Apostila de Bromatologia Nutri
Apostila de Bromatologia Nutri
Apostila de Bromatologia Nutri
ALIMENTOS ALTERADOS: são os alimentos que por causas naturais, de natureza física,
química ou biológica, derivada do tratamento tecnológico não adequado, sofrem deteriorações em
suas características organolépticas, em sua composição intrínseca ou em seu valor nutritivo. Como
exemplo de alimentos alterados temos o odor característico da carne início do estágio de
decomposição, o borbulhar do mel (fermentação), ou latas de conservas estufadas (enchimento
excessivo ou desenvolvimento de microorganismos).
ALIMENTOS FALSIFICADOS: São aqueles alimentos que tem aparência e as características
gerais de um produto legítimo e se denominam como este, sem sê-lo ou que não procedem de seus
verdadeiros fabricantes, ou seja, são alimentos fabricados clandestinamente e comercializados
como genuínos (legítimos). Pode acontecer que o alimento falsificado esteja em melhores
condições de qualidade que o legítimo, mas por ser fabricado em locais não autorizados ou por
não proceder de seus verdadeiros fabricantes, é considerado falsificado e, portanto, não apto ao
consumo.
ALIMENTOS ADULTERADOS: São aqueles que tem sido privado, parcial ou totalmente, de
seus elementos úteis ou característicos, porque foram ou não substituídos por outros inertes ou
estranhos. Também a adição de qualquer natureza, que tenha por objetivo dissimular ou ocultar
alterações, deficiências de qualidade da matéria-prima ou defeitos na elaboração, que venham a
constituir adulteração do alimento. A adulteração pode ser por acréscimo de substâncias estranhas
ao alimento (por exemplo, água no leite ou vísceras em conservas de carnes, amido no doce de
leite, melado no mel), por retirada de princípios ativos ou partes do alimento (retirada da nata do
leite ou cafeína do café) ou por ambas as simultaneamente.
5- Método de Análise
Em análise de alimentos, os objetivos se resumem em determinar um componente
específico do alimento, ou vários componentes, como no caso da determinação da composição
centesimal.
A determinação do componente deve ser através da medida de alguma propriedade física,
como: medida de massa ou volume, medida de absorção de radiação, medida do potencial
elétrico, etc.
Existem dois tipos básicos de métodos em análise de alimentos: métodos convencionais e
métodos instrumentais. Os primeiros são aqueles que não necessitam de nenhum equipamento
sofisticado, isto é, utilizam apenas a vidraria e reagentes, e geralmente são utilizados em
gravimetria e volumetria. Os métodos instrumentais, como o próprio nome diz, são realizados em
equipamentos eletrônicos mais sofisticados. São utilizados, sempre que possível os métodos
instrumentais no lugar dos convencionas.
Exatidão requerida: Os métodos clássicos podem alcançar uma exatidão de 99,9%, quando um
composto analisado se encontra em mais de 10% na amostra. Para componentes presentes em
quantidade menores que 10%, a exatidão cai bastante, e então a escolha do método deve recair
sobre os instrumentais.
Recursos disponíveis: muitas vezes não é possível utilizar o melhor método de análise em função
do seu alto custo, que pode ser limitante em função do tipo de equipamento ou até mesmo ao tipo
de reagente ou pessoal especializado.
Qualquer análise quantitativa depende sempre da medida de uma certa quantidade física,
cuja magnitude deve estar relacionada à massa do componente de interesse presente na amostra
tomada para análise. Porém esta medida vai ser, geralmente, apenas a última de uma série de
etapas operacionais que compreende toda a análise. As etapas descritas abaixo dão um exemplo
de um processo funcional de uma análise quantitativa
a) Amostragem
A amostragem é o conjunto de operações com os quais se obtém, do material em estudo,
uma porção relativamente pequena, de tamanho apropriado para o trabalho no laboratório, mas
que ao mesmo tempo represente corretamente todo o conjunto da amostra. A maior ou menor
dificuldade da amostragem vai depender da homogeneidade da amostra. É necessário que a
quantidade de amostra seja conhecida (peso ou volume) nas operações subseqüentes.
d) Separações
Consiste na eliminação de substâncias interferentes. Raramente as propriedades físicas
utilizadas na medida quantitativa de um componente são especificas para urna única espécie, pois
elas podem ser compartilhadas por várias outras espécies. Quando isso acontece, é necessário
eliminar estes interferentes antes da medida final. Há duas maneiras para eliminar uma substância
interferente: a sua transformação em uma espécie inócua (por oxidação, redução ou
complexação); ou o seu isolamento físico corno uma fase separada (extração com solventes e
cromatografia).
e) Medidas
Todo processo analítico é delineado e desenvolvido de modo a resultar na medida de uma
certa quantidade, a partir da qual é avaliada a quantidade relativa do componente na amostra.
Os resultados de uma análise quantitativa somente poderão ter o valor que dela se espera
na medida em que a porção do material submetida ao processo analítico representar, com
suficiente exatidão, a composição média do material em estudo. A quantidade de material
tornada para a execução da análise é relativamente pequena em comparação com a totalidade do
material em estudo, Portanto é importante considerar os seguintes fatores para tirar uma
amostragem:
• Finalidade da inspeção: aceitação ou rejeição. avaliação da qualidade média e determinação da
uniformidade;
• Natureza do lote: tamanho, divisão em sub-lotes e se está a granel ou embalado;
• Natureza do material em teste: sua homogeneidade, tamanho unitário, história prévia e custo;
• Natureza dos procedimentos de teste: significância, procedimentos destrutivos ou não
destrutivos e tempo e custo das análises.
“Amostra” é definida como “uma porção limitada do material tomada do conjunto - o
universo, na terminologia estatística - selecionada de maneira a possuir as características
essenciais do conjunto”.
Amostragem é a série sucessiva de etapas operacionais especificadas para assegurar que a
amostra seja obtida com a necessária condição de representatividade. A amostra é obtida através
de incrementos recolhidos segundo critérios adequados. A reunião dos incrementos forma a
amostra bruta. A amostra de laboratório é o resultado da redução da amostra bruta mediante
operações conduzidas de maneira a garantir a continuidade da condição de representatividade da
amostra. A amostra para a análise é uma porção menor da amostra de laboratório,
suficientemente homogeneizada para poder ser pesada e submetida à análise.
Em resumo, o processo da amostragem compreende três etapas principais:
- coleta da amostra bruta:
- preparação da amostra de laboratório;
- preparação da amostra para análise.
• Amostras fluidas (liquidas ou pastosas) homogêneas; podem ser coletadas em frascos com o
mesmo volume, do alto, do meio e do fundo do recipiente, após agitação e homogeneização.
• Amostras sólidas, cujos constituintes diferem em textura, densidade e tamanho de partículas,
devem ser moídas e misturadas.
Quantidades: o material a ser analisado poderá estar a granel ou embalado (caixas, latas, etc.);
No caso de embalagens únicas ou pequenas lotes, todo o material pode ser tomado como
amostra bruta;
Para lotes maiores, a amostragem deve compreender de 10 a 20 % do nº de embalagens
contidas no lote, ou 5 a 10% do peso total do alimento a ser analisado;
Lotes muito grandes: toma-se a raiz quadrada do nº de unidades do lote
E) PRESERVAÇÃO DA AMOSTRA:
O ideal seria analisar as amostras frescas o mais rápido possível. Mas nem sempre isto é
possível e, portanto, devem existir maneiras de preservá-las.
OBSERVAÇÕES:
Uma característica marcante nos alimentos é que eles têm uma variação muito grande na
composição. Por exemplo:
a) Alimentos frescos de origem vegetal, tem composição mais variada que os alimentos frescos
de origem animal;
b) Frutas e vegetais da mesma variedade podem ter composições diferentes ou a composição
pode variar mesmo após a colheita.
As modificações pós-colheita são maiores nas frutas e vegetais que possuem maior teor
de umidade do que em cereais, por ex.:
Os fatores que influenciam na composição de alimentos de:
B) Métodos de análise: o método ideal deve possuir aqueles atributos essenciais como exatidão,
precisão, especificidade e sensibilidade, além de ser prático, rápido e econômico. Porém não é
possível otimizar todas estas condições ao mesmo tempo e o analista deve decidir em função do
objetivo da análise, quais atributos devem ser priorizados. Por exemplo, em muitos casos,
queremos ter apenas uma idéia da quantidade de um composto na amostra. Neste caso, podemos
ATIVIDADE DE ÁGUA (aa) - é possível estabelecer uma relação entre o teor de água livre nos
alimentos e sua conservação. O teor de água livre é expresso como atividade de água que é dada
pela relação entre a pressão de vapor de água em equilíbrio no alimento e a pressão de vapor da
água pura na mesma temperatura . A medida desse valor baseia-se no fato de que a pressão P do
vapor de água sobre um alimento, após atingir o equilíbrio a uma temperatura T, corresponde a
Umidade Relativa de Equilíbrio (URE) do alimento. A atividade da água será então igual a URE
e é expressa por URE/100.
ALIMENTOS % UMIDADE
produtos lácteos fluidos 87 – 91
leite em pó 4
queijos 40 – 75
manteiga 15
creme de leite 60 – 70
sorvetes 65
margarina e maionese 15
frutas 65 – 95
hortaliças 85
carnes e peixes 50 – 70
cereais <10
macarrão 9
pães e outros produtos de padaria 35 – 45
PROCEDIMENTO
Pesar uma quantidade definida de amostra em um cadinho previamente seco e tarado. O
transporte do cadinho deve ser sempre com pinça ou um papel para não passar a umidade da mão
para o cadinho. Colocar o cadinho na estufa na temperatura conveniente e deixar até que toda
água seja evaporada, isto é, até peso constante. Retirar o cadinho da estufa Com uma pinça e
colocar num dessecador para esfriar. Pesar depois de frio, o conjunto cadinho mais amostra seca.
Descontar o peso do cadinho vazio para obter o peso da amostra seca. O peso da água evaporada
vai ser igual à diferença entre o peso da amostra úmida co peso da amostra seca. Os sólidos totais
serão a diferença entre o peso total da amostra e o peso de água.
Na determinação de umidade por secagem em estufa, o resíduo seco pode ser utilizado
para determinação de gordura e fibra bruta.
PREPARO DA AMOSTRA
• Amostras líquidas: devem ser evaporadas em banho-maria até a consistência pastosa para então
serem colocadas na estufa.
• Amostras açucaradas: formam uma crosta dura na superfície, que impede a saída da água do
interior. Neste caso, costuma-se adicionar areia, asbesto, ou pedra pome em pó misturada na
amostra, para aumentar a superfície de evaporação.
Peso da amostra: varia entre 2 a 5 g dependendo da quantidade de água do produto, e ela deve
ser bem espalhada no cadinho formando uma camada fina.
Condições de secagem
• Temperatura: varia entre 70 a 155 ºC, dependendo se for utilizado vácuo ou pressão
atmosférica,
• Tempo: depende da quantidade de água do produto. mas leva em média de 6 a 7
horas.Costuma-se deixar até peso constante.
LIMITAÇÕES DO MÉTODO
1. Produtos com alto conteúdo de açúcar e carnes com alto teor de gordura devem ser secos em
estufa a vácuo numa temperatura não excedendo a 70 ºC. Alguns açúcares, como a levulose,
decompõem ao redor de 70ºC. liberando água.
2. Não serve para amostras com alto teor de substâncias voláteis, como condimentos.Vai ocorrer
volatilização destas substâncias, com perda de peso na amostra, que será computada como perda
de água.
3. Pode haver variação de até 3ºC nas diferentes partes da estufa.
4.Alguns produtos são muito higroscópicos e devem ser tampados no dessecador ao saírem da
estufa e pesados rapidamente após chegarem à temperatura ambiente.
5. A reação de caramelização em açúcares liberando água, durante a secagem, é acelerada a altas
temperaturas. Portanto produtos nestas condições devem ser secados cm estufa a vácuo a 60 ºC.
6. Alimentos contendo açúcares redutores e proteínas podem sofrer escurecimento por reação de
Maillard, com formação de compostos voláteis como CO2 e compostos carbonílicos, e produtos
intermediários coma furaldeído e hidroximetilfurfural. Estes compostos voláteis serão medidos
erradamente como água evaporada na estufa;
7. Estufas com exaustão forçada são utilizadas pala acelerar a secagem a peso constante e são
recomendadas para queijos, produtos marinhos e carnes.
b.1 - Procedimento
Pesar uma quantidade de amostra que dê uma quantidade de água entre 2 e 5 mL. Colocar
num frasco, com o solvente de ponto de ebulição maior que da água, cobrindo a amostra. Ligar o
frasco no condensador e aquecer.
A destilação chega ao um quando aparecer, no frasco graduado de coleta, os dois níveis,
ode água e o de solvente, que começa aparecer acima da água. Deslocar a água que fica retida
nas paredes de vidro com um fio de cobre em espiral, lavando o fio com tolueno dentro do frasco
coletor. Destilar por mais 5 minutos e deixar esfriar para tomar a leitura do volume de água no
frasco coletor que é graduado em mL, com uma precisão de até 0,01 mL.
C) MÉTODOS QUIMICOS
O único método químico que é comumente utilizado para alimentos é aquele que
emprega o reagente de Karl Fischer, e é por isso conhecido como método de Karl Fischer. Este
reagente, descoberto por Karl Fischer em 1936, é composto de iodo, dióxido de enxofre, piridina
e um solvente que pode ser metanol.
Prof. Raul Vicenzi 15
Capítulo 3. Umidade em Alimentos.
OBSERVAÇÕES DO MÉTODO
1. Além do metanol, piridina. dioxano e dimetil formamida podem ser empregados como
solventes da amostra,
2. Titulação direta usualmente fornece a água total, isto é, água livre mais água de hidratação.
Quando um líquido miscível com água é disponível, a água livre pode ser determinada por
extração com este líquido e titulação do extrato.
O método não pode ser aplicado sem modificações em materiais contendo substâncias
que reagem com lodo, como, por exemplo, ácido ascórbico
Em vez de utilizar vários pesos de água para calibrar o reagente, pode-se usar tartarato de
sódio diidratado moído (1 - 1,5 g) dispersado em 50 mL de metanol pré-titulado.
Alguns vegetais desidratados, como condimentos, contém aldeídos e cetonas ativos, que
reagem com o metanol de Karl Fischer, produzindo água. Existe uma proposta de substituição do
metanol por metil cellosolve (éter de monoetil etileno glicol) no reagente de Karl Fischer e
formamida como solvente da amostra.
Teoricamente o método de Karl Fischer pode ser utilizado para determinação de umidade
em gases, líquidos e sólidos. As amostras fluidas são coletadas por pipetas automáticas ou
seringas. Fluidos viscosos ou pastas são homogeneizados com solventes. Sólidos podem ser
homogeneizados com solvente ou titulados corno suspensão.
O método de Karl Fischer geralmente é aplicado em amostras que não dão bons
resultados pelo método de secagem a vácuo. Os produtos que são analisados por este método são
normalmente produtos com baixo teor de umidade como frutas e vegetais desidratados, balas,
chocolates, café torrado, óleos e gorduras. É também utilizado em produtos ricos em açúcares,
corno mel, e produtos ricos em ambos, açúcares redutores e proteínas, como os cereais.
O método pode ser aplicado também em produtos de níveis de umidade intermediários
como produtos de padaria, misturas para bolos ricas em gordura e também em produtos com
altos níveis de óleos voláteis.
D) MÉTODOS FÍSICOS
d.1 - Absorção de radiação infravermelha: a medida da absorção da radiação em comprimentos
de onda na região do infravermelho (3.0 e 6.1 µm) obtém a quantidade de água na amostra, com
sensibilidade em ppm numa larga gama de materiais orgânicos e inorgânicos.
d.2 - Cromatografia gasosa: é uma técnica pouco conhecida e pouco usada. E muito rápida (5
minutos) e pode ser aplicada em alimentos com unia larga faixa de umidade (8 a 56%) como
cereais, produtos de cereais, frutas e produtos derivados de frutas, porém é necessário verificar a
correlação com o método padrão de secagem em estufa, para cada tipo de amostra.
d.3 - Ressonância nuclear magnética: técnica também pouco conhecida e pouco usada. Requer
equipamento caro e sofisticado, mas oferece medidas muito rápidas (1 minuto), precisas e não
destroem a amostra. Pode ser utilizada simultaneamente para a determinação de umidade e
gordura.
d.4 - índice de refração: é um método bastante simples e rápido, feito no refratômetro, e está
baseado na medida do ângulo de refração da amostra. Porém é um método menos preciso que os
outros.
d.5 - Densidade: é também um método simples, rápido e barato, mas pouco preciso. E mais
utilizado para amostras com alto teor de açúcar, e a quantidade de água é obtida através da
medida da densidade da amostra.
d.6 - Condutividade elétrica: é baseado no princípio de que a quantidade de corrente elétrica que
passa num alimento será proporcional à quantidade de água no alimento. O método é muito
rápido (1 minuto), mas pouco preciso.
d.7 - Constante dielétrica: amido, proteínas e componentes similares têm uma constante
dielétrica de cerca de 10, enquanto a constante dielétrica da água é de 80. Portanto uma pequena
mudança na quantidade de água produz uma grande mudança na constante dielétrica do
alimento. O método é rápido e muito utilizado em farinhas, porém é também pouco preciso.
As três primeiras técnicas citadas (A, B e C) necessitam de equipamentos caros e
sofisticados e não são comumente utilizadas. As características dos 4 últimos métodos (D, E, F e
G) são que eles são simples, rápidos e baratos, mas também pouco precisos. Além disso, nos dois
últimos (F e G), que são métodos elétricos, as medidas podem ser afetadas pelas texturas dos
alimentos, tipo de embalagem, teor de metais, temperatura e distribuição de água no alimento.
São bastante utilizados para avaliação de matéria-prima e durante o processamento. Porém deve-
se ter em mente dois cuidados na sua utilização: correção para temperatura e calibração
necessária para cada tipo de alimento.
1. Cinza total: a determinação de cinza total é utilizada como indicativo de várias propriedades:
a) Largamente aceito como índice de refinação para açúcares e farinhas. Nos açúcares, uma cinza
muito alta dificultará a cristalização e descolorização. Na farinha, a quantidade de cinza influirá
na extração.
b) Níveis adequados de cinza total são um indicativo das propriedades funcionais de alguns
produtos alimentícios, por exemplo, a gelatina. Em geléias de frutas e doces em massa, a cinza é
determinada para estimar o conteúdo de frutas.
c) E um parâmetro útil para verificação do valor nutricional de alguns alimentos e rações. Alto
nível de cinza insolúvel em ácido indica a presença de areia.
2. Componentes individuais da cinza: os componentes minerais presentes nos sistemas
biológicos podem ser divididos naqueles que são:
a) indispensáveis para o metabolismo normal e geralmente constituem os elementos da dieta
essencial;
b) aqueles que não têm nenhuma função conhecida ou até podem ser prejudiciais à saúde. Estes
últimos podem aparecer do solo, provenientes da pulverização das plantas com agrotóxicos ou
como resíduos de processos industriais. Alguns resíduos metálicos podem ter efeitos tóxicos
como Pb e Hg. A oxidação do ácido ascórbico (vitamina C) e a estabilidade de sucos de fruta são
afetados por Cu. Alguns componentes minerais podem aumentar e outros impedir a fermentação
de produtos fermentados.
Além destas duas classes de determinação de cinzas, outros três tipos são também
importantes para a caracterização da pureza e adulteração de amostras:
Cinza solúvel e insolúvel em água: o método é bastante utilizado para a determinação da
quantidade de frutas em geléias e conservas.
• Alcalinidade da cinza: as cinzas de produtos de frutas e vegetais são alcalinas, enquanto de
produtos cárneos e certos cereais são ácidas. A alcalinidade das cinzas e devido à presença de
sais de ácidos fracos como o cítrico, tartárico e málico, que na incineração são convertidos nos
carbonatos correspondentes. Esta técnica é utilizada para verificar adulteração em alimentos de
origem vegetal ou animal.
• Cinza insolúvel em ácido: esta determinação é importante para a verificação da adição de
matéria mineral em alimentos como sujeira e areia em temperos, talco em confeitos e sujeira em
frutas.
a) CINZA SECA
Procedimento Geral - Pesar amostra (cerca de 5 g) num cadinho de platina ou porcelana, o qual
deve ter sido previamente incinerado, esfriado e tarado. Depois o conjunto deve ser incinerado
numa mufla, inicialmente a temperatura mais baixa e depois a 500- 600 ºC. A mufla é o
equipamento utilizado para incinerar a matéria orgânica da amostra, uma espécie de forno que
alcança altas temperaturas. Quando a cinza estiver pronta, isto é, não restar nenhum resíduo preto
de matéria orgânica, o conjunto é retirado da mufla, colocado num dessecador para esfriar e
pesado quando atingir a temperatura ambiente. A diferença entre o peso do conjunto e o peso do
cadinho vazio dá a quantidade de cinza na amostra.
O método de determinação de cinza é empírico e por isso deve-se sempre especificar o
tempo e a temperatura utilizados, que vão depender do tipo de amostra.
Preparação da amostra - Os pesos de amostra variam com o conteúdo de cinzas dos produtos
• cereais, queijo e leite: 3 - 5 g;
• açúcar, carne, legumes, vinho: 5 –10 g;
• sucos, frutas frescas, frutas enlatadas: 25 g;
• geléia, xarope, doces em massa: 10 g.
Amostras líquidas ou úmidas devem ser secas em estufa antes da determinação de cinzas.
Costuma-se usar a amostra que foi utilizada para a determinação de umidade.
Produtos que contem grande quantidade de matéria volátil. como condimentos, devem ser
aquecidos vagarosamente de maneira que comecem a fumegar sem pegar fogo.
Produtos ricos em gordura também devem ser aquecidos cuidadosamente para evitar
excesso de chama, que poderia causar perdas por arraste. Em peixes e produtos marinhos
gordurosos, deve-se fazer uma incineração prévia a baixa temperatura. de modo que a gordura
comece a fumegar sem incendiar-se. Em queijos gordurosos adicionar urna pequena quantidade
de algodão absorvente (com quantidade de cinza conhecida) e incinerar cuidadosamente para
evitar respingos fora do cadinho. Em produtos com muita gordura, como a manteiga, é
necessário fazer a extração da gordura da amostra já seca com algum solvente orgânico, como
éter etílico ou éter de petróleo, antes da incineração da amostra.
Produtos açucarados tendem a formar espuma na determinação de cinzas, isto pode ser
evitado adicionando-se vaselina ou azeite de oliva em pequena quantidade, pois estes produtos
possuem 0% de cinzas. Nos métodos oficiais, recomenda-se que açúcares e produtos açucarados
devem ser secos a 100 ºC, em banho-maria ou em estufa, e depois se deve adicionar pequenas
gotas de azeite puro (não possui elementos minerais), para então o produto ser aquecido
vagarosamente.
Tipos de cadinhos - A escolha vai depender do tipo de alimento a ser analisado e do tipo de
análise. Os materiais utilizados incluem quartzo, Vycor (tipo de vidro resistente a altas
temperaturas), porcelana, aço, níquel, platina e uma liga de ouro-platina.
Tempo de incineração
O tempo é difícil de especificar, pois varia com o produto e com o método. Existe
especificação somente para grãos e ração, que é de duas horas.
Para os demais produtos, a carbonização está terminada quando o material se toma
completamente branco ou cinza, e o peso da cinza fica constante. Isto costuma levar muitas
horas.
Quando o tempo está muito prolongado, talvez pela formação de uma matéria mineral
fundida, o resíduo deve ser molhado, seco e reaquecido, até que apareça uma cinza branca.
Quando o tempo de análise é muito longo, podemos acelerar o processo com adição de:
glicerina, álcool, oxidantes químicos.
Pesagem da cinza
Deve-se tomar todo o cuidado no manuseio do cadinho com a cinza antes de pesar,
porque ela é muito leve e pode voar facilmente. Para melhor proteção, deve-se cobrir com um
vidro de relógio, mesmo quando estiver no dissecador. Algumas cinzas são muito higroscópicas
e devem ser pesadas o mais rapidamente possível num frasco com tampa (pesa-filtro). Um
exemplo deste tipo de cinza é a de frutas que contêm carbonato de potássio, que é altamente
higroscópico.
Para determinação dos minerais individualmente, não se deve utilizar a determinação da
cinza seca, pois por este método vai haver muita perda de certos elementos, dependendo da
temperatura utilizada (máxima de 500 ºC). Entre estes elementos, estão Ar, Hg e Pb.
b) CINZA ÚMIDA
É mais comumente utilizada para determinação da composição individual da cinza.
Pode-se utilizar baixas temperaturas, que evitam as perdas por volatilização.
É mais rápida.
Utiliza reagentes muito corrosivos.
Necessidade de brancos para os reagentes.
Não é prático como método de rotina.
Exige maior supervisão.
Não serve para amostras grandes.
É utilizada na determinação de elementos em traços, que podem ser perdidos na cinza
seca, e também de metais tóxicos.
A digestão pode ser feita com um único ácido, mas às vezes não é suficiente para a
completa decomposição da matéria orgânica:
Ácido sulfúrico: não é um agente oxidante muito forte e a completa decomposição pode
demorar, mas para acelerar o processo pode-se adicionar um sal como sulfato de potássio que vai
aumentar o ponto de ebulição do ácido, acelerando assim o processo.
Ácido nítrico: é um bom oxidante, mas pode ser evaporado antes da oxidação terminar e também
pode causar a formação de óxidos insolúveis.
O mais utilizado na determinação da cinza úmida é a mistura de mais de um ácido. A
mistura mais utilizada é de H2 SO4 -HNO3 , cujas quantidades vão variar com o tipo de amostra. E
bastante utilizada em amostras vegetais, porém pode haver volatização de alguns minerais como
arsênio, selênio, mercúrio etc.
Para amostras ricas em açúcares e gordura, é necessário evitar a formação de espuma.
Para isso, usa-se H2 SO4 até embeber a amostra e depois uma pequena quantidade de HNO3 com
aquecimento entre os dois. Por último, pode-se adicionar H2 O2 para completar a digestão.
Para amostras contendo proteínas e carboidratos e nenhuma gordura, recomenda-se a
mistura HNO3 -HClO 4 (ácido perclórico), porém tem a desvantagem de que o ácido perclórico
pode explodir. Na digestão de grãos de trigo, a utilização da mistura HNO3 + 70% HCIO 4 (1:2)
pode levar 10 minutos, em comparação com a mistura usual deHNO3 +H2 S04 que levaria 8 horas.
A mistura de três ácidos, H2 S04 -HNO3 -HClO 4 , é um reagente universal, mas requer
controle exato de temperatura e alguns minerais (como arsênio, chumbo, ouro, ferro, etc.) podem
ser volatilizados.
6 - CARBOIDRATOS EM ALIMENTOS
1 – INTRODUÇÃO
FUNÇÕES:
São fácil combustíveis energéticos de que os animais necessitam para desenvolver seus
movimentos. Representam 80% do total calórico utilizado pela humanidade (75 - 80 % deste valor é
representado pelo amido). Nos EUA, do total calórico, 46% é representado pelos CHO (47% de amido
e 52% pela sacarose), 42% de lipídios e 12% de proteínas, CHO complexos devem ser hidrolizados a
CHO simples para serem absorvidos pelo organismo.
Fornece energia para ser transformada em trabalho no corpo e fornece calor para regular
temperatura corporal.
CHO são essenciais para a completa oxidação das gorduras do corpo. Se ausentes há acúmulo
de ácidos (acidose) provenientes do metabolismo intermediário das gorduras, sendo, portanto
antiácidos.
São economizadores de proteínas. Se os CHO estão disponíveis, o corpo não utiliza as
proteínas como fonte de energia e elas serão aproveitadas para suas funções específicas (+ nobres).
São utilizadas como alimentos (substrato) da flora microbiana sintetizadora de diversas
vitaminas.
São responsáveis pela reação de escurecimento em muitos alimentos.
Propriedades reológicas na maioria dos alimentos de origem vegetal (polissacarídeos).
Podem ser utilizados como adoçantes naturais.
São utilizados como matéria-prima para alimentos fermentados
A sacarose está presente em pequenas quantidades na maior parte dos vegetais. Portanto sua
ingestão em maior nível se dá através de alimentos modificados.
Os cereais contêm pequena quantidade de açúcares, pois a maior parte é convertida em amido.
O amido é o CHO mais comum utilizado pelos vegetais como reservas energéticas. Assim, o homem
e os animais desenvolveram sistemas enzimáticos para utilizá-lo como fonte de energia .
As frutas maduras são doces devido a transformação do amido (reserva) em açúcares mais
simples como a sacarose, frutose, etc.
Os produtos de origem animal contêm menos CHO matabolizável que outros alimentos. O
glicogênio é semelhante a amilopectina do amido e é metabolizável da mesma forma que este.
CLASSIFICAÇÃO
Os CHO são classificados de acordo com o nº de carbonos que tenham, em monossacarídeos,
oligossacarídeos (dissacarídeos e trissacarídeos) e polissacarídeo. Os CHO têm um ou vários grupos
alcoólicos (-OH) e um grupo aldeído (-CHO) ou cetônico (-CO-).
MONOSSACARÍDIOS
São os açúcares simples formados por cadeias de 3,4,5,6,7 carbonos, podendo ter um grupo
funcional aldeído (aldose) ou grupo funcional cetônico (cetoses) São moléculas de baixo peso
molecular de fórmula Cn (H2 O)n .
Os Monossacarídeos não podem ser hidrolisados a moléculas menores, de menor peso
molecular. Na natureza encontra-se com mais facilidade as aldo-hexoses (glucose, galactose),
seguidas das aldo-pentoses (arabinose, xilose). Entre as cetoses, a mais difundida é a frutose
(cetohexose).
O monossacarídeo existente em maior quantidade na natureza é a D-glucose. Tem suave poder
edulcorante, é solúvel em água e álcool, desvia a luz polarizada para a direita e encontra-se no mel e
frutas. O sangue humano contém cerca de 0,8 de glicose, exceto em pessoas diabéticas que podem ter
até 10% de glicose na urina.
A frutose é o açúcar das frutas, encontra-se em pequenas quantidades no reino animal.
A galactose é um monossacarídeo resultante do desdobramento da lactose. Não se encontra
livre na natureza, embora faça parte do cérebro, como glucídio estrutural e daí sua importância.
Também faz parte de alguns compostos pectínicos, na formação dos ácidos galacturônicos.
DISSACARÍDEOS
Polímeros compostos de resíduos de monossacarídeos unidos por ligação hemiacatálica
(glicosídica), em nº de dois. São solúveis em água e muito abundantes na natureza.
Fórmula geral é:
2 C6 H12 O6 C12 H10 O5 + H2 O
Entre os dissacarídeos de maior importância, tem: Sacarose, Maltose e Lactose.
SACAROSE
INVERSÃO DA SACAROSE:
No processo de hidrólise química ou enzimática ocorre a inversão da rotação ótica da solução
inicial, motivo pelo qual o processo de hidrólise da sacarose é também conhecido por inversão da
sacarose e o produto final é conhecido como açúcar invertido.
+
H
Sacarose + H2 O D-Frutopiranose + D-Glucopiranose
enzimas
MALTOSE
É o açúcar do malte (maltobiose), é o elemento básico da estrutura do amido. Pode ser
produzida pela hidrólise ácida / enzimática ou fermentação (cerveja). É bastante solúvel em água e
pela ação da enzima alfa-glucosidase (maltase) é hidrolisada em 2 D-glucose. É encontrada na cevada
malteada e grãos germinados, também nos animais, durante a digestão ocorre à hidrólise do amido,
produzindo maltose.
LACTOSE
É o açúcar do leite, encontra-se apenas neste alimento (4 - 5 %), desdobrando-se através de
hidrólise enzimática (lactase) em D-Glucose + D-Galactose.
POLISSACARÍDEOS
São macromoléculas naturais, ocorrendo em quase todos os organismos vivos. São formados
pela condensação de monossacarídeos, unidos entre si pelas ligações glicosídicas. Possuem alto peso
molecular e podem ter cadeias lineares, ramificadas e cíclicas (Ex. dextrinas)
Os polissacarídeos de menor peso molecular são solúveis em água e, esta solubilidade diminui com o
peso da molécula e com associações entre moléculas. Aqueles mais insolúveis são os encontrados nas
paredes celulares e sua função nos vegetais é a de reforçar e estrutura, por isso são denominados
polissacarídeos estruturais.
Nomenclatura - São designados pelo sufixo “ana”, assim, glucose dá origem a glucanas; arabinose dá
origem a arabinana ou arabanas. Também são denominados por nomes já consagrados pelo uso como
amido, celulose, pectinas, etc.
CLASSIFICAÇÃO E FUNÇÕES
São classificados em homoglicanas e heteroglicanas, quando formado por uma única espécie
ou diferentes espécies de monossacarídeos.
Na natureza, estes polímeros têm diversas funções:
-Fazem parte de estruturas da parede celular de vegetais (celulose, pectina, hemicelulose), ou
de animais (quitina).
- Servem de reservas metabólicas de plantas (amido, frutanas, dextranas) e de animais
(glicogênio)
- São substâncias protetoras de plantas (retém água) e com isso, os processos enzimáticos não
são interrompidos, mesmo em condições de desidratação.
AMIDO
É a mais importante reserva de nutrição das plantas superiores (sementes, tubérculos, rizomas e
bulbos). É facilmente digerido e por isso é importante na alimentação humana.
Quando aquecido na presença de água, os amidos formam géis estáveis.
É constituído de dois polissacarídeos, amilose e amilopectina, em proporção que varia de
acordo com a origem das plantas e mesmo do grau de maturação. As proporções destes influem na
viscosidade e poder de geleificação do amido.
Amilose - Polissacarídeo linear formado por unidades de D-glucopiranose, unidas por ligações
glicosidicas alfa (1-4) em nº que varia de 200 - 10.000. A amilose possui estrutura helicoidal dentro da
qual podem acomodar-se moléculas de Iodo, formando um composto de cor azul. Esta reação é
indicativa da presença de amido, e é usada para identificar ponto de maturação de frutos, por exemplo.
Os lipídios podem ser envolvidos pelas hélices da amilose, que poderá ter influência na digestibilidade
do amido.
Desenho esquemático da molécula da amilose representando as unidades de D-Glucopiranose
unidas por ligações glicosídicas alfa 1-4.
CELULOSE
Principal componente da parede celular dos vegetais. É o composto orgânico encontrado com
maior freqüência na natureza.
Apresenta as seguintes características gerais:
Não é digerida pelo homem, formam as fibras dietéticas, importantes na tecnologia de alimentos.
No algodão está presente em 98% da matéria seca.
É constituída de cadeias não ramificadas de d-glucopiranose, em nº que varia de 100 a 200.
É insolúvel em água, ácidos ou álcalis, difícil hidrólise a não ser por enzimas.
PECTINA
Constituí-se por cadeia de ácido D-galacturônico, cujos grupos carboxílicos pode estar
parcialmente metoxilado ou neutralizado por bases. Geralmente dividi-se em outros grupos menores,
quais sejam:
Protopectina - Insolúveis em água e por aquecimento em meio ácido formam os ácidos pécticos e
ácidos pectínicos. Estão presente em maior grau nas frutas verdes e a medida que a maturação avança
vão sendo degradadas a ácidos pectínicos e pécticos. Pode estar associada a íons Cálcio os quais
confere rigidez a estrutura celular.
Ácidos Pectínicos -Possuem grupos metoxílicos esterificados, dependendo do grau de metoxilação,
estes compostos podem formar géis na presença de açúcar em meio acido.
Método Lane -Eynon: a solução de açúcar é adicionado vagarosamente de uma bureta a uma
mistura(1:1)em ebulição das duas soluções de Fehling. Próximo ao ponto de viragem é adicionado 1
mL de uma solução aquosa de azul de metileno 2%, que é um indicador que vai mudar a cor da
solução de azul para incolor no ponto de viragem. A solução fica incolor, mas, como existe o
precipitado cor de tijolo, a cor visível da viragem é de azul para vermelho tijolo. Existem dois fatores
importantes a serem seguidos neste método para maior exatidão dos resultados.
A solução deve ficar constantemente em ebulição durante a titulação, porque o CuO formado
pode ser novamente oxidado pelo O2 do ar, mudando a cor novamente para azul;
A titulação deve levar no máximo 3 minutos, porque pode haver decomposição dos açúcares
com o aquecimento prolongado.
A relação entre o cobre reduzido e o açúcar redutor não é estequiométrica, o resultado é obtido
da tabelas ou padronizando-se a mistura de Fehling com uma solução de açúcar com concentração
conhecida, e é geralmente expresso em glicose.
7 - LIPÍDIOS EM ALIMENTOS
1. INTRODUÇÃO
Compostos orgânicos formados por C,H,O e também podem possuir P,N e S, com
predomínio de H, encontrando-se nos organismos vivos, geralmente insolúveis em água e
solúveis em solventes orgânicos tais como éter etílico, éter de petróleo, acetona clorofórmio,
benzeno e álcoois Estes solventes apolares atacam a fração lipídica neutra que incluem ácidos
graxos livres, mono, di e trigliceróis, e alguns mais polares como fosfolipídeos, glicolipídeos e
esfingolipídeos. Estróis, ceras, pigmentos lipossolúveis e vitaminas, que contribuem com energia
na dieta, podem ser extraídos apenas parcialmente.
O termo lipídeo é utilizado para gorduras e substâncias gordurosas.
Ocorrem em todas as células animais ou vegetais de omde podem ser extraídos com
solventes orgânicos de baixa polaridade.
O conteúdo de gorduras varia muito com o tipo de alimento:
ALIMENTO % DE LIPIDEOS
Manteiga e margarina 81
Molhos e saladas 40 –70
Leite fresco 3,7
Leite em pó 27,5
Sorvetes 12
Cereais 3–5
Carnes 16 – 25
Peixes 0,1 – 20
Ovos 12
Chocolates 35
Frutas 0,1 – 1 (abacate: 26%)
vegetais 0,1 – 1,2
2. FUNCÕES
Consumo: Nos EUA o consumo é de 50 kg/ano, 1400 Kcal/dia, 45% do consumo calórico. Nos
países periféricos o consumo é de 2 a 14 kg/ano/pessoa.
- Energético = 9 Cal/grama;
- Transporte de Vitaminas lipossolúveis (A,D,E e K);
- Favorece a absorção de cálcio;
- Acúmulo causa obesidade e todos os problemas decorrentes
- Efeitos sobre o Aroma e sabor dos alimentos
- Maior palatibilidade dos alimentos
- Acido linolênico é essencial produz o Acido Araquidônico precursor do hormônio chamado
prostaglandina
FUNÇÕES BIOLÓGICAS:
1. Importante fonte calórica da dieta;
2. Supre necessidades nutricionais específicas (ácidos graxos essenciais, por exemplo);
3. Atua no organismo como agente protetor e transportador de vitaminas lipossolúveis (A, D, E,
e K);
4. Exerce ação lubrificante;
5. Contribui na ação de leveza pelo aprisionamento de ar em massas e sorvetes;
6. Atua como agente transportador de calor, nas frituras;
7. Contribui no paladar;
3. CLASSIFICAÇÃO
A seguinte classificação possibilita uma distinção entre os vários tipos de lipídios:
A) LIPÍDIOS SIMPLES - São compostos que por hidrólise total dão origem somente a ácidos
graxos e álcoois e são divididos em
a) Óleos e Gorduras - São ésteres de ácidos graxos e glicerol, denominados de glicerídeos e são
os lipídios mais importantes.
b) Ceras - São ésteres de ácidos graxos e monohidroxiálcoois de alto peso molecular.
ÁCIDOS GRAXOS - São todos os ácidos monocarboxílicos alifáticos. Podem ser saturados e
insaturados. Principais saturados são o láurico, palmítico e o esteárico e os insaturados, oleico,
linolêico e linolênico.
Gorduras animais têm ácidos com cadeias de 16 a 18 C. Ácidos com mais de 20C são comuns
em animais marinhos. Todos esses ácidos existem na natureza, principalmente na forma de
ésteres de glicerol ou de álcoois alifáticos de cadeia longa.
GOSTOS E CHEIROS
- Os ácidos cuja solubilidade em água permite uma concentração apreciável de prótons, tem
odor acre e sabor azedo;
- Os ácidos de cadeia com 4 a 7 carbonos têm cheiro desagradável;
- O odor da manteiga rançosa e de alguns queijos é causado por ácidos voláteis
- O ácido capróico deve seu nome ao fato de ser encontrado na secreção da pele da cabra;
- Os ácidos de peso molecular alto são inodoros, devido a sua baixa volatilidade.
Acido Oléico - Principal ácido de todas as gorduras, azeite de oliva (80% dos ácidos totais)
Ácido Linoléico - É o ácido poli-insaturado mais importante (2 duplas ligações), soja, milho,
algodão, girassol (75% do total);
Ácido Linolênico - Óleo de linhaça (50 % dos ácidos totais)
ÓLEOS E GORDURAS
Óleos e gorduras são misturas naturais de ésteres neutros da glicerina com ácidos graxos
saturados e não saturados de alto peso molecular, razão pela qual são chamados glicerídeos.
Óleos e gorduras diferem entre si pelo fato de que, a temperatura ambiente, as gorduras
são sólidas e os óleos são líquidos. São divididos em alguns grupos, que são:
GLICEROL - E o constituinte comum a todos os óleos e gorduras. Por aquecimento a altas
temperaturas em presença de catalisadores, o glicerol perde água com formação de
ACROLEINA, composto de odor desagradável e ação irritante para os olhos e mucosas.
GLICERÍDIOS - São ésteres de ácidos graxos e glicerol, e nesta classe estão os triglicerídeos
(compostos nos quais as três hidroxilas do glicerol estão esterificadas a ácidos graxos). Podem
ser constituídos por uma ou mais espécies de ácidos graxos.
PROPRIEDADES - São compostos sólidos com ponto de fusão bem definido. Aqueles com
predomínio de ácidos graxos insaturados fundem-se a temperaturas mais baixas. Apresentam
também o polimorfismo.
B) LIPÍDIOS COMPOSTOS
Contém outros grupos na molécula, além de ácidos graxos e álcoois. Podem ser divididos
em:
a) Fosfolipídios -. Ocorre tanto em vegetais como animais e tem em comum o ácido fosfórico e
um composto nitrogenado, além de ácido graxo. A este grupo pertence as lecitinas (presente na
gema do ovo, fígado e óleos vegetais, utilizados na tecnologia de alimento como agentes
emulsionantes e antioxidantes).
b) Ceras - ésteres de ácidos graxos, monohidroxiálcoois, carboidratos e uma base nitrogenada.
c) Sulfolipídios - Contém enxofre na molécula
d) Glicolipídeos - Não contém ácido fosfórico na molécula. São compostos que tem um ou mais
monossacarídeos e uma base nitrogenada.
CERAS - São ésteres de ácidos graxos e monohidroxialcoois de alto peso molecular. Tem alto
ponto de fusão e são mais resistentes as hidrólises do que os glicerídeos.
- Existem em vegetais e animais
- São insolúveis em água
- Formam camadas protetoras em vegetais e animais (contra perda de água)
- ceras de carnaúba (planta amazônica) e lanolina (lã de ovelha) são exemplos de ceras.
C) LIPÍDIOS DERIVADOS
São substâncias produzidas por hidrólise dos lipídios simples e compostos, podem ser:
Ø Ácidos graxos;
Ø Álcoois: glicerol e álcoois de alto peso molecular
Ø Hidrocarbonetos
Ø Vitaminas lipossolúveis
Ø Pigmentos
Ø Compostos nitrogenados (Colina, Serina, etc)
4. METODOLOGIA DE ANÁLISE
CARACTERÍSTICAS
A escolha do solvente vai depender dos componentes lipídicos existentes no alimento. A
extração com solvente é mais eficiente quando o alimento é seco antes da análise, pois existe
maior penetração do solvente na amostra. Pode-se utilizar a amostra que foi usada na
determinação de umidade.
A preparação da amostra para determinação de gordura deve ser cuidadosa de maneira a
evitar a sua degradação. Em muitos alimentos processados, como em produtos derivados do leite,
pão, produtos fermentados, açucarados e produtos animais, a maior parte dos lipídeos está ligada
a proteínas e carboidratos, e a extração direta com solventes não polares é ineficiente. Estes
alimentos precisam ser preparados para a extração de gordura por hidrólise ácida ou básica, ou
outros métodos.
TIPOS DE SOLVENTES
Os dois solventes mais utilizados são o éter de petróleo e o éter etílico. O éter etílico é um
solvente de extração mais ampla. pois pode extrair também vitaminas esteróides, resinas e
pigmentos, o que constitui um erro quando se deseja determinar somente gordura
(triacilglicerídeos). Porém estes compostos aparecem geralmente em pequenas quantidades, o
que daria um erro aceitável. Por outro lado, ele é menos usado porque é mais caro, perigoso e
pode acumular água durante a extração que vai dissolver
materiais não lipídicos. Portanto, o éter de petróleo é mais comumente utilizado. Em alguns
casos, é conveniente utilizar mistura de solventes como no caso de produtos lácteos.
O ÉTER ETÍLICO, apesar de ser um excelente extrator para lipídeos, tem algumas
desvantagens:
a) deve estar completamente livre de água, necessitando, portanto, de uma série de manuseios e
cuidados;
b) contendo água, dissolverá também alguns mono e dissacarídeos provocando desvios na
determinação;
c) a amostra a ser usada deve, portanto, estar completamente seca;
d) não extrai completamente derivados como a lecitina
e) é altamente inflamável e, quando oxidado, é explosivo e a sua recuperação deve ser
acompanhada com grande cuidado.
ÉTER DE PETRÓLEO, por sua vez, apesar de nâo ser o solvente por excelência, traz uma série
de vantagens:
a) não extrai outras frações que não seja a lipídica;
b) é muito mais barato;
c) não é afetado por pequenas quantidades de água, e
d) a sua recuperação por destilação é muito mais conveniente.
A mistura de dois ou mais solventes é em alguns casos recomendável, mas a
remoção da mistura para a pesagem da fração lipídica pode ser dificultada. A recuperação dos
componentes individuais é, na maioria das vezes, inviável.
Uma série de outros solventes orgânicos pode também ser usada, mas dificilmente concorrem
com o éter etílico e o éter de petróleo.
TIPOS DE EQUIPAMENTOS
A. SOXHLET - Características
1. É um extrator que utiliza refluxo de solvente.
2. O processo de extração á intermitente.
B. GOLDFISH - Características
A. Processo de Gerber
E um método de rotina utilizado somente para leite e produtos lácteos. A gordura no leite
está presente em forma de emulsão de óleo e água, cercada de um filme de proteína. E necessário
quebrar este filme para conseguir a extração da gordura. Para tanto a amostra é tratada com ácido
sulfúrico. É também adicionado álcool isoamílico para facilitar a separação da gordura e reduzir
o efeito de carbonização do ácido sulfúrico sobre ela. Após a digestão, a amostra é centrifugada
num tubo chamado butirômetro, que já vem calibrado com uma escala volumétrica. A gordura
separada da fase aquosa com a proteína é medida volumetricamente diretamente no butirômetro.
Existem vários tipos de butirômetros com escalas diferentes, para medir diferentes produtos
lácteos, como creme de leite e queijos, e até para alguns produtos não láteos, como produtos
processados de carne e peixe.
O método possui dois requisitos muito importantes para obtenção de bons resultados:
- O ácido sulfúrico deve ter uma densidade de 1,82 e, portanto. o ácido concentrado que possui
uma densidade de 1,84 deve ser diluído;
- A leitura final da gordura no butirômetro deve ser feita a 71 ºC.
B. Processo de Babcock
Utiliza, como no processo de Gerber, ácido sulfúrico para hidrólise da proteína. A
diferença com o processo de Gerber está nas quantidades de leite e ácido sulfúrico adicionados, e
na adição de água quente em vez de álcool isoamílico. O método é também volumétrico, e a
medida é feita igualmente num tubo graduado. O método de Gerber é mais utilizado na Europa e
o de Babcock nos Estados Unidos. Ambos os métodos não determinam os fosfolipídeos, mas não
há problemas como leite integral que tem apenas 1% de fosfolipídeos na gordura total. A
manteiga tem cerca de 24% de fosfolipídeos e, portanto, deve-se utilizar os métodos de Goldfish
ou Soxhlet. O método de Gerber é 2 a 3 vezes mais rápido que o de Babcock.
A. ÍNDICE DE IODO
Uma determinação analítica importante para os especialistas em óleos e gorduras é a
medida da insaturação. Esta determinação é importante para a classificação de óleos e gorduras e
para controle de alguns processamentos. O método geralmente utilizado é a medida do índice de
iodo. Índice de iodo de um óleo ou gordura é definido como as gramas de iodo que são
adicionadas em 100 g de amostra. O resultado é expresso em termos de iodo, independente de a
reação ter sido com iodo ou outro halogênio (F, Cl. Br e I). Este índice é baseado no fato de que
iodo e outros halogênios se adicionam numa dupla ligação da cadeia insaturada dos ácidos
graxos.
As gorduras menos insaturadas. com baixo índice de iodo, são sólidas a temperatura
ambiente, ou, inversamente, óleos que são mais insaturados, com maior índice de iodo, são
líquidos. Outro ponto interessante e que quanto maior a insaturação e, conseqüentemente, maior
o índice de iodo, maior será também a possibilidade de rancidez por oxidação.
O índice de saponificação não serve para identificar o óleo, pois muitos óleos possuem
estes índices muito semelhantes (188 - 196). Esta determinação é útil para verificação do peso
molecular médio da gordura e da adulteração por outros óleos com índices de saponificação bem
diferentes, como óleo de coco (I.S. = 255), óleo de palma ou dendê (I.S. = 247) e manteiga (I.S.
= 225), e outros óleos que contém alto teor de ácidos graxo com baixo peso molecular. A
adulteração com parafina pode ser facilmente detectada por este método, pois ela tem um índice
de saponificação mínimo,.
B.1. índice de peróxido: é um dos métodos mais utilizados para medir o estado de oxidação de
óleos e gorduras. Como os peróxidos são os primeiros compostos formados quando uma gordura
deteriora, toda gordura oxidada dá resultado positivo nos testes de peróxidos. O índice de
peróxido de uma gordura é facilmente determinado dissolvendo-se um peso de gordura em uma
solução de ácido acético-clorofórmio, adicionando-se iodeto de potássio e titulando o iodo
liberado (o I é oxidado a I2 pelo peróxido da amostra) com solução padrão de tiossulfato de
sódio, usando amido como indicador. O resultado é expresso como equivalente de peróxido por
100 g da amostra.
B.2. Índice de TBA: a oxidação de gorduras produz compostos que reagem com ácido 2-
tiobarbitúrico dando produtos de coloração vermelha. Essencialmente, o método compreende a
dissolução da amostra de gordura em um solvente orgânico como benzeno, clorofórmio ou
tetracloreto de carbono e extração do material reativo com uma solução de ácido acético - ácido
tiobarbitúrico - água. O extrato aquoso, com aquecimento, desenvolverá uma coloração vermelha
se a gordura estiver oxidada. O método torna-se quantitativo quando a intensidade de cor é
medida no espectrofotômetro, através da medida da absorbância. O teste de TBA só pode ser
corretamente aplicado nos primeiros estágios da oxidação, porque nos estágios mais avançados
vai haver muita modificação nos compostos produzidos. A cor produzida irá variar com o tipo de
ácidos graxos existente na amostra. O pigmento produzido na reação colorimétrica é resultante
da condensação de duas moléculas de TBA e uma de dialdeido malônico. O método foi utilizado
inicialmente para leite e produtos lácteos, porém ele tem sido reconhecido como bom método,
também, para gorduras vegetais e animais,
8 – PROTEÍNAS EM ALIMENTOS
1. INTRODUÇÃO.
As proteínas são os maiores constituintes de toda célula viva, e cada uma delas, de acordo
com sua estrutura molecular, tem uma função biológica associada às atividades vitais.
Nos alimentos, além da função nutricional, as proteínas têm propriedades organolépticas
e de textura. Podem vir combinadas com lipídeos e carboidratos. A tabela abaixo apresenta as
quantidades de proteína nos vários tipos de alimentos (o conteúdo de proteína = N x 6,25%):
A palavra proteína deriva do grego proteos, que significa “ocupar o primeiro lugar”. As
proteínas contêm C (50 a 55%); H (6 a 8%); O (20 a 24%); N (15 a 18%) e S (0,2 a 0,3%).
Quimicamente são polímeros de alto peso molecular, cujas unidades básicas são os
aminoácidos ligados entre si por ligações peptídicas formando longas cadeias, em várias
estruturas geométricas e combinações químicas para formar as proteínas especificas, cada qual
com sua própria especificidade fisiológica.
Apesar da sua complexidade estrutural, as proteínas podem ser hidrolisadas (quebradas)
em seus constituintes aminoácidos por enzimas ou por meio de fervura com ácidos e álcalis sob
certas condições. As proteínas puras e secas são razoavelmente estáveis, mas sob as condições
em que são encontradas nos alimentos, elas tendem a se decompor à temperatura ambiente,
auxiliadas pela ação bacteriana, e podem formar produtos tóxicos para o corpo; assim, é
necessário conservar refrigerados, alimentos protéicos, como ovos, peixes, aves carne e leite.
Os vegetais são capazes de sintetizar suas próprias proteínas a partir de fontes inorgânicas
de nitrogênio, enquanto os animais necessitam ingeri-las na dieta. O metabolismo animal, a
excreção e finalmente, a morte devolvem o nitrogênio para o solo. Esse processo contínuo é
conhecido como o ciclo do nitrogênio. As proteínas vegetais geralmente são deficientes em um
ou mais aminoácidos essenciais.
São encontrados quase que em todos os alimentos, tanto de origem animal (carne, ovos,
leite), como de origem vegetal (cereais, a soja e raízes ou tubérculos) e somente pequena
quantidade é proveniente das chamadas fontes não convencionais sendo que, nos primeiros, em
geral, encontra-se uma maior quantidade e melhor qualidade, já que, nos animais, as proteínas
são consideradas como proteínas de Alto Valor Biológico (AVB).
A terceira fonte de proteínas, ou seja, as proteínas chamadas não convencionais, são
aquelas provenientes de microorganismos como bactérias cultivadas com o uso de derivados de
petróleo como fonte de carbono; as leveduras provenientes da fermentação da sacarose para
produção de etanol e algas como as Chlorellas.
Com exceção das proteínas de origem animal, as demais apresentam deficiências em um
ou mais aminoácidos essenciais, ou podem apresentar problemas nutricionais por estarem
acompanhadas de substâncias tóxicas ou de inibidores de enzimas proteolíticas.
Proteína de alto valor biológico(VB): proteína completa porque apresenta os aminoácidos
em teores necessários a manutenção da vida e crescimento dos novos tecidos.
Proteína de baixo valor biológico; Não tem os aminoácidos em teores adequados. Ex.:
frutas e hortaliças
Proteínas parcialmente completas: apresenta um ou mais aminoácidos limitante. EX:
cereais (deficientes em lisina, triptofano e treonina) e leguminosa (deficiente em metionina).
3. FUNÇÕES BIOLÓGICAS
- Componentes essenciais a todas as células vivas e estão relacionadas à quase todas as funções
fisiológicas;
- Regeneração de tecidos;
Tabela 1. Teor de proteína em alguns alimentos usuais e sua classificação como fonte de
aminoácidos essenciais para a nutrição humana.
PROTEINA - % CLASSIFICAÇÃO ALIMENTOS
30-44 incompleta soja
20-25 incompleta feijão
6-10 incompleta arroz
8-1 1 incompleta milho
8-15 incompleta trigo
3,5 completa leite de vaca
12 completa ovos de galinha
15-25 completa carne de mamífero
18-20 completa carne de galinha
20-35 incompleta amendoim
20-24 completa crustáceos e peixes
4. AMINOÁCIDOS
Grupos derivados de ácido carboxílicos, onde um H+ é substituído por uma amina.
Existem aminoácidos encontrados com freqüência nem sempre fazendo parte da cadeia protéica
e alguns se repetindo várias vezes
Aminoácidos essenciais: fenilalanina, leucina, isoleucina, arginina, triptofano, metionina, valina,
serina, treonina, histidina, lisina.
Aminoácidos dispensáveis: alanina, glicina, prolina, asparagina, cisteina, glutamina,
hidroxiprolina, tirosina, hidroxilisina, ácido aspártico e ácido glutâmico.
c) Reação com metais: na presença de metais pesados como Fe, Mg, Cu, Co, aminoácidos
formam quelatos. Exemplo: CuO + glicina = diglicinato de Cu (cor azul intenso)
d) Ligações peptídicas: é a propriedade mais importante dos aminoácidos, que é a capacidade de
formarem amidas pela interação entre grupos carboxílicos e amínicos, formando peptídeos e
proteínas ( NHCO).
5. PEPTIDEOS E PROTEÍNAS
A síntese das proteínas nas células vivas é influenciada pelo sistema enzimático, e a
ligação peptidica repetidas várias vezes formando cadeias longas de resíduos de aminoácidos.
5.2. PROTEÍNAS: Compostos de alto peso molecular formada por cadeias de aminoácidos
unidos entre si por ligações peptídicas.
As propriedades de uma proteína são determinadas pelo número e espécie dos resíduos de
aminoácidos e pela sua seqüência.
Nem todos os aminoácidos estão presentes nas proteínas e alguns estão em grande
quantidade. Exemplo é a hidroxiprolina que constitui 12% do colágeno, aproximadamente.
A degradação da proteína seja química (ácida ou alcalina) ou enzimática leva a formação
de aminoácidos.
a) SIMPLES: São aquelas que por hidrólise nos fornecem aa como únicos produtos:
a.1) Albuminas: altamente solúvel em água : clara do ovo; leite; ervilha
a.2) Globulinas: insolúveis em água: músculos; ervilha;
a.3) Glutelinas: somente em vegetais: trigo; arroz
a.4) Prolaminas: somente em vegetais: trigo, centeio, milho, cevada
a.5) Protaminas: produtos de peixes
a.6) Histonas: ácidos nucléicos
a.7) Escleroproteínas: queratina, colágeno
c) DERIVADAS: Não são encontradas na natureza, mas obtida da hidrólise das simples e/ou
conjugadas pela ação de ácidos, bases ou enzimas.
c.1) derivadas primárias: obtidos por processos brandos de decomposição
c.2) derivados secundários: mistura complexa de uma moléculas de diferentes tamanhos e
diferente composição de aminoácidos e diferentes propriedades.
A. Análise de carbono
• digestão mais fácil do que para o nitrogênio;
• menores erros no resultado por causa da maior quantidade em relação ao nitrogênio;
• fator de correção mais constante que para o nitrogênio:
• maior dificuldade em separar os carbonos pertencentes à proteína dos carbonos de outros
componentes.
B. Análise de nitrogênio
• é a determinação mais utilizada;
• considera que as proteínas têm 16% de nitrogênio em média (vai depender do tipo de
proteína);
• fator geral na transformação de nitrogênio para proteína é de 6.25.
16g N -------- 100 g proteínas
n g N -------- x g proteínas
Este método determina N orgânico total, isto é, o N protéico e não protéico orgânico.
Porém, na maioria dos alimentos, o N não protéico representa muito pouco no total. A razão
entre o nitrogênio medido e a proteína estimada depende do tipo de amostra e de outros fatores.
Por exemplo, no trigo esta razão é afetada pela variedade, condições de crescimento e quantidade
e tipo de fertilizante utilizado. Para converter o nitrogênio medido para proteína, devemos
multiplicar o conteúdo de nitrogênio por um fator arbitrário, que representa um fator médio para
o material em estudo, que é 5,7 para trigo e 6,25 para alimentos em geral.
O procedimento do método baseia-se no aquecimento da amostra com ácido sulfúrico
para digestão até que o carbono e hidrogênio sejam oxidados. O nitrogênio da proteína é
reduzido e transformado em sulfato de amônia. Adiciona-se NaOH concentrado e aquece-se para
a liberação da amônia dentro de um volume conhecido de urna solução de ácido bórico,
formando borato de amônia. O borato de amônia formado é dosado com uma solução ácida
(HCI) padronizada. Existe uma segunda maneira de recolher a amônia, em urna solução ácida
(H2 S04 padrão) em excesso, e depois titular o ácido que não reagiu com a amônia, com uma
solução básica padronizada (NaOH). Esta segunda maneira tem a desvantagem de necessitar de
duas soluções padronizadas e também de fazer a determinação indiretamente.
• Adição de excesso de H2 S04 padrão: com o ácido não reagido, faz-se a titulação com NaOH
padrão.
CÁLCULOS
Mercúrio: é superior ao cobre como catalisador, porém é necessário uma etapa a mais no método
para separar o complexo de mercúrio-amônia formado. Esta separação é feita pela precipitação
do mercúrio com tiossulfato de sódio.
Cobre: é o menos eficiente de três catalisadores e só tem problema de limite de aplicação pela
sua toxidez.
Selênio: é o mais polêmico dos três catalisadores. Tem efeito mais rápido do que o mercúrio e
não necessita de separação após seu uso. Entretanto pode haver perda de N se ele for utilizado
em excesso ou se a temperatura de digestão não for cuidadosamente controlada. As condições
são mais críticas que para o mercúrio e o cobre.
Atualmente é utilizada uma mistura dos três catalisadores, pois assim não apresentam problemas
na pequena concentração em que são utilizados na mistura.
C. Ácido bórico
No método original, a amônia liberada da amostra é recolhida em ácido padronizado. Na
modificação, o recolhimento é feito em excesso de ácido bórico. O borato de amônia formado é
que vai ser titulado com um ácido padronizado. Esta modificação é vantajosa no sentido de que
será necessária somente uma solução padronizada. Nem a quantidade (cerca de 50 mL), nem a
concentração (cerca de 4%) de ácido bórico necessitam ser precisas.
•O método depende de calibração com padrões conhecidos de proteínas determinados por outros
métodos.
São vários os métodos físicos disponíveis, mas, como eles não são muito utilizados, serão
apenas citados. São os seguintes: índice de refração; densidade específica; viscosidade; tensão
superficial; condutividade; polarização.
9 - FIBRAS EM ALIMENTOS
CONCEITO, IMPORTÂNCIA, TIPOS DE FIBRAS
São substâncias componentes dos tecidos vegetais, que não constituem fonte de energia,
porque não podem ser hidrolizadas por enzimas do intestino humano. Uma definição mais precisa
de fibras não é possível porque as substâncias não digeríveis incluem misturas complexas e
heterogêneas de substâncias, não existindo ainda uma concordância acerca de qual parte da
substância constitui a fibra.
Quantitativamente, os principais integrantes das fibras da dieta derivam das paredes
celulares das plantas, os polissacarídeos não-amiláceos insolúveis (celulose, hemicelulose,
lignina), outros fazem parte do material intercelular solúveis (algumas hemiceluloses, pectinas) e
outros ainda são secretados pelos vegetais para desempenho de funções especializadas (gomas e
mucilagens).
Assim, como diferentes vitaminas exercem funções específicas em nosso organismo, os
vários componentes das fibras alimentares produzem diferentes respostas fisiológicas que estão
relacionadas às propriedades físico-químicas destes integrantes.
Celulose:
A celulose é composta de uma única cadeia longa de unidades de glicose unida Por
ligações as quais as enzimas digestivas não conseguem hidrolizar. A celulose está presente nas
frutas(polpa e casca), nas hortaliças (haste e folhas), nos legumes e cereais
Hemicelulose:
Difere estruturalmente da celulose porque possui menos unidades de glicose. São
utilizadas como laxante e na produção de alimentos de baixas calorias, devido à sua capacidade
de produzir volumes e sensação de saciedade.
Lignina:
É um polímero de fenóis e ácidos encontrados na porção lenhosa de vegetais.
Pectinas
Formada por muitas unidades de ácido galacturônico, absorvem água e formam gel, é
amplamente utilizada na indústria de alimentos. Encontrada em todos os frutos.
Gomas e Mucilagens
Semelhantes a pectina, exceto porque suas unidades são formadas por ligações de
galactose e polissacarídeos. Encontradas nas secreções de vegetais ou sementes
3. CLASSIFICAÇÃO
Os componentes da fibra na dieta podem ser classificados com base nas suas propriedades
físicas e papel fisiológico em:
b- Fibras insolúveis: Diminuem o tempo de transito intestinal, aumenta o volume fecal, tornando
mais lenta a absorção de glicose e retardando a digestão do amido. Ex. celulose, lignina e muitas
hemicelulose
Fibra Bruta (Método Weende): É o resíduo orgânico dos alimentos após a eliminação da água e
dos lipídeos e hidrólise à quente com ácidos e álcalis diluídos.
Fibra Detergente (Método Van Soest): É baseado na separação das diversas frações
constituintes das fibras por meio de reagentes específicos, denominados detergentes. As técnicas
que usam detergentes ácidos e/ou neutros, quando não acompanhados do uso de amilase e da
determinação do nitrogênio residual, podem dar valores superestimados, incluindo nestes
resultados de teores de amido e proteínas não solubilizados, não permitindo também a avaliação
dos componentes solúveis.
4. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO
O método para determinação de fibra bruta foi desenvolvido por cientistas alemães em
1864 e seu procedimento resumido é o seguinte:
• Pesar 2 g de amostra e extrair a gordura com éter de petróleo;
• Ferver em refluxo com ácido sulfúrico 1,25% por 30 minutos
• Filtrar em filtros especiais, lavando com água fervendo até acabar todo o ácido;
• Ferver o resíduo com solução de NaOH 1,25% por 30 minutos;
• Filtrar em cadinho de Gooch (de fundo poroso);
• Secar em estufa e pesar;
• Incinerar em mufla, esfriar e pesar;
• O peso perdido na incineração é calculado como fibra bruta.
Os autores acharam que a digestão clássica da fibra com ácido e base para obter a fibra do
material vegetal descrita como fibra bruta dá um sentido que tem uma relação incerta e variável
com o valor nutricional. O método ideal é aquele que separa a lignina, celulose e hemicelulose
com um mínimo de nitrogênio. O método clássico considera uma porção da proteína da planta, e
parte da lignina é gelatinizada ou dissolvida e perdida.
Na última década tem sido de grande interesse a determinação da fibra dietética em vez
da fibra bruta. A fibra dietética é definida comova que não contém polissacarídeos do tipo amido,
mas contém lignina. Ela se origina das células das paredes das plantas.
Existem hoje diversas metodologias, onde nenhuma é totalmente satisfatória.
FILISETTI – COZZI e LAJOLO (1991) citam que as propriedades físico-químicas de
cada fração de fibra e mesmo o grau de desintegração durante o processamento e mastigação,
influem nos seus efeitos fisiológicos no organismo, sendo que isso torna difícil a análise desse
componente, Hoje, a maioria dos laboratórios utiliza as técnicas de determinação de fibra bruta
(método oficial), obtida através da extração ácida e alcalina, sendo esta metodologia deficiente
por estimar valores baixos da proporção de fibra alimentar existente nos alimentos, por destruir
toda a sua fração solúvel e parte da insolúvel.
SCHALLER citado por FILISSETTI-COZZI e LAJOLO (1991) relata que esse processo
analítico tradicional, somente 20% da hemicelulose, de 10 a 40% da lignina e de 50 a 90% da
celulose é determinado após o tratamento drástico submetido.
Os métodos gravimétricos para determinação de fibra dietética podem ser divididos em:
1. Métodos detergentes: fibras insolúveis em detergentes
2. Métodos enzimáticos: fibra insolúvel somente; fibra insolúvel + fibra solúvel
As técnicas que usam detergentes ácidos e/ou neutros, quando não acompanhados do uso
de amilase e da determinação do nitrogênio residual, podem dar valores superestimados,
incluindo nestes resultados de teores de amido e proteínas não solubilizadas, não permitindo
também a avaliação dos componentes solúveis.
b. Fibra por detergente neutro (NDF): determina celulose + hemicelulose + lignina. É utilizado
como método oficial para determinação de fibra dietética em grãos e cereais. O fluxograma
abaixo ilustra o procedimento básico proposto por Pomeranz e Meloan (1982).
A determinação de hemicelulose por diferença entre a fibra por detergente ácido e a fibra
por detergente neutro não é precisa por causa da presença de vários outros componentes nos dois
métodos por detergentes. Os erros podem ser reduzidos nas análises seqüenciais de NAF e ADF.
Pectina e taninos são solúveis na solução NDF, e hemicelulose pode ser estimada do peso perdido
pelo resíduo NDF (livre de amido e proteína).após tratamento ADF.
O método enzímico-gravimétrico determina o conteúdo total da fração de fibra alimentar,
determinando separadamente a fração solúvel e insolúvel, sendo este atualmente o método
recomendado por apresentar reprodutibilidade aceitável, porém o seu custo é mais elevado.
Amostra seca e
moída (1 mm)
1. DEFINIÇÃO
pH = -log aH+
pH = -log [H+]
2 IMPORTÂNCIA
A medida do pH é importante para as seguintes determinações:
1. Deterioração do alimento com crescimento de microrganismos.
2. Atividade das enzimas.
3. Textura de geléias e gelatinas.
4. Retenção do sabor-odor de produtos de frutas.
5. Estabilidade de corantes artificiais em produtos de frutas.
6. Verificação do estado de maturação de frutas.
7. Escolha da embalagem.
3. pH-METRO
É o equipamento utilizado para a medida do pH em alimentos. E constituído de dois
eletrodos, um de referência e um de medida, e um galvanômetro ligado a uma escala de unidades
de pH. Esta escala é geralmente entre pH 1 e 14.
4. METODOLOGIA
1. Ligar o pH-metro e esperar aquecer.
2. Verificar os níveis dos eletrólitos dentro dos eletrodos.
3. Calibrar o pH-metro com tampões 7 e 4 (para soluções ácidas) ou 7 e 10 (para soluções
básicas).
4. Acertar as temperaturas.
5. Usar água destilada para lavar o eletrodo, antes de fazer qualquer medida, e secar.
6. Determinar o pH da amostra fazendo a leitura com precisão até 0,01 unidades de pH.
4.1. Soluções-tampão
São soluções de ácidos fracos e seus sais, que não sofrem alterações na concentração
hidrogeniônica quando é adicionado ácido ou base.
4. Em produtos sólidos e secos, como farinhas, pão, macarrão e biscoitos, é preparado um extrato
com suspensão de 10 g do produto em 100 mL de água, e toma-se o pH do líquido sobrenadante
após a decantação.
5. Em bebidas alcoólicas, deve-se tomar cuidado com a uniformidade do álcool no produto.
6. Produtos sólidos, mas com bastante umidade, como queijo fresco, devem ser macerados e
homogeneizados, e os eletrodos são enfiados dentro da massa da amostra em pelo menos três
lugares diferentes para se tirar uma medida média do pH.
1. IMPORTÂNCIA
Os ácidos orgânicos presentes em alimentos influenciam o sabor, odor, cor, estabilidade e
a manutenção de qualidade. A acidez titulável de frutas varia de 0,2 a 0,3% em frutas de baixa
acidez como maçãs vermelhas e bananas, 2,0% em ameixas e acima de 6% em limão. Ácido
cítrico pode constituir até 60% dos sólidos solúveis totais no limão. Os tecidos vegetais, com
exceção do tomate, são consideravelmente mais baixos em acidez, variando de 0,1 % em
abóbora a 0,4% em brócolis. Produtos marinhos, peixes, aves e produtos cárneos são
consideravelmente menores em acidez e o ácido predominante é o ácido láctico. A acidez total
em relação ao conteúdo de açúcar é útil na determinação da maturação da fruta.
2. APLICAÇÃO
1. Valor nutritivo: manutenção do balanceamento ácido-base no organismo.
2. Indicação de pureza e qualidade em produtos fermentados, como vinhos.
3. Indicação de deterioração por bactérias com produção de ácido.
4. Indicação de deterioração de óleos e gorduras pela presença de ácidos graxos livres
provenientes da hidrólise dos glicerídeos.
5. Critério de identidade de óleos e gorduras pela caracterização dos ácidos graxos presentes.
6. Estabilidade do alimento/deterioração: produtos mais ácidos são naturalmente mais estáveis
quanto à deterioração.
3. TIPOS DE ACIDEZ
1. Compostos naturais dos alimentos.
2. Formados durante a fermentação ou outro tipo de processamento.
3. Adicionados durante o processamento.
4. Resultado de deterioração do alimento.
5. METODOS DE ANÁLISE
A. ACIDEZ TOTAL TITULÁVEL
A.1. Titulação usando indicador
A análise mais comum é a quantitativa, que determina a acidez total por titulação. Porém
não é eficiente para amostras coloridas, porque a cor da amostra pode prejudicar a visualização
da cor no ponto de viragem. A acidez total titulável é a quantidade de ácido de uma amostra que
reage com uma base de concentração conhecida. O procedimento é feito com a titulação de uma
alíquota de amostra com uma base de normalidade conhecida utilizando fenolftaleína como
indicador do ponto de viragem. Quando a amostra é colorida, a viragem pode ser verificada
através de um potenciômetro pela medida do pH ou por diluição da amostra em água para torná-
la de uma cor bastante clara.
Cálculos
No de mEq (ácido) = Nº de mEq (base)
m= N x V
E
onde:
m = massa do ácido;
E = equivalente do ácido predominante;
N = normalidade da base;
V = volume da base.
B. ACIDEZ VOLÁTIL
O conteúdo em acidez volátil pode ser determinado pela separação dos ácidos voláteis
presentes, principalmente ácidos acético e traços de ácido fórmico. A determinação é feita por
titulação do destilado ou do resíduo, com uma base padrão até o ponto final, usando fenolftaleína
como indicador.
A separação dos ácidos voláteis pode ser feita por evaporação, destilação direta e
destilação a vapor.
11 - VITAMINAS EM ALIMENTOS
INTRODUÇÃO
As vitaminas são substâncias orgânicas, cuja deficiência provoca estados de carência no
organismo, assim mesmo, uma ingestão excessiva de vitaminas lipossolúveis, também pode dar
lugar a estados patológicos (hipervitaminose). As vitaminas são componentes essenciais dos
alimentos. O organismo não pode sintetizá-las (ao menos em quantidades suficientes); estão
contidas – algumas como precursores (provitaminas) – nos alimentos e são necessárias em
pequenas quantidades. Normalmente, os alimentos contêm todos as vitaminas em quantidades
suficientes. As vitaminas possibilitam a degradação dos macronutrientes, a regulação do
metabolismo e a formação de substâncias próprias do organismo, ao intervir em inúmeros
processos enzimáticos. As vitaminas se dividem em lipossolúveis e hidrossolúveis.
As vitaminas hidrossolúveis: são aquelas do complexo B, formada por B1 (tiamina), B2
(riboflavina), vitaminas B6 (piridoxina), vitaminas B12 (cianocobalamina), ácido fólico, niacina
(nicotinamida, antigamente vitamina PP) e ácido pantotênico, da vitamina C (ácido ascórbico) e
da biotina (antigamente vitasmina H)
As vitaminas lipossolúveis: Vitamina A (retinol); vitamina D (calciferol); vitamina E
(tocoferol); vitamina K (filoquinona).
Não são vitaminas: o ácido orótico (antes vitamina B13 ), o ácido p-aminobenzóico (= um
componente do ácido fólico), a esfingomielina e a lecitina que contem colina ou inosita
(componente das vitaminas do grupo B) . Para muitas dessas substâncias eram atribuídas
anteriormente propriedades vitamínicas de forma injustificada e inclusive para algumas foi
mantido o termo “vitamina” no nome –sem ser e muitas vezes por motivo publicitário- como por
exemplo a “vitamina F” (= ácidos graxos essenciais), “vitamina P” (= bioflavonóides), “vitamina
Br” (= carnitina), etc.
O crescente interesse em relação à demanda de nutrientes, entre eles as vitaminas, e o
consequente estabelecimento de padrões nutricionais na dieta das populações têm aumentado
devido as fortes evidências demonstrando a estreita relação entre a dieta e as doenças humanas.
Tal fato resultou em grandes investimentos governamentais e particulares, além de intensificar as
atividades dos laboratórios de análises, nos países desenvolvidos.
A necessidade do conhecimento dos teores de vitaminas nos alimentos aumentou ainda
mais com a preocupação da declaração desses valores nos rótulos dos alimentos comercializados,
principalmente utilizando metodologias mais apropriadas.
Hoje, com o aumento do consumo de alimentos industrializados e a sua maior
diversidade, aliado a baixa estabilidade das vitaminas, surge a preocupação em adicionar esses
nutrientes aos alimentos como medida para recuperar as perdas decorrentes do processamento,
embora muitas vezes o enriquecimento, principalmente em novos produtos, represente uma
estratégia de marketing. A adição de vitaminas requer muita atenção, já que algumas, quando
ingeridas em níveis superiores ao requerido pelo organismo, podem apresentar toxicidez.
Métodos analíticos que confirmem com segurança os teores de vitaminas em alimentos
são desejáveis por organismos de fiscalização, conferindo paralelamente àindústria possibilidade
de melhor controle de processos tecnológicos, e à nutrição, para um melhor planejamento
dietético quando associado a informações de biopotência.
Destacamos a seguir a importância e a metodologia de análise para a vitamina C.
VITAMINA C
Introdução
A vitamina C, ou ácido L-ascórbico, é uma vitamina solúvel em água e se encontra
largamente distribuída nos reinos animal e vegetal. A determinação desta vitamina em alimentos
é importante tanto pelo seu valor nutricional, como pelo fato de ser amplamente utilizada pela
indústria de alimentos como um agente antioxidante.
METODOLOGIA DE ANÁLISE
Extração da vitamina C
Os procedimentos envolvem extração, limpeza do extrato, e análise ou isolamento da
vitamina da solução. Solventes aquosos e não aquosos costumam ser empregados na extração.
No caso de extratos aquosos cuidados devem ser tomados para prevenir a hidrólise,
oxidação e subseqüente perda da vitamina, principalmente quando elas se encontram em
pequenas quantidades na amostra inicial.
Para tanto, os extratos aquosos devem conter quantidades adequadas de ácido
metafosfórico, contendo ácido acético e EDTA (3- 6%); de 0,5 a 2 % de ácido oxálico; ácido
tricloroacético diluído com EDTA; ácido perclórico diluído ou 0,5 a 2,3% de
dimercaptopropanol.
Além de estabilizar o ácido ascórbico complexando íons metálicos para minimizar o grau
de oxidação, os ácidos metafosfórico e tricloroacético também precipitam as proteínas formando
soluções limpas.
O ácido acético é adicionado ao extrato para prevenir perdas da vitamina pela adsorção
em carvão animal.
Solventes não aquosos usados para extrair a vitamina C de várias amostras são o etanol e
metanol, geralmente contendo traços de ácido metafosfórico, ácido oxálico ou um antioxidante
como o cloreto estanhoso. Algumas vezes a acetona tem sido incorporada para remover a
interferência do dióxido de enxofre presente em vários alimentos.
A extração deve ser realizada sob atmosfera inerte e pouca luz para evitar a destruição da
vitamina principalmente quando ela se encontra presente em pequenas quantidades.
A limpeza do extrato depende da natureza da substância interferente. Normalmente são
utilizados carvão, coluna cromatográfica, extração com solvente contendo cloreto de metileno.
Gases inertes como hidrogênio e sulfeto de hidrogênio tem sido usado com sucesso maior que o
diáxido de carbono ou nitrogênio para proteger a vitamina em solução.
Métodos analíticos
O primeiro método químico para análise do ácido L-ascórbico foi uma titulação oxidativa
com o 2,6-diclorofenolindofenol. Ã partir destes, muitos métodos químicos e físico-químicos
foram testados, baseados no carater redutor do ácido L-ascórbico.
Muitas substâncias presentes nos alimentos devem ser eliminadas antes da análise pois
interferem em seu resultado. São elas o dióxido de enxofre, aminoácidos, açúcares, íons
metálicos, pigmentos, etc...
PRINCÍPIO:
Fundamenta-se na perda de umidade e substâncias voláteis a temperatura de 105 o C.
MATERIAL E EQUIPAMENTO:
-Balança analítica (Precisão ± 0,0001 g)
-Estufa de secagem
-Pesa filtro ou cápsula de alumínio, com tampa.
-Dessecador com cloreto de cálcio ou sílica-gel anidros
PROCEDIMENTO:
1. Pesar a cápsula ou pesa filtro, limpo e previamente seco em estufa a 105o C por uma hora,
resfriado em dessecador até temperatura ambiente.
2. Pesar de 3 a 5 g de amostra, dependendo da capacidade de recipiente.
3. Colocar em estufa pré aquecida a 105o C (± 1o C) até peso constante (4 a 6 horas)
4. Retirar da estufa e deixar em dessecador até temperatura ambiente.
5. Pesar.
CÁLCULO:
Umidade % = ( A - B ) x 100
C
ONDE:
A = Peso inicial (cápsula + amostra)
B = Peso final (cápsula + amostra após secagem)
C = Peso da amostra
OBSERVAÇÃO:
Ao utilizar estufa sem renovação de ar, recomenda-se não processar grande número de
amostras simultaneamente.
Obs: “Até condições de peso constante”, significa que a diferença entre duas pesagens sucessivas
difere no máximo em 0,0005g por grama de substância.
58
Capítulo 12 – atividades experimentais
AULA EXPERIMENTAL 02
DETERMINAÇÃO DE CINZAS OU MATÉRIA MINERAL EM ALIMENTOS
PRINCÍPIO:
Fundamenta-se na eliminação da matéria orgânica e inorgânica volátil a temperatura de
550ºC a 600ºC. O resíduo obtido é denominado cinzas.
MATERIAL E EQUIPAMENTO:
- balança analítica (precisão ± 0,0001g)
- forno mufla
- dessecador com cloreto de cálcio ou sílica gel anidros
- cadinho ou cápsula de porcelana
PROCEDIMENTO:
1. Pesar o cadinho ou cápsula de porcelana, limpo e previamente calcinado em mufla a
550ºC/600ºC por 30 minutos, e resfriado em dessecador até temperatura ambiente.
2. Pesar de 2 a 3 g de amostra no cadinho ou cápsula
3. Levar a mufla e gradualmente aumentar a temperatura (550ºC/600ºC) até obtenção de
cinzas claras (3 horas no mínimo)
4. Retirar a 250/300ºC, resfriar em dessecador até temperatura ambiente e pesar.
Obs: Para calcinar, geralmente deixa-se por 5 horas.
CÁLCULO:
Cinzas ou matéria mineral % = ( A - B ) x 100
C
ONDE:
A = peso do cadinho ou cápsula + resíduo
B = peso do cadinho ou cápsula
C = peso da amostra em gramas
OBSERVAÇÕES:
1. Nem sempre o resíduo obtido representa toda a substância inorgânica presente na
amostra, pois alguns sais podem sofrer redução ou volatilização nessa faixa de temperatura.
2. Não se obtendo cinzas claras depois de decorrido o período mínimo de calcinação,
recomenda-se a adição de 2 a 3 gotas de HNO3 concentrado ou água oxigenada 30 volumes, e
retorno entre 550/600ºC por mais uma hora. Essa adição facilitará a oxigenação do carbono.
3. Opcionalmente ao item 3 (procedimento) poderá ser efetuada uma pré-queima em placa
aquecedora e/ou bico de Bunsen, transferindo em seguida para mufla (550ºC/600ºC).
59
Capítulo 12 – atividades experimentais
AULA EXPERIMENTAL 03
DETERMINAÇÃO DE CARBOIDRATOS (GLICÍDIOS) PELO MÉTODO
VOLUMÉTRICO DE LANE-EYNON
CÁLCULO:
Glicídios redutores em Glicose (%) = 100 x 250 x T
VxP
Onde:
T= título da solução de Fehling em açúcar redutor
V= Volume da amostra gasto na titulação em mL
P= peso da amostra em gramas
100= percentagem
250= volume da solução
CÁLCULO:
Glicídios totais em glicose (%) = 100 x 500 x T
(açúcar invertido) VxP
Sacarose (%) [açúcar não redutos] = (% glicídios totais - % glicídios redutores) x 0,95
0,95 = fator de transformação de hexoses para sacarose
60
Capítulo 12 – atividades experimentais
Preparo da amostra:
Titulação:
- Proceder como para glicídios redutores em glicose.
c) Cálculo:
% açúcares totais = 100 x 250 x T
VxP
Quando a amostra só contiver amido, multiplicar o resultado por 0,90, que é o fator de
transformação da glicose em amido
% de amido = % açúcares totais x 0,90
61
Capítulo 12 – atividades experimentais
ATIVIDADE EXPERIMENTAL 04
DETERMINAÇÃO DE GORDURAS TOTAIS PELO MÉTODO DE SOXHLET
MATERIAL E EQUIPAMENTO
- balança analítica (precisão +/- 0,0001g)
- estufa de secagem
- dessecador com cloreto de cálcio ou silica gel anidros
- balão de fundo chato ou copo Goldfisch
- aparelho extrator tipo Soxhlet ou Goldfisch
- papel de filtro qualitativo ou cartucho extrator de cerâmica ou celulose.
- algodão hidrófilo desengordurado.
REAGENTES
- éter de petróleo / Éter etílico
PROCEDIMENTOS
1. Pesar de 2 a 5g da amostra, transferir para cartucho extrator ou cartucho preparado com papel
filtro.
2. Secar o cartucho com amostra a 105ºC +/- 1ºC durante 2 horas
3. Secar o balão ou copo em estufa a 105ºC por uma hora, esfriar em dessecador até a temperatura
ambiente e pesar.
4. Introduzir o cartucho com a amostra no extrator.
5. Adicionar quantidade suficiente de solvente ao balão ou copo, conectando-o ao extrator. Ajustar
o conjunto ao condensador.
6. Extrair por um período de, no mínimo, 4 horas a velocidade de condensação de 2 a 4 gotas por
segundo.
7. Recuperar o solvente e completar a secagem do balão ou copo em estufa a 105ºC por 30 minutos.
8. Esfriar em dessecador até temperatura ambiente e pesar.
9. Repetir a operação de secagem até que a diferença entre as duas pesagens sucessivas não seja
superior a 0,1% do peso da amostra.
CÁLCULO
Gorduras Totais % = (A - B) x 100
C
ONDE:
A = peso do balão ou copo + resíduo
B = peso do balão ou copo
C = peso da amostra em grama
OBS: Conduzir sempre uma prova em branco, testando a qualidade do solvente utilizado.
62
Capítulo 12 – atividades experimentais
ATIVIDADE EXPERIMENTAL 05
DETERMINAÇÃO DE GORDURAS TOTAIS PELO MÉTODO DE BLIGH-DYER
Objetivo
Apresentar um método bastante prático e versátil, porque:
- Extrai todas as classes de lipídeos e não unicamente os neutros;
- Os lipídeos são extraídos sem aquecimento e, portanto, podem ser utilizados para avaliar o grau de
deterioração de um óleo ou gordura, o teor de carotenóides, de vitamina E, de esteróides e a
composição em ácidos graxos;
- Pode ser usado tanto em produtos absolutamente secos como nos que têm altos teores de água,
como carnes e vegetais, pelo tipo de mistura de solventes, onde estão presentes solventes polares e
apolares;
- As determinações podem ser feitas utilizando apenas tubos de ensaio, não dependendo de nenhum
equipamento específico e sofisticado, além de facilitar a análise de numerosas amostras
simultaneamente.
Procedimento
- Pesar entre 2 e 5g para produtos com teores de gordura acima de 20% (leite integral em pó, extrato
hidrossolúvel de soja, amendoim, sementes, etc.), e 3 e 3,5g para produtos com porcentagem menor
que 20%. É essencial que as amostras estejam moídas.
- Transferir as quantidades pesadas para os tubos ou provetas e adicionar exatamente 10 mL de
clorofórmio, 20 mL de metanol e 8 mL de água destilada, tampando hermeticamente. Os volumes
de solvente que foram adicionados (10, 20 e 8 mL) correspondem a uma relação em volume de
1:2:0,8 de clorofórmio: metanol:água. Nesta proporção, os três solventes coexistem em uma
solução homogênea. Quando as amostras contêm água, acima de 10%, a relação dos solventes
1:2:0,8 deve ser feita considerando a água fornecida pela amostra. Para tanto, é necessário co-
nhecer a porcentagem de água da amostra.
- Agitar vigorosamente por 30 minutos.
- Em seguida, adicionar exatamente 10 mL de clorofórmio e l0 mL da solução de sulfato de sódio
1,5%.
- Tampar e agitar por mais 2 minutos. A adição de mais clorofórmio e mais água muda a proporção
para 2:2:1,8, causando a separação total do clorofórmio que carrega os lipídeos (camada
inferior), portanto todos os lipídeos da amostra ficam dissolvidos em 20 mL de clorofórmio.
Deixar separar as camadas de forma natural ou centrifugar a 1.000 rpm por 2 minutos, para acelerar
a separação.
- Retirar entre 13 e 15 mL da camada inferior (clorofórmio) e colocá-los num tubo de 30 mL.
- Adicionar aproximadamente 1 g de sulfato dc sódio anidro.
- Tampar e agitar para remover os traços de água que invariavelmente são arrastados na pipetagem.
- Filtrar rapidamente num funil pequeno, usando papel de filtro, onde a solução deve ficar límpida.
- Medir exatamente 5 mL do filtrado e despejá-los num béquer de 50 mL, previamente pesado.
- Colocar o béquer numa estufa a 100 ºC, até evaporar o solvente.
- Resfriar em dessecador e pesar.
Resultados e cálculos
Gorduras totais (%) = (A-B) x C x 100
5XP
ONDE:
A = Peso do béquer + resíduo
B = Peso do béquer
P = Peso da amostra em gramas
C = Volume de Clorofórmio adicionado
63
Capítulo 12 – atividades experimentais
ATIVIDADE EXPERIMENTAL 06
DETERMINAÇÃO DE PROTEINA PELO MÉTODO KJELDAHL
MATERIAL: REAGENTES:
Balança analítica (precisão ± 0,0001g); Ácido sulfúrico P.A. (d=1.84 g/l) [H2 SO4 ];
Bloco digestor Hidróxido de sódio P.A.;
Destilador por arraste de vapor; Sulfato de cobre pentahidratado P.A.
Bureta de 25 mL div. 1/20; Sulfato de sódio anidro P.A. ou sulfato de
Tubo de digestão; potássio anidro P.A. [K 2 SO4 ];
Erlenmeyer de 250 mL; Vermelho de metila P.A.;
Provetas de 10 mL. Ácido bórico P.A.[H3 BO3 ];
Carbornato de sódio P.A
Álcool etílico P.A ;
PROCEDIMENTOS:
1. Pesar 350 mg da amostra e transferir para frasco Kjeldhal ou tubo de digestão.
2. Adicionar aproximadamente 1g de mistura catalítica e 10 mL de ácido sulfúrico P.A. pela parede
do frasco.
3. Iniciar a digestão até que a solução fique límpida, com temperatura baixa. Prosseguir, elevando
até o máximo de 380ºC, evitando deixar pontos aderidos a parede do frasco. Continuar por mais 30
minutos, após completo clareamento da mistura.
4. Esfriar, juntar 10 a 20 mL de água destilada (dependendo da capacidade do frasco). Agitar até
dissolução e esfriar.
5. Preparar um erlenmeyer com 60 mL de ácido bórico 2% e algumas gotas de indicador misto;
6. Transferir quantitativamente a amostra digerida para o tubo de destilação, lavando o frasco três
vezes com 10 mL de água destilada cada vez (totalizando 30 mL);
7. Acrescentar cuidadosamente 10 mL de NaOH 10N. Destilar por arraste, mantendo o terminal do
condensador mergulhado na solução receptora até que toda a amônia seja liberada (coletar até
completar 100 a 120 mL no erlenmeyer);
8. Retirar o erlenmeyer, lavar o terminal do condensador e titular com solução de ácido clorídrico
0,2 N (ou H2 SO4 0,2 N)
9. Conduzir uma prova em branco, testando a qualidade dos reagentes.
CÁLCULOS:
Proteína bruta (%) = (Va-Vb) x F x N x 6,25 x 0,014 x 100
P
ONDE:
Va = volume de HCl 0,2 N utilizado na titulação;
Vb = volume de HCl 0,2 N consumido pela prova em branco
F = fator de correção do HCl 0,2N
N = normalidade
6,25 = fator de transformação do nitrogênio em proteína, considerando 16% nitrogênio
0,014 = miliequivalente grama do nitrogênio
P = peso da amostra em g
64
Capítulo 12 – atividades experimentais
ATIVIDADE EXPERIMENTAL 07
DETERMINAÇÃO DE FIBRA BRUTA EM ALIMENTOS
MATERIAL E EQUIPAMENTO:
- balança analítica (precisão ± 0,0001g)
- estufa de secagem
- forno mufla
- conjunto para determinação de fibra bruta
- sistema de vácuo
- dessecador com cloreto de cálcio ou sílica gel anidros
- copo Berzelius de 600ml ou erlenmeyer de 500ml com junta esmerilhada
- frasco kitassato
- funil de Buchner +/- 10cm de diâmetro
- cadinho de Gooch capacidade de 40/50ml ou cadinho de vidro sinterizado porosidade 1 (90 a 150
micras)
- fibras de óxido de alumínio ou amianto purificado
- tela de náilon ou poliéster ou aço inox (200 mesh) ou papel de filtro qualitativo
REAGENTES:
- ácido sulfúrico P.A. (d = 1,84 g/ml)
- hidróxido de sódio P.A.
- álcool etílico ou acetona P.A.
- solução anti-espumante
PROCEDIMENTO:
1. Pesar de 1 a 3g de amostra, conforme teor de fibra bruta estimado. Desengordurar e secar em
estufa a 105ºC por uma hora.
2. Transferir o resíduo para béquer, erlenmeyer ou cadinho de vidro sintetizado (sistema
automático). Adicionar 200ml de H2 SO4 1,25% (0,225 N). Digerir com refluxo por exatamente 30
minutos.
3. Filtrar quantitativamente a quente, sob vácuo em funil de Buchner provido de tela de náilon, aço
inox ou cadinho de vidro sintetizado (sistema automático). Proceder lavagens sucessivas do resíduo
com água fervente até completa neutralização.
4. Retornar o resíduo ao béquer ou erlenmeyer, lavando a tela com 200ml de NaOH 1,25%
(0,313N) em ebulição. Adicionar algumas gotas de solução anti-espumante. Digerir com refluxo por
exatamente 30 minutos.
5. Filtrar quantitativamente a quente sob vácuo em funil Buchner provido de tela de náilon ou
poliéster, aço inox ou diretamente em cadinho de vidro sintetizado.
6. Transferir quantitativamente o resíduo com auxílio de água quente para cadinho de vidro
sinterizado ou cadinho de Gooch contendo camada densa de fibras de óxido de alumínio ou amianto
purificado. Lavar com aproximadamente 20ml de álcool etílico P.A. ou acetona P.A. e 20 ml de
acetona P.A. ou éter etílico de petróleo P.A.
7. Colocar em estufa a 105ºC até peso constante (4 a 6 horas). Retirar, deixar em dessecador até
temperatura ambiente e pesar.
65
Capítulo 12 – atividades experimentais
8. Incinerar em mufla a 550ºC por 2 horas ou a 600ºC por 1 hora. Retirar a temperatura de
250ºC/300ºC. Resfriar em dessecador até temperatura ambiente e pesar.
CÁLCULO:
Fibra bruta % = ( A - B ) x 100
C
ONDE:
A = peso do cadinho + resíduo
B = peso do cadinho + cinzas
C = peso da amostra
OBSERVAÇÕES:
1. Em substituição a tela de náilon ou aço inox, poderá ser utilizada um tecido de linho com textura
equivalente.
2. Poderão ser empregados como anti-espumantes:
a. álcool n-amílico
b. solução de silicone (1 g de silicone + 50ml de éter etílico + 50 ml de éter de petróleo ) estocar em
refrigerador.
3. A camada de fibras de óxido de alumínio ou amianto no cadinho de Gooch deverá ter, após boa
compactação, espessura suficiente para não permitir a passagem de partícula de resíduo.
4. Ao utilizar o cadinho de vidro sintetizado, adotar temperatura máxima de 500ºC e tempo mínimo
de 3 horas.
5. O amianto deverá ser previamente calcinado, tratado com solução ácida e alcalina, conforme o
ensaio e lavado cuidadosamente de maneira a eliminar todo o resíduo. Calcinar novamente.
66
Capítulo 12 – atividades experimentais
ATIVIDADE EXPERIMENTAL 08
DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ASCÓRBICO PELO MÉTODO DE TILLMANS
APLICAÇÃO:
Método aplicável para determinação de ácido ascórbico em sucos de frutas. Não aplicável para
sucos muito coloridos ou em presença de Fe ferroso, Sn estanoso, Cu cuproso, SO2 , sulfito ou
tiosulfato, pois dão valores mais altos.
PRINCÍPIO:
Ácido ascórbico reduz a oxi-redução do indicador-corante 2,6 diclorofenol indofenol, para solução
incolor. No ponto final, excesso de indicador-corante não reduzido é rosa “pink” em solução ácida.
A solução é em meio ácido controlado para evitar auto oxidação do ácido ascórbico em pH alto.
REAGENTES:
Ácido oxálico pa.
Acido ascórbico padrão
2,6 diclorofenol indofenol – sódico pa
SOLUÇÕES:
Solução de ácido oxálico 1%
Pesar 1 grama de ácido oxálico pa e diluir com água deionizada até 100 mL
Solução de ácido ascórbico padrão – 1 mg/mL
Pesar com precisão 50 mg de ácido ascórbico padrão, que tenha sido estocado ao abrigo da luz.
Transferir para balão volumétrico de 50 ml. Diluir ao volume com a solução de ácido oxálico 1%.
Esta solução deve ser preparada na hora do uso.
Solução padrão de 2,6 diclorofenol indofenol
Pesar 50 mg de 2,6 diclorofenol indofenol, que foi estocado em dessecador com soda e dissolver
com 50 ml de água deionizada em balão volumétrico de 200 ml. Agitar vigorosamente e quando o
corante dissolver, diluir a 200 ml com água deionizada. Filtrar, se necessário, através de papel para
um frasco fechado de cor âmbar. Deixar estocado ao abrigo da luz e no refrigerador. Para testar a
solução ainda é valida, adicione 5 ml de uma solução contendo excesso de ácido ascórbico em 15
ml do reagente corante. Se a solução reduzida não ficar praticamente incolor, descarte e prepare
nova solução.
Padronização:
Transferir em três vezes 2,0 mL da solução padrão de ácido ascórbico para diferentes frascos
erlenmeyers de 250 mL contendo 50 mL de ácido oxálico a 1%. Titule rapidamente com a solução
de 2,6 diclorofenol indofenol através de bureta de 50 mL, até uma leve mas distinta cor rósea
persistente por 5 segundos. Cada titulação deve consumir cerca de 15 ml da solução de 2,6
diclorofenol indofenol, e as titulações devem coincidir entre 0,1 mL.
Similarmente titule três brancos da mesma maneira usando água deionizada em lugar da solução de
ácido ascórbico. Após diminuir, da solução de 2,6 diclorofenol indofenol gasta na titulação, a média
da determinação dos brancos, calcular a concentração do 2,6 diclorofenol indofenol como mg de
ácido ascórbico equivalente a 1,0 mL da solução do reagente.
Padronize a solução de 2,6 diclorofenol indofenol diariamente com solução padrão de ácido
ascórbico recentemente preparada.
Cálculo do fator:
F = mg de ácido ascórbico/mL solução 2,6 diclorofenol ndofenol = Va ,
Vc – MVb
onde:
Va = volume da solução de ácido ascórbico usada
Vc = volume da solução de 2,6 diclorofenol indofenol usada na titulação do ácido ascórbico;
MVb = média do volume da solução de 2,6 diclorofenol indofenol gasto na titulação do branco.
67
Capítulo 12 – atividades experimentais
PROCEDIMENTO
Pipetar um volume conveniente de amostra que contenha cerca de 2 mg de ácido ascórbico e
adicionar a um erlenmeyer de 250 mL contendo 50 mL de solução ácido oxálico a 1%;
Titular com solução de 2,6 diclorofenol indofenol até coloração rósea persistente por 15 segundos
MATERIAL:
Bequer de 250 mL, papel Filtro quantitativo, Frasco Erlenmeyer de 300 mL, pipetas de 1 e 10 mL,
buretas de 25 mL.
REAGENTES:
Solução de ácido sulfúrico a 20%, v/v;
Solução de iodeto de potássio a 10%, p/v
Solução de amido a 1%, p/v
Solução de iodato de potássio 0,1N (padrão primário)
Iodato de potássio....................................................3,5668g
Água até completar .................................................1.000 mL
* Coloque 5g de iodato de potássio na estufa a 110 ºC, até peso constante. Pese 3,5668g para um
litro de água (num balão volumétrico).
(1 mL de iodato 0,1 N equivale a 8,806 mg de ácido ascórbico)
Solução de iodato de potássio 0,01 N
- Pipete 10 mL da solução de iodato de potássio 0,1 N e dilua até 100 mL, em balão volumétrico
com água.
(1mL de iodato 0,01 N equivale a 0,8806 mg de ácido ascórbico)
PROCEDIMENTO
Pese em um béquer de 250 mL uma quantidade da amostra, de tal forma que contenha ao redor de
5,0 mg de vitamina C. Adicione 10 mL da solução ácido sulfúrico, a 20%. Homogeneíze. Filtre.
Receba o filtrado em um erlenmeyer de 300 mL, lavando o filtro com 10 mL da solução de ácido
sulfúrico. Adicione 1 mL da solução de iodeto de potássio, 1 mL da solução de amido e agite. Titule
com solução de iodato de potássio até coloração azul. (dependendo da quantidade de vitamina C
contida na amostra, utilize a solução de iodato de potássio 0,1 N ou 0,01 N)
CÁLCULO
100 x V x F = mg de vitamina C por cento p/p
P
Onde:
V = volume de iodato de potássio
F = 8,806
P = nº de gramas da amostra
68
Capítulo 12 – atividades experimentais
ATIVIDADE EXPERIMENTAL 09
MEDIDA DE pH E ACIDEZ EM ALIMENTOS
OBJETIVO
Instruir o uso de um potenciômetro, para medida de pH em diferentes tipos de alimentos.
PROCEDIMENTO
pH MEL:
Pesar 10g de mel e diluir com 75 ml de água destilada fervida recentemente e resfriada ou
água deionizada. Aferir o pHmetro com solução tampão pH4, fazer a leitura da amostra.
pH FARINHAS
Pese 10 g da amostra em vidro de relógio. Transfira para um erlenmeyer de 250 ml, seco, com
auxílio de 100 ml de água a 25ºC, recentemente fervida. Agite o conteúdo do frasco até que as
partículas fiquem uniformemente suspensas e sem grumos. Continue agitando, ocasionalmente, por
mais 30 minutos. Deixe em repouso por 10 minutos. Decante o líquido sobrenadante para um frasco
seco e, imediatamente, determine o pH eletrometricamente.
pH CARNE
Pese 10g da amostra em vidro de relógio e transfira para erlenmeyer de 250mL seco, com auxílio de
100mL de água a 25ºC recentemente fervido. Agite o conteúdo do frasco até que as partículas
fiquem uniformemente suspensas. Continue agitando, ocasionalmente, por mais 30minutos. Se não
houver dissolução completa, deixe em repouso por 10 minutos. Decante o líquido sobrenadante para
um frasco seco e imediatamente determine o pH eletrometricamente.
NOTA: no caso de amostras líquidas determine o pH diretamente.
pH QUEIJO
Para queijos moles, pode-se encher o béquer pela metade e inserir os eletrodos. Os queijos duros
devem ser finamente moídos e colocados num béquer sob pressão, até fazer uma massa compacta.
Inserir os eletrodos nesta massa e tirar pelo menos três medidas em lugares diferentes da amostra, a
fim de obter uma leitura média do pH.
69
Capítulo 12 – atividades experimentais
ATIVIDADE EXPERIMENTAL 09
DETERMINAÇÃO DE ACIDEZ EM ALIMENTOS
OBJETIVO
Determinação da acidez em alimentos coloridos, através de uma técnica simples de titulação com
uma base padronizada, utilizando o potenciômetro ou uma solução indicadora.
PROCEDIMENTO
Determinação de acidez em alimentos coloridos
Encher a bureta com NaOH 0, 1N. Pesar uma massa conveniente de amostra em um béquer e
adicionar 50 mL de água destilada. Em amostras de refrigerante, é necessário retirar o CO2 antes da
titulação. Colocar os béqueres com a amostra sobre um agitador com a barra magnética, tomando o
cuidado para a barra não bater nos eletrodos porque eles são de vidro e podem quebrar-se. Após a
calibração dos eletrodos com tampões 7 e 4, colocá-los dentro do béquer com a amostra, medindo o
pH inicial. Começar a titulação mais rapidamente até pH 6,0. Depois continuar mais devagar até pH
7,0. Daí em diante, adicionar 4 gotas de NaOH de cada vez, marcando o volume e o pH. Continuar
a titulação até passar de pH 8,1, e por interpolação tirar o valor do volume de NaOH consumido no
pH 8,1.
Acidez em MEL
PROCEDIMENTO:
Pesar 10g de mel e diluir com 75 ml de água destilada fervida recentemente e resfriada ou água
deionizada. Adicionar solução de hidróxido de sódio 0,1N até pH 8,3. Anotar o volume gasto.
CÁLCULO:
Acidez em meq / kg = V x f x 10
ONDE:
V= ml de solução de NaOH 0,1 N gastos na titulação
f= fator da solução de NaOH 0,1N
Acidez não deve ser maior que 40 meq / kg
PROCEDIMENTO:
Transfira 10ml da amostra para um béquer de 400mL. Adicione 100mL de água. Titule com a
solução de hidróxido de sódio 0,1N, ajustando com o pHmetro até pH 8,1.
CÁLCULO:
% = V x F x 0,7515
P
PROCEDIMENTO:
Transfira com o auxílio de uma pipeta, 1mL da amostra para um erlenmeyer de 250mL. Adicione
20mL de água e 2mL de indicador de fenolftaleína. Titule com a solução de hidróxido de sódio
0,1N até coloração roxo-violeta.
CÁLCULO:
% = V x F x 0,6
70
Capítulo 12 – atividades experimentais
PROCEDIMENTO:
Transfira com o auxílio de uma pipeta, 10mL da amostra para um erlenmeyer de 250mL. Adicione
100mL de água e 2mL de indicador de fenolftaleína (Se for leite não é necessária diluição com
água). Titule com a solução de hidróxido de sódio 0,1N até coloração roxo-violeta.
CÁLCULO:
% = V x F x 0,9
P
PROCEDIMENTO:
Transfira com o auxílio de uma pipeta, 10mL da amostra para um erlenmeyer de 250mL. Adicione
100mL de água e 2mL de indicador de fenolftaleína. Titule com a solução de hidróxido de sódio
0,1N até coloração roxo-violeta. (Se for amostra colorida utilizar pH-metro e titular até ph 8,1).
Anotar o volume gasto.
CÁLCULO:
% = V x F x 0,64
P
onde:
V = nº de mL de solução de NaOH 0,1N gasto na titulação
F = fator de correção do NaOH 0,1N
P = peso ou volume da amostra
71
Capítulo 12 – atividades experimentais
ATIVIDADE EXPERIMENTAL 10
DETERMINAÇÃO DE CLORETOS SOLÚVEIS EM ALIMENTOS
APLICAÇÃO:
Produtos ou subprodutos de origem animal, vegetal, mineral, rações e concentrados.
PRINCÍPIO:
Fundamenta-se na precipitação de cloretos sob a forma de cloreto de prata, que entre pH 7 e
9 na presença de cromato de potássio como indicador, produz um precipitado vermelho tijolo.
PROCEDIMENTO:
1. Pesar 5 g da amostra em cápsula de porcelana ou cadinho e levar a mufla a 500 ºC por 2
horas. Retirar e esfriar a temperatura ambiente.
2. Solubilizar o resíduo com HNO3 2% quente. Transferir quantitativamente para balão
volumétrico de 100 mL através de papel filtro qualitativo, lavando 2 a 3 vezes com HNO3 2%
quente. Completar o volume com água destilada e homogeneizar.
3. Retirar alíquota de 50 ml para erlenmeyer de 250 ou 300 ml e neutralizar com carbonato
de cálcio pa utilizando papel tornassol como indicador. Adicionar um excesso de +/- 0,5 g de
carbonato de cálcio.
4. Aquecer em chapa aquecedora até ebulição, mantendo por 2 ou 3 minutos até
desprendimento de todo CO2 formado. Esfriar.
5. Adicionar 2 a 3 gotas de dicromato de potássio 5% e titular com nitrato de prata 0,05 N
até viragem para cor vermelho tijolo clara.
CÁLCULOS:
ONDE:
V = volume de nitrato de prata 0,05N gasto na titulação
N = normalidade
F = fator de correção do nitrato de prata 0,05N
S = volume da solução estoque
P = Peso original da amostra em grama
A = volume da alíquota utilizada
72
Capítulo 12 – atividades experimentais
CÁLCULOS:
Cálculo:
% NaCl = V x Fc x 584,5
P
% Na = % NaCl x 0,3934
73
Capítulo 12 – atividades experimentais
ATVIDADE EXPERIMENTAL 11
DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO
MATERIAL
Pipetas de 5 e 20 ml, provetas de 20 e 100 ml, balão volumétrico de 100 ml, frasco Erlenmeyer de
250 ml, bureta de 25 ml.
REAGENTES
Ácido clorídrico (1 + 1); Ácido nítrico; Solução de trietanolamina a 30%, Solução de hidróxido de
sódio 0,5 N, Pastilha indicador-tampão (Merck), constituída de um indicador misto, que
proporciona uma viragem muito pronunciada de vermelho-violáceo para verde.
PROCEDIMENTO
Em um bequer de 250 mL, dissolva as cinzas obtidas na atividade experimental 02 (determinação
de cinzas), com ácido clorídrico (1+1), 2 gotas de ácido nítrico e 20 ml de água;
Cobrir o bequer com vidro de relógio e aquecer brandamente em capela .
Diluir em pequenas porções de água e filtrar, utilizando papel filtro qualitativo, recebendo o filtrado
em balão volumétrico de 100 ml.
Lavar o bequer e o filtro com água destilada e complete o volume;
Transfira, com auxílio de uma pipeta volumétrica, 20 ml da solução para um erlenmeyer de 250 ml;
Adicione 50 ml de água, 20 ml de trietanolamina a 30% e solução de NaOH 0,5M até atingir pH
12;
Adicione uma pastilha indicador-tampão.
Titule com solução de EDTA 0,1 M ou 0,05M até que a coloração da solução passe de vermelho-
violáceo a verde.
CÁLCULO
Vx f x 0,4 = cálcio por cento p/p
P
V = nº de ml da solução de EDTA 0,1 M gasto na titulação
f = fator da solução de EDTA 0,1 M
P = nº de g da amostra usado na titulação.
Solução de EDTA 0,1 M
EDTA (sal dissódico do ácido etilenodiamino tetracético) C10 H14 N2 08 2H2 0..........................37,21g
Água até completar ...............................................................................................................1.000
ml
Titulação - Pese exatamente cerca de 0,2 g de carbonato de cálcio anidro e transfira para um frasco
Erlenmeyer de 250 ml, com auxílio de 50 ml de água. Adicione ácido clorídrico (1+1),
cuidadosamente, até dissolver todo o carbonato. Neutralize com hidróxido de amônio (1+1).
Adicione 20 ml de solução de trietanolamina a 30%, 10 ml de solução de hidróxido de sódio 0,5 M
e 1 pastilha indicador-tampão. Adicione às gotas, com auxílio de uma bureta, a solução de EDTA
0,1 M até que a coloração da solução passe de vermelho-violáceo a verde (1 ml de solução de
EDTA 0,1 M corresponde a 0,004g Ca).
f = P x 10 onde: P = g de carbonato de cálcio usado na titulação
V x 0,1 V = mL de EDTA gastos na titulação
OBS.: Armazenar em frasco de polietileno
74
Capítulo 12 – atividades experimentais
ATIVIDADE EXPERIMENTAL 12
DETERMINAÇÃO DE ANTOCIANINA TOTAL PELO MÉTODO pH – DIFERENCIAL
Princípio: Pigmentos como antocianinas suportam transformações estruturais reversíveis com uma
mudança de pH refletindo em diferenças no espectro de absorbância. A forma colorida oxonium
predomina em pH 1.0 e a forma hemiacetal sem cor em pH 4.5. O método pH-diferencial se baseia
nesta reação, e permite a medição exata e rápida do total de antocianinas, mesmo na presença de
pigmentos degradados polimerizados e outros componentes interferentes.
Materiais
Cloreto de Potássio, 0,025 M, tampão pH 1,0
Misture 1.86 g KCl e 980 ml de água destilada em um bequer. Meça o pH e ajuste para 1,0 com
HCl concentrado. Transfira para um balão volumétrico de 1000ml e completar com água destilada.
Acetato de Sódio, 0,04M, Tampão pH 4,5
Misturar 54,43 g CH3CO2Na.3H2O em 960 mL água destilada em um béquer. Medir o pH e
ajustar para 4,5 com HCl concentrado. Transferir para um balão volumétrico de 1000 mL e
completar com água destilada.
Estas soluções podem ser estocadas por algum tempo, mas o pH deve ser conferido e ajustado
sempre que forem usadas.
Procedimento
1. Ligar o espectrofotômetro. Deixar em aquecimento pelo menos 30 min antes do uso.
2. Determinar o fator da diluição apropriado para a amostra, diluindo-a no tampão pH 1,0, até a
absorbância da amostra no λvis-max (520nm) estar dentro da extensão linear do espectrofotômetro
(i.e., para a maioria das espectrofotômetros a absorbância deve ser menor que 1,2) . Dividir o
volume final da amostra pelo volume inicial para obter o fator de diluição (DF).
3. Zerar o espectrofotômetro com água destilada nos comprimentos de ondas usados [λvis-max
(520nm) e 700 nm).
4. Preparar duas diluições da amostra, um com tampão pH 1,0, e a outra com tampão pH 4,5,
diluindo cada um pela diluição previamente determinada do fator (2).
5. As diluições devem ser deixadas em repouso por 15 min.
6. Medir a absorbância de cada diluição no λvis-max (520nm) e em 700 nm , contra um branco de
água destilada.
Todas as medições devem ser feitas entre 15 min e 1 hr depois da preparação da amostra, pois
permanecendo por mais tempo, tende aumentar as leituras.
As amostras para serem medidas devem estar claras e sem nenhum escurecimento ou sedimentos;
7. Calcule a absorbância da amostra diluída (A) como segue:
A = ( A520 – A700 )pH 1,0 – (A520 – A700 )pH 4,5
8. Calcule a concentração do pigmento antocianina monomérica na amostra original usando a
seguinte fórmula:
Antocianina Monomérica (mg/Litro) = (A x MW x DF x 1000) / (ex 1)
Onde
MW = peso molecular da antocianina predominante na amostra
ε = absorptividade molar da antocianina predominante na amostra
DF = fator de diluição
NOTA: Se o e do pigmento principal não está disponível, ou se a composição da amostra é
desconhecida, calcula-se o conteúdo do pigmento como cyanidin - 3 - Glucoside, onde MW = 449,2
e ε = 26.900.
75
Capítulo 12 – atividades experimentais
Materiais
Solução do Bisulfito
Dissolver 1 g de metabissulfito de potássio em 5 ml de água destilada.
Este reagente deve ser preparado o mesmo dia como as leituras; De outra maneira, desenvolve
uma cor amarela que vai contribuir para as leituras absorbância e interfere na quantificação.
Cloreto de potássio, 0,025 M, tampão pH 1,0
Misture 1.86 g KCl e 980 ml de água destilada em um bequer. Meça o pH e ajuste para 1,0 com
HCl concentrado. Transfira para um balão volumétrico de 1000ml e completar com água destilada.
Esta solução pode ser estocada por algum tempo, mas o pH deve ser conferido e ajustado sempre
que for usada.
Procedimento
1. Ligar o espectrofotômetro e deixar em aquecimento po 30 min antes das leituras.
2. Determinar o fator de diluição apropriada para a amostra, diluindo-a com pH 1,0 até a
absorbância da amostra no λvis-max estar dentro da extensão linear do espectrofotômetro.
3. Zerar o espectrofotômetro com água destilada em todos comprimentos de ondas que vão ser
usadas (420, 520, 700 nm).
4. Diluir a amostra com água destilada usando o fator de diluição (passo 2). Transferir 2,8 ml da
amostra diluída para cada um das duas cubetas. Adicione 0,2 ml de solução bisulfito para um e 0,2
ml de água destilada para o outro. Deixe em repouso por 15 min.
É crítico que o pH não seja ajustado para condições altamente acida (e.x, pH 1) mas estar na faixa
de pH típico de suco de fruta e vinhos, ou mais alto (e.x. , pH 3). Condição altamente acida vai
reverter a reação da adição do bisulfito e tornar inválida a medição.
5. Medir a absorbância de ambas amostras em 420, 520, e 700 nm , usando como branco, água
destilada.
6. Calcule a densidade de cor da amostra controle (tratada com água) como segue:
Densidade de cor = [ ( A420 nm – A700nm ) + ( A520 – A700 nm ) ] x DF
76
Capítulo 12 – atividades experimentais
ATVIDADE EXPERIMENTAL 13
DETERMINAÇÃO DE CLOROFILA
Objetivos
Avaliar métodos de extração de clorofila em amostras vegetais, e determinar o conteúdo de clorofila
a e b.
Princípios
A espectrofotometria pode ser usada para identificar os pigmentos, via seu espectro de absorbância,
e determinar sua concentração através de medições de absorbância.
Materiais e Metodos
Acetona 80%
Funil e filtro quantitativo
Balão volumétrico
Pipetas volumetricas e graduadas
Espectrofotômetro
Amostras de vegetais crus e processados
Procedimento
1 – Pese 35 g da amostra. Macere e homogeneize o material usando 100 ml de acetona 80 %. Faça
isto em capela com a exaustão ligada. Filtre o homogeneizado através de um funil de papel. Lave o
filtro com acetona 80%, para obter um extrato claro. O extrato filtrado deve ser elevado a 250 mL
em um balão volumétrico com acetona 80%
2 – Em um balão de 100 mL colocar 1,5ml de acetona 80% e completar com o extrato filtrado;
3 – Em um outro balão volumétrico de 100 mL colocar 1,5 ml de ácido oxálico saturado em acetona
80% e completar o volume com o extrato filtrado. Este procedimento é para avaliar a conversão de
clorofila pra feofitina.
2 – Tampar pos balões e deixar em repouso ao abrigo da luz por 3 horas;
3 – Usando o espectrofotômetro e acetona 80 % e acetona 80% mais ácido oxálico como branco,
achar a absorbância do extrato preparado anteriormente em 649 nm e 665 nm. Se precisar fazer a
diluições.
Cálculo:
Chl a (ìg/ml) = ( 11,63) ( A665 ) – ( 2,39) ( A649 )
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