea a compreenso de que a cincia a grande
vil. Na realidade os grandes viles so a ganncia e o consumismo desnecessrio do ser humano.
Se as novas tecnologias esto sendo produzidas por que existe demanda. Junto a isso se deve
tomar conscincia de que o desgaste ambiental algo real e prximo, e dever de cada um
contribuir para que os impactos sejam, pelo menos, minimizados. ento que surge a pergunta:
Como aplicar esses novos conceitos em uma sociedade to consumista, onde os 20% mais ricos
consomem 82,4% das riquezas da Terra, enquanto que os 20% mais pobres tm que se contentar
com 1,6% apenas? (BOFF, 2012, p.18).
A grande questo : Como conscientizar pessoas que no possuem sequer condies
bsicas de sobrevivncia? Pelo visto Sen (2010) tinha razo ao dizer que a sustentabilidade est
intimamente ligada economia e educao do povo. Contudo, uma considervel parte da
populao est empenhada em conseguir o que comer, em criar os filhos, em ter minimamente
seus direitos de cidado concebidos. Ao se lembrar que o Brasil a sexta maior economia mundial,
a realidade aparentemente fica um pouco mais nociva. Os dados divulgados pelo IBGE em 2010
trazem o Brasil em 73 no ndice de Desenvolvimento Humano (IDH). vlido lembrar que os
critrios usados pela ONU so grau de escolaridade, nvel de sade e renda. E por falar em
escolaridade, ainda segundo o IBGE, dos 190 milhes de habitantes brasileiros, 14 milhes so
analfabetos. De fato difcil entender o que sustentabilidade quando nem ao menos se sabe ler
essa palavra (BRASIL, 2010).
Acontece que se confunde de maneira recorrente crescimento com desenvolvimento. Para
Junior e Bursztyn (2001), crescimento a expanso quantitativa da economia, e desenvolvimento
uma alterao qualitativa positiva, abrangendo distribuio de renda e avanos sociais. Para
transformar crescimento em desenvolvimento necessria a promoo de atividades estratgicas
para intervir no sistema econmico, ou, inibir outras atividades que sejam provocadoras de
vulnerabilidades. Diante desses conceitos compreensvel o porqu do Brasil ser a sexta
economia mundial e est em 73 no IDH.
De acordo com Braga (2009), o crescimento econmico sustentvel poderia ser alcanado
se houvesse uma substituio das incessantes atividades industriais que necessitam to
intensamente dos recursos naturais, por tecnologias que utilizem menos desses recursos. Nesse
contexto o desenvolvimento continuaria explorando uma dimenso menos material e mais
informacional, na utilizao de tecnologias capazes de fornecer energias menos poluentes e mais
eficazes e econmicas.
1773
1774
exercer a cidadania plena? A partir da reflexo individual a respeito das formas de agir se so ou
no corretas os indivduos tornam-se cidados crticos, que em ltimo grau refletiro sobre seus
atos, sentindo-se responsveis por seu entorno scio-ambiental. Para Hans Jonas (1992), o
homem um nico ser que se conhece que capaz de ter responsabilidade. O poder de obt-la
leva consigo o dever. A partir desse pensamento percebesse o quo alarmante a situao, onde
a espcie mais egosta a nica que pode salvar as demais. Como acentua Hans Jonas (1992) a
ampliao do poder, tambm a ampliao de seus efeitos futuros. Quem o principal
responsvel em aplicar os conceitos sustentveis, um individuo que nem ao menos saber ler a
palavra ou um mega empresrio que no s sabe l-la como a compreende to bem que a usa
como estratgia de marketing? Nesse contexto, quanto maior nossa bagagem de conhecimento,
maior nossa responsabilidade pelos efeitos deste.
2.2.1 Cincia e construo da conscincia ambiental
Uma das vises pessimistas do avano cientfico no sculo XX era um possvel desvio do
real objetivo dos cientistas. Esses acabavam por perder a ideia do coletivo, a ponto de sequer
pensarem nos efeitos que suas prticas poderiam causar ao meio ambiente, estaria ento, a
cincia dominando o homem, formando indivduos superficiais que no tinham (e talvez ainda no
tenham) a mnima responsabilidade pelos seus atos?
Tendo em vista o caminho que est sendo trilhado, poder-se-ia at mesmo inferir, diante
dos argumentos apresentados, que o ponto fulcral das reflexes levantadas no presente mostrar
que as pesquisas cientficas e, por corolrio, o desenvolvimento tecnolgico, no se coadunariam
sustentabilidade, haja vista que surgiriam como causadores dos males ambientais. Posto isso,
preciso deixar claro que tal inferncia seria precipitada, pois, mesmo que estas duas
caractersticas do intervir humano cincia e tecnologia , causem distores, podem ser tambm
o meio de evit-los. Popper afirma que: Cometemos grandes erros [...]. impossvel prever todas
as consequncias no desejadas de nossas aes. A cincia natural , aqui, nossa maior esperana:
seu mtodo a correo dos erros (2006, p.9). Talvez a verdadeira mensagem popperiana seja
que o pensamento cientfico deve estar unido reflexo tica, a ttulo de formar indivduos
responsveis por aquilo que produzem, e, principalmente, nos dias atuais, sujeitos que se sintam
responsveis pelo mundo que se est deixando para as geraes futuras.
Como expe o captulo 35 da agenda 21 Cincia para Desenvolvimento Sustentvel:
Um dos papis da cincia oferecer informaes para permitir uma melhor
formulao e seleo das polticas de meio ambiente e desenvolvimento no
processo de tomada de decises. Para cumprir esse requisito, indispensvel
desenvolver o conhecimento cientfico, melhorar as avaliaes cientficas de
longo prazo, fortalecer as capacidades cientficas em todos os pases e fazer com
que as cincias respondam s necessidades que vo surgindo.
1775
domnio das questes scio-polticas, enquanto formao de indivduos autnomos que exercem
sua funo de cidado na construo da conscincia ambiental.
A cincia fornece aos indivduos meios para entender as coisas e se entender no mundo,
nesse contexto busca-se uma compreenso cientfica sobre o que sustentabilidade acoplada
compreenso de valores, princpios e estilos de vida que funcionaro como vertente para o
processo de mudana para o desenvolvimento sustentvel.
Deve-se buscar o princpio sustentabilidade baseando-se em uma modernidade tica que
precisa resgatar a lgica do ser, superando o modelo que o sculo XX nos deixou: a lgica do ter. A
educao deve estar em constante sintonia com os novos paradigmas. No mais voltados ao
futuro que constri mentalidades de culturas utilitaristas e especializadas nos efeitos do
desemprego, das guerras e da devastao ambiental. necessrio incorporarmos uma redefinio
dos modelos ticos, no sentido da completa assuno de responsabilidade por nossos atos
produtivo-destrutivos, se no quisermos que o alerta de Herrera (1984) de que vivemos sob o
risco de uma crise de espcie, se torne uma profecia.
METODOLOGIA
O estudo que se realizou foi de carter exploratrio quanto aos seus objetivos. As
pesquisas exploratrias, acorde, Gil (2002, p. 41), tm como objetivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torn-lo mais explcito ou a constituir hipteses. Podese dizer que estas pesquisas tm como objetivo principal o aprimoramento de idias ou a
descoberta de intuies.
A pesquisa bibliogrfica, para Gil (2002), caracteriza-se por ser levada a cabo a partir de
material j elaborado, tais como livros, estudos diversos (relatrios de pesquisa, dissertaes,
teses) e artigos cientficos. Embora o planejamento da pesquisa exploratria seja bastante
flexvel, na maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliogrfica ou de estudo de caso.
(GIL, 2002, p. 41). Manzo (apud LAKATOS; MARCONI, 1994, p. 183) acrescenta que a pesquisa
bibliogrfica oferece meios para definir, resolver, no somente problemas j conhecidos, como
tambm explorar novas reas onde os problemas no se cristalizaram suficientemente. Como o
conhecimento filosfico parte do campo da reflexo baseada em idias, as quais so
preferentemente difundidas em meios bibliogrficos, este tipo de pesquisa se mostra, neste caso,
como a que mais convm como metodologia investigativa, dada a prpria natureza da cincia
empregada. Alm disso, a pesquisa bibliogrfica no se limita a repetir o que j foi escrito ou dito
sobre determinado assunto, mas, segundo Lakatos e Marconi (1994, p. 183), propicia o exame de
um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a concluses inovadoras.
Neste trabalho, tambm se desenvolveu pesquisa documental. Valendo-se de documentos
originais (HELDER, 2006), procurou-se contrair todas as pistas que sinalizam informaes sobre o
objeto de estudo em curso (CELLARD, 2008).
Quanto ao mtodo cientfico, entendido como o conjunto das atividades sistemticas e
racionais que, ao traar o caminho a ser seguido, permite a obteno de conhecimentos vlidos e
1776
verdadeiros (LAKATOS; MARCONI, 1994), ser utilizado o mtodo dialtico. Para Parra Filho e
Santos (2003, p. 55), a dialtica por definio a arte de discutir e, segundo a filosofia antiga, a
argumentao dialogada. Tomar-se-, aqui, a acepo marxista, tambm denominada de
materialismo histrico.
Em sntese, a dialtica marxista ou materialismo histrico parte do ponto de vista de que
os objetos e fenmenos da natureza implicam em contradies internas, que devem ser
identificadas e entendidas para que se possa proceder no esforo de sua superao, de mudana
no estado das coisas a um patamar superior ou, traduzindo para o contexto do trabalho em
questo, ao ensino de Filosofia na EJA, e da relao de essencialidade desta disciplina ao
desenvolvimento da liberdade e, consequentemente, da cidadania.
Para Filho e Santos concluem que (2003, p. 58) considerando que toda verdade
provisria e reformvel, importante que o cientista ou o pesquisador tenha sempre um
pensamento dialtico, pois o homem avana quando se esfora para superar a si prprio.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Com o intuito de fundamentar as intuies primeiras, fruto da reviso bibliogrfica do
trabalho aqui apresentado, Foi realizada uma pesquisa com quarenta alunos do curso Tcnico
Nvel Mdio Integrado em Qumica do IFRN- Campus Macau. Os estudantes responderam um
questionrio simples e objetivo que continha cinco perguntas. Para primeira questo, o que
sustentabilidade?, 37,5 % deram respostas que no tinham ligao com o conceito, 32,5 %
citaram algum fator relacionado ao conceito, 22,5 % relacionaram sustentabilidade algo muito
prximo de sua definio e 7,5 % no responderam ou no sabiam. Na segunda pergunta, voc
acredita que atitudes ticas so importantes para a sustentabilidade?, 100 % responderam sim.
Quando foi perguntado voc tem atitudes sustentveis?, 85% responderam sim e 15%
responderam no. Para quarta questo, voc acredita que a maior parcela de responsabilidade
por aes sustentveis deve ser atribuda:, 72,5 % responderam a voc/sociedade, 20 % ao
governo, 5 % s empresas e 2,5 % rasurou. Por fim, para ultima pergunta, marque a alternativa
com a qual voc acha que se encaixa o conceito de sustentvel:, 77,5 % responderam se sentir
responsvel pela limpeza do ambiente que voc frequenta e 22,5 % responderam comprar
produtos com selo verde.
Percebemos que existem vrias contradies nas respostas dadas pelos alunos no
questionrio. Entendendo sustentabilidade como sendo algo alm da preservao ambiental, mas
como uma coisa protetora, recuperadora e regeneradora do ambiente (FRIEDMAN, 2010) notouse que a maioria dos estudantes no soube responder o que sustentabilidade. Ainda assim
disseram ter atitudes sustentveis. No se pode agir de forma sustentvel sem ao menos saber o
que sustentabilidade. Grande parte respondeu que a maior parcela de responsabilidade por
aes sustentveis deve ser atribuda a ns enquanto sociedade e que se sentir responsvel pela
limpeza do ambiente seria a alternativa mais sustentvel, porm ao se andar pelos corredores do
IFRN- Campus Macau perceptvel que as respostas no correspondem realidade, pois h lixo
1777
espalhado por todo o Campus. Sem falar nas frases de mau gosto que se escuta, como se no
sujarmos o pessoal da limpeza no vai ter trabalho.
Algo preocupante a crena de que comprar produtos com selo verde sustentavelmente
correto. uma noo perigosa e que tem grande influencia do marketing que as empresas aplicam
para entrarem na onda do sustentvel, haja vista que essa a moda do sculo (UNESCO, 2005,
P. 17). Pena que s estratgia de marketing. Na maioria das vezes essas empresas fazem algo
sustentvel por serem obrigadas por lei ou, simplesmente, no fazem.
A sustentabilidade, para esses alunos, algo de que ouviram falar, mas que no tem e nem
se interessam em ter conhecimento mais profundo. Para eles a sustentabilidade algo alheio a si.
To alheio, para alguns, que no se sentem responsveis por agir sustentavelmente. Acham que as
empresas e principalmente o governo so que deveriam se responsabilizar. Talvez eles no
tenham culpa de ter esse entendimento. So apenas mais uma gerao consumista que acredita
que a natureza existe para nos servir. complicado educar pessoas que, de certa forma, j
possuem opinies formadas. Os estudantes frequentam a escola, ou seja, tem acesso educao.
Porm para que o desenvolvimento sustentvel seja alcanado preciso que antes de serem
formados cientistas, sejam formados cidados com conscincia tica (UNESCO,2012).
5 CONCLUSO
Sabemos que as atitudes que as pessoas tm na adolescncia, ou na vida adulta, so, em
grande medida, frutos de todos os hbitos que praticam desde a mais tenra infncia. Portanto, se
a conscincia em relao s atitudes sustentveis no desenvolvida desde cedo, estas ltimas s
conseguiro prevalecer por fora de leis coercitivas. (Aes corretas por medo das punies).
A humanidade hoje atinge graus de poluio nunca vistos anteriormente. De acordo com
WOLF (2013) a concentrao de dixido de carbono ultrapassou as 400 partes por milho pela
primeira vez em 4,5 milhes de anos sendo que destas, 30% das emisses so antropognicas. E
de acordo com este, nada se faz para reverter esses nmeros, pois a grande massa social no
acredita que o aquecimento global algo possvel e bem prximo. Nesse cenrio surgem ideias
como os crditos de carbono que so, segundo Silva (S.d.), adquiridos atravs do sequestro e/ou
reduo na emisso de CO 2 e gases aceleradores do efeito estufa da atmosfera. A intuio que
conseguir reduzir essa emisso ganha um certificado que pode ser negociado na bolsa de valores.
Para PRADO (2006), a negociao do carbono algo bastante atrativo para o cenrio econmico.
justamente essa a questo: os crditos de carbono so mesmo eficientes para a conservao do
ecossistema ou so somente mais uma forma antitica e mascarada de ganhar dinheiro s custas
da moda sustentvel?
Para JAMIESON (2010) necessrio uma nova gerao de tecnologia no mais para
aumentar a produtividade, mas para minimizar os efeitos ambientais. nesse contexto que se
percebe a importncia de disciplinas como Filosofia e Sociologia na formao acadmica, para que
sejam formados alm de grandes tcnicos, indivduos que pensam sobre os impactos de suas
pesquisas. Apesar dessas disciplinas terem si tornadas obrigatrias no ensino mdio, a partir de
2008, em acordncia com a Lei 11.684. Diante dos dados coletados, ficou claro que muitos alunos
1778
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os-ceticos- do-clima-ja-ganharam.shtml>> Acesso em: 22 mai 2013.
1780
RESUMO
1781
INTRODUO
1782
REVISO BIBLIOGRFICA
1783
Santos e Mortimer (2000) afirmam que no suficiente inserir mudanas no currculo sem
tentar promover, de forma articulada, mudanas nas concepes e na prtica pedaggica dos
professores. Dessa forma, no processo de implementao de uma abordagem CTS, alm de se
discutirem as concepes docentes sobre CTS, torna-se relevante evidenciar a concepo de
ensino que o professor apresenta, considerando que ela exerce influncia na forma como ele atua
no processo educativo (ABIB, 1996).
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSES
1784
1785
1786
das transformaes das substncias ns podemos , ser inseridos na sociedade de uma maneira
mais eficiente e mais cidad, a partir do momento em que ns temos conhecimento sobre a
validao de mtodos de anlises, sobre a propriedades das substncias de uma maneira geral,
voc passa a ter uma capacidade intelectual de criticar, ento o nosso conhecimento qumico ele
vem exatamente pra agregar valor na construo de uma sociedade mais justa, mais igualitria e
de uma maneira geral assim que traga benefcios pra todos.
Os professores C, D e F, quando questionados sobre a relao qumica e sociedade,
destacam a viso de qumica que a sociedade tem, e que na grande maioria das vezes uma
concepo negativista, seja no mbito do ensino como disciplina ruim, como tambm no mbito
social, quando associada de forma preconceituosa dando a ela a responsabilidade de tudo que
acontece de negativo no meio social. Porm o professor F tambm apresenta uma viso benfica
sobre estudo da qumica, e agrega a ele a capacidade de transformao da sociedade e atuao
positiva do indivduo no meio social.
5 Pergunta: Qual a influncia da tecnologia na sociedade?
Professor G do IFRN: Ns vivemos num mundo globalizado e o sistema de informaes est
presente por demais nas nossas vidas e como tambm, na nossa forma de aprender, portanto esse
sistema de valores ele vai ter caractersticas especficas dentro da nossa sociedade. Como que
esses valores vo circular dentro da sociedade? Que tipo de aprendizado ns vamos ter com esse
novo tipo, novo modelo de sociedade? E como que nosso pensamento vai se estruturar diante
desta sociedade?
Nesta questo o professor G, no especifica sua prpria opinio sobre a pergunta, ele
apresenta questionamentos que ns devemos fazer diante dessa inovao tecnolgica que
adentra na sociedade. Porm o fato que a sociedade ela tem que perceber e ter um olhar crtico
diante desse avano tecnolgico, porque a tecnologia pode trazer uma imensido de benefcios a
sociedade, mas tambm pode provocar problemas sociais e ambientais para o homem, por isso
determinante que o indivduo seja participativo diante desse avano tecnolgico.
6 Pergunta: Como acontece o acesso s tecnologias?
Professor E da Rede Estadual: Enquanto sala de aula apesar da tecnologia, ela ainda um
meio visto de uma maneira que no muito trabalhada, porque se no foi trabalhado com o
profissional ainda, certo, que necessrio se trabalhar com o profissional e ele saiba usar a
tecnologia na sala de aula pra inovar o seu conhecimento e atrair o olhar do aluno.
O professor E, consciente da dificuldade de acesso a tecnologia quando ele diz que a ela
no muito trabalhada, e isso de fato uma realidade que vivenciada nas instituies de e
ensino, pois quando chega algum recurso tecnolgico nas escolas, ou ele insuficiente para o
nmero de alunos/professores ou no h uma formao para auxiliar o professor no uso dessa
tecnologia, e isso dificulta ainda mais o acesso da tecnologia na sala de aula.
7 Pergunta: Qual a posio do estado frente s tecnologias?
Professor G do IFRN: [...] esse tipo de educao o estado no pode abrigar simplesmente
utilitarista, vamos dizer assim, [...] portanto a ideia central : o estado prov mecanismos e
1787
instrumentos educativos institucionais pra que as pessoas possam se utilizar destes recursos de
modo a favorecer o seu crescimento.
A resposta apresentada pelo professor G reflete no mal uso das tecnologias, porque ela
para ser utilizada no auxilio ao desenvolvimento do conhecimento crtico e reflexivo do aluno e
tambm do prprio professor, por isso ela deve sim fazer parte dos recursos pedaggicos dos
professores, mais esses profissionais tem que ter o domnio da tcnica para fazer uso desses
recursos, para que ela no se torna para o aluno apenas mais um meio de comunicao e
interao entre as pessoas.
8 Pergunta: Na relao Cincia e tecnologia, voc considera que h pontos positivos e negativos?
Professor F do IFRN: Como todo conhecimento, como toda forma de conhecimento um
poder, a qumica no diferente, e todo poder ele exige uma responsabilidade, porque da mesma
maneira que ns podemos utilizar a qumica no desenvolvimento de um medicamento [...], da
mesma maneira que podemos transformar matrias para produzir combustveis menos poluentes
[...], se ns no tivermos tica, se ns no tivermos responsabilidade, todo esse conhecimento
ns podemos sim trazer malefcios pra sociedade.
O posicionamento do professor F foi completo, porque a cincia e a tecnologia podem
trazer benefcios como tambm malefcios a sociedade, o que determina isso como elas esto
sendo usadas e para que fins e isso vai depender da tica da responsabilidade e do conhecimento
de cada um, como citou o professor.
9 Pergunta: Qual a relao do ensino de qumica com a cincia a sociedade e a
tecnologia?
Aluno A do IFRN: [...] o ensino de qumica ele pode contribuir para formao de um
cidado atuante na sociedade, um cidado de bem, e pra isso deve ser usado as tecnologias dentro
de sala de aula, no s no que diz respeito a materiais didticos [...], mas tambm no mbito das
prticas da qumica que vem ajudar na realizao de experimentos e no desenvolvimento e avano
dessa cincia.
Aluno B do IFRN: [...] a qumica contribui bastante para sociedade, visto que ela est
inserida no nosso dia a dia, no s no ensino nas instituies, mas tambm no cotidiano das
pessoas, e essa tecnologia voltada para o ensino possibilita que as pessoas tomem conhecimento
dessa qumica, [...] a tecnologia vem dar suporte com estudos sejam feitos mais aprofundados
sobre determinado produto.
Aluno C do IFRN: Na minha opinio estes trs pontos so fundamentais para que aja um
avano na cincia [...] e a partir do momento que a tecnologia vai crescendo a gente tem um bom
aprofundamento na cincia.
Professor F do IFRN: O ensino de qumica, o de cincia de uma maneira geral, relacionado
ao enfoque cincia tecnologia e sociedade, um ensino voltado para a sociedade, para a vida,
para o progresso, para tecnologia, para problemas sociais persistentes, para o desenvolvimento de
uma maneira geral [...] enfim seria um ensino cujo objetivo central a formao de um cidado
1788
crtico, que conhece como as coisas funcionam, que participa das decises relevantes da sociedade
relativas a aspectos cientficos e tecnolgicos, o ensino de qumica vinculado ao enfoque CTS, um
ensino do contedo de qumica no contexto autentico do seu meio tecnolgico e social, como se
voc visualizasse o aluno no centro n, o aluno ele recebe na escola ou ele tem o contato com o
conhecimento do meio natural, como o meio natural funciona, isso o conhecimento cientfico, e
ele poder relacionar, ter a condio de relacionar de receber esse conhecimento do meio natural de
tal forma de poder relacionar com o seu meio social, e tambm usar esse conhecimento para poder
compreender as produes tecnolgicas que existe.
Os alunos A e B apresentam opinies distintas diante da temtica em questo,
principalmente o aluno A quando ele diz que o ensino de qumica pode contribuir para formao
de um cidado atuante na sociedade e faz relao desse ensino com a tecnologia. J o aluno C
foge um pouco ao tema e no apresenta uma ideia muito concreta a diante da questo.
A professora F muito enftica em suas palavras e apresenta um pensamento que
corresponde com o que se espera da relao do ensino de qumica com a cincia a sociedade e a
tecnologia. E o que pode-se perceber que ele expe uma um ponto vista que est voltado
totalmente para formao tica e social do indivduo.
CONCLUSO
Diante do estudo realizado, percebe-se que alguns professores e alunos tem uma viso
muito construtiva sobre a cincia e o uso das tecnologias, no que se refere ao ensino de qumica,
os avanos e progresso que o estudo dessa cincia trouxe e ainda pode trazer para a sociedade.
REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS
1789
1790
RESUMO
O presente trabalho buscou refletir acerca de algumas
manifestaes culturais da regio de Pau dos Ferros com
o intuito de compreender o seu prprio fazer a partir da
1791
1 INTRODUO
Por ser uma expresso prpria da espcie humana, a compreenso esttica aponta o
anseio de conter a realidade atravs da sntese em forma de signos que tentam representar as
diversas dimenses da existncia humana.
O termo esttica deriva-se do grego aisthsis, que caracteriza a capacidade de sentir,
possibilitando a projeo de impresses que convergem para a imagem constituinte do real. Em
Plato e Aristteles esta discusso se apresenta nas definies dos conceitos que so
determinantes para a valorao da realidade a partir das impresses sensveis. Em Plato,
particularmente, encontram-se referncias ao Belo como forma de contemplao do Bem
supremo, ideia essa que todos os homens estariam fundamentalmente inclinados a contemplar.
Na cultura grega esto presentes as manifestaes estticas que demonstram a intensa admirao
que esta civilizao tinha acerca do Belo e da preciso de representar o modo de compreender a
realidade por meio da poesia e do teatro.
Assim, a arte converge para uma forma de sublimao do cotidiano, transcendendo as
relaes do mesmo e imprimindo significados para a realidade que demandam a compreenso do
contexto do ambiente do qual se est inserido. Nesse sentido, nossa pesquisa vincula-se analise
das manifestaes estticas da regio de Pau dos Ferros RN (Alto Oeste Potiguar) para
compreenso dos elementos presentes nas expresses artsticas dessa parcela do semirido
nordestino.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A presente pesquisa foi conduzida a partir da leitura de alguns textos de referncia para o
tema relacionado arte, identidade, memria e as perspectivas estticas. Sendo assim, o bolsista
construiu algumas snteses na tentativa de se aproximar do referencial terico que lhe
oportunizasse compreender parte dos aspectos envolvidos na temtica da pesquisa. Foram feitas
snteses dos seguintes textos: LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropolgico. 24.
ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009. 117 p. (Antropologia social). GIDDENS, Anthony. A
constituio da sociedade, trad. por lvaro Cabral. So Paulo: Martins Fontes, 1989. VANNUCCHI,
Aldo. Cultura brasileira. O que , como se faz. 4 ed. So Paulo: Edies Loyola, 2006. Foram
pesquisados as seguintes obras: LOPES, Nei. Histria e cultura africana e afro-brasileira. So Paulo:
Barsa Planeta, 2008. 144 p. il. OLIVEIRA, Prsio Santos de. Introduo sociologia. 1. ed. So
Paulo: tica, 2010. 304 p. CASCUDO, Lus da Cmara. Antologia do folclore brasileiro. 8. ed. So
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Olympio; Braslia: INL, 1978. FARIAS, Agnaldo. Arte brasileira hoje. 2. ed. So Paulo: Publifolha,
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396 p. ROHDEN, Humberto. Filosofia da Arte: a metafsica da verdade revelada na esttica da
beleza. PROENA , Graa. Descobrindo a histria da arte. 1. ed. So Paulo: tica, 2007. 248 p.
SANTOS, Maria das Graas Vieira Proena dos. Histria da arte. 17. ed. So Paulo: tica, 2009. Vale
1792
salientar que todos os livros pesquisados, com exceo da obra de Luis da Cmara Cascudo
Literatura Oral no Brasil, todas as obras consultadas para a pesquisa fazem parte do acervo da
Biblioteca do Cmpus Pau dos Ferros (Paulo Freire) do IFRN.
3 METODOLOGIA
Foi desenvolvida, nos dois encontros semanais com o bolsista, a pesquisa bibliogrfica nos
textos relacionados s discusses da esttica filosfica, bem como dos aspectos da construo da
identidade cultural na tradio oral. Buscou-se ainda a definio e a discusso de alguns conceitos
como: cultura, arte, identidade, sociedade, imaginrio popular.
A anlise dos textos se deram concomitantemente as atividades discursivas na forma de
seminrios, onde foram elencadas as questes pertinentes ao tema da pesquisa. Foram
produzidas snteses de toda a literatura analisada pelo bolsista.
A pesquisa foi dividida em duas etapas distintas, porm com objetivos correspondentes. A
primeira fase destinou-se a coleta e anlise de referencial terico, bem como as discusses acerca
dos dados encontrados. A segunda etapa destinou-se a realizao de atividades de pesquisa de
campo, com entrevistas artistas da regio do semi rido no intuito de conhecer e registrar as
suas perspectivas sobre a arte que desenvolveram.
A pesquisa contou ainda com a participao de um bolsista voluntrio que tambm
participou das discusses e auxiliou nas atividades de campo.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
No perodo em que foi realizada a pesquisa pode-se constatar que algumas atividades
artsticas, como por exemplo, a poesia oral ou cantada, tem sido paulatinamente desvinculada da
cultura popular. Passaram a fazer parte de uma expresso que representa um serto que j no
existe mais, e mesmo apesar dos esforos dos prprios poetas em divulgar a sua arte pelos stios,
foi sensivelmente percebida a desvalorizao do papel da oralidade criativa dos poetas cantadores
diante de uma realidade cultural que se perdera atravs das ltimas dcadas do sculo passado.
sabido, atravs dos estudos acerca dos registros da primeira forma de literatura do ocidente, que
a tradio oral sempre foi responsvel pela transmisso dos elementos do passado distante e da
disseminao dos caracteres pertencentes a identidade cultural dos povos antigos.
Tambm foi perceptvel o distanciamento acerca das condies originrias em que se do
essas prticas poticas, uma vez que o seu fazer est vertido em escassas memrias do que
representou o passado. No que se refere a conscincia dos poetas sobre o seu papel de
divulgadores da tradio, ficou evidente, atravs dos dados coletados em campo, que os mesmo
reconhecem a importncia de sua arte para a permanncia de uma tradio aonde cabe a poesia
abstrair os cenrios do cotidiano e projetar metforas capazes de fazer transcender a realidade do
semirido Potiguar.
1793
5 CONCLUSO
Pode-se afirmar, a partir da pesquisa realizada, que as manifestaes estticas abordadas
no semirido Potiguar esto passando por gradativas alteraes de seus principais aspectos
originrios. Mesmo entendendo que tanto a construo da identidade cultural quanto
constituio dos valores estticos sejam parte de um processo dinmico, ou seja, capaz at de
incorporar novos elementos ao longo do tempo, preciso ponderar que a transfigurao reflete a
mudana de mentalidade sobre a tradio do passado. Assim sendo, essas tradies acabam por
ser redesenhadas com novos caracteres, modificando tambm as formas de representao da
realidade.
A presena de figuras tradicionais na forma de porta-gide das tradies do passado indica
tambm que a continuidade das prticas de outros tempos podem desaparecer, caso no haja a
convivncia dos mais novos com os elementos que manifestem a identificao das futuras
geraes com esse passado.
1794
Do ponto de vista da realizao da pesquisa ficou latente a ideia de que seja necessrio
aprofundar ainda mais o olhar sobre as formas de manifestaes estticas da regio do semirido
Potiguar, uma vez que existe uma vasta diversidade de representaes, algumas delas bastante
singulares, para a partir do estudo se possa caracterizar os valores, os conceitos, as perspectivas e
os fazeres das comunidades que vivem no serto.
preciso, portanto, sublimar o lugar comum do registro, que importante, mas no
representa sozinho a compreenso sobre as formas e os contedos, para se enveredar pela
conquista do significado de cada uma dessas manifestaes dentro do contexto do imaginrio
popular e da projeo do sublime como forma de superao do ordinrio.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ARISTTELES. Arte retrica e arte potica. Trad. Antnio Pinto de Carvalho. So Paulo: Difuso
europia do livro, 1959.
CASCUDO, Lus da Cmara. Superstio no Brasil. 5. ed. So Paulo: Global, 2002. 496 p.
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FARIAS, Agnaldo. Arte brasileira hoje. 2. ed. So Paulo: Publifolha, 2009. 121 p.il.
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Fontes, 1989.
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2009. 117 p. (Antropologia social).
LOPES, Nei. Histria e cultura africana e afro-brasileira. So Paulo: Barsa Planeta, 2008. 144 p. il.
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VANNUCCHI, Aldo. Cultura brasileira. O que , como se faz. 4 ed. So Paulo: Edies Loyola, 2006.
1795
RESUMO
1796
1 INTRODUO
A microrregio do Vale do Au constituda por nove municpios: Au, Alto do Rodrigues,
Carnaubais, Ipanguau, Itaj, Jucurutu, Pendncias, Porto do Mangue e So Rafael (Figura 1),
abrangendo uma rea de 4708.83Km2, e uma populao de 140534 habitantes (IBGE, 2010). Essa
microrregio situa-se na bacia do rio Piranhas/Au a qual possui cerca de 44.000 km, essa bacia
nasce em terras do Estado da Paraba, no municpio de Bonito de Santa F, estendendo-se at
encontrar-se com as guas ocenicas do delta da cidade salineira de Macau, no Rio Grande do
Norte (RN). (SERHID, 1997).
O rio Piranhas-Au tem extrema importncia para o RN por ter o maior reservatrio de
volume de gua desse Estado, a barragem Armado Ribeiro Gonalves, este reservatrio possui um
importante papel no abastecimento de gua das principais adutoras do interior do RN e para
agricultura irrigada do Vale do Au/RN.
Dessa forma, a economia dos municpios favorecida pela agricultura irrigada e a pesca.
Conforme Albano (2005) a regio do Baixo-A, possui uma rea de 27.000 hectares de terras
frteis que esto localizadas, principalmente, entre os rios Au e Patax. A microrregio do Vale
do Au possui clima semirido com precipitao mdia anual de 550 mm e temperatura mdia
anual de 26,2C.
A vegetao nessa regio de caatinga estando inserida em um vale com economia
voltada para a produo de fruticultura irrigada, principalmente para exportao, pecuria e na
indstria da cermica. (COSTA et al., 2002). Diante dessa realidade e com objetivo de realizar um
diagnstico socioeconmico da microrregio do Vale do Au/RN, elegeram-se e analisaram-se
alguns indicadores socioeconmicos que pudessem auxiliar nessa caracterizao no intuito de
compreender a importncia social das principais economias do Vale.
Figura 1: Mapa do Rio Grande do Norte com destaque para a Microrregio do Vale do Au/RN.
2 MATERIAL E MTODOS
Este trabalho constitui um dos primeiros resultados gerado a partir do SIG (Sistema de
Informao Geogrfica) do Vale do Au/RN (em desenvolvimento no Instituto Federal de
Educao, Cincia e Tecnologia Rio Grande do Norte/IFRN), derivam das primeiras anlises de
alguns dados mapeados. At o presente momento, o SIG-RN foi organizado tomando por base,
principalmente, os dados do IBGE encontrados no Censo Demogrfico de 2000 a 2010, no Atlas do
Desenvolvimento Humano no Brasil (BRASIL, PNUD/IPEA/FJP, 2003) e do Instituto de
Desenvolvimento Econmico e Meio Ambiente (IDEMA, Anurio Estatstico, 2006).
1797
3 RESULTADOS E DISCUSSO
A microrregio do Vale do Au possui uma populao de 140534 habitantes concentradas
principalmente na rea urbana. Entre 2000 e 2010, a populao total (Figura 2) cresceu 11 %, a
populao urbana que representava 64% do total em 2000 passou a 67% em 2010, enquanto que
a populao rural reduziu em relao a 2000. (IBGE, 2010).
1798
agricultura familiar. Ressalta, ainda, que, embora ocorram esses problemas, a agropecuria
continua sendo a principal fora de trabalho da regio.
De acordo com o censo 2010, a populao do Vale do Au teve um ganho em sua renda. O
censo de 2000 mostrou que 50,8% da populao no possua rendimento, no censo de 2010,
verificamos uma mudana nessa realidade, isto , o percentual da populao que no possui
rendimento caiu para 4.6% e a maioria da populao (80,5%) do Vale do Au passou a tem um
rendimento menor ou igual a 1 salrio mnimo. (Tabela 1).
Tabela 1: Classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita
Salrio mnimo
Menor ou igual a 1 salrio mnimo
Mais de 1 a 2 salrios mnimos
Mais de 2 a 3 salrios mnimos
Mais de 3 a 5 salrios mnimos
Mais de 5 salrios mnimos
Sem rendimento
Fonte: Dados do IBGE - Censos 2000 e 2010.
Percentual
Ano 2000
28.9
11.4
3.1
2.6
3.1
50.8
Percentual
Ano 2010
80.5
10.3
2.4
1.4
0.8
4.6
1799
ou inferior a 90%; em 2010, todos os municpios do Vale possui iluminao eltrica superior a 90%
(Figura 6).
1800
Pendncias sua produo foi oscilante. A banana era cultivada principalmente nas pequenas
propriedades de agricultura familiar, mas atualmente vem sendo produzido tambm pela
agricultura comercial. Nos ltimos seis anos, a produo de banana foi superior a 200000 t,
apresentado maior produo (265800 t) em 2006.
A manga outro fruto de destaque na agricultura dessa microrregio, cultivada em 7 dos 9
municpios do Vale em 2010 (Figura 8). Sua produo mostrou-se com pequena oscilao entre os
anos de 2005 e 2010, sendo em 2007, o ano de maior produo (119500 t); e em 2010, o ano de
menor (120000 t) produo. O municpio de maior produo (20000 t) de manga, em 2010, foi
Ipanguau.
1801
Entre os anos de 2005 a 2010 o feijo tem um comportamento oscilante, seu ano de maior
produo foi 2006 (4200 t), entrando em declnio nos anos posteriores apresentando em 2010 sua
menor produo (2565 t). Ipanguau/RN foi o municpio que mais produziu feijo em 2010 (357 t)
(Figura 10). A produo de milho possui comportamento semelhante ao do de feijo. Sua
produo tambm oscilou entre 2005 e 2010 estando em queda neste ltimo ano quando
apresentou 1670 t/ano. Ipanguau/RN foi tambm o municpio de maior produo (322 t) de
milho em 2010 (Figura 11).
A produo do algodo herbceo em caroo chamou a ateno porque fazia parte da
economia de seis municpios da microrregio do Vale, at o ano de 2009, chegando a apresentam
uma produo de 8110 t no ano de 2006, reduzindo sua produo nos anos seguinte e
desaparecendo completamente em 2010.
1802
1803
Figura 14: Efetivo dos galos, frangos, frangas e pintos da microrregio do Vale do Au, em 2010.
Figura 15: Extrao de lenha (metros cbicos) na microrregio do Vale do Au, em 2010.
Figura 16: Extrao de carvo vegetal (metros cbicos) na microrregio do Vale do Au, em 2010.
1804
4 CONCLUSES
Verificou-se que os dados do ltimo censo apontaram para melhoria nas condies
socioeconmicas da populao que vive na microrregio do Vale do Au/RN. Contudo, no
podemos deixar de identificar que, para obtermos um efetivo desenvolvimento social nessa
regio, necessria a ocorrncia de um crescimento econmico acompanhado por melhorias da
distribuio fundiria e maior apoio agricultura familiar. Somente nessas condies, os dados
passaro a representar uma valorizao efetiva das condies socioeconmicas do sertanejo.
Na atualidade, a agropecuria continua muito significante na base econmica dessa regio,
por isso importante lembrarmos que necessrio o desenvolvimento de polticas agrcolas
voltadas para a gerao de maior nmero de postos de trabalho no campo, principalmente com
agricultura familiar, contribuindo para evitar o xodo rural.
A criao de um Sistema de Informaes Geogrficas (SIG) para o Vale do Au/RN mostrouse eficiente e capais de subsidiar as atividades de gesto do uso e da ocupao do espao fsico. O
diagnstico socioeconmico foi o primeiro resultado obtido desse SIG o qual ter continuidade
com a introduo de novas informaes.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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M. T., SILVA, W. A. L. Semirido Piauiense: educao e contexto. Campina Grande: Triunfo Grfica
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IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA. Censo Demogrfico. IBGE, 2010.
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA. Censo Demogrfico. IBGE, 2000.
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Rio Grande do Norte. Natal: Secretaria de Planejamento e Finana, 2000 v.26.
SECRETARIA DE ESTADO DOS RECURSOS HDRICOS DO RIO GRANDE DO NORTE - SERHID. Plano
Estadual de Recursos Hdricos: relatrio de caracterizao do regime hidrometeorolgico das
bacias, volumes I e II. Natal, 1997.
1805
RESUMO
1806
1 INTRODUO
Na cidade de Santa Cruz e na regio do Trairi RN h uma efervescncia cultural
significativa, mas que no considerada institucionalmente, nos mbitos municipal e estadual. H,
por exemplo, a tradio do Boi-de-Reis, resguardada pelo mestre Antnio da Ladeira, que conta
hoje com 88 anos e tombado pelo Minc como patrimnio cultural brasileiro. Tambm, h mais
de 2 anos, existe o Grupo Teatral Arte Viva, que virou Ponto de Cultura, no bairro Paraso, alm de
vrios poetas, repentistas, artesos. Portadores de uma tradio cultural popular, esses cidados
permanecem no anonimato ou, quando no, tornam-se referncia por seus prprios esforos, no
havendo poltica de incentivo cultural na cidade. No entanto, so responsveis pelo patrimnio
imaterial que confere ao povo santa-cruzense e da regio do Trairi sua identidade.
A cultura local vem se desenvolvendo em vrias reas, por esforos empreendidos pelos
prprios artistas, com destaque para as reas da poesia, da msica, do teatro e da dana. H uma
ascenso cultural com surgimento de novos artistas, grupos e instituies culturais e, a partir da,
percebemos a pouca valorizao e incentivo institucional para que tenham mais oportunidades de
explorem seus trabalhos e suas produes. Isso tambm est relacionado com a falta de recursos
financeiros para sobreviverem e aperfeioarem seus diversos trabalhos.
Considerando que no dia 09 de agosto de 2011 foi apresentado o Projeto de Lei 007/2011
pelo vereador Lucicludio Bezerra Cmara Municipal de Santa cruz. A ementa dispe sobre a
obrigatoriedade da contratao de artistas locais em eventos artsticos culturais realizados com
recursos pblicos no municpio de Santa Cruz RN e d outras providncias.
Essa Lei, aprovada em 20/09/2011 assim se estrutura:
Artigo 1 - Nos eventos artsticos culturais com artistas ou grupos estaduais,
nacionais ou internacionais realizados no municpio de Santa Cruz RN, fica assegurada a
contratao de artistas locais para participao nos mesmos.
Pargrafo Primeiro: Fica a Secretaria Municipal de Cultura incumbida da seleo e
contratao do artista a ser contemplado nesta lei com base no cadastro de artistas existentes na
Secretaria levando em considerao o princpio da isonomia.
Pargrafo Segundo: O objetivo do pargrafo anterior contemplar todos os artistas
locais nos eventos municipais para que estes possam difundir seus talentos junto aos muncipes e
garantir a viabilizao financeira de seu trabalho artstico.
Artigo 2 - de competncia da Secretaria Municipal de Cultura promover o cadastro
artstico cultural com vistas ao enquadramento desta lei.
Artigo 3 - Fica assegurado aos artistas locais o percentual mnimo de 15% do montante
de at 50.000,00 (Cinquenta Mil Reais) e 10% do montante que extrapole o valor de R$ 50.000,00
destinados pelo Poder Pblico em quaisquer esferas de governo para contratao de atraes ou
produo artstico-culturais em eventos a serem realizados no municpio.
1807
2 METODOLOGIA
Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com artistas da cidade de Santa Cruz com
intuito de averiguar o alcance da Lei, assim como com os atores sociais envolvidos no processo de
sua formulao. Tambm houve estudo acerca da efetivao da lei dentro da cidade.
3 RESULTADOS E DISCUSSES
A princpio a lei teve sua inaugurao na festa da emancipao poltica da cidade, em 30 de
novembro de 2011. Na ocasio eles contaram com Ricardo Chaves da Bahia e de Santa Cruz se
apresentaram Mercinho do Acordeon e Banda BECAUSE. Porm isso muito pouco para que haja
uma valorizao na classe artstica.
A partir dos dados colhidos, pudemos perceber que muitos dos artistas no tiveram
interesse para participarem e ajudarem os elaboradores da lei. E durante a reunio era sempre o
mesmo grupo de pessoas para a aprovao da lei, e apenas 5 a 7 artistas participavam das
reunies. Segundo um dos entrevistados ele ressalta que houve uma grande divulgao para que
os artistas participassem das reunies. Isto significa que eles no sabem nem por o que lutar e
reivindicar o afirma.
E durante a entrevista pergunto a alguns dos artistas como ele visa o desenvolvimento da
lei dentro da cidade e um deles responde Ainda no tivemos oportunidade de ver tal lei posta em
prtica. Por enquanto, o que temos de positivo a formao do Conselho Municipal de Cultura e a
catalogao de artistas locais e instituies voltadas para a cultura, que foram solicitados pelo
governo municipal. Juntamente com os demais artistas, ainda no fomos beneficiados com tais
1808
recursos. Temos, todavia, esperana de que se d cultura popular o seu devido valor o mais
brevemente possvel ainda precisa muito do Conselho, que ser o rgo fiscalizador, para cobrar o
cumprimento desta lei, j que ela no vem sendo cumprida e acho que os artistas deveriam est
em cima cobrando, como cidado artista, do Conselho.
4 CONCLUSO
Mediante a anlise da pesquisa chega-se a concluso ainda precisa-se muito do Conselho,
que ser o rgo fiscalizador, para cobrar o cumprimento desta lei, e os artistas devem ter uma
maior viso sobre a lei para efetivao dos mesmos .Como afirma Luciclaudio Bezerra ,idealizador
da lei A cultura de Santa Cruz precisa ser mais bem valorizada. Valorizar a cultura aplicar bem os
recursos e fazendo com que os mesmos cheguem aos artistas. Valorizar a cultura pensar na
ampliao do calendrio de eventos culturais. pensar na qualidade da produo e apresentao
cultural. Valorizar cultura levar em conta a diversidade e fazer com que a mesma chegue aos
pontos mais isolados do campo e da cidade.
5 REFERNCIAS
vereadorluciclaudio.blogspot.com/2011/09/camara-municipal-vota-definitivamente-o.html
SANTOS, Jos Luis dos. O que cultura? So Paulo: Brasiliense, 2006 (Coleo primeiros passos;
110).
1809
RESUMO
1810
1 INTRODUO
A suinocultura no Rio Grande do Norte (RN) possui uma importncia subestimada pela
sociedade. A ausncia de polticas de incentivo ao segmento aliado com o preconceito sobre os
sunos constituem em fatores que impedem o desenvolvimento da atividade.
Segundo Silva Filha et al. (2011), a suinocultura no Brasil uma atividade predominante de
pequenas propriedades rurais e uma atividade importante do ponto de vista social, econmico e,
especialmente, como instrumento de fixao do homem no campo.
Nesse sentido, estudos sobre a suinocultura potiguar podem representar uma ferramenta
para que polticas de incentivo possam ser implementadas, pois segundo Miele e Machado (2006),
a cadeia produtiva de carne suna no Brasil apresenta um dos melhores desempenhos econmicos
no cenrio internacional, com um aumento expressivo nos volumes e valores produzidos e
exportados. Esse desempenho se deve aos avanos tecnolgicos e organizacionais das ltimas
dcadas. Apesar disso, verifica-se ao longo desse desenvolvimento movimentos cclicos de
expanso e retrao nos volumes e na lucratividade.
Para o Banco do Nordeste (2010), no caso da suinocultura, um outro aspecto importante
o fato de que predominam na Regio Nordeste pequenos e mdios produtores, que no
suportaram a elevao dos custos de produo, sem a respectiva elevao do preo da carne
suna, sendo obrigados a fechar seus negcios. J as regies Sul e Sudeste, onde se localizam os
grandes empreendimentos de sunos, os produtores no somente conseguiram atravessar a crise,
como ampliaram os seus investimentos, ocupando o lugar dos pequenos e mdios que
abandonaram a atividade.
A carncia de informaes a respeito da criao de sunos locais no Nordeste brasileiro
passa a impresso de que esta cultura no possui insero na economia ou na vida dos
agricultores familiares, contudo, a suinocultura local exerce papel representativo tanto no aspecto
econmico quanto social (Moreira e Queiroz 2007).
Dessa forma, o presente trabalho, teve por objetivo realizar um levantamento das
condies sociais dos produtores de sunos bem como a caracterizao da produo desses
animais.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Suinocultura familiar e o consumo de carne suna
Segundo Rached (2009), Em 1996, uma parceria entre o INCRA e a Organizao das Naes
Unidas para a Agricultura e a Alimentao (FAO) resultou na publicao do trabalho intitulado
"Perfil da agricultura familiar no Brasil: dossi estatstico". Neste caso a agricultura familiar foi
definida a partir de trs caractersticas: a) a gesto da unidade produtiva e os investimentos
realizados nela so feitos por indivduos que mantm entre si laos de sangue ou de casamento; b)
a maior parte do trabalho igualmente fornecida pelos membros da famlia; c) a propriedade dos
meios de produo (embora nem sempre da terra) pertence famlia e em seu interior que se
realiza sua transmisso em caso de falecimento ou de aposentadoria dos responsveis pela
unidade produtiva.
1811
Segundo a Lei Federal n 11.326 de 24 de julho de 2006 que estabelece as diretrizes para a
formulao da Poltica Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais, em
seu artigo 3 considera agricultor familiar aquele que pratica atividades no meio rural, atendendo,
simultaneamente, aos seguintes requisitos: I no detenha, a qualquer ttulo, rea maior do que 4
(quatro) mdulos fiscais; II utilize predominantemente mo-de-obra da prpria famlia nas
atividades econmicas do seu estabelecimento ou empreendimento; III - tenha renda familiar
predominantemente originada de atividades econmicas vinculadas ao prprio estabelecimento
ou empreendimento; IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua
famlia.Segundo Silva Filha (2008), existem algumas dificuldades para se ter acesso aos criadores
familiares de sunos, como exemplo, as precrias condies higinicas e sanitrias dos sunos e das
instalaes e, principalmente, a existncia de pequenas quantidades de animais, entre uma a
cinco cabeas de sunos locais por criatrio, seja em pequenas propriedades rurais ou nas prprias
residncias. Este fato dificulta a execuo da pesquisa cientfica com os sunos locais. Ainda
segundo a autora, h uma contradio na suinocultura nacional, pois o Brasil um dos maiores
exportadores mundiais de carne suna, com altssimos investimentos na cadeia suincola industrial.
Infelizmente esse sucesso vem tambm em detrimento da suinocultura de subsistncia e nesta,
encontram-se os sunos locais, ainda desconhecidos do ponto de vista zootcnico e cientfico.
Em relao suinocultura esses conceitos so ainda mais complexos, pois a suinocultura
familiar engloba produtores com diversos tamanhos de propriedades e nmero de matrizes,
podendo ter carter comercial ou de subsistncia (Silva Filha et al., 2011).
Para Silva Filha (2008), dos alimentos que chegam mesa dos brasileiros, mais de 60% vm
da agricultura familiar (Frei Betto, 2005). Segundo Malvezzi (2006), 58% dos sunos consumidos no
Brasil so oriundos da agricultura familiar. Nesse sentido, a agricultura familiar produz comida,
alimento, isto , alface, tomate, arroz, feijo, carne e uma centena de outros produtos que nem
constam nas estatsticas, mas que garantem a segurana alimentar do povo brasileiro, por mais
precria que ela seja.
O consumo de carne suna no Brasil est segmentado em trs diferentes mercados: o de
consumo de produtos industrializados, o de massa e o informal. No caso dos produtos
industrializados predominam consumidores de alta renda, que exigem, sobretudo, marca e
qualidade. Este mercado, que absorve cerca de 54% da produo, o mais lucrativo e o de maior
interesse das empresas (Miele, 2005). O segmento denominado de consumo de massa tem no
preo o principal indicador de demanda. Este mercado, aproximadamente 23% do total,
ocupado por consumidores de mdia e baixa renda e que no exigem um produto final de alta
qualidade, o que permite a sobrevivncia no mercado interno de segmento industrial composto
por pequenas e mdias empresas (Girotto, 2005). O consumo informal, por sua vez, favorece a
participao do abate no inspecionado (clandestino) no volume total do abate. Esta vasta e
diferenciada estrutura de unidades informais sem fiscalizao sanitria predominantemente de
pequenas empresas, tanto nas grandes capitais quanto no interior, e responde por 23% do
mercado (Girotto, 2005).
1812
o rebanho apresentou uma evoluo at o perodo entre 1994 e 1995, onde ocorreu mais uma
queda no nmero de animais. Dessa vez, a crise econmica do setor foi a responsvel pela
diminuio dos investimentos. Todavia com a estabilizao econmica nacional, a suinocultura
potiguar, estritamente atrelada ao mercado local, voltou a crescer, atingindo o nmero de
193.856 cabeas em 2009, valores que representam o maior efetivo desde que as pesquisas do
IBGE foram divulgadas.
Aps analisar dados censitrios do IBGE (2010), foi elaborado um resumo (Tabela 1) onde
esto listados os 10 maiores efetivos suincolas por municpio. Pode ser observado que a cidade de
Mossor apresenta o maior rebanho estadual, fato que pode ser credenciado presena de uma
Universidade com cursos ligados rea das agrrias e que por muitos anos disponibilizou animais
para a regio. Alm do fato da cidade est dentro de um polo de fruticultura, que como alimento
para animais de pequenos produtores rurais. As demais cidades possuem como caractersticas a
presena de subprodutos ligados ao campo (caju e soro de leite) que auxiliam na alimentao dos
animais e diminuem os custos da atividade.
Tabela 1: Relao dos 10 maiores efetivos de sunos no Rio Grande do Norte
Municpios
Mesorregio
Mossor
So Miguel
Apodi
Carabas
Monte Alegre
Lus Gomes
Santa Cruz
Macaba
Doutor Severiano
Severiano Melo
Oeste Potiguar
Oeste Potiguar
Oeste Potiguar
Oeste Potiguar
Agreste Potiguar
Oeste Potiguar
Agreste Potiguar
Leste Potiguar
Oeste Potiguar
Oeste Potiguar
Rebanho
suincolas
6.314
5.780
5.571
4.214
3.726
3.706
3.250
3.190
3.110
2.856
Percentual no RN (%)
3,28%
3,00%
2,89%
2,19%
1,94%
1,92%
1,69%
1,66%
1,62%
1,48%
Em outras cidades do Nordeste, como em Floresta-PE (Silva Filha et al., 2011), a criao de
sunos de fundamental importncia econmica e social nas propriedades. Os produtores no
tm condies financeiras nem tcnicas para oferecer aos animais um manejo adequado, desde o
alimentar, reprodutivo, produtivo e sanitrio. Faltam-lhes informaes.
Marinho (2009), Em virtude disso, emerge a necessidade de se conhecer melhor as
caractersticas de um sistema de produo de sunos praticado pela agricultura familiar, no que se
refere ao tipo de sistema desenvolvido, a alimentao utilizada e a importncia
socioeconmica existente, assim como a viso ambiental dos produtores sobre o sistema, dessa
forma, o sistema de produo pode ser estudado como um todo visando estabelecer a
sustentabilidade do sistema de produo.
A atividade suincola na maioria dos estados nordestinos desenvolvida de forma
rudimentar, com o emprego da mo-de-obra familiar e em pequenas propriedades, um sistema
tpico de agricultura familiar (Marinho, 2009). Os baixos ndices produtivos observados na regio
esto associados maneira de se produzir suno, a gentica pouco expressiva originada de
cruzamentos de animais nativos e raas locais, aliado a fatores scio-culturais e climticos,
favorece a pequena expresso da atividade na regio (Sollero, 2006).
1813
3 MATERIAL E MTODOS
O perfil social dos produtores de sunos foi avaliado mediante a aplicao de um formulrio
de questes contendo 11 perguntas fechadas relativas condio social dos produtores (Mattar,
1997). Optou-se por entrevistas diretas, com questes fechadas onde o entrevistador fez as
perguntas e anotou as respostas. Foram aplicados 79 questionrios, conforme metodologia
descrita por Borges et al. (2008), atravs dos alunos do curso tcnico em Zootecnia do IFRN
campus Apodi.
A escolha da microrregio da vrzea ocorreu aps consulta ao IDIARN (Instituto de defesa e
inspeo agropecuria do Rio Grande do Norte), que forneceu a informao de que a referida
microrregio concentrava a maiora dos estabelecimentos de sunos de Apodi. A aplicao do
questionrio ocorreu nos turnos da manh, tarde e noite, de maneira aleatria, sendo que o
contato com os entrevistados ocorreu no momento em que os entrevistadores chegavam s
propriedades. As abordagens individuais ocorreram com o consentimento dos consumidores.
Previamente aplicao do questionrio, os participantes foram informados sobre o
objetivo da pesquisa e o tempo necessrio para sua realizao, sendo a pesquisa realizada com a
cincia e o consentimento deles (Thoms et al., 2010).
As perguntas foram sobre o sexo, idade, nvel de instruo, religio, renda familiar mensal,
origem da renda familiar, categoria ocupacional do produtor, quantidade de pessoas que moram
na residncia, quantos cmodos tm a residncia, quantos sanitrios tem na residncia e quantos
dormitrios tem na residncia.
Os dados obtidos diretamente por meio da aplicao dos questionrios foram tabulados e
submetidos anlise estatstica descritiva, com nfase na distribuio de frequncias relativas das
respostas. Para tanto foi utilizado o procedimento PROC FREQ do programa estatstico SAS.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Foram entrevistados 79 produtores rurais de 10 comunidades (Santa Rosa I, Baixa fechada
I, Caboclo, Carpina, Carafosca, Vrzea da salina, Vrzea da carreira, Bico torto, Carnaubinha e
Ponta) da microrregio da vrzea de Apodi.
Os principais resultados encontrados foram que a idade mdia dos produtores foi de 44
anos, sendo 48,10% do sexo masculino e 54,90% do sexo feminino. Quanto opo religiosa,
93,67% so catlicos e 6,33% evanglicos.
Na tabela 2 so observados o grau de escolaridade dos produtores de sunos, onde 68,35%
possuem o nvel fundamental incompleto, o que revela uma baixa instruo dos proprietrios.
Tabela 2: Grau de escolaridade de criadores de sunos na microrregio da vrzea em Apodi
Grau de escolaridade
Analfabeto
Alfabetizao de adultos
Ensino fundamental incompleto
Ensino fundamental completo
Ensino mdio incompleto
Ensino mdio completo
Percentual
10,13%
1,27%
68,35%
8,86%
5,06%
3,80%
1814
Superior completo
Outros
Total
0,0%
2,53%
100,0%
Percentual
22,78%
0,00%
65,82%
0,00%
11,40%
0,00%
Percentual
16,30%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
83,70%
Com relao moradia dos criadores de sunos, 7,79% das residncias dos produtores
possuem de 1 a 2 pessoas, 67,53% entre 3 e 4 pessoas e 24,68% entre 5 e 6 pessoas. Com relao
1815
aos cmodos da casa, em 1,30% das residncias h somente 1 ou 2 cmodos, em 14,29% h entre
3 e 4 cmodos e em 84,42% das residncias h acima de 5 cmodos. Com relao ao nmero de
vasos sanitrios, 97,26% das casas possuem apenas 01 e em 2,74% das residncias h 02 vasos
sanitrios. Com relao nmero de dormitrios das casas, em 2,53% h somente 01, em 91,14%
das residncias h 02 dormitrios e em 6,33% h 3 dormitrios. Em nenhuma das casas h mais de
03 dormitrios.
Marinho (2009), ao caracterizar a suinocultura nas unidades de leite na cidade de Nossa
Senhora da Glria no semirido sergipano revelou que indicador relacionado com a condio de
moradia baixo Praticamente inexistente o saneamento e a coleta de lixo.
No Rio Grande do Sul, Cotrim (2008) trabalhando com comunidades de pescadores
encontrou bons ndices para o indicador moradia que foi atribudo ao avano das construes
veranistas que trouxe consigo o fornecimento pblico de gua, luz, saneamento e recolhimento de
lixo. No caso dos produtores de Apodi, os ndices de moradia so baixos, mesmo as comunidades
estando prximas da cidade (distantes em mdia, 05 km)
Os sistemas de produo dos produtores de queijo apresentam baixos ndices sociais para
a moradia e nvel educacional, Santana et al. (2009) em Pernambuco, observou-se que a maior
parte dos produtores entrevistados usufrui a atividade da suinocultura para gerao de renda
familiar, so pessoas desempregadas e que aproveitam os pequenos espaos de suas residncias,
criando os animais sem o mnimo de tecnologia moderna disponibilizada na suinocultura atual.
5 CONCLUSES
Dessa forma, conclui-se que os produtores de sunos possuem baixas condies sociais de
moradia e que so necessrios programas e projetos governamentais ou no para que os mesmos
possam se especializar na atividade e ascender socialmente.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BANCO DO NORDESTE DO BRASIL. Informe rural Etene efetivos da pecuria da regio nordeste.
Ano 4 2010 N 15. 7p.
BORGES, K.C., BASTOS, C.M.F., BARBOSA, V.S., CASTRO, O.P.C.M., COSTA, A.N., MARQUES JNIOR,
S., FONSECA, F.C.E. Alguns fatores que afetam a deciso de compra de carne suna e seus
derivados em supermercados de Natal, RN. In: Zootec, 4 p., Joo Pessoa-PB, 2008.
COTRIM, D. S. Agroecologia, sustentabilidade e os pescadores artesanais: O caso de Tramanda.
197 p. Dissertao (Mestrado) UFRGS, Porto Alegre, RGS, 2008.
FREI, B. 2005. Agronegcio e agricultura familiar. Verso eletrnica disponvel em
http://www.terrazul.m2014.net/spip.php?article195
GIROTTO, A. F., MIELE, M. Situao atual e tendncias para a suinocultura brasileira nos prximos
anos. Suinocultura Industrial. Itu, v. 184, p. 14-25, 2005. Anurio.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA. Produo da pecuria Municipal, v. 38, p.165, 2010.
1816
1817
RESUMO
1818
1 INTRODUO
O XI Congresso de Iniciao Cientfica do IFRN (IX CONGIC) ser realizado no campus de
Currais Novos/RN entre os dias 04, 05 e 06 de julho de 2013. Os artigos referentes aos projetos de
pesquisa desenvolvidos no IFRN devero ser submetidos ao congresso at o dia 26/05/2013
atravs da pgina do IX CONGIC. Estas normas tm como objetivo dar uma orientao geral aos
autores dos artigos no momento em que forem redigir e, principalmente, quando forem organizar
e digitar seus artigos cientficos.
Esse documento j est configurado com as normas pr-estabelecidas pela Comisso
Organizadora do evento e, para segui-las, basta substituir os textos de descrio pelo contedo do
artigo. Caso no seja possvel proceder dessa forma, as normas de submisso sero descritas a
seguir nos demais itens.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Cada grupo possui um universo cultural que determina a sua viso de mundo. Dentro deste
contexto, a cultura o termo utilizado para designar um conjunto de crenas, saberes, costumes,
organizao social, lendas, mitos e prticas de cada grupo de indivduos. Quando uma cultura
desconhece a realidade da outra, geralmente passa a no aceit-la por ser diferente da sua e o
resultado disto uma guerra. Sendo assim, um meio de reaver esses conflitos conhecer a
verdade cultural do outro. Porm, analisar cada uma individualmente no impede de observar as
interaes que podem ocorrer entre diferentes culturas. Assim, abordaremos a seguir os conceitos
de cultura, patrimnio, memria e identidade.
A cultura uma produo histrica que se d ao longo do tempo de acordo com as
relaes sociais e a poca vigente, ou seja, fruto de uma construo histrico-social. Ela se
modifica de acordo com as necessidades de cada grupo, por exemplo, quando h mudanas no
modo de pensar e agir de um povo. Todavia, no significa dizer que a cultura requeira anos para
ser construda. Ela pode ter anos de consolidao como tambm pode ser recente e o valor que
ela agrega dado pelas pessoas que fazem parte do grupo social que a tm como realidade
cultural.
A construo da cultura atual se d pelas relaes culturais que existiam e existe numa
determinada regio. Estudar a produo de um povo, seu modo de pensar e ver o mundo, ou seja,
sua realidade, um modo de analisar e entender a sociedade em que vivemos. A cultura diz muito
de um povo e por meio dela podemos entender as relaes sociais e os conflitos que surgem nos
dias atuais (SANTOS, 1987), bem como um meio de entender e aceitar a diversidade cultural.
Sendo assim, o ponto inicial para este estudo entender que a cultura relativa, ou seja, o
que cultura para um pode no ser para outro. No h uma melhor que a outra ou a correta a ser
seguida. A viso de que pases desenvolvidos possuem uma cultura mais rica se comparada a de
pases menos desenvolvidos e at de povos que viveram em outras pocas tambm errnea.
1819
Essas vises conturbadas ocorrem porque h uma elite que classifica o que verdadeiramente
cultura e o que seria somente manifestaes populares (SANTOS 1987).
A cultura cheia de significados. Pode ser o conjunto de prticas educacionais, lugares
importantes para uma determinada regio, ou ento doutrinas a serem seguidas. Aqui,
entendemos cultura com base nos conceitos de Jos Luiz dos Santos (1987), compreendendo-a
como o que caracteriza cada indivduo em particular e o meio onde ele est inserido. Segundo
esse autor, a cultura pode ter duas concepes: A primeira remete a todos os aspectos de uma
realidade social; a segunda refere-se mais especificamente ao conhecimento, s ideias e crenas
de um povo (SANTOS, 1987, p. 22). Neste estudo, tomamos como referncia a primeira
concepo.
Como j foi dito, a cultura reflete muito da nossa realidade social. Sendo assim, refletimos
nela informaes do mundo a nossa volta. O nosso modo de pensar e agir deixado como marca
coletiva e/ou pessoal na nossa produo cultural. Os mamulengos que Shic residente em Au,
estado do RN, produz so frutos das concepes do grupo social que ele faz parte, mas tambm
das suas concepes e crenas. Sendo assim, refletida na cultura uma identidade que pode ser
tanto coletiva como pessoal e, ao mesmo tempo em que essas pessoas imprimem sua identidade
na sua produo cultural, absorvem o significado de cultura para elas, assim formando sua prpria
identidade.
As transformaes que influenciam na cultura vm ocorrendo de forma mais rpida
atualmente com a globalizao, embora esse processo de mudanas seja totalmente normal e
desde sempre vigora. Essa ideia de que a globalizao torna a troca cultural mais fcil
justamente pelas novas possibilidades de comunicao que esto atreladas a esse processo. Para
Anthony McGrew (1992) so queles processos, atuantes numa escala global, que atravessam
fronteiras nacionais, integrando e conectando comunidades e organizaes em novas
combinaes de espao-tempo, tornando o mundo, em realidade e em experincia, mais
interconectado (apud HALL, 2006). Aqui, se difunde a ideia de que no existem mais barreiras
geogrficas, uma vez que o mundo se encontra conectado atravs das tecnologias, tendo como
principal difusora a rede mundial de computadores.
Essas mudanas trazidas com a globalizao induzem a uma produo cultural mais
prxima da homogeneidade a nvel mundial, mas ocorre o contrrio. As prticas culturais esto
em nuances diferentes de hibridizao. A cultura de Shic, por exemplo, pode ter influncia de um
artista europeu e ambos compartilhariam uma mesma tcnica de produo dos bonecos de
ventrloco. Baseando-se nisto, as culturas estariam sofrendo um processo gradativo de perda das
suas especificidades e ganhando aspectos de outras realidades culturais, culminando em culturas
hbridas. Entretanto, as culturas esto partindo para um quadro de lgica socioeconmica global,
podendo difundir sua cultura pelo mundo e ganhando meios econmicos de mant-la.
Diante das mudanas, alguns grupos sociais recorrem por registrar ou tombar os saberes
ou os bens mais importantes para o grupo, como forma de lembrar o que existia antes das
transformaes. Esses bens so carregados de histrias que remetem ao processo de construo
da identidade do grupo social e, portanto, possuem uma parcela muito grande de importncia
1820
Analisando a cultura e como ela nos leva a compreenso da sociedade atual necessrio
que analisemos juntamente com a mesma as relaes de poder que se originam e que circulam
em torno dela. Como j falamos, a cultura fruto de um processo de transformaes e essas
mesmas so completamente influenciadas com as relaes de poderio existentes naquela
comunidade (SANTOS, 1987). Assim temos que abordar a totalidade cultural de uma regio,
buscando abranger as diversas formas sociais.
METODOLOGIA
1821
processo metodolgico contou com o levantamento dos mestres nas cidades do Vale Au,
entrevistas semiestruturadas e culminou com as gravaes para o Portal da Cultura Potiguar.
Para tanto, trabalhamos com a ideia da UNESCO quanto existncia de tesouros humanos
vivos. So pessoas consideradas mestres que por possurem o saber-fazer so considerados
verdadeiros patrimnios. Nesta pesquisa, nos interessou perceber se o indivduo se constitui como
referncia para a comunidade e se tem o reconhecimento de mestre entre seus pares.
Atravs da pesquisa de campo, procurando investigar sobre as produes culturais que
existem no Vale do Au, alguns nomes foram sendo constantemente mencionados em decorrncia
do trabalho que realizam. Donatila, por exemplo, foi indicada por mais de uma pessoa como sendo
a melhor para falar sobre a passagem do ramalhete, celebrao catlica que ocorre anualmente
na festa de So Joo Batista em Au. Seguindo a mesma linha, surgiu mais nomes: Branco, um alto
rodriguense que atualmente reside em Pendncias; Wagner, artista plstico de Au; Shic,
mamulengueiro tambm de Au; e Dona Chiquinha e Vicncia, brincante do drama em Itaj.
Por meio de entrevistas semiestruturadas, propomos alguns questionamentos bsicos para
comear o dilogo. Com o decorrer da fala dos entrevistados, novos questionamentos iam
surgindo e, ter adotado este tipo de mtodo nos deu a liberdade necessria para seguir com novos
questionamentos. A escolha da entrevista semiestruturada foi no s por questo de praticidade,
mas tambm um meio de conhecermos um pouco mais sobre as manifestaes culturais dos
entrevistados.
Este mtodo possibilitou-nos reconhecer quem era mais desinibido e que talvez pudesse
contemplar bem os pontos que queramos abordar na entrevista para o Portal da Cultura Potiguar.
Sendo assim, encaminhamos os nomes de Shic, Wagner, Dona Chiquinha e Vicncia para o grupo
de Natal que realizaria as entrevistas. A fase final est sendo organizar e editar o vdeo e preparar
o texto para colocar no site do IFRN e divulgar.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Com tudo que foi apresentado deu-se incio a concretizao do projeto. Como j tnhamos
em mente as pessoas que representavam a cultura local atravs das nossas pesquisas,
anteriormente discutidas na metodologia, nosso procedimento foi entrar em contato com os
representantes locais. A primeira manifestao ento abordada foi o "drama" da cidade de
Itaj/RN. Ela retrata o cotidiano vivenciado na cidade de forma teatral, com encenaes,
elencando msica e dana. A musicalidade fica por conta das rimas bem elaboradas que as
prprias drameiras compem.
A cidade de Itaj o palco para essa manifestao que antigamente parava, literalmente, a
cidade e propagava a cultura itajaense por todo o Vale. Para aprofundar sobre essa prtica
cultural, ns entrevistamos as duas irms brincantes, Dona Chiquinha e Dona Vicncia.
Assim, uma parte da equipe que compe o projeto Portal da Cultura Potiguar foi recebida
para a realizao da entrevista, mais um registro no Portal que ser divulgado em breve, logo aps
o processo de edio no qual ele se encontra atualmente.
1822
Alm do drama itajaense, outras manifestaes j foram sondadas, mas o objetivo final
com as mesmas ainda no foi concludo: o do registro em vdeo e a disposio deste no Portal. Na
cidade de Pendncias, a manifestao que apresentou grande importncia para o povo da cidade
foi a arte de tocar viola. Para um maior aprofundamento sobre essa tcnica conversamos com o
violeiro mais conhecido na regio. Nessa conversa informal, ele apresentou seu ofcio tocando a
viola, e revelando que essa arte ultrapassa os limites do instrumento. Ela se d com a msica
cantada, chegando prximo arte do repente. A partir de um tema proposto, construda a
melodia e a letra da msica, feitas espontaneamente e de improviso. Contudo, todas as letras so
momentneas, no havendo, portanto um registro. Sendo assim, torna-se de suma importncia
registrar a produo audiovisual desta prtica cultural como meio de fortalecer a manifestao e
divulg-la.
Outra prtica de grande relevncia na regio foi o Mamulengo, sendo esse orgulho
principalmente dos assuensses, pois seu maior representante local, Shic do Mamulengo,
natural dessa cidade. O Mamulengo uma espcie de fantoche, onde manipuladores do voz e
movimento aos bonecos de pano, retratando histrias do imaginrio coletivo da comunidade. Na
cidade de Ass, mais uma conversa j foi realizada, sendo essa com Wagner, um artista plstico
local que faz quadros e esculturas bastante conhecidas na regio.
Essas pessoas so, portanto, referncias culturais da regio do Vale do Au. A partir das
suas prticas, constroem o imaginrio cultural da regio e promovem, numa via de mo dupla, a
interiorizao pessoal das vivncias da regio. O fruto disso uma cultura diversificada.
A identidade do vale se constri a partir desses e outros artistas da regio. A identidade se
consolida, por exemplo, com o trabalho de Shic que remete ao passado da cidade de Ass e a
histria dos seus habitantes, fazendo com que os prprios se sintam identificados em seu
trabalho. Ele nos remete ao universo da regio, o modo de falar, os modos e maneiras de agir. Do
mesmo jeito Wagner reflete os habitantes da regio em suas pinturas, ligando-os ao mais prximo
do real possvel, fugindo da esttica miditica. Suas obras se destacam pela presena de linhas
curvas que conversam com o estilo do barroco nas pinturas.
O drama de Dona Chiquinha e Dona Vicncia tem um contedo abrangente. Cantar sobre
as belezas naturais do nosso estado, como elas fazem cantando sobre as praias do Rio Grande do
Norte, ajudam a divulgar os nossos potenciais e fortalece a nossa identidade. Do mesmo modo o
violeiro de Pendncias que cria suas improvisaes com base em suas experincias do local onde
vive.
Enfim, a prtica cultural se consolida a partir das experincias individuais agregada s
vivncias coletivas. O pertencimento a um grupo reflete nas produes culturais elementos
presentes nesse grupo. Deste modo, reafirma-se a coletividade de um grupo social e fortalece o
saber-fazer, o modo de pensar, agir e ver o mundo. Todavia, j que a cultura dada a partir de
transformaes, como cada uma mantm suas especificidades e conseguem se fortalecer no
sculo XXI, quando a lgica global no ter distines?
Sendo assim, as transformaes que as prticas culturais sofrem com a globalizao as
levam a se adequar a uma lgica global. Contudo, a hibridizao cultural que ocorre no modifica
1823
a raiz dos movimentos culturais no Vale do Au. Essas culturas se introduzem no mbito mundial
mantendo um de seus elementos e agregando novos. Assim, conseguem expandir e divulgar suas
prticas em outras regies, se inserindo na globalizao, mas sem enfraquecer o seu movimento
cultural. Isso ocorre nos trabalhos de Wagner que participa em eventos de arte como expositor,
nos dramas de Dona Chiquinha que falam sobre outras realidades que ela no vivencia.
5 CONSIDERAES FINAIS
A cultura faz parte de um processo construtor da identidade local em que ela est inserida
e por isso atua constantemente na vida da populao daquela regio. Com tudo que foi
apresentado no decorrer desse artigo, esse levantamento s se torna mais perceptvel. Atravs
das manifestaes expostas h a possibilidade de se avaliar contextos sociais e suas relaes na
vida dos praticantes e daqueles que de forma passiva so abrangidos por essa cultura.
A partir das pesquisas de campo, conversas informais, entrevistas e da observao partindo
de aprofundamentos conceituais, percebe-se que a cultura dessa regio forte, atuante e
identitria. Verifica-se a independncia dos artistas frente a rgos o que evite possveis
problemas. O que vemos que essa independncia possibilita uma liberdade real para suas
prticas, sem vnculos que possam restringir o que os artistas buscam disseminar, fazendo com
que as suas prticas tenham uma ligao profunda com a realidade da regio. Essa liberdade
constituda a partir de uma troca de relaes entre praticantes de um mesmo grupo e com a
cultura que eles vivenciam.
A cultura diz muito da poca e do lugar onde ela vivenciada. Entretanto, entende-se que
faz parte da sua trajetria mudar e se adaptar s transformaes do tempo. Sendo assim, percebese como necessrio o registro das manifestaes culturais, principalmente aquelas que no
podem ser tombadas porque fazem parte do grupo do patrimnio imaterial. O saber-fazer dos
sujeitos anteriormente mencionados precisam ser registrados, no s como forma de arquivar a
cultura de uma poca, mas tambm para que seja possvel dissemin-la. Esse processo sucumbe
no reconhecimento das prticas do lugar e reafirma a identidade cultural que h na comunidade.
A partir das pesquisas de campo, conversas informais, entrevistas e da observao partindo
de aprofundamentos conceituais, percebe-se que a cultura dessa regio forte, atuante e
identitria. Verifica-se a independncia dos artistas frente a rgos o que evite possveis
problemas. O que vemos que essa independncia possibilita uma liberdade real para suas
prticas, sem vnculos que possam restringir o que os artistas buscam disseminar, fazendo com
que as suas prticas tenham uma ligao profunda com a realidade da regio. Essa liberdade
constituda a partir de uma troca de relaes entre praticantes de um mesmo grupo e com a
cultura que eles vivenciam.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABREU, Regina; CHAGAS, Mrio. Introduo. In:______. Memria e Patrimnio: Ensaios
Contemporneos. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2003.
1824
1825
RESUMO
KEYWORDS: teaching of evolution; biological evolution and learning; teaching evolution and religion.
1826
1 INTRODUO
O conhecimento biolgico acumulado acerca dos mecanismos de Evoluo dos seres vivos
um grande patrimnio da humanidade e importantssimo de ser vivenciado por jovens do
mundo atual (El Hani apud Moo, 2009). A afirmao de Tidon & Vieira (2009) tambm atesta
esta viso, conforme reproduzimos a seguir:
A teoria da evoluo, acrescida das atualizaes e desdobramentos ocorridos nos
ltimos 150 anos, no s explica a diversidade da vida como tambm proporciona
uma excelente oportunidade para anlises e reflexes que desenvolvem o esprito
crtico daqueles que a estudam.
1827
1828
que justificaria a incluso de uma ideia criacionista como paradigma para explicar a origem das
espcies (Branch & Scott, 2009).
No Brasil, muitos professores optam por fugir da polmica, apresentando a teoria evolutiva
isoladamente, sem mencionar as concepes mticas ou mticas religiosas que precederam a
concepo da ideia de transmutao das espcies e muito menos a ideia do design inteligente. H
outros, entretanto, que estimulam o debate criacionismo versus evolucionismo, por considerar
que este momento crucial para a confrontao entre tipos diferentes de conhecimento humano,
aproveitando o ensejo para ressaltar a natureza investigativa da cincia, produtora de uma
verdade relativa, e seu reconhecimento como construo social. (Piolli & Dias, 2004)
Nesta perspectiva, nosso trabalho teve como objetivo levantar a viso dos professores
quanto aos fatores que facilitam ou dificultam o ensino-aprendizagem de Evoluo e verificar de
que maneira as convices religiosas e os possveis conflitos internos do professor de biologia
interferem na sua proposta de ensino de Evoluo.
2 MATERIAIS E MTODOS
2.1 Estrutura do questionrio
As questes que compem o questionrio avaliativo aplicado aos professores sero
arroladas abaixo: (Procurou-se no identificar o indivduo e garantir ao mesmo a confidencialidade
das respostas).
Questo 1: Enumere fatores que voc considera que facilitam o ensino de Evoluo
Biolgica em sala de aula.
Questo 2: Enumere fatores que voc considera que dificultam o ensino de Evoluo
Biolgica em sala de aula.
Questo 3: Em experincias vividas durante suas aulas sobre evoluo, voc j percebeu
ser polmico o tema Evoluo Biolgica? Por qu?
Questo 4: Em sua opinio, conhecimentos religiosos a respeito das origens da vida e do
homem podem ser trazidos para a discusso sobre Evoluo biolgica em sala de aula? Por qu?
Questo 5: Suas convices religiosas j interferiram nas opes que voc fez para o ensino
de Evoluo? Em caso afirmativo, quais aspectos foram afetados (seleo de contedo,
profundidade do conhecimento, metodologias, busca de atualizaes sobre o assunto).
Questo 6: Voc j ouviu falar da teoria do Design Inteligente? Em caso afirmativo, diga o
que voc entendeu sobre ela, se voc concorda com premissas dessa teoria e se ela deve ser
debatido em sala de aula.
Questo 7: Quais as metodologias mais utilizadas por voc no ensino de Evoluo?
1829
3 RESULTADOS E DISCUSSO
A primeira questo indagava sobre os fatores que facilitam o aprendizado de biologia, na
viso dos professores (figura 1). As principais citaes dos professores como facilitadores do
ensino de Evoluo foram: a curiosidade dos alunos/teor polmico do assunto e a possibilidade do
trabalho com Evidncias. Resultados similares foram encontrados no trabalho de Sobrinho et al
(2011) entrevistando professores na grande BH.
Figura 1: Diferentes fatores que, segundo os professores, facilitam o ensino de evoluo biolgica na cidade de
Mossor/RN.
As principais citaes como fatores que dificultam o ensino de Evoluo foram o fanatismo
religioso e o ceticismo dos alunos (figura 2). Tais resultados so tambm corroborados pelo
1830
Figura 2: Diferentes fatores que, segundo os professores, dificultam o ensino de evoluo biolgica nas escolas de
Mossor/RN.
Figura 3: Diversidade de respostas dos professores das escolas de Mossro/RN questo da polemica gerada em
sala quando se aborda o tema Evoluo.
1831
Figura 4: Diversidade de respostas dos professores de Mossor/RN sobre a questo da possibilidade de se trazer
conhecimentos religiosos ao espao de sala de aula, interpondo-se s premissas cientficas da Evoluo.
Quando indagados sobre possveis interferncias das convices religiosas nas opes
pedaggicas que os professores fizeram para o ensino de Evoluo, a grande maioria nega a
possibilidade dessas interferncias ocorrerem (figura 5). Parece haver uma contradio entre as
opinies dos professores colocadas nas questes das figuras 4 e 5, pois ao mesmo tempo em que
se admite a ideia da contraposio entre cincia e mito religioso nas aulas de Evoluo enfatiza-se,
na maioria dos escritos, que suas prprias convices religiosas no interferiro no processo
pedaggico ocorrido no espao da sala de aula.
Figura 5: Diversidade de respostas dos professores de Mossor/RN sobre a questo da possibilidade das convices
religiosas do professor interferirem no ensino de Evoluo.
1832
A figura 7 mostra o panorama das opes metodolgicas dos professores de nossa cidade
quando trabalham com o contedo de Evoluo biolgica. Podemos notar a grande tendncia ao
uso de formas tradicionais de ferramentas pedaggicas, tais como o material audiovisual e a aula
expositiva formal.
Figura 7: Diversidade de respostas dos professores de Mossor/RN sobre quais metodologias so utilizadas em sala
de aula no ensino de Evoluo.
4 CONCLUSES
Fatores que facilitam ou dificultam o ensino de Evoluo em nossa regio so coincidentes
com fatores de outras localidades do Brasil, tais como MG e SC. A religiosidade dos alunos, na
viso dos professores, parece ser muito importante como dificultador da aprendizagem de
Evoluo, embora estudos preliminares (entrevistas com alunos) apontem a complexidade do
assunto como principal fator que dificulta o ensino-aprendizagem de Evoluo.
Dentre os fatores que facilitam o aprendizado de Evoluo, a curiosidade dos alunos e a
riqueza de evidncias so os aspectos mais ressaltados pelos professores. Estudos preliminares
1833
5 AGRADECIMENTOS
Pr-Reitoria de Pesquisa e Inovao do IFRN, pelo financiamento do projeto
Levantamento e anlise das praticas pedaggicas sobre o ensino de Evoluo biolgica em
escolas pblicas e privadas de Mossor/RN, regido pelo editais 03/2012 e 05/2012.
direo e coordenao do colgio Diocesano e da Escola Estadual Ada Machado. Aos
professores das referidas escolas e do IFRN que gentilmente aceitaram participar respondendo os
questionrios.
1834
Fundao Helena Antipoff, como exigncia docurso de Cincias Biolgicas para a obteno do grau
de licenciado. 2011.
TIDON, R. & VIEIRA, E. O ENSINO DA EVOLUO BIOLGICA: UM DESAFIO PARA O SCULO XXI.
DISPONVEL EM: HTTP://WWW.COMCIENCIA.BR/COMCIENCIA/?SECTION=8&EDICAO=45&ID=535,
ACESSADO EM 26/02/2012.
1835
RESUMO
A cultura um importante meio de se estudar as
sociedades. Ela construda ao longo do tempo pelos
sujeitos inseridos em grupos sociais a partir de uma
memria coletiva, originando uma identidade. Durante
seu processo de construo, passa por mutaes e vai se
reorganizando de acordo com o interesse do grupo.
Partindo desse conhecimento, decidimos investigar as
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1 INTRODUO
A concepo de patrimnio cultural esteve, por muito tempo, relacionada a bens materiais
que possuam, por suas caractersticas fsicas, valor artstico ou histrico para a humanidade.
Dessa forma, o patrimnio cultural material, ou tangvel, deveria representar uma determinada
cultura e perpetu-la aos seus descendentes, devendo, para isso, ser tombado. Essa ideia de
patrimnio (assim como a de cultura) passou, no entanto, a ser cada vez mais relativizada, com a
percepo de que o patrimnio era constitudo a partir de referncias identitrias de determinado
grupo cultural.
Diante disso, o conjunto de bens que poderia ser considerado patrimnio tambm foi
gradativamente ampliado, incluindo diversas manifestaes artsticas, como saberes, festas,
celebraes e expresses culturais. Alm disso, objetos e lugares tangveis tambm comeam a ser
preservados pelo seu valor simblico pelas prticas e vivncias relacionadas a eles e no mais
pelas suas caractersticas fsicas. Isso permitiu incluir no rol de bens culturais da humanidade
elementos da cultura popular e iniciou uma ampla discusso sobre as formas possveis para
preserv-los ou perpetu-los, j que o tombamento no se mostrava mais como prtica
apropriada para essa nova categoria de patrimnio.
Considerando isso, em 2011, iniciou-se o projeto Em Busca do Patrimnio Cultural
Imaterial no Vale do Au, com o objetivo de mapear as produes culturais presente no Vale do
Au, microrregio do estado do Rio Grande do Norte. Na ocasio, percebemos as festas juninas
como uma manifestao cultural muito importante para a populao local, iniciando um novo
projeto com o objetivo de investigar as referncias identitrias relacionadas a essas celebraes,
considerando-as patrimnio cultural imaterial do Vale do Au.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Existem inmeras formas de estudar um determinado povo. Uma das mais abrangentes
atravs da sua cultura. Este vocbulo to complexo e discutido abrange no s a humanidade
como um todo, e por consequncia seus costumes objetivados, mas tambm especifica
unicamente cada grupo social (SANTOS, 1983). Por essa variao cultural, vrias vezes acabam-se
criando uma hierarquizao das culturas, com suposies que umas so superiores s outras.
Idealizou-se que existe apenas uma verdade cultural e em decorrncia disso cada grupo apresenta
um comportamento etnocentrista que julga e sobrepe o comportamento de outro grupo.
Para Jos Luiz dos Santos, uma concepo de cultura que esta formada por:
conhecimento, ideias e crenas de um povo (1987). Sendo assim, importante direcionarmos
nosso olhar de acordo com os seus praticantes se quisermos compreend-la. Isso se deve em
grande parte porque a cultura reflete as identidades das pessoas, que colocam sua vivncia no
fazer dessa cultura, e esta acaba refletindo essas identidades. Assim, constituiu-se a ideia de
memria.
1837
Tem-se que destacar que tanto a cultura como a memria mutvel. Com isso o grupo
praticante da cultura filtra, conscientemente ou no, o que deve ser perpetuado ao longo do
tempo, pois a memria se constitui como o elo entre a identidade e a cultura, ou seja, as prticas
que sero perpetuadas tem que representar um carter identificador para o seu povo e esse
carter se d a partir do momento em que o indivduo se considera parte daquele grupo, atravs
da memria que existe nele (POLLAK, 1989).
A unio desses conceitos que possibilita a percepo do patrimnio de um grupo, como
todo o material ou o imaterial que importante para ele. Esse patrimnio vem sendo estudado
em dois grupos: tangvel ou material (pedra e cal) e intangvel ou imaterial (ABREU; CHAGAS;
2003). A unio desses que cria as particularidades de cada grupo, diferenciando, assim, uma
cultura de outra, de acordo com suas especificidades. Trabalharemos aqui com a ideia de
patrimnio imaterial que segundo a UNESCO :
O conjunto das manifestaes culturais, tradicionais e populares, ou seja, as criaes
coletivas, emanadas de uma comunidade, fundadas sobre a tradio. Elas so transmitidas
oral e gestualmente, e modificadas atravs do tempo por um processo de recriao coletiva.
Integram esta modalidade de patrimnio as lnguas, as tradues orais, os costumes, a
msica, a dana, os ritos, os festivais, a medicina tradicional, as artes da mesa e o saberfazer dos artesanatos e das arquiteturas tradicionais. (apud ABREU, 2003)
Com isso nos propomos a analisar especificamente uma vertente do patrimnio imaterial:
as festas e celebraes, mais especificamente os festejos juninos no Vale do Au/RN, que possuem
carter popular e em processo de modernizao. Uma caracterstica desse processo o
cruzamento de elementos culturais, como nos explica Nstor Garcia Canclini:
Por extenso, possvel pensar que o popular constitudo por processos hbridos e complexos,
usando como signos de identificao elementos procedentes de diversas classes e naes. (1998;
p. 220-221)
1838
familiares; o fluxo de pessoas nessa poca to amplo que chega a ser maior que do que o fluxo
no Ano Novo e Natal, consideradas festas da famlia (NEPOMUCENO apud CHIANCA, 2011).
Isso ajuda a solidificar o So Joo como um forte atrativo turstico, principalmente na
regio Nordeste, onde as festas so consideradas tradicionais. Atravs da continuidade dessas
festas ano aps ano, pelo processo de repetio, criou-se o costume de participar e de vivenciar
essas festas (cf. HOBSBAWM, 1984).
Essas celebraes, sobretudo a festa profana, vm crescendo desde o final do sculo XX
devido a dois principais motivos: a) interesse jornalstico pela divulgao e b) o processo de
rurbanizao (apud CHIANCA, 2011). Notou-se, a partir da dcada de 1990, que o encontro de
indivduos nas festas j no acontece to somente com o objetivo de solenizar o passado, mas
tambm de renovar os laos familiares e fraternais, gerando crescimento nos setores econmicos.
Essa uma poca onde cada regio apresenta sua especificidade e onde a populao e at
os migrantes se identificam (SILVA, 2011). Em grande parte esse fato ocorre pelo processo de
ressignificao que est presente na dinmica dessas festas, mas que apresenta um grande
problema, pois a ressignifcao se d de uma forma to devastadora com a implementao de
fatores nos mbitos polticos, econmicos e socioculturais que fazem com que as festas percam
uma grande parte de sua essncia (NEPOMUCENO, 2011). Porm, segundo Nstor Garcia Canclini:
preciso perguntar-se agora em que sentido e com quais fins os setores popular aderem
modernidade, buscam-na e misturam-na a suas tradies. (1998; p. 206)
O problema no haver a ressignificao no costume em si, mas sim, ela estar submetida e
s ocorrer em funo da matriz socioeconmica mundial. Segundo Eric Hobsbawm, o costume:
No impede as inovaes e pode mudar at certo ponto, embora evidentemente seja tolhido
pela exigncia de que deve parecer compatvel ou idntico ao precedente. Sua funo dar a
qualquer mudana desejada (ou resistncia inovao) a sano do precedente, continuidade
histrica e direitos naturais conforme o expresso na histria. (1984; p. 09)
METODOLOGIA
Um meio de analisar a cultura de um povo dar ateno para que este se mostre atravs
de suas manifestaes culturais, onde devem estar presentes sua identidade e memria. Na
histria do Vale do Au, o ms de junho se tornou a poca de divulgao desses valores atravs
das festas alusivas aos santos juninos. Para que as celebraes fossem analisadas de modo que os
pesquisadores pouco interferissem, optou-se por mtodos: de mapeamento in loco; observaes
etnogrficas e coleta de depoimentos; e entrevistas semiestruturadas.
A partir disso foi possvel dividir as cidades e comunidades em dois segmentos: aquelas que
iriam realizar o festejo junino e as que no iriam. Das que tinham programaes para 2012 foram
escolhidas as localidades de Ass, Pendncias e Patax (comunidade rural de Ipanguau), no s
por serem importantes para a identidade local, mas tambm por facilidade de acesso por parte
dos pesquisadores.
1839
Tomamos nota nas secretarias municipais de cultura que o Ministrio Pblico recomendara
que as festas no acontecessem devido a grave situao de estiagem enfrentada. Entretanto, a
prefeitura de Ass sentenciou que elas aconteceriam; Ipanguau tomou a mesma deciso quanto
festa de Patax; e Pendncias decidiu manter a festa religiosa e apresentaes de quadrilhas,
excluindo os shows artstico-musicais.
Partimos para a observao etnogrfica. Para tal, elaboramos roteiros de observao,
visando detalhar as caractersticas do pblico, como vestimentas dos participantes e o sentimento
expresso por estes; a organizao do espao onde ocorriam os festejos; e realizamos coleta de
depoimentos durante os eventos com alguns manifestantes que fazem parte dos mesmos, como
as tradicionais doceiras e os representantes de quadrilhas, destacando as mdias de idades
destes e o interesse de cada indivduo pela manuteno e perpetuao da manifestao a qual faz
parte.
A partir das coletas de depoimentos concedidas pelos habitantes das localidades
observadas, destacaram-se alguns nomes ditos como importantssimos para a identidade dos
festejos. A partir da, foram organizadas entrevistas semiestruturadas que foram realizadas com
Donatila, Padre Canind (ambos de Ass), Branco, Cheiro (ambos de Pendncias) e Ded (de
Patax). Para tanto, foi utilizado um gravador para registrar o udio da entrevista e ento fazer a
transcrio e anlise da mesma.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Com a observao etnogrfica, notamos nos rostos e aes dos populares das festas que
estas possuem significados e importncias diversas, sempre um momento auspicioso, e que no
mediriam esforos para que as mesmas acontecessem. Isso fica bem claro partir do momento que
as trs localidades deixaram de lado a problemtica da estiagem, que oprimiu e oprime
principalmente esfera rural, para que uma festa, que necessita de recursos econmicos pblicos,
acontecesse. E so justamente os moradores rurais, agricultores castigados pelas secas, quem
mais participam das celebraes religiosas, movidos, aparentemente, pela f.
Outro ponto foi quanto s roupagens dos participantes, observadas durante a festa
religiosa e a festa social, detalhe importante para a maioria dos participantes dos festejos; a
sofisticao se tornou corriqueira, no diferenciando muito as classes sociais outra herana da
modernidade. J a organizao do espao cria um clima cada vez mais urbano e sofisticado, onde
os elementos populares tendem a se reorganizar para atender s necessidades modernas: os
vendedores de milho verde e pipoca de milho, por exemplo, foram deslocados para longe dos
centros das festividades, para que estes locais fiquem disponveis espetacularizao.
A festa junina na cidade de Ass, alusiva a So Joo Batista, em particular, ganhou
notoriedade ao longo do tempo e hoje considerada a maior e melhor festa da regio. Isso de deu
por ter incorporado os elementos da modernidade sobretudo da tecnologia, como o uso de
teles que a divulgam em tempo real para todas as localidades do Anfiteatro Arcelino Costa
Leito, onde ano a ano a mesma ocorre com mais facilidade por ser a capital do Vale, onde a
troca de mercadorias mais intensa e o nmero de pessoas, maior. Isso influencia na escolha dos
1840
turistas que migram para a cidade na poca dos festejos considerando encontrar opes variadas
de divertimento. Os donos de pousadas e de bares j comemoram quando chega esta poca.
Para alguns, a ocasio oportuna para vender suas mercadorias, como as tradicionais
doceiras (presentes em Ass) idosas, em sua maioria, que passaram por cursos de
profissionalizao promovidos pela prefeitura , como tambm de expressar sua manifestao
artstica, como as quadrilhas (presentes nas trs localidades), sendo elas tradicionais (tambm
chamadas de matutas) ou estilizadas, como tambm as apresentaes de teatro popular
(presentes em Ass); para outros, de f e devoo; e ainda um momento de diverso devido aos
shows artstico-musicais, em sua maioria bandas e artistas que ganharam notoriedade no meio
popular e que fazem a alegria daqueles que vo s festas sociais.
Atravs das coletas de depoimentos, que foram aplicadas nas trs localidades, percebemos
que os vendedores que comercializam durante as festas, sejam eles da cidade, sejam eles de
outras urbes, passam pelo mesmo processo de readequao aos novos padres e necessidades
econmicas vindas com a modernidade, e esses novos prottipos vo sendo congregados a sua
identidade. Nesse grupo se incluem tambm as doceiras, que, embora ainda produzam seus
alimentos tipicamente juninos, introduzem outros alimentos que so considerados atpicos da
festa junina em funo dos padres modernos e necessidades econmicas sem deixar de ser
tradicionais. Quanto aos representantes das quadrilhas, estes deixaram claro o
descontentamento com o desinteresse dos jovens para com a manifestao, principalmente
quanto participao nesta, elencando a importncia da mesma para a perpetuao da
identidade junina como tradio nordestina.
As entrevistas semiestruturadas, por sua vez, foram aplicadas em dois representantes de
Ass, dois de Pendncias e um em Patax. Dividimo-los em trs grupos, para facilitar a
compresso de suas respostas: a) os que participam apenas da festa religiosa, b) os que transitam
entre os dois momentos da festa, e c) aqueles que participam apenas da festa social.
O primeiro grupo formado pelos dois representantes de Ass, Donatila Fernandes da
Costa e o proco Francisco Canind dos Santos, que no nasceram na referida cidade, mas
participam dos festejos juninos h tanto tempo que se sentem parte destes e so, pois, assim
reconhecidos pela comunidade assuense. Atravs dos seus relatos, pde-se perceber que a
participao das pessoas na festa religiosa cada vez maior e mais organizada do que antes fora, e
que a festa da famlia por excelncia se mantm popular, afirmaram contundentemente, embora
os elementos da modernidade nessa tambm tenham sido ressaltados por ambos, mas como
pontos negativos. H outros momentos que tentam manterem-se estticos, isto , nas palavras
dos entrevistados, tradicionais, como a manifestao da passagem do ramalhete, que ocorre
todas as noites ao final da novena, destacada como um momento de abrilhantar a festa
religiosa: as flores (que simbolizam a vida, a festa, a alegria) so repassadas pelos
representantes da noite, os chamados noiteiros, como reproduo da renovao dos laos de
devoo com santo batista e com o Cristo.
J o segundo grupo, este composto pelo representante de Patax, Jos Pereira da Silva
(Ded), e um dos representantes de Pendncias, Manuel do Nascimento Silva (Cheiro). O que os
1841
dois tm em comum, alm da devoo aos santos juninos a participao indireta na organizao
da festa social em suas respectivas comunidades, o que possibilita que eles tenham uma viso da
festa junina como um todo. O primeiro entrevistado, Ded, responsvel pela organizao da festa
de Patax alusiva a So Pedro, destacou o carter nostlgico que em sua poca de infncia a festa,
comunal e participativa, apresentava; mesmo que esta acontecesse em apenas um dia, os valores
do povo da comunidade, que tambm vinha de outras comunidades, eram mostrados, fazendo a
festa crescer em nmero de pessoas e, por extenso, economicamente e socialmente. O fluxo de
pessoas neste perodo intenso e a alegria perpassa a todos aqueles que participam desta, mas
principalmente queles que a organizam, permitindo a realizao pessoal do povo em geral, o
sentimento de orgulho. Por outro lado, destacou o nosso segundo entrevistado, coordenador
financeiro da festa de So Joo Batista na cidade de Pendncias, que o chama mais ateno os
shows artstico-musicais, bandas caras, que levam essa festa para o lado mais turstico, embora
ele defenda que a colaborao dos pendencienses no religioso um fato, mas discorda com Ded
quanto crena de que o popular continua presente nas festas pelo menos no como antes.
O terceiro grupo constitudo apenas por Joo Zacarias Filho, conhecido na cidade de
Pendncias como Branco, lder da quadrilha tradicional Rela e Rola. Em seu julgamento, o
hibridismo cultural e a modernidade pela qual as festas juninas passam um fato inaceitvel; que
estes fazem os pendencienses, e por extenso os nordestinos, esquecerem a cultura da qual so
donos. Devido a isso, grande o seu desejo de manter tradicionais s quadrilhas, caso contrrio
perder-se-iam o glamour da festa junina e, por conseguinte, a identidade de nordestino. J as
quadrilhas, antes tidas como uma forma de agradecer ao santo batista pelas colheitas, no
apresentam mais o carter de uma simples dana, organizada com o nico objetivo de sentir
renovar a identidade nordestina, onde os trajes so matutos: agora existe uma competio, que
sufoca a tradio com a expanso das quadrilhas estilizadas, consideradas por ele de elite. O
espetculo to intenso que chega ao ponto de algumas pessoas irem at Branco e o
aconselharem a mudar a perspectiva de sua quadrilha para estilizada. Ou seja, tem-se em vista
que no h mais interesse por aquilo que as gentes do passado faziam: o mais luxuoso sobrepe
inevitavelmente os costumes e estes precisam ser ressignificados, j que so populares.
Entretanto, h outras pessoas que concordam com sua opinio e pedem para que continue com
seu trabalho singular de manter as tradies. Joo Zacarias destacou que as participaes e o
interesse dos jovens quanto manifestao so mnimas, o que permite concluir que estes so os
primeiros que agregam os novos padres modernos e tendem a querer que a festa como um todo
tambm agregue.
5 CONCLUSO
Podemos ver que as mudanas sofridas ao longo do tempo da festa junina no Vale do Au
um processo contnuo que ocorre ano a ano, por meio do qual as pessoas vo absorvendo novos
valores, vindos com a modernidade, fazendo com que s prticas culturais independentes
presentes nas festas juninas sejam ressignificadas, o que no quer dizer que deixem de
representar a cultura desse povo. Os elementos antes tidos como identitrios, agora so vistos
como resqucios do passado e tendem a desaparecer e dar lugar a novos elementos e costumes,
1842
que se enrazam e vo mudando com o processo natural de hibridismo cultural. A partir deste
projeto, esperamos que seja possvel o reconhecimento, registro e divulgao das prticas locais
relacionadas aos festejos juninos, nos quais os sujeitos centrais desse processo possam expor sua
viso sobre ele. O resultado da pesquisa pode ser aproveitado para atividades de ensino em que
se propunha o conhecimento sobre as relaes socioculturais locais, atividades que busquem uma
interao com a realidade pesquisada, mas tambm esperamos abrir caminho para outras
pesquisas, dado o carter inacabado do conhecimento acadmico e a vasta gama de
possibilidades que se desdobra do nosso objeto de estudo.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABREU, Regina; CHAGAS, Mrio. Introduo. In:______. Memria e Patrimnio: Ensaios
Contemporneos. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2003.
CANCLINI, Nstor Garcia. Culturas Hbridas: estratgias para entrar e sair da modernidade. So
Paulo: EDUSP, 1998.
CHAGAS, Mrio. Memria e Patrimnio: Ensaios Contemporneos. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A
Editora, 2003.
CHIANCA, Luciana. So Joo: a mais brasileira das festas [on-line]. In: Anais do II Colquio Festas e
Sociabilidades.
Disponvel
via
WWW
no
URL http://anaiscoloquiofestas2.wordpress.com/nomedoarquivo.html. Internet, 2011. Capturado
em 25 dez. 2012.
HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence. A Inveno das Tradies. 4. ed. So Paulo: Paz e Terra,
2006.
NEPOMUCENO, Cristiane Maria. A Festa Junina no Nordeste: no Limiar Entre Produto e Tradio
Ressignificada [on-line]. In: Anais do II Colquio Festas e Sociabilidades. Disponvel via WWW no
URL http://anaiscoloquiofestas2.wordpress.com/nomedoarquivo.html. Internet, 2011. Capturado
em 25 dez. 2012.
SANTOS, Jos Luiz dos. O que cultura. 6. ed. So Paulo: Ed. Brasiliense, 1987. (Coleo 110
Primeiros Passos)
SILVA, Luiz Custdio da. Os Festejos Juninos e a reinveno das Identidades Culturais no contexto
paraibano [on-line]. In: Anais do II Colquio Festas e Sociabilidades. Disponvel via WWW no
URL http://anaiscoloquiofestas2.wordpress.com/nomedoarquivo.html. Internet, 2011. Capturado
em 25 dez. 2012.
1843
RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido para a disciplina de
Metodologia do Ensino de Fsica II, visando
disponibilizao de contedos da disciplina de Fsica na
web e, a postagens de notcias cientficas, curiosidades e
experimentos desta rea da cincia, como meio de
aproximar no s alunos como os curiosos por este tipo
de informao. Em outras palavras, o blog titulado de
IFsica nome criado a partir da juno dos nomes IFRN +
Fsica tem a pretenso de aproximar as pessoas do
1844
1 INTRODUO
Nesta pesquisa qualitativa trazemos para nossas discusses a compreenso e utilizao do
ambiente virtual (o blog). Este ambiente virtual se apresenta na forma de uma pgina web, sendo
constantemente atualizada pelos seus moderadores, estes so os responsveis pela modificao e
publicao de textos, vdeos, charge, artigos, dentre outros materiais. Sendo isso de uma forma
dinamizada que atraia a ateno do leitor de forma positiva.
Ao analisarmos o comportamento dos jovens nos dias atuais, podemos notar que eles se
concentram em massa na internet. Usam as redes sociais, navegam na rede para ler sobre seus
assuntos favoritos, inclusive, para fazer pesquisas para os trabalhos escolares. Considerando estes
fatos, desenvolvemos o Projeto Fsica na Rede para levar a este pblico assuntos relacionados
esta cincia. Assim, criamos um blog (que est sempre atualizado e em contato direto com
usurios de redes sociais). Este conter assuntos cientficos do interesse do pblico alvo, para os
jovens aos quais o blog destinado, tais como: softwares, experincias e, tambm conceitos e
fenmenos cientficos. Ns tambm pedimos apoio a blogs de alguns amigos, com o objetivo de
divulgar o Projeto.
Para que a proposta do blog se efetive, faz-se necessria a promoo da interao, que,
mediante o trabalho cooperativo, almeja-se como consequncia uma viso correta sobre. Este
ambiente virtual servir de ferramenta para observar se essa interao realmente ocorreu.
O Projeto Fsica na Rede contar com o envolvimento dos alunos da disciplina de
Metodologia do Ensino de Fsica II, disciplina na qual o Projeto foi desenvolvido.
2 JUSTIFICATIVA
Cotes (2007) e Von Staa (2005) listam algumas vantagens e motivos para um professor criar
um blog, dentre eles esto: aproxima alunos e professores; permite uma maior reflexo sobre o
contedo e acerca de suas prprias colocaes; um exerccio de alfabetizao digital tanto para
o prprio professor quanto para o aluno; amplia o horrio da aula; permite o acompanhamento
das atividades dos alunos por pais e a troca de experincias com colegas de profisso. Marinho et
al (2009) acrescentam um novo motivo: criar um blog uma boa estratgia para o professor
inserir-se de forma ativa na rede, iniciando sua cultura de uso de recursos da Web. Esse uso ir
deix-lo mais confortvel para aplic-lo juntos aos alunos. Partindo dessa e outras linhas de
pensamento resolvemos investir nesse projeto.
A criao do blog se deu a partir do interesse destes autores de levar conhecimentos fsicos
para estudantes e admiradores da Fsica, tendo em vista que a internet um local onde a maioria
desse pblico alvo se encontra. Todos os participantes deste Projeto so moderadores do blog,
responsveis pela sua criao e desenvolvimento. Em pouco tempo tivemos vrias views 1,
inclusive de outros pases (em pequena proporo). Consideramos, portanto, que o Projeto Fsica
1
Expresso americana para indicar visualizaes que determinado contedo teve, muito utilizada na internet.
1845
na Rede levar contedos fsicos como artigos cientficos, ou at mesmo vdeos e softwares que
estejam relacionados a esta disciplina para estudantes de ensino mdio e interessados na rea de
cincias (Fsica).
3 OBJETIVO
Demonstrar algumas das vrias possibilidades do uso do blog na educao. As
possibilidades em questo so o uso do blog e de simuladores (softwares) como estratgia de
ensino de Fsica.
4 METODOLOGIA
Os blogs so ferramentas eficientes para alcanar um bom rendimento escolar e
desenvolver habilidades e competncias exigidas na sociedade contempornea, tais como a
cooperao, colaborao e autonomia. A metodologia adotada, neste estudo, potencializa as
interaes interindividuais, permitindo que o aprendiz, se aproprie de conhecimentos
tecnolgicos e cientficos.
Como avaliao, procuramos durante a disciplina na qual o projeto foi desenvolvido
buscar formas para identificar o melhor modo de abordar os contedos expostos no blog, qual a
melhor fonte, contedos e metodologias a serem abordadas e, contando com a colaborao do
professor desta disciplina: Nelson Cosme de Almeida como orientador deste Projeto.
5 PROCESSO DE CRIAO
5.1 Blog
A criao do blog foi feita, a partir de uma ferramenta disponvel na rede chamada
blogspot, esta ferramenta possibilita a criao, bem como a personalizao da interface grfica e a
elaborao, edio e remoo de posts.
1846
5.2 Software
Para desenvolvimento do software simulador escolhemos a linguagem de programao da
Microsoft C#.net, e utilizamos a ferramenta de desenvolvimento Microsoft Visual Studio C#.net
2010, vale ressaltar que trata-se de uma linguagem interpretada no momento do uso, semelhante
a JAVA, sendo necessria a utilizao de uma mquina virtual para sua execuo, o que a torna
portvel, podendo ser instalado em qualquer sistema operacional.
6 FUNDAMENTAO TERICA
Atualmente, o blog ocupa um lugar de destaque no contexto educacional, esse fato pode
ser comprovado pelos diversos tipos de blogs com fins pedaggicos. Barbosa e Granado (2004,
p.69) corroboram com essa afirmao dizendo que se h alguma rea onde os weblogs podem
ser utilizados como ferramenta de comunicao e de troca de experincias com excelentes
resultados, essa rea sem dvida, a da educao.
Diante dos recursos apresentados por esta pgina, percebemos que este ambiente pode se
tornar um local de ensino e aprendizagem, desde que os professores e futuros professores se
apropriem da linguagem e explorem com seus alunos as vrias possibilidades desse novo
ambiente. Este fato se torna evidente na pesquisa, Utilizao de blog como ferramenta didticopedaggica para o ensino de fsica. (KENSKI, 2007, p.34) a internet o espao possvel de
integrao e articulao de todas as pessoas conectadas com tudo o que existe no espao digital,
o ciberespao.
A tecnologia permeia toda a sociedade em que vivemos. As novas geraes esto cada vez
mais ntimas destas tecnologias, sobretudo as ligadas a IT (information tecnology), a
computao como ns brasileiros costumamos chamar. Esta tomou os lares e a vida das pessoas
de tal maneira, que muitos no conseguem mais imaginar a vida em sociedade sem o uso desta
tecnologia.
Segundo Gutierrez (2003, P.12), blogs possuem historicidade, preservam a construo e
no apenas o produto (arquivos); so publicaes dinmicas que favorecem a formao de redes,
outra grande vantagem do uso do blog na educao a facilidade de o professor fazer
intervenes, corrigindo e orientando todas as postagens, sem o limite de tempo imposto pela
sala de aula, e da mesma forma o aluno pode realizar suas atividades no seu ritmo, conforme sua
agenda e disposio. Sendo assim, o aluno tem ampliada sua liberdade de expresso, embora
necessitando da cincia de que, uma vez postados, os seus comentrios podero ser vistos por
todos, sem que possa controlar, isso amplia a responsabilidade do professor blogueiro por tudo
o que estiver publicado, bem como a do aluno que participa.
O professor, com acesso a tecnologias, pode se tornar um orientador/gestor setorial do
processo de aprendizagem, integrando de forma equilibrada a orientao intelectual, a emocional
e a gerencial (MORAN, 2000, p.31). Seguindo esta linha de pensamento sobre TICs (Tecnologias
de Informao e Comunicao, blogs), como fonte de construir e repassar conhecimento
cientfico, visando assim aproximar os interessados em Fsica a um contexto histrico e real dessa
1847
cincia, criamos um blog como projeto final da disciplina de Metodologia do Ensino de Fsica II, a
partir da criao, ns, os moderadores estamos sempre atualizando e postando assuntos
relacionados a esta cincia, tendo em vista sempre atrair a ateno dos visitantes de maneira que
desperte nele o desejo de aprender e que o mesmo d lugar ao conhecimento cientfico, onde
anteriormente prevalecia o conhecimento comum.
As prticas tradicionais da escola baseavam-se em transmisso de conhecimento, numa
perspectiva em que o professor era o detentor do saber e o aluno um mero receptor de contedo.
Parece estar muito claro que a sociedade atual exige uma nova proposta que prepare o indivduo
para conviver nesta, desenvolvendo suas potencialidades na administrao de conflitos.
O ambiente educacional tambm sofreu diversas transformaes com o advento destas
tecnologias. Brevemente a tradicional aula com quadro negro e giz ser algo raro de se ver. As
possibilidades com a informtica so infinitas, muitos j so os softwares simuladores das reas de
cincias que podem ser facilmente encontrados na internet em sites especializados.
Os softwares simuladores possuem a vantagem de permitir infinitas repeties quando
comparados com experimentaes em laboratrio, por exemplo. Alm da praticidade do aluno
poder instalar e utilizar o software simulador em sua residncia, caso deseje.
Pensando nisso, resolvemos desenvolver um software simulador de conta de energia
eltrica, onde o aluno pudesse escolher entre diversos equipamentos/eletrodomsticos comuns a
maioria das residncias, e comparar o consumo destes equipamentos e o impacto de seu uso em
uma conta de energia fictcia.
7 CONCLUSO
Neste trabalho analisamos as vantagens que podem ser extradas da utilizao dessas
pginas web como ferramenta didtico-pedaggica, tendo em vista a dificuldade que a maioria
dos alunos sentem quanto contextualizao, discusso e resoluo de problemas inerentes
disciplina de Fsica, essas dificuldades, por vezes, so atribudas ao pouco contato com o
conhecimento cientfico que subentende, em parte, a pouca ou nenhuma correlao destes
conhecimentos sistematizados com o cotidiano dos alunos.
8 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
KENSKI, Vani Moreira. Educao e Tecnologias: O novo ritmo da informao. 2 ed. 2007.
Disponvel em: http://www.ppge.ufpr.br/teses/M08_oliveira.pdf (acesso em 29/03/2013, s
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n.3: p. 569-.
1848
RESUMO
A Educao Inclusiva contempla heterogeneidade
inerente espcie humana, busca alcanar e atender as
necessidades educativas especiais de todos os sujeitosalunos, em salas de aulas comuns, em um sistema
regular de ensino, de forma a fomentar a aprendizagem
e o crescimento pessoal de todos. unanime a viso de
diversos autores sobre o tema educao inclusiva no
tocante a necessidade de capacitao continuada dos
docentes. Nem todas as instituies oferecem
qualificaes eficazes para os profissionais, entretanto
esse no o nico problema, os professores necessitam
1849
1 INTRODUO
A Educao Inclusiva contempla heterogeneidade inerente espcie humana, busca
alcanar e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de
aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a fomentar a aprendizagem e o
crescimento pessoal de todos. A Prtica pedaggica coletiva, dinmica e flexvel requer mudanas
relevantes na estrutura e no desempenho das escolas, na formao humana dos professores e nas
relaes famlia-escola. Com um poder transformador, a educao inclusiva aponta para
uma sociedade inclusiva.
As aes da sociedade estabelecem parmetros cruciais para a reflexo social e
educacional. Consequentemente, ao se abordar a Educao Inclusiva, nada mais relevante do que
ressaltar a preocupao com a formao e qualificao de profissionais na execuo, com
competncia, de uma educao de qualidade. Esta formao deve abranger o contexto do
professor, pois justamente, em sala de aula, que o saber da experincia se manifesta.
No modelo da incluso, a educao deve ser alterada, ou talvez, renovada a partir da
formao de professores que, como atuantes de primeira ordem, podem colaborar para a
reestruturao da escola proporcionando o acesso e a permanncia de todos nas classes
regulares. Deste modo, preciso formar o professor para trabalhar com a diferena, propiciandolhes situaes de anlise e reflexo sobre suas prprias condies de trabalho e vivncias,
permitindo-lhes estabelecer relaes entre a sua ao pedaggica e os pressupostos tericos que
esto subjacentes a ela (Benite et al, 2009, p.4) com a inteno de integrar novas posies a
respeito das necessidades individuais dos alunos.
Com tudo, no cenrio em que as polticas pblicas indicam a necessidade de incluso de
toda diversidade humana, assegurando o direito, cada vez mais requerendo, um novo padro
educacional se caracteriza: como formar professores de qumica para atuar no campo da educao
inclusiva?
Visando refletir sobre a relao existente entre pesquisa e a formao docente, no mbito
da educao inclusiva o presente trabalho tem como objetivo fazer um levantamento bibliogrfico
especializado sobre a formao do professor de Qumica frente Educao Inclusiva.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A formao, a preparao e a conscientizao de profissionais so imprescindveis para
auxiliar os docentes a lidar com alunos portadores de necessidades especiais, o prprio medo, a
prpria insegurana e a desestabilizao que a este novo ensinar instaura. O aprender ameaa a
identidade. O novo ameaa a experincia adquirida e supe o esforo do professor e da
professora para conduzirem a prtica educativa (DAL-FORNO; OLIVEIRA, 2005, p. 11).
As grandes dificuldades encontradas para se alcanar o sucesso na incluso escolar pode
ser considerado em grande parte do empenho pedaggico do professor da classe, visto que este
1850
deve ser qualificado para responder as necessidades diferenciadas de seus alunos, para propor
situaes de ensino aprendizagem satisfatria para todos:
Uma poltica de formao de professores um dos pilares para a construo da
incluso escolar, pois a mudana requer um potencial instalado, em termos de
recursos humanos, em condies de trabalho para que possa ser posta em
prtica. (MENDES, 2004, p. 227).
3 METODOLOGIA
O desenvolvimento dessa pesquisa envolve uma investigao atravs de levantamentos de
documentos oficiais relacionados formao de professores de Qumica na educao inclusiva e
uma observao bibliogrficas em artigos que enfatiza e abrange o tema de forma clara. A cada
material lido era mostrado ao orientador onde ele fazia uma averiguao do que estava sendo
estudado. Foram vrios artigos e documentos para enriquecer esse trabalho. Aps a leitura
minuciosamente dos mesmos obteve um conhecimento para debater o tema trabalhado na
anlise. O extrato a seguir um recorte que compe o ciclo da pesquisa caracterizado pela
identificao da formao de professores de Qumica na Educao Inclusiva.
1851
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A LDB no 9.394/96, em seu artigo 59, inciso III, afirma que o sistema de ensino dever
assegurar ao aluno especial professores com especializao e professores do ensino regular
capacitados. Mas a realidade vai de contra o que est em documentos. fato que uma
reformulao pelas autoridades competentes nos cursos de graduao, investimento em
capacitao e de especializao em Educao Inclusiva preciso no momento, tanto na dimenso
da formao inicial, quanto na da formao continuada. Complementando a discusso, Mantoan
(1997) aponta a inexistncia de uma formao inicial que contemple questes relativas ao ensino
de pessoas com deficincia. No se pode delegar ao professor toda a responsabilidade de
promover a incluso dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais.
Claramente percebe-se que para tornar possvel a incluso, a formao do professor deve
estar consolidada no mbito de unio entre os envolvidos no processo educativo seja na escola
ou no - e na gerao e compreenso de enfoques curriculares, metodolgicos e estratgias
pedaggicas que possibilitem a construo coletiva do conhecimento.
sabido que existem as leis que garantem ao professor habilitao para trabalhar na
educao inclusiva, entretanto Coelho (2010 p58) afirma as questes legais aparecem como
suporte orientador de mudanas, mas no como garantia efetiva da incluso, j que por si s, leis
no garantem mudanas.
Mas tambm no se pode deixar de citar que os processos de formao adquirem sentido
na medida em que se articula com os saberes que os professores e professoras desenvolvem
considerando as suas histrias com o meio social, a sua vida individual, com a instituio escolar e
principalmente com .
5 CONCLUSES
Considerando os objetivos explcitos nesta pesquisa, constatamos que a qualidade da
formao de professores dentro da educao inclusiva, sem dvida deve passar por uma melhoria
que realmente esteja voltada para o atendimento da diversidade, para oferecer condies de
ensino-aprendizagem em situaes timas para os alunos com necessidades educacionais
especiais. Mas muitas Instituies e Universidades exercem um papel na formao de futuros
profissionais para a educao inclusiva de forma artificial, assim os alunos saem delas como
profissionais "habilitados" para o magistrio, no entanto, se deparam com uma realidade para
qual no foram realmente preparados.
Entretanto o que acontece que a formao atual no prepara o professor para a
Educao Especial, ela fragmenta essa formao nas diversas reas de atendimento, sejam elas, a
de deficincia mental, auditiva, visual, fsica ou outros segmentos, provocando, geralmente, a
relutncia de alguns professores s inovaes educacionais, como a incluso.
A pesquisa tambm apresentou alguns dados que permitem a reflexo sobre a importante
funo do docente para os alunos portadores de necessidades especiais. Alm do que fornecido
1852
pelas Instituies e Universidades a formao do professor deve ser uma construo contnua da
pessoa humana, dos seus saberes e aptides, da sua capacidade de discernir e atuar. O que
evidencia, que os professores devem capacitar-se, confiar e, principalmente, acolher a incluso,
tornando, assim, a sua sala de aula um ambiente adequado construo do conhecimento, tanto
do aluno PNEE ( Portador de Necessidades Educacionais Especiais) .
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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1853
RESUMO
1854
1. INTRODUO
As formas de relevo exercem singular influncia na organizao da sociedade,
particularmente quando as caractersticas geomrficas potencializam a qualidade de vida da
populao ou paradoxalmente constituem setores favorveis produo de reas de risco quando
subutilizadas (ROSS, 2005).
No Rio Grande do Norte, as feies geomorfolgicas resultam de uma complexa interao entre os
processos endgenos e exgenos que exibem traados variados como testemunhas da inexorvel
evoluo das paisagens, marcadas pelos eventos da diviso do Pangea at a alterao do relevo
pela sociedade, geralmente resultando em degradao ambiental. Tais processos so
apreensveis de verificao nas diferentes escalas impulsionada pelo progressivo consumo
irracional dos recursos e destruio permanente do patrimnio natural no Rio Grande do Norte.
Conhecer para preservar, um dos pilares da formao cidad, configura-se como uma busca
incessante de um desenvolvimento que concilie a preservao dos espaos naturais e a
manuteno das necessidades sociais como moradia, alimentao e deslocamento. Em tempos de
fervorosas discusses ambientais, o conhecimento dos processos naturais incrementa a formao
de profissionais capacitados, preocupados com a dimenso social das pesquisas, para alm da
abordagem tecnicista.
Os espaos de produo/divulgao do conhecimento geomorfolgico potiguar so subsidiados
pelas diferentes estratgias metodolgicas destinadas a facilitar a compreenso de todos aqueles
interessados em apreender a diversidade de processos dinmicos responsveis pela atual
configurao geomorfolgica do estado.
No Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte, a necessidade de
melhoria na formao oferecida pelos cursos nas reas de Geocincias e Cincias Ambientais,
atravs da dedicao de alguns pesquisadores, concretizou a criao do Museu de Geologia do
IFRN, destinado a se constituir um espao de divulgao do patrimnio natural potiguar,
necessrio para a comunidade acadmica e para a sociedade civil.
Nesse contexto, esta pesquisa contempla a anlise geomorfolgica do Parque das Dunas,
localizado na cidade de Natal, destacado como um dos relevos monumentais do Rio Grande do
Norte. O setor de pesquisa oferece excelente oportunidade de compreenso dos processos
geodinmicos responsveis pela modelagem das dunas, apropriao de sistemas naturais e
degradao ambiental. Constituindo-se como tema de destaque a ser discutido no museu de
Geologia do IFRN.
Os percursos metodolgicos so marcados por etapas que iniciaram com levantamento
bibliogrfico relacionados a Geomorfologia Potiguar. Aps a sistematizao dos dados optou-se
por selecionar como estudo de caso o Parque das Dunas, por constituir-se um importante recorte
inserido na zona urbana e que apresenta diferentes formas de uso e ocupao.
1855
1856
o
estudo das formas de relevo, levando-se em conta sua natureza, origem, desenvolvimento de
processos e a composio de materiais envolvidos. Para Saadi (2002), imprescindvel o uso das
trs abordagens fundamentais em Geomorfologia: a compartimentao fisiogrfica, a
Geomorfologia Dinmica (morfognese atual) e Geomorfologia Evolutiva (reconstituio das
sucessivas paleogeografias que antecederam a atual configurao das paisagens).
O estudo da geomorfologia do Parque das Dunas representa uma importante ferramenta didtica
que subsidiar discusses referentes ao patrimnio natural, nas perspectivas de compreenso da
evoluo natural das paisagens geomorfolgicas, das variaes climticas e das principais formas
de apropriao das formas de relevo. Segundo Ross (2005), a aplicabilidade da Geomorfologia nas
diversas reas do conhecimento torna-se indispensvel principalmente quando a necessidade de
expanso da infraestrutura modifica incessantemente o modelado terrestre.
A urgncia da questo ambiental necessita de abordagens que superem o reducionismo das reas
do conhecimento. No caso especfico da Geologia, defende-se aqui a idia de ultrapassar a
compreenso dos corpos dunares como simples depsitos arenosos recobertos por vegetao ou
ausentes de cobertura vegetal. Milhares de anos foram necessrios para a paisagem dunar em
destaque atingir a configurao atual (SUGUIO, et al, 2002).
As abordagens interdisciplinares que acompanham a produo geomorfolgica podem agregar
variadas informaes acerca das reas de Geologia, Fsica, Geografia, Qumica e Biologia, alm de
conscientizao ambiental (BITAR, 2004).
3. METODOLOGIA
1857
1858
recobertas por vegetao de porte florestal. Vrios trechos apresentam ausncia de cobertura
vegetal, facilitando o transporte de sedimentos elicos. O Parque das Dunas representa uma
importante zona de recarga hdrica subterrnea.
O Parque das Dunas abriga espcies da fauna e da flora, integrantes de um complexo sistema
ecolgico. Nesse sentido, essa rea representa ainda um importante refgio para seres vivos,
constituindo-se num espao privilegiado. Vale ressaltar que o Parque das Dunas a primeira UCA
(Unidade de Conservao Ambiental) do estado do Rio Grande do Norte cujo objetivo a
preservao e a conservao do ecossistema. Possuindo 1,172 hectares de mata nativa, tambm
faz parte integrante da Reserva da Biosfera de Mata Atlntica Brasileira, tendo muita importncia
na qualidade de vida da populao. Contudo, a reduo da mata nativa e destruio dos corpos
dunares vm ocorrendo, denunciando a fragilidade da gesto que enfrenta problemas como
poucos recursos, falta de equipamento, falta de pessoal especializado.
Quanto a ao da sociedade, nota-se no segmento perifrico norte e na poro leste do Parque
das Dunas, efetiva zona de ocupao por residncias classificadas inclusive como reas de risco,
por se fixarem em locais inadequados de elevada declividade e alta instabilidade dos terrenos.
Nesse contexto, destaca-se a evoluo geomorfolgica que insere a ao social como
potencializador de problemas ambientais, atravs da destruio e poluio, comprometendo a
esttica da paisagem e alterando a qualidade de vida da populao.
Resduos slidos inadequadamente depositados e desmonte de dunas so verificados em vrios
trechos da periferia do Parque das Dunas. Nesse sentido, oportuniza-se a discusso sobre recurso
natural, para alm das areias.
5. CONCLUSO
A Geomorfologia agrega diversos tipos de conhecimentos que incluem processos naturais
desencadeados h milhes de anos, at a alterao da dinmica natural potencializada pela
apropriao
irrestrita
e
desordenada
dos
recursos
naturais.
No caso especfico do Parque das Dunas, essa unidade de relevo representa a prpria cidade de
Natal que se expandiu inicialmente sobre campos dunares e paleofalsias, e continua avanando
sobre plancies fluviais e lagoas.
A paisagem do Parque das Dunas revela a atuao dos milhares de anos na construo dos
cenrios, incluindo-se a a ao da sociedade como importante agente geomorfolgico capaz de
transformar os ambientes de forma rpida, alterando a intensidade dos processos naturais.
Processos dinmicos costeiros de modelagem do relevo, ao elica, colonizao das areias pela
vegetao pioneira, evoluo da cobertura fitogeogrfica, recarga de aqfero e apropriao do
Parque das Dunas para diversos usos sociais, podem compor o elenco de contedos a serem
explorados no Museu de Geologia do IFRN, que deve se constituir como espao privilegiado, que
tambm sustente sua funo baseado na Geomorfologia-Sociedade-Meio Ambiente. Que seja
1859
1860
RESUMO
Consta no trabalho breve discusso acerca do uso do
geoprocessamento aplicado gesto do territrio,
particularizado como estudo de caso, a Lagoa de
Estabilizao localizada na cidade de Pedro Velho (Rio
Grande do Norte/ Brasil). Apresenta uma sntese dos
resultados, quanto condio da lagoa da cidade,
identificados
pelo
projeto
O
uso
de
geoprocessamento aplicado gesto de lagoas de
estabilizao no Rio Grande do Norte (Brasil) no ano
de 2010. Tais resultados indicam contradio tcnica,
quanto eficincia do sistema de tratamento de
esgoto, uma vez que ao diferenciar as amostras que
ABSTRACT
KEY-WORDS: Geoprocessing (GIS), Territorial Management, Stabilization Pond, Pedro Velho/RN (Brazil),
Territory.
1861
1 INTRODUO
Os gestores municipais podem encontrar nas geotecnologias subsdios para elaborao do
planejamento territorial dos espaos rural e urbano. Contudo h de se considerar a necessidade
do municpio reunir condies tcnicas e culturais para implantao do geoprocessamento, o qual
propicia a coleta e o processamento de dados informatizados sobre a sua geografia. As
informaes obtidas tornam-se instrumentos para planejar solues espaciais que vo do
diagnstico do problema tomada de deciso.
Considerando a cidade como um espao dinmico, de contnuas mudanas, o
geoprocessamento enquanto tecnologia, associado aos SIGs oferecem subsdios cruciais a tomada
de deciso dos gestores em todas as esferas. Ressalta-se que a construo de um SIG e o
geoprocessamento das informaes para tomada de deciso deve ser encabeada por um
conjunto de profissionais que possam contribuir com os mtodos de anlise de suas respectivas
reas de atuao, tornando, teoricamente, a deciso final mais consistente e precisa.
Definido como um conjunto de tcnicas computacionais, o geoprocessamento opera
sobre bases de dados, transformando-os em informao relevante (Silva, 2007). De posse das
informaes e realizadas as anlises, os resultados se tornam muito teis no planejamento
territorial, uma vez que ele se torna a forma estruturada de tomar decises para o
desenvolvimento da cidade (Clementino, 2008). Contudo, a passagem dos dados do mundo real
para o mundo virtual dever ocorrer a partir da utilizao de modelos, os quais devero seguir
padres conceituais vinculados maneira como o individuo concebe o espao observado (FITZ,
2008).
O geoprocessamento apresenta-se como mediador e facilitador na analise dos produtos
cartogrficos, pois integra o volume de dados espaciais provenientes de diferentes fontes
(Polidoro & Barros, 2010). Torna os resultados de rpida visualizao e fcil entendimento para
definio do uso do territrio, aqui compreendido como sinnimo de espao geogrfico e
instncia social (Santos, 1994).
O espao geogrfico, objeto de anlise aqui apresentado corresponde a Lagoa de
Estabilizao localizada na cidade de Pedro Velho/Rio Grande do Norte (Figura 01). A referida
lagoa integra o projeto O uso de geoprocessamento aplicado gesto de lagoas de estabilizao
no Rio Grande do Norte (Brasil). Concebendo a Lagoa como Sistema de tratamento biolgico em
que a estabilizao da matria orgnica realizada pela oxidao bacteriolgica (oxidao aerbia
ou fermentao anaerbia) e/ou reduo fotossinttica das algas (Andrade, 2006); e partindo do
reconhecimento da relevncia do georreferenciamento para a gesto desse territrio, o projeto
objetiva a construo de um Sistema de Informao Geogrfica (SIG) a partir do monitoramento
das estaes de tratamento de esgoto de dez cidades norte rio-grandenses, haja vista a
construo de parmetros regionais para gesto desta tecnologia no estado.
1862
2 METODOLOGIA
O processo de construo deste trabalho contempla reviso bibliogrfica, visita tcnica
cidade de Pedro Velho - RN, bem como geoprocessamento dos dados obtidos por meio da visita e
das atividades desenvolvidas no projeto O uso de geoprocessamento aplicado gesto de lagoas
de estabilizao no Rio Grande do Norte (Brasil). Os conceitos norteadores da discusso aqui
apresentada so: Geoprocessamento, Territrio, Planejamento e Gesto Territorial; e esto
embasados em Silva (2007), Camargo (1997), Polidoro & Barros (2010), Fitz (2008), Santos (1994),
Clementino (2008), Carlos (2007). O trabalho tambm contempla breves consideraes acerca das
Lagoas de Estabilizao em Andrade (2006) e Arajo (et al, 2011).
3 RESULTADOS E DISCUSSES
As Lagoas de Estabilizao so classificadas, de acordo com a forma predominante pela
qual se d estabilizao da matria orgnica, em: anaerbicas, facultativas, aerbicas, aeradas e
de maturao. Em Pedro Velho, o sistema de tratamento por lagoa de estabilizao, avaliada com
frequncia mensal ao longo de um ano (2010), composto por: tratamento preliminar, estao
elevatria, caixa de distribuio, lagoa facultativa primria e duas lagoas de maturao. A anlise
global dos resultados, embora aponte a reduo de 84% na demanda bioqumica de oxignio
(DBO) 1 da regio administrativa a qual pertence a Lagoa (Regio Litoral Sul 2), revela tambm as
contradies que permeiam os parmetros legais de gesto desta tecnologia.
Corresponde quantidade de oxignio utilizada pelos microorganismos na degradao bioqumica de matria orgnica, sendo utilizado como
parmetro de poluio.
2
Uma das sete regies administrativas da Companhia de guas e Esgotos do Rio Grande do Norte - CAERN
1863
1864
4 CONSIDERAES FINAIS
Sabe-se que a aplicao de tcnicas de geoprocessamento em sistemas de tratamento de
esgotos permite uma maior eficcia na execuo de planos de operao e manuteno desses
sistemas. Sendo assim, defende-se que uma alternativa para melhoramento das condies da
Lagoa de Estabilizao de Pedro Velho/RN, e, por conseguinte da qualidade de vida da populao
do seu entorno, seja o uso das geotecnologias para identificao das reas afetadas e
planejamento de aes mitigadoras, bem como o investimento na manuteno e operao da
Lagoa. Concebendo o seu territrio em sua plenitude e fazendo uso do senso critico para operao
dessas geotecnologias e anlises dos seus resultados.
Para Santos (1994) a difuso das tcnicas se d de maneira amplamente heterognea, pois
as mesmas apresentam-se no territrio, no tempo e no espao de forma desigual. Apesar de ser
um componente de explicao do real, da sociedade, sozinha a tcnica nada explica. Sendo assim,
para compreender a sua importncia nos mais variados mbitos da sociedade cabe a ressalva
acerca do perodo que, segundo a Geografia Critica, precedeu a atual fase em que vivemos. Tal
perodo, denominado tcnico- cientifico, corresponde ao momento histrico no qual a construo
ou reconstruo do espao se deu com um crescente contedo de cincia e tcnica. No entanto ao
definirmos a fase atual vivida pela sociedade, o chamado meio tcnico - cientifico informacional,
no basta apenas adicionar noo de construo e/ou reconstruo o espao a informao, em
complementao cincia e a tcnica. preciso compreender que o territrio se informatiza mais
e mais rpido que a sociedade, uma vez que a sua transformao supem o uso da informao
que est presente tambm nos objetos (SANTOS, 1998).
Acredita-se, portanto que o uso do geoprocessamento enquanto tecnologia
transdisciplinar aliados aos sistemas de informaes geogrficas (SIG/GIS), enquanto sistemas
computacionais (FITZ, 2008), proporcionar aos tcnicos municipais em Pedro Velho a
possibilidade de simular problemas, criar projetos, planejar aes e usar as informaes geradas
na busca de solues para suas formulaes. Para tanto, preciso entender o territrio para agir
sobre ele. (SANTOS, 1994). A compreenso da produo do territrio, segundo Santos (1994)
afasta o risco de alienao e de perda do sentido da existncia individual e coletiva.
Entender o territrio da pequena cidade do nordeste brasileiro perpassa pela superao de
mazelas crnicas como a tenra educao, o abandono, a fome, a pobreza e as insalubres
condies de vida. Entender que a situao destes territrios, hoje inseridos ainda que
parcialmente - no processo de globalizao, provm da ao crnica de uma minoria e no da
vontade de Deus o grande desafio de uma gesto publica participativa e da Geografia
enquanto cincia critica que desvenda a relao sociedade natureza.
Diante do exposto reafirmamos a importncia de iniciativas como a do projeto de pesquisa
O uso de geoprocessamento aplicado a lagoas de estabilizao, que propiciam a apropriao dos
recursos tecnolgicos no caso aqui o geoprocessamento para otimizao da gesto do
territrio das lagoas de estabilizao no estado do Rio Grande do Norte. Tornando pblico, por
meio de publicaes cientficas, todos os resultados obtidos na anlise da qualidade e eficincia
dos sistemas acompanhados, bem como os produtos cartogrficos fruto do processamento desses
1865
5 REFERNCIA
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1866
SILVA FILHO, Pedro Alves. Diagnostico Operacional de Lagoas de Estabilizao. 2007. 169f.
Dissertao (Mestrado em Engenharia Sanitria) Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Centro de Tecnologia. Programa Regional de Ps- Graduao em Engenharia Sanitria, 2007. .
(Brasil)
1867
RESUMO
KEYWORDS: Brazilian Society for the History of Education (SBHE), Brazilian Congress of History of Education
(CBHE), History and Memory of CBHE.
1868
1 INTRODUO
A SBHE Sociedade Brasileira de Histria da Educao, foi criada no ano de 1999. Com o objetivo de
dar conta ao crescimento da rea, que vinha crescendo desaceleradamente desde a dcada de 1980, onde
teve crescimento significativo o nmero de historiadores e pesquisadores brasileiros na rea de Histria
da Educao. O presente trabalho objetiva o estudar a Histria e Memoria dos Congressos Brasileiros de
Histria da Educao - do I CBHE que ocorreu entre 6 e 9 de novembro de 2000 no Rio de Janeiro (RJ) at o
VI CBHE que foi realizado de 16 a 19 de maio de 2011, em Vitria (ES). O Congresso Brasileiro de Histria da
Educao (CBHE) teve sua primeira edio no ano de 2000 com o tema Educao no Brasil: histria e
historiografia. Desde esta primeira edio foi realizada seis outras com temas como Histria e memria da
educao brasileira no II CBHE, Educao escolar em perspectiva histrica no III CBHE, A educao e os
seus sujeitos na histria no IV CBHE, O ensino e pesquisa na histria da educao no V CBHE e Invenes,
tradies e escritas da histria da educao no Brasil no VI CBHE.
2 METODOLOGIA
O corpus documental composto por anais, cadernos de resumos, folders, cartazes, atas e
relatrios dos CBHE que foram analisadas com o foco da histria comparada da educao brasileira. A
perspectiva de histria comparada compreendeu a anlise referente s temticas centrais dos eventos, a
configurao dos seus eixos temticos, o percentual de trabalhos aprovados e as representaes
institucionais em cada eixo, e a comparao entre os principais tericos e conceitos presentes nos
trabalhos apresentados.
3 RESULTADO E DISCUSSES
Os Congressos Brasileiros de Histria da Educao so organizados pela Sociedade Brasileira de
Histria da Educao (SBHE) e constituem-se espao para apresentao, discusso e divulgao da produo da
rea de Histria da Educao no Brasil. A SBHE foi fundada, em 28 de setembro de 1999, como uma entidade
sem fins lucrativos, com o objetivo de congregar profissionais brasileiros que realizam atividades de pesquisa e
ou docncia em Histria da Educao e estimular estudos interdisciplinares, promovendo intercmbios com
congneres nacionais e internacionais e especialistas de reas afins. (SAVIANI et al, 2011). Em 2001, a SBHE
criou a Revista Brasileira de Histria da Educao, tornando-a um impresso especfico de publicao de
trabalhos e pesquisas no campo da Histria da Educao. Nesse contexto, a SBHE tornou os Congressos
Brasileiros de Histria da Educao e a Revista Brasileira de Histria da Educao em linhas de difuso da
Histria da Educao, com ingerncia nacional e internacional. O I Congresso da SBHE foi realizado no perodo
de 06 a 09 de novembro de 2000, no Frum de Cincia e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Com os seguintes eixos temticos; Estado e Polticas Educacionais; Fontes, Categorias e Mtodos; Gnero e
Etnia; Imprensa Pedaggica; Instituies Educacionais; Pensamento Educacional; Processos e Prticas
Educativas; Profisso Docente. Totalizando 231 artigos aprovados nos respectivos eixos. O II CBHE ocorreu na
cidade de Natal, no perodo de 03 a 06 de novembro de 2002, tendo como tema central Histria e Memria da
Educao Brasileira. Apresentando os seguintes eixos: Histria Comparada da Educao; Histria dos
Movimentos Sociais na Educao Brasileira; Culturas Escolares e Profisso Docente no Brasil; Intelectuais e
Memria da Educao no Brasil; Relaes de Gnero e Educao Brasileira; Estado, Nao e Etnia na Histria da
Educao; Processos Educativos e Instncias de Sociabilidade. Apresentando eixos temticos diferenciados em
relao ao I CBHE como tambm o aumento no numero de artigos aprovados para 428. O III CBHE foi realizado
em Curitiba, na PUCPR, de 7 a 10 de novembro de 2004.Com a temtica da educao escolar em perspetiva
1869
histrica, apresentou os presentes eixos temticos; Arquivos, fontes, historiografia; Estudos comparados;
Polticas educacionais e modelos pedaggicos Cultura escolar e prticas educacionais; Profisso docente;
Gnero, etnia e educao escolar; Movimentos sociais e democratizao do conhecimento; Ensino da Histria
da Educao. Obtendo 418 o numero de trabalhos aprovados. O IV CBHE sediado na Universidade Catlica de
Gois, em Goinia, no perodo de 05 a 08 de novembro de 2006, tendo como tema central: A educao e seus
sujeitos na Histria. Com respectivos eixos temticos; Polticas educacionais e movimentos sociais; Histria da
profisso docente e das instituies escolares; Cultura e prticas escolares; Gnero e etnia na histria da
educao brasileira Historiografia da educao brasileira e histria comparada; Intelectuais, pensamento social
e educao; Arquivos, centros de documentao, museus e educao; O ensino de Histria da Educao.
Obteve 457 o numero de trabalhos aprovados. O V CBHE Foi realizado em Aracaju - Sergipe, entre os dias 09 a
12 de novembro de 2008. Abordando como tema principal O Ensino e a Pesquisa em Histria da Educao
com os presentes eixos; Histria da profisso docente e das instituies escolares formadoras; O Ensino de
Histria da Educao; Fontes e mtodos em Histria da Educao; Cultura e prticas escolares e educativas;
Currculo, disciplinas e instituies escolares; Historiografia da educao brasileira e histria comparada;
Movimentos sociais, gerao, gnero e etnia na Histria da Educao; Polticas educacionais, intelectuais da
Educao e pensamento pedaggico. Obteve 783 o numero de trabalhos aprovados. O VI CBHE, foi realizado
nos dias 16 a 19 de maio de 2011, na cidade de Vitria, capital do Estado do Esprito Santo. Seu tema principal
foi Invenes, Tradies e Escritas da Histria da Educao no Brasil. Seus eixos temticos foram os seguintes;
Etnias e Movimentos Sociais; Histria das Instituies e Prticas Educativas; Histria das Culturas e Disciplinas
Escolares; Histria da Profisso Docente; Impressos, Intelectuais e Histria da Educao; Estado e Polticas
Educacionais na Histria da Educao Brasileira; O Ensino de Histria da Educao; Fontes e Mtodos em
Histria da Educao; Patrimnio educativo e cultura material escolar; E obteve 876 trabalhos aprovados
distribudos nos respectivos eixos.
4 CONCLUSO
Os CBHE e suas temticas, a produo divulgada em eixos temticos com suas teorias e
metodologias so indcios compreenso dos domnios, abordagens e dimenses da histria da Educao
nesses Congressos. Alm de disseminar ideias de um mesmo corpus, facilitou o encontro de pesquisadores
da rea nos CBHEs ajudando a promover o intercambio acadmico das varias reas do saber histrico de
historia da educao.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Histria da Educao (2001-2007). Revista brasileira de histria da educao, n. 16, p. 171-234,
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REVISTA BRASILEIRA DE HISTRIA DA EDUCAO (2008-2012). Campinas: Autores Associados.
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SALVIANI, Dermeval; CARVALHO, Marta Maria Chagas de; VIDAL, Diana; ALVES, Claudia; NETO,
Wenceslau Gonalves: Sociedade Brasileira de Histria da Educao: constituio, organizao e
realizaes. Revista brasileira de histria da educao, v. 11, n. 3, p. 13-45, set./dez. 2011.
1870
RESUMO
1871
1 INTRODUO
Como Roberto Lobato Corra nos mostra em seu livro O Espao Urbano, existem agentes
sociais que fazem e refazem a cidade. Esses agentes somos ns, que estamos sempre vivendo
essas mudanas ou, como diria Santos, as Metamorfoses do Espao Habitado e modificando
tudo ao nosso redor. Diariamente, modificamos uma coisa e outra, e mesmo sendo estas
consideradas insignificantes, tem grande peso nos mais variados aspectos. Como analisou a
grande Ana Fani, a cidade composta por formas, mas no so apenas estas que nos interessam,
o que realmente importa saber a histria, a trajetria, o processo com o qual surgiu aquela
forma. Nesse pequeno estudo, iremos analisar os impactos sociais, ambientais e econmicos
gerados pela implantao de uma usina hidreltrica. Para sermos mais especficos, as
modificaes que a Companhia Hidreltrica do So Francisco (Chesf) trouxe a cidade de Paulo
Afonso. Ser feita agora uma breve apresentao da Nova Zelndia Brasileira.
Localizada no interior da Bahia, fazendo divisa com Pernambuco, Alagoas e Sergipe, Paulo
Afonso j foi refgio do cangaceiro mais famoso do Brasil Virgulino Ferreira da Silva- o Lampio e
de seu bando. A mesma famosa por suas usinas hidreltricas e atrai uma enorme quantidade de
turistas, no s pelas belezas naturais, mas tambm por sua variedade de possibilidades de prtica
de esportes radicais.
Depois da construo das usinas, as caractersticas do lugar foram modificadas de forma
extrema, e atualmente, o centro fica dentro de uma ilha artificial, construda com a implantao
do canal da usina Paulo Afonso IV. Em torno do centro ficam alguns bairros, fora da ilha tambm
h outros bairros importantes - como o Tancredo Neves que o mais populoso. H ainda a zona
rural e os distritos da cidade.
Quanto aos esportes, uma ponte metlica com mais de 80 metros de altura sobre o So
Francisco serve como base para saltos e o bondinho que antigamente era usada pra transportas os
operrios da Chesf, hoje em dia utilizado como trampolim para a prtica de rapel. A tirolesa
montada em Angiquinho, onde o praticante desce por uma corda e se depara com bela imagem
do Velho Chico. Nem fotos nem vdeos, por melhores que sejam, so capazes de revelar a
verdadeira beleza das paisagens de Paulo Afonso. O cenrio formado pelas guas do rio So
Francisco, pelos cnions e pelo cu da cidade merece muitos minutos de admirao.
Contudo, no se pode viver s das belezas naturais. Paulo Afonso ainda tem de se
desenvolver e melhorar sua infraestrutura. A rede de hotis pequena, h poucas opes para
alimentao e at mesmo na questo do comrcio. H uma carncia, por exemplo, de lojas com
artefatos de cultura da regio, que sirvam de lembrana para os turistas. Mas a questo que mais
salta aos olhos a questo do lixo. H grandes quantidades espalhadas pela cidade, at mesmo
nos pontos tursticos. deplorvel ver uma paisagem to bela sendo destruda, confundida com o
lixo. quase inadmissvel ver uma cidade deste porte, com o fluxo de turistas que tem no investir
tanto em polticas pblicas quanto deve.
1872
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Industrializao Brasileira
O desenvolvimento industrial teve grandes dificuldades no incio, isso se deve ao fato da
coroa portuguesa passar a controlar o Brasil aps transform-lo em colnia. Eram impedidos os
processos de manufaturas, pois, temiam a autonomia da colnia, temiam que ela fosse confrontar
com a metrpole. Sem as manufaturas, a agricultura era a principal atividade econmica da poca,
principalmente a monocultura da cana-de-acar que era a cultura dominante at o incio do
sculo XIX, quando o caf passou a entrar em cena.
Este passara agora a ser responsvel pela acumulao monetria - embora tenha investido
parte dos lucros em maquinrios- e pelo desenvolvimento de infraestrutura, transporte, energia,
entre outros, o que beneficiava tambm o desenvolvimento industrial, alm da mo-de-obra
abundante composta principalmente por imigrantes e ex-escravos, fazendo com que os mesmos
recebessem baixos salrios e trabalhassem em pssimas condies, pois havia muita competio.
Com a crise de 1929 enfrentada pelo pas, se fez necessria uma maior valorizao da
indstria com a inteno de promover o desenvolvimento econmico. No ano seguinte, com a
entrada do presidente Getlio Vargas, foram feitas vrias discusses em relao a indstria,
havendo o surgimento da Usina de Volta Redonda no Rio de Janeiro, a Companhia do vale do Rio
Doce( destinada a explorao do minrio de ferro no estado de Minas Gerais) e o surgimento da
Petrobrs em 1953. Porm foi no governo de J.K em que houveram as maiores transformaes no
panorama industrial nacional, principalmente pelo fato de utilizar o capital estrangeiro para
permitir a entrada das multinacionais, ocorrendo assim um considervel aumento do mercado de
trabalho.
Por sua vez, o crescimento industrial culminou no aumento da populao das cidades, que
recebiam muitos migrantes de outras regies em busca de melhores qualidades de vida e
emprego. Geralmente, essas pessoas vinham das zonas rurais, o que caracterizava o xodo rural.
O grande contingente populacional, agora existente nas cidades que estavam passando pelo
processo de industrializao, eram maiores do que as mesmas podiam suportar ocasionado em
diversas consequncias como: problemas de saneamento bsico, falta de moradias, aumento da
poluio, violncia entre outros. Alm claro, do surgimento das favelas, onde a populao pobre
encontrou como nico lugar vivel para viver.
Apesar de todos os aspectos negativos, a industrializao foi, por um lado, bastante
positiva, pois foi responsvel pelo aumento de empregos, pela independncia de produtos
agrcolas e tambm a diminuio dos preos dos produtos manufaturas e industrializados.
1873
Souza, um chamava-se Paulo Afonso, que teria descoberto estas cachoeiras em 1553. Outra
verso fala de dois padres - Paulo e Afonso - que teriam sido engolidos pelas guas da cachoeira,
quando desciam o So Francisco num barco, em suas viagens de evangelizao. Estudiosos
afirmam que, at 1725, no h nenhum registro no Brasil nem em Portugal, que se refira a estas
quedas d' gua com o nome de Paulo Afonso. At esta data as quedas eram conhecidas como
Sumidouro, Cachoeira Grande e Forquilha.
Em outubro de 1725, o portugus Paulo Viveiros Afonso recebeu uma sesmaria, nas terras
da capitania de Pernambuco, o limite era o rio So Francisco, no local as grandes cachoeiras.
Estendendo seus limites para o outro lado do rio, Paulo Viveiros Afonso teria criado a Tapera de
Paulo Afonso. As terras ribeirinhas da cachoeira, no que seria Municpio de Glria/BA, ficaram
conhecidas como pouso das boiadas que cruzavam o serto, ficavam ali por uns tempos e seguiam
viagem at Feira de Santana, polo comercial e pecuarista da poca. A criao de gado era um dos
esteios econmicos da regio, ao lado dos engenhos de cana de acar.
Os primeiros passos para a emancipao poltica de Paulo Afonso foram dados quando
quatro dos nove vereadores da Cmara Municipal de Glria foram eleitos pelo Distrito de Paulo
Afonso. A luta para essa emancipao, apesar da resistncia natural dos glorienses e de dirigentes
chesfianos, segundo Jos Rudival , era irreversvel, porque o que se via era o crescimento muito
grande do Distrito, superando em muito, o crescimento do municpio sede, Glria..
A Indicao para o desmembramento do Paulo Afonso do Municpio de Glria foi aprovada e
encaminhada Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, no dia 10 de outubro de 1956Criao
da Chesf e construo das usinas hidreltricas
O Decreto-Lei n 8031, de 3 de outubro de 1945 publicou que autoriza a organizao da
Companhia Hidro Eltrica do So Francisco. Art. 1 - Fica o Ministrio da Agricultura autorizado a
organizar uma sociedade por aes, com sede e foro na cidade. Na mesma data o Decreto n
19.706 limitava a rea de ao da Chesf. As mudanas polticas no Governo Federal adiaram a
criao da Chesf, que s em 15 de maro de 1948, no governo de Eurico Dutra, teve a sua primeira
diretoria constituda.
Comearam as obras da usina da hidreltrica Paulo Afonso I e a construo da Barragem
Delmiro Gouveia para fechar o rio. Obra genial de nordestinos sob a liderana do engenheiro
Octvio Marcondes Ferraz, diretor tcnico da Chesf. A chegada da Chesf na regio causou grande
impacto. Milhares de nordestinos chegavam para a obra. Superaram a marca de 11 mil
empregados. A sua criao gerou dois ciclos de desenvolvimento para o Nordeste: Antes e depois
da Chesf. O mesmo sofreu grande influncia a partir da gerao de energia eltrica das usinas
instaladas em Paulo Afonso. Vrios municpios nasceram depois da Chesf, inclusive Paulo Afonso.
O crescimento populacional do local foi rpido, com a chegada de milhares de nordestinos
que mudaram seus rumos. Iam para Paulo Afonso ao invs de So Paulo. Durante muitos anos,
tudo girava em torno da Chesf. Em seu acampamento a cidade da Chesf estavam os servios
pblicos, a igreja catlica, os clubes sociais, o hospital, as escolas para os filhos dos funcionrios,
as ruas planejadas, sistema de gua, esgoto e energia eltrica funcionando. Do outro lado, a Vila
Poty, mal planejada, sem nenhuma infraestrutura onde moravam os cassacos, como eram
chamados os trabalhadores mais humildes da hidreltrica. As obras das escavaes dos tneis e
1874
construo das usinas tiveram incio em 1949 e duraram por quase 50 anos, gerando emprego
para milhares de sertanejos. Das usinas de Paulo Afonso, do pioneirismo de milhares de
nordestinos - muitos destes dizimados pela malria e pela dureza da obra- foi gerada quase toda a
energia de que precisava o Nordeste para continuar crescendo.
A primeira usina da Chesf construda em Paulo Afonso e inaugurada pelo presidente Caf
Filho em 15 de janeiro de 1955, produzia 180 mil kW de energia eltrica, um exagero para muitos.
Mas a demanda obrigou a construo de outras usinas. Vieram a 2, a 3 e a 4 usinas, alm da
pioneira Usina Piloto (todas em Paulo Afonso) e Usina Apolnio Sales, no Estado de Alagoas,
na divisa com Paulo Afonso que, juntas produzem 4 milhes, 280 mil kW. A elas se juntam as
Usinas Luiz Gonzaga, em Petrolndia/PE e Usina de Xing, na divisa dos Estados de Alagoas e
Sergipe, todas do Complexo Paulo Afonso. No total estas Usinas somam 8 milhes, 942 mil kW, ou
86% de toda a energia produzida pela Chesf .
1875
poluentes do ar, pelo contrrio, melhoram o ar que se respira. Frequentemente, elas substituem a
gerao a partir de combustveis fosseis, reduzindo assim a chuva cida e a fumaa. Alm disso, os
empreendimentos hidreltricos no geram subprodutos txicos.
Os impactos negativos j comeam durante a construo das usinas. A construo de um
reservatrio acaba afetando consideravelmente a fauna e flora do local em que construdo, j
que como esse local vai ser inundado, muitas espcies acabam sendo submersas e mortas, criando
o limo. O crescimento excessivo de plantas sob essa massa de resduos decomposta eleva
demasiadamente os nutrientes na gua (principalmente de fosfato e nitrato), levando a uma
brusca reduo do teor de oxignio dissolvido (processo esse denominado eutrofizao, ocorre de
forma natural, mas potencializado na medida em que se incrementa substancialmente a quantia
de efluentes despejados nos rios, oriundos do comrcio, indstria e resistncias), provocando a
proliferao de microrganismos e algas que alm de polurem o habitat podem causar epidemias,
como a esquistossomose e malria.
A morte dessas espcies, alm de quebrar o equilbrio no ambiente tambm poder
atrapalhar o prprio funcionamento das turbinas no primeiro momento, obrigando a limpezas
sistemticas das mesmas. Algumas espcies conseguem fugir durante a inundao desse local
migrando assim para outro lugar, podemos citar como exemplo dessa fuga a construo da
hidreltrica de Tucuru, no Par, em que cientistas relatam a fuga de macacos, aves e outras
espcies durante os dois meses que durou a inundao do lago de 2.430 Km2. Nessa fuga,
estimamos que apenas 1% das espcies sobreviveu em Tucuru, ou seja, no conseguiram se
adaptarem ao novo habitat.
Mas no s na terra que notamos o impacto causado por esse tipo de gerador de energia,
percebemos tambm esses impactos nas espcies aquticas. Como a construo da hidreltrica
composta de uma barragem, os fluxos naturais dos peixes acabam sendo interrompidos,
consequentemente haver uma proliferao de determinadas espcies em relao s mais
suscetveis. Alm disso, essa interferncia pode ser brutal para os peixes, no perodo em que eles
sobem o leito do rio no sentido contrario da corrente para depositar suas ovas, ou seja, no perodo
chamado de piracema. Para amenizar essa situao, algumas hidreltricas constroem degraus
onde os peixes podem circular no seu fluxo natural de migrao. Vale apena ressaltar, que a
simples construo uma nica hidreltrica pode provocar a modificao do clima de todo
ecossistema, uma vez que substituda a mata pelo lago artificial, resultando na elevao da
temperatura e na mudana do ciclo da chuva.
A barragem altera o fluxo da corrente e a vazo do rio, o que provoca o alargamento do
leito original, o aumento da profundidade e a elevao do nvel do lenol fretico, criando
pntanos. A presso do peso da gua represada pode provocar fortes deslocamentos de terra,
prejudicando os aquferos e pode provocar tambm sismos induzidos, os famosos terremotos de
terra. Forma-se montante uma nova margem que no tem a mesma resistncia gua, o que
causa eroso e perda de solo e rvores, gerando o assoreamento que, por sua vez, afeta a
capacidade do reservatrio. Essas barragens impedem o fluxo natural de sedimentos ricos em
nutrientes que auxiliam na fertilizao dos solos para produzir alimentos. Por causa da interrupo
do fluxo do rio, ocorre mudana na temperatura e na composio da gua, com consequncias
1876
diretas na sua qualidade e isso provoca mudanas no ciclo da vida aqutica, tais como procriao e
metamorfose. E durante a construo e o funcionamento das usinas hidreltricas so emitidos
dois dos principais gases do efeito estufa - o gs carbnico (CO 2 ) e o metano (CH 4 ).
Levando agora para o lado social, a montagem do canteiro de obras transforma a economia
local, com uso intensivo de materiais e energia, provocando a carestia nos preos dos materiais de
construo e outros, prejudicando os moradores locais, aumenta a populao que vem para
trabalhar nessas empresas, provocando vrios problemas como o acrscimo na produo do lixo e
esgoto sanitrio, aumento das maquinas pesadas que danificam as vias pblicas e modificam as
caractersticas do trnsito local.
Para que seja feita a construo da hidreltrica necessrio deslocar desse lugar os
indivduos que l esto. Os mesmos so geralmente famlias de agricultores, pescadores ou tribos
indgenas, perdendo assim reas que eram utilizadas para caa e pesca; esse deslocamento
forado acompanhado por compensaes financeiras irrisrias ou inexistentes. No caso da
populao indgena que no possui documentos comprovando que aquelas terras perdessem a
eles, na maioria das vezes so reassentados em novas reas, passando por um logo processo de
adaptaes culturais e sociais e podem perder sua identidade, pois possuem uma ligao espiritual
estreita com a terra natal.
Vale ressaltar que muitas vezes deixam inundadas cidades inteiras, provocando a perda do
patrimnio cultural da humanidade, a perda dos recursos naturais histricos, que variam desde
santurios, artefatos e construes antigas e templos, alm dos recursos arqueolgicos, tais como
fsseis, animais e cemitrios.
3 METODOLOGIA
Esse artigo foi realizado a partir da orientao do professor do IFRN, Andrey Luna Sabia e
tem como principal objetivo observar e analisar o processo de urbanizao e industrializao na
cidade de Paulo Afonso. Este artigo teve base em pesquisas e fundamentao terica a partir de
um acervo bibliogrfico. Alm disso, tivemos uma prtica em campo realizada em dezembro de
2012 com a orientao dos Professores Manoel do Bonfim Lins de Aquino, Andrey Luna Sabia e
Alian Cristina Paiva, onde fizemos uma visita tcnica ao memorial da CHESF e as Usinas de Paulo
Afonso. Visita essa na qual pudemos visualizar o funcionamento da usina, onde so colocados em
prtica os fundamentos tericos observados em sala.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Faremos agora uma associao, relacionando a teoria acima com a Companhia Hidro
Eltrica do So Francisco (CHESF), a partir de dados coletados.
Traz o relatrio da empresa:
A histria da Chesf assim. Comeou a funcionar em 1948. Um tempo em que o
Nordeste ficava pequeno para tanto potencial. A regio estava sedenta de novos negcios.
E a empresa usou a gua do Rio So Francisco para matar a sede do crescimento.
1877
1878
nos deparamos com casos de trabalhadores que conseguiam um emprego na construo civil e
no conseguiam nem um teto para morar, viviam abrigados dentro do esqueleto da obra
correndo srios riscos de vida, inclusive.
A partir da comeou a se dar a ocupao do territrio, a criao das vilas para os
trabalhadores, a construo da Igreja So Francisco, das escolas, dentre outras estruturas. Vindo
para o panorama atual, verificamos que Paulo Afonso tem seus atrativos. Possui uma oferta de
empregos para mo de obra qualificada, tem um baixo custo de vida, e tem grandes atrativos para
os estudantes, pois, conta com universidades de grande porte. No entanto, bastante grande o
nmero de estudantes que se deslocam de l por no haverem muitos cursos na rea de sade.
Pensando nisso, a Chesf juntamente com os poderes federal, estadual e municipal, trouxe o curso
de medicina para a Universidade Federal do Vale do So Francisco (UNIVASF).
Quando sade, a regio de Paulo Afonso, assim como em boa parte da Bahia deixa
bastante a desejar, mas, a opo que resta para os moradores de l e das cidades vizinhas.
Mesmo com a cidade sendo responsvel pela microrregio do baixo So Francisco, nenhum de
seus dois hospitais o Hospital Nair Alves de Souza e o Hospital Municipal de Paulo Afonso- conta
com uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O que se torna realmente preocupante, se formos
contar que Paulo Afonso possui cerca de 110 mil habitantes, segundo e sua regio possui 167.144
habitantes. Isso sem contar com outros municpios que no fazem parte do Territrio de Itaparica
e mesmo assim Paulo Afonso d suporte.
Por ltimo, vale lembrar que h tambm grandes atrativos para a instalao de indstria e
comrcio, j que a cidade possui pouca industrializao, se comparada com o nmero de
habitantes e a rea que possui. Temos abaixo um grfico que mostra o nmero de
estabelecimentos registrados, entre indstria e servios.
863
Indstria
2424
Servios
CONCLUSO
Por fim, podemos tomar como concluses as experincias realizadas para a produo deste
estudo, onde adquirimos grandes parcelas de conhecimento nas mais diversas reas. Adquirimos
um conhecimento na histria, por exemplo, quando abordamos o processo de industrializao
brasileira e o histrico de Paulo Afonso e da Chesf. Aprendemos um pouco mais sobre os impactos
que uma usina gera, a mudana provocada na economia, na vida das pessoas, na fauna, flora e
etc. Conseguimos ainda fazer um estudo sobre a urbanizao, os fatores que contribuem para esse
processo, a partir de quando este comeou a se intensificar.
1879
Para tanto, tivemos uma grande base terica, principalmente na questo conceitual do
espao urbano por grandes gegrafos brasileiros, uma vasta pesquisa relacionada a ao da Chesf,
no s na questo do desenvolvimento das usinas, mas tambm a relao que esta mantm com
os moradores e com o progresso econmico e social da regio. Esperamos que o contedo
abordado seja satisfatrio e tenha sido apresentado de forma clara e de fcil entendimento.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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http://www.brasilescola.com/historiab/industrializacao-brasileira.htm
http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/consequencias_industrializacao.htm
http://geonaweb.blogspot.com.br/2010/04/urbanizacao-e-industrializacao-do.html
http://www.juraemprosaeverso.com.br/HistoriasDasCidadesBrasileiras/HistoriaDaCidadeDePauloA
fonso.htm
1880
RESUMO
1881
INTRODUO
Atualmente estudar Qumica sem uma orientao didtica pode ser uma atividade
exaustiva para os alunos, considerando as vastas infinidades de smbolos que ser abordado ao
longo dessa cincia. Muitos alunos por sua vez entram em um processo de decorar os smbolos e
formulas, desde modo de suma importncia que o ensino de qumica seja relevante aos
estudantes. O professor tem a necessidade de buscar um recurso para facilitar a aprendizagem e
tornar as aulas de qumica mais agradveis e dinmicas para os alunos, dentre os recursos
utilizaremos essa abordagem da qumica com o cotidiano do aluno atravs dos estudos de aulas
prticas (neste caso a prtica de destilao de petrleo).
Desta forma o presente trabalho realizado com os alunos do 3 ano do Ensino Mdio da
Escola Estadual Professor Antnio Dantas, Ensino Fundamental e Mdio do municpio de ApodiRN, tem como objetivo incentivar o lado investigativo do aluno, alm de uma melhor forma de
repassar o conhecimento e curiosidades aos alunos, vale tambm ressaltar que o aluno valoriza
um professor que sabe se impor em sala de aula, que consegue comandar a sua aula. Esse
professor passa a ser um modelo para os alunos; no futuro, quando chegar a hora de escolher
uma profisso, a maioria dos estudantes de licenciatura visar um professor do colgio como
exemplo a ser seguido, como confirma Carrijo (1999), quanto deciso desses estudantes em
serem professores, h aqueles que veem o ensino como transmisso de conhecimento; outros
encontram no magistrio uma oportunidade para adotarem uma postura diferente da de seus
professores; outros, ainda afirmam que sua deciso deve-se prpria valorizao do magistrio.
Esses alunos manifestam o interesse pela profisso escolhida ligando o fato ao gosto pela
disciplina, ou ao professor de quem mais gostam.
REVISO BIBLIOGRFICA
1882
didticos, em olhar as figuras em um papel, eles querem ir mais alm, saber o que foi feito para
chegar concluso que esta expressada no livro, segundo Carrijo (1999, p 65,66) O Aluno requer
um professor de Cincias que tenha domnio do seu campo de conhecimento. Este conhecimento
no somente o contedo que est no livro didtico; tambm o que antecedeu aquele
contedo e o atual. Para atingir esse objetivo, este professor precisa extrapolar o livro didtico,
procurando outras fontes que auxiliam o aluno a relacionar os conhecimentos produzidos pelas
Cincias que constituem a disciplina Cincias.
Neste casso ela fala sobre Qumica, mas a aplicao de aulas diferenciadas se encaixa em
todas as disciplinas. Os alunos esto em uma era digital onde fica cada vez mais difcil chamar
ateno para os livros.
No havendo uma articulao entre os dois tipos de atividades, isto , a teoria e a prtica,
os contedos no sero muito relevantes formao do indivduo ou contribuiro muito pouco ao
desenvolvimento cognitivo deste. Porm, ao que parece, o ensino de Qumica no tem oferecido
condies para que o aluno a compreenda enquanto conceitos e nem quanto a sua aplicao no
dia-a-dia. As pesquisas sobre o ensino de Qumica no ensino mdio so ainda incipientes. Nardi
(1998) acredita que, de forma ampla, tais pesquisas apresentam um trao comum: a busca de uma
compreenso mais clara e profunda de vrios elementos que caracterizam o ensino das cincias,
pretendendo assim gerar adequaes ou modificaes nas prticas pedaggicas do professor em
sala de aula.
importante tambm que os professores estejam atentos a enorme distncia que tende a
se estabelecer entre o mundo da cincia e o mundo do cotidiano, distncia essa que o
academismo exagerado da escola pode tornar ainda maior.
Convenes, enunciados, conceitos, teorias, modelos e leis podem a primeira vista ser to
incompreensveis quanto palavras e frases de uma lngua estrangeira. O professor precisa
considerar este problema e encontrar pontos de contato entre o contedo a ser ministrado e os
conhecimentos atuais do aluno. Tais pontos de contato se localizam geralmente em temticas do
cotidiano e da atualidade. as atividades experimentais podem facilitar a compreenso do
contedo; e as de cunho moto-vocacional, que acreditam que as aulas prticas ajudam a despertar
a curiosidade ou o interesse pelo estudo. Na presente pesquisa, o interesse maior consiste na
discusso da importncia dos experimentos. A cincia uma troca irredutvel entre o experimento
e a teoria, e assim, a separao total entre o experimento e a teoria no desejvel e nem
possvel.
Tambm segundo Vygotsky (1989), as aulas prticas estimulam a curiosidade, a iniciativa e
a autoconfiana; aprimoram o desenvolvimento de habilidades lingusticas, mentais e de
concentrao; e exercitam interaes sociais e trabalho em equipe. Do ponto de vista do
professor, essas atividades permitem identificar erros de aprendizagem e atitudes e dificuldades
dos alunos. As dificuldades para a implementao destas aulas diferenciadas incluem a perda do
carter didtico devido m aplicao dos jogos; o sacrifcio de outros contedos em funo do
tempo gasto com o jogo; a perda da caracterstica ldica da atividade pela interferncia do
1883
professor; e dificuldades no acesso aos jogos e s informaes que possam subsidiar o trabalho do
docente.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSES
O projeto foi elaborado em uma aula laboratorial (aula esta proposta por ns para uma
melhor analise e compreenso do desenvolvimento da turma) em uma turma de 3 ano da Escola
Estadual Professor Antnio Dantas, apresentando dois experimentos qumicos relacionados ao
assunto acerca do petrleo que estava sendo abordados pelo professor da escola, os
experimentos em questo foram a destilao do petrleo e a deteco do teor de lcool na
gasolina. O objetivo principal foi mostrar que a qumica estudada experimentalmente facilita o
entendimento do aluno e que pode ser feita em qualquer escola, mesmo aquelas que no
possuem uma estrutura laboratorial.
No decorrer da apresentao foi possvel perceber um aumento significativo e satisfatrio
no interesse e domnio da qumica por parte dos alunos, j que eles conseguiram entender e
relacionar a qumica com o dia-a-dia (Figura 01).
Figura 01: Inicio da aula sobre petrleo e uma abordagem geral sobre o assunto.
1884
Ao longo da aula observamos que os alunos despertaram um maior interesse pelo assunto
a partir do momento em que comeamos a fazer a destilao do petrleo para que os mesmos
pudessem ver como se da o processo passo a passo.
A imagem a seguir demonstra o momento em que estvamos fazendo a destilao e
explicando que processo estava ocorrendo naquele momento (Figura 02).
CONCLUSO
Segundo Bueno et al (2009), o papel das aulas prticas adaptar a teoria realidade, esse
processo pode ocorrer como atividade educacional de vrias formas, de acordo com o contedo,
com a metodologia ou com os objetivos com o qual se pretende alcanar. A Qumica revela a
importncia de inserir essas prticas ao aluno, relacionando esta cincia com a natureza, desse
modo os experimentos proporcionam ao estudante uma melhor absoro cientfica das mudanas
que nelas ocorrem. O projeto proposto envolve o trabalho em grupo com estudos direcionados ao
desenvolvimento pessoal e coletivo no ensino da qumica por meio de atividades experimentais. A
divulgao e o ensino da qumica, utilizando os experimentos como ferramenta, mostram-se
suplementar as atividades desenvolvidas em sala de aula. Desse modo, contribui para despertar o
interesse da sociedade na vida cientfica.
Desta forma podemos observar que as aulas prticas atuam de forma essencial para o
processo de ensino aprendizagem, pois temos que manter teoria e pratica em conjunto para uma
melhor capitao do assunto abordado pelos alunos, observamos que com esta interveno das
aulas praticas os alunos despertam atitudes investigativas acerca dos assuntos consequentemente
melhorando seu rendimento acadmico.
1885
AGRADECIMENTOS
A Escola Estadual Professor Antonio Dantas pelo espao cedido, ao Programa de Bolsas de
Iniciao a Docncia-PIBID/CAPES e ao Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia do Rio
Grande do Norte-IFRN, Cmpus Apodi.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
SARDELLA, A. Qumica: Srie novo ensino mdio, volume nico. So Paulo: tica, 2003.
SANTOS, W.L.P.; MOL, G.S. Qumica e Sociedade. Volume nico, editora nova gerao. Ano 2005.
So Paulo.
FONSECA, M.R.M. Completamente Qumica: Qumica Geral. So Paulo: FTD, 2001.
BIANCHI, J.C.A. Universo da Qumica: Ensino Mdio. Volume nico. So Paulo: FTD, 2005.
CARRIJO, I. Do professor Ideal ao professor possvel/ Araraquara JM Editora, 1999. p. 122. CDD
371.144
CUNHA, M. O bom professor e sua prtica. 5. ed. Campinas: Papirus, 1995. 182 p.
VYGOTSKY, L.S. A formao social da mente. So Paulo: Martins Fontes, 1989.
BUENO, L., MOREIRA, K. C., SOARES, M., DANTAS, D. J., SOUSA, A. C., WIEZZEL, J., TEIXEIRA, M. F. S.
O ensino de qumica por meio de atividades experimentais: a realidade do ensino nas escolas.
Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho Faculdade de Cincias e Tecnologia/
PRESIDENTE PRUDENTE; Junho/2009.
1886
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE: Escola pblica municipal, IFRN Campus So Gonalo do Amarante, incluso digital, informtica
bsica.
KEYWORDS: basic school, IFRN Campus So Gonalo do Amarante, digital inclusion, basic informatics
1887
1 INTRODUO
Tomando como preceito o ato de desenvolvimento scio-cultural, formulou-se a questo a
respeito dos diversos meios de comunicao que fazem parte do processo de educao em uma
determinada regio, tais como, televiso, rdio, revista, jornal, e Internet. Esta ltima tem
possibilitado alm de mudanas culturais, tambm mudanas sociais, como a insero de
indivduos no mercado de trabalho e a disseminao do conhecimento (MORAN, 1997). Dessa
forma, a informtica tem feito com que a educao passasse a ser mais eficiente eficaz e efetiva,
como, por exemplo, na disposio dos diversos dados circulados referentes a pesquisas e
compartilhados na rede mundial de computadores e na criao de softwares (programas)
relacionados s diversas reas especficas do conhecimento, e.g, a gentica e a meteorologia.
Diante do exposto, para o desenvolvimento sociocultural de um pas, fazem-se necessrios
incentivos educao, dentre eles, possibilitar o acesso a conhecimentos em computao, a fim
de possibilitar o acesso a essa nova mdia que se apresenta.
Neste intuito, o projeto de extenso a ser descrito assume a inteno de dar o primeiro
contato com os conceitos bsicos de informtica e computadores, alm de assegurar a adequao
de laboratrios de informtica de uma escola da rede pblica municipal do municpio de So
Gonalo do Amarante, atravs da oferta de cursos de capacitao em Informtica Bsica aos
alunos do 8 e 9 anos e aos servidores da instituio de ensino a ser contemplada.
Segundo Roseilma Santos de Lima, tcnica pedaggica de So Gonalo do Amarante/RN, o
municpio possui 54 escolas pblicas municipais, dentre as quais cerca de 30 tm laboratrio de
informtica. Contudo, atualmente, a Secretaria Municipal de Educao conta com apenas 1
tcnico contratado para efetuar a manuteno de toda a infraestrutura do parque computacional,
ou seja, de todos os computadores destas escolas mais os sistemas computacionais da prpria
Secretaria.
Sendo assim, diante deste cenrio e levando em considerao que os computadores
usados pelos setores administrativos tm prioridade quanto ao suporte e manuteno, percebe-se
que os laboratrios destas escolas apresentam constantes necessidades de reparos e manuteno
de seus computadores, bem como da sua rede lgica, inviabilizados devido a escassa mo de obra.
Por sua vez, a ideia de incluir cursos de capacitao de Informtica Bsica a alunos e
servidores da escola-alvo deste projeto surge de carncia constatada, nas escolas municipais da
regio, de profissionais que possuam conhecimentos bsicos de informtica. H escolas que
possuem laboratrios estruturados, mas no funcionam pela falta de pessoas qualificadas para
manusear o computador. Em uma sociedade globalizada que dispe das facilidades que as cincias
tecnolgicas fornecem no acesso informao e comunicao entre seus indivduos,
inadmissvel que existam setores em que o acesso a tais benefcios se d de forma dificultosa e s
vezes at impossvel. Com os conhecimentos adquiridos, esses cursistas podero melhorar sua
prtica aos recursos de Informtica, em favor dos interesses e necessidades prprios (profissionais
e/ou acadmicos) e comunitrios, atentando sempre para suas responsabilidades como cidado
(DA SILVEIRA, 2003). Alm disso, objetiva-se tambm que esses alunos e servidores, aps
1888
participar em dos referidos cursos, atuem como agentes multiplicadores, no sentido deles estarem
tambm habilitados a difundirem os conhecimentos adquiridos tanto nos seus lares, quanto em
suas comunidades.
2 MATERIAL E MTODOS
No primeiro momento, foram realizadas reunies com o coordenador Rodrigo e o tcnico
Victor, da COGETI (Coordenao de Gesto de Tecnologia da Informao) do municpio de So
Gonalo do Amarante, bem como visitas tcnicas aos laboratrios de informtica das escolas do
municpio, a fim de escolher a escola-alvo, que receber as melhorias de propostas pela presente
pesquisa. Posteriormente, sido definida a escola-alvo, houve o levantamento dos problemas
identificados e melhorias que podero ser realizadas tanto nos computadores, quanto na
infraestrutura da rede fsica e lgica do laboratrio de informtica. Nesta fase tambm foi
desenvolvido um projeto de melhoria para a infraestrutura da rede de computadores do
laboratrio, conforme a situao apresentada pela mesma durante o perodo e os equipamentos
da rede disponibilizados pela escola e/ou prefeitura. Tambm foi feito uma captura de
computadores quebrados e/ou em desuso atravs de doaes de empresas pblicas, como, por
exemplo, IBGE, Petrobrs S.A e a prpria IFRN, a fim de aproveitar os componentes em
funcionamento dos mesmos para incrementar os computadores da escola selecionada.
Posteriormente, foi proposta a realizao de manuteno preventiva e corretiva dos
computadores. Estes tambm podero receber um upgrade com os componentes extrados dos
computadores doados. Os softwares que sero utilizados nos cursos de capacitao, a saber, Linux
Educacional 4.0 e o pacote de escritrio LibreOffice, sero instalados e configurados. Alm disso,
foi planejado a implantao de um projeto de melhoria de rede do laboratrio, juntamente com a
configurao de um servidor de proxy, para bloquear sites imprprios para o ambiente escolar.
Infelizmente a manuteno do hardware dos computadores e execuo do projeto de
melhoria da rede de computadores no aconteceu devido a ausncia de permisso da prefeitura
para esta ao. Toda a permisso se deu atravs de seu tcnico. Alm disto, no foram fornecidas
pela mesma as condies necessrias, tais como, senhas e espao adequado.
Finalmente, foram ministrados cursos aos alunos do 8 e 9 ano e aos servidores da
referida escola. Os cursos realizados se basearam em aulas tericas e praticas de informtica
bsica, compostos pelos mdulos de introduo Informtica, Linux Educacional, LibreOffice
Editor de Texto, LibreOffice Planilha Eletrnica e Internet, sendo ministrados nessa ordem. O
material didtico foi produzido para todos estes mdulos, utilizados durante o curso e distribudos
aos alunos gratuitamente. Os custos de impresso foram previstos no oramento desta atividade.
O curso de informtica ter durao de 48 horas, divididas em 10 horas para Introduo
Informtica e Linux Educacional, 14 horas para o LibreOffice Editor de Texto, 18 horas para o
LibreOffice Planilha Eletrnica e 6 horas para Internet.
1889
RESULTADOS E DISCUSSO
Durante todo o seu perodo de execuo (de julho a dezembro do ano de 2012), esperamse que a implantao eficiente e cooperativa do projeto de Incluso Digital de Escolas do Ensino
Bsico do Municpio de So Gonalo do Amarante atue como piloto numa regio com alto ndice
de baixa renda por habitante. O jornal Tribuna do Norte (2012) publicou uma pesquisa feita pelo
IBGE, acerca do Censo Demogrfico de 2010, na qual expe que a renda mdia dos habitantes
deste municpio ainda se apresenta baixa, em detrimento de avanos na rea de saneamento e
diminuio do analfabetismo.
Considerao que este projeto oportunizar a adequao do laboratrio de informtica da
escola eleita, o qual ficar propcio oferta de cursos de informtica bsica tanto para os
estudantes como para os servidores da escola-alvo. Inicialmente, foi feito o processo de obteno
de equipamentos computacionais em desuso, por meio de doaes de entidades pblicas. O
reparo dos mesmos consistir em discernir as peas que podem ser reaproveitveis e que sejam
compatveis com as configuraes das mquinas do laboratrio-alvo ou at montar sistemas
computacionais a partir da interao das peas adquiridas por meio de doao. Paralelamente a
isso, foram confeccionadas as apostilas a serem objetos de aprendizagem durante a execuo dos
cursos de informtica bsica.
A quantidade de tempo disponvel para executar tais tarefas foi recompensada pela oferta
dos cursos de Informtica Bsica e na assimilao do conhecimento por parte dos alunos. Os
resultados reais da execuo do projeto foram concretamente visveis durante a fase de oferta dos
cursos de informtica bsica. Foram aplicados questionrios aos alunos e servidores antes, e
depois, do curso para se produzir um estudo comparativo em relao aos conhecimentos prvios e
a os adquiridos durante a execuo do curso.
As aulas foram ministradas pelos dois alunos bolsistas do projeto. Um dos bolsistas ficou
responsvel pela turma de alunos e o outro ficou responsvel pela turma de pais e servidores da
escola. As aulas dos alunos aconteciam no contra-turno de suas aulas e as aulas para os demais
alunos (pais e servidores) aconteciam no horrio mais propcio para a maioria.
As aulas aconteceram normalmente com a carga-horria planejada. Existiam dois alunos
para cada computador. No laboratrio de informtica alm dos computadores, havia disponvel
um data show para projeo dos slides e atividades propostas. A Figura 1 representa uma das
aulas para os alunos da escola escolhida.
1890
1891
Figura 5: Depois de ter concludo o curso, em que categoria de usurio voc se encaixa?
1892
Figura 6: O que voc achou da iniciativa de serem ministrados cursos de Informtica Bsica na sua escola
pela equipe do IFRN?
4 CONCLUSES
Como visto o projeto de extenso de incluso digital foi organizado e executado de forma
satisfatria. Atravs do curso foram formados 34 alunos, dentre alunos, pais e servidores da
escola-alvo. Atravs da interpretao do questionrio tivemos uma boa opinio dos alunos, onde
os mesmos acharam em sua grande maioria tima a iniciativa do IFRN em ministrar cursos de
informtica bsica em sua comunidade.
Esperamos no futuro ampliar o projeto para mais escolas, atingindo, dessa forma, uma
parcela maior da comunidade so-gonalense. Por fim, sabendo-se tambm que o campus So
Gonalo do Amarante do IFRN oferece, dentre outros, o curso de Tcnico Subsequente em Redes
de computadores e o Tcnico Integrado em Informtica, seus discentes participar do mesmo
como bolsistas ou voluntrios, especialmente na fase de reestruturao da rede de computadores
da escola, bem como, na manuteno e reparo dos computadores. Assim, a Instituio cumprir
com o seu papel de oportunizar no meio acadmico a associao da teoria com a pratica, visando
a qualificao e experincia profissional.
Infelizmente neste projeto no houve a possibilidade de melhoria dos computadores e
infraestrutura da rede de computadores da escola-alvo, pois no foi fornecido
permisso/ferramentas para que este objetivo tivesse sido alcanado. Como ao futura
esperamos que a prefeitura de So Gonalo possa fornecer maior suporte as aes extensivas
desempenhadas pelo IFRN nas dependncias pblicas municipais.
Alm do problema citado, houve alguns problemas que so interessantes relatar, para que
futuros extensionistas possam prever e planejar aes caso algum destes acontea. O material
necessrio para a realizao da manuteno preventiva e corretiva dos computadores da escola
no chegaram em tempo hbil, o que impossibilitou a realizao desta etapa do projeto. Por s
1893
existir um laboratrio na Escola, muitas vezes as aulas do curso de Informtica Bsica tiveram que
ser canceladas. Dos 17 computadores do Laboratrio, apenas 14 estavam funcionando. Falta de
conexo com a Internet de alguns computadores do Laboratrio. Uma turma assistiu as aulas de
Internet no Laboratrio do IFRN Campus So Gonalo.
Este projeto proporcionou aos alunos do Curso Tc. Subsequente de Redes o despertar do
senso de responsabilidade, dedicao e pr-atividade, alm de uma vivncia como instrutores de
cursos de Informtica Bsica e a possibilidade de apontarem melhorias a serem realizadas no
parque tecnolgico de uma empresa/escola. Assim, a Instituio cumpriu com o seu papel de
oportunizar no meio acadmico a associao da teoria com a prtica por meio da Pesquisa e
Extenso, visando qualificao e experincia profissional. Agradecemos o apoio financeiro
disponibilizado pelo IFRN/CNPq para o desenvolvimento da pesquisa.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
MORAN, JOS MANUEL. Como utilizar a Internet na educao. Cincia da Informao 26.2 (1997).
DA SILVEIRA, SRGIO AMADEU. Incluso digital, software livre e globalizao contra-hegemnica.
Software Livre e Incluso Digital-Organizadores: Sergio Amadeu de Silveira e Joo Cassino, So
Paulo: Conrad 7 (2003): 11.
TRIBUNA
DO
NORTE,
So
Gonalo
festeja
emancipao.
Disponvel
em:
<http://tribunadonorte/noticia/sao-goncalo-festeja-emancipacao/205454> Acesso em 14 de Julho
de 2012.
1894
RESUMO
1895
1 INTRODUO
Inicialmente, este trabalho visava analisar o histrico da cultura das comunidades
indgenas que habitaram a regio do Alto Oeste do Estado do Rio Grande do Norte, tendo em vista
estudar hbitos, costumes e tradies desses povos, bem como relacionar suas influncias na
sociedade atual (lngua, costumes, tradies, culinria, folclore, etc.), e localizar as possveis
comunidades remanescentes desses povos na regio. Entretanto, devido escassez de fontes
escritas, arqueolgicas, remanescentes ou mesmo memorialsticas referentes populao
indgena no Alto Oeste Potiguar, nosso trabalho teve a necessidade de uma mudana de enfoque.
Nesse sentido optamos por tentar buscar na Histria do Estado do Rio Grande do Norte os
motivos do declnio da populao indgena e as possveis causas da sua quase extino. Alm
disso, realizamos uma anlise contempornea sobre a situao indgena no Rio Grande do Norte, a
partir dos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica) e FUNAI (Fundao
Nacional do ndio).
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Segundo SILVA, a partir da segunda metade do sculo XIX, houve um silncio oficial sobre
os povos indgenas no Nordeste, baseado na ideia de que foram confundidos com a maioria da
populao, o que desencadeou reflexes e os primeiros estudos antropolgicos regionais que
afirmavam o desaparecimento dos ndios em mais um motivo que acarretou o sumio dos
indgenas do Rio Grande do Norte o processo de miscigenao racial da regio.
Com o tempo, a identidade indgena foi sendo perdida, com a dizimao dos povos e a
miscigenao dos poucos sobreviventes. So escassos os documentos que comprovam, relatam e
descrevam a existncia de povos indgenas no Alto Oeste Potiguar; Tendo em vista que a maioria
foi exterminada. Devido falta de remanescentes nessa regio so escassas as informaes
historiogrficas regionais sobre tais indgenas.
Para CAVIGNAC, Julie, aos ndios foram relegados ao segundo plano pelos historiadores e a
questo no foi investigada sistematicamente pelos antroplogos apesar da multiplicidade das
atuaes, o etnocdio, as deportaes, o apagamento dos registros oficiais, as estratgias de
sobrevivncia, etc. Percebemos tambm um apagamento dos principais atores da historia colonial.
(SILVA, 2003)
Mesmo com os poucos estudos que existem, no h dados suficientes para uma melhor e
mais aprofundada pesquisa sobre tais povos para levantar e esclarecer as condies em que eles
viviam, sua cultura, costumes e tradies, bem como no h como realizar um levantamento da
importncia desses povos para a formao sociocultural atual da regio.
1896
3 MATERIAIS E MTODOS
Ao longo do nosso trabalho realizamos vrias pesquisas associadas ao projeto para o
levantamento de dados e para a finalizao geral.
Efetuamos pesquisas na regio, nos locais onde tnhamos referncias da existncia de
populaes indgenas no passado e remanescentes atualmente, pesquisas bibliogrficas e leitura
de textos que relatavam a passagem, durao, destino ou relatos de populaes indgenas na
regio, elaborando fichamentos das atividades realizadas. Entretanto, como dito na apresentao
no encontramos nenhuma evidncia emprica dos vestgios do passado das populaes indgenas
do Alto Oeste Potiguar. Dessa forma, nossa pesquisa tornou-se uma pesquisa de reviso de
literatura sobre os motivos da extino dos indgenas no Rio Grande do Norte como um todo.
A pesquisa bibliogrfica foi realizada com a seleo de textos e artigos cientficos de
estudiosos do tema em questo, seguido pela leitura dessas obras e finalizando com o fichamento
das mesmas. Finalizadas as leituras discutamos o contedo das mesmas semanalmente com o
orientador do trabalho. Aos textos lidos at ento foram: A Etnicidade encoberta: ndios e
negros no Rio Grande do Norte de Julie A. Cavignac; Consideraes sobre a histria indgena no
Serid, serto do Rio Grande, Brasil: percalos, indagaes e questionamentos de Helder
Alexandre Medeiros de Macdo; Povos indgenas no Nordeste: contribuio a reflexo histrica
sobre o processo de emergncia tnica de Edson Silva.
Outras leituras foram realizadas a fim de conhecermos melhor a Histria dos ndios no
Brasil, a fim de estabelecermos paralelos com a Histria dessas etnias no Estado do Rio Grande do
Norte.
4 RESULTADOS E DISCURSSES
No Rio Grande do Norte da poca colonial residiam poucas tribos que aqui se
estabeleceram ao longo do tempo, dentre elas as mais importantes eram: os Potiguares e os
Tapuias que tiveram maior influncia na formao histrico cultural do estado. A seguir segue-se
um pequeno apanhado histrico sobre as tribos citadas, enfatizando como era a distribuio
geogrfica dos mesmos, como era a forma de organizao tribal, quando ocorreram os primeiros
contatos com os portugueses, entre outras informaes. Ser discutido em seguida como os povos
do Rio Grande do Norte se estabeleceram na regio, os desafios por eles nessas terras
enfrentados, bem como as causas da sua dizimao quase completa.
Na poca colonial a descoberta de um novo mundo proporcionava enfrentar
barreiras, vencer desafios, rumar ao desconhecido. Em um primeiro contato, os portugueses
encontraram um povo que foi denominado Potiguar e na escala evolutiva, superava o paleoltico
e dava seus primeiros passos na revoluo agrcola, quanto domesticao de plantas de
condies selvagens para mantimento de seus roados, assim como o cultivo da mandioca. Alm
da agricultura, os indgenas praticavam a caa e a pesca como fonte de alimentao, empregando
armas como o arco e flecha com pontas talhadas em pedra. Da mesma forma que eram usados na
guerra. Os homens nativos integravam-se perfeitamente ao meio, mas eram agressivos quanto a
1897
outros grupos e viviam em constantes lutas por seu territrio e lugares sagrados, defendendo sua
aldeia. Enquanto que os inimigos vencidos e aprisionados eram sacrificados em rituais de
antropofagia.
Falavam o nhe--Katu (lngua boa), diferenciando de outros dialetos existentes nas
diferentes tribos. Sob o olhar europeu, aqueles nativos selvagens precisavam aprender normas de
conduta e suas almas necessitavam de salvao para poderem integrar-se a uma civilizao.
Civilizao essa que desprezara sua cultura, crenas, tradies interferindo no curso de suas vidas
cotidianas. Foi de relevante importncia a misso dos padres junto aos indgenas quanto
catequizao, resultando em acordos de paz, ansiados por ambas as partes.
A participao dos potiguares tambm registrada na guerra dos brbaros ou
Confederao dos Cariris, em que se rivalizavam com os Tapuias. Pois no era possvel essa
homogeneidade entre tribos de diferentes lnguas e costumes.
Sobre a tribo Tapuia tambm conhecidos por "Brbaros", habitavam, dentre outras
regies, os sertes da Capitania do Rio Grande. Dividiam-se em vrios grupos nomeados de acordo
com a regio onde moravam Cariris (Serra da Borborema), Tarairiou (Rio Grande e Cunha),
Caninds (no serto do Acau ou Serid). Eram chefiados por vrios reis e falavam lnguas
diversas. Merecendo destaque os reis Jandu e Caracar.
Os Tapuias possuam semblante ameaador, corriam iguais s feras, por isso
eram
muito temidos. Eram inconstantes, fceis de ser levados a fazer o mal. Eram fortes, carregavam
nos ombros grandes pesos. Ao irem para guerra, marchavam em silncio, mas no embate faziam
bastante alarido, jogando setas envenenadas das quais os feridos jamais escapavam. Foram teis,
como aliados dos holandeses, conduzindo aos lugares mais difceis. Os tapuias que se destacavam
nas lutas eram considerados heris
Eram nmades, paravam onde houvesse abundncia de alimentos. Gostavam de viver ao ar
livre. Por isso no construam casa, levantavam alguns ramos para servir de abrigo. Eram gulosos,
as reservas alimentares dentro da rea duravam somente dois ou trs dias. Quando partem para
outros stios tocam fogo no acampamento.
Para fazermos uma declarao sobre a historicidade dos ndios do rio Grande do Norte,
temos que fazer tambm uma breve abordagem acerca da histria indgena ocorrida no Brasil
para termos uma viso mais abrangente sobre o assunto.
Ao longo do tempo, nos deparamos vrias vezes com relatos da participao do povo
indgena na formao da histria do Brasil. Nos anos de colonizao, os indgenas que aqui
habitavam sofreram muitas retaliaes por parte dos colonizadores, principalmente os
Portugueses. Os diversos massacres, guerras, genocdios, escravizao e condies sub-humanas
fizeram com que o nmero de indgenas no territrio brasileiro diminusse consideravelmente
atravs dos anos em que o Brasil ainda era uma possesso portuguesa. Porm, segundo SILVA
(2003) mesmo com todas as violncias sofridas, os ndios sobreviventes conseguiam formar
mtodos de sobrevivncia para garantirem sua existncia. Alguns mesmo na condio de escravos
elaboravam estratgias e realizavam rebelies para resistir fora portuguesa; outros fugiam ou
sofriam abusos e eram expulsos de suas terras e buscavam em localidades distantes abrigo e
1898
moradia para se estabelecerem garantindo assim no sofrer mais tamanhas violncias e melhores
condies de vida. SILVA (2003).
Alguns dos relatos que se tem de povos indgenas que viveram para o Rio grande do Norte
provm desses povos, em sua maioria nmade, que passavam por essas terras em busca de
mantimentos e um lugar para se estabelecer. Muitos deles no conseguiam essas condies e
migravam para outros lugares. Outros porm permaneciam, persistiam e procuravam terras mais
frteis para estabelecer moradia e atividades de sobrevivncia bsicas.
Porm, os povos indgenas que se estabeleceram no Rio grande do Norte, mais
especificamente no interior, no contavam com mais invases dos colonizadores e iniciaram assim
mais uma guerra que ficou conhecida como Guerra dos Brbaros- movimento de resistncia
indgena contra a expanso da pecuria no serto e que considerado o maior conflito intertnico
do Brasil Colonial- e dizimou a maioria dos indgenas Potiguares. A pequena parte que sobreviveu
no tinha alternativa a no ser a fuga.
Aps a guerra dos Brbaros, os ndios teriam sido dizimados do interior. As terras por onde
andavam deram lugar a fazendas destinadas a criao de gado e, em alguns casos, a pequenas
manchas urbanas, as povoaes e vilas, origens das atuais cidades sertanejas. Em exceo de
alguns contingentes que foram poupados do extermnio fsico, mas aldeados em misses
religiosas, o restante dos ndios teria, de fato, sido expurgado da ento Capitania do Rio Grande.
MACDO, helter (2003).
Devido escassez de documentos histricos sobre as comunidades indgenas presentes no
Rio Grande do Norte, no como se realizar um apanhado sobre tais comunidades na regio. Os
motivos que se podem dar a cerca da falta de documentos que oficializem a presena dos povos
indgenas na regio em parte, o extermnio desregulado das populaes, ocasionando a perda de
remanescentes que repassassem a cultura e a histria dos povos, a miscigenao da pouca
populao que conseguiu resistir, ocasionando a perda de identidade indgena, bem como o
descaso por parte das autoridades, historiadores e antroplogos que no se empenham em
resgatar a histria dos povos que fizeram parte do contexto histrico regional.
1899
indgenas e em 2010, esse nmero caiu para 2.597. Segundo a gerente de planejamento do rgo,
Viviane da Silva Cru.
O Censo Demogrfico 2010 coletou, em todo Brasil, 817.963 declaraes de condio de
indgena, representando 0,42% da populao do pas. Dos estados nordestinos, Bahia (56.381) e
Pernambuco (53.284) apresentaram o maior nmero de indgenas no Censo 2010, seguidos do
Maranho (35.272), Cear (19.336) e Paraba (19.149). O Rio Grande do Norte apresentou a
ltima posio para o total de populao indgena com 2.597 declaraes.
Ao observar a situao do domiclio dos que se declararam indgenas no Rio Grande do
Norte, em 2010, se descobriu que cerca de 80% dos ndios esto localizados em rea urbana e
apenas 20% na rea rural do estado, mantendo o perfil de concentrao dos dois ltimos Censos.
Esses nmeros reforam a permanncia histrica de dizimao dos indgenas no estado
que acarretou a grande diminuio das populaes na regio e a falta de polticas pblicas de
proteo aos remanescentes indgenas.
5 CONCLUSO
A presente pesquisa proporcionou uma anlise da situao das populaes indgenas no
estado do Rio Grande do Norte, a historicidade desses povos, como contriburam para a formao
histrico cultural do estado, bem como as causas da sua quase extino na Regio.
Ao longo do projeto pudemos fazer um levantamento de como foi a relao dos
colonizadores com os povos indgenas do territrio brasileiro na poca da colonizao, bem como
a chegada desses em terras potiguares e como foi a socializao dos mesmos com os povos
nativos que aqui encontravam.
Porm, devido a escassez de fontes escritas, arqueolgicas, remanescentes ou mesmo
memorialsticas referentes populao indgena no Rio Grande do Norte fica evidente a
dificuldade de esclarecermos como era a situao dos povos indgenas na regio, sendo assim
requeremos ao fato de esclarecermos as causas da quase extino indgena, bem como a situao
do ndio no referido estado hoje.
Os fatores principais que contriburam para a quase extino indgena so as guerras, a
fuga para outras localidades e a miscigenao. A grande maioria povos que aqui estavam ou
chegavam foram dizimados com as guerras; os que sobreviviam buscavam refugio em outras
regies e os que aqui ficavam foram perdendo sua identidade com a miscigenao.
Ao longo dos anos a presena indgena no Rio Grande do Norte vem diminuindo cada vez
mais, o que nos remete a pensar sobre o descaso e o abandono sofrido por esses povos com o
passar dos anos.
Diante disso, nossa pesquisa nos remete a pensar em como o ndio menosprezado nos
dias de hoje e vemos o descaso sofrido por eles refletido na falta documentos que oficializem sua
condio como parte edificante do estado, bem como de proteo aos remanescentes o que causa
a perda da identidade indgena, e de polticas pblicas que garantam a disseminao da cultura
1900
daqueles que um dia foram os disseminadores e construtores da cultura e saber do nosso estado
do Rio Grande do Norte.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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1901
RESUMO
1902
1 INTRODUO
A Constituio Brasileira de 1988 acena para um amplo entendimento de patrimnio
cultural que envolve bens de natureza material e imaterial. O patrimnio imaterial ou intangvel
compreende as manifestaes culturais, os valores, a tradio, os saberes e os costumes.
O artigo 216 da Constituio Federal de 1988, atravs do Decreto 3.551/2000, criou o
Programa Nacional do Patrimnio Imaterial e instituiu o registro nos livros temticos do IPHAN e o
inventrio como formas de proteger esse patrimnio.
Com base na assertiva do inventrio como uma das formas de proteger o patrimnio
imaterial, propomos ao CNPQ, PIBIC-EM o inventrio do patrimnio na regio do Mato Grande,
considerando os eixos temticos adotados pelo Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico
Nacional, a saber: os saberes e ofcios tradicionais, as formas de expresso, as festas e celebraes
e os lugares de sociabilidade.
Nesse texto, especificamente, objetivamos apresentar o mapeamento dos bens do
patrimnio imaterial da Regio do Mato Grande. Essa regio composta pelos municpios das
microrregies da Baixa Verde e do Litoral Nordeste do Estado do Rio Grande do Norte.
Assim, o mapeamento dos saberes e ofcios tradicionais, das formas de expresso, das
festas e celebraes e dos lugares de sociabilidade da Regio do Mato Grande se constitui
enquanto uma etapa do projeto de pesquisa Inventariando sentidos: patrimnio imaterial na
regio do Mato Grande (RN).
2 METODOLOGIA
O mapeamento dos bens culturais da Regio do Mato Grande integra as atividades de
pesquisa do inventrio do patrimnio imaterial da Regio do Mato Grande. Os inventrios de
identificao do patrimnio cultural so instrumentos tcnicos tradicionalmente utilizados pelas
agncias de preservao e tem como principal objetivo produzir conhecimento sobre determinado
bem cultural. O Inventrio Nacional das Referncias Culturais (INRC) um instrumento de
identificao fechado, composto por extensos questionrios, que objetiva identificar, documentar
e registrar sistematicamente os bens culturais expressivos da diversidade cultural brasileira. Assim,
o INRC um instrumento de poltica cultural voltado para o conhecimento e identificao de
novos bens culturais.
A partir das deliberaes metodolgicas do INRC produzimos fichas de cadastro temticas,
com campos que incluem a: 1) Caracterizao da manifestao patrimonial; 2) Informaes
histricas; 3) Descrio no presente; 4) Bens relacionados; 5) Intervenes; 6) Referncias
pesquisadas; 7) Mdias pesquisadas e produzidas acerca dos bens. Segundo Castro e Fonseca
(2008) a metodologia do inventrio possibilita: 1) auxlio, quando for o caso, instruo dos
processos de registro; 2) promoo do patrimnio cultural imaterial junto sociedade; 3)
orientao para aes de apoio e fomento a bens culturais em situao de risco ou de
atendimento a demandas advindas do processo de inventrio; 4) tratamento e acesso pblico s
1903
informaes produzidas sobre esse universo. Para tanto elencamos as seguintes etapas do
inventrio: a) levantamento preliminar; b) identificao e c) documentao.
Para a apresentao do mapeamento dos bens culturais realizamos o levantamento
preliminar composto por atividades de reunio e sistematizao das informaes disponveis
sobre o universo a inventariar e a etapa da identificao que correspondeu a descrio
sistemtica e tipificao das referncias culturais relevantes; e as relaes entre estas referncias
e outros bens e prticas; e indicao dos aspectos bsicos dos seus processos de formao,
produo, reproduo e transmisso.
A etapa da Documentao na qual h o desenvolvimento de estudos tcnicos e autorais, de
natureza eminentemente etnogrfica, e produo de documentao audiovisual ou outra
adequada compreenso dos bens identificados, realizadas por especialistas, segundo as normas
de cada gnero e linguagem; inclui, ainda, a fundamentao do trabalho de insero dos dados,
obtidos nas etapas anteriores do inventrio.
3 RESULTADOS E DISCUSSES
Nas ltimas dcadas espalharam mundialmente obsesses com o passado e, sobretudo,
com o que ns costumamos chamar de patrimnio (CERTEAU, 1994). Esse entendimento
favoreceu a ampliao dessa noo que passou a congregar bens materiais e imateriais, tangveis
e intangveis considerados manifestaes ou testemunho significativo da cultura humana.
Segundo Choay (2000) o patrimnio assume a representao da cultura ocidental a partir
da mundializao dos valores e referncias internacionais concernentes a seu trato, em especial as
convenes e recomendaes da UNESCO, entre as quais a da Conferencia Geral de Genebra, em
1972, na qual se criou a categoria de 'patrimnio cultural da humanidade' para classificar os
monumentos histricos de excepcional valor universal, quer do ponto de vista Histrico quer do
da Arte ou Cincia.
Nesse contexto, o patrimnio imaterial pode ser considerado referncias das identidades
sociais e [...] as prticas e os objetos por meio dos quais os grupos representam, realimentam e
modificam a sua identidade e localizam a sua territorialidade. (ARANTES, 2001, p. 131). Assim, os
patrimnios imateriais so sentidos atribudos a suportes tangveis, s prticas e aos lugares.
No Brasil, encontrou as vias legais de sua proteo atravs de polticas pblicas por meio
da Constituio Federal de 1988. Esta assegura, no Art. 216, o carter material e imaterial do
patrimnio cultural no Brasil, bem como o dever do Estado de proteg-lo, em consonncia com a
comunidade, atravs de inventrios, registros, e, entre outros, o instituto do tombamento.
A regulamentao desse artigo, entretanto, s veio a lume com a criao do Grupo de
Trabalho Patrimnio Imaterial (GTPI) em 1998 e a posterior edio do Decreto Federal n 3.551,
de 04 de agosto de 2000, que criou o Programa Nacional de Patrimnio Imaterial (PNPI) e instituiu
o registro como forma de proteo dos bens culturais de natureza imaterial.
O Decreto Federal 3.551 estabeleceu o patrimnio imaterial em quatro categorias,
objetivando o seu registro em livros especficos, a partir de processos desencadeados pelo
1904
Ministrio da Cultura e suas instituies, secretarias estaduais, municipais e Distrito Federal, alm
de sociedades ou associaes civis: os saberes (conhecimentos e modos de fazer enraizados no
cotidiano das comunidades, as celebraes (rituais e festas que marcam a vivncia coletiva do
trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras prticas da vida social), as formas de
expresso (manifestaes literrias, musicais, plsticas, cnicas e ldicas) e os lugares (mercados,
feiras, santurios, praas e demais espaos onde se concentram e reproduzem prticas culturais
coletivas. (BRASIL, 2000).
Considerando que o patrimnio imaterial equivale a um conjunto de heranas culturais
de natureza imaterial que se encontra enraizado entre as populaes de determinado territrio,
e que necessita, por outro lado, de um suporte material para que possa ser conhecido e at
mesmo registrado (MACEDO, 2005) o mapeamento dos bens culturais da Regio do Mato Grande
traz os seguintes bens culturais (ver Tabela 1):
4 CONCLUSO
Iniciativas desse tipo j vm sendo desenvolvidas no Estado do Rio Grande do Norte, a
exemplo do Inventrio do Patrimnio Imaterial realizado em Carnaba dos Dantas, na regio do
Serid, sob o patrocnio da PETROBRAS coordenado pelo historiador Helder Alexandre Medeiros
de Macedo e o Inventrio das Referncias Culturais do Serid, sob o auspcio do IPHAN e
coordenao da antroploga Julie Antoinette Cavignac. Alm desses, ainda citamos o projeto
Patrimnio Cultural Potiguar em seis tempos vinculado ao programa Monumenta
UNESCO/Minc/BID.
Dessa forma, realizar o mapeamento das referncias culturais do Mato Grande est em
consonncia com a busca constante de conhecer e proteger o patrimnio cultural, pois essa ao
significa dirigir o olhar para representaes que configuram uma identidade da regio para seus
habitantes, e que remetem paisagem, s edificaes e aos objetos, aos fazeres e saberes, s
crenas e hbitos.
Produo de mel
Joo Cmara
Arte do couro
Maxaranguape
Bens culturais
Formas de
Festas e
expresso
celebraes
Festa de Nossa
Senhora Aparecida
Festa de So Jos
Banda de msica
Festa de Nossa
Senhora Me dos
Homens
Festa de
Senhora
Nossa
da
Lugares de
sociabilidade
Praa da Matriz
Praa da Matriz
Praa Nova
Comunidade
do
Amarelo
Estao ferroviria
Igrejinha
Ma-noa parque
Praia de Maracajau
1905
Conceio
Parazinho
Festa de Nossa
Senhora de Nazar
Festa
de
So
Francisco
Festa de Nossa
Senhora da Pureza
Pura folia
Carnaval
Festa
da
emancipao
poltica
do
municpio
Festa do Sagrado
Corao de Jesus
Pedra Grande
Pureza
Poo Branco
Rio do Fogo
So Miguel
Gostoso
Taipu
Touros
Lenda da Lagoa do
Fogo
Parrachos
Maracajau
de
Praia do Marco
Igreja de Nossa
Senhora da Pureza
Olheiro
Barragem
Alecrim
Futebol
Clube
Praa Corao de
Jesus
Colnia
de
Pescadores
Praa da Matriz
Festa de Nossa
Senhora
dos
Navegantes
Fogofolia
do
Boi de Reis
Festa
de
So
Miguel Arcanjo
Lenda do Papagaio
Festa de Nossa Praa da Matriz
Senhora
do Cajarana Clube
Livramento
Batisto Clube
Festa
da
emancipao
poltica
do
municpio
Festa de Reis
Banda de Msica
Festa de Bom Jesus Praa da Matriz
dos Navegantes
Festa junina
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1907
RESUMO
Considerando o pensar geogrfico sobre cidade e
memria na perspectiva da compreenso do territrio
urbano, o estudo busca compreender a produo e os
determinantes socioeconmicos, polticos e culturais da
formao territorial de Jardim de Piranhas/RN,
compreendendo o perodo que corresponde ao seu
estabelecimento como cidade na segunda metade do
1908
1 INTRODUO
Considerando o pensar geogrfico sobre cidade e memria na perspectiva da compreenso
do territrio urbano, o estudo busca compreender a produo e os determinantes
socioeconmicos, polticos e culturais da formao territorial de Jardim de Piranhas/RN,
compreendendo o perodo que corresponde ao seu estabelecimento como cidade na segunda
metade do sculo XX, a fim de caracterizar uma territorialidade ainda expressa em sua estrutura
urbana recente.
O atual projeto resultado da continuidade dos estudos, outrora realizados pelo autor,
sobre a cidade no vis da geografia histrica, com o enfoque memorialstico, tendo como campo
emprico Cear Mirim/RN. Este alicerce terico possibilitou as primeiras discusses realizadas.
A pesquisa, em seu estgio atual, ainda se encontra em andamento. No entanto, os dados
e discusses levantados e abordados em trabalhos j realizados, no so de carter conclusivo e
ainda no atingem todos os resultados planejados. Ao prosseguir sero aprofundadas as
discusses conceituais que contemplam o aparato terico da pesquisa, atravs de uma reviso
bibliogrfica. Ser realizado, tambm, um trabalho de campo, para que sejam levantados os dados
requeridos e realizar entrevistas, tendo em vista que se trata de um trabalho com enfoque
memorialstico. Buscando, dessa forma, resgatar a memria da cidade e contribuindo para a
melhor compreenso territorial da cidade de Jardim de Piranhas/RN.
2 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
A pesquisa norteada pela compreenso conceitual do territrio e da territorialidade
como fundamentos para anlise dos processos de formao e expanso urbana. Nesse sentido, o
recorte temporal delimitado (segunda metade do sc. XX) representa um celeiro de
transformaes no territrio urbano de Jardim de Piranhas.
nesse conjunto que ANDRADE (2004) sugere que deve-se ligar a idia de territrio
idia de poder, quer se faa referncia ao poder pblico, estatal, quer ao poder das grandes
empresas [...].
Partindo desse pressuposto, MORAIS (2000) afirma que todo territrio tem uma histria
que explica sua conformao e sua estrutura atual, j que as relaes de poder tambm so
expressas pela arquitetura e forma urbana desse.
Portanto, o territrio urbano moldado segundo as relaes de poder estabelecidas
historicamente pela sociedade ali instalada, o que demonstra o surgimento de uma
territorialidade definida por SACK (1986) como expresso geogrfica de poder. [...] meio pelo
qual o espao e a sociedade so inter-relacionados.
Com isso, verifica-se que as caractersticas do territrio urbano so construdas
socialmente por intermdio de agentes que delimitaro sua apropriao, forma e uso. Desse
1909
modo, de extrema importncia o entendimento desse processo histrico para uma reflexo
acerca das transformaes e mutaes do territrio e suas territorialidades na formao das
sociedades urbanas. Nesse caso, na formao da sociedade urbana de Jardim de Piranhas-RN.
A escolha do municpio como referencial emprico da pesquisa foi propiciada porque, alm
das possibilidades de acesso s fontes e documentos, h viabilidade logstica e financeira para o
desenvolvimento da pesquisa.
Para a realizao dos estudos, adotaremos alguns procedimentos terico-metodolgicos,
como a pesquisa bibliogrfica, anlise documental, observao in loco, notas de campo, coleta e
produo de fotografias e de mapas, bem como aplicao de entrevistas semiestruturadas. A
pesquisa bibliogrfica significa:
[...] para o pesquisador, revisar todos os trabalhos disponveis, objetivando selecionar tudo
o que possa servir em sua pesquisa [...] afinar suas perspectivas tericas, processar e objetivar seu
aparelho conceitual. Aproveita para tornar ainda mais conscientes e articuladas suas intenes [...]
(LAVILLE; DIONNE, 1999, p. 112).
Conforme tem sido ressaltado, alm da pesquisa bibliogrfica, a pesquisa documental deve
se apropriar de outros recursos, visto que em sua maioria, todas as [...] fontes no existem ainda
sob a forma de textos escritos, mas devem tornar-se os textos que voc inserir na tese guisa de
documentos: dados estatsticos, transcries de entrevistas [...] (ECO, 2005, p. 95).
Quanto anlise documental, esta desempenhar uma funo privilegiada no processo de
construo da pesquisa, pois o estudo do objeto est intimamente relacionado s leis, normas,
decretos, portarias, entre outros que configuraram o municpio de Jardim de Piranhas/RN e sua
territorialidade. So considerados documentos quaisquer materiais escritos que possam ser
usados como fonte de informao sobre o comportamento humano. [...] busca identificar
informaes factuais nos documentos a partir de questes ou hipteses de interesse (LUDKE;
ANDR, 1986, p. 38). Documentos como o livro de tombo da Parquia, registros cartoriais, entre
outros, sero dados relevantes no processo de coleta e de anlise dos dados.
Ainda como parte dos procedimentos da pesquisa, aplicaremos tambm entrevistas
semiestruturadas, cujos sujeitos sero definidos no processo de desenvolvimento da investigao.
Esse tipo de procedimento possibilita [...] um contato mais ntimo entre o entrevistador e o
entrevistado, favorecendo assim a explorao em profundidade de seus saberes, bem como de
suas representaes, de suas crenas, de seus valores (LAVILLE; DIONNE, 1999, p. 189). A nossa
relao afetiva com o municpio e estudos voltados s particularidades de Jardim de Piranhas/RN,
como Azevedo (2004; 2006), do conta de que h pessoas como professores e contadores de
estrias que podero contribuir com a nossa pesquisa.
Quanto s observaes como procedimentos de pesquisa, estas nos permitiro identificar
aspectos que caracterizaram o territrio urbano em Jardim de Piranhas, alm de contribuir para o
confronto analtico de alguns dados com aqueles coletados nas entrevistas, levantados na reviso
bibliogrfica e na anlise dos documentos. Segundo Rudio (1986), a observao tanto pode ser
assistemtica principalmente no que se refere ao perodo de explorao dos estudos quanto
sistemtica, [...] chamada tambm de planejada, estruturada ou controlada a que se realiza
1910
3 RESULTADOS E DISCUES
Jardim de Piranhas/RN est situado na mesorregio do oeste potiguar e na microrregio do
Serid, h 315 km da capital do estado. banhada pelo Rio Piranhas-Au. Possui uma rea de 330
km e populao segundo o Senso 2010 do IBGE de 13.506 habitantes, colocando o municpio
entre aqueles intitulados de pequenos municpios, visto que segundo Silva (1999), entre os
estados que compem a regio Nordeste, os municpios do Rio Grande do Norte so os que
possuem os menores percentuais populacionais, posto que 86,2% destes so compostos com at
20 mil habitantes.
Figura 01: municpio de Jardim de Piranhas, com destaque para o stio urbano.
1911
1912
Foi com a chegada dos primeiros teares, em meados da metade do sculo XX, e,
consequentemente, com a instalao da indstria txtil na cidade 1, gerando uma maior dinmica
econmica e espacial na qual o territrio foi se modificando expressivamente, o qual se tornou
reconhecvel na prtica social, em termos de uso e de forma, apresentando caractersticas
territorialmente urbanas.
Azevedo (2004) reflete que apesar de hoje se caracterizar predominantemente como um
municpio urbano, os hbitos e os costumes da vida no campo ainda so vivenciados em Jardim de
Piranhas/RN. A partir da segunda metade dos anos de 1980 o parque txtil foi se instalando com
mais amplitude no territrio urbano, provocando um crescente xodo do campo para a cidade.
Segundo o autor,
[...] o ltimo censo do ano 2000 (IBGE), tem uma populao composta por 11.991
habitantes e, tal como em muitos outros 75% vivem no meio urbano e 25% no campo. Essa
realidade j foi diferente. Conforme Arajo, Sales e Macrio (1994) ressaltam, na dcada de 1970,
havia 2.430 domiclios na zona urbana e 5.480 no campo, ou seja, 69,27% dos domiclios situavamse no meio rural e apenas 30,73% na zona urbana. Em 1980 o total de domiclios do meio rural
(4.809) ainda superava o da zona urbana (3.692). A populao do municpio era de 8.501
habitantes, sendo 57% rural e 42% urbana (AZEVEDO, 2006, p. 91).
Segundo Azevedo (2006), os primeiros teares funcionaram nas comunidades rurais, quando at os anos de 1970 a maioria da
populao ainda residia no campo.
1913
4 CONCLUSO
Como resultado da pesquisa, foi realizada apresentao oral de artigo no VII CONNEPI
(Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovao), realizado em Palmas, entre os dias 19 e 21 de
outubro de 2012. Alm da apresentao de um segundo trabalho, no GT (Grupo de Trabalho) de
Estudos Urbanos, durante o XIX Encontro Estadual de Geografia e do IV Simpsio de Ensino de
Geografia, realizado em Mossor, entre os dias 7e 9 de novembro do ano passado.
Reafirmamos que a pesquisa, em seu estgio atual, ainda se encontra em andamento. No
entanto, os dados e discusses levantados e abordados em trabalhos j realizados, no so de
carter conclusivo e ainda no atingem todos os resultados planejados.
A pesquisa visa, tambm, contribuir, partindo da preocupao acerca da memria do
passado urbano, para a valorizao daquilo que chamamos de histria da cidade, a busca por uma
identidade urbana, de uma explicao para a conformidade atual do traado urbano. Dessa forma,
o presente torna-se reflexo do passado que, por sua vez, no pode ser desconsiderado nos
estudos sobre as cidades, seja qual for o recorte temporal escolhido.
5 REFERNCIAS
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SACK, Robert David. Human territoriality : Its theory and history. Cambridge. Cambridge
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1915
RESUMO
1916
1 APRESENTAO
A dificuldade de compreenso dos contedos de biologia, sobre tudo, da disciplina de
gentica tem instigado cada vez mais os docentes a procurar por novas estratgias didticas para
atrair a ateno e aprendizado dos discentes.
sabido que o ensino de gentica requer muito do imaginrio do aluno, que muitas vezes
no consegue abstrair tais contedos, sendo os jogos didticos uma maneira positiva de ilustrao
do conhecimento (SANTANNA ET AL. 2011). Para Temp (2011) o ensino de gentica desafiador,
visto que a quantidade de conceitos fazem com que os discentes memorizem os termos e no se
concentre no aprendizado do contedo.
Os assuntos relacionados gentica apresentou, nos ltimos tempos, um crescimento
significativo, temas como genes e DNA passaram a compor as falas do cotidiano da sociedade,
porm muito ainda no se entende sobre o tema (TEMP, CARPILOVSKY, GUERRA. 2011). Para
melhorar a compreenso dos assuntos relacionados a gentica Campos, Bortoloto e Felcio (2002)
concordam que o docente deve utilizar novas propostas didticas, usando atividades que
completem as lacunas de ensino, j que no se pode negar a dificuldade de compreenso dos
contedos.
Temas como o processo da sntese proteica e outros aspectos da bioqumica das
biomolculas so para os discentes de ensino mdio muito complexos. A importncia do
entendimento desses assuntos se faz necessrio, visto que so temas importantes para a
compreenso dos avanos biotecnolgicos e para o melhor entendimento dos processos do corpo
humano (MORONI ET AL. 2009).
Bedor, Gusmo e Goldbach (2012) descrevem em seu trabalho um trecho de Campos Et Al
(2002) que concorda m com aplicao de jogos didticos para a compreenso dos contedos:
Os jogos didticos so excelentes recursos para auxiliar os professores a desenvolverem
seu trabalho com os educandos, facilitando o processo de ensino e de aprendizagem e so
instrumentos que introduzem propriedades do ldico e da motivao.
Rocha, Lima e Lopes (2012) sintetizam o jogo pedaggico ou didtico como um jogo capaz
de proporcionar o ensinamento, diferenciando-se do material tradicional, sendo capaz de atrair a
ateno dos alunos e estimular a sua aprendizagem.
Contudo; Campos, Bortoloto e Felcio (2002) afirmam que no passado os jogos didticos
no eram vistos com bons olhos pelas escolas, j que se entendia que por ser uma atividade
prazerosa os jogos no trariam benefcios para a aprendizagem.
notrio ainda que, apesar de se ressaltar a importncia de atividade ldicas no mbito
escolar a realidade na sala de aula ainda muito diferente, pois muitos docentes ainda utilizam
apenas as aulas expositivas e o livro didtico como metodologia (TEMP. 2011).
1917
importante ressaltar que as atividades ldicas didticas podem ser confeccionadas com
baixo custo, podendo ser construdos em conjunto com os alunos, aps a aula expositiva do
contedo (MORONI ET AL. 2009).
Temp (2011) completa dizendo que:
H formas diferenciais de se oportunizar uma educao diferencial sem precisar
usar laboratrios, bastando um pouco de criatividade e a responsabilidade do
professor em saber que seu papel o de inserir os estudantes no mundo
cientfico onde vivem para que possam, pelo menos, tomar decises e dialogar
sobre diferentes temas usando o conhecimento cientfico ao invs de um
conhecimento popular aprendido, muitas vezes, nos telejornais (Temp.2011).
Bedor, Gusmo e Goldbach (2012) afirmam que um jogo para ser bem absorvido na
compreenso dos alunos deve propor situaes de desafio e curiosidade, instigando a ateno do
aluno para a resoluo do problema proposto.
Pensando em todas as dificuldades de aprendizado do aluno e com o intuito de estimular o
ofcio da docncia, o professor de Gentica do curso de licenciatura plena em biologia, do
IFRN/campus Macau, nos solicitou o desenvolvemos de um jogo ou modelo didtico que pudesse
ajudar os discentes a compreender melhor a disciplina de gentica.
Desenvolvemos ento, o jogo didtico intitulado Jogo da Sabedoria, que prope
estimular os alunos a aprender sobre o contedo de Biologia, mas especificamente sobre a
Gentica de forma ldica e divertida.
2 METODOLOGIA
O Jogo da Sabedoria uma adaptao dos tradicionais Jogo da Forca e Roda-a-Roda,
utilizados em todo o mundo para o divertimento de crianas e adultos. Sua concepo inicial a
mesma dos jogos mencionados, adivinhar as palavras secretas soletrando letra a letra, porm sua
estrutura esta direcionada para o ensino e aprendizado da Gentica.
O tema da Gentica abordado no jogo didtico refere-se ao assunto: Gentica Mendeliana,
escolhida por se tratar de um contedo abordado no ensino mdio e de difcil compreenso para
os alunos; que sentem dificuldades em absolver um contedo quando abordado de forma
abstrata.
Pensando nisso, o Jogo da Sabedoria possui uma linguagem simples e direta, facilitando o
aprendizado atravs da diverso dos discentes, que so estimulados atravs da competio
didtica dentro da sala de aula.
O jogo da sabedoria composto por quatro itens distintos: 1 painel, 15 cartas desafio, 1 Kit
alfanumrico, 2 figuras pontuao.
Para a aplicao do Jogo da Sabedoria, inicialmente o professor deve abordar o tema
Gentica Mendeliana da forma tradicional ou que melhor se caracterizar com a turma. Em um
1918
segundo momento, aps a abordagem do tema a atividade didtica poder ser realizada, para
assim o professor avaliar o nvel de conhecimento que os alunos absorveram deste contedo.
A didtica consiste em dividir a turma em dois grandes grupos. Um grupo inicia o jogo
retirando uma carta desafio, o professor l a carta e monta a palavra secreta no painel. Aps a
montagem do painel o professor l a perguntar em voz alta para que o grupo fale uma letra do
alfabeto que componha a palavra. Se o aluno acertar a letra ele pode dizer uma nova letra, mas se
disser uma letra que no compe palavra secreta o outro grupo tem a oportunidade de tentar
advinha a palavra.
A palavra secreta s pode ser dita por completo quando faltar no mnimo trs letras. O
grupo que acertar a palavra ganha um ponto, que ser ilustrada atravs do desenho do DNA. A
equipe que montara figura do DNA por completo ganha o jogo.
3 REGRAS DO JOGO
Igualmente a todos os jogos, o Jogo da Sabedoria tambm possuem regras, que ajudaram o
docente na aplicao da didtica e facilitar a melhor compreenso da turma.
Indicamos que as regras sejam lidas logo aps a diviso dos grupos, para que no haja
nenhum desentendimento durante as rodadas.
1919
Utilizamos um corte de tecido tipo feltro com dimenses de 1 metro por 1 metro, da cor
azul -a cor azul foi escolhida por simbolizar a biologia, mas qualquer tonalidade de tecido pode ser
usada- em uma das pontas fixamos o cabo de vassoura com pregos e o auxilio do martelo. O cabo
foi colocado com o intuito de que o painel ficasse em posio estendida durante sua utilizao,
para isso tambm colocamos um barbante, assim o painel poderia ser fixado com mais facilidade
em sala de aula. Para finalizar escrevemos o nome do jogo no tecido com a caneta adequada e
tambm demarcamos onde sero fixados as figuras-pontuao (a figura do DNA) correspondentes
as pontuao de cada roda.
Para a confeco do Carto desafio foram utilizados: 15 pedaos de papel carto, cola,
tesoura, perguntas impressas em papel oficio.
As 15 cartas-desafio (em anexo) foram elaboradas de acordo com o tema proposto, nesse
caso Gentica Mendeliana, e foram extradas do livro didtico. Em seguida as perguntas foram
impressas em papel ofcio. Por fim, essas perguntas foram recortadas e coladas em papel carto
para dar maior durabilidade no material.
Para a confeco do Kit alfanumrico foram utilizados: papel madeira, papel carto,
envelopes pequenos, vlcro, letras e nmero impressos em papel oficio, cola, tesoura.
Para esta etapa, foram impressas todas as letras do alfabeto e nmeros de 1 a 20. Esses
caracteres foram colados em papel carto para dar maior durabilidade no material, no verso do
papel carto foi colado vlcro, que servir de fixador para os caracteres no painel.
Na sequencia foi montado um painel alfanumrico, onde esses caracteres foram
organizados para facilitar o andamento do jogo. No painel de cartolina colamos envelopes para
servir de bolsos para guardar as letras. O mesmo foi feito para guardar os nmeros. Dessa
maneira o professor visualizar mais rpido todos os caracteres do jogo.
Para a confeco da figura-pontuao foram utilizados: papel carto, vlcro, imagem
impressos em papel oficio, cola, tesoura.
As figuras-pontuao foram escolhidas de acordo com o tema, nesse caso escolhemos a
imagem da cadeia de DNA. Em seguida as figuras foram impressas em papel ofcio. Por fim, foram
recortadas e coladas em papel carto para dar maior durabilidade no material. No verso do papel
carto foi colado vlcro, que servir de fixador para os caracteres no painel.
5 DISCURSO
O Jogo da Sabedoria foi desenvolvido com uma linguagem simples e divertida, para que a
aula seja um momento de muito aprendizado e divertimento, onde os discentes possam estimular
seus conhecimentos de forma ldica.
Contudo, no deixamos de pensar na realidade de muitas escolas quanto ao que se refere
ao custeio de matrias didticos ou paradidtico, como os jogos. Pensando nisso, todos os itens
foram confeccionados com matrias de baixo custo - como cartolina, cola e tecido - podendo ser
1920
6 CONCLUSO
Conclumos que a utilizao de jogos didticos para o aprimoramento do conhecimento
dos alunos de suma importncia para o aprendizado e estimulao do saber.
A confeco de jogos tanto individualmente com o professor ou em conjunto com a sala de
aula dinamiza e favorece o aprendizado e a qualidade de aula.
Percebemos que, a utilizao de matrias de baixo custo ou reciclveis beneficia algumas
escolas que no possuem investimentos para essas prticas, alm disso, a forma como o Jogo da
Sabedoria foi elaborado facilita a reutilizao do mesmo em outros temas ou por outras
disciplinas.
Compreendemos que, para a docncia se faz necessrio a dinamizao de contedos
didticos para incentivar a participao do alunado durante as aulas, alm disso, o trabalho de
confeco e elaborao do jogo didtico que nos foi proposto, nos mostrou a importncia do
ldico no ambiente escolar.
Por fim, entendemos que as escolas deveriam incentivar a utilizao de Jogos didticos em
sala de aula visando o melhor aproveitamento das disciplinas e o aprendizado do aluno.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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CAMPOS, L.M.L.; BORTOLOTO, T.M.; FELCIO, A.K.C. A produo de jogos didticos para o ensino
de cincias e biologia: uma proposta para favorecer a aprendizagem. Universidade Estadual
1921
1922
JOGO MEMO-CHEMICAL
F. P. SILVA NETO1, O. C. CANUTO2 e P. R.O. DANTAS3, M. A. L. LIMA4
E-mail: netinhoopereir@bol.com.br1; ori_cassia@hotmail.com2; paularhuanna@hotmail.com3
michele_asley@yahoo.com.br4
RESUMO
ABSTRACT
KEYWORDS: chemistry teaching, fun, playful activity, bodily organic functions and play.
1923
1 INTRODUO
Na disciplina de Qumica Orgnica Fundamental no curso de Licenciatura Plena em
Qumica, no Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte, sobre a
orientao da docente Michele Asley Alencar Lima, props a elaborao de um jogo didtico
pedaggico que abordasse os contedos vistos em qumica no 3 ano do nvel mdio.
A elaborao do memo-chemical baseia-se em um jogo popular e de fcil manipulao. A
partir desta idia associamos as funes orgnicas, que no decorrer do ltimo ano do nvel mdio
so vistas e os professores enfrentam problemas quanto fixao deste contedo por parte dos
alunos, pois so decisivos detalhes que caracteriza as funes orgnicas como hidrocarbonetos,
lcool, cetona, cido carboxlico, aldedo, ter, ster e haletos (USBERCO, SALVADOR- 2002)
(PERUZZO, CANTO 2006), (LISBOA,- 2008), (FELTRE,- 2008), (FONSECA,- 2010). Destaca-se ainda a
falta de alternativas de material de apoio para os professores que trabalham com estes
contedos, pois se tratam de conceitos que so melhores assimilados pelos discentes quando eles
utilizam em algumas prticas. A proposta pedaggica ou didtica aquela produzida com o
objetivo de proporcionar a aprendizagens, diferenciando-se do material pedaggico, por conter as
caractersticas ldicas (CUNHA, 1988), e utilizadas para atingir determinados objetivos
pedaggicos, sendo uma alternativa para se melhorar o desempenho dos estudantes em alguns
contedos de difcil aprendizagem (GOMES et al, 2001) a perspectiva, o jogo no o fim, mas o
eixo que conduz a um contedo didtico especfico, resultando em um emprstimo da ao ldica
para a aquisio de informaes (KISHIMOTO,1996).
Esse projeto tem como objetivo facilitar a aprendizagem dos alunos atravs do uso da
ludicidade, deste modo usar o ldico como uma ferramenta de ensino nas escolas publicas de
Apodi-RN, tornando um recuso de apoio para o ensino, pois eles trazem consigo uma forma de
pensamento rpido e de fixao de metodologias que so de suma importncia. Pois esta
instituio tem acima de todos os princpios da formao acadmica a construo de novos
cidados capazes de contribuir para com o meio onde estar inserido.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O estudo do desenvolvimento da pesquisa que autores como: Barros (02818):
O dia-a-dia do professor muito dinmico e requer sempre a execuo de
trabalhos didticos que estimulem o aprendizado. Esta uma tarefa inerente ao
trabalho docente que comum em todos os nveis de ensino. Uma alternativa
para a dinamizao das aulas variar as tcnicas de ensino empregadas. O
desenvolvimento de estratgias modernas e simples, utilizando experimentos,
jogos e outros recursos didticos, recomendado para dinamizar o processo de
aprendizagem em Qumica.
1924
1925
3 METODOLOGIA
O memo-chemical foi confeccionado com as aparas de madeiras de palhetas de lojas de
moveis estas foram trabalhadas e transformadas em pequenas peas onde foram colocadas as
imagens das funes orgnicas e a descrio destas impressas em folha de ofcio nas seguintes
dimenses de 10 cm por 4 cm (Figura. 01) j que estes eram as medidas das peas de madeiras,
sendo 16 peas. O jogo segue as regras de um jogo de memorizao onde so um par de peas
combinadas valem um ponto para a pessoa que acertar no final ganha quem tem o maior nmero
de peas por consequncia maior nmero de pontos.
Figura 1: Peas do jogo memo-chemical que foram confeccionadas usando madeira e papel.
Esta metodologia foi desenvolvida junto a uma turma de nvel mdio na escola estadual
Antnio Dantas em Apodi-RN, contendo 23 alunos onde os quais estavam divididos em cinco
grupos, sendo que, um representante de cada grupo sob a orientao dos colegas participava do
desenvolvimento do jogo. Logo aps, passou-se um questionrio objetivo, onde os discentes
juntamente com o grupo, deveriam sentar e discutir, e a partir da opinio gerada juntamente ao
colgio, responderem aos questionrios.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Aps a aplicao do jogo foi executado um questionrio contendo somente questes
objetivas que buscam sintetizar em dados a opinio dos alunos, o modelo do dito-cujo estas
expresses abaixo:
As perguntas contidas na avaliao atravs de um questionrio.
Perguntas
1-O jogo se mostrou atrativo?
Muito
Pouco
Nada
1926
(23 alunos)
A proposta foi bem aceita pelos alunos, pois segundo analise da (Figura 03) A seguir este
teve bons resultado quanto ao jogo como ferramenta de fixao do contedo.
Qual a contribuio do jogo na reviso das Funes
Orgnicas? (17 alunos)
Figura 3: 2 questo
Pode-se afirmar que este tambm conseguiu quebrar como a monotonia da sala de aula
onde comprova a criao de momento ldico em sala (Figura 4). Portanto contribuindo para a
relao de ensino e aprendizagem (Figura 5).
1927
Figura 4: 3 questo
100
50
0
nada (0 aluno)
Figura 5: 4 questo
Quanto s questes seguintes que retratam um pouco da opinio dos discentes quanto aos
professores (Figura 6) que se valem destas ferramentas os alunos gostam e no apresentam
grande resistncia j que se esta existe finda, quando a atividade comea sendo a partir deste
momento o extinto de competio natural do ser humano e quem manda e os alunos querem
vencer o jogo (Figura 7), e sem terem muita noo do principal objetivo que esta por trais desta
brincadeira busca responder as questes simplesmente por uma questo ser melhor do que seu
oponente.
Qual a sua nota de 0 a 10 para o docente que utiliza este
mtodo de aprendizagem? (23 alunos)
100,00%
80,00%
60,00%
40,00%
20,00%
0,00%
nota nota nota nota nota nota nota nota nota nota nota
10
Figura 6: 5 questo
1928
nota nota nota nota nota nota nota nota nota nota nota
10
Figura 7: 6 questo
5 CONCLUSO
Atravs desta ao espera contribuir para que os jogos didticos sejam mais utilizados na
escola como ferramentas de auxilio ao docente, j estes so de suma importncia para o ensino e
a aprendizagem dos alunos, os jogos podem ser suporte ldico para os educadores do ensino de
qumica podendo ser utilizado como uma forma de dinamizar o momento em sala de aula e
motivarem os educandos. Alm de aplicar o jogo os professores precisam estar com um foco
comum aos objetivos, o jogo no deve ser aplicado somente por cultivar, o professor tem que
saber explorar o jogo para que o aluno possa aprender e se divertir. Em suma, o jogo foi elaborado
para facilitar o aprendizado ao mesmo tempo em que influencia a reciclagem de materiais que
iriam poluir o meio ambiente. O jogo mostrou ser uma excelente alternativa para atuar como um
elemento facilitador no processo ensino-aprendizagem.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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1930
RESUMO
Este documento visa mostrar os benefcios do uso da
ludicidade na sala de aula, assim como explanar os
resultados obtidos no decorrer das atividades aqui
propostas. Tento mostrar o ensino de lngua inglesa de
uma maneira diferente, usando como recurso didtico a
ludicidade. Usar o recurso ldico para aperfeioar o
ensino tradicional. Usar o ldico, o inovador sem abrir
mo dos recursos tradicionais, mesclar o novo e o antigo,
o conhecido e o que est sendo descoberto. No decorrer
do processo foi utilizado material confeccionado por ns
mesmos com a ajuda da professora Luciana Bernardo. As
1931
INTRODUO
Como dito acima exigido do professor competncia para lidar com vrias situaes, e,
entre elas est a desmotivao pessoal do aluno.
No objetivo de estimular os alunos a se envolverem com o aprendizado propusemos
atividades que abordassem o contedo no de forma tradicional, mas, com ludicidade,
provocando nos alunos mais desejo pela atividade, e consequentemente, ocorre o aprendizado.
Mesmo que despercebido pelo aluno, o contedo fixado por meio das atividades ldicas.
O ldico eminentemente educativo no sentido em que constitui a fora impulsora de
nossa curiosidade a respeito do mundo e a vida, o princpio de toda a descoberta e toda a criao
(Santo Agostinho).
A sala deve ter um ambiente prazeroso, no um ambiente de apenas cobranas e
obrigaes, tem que possibilitar ao aluno desenvolver as habilidades de mais do que uma maneira,
o aluno escolhe o que ele acha melhor. O professor tem a funo de ser o facilitador do ensino e
no uma barreira entre o aluno e o conhecimento
REVISO BIBLIOGRFICA
Representao e comunicao
Escolher o registro adequado situao na qual se processa a comunicao e o vocbulo
que melhor reflita a idia que pretende comunicar.
Utilizar os mecanismos de coerncia e coeso na produo oral e/ ou escrita.
Utilizar as estratgias verbais e no-verbais para compensar as falhas, favorecer a efetiva
comunicao e alcanar o efeito pretendido em situaes de produo e leitura.
Conhecer e usar as Lnguas Estrangeiras Modernas como instrumento de acesso a
informaes a outras culturas e grupos sociais.
Investigao e compreenso
1932
METODOLOGIA
1933
RESULTADOS E DISCUSSO
O objetivo desse projeto foi fazer com que o aluno tenha mais motivao para se envolver
na aula, usando o recurso ldico mostrei que a aula pode ser diferente. O professor deve no
apenas fazer cobranas e forar os alunos a aprenderem de uma maneira exclusiva, mas, mostrar
aos alunos os caminhos e deixa-los escolher qual o mais vantajoso.
Os PCNs (1998, p. 29) afirmam que:
O currculo, enquanto instrumentao da cidadania democrtica, deve
contemplar contedos e estratgias de aprendizagem que capacitem o ser
humano para a realizao de atividades nos trs domnios da ao humana: a vida
em sociedade, a atividade produtiva e a experincia subjetiva, visando
integrao de homens e mulheres no trplice universo das relaes polticas, do
trabalho e da simbolizao subjetiva.
Foi essa a proposta deste projeto, usar a ludicidade para facilitar o ensino e as relaes
entre o aluno e o professor e entre eles mesmos.
O que o projeto tentou transmitir aos alunos foi um jeito diferente de aprender a Lngua
Inglesa, tendo o diferencial como foco, mas, sem perder os valores fundamentais e as
competncias e habilidades requisitadas pelos PCNs.
1934
CONCLUSES
Ao fim deste projeto nota-se que o professor tem papel fundamental na motivao do
aluno e na participao dele na sala de aula. Para que o aprendizado ocorra de forma correta
aluno deve ser tratado como parceiro e no como dependente do professor. A sala deve ter um
ambiente prazeroso e apto ao ensino, participao, interao entre os alunos e o professor, e
sobretudo, um ambiente de motivao.
A ludicidade um recurso que, apesar de pouco trabalhado, tm muito a oferecer aos
professores de Lngua Inglesa e de todos os demais idiomas. Os alunos devem estar envolvidos
pelo desejo de aprender, pois sem ele o conhecimento no absorvido bem. No ambiente da
escola, o aluno no pode ser forado a aprender. O desejo de aprender deve ser despertado no
aluno, cabe ao professor lidar com situaes e desenvolver tcnicas para que os alunos tenham
mais desejo de adquirir conhecimento.
AGRADECIMENTOS
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1935
RESUMO
Os materiais didticos so ferramentas essenciais para o
processo de ensino-aprendizagem e o jogo didtico pode
ser uma alternativa vivel para auxiliar tal aprendizagem.
Este artigo tem como objetivo discutir as etapas do
projeto, produo, aplicao e avaliao da proposta do
jogo Ludo Qumico para o ensino da tabela peridica,
promovendo uma discusso sobre o impacto realizado
pelo jogo entre os alunos. Os jogos proporcionam uma
metodologia inovadora e atraente para ensinar de forma
mais prazerosa e interessante, j que a falta de
motivao um uma das causas do desinteresse dos
alunos, quase sempre acarretada pela metodologia
1936
1 INTRODUO
Segundo os Parmetros Curriculares Nacionais Ensino Mdio (Brasil, 1998), a Qumica,
como componente curricular, um instrumento de formao humana, um meio para interpretar o
mundo e interagir com a realidade. Entender os contedos de Qumica no fcil, principalmente
quando o professor no tem uma metodologia adequada para ministrar teoria fazendo uma
juno com a prtica, pois a qumica quando trabalhada de forma ldica pode fazer com que o
individuo aprenda seus contedos brincando de forma dinmica e interativa.
A busca por novas metodologias e estratgias de ensino para motivar a aprendizagem,
sendo acessveis, modernas e de baixo custo, sempre um desafio para os professores (Rosa e
Rossi, 2008; Brasil, 2006). O docente quando usa sua criatividade, procurando meios para
trabalhar em sala de aula motivando o discente a estudar, ele faz com que o estudante aprimore
seus conhecimentos. Segundo Vygotsky (1989), acredita que os jogos didticos surgem como uma
alternativa, pois incentivam o trabalho em equipe e a interao aluno-professor; auxiliam no
desenvolvimento do raciocnio e habilidades, alm de facilitar o aprendizado de conceitos.
Quando nos referimos ao ensino de Tabela Peridica no Ensino Mdio notado que muitas
vezes os professores transferem conhecimentos, deixando muitas vezes lacunas no processo de
aprendizagem do estudante. Segundo Freire (2002), ensinar no transferir conhecimento, mas
criar as possibilidades para a sua prpria produo ou a sua construo. O aluno aprende melhor
quando o docente procura estabelecer teoria e prtica, fazendo com que o contedo ministrado
se torne fcil de ser compreendido.
Ao notarmos as dificuldades que permeiam o trabalho do professor em sala de aula
optamos por estudar uma forma de contribuir para o processo de ensino e aprendizagem. Com
isso surgiu ideia de elaborarmos um jogo didtico (construo de um ludo) em que os alunos
aprendam brincando a Tabela Peridica. De acordo com Kishimoto (2002),
O jogo educativo possui duas funes que devem estar em constante equilbrio. Uma
delas diz respeito funo ldica, que est ligada a diverso, ao prazer e at o desprazer.
A outra, a funo educativa, que objetiva a ampliao dos conhecimentos dos educandos.
1937
Acredita-se que o jogo didtico no Ensino Mdio uma ferramenta de grande importncia
para o professor trabalhar com seus alunos, pois o mesmo pode desenvolver varias habilidades,
dentre elas aprender a aprender, necessria resoluo de problemas e situao-problema, sendo
capaz de atribuir conceito e possibilitando percepes abstratas sobre o objetivo.
Segundo Nuez (2004), como caractersticas da situao-problema, consideramos a
necessidade de representar algo novo na atividade intelectual do estudante e a
possibilidade de motivar a atividade deste na tarefa de busca e construo do
conhecimento.
As situaes problemas tem uma grande influencia no aprendizado do aluno, pois a mesma
tem como meta fazer com que o aluno aprenda conceitos, tcnicas, linguagem Qumica e a
comunicar ideias abstratas. Portanto, trata-se de demonstrar os processos de pensamento e de
aprendizagem dos contedos qumicos por parte do estudante.
Este artigo tem como objetivo discutir as etapas do projeto, produo, aplicao e
avaliao da proposta do jogo Ludo Qumico para o ensino da tabela peridica, promovendo uma
discusso sobre o impacto causado pelo jogo entre os alunos.
2 FUNDAMENTAO TERICA
Os jogos so indicados como um tipo de recurso didtico educativo que podem ser
utilizados em momentos distintos, como na apresentao de um contedo, ilustrao de aspectos
relevantes ao contedo, como reviso ou sntese de conceitos importantes e avaliao de
contedos j desenvolvidos. CUNHA (2004) afirma que atravs de jogos educativos os alunos
podem encontrar meios para induzir seu raciocnio em relao qumica, buscando a reflexo
para construir seus prprios conhecimentos.
Segundo Miranda (2001) vrios objetivos pode ser atingidos a partir da utilizao dos
jogos didticos, como os relacionados cognio (desenvolvimento da inteligncia e da
personalidade, fundamentais para a construo de conhecimentos); afeio
(desenvolvimento da sensibilidade e da estima e atuao no sentido de estreitar laos de
amizade e afetividade); socializao (simulao de vida em grupo); motivao
(envolvimento da ao, do desfio e mobilizao da curiosidade) e criatividade.
Baseado na alternativa didtica que a proposta traz,pode-se observar que o jogo ganha
espao como uma ferramenta no aprendizado do aluno, fazendo com que o mesmo desenvolva
nveis de experincias pessoais e sociais ajudando a descobrir novas descobertas no mundo da
Qumica.
Fazer a juno do jogo ludo com o assunto tabela peridica, faz com que o aluno tenha um
melhor conhecimento.
Com relao ao jogo TESSARO (2007) acredita ser essencial na vida da criana, pois esta
aprende inicialmente a criar situaes nas quais sente mais prazer em estar presente, o
que muito importante, pois estimula o sujeito a definir os padres dos quais deseja fazer
parte.
1938
Quando o docente realiza alguma atividade dentro da sala de aula onde a mesma tem
regras e permite que o estudante participe, ele se sente estimulado em buscar novas fontes para
aprender e desenvolver tarefas atribudas pelo professor. De acordo com Pozo (1998), o professor
pode auxiliar o aluno na tarefa de formulao e de reformulao de conceitos, ativando seus
conhecimentos prvios e articulando esses conhecimentos a uma nova informao que est sendo
apresentada.
Acredita-se que a realizao de jogos didticos proporciona uma metodologia, buscando
desenvolver atividades com o conhecimento prvio do estudante, porm alguns docentes tm
dificuldades para conhecer seus alunos e saber a maneira certa de realizar uma fcil compreenso
do contedo ministrado em sala de aula.
Segundo BACHELARD (1996), Os professores tm dificuldades para entender o porqu de
seus alunos no compreenderem o que lhes ensinado. Possivelmente isso acontece por falta de
organizao do professor de no procurar conhecer seu aluno e o ambiente escolar em que est
inserido, para poder enfrentar os obstculos encontrados por cada aluno em sala de aula.
O jogo ludo foi elaborado para que o aluno aprendesse melhor o contedo tabela
peridica, onde o mesmo vai poder estudar questionar, pensar e criar seus prprios
conhecimentos brincando.
O estudo da Tabela Peridica sempre um desafio, pois os alunos tm dificuldade em
entender as propriedades peridicas e aperidicas e, inclusive, como os elementos foram
dispostos na tabela e como essas propriedades se relacionam para a formao das
substncias (GODOI, 2010).
O contedo Tabela Peridica de grande importncia no mundo da qumica, por isso, foi
pensado na estratgia de desenvolver um jogo educativo que ajude no aprendizado dos alunos do
primeiro do ensino mdio da escola Estadual Instituto Vivaldo Pereira.
3 METODOLOGIA
A ideia da elaborao do jogo Ludo Qumico da Tabela Peridica surgiu durante uma
conversao entre 01 (um) supervisor e 06 (seis) bolsistas do Projeto Programa Institucional de
Bolsas de Iniciao a Docncia (PIBID), em uma das primeiras reunies peridicas realizadas em
2012. Este jogo foi elaborado para ser oferecido aos alunos do primeiro ano da Escola Estadual
Instituto Vivaldo Pereira, onde este visa atuar como instrumentos de aprendizagem para que os
estudantes possam aprender a Tabela Peridica brincando. A partir disso os bolsistas juntamente
com o supervisor passaram a sugerir como ocorreria o jogo, suas regras, quantas equipes
participariam e quando seria realizado.
Durante as reunies realizadas no ms de janeiro foi feito o planejamento de como
ocorreria esse jogo. Algumas dessas reunies ocorreram presencialmente e foram realizadas na
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Mdio Instituto Vivaldo Pereira (IVP), as demais foram
realizadas atravs de ambientes virtuais, onde normalmente usava-se o MSN. Nas reunies eram
frequentes as sugestes vindas de todos os bolsistas atuantes, essas eram avaliadas e muitas
1939
As aulas foram bastante proveitosas, havendo um grande interesse por parte dos alunos,
com isso no foi difcil para os bolsistas realizarem seu trabalho. Aps o trmino das aulas, os
alunos se reuniram em um circulo e participaram de uma pequena dinmica (Figura 03) onde o
objetivo seria avaliar se eles realmente aprenderam o que foi ensinado. Foi observado que o
contedo foi compreendido e que houve aprendizado significativo, esta afirmao vem do fato de
que durante a dinmica no ouve erro por parte dos alunos, mostrando assim que eles
compreenderam o contedo trabalhado e durante o jogo realizado em outra oportunidade,
poucas foram as respostas erradas mostrado que a aprendizagem foi significativa para eles.
1940
O jogo foi realizado no dia seguinte aplicao da aula, antes de iniciar os alunos presentes
foram divididos em quatro grupos, onde todos demonstravam muita animao em participar,
abaixo imagem do jogo que j se encontrava em andamento.
Segue abaixo algumas das questes que foram elaboradas para que os alunos
respondessem no decorrer jogo, a alternativa correta a que se encontra em negrito:
1) O que o nmero atmico representa?
a)
O nmero de prtons correspondentes ao tomo;
b)
A massa do tomo;
c)
O nmero de eltrons e neutros correspondentes ao tomo.
2) Qual o maior nmero atmico encontrado na Famlia 2A da tabela peridica e qual
o nome do elemento?
a)
Rdio (Ra) 87;
b)
Berlio (Be) 04;
c)
Rdio (Ra) 88.
3) Quantos elementos qumicos so encontrados no nosso corpo?
a)
10;
b)
34;
c)
21.
4) 10. Da famlia 7A quais os elementos que se encontram no nosso organismo?
a)
Astato, Iodo e flor;
b)
Flor, cloro e iodo;
c)
Bromo, astato e flor.
Durante a disputa, foi possvel notar que eles tinham um satisfatrio conhecimento a
respeito do contedo abordado, uma vez que poucos foram os erros cometidos. Assim podemos
afirmar que o grau de aprendizagem foi excelente, pois os alunos demonstraram bastante
conhecimento sobre o assunto alm de muita segurana ao responder o que lhes era perguntado.
4 CONCLUSO
Concluiu-se que os professores so capazes de elaborar meios que possibilitam o
aprendizado do aluno.
As Orientaes e Parmetros curriculares para o ensino mdio (OCEMs e PCNEMs)
buscam direcionar os professores para as prticas de ensino que viabilizem os pressupostos para
educao bsica dos alunos. O uso de jogos didticos para o ensino de qumica uma estratgia
que visa trabalhar os contedos de qumica chamando ateno do estudante para que eles
adquiram o conhecimento necessrio.
1941
Com esse trabalho foi possvel observar a importncia que tem transformar um contedo
de qumica em um jogo para ser ministrado com alunos do ensino mdio, facilitando a
aprendizagem, fazendo com que eles se sintam criativos e motivados a estudarem.
O jogo quando aplicado no sentido de ensinar, praticar e compartilhar ideias se torna um
instrumento valioso para o crescimento do aluno. A ideia de elaborar o ludo com perguntas sobre
a tabela peridica busca desenvolver a compreenso do individuo em relao ao contedo,
buscando que os mesmo aprendam. Cabe salientar que os jogos didticos no so substitutos de
outros mtodos de ensino, mas sim uma ferramenta poderosa e motivadora para os alunos
usufruir.
Foi observado que os jogos so uma opo em que o docente pode trabalhar em sala de
aula e de grande importncia para os estudantes, pois quando eles esto envolvidos
emocionalmente na ao, torna-se mais fcil o processo de ensino e aprendizagem. Com a
utilizao do jogo Ludo, para ensinar aos alunos as propriedades peridicas, observou-se que os
mesmos se mostraram estimulados para desenvolver a atividade, quando feito as perguntas sobre
nmero atmico e eletronegatividade no houve dificuldade em os alunos responderem, pois os
mesmos providos de conhecimento prvio ocasionado pelas aulas ministradas faziam questo em
respond-las principalmente quando se tratavam da qumica no corpo humano, pois este tema o
que aproxima mais o cientifico para a realidade dos alunos. Percebeu-se que pouco foram as
dificuldades encontradas pelos alunos, apenas em alguns momentos quando alguma das
perguntas se tratava de raio atmico. Mediante pontos positivos e negativos, a realizao do jogo
ludo contribuiu para a compreenso do contedo cientifico de forma prazerosa auxiliando no
processo de ensino e aprendizagem dos discentes.
Cabe ressaltar que os jogos pedaggicos no so substitutos de outros mtodos de ensino.
So suportes para o professor e poderosos motivadores para os alunos que usufruem, dos
mesmos, como recurso didtico para a sua aprendizagem.
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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FREIRE, Paulo. Ao cultural para a liberdade e outros escritos. 10 ed. So Paulo. Paz e Terra.
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GODOI, F. A. T; OLIVEIRA, M. P. H; CODOGNOTO, L. Tabela Peridica - Um Super Trunfo para
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VYGOTSKY, L.S. A formao social da mente. So Paulo: Martins Fontes, 1989.
1943
RESUMO
O presente artigo discute os aspectos e estratgias de
ensino direcionado para mudana conceitual, no
contexto cientifico da qumica, tendo como objetivo
estimular os alunos na construo do conhecimento, no
que remete ao processo de aprendizagem, para isso se
buscou refletir nas concepes de alguns autores entre
eles: Marn Martnez, Pozo e Crespo, na qual enfatizam
esse modelo como superador das limitaes e
modificador das concepes do aluno frente a
determinadas incertezas de abstrao do conhecimento,
1944
1 INTRODUO
Na busca por estratgias que possibilitasse um processo facilitador de ensinoaprendizagem, percebeu-se que a mudana conceitual no conhecimento cientfico da qumica
atualmente uma das mais produtivas linhas de pesquisa, no que se refere ao desenvolvimento de
alternativas, criam-se condies de interpretao em que o aluno se expresse livremente no que
diz respeito s suas percepes cientificas.
Na realidade percebe-se que o envolvimento dos alunos com os contedos de qumica no
tem sido to satisfatrio, pelo fato de criarem a concepo de que essa disciplina est associada
reteno de regras, deliberao de exerccios numricos e com o repasse de teorias sem ligaes
prticas com o cotidiano que resulta na deficincia de assimilar das percepes cientifica. Deste
modo torna-se difcil compreenso dos contedos por parte do aluno, e a disciplina acaba sendo
vista como um amontoado de teorias sem sentido prtico.
Nesse sentido procurou-se ampliar o ensino de qumica por meio da contextualizao, da
mudana conceitual tendo a televiso como meio complementador na transmisso de informao.
Alm disso, esse trabalho foi baseado nos diferentes contextos do conhecimento prvio dos
alunos, que se procurou analisar e pensar sobre a concepo simblica da qumica e a vida
cotidiana dos discentes, de forma que esses fatores contribussem para a participao colaborativa
nas atividades, de modo que motivassem na construo do conhecimento cientfico, por meio de
uma nova metodologia participativa de aprendizagem.
Foi nessa perspectiva que esse trabalho se debruou em proporcionar aos alunos estmulo
na construo do conhecimento, atravs de suas prprias mudanas conceituais, de maneira que
permitissem uma aprendizagem essencial e bsica do tema sobre elementos qumicos, no intuito
de desenvolver estratgias de aprendizagem, que possibilitassem uma maior interao do assunto
abortado em sala de aula, criando competncias para confrontar determinados conceitos de
forma que levassem a resolver os problemas, as hipteses de maneira que os discentes pudessem
ter uma melhor abstrao do contedo.
Com isso, buscou-se explorar as percepes dos conhecimentos prvios dos alunos sobre o
assunto tabela peridica mostrando as possibilidades de compreenso, no sentido amplo da
qumica a partir de simples demonstrao do cotidiano fundamentando teoricamente o assunto
abordado com o uso de novas tecnologias de informao, desenvolvendo reflexes a partir do
modelo de mudana conceitual, investigando suas formas estratgias e metodologias que
possibilitam uma apropriao do conhecimento cientifico, na busca de promover uma mudana
conceitual utilizando a televiso como ferramenta de informao.
2 REVISSO BIBLIOGRAFICA
A mudana conceitual possibilita aos estudantes confrontarem vrias ideias que foram
construdas durante os estgios cognitivos anteriores, na busca de superar conflitos cognitivos,
que se estabelecem na prpria construo do conhecimento, a partir de dvidas e buscar suas
1945
1946
1947
3 METODOLOGIA
Para o desenvolvimento de uma estratgia de ensino e aprendizagem focada na mudana
conceitual, os docentes envolvidos partiram do pressuposto de que havia a necessidade de se
produzir uma insatisfao nos alunos com as ideias existentes (conhecimentos prvios), a fim de
que pudessem reconhecer e reconstruir suas concepes, interpretando determinados contedos
de qumica a partir de demonstraes que fossem relacionadas ao assunto. Esse processo de
construo da abstrao possibilita ao aluno desistir ou at mesmo abandonar os conhecimentos
anteriores por concepes mais explicativas e justificadas.
Aps vivenciar uma situao de conflito, h uma compreenso de que o conhecimento
ento defendido seja insuficiente e incoerente quando confrontado com as teorias de
determinados assuntos. A funo mediadora do docente se faz necessria nesse momento, para
que os alunos possam encontrar explicaes que se adquem a uma situao que
proporcionassem o entendimento do assunto escolhido.
O estudo de mudana conceitual presente neste trabalho de carter construtivo e
investigativo de metodologias de ensino avaliadas perante a aquisio de conhecimento. Foi
utilizando como estratgia de anlise, um vdeo, para a obteno dos resultados. Na perspectiva
adotada neste estudo, a mudana conceitual dos estudantes diz respeito ao desenvolvimento de
habilidades conceituais e formativas essenciais, obtidas atravs do elemento vivencial pelo aluno,
a televiso, dando um melhor significado a forma de como a aprendizagem transmitida.
Neste sentido o estudo procurou analisar a evoluo crtica dos alunos em sala de aula,
tendo essa perspectiva como pano de fundo, o grupo levou em conta a utilizao da televiso
como mdia metodolgica, a fim de auxiliar a explanao do contedo elementos qumica em sala
de aula. Esta perspectiva foi trabalhada em uma turma de 40 alunos, da 1 serie vespertina do
ensino mdio da Escola Estadual Margarida de Freitas do municpio de Portalegre RN.
No primeiro momento os alunos foram questionados com uma pergunta geral de suas
ideias. Transcrevemos parte do dilogo abaixo:
Aps serem ouvidas diferentes opinies, foi exposto um vdeo chamado O sonho de
Mendeleiev (2009), este partia da formao das estrelas, passando pelas concluses filosficas da
Grcia Antiga, revelando a magia dos primeiros qumicos os alquimistas e chegando aos
renomados cientistas e suas descobertas dos primeiros elementos qumicos, o vdeo
sinteticamente consegue traar toda a trajetria da evoluo da qumica, alm de retratar a vida
1948
de um dos mais importantes personagens dessa evoluo, Mendeleiev. A proeza do homem que
conseguiu at ento encaixar as peas de um enorme quebra cabea, organizando de forma
sistemtica, aquilo que responsvel pela construo da matria: os elementos qumicos.
O cientista buscou incansavelmente a resposta para o enigma que envolvia os elementos
qumicos, isso se concretizou aps um sonho revelador, fato que no saberemos se verdico,
onde pode ento ordenar todos os elementos conhecidos atravs da construo da tabela
peridica. Especulou ainda, que as lacunas que existiam na tabela seriam elementos descobertos
futuramente e que sua construo poderia talvez indicar as origens do universo; Mendeleiev
mudou assim o rumo da cincia.
Sendo assim, buscou-se por meio de questionamentos orais aps o vdeo verificar o
desenvolvimento da opinio crtica dos alunos em relao as suas primeiras ideias de mundo,
objetivando uma mudana conceitual de suas ideias.
Como mtodo de avaliao, foi sugerido um trabalho didtico para fixao da
compreenso do contedo abordado. Neste sentido, a turma foi dividida em trs grupos, os quais
discutiram ideias para construo de trabalhos que enfocasse os elementos qumicos. Dentre
algumas propostas dos alunos escolheram-se trs temas para serem desenvolvidos focalizando
elementos qumicos. Os temas escolhidos foram: descoberta dos elementos qumicos; tabela
peridica atual e elementos qumicos no corpo humano.
Para isso, esse trabalho pode favorecer no processo de ensino aprendizagem dos alunos
uma vez que proporcionou a eles poder desenvolver e cria condio a partir de suas concepes e
compreendendo as relaes existentes entre a teoria e a prtica, e assim, possibilitando uma
melhor interao em sala de aula, fazendo com que eles tivessem uma dimenso na construo do
conhecimento cientifico, tendo em vista que os discentes tiveram a possibilidade de levantar
hiptese sobre o tema, realizarem as experincias demostrada em sala de aula, testaram as
hipteses medida que eles buscavam fazer determinadas tarefas, e com isso tirando concluses
precisas a partir das experincias realizadas.
Na atividade realizada com a temtica Descoberta dos elementos qumicos, foi organizada
uma mesa-redonda pelos alunos com orientao do docente/estagirio. O orientador conduziu a
mesa primeiramente apresentando o grupo e o tema a ser discutido, explicando que cada aluno
iria discutir como ocorreu a descoberta de um elemento qumico como se fosse o prprio cientista
que o descobriu, foram selecionados alguns cientistas para a realizao do trabalho, pois h uma
lista extensa de cientistas.
Sequenciado as atividades, o grupo a se apresentar foi o da temtica Tabela Peridica
atual. Para a demonstrao da organizao atual dos elementos qumicos o grupo construiu o
esquema de toda a tabela peridica a base de caixinhas de fosforo. O segundo orientador
apresentou o grupo e sua temtica; sequencialmente o grupo descreveu os materiais necessrios
para produzir a estrutura da tabela peridica e como foi sua construo. O grupo posteriormente
explanou a explicao de como a tabela peridica est organizada atualmente.
O terceiro e ultimo trabalho a ser exposto tratava do tema Elementos Qumicos no Corpo
Humano. O grupo produziu uma grande estrutura representando um homem em tamanho real,
1949
desenhado em papeis madeiras com a base de folhas de isopor, nele cada parte de seu corpo foi
colocados elementos qumicos, que fazem parte da constituio do corpo humano e seus rgo. O
grupo explanou um texto sobre a composio de cada um dos elementos mostrados no homem
gigante, onde se localizavam sua porcentagem e importncia como tambm o meio de obteno
atravs de alimentos.
A explorao deste novo contexto baseado nos elementos qumicos abre novas
possibilidades de trabalhar o assunto. O desenvolvimento do potencial desses alunos em se fazer
conexes entre o tema e o contexto a ser estabelecido, aponta para uma educao diferenciada,
em que a aprendizagem pode ser alcanada atravs de recursos novos didticos que posam
explorar as percepes do seu publico alvo convertendo o conhecimento obscuro em questes
claras que possibilitem a sua convergncia compreenso do tema.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Aps a exibio do vdeo foi possvel observar o entusiasmo e ateno dos alunos sobre o
contedo abordado, muitos comentaram gostar de aulas diferentes, dinmicas, havendo
interao entre pensamentos. De acordo com Vygotski (2008, p.104) o ensino puro de conceitos
dificlimo e infrutfero, geralmente no so obtidos bons resultados, construindo-se um
verbalismo vazio e simulado; pelo fingimento de conhecimentos correspondentes, mas que na
realidade so artificiais.
O contedo de elementos qumicos relacionados com a tabela peridica citado pelos
estudantes como difcil de ser compreendido. Devido a prticas de ensino conhecidas como
conteudismo que regem as prticas de ensino-aprendizagem ou ainda da transmisso-recepo
sobre posse do professor que passa os contedos para seus alunos (PCNs, 2002).
Ao decorrer do desenvolvimento e aplicao do trabalho proposto, os alunos interagiram
entre se, passando a conhecer os nomes e os smbolos dos elementos qumicos de maneira
interativa. Um resultado importante na aplicao desse trabalho foi busca da criatividade dos
alunos a partir de materiais de baixo custo denotando que a aprendizagem dos alunos que
desenvolveram esse trabalho tornou-se mais efetiva, visto que os determinados recursos didticos
auxiliam na compreenso do contedo abordado. Neste sentido, o desenvolvimento dos trabalhos
baseados na tabela peridica, gerou importncia nos significados referentes aos termos: grupo,
perodo, classificao dos elementos qumicos em metais, ametais e gases nobres, entre outros,
de maneira dinmica, clara e compreensvel.
A atividade apresentada por meio de mesa redonda viabilizou a percepo da importncia
de ser trabalhado o contexto histrico dos elementos qumicos para os discentes, resultando na
criatividade dos alunos ao converterem os textos histricos em falas prprias, a importncia das
informaes interpretadas por eles, o entusiasmo e timidez de alguns ao manuseio das palavras
com as descobertas de cada elemento.
Desta forma, foram observados as concluses de Pozo e Crespo (1998) diante dos aspectos
da mudana conceitual, que defende a natureza do conhecimento e suas aquisies atravs do
1950
qual o aluno elabora e constri seu prprio conhecimento diante de suas prprias limitaes
procurando modificar suas concepes anteriores.
No que condiz ao trabalho relacionado tabela peridica fomentada a partir de materiais
de baixo custo, denotou que a aprendizagem dos alunos em abstrair o conhecimento tornou-se
mais efetiva, sendo observando no decorrer da construo da tabela o envolvimento e
participao coletiva do grupo. Comprovando que determinados recursos didticos auxiliam na
compreenso dos contedos considerados complicados de serem entendidos e trabalhados.
Ao analisar o desenvolvimento deste trabalho remetemos as concepes de Vygotski,
sobre a diferena e semelhana descobrindo que a conscincia da semelhana pressupe a
formao de uma generalizao, ou seja, os conceitos tericos que constroem os objetos de
estudo dando significado real ao conhecimento.
Na apresentao referente aos elementos qumicos no corpo humano, os alunos
trabalharam de forma terica mais que possibilitou a integrao expositiva e dinmica ao
referente tema na sala de aula, identificando os compostos qumicos no organismo humano que
foram: o nitrognio, clcio, fosforo, enxofre, sdio, potssio, zinco, magnsio, iodo, cobalto, ferro,
mangans, molibdnio, flor, cromo, selnio e o cobre de forma sucinta, mas significativa;
explicando as utilidades que cada composto desenvolvia na formao do corpo humano
provocando conflitos cognitivos de opinio que foi imprescindvel para aumentar as concepes
alternativas, ao perceber que no corpo existe qumica sendo indispensveis para a existncia do
ser humano.
Como enfatiza Toulmin, as modificaes progressivas de nossas opinies precisam ser
avaliadas em termos no muito formais, mas que buscam desenvolver os conceitos medida que
sejam compartilhados as nossas ideias, nas mudanas e os procedimentos das atividades
intelectuais coletivas.
Os resultados observados foram de que os alunos ao produzirem este material tiveram
uma maior percepo da estrutura da tabela peridica, ascendendo sua compreenso sobre o
contedo programtico concernente ao tema, se tornando mais claro e compreensvel.
5 CONCLUSO
Procurou-se trabalhar com esse mtodo no sentido de que este possa fundamentar e
orientar as pesquisas no ensino de qumica no nvel mdio, no propsito, de realizar estratgias
que coloque o aluno diante de determinados conflitos, no que remete a compreenso dos
assuntos de qumica.
Nessa perspectiva, esse trabalho se debruou no intuito de prestar ateno ao
questionamento dos alunos, no que se remetem as suas colocaes com relao a associaes de
ideias, fazendo com que este tivesse posio de encarar desafios e conflitos cognitivos, levando
em conta suas experincias e aprendizagem em sala de aulas e do cotidiano, com o objetivo de
possibilitar trocas de informaes entre professor e aluno, e assim ampliando seus
conhecimentos.
1951
Alm disso, buscou-se durante essa experincia em sala de aula a utilizao de recursos
tecnolgicos tendo como meio a televiso para que os alunos usassem esse mediador de
comunicao e informao, com o propsito de integrar o uso de tecnologias em sala de aula, bem
como abranger determinadas teorias, no intuito de agregar a esses recursos. Com os assuntos
vistos em sala, os alunos puderam melhorar sua criatividade nas aulas e conseguir obter
resultados expressivos, permitindo aos discentes se tornarem agentes no processo de construo
de seus conhecimentos.
Diante disso percebeu-se que ao desenvolver mtodos alternativos de ensino possibilitou
que os alunos tivessem uma melhor interao entre os grupos, permitindo uma formao
diversificada do aprendizado cientfico e contribuindo para avanar nos distintos nveis do
conhecimento qumico.
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POZO, J. I., et al. A soluo de problemas: aprender a resolver, resolver para aprender. Porto
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TOULMIN, S. SANTOS, Flvia Maria Teixeira dos, DO ENSINO DE CINCIAS COMO MUDANA
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Cipolla Nelo-4 ed- So Paulo; Martins Fontes , 2008, p, 111.
1952
RESUMO
1953
1 INTRODUO
Numa concepo tradicional, a disciplina de Qumica fundamentalmente baseada em
frmulas e clculos. E, por esta razo, tem sido estereotipada como uma das disciplinas elencadas
na rea de exatas, fazendo com que aspectos cognitivos e interativos tenham sido colocados
parte no processo ensino-aprendizagem deste componente curricular. Esta problemtica tem
vindo tona na interpretao de questes de Qumica como as do Exame Nacional do Ensino
Mdio e dos Vestibulares em geral. So questes que exigem do candidato mais do que o
conhecimento terico adquirido com boas horas de estudo. Exigem que os candidatos
desenvolvam estratgias de leitura, que saibam aplicar seus conhecimentos lingustico,
enciclopdico e interacional. Levanta-se a hiptese de que a metodologia aplicada no ensino de
Qumica tem apresentado deficincias no que se refere aos aspectos interpretativos das questes
apresentadas nos principais certames nacionais e acadmicos. Sabe-se que a Qumica, por ser uma
cincia relativamente nova, ainda apresenta muitas perguntas em aberto, lacunas a serem
preenchidas. Qualquer iniciante na disciplina logo notar que ainda tem muito para se evoluir, no
que se refere cincia. Essa afirmao ganha ainda mais fundamento em relao metodologia
de ensino de Qumica. Longas so as listas de problemas apresentados por alunos que encontram
dificuldades no aprendizado da disciplina, como tambm so longas as queixas de professores que
mostram dificuldade em transmitir o conhecimento da disciplina de Qumica.
Diante de tais fatos, imprescindvel que se realize pesquisas que busquem melhorar a
metodologia de ensino da Qumica, levando em considerao sua constante evoluo, por se
tratar de uma disciplina cada vez mais contextualizada com um mundo que busca mais e mais
respostas para suas perguntas. Necessrio , portanto, que se leve em considerao todas as
dificuldades encontradas nessa disciplina e que se busque impreterivelmente solues para que o
aprendizado de Qumica se torne cada vez mais agradvel e eficaz e, assim, propicie a construo
no s de uma cincia exata, mas tambm cognitiva, como a cincia deve ser, e a prpria Qumica
. Neste trabalho sero apresentados alguns recursos que podero auxiliar o participante do
ENEM na resoluo de questes de Qumica, em especial as que envolvem diretamente o uso de
estratgias de leitura. Os recursos apresentados baseiam-se nos estudos de Koch e Elias (2011),
autores frequentemente citados em estudos da esfera acadmica.
2 MATERIAL E MTODOS
Para este trabalho foram analisadas as questes de Qumica do ENEM no perodo de 2001
a 2010, ou seja, 10 anos da aplicao das provas do ENEM, com o intuito de verificar como so
dispostas as questes de Qumica, levantando assim um percentual das questes que envolvem
fundamentalmente estratgias de leitura para sua correta resoluo. Foram coletadas quatro
questes a ttulo de anlise e exemplificao do assunto proposto.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
A leitura o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreenso e
interpretao do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto,
1954
conhecimento sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem, etc. No se trata somente de
extrair informao ao se decodificar letra por letra, palavra por palavra. Alm disso, se os sentidos
construdos so resultados da articulao entre as informaes do texto e os conhecimentos
ativados pelo leitor no processo de leitura, o texto no est pronto quando escrito: o modo de ler
tambm um modo de produzir sentidos. (MEC, 1998, pp. 69-71). Partindo dessa definio,
percebe-se claramente que a leitura um recurso didtico que est presente em quase todas as
disciplinas do nosso conhecimento. O grande desafio como aprimor-la e adapt-la em uma
disciplina na qual melhores resultados so almejados. No nosso caso, tal disciplina
especificamente a Qumica.
Uma preocupao constante dos educadores na atualidade a priorizao de
metodologias aptas a tornar o processo ensino aprendizagem mais produtivo (HERRON;
NURRENBERN, 1999). Os que estudam a disciplina de Qumica encontram-se acostumados com os
clculos e frmulas peculiares a este componente curricular e tendem, por vezes, menosprezar a
importncia da leitura de textos no aprendizado e na resoluo das questes que cercam a
disciplina, o que acarreta dificuldades no processo ensino-aprendizagem de Qumica.
Maingueneau (2005) afirma que um enunciado no se assenta no absoluto; ele deve ser situado
em relao a alguma coisa. Ora, a linguagem humana tem como caracterstica o fato de que os
enunciados tomam como ponto de referncia o prprio ato enunciativo do qual so produto. No
so todas as caractersticas desse ato que so levadas em conta, mas sim aquelas que definem a
situao de enunciao lingustica: enunciador e co-enunciador, momento e lugar da enunciao.
Maingueneau considera que cada enunciado portador de um sentido estvel, a saber, aquele
que lhe foi conferido pelo locutor. Esse mesmo sentido seria decifrado por um receptor que
dispe do mesmo cdigo, ou seja, que fala a mesma lngua. Nessa concepo da atividade
lingustica, o sentido estaria de alguma forma inscrito no enunciado e sua compreenso
dependeria essencialmente de um conhecimento do lxico e da gramtica da lngua.
Os estudiosos de Qumica devem considerar que um texto pelo fato de ser cientfico ou
didtico no est fundamentado na neutralidade, j que um texto estruturalmente cercado de
intencionalidades e caractersticas que interagem com o leitor. Cabe a este leitor, ao se deparar
com uma leitura, utilizar seus conhecimentos, lingustico, enciclopdico (de mundo) e interacional,
para decodificar as palavras que o autor quer transmitir. Koch e Elias (2011) definem que o
conhecimento lingustico aquele que abrange o conhecimento gramatical e lexical.
Frequentemente, candidatos do ENEM erram uma questo pelo simples fato de no conhecerem
o significado de determinada palavra, ou simplesmente por no serem capaz de compreender a
organizao do material lingustico em sua superfcie textual, o uso dos meios coesivos para
efetuar a remisso ou sequenciao textual, etc.
J no que se refere ao conhecimento enciclopdico ou conhecimento de mundo, Koch e
Elias (2011) dissertam que tal conhecimento aquele que se refere s noes gerais sobre o
mundo, so conhecimentos alusivos a vivncias pessoais e eventos espcio-temporalmente
situados, permitindo a produo de sentidos. A deficincia deste recurso notvel em candidatos
que apresentam pouco ou nenhum conhecimento enciclopdico pertinente esfera da disciplina
de Qumica. As inovaes da rea de Qumica, as novas descobertas que so aplicadas para uma
1955
melhor qualidade de vida, por vezes so descontextualizadas dos meios de informao dos
candidatos que, por no possurem boas fontes de informao, acabam considerando as questes
que envolvem o meio ambiente e a sustentabilidade descontextualizadas do seu conhecimento de
mundo.
O conhecimento interacional mostrado por Koch e Elias (2011) como aquele que se
refere s formas de interao por meio da linguagem e engloba os conhecimentos ilocucional,
comunicacional, metacomunicativo e superestrutural. O ilocucional permite-nos reconhecer os
objetivos pretendidos pelo produtor do texto; o conhecimento comunicacional diz respeito
quantidade de informao necessria, numa situao comunicativa concreta, para que o parceiro
seja capaz de reconstruir o objetivo da produo do texto, ao selecionar a variante lingustica
adequada a cada situao de interao e adequar o gnero textual situao comunicativa; o
conhecimento metacomunicativo por sua vez, permite o locutor assegurar a compreenso do
texto e conseguir a aceitao pelo parceiro dos objetivos com que produzido; por fim, o
conhecimento superestrutural permite a identificao de textos como exemplares adequados aos
diversos eventos da vida social.
Conforme Petroni (2008), uma das grandes dificuldades relacionadas leitura e produo
escrita, na escola, a falta de domnio de recursos que possibilitem ao aluno no apenas
identificar, mas assumir um dilogo com seu texto, e por meio dele, propiciar uma atitude
dialgica, calcada na interao, na interlocuo. Faltam-lhe recursos para a compreenso e a
produo de um discurso dirigido a algum, numa situao real de comunicao, que expresse
inteno ou uma vontade discursiva. Tais dificuldades so mostradas por alunos que todo ano
participam do Exame Nacional do Ensino Mdio (ENEM), entre as reclamaes apresentadas pelos
alunos algumas aparecem com assustadora frequncia: os enunciados das questes so muito
longos; os enunciados das questes estavam um pouco confusos; no foi possvel compreender o
que algumas questes queriam dizer. Nossos educadores e estudantes devem ter cada vez mais
conscincia de que a leitura a base do conhecimento escolar; o processo de leitura um grande
e importante aliado no processo de aprendizagem, haja vista que aprende mais quem l mais.
O ENEM, (Exame Nacional do Ensino Mdio) uma prova anual elaborada pelo Ministrio
da Educao. Aplicada pela primeira vez em 1998, individual e de carter voluntrio, passou por
reformulaes para atender as novas exigncias educacionais. Atualmente, as informaes obtidas
no ENEM so utilizadas para compor a avaliao de medio da qualidade do Ensino Mdio no
pas, subsidiar a implementao de polticas pblicas, criar referncia nacional para o
aperfeioamento dos currculos do Ensino Mdio, desenvolver estudos e indicadores sobre a
educao brasileira, estabelecer critrios de acesso do participante a programas governamentais,
constituir parmetros para a autoavaliao do participante, com vista continuidade de sua
formao e sua insero no mercado de trabalho, a certificao, pelas instituies certificadoras,
a utilizao como mecanismo de acesso Educao Superior ou em processos de seleo nos
diferentes setores do mundo do trabalho 1.
1956
Alm disso, no que se refere matriz de referncia no quesito eixos cognitivos, comuns a
todas as reas de conhecimentos, o ENEM apresenta os seguintes tpicos: I. Dominar linguagens
(DL): DOMINAR a norma culta da Lngua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemtica,
artstica e cientfica e das lnguas espanhola e inglesa; II. Compreender fenmenos (CF):
CONSTRUIR e APLICAR CONCEITOS das vrias reas do conhecimento para a COMPREENSO de
fenmenos naturais, de processos histricogeogrficos, da produo tecnolgica e das
manifestaes artsticas; III. Enfrentar situaes-problema (SP): SELECIONAR, ORGANIZAR,
RELACIONAR, INTERPRETAR DADOS e informaes representados de diferentes formas, para
tomar decises e enfrentar situaes-problema; IV. Construir argumentao (CA): RELACIONAR
INFORMAES, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponveis em situaes
concretas, para CONSTRUIR ARGUMENTAO consistente; V. Elaborar propostas (EP): RECORRER
AOS CONHECIMENTOS DESENVOLVIDOS na escola para elaborao de propostas de interveno
solidria na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade
sociocultural 2. Tais eixos cognitivos caracterizam o ENEM como um importante indutor de
mudanas pedaggicas, direcionando a metodologia de ensino para aspectos bem alm da
memorizao de frmulas e clculos qumicos, tornando a aprendizagem cada vez mais
significativa e menos mecanizada.
A fim de exemplificar e analisar foi exposto, apresenta-se algumas questes de Qumica do
ENEM:
(Questo 01) O crescimento da produo de energia eltrica ao longo do tempo tem influenciado decisivamente o progresso da
humanidade, mas tambm tem criado uma sria preocupao: o prejuzo ao meio ambiente. Nos prximos anos, uma nova tecnologia de gerao
de energia eltrica dever ganhar espao: as clulas a combustvel hidrognio/oxignio.
Com base no texto e na figura, a produo de energia eltrica por meio da clula a combustvel hidrognio/oxignio diferencia-se dos
processos convencionais porque
A, transforma energia qumica em energia eltrica, sem causar danos ao meio ambiente, porque o principal subproduto formado gua.
B, converte a energia qumica contida nas molculas dos componentes em energia trmica, sem que ocorra a produo de gases
poluentes nocivos ao meio ambiente.
1957
C, transforma energia qumica em energia eltrica, porm emite gases poluentes da mesma forma que a produo de energia a partir
dos combustveis fsseis.
D, converte energia eltrica proveniente dos combustveis fsseis em energia qumica, retendo os gases poluentes produzidos no
processo sem alterar a qualidade do meio ambiente.
E, converte a energia potencial acumulada nas molculas de gua contidas no sistema em energia qumica, sem que ocorra a produo
de gases poluentes nocivos ao meio ambiente.
A primeira questo mostrada se trata de um bom exemplo de como utilizamos mais do que
o conhecimento terico na resoluo de algumas questes de qumica. Um bom leitor percebe
que o enunciado do texto mostra claramente a inteno comunicativa do texto: falar sobre a
produo de energia eltrica mostrando os pontos positivos e negativos de sua produo, bem
como a maneira de obt-la de forma alternativa. Utilizando um bom conhecimento lingustico, o
candidato elimina diretamente trs possveis respostas, as opes B, D e E, por falarem de
converso em outros tipos de energia que no seja a eltrica. Um bom leitor percebe tambm
pelo enunciado do texto que a produo de energia eltrica por meio da clula a combustvel
hidrognio/oxignio diferencia-se das demais; o que tambm exclui a alternativa C. Resta, assim, a
alternativa A, totalmente coerente com o enunciado e a inteno comunicativa do autor. Esta
questo no apresentaria problemas a um candidato com um bom conhecimento enciclopdico,
pois uma questo bastante discutida em meios de comunicao, por ser um assunto bastante
inovador e contextualizado.
Ademais, sero mostradas as estratgias sociocognitivas utilizadas nas prximas questes:
(Questo 02) A atmosfera terrestre composta pelos gases nitrognio (N2) e oxignio (O2), que somam cerca de 99%, e por gases
traos, entre eles o gs carbnico (CO2), vapor de gua (H2O), metano (CH4), oznio (O3) e o xido nitroso (N2O), que compem o restante 1% do
ar que respiramos. Os gases traos, por serem constitudos por pelo menos trs tomos, conseguem absorver o calor irradiado pela Terra,
aquecendo o planeta. Esse fenmeno, que acontece h bilhes de anos, chamado de efeito estufa. A partir da Revoluo Industrial (sculo XIX), a
concentrao de gases traos na atmosfera, em particular o CO2, tem aumentado significativamente, o que resultou no aumento da temperatura
em escala global. Mais recentemente, outro fator tornou-se diretamente envolvido no aumento da concentrao de CO2 na atmosfera: o
desmatamento.
Considerando o texto, uma alternativa vivel para combater o efeito estufa :
A reduzir o calor irradiado pela Terra mediante a substituio da produo primria pela industrializao
refrigerada.
B promover a queima da biomassa vegetal, responsvel pelo aumento do efeito estufa devido produo de CH4.
C reduzir o desmatamento, mantendo-se, assim, o potencial da vegetao em absorver o CO2 da atmosfera.
D aumentar a concentrao atmosfrica de H2O, molcula capaz de absorver grande quantidade de calor.
E remover molculas orgnicas polares da atmosfera, diminuindo a capacidade delas de reter calor.
Nesta questo, o participante far uso de recursos tais como, o conhecimento lingustico
para compreender estruturalmente e gramaticalmente o enunciado, o conhecimento
enciclopdico para contextualizar-se ao assunto e o conhecimento ilocucional para reconhecer o
propsito do autor da questo.
(Questo 03) Quanto mais desenvolvida uma nao, mais lixo cada um de seus habitantes produz. Alm de o progresso elevar o
volume de lixo, ele tambm modifica a qualidade do material despejado. Quando a sociedade progride, ela troca a televiso, o computador, compra
mais brinquedos e aparelhos eletrnicos. Calcula-se que 700 milhes de aparelhos celulares j foram jogados fora em todo o mundo. O novo lixo
1958
contm mais mercrio, chumbo, alumnio e brio. Abandonado nos lixes, esse material se deteriora e vaza. As substncias liberadas infiltram-se no
solo e podem chegar aos lenis freticos ou a rios prximos, espalhando-se pela gua.
A respeito da produo de lixo e de sua relao com o ambiente, correto afirmar que:
A, as substncias qumicas encontradas no lixo levam, frequentemente, ao aumento da diversidade de espcies e, portanto, ao aumento
da produtividade agrcola do solo.
B, o tipo e a quantidade de lixo produzido pela sociedade independem de polticas de educao que proponham mudanas no padro de
consumo.
C a produo de lixo inversamente proporcional ao nvel de desenvolvimento econmico das sociedades.
D o desenvolvimento sustentvel requer controle e monitoramento dos efeitos do lixo sobre espcies existentes em cursos dgua, solo
e vegetao.
E o desenvolvimento tecnolgico tem elevado a criao de produtos descartveis, o que evita a gerao de lixo e resduos qumicos.
A questo acima mais uma questo na qual o conhecimento terico fica em segundo
plano, exigindo-se do candidato estruturalmente habilidades de leitura e interpretao de texto
para se obter uma correta resposta. Este um tpico exemplo como o prprio enunciado traz a
resposta da questo consigo, desafiando o leitor a decodificar a mensagem a fim de construir
cognitivamente um sentido para o texto. Como definem Koch e Elias (2011), a leitura uma
atividade altamente complexa de produo de sentidos que se realiza, evidentemente, com base
nos elementos lingusticos presentes na superfcie textual e na sua forma de organizao, mas que
requer a mobilizao de um vasto conjunto de saberes.
(Questo 04)
Considerando os dois documentos, podemos afirmar que a natureza do pensamento que permite a datao da Terra de natureza
1959
J esta questo nos fornece a sntese de como ativamos diversos tipos de conhecimentos
lingusticos na resoluo de questes de Qumica. Temos uma questo que, alm de
conhecimento lingustico, requer do candidato conhecimento enciclopdico e ainda
superestrutural para a identificao de textos como exemplares adequados aos diversos eventos
da vida social. O candidato mesmo a par de todos os conhecimentos tericos da rea de qumica,
dificilmente conseguiria uma correta resoluo da questo caso no soubesse que o primeiro
texto trata-se de um enunciado de natureza religiosa.
6. CONCLUSES
A leitura fundamental nos diversos setores da sociedade, principalmente e
fundamentalmente no setor acadmico. Entretanto, evidencia-se cada vez com mais frequncia a
dificuldade que estudantes mostram em relao ao ato de ler. Aqueles com a habilidade de leitura
apresentam, muitas vezes, diversas dificuldades como a de compreender um texto, localizar e
associar informaes, tirar concluses, dissertar sobre o que foi lido, dialogar com o texto, entre
outras.
Dificuldades de leitura acarretam um entrave extraordinrio no aprendizado da disciplina
de Qumica, uma vez que o estudante sente dificuldade em entender textos cientficos, conceitos,
enunciados de questo, alm de tantas outras limitaes que um no leitor encontra para
compreender completamente esta disciplina. As dificuldades aqui apresentadas so evidenciadas
nas questes do Exame Nacional do Ensino Mdio, que exigem do candidato bem mais do que o
conhecimento terico do componente curricular, mas sim tambm conhecimentos cognitivos,
comuns a todas as reas. necessrio que os candidatos do ENEM sejam incentivados leitura,
uma leitura que seja realmente instrutiva para que possam desenvolver estratgias
sociocognitivas a fim de adquirem um conhecimento enciclopdico completo e, assim, se
tornarem fundamentalmente construtores de conhecimento. Para tal, defende-se que a leitura de
livros, revistas e de peridicos da rea de Qumica se torna indispensvel para uma total
compreenso desta disciplina. Alm disso, a metodologia de ensino dos professores de Qumica
deve ser utilizada de forma a incentivar os alunos a serem leitores assduos de textos realmente
construtivos. Esta pesquisa de grande importncia para a rea de Qumica, pois ao propor a
anlise das questes das disciplinas de Qumica do ENEM, sintetiza a importncia da leitura para o
aprendizado dessa disciplina, mostrando as dificuldades que podem ser encontradas no processo
de ensino, uma vez que aponta a deficincia de recursos de leitura, mostrando ainda possveis
solues para esta problemtica.
1960
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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1961
RESUMO
Este artigo apresenta uma proposta do uso de linguagens
multiparadigma para ensinar Programao de
Computadores. A nossa experincia em sala de aula tem
mostrado que enfatizar Programao Funcional, mas sem
1962
1 INTRODUO
Nos cursos de Computao, comum um grande nmero de desistncia dos alunos. Isso se
d, entre outras razes, por conta da temvel programao de computadores. No fcil
estruturar um programa para solucionar determinados problemas e, alm disso, preocupar-se
com detalhes de sintaxe e semntica da linguagem de programao. A forma de estruturar esses
programas, uma das principais dificuldades encontradas pelos alunos iniciantes dos cursos de
computao. O aluno muitas vezes desvia o foco do que o programa deve fazer para se preocupar
como deve ser feito. nesse contexto, que estamos propondo uma nova abordagem de ensino de
programao. A ideia usar linguagens multiparadigma com nfase em programao funcional,
mas sem abrir mo da programao orientada a objetos.
A organizao do artigo segue inicialmente com a seo 2, discute problemas encontrados
pelos alunos iniciantes dos cursos de computao, em seguida na seo 3 apresentamos nossa
proposta como uma forma de lidar com o problema. Na seo 4 abordaremos o uso da linguagem
Scala para o ensino da programao. Finalizamos o artigo fazendo uma comparao entre as
linguagens Scala, Portugol e Java, sucedida das consideraes finais.
2 PROBLEMA
Para resolver um problema em um computador necessrio que seja ditado uma
sequncia de passos para que a mquina execute determinada tarefa, essa sequncia de passos
denomina-se algoritmo, um conjunto finito de regras que fornece uma sequncia de operaes
para resolver problemas. A forma de estruturar, ou a criao de algoritmos uma das maiores
dificuldades encontradas por alunos iniciantes dos cursos de computao. A falta de recursos, de
instruo pessoal, o mal entendimento do problema tambm so fatores de dificuldades.
As maiores dificuldades dos alunos iniciantes so na compreenso de como projetar um
programa para resolver uma determinada tarefa, encontrar erros de seus prprios programas.
Conceitos de programao como recurso, ponteiros e referncias, tipo de dados abstratos,
tratamento de erros, e o uso de bibliotecas de linguagem, so tambm fatores de dificuldades
desses alunos. Outro fator encontrado nos estudos deste artigo foi o nvel experincia dos
estudantes, mais da metade (58,6%) dos estudantes que participaram da pesquisa j tinham
experincia com programao, isso acaba tornando difcil ensinar alunos de diferentes nveis de
experincia. Um ponto a observar que quase a metade (40,6%) dos que tinham experincia em
programao, afirmam que suas habilidades foram moderadas.
Outro aspecto a relao da Computao com a Matemtica. A matemtica costuma ser
apresentada como a base para computao. Mas os alunos logo se deparam com situaes do
tipo:
1963
3 SOLUO
Analisando as dificuldades encontradas pelos alunos iniciantes dos cursos de computao
vimos a necessidade de se mudar um pouco a forma de ensinar programao. Ao invs de ensinar,
a princpio, programas com variveis que mudam de valor durante a execuo, optamos por algo
mais simples, como a Programao Funcional, que imita as funes matemticas no maior grau
possvel. Esta forma de solucionar problemas uma forma totalmente diferente das abordagens
usadas com linguagens imperativas. Em uma linguagem imperativa, que geralmente apresentada
aos alunos na disciplina de Introduo Programao, uma expresso avaliada e depois
armazenada em uma posio de memria, representada como uma varivel de programa. O
modelo de computao baseado na alterao do estado das variveis, o que dificulta o
entendimento dos programas. Em uma linguagem de programao puramente funcional o
conceito de varivel diferente, as variveis so nomes que damos a um valor. Elas so uma
forma de armazenar o resultado da avaliao de uma expresso para depois pode usar o mesmo
valor em outra parte do programa. Assim, o entendimento dos programas mais fcil j que
possvel compreender um trecho do cdigo apenas analisando estaticamente.
Diferentemente das linguagens imperativas, as linguagens funcionais podem ter uma
estrutura sinttica muito simples, como tambm a semntica. As Figuras 1 e 2 mostram a
sequncia de Fibonnaci, primeiro escrita em Scala (Figura 1) e depois em C (Figura 2).
1964
Devido aos programas funcionais poderem chegar a 10% do tamanho de seus correspondentes
imperativos (Wadler, 1998), alguns programadores da comunidade de programao funcional
afirmam ter um grande aumento de produtividade. Embora esse nmero tenha sido mostrados
em problemas especficos, muitos programas funcionais so cerca de 25% do tamanho das
solues imperativas para os mesmo problemas. Esses fatores fazem com que as linguagens
funcionais sejam mais produtivas.
1965
4 SCALA
A programao funcional est voltando com grande fora, podemos perceber isso em
linguagens de programao como Erlang, F# e Scala. A nossa proposta de ensino, est voltada para
uma linguagem que no s tem suporte a Programao Funcional como tambm suporte ao
modelo Orientado a Objetos. Linguagens como Scala mostram que o paradigma Funcional e o
paradigma Orientado a Objetos so ortogonais, possvel unir os dois e o resultado d um ganho
que isoladamente eles no teriam. O motivo de escolhermos est linguagem foi por causa de sua
grande portabilidade, e por estar tambm em grande uso nas mais diversas empresas (Twitter,
Foursquare). No nosso projeto estamos preparando material didtico para avaliar na prtica o uso
da linguagem Scala para o ensino de programao.
1966
dizer que todo o valor um objeto, e Funcional onde cada funo um valor, logo toda funo
tambm um objeto.
Scala possui inferncia de tipos de dados, por exemplo, ao declarar uma varivel, no
precisamos definir explicitamente o tipo dela, val x = 10. Os tipos omitidos so analisados pelo
compilador atravs dos valores que so atribudos a varivel, logo ele saber se Int, Float,
Double e etc. Tipagem forte e esttica tambm uma de suas caractersticas, esses atributos
facilitam a descoberta de muitos erros, que na maioria das vezes so provocados pelo mau uso
das variveis. Scala encoraja o uso de variveis como valores (no sentido de programao
funcional), facilitando o entendimento do cdigo, mas permite tambm usar variveis como
referncia a posio de memria (como na programao imperativa) para alguns casos onde a
alterao do valor de uma varivel simplifica o cdigo. Nesse ltimo caso remendvel restringir o
uso de variveis a um escopo bem pequeno para no contaminar o restante do programa j que
usar valores alterveis fora o leitor executar mentalmente o programa para entender seu
funcionamento.
1967
constantes facilita o encontro de erros no cdigo. A inferncia de tipos tambm uma grande
caracterstica do Scala, por exemplo:
scala> val responda = 8 * 5
responda: Int
+ 2
= 42
Neste exemplo, ao declarar responda atribumos diretamente o valor a ela, sem precisar dizer
o tipo. O resultado que nos informa, dizendo que a sada um inteiro, isto ocorre, porque o
compilador analisa os valores.
5.2.2 Java
Scanner scan = new Scanner(System.in);
int idade;
idade = scan.nextInt();
if(idade >= 18){
System.out.println(Voc maior de idade!);
}else{
System.out.println(Voc menor de idade!);
}
5.2.3 Scala
val idade = readInt
if(idade >= 18)
println(Voc maior de idade!)
else
println(Voc menor de idade)
Note que no precisamos usar o (;) no final de cada linha do cdigo, assim como em
Java.
1968
5.3.2 Java
switch(opcao){
case 1: System.out.println(Sair de casa as 8 horas da manh.);break;
case 2: System.out.println(Sair de casa s 2 horas da tarde.); break;
case 3: System.out.println(Sair de casa ao meio-dia.); break;
default: System.out.println(Esta opo no vlida.);
}
5.3.3 Scala
opcao match {
case 1 => println(...)
case 2 => println(...)
case _ => println()
}
5.4.2 Java
for(int i = 1; i < 5; i++){
System.out.println(Bem vindo a Java!);
1969
Como podemos perceber, Scala tem uma sintaxe muito simples, comparado a outras. Sua
legibilidade torna fcil o entendimento e a leitura do cdigo, como tambm traz muita
confiana para quem est desenvolvendo programas.
6 CONSIDERAES FINAIS
Neste artigo apresentamos uma nova abordagem para a disciplina de Introduo a
Programao. A nossa ideia usar uma linguagem de programao que facilite a aprendizagem
dos conceitos de programao. Os cursos de Introduo programao normalmente comeam
ensinando os conceitos de programao usando os paradigmas imperativo ou orientado a objetos.
No entanto nesses paradigmas o aluno precisa conhecer o modelo de execuo baseado em
variveis. Isto dificulta o entendimento e a elaborao dos programas.
Usando uma linguagem multiparadigma que d nfase ao paradigma funcional permite
apresentar os conceitos de programao de uma maneira mais simples e mais prxima dos
conceitos de Matemtica que os alunos j conhecem. Os programas estruturados de uma forma
muito mais declarativa em oposio a uma forma operacional das linguagens imperativas.
O prximo passo do nosso trabalho aplicar abordagem em disciplinas de introduo a
programao tanto dos cursos superiores como nos cursos tcnicos. Planejamos fazer
experimentos com os alunos para avaliar os pontos positivos e negativos da nossa abordagem.
7 AGRADECIMENTOS
CNPq pela bolsa de pesquisa.
Pablo pelas crticas e sugestes durante a fase de elaborao deste artigo.
1970
8 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Architects,
I.
(s.d.).
Paradigma
Funcional:
http://www.din.uem.br/ia/ferramentas/lisp/lisp3.htm
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1971
RESUMO
Este artigo trata de pesquisa realizada com alunos do
primeiro perodo do Curso Tcnico de Geologia, na
forma Subsequente do Campus Central Natal / IFRN,
semestre 2012.1, que tem como objetivo apresentar o
perfil desses alunos e avaliar sua percepo sobre a
importncia da aula prtica de campo para a sua
formao. A aula de campo integrado das disciplinas
de Geologia Geral, Mineralogia e Desenho Geolgico. O
principal instrumento de pesquisa utilizado neste estudo
foi um questionrio com perguntas abertas e
fechadas. A questo salarial foi o principal motivo pelo
qual os alunos escolhem o curso de geologia. Mesmo
assim, as atividades paralelas como cursos em outras
1972
1 INTRODUO
No processo de ensino e aprendizagem, as aulas tericas se constituem como base para a
apreenso dos conceitos e teorias, sendo de fundamental importncia para o desenvolvimento e
aplicao das tcnicas da prtica em laboratrios.
A presena das diferentes tecnologias no ambiente educacional faz parte do processo
educativo continuo do aluno, intercalada pelas diferentes metodologias e didticas desenvolvidas
por cada docente, de acordo com as necessidades de cada disciplina e seus respectivos contedos,
proporcionando ao aluno o desenvolvimento de competncias e habilidades inerentes s
exigncias na prtica profissional do Tcnico em Geologia. Nesse processo, as aulas de campo se
constituem como a aplicao da internalizao e apreenso do ensino, permeando pelas tcnicas
e anlises, num processo de pesquisa, explorao e resultados.
Para a construo da analise do ensino e aprendizagem permeado pelas tcnicas e
equipamentos neste trabalho, esse trabalho tem como objetivo apresentar o perfil do aluno do 1
perodo do Curso Tcnico de Geologia do IFRN/CNAT na forma Subsequente, com entrada em
2012.1, e avaliar a sua percepo sobre a importncia da aula prtica de campo para a sua
formao profissional, realizada durante 3 dias no Estado do Rio Grande do Norte, que integrou as
disciplinas de Geologia Geral, Mineralogia e Desenho Geolgico.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O estudo da cincia geolgica engloba o entendimento de um complexo conjunto de
processos formadores da Terra, desde a sua gnese at os dias atuais. Nesse contexto, o
profissional que trabalha ou pretende trabalhar na rea de geologia precisa ter um vasto
conhecimento terico aliado a prtica, para poder compreender seu funcionamento e detectar as
mais variadas caractersticas das rochas.
Nesse estudo, enfocamos a importncia da aula de campo para a formao profissional do
Tcnico em Geologia no IFRN/CNAT, correlacionando s aulas tericas e laboratoriais com a
prtica do campo, como parte integrante do ensino-aprendizagem.
Pires (2005), em seu estudo sobre as aulas de campo na educao de geologia, destacou as
atividades de campo como uma estratgia importante no ensino da geologia. Como metodologia,
o autor aplicou um questionrio com os professores do ensino bsico e secundrio, os quais
lecionavam cincias naturais, biologia e geologia, a partir do qual construiu uma proposta de
modelo de aula de campo para o ensino e aprendizagem das cincias da terra, numa perspectiva
do ensino experimental das cincias, para que os alunos pudessem formular e resolver questes
no decorrer da aula de campo.
Segundo Pires (2005),
"Pretende-se que, com um maior investimento nas atividades prticas, numa perspectiva
de ensino por pesquisa, estejamos a promover aprendizagens capazes de contribuir para
uma educao para o desenvolvimento sustentvel".
1973
1974
3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para desenvolver este trabalho partiu da anlise do ensino das
aulas tericas e prticas laboratoriais, como preparao para a aula prtica de campo at a
elaborao de Relatrio Tcnico Final, a qual foi desenvolvida em trs etapas, a saber:
1 etapa: diz respeito aos preparativos de pr-campo, o qual inclui uma analise das aulas
tericas em sala de aula e as aulas prticas em laboratrios. Em seguida, o planejamento e
orientaes despendidas aos alunos a cerca da aula prtica e a atividade realizada para o
conhecimento prvio das feies no campo. Alm disso, foi aplicado um questionrio que
contemplou questes abertas e fechadas sobre a postura do aluno em relao ao curso e sobre o
seu entendimento sobre as aulas prticas de campo no primeiro perodo do curso. O questionrio
foi aplicado alguns dias antes da aula de campo, sendo que dos 32 alunos da turma, apenas 21
responderam, o que representa a amostra avaliada.
2 etapa: realizao da atividade prtica de campo, ou seja, a aula prtica de campo
propriamente dita, na qual puderam utilizar as seguintes ferramentas: lupas, bussolas, GPS, mapas
e cadernetas de campo, para reconhecimento, in loco, da rea de estudos, a partir da descrio
dos minerais, rochas, registro fotogrfico, alm da compreenso dos processos fsicos, qumicos e
biolgicos intrnsecos aos ambientes geolgicos endgenos e exgenos.
3 etapa: esta etapa ocorreu aps o retorno da aula de campo, que culminou com a
elaborao do Relatrio Tcnico, o qual foi considerado como instrumento de avaliao parcial do
2 bimestre para as disciplinas de Geologia Geral, Mineralogia e Desenho Geolgico.
Atravs desses procedimentos metodolgicos, podemos conhecer o perfil do aluno
ingressante, assim como sua percepo sobre as aulas de campo, importante atividade no
desenvolvimento do ensino aprendizagem e na formao profissional.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
As atividades desenvolvidas nas 3 etapas de trabalho so de grande importncia para o
estabelecimento das discusses desse trabalho. Entretanto, os resultados do questionrio (1
etapa) ser o instrumento mais importante para as discusses aqui apresentadas.
1975
A 3 questo versa sobre a frequncia com que os alunos estudam em casa para o curso de
geologia. Os resultados mostraram que h uma variao muito pequena entre os estudam todos
1976
os dias e os que estudam apenas 3 vezes por semana; alm de uma significativa representao dos
alunos que estudam s quando tm prova (Figura 3). Numa viso geral, compreendendo essa
resposta dentro num contexto, podemos dizer que o perfil da turma razovel em relao
dedicao aos estudos, tomando como relao a Figura 2, partido do principio que parte dos
alunos fazem faculdade ou trabalham.
1977
mostraram que mais da metade dos alunos consideram como boa a estrutura fsica da instituio,
sendo que uma pequena parte considera que h uma tima estrutura, e uma pequena parcela dos
alunos no esto satisfeito com a infraestrutura oferecida pelo curso, por motivos diversos (Figura
5).
1978
1979
No forma-se um profissional apenas com teoria, por isso que os Institutos Federais se
destacam perante as outras escolas tcnicas. O mercado de trabalho precisa de
profissionais com boa formao e no apenas diploma.
preciso relacionar teoria com a prtica, sem falar que as empresas esperam receber um
tcnico preparado para novos desafios. preciso saber a teoria , mas principalmente a
prtica.
com as aulas prticas que o aluno pode colocar em ao tudo aquilo que viu em sala
de aula, aulas tericas, o que gera um aprofundamento nos conhecimentos do curso, ou
seja, a carga de conhecimento do aluno tende a aumentar com as aulas tericas colocadas
em prtica.
Todas essas atividades so de fundamental importancia para a formao do tcnico em
geologia, pois o momento em que o aluno pe em prtica seus conhecimentos
adquiridos em sala de aula, atravs das aulas tericas. Alm disso, o laboratrio, o campo
e as visitas tcnicas fazem parte do trabalho dirio do profissional, e se o aluno no tiver a
oportunidade de vivnciar cada um, no vai ter certeza de que est na profisso certa.
A ltima questo pergunta ao aluno qual a sua percepo geral do Curso Tcnico de
Geologia, agora que j conhece a instituio.
Cada aluno apontou vrios elementos que fizeram com que permanecessem no curso,
entre eles: por ser um curso muito bom, professores qualificados, boa grade curricular, boa
infraestrutura, ensino de qualidade, os professores realcionam teoria prtica, a didtica de
alguns professores no ajuda na compreenso do contedo, dentre outros.
um curso com uma grade curricular bem planejada e bem direcionada, com bastante
aulas prticas e tericas, com professores bem qualificados e profissionais da rea. um
curso bem visto pelas empresas por ser bem estruturado.
Um timo curso, bem equipado e uma tima equipe de docentes. Mas, deve-se por em
mente que tudo pode sempre melhorar.
um curso excelente, com timos professores, infraestrutura, laboratrios acessiveis aos
alunos e um ensino de qualidade. Um ponto bastante importante a aproximao da
instituio com empresas da rea, pois o aluno termina o curso e de imediato j tem a
oportunidade de estagiar.
5 CONCLUSES
Este estudo teve o intuito de apresentar o perfil do aluno do primeiro perodo do Curso
Tcnico em Geologia na forma Subsequente do IFRN/Cmpus Natal Central, bem como mostrar a
sua percepo sobre a importncia da atividade de campo para o ensino e aprendizagem na
formao profissional do tcnico de geologia.
Dessa forma, o ensino e a aprendizagem permeiam pela utilizao de metodologias
variadas e intercaladas, para que o aluno possa compreender e interagir com seu objeto de
estudo.
Os motivos que levaram os alunos ingressarem em 2012.1 no Curso Tcnico em Geologia
esto relacionados a questo salarial, indicao de um parente ou por vocao. Percebe-se
1980
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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geologia e o eterno retorno. Revista Brasileira de Geocincias, v.23, n.4, p. 339-346, dez. 1993.
PIRES, E. Ramos; GOMES, C. Romualdo; PEREIRA, A. y Castilho. As aulas de campo na educao
em geologia: uma proposta para a regio da mina Panasquiera, Portugal Central. Disponvel em:
http://ice.uab.cat/congresos2009/eprints/cd_congres/propostes_htm/propostes/art-29682972.pdf. Acesso em: 27 de fevereiro d e2013.
1981
RESUMO
O presente trabalho constitui-se em uma anlise
referente aplicao de uma unidade didtica que foi
elaborada e desenvolvida por alunos da licenciatura em
Fsica do Instituto Federal de Educao, Cincia e
Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Cmpus
Caic, com a colaborao de alguns bolsistas do
Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia
(PIBID), tambm alunos da licenciatura. Sobre o
referencial terico do referente estudo, este se trata de
propostas de ensino do educador Paulo Freire
articulados com o ensino de cincias. A aplicao da
referida unidade didtica se deu em trs momentos, em
1982
1 INTRODUO
O presente trabalho constitui-se em uma anlise referente aplicao de uma unidade
didtica que foi elaborada e desenvolvida por alunos da licenciatura em Fsica do Instituto Federal
de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Cmpus Caic, com a
colaborao de alguns bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia (PIBID),
tambm alunos da licenciatura. O PIBID um programa que insere os licenciandos no ambiente
escolar da rede pblica de ensino com o objetivo de melhorias na educao bsica, em que se
desenvolvem atividades pedaggicas para contribuir no processo de ensino-aprendizagem dos
alunos envolvidos no programa.
Atualmente o projeto atua em quatro escolas da rede estadual de ensino do municpio de
Caic, em que uma delas se direciona especificamente para a Educao de Jovens e Adultos (EJA)
que se caracteriza em uma modalidade de ensino com um pblico de perfil diferenciado. Diante
dessa realidade, a metodologia do ensino de fsica que j tema de vrias discusses em pesquisa,
torna-se ainda mais necessrio uma abordagem metodolgica que se preocupe com o
envolvimento desses alunos e principalmente que considere as particularidades que os
diferenciam. Nessa perspectiva, uma concepo educativa que enfatiza situaes voltadas para o
cotidiano e que estabelece uma forma autntica de pensar e atuar, na qual se faz necessrio
problematizar os alunos para que eles se sintam desafiados e sejam sujeitos do processo de ensino
- aprendizagem est relacionada com as ideias de Paulo Freire.
Nesse contexto, o referente trabalho - que se caracteriza em um relato de experincia tem como objetivo descrever a elaborao, desenvolvimento e anlise de uma unidade didtica
em uma turma de EJA baseada nas ideias de Paulo Freire.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O cenrio das pesquisas no ensino de cincias atualmente delineia em preocupaes nas
metodologias que possibilitem atividades interativas e motivantes para que em sua prtica faa
reflexo diretamente na construo do conhecimento. O ensino de cincias, inclusive o de fsica,
geralmente trabalhado ainda nas escolas de forma tradicional, onde se predomina na maioria das
vezes uma educao bancaria em que os estudantes so vistos como depsitos de informaes,
no tendo liberdade para expor o que sabem. Essa realidade se faz mais preocupante quando se
trata de um pblico que na sua maioria se caracteriza por trabalhadores, que cansados de sua
rotina diria ainda encontram sentido e esforo para estudar. Nesse contexto, h a necessidade de
trabalhar ainda mais com criatividade e dinamismo.
nesse sentido que um grande pensador no mbito da educao brasileira vem auxiliar
com suas perspectivas tericas com relao Educao de Jovens e Adultos, trata-se aqui de
Paulo Freire, que na sua prtica educativa considera essencial a adequao das aulas ao contexto
social vivido pelos estudantes e o ensino dialgico. Sobre os jovens e adultos Merazzi e Oaigen
reafirma que:
1983
O educando jovem e adulto deve ser percebido nas suas mltiplas dimenses, das quais se
destacam a sua identidade que alm de ser de adulto ou jovem, tambm de trabalhador
e cidado, considerando a sua diversidade sociocultural. O trabalho desenvolvido com
educandos jovens e adultos deve aproveitar essa riqueza de conhecimentos preexistentes,
o que favorece a efetiva aprendizagem. (MERAZZI e OAIGEN, 2008, p. 67).
Freire ainda enfatiza a importncia de que a educao partisse dos conhecimentos que os
alunos j trazem consigo, buscando problematizaes advindas de suas realidades, para que
mediantes aos desafios dos seus prprios problemas sintam-se instigados a questionar e refletir,
construindo assim nessa relao o conhecimento cientfico. Reafirmando sobre isso, Paulo Freire
apud GEHLEN ET AL traz que:
[...] partir do saber que os educandos tenham no significa ficar girando em torno deste
saber. Partir significa pr-se a caminho, ir-se, deslocar-se de um ponto a outro e no ficar,
permanecer. Jamais disse como s vezes sugerem ou dizem que eu disse que deveramos
girar embevecidos, em torno do saber dos educandos, como mariposas em volta da luz.
Partir do saber de experincia feita para super-lo no ficar nele. (GEHLEN ET AL, p.
10, 200?)
Diante das propostas de ensino de Paulo Freire podemos trazer essas concepes para o
ensino de cincias, de forma que se possa fazer uma articulao entre esses saberes para que
assim se possa caminhar junto aos pensamentos desse educador. Nessa viso, o ensino de acordo
dessa articulao deve valorizar numa perspectiva crtica o estmulo a curiosidade para que os
alunos possam intervir na sociedade, no mundo em que vivem.
METODOLOGIA
1984
1985
at em pentear o cabelo. perceptvel nos depoimentos dos alunos que eles conseguem ver a
aplicabilidade da fsica na sua vida, visto que eles assumem uma prtica refletiva nos vrios
processos fsicos no seu cotidiano. Ainda foram questionados aos alunos, se eles sabiam o
funcionamento de alguns dos aparelhos eletrodomsticos e especificamente do ferro eltrico,
ficando claro aqui que eles no entendem o processo de funcionamento dos aparelhos resistivos.
No segundo momento, as atividades foram voltadas para e leitura e interpretao de
informaes tcnicas presentes nos eletrodomsticos e na conta de energia eltrica, e como
tambm para procedimentos de como economizar energia eltrica. Tambm nessa etapa, foram
trabalhados os conceitos a partir de discusses de tenso, corrente e resistncia eltrica que
envolve o funcionamento dos aparelhos classificados como resistivos, identificando junto com os
alunos as transformaes de energia que ocorrem em tais equipamentos e a semelhana entre
eles. Para finalizar a aula, foi discutido como ocorre o choque eltrico, os tipos e efeitos que
causam no ser humano. importante destacar que foram utilizadas imagens para facilitar a
compreenso dos alunos. Aqui os estudantes interagiram muito, tornando-se um momento de
sanar dvidas tanto em relao os aparelhos estudados como tambm com outros equipamentos.
Em meio s discusses a cerca dos conceitos estudados, era possvel identificar curiosidade que
os alunos mostravam durante os conceitos que envolviam a nossa proposta, fazendo perguntas
embasadas em situaes vivenciadas por eles, a exemplar, o caso da tomada de uma bomba se
aquecer excessivamente, como tambm a percepo do choque quando a pele esta ferida, o
choque na antena parablica e dvidas como calcular o consumo de energia.
No terceiro e ltimo momento, como fechamento da unidade didtica foi aplicado um
novo questionrio para verificar a aprendizagem e satisfao com a metodologia utilizada. Os
questionamentos estavam relacionados metodologia da aula e perguntas referentes aos
conceitos debatidos e expostos. Sobre a metodologia de como foi apresentada a aula, em
unanimidade os estudantes relataram ter facilitado a compreenso dos conceitos fsicos. De
acordo com o que eles relataram anteriormente, foi elaborada a 2 pergunta para verificar se de
fato ocorreu essa aprendizagem. O que se analisa ento, que realmente os alunos
compreenderam o funcionamento dos eletrodomsticos, especificamente do ferro de passar
que foi o mais debatido e principal foco da unidade didtica. Nessa perspectiva, destacamos as
seguintes falas: o ferro eltrico funciona com um dispositivo chamado resistor, que
permanecendo ligado no h variao de temperatura e com isso o consumo constante. E
sobre alternativas para economizar energia, destacamos ainda um depoimento de um dos alunos:
deixar o ferro eltrico direto, s desligarei se passar um bom tempo para utiliz-lo de novo.
5 CONSIDERAES FINAIS
A proposta de ensino articulando os pensamentos de Paulo Freire com o ensino de
cincias, inclusive o ensino de fsica ainda um campo de estudos em que no se tem muitas
pesquisas. Porm, acredita-se ainda para este trabalho expectativas para uma continuao
referente ao tema desenvolvido, visto o desafio que se tornou prazeroso e instigante.
1986
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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1987
RESUMO
The
work
presented
here discusses intercourse conceptual discipline of philos
ophy
with
the
students
of
Integrated
Course
Intermediate
Level Vocational, Campus Macau, the IFRN. In this
sense, the paper aims to survey the perceptions of the
students regarding the importance of the discipline
of philosophy in its human and professional education, as
well as attempts to understand the relationship
between reflective education, citizenship and human
development. The IFRN has generated a framework
of qualifications, professional and humanistic in
nature,
that
is
certainly
contributing
to
the socioeconomic growth of micro Salineira. In this
context, content inherent to the discipline
of philosophy have been essential to the achievement of
the values touted by Education. These amounts relate
primarily to the development of a sense of citizenship
that
goes
beyond
the
mere
legal
formalization. Moreover, it will be done a literature to
substantiate theoretical intuitions all former, we made a
bibliographic review up from scholars like Dallari (1998),
Cortela (2006), Freire (2003), Paiva (2005) , Pinsky (2005)
e Pisier (2005).
1988
REFLEXES INTRODUTRIAS
1989
prima, por excelncia, pela anlise radical dos convencionalismos cotidianos. Portanto, como
objetivo geral o presente trabalho pretendeu discutir a relao que a filosofia faz entre
democracia, liberdade e autonomia, e a relevncia destes conceitos/prticas para o alunado do
curso de nvel mdio tcnico profissionalizante do IFRN. Correlato a isso, como objetivos
especficos pretendeu:
1. Fazer um levantamento conceitual dos conceitos de liberdade e cidadania;
2. Fazer um levantamento da percepo do alunado quanto importncia da disciplina de
Filosofia na sua formao humana e profissional;
3. Compreender a relao existente entre educao reflexiva, cidadania e desenvolvimento
humano.
REVISO BIBLIOGRFICA
Como aporte as ideias propostas aqui podemos nos prover do que Pinsky assevera sobre o
conceito de cidadania, entendendo que este ultrapassa os meros direitos polticos e civis, e
engloba os diretos sociais, entendidos como aqueles que garantem a participao do indivduo na
riqueza coletiva: o direito educao, ao trabalho, ao salrio justo, sade, a uma velhice
tranquila. (PINSKY, 2005, p. 9). Nesse sentido, pode-se expandir tal interpretao ao
posicionamento de Amartya Sen (2000), ao fazer o levantamento das liberdades substantivas, as
quais para ele se igualam aos direitos sociais apontados por Pinsky. Pois quando no se tem
liberdade social, econmica e poltica no se pode desenvolver as capacidades que cada um
julga importantes para si, e que fazem parte do seu projeto autnomo e autntico de vida. Desta
maneira, o desenvolvimento da cidadania deve estar arrolado s liberdades substantivas ora
distinguidas.
Independente ainda do foi exposto, ao se tentar fazer uma analogia entre cidadania e
poltica, nota-se que o termo poltica vem do grego plis - cidade , logo, razovel perceber que
a cidade uma comunidade organizada, formada pelos cidados livres (politikos). Junto com isso,
ao se recorrer ao latim, possvel asseverar que polis quer dizer civitas, que originou outro termo
latino civitate, de onde vem nome utilizado no portugus: cidade. Portanto, a cidade
compreendida como uma coisa pblica e coletiva (PETERS, 1983).
Unicamente porque o termo grego ta politika (PETERS, 1983)quer dizer, os interesses
pblicos, ou seja, os negcios que so dirigidos pelos cidados: os costumes, as leis, o dinheiro
pblico, e tudo o mais que tenha relao com a comunidade. A coisa pblica em latim a res
publica.
Para resumir, pode-se dizer que tanto plis quanto civitas correspondem ao que se
conhece como Estado, ou conjunto das instituies pblicas e, ta politika e res publica designam o
que se entende como prticas pblicas, ou a maneira de como se deve participar do coisas
pblicas.
Logo, ser cidado, pela perspectiva levantada aqui participar ativamente da conduo de
sua prpria vida, com j mencionado anteriormente.
1990
Contudo, diante da exposio feita, importante trazer baila o ponto crucial no que se
refere a construo de um sentimento de cidadania, a saber: quais instrumentos ou saberes
seriam os responsveis por isso? Poderia-se afirmar a liberdade, a democracia tm um relevante
papel no desenvolvimento da cidadania, quando diretamente relacionadas identidade cultural e
social dos sujeitos pensantes, principalmente ao estarem relacionadas reflexo filosfica, a qual
no permite que tais teorizaes no sejam dadas de antemo.
notrio que o ambiente educacional em que o discente convive, deve conduzi-lo, ou
melhor, ajud-lo na criao de liberdades fundamentais na apropriao efetiva do tipo de vida que
almeja ter. Tal acepo se associa a percepo que os filsofos esticos tinham da liberdade, de
forma que esta denotava um pensamento efetivo sobre as nossas aes (ARRIANO, 2007). Desse
modo, a liberdade instituda efetivamente durante todo o percurso da existncia do sujeito. O
indivduo levado a se encontrar com a construo dessa prtica de liberdade, por fora da
reflexo facultada e sistematizada pela prtica filosfica.
Sabe-se que o princpio do que se concebe como cidadania remonta h milnios. Na Grcia
antiga, a cidadania era compreendida apenas como a participao nas decises sobre a
coletividade. Nesse sentido, somente algumas poucas pessoas poderiam ser consideradas cidads,
uma vez que mulheres, crianas, escravos e estrangeiros no podiam se dedicar aos assuntos
pblicos. Contudo, a cidadania era para os gregos algo inestimvel, eles s se sentiam realizados
enquanto pudessem participar ativamente da vida poltica da plis. (BERNARDES, 1995).
A partir do sculo XVI, o conceito de cidadania pde ser confundido com as
fundamentaes tericas do Estado, de modo que este comearia a ser legitimado numa ordem
secular, mais precisamente no poder do governante (prncipe), que por sua vez deveria procurar
manter sua posio servindo ao povo. (MAQUIAVEL, 1996). Por essa razo, o governante deveria
propor certos direitos fundamentais populao. De um modo geral, foi somente a partir de
Maquiavel que o Estado comeou a se fundar em uma dada ordem, segundo a qual era necessrio
tentar definir quais eram seus membros autnticos (BERNARDES, 1995): povo, clero, reis etc.
Tambm na Idade Moderna comearam a surgir determinados questionamentos quanto aos
privilgios da nobreza e do clero, de tal maneira que se tornou imprescindvel a necessidade de
um Estado democrtico, no qual os privilgios de classe cessassem, bem como houvesse uma
separao ntida entre o pblico e o privado. (ARANHA e MARTINS, 1998).
A atual concepo de cidadania emana, em grande parte, da viso conquistada aps a
Guerra de Independncia Norte-Americana, seguida pela promulgao de sua Constituio em
1776, na qual os valores coletivos ganharam, de fato, repercusso entre o povo daquele pas.
Valores estes que tinham seu respaldo principal no tocante defesa da democracia, a qual,
conforme Tocqueville (apud BOBBIO, 2003), s pode ser obtida por meio da busca pelo bem-estar
pblico, atravs da associao entre os diversos membros da sociedade; isto constitui, de fato, a
maior condio de existncia da democracia.
Os valores democrticos se arraigaram, no apenas na Amrica, mas tambm na Europa, a
partir da Revoluo Francesa, em 1789. O homem, tomado em sua dimenso existencial, na
coletividade, passa, desde ento, a ser considerado a fundamentao da sociedade qual
1991
pertence. Este arcabouo ideolgico permeia ainda nos dias atuais o conceito de cidadania,
entendido na contemporaneidade como a sntese de todos os direitos alcanados pelos homens,
orientados por um princpio capital: o princpio da igualdade. Por conseguinte, o conceito de
cidadania encontra-se unido ao conceito de bem-estar geral da sociedade (DIMENSTEIN, 2003), e
ao desenvolvimento das liberdades substantivas, logo autonomia. Em consonncia a isso, os
valores democrticos sujeitam toda a composio social a praticar a democracia no apenas como
a mera vontade de uma maioria, mas como uma prtica social em constante desenvolvimento,
que necessita ser dinamizada por meio da defesa dos direitos fundamentais 1.
Em contraposio a isso, pases perifricos como o Brasil carecem de um maior
desenvolvimento funcional de suas instituies democrticas, j que ainda no conseguem
possibilitar aos seus cidados exercitarem uma cidadania que v alm do mero direito ao voto.
(PEDROSO, 2003). Por isso, faz-se necessrio problematizar o papel do indivduo, ou cidado, no
apenas enquanto contraponto do Estado moderno, mas como partcipe de uma realidade global,
j complexa naturalmente, e que ademais exige uma conscincia ativa e participativa no que se
relaciona a uma vivncia comum com todos os outros sujeitos sociais.
Entretanto, seria uma desrazo afirmar que este um problema que aflige apenas os
pases considerados subdesenvolvidos, pois, em funo de um individualismo extremo, as
modernas sociedades globalizadas sofrem de uma carncia latente quanto ao papel do indivduo
autnomo, e, por conseqncia, do desenvolvimento de valores eticamente viveis, que
realmente favoream a intensificao do desenvolvimento humano como prtica de liberdades
reais. (SEN, 2000).
Compreende-se, dessa maneira, que o desenvolvimento da cidadania se encontra em
ntimo acordo com a formao dos indivduos. O progresso social da humanidade pode ser obtido,
de fato, pelo exerccio da cidadania plena, a qual se confunde com o prprio conceito de
desenvolvimento humano. Segundo Sen (2000), o papel de auto-afirmao do indivduo se d pela
prtica de sua liberdade, ou seja, enquanto indivduo que tem a capacidade de determinar que
escolhas deve fazer, no que se relaciona ao seu modo de vida. Liberdade esta que no pode ser
impetrada por outro meio que no a emancipao proposta por uma educao reflexiva.
(ADORNO, 2003).
Em franca relao ao que vem sendo apontado, Correia (2009), afirma que a Filosofia
uma produo comunitria, de toda sociedade, j que humaniza as pessoas. Diante deste fato, se
arrola perfeitamente aos fins de uma educao que busca a autonomia do indivduo.
De qualquer forma, em 2008, a Lei 11.684, aludida anteriormente, tornou obrigatrio o
ensino das duas disciplinas. O mote mais uma vez aquele que iniciou a discusso, ou seja, que
pode-se engrandecer a formao dos alunos, principalmente no que tange ao desenvolvimento da
cidadania plena, com os contedos crticos-reflexivos. Tais contedos representam condies
1
Muller (2003, p.63-4) afirma que: Direitos fundamentais no so valores, privilgios, excees do poder de
Estado ou lacunas nesse mesmo poder, [...]. Eles so normas, direitos iguais, habilitao dos homens, dos cidados,
e uma participao ativa. No que lhes diz respeito, fundamentam juridicamente uma sociedade libertria, um estado
democrtico. Sem a prtica dos direitos do homem e do cidado, o povo permanece em metfora ideologicamente
abstrata de m qualidade.
1992
necessrias e suficientes, juntos com as diversas outras, dos mais variados eixos, para um
formao completa do indivduo.
Especificamente no que toca Filosofia, notrio que os contedos ministrados aos alunos
devem estar relacionados as suas experincias cotidianas, ressaltando o ato de fazer retroceder,
ou voltar atrs, o pensamento, permitindo o questionamento daquilo que j conhecido,
facultando ao sujeito o domnio da realidade que est justaposta ao seu ser.
Cotrim e Fernandes (2010), impulsionam ainda mais a discusso rumo ao papel da Filosofia
nas escolas brasileiras ao interpretarem o artigo 35, da LDB, que estipula as quatro finalidades do
ensino mdio, que so:
I - a consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no
ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparao bsica para o trabalho e a cidadania do educando, para
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a
novas condies de ocupao ou aperfeioamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
formao tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento
crtico;
IV - a compreenso dos fundamentos cientfico-tecnolgicos dos
processos produtivos, relacionando a teoria com a prtica, no ensino de cada
disciplina. (BRASIL, 1996, p.14)
METODOLOGIA
1993
preferentemente difundidas em meios bibliogrficos, este tipo de pesquisa se mostra, neste caso,
como a que mais convm como metodologia investigativa, dada a prpria natureza da cincia
empregada. Alm disso, a pesquisa bibliogrfica no se limita a repetir o que j foi escrito ou dito
sobre determinado assunto, mas, segundo Lakatos e Marconi (1994, p. 183), propicia o exame de
um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a concluses inovadoras.
Quanto ao mtodo cientfico, entendido como o conjunto das atividades sistemticas e
racionais que, ao traar o caminho a ser seguido, permite a obteno de conhecimentos vlidos e
verdadeiros (LAKATOS; MARCONI, 1994), foi utilizado o mtodo dialtico. Para Parra Filho e Santos
(2003, p. 55), a dialtica por definio a arte de discutir e, segundo a filosofia antiga, a
argumentao dialogada. Tomar-se-, aqui, a acepo marxista, tambm denominada de
materialismo histrico.
Em sntese, a dialtica marxista ou materialismo histrico parte do ponto de vista de que
os objetos e fenmenos da natureza implicam em contradies internas, que devem ser
identificadas e entendidas para que se possa proceder no esforo de sua superao, de mudana
no estado das coisas a um patamar superior ou, traduzindo para o contexto do trabalho em
questo, ao ensino de Filosofia para o alunado de nvel mdio tcnico integrado, e da relao de
essencialidade desta disciplina ao desenvolvimento da liberdade e, consequentemente, da
cidadania.
Parra Filho e Santos concluem que (2003, p. 58) considerando que toda verdade provisria e
reformvel, importante que o cientista ou o pesquisador tenha sempre um pensamento
dialtico, pois o homem avana quando se esfora para superar a si prprio.
RESULTADOS E DISCUSSO
1994
86% dos alunos, o que equivale a 51 do total de entrevistados, afirmaram que sim, enquanto que
14%, 8 alunos, disseram que a disciplina de Filosofia no necessria para a formao da
cidados. Quanto a pergunta 5, Quanto mais estimulada prtica reflexiva, teremos mais
cidados conscientes?, 95% do alunado, 56 do total, responderam positivamente a pergunta.
Apenas 5%, 3 alunos, responderam negativamente. J em relao a pergunta 6, Os Cidados
devem questionar intensamente seus Direitos?, 91%, 54 alunos disseram que sim, e 7%, 4
estudantes, negaram a necessidade da inquirio aos direitos, e um aluno no respondeu. Em
relao pergunta 7, O ato de questionar destrutivo?, 8%, ou 5 alunos, afirmaram que tal ato
nocivo, enquanto 92%, 54 alunos, negaram essa relao. Finalmente, relacionado pergunta de
nmero 8, tica, Cidadania e Poltica se interligam?, 93%, ou 55 alunos, asseveraram
positivamente, enquanto 7%, 5 estudantes, negaram que afinidade entre os conceitos.
CONCLUSO
1995
Nessa proposta, a liberdade criada e recriada de maneira constante e efetiva durante todo o
percurso da existncia do sujeito. O indivduo levado a se encontrar com a construo dessa
prtica de liberdade, por fora da reflexo facultada e sistematizada pela prtica de filosfica.
Plato (1996), em sua famosa Alegoria da Caverna, presente no Livro VII de A Repblica,
mostra-nos o valor do autoconhecimento, ao discorrer sobre a possibilidade de vivermos
enganados, como se estivssemos presos no fundo de uma caverna, totalmente determinados
pelas sensaes. Poderamos considerar que para ele aquele que saiu da caverna menos
coagido por determinaes externas e torna-se mais senhor de si, responsvel por usar o crivo do
intelecto na deliberao acerca de sua compreenso de vida e, de certa forma, vindo a perceber
que a reflexo a causa principal da liberdade. Logo, para aquele que visa a verdadeira liberdade,
a afeco que o atinge no consegue ser maior do que o autoconhecimento que o permite ser
livre. Ou seja, no significa que no experimente afeces desagradveis, apenas que estas
causam-lhe menos impacto, pois as reconhece como sendo independentes de sua vontade.
A conscincia dessa independncia permite que o ser humano perceba que nunca est
pronto, que est em frequente mudana, por fora da dinamicidade da prpria existncia
(CORTELLA, 2006). essa a realidade que deve ser criada para os educandos adolescentes, de
forma que apreendam o universo que pode se abrir a sua frente, em funo de uma educao
reflexiva, que no o deixe estagnado. O conforto, entendido nesse momento como passividade,
no deve superestimado, j que no ajuda o indivduo a vislumbrar alternativas outras que no
aquelas com as quais est habituado, pois o leva a um estado de redundncia afetiva e na
indigncia intelectual (CORTELLA, 2006, p.11).
Com base nestas perspectivas podemos concluir que o aluno tem um grande papel
democrtico participativo na escola. Torna-se, portanto, necessrio por parte dos tutores
(professores) inform-los e conscientiz-los de que agir reflexivamente, participando das decises
importantes da escola, e cumprindo seu papel como aprendiz resultar em benefcios para sua
escola, comunidade e, por sua vez, o tornar um cidado cnscio de seus direitos na sua vida
cotidiana.
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1997
RESUMO
Este estudo baseado no levantamento bibliogrfico
feito para a realizao do projeto de pesquisa
interdisciplinar fomentado pelo CNPq e intitulado "O
Desenvolvimento Das Tecnologias De Informao
Durante A Segunda Metade Do Sculo XX E Seu
Impacto Na Sociedade Norte-Rio-Grandense". O
projeto teve como bolsista a discente do curso
Tcnico em Informtica do IFRN campus Currais
Novos, Ana Heloysa P. de Arajo, e como orientadora
a professora Joycimara de Morais Rodrigues. O
principal objetivo deste artigo consiste em mostrar de
1998
1 INTRODUO
O exerccio da interdisciplinaridade permite que se perceba, com clareza, a relao
existente entre Histria e Tecnologia. Prova disso foram os acontecimentos de proporo mundial,
como as Duas Grandes Guerras, que foram determinantes para o desenvolvimento da informtica
e tecnologias relacionadas como as conhecemos hoje. Financiado pelos grandes governos, o
investimento cientfico nas reas mencionadas ocasionou um crescente e ininterrupto processo de
desenvolvimento das tecnologias destinadas comunicao que ultrapassou as barreiras
europeias e norte-americanas, chegando at o Brasil e difundindo-se, tambm, no Nordeste.
Atravs da metodologia do processo de pesquisa, o aluno tem a liberdade e autonomia
para buscar conhecimento e analis-lo criticamente, expondo e ampliando sua viso de mundo e
dando os primeiros passos para a construo do estudo cientfico. O presente artigo tem como
objetivo apresentar um levantamento bibliogrfico do surgimento das tecnologias de informao
na indstria do Rio Grande do Norte, bem como relacionar os dados obtidos com possveis
predies das expectativas de mercado e das potencialidades do estado nesta rea tecnolgica.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 O Nacional-Desenvolvimentismo E A Indstria Tecnolgica Emergente No Nordeste
Na primeira metade do sculo XX, o Brasil era caracterizado - assim como os demais pases
da Amrica Latina - pela discrepncia econmica entre suas regies devido ausncia de um
mercado interno slido. Os pontos de estrangulamento correspondiam aos setores de
alimentao, transporte e energia, que seriam explorados com investimentos externos anos
depois, e que dariam margem transferncia do eixo produtivo agrrio para o industrial. Nessa
poca, a populao brasileira era predominantemente rural e no dispunha de aparatos
tecnolgicos acessveis, com exceo dos (raros) aparelhos de rdio.
A partir da dcada de 50, comearam a surgir ideias que nortearam o projeto de nao
uniforme para o pas. Todas as regies seriam economicamente equiparadas e providas de
significativa estrutura industrial. Essas ideias foram convertidas em um plano de integrao
nacional que ficou conhecido como nacional-desenvolvimentismo e foi posto em prtica entre
1960/1970. Um dos seus principais objetivos era tornar o Brasil um pas autnomo em
abastecimento de energia eltrica.
O plano evidenciou as desigualdades existentes no Brasil e seus resultados apresentaram a
regio Nordeste como a mais pobre do pas. Apesar dos contras, a aplicao desse projeto
culminou na criao da SUDENE (Superintendncia de Desenvolvimento do Nordeste), rgo que
objetivava o crescimento da regio atravs da modernizao das indstrias, com introduo de
novo maquinrio e novas formas de trabalho para absorver a mo-de-obra ociosa.
Estas inovaes provocaram mudanas na esfera social, na qual foram nitidamente
delineadas as classes da burguesia e do proletariado, e econmica, com o surgimento do termo
1999
nova economia para designar as atividades produtivas com menos custos, mais qualidade e
baseadas no exerccio prtico do conhecimento cientfico e tecnolgico.
Dentre os fatos mencionados anteriormente, o que mais impactou o setor tecnolgico foi a
Lei 10.076, de 11 de janeiro de 2001, conhecida como nova Lei da Informtica. A implantao de
um recurso legal formalizou a existncia de pequenas empresas no setor da informtica no pas e
proporcionou a oferta de servios da nova economia para setores da chamada velha economia.
Ou seja: instituies de ensino ou empresas de qualquer ramo tornaram-se praticamente
dependentes de aparatos tecnolgicos. Em virtude da ampliao do acesso a esses recursos,
houve um aumento no nmero de cursos especficos de graduao e ps-graduao na rea, alm
de atrair empresas multinacionais para o Brasil, com implantao de centros tecnolgicos da
Motorola, IBM, Microsoft, dentre outras.
3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada na execuo do projeto foi, estritamente, pesquisa bibliogrfica
relacionada ao tema. Devido ltima greve e demais contratempos, no foi possvel realizar
atividades de campo e entrevistas em Natal, como estava previsto. No entanto, a partir dos dados
2000
coletados pde-se construir um bom embasamento terico que servir de ferramenta introdutria
para a continuao do projeto em outro perodo, com a execuo das atividades restantes.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A partir das pesquisas bibliogrficas, pode-se constatar que a indstria de informtica
brasileira distribui-se de maneira heterognea e um tanto desigual no territrio do pas. Conforme
Pesquisa Anual de Servios realizada em 2004, os cinco e dez estados mais produtivos do ramo no
que diz respeito totalidade de empresas e pessoal ocupado localizam-se nas regies Sul e
Sudeste. O nmero de incubadoras atuantes e relacionadas ao desenvolvimento tecnolgico no
Nordeste em 2005, segundo a Associao Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores (Anprotec), era de 56 das 339 espalhadas pelo pas, sendo 123 apenas na regio Sul.
As estatsticas atuais obedecem mesma proporo das apresentadas a oito anos atrs, mas a
regio Nordeste vem ganhando destaque com o florescimento dos estados de Pernambuco e
Cear, por exemplo, que j so considerados polos de informtica a nvel nacional. Segundo
Tagore Villarim de Siqueira, 2007:
A Regio Nordeste apresenta um grande potencial para desenvolver um setor de servios
de informtica competitivo e relevante em termos nacionais, pois apresenta vantagens
locacionais (...), alm de contar com universidades e instituies reconhecidas pela
qualidade na formao de pessoal e na realizao de pesquisas cientficas e tecnolgicas.
O desempenho da regio entre 1996 e 2004 permite constatar que, at 2015, o Nordeste ter
aumento considervel de participao em dois segmentos da informtica nos quais j destaque:
manuteno e reparao de mquinas e atividades de banco de dados e distribuio online de
contedo eletrnico. Em 2004, a regio Nordeste atingiu os respectivos percentuais de 12,4% e
10%, que se aproximam do valor da contribuio regional mdia para a formao do PIB brasileiro
de 13%.
O Rio Grande do Norte comeou a ser includo no processo desenvolvimentista e
mercadolgico da informtica a partir da dcada de 1990, com o surgimento de diversas empresas
destinadas prestao de servios e revenda ou fabricao de produtos, dentre elas:
- Miranda (1987);
- Hot Line (1991);
- On Line Informtica (1993);
- Texas Informtica (1994);
- Engemtica (1996);
- Plugtech (1998).
2001
Todas as empresas citadas possuem certificao de qualidade outorgada pela Associao NorteRio-Grandense das Empresas de Informtica (ANEINFO), rgo representativo do ramo que tem
como objetivo integrar diversas empresas locais e auxili-las no seu desenvolvimento e
permanncia no mercado, promovendo treinamentos de pessoal, compra conjunta de
equipamentos, divulgao e propaganda, encontros entre os associados e financiamento para
aquisio de hardware e software. Alm disso, a ANEINFO tambm promove articulao
institucional com governos, entidades privadas e outros rgos de representao empresarial com
o fim de buscar facilidades econmicas para os associados. A certificao de qualidade dada
atravs do chamado Selo Informtica Legal ANEINFO, concedido s empresas que esto a pelo
menos cinco anos no mercado e atendem 80% dos critrios de avaliao da equipe de consultores
do SEBRAE, como pessoal, logstica, administrao e assistncia tcnica. A existncia de um rgo
representativo das empresas de tecnologia de informao demonstra a preocupao inerente em
auxiliar o crescimento do mercado local, que muitas vezes no valorizado pelos prprios
consumidores potiguares.
Para o pleiteio das causas dos profissionais da categoria, existe o SINDPD RN (Sindicato
dos Trabalhadores em Empresas de Processamento de Dados, Servios de Informtica e Similares
do Rio Grande do Norte), entidade criada pelos trabalhadores do ramo e que tem como funo
organizar-se poltica e juridicamente para defender seus interesses e direitos e, principalmente,
fiscalizar as aes tomadas pelos sindicatos patronais. Cada profissional filiado ao rgo deve
comparecer s assemblias referentes sua categoria ou empresa especfica e retirar 0,5% do seu
salrio base para contribuio associativa do SINDPD RN.
Embora o setor tecnolgico parea abandonado s vezes, sobretudo pela falta de
investimentos governamentais no ramo, a criao do SINDPD-RN na dcada de 80 representou um
avano no que diz respeito ao reconhecimento e existncia dos profissionais potiguares. Com o
surgimento das escolas tcnicas, o mercado de trabalho do Rio Grande do Norte precisou mudar
gradualmente sua configurao para absorver a mo-de-obra especializada e dar espao para que
ela se desenvolvesse de acordo com a tendncia de crescimento do setor.
Esse rearranjo do mercado ocorre at hoje, mas precisa acontecer num ritmo mais
acelerado para que o estado se equipare aos locais mais desenvolvidos do pas.
2002
5 CONCLUSO
O desenvolvimento das tecnologias de informao uma temtica extremamente recorrente
nos dias atuais e precisa ser estudada do ponto de vista local. Embora no tenha sido possvel
realizar atividades de campo, o que traria dados concretos sobre o impacto da informtica na
sociedade norte-rio-grandense, o levantamento do surgimento de empresas potiguares do ramo e
as estatsticas apresentadas permitem concluir que o Rio Grande do Norte possui capacidade para
desenvolver profissionais qualificados no setor, desde que haja investimento em pesquisa e
desenvolvimento e abertura de mercado para que os tcnicos possam atuar e evoluir,
contribuindo para o capital estadual.
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2004
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo relatar o
processo de desenvolvimento de um jogo eletrnico
educativo, sua abordagem temtica e sugerir prticas
para aplicao do software em turmas de Ensino
Mdio. O jogo chamado de O Jardim de Mendel e
voltado para os conceitos bsicos da Gentica
Mendeliana. Nele, o jogador/aluno ir atuar como o
personagem principal, Gregor Mendel, cujo objetivo
realizar experimentos com ervilheiras no jardim do
Mosteiro Agostiniano em Brno. Espera-se que, com a
2005
1 INTRODUO
A Gentica, como campo ativo da cincia, teve incio em 1900 com a redescoberta das
publicaes de Gregor Mendel de 1866, que compreendia o trabalho fundamental sobre seus
experimentos realizados por ele durante mais de uma dcada (entre 1856 e 1866), mas, somente
a partir de 1935, com a descoberta dos cromossomos, os achados de Mendel foram
verdadeiramente reconhecidos pela comunidade cientfica como as leis fundamentais sobre a
hereditariedade (MAAS, 2001, p. 02).
Considerando a importncia do ensino da Gentica no nvel mdio e sua relevncia na
contextualizao dos demais tpicos relacionados disciplina de Biologia do referido nvel de
ensino, objetivou-se o desenvolvimento de uma proposta didtica, mais precisamente um jogo
jogo eletrnico educativo, para funcionar como mdia educacional no ensino da Gentica
Mendeliana.
A proposta do jogo eletrnico foi simular, atravs de uma metodologia ldica, os
experimentos realizados com ervilheiras pelo monge Gregor Mendel entre os anos de 1856
1866, no Mosteiro da Ordem de Santo Agostinho, localizado na cidade de Brno, na poca
pertencente ustria.
Com o intuito de facilitar o desenvolvimento do jogo, foi utilizada, como base para o
design, a mecnica de um RPG eletrnico excetuando-se, no entanto, algumas caractersticas
clssicas, como o sistema de batalhas e evoluo dos personagens. A utilizao desse tipo de jogo
reconhecidamente atrativa. De acordo com Janet H. Murray (2003, p. 53) os RPGs constituem a
forma mais ativa de engajamento do pblico. Os jogadores so atores e espectadores uns dos
outros e os eventos que eles encenam tm o imediatismo das nossas experincias temporais.
O presente artigo relata o processo de desenvolvimento do referido jogo eletrnico, sua
abordagem temtica e sugere prticas para aplicao do software em turmas de Ensino Mdio,
preferencialmente do 3 ano do Ensino Mdio.
2006
Metfora derivada da experincia fsica de submergir na gua e ficar envolvido por uma realidade diferente (MURRAY,
2003, p. 97).
2 cone grfico escolhido por um usurio para o representar em determinados jogos e comunidades virtuais.
3 Grficos utilizados em sequncia para simular o movimento de personagens ou objetos em jogos 2D e 2,5D.
2007
Grficos pr-formatados para que possam ser combinados na construo de paisagens, mapas, objetos, e outras imagens.
No RPG Maker VX Ace, eles possuem a dimenso padro de 32x32 pixels.
2008
Quadro 01: Conceitos abordados nas etapas dos experimentos realizados por Mendel no jogo eletrnico.
Etapa 03
Etapa 02
Etapa 01
PROCEDIMENTOS REALIZADOS
NO JOGO
Coleta de sementes lisas
rugosas de linhagem pura.
Plantao de
linhagem pura.
Sementes
CONCEITOS
ABORDADOS
e Autofecundao
Linhagem pura
de
Caractere
Alelos
Realizao
de
fecundao
cruzada entre as plantas de
linhagens puras.
Fecundao
cruzada
Prole
Geraes
Heredograma
Expresso
Gentipo
Fentipo
Homozigoto
Heterozigoto
da
CONHECIMENTOS ESPERADOS /
QUESTES PROPOSTAS
a) Descreva como ocorre a autofecundao.
b) O que voc entende por linhagem pura?
c) Quais so as caractersticas das
linhagens puras abordadas na Etapa
01?
Figura 02: Mendel (avatar) coletando sementes de linhagem pura para iniciar os experimentos com ervilhas.
2009
Segundo Murray (2003, p. 63) o potencial para criar histrias (...) no computador no
provm de animaes de alta tecnologia ou de caras produes em vdeo, mas da concepo de
momentos dramticos. Considerando esse aspecto e relacionando-o com o teor da problemtica,
ficou clara a necessidade da conduo da experincia de maneira que a cada etapa concluda, com
a anotao e anlise de resultados e resoluo das questes propostas, alcanasse a satisfao do
jogador, instigando-o a dar continuidade aos experimentos.
CONSIDERAES FINAIS
O desenvolvimento do jogo "O Jardim de Mendel" foi direcionado para um caminho que o
transformasse em uma ferramenta para construo de conhecimentos, concentrando-se numa
interatividade que objetiva provocar a reflexo dos alunos sobre o tema abordado. A etapa do
desenvolvimento constituiu um desafio instigante no que diz respeito adaptao desse tipo de
mdia para abrigar os contedos propostos de uma maneira que, alm de despertar o interesse
dos alunos, possa auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, cumprindo assim o papel de uma
mdia educacional.
Ao final das prticas sugeridas no presente artigo, espera-se que, com a anlise dos
resultados obtidos durante a utilizao do jogo eletrnico, os alunos sejam capazes de chegar a
concluses prximas as que o prprio Gregor Mendel chegou aps seus experimentos, ou seja, de
perceber a existncia de um mecanismo de transmisso dos caracteres parentais para a prole, e
que estes so transmitidos de maneira proporcional a cada gerao. Tambm esperado que os
2010
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia Volume 3 Biologia das populaes. 3 ed. So Paulo:
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PAVO, A. Aventura da leitura e da escrita entre mestres de roleplaying games (RPG). So Paulo:
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2011
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo identificar os aspectos
que o ldico produz no processo de aprendizagem
infantil na Escola Municipal Nossa Senhora da Guia. Em
virtude disto dada a seriedade desta pesquisa tendo
em vista que fora observado por estes pesquisadores a
necessidade de aferir a influencia do fator ldico na
socializao de conhecimentos ocorrida no processo de
aprendizagem da escola estudada, sendo estes
fundamentadas na educao e lazer atingindo crianas
do ensino fundamental da rede pblica de ensino da
cidade de Parnamirim. Nos processos metodolgicos
2012
1 INTRODUO
O brincar por ser a essncia da infncia permitindo com o seu uso um trabalho pedaggico
que possibilita a produo do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento vem
fazendo com que a ldico venha conquistando espao no panorama nacional, principalmente na
vertente da educao infantil. possvel observar a introduo de praticas ldicas no ambiente de
aprendizagem das crianas. Sendo trabalhados com elas jogos e brincadeiras que devem ser
organizadas e bem planejadas para que possa ser alcanado o objetivo esperado.
Atravs do brincar possvel a facilitao no aprendizado, mostrando que o ldico pode
ser um instrumento indispensvel na aprendizagem, no desenvolvimento e na vida das crianas.
Pois se sabe que o brincar da criana tem papel decisivo na evoluo dos processos de
desenvolvimento humano (maturao e aprendizagem) e o jogo da criana ao ser analisado como
contedo nos permite perceber o que ela esta aprendendo na tenra idade, pois de forma
inconsciente o contedo do jogo retrata as motivaes intrapsquicas da criana.
O autor Paulo Nunes de Almeida menciona o fato de que o brincar raramente
considerada pela escola, e quando isso ocorre se perde as possibilidades da realizao, da alegria,
da espontaneidade e da festa e so trocadas pelo adjetivo educativo. As atividades ldicas
foram diretamente ligadas falta de seriedade, de compromisso e de convico aos contedos
que devem ser apresentados as crianas, mas esse pensamento se torna falho a partir do
momento que o ldico pode contribuir de forma significativa para o desenvolvimento do ser
humano, auxiliando no s na aprendizagem, mas tambm no desenvolvimento social, pessoal e
cultural, facilitando no processo de socializao, comunicao, expresso e construo do
pensamento.
Diante deste contexto, surge a necessidade de um novo olhar para a educao, sendo
menos formal e mais integradora, visando o ser humano integral, beneficiando assim as crianas.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 A importncia do Ldico enquanto Jogo da Vida
Os mais diversos autores falam sobre a importncia do ldico no processo de
desenvolvimento infantil e na aprendizagem, sendo eles: Vygostsky (1984), Negrine (1994), Santos
(1999), Sneyders (1996), Huizinga (1990), Marcellino (1990), entre outros.
Huizinga (1990) foi um dos autores que mais se dedicou ao estudo do assunto, vendo o
jogo em diferentes culturas e lnguas. O autor estudou suas aplicaes na lngua grega, chinesa,
japonesa, hebraica, no latim, ingls, alemo, holands, entre outros e o mesmo ainda verificou a
origem da palavra jogo em portugus, jogo; em Frances jeu; em italiano gioco; e em
espanhol juico. A palavra jogo do latim jocus, cujo sentido abrangia apenas gracejar ou
traar. Huizinga (1990) prope uma definio para o jogo que abrange tanto as manifestaes
competitivas como as demais. O jogo uma atividade de ocupao voluntaria exercida dentro de
2013
certos e determinados limites de tempo e espao, seguindo regras livremente consentidas, mas
absolutamente obrigatrias dotado de um fim em sim mesmo, acompanhando de um sentido de
tenso, de alegria e de uma conscincia de ser diferente da vida cotidiana.
J para Piaget (1975) e Winnicott (1975) conceitos como jogo, brinquedo e brincadeira so
formados ao longo de nossa vivencia, e a forma que cada um utiliza para nomear o seu brincar. E
atravs do jogo acontece o estimulo do crescimento e o desenvolvimento, a coordenao
muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa individual, favorecendo o advento e o progresso
da palavra.
A brincadeira esteve esta e sempre estar presente na vida da criana. Santos (1999)
afirma que para a criana, brincar viver. Pode-se afirmar que realmente brincar viver, pois a
criana aprende brincando e brinca aprendendo. Outros autores tambm mostram a importncia
da brincadeira, como destaca Chateau (1987, p.14) Uma criana que no sabe brincar, uma
miniatura de velho, ser um adulto que no saber pensar.. Por meio da psicologia a autora
Wajskop (1955, p.68) diz: Brincar a fase mais importante da infncia - do desenvolvimento
humano neste perodo por ser a auto-ativa representao do interno a representao de
necessidades e impulsos internos..
Vygotsky (1984) atribui relevante papel ao ato de brincar na constituio do pensamento
infantil. brincando, jogando, que a criana revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, ttil,
motor, seu modo de aprender e entrar em uma relao cognitiva com o mundo de eventos,
pessoas, coisas e smbolos.
Alguns desses autores falam de algo de que os pesquisadores vm nos apresentando ao
decorrer dos ltimos anos. Como muitos denominam o sculo XXI como o sculo da ludicidade,
pois vivemos em tempos que o entretenimento, a diverso e o lazer se apresentam como
condies muito buscadas pela sociedade. Sendo alvo de tanta ateno e desejo a dimenso
ldica se faz necessrio e fundamental o resgate de sua essncia, principalmente no mbito
escolar e de aprendizagem.
Reforando esse pensamento, podemos citar Oliveira (1990) aonde ele afirma que ... as
atividades ldicas so a essncia da infncia. Por isso h a necessidade de uma profunda
mudana da imagem da criana na sociedade para que se possa associar uma viso positiva as
suas atividades espontneas, gerando como decorrncia a valorizao dos jogos e brinquedos.
2014
3 METODOLOGIA
A amostra foi obtida por critrios de acessibilidade, entre as 42 escolas municipais da
cidade de Parnamirim - RN, a partir do oferecimento do tipo de ensino presentes no projeto de
pesquisa (Ensino fundamental). Aps esta seleo, elaboramos uma carta de apresentao para
ser encaminhada a escola, junto com uma cpia do projeto. O encaminhamento dessa carta foi
efetuado em mo da diretora da escola.
A pesquisa emprica foi realizada por meio da:
- Aplicao de entrevista estruturada com professores, englobando questes pedaggicas e
vinculadas ao ldico.
Foram realizadas 09 entrevistas, envolvendo todo o corpo de professores da escola.
Foram realizadas entrevistas individuais, a partir do roteiro de entrevista abaixo:
Quadro 1. Roteiro de entrevista utilizado na coleta de dados
Nome:___________________________________________________________________
Idade:_____________ Sexo: ______________
Qual a sua formao?
Profissional na rea de educao h quantos anos?
H quantos anos leciona na Escola Municipal Nossa Senhora da Guia?
Aps o inicio das atividades recreativas semanais foi notado alguma diferena
comportamental nas crianas?
Houve alguma outra mudana considervel que foi notada a partir do inicio dessas
atividades?
2015
Quadro 2. Distribuio etria, de gnero e formao dos sujeitos que participaram da primeira etapa da pesquisa
Sexo:
100% do Sexo Feminino
Formao:
100% com formao em Pedagogia
Tempo de atuao na rea de educao:
De 10 a 20 anos 33%
De 20 a 30 anos 67%
Tempo de servio na E.M. Nossa Senhora da Guia:
De 0 a 10 anos 22,22%
De 10 a 20 anos 44,44%
De 20 a 30 anos 34%
A partir das entrevistas foi construdo um quadro de comparao com os dados fornecidos
pelos entrevistados e os pesquisadores interpretaram os dados coletados transformando-os em
um a redao final.
3.1 Procedimento
Foi realizado um questionrio com os professores da Escola Municipal
Nossa Senhora da Guia, localizada no bairro de Emas na cidade de Parnamirim, Rio Grande do
Norte. Onde ocorrem prticas recreativas semanais. O grupo investigado trata-se de crianas do
1ao 5ano do ensino fundamental, com mdia de idade de 7 a 10 anos, que participam das
atividades ldicas fornecidas pela escola. A entrevista tem o objetivo de verificar os benefcios
consequentes do ldico no ambiente escolar e analisar as atividades desenvolvidas, identificando
seus objetivos e resultados. No que tange a parte bibliogrfica da pesquisa sero pesquisados
documentos e registros que entrem em correlao com referido tema desta pesquisa buscando
demarcar e particularizar-se com a sua problemtica, buscando assim explicao para a existncia
dos mesmos como tambm solues provisrias para eles atravs da elaborao de hipteses de
trabalho, abordagens descritivas e experimentais.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Analisando o quadro de comparao que foi obtido atravs das informaes
disponibilizadas pelos entrevistados percebe-se que o ldico mostra como contribuio no
2016
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Santa Catarina. Disponvel em: http://www.posuniasselvi.com.br/artigos/rev04-16.pdf. Acesso
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WINNICOTT, Donald W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
2017
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE: ferramentas digitais, comrcio exterior, ensino, profissional de comercio exterior, mercado de
trabalho
KEYWORDS: digital tools, foreign trade, education, professional of international trade, labor market.
2018
1 INTRODUO
O uso das tecnologias da informao se faz cada vez mais presente na vida de toda a
populao, no ensino tem sido cada vez mais constante o uso de artifcios tecnolgicos para a
melhoria e evoluo do aprendizado dos alunos e como uma forma de aliar a teoria pratica na
educao. As ferramentas tecnolgicas servem como um apoio aos professores para que estes
tenham uma forma verstil de verstil de mediar o processo de construo do conhecimento dos
alunos.
Com o avano da tecnologia, a escola assume um papel mais dinmico no processo de
ensino e aprendizagem, uma vez que o acesso informao se expande rapidamente atravs da
internet, mdias e outros meios de comunicao. Consequentemente, o papel do professor no
mais transmitir a informao, mas sim, levantar os conhecimentos prvios dos alunos e
ressignific-los a partir da sua mediao , construindo um dilogo crtico e reflexivo sobre os
contedos estudados. Para que as aulas se configurem dinmicas e contextualizadas com a
realidade dos alunos, o professor dever apropriar-se das Tecnologias de Informao (TIs) para
dar maior significado a sua prtica docente.
Na rea do Comrcio Exterior Brasileiro no tinha como ser diferente, h vrios recursos e
ferramentas tecnolgicas para se estudar o mercado, estudar as transaes comerciais, alm de
auxiliar nas pesquisas acadmicas na rea j que as transaes do comrcio exterior so feitas por
intermdio de software.
A profissionalizao nessa rea depende da utilizao da tecnologia da informao, pois
esse o futuro, ou melhor, o presente das transaes comerciais nacionais e internacionais. A forma
de se ensinar o comrcio exterior na atualidade passa pela necessidade de se utilizar de softwares
que ajudem ao aluno a ter um conhecimento prtico daquilo que est aprendendo e dessa forma,
tornar-se um profissional mais completo.
2019
relativas ao comrcio exterior de bens e servios...,alm da Secretaria da Receita Federal que est
presente nas importaes e exportaes, responsvel pelo desembarao aduaneiro das
mercadorias, operaes que so efetivadas, a cada dia, com mais rapidez e menos
burocracia.(VASQUEZ 2001, p.36), do Banco Central que cabe-lhe a responsabilidade de
cumprir e fazer cumprir as disposies que regulam o funcionamento do sistema e as normas
expedidas pelo Conselho Monetrio Nacional(VASQUEZ 2001, p.37) e da Secretaria de Comrcio
Exterior (SECEX)no qual pode baixar normas, modificar, suspender ou suprimir exigncias, traar
orientao, estabelecer as bases da poltica de seguros no comrcio exterior, formular as diretrizes
da poltica tarifria no campo das importaes (VASQUEZ 2001, p.35). Estas exercer o poder
supremo sobre o Comercio exterior brasileiro.
Tanto as importaes como as exportaes brasileiras podem ser contratadas por
intermdio dos Termos do Comrcio Internacional- Internacional Terms of Commerce
(Inconterms)- de acordo com Vasquez (2001, p. 39 ) Por serem facultativos, os termos aplicam-se
somente nas relaes entre comprador e vendedor, no regulando as modalidades de transporte,
uma vez que este regulado pelo contrato entre comprador/vendedor e transportador. Como
afirma o autor, os Inconterms no so obrigatrios na transao, sendo esse um acordo entre as
partes envolvidas.
Atualmente a maior parte da pauta de exportao brasileira se d por intermdio das
commodities, como caf, soja, frutas e minrio de ferro. De acordo com o jornal Folha.com (2011,
p.1) com o atual ciclo de valorizao das commodities, o pas conseguiu ampliar
significativamente a participao brasileira no comrcio mundial, mas no tem investido na
diversificao do setor produtivo. Alm disso o pas tem importado muitos produtos
industrializados de alto valor agregado, enfraquecendo assim, a indstria nacional. Na prtica,
isso significa que o Brasil vende a matria prima (a commoditie) a preos baixos e compra
produtos manufaturados, mais caro devido a sua transformao (FOLHA.COM 2011, p.1 ).
2020
De acordo com Miranda e Reis (2010), O aluno, para exercer sua liberdade no processo de
construo do conhecimento, precisa de motivao. Essa motivao s ser possvel mediante o
desenvolvimento de atividades ldicas, interativas e prazerosas. Alm de auxiliar na
aprendizagem terico-prtico do aluno, as ferramentas tecnolgicas tambm fazem com que o
mesmo se sinta em um ambiente mais familiar, no qual est mais acostumado podendo assim, se
desenvolver melhor.
preciso que haja um incentivo das polticas pblicas para a educao quanto ao
investimento de TIs em nosso sistema de ensino em todas as suas modalidades. Afinal, a
aprendizagem se torna significativa quando conseguimos relacionar a teoria com a prtica,
oportunizando diversas situaes de aprendizagem atravs de aulas em laboratrios, aulas de
campo, pesquisa e extenso e acesso aos aparatos tecnolgicos utilizados em nossa sociedade.
Ressaltando ainda, que fundamental para uma reestruturao em nosso sistema de ensino
no que se refere implementao das TIs no contexto educacional brasileiro, se faz necessrio
uma formao docente. Uma vez que as TIs so instrumentos que iro auxiliar na prtica de
ensino do professor, mas a forma como sero utilizadas, podero enriquecer as aulas, ou apenas
mascarar uma metodologia de ensino tradicional. Corroborando da ideia de que so as
metodologias que tornam uma aula inovadora, capazes de estimular a participao dos alunos.
Um professor poder se utilizar de aparatos como slides, softwares e manter uma postura
tradicional atravs de uma aula expositiva que no dialoga com a turma, mas ao contrrio, os
mantm numa posio passiva na construo do conhecimento.
2021
e manter a eficincia operacional nas organizaes. Mas os autores tambm atentam a uma
dificuldade nas organizaes na atualidade que podem comprometer o desempenho profissional
de um indivduo, explanando que:
o pleno potencial da tecnologia no tem sido aproveitado pelas organizaes, em
especial no tocante facilitao da criatividade e explorao de idias por parte dos
funcionrios ou como recurso de apoio em atividades de planejamento estratgico e
inteligncia competitiva. (BARBOSA E NACIF, 2012 p.114)
De acordo com Miranda e Reis (2010, p. 98) O software educacional todo programa de
computador desenvolvido com a finalidade de colaborar com o processo ensino-aprendizagem,
baseado em anlise e conhecimentos das reas de Educao e de Informtica. Programas como
Aprendendo a exportar, desenvolvido pelo Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio
Exterior (MDIC), e o ComexLabs, um simulador de Siscomex Desenvolvido pela empresa Visonet ,
sites como Portal do Exportador, Alice Web e o Sistema de Radar Comercial so alguns exemplos
de programas e sites que auxiliam tanto o aluno como os prprios empresrios na hora de
aprender e colocar em prtica as aes de importao e exportao.
O uso de software na educao tem se apresentado no apenas como uma ferramenta
de auxlio no desenvolvimento de tarefas, mas tambm como uma tendncia em nvel
mundial vem interferindo em variados setores profissionais, sejam pblicos ou privados,
direta ou indiretamente, todos fazem uso de algum servio sobre o qual a tecnologia est
sendo utilizada. (MIRANDA E REIS, 2010)
2022
informatizado que recebe e processa um fluxo nico de informaes, eliminando quase toda a
totalidade de documentos administrativos ento utilizados nas transaes com o exterior
(VASQUES 2011, p.28). Esses simuladores se apresentam com o intuito de, como o prprio nome
diz, simular as transaes de importao, exportao e drawback para dar suporte ao que os
professores ensinam em sala de aula, fornecendo tambm um conhecimento prtico do sistema
pelos estudantes.
Um exemplo de simulador de Siscomex o ComexLabs, que tem como objetivo oferecer a
estudantes e profissionais de Comrcio Exterior um aprendizado prtico de Siscomex Exportao,
Siscomex Importao e Drawback. Segundo informaes do site da empresa, no COMEXLABS o
aluno desenvolver processos de exportao, importao e drawback 1 vivenciando assim o dia-adia de uma empresa internacionalizada (seu futuro empregador).
A srie aprendendo a exportar foi desenvolvida pelo MDIC/SECEX e um produto
interativo de aprendizado que objetiva contribuir para a expanso da base exportadora brasileira
buscando uma maior participao das pequenas e mdias empresas que tem uma vocao
exportadora e desejam comear a investir no mercado internacional, com isso se busca voltar para
o pensamento exportador para empresas que, mesmo tendo produtos de boa qualidade, hesitam
em entrar no mercado externo. Como afirma VASQUES (2001, p. 23) : H que se profissionalizar a
rea. O assunto srio. No se deve olhar para o comrcio exterior s quando o mercado
domestico no vai bem., enfatizando que o pensamento exportador deve ser aplicado em todos
os setores da nossa economia e a informao a melhor forma de abrir o caminho para novos
profissionais especializados nessas transaes.
De acordo com FERNANDES (2011, p.2) O computador conectado internet uma
excelente ferramenta para esse propsito, pois os alunos de todos os nveis de ensino se rendem
s mltiplas possibilidades de entretenimento, descobertas, interaes e aprendizagens. E um
exemplo disso o Sistema de Anlise das Informaes de Comrcio Exterior via Internet,
denominado AliceWeb, da Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX) e do MDIC, no qual foi
desenvolvido com vistas a modernizar as formas de acesso e a sistemtica de disseminao dos
dados estatsticos das exportaes e importaes brasileiras. O AliceWeb atualizado
mensalmente, quando da divulgao da balana comercial, e tem por base os dados obtidos a
partir do SISCOMEX, sistema que administra o comrcio exterior brasileiro. No momento, o acesso
ao AliceWeb gratuito, porm necessita fazer cadastro, e com login e senha disponveis s
proceder a pesquisa de acordo com os filtros disponveis, como pas de destino, estado
exportador, tipo de produto, etc.
Outro exemplo de site utilizado especialmente para busca de dados na rea de comrcio
exterior o Radar Comercial, que de acordo com o MDIC (2009, p.65) um instrumento de
consulta e anlise de dados (data mining) relativos ao comrcio exterior, que tem como objetivo
principal ajudar na escolha de mercados e produtos que tenham maior potencialidade para o
incremento das exportaes brasileiras atravs de um sistema de busca e comparao de dados
1
De acordo com Vazques (2001, p.116), O Drawback um incentivo exportao relacionada diretamente com a
importao de mercadoria, que ser utilizada na fabricao, complementao ou acondicionamento de outra exportada.
2023
estatsticos. O Sistema Radar Comercial tem contribudo para a democratizao das informaes
relativas ao comrcio externo, propiciando a que mesmo as pequenas e mdias empresas (MDIC
2009, p.65). Para utilizar o sistema necessrio fazer um cadastro com informaes do usurio,
tendo este um login e senha especficos.
H ainda alguns sistemas de gerenciamento de documentos que extremamente
importante para o profissional de comrcio exterior que j est inserido no mercado; um exemplo
deste o TecWIN, um ferramenta comercial da Editora Aduaneiras utilizada por empresas que
trabalham diretamente com operaes de importao e/ou exportao, estando disponvel nas
verses web e desktop. De acordo com o fabricante, a ferramenta oferece uma forma simples e
gil de obter informaes confiveis sobre o que cerca as operaes de comrcio exterior,
possuindo uma atualizao diria dos dados, no qual fomentada pelos atuais recursos modernos
da informtica, como a integrao de sistemas. O TecWIN auxilia o profissional de comrcio
exterior a obter informaes sobre nomenclatura de mercadorias, alquotas fiscais e de tributos,
tratamento administrativo, acordos internacionais, preferncias comerciais de importao ou
exportao , taxas de cmbio, medidas de defesa comercial, planilha de custos e sobre a legislao
em relao exportao e importao.
As ferramentas de pesquisa citadas acima, alm de servirem como base para muitas
pesquisas de mercado e para estudo de setores da economia tambm d aos discentes uma
segurana de obter dados de fontes confiveis motivando-os a buscar novas formas de enriquecer
e aprimorar o ciclo de exportaes brasileiras, como cita Fernandes (2011):
O aluno, para exercer sua liberdade no processo de construo do conhecimento, precisa
de motivao. Essa motivao s ser possvel mediante o desenvolvimento de atividades
ldicas, interativas e prazerosas. Nesse sentido, de grande relevncia a proposio, para
o aluno, de atividades escolares com essas caractersticas para que ele se interesse pelo
processo de aprendizagem.
2024
6 CONSIDERAES FINAIS
As ferramentas de TI dentro do comrcio exterior so de suma importncia para o
desenvolvimento do profissional da rea de comrcio exterior, dos estudantes e tambm das
empresas exportadoras do pas. A insero da tecnologia no ensino pode aprimorar o
desempenho do aluno e tambm trazer uma experincia prtica das atividades no qual esse
futuro profissional venha a desempenhar. As ferramentas tecnolgicas citadas no artigo servem
de apoio didtico a professores da rea para estes poderem passar de forma completa e precisa
todos os termos que compe o ensino na rea do comercio internacional.
Alm disso, necessrio que haja um comprometimento das Instituies de Ensino e dos
professores para que o uso desses instrumentos tecnolgicos sejam utilizados pelos alunos, j que
de grande importncia no mercado atual que haja profissionais devidamente qualificados para o
Comrcio Exterior, que tido como profisso do futuro. O uso da tecnologia na educao em geral
uma realidade que tem de ser levada em conta j que o avano tecnolgico chegou em grande
parte do planeta e , no mundo em que vivemos hoje, uma necessidade.
Por fim, quando nos referimos a tecnologia educacional no nos limitamos somente s
ferramentas tecnolgicas, mas a toda dinmica que envolve o processo de ensino e aprendizagem.
Trata-se de uma construo do pensamento mais complexo, capaz de compreender o mundo de
informaes ao seu redor to acessveis com o desenvolvimento tecnolgico. Usar as TIs de forma
tica para produzir conhecimento que possam melhorar a qualidade de vida da nossa sociedade. E
2025
tal faceta no ser realizada somente com instrumentrio. A tecnologia educacional vai mais alm
quando se propem a revolucionar a prtica de ensino, de modo que professor e alunos se
percebam enquanto coletividade, trocando experincias e construindo saberes. Ou seja, no basta
conhecer aparatos tecnolgicos, mas preciso saber o que fazer com eles, a partir de uma prtica
de ensino que promova a autonomia dos alunos e uma postura crtica e reflexiva diante do
bombardeio de informaes que recebem a todo instante e tambm da forma como esse
profissional ir fazer o uso delas quando estiver no mercado.
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2026
RESUMO
2027
1. INTRODUO
O xadrez um jogo de tabuleiro praticado por dois jogadores onde so utilizadas 32 peas (16
brancas e 16 negras). Cada jogador joga com uma cor e comea o jogo com oito Pees, duas Torres, dois
Cavalos, dois Bispos, uma Dama e um Rei totalizando suas 16 peas. Cada pea tem seu movimento
particular. O tabuleiro tem oito linhas e oito colunas com casas de cores que alternam entre pretas e
brancas, com um total de 64 casas. O objetivo do jogo capturar o rei adversrio. O xadrez reproduz uma
situao de batalha no tabuleiro onde cada jogador comanda seu exercito de peas para atacar o
adversrio, e ao mesmo tempo se defender dos ataques dele.
Ao contrario do que muitas pessoas pensam, aprender a jogar xadrez no difcil. Memorizar o
movimento de cada pea e as regras do jogo relativamente fcil. Mas para se jogar em alto nvel preciso
mais do que saber as regras do jogo. Para isso, necessrio muita dedicao, estudo e prtica. Alm de
vrias habilidades como concentrao, raciocnio, abstrao, memorizao, capacidade de clculo, entre
outras. O fato de essas habilidades estarem ligadas ao xadrez, nos leva a desconfiar que a prtica desse
jogo contribua com o desenvolvimento destas habilidades numa pessoa que inicia a sua prtica.
Consideramos o xadrez no apenas mais um jogo de tabuleiro que jogado apenas pelo lazer que
ele proporciona, mas tambm como uma cultura que se estabelece, desenvolve-se e evolui paralelamente
ao desenvolvimento humano. Levando em considerao que o xadrez estimula a atividade cerebral, a sua
adoo nas escolas provavelmente proporcionaria bons resultados no ambiente acadmico.
O xadrez pode ser visto de muitas maneiras distintas. Algumas pessoas o vem apenas como um
jogo de tabuleiro qualquer que jogado como diverso e passatempo. H tambm pessoas que o vem
como um esporte. Outros enxadristasj o consideram uma arte. Mas ao longo desse trabalho iremos
apresentar o xadrez como Cincia.
O objetivo desse trabalho apresentar fatos que evidenciemos benefcios que uma escola pode ter
ao implantar o xadrez como disciplina obrigatria ou como opo para os alunos que se interessem em
pratic-lo. Iremos discutir se o xadrez cairia melhor como disciplina obrigatria ou como uma opo dentro
da escola apenas para aqueles alunos que se interessem.
Entre as cinco escolas melhores colocadas no ENEM (Exame Nacional do Ensino Mdio) iremos citar
quais tm xadrez e de que forma o ele existe nessa escola. O xadrez no nosso campus j vem sendo
estimulado desde 2010 com o Projeto Xadrez na Regio do Mato Grande. Ns Iremos relatar quais
benefcios o nosso campus teve com implantao do xadrez, alm dos benefcios que outras escolas
tambm tiverem.
Para muitas pessoas, o xadrez tem uma relao muito forte com a matemtica. Ao longo desse
trabalho, iremos tambm relatar que relao essa e as habilidades em comum do xadrez com a
matemtica.
2028
meados do sculo XV, surgiram as primeiras anlises de aberturas, com destaque na Europa, e a partir da
as pessoas passaram a estudar o xadrez.
Com o passar do tempo, vrias idias distintas relacionadas ao estudo do xadrez foram surgindo, e
muitas dessas idias tornarem-se escolas que inspiravam os enxadristas da poca. Dentre as diversas
escolas historicamente registradas, iremos destacar trs delas.
2029
2030
2031
dos resultados do ENEM tambm ferramenta para os pais de alunos na hora de decidir em qual
instituio matricular seus filhos.
Estando sempre entre os destaques no ENEM, o Instituto Dom Barreto de rede privada localizado
em Teresina no estado do Piau, ficou em segundo lugar no ranking geral do ENEM 2011 com mdia total
de 754,13 e participao de 95,7% de seus alunos. Os alunos do Instituto Dom Barreto tmum currculo
diversificado onde inclui o xadrez (para desenvolver o raciocnio lgico e estratgico), nanotecnologia,
robtica e at latim. O aluno do Instituto Joo Gabriel Soares Ferreira de 12 anos foi campeo de xadrez na
etapa local das Olimpadas Escolares Brasileiras e classificou-se para a etapa nacional.
Os alunos do Colgio So Bento jogam xadrez durante o intervalo entre as aulas, mas apenas como
lazer. Os diretores do colgio Vrtice de so Paulo, terceiro colocado no ENEM 2011, promovem atividades
extracurriculares como cursos de xadrez para garantir o bom desempenho em sala de aula. O Colgio
Vrtice criou o Vrtice Espao Cultural que oferece atividades para qualquer faixa etria como cursos
regulares em vrias reas com o objetivo de ampliar o conhecimento. Entre essas reas esta a de exatas
que inclui xadrez robtica e informtica.
No colgio Bernoulli,quarto colocado, o xadrez uma atividade divertida que praticada
principalmente no perodo de olimpadas internas, alm de haver uma sala de xadrez e artes no Colgio.
No Colgio Santo Antnio de Minas Gerais, 5 colocado no ENEM, o xadrez oferecido como
atividade extracurricular pelo educador Frederico GazelColen Pereira com aulas em grupo uma vez por
semana com durao de uma hora para cada nvel (Iniciante, Bsico e Intermedirio).
Confira abaixo a tabela das cinco melhores escolas no ranking do ENEM 2011 com base na nota do
resultado do ENEM 2010.
Tabela 1: Escolas melhores colocadas no ENEM 2010
Colocao
Nome da escola
Estado
O xadrez
1
Colgio So Bento
Rio de Janeiro
Lazer
2
Dom Barreto
Piau
Curricular
3
Vrtice
So Paulo
Extracurricular
4
Colgio Bernoulli
Minas Gerais
Lazer
5
Colgio Santo Antnio
Minas Gerais
Extracurricular
Fonte:HTTP://WWW.SITEDOENEM.ORG/MELHORES-ESCOLAS-DO-ENEM-2011Acesso em: Setembro 2012
O Centro de Educao Integrada de Natal (CEI) de rede privada foi o melhor colocado do ENEM
2011 do estado do Rio grande do Norte com participao de 90,3% de seus alunos e com mdia total de
683.29 o colgio ficou na 192 posio no ranking nacional do ENEM. O xadrez no CEI uma atividade
esportiva estimulada pelo professor Fritz e seus alunos se destacaram na edio de 2012 no campeonato
estadual de xadrez do Rio Grande do Norte na categoria de menores.
2032
Estadual Professor Francisco Bittencourt que vai de 12 de Setembro 14 de Novembro com duas horas
semanais de aula toda quarta-feira.
O instituto disponibiliza um espao para a prtica do xadrez, uma sala que fica ao lado do
laboratrio de matemtica, onde ocorrem basicamente todas as atividades relativas ao xadrez do campus
como lazer e os treinos. Essa sala fica aberta pela manh das 8h00min s 11h00min por mim e tarde das
14h00min s 17h00min pelos voluntrios Erick e Pedro Henrique que estudam pela manh.
Por quantas vezes as pessoas deixaram de resolver um problema matemtico por no terem
condies de traar estratgias mentais capazes de apontar uma possvel soluo? Durante uma partida, o
enxadrista deve traar, por diversas vezes, um plano estratgico para conseguir uma melhor posio no
tabuleiro que o faa vencer a partida. Alm disso, a reviso continua de um plano preestabelecido
essencial para aqueles que jogam uma partida de xadrez ou desejam chegar resoluo de um problema
matemtico. Essa atividade que necessria para jogar xadrez pode estar sendo desenvolvida durante a
partida, com isso ir facilitar na hora de traar um plano estratgico para resolver um problema
relacionado matemtica.
2033
Em 1848, foi proposto pelo enxadrista Max Bezzel (1824-1871) um problema que foi avaliado por
vrios matemticos como Gauss. O problema consiste em colocar sobre um tabuleiro de xadrez oito Damas
de forma que uma no ataque a outra em vertical, horizontal nem em diagonal. Para que isso acontea,
necessrio que duas Damas no estejam numa mesma linha, coluna ou diagonal. A primeira soluo para
esse problema s foi proposta em 1850 por Franz Nauck que tambm generalizou o problema para um
tabuleiro de ordem ncom n Damas. Encontrar a soluo para esse problema no fcil. Calculando o
nmero de maneiras distintas que podemos colocar oito Damas num tabuleiro 8x8 usando anlise
combinatria, ficaria:
64
8
64
=
2034
Rn = Ra + k . (Po-Pe)
Onde:
Rn = Novo rating do enxadrista
Ra = Antigo rating do enxadrista
K = Fator que varia normalmente de 10 a 30 dependendo do numero de partidas jogadas pelo
enxadrista.
Po = Pontuao obtida em uma partida (vitria: 1 ponto, empate: 0,5 ponto e derrota: 0 ponto).
Pe = Pontuao esperada, que calculada da seguinte forma:
1
Pe =
/400
1 + 10
Ra = Antigo rating do enxadrista
R = Antigo rating do seu oponente
2035
xadrez. No adianta querer forar as pessoas que se mostrem desinteressadas a praticar o xadrez, no s
por que os resultados esperados tm grandes chances de no darem certo, mas tambm por que se for
uma obrigao, os alunos iriam ficar dispersos durante as aulas.
Pesquisas educativas feitas relacionadas com o xadrez mostram a influncia deste jogo sobre seus
praticantes, melhorando sua disciplina, relacionamento com as pessoas, respeito as leis e as regras, etc.
Sendo um esporte, uma arte ou uma cincia, o xadrez aquele esporte que exercita a mente. Esse
jogo pode preparar o jovem para atividades srias que ele ir enfrentar no decorre de sua vida, tratando do
autocontrole que o individuo deve ter. Sem duvida, melhor errar numa partida de xadrez, do que em sua
vida numa situao seria. melhor desenvolver o autocontrole durante uma partida de xadrez do que o
desenvolver errando durante a vida do individuo.
9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Silva, W. A natureza do jogo de xadrez
Oliveira, C. A. S., Castilho, J. E. O xadrez como ferramenta pedaggica complementar na
Educao matemtica
2036
RESUMO
Considering the idea that the EAD is a form of teachinglearning, mediated by technology, where students and
teachers are physically separated, the distance is
configured as a form of professional qualification, in
which studentsfrom the various sections of the
population are inserted, with the firm intention to
acquire academic knowledge needed for a quality
education. The paper aims to understand the general
and specific student profile Degree in Spanish Literature
of the distance mode, the Federal Institute of Rio Grande
do Norte (IFRN) Polo presence support Marcelino Vieira,
2037
1 INTRODUO
No cenrio da educao o ensino a distncia vem ganhando uma posio de destaque,
ampliando o acesso ao conhecimento por meio das tecnologias da informao e comunicao, que
nessa modalidade de ensino tornam-se responsveis pela disseminao do conhecimento. A
educao a distncia contribui para ampliar as oportunidades de trabalho e aprendizagem uma
vez que, se constitue em uma alternativa para formao profissional e educacional.
Essa modalidade de ensino rompe com os paradigmas tradicionais, centrado na
transmisso presencial de informao do docente para o discente. Em que o aluno torna-se
autnomo no processo de construo da sua aprendizagem e o professor passa a exercer a funo
de mediador/facilitador do processo de ensino aprendizado.
Diante desse contexto, a pesquisa realizada tem como foco identificar o perfil do aluno da
EAD, especificamente do curso de Licenciatura em Letras Espanhol, do polo de apoio presencial de
Marcelino Vieira, ofertado pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Sendo que os
fatores socioeconmicos, caractersticas comportamentais, competncias e habilidades foram
decisivos para que se pudessem traar as particularidades e singularidades que definem o perfil do
aluno da educao a distncia desse curso, contribuindo para o aperfeioamento dessa
modalidade de estudo.
Sob essa tica, buscamos compreender a realidade a qual est inserida o aluno de EAD da
referida cidade. Como tambm, identificar o grau de satisfao dos estudantes quanto qualidade
do curso, e as principais dificuldades vivenciadas nesse processo de aprendizagem.
Dessa forma, podemos chegar s informaes desejadas em que se evidncia que a
maioria dos alunos que frequentam o curso de Letras Espanhol a distncia no polo de apoio da
cidade de Marcelino Vieira, estuda e trabalha, tendo que conciliar a vida profissional a acadmica.
Outra dificuldade elencada por os participantes da pesquisa o fato de que o acesso ao ambiente
virtual de aprendizagem Moodle acontece com mais frequncia no polo presencial visto que,
alguns destes alunos no dispem de ferramentas como computadores, fato que dificulta o acesso
aos contedos nos finais de semana, em que o polo permanece fechado. Toda via esse fato no os
impede o acesso dirio a plataforma Moodle no decorrer da semana, por que o compromisso com
a formao uma prioridade destes estudantes enquanto graduandos do curso de Letras
Espanhol.
2 FUNDAMENTAO TERICA
2.1 A educao distncia.
Em 1996 com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao (LDB) o Brasil deu um grande salto no
que se refere ao ensino distncia, nesse perodo que se constituem os primeiros cursos
superiores regulamentados pelo ministrio da educao (MEC) direcionados modalidade EAD.
2038
Desde ento a oferta desses cursos vem crescendo significativamente e isso se deve a vrios
fatores tais como as novas tecnologias ou as famosas (TICS), que so uma das principais
ferramentas responsveis, em mediar esse processo de ensino, uma vez que a realizao da
aprendizagem se d atravs das relaes tecnolgicas, o que faz com que o modelo de ensino
aprendizagem acontea de uma nova forma, desafiadora, que tem como meta a construo de
conhecimentos; embasada na constituio de processos ldicos e prazerosos. Para Kramer (1999),
existe uma relao que praticamente indissocivel entre a EAD e as tecnologias da comunicao,
pois estas ultimas so os meios indispensveis ao funcionamento do sistema, sem os quais a EAD
no se realiza. Seguindo esse principio, possvel compreender o quanto essas novidades
tecnolgicas vm proporcionando a dinamizao do conhecimento nas mais diversas reas do
saber, tudo isso em busca de facilitar a formao qualificada para o mercado de trabalho.
Diante das transformaes que vm acontecendo em nossa sociedade podemos
considerar que estamos vivendo tempos de discusso que nos permitem refletir sobre as
tecnologias da informao e comunicao no texto da Educao Distncia (EAD). [...]
podemos entend-la como meio para incluso, na qual visa a partir de um espao
interativo, troca de saberes em que devem ser potencializadas competncias que possam
garantir a formao de um cidado atuante na presente sociedade. (Rodiney Marcelo
Colunista: Brasil escola PG: 1 de 1)
2039
2040
3 METODOLOGIA
Para construo dessa pesquisa foi utilizada abordagem qualitativa e quantitativa.
Segundo (FACHIN, P.81). abordagem qualitativa caracterizada pelos seus atributos e relaciona
no somente aspectos mensurveis, mas tambm definidos descritivamente. Ainda sobre a
pesquisa qualitativa; MINAYO Acrescenta que:
A pesquisa qualitativa responde a questes muito particulares ela se preocupa, nas
cincias sociais com um nvel de realidade que no pode ser quantificado. Ou seja, ela
trabalha com um universo de significados, motivos aspiraes, crenas, valores e atitudes,
o que corresponde a um espao mais profundo das relaes, dos processos e dos
fenmenos que no podem ser reduzidos operacionalizao de variveis (Minayo, 1994:
p.21-22).
2041
Como se pode observar o numero maior dos estudantes que permanecem no curso da
turma que iniciou no ano 2012. Sendo que do total dos que foram entrevistados 19 desses do
sexo feminino e apenas 2 do sexo masculino, isso revela um maior interesse pela formao por
parte das mulheres.
2042
Figura 3: Alunos que conciliam o trabalho ao curso Licenciatura em Letras Espanhol do (IFRN) Campus EAD do polo
de Marcelino Vieira. (Fonte: prpria).
visvel a maioria dos alunos que frequenta o curso e trabalha. Esses dados s vm a
comprovar o senso da (ABED) Associao Brasileira de Educao a Distncia, que aponta que mais
de 70% dos alunos da EAD, estuda e trabalha. A figura 04 indica os locais de onde os alunos
acessam o ambiente de ensino-aprendizagem Moodle.
Figura 4. Local de onde os alunos acessam as atividades acadmicas do curso na Modalidade de ensinoaprendizagem EAD.
2043
Figura 5: A frequncia em que a internet acessada para as atividades do curso. (Fonte: prpria).
O resultado dessa questo indica algumas das dificuldades apontadas pelos estudantes.
valido acrescentar que estas so resultantes de um processo de ensino-aprendizagem no qual o
aluno o principal responsvel pelo seu desenvolvimento e aquisio do conhecimento.
2044
5 CONCLUSO
Esse estudo permitiu conhecer algumas das caractersticas inerentes aos discentes
egressos no curso de Espanhol do (IFRN) Campus EAD do polo de apoio presencial de Marcelino
Vieira. Com referncia a essas caractersticas indicadas a partir desse estudo identifica-se: que a
maioria dos alunos do curso so trabalhadores, o que refora a ideia da oferta dos cursos a
distncia. Ademais, uma parcela considervel desses estudantes que trabalham no dispem de
uma renda suficiente para se manter sem a ajuda de outros membros da famlia. Esse dado vem a
fomentar as consideraes tecidas por o palestrante Walter Longo que acrescenta que a EAD
apareceu como uma soluo para promover a incluso de milhares de jovens residentes em
cidades pequenas no interior dos Estados, que no tinham instituies de ensino superiores no
Norte, Nordeste.
Nesse sentido compreende-se que essa nova forma de ensino proporciona o
conhecimento, sem que os estudantes precisem se deslocar das suas cidades, assim gastam
menos e ainda tem maior oportunidade de ficar mais tempo com os familiares. So estudantes
comprometidos que sabem administrar o tempo reservado as atividades acadmicas do curso,
tornando-se responsvel pela sua aprendizagem mobilizando esforos na perspectiva de construir
sua autonomia. valido ressaltar que o conhecimento de algumas das caractersticas destes
estudantes em formao colaborativo na compreenso de quem so esses estudantes somado
a futuros outros estudos que venham aprofundar e produzir na mesma consonncia, e assim
permitir Universidade e as equipes de trabalho envolvidas com o curso traar o perfil desse
publico. Mediante essa investigao possvel dar continuidade a esse estudo expandindo-o para
os outros os polos que ofertam o mesmo curso, e assim aprimorar as polticas pedaggicas do
curso no que se refere elaborao de materiais impressos destinada aos referidos discentes,
visto que uma grande maioria destes no dispe de ferramentas como computador para acesso
das atividades acadmicas ficando limitados ao acesso do Polo Presencial, entre outras
necessidades que possam ser sanadas ou ao menos minimizadas.
6 REFERNCIAS
KRAMER, rika A. et. Al. Educao distncia: da Teoria prtica. Porto Alegre. Alternativa. 1999.
NISKIER, Arnaldo. Educao distncia: a tecnologia da esperana. So Paulo: Ed. Loyola. 2000.
NUNES, Ivnio Barros. Noes de educao distncia. Braslia, 1997. (mimeo)
MORAN, Jos Manuel e MASETTO, Marcos T. Novas tecnologias e Mediao Pedaggica. So
Paulo: Papirus, 2000. (p. 67- 131).
FREIRE, PAULO. Pedagogia da Autonomia - Saberes necessrios prtica educativa. So Paulo,
Brasil: Paz e Terra.
FERREIRA ZULEIKA, MENDONA GILDA_ CEFET-GO. Projeto de aprendizagem: O perfil do Aluno de
Educao a Distncia no Ambiente Teleduc.
PEREIRA CARLOS, SOMMERHALDER ALINE, BRAGA FABIANA, CURY ROSELY. Projeto de pesquisa:
2045
2046
RESUMO
Este trabalho insere no mbito da pesquisa Ensino do
Cooperativismo: Anlise dos contedos do Programa
Cooperjovem e das discusses propostas pelo programa
Cooperjovem. A metodologia utilizada ser pesquisa
bibliogrfica e documental, com base em material j
publicado, por permitir ao investigador a cobertura de
uma gama de Fenmenos muito mais ampla do que
aquela que poderia pesquisar diretamente, cabendo,
portanto ao investigador analisar em profundamente
cada informao e assim minimizar possveis
incoerncias, conforme (GIL, 2010). As fontes a serem
2047
1 INTRODUO
Busca-se neste trabalho analisar as redaes pertencentes s categorias 1 |1 ao 4 ano| e
categoria 1 |5 ao 9 ano| do programa Cooperjovem vinculado ao Servio Nacional de
Aprendizagem do Cooperativismo - SESCOOP Nacional, entidade do Sistema S pertencente a
Organizao Brasileira das Cooperativas OCB, uma vez que, desde a promulgao da Nova
Constituio, em outubro de 1988, tem sido cada vez mais generalizado o anseio por uma
instruo formal sobre cooperativismo nas escolas.
O Programa Cooperjovem, antes de tudo, traz consigo a experincia de colaborar para a
formao de cidados cooperativos, os quais vejam na cooperao um valor a ser vivido em todos
os ambientes por onde circulam e, consequentemente, sejam trabalhadores mais solidrios e
dispostos a criar laos de confiana que viabilizem a participao e convivncia democrtica.
Nesse sentido, o programa Cooperjovem aponta o seu compromisso o ensino do
cooperativismo, capaz de sensibilizar alunos e professores para adoo de valores que dialoguem
com os princpios do cooperativismo, de tal forma que o sistema seja entendido com uma
alternativa econmica e social que se pretende mais solidria, justa, autnoma, democrtica e
participativa. Assim, refora-se que a ideia de que os valores, princpios e normas que prope so
um paradigma que ajuda a orientar a ao dos cooperadores, no seu empenho em prol da
realizao dos objetivos da cooperao (SHNEIDER, 1993).
2 REVISO BIBLIOGRFICA
Estudos voltados para essa temtica do ensino de cooperativismo podem ser encontrados
nos trabalhos de PINHO (1984; 1987; 1992), SCHNEIDER (2003), dentre outros. Esses trabalhos
que tm constitudo as bases acerca da problemtica do ensino do cooperativismo nas escolas,
sendo, pois, ponto de partida e de referncia terica para pesquisas futuras.
Contribuio relevante advinda das pesquisas sobre o ensino do cooperativismo se refere
prpria essncia do cooperativismo a seus valores e princpios. Em abordagens de base terica
voltada ao ensino formal, por exemplo, deixa perceber que o aluno passa a relacionar-se com o
seu grupo e com o meio; a desenvolver o senso critico, e processo de tomada de decises de
forma que suas opes o satisfaam pessoalmente e que sejam socialmente positivas na
construo de uma sociedade onde todos possam ter maiores possibilidades de viver de forma
harmnica e sustentvel, no apenas ser visto com um produto acabado, com um fim em si
mesmo, para ser concedido como unidade de sentido necessariamente ligada a atividades de
comunicao e de satisfao para um determinado grupo.
A legislao brasileira, lei n 5.764/71 Define a Poltica Nacional de Cooperativismo,
institui o regime jurdico das Sociedades Cooperativas e d outras providncias, em seu artigo 28,
inciso II, seguindo o que preconiza este artigo estabeleceu a obrigatoriedade da Criao do Fundo
de Assistncia Tcnica Educacional e Social FATES, para atender aos anseios educacionais dos
2048
cooperativistas brasileiros, este fundo constitudo e pelo menos 5% (cinco por cento) de suas
sobras lquidas apuradas no exerccio.
Mas, apesar da criao da FATES, da preocupao com a educao, os cooperativistas ainda
necessitavam as melhores condies de acesso ao ensino de cooperativismo no Brasil e em 1999,
nasceu o Servio de Aprendizagem do Cooperativismo SESCOOP, para dar suporte educao
cooperativista do Brasil, rgo responsvel pelo ensino de cooperativismo em todos os nveis de
educao regular e especifica.
Logo, o SESCOOP percebeu a necessidade de despertar na comunidade os valores que
norteiam os ideais cooperativistas e criou o programa Cooperjovem o ensino do cooperativismo
nas escolas, balizado pela educao comprometida com a construo da cidadania.
Uma vez que apesar do instinto de cooperao, o cooperativismo no nato. preciso
aprend-lo e primeiramente mister acreditar e conhecer o mtodo v-lo funcionando e
compreender seus mecanismo bsicos, assim como preciso conhecer e comungar com seus
valores e princpios. fundamental ainda compreender como esses valores e princpios se refletem
nas decises e nas atividades do cotidiano. Para isso necessrio constituir uma convico e esta
uma tarefa para o ensino do cooperativismo (KRUEL, 2001). Logo, tem-se o SESCOOP Nacional a
perspectiva da elaborao dos contedos e da prtica do ensino de cooperativismo nos mais
diversos nveis.
A experincia ensina e a vida educa. A cooperao, como parte da vida e
das experincias e tambm educa, [...] No entanto, deve-se tomar cuidado
com os maus ensinamentos. A cooperao educa, quando formula
exigncias a seus participantes que somente podero satisfazer, se forem
capazes de adquirir novos conhecimentos e adotar novos conhecimentos e
adotar novas formas de comportamento (SCHNEIDER, 2003).
A educao um principio, um elemento dispensvel da cooperao,
porque essencial para sua a existncia das cooperativas, para o
entendimento e a aplicao prtica dos outros princpios cooperativos, para
o crescimento das cooperativas e o progresso do Movimento Cooperativo,
um movimento que deve comear e continuar na mente dos homens
(SCHNEIDER, 2003 apud Watkins, 2003).
Portanto, o ensino de cooperativismo nas escolas, possui uma dupla finalidade, sendo
estas, proporcionar uma informao geral sobre o cooperativismo a todos os discentes; e fornecer
subsdios para colaborar para a formao dos dirigentes, administradores e educadores
cooperativistas. A educao o ponto de partida para a formao de uma nova racionalidade, um
novo jeito de desencadear a construo das identidades e a percepo do ambiente como lugar de
2049
3 METODOLOGIA
O trabalho a ser realizado trata-se de uma pesquisa bibliogrfica, pois ser elaborado com
base a observar e analisar as redaes pertencentes s categorias 1 |1 ao 4 ano| e categoria 2
|5 ao 9 ano| do programa Cooperjovem vinculado ao Servio Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo SESCOOP Nacional.
Nestes termos, ser realizado um levantamento de todo material (especificamente as
produes de egressos no 2 Prmio Nacional de Redaes do Cooperjovem), j publicado junto a
unidade do SESCOOP Estadual. Para esse estudo ser considerado a unidade do estado do Rio
Grande do Norte. Em seguida uma leitura de carter exploratrio sob a tica dos pressupostos
tericos de (KOCH, 1994), (MARCUSCHI, 1983) e os Parmetros Curriculares Nacionais (1999) e
entre outros, sob o vis dos materiais publicados pelo Programa Cooperjovem vinculado ao
Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo - SESCOOP Nacional, entidade do Sistema
S pertencente Organizao Brasileira das Cooperativas OCB.
2050
4 RESULTADOS E DISCUSSES
A pesquisa se inscreve na abordagem do mtodo dialtico, por fornecer as bases para uma
interpretao dinmica da realidade, uma vez que, os fatos sociais no podem ser entendidos
quando considerados isoladamente, abstrados de suas influncias polticas e culturais (BAKHTIN,
19997).
No entanto, as anlises surgem de problema ligado ao um objetivo especifico, que
analisar as produes dos egressos no 2 prmio nacional de redaes do Programa Cooperjovem,
no que cerne a verificar a construo do sentido do texto a partir do uso de marcadores
argumentativos. Portanto, os processos de coleta e anlise de dados transcorrero conforme as
etapas descritas a seguir:
Inicialmente, analisamos as produes do discurso veiculadas no 2 prmio de redaes do
Cooperjovem, e por fim analisar os contedos abordados na proposta do programa cooperjovem a
partir dos Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs).
Partindo do pressuposto de que a estrutura semntica lexical dos verbos fornece as
informaes relevantes para a projeo dos argumentos na sintaxe, pretende-se investigar neste
trabalho as seguintes hipteses:
Podemos ver que no verbo passar introduzido depois do uso da preposio com na frase
com o passar do tempo, temos assistido... (fragmento da produo de texto i), admite
alternncias entre o copredicao com o verbo, visto que a sentena se constri a partir da
introduo de um argumento realizado com diferentes funes sintticas. J no enunciado ...
uma corrida desmedida no campo de trabalho, trapaas, mentiras, violncias que no tem fim,
verificamos que o uso da preposio que se manifesta pela justificativa ou explicao
relativamente ao enunciado anterior temos assistido, assim como podemos verificar na
produo texto ii (aluno do 8 srie) em meio sociedade capitalista em que vivemos, sentimos a
necessidade..., o autor justifica algo que vai ser dito, ou seja, faz uma declarao inicial.
Evidenciamos no fragmento a seguir uma relao discursiva diferente: To competitiva
natureza do homem que se esquece.... O uso do to acresce uma provvel constatao de
declarao apresentada, ou seja, atravs de um novo ato de fala, pois possui carter
argumentativo. J no segundo pargrafo da produo i identificamos diferentes tipos de
marcadores argumentativos, no qual esto destacados:
Esse o princpio fundamental do cooperativismo, o elo entre as pessoas [...] possibilitando
o crescimento econmico, social e cultural e o decrscimo da violncia, da inveja, do
individualismo e outros valores negativos.
importante salientar que o uso do pronome demonstrativo esse retoma algo que j foi
dito anteriormente interligado primeiramente as pessoas do discurso e segundo ao assunto do
discurso.
J em relao ao uso da conjuno e tem a funo de adicionar/correlacionar enunciados
que formam argumentos, elem de estabelecer uma relao de adio entre termos de uma orao
ou mais oraes, os quais apontam para uma mesma concluso. No entanto ainda verificamos
2051
outro tipo de marcador, como o uso do porque, presente na frase conquistaremos um mundo
melhor porque por menor que seja o seu ato, ele far diferena, tem a funo de explicar ou
justificar uma ideia posta ao enunciado anterior todo projeto dar certo se cada um fizer a sua
parte e usufruindo dos mtodos cooperativistas.
5 CONCLUSO
Ao realizarmos este trabalho, podemos perceber que o ensino de lngua materna e seu uso
geram muitas discusses acerca de como deve ser trabalhada o ensino de LP no contexto escolar,
e como os materiais didticos produzidos pelo Programa Cooperjovem devem ser trabalhado no
ensino fundamental, pois muitas vezes h uma resistncia quanto a temtica cooperativismo.
Porm, sabemos necessrio, neste caso, mudanas positivas nas prticas de ensino, no caso, o
ensino de lngua portuguesa. Visto que as anlises construdas neste trabalho nos levam a refletir
sobre o ensino do cooperativismo nas escolas.
Nesse sentido, preciso que haja outros estudos com intenes semelhantes s
desenvolvidas aqui, com a finalidade de compreender e analisar as redaes pertencentes s
categorias 1 |1 ao 4 ano| e categoria 1 |5 ao 9 ano| do programa Cooperjovem vinculado ao
Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo - SESCOOP Nacional, entidade do Sistema
S pertencente a Organizao Brasileira das Cooperativas OCB, de forma mais conveniente
relao gnero/suporte. Portanto a partir dessas atividades e outros documentos que o aluno
ter oportunidade de conhecer os mecanismos lingusticos que caracterizam a superfcie do texto
a fim de tornar mais clara sua compreenso dos elementos que fazem parte do texto, e 2 o
Programa Cooperjovem aponta o seu compromisso o ensino do cooperativismo, capaz de
sensibilizar alunos e professores para adoo de valores que dialoguem com os princpios do
cooperativismo, de tal forma que o sistema seja entendido com uma alternativa econmica e
social que se pretende mais solidria, justa, autnoma, democrtica e participativa.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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2053
Educao de Qualidade.
Quality Education.
2054
1 INTRODUO
O avano tecnolgico invadiu o mundo de certa forma que trouxe grandes transformaes
no campo da cultura, da economia, da comunicao e peculiares transformaes no campo da
educao do mundo todo.
No cenrio dessas mudanas, a educao a distncia (EaD) apresenta-se, como meio de
proporcionar formao inicial e continuada a uma grande demandada social de uma forma mais
flexvel que a modalidade de educao presencial. A EaD, apresenta grandes possibilidades para
levar o conhecimento a comunidades remotas ou dispersas geograficamente. Esse, entre outros
fatores, tem contribudo para que essa modalidade ocupe um papel cada vez mais importante no
contexto educacional brasileiro e no desenvolvimento social do pas.
Um dos aspectos que caracteriza a educao a distncia consiste na interao de forma
indireta entre professor e aluno, o que torna necessrio a midiatizao pela combinao de
suportes tcnicos de comunicao. Para, Belloni (2008) as TICs possibilitam a interatividade no
processo de ensino-aprendizagem, permitindo flexibilidade de tempo e de espao. Nesse sentido,
fundamental que as propostas pedaggicas na modalidade de ensino a distncia sejam
formuladas com vistas ao aproveitamento dos potenciais interativos das tecnologias disponveis,
de modo que possibilitem facilidades aos processos de ensino e aprendizagem.
Esta pesquisa de carter exploratrio e de cunho bibliogrfico tem por objetivo verificar,
analisar e interpretar as intervenes pedaggicas de uso do frum no ensino a distncia. Para
isso, busca-se identificar os procedimentos metodolgicos de uso dessa ferramenta por
professores, bem como, busca-se avaliar a adequao da metodologia empregada ao processo
pedaggico e propor alguns procedimentos de uso e aplicaes no contexto especfico do ensino a
distncia no sentido de contribuir para a efetividade no ensino e na aprendizagem nessa
modalidade.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
A tecnologia na educao surgiu pela necessidade de transformar um grande nmero de
cidados em saldados treinados e que fossem preparados para assumir as tarefas exercidas em
uma guerra. Foram praticadas por educadores e psiclogos programas de aes com o objetivo de
promover aprendizagens especficas como, por exemplo, treinamentos com o objetivo de
desenvolver habilidades prprias das tarefas militares.
O foco da tecnologia surgiu como campo de estudos da educao nos anos 50 e causou um
impacto no conhecimento da aprendizagem dos seres humanos no parmetro da psicologia
comportamental e tambm nos mtodos de produo industrial. Com esse impacto houve a
copreenso da tecnologia educacional dando espao a recursos e estudos de comunicao
aumentando cada vez mais a evoluo de aprendizagem tecnolgica.
Moreira (2009) marca o nascimento da tecnologia educacional, com a cobrana de
processos industriais no ensino tecnolgico, ainda nos anos sessenta que foram modelos para o
2055
processo de concepo na produo e utilizao de meios. Nesse processo, houve diferentes tipos
de planejamentos e estratgias adaptadas a aprendizagem levando criao de matrias
educativas.
No mbito da EaD o processo pedaggico ocorre com a separao temporal e/ou fsica
entre docentes e alunos, nesse sentido, faz-se necessria uma reorganizao do processo de
ensino e aprendizagem, ora adaptando algumas caractersticas da educao presencial, ora
mantendo alguns elementos fundamentais como a concepo pedaggica, os contedos, a
metodologia e a avaliao, sem deixar de considerar os suportes das Tecnologias de Comunicao
e Informao (TICs).
O frum atualmente uma das ferramentas mais utilizadas nos ambientes virtuais de
aprendizagem. O frum permite a comunicao por meio dos comentrios postados que vo
2056
sendo agrupados aos demais, possibilitando uma conversa coletiva, um elo de pensamento,
delineando um conjunto de ideias e informaes.
O frum uma ferramenta de comunicao assncrona, ou seja, o envio das mensagens,
no acessado pelos destinatrios ao mesmo tempo que estas so postadas.
Funcionalmente, a organizao do espao destinado ao frum est dividida em nveis, que
representam assuntos gerais, e seus respectivos subnveis, que representam a tentativa de
centralizar as discusses em torno do assunto geral , conforme ilustrado na figura 1.
Na figura 1, percebemos que a partir das mensagens iniciais (temticas gerais da discusso)
surgem em uma lista de hipertextos que so os subttulos das respectivas mensagens. Com um
clique em um dos ttulos, o usurio pode ler o contedo disponvel, tendo a possibilidade de
2057
responder, postando novas mensagens que, podero ensejar novas repostas, e assim por diante,
em um ciclo potencialmente ilimitado.
2058
No precisa haver uma nica abordagem sobre determinado assunto, mas diversas
vises podem ser discutidas paralelamente.
A vigncia de determinado debate se relaciona muito mais ao interesse dos
participantes e muito menos a exigncias formais do programa.
Uma discusso nova pode ser aberta sem a obrigao do fechamento de qualquer
outra.
O planejamento, ento, naturalmente assume uma flexibilidade dificilmente
encontrada quando da veiculao de cursos semelhantes em outros ambientes, j que
determinada atividade pode ser suscitada em um momento diferente daquele
planejado inicialmente ou mesmo surgir sem que jamais houvesse sido planejada.
2059
Kenski (2003) ressalta que o professor deve assumir uma postura de questionamento e
criticidade, tendo em vista que seu papel docente na educao a distncia no a de detentor
exclusivo do conhecimento centrado na transmisso de contedos, devendo, portanto atuar na
promoo de situaes que possibilitem o desenvolvimento da autonomia do aluno, a cooperao
e a interao. Deve ainda, desenvolver atividades quem mantenham o interesse dos alunos, apoilos e encoraj-los durante todo o curso.
Diante do exposto, percebemos a importncia da (re)formulao das propostas
pedaggicas na modalidade de ensino a distncia com vistas ao aproveitamento dos potenciais
interativos das tecnologias da informao e da comunicao disponveis, de modo que
possibilitem facilidades aos processos de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, para atuao na
EaD necessrio que os professores compreendam as possibilidades, caractersticas e
potencialidades da modalidade e sejam devidamente preparados em mbito pedaggico e
tecnolgico.
3 METODOLOGIA
A pesquisa adotou o paradigma da anlise qualitativa, com base em um estudo
exploratrio-descritivo e fundamentou-se em referencial de base terica que trata da modalidade
de ensino a distncia e discute a conduo nos processos de aprendizagem intermediados pelo
uso do frum no ambiente virtual de aprendizagem.
A inteno desta investigao consistiu na compreenso das informaes pesquisadas
objetivando oferecer uma viso panormica, uma primeira aproximao sobre a ferramenta frum
buscando compreender de que forma essa ferramenta pode contribuir no processo de ensino e de
aprendizagem em cursos na modalidade a distncia. Assim, buscou-se analisar os papis do
professor, enquanto mediador pedaggico na utilizao do frum. Alm disso, procurou-se
identificar as caractersticas e possibilidades desta ferramenta, sugerindo-se alternativas
relevantes de utilizao do frum na Educao a Distncia (EAD).
2060
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Para garantir a efetividade do ensino e da aprendizagem, algumas constataes, a partir
desta pesquisa, sugerem que o professor, no momento em que planeja e prope as atividades e
debates no frum, leve em considerao alguns aspectos. A saber:
5 CONCLUSO
Na EAD a interatividade, possibilitada pelas ferramentas de comunicao, adquire
fundamental relevncia para a transformao das prticas de ensinar e aprender. Nesse sentido,
esta pesquisa buscou mostrar que o frum um espao que equivale simbolicamente sala de
aula presencial, visto que possibilita a interao constante entre alunos e professores. Assim, ao
realizarem essa interao, necessrio que tanto o professor quanto o aluno assumam novos
papis no processo educativo.
Considera-se que os resultados obtidos a partir desse diagnstico so contributos de suma
importncia para a anlise dos papis assumidos pelos professores e dos rumos da investigao
que do visibilidade ao crescimento na qualidade da educao a distncia no Brasil.
Espera-se com este estudo, fomentar discusses e pesquisas e apresentar possibilidades e
alternativas para a resoluo de casos e problemas no processo de ensino e aprendizagem na
modalidade a distncia.
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2062
RESUMO
Este artigo visa apresentar os resultados parciais do
projeto de extenso "Orientao Vocacional e
Profissional", at o momento o projeto passou por
submisso e foi aprovado, o projeto ser desenvolvido
entre os meses de junho a dezembro de 2013, dentro do
ano letivo escolar do IFRN, a escolha desta temtica se
justifica em virtude de termos percebido entre os alunos
do IFRN e os jovens de uma forma geral tem encontrado
dificuldades no que se refere a escolha da profisso ou
curso superior, na maioria dos casos tal escolha
realizada sem informaes adequadas ou por motivao
da famlia, levando em considerao que a escolha de
uma profisso uma necessidade social na adolescncia
e no incio da vida adulta. O projeto de extenso que
originou este artigo, tem como objetivo principal
proporcionar a estudantes do ensino mdio e pr
2063
1 INTRODUO
Atualmente, com a globalizao da economia, h exigncias crescentes no mundo
profissional, frente s quais so necessrias posturas flexveis que respondam s demandas do
mercado de trabalho. O ritmo das mudanas pede ao indivduo uma postura ativa, de participante
da realidade, capaz de se posicionar e de exercer escolhas constantemente.
Dessa forma, parece no serem teis processos de Orientao vocacional e Profissional
que reforcem uma postura passiva do sujeito e que partam do pressuposto de que este no tem
capacidade de auferir conhecimento sobre si mesmo e sobre suas possibilidades, necessitando,
portanto, de uma resposta pronta por parte do Orientador vocacional e Profissional. Processos de
Orientao vocacional e Profissional baseados exclusivamente em resultados de testes
psicolgicos, que consagraram a prtica de orientao como escolhas profissionais em seus
primrdios aparecem frente s exigncias do mundo moderno como prticas ultrapassadas.
Apesar da descontextualizaro desse tipo de prtica, muitos profissionais ainda a utilizam e
sua aceitao, por parte das instituies escolares e do prprio pblico, grande, uma vez que tais
instrumentos so como um talism, capaz de fornecer respostas rpidas, sem exigncia de esforo
e de envolvimento pessoal maior s dvidas apresentadas pelas pessoas que procuram a
Orientao vocacional e Profissional.
Um processo de Orientao vocacional e Profissional adaptado a esta nova realidade no
pode est preso apenas a resultados de testes e busca de informaes profissionais, mas que
vise tomada do momento de escolha enquanto um processo de aprendizado a ser levado para
outros momentos de escolha - tem muito a contribuir na formao de pessoas capazes de
estarem constantemente se adaptando a mudanas e de posicionarem-se frente realidade que
se apresenta nos dias atuais.
Neste contexto propomos a aprovao e implementao do projeto de extenso
denominado "Orientao Vocacional e Profissional", o mesmo tem com objetivo principal
proporcionar a estudantes do ensino mdio e prvestibulandos das escolas da rede pblica e
privada de Mossor e regio a pensar sobre sua escolha profissional. Logo as dvidas, angstia e
incertezas das escolhas para o ingresso na Universidade e escolha profissional so comuns nesta
fase da vida. O projeto que originou este artigo pretende minimizar estas dvidas dos alunos do
IFRN/Mossor e demais estudantes do ensino mdio e prvestibulandos das escolas da rede
pblica e privada de Mossor e regio que tenham interesse em participar do projeto.
2 FUNDAMENTAO TERICA
A adolescncia um complicado perodo de transio da infncia para a vida adulta,
quando se deixa para trs a vida de criana (h a elaborao de lutos em relao ao corpo infantil
perdido e identidade infantil) e depara-se com novas responsabilidades. Essa etapa tambm vem
ao encontro do incio da fase que Jean Piaget chama de perodo das operaes formais
(ENDERLE, 1988: 65), ou seja, o adolescente comea a formular hipteses da realidade, assim, h
2064
De acordo com CORREL (1974: 125), existem situaes especiais em que a famlia pode
influenciar no processo de auto-identificao da criana, o que um dia pode afetar negativamente
esse futuro jovem na hora de se decidir por uma profisso: famlias desestruturadas (sem pai e/ou
2065
sem me), e famlias com desarmonia entre pai e me, causam perturbaes sociais e emocionais
aos filhos. Em especial, no caso de filhos provenientes de lar desfeito, estes ficam sem condies
de desenvolver um autntico relacionamento social, pois, a criana hesita entre o pai e a me a
todo instante. Isso significa uma perturbao do processo de identificao e, com isso, uma
ameaa tanto para a ao didtica quanto para o desenvolvimento tico-moral da criana. (Idem:
101). Porm, importante lembrarmos que essa no a nica consequncia sofrida por crianas
nessas situaes. Conforme alerta MELLO (2002: 31): ... o problema vocacional pode ser apenas
um sintoma, ou o sintoma maior de um desajuste psicolgico que no se esgota nem se resume
naquele problema vocacional-ocupacional. Inclusive, outros autores falam sobre adolescentes
nessa situao de lar desfeito e com brigas entre os pais. GA (1998: 11), afirma que a carncia
afetiva e a falta de ateno a esses jovens acabam por transform-los em pessoas com problemas
de alcoolismo, drogas e at de envolvimento com a polcia.
Um exemplo que demonstra a gravidade de uma escolha profissional precipitada est na
pesquisa realizada por SILVA (1992), na Universidade de So Paulo, que nos mostra que esse tipo
de deciso imprudente comum nas grandes universidades. Segundo a autora:
Muitos problemas de inadaptao escolar revelados em pesquisa (...) junto a alunos dos
ltimos anos de cursos de graduao da Universidade de So Paulo, so reflexos de uma opo
vocacional circunstancial e transitria, s vezes inconsequente e prematura, que traduz
amadurecimento insuficiente no que tange aos motivos da escolha, tanto em relao aos motivos
pessoais envolvidos, como em relao s oportunidades vocacionais existentes. (SILVA, 1992: 65)
A pesquisa tambm comprova que muitos dos estudantes escolheram seus cursos
baseando-se nas expectativas familiares, sem, ao menos, terem conhecimento sobre o currculo
bsico do curso. A autora diz: ... os pais tm, em relao aos filhos, determinadas atitudes,
opinies, sentimentos e valores que acabam por direcionar em grande parte a educao que lhes
proporcionam(Idem: 77).
O momento de escolha de uma profisso certamente um momento de muita angustia
para o jovem. Porm, a dificuldade na escolha profissional no um problema exclusivamente da
adolescncia. Ao longo da trajetria de vida das pessoas, problemas com decises profissionais e
mudanas de carreira so relativamente comuns. Nem sempre as pessoas esto preparadas para
tomar decises, que acarretaro mudanas importantes nas suas vidas. Pode acontecer que ao ter
que escolher uma profisso a pessoa fique indecisa entre vrias carreiras e, pelo fato de ter
concludo o ensino mdio, tem que pensar no seu futuro profissional e precisa fazer escolhas.
A orientao de carreira a orientao profissional dirigida s pessoas que tem que decidir
sobre seu futuro na vida social, assim como para aquelas que, tendo j uma profisso, deseja
mudar. Assim, podemos conceituar a orientao profissional como processo de fazer a pessoa
descobrir e usar suas habilidades naturais, bem como conhecer as fontes de treinamento
disponveis, afim de que consiga alcanar resultados que tragam o mximo proveito para si e para
a sociedade.
A orientao profissional tem por objetivo auxiliar as pessoas tanto na situao de sua
primeira escolha profissional como tambm na recolocao profissional ou na readaptao a
novas profisses. Sua principal tarefa facilitar a escolha ao jovem, auxiliando na compreenso de
2066
sua situao de vida incluindo aspectos pessoais, familiares e sociais. O jovem orientado no seu
processo pessoal de compreenso de sua situao, para que possa chegar a uma deciso pessoal
responsvel sobre a escolha de uma carreira ou de um trabalho. Dessa forma o jovem ter
condies de definir a escolha em funo de suas habilidades, interesses, de seu projeto pessoal e
de suas condies de vida.
Atualmente, a orientao vocacional e profissional entende que para um conjunto de
habilidades de um indivduo existe um conjunto de opes profissionais ao qual ele poderia muito
bem se adaptar, dependendo de seus valores, aspiraes, nvel socioeconmico e estilo de vida.
Toda deciso envolve certa dificuldade porque implica em fazer escolhas. Decidir-se por uma
profisso parece mais problemtico porque existem muitas alternativas.
Portanto, todo o trabalho da orientao vocacional e profissional fazer com que a pessoa
faa uma escolha profissional madura, consciente e ajustada, a partir da anlise, aquisio,
integrao de conhecimentos sobre as vrias reas de atuao profissional e desenvolvimento de
atitudes e habilidades que permitam aprender a decidir. Destacamos dois tipos de conhecimentos,
os que se referem aos conhecimentos pessoais de quem escolhem (autoconhecimento) e ao que
se refere aos aspectos externos a quem escolhe (conhecimentos da realidade profissional).
3 METODOLOGIA
Por se tratar de uma investigao cientfica, este artigo utilizou-se de mtodos cientficos
para garantir sua consolidao no campo da cincia. Sendo assim, Lakatos e Marconi (1996, p.39)
vo afirmar que [...] no h cincia sem o emprego de mtodos cientficos. O tipo de pesquisa
utilizado no estudo foi a pesquisa bibliogrfica, quanto aos seus objetivos este estudo se
caracteriza como sendo do tipo exploratrio. Na fase exploratria, buscou-se coletar o maior
nmero de informaes pertinentes a questes que interferisse nos nveis de satisfao do leitor
deste artigo acerca de proporcionar a estudantes do ensino mdio e prvestibulandos das
escolas da rede pblica e privada de Mossor e regio a pensar sobre sua escolha profissional.
O projeto buscar atingir seus objetivos, atravs de realizao de 02 palestras mensais, as
referidas palestras devero ser realizadas nas escolas de ensino mdio, em cursos pr-vestibulares
e nas dependncias do IFRN/Mossor, as atividades tero incio no ms de junho e trmino em
dezembro de 2013, as palestras tero durao de 3h e visar alcanar um nmero de 500
participantes, os quais recebero certificado de participao expedido pela coordenao de
extenso do IFRN/Mossor. As Palestras sero ministradas pelo coordenador do projeto e o
mesmo contar com a colaborao das bolsistas Extesionistas para divulgao, inscrio dos
participantes e realizao das palestras.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
O projeto que originou este artigo visa proporcionar a estudantes do ensino mdio e pr
vestibulandos das escolas da rede pblica e privada de Mossor e regio a pensar sobre sua
escolha profissional, passando aos jovens informaes sobre as profisses, as universidades e o
mundo do trabalho, incrementar as discusses, que permitam que o jovem expresse seus
2067
5 CONCLUSO
No entanto, entre a escolha profissional realizada e a efetivao dessa escolha, h um
caminho repleto de fatores condicionantes que podem interferir na realizao do curso ou da
profisso desejada. Dessa forma, a escolha profissional do aluno do Ensino Mdio pblico ou
privado coloca-se como questo, visto que elementos como a necessidade de trabalhar, a falta de
recursos para pagar um cursinho pr-vestibular ou uma faculdade ( caso de alunos carentes da
escola pblica), ou a impossibilidade de concorrer com igualdade com alunos oriundos de classes
economicamente favorecidas, podem ter um peso decisivo na concretizao de suas escolhas. No
entanto a concluso e apresentao do alcance ou no dos objetivos traados no projeto que
originou o artigo, sero apresentados futuramente ao trmino das atividades do referido projeto.
6 REFERNCIAS
1. ENDERLE, C., Psicologia da adolescncia: uma abordagem pluridimensional. Porto Alegre:
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
2068
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE: Realidade socioeconmica, parques elicos, sociedade civil organizada, impactos ambientais.
THE SOCIAL AND ECONOMIC IMPACTS CAUSED BY THE ARRIVAL OF WIND FARMS
IN THE REGION OF THE BIG MATO
ABSTRACT
2069
1 INTRODUO
A populao mundial chegou recentemente marca dos sete bilhes de habitantes e
continua em processo de crescimento, numa proporo de 80 milhes de novos seres humanos
em mdia ao ano, segundo relatrio da ESA, 2003. Por conta dessa realidade, cresce tambm no
mesmo ritmo, justamente por consequncias desse crescimento populacional, a demanda por
energia eltrica e para suprir essa necessidade de consumo da sociedade, definiu-se, entre outras,
como alternativa fundamental, a explorao e queima desenfreada dos combustveis fsseis,
tendo como nico objetivo produzir a energia necessria para movimentar a economia
globalizada. As consequncias dessasdecisesvm sendo o aumento dos gases do efeito estufa na
natureza, que acabam contribuindo para o aumento da temperatura na terra, o degelo nas calotas
polares e as mudanas climticas, e o esgotamento dos recursos naturais disponveis,
comprometendo assim, num futuro breve, a sustentabilidade econmica e social do planeta.
Confirmando os fatos citados acima, vem acontecendo tambm uma diminuio
considervel nas reservas de combustveis fsseis no planeta, com o consequente aumento de
preos nos pases produtores, que tem inviabilizado ainda mais a recuperao e o crescimento
econmico de um mundo globalizado e em recesso, que luta contra essas realidades para
desenvolver sua economia, gerar empregos e abrir novos mercados e negcios. Sendo assim,
parte da populao envolvida e interessada nesses processos passoua se preocupar um pouco
mais com a mudana dos seus hbitos e comportamentos de consumo e vem adotando uma
maior conscincia em relao ao meio ambiente, mesmo que de forma lenta e cautelosa.
O pensamento em relao s fontes energticas poluidoras (Petrleo e Carvo)tambm
mudou sensivelmente e j existe uma busca maior por fontes alternativas e ecolgicas. Os
investimentos compesquisas aumentaram, para que novas fontes de energias limpas e renovveis
pudessem, com o tempo, substituir as fontes poluentes e esgotveis, e, como consequncia, vem
crescendo os investimentos nas instalaes de novas unidades que exploram essas fontes de
energias alternativas em todo o mundo. O Brasil, apesar de j possuir aproximadamente 80% da
sua malha energtica advinda de fontes limpas e renovveis, sendo 75% de fonte hdrica, tem se
preocupado em investir em novas fontes de energia como a solar, bioenergia e, principalmente, a
elica, nosso objeto de pesquisa.
2 A ENERGIA ELICA
A energia elica vem ganhando cada vez mais destaques em um mundo que necessita
urgentemente de novas fontes alternativas e sustentveisde energias limpas e renovveis. Hoje,
existem mais de 30 mil turbinas elicas em todo o mundo, com uma capacidade instalada de
40.000 MW(HINRICHS, HINRICHS e KLEINBACH, 2003). Isso vem confirmar o crescimento e a
importncia dessa ecolgica fonte energtica, que ainda tem muito a evoluir e a crescer no Brasil e
no mundo, podendo ajudar a mitigar os reflexos nocivos dos gases do efeito estufa na natureza.
Mas, para alcanar esse sucesso atual a energia elica passou por diversas mudanas e
transformaes tecnolgicas.
2070
Todos ns temos cincia de que o aproveitamento eficaz dos ventos no coisa nova na
histria da humanidade. Os nossos antepassados j se utilizavam dessa fora natural para mover
os seus barcos vela, desde os tempos remotos at os atuais, sendo esses navegadores tambm,
os responsveis pelo descobrimento de novos mundos (Amricas, frica e sia) e pelo
desenvolvimento e expanso do incipiente comrcio entre naes. H relatos da existncia de
moinhos de ventos na Babilnia e na China, entre 2000 e 1700 A.C (Juliana Martins, 2011). O
princpio bsico utilizado nesses moinhos era o de transformar a energia dos ventos em energia
mecnica, dessa forma, conseguiam moer gros, o que tornava possvel a fabricao de farinhas e
de bombear gua, condio que permitia tambm a drenagem de canais. Posteriormente, foi
desenvolvido um moinho de vento horizontal, com hlices, provavelmente pelos holandeses.
Durante a idade mdia, os melhoramentos tcnicos continuaram, como por exemplo, com a
fabricao de lminas aerodinmicas e desenhos de engrenagens. Os moinhos de ventos
aparecem ainda nas histrias de Dom Quixote de La Mancha, no livro de Miguel de Cervantes,
num trecho onde o Cavaleiro da Triste Figura, como ele era conhecido, confunde os imponentes
moinhos com desaforados gigantes(Cervantes,1605).
No entanto, a fora dos ventos s comeou a se tornar energia elica no incio do sculo
XX, sendo que os primeiros experimentos capazes de transformar de fato a fora dos ventos em
energia eltrica, foidesenvolvido pelosdinamarqueses.Por volta de 1930,algumas empresas
americanas estavam fabricando e vendendo aquilo que chamavam de carregadores de vento.
Contudo, a grande oportunidade para que a energia elica se transformasse nessa potncia que
hoje, comeou a aparecer no incio da dcada de 70, com a denominada crise do petrleo. Nesse
captulo da histria energtica do mundo, a demanda mundial por petrleo excedeu a produo.
Com isso, a Organizao dos Pases Exportadores de Petrleo (OPEP) quadriplicaram os preos do
barril, causando necessariamente por razes econmicas, uma grande diminuio no consumo de
petrleo no mundo. Aps o acontecido e a crise econmica que se seguiu, cresceu a preocupao
por parte dos Estados Unidos e dos principais pases da Europa, quanto a necessidade de se
reduzir essa dependncia por combustveis fsseis, com esses pasespassando a se empenhar na
busca de descobrir novas matrizes energticas, de preferncia limpas e renovveis.
Essa nova realidade, aliada a uma maior conscincia ambiental da populao consumidora,
alm das aes dos governos, que passaram a mostrar na mdia as perdas causadas pelos
impactos sociais e de agresses natureza, causados por esses poluentes, beneficiou, entre outras
coisas, o valor e a importncia tcnica e sustentvel da energia elica, que se tornou fundamental
para o mundo.
No Brasil, as primeiras notcias sobre a criao de parques de energia elicas surgiram em
1992. Na poca, o Centro Brasileiro de Energia Elica (CBEE) e a Companhia Energtica de
Pernambuco (CELPE) firmaram parcerias com um instituto dinamarqus, para instalar em
Fernando de Noronha/PE, uma turbina de 225 KW. Porm, durante os dez anos seguintes,pouco
se avanou para que a energia elica pudesse se consolidar no pas.
Foram iniciadas as primeiras polticas para gerao de energias alternativas no Brasil, a
partir da Lei 10.438, de abril de 2002, ano do surgimento do Programa de Incentivo s Fontes
Alternativas de Energia Eltrica (Proinfa).Entre os anos de 2004 e 2009, passou a acontecer um
2071
2072
partes, nunca teremos processos de melhorias para aproximar e adaptar essas pessoas para
vivenciarem melhor os costumes, os valores e as crenas locais, capazes de contribuir para a
gerao de um clima de confiana, respeito e integrao harmoniosa entre forasteiros e nativos.
4 REVISO BIBLIOGRFICA
O arcabouo terico-metodolgico que alicera este trabalho toma como principal aporte
terico a Perspectiva Freireana (1996; 2000; 2003; 2005); alm de outros autores que tem
estudado as relaes sociais em espaos urbanos e rurais, como: Leff (2001); Lenzi (2006);
Pochmann (1979); Singer (2000); por compreendermos que esta possibilita uma anlise
contextualizada, crtica e humanista da realidade scio ambiental. Como aportes tericos e
operacionais que tratam das questes da energia elica e do desenvolvimento sustentvel, a
partir das fontes de energias renovveis, temos: Almeida (2007); Annel (2013); Cerne (2013);
Costa (2009); Dias (2008); Domingues (2006); Hinrichs (2003); Hodge (2010); Pinto (2013);
5 METODOLOGIA
1 passo: Foram elaborados 4 (quatro) modelos de questionrios, a fim de pesquisar as
expectativas e as percepes da populao em relao a chegada dos diversos parques elicos a
nossa regio.
2 passo: Foram selecionados e definidos os parques elicos, secretarias municipais, cidades e a
amostra da populao da regio do Mato Grande, que seriam visitados e onde seriam aplicados os
referidos questionrios.
3 passo: Foi aplicada a pesquisa qualitativa com questes abertas e fechadas, com o objetivo
principal de conhecer as opinies dos diversos pblicos interessados e sobre os possveis impactos
scio econmicos que a instalao desses parques elicos podem causar regio do Mato Grande.
4 passo: Os dados obtidos atravs dos diversos questionrios aplicados foram tabulados,
analisados e a partir desses resultados, foram elaborados grficos.
5 passo: As concluses permitiram a elaborao de relatrios diversos, cujos resultados esto
sendo encaminhados para o conhecimento das partes interessadas e envolvidas com essa
temtica, que registrou: as diversas percepes dos colaboradores; como eles prprios avaliam o
seu trabalho nos parques; buscamos conhecer e avaliar as polticas e estratgias de
sustentabilidade desenvolvidas pelos dirigentes desses parques para a regio; e qual a viso das
pessoas da sociedade civil e de alguns rgos pblicos das cidades do Mato Grande, sobre a
instalao desses empreendimentos em nossa regio.
6 RESULTADOS ESPERADOS/DISCUSSES
A chegada desses parques elicos ao Mato Grande tem levado a necessidade da regio de
mudar e se adaptar a uma nova cultura, costumes e valores, que se inicia, ao passar de um modelo
econmico eminentemente agrcola e familiar, para um modelo industrial de 4 gerao, com
2073
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Meio
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PINTO, Milton. Fundamentos de energia alica. So Paulo: Ltc - Livros Tecnicos E Cienti, 2013. 392
p.
2075
RESUMO
2076
1 INTRODUO
Atualmente h muitas pesquisas e discusses sobre o processo de ensino-aprendizagem na
disciplina de Fsica na educao bsica. No desenvolvimento dessas pesquisas possvel observar
que h uma investigao sobre o significado para estudar cincia no ensino mdio. Com o contato
que h com os alunos atravs do estgio, identificamos que eles acreditam que a disciplina no
passa de uma resoluo de exerccios. As pesquisas de Neto e Pacheco (apud Nardi, 1998),
relacionados ao ensino de Fsica, demonstram que esse tem assumido o carter de preparao
para resoluo de exerccios de vestibular. Constatamos que verdade quando nos deparamos
com livros recheados de questes de vestibulares anteriores. A utilizao de uma sequncia de
exerccios uma tendncia que os fsico-educadores encaram diante dos livros didticos.
Outro problema enfrentado pelos docentes a quantidade de contedo que imposto
pela direo da escola, os livros so compostos por inmeros contedos, e cada vez mais as aulas
so reduzidas, havendo atualmente duas semanais. Assim, os professores precisam selecionar
contedos de uma forma complexa, muitas vezes apenas pincelando tpicos desconexos,
simplesmente porque necessrio utilizar o os itens que h no livro didtico.
O trabalho objetiva pesquisar elementos que fornecem subsdios e reflexes do universo
dos professores de Fsica no municpio de Caic, identificando quais critrios so utilizados pelos
fsico-educadores no processo de seleo de contedos, analisando os objetivos e as perspectivas
na prtica docente.
2 REVISO BIBLIOGRFICA
O presente trabalho tem cunho bibliogrfico, realizado atravs do contato com o estgio
supervisionado do curso de licenciatura em Fsica e desenvolvido com alguns questionamentos
feito aos professores do municpio. Assim, realizamos uma reviso bibliogrfica e um estudo sobre
os objetivos e as imposies vivenciadas pelos docentes. Das pesquisas realizadas, destacamos
aqui: BARDIN (1977), JNIOR (1979), NARDI (2005), ROSA (2005), SILVA (2007), FRANCO (2008) E
MINAYO (2010). A partir das pesquisas, organizamos o estudo, retratando as experincias dos
professores do respectivo municpio.
3 METODOLOGIA
O interesse em realizar o trabalho surgiu por meio do estgio, onde passamos a ter um
contato direto com a escola. Realizamos entrevistas junto aos professores do municpio para
coletar os dados, com total 6 entrevistas com os docentes, elas foram gravadas em udio e
transcritas para anlise. No tratamento dos dados coletados nas entrevistas, realizamos a
categorizao e anlise das informaes, atravs do procedimento da Anlise de Contedo
(BARDIN, 1977; FRANCO, 2008). Nomeamos os docentes entrevistados por nmeros, a fim de
preservar a identidade dos mesmos.
2077
2078
Ent.
Formao
Experincia em sala
Prof. 1
Licenciatura em Fsica
25 anos
Prof. 2
Prof. 3
Prof. 4
Prof. 5
Prof. 6
21 anos
34 anos
14 anos
1 ano e 6 meses
5 anos
Entrev.
Prof. 1
Prof. 2
Prof. 3
Prof. 4
Objetivos e Contedos
Quero
que
meus
alunos
compreendam que a Fsica utiliza
os clculos para comprovar uma
afirmao cientfica e obtenham
sucesso no vestibular. Seleciono
contedos
dos
vestibulares
anteriores.
Meu objetivo que eles possam
associar os fenmenos a sua volta
com conceitos fsicos. Eu sempre
tento selecionar contedos que
tem probabilidade de ser utilizado
em vestibulares e ENEM.
Meu foco que os alunos
compreendam bem o contedo
para passar no vestibular, assim
sempre estou resolvendo questes
dos
anteriores
com
eles.
Contedos de forma aleatria,
conforme minha meta e o
cronograma da escola.
Preparar os alunos para passar
no vestibular e mostrar a eles que
a cincia est em tudo a nossa
volta, principalmente a Fsica.
Gosto de selecionar contedos que
meus alunos possa associar ao dia-
2079
Prof. 5
Prof. 6
a-dia deles.
Meu objetivo especfico,
preparar
as
turmas
para
vestibular, trata-se at de uma
cobrana da direo. Acredito que
contedos bons so aqueles que
preparam para formao cidad e
processos seletivos.
Formar um cidado crtico, capaz
de identificar os fenmenos no
cotidiano e preparar para uma
aprovao no vestibular. Os
assuntos
que
utilizo
so
condizentes
ao
edital
dos
vestibulares.
6 RESULTADOS E DISCUSSES
Diante das respostas dos professores, vimos que os clculos matemticos e o nmero
reduzido de aulas, apenas 2 semanais, dificulta o trabalho do professor e consequentemente o
processo de ensino-aprendizagem. Podemos destacar tambm que os professores restritos a uma
meta aprovao no vestibular. O Prof. 5 relata tambm receber cobranas da direo da escolar,
vale ressaltar que no processo de aprendizagem, quando o aluno compreende o contedo ele
torna-se apto a realizar qualquer atividade referente ao mesmo, que a aprovao no processo
seletivo no deve ser um foco, mas uma boa consequncia da vida escolar.
Sendo a disciplina de Fsica vista de forma to abstrata pelos alunos, o uso dos
experimentos contribuiria de forma significativa para a aprendizagem do aluno, onde eles
poderiam construir o conhecimento junto ao professor.
A prtica experimental no se resume a uma pura exibio do fenmeno, mas procura
desencadear um processo mental na qual o sujeito se valha de suas aprendizagens
anteriores e possa identificar o conhecimento prvio com o qual pode relacionar os
assuntos abordados nas aulas de fsica (SILVA, SILVA, FREZZA & LUDUVICO, 2007, p. 2).
Ent.
Prof. 1
Prof. 2
Prof. 3
Sugestes
As escolas realizarem encontros entre os professores das mesmas disciplinas,
para haver uma socializao dos fatores positivos e negativos, e juntos pensarem
em propostas.
Convocar os professores para participar da seleo de contedos dos livros e
cronogramas, porque sabemos o que mais necessrio.
Acredito que os programas que so lanados pelo governo, podem ser
2080
Prof. 4
Prof. 5
Prof. 6
As sugestes emitidas pelos docentes de Fsica so viveis e fceis de serem aderidas pelas
escolas da rede pblica. Podemos ressaltar que apesar das dificuldades encontradas, h
preocupao dos docentes em melhorar a qualidade do ensino, preocupando-se desde a
socializao da categoria aos livros didticos. So resultados que devem servir para uma reflexo
na validade do ensino de Fsica na educao bsica. AS questes impostas pelos professores, as
vezes decorrem na viso das pessoas de forma exclusiva, sem conhecerem a complexidade do
assunto.
7 CONSIDERAOES FINAIS
Verificamos que a o ensino de Fsica precisa de algumas mudanas citadas pelos prprios
professores, que podem questionar com propriedade sobre assunto, pois possuem anos de
experincia na rea. Acreditamos que esses desafios surgem tambm devido a falta de
profissionais com formao especfica. No tocante ao ensino de Fsica, pudemos verificar, atravs
das entrevistas realizadas junto aos docentes de rede de ensino no municpio de Caic, que tais
necessidades se ampliam diante dos desafios enfrentados pela prpria cincia Fsica. Percebemos
a grande necessidade de resgatarmos a motivao dos docentes e dos estudantes, tendo em vista
que uma das dificuldades falta de interesse dos alunos.
Podemos perceber que apesar da evoluo, tanto as condies de estudo quanto a
condies de trabalho dos docentes, ainda hoje no so favorveis ao desenvolvimento de um
ensino-aprendizagem satisfatrio de forma geral. Contudo, apesar destas dificuldades, verificamos
que os docentes de Fsica no municpio de Caic conseguem perspectivar melhorias de seu
trabalho e para os estudantes, atravs de medidas em sua maioria simples, possveis de ser
realizadas no prprio espao escolar ou de sua rede de ensino.
Contudo, na concluso do trabalho ficam as propostas cabveis para promover uma
educao no motorizada, onde o indivduo preparado apenas para um processo seletivo, mas
que o mesmo possa ter a capacidade de pensar, construir e agir de acordo com as situaes
vivenciadas. E isso, permitir que o estudante tenha uma formao consciente, transformando a
sociedade que ele est inserido.
2081
8 REFERNCIAS
ALMEIDA JNIOR, Joo Batista. A evoluo do ensino de Fsica no Brasil. Revista de Ensino de
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BARDIN, Laurence. Anlise de Contedo. Lisboa: Edies 70, 1977.
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2008.
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NARDI, Roberto. A rea de ensino de cincias no Brasil: fatores que determinaram sua
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2082
RESUMO
sala de aula.
A maioria dos trabalhos em
interdisciplinaridade reconhece a existncia de um
grande nmero de sentidos da expresso, mas, apesar
disso, no prope uma definio que possa orientar os
professores a pratic-la.
2083
1 APRESENTAO
O Presente trabalho tem como objetivo discutir a importncia da Interdisciplinaridade no
Ensino de Fsica, a partir dos sentidos atribudos por professores que lecionam a disciplina em
diversos nveis de ensino, principalmente no Ensino Mdio, na regio do Mato Grande/RN.
O trabalho foi desenvolvido na Disciplina Didtica do Curso de Licenciatura em Fsica do
Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia IFRN - Campus Joo Cmara. A pesquisa foi
realizada por meio de aplicao de questionrios com professores que lecionam Fsica em escolas
pblicas da regio supracitada. Como ponto de partida, definimos algumas categorias de anlise
que nortearam o desenvolvimento do trabalho, tais como formao, tempo de servio, disciplinas
que leciona metodologia de ensino, dificuldades enfrentadas e recursos disponveis. Pudemos
ento conhecer um pouco do perfil profissional desses professores, e identificar as dificuldades
que enfrentam em sala de aula na busca por oferecerem uma educao de qualidade, tomando a
interdisciplinaridade como elemento integrante de suas prticas cotidianas.
Alm desses aspectos que buscamos analisar, surgiram outros que, embora no foram
questionados, esto por trs de muitas das dificuldades, questes que estariam ligadas a fatores
como a falta de qualificao, estrutura da escola, carncia de incentivo, como tambm de
investimentos na rea que abrange a disciplina de fsica e/ou at mesmo a relao entre
professores e alunos.
A qualidade da escola condio essencial de incluso e democratizao das
oportunidades no Brasil, e o desafio de oferecer uma educao bsica de qualidade para a
insero do aluno, o desenvolvimento do pas e a consolidao da cidadania tarefa de todos. O
Rio Grande do Norte ainda considerado uma dos estados mais desiguais, em termos de
educao, da Regio Nordeste. Alm disso, a regio do Mato Grande a que tem um dos menores
ndices educacionais do RN. Quando analisamos o IDEB (INEP/MEC) das escolas, por exemplo,
constatamos que a mdia das escolas pblicas da regio de 2,3, enquanto que a mdia nacional
est em 3,8.
Alm dos aspectos mencionados, o ensino de fsica nas escolas uma das reas mais
precrias, sobretudo se levarmos em considerao que quase no existem professores com a
formao adequada lecionando fsica nessa regio. A grande maioria so professores formados em
outras reas que acabam lecionando a disciplina por falta de professores. nesse contexto que
nos questionamos sobre a qualidade da formao dos estudantes da educao bsica nessa
regio. Como a interdisciplinaridade hoje uma grande estratgia formativa nos processos de
ensino e aprendizagem, e uma ferramenta que norteia as diretrizes e os parmetros curriculares
nacionais em todas as reas, faz-se mister investigarmos sobre o sentido da interdisciplinaridade
para os professores que lecionam fsica na regio supracitada.
2084
2 MATERIAL E MTODOS
Com o objetivo de conhecer o sentido da Interdisciplinaridade no ensino de fsica para
professores da educao bsica das escolas pblicas da regio do Mato Grande, o presente
trabalho resultado de uma pesquisa qualitativa que foi realizada atravs da reviso bibliogrfica
sobre o tema e de aplicao de questionrios com os professores da regio. Pesquisas com essa
abordagem adotam diferentes tcnicas, que se complementam para cumprir com os objetivos
inicialmente propostos.
O questionrio com perguntas fechadas e abertas o principal instrumento de
levantamento de dados deste trabalho. Por isso, a sua elaborao foi realizada de forma bastante
atenta, para que este pudesse ser capaz de coletar o mximo de informaes possveis de forma
rpida, simples e relevante para a construo do perfil profissional, formativo e dos sentidos
atribudos pelos docentes.
Aug (1999, p.43) explica que [...] o sentido a relao, e na ocorrncia essencial das
relaes simbolizadas e efetivas entre humanos pertencentes a uma coletividade particular. Falar
de sentido, neste contexto, falar do sentido social. Compreendemos os sentidos enquanto
relaes que as pessoas tecem umas com as outras e, nessa relao, se constroem identidades
relativas por meio das alteridades mediadoras. Nesse sentido, compreender os sentidos que os
professores atribuem interdisciplinaridade, portanto, nos conduz necessidade de estarmos
atentos aos dilemas e aos processos e fatores que envolvem os participantes da pesquisa. Os
sentidos so compreendidos como sentidos do social, constitudos em processo dentro de um
conjunto de relaes institudas e vividas entre uns e outros no seio de uma coletividade (escola)
onde se efetuam os pensamentos e aes.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
Segundo Fazenda (1994), a interdisciplinaridade surgiu na Frana e na Itlia em meados da
dcada de 60, num perodo marcado pelos movimentos estudantis que, dentre outras coisas,
reivindicavam um ensino mais sintonizado com as grandes questes de ordem social, poltica e
econmica da poca. A interdisciplinaridade teria sido uma resposta a tal reivindicao, na medida
em que os grandes problemas educacionais da poca no poderiam ser resolvidos por uma nica
disciplina ou rea do saber.
No final da dcada de 60, a interdisciplinaridade chegou ao Brasil e logo exerceu influncia
na elaborao da Lei de Diretrizes e Bases N 5.692/71. Alm de promover alterao na estrutura
organizacional da educao nacional, a lei bastante clara quanto determinao e ordenao
dos perodos, sries, faixas ou etapas a serem vencidas pelos estudantes para completarem seus
estudos, em todos os nveis de ensino. Segundo o texto da Lei, o currculo tem como pressuposto
proporcionar ao aluno a formao necessria ao desenvolvimento de sua potencialidade como
elemento de auto realizao, qualificao para o trabalho e preparo para o exerccio consciente da
cidadania, considerando como bsica para um cidado a formao que engloba o ensino
fundamental e o ensino mdio.
2085
Sabemos que cada disciplina cientfica possui enfoques particulares, recortes dessa
natureza que conduzem a uma organizao de saberes padronizados passveis de serem
comunicados. A interdisciplinaridade no a busca de uma unificao desses saberes, pois admitir
isso seria negar aspectos histricos e epistemolgicos da construo desse conhecimento e negar
as caractersticas especficas, com objetos de estudo bem definidos, como a Fsica, a Qumica e a
Biologia. Quando se fala em interdisciplinaridade, portanto, estamos nos referindo a uma espcie
de interao entre as disciplinas ou reas do saber. Todavia, essa interao pode acontecer em
nveis de complexidade diferentes. Na perspectiva escolar, a interdisciplinaridade no tem a
pretenso de criar novas disciplinas ou saberes, mas de utilizar os conhecimentos de vrias
disciplinas ou reas para resolver um problema concreto ou compreender um determinado
fenmeno sob diferentes pontos de vista.
Em suma, a interdisciplinaridade tem uma funo instrumental. Trata-se de recorrer a um
saber diretamente til e utilizvel para responder s questes e aos problemas sociais
contemporneos. Na proposta de reforma curricular do Ensino Mdio, a interdisciplinaridade deve
ser compreendida a partir de uma abordagem relacional, aonde se prope que, por meio da
prtica escolar, sejam estabelecidas interconexes e passagens entre os conhecimentos, atravs
de relaes de complementaridade, convergncia ou divergncia.
2086
P2
P3
P4
P5
GRADUAO
PS-GRADUAO
DISCIPLINAS
QUE
LECIONA
Licenciatura em Especializao em Fsica no Ensino
Fsica
e Metodologia
do Mdio Integrado e
Engenharia
Ensino de Fsica
EJA, Fsica Bsica,
Eltrica
Ensino de Fsica e
Fsica Experimental
na Licenciatura em
Fsica.
Fsica
----Fsica e Matemtica
Qumica
Especializao em Fsica e Qumica
Educao Ambiental
Fsica
Doutorado em Fsica Eletromagnetismo e
Equaes
Diferenciais
na
Licenciatura
em
Fsica
Bacharel
em ---Matemtica,
Cincias
Qumica e Fsica
Contbeis
TEMPO
DE
SERVIO
Mais de 5 anos
Mais de 10 anos
Mais de 5 anos
Mais de 10 anos
Mais de 10 anos
Como podemos observar entre os cinco entrevistados apenas trs so formados em fsica,
mas um deles leciona tambm outra rea de conhecimento, no caso a matemtica. Dois
professores no possuem a formao adequada, e um deles possui a formao em Cincias
Contbeis, o que se torna um agravante, tendo em vista que no um curso de licenciatura e foge
2087
2088
6 CONCLUSES
De acordo com a pesquisa, a interdisciplinaridade ainda algo utpico longe da realidade
dos professores, pois nem todos so capazes de se adaptarem uns aos outros, ou seja, ao trabalho
em conjunto, pois muitos preferem trabalhar individualmente.
Os parmetros Curriculares Nacionais (PCN) propem um currculo baseado no domnio de
competncias bsicas e que tenham vnculo com as diversas situaes do cotidiano dos alunos,
buscando dar significado ao conhecimento escolar, mediante a contextualizao dos contedos
trabalhados em sala de aula (ROMANO, 2004). Castro completa: [...] Assim, enquanto educadores
devemos romper com uma diretriz de contedo e estanque, trazendo cada vez mais para a sala de
aula temas modernos, mais prximos da realidade dos alunos [...] (CASTRO, CORREIA;
GONALVES, 2003, p.3).
Com isso consegue-se enxergar que os educadores devem buscar o significado da
educao, procurando justificar sua prtica pedaggica, contextualizando com o dia a dia do
estudante, ou at mesmo com a prpria histria da cincia, dessa forma mostrando para o
discente que a Fsica no um ramo do conhecimento fechado e acabado, mas em constante
transformao.
Diante dos dados e das referncias aqui mencionadas, visvel que a interdisciplinaridade
ainda algo que inexistente nas escolas investigadas, sobretudo no ensino de fsica. A partir dos
estudos que revisamos, sabemos que a interdisciplinaridade deve ser trabalhada em todo o
contexto do ensino, para que um dia se consiga suprir essa carncia existente. Contudo existe a
esperana de que essa carncia possa ser suprida atravs da formao continuada dos docentes
da educao bsica. Essa metodologia deve estar presente em todas as reas do conhecimento,
levando a atingir metas educacionais previamente estabelecidas e partilhadas pelos membros que
formam a unidade educacional, permitindo assim relacionar vrios contedos e favorecendo a
compreenso do aluno.
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2089
RESUMO
domestic and marital status of the respondents. 30 semistructured interviews were conducted with farmers in
this region. The most parts of the Producers interviewed
were married, just 33% know sign their name, more than
half (22 up 59 years old), and all of them have appliances
domestic in their own houses.
2090
1 INTRODUO
A agricultura brasileira segundo Henrique (et al, 2008) foi marcada pelas origens colnias
da economia e da sociedade brasileira, com trs grandes caractersticas: a grande propriedade, as
monoculturas de exportao e escravatura. Mas desde ento ocorreram diversas mudanas e de
acordo com Schneider (2003) a agricultura no espao rural vem sendo estabelecida e determinada
por outras atividades, passando a ser cada vez mais percebida como uma das dimenses
estabelecidas entre a sociedade e o espao ou entre o homem e a natureza.
Sabe-se que a agricultura familiar considerada uma forma de economia e produo. Os
agricultores familiares representam 85,2% do total de estabelecimentos, ocupam 30,5% da rea
total e so responsveis por 37,9% de valor bruto da produo agropecuria nacional. (BUAINAI,
et al, 2003).
Portugal (2004) afirma que a chamada agricultura familiar constituda por pequenos e
mdios produtores representa a imensa maioria de produtores rurais no Brasil. O desafio maior
se for considerada a diversidade de situaes. Ainda segundo Portugal (2004), quando se analisa o
cenrio em que se insere a agricultura familiar observa-se que os problemas so diferentes para
cada regio, estado ou municpio.
2 METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido na comunidade de Major Felipe, no municpio de Jos
da Penha-RN, pertencente a microrregio de Pau dos Ferros na Mesorregio do Alto Oeste
Potiguar.
Adotou-se a aplicao de 30 questionrios distribudos aos agricultores familiares. Assim,
sendo que atravs deles obtive-se resultados que foram apresentados, descritos e expostos em
grficos e tabelas,relacionados ao perfil social.
3 RESULTADOS E DISCURES
3.1 Indicadores Sociais
Com os dados coletados durante a entrevista com os agricultores foi feita a avaliao de
seu perfil social. De acordo com os resultados, quanto ao estado civil dos entrevistados verificouse que 25 representantes familiares eram casados, 03 eram solteiros e 02 vivos, representando
83,30%; 6,6%; e 10%, respectivamente (FIGURA 01).
Podemos afirmar que as famlias visitadas nas comunidades pesquisadas possuem
estrutura familiar aparentemente coesa.
2091
83,30%
Casados
6,66%
10%
Solteiros
Vivos
0%
Separados
0%
Unio
Consensual
Figura 1 Perfil social dos agricultores/ Estado civil pelos responsveis da famlia dos entrevistados em Major Felipe.
Quanto faixa etria dos moradores nas famlias dos agricultores familiares entrevistados,
verificou-se que em mdia 26,63% da populao, possuem entre 0 a 10 anos, 63,2% entre 11 a 21
anos, 86,6% de 22 a 59 anos (Mulheres), 86,6% (homens) e 63,3% mais de 60 anos. Segundo
Oliveira (et. al., 2006), no municpio de Messias Targino - RN 35% da populao em comunidades
rurais era composta de crianas e jovens, 51% por adultos e 15% por idosos. (FIGURA 02). A
relevncia na identificao dos percentuais de faixa etria e gnero, sobretudo em relao s
crianas, jovens e idosos em reas rurais, requerem ateno nas polticas pblicas para o meio
rural (OLIVEIRA, et. al., 2006).
173,20%
63,30%
63,20%
26,63%
0 a 10
11 a 21
22 a 59
Mais de 60
2092
3.2 Escolaridade
A Figura 03 apresenta o percentual de moradores que ainda freqentam unidades de
ensino de nvel fundamental, nvel mdio e/ou superior. possvel visualizar o grau de
escolaridade no questionrio aplicado para os agricultores. Onde mostra que 10% (No Sabem
ler), 33,3% (Assina) 13,3% no ensino (fundamental I incompleto,) 3,3% (fundamental II
incompletos), 16,6% (Fundamental completo), 10% (Fundamental II incompleto), 6,6% (Mdio
Incompleto), 6,6% (Mdio Completo), 0% (Ensi. Superior incompleto) e 0% (Ensi. Superior
Completo).
Escolaridade do Responsvel pela famlia
Funda.I (Incompleto)
Funda.II(completo)
Mdio (Incomp)
13,3%
3,3%
6,6%
Funda. (Completo)
Funda.II(incompleto)
Mdio (Comp)
16,6%
10%
6,6%
No Sabe Ler
10%
Assina
33,3%
Superior (Incomp)
0%
Superior (Comp)
0%
A figura 04 apresenta o percentual dos bens que as famlias possuem, onde 73,30%
(Possuem Rdio), 43,30% (Possuem mquina de costura), 100% (Tv Colorido), 100% (Ferro de
engomar), 50% (Equipamento de Som), 100% (Geladeira), 100% (Liquidificador), 0% (Tv Preto e
branco), 100% (Antena Parablica), 60% (Bicicleta), 100% (Fogo a Gs), 80% (Moto) e 10%
Possuem Carro.
100% 100%
73,30%
43,30%
100% 100%
100%
100%
60%
50%
0%
80%
10%
4 CONCLUSO
Podemos concluir que os agricultores tm uma unio estvel (casados), uma pequena
parcela so solteiros e vivos, sendo que nenhumas delas so divorciadas ou em unio
consensual. J em questo a faixa etria a grande maioria tem entre 22 e 59 anos, entre 11 e 12 e
mais de 60 anos esto em equilbrio e de 0 a 10 existe uma pequena quantidade.
2093
5 REFERENCIA
BUAINAI A. M.; ROMEIRO A. R.; GUANZIROLI C., Agricultura familiar e o novo mundo rural. Jun/Dez
2003. Disponvel em: < http://seer.ufrgs.br/sociologias/article/view/5434/3083>. Acesso em: 24
maio 2013.
HENRIQUE R. G; PEREIRA D. S.; OLIVEIRA A. M; MEDEIROS P. V. Q.; CUNHA F. F. Perfil dos
produtores familiares de mel do municpio de Serra do Mel RN. Revista verde de agroecologia e
desenvolvimento sustentvel grupo verde de agricultura alternativa. outubro/dezembro 2008
OLIVEIRA F. M. J. de.. Gesto agroindustrial: um estudo sobre o modelo SEBRAE-RN de
produo de mel de abelha no Rio Grande do Norte / Francisco Muniz Jales de Oliveira. Natal,
RN, 2006. 45 f. : il.
PORTUGAL A. D., O desafio da agricultura familiar, 2004. Disponvel
< http://krcursos.com.br/Branquinhos/Agricultura_familiar.pdf>. Acesso em: 24 maio 2004
em:
em:
2094
RESUMO
2095
Introduo Impactos:
Com a continuidade das aes, este projeto pretende alcanar cada vez mais estudantes
na abrangncia especfica e com profundidade de conhecimento a nvel de formao. Implantar
um programa de divulgao e promoo das reas tecnolgicas de interesse dos setores de
Petrleo & Gs, Bicombustveis e Petroqumica, junto a 20.000 alunos de nvel mdio do IFRN e de
escolas privadas e pblicas da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte, e atualizao de
200 professores para que os mesmos atuem como multiplicadores dessas aes.
O projeto desenvolveu-se, basicamente, visando consecuo das ferramentas de apoio as
atividades prticas, como aquelas de campo (aquisio de nibus, em fase de licitao), divulgao
nas escolas (elaborao de folders, banners, cartilha, livro paradidtico, vdeos, kit para exposio,
pgina na INTERNET e em redes sociais [facebook e twitter], plataforma mecnica em miniatura e
aquisio de macbooks), e oficina para preparao de professores (plano de aula e slides).
Especificar a prestao de servios especializados decorrentes de anlises, ensaios
tcnicos, levantamentos, estudos, assessorias e as perspectivas de atuao neste segmento,
incluindo a gerao de receitas, formas de pagamento e aplicao destes recursos no projeto.
A elaborao do livro paradidtico e material para atualizao de professores encontra-se
em andamento. De modo geral, as atividades desenvolvidas at o momento foram as
concernentes criao, desenvolvimento e elaborao de material de apoio e marketing para, em
seguida, prosseguirmos com a execuo do projeto, atravs de palestras, distribuio de kit e
aulas prticas de campo para as escolas contempladas pelo projeto e, tambm, vinculao em TV
dos vdeos e materiais produzidos at ento. Especificar a prestao de servios especializados
decorrentes de anlises, ensaios tcnicos, levantamentos, estudos, assessorias e as perspectivas
de atuao neste segmento, incluindo a gerao de receitas, formas de pagamento e aplicao
destes recursos no projeto.
Apresentar artigos completos em peridicos especializados em P&G, educao, meio
ambiente, geologia e tecnologia. Apresentar e publicar artigos completos e resumos em
congressos cientficos, tecnolgicos e de iniciao cientfica. Contribuir com pelo menos 10
dissertaes de alunos de especializao Lato-Sensu do IFRN. Contribuir nos trabalhos de campo
de pelo menos 2 teses de doutorado, DINTER, convnio IFRN-IFCG. Despertar o interesse e
vocao de jovens do ensino mdio para a rea de Petrleo & Gs, Biocombustveis e
Petroqumica. Formao, a nvel de atualizao, de 200 professores de geografia da rede de ensino
mdio do RN (multiplicadores).
Impacto Tecnolgico
Popularizar temas bsicos de indstrias do P&G (pesquisa e prospeco, produo,
medidas de controle e monitoramento ambiental, princpios legais). Produzir vdeos didticos
sobre as atividades de P&G destinados aos alunos do Ensino Mdio. Publicao de dois livros
paradidticos sobre P&G, com ISSN.
Impacto Econmico
2096
2097
2.
3.
4.
5.
6.
Trabalhos de campo da equipe executora visando selecionar reas/campos de
maior apelo didtico;
7.
8.
9.
Contratao de bolsistas.
Resultados Esperados
Implantar uma pgina na internet com informaes acerca dos setores de P&G, tendo
como pblico alvo os alunos do ensino mdio. Confeccionar kit sobre P & G para doao s Escolas
da rede estadual, particular e municipal de ensino mdio. Criao e funcionamento de um
PETROMVEL (micro-nibus adaptado para realizao de aulas prticas). Implantar e desenvolver
um programa permanente de divulgao e promoo das atividades de P&G junto aos alunos do
ensino mdio. Ministrar ao menos uma palestra por ms em escolas do ensino mdio do RN, de
forma a totalizar, pelo menos, 12 palestras anuais.
Ministrar pelo menos quatro cursos por ano de pequena durao, visando a qualificao de
docentes de ensino mdio nas reas de interesse do P&G. Participar de pelo menos 4 feiras/ano
de cincias (ou afins). Promover o interesse de alunos do ensino mdio pelo setor de Petrleo,
Gs, Biocombustveis e Petroqumica. Publicao de livro paradidtico sobre P&G destinados aos
alunos do ensino mdio e em escolas da rede estadual e municipal sobre P&G durante o perodo
de execuo do projeto. Realizar pelo menos 8 aulas de campo por ano utilizando o PETROMVEL.
Resultados Obtidos
O PETROTEC j faz parte da mdia, quer pelas inseres na TV ou pela mdia da INTERNET
(http://www2.ifrn.edu.br/petrotec/) e tambm por mdias sociais, atravs do facebook e twitter.
Na TV fomos entrevistados quando do lanamento em solenidade na PETROBRAS pelo programa
IFRN em Pauta. Na INTERNET, mantemos uma pgina com informaes sobre as profisses
relacionadas com a rea de P&G e informaes gerais sobre o mercado.
Com respeito s redes sociais, estamos utilizando o Twitter e o Facebook, que mantm os
interessados informados diariamente com as novidades dos setores de Petrleo & Gs,
Petroqumica e biocombustveis. Est concluda a confeco de 1 banner, 1 cartilha, 1 folder e 1
placa de acrlico que iro compor o kit do petrotec, que ser doado s escolas participantes do
projeto.
2098
2099
2100
do projeto, contactando empresas e registros de preos de outros IFs para adquirir o material
necessrio para o projeto. Parceria com o SESI para elaborao de um Livro Paradidtico.
Recomendaes finais
O desenvolvimento do projeto, quanto a elaborao de material de apoio, est em fase de
finalizao. Os dois livros paradidticos encontram-se em fase de edio final. Quanto fase de
execuo, o micro-nibus adaptado j foi licitado e estamos esperando que o fornecedor o
entregue, cuja empresa vencedora foi a Marcopolo. A fase de execuo do projeto ser feita no
prazo de 18 meses, com o objetivo de se aproximar ao calendrio de inscries para o proITEC, o
ENEM e o vestibular que ocorrem anualmente em meados de Abril, Maio e Junho, e no final de
Julho at metade de Agosto, respectivamente.
A ideia de entrar na fase de execuo do projeto nesse perodo de incentivar os alunos
na escolha de cursos na rea de interesse dos setores de Petrleo & Gs, Petroqumica e de
Biocombustveis, evitando um possvel hiato entre o perodo das nossas palestras nas escolas com
o perodo de inscrio do proITEC, vestibular e SISU, que so os exames de admisso para
concorrer s vagas dos cursos tcnicos e tecnlogos do IFRN (no caso do proITEC e exame de
seleo interno), e tambm aos de bacharelado da UFRN e da UFERSA (por meio do vestibular,
organizado pela Comperve, e pelo SiSu).
Com esse perodo adicional, teremos tempo hbil para finalizar o material de apoio e para
adquirir material permanente para aulas de campo de modo a atingir os alunos que faro proITEC,
exame de seleo interno do IFRN, Vestibular e SiSu em 2013 e 2014.
Concluses
Com a nova equipe designada pelo Reitor, com carga horria e disponibilidade para se
dedicar ao projeto durante os prximos 18 meses, vislumbra-se que todas as metas previstas
sero alcanadas, coroando o projeto de xito. Recomenda-se que os citados docentes sejam
nomeados por Portaria, visando dotar de formalidade o compromisso assumido.
Referencias Bibliogrficas:
http://pt.scribd.com/doc/83058303/ABDI-Relatorio-Engenharia-Consultiva
http://www.gr.unicamp.br/ceav/revistaensinosuperior/ed02_novembro2010/ed_02_novembro20
10_noticias.php
http://www.fdc.org.br/Lists/Notcias/DispForm2.aspx?List=ed1f8ef5-3467-449c-9ed5528e68c59e2a&ID=91
http://www.elitecampinas.com.br/ultimasnoticias/voo_do_ita.htm
http://www.engenheirodepetroleo.com.br/provas-resolvidas/engenheiro-de-petroleo/cesgranrio2010-engenheiro-de-petroleo-q41/
Sites nvel tcnico:
http://exatameioambiente.blogspot.com.br/ (tcnico em geologia e minerao)
http://bioworldnewstb.blogspot.com.br/p/america-latina.html (tcnico em biocombustveis)
2101
http://www.extrapolando.com/curso-tecnico-em-petroleo-e-gas.html(tcnico em Operao da
Produo de Petrleo e Gs Natural)
http://cursobase.blogspot.com.br/2012/06/tecnico-em-quimica-tecnico quimico.html(tcnico em
qumica)
http://www.fiec.org.br/portalv2/sites/fieconlinev2/home.php?st=exibeConteudo&conteudo_id=4
0499(tcnico em mecnica)
http://mundodasnoticias.net/curso-tecnico-de-eletrotecnica-no-senai-2012/
eletrotcnica)
(tcnico
em
http://sorocaba.olx.com.br/tecnico-informatica-iid-107791607(tcnico em informtica)
http://www.extrapolando.com/curso-tecnico-em-controle-ambiental.html (tcnico em controle
ambiental)
http://guia.via6.com/o-que-faz-um-tecnico-em-seguranca-do-trabalho/ (tcnico em segurana do
trabalho)
2102
RESUMO
2103
1 INTRODUO
Tomando como ponto de vista a situao do ensino no Brasil e os impactos que o dficit
educacional ocasiona nos mbitos socioeconmicos e no desenvolvimento de uma nao, traz-se
uma observao reflexiva sobre a importncia das medidas polticas e de gesto pblica que
incentivam as possibilidades educativas em atividades extracurriculares, tanto nos espaos
escolares como alm deles.
O ensino profissional e superior tem apresentado considervel expanso no nmero de
matrculas nos ltimos 10 anos, porem o ndice de evaso tambm tem crescido bastante em
parte resultado da situao socioeconmica dos ingressos. Neste sentido direcionam-se alguns
dados recolhidos junto instituio federal de ensino mdio, profissional e superior, IFRN, sobre o
papel das aprendizagens extra formais na construo do conhecimento de jovens e adultos e
como elas podem ser possibilitadas por polticas pblicas e atos de gesto.
A partir da observao do comportamento das variveis e indicadores estudados foi
possvel perceber que o aumento nos gastos por aluno da instituio pode ter tido como resultado
um aumento na permanncia destes na educao formal atravs de programas de assistncia
estudantil e suas aes que incluem a oferta de bolsas para cursos livres como os de informtica,
idiomas, esportes e educao cidad.
Quando debatido na Conferncia sobre a crise mundial da educao em 1967 o termo
educao no-formal surgiu como resposta para superar os problemas e complementar o sistema
formal de ensino e no caso do IFRN, a pesquisa aponta a associao dessas aes informais
tambm contribuem no combate ao abandono escolar e, por conseguinte para a economicidade e
eficcia do servio pblico por ele prestado, quando diminui os prejuzos acarretados pela evaso
escolar. Porem essas aes no atende demanda de todos os estudantes que necessitam de
assistncia, este estudo almeja estabelecer pistas de anlise sobre as relaes entre o prejuzo
econmico que a evaso causa instituio e como os benefcios trazidos pela educao noformal e informal financiados pela assistncia estudantil podem subsidiar a educao formal.
Pretende ainda divulgar a importncia do acrescentamento dessas prticas nas agendas pblicas.
Modelo para submisso de artigos para o IX CONGIC
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1
2104
possuem nvel superior das empresas cadastradas no CEMPRE Cadastro Nacional de Empresas
receberam salrios 225,0% maiores dos os que no possuam. Apesar disso o nmero de pessoas
empregadas com nvel superior representou apenas 16% do total pesquisado. (IBGE, 2009).
Nos ltimos dez anos houve um aumento de 110,6% no nmero de ingressantes no ensino
superior brasileiro. Porm, o nmero de concluintes obteve crescimento de 52,4% no mesmo
perodo (IBGE, 2011). A evaso estudantil um fenmeno complexo, de ocorrncia mundial, que
resulta na interrupo dos estudos por parte do estudante.
As principais causas da evaso no Brasil envolvem fatores sociais, econmicos e pessoais,
como dificuldades financeiras de custear os estudos mesmo em escolas gratuitas, a necessidade
precoce de ingresso no mercado de trabalho, ou dificuldades com o currculo escolar etc. (BAGGI;
LOPES, 2010). Em pesquisa realizada sobre os motivos da evaso no IFRN, tanto os estudantes
quanto os professores concordaram que em 90 % dos casos a evaso estava ligada a problemas de
ordem pessoal e financeira. (MOURA; SILVA, 2007).
Sobre o financiamento da educao formal de nvel superior e profissional no Brasil a
proporo da populao adulta com formao superior passou de 2,7% em 2000 para 13,39% em
2010 (IBGE,2012). A partir da expanso e interiorizao da rede de instituies pblicas de ensino
superior e profissional, de programas governamentais de concesso de bolsas de estudos integrais
e parciais em instituies privadas (MEC, 2012).
2105
aprendizagens que acontecem sem que haja planejamento especifico tanto da parte de quem
ensina quanto da parte de quem aprende, faz parte das lies e experincias vividas, do
conhecimento de mundo acumulado. (PARK; FERNANDES, 2007).
O termo educao no-formal, inicialmente surgiu como antagonismo educao formal,
quando apontava o caminho contrrio para a construo do aprendizado. Na dcada de 90, o
termo passa a representar um complemento educao formal, a ter um papel importante na
ampliao da formao do indivduo. (PARK; FERNANDES, 2007).
A educao no-formal embora obedea alguma estrutura organizacional, no se limita a
esta, pois o a alcance dos aprendizados no est fixado estrutura. Os tempos, locais e contedos
so flexveis e adaptveis aprendizagem dos grupos ou indivduos. So exemplos destes, os
projetos de pesquisa, os aprendizados construdos por orientador e orientando nas produes
acadmicas, os cursos abertos diversos que vo do ensino de lnguas estrangeiras ao aprendizado
de tcnicas artesanais, etc. (PARK; FERNANDES, 2007).
Sobre a educao formal fica entendido pelo tipo de educao organizada em sequncias e
estruturas previamente definidas, proporcionada por escolas que obedecem a certa padronizao
onde a avaliao obedece a critrios especficos, como exemplos os cursos de educao bsica,
ensino mdio, graduao, licenciaturas etc. (PARK; FERNANDES, 2007).
A instituio restrita a educao formal perdeu o sentido ao mesmo tempo que os
espaos de educao formal, no formal e informal passaram a coexistir. A transformao das
escolas pode ser evidenciada quando se observa o investimento direcionado as atividades,
programas e aes no formais e informais nas instituies pblicas.
A viso de que a educao formal da maneira como est posta no suficiente para uma
formao de um cidado livre, trazida por Paulo Freire em sua obra Pedagogia do Oprimido, o
livro mostra a importncia da conscientizao humanista na construo de uma sociedade menos
dominadora. Traa diferenas entre o que ele chama de pedagogia dos dominantes, onde a
educao serve como prtica de dominao e alienao, e a pedagogia do oprimido, onde a
educao serve como prtica de libertao. (FREIRE, 2011)
METODOLOGIA
Este artigo est estruturado da seguinte maneira. Inicialmente foi feito um histrico das
condies do ensino superior brasileiro, a partir de consultas bibliogrficas a diversos autores,
descrevendo as principais caractersticas, avanos e fraquezas, como o fenmeno da evaso e a
prtica da educao no formal, informal e da assistncia social ao estudante no complemento da
educao formal.
Em seguida concentrou-se na apresentao e anlise do caso do IFRN. Expondo-se os
ndices de evaso no Campus Natal Central, obtidos a partir o acompanhamento das turmas de
ingressantes no ano de 2008 at a concluso prevista para a graduao em 2011 e 2012.
Adiante, apresentou-se o levantamento dentre os beneficirios da assistncia estudantil
deste campus. A lista dos beneficirios foi fornecida pelo setor de assistncia social da instituio,
2106
destaca-se que um dos requisitos para a seleo dos estudantes obter bom desempenho na
educao formal, tanto para a concesso quanto para manuteno dos benefcios dos programas.
Continuou-se a discusso analisando atravs da observncia das variveis conjuntamente,
comparando-se a evaso ocorrida no campus como um todo a evaso ocorrida entre o grupo de
estudantes que participaram dos programas, afim de estabelecer qual o alcance desses
programas no quesito evaso.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Para determinar os reflexos dos programas de assistncia aos estudantes, buscou-se
primeiramente identificar o ndice de evaso ocorrido no Cmpus Natal-Central do IFRN como um
todo, no perodo entre 2008 e 2011. Em seguida apresenta-se o levantamento dos programas de
assistncia estudantil e o desempenho acadmico dos alunos beneficirios no perodo entre 2009
e 2011. Posteriormente os dois grupos so comparados quanto ao ndice de evaso. De acordo os
resultados mostrados no Grfico 1 a seguir, pode se perceber o crescimento no nmero de oferta
de vagas, ocorrida na dcada passada em todos os Cmpus do IFRN. Porm, o nmero de
concluintes apresentou ndices de crescimento bem inferiores. Ou seja, o aumento do nmero de
vagas ofertadas foi acompanhado pelo no aumento de alunos evadidos.
A evaso no mbito especfico de uma instituio de ensino; s pode ser determinada
internamente, a partir de um acompanhamento de cada turma de ingressos at o tempo previsto
para graduao, contabilizando quantos dos alunos que iniciaram o curso estavam na turma
correspondente ao termino do prazo normal para concluso, obtendo-se a evaso total, este
estudo mais detalhado e acurado do que os externos.
Grfico 1: Evoluo do nmero de ingressantes e concluintes no IFRN entre os anos de 2003 e 2011.
2107
TADS
V.
TADS
M.
REDES V.
REDES N.
COM.
EXT.
Lic.
Lic.
Espanhol Geog.
Lic.
Fsica
Total
Ingressos: Alunos no
35
1 ano/ perodo
43
35
42
39
36
37
30
297
Matriculados em 2013
10
17
16
81
12
Evadidos
15
33
23
24
22
14
11
18
160
Evaso p/CURSO %
43%
77%
66%
57%
56%
39%
30%
60%
54%
15
A evaso total mdia nos cursos de nvel superior do Cmpus Natal-Central no perodo
avaliado foi de 54%. A mdia brasileira de evaso foi avaliada em 48%, e levou em considerao
instituies pblicas e as privadas. Destaca-se que as instituies pblicas tiveram menor ndice de
evaso, 33% e as privadas, apresentaram maior ndice, tendo alcanado 54%. (SILVA FILHO, 2007).
O IFRN obteve um resultado semelhante ao resultado das instituies privadas em 2005, o que
pode ser considerado alto para uma instituio federal de ensino gratuito.
A Tabela 2 apresenta os resultados para os cursos de nvel mdio tcnico. As Abreviaes
representam os nomes dos cursos: Info. Tcnico Subsequente em Informtica; Mecnica Subs.
Tcnico Subsequente em Mecnica; Edif. Subs - Tcnico Subsequente em Edificaes; Controle
Amb. - Tcnico Subsequente em Controle Ambiental;
Controle Ambiental Integrado - Tcnico
Integrado em Controle Ambiental; Eletrotc. - Tcnico Subsequente em Eletrotcnica; Integ. Info.
- Tcnico Integrado em Informtica; Edif. Integrado - Tcnico Integrado em Edificaes.
Tabela 2: Evaso total dos cursos de nvel mdio do Cmpus Natal-Central do IFRN.
Info. V
Mecn.
Subs.
Edif.
Subs.
Cont.
Amb .
Cont.
Amb.
Integ.
Eletrot.
Info.
Integ.
Edif.
Integ.
Total
Ingressos - Total de
35
Alunos no 1 ano
36
35
39
37
37
45
35
38
337
Matriculados em 2013
23
27
20
13
113
20
19
18
22
16
10
14
450
14
13
10
12
12
87
19%
40%
33%
27%
32%
27%
14%
24%
26%
14%
2108
por
2009
2010
2011
Cursos de Idiomas
333
347
233
Auxlio Transporte
332
334
programa
Nmero
de
alunos
2009
2010
2011
Cursos de Idiomas
118
150
140
342
Auxlio Transporte
30
41
58
308
426
Iniciao Profissional
17
44
102
402
538
Auxlio Alimentao
73
293
371
40
30
43
atendidos
Auxlio
Alimentao
574
Bolsas de Iniciao
Cientficas
Bolsas
-
58
de
Cientficas
Iniciao
2109
auxlio alimentao passou de 13% para 69%; o ingresso de alunos nos cursos de idiomas passou
de 35% para 60%; o ingresso de alunos no programa de iniciao profissional passou de 06% para
24%. A Diretoria de Pesquisa e Inovao, no pde disponibilizar os dados, portanto no foi
possvel calcular os ndices de procura e oferta.
A evaso entre os alunos participantes dos programas de assistncia estudantil apresentou
nveis significativamente inferiores aos nveis encontrados no cmpus como um todo.
importante destacar que os estudantes atendidos tm de passar por um processo de seleo que
busca identificar, entre outros critrios, o grau de vulnerabilidade socioeconmica de cada um,
devido ao fato de que no h recursos disponveis para atender toda a demanda. Portanto, os
alunos atendidos representam a parcela com menor renda e maior vulnerabilidade
socioeconmica e que, segundo os autores Baggi, Silva e Silva Filho apresentam maior
probabilidade de abonar os estudos. (BAGGI,2010; SILVA, 2007; SILVA FILHO; 2007).
Grfico 2 - Relao entre a procura e a oferta por programas de apoio educao no CNAT.
5 CONCLUSO
O estudo apontou um alto ndice de evaso e um insuficiente atendimento as necessidades
de assistncia estudantil, o que implica dizer que o atendimento das demandas por estes
programas requer um maior espao nas agendas governamentais, dado a importncia dessas
prticas trazerem possibilidades de minimizar os efeitos causados pelos abismos sociais presentes
neste pas. Os cursos de nvel superior apresentaram um ndice duas vezes mais alto do que os do
nvel mdio tcnico. Dentre os beneficirios dos programas, o ndice de evaso foi bem menor
que o ndice geral do Cmpus. Os resultados apontaram ainda que as aes em mdia atendem
42%, da demanda dos estudantes por benefcios, estreitando as possibilidades que estas prticas
poderiam alcanar.
As atividades extra formais viabilizadas pelos programas de assistncia estudantil
mostraram-se relevantes, tanto no mbito da complementao da educao formal quanto no
combate evaso. Porm, apesar da importncia dos programas promovidos e levando em
considerao que no Brasil a assistncia social segundo o art. Art. 203 da CF/88. Ser prestada a
2110
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABRUCIO, Fernando Luiz. O Impacto do Modelo Gerencial na Administrao Pblica: Um breve
estudo sobre a experincia internacional recente. Brasil, 1997. 52 p. Cadernos ENAP; n. 10.
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BAGGI, Cristiane Aparecida dos Santos; LOPES, Doraci Alves. Evaso e avaliao institucional no
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2111
SILVA, Meyrelndia dos Santos & MOURA, Dante Henrique. A evaso no curso de licenciatura em
geografia oferecido pelo CEFET-RN. Holos, natal, v. 3, n. p.1-17, 2007.
2112
RESUMO
2113
1 INTRODUO
O movimento ambientalista, enquanto movimento social global nasce na dcada de 60.
Essa dcada foi marcada pelo aumento progressivo de problemas ambientais em escala mundial.
Cresceram tambm as respostas da sociedade civil para o enfrentamento de todas as formas de
poder que levam opresso e injustia. O movimento ambientalista emerge a, da crtica
explorao predatria dos recursos naturais e da crtica a todo um modelo poltico-econmico
capitalista de desenvolvimento, pautado no fazer mais dinheiro e na ideia de obter o mximo
de benefcios no mais curto prazo de tempo possvel. nesse contexto que a escola surge
assumindo um papel emancipatrio importante no interior das lutas por transformaes sociais e
ambientais. Um espao que pode contribuir efetivamente para a luta cidad em defesa da
qualidade de vida e dos direitos ambientais, uma vez que a educao ambiental, em suas
contradies e identidades, conflitos e consensos, est presente no cotidiano escolar e se define
frente ao contexto de degradao socioambiental como uma exigncia para todos os que buscam
a concretizao de um sociedade justa, igualitria, democrtica e sustentvel.
Foi nesse aspecto, que se desenvolveu a proposta do projeto de curso de especializao
em educao ambiental para a sustentabilidade em uma perspectiva transdisciplinar direcionado
para professores da rede pblica de ensino do municpio de Natal-RN, que busca contribuir com a
formao de cidados plenamente reconhecidos e conscientes do seu papel em nossa sociedade,
uma vez que favorece a compreenso da cidadania ambiental como participao social e poltica,
assim como exerccio de direitos e deveres polticos, civis e sociais adotando no dia a dia por meio
de aes solidarias, cooperativas e de repdio s injustias, respeitando o outro e exigindo para si
o mesmo respeito. Portanto, essa pesquisa se justifica pela importncia do seu estudo e
desenvolvimento de uma proposta de formao/especializao de profissionais da educao que
lidam principalmente com as crianas.
METODOLOGIA
O trabalho tem a natureza de uma pesquisa aplicada, por ter a finalidade de gerar
conhecimentos necessrios sobre educao ambiental e sustentabilidade sob a ptica da
complexidade, o que auxiliar no desenvolvimento da capacidade crtica e reflexivo por parte dos
alunos.
Por se tratar de um curso de especializao para professores da rede pblica, esse trabalho
tem como primeira parte o levantamento bibliogrfico, a anlise crtica do material pesquisado, a
elaborao de questionrios para os educadores do ensino fundamental na tentativa de conhecer
a realidade da abordagem da educao ambiental nas escolas da rede pblica (estaduais e
municipais), caracterizando uma pesquisa inicialmente exploratria.
2114
REVISO BIBLIOGRFICA
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Desde o surgimento das primeiras civilizaes, o homem tem se relacionado com a
natureza, entretanto, com o advento de um novo modelo de produo e organizao do trabalho,
a capacidade de interveno no meio ambiente, pelo homem, se intensifica, comprometendo de
maneira irreversvel os diversos ecossistemas do planeta.
Dessa forma, possvel analisar essas adversidades sob uma perspectiva ambiental, fato
que consiste num modo de ver o mundo em que se evidenciam as inter-relaes e a
interdependncia dos diversos elementos na constituio e manuteno da vida. Em termos de
educao, essa perspectiva contribui para evidenciar a necessidade de um trabalho vinculado aos
princpios da dignidade do ser humano, da participao, da co-responsabilidade, da solidariedade
e da equidade.
Dessa maneira, a educao ambiental, ajuda o individuo a se reconhecer como parte
integrante do meio ambiente. Com isso, este instrumento leva a uma percepo ampla do
ambiente, pois este deixa de ser um sistema isolado e passa a ser notado como a moradia da
humanidade, necessitando assim ser cuidada e preservada. Por apresentar tamanha importncia,
tem-se que: A Educao Ambiental deve chegar a todas as pessoas, onde elas estiverem dentro
e fora das escolas, nas associaes comunitrias, religiosas, culturais, esportivas, profissionais, etc.
ela deve ir onde esto as pessoas (DIAS, 2003 p. 110).
Hoje as escolas em geral baseiam-se na competio sem solidariedade. O que leva ao
individualismo e ao imediatismo, ancorado na ideia do tempo presente e na velocidade de
conquista de espao e poder. O sistema de notas de uma escola como prmio representa bem a
concepo de uma educao baseada na lgica da competitividade e no da solidariedade
2115
simbitica dos seres humanos com os outros seres da natureza. Assim, pensar uma educao
sensvel e solidria necessita de criatividade dos professores religando saberes de forma
Transdisciplinar mediando conhecimentos tericos e prticos. Um exemplo prtico de educao
ambiental na escola e que surte efeitos grandiosos incentivar a plantao de hortas. O contato
das crianas e adolescentes com a terra, desperta a curiosidade, promove a integrao com a
natureza, desenvolve o esprito de cooperao solidria e produz alimentos saudveis para o uso
na merenda escolar. Alm de oferecer uma alimentao mais saudvel, tal iniciativa faz com que
os alunos se sintam ligados quela poro do seu ambiente. Outras medidas muito difundidas,
mas, infelizmente pouco adotadas nas escolas principalmente nas pblicas so os programas
de coleta seletiva, conscientizao da necessidade do uso racional da gua e a utilizao das artes
(teatro, pintura, cinema e a literatura) como instrumentos para a construo de um pensar e
perceber ecolgico interdisciplinar.
Assim sendo, a escola passa a exercer papel preponderante na implantao das tcnicas
preconizadas pela educao ambiental. Neste sentido, a escola, na medida em que possibilita a
realizao de um trabalho de interveno sistemtico, planejado e controlado, constitui um
espao privilegiado para o desenvolvimento da Educao Ambiental (PELICIONI, 1998).
Como se infere da viso aqui exposta, a principal funo do trabalho com o tema Meio
Ambiente contribuir para a formao de cidados conscientes, aptos para decidirem e atuarem
na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um
e da sociedade, local e global. Para isso necessrio que, mais do que informaes e conceitos, a
escola se proponha a trabalhar com atitudes, com procedimentos.
No entanto, faz-se mister que o educador tenha uma formao adequada para inserir esta
educao ambiental no contexto das disciplinas. Isso porque no adianta simplesmente inserir
mais uma matria na grade curricular dos alunos, a temtica ambiental deve ser trabalhada de
forma interdisciplinar religando os conhecimentos de cada disciplina de forma global, visando
integrao literal entre o aluno, o conhecimento disciplinar e o meio que o circunda. Cria-se,
assim, uma relao que promove um desenvolvimento baseado na natureza e procura amenizar
conflitos histricos no uso das reas naturais.
Esse projeto apresenta uma proposta de formao de professores em educao ambiental
e sustentabilidade para discusso e prticas em meio ambiente nas escolas, especificamente na
rede pblica de ensino do municpio de Natal/RN, o que possibilitar a formao de uma postura
tica e cidad do profissional de educao, tendo como foco a relao sociedade e natureza, no
sentido de promover, junto s escolas, um modelo de vida sustentvel, exercitando o saber fazer,
partindo de uma viso do pensamento complexo e transdisciplinar (MORIN...) sobre educao
ambiental e sustentabilidade nos princpios da ao-reflexo-ao propostas por Freire (1987).
O presente trabalho, possui uma viso inovadora que se prope a trabalhar a questo da
Educao Ambiental por meio de eixos temticos transdisciplinares que iro contribuir para a
mudana de atitudes e mentalidades de professores e alunos do ensino fundamental e mdio
desse municpio, quanto ao trato da relao homem-natureza e proporcionar o desenvolvimento
2116
de pesquisas e relatrios sobre a extensa temtica que abrange as questes ambientais das vrias
localidades existentes tanto na cidade de Natal/RN quanto nas cidades circunvizinhas.
2117
5 CONCLUSO
Acredita-se que a melhor maneira de conseguir estimular uma mentalidade mais
sustentvel nos indivduos por meio de uma educao ambiental na perspectiva da
interdisciplinaridade, ou seja, uma educao que promova discusses a respeito da temtica
ambiental, como tambm uma que sensibilize as pessoas acerca da ideia de uma vida em
harmonia com a natureza, utilizando seus recursos naturais de forma saudvel.
Essa educao deve consistir num modo de ver o mundo em que se evidenciam as interrelaes e a interdependncia dos diversos elementos na constituio e manuteno da vida,
sendo essa perspectiva fundamental para evidenciar a necessidade de um trabalho vinculado aos
princpios da dignidade do ser humano, da participao, da co-responsabilidade, da solidariedade
e da equidade.
Sendo assim, imprescindvel a preocupao quanto a formao do profissional da
educao sob um olhar interdisciplinar, uma vez que trar a oportunidade desse identificar
maneiras de discutir os variados aspectos de um contedo, bem como evidenciar as inter-relaes
entre os diversos assuntos tratados em sala de aula.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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sustentvel.Orgs.: Michael K. Stone e Zenobia Barlow. So Paulo. Cutrix, 2006.
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(UNESP/IBRC), LAIFE (USP/FFCLRP). So Carlos, Sorocaba, Araras: UFSCar;RioClaro:UNESP/IBRC;
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Araraquara, SP: Junqueira&Marin ; Juiz de Fora, MG : FAPEB, 2008.
TRAVASSOS, Edson Gomes. A prtica da educao ambiental nas escolas. Porto Alegre.
Meditao, 2004.
2118
2119
RESUMO
2120
1 INTRODUO
O presente trabalho tem por objetivo descrever duas dinmicas de grupo realizadas entre
alunos do 2 ano do Ensino Mdio, como estratgias de ensino e aprendizagem capazes de
promover uma apropriao de conceitos cientficos da Qumica. Procura-se contrastar o resultado
dessas dinmicas com aquele obtido por meio de aula expositiva, mtodo que ainda prevalece nas
escolas como nica possibilidade de ensino. A escolha de atividades realizadas em grupo se deve
ao fato de achar suporte na abordagem scio-interacionista de aprendizagem, que defende as
interaes entre os indivduos, como meio de desenvolvimento da cognio e de construo de
competncias e habilidades de aprendizagem. As habilidades pretendidas atravs das dinmicas
realizadas esto situadas no campo da interpretao de textos, da argumentao, do consenso.
As dinmicas realizadas seguiram os procedimentos adotados por Bordenave e Pereira
(2011), os quais defendem que a situao de ensino e aprendizagem deve ser planejada em
funo dos objetivos educacionais estabelecidos previamente. Assim, duas dinmicas foram
realizadas: a primeira, denominada de grupo de observao e discusso, ou Phillips 66, cujo
objetivo o de oportunizar aos alunos, diante de um problema proposto, discutir possveis formas
de solucion-lo. A segunda dinmica foi o painel de debates, cujo objetivo foi discutir respostas
antagnicas dadas pelos grupos na primeira dinmica.
Os problemas levantados para os grupos foram elaborados sobre o tema Propriedades
Coligativas, situados no livro didtico Qumica no cotidiano, da autoria de Peruzzo e Canto (2006).
Procurou-se identificar os conhecimentos prvios sobre esse assunto atravs de pr-testes e, no
final da dinmica, realizou-se uma avaliao para averiguar a apropriao dos conceitos discutidos.
2 METODOLOGIA
A experincia letiva aqui apresentada foi realizada no contexto de estgio supervisionado
de regncia, em turma de segundo ano do ensino mdio na Escola Estadual Jos Cludio Alves,
localizada na cidade de Taboleiro Grande, RN. A forma de tratamento dos dados levantados
atravs da observao participante e de questionrios seguiu os procedimentos da pesquisa-ao
que, Segundo Thiollent (2011):
um tipo de pesquisa social com base emprica que concebida ou realizada em
estreita associao com uma ao ou com a resoluo de um problema coletivo e
no qual, os pesquisadores e os participantes representativos da situao ou do
problema esto envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (THIOLLENT,
2011, p.20)
Assim, para a realizao da pesquisa foram selecionados critrios de anlise dos dados
observados, considerando aspectos comunicacionais e de sistematizao cientfica do
conhecimento. O instrumento principal da coleta desses dados foi o questionrio, aplicado antes
da realizao das dinmicas, mas tambm procedeu-se conversas informais, para que tambm
fossem registradas a oralidade dos alunos na expresso desses conceitos. O questionrio foi
2121
utilizado tambm no final de cada dinmica, contendo as mesmas questes que o questionrio
aplicado no incio, acrescendo ainda de duas questes auto avaliativas sobre o mtodo em grupo.
Os conceitos prvios que os alunos conheciam sobre o assunto, antes da realizao das dinmicas,
foram comparados com aqueles que eles demonstraram ter-se apropriado no final dessas
prticas. Registraram-se algumas consideraes dos alunos sobre a aprendizagem atravs desse
mtodo, para serem usadas juntamente com os dados dos questionrios e, assim, averiguar de
modo adequado o desempenho na apropriao dos conceitos cientficos. Por fim, os principais
conceitos apontados pelos alunos foram devidamente tabulados em grficos para efeito de
comparao, seguindo-se discusso dos mesmos.
3 REVISO BIBLIOGRFICA
Para Pozo e Crespo (2009), o ensino de cincias de modo geral enfrenta uma crise, pois os
alunos se veem sem estmulo diante de uma educao que ainda forjada nos moldes do ensino
tradicional, cujo foco a aula expositiva, com a baixa participao dos alunos, alm do ciclo
repetitivo de exerccios, cujo objetivo principal voltado para os clculos. A apropriao de
conceitos cientficos, segundo essa perspectiva, ocorre apenas no nvel da memria imediata que,
aps curto perodo de tempo esquece o que memorizou ou, quando no h esquecimento da
formulao conceitual, no estabelece relaes com os procedimentos, os clculos e outras
exigncias do saber cientfico. Outros educadores, como Carvalho, Batista e Ribeiro (2007, p. 35),
afirmam que o desinteresse dos alunos pela qumica pode ser explicado por diversos fatores, e,
dentre eles est a falta de uso de mtodos interativos de aprendizagem.
Vale salientar que o corpo epistemolgico da cincia qumica constitudo no apenas de
suas representaes simblicas, presentes nas equaes e nos clculos empreendidos, mas
tambm dos conceitos que articulam esse aparato simblico, alm dos procedimentos
experimentais com os quais o qumico mantm estreita relao. A assimilao dos conceitos, de
acordo com os PCNs faz parte de um processo de sistematizao que vai dos fatos s experincias
de sobrevivncia dos seres humano, conforme explicitado:
No primeiro momento da aprendizagem de Qumica prevalece a construo dos
conceitos a partir de fatos. J no segundo momento, prevalece o conhecimento
de informaes ligadas sobrevivncia do ser humano. Na interpretao dessas
informaes, utilizam-se os conceitos j construdos, bem como constroem-se
outros, necessrios para a compreenso dos assuntos tratados. As competncias
e habilidades desenvolvidas na primeira leitura do mundo fsico sob a tica da
Qumica so reutilizadas e, nesse processo, podem ser aperfeioadas, de acordo
com a complexidade das situaes em estudo. (BRASIL, 2000, p.36)
No caso da aprendizagem de um assunto especfico como Propriedades Coligativas, tornase importante estabelecer a relao entre a compreenso das propriedades das solues,
principalmente as aquosas, com o funcionamento dos organismos vivos, pois a grande maioria ou
todos trazem em sua composio a gua, que por sua vez, considerada o solvente universal. Pois
os conceitos iniciais desse contedo necessitam de outros anteriormente ensinados, visto que as
solues so estudadas no 1 ano do ensino mdio bem como no 9 ano do ensino fundamental.
2122
4 RESULTADOS E DISCUSSES
Para identificar algumas noes bsicas sobre o assunto que ser abordado (propriedades
coligativas), foi aplicado um questionrio (pr-teste) com perguntas abertas, Veja a seguir a figura
1 que apresenta os resultados dos conceitos dos alunos antes das aulas expositivas e das
dinmicas de grupo:
2123
Nesse pr-teste, pode-se perceber que o conceito sobre propriedades coligativas no era
dominado pela maioria dos estudantes, pois cerca de 86,35% no souberam responder,
colocando-se, dessa forma, como assunto novo, isso se justifica quando se v respostas como:
- Sinceramente eu no sei de nada, nunca nem ouvi falar sobre propriedades coligativas,
creio que seja por causa do ensino precrio que tive em anos anteriores.
Alguns ainda relacionaram assuntos tratados pela Qumica, mas de forma insatisfatria,
pois cerca de 4,55% dos alunos relacionaram com misturas, contudo afirmaram ser uma
substncia que auxilia na mistura de outras; cerca de 4,55% afirmaram ser uma relao da
temperatura com o meio ambiente, os outros 4,55% no conseguiram sequer articular o tema
com a Qumica.
Aps verificar que, praticamente todos os alunos no conheciam conceitos relacionados ao
contedo, procedeu-se realizao das dinmicas de grupo. A primeira a ser aplicada foi a
Phillips 66, que segundo Bordenave e Pereira (2011, p. 168) objetiva a participao dos alunos
no decorrer das aulas formulando perguntas e respostas, expressando opinies e posies. Veja a
figura 2 que possui a representao da dinmica de grupo - a) Phillips 66:
a) Phillips 66
2124
2125
partculas de soluto dissolvidas em uma certa quantidade de solvente, mas no da natureza dessas
partculas dissolvidas.
Pode-se ainda afirmar que essas propriedades esto relacionadas presso e
temperatura, pois cada qual denominada segundo o tipo de variao de temperatura e/ou
presso de certa substncia, como: a tonoscopia, que indica um abaixamento de presso de vapor
da substncia; ebulioscopia, que implica na ocorrncia um aumento da temperatura de ebulio;
crioscopia, que aponta para um abaixamento da temperatura de solidificao e a osmose, que d
ao solvente a capacidade de atravessar certas membranas permeveis, lembrando que todos
dependem do tipo de soluto adicionado soluo.
Fica claro ainda, que aproximadamente 17% conceituaram as propriedades coligativas
como propriedades das solues, visto que realmente so, mas no souberam explicar porque so
consideradas propriedades, ou responderam de modo simplificado. Parece conveniente afirmar
que 11,1% dos alunos conseguiram relacionar suas respostas com o contedo, pois cerca de 5,55%
afirmaram que as propriedades coligativas dependem do soluto e 5,55% disseram que so
propriedades que das substncias que se modificam quando so adicionados solutos no volteis.
E comparando o pr-teste com o ps-teste, uma minoria (16,66%) no conseguiu responder sobre
os conceitos de Propriedades Coligativas, cabendo, assim, afirmar que ainda h o desafio de se
examinar o nvel cognitivo desses alunos, para que o planejamento das prximas dinmicas de
grupos considere atividades voltadas para suprir as deficincias de aprendizagem observadas nas
dinmicas aqui por ora realizadas.
5 CONSIDERAES FINAIS
A comparao entre os resultados do diagnstico inicial (pr-teste) e final (ps-teste)
mostra que a apropriao dos contedos conceituais depende da articulao que o educando faz
com conceitos cientficos estabelecidos anteriormente. Constata-se tambm que os diferentes
nveis de maturao cognitiva dos alunos implicam em modos diferentes de apropriao desses
conceitos. Assim, os resultados de aprendizagem obtidos na realizao desses trabalhos, embora
sejam considerados satisfatrios, trazem tambm o desafio de se buscar novas bases para a
construo do conhecimento por parte daqueles que, minimamente, conseguiram se apropriar de
alguns desses conceitos.
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratgias de ensino-aprendizagem. 31 ed. Petrpolis, RJ:
Vozes, 2011.
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PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. Qumica na abordagem do cotidiano. 4 ed. So Paulo: Moderna,
2006.
2126
2127
RESUMO
O municpio de Jandara/RN localizado no Rio Grande do
Norte, e um dos maiores produtores da cal do estado,
conta com uma populao de aproximadamente 6.801
habitantes e uma rea de 436 Km. Geologicamente o
municpio pertence Bacia Potiguar. Caracteriza-se por
um clima semirido, formao vegetal de caatinga,
predominam solos Cambissolo Eutrfico com fertilidade
natural
alta,
textura
mdia,
relevo
plano,
acentuadamente drenado e raso. Encontra-se inserido na
Faixa Litornea Norte, dentro da bacia hidrogrfica de
Escoamento Difuso 15-4. A pesquisa foi volta para o
entendimento dos riscos do binmio, sade pblica e
gua, essa oportunizou-nos estudar a inter-relao meio
ambiente-gua e populao. Nesse sentido, o objetivo do
2128
1 INTRODUO
Partindo-se do princpio que gua um bem usado pelo homem para satisfazer suas
necessidades de sobrevivncia e melhoria de suas condies econmicas, sociais e comunitrias,
no se pode perder de vista o carter estratgico dos recursos hdricos em nossa atualidade.
Ao longo do Sculo XX, os sucessivos avanos tecnolgicos tem gerado um maior grau de
interferncia sobre os sistemas naturais, inclusive exigindo um aumento do consumo de gua, cuja
demanda em termos mundiais oscilam entre 4 e 8% ao ano. Tal crescimento tem despertado a
ateno de organismos internacionais e nacionais no sentido de implantarem um conjunto de
medidas que visam encontrar alternativas de gesto da gua, seja atravs de canalizao,
barragens, audagens ou construo de reservatrios nos leitos de rios (BRITO; CMARA 1999,
p.56).
Cabe salientar que a luta pela qualidade da gua perpassa pelo vis de um novo paradigma
sobre gesto ambiental, cuja retrica resulta na cooperao solidria de todo o corpo social, afim
de no sobrecarregar o meio ambiente.
Frente ao exposto, pode-se considerar que a crescente explorao da gua numa
sociedade em expanso demogrfica tem degradado os recursos naturais, com diminuio da
disponibilidade de recursos hdricos e a deteriorao da qualidade da guas, fato que tem
conduzido a uma maior preocupao com os efeitos da explorao humana sobre os recursos
hdricos.
H ainda uma questo genrica a afetar os ecossistemas ambientais, que reside na falta de
implementao de fato do aparato de Leis criadas com o objetivo de garantir a continuidade das
reservas naturais. No resta dvidas que existe uma srie de normas e regulamentos
estabelecidos pelo Poder Pblico, no que se refere a ocupao de ambientes considerados
necessrios para a efetivao das atividades econmicas, que estejam em acordo com uma sadia
qualidade de vida.
Cabe ressaltar, que algumas limitaes na efetivao das mesmas tem se constitudo em
verdadeiras alteraes das paisagens, que no raras vezes compromete o funcionamento de
sistemas extremamente importantes para sobrevivncia de diversas espcies entre elas a espcie
humana.
De maneira mais diretamente ligada ao tema deste artigo pode-se registrar, que a pesquisa
oportuniza-nos estudar a inter-relao meio ambiente-gua na populao, situada no municpio
de Jandara/RN. E tem por objetivo analisar o risco ambiental em escalas espaciais e temporais, na
referida populao, verificando o comportamento dos vetores, doenas endmicas vinculadas aos
recursos hdricos. A analise dos riscos das diversas fontes poluentes que envolvem o binmio
sade pblica e gua tendo em vista uma melhor qualidade dos recursos hdricos e bem estar
social.
Por se tratar de um estudo descritivo, exploratrio, quantitativo e qualitativo nos
possibilita conhecer um pouco mais sobre esse espao que a partir do momento que percebido e
vivenciado por quem os freqentam, transformam-se em lugar dando-lhes significado.
2129
1. 1 Localizao
O municpio de Jandara/RN localizado (Figura 1) no Rio Grande do Norte, na mesorregio
Agreste Potiguar e na microrregio Baixa Verde um dos maiores produtores da cal do estado,
conta com uma populao de aproximadamente 6.801 habitantes e uma rea de 436 Km (IBGE,
2010). Geologicamente o municpio pertence Bacia Potiguar. Caracteriza-se por um clima do
semirido, formao vegetal de caatinga, predominam solos Cambissolo Eutrfico com fertilidade
natural alta, textura mdia, relevo plano, acentuadamente drenado e raso. Encontra-se inserido
na Faixa Litornea Norte, dentro da bacia hidrogrfica de Escoamento Difuso 15-4.
2 REFERENCIAL TERICO
Nas linhas que se seguem, procurou-se realizar uma discusso das mais recentes tendncias
da conjuntura econmica, visando resgatar na atualidade, as alteraes promovidas por esse
fenmeno mediante a organizao do espao mundial, e assim descobrir possveis respostas que
permitam compreender uma das mais problemticas questes de nossa poca, a degradao
ambiental. No resta dvida, que as relaes estabelecidas entre o econmico e a natureza
sempre se deram de maneira destrutiva, tanto que, na opinio de vrios estudiosos no so
poucas as evidncia de perigo, onde a natureza tem dem