Aprimoramento Vocal Na Terceira
Aprimoramento Vocal Na Terceira
Aprimoramento Vocal Na Terceira
PORTO ALEGRE – RS
1999
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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO.
COORDENADOR: Prof. Dra. Silvia Maria Rebelo Pinho. Mestre e Doutora pela
UNIFESP – Escola Paulista de Medicina, Especialista em Voz e Coordenadora dos
Cursos de Especialização em Voz do CEFAC.
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................07
LITERATURA..................................................................................................11
DISCUSSÃO...................................................................................................31
CONCLUSÃO..................................................................................................48
RESUMO.........................................................................................................50
SUMMARY......................................................................................................51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................52
OBRAS CONSULTADAS................................................................................59
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INTRODUÇÃO
LITERATURA
Tem sido de grande interesse para a gereontologia social as atitudes para com
as pessoas idosas. As investigações sociolingüísticas (LAMBERT,1967; SHUY,
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A idade pode ser estimada com bastante precisão escutando a voz e a fala de
um indivíduo. Os processos críticos de comunicação - respiração, fonação,
articulação, linguagem e audição - são descritos em termos de mudanças biológicas
antecipadas de tecidos com a idade e o efeito dessas mudanças no processo da
fala (MEYERSON,1976). Existem muitos estudos que procuram apontar
características típicas que identifiquem a voz em processo de envelhecimento,
sendo apontado como uma dificuldade a grande variabilidade (cronológica e
fisiológica) entre a população em envelhecimento.
Mais tarde um estudo feito pôr SHIPP & HOLLIEN (1969) procurou determinar
o julgamento de idade em falantes masculinos, contribuindo com as impressões de
estimativa correta de idade ouvindo a voz de um falante. Uma investigação posterior
relacionada à freqüência vocal, pelos mesmos autores (1972), indicou um aumento
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67% dos homens, menos comum em mulheres, 58%. Sulco vocal foi notado em
cerca de 10% em homens e mulheres.
Quanto ao julgamento perceptivo foi observado menor rigidez e rouquidão na
voz de mulheres. Em relação ao pitch vocal, foi encontrado um pitch mais alto em
homens idosos que em homens jovens, sendo que nas mulheres velhas o pitch
vocal tende a baixar.
As mudanças que ocorrem na voz com o passar dos anos estão também
relacionadas às mudanças estruturais no tecido vibratório da prega vocal.
KAHANE (1983) relatou que mudanças estruturais nos ligamentos vocais, nas
camadas intermediárias e profunda da lâmina própria, foram mais evidentes em
homens após os 50 anos.
MURRY & DOHERTY (1980) referiram que os eventos acústicos que podem
ser encontrados na voz do idoso, podem estar relacionados ao aumento de jitter e
shimmer, na redução da harmonia do ruído proporcional, na diminuição da amplitude
sobre o tempo e no aumento do SD Fo.
PINHO (1998), ressaltou as transformações no padrão vocal que ocorrem no
idoso, indicando suas manifestações serem variáveis de uma pessoa para outra,
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podendo ocorrer atrofia dos músculos intrínsecos da laringe, com perdas teciduais
(causando arqueamento), deficiências hídricas, perda de elasticidade dos
ligamentos e calcificação de cartilagens. Mais raramente, podem ocorrer flacidez das
estruturas gerando quadro de hipotonia. Em mulheres, freqüentemente pode ser
encontrado edema das pregas vocais justificado pelas trocas hormonais devido à
menopausa. Aliado a estes fatores devemos considerar a deterioração do SNC.
Com freqüência o paciente idoso necessita somente que se lhe tranqüilize com
respeito às modificações que observa em sua voz , e que as mesmas não
correspondem a nenhuma enfermidade que ponha em perigo sua vida. Muitas
vezes, ajudar a compreender porque se produzem as mudanças constituem o único
tratamento de que o paciente necessita (MORRISON & RAMMAGE,1996).
Os mesmos autores referiram que o tratamento dos transtornos da voz no
idoso se centra com freqüência em reduzir o uso muscular inadequado que
acompanha o paciente na intenção de compensar modificações que tenham
ocorrido. O programa de tratamento pode orientar a estimular um ajuste do tom no
homem com um alongamento das pregas vocais, combinado com as modificações
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podem ser mantidas com uma condição de melhor qualidade no canto e trabalho
profissional de voz para que se possa ultrapassar a década dos 70 anos.
BEHLAU, PONTES, GANANÇA & TOSI (1988) realizaram um estudo com dez
indivíduos, cinco do sexo masculino e cinco do sexo feminino, brasileiros, na faixa
etária de 65 a 85 anos. Todos apresentavam queixa de voz baixa, fina (fina nos
homens) ou grossa (nas mulheres), dificuldade de comunicação e redução na
inteligibilidade da fala.
DISCUSSÃO
Isto pode ser identificado nos estudos onde MEYERSON (1976) referiu que
podemos observar modificações com a idade, nos processos de comunicação
(respiração, fonação, articulação, linguagem e audição), a partir de mudanças
biológicas antecipadas de tecidos e os efeitos dessas no processo da fala.
a coloração amarelada a mais freqüente. Atrofia de prega vocal e fenda glótica com
maior índice nos homens. Sulco vocal observado em ambos os sexos de forma
similar. Em relação ao julgamento perceptivo da voz, foi observado menor rigidez e
rouquidão na voz de mulheres, pitch mais alto em homens idosos que em jovens,
nas mulheres tendência a baixar o pitch.
relação s/z nos estudos de MUELLER (1982) foi identificada dentro dos limites da
normalidade.
ALARCOS, BEHLAU & TOSI (1983), nos estudos acústicos da voz do idoso,
observaram uma menor uniformidade no traçado dos formantes o que foi indicado
por LINVILLE & FISHER (1989) também estudando os aspectos acústicos da voz do
idoso, relacionaram a redução da freqüência média do primeiro formante para
emissões em voz neutra e em voz sussurrada, indicando que características
fonatórias e ressonantais interferem na percepção da idade através da voz .
Quanto a avaliação propriamente dita da voz do idoso, esta deve incluir exames
de percepção, acústico, endoscópico e fisiológico. As medidas objetivas da função
fonatória podem ser a maneira mais eficaz para determinar o efeito do tratamento.
Importante observar as mudanças fisiológicas que acompanham os parâmetros
perceptivos e acústicos (escape de ar, tensão de laringe, tremor na voz, consoantes
não precisas, velocidade da fala, freqüência fundamental, outros tremores e fatiga
generalizada por decorrência do tempo). Fatores como ruído, variação de amplitude
e intensidade, controle da freqüência e presença de voz de falsete também devem
ser observados (MURRY, WOODSON, 1996).
Isto é confirmado pelo estudo de SABOL, LEE & STEMPLE (1995), que
investigaram os efeitos dos exercícios vocais em parâmetros de produção vocal de
um cantor saudável. Essa avaliação incluia medidas acústicas e aerodinâmicas,
videoestroboscopia e análises subjetivas , sendo observado nos resultados um
aumento na eficiência vocal de todos os indivíduos do estudo.
prolongado de vida. Enfatiza que exercícios diários são um dever, o que possibilita
um bom condicionamento vocal.
Os autores acima citados, acreditam que a ênfase no tratamento deva ser dada
na diminuição das compensações hiperfuncionais supraglóticas, com estimulação
simultânea do ataque vocal, além de desenvolver melhor suporte respiratório para a
fala. Entretanto, SATALOFF, ROSEN, HAWKSHAW & SPIEGEL (1997) sugeriram
uma combinação de terapia vocal tradicional, treinamento do canto, técnicas de
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CONCLUSÃO
RESUMO
SUMMARY
In the private practice, in the academic practice and also on the literature, it
can be observed that the speech pathology has na important role, together with
the elderly population considering the demand of this population with vocal
complains that look for help to maintain active and participating of society.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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OBRAS CONSULTADAS
BOONE, D.R. – A voz e a terapia vocal. Porto Alegre, Artes Médicas, 1994.