Apostila de Helicóptero
Apostila de Helicóptero
Apostila de Helicóptero
CONHECIMENTOS TÉCNICOS
1
PROF. SÉRVULO
ÍNDICE
Finalidade da apostila.............................3
Autogiro...........................................5
Sustentação........................................7
Tração.............................................8
Arrasto............................................8
Aerofólio..........................................9
Tipos de Aerofólio.................................9
Configuração da Pá.................................9
Compensador da Pá..................................9
2
Sustentação X Arrasto.............................10
Peso e Balanceamento..............................12
Tipos de Rotores..................................14
Vibração..........................................19
Tipos de Estruturas...............................20
Comandos de Vôo...................................22
Estabilizadores...................................28
Motor a Reação....................................28
3
Bell 47 (H-13) Sikorsky S-55 (H-19)
INTRODUÇÃO
4
Projeto de Da Vinci
Helicóptero de Sir Cayle
“Helixpteron”
Auto giro de
La Cierva
5
naturalizado americano Igor Sikorsky, que já
pesquisava esta forma para compensar o torque.
6
CONHECIMENTOS TÉCNICOS
7
indicará o funcionamento incorreto ou correto de
outros diversos sistemas do helicóptero.
8
-MOTOR- Instalado na seção central, podendo ser de
dois tipos: convencional e reação, monomotor ou
bimotor (reator) e em alguns casos três reatores.
Sendo que, cada motor terá o seu próprio instrumento.
-TREM DE POUSO- É o componente que apóia o
helicóptero no “solo”. Existem vários tipos, dentre
os quais se destacam os tipos: esqui, rodas ou
flutuadores, sendo que o mais utilizado é o tipo
esqui devido à sua multifuncionalidade. O de rodas
ideal para aeroportos devido a maior facilidade para
o táxi e também causa um menor arrasto, quando
recolhido. Quanto ao flutuador, existem dois tipos,
um que fica recolhido, como um para quedas e outro
que fica “inflado” todo o tempo, este segundo causa
um arrasto muito grande e desnecessário.
Kamam – H 43
9
COAXIAL - São dois rotores principais em um só eixo
(mastro) em alguns casos com dimensões diferentes,
girando em sentidos opostos anulando o torque e
consequentemente o rotor de cauda.
Tem na construção e manutenção, muito complexas, a
sua limitação de uso, sendo também um rotor com peso
muito elevado, porém, com grande eficiência.
Kamov – KA 25
Desenho
10
utilizada, um rotor na parte dianteira e outro na
traseira do helicóptero, onde o rotor dianteiro é
colocado em um plano inferior ao traseiro, neste tipo
de configuração o torque é anulado pela contrariedade
de rotação dos rotores.
Como os rotores ficam instalados em mastros
distintos, permite uma grande área livre para carga,
11
ALGUMAS DEFINIÇÕES DE ÂNGULOS
ÂNGULO DE ATAQUE
ÂNGULO DE INCIDÊNCIA
ÂNGULO DE ATITUDE
12
Fatores que alteram a sustentação: Densidade,
13
ARRASTO É a força contrária ao deslocamento da
aeronave, causada por este mesmo (deslocamento)
variando com o quadrado da velocidade. É paralela e
14
PARTICULARIDADES DO PERFIL SIMÉTRICO
.A principal razão desta escolha foi o “passeio” do
centro de pressão (CP) ser considerado desprezível,
permanecendo constante para quase todas as variações
do ângulo de ataque. Este fato é de grande
importância, pois o perfil assimétrico tem a
tendência de arfar com o deslocamento do centro de
pressão em direção ao bordo de ataque. Nas aeronaves
de asa fixa este problema não é de tão grande
importância como nas de asa rotativa (helicóptero)
pela necessidade constante de mudança de ângulo de
ataque, sem a qual o vôo do helicóptero se tornaria
impossível.
.Melhor relação sustentação x arrasto para as
variações de velocidade e ângulo de ataque. Este fato
é de grande importância, já que há uma variação muito
grande da velocidade aerodinâmica ao longo da pá
(ponta +/- 500 MPH / raiz +/- 0 MPH).
.Não tem sustentação com o ângulo de zero grau,
eliminando a necessidade de ângulo de ataque
negativo.
.Distância do extradorso a corda é igual à do
intradorso, facilitando e barateando a construção e
manutenção.
Principalmente pelos 03 primeiros e, particularmente
pelo primeiro tópico, o perfil simétrico foi
escolhido para o rotor principal.
CONFIGURAÇÃO DA PÁ
Como foi visto anteriormente, a velocidade
aerodinâmica ao longo da pá tem uma variação muito
grande, maior na ponta; como a pá deve ser eficiente
da raiz até a ponta e já que a sustentação varia com
o quadrado da velocidade, tem-se uma maior
sustentação na ponta da pá. Para que haja uma
distribuição mais uniforme da sustentação ao longo da
pá esta apresenta uma torção ao longo do seu eixo
longitudinal, tendo um maior ângulo de ataque na raiz
(menor velocidade aerodinâmica) e decrescendo para a
15
ponta (maior velocidade aerodinâmica). Com este fato
houve uma melhor distribuição da sustentação, porém
ainda com uma certa diferença. Desta forma a estação
que mais colabora para a sustentação é a
intermediária.
Em alguns casos, usa-se o aumento da área na raiz e
uma diminuição desta área na ponta, determinando um
desenho trapezoidal, o que permite uma menor torção
da pá. Este tipo de formato de pá é muito usado nos
rotores de baixa inércia (rotores de baixo peso),
pois uma menor torção significa um menor arrasto
proporcionando uma melhor auto-rotação nestes tipos
de rotores.
Caso não seja compensada esta variação da sustentação
ao longo da pá, a mesma terá um esforço de flexão
COMPENSADOR DA PÁ
Instalado no bordo de fuga, próximo a ponta da mesma.
Tem como finalidade colocar as pás na mesma pista
(tracking), todas as pás tem que girar na mesma
altura, caso contrário o helicóptero apresentará uma
vibração de baixa freqüência vertical. Caso a pá
esteja com a pista alta, o compensador deve ser
regulado para baixo; em caso de pista baixa, a
regulagem será para cima.
Em alguns casos o compensador da pá estende-se por
todo bordo de fuga, da raiz até a ponta.
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pá fora da pista
pá na pista
17
.CORDA- Distância entre o bordo de ataque e o bordo
de fuga.
sobre um plano.
Vista superior
vista lateral
18
.EIXO DE ROTAÇÃO- Linha imaginária através da qual o
rotor executa o seu movimento giratório, é sempre
perpendicular ao plano de rotação.
19
.RAZÃO DE CARGA- Relação entre o peso bruto da
aeronave e a área do disco.
20
melhor estabilidade lateral, a área acima do CG
deverá ser maior que a de baixo.
O CP (centro de pressão) está localizado nas pás do
rotor principal, acima do CG, onde se tem a reação
aerodinâmica útil ao vôo.
Caso o helicóptero não esteja com uma distribuição
correta de peso, a fuselagem se inclinará para o lado
mais pesado, dando ao helicóptero uma tendência
indesejada, obrigando ao piloto a acionar o cíclico
na direção oposta, dificultando as manobras e
diminuindo a amplitude do comando.
Para um melhor balanceamento motor e tanque de
combustível deverão estar localizados na seção
central.
Definições:
1-PESO VAZIO- Peso da fuselagem, motor, rotores,
equipamentos fixos, óleos, combustível e fluído
hidráulico, que permanecem na linha, não podendo ser
drenados;
2-CARGA ÚTIL- Peso do piloto, passageiros, bagagem,
combustível e óleo;
3-PESO OPERACIONAL (Peso Bruto)- Peso máximo
estipulado no certificado de aeronavegabilidade, é a
soma do peso vazio mais a carga útil;
4-PESO BÁSICO- Peso vazio mais, somente, peso do óleo
(sem combustível e fluído hidráulico).
OBS: O cálculo do CG é feito, dividindo a soma dos
momentos pela soma dos pesos.
CG = soma dos momentos(braços)
soma dos pesos
21
longitudinal, que corta a pá da raiz à ponta, é o
único comum a todos os rotores;
22
rígidos provoca um grande esforço de tração e
compressão na raiz da pá.
A ausência deste movimento provoca um grande esforço
de tração e compressão, principalmente na raiz da pá,
podendo resultar em quebra da mesma.
Vista superior
Vista perfil
TIPOS DE ROTORES
Rotor é um sistema de aerofólios em rotação, que tem
como finalidade transformar a potência do motor em
sustentação e tração.
Na classificação dos tipos de rotores foi levado em
consideração o movimento das pás, desta forma tem-se
três tipos: Rígido, Semi-rígido, Articulado.
.ROTOR RÍGIDO
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-Construção simplificada por não possuir os
movimentos de batimento e avanço e recuo, não
requerendo qualquer tipo de articulação;
-É capaz de suportar grandes momentos de esforços;
-Como é rigidamente preso ao mastro tem uma resposta
aos comandos muito rápida;
-Pouca probabilidade ao desbalanceamento geométrico
(ressonância com o solo) e suas conseqüências;
-Raiz da pá sujeita a altíssimas cargas centrífugas;
-Por ser inteiramente rígido, é o rotor de mais
simples construção, porém a alta tecnologia empregada
acaba por dificultar sua construção (tem que ser
utilizado um tipo de material extremamente
resistente, bastante flexível e o mais leve
possível).
- Por ser um rotor inteiramente rígido ao mastro
.ROTOR SEMI-RÍGIDO
24
-Diminuição das cargas centrífugas nas pás pois a
mudança de passo é feita em conjunto;
-O efeito do desbalanceamento geométrico é absorvido
pela própria deflexão da pá, diminuindo a
probabilidade deste ocorrer;
-Este tipo de rotor provoca uma certa vibração ao
vôo, principalmente quando próximo da VNE;
.ROTOR ARTICULADO
25
-É o rotor de maior probabilidade aos efeitos do
desbalanceamento geométrico devido ao movimento livre
das pás, avanço e recuo;
-É o rotor de mais complexa construção (articulação
de batimento para cada pá e articulação de avanço e
recuo);
-Tem excessiva oscilação, pois as pás são
inteiramente livres.
MUDANÇA DE PASSO
BATIMENTO AVANÇO/RECUO
T D R RÍGIDO SIM
NÃO NÃO
I E O
P T
O O SEMI-RÍGIDO SIM
SIM NÃO
S R
E
S ARTICULADO SIM
SIM SIM
Faça o teste GR II
26
Tem como finalidade transformar a potência do motor
em sustentação e tração. Sendo o sistema de maior
importância, pois toda a sustentação do helicóptero é
obtida por este, onde as respostas de todos os
comandos dependem da RPM do rotor principal. Ë também
responsável, em sua grande maioria, pela
estabilidade, direção do helicóptero.
No vôo pairado, sem vento, o rotor principal fica
ligeiramente inclinado para a esquerda (nos rotores
anti-horários) e ligeiramente inclinado para frente.
À esquerda para compensar a deriva (para a direita)
provocada pelo rotor de cauda e para frente para
anular a tendência de retornar a sua posição
original, provocada pelo Efeito Giroscópico.
EFEITO GIROSCÓPICO– É o efeito inerente a todo corpo
em movimento giratório, sendo caracterizado por duas
forças: precessão e rigidez.
RIGIDEZ (Inércia)– É o efeito que tende a manter o
corpo em seu plano original; este efeito é de grande
importância, pois no instante de inclinar-se o plano
de rotação, este tenderá voltar a sua posição de
equilíbrio. Esta tendência é anulada pela mudança de
passo cíclica, mudança esta que não depende do piloto
e sim da própria construção da aeronave.
PRÉ-SEÇÃO– É caracterizada por um retardo na resposta
de uma força, que todo corpo em movimento giratório
experimenta, esta força terá uma resposta à 90º de
onde for aplicada. Este efeito fez com que os
comandos fossem adiantados em 90º, em relação à
direção desejada.
27
O sistema do rotor principal é composto por:
28
algum problema com o dinâmico, que é composto por
cabos de aço que ligam o anel universal à barra
estabilizadora;
7-CONTRA-PESO DA PÁ – Instalados próximo da linha do
bordo de fuga da pá, tendo como finalidade
estabilizar o ângulo de ataque coletivo das pás,
anulando a tendência do coletivo subir (contra-peso
pesado) ou descer (contra-peso leve);
8-MASTRO – Eixo instalado na vertical que recebe o
movimento giratório da transmissão principal, levando
ao rotor principal. É o eixo de acionamento do rotor;
9-BARRA ESTABILIZADORA – É um dos sistemas de
estabilização do helicóptero, tendo como função
atenuar o Efeito Pendular, criando um novo plano de
rotação, que tende a manter-se sempre na horizontal,
para a prova permanece paralelo ao plano de rotação.
Está instalada no mastro do rotor principal, logo
abaixo deste, ficando defasada em 90º com as pás e
gira com a mesma velocidade destas.
OBS: Nem todo helicóptero possui a barra
estabilizadora, que é uma solução da BELL, rotores
independentes do mastro também atenuam o Efeito
Pendular.
10-UNIDADE MISTURADORA (SWASH-PLATE, CONJUNTO DE:
ESTRELAS, PRATOS, PLATÔ OU DISCO)-
Está instalada no mastro do rotor principal próximo a
sua base, tendo como finalidade levar os movimentos
do cíclico e coletivo, através de hastes, para as pás
do rotor principal. Sendo inclinada por uma ação do
cíclico (ângulo diferente das pás, para cada setor do
plano de rotação, maior na pá que recua e menor na
que avança) e subindo ou descendo por uma ação do
coletivo (ângulo igual para todas as pás, em todo os
setores do plano de rotação).
É composto basicamente por uma estrela estacionária
(inferior), que recebe os movimentos do cíclico e do
coletivo e uma rotativa (superior), que gira com o
rotor principal, transmitindo os movimentos para as
pás.
29
OBS: Nem todo helicóptero possui a unidade
misturadora, neste caso a interconexão do cíclico e
coletivo com as pás é feita mecanicamente.
11-HASTES DE COMANDO – Leva os comandos da unidade
misturadora até os chifres do rotor principal.
12-CHIFRE DE MUDANÇA DE PASSO – Recebe o movimento
das hastes, transmitindo para as pás.
13-TESOURA- Liga a estrela rotativa a haste de
comando, passando por uma fixação ao mastro, tendo
como função, limitar o movimento do conjunto,
alinhando-o à sua posição original, estabilizando o
sistema da swash plate.
30
Usa o mesmo óleo do motor com uma temperatura mais
elevada.
É composta basicamente por: Embreagem, Unidade de
roda livre, Conjunto planetário de redução (caixa
redutora) e Parafusos de cisalhamento.
.EMBREAGEM – Tem como principal finalidade eliminar a
sobrecarga do rotor principal no instante da partida,
desengranzando o motor do rotor principal, permitindo
ainda, que o rotor gire manualmente para uma melhor
inspeção, tem como função secundária facilitar a
auto-rotação.
Pode ser de três tipos:
SAPATA CENTRÍFUGA – É acionada pela força centrífuga
do motor quando este atinge uma determinada RPM.
CORREIAS – Composta por várias correias que giram
sobre polias, sendo seu acionamento determinado pelo
piloto, que provocará um tensionamento das correias,
podendo ser elétrico ou manual.
OBS: Existem helicópteros que utilizam o sistema de
correias, porém o engrazamento é feito
automaticamente.
PROCESSO DIRETO – É feito por um eixo direto, com um
processo de amortecimento, através de vários discos,
do engrazamento.
31
.CONJUNTO PLANETÁRIO DE REDUÇÃO (CAIXA REDUTORA) – É
o conjunto de engrenagens que fazem as devidas
reduções e ampliações da RPM do motor para os
diversos acessórios.
RELAÇÃO DE RPM
.do motor para o rotor principal = 10:1
.do motor para o rotor de cauda = 5:1
.do rotor de cauda para o principal = 2:1
32
Tal fato consome de 8 a 10% da potência no vôo
pairado e 3 a 4% no vôo com deslocamento, pois o
vento relativo ajuda a manter a proa do helicóptero,
necessitando de uma menor potência, menor ângulo de
ataque para o rotor de cauda. Nos helicópteros com
mais de um rotor principal esta tendência é anulada
pela contrariedade de rotação dos rotores principais.
Está instalado na cauda do helicóptero na posição
vertical, do lado direto ou esquerdo dependendo do
sentido de rotação, sendo em sua grande maioria do
tipo semi-rígido.
NOTA: Nos helicópteros da família NOTAR (sem rotor de
cauda), este é substituído por um jato de ar
direcionado, que terá o mesmo resultado do rotor de
cauda comum, sem as inconveniências deste.
Nos helicópteros da família Fenestron o processo
33
JUNTA UNIVERSAL – É um tipo de junta homocinética
simplificada (ver exemplo no vídeo Junta Universal,
na pasta Vídeos Aviação), sendo usada nos
helicópteros de pequeno porte, tendo a função de
permitir uma determinada ângulação entre o eixo de
acionamento e a caixa de transmissão de cauda,
desenvolvendo também a função mover o rotor de
cauda. Nos helicópteros de médio e grande porte é
substituída por uma caixa de engrenagens ou caixa
intermediária.
Pode ter três tipos de acionamento: Processo Direto,
Junta Universal e Caixa Intermediária.
34
seu perfil pode ser assimétrico, pois este tem em
média três vezes mais sustentação que o simétrico,
podendo ser o tamanho das pás reduzido.
VIBRAÇÃO
Por ter asas e muitas partes rotativas, o helicóptero
está sujeito a inúmeros desbalanceamentos ou reações
que podem provocar vibrações normais e anormais. O
piloto tem que ter conhecimento suficiente para
distinguir as normais das anormais.
A vibração não é aceitável para o helicóptero, por
problemas estruturais, e tão pouco para o piloto, que
poderá ter problemas orgânicos por causa desta.
Pode-se distinguir três tipos de vibrações anormais
no helicóptero: baixa, intermediária e de alta
freqüência.
BAIXA – É causada pelo rotor principal, por ser à
parte que menos gira no helicóptero. É fácil de ser
localizada e contada, é do tipo 1:1 (uma vibração
para cada volta do rotor principal) de 100 a 400
ciclos por minuto de intensidade.
Pode ser de dois tipos: Vertical e Lateral
(horizontal).
.VERTICAL – É causada pela pá fora de pista
(tracking), manifesta-se sacudindo o helicóptero na
vertical, como um galope. Este tipo de vibração
aumenta com a velocidade, o galope fica mais
acentuado, porém permanecendo de baixa freqüência.
Podendo ser causada por problemas no: Pitch links
(hastes de mudança de passo), rolamento de mudança de
passo (rolamentos de perfilamento), compensador da pá
(TAB).
.LATERAL (HORIZONTAL) – Causada pelo
desbalanceamento do rotor principal, sacudido o
helicóptero na horizontal (de um lado para o outro e
para frente e para trás). A força centrífuga vai
puxar o helicóptero para onde o lado mais pesado do
rotor principal estiver apontando (Fc= peso x rpm).
Este tipo de vibração permanecerá constante em todas
35
as velocidades do helicóptero, já que a RPM deve ser
constante.
Podendo se causada por problemas no: CM da pá,
damper, rolamentos do cubo (batimento).
36
do rotor de cauda, bastando aproar o vento para que
esta desapareça.
TIPOS DE ESTRUTURAS
Fuselagem é o termo pelo qual é designada toda parte
estrutural da aeronave, excluindo motor, transmissão,
rotor, trem de pouso e diversos sistemas, é a parte
da estrutura básica da aeronave. Toda fuselagem deve
ter o máximo de forma aerodinâmica para uma melhor
relação sustentação/velocidade.
Além de ser o mais leve possível, a estrutura também
deve ser de fácil acesso para os reparos, inspeções e
manutenção, porém, tem que resistir aos esforços
específicos em função do envelope para qual foi
projetada. Qualquer utilização fora do envelope ou
meio para qual foi projetada deve ser rigorosamente
estudada.
No helicóptero às vezes o fabricante sacrifica o
fator velocidade, para uma melhor relação
37
Características
1 - Baixo peso estrutural;
2 – Resistente a pequenos esforços;
3 – Toda janela de inspeção faz parte da estrutura,
em caso de falha em uma, a estrutura estará
comprometida;
4 – Os rebites devem ser inspecionados com certa
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– TUBULAR – É construída por tubos de aço cromo-
molibidênio, tendo no seu interior óleo anticorrosivo
que em caso de rachadura virá ao exterior,
facilitando sua inspeção.
Características
1 – Alto peso estrutural;
2 – É de fácil inspeção (componentes e sistemas) por
não ter revestimento;
3 – Menor resistência aos ventos de través e do rotor
principal;
39
No helicóptero existe uma “interligação aerodinâmica”
dos sistemas de comandos de vôo, se alterado um dos
CÍCLICO
É uma alavanca vertical à frente e ao centro do
assento do piloto (entre as pernas deste). Tem por
finalidade mudar o plano de rotação do rotor
40
Recebe este nome por alterar o passo das pás, do
rotor principal, em determinados setores do plano de
rotação (vencendo a rigidez giroscópica), aumentando
o passo num setor (maior sustentação) e diminuindo no
setor diametralmente oposto (menor sustentação),
fazendo com que o plano de rotação se incline na
direção desejada
(batimento para baixo). Esta mudança automática se
repete a cada volta das pás (mudança de passo
cíclica), não dependendo de qualquer ação do piloto,
a não ser inclinar o comando na direção desejada
41
diminuído na posição 90º e aumentado na posição 270º,
nas posições 00º e 180º os ângulos são iguais, já que
nas posições 90º e 270º não se tem batimento.
No desenho seguinte veremos a seqüência de mudança de
passo cíclica em um rotor com 8º de ângulo de ataque
inicial, no qual o cíclico foi comandado à frente.
Esta seqüência é válida para os rotores anti-
horários, pois nos horários os ângulos seriam em
setores opostos, pois a pá que avança está no través
esquerdo e não no través direito do movimento.
42
É comando primário de atitude do disco, portanto
comando primário de direção e velocidade. Nos vôos
com deslocamento pode-se controlar a altitude de uma
forma secundária, pois a primária é o coletivo, a
altitude é inversamente proporcional à velocidade do
helicóptero, desde que se mantenha os outros comandos
inalterados, um aumento na velocidade (cíclico á
frente) perde-se altitude e uma diminuição da
velocidade (cíclico á trás) aumenta-se a altitude.
Comanda os movimentos em tornos dos eixos
longitudinal e transversal da aeronave e das pás. Na
aeronave provoca os movimentos de arfagem e
43
rolamento, nas pás os movimentos de mudança de passo
e batimento.
COLETIVO
É o controle vertical do helicóptero alterando o
ângulo de ataque de todas as pás do rotor principal,
44
(necessitando de uma maior RPM - abrir manete), menor
ângulo de ataque menor RPM
(necessitando de uma menor RPM - fechar manete). E
também, com os pedais para anular o torque (ver mais
45
Exemplo de manifold presure
MANETE DE RPM
É um dos mais importantes comandos de vôo, pois,
todos os comandos do helicóptero dependem da RPM do
rotor principal e muito menos da velocidade de
deslocamento da aeronave.
A manete é do tipo empunhadura, instalada no extremo
do coletivo, assemelhando-se ao punho de aceleração
de uma motocicleta, controlando a quantidade de
combustível admitida. É necessária aos helicópteros
que não tenham um dispositivo automático de correção
de RPM (governador) para mantê-la constante, devido à
resistência aerodinâmica (arrasto) da pá; coletivo
para cima aumenta o arrasto necessitando de uma maior
abertura da manete.
Girando-se a manete de RPM na direção do piloto,
sentido anti-horário, tem-se o fechamento da
borboleta e uma menor RPM. Tem um curso de 180º,
onde os primeiros 30 correspondem à marcha lenta
(engrazamento) do motor (geralmente existe um
ressalto que marca o trigésimo grau). A partir dos
30º age conjugada com o coletivo. Coletivo para cima
ou para baixo, a manete abre ou fecha
46
automaticamente, sendo necessário do piloto apenas um
ajuste fino para manter a RPM, o que exige um certo
treinamento do piloto, pois este comando é um pouco
delicado devido à grande inércia da maioria dos
rotores principais.
É controle:
-Primário de RPM;
-Secundário de pressão de admissão (P.A), diminuindo
a quantidade de combustível a P.A irá cair;
-Secundário de altitude, a sustentação varia com o
quadrado da velocidade, para o helicóptero velocidade
de rotação do rotor principal, a RPM.
-Secundário de proa, no caso de variação de rotação o
PEDAIS
São os pedais que controlam o ângulo de ataque das
pás do rotor de cauda, pedal esquerdo (rotor
principal anti-horário) aumenta o ângulo, aumentando
a tração do rotor de cauda, fazendo a fuselagem girar
para a esquerda; pedal direito diminui o ângulo de
ataque, diminuindo a tração, fazendo a fuselagem
girar para a direita.
Sendo que os pedais em neutro (centralizados) o
ângulo de ataque do rotor de cauda é positivo; em
qualquer situação dos pedais o ângulo de ataque do
rotor de cauda será sempre positivo.
Devem ser operados de acordo com o torque (junto com
a manete de RPM e o coletivo), que tende a girar a
fuselagem para a direita nos rotores anti-horários,
portanto, pedal esquerdo, aumentando o ângulo de
47
ataque, necessitando de maior potência. O uso do
pedal direito aumenta a potência disponível, pois
diminui o ângulo de ataque, diminuindo o arrasto,
diminuindo a potência necessária para mantê-lo
girando.
O uso do pedal causa uma alteração na RPM do rotor
principal, podendo consumir até 10% da potência no
vôo pairado e até 4% no vôo com deslocamento, pois o
rotor de cauda tende a ganhar eficiência com a
velocidade de deslocamento do helicóptero, devido ao
vento relativo, que tende a alinhar a fuselagem com o
deslocamento, devido, principalmente a deriva
vertical. A pressão dos pedais, ao contrário das
aeronaves de asas fixas, é pequena e não varia com a
velocidade de deslocamento e sim com o torque.
Seu posicionamento (maior amplitude do pedal direito
ou esquerdo) varia com a velocidade, pois o rotor de
cauda ganha eficiência com o deslocamento do
helicóptero (necessitando de uma menor amplitude do
pedal esquerdo); onde ainda tem-se o estabilizador
vertical (efeito de quilha) e o helicóptero é
projetado para alinhar ao vento relativo.
48
ATUAÇÕES DOS COMANDOS
CÍCLICO Primário Direção e
Velocidade
Secundário Altitude (em
velocidade)
49
Estabilizador Vertical – Instalado na cauda
verticalmente, estabilizando-o em torno do eixo
vertical, diminuindo a tendência de guinada.
Os dois estabilizadores têm a sua eficiência
aumentada com a velocidade de deslocamento do
helicóptero.
50
-Eliminou o sistema de embreagem (a própria turbina é
um sistema de embreagem, turbina livre);
-Possibilitou a utilização de uma maior diversidade
de combustível;
-Decolagem instantânea (motores a reação dispensam o
aquecimento).
Devido aos fatores anteriormente citados tornou-se,
atualmente, o motor ideal para o helicóptero, pois,
diminuiu o peso, tamanho e aumentou a potência
disponível.
O motor a reação (turbina) é um motor de combustão
interna, como tal, tem necessidade dos mesmos
requisitos do motor convencional (pistão), que são:
admissão, compressão, combustão (durante esta fase
não há aumento de pressão) e escapamento. Porém, os
ciclos do motor a pistão são bem definidos, ao passo
que no motor a reação os ciclos ocorrem de uma forma
contínua, linear, não dependendo do tempo de potência
(explosão) para absorver a energia dos gases. A
absorção da energia dos gases no motor a reação é
feita por meio de duas turbinas
(produtora de gases- N1, aciona o compressor e de
potência- N2, aciona a transmissão principal),
geralmente de dois estágios, localizadas entre a
seção de combustão e a seção de escapamento.
Este motor, utilizado nos helicópteros, é
classificado como turbo-eixo (de turbina livre) pois,
o eixo que aciona a transmissão principal (turbina de
potência/N2) só tem contato pneumático entre as
turbinas produtoras de gás (N1/NG) e compressor (um
eixo não interfere no outro); é do tipo axial, o ar
entregue a câmara de combustão tem o mesmo sentido do
eixo de acionamento do compressor.
OBS: A saída dos gases do motor à reação, para o vôo
do helicóptero mais prejudica que beneficia, sendo
que o escapamento deste somente colabora em um máximo
de 3% no desempenho final do helicóptero.
51
manete de vazão (RPM), dispensando o ajuste constante
feito pelo piloto. É uma peça comum dos motores a
reação.
Antecipador – Como os motores a reação possuem um
alto grau de inércia e estatismo, foi feita uma
regulagem no sistema de aceleração, antecipando os
comandos, que após um determinado tempo, voltam à
aceleração normal, como uma válvula de máxima nos
motores convencionais.
Faça o teste GR IV
52
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