Modelo Genérico de Plano de Escape

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Guia Prtico para a elaborao do Plano de Escape.

A presente orientao foi confeccionada com base no texto previsto na NBR 15219 da ABNT. 1 - Requisitos para a elaborao do plano de emergncia contra incndio O plano de escape contra incndio deve ser elaborado para toda e qualquer edificao, com exceo das edificaes residenciais unifamiliares. O plano de emergncia contra incndio deve ser elaborado por escrito por profissional habilitado, levando-se em conta os seguintes aspectos: localizao (por exemplo: urbana, rural, caractersticas da vizinhana, distncias de outras edificaes e/ou riscos, distncia da unidade do Corpo de Bombeiros, existncia de Plano de Auxlio Mtuo-PAM etc.); construo (por exemplo: alvenaria, concreto, metlica, madeira etc.); ocupao (por exemplo: industrial, comercial, residencial, escolar etc.); populao (por exemplo: fixa, flutuante, caractersticas, cultura etc.); caracterstica de funcionamento (horrios e turnos de trabalho e os dias e horrios fora do expediente); pessoas portadoras de deficincias; outros riscos especficos inerentes atividade; recursos humanos (por exemplo: brigada de incndio, bombeiros profissionais civis, grupos de apoio etc.) e materiais existentes (por exemplo: extintores de incndio, iluminao de emergncia, sinalizao, sadas de emergncia, sistema de hidrantes, chuveiros automticos, sistema de deteco e alarme de incndio etc.). Aps o levantamento dos aspectos, o profissional habilitado deve realizar uma anlise de riscos da edificao com o objetivo de minimizar e/ou eliminar todos os riscos existentes. O Corpo de Bombeiros e a comunidade (principalmente as edificaes do entorno) devem ser envolvidos na elaborao do plano de emergncia contra incndio. Cpia do plano deve ser fornecida ao Corpo de Bombeiros. Deve ser prevista a interface do plano de emergncia contra incndio com outros planos da edifcao, por exemplo: exploses, inundaes, atentados, vazamentos etc.

O plano de escape contra incndio deve ser referendado por escrito pelo responsvel pela ocupao da edificao. 2 - Implantao do plano de emergncia contra incndio Para a implantao do plano de emergncia contra incndio devem ser atendidos os seguintes requisitos: divulgao e treinamento, exerccios simulados e procedimentos bsicos nas emergncias. 2.1 Divulgao e treinamento O plano de emergncia contra incndio deve ser divulgado por meio de uma preleo e de um manual bsico que deve ser distribuido aos ocupantes da planta, de forma a garantir que todos tenham conhecimento dos procedimentos a serem executados em caso de emergncia. Os visitantes devem ser informados formalmente sobre o plano de emergncia contra incndio da planta por meio de panfletos, vdeos e/ou palestras. O plano de emergncia contra incndio deve fazer parte dos treinamentos de formao, treinamentos peridicos e reunies ordinrias dos membros da brigada de incndio, dos bombeiros profissionais civis, do grupo de apoio etc. Uma cpia do plano de emergncia deve estar disponvel para consulta em situaes de emergncia para os profissionais qualificados em local de permanncia humana constante (por exemplo: portaria, sala de segurana etc.). A representao grfica contida no plano de emergncia contra incndio, com destaque para as rotas de fuga e sadas de emergncia, deve estar afixada na entrada principal e em locais estratgicos de cada edificao, deforma a divulgar o plano e facilitar o seu entendimento. 2.2 Exerccios simulados Devem ser realizados exerccios simulados de abandono de rea, parciais e completos, no estabelecimento ou local de trabalho, com a participao de toda a populao, sendo que para o risco pequeno ou mdio, o perodo mximo de seis meses para simulados parciais e 12 meses para simulados completos. Para o risco grande o perodo mximo de trs meses para simulados parciais e seis meses para simulados completos. Imediatamente aps o simulado, deve ser realizada uma reunio extraordinria para avaliao e correo das falhas ocorridas. Deve ser elaborada ata na qual constem:

data e horrio do evento; tempo gasto no abandono; tempo gasto no retorno; tempo gasto no atendimento de primeiros-socorros; atuao dos profissionais envolvidos; comportamento da populao; participao do Corpo de Bombeiros e tempo gasto para sua chegada; ajuda externa (por exemplo: PAM - Plano de Auxlio Mtuo etc.); falhas de equipamentos; falhas operacionais; e demais problemas levantados na reunio. NOTA Os exerccios simulados devem ser programados com ou sem comunicao prvia para a populao. 2.3 Procedimentos bsicos na emergncia contra incndio Os procedimentos bsicos na emergncia contra incndio, descritos em 2.3.1 a 2.3.10, esto relacionados numa seqncia lgica, de forma a serem executados at por uma pessoa, se necessrio. 2.3.1 Alerta Identificada uma situao de emergncia, qualquer pessoa pode, pelos meios de comunicao disponveis ou alarmes, alertar os ocupantes, os brigadistas, os bombeiros profissionais civis e o apoio externo. Este alerta pode ser executado automaticamente em edificaes que possuem sistema de deteco de incndio. 2.3.2 Anlise da situao Aps o alerta, deve ser analisada a situao, desde o incio at o final da emergncia, e desencadeados os procedimentos necessrios, que podem ser priorizados ou realizados simultaneamente, de acordo com os recursos materiais e humanos, disponveis no local. 2.3.3 Apoio externo O Corpo de Bombeiros e/ou outros rgos locais devem ser acionados imediatamente, preferencialmente por um brigadista, e informados do seguinte:

nome do solicitante e o nmero do telefone utilizado; endereo completo, pontos de referncia e/ou acessos; caractersticas da emergncia, local ou pavimento e eventuais vtimas e seus estados. O Corpo de Bombeiros e/ou outros rgos, quando da sua chegada ao local, devem ser recepcionados preferencialmente por um brigadista, que deve fornecer as informaes necessrias para otimizar sua entrada e seus procedimentos operacionais. 2.3.4 Primeiros-socorros Prestar os primeiros-socorros s possveis vtimas, mantendo ou estabilizando suas funes vitais (por exemplo: SBV - suporte bsico da vida, RCP - ressucitao cardiopulmonar etc.), at que se obtenha o socorro especializado. 2.3.5 Eliminar riscos (corte de fontes de energia e fechamento de tubulaes) Eliminar os riscos por meio do corte das fontes de energia (por exemplo: eltrica etc.) e do fechamento das vlvulas das tubulaes (por exemplo: GLP, oxi-acetileno, gases, produtos perigosos etc.), quando possvel e necessrio, da rea sinistrada atingida ou geral. 2.3.6 Abandono de rea Proceder ao abandono da rea parcial ou total, quando necessrio, conforme comunicao preestabelecida, conduzindo a populao fixa e flutuante para o ponto de encontro, ali permanecendo at a definio final da emergncia. O plano deve contemplar aes de abandono para portadores de deficincia fsica permanente ou temporria, bem como as pessoas que necessitem de auxlio (por exemplo: idosos, gestantes etc.). 2.3.7 Isolamento da rea Isolar fisicamente a rea sinistrada, de modo a garantir os trabalhos de emergncia e evitar que pessoas no autorizadas adentrem ao local. 2.3.8 Confinamento do incndio Confinar o incndio de modo a evitar a sua propagao e conseqncias. 2.3.9 Combate ao incndio Proceder ao combate, quando possvel, at a extino do incndio, restabelecendo a normalidade. 2.3.10 Investigao

Levantar as possveis causas do alerta e os demais procedimentos adotados. Emitir relatrio com o objetivo de propor medidas preventivas e corretivas para evitar a sua repetio. 3 - Manuteno do plano de emergncia contra incndio Devem ser realizadas reunies com o coordenador geral da Brigada de Incndio, os chefes da Brigada de Incndio, um representante dos bombeiros profissionais civis e um representante do grupo de apoio, com registro em ata e envio s reas competentes para as providncias pertinentes. 3.1 - Reunio ordinria (mensal) Na reunio ordinria devem ser discutidos os seguintes itens: calendrio dos exerccios de abandono; funes de cada pessoa dentro do plano de emergncia contra incndio; condies de uso dos equipamentos de combate a incndio; apresentao dos problemas relacionados preveno de incndios, encontrados nas inspees, para que sejam feitas propostas corretivas; atualizao de tcnicas e tticas de combate a incndios; outros assuntos de interesse. 3.2 Reunio extraordinria Devem ser realizadas reunies extraordinrias para anlise da situao sempre que: ocorrer um exerccio simulado (ver 4.2.2); ocorrer um sinistro (ver 4.2.2); for identificado um risco iminente; ocorrer uma alterao significativa dos processos industriais ou de servios, de rea ou leiaute; houver a previso de execuo de servios que possam gerar algum risco. 4 - Reviso do plano de emergncia contra incndio O plano de emergncia contra incndio deve ser revisado por profissional habilitado sempre que:

ocorrer uma alterao significativa nos processos industriais, processos de servios, de rea ou leiaute; for constatada a possibilidade de melhoria do plano; completar 12 meses de sua ltima reviso. Nenhuma alterao significativa nos processos industriais, processos de servios, de rea ou leiaute pode ser efetuada sem que um profissional habilitado, preferencialmente aquele que elaborou o plano de emergncia contra incndio, seja consultado previamente e autorize a sua alterao por escrito. O profissional habilitado deve consultar o coordenador geral da Brigada de Incndio, os chefes da Brigada de Incndio, um representante dos bombeiros profissionais civis, um representante do grupo de apoio e os profissionais responsveis pelas alteraes significativas nos processos industriais, processos de servios, de rea ou leiaute, bem como as atas de reunio ordinrias e extraordinrias e os resultados de auditoria do plano, sempre que houver necessidade de revis-lo. 4.1 Auditoria do plano Um profissional habilitado deve realizar uma auditoria do plano a cada 12 meses, preferencialmente antes de sua reviso. Nesta auditoria deve-se avaliar se o plano est sendo cumprido em conformidade com esta Norma, bem como verificar se os riscos encontrados na anlise de risco elaborada pelo profissional habilitado, foram minimizados ou eliminados.

Exemplo de plano de emergncia contra incndio 1. Descrio da Edificao 1.1 Edificao : Condomnio Comercial So Paulo. 1.2 Localizao: urbana. Endereo: Av. Atlntica, 10.980 - Copacabana Rio de Janeiro Caracterstica da vizinhana: alta concentrao de edificaes comerciais e residenciais. Distncia do Corpo de Bombeiros: 4 Km. Meios de ajuda externa: Quartel de Bombeiros 17 GBM a 4 Km (fone 193) e Brigada de Incndio do Condomnio Carioca (fone 9999-9999). 1.3 Construo: concreto armado. 1.4 Dimenses: 2 subsolos (garagens), trreo, 15 andares e cobertura com heliponto, com altura total de 48 m (do piso de entrada at o piso do heliponto) e rea construda de 9.500 m2. 1.5 Ocupao: escritrios e consultrios mdicos 1.6 Populao: Fixa: 600 pessoas. Flutuante: 1 000 pessoas. 1.7 Caractersticas de funcionamento: horrio comercial (das 08:00 s 18:00). 1.8 Pessoas portadoras de deficincias: trs pessoas localizadas no trreo, uma (gestante) no 15 andar. 1.9 Riscos especficos inerentes atividade: cabine primria e caldeira eltrica localizadas no 1 subsolo, heliponto na cobertura e equipamentos de raio-x nos conjuntos 37, 73 e 103. 1.10 Recursos humanos: Brigada de Incndio: 80 membros; Bombeiro Profissional Civil: 01 por turno. 1.11 Recursos materiais: extintores de incndio portteis;

sistema de hidrantes; iluminao de emergncia; alarme de incndio manual (central na portaria) e deteco automtica somente nos sagues dos elevadores para proteo da escada; escada interna prova de fumaa (pressurizada), sinalizada e com acionamento pelo alarme de incndio e detectores automticos nas portas corta-fogo das sadas de emergncia dos andares, com descarga no andar trreo; sistema moto-gerador existente no subsolo, em sala prova de fogo, tipo automtico-diesel e com autonomia para seis horas. Alimenta os seguintes sistemas em caso de falta de energia da concessionria: iluminao de emergncia, insufladores da escada, bombas de incndio e recalque e porto de veculos. 2. Procedimentos bsicos de emergncia contra incndio Os procedimentos descritos em 2.1 a 2.10 esto relacionados numa ordem lgica e devem ser executados conforme a disponibilidade do pessoal e com prioridade ao atendimento de vtimas: 2.1 Alerta: Ao ser detectado um princpio de incndio, o alarme de incndio manual ser acionado atravs da botoeira, tipo quebra-vidro, localizada em cada andar ao lado da porta de sada de emergncia. 2.2 Anlise da situao: Aps identificao do andar sinistrado (pelo painel da central) localizado na portaria, o alarme dever ser desligado e o Bombeiro Profissional Civil, de planto no Condomnio, dever comparecer ao local para anlise final da emergncia. NOTA Sempre que houver uma suspeita de princpio de incndio (por calor, cheiro, fumaa ou outros meios), esta dever ser investigada. Nunca deve ser subestimada uma suspeita. 2.3 Apoio externo: Um Brigadista deve acionar o Corpo de Bombeiros dando as seguintes informaes: nome e nmero do telefone utilizado; endereo do Condomnio (completo); pontos de referncia (esquina com Rua da Paz); caractersticas do incndio; quantidade e estado das eventuais vtimas; e

quando da existncia de vtima grave e o incndio estiver controlado, deve ser informada a existncia do heliponto na cobertura para eventual resgate por helicptero. NOTA: O mesmo brigadista que acionou o Corpo de Bombeiros preferencialmente deve orient-los quando da sua chegada sobre as condies e acessos, e apresent-los ao Chefe da Brigada. 2.4 Primeiros-socorros: Os primeiros-socorros devem ser prestados s eventuais vtimas, conforme treinamento especfico dado aos brigadistas. 2.5 Eliminar riscos: Caso necessrio, deve ser providenciado o corte da energia eltrica (parcial ou total) e o fechamento das vlvulas das tubulaes. O corte geral dever ser executado pelo pessoal da Manuteno, que deve estar disposio do Chefe da Brigada. 2.6 Abandono de rea: Caso seja necessrio abandonar a edificao, deve ser acionado novamente o alarme de incndio para que se inicie o abandono geral. Os ocupantes do andar sinistrado, que j devem estar cientes da emergncia, devem ser os primeiros a descer, em fila e sem tumulto, aps o primeiro toque, com um brigadista liderando a fila e outro encerrando a mesma. Antes do abandono definitivo do pavimento, um ou dois brigadistas devem verificar se no ficaram ocupantes retardatrios e providenciar o fechamento de portas e/ou janelas, se possvel. Cada pessoa portadora de deficincia fsica, permanente ou temporria, deve ser acompanhada por dois brigadistas ou voluntrios, previamente designados pelo Chefe da Brigada. Todos os demais ocupantes de cada pavimento, aps soar o primeiro alarme, devem parar o que estiverem fazendo, pegar apenas seus documentos pessoais e agruparem-se no saguo dos elevadores, organizados em fila direcionada porta de sada de emergncia. Aps o segundo toque do alarme, os ocupantes dos andares devem iniciar a descida, dando preferncia s demais filas, quando cruzarem com as mesmas (como numa rotatria de trnsito), at a sada (andar trreo), onde devem se deslocar at o ponto de encontro. 2.7 Isolamento de rea: A rea sinistrada deve ser isolada fisicamente, de modo a garantir os trabalhos de emergncia e evitar que pessoas no autorizadas adentrem ao local. 2.8 Confinamento do incndio: O incndio deve ser confinado de modo a evitar a sua propagao e conseqncias. 2.9 Combate ao incndio: Os demais Brigadistas devem iniciar, se necessrio e/ou possvel, o combate ao fogo sob comando do Bombeiro Profissional Civil, podendo ser auxiliados por outros ocupantes do andar, desde que devidamente treinados,

capacitados e protegidos. O combate ao incndio deve ser efetuado conforme treinamento especfico dado aos Brigadistas. 2.10 Investigao: Aps o controle total da emergncia e a volta normalidade, incluindo a liberao do Condomnio pelas autoridades, o Chefe da Brigada deve iniciar o processo de investigao e elaborar um relatrio, por escrito, sobre o sinistro e as aes de controle, para as devidas providncias e/ou investigao.

Rio de Janeiro, XX de dezembro de 2011.

Responsvel pela Empresa (nome legvel, RG e assinatura)

Responsvel Tcnico (nome legvel, RG e assinatura)

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