Conhecimentos Técnicos
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CONHECIMENTOS TÉCNICOS
HELICÓPTEROS
Notas de aula
2020
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Faculdade de Engenharia e Arquitetura
Controle de Revisões
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INTRODUÇÂO
CAPITULO 1. AERONAVES
CAPITULO 2. CLASSIFICAÇÃO
CAPITULO 4. ESTRUTURAS
CAPITULO 5. ROTORES
CAPITULO 7. TRANSMISSÃO
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INTRODUÇÂO
História do Helicóptero
Sâmara, “o fruto que voa”. É uma asa torcida que desce girando em torno do eixo
longitudinal. Toda inspiração vem da natureza.
O helicóptero é tido como uma das primeiras ideias voltadas para a “arte” de voar. A
palavra helicóptero vem do grego. Helix significa helicóide. Pteron, asa. Há mais de 2.000 anos
os chineses construíram um brinquedo, uma hélice presa a um pequeno bastão que, quando
girado rapidamente entre as mãos, gira a hélice, gerando sustentação.
Sec XV 1754
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Em 1796 Sir George Cayley, inglês, construiu um modelo de helicóptero com asas contra
rotativas. Em 1843 Cayley, fascinado pelos antigos brinquedos chineses, desenhou a carruagem
aérea, com dois rotores mas não voou. Cayley foi o mais importante pesquisador e teórico do seu
tempo. Suas teorias e atividades inspiraram a nova onda aeronáutica.
Em 1907, um ano após o histórico voo de Santos Dumont, entra história, sai história, a
aviação é assim, nunca conseguiremos escrever a verdade, escreveremos sempre uma lenda. um
fabricante de bicicletas francês, Paul Cornu, decola para aquele que é considerado o primeiro voo
de um helicóptero. A máquina de Paul Cornu possuía um motor de 24 HP que movimentava, por
meio de correias, dois rotores contrarrotativos montados em tandem numa estrutura metálica.
Paul Cornu elevou-se no ar a uma altura de 30 cm por 20 segundos.
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disponível para decolar verticalmente. Entretanto, mesmo estes historiadores reconhecem que
Cornu estava no caminho certo e que devem ser creditados a ele os méritos de um verdadeiro
pioneiro no desenvolvimento do helicóptero por ter tido a ousadia de explorar, ainda em 1907, os
desafios técnicos do voo vertical.
Apenas dois helicópteros foram produzidos e, em 1937, Hanna Reitsch, fez uma
demonstração do FA 61 no estádio Deutschlandhalle, em Berlin, Alemanha. Posteriormente, com
esta aeronave, foram batidos diversos recordes de altitude, velocidade e duração de vôo, com um
recorde de altitude de 3.427 m e um vôo em linha reta de 230 km. Esta maquina é um autogiro, a
hélice que vemos á frente é usada para refrigerar o motor.
Nos anos 40, Igor Sikorsky construiu o Sikorsky R4. Em 1946, iniciou-se a fabricação do
Bell 47B, para duas pessoas a bordo. Ja nos anos 50, os helicópteros começam a desenvolver-se,
chegando a 260 km/h, com grande capacidade de carga.
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Após o término da Segunda Guerra Mundial e com dificuldades financeiras, tendo sido
despojado de suas instalações fabris, Heinrich Focke (1890-1979), veio trabalhar no Brasil.
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CAPITULO 1. AERONAVES
ESTRUTURA DO HELICÓPTERO
Tal como as fuselagens das aeronaves de asa fixa, as fuselagens de helicópteros podem
ser formadas por uma treliça de tubos soldados ou alguma forma de construção monocoque.
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submetidos a revisão geral ou são totalmente substituidos. Os estabilizadores são fixados no cone
de cauda.
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CAPITULO 2. CLASSIFICAÇÃO:
Aeróstatos_ São os mais leves que o ar. Voam pelo principio de Archimedes. Balões,
dirigíveis, etc
Aerodinos_ São os que tem sustentação e voam pela terceira lei de Newton. Aviões e
helicópteros.
a. Autogiro ou Giroplano
Nos autogiros ou girocópteros e nos planadores de asa rotativas o rotor gira em função do
vento que vem de baixo e passa por eles, como em um moinho de vento, Windmill effect. Nos
autogiros ou girocópteros, o motor toca uma hélice vertical, igual à dos aviões, que fornece a
tração, puxa a aeronave através do ar, não aciona o rotor.
O giroplano é uma aeronave de asas rotativas bastante simples, ja que não possui
transmissão do motor para os rotores e funciona em auto rotação sob efeito da velocidade de
deslocamento durante todo o voo. A potência é transmitida por uma hélice instalada na vertical
como em um avião. O giroplano não é capaz de realizar vôo pairado ou vertical, mas consegue
decolar e aterrisar em pequenos espaços. Aeronaves desse tipo são normalmente construidas em
casa para fins esportivos.
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Nos autogiros o rotor produz apenas a sustentação. Para que o rotor gire, é necessário que
a aeronave esteja em translação. A tração é obtida por um outro meio, normalmente uma hélice
propulsionada por um motor alternativo. Um girocóptero, não foi feito para decolagens verticais,
pairar e ou recuar.
b. Combinado ou Giródino
Um girondino é uma aeronave de asas giratórias, mas que possuem, também, um sistema
de propulsão independente do rotor que produz tração na direção do deslocamento da aeronave.
Foram concebidos para ultrapassar a velocidade limite para um helicóptero convencional que é
algo entorno dos 400 km/h. Nos girondinos o motor aciona o rotor e as hélices. Geralmente,
possuem dois rotores contra rotativos para anular os momentos, isto elimina a necessidade do
rotor de cauda, possibilita o voo a velocidades maiores, e o uso de rotores com diâmetro menor.
Um rotor de cauda consome muita energia e limita a velocidade da aeronave, além de empurrar a
aeronave lateralmente, consumindo mais energia.
Pequenas asas podem ser usadas para diminuir a necessidade de sustentação dos rotores
durante o voo e assim retardando a formação das ondas de choque do regime transônico sobre as
pás do rotor. São muito empregadas quando o helicóptero não tem rotores contra rotativos.
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c. Helicóptero
O que diferencia uma aeronave de asas rotativas de uma de asa fixa é o modo de obtenção
das três funções básicas (sustentação, tração e controle). Em um avião tem-se um componente
para cada papel, assim, a asa proverá a sustentação; a hélice/motor a reação serão responsáveis
pela a tração e as superfícies de comando (profundor, ailerons e leme) pelo controle. Num
helicóptero, tem-se o rotor principal como origem da sustentação, da tração e de boa parte do
controle, sendo auxiliado nesta última função pelo rotor de cauda, especialmente a baixas
velocidades.
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_Trem de pouso tipo esqui; Cabeça do Rotor Principal bipá ; Empenagem horizontal ;
Empenagem vertical ; Cone de cauda ; Rotor de cauda bipá ; Cabine de pax/ pilotos
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d. Convertiplano
Dentre estes diferentes tipos de asas rotativas, o helicóptero é a aeronave que apresenta os
melhores desempenhos para decolagens e pousos verticais, sendo capazes de movimentarem
grandes quantidades de carga útil, com relativa economia de combustível. Entretanto, os
desenvolvimentos recentes estão transformando o convertiplano na aeronave de asas rotativas que
melhor se adapta a um perfil de vôo delimitado por deslocamentos a grandes distâncias,
superiores a 300 km, associado à necessidade de se decolar e pousar em heliportos.
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De acordo com o número e a disposição dos rotores as aeronaves de asas rotativas são
classificados em: monorotor com rotor de cauda, monorotor sem rotor de cauda, birotor em
tandem, birotor lado-a-lado com rotores não entrelaçados, birotor lado-a-lado com rotores
entrelaçados e birotor coaxial com rotores contra-rotativos.
O arranjo é usado principalmente com helicópteros grandes. Por causa da rotação oposta
dos rotores, o torque de cada rotor será neutralizado. A construção do sistema de controle é
muito mais complicada, comparado a um helicóptero com um rotor. O controle ao longo da linha
central vertical durante o pairado é feito movendo-se os rotores uns contra os outros.
O arranjo de dois rotores lado a lado nunca foi muito popular. Foi usado para helicópteros
maiores mas nunca foi bem sucedido.
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Entrelaçados Coaxial
É um sistema com rotores combinados com uma caixa de transmissão única ligando os
dois rotores. Como o tandem, esta configuração não necessita um rotor de cauda , porque o
torque é compensado pela rotação oposta dos rotores. Este tipo do arranjo do rotor tem sido usado
hoje com um único assento, usado principalmente para o transporte externo da cargas.
- Coaxial
Os rotores coaxiais são, a grosso modo, uma variação da configuração tandem. Assim
como o círculo pode ser descrito como uma elipse com focos coincidentes, a configuração de
rotores coaxiais pode ser descrita como uma configuração tandem com os eixos coincidentes.
Nesta configuração, assim como em todas as outras citadas anteriormente, toda a potência
útil disponível é empregada na geração de sustentação, ficando o controle direcional a cargo da
variação de torque entre os rotores que giram em sentidos opostos, não necessitando portanto, de
rotor de cauda.
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CAPITULO 4. ESTRUTURAS
Tubular Semimonocoque
4.2. FUSELAGEM
Monocoque
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A estrutura central é a parte da fuselagem que tem a função de suportar toda a carga que o
sistema do rotor principal transmite através da transmissão principal e as cargas que os motores,
o trem de aterragem e a cauda causam. É na estrutura central que estão acoplados os apoios dos
motores e da transmissão, os tanques de combustível e o trem de aterragem.
4.3. ESTABILIZADORES
O estabilizador vertical ou deriva superior é uma asa de perfil assimétrico e tem a função,
quando em vôo à frente, de criar uma força aerodinâmica oposta ao torque de reação do rotor
principal sobre a estrutura. Essa força age no mesmo sentido que o empuxo do rotor traseiro. Isto
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permite a redução da potência do rotor de cauda no vôo à frente (com velocidades superiores a
65 nós para o AS350B*). O rotor de cauda consome de 10% a 15% da potencia do motor quando
é mais requerido, por exemplo, no pairado. Além da economia da potência fornecida pelo motor,
a pilotagem é facilitada no sentido de que o piloto pode continuar o vôo sem necessidade do uso
dos pedais para velocidades estabilizadas de vôo cruzeiro ou superior. Também para o caso de
uma falha do rotor de cauda a deriva permite ao piloto continuar vôo e efetuar um pouso corrido
em segurança, contando também com o bom treinamento do piloto.
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CAPITULO 5. ROTORES
O rotor principal de um helicóptero é um sistema de asas que giram e que tem três
funções básicas principais:
Para permitir estas três funções, o rotor principal é constituído por um jogo de pás, de
duas a sete, ligadas ao mastro através da cabeça do rotor; e pela cabeça do rotor, que é a interface
entre as pás e o mastro, fornecendo os três graus de liberdade de movimento para as pás.
A cabeça do rotor é o coração da aeronave de asas rotativas, pois é para onde convergem
todos os esforços aerodinâmicos e centrífugos vindo das pás para a estrutura e é onde se
localizam todas as causas dos problemas dinâmicos geradores de vibração e de instabilidades.
Também, é através da cabeça do rotor que as pás recebem a potência vinda do motor e os
comandos de voo
Foi Juan de La Cierva que em torno de 1928 construiu o primeiro rotor articulado para os
seus autogiros, resolvendo assim os problemas fundamentais de instabilidade que tinham levando
ao abandono a maior parte dos desenvolvimentos em asas rotativas feitos no início do século 20.
Para solucionar os problemas de tendência a cabrar dos autogiros quando se iniciava a corrida de
decolagem, La Cierva primeiramente idealizou e construiu a articulação de batimento,
compensando assim a dissimetria de sustentação.
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Os três graus de liberdade (batimento, arrasto e passo) das pás de um rotor podem ser
efetuados:
# por flexão e torção de peças metálicas (barras em titânio, feixes de cabos de aço) ou pela
flexão e torção da própria pá construída em alumínio.
Grau de liberdade em passo, permitindo variar o ângulo de ataque das pás de forma
coletiva (todas as pás são submetidas à mesma variação de ângulo de passo ao mesmo tempo) ou
de forma cíclica (para cada posição de azimute existe um valor de ângulo de passo). A variação
de passo é necessária para a pilotagem da aeronave e o movimento é feito em torno de eixo de
variação de passo, que está na direção radial do disco do rotor.
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Liberdade em Passo
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Além das principais funções relacionadas acima, a cabeça do rotor deve exercer também
algumas funções secundárias, que são derivadas diretamente das funções principais:
b. Pá. Quando o rotor estiver girando, a pá deve manter a sua liberdade em batimento, o
suficiente para inclinar o disco do rotor e garantir a propulsão. Os batentes baixos devem ser do
tipo escamoteável com a rotação ou do tipo anel de batente recíproco;
Batente Escamoteável
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Uma parcela significativa da atenção dos projetistas vai para a determinação dos
parâmetros do rotor principal, de forma a garantir uma aeronave com boas características de
desempenho tanto no voo pairado quanto no voo em translação, com baixo custo, baixo peso,
baixo nível de ruído, baixo nível de vibração, boas características de resposta aos comandos, etc.
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# Rotor articulado
O rotor articulado consiste de 3 ou mais pás presas ao cubo do rotor por meio de
articulações que lhes conferem liberdade de movimento de forma independente, tanto de variação
de passo, quanto de batimento e avanço e recuo.
As pás em voo reto e nivelado tem que suportar o mesmo peso e precisam apresentar uma
sustentação que provoque igual efeito no mastro, qualquer que seja a posição da pá no disco. Se
por alguma razão a sustentação em uma das pás aumenta, ela sobe sendo que a haste ficara firme
em sua posição, pois não foi acionada pelo piloto, a pá será então obrigada a girar no seu eixo
longitudinal diminuindo seu ângulo de ataque, isto diminui a sustentação desta pá. Se ao
contrário, a sustentação de uma delas diminui, a pá desce, a haste aumenta-lhe o angulo de ataque
automaticamente sem interferência do piloto. A Força centrifuga, Fc = mv²/r, agindo sobre a pá
do rotor é que mantém as pás do rotor em um ângulo próximo a horizontal. No esquilo esta força
é de aproximadamente 18.000kg por pá. Esta força tenta manter as pás na horizontal, age no
sentido de impedir que as pás subam apontem para o céu e “batam palma”.
sua rotação em torno do centro do mastro. Normalmente são utilizados amortecedores para evitar
grandes amplitudes de movimento em torno da articulação de avanço e recuo. A finalidade do
desse movimento é compensar a aceleração e desaceleração causas pelo Efeito de Coriolis.
Cada pá pode, ainda, mover-se em torno de seu próprio eixo, alterando seu passo e,
consequentemente, seu ângulo de ataque. Este movimento de variação de passo é o mais
importante de todos, pois é por meio dele que se obtém o controle da intensidade da força de
sustentação, sendo o responsável pelo movimento vertical da aeronave. É também por meio da
variação de passo que se obtém o controle da inclinação do vetor sustentação permitindo o
controle da atitude aeronave em rolamento e arfagem.
VANTAGEN DESVANTAGENS
# Rotor rígido
Num rotor rígido, as pás, o cubo do rotor e o mastro são rígidos entre si e não há
articulação horizontal nem vertical, portanto as pás não possuem movimento de batimento nem
de avanço e recuo, restando apenas o movimento de variação de passo. Dessa forma, as forças de
batimento e de avanço e recuo são absorvidas por meio da flexão das pás em regiões específicas.
Neste tipo de rotor, a complexidade mecânica é substituída pela estrutural, uma vez que enquanto
a mecânica é simplificada pela ausência de articulações a estrutural passa a uma complexidade
maior pela necessidade de se garantir que a absorção das forças de batimento e avanço e recuo
será feita exatamente onde o projeto exige.
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VANTAGENS DESVANTAGENS
Os rotores semirrígidos são normalmente compostos por duas pás presas rigidamente ao
cubo do rotor que, por sua vez, é livre para inclinar-se em relação ao mastro num movimento de
gangorra. Enquanto uma pá sobe a outra desce e vice-versa. Esse tipo de rotor não dispõe de
articulação de avanço e recuo, e a variação de passo é obtida da mesma forma que no rotor
articulado. Os movimentos de avanço e recuo são absorvidos pela flexão das pás.
VANTAGENS DESVANTAGENS
As cargas nas pás são diminuídas porque a Tendência a um maior nível vibratório
mudança de passo não é feita individualmente.
Exemplos
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A cabeças da linha BELL de rotores bipás não tem articulação de avanço e recuo pois as
tensões causadas pelo efeito de Coriolis são baixas e são absorvidas pela flexão das pás. Contudo
a cabeça tipo gangorra tem momentos de controle, o que diminui a velocidade máxima do
helicóptero.
Sikorsky S-58 e S-61; Super Puma SA 330, Agusta A109, Chinook CH-47
Os braços rígidos que ligam as pás ao mastro variam de acordo com os fabricantes, sendo
4 tubos em titânio forjado em conjunto com o mastro, no caso da Sikorsky, ou dois planos de
barras rígidas em material composto, no caso da Eurocopter (figura), ou ainda um disco rígido em
metal e material composto de fibra de kevlar nos caso da Agusta-Westland e também da
Eurocopter (figura).
• A ligação das pás ao mastro passa por barras rígidas, que podem ser tubos em
titânio (a), ou dois planos de barras rígidas em material composto (b), ou ainda um disco rígido
em metal e material composto (c);
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5.2 MASTRO
1. alavancas de passo dos punhos da pá; 2. hastes de comando do passo; 3. platô giratório;
4. platô fixo; 5. haste de acionamento; 6. rolamentos cônicos;7.barras de suspensão; 8. Mastro; 9.
conjunto de cárter; 10. Capa do mastro; 11. Rótula; 12. platô giratório (montado sobre
rolamentos)
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Quando o rotor principal gira devido a tração do motor, a fuselagem do helicóptero tende
a girar "em torno do rotor" e em sentido contrário - princípio da ação e reação ou torque. Para
neutralizar esse efeito e estabilizar a aeronave em guinada, utiliza-se um pequeno rotor “anti-
torque” na traseira, chamado de rotor de cauda. A grande maioria dos rotores de cauda são bipás
(semirigidos), embora existam rotores quadripas (articulados), com varias pás (fenestron) e do
tipo “notar”(no tail rotor) sem rotor de cauda, que utiliza o ar para o anti torque. Assim, quanto
maior a distância do rotor de cauda ao rotor principal, menor será a força dele exigida e, por
conseguinte, menor o montante de potência desviada da função principal de gerar sustentação.
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para a movimentação do rotor de cauda, que não estará sendo convertida em sustentação, a
simplicidade e a redução de peso, quando comparados com outros métodos de equilíbrio do
torque, tornam esta configuração atrativa.
A grande maioria dos rotores de cauda são bipas, semi-rigidos, devido a facilidade
construtiva e operacional. Atualmente, são encontrados em maquinas mais sofisticadas os rotores
de cauda articulados, quadripas,(AW 109) de grande complexidade construtiva. O rotor de cauda
tem uma rotação entre dois e quatro mil giros.
Existem também os helicópteros do tipo Notar, sem rotor de cauda, onde basicamente, o
rotor de cauda sai da posição tradicional e passa a ficar na raiz do tailboom, internamente. As pás
são reduzidas no comprimento e em maior número, ligadas a um cubo que é acoplado à caixa de
transmissão. Este cubo consegue controlar o passo de todas as pás de forma coordenada e
síncrona. O ar segue pelo tubo e escapa na extremidade, onde há um defletor de 90 graus.
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As pás do rotor principal, similares as asas dos aviões ao girar produzem a sustentação.
Elas são construidas com materiais de alta resistentes, tais como, madeira, aluminio e materiais
compostos, tipo fibra de vidro ou carbono. Normalmente apresentam torção geométrica,
apresentando o washout, quando a ponta tem menor ângulo de ataque do que a raiz.
Ao trabalhar com pás não metálicas, a maioria dos fabricantes recomendam apenas uma
boa lavagem da pá com um sabão suave e advertem contra a aplicação de cera ou substâncias
oleosas. As pás devem estar sempre bem balanceadas.
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VIBRAÇÕES:
O helicóptero, inteiro vibra muito, sofre muitos esforços, é muito instável o piloto não
pode soltar os controles nem por um instante. Vibrações são acelerações, são velocidades, são
deformações, são forças que mudam de sentido, e este é o pior tipo de carregamento que uma
estrutura pode suportar. As vibrações podem levar a estrutura à fadiga e até a total destruição. O
alumínio não tem patamar de fadiga, isto quer dizer que peças mais espessas feitas de alumínio
duram mais. Mas um dia elas vão se quebrar, se submetidas a um esforço cíclico. Pode-se ensaiar
uma peça para um número de ciclos até que ela quebre, usualmente, divide-se este número de
ciclos encontrado por três e autoriza-se a aeronave para voar com esta fração de número de
ciclos.
_ A vibração de baixa frequência, dita 1:1, que afeta o rotor principal e pode ser de dois tipos:
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# A Vertical, que ocorre quando uma pá tem maior sustentação do que a outra, ou seja,
está fora do plano, da pista (Traking). A correção desta vibração é utilizado o "vibrex" que
equipamento provido de um "strobex", que emite um feixe eletrônico de luz que vai de encontro a
refletores instalados na ponta das pás, verificando suas posições em relação as outras e então
ajusta-se os compensadores (tabs), para que passem exatamente no mesmo plano, na mesma
pista. Balançam o helicóptero de baixo para cima e vice-versa. Aparece em todas as velocidades e
geralmente aumenta com a velocidade. Causa: pás do rotor principal fora de tracking.
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_Vibrações de alta frequência ocorrem com no rotor de cauda e podem ser detectados nos
pedais da aeronave (formigamento). Devem ser corrigidas adicionando-se pesos nas pás.
Impossíveis de serem contadas. È uma vibração sentida na fuselagem ou nos pedais, geralmente
provocada pelo desbalanceamento do rotor de cauda.
O eficiente controle do nível vibratório de aeronaves de asas rotativas traz benefícios para
a manutenção evitando panes não programadas e acidentes que podem acontecer, e conduzir a
prejuízos humanos e materiais. Este acompanhamento pode ser feito juntamente com o
monitoramento efetuado por sensores espalhados em diversos pontos na aeronave obtendo maior
eficiência na descoberta de panes. Através do monitoramento das vibrações podemos
acompanhar o desgaste que está ocorrendo em peças e componentes da aeronave e atuar antes de
atingir o momento da pane.
Monitoramento de vibrações
Antigamente, para se fazer o trekking das pás. passava-se giz de cor diferente em cada pá,
depois aproximava-se um mastro e as pás triscavam neste mastro. As pás tinham que riscar na
mesma linha de altura. Se riscassem, em altura diferentes, ajustavam-se os compensadores,
aumentando ou diminuindo a sustentação da pá, até que todas riscassem à mesma altura.
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estrutura às diferentes frequências dos esforços excitadores. Este sinal pode ser decomposto e
apresentado em um espectro de frequência.
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CAPITULO 7. TRANSMISSÃO
Se o motor parar o helicóptero não pode perder a energia do rotor. Se o fizer ficará em
condição irrecuperável, cairá. O motor parado seria um freio para o giro dos rotores, o sistema de
roda livre tem que entrar em funcionamento, imediatamente, desacoplando o motor do redutor,
possibilitando o voo em autorrotação. Sempre que o número de RPMs do rotor for maior do que
o número de RPMs do motor o sistema de roda livre, automaticamente, atua desacoplando o
motor do redutor. Quando o motor parou este desacoplamento ocorreu eliminando a possível
frenagem dos rotores que o motor parado exerceria.
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A caixa de transmissão incorpora a roda livre que é um dispositivo que permite sua
rotação independente de acionamento do motor, assegurando a manutenção do controle da
aeronave e seu pouso seguro em casos de perda de potência. A roda livre é de funcionamento
similar a uma catraca de bicicleta, que transmite o movimento dos pedais para a roda, e que
permite que a roda continue em movimento mesmo com os pedais parados. Esta característica das
aeronaves de asas rotativas é a capacidade de pouso em autorrotação faz delas aeronaves muito
seguras frente a uma emergência de perda parcial, ou mesmo total, de potência. É fato que uma
aeronave de asa fixa tem o recurso do planeio e pouso sem potência, porém será necessária a
manutenção de uma velocidade mínima, geralmente, em torno de 70 a 80 Kt, o que é muito para
um choque frontal com um obstáculo em uma área de pouso não preparada.
Roda Livre
O engrazamento do motor com a transmissão pode ser feito por embreagem centrífuga,
que começa a engrazar o motor à transmissão depois de aberto mais de 30° da manete de
potencia, utilizado no Bell 47. Atualmente em aeronaves com motor convencional utiliza-se um
sistema de correias, que giram frouxas entre o motor e a transmissão, até que por processo
mecânico, tipo esticador, vai unindo a transmissão ao motor. Nos helicópteros de motor a reação
o engrazamento é por processo direto, ou seja, por fluxo de gazes queimado provenientes da
turbina do motor que aciona uma turbina de potencia ligada a uma redutora e posteriormente aos
eixos da transmissão principal e de cauda.
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-Giros direcionais, em torno do eixo vertical que passa pelo centro de gravidade do
helicóptero: ação sobre o rotor de cauda, por meio dos pedais.
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O conjunto Swashplate é composto por dois pratos separados por um rolamento, cuja pista
externa está presa à placa girante, rotating Swash plate, e a pista interna está presa à placa
estática, ao static swashplate e uma junta monoesférica, uniball bearing, rolamento de bola, a
pista externa deste rolamento está presa ao rotating Swash plate e a interna está presa, por meio
de um ajuste deslizante, ao eixo do rotor. Entre o eixo do rotor e a pista interna do uniball há uma
bucha, que evita o desgaste do eixo.
o rotor rub, o uniball bearing, arrastados pela tesoura ou Scissor link. O rolamento de esferas,
entre os dois pratos, permite que todo o conjunto acima descrito, gire sem arrastar a parte de
baixo. A parte de baixo é o Stationary Swashplate. não gira, está preso por meio de uma segunda
tesoura, Scissor link, à fuselagem, podendo subir, descer e inclinar-se. O Stationary Swashplate
esta ligados por meio de hastes de comando articuladas aos atuadores.
Comando Coletivo
– Controla a incidência de todas as pás ao mesmo tempo. Daí o nome coletivo. O coletivo
controla a sustentação aerodinâmica no rotor, permitindo a aeronave subir ou descer. Ao subir o
coletivo a aeronave sobe, ao baixar o coletivo a aeronave desce. A aeronave sobe ou desce
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conforme a posição do coletivo. A posição do coletivo determina a incidência das pás, que é
função do controle da sustentação. No controle coletivo há uma ligação mecânica que também
controla a potência do motor.
Comando Cíclico
O misturador
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Controle de guinada
– O controle de guinada é conseguido pela variação do angulo de ataque das pás do rotor
de cauda. Isto é função dos pedais de comando. Esse comando permite você girar em torno do
seu eixo vertical, colocando a proa da aeronave para a direita ou para a esquerda. Este comando
também pode ser usado junto com o comando lateral para produzir uma curva coordenada (sem
derrapagem) durante o vôo.
Controle direcional
O controle direcional dos helicópteros com rotores coaxiais é obtido por meio da variação
diferencial de passo coletivo das pás do rotor, variando o torque entre os rotores superior e do
inferior, quando o piloto aciona os pedais
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Manete de combustivel
É comum nos helicópteros equipados com motor a reação a presença de um FCU (Fuel
Control Unit – Unidade de Controle de Combustível) que altera o fluxo de combustível de acordo
com a solicitação de potência a que o motor é submetido, de forma a manter constante a rotação
do rotor.
Nos motores a pistão esse controle é feito pelo piloto por meio da manete de vazão.
Algumas aeronaves possuem um antecipador de queda que trabalham em conjunto com o
comando de coletivo. A um aumento do passo coletivo, por exemplo, sabe-se que haverá uma
tendência de queda da rotação do rotor (NR). O antecipador de queda atua de forma a aumentar a
vazão de combustível para o motor, ficando a cargo do piloto apenas o ajuste fino da rotação das
pás, NR. Em outros, no entanto, este trabalho é totalmente realizado pelo piloto, que deve, ao
atuar no coletivo, comandar simultaneamente a manete de vazão, mantendo a NR constante.
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Nos primórdios procurava-se por motores pequenos, leves e potentes. Hoje, decorrido
mais de um século de desenvolvimento após o voo de Paul Cornu, a busca ainda é a mesma. Por
mais eficientes e leves que sejam os motores, o projetista estará sempre buscando melhorá-lo,
pois em última análise estará melhorando o desempenho de sua aeronave, seja com maior
autonomia, maior carga paga, maior velocidade, etc.
Cada vez menos utilizados nas aeronaves de grande porte, os motores alternativos são os
responsáveis pela popularização dos helicópteros em função de seu baixo custo. Ainda utilizados
em pequenas aeronaves de instrução básica, os motores alternativos têm como grande problema
sua relação peso/potência desfavorável. Enquanto de um pequeno motor a reação de pouco mais
que 100 Kg pode-se retirar até 650 HP, um motor convencional com aproximadamente o mesmo
peso tem capacidade de fornecer apenas 180 HP.
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9.2 FUNCIONAMENTO
Ciclo de Otto
Tempo de admissão: A válvula de admissão está aberta com o pistão no PMS (ponto
morto superior) e a válvula de escapamento está fechada. O pistão é desce ate o PMI (ponto
morto inferior) fazendo a sucção da mistura ar/combustível através do sistema de alimentação,
que pode ser um carburador ou pela injeção electrónica. Este 180º do eixo de manivelas é
chamado o primeiro tempo.
Com o pistão no PMI a válvula de admissão fecha, ficando o cilindro cheio com a mistura
gasosa, que é agora será comprimida pelo pistão ate o PMS. Observa-se que durante este
movimento as duas válvulas se encontram fechadas. Este 180º do eixo de manivelas é chamado
de segundo tempo ou tempo de compressão.
O pistão agora impulsionado pelo eixo de manivelas subirá ate o PMS, a válvula de
escapamento se abre, permitindo a expulsão para a atmosfera dos gases queimados. Este 180º do
eixo de manivelas é chamado de quarto tempo ou tempo de exaustão. Após a expulsão dos gases
o motor fica nas condições iniciais permitindo que o ciclo se repita.
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A energia inicial necessária para por o motor em movimento é fornecida pelo motor de
arranque. Este engrena numa cremalheira que envolve o volante do motor, constituído por um
disco pesado, fixado à extremidade do eixo de manivelas.
9.3 ALIMENTAÇÃO/COMBUSTIVEL
O combustível pode ser enviado aos cilindros por um carburador ou por uma unidade
injetora ou bomba de injeção. Assim, os motores alternativos classificam-se em carburador ou de
injeção. Como a combustão depende do ar e do combustível, a potência de um motor é limitada
pela quantidade de ar que chega aos cilindros. Para aumentar a potência, um motor pode ser
super-comprimido. Um turbocompressor é uma bomba que força a entrada de ar adicional nos
cilindros. O ar necessário para queimar uma unidade de gasolina pesa cerca de 15 vezes mais que
a gasolina.
Carburador
A gasolina enviada pela bomba chega à cuba do sistema de nível constante; a baixa
pressão criada no ciclo de admissão, aspira o ar através da entrada do carburador que ao passar
pelo difusor adquire maior velocidade. Isto cria uma depressão no pulverizador principal,
aspirando a gasolina, que ao sair se mistura com o ar, e juntos penetram no coletor de admissão,
indo ao interior dos cilindros.
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Ao aumentar rapidamente o giro do motor, pela abertura da borboleta, esta deixa passar
uma quantidade maior de ar, que empobrece parcialmente a mistura. Por meio de articulações
conectadas ao eixo da borboleta, é accionado o mecanismo do sistema de aceleração rápida, que
instantaneamente injecta combustível para compensar a diferença de proporção da mistura,
permitindo um aumento rápido das rotações.
Unidade injetora
São utilizados dois sistemas similares. O com injeção indireta, que o combustível é injetado nos
coletores de admissão por uma bomba, uma unidade controladora de combustível e um bico
injetor que pulveriza o combustível no fluxo de ar. Já a injeção direta, os cilindros aspiram o ar
puro e o sistema injeta o combustível diretamente na câmara de combustão por bicos injetores.
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O sistema elétrico gera e distribui energia para todos os outros sistemas do helicoptero.
Existem muitos sistemas que precisam de energia, tais como, comandos de voo, aviônicos, ar
condicionado, entretenimento de bordo, etc. Todos estes sistemas da aeronave usam energia
elétrica. As baterias são suficientes para algumas cargas muito pequenas, portanto, deve-se gerar
energia enquanto o helicoptero está no ar. As aeronaves dispõem de um gerador em cada um dos
motores.
Componentes
Baterias: Chumbo-ácida: mais barata; mais pesada, menor durabilidade e tem a questão do
vazamento (utiliza ácido sulfúrico, que é altamente corrosivo); cada elemento produz 2 V (6
elementos); 24 V (12 elementos)
Níquel-cádmio: mais leve; mais cara; dura mais (a de avião); menor chance de vazamento
e é menos corrosiva; utiliza alcáli em lugar do ácido (hidróxido de potássio); sais de níquel para
as placas positivas e sais de cádmio para as negativas. Cada elemento produz 1,2 V. Em geral são
de 24V DC e, na maioria das vezes 44 Ah.
Diversos: Diodo: permite a passagem de corrente num único sentido e atua na retificação da
corrente alternada, transformando-a em contínua.
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O sistema de lubrificação tem como finalidade principal reduzir o atrito entre as partes
móveis do motor e auxiliar na refrigeração trocando calor com o motor e com o ar. O óleo
também é vital para evitar um vazamento de mistura ar/combustível por entre a parede do
cilindro e o pistão.
São características do óleo, o seu ponto de fulgor que mostra a temperatura na qual o óleo
começa a desprender vapor e a temperatura na qual há vapor suficiente para alimentar uma
chama. Tem como objetivo verificar a temperatura máxima de trabalho do óleo; O ponto de
congelamento que é o ponto no qual o óleo inicia sua solidificação e separa-se em microcristais,
dando ao óleo a aparência de nebulosidade.
Existe também uma escala mais conhecida que é a SAE, da Sociedade de Engenheiros
Automotivos, que classifica os óleos em grupos, do SAE 10 ao SAE 70, sendo que essa
classificação não tem qualquer relação com a escala Saybolt. Em certos tipos específicos de óleo
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a letra “W” é agregada ao tipo do óleo afim de informar que esse é um óleo resistente a baixas
temperaturas.
Os motores a reação utilizam o cárter seco, onde o reservatório de óleo fica á parte do
motor, sendo acondicionado em um tanque e bombeado para o motor a partir de uma bomba e
recolhido através de uma bomba de retorno. As bombas do sistema de lubrificação são do tipo
engrenagens de pressão positiva, que encarrega-se de suprir o sistema com óleo garantindo a
lubrificação de todas as partes móveis, além de retornar com o óleo para o reservatório.
Um indicador visa indicar a pressão do óleo fornecida pela bomba para alimentação do
sistema. Os manômetros são do tipo tubo de Bourdon com a função de mostrar essa indicação.
Devido a inviabilidade de levar até a cabine um duto cheio de óleo, nos dias atuais é amplamente
utilizado um sistema de transmissão de pressão elétrico.
Trocadores de calor visam retirar o calor do óleo que circula pelo motor com ar de
impacto. Como grande parte dos trocadores de calor, consiste de uma serpentina que percorre
entre alhetas que direcionam o fluxo do ar da entrada para saída do trocador permitindo o contato
do ar com os dutos cheios de óleo quente.
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Os motores a convencionais não são eficientes, pois convertem cerca de 25% da energia
produzida pelo combustível em energia mecânica. Um motor elétrico converte cerca de 90%
energia elétrica consumida em energia mecânica.
A energia produzida pela expansão dos gases é chamada de potência indicada, que pode
ser definida como:
Potência Indicada = (P x L x A x N x K)
33.000
Onde:
P = Pressão efetiva média indicada, em PSI;
L = Comprimento do curso do pistão, em pés;
A = Área plana da cabeça do pistão em polegada quadrada;
N = Número de tempos de potência por minuto, ou seja, a RPM dividida por 2 (há um
tempo motor a cada 2 voltas do eixo de manivelas);
K = Número de cilindros.
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Se multiplicarmos a área da cabeça do pistão pela pressão efetiva indicada teremos a força
aplicada sobre o pistão (F=PxA), que se multiplicada pelo curso será o trabalho produzido em
libras.pé (W=FxL). Se multiplicarmos o trabalho pelo número de tempos em um minuto, nos dará
a potência produzida pela expansão dos gases.
O aumento da cilindrada, pode ser obtido com o aumento do diâmetro dos cilindros, do
curso ou o número de cilindros. Qualquer um desses fatores, no entanto, tende a aumentar o peso
e o tamanho do motor, ou a sua complexidade, caso se aumente o número de cilindros. Os
cilindros menores são mais eficientes que os grandes.
A potência efetiva é a potência que o motor fornece no eixo da hélice. Ela é igual à
potência indicada deduzida das perdas por atrito nas peças internas do motor. A potência efetiva é
geralmente medida em aparelhos chamados dinamômetros
33.000
Como último recurso, pode-se aumentar a rotação do motor, que seria inconveniente para
os motores aeronáuticos considerando que a hélice tem limitações aerodinâmicas de velocidade
nas pontas.
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É constituído por bombas para elevar a pressão e atuadores cuja força se multiplica
proporcionalmente ao tamanho do cilindro de atuação. Podemos dizer então, que este sistema é
usado quando há necessidade de aplicação de grandes esforços.
15.1 INTRODUÇÃO
A Segunda lei mostra que Força é igual a “massa acelerada”. Esta lei, combinada com a
Terceira lei de Newton, “Toda ação tem uma reação igual e oposta”, fornece o básico para
operação de uma turbina a gás.
Um bom exemplo para a terceira lei de Newton é o “Balão de Brinquedo” visto aqui. Alta
pressão de ar escapa e o balão move-se em direção oposta.
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15.2 FUNCIONAMENTO
Um motor a reação que entrega a potência gerada através de um eixo, que aciona um
mecanismo diferente de uma hélice, designa-se por turbo-eixo. Este motor é muito semelhante ao
turbo-hélice. A extração de potência pode ser por uma ligação direta com o eixo da turbina, ou
mais comumente com a utilização de uma turbina livre. Esta turbina não é ligada ao compressor,
estará acionando uma caixa redutora de onde se retira a potência mecânica para movimentar
normalmente um rotor no caso de helicópteros ou unidades auxiliares de potência.
Normalmente o impulso residual presente nos gases de escape deve ser mínimo e a
turbina livre gira a qualquer rotação que a carga exija. Para uma mesma potência de saída e
comparado com um motor convencional, o turbo-eixo é extremamente compacto e leve.
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O compressor puxa ar para dentro do motor, comprime-o, e libera-o para dentro da seção
de combustão. Quando uma certa velocidade do compressor é atingida, o combustível é
introduzido para dentro da câmara de combustão. Duas velas de ignição localizadas na câmara de
combustão “centelham”,o combustível queima,expande e a mistura e os gases de combustão são
então direcionados para a turbinas . Assim que o motor atingir sua velocidade de marcha lenta,
ignição é desligada uma vez que a chama fica contínua na câmara de combustão. Os gases
aceleram através dos estatores e causam o giro das turbinas . Os gases então viajam através das
turbinas de potência e produzindo energia rotativa.
A extração de potência pode ser por uma ligação direta com o eixo da turbina, ou mais
comumente com a utilização de uma turbina livre. Esta turbina não é ligada ao compressor, estará
acionando uma caixa redutora de onde se retira a potência mecânica para movimentar
normalmente um rotor no caso de helicópteros ou unidades auxiliares de potência. Normalmente
o impulso residual presente nos gases de escape deve ser mínimo e a turbina livre gira a qualquer
rotação que a carga exija.
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O motor Arriel apresenta um design muito simples, com um número reduzido de partes e
apenas cinco módulos de fácil manuseio. Uma característica muito importante no que se refere à
estratégia de manutenção é a modularidade, cujo principal objetivo é a possibilidade de em um
conjunto de motores de uma frota, com as mesmas características, realizarem o intercâmbio de
módulos, gerando um resultado satisfatório na parada do equipamento. Quando existe baixa
disponibilidade entre módulos de motores diferentes, o administrador pode, após análise, realizar
trocas entre motores.
Localizada na seção fria do motor e ligada à parte inferior do eixo por meio de parafusos.
Sua principal função é a instalação e acionamento de acessórios e componentes necessários para
a operação e controle do motor e diversos sistemas da aeronave, tais como: bomba de óleo,
gerador elétrico, entre outros que são acionados através da rotação do motor. Sua função
secundária é servir como reservatório de óleo para a lubrificação das engrenagens que compõe a
caixa de acessórios e os rolamentos do motor.
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Acoplados à caixa de acessórios, temos: bombas de óleo, FCU, gerador de NG, gerador de
TL, starter, entre outros. Dentre esses, somente o starter não é acionado pelo motor e sim, por um
motor elétrico. No módulo 1 encontramos também o eixo de transmissão, que conecta a caixa de
redução à gear box.
Fase 1 - Partida do motor: O motor de arranque que funciona como um gerador para
fornecer corrente direta ao sistema elétrico da aeronave. O starter aciona o conjunto de rotação da
geradora de gases através da gear box. Em seguida, os compressores fornecem o ar admitido para
a câmara de combustão e à aproximadamente 45% de N1 (NG), a alimentação elétrica do motor
de arranque é cortada.
Fase 2 – Operação normal: Após a partida, o gerador de gases conduz rotação à caixa de
acessórios, através de uma engrenagem instalada entre os compressores axial e centrífugo.
Neste módulo, o ar é acelerado pelo rotor e desacelerado pelo estator, causando o ganho
de pressão estática e diminuição da velocidade e, em seguida, direcionado para o terceiro módulo.
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É formado por um rotor que acelera o fluido, um difusor que converte parte da velocidade
em pressão e por um coletor que direciona o ar comprimido para a câmara de combustão.
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palhetas, os gases fluem para as palhetas da turbina, resultando em forças aerodinâmicas. Essas
forças são responsáveis pela rotação e condução da energia retirada dos gases, ao eixo de
potência por meio de engrenagens.
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PERFORMANCE
Sistemas do motor:
Sistema de Óleo
Sistema de Ar
Sistema de Combustível
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Sistema de Controle
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16.1 NOTAR
No NOTAR ou No Tail Rotor, Sem rotor de cauda, basicamente, o rotor de cauda sai da
posição tradicional e passa a ficar na raiz do cone de cauda, internamente. As pás são reduzidas
no comprimento e em maior número, ligadas a um cubo que é acoplado à caixa de transmissão.
Este cubo consegue controlar o passo de todas as pás de forma coordenada e síncrona. O ar segue
pelo tubo e escapa na extremidade, onde há um defletor de 90 graus.
b) Gerador de Fluxo ou fan com passo variável, para manter a pressão constante dentro do cone
de cauda;
c) Cone de cauda com duas fendas longitudinais posicionadas a 70° e 140° do lado direito do
helicóptero; e
A admissão do ar para a ventuinha fica próxima do escapamento do motor com uma grade
de proteção. O conjunto rotativo de pás de passo variável esta acoplado a caixa de transmissão
principal. O piloto varia o passo usando os pedais.
O ar acelerado passa através do cone de cauda que possui duas fendas longitudinais em
uma das laterais. A saída do fluxo de ar pelas fendas cria um perfil de sustentação em cilindro
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através do efeito Coanda, que gera uma componente horizontal para reduzir o efeito de torque
independente do ar que sai na ponta do tubo.
Segurança:
O sistema NOTAR provou ao longo de mais de uma década ser extremamente confiável.
Pesquisas realizadas pela FAA, NTSB e Marinha Americana apontaram que 21% dos acidentes
com helicópteros envolvemos diretamente falhas ou perda de comando no rotor de cauda,
incluindo colisões com objetos ou pessoas. Destes 21%, 14% teriam sido evitados se as
aeronaves fossem NOTAR.
Vantagens principais:
_Ruído reduzido – parece um detalhe mas o ruído hoje é um assunto sério que pode até
mesmo tirar de operação determinada aeronave. A diferença de ruído dos helicópteros equipados
com o sistema NOTAR é grande, considerando que até 60% do ruído de um helicóptero
convencional vem do rotor de cauda.
_Menor vibração – A exposição das pontas das pás de um rotor de cauda comum ao
downwash do rotor principal causa vibração. Com o NOTAR, não há este conflito.
_Redução da carga de trabalho do piloto – o sistema fazendo uso do efeito Coandă reduz
a carga de trabalho no comando de pedal.
Desvantagens:
Conforme estudos da empresa BLR e a Nasa foi demonstrado que o downwash do rotor
principal da aeronave Bell 412, aumentava o arrasto de forma significativa, além de provocar um
empuxo a favor do torque no cone de cauda devido a baixa pressão provocada pelo fluxo de ar na
parte esquerda deste. Além disso, foi observado ainda que este empuxo não era constante, pois a
região de baixa pressão flutuava (resultado do efeito Karman Street Vortex Shedding). Este
comportamento do fluxo de ar era traduzido na exigência de constantes correções de pedais.
Os estudos comprovaram ainda que o tail boom sofria significativo efeito do vento gerado
pelo rotor de cauda, empurrando-a no sentido contrário. Tais efeitos provocam uma maior
demanda de controle anti torque, consumindo inclusive mais potência dos motores.
A solução encontrada pela Nasa e BLR, foi projetar uma deriva que possuísse uma
menor área de interferência no fluxo de ar e um cone de cauda que fosse capaz de reduzir a zona
de baixa pressão.
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Com tais alterações, a aeronave ganhou estabilidade durante o voo pairado, diminuição no
consumo de combustível, além de menor carga de trabalho do piloto e aumento de estabilidade
durante os voos de cruzeiro.
O resultado dessas modificações fizeram tanto sucesso que a Bell decidiu implementá-las
nos seus últimos projetos. Sua primeira aparição como item de fábrica, entretanto, ocorreu com o
lançamento do Bell 429, que possui tanto uma deriva vertical mais delgada, como strakes no cone
de cauda.
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O V-22 é a única aeronave multi-missão que possui capacidade para operar em três
envelopes de vôo distintos: helicóptero, conversão e avião .
O V-22 foi projetado para decolar e pousar como um helicóptero e operar com eficiência
em cruzeiro a altas velocidades como um avião turboélice.
Os rotores têm três pás construídas em material composto para atenderem aos requisitos
de recolhimento rápido para operação em convés de navios da marinha dos EUA, possuem 38 pés
de diâmetro, e estão montados em naceles que basculam sempre simetricamente nas extremidades
das asas. Os dois rotores são interligados por um eixo mecânico que garante o funcionamento de
ambos mesmos em caso de falha de um dos motores.
A aeronave possui dois motores Allison de 6.150 SHP cada um. O V-22 possui três
sistemas digitais de controle de vôo e são do tipo "fly-by-wire".
Com o sistema ¨fly by wire¨ os movimentos dos comandos na cabine são convertidos em
sinais elétricos e são transmitidos por fios elétricos para os computadores digitais de controle de
vôo que trabalham em paralelo. Não existem ligações mecânicas diretas entre os comandos
efetuados pelo piloto e as superfícies de controle da aeronave
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