Mapa Cor de Rosa - Corrida Africana. Conferência de Berlim
Mapa Cor de Rosa - Corrida Africana. Conferência de Berlim
Mapa Cor de Rosa - Corrida Africana. Conferência de Berlim
BREVES REFERNCIAS
A corrida Africana
No sculo XIX os pases europeus viram-se para frica em busca de matrias-primas para as suas indstrias, o que veio a motivar disputas entre eles. Assim organizam-se vrias expedies no interior desse continente com o objectivo de garantir o direito sobre esses territrios. Portugal, imagem de outros pases, organiza vrias expedies sob o comando de Silva Porto (18531856), Serpa Pinto (1877-1879) e Capelo e Ivens (1977-1879 e 18841885) (ver o mapa 1.).
A conferncia de Berlim
A coliso entre os interesses imperialistas de vrios pases europeus, nomeadamente da Inglaterra, Alemanha, Frana, Blgica e Portugal levou reunio de uma conferncia, em Berlim, onde foram estabelecidos os princpios bsicos para a partilha do continente africano. Portugal esteve representado por uma delegao com vrios especialistas em assuntos africanos. Dessa delegao faziam parte Antnio de Serpa Pimentel, Luciano Cordeiro, Carlos Roma du Bocage e o embaixador portugus em Berlim. Defendia-se o mapa cor-de-rosa, isto a soberania sobre os territrios desde Angola a Moambique (mapa 1). Porm os interesses nacionais colidiam com os interesses de um outro pas europeu, a Inglaterra. Os britnicos defendiam os territrios desde a cidade do Cairo (actual Egipto) at cidade do Cabo (actual frica do Sul). Esta coliso de interesses conduzira ao ultimatum ingls de 1890 e, no fim, cedncia dos territrios aos ingleses.
hegemonia portuguesa nas zonas costeiras de Angola e Moambique. Com base no chamado direito histrico, Portugal reclamava vastas reas do continente africano, embora, de facto, apenas dominasse feitorias costeiras e pequenssimos territrios ao redor dessas. Contudo, a partir da dcada de 1870 ficou claro que a presena portuguesa dependia do alargamento para o interior das possesses reclamadas. Em 1877 foi lanado, um conjunto de iniciativas de explorao destinadas a conhecer a zona que separava as colnias de Angola e Moambique, que levaram s famosas expedies de Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens e Serpa Pinto.
Informada desta pretenso portuguesa, a Gr-Bretanha reagiu de imediato informando a Portugal ser nulo o pretenso reconhecimento francs e alemo do "mapa cor-de-rosa", pois aquelas potncias nunca tiveram interesses na zona. As pretenses portuguesas entravam em conflito com o mega projecto ingls de criar uma ferrovia que atravessaria o todo o continente africano de norte a sul, ligando o Cairo Cidade do Cabo (Este acabaria por nunca se realizar, pelas enormes dificuldades de um projecto desta dimenso) O governo portugus, que necessitava do acordo britnico (a Gr-Bretanha era a super-potncia do tempo) para a delimitao de fronteiras, resolveu atrasar a negociao, fazendo saber que as suas pretenses eram efectivamente as do "mapa cor-de-rosa". Foram organizadas expedies portuguesas que percorreram as zonas em disputa e assinaram dezenas de tratados com os povos autctones. O plano era secreto mas a espionagem britnica estava a par dele desde o primeiro momento, graas a um informador que tinha no prprio gabinete do responsvel pela nossa poltica colonial. Aps o desfecho do ultimato britnico de 1890 foi afirmado que o governo portugus em 1888 no assumia por completo as pretenses do "mapa cor-de-rosa", tendo-o utilizado apenas como base para negociaes com Londres. Estaria ento disposto a ceder Gr-Bretanha o norte do Transvaal (o pas dos Matabeles), retendo apenas o sul do lago Niassa e o planalto de Manica, por temer que a cedncia daqueles territrios, para alm de impedir a ligao costa a costa, conduzisse livre navegao no rio Zambeze, podendo retalhar Moambique. Procurando o apoio do Transvaal e da Alemanha, o governo portugus procurou convencer o chanceler Bismarck que era do interesse ber e alemo entregar a zona central de frica a um terceiro poder de modo criar uma comunidade de interesses que obrigasse a Inglaterra a cedncias. Prosseguindo uma poltica de aproximao aos interesses ber, o governo portugus retirou Inglaterra o controlo do caminho-de-ferro de Loureno Marques expropriando em meados de 1889 a companhia inglesa que o controlava. O Transvaal, em contrapartida, assinou pouco depois um acordo de tarifas aduaneiras e acedeu na fixao do traado definitivo da fronteira com Moambique. Considerando injusta e injustificvel a expropriao do caminho-de-ferro, a Gr-Bretanha reclamou de imediato, com o apoio dos Estados Unidos da Amrica, pedindo uma arbitragem internacional, que Portugal recusou. Iniciou-se uma grande campanha de imprensa contra Portugal, que criou as condies polticas para a ruptura. O resultado foi o ultimato britnico de 11 de Janeiro de 1890 sendo exigido a Portugal a retirada de toda a zona disputada sob pena de serem cortadas as relaes diplomticas. Isolado, Portugal protestou mas seguiu-se a inevitvel cedncia e recuo. E assim acabou o "mapa corde-rosa", mas no sem que antes tivesse deixado um legado de humilhao nacional e frustrao que haveria de marcar Portugal durante muitas dcadas.
No quadro preto acima, esto referidos os itinerrios de explorao de : Silva Porto, Serpa Pinto e Capelo e Ivens.
Mapa cor-de-rosa