Tecnico Transacoes Imobiliarias Apostila
Tecnico Transacoes Imobiliarias Apostila
Tecnico Transacoes Imobiliarias Apostila
Noções de
Língua Portuguesa
MÓDULO 01
BRASÍLIA – 2005
Os textos do presente Módulo não podem ser reproduzidos sem autorização do
INEDI – Instituto Nacional de Ensino a Distância
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Gráfica e Editora Equipe Ltda
347.46:145
C560m
Caro Aluno
Em síntese, caro aluno, o estudo dedicado do conteúdo deste módulo lhe permitirá
não só o domínio dos conceitos mais elementares da Língua Portuguesa, além do
conhecimento dos instrumentos básicos para que o futuro profissional possa atingir os
seus objetivos no mercado de imóveis. Além desse módulo, leia outros textos com maior
atenção. Você vai gostar e aprender muito.
Boa sorte!
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 07
UNIDADE I
1. COMUNICAÇÃO.................................................................................................................. 11
1.1 – O processo de comunicação e as variantes lingüísticas ......................................... 11
1.2 – Funções da linguagem .............................................................................................. 13
1.3 – Problemas de comunicação na empresa................................................................. 14
1.3.1. Algumas expressões a evitar ........................................................................... 18
UNIDADE II
3. TEXTO TÉCNICO ................................................................................................................ 39
3.1 – A organização do texto técnico............................................................................... 39
3.2 – A unidade do parágrafo ........................................................................................... 42
3.3 – A produção do texto técnico .................................................................................. 44
3.3.1. O texto da carta empresarial .......................................................................... 47
3.3.1. O planejamento do texto da carta ................................................................. 47
UNIDADE III
5. REVISÃO GRAMATICAL................................................................................................... 67
5.1 – Ortografia .................................................................................................................. 67
5.1.1. Fonemas e letras ............................................................................................... 67
5.2 – Acentuação ................................................................................................................ 70
5.2.1. Emprego do Hífen .......................................................................................... 70
5.2.2. Uso da vírgula .................................................................................................. 71
5.2.3. Uso da crase ..................................................................................................... 73
5.3 – Plural das palavras compostas ................................................................................. 74
5.4 – Flexão dos adjetivos compostos ............................................................................. 74
5.5 – Concordância verbal e nominal ............................................................................... 75
5.6 – Frase – oração – período......................................................................................... 77
5.6.1. Termos essenciais da oração........................................................................... 78
5.6.2. Tipos de sujeito ................................................................................................ 78
5.6.3. Oração sem sujeito .......................................................................................... 79
5.6.2. Tipos de predicado.......................................................................................... 79
5.7 – Correlações frasais .................................................................................................... 80
Sucesso!
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Unidade
I
guagem mais informal, sem grandes c) Faça um resumo do que vem a ser “lingua-
preocupações com a correção grama- gem literária”.
tical; esse tipo de linguagem é chama- _____________________________________
do de linguagem coloquial ou fami- _____________________________________
liar. Em situações mais formais (por
exemplo, o discurso numa solenidade d) Com suas próprias palavras defina o que vem
de formatura ou em uma missa de séti- a ser “linguagem culta”.
mo dia) usamos uma linguagem mais _____________________________________
cuidada, procurando obedecer as nor- _____________________________________
mas gramaticais; esse tipo de linguagem
é chamada língua culta ou norma pa- e) Faça um resumo do você que entende por
drão, e é utilizado nos livros didáticos, “linguagem familiar”.
no ensino escolar, nos manuais etc. _____________________________________
_____________________________________
Quando o uso da língua não se restringe
às necessidades práticas do cotidiano comuni-
cativo, incorporando preocupações estéticas
surge a língua literária, que procura produzir
um sentimento estético no leitor, submetendo
a escolha e a combinação dos elementos lin-
güísticos a atividades criadoras e imaginativas.
Exemplo:
Ex: Fizemos tudo por si na reunião; conta- esses elementos de coesão podemos citar as pre-
mos consigo hoje, na convenção. posições (a, de, para, com, por, etc.), as con-
junções (que, para que, quando, embora, mas,
Correto: Fizemos tudo por ti na reunião; e, ou, etc.), os pronomes (ele, ela, seu, sua, este,
contamos contigo hoje, na convenção. esta, esse, essa, aquele, o qual, que, etc.), os
Erro nas palavras (erro na estrutura ou no em- advérbios (aqui, aí, lá, assim, etc.).
prego da palavra).
Ex: “É sabido que a violência nas escolas
Ex: Ele aspira um cargo de chefia. cresce assustadoramente. É sabido, ainda,
que não se achou ainda uma solução para
Correto: Ele aspira a um cargo de chefia. o problema. Em vista disso, a sociedade
Precisão – Para um texto ser preciso, ele está se unindo para tentar modificar esse
precisa conter todos os elementos necessários quadro. Para tanto, convoca uma reunião
à comunicação, respondendo às indagações e com todos os diretores de escolas da rede
interesses eventuais. municipal”.
Ex: “Convido Vossa Senhoria a participar Como você viu, no exemplo acima, os
da abertura do Primeiro Seminário Regio- segmentos do texto estão ligados entre si, por
nal sobre o uso eficiente de energia no Setor meio de palavras que servem para dar conti-
Público, a ser realizado em 5 de junho pró- nuidade ao que foi dito anteriormente e acres-
ximo, às 9 horas, no auditório da Escola Na- centar novos dados.
cional de Administração Pública, localizada Consistência – Um texto é consisten-
no Setor de Áreas Isoladas, nesta capital”. te quando dá informações confiáveis e cor-
retas, demonstrando conhecimento do as-
Coerência – A coerência deve ser en- sunto e tratando apenas do que é significati-
tendida como unidade do texto. Num texto vo para quem o lê.
coerente todas as partes se encaixam de ma-
neira complementar, de modo que não haja Ex: “Comunicamos que, a 7 do corrente, foi
nada destoante, nada ilógico, nada contraditó- instalado o Instituto de Cibernética Jurídica,
rio. Existe uma solidariedade entre as partes órgão integrante desta Instituição. São obje-
do texto, possibilitando um bom entendimen- tivos do novo Instituto estudar as implica-
to do mesmo. ções sociais da cibernética no campo do Di-
Texto incoerente: Embora seu livro seja reito e divulgar conhecimentos sobre os sis-
fundamental para nossos alunos, vamos ado- temas utilizáveis no setor jurídico. Para isso,
tá-lo imediatamente em nossa escola. o novo órgão entrará em contato com o
Texto coerente: Considerando que seu Poder Público, a Universidade, a indústria
livro é fundamental para nossos alunos, vamos especializada e promoverá cursos, conferên-
adotá-lo imediatamente em nossa escola. cias e seminários.”
Concatenação – A concatenação de
idéias está inserida em um elemento textual Propriedade no uso da palavra – Essa
chamado coesão. A concatenação é a conexão propriedade se refere ao uso apropriado da
que deve existir entre os enunciados de um tex- linguagem, o cuidado no emprego das pala-
to, quando organicamente articulados entre si. vras, evitando cacoetes lingüísticos e termos
As relações de sentido de um texto são mani- surrados. Na escolha das palavras, devemos
festadas por uma categoria de palavras deno- preferir a que traduz, com mais precisão, o que
minadas conectivos ou elementos de coesão. Dentre queremos dizer.
16 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I
A construção correta é:
Os maiores de sessenta anos estão isentos
do pagamento daquele imposto.
Informar
Use as variações comunicar, avisar, noticiar, par-
ticipar, levar ao conhecimento, dar conhecimento,
instruir.
Onde
Como pronome relativo significa ‘em
que’ (lugar): A cidade onde nasceu./ O
país onde viveu. Evite, então, constru-
ções como “a lei onde é fixada a penali-
dade” ou “a reunião onde o assunto foi
discutido”. Nesses casos, faça a substi-
tuição, empregando em que, na qual, no
qual, nas quais, nos quais. O correto é: A
reunião na qual o assunto foi discutido./
A lei na qual é fixada a penalidade.
Ressaltar
Varie com destacar, sublinhar, frisar, salientar,
relevar, distinguir, sobressair.
Nem
Conjunção aditiva que significa ‘e não’ e
‘tampouco’, dispensando, portanto, a
conjunção e: Não foram feitos reparos à
proposta de comercialização da soja,
nem à nova proposta de pagamento.
Evite, ainda, a dupla negação não nem,
nem tampouco. Ex: Não pôde encaminhar
os relatórios no prazo, nem não teve
tempo para revisá-los.
Enquanto
Conjunção proporcional equivalente a ao
passo que, à medida que. Evite empregar a cons-
trução enquanto que, usada coloquialmente.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 19
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Retrato
1 Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
5 Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
10 tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida
minha face?
Cecília Meireles: poesia. Por Darcy Damasceno,
Rio de Janeiro, Agir, 1974., p. 19 – 20
tos: um do passado, outro, do presente, am- amargo, que nem se mostra, nos levam a entender
bos com características opostas entre si. que o envelhecimento físico foi acompanhado
pela perda da energia, do entusiasmo, da ale-
Significados que remetem passado gria de viver.
ao presente (explicitamente) O poema permite, então, duas leituras:
Eu não tinha este rosto de hoje o desgaste material das coisas com o passar
assim calmo, assim triste dos anos, e o desgaste psíquico, a perda de ilu-
assim magro sões do ser humano com o passar do tempo.
nem estes olhos tão vazios Não podemos, entretanto, dizer que um
EIXO 1
nem o lábio amargo texto, ao implicar várias leituras, possa admitir
que qualquer interpretação seja correta nem que
Eu não tinha estas mãos sem força, o leitor possa dar ao texto o sentido que lhe
tão paradas, e frias, e mortas aprouver.
eu não tinha este coração Para impedir que a interpretação seja
que nem se mostra pura invenção do leitor, contamos com os in-
dicadores das várias possibilidades de leitura
Significados que remetem presente que o texto admite; podemos observar, então,
ao passado (implicitamente) que no interior do texto aparecem figuras ou
Eu tinha aquele rosto de outrora temas que têm mais de um significado, e que
tão irrequieto, tão alegre apontam para mais de um plano de leitura,
tão cheio como no caso do poema examinado, em que
e olhos tão expressivos os estados da alma (triste, amargo) possibilita-
EIXO 2
grafia e pronúncia semelhantes ou iguais. É caso Adotar - escolher, preferir; assumir; pôr em
dos fenômenos denominados honomínia ou prática.
paronímia. Dotar - dar em doação, beneficiar: Ele o dotou
A honomínia é a designação geral para com aplicações em títulos do governo.
os casos em que palavras de sentidos diferen-
tes têm a mesma grafia. Manga, por exemplo. Afim - que apresenta afinidade, semelhança,
A paromínia designa o fenômeno que ocorre relação (de parentesco): Se o assunto era afim, por
com palavras semelhantes (não idênticas) quan- que não foi colocado no mesmo capítulo?
to à grafia ou à pronúncia. É fonte de muitas, A fim de - para, com a finalidade de: O projeto
como entre descrição (ato de descrever) e discri- foi encaminhado com muita antecedência a fim de per-
ção (qualidade do que é discreto), ratificar (con- mitir um exame minucioso.
firmar) e retificar (corrigir).
Como o nosso objetivo é trabalhar prin- Aleatório - casual, fortuito, acidental.
cipalmente com a redação técnica, a lista abai- Alheatório - alienante, que desvia ou perturba.
xo vai ajudá-lo a esclarecer suas dúvidas quan-
to à grafia e ao sentido das palavras, para que Ante - (preposição): diante de, perante: Ante
você passe a usá-las com propriedade. tal fato, devemos repensar nossa metodologia de ensi-
no.
Absolver - relevar da culpa imputada, inocen- Ante - (prefixo): expressa anterioridade: ante-
tar: O réu foi absolvido. por, antever, anteprojeto, antediluviano.
Absorver - esgotar, embeber em si: A água da Anti - (prefixo): expressa contrariedade, opo-
chuva foi absorvida pelo solo. sição: Aquele rapaz é anticomunista.
Ascender - elevar-se, subir: Aquele homem as- Ao encontro de - para junto de; favorável a :
cendeu socialmente. Ele foi ao encontro de seus amigos./ O plano de car-
Acender - atear (fogo), inflamar. reira foi ao encontro das necessidades dos funcionários.
De encontro a - contra; em prejuízo de: O veícu-
Acento - sinal gráfico; inflexão vocal: Esta pa- lo foi de encontro ao muro./ O governo não apoiou a me-
lavra não tem acento. dida, pois vinha de encontro aos interesses dos partidos.
Assento - banco, lugar: Ele tomou assento ao
meu lado. Ao invés de - ao contrário de: Ao invés de demi-
tir dez funcionários, a empresa contratou mais trinta.
Acerca de - sobre, a respeito de: No discurso, o (é inaceitável o cruzamento “ao invés de”)
deputado falou acerca de seu projeto habitacional. Em vez de - em lugar de: Em vez de demitir dez
A cerca de - a uma distância aproximada de: A funcionários, a empresa demitiu quarenta.
creche fica a cerca de vinte metros do prédio principal.
Há cerca de - faz aproximadamente (tanto Evocar - lembrar, invocar: Evocou na palestra o
tempo): Há cerca de dois anos, nos deparamos com início de sua carreira.
um caso semelhante; existem aproximadamente: Invocar - pedir (a ajuda de); chamar, proferir:
Há cerca de mil títulos na biblioteca do colégio. Para alcançar seus objetivos, ele invocou a ajuda de Deus.
Acidente - acontecimento casual, desastre: A Cassar - tornar nulo ou sem efeito, suspender,
demissão foi um acidente na sua vida profissional. A invalidar: O mandato do deputado foi cassado.
tempestade provocou vários acidentes. Caçar - procurar, perseguir, procurar, apa-
Incidente - episódio; que incide, que ocorre: nhar (geralmente animais): Ele participou da caça
O incidente da demissão já foi superado. à raposa.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 25
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Casual - aleatório, fortuito, ocasional: O encon- Despensa - local em que guardam mantimen-
tro dos dois foi casual. tos, depósito de provisões.
Causal - relativo à causa, causativo. Dispensa - licença ou permissão para deixar de
fazer algo a que se estava obrigado; demissão.
Cavaleiro - que anda a cavalo.
Cavalheiro - indivíduo distinto, gentil, Despercebido - que não foi notado, para o
nobre. que não se atentou: Apesar de sua importância, a
fala do ministro passou despercebida.
Censo - alistamento, recenseamento, Desapercebido - desprevenido, desacautela-
contagem. do: Ele embarcou totalmente desapercebido dos desa-
Senso - entendimento, juízo, tino: Ele possui bom fios que lhe aguardavam.
senso para solucionar os problemas que surgem.
Emergir - vir à tona, manifestar-se.
Cerrar - fechar, encerrar, unir, juntar: As Imergir - mergulhar, entrar, afundar (submergir)
janelas estavam cerradas.
Serrar - cortar com a serra, separar, dividir. Emigrar - deixar o país para residir em outro.
Imigrar - entrar em um país estrangeiro para
Cessão - ato de ceder: A documento de cessão de nele viver.
terras foi lavrado em cartório
Seção - subdivisão de um todo, setor, re- Eminente (eminência) - alto, elevado, sublime.
partição, divisão: Em qual seção do tribunal ele Iminente (iminência) - que está prestes a
trabalha? acontecer, pendente, próximo.
Sessão - espaço de tempo que dura uma reu-
nião, um congresso, reunião, espaço de tempo Emitir (emissão) - produzir, expedir, publicar.
durante o qual se realiza uma tarefa: A próxima Imitir (imissão) - fazer entrar, introduzir,
sessão de cinema será às 14 horas. investir.
Inflação - ato ou efeito de inflar, emissão exage- Tachar - censurar, qualificar: O rapaz foi tacha-
rada de moeda, aumento persistente de preços. do de subversivo.
Infração - ato ou efeito de infringir ou violar Taxar - fixar a taxa de, regular, regrar: O im-
uma norma. posto sobre mercadorias foi taxado em 2%.
2.3.2. Outras recomendações na escolha dos fossem de linho egípcio. É melhor escrever: O
vocábulos artista fez exigências descabidas, pedindo diariamen-
te dois litros de uísque importado e toalhas de linho
Na elaboração de um texto técnico, pre- egípcio.
valecem alguns cuidados no uso dos vocábu-
los. Não se devem utilizar palavras de difícil Ambiente/meio ambiente - Prefira ambi-
compreensão, mas também não se pode per- ente ao pleonasmo meio-ambiente.
mitir que a língua falada interfira na língua escrita,
que são dois meios de comunicação diferen- Ano - sempre escreva sem ponto de milhar.
tes. A língua falada é mais solta, acompanhada Ex: 1998
de mímica e de entonação, elementos que, na-
turalmente, não aparecem na língua escrita. Jus- Bimensal - para qualificar algo que aconte-
tamente por isso devemos utilizar termos cla- ce duas vezes por mês, empregue quinzenal.
ros, evitando cacoetes de linguagem, chavões Não confunda com bimestral, que significa
e cacófatos, sob pena de empobrecer a reda- uma vez a cada dois meses.
ção. O uso da língua culta é obrigatório nos
textos de que tratamos. Além desses cuidados, Cacófato - Mesmo que os textos não sejam
devemos atentar, também, para o significado lidos em voz alta, evite a ocorrência de sons
correto dos vocábulos, de modo a não ocor- desagradáveis formados pela união das síla-
rer em deturpação de sentido do que quere- bas finais de uma palavra com as iniciais de
mos dizer. outra. Ex: conforme já, marca gol, confisca gado,
A seguir, apresentamos alguns vocábu- uma herdeira etc.
los que podem ser utilizados livremente, e ou-
tros, cujo uso convém ser evitado em algumas Cacoete de linguagem - Evite expressões
situações: pobres, repetidas à exaustão, perfeitamente
dispensáveis em textos técnicos. Ex: via de
Admitir - não utilize como sinônimo de di- regra, até porque, sal da terra, rota de colisão, trocar
zer, declarar ou afirmar. Admitir significa acei- figurinhas, a toque de caixa, visivelmente emociona-
tar ou reconhecer fato em geral negativo: O do, bater de frente com, causar espécie, elevada esti-
ministro admitiu que a inflação pode voltar. ma e distinta consideração, avançada tecnologia,
carreira meteórica, longo e tenebroso inverno, a nível
Advérbio - evite começar períodos com de, aparar arestas, em nível de, luz no fim do túnel,
advérbios formados com o sufixo mente: Cu- erro gritante, conseqüências imprevisíveis, duras crí-
riosamente, o PT venceu as eleições. É melhor es- ticas, quebrar o protocolo, pergunta que não quer
crever: Ao contrário do que previam as pesquisas, calar, inflação galopante, lançar farpas, ataque ful-
o PT venceu as eleições. minante etc.
Alegar - Significa aceitar como prova, explicar e Cargo - escreva sempre com minúscula. Ex:
desculpar-se. O aluno alegou que não fez a tarefa presidente, secretário, papa, deputado, desembarga-
porque estava doente. dor, juiz, promotor etc.
Além disso, além do que - melhor evitar. Cólera - quando significa raiva é palavra fe-
Geralmente pode ser substituído por e ou minina: Ela chegou ao limite da cólera. Quando
por um ponto. O artista fez exigências descabi- designa a doença, pode ser masculino ou fe-
das, pedindo diariamente dois litros de uísque im- minino. Ex: O amor nos tempos do cólera (livro de
portado. Além disso, exigiu que todas as toalhas Gabriel García Marques).
28 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I
Chefe da nação - use apenas quando se re- Meia-noite - Significa o horário que marca
ferir às sociedades tribais. Quando se trata o fim de um dia, não o começo de outro
de sociedades não tribais, como é a nossa, dia. O correto é escrever/dizer: A manifesta-
emprega-se chefe de Estado ou chefe de governo. ção começa à meia-noite de hoje.
Culminar - evite essa expressão como sinô- Norte/Sul - Use maiúscula somente quan-
nimo de terminar. Use-a apenas no sentido li- do se referir aos hemisférios, ou às regiões
teral, de chegar ao ponto mais alto: A parti- Norte e Sul do Brasil. Ex: As chuvas têm casti-
cipação do Brasil nas Olimpíadas culminou na con- gado a região Sul do país.
quista de um título importante para a natação.
ONG - Sigla de organização não-governa-
Disciplina - escreva sempre com minúscu- mental. Deve ser grafada em caixa alta
la: direito, ciências sociais, geografia, filosofia, por- (maiúsculas).
tuguês, matemática.
País - deve ser escrito com minúscula, mes-
E - evite começar frase com essa conjunção. mo quando se referir ao Brasil.
Ex: O ministro da economia anunciou o aumento
da contribuição do INSS. E, além disso, informou Ph.D - Abreviatura da expressão philosophi-
que a idade requerida para aposentadoria também ae doctor (doutor em filosofia). Com o uso ge-
será modificada. neralizado para outras áreas, traduz-se por
doutor.
Estado/estado - Utilize maiúscula para de-
signar conceito político ou unidade da Fe- Que - Evite em excesso, para tornar o texto
deração: o Estado de Goiás, golpe de Estado. mais elegante e conciso.
Quando significar situação ou disposição,
empregue minúscula: O meu estado de espírito Ressaltar - significa destacar, tornar sali-
está péssimo. ente. Não empregue como sinônimo de
dizer.
Falecer - Falecer é um eufemismo que signifi-
ca haver falta ou carência. Use a palavra morrer. Revelar - não utilize como sinônimo de di-
zer. Significa tirar o véu, desvelar.
Garantir - Não utilize como sinônimo de
dizer; garantir significa asseverar, responsabilizar- Salientar - não use como sinônimo de di-
se, afiançar. zer. Significa ressaltar, tornar saliente, distinto
ou visível.
Lembrar - Não deve ser utilizado como si-
nônimo de dizer. Válido - Só use no sentido restrito de ter va-
lidade, vigência: Essa promoção é válida somente
Linguagem coloquial - Utilize uma lin- até sexta-feira.
guagem próxima da coloquial, respeitan-
do a norma culta, escolhendo a expressão Viatura - o termo é um jargão policial; subs-
mais clara possível. O encarregado do almo- titua por carro de polícia.
xarifado não sabe quanto gastou na compra é
melhor que O encarregado do almoxarifado Essas considerações a respeito da ade-
não sabe precisar com exatidão o montante gasto quação vocabular serão complementadas sob
na transação comercial. o título Produção do texto técnico.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 29
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
acima, no qual o narrador descreve (mesmo terior para outro posterior. Se por acaso ocor-
que de forma sucinta) a personalidade dos per- rer essa progressão, o texto passa a ser um tex-
sonagens (os meninos). to narrativo. Veja um exemplo de texto des-
critivo:
TEXTO DESCRITIVO
Eis Brasília às seis da tarde. O trânsito flui
A descrição é o que chamamos de retra- lentamente. As lojas comerciais baixam suas
to verbal de objetos, pessoas, cenas ou ambi- portas. Pessoas lotam os pontos de ônibus. Os
entes. Ela trabalha com imagens, permitindo bares colocam suas mesas nas calçadas, espe-
que o leitor visualize o que está sendo descri- rando os fregueses habituais. Pedestres atraves-
to. No entanto, a descrição não se resume a sam as ruas, apressados. Luzes pálidas inci-
uma simples enumeração de detalhes. É es- dem sobre os prédios e casas. Anoitece.
sencial que o autor, ao fazer uma descrição,
saiba captar o traço particular que diferencie Encontramos no texto características de
o objeto ou ser descrito de todos os demais um texto descritivo, pois:
objetos ou seres semelhantes. No caso de pes- São relatados vários aspectos de um lu-
soas, é fundamental um retrato que valorize gar (Brasília), num determinado tempo, que é
não somente a descrição física, mas também estático (seis da tarde);
a descrição psicológica. Tudo é simultâneo, não existindo pro-
A descrição possui, muitas vezes, um ca- gressão temporal entre os enunciados.
ráter subjetivo, pois ao fazer o retrato do perso- Uma observação final e importante é a
nagem, ele insere aí sua visão pessoal, o que de que dificilmente você encontrará um texto
não deve ser considerado um defeito, já que que seja exclusivamente descritivo. É freqüente
sem essa subjetividade a descrição seria ape- encontrarmos trechos descritivos inseridos
nas um retrato frio e sem vida, uma fotografia. numa narração ou numa dissertação. Num ro-
Assim, em maior ou menor grau, o autor reve- mance, por exemplo, que é essencialmente um
la a impressão que ele tem daquilo que descre- texto narrativo, você perceberá várias passa-
ve, exceto nas chamadas descrições técnicas ou gens descritivas, de pessoas, objetos, persona-
científicas. gens ou ambientes.
Quando o autor, ao descrever, procura
mostrar uma imagem bastante próxima da re- TEXTO DISSERTATIVO
alidade, ele faz uma descrição objetiva. Mas,
como já mencionamos anteriormente, excetu- O texto dissertativo se caracteriza pela
ando as descrições técnicas ou científicas, difi- defesa de um ponto de vista, de uma idéia, ou
cilmente você encontrará uma descrição em que pelo questionamento acerca de um assunto
a subjetividade esteja ausente. O que distingue determinado. Na dissertação, o autor traba-
uma descrição objetiva de uma descrição sub- lha com argumentos (o texto dissertativo é
jetiva é o grau de interferência do sujeito (au- um texto argumentativo), com dados, com
tor) na descrição. fatos, utilizando-os para justificar seu ponto
Você deve observar, ainda, que o texto de vista.
descritivo relata as características de um obje- A dissertação é organizada em três par-
to ou de uma situação qualquer num certo tes distintas. São elas:
momento estático do tempo, não existindo, Introdução - Na introdução você vai
obviamente, a anterioridade e posterioridade pre- explicar o assunto a ser discutido, apresentan-
sentes no texto narrativo, ou seja, não existe do uma idéia, de um ponto de vista que você
nada que indique progressão de um estado an- irá defender com argumentos.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 31
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
um bilhete sobre esse texto: “Brastemp Mon- cidade procura chamar a atenção pelo lado
dial, vai dizer que você ainda não tem?”). humorístico da situação.
A publicidade ainda explora o uso de
expressões da língua falada, objetivando criar Exemplos:
uma atmosfera de intimidade com o leitor. Em
um anúncio da Kibon, aparece o seguinte tex- “A gente nem tem roupa para receber o
to: “Vai morango aí, freguesa?”. Em outro, prêmio” (mensagem da revista Playboy, co-
o anúncio utiliza dois termos característicos da nhecida, sobretudo pelas fotos de mulheres
imprecisão do código oral (treco e coiso) para nuas)
valorizar o produto anunciado: “Esse treco
serve pra você nunca mais esquecer o nome “Foi bombom para você também?” (anún-
daquele coiso.” (o produto anunciado era um cio do bombom Sonho de Valsa, da Lacta)
dicionário visual).
Outra característica facilmente compro- “Tem coisa melhor que ficar falada no
vada nos anúncios publicitários é o uso de fra- bairro?” (anúncio do jeans Di Paolucci, mos-
ses curtas, de adjetivos, o uso do verbo no im- trando os corpos de duas jovens vestidas
perativo, o uso da segunda pessoa, advérbios. com o jeans da marca)
Exemplos:
“Se alguém bater em você, chame a Todas as características do texto publi-
gente” (campanha do Bamerindus Seguros, re- citário obedecem a uma lógica pré-determina-
ferindo-se à batida de carros) da: o uso de adjetivos e advérbios procura cri-
“Não faça lipo. Faça aspiração” (cam- ar uma caracterização exagerada do produto
panha de Diet Shake, decompondo a palavra anunciado; a função apelativa (mais usada) se
lipoaspiração, para incentivar o consumo do destina a convencer o receptor; e, finalmente
produto) utiliza frases curtas, pois geralmente a mensa-
“Uma programação para quem é ta- gem é apresentada num espaço pequeno (pá-
rado por futebol – Se você é do tipo que fica gina de revista ou jornal), ou em um tempo
todo assanhado quando o assunto é fute- curto (intervalos comerciais de rádio e TV).
bol, então não pode perder a programação Quando se trata de um texto radiofôni-
da TVA” (anúncio de emissora de TV, mos- co, as repetições, principalmente do nome do
trando a foto de duas bolas de futebol dentro anunciante, são propositais. Quem elabora o
de um sutiã de renda). anúncio radiofônico sabe que os ouvintes es-
“Veja. Sinta. Tenha. Uma pele perfeita”. tão sempre trocando de estação, então a repe-
Lisa tição permite que a mensagem sempre seja cap-
Renovada tada, mesmo que pela metade.
Uniforme Segundo o pesquisador Jésus Martín Ri-
Equilibrada beiro, nossa sociedade constrói dia-a-dia a ima-
Suave” (anúncio do creme Idealist, de gem que cada um tem de si. Para ele, a publici-
Estée Lauder) dade é um espelho, apesar de bem deformado,
pois a imagem do lado de lá é muito mais bela
Nos textos publicitários é comum o uso que a imagem do lado real.
da ambigüidade, da dubiedade de sentido nas O poder da publicidade, atualmente, não
frases, que na publicidade passa a ser uma qua- se restringe a convencer o consumidor a ad-
lidade, o que não ocorreria, naturalmente, num quirir determinado produto, mas também a
texto técnico. Quando utiliza palavras que ofe- idealizar modelos estéticos, sexuais e compor-
recem dupla possibilidade de leitura, a publi- tamentais. O receptor da mensagem quer ter a
34 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I
Unidade
II
Ex: O diretor chamou, com horror, o coordenador e Ex: O resultado da votação não causou comoção
o professor que me falaram ontem sobre o amor. na população.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 39
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
junto à margem esquerda do papel a 2,5 cm, c) Para aumentar seu nível de conhecimentos,
localiza-se abaixo do índice e do número da responda como deve ser o fecho de um ofício,
carta a um espaço e meio, e deverá ser idêntico memorando ou de uma carta.
o constante no envelope. Ocupa geralmente de ___________________________________________
três a cinco linhas sempre dispostas em blo- ___________________________________________
cos; observe a grafia correta do nome ou ra-
zão sociais, a fim de evitar constrangimentos. d) E no ofício, que cuidado deve-se ter em re-
No ofício, localiza-se na parte inferior esquer- lação ao transporte da mensagem para uma
da a 2,5cm da margem esquerda do papel, se- eventual segunda página?
guindo-se o mesmo critério da carta quanto à ___________________________________________
sua disposição em efeito de blocos e ocupa de ___________________________________________
duas a três linhas.
TRANSPORTE DA MENSAGEM –
No oficio devem-se transportar pelo menos
duas linhas, deixando o endereçamento na pri-
meira folha e transporta-se o restante dos ele-
mentos, não sendo necessário o transporte do
timbre e indica-se com o número da folha.
Repete-se o índice e o número; sua localização
fica a 2,5cm da margem esquerda, a 2,5 cm do
todo da folha ou 2,5cm abaixo do timbre se
esse o tiver. Na carta também com duas linhas,
sendo que todos os elementos que lhe sucedem
são transportados.
postal, uma das mais belas da Suíça, tem atraído A reformulação do texto, consideran-
ultimamente um grande número de pessoas doentes que do apenas as idéias mais importantes, ficaria
decidem pôr fim à própria vida, na Dignitas, uma assim:
ONG que pratica a eutanásia legalmente. O governo Federal se empenha arduamente em
acabar com a fome através do projeto Fome Zero. No
O período acima é prolixo e centopeico entanto, muitos obstáculos, como a burocracia e a falta
(longo, caudaloso). Os pormenores excessivos, de participação da sociedade, entravam o projeto.
grifados no texto, são dispensáveis, não servin- Ora, uma divisão de tarefas e uma participação
do de reforço à idéia-núcleo (“Em Zurique, pes- mais ampla e direcionada da sociedade seriam funda-
soas doentes decidem pôr fim à própria vida”). mentais para o bom resultado do projeto. Entretanto,
Eliminando os pormenores e redundân- os representantes de diversos setores da sociedade vêm
cias, teríamos: falhando lamentavelmente, em virtude de uma falta de
Um dos mais movimentados centros financeiros do conscientização coletiva.
mundo, Zurique, além de possuir uma paisagem de car- Embora se possa colocar em parágrafos
tão postal, tem atraído ultimamente um grande número de diferentes idéias igualmente importantes, a
pessoas doentes que decidem pôr fim à vida na Dignitas, idéia-núcleo não deve ser fragmentada em vá-
uma ONG que pratica a eutanásia legalmente. rios parágrafos.
Frases entrecortadas prejudicam a uni- Ex:
dade do parágrafo. Selecione as mais impor-
tantes, transformando-as em orações principais Nas últimas semanas, o tráfico de drogas
de períodos curtos. produziu duas notícias chocantes.
Ex: Levantei-me cedo hoje de manhã. Eu tinha Um pai de família acabou por matar a tiros
perdido o guarda-chuva. O ônibus demorou a passar. um filho dependente, quando ele tentava vender
Eu fiquei ensopada. Eu apanhei um bruto resfriado. a TV da família para comprar cocaína.
Reformulação: A mãe do rapaz disse: “Era ele ou nós,
Levantei-me cedo hoje. Como tinha perdido o não havia outra alternativa”.
guarda chuva e o ônibus custasse a passar, fiquei enso- A mãe do rapaz foi ouvida por Débora
pada e apanhei um bruto resfriado. Abreu, da sucursal de Fatos, no Rio de Janeiro.
Coloque em parágrafos diferentes idéias Semanas antes, em São Paulo, um pai
igualmente importantes, relacionando-as atra- matou o filho caçula pelo mesmo motivo.
vés de expressões que dêem idéia de transição: “Foi uma reação inevitável”, disse o irmão
Ex: O governo Federal se empenha ardua- da vítima em entrevista a Luiz Ortiz, de Fatos.
mente em acabar com a fome, por meio do Projeto
Fome Zero. Muitos obstáculos, no entanto, entravam Reformulando o texto:
o projeto, impedindo uma ação mais eficiente. A par-
ticipação hesitante da sociedade, as dificuldades bu- Nas últimas semanas, o tráfico de drogas
rocráticas que impedem que os recursos cheguem ao produziu duas noticias chocantes. Um pai de
seu destino são fatores difíceis de serem contornados. família acabou por matar a tiros um filho de-
Todos sabem que uma divisão de tarefas, com a par- pendente quando ele tentava vender a TV da
ticipação das associações de bairros, que passariam a família para comprar cocaína. “Era ele ou nós,
fiscalizar o desperdício de alimentos, campanhas de não havia outra alternativa, disse a mãe, ouvi-
mobilização em prol do mesmo objetivo, seriam fun- da por Débora Abreu, da sucursal de Fatos, no
damentais para o bom resultado do projeto. Os repre- Rio de Janeiro. Semanas antes, em São Paulo,
sentantes de diversos setores da sociedade vêm falhan- um pai matou o filho pelo mesmo motivo. “Foi
do lamentavelmente, em virtude de uma falta de cons- uma reação inevitável”, disse o irmão da vítima
cientização coletiva. em entrevista a Luiz Ortiz, de Fatos.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 43
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
1 – Cabeçalho:
Timbre
Índice e número
44 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II
*Use “Sua” quando se referir à autoridade sem se dirigir diretamente a ela. Empregue “Vossa” quando estiver se
dirigindo diretamente à autoridade.
· Particular, familiar ou social: trocada en- Texto. Quando não se tratar de simples
tre particulares, versando sobre assun- encaminhamento de documentos, o ofício deve
tos íntimos, pessoais. apresentar a seguinte estrutura:
· Bancária: enfocando assuntos relaciona- Introdução, na qual é apresentado o assun-
dos à vida bancária, tais como: solici- to que motiva a comunicação. Não utilize fra-
tação de extrato, carta de apresentação, ses feitas, tais como: “Tenho a honra de”, “Te-
aviso de vencimento, carta de crédito. nho o prazer de”, “É com grata satisfação
· Comercial: ocupa-se da transação co- que”. Empregue, preferencialmente, a forma
mercial ou industrial. direta: “Cumpre-me informar que”, “Subme-
· Oficial: utilizada no serviço público, ci- to à apreciação se Vossa Senhoria”, “Informo
vil ou militar. a Vossa Excelência de que”;
Desenvolvimento, no qual se detalha o as-
Naturalmente, não nos ocuparemos, aqui, sunto, objeto da comunicação; se forem vári-
da correspondência bancária e particular, por os os assuntos, eles devem ser tratados em pa-
não serem pertinentes à atividade profissional rágrafos distintos, para maior clareza;
em questão. Enfocaremos somente alguns tipos Conclusão, na qual é reafirmada ou rea-
de texto da correspondência oficial e comercial presentada a posição recomendada sobre o
bastante utilizados, quais sejam: o ofício, o re- assunto.
querimento, a circular, o relatório e a carta. No texto, excetuando-se o primeiro pa-
rágrafo e o fecho, todos os demais parágrafos
4.1 – OFÍCIO devem ser numerados.
Ofício nº 524/SG-PR
5 cm
Senhor Deputado,
dade prática nas áreas as quais se destinam. Eles podem ser uma simples carta ou me-
São eles: morando, ou uma exposição de uma confe-
rência, de um gráfico, de uma tabela, desde
Relatório de gestão social ou anual: é nor- que requeridos ou utilizados pelos adminis-
mal, pois é elaborado em períodos regula- tradores.
res, em regra um ano (civil, financeiro ou fis-
cal); é o “report” de maior importância, pe- Relatório técnico-científico: É o docu-
los esclarecimentos que presta e pela divul- mento original através do qual se difundem
gação que promove; exigido por lei ou esta- as informações correntes, sendo elaborado
tuto, é dirigido aos sócios ou aos acionistas, principalmente para descrever experiências,
ou ainda, ao povo, se a entidade de onde ele investigações, métodos, processos e análises.
emana for associativa, de fins comercial ou
estatal. 4.4.1. Elementos do relatório
belas etc. – mesmo que não sejam es- Respondendo a essas perguntas, você
tritamente necessários para a compre- pode passar à redação do relatório, obedecen-
ensão do assunto. do a certas normas:
Estilo - O estilo da redação de um rela-
• Bibliografia – indicações cuidadosas e tório (seja ele de qual tipo for) deve ser for-
precisas, permitindo a identificação de mal, considerando as seguintes regras:
publicações, no todo ou em parte. Ausência de pronomes pessoais (eu, nós);
Inexistência de abreviações;
Quanto à localização, as referências biblio- Uso da terceira pessoa (Fulano decidiu);
gráficas podem ser: Ausência de estrangeirismos ou regiona-
lismos (a não ser Quando imprescindíveis à
• Inteiramente incluídas no texto; compreensão do assunto);
• Parte no texto, parte em nota de roda- Preferência pela voz ativa;
pé; Ausência de gírias ou expressões colo-
• Em nota de rodapé ou de fim de texto; quiais.
• Em listas bibliográficas, sintéticas ou Ênfase nos pontos importantes - O re-
analíticas; dator técnico deve usar a disposição das frases
• Encabeçando resumos. e das palavras no período, com o intuito de
realçar as idéias principais. Para isso ele deve
4.4.2. Técnicas para a elaboração de considerar que o início do parágrafo é o me-
relatórios lhor lugar para colocar a frase que deseja enfa-
tizar. Ela também pode ser colocada no final
A primeira providência é preparar um do parágrafo, se o relator quiser variar, mas
plano ou esquema. Com a ajuda do esquema, nunca deve estar diluída no meio do parágrafo.
fica mais fácil perceber a importância do as- A ordem inversa também pode ser utilizada
sunto a ser tratado, selecionar os fatos impor- para realçar idéias. Ex: Se não for possível modifi-
tantes, estabelecer uma hierarquia entre as idéi- car o projeto, outras soluções deverão ser encontradas.
as. Na organização do relatório, é preciso con- Ordem inversa: Outras soluções deverão ser encon-
siderar o tema, as circunstâncias, o receptor, a tradas, se não for possível modificar o projeto.
utilidade das informações e a pertinência das Utilize sempre palavras específicas, per-
sugestões finais. tinentes ao assunto, empregando verbos no
Escrever muito não significa, necessari- imperativo, evitando sempre que possível a voz
amente, escrever bem. O relatório deve se passiva. Ex: Foram feitas várias alterações. Voz
restringir às informações realmente úteis, que ativa: Fizemos várias alterações.
podem ser complementadas com tabelas, Divida o relatório em secções e subse-
gráficos, fotos e outras ilustrações que, mui- ções, ou itens e subitens, para realçar as idéi-
tas vezes, causam mais impacto do que as as e garantir a atenção do receptor. Os títu-
palavras. los devem ser curtos e uniformes, ou seja,
No esquema, procure determinar os ver- quando no primeiro título aparecer um subs-
dadeiros objetivos do relatório. Faça as seguin- tantivo, no segundo você pode usar um ge-
tes perguntas: rúndio, o que contribui para maior clareza
do texto. Ex: 2.1. Definição do campo de atua-
Por que escrever este relatório? ção. 2.2. Atuando com professores/pesquisadores.
Quem lerá o relatório? (no primeiro título, você utilizou o substan-
O que pretendo escrever? tivo atuação; no segundo, você empregou o
Como fazê-lo? gerúndio atuando).
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 57
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Eficácia da redação – Para garantir uma no lugar de “Carlos é bom digitador”, prefira “Car-
comunicação eficiente, você deve: los digita 300 toques por minuto”.
4.5 – CARTA
tradição entre a idéia-núcleo e as idéias com- de 1,5. Entre os parágrafos colocam-se dois
plementares? (rever unidade do parágrafo, coesão espaços de 1.5 ou três espaços simples.
e coerência) O vocativo pode usar fórmulas como:
Clareza: qualidade indispensável em qual- Prezado Senhor, Senhor Diretor, Senhores, Prezado
quer correspondência comercial. Mesmo que Amigo, etc.
existam expressões técnicas no texto, a reda- Como outras correspondências técnicas, as
ção deve ser tão clara que mesmo um leigo no cartas comerciais apresentam as seguintes partes:
assunto consiga apreender-lhes o sentido.
Concisão: o redator deve observar o • Cabeçalho ou timbre;
meio-termo, não escrevendo de forma tão pro- • Índice e número (algumas vezes apenas números);
lixa ou concisa que se torne incompreensível • Local e data;
para o leitor. • Endereço ou destino;
• Vocativo;
4.5.4. Simplificando o texto • Introdução;
• Explanação; ou desenvolvimento;
Ao escrever o texto o redator deve se • Fecho, ou encerramento;
restringir ao essencial, por economia de tem- • Assinatura;
po e levando em conta a objetividade e conci- • Iniciais (redator e datilógrafo, ou digitador).
são. Prefira expressões mais curtas, no caso, as
da direita: Obs. Algumas cartas comerciais, de cu-
nho mais informal, não fazem uso de todas as
• Acusamos o recebimento: recebemos. partes citadas, o que não constitui erro nem in-
• Segue anexo a esta: anexamos. terfere na eficácia da redação.
• Na expectativa de: esperamos.
• Um cheque nominal na importância de: um Modelos:
cheque de.
• No decorrer do ano em curso: durante. São Paulo, 10 de maio de 2003.
• Será prontamente atendido: será atendido.
• No corrente mês de maio: neste mês. Senhor Empresário
• Anteriormente citado: citado.
Estamos iniciando a comercialização de car-
Evite estas expressões clichês: tões de Natal confeccionados pelos menores da Cre-
che Nossa Senhora de Fátima.
• Agradecemos-lhe antecipadamente. Tal iniciativa se deve a uma postura de incen-
• Aguardamos ansiosamente sua resposta. tivo à criatividade infanto-juvenil, de integração do
• No devido tempo. menor à sociedade por meio da arte.
• Permita-me dizer. Convidamos V. Exa. a participar desse pro-
• Pela presente acusamos o recebimento. cesso adquirindo os cartões da Creche Nossa Senho-
• Rogamos acusar o recebimento. ra de Fátima.
• Lamentamos informar. Agradecemos, desde já, em nome dos menores,
• Servimo-nos desta para inteirá-lo. a sua ajuda.
Régis Pereira
Chefe do SvRP
MT/SB
Unidade
III
Escrevem-se com s: aliás, alisar, fase, fu- Grafia correta de algumas palavras:
são, atrás, quiser, colisão, nasal, pêsames, inclusive, Com g: angélico, estrangeiro, evangelho, gerin-
usina, mosaico, empresa, aviso, através, brasa, catali- gonça, sargento, sugestão, tangerina, gengibre, gengiva,
sar, cisão, lisonjeiro, surpresa, lisura, crase, despesa, herege, monge, vagido, ligeiro, ogiva, gim, tigela.
uso, visar, invés, brasa, atraso, atrasado, sinusite.
Escrevem-se com z: abalizar, azia, baliza, Com j: anjo, gorjeta, jenipapo, monja, ojeriza,
tenaz, veloz, coriza, sagaz, assaz, capaz, rapaz, azar, pajé, jiló, cafajeste, majestade, sarjeta.
azia, lazer, talvez, vazio, arroz, algoz, aprendiz, ba-
zar, buzina, cafuzo, rodízio, feroz, verniz, xadrez, USO DO “X” E DO “CH”
chafariz, fugaz, deslize, desprezo, giz, batizar (mas Emprega-se a letra x:
batismo), prazo. 1. Geralmente depois de ditongo. Ex: eixo,
caixa, caixote, caixão, feixe, faixa etc.
USO DO “G” E DO “J”
Emprega-se a letra g : 2. Depois de sílaba inicial en-. Ex: enxada,
1. Nas palavras terminadas em - ágio/ - enxoval, enxame, enxuto, enxaguar, enxaque-
égio/ - ígio/ - ógio/ úgio. Ex: pedágio, ca etc. Exceções: encher e seus derivados
régio, litígio, relógio, refúgio. são grafados com ch: enchimento, enchen-
68 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III
6. Nos vocábulos formados pelo prefixo das por b e r por meio de hífen: sub-re-
supra, seguido por palavra começada gião, sub-bibliotecário;
por vogal, por r ou s:
supra-renal • Os prefixos ab e ob só admitem hífen di-
supra-sumo ante de palavras iniciadas por r: ab-rogar,
supra-axila ob-rogatório;
cadas entre vírgulas. Ex: O semestre foi Após no entanto, entretanto, por isso, porém,
difícil; não me queixo, porém./ Era pre- contudo, todavia, entretanto, quando essas palavras
ciso, pois, levar o caso as últimas conse- ou expressões iniciarem o período.
qüências.
Ex: No entanto o líder do partido deixou cla-
• As orações adjetivas não restritivas (ex- ro que não aceitará discussões./No entanto,
plicativas), os apostos, os vocativos, de- o líder do partido deixou claro que não acei-
vem ser separados por vírgulas. Ex: Pro- tará discussões.Cuidado! Não existe essa
fessores, é chegada a hora de tomar uma opção quando essas palavras ou expressões
decisão./ Rodin, o grande escultor, teve uma não iniciarem o período. Ex: O líder do par-
existência atribulada. O homem, que é um tido declarou que participará da sessão, no en-
animal racional, deve ser sensato em to- tanto avisa que não aceitará discussões.
das as suas atitudes.
Antes de orações adverbiais de alguma
• Utiliza-se a vírgula também para indicar extensão que venham após a oração principal.
a elipse (ocultação) de verbo ou outro ter-
mo anterior. Ex: As mulheres agem com Ex: O vereador deixará o partido se a Câma-
o coração; os homens, com a cabeça./ ra não aprovar a CPI para apurar o caso das
Os meninos brincam de bola; as meninas, licitações./ O vereador deixará o partido, se
de bonecas. a Câmara não aprovar a CPI para apurar o
caso das licitações.
• Separam-se os topônimos, nas datas. Ex:
São Paulo, 10 de março de 2003.
Considerações gerais:
za/camisas cinza, parede (cor de) gelo/ O adjetivo concorda com o último subs-
paredes gelo. tantivo, independentemente de número e
Casos que merecem destaque: são inva- gênero. Ex: Ele usava cinto e camisa preta.
riáveis azul-celeste e azul-marinho.
Ex: camisa azul-celeste/camisas azul-ce- 3. Dois ou mais adjetivos modificando
leste, camisa azul-marinho/camisas azul- apenas um substantivo. Ex: Aprecio as
marinho, calça azul-celeste/calças azul- literaturas brasileira e francesa/Aprecio
celeste. a literatura brasileira e a portuguesa.
(duas possibilidades de concordância)
• Em surdo-mudo variam os dois elementos.
Ex: surdo-mudo/surdos-mudos. 4. Numerais ordinais que vêm antes de um
único substantivo. Existem duas possibi-
5.5 – CONCORDÂNCIA NOMINAL E lidades de concordância. Ex: Escola Es-
VERBAL tadual de Primeiro e Segundo Grau José
de Alencar./Escola Estadual de Primei-
A concordância nominal trata da harmo- ro e Segundo Graus José de Alencar.
nia entre as palavras que formam um grupo
nominal: substantivo (ou pronome que o re- 5. Algumas expressões merecem destaque.
presente) e seus modificadores, que podem Mesmo/mesma: A palavra mesmo é variá-
ser o artigo, o adjetivo, o pronome, o nume- vel, devendo concordar em gênero e
ral ou o particípio. número com o termo enfatizado. Ex: Eu
Alguns casos de concordância merecem mesma fiz a sobremesa./ Eu mesmo con-
especial atenção: sertei meu carro./Elas mesmas fizeram o
1. Adjetivo ou pronome modificando ape- almoço./Eles mesmos arrumaram suas
nas um substantivo. As palavras que malas. Obs: Quando significar realmente,
modificam o substantivo devem con- a palavra é invariável. Ex: Eles fizeram
cordar em número (singular e plural) e mesmo o que prometeram.
gênero (feminino e masculino) com ele. Anexo/anexa: Concorda em gênero e nú-
Ex: Minha caneta é vermelha./Minhas ca- mero com o termo ao qual se refere: foto-
netas são vermelhas. cópias anexas/documentos anexos. Veja os
exemplos: Seguem anexas as fotocópias./
2. Adjetivo ou pronome modificando dois Segue anexa a nota promissória. Aten-
ou mais substantivos ção! A expressão em anexo é invariável.
Quando vêm antes dos substantivos, os Ex: Seguem em anexo as fotocópias.
adjetivos e pronomes, via de regra, con- Quites/quite. Concorda em número com
cordam com o substantivo mais próxi- o termo que acompanha. Ex: Depois
mo. Ex: As aves sobrevoam belos cam- desse acerto, estou quite com minhas
pos e lagoas./As aves sobrevoam belas obrigações./Eles não estão quites com
lagoas e campos. suas obrigações.
O adjetivo vai para o plural, no masculi- Meio/meia. Meio é invariável. Ex: A mu-
no, se pelo menos um substantivo for lher está meio nervosa./ O homem está
masculino, ou para o plural, no femini- meio cansado. Contudo, quando é nume-
no, se todos os substantivos forem fe- ral fracionário modificador de substan-
mininos. Ex: Ele usava jaqueta e sapatos tivo, a palavra é variável. Ex: Ela tomou
pretos./ Ele age com pontualidade e meio litro de leite./ Coloque meia xícara
correção britânicas. de leite no bolo.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 75
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
um contexto é suficiente para transmitir um apenas uma oração, a qual recebe o nome de
conteúdo claro. oração absoluta (Ex: A menina dormia na sala),
Na língua portuguesa, existem alguns ti- ou composto, quando constituído por mais de
pos de frases cuja entonação é mais ou menos uma oração (Ex: Ela saiu de casa/ e não voltou mais).
previsível, de acordo com o sentido transmiti-
do. Assim: 5.6.1. Termos essenciais da oração:
Ex: Os professores, os alunos e os coor- b) Verbos: fazer, ser, estar indicando cli-
denadores organizaram a excursão. ma ou tempo cronológico.
Sujeito composto Ex: É uma hora./ Está quente./Faz dois anos
desde o meu casamento.
Em muitos casos, o sujeito não vem ex-
presso na oração, mas pode ser facilmente iden- c) O verbo haver, quando empregado com
tificado pelo contexto e está implícito na desi- referência a decurso de tempo, ou no
nência verbal. Trata-se de um sujeito simples sentido de existir.
implícito e sempre estará representado por um Ex: Há seis meses não chove nesta cidade./
pronome pessoal reto. Ex: “Quero que você me Havia muitas mulheres na festa.
ganhe, que você me apanhe...” (Caetano Veloso).
O sujeito também pode ser indetermi- Obs: O verbo existir não é impessoal,
nado, quando não se pode (ou não se quer pre- então terá o sujeito concordando regu-
cisar que elemento da oração é o sujeito. Ex: larmente com ele. Ex: Existem seres de
Mataram minha cadela de estimação./ Precisa-se de outros planetas.
motoqueiros.
Obs. Se a palavra se for partícula apassi- 5.6.4. Tipos de predicado:
vadora, o sujeito não será indeterminado, já
que estará expresso na oração. Ex: Aluga-se Existem três tipos de predicado:
uma casa de praia. O sujeito é uma casa de
praia. O se é partícula apassivadora quando PREDICADO VERBAL: É aquele que
vem acompanhado de verbo que não é transi- tem um verbo (transitivo ou intransiti-
tivo (v.t.d.) direto (sem preposição). O sujeito vo) como núcleo significativo. Ex: O dia
é expresso na oração. amanheceu./Senti uma sensação estra-
nha./ Contaram a triste verdade ao rapaz
Ex: Revelou-se a idade do seqüestrador. enganado.
v.t.d. sujeito
PREDICADO NOMINAL: É aquele que
O se é índice de indeterminação do su- tem um nome como núcleo significativo;
jeito quando vem acompanhado de verbo que esse nome atribui uma qualidade ou um esta-
não é transitivo direto; nesse caso, o sujeito é do ao sujeito, sendo chamado de predicativo
indeterminado. do sujeito. Nesse caso, o verbo não será sig-
nificativo, funcionando somente como elo
Ex: Confia-se em pessoas religiosas. entre o sujeito e o atributo (qualidade) do
v.i. sujeito. Esse tipo de verbo é chamado ver-
bo de ligação. Ex: Marcos estava chateado./
5.6.3. Oração sem sujeito: Maria estava agitada.
9. ( ) Enredo, personagens e tempo são 19. ( ) O termo circular caracteriza uma cópia
elementos da narração. integral, exata e certificada de um documento;
27. ( ) Quanto ao uso da crase, está corre- 29 ( ) A oração, na qual o predicado é indis-
ta a frase “Ele usava sapatos à Luís XV” pensável, é definida como período composto.
BIBLIOGRAFIA
SAVIOLI, Francisco Platão & FIORIN, José Luiz, Para Entender o Texto –
Leitura e Redação.São Paulo, Editora Ática, 8º edição, 1994.
TERRA, Ernani & NICOLA, José de. Gramática, Literatura e Redação para
o 2º Grau. São Paulo: Editora Scipione, 1997.
GABARIT
GABARITOO
EXERCÍCIO I EXERCÍCIO II
Noções de
Matemática Financeira
MÓDULO 02
BRASÍLIA – 2005
Os textos do presente Módulo não podem ser reproduzidos sem autorização do
INEDI – Instituto Nacional de Ensino a Distância
SDS – Ed. Boulevard Center, Salas 405/410 – Brasília - DF
Telefax: (0XX61) 3321-6614
COORDENAÇÃO NACIONAL
André Luiz Bravim – Diretor Administrativo
Antônio Armando Cavalcante Soares – Diretor Secretário
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Maria Alzira Dallla Bernardina Corassa – Pedagoga
COORDENAÇÃO DIDÁTICA COM ADAPTAÇÃO PARA EAD
Neuma Melo da Cruz Santos – Bacharel em Ciências da Educação
COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO
José de Oliveira Rodrigues – Extensão em Didática
Josélio Lopes da Silva – Bacharel em Letras
EQUIPE DE APOIO TÉCNICO: INEDI/DF
André Luiz Bravim
Rogério Ferreira Coêlho
Robson dos Santos Souza
Francisco de Assis de Souza Martins
PRODUÇÃO EDITORIAL
Luiz Góes
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA
Vicente Júnior
IMPRESSÃO GRÁFICA
Gráfica e Editora Equipe Ltda
347.46:111
C490m
Caro Aluno
Em síntese, caro aluno, o estudo dedicado do conteúdo deste módulo lhe permitirá
o domínio dos conceitos mais elementares de Matemática Financeira, além do
conhecimento dos instrumentos básicos para que o futuro profissional possa atingir os
seus objetivos no mercado de imóveis. Enfim, ao concluir seus estudos neste módulo você
terá vencido uma importante etapa para atuar com destaque neste seguimento da economia
nacional.
Boa sorte!
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 07
UNIDADE I
1. NÚMEROS PROPORCIONAIS..............................................................................12
4. INFLAÇÃO .............................................................................................................21
UNIDADE II
5. CAPITALIZAÇÃO SIMPLES ..................................................................................25
5.1 – Juros simples .................................................................................................25
5.2 – Montante simples .........................................................................................27
5.3 – Desconto simples ..........................................................................................27
O estudo deve ser uma constante na vida do aluno, pois, aquele que
conseguir aliar fundamentação teórica à prática, terá um poderoso instru-
mento de trabalho nas mãos, além é claro, de clientes para efetuar negócios.
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Unidade
I
INTRODUÇÃO
3.32 = 96
4.24 = 96, logo 3.32 = 4.24
a) Pense um pouco e responda: porque é im-
Essa frações são iguais, existe uma pro-
portante para o corretor de imóveis conhecer
porção entre elas. Porque, numa proporção
noções de razão e proporção?
os produtos do numerador de uma fração
_____________________________________
pelo denominador da outra fração são
_____________________________________
iguais.
O corretor que já conhecia essa impor-
b) Calcule a razão entre a e b, sabendo-se que
tante propriedade usada em Matemática fez o
a = 32 e b = 28.
seguinte: substituiu o ponto de interrogação
_____________________________________
pela letra “x” que fica no lugar do termo desco-
_____________________________________
nhecido.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 13
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
EXEMPLO
Dividir o número 850 em partes proporcio-
nais aos números 1, 4 e 5.
Observação: como a divisão é proporcional
a três números, o número 850 será dividido
em três partes.
Solução: vamos supor que as três partes do
número 850 sejam representadas, respecti-
vamente, pelas letras X, Y e Z.
850
X= * 1 = 85.
1+ 4 + 5
850
Y= * 4 = 340.
1+ 4 + 5
850
Z= * 5 = 425.
1+ 4 + 5
3 x
=
4 100
4 . x = 3 . 100
4x = 300
3 75
x = 75, então = = 75%.
4 100
27
27% = = 0,27. Assim: 0,27 x 270 = 72,9.
100
Sendo o lucro calculado sobre o preço para 8. Determine o preço de venda sabendo-
de custo, este terá o valor de 100%. se que o preço de custo foi de R$2.500,00.
Exemplo 5: Solução:
Custo Prejuízo Venda
Uma mercadoria que foi comprada por 2.500 P PRV
R$1.050,00 foi vendida, com um prejuízo de
12 4 8
42%, sobre o preço de venda. Calcule o preço
de venda.
2.500 PRV
=
Solução: 12 8
142% ⎯ ⎯→ 1.050 12 . PRV = 2500 . 8
100% ⎯ PRV = 1666,67.
⎯→ X
142 . X = 100 . 1050
X = 739,44. O preço de venda é R$1.666,67.
O preço de venda é R$739,44.
A relação de proporcionalidade entre o
Como o prejuízo é de 42% sobre o pre- prejuízo e o preço de venda é estabelecida
ço de venda, este corresponderá a pela taxa 4 para 8. Temos assim 8 unida-
100%. O preço de custo corresponde- des de preço de venda para 4 unidades de
rá então a 142%. prejuízo e, conseqüentemente, para cada
12 unidades de custo, neste exercício.
Exemplo 6:
3. TAXA DE JUROS
b) R$ 500.000,00 Quando pedimos emprestado uma certa
valor inicial do imóvel.
a) o lucro corresponde a 56% do quantia a uma pessoa ou a uma instituição fi-
nanceira é normal, pelo transcurso do tempo,
pagarmos o valor que nos foi emprestado, acres-
cido de “ outra quantia que representa o alu-
guel pago pelo empréstimo”.
Essa outra quantia representa o juro, ou
seja, representa o bônus que se paga por um
capital emprestado.
O juro que é produzido em uma determi-
nada unidade de tempo ( ao ano, ao mês, ao dia),
representa uma certa porcentagem do capital ou
do montante, cuja taxa se chama Taxa de Juros.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
1º) - O mês comercial possui 30 dias;
- O ano comercial possui 360 dias;
- O ano civil possui 365 dias.
12%
i= = 1% ao mês.
12
resposta: 1% ao mês.
3.2 – JURO EXATO E JURO COMERCIAL Uma família pobre tende a utilizar o pou-
co dinheiro conseguido para comprar gêneros
Geralmente, nas operações correntes, a alimentícios. O restante do dinheiro, geralmen-
curto prazo, os bancos comerciais utilizam o te, é utilizado para o pagamento de serviços de
prazo n ( tempo ) expresso em dias. Assim, no água, luz e esgoto.
cálculo do juro exato, teremos a taxa de juros i Em uma família abastada, além dos gas-
dividida por 365 dias, pois o ano utilizado é o tos com alimentos, água tratada e eletricidade,
ano civil. costuma-se também gastar com roupas, carros,
No cálculo do juro comercial, teremos a viagens, clínicas de beleza e estética, entre ou-
taxa de juros i dividida por 360 dias, pois o ano tras coisas mais.
utilizado é o ano comercial. Assim, um aumento nos preços dos pro-
i dutos de beleza e rejuvenescimento, terá peso
Juro Exato ⎯
⎯→ J = C x 365 x n. zero no custo de vida da família pobre e um
acréscimo no orçamento da família rica.
Em suma, o custo de vida aumenta quan-
i do um produto que possui um determinado
Juro Comercial ⎯
⎯→ J = C x 360 x n.
peso nas contas mensais, sofre também um au-
mento.
Obs: As fórmulas do juro exato e do juro
comercial serão abordadas no tópico capitali- EXEMPLO DE AUMENTO DO
zação simples. Por enquanto, basta compreen- CUSTO DE VIDA
der que as divisões feitas nas duas fórmulas fo-
ram necessárias para que, a unidade de tempo, Um casal gasta de seu orçamento mensal
entre n e i, fossem iguais. 12% com alimentação, 10% com vestuá-
rio, 8% com plano de saúde e 5% com o
4. INFLAÇÃO lazer.
A inflação é caracterizada por um au- Acontece, então, uma elevação geral nos
mento geral e cumulativo dos preços. Esse au- preços, acrescentando um aumento de 3%
mento não atinge apenas alguns setores, mas o nos gastos com alimento, 5% nos gastos com
bloco econômico, como um todo. O aumento vestuário, 4% nos gastos com plano de saú-
cumulativo dos preços acontece de forma con- de e 2% nos gastos com o lazer. Calcule o
tínua, prolongando-se, ainda, por um tempo aumento do custo de vida no mês.
indeterminado.
O Estado, em associação com a rede ban- Solução:
cária, aumenta o volume do montante dos meios
de pagamento para atender a uma necessidade Para o cálculo do aumento, proporciona-
de demanda por moeda legal. Associado a esse do por cada produto, deve-se multiplicar
aumento do montante de pagamento aconte- o gasto no orçamento na forma unitária
ce, também, o aumento dos preços. com o aumento dos produtos na forma
O aumento dos preços gera a elevação do unitária.
custo de vida, popularmente chamado de ca-
restia. Alimentos: 0,12 x 0,03 = 0,0036.
O custo de vida apresenta-se com peso Vestuário: 0,10 x 0,05 = 0,005.
variado nas diferentes classes econômicas. Plano de Saúde: 0,08 x 0,04 = 0,0032.
Lazer: 0,05 x 0,02 = 0,001.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 21
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Unidade
II
b) i = 1,80% a.m.
a) R$ 13.650,00.
Exemplo 1: Um capital de R$1.550,00 foi Toda vez que se paga um título, antes da
aplicado durante um período de 8 meses, à data de seu vencimento, obtemos um desconto
taxa de 24% ao ano, no regime de capitali- (abatimento).
zação simples. Calcule o montante.
Algumas considerações:
Solução: S = J + C • Valor Nominal (VN) é o valor indicado
C = 1550. no título, na data de seu vencimento.
24% • Valor Atual (VA) é o valor do título no
i = 24% ao ano ⎯
⎯→ = 2% ao dia do seu pagamento antecipado, ou
12
seja, antes da data de vencimento.
mês = 0,02.
D =VN – VA
n = 8 meses.
Onde: D = Desconto.
J = C x i x n.
• Desconto Racional ou “Por Dentro”:
J = 1550 x 0,02 x 8.
Equivale aos juros simples produzidos pelo va-
J = 248.
lor atual, à taxa utilizada e ao período de tempo
S = J + C.
correspondente.
S = 248 + 1550.
S = 1798.
FÓRMULA
S = R$1.798,00.
VA DR VN
= =
Exemplo 2: Calcule o tempo no qual deve- 1 i .n 1 + i .n
se aplicar uma quantia de R$ 200.000,00,
para obter um montante simples de Onde:
R$360.000,00, à taxa de 16% ao mês. DR = Desconto Racional;
VA = Valor Atual;
Solução: C = 200.000. VN = Valor Nominal;
S = C x (i x n + 1) i = taxa;
S = 360.000. n = Período de Tempo.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 27
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
b) R$ 900,00.
a) t = 10 meses.
[
j = C x (1 + i )n − 1 ] 6.2 – MONTANTE COMPOSTO
⎯
⎯
⎯
⎯
FÓRMULA
Onde:
j = Juros Compostos;
s = C x ( 1+i ) n
C = Capital Inicial;
( 1+i ) n = Fator de Capitalização;
Onde:
i = Taxa de Juros;
s = Montante Composto;
n = Período de Tempo.
C = Capital Principal;
( 1+i ) n = Fator de Capitalização.
Exemplo 1: Ao se aplicar um capital de
R$829,30, no regime de capitalização com- i = Taxa de Juros;
posta, por um período de 3 meses, à taxa de n = Período de Tempo.
2,4% ao mês, qual será o juro obtido?
Exemplo 1: Calcule o montante composto para
Solução: C = 829,30. um capital de R$627,43, aplicado à taxa de 2%
[ ]
ao bimestre, durante um período de 6 meses.
j = C x (1 + i )n − 1
i = 2,4% ao mês = 0,024. Solução: C = 627,43.
[
j = 829,30 x (1 + 0,024 )3 − 1 ] i = 2% ao bimestre = 0,02.
n = 6 meses
n = 3 meses.
Como 6 meses correspondem a três bimes-
[
j = 829,30 x (1,024 ) − 1
3
] tres, o n será igual a 3, pois o período de
capitalização é bimestral.
30 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
MATEMÁTICA FINANCEIRA – Unidade II
1.250,52 Onde:
VA =
(1,017 )2 M = Montante;
Dep = Depósitos.
1.250,52
VA =
1,034289 Exemplo: Calcule o montante de uma série
VA = 1.209,06. de 4 depósitos de R$ 230,00 cada um, efe-
D = VN – VA tuados no fim de cada mês, à taxa de 2% ao
D = 1.250,52 – 1.209,06 mês, após o quarto depósito.
D = 41,46
D = R$41,46. Solução: Dep = 230.
i = 2% ao mês = 0,02.
32 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
MATEMÁTICA FINANCEIRA – Unidade II
(1 + i )n − 1
M = Dep x
i
(1 + 0,02 )4 − 1
M = 230 x a) Um título bancário no valor de R$ 18.500,00
0,02
foi descontado 4 meses antes de seu
(1,02 )4 − 1 vencimento, gerando um valor líquido para o
M = 230 x
0,02 credor de R$ 12.500,00. Qual a taxa de
desconto percentual mensal usada na operação?
(1,082432 ) − 1 _______________________________________
M = 230 x
0,02 _______________________________________
0,082432
M = 230 x
0,02
M = 230 x 4,1216 1. i = 12% a.m.
M = 947,96
M = R$947,96.
FÓRMULA:
(1 + i a ) = (1 + im )12 (1 + i a ) = (1 + i m )12
Onde:
ia= Taxa anual composta;
im= Taxa mensal composta.
11. A taxa de juros de 18% ao ano, equivale a 16. Calcule o montante de uma série de 3 de-
quantos % ao mês? pósitos de R$ 150,00 cada um, efetuados no
a) 1,50% ao mês. fim de cada mês, à taxa de 1% ao mês, após o
b) 1,30% ao mês. terceiro depósito:
c) 1,25% ao mês. a) R$ 450,47
d) 1,35% ao mês. b) R$ 454,51
e) 1,55% ao mês. c) R$ 460,51
d) R$ 458,87
12. A taxa de juros de 3,75% ao mês, equivale e) R$ 465,00
a quantos % ao ano?
a) 40% ao ano. 17. Calcule o montante, da aplicação de um
b) 45% ao ano. capital de R$ 35.000,00, durante um período
c) 35% ao ano. de 4 meses, a juros compostos de 7% ao mês:
d) 30% ao ano. a) R$ 50.887,86
e) 42% ao ano. b) R$ 48.787,90
c) R$ 46.560,86
13. Calcule os juros simples para um d) R$ 45.877,86
capital de R$ 823,00, aplicado à taxa e) R$ 42.900,86
de 24% ao ano, durante um período
de 6 meses: 18. No regime de capitalização simples, a taxa
a) R$ 101,00. acumulada a 18% ao ano, aplicada durante 4
b) R$ 99,40. meses é de:
c) R$ 98,76. a) 7%
d) R$ 95,20. b) 4%
e) R$ 97,40. c) 6%
d) 8%
14. Calcule a taxa necessária para transfor- e) 10%
mar R$ 15.000,00 em R$ 25.000,00 no
prazo de 3 meses no regime de capitalização 19. No regime de capitalização composta,
simples (juros simples): determine a taxa anual equivalente à taxa
a) 22,22% ao mês. mensal de 1,5%:
b) 22,23% ao ano. a) 19,56%
c) 2,22% ao ano. b) 20,06%
d) 2,22% ao mês. c) 22,07%
e) 88,22% ao mês. d) 18,40%
e) 18,56%
15. Aplicando-se a juros simples a quantia de
R$ 30.000,00, durante 8 meses, à taxa de 5% 20. Um capital C foi aplicado em um sistema de
ao mês, qual será o montante obtido no final capitalização que, pagou juros compostos, à taxa
do período? de 10% ao mês. Após um bimestre, o montante
a) R$ 34.000,00 era de R$ 1.050,00. Calcule o valor do capital C:
b) R$ 36.000,00 a) R$ 850,50
c) R$ 38.000,00 b) R$ 855,46
d) R$ 40.000,00 c) R$ 867,76
e) R$ 42.000,00 d) R$ 870,40
e) R$ 872,76
36 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
MATEMÁTICA FINANCEIRA
21. Um capital de R$ 2.330,00 eleva-se para 26. Calcule o montante produzido pelo capi-
R$ 2.790,00 , em 1 ano, no regime de capita- tal de R$ 7.702,00, a juros compostos de 6,2%
lização simples. Calcule a taxa de aplicação ao ao ano, em um período de 3 anos:
ano. a) R$ 8.340,00
a) 19,50% ao ano b) R$ 8.400,65
b) 19,74% ao ano c) R$ 8.686,65
c) 18,56% ao ano d) R$ 8.540,70
d) 13,74% ao ano e) R$ 7.680,00
e) 15,64% ao ano
27. Calcule o valor do desconto composto para
22. Calcule o montante simples para um capi- uma dívida de R$ 6.000,00 que foi desconta-
tal de R$11.111,00, aplicado por um período da 1 ano antes do vencimento, à taxa de 15%
de 72 dias, à taxa de 18% ao ano: ao ano:
a) R$ 11.350,60 a) R$ 640,00
b) R$ 11.430,23 b) R$ 690,61
c) R$ 12.400,00 c) R$ 794,61
d) R$ 11.510,99 d) R$ 760,60
e) R$ 10.540,99 e) R$ 782,61
23. Uma Letra de R$ 555,55 reduziu-se a R$ 28. Um produto obteve dois aumentos conse-
490,00 quando foi paga um mês antes do ven- cutivos de 5% e 9%. No regime de capitaliza-
cimento. Calcule a taxa de desconto comercial ção composta, calcule o aumento final do pro-
simples: duto:
a) 12,33% ao mês a) 12,45%
b) 11,55% ao mês b) 13,00%
c) 13,55% ao mês c) 13,45%
d) 12,40% ao mês d) 14,00%
e) 11,80% ao mês e) 14,45%
24. Sabendo-se que a taxa semestral é de 3,24%, 29. Calcule a taxa semestral proporcional a
calcule o valor da taxa nominal anual: 47,42% ao ano:
a) 6,40% ao ano a) 4,74%
b) 6,48% ao ano b) 20,42%
c) 5,72% ao ano c) 25,00%
d) 6,58% ao ano d) 23,71%
e) 6,48% ao mês e) 23,00%
25. Calcular os juros compostos de um capital 30. Calcule os juros simples para um capital de
de R$ 14.401,00, à taxa de 8,6% ao ano, du- R$ 57,57, à taxa de 9% ao mês,durante um
rante um período de 3 anos: período de 23 dias:
a) R$ 4.300,00 a) R$ 4,50
b) R$ 3.390,15 b) R$ 5,97
c) R$ 4.100,15 c) R$ 3,97
d) R$ 4.044,15 d) R$ 2,62
e) R$ 4.032,00 e) R$ 3,45
BIBLIOGRAFIA
GABARIT
GABARITOO
1-A 16-B
2-E 17-D
3-B 18-C
4-D 19-A
5-C 20-C
6-A 21-B
7-E 22-D
8-A 23-E
9-E 24-B
10-C 25-D
11-A 26-C
12-B 27-E
13-C 28-E
14-A 29-D
15-E 30-C
Noções de
Economia e Mercados
MÓDULO 03
BRASÍLIA – 2005
Os textos do presente Módulo não podem ser reproduzidos sem autorização do
INEDI – Instituto Nacional de Ensino a Distância
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347.46:645
C836m
Caro Aluno
Em síntese, caro aluno, o estudo dedicado do conteúdo deste módulo lhe permitirá
não só o domínio dos conceitos mais elementares de Economia e Mercados, como
também a melhor abordagem do consumidor, além do conhecimento dos instrumentos
básicos para que o futuro profissional possa atingir os seus objetivos no mercado de
imóveis. Enfim, ao concluir seus estudos neste módulo você terá vencido uma importante
etapa para atuar com destaque neste seguimento da economia nacional.
Boa sorte!
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......... ...................................................................................................07
UNIDADE I
1. INTRODUÇÃO À ECONOMIA ..............................................................................11
1.1 – Conceito de economia ...................................................................................11
1.2 – O problema fundamental da economia ..........................................................11
1.3 – Quatro perguntas fundamentais .....................................................................12
1.4 – A curva de possibilidades de produção .........................................................13
1.5 – Os fatores de produção .................................................................................14
1.6 – O sistema econômico ....................................................................................15
4. O MERCADO...... .....................................................................................................22
4.1 – O preço de equilíbrio ....................................................................................22
4.2 – Classificação dos mercados ...........................................................................22
6. EMPREGO......... ......................................................................................................25
6.1 – Mercado de Trabalho ....................................................................................25
6.2 – Oferta e demanda de emprego .......................................................................25
UNIDADE II
7. ECONOMIA MONETÁRIA ....................................................................................29
7.1 – A moeda: sua história e suas modalidades ......................................................29
7.2 – Funções de moeda ........................................................................................30
7.3 – Demanda e oferta de moeda ..........................................................................31
7.4 – As taxas de juros de equilíbrio .......................................................................32
9. INFLAÇÃO........... ....................................................................................................34
9.1 – A definição e a medida da inflação .................................................................34
9.2 – As conseqüências da inflação .........................................................................34
9.3 – Inflação de demanda e inflação de custo .........................................................34
9.4 – A inflação no Brasil .......................................................................................35
INTRODUÇÃO
Invista em você mesmo, sendo aplicado nos estudos, e tenha uma vida
de vitórias e realizações.
Boa Sorte!
A economia passou a ser vista como ci- “A economia é a ciência que estuda as formas
ência a partir da Grécia antiga, onde tivemos de comportamento humano resultantes da rela-
os primeiros registros de trabalhos econômi- ção existente entre as ilimitadas necessidades a
cos. satisfazer e os recursos que, embora escassos,
A economia faz parte de uma ciência maior, se prestam a usos alternativos”.
denominada ciências sociais. A economia es- ROSSETTI (1997, p.52.)
tuda a ação econômica do homem, envolven-
do, essencialmente, o processo de produção, a A partir deste conceito, pode-se verifi-
geração e a apropriação da renda, o dispêndio car que a preocupação básica da economia se
(as despesas) e o processo de acumulação. refere aos escassos recursos para atender as
A economia, para que possa dar respos- necessidades ilimitadas.
tas aos problemas econômicos, procura o res- Tal conceito demonstra que a economia con-
paldo de outras áreas do conhecimento - das sidera o fato de que se pode ter necessidades ilimi-
ciências humanas, das ciências exatas (matemá- tadas para satisfazer e que os recursos para tal fim
tica) e outras ciências, com o objetivo de re- são escassos. Nesse caso, tem-se que escolher a
solver os problemas econômicos. melhor alocação dos recursos capazes de produ-
Em outras palavras, a economia, segun- zir o necessário para satisfazer as necessidades.
do Rossetti (1997), se preocupa com todos os Essas escolhas são feitas pelos agentes
aspectos que estejam relacionados à produção, econômicos. São agentes econômicos
distribuição, custos e acumulação de bens e • unidades familiares,
serviços. • empresas e
A economia se preocupa com grandes • governo
temas que interferem de uma ou de outra ma- A economia procura examinar as opções
neira na vida do homem. Dentre eles temos: viáveis que se apresentam aos agentes econô-
escassez de recursos, emprego, produção, micos para empregar os limitados recursos sob
trocas, valor, moeda, preços, mercados, con- seu comando, tomando decisões racionais di-
corrência, remunerações, agregados, transa- ante de várias alternativas.
ções, crescimento, equilíbrio, organização.
Tais temas fazem parte da vida do homem e 1.2 – O PROBLEMA FUNDAMENTAL
representam o campo de estudo da ciência DA ECONOMIA
econômica.
Segundo Rossetti (1997), o problema
1.1 – CONCEITO DE ECONOMIA fundamental da economia está relacionado ao
conflito entre os recursos limitados e necessi-
Devido à complexidade dos problemas dades ilimitáveis. Em outras palavras, o pro-
que envolvem o comportamento do homem, blema fundamental da economia se refere à
existem conceitos diferentes para a economia. escassez dos recursos de produção.
A cada época, devido às concepções políticas- Quando não se tem abundância relativa
ideológicas de cada sociedade, pode-se obser- dos recursos de produção, as necessidades não
var a economia sob um ângulo diferenciado. são completamente satisfeitas. Se todos os bens
Na medida em que novas preocupações fossem livres, a disponibilidade ilimitada de
de ordem econômica vão surgindo na vida do recursos seria de tal ordem que a obtenção de
homem, o seu conceito vai evoluindo. quaisquer bens não seria problema. Daí, não
10 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I
Esses agentes - unidades familiares, em- tão transformadas, são direcionadas para as
presas e governo - fazem parte do processo outras atividades de produção.
produtivo em que se tem que escolher entre É a partir da interação com os demais
alternativas diferentes, devido à escassez de fatores de produção que se viabiliza o efetivo
recursos. aproveitamento da terra. A consciência social
Todos os agentes econômicos, conside- sobre sua preservação e reposição é muito
rados isoladamente ou em conjunto, defron- importante, no intuito de que se tenha um me-
tam com essa restrição econômica. lhor aproveitamento.
As unidades familiares podem ter aspi-
rações ilimitadas, mas defrontam com a amar- b) Fator Trabalho
ga realidade dos recursos escassos, definidos
por orçamentos restritos proveniente de sua A população de um País é constituída
limitação de renda. por pessoas de diferentes idades, de várias fai-
Normalmente, alguma coisa é sacrifica- xas etárias. A partir de determinada faixa etá-
da em favor de outra. As prioridades decidi- ria, as pessoas começam a produzir, a render
das, não importam quais sejam, traduzem sem- bens e serviços para si e para a família. Ela
pre custos de oportunidade. Custos de se pro- desenvolve, então algum tipo de trabalho que
duzir um bem em detrimento do sacrifício de passa a ser um fator de economia.
outro. Em outras palavras, refere-se ao custo O Fator Trabalho é, portanto, consti-
de se deixar de produzir um bem em detrimen- tuído por uma parcela da população que con-
to de outro. tribui para o processo de produção. Essa
parcela é denominada população economicamente
1.5 – OS FATORES DE PRODUÇÃO ativa.
Essa parte da população total, conside-
Os fatores de produção representam os rada produtiva, é definida por faixas etárias
recursos disponíveis que, combinados, são di- Os limites da faixa etária considerada,
recionados para a produção de bens e/ou ser- economicamente ativa, variam em função de
viços para o atendimento das necessidades da dois fatores relevantes:
população. São considerados fatores de pro-
dução: • estágio de desenvolvimento da eco-
nomia,
• a Terra • e o conjunto de definições instituci-
• o Trabalho onais, geralmente expresso através
• o Capital da legislação social e previdenciária.
• a Capacidade Tecnológica.
• a Capacidade Empresarial Em todos os países, uma parcela da po-
pulação economicamente ativa, embora apta,
a) Fator Terra fica à margem do processo produtivo. É a
porção economicamente inativa. São, quase
O Fator Terra constitui a base sobre a sempre, os desempregados.
qual se exercem as atividades dos demais re-
cursos de produção. As reservas naturais, re- c) Fator Capital
nováveis ou não, encontram-se na base de todo
o processo de produção. Fator Capital é o conjunto das riquezas
As dádivas da natureza, aproveitadas acumuladas pela sociedade. Com o emprego
pelo homem em seus estados naturais ou en- dessas riquezas é que a população ativa se equi-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 13
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
2. TEORIA ELEMENTAR DA
DEMANDA
mas sim camisa, enquanto a máquina de cos- b) Após sua pesquisa, responda quais as prin-
tura continua como tal, sendo utilizada para cipais variáveis que influenciam a demanda:
produzir outros bens. _______________________________________
_______________________________________
Bens substitutos são bens que interfe-
rem na demanda de um produto por parte do c) Tente descrever, com suas palavras, o que é
consumidor. Assim, quanto mais substitutos “ceteris paribus” :
houver para um bem e/ou serviço, mais op- _______________________________________
ções o consumidor terá à sua disposição para _______________________________________
decidir sobre a sua demanda. Neste caso, pe-
quenas variações em seu preço, para cima, por d) Para sedimentar o aprendizado, descreva
exemplo, farão com que o consumidor passe a o que é e como se classificam os bens econô-
adquirir mais de seu produto substituto, pro- micos:
vocando queda em sua demanda maior do que _______________________________________
a variação do preço. _______________________________________
Por exemplo, o consumidor tem sua de-
manda por uma certa quantidade de tomate,
que possui vários substitutos (repolho, cenou-
ra, vagem, pepino, abóbora, etc.). Neste caso,
qualquer variação de preço do tomate, por
menor que seja, leva o consumidor a trocar
uma certa quantidade (ou toda ela) de tomate
por quantidades de produtos substitutos.
São decorrentes dos gastos com os fatores do período de tempo. Então como receita
fixos de produção, como por exemplo, de- teremos:
preciação, aluguéis, seguros, etc.
Já os custos variáveis totais (CVT), RT = P x Q
correspondem à parcela dos custos totais
que variam com o aumento da produção. São Onde:
despesas realizadas com a compra da maté- RT = receita total; P = preço e Q = quan-
ria-prima, materiais secundários, mão-de- tidade.
obra direta, etc. Ou seja, receita total é igual ao preço do
Os custos, também, podem ser classifi- bem ou serviço multiplicado por sua respecti-
cados de curto ou longo prazo. va quantidade vendida.
Os custos de curto prazo são caracteri- Qualquer empresa, que deseje maxi-
zados por serem compostos por parcelas de mizar lucros, escolherá o nível de produ-
custos fixos e de custos variáveis. ção para o qual a diferença positiva entre
Os custos de longo prazo são formados receita total e custo total sejam a maior
unicamente por custos variáveis, pois a partir possível.
de determinado momento, os próprios custos
fixos que eram fixos passam a aumentar, pois
aumentou o número de máquinas para produ- 3.3 – CURVA DE OFERTA
zir mais mercadorias.
Os custos são, ainda classificados como Em Economia, oferta significa a quanti-
médios e marginais. dade de bens ou serviços que se oferece aos
Os custos médios são obtidos pela divi- consumidores.
são entre o custo total e a quantidade produzi- A oferta representa as várias quantida-
da, ou seja, representa o custo médio para se des que os produtores desejam oferecer ao mer-
produzir determinado produto. cado em determinado período de tempo. Da
O custo marginal é dado pela variação mesma maneira que a demanda, a oferta de-
do custo total em resposta a uma variação da pende de vários fatores:
quantidade produzida, ou seja, deseja saber
quanto variará o custo se acrescer uma unida- • de seu próprio preço e dos demais
de na produção. preços,
As empresas têm como objetivo maior • do preço dos fatores de produção,
a maximização de lucros. Onde se pode defi- • das preferências do empresário e
nir o lucro total como a diferença entre as re- • da tecnologia.
ceitas de vendas da empresa e os seus custos
totais de produção. Ou seja: A função oferta mostra uma relação di-
reta entre quantidade ofertada e nível de pre-
LT = RT – CT ços, ceteris paribus. Essa representa a chama-
da Lei Geral da Oferta.
Onde: A relação direta entre a quantidade ofer-
LT = lucro total; RT= receita total e tada de um bem ou serviço e seu preço deve-
CT= custo total. se ao fato de que, um aumento do preço no
Receita é o valor que é recebido, que é mercado estimula as empresas, os produtores
apurado. a produzirem mais, aumentando sua receita.
Como receita total entende-se o valor Podemos expressar a curva de demanda con-
das vendas totais realizadas num determina- forme a figura da página ao lado.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 19
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
5. CONSUMO E POUPANÇA
Então:
C = f(RND), ou seja, o consumo se dá
em função da renda, onde:
C = Consumo agregado;
RND = renda nacional disponível.
Então:
S = f(RND), ou seja, a poupança se dá
em função da renda, onde:
S = poupança agregada;
RND = renda nacional disponível.
Unidade
II
Tipos de Moeda
8. SISTEMA FINANCEIRO
res mobiliários, os seguros e a previdência com- to como se privada fosse, isto é, sem privilé-
plementar. gio algum, como é o caso do Banco do Brasil.
A lei é igual para todas.
8.1 – COMPÕEM O SISTEMA O Sistema financeiro dispõe de diversas
FINANCEIRO NACIONAL: modalidades de créditos para investimentos que
podem estar ligados aos seguintes mercados:
I - Órgãos Normativos: Mercado monetário: neste são realiza-
a) Conselho Monetário Nacional (CMN) das as operações de curtíssimo prazo com a
b) Conselho Nacional de Seguros Priva- finalidade de suprir as necessidades de caixa
dos (CNSP) dos diversos agentes econômicos, como os
c) Conselho de Gestão da Previdência empréstimos para as pessoas físicas;
Complementar (CGPC) Mercado de crédito: neste são atendidas
as necessidades de recursos de curto, médio e
II - Entidades Supervisoras: longo prazos, principalmente oriundas da de-
a) Banco Central do Brasil (Bacen) manda de crédito para aquisição de bens de
b) Comissão de Valores Mobiliários consumo durável e da demanda de capital de
(CVM) giro das empresas. Ex: crédito rápido, descon-
c) Superintendência de Seguros Privados to de duplicatas, etc. Também engloba os finan-
(Susep) ciamentos de longo prazo, como o Finame etc.
d) Instituto de Resseguros do Brasil (IRB- As pessoas envolvidas no mercado de crédito
Brasil) são chamadas de credores e devedores.
e) Secretaria de Previdência Complemen- Mercado de Capitais: procuram suprir
tar (SPC) as exigências de recursos de médio e de longo
prazos, principalmente com vistas à realização
III - Agentes operadores do sistema: de investimentos em capital. Ex: compra e ven-
a) Bancos comerciais ou múltiplos, cap- da de ações, debêntures, etc.
tadores de depósitos à vista Mercado Cambial: nele são realizadas
b) Bancos de investimentos e demais ins- a compra e a venda de moeda estrangeira, para
tituições financeiras operadoras de atender a diversas finalidades, como a compra
poupanças e empréstimos de câmbio, para importação; a venda por par-
c) Caixas Econômicas te dos exportadores; e venda/compra, para
d) Cooperativas de crédito viagens de turismo.
e) Intermediários financeiros e adminis- Mercados Primários e Secundários: Os
tradores de recursos de terceiros primários são aqueles em que se realiza a pri-
f) Bolsa de mercadorias e de futuros meira compra/venda de algum ativo recém-
g) Bolsa de valores emitido; os secundários caracterizam-se por ne-
h) Sociedades seguradoras gociarem ativos financeiros já negociados an-
i) Sociedades de capitalização teriormente.
j) Entidades abertas de previdência com- Mercados à vista, futuros e opções: Os
plementar mercados à vista negociam apenas ativos com
k) Entidades fechadas de previdência preços a vista; os mercados futuros negociam
complementar (fundos de pensão) os preços esperados de certos ativos e de mer-
(Fontes: Constituição Federal ) cadorias para determinada data futura e os
mercados de opções negociam opções de com-
No âmbito do sistema financeiro, qual- pra/venda de determinados ativos em data
quer entidade pública tem o mesmo tratamen- futura.
32 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II
anos. A partir da 2ª Guerra Mundial o País vi- se expandisse à oferta monetária. A este fator
veu épocas de inflação galopante ascendente. E de impulsão dos preços somaram-se, também,
na transição dos anos 80 para 90 esteve bem as pressões reivindicatórias da classe trabalha-
perto de uma hiperinflação descontrolada. dora, fazendo com que se impulsionasse, ain-
De uma simples leitura das séries his- da mais, o processo inflacionário.
tóricas da inflação no Brasil, pode-se obser-
var que nos últimos 50 anos aconteceram, 1964-67: Aplicação de controles orto-
pelo menos sete, períodos distintos. Eles são doxos (conforme norma) - No período, o pro-
definidos pela magnitude das taxas de varia- cesso foi o inverso ao verificado no anterior.
ção da oferta monetária e dos preços; pelas O governo adotou rígidos mecanismos orto-
causas prováveis do processo de alta e pela doxos de controle do surto inflacionário. De-
tipologia dos programas de estabilização. belou o déficit fiscal. Conteve a oferta mone-
Os períodos são: tária. Reformaram-se o sistema financeiro e a
- 1946-58: Inflação de crédito e estrutural estrutura tributária. Cada um dos fatores di-
- 1958-63: Inflação predominantemente agnosticados como causadores do surto infla-
fiscal cionário do Período anterior foi objeto de con-
- 1964-67: Aplicação de controles orto- troles rígidos. Com essas medidas, a inflação
doxos anual recuou: de uma taxa entre 80 e 90% para
- 1968-79: Inflação reprimida um novo patamar, próximo de 20%.
- 1980-85: Instalação de movimentos iner-
ciais. 1968-79: Inflação reprimida – Nessa
- 1986-94: Fase dos choques heterodoxos. década, as bases institucionais do período an-
- 1994: A fundamentação e a implantação terior foram mobilizadas para o milagre eco-
do Real. nômico. Buscou-se conciliar forte crescimento
econômico com contenção do processo infla-
1946-58: Inflação de crédito e estrutural cionário. As pressões internas, de origem finan-
- Nesse período, aceleraram-se os processos de ceira, que pressionavam a procura agregada
mudança estrutural do País, tanto no setor real para cima, somaram-se as pressões externas de
(industrialização) quanto no financeiro (criação custos, resultantes dos choques de oferta do
de instituições bancárias). Com isso, o efeito mul- cartel do petróleo. Tal fato ocasionou uma es-
tiplicador da moeda escritural exerceu-se com piral procura-custos, passando a exercer for-
maior impacto, ampliando o efeito inflacionário tes pressões de alta na inflação. Neste período,
de emissões primárias de moeda. Acentuaram- as emissões primárias de moeda utilizadas para
se, então, as pressões do setor real sobre o setor conter o déficit do setor público, multiplica-
financeiro, tanto para elevação da taxa de câm- das pelo sistema de intermediação bancária, cri-
bio, quanto para abertura de novas linhas de fi- aram uma das principais precondições para a
nanciamento subsidiado. O resultado desta com- alta inflacionária dos preços.
binação, gradualmente, promoveu a aceleração
da inflação, que saiu de um patamar de 20%, ao 1980-85: Instalação de movimentos
ano, para 40%, no final deste período. inerciais – No início da década de 1980, a in-
flação brasileira situou-se na faixa dos três dígi-
1958-63: Inflação predominantemen- tos, mantendo-se em torno de 100%. Já no iní-
te fiscal - Durante o período, aliados às pres- cio de 1986, caminhava para 300%. Instalou-se
sões por crédito pelo setor privado, somaram- na economia do país um processo inercial de
se as pressões fiscais devido aos constantes inflação, sob sustentação da correção monetá-
déficits de caixa do governo, fazendo com que ria generalizada. A inflação passada reprodu-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 35
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
11. CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO
11.1 – CRESCIMENTO E
a) No comércio externo, o que é o “Princípio DESENVOLVIMENTO
das Vantagens Comparativas”?
_________________________________________ A Teoria do Crescimento e do Desen-
_________________________________________ volvimento Econômico discute estratégias de
longo prazo, isto é, quais medidas devem ser
b) Relembre o que é Balança de Pagamentos, adotadas para um crescimento econômico equi-
escrevendo abaixo o que vem a ser: librado e auto-sustentado.
_________________________________________ Nessa Teoria, a oferta ou produção agre-
_________________________________________ gada desempenha um papel importante na tra-
jetória de crescimento de longo prazo, o que
c) Basicamente, o que representa a Balança não se observa na análise de curto prazo.
Comercial? Crescimento e desenvolvimento econô-
_________________________________________ mico são dois conceitos diferentes. Crescimento
_________________________________________ econômico é o crescimento contínuo da renda
d) Como é estabelecida a “taxa de câmbio” no per capita ao longo do tempo.
Brasil? Desenvolvimento econômico é um con-
_________________________________________ ceito mais qualitativo, incluindo as alterações
_________________________________________ da composição do produto e a alocação dos
recursos pelos diferentes setores da economia,
de forma a melhorar os indicadores de bem-
estar econômico e social.
A economia pode se encontrar em dife-
rentes estágios, como o de crescimento, ou de
regressão/depressão econômica . Diz-se que
está em regressão/depressão quando a econo-
mia está entrando em declínio no que se refere
aos seus indicadores de crescimento, tanto de
produção quanto de emprego.
Normalmente, os países ricos caracteri-
zam-se pelo crescimento de sua economia e da
produtividade com que são aproveitados os
recursos de produção.
16. ( ) São Órgãos Normativos do Siste- 23. ( ) Entre os Agentes operadores do sis-
ma Financeiro o Banco Central do Brasil (Ba- tema estão os Bancos comerciais, os Bancos
cen), a Comissão de Valores Mobiliários de investimentos, instituições financeiras ope-
(CVM), a Superintendência de Seguros Priva- radoras de poupanças e empréstimos, Caixas
dos (Susep) , o Instituto de Resseguros do Brasil Econômicas, Cooperativas de crédito, Socie-
(IRB-Brasil), a Secretaria de Previdência Com- dades seguradoras, Entidades fechadas de pre-
plementar (SPC) vidência complementar (fundos de pensão),
Bolsa de valores
17. ( ) Organização Mundial do Comércio
foi criada com o objetivo de evitar possí- II - Assinale a alternativa correta.
veis instabilidades cambiais e garantir a es-
tabilidade financeira, eliminando práticas 1) A economia faz parte de que ciência:
discriminatórias e restritivas aos pagamen- a) ciências sociais
tos multilaterais e de socorrer os países, a b) ciências biológicas
ele associados, quando da ocorrência de de- c) ciências matemáticas
sequilíbrios transitórios em seus balanços d) ciências espaciais
de pagamentos. e) nenhuma das alternativas anteriores está
correta
18. ( ) Destruição da moeda, de sua capa-
cidade de reserva de valor e de sua utilidade 2) A partir do conceito de Rossetti de econo-
como meio de pagamento é uma conseqüên- mia, onde esta é a ciência que estuda as formas
cia da inflação de comportamento humano resultantes da re-
lação existente entre as ilimitadas necessidades
19. ( ) Taxa de câmbio é a medida de con- a satisfazer e os recursos que, embora escas-
versão da moeda nacional em moeda de ou- sos, se prestam a usos alternativos, podemos
tros países, em função das relações econômi- afirmar que economia é:
cas que há entre eles. Pode, também, ser defi- a) a ciência da escassez
nida como o preço da moeda estrangeira em b) a ciência da fartura
termos da moeda nacional. c) a ciência que estuda apenas um país
d) a ciência que estuda apenas o comporta-
20. ( ) Para avaliação do índice de Desen- mento político do homem
volvimento Humano (IDH) são considerados e) nenhuma das alternativas anteriores está
o PIB (Produto Interno Bruto) e os índices de correta
emprego e analfabetismo.
3) As alternativas para a utilização dos recur-
21. ( ) Os meios de pagamento constituem sos quando se compara a produção de dois ou
o total de moeda à disposição do setor priva- mais produtos pode ser conceituado como:
do, não bancário, de liquidez imediata, ou seja, a) curvas de demanda
que pode ser utilizada imediatamente para efe- b) curvas de oferta
tuar transações econômicas. c) curvas de possibilidade de produção
d) curvas do setor público
22. ( ) Fundo Monetário Internacional - FMI e) nenhuma das alternativas anteriores está
- foi criado com o objetivo básico de bus- correta
car a redução das restrições ao comércio in-
ternacional e a liberalização do comércio 4) O que produzir, quanto produzir, como
multilateral. produzir e para quem produzir se referem a:
46 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
ECONOMIA E MERCADOS
3. ( ) O “que produzir”, “quanto produ- 13. ( ) Bens de capital são os bens que ser-
zir”, “como produzir” e “para quem produ- vem para produzir outros bens, como por
zir” se referem a quatro perguntas fundamen- exemplo, uma máquina de costura, ou seja,
tais da economia. máquinas e equipamentos que são utilizados
para fabricar outros bens.
4. ( ) Unidades familiares, empresas e
Governo são denominados agentes econô- 14. ( ) Um método de produção é, tecni-
micos. camente, eficiente quando comparado com
outros métodos, utiliza menor quantidade de
5. ( ) Em economia, as famílias são clas- insumos para produzir uma quantidade equi-
sificadas como unidades de produção. valente do produto.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Bem: significa tudo aquilo que serve de elemento a uma empresa ou entidade,
para a formação do patrimônio empregado para o desempenho de sua
atividade produtiva, útil para a produção direta e indireta do seu lucro.
Bens de capital: são os bens que servem para produzir outros bens.
GLOSSÁRIO
Fator terra: constitui a base sobre a qual se exercem as atividades dos demais
recursos de produção.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
BIBLIOGRAFIA
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 17. ed. São Paulo: Atlas,
1997.
GABARIT
GABARITOO
EXERCÍCIO I EXERCÍCIO II
EXERCÍCIO III
1-F 14-V
2-F 15-V
3-V 16-V
4-V 17-V
5-F 18-V
6-F 19-V
7-F 20-V
8-F 21-F
9-V 22-V
10-V 23-F
11-V 24-V
12-F 25-V
13-V
Noções de
Relações Humanas
e Ética (Profissional)
MÓDULO 04
BRASÍLIA – 2005
Os textos do presente Módulo não podem ser reproduzidos sem autorização do
INEDI – Instituto Nacional de Ensino a Distância
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EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA
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IMPRESSÃO GRÁFICA
Gráfica e Editora Equipe Ltda
347.46:695
C455m
Caro Aluno
Em síntese, caro aluno, o estudo dedicado do conteúdo deste módulo lhe permitirá
não só o domínio dos conceitos mais elementares de Relações Humanas e Ética,
como também a melhor abordagem do consumidor, além do conhecimento dos
instrumentos básicos para que o futuro profissional possa atingir os seus objetivos no
mercado de imóveis. Ao concluir seus estudos neste módulo você terá vencido uma
importante etapa para atuar com destaque neste seguimento da economia nacional.
Boa sorte!
SUMÁRIO
UNIDADE I
1. AS RELAÇÕES HUMANAS....................................................................................07
1.1 – Considerações iniciais ....................................................................................07
1.2 – Que é Relação Humana .................................................................................08
1.3 – Importância das Relações Humanas para o TTI .............................................08
1.4 – Os dez mandamentos das Relações Humanas ................................................09
1.5 – A Comunicação ............................................................................................10
1.5.1 – Empatia e a Comunicação ...................................................................11
1.5.2 – Comunicação não-verbal .....................................................................12
1.5.3 – O ciclo da comunicação ......................................................................13
1.5.4 – Emissor - transmissor - codificador .....................................................13
1.5.5 – Receptor - ouvinte - destinatário .........................................................13
1.5.6 – Canais de comunicação .......................................................................14
1.5.6.1 – Código ...................................................................................15
1.5.6.2 – Feedback ................................................................................17
1.5.6.2 – Percepção ...............................................................................17
1.6 – Imagem e Marketing pessoal ..........................................................................20
UNIDADE II
2. CONCEITUAÇÕES BÁSICAS .................................................................................25
2.1 – Definição escolhida .......................................................................................25
2.2 – Ética e moral ................................................................................................26
2.3 – Divergências de Comportamento ..................................................................27
2.3.1 – Razões das divergências ......................................................................27
2.4 – Mutabilidade da ética profissional..................................................................28
2.5 – O princípio fundamental da ética ...................................................................28
2.6 – Critérios auxiliares ........................................................................................29
2.7 – O objeto próprio da ética em relação a outras ciências ..........................................29
2.8 – A ética profissional .......................................................................................30
2.8.1 – Condições para ser uma profissão .......................................................30
2.8.2 – Os códigos de ética profissional ..........................................................31
2.9 – A ética e a virtude .........................................................................................31
2.9.1 – As virtudes básicas ..............................................................................32
2.9.2 – Os vícios.............................................................................................32
2.10 – Fundamentos da ética ..................................................................................33
UNIDADE III
3. FUNDAMENTOS OBJETIVOS DA ÉTICA: ASPECTOS DO SER HUMANO ......36
3.1 – O homem é um ser corpóreo ........................................................................36
3.2 – O homem é um ser inteligente .......................................................................36
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
INTRODUÇÃO
Bons estudos.
Unidade
I
• O bom ouvinte não deve perder a con- sejos e os problemas que estarão envolvidos
centração quando o transmissor está en- na relação comercial. A maioria dos insuces-
viando uma mensagem. Ele de ficar sem- sos nas vendas ocorre porque o vendedor não
pre atento, não deve demonstrar inquieta- consegue descobrir o que seu cliente está lhe
ção e nem ansiedade, demonstrando inte- dizendo.
resse sobre o que está sendo transmitido. É importante entender que não basta o
• O bom ouvinte olha para o transmissor TTI transmitir o que ele quer dizer. É funda-
todo o tempo, numa demonstração de res- mental que se procure saber e entender o que
peito e interesse pelo outro. os clientes esperam dele ou e suas empresas. O
importante é o que o cliente quer ouvir e não
Tenha isso em mente: comunicar corre- apenas aquilo que o TTI tem a dizer. Deve-se
tamente é fundamental para a sua profissão. focar o discurso no benefício que se quer ofe-
recer ao cliente e não na própria pessoa do TTI
1.5.1 – Empatia e a Comunicação ou mesmo no produto/serviço que ele deseja
vender.
Além das palavras, existe um mundo in-
finito de nuanças e prismas diferentes que ge- 1.5.2 – Comunicação não-verbal
ram energias ou estímulos que são percebidos
e recebidos pelo outro, através dos quais a co- Impacto numa comunicação normal
municação se processa. Um olhar, um tom de 7% Verbal Apenas palavras escritas
voz um pouco diferente, um franzir de cenho, 38% Vocal Incluindo tom de voz,
um levantar de sobrancelhas, podem comuni- inflexões e outros sons.
car muito mais do que está contido em uma 55% Não-verbal Gestos e movimentos
mensagem manifestada através das palavras.
O sucesso do moderno TTI está na sua Comunicação na comunicação frente a frente
capacidade de se colocar na posição do cliente 35% Verbal Palavras
e perceber todas a nuanças acima descritas. De 65% Não-verbal Gestos e movimentos
ser capaz de entender como o seu cliente vê as
coisas, de saber como ele exprime seus senti- Para a maioria dos pesquisa-
mentos. Sentir os problemas do cliente como dores o canal verbal é utilizado
se fossem os seus. Somente após ser capaz de para transmitir informações e
se colocar no lugar do cliente, o bom TTI esta- o canal não-verbal é usado
rá apto a solucionar o problema do cliente. para negociar atitudes entre as
Uma relação entre o TTI e o cliente tem que pessoas. A expressão não-ver-
ser estabelecida nestes moldes de modo que o bal é um poderoso comple-
cliente passe a confiar no corretor. Uma rela- mento, e às vezes um substi-
ção estabelecida com o cliente, somente sob o tuto, para a mensagem ver-
ponto de vista do TTI, terá tudo para se tor- bal. Apesar da expressão
nar um retunbante fracasso. corporal assumir até mais
Além se saber se colocar na posição do importância do que a expressão verbal ela é
cliente, a comunicação entre o TTI e o outro comumente posta em segundo plano. A maio-
tem que ser clara, objetiva, sem distorções. Tem ria das pessoas não sabe identificar os sinais
que ser elaborada numa linguagem que o clien- corporais participantes de uma mensagem.
te possa ser capaz de decifrar, de entender. Será Medo de fitar o outro, tiques nervosos, gestos
neste processo de falar, sentir, ver e ouvir que incongruentes com o conteúdo do que é dito,
se consegue descobrir as necessidades, os de- ausência de gestos ou mesmo o seu uso exces-
16 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICA – Unidade I
mais variados motivos. Você, como especia- decidir como irá apresentar os seus produtos.
lista, pode estar tentando convencer a um gran- O levantamento das características do seu cli-
de investidor que aquele novo lançamento é a ente deve incluir o máximo de informações
mais moderna concepção de empreendimen- possíveis sobre ele: sexo, idade, profissão, ní-
to imobiliário, pode estar tentando vender um vel de instrução e expectativas ou necessida-
serviço, ou pode estar apenas apresentando a des. Lembre-se de que quanto mais adequada
um grupo de colegas como foi o seu desem- for a mensagem ao receptor, maior a probabi-
penho no ano que passou. Qualquer que seja o lidade de você fechar um bom negócio.
motivo é imprescindível que você esteja moti-
vado, envolvido pelo assunto e que seja capaz 1.5.6 – Canais de Comunicação
de empolgar a quem lhe ouve de modo a con-
vence-lo e finalmente alcançar o seu objetivo Canal é a forma utilizada pelo emissor
almejado com aquela mensagem. para enviar a mensagem. Deve ser escolhido
Credibilidade: o seu sucesso ao comu- cuidadosamente, para assegurar a eficiência e
nicar com o seu cliente, ou com uma outra pes- o bom êxito da comunicação. Um canal esco-
soa qualquer, está diretamente relacionado com lhido erroneamente pode prejudicar ou até
o seu conhecimento sobre o assunto que está mesmo impedir a concretização de uma comu-
sendo tratado. É preciso que você tenha segu- nicação. O emissor deve estar sempre preocu-
rança sobre o que está falando, que suas atitu- pado com a escolha do canal mais adequado á
des (comunicação não-verbal) sejam correspon- sua mensagem, sem perder de vista as caracte-
dentes ao conteúdo da mensagem. Mostre se- rísticas do receptor.
gurança, dinamismo e autoconfiança. Prepare- É o modo escolhido pelo emissor, atra-
se cuidadosa e criteriosamente para usar cor- vés do qual a mensagem é levada até o receptor.
retamente sua expressão verbal e não verbal Uma mensagem pode ser transmitida por
para comunicar-se com os outros. diferentes modos e meios.
Por exemplo:
1.5.5 – Receptor – Ouvinte – destinatário
1) visual – gestos, movimentos do corpo,
Receptor ou destinatário ou ouvinte é a expressões faciais postura;
pessoa ou grupo de pessoas situadas na outra 2) auditiva – tom de voz, variação de altura
ponta da cadeia de comunicação. Ele é o ele- e intensidade vocal;
mento mais importante do processo. Pode ser 3) verbal – palavras;
a pessoa que lê, que ouve, um pequeno grupo, 4) sensorial – manipulação de objetos;
um auditório ou uma multidão. Ao recebedor 5) pictórica – gráficos, diagramas e figuras.
cabe decodificar a mensagem e dele depende,
em termos, o êxito da comunicação. Vale con- A comunicação ocorre, então, através dos
siderar, nesse caso, os agentes externos que in- órgãos dos sentidos: audição, visão, tato, olfa-
dependem da vontade do recebedor (ruídos). to e paladar.
O receptor recebe a mensagem e a interpreta Se você, TTI, deseja que seu cliente te-
internamente, manifestando externamente essa nha uma boa idéia do novo lançamento à beira
interpretação. O receptor faz o caminho inver- mar, certamente deverá usar e abusar da co-
so, isto é parte dos significantes até alcançar a municação pictórica. Ou seja, mostrar ao seu
intenção de significação. cliente muitas e belas fotos do local onde será
Você, TTI, deve sempre conhecer e ana- construído o imóvel que você deseja vender.
lisar seus clientes (os receptores em potencial Ao escolher o canal mais adequado à sua
no seu trabalho) com antecedência para então mensagem, você tomar alguns cuidados com-
18 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICA – Unidade I
plementares para garantir que sua mensagem código verbal é aquele que utiliza da palavra
chegará ao receptor do modo como você falada ou escrita e o não-verbal é aquele que
quer: apresenta através das expressões corporais,
portanto não utiliza a palavra. Seus códigos são
a) deve verificar se este canal está disponível os gestos, as mímicas, as posturas, etc. Uma
e se o seu interlocutor tem acesso a ele; mensagem é a tradução de idéias, objetivos e
b) se este canal tem capacidade de transmi- intenções.
tir sua mensagem com a velocidade ne- Um excelente TTI, ao preparar sua men-
cessária, de modo que o receptor não a sagem deve estar sempre preocupado com dois
receba após ela perder sua efetividade; fatores fundamentais: o conteúdo e a estrutura
c) certifique-se de que sua mensagem está de sua mensagem.
sendo apresentada de uma forma, ou O conteúdo refere-se ao que será dito
com um conteúdo, que o receptor tenha com respeito a um determinado assunto. Pri-
condições de decodifica-la. meiro você deve definir o objetivo da sua men-
sagem, tendo em mente as características do
Imagine o nosso coração (emissor) man- seu cliente e o tempo do qual você dispõe para
dando o sangue (mensagem) para os nossos pés efetuar a transação imobiliária desejada. Você
(receptor). As veias seriam os canais de comu- deve escolher os pontos mais importantes a
nicação. serem ressaltados, procurando motivar o seu
cliente. Evite criar mensagens com diversos e
diferentes conteúdos. Isso somente servirá para
confundir o seu cliente.
A estrutura diz respeito ao modo como
você vai organizar sua mensagem. Uma men-
sagem para ser bem compreendida deve ter
todos os seus elementos logicamente ligados
entre si. De um modo geral, uma boa mensa-
gem deve ter a seguinte estrutura: uma parte
introdutória. Aqui devem ser ressaltados os
MENSAGEM aspectos mais atraentes e convidativos. Uma
parte intermediária onde são dadas as princi-
Partindo do princípio de que comunica- pais explicações de forma clara, coerente, etc.
ção é o processo de troca de mensagens entre E termina com uma conclusão. No caso de uma
duas ou mais pessoas pode-se concluir que para mensagem de venda, em geral a parte final in-
que as mensagens possam ser trocadas é preci- centiva ao fechamento do negócio. Uma men-
so que repousem sobre um sistema simbólico sagem mal estruturada tem seu impacto redu-
comum ao transmissor e ao receptor. Esse sis- zido, em geral dificulta a compreensão e acei-
tema simbólico se formula através de um có- tação por parte do receptor.
digo, dentro do qual são concebidas as mensa- Alguns autores ainda acrescentam um
gens. Portanto, a mensagem é um conjunto de terceiro fator: o estilo. O estilo está relaciona-
códigos estruturados e agrupados de uma for- do com o modo pelo qual o conteúdo da men-
ma coerente e que deve ser decifrado pelo re- sagem será apresentado. Cabe a você escolher,
ceptor. É aquilo que o emissor deseja transmi- por exemplo, o tipo de letra, as cores, a dia-
tir. É necessário que a mensagem tenha con- gramação do texto, etc. Numa mensagem você
teúdo, objetivos e use canal apropriado Os pode usar de diferentes modos de se expres-
códigos podem ser verbais e não-verbais. O sar, de forma coloquial ou de um modo mais
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 19
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
refinado. Porém, tome cuidado de usar um es- processo de comunicação, que resulte na difi-
tilo que esteja de acordo com o seu produto e culdade ou mesmo na impossibilidade do re-
o seu cliente. ceptor decodificar a mensagem.
As interferências podem ter as mais vari-
1.5.6.1 – Código adas origens. Podem ser oriundas do meio ex-
Código é o conjunto de signos e regras terno e ser de natureza física. Por exemplo, um
de combinação desses signos capazes de dar raio que caia sobre uma linha telefônica inter-
sentido a um modo de pensar ou de se expres- rompendo uma conversação; podem ser sons
sar. O emissor lança mão desse sistema de có- estranhos à comunicação tais como: pessoas fa-
digos para elaborar sua mensagem, realizando lando, tosse, riso, barulho de máquinas ou nos
a operação de codificação. O receptor identi- equipamentos, etc. Algumas dessas interferên-
ficará esse sistema de signos, fazendo a opera- cias estão fora do controle do emissor e o máxi-
ção de decodificação. Este processo somente mo que ele pode fazer é tentar adaptar-se a elas.
poderá ser efetuado se o receptor tiver conhe- Pode também ser de caráter interno, tendo ori-
cimento dos símbolos utilizados e for capaz gem no receptor ou mesmo no próprio emis-
de decodifica-los. Portanto é importante que sor. Esse ruído interno pode ser de origem emo-
você analise bem o seu cliente para ter certeza tiva, por exemplo, insegurança pessoal, falta de
de que ele conhece o código que você esta uti- conhecimento do assunto ou produto a ser
lizando. Exemplos de código: as diferentes lín- apresentado, etc. No entanto, na maioria das
guas, o vocabulário técnico utilizado por pro- vezes esses ruídos poderão ser evitados se você
fissionais de diferentes áreas, o “código” brai- tomar os cuidados necessários.
le, o “código” de sinais, etc. Os estudos e pesquisas sobre comuni-
cação têm apontado e comprovado que os
Ruídos ruídos no processo de comunicação freqüen-
O diagrama do processo de comunica- temente distorcem o que se quer comunicar,
ção, apresentado anteriormente, deixa claro a ponto de provocar rupturas definitivas nas
que o processo de comunicação é um caminho relações sociais das pessoas. Quantas vezes
de duplo sentido. Ou seja, a comunicação existe podemos ver pessoas sendo surpreendidas
em mão dupla. Isto quer dizer que um indiví- por acusações sobre algo que ela não disse.
duo pode ser ou não aceito por um outro indi- Uma mensagem, quando é veiculada entre di-
víduo ou por um determinado grupo simples- versos interlocutores, sofre um processo de
mente pelo modo com o qual se comunica. De deteriorização tal em função das interferên-
um modo geral, a não aceitação de um indiví- cias a que é submetida, que ao final do seu
duo em função do modo pelo qual ele se co- ciclo, ela pode não estar expressando nada
munica ocorre devido a ‘obstáculos’ que res- do que estava contido no seu sentido origi-
tringem a eficácia da comunicação. Estes obs- nal. Por isso todo cuidado é pouco com re-
táculos podem ser em função do emissor, do lação aos ruídos. Quanto mais pudermos
receptor, ou de ambos, ou ainda de- eliminar os ruídos, ou numa impossibilida-
vido a interferências de de faze-lo, quanto mais conhecermos as
existentes nos ca- interferências que poderão ‘atacar’ nossa
nais de comunica- mensagem melhor. Há inúmeros ‘ruídos’ que
ção. Portanto, interferem nos nossos relacionamentos hu-
podemos definir manos, atrapalhando a nossa convivência,
ruído como qual- causando desentendimentos graves, impedin-
quer tipo de inter- do um relacionamento mais tranqüilo, mais
ferência existente no harmônico, mais feliz.
20 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICA – Unidade I
Eis alguns exemplos das causas de ruídos comunicação. Sem que haja o feedback a co-
mais comuns: municação não pode ser considerada comple-
ta. Esta fase se constituí de um conjunto de si-
a) como relação aos emissores e receptores: nais, enviados pelo receptor, que permitem ao
- Emitir ou receber mensagens com sen- emissor conhecer o resultado da sua mensa-
timentos contraditórios ou agressivos. gem. Será esta fase que informará ao emissor
Por exemplo: emitir e ou receber men- se a sua mensagem original foi recebida e com-
sagens com postura corporal demons- preendida, ou não. O feedback confirma que a
trando desinteresse, uso de ironias ou comunicação é um processo bilateral. Nele está
desprezo para com o outro, tons de voz contido toda a reação do receptor com rela-
agressivo, etc. ção a mensagem que o emissor enviou.
- Emitir ou receber mensagens cujo con- Um componente de grande importância
teúdo expressa crenças, costumes, há- no feedback é a comunicação não-verbal por
bitos, ideologias, que dizem respeito a parte do receptor. Através das expressões cor-
somente um dos interlocutores. Por porais emitidas pelo receptor o emissor pode
exemplo: enviar ou receber uma men- ter uma revelação, mesmo antes do receptor
sagem contendo apoio ao uso de dro- emitir qualquer tipo de resposta verbal, de como
gas; apoio a este ou aquele partido po- o receptor reagiu à sua mensagem. O emissor
lítico, etc. pode verificar se o receptor está reagindo como
- Receber ou emitir mensagens não-ver- ele esperava. Uma reação positiva pode signifi-
bais cujo simbolismo indicam uma pos- car um bom entendimento e aceitação da men-
tura negativa. Por exemplo: negar com a sagem, uma reação negativa pode significar uma
cabeça enquanto se afirma alguma coisa. recusa ou mal entendimento. Sinais de inquietu-
- Mensagens emitidas ou recebidas por de, distração ou indiferença pode dar boas pis-
pessoas com deficiência física - surdez, tas sobre como o receptor está reagindo à men-
mudez, cegueira, gagueira, etc. sagem do emissor. Sorrisos, meneios de cabeça
no sentido da afirmação indicam que o recep-
b) com relação á mensagem: tor está interessado, participativo.
- mensagens cujo conteúdo contém códi- Todo TTI, para melhorar a compreen-
gos cujos significados diferem entre os são das suas mensagens com os clientes, deve
interlocutores. Por exemplo, mensagem levar em consideração os seguintes princípios:
com palavras, figuras, e quando não-ver- Use e abuse do feedback, ou seja, per-
bal, gestos que não possuem o mesmo gunte ao seu cliente (ou procure notar nas suas
significado para emissor e receptor; expressões corporais) se ele está compreenden-
- mensagem contendo palavras e termos do o que você está lhe dizendo.
desconhecidos ou pouco usados, fazen- Quando possível, utilize mais de um ca-
do com que a mensagem fique difícil nal de comunicação. Ou seja, além de tentar
de entender ou incompleta; convence-lo pela palavra, ofereça também
- Uso de palavra, ou mesmo todo o tex- mensagens gráficas (fotos, folder’s, mapas, etc.).
to escrito em idioma desconhecido pelo Preste atenção no seu tom de voz e ex-
receptor. pressão corporal. Uma mensagem bem defini-
da, clara e precisa facilita a compreensão e um
1.5.6.2 – Feedback bom feedback, por parte do seu cliente.
Pelo feedback você pode saber se quem
Pode-se dizer que o feedback (retroali- o escuta entendeu a sua mensagem e qual foi o
mentação) é a última etapa do processo de impacto que ela causou no seu cliente.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 21
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
cliente, abaixo estão alguns princípios que po- • Não se esqueça das boas normas de edu-
derão lhe ajudar. Treine muito, pratique muito, cação. Ao final do negócio não se es-
pois o sucesso não acontece por acaso. queça de agradecer ao cliente e de se
colocar à disposição para novas tran-
• Sorria. Mostre a seu cliente que você sações comerciais.
está feliz ao vê-lo. • Seja uma pessoa interessante, educada,
• Cumprimente as pessoas efusivamen- gentil.
te. Seja expansivo. • Aprenda a valorizar a si mesmo e ao
• Chame seu cliente pelo nome. Se pre- seu trabalho.
ciso anote o nome dele num cartão e • Desenvolva uma personalidade po-
leia antes de encontrá-lo pela primeira sitiva.
vez. Existem exercícios de memoriza-
ção. Pratique.
• Mostre que você está realmente inte-
ressado em conhecer o seu cliente.
• Faça seu cliente sentir que ele é valori-
zado por você.
• Escute seu cliente com atenção. Leia
nos gestos e nas expressões corporais 1. “A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE
as mensagens adicionais que estão sen- FICA” esta frase significa que:
do enviadas. a) TTI será sempre bem visto
• Ninguém sabe tudo na vida. Procure b) TTI deve andar bem vestido
aprender com seu cliente. Seja humil- c) TTI deve se preocupar com sua imagem
de e esteja predisposto a aprender cada d) TTI deve falar bem
vez mais. e) TTI deve tomar cuidado com os feed-
• Não deixe de considerar os sentimen- backs recebidos
tos e opiniões de seu cliente.
• Ajude a seu cliente a tomar a decisão 2. Numa transação comercial o TTI é também:
mais acertada. Não deixe de oferecer a) Um produto a ser vendido
soluções alternativas. Não pense so- b) Um mero participante do processo
mente em fechar um negócio. A satis- c) Um elo a mais no processo comercial
fação do cliente pode ser a garantia de d) Um parceiro do cliente.
negócios futuros.
• Mantenha o seu bom humor em todas 3. A venda de um produto ou aceitação de um
as circunstâncias, mesmo em frente às serviço estão diretamente ligados à
dificuldades. _________ que o cliente faz do vendedor.
• Seja cordial, alegre e otimista, faça com a) Imagem
que sua presença seja bem vinda. b) Tipo
Procure saber o que for possível so- c) Característica
bre o seu cliente. Procure pontos em d) Empatia
comum entre você e ele. e) Simpatia
• Não emita opiniões de juízo jamais.
Algo valorizado por você não o é ne- 4. Esta imagem, construída pelo cliente, está
cessariamente pelo seu cliente. diretamente ligada ao modo de se ______ e
• Seja simples ao expor seu produto. Seja pelo modo como se ________ o vendedor
franco, direto, honesto. a) Apresentar, veste
26 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICA – Unidade I
Unidade
II
chamento de suas virtualidades. Antes de o ho- b) Descreva abaixo qual o objetivo da ética,
mem perguntar: O que devo fazer? Como devo no seu entendimento:
me comportar? Deve perguntar: O que sou? Quais __________________________________
são minhas energias humanas que não podem fi- __________________________________
car represadas, mas devem ser impulsionadas?
Como descobrir isto? Da mesma manei- c) Para consolidar o aprendizado, veja na
ra como descobre qualquer outra coisa: usan- apostila e transcreva como pode ser resumido
do de sua racionalidade, através da qual des- o “princípio fundamental da ética”:
cobre a essência dos metais, da eletricidade etc. __________________________________
e, a partir disto, estabelece para que servem. __________________________________
Assim, usando sua racionalidade, deve desco-
brir sua essência, seus valores e princípios uni-
versais, suas faculdades ou capacidades, deter-
minando também como vivê-las.
Essas constatações mostram que o obje-
tivo da ética é apontar rumos, descortinar ho-
rizontes para a realização do próprio ser hu-
mano; ela é a construção constante de um
“sim” a favor do enriquecimento do ser pes-
soal; por isso a ética deve ser pensada como
eminentemente positiva e não proibitiva.
Desta maneira, a ética não se torna uma im-
posição ou obrigação aleatória e até extrínseca ao
ser humano: seus fundamentos objetivos têm que
ser assimilados ou conscientizados pelo indivíduo
humano concreto. Por isso, a ética antecede códi-
gos, normas ou leis e analisa a mesma validade
destas para o ser humano. Podemos afirmar que
a ética é a ciência que tem por objetivo a finalida-
de da vida humana e os meios para que isto seja
alcançado. Em outras palavras, Ética é o caminho
para a busca do aperfeiçoamento humano.
Concluindo, o que está em jogo na ética
é o ser humano, é a pessoa em todas as suas
dimensões, perfazendo porém uma unidade no
seu ser e no seu dever.
em dia afirma-se que 80% das decisões provêm em jogo de novo é: o que é o ser humano? Será
da inteligência emocional. que todos são fundamentalmente iguais ou te-
Estas razões mostram que a vida huma- mos que separá-los entre os intelectuais e os
na é muito mais dinâmica do que os enquadra- humildes, os patrões e os escravos, os superio-
mentos que são feitos dela; mas ao mesmo tem- res e os inferiores?
po parece claro que o homem está sempre à
procura de si, detectando razões para de fato 2.5 – O PRINCÍPIO FUNDAMENTAL
sentir-se e viver como ser humano. DA ÉTICA
mal, porque desvia um bem da posse de quem mais difícil ainda; aqui entram em jogo proble-
é de direito. mas ou realidades pessoais, especialmente de
Todas as questões éticas, no fundo, se ordem emocional. Para esclarecer é só especifi-
relacionam com esta pergunta: o que favorece car um novo dado aos exemplos anteriores: res-
ou não favorece à natureza do ser humano? peitar a vida humana de um feto descerebra-
Assim, o bem e o mal, o certo e o errado, em- do, respeitar as coisas alheias de um rico que
bora possam e devam ser determinados em si, ganhou na loteria, proferir a verdade a um
concretamente exigem uma reflexão constan- doente em fase terminal de vida, viver a ho-
te, especialmente, diante de novas situações; um nestidade e a sinceridade na declaração de im-
simplismo muito rígido pode impedir de vis- postos em épocas de crise financeira.
lumbrar, realisticamente, o que de fato é bom A partir destes três critérios auxiliares é
para o ser humano. que cada pessoa procura responder para si
mesma o que deve fazer. Assim, um adminis-
2.6 – CRITÉRIOS AUXILIARES trador que está para despedir um empregado
para conter despesas, mas sabe que o mesmo
A fim de facilitar a concretização do é pai de cinco filhos menores e que precisa
princípio fundamental, existem três critérios daquele trabalho para sobreviver: despede ou
auxiliares. não? O mesmo pode ocorrer com um médi-
Os primeiros princípios são aqueles mais co responsável por um doente em coma, cu-
genéricos, de fácil compreensão e aceitação por jos parentes pedem-lhe o desligamento dos
qualquer pessoa; são “vazios”, isto é, sem se aparelhos que ainda o mantêm vivo: desliga
referir ainda a determinada situação; são uni- ou não?
versais, isto é, independentes de culturas ou
ideologias específicas; são valores que antece- 2.7 – O OBJETO PRÓPRIO DA ÉTICA
dem leis feitas por autoridades, que regem as EM RELAÇÃO A OUTRAS CIÊNCIAS
relações entre as pessoas; fazem parte do sen-
so comum. Por exemplo: respeitar a vida hu- Diversas ciências tratam do agir huma-
mana, respeitar as coisas alheias, proferir a ver- no, assim como a Ética; cada uma, porém, tem
dade, viver a honestidade e a sinceridade. seu enfoque próprio ou seu objeto formal es-
Os segundos princípios são concretiza- pecífico; por isso, uma mera formação cientí-
ções em situações mais específicas dos primei- fica não significa necessariamente uma forma-
ros com mais dificuldades para aceitação unâ- ção ética. A título de exemplo, vamos citar o
nime; normalmente dependem de culturas, ide- objeto de algumas ciências para depois ressal-
ologias, tradições, costumes e interesses; assim, tar o objeto da Ética comparativamente a elas.
nem sempre apresentam-se como uma dedu- A Antropologia estuda o agir das pesso-
ção lógica e racional dos primeiros princípios, as como pertencentes a determinadas raças ou
havendo divergências entre os grupos huma- culturas; assim, o comportamento de cada pes-
nos. Assumindo os mesmos exemplos anteri- soa é determinado não pelo fato de ser inte-
ores, é só acrescentar um novo elemento a cada grante da humanidade, mas sim de uma parte
item: respeitar a vida humana de um feto, res- específica da mesma.
peitar as coisas alheias de um rico, proferir a A Sociologia estuda o comportamento
verdade a um doente, viver a honestidade e a das pessoas como membros de um grupo; por
sinceridade na declaração de impostos. exemplo, esportivo, político, religioso, econô-
As conclusões remotas são aplicações mico, etc; preocupa-se em refletir sobre os ele-
dos segundos princípios em situações especi- mentos existentes no grupo: objetivos, coor-
alíssimas e bem definidas; a unanimidade é bem denação, interesses comuns, etc.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 35
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
eles eliminam tergiversações, criando quase uma • A preguiça é o recuo diante do traba-
Segunda natureza na pessoa. Podemos citar lho e do esforço; o preguiçoso sabe
como vícios principais: quais são seus compromissos, mas sem-
pre adia sua realização, faltando-lhe
• O orgulho é a procura desordena- aquela energia para assumir atividades
da de excelência; toda pessoa tem dentro de métodos adequados que lhe
o direito de ser e parecer aquilo que assegurem a construção de valores.
ela é; o orgulhoso porém, se valo-
riza demais e normalmente diminui • A ira é a violência contra aquilo que
e achincalha os outros. resiste à sua vontade, procurando vin-
gança; a pessoa irada não raciocina, mas
• A avareza é a procura desordenada age intempestivamente não medindo as
de bens materiais; é uma necessidade conseqüências de seus atos.
vital usar das coisas deste mundo, mas
o avarento acumula riquezas fazendo Concluindo, podemos dizer que as vir-
uso de meios nem sempre lícitos e, prin- tudes, bem como os vícios, demonstram que a
cipalmente, centralizando todo o seu ética é uma construção da pessoa a partir do
ser neste esforço. que ela pretende com seu ser, com sua vida,
não só isoladamente, mas junto com os outros
• A gula é a procura desordenada nestas realidades materiais. A palavra virtude
dos prazeres de comer e beber; origina-se da palavra latina “vis”, que significa
este ato, que é tão importante para força, energia, dinamismo; então o ser huma-
a vida, torna-se uma preocupação no não pode esperar que as coisas aconteçam,
exagerada, estragando a própria mas deverá esforçar-se para imprimir um rit-
saúde e prejudicando muitas vezes mo à sua vida.
as atividades profissionais e fami-
liares da pessoa. 2.10 – FUNDAMENTOS DA ÉTICA
Unidade
III
contínuo, num dinamismo em que nada está dade e engendramento (criação, produção,
pronto, acabado, mas tudo está se fazendo, se composição).
realizando. A liberdade tem por base a cooperação,
a reciprocidade, o desenvolvimento da respon-
Éumdeveréticoohomemdeslancharsuasener- sabilidade e do compromisso, superando as-
gias para que não seja atropelado pelos fatos. sim, o liberalismo, que é essencialmente indivi-
dualista.
3.9 – O HOMEM É UM SER LIVRE Em termos econômicos, a liberdade exi-
ge partilha ou esforço comum em que todos
A liberdade, em geral, significa poder são recompensados, superando o conceito fe-
fazer ou não fazer alguma coisa, podendo ser chado de que, para alguém ganhar, alguém tem
física, civil, política, religiosa, etc.. que perder, pois liberdade não significa ex-
A liberdade, como livre-arbítrio, é o ploração de nenhum tipo.
poder que a vontade possui de determinar a si Para tanto, é necessário que o homem
mesma e, por si mesma, a agir ou não agir, sem tome consciência das diferentes alienações a
ser a isto coagida por nenhuma força nem in- que é submetido para enfrentá-las. Assim,
terior, nem exterior. pode haver alienação no consumo, quando
Assim, toda escolha é uma limitação que as necessidades são artificialmente estimula-
a própria pessoa se impõe; porém, é dentro das, criando-se datas para gastar, ou no la-
de limitações que ela se realiza, construindo zer, com uma indústria própria determinan-
aquilo a que se decidiu; por isso não convém do os programas.
muito mudar as opções, especialmente as mais
fundamentais, a fim de que haja tempo de cons- 3.10 – O HOMEM É UM SER
truí-las; mas nada impede, excepcionalmente, ESTÉTICO
que haja mudanças.
À liberdade corresponde a responsabili- O homem vive à procura de harmo-
dade. O ato livre é um ato pelo qual, necessari- nia, coerência, de beleza e perfeição das for-
amente, se deve responder, assumindo as con- mas; para isto ele possui e desenvolve uma
seqüências das ações e omissões. A liberdade intuição pessoal que visa a entender o que
oferece a possibilidade de corrigir o mau uso cada realidade é em si mesma e no conjunto
que se faz dela. “O futuro do homem é o pró- com as demais; é uma faculdade de se sentir
prio homem” (Ponge). totalizante.
A liberdade requer cuidados e vigilância. Sua base é a imaginação em constan-
A luta pela liberdade é a luta pelas po- te criatividade, que vai além do imediato,
tencialidades da vida e vice-versa; requer su- inventando novas possibilidades não só
peração constante da ignorância, exame dos numa linha convergente, mas também di-
impulsos inconscientes, análise dos objetivos e vergente diante de um leque infinito de
interesses predominantes na sociedade, ques- respostas a um problema; é por isso que
tionando os poderes que monopolizam o rumo diferentes pinturas podem representar um
da vida em todos os setores. mesmo panorama.
A liberdade não é egoísmo ou individu- A dimensão estética do homem o faz sair
alismo, pois ela tem uma dimensão social, sen- do terreno seguro da repetição do já conheci-
do impossível sua existência fora da comuni- do, fazendo-o ver o todo sem preconceitos e
dade dos homens. Ela exige que as relações sem temor de errar, assumindo riscos. Assim,
entre as pessoas não sejam apenas de proximi- quanto mais remexer as crenças estabelecidas,
dade ou contigüidade, mas de intersubjetivi- mais fecunda será esta dimensão.
48 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICA – Unidade III
condições de comparar as idéias divergentes e pode intervir nela e transformá-la. Ser práti-
assim optar melhor. co não é ser tarefeiro, fazendo sempre igual,
Enfim, a política, como qualquer outro mas colocando sempre algo novo naquilo que
aspecto da vida humana, exige uma educação se faz.
constante enquanto as pessoas tomam consci- Daí, o homem estar em constante flu-
ência de seus direitos e deveres, numa constru- xo e refluxo: da prática para a teoria e da
ção constante de participação das mesmas nas teoria para a prática; nesta ida e volta, sua
decisões pertinentes a todos. ação torna-se mais adequada e sua reflexão
Assim, é um dever ético estar engajado mais abrangente. É importante que como
em questões políticas, na medida em que a pes- ser prático, o homem não caia num ativis-
soa se sentir capaz para tal; desta maneira de- mo, pensando que o fazer muito é o mais
verão diminuir os totalitarismos, as ditaduras, importante.
os clientelismos, os currais eleitorais. É o desenvolvimento do seu ser que
está em jogo e não a quantidade do que a
3.13 – O HOMEM É UM SER pessoa produz. A ênfase na produção pode
TEORIZANTE levá-la a não perceber horizontes diferentes
para sua vida.
Ele procura sistematizar e colocar em
ordem as explicações das coisas, tanto as natu- 3.15 – CONCLUSÃO
rais como as criadas por ele; preocupa-se com
o conhecimento lógico, o desenvolvimento de Os aspectos que acabamos de anali-
sua mente, interessa-se pela clareza das idéias, sar não esgotam o ser homem, mas são um
dos juízos e raciocínios na busca e pela posse ponto de partida importante e fundamen-
da verdade. tal para que possamos equacionar uma sé-
Teoria não é mera especulação distante rie de situações que podem surgir na exis-
da realidade, mas uma ordenação interior, con- tência humana.
ceptual, que explica e interpreta os objetos A partir destes aspectos, é possível
como são conhecidos pelo sujeito. detalhar uma série de outros, como a ho-
É um dever ético para o homem teorizar a fim nestidade, a lealdade etc. Esse detalha-
de ele não se tornar meramente passivo perante o mun- mento, sem dúvida, é interessante e até
do que o rodeia, sendo incapaz de captar a riqueza do necessário, mas sempre deve haver uma
universo e usufruir dela. volta ao ponto de partida; o que está em
Por outro lado, a pessoa deve evitar o jogo é a existência do homem como ho-
puro academicismo em que a mente goza só mem, é uma visão de unidade que deve
com reflexões distantes do contexto, afastan- prevalecer.
do o homem do dinamismo do mundo. Também não existe nenhuma ques-
A abertura de espírito é importante para tão humana que se refira exclusivamente
uma teorização adequada, pois todo dogma- a uma dessas dimensões. Por exemplo, o
tismo (adesão irrestrita) é contraproducente aborto está relacionado aos aspectos cor-
para o desenvolvimento do ser humano. póreo, emotivo, inteligente, social, e as-
sim por diante. Por isso deve ser evitada
3.14 – O HOMEM É UM SER PRÁTICO uma posição simplista de ser a favor ou
contra nos problemas éticos; quanto mais
O ser prático é uma conseqüência do ser se alargar a abrangência dos dados, me-
teorizante. À medida em que o homem orga- lhor será a sua compreensão para uma to-
niza, mentalmente, a realidade percebe que mada de decisão.
50 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICA – Unidade III
4. FUNDAMENTO SUBJETIVO
DA ÉTICA: A CONSCIÊNCIA
Hoje em dia, a maior parte da população não um nivelamento por baixo, ao conside-
tem acesso ao lazer ativo, como esportes, pas- rar todos incompetentes para uma de-
seios, turismo, ligando-se, então, ao lazer pas- terminada atividade. Este comporta-
sivo, como é o caso da televisão, que leva a mento impede um maior entrosamen-
comportamentos mecanizados. to entre as pessoas, principalmente
De novo é necessário que a consciência quando se trata de ações que devem ser
repense se não está sendo conduzida por algu- executadas em equipe;
ma forma de alienação, a fim de que a pessoa
assuma a decisão e a condução de sua vida. • buscando compensação - consiste em
contrabalançar uma deficiência, procu-
4.7.1 – Mecanismos de defesa rando a realização num campo diferen-
te. É um mecanismo que põe em realce
A tomada de consciência tem seus me- o desejo da pessoa de estar bem consi-
canismos de defesa para superar desafios. As- go mesma e com a sociedade, e, como
sim, a pessoa pode reagir: não consegue isto através de uma ativi-
dade, procura outra, muito embora
• agressivamente - contra a causa de sua sempre reste uma sensação de incapa-
frustração, o que revela uma precipita- cidade;
ção no julgamento das causas que pro-
vocaram o fato, demonstrando que o • com racionalização - consiste em in-
indivíduo não está no seu estado nor- ventar justificativas para si mesmo e
mal de reflexão e raciocínio; para os outros, a fim de desculpar-se
de atitudes erradas. É uma mentira
• fantasiando - atitude que consiste em consciente que a pessoa faz a si mesma
fugir para o mundo da imaginação cri- e aos outros;
adora, a fim de satisfazer o que a reali-
dade nega para a pessoa. De um lado, • com repressão - é um ato de renúncia
a fantasia mostra metas, ideais ou obje- de um desejo que se mostra em desa-
tivos que a pessoa tem, de outro lado, cordo com os princípios da própria
expõe a dificuldade em enfrentar a du- pessoa. A pessoa se reprime, ou seja se
reza de uma realidade que nem sempre contém, se refreia;
permite a concretização dos desejos
pessoais. A imaginação deve ser regu- • com sublimação - consiste em desviar
lada pela inteligência e pela vontade, a alguma energia instintiva para um fim
fim de que a pessoa enfrente melhor social nobre. A sublimação revela um
seus conflitos e frustrações; certo perfeccionismo em pessoas que
não toleram imperfeições nem em si
• fazendo projeção - quando se atribui a nem nos outros; são indivíduos insatis-
outras pessoas os próprios defeitos e feitos e que estão à procura do absolu-
deficiências. Revela falta de autoconhe- to, e mesmo quando fazem bem aos
cimento, ou, se este existe, revela um outros, estão pensando mais na auto-
despistamento da pessoa em reconhe- satisfação que no benefício alheio. Atra-
cer as próprias falhas. Pode estar acom- vés da sublimação, a pessoa pode che-
panhada de preguiça, indolência ou ne- gar a uma fase onde cai no nihilismo,
gligência em vencer suas deficiências. É ou seja, de tanto procurar o “tudo”, cai
uma atitude que pretende estabelecer no “nada absoluto”, num ceticismo tal
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 55
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
que não acredita em mais nada, ou se ção, que exploram idéias carregadas de
agarra a um dogmatismo fanático, alie- emotividade e onde há pouco campo
nando-se das situações da realidade. As para o raciocínio lógico. Daí ocorre
atividades religiosa, artística e intelec- uma confusão entre os valores, até com
tual podem ser exemplos típicos de su- indiferença pelos mesmos e com abu-
blimação, quando a pessoa coloca a sua so da consciência dos indivíduos pelos
energia a serviço de fins considerados poderosos, e isso tanto na política, na
mais elevados. economia como na religião.
ceito não se concretiza sem a prática. O valor aproveitamento de seus serviços, com segu-
profissional deve acompanhar-se de um valor rança e serenidade, enquanto durar a presta-
ético para que exista uma integral imagem de ção do serviço.
qualidade.
É inequívoco que o trabalho individual
influencia e recebe influências do meio onde é
praticado, não sendo, pois, somente em seu
grupo que o profissional dá sua contribuição
ou a sonega.
Existe uma função social em cada pro- a) Porque existem tantas diferenças entre o
fissão e não é diferente a do corretor de imó- “discurso e a prática”, quando se trata de ética?
veis: o agente consciente do valor social de sua ______________________________________
ação, da vontade direcionada ao geral, pode
realizar importantes feitos que alcançam reper- b) A conduta ética dos corretores de imóveis é
cussão ampla. estabelecida em quais normas legais?
Uma vez definida a profissão, é necessá- ______________________________________
rio que haja comprometimento com os deve-
res éticos, pertinentes e compatíveis com a es- c) O Código de Ética da profissão de corretor
colha da tarefa a ser desempenhada. de imóveis (Resolução-Cofeci 326/92), faz a
De modo geral, as relações essenciais no distinção entre faltas graves e leves. Pesquisando
fenômeno do dever ético, são: a norma citada, escreva quais são as faltas éticas
consideradas “graves” para o corretor de
I. A escolha da profissão implica o dever imóveis.
do conhecimento, que implica o dever ______________________________________
da execução adequada.
II. O agente não é obrigado a aceitar um d) Pesquisando a Lei 6.530/78 e a Resolução-
empenho profissional, mas se obriga ao Cofeci nº 326/92, relacione abaixo quais as
aceitá-lo. penalidades que podem sofrer o corretor de
III. Zelo é virtude; diligência é o exercício imóveis que contraria o Código de Ética da
dessa virtude. profissão.
IV. É necessário ser honesto, parecer ho- ______________________________________
nesto e ter o ânimo de sê-lo, para que
exista a prática do respeito ao direito
de nosso semelhante.
9. Ética profissional é a aplicação da ética ge- 13. O homem é um ser estético, porque:
ral no campo das atividades profissionais es- a) Aprecia a beleza das mulheres.
pecíficas; esta afirmação é verdadeira desde b) Tem imaginação fértil.
que: c) Vive à procura de harmonia, da coerên-
a) o agente tenha boa formação acadêmica cia, da perfeição das formas, da unidade
b) o agente desempenhe a sua profissão há das coisas.
muito tempo d) Não aprecia sair do terreno seguro do
c) o agente conheça Filosofia e Antropologia já conhecido, em busca do que é novo.
d) o agente esteja imbuído de valores pró- e) n.d.a.
prios do ser humano (virtudes) para
vivê-los em suas atividades profissionais. 14. Para que haja ética, um dos pressupostos
e) n.d.a. básicos é que o homem seja livre, porque:
a) ele não precisa de limitações.
10. Assinale a alternativa em que não está ex- b) ele possui ideais altruístas.
pressa uma virtude humana: c) é mais importante ser livre de regula-
a) prudência mentos.
b) justiça d) qualquer ação, gesto ou pensamento só
c) temperança tem valor moral se tiver sido concebido
d) firmeza interior com liberdade.
e) avareza e) n.d.a.
11. Dizer que o homem é um ser prático, 15. Dizer que o homem é um ser volitivo, sig-
significa: nifica:
a) que ele organiza mentalmente a realida- a) que ele não tem querer pessoal.
de, percebendo que nela pode intervir e b) que ele não é responsável pelos seus atos.
transformá-la. c) que ele não responde por seus erros e
b) que ele é tarefeiro. fracassos, pois nunca é o culpado.
c) que ele é teorizante. d) que ele constrói sua vida a partir dos er-
d) que ele age apenas instintivamente. ros dos outros.
e) que ele pratica as tarefas da mesma for- e) que a vontade é a faculdade pela qual a
ma que os animais. pessoa toma decisões em sua vida.
12. Assinale a alternativa que contém afirmati- 16. A Ética possui fundamentos que podem
va correta: ser aferidos objetivamente. Dentre eles:
a) Política é a forma que o indivíduo tem a) Que o homem é um ser corpóreo, voli-
para comandar os outros, em seu bene- tivo e inteligente.
fício exclusivo, ou de uma minoria que b) Que o homem é um ser científico.
ele representa. c) Que o homem é um ser analítico.
62 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICA
c) facultativo para aqueles que quiserem 29. Assinale a alternativa que indica um dever
observá-lo ético profissional:
d) um conjunto de normas sem punições. a) Sair cedo de casa todos os dias para tra-
e) de observação obrigatória pelos profis- balhar.
sionais inscritos nos Conselhos Regionais. b) Estar sempre atualizado dos negócios
em seu meio profissional.
26. “Cada conjunto de profissionais deve c) Colocar metas e objetivos a serem al-
seguir uma ordem de conduta que permita cançados a médio e longo prazo.
a evolução harmônica do trabalho de to- d) Conhecer bem o que se faz, pois o co-
dos, a partir da conduta de cada um, atra- nhecimento implica no dever da execu-
vés de uma tutela que conduza a regulação ção adequada da atividade.
do individualismo perante o coletivo.” Es- e) n.d.a.
tamos falando de:
a) ética profissional 30. É dever do Corretor de Imóveis, perante
b) ética filosófica seus clientes:
c) ética aristotélica a) omitir os detalhes que possam depreci-
d) ética kantiana ar o negócio.
e) n.d.a. b) apresentar os dados do negócio, mais ou
menos certos.
27. Complete o raciocínio com uma das alter- c) não deixar que o cliente venha saber de
nativas ao lado: dados ou riscos do negócio.
As virtudes formam a consciência ética d) trabalhar sem contratar por escrito os
estrutural e habilitam o profissional ao êxito serviços que vai prestar e a remunera-
no desempenho de suas atividades. Podemos ção correspondente.
então concluir que ausentes as virtudes no agir e) inteirar-se de todas as circunstâncias do
profissional... negócio, antes de oferecê-lo.
a) o agente deve voltar a estudar Filosofia.
b) não se consegue a realização de um exer- II - Leia as afirmativas listadas a seguir. Umas
cício ético competente, seja qual for a verdadeiras, outras falsas.
natureza do serviço prestado. Nos parênteses colocados depois dos
c) o agente deve compenetrar-se mais da números, identifique as afirmativas verdadei-
importância da Psicologia. ras com a letra “V” e as falsas com “F”.
d) de qualquer modo, a atividade será rea-
lizada. 1. ( ) Ética é a Ciência que trata do que
e) n.d.a. o homem deve ser em função daquilo
que ele é”.
28. O cuidado com que um indivíduo desem-
penha suas atividades, começa com uma res- 2. ( ) O homem, através de sua raciona-
ponsabilidade individual, fundamentada na re- lidade, busca conhecer a si e ao mundo
lação entre o sujeito e o objeto de trabalho. A que o cerca. Neste sentido, a ética só
isso denominamos: contribui para o aperfeiçoamento huma-
a) paciência no se houver um Código estabelecido
b) temperança por instituição competente.
c) zelo
d) avareza 3. ( ) Na análise de determinada atitu-
e) lealdade de, identificamos uma pessoa consci-
64 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICA
ente. Ela conhece a diferença entre 13. ( ) O homem é um ser estético, porque
bem e mal, certo e errado, permitido não precisa sair do terreno seguro do já
e proibido, virtude e vício. Podemos conhecido, em busca do que é novo.
afirmar que, neste caso, a pessoa tem
uma conduta ética. 14. ( ) Para que haja ética, um dos pressu-
postos básicos é que o homem seja livre,
4. ( ) A Ética tem como fundamento o porque ele não precisa de limitações.
próprio ser e agir do homem
15. ( ) Dizer que o homem é um ser voli-
5. ( ) As virtudes éticas são disposições tivo, significa que ele não é responsável
estáveis para agir bem e a aquisição des- pelos seus atos.
sas virtudes exige a prática constante atra-
vés do exercício das mesmas. 16. ( ) A Ética possui fundamentos que
podem ser aferidos objetivamente por-
6. ( ) A Ética antecede os códigos, que o homem é um ser corpóreo, voliti-
normas e leis porque é uma ciên- vo e inteligente.
cia que se impõe aleatoriamente ao
ser humano 17. ( ) Afirmar que o homem é um ser
social, significa que ele é chamado a
7. ( ) É necessário fazer o bem e evitar o conviver em grupo, não conseguindo
mal. Este é um princípio ético fundamen- viver isolado.
tal, que é evidente por si mesmo para
todas as pessoas. 18. ( ) Dizer que o homem é um ser his-
tórico, significa: que ele tem o poder
8. ( ) Bem é tudo aquilo que está de acor- de permanecer numa atitude fatalista di-
do com a natureza em geral e especial- ante da vida.
mente com a natureza humana, perfazen-
do uma harmonia no todo. 19. ( ) Para o estudo da ética, “consciên-
cia” significa a capacidade de distinguir
9. ( ) Ética profissional é a aplicação da entre o bem e o mal para si mesmo.
ética geral no campo das atividades pro-
fissionais específicas. Para que isso ocor- 20. ( ) Embora a ética tenha uma base
ra é necessário que a pessoa esteja imbu- comum a todas as pessoas, ela é uma
ída de valores próprios do ser humano construção: pessoal, contínua e di-
(virtudes) para vivê-los em suas ativida- nâmica.
des profissionais.
21.( ) Segundo o Código de Ética
10. ( ) A prudência, a justiça e a avareza do Imobiliário, é dever do profis-
são as maiores virtudes humanas. sional no exercício de suas ativi-
dades defender os direitos e prer-
11. ( ) Dizer que o homem é um ser práti- rogativas profissionais e a reputa-
co, significa que ele é tarefeiro. ção da classe.
24. ( ) A construção de uma boa imagem 28. ( ) Zelo é o cuidado que indivíduo
profissional repercute em toda a cate- tem no desempenho de suas ativida-
goria. Neste sentido, o Código de Ética des. Começa com uma responsabili-
Profissional do Imobiliário prevê como dade individual, fundamentada na re-
um dos seus deveres andar sempre com lação entre o sujeito e o objeto de
roupas adequadas. trabalho.
25. ( ) O Código de Ética Profissional dos 29. ( ) É dever ético conhecer bem o
Corretores Imobiliários é facultativo que se faz, pois o conhecimento im-
para aqueles que quiserem observá-lo plica no dever da execução adequada
da atividade.
26. ( ) “Cada conjunto de profissionais
deve seguir uma ordem de conduta que 30. ( ) É dever do Corretor de Imóveis,
permita a evolução harmônica do tra- perante seus clientes. inteirar-se de to-
balho de todos. Essa ordem de conduta das as circunstâncias do negócio, antes
é o que se chama ética profissional de oferecê-lo.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Nome de fantasia: nome diferente da razão social, que a empresa pode ter,
usado para identificar e fazer-se conhecer de forma mais fácil pelo
consumidor.
Ontologia: parte da ciência que trata do ser enquanto ser, isto é, do ser
concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada
um dos seres.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
BIBLIOGRAFIA
SÁ, Antônio Lopes de. Ética Profissional. São Paulo : Atlas, 2001. 248p.
GABARIT
GABARITOO
EXERCÍCIO I EXERCÍCIO II
Noções de
Direito e Legislação
MÓDULO 05
BRASÍLIA – 2005
Os textos do presente Módulo não podem ser reproduzidos sem autorização do
INEDI – Instituto Nacional de Ensino a Distância
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Caro Aluno
Em síntese, caro aluno, o estudo dedicado do conteúdo deste módulo lhe permitirá
não só o domínio dos conceitos mais elementares de Direito e Legislação, como também
a melhor abordagem do consumidor, além do conhecimento dos instrumentos básicos
para que o futuro profissional possa atingir os seus objetivos no mercado de imóveis.
Enfim, ao concluir seus estudos neste módulo você terá vencido uma importante etapa
para atuar com destaque nesse seguimento da economia nacional.
Boa sorte!
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................07
UNIDADE I
LEI DE INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL (LICC) ................................................11
2. DOS BENS................................................................................................................16
2.1 – Dos bens considerados em si mesmos ............................................................16
2.2 – Dos bens reciprocamente considerados .........................................................17
2.3 – Dos bens públicos .........................................................................................17
2.4 – Das benfeitorias ............................................................................................19
UNIDADE II
4. DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES .........................................................................29
4.1 – Das modalidades de obrigações .....................................................................29
4.2 – Da transmissão das obrigações ......................................................................31
4.3 – Do adimplemento e extinção das obrigações .................................................32
4.4 – Do inadimplemento das obrigações ...............................................................37
4.5 – Dos contratos em geral .................................................................................40
4.6 – Das várias espécies de contrato ......................................................................44
4.7 – Dos atos unilaterais .......................................................................................56
UNIDADE III
5. DIREITO DAS COISAS ............................................................................................61
5.1 – Da posse .......................................................................................................61
5.2 – Dos direitos reais ..........................................................................................63
5.3 – Da propriedade .............................................................................................63
5.4 – Do Condomínio Geral ..................................................................................67
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
UNIDADE IV
6. LEI Nº 4.591/64 - Lei do Condomínio em edificações e das incorporações
imobiliárias................................................................................................................77
INTRODUÇÃO
Revogar uma lei, portanto, é abolir toda ou parte dela que contenha
disposições contrárias ao que foi disposto pela nova. Quando a lei é revogada
no seu todo ocorre a “AB-ROGAÇÃO”; apenas em parte ocorre a
“DERROGAÇÃO”.
Unidade
I
liu, quem se casou e depois ficou viúvo ou se d) Em nosso dia-a-dia muito se fala em ter
divorciou não retorna à condição de incapaz. direito sobre isso ou aquilo. Mas, para o direi-
A existência da pessoa natural termina to, o que significa “direito adquirido”?
com a morte. Pode-se, também presumir a ________________________________________
morte e assim declará-la, sem decretação de
ausência, depois de esgotadas as buscas e ave- e) No estudo do direito natural, quando tem
riguações, nos casos em que é extremamente início a “personalidade civil”?
provável a morte de quem estava em perigo ________________________________________
de vida, se o desaparecido em campanha ou
feito prisioneiro não for encontrado até dois f) O corretor de imóveis muitas vezes é con-
anos após o término da guerra. tratado para vender imóveis que fazem parte
A morte presumida tem como conseqü- de inventários. Por isso é necessário saber: o
ência a abertura da sucessão definitiva quanto que é “nascituro” e o que a lei diz a seu respei-
aos bens e a dissolução da sociedade conjugal. to?
A observação de informações como es- ________________________________________
sas são muito importantes no estabelecimento
de uma transação imobiliária, principalmente g) O que vem a ser “capacidade civil”, como
no que tange a cobrança de impostos, suces- definição dada pelo direito natural?
sões de bens e realização de negócios, lembran- ________________________________________
do sempre, neste último caso, de se averiguar a
idade e o desenvolvimento mental da pessoa h) Uma pessoa definida por lei como “relati-
com a qual será realizado qualquer contrato. vamente incapaz” pode praticar negócios jurí-
A pessoa natural é, também, conhecida dicos? Se praticar, o ato jurídico será válido?
como pessoa física. ________________________________________
1.3 – O DOMICÍLIO
São fungíveis os móveis que podem substi- São públicos os bens do domínio nacional
tuir-se por outros da mesma espécie, qualidade e pertencentes às pessoas jurídicas de direito
quantidade. Infungíveis são os que não podem ser público interno.
substituídos, valendo pela sua individualidade. Todos os outros bens são particulares,
São consumíveis os bens móveis cujo seja qual for a pessoa a que pertencerem.
uso importa destruição imediata da própria
substância, sendo também considerados tais os São bens públicos:
destinados à alienação. Inconsumíveis, são os
bens móveis de natureza durável. I - os de uso comum do povo, tais como
rios, mares, estradas, ruas e praças;
2.1.4. Dos Bens Divisíveis II - os de uso especial, tais como edifícios
ou terrenos destinados a serviço ou es-
Bens divisíveis são os que se podem fraci- tabelecimento da administração fede-
onar sem alteração na sua substância, diminui- ral, estadual, territorial ou municipal,
ção considerável de valor, ou prejuízo do uso inclusive os de suas autarquias;
a que se destinam. É exemplo a gleba de lote III - e os dominais ou dominicais, que cons-
rural, a barra de ouro. Indivisíveis são os bens tituem o patrimônio das pessoas jurí-
que não admitem divisão. dicas de direito público, como objeto
de direito pessoal, ou real, de cada uma
2.1.5. Dos Bens Singulares e Coletivos dessas entidades.
São singulares os bens que, embora reu- Os bens públicos de uso comum do
nidos, se consideram de per si, independente- povo e os de uso especial são inalienáveis, en-
mente dos demais. São coletivos os bens sin- quanto conservarem a sua qualificação. Os bens
gulares que, pertinentes à mesma pessoa, te- públicos dominicais podem ser alienados des-
nham destinação comunitária. de que observadas as exigências da lei.
Em qualquer hipótese os bens públicos
2.2 – DOS BENS RECIPROCAMENTE não estão sujeitos a usucapião.
CONSIDERADOS
3.4.6. Da Fraude Contra Credores jurídico pode ser anulado por vício:
______________________________________
Pratica fraude contra credores o deve- ______________________________________
dor insolvente ou na iminência de o ser, que
onera ou aliena seus bens, desfalcando seu pa- f) Negócios imobiliários podem ter muitos
trimônio em detrimento dos credores. Nesse “vícios”: qual a diferença entre negócio jurídi-
caso, os credores poderão anular os negócios co nulo e anulável?
de transmissão gratuita de bens ou remissão ______________________________________
de dívida. Serão igualmente anuláveis os con- ______________________________________
tratos onerosos do devedor insolvente, quan-
do a insolvência for notória, ou houver moti- g) Para o direito, qual a diferença entre “dolo”
vo para ser conhecida do outro contratante. e “culpa”?
______________________________________
______________________________________
Unidade
II
rá dar a coisa pior, nem será obrigado a pres- 4.1.4. Das Obrigações Alternativas
tar a melhor.
Antes da escolha, não poderá o devedor Obrigação alternativa é aquela que tem
alegar perda ou deterioração da coisa, ainda por objeto duas ou várias prestações que são
que por força maior ou caso fortuito. devidas de tal maneira que o devedor se libere
inteiramente executando uma “só dentre elas”
4.1.2. Das Obrigações de Fazer (Planiol).
Nas obrigações alternativas, a escolha
A obrigação de fazer relaciona-se com o cabe ao devedor, se outra coisa não se estipu-
encargo de prestar um serviço, um ato positi- lou, mas ele não pode obrigar o credor a rece-
vo, material ou imaterial, em benefício do cre- ber parte em uma prestação e parte em outra.
dor ou terceiro. Bem exemplifica a obrigação Quando a obrigação for de prestações perió-
de fazer o encargo aceito pelo pedreiro para dicas, a faculdade de opção poderá ser exerci-
construir um muro. da em cada período.
O devedor que recusar a prestação a ele Se uma das duas prestações não puder
só imposta, ou só por ele exeqüível incorrerá ser objeto de obrigação ou se tornada inexe-
na obrigação de indenizar perdas e danos. qüível, subsistirá o débito quanto à outra.
Se a prestação do fato tornar-se impos- Se, por culpa do devedor, não se puder
sível sem culpa do devedor, resolver-se-á a cumprir nenhuma das prestações, não compe-
obrigação; se por culpa dele, responderá por tindo ao credor a escolha, ficará aquele obriga-
perdas e danos. do a pagar o valor da que por último se impos-
Se o fato puder ser executado por tercei- sibilitou, mais as perdas e danos que o caso
ro, será livre ao credor mandá-lo executar as determinar.
custas do devedor, havendo recusa ou mora Quando a escolha couber ao credor e uma
deste, sem prejuízo da indenização cabível. Em das prestações tornar-se impossível por culpa
caso de urgência, pode o credor, independente- do devedor, o credor terá direito de exigir a
mente de autorização judicial, executar ou man- prestação subsistente ou o valor da outra, com
dar executar o fato, sendo depois ressarcido. perdas e danos; se, por culpa do devedor, am-
bas as prestações se tornarem inexeqüíveis, po-
4.1.3. Das Obrigações de Não Fazer derá o credor reclamar o valor de qualquer das
duas, além da indenização por perdas e danos.
A obrigação de não fazer relaciona-se Se todas as prestações se tornarem im-
com o encargo de abster-se obrigatoriamente possíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á
de um fato que poderia praticar, de tolerar, a obrigação.
consentir ou não impedir.
Extingue-se a obrigação de não fazer, 4.1.5. Das Obrigações Divisíveis e
desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne Indivisíveis
impossível abster-se do ato, que se obrigou a
não praticar. Obrigação divisível é aquela cuja presta-
Se aquele que se obrigou a abster-se de ção o devedor pode cumprir a obrigação por
praticar o ato o fizer, o credor pode exigir seu partes. Havendo mais de um devedor ou mais
desfazimento, sob pena de o próprio credor o de um credor em obrigação divisível, esta pre-
desfazer a custa do devedor, que responderá sume-se dividida em tantas obrigações, iguais
também por perdas e danos. Em caso de urgên- e distintas, quantos os credores ou devedores.
cia, poderá o credor desfazer ou mandar desfa- A obrigação é indivisível quando a
zer, sem prejuízo do ressarcimento devido. prestação tem por objeto uma coisa ou um
30 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II
fato não suscetíveis de divisão. Se, havendo aproveitam aos outros devedores, senão até à
dois ou mais devedores, a prestação não for concorrência da quantia paga ou relevada.
divisível, cada um será obrigado pela dívida A cláusula, condição ou obrigação adici-
toda. O devedor, que paga a dívida, sub- onal, qualquer que seja ela, estipulada entre um
roga-se no direito do credor em relação aos dos devedores solidários e o credor, não po-
outros coobrigados. derá agravar a posição dos outros sem con-
Perde a qualidade de indivisível a obri- sentimento destes.
gação que se resolver em perdas e danos. Impossibilitando-se a prestação por cul-
pa de um dos devedores solidários, subsiste para
4.1.6. Das Obrigações Solidárias todos o encargo de pagar o equivalente; mas
pelas perdas e danos só responde o culpado.
Há solidariedade quando na mesma obri- Todos os devedores respondem pelos
gação concorre mais de um credor, ou mais de juros da mora, ainda que a ação tenha sido pro-
um devedor, cada um com direito, ou obriga- posta somente contra um; mas o culpado res-
do, à dívida toda. A solidariedade não se presu- ponde aos outros pela obrigação acrescida.
me, resulta da lei ou da vontade das partes. O credor pode renunciar à solidarieda-
A obrigação solidária pode ser pura e de em favor de um, de alguns ou de todos os
simples para um dos co-credores ou co-deve- devedores. Se o credor exonerar da solidarie-
dores, e condicional, ou a prazo, ou pagável dade um ou mais devedores, subsistirá a dos
em lugar diferente, para o outro. demais.
nhecimento da penhora; mas o devedor que o Só terá eficácia o pagamento que impor-
pagar, não tendo notificação dela, fica exone- tar transmissão da propriedade, quando esse
rado, subsistindo somente contra o credor os for feito por quem possa alienar o objeto em
direitos de terceiro. que ele consistiu. Se se der em pagamento coi-
sa fungível, não se poderá mais reclamar do
4.2.2. Da Assunção de Dívida credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu,
ainda que o solvente não tivesse o direito de
É facultado a terceiro assumir a obriga- aliená-la.
ção do devedor, com o consentimento expres-
so do credor, ficando exonerado o devedor 4.3.1.2. Daqueles a quem se deve Pagar
primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assun- O pagamento deve ser feito ao credor
ção, era insolvente e o credor o ignorava. Qual- ou a quem de direito o represente, sob pena de
quer das partes pode assinar prazo ao credor só valer depois de por ele ratificado, ou tanto
para que consinta na assunção da dívida, inter- quanto reverter em seu proveito. O pagamen-
pretando-se o seu silêncio como recusa. to feito de boa-fé ao credor putativo (suposto
Salvo assentimento expresso do devedor como legítimo) é válido, ainda provado depois
primitivo, consideram-se extintas, a partir da que não era credor.
assunção da dívida, as garantias especiais por Não tem validade o pagamento, ciente-
ele originariamente dadas ao credor. mente, feito ao credor incapaz de quitar, se o
Se a substituição do devedor vier a ser devedor não provar que em benefício dele efe-
anulada, restaura-se o débito, com todas as suas tivamente reverteu.
garantias, salvo as garantias prestadas por ter-
ceiros, exceto se este conhecia o vício que in- 4.3.1.3. Do Objeto do Pagamento e Sua
quinava (corrompia, infamava) a obrigação. Prova
O credor não é obrigado a receber pres-
4.3 – DO ADIMPLEMENTO E tação diversa da que lhe é devida, ainda que
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES mais valiosa. Ainda que a obrigação tenha por
objeto prestação divisível, não pode o credor
O ato de cumprir a obrigação é denomi- ser obrigado a receber, nem o devedor a pa-
nado adimplemento. A obrigação pode ser gar, por partes, se assim não se ajustou.
extinta com o pagamento, com a dação em As dívidas em dinheiro deverão ser
pagamento, com a novação, a compensação, a pagas no vencimento, em moeda corrente
transação, confusão e a remissão de dívidas. e pelo valor nominal. É lícito convencio-
nar o aumento progressivo de prestações
4.3.1. Do Pagamento sucessivas.
Quando, por motivos imprevisíveis, so-
O pagamento é o cumprimento dado a brevier desproporção manifesta entre o valor
uma obrigação, em dinheiro ou coisa. da prestação devida e o do momento de sua
execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da
4.3.1.1. De quem deve Pagar parte, de modo que assegure, quanto possível,
Qualquer interessado na extinção da dí- o valor real da prestação.
vida pode pagá-la, usando, se o credor se opu- São nulas as convenções de pagamento
ser, dos meios conducentes à exoneração do em ouro ou em moeda estrangeira, bem como
devedor. Igual direito cabe ao terceiro não in- para compensar a diferença entre o valor desta
teressado, se o fizer em nome e à conta do de- e o da moeda nacional, excetuados os casos
vedor, salvo oposição deste. previstos na legislação especial.
32 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II
O devedor que paga tem direito a quita- Ao credor assistirá o direito de cobrar a
ção regular e pode reter o pagamento, enquan- dívida antes de vencido o prazo estipulado no
to não lhe seja dada. A quitação designará o contrato ou definido no Código Civil, nos se-
valor e a espécie da dívida quitada, o nome do guintes casos:
devedor, ou quem por este pagou, o tempo e
o lugar do pagamento, com a assinatura do cre- • desde que no caso de falência do deve-
dor, ou do seu representante. dor, ou de concurso de credores;
Quando o pagamento for em quotas pe- • se os bens hipotecados ou empenha-
riódicas, a quitação da última estabelece, até dos forem penhorados em execução
prova em contrário, a presunção de estarem por outro credor;
solvidas as anteriores. • se cessarem ou se tornarem insuficien-
Se o pagamento se houver de fazer por tes as garantias do débito e o devedor
medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das se negar a reforçá-las.
partes, que aceitaram os do lugar da execução.
4.3.2. Pagamento em Consignação
4.3.1.4. Do Lugar do Pagamento
Efetuar-se-á o pagamento no domicílio A palavra consignar tem diversos senti-
do devedor, salvo se as partes convenciona- dos. Dentre esses, consignar significa registro
rem diversamente, ou se o contrário resultar por escrito; assinalar, fazer notar; benzer-se com
da lei, da natureza da obrigação ou das circuns- o sinal da cruz; confiar algo aos cuidados de
tâncias. Designados dois ou mais lugares, cabe outrem; entregar mercadoria em depósito; en-
ao credor escolher entre eles. tregar algo ao controle de outrem.
Dívida quérable - que deve ser reclama- Consignação é o ato ou efeito de consig-
da, paga no domicílio do devedor. Dívida nar em qualquer um dos sentidos.
portable ou portável, que deve paga no domi- Na área jurídica, Consignação significa a
cílio do credor. Sendo o contrato omisso pre- entrega ou depósito judicial em mãos de um
valecerá o domicílio do devedor como lugar terceiro ou num estabelecimento ou caixa pú-
do pagamento. blica, que o devedor faz da quantia em di-
Se o pagamento consistir na tradição de nheiro ou da coisa que constitui o objeto da
um imóvel, ou em prestações relativas a imó- obrigação, seja porque o credor se recusa a
vel, far-se-á no lugar onde situado o bem. receber, seja por outros motivos determina-
Ocorrendo motivo grave para que se não dos em lei
efetue o pagamento no lugar determinado, po- Pode o devedor efetuar o depósito judi-
derá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo cial ou em estabelecimento bancário da coisa
para o credor. O pagamento reiteradamente fei- devida, sendo o ato considerado pagamento,
to em outro local faz presumir renúncia do cre- extinguindo-se a obrigação.
dor, relativamente ao previsto no contrato.
O pagamento pode ser feito em consig-
4.3.1.5. Do Tempo do Pagamento nação nos seguintes casos:
Salvo disposição legal em contrário, não
tendo sido ajustada época para o pagamento, • se o credor não puder ou recusar, sem
pode o credor exigi-lo imediatamente. justa causa, receber o pagamento dar
As obrigações condicionais cumprem-se quitação na devida forma;
na data do implemento da condição, cabendo • se o credor não for ou não mandar re-
ao credor a prova de que o devedor teve ciên- ceber a coisa no lugar, no tempo e con-
cia deste. dição devidos;
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
• se o credor for incapaz de receber; for em que terceiro efetiva o pagamento para não
desconhecido, declarado ausente, ou re- ser privado de direito sobre imóvel, em que ter-
sidir em lugar incerto ou de acesso pe- ceiro interessado paga a dívida pela qual era ou
rigoso ou difícil; podia ser obrigado, no todo ou em parte.
• se ocorrer dúvida sobre quem deva le- A sub-rogação convencional decorre de
gitimamente receber o objeto do pa- estipulação de vontades entre o credor e ter-
gamento; ceiro ou entre o devedor e terceiro.
• se pender litígio sobre o objeto do pa-
gamento. 4.3.4 – Da imputação do Pagamento
4.4 – DO INADIMPLEMENTO DAS se paga a mais em uma dívida pelo não cumpri-
OBRIGAÇÕES mento do prazo estipulado. No campo jurídi-
co, mora é retardamento do devedor ou do cre-
Inadimplir significa descumprir uma dor no cumprimento de uma ação judicial.
obrigação assumida. Essa inexecução gera uma A mora consiste na inexecução total ou
série de conseqüências jurídicas, conforme a parcial de uma obrigação, mas sua execução,
obrigação. Pelo inadimplemento das obriga- ainda que tardia ou deficiente pode ser apro-
ções respondem todos os bens do devedor. veitada pelo credor.
O inadimplemento pode ser relativo ou Considera-se em mora o devedor que
absoluto. não efetuar o pagamento e o credor que não
Relativo, também denominado mora, quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma
ocorre quando a obrigação não foi cumprida que a lei ou a convenção estabelecer.
no tempo, lugar e formas estipuladas, mas sua O devedor responde pelos prejuízos a
execução ainda pode ser aproveitada pelo cre- que sua mora der causa, mais juros, atualização
dor. dos valores monetários segundo índices ofici-
A inadimplência é considerada absoluta ais regularmente estabelecidos, e honorários de
quando a obrigação não foi cumprida e sua advogado. Se a prestação, devido à mora, se
execução fora do tempo, lugar e formas esti- tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e
puladas não mais se aproveita ao credor. Nes- exigir a satisfação das perdas e danos.
se casso ocorre o inadimplemento. Não havendo fato ou omissão imputá-
Não cumprida a obrigação, responde o vel ao devedor, não incorre este em mora.
devedor por perdas e danos, mais juros e atua- No prazo estipulado, o inadimplemento
lização monetária segundo índices oficiais re- da obrigação positiva e líquida, constitui de
gularmente estabelecidos, e honorários de ad- pleno direito em mora o devedor. Não haven-
vogado. do prazo estipulado, a mora se constitui medi-
Nas obrigações negativas, de não fazer, o ante interpelação judicial ou extrajudicial.
devedor é havido por inadimplente desde o dia Nas obrigações provenientes de ato ilí-
em que executou o ato de que se devia abster. cito, considera-se o devedor em mora, desde
Nos contratos benéficos, responde por que o praticou. Nas obrigações negativas, con-
simples culpa o contratante, a quem o contrato sidera-se o devedor em mora a partir do dia
aproveite, e por dolo aquele a quem não favo- em que se executou o ato, se dele havia a obri-
reça. Nos contratos onerosos, responde cada gação de se abster. Nos contratos que versam
uma das partes por culpa, salvo as exceções sobre imóveis a interpelação cartorária ou ju-
previstas em lei. dicial, constitui o devedor em mora.
O devedor não responde pelos prejuízos O devedor em mora responde pela im-
resultantes de caso fortuito ou força maior, se possibilidade da prestação, mesmo sendo essa
expressamente não se houver por eles respon- impossibilidade resultante de caso fortuito ou
sabilizado. O caso fortuito ou de força maior de força maior, se estes ocorrerem durante o
se caracteriza pela inevitabilidade do aconteci- atraso, salvo se provar isenção de culpa, ou que
mento, do fato, e pela ausência de culpa na pro- o dano sobreviria ainda quando a obrigação
dução do evento. fosse oportunamente desempenhada.
A mora do credor faz cessar para o de-
4.4.1. Da Mora vedor a responsabilidade de conservação da
coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas
Mora é uma delonga, uma demora do tem- empregadas em conservá-la, e sujeita-o a rece-
po. Em Economia, mora significa a quantia que bê-la pela estimação mais favorável ao deve-
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dor, se o seu valor oscilar entre o dia estabele- Ainda que se não alegue prejuízo, é
cido para o pagamento e o da sua efetivação. obrigado o devedor aos juros da mora que
Purga-se a mora, por parte do devedor, se contarão assim às dívidas em dinheiro,
oferecendo este a prestação mais a importân- como às prestações de outra natureza, uma
cia dos prejuízos decorrentes do dia da oferta, vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário
e por parte do credor, oferecendo-se este a re- por sentença judicial, arbitramento, ou acor-
ceber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos do entre as partes.
da mora até a mesma data.
Esses conceitos são muito utilizados em 4.4.4. Da Cláusula Penal
transação imobiliária.
A cláusula penal, ou multa convencional,
4.4.2. Das Perdas e Danos é uma convenção estipulada pelas partes na qual
estas se obrigam a pagar uma determinada
Aquele que causar prejuízo a alguém, pelo multa no caso de violação de algum dispositi-
descumprimento culposo de um contrato ou vo contratual. Trata-se de uma obrigação aces-
pela prática de ato ilícito deve reparar as perdas sória, que tem por objetivo garantir o cumpri-
e danos. Salvo as exceções expressamente pre- mento da obrigação principal e também fixar
vistas em lei, as perdas e danos devidos ao cre- previamente o valor das perdas e danos em caso
dor abrangem, além do que ele efetivamente de descumprimento do pactuado. Por ser obri-
perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. gação acessória, sendo nula ou anulada a obri-
gação principal, também o são as disposições
4.4.3. Dos Juros Legais contidas na cláusula penal.
Incorre de pleno direito o devedor na
Juro é a quantia que remunera um credor cláusula penal, desde que, culposamente, deixe
pelo uso de seu dinheiro durante determinado de cumprir a obrigação ou se constitua em
tempo; uma porcentagem sobre o qual foi mora.
emprestado. É a soma cobrada por quem em- A cláusula penal pode ser estipulada con-
presta o seu dinheiro a outrem. Juro significa, juntamente com a obrigação, ou em ato poste-
também, a renda ou rendimento de um capi- rior. Também pode referir-se à inexecução
tal, de uma importância investida. completa da obrigação, à de alguma cláusula
No dizer de Sílvio Rodrigues, “juro é o especial ou simplesmente à mora.
preço do uso do capital”, ou seja, juro signifi- O valor da cominação imposta na cláu-
ca rendimento de capital. sula penal não pode exceder o da obrigação
Distinguem-se os juros em compensatório e principal, sendo a penalidade reduzida eqüita-
moratório. tivamente se a obrigação principal tiver sido
Juro compensatório é a remuneração do cumprida em parte, ou se o montante da pena-
capital empregado. lidade for manifestamente excessivo, tendo-se
Juro moratório é a indenização pelo preju- em vista a natureza e a finalidade do negócio.
ízo resultante da mora culposa na execução de Para exigir a pena convencional, não é
uma obrigação. necessário que o credor alegue prejuízo.
Quando os juros moratórios não forem Ainda que o prejuízo exceda ao previsto
convencionados ou o forem sem taxa estipula- na cláusula penal, não pode o credor exigir in-
da ou quando provierem de determinação da denização suplementar se assim não foi con-
lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vencionado. Se o tiver sido, a pena vale como
vigor para a mora do pagamento de impostos mínimo da indenização, competindo ao credor
devidos à Fazenda Nacional. provar o prejuízo excedente.
38 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II
A rescisão pode ocorrer pelo distrato, tos bilaterais e consiste na proibição aos contra-
pela denúncia unilateral, por força de cláusula tantes, antes de cumprida a sua obrigação, exigir
resolutiva expressa ou tácita, ou pelo inadim- o implemento da obrigação do outro.
plemento. Da mesma forma, se sobrevier a uma das
partes contratantes a diminuição em seu patri-
4.5.9.1. Do Distrato mônio, capaz de comprometer ou tornar du-
Distrato é o ato ou efeito de desfazer, de vidosa a prestação pela qual se obrigou, pode
distratar, de anular um acordo. a outra se recusar à prestação que lhe incumbe,
Juridicamente, trata-se de outro acordo, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou
entre as partes, para rescindir,, extinguir o víncu- dê garantia bastante de satisfazê-la.
lo estabelecido no contrato, em acordo anterior.
O distrato faz-se pela mesma forma exi- 4.5.9.4. Da Resolução por Onerosidade Ex-
gida para o contrato. cessiva
A rescisão (ou em sentido estrito a resili- Se a prestação de uma das partes se tor-
ção) unilateral pode ocorrer mediante denúncia nar excessivamente onerosa, com extrema van-
notificada à outra parte, desde que a lei expressa tagem para a outra, em virtude de acontecimen-
ou implicitamente o permita. Se, porém, dada a tos extraordinários e imprevisíveis, poderá o
natureza do contrato, uma das partes houver feito devedor pedir a resolução do contrato de exe-
investimentos consideráveis para a sua execução, cução continuada ou diferida. A resolução po-
a denúncia unilateral só produzirá efeito depois derá ser evitada, oferecendo-se o réu a modifi-
de transcorrido prazo compatível com a natu- car eqüitativamente as condições do contrato.
reza e o vulto dos investimentos. Se no contrato as obrigações couberem
a apenas uma das partes, poderá ela pleitear
4.5.9.2. Da Cláusula Resolutiva que a sua prestação seja reduzida ou alterada
Cláusula resolutiva é a disposição expres- no modo de executá-la, a fim de evitar a one-
sa ou tácita que implica na revogação do negó- rosidade excessiva.
cio jurídico pelo inadimplemento da obriga-
ção por uma das partes.
A cláusula é expressa quando está regis-
trada, consignada, manifestada de modo a não
admitir objeção.
A cláusula é tácita quando não está for-
malmente expressa, não está traduzida por pa- a) Muitos contratos fazem parte da vida dos
lavras, mas pode estar implícita ou subentendi- corretores de imóveis. Portanto, responda:
da em um acordo. quais são os princípios básicos para validade
A cláusula resolutiva expressa opera de ple- dos contratos?
no direito; a tácita depende de interpelação judi- _______________________________________________
cial. A parte lesada pelo inadimplemento pode _______________________________________________
pedir a resolução do contrato, se não preferir exi- _______________________________________________
gir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos
casos, indenização por perdas e danos. b) Essa pode ser encontrada no texto da apos-
tila: qual o significado da expressão latina “pac-
4.5.9.3. Da Exceção de Contrato não ta sunt servanda” ? Trata-se de um princípio usa-
Cumprido do nos contratos.
A exceção de contrato não cumprido, ou _______________________________________________
exceptio non adimpleti contractus, ocorre nos contra- _______________________________________________
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
c) Veja em sua apostila e escreva abaixo: o que 4.6 – DAS VÁRIAS ESPÉCIES DE
é um “contrato de adesão”? CONTRATO
_______________________________________________
_______________________________________________ 4.6.1. Da Compra e Venda
d) Pelas normas vigentes no ordenamento ju- É o contrato pelo qual um dos contra-
rídico brasileiro, o que é necessário para que tantes se obriga a transferir o domínio de certa
um contrato entre ausentes se torne perfeito? coisa e o outro se obriga a pagar-lhe certo pre-
_______________________________________________ ço em dinheiro.
_______________________________________________ O contrato de compra e venda possui três
elementos essenciais: acordo de vontades, a coisa
e) Essa é questão comum nos exames de profi- e o preço (consensus, res et pretium).
ciência: o que são “vícios redibitórios”?
_______________________________________________ • A declaração de vontade vem a ser o con-
_______________________________________________ sentimento que vem a recair sobre a coi-
sa e o preço.
f) Pesquise: o que é e qual a conseqüência jurí- • A coisa é o objeto da compra e venda,
dica da “evicção”? podendo ser qualquer coisa comerci-
_______________________________________________ alizável.
_______________________________________________ • O preço deve ser em dinheiro ou em coi-
sas representativas de dinheiro.
g) Para saber mais, defina abaixo o que é dis-
trato: A compra e venda pode ter por objeto
_______________________________________________ coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efei-
_______________________________________________ to o contrato se esta não vier a existir, salvo se
a intenção das partes era de concluir contrato
aleatório.
Se a venda se realizar à vista de amostras,
protótipos ou modelos, entender-se-á que o
vendedor assegurará ter na coisa as qualidades
que a elas correspondem. Prevalece a amostra,
o protótipo ou o modelo, se houver contradi-
ção ou diferença com a maneira pela qual se
descreveu a coisa no contrato.
O preço pode ser fixado ao arbítrio de
terceiro, à taxa do mercado ou bolsa, em certo
e determinado dia e lugar, ou em função de
índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de
objetiva determinação.
Convencionada a venda sem fixação de
preço ou de critérios para a sua determinação,
se não houver tabelamento oficial, entende-se
que as partes se sujeitaram ao preço corrente
nas vendas habituais do vendedor. Na falta de
acordo, por ter havido diversidade de preço,
prevalecerá o termo médio.
44 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II
A fixação do preço não pode ser dei- • pelos tutores, curadores, testamenteiros
xada ao arbítrio exclusivo de uma das par- e administradores, os bens confiados à
tes componentes do contrato de compra e sua guarda ou administração;
venda, sob pena de tornar-se nulo o con- • pelos servidores públicos, em geral, os
trato. bens ou direitos da pessoa jurídica a
As despesas de escritura e registro fi- que servirem, ou que estejam sob sua
cam a cargo do comprador, e as despesas administração direta ou indireta;
da tradição a cargo do vendedor, exceto se • pelos juízes e outros serventuários ou
as partes estipularem em contrário. auxiliares da justiça, os bens ou direitos
O vendedor não é obrigado a entregar a em litigância no juízo onde servirem ou
coisa antes de receber o preço, exceto no caso que se estender a sua autoridade;
de venda a crédito. • pelos leiloeiros e seus prepostos, os
Na área de transação comercial, Tra- bens de cuja venda estejam encarre-
dição é o ato de entregar, de transferir algo gados.
a outra pessoa. É o meio pelo qual se trans-
fere a propriedade da coisa móvel ao ad- Se, na venda de um imóvel, se estipular o
quirente, em decorrência do cumprimento preço por medida de extensão, ou se determi-
a um contrato. Via de regra a transferência nar a respectiva área, ocorrerá a venda ad men-
do bem é efetiva ou real, mas também po- suram. Se a extensão não corresponder às di-
derá ser simbólica ou fictícia. Até o momen- mensões dadas, o comprador terá o direito de
to da tradição, os riscos da coisa correm por exigir o complemento da área, e, não sendo
conta do vendedor, e os do preço por con- isso possível, o de reclamar a resolução do con-
ta do comprador. trato ou abatimento proporcional ao preço.
A tradição da coisa vendida, na falta Decai do direito de propor as ações em
de estipulação expressa, dar-se-á no lugar relação a venda ad mensuram o vendedor ou o
onde ela se encontrava, ao tempo da ven- comprador que não o fizer no prazo de um
da. Não obstante o prazo ajustado para o ano, a contar do registro do título.
pagamento, se antes da tradição o compra- A venda ad corpus é aquela em que o imó-
dor cair em insolvência, poderá o vendedor vel é vendido como coisa certa e discriminada,
sobrestar na entrega da coisa, até que o com- tendo sido apenas enunciativa, a referência, às
prador lhe dê caução de pagar no tempo suas dimensões. Nesse caso não haverá com-
ajustado. plemento de área, nem devolução de excesso,
É anulável a venda de ascendente a des- ainda que não conste, de modo expresso, ter
cendente, salvo se os outros descendentes e sido ter sido a venda ad corpus.
o cônjuge do alienante expressamente hou- O vendedor, salvo convenção em con-
verem consentido. Em ambos os casos dis- trário, responde por todos os débitos que gra-
pensa-se o consentimento do cônjuge se o vem a coisa até o momento da tradição. Nas
regime de bens for o da separação obrigató- coisas vendidas conjuntamente, o defeito ocul-
ria. Os cônjuges podem contratar a compra to de uma não autoriza a rejeição de todas.
e venda com relação a bens excluídos da co- O condômino em coisa indivisível não pode
munhão. vender a sua parte a estranhos, se outro condômi-
A lei veda em alguns casos, sob pena no a quiser. Nesse caso, o condômino não infor-
de nulidade, a realização do contrato de mado da venda poderá haver para si a parte ven-
compra e venda, mesmo que a venda se dê dida a estranhos, desde que deposite o preço pago
em hasta pública. Nesse sentido não podem e requeira a coisa vendida no prazo máximo de
ser comprados: cento e oitenta dias, sob pena de decadência.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 45
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Os Contratos de Compra e Venda po- Não havendo prazo estipulado para a de-
dem ser gravados com cláusulas especiais, es- claração do comprador, o vendedor terá direi-
tabelecendo direitos e deveres específicos, tais to de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente,
como cláusula de retrovenda, de venda a con- para que o faça em prazo improrrogável.
tento e da sujeita à prova, da preempção ou
preferência, da venda com reserva de domí- 4.6.1.3. Da Preempção ou Preferência
nio, e da venda sobre documentos. Preempção significa precedência na com-
pra. Juridicamente, significa que existe uma clá-
4.6.1.1. Da Retrovenda usula contratual que garante ao primitivo ven-
A expressão “retro”, colocada junto de dedor a preferência para readquirir o objeto
outra palavra, como prefixo, significa o que vendido, caso este seja posto à venda. É uma
retrocede; voltar atrás no tempo; não levar preferência de compra garantida ao antigo pro-
adiante um intento, um acordo. prietário
Retrovenda é um pacto feito entre as A Cláusula impõe ao comprador a obri-
partes, pelo qual o vendedor se assegura o di- gação de oferecer ao vendedor a coisa que
reito de resgatar ou recobrar a coisa vendida, aquele vai vender, ou dar em pagamento, para
dentro do prazo estipulado, pagando o que que este use de seu direito de prelação (prefe-
recebeu ou outro que se tenha acertado. No rência) na compra. O direito de preferência não
caso, o vendedor não precisa levar adiante o se pode ceder nem passa aos herdeiros.
compromisso de venda, pela falta de cumpri- O prazo para exercer o direito de prefe-
mento das obrigações do comprador. rência não poderá exceder a cento e oitenta dias,
O Código Civil (Subseção de Retroven- se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.
da) estabelece que o vendedor de coisa imóvel Aquele que exerce a preferência está, sob pena
pode reservar-se o direito de recobrá-la no de a perder, obrigado a pagar, em condições
prazo máximo de decadência de três anos, res- iguais, o preço encontrado, ou o ajustado.
tituindo o preço recebido e reembolsando as O vendedor pode também exercer o seu
despesas do comprador, inclusive as que, du- direito de prelação (de escolha, de preferên-
rante o período de resgate, se efetuaram com a cia), intimando o comprador, quando lhe cons-
sua autorização escrita, ou para a realização de tar que este vai vender a coisa.
benfeitorias necessárias. Salvo estipulação das partes fixando pra-
zo diverso, o direito de preempção caducará
4.6.1.2. Da Venda a Contento e da Sujeita a em três dias se não exercida em relação à coisa
Prova móvel, e em sessenta dias subseqüentes à data
A venda a contento é a cláusula que de- em que o comprador tiver notificado o vende-
termina que a venda somente se aperfeiçoa após dor, se imóvel.
o adquirente manifestar seu agrado. Assim, Se o comprador alienar a coisa sem ter
entende-se que a venda é feita sob condição comunicado previamente ao vendedor o pre-
suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido en- ço e as vantagens que por ela lhe oferecem res-
tregue. Da mesma forma, a venda sujeita a pro- ponderá por perdas e danos. O adquirente se
va presume-se feita sob a condição suspensiva tiver procedido de má-fé, responderá solidari-
de que a coisa tenha as qualidades asseguradas amente.
pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se
destina. Em ambos os casos, as obrigações do 4.6.1.4. Da Venda com Reserva de
comprador, que recebeu, sob condição suspen- Domínio
siva, a coisa comprada, são as de mero como- Quando uma pessoa vende uma coisa
datário, enquanto não manifeste aceitá-la. móvel, pode reservar para si a propriedade,
46 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II
até que o preço esteja integralmente pago. Tal Aplicam-se à troca as disposições referen-
decisão deve ser uma cláusula inserta (introdu- tes à compra e venda, com exceção de que cada
zida) no contrato de compra e venda. A cláu- um dos contratantes pagará por metade as des-
sula de reserva de domínio será estipulada por pesas com o instrumento da troca, salvo se esti-
escrito e depende de registro no domicílio do pularem ao contrário. Da mesma forma, é anu-
comprador para valer contra terceiros. lável a troca de valores desiguais entre ascen-
Não pode ser objeto de venda com re- dentes e descendentes, sem consentimento dos
serva de domínio a coisa que não pode ser ca- outros descendentes e do cônjuge do alienante.
racterizada perfeitamente, de modo a diferen-
ciá-la de outras congêneres. Na dúvida, deci- 4.6.3. Do Contrato Estimatório
de-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé.
Segundo o entendimento doutrinário, é Contrato Estimatório e uma modalida-
considerada cláusula suspensiva, na medida em de de acordo em que o proprietário, denomi-
que suspende a transferência da propriedade nado consignante, entrega bens móveis a ou-
da coisa alienada. A transferência de proprie- trem, denominado consignatário, que fica au-
dade ao comprador dá-se no momento em que torizado a vendê-los, pagando àquele o preço
o preço esteja integralmente pago. ajustado, salvo se preferir, no prazo estabeleci-
O vendedor somente poderá executar a do, restituir-lhe a coisa consignada.
cláusula de reserva de domínio após constituir Se o consignatário não puder restituir a
o comprador em mora, mediante protesto do coisa em sua integridade, ou a restituição tor-
título ou interpelação judicial. Verificada a nar-se impossível, ainda que por fato a ele não
mora do comprador, poderá o vendedor mo- imputável, mesmo assim não se exonera da
ver contra ele a competente ação de cobrança obrigação de pagar o preço ao consignante.
das prestações vencidas e vincendas e o mais A coisa consignada não pode ser objeto
que lhe for devido; ou poderá recuperar a pos- de penhora ou seqüestro pelos credores do
se da coisa vendida. consignatário, enquanto não pago integralmen-
te o preço. O consignante não pode dispor da
4.6.1.5. Da Venda Sobre Documentos coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser
Na venda sobre documentos, a tradição comunicada a restituição.
da coisa é substituída pela entrega do seu título
representativo e dos outros documentos exi-
gidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pe-
los usos. Estando a documentação em ordem,
não pode o comprador recusar o pagamento,
a pretexto de defeito de qualidade ou do esta-
do da coisa vendida, salvo se o defeito já hou- a) O contrato de compra e venda passará a ser
ver sido comprovado. documento constante em suas futuras negocia-
Salvo estipulação em contrário, o paga- ções. Estude e responda quais são os três elemen-
mento deve ser efetuado na data e no lugar da tos essenciais nos contratos de compra e venda:
entrega dos documentos. _______________________________________
_______________________________________
4.6.2. Da Troca ou Permuta
b) Depois de fechada a venda, vamos ao Car-
“Troca é o contrato pelo qual as partes tório: por lei, a quem cabe pagar as despesas
se obrigam a dar uma coisa por outra, que não de escrituração e registro na compra e venda?
seja dinheiro” (Clovis Beviláqua). _______________________________________
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 47
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
fissão. O depósito voluntário provar-se-á por dade para mandar, a pessoa que confere pode-
escrito. res a outrem para praticar atos em seu nome.
O depositário é obrigado a guardar e O mandatário é também conhecido
conservar a coisa depositada como se sua fos- como outorgado e o mandante como outor-
se, bem como devolvê-la quando o exigir o gante ou outorgador.
depositante. Se o depósito se entregou fecha- Em alguns casos o mandato é objeto de
do, colado, selado, ou lacrado, nesse mesmo contrato, por meio do qual alguém recebe de
estado se manterá. outrem poderes para, em seu nome, praticar
Salvo disposição em contrário, a restitui- atos ou administrar interesses. A procuração é
ção da coisa deve dar-se no lugar em que tiver o instrumento do mandato.
de ser guardada. As despesas de restituição O mandato pode ser expresso ou tácito,
correm por conta do depositante. verbal ou escrito.
O depositário não poderá, sem licença Todas as pessoas capazes são aptas para
expressa do depositante, servir-se da coisa de- dar procuração mediante instrumento parti-
positada, nem a dar em depósito a outrem, sob cular, que valerá desde indicado o lugar onde
pena de responder por perdas e danos. foi passada, a qualificação do outorgante e do
O depositante é obrigado a reembolsar outorgado, a data e o objetivo da outorga com
as despesas feitas pelo depositário, na guarda a designação e a extensão dos poderes confe-
da coisa, a indenizar os prejuízos que do depó- ridos, bem como a assinatura do outorgante.
sito provierem e pagar a gratificação eventual- O terceiro com quem o mandatário tratar po-
mente estipulada no contrato. derá exigir que a procuração traga a firma re-
conhecida.
4.6.9.2. Do Depósito Necessário Mesmo que o mandato seja outorgado
Depósito necessário é aquele que indepen- através de mandato por instrumento público,
de da vontade das partes, mas por obrigação le- o substabelecimento pode ser feito mediante
gal ou por ocasião de alguma calamidade, como instrumento particular. Substabelecimento é o
o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque. ato pelo qual o mandatário transfere a outrem,
As bagagens dos viajantes ou hóspedes o substabelecido, os poderes que lhe foram
nas hospedarias onde estiverem são equipara- conferidos pelo mandante.
das ao depósito necessário. Nesse caso, os hos- Para os atos que exijam escritura públi-
pedeiros responderão como depositários, as- ca, como a compra e venda de imóveis, o man-
sim como pelos furtos e roubos que perpetra- dato deve ser outorgado por intermédio de es-
rem as pessoas empregadas ou admitidas nos critura pública. Portanto, a outorga do manda-
seus estabelecimentos. to está sujeita à forma exigida por lei para o ato
a ser praticado. Não se admite mandato verbal
4.6.10 . Do Mandato quando o ato deva ser celebrado por escrito.
A aceitação do mandato pode ser tácita, e
Mandato significa aquilo de que se está resulta do começo de execução. O mandato pode
encarregado de fazer; incumbência dada por ser especial a um ou mais negócios determinada-
outrem; missão; delegação de poder conferida mente, ou geral a todos os do mandante.
a alguém para representação oficial, para pra- O mandato pode ser para negócios (ad
ticar atos ou administrar interesses. negotia), ou com finalidade judicial (ad judicia).
Mandatário é aquele que recebe manda- Via de regra só confere poderes de adminis-
to ou procuração para agir em nome de outro. tração. Para alienar, hipotecar, transigir, ou pra-
É também o executor de atos autorizados pelo ticar outros quaisquer atos que exorbitem da
mandante. Mandante é aquele que tem autori- administração ordinária, depende a procura-
52 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade III
Cláusula del credere é aquela em que “o no contrato de mediação, mesmo que este não
comissário assume a responsabilidade pela sol- se efetive em virtude de arrependimento das
vência daqueles com quem vier a contratar no partes.
interesse e por conta do comitente” (Maria Iniciado e concluído o negócio direta-
Helena Diniz). mente entre as partes, nenhuma remuneração
será devida ao corretor. Todavia, se for ajusta-
4.6.12. Da Corretagem da a corretagem com exclusividade, através de
(Arts. 722 a 729 do novo Código Civil) documento escrito, terá o corretor direito à
remuneração integral, ainda que realizado o
Corretagem é o oficio, a função do Corretor. negócio sem a sua mediação, salvo se compro-
vada sua inércia ou ociosidade.
Corretor é aquele que age como interme- Se, por não haver prazo determinado, o
diário em negócios particulares, que se envol- dono do negócio dispensar o corretor, e o ne-
ve na compra e venda de bens ou ações na bol- gócio se realizar posteriormente, como fruto
sa de valores. da sua mediação, a corretagem lhe será devida.
O exercício de corretagem é objeto de Da mesma forma se procederá se o negócio se
um contrato específico. realizar após a decorrência do prazo contratu-
Pelo contrato de corretagem, uma pes- al, mas por efeito dos trabalhos do corretor.
soa se obriga a obter para a segunda um ou Para resguardar seus direitos é recomendável
mais negócios, conforme as instruções recebi- ao Corretor notificar o dono do negócio, dis-
das. A atividade do corretor é voltada para o criminado as pessoas com quem tratou com
público, não para pessoas determinadas. vistas à intermediação.
Define-se o contrato de corretagem pelo Se o negócio se concluir com a interme-
liame obrigacional: não pode haver ligação de- diação de mais de um corretor, a remuneração
corrente de mandato, de prestação de serviços será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste
ou por qualquer relação de dependência. em contrário.
O corretor é obrigado a executar a me-
diação com a diligência e prudência que o ne- 4.6.13. Da Fiança
gócio requer, prestando ao cliente, espontane-
amente, todas as informações sobre o anda- A fiança é o contrato por meio do qual
mento dos negócios. Deve, também, sob pena uma pessoa garante satisfazer ao credor uma
de responder por perdas e danos, prestar ao obrigação assumida pelo devedor, caso este
cliente todos os esclarecimentos que estiverem não a cumpra.
ao seu alcance, acerca da segurança ou risco do A fiança é uma modalidade de contrato
negócio, das alterações de valores e do mais que só tem validade, se escrito. Seu estabeleci-
que possa influir nos resultados da incumbên- mento independe da vontade do devedor e não
cia. (Ver art. 723 do Código Civil) vale além da obrigação afiançada
A remuneração do corretor, se não esti- A fiança prestada pelo cônjuge sem o
ver fixada em lei, nem ajustada entre as partes, consentimento do outro tornará anulável o ato
será arbitrada segundo a natureza do negócio praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-
e os usos locais. lhe a anulação, até dois anos depois de termi-
O contrato de corretagem tem como nada a sociedade conjugal.
objetivo a disponibilização dos meios necessá- O credor não pode ser obrigado a acei-
rios para realização do negócio. Nesse sentido, tar fiador indicado se este não for pessoa idô-
a remuneração é devida ao corretor uma vez nea, domiciliada no município onde tenha de
que tenha ele conseguido o resultado previsto prestar a fiança, e não possua bens suficientes
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 55
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
para cumprir a obrigação. Sobrevindo a insol- as que podem contratar, exceto para solução
vência ou incapacidade do fiador poderá o cre- de questões de estado, de direito pessoal de
dor exigir que seja substituído. família e de outras que não tenham caráter es-
O fiador que pagar integralmente a dívi- tritamente patrimonial.
da fica sub-rogado nos direitos do credor, res- Admite-se nos contratos a cláusula com-
pondendo este também por todas as perdas e promissória, para resolver divergências medi-
danos que o fiador pagar, e pelos que sofrer ante juízo arbitral, na forma estabelecida na Lei
em razão da fiança. 9.307/1996, que regula a arbitragem.
Na fiança por tempo indeterminado A Cláusula é compromissória quando
pode o fiador exonerar-se da fiança que tiver expressa compromisso assumido.
assinado, sempre que lhe convier, ficando obri-
gado por todos os efeitos da fiança, durante 4.7 – DOS ATOS UNILATERAIS
sessenta dias após a notificação do credor.
Um ato é unilateral quando só uma das
4.6.14. Da Transação partes se obriga para com a outra.
Unidade
III
A posse de boa-fé só perde este caráter Quando mais de uma pessoa se disser
no caso e desde o momento em que as circuns- possuidora, manter-se-á provisoriamente a que
tâncias façam presumir que o possuidor não tiver a coisa, se não estiver manifesto que a ob-
ignora que possui indevidamente. Salvo prova teve de alguma das outras por modo vicioso.
em contrário, entende-se manter a posse o
mesmo caráter com que foi adquirida. 5.1.4. Da Perda da Posse
g) Pela lei, quais os atos que não induzem nem 5.2 – DOS DIREITOS REAIS
autorizam a posse?
______________________________________________ São diretos reais sobre as coisas:
h) Como o direito define o que vem a ser “tur- • a propriedade - direito de usar, gozar
bação da posse”? e dispor de um bem,
______________________________________________ • a superfície
• as servidões,
i) E o “esbulho da posse”? Veja a definição na • o usufruto,
apostila e a reescreva abaixo: • o uso,
______________________________________________ • a habitação,
• o direito do promitente comprador do
j) Existe mais de uma maneira de se perder a imóvel,
posse de um bem: como pode se dar a perda • o penhor,
da posse? • a hipoteca
______________________________________________ • a anticrese.
5.3 – DA PROPRIEDADE
A propriedade do solo abrange a do es- Não podem ser usucapidos os bens pú-
paço aéreo e subsolo correspondentes, em al- blicos e as coisas fora do comércio.
tura e profundidade úteis ao seu exercício, não São várias as possibilidades de se adqui-
podendo o proprietário opor-se a atividades rir a usucapião conforme as características do
que sejam realizadas, por terceiros, a uma altu- imóvel e da posse.
ra ou profundidade tais, que não tenha ele inte- Adquire a propriedade, independente-
resse legítimo em impedi-las. As jazidas, minas mente de título e boa-fé, aquele que, sem opo-
e demais recursos minerais, os potenciais de sição ou interrupção, possuir como seu um
energia hidráulica, os monumentos arqueoló- imóvel por quinze anos. Se o morador houver
gicos e outros bens referidos por leis especiais estabelecido no imóvel sua moradia habitual,
pertencem à União, constituindo propriedade ou nele realizado obras ou serviços de caráter
distinta da do solo. produtivo, o prazo é reduzido a dez anos.
A propriedade presume-se plena e exclu- Adquire a propriedade aquele que, não
siva até prova em contrário. Plena é a proprie- sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
dade em que todos os direitos elementares possuir como sua, por cinco anos ininterrup-
(usar, gozar, dispor e reaver) estão reunidos tos, sem oposição, área de terra em zona rural
no proprietário. Limitada quando um desses não superior a cinqüenta hectares, tornando-a
elementos é entregue a um outro titular. produtiva por seu trabalho ou de sua família e
Os frutos e mais produtos da coisa per- fazendo dela sua moradia.
tencem, ainda quando separados, ao seu pro- Adquire a propriedade aquele que, não
prietário, salvo se, por preceito jurídico espe- sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
cial, couberem a outrem. possuir como sua, por cinco anos ininterrup-
tamente e sem oposição, área urbana de até
5.3.1. Da Aquisição da Propriedade Imóvel duzentos e cinqüenta metros quadrados, utili-
zando-a para sua moradia ou de sua família.
Adquire-se a propriedade imóvel: Adquire também a propriedade do imó-
vel aquele que, contínua e sem contestação, com
• pelo usucapião; justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Re-
• pela transcrição do título de transferên- duz-se o prazo a cinco anos se o imóvel houver
cia no registro de imóvel; sido adquirido, onerosamente, com base no re-
• pela acessão; gistro constante do respectivo cartório, cancela-
• pelo direito hereditário. da posteriormente, desde que os possuidores nele
tiverem estabelecido a sua moradia ou realizado
A aquisição pode ser originária ou deri- investimentos de interesse social e econômico.
vada. Originária quando o indivíduo faz seu O possuidor pode, para o fim de conta-
o bem sem que alguém tenha lhe transmitido; gem de prazo, acrescentar à sua posse a dos seus
derivada quando houver transmissão de do- antecessores, desde que todas sejam contínuas,
mínio, por ato causa mortis ou inter vivos. pacíficas. O justo título e a boa-fé são exigidos
nos casos de usucapião após dez anos da posse.
5.3.1.1. Da aquisição pelo Usucapião
A aquisição da propriedade por Usucapião 5.3.1.2. Da aquisição pelo Registro do Título
é decorrente do exercício de posse mansa e pacífi- Somente se transfere a propriedade por
ca, com ânimo de dono, por determinado tempo ato entre vivos mediante o registro do título
fixado pela lei. A aquisição por usucapião é decla- translativo no Registro de Imóveis; enquanto
rada por sentença, a qual servirá de título para o não se registrar o título translativo, o alienante
registro no Cartório de Registro de Imóveis. continua a ser havido como dono do imóvel.
64 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade III
davia o usufrutuário não é obrigado a pa- e escreva abaixo que é condomínio necessário:
gar as deteriorações resultantes do exercí- _________________________________________
cio regular do usufruto. _________________________________________
É atribuição do usufrutuário pagar as
despesas ordinárias de conservação dos bens e) Qual a definição do Código Civil, art. 1.331,
no estado em que os recebeu, bem como as sobre condomínio edilício?
prestações e os tributos devidos pela posse ou _________________________________________
rendimento da coisa usufruída. _________________________________________
Extingue-se o usufruto pela morte do usu-
frutuário, pelo termo de sua duração, pela ces- f) Muitos são os direitos e os deveres dos con-
sação da causa que o originou, pela destruição dôminos. Relacione abaixo apenas três dessas
da coisa, pela consolidação (quando a mesma obrigações:
pessoa passa a ser o usufrutuário e o proprietá- _________________________________________
rio), pelo usucapião, por culpa do usufrutuário, _________________________________________
quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os
bens, pela renúncia, pelo não uso, ou não frui- g) Mais novidades no Código Civil: veja nos
ção, da coisa em que o usufruto recai etc. Os artigos 1.369 e seguintes o que vem a ser “di-
demais casos de extinção do usufruto estão pre- reito de superfície”, e registre abaixo.
sentes no art. 1410 do Código Civil. _________________________________________
_________________________________________
se o título se referir a mais de um. Compete aos O imóvel hipotecado pode ser dado em
interessados, exibido o título, requerer o regis- anticrese, sendo a recíproca verdadeira.
tro da hipoteca. Os registros e averbações se- O credor anticrético pode administrar os
guirão a ordem em que forem requeridas, sendo bens dados em anticrese e fruir seus frutos e
que o número de ordem determina a priorida- utilidades, mas deverá apresentar anualmente
de, e esta a preferência entre as hipotecas. balanço, exato e fiel, de sua administração.
Ambas as partes podem prorrogar a hi- O adquirente dos bens dados em anticre-
poteca, até perfazer vinte anos, da data do con- se poderá remi-los, antes do vencimento da
trato. dívida, pagando a sua totalidade à data do pe-
A lei confere hipoteca, chamada nesse dido de remição e imitir-se-á, se for o caso, na
caso de hipoteca legal: sua posse.
Até aqui você recebeu informações refe-
• às pessoas de direito público interno rentes ao Código Civil. É importante que você
sobre os imóveis pertencentes aos en- adquira o seu exemplar para que possa consul-
carregados da cobrança, sua guarda ou tá-lo, sempre que necessário.
administração; Com certeza, você vai precisar dele.
• aos filhos, sobre os imóveis do pai ou
da mãe que passar a outras núpcias, an-
tes de fazer o inventário do casal ante-
rior;
• ao ofendido, ou aos seus herdeiros, so-
bre os imóveis do delinqüente, para sa-
tisfação do dano causado pelo delito e a) Nas relações contratuais bilaterais, especial-
pagamento das despesas judiciais; mente nos de compra e venda, o que vem a ser
• ao co-herdeiro, para garantia do seu o “promitente comprador”? Confirme seus
quinhão ou torna da partilha, sobre o conhecimentos no art. 1.417 do Código Civil.
imóvel adjudicado (submetido a ato ___________________________________________
judicial que dá a alguém a posse de de- ___________________________________________
terminado bem) ao herdeiro reponen- ___________________________________________
te (o que repõe);
• ao credor sobre o imóvel arrematado, b) Veja no art. 1.431 do Código Civil ou na sua
para garantia do pagamento do restan- apostila a correta definição de penhor. Para
te do preço da arrematação. fixar esse conhecimento, transcreva essa defi-
nição com suas palavras.
A hipoteca extingue-se pela extinção da ___________________________________________
obrigação principal, pelo perecimento da coi- ___________________________________________
sa, pela resolução da propriedade, pela renún- ___________________________________________
cia do credor, pela remição, e pela arremata-
ção ou adjudicação. c) A hipoteca, prevista no art. 1.473 do Códi-
go Civil, é instituto jurídico muito utilizado
5.15 – DA ANTICRESE (CC, ART. 1506) como garantia de financiamento imobiliário e
devidamente registrado nas escrituras. Qual a
Na anticrese o devedor entrega ao cre- correta definição de hipoteca?
dor a posse do imóvel, cedendo-lhe o direito ___________________________________________
de auferir os frutos e rendimentos desse imó- ___________________________________________
vel, até o montante da dívida a ser paga. ___________________________________________
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Unidade
IV
ção do condomínio, alienação das frações ide- Somente será admitido o parcelamento
ais ou sobre a construção das edificações, ou do solo para fins urbanos em zonas urbanas,
que usar, ainda que a título de empréstimo, em de expansão urbana ou de urbanização especí-
proveito próprio ou de terceiros, bens ou ha- fica, assim definidas pelo plano diretor ou apro-
veres destinados a incorporação contratada por vadas por lei municipal.
administração, sem prévia autorização dos in- É proibido o parcelamento do solo ur-
teressados. bano, enquanto não solucionados os proble-
mas, em terrenos alagadiços e sujeitos a inun-
7. LEI No 6.766, DE 19 DE dações, que tenham sido aterrados com mate-
DEZEMBRO DE 1979 rial nocivo à saúde pública, com declividade
Dispõe sobre o Parcelamento do Solo igual ou superior a trinta por cento Também
Urbano e dá outras Providências não será permitido o parcelamento do solo em
terrenos onde as condições geológicas não
O parcelamento do solo urbano poderá aconselham a edificação ou em áreas de pre-
ser feito mediante loteamento ou desmembra- servação ecológica.
mento. A lei municipal definirá os prazos para
Considera-se loteamento a subdivisão de que um projeto de parcelamento apresentado
gleba em lotes destinados a edificação, com seja aprovado ou rejeitado e para que as obras
abertura de novas vias de circulação, de logra- executadas sejam aceitas ou recusadas. Trans-
douros públicos ou prolongamento, modifica- corridos os prazos sem a manifestação do Po-
ção ou ampliação das vias existentes. der Público, o projeto será considerado rejei-
Considera-se desmembramento a subdi- tado ou as obras recusadas, assegurada a inde-
visão de gleba em lotes destinados a edifica- nização por eventuais danos derivados da
ção, com aproveitamento do sistema viário omissão. Nos Municípios cuja legislação for
existente, desde que não implique na abertura omissa, os prazos serão de noventa dias para a
de novas vias e logradouros públicos, nem no aprovação ou rejeição e de sessenta dias para a
prolongamento, modificação ou ampliação dos aceitação ou recusa fundamentada das obras
já existentes. de urbanização.
Considera-se lote o terreno servido de in- Aprovado o projeto de loteamento ou
fra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos de desmembramento, o loteador deverá sub-
índices urbanísticos definidos pelo plano dire- metê-lo ao Registro Imobiliário dentro de
tor ou lei municipal para a zona em que se situe. 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de ca-
Consideram-se infra-estrutura básica os ducidade da aprovação. Juntamente com o
equipamentos urbanos de escoamento das pedido deverá apresentar os documentos de
águas pluviais, iluminação pública, redes de es- comprovação da propriedade do terreno; de
goto sanitário e abastecimento de água potá- inexistência de débitos de impostos, protesto
vel, e de energia elétrica pública e domiciliar e de títulos, ações cíveis e criminais e de ônus reais
as vias de circulação pavimentadas ou não. relativos ao imóvel e aos alienantes; cópia do
Nas zonas habitacionais declaradas por ato de aprovação do loteamento e comprovan-
lei como de interesse social (ZHIS), a infra-es- te do termo de verificação da execução das
trutura básica dos parcelamentos situados con- obras exigidas; exemplar do contrato-padrão
sistirá, no mínimo, de vias de circulação, esco- de promessa de venda, ou de cessão ou de pro-
amento das águas pluviais, rede para o abaste- messa de cessão.
cimento de água potável, e soluções para o es- No Registro de Imóveis far-se-á o regis-
gotamento sanitário e para a energia elétrica tro do loteamento, com uma indicação para
domiciliar. cada lote, a averbação das alterações, a abertu-
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
• elevar sem justa causa o preço de produ- se forem redigidos de modo a dificultar a com-
tos ou serviços; preensão de seu sentido e alcance. As cláusulas
• deixar de estipular prazo para o cumpri- contratuais serão interpretadas de maneira mais
mento de sua obrigação ou deixar a fixa- favorável ao consumidor.
ção de seu termo inicial a seu exclusivo As declarações de vontade constantes de
critério; escritos particulares, recibos e pré-contratos
• aplicar fórmula ou índice de reajuste di- relativos às relações de consumo vinculam o
verso do legal ou contratualmente esta- fornecedor.
belecido. O consumidor pode desistir do contra-
to, no prazo de sete dias a contar de sua assina-
O fornecedor de serviço será obrigado a tura ou do ato de recebimento do produto ou
entregar ao consumidor orçamento prévio dis- serviço, sempre que a contratação de forneci-
criminando o valor da mão-de-obra, dos mate- mento de produtos e serviços ocorrer fora do
riais e equipamentos a serem empregados, as estabelecimento comercial, especialmente por
condições de pagamento, bem como as datas telefone ou a domicílio. Se o consumidor exer-
de início e término dos serviços. Salvo estipula- citar o direito de arrependimento, os valores
ção em contrário, o valor orçado terá validade eventualmente pagos, a qualquer título, duran-
pelo prazo de dez dias, contado de seu recebi- te o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
mento pelo consumidor. Uma vez aprovado imediato, monetariamente atualizados.
pelo consumidor, o orçamento obriga os con- A garantia contratual é complementar à
traentes e somente pode ser alterado mediante legal e será conferida mediante termo escrito.
livre negociação das partes. O consumidor não
responde por quaisquer ônus ou acréscimos de- 8.6.1. Das Cláusulas Abusivas
correntes da contratação de serviços de tercei-
ros não previstos no orçamento prévio. São nulas de pleno direito, entre outras,
as cláusulas contratuais relativas ao fornecimen-
8.5.4. Da Cobrança de Dívidas to de produtos e serviços que:
A nulidade de uma cláusula contratual creva, resumidamente, o que vem a ser a in-
abusiva não invalida o contrato, exceto quan- corporação imobiliária.
do de sua ausência, apesar dos esforços de in- ________________________________________
tegração, decorrer ônus excessivo a qualquer ________________________________________
das partes.
As multas de mora decorrentes do b) Outra questão certa de provas e avaliações:
inadimplemento de obrigações no seu termo quem pode ser incorporador?
não poderão ser superiores a dois por cento ________________________________________
do valor da prestação. ________________________________________
É assegurado ao consumidor a liquida-
ção antecipada do débito, total ou parcialmen- c) O anúncio de incorporação, de loteamentos
te, mediante redução proporcional dos juros e e de condomínios para venda somente pode
demais acréscimos. ser feito mediante quais providências do em-
Nos contratos de compra e venda de presário?
móveis ou imóveis mediante pagamento em ________________________________________
prestações, bem como nas alienações fiduciári- ________________________________________
as em garantia, consideram-se nulas de pleno
direito às cláusulas que estabeleçam a perda d) Para lotear uma gleba o empresário deverá
total das prestações pagas em benefício do cre- obedecer disposições de que lei?
dor que, em razão do inadimplemento, pleite- ________________________________________
ar a resolução do contrato e a retomada do ________________________________________
produto alienado.
Quando ajustada verbalmente ou por não mais sendo exigível o pagamento anteci-
escrito e como prazo inferior a trinta meses, pado do aluguel e dos encargos.
findo o prazo estabelecido, a locação prorro-
ga - se automaticamente, por prazo indetermi- 9.4 – DA LOCAÇÃO NÃO
nado. Nesse caso, somente pode ser retomado RESIDENCIAL
o imóvel:
Na locação comercial, o locatário terá
• nos casos de mútuo acordo das partes; direito à renovação do contrato, caso tenha
• decorrentes da prática de infração le- sido ele celebrado por escrito e com prazo
gal ou contratual, determinado. Nesse caso o prazo mínimo do
• decorrentes da falta de pagamento do contrato a renovar ou a soma dos prazos inin-
aluguel e demais encargos; terruptos dos contratos escritos deve ser de
• para a realização de reparações urgen- cinco anos, e esteja o locatário explorando seu
tes determinadas pelo Poder Público; comércio, no mesmo ramo, pelo prazo míni-
• decorrentes de extinção do contrato de mo e ininterrupto de três anos.
trabalho, Ação renovatória é a modalidade da ação
• se a ocupação do imóvel pelo locatá- destinada a fazer valer o direto de renovação
rio estiver relacionada com o seu em- do contrato locatício, e deve ser proposta no
prego; interregno de um ano, no máximo, até seis
• se for pedido para uso próprio, de seu meses, no mínimo, anteriores à data da finali-
cônjuge ou companheiro, ou para uso zação do prazo do contrato em vigor.
residencial de ascendente ou descenden- O locador não estará obrigado a reno-
te que não disponha, assim como seu var o contrato se:
cônjuge ou companheiro, de imóvel re-
sidencial próprio; • por determinação do Poder Público, ti-
• se a vigência ininterrupta da locação ul- ver que realizar no imóvel, obras que im-
trapassar cinco anos. portarem na sua radical transformação;
• o imóvel vier a ser utilizado por ele pró-
9.3 – DA LOCAÇÃO PARA TEMPORADA prio ou para transferência de fundo de
comércio existente há mais de um ano,
Locação para temporada é aquela con- sendo detentor da maioria do capital o
tratada por prazo não superior a noventa dias locador, seu cônjuge, ascendente ou
destinada à residência temporária do locatário, descendente. Nesse caso o imóvel não
para prática de lazer, realização de cursos, tra- poderá ser destinado ao uso do mes-
tamento de saúde, etc. mo ramo do locatário, salvo se a loca-
O locador poderá receber de uma só vez ção também envolvia o fundo de co-
e antecipadamente os aluguéis e encargos, bem mércio, com as instalações e pertences.
como exigir do locatário, como garantia, a
prestação de caução, fiança, ou seguro de fian- Nas locações de imóveis utilizados por
ça locatícia, sendo vedada mais de uma moda- hospitais, unidades sanitárias oficiais, asilos, bem como
lidade de garantia num mesmo contrato de lo- de estabelecimento de saúde e de ensino autorizados, o
cação. contrato somente poderá ser rescindido nos
Findo o prazo ajustado, se o locatário casos de mútuo acordo; em decorrência da
permanecer no imóvel sem oposição do loca- prática de infração legal ou contratual; em de-
dor por mais de trinta dias, presumir-se-á pror- corrência da falta de pagamento do aluguel e
rogada a locação por tempo indeterminado, demais encargos; para a realização de repara-
88 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV
a) Quem adquirir um imóvel locado tem qual h) Pesquise na sua apostila e defina: para que
prazo para pedir a desocupação do imóvel? serve a Ação Renovatória de Aluguel?
Qual o prazo que o locatário tem para desocu- _________________________________________
par o imóvel? Essas questões estão tratadas na _________________________________________
Lei do Inquilinato.
_________________________________________
_________________________________________
vos, os estatutos ou compromissos das socie- vel pelos danos decorrentes da anulação do
dades civis, religiosas, pias, morais, científicas registro, ou da averbação, por vício intrínseco
ou literárias, bem como o das fundações e das ou extrínseco do documento, título ou papel,
associações de utilidade pública, as socieda- mas, tão-somente, pelos erros ou vícios no pro-
des civis que revestirem as formas estabeleci- cesso de registro.
das nas leis comerciais, salvo as anônimas, e O oficial será obrigado, quando o apre-
os atos constitutivos e os estatutos dos parti- sentante o requerer, a notificar do registro ou
dos políticos. da averbação os demais interessados que figu-
A existência legal das pessoas jurídicas rarem no título, documento, o papel apresen-
só começa com o registro de seus atos consti- tado, e a quaisquer terceiros que lhes sejam in-
tutivos. dicados, podendo requisitar dos oficiais de re-
gistro em outros Municípios, as notificações
10.5 – DO REGISTRO DE TÍTULOS E necessárias. Por esse processo, também, pode-
DOCUMENTOS rão ser feitos avisos, denúncias e notificações,
quando não for exigida a intervenção judicial.
No Registro de Títulos e Documentos O serviço das notificações e demais diligências
será feita a transcrição dos instrumentos par- poderá ser realizado por escreventes designa-
ticulares, para a prova das obrigações con- dos pelo oficial e autorizados pelo Juiz com-
vencionais de qualquer valor ou, facultativa- petente.
mente, de quaisquer documentos, para sua
conservação. 10.6 – DO REGISTRO DE IMÓVEIS
Para surtir efeitos em relação a terceiros
estão sujeitos a registro no Registro de Títulos No Registro de Imóveis serão feitos o
e Documentos, entre outros, os contratos de registro e a averbação dos títulos ou atos cons-
locação de prédios os contratos de compra e titutivos, declaratórios, translativos e extintos
venda em prestações, com reserva de domínio de direitos reais sobre imóveis reconhecidos
ou não, os de alienação ou de promessas de em lei, inter vivos ou causa mortis, quer para
venda referentes a bens móveis e os de aliena- sua constituição, transferência e extinção, quer
ção fiduciária, as quitações, recibos e contratos para sua validade em relação a terceiros, quer
de compra e venda de automóveis, bem como para a sua disponibilidade.
o penhor destes, os instrumentos de cessão de Nesse sentido serão feitos os registros:
direitos e de créditos, de sub-rogação e de da-
ção em pagamento. • da instituição de bem de família, das hi-
O registro integral dos documentos con- potecas, dos contratos de locação de
sistirá na trasladação dos mesmos, com a mes- prédios, das penhoras, arrestos e seqües-
ma ortografia e pontuação, com referência às tros de imóveis, dos contratos de com-
entrelinhas ou quaisquer acréscimos, alterações, promisso de compra e venda de cessão,
defeitos ou vícios que tiver o original apresen- das incorporações, instituições e conven-
tado, e, bem assim, com menção precisa aos ções de condomínio;
seus característicos exteriores e às formalida- • dos contratos de promessa de venda,
des legais. cessão ou promessa de cessão de unida-
O oficial deverá recusar registro a título des autônomas condominiais, dos lote-
e a documento que não se revistam das forma- amentos urbanos e rurais, da compra e
lidades legais. venda pura e da condicional, da aliena-
O oficial, salvo quando agir de má-fé, ção fiduciária em garantia de coisa imó-
devidamente comprovada, não será responsá- vel etc.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 91
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
último dia útil do primeiro trimestre de cada A extinção ou perda de mandato de mem-
ano, salvo a primeira, que será devida no ato bro do COFECI e dos CRECI ocorrerá por
da inscrição do Corretor de Imóveis ou da renúncia, por superveniência de causa de que
pessoa jurídica. resulte o cancelamento da inscrição, por con-
O número da inscrição do Corretor de denação a pena superior a dois anos, em virtu-
Imóveis ou da pessoa jurídica constará obriga- de de sentença transitada em julgado, por des-
toriamente de toda propaganda, bem como de tituição de cargo, função ou emprego, mencio-
qualquer impresso relativo à atividade profis- nada à prática de ato de improbidade na admi-
sional. Somente poderá anunciar publicamen- nistração pública ou privada, em virtude de
te o Corretor de Imóveis, pessoa física ou jurí- sentença transitada em julgado, e por ausência,
dica, que tiver contrato escrito de mediação ou sem motivo justificado, a três sessões consecu-
autorização escrita para alienação do imóvel tivas ou seis intercaladas em cada ano.
anunciado. Compete ao Conselho Federal eleger sua
O Conselho Federal (COFECI) e os Con- diretoria; elaborar e alterar seu regimento; ela-
selhos Regionais (CRECI) são autarquias, do- borar o regimento padrão dos Conselhos Regi-
tadas de personalidade jurídica de direito pú- onais e homologá-lo; aprovar o relatório anual,
blico, com autonomia administrativa, operaci- o balanço e as contas de sua diretoria, bem como
onal e financeira. Tem por objetivo a disciplina a previsão orçamentária para o exercício seguinte;
e a fiscalização do exercício da profissão de criar e extinguir Conselhos Regionais e Sub-re-
Corretor de Imóveis, bem como representar, giões; baixar normas de ética profissional; ela-
em juízo ou fora dele, os legítimos interesses borar contrato padrão para os serviços de cor-
da categoria profissional. O COFECI tem retagem de imóveis; fixar as multas, anuidades e
como sede e foro a Capital da República e ju- emolumentos devidos aos Conselhos Regionais;
risdição em todo o território nacional, e cada decidir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos
CRECI tem sede e foro na Capital do Estado Regionais; julgar os recursos das decisões dos
da sua jurisdição. Conselhos; aprovar o relatório anual, o balanço
O COFECI é composto por dois repre- e as contas dos Conselhos Regionais; fiscalizar
sentantes, efetivos e suplentes, de cada Conse- irregularidades e intervir temporariamente nos
lho Regional, eleitos dentre os seus membros. Conselhos Regionais; destituir diretor de Con-
O CRECI é composto por vinte e sete mem- selho Regional, por ato de improbidade no exer-
bros efetivos e igual número de suplentes. cício de suas funções; e baixar resoluções e deli-
O mandato dos membros do COFECI e do berar sobre os casos omissos.
CRECI é de 3 (três) anos, permitida a recon- Compete aos Conselhos Regionais ele-
dução. Somente poderão ser membros do ger sua diretoria; aprovar o relatório anual, o
Conselho Regional os Corretores de Imóveis balanço e as contas de sua diretoria, bem como
com inscrição principal na jurisdição há mais a previsão orçamentária para o exercício se-
de dois anos e que não tenham sido condena- guinte; propor a criação de sub-regiões; homo-
dos por infração disciplinar. logar tabelas de preços de serviços de correta-
Os Conselhos Federal e Regionais serão gem; decidir sobre os pedidos de inscrição de
administrados por uma diretoria, eleita dentre Corretor de Imóveis e de pessoas jurídicas;
os seus membros, composta de um presiden- organizar e manter o registro profissional das
te, dois vice-presidentes, dois secretários e pessoas físicas e jurídicas inscritas; expedir car-
dois tesoureiros. Junto aos Conselhos Fede- teiras profissionais e certificados de inscrição;
ral e Regionais funcionará um Conselho Fiscal, impor as sanções às infrações ético-disciplina-
composto de três membros, efetivos e suplen- res previstas em lei; baixar resoluções, no âm-
tes, eleitos dentre os seus membros. bito de sua competência.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 93
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
São receitas de cada CRECI as anuidades, advertência verbal; censura; multa; suspen-
emolumentos e multas, a renda patrimonial, as são da inscrição, até noventa dias; e cancela-
contribuições voluntárias, e as subvenções e mento da inscrição, com apreensão da car-
dotações orçamentárias. São receitas do COFE- teira profissional.
CI 25% das anuidades e emolumentos arreca- Na determinação da sanção aplicável,
dados pelos Conselhos Regionais, além da ren- orientar-se-á o Conselho pelas circunstân-
da patrimonial, as contribuições voluntárias, e cias de cada caso, de modo a considerar
as subvenções e dotações orçamentárias. leve ou grave a falta. A reincidência na
Ao Corretor de Imóveis e à pessoa jurí- mesma falta determinará a agravação da pe-
dica é vedado transgredir normas de ética pro- nalidade.
fissional fixadas no Código de Ética: A multa poderá ser acumulada com
outra penalidade e, na hipótese de reinci-
• prejudicar, por dolo ou culpa, os inte- dência, aplicar-se-á em dobro. A pena de
resses que lhe forem confiados; suspensão será anotada na Carteira de
• exercer a profissão quando impedido Identidade Profissional do Corretor de
de fazê-lo ou por qualquer meio; Imóveis ou responsável pela pessoa jurídi-
• auxiliar ou facilitar o exercício da pro- ca e se este não a apresentar para que seja
fissão aos não inscritos ou impedidos; consignada a penalidade, o Conselho Re-
• anunciar publicamente proposta de gional poderá convertê-la em cancelamen-
transação a que não esteja autorizado to da inscrição.
através de documento escrito; As penas de advertência, censura ou mul-
• fazer anúncio ou impresso relativo à ati- ta serão comunicadas pelo Conselho Regional
vidade de profissional sem mencionar em ofício reservado, não se fazendo constar
o número de inscrição; dos assentamentos do profissional punido, se-
• anunciar imóvel loteado ou em condo- não em caso de reincidência.
mínio sem mencionar o número de re- Da imposição de qualquer penalida-
gistro do loteamento ou da incorpora- de caberá recurso, com efeito suspensivo,
ção no Registro de Imóveis; ao COFECI. O recurso apresentado pelo
• violar o sigilo profissional; negar aos apenado é denominado voluntário e de-
interessados a prestação de contas ou verá ser interposto no prazo de trinta dias
recibo de quantias ou documentos; a contar da ciência da decisão. Ex officio é
• violar obrigação legal concernente ao o recurso interposto obrigatoriamente
exercício da profissão; praticar, no pelo Presidente do CRECI nos casos de
exercício da atividade profissional, penalidade de suspensão da inscrição, até
ato que a lei defina como crime ou con- 90 (noventa) dias, ou cancelamento da ins-
travenção; crição, com apreensão da carteira profis-
• deixar de pagar contribuição ao CRE- sional.
CI; promover, ou facilitar, a tercei- As instâncias recorridas poderão re-
ros transações ilícitas ou que por qual- considerar suas próprias decisões, mas será
quer forma prejudiquem interesses de o COFECI a última e definitiva instância nos
terceiros; assuntos relacionados com a profissão e seu
• recusar a apresentação de Carteira de exercício.
Identidade Profissional, quando couber A suspensão por falta de pagamento de
anuidades, emolumentos ou multas só cessará
As sanções disciplinares aplicáveis aos com a satisfação da dívida, podendo ser can-
Corretores de Imóveis e pessoas jurídicas são celada a inscrição.
94 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV
fiado, o zelo pelo prestígio de sua classe e o • restituir ao cliente os papéis de que
aperfeiçoamento da técnica das transações imo- não mais necessite;
biliárias. • dar recibo das quantias que o cliente lhe
Quando no exercício da profissão, em pague ou entregue a qualquer título;
relação à classe profissional, cabe ao Corretor • contratar, por escrito e previamente,
de Imóveis: a prestação dos serviços profissionais;
• receber comissões ou compensações
• não praticar nem permitir a prática de pelo mesmo serviço prestado somente
atos que comprometam a dignidade de uma única parte, exceto se houver
profissional; consentimento de todos os interessa-
• defender os direitos e prerrogativas dos, ou for praxe usual na jurisdição.
profissionais e a reputação da classe;
• zelar pela existência, fins e prestígio dos Ao Corretor de Imóveis é terminante-
Conselhos Federal e Regionais, contri- mente proibido:
buindo sempre que solicitado;
• auxiliar na fiscalização do exercício pro- • aceitar tarefas para as quais não este-
fissional, comunicando, com discrição e ja preparado ou que não se ajustem
fundamentadamente, aos órgãos compe- às disposições legais; manter socieda-
tentes, as infrações de que tiver ciência; de profissional fora das normas e pre-
• relacionar-se com os colegas dentro dos ceitos estabelecidos em lei;
princípios de consideração, respeito e • promover a intermediação com co-
solidariedade visando a harmonia da brança de “over-price” (sobrepreço);
classe; colocar-se a par da legislação vi- e locupletar-se a custa do cliente;
gente e procurar difundi-la. • receber comissões em desacordo
com a Tabela de honorários vigente;
Em relação aos clientes, cabe ao Corre- • angariar serviços com prejuízo mo-
tor de Imóveis: ral ou material, ou desprestígio para
outro profissional ou para a classe;
• inteirar-se de todas as circunstâncias do • desviar cliente de outro Corretor de
negócio, antes de oferecê-lo e ao fazê- Imóveis;
lo apresentar dados rigorosamente cer- • deixar de atender ou cumprir às no-
tos, nunca omitindo detalhes que o tificações ou determinações regulares
depreciem, informando o cliente dos emanados do Conselho Profissional;
riscos e demais circunstâncias que pos- • acumpliciar-se com os que exercem ile-
sam comprometer o negócio; galmente atividades de transações imo-
• recusar transação que saiba ilegal, in- biliárias. Da mesma forma, é defesa a
justa ou imoral; promoção de transações imobiliárias
• comunicar, imediatamente, ao clien- contra disposição literal da lei;
te o recebimento de valores ou do- • o abandono dos negócios confiados
cumentos a ele destinado; a seus cuidados, sem motivo justo e
• prestar contas pormenorizadas ao cli- prévia ciência do cliente;
ente, quando este as solicite ou logo • aceitar incumbência de transação que
que concluído o negócio; esteja entregue a outro Corretor de
• orientar tecnicamente o negócio, re- Imóveis, sem dar-lhe prévio conheci-
servando ao cliente a decisão do que mento, por escrito ou, ainda, sem com
lhe interessar pessoalmente; ele contratar;
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 97
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
21. ( ) Considera-se em mora o devedor dencial para Marco Antônio, e este a lhe pagar
que efetua o pagamento, mas o credor que não R$ 100.000,00. Essa modalidade de contrato
recebe no tempo, lugar ou forma que a lei ou a denomina-se locação imobiliária.
convenção estabelecer.
32. ( ) O contrato de compra e venda não
22. ( ) Em se tratando de efeitos das obri- é passível de nulidade mesmo quando deixa a
gações, não havendo prazo assinalado, a mora taxação do preço ao arbítrio exclusivo de uma
se constitui a partir da notificação, interpela- das partes.
ção ou protesto.
33. ( ) Na compra e venda, as despesas da
23. ( ) Aquele que causar prejuízo a alguém escritura ficarão a cargo do comprador, e as
responde por perdas e danos. A reparação, ou da tradição a cargo do vendedor, salvo cláusu-
indenização abrange, além do prejuízo imedi- la em contrário.
ato, o que o prejudicado deixou de lucrar. So-
bre a reparação incidem atualização monetá- 34. ( ) Retrovenda é o pacto adjeto à com-
ria, juros oficiais e honorários advocatícios. pra e venda em que o vendedor de coisa imó-
vel pode reservar-se o direito de recobrá-la no
24. ( ) Arras são os recursos pagos por um prazo máximo de decadência de dez anos, res-
dos contratantes para garantir o cumprimento de tituindo o preço recebido e reembolsado as
um contrato, comumente, conhecido por sinal. despesas do comprador.
28. ( ) O defeito oculto da coisa, que a tor- 37. ( ) Considera-se doação o contrato em
ne imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe que uma pessoa, por liberalidade, transfere do
diminua o valor, é chamado vício redibitório. seu patrimônio bens ou vantagens para o de
outra. O doador pode fixar prazo ao donatá-
29. ( ) Evicção é a estipulação em favor de rio, para declarar se aceita ou não a liberalida-
terceiro no qual se convenciona certa vantagem de. Desde que o donatário, ciente do prazo,
patrimonial a favor de terceiro alheio à forma- não faça, dentro dele, a declaração, entender-
ção do vínculo contratual. se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a
encargo. A doação far-se-á por escritura pú-
30. ( ) O distrato faz-se pela mesma forma blica ou instrumento particular.
exigida para o contrato.
38. ( ) A modalidade de contrato em que
31. ( ) Júlio César firmou contrato se obri- uma das partes se obriga a ceder à outra, por
gando a transferir o domínio de imóvel resi- tempo determinado ou não, o uso e gozo de
100 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO
coisa não fungível, mediante certa retribuição, obrigação assumida pelo devedor, caso este
é denominada permuta. não a cumpra, é denominada corretagem.
39. ( ) Se o comodato não tiver prazo con- 47. ( ) O corretor é obrigado a executar a
vencional pode o comodante, quando desejar, mediação com a diligência e prudência que o
suspender o uso e gozo da coisa emprestada, negócio requer, prestando ao cliente, esponta-
porque o comodatário não poderá jamais re- neamente, todas as informações sobre o anda-
cobrar do comodante as despesas feitas com o mento dos negócios.
uso e gozo da coisa emprestada.
48. ( ) Marco Antônio tem um litígio com
40. ( ) O mútuo é uma modalidade de em- Júlio César acerca de uma dívida. Aquele en-
préstimo de coisas fungíveis na qual o mutuá- tende que a dívida é de R$ 10.000,00, ao passo
rio é obrigado a restituir ao mutuante o que que o devedor entende que é só de R$ 5.000,00.
dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qua- Após discussão entre eles, firmaram acordo
lidade e quantidade. colocando fim à questão mediante o pagamen-
to ao credor do valor de R$ 7.500,00. Esta
41. ( ) Toda a espécie de serviço ou traba- modalidade de contrato é conhecida como
lho lícito, material ou imaterial, pode ser con- novação.
tratada mediante retribuição.
49. ( ) É anulável a troca de valores desi-
42. ( ) Na venda ad mensuram, se o compra- guais entre ascendentes e descendentes, sem
dor constatar que o imóvel não corresponde consentimento dos outros descendentes e do
às dimensões da escritura pode exigir o com- cônjuge do alienante.
plemento da área.
50. ( ) Usucapião é a forma de aquisição de
43. ( ) A modalidade de contrato pelo qual propriedade imóvel que o ocorre quando al-
uma pessoa passa a comprar ou vender bens, guém detém a posse de uma coisa com ânimo
em seu próprio nome, mas por conta de ou- de dono, por determinado tempo, ininterrup-
trem, e de acordo com as instruções deste é tamente, e sem oposição:
denominada evicção.
51. ( ) Adquire-se a propriedade imóvel
44. ( ) Todas as pessoas capazes são aptas somente pela transcrição do título de transfe-
para dar procuração mediante instrumento rência no Cartório de Registro de Imóvel e pelo
particular, que valerá desde que tenha a assina- direito hereditário:
tura do outorgante.
52. ( ) O proprietário tem o direito de usar,
45. ( ) A modalidade de contrato em que gozar e dispor da coisa, por isso tem o direito
uma pessoa não ligada a outra em virtude de de reavê-la do poder de quem quer que injusta-
mandato, de prestação de serviços ou por qual- mente a possua ou detenha.
quer relação de dependência, obriga-se a obter
para a segunda um ou mais negócios, confor- 53. ( ) O condômino é obrigado, na pro-
me as instruções recebidas, é denominada cor- porção de sua parte, a concorrer para as des-
retagem. pesas de conservação da coisa.
46. ( ) A modalidade de contrato no qual 54. ( ) Sob pena de responder por perdas e
uma pessoa garante satisfazer ao credor uma danos, o corretor deve prestar ao cliente todos
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 101
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: 13) Considere os seguintes enunciados:
a) todos os enunciados estão corretos. I – Obrigação é o vínculo pessoal de direi-
b) todos os enunciados estão errados. to existente entre pessoas, tendo por
c) estão corretos nos enunciados I e II. objeto uma prestação ou contrapresta-
d) estão corretos os enunciados I e III. ção de conteúdo econômico.
e) estão corretos os enunciados II e III. II – Essa ou contraprestação deve ser possí-
vel, licita, determinada ou determinável,
11) Considere os seguintes enunciados: e ainda traduzível em dinheiro.
I – É anulável o negócio jurídico por vício III – Na obrigação de dar ou restituir, a coisa
resultante de erro, dolo, coação, esta- a ser entregue deverá sempre ser certa,
do de perigo, lesão ou fraude contra determinada ou especifica.
credores.
II – O negócio anulável não pode ser confir- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
mado pelas partes, salvo direito de ter- a) todos os enunciados estão corretos.
ceiro. b) todos os enunciados estão errados.
III – É de quatro anos o prazo de decadência c) estão corretos os enunciados I e II.
para pleitear-se a anulação do negócio d) estão corretos os enunciados I e III.
jurídico, contado no caso de coação, do e) estão corretos os enunciados II e III.
dia em que ela cessar.
14) Considere os seguintes enunciados:
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: I – A obrigação de fazer está relacionada à
a) todos os enunciados estão corretos. obrigação de prestar um serviço, como,
b) todos os enunciados estão errados. por exemplo, fazer uma pintura em um
c) estão corretos nos enunciados I e II. apartamento.
d) estão corretos os enunciados I e III. II – A obrigação de não fazer está relaciona-
e) estão corretos os enunciados II e III. da a uma abstenção obrigatória, ou a uma
obrigação de consentir ou não impedir.
12) Considere os seguintes enunciados: III – O pagamento feito a um dos credores
I – A prescrição ocorre em dez anos, quan- solidários extingue a dívida até o mon-
do a lei não lhe haja fixado prazo me- tante do que foi pago.
nor.
II – Prescreve em três anos a pretensão re- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 105
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
tratual, por não pagamento do aluguel. Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
a) somente os enunciados I e II estão cor-
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: retos.
a) todos os enunciados estão corretos. b) somente os enunciados I e III estão cor-
b) somente o enunciado I está correto. retos.
c) somente o enunciado II está correto. c) somente os enunciados II e III estão cor-
d) somente o enunciado III está correto. retos.
e) nenhum enunciado está correto. d) todos estão corretos.
e) todos estão incorretos.
20) Considere os seguintes enunciados:
I – Os negócios de transmissão gratuita de 22) Em se tratando de efeitos das obrigações,
bens ou remissão de dívida, se os prati- considere os seguintes enunciados:
car o devedor já insolvente, ou por eles I – A mora do credor pode resultar obri-
reduzido à insolvência, ainda quando o gação deste em ressarcir as despesas com
ignore, poderão ser anulados pelos cre- a conservação da coisa.
dores quirografários, como lesivos dos II – Se a mora do devedor resultar em ino-
seus direitos. cuidade ao credor, este pode recusar a
II – Serão igualmente anuláveis os contratos prestação e exigir a satisfação por per-
onerosos do devedor insolvente, quan- das e danos.
do a insolvência for notória, ou houver III – Não havendo prazo assinalado, a mora
motivo para ser conhecida do outro con- se constitui a partir da notificação, inter-
tratante. pelação ou protesto.
III – Anulados os negócios fraudulentos, a
vantagem resultante reverterá em pro- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
veito do acervo sobre que se tenha de a) somente os enunciados I e II estão cor-
efetuar o concurso de credores. retos.
b) somente os enunciados I e III estão cor-
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: retos.
a) todos os enunciados estão corretos. c) somente os enunciados II e III estão cor-
b) todos os enunciados estão errados. retos.
c) estão corretos nos enunciados I e II. d) todos estão corretos.
d) estão corretos os enunciados I e III. e) todos estão incorretos
e) estão corretos os enunciados II e III.
23) Considere os seguintes enunciados:
21) Considere os seguintes enunciados: I – Aquele que causar prejuízo a alguém res-
I – Considera-se em mora o devedor que não ponde por perdas e danos.
efetuar o pagamento e o credor que não II – A reparação, ou indenização abrange,
quiser recebe-lo no tempo, lugar ou for- além do prejuízo imediato, o que o pre-
ma que a lei ou a convenção estabelecer. judicado deixou de lucrar.
II – A cláusula penal é um pacto secundário, III – Sobre a reparação incidem atualização
razão pela qual a nulidade da obrigação monetária, juros oficiais e honorários
importa a da cláusula penal. advocatícios.
III – Havendo inexecução de uma obrigação,
o devedor responde por ela, mas só res- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
ponderá pelas perdas e danos se a tanto a) todos os enunciados estão corretos.
tiver se obrigado. b) todos os enunciados estão errados.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 107
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
lha vendeu, para que este use do seu di- a) todos os enunciados estão corretos.
reito de prelação em igualdade de con- b) todos os enunciados estão incorretos.
dições. c) somente o enunciado I está correto.
III – Retrovenda é o pacto adjeto à compra e d) somente o enunciado II está correto.
venda em que o vendedor de coisa imó- e) somente o enunciado III está correto.
vel pode reservar-se o direito de reco-
brá-la no prazo máximo de decadência 37) Considere os seguintes enunciados:
de dez anos, restituindo o preço recebi- I – Considera-se doação o contrato em que
do e reembolsado as despesas do com- uma pessoa, por liberalidade, transfere
prador. do seu patrimônio bens ou vantagens
para o de outra.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: II – O doador pode fixar prazo ao donatá-
a) somente os enunciados I e II estão cor- rio, para declarar se aceita ou não a libe-
retos. ralidade. Desde que o donatário, ciente
b) somente os enunciados I e III estão cor- do prazo, não faça, dentro dele, a decla-
retos. ração, entender-se-á que aceitou, se a
c) somente os enunciados II e III estão cor- doação não for sujeita a encargo.
retos. III – A doação far-se-á por escritura pública
d) todos estão corretos. ou instrumento particular.
e) todos estão incorretos.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
35) A cláusula inserida no contrato de venda a) todos os enunciados estão corretos.
de coisa móvel que permite ao vendedor re- b) todos os enunciados estão incorretos.
servar para si a propriedade, até que o preço c) somente o enunciado I está correto.
esteja integralmente pago, designa-se: d) somente o enunciado II está correto.
a) retrovenda. e) somente o enunciado III está correto.
b) perempção.
c) reserva de domínio 38) A modalidade de contrato em que uma das
d) pacto comissório. partes se obriga a ceder à outra, por tempo de-
e) consignação terminado ou não, o uso e gozo de coisa não fun-
gível, mediante certa retribuição, é denominada:
36) Considere os seguintes enunciados: a) preempção.
I – Na permuta, salvo disposição em con- b) permuta.
trário, cada um dos contratantes pagará c) locação de coisas.
por metade as despesas com o instru- d) cláusula resolutória.
mento da troca; e) retrovenda.
II – É anulável a troca de valores desiguais
entre ascendentes e descendentes, sem 39) Considere os seguintes enunciados:
consentimento dos outros descendentes I – O comodato é uma modalidade de em-
e do cônjuge do alienante. préstimo gratuito de coisas não fungí-
III – A cláusula de reserva de domínio será veis que se perfaz com a tradição do
estipulada por escrito e depende de re- objeto.
gistro no domicílio do comprador para II – Se o comodato não tiver prazo conven-
valer contra terceiros. cional pode o comodante, quando de-
sejar, suspender o uso e gozo da coisa
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: emprestada.
110 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO
III – O comodatário não poderá jamais re- quatro anos, dar-se-á por findo o con-
cobrar do comodante as despesas feitas trato, ainda que não concluída a obra.
com o uso e gozo da coisa emprestada.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: a) todos os enunciados estão corretos.
a) todos os enunciados estão corretos. b) todos os enunciados estão errados.
b) todos os enunciados estão errados. c) estão corretos os enunciados I e II.
c) estão corretos os enunciados I e II. d) estão corretos os enunciados I e III.
d) estão corretos os enunciados I e III. e) estão corretos os enunciados II e III.
e) estão corretos os enunciados II e III.
42) Considere os seguintes enunciados:
40) Considere os seguintes enunciados: I – Pelo contrato de depósito recebe o de-
I – O mútuo é uma modalidade de emprés- positário um objeto móvel, para guar-
timo de coisas fungíveis na qual o mutu- dar, até que o depositante o reclame.
ário é obrigado a restituir ao mutuante II – O contrato de depósito é gratuito, exce-
o que dele recebeu em coisa do mesmo to se houver convenção em contrário,
gênero, qualidade e quantidade. se resultante de atividade negocial ou se
II – O mútuo transfere o domínio da coisa o depositário o praticar por profissão.
emprestada ao mutuário, por cuja conta III – O depositário é obrigado a ter na guar-
correm todos os riscos dela desde a tra- da e conservação da coisa depositada o
dição. cuidado e diligência que costuma com o
III – Não se tendo convencionado expressa- que lhe pertence, bem como a restituí-
mente, o prazo do mútuo será de míni- la, com todos os frutos e acrescidos,
mo trinta dias, se for de dinheiro; quando o exija o depositante.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
a) todos os enunciados estão corretos. a) todos os enunciados estão corretos.
b) todos os enunciados estão errados. b) todos os enunciados estão incorretos.
c) estão corretos os enunciados I e II. c) somente o enunciado I está correto.
d) estão corretos os enunciados I e III. d) somente o enunciado II está correto.
e) estão corretos os enunciados II e III. e) somente o enunciado III está correto.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: ou risco do negócio, das alterações de
a) todos os enunciados estão corretos. valores e do mais que possa influir nos
b) todos os enunciados estão incorretos. resultados da incumbência.
c) somente o enunciado I está correto.
d) somente o enunciado II está correto. Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
e) somente o enunciado III está correto. a) todos os enunciados estão corretos.
b) todos os enunciados estão errados.
44) A modalidade de contrato pelo qual uma c) estão corretos os enunciados I e II.
pessoa passa a comprar ou vender bens, em seu d) estão corretos os enunciados I e III.
próprio nome, mas por conta de outrem, e de e) estão corretos os enunciados II e III.
acordo com as instruções deste é denominada:
a) evicção. 47) A modalidade de contrato no qual uma
b) comissão. pessoa garante satisfazer ao credor uma obri-
c) novação. gação assumida pelo devedor, caso este não a
d) empreitada cumpra, é denominada:
e) corretagem. a) novação
b) fiança.
45) A modalidade de contrato em que uma c) retrovenda.
pessoa não ligada a outra em virtude de man- d) transação.
dato, de prestação de serviços ou por qualquer e) corretagem.
relação de dependência, obriga-se a obter para
a segunda um ou mais negócios, conforme as 48) Marco Antônio tem um litígio com Júlio
instruções recebidas, é denominada: César acerca de uma dívida. Aquele entende
a) evicção. que a dívida é de R$ 10.000,00, ao passo que o
b) comissão. devedor entende que é só de R$ 5.000,00.
c) novação. Após discussão entre eles, firmaram acordo co-
d) empreitada locando fim à questão mediante o pagamento
e) corretagem. ao credor do valor de R$ 7.500,00. Esta mo-
dalidade de contrato é conhecida como:
46) Considere os seguintes enunciados: a) novação.
I – Pelo contrato de corretagem, uma pes- b) corretagem.
soa, não ligada a outra em virtude de c) transação.
mandato, de prestação de serviços ou d) fiança
por qualquer relação de dependência, e) retrovenda.
obriga-se a obter para a segunda um ou
mais negócios, conforme as instruções 49) Aquele que defende pessoalmente a sua
recebidas. posse, diante de ato de turbação ou esbulho,
II – O corretor é obrigado a executar a me- está utilizando:
diação com a diligência e prudência que a) da manutenção da posse.
o negócio requer, prestando ao cliente, b) do interdito possessório.
espontaneamente, todas as informações c) do esforço imediato.
sobre o andamento dos negócios. d) da reintegração de posse.
III – Sob pena de responder por perdas e e) da imissão de posse.
danos, deve o corretor prestar ao clien-
te todos os esclarecimentos que estive- 50) Forma de aquisição de propriedade imó-
rem ao seu alcance, acerca da segurança vel que o ocorre quando alguém detém a pos-
112 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO
se de uma coisa com ânimo de dono, por de- c) somente os enunciados I e III estão cor-
terminado tempo, ininterruptamente, e sem retos.
oposição: d) somente os enunciados II e III estão cor-
a) acessão. retos.
b) usucapião. e) nenhum enunciado está correto.
c) herança jacente.
d) registro de título. 53) Considere as seguintes proposições, em
e) comoriência. relação ao condomínio:
I – Cada unidade autônoma corresponde
51) Adquire-se a propriedade imóvel: a uma fração ideal no condomínio so-
a) pela transcrição do título de transferên- bre o terreno e as partes comuns do
cia no Registro de Imóvel, pela acessão, edifício.
pelo usucapião e pelo direito hereditário. II – As partes suscetíveis de utilização inde-
b) somente pela transcrição do título de pendente, tais como apartamentos, es-
transferência no Cartório de Registro de critórios, podem ser alienadas livremente
Imóvel e pelo direito hereditário. por seus proprietários.
c) pela transcrição do título de transferên- III – O condômino é obrigado, na propor-
cia no Cartório de Registro de Imóvel, ção de sua parte, a concorrer para as
pela tradição, pelo usucapião e pelo di- despesas de conservação da coisa.
reito hereditário;
d) pela transcrição do título de transferên- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
cia no Cartório de Registro de Imóvel, a) todos os enunciados estão corretos.
pela confusão, pelo usucapião e pelo di- b) somente o enunciado I está correto.
reito hereditário. c) somente o enunciado II está correto.
e) pela transcrição do título de transferên- d) somente o enunciado III está correto.
cia no Cartório de Registro de Imóvel, e) nenhum enunciado está correto.
pela evicção e pela compensação.
54) Propriedade resolúvel é a de caráter não
52) Considere as seguintes proposições: permanente, que pode ser cancelada pelo ad-
I – O proprietário tem o direito de usar, go- vento de determinada condição legal ou con-
zar e dispor da coisa, mas não tem o di- vencional. São cláusulas ou condições que tor-
reito de reavê-la do poder de quem quer nam a propriedade resolúvel, exceto:
que injustamente a possua ou detenha. a) o pacto de retrovenda.
II – Avulsão é o arrancamento de um bloco b) a doação de cláusula de reversão.
considerável de terra por força das c) a propriedade fiduciária.
águas, e o seu conseqüente arremesso de d) o usucapião.
encontro a terras de outrem. e) a venda a contento.
III – O álveo ou leito abandonado do rio,
público ou particular, pertence ao aos 55) Considere os seguintes enunciados:
proprietários ribeirinhos das duas mar- I – Usufruto ocorre quando o proprietário
gens, com divisa no meio. Júlio César concede, mediante ato inter
vivos, a posse, uso, administração e per-
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: cepção de frutos de um imóvel a Cleó-
a) todos os enunciados estão corretos. patra, conservando a sua propriedade.
b) somente os enunciados I e II estão cor- II – O usufruto de imóveis, quando não re-
retos. sulte de usucapião, constituir-se-á medi-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 113
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Ad Corpus: expressão latina que qualifica a venda que se faz por corpo, i.é, por
um único preço. Ex: venda de apartamentos, casas etc.
Alienação fiduciária: negócio jurídico pelo qual uma das partes chamada
fiduciário, adquire, em confiança, a propriedade de um bem móvel, obrigando-se
a devolvê-lo quando satisfeita a obrigação. A Lei 9.514/97, art. 22, passou a
permitir a alienação fiduciária para bens imóveis.
Alqueire: unidade de medida agrária que varia de região para região. Em Minas
Gerais o alqueire vale 48.400 m²; em São Paulo, 24.200 m², e no norte do
Brasil 27.225 m².
GLOSSÁRIO
Álveo: superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e
ordinariamente enxuto.
Arras: do grego arrabon. Garantia ou sinal dado por um dos contratantes que
firma a presunção de acordo final e torna obrigatória a convenção. Ver arts. 417
a 420 do CC.
Aval: garantia do pagamento do título de crédito, de natureza pessoal, dada por terceiro.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Bens fungíveis: aqueles móveis que podem ser substituídos por outros da mesma
espécie, qualidade e quantidade.
Bens imóveis: aqueles que não podem ser transportados sem que ocorra a sua
destruição ou inutilização. Podem ser:
• imóveis por natureza: o solo, com a sua superfície.
• imóveis por acessão física ou artificial: edifícios.
• imóveis por acessão intelectual: as sementes lançadas ao solo.
• imóveis assim considerados para efeitos legais: direitos reais sobre imóveis, penhor
agrícola e as ações que os asseguram, as apólices da dívida pública, o
direito à sucessão aberta, os navios e os aviões.
Bens infungíveis: aqueles que são insubstituíveis por outros. As obras de arte,
o direito autoral etc.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Cláusula leonina: cláusula contratual que atribui, a uma das partes, vantagens
injustificadamente maiores do que aquelas conferidas à outra parte.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Contrato: acordo de vontades entre duas ou mais pessoas, sobre objeto lícito e
possível, com o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. Pode
ser aberto, acessório, a titulo oneroso ou não, bilateral ou unilateral (doações),
consensual, comutativo etc.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Doação: contrato gratuito (benéfico) pelo qual uma das partes (doador) se
compromete a transferir, gratuitamente, um bem de sua propriedade para o
patrimônio de outra. É um tipo de contrato unilateral. A doação pode ser pura
ou incondicional, condicional, modal, remuneratória, com cláusula de reversão,
a título singular e inoficiosa. Vale lembrar que a doação pode ser revogada em
caso de ingratidão do donatário. Ver arts. 538 a 563 do CC.
Domicílio: local onde a pessoa natural ou jurídica exerce sua atividade habitual, enquanto
residência é o local onde a pessoa natural mora, com intenção de ali permanecer.
Edil: do latim aedes, casa, prédio; daí edificium, combinando com ficium, de facere.
É também sinônimo de vereador.
Espólio: Conjunto de bens que integra o patrimônio deixado pelo de cujus, e que
serão compartilhados, no inventário, entre os herdeiros ou legatários.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Evicção: perda total ou parcial de uma coisa, que sofre seu adquirente, em
conseqüência de decisão judicial promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor.
Ver arts. 447 a 456 do CC.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Hectare: unidade de medida agrária correspondente a 100 ares. Cada are, por
sua vez, vale 100m². Assim, um hectare vale 10.000m².
Imóvel rural: prédio rústico de área contínua qualquer que seja a sua
localização, destinado à exploração extrativa agrícola, pecuária ou
agroindustrial, quer mediante planos públicos de valorização, quer mediante
iniciativa privada (art. 1º I, da Lei nº 4.504/64 – Estatuto da Terra).
Legado: parte da herança deixada pelo testador àquele que não seja herdeiro,
denominado legatário.
Legítima: parte da herança que cabe a cada herdeiro, e que não pode ser disposta
pelo testador.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Ônus real: gravame incidente sobre bens móveis ou imóveis, em face de direitos
reais sobre coisas alheias.
Penhor: direito real sobre coisa alheia, consistente na entrega de um bem móvel,
suscetível de alienação, efetuada pelo devedor ou terceiro, ao credor, para
garantia de um débito.
Pessoa natural: ser humano dotado de direitos e obrigações determinados pela lei.
Posse: de acordo com o art. 1.196 do CC, considera-se possuidor todo aquele que
tem de fato o exercício, pleno ou não, de alguns dos poderes inerentes à propriedade.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Superfície (direito de): direito real de uso de bem alheio, consistente na cessão
de imóvel, pelo proprietário, a um superficiário, gratuita ou onerosamente, para que
este construa ou plante no terreno. È regulado pelos arts. 1.369 a 1.377 do CC.
Tapume: cerca de arame ou madeira, sebe viva, vala, enfim, qualquer estrutura
que sirva de demarcação de terrenos contíguos, e para impedir a entrada de
pessoas ou animais. Ver art. 1.297 do CC.
Terras devolutas: são bens de natureza dominial, vale dizer, integral o patrimônio
de pessoas jurídicas de direito público. São terras vagas, não aproveitadas, que
podem ser alienadas ou cedidas a particulares. Ver art. 20 da CF.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 129
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Transcrição: ato pelo qual o oficial competente lnça, em livro próprio, o registro
dos títulos translativos de propriedade, por ato inter vivos.
Usufruto: direito real sobre bem alheio atribuído a alguém para que possa fruir
das utilidades e frutos de um bem de propriedade alheia, sem alteração de sua
substância, enquanto temporariamente destacado da mesma propriedade.
Vacatio Legis: período em que a lei nova, embora publicada oficialmente, fica
com sua vigência suspensa.
Venda ad corpus: venda de bem imóvel que leva em conta apenas sua especificação
por características e confrontações, sem determinação de área. Ver CC, art. 500.
Vício redibitório: defeito oculto que torna o bem alienado impróprio para o
uso a que se destina, ou causa diminuição do seu valor. Ver CC, art. 2.164.
BIBLIOGRAFIA
RODRIGUES, Sílvio. Direito civil. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 1981c v. 3:
Dos contratos e das declarações de vontade.
RODRIGUES, Sílvio. Direito civil. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 1981a v. 1:
Parte geral.
RODRIGUES, Sílvio. Direito civil. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 1981b v. 2:
Parte geral das obrigações.
CENEVIVA, Walter. Lei de registros públicos. 13. ed. São Paulo: Sarai-
va:1999
GABARIT
GABARITOO
EXERCÍCIO I EXERCÍCIO II
Noções de
Desenho Arquitetônico
e Construção Civil
MÓDULO 06
BRASÍLIA – 2005
Os textos do presente Módulo não podem ser reproduzidos sem autorização do
INEDI – Instituto Nacional de Ensino a Distância
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Antônio Armando Cavalcante Soares – Diretor Secretário
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Gráfica e Editora Equipe Ltda
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C837m
Caro Aluno
Em síntese, caro aluno, o estudo dedicado do conteúdo deste módulo lhe permitirá
não só o domínio dos conceitos mais elementares da Arquitetura e Construção Civil,
como também os termos adequados para conversação com os clientes, além do
conhecimento dos instrumentos básicos para que o futuro profissional possa atingir os
seus objetivos no mercado de imóveis. Enfim, ao concluir seus estudos neste módulo
você terá vencido uma importante etapa para atuar com destaque neste seguimento da
economia nacional.
Boa sorte!
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................09
UNIDADE I
1. O DESENVOLVIMENTO DA ARQUITETURA ..................................................13
UNIDADE II
4 - ETAPAS DO PROJETO .........................................................................................27
4.1 – Escolha do Lote ou Terreno ..........................................................................27
4.2 – Compra do Lote ...........................................................................................27
4.3 – Contratação do Arquiteto .............................................................................27
4.4 – Encomenda do Projeto .................................................................................27
4.5 – Estudo Preliminar ........................................................................................27
4.6 – Anteprojeto ..................................................................................................27
4.7 – Projeto Final.................................................................................................27
4.8 – CREA ..........................................................................................................27
4.9 – Prefeitura .....................................................................................................27
UNIDADE III
8. PORTAS E PORTÕES ............................................................................................39
9. JANELAS...... ...........................................................................................................41
9.1 – Tipos de Aberturas das Janelas .....................................................................41
9.1.1. Basculante............................................................................................41
9.1.2. Máximo-Ar ..........................................................................................41
9.1.3. Guilhotina ...........................................................................................41
9.1.4. Correr ..................................................................................................41
9.1.5. Veneziana.............................................................................................42
9.1.6. Janela com Bandeirola ..........................................................................42
Os Pilares do Conhecimento:
2. NORMAS TÉCNICAS
Formato A0
Formato A1
Moldura de 10mm
Indicação das
dobras
Formato A1
Carimbo
2.8.3. Escala de Ampliação: Quando o 3. Veja no texto e descreva para que servem as
objeto que está sendo representado é muito escala reais.
pequeno, necessitando ser ampliado para me- __________________________________________________________________________________________________________________________________
lhor interpretação do projeto. Esta escala é
empregada nas áreas de mecânica, eletrônica, II - Dadas as escalas abaixo, escreva-as por
desenho de jóias, entre outras. extenso e identifique se são de ampliação,
OBS - Escala real - Usa-se este tipo de redução ou real.
escala quando o desenho deve ser igual ao ob- 1) 1½ : 1
jeto desenhado. A representação desta escala é 2) 1 : 1½
sempre 1:1 (lê-se um por um). 3) 5: 5
4) 1 : 1.000
5) 1.000 : 1
I - Responda as alternativas.
1. Pense um pouco e responda: qual a finali-
dade das escalas de redução?
__________________________________________________________________________________________________________________________________
a) as cotas devem ser representadas aci- • Utilizamos alguns símbolos, para faci-
ma e paralelamente à linha de cota e aproxi- litar e identificar das formas dos elemen-
madamente no seu ponto médio. tos cotados.
b) as cotas devem ser lidas da base da
folha de papel. As linhas de cotas devem ser φ - diâmetro
interrompidas próximas ao meio para repre- R - raio
sentação da cota.
3. PROJEÇÕES
ORTOGONAIS
O desenho arquitetôni-
co consiste em representar as
edificações, levando em con-
sideração as projeções, vistas,
elevações, detalhes e cortes.
Estas projeções nos proporci-
onam uma visão espacial, ou
melhor, volumétrica da edi-
ficação.
Unidade
II
Layout
30 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DESENHO ARQUITETÔNICO E NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL – Unidade II
Perspectiva
Implantação e Locação
J1 P1
J2 P2
J3 P3
7. CONTRATAÇÃO DOS
PROJETOS COMPLEMENTARES
Esgoto
Água Fria
II - Pense e responda.
luções artificiais.
a) A altimetria do lote tas vezes, o aumento dos custos com o emprego de so-
_________________________________________________________________ vadas, ocorrerá desconforto para o proprietário e, mui-
b) Se as posições do sol e dos ventos não forem obser-
_________________________________________________________________
tido dos desníveis.
quiteto, a não ser quando o projetista consegue tirar par-
b) A posição do sol e dos ventos II - a) Um terreno não plano complicará o projeto do ar-
Unidade
III
8. PORTAS E PORTÕES
Porta Sanfonada
Porta giratória
Porta Pantográfica
Porta de Correr
Porta de Abrir
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 39
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
PORTÕES
Corte
Portão Basculante
Planta
Corte
9. JANELAS
Gabarito de Vegetação
10.1.8. GABARITOS - São utensílios de plás-
ticos ou acrílico que apresentam os contornos 10.1.9. RÉGUA FLEXIVEL - A régua flexí-
de objetos variados utilizados em desenho téc- vel serve para o traçado de qualquer tipo de
nico de construções. curva. É fabricada de borracha especial com
alma interna de chumbo com liga especial.
Possui rebaixo nas bordas para desenho à nan-
quim. O comprimento varia de 40cm a 1m.
Gabarito de letras.
Gabarito Sanitário
10.1.10. ACHURIADOR RÁPIDO - Ideal
para traçar linhas ou figuras perfeitamente
paralelas com qualquer espaçamento. Pos-
sui dispositivo para acoplar qualquer tipo
de gabarito o que amplia muito seu campo
Gabarito de Telhas de utilização.
Gabarito de portas/sanitários/elétrico/círcu-
los e retângulos
44 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DESENHO ARQUITETÔNICO E NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL – Unidade III
Unidade
IV
referem-se à relação existente entre a área to- 5. Edifícios são edificações de dois ou mais
tal da residência e o número de leitos que esta pavimentos destinados a residência, co-
pode abrigar. Define-se que o coeficiente de mércio ou às duas finalidades (mista).
leito para as casas populares é igual ou inferior Cada projeto para edifício deverá seguir
a 10 (dez). normas próprias em função de seu zoneamen-
Tomemos como exemplo uma casa com to, destinação, altura, número de unidades,
58m² e três quartos (9 camas). O coeficiente além das legislações específicas do município.
de leito é igual a 58 : 9 = 6,44 que é inferior a Contudo, em todo e qualquer edifício
10; portanto, trata-se de uma casa popular. deverá sempre existir uma preocupação cons-
Já uma outra casa com os mesmos 58m2, tante quanto aos acessos verticais (escadas e
porem com um único quarto, não poderá ser elevadores), definidos por normas próprias,
enquadrada como casa popular, pois seu coe- proteção contra incêndio, estacionamentos
ficiente de leito é igual a 19,33 (58 : 3), quase (mínimo 25m2/veículo), coleta de lixo, etc.
o dobro de 10 (parâmetro para casa popular) . • De acordo com as normas de financia-
Não vamos apresentar um desenho para mento, necessita-se freqüentemente
este tipo de moradia, pois o que importa nela classificar as obras. As moradias são co-
são as dimensões e não a forma. mumente classificadas quanto ao tipo e
quanto à edificação.
12.1.2. Classificação quanto à edifica- • Quanto ao tipo, as habitações classifi-
ção - As residências classificam-se quan- cam-se unifamiliares, populares e resi-
to à edificação em isoladas, geminadas, denciais.
em série, conjuntos residenciais e edifí- • Habitação unifamiliar é aquela consti-
cios. Vejamos cada uma delas. tuída de um quarto, uma sala, um ba-
nheiro, uma cozinha e uma área coberta
1. Residências isoladas são as que, como e descoberta.
o nome indica, são separadas umas das • Habitação popular é a que tem as mes-
outras. mas características da unifamiIiar, mas
2. Residências geminadas são as ligadas pode ter até três dormitórios, perfazen-
por uma parede comum. do uma área máxima de 68m2, segun-
3. Residências em série são as construí- do o Código de Edificações de Brasília.
das em seqüência. A habitação residencial ultrapassa a
4. Conjuntos residenciais são agrupamen- 68m2.
tos de moradia que têm no mínimo 20 • Alguns códigos de edificações estabele-
unidades residenciais. Os conjuntos re- cem um coeficiente para classificação
sidenciais podem ser compostos de uni- das residências, denominados coeficien-
dades isoladas e/ou prédios de aparta- tes de leito, que se referem à relação exis-
mentos, dependendo do programa ha- tente entre a área total da residência e o
bitacional. número de leitos que esta residência
Qualquer núcleo habitacional de- pode abrigar.
verá ser servido de todos os comple- • Quanto à edificação, as habitações clas-
mentos necessários ao seu pleno fun- sificam-se em isoladas, geminadas, em
cionamento, tais como comércio, es- série, conjuntos residenciais e edifícios.
cola, lazer, serviços públicos, etc., na- • As habitações isoladas são separadas
turalmente mantendo as devidas pro- umas das outras.
porções em relação ao número de usu- • As habitações geminadas são unidas por
ários e à legislação de cada município. uma parede comum.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 51
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
2. Edifício:__________________________
___________________________________
___________________________________
13.1 – FUNDAÇÃO
meia seção, enquanto a água é fornecida com detergentes, os quais são nocivos à formação e
a tubulação cheia. proliferação destas bactérias.
Veja, no final deste texto, uma relação
que transcrevemos para seu conhecimento, das Veja o desenho:
principais terminologias de esgotos sanitário
adotada pela NBR 8160 de 1983, a qual dis-
ciplina e fixa as condições mínimas para os
projetos e execução das referidas instalações.
Antes, porém, de terminarmos este títu-
lo, não poderemos deixar de lembrar a impor-
tância do destino final dos esgotos para a saú-
de pública e para o equilíbrio ecológico.
Boa parte de nossas cidades já dispõem
da rede pública de captação dos esgotos, en-
tretanto, pouquíssimas estão aparelhadas com
os dispositivos técnicos de tratamento deste
esgoto.
Lamentavelmente, estes são lançados in
natura nos córregos, rios ou lagos, com sérios
e imediatos comprometimentos para as popu-
lações ribeirinhas e, a longo prazo, para toda a
população regional, incluindo aí, também,
aquelas causadoras da poluição. b) Caixa de gordura - destina-se a receber
Em regiões onde não existe a rede pú- a água servida na cozinha e separar a gordura.
blica de captação, seja em cidades ou no cam- Este procedimento é necessário, pois como vi-
po, deve se usar o sistema de fossas sépticas e mos antes, não se recomenda o lançamento des-
sumidouros, sistema altamente eficiente, lar- ta água na fossa séptica nem o seu lançamento
gamente comprovado e recomendado pelas diretamente no sumidouro sem a separação da
maiores autoridades sanitárias mundiais. gordura, sob pena de, com o tempo, impermea-
bilizar as paredes do sumidouro, dificultando
A seguir, alguns detalhes deste sistema: assim a absorção natural. Veja o esquema para
construção de uma caixa de gordura.
____________________________________
portante é a de água. Sem ela não vivemos; 3. A água qui-
água, esgoto, elétrica e telefônica; 2. A instalação mais im-
I - 1. As instalações mais importantes são as relativas à
sões de ambientes.
de mármore, madeira, pedra, granito e cerâmica; 2. Os ro-
mudanças de tipo de pavimentação. As mais comuns são
6. ( ) Necessita de uma estrutura cal- III -1. As soleiras são usadas sob os vãos das portas e nas
culada para o seu sustento, com exceção da II - 1. (D); 2. (G); 3. (A); 4. (E); 5. (D); 6. (C); 7. (F); 8. (H)
autoportante. ao longo da obra, etc.
7. ( ) Servem para a fixação e articula- ção de mão-de-obra; planejamento de entrada de material
ligações provisórias; preparação de alojamentos; contrata-
ções das esquadrias. usados; colocação de aparelhos e máquinas necessários;
8. ( ) Incluem, entre outros, os traba- de barracões; indicação de depósitos dos materiais a serem
de tabuletas com indicações de dados da obra, construções
lhos de paisagismo. as que precedem o início da obra: colocação de tapumes e
I - Você deve ter citado cinco entre as seguintes providênci-
13. O levantamento planimétrico tem como 18. O desenho no projeto de arquitetura, que
objetivo: contem as medidas, largura e comprimento
a) definir as divisas e seus ângulos internos de um ambiente é denominado:
b) definir as alturas do terreno a) planta baixa
c) definir a orientação b) cobertura
d) definir somente a altimetria c) corte
d) fachada
14. Em um projeto de arquitetura, são exigi- e) situação
das distâncias mínimas entre a construção e o
terreno.Estas distâncias são denominadas de: 19. O corte de um projeto, tem como finalidade:
a) afastamentos a) definir a quantidade de portas, janelas,
b) arruamento peitoris, muros e muretas
c) declive b) definir as larguras dos ambientes, por-
d) beirais tas, janelas e peitoris
e) aclive c) definir os comprimentos dos ambientes
d) definir as larguras dos ambientes
15. A figura que se segue representa: e) definir as alturas dos ambientes, por-
tas, janelas, peitoris, muros e muretas
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
ARGILA – silicatos hidratados, barro com que se faz tijolos, cerâmicas etc.
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
CHUMBADOR – peça que serve para fixar qualquer coisa numa parede.
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
CUMEEIRA – parte reta mais alta dos telhados onde tem inicio as águas;
a peça de madeira que a forma.
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
LONGARINA – viga.
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
BIBLIOGRAFIA
GABARITO
GABARITO
1-A 16-E
2-C 17-B
3-A 18-A
4-B 19-E
5-D 20-A
6-D 21-C
7-A 22-A
8-C 23-B
9-B 24-B
10-A 25-E
11-E 26-E
12-E 27-C
13-B 28-D
14-A 29-A
15-C 30-E
Noções de
Organização e Técnica
Comercial
MÓDULO 07
BRASÍLIA – 2005
Os textos do presente Módulo não podem ser reproduzidos sem autorização do
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C889m
Caro Aluno
Em síntese, caro aluno, o estudo dedicado do conteúdo deste módulo lhe permitirá
o domínio dos conceitos mais elementares de Organização e Técnica Comercial, além
do conhecimento dos instrumentos básicos para que o futuro profissional possa atingir
os seus objetivos no mercado de imóveis. Ao concluir seus estudos neste módulo você
terá vencido uma importante etapa para atuar com destaque neste seguimento da economia
nacional.
Boa sorte!
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................07
UNIDADE I
1. Organizações Humanas – Fundamentos Conceituais...................................................11
1.1 – Princípios básicos ..........................................................................................11
1.2 – As organizações como sistemas .......................................................................11
1.3 – As organizações e sua função social ................................................................13
1.4 – O ambiente organizacional ............................................................................14
2. Administração – princípios e elementos básicos ..........................................................16
2.1 – Eficácia, Eficiência, Efetividade ......................................................................17
2.2 – Níveis administrativos ....................................................................................17
2.3 – Habilidades e conhecimentos administrativos .................................................18
2.4 – Funções administrativas .................................................................................20
2.4.1 – Planejamento ......................................................................................20
2.4.2 – Organização .......................................................................................23
2.4.2.1. Método de representação de uma estrutura organizacional ........24
2.4.2.2. Departamentalição ...................................................................24
2.4.2.3. Conceito de autoridade ............................................................26
2.4.3 – Direção ..............................................................................................29
2.4.3.1. Elementos básicos no processo de direção ..................................29
2.4.4 – Controle.............................................................................................32
2.4.5 – Considerações finais sobre o processo administrativo ............................33
UNIDADE II
1. Empresas - Conceituação e classificação .....................................................................37
1.2 – Conceito e Objetivos .....................................................................................37
1.3 – Características ...............................................................................................37
1.4 – Classificação das empresas .............................................................................37
2. Escolha de atividades e constituição ............................................................................38
2.1 – Escolha de atividades .....................................................................................38
2.2 – Constituição ..................................................................................................38
2.3 – As sociedades .................................................................................................39
2.3.1 – Designação da Sociedade Comercial ...................................................39
2.3.2 – Classificação das Sociedades/Responsabilidade Sócios...........................40
2.4 – Junta comercial .............................................................................................42
3. Concentração de empresas ou influência no mercado ..................................................42
3.1 – Monopólio ...................................................................................................42
3.2 – Oligopólio ....................................................................................................43
3.3 – Cartel ...........................................................................................................43
3.4 – Holding .......................................................................................................43
3.5 – Truste ...........................................................................................................43
3.6 – Grupo de sociedade ......................................................................................43
UNIDADE III
1. Técnicas Comerciais - Conceito........ ...........................................................................47
2. Organização Comercial ..............................................................................................47
3. Estrutura do comércio x características do mercado imobiliário....................................48
3.1 – Captação ......................................................................................................48
3.2 – Condições de crédito ....................................................................................49
3.3 – Comunicação ................................................................................................49
3.4 – Conhecimento de marketing .........................................................................49
4. Administração de vendas em empresas imobiliárias ......................................................50
4.1 – Composição da força de vendas .....................................................................50
4.2 – Estruturação da força de vendas ....................................................................51
4.3 – Tamanho da força de vendas ..........................................................................52
4.4 – Administração da força de vendas ..................................................................52
4.5 – Controle da força de vendas ..........................................................................56
UNIDADE IV
1. Serviços Auxiliares do Comércio - Companhias de seguros .........................................61
1.1 – Riscos ...........................................................................................................61
1.2 – Seguros .........................................................................................................61
2. Estabelecimentos financeiros ......................................................................................61
2.1 – Banco Central do Brasil .................................................................................61
2.2 – Banco do Brasil .............................................................................................61
2.3 – Banco Nacional de Desenv. Econômico e Social – BNDES .............................61
2.4 – Caixas econômicas .........................................................................................62
2.5 – Bancos comerciais .........................................................................................62
2.6 – Bancos de investimentos ................................................................................62
2.7 – Fundos mútuos de investimentos ...................................................................62
2.8 – Companhias de crédito, financiamento e investimento ...................................62
2.9 – Sociedades distribuidoras de valores ...............................................................62
3. Bolsas............. ............................................................................................................62
3.1 – Tipos de ações das S/As .................................................................................63
UNIDADE V
1. Operações sobre Mercadorias e Títulos - Noções gerais.. ............................................67
2. Modalidades de operações com mercadorias ...............................................................67
3. Operações sobre títulos ..............................................................................................67
Bons estudos.
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Unidade
I
O ambiente especifico é aquele mais afetado, direta ou indiretamente, pela busca dos
próximo, imediato e particular de cada empre- objetivos organizacionais.
sa. Englobam o ambiente específico: Quando uma empresa atua em um
ambiente turbulento e mutável, as oportunida-
• as entidades concretas com as quais a em- des, facilidades, dificuldades, ameaças e coações
presa interage diretamente e cujo com- devem ser percebidas a tempo. Assim, pode-
portamento é relevante em termos de rão ser aproveitadas, evitadas ou neutralizadas.
estabelecimento e alcance dos objetivos; Dessa forma, a informação torna-se a
• os clientes (segmento alvo e direciona- forma de capital mais valorizada. A tecnologia
dor prioritário); não rotineira é a única capaz de atender às de-
• os fornecedores, (segmento supridor de mandas diversificadas dos clientes. As metas
recursos); organizacionais passam do crescimento e da
• os concorrentes (segmento competitivo); eficiência para a aprendizagem e eficácia, des-
• os grupos reguladores (governo, sindica- locando o poder de decisão para os níveis ope-
tos, associações, entidades de classe ou racionais, especialmente para os supervisores
representativas de segmentos ou posi- e profissionais de vendas, para que esses pos-
cionamentos sociais) que de alguma sam atuar com maior rapidez e responsabili-
forma impõem restrições, controles, ou dade no atendimento ao cliente.
limitações às atividades da instituição
considerada como sistema.
As variáveis são de origem interna e perpectivas, ou seja, ele pode ser caracterizado
externa. como:
As variáveis de origem externa ten-
dem a ser, incontroláveis. São elas: • planejamento estratégico – abrange
os procedimentos para tomada de de-
• variáveis econômicas, interferem direta- cisões sobre os objetivos e estratégias
mente no mercado; da empresa a longo prazo; com forte
• tecnologia, fornece condições inovadoras orientação para o relacionamento ex-
em termos de recursos e processamen- terno e para a efetividade, expressa-se
to de informações; no conjunto de missões (intenções ge-
• governamentais, através das políticas eco- néricas da instituição), políticas básicas,
nômica, fiscal, social, habitacional, etc, vantagens competitivas (fatores de di-
a legislação; ferenciação dos concorrentes) e resul-
• culturais , os modismos, os aspectos sociais e tados globais (metas estratégicas) vol-
a demografia, entre outros. tados diretamente para o produto,
mercado e clientes;
As variáveis internas, de caráter con-
trolável se associam à capacidade produtiva ou • planejamento tático – traduz os obje-
de comercialização da empresa, ao quantitati- tivos e planos estratégicos mais amplos
vo e ao grau de qualificação dos recursos hu- em objetivos e planos específicos rele-
manos, aos conhecimentos e tecnologia envol- vantes para uma parte definida da em-
vidos nos processos internos. presa, geralmente uma área funcional
A análise do contexto, orientada para como marketing ou recursos humanos;
o exame dessas variáveis e seu impacto sobre focaliza as principais ações que uma uni-
as perspectivas da instituição, desdobra-se nos dade deve empreender para realizar sua
seguintes passos: parte do plano estratégico e para esta-
belecer mecanismos de coordenação in-
• definição da situação atual - identifi- terna com as demais áreas;
cação da realidade presente em termos
de desvios em relação a objetivos, pon- • planejamento operacional – identifi-
tos fortes e fracos da organização e opor- ca os procedimentos e processos espe-
tunidades e/ou restrições externas; cíficos para as diversas ações desenvol-
• determinação de facilidades e bar- vidas na execução das operações da
reiras - identificação de oportunidades empresa; geralmente abrange períodos
e/ou ameaças a objetivos traçados e/ de curto prazo e focaliza tarefas roti-
ou a situações futuras a preservar e/ou neiras, voltando-se principalmente para
satisfazer (para o planejamento adap- a eficiência.
tativo) e de fatores impulsores ou res-
tritivos às condições para criação de Tipos de Planos
situações futuras desejáveis (para o pla-
nejamento inovativo). Conceitua-se como plano qualquer me-
dida ou conjunto de medidas, expresso em termos de
Níveis de Planejamento decisões ou ações específicas, resultante de um processo
de planejamento estabelecido, tendo em vista a remo-
O planejamento é sempre prospecti- ção de obstáculos identificados ou previstos; o alcance
vo e pode ser desenvolvido com diferentes ou manutenção de um futuro desejável, a reversão de
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 21
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
• À medida que aumenta seu trabalho e ao chefe dentro do prazo estipulado. Isto é res-
responsabilidade, o dirigente deve ponsabilidade.
transferir parte dele para outras pes- Autoridade de linha e autoridade
soas, delegando-lhes a competente au- funcional - A autoridade em linha pode ser
toridade e responsabilidade para o de- observada na figura 6, a autoridade é sempre
senvolvimento do mesmo, não se es- exercida de um nível superior ao, imediatamen-
quecendo de cobrar os resultados; te, inferior e em teoria cada pessoa da empresa
recebe ordens de apenas um chefe.
• Existem dirigentes que têm medo de de- Na prática, em empresas que tem uma
legar suas atribuições a outra pessoa e, estrutura mais complexa, podemos observar,
assim, podem impedir o crescimento da também, a utilização da autoridade funcional,
organização. Tal receio não se justifica, que significa que certos departamentos podem
pois, existem muitos meio de controle; definir metas, políticas e diretrizes a outros de-
partamentos da empresa. Como exemplo, tem-
• A delegação deve ser dada a pessoas se o departamento de pessoal de uma empresa
com capacidade e responsabilidade que pode definir a política salarial para toda a
para o cargo. Nunca deve ser dada a empresa, obrigando a todos que a sigam para
pessoas incompetentes, mesmo que se que não haja discrepâncias.
trate de amigos, parentes ou pessoas Autoridades e assessoria - A asses-
de nosso relacionamento íntimo. soria não costuma ter autoridade, a função da
assessoria é auxiliar o departamento que a ti-
A delegação de autoridade impede a con- ver. Como assim? As assessorias trabalham em
centração do poder que, geralmente, impede conjunto com departamentos que têm autori-
o crescimento da organização pois cria muita dade, desenvolvendo trabalhos técnicos, de
dependência de poucas pessoas, sendo às ve- planejamento, de detecção de falhas ou pro-
zes de uma única pessoa. blemas sugerindo as soluções. Ela, por si, ape-
Existem diversos tipos de limitação da nas sugere, cabe a quem tem autoridade execu-
autoridade: tar ou não.
Centralização e descentralização de
• Limitações legais e institucionais como autoridade - A empresa, sob o aspecto da au-
as leis e regulamentos aplicáveis na toridade, pode ser centralizada ou descentrali-
empresa; zada. A centralizada concentra o poder deci-
• Limitações da divisão do trabalho, cada sório nos níveis hierárquicos mais altos, enquan-
um tem autoridade dentro da sua uni- to a descentralizada tem o poder de decisão
dade; pulverizado nos níveis mais baixos.
• Limitações físicas, biológicas, técnicas Como vantagem da administração com
e financeiras. autoridade centralizada temos uma maior uni-
formidade nas decisões e a necessidade de pou-
Responsabilidade - A responsabili- cos administradores de alto nível. Em contra
dade é a obrigação de execução da tarefa a quem partida, na administração descentralizada te-
foi dada a autoridade . A responsabilidade ad- mos uma maior agilidade nas decisões e um
vém da autoridade. Dada a autoridade a res- aumento na auto-estima dos administradores
ponsabilidade a acompanha e esta não pode e responsáveis pelos escalões médios e baixos
ser delegada. Assim, também acontece com os da organização.
executores das tarefas, cada um tem que reali- Um exemplo claro da organização des-
zar o seu trabalho a contento e prestar contas centralizada são os bancos: observamos que
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 27
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
O líder determina a tarefa de A divisão de tarefas fica a Tanto a divisão das tarefas
cada um, como deve critério do próprio grupo e quanto a escolha dos
executar e qual o seu cada membro tem liberdade companheiros fica totalmente
companheiro de trabalho. de escolher os companheiros a cargo do grupo. Absoluta
de trabalho. falta de participação do líder.
Cada subordinado, por seu turno, pode exigir diferentes padrões de liderança. Para
um mesmo subordinado pode-se assumir diferentes padrões, conforme a situação envolvi-
da; na situação em que ele é eficiente, maior será sua liberdade; na situação em que ocorrem
erros seguidos, o líder pode impor mais autoridade e menos liberdade.
Unidade
II
2. ESCOLHA DE ATIVIDADES E
CONSTITUIÇÃO
2.2 – CONSTITUIÇÃO
3. CONCENTRAÇÃO DE
EMPRESAS OU INFLUÊNCIA
NO MERCADO
3.1 – MONOPÓLIO
Unidade
III
tes se dediquem mais ao trabalho junto aos inte- • as despesas de deslocamento relativa-
ressados previamente direcionados. Evita, inclu- mente pequenas;
sive, a prática, ainda comum em certas empre- • maior eficiência e rapidez no atendimen-
sas, de entregar a chave ao interessado ou encar- to dos interessados. No caso da corre-
regar um terceiro (porteiro, vigilante, vizinho tagem de imóveis, principalmente em
residencial) de mostrar o imóvel e só depois da organizações com uma carteira de imó-
visita se inicia a negociação. Do ponto de vista veis de volume considerável.
mercadológico essa prática é pouco recomen-
dável, pois anula os benefícios da venda pesso- Recomenda-se atribuir a um corretor
al, que permite trabalhar de forma mais eficien- a cobertura de uma área na proximidade de
te as preferências, convicções e ações associadas sua residência ou de um imóvel nela localiza-
ao fechamento positivo da transação. do, de onde, a partir de um contato direto ou
através da retaguarda de apoio na empresa, ele
4.2 – ESTRUTURAÇÃO DA ÁREA DE possa se deslocar rapidamente a fim de mos-
VENDAS trar o imóvel ao interessado.
A estruturação ou departamenta-
Freqüentemente, as empresas imobi- lização por produto ou serviço se caracteri-
liárias estruturam a área de vendas em depar- za pela existência de setores específicos para
tamentos, conforme os critérios estudados an- os serviços de:
teriormente.
Dentre os critérios que envolvem a divi- • administração de imóveis (locação) e
são de responsabilidades entre seus integrantes, de intermediação (compra e venda)
destacam-se a departamentalização por terri-
tório, por produto/serviço, por projeto e, de • imóveis residenciais, comerciais e
forma adaptada às peculiaridades dessas empre- rurais.
sas, a departamentalização por clientela.
Os critérios de departamentalização, A estruturação ou departamentali-
estudados anteriormente, se aplicam mais fre- zação por projeto acontece com a criação de
qüentemente à estruturação da área de vendas uma estrutura transitória e de duração limita-
em empresas imobiliárias, envolvendo a divi- da ao tempo, estabelecido para operações es-
são de responsabilidades entre seus integran- pecíficas. Durante esse tempo é importante a
tes, a departamentalização por território, por designação de uma equipe para se dedicar àque-
produto/serviço, por projeto e, de forma la operação, envolvendo de forma integrada
adaptada às peculiaridades dessas empresas, a pessoal de vendas, marketing, engenharia, fi-
departamentalização por clientela. nanças, apoio técnico e até mesmo elementos
Na estruturação por território, cada da alta administração. Esse tipo de estrutura-
vendedor desenvolve suas ações em uma área ção é comum nos lançamentos imobiliários,
geográfica delimitada, onde atende a todos os com montagem de stand e desenvolvimento
clientes desse território. As principais vantagens de campanhas específicas na mídia.
desse critério de organização são: A estruturação ou departamentali-
zação por clientela ocorre onde ou quando se
• impulsiona o vendedor a criar relacio- atribui a cada corretor a responsabilidade pela
namentos comerciais locais, aumentan- assistência a um grupo de clientes, desde o
do a eficácia das vendas; momento em que cada um destes procura a
• o conhecimento das particularidades da empresa até a concretização da transação, sen-
região ou bairro coberto; do a distribuição dos clientes efetuada em fun-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 51
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
ção da disponibilidade dos corretores, o que é de diversas formas, tais como a realização de
mais comum, ou de características comuns a parcerias em períodos de maior oferta. Por
um grupo de pessoas. outro lado, a predominância do sistema de re-
muneração puramente comissional, embora
4.3 – TAMANHO DA FORÇA DE não acarrete maiores ônus de ociosidade em
VENDAS períodos de baixa oferta, pode estimular o
corretor a buscar o trabalho em outras organi-
Força de venda é o número de pes- zações ou mesmo de forma autônoma, crian-
soas disponíveis na empresa para a execução do problemas para a manutenção de bons pro-
do negócio. fissionais.
Depois de estabelecida a estrutura, é
necessário que se considere o tamanho da for-
ça de vendas. 4.4 – ADMINISTRAÇÃO DA FORÇA
O processo básico do trabalho de um DE VENDAS
corretor envolve o acompanhamento aos inte-
ressados em visitas aos imóveis, o contato pes- 4.4.1. Recrutamento e Seleção
soal antes, durante e depois dessas visitas. Os
interessados, por seu turno, levam em conta a Uma cuidadosa seleção da força de
sua necessidade de compra, o grau de urgência vendas contribui, significativamente, para o
dessa compra, as opções oferecidas e a rapi- desempenho global dos negócios.
dez na obtenção do maior número possível de Critérios inadequados de seleção, além
informações em função do tempo disponível, de refletir no volume das vendas, geram ônus
em geral, pouco, para a procura. associados às demissões por baixo desempe-
Muitas vezes, a perda de uma venda po- nho, representados por encargos, custos de se-
tencial decorre da dificuldade da empresa em leção e treinamento de um novo vendedor,
efetivar o contato e a visita, devido à insuficiên- além do prejuízo com a perda de vendas.
cia ou má distribuição da equipe de corretores. É fundamental para uma seleção bem
Muitas empresas utilizam a abordagem sucedida, a definição das características neces-
da carga de trabalho para determinar o núme- sárias a um bom vendedor e a ponderação en-
ro de vendedores. Isso é feito a partir das ex- tre os aspectos tradicionais e convencionais e
pectativas de contatos comerciais realizados, aquilo que vem sendo apontado em tendências
considerando-se o produto, o tempo gasto em modernas.
cada contato e outros fatores relacionados ao Deve-se observar que existem vende-
esforço necessário à realização das transações. dores bem sucedidos e com características
Supondo que a carteira de uma imobiliária te- muito diferentes entre eles. Há bons vendedo-
nha, em média, 20 imóveis em oferta, cada um res tímidos ou extrovertidos, agressivos ou tran-
desses demanda, em média, contatos e/ou vi- qüilos, enérgicos ou calmos, altos ou baixos,
sitas com 3 interessados por dia (60 contatos/ vestidos com muito ou pouco esmero, com
visitas); se um corretor médio pode, em fun- bom português ou cometendo erros.
ção do tempo de deslocamento e gasto no re- Destacam-se como características es-
lacionamento com o interessado, realizar 5 con- senciais dos bons vendedores:
tatos por dia, para realizar um atendimento efi- • Entusiasmo;
ciente a seus clientes essa empresa necessitará • Persistência;
de 15 corretores à sua disposição. • Autoconfiança;
É claro que as peculiaridades do ramo • Iniciativa;
permitem às empresas gerenciarem a questão • Responsabilidade;
52 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
ORGANIZAÇÃO E TÉCNICA COMERCIAL – Unidade III
Unidade
IV
Os bancos de investimento realizam inves- • Bolsa de valores: local onde são ne-
timentos de médio e longo prazo, geralmente para gociados os títulos representativos dos
a formação de capital fixo de empresas privadas. valores mobiliários. Com a concentra-
ção de todas as transações desses títu-
2.7 – FUNDOS MÚTUOS DE los em um só local se consegue obter
INVESTIMENTOS os preços reais, bem como um grande
volume de comercialização.
Os fundos mútuos de investimento utilizam
a poupança popular para aplicação, em conjunto, Uma empresa para comercializar suas
em carteiras de títulos e valores mobiliários. ações na bolsa de valores deve ser registrada
na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
2.8 – COMPANHIAS DE CRÉDITO, O interessado em comprar ou vender
FINANCIAMENTO E ações na bolsa de valores deve procurar uma
INVESTIMENTO corretora de valores, pois, somente por meio
dela poderá realizar a operação.
As Companhias de crédito, financiamen- Os títulos de valores mobiliários podem
to e investimento são especializadas em investi- ser públicos, quando emitidos pela União, Es-
62 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
ORGANIZAÇÃO E TÉCNICA COMERCIAL – Unidade IV
tados ou Municípios ou privados, quando emi- c) Agora você deve prestar atenção, porque mui-
tidos pelas empresas S/A de capital aberto. tas pessoas fazem confusão sobre esse termo: o
A ação é uma fração do capital da em- que é o “prêmio” num contrato de seguro?
presa e a debênture é uma promessa de paga- ______________________________________
mento em dinheiro segundo as condições nela ______________________________________
especificadas.
A liquidação ou pagamento dos títulos d) E a “franquia” nos contratos de seguro? O
pode ser à vista (quando pago em até três dias), que vem a ser?
ou a termo, quando a liquidação for futura, com ______________________________________
data previamente marcada. ______________________________________
3.1 – TIPOS DE AÇÕES DAS S/AS. e) Apenas para relembrar, escreva abaixo que
tipo de banco é a Caixa Econômica Federal:
Ação é cada uma das partes em que se ______________________________________
considera dividido o capital de uma sociedade ______________________________________
anônima. É um título ou documento de pro-
priedade, negociável e transmissível. f) CVM são iniciais de Câmara de Valores
Existem, basicamente, dois tipos de Mobiliários. O que é CVM e qual a sua função?
ação: as ordinárias e as preferenciais. ______________________________________
Quando as ações possuem o nome do ______________________________________
seu proprietário elas são denominadas ordiná-
rias nominativas (ON) ou preferenciais nomi-
nativas (PN). A transmissão desse tipo de ação
só se efetua, mediante assinatura do termo de
transferência.
Quando as ações não têm o nome de seu
dono são chamadas ordinárias ao portador
(OP) ou preferenciais ao portador (PP). Quem
as tiver em mãos são seus donos.
Unidade
V
c) um programa de computador
d) a organização de um departamento
e) nenhuma das anteriores
11. A organização planejada revela-se por in- pesas com um programa racional e ob-
termédio da seguinte tarefa: jetivo
a) agrupamento, em unidades práticas, das d) aprovação final pela diretoria
atividades previstas no planejamento, e) projeto de contenção de despesas no caso
para obtenção do objetivo de ocorrer deficiência na arrecadação
b) designação de pessoas para desempe-
nhar atividades específicas 16. Que medidas podem ser tomadas para con-
c) delegação de poderes para integrantes tenção de despesas?
do grupo, em cada unidade de serviço a) aproveitamento racional constante de
d) definição de responsabilidades ou obri- pessoal e material
gações de prestar contas dos elementos b) treinamento e aperfeiçoamento do tra-
investidos de poderes através dos órgãos balho em horas ociosas
e) todas as alternativas estão corretas c) redução progressiva dos custos operacionais
d) modernização dos conhecimentos e aper-
12. A estrutura formal é caracterizada por: feiçoamento dos avanços tecnológicos
a) iniciativa pessoal, não existe nada e) todas as alternativas estão corretas
escrito
b) planejamento adotado pela linha da au- 17. A função comercial trata de:
toridade, subordinação, hierarquia e res- a) compra e venda de mercadorias, servi-
ponsabilidade ços e utilidades para a empresa
c) todos trabalham uniformizados b) levantamento de custos
d) ser comum nas micro e pequenas c) controle financeiro da empresa
empresas d) contabilizar as receitas e despesas da
e) todas as alternativas estão corretas empresa
e) nenhuma das anteriores
13. A estrutura informal é caracterizada por:
a) obediência a autoridade hierarquicamen- 18. Qual dos elementos não constitui a função
te superior comercial:
b) existe planejamento pela linha da auto- a) análise de mercado
ridade b) segurança
c) iniciativa pessoal, não existe nada escrito c) compra
d) dispensa do uso do uniforme d) venda e expedição
e) todas as alternativas estão corretas e) cadastro
14. A função técnica em uma imobiliária está: 19. A propaganda é um elemento da função:
a) na venda a) contábil
b) na comissão b) técnica
c) no anúncio c) financeira
d) na avaliação d) comercial
e) no atendimento e) segurança
d) controlar a entrada e saídas dos fun- 26. Quem deve ter a delegação de autoridade?
cionários a) quem pensar como o chefe
e) enxugar a folha de pessoal b) os parentes
c) às pessoas de confiança dos dirigentes
21. A departamentalização por produto serve da organização
para: d) quem se destacar mais dentro da orga-
a) encorajar a concorrência entre unidades nização
b) não misturar os produtos dentro da e) pessoas capazes, com conhecimento e
empresa responsabilidade
c) evitar confusão na venda
d) separar a receita de cada produto 27. A regra básica da autoridade de linha é:
e) facilitar o atendimento ao cliente a) cada pessoa, na empresa, deve receber
ordens somente de um chefe
22. A departamentalização por clientela ocor- b) quem estiver na linha de cima dá ordens
re na área: aos da linha de baixo
a) da diretoria c) à medida que se está mais alto se manda
b) de vendas em mais pessoas
c) de licitação d) todas as alternativas anteriores estão
d) de cadastro erradas
e) em nenhuma das anteriores e) as alternativas b e c estão corretas
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Banco do Brasil: é uma entidade de capital misto, com capital aberto, ten-
do como principais funções algumas atividades sociais determinadas pelo
Governo Federal.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Holding: palavra inglesa que significa “segurando”, Esta palavra já está in-
corporada ao nosso vocabulário e representa uma empresa que detém o
controle acionário de várias outras.
Nome de fantasia: nome diferente da razão social, que a empresa pode ter,
usado para identificar e fazer-se conhecer de forma mais fácil pelo consumi-
dor.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
BIBLIOGRAFIA
GABARIT
GABARITOO
EXERCÍCIO I EXERCÍCIO II
Noções de
Marketing Imobiliário
MÓDULO 08
BRASÍLIA – 2009
Os textos do presente Módulo não podem ser reproduzidos sem autorização do
INEDI – Instituto Nacional de Ensino a Distância
SDS – Ed. Boulevard Center, Salas 405/410 – Brasília - DF
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André Luiz Bravim – Diretor Administrativo
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COORDENAÇÃO DIDÁTICA COM ADAPTAÇÃO PARA EAD
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COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO
José de Oliveira Rodrigues – Extensão em Didática
Josélio Lopes da Silva – Bacharel em Letras
EQUIPE DE APOIO TÉCNICO: INEDI/DF
André Luiz Bravim
Rogério Ferreira Coêlho
Robson dos Santos Souza
Francisco de Assis de Souza Martins
PRODUÇÃO EDITORIAL
Luiz Góes
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA
Alessandro dos Santos
IMPRESSÃO GRÁFICA
Gráfica e Editora Equipe Ltda
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C837m
Caro Aluno
Ah! Não esqueça que o ensino a distância oferece bastante liberdade, mas, no entanto,
muita responsabilidade do aluno. Assim você tem a sua disposição, além dos módulos
impressos, um completo site do INEDI - www.inedidf.com.br - com salas de aula virtuais,
biblioteca virtual e fórum com alunos, tutores e professores para debates específicos e
orientação de estudo.
Boa sorte!
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 7
UNIDADE I
1. MARKETING, COMO TUDO COMEÇOU.........................................................11
1.1 – O nascimento ...............................................................................................11
1.2 – Conceitos fundamentais no marketing ...........................................................11
UNIDADE II
3. ORIENTAÇÃO DA EMPRESA EM RELAÇÃO AO MARKETING ......................27
3.1 – Orientação para o produto ...........................................................................27
3.2 – Orientação para as vendas .............................................................................27
3.3 – Orientação para o marketing ........................................................................28
3.4 – Abordagem através dos bens .........................................................................29
3.5 – Os agentes do mercado imobiliário ................................................................31
3.6 – As Variáveis...................................................................................................31
3.7 – O ambiente de marketing .............................................................................31
UNIDADE III
4. O COMPOSTO MERCADOLÓGICO ..................................................................37
4.1 – Os sistemas integrados ...................................................................................37
4.2 – O primento “P” de produto ..........................................................................37
4.2.1. O estudo do produto ............................................................................37
4.2.2. Ciclo de vida do produto ......................................................................39
4.2.3. Desenvolvimento do produto ................................................................39
4.3 – “P” de preço: um componente perigoso.........................................................43
4.4 – O “P” de praça – ou ponto ...........................................................................46
consumidor e das tendências do mercado, chega uma demanda de seis milhões de habitações no
à definição e fabricação do produto ou serviço, mercado Brasileiro a serem satisfeitas em todos
à sua composição, distribuição e até utilização os níveis sociais. Retirem do texto acima os
final, procurando compatibilizar os interesses do conceitos fundamentais do marketing e os
consumidor e da empresa”. defina.
Marcos Cobra, célebre autor brasileiro, ______________________________________
em sua obra Administração de Vendas, ______________________________________
simplifica totalmente a conceituação, partindo
do pressuposto de que todo o processo de e) Sabemos agora que o consumidor, núcleo da
marketing é orientado para a venda e depende idéia de marketing, tem necessidades que serão
da qualidade do desempenho das vendas. Diz que satisfeitas por algo que chamamos de
“Marketing é um modo de sentir e tratar o ___________________________________
mercado”. ______________________________________
O consumidor quer:
Reforçar sua auto-estima;
Ser surpreendido, encantado e ouvido;
Ser reconvercosos grupos de hecido como
importante;
Comprometimento com ele;
Receber informações reais e honestas, sempre.
Essas disciplinas, com as quais o marketing • Pessoal (idade, ciclo de vida, ocupação,
está relacionado, podem ser reunidas em quatro condições econômicas, estilo de vida,
grupos: personalidade, autoconceito)
Decisão de compra
A decisão, normalmente, acontece depois
do consumidor considerar
• os atributos marcantes – que ocupam o Figura 3. Para fechar bons negócios é preciso cuidar
topo da mente quando o produto é dos clientes
Variáveis psicográficas
A segmentação psicográfica divide os
consumidores em diferentes grupos,
considerando, principalmente, a classe social,
o estilo de vida e traços de personalidade. As
pessoas pertencentes ao mesmo grupo
demográfico podem apresentar perfis
psicográficos bastante diferentes.
Variáveis demográficas
As variáveis demográficas são consideradas,
por muitos autores, como as mais populares e
importantes, pois é capaz de distinguir os
diferentes grupos de consumidores no mercado.
A maioria das empresas costuma segmentar um
mercado combinando duas ou mais variáveis
demográficas. A grande vantagem dessa variável
é a sua fácil mensuração, em relação às demais.
As principais dimensões da variável
demográfica são: faixa etária, sexo, tamanho
da família, educação, religião, raça,
nacionalidade, etc.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 23
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
2.4 – OS SEGMENTOS NA
INTERMEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA
Unidade
II
É óbvio que uma empresa com esse enfoque só brasileiros para as disciplinas de
permanecerá no mercado por muito tempo em Administração e Marketing.
condições específicas: Outra forma de introdução do
marketing no Brasil foi através das empresas
• Quando o mercado é de vendedores, e multinacionais, que aqui se instalaram.
as empresas determinam aos clientes as O Marketing tem sua fase de adaptação
condições pelas quais estão dispostas a às condições brasileiras ao longo da década
vender seus produtos; de 60. O Brasil vivia uma situação de
vigoroso crescimento econômico, o que, de
• Quando as empresas concorrentes certa maneira, foi o responsável pela lenta
adotam essa mesma orientação, da tal aclimação do Marketing no meio empresarial
forma que o consumidor, ainda que que se deslumbrava com o "milagre
insatisfeito, não dispõe de alternativas; econômico".
Já no início da década de 70, a situação
• Quando a sociedade não está organizada econômica do país e o mercado de consumo
em movimento de consumidores, de aquecido motivaram empresas no sentido de
forma a coibir abusos de fabricantes e/ adoção do Marketing como função
ou comerciantes; empresarial, mesmo que fosse representada
apenas pela troca de denominação de
• Quando o produto em questão é de departamento de vendas para departamento
compra altamente infreqüente, e os de Marketing. Isto, na verdade, ocorreu em
sistemas de produção e de distribuição grande número de empresas.
são atomizados, não havendo O recrudescimento da crise econômica
penalidades para o vendedor nem brasileira, notadamente a partir do final da
possibilidade de o consumidor obter década de 70, levou as empresas a sentirem
informações prévia sobre o mesmo ou necessidade da utilização de técnicas mais
os serviços que pretende adquirir. eficazes para enfrentar as adversidades do
mercado.
Esses problemas normalmente ocorrem O Marketing, dessa forma, passa a ser
em regiões subdesenvolvidas, o que explica, de encarado como a solução mais adequada para
certa forma, o atraso com que a orientação de os múltiplos problemas de comercialização e
marketing vem sendo adotada nessas regiões. se firma como uma área de importância vital
nas modernas empresas brasileiras.
3.3–ORIENTAÇÕES PARA O O que se pode inferir, através destes
MARKETING registros históricos, é que são bastante
recentes no Brasil, o conhecimento e a
No Brasil, segundo Raimar Richers, a aplicação de técnicas de Marketing.
introdução do marketing ocorreu em meados Também é importante ressaltar, a
de 1954 pela equipe norte-americana grande defasagem de tempo que nos separa
chefiada pelo professor Karl Boedecker, dos países mais desenvolvidos, no que se
quando da organização dos primeiros cursos refere ao estudo científico a adoção do
de Administração de então recém criada conceito de Marketing, que aqui atingem, às
Escola de Administração de São Paulo, da vezes, níveis iniciais ou até mesmo são
Fundação Getúlio Vargas. Data dessa época desconhecido em grande número de
a formação dos primeiros professores empresas.
• bens de instalações,
• bens de equipamento acessório,
• bens de matérias-primas,
• bens de componentes,
• bens de suprimentos.
• de artes e ofícios;
• bancários e financeiros;
• de comunicação;
a) Bens de consumo, tangíveis e voltados
• de intermediação imobiliária;
especificamente para o varejo, são aqueles
• hotelaria e alimentação;
disponíveis à comercialização. Essa definição
• médicos;
também se assenta para outro tipo de bens.
• de propaganda e publicidade.
Quais são eles?
____________________________________
A escolha dos bens de serviços, pelos consu-
____________________________________
midores, acontece principalmente em decorrên-
cia de tradição, prestígio (reputação) do prestador.
b) Exemplifique, na intermediação imobiliária,
Essas escolhas, normalmente, são orientadas por
aspectos de bens tangíveis e aspectos de bens
influências de terceiros e experiências anteriores.
intangíveis relacionados à negociação.
A abordagem de marketing coloca a
____________________________________
atividade imobiliária tanto como Bens
____________________________________
Industriais quanto como Bens de Serviços.
A fabricação, o imóvel Bem Industrial
c) A intermediação imobiliária, para o
marketing, está classificada como sendo que tipo
A intermediação para a venda do imóvel
de bem?
Bem de Serviço
____________________________________
____________________________________
3.6 – AS VARIÁVEIS
Unidade
III
ta nessa fase, como diz a denominação, é avaliação pelo mercado, salvo as exceções
mesmo a de filtrar as idéias, separando as pelas empresas que praticam marketing
que pareçam melhores para a continuida- permanentemente.
de do processo e reservando as outras, even- Procedimentos como testes de
tualmente para próximas experiências. marketing padrão, controlado ou simulado
não são usuais para imóveis. Alguns
• Desenvolvimento do conceito e teste: é a empreendedores, no entanto, utilizam
transformação das idéias em conceitos de protótipos construídos no próprio local da
produtos, definidos sob o ângulo de obra, oferecidos à visitação, porém já em
interesse dos consumidores. É uma fase de processo de comercialização, isto é, com
pesquisa, onde se investiga junto ao praticamente todas as decisões de
mercado se o novo produto atenderia continuidade da edificação já tomadas.
desejos e satisfaria necessidades. Abandonariam a execução somente em
caso extremo.
• Análise comercial, ou dos negócios: nessa
fase serão analisados todos os dados • Desenvolvimento da estratégia de marke-
disponíveis de mercado, da concorrência, ting: Todos os procedimentos até aqui são
da demanda, das finanças. Algumas parte de uma estratégia de marketing. Nes-
premissas otimistas se desmoronam nessa ta fase, dado que o produto já está em fa-
etapa do processo de desenvolvimento do bricação, é momento de se elaborar o pla-
produto. no de sua introdução no mercado, com-
A análise deve ser meticulosa e rigorosa, pois preendendo a política de preços, os canais
disso dependerá o sucesso. Os profissionais de sua distribuição, a comunicação de ma-
envolvidos deverão elaborar previsões de rketing, comercialização e pós-vendas (ad-
vendas e custos sob diferentes premissas ministração dos clientes).
estratégicas. Daqui sairá o veredicto:
continuar ou abandonar a idéia de se criar • Comercialização: Aqui termina a fase do
ou fabricar o produto. desenvolvimento do novo produto e se
inicia a do produto já existente, mesmo que
• Desenvolvimento do produto: O parecer ainda em fase de construção, no caso
favorável da fase anterior inicia os específico do mercado imobiliário. Trata-
procedimentos para a criação do novo se de uma fase delicada, responsável pelo
produto. Projetos, desenhos, orçamento, ritmo de entrada das receitas, pela
localização, documentação, todos os continuidade de obras e de retorno de
elementos são reunidos e finalizados nesta investimentos – ou de pagamento de
fase. empréstimos, quando os recursos são
tomados de terceiros.
• Teste de mercado: Considerando a
particularidade do mercado imobiliário, Nessa fase o grande comprometimento dos
tomemos o teste de mercado, que é um teste empreendedores já ocorreu, a exposição de sua
de marketing, como algo preliminar ainda marca (reputação, prestígio, posição) já está
em desenho e imagens, como se fosse escancarada, muito dinheiro está sendo investido,
complementação da fase de tudo tem de dar certo. É fundamental a decisão
desenvolvimento de conceitos e testes, uma correta para as parcerias na intermediação e na
vez que normalmente o produto divulgação, assim como das técnicas e verbas
imobiliário não apresenta protótipos para disponibilizadas.
40 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
NOÇÕES DE MARKETING IMOBILIÁRIO – Unidade III
• PREÇO:
- que importa é o controle do CUSTO.
O preço final é baixo.
- cliente paga sempre pelo Menor Preço.
- A Marca tem pouca importância.
• DIFERENCIAÇÃO:
- O importante são os benefícios
agregados e diferenciais no produto ou
serviço. O valor percebido.
- O cliente paga por essa diferenciação.
- A marca é importante.
do produto. Quanto maior a satisfação obtida Diversas táticas para decidir a precificação
pelo produto escolhido, maior o preço que o podem ser acrescentadas a cada uma das
consumidor estará disposto a pagar. estratégias, a depender do momento dessa
O preço influencia vendas, lucros e altera decisão.
as variáveis com as quais a empresa se posiciona.
Alguns autores afirmam não existir preço caro • Preços geográficos, preço variando conforme
ou barato, mas somente maior ou menor o lugar onde seja entregue ou prestado o
interesse, alcançado pelo cumprimento dos serviço. Por exemplo, hoje em dia as casas
desejos e satisfação proporcionados. industrializadas em Cuiabá (Mato Grosso),
podem ser entregues em qualquer lugar do País.
Principalmente na oferta de imóveis, os E são casas construídas com paredes em tijolos
clientes compradores atribuem muito mais cerâmicos de 8 furos. Tecnologia avançada que
importância ao que entendem como Va- obviamente cobra mais pela entrega
lor (localização, estrutura de lazer, aca- transportada por terra para outras localidades.
bamento, telefone, status, marca, apoios
institucionais) do que propriamente ao • Preços psicológicos, conferem uma outra
preço. Mas é claro, apesar da exigência grandeza ao valor do imóvel, aquela não
de atributos e benefícios, sua percepção mensurável em dinheiro.
tem que lhe registrar que estará pagando
um preço justo pelo que está recebendo. • Preço fragmentado, definido por valores
não-arredondados. Pode induzir a
As decisões quanto a esse componente do credibilidade pelo fato de ter sido
marketing deverão estar sempre vinculadas às elaborado com base em custos reais.
estratégias e táticas guiadas pelas políticas de
preços quanto à maximização de vendas e • Preço por prestígio (subjetivo), quando
lucros, imagem positiva dos produtos e a o consumidor pode enxergar o preço alto
estabilidade da empresa. como sinônimo de alto valor, de
Essas estratégias serão examinadas excepcionalmente bom.
quanto:
• Preço de pacote, com redução pelo
• ao referencial qualidade, onde se reconhe- volume adquirido.
cem as percepções dos consumidores
• seguir a concorrência, com um míni- • Preço social, como expressão da posição
mo de pesquisa social (status) do produto.
• à base na demanda, para discriminar
(preços diferentes para segmentos dife- • Preço psicológico: aquele que o cliente
rentes) promover (preços menores para situa, inconscientemente, como justo.
se alcançar determinadas metas) e ajus- Vendo assim, ele aceita o preço
tar (aplicação de descontos, suspensão imediatamente.
de vendas) a presença do produto no
mercado e o ritmo de suas vendas. • Preço social, tem de condizer com o status
• às modificações de preços, para satisfazer do imóvel. É o preço que sofistica ou
as necessidades do distribuidores/parceiros populariza a oferta.
• à penetração, com preço baixo para
atrair o mercado-alvo • Preço de qualidade, quando o cliente
associa qualidade ao nível de preço. Os
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 45
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Cada ponto onde funciona uma dessas varás, habite-se, escrituras), todas tarefas
“representações ou associadas” é um canal de que facilitam as transações para compra-
distribuição. dores e vendedores. Elaboram relatóri-
A recente criação da Cooperativa os, constroem bancos de dados a respei-
Nacional de Trabalho dos Corretores de Imóveis, to do mercado.
para inicialmente venderem quotas de consórcio,
é claramente um exemplo de canais de Esse conjunto de informações é transferido
distribuição. Neste caso, seriam designados como aos produtores, subsidiando suas escolhas. Como
canais de distribuição múltiplos (utilizam-se vários exemplo, lembremos a fase da Pesquisa, onde os
canais para se distribuir um mesmo produto) fabricantes consultam os “operadores” no
Os produtores escolhem os canais con- mercado imobiliário para encaminharem seus
forme os custos, as taxas de retorno sobre seus projetos e elaborarem seus preços.
investimentos, as características do que produ- O Poder Judiciário, pela peritagem e
zem, a área geográfica e grupo de clientes que avaliação, se vale dos agentes imobiliários para
se quer atingir, os tipos de facilidades de pro- chegar aos seus despachos e sentenças
moção que os parceiros podem oferecer, trocar envolvendo valor.
ou compensar, o comportamento e capacida- Quando se trata de bens de serviços, os
de da concorrência e a experiência comercial. canais de distribuição costumam ser diretos,
Um canal de distribuição pode ser porque costumam ser produzidos e consumidos
dividido em três categorias: ao mesmo tempo. Uma Imobiliária que
intermedia locações, por exemplo, trata
• Transacionais, compra e venda por diretamente com os clientes locadores e locatários.
intermediários de vários produtos de Mesmo quando se utiliza de agentes para
vários fabricantes. O segmento de negócios promover a locação, não os manterá na relação
de terceiros caracteriza bem essa forma, seguinte, que é a fase da administração do imóvel
uma vez que as empresas imobiliárias e os (ou do aluguel).
corretores de imóveis funcionam como Em busca de maximização, os canais podem
canal nessa categoria, seja simplesmente ser tratados nos SVM – Sistemas Verticais de
intermediando (apresentando o produto Marketing -, que consiste em fabricantes,
imóvel ao interessado para compra ou atacadista e varejistas que agem como sistema
permuta), seja comprando para revender. unificado. Um membro do canal ou é dono dos
demais ou tem contratos com eles, ou possui tanto
• Logística é a execução do planejamento poder que todos têm de cooperar.
de locar (colocar), mover (transportar)
os produtos de forma que fiquem Esses sistemas se classificam, como:
expostos para facilitar compras. Como
exemplo, se várias Imobiliárias se • Sistemas Verticais de Marketing
instalassem numa mesma quadra, Administrados, onde empresas
estariam colocando os imóveis que independentes e separadas administram
representam mais fáceis de serem venda de produtos colaborando umas
encontrados, conhecidos e comprados. com as outras, decidindo em conjunto por
programas e procedimentos comuns,
• Facilitação é a função pela qual os inter- coleta e troca de informações a partir do
mediários coletam informações de ma- pólo administrador (convergente), visando
rketing, priorizam produtos, administram maior eficiência na distribuição e
financiamentos, despacham serviços (al- aumento de lucros de todos os membros.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 47
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
2. Podemos definir Marketing como sendo o 7. Os bens de consumo são subdivididos em:
mesmo que: a) Duráveis, não duráveis e de serviços.
a) propaganda b) Conveniência, de compra comparada e
b) mídia especiais
c) vendas diretas c) Apenas duráveis e não duráveis
d) NDA d) Utilização, de conveniência e de serviços
e) assertivas “a” e “b” e) Nenhuma das anteriores
22. Quando realmente ocorre a estruturação 27. Como podem ser os aspectos Intangíveis:
do Marketing: a) O preço e a forma de pagamento
a) Após a Primeira Guerra Mundial b) O tamanho, a cor, o modelo, o estilo, a
b) Somente no século XX embalagem, rótulo, etc.
c) Em 19776, na publicação da obra "A c) A marca, as garantias, a imagem, os
Riqueza das Nações de Adam Smith". serviços agregados
d) No final do Século XVII, na Revolução d) Ativo e receptivo
Industrial. e) NDA
e) NDA
28. Porque Serviços são classificados como
23. Assinale somente a afirmação correta: simultâneos?
a) Planejamento é a alocação de recursos a) porque a prestação e o consumo dos
calculados para atingir certos objetivos serviços ocorrem ao mesmo tempo
b) Planejamento é a ordenação de funções b) porque as percepções das pessoas que
de serviços recebem e fornecem serviços são
c) Planejamento é a interação da empresa diferentes
com os clientes c) porque podem ser encomendados pela
d) Todas as alternativas Internet
e) NDA d) todas as alternativas estão corretas
e) Nenhuma das alternativas
24. Para o Marketing e Propaganda
a) Tem o mesmo significado por isso 29. Sendo inseparáveis os serviços, sua prestação
ambos se confundem (fornecimento) sugere que:
a) o preparo do profissional é o objeto da
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 57
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
comercialização
b) a embalagem da entrega é o diferencial
c) a imagem da empresa depende da
propaganda
d) todas as alternativas estão corretas
e) Nenhuma das alternativas
GLOSSÁRIO
Consumidor: é o sujeito que no mercado busca satisfazer suas necessidades.
BIBLIOGRAFIA
COBRA, Marcos. Marketing Básico. 3a. ed. São Paulo: Atlas, 1985. 762 p.
1-D 16-A
2-E 17-C
3-B 18-D
4-A 19-D
5-B 20-B
6-B 21-A
7-A 22-A
8-B 23-A
9-A 24-C
10-E 25-A
11-D 26-D
12-D 27-D
13-D 28-A
14-D 29-A
15-A 30-E
Noções de
Operações Imobiliárias
MÓDULO 09
BRASÍLIA – 2005
Os textos do presente Módulo não podem ser reproduzidos sem autorização do
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Neuma Melo da Cruz Santos – Bacharel em Ciências da Educação
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Robson dos Santos Souza
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Luiz Góes
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA
Vicente Júnior
IMPRESSÃO GRÁFICA
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347.46:459
C413m
Caro Aluno
Em síntese, caro aluno, o estudo dedicado do conteúdo deste módulo lhe permitirá
não só o domínio dos conceitos mais elementares de Operações Imobiliárias, como
também a melhor abordagem do cliente, além do conhecimento dos instrumentos básicos
para que o futuro profissional possa atingir os seus objetivos no mercado de imóveis.
Enfim, ao concluir seus estudos neste módulo você terá vencido uma importante etapa
para atuar com destaque neste seguimento da economia nacional.
Boa sorte!
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....... .....................................................................................................07
UNIDADE I
1. O CORRETOR DE IMÓVEIS ..................................................................................11
1.1 – Conceito de Corretagem ...............................................................................11
1.2 – Características profissionais do Corretor ........................................................11
1.3 – Histórico......................................................................................................08
1.4 – Espécies de Corretores ..................................................................................09
1.5 – Legitimidade .................................................................................................09
UNIDADE II
3. COFECI e CRECI .....................................................................................................21
3.1 – Os Órgãos Fiscalizadores ..............................................................................21
3.2 – COFECI .......................................................................................................21
UNIDADE III
7. NOÇÕES BÁSICAS NECESSÁRIAS .......................................................................29
7.1 – Noções Básicas sobre Financiamento de Imóveis ...........................................29
7.2 – Noções Básicas sobre Locação de Imóveis .....................................................34
7.3 – Noções Básicas sobre Condomínio ................................................................40
7.4 – Noções Básicas sobre Loteamentos urbanos ..................................................42
7.5 – Noções Básicas sobre Incorporação Imobiliária .............................................43
7.6 – Como constituir uma empresa imobiliária ......................................................45
Bons estudos !
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Unidade
I
deverá comprovar ser um Técnico em Transa- to-Lei nº 806 de 1.851, art, 26); Corretores de
ções Imobiliárias – TTI, formado por estabe- Câmbio (Operações de Câmbio, Lei nº 5.601/
lecimento de ensino reconhecido pelos órgãos 70); Corretores de Seguro (Lei nº 5.594/64);
educacionais competentes. (Resolução COFE-
CI nº 327/92). Esta Resolução foi baixada em b) Corretores livres – São aqueles pro-
cumprimento ao Decreto nº 81.871/78 que, fissionais que atuam como intermediários, em
ao regular a Lei nº 6.530/78 determina em seu negócios próprios, na comercialização de coi-
art. 28: sas móveis, imóveis, bens ou serviços, promo-
vendo a aproximação das partes e tendo direi-
“A inscrição do Corretor de Imóveis e da pes- to a remuneração pelo trabalho prestado.
soa jurídica será efetuada no Conselho Regio- Algumas dessas atividades ainda não têm
nal da jurisdição, de acordo com Resolução do nenhuma legislação específica e por isso qual-
Conselho Federal de Corretores de Imóveis” . quer pessoa, desde que tenha capacidade jurídi-
ca, pode praticar o serviço. Podem ser citados
Atualmente, a atividade de corretagem como exemplo os corretores de automóveis, os
está passando por uma transformação subs- agentes literários, de espetáculos públicos.
tancial com o objetivo de adequar o profissi- Outras atividades da área já se encontram
onal às novas formas de trabalhar. Nesse sen- com a profissão reconhecida e regulada por
tido a qualificação profissional torna-se um lei. Os corretores são considerados livres, po-
instrumento básico. Não há mais espaço para rém protegidos por legislação própria que rege
aventureiros. Aqueles que quiserem prospe- toda a atividade. Os Corretores de Imóveis são
rar, deverão estar atentos às mudanças e às o principal exemplo.
exigências da sociedade. O segundo grau com-
pleto é uma exigência, porém, já não é o bas- 1.5 – LEGITIMIDADE PARA O
tante. Desde 1927, quando se formou o pri- EXERCÍCIO DA PROFISSÃO
meiro sindicado de corretores de imóveis,
muita coisa mudou. A Lei nº 4.116 foi im- É prerrogativa do Corretor de Imóveis
portante na sua época. A Lei nº 6.530 incre- a intermediação na compra, venda, permuta e
mentou a atividade mas já não é satisfatória, locação de imóveis, podendo, ainda, opinar
estando a reclamar sua substituição para se quanto à comercialização imobiliária.
adequar aos novos tempos. A criação dos Conforme a Lei 6.530/78, regulamenta-
Cursos de nível superior bem traduzem a im- da pelo Decreto 81.871/78, só pode exercer a
portância deste segmento da sociedade bra- profissão de corretor de imóveis quem estiver
sileira, que é o mercado imobiliário. legitimado para tal.
Uma vez protegido pelo imperativo da
1.4 – ESPÉCIES DE CORRETORES lei, o profissional deve sujeitar-se às normas
oriundas de seus Conselhos Regionais que, em
O corretores podem ser classificados em harmonia com o Conselho Federal se faz pre-
duas grandes divisões: sente em todo o território nacional, criando
condições de trabalho e disciplinando o seu
a) Corretores oficiais – São aqueles pro- funcionamento.
fissionais que, para o exercício de determina- Como qualquer outra profissão regula-
da atividade, prevista em Lei, são investidos mentada, aquele que não atende às exigências
de fé pública próprias do seu ofício, tais como: de seu Conselho ou nele não está inscrito, não
Os Corretores de Fundos Públicos (Lei nº poderá desenvolver as atividades privativas da
4.728/65); Corretores de Mercadorias (Decre- profissão. Neste sentido a lei é clara. Respon-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 13
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
de civil e criminalmente todos aqueles que co- mínio em edificações e as incorporações imo-
metem ilícitos no desempenho profissional ou biliárias:
que a exerçam a profissão sem estarem regu-
larmente inscritos. Art. 65 – “É crime contra a economia popu-
Os Conselhos Regionais, órgãos encar- lar promover incorporação, fazendo, em pro-
regados da orientação e da fiscalização da posta, contratos, prospectos ou comunicação ao
atividade, tratam de processos envolvendo público ou aos interessados, afirmação falsa
pessoas que, não estando inscritos como sobre a constituição do condomínio, alienação
profissionais, exercem ilegalmente a profis- de frações ideais do terreno ou sobre a constru-
são e, assim, por ignorar a legislação ou por ção das edificações.”
má-fé, lesam os clientes que a eles confiam Pena – reclusão de 1 a 4 anos e multa, de 5 a
seus interesses. 50 vezes o maior salário mínimo vigente no
Por não estarem inscritos nos Conselhos País.
de sua região, esses “pseudo-corretores”, quan-
do flagrados ou denunciados, têm contra si ins- Parágrafo 1º - Incorrem na mesma pena:
taurados os processos pelo exercício ilegal da
profissão, cuja conseqüência é uma ação penal I – o incorporador, o corretor e o construtor,
pública, pela prática de contravenção, como individuais, bem como os diretores ou gerentes
prescreve o Artigo 47 do Decreto-Lei nº de empresas coletiva, incorporadora, correto-
3.688/41 (Lei das Contravenções Penais) que ra ou construtora que, em proposta, contrato,
assim se expressa: publicidade, prospecto, relatório, parecer, ba-
lanço ou comunicação ao público ou aos condô-
“Art. 47 - Exercer profissão ou atividade eco- minos, candidatos ou subscritores de unidades,
nômica ou anunciar que a exerce, sem preen- fizerem afirmação falsa sobre a constituição do
cher as condições a que por lei está subordina- condomínio, alienação de frações ideais ou so-
do o seu exercício: bre a construção das incorporações”.
PENA - Prisão simples, de quinze dias a três (grifamos)
meses, ou multa, de cinqüenta centavos a cinco
cruzeiros”.
da de maneira clara, evitando assim que haja 81.871/78 no art. 16, inciso VIII, que assim
dupla cobrança de honorários. se expressa:
A dupla cobrança é um ato ilícito, pre-
visto em lei. Só se admite quando as partes por Compete aos Conselhos Regionais:
mútuo e comum acordo, optarem por dividir “Homologar, obedecidas as peculiaridades lo-
o que é devido ao profissional. cais, tabelas de preços de serviços de correta-
Nas vendas de imóveis novos perten- gem para uso dos inscritos, elaboradas e apro-
centes às construtoras, a remuneração já está vadas pelos sindicatos respectivos”.
incluída no preço de tabela e não oferece mai-
ores particularidades. O início das vendas, nor- 2.3 – O OVER-PRICE
malmente, só acontece depois de celebrado um
contrato entre o corretor ou a imobiliária e o Em Inglês, over price significa acima do
empreendedor. preço, acima do custo ou do valor. Custo ex-
Quando se trata de vendas em loteamen- cessivo.
tos, existem formas diferenciadas. Em alguns Na área de transação imobiliária,
casos, a comissão equivale ao valor total da “Over-price” ou “over price”, se caracteriza
entrada e esta é repassada para a imobiliária como um ganho adicional superior à comis-
responsável pelo lançamento, que em seguida são normal devida pelos serviços prestados,
faz o acerto com o corretor. e recebida de forma camuflada para que as
Em outros casos, já na proposta de com- partes não tenham conhecimento de que es-
pra, o sinal de negócio corresponde aos hono- tão pagando a mais.
rários do corretor, que ao entregar a proposta Todo ganho que esteja acima do combi-
à imobiliária ou ao empreendedor já retém o nado e que o profissional recebe, sem que o
que lhe é devido. cliente tenha conhecimento, caracteriza-se
Na locações de imóveis, não se trata de como over-price. Esse é um procedimento abo-
corretagem, mas sim de taxa de administração. minável, proibido pelo Conselho Federal e,
Quem paga pelos serviços prestados é o pro- expressamente, proibido pelo Código de Éti-
prietário. Nesse sentido, a Lei nº 8.245/91, a ca Profissional (Art. 6º, inciso III).
chamada Lei do Inquilinato, no artigo 22 ao O infrator deve ser punido com multa
tratar das obrigações do locador, diz expres- pecuniária que varia de 2 a 6 anuidades. Essa
samente: multa é prevista para a pessoa física e para a
pessoa jurídica. Se o over-price for praticado
“Art. 22 – O locador é obrigado a: conjuntamente por mais de um corretor ou
........ se em parceria com a imobiliária, todos rece-
VII – pagar as taxas de administração imo- berão, individualmente, a punição prevista no
biliária, se houver.......” Código.
Normalmente, a opção é um contrato rios está o não preenchimento dos itens relati-
celebrado entre o profissional e o vendedor, vos ao prazo de validade da opção e as vendas
porém nada impede que seja também firmado realizadas após expirar o prazo avençado, ou
entre o corretor e o comprador. É a opção de seja, prazo combinado para que o serviço seja
compra ou com maior precisão do termo, prestado durante determinado período.
“Autorização para procura de imóvel”. Pode ocorrer, muitas vezes, que o clien-
O Conselho Federal dos Corretores de te só se manifeste, concretamente, sobre de-
Imóveis, na Resolução 005/78, estabelece em terminado imóvel, depois de vencida a opção,
seu Artigo 1º que: podendo, ainda, procurar diretamente o pro-
prietário para fazer a sua proposta. Para res-
“Toda e qualquer intermediação imobiliária guardar os seus direitos à comissão, deve o
será contratada, obrigatoriamente, por instrumento corretor, ao término do contrato de interme-
escrito, que incluirá, dentre outros, os seguintes diação, comunicar por escrito ao proprietário,
dados: o nome e a identificação das pessoas por ele
a) nome e qualificação das partes; trabalhadas e, se possível, fazendo um peque-
b) individualização e caracterização do objeto no resumo de como se procederam os enten-
do contrato; dimentos, incluindo as datas de visita e demais
c) preço e condições de pagamento da alienação dados que poderão reforçar os fundamentos
ou da locação; para se pleitear os honorários pelos serviços
d) dados do título de propriedade declarados pelo prestados na tentativa de concretizar a transa-
proprietário; ção. Estando bem fundamentado e documen-
e) menção da exclusividade ou não; tado, dificilmente poderá o proprietário se
f) remuneração do corretor e forma de pagamen- eximir pelo pagamento da comissão.
to; Casos há em que o proprietário não as-
g) prazo de validade do instrumento; sina a opção de venda, mas tão somente uma
h) previsão de até 06 (seis) meses de subsistên- autorização para que o imóvel seja trabalha-
cia da remuneração, depois de vencido o pra- do. É importante observar a diferença, por-
zo previsto na alínea anterior, na hipótese de que a simples autorização poderá ser revoga-
se efetivar a transação com pessoa indicada da a qualquer momento pelo cliente, enquan-
pelo profissional dentro do prazo de valida- to que o contrato de intermediação ou op-
de do instrumento; ção, cria um vínculo de direitos e obrigações
i) autorização expressa para receber, ou não, recíprocas. Aquele que se sentir prejudicado
sinal de negócio”. tem meios de reivindicar da outra parte o que
lhe for devido.
Alguns cuidados devem ser tomados A autorização é um ato unilateral enquan-
pelos profissionais ao preencherem a opção de to a opção de venda é bilateral, ou seja, o que
venda. Com bastante freqüência são deixados vem escrito faz lei entre as partes, obrigando-
em branco alguns dos itens acima citados. Tal as aos termos constantes do documento.
fato torna a opção de venda um documento O novo Código Civil Brasileiro (Lei n°
juridicamente imperfeito e, portanto, passível 10.406/2002), no art. 726, estabelece condi-
de nulidade, caso surja questão sobre o direito ções especiais para o serviço de intermedia-
do corretor em receber a sua remuneração em ção prestado com autorização escrita e com
decorrência da negativa do contratante (o ven- exclusividade. Esta deve ser a meta do profis-
dedor) em pagar pelo serviço. sional corretor de imóveis: buscar sempre a
Entre os mais freqüentes casos de discus- autorização, de venda ou locação, escrita e com
são, via judicial, para recebimento de honorá- exclusividade.
18 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS – Unidade I
Vale lembrar que o corretor ou empresa profissão. Mostre a sua preferência e cite 5 des-
só poderá anunciar, publicamente, se estiver sas atividades.
munido de documento escrito que lhe faculte _______________________________________
o direito de intermediar a venda, ou seja, a _______________________________________
opção. É o que estabelece o Decreto 81.871/
78, no art. 5º, assim como a Resolução nº 458/ b) Na parceria com empresas imobiliárias o
96 do Conselho Federal. corretor de imóveis terá “vínculo empregatí-
Decreto 81.871/78, art. 5º - cio”? Pesquise antes de responder:
_______________________________________
“Somente poderá anunciar publicamente o _______________________________________
Corretor de Imóveis, pessoa física ou jurídica,
que tiver contrato escrito de mediação ou auto- c) Na qualidade de profissional liberal, como se
rização escrita para alienação do imóvel anun- chama a remuneração do corretor de imóveis?
ciado.” _______________________________________
_______________________________________
Resolução COFECI nº 458/95 - Dispõe
sobre anúncio para venda de imóvel. d) Normalmente, numa operação de compra
e venda, quem paga a remuneração do corre-
O CONSELHO FEDERAL DE COR- tor de imóveis?
RETORES DE IMÓVEIS, no uso das _______________________________________
atribuições que lhe confere o Artigo 16, Item _______________________________________
XVII, da Lei 6.530, de 12 de maio de 1.978, _______________________________________
RESOLVE:
Art. 1º - Somente poderá anunciar publica- e) Na administração de alugueres o corretor
mente o Corretor de Imóveis, pessoa física ou de imóveis (ou empresa imobiliária) recebe que
jurídica, que tiver, com exclusividade, contra- tipo de remuneração?
to escrito de intermediação imobiliária. _______________________________________
Art. 2º - Dos anúncios e impressos contará o _______________________________________
número da inscrição de que fala o artigo 4º da
Lei 6.530/78, precedido da sigla CRECI, f) Veja no texto e responda qual o órgão ou
acrescido da letra “J”, quando se tratar de pes- entidade é responsável pela elaboração da Ta-
soa jurídica. bela de Honorários do corretor de imóveis.
_______________________________________
A não obediência a esta norma sujeita o _______________________________________
infrator à pena pecuniária, que varia de uma a
três anuidades, podendo ser aumentada em até g) Com suas palavras descreva o que significa
seis anuidades em caso de reincidência fixada “over price”.
pela Resolução COFECI nº 492/96. _______________________________________
_______________________________________
de, por tempo de contribuição ou por invali- c) Pesquise e relacione abaixo quais as vanta-
dez só estará assegurada se as contribuições gens do profissional liberal ser inscrito no
forem feitas regularmente pelo tempo e pelos ISSQN:
valores fixados pelo INSS. _______________________________________
Uma vez inscrito na previdência social, _______________________________________
o Corretor irá contribuir dentro de uma tabe-
la progressiva e que servirá de cálculo quando
do recebimento da aposentadoria. Por isso, é
importante, também, que seja obedecida a ta-
bela progressiva de tempo de permanência em
cada período para poder aumentar o valor da
contribuição mensal, lembrando sempre que a
aposentadoria leva em conta o tempo de con-
tribuição e a idade, para fazer jus aos benefíci-
os previdenciários.
Aqueles profissionais que já se estão ins-
critos na previdência social, porém com as
contribuições atrasadas, o melhor procedimen-
to é procurar um Posto do INSS e se inteirar
das múltiplas formas de parcelamento do dé-
bito a fim de regularizarem a situação.
Por fim, ressalte-se que, de acordo com
as mais recentes medidas tomadas pelo INSS,
passou a ser obrigação da fonte pagadora re-
ter o valor da contribuição previdenciária, sem-
pre que for feito qualquer pagamento a autô-
nomos e demais profissionais liberais, exceto
se o prestador do serviço comprovar que re-
colhe essa contribuição e está, regularmente,
em dia.
Unidade
II
tração, inclusive pelo não repasse das parcelas Assim como o COFECI, também o
devidas ao Conselho Federal e arrecadados CRECI, têm como órgão deliberativo o
pelos Conselhos Regionais. plenário, constituído de seus membros e
Registra-se, que as atividades da Presi- como órgão administrativo, a diretoria,
dência, Diretores e Conselheiros são exercidas cujo funcionamento são fixados em regi-
sem qualquer tipo de remuneração. mento baixado por Resolução do Conse-
lho Federal.
3.3 – CONSELHOS REGIONAIS DE No âmbito de sua competência e jurisdi-
CORRETORES DE IMÓVEIS – ção o CRECI exerce, entre outras, ações de na-
CRECI tureza:
mologada, torna-se regra geral, mesmo imóveis, e qual tarefa é delegada ao Creci da
para aqueles que não pertencem ao Sin- região?
dicato. ______________________________________
• Os Sindicatos foram os responsáveis ______________________________________
pelos primeiros passos para o nasci-
mento, aperfeiçoamento e evolução da
profissão de Corretores de Imóveis,
como já visto no início deste trabalho.
Unidade
III
c) Sendo titular desse crédito, o constru- prador, não pagando o bem à vista, obtém
tor busca negociá-lo com a companhia um parcelamento, dando em garantia o pró-
securitizadora mediante a cessão de prio bem adquirido, obrigando-se assim a
crédito; cumprir o avençado, sob pena de, não o fa-
zendo, ver-se expropriado do imóvel, atra-
d) A companhia securitizadora por sua vez vés de um procedimento previsto na própria
emite títulos – CRI vinculados ao crédi- lei (arts. 26 e 27).
to adquirido do construtor e promove A constituição da alienação fiduciária é
a sua colocação no mercado financeiro. um contrato:
Para que haja uma sintonia neste ciclo de a) formal, dado que exige forma escrita;
pagar rendimentos aos investidores e cobrar
juros dos adquirentes, a lei cuidou de homoge- b) público, mesmo que celebrado por
neizar as condições de crédito, utilizando os instrumento particular, é de sua essên-
mesmos critérios para o cálculo de juros, de cia o registro público no Cartório de
correção monetária e de garantia. Registro de Imóveis para que possa
Assim, o artigo 5º determina as condi- valer contra terceiros;
ções essenciais para o financiamento, tratan-
do das condições monetárias, financeiras e se- c) oneroso, na medida em que os cele-
curitárias. brantes visam a obter vantagens ou be-
O artigo 17 cuida das garantias nas ope- nefícios;
rações do financiamento imobiliário, entre elas
a alienação fiduciária, admitindo-se todavia d) bilateral, porquanto surge da vonta-
outras tradicionais garantias já existentes em de de duas ou mais partes, com direi-
nosso direito, como a hipoteca. tos e obrigações recíprocas;
Como o interesse maior consiste em sim-
plificar a garantia do empréstimo e a celerida- e) comutativo, uma vez que as obriga-
de na execução dos inadimplentes, a lei con- ções de ambas as partes são conheci-
centrou-se na garantia fiduciária a partir do já das previamente.
citado artigo 22.
O conceito deste tipo de garantia vem Importante observar que na alienação fi-
já no seu artigo 22: “ A alienação fiduciária regula- duciária, o construtor, o incorporador ou mes-
da por esta Lei é o negócio jurídico pelo qual o devedor, mo o particular, ao fazer a comercialização do
ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a trans- imóvel receberá a garantia da fidúcia, podendo
ferência ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolú- reter em seu nome ou buscar recursos no mer-
vel de coisa imóvel”. cado, faz a cessão do direito a terceiros interes-
Muito embora na alienação fiduciária sados em investir seu capital. Diz o parágrafo
haja a transferência do domínio da proprieda- primeiro do art. 22 que: “...a alienação fiduciária
de para o credor, este não é o seu objetivo, poderá ser contratada por pessoa física ou jurídica, não
mas sim o de lhe dar garantia, no caso de sendo privativa das entidades que operam no SFI”.
inadimplência do devedor. À margem da Lei nº 9.514/97 que insti-
A alienação fiduciária é um contrato tuiu o SFI, existem outras modalidades de fi-
acessório, porquanto, sua natureza é a de ga- nanciamento para a aquisição de imóvel. Essa
rantir o recebimento de um crédito existente variação vai desde o financiamento bancado
em outro contrato, dito principal, como por pelo próprio vendedor até aqueles que ainda
exemplo uma compra e venda, em que o com- são tidos e mantidos pelo poder público.
40 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS – Unidade III
A Caixa Econômica Federal, hoje o prin- de imóvel residencial urbano. Existem dois
cipal agente público para o financiamento de momentos distintos neste sistema. Primeiro é
moradias, tem várias modalidades, destacan- a fase de utilização do crédito, cuja utilização
do-se: deverá ocorrer no prazo máximo de seis me-
ses. Após esse período ou do uso total do cré-
I - Plano Fundo de Amparo ao Trabalhador dito antes disto, vem o segundo momento, que
- FAT- Habitação – é o de amortização do empréstimo e que é cal-
culado pelo sistema Price. O valor do financi-
O Plano é operado em duas linhas: amento poderá ir até R$ 180.000,00 e deverá
ser liquidado no prazo máximo de 36 meses.
• SFI. Financiamento de imóveis na planta e/ou
em construção. III- Plano FGTS – Casa Própria - Tem aces-
Nessa perspectiva, o plano objetiva via- so qualquer trabalhador, observados alguns
bilizar a produção de empreendimentos na plan- requisitos, como:
ta ou em fase de construção diretamente a pes-
soas físicas, alavancando a indústria da constru- • Ser filiado ao regime do FGTS há mais
ção civil, gerando emprego e renda. Tem aces- de três anos;
so a esse plano todas as pessoas físicas, inde- • Não ser proprietário ou promitente
pendente das faixas de renda, já que o constru- comprador de imóvel residencial finan-
tor/incorporador é devedor solidário até a en- ciado pelo SFH, em qualquer parte do
trega das unidades ao mutuário. A operação território nacional;
consiste na emissão de Carta de Garantia de fi- • Não ser proprietário de qualquer tipo
nanciamento a quem pleiteia o financiamento – de imóvel no município onde exerça
Construtora/Proponente e esta por sua vez faz sua ocupação, bem como nos municí-
a contratação individual com os interessados pios limítrofes;
através de contrato particular de compromisso • Exclusivamente para aquisição de imó-
de compra e venda. A amortização é pelo siste- vel residencial concluído ou em cons-
ma SAC-Sistema de Amortização Constante. O trução, não sendo possível utilizar os
limite de financiamento é de R$ 180.000,00 recursos somente para a compra do
terreno;
• Carta de Crédito - Fat-Habitação – Residen- • O recurso deve ser utilizado para o pa-
cial. Linha de crédito imobiliário gamento parcial do preço de aquisição
Destinado às pessoas físicas com recur- de imóvel residencial, financiado fora
sos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, vin- do Sistema Financeiro de Habitação;
culada ao programa de geração de emprego e
renda na indústria da construção civil e ao SFI. IIIA - Plano FGTS – Financiamento de
Destina-se à aquisição de terreno e à imóveis na planta e/ou em construção com
construção ou somente à construção se o can- recursos do FGTS.
didato já possuir o terreno. Amortização pelo Para usufruir desse financiamento, o inte-
Sistema SAC e prazo máximo de financiamen- ressado deve atender aos seguintes requisitos:
to de 204 meses, devendo a construção ser
concluída no prazo de até 18 meses. • Renda familiar de até R$ 4.500,00;
• Que o empreendimento escolhido para
II - Plano Construcard. Linha de financia- adquirir o imóvel já tenha sido apro-
mento habitacional destinada a aquisição de vado pela Caixa e com o uso deste tipo
material de construção, reforma ou ampliação de recurso.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 41
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Funciona nos mesmos moldes dos de- de financiamento imobiliário. Entretanto, outros
mais tipos de consórcio. O adquirente da cota segmentos empresariais e financeiros também
recebe a carta de crédito correspondente ao têm linhas de crédito destinado à aquisição da
valor contratado, ao ser contemplado. No con- casa própria. Destacam-se os seguintes:
sórcio da Caixa é possível usar o FGTS para
dar lance. Plano Direto da Construtora - A empre-
sa, ao lançar um empreendimento, cria
• Programa de Arrendamento Residencial uma tabela com preços preestabelecidos
– PAR. Nesse programa, que é destinado à po- e sem qualquer vinculação a agentes finan-
pulação de baixa renda, as unidades residenci- ceiros. O aporte para a construção é basi-
ais serão adquiridas com recursos de um fun- camente da construtora e, a medida em
do financeiro, constituído exclusivamente para que vão sendo comercializadas as unida-
esse fim. A Caixa, em parceria com os Esta- des, os adquirentes assumem o papel de
dos e Municípios publica os editais informan- alocar os recursos necessários. São previ-
do ao segmento da construção civil, quais as amente estipulados os índices de reajuste,
áreas priorizadas em diversas regiões do Bra- com maior aplicação o INCC e o CUB.
sil. Estipula-se, normalmente, ainda, que,
após o Termo de Habite-se o reajuste pas-
As principais características do programa são: se a ser pelo IGP-M e incidindo-se ainda
• Envolvimento de Órgãos públicos e os juros de 1% ao mês.
empresas, em parcerias, tais como:
− Ministério da Fazenda; Bancos Particulares - Destinam-se a in-
− Secretaria de Estado e Desenvolvimen- teressados/adquirente, desde que preen-
to Econômico; cha os requisitos exigidos por cada insti-
− Caixa Econômica Federal; tuição de crédito. Leva-se em conta sobre-
• Empresas do ramo da construção civil; tudo o relacionamento e a reciprocidade
• Empresas imobiliárias na área de admi- entre o cliente e o banco. Além do inde-
nistração de imóveis xador pactuado, o financiador cobra ju-
ros normalmente oscilando entre 12% a
O valor máximo de cada unidade é de 18% ao ano e o prazo de financiamento
R$ 20.000,00 e cada empreendimento poderá máximo é de 15 anos. É uma das modali-
contar com no máximo 160 unidades, sendo dades de financiamento mais onerosas
que cada construtora poderá ter vários empre- para o adquirente, já que o banco tem
endimentos, desde que esse total não ultrapas- como principal característica obter a mai-
se 1.000 unidades. O tamanho mínimo de cada or rentabilidade para a aplicação de seu
unidade é de 37m2., devendo conter necessari- capital financeiro.
amente dois quartos. Os Estados e Municípios
priorizados, deverão adotar medidas de redu-
ção ou isenção de ITBI, IPTU etc.
Uma vez pronta a unidade, a Caixa fará
um contrato de arrendamento por determina-
do prazo, findo o qual, o arrendatário poderá
exercer o direito de compra. a) Volte ao texto e escreva abaixo qual a finali-
Por ser o principal gestor do Sistema Fi- dade do SFH – Sistema Financeiro de Habita-
nanceiro de Habitação, a Caixa Econômica Fe- ção em nosso país:
deral reúne um maior número de alternativas __________________________________
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 43
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Art. 6º - “O locatário poderá denunciar a lo- Para exercer o direito de retomada, ne-
cação por prazo indeterminado mediante co- cessariamente, o documento de compra e ven-
municado por escrito ao locador, com antece- da (escritura ou cessão de direitos) deverá estar
dência mínima de trinta dias”. registrada à margem da matrícula do imóvel).
o locatário, seis meses de prazo para anular a Art. 47 - “Quando ajustada verbalmente ou
escritura de compra e venda e depositando o por escrito e com prazo inferior a trinta meses,
valor da transação resguardando assim o direi- findo o prazo estabelecido, a locação prorroga-
to de adquirir o bem. se automaticamente, por prazo indeterminado,
somente podendo ser retomado o imóvel:”
Art. 35 - “Salvo expressa disposição contra-
tual em contrário, as benfeitorias necessárias I – nos casos do art. 9;
introduzidas pelo locatário, ainda que não au- II – em decorrência de extinção do contrato de
torizadas pelo locador, bem como as úteis, des- trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatá-
de que autorizadas, serão indenizáveis e per- rio estiver relacionada com o seu emprego;
mitem o exercício do direito de retenção”. III – se for pedido para uso próprio, de seu cônju-
ge ou companheiro, ou para uso residencial de as-
Art. 36 - “As benfeitorias voluptuárias não cendente ou descendente que não disponha, assim
serão indenizáveis, podendo ser levantadas como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel resi-
pelo locatário, finda a locação, desde que sua dencial próprio;
retirada não afete a estrutura e a substância IV – se for pedido para demolição e edifica-
do imóvel”. ção licenciada ou para a realização de obras
aprovadas pelo poder público, que aumentem
Art. 37 - “No contrato de locação, pode o lo- a área construída em, no mínimo, vinte por
cador exigir do locatário as seguintes modali- cento ou, se o imóvel for destinado a explora-
dades de garantia:” ção do hotel ou pensão, em cinqüenta por cento;
V – se a vigência ininterrupta da locação ul-
I – caução; trapassar cinco anos”.
II – fiança;
III – seguro de fiança locatícia”. Art. 56 - “Nos demais casos de locação não
residencial, o contrato por prazo determinado
Art. 38 - “A caução poderá ser em bens mó- cessa, de pleno direito, findo o prazo
veis ou imóveis”. estipulado,independentemente de notificação ou
aviso”.
Art. 39 - “Salvo disposição contratual em con-
trário, qualquer das garantias da locação se Art. 57 - “O contrato de locação por prazo
estende até a efetiva devolução do imóvel”. indeterminado pode ser denunciado por escrito,
pelo locador, concedidos ao locatário trinta dias
Art. 45 - “São nulas de pleno direito as cláu- para desocupação”.
sulas do contrato de locação que visem a elidir
os objetivos da presente Lei, notadamente as
que proíbam a prorrogação prevista no art. 47,
ou se afastem o direito à renovação, na hipótese
do art. 51, ou que imponham obrigações pecu-
niárias para tanto”.
Art. 46 - “nas locações ajustadas por escrito e a) No mercado imobiliário e até nos meios ju-
por prazo igual ou superior a trinta meses, a rídicos, como é chamada a Lei nº 8.245/91 ?
resolução do contrato ocorrerá findo o prazo ______________________________________
estipulado, independentemente de notificação ou ______________________________________
aviso”. ______________________________________
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 49
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
b) Como a Lei que trata das locações imobiliá- i) Em relação às garantias locatícias, em qual
rias define o que é imóvel não residencial? situação o locador (e o corretor) está sujeito à
______________________________________ pena de prisão?
______________________________________ ______________________________________
______________________________________ ______________________________________
O novo Código Civil, com vigência a São deveres dos condôminos, igualmen-
partir de janeiro de 2003, introduziu um Capí- te de acordo com os arts. 1.336/1.337 do Có-
tulo específico denominado “Do condomínio digo Civil:
edilício”, compreendendo os artigos 1.331 a I – contribuir para as despesas do condo-
1.358. Em diversos desses artigos temos a ra- mínio, na proporção de suas frações ide-
tificação de muitos dos existentes na Lei nº ais;
4.591, de 16 de dezembro de 1964. II – não realizar obras que comprometam a
O condomínio submete-se às regras es- segurança da edificação;
peciais da espécie, assim como, também, no III – não alterar a forma e a cor da fachada,
que couber, à norma civil mencionada. das partes e esquadrias existentes;
A palavra condomínio tem o significado de IV – dar às suas partes a mesma destinação
domínio em comum, isto é, um bem ou uma que tem a edificação, e não as utilizar de
propriedade imóvel pertencendo a vários do- maneira prejudicial ao sossego, salubri-
nos, aos quais dá-se a denominação de “con- dade e segurança dos possuidores, ou aos
dôminos”, ou ainda, de “co-proprietários”. bons costumes.
O condomínio deve ter normas própri- § 1º O condômino que não pagar a sua
as, elaboradas de acordo com os dispositivos contribuição ficará sujeito aos juros moratóri-
da lei que o regula. Cada condômino tem di- os convencionados ou, não sendo previstos, os
reitos reais de unidades autônomas e individu- de 1% (um por cento) ao mês e multa de até
ais, por pertencer somente a ele, além de direi- 2% (dois por cento) sobre o débito.
tos reais sobre as partes comuns, por perten- § 2º O condômino, que não cumprir qual-
cerem a todos os condôminos. Daí porque a quer dos deveres estabelecidos nos incisos II a
necessidade de uma norma própria para a co- IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo
munidade compreendendo os moradores, bem ou na convenção, não podendo ela ser superi-
como a relação destes com terceiros. or a 5 (cinco) vezes o valor de suas contribui-
A Lei que rege as relações entre os con- ções mensais, independentemente das perdas
dôminos é denominada Convenção e é obri- e danos que se apurarem; não havendo dispo-
gatória para todos os edifícios sob forma de sição expressa, caberá à assembléia geral, por
condomínio. A Convenção deverá ser redigi- 2/3 (dois terços) no mínimo dos condôminos
da dentro nas normas reguladoras previstas na restantes, deliberar sobre a cobrança da multa.
Lei do Condomínio e das Incorporações e ain- Dentro do condomínio há um ordena-
da do Código Civil. mento para delinear os direitos e as obrigações
Entre os muitos artigos, merecem desta- com relação aos proprietários, usuários e ter-
que os que dizem respeito aos direitos e deve- ceiros. Esta “lei interna” de subordinação obri-
res dos condôminos. gatória deve ser emanada de algum poder. Este
poder surge da vontade dos proprietários, e
São direitos dos condôminos, de acor- manifestado através da Assembléia. É ela o
do com o art. 1.335 do Código Civil: poder maior dentro de um condomínio e a ela
I – usar, fruir e livremente dispor das suas compete a aprovação da Convenção e do Re-
unidades: gimento Interno bem como a escolha e apro-
II – usar das partes comuns, conforme a sua vação da forma de gerir e administrar a pro-
destinação, e contanto que não exclua a priedade condominal, sendo portanto o órgão
utilização dos demais compossuidores; deliberativo dos condôminos.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 51
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
- Planta de situação;
- Planta baixa, com localização e dimen-
são dos lotes, sistema viário, reservas,
praças, locais para comércio, escolas e
lazer;
- Planta de levantamento topográfico;
- Memorial descritivo, planilha de cálcu-
lo e caderneta de campo;
- Escritura de registro do imóvel;
- RIMA – Relatório de Impacto am-
biental.
ficação ou ampliação das vias existentes. co nesses artigos são uma espécie de “lea-
§ 2o – Considera-se desmembramento a sing imobiliário”, possibilitando o desfazi-
subdivisão de gleba em lotes destinados a edifi- mento do negócio de maneira simplificada,
cação, com aproveitamento do sistema viário se necessário, sem prejuízos para as partes,
existente, desde que não implique na abertura diferentemente do que estabelece o Código
de novas vias e logradouros públicos, nem no de Defesa do Consumidor.
prolongamento, modificação ou ampliação dos Pelo Código, em caso de inadimplên-
já existentes.” cia, o loteador, sem prazo definido, é obri-
gado a devolver o que recebeu, corrigido,
Com relação à infra-estrutura mínima podendo reter apenas 10% como forma de
a ser feita pelo loteador, a lei assim determina, indenização.
ainda no art. 2o:
A Lei nº 4.591/64, em seu artigo 28 zembro foi sancionada a Lei nº 4.591, receben-
expressa: do o nome de Condomínio e Incorporações,
por dispor sobre “Condomínio em edificações
“Considera-se incorporação imobiliária a ati- e as incorporações imobiliárias”.
vidade exercida com o intuito de promover e Os primeiros 27 artigos da lei tratam das
realizar a construção, para alienação total ou relações condominais e os artigos 28 ao 66 se
parcial, de edificações ou conjunto de edifica- ocupam das edificações ou conjunto de edifica-
ções compostas de unidades autônomas”. ções de prédios residenciais e não residenciais.
Quem pode ser considerado incorpora-
Dentro da atividade imobiliária, um dos dor? A resposta está no artigo 28, parágrafo
tópicos mais importantes diz respeito às IN- único da referida Lei:
CORPORAÇÕES IMOBILIÁRIAS. Isto por-
que uma incorporação imobiliária implica em “Considera-se incorporação imobiliária a ati-
tomar um terreno e sobre ele edificar unida- vidade exercida com o intuito de promover e
des distintas e independentes entre si, para ven- realizar a construção, para alienação total ou
da e entrega futura, porém unidas por situa- parcial, de edificações ou conjunto de edifica-
ções necessárias a fim de atender os objetivos ções compostas de unidades autônomas”.
de uma habitação coletiva. Significa, portanto,
mobilizar fatores de produção com objetivos O incorporador é pois a figura central
definidos para construir e, antes, durante ou de uma incorporação imobiliária. É dele a idéia
após a conclusão da construção, vender as uni- de empreender o projeto, planejar o negócio,
dades imobiliárias que integram a edificação assumindo a responsabilidade pelos recursos
coletiva. Para tanto, há o envolvimento de pes- financeiros necessários ao empreendimento e
soas e técnicos das mais variadas especialida- ainda, pela comercialização e o registro de cada
des e funções, objetivando levar a cabo o em- unidade junto ao Registro de Imóveis.
preendimento até a sua conclusão, e finalizan- O incorporador, para lançar um empre-
do todo o processo com a individualização e endimento, deverá seguir um roteiro, em con-
discriminação de cada uma das unidades edifi- formidade com as características de cada pro-
cadas, fazendo o assentamento no Registro de jeto, porém todos eles sujeitos à Lei 4.591/64.
Imóveis da circunscrição a que originalmente Este roteiro é basicamente:
o terreno encontrava-se matriculado.
Até 1964 a atividade de construção civil • Possuir ou adquirir o terreno onde se
era feita de forma desordenada e sem qualquer pretende construir;
legislação específica. Os poucos empresários • Ter os projetos aprovados nos órgãos
que de dispunham a construir prédios condo- competentes;
minais se perdiam na própria falta de planeja- • Registrar o Memorial de Incorporação
mento e na incerteza da liquidez de recebimen- no Cartório de Registro de Imóveis;
to das unidades vendidas durante a construção. • Contratar a construção;
Muitos compradores atrasavam os pagamentos • Comercializar as unidades que com-
e conseqüentemente, atrasava-se ou inviabiliza- põem o projeto;
va-se a conclusão do empreendimento. • Concluir a obra;
Com a criação do BNH em agosto de • Fazer o registro individual no Cartó-
1964 tornou-se necessária uma legislação re- rio de Registro de Imóveis de cada uni-
gularizadora da atividade de construção civil dade comercializada;
voltada para as edificações residenciais. Assim, • Instalar o condomínio com entrega do
neste mesmo ano de 1964, no dia 16 de de- prédio aos condôminos.
56 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS – Unidade III
9) A tabela de comissão pela intermediação 14) De acordo com o Decreto 81.871/78 que
imobiliária é: regulamenta a profissão de Corretor de Imó-
a) Elaborada pelo COFECI. veis, as sanções disciplinares podem ser de:
b) Elaborada pelo CRECI de cada região. a) Advertência verbal.
c) Definida nos Congressos dos corretores b) Censura.
de imóveis que se realizam anualmente. c) Multa.
d) De comum acordo entre o corretor e a d) Suspensão de até 90 dias.
imobiliária onde ele trabalha. e) Todas as alternativas estão corretas.
e) Todas as alternativas estão erradas.
15) Tendo com o base o Código de Ética, o
10) A tabela de comissão pela intermediação corretor de imóveis em relação ao exercício
elaborada pelo Sindicado dos Corretores de da profissão, à classe e a seus colegas não está
Imóveis para ter validade necessita: obrigado a:
a) Ser homologada pelo COFECI. a) Prestigiar as entidades de classe.
b) Ser homologada pelo CRECI de cada b) Respeitar o direito de outro corretor que
região. já esteja atendendo a um mesmo cliente.
c) Não precisa ser homologada. c) Colocar-se a par da legislação vigente.
d) Só é homologada se o Sindicado mani- d) Zelar pela própria reputação.
festar esta vontade. e) Defender os direitos e prerrogativas pro-
e) Todas as alternativas estão certas. fissionais e a reputação da classe.
11) Receber uma comissão além do combina- 16) É proibido ao corretor de imóveis:
do, de forma fraudulenta é chamada de: a) Promover a intermediação com cobran-
a) Over-chips. ça de over-price.
b) Over-price. b) Fazer transação imobiliária contra dis-
c) Over-dose. posição literal da lei.
d) Tabela price. c) Praticar quaisquer atos de concorrência
e) Super price. desleal aos colegas.
d) Desviar, por qualquer modo, cliente de
12) Dentre as atribuições do corretor de imó- outro corretor.
veis está a de: e) Todas as alternativas estão corretas.
a) Exercer a intermediação na compra e
venda. 17) É permitido ao corretor de imóveis:
b) Exercer a intermediação na permuta. a) Desviar, por qualquer modo, cliente de
c) Exercer a intermediação na locação. outro corretor.
d) Opinar quanto à comercialização imo- b) Praticar quaisquer atos de concorrência
biliária. desleal aos colegas.
e) Todas as alternativas estão corretas. c) Fazer transação imobiliária contra dis-
posição literal da lei.
13) No âmbito de sua competência, o CRECI d) Promover a intermediação com cobran-
exerce, entre outras, ações de natureza: ça de over-price.
a) Normativa. e) Todas as alternativas estão erradas.
b) Fiscalizadora.
c) Disciplinar. 18) Não é de competência do Conselho Fede-
d) Deliberativa. ral dos Corretores de Imóveis (COFECI):
e) Todas as alternativas estão corretas. a) Eleger sua diretoria.
62 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS
26) Uma imobiliária (pessoa jurídica) não pre- II - Assinale as verdadeiras com a letra “V” e
cisa ser inscrita no CRECI se: as falsas com a letra “F”. Coloque essas letras
a) Todos os sócios forem corretores ins- nos parênteses colocadas depois dos números
critos. das questões.
b) Se pelo menos um sócio for inscrito.
c) Se todos os seus corretores forem ins- 01 ( ) Só pode ser incorporador uma pes-
critos. soa jurídica.
d) Se não tiver nenhum corretor nela tra-
balhando. 02 ( ) Não é da competência do síndico
e) Todas as alternativas estão erradas. representar ativa e passivamente o condomínio.
27) A pessoa jurídica para se inscrever no CRE- 03 ( ) As decisões tomadas pela assem-
CI como imobiliária precisa: bléia de condomínio, constituem-se obrigação
a) Ter um corretor como responsável para todos os condôminos.
técnico.
b) Ter um capital social superior a 100 sa- 04 ( ) O registro da incorporação imobi-
lários mínimos. liária será válido por um ano.
c) Ter um mínimo de três sócios.
d) Ter mais de um departamento de vendas. 05 ( ) Nas relações de locação, os elemen-
e) Ter sede própria. tos básicos são o locador; o locatário e o imóvel.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Adjacente: que fica junto, contíguo. Ângulos que têm o mesmo vértice e são
separados por um lado comum.
Ad Corpus: expressão latina que qualifica a venda que se faz por corpo, i.é,
por um único preço. Ex: venda de apartamentos, casas etc.
Alienação fiduciária: negócio jurídico pelo qual uma das partes chamada
fiduciário, adquire, em confiança, a propriedade de um bem móvel, obri-
gando-se a devolvê-lo quando satisfeita a obrigação. A Lei 9.514/97, art. 22,
passou a permitir a alienação fiduciária para bens imóveis.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Álveo: superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e
ordinariamente enxuto.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Bens fungíveis: aqueles móveis que podem ser substituídos por outros da
mesma espécie, qualidade e quantidade.
Bens imóveis: aqueles que não podem ser transportados sem que ocorra a
sua destruição ou inutilização. Podem ser:
• Imóveis por natureza: o solo, com a sua superfície.
• Imóveis por acessão física ou artificial: edifícios.
• Imóveis por acessão intelectual: as sementes lançadas ao solo.
• Imóveis assim considerados para efeitos legais: direitos reais sobre
imóveis, penhor agrícola e as ações que os asseguram, as apólices da
dívida pública, o direito à sucessão aberta, os navios e os aviões.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Casa: Determina a CF no art. 5o, XI: "A casa é asilo inviolável do indiví-
duo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, sal-
vo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial."
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Cláusula leonina: cláusula contratual que atribui, a uma das partes, vanta-
gens injustificadamente maiores do que aquelas conferidas à outra parte.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Contrato: acordo de vontades entre duas ou mais pessoas, sobre objeto líci-
to e possível, com o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir di-
reitos. Pode ser aberto, acessório, a titulo oneroso ou não, bilateral ou unila-
teral (doações), consensual, comutativo etc.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Doação: contrato gratuito (benéfico) pelo qual uma das partes (doador) se
compromete a transferir, gratuitamente, um bem de sua propriedade para o
patrimônio de outra. É um tipo de contrato unilateral. A doação pode ser
pura ou incondicional, condicional, modal, remuneratória, com cláusula de
reversão, a título singular e inoficiosa. Vale lembrar que a doação pode ser
revogada em caso de ingratidão do donatário. Ver arts. 538 a 563 do CC.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Domicílio: local onde a pessoa natural ou jurídica exerce sua atividade habi-
tual, enquanto residência é o local onde a pessoa natural mora, com intenção
de ali permanecer.
Edil: do latim aedes, casa, prédio; daí edificium, combinando com ficium,
de facere. É também sinônimo de vereador.
Evicção: perda total ou parcial de uma coisa, que sofre seu adquirente, em
conseqüência de decisão judicial promovida pelo verdadeiro dono ou pos-
suidor. Ver arts. 447 a 456 do CC.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Imóvel rural: prédio rústico de área contínua qualquer que seja a sua locali-
zação, destinado à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial,
quer mediante planos públicos de valorização, quer mediante iniciativa pri-
vada (art. 1º I, da Lei nº 4.504/64 - Estatuto da Terra).
Legado: parte da herança deixada pelo testador àquele que não seja herdei-
ro, denominado legatário.
Legítima: parte da herança que cabe a cada herdeiro, e que não pode ser
disposta pelo testador.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Superfície (direito de): direito real de uso de bem alheio, consistente na ces-
são de imóvel, pelo proprietário, a um superficiário, gratuita ou onerosa-
mente, para que este construa ou plante no terreno. È regulado pelos arts.
1.369 a 1.377 do CC.
Tapume: cerca de arame ou madeira, sebe viva, vala, enfim, qualquer estru-
tura que sirva de demarcação de terrenos contíguos, e para impedir a entra-
da de pessoas ou animais. Ver art. 1.297 do CC.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Usufruto: direito real sobre bem alheio atribuído a alguém para que possa
fruir das utilidades e frutos de um bem de propriedade alheia, sem alte-
ração de sua substância, enquanto temporariamente destacado da mes-
ma propriedade.
Venda ad corpus: venda de bem imóvel que leva em conta apenas sua
especificação por características e confrontações, sem determinação de
área. Ver CC, art. 500.
BIBLIOGRAFIA
FIÚZA, César. Direito Civil. Curso Completo. Belo Horizonte: Del Rey,
2001.
GABARIT
GABARITOO
EXERCÍCIO I EXERCÍCIO II