Monitoramento em Aterro Sanitario
Monitoramento em Aterro Sanitario
Monitoramento em Aterro Sanitario
Mario Cepollina
Engenheiro Civil, MSc. DIC. Endereo: - Cepollina Engenheiros Consultores Rua Roque Petrella, 314 - 04581-050 So Paulo SP Fone: 11 55431044 11 55321726 e-mail: mariocepollina@terra.com.br
Mario J. Motidome
Gelogo, MSc consultor . Endereo: Ncleo Projetos e Consultoria Rua Cordeiro Galvo, 416 - 05450-020 So Paulo --SP
Fone: 11 30232336 e-mail: motidome@zaz.com.br
Resumo
Com base na experincia desenvolvida no Aterro Sanitrio Bandeirantes, do municpio de So
Paulo, o trabalho apresenta diretrizes para o monitoramento de aterros de grandes propores
e tece comentrios e questionamentos sobre como deveriam ser efetuados os monitoramentos
para aterros menores.
Abstract
The paper presents guidelines for geotechnical and environmental monitoring of large waste
landfills based on the experience on the A.S.Bandeirantes, which is one of So Paulo county
landfill. It also includes comments and questioning about the monitoring plan for smaller
landfills.
1.
INTRODUO
2.
MONITORAMENTO GEOMECNICO
Caso sejam constatadas estas anomalias elas sero registradas, fotografadas e devidamente
analisadas para que sejam tomadas medidas de interveno necessrias ou para que seja
instalada instrumentao especfica.
2.2.1.
MS501 e MS510B
0,00
-10,00
Recalque/Hi (%)
-20,00
MS501
MS 510B
-30,00
-40,00
-50,00
-60,00
12/09/98
28/08/99
12/08/00
28/07/01
13/07/02
28/06/03
12/06/04
Na Fig. 2 mostrada a velocidade de recalque com o tempo. Neste caso, foi escolhido um
marco instalado mais recentemente para que se tenha idia da elevada magnitude das
velocidades de recalque.
Os grficos que analisam os deslocamentos horizontais so similares a esses apresentados,
no cabendo reproduzi-los.
Em alguns casos, principalmente quando se tratam de taludes de grandes dimenses, as
velocidades dos deslocamentos so desenhadas em planta e em seo na forma de vetores,
permitindo-se conhecer ao mesmo tempo, a magnitude e a direo dos deslocamentos,
conforme mostrado nas Fig. 3 e 4.
0,00
-4,00
MS546
MS548
MS554
-8,00
-12,00
-16,00
13/07/02
04/01/03
28/06/03
20/12/03
12/06/04
3.800
3.600
3.400
3.400
3.800
3.600
3.200
150
150
140
140
MS-585
130
120
MS-544
MS-545
1,287
130
9,589
r v (mm/dia)
4,793
120
2,000
1,775
110
TRFEGO
r h (mm/dia)
110
2,552
100
100
Figura 4. vetor resultante recalque x deslocamento
2.2.2.
A interpretao dos resultados foi detalhadamente estudada por de Abreu (2002), trabalho que
pode ser citado como referncia bsica.
A grande dificuldade para se fazer previses de recalque com base nas leituras a separao
dos recalques imediatos dos que ocorrem ao longo do tempo.
Deve-se ter em mente que, durante a operao, os marcos so colocados somente nas bermas
das clulas, e que a carga representada pela clula seguinte provoca recalques imediatos na
espessura compressvel de lixo que h sob o marco instalado nas bermas das clulas
anteriores.
Estes instrumentos so instalados a partir de bermas dos taludes, em funo das condies de
acesso e de maneira a se evitar interferncias com os equipamentos que executam o aterro
sanitrio.
7
Eles so instalados dentro de furos feitos por trados mecnicos e, como a operao de
perfurao onerosa, procura-se instalar duas cmaras piezomtricas por furo.
Em funo dos recalques, comum a perda dos piezmetros. Quando isto ocorre, eles tm, de
modo geral, que ser substitudos.
2.3.1.
Da mesma forma como feito para os deslocamentos, os valores das leituras dos piezmetros
so plotados contra o tempo, conforme mostra a Fig. 6.
PIEZMETRO 211
16
16
12
12
05/02/96
30/04/97
24/07/98
17/10/99
09/01/01
04/04/02
28/06/03
Presso de Gs (m.c.c.)
AS-2
Cmara A
Cmara B
Gs A
Gs B
20/09/04
2.3.2.
Alm dessa anlise inicial quanto a variao dos valores medidos, os resultados das leituras de
presso de fluidos so empregados para se avaliar as condies de estabilidade dos macios.
Para isto so efetuadas anlises de estabilidade por equilbrio limite, nas quais as presses
piezomtricas medidas constituem-se em parmetros fundamentais.
Os outros parmetros so os de resistncia
obviamente, a geometria.
Como se sabe, no se consegue ensaiar este material como se faz com solo. Assim, os
parmetros de resistncia so fundamentalmente deduzidos de retroanlises de rupturas
ocorridas, da anlise de comportamento do macio sanitrio ou de alguns poucos ensaios em
corpos de prova de grandes dimenses que j foram executados.
Os resultados das anlises de estabilidade devem ser sempre comparados e correlacionados
com os valores de deslocamentos. Por exemplo, uma reduo de fator de segurana, devido a
elevao dos nveis piezomtricos ou a alterao da geometria do talude se manifesta,
invariavelmente, atravs do aumento na velocidade dos deslocamentos.
Na fig. 7 apresentado o resultado da anlise de estabilidade para um talude do A.S.
Bandeirantes.
3.
MONITORAMENTO AMBIENTAL
3.2.1.
3.2.2.
Os resultados obtidos devem mostrar que as guas subterrneas se enquadram dentro dos
padres exigidos pelos rgos ambientais. A despeito de toda a variabilidade potencial
representada pelos distintos tipos de litologias presentes, que podem influenciar as
concentraes absolutas, alguns elementos ou ons devem ser observados mais atentamente.
Assim, salvo excees que devem ser bem documentadas nos poos de monitoramento de
montante, ou seja, isentos da influncia do aterro sanitrio, deve-se observar com ateno os
nveis de concentrao de cloreto, pois trata-se de um on que ocorre com concentrao
relativamente baixa em ambientes naturais, mas que aparece em grandes concentraes no
chorume.
Os nveis das diversas formas de Nitrognio e do Fosfato, pela relao com a decomposio de
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3.4. Gases
O monitoramento de emisses gasosas implementado at recentemente no A.S. Bandeirantes
considerou, principalmente, a sua influncia como poro-presso e, conseqentemente, na
estabilidade do macio sanitrio.
Nesse sentido, cabe citar ocorrncias com presses superiores a 10 tf/m2, chegando a caso
com at 17 tf/m2. A conseqncia de nveis de presso dessa magnitude sobre a estabilidade
do macio bvia.
Avaliadas as ocorrncias em magnitude de presso e definidas as aes necessrias para o seu
controle, garantidas as condies de estabilidade necessrias para o empreendimento, passouse a se analisar o biogs como fonte de aproveitamento energtico e em termos de controle de
gases promotores do efeito estufa.
Assim, essa captao do biogs a suco forada, alm de promover benefcios ambientais
claros atmosfera, converte-se em energia limpa, afora os benefcios correlatos do ponto de
vista de reduo dos nveis de poro-presso no macio sanitrio.
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3.5. Qualidade Do Ar
O monitoramento da qualidade do ar uma matria ainda em consolidao, principalmente do
ponto de vista de avaliao de um aterro sanitrio.
A primeira anlise que se aporta a de gerao de odores e, neste sentido, a prpria
sistemtica de captao, drenagem e queima em poos isolados, alm da rigorosa cobertura
contnua dos resduos, faz com que gases como o dixido de enxofre (SO2), alm de
mercaptanas, sejam eliminados antes de emitidos atmosfera.
Isto significa que boa tcnica executiva tem compensado esta deficincia de critrios para a
amostragem e anlise de odores.
4.
4.2. Pluviometria
A pluviometria da rea do aterro de fundamental importncia para a anlise do
comportamento geomecnico e ambiental de aterros.
A instalao de um posto no prprio aterro importante para monitoramento de aspectos
meteorolgicos como ventos predominantes e crticos, temperatura e evaporao, sendo esta
ltima de capital importncia em regies ridas.
13
5.
No existem critrios ou padres que determinem especificamente qual dever ser o plano de
monitoramento geomecnico ou ambiental de todos os aterros sanitrios, inclusive porque
dependem das caractersticas e quantidades de resduos, do balano hdrico, dentre outros.
Deve-se entender por plano de monitoramento o seguinte conjunto: sistemtica de
observao, instrumentao instalada, freqncia de medies, anlise e apresentao ao
rgo gestor.
A questo extremamente complexa face s diferenas de cada caso, entretanto todo aterro
sanitrio tem que ter um plano de monitoramento.
Os fatores que devem ser levados em conta na elaborao do plano de monitoramento
geomecnico so:
tipo de resduo,
drenagem interna,
pluviosidade,
etc.
Para se ter uma idia somente da questo geometria, apresentamos na Fig. 8 um esquema
que representa de forma sobreposta os taludes do sub aterro 5 do A.S. Bandeirantes e do
aterro de Ribeiro Preto. A diferena entre os dois to acentuada que fica claro que os
critrios vlidos para um caso, podem no se aplicar para o outro.
Para o plano monitoramento ambiental, alm dos acima listados, devem ainda ser levados em
conta os seguintes fatores:
projeto de impermeabilizao,
etc.
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6.
CONSIDERAES FINAIS
6.1
O monitoramento geomecnico e ambiental de macios de aterros sanitrios
obrigatrio. Medidas corretivas de comportamentos anmalos ou desfavorveis podem ser
tomadas em tempo.
6.2
Tendo como base a experincia angariada ao longo de mais de 10 anos no A.S.
Bandeirantes, o trabalho apresenta um resumo de como feito o monitoramento deste aterro.
6.3
So feitas algumas consideraes sobre planos de monitoramento de aterros de
menores dimenses.
6.4
Mesmo em aterros de menores dimenses obrigatria a elaborao de um plano de
monitoramento. Dependendo das caractersticas especficas de cada aterro se estabelecer
quais os itens que compem o monitoramento tero que ser implantados e qual a freqncia
de leitura/anlise. No necessariamente tero que ser seguidas as diretrizes acima descritas
que so aquelas adotadas em um grande aterro.
7.
BIBLIOGRAFIA
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