Resolucao Caso - Pratico.ii
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2 DE
DIREITO COMERCIAL II
por Paulo Miguel da Silva Lopes
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1.
Esta mesma expresso ipsis verbis surge uma nica vez em todo o articulado do CSC, no art.
174., n. 1, e), o que significa, posio doutrinria vinculada pela communis opinio, de que a
expresso e a figura teve um acolhimento problemtico dentro da sistematizao do CSC.
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Sendo comerciais estes actos, cremos tambm que os mesmos sero acessrios
relativamente constituio de um dos vrios entes legais tpicos societrios presentes
no art. 1. do CSC, de acordo com o brocardo: Accessorium sequitur principale.
De igual modo o Prof. Dr. COUTINHO DE ABREU refere que: A lei no probe
uma tal prtica. Nem o facto de o contrato social sem forma legal ser considerado
nulo (...) inviabiliza a aludida actuao, p. 116, do Curso de Direito Comercial,
volume II, Das Sociedades.
No mesmo sentido, o Prof. Dr. PAULO OLAVO CUNHA, esclarece que j
estaremos perante uma Sociedade Irregular quando: (j) h um mero acordo de
princpio com vista constituio de uma sociedade, mas ainda no foi celebrado o
contrato de sociedade.
Nestes casos, A sociedade irregular constitui um patrimnio autnomo que responde
prioritariamente por dvidas sociais. O que significa que os scios tm relativamente
ao mesmo o benefcio de execuo prvia, p. 241-242, Direito das Sociedades
Comerciais.
De todo o modo o art. 12 d) do CPC, esclarece, tambm, que existe uma
extenso da Personalidade Jurdica s Sociedades Comerciais at data do registo
definitivo, sublinhados nossos, pelo que tm legitimidade para ser partes em Processo
e pelo que o Prof. Dr. MENESES CORDEIRO, Direito das Sociedades, Parte Geral, pp.
515 e ss, sugere um enquadramento anlogo, das Sociedades Irregulares por
incompletude, ao regime jurdico das Sociedades Civis Puras, para que se aplique,
nestes casos, os artigos 37 e ss. do CSC, no perodo compreendido entre o acto
constitutivo e o registo definitivo, e, supletivamente, as regras de Tutela da Aparncia
e da Boa f in contrahendo.
De modo diverso, e porque a questo remete para um perodo anterior ao da
celebrao do acto constitutivo da Sociedade, sugere o Prof. Dr. MENEZES CORDEIRO
que se aplique o artigo 36. do CSC, que obriga os futuros scios a responderem
solidariamente pelas obrigaes contradas por qualquer outro meio que crie uma
falsa aparncia de que existe entre eles um contrato de sociedade; sendo que a
existncia de um titular do rgo da gerncia, o gerente, por intermdio do qual o
contrato foi celebrado seria, em nosso entendimento, disso um meio aparente bastante
para operar essa presuno iuris tantum, e para vincular solidariamente o patrimnio
comum e os scios dessa mesma obrigao. Este nosso entendimento concomitante
com o entendimento do Prof. Dr. MENEZES CORDEIRO, que defende que os terceiros
so alheios real condio jurdica da Sociedade, operando por via da aparncia que a
mesma projecta no trfego jurdico.
Reforando o disposto no pargrafo anterior, dispe o douto Acrdo do STJ
de 06/14/2011, relativo ao processo: 2140/09.1TBCTB.C1.S1:
"Comprovado o registo superveniente de uma sociedade por quotas, que ao tempo da
celebrao de contrato-promessa de compra e venda, intervindo como promitentecompradora, no estava registada, est, agora, por via desse registo, vlida e
definitivamente constituda, verificando-se a assuno retroactiva dos negcios
celebrados em seu nome, dispondo de personalidade e capacidade judiciria, sendo
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