O Grande Evangelho de Joao - Vol. 10-11 (Jacob Lorber)

Obras da Nova Revelao
TRADUZIDO POR YOLANDA LINAU REVISADO POR PAULO G. JUERGENSEN
O Grande Evangelho de Joo Volume X 1
RECEBIDO PELA VOZ INTERNA POR JAKOB LORBER
Volume X
Edio eletrnica
Jakob Lorber 2
DIREITOS DE TRADUO RESERVADOS Copyright by Yolanda Linau Jakob Lorber O GRANDE EVANGELHO DE JOO 11 volumes Traduzido por Yolanda Linau Revisado por Paulo G. Juergensen Edico eletrnica
UNIO NEO-TEOSFICA 2004 www.neoteosofia.com.br
NDICE
1. Propostas para a Rpida Divulgao da Doutrina 13 2. Falhas de uma Divulgao Obrigatria 14 3. O Romano Converte Seus Amigos 16 4. Persas e Hindus So Salvos por Raphael 18 5. Viagem do Senhor para Genezareth 20 6. A Refeio em Casa de Ebahl 22 7. A Refeio Interrompida Pelo Romano 24 8. Um Milagre do Senhor Acalma os Romanos 26 9. A Ressurreio da Carne 27 10. Indagaes Filosficas do Capito 30 11. Consideraes Negativas 32 12. O Constante Zelo de Deus para Com as Criaturas 33 13. O Capito Pede Orientao Acerca do Globo Terrestre 35 14. Raphael, Professor de Astronomia 36 15. Relao Entre os Planetas e o Sol 38 16. Condies para a Conquista da Sabedoria 40 17. Raphael Positiva Seu Poder 43 18. A Matana de Animais 45 19. Finalidade da Luta em a Natureza 46 20. Variabilidade da Criao do Orbe 48 21. A Substncia Psquica e Sua Gradativa Libertao da Matria 50 22. Composio da Alma Humana 51 23. Queda da Doutrina Pura 53 24. Proposta para Desmascarar os Falsos Profetas 55 25. Condies Espirituais da Atualidade 57 26. Os Falsos Profetas da poca Atual 59 27. Impossibilidade de Guerras Religiosas 62 28. O Futuro da Igreja Cerimonial 64 29. Futuro da Europa e da Amrica 67 30. A Ordem da Evoluo 68 31. Dvidas dos Seguidores do Senhor 70 32. Orao do Senhor 71 33. O Senhor em Pella 72 34. O Senhor na Escola de Pella 73 35. A Ceia no Albergue 75 36. O Senhor e o Capito Romano 76 37. Veronika Agradece Ao Senhor 77 38. O Rabi Advertido Pelo Senhor 79 39. Os Habitantes de Pella So Doutrinados 80 40. O Senhor e o Capito Observam a Aurora 82
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41. Os Apstolos Procura do Senhor 83 42. O Capito Consola os Apstolos 85 43. O Almoo de Veronika 86 44. A Grande Importncia da Doutrina Com Relao aos Feitos do Senhor 87 45. Objees do Ajudante de Ordens 89 46. A Importncia da Verdade 90 47. A Obsesso 91 48. Dois Obsessos So Trazidos Junto do Senhor 92 49. Pellagius Cura um Obsesso 93 50. O Senhor Cura Outro Obsesso 95 51. Natureza dos Cinco Espritos Expulsos 96 52. Histria dos Dezessete Espritos 98 53. O Senhor Admoesta o Chefe dos Espritos Expulsos 99 54. O Perigo de Alimentos Impuros 101 55. Viagem para Abila 102 56. O Senhor Entre os Judeus 104 57. O Ancio Testemunha do Senhor 105 58. Interpretao da Reforma da Runa 107 59. O Castelo de Melchisedek 108 60. Ocorrncia da poca do Rei de Salm 110 61. A Ceia no Antigo Refeitrio 111 62. Alvoroo Diante da Casa Judaica 112 63. A Verdadeira Consagrao do Sbado 113 64. Ensinamento para Pagos Supersticiosos 114 65. Mtodo de Ensinamento 116 66. O Prefeito de Abila 117 67. O Comandante Converte o Prefeito 118 68. Amor e Pacincia, Principais Virtudes do Homem 118 69. Almoo e Despedida do Senhor 120 70. Chegada a Golan 122 71. Cura da Esposa e das Filhas do Judeu 123 72. O Poder Milagroso do Senhor 124 73. O Reino de Deus 125 74. O Taverneiro e o Comandante So Orientados 126 75. Prenncio de um Temporal 128 76. A Noite Tempestuosa 129 77. A Bonana 130 78. A Procura de Deus 132 79. Bons Propsitos do Vizinho Pago 133 80. Efeitos da Tempestade e do Terremoto 134 81. Ponderaes Acerca do Poder do Galileu 135

82. A Volta para o Albergue 137 83. Atitude Perante os Sacerdotes 138 84. Importncia do Amor 140 85. Os Sacerdotes Pagos Defendem Sua Atitude 142 86. Inutilidade da Cerimnia Pag 143 87. Ponderaes dos Colegas Templrios 144 88. Deciso dos Sacerdotes 145 89. Gratido dos Sacerdotes 147 90. Atitude dos Verdadeiros Discpulos do Senhor 148 91. Partida para Aphek 150 92. O Hospedeiro Romano de Aphek 151 93. Ponderao do Taverneiro a Respeito do Senhor 152 94. O Senhor Cura os Enfermos do Albergue 153 95. O Senhor Analisa o Curso Educacional do Sacerdote 154 96. A Queda da Humanidade 155 97. A Justa Procura de Deus 156 98. O Senhor Exemplifica a Justa Procura de Deus 158 99. Justificativa para a Vida Mundana 159 100. As Primitivas Revelaes do Senhor 160 101. Conjeturas Acerca das Belezas Naturais 161 102. Pedido e Promessa do Sacerdote 163 103. Milagre Interpretativo para os Sacerdotes 165 104. Discurso de Andreas Acerca das Obras do Senhor 166 105. O Milagroso Desjejum 168 106. Libertao do Paganismo 169 107. O Amor ao Prximo 171 108. Promessa e Advertncia do Senhor 173 109. A Onipotncia do Senhor e Sua Restrio 174 110. A Questo do Inferno 176 111. Utilidade da Destruio da Forma Externa 177 112. Finalidade das Molstias 179 113. Dificuldade de Converso de Almas Desencarnadas 180 114. Educao Intil de um Tirano 181 115. Promessa do Senhor Sobre o Fim dos Tempos 182 116. O Ambiente Espiritual do Senhor 184 117. Os Cidados de Aphek 185 118. Partida de Aphek 187 119. O Senhor a Caminho para Bethsada 188 120. O Senhor Se Dirige Caravana 189 121. O Senhor em um Albergue em Bethsada 190 122. Motivo da Ausncia dos Filhos do Hospedeiro 191
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123. F e Confiana do Hospedeiro 192 124. A Questo do Messias 193 125. O Senhor D Testemunho de Si 194 126. O Feliz gape 196 127. Onipresena e Graa do Senhor 197 128. Divulgao da Doutrina 198 129. O Senhor Explica o Cosmos 200 130. A Astrologia 201 131. Indispensvel Prudncia no Ensino 203 132. A Zona Abenoada 204 133. Segunda Misso dos Apstolos 206 134. Organizao dos Apstolos 207 135. O Tanque de Peixes do Hospedeiro 208 136. Esclarecimento Referente Transformao da Zona 209 137. Conhecimento dos Hspedes 210 138. Confisso do Ancio 212 139. Quem o Prximo 214 140. Parbola do Fazendeiro 215 141. Predio Sobre a Paixo do Senhor 216 142. Prosseguimento da Viagem 218 143. O Pobre Albergue da Cidade de Basalto 219 144. O Milagre 221 145. A Taverneira e os Empregados 222 146. O Amor para Com Crentes de Outras Religies 223 147. O Porqu das Misrias e da Decadncia Humana 225 148. Motivo da Molstia do Filho do Hospedeiro 226 149. Os Dois Forasteiros de Nnive 228 150. Condies Religiosas na Ptria dos Forasteiro 229 151. Os Julgamentos de Deus e Seus Efeitos 230 152. Consequncia da Divulgao do Evangelho. A Volta do Senhor 232 153. O Despertar dos Fiis no Dia do Juzo Final 233 154. O Senhor Positiva a Sua Graa 235 155. A Noo da Eternidade 236 156. O Julgamento Final 238 157. Orientaes do Senhor para Joo e Matheus 239 158. Fatos Histricos da Cidade de Basalto 240 159. A Natureza do Sol 242 160. O Senhor Prediz a Recepo dos Forasteiros Junto ao Rei 244 161. A Divulgao da Doutrina em Babylon 245 162. O Senhor Abenoa a Zona Deserta 247 163. O Senhor na Cidade Situada no Monte Nebo 249

164. O Milagre no Albergue Romano 252 165. Conjeturas Acerca do Milagre 253 166. Converso dos Fariseus 254 167. Predio Feita a Barnabs 256 168. Testemunho de F do Delegado 257 169. Crtica Materialista 259 170. Teste do Senhor 261 171. O Efeito das Foras 262 172. Intercmbio Com Desencarnados. A Viso Interna 263 173. Aparecimento de uma Alma 265 174. Aventuras no Alm 266 175. Evoluo no Alm 268 176. O Inferno e Seus Demnios 270 177. Os dolos na Casa do Hospedeiro 271 178. No Monte Nebo 273 179. A Aurora Peculiar 275 180. Deturpao da Doutrina Judaica 276 181. Destruio dos dolos 279 182. Motivo das Enfermidades 280 183. A Luta em a Natureza 282 184. Finalidade da Luta em a Natureza 284 185. Exemplo de Unificao Animal 285 186. Aparente Privilgio dos Pagos 286 187. O Amor de Jesus para Com o Povo Judaico 288 188. Diretrizes Com Relao aos Falsos Profetas e aos Milagres 289 189. A Dificuldade do Ofcio Doutrinrio 292 190. O Sacerdote de Apollo Pergunta Pelo Senhor 295 191. A Verdadeira Adorao 296 192. O Surgir do Paganismo 298 193. A Origem da Venerao de Apollo 300 194. Amor e Pacincia na Divulgao da Doutrina 302 195. Onipresena e Onipotncia do Senhor. O Processo da Viso 302 196. A Evoluo Humana 305 197. O Subir e Descer dos Anjos 306 198. Apario dos Anjos 308 199. A Ao dos Anjos 310 200. Uma Prova do Poder de Raphael 312 201. A Zona Transformada no Monte Nebo 313 202. A Velocidade de Raphael 315 203. A Pedra Luminosa do Sol 316 204. Milagres de Raphael 318
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205. Os Elefantes So Amestrados 320 206. Causa da Bem-Aveturana dos Espritos Perfeitos 322 207. O Inconcebvel da Criao 323 208. A Milagrosa Refeio no Albergue 325 209. Processo Alimentcio do Corpo Humano 327 210. Alimentos Principais do Homem 329 211. O Senhor, Como Criador Onipotente 330 212. Confisso de Pedro. A Parbola do Semeador 331 213. A Pregao do Evangelho a Todas as Criaturas 333 214. O Sentido de Vrias Parbolas 335 215. A Justa Aplicao do Amor ao Prximo 337 216. O Mordomo Infiel 339 217. Explicao da Parbola do Mordomo Injusto 341 218. A Parbola do Joio Entre o Trigo 343 219. Identificao do Falso Profeta 344 220. A Ao Milagrosa 346 221. Converso Atravs de Milagres 348 222. Almas Pr-Amadurecidas Por Coao e Almas Inteiramente Amadurecidas 349 223. Judas Iscariotes 351 224. Advertncia Contra a Preguia 353 225. A Economia 354 226. Um Bom-Dia dos Grous 355 227. O Suprimento das Aves 357 228. O Vo dos Homens 358 229. O Senhor no Vale do Jordo 359 230. O Hospedeiro Mal-Educado 361 231. O Senhor Anuncia a Chegada de Uma Caravana 362 232. Crtica do Hospedeiro Acerca dos Judeus 363 233. Prosseguimento da Palestra Entre o Grego e o Senhor 364 234. O Senhor D Testemunho de Si 366 235. O Aparecimento do Mar Morto 367 236. O Aparecimento do Mar Cspio 368 237. O Motivo da Destruio de Babylon e Nnive 370 238. A Peste Espiritual do cio 371 239. Crtica Diettica de Moyss 373 240. Orientao Diettica 374 241. Imperfeio do Conhecimento Humano 375 242. A Tolerncia Romana 376 243. Ms Intenes do Fariseu 377 244. Crtica do Hospedeiro Contra o Sacerdcio 379 PREFCIO 382

1. Crtica do Hospedeiro Contra o Sacerdcio 386 2. Inteno dos Fariseus 388 3. O Homem, Soberano da Natureza 390 4. Os Fariseus Enfrentam o Senhor 391 5. O Senhor Condena a Astcia dos Fariseus 393 6. Ignorncia dos Fariseus 396 7. O Comerciante Procura o Senhor 397 8. O Senhor Relata a Vida do Comerciante 400 9. Trs Problemas Importantes 402 10. Formao da Alma At Atingir o Homem 404 11. O Despertar Interior e a Vida Aps a Morte 405 12. Viso Psquica de Phoikas 407 13. O Senhor Abenoa o Lugarejo 409 14. O Senhor Se Despede da Hospedaria 411 15. O Senhor Prepara os Discpulos para o Futuro 413 16. O Senhor e Lcifer 415 17. Revelao do Plano Criador e Libertador 418 18. A Viso de Ebahl 424 19. O Senhor Se Hospeda em Casa de Rael 427 20. Rael Relata a Histria de Sua Vida 428 21. O Senhor Desperta a Memria de Rael 432 22. O Senhor Fala Sobre o Mrito 433 23. A Propriedade de Rael 434 24. O Senhor Fala Sobre Arte 436 25. A Forma Humana e Sua Salvao 438 26. O Poder do Amor 440 27. O Homem Mental e o Espiritual 442 28. Evoluo do Povo Judaico 444 29. O Povo do Futuro 446 30. A Morte 449 31. Um Dia de Descanso 452 32. A Morte de Lzaro 454 33. Causa da Morte de Lzaro 456 34. Chegada a Bethnia 457 35. O Senhor e Maria de Bethnia 459 36. A Ressurreio de Lzaro 462 37. Converso de Vrios Judeus 464 38. Plano dos Fariseus 466 39. Disperso dos Fariseus 468 40. Misso Futura de Lzaro 469 41. Trama dos Templrios 471
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42. Partida de Bethnia 475 43. Explicao da Ressurreio de Lzaro 477 44. O Senhor em Ephrem 479 45. O Velho de Ephrem 480 46. O Senhor Explica o Motivo de Sua Morte 481 47. Ocupao do Senhor e dos Apstolos em Ephrem 483 48. Estado Psquico dos Apstolos 485 49. Preocupao dos Apstolos 487 50. O Renascimento da Alma 490 51. Ensinos para o Enobrecimento da Alma 492 52. O Renascimento do Esprito 494 53. A Viso Espiritual 497 54. A Santidade de Deus 499 55. Caminho para o Aperfeioamento Interno 501 56. A Fora dos Sentidos 503 57. O Senhor e o Habitante de Ephrem 504 58. Despedida de Ephrem 508 59. Permisso da Guerra 510 60. Barrabs, o Salteador 514 61. Plano de Judas 519 62. Jesus Ungido por Maria 519 63. Preparos de Judas 521 64. Aventuras de Lzaro no Alm 522 65. A Divindade e o Homem Jesus 525 66. Entrada em Jerusalm 527 67. Jesus no Templo 530 68. Nicodemus e os Chefes Judeus 538 69. Judas e Thoms 541 70. Judas Perante o Conselho Supremo 545 71. A Ceia do Senhor 548 72. Jesus em Gethsmane 551 73. Condenao do Senhor 553 74. Crucifixo do Senhor 557 75. A Morte do Senhor 562 76. Ressurreio e Ascenso do Senhor 569 EPLOGO DO SENHOR 572
eria ilgico admitirmos que a Bblia fosse a cristalizao de todas as Revelaes. S os que se apegam letra e desconhecem as Suas Promessas alimentam tal compreenso. No Ele sempre o Mesmo? E a Palavra do Senhor veio a mim, dizia o profeta. Hoje, o Senhor diz: Quem quiser falar Comigo, que venha a Mim, e Eu lhe darei, no seu corao, a resposta. Qual trao luminoso, projeta-se o conhecimento da Voz Interna, e a revelao mais importante foi transmitida no idioma alemo durante o ano de 1864, a um homem simples chamado Jakob Lorber. A Obra Principal, a coroao de todas as demais O Grande Evangelho de Joo em 11 volumes. So narrativas profundas de todas as Palavras de Jesus, os segredos de Sua Pessoa, sua Doutrina de Amor e de F! A Criaco surge diante dos nossos olhos como um acontecimento relevante e metas de Evoluo. Perguntas com relao vida so esclarecidas neste Verbo Divino, de maneira clara e compreensvel. Ao lado da Bblia o mundo jamais conheceu Obra Semelhante, sendo na Alemanha considerada Obra Cultural.
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O GRANDE EVANGELHO DE JOO A INFNCIA DE JESUS O MENINO JESUS NO TEMPLO A CRIAO DE DEUS A MOSCA BISPO MARTIN ROBERTO BLUM OS DEZ MANDAMENTOS MENSAGENS DO PAI CORRESPONDNCIA ENTRE JESUS E ABGARUS PRDICAS DO SENHOR SEXTA-FEIRA DA PAIXO E A CAMINHO DE EMAS AS SETE PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ A TERRA E A LUA PREPARAO PARA O DIA DA ASCENSO DO SENHOR PALAVRAS DO VERBO EXPLICAO DE TEXTOS DA ESCRITURA SAGRADA OS SETE SACRAMENTOS E PRDICAS DE ADVERTNCIA
O SENHOR NOS ARRABALDES DE CESARIA PHILIPI

(continuao)
1. PROPOSTAS PARA A RPIDA DIVULGAO DA DOUTRINA

1. Novamente nos dirigimos para fora, isto , praia onde j estivramos pela manh. Aps algum tempo sem troca de palavras, o romano se dirige a Mim: Senhor e Mestre, nico e Verdadeiro, cheio de puro Amor, Sabedoria e Poder divinos, veio-me neste momento um pensamento estranho. No pode haver coisa mais sublime e desejvel para as criaturas desta Terra, do que a divulgao rpida de Tua Doutrina, o que a meu ver no seria to difcil. 2. s Onipotente, e um simples pensamento de Tua parte e carregado pelo Poder de Tua Vontade, seria o bastante na extino de templos e dolos pagos. So eles os principais esteios da antiga superstio e, se fossem exterminados a um s tempo, em todos os cantos da Terra, as criaturas comeariam a meditar sobre o significado deste acontecimento. 3. Em seguida deveriam os inmeros informados de Ti e de Teu Reino, aproximar-se dos perplexos com o fenmeno, comeando a doutrin-los em Teu Nome, e caso encontrem enfermos, cur-los como fizeram os Teus discpulos enviados a Joppe. Seria tal proceder vivel, ou estaria em desacordo com Tua Sabedoria e Ordem? 4. Digo Eu: Meu amigo, fosse Eu simples homem pensando e julgando a teu modo, poderia agir dessa maneira; acontece, Eu ver e julgar diferentemente, como Mestre Eterno de todo Ser e Vida, no podendo aceitar tua proposta. 5. Se destrusse todos os templos e dolos feitos pelos homens, de modo repentino, seria preciso exterminar primeiro todos os sacerdotes; so tambm humanos, dotados de livre vontade e destinados a se desenvolver e fundamentar-se na vida espiritual; entre eles h muitos que desde tempos idos se interessam pela verdade da vida no Alm, e no seria vivel extermin-los por serem sacerdotes pagos.
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6. Se, porm, templos e dolos desaparecessem, mas os sacerdotes continuassem, prontamente explicariam tal fenmeno como ira dos deuses, obrigando o povo a sacrifcios impraticveis. Em muitos locais, os sacerdotes destroem um ou outro templo durante a noite, caso o povo se mostre pouco inclinado a sacrifcios, e transmitem ira e vingana de um deus ofendido, com que as massas se tornam ainda mais ignorantes, supersticiosas e menos acessveis converso. 7. Alm disto, so milagres e sinais, recursos pouco indicados para a converso, mormente para um povo um tanto atrasado. Seduzem rapidamente e determinam o homem a crer naquilo que obrigado; sempre houve e haver no futuro, toda sorte de magos entre sacerdotes, que operam magias. Onde estaria o povo de compreenso e critrio claros, capaz de discernir os milagres falsos dos verdadeiros? 8. Se Eu te facultasse o dom de efetuar entre pagos, provas reais, e os sacerdotes tambm as produzissem como os antigos essnios, conquanto falsas, como convencerias o povo serem apenas as tuas verdadeiras? 9. Responde o romano: Senhor e Mestre, tens razo em tudo; apenas a Verdade luminosa faculta ao homem a conquista da verdadeira liberdade interna. Quanto s provas e milagres por Ti operados, diante de pagos ignorantes, so necessrios para a confirmao de Tua Divindade. A Tua Doutrina sendo transmitida pelos Teus discpulos, to pura como a receberam, certamente ser aceita como Verdade pura e viva vinda dos Cus, e a maior prova se dar pelo cumprimento de suas promessas. Naturalmente, levar muito tempo at que ela seja levada a todos os homens da Terra. Tu, Senhor, sabers melhor, qual o povo preparado para o Teu Verbo. Respondo: isto, Meu amigo, agora julgaste mais acertadamente.
2. FALHAS DE UMA DIVULGAO OBRIGATRIA

1. (O Senhor): A semente deitada no solo tambm necessita de certo tempo para germinar e se tornar fruto maduro. No deixa de ser
prova de pacincia para o lavrador, ser obrigado a esperar meio ano para poder colher o que semeou, e certamente preferiria semear hoje, e colher amanh. Facilmente Deus poderia realiz-lo; todavia a formao espiritual do homem seria pior do que nunca. O egosta estaria semeando e colhendo, constantemente; o preguioso cairia em crescente inrcia, o que fcil compreender-se. Por isto, a Ordem determinada por Deus para os homens desta Terra, a melhor possvel e de maior utilidade para o desenvolvimento espiritual. 2. O que necessita surgir, rapidamente, de tempos em tempos, no necessita de meio ano entre o perodo de sua origem at o pleno estado efetivo, como por exemplo, o vento, o raio, a chuva e outros fenmenos, que, sendo indispensveis, tm que aparecer imediatamente pela Vontade de Deus. Outras coisas destinadas ocupao do homem, tm o seu tempo, portanto igualmente a Minha Doutrina, exclusivamente trazida por Mim, para as criaturas desta Terra, de hoje e do futuro. 3. Diz o romano: Compreendo-o perfeitamente. Imaginando que se consegue a Vida Eterna da alma pela ao de Tua Doutrina e sabendo do prejuzo de milhares que a desconhecem, desejei a divulgao rpida. 4. Digo Eu: Tal desejo honra o teu corao, e alegra o Meu! bem verdade, ser unicamente Eu a Porta para a Vida Eterna da alma de todos, e quem crer em Mim e agir segundo o Evangelho, receb-la-. 5. Ontem, porm, viste e falaste com a alma de teu pai e de vrios amigos, podendo observar sua maneira de viver no Alm. Asseguro-te receberem igualmente a transmisso do Meu Evangelho, por parte de muitos anjos. Quem quiser ouvi-lo e aceit-lo como norma de conduta, chegar bem-aventurana; todavia no to facilmente como nesta Terra, onde o homem trava verdadeiras batalhas com o mundo, com sua carne e muitas outras coisas, com toda pacincia, renncia, meiguice e humildade. 6. Por isto, no te aflijas por quem quer que seja no grande Alm; Amor, Sabedoria e Misericrdia de Deus agem tambm l. Quem nelas se agarrar e se modificar, no se perder; quem no o fizer em vida, tampouco no Alm, no deve se queixar do mal que atraiu. Ests satisfeito com esta explicao?
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7. Retruca ele: Sim, Senhor e Mestre, pois corresponde a todas as exigncias do sentimento razovel e plena de consolo para nossas almas. Todo amor e gratido a Ti, hoje e sempre.
3. O ROMANO CONVERTE SEUS AMIGOS

1. Nisto se apresenta um empregado de Marcus, trazendo recado ao romano por parte de vrios amigos, interessados pelo sanatrio, ao qual ele deveria voltar como incurvel, segundo opinio deles. Ele ento Me pergunta como proceder, pois no queria denunciar-Me perante os hspedes. 2. Respondo: Quanto aos teus amigos e conhecidos, podes falar de Mim, confidencialmente, e explicar-lhes como se deu a tua cura. Caso acreditarem, melhoraro; do contrrio, continuaro com as molstias. Exigindo falar-Me, faze-lhes uma contra-proposta, no que o empregado de Marcus te ajudar. Contudo, insistindo, deixa que venham; mas, diante de judeus, fariseus e outros sacerdotes, nada fales de Mim. Podes voltar ao sanatrio, para no despertar a ateno a tua demorada ausncia. 3. Quando l chega, o romano prontamente abordado pelos amigos que o bombardeiam com perguntas. Ele ento diz: Calma, observaime com ateno e dizei-me o que achais. 4. Todos o fitam demoradamente e um romano de Tyrus diz: Pareces estar perfeitamente so. Que aconteceu, se ontem teu estado de sade no prometia cura to breve? Acaso descobriste em casa de Marcus, um mdico melhor que os trs do sanatrio, ou achaste outra fonte curadora? Conta-nos as mincias, para tambm nos curarmos. 5. O outro ento relata tudo que viu e assistiu. Os amigos do de ombros e o primeiro diz: Amigo, isso mais difcil de ser aceito do que as fbulas do politesmo. J ouvi falar dos estranhos feitos de teu Deus que, igual a todos, nascera de mulher e tambm morrer como qualquer um; todavia, vi confirmada minha antiga convico tirada de livros acerca de homens importantes e clebres.
6. A divinizao de tais homens fato remoto, e entre ns circula o ditado, no haver homem clebre sem bafejo divino. O mesmo certamente se dar com teu Deus, que consta ser galileu. 7. dotado de talentos e capacidades rarssimos, desenvolvidos em qualquer escola antiga, realizando coisas fabulosas, pelo que merece todo louvor; representar-se por isto como deus, algo ridculo e jamais agradar a pessoas inteligentes. Com prazer deixaria que me curasse mediante remunerao combinada; consider-lo deus, em virtude da cura, no possvel, muito embora aceitvel sua religio. Quem quiser aceitar como verdade o que acabas de relatar, que o faa e viva feliz nesta crena at morrer; de minha parte, dificilmente participarei de tal felicidade. 8. Diz o juiz romano: Sois homens de vrias experincias e devereis estar mais aparelhados na aceitao da Verdade. Em toda parte, as criaturas acreditam em um ou vrios deuses; mas ningum poderia afirmar de ter visto tal entidade, para poder chegar a uma concluso prpria como fiz. 9. Se no fordes capazes de crer que um homem, a quem obedecem todas as foras e elementos, e que servido pelos gnios celestes, realmente Deus, compreendo como ser difcil a divulgao de Sua Doutrina pura. 10. Acaso j vistes um deus mais real, a fim de poderdes julgar se Este de Quem vos falei, Verdadeiro ou no? Podeis crer o que quiserdes, eu continuarei em minha f at o fim da vida e receberei a Vida Eterna, to certo quanto a sinto neste instante, e certamente conseguirei acentuar essa sensao sublime. 11. Quem poderia ser Deus verdadeiro: um inventado, conforme temos nmero elevado, todos mortos, dos quais ningum at hoje sentiu o menor efeito, ou um homem real, diante de cuja palavra e vontade poderosa se curvam todos os elementos de Cus e Terra? 12. A meu ver, tal Homem, Deus, do Qual todos os sbios judeus e outros profetas profetizaram Sua Encarnao nesta Terra, restituindolhes o que perderam pelo dio, amor mundano e domnio. 13. Ele aqui est, doutrina e age segundo as profecias. Por acaso no deveria eu crer naquilo que no conseguis, por motivos fteis? Lastimo a
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todos cujos olhos da f no se deixam abrir. 14. A tais palavras do juiz, os amigos nada sabem retrucar, pois Eu havia inspirado o corao dele. Somente no terceiro dia lhe foi possvel despertar-lhes a f, levando-os junto de Mim, e assim receberam a cura. Sumamente gratos, ficaram mais um dia conosco, e Raphael tinha oportunidade de fazer-se professor. No quinto dia partiram aps o desjejum, cheios de f e gratido, voltando a Tyrus, outros a Sidon, de sade perfeita.
4. PERSAS E HINDUS SO SALVOS POR RAPHAEL

1. Durante os cinco dias que passei, em companhia dos romanos, convertidos, em casa de Marcus, nada ocorreu de maior. Demos pequenos passeios pelos arrabaldes, onde curei alguns enfermos, e no segundo dia, Marcus empreendeu grande pesca, a Meu Conselho, obtendo resultado mui farto. 2. No sexto dia, aproximou-se de manh cedo, um barco. Como sempre, estvamos reunidos na praia antes do desjejum, observando as cenas matutinas; Raphael explicava as causas dos fenmenos, para alegria de todos, com exceo de Judas. 3. O mencionado barco trazia persas e hindus, e enfrentava certa dificuldade devido s enormes vagas. Os barqueiros eram de Gadara conhecedores da margem perigosa, razo por que manobravam a uns cem metros, a fim de descobrirem ponto mais apropriado para aportar. O forte vento continuando sem cessar, eles faziam sinal pedindo socorro. Marcus ento pergunta o que fazer, caso, por motivo qualquer, Eu no quisesse operar milagre. 4. Respondo: At tomarmos o desjejum, podem os persas e hindus suportar as ondas, inclusive seus animais e apetrechos de magia; quando voltarmos praia, veremos como proporcionar-lhes ajuda. Incontinenti, entramos para tomar o desjejum. 5. Passada uma hora, dirigimo-nos novamente margem onde o
barco se encontrava na mesma situao. Eis que dei um aceno a Raphael que, a fim de no chamar a ateno dos recm-vindos, toma um bote e se aproxima rapidamente do navio. 6. Os barqueiros, admirados de sua coragem, indagam: Que queres aqui, menino frgil? Acaso pretendes ajudar-nos? Ento a situao no ser promissora, porquanto no tens corda nem fateixa. Como hs de enganchar nosso navio pesado em teu bote e lev-lo at a praia? 7. Responde Raphael: Ser minha incumbncia. Se quiserdes e confiardes em mim, poderei socorrer-vos; achando-me mui fraco para tanto, pedi socorro de algum outro. 8. Diz um marujo: Demonstra-nos tua arte e fora, pois necessitamos delas com urgncia; do contrrio, suceder uma calamidade. Prontamente, Raphael agarra uma viga que se salientava do navio e o conduz velozmente praia; esta manobra secundada pela vontade dele, impele grandes massas de gua margem, de sorte que o navio no toca a mar baixa, portanto no sofre dano. 9. A tripulao e os passageiros ficam admiradssimos com a fora incompreensvel do jovem que manobrava com a fria dos elementos como se fossem gotas de orvalho tocadas pela suave brisa da manh. Quando se encontram em terra firme, comeam a elogiar a destreza de Raphael, que tocava ao milagroso, e perguntam quanto lhes cabia pagar. 10. Diz ele: No preciso de vosso pagamento; encontrando algum pobre, mais necessitado que vs, aplicai-lhe amor e misericrdia. Todos se admiram, e os prprios estrangeiros observam ser ele, jovem curioso. 11. O fato havia feito grande alarde e todos os empregados de Marcus se aproximam para saber o que sucedera. Uma vez informados, afirmam: Quando Cus e Terra se unem atravs do Senhor, os milagres quase se tornam fatos naturais; mas to logo Ele voltar acima de todas as estrelas, haver grande falta de ocorrncias to extraordinrias na Terra. 12. Em seguida, os passageiros trazem a bagagem terra e se informam como poderiam prosseguir viagem at alcanarem o grande Mar. A Meu Mando, Raphael os encaminha para tanto, sem denunciar ser ele mais que simples mortal. Chegando a Tyrus, chama-lhes a ateno sobre
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Quem os havia salvo to milagrosamente. Naturalmente querem voltar para conhecer-Me em Pessoa, oferecendo grandes somas de dinheiro. Nisto, Raphael desaparece diante de seus olhos, e se encontra entre ns.
5. VIAGEM DO SENHOR PARA GENEZARETH

1. Assim aproximou-se o oitavo dia de repouso em casa de Marcus; ele e os discpulos, ento, Me perguntam porque havia passado tanto tempo em completa calma, caso nunca visto. 2. Explico: H dois anos e meio trabalhamos dia a dia, sem interrupo, de sorte que a Minha Doutrina j foi divulgada por toda parte; portanto era preciso respeitarmos um verdadeiro repouso de sbado, dando-vos tempo para vrias anotaes. 3. A partir de agora terminar o repouso. Atingiremos o tempo justo das grandes tempestades e em menos de meio ano se apresentar o maior temporal que abater o Pastor, e muitas ovelhas de Seu Rebanho se dispersaro por todo o mundo, sendo perseguidas por causa de Meu Nome, de um ponto do orbe a outro. Quando isto acontecer, compreendereis perfeitamente porque agora descansei por vrios dias. 4. Minhas Palavras entristecem a todos, e Maria diz: Senhor, foi-Te dado todo Poder, inclusive sobre Satanaz; no permitas que as tempestades venham atingir-Te. 5. Respondo: Somente Eu entendo essas coisas; por isto, nada mais faleis a respeito. preciso que a morte e o julgamento do mundo e de sua matria sejam eternamente vencidas. Todos silenciam e Marcus, a fim de alegrar-Me, tenciona trazer mais vinho. 6. Entretanto, digo: Amigo, deixa-o por ora; estamos supridos de sobra. Manda preparar um bom barco, pois dentro de uma hora tenho que partir para Genezareth, onde est o Meu amigo Ebahl. Quem quiser, poder acompanhar-Me. Meus discpulos, Kisjonah, Maria e Philopoldo devem vir Comigo.
7. Todos se pem de p e dentro de uma hora partimos. A travessia do Mar Galileu durou cerca de trs horas e atracamos na enseada conhecida como Lago Genezareth. L encontramos os pescadores de Ebahl que, no obstante ocupados desde cedo, poucos peixes haviam pegado em virtude da mar alta. 8. Ao passarmos por perto, fao parar o nosso navio e pergunto do resultado da pescaria. Os pescadores respondem: Amigo, h dias que o lago est inquieto e, neste caso, a pesca nada promete. Os depsitos do patro esto vazios e ele se v obrigado a mandar buscar peixes de outros locais, para poder satisfazer os inmeros hspedes. Se fordes a Genezareth, vereis a dificuldade tremenda. 9. Digo Eu: Atirai mais uma vez as redes ao mar, que tereis motivo de satisfao. Neste instante, vrios Me reconhecem e exclamam: Toda gratido e honra a Ti, Senhor! Perdoa-nos a cegueira, pois deveramos reconhecer-Te desde o primeiro momento, porquanto j nos abenoaste com Tua Santa Presena, h um ano atrs. Tua Palavra poderosa, certamente faremos rica pescaria, e Ebahl saber imediatamente Quem foi o Grande Pescador. 10. Em seguida, atiram as redes ao mar e a pesca to abundante que mal pode ser guardada em navios e botes. Terminada a tarefa, seu jbilo intenso, tomando a vanguarda de nossa frota em direo a Genezareth, onde os espera Ebahl com seu pessoal, na expectativa de boa pesca, tanto mais quanto sua filha Yarah tivera um sonho no qual Me vira com Meus discpulos e amigos chegarem por mar. Quando Ebahl avista a pesca abundante, ergue as mos para o Cu e diz: Minha filha, esta alma to pura, teve uma viso real. Eis uma Bno do Senhor, nosso Deus! Todo louvor e honra Lhe sejam dados. 11. Em seguida, pergunta aos pescadores se no Me viram em um navio ou em qualquer praia. Eles apontam os navios ainda a certa distncia e dizem: Eis que Ele vem com todos os amigos. Que grande benefcio sucede ao local com Sua Chegada. 12. Imediatamente, Ebahl manda os familiares e empregados tratarem da grande sala de jantar, onde Eu e os que iria determinar poderiam
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entrar. Ele mesmo toma um barco, em companhia de Yarah, para irem ao nosso encontro. Enorme a alegria de ambos quando percebem ao Meu lado, Maria, Raphael, Kisjonah, Philopoldo, Joo, Pedro, Jacob e o velho Marcus. Ebahl e Yarah passam para o Meu barco, entregando o outro aos marujos. 13. Em poucas palavras relato os fatos principais de Minha Ao durante a viagem doutrinria. Entrementes, chegamos margem, na qual os pescadores ainda se acham atarefados em guardar os peixes nos depsitos. 14. Ebahl, ento, diz: Senhor, perdoa eu ter esquecido de agradecer por este enorme presente! Acrescento: No preciso; sabes o que por Mim considerado na criatura. Continua como s, que sempre ters motivo para alegrar-te de Meu Amor, Misericrdia e Amizade. Vamos nova sala, para abordarmos outros assuntos.
6. A REFEIO EM CASA DE EBAHL

1. Todos se admiram da suntuosidade do salo, cuja construo havia sido feita por arquiteto grego. Tomamos lugar na grande mesa, que comporta umas cem pessoas, e Ebahl faz servir po e vinho, enquanto a refeio estava sendo preparada. 2. Yarah, firmemente ao Meu lado, palestra com a Me Maria e o arcanjo Raphael; a este pergunta certas explicaes de sonhos vivos, e Maria se espanta de sua inteligncia e a trata com todo carinho. Ebahl, Minha direita, pede lhe sejam dados os nomes de alguns discpulos desconhecidos. 3. Entrementes, os filhos e servos trazem os pratos e Me agradecem pela considerao de Minha nova visita. Eu os abeno, e eles voltam a seus afazeres. Havia grande nmero de hspedes forasteiros, pois desde Minha primeira permanncia, a antiga Genezareth insalubre se havia transformado em local de cura, mormente o prado por Mim abenoado, especialmente. Em seguida, Ebahl pergunta qual o Meu plano
para a tarde. 4. Respondo: Meu amigo, dentro em pouco apresentar-se- bastante trabalho que nos ocupar at a noite, e tu mesmo Me louvars sobremaneira. Por enquanto fiquemos nesta sala, que a tarefa vir a ns, dispensando irmos sua procura. 5. Durante meia hora os discpulos fazem conjeturas acerca do problema acima, julgando tratar-se de um caso farisaico, ou ento teria Herodes enviado seus asseclas para a Minha captura ou dos adeptos de Joo. 6. Nisto, entra um empregado de expresso confusa, razo por que Ebahl dele se aproxima e diz: Benjamim, meu velho, que me trazes? Teus olhos no denunciam coisa agradvel. 7. Diz ele: Meu patro, realmente o fato nada de agradvel tem para ti e teus hspedes. Conheces o novo capito romano, para aqui transferido h poucas semanas. uma vassoura nova que pretende exceder-se, a fim de aumentar seu prestgio. Atravs de seus fiscais, soube da chegada do grupo ilustre, que naturalmente deveria ser-lhe declarado, isto , sua procedncia e motivo da viagem, e se cada um pode legitimarse. Esta declarao foi esquecida por causa da grande alegria com a Chegada do Salvador, razo por que o romano est alterado e te espera l fora. 8. Irritado, Ebahl retruca: deveras estranho no haver nesta Terra, um dia inteiramente feliz, mesmo para um homem honesto e devoto, pois logo se apresenta um demnio tratando de envenenar-nos a vida. 9. Digo Eu: Meu amigo, no te aborreas. No fosse esta Terra destinada por Deus para local de provao, no qual o homem ter que se exercitar na pacincia, meiguice, humildade e amor, no caminho da completa renncia at alcanar o pleno renascimento espiritual, Eu no teria vindo Pessoalmente para preceder-vos com o exemplo mais real e verdadeiro. Caso queiram as criaturas desta Terra se tornar filhas de Deus, para toda Eternidade, como foi por Raphael exemplificado, tm que suportar os recursos determinados por Deus para finalidade to sublime. Agora vai tratar com o romano, para que sejas o primeiro a se convencer da grande tarefa que nos espera.
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7. A REFEIO INTERROMPIDA PELO ROMANO

1. Quando Ebahl procura o capito, prontamente recebido com expresso furiosa, acompanhada das seguintes palavras: Que modos so esses de se considerar as minhas ordens? Talvez ignoras as conseqncias de seu no-cumprimento? Por que deixaste de me mandar a declarao imediata da chegada dos forasteiros e se podiam ser aceitos por determinado tempo? 2. Responde Ebahl: Senhor e soberano, desde que executas tuas ordens nesta cidade, com severidade incomum, nunca recebi reprimenda por desconsiderao de tuas ordens; desta vez deixei de fazer as declaraes no por m vontade, mas porque esqueci de cumprir os meus deveres, em virtude de minha enorme alegria com a chegada dos melhores amigos, e creio no pedir em vo, caso pea condescendncia. 3. Diz o capito: A lei desconhece consideraes. Infringiste a minha ordem, por esquecimento ou m vontade, o que no vem ao caso, portanto s sujeito punio. Por seres primeiro cidado, transformarei a punio corprea em multa. Se no cumprires minha exigncia, farei prender os teus filhos como refns at que resolvas pagar a importncia. A multa monta a mil libras de ouro e dez mil libras de prata, e tem que ser paga dentro de trs horas. Finalizei a questo contigo. Irei concluir minha funo com teus amigos. Vamos. 4. Ebahl se abala com a multa inescrupulosa, cuja importncia ultrapassa suas finanas; mas confia em Mim. Por isto, conduz o capito e seus subalternos sala, que ele faz cercar com soldados. Ainda estvamos alegres mesa quando o romano entra cheio de dio e diz com arrogncia: cada um responsvel por si, ou h um chefe para todos, como acontece entre viajantes? 5. Digo Eu: Sou Senhor nico e Verdadeiro para todos. Que mais desejas de ns, aps exigncia desumana e injustificvel pela lei de Roma? Pretendes cumular-nos de castigos semelhantes? 6. Retruca ele: Os que so sujeitos a ti, so impunes; tu, porm, que
pareces ter pouco respeito pela autoridade, pois proferiste mau critrio acerca de minha sentena, ters que pagar a mesma importncia que Ebahl, dentro de igual tempo. Exemplificarei nos judeus as leis de Roma. 7. Digo Eu: Mas, que ser, se no pudermos e quisermos cumprir tua exigncia injusta? Onde est escrito que um capito romano tem o direito de fazer extorses em pases amigos como se fossem inimigos? Apresenta-Me a procurao dada pelo prprio Imperador ou de seu Prefeito Cirnius. Caso no a tenhas, enfrentars Algum que abriga em Si a mxima Autoridade. Se no a tivesse, no falaria deste modo contigo. s aqui um mando orgulhoso, duro e quase insuportvel; todavia, existem outros acima de ti, com os quais os oprimidos encontraro maior justia do que contigo. Apresenta tuas prerrogativas a Mim ou a Cirenius, do contrrio Eu apresentarei as Minhas. 8. Algo perplexo com o rigor de Minhas Palavras, o capito diz, aps alguma reflexo: No tenho procurao por escrito, porque meu cargo a dispensa; cada capito est sujeito ao juramento de fidelidade para com o Imperador e o exclusivo bem de Roma. Mantendo a minha atitude dentro destes dois pontos, ningum poder chamar-me responsabilidade. Onde se encontra, pois, a tua procurao? 9. Retruco: No a queiras conhecer antes do tempo! 10. Diz ele: Pensas ser um romano um coelho medroso que prontamente fugiria diante de uma raposa judia e ladina? Nunca! Um romano leo a fazer caa a todos os animais! Com isto, ele d sinal a um empregado, que abre a porta pela qual se precipitam uns trinta soldados armados at os dentes. Eles circundam a nossa mesa, enquanto o capito diz com voz estentrica: V, judeu plenipotencirio, eis meu poder efetivo que vos prender at que tenhais cumprido a minha exigncia. Conheces este poder? 11. Respondo: Sim, romano orgulhoso e ainda mui cego, como teus asseclas e soldados, de h muito conheo tal poder. Mas, desta vez pouco resultado te dar. Por Me teres demonstrado a agudez de tuas armas, tambm farei demonstrao de Minha Onipotncia, apenas do tamanho de um tomo, e percebers no seres tu o Meu, seno Eu para
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sempre o teu senhor. 12. Esta sala muito espaosa e alta, e sete homens no atingem o teto, sendo seu comprimento de vinte e a largura de doze homens. Quero que flutueis, com as armas pesadas, no meio do salo, e veremos de que vos adianta vosso poder severo qual leo. Enquanto no desistires de tua exigncia injusta, feita a Ebahl e a Mim, no pisars em solo firme. Que se faa o que disse!
8. UM MILAGRE DO SENHOR ACALMA OS ROMANOS

1. Quando termino de falar, todos os romanos se acham flutuando no meio da sala, e como perdessem base slida e equilbrio, em breve se encontram de cabea para baixo em virtude dos movimentos de reao; um vento forte que entra pela grande janela os impele de uma parede para outra, sem que se pudessem socorrer. Alguns tentam atirar as armas contra ns, mas que tambm ficam dependuradas. 2. Aps meia hora em que o capito e seus asseclas passam nessas posies incmodas, pergunto-lhe: Que opinio tens de Minha Onipotncia? No achas ser o leo de Jud mais poderoso que tua procurao romana, que denominaste tambm de leo, a fazer caa a todos os animais, e no fugia qual lebre diante de uma raposa ladina da Judia? 3. Brada ele l de cima: Peo-te, chefe de todos os magos ou semideuses, liberta-nos desta posio insustentvel, que sustarei a referida indenizao; vejo claramente que todo o poder terreno no poderia sustentar uma competio contigo. De maneira alguma vos importunarei e silenciarei deste caso qual pirmide egpcia. Podereis permanecer nesta cidade o tempo que vos agradar, sem serdes molestados. 4. Retruco: Analiso o teu corao e vejo no seres inteiramente sincero com tuas promessas; Meu Poder sendo maior que o teu, atenderei o teu pedido, e o solo ser vossa base firme. Todos recebem posio ereta e lentamente descem terra.
5. O capito despacha os soldados e ordena que as guardas voltem s tendas, enquanto ele se senta com seus ajudantes em uma pequena mesa para tomar algum po e vinho. Em seguida vira-se para Ebahl: Tu e teu amigo onipotente podeis nos proporcionar isto, em paga da desistncia da multa. Se me tivesses avisado algo do poder deste homem peculiar, no teria feito minha exigncia. Quem poderia supor, que entre teus supostos amigos se encontre mago to poderoso? 6. Senti grande pavor e mereo este conforto; alm disto, no tinha vontade de entrar em palestra amigvel com ele. Quando os romanos se reconfortam, criam coragem a ponto de o capito querer se dirigir a Mim. Seus empregados, porm, o impedem porquanto no aconselhvel privar com magos especiais, antes que estes o desejem.
9. A RESSURREIO DA CARNE
1. Como j tivssemos passado bastante tempo mesa entretendonos com assuntos teis, os discpulos indagam se podiam dirigir-se para fora. Respondo: Para hoje, o trabalho que nos espera com a sua parte mais difcil, mais importante que o ar livre, pouco aprazvel em Genezareth. Ainda assim, querendo tomar ar fresco, podereis faz-lo. Eu ficarei aqui. 2. Respondem eles: Senhor, ficaremos onde estiveres. Somente em Tua Companhia h bem-estar; sem Ti, s h julgamento, perdio e morte. 3. Digo Eu: Ento ficai onde imperam o Reino de Deus e Sua Vida Eterna do Esprito; pois Eu Mesmo sou a Verdade, o Reino de Deus, a Ressurreio e a Vida Eterna. Quem crer em Mim, receber a Vida Eterna, pois o despertarei no seu dia mais recente. Quem ficar em Mim pela f e o amor, ter-Me- consigo, e deste modo j possui a Vida Eterna e jamais ver, sentir e provar a morte. Ficai com vosso e por vosso amor, Comigo.
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4. Pergunta Ebahl: Senhor e Mestre, a maioria dos judeus acredita em uma ressurreio tambm da carne, no Vale Josafath. Acho isto algo estranho. Primeiro, porque so poucos enterrados naquele Vale; segundo, que acontecer com os corpos dos que nunca ouviram falar dele, morrendo alhures, s vezes so queimados ou enterrados? Terceiro, que suceder naquele dia com os que foram tragados pelas guas ou estraalhados por animais ferozes? Quando vir o Dia do Juzo Final, to funebremente descrito pelos fariseus? 5. Como vs, Senhor, no podem tais coisas ser aceitas pela lgica humana. Somente a superstio mais tenebrosa e sem capacidade de raciocnio de judeus atrasados e pagos, pode considerar tais absurdos. Ao pesquisador prejudicam e lhe tiram a f em uma Revelao puramente divina, na imortalidade da alma e na ressurreio da carne no Dia do Juzo Final. Como compreend-lo? 6. Digo Eu: No considereis os ensinamentos dos fariseus. O corpo, dado alma para instrumento de ao externa, no ser despertado no Vale Josafath nem em parte alguma nesta Terra, para unir-se psique no dia do Juzo Final. Quanto Ressurreio da Carne, representa esta as obras feitas pela alma atravs de seu corpo. 7. O Vale de Josafath refere-se ao estado da calma interna da alma, quando seu proceder foi sempre justo. Nesta calma, no perturbada pelo amor do mundo, desejos e paixes, mas, semelhante a um espelho dgua, no qual podes ver os reflexos de zonas distantes ou prximas, existe o incio do verdadeiro e mais recente Dia da alma, seu despertar pelo Meu Esprito dentro dela, para a Vida Eterna, atravs da ressurreio. 8. Em tal estado, a alma percebe os bons frutos de suas obras e comea a alegrar-se cada vez mais com eles; nesta percepo consiste a verdadeira ressurreio da carne. 9. Alis consta: deitado no solo, um corpo mortal e perecvel que ressuscitar, imortal e imutvel. Se ligares isto a teu corpo fsico, cairs em grande erro; relacionando-o s boas obras da alma, como corpo real, chegars Verdade. Toda e qualquer boa obra feita pela alma atravs de seu corpo, em benefcio do prximo, passa como tudo nesta Terra e morre
aps a ao; pois se nutriste um faminto, saciaste um sedento, vestiste um desnudo e libertaste um preso, tais aes somente perduram por algum tempo. Em seguida caem em esquecimento teu e de quem as recebeu, portanto foram levadas sepultura e, como mortais e perecveis, semeadas no solo do esquecimento. No dia verdadeiro e mais recente da alma, a boa ao ser despertada pelo Meu Esprito dentro da alma, no na forma passageira, mas na do fruto de durao eterna. 10. Qual ser seu aspecto? Uma zona de habitao da alma, maravilhosa e dotada de tudo, na qual ela se elevar de grau em grau no aperfeioamento bem-aventurado. Segundo as obras de uma alma na Terra, serviro elas no Alm como zonas habitveis. Eis a verdadeira ressurreio da carne. Cr e cumpre tais normas, pois a Verdade esta. 11. Considera Ebahl: Isto soa deveras diferente do que falam os fariseus ignorantes diante do povo, e assim o intelecto tambm pode concordar recebendo um conhecimento novo e grandioso. Da carne que serviu alma na Terra, no haver um tomo que com ela ressuscite no Alm? 12. Respondo: Como substncia da alma eternamente viva pelo Meu Esprito, no, porque ela mesma se tornou puro esprito. Quanto silhueta de sua forma, mormente no que se refere vestimenta, as partes etreas da alma dentro do fsico sero com ela unidas em pureza espiritual. Do corpo grosseiro, nem um tomo. A ele compete o que cabe a toda matria telrica que igualmente ser dissolvida em elementos mais evoludos, assim como de incio ela foi concatenada de elementos da Natureza muito mais inferiores e de graduao mais nfima. 13. Os elementos j desprendidos da matria grosseira podem com o tempo se tornar almas humanas; detalhes desta esfera entenders somente quando tua alma se encontrar no mencionado Vale Josafath. Por isto, encerremos o assunto. O capito e seus ajudantes assistiram a esta explicao com muita ateno, sem algo entenderem; por isto nos importunaro com sua sapincia grega, obrigando-nos a bastante pacincia.
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10. INDAGAES FILOSFICAS DO CAPITO

1. No mesmo instante, o romano se levanta e se dirige amavelmente a Mim: Mestre poderoso em tua esfera oculta de artes e cincias, nas quais submeteste todos os poderes da Natureza tua vontade! Assisti, com ateno, vossa polmica e deduzi pertencerdes ao culto judaico, que contm seus prs e contras e no qual os sacerdotes se emaranharam muito mais prejudicialmente que os nossos. 2. Seja como for, pareces estar mais entendido que o culto amigo Ebahl. No entendi tua afirmao segundo a qual te dizias o princpio bsico de todo ser e vida, que eras a Verdade e a Vida Eterna, e quem cresse em ti e te amasse, jamais sentiria e veria a morte. Alm disto, serias o indicado a despertar as almas vida eterna, no Dia do Juzo Final, e outras coisas mais. Acaso este teu modo de falar, ou serias realmente o que afirmas? No sou leigo na sabedoria grega e poderias falar-me para te conhecer mais de perto. 3. Digo Eu: Senta-te com teus subalternos a esta mesa, e veremos o grau de vossa assimilao. Em seguida, prossigo: Fala abertamente o que desejas saber. No toques no assunto ventilado com Meu amigo Ebahl, porque o teu raciocnio no o assimilaria. 4. Algo encabulado, o capito no sabe que perguntas formular. Aps certo tempo diz: Mestre poderoso, em que escola concluste teus estudos? 5. Respondo: Na Minha Prpria, e desde Eternidades; pois antes que se encontrasse um ser no Espao Infinito, Eu existi com meu Esprito preenchendo o Infinito eterno. 6. Arregalando os olhos, ele retruca: Acaso teu interior maior que teu corpo? Falas sem nexo. Como entend-lo? Que pretendes dizer com isto? 7. Respondo: A plena Verdade; mas como em ti ainda no h verdade, no podes compreender a Verdade primordial. Revelar-te-ei um detalhe. No incio de todo incio e antes de existir qualquer ser, era o
Verbo. Este Verbo estava com Deus; pois Deus Mesmo era o Verbo, e tudo que existe e preenche o Espao Infinito, do qual os vossos sbios j falavam, foi criado pelo Verbo e no h o que no fosse por Ele criado. 8. O Verbo Eterno agora aceitou a carne e veio como Homem junto dos homens deste mundo, e eles no O conhecem. Tambm s homem e no descobres o Verbo Eterno em Mim, por seres cego de corao. Nunca leste os profetas dos judeus? 9. Responde o romano: Sim, como outras coisas mais; mas quem entende aquilo? Nem vossos sacerdotes, muito menos eu. Escreviam to incompreensivelmente quanto ora falaste de ti. Percebo eu no conseguir alguma clareza contigo, e caso te agrade, passemos a outro assunto. Em que pas nasceste e qual tua nacionalidade? 10. Retruco: Eis Minha Me; palestra com ela. Ele se dirige a Maria que lhe relata minuciosamente a concepo e tudo que se relaciona a Mim, milagrosamente, at os doze anos. 11. Os trs romanos esto perplexos e no sabem como enquadrarMe. No tm f nos deuses e muito menos no Deus judaico; seguiam a filosofia de Epicuro, e uma divindade era-lhes um absurdo. Eis que descobrem em Mim Predicados divinos, mas no sabem como podem se relacionar a um homem mortal. Por isto, o capito diz: Grande senhor e mestre, morrers fisicamente ou vivers para sempre? 12. Respondo: Falta pouco tempo para que Eu, como ora sou, volte de onde vim, onde os Meus estaro Comigo para sempre. Pergunta ele: Quem, so eles e onde est o local para onde voltars dentro em breve? 13. Digo Eu: Os Meus, so os que em Mim crem, Me amam e cumprem os Meus Mandamentos; o local no terreno, mas o Prprio Reino de Deus, por Mim fundado entre os homens e em seus coraes. Este Reino da Vida verdadeira e eterna, no se alcana pelas estradas cmodas do mundo, seno por uma trilha estreita que se chama humildade, pacincia, renncia a todos os prazeres mundanos, e completa entrega Vontade de Deus, nico e Verdadeiro. 14. Diz ele: Como saber-se a Vontade de Deus, e quais so teus mandamentos seguidos pelos teus? Respondo: Minha Vontade a Von-
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tade de Deus, e Meus Mandamentos so os de Deus. Quem executa a Minha Vontade e cumpre os Meus Mandamentos, caminha pelo caminho justo, para o Reino de Deus. 15. Nisto, o capito se levanta e se dirige a um discpulo para ouvir sua opinio a Meu respeito. Este responde: Todos ns O consideramos pelo que diz de Si. Ele o Senhor, ns, Seus discpulos. Nele habita a Plenitude de Deus; no h outro seno Ele. Novamente, o romano volta junto de Mim.
11. CONSIDERAES NEGATIVAS

1. Sentando-se ao lado dos seus ajudantes, o capito indaga qual o parecer deles sobre Minha Pessoa, aps terem ouvido as afirmaes acima. Um deles responde: difcil formar-se critrio. Do poder extraordinrio de sua vontade, tivemos uma experincia real e dispensamos outra. Acontece termo-nos apartado da idia e da f em um ser poderoso, porquanto os nossos deuses apenas so nulidades para qualquer mente esclarecida. E agora nos deparamos com um deus verdadeiro em figura de homem e no sabemos o que deduzir. 2. Muitos comentrios ouvimos em Bethlehm e Jerusalm a respeito desse homem, e pensamos ser ele um deus ou talvez mago importante, como surgem da escola essnia. Mas o que aqui assistimos ultrapassa tudo at hoje visto. Termina qualquer magia para apresentar-se um poder divino. Acresce a isto o fiel relato de sua me com relao ao nascimento e de sua vida, durante a qual nunca necessitou aprender algo, porquanto veio ao mundo dotado da mxima sabedoria. Eis o nosso parecer, e creio no estar errado. 3. Obtempera o capito: No posso contestar-te, todavia tenho as minhas objees. Caso aquele homem me convencer de algo diferente, aceitarei a tua opinio. Virando-se para Mim, ele prossegue: Grande senhor e mestre, estou quase inclinado a aceitar-te como fazem
os demais; entretanto, existem alguns senes. Se conseguires afast-los, estarei vencido. 4. Se dentro de ti habita a plenitude de Deus nico, por que deixaste as criaturas abandonadas por tanto tempo? Afirmas que somente os Teus, que em Ti crem, Te amam e cumprem os Teus Mandamentos, recebero a vida eterna no Teu Reino celeste. Se assim , e tudo que existe foi criado pelo Teu Poder, inclusive os homens que jamais Te conheceram sem culpa prpria, qual ser o seu destino? No Te conhecendo, no podiam amar-Te nem tampouco cumprir os Teus Mandamentos, como ser a sua situao psquica aps a morte?
12. O CONSTANTE ZELO DE DEUS PARA COM AS CRIATURAS

1. Digo Eu: Amigo, adquiriste algum conhecimento atravs dos filsofos da Grcia, mas nunca te inteiraste dos antigos livros dos egpcios e, quanto s Escrituras dos judeus, leste apenas alguns trechos sem entend-los. 2. Quem ora por Mim Se dirige a ti, falou igualmente ao primeiro casal, dando-lhe os mesmos Mandamentos que repito, porquanto esquecestes as Leis de Deus Verdadeiro; os homens dotados do livre arbtrio, deixaram-se tentar pelo mundo e suas sedues, abandonaram Deus, entregando-se aos prazeres. Deste modo obscureceram as suas almas e obstruram seus coraes. 3. Em todas as pocas enviei os mensageiros dos Cus para que instrussem os homens; apenas alguns os consideraram, pois a grande massa nada queria ouvir. De tempos em tempos, inspirei homens e jovens que ensinavam o povo e se esforavam a reconduzi-lo antiga Verdade. Apenas alguns prestaram ouvidos, porquanto a maioria os perseguia, os martirizava e at mesmo os matava. 4. Igualmente, no deixei de afligir o povo por demais pervertido, atravs de grandes e pequenos castigos e julgamentos. O resultado foi
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temporrio e apenas em alguns; em breve o esprito do mal tomava o Meu lugar. Quando Moyss no Monte Sinai, transmitiu, sob raios, troves e fogo, as Leis dadas por Mim, o povo no incio ouviu com medo e temor as palavras ouvidas longa distncia; mas, to logo se acostumou revelao, pouca importncia lhe deu. Alm disto, cansou-se dos constantes ensinamentos e Me pediu, Eu revelar somente a Moyss a Minha Vontade para o povo total, que haveria de segui-lo. Entrementes, os judeus se afastariam do Monte Sinai, onde os acontecimentos os atemorizavam, para erigirem suas moradas em um vale afastado. 5. Aps muitas splicas, foi-lhes concedido tal pedido; no demorou, e o povo comeou a se esquecer de Mim e das maravilhosas cenas no Sinai, fundiu um bezerro do muito ouro trazido do Egito, danando a seu redor e lhe prestando venerao divina. 6. Avisei disto Moyss e o enviei ao povo, completamente esquecido de Mim e o fiz castigar como foi por Moyss descrito. Voltou novamente para Mim; todavia sempre havia muitos que se deixavam seduzir pelas tentaes mundanas, infringindo as Minhas Leis e pecando contra a Minha Ordem. Fora preciso Moyss determinar sanes temporrias para manter o povo dentro da ordem. 7. Quando posteriormente o povo foi reconduzido Terra Prometida, dela tomando posse como se a tivesse recebido de Minhas Mos, tornou-se culto atravs do regime de sbios juzes que se encontravam em constante unio Comigo, e deste modo, cresceu e tornou-se poderoso, e sua abastana era a maior entre todos os povos. 8. Eis que ficou insolente e comeou a observar a pompa de outras naes dominadas por regentes mundanos. O antigo brilho material o ofuscou, querendo tambm usufruir de tais vantagens; insatisfeito com Meu Regime, pediu por intermdio de Samuel, pleno de Meu Esprito, um soberano, cometendo pecado mais pesado. 9. Caiu, portanto, cada vez mais profundamente, conquanto Eu nunca deixasse de adverti-lo penitncia e apontar-lhe as conseqncias que adviriam pela teimosia. Agi deste modo at agora e atualmente vim em Pessoa para junto deste povo. Observa os inmeros judeus que, em
vez de Me aceitarem e amarem pela f, pois sempre Me apresentei Qual sou atravs de milagres inditos, Me odeiam e Me perseguem procurando aprisionar-Me e matar este Meu Corpo. 10. Se por Mim sempre houve o maior desvelo para a educao espiritual dos homens, como podes perguntar-Me pelo motivo de Eu somente agora Me aproximar das criaturas, a fim de fundar o Reino de Deus, ou seja, o Reino da Vida eterna, entre os poucos aceitadores? Pesquisa os pases por ti conhecidos, cujos habitantes ainda sejam capazes de aceitar a Minha Doutrina, e informa-te se at mesmo nesta poca no foram instrudos acerca de Minha Vinda e Ao. 11. Em outros pases, por ti desconhecidos, pessoas de inclinao espiritual tm vises do que ora aqui acontece. Somente em esconderijos ocupados por homens animalescos, a notcia de Minha Vinda no pode penetrar porque esto longe de poderem aceit-la; com o tempo tambm sero encaminhados Verdade. Vs por a, ter sido tua pergunta tola. Se pretendes continuar nas indagaes, aborda outros assuntos, mais teis tua evoluo.
13. O CAPITO PEDE ORIENTAO ACERCA DO GLOBO TERRESTRE

1. O romano queda pensativo, inclusive seus ajudantes, e leva tempo at que um dos presentes dirija apenas uma palavra ao prximo. Eu tambm silencio; mas a ateno de todos est voltada para Mim. Finalmente, um forte vento interrompe o silncio, e o capito pergunta a Ebahl se aquilo foi um trovo. 2. Responde Ebahl: beira-mar, mormente nesta enseada, tais fenmenos so comuns; quanto a este golpe de vento semelhante ao trovo, poderia ter outro sentido, por causa da Presena do Senhor sobre todas as coisas em Cu e Terra. Somente Ele poder informar-te. 3. Encorajado, o capito se volta para Mim: Senhor e Mestre, se-
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gundo Teu discurso, deduzi que acolhes o Esprito da Divindade Suprema. Sem Tua Vontade, nada pode acontecer, surgir, agir, subsistir e desaparecer; e, quando algo sucede, o motivo de Teu Conhecimento. Como, portanto, surgiu esse golpe de vento e qual sua finalidade? 4. Respondo: Meu amigo, levar tempo para assimilares a origem e finalidade do vento; pois enquanto tuas idias acerca da forma e natureza do globo forem errneas, no concebes a origem bsica dos fenmenos. 5. Retruca o romano: Quem, alm de Ti, poderia revelar-me a forma verdadeira do planeta? Conheces as nossas noes a respeito; por isto, procurei orientao junto aos escribas, cuja resposta foi deveras confusa. A explicao recebida pelos essnios acerca da Terra, Lua, Sol e estrelas, no aumentou o meu conhecimento. Por isto, eu e meus colegas, pedimos explicao exata, caso for de Tua Vontade. 6. Digo Eu: O Sol est prestes a desaparecer, e o tempo seria curto para satisfazer vosso desejo. Insiste ele: Senhor e Mestre, se no Te desagradasse, prestaramos a maior ateno durante toda a noite. Digo Eu: Muito bem. Eis este adolescente, de h muito Meu servo eficaz, que poder satisfazer vossa exigncia. De sua ao e discurso percebereis o Meu Poder dentro dele. 7. Prontamente, Raphael se dirige aos trs romanos, dizendo: Para os demais, o assunto no necessita ser repetido; vamos ao ar livre a fim de estudarmos o problema.
14. RAPHAEL, PROFESSOR DE ASTRONOMIA

1. Raphael conduz os trs romanos a um grande terreno, onde os militares costumavam fazer seus exerccios, estando abandonado noite. L chegando, ele lhes diz: O caminho pelo qual algum pretenda chegar a um conhecimento maior e importante, sempre duplo: o primeiro longo, cansativo e difcil atravs de explicaes interminveis; o segundo, curto e eficaz consiste em exemplos, e ser por mim empregado.
2. Obtempera o capito: Ser algo difcil proporcionar-nos um exemplo daquilo que carecemos toda e qualquer noo. Responde Raphael: Isso compete a mim porque tenho o poder para tanto, dado pelo Senhor; prestai ateno a tudo. Demonstrar-vos-ei o planeta total, isto , sua superfcie em tamanho adequado a poderdes facilmente abranger com a vista. 3. De pronto, flutua um planeta de circunferncia correspondente ao tamanho de trs homens, diante dos olhos dos romanos estupefatos. Sua prpria iluminao proporciona viso favorvel podendo ser tudo vislumbrado. A esfera gira em torno de seu eixo, naturalmente muito veloz, a fim de facultar anlise rpida. Todos os continentes, inmeras ilhas, mares, lagos, rios, montanhas e vales eram nitidamente visveis e prontamente reconhecidos pelos romanos. 4. Aps uma hora de estudo atencioso no qual Raphael tudo explica em palavras concisas, os trs romanos exclamam: Quo ignorantes so os homens e que noes absurdas alimentam quanto Terra que os sustm e alimenta. 5. Concorda Raphael: Tendo alcanado a justa noo do orbe total atravs desse exemplo, demonstrarei sua relao com a Lua, o Sol e demais planetas. Ficar localizado mais acima e em correspondente distncia surgir a Lua como seu acompanhante. Nem bem termina de falar, surge a Lua, primeiro, a parte dirigida Terra, em seguida, o lado oposto, no faltando as explicaes necessrias. 6. Manifesta-se o capito: Que mundo triste comparado nossa Terra. Os que habitam somente a parte voltada para ns no podem chegar a conhecimento maior, em virtude de sua moradia to pobre e, alm disto, dispem de pouco tempo pela ordem disparatada da Terra, para poderem estudar, comparar e deduzir as necessrias experincias. Devem ter semelhana com smios. 7. Responde Raphael: Enganas-te muito, conquanto d tal impresso ao teu raciocnio. No ouses chamar um habitante da Lua para uma polmica, pois levarias a pior. Os filhos desta Terra tm muitas experincias e conhecimentos externos; todavia lhes faltam os da vida interior,
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muito mais importantes. 8. Os habitantes da Lua se acham em forte introspeco, pela qual tambm conhecem os do orbe, sentindo pouco agrado convosco por vos terdes afastado demasiadamente da Verdade interior, em virtude de inclinao e zelo pelas coisas materiais. Afirmam que sois almas mortas. Neste caso, esto em grau superior aos smios da Terra. 9. Diz o capito: Se assim , retiro minha opinio e te peo mil desculpas. Prossegue Raphael: Voltemos ao assunto. Ficamos conhecendo a Lua (descrio completa em A Terra e a Lua); antes de entrar em explicaes quanto relao de Terra e Lua com o Sol, dir-vos-ei os nomes dos planetas. Existem alguns que fazem parte deste Sol, recebendo todos, luz e calor. Limitar-me-ei aos que j conheceis pelo nome, fazendo que surjam diante de vossos olhos. Eis Mercrio, planeta mais prximo do Sol. 10. Imediatamente, os romanos avistam esse planeta e se admiram de sua semelhana com a nossa Terra, e Raphael lhes d as devidas explicaes. Em seguida, aparece Vnus e aps, Marte visto com algum receio. Percebendo tratar-se de um planeta parecido ao orbe em vez de um deus guerreiro, logo se habituam. Ento aparece Jpiter com suas quatro luas, causando grande admirao aos romanos. Raphael lhes d as explicaes necessrias e em seguida faz surgir Saturno, que desperta maior admirao, levando o arcanjo a estender-se nas orientaes.
15. RELAO ENTRE OS PLANETAS E O SOL

1. Prossegue Raphael: No basta saberdes noo diversa da anterior, preciso compreenderdes as relaes entre os planetas e o Sol. Farei surgi-lo em tamanho diminuto, e vedes uma esfera bastante grande, circundada por forte brilho leitoso; no podereis ver sua fora integral de luz, portanto basta saberdes representar essa esfera, o Sol. 2. O brilho luminoso a prpria atmosfera desse planeta que o
envolve em todas as direes. No prprio Sol, milhes de vezes maior que esta Terra, sua luminosidade muito maior. Dissiparei por momentos essa luminosidade para verdes como realmente o slido corpo solar, percebendo ter sido ele criado pelo Senhor para outros mltiplos fins, que no apenas iluminar e aquecer os demais planetas. 3. Os romanos se aproximam da parte revelada e observam com grande ateno o astro-rei, recebendo explicaes por parte do arcanjo. Quando, passado um quarto de hora, se integraram de sua organizao, habitabilidade, funo, efeito e relao junto aos demais planetas, cuja organizao correspondente se destaca em certos anis solares, Raphael diz: Agora vem o ponto principal, prestai ateno. Se o assimilardes, podereis libertar-vos do conceito errneo pelo qual julgais ser a Terra o centro em cujo redor tudo se movimenta, isto , Sol, Lua e estrelas, seriam obrigados a fazerem diariamente a viagem pelo mar, de um plo do Cu a outro. Eis a esfera solar, e agora darei a devida posio aos planetas por vs conhecidos, em tamanho e distncias relativas, em linha reta e externa esfera. 4. Assim, os romanos vem primeiro, Mercrio, Vnus, a Terra, e os outros planetas, em certa distncia e tamanho, no que so obrigados a caminharem bom trajeto beira-mar, at chegarem a Saturno. Alm deste, percebem a longa distncia alguns pontinhos luminosos e pedem explicao. 5. E Raphael diz: J vos disse, existem outros planetas alm dos mencionados. No vos dizem respeito, por enquanto; no futuro, sero descobertos e descritos por homens especializados. Existe tambm grande quantidade de pontinhos luminosos entre Marte e Jpiter, que tampouco vos interessam; sero igualmente descobertos no decorrer dos tempos. Querendo orientao mais detalhada, dirigi-vos aos discpulos do Senhor, iniciados em todos os segredos do Cu estelar. Em Kis, onde mora o grande publicano Kisjonah, encontrareis um grego chamado Philopoldo, que com alguns dignitrios romanos tambm orientado de tudo. Dele podeis aprender muita coisa. Voltemos esfera solar, para vos demonstrar as movimentaes dos planetas com relao ao Sol.
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6. O arcanjo, ento, faz subir o Sol a tal ponto, a poderem todos os planetas girar em seu redor, em relao correspondente, se bem que em tempo restrito. Raphael divide o espao de uma hora de tal forma que Saturno apenas necessita de uma hora para sua total rotao, e todos os demais planetas se movimentam em tempos matematicamente menores, inclusive as luas, acompanhantes de seus planetas. O espetculo deveras excepcional para os romanos, tanto mais quanto Raphael d explicaes precisas e rpidas. 7. Quando Saturno volta ao ponto de partida, o arcanjo faz com que tudo desaparea, dizendo: No mais precisamos de exemplos porque prestaram bons servios. Se fostes capazes de compreender e assimilar o assunto, podemos voltar casa do bom Ebahl. Chegando sala de refeio, eles encontram todos na ceia. Incontinenti, os romanos Me agradecem por tudo, e Eu lhes digo: Sentai-vos e aps vos terdes refeito, palestraremos.
16. CONDIES PARA A CONQUISTA DA SABEDORIA

1. Terminada a ceia, o capito pergunta por Kisjonah e Philopoldo, e Eu respondo: Ei-los Minha direita. Ainda ters oportunidade de sobra para palestrares com eles. Conhecendo Eu o problema que desejas abordar, ser melhor esperar por outra ocasio. Hoje aprendeste o bastante para o extermnio da antiga superstio; medita um pouco, para perdurar na memria e no corao, no se perdendo ao retornares aos negcios do Estado. 2. O que tu e teus colegas aprendestes agora, era do conhecimento dos homens da antigidade; quando seus descendentes se inclinaram cada vez mais s coisas mundanas, tornando-se orgulhosos e dominadores, em breve esqueceram a antiga sabedoria, considerando-a desnecessria subsistncia da vida. Era o bastante que certos sbios tivessem conhecimentos a respeito; o povo que tratasse de suas manadas, campos, hortas e
caadas, dispensando ocupar-se de assuntos astronmicos. Deste modo, o povo e seus dirigentes embruteceram e se tornaram supersticiosos, conforme ainda so, temendo a Verdade e fugindo de sua luz. 3. Pode-se cuidar das necessidades fsicas, ao lado dos conhecimentos elevados; quanto alma e ao esprito da Vida dentro dela, deveria ser o problema mor de cada criatura; pois ningum foi posto no mundo para comer, beber e se orgulhar, mas apenas viver segundo a Ordem revelada por Deus, finalidade nica dada por Ele. Se aqui reconquistaste a Verdade perdida em assuntos dos Cus, procura digeri-la pela alma; uma vez firme no assunto, poders tratar de outros, junto a Philopoldo. 4. Diz o romano: Senhor e Mestre, tens razo em tudo, e percebo a imensidade daquilo que Tua Graa me concedeu por intermdio do jovem. To logo tiver assimilado tudo e feito esboos de memria para ensino de outros, procurarei maiores conhecimentos. 5. Digo Eu: Est certo; o melhor de tudo primeiro, procurar o Reino de Deus e Sua Justia, segundo a prtica dentro de Minha Doutrina. Quem o tiver alcanado, receber todo o resto por acrscimo. O esprito da criatura de Deus; quando se tiver tornado soberano no seu ntimo, em uma hora ensina a alma de modo muito mais eficaz do que na Terra, em mil anos, por meio de professores mui sbios. 6. Meu Raphael, esprito purssimo, demonstrou-vos o curto espao de tempo necessrio para vos ensinar assuntos que os homens com toda sua argcia, zelo, pesquisa e meditao, nem em mil anos haveriam de atingir nesta clareza e realidade. Pode a alma aprender do prprio esprito muito mais em um momento, que os homens com seu intelecto natural. Considera isto e age de acordo. 7. Diz o capito: Senhor e Mestre, conheo os princpios de Tua Doutrina: preciso crer-se em Ti, reconhecer-Te como Deus nico e Verdadeiro, amando-Te acima de tudo e ao semelhante como a si mesmo, seguindo os Mandamentos de Moyss. Quanto s Tuas Normas, so fceis de cumpri-las. Moyss, porm, transmitiu umas tantas leis e determinaes, difceis de guardar, entender e cumprir. Ser preciso que todos inclinados a receberem o Teu Esprito, tambm cumpram tais leis?
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8. Respondo: Se reconheces em Mim, Deus nico e Verdadeiro, Nele crs, O amas acima de tudo e o prximo como a ti mesmo, cumprirs tudo que Moyss e os demais profetas ensinaram; no divergiam de Minhas poucas Palavras referentes aos deveres dos homens com relao a Deus, muito embora proferissem muitas palavras. 9. Assim, compete a um capito romano no exigir de prpria iniciativa, uma soma em ouro e prata de um tal Ebahl, em virtude de uma falta inocente, importncia que, com exceo de Jerusalm e do Templo, no seria possvel arrecadar na Palestina, Samaria e Galilia. Em tal exigncia no transpira a menor fagulha de amor ao prximo e da Justia do Reino de Deus, no homem, nem tampouco a jurisprudncia romana, provando estares mal orientado em seus princpios. 10. Se quiseres adotar a Minha Doutrina, ters que modificar tuas ordens rigorosas; pois com elas estarias longe do verdadeiro amor ao prximo, portanto do Reino de Deus, ao qual o conhecimento astronmico, somente, no te elevaria. Tudo que o Espao visvel apresenta aos olhos fsicos, s tem valor para o Reino de Deus no homem, quando por ele considerado e iluminado espiritualmente. Por si s, no tem, como matria, valor para o homem perfeito, seno apenas para o corpo perecvel. Isto te sirva para elucidao. 11. Diz o romano: Agradeo-Te, Senhor e Mestre, por este conselho real e justo, que seguirei medida do possvel. Aparentemente terei que ser severo, mas no corao haver outro regime, o que por certo aceitars. 12. Concordo: Claro, respeita as leis de Roma dotadas de muitas atenuantes em pequenos delitos. Um juiz condescendente neste mundo ser no outro mundo por Mim tratado com condescendncia, e o misericordioso haver de encontrar Misericrdia Comigo. Em suma, tua medida ser-te- aplicada. 13. Ele o promete, e Eu digo a todos: Finalizamos a difcil tarefa anunciada no almoo, podendo contar com trs novos discpulos. J tarde e convm descansarmos. Levanto-Me com os apstolos e vamos a um outro recinto, igualmente Maria com Yarah. Os demais continuam palestrando a Meu respeito, Minha Doutrina e Feitos.
17. RAPHAEL POSITIVA SEU PODER

1. O grupo, do qual Ebahl, Kisjonah e Philopoldo no se haviam apartado, continua com Raphael mesa, e Jacob, o Maior, fazia o orador, pois Me conhecia desde o Nascimento e sempre esteve Comigo. O arcanjo, por sua vez, dava explicaes referentes aos milagres. 2. Pela madrugada, o capito se vira para Raphael, dizendo: Queira explicar-nos tua prpria natureza e qual a matria usada na formao do Cosmos que empregaste para maior elucidao nossa. 3. Responde Raphael: Sou, primeiro, homem como tu, apenas com a grande diferena de eu poder transformar este corpo visvel em meu ser espiritual; segundo, h quase quatro mil anos, antes do Dilvio, vivi na Terra, por muitos anos fiel a Deus. Atualmente sou cidado dos Cus de Deus e Seu servo para sempre. Meu poder o Poder de Deus; por isto posso realizar tudo o que o esprito em mim quer. Assim informado, sabers de que matria formei as coisas do Cu visvel diante de vs. 4. Em todo o Infinito no existe outra substncia que a Vontade de Deus. Tudo que vs, ouves, sentes e percebes, so Pensamentos de Deus, e caso Ele queira, criam forma. O que a Deus possvel como Esprito Original, igualmente possvel ao esprito divino no homem. Deus em Si o purssimo Amor, portanto tambm o mais puro Fogo vital, a Luz mais pura e clara, a Sabedoria mais elevada, logo, o Poder e a Fora em mxima potncia. 5. A Ordem mais sbia desse Poder e Fora a Lei eterna, pela qual todas as coisas se tm que guiar; tal lei rege igualmente o fsico humano. alma foi dada livre vontade, e a lei lhe dada para que a aceite pela ao, atingindo a plena Semelhana divina, razo por que foi criada. 6. alma foi confiada apenas uma partcula da Lei de Ordem divina, para este mundo educacional; tornando-se fiel nesta parte diminuta, receber tarefas maiores, mas apenas quando tiver adquirido a maior destreza como se fosse dela prpria, no respeito lei e dentro daquilo que lhe fora confiado. Sem essa capacidade no poderia alcanar a conscincia
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interior de uma emancipao, tampouco a percepo viva daquilo que a Vontade de Deus pode dentro dela. 7. Dispenso dar outras provas do Poder divino dentro do homem; quando tiveres atingido grande capacidade no cumprimento da Vontade de Deus e na renncia das coisas mundanas, percebers a que poder chegou a tua alma. 8. Somente a prtica faz o mestre; por um exerccio menor, o homem ser eterno remendo e no poder ser aproveitado para coisas importantes e extraordinrias. Poderias, como capito romano e perito em cincias blicas, entregar a um subalterno incumbncia importante antes de te convenceres de seus conhecimentos? 9. Deus no necessita convencer-Se por provas e sabatinas das capacidades de um homem; sabe perfeitamente o grau de evoluo no aperfeioamento de cada alma. Deve ela mesma analisar-se quanto ao seu progresso na renncia das tentaes do mundo e a que grau se unificou Vontade de Deus. Talvez nela ainda reine a incompetncia, ou ento j se manifesta algo maestral, e Deus, o Senhor, no deixar de lhe revelar Sua Onipotncia. 10. Observa a maioria dos discpulos do Senhor. Caso quisessem operar algo atravs da Vontade de Deus, que j Se tornou poderosa dentro deles, um ou outro faria coisas que te admirariam tanto quanto aquilo que fiz. Seu justo amor para com o Senhor e sua verdadeira humildade ponderam: somos ainda discpulos mui fracos! esperando at que Ele lhes diga: Ide aos quatro cantos do mundo, revelai Minha Vontade s criaturas, e ag em Meu Nome! Ento sero capazes, se for necessrio, de efetuar as mesmas provas que o Senhor Mesmo e tambm eu, atravs da Vontade Dele em mim. 11. O Poder da Vontade divina no dado ao homem como se d o leite criana; preciso conquist-la com violncia e atravs do prprio esforo, inteiramente livre. Fcil verificar-se tal situao, porquanto o Senhor, ao Qual todas as coisas so possveis, constantemente ensina e demonstra aos homens o que devem fazer para se apossarem de Sua Vontade.
12. O que os discpulos escolhidos por Ele devem efetuar para alcanar a plena Semelhana divina, cabe tambm a todos os homens, caso pretendam atingir o Poder da Vontade divina, em sua alma. Demonstrei claramente qual a substncia por mim usada na formao das coisas do Cu visvel; vedes, portanto, que com o tempo tambm sereis o que hoje sou. Agora repousai um pouco, pois a aurora no se far esperar. 13. Os trs romanos agradecem e voltam casa, onde acham tudo em ordem; ningum consegue dormir porque a mente ainda estava ocupada e eles no sabem como unir sua profisso Minha Vontade. Nessas palestras surge a manh, e o capito tem que expedir suas ordens. Os soldados se admiram intimamente de sua maneira amvel e dcil, e julgam ter acontecido algo especial; todavia no do demonstrao a respeito.
18. A MATANA DE ANIMAIS

1. Antes de surgir o Sol, estava Eu com alguns apstolos ao ar livre, inclusive Raphael. No demora a aparecerem os outros e os romanos. Fomos beira da gua observando o vaivm das ondas, e os discpulos lavam mos e ps. Ansiosos, os romanos se dirigem a Mim, a fim de fazerem perguntas. Todavia, lhes digo: O dia conta ainda dez horas inteiras, durante as quais haver tempo para responder muitas perguntas; agora apreciaremos, com calma, a manh. 2. Conformados, eles tambm se lavam para refrescar os olhos que pela viglia necessitavam de conforto. Aps uma hora de lazer, dirigimonos a um pequeno planalto que facultava boa viso em direo a Oeste. Na margem, bastante coberta de junco, viam-se alguns pssaros aquticos procura de alimento na gua. 3. No contendo a curiosidade, o romano se dirige a Raphael: Estou plenamente satisfeito quanto organizao maravilhosa de nosso planeta com relao a sua forma e flora; no concordo no que diz respeito aos irracionais em suas condies de vida e atividade. Todos os vegetais
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so nutridos pelo solo terrestre, pela gua e o calor do Sol; somente animais e homens so obrigados e caarem outros para o proveito de sua carne. 4. Tal fato embrutece corao e alma da criatura, o que observei em Roma por ocasio das touradas e outras lutas com feras, dentro de jaulas especialmente construdas; tais lutas eram mantidas em Roma e muitas outras cidades para despertarem nos homens a tendncia blica cheia de coragem e intrepidez. De quem teriam os homens aprendido a selvageria da guerra na qual no se acha um vestgio de amor a Deus e ao prximo? 5. V essa gua. Que fizeram os peixinhos para serem devorados aos milhares por essas aves vorazes? No poderiam todas as espcies de animais se alimentarem de vegetais como fazem os animais caseiros? preciso que feras procurem alimento entre as manadas pacficas, incitando deste modo os homens a lutas selvagens por meio de crueldades auferidas pela Onipotncia de Deus? 6. Foi o homem obrigado a inventar armas artsticas para poder lutar contra as bestas selvagens. Com isto aprendeu a lutar, a matar e vencer; teria por isto ganho algo para o enobrecimento de seu corao e sua alma? Muito pensei a respeito deste assunto, sem receber soluo para este verdadeiro enigma. Sempre dizia: Os sbios deuses sabem por que o permitem. Tu s sbio e poderoso pelo Esprito de Deus em ti; dme justo esclarecimento neste problema to importante.
19. FINALIDADE DA LUTA EM A NATUREZA

1. Diz Raphael: Abordaste uma questo deveras importante e poderia dar-te boa resposta; por enquanto no penetraste bastante na esfera do puro esprito e no serias capaz de assimilar a plena Verdade. Asseguro-te estarem os discpulos do Senhor inteiramente orientados nesse assunto, assim como muitos outros, judeus e pagos, e tambm tu sers levado a uma compreenso mais clara. Ainda hoje ters oportunidade de louvar Amor e Sabedoria do Senhor, tambm neste problema.
2. Podes crer ter Ele justamente Se dirigido a essa colina para que, durante a observao da voracidade das aves, surgissem reflexes em teu ntimo quanto ao Amor, Bondade e Sabedoria de um Ser realmente divino. A vida por si s luta. Quem poderia, como homem bom e beato, passar vida sublime e livre do esprito, sem ter por ela lutado com todo rigor? E como deveria o homem aprender a lutar, seno com os perigos que o rodeiam por todos os lados? Foram dados e permitidos por Deus para esta Terra, a fim de que o homem os reconhea e os enfrente at venc-los. Aps o desjejum prosseguiremos. 3. Terminada a segunda refeio, voltamos ao ar livre, subindo uma outra colina mais elevada, da qual no s se avista a enseada de Genezareth, mas tambm grande parte do Mar Galileu. Neste topo, os romanos tinham uma espcie de forte que permitia avistar-se tudo nas redondezas. A guarda romana ali colocada no admitia visitas, a no ser que fossem acompanhadas pelo capito e seus ajudantes. 4. H vrios acampamentos e bancos, prontamente ao nosso dispor pelo capito. Todos nos acomodamos e observamos as cenas no mar e na enseada. Sbito, ele avista um grande condor vindo da serra em direo praia, por isto diz: Eis que se aproximam, como sempre nesta hora, alguns hspedes indesejveis em busca de farto almoo. As aves aquticas no deixam de ser rapinas que se alimentam de peixes e vermes; entretanto, seu aspecto no to chocante quanto o de um condor. Qual flecha se atira do alto sobre a presa, prende-a nas garras para depois estraalhar a sua vtima. 5. Quando termina de falar, o condor se precipita no junco beiramar onde apanha um ganso selvagem, saturado de peixes. Os gritos da ave presa, so espetaculares. No demora, outros condores imitam o primeiro, fazendo com que o romano se revolte; por isto se dirige a Mim: Senhor e Mestre, no viste ou no quiseste impedir que os vorazes condores se apoderassem de aves pacficas, de maneira revoltante? Acaso deveriam tais cenas horrendas amainar o corao humano e incit-lo misericrdia? 6. Prefiro aceitar o princpio de um sbio da Grcia que ouvi h alguns anos, em Alexandria: A Terra um ninho de abutres e um vale de
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sofrimentos para o homem bom; tudo que v, agravado da eterna maldio dos deuses. Como poderia o homem constantemente martirizado levar vida elevada e honrar os deuses maldizentes? Portanto, deve ele imitar as feras e se vingar no prximo. Que trate de se tornar regente para governar a vida curta, em detrimento dos deuses. 7. Senhor e Mestre, longe de mim querer afirmar ter o sbio expressado uma tese em benefcio dos homens, pois encontrei junto de Ti, outro axioma pelo qual viverei. Mas dize-me Tu Mesmo se o homem natural poderia chegar a outros princpios, atravs de suas experincias dirias. Vejamos os pases abundantes em feras; os homens, a fim de no serem devorados, so obrigados a ca-las. Qual a sua prpria ndole? Semelhante a dos animais ferozes. 8. Observaremos, em comparao, os armnios. Em seu pas, um sbio rei havia mandado exterminar todos os animais ferozes, sem poupar gavies e condores; o povo mantinha animais caseiros e teis, sendo a lavoura sua ocupao principal. Que povo meigo e pacfico! A quem deve sua ndole meiga e boa? Ao sbio rei que soube limpar seus territrios dos animais ferozes. A Ti, Senhor e Mestre, seria muito mais fcil sanear o orbe todo, e os homens no precisando lutar contra feras, com algum ensino, em breve se assemelhariam aos armnios.
20. VARIABILIDADE DA CRIAO DO ORBE

1. Digo Eu: Meu amigo, dentro do raciocnio mundano, tens razo; no tocante s relaes de alma e esprito, por ora inteiramente desconhecidas de ti, exigirias algo de Mim, contrrio Ordem nesta Terra. Em um planeta, no qual as criaturas tm a finalidade de se tornarem filhos de Deus, pela alma e o esprito, tudo tem que ser como . Viso e raciocnio percebem apenas julgamento, perseguio, roubo, assassnio, morte, decomposio e perecimento. Tal porm, no se d, sendo bem diverso do que pensas.
2. Primeiro, o cio inevitvel acompanhante do julgamento do fsico para a alma cada vez mais desperta, pelo que unicamente poder alcanar a plena semelhana do Esprito de Deus dentro dela; realmente o seu maior inimigo, e quanto mais quentes os pases procurados pelos homens tanto mais so ameaados por este importante adversrio. 3. Caso no existissem em tais pases, animais nocivos, e a subsistncia no fosse imprescindvel, o homem no se perturbaria com a educao das foras psquicas. Dentro em pouco assemelhar-se-ia a um plipo ou raiz de uma rvore, nada mais fazendo do que absorver os elementos nutritivos da gua, da terra e do ar. Eis o motivo principal porque foram dados ao homem toda sorte de incentivos ao diversa, primeiro, do corpo e aps da alma, sendo a ltima de importncia primordial. 4. Quanto ao outro motivo, qualquer pensador o descobrir. Imagina a Terra como esfera inteiramente uniforme. Em sua superfcie surgiriam apenas crregos, lagos e mares, uns parecidos com os outros no havendo montanhas. Com exceo do carneiro no haveria outro animal, fora da galinha no haveria outra ave; por toda parte as mesmas espcies de peixes. Do solo cresceria uma s qualidade de erva para alimento do carneiro; somente uma espcie de cereal para nutrio do homem e da galinha; somente uma qualidade de rvore frutfera, uma qualidade de rvore para construo de cabanas rsticas; uma s qualidade de pedra, de metal para confeco de instrumentos caseiros. Pergunta a ti mesmo, a que ponto chegaria o desenvolvimento das idias, noes e fantasias humanas, em planeta dessa ordem. 5. No preciso expor-te o quadro do raciocnio e intelecto destinado evoluo; chamo apenas a tua ateno ao estado de educao psicoespiritual das criaturas de tal planeta, que habitam zonas desprovidas de montanhas, cobertas c e acol de capim e arbustos comuns, beira de crregos montonos e lagos pantanosos. 6. Conheces zonas tais. Qual a cultura espiritual de seus habitantes? Na maior parte so selvagens, porque pela carncia da alma, no podem atingir dilatao de seus conceitos, idias e fantasia, to frteis para a formao de raciocnio e intelecto.
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7. Observa os que dotaram seu territrio com toda sorte de variedades confortadoras, e vers serem inteligentes, se bem que no na esfera da vida interna da alma e do esprito; todavia, na do intelecto externo, da razo e fantasia, indispensvel, caso o homem queira ingressar na formao da vida espiritual. Se quiseres galgar ua montanha por causa do panorama, preciso que haja uma, e em tal caso no podes te satisfazer com a metade da subida, mas deves esforar-te por alcanar o cume mais elevado. 8. De igual modo, no devem as criaturas de inteligncia e fantasia satisfazer-se neste ponto evolutivo, mas procurar as culminncias totais. Entendes bem o sentido das Minhas Palavras, e com elas, o segundo motivo pelo qual Deus dotou esta Terra com variabilidade to enorme de coisas, seres e fenmenos, dos quais por ora desconheces at mesmo a primeira linha do Alpha, no obstante tua educao alexandrina.
21. A SUBSTNCIA PSQUICA E SUA GRADATIVA LIBERTAO DA MATRIA

1. (O Senhor): Quanto ao terceiro motivo, conhecido de todos os Meus discpulos, irs futuramente conhec-lo melhor do que ora seria possvel explic-lo. Posso apenas adiantar-te que tudo dentro do planeta, desde seu centro, at sua mais elevada regio atmosfrica, substncia psquica em estado variado, em julgamento frreo ou ameno at determinada poca de libertao, motivo porque se apresenta aos sentidos como matria dura ou macia. A ela pertencem todas as qualidades de pedras, minerais, solo, gua, ar e as substncias ainda livres. 2. Do reino vegetal na gua e da terra, tudo ingressa ao reino animal, onde o julgamento j mais ameno. A substncia psquica se encontra no perodo de completa libertao, e a seleo e formao isolada com referncia evoluo intelectiva da anterior substncia caoticamente mesclada, acha-se em variedade mais profusa.
3. A substncia psquica que no segundo reino fora sujeita a uma grande seleo, em virtude da formao especial de inteligncia, levada a uma crescente fuso no terceiro reino, animal, muito mais variado, por causa da aquisio mais perfeita das inteligncias isoladas, mais claras e livres. Eis porque se unem inmeras partculas de inteligncias psquicas dos infusrios de espcie variada, em uma alma maior, digamos, de um verme e inseto, maiores. 4. Incontveis almas de insetos de vrias qualidades, quando libertas de seu invlucro material de ligao, juntam-se em uma alma animal maior, de espcie mais perfeita, at alcanarem animais grandes, em parte selvagens, em parte de carter ameno; desta ltima fuso surgem ento as variadas capacidades intelectivas de almas humanas. 5. Quando nasce uma criatura nesta Terra, recebendo fsico material para a sua plena emancipao, Deus age mui sabiamente por no facultar-lhe recordao dos estados primitivos aos transitrios e isolados, assim como o teu olho no pode diferenciar as gotas isoladas do mar. Se disto fosse capaz, a alma no suportaria a fuso das partculas infinitamente variadas de substncia e inteligncia, tratando rapidamente sua dissoluo como acontece gota dgua em ferro incandescente. 6. A fim de conservar a alma da criatura, preciso tirar-lhe toda e qualquer recordao atravs da organizao fsica, at a poca de sua completa unio interna com o Esprito do Amor de Deus; tal Esprito justamente a argamassa pela qual as partculas infinitamente variadas da alma so consolidadas a uma entidade eternamente indestrutvel, podendo iluminar, reconhecer e compreender-se, e como ser perfeito e semelhante a Deus, louvar o Seu Amor, Sabedoria e Poder.
22. COMPOSIO DA ALMA HUMANA

1. (O Senhor): Qualquer pessoa inteligente e sensvel poder observar em vrios fenmenos, o fato de ser a conjuno da alma e corres-
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pondente a ela, tambm o fsico, sumamente imprecisa, no incio. Considera noes e idias, infinitas e variadas que uma alma de certa educao pode projetar e imaginar certo ou errado, isto por ora no importa, pois se no fosse concatenada de um compndio total, no seria capaz para tanto, tampouco um boi ou burro poderia desenhar um castelo e constru-lo. 2. Se observares os diversos animais, tanto do ar, da terra e da gua, descobrirs na maioria capacidade construtiva. Abelhas e outros insetos semelhantes; pssaros, formigas, aranhas e lagartos, camundongos de vrias espcies, o castor que constri verdadeira cabana, raposas, lobos, ursos etc., todos eles efetuam suas moradias segundo suas necessidades. Estuda os animais aquticos, mormente os crustceos, que descobrirs capacidade construtora que s vezes desperta grande admirao do melhor arquiteto. 3. Cada animal, do mais nfimo ao maior, possui apenas uma capacidade construtora peculiar sua inteligncia simples, conhece o material que usa sempre de maneira idntica; em uma alma humana existem todas as capacidades intelectivas de animais, em grande nmero, das quais pode organizar inmeras noes e idias, criando formas novas e importantes. 4. Assim, pode o homem de alguma educao inventar toda sorte de habitaes de vrias formas e outras coisas mais, realizando-as com sua vontade, inteligncia e dedicao. Acaso poderia faz-lo, se no existissem em sua alma todas as variadas capacidades? Certo que no; pois o animal mais inteligente no tem fantasia, tampouco dom de composio integral. 5. Em teu ntimo perguntas: Por que era preciso uma alma atingir tais capacidades por caminho to longo? Respondo: O mais sbio e perito Construtor de todas as coisas e seres sabe melhor porque organizou este caminho para a educao de uma alma perfeita, portanto podes estar satisfeito. Quando estiveres mais aperfeioado, assimilars tambm o motivo de teu trajeto longo e inspido. 6. Romanos, gregos, fencios e egpcios acreditavam na transmigrao das almas e at hoje o fazem, como persas, hindus, sihinitas alm das
montanhas no Levante distante, inclusive um outro povo que habita em ilhas enormes e muitos outros povoados na vasta Terra. Pouco a pouco, a Verdade foi em toda parte, deturpada pelos doutrinadores e posteriores sacerdotes ambiciosos e dominadores; pois a verdadeira metempsicose no lhes trouxera lucros e juros, de sorte que diziam voltarem as almas humanas aos animais onde sofriam, mas este sofrimento somente eles podiam aliviar por meio de grandes sacrifcios.
23. QUEDA DA DOUTRINA PURA

1. (O Senhor): Perguntas intimamente: Como podia o povo j esclarecido dentro da Verdade, deixar-se cegar de tal forma pelos sacerdotes maus e mistificadores? Nada mais fcil que isto. Os antigos sbios desapareceram do palco da vida e ainda durante a sua existncia surgiram certos feiticeiros e adivinhos que positivavam seus ensinamentos com toda sorte de milagres insuflados por um mau esprito, aceitos pelos ignorantes como sendo provas divinas. Deste modo foi fcil desviar-se da Verdade, os homens sempre inclinados a coisas milagrosas, influenciandoos a crerem o que falsos sbios ensinavam em benefcio deles prprios. 2. Muitos desses magos, dos quais em breve surgiram sacerdotes e falsos profetas, entendiam e ainda hoje entendem modificar a voz, a ponto de se ter impresso de vir distncia, de uma rvore ou animal. Imitavam o timbre de voz de desencarnados, o dialeto, como se surgisse de vegetal, pedra, poo ou animal, com tanta perfeio que qualquer assistente era obrigado a afirmar: realmente a alma de fulano, alis homem bom e honesto. Qual seria o seu pecado levando a sua alma a sofrer dentro de um camelo? 3. O sacerdote mistificador no se deixava perturbar, pois os ouvintes percebiam uma frase, sada do animal: Fui teimoso em querer persistir na doutrina dos patriarcas, com toda minha famlia, e desprezei os sbios e profetas recentemente inspirados por Deus. Com isto pequei e
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fui preso neste animal, durante dez anos, suportando grande sofrimento. Acreditai nos novos profetas de Deus e entregai-lhes uma oferenda de meus tesouros deixados, para remisso de meu erro. Por intermdio deles, cuja orao subir a Deus, dentro em breve serei libertado do meu grande padecimento, e vs tambm, aps a morte. 4. A tal resposta do camelo compreender-se- que os ignorantes abandonaram a antiga Verdade, comeando a crer na doutrina dos falsos profetas. O mesmo se dar aps Minha Passagem, se na divulgao do Evangelho no for aplicada toda prudncia. 5. Deste modo surgiram o politesmo, paganismo e a crena errnea na metempsicose e outras tantas tolices horrendas. Ainda que Deus sempre enviasse doutrinadores verdadeiros ao povo ofuscado pela mentira, de nada adiantaram, pois a vontade livre da alma desta Terra tem que ser respeitada, do contrrio ela se tornaria animal. Preciso ter muita pacincia com a Humanidade, deixando que a maior parte consiga melhor conhecimento em outro mundo. 6. Ai dos falsos doutrinadores, sacerdotes e profetas que bem conhecem a Verdade antiga e pura, todavia a retm diante do povo por causa de sua tendncia de cobia e domnio. No escaparo de Meu futuro julgamento. Nesta Terra, eles tambm possuem livre arbtrio podendo fazer o que querem, at certo tempo. Ultrapassando os limites, Eu Mesmo espargirei Minha eterna Luz da Verdade, qual raio sobre os homens deste planeta, como ora a ensino e demonstro, Pessoalmente. Eis que os falsos doutrinadores, sacerdotes e profetas comearo a clamar procurando ocultar-se diante dos por Mim inspirados e do Poder de Minha Luz. Tal empreendimento e grande esforo sero infrutferos. Como se fossem animais selvagens, sero atiados com aoites incandescentes, de um ponto da Terra a outro, no mais encontrando pouso certo, e seu reino e domnio trevoso tero fim para sempre. Acabas de receber, amigo, alm do terceiro motivo, ainda outras explicaes que todos podero considerar.
24. PROPOSTA PARA DESMASCARAR OS FALSOS PROFETAS

1. O romano Me agradece sobremaneira a pacincia e o trabalho aplicado por Mim e diz: Se tudo que acabaste de explicar ainda no me to claro como a um de Teus discpulos, ao menos penetrei no esprito da Verdade, a ponto de considerar esta Terra de outro modo que anteriormente. Apenas h um ponto a considerar: Se tais homens inescrupulosos comearam a trabalhar a massa, uma prova extraordinria vinda do Cu seria o meio mais eficaz para tapar-lhes a boca. Se por exemplo o camelo mistificador fosse enfrentado pela alma do desencarnado dando prova concludente da fraude, duvido que os falsos profetas conseguissem prosseguir. 2. Digo Eu: Poderei acrescentar algo, todavia sem grande importncia, porque teu recurso sempre foi aplicado a todos os povos, com resultados variados. Enquanto um povo se mantinha fielmente na antiga Verdade, uma parte porm se inclinava aos tesouros materiais afastandose da mesma, teu recurso agia durante duas ou trs geraes. Na quarta, ainda mais influenciada na busca dos tesouros mundanos, ingressando por livre e espontnea vontade no amor-prprio, tais meios se tornaram lendrios e poucos acreditavam neles. 3. Se posteriormente eram usados de novo, pequeno efeito tinham e eram ridicularizados e escarnecidos pela classe prestigiada, e os mistificadores entendidos a fazerem milagres em benefcio daqueles, j desfrutavam de vantagens. Durante sculos, a queda dos povos era evidente e provocada por culpa prpria. 4. Atualmente, o recurso por ti proposto para o extermnio de todo engano entre as criaturas, veio por Mim, dos Cus mais elevados, age h muito tempo junto aos judeus ainda entendidos na antiga Verdade e por vrias vezes operou milagres apenas possveis a Deus, em Jerusalm e muitas outras cidades e lugarejos. Procura saber quantos se converteram por este meio sublime. 5. Se o recurso mais elevado consegue efeito to fraco em virtude do livre arbtrio, o que esperar-se de algum esprito do Alm? Afora isto, tarefa mui rdua para um esprito feliz, aparecer novamente neste mun-
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do. Caso o queira, ser-lhe- por Mim permitido; mas nunca seria induzido para tanto. 6. Para um menos perfeito no fcil voltar ao mundo, especialmente no meio de criaturas puramente mundanas, assim como te prontificarias a voltar ao ventre materno, mundo primitivo e mais estreito de todos, para l organizar qualquer coisa. Por a, podes fazer uma comparao das condies de vida dos espritos no Alm e dos peregrinos nesta Terra. Um pequeno grupo se acomoda em espao pequeno; o inverso, dificilmente. Entendeste? Todos meditam a respeito, enquanto descanso. 7. Permanecemos na colina durante duas horas alm de meio-dia; muitos assuntos so abordados e demonstrados por Raphael aos romanos, que os anotaram posteriormente. Voltando casa, tomamos a refeio. tarde continuei repousando. Os discpulos se entretm a responder vrias perguntas do capito. Joo e Mateus se ocupam com a escrita, inclusive Jacob, o maior, tomou apontamentos somente organizados no decorrer de alguns anos. 8. Fiquei em Genezareth durante oito dias, onde chegavam muitos forasteiros de Damasco e outras cidades, privando Comigo e aceitando a f em Mim. Dispensa meno de tudo que foi doutrinado e exemplificado, porquanto j fora demonstrado no que as criaturas foram por Mim e Raphael ensinadas. No somente em assuntos concernentes ao Reino de Deus na Terra, mas tambm nos fenmenos naturais, a fim de livr-los da superstio. Deste modo, em breve criou-se uma importante comunidade em Damasco e outros lugarejos, onde Meu Nome era louvado.
ADVERTNCIA PARA A POCA ATUAL
25. CONDIES ESPIRITUAIS DA ATUALIDADE

1. No decorrer das mensagens de tudo que ensinei e demonstrei no vasto pas dos judeus, a maior parte caiu em esquecimento, passados quinhentos anos, ou ento foi mesclada novamente s antigas incoerncias, de sorte que ningum mais descobria a pura Verdade. 2. Foram feitas anotaes quase iguais, na maioria por gregos e romanos, nas dez cidades no extenso vale do Jordo (entre as quais se incluem cerca de sessenta cidades, habitadas por gregos e romanos, j antes de Minha Vinda e at mesmo aps a destruio de Jerusalm e adjacncias). Algumas em Essia (onde h mil e duzentos anos no mais se encontrou vestgios por ter sido essa seita perseguida pelos romanos cristos) e na maior parte guardadas na grande biblioteca de Alexandria. 3. Considerai as guerras devastadoras e as grandes emigraes de que fora vtima metade da sia, o norte da frica e quase toda a Europa, porque os homens, principalmente os chefes de comunidades, comearam a deturpar e mesclar a Minha Doutrina pura que lhes trazia pouco lucro, conforme foi predito pelo profeta Daniel e Meu Apstolo Joo, na Ilha de Pathmos. 4. Ento resolvi: Preferindo o antigo e trevoso detrito do mundo ao Meu Ouro puro dos Cus, assemelhando-vos cada vez mais aos ces que retornam quilo que expeliram, e tambm aos sunos vidos para voltarem s poas onde se sujaram por vrias vezes, o Ouro Celeste ser-vos tirado e Eu vos deixarei consumar em atribulaes, aflies e misrias, e a morte ser novamente o maior pavor na Terra! 5. Assim foi at a poca de hoje. Quase todas as cidades e vilas onde se encontravam anotaes de Minhas Aes e Ensinos, foram destrudas e desoladas; apenas os pequenos Evangelhos de Joo e Matheus foram conservados como documentos genunos de Minha Passagem, como ensinos morais dos homens de boa vontade. Igualmente as Escrituras de
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Lucas e Marcus, medida que este anotou o que ouviu de Paulo, em poucas palavras. Vrias cartas dos apstolos, das quais muitas se perderam, e a Revelao de Joo, com alguns erros lingsticos, de pouca importncia para quem guiado por Mim. 6. Dos demais ensinos referentes s coisas, fenmenos e sua origem, poucos foram conservados, secretamente; encontrando-se algo da poca de romanos e gregos, os claustros imediatamente se apossaram, sem jamais transmitirem uma vrgula sequer humanidade sofredora, em sua treva. 7. Eclipses solares e lunares, cometas e outros fenmenos naturais, pouco lucro trouxeram aos sacerdotes devido ao seu aparecimento realstico; todavia, foram aproveitados para anunciadores e transmissores de punies mandadas por Mim para os homens, a fim de que, amedrontados, peregrinassem aos templos que surgiam quais cogumelos, depositando ricas oferendas aos ps dos sacerdotes. 8. Nas catacumbas de Roma e nos mosteiros da Espanha e Itlia, e tambm na Alemanha se encontram vrias anotaes de grande importncia de Minha Passagem; ganncia, tendncia para o brilho e o domnio da prostituta de Babel no permitem sua divulgao, de medo e preocupao de se trair e ser chamada responsabilidade perante todo o mundo. O desdenhoso motivo sendo evidente, dispensa ser elucidado. 9. Quanto tempo faz que se proibia a leitura dos quatro Evangelhos, a Histria dos apstolos, de Lucas, as cartas dos apstolos e a Revelao de Joo, e em vrios pases ainda so proibidos? Como se obstinam contra a Luz de Meu Raio cientfico, que do Levante ao Poente comeou a iluminar tudo que existe na Terra, e isto h mais de trezentos anos cuja Luz brilha cada vez mais, de sorte que nesta poca os recintos mais ocultos e secretos da Babel antigamente to grande e poderosa, ora se acham desvendados. 10. Perguntais com justia por quanto tempo ela ainda exercer seu poder, e Eu respondo: Vede em toda a parte a Luz cada vez mais poderosa de Meu Raio. Como se poderia manter o antigo misticismo babilnio, cuja fraude esclarecida at s menores fendas, ao lado das verdades matematicamente provadas e disposio de todos, surgidas de todos os
ramos de cincia e arte? 11. Exercer o seu poder enquanto ainda viverem velhas tolas e supersticiosas e hipcritas beatos se deixando ludibriar pelos padres, enquanto aqueles ainda dispuserem de meios para protegerem o trono da prostituta de Babel, o que somente perdurar por pouco tempo, pois j se tratou de tirar-lhes os recursos para tanto. Isto j aconteceu a muitos que ora, sem ptria e povo, tm de observar como seus trabalhos, esforos e obras nefastas se desmancham em fumaa. 12. Poderia a noite terrena exercer seu poder se o Sol se encontra acima do horizonte? Eis a situao. A Luz se tornou por demais poderosa, e os regentes que anteriormente bajulavam as trevas em virtude de seu fausto, comeam a compreender sua importncia e, caso queiram subsistir, tero que agradar Luz anteriormente to odiosa. Se tiverem vontade de gui-la novamente treva anterior, o povo o observar e negar obedincia, levando-os a grandes embaraos e at mesmo os enxotar do trono, como j h vrios exemplos. 13. Minha Vontade no se pode opor teimosia. Isoladamente deixo o livre arbtrio de cada um; de um modo geral, sou Eu o Senhor e no considero os poderosos desta Terra. Veio a poca da Luz e no pode ser barrada por nenhum poder humano.
26. OS FALSOS PROFETAS DA POCA ATUAL

1. tambm chegado o tempo da pedra angular, rejeitada pelos construtores, mormente dos de Babel. Quem nela bater ser dizimado, e quem for atingido por ela, ser soterrado, conforme dentro em breve ocorrer a todos que desprezarem a pedra angular, querendo bajular a prostituta de Babel. Como choraro e se lastimaro; mas a pedra angular rejeitada, no lhes trar socorro. 2. De h muito venho observando o jogo dos sunos, como na Minha poca faziam os pastores de Gadara com seus porcos. Mas havia dois
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obsedados nos antigos sepulcros de basalto, pois Gadara era antiga cidade de sepulcros. A quem se assemelhavam os dois, presos por correntes e cordas dentro dos sepulcros, que Minha Chegada tudo arrebentaram e Me disseram: Que temos a ver Contigo, antes do tempo? Ambos se semelham ao esprito antigo de lucro mundano, no qual se oculta uma legio de outros, maus. 3. Como esses espritos conheciam a Minha Vontade rigorosa, pediram permisso de ingressarem nos sunos, libertando deste modo os homens que Me louvaram, conquanto os gadarenses Me rogaram posteriormente deix-los merc, pois sentiam grande pavor de Mim. De igual modo, o justo esprito do mundo e seu zelo comercial Me elogiar, porque fora liberto pelo Poder de Minha Luz, da legio de seus espritos egosticos que se dirigiram aos sunos, todavia encontraram seu fim dentro do mar. 4. Ao grupo de sunos pertencem todos os servos ultramontanos da prostituta de Babel, em virtude de suas tendncias imundas, egosticas e dominadoras, que abertamente se externavam por concordatas, misses, breves e excomungaes. Eis o que ocorre desde a poca de domnio da prostituta de Babel sobre povos e regentes, representando a integrao de legies de maus espritos nos mencionados sunos que comearam a se atirar ao mar, precisamente nesta poca, razo por que certo seu extermnio. 5. O mar, a teimosia em querer permanecer na antiga ignorncia, pois procuram perseguir e condenar a Luz que permito seja espargida em todos os ramos de cincia e arte. Eis o mar no qual os sunos sero impelidos pelos espritos, que de h muito neles se alojaram e onde encontraro o extermnio total. 6. Fizeram uma cova para a Minha Luz Original, a fim de ocult-la diante dos olhos dos homens, mantendo-os na ignorncia, em benefcio deles. Eu libertei a Luz, e eles se atiram na prpria cova destinada a abafar e exterminar a Luz. Se isto ocorre diante de todo mundo atendendo aos pedidos expressos, ftil perguntar-se quando tal suceder. 7. Subentende-se no se poder dar isto de um momento para outro,
tampouco a noite poder fugir perante o pleno dia. Tudo tem seu tempo neste mundo e nem o mais talentoso poderia se tornar filsofo e artista de um dia para outro, nem um fruto amadurecer subitamente. Quando as rvores na primavera se tornam suculentas e os botes comeam a inchar, prova flagrante estar prximo o vero abenoado. Algumas geadas pouco prejuzo daro. 8. O que por Ezequiel foi predito no captulo 14 com referncia ao castigo de Israel e Jerusalm, tem relao ao atual falso profetismo que deve e ser exterminado. No que consiste e quem so os fariseus de hoje no precisa ser apontado para uma criatura inteligente. Todo mundo conhece os adversrios da Luz, da Verdade e do Amor, vindos por Mim. 9. Se Eu Mesmo disse aos apstolos que no devem condenar, amaldioar e julgar a quem quer que seja, para no lhes suceder o mesmo partindo de Mim, quem lhes teria outorgado o direito de julgar, condenar e lanar o antema sobre os que, influenciados pelo Meu Esprito, procuraram, e ainda procuram a pura Verdade? Por isto sero atirados cova, por eles prprios cavada para milhes de inocentes, onde suas ms obras sero julgadas sem d nem piedade, recebendo eles sua paga. 10. Observa todos os Continentes da Terra e descobrirs o quanto odiado o falso profetismo da prostituta de Babel, entre os povos mais cultos e qual a considerao recebida pelos seus missionrios! No como os jornais a servio dela o descrevem. Somente entre povos rudes e selvagens podero se manter por algum tempo. Basta demonstrarem suas tendncias egosticas e dominadoras, ou seja, o lobo em pele de cordeiro, e ter chegado o fim do efeito de sua misso e convm fugirem para salvar a pele. 11. Quantos j foram enviados para China e Japo, onde h muito ouro, prata e outras preciosidades. Enquanto no descuidavam da pele de cordeiro, eram tolerados, conseguindo muitos proslitos para a suposta doutrina de paz celeste. To logo aquela indumentria se lhes tornava por demais incmoda, julgando poderem agir segundo sua verdadeira natureza, suas intenes eram descobertas e eles recebiam o prmio merecido. 12. Quando a notcia chegava a Babel, eram prontamente santifica-
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dos com grande pompa, muito embora Eu Mesmo ensinara que somente Deus era Santo. A tais santos digo apenas: No vos conheo e nunca conheci! Afastai-vos de Mim e procurai vossa salvao e paga junto queles em cujo nome doutrinastes e agistes. Nunca pregastes e agistes em Meu Nome. Desde vossa infncia jamais praticastes um ato de caridade ao prximo, por Mim ensinada, abusando do Meu Nome apenas para vosso lucro material, portanto no tendes que aguardar recompensa e misericrdia. Dirigi-vos aos que servistes e pedi-lhes o prmio.
27. IMPOSSIBILIDADE DE GUERRAS RELIGIOSAS

1. Eis o que acontece neste mundo. Na dita cidade santa prolifera toda sorte de santos esfomeados, e no se sabe dar-lhes destino e onde arrumar-lhes um pequeno paraso, pois no obstante todas as ameaas de maldies, suas ordens so cumpridas apenas dentro do limite de algumas milhas quadradas. Nem regentes, nem povos mais esclarecidos aceitaro ordens partindo daquela metrpole. 2. Que mais resta a tais santos preguiosos e esfaimados seno virarem as costas sua santidade e procuraram outros servios, anteriormente considerados profanos? Julgas que a situaes atuais certamente seguiro guerras religiosas? Tal seria o caso, se o responsvel em Babel ainda possusse o antigo poder sobre regentes e povos, e a maior parte da humanidade fosse to tola e ignorante como h trezentos anos atrs. Os atuais partidrios da antiga e to poderosa Babel esto muito reduzidos, e os homens se acham bastante esclarecidos. Nem o mais simples lavrador acredita que a mquina a vapor no mar e na terra fosse movida por uma alma proscrita ao demnio, e que nos fios telegrficos o diabo saltava de ponta a ponta, a fim de transmitir aos habitantes de todos pases, as notcias desejadas. 3. Quantos haveria ainda crentes nas estampas milagrosas? Qual o pas onde se queimam os prestidigitadores como sendo feiticeiros, e os
leitores da Bblia e outros livros espiritualistas chamados a julgamento inquisitorial, martirizando-os at morrerem? Qual seria o homem de alguma cultura que considerasse indulgncias, cerimnias fteis e destitudas de qualquer bom senso, o incenso, estampas abenoadas, sinos e sininhos, velas, relquias, missas e enterros dispendiosos, dias de jejum etc.? 4. Acompanham-se tais coisas por causa das aparncias e pelas leis um tanto enfraquecidas; crer nelas, nem dez entre mil e estes, no pela verdade, como acontecia na poca de superstio trevosa. Se as coisas esto neste p, como cogitar-se de guerras religiosas de efeito comum? 5. So poucos os ignorantes para se poderem levantar contra os esclarecidos, conquanto o quisessem. Os esclarecidos, caso fossem atacados, teriam a certeza plena de sarem vitoriosos de qualquer contenda. Ainda assim haver lutas e escaramuas para humilhao dos regentes que se querem opor Minha Luz. A partir de agora no mais terei pacincia e considerao com tais soberanos, e isto podes crer, porque Eu Mesmo o afirmo. 6. V o pas que habitas. Tem forte tendncia babilnica por motivos facilmente descobertos, com referncia aos regentes. Que experimente arregimentar todo o seu poder e elevar ao trono o santo pai. Se ainda vacilar em proporcionar aos sditos o que por Mim justo, porquanto segundo Meu Verbo a pura Verdade libertar a todos, participar do destino daquele de quem esperava sua salvao. Para um socorro positivo, no dispe de recursos financeiros. Se confiar na ajuda suposta de um altar e sua imagem sete vezes consagrados, em breve perder o resto de seu poder. Basta considerar as conseqncias de sua concordata estpida, e todo estrangeiro responder: Se te uniste to fielmente ao inimigo comum da Luz e do amor ao prximo, impossvel encetar-se uma ligao amistosa contigo. Que te ajude quem te favoreceu, pois lhe auferiste metade de teu poder em teu prprio prejuzo. 7. Pensa um pouco se em teu pas as conseqncias mui amargas de uma ao impensada no bradaro por toda parte? Urge reparar tal erro, do contrrio se manifestar o incndio mortfero e total. Se em uma casa todos os recursos comeam a falhar, e os amigos e melhores companhei-
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ros lhe viram as costas, nada querendo saber de tal organizao descontrolada, como se poderia manter? 8. Poderia fortificar-se para nova consolidao. Mas, para tanto seria preciso vontade inabalvel para desfazer-se do antiquado e deitar base nova e slida, e edificar rapidamente a casa toda com ajuda de operrios bons e conscienciosos, inclusive o telhado, a fim de que todos vejam a construo, dizendo: Agora o antigo edifcio completamente desvalorizado conseguiu valor real, podendo-se confiar s bases, recintos e tetos. Se a questo fosse empreendida desta forma, no haveria carncia de bons amigos internos e muito mais estrangeiros.
28. O FUTURO DA IGREJA CERIMONIAL

1. (O Senhor): De que adianta pregar-se um retalho novo em um palet velho e roto, a fim de cobrir e proteger a pele contra o vento. Basta vir pequeno vendaval para arrebentar com facilidade o remendo, inclusive uma parte do prprio palet. Quem proteger a pele desnuda contra o frio? Porisso, arruma um sobretudo novo e resistente, enquanto ainda dispes de alguns recursos e no os desperdices para retalho novo em um palet antigo, pois mesmo que viessem tempestades, no seriam capazes de te prejudicar. 2. Qual seria o lagareiro que pusesse vinho novo em odres velhos? Que acontecer com eles quando o vinho comear a fermentar? Romper-se-o e o lagareiro imprudente ficar desprovido dos odres e do vinho. O mesmo ter que esperar um soberano imprudente que quisesse incluir uma nova constituio em uma antiga. Uma infalivelmente o extermnio da outra, e o regente perder tudo: constituio, pas e povo, como h muitos exemplos na Europa e ainda os haver. 3. Digo-te com franqueza: Quem procurar bajular e lisonjear o dito homem que se diz beato, durante a constante projeo de Minha Luz dos Cus, dentro em breve estar abandonado e sozinho. Quero terminar
com a prostituio de Babel, por demais duradoura. A partir de ento tudo ter que surgir em fora e poder novos e perdurar at o fim dos tempos desta Terra. Todos devem se banhar e aquecer na Luz de Minha Doutrina celeste, e Meus verdadeiros seguidores e amigos, entraro em uma constante comunho com Meus anjos, portanto Comigo, como foi em poca remota. 4. Intimamente perguntas o que suceder ao teu pas, caso os velhos odres se romperem pela presso do vinho e este for despejado. Digo-te, a situao ser mil vezes melhor que agora, em que quase todo homem, de medo do efeito da vacilao demorada e dispendiosa, no mais confia no irmo honesto, dizendo: No se sabe como as coisas se desenvolvero! 5. No momento de um possvel rompimento dos odres, acabaro os grandes consumidores e o Estado se empenhar para que nada seja suprimido aos que serviram a ele e ao povo, atravs de seu intelecto e cultura. Os vadios e preguiosos sem profisso, no total ultrapassando um quarto de milho, na maior parte padres, no mais recebero seus grandes ordenados e penses, pelo contrrio, sero mantidos rigorosamente dentro da dvida do Estado, a fim de que nenhum irmo possa levantar queixa contra o outro. 6. Em todas as circunstncias, estou Eu na ponta, e no pode haver desordem, em prejuzo dos que em Mim acreditam. Durante este ano terei pequena pacincia com o pas cuja jurisprudncia respeitas. Passando este prazo, no mais terei condescendncia ainda que nele habitassem muitos dos Meus antigos amigos, com seu amor e fidelidade. Os Meus e os recentemente inspirados devem ser mantidos, os outros, punidos. 7. Conjeturas o seguinte: Est tudo certo, pois quando o regente de um povo se tornou preguioso e inepto, preciso que receba outro, altura das necessidades materiais e mormente espirituais. Enquanto perdurarem os antigos templos pagos que se chamam de Casas de Deus ou Igrejas, com seus servos, podendo divulgar entre os ignorantes o formidvel efeito de seu servio eclesistico, especialmente nos locais de peregrinao e claustros, um novo regime poltico, de constituio boa e favorvel, ou um novo soberano, sempre correr perigo de recair na antiga
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ignorncia, tanto mais quanto os padres forem obrigados a viver do ordenado eclesistico. Se for preciso deix-los continuarem como doutrinadores do povo, que sejam pagos quais funcionrios pblicos. Pelo ministrio eclesistico no deveriam exigir nem aceitar remunerao, e deste modo se teria levantado uma barreira mui eficaz entre os padres sugadores e falsrios do povo, terminando com as peregrinaes, estampas e outras aberraes religiosas e abusos diversos. 8. Em parte tens razo, e a situao melhoraria por certo tempo, porque o padre se dedicaria mais ao ensino popular pelo qual pago, do que a cerimnias religiosas que nenhum lucro lhe do. Mas se ele efetuasse seu ofcio religioso sem remunerao, o povo ignorante comearia a lhe atribuir maior mrito para Deus, aumentando a velha superstio. Aquilo que daria aspecto formidvel e pomposo, de nenhum valor para Mim, fortificaria a massa em sua tolice, construindo novo trono para a prostituta de Babel, cujo fim est prximo. 9. Por isto deixa os padres sugarem o povo, que peregrine e pague as missas dispendiosas. Deixa que confesse e mande celebrar acompanhamentos carssimos para os defuntos. Que procurem legados ou doaes, vender dispensas e indulgncias. Em suma, deixa que os babilnios se excedam, que o mais cego em breve cair em si, dizendo: Tal religio deve ser apenas fraude, pois os que deveriam estar convictos da pura Verdade da Doutrina do Christo, demonstram desconsiderarem-na, no acreditam em Deus sendo falsos profetas apenas interessados a encherem seu estmago. Aambarcam pela mistificao, e quando esta no surte efeito, usam uma espcie de coao permitida pelo Estado, e de seu roubo real no proporcionam nem um copo dgua a uma alma sedenta. Fora com tais falsos profetas! Fora com os lobos vorazes em pele de cordeiro e fora com tudo que martirizava, iludia e roubava o povo pobre e ignorante! Acabemos com os templos, os altares, estampas, relquias, sinos e todos os utenslios de nenhum valor! A partir de agora, ns mesmos analisaremos a Doutrina do Christo, pedindo que um doutrinador inspirado por Deus a explique, para poder aplic-la efetivamente, e o justo doutrinador no haver de sentir necessidades quais forem.
29. FUTURO DA EUROPA E DA AMRICA

1. Eis o que se d na Itlia, ainda h pouco to ignorante. O mesmo aconteceu h anos na Alemanha, Inglaterra e Amrica do Norte, atualmente empenhada na libertao das tendncias contrrias Minha Doutrina original. Eis que muitos exclamam: Mas, Senhor, como podes permitir vitrias considerveis aos confederados com inclinaes escravatura, contra os adversrios? 2. Respondo: Nem tudo vcio nos confederados, e nos outros, nem tudo virtude. Ambas as partes tiram argueiros e tranca no olho do outro, varrendo um a soleira da porta do outro, o que, segundo a Minha Doutrina, no deveria ser. Mas quando cada um livrar seus prprios olhos de argueiros e trancas e varrer os detritos de sua prpria porta, ambos os partidos se entendero com facilidade. 3. Tais desentendimentos, grandes e pequenos, entre povos e igualmente isoladamente, so sempre conseqncia do no-cumprimento de Meu Verbo. Ningum deve dizer ao prximo: Vem c, para eu poder tirar a trave de teu olho! e o vizinho responde: Que te interessa a minha trave se descubro no teu, um argueiro inteiro? Limpa primeiro o teu, para poderes me ajudar a limpar o meu. 4. Tais contendas sempre houve e haver, enquanto os homens no aceitarem realmente a Minha pura Doutrina. Mas o caso da Amrica no durar por muito tempo. Na Amrica do Sul, onde a Babel representada de pior maneira que em qualquer parte do mundo, surgir um grande julgamento. A Babel tem que se transformar em uma nova Jerusalm, e os sunos dos gadarenses pagos encontraro seu extermnio na tumba de sua treva. 5. Creio ter feito grande revelao para esta poca e quem for capaz de calcular pelos dedos, reconhecer o porqu das situaes. No deves perguntar pelo ano, dia e hora, porque j est diante de todos, sendo obrigados de provar o breve fim da noite quando no horizonte avista as nuvenzinhas iluminadas pelo Sol.
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6. Os homens dotados de qualquer poder deveriam experimentar proibir e impedir o surgimento, crescimento e florescer dos vegetais na primavera, ordenar ao vento e prescrever o caminho ao raio, para se convencerem quo enorme sua impotncia devido sua ignorncia. O que digo e quero, acontecer to certo quanto o Sol ter que surgir pela manh e se pr, noite. No preciso estender-Me, conquanto veja dentro de ti uma pergunta referente Frana, com relao atual irradiao de Luz geral. Digo-te apenas: Sua atitude dificilmente poder ser contra a Minha Vontade.
30. A ORDEM DA EVOLUO

1. Que a Frana se apresente pro forma como protetora de Babylon, enquanto no ntimo adversria da mesma, bem justo. Com isto detm outros estados e regentes a colaborarem com seu poderio unificado no sentido de que a antiga treva suba ao trono elevado, para subjugar ainda mais os povos. Pouco se nota entre os antigos regentes de uma boa e livre vontade em benefcio das massas; tudo que fazem motivado pelas circunstncias. Se fosse possvel livrarem-se por qualquer recurso favorvel, no hesitariam a mudar de encenaes, e as criaturas seriam obrigadas a danarem antiga moda da inquisio. 2. Destruir, de um s golpe, todas as situaes atuais pendentes entre boas e ms, seria o mesmo que devastar pases e povos. Por isto, tudo neste mundo tem que ter seu tempo. Enquanto o vinho novo, ainda no estiver inteiramente fermentado, expulsando as impurezas, no ser vinho aromtico. 3. Quem quiser construir casa nova e boa, no deve arrasar a antiga enquanto a outra no estiver inteiramente pronta; pois se assim fizesse, onde moraria e quem o protegeria contra as intempries durante a construo nova? mais prudente usar-se palet velho e remendado at que o novo esteja pronto, para no andar desnudo. Deste modo, uma coisa
tem que surgir da outra, dentro de Minha Ordem, caso deva ter durabilidade e consistncia. 4. Quando na Terra passei a Minha Doutrina aos homens, o paganismo se estendia em todas as formas sobre o orbe, e o Verbo era apenas uma Estrela matutina na grande treva pag. A Estrela da Manh facilmente foi to encoberta pelas nuvens pesadas dos pagos que os homens s podiam localiz-la com dificuldade. Uns diziam: Ei-la! outros: L est ela! E acontecia tomarem outras estrelas pela Estrela da Manh e a honravam. Foi portanto fcil ao paganismo poderoso, inclu-la a si, e quando inquirido pelo povo, apresent-la como a genuna. 5. A Estrela da Manh encoberta e deturpada tambm operava milagres, em nome de Zeus como sendo Meu Nome, o povo ficava satisfeito e o antigo paganismo continuava com poucas modificaes. Minha Doutrina tambm se manteve inclume e pura entre poucos, no obstante todas as perseguies. A boa semente que caa em bom solo, deitou razes boas e fortes, produziu bom frutos, se bem que secretamente e despercebidamente da prostituta de Babel. 6. Da Estrela se fez um Sol que surge em todo esplendor, e as nuvens do paganismo no o encobriro de tal forma, a levar um mope a considerar o dia, noite. A Luz de Meu Reino tornou-se poderosa e jamais ser afastada pela noite pag. Eis o que acabo de vos demonstrar. 7. Assim termino com a advertncia amorosa aos Meus amigos, de no s lerem esta Revelao, mas tom-la a srio e acreditar ter sido Eu a lhes dar esta Luz, para consolo de seus coraes e esclarecimento do intelecto psquico, nada mais pedindo que vosso puro amor e f viva. Quem puder fazer algo especial a este servo sempre pobre e j idoso, por amor a Mim, receber recompensa em breve. Amm. Isto digo Eu, o Senhor da Vida e da Verdade. Prossigamos na leitura do Evangelho. Em Genezareth ficaremos mais meio dia, para depois peregrinarmos pelas dez cidades.
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31. DVIDAS DOS SEGUIDORES DO SENHOR

1. Como fora mencionado, fiquei desde manh at uma hora aps meio-dia em Genezareth. Abenoei especialmente os amigos presentes, Marcus, Kisjonah e Maria que se havia dirigido a Kis, em companhia deste e de Philopoldo, onde ficou algum tempo para depois voltar a Nazareth. L relatou aos irmos tudo que ouviu e assistiu acerca de Minha Misso com o que se admiraram muito, inclusive outros conhecidos e amigos de Jos, de Maria e dos trs irmos, carpinteiros e zeladores da casa. 2. Quanto sua f em Mim, vrios davam de ombros, dizendo: Ele faz realmente coisas grandiosas e Sua Doutrina perfeitamente pura e boa. Caso se manifestar contrrio aos templrios de Jerusalm, sucumbir, pois as intenes contra Jesus e Seus adeptos so as piores possveis. Entre pagos conta muitos amigos fiis e crentes. Entre os judeus, poucos, que O consideram profeta, todavia no aceitam ser Ele Filho de Deus, conquanto se cumpra Nele o que os profetas anunciaram. 3. Caso se repetir com Ele o que houve com Joo Batista, os poucos judeus Lhe viraro as costas para voltarem ao Templo e perseguirem os Seus adeptos. At ento Ele Se manteve forte contra os perseguidores, e esperamos poder finalizar a obra iniciada com ajuda de Sua Natureza divina. Mas o mundo falso e mau, seus filhos so maus e ignorantes, nada entendendo daquilo que os profetas revelaram, e tudo leva a crer que a maldade dos fariseus acabe com o justo zelo de nosso Irmo. Com este parecer muitos concordam, com exceo de Maria e alguns amigos. 4. Finalmente, um opina: Se Ele o quiser e permitir, possvel os maldosos porem as mos sobre Ele, mas no em benefcio deles, seno para seu extermnio, conforme se l em todos os profetas. Por isto nos preocupamos inutilmente, pois Ele sabe melhor o que fazer em benefcio real das criaturas. Em todas as circunstncias havemos de crer e confiar Nele como Filho de Deus. 5. Com isto, todos concordam e continuam a palestrar acerca de Minha Pessoa, levando muitos em Nazareth a crerem mais positivamen-
te, pois os Meus prprios irmos no Me consideravam Aquele que deveriam esperar, razo porque no visitava to a mide essa cidade e respondera sua pergunta de onde o filho de Jos havia recebido tal sabedoria e poder: Um profeta em parte alguma vale to pouco quanto em sua ptria. Com isto prossegui viagem e no mais voltei para Nazareth. Aps a conversa tida com Maria, a f se firmou mais e muitos comearam a Me louvar como Messias e Filho de David.
32. ORAO DO SENHOR

1. Acompanhado dos discpulos, Ebahl, Yarah e os trs romanos, dirigi-Me s dez cidades, ou melhor, sessenta cidades que se espalhavam no Vale do Jordo e nas colinas e montanhas circunjacentes. Ao atingirmos considervel colina fora de Genezareth, viro-Me para os companheiros e digo: At ento Me acompanhastes, levados por puro amor, sabendo e crendo Quem vos falava. Permanecei neste Meu Amor, que tambm ficarei convosco, e tudo que pedirdes ao Pai em Mim, ser-vos dado. No peais coisas do mundo, seno os tesouros eternos do Reino de Deus. Todo o resto, indispensvel subsistncia ser-vos- dado automaticamente. 2. Diz o capito: Senhor e Mestre, como pedirmos dentro de Teu Agrado, pois o homem pode ser atingido por necessidades vrias, querendo dirigir-se unicamente a Ti. Como deve faz-lo? 3. Respondo: Em todas as aflies e misrias, pedi com palavras simples, no corao, que no tereis pedido em vo. Poucas palavras sem ritual algum, mas silenciosamente, devem ser dirigidas a Mim da seguinte forma: 4. Nosso querido Pai, que habitas no Cu. Teu Nome seja eternamente louvado! Teu reino da Vida, da Luz e da Verdade venha a ns e fique conosco. Tua Vontade santa e justa se faa entre ns, na Terra e nos Teus Cus, entre Teus anjos perfeitos. D-nos o po de cada dia. Perdoa
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os nossos pecados e fraquezas, como tambm os perdoaremos aos que nos prejudicaram. No permitas venham tentaes sobre ns, s quais no resistiramos e liberta-nos de todo mal em que a criatura poderia cair, em conseqncia das tentaes do mundo e de seu esprito maldoso. Teu todo Poder, toda a Fora e Glria, e todos os Cus so plenos dos mesmos, de Eternidades em Eternidades! 5. Deste modo, todos devem pedir no corao, que tal pedido ser atendido se for desejo verdadeiro do corao, e no puramente labial. Deus Esprito purssimo, portanto deve ser adorado em Esprito e Verdade rigorosa. Se o compreendeste, age de acordo que vivers como todos que assim fizerem. 6. Todos Me agradecem e Eu os abeno novamente, despeo Raphael que qual poderoso raio desaparece no Espao. Os romanos se assustam e continuam a olhar para o Cu se porventura ainda vem o anjo. Em seguida despeo os acompanhantes e prossigo com os apstolos pela colina que dava incio a uma cordilheira frtil, e dentro de algumas horas chegamos a uma cidade pequena e antiga, cujos habitantes consistem na maior parte de gregos e romanos. Alguns judeus, completamente degenerados, ali vicejam entre pagos em um albergue que lhes servia tambm de sinagoga.
33. O SENHOR EM PELLA

1. Ao pararmos no albergue, o dono aparece pedindo desculpas por no nos poder receber. O local pequeno e alm disto, ele no est em condies de nos servir alimentos. No centro da cidade acha-se uma tavolagem grega onde poderamos ser acolhidos. 2. Respondo: Isto sabia muito antes de teres nascido. Vim aqui no por causa dos pagos, mas pelos judeus. Caso esses no Me queiram receber de maneira alguma, saberei o que fazer. Mostra-nos a sala. Admirado, ele diz: Amigo, quem s, para me falares desta forma?
3. Retruco: Se soubesses Quem sou, dirias: Senhor, tenho um filho aleijado, no qual muitos mdicos experimentaram sua cincia, levandome pobreza, enquanto ele sofre cada vez mais. Ajuda-o, pois tudo Te possvel. Como o ignoras, acabo de dizer-te. A essas palavras, o taverneiro pensa: Como pode esse forasteiro saber de meu filho e que seu padecimento aumenta dia a dia? Virando-se para Mim, diz: Senhor, j percebi no seres homem comum. Caso te for possvel curar o meu filho, tudo farei para demonstrar a minha gratido. 4. Digo Eu: Leva-Me junto dele, que melhorar. Dentro do recinto se encontra o moo enfermo, rodeado pelos familiares que pediam a Deus para libert-lo de sua molstia. O taverneiro ento diz: Deixai de chorar. Eis um mdico estrangeiro que socorrer o nosso filho, pois creio nele. 5. Dizem me e irm: Se assim , Deus atendeu nossas preces. Acrescento: Sim, Ele as atendeu e Eu exclamo de prprio Poder e Fora: Quero, Meu jovem, que sares e no peques mais. Tuas fraquezas secretas foram o motivo de teu sofrimento. 6. No mesmo instante ele curado e quer deixar o leito, pedindo alimento. Assim foi, e o taverneiro e seu filho no sabem como agradecer e Me adorar. Por isto digo: No percais tempo procura de palavras de gratido. Considero apenas o corao e sei o que nele se passa. Agora mostra teu albergue e sinagoga. Ele nos leva aos recintos da tavolagem que finalmente serve para todos.
34. O SENHOR NA ESCOLA DE PELLA

1. Em seguida, fomos sinagoga na qual algumas crianas judaicas eram ensinadas por um velho rabi. Dirijo-Me a ele, dizendo: Desta forma fars desses pequeninos, pagos em vez de judeus. Se pouco entendes da Escritura, como poderiam eles aprender contigo? Deixa o ensino e faze outra coisa, para ceder teu lugar a um competente.
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2. Irritado, ele responde: Fui nomeado pela Comunidade que est satisfeita comigo, e nada tens a ver com meu ensino. Vivemos entre pagos, e tenho de conhecer ao lado de nossas Escrituras, seus costumes e hbitos no mundo ao qual temos que servir ao lado de Deus, que no mais faz chover man dos Cus. 3. Aparteio: Como os judeus, semelhantes a ti, se esqueceram cada vez mais de Deus e comearam a servir ao mundo, quando Jehovah mandou o man dos Cus, Ele permitiu que cassem no servilismo, ganhando o escasso po com o prprio suor. Eles se tornando mais infiis que os pagos, Deus lhes tirar a pouca Luz que tm, para d-la aos gentios. Como podes ser rabi do Agrado de Deus, se hoje ensinas crianas judaicas modo dos pais, e amanh aceitas pagos passando-lhes noes pags, deixando-te pagar por isto? 4. Responde o rabi que comea a Me tomar por pequeno profeta, porque lhe repreendo certas coisas que, a seu ver, um homem comum no podia saber: Que Deus me d o bastante para no precisar do pagamento pago, que deixarei imediatamente aquele servio. 5. Digo Eu: H dez anos atrs eras judeu bastante rico em Ephrem, nada te faltando. Por que, j naquela poca davas preferncia aos pagos? Por teres feito aquilo sem necessidade, Deus permitiu tua queda e proporcionou-te o ofcio de professor pago. Alm disto, h alguns anos te tornaste rabi, o que foi obra dos pagos amigos e no dos judeus pobres, que demitiram o antigo rabi. 6. Isto no pode continuar. Torna-te judeu na ntegra, como eras, do contrrio sers expulso para dar lugar a um mais indicado. Eu aqui vim para varrer essa cidade a fim de que, se em cinqenta anos a cega Jerusalm for arrasada pelos romanos, se torne para todos os Meus, um refgio seguro. Considera o que digo, pois tenho o Poder para tanto. 7. O rabi pretende retrucar, mas o tavoleiro o chama de lado e relata o que fiz ao seu filho. Ento ele dispensa os alunos, visita o moo curado, para em seguida percorrer todas as casas conhecidas e contar o fato; em breve muitos se dirigem ao albergue a fim de se convencerem da realidade.
35. A CEIA NO ALBERGUE

1. Quando avistam o filho do taverneiro anteriormente to enfermo, os pagos se enchem de pavor, a ponto de no se atreverem a perguntar por Mim. Um militar romano chega at mesmo a ponderar: Devem ocultar-se nesse mdico e seus ajudantes, seres sobrenaturais, pois aos homens tal coisa no possvel. Retornando aos lares sem Me terem visto, o hospedeiro Me diz: Grande Senhor e Mestre, como seria bom se tivesse o necessrio para vos suprir. No tenho vinho, mas mandarei apanhar algum no albergue grego. Se vos satisfizerdes com po e carneiro defumado, ficaria muito contente. Para amanh tratarei do resto. 2. Digo Eu: Amigo, no viemos aqui para comer e beber, e nos satisfaremos com qualquer coisa. Quanto ao vinho, no te apoquentes; podes ir adega onde encontrars os odres repletos. Quem pde curar o teu filho, tambm saber encher os odres de vinho. Vai com teus filhos buscar vrios cntaros cheios. 3. Assim fazem admiradssimos, conquanto no duvidem do Meu Poder, aps a cura do moo. Novamente lhes digo, considerar Eu apenas o corao das criaturas. A mulher do hospedeiro obtempera: Este homem deve ser grande profeta, talvez Elias que deveria voltar. Por isto temos que trat-lo com muita venerao e respeito. 4. O marido responde: Cuida da mesa. No vem ao caso se Elias, algo maior ou talvez o Prprio Messias. Cabe-nos satisfazer os hspedes. No demora a ceia ser trazida sala, onde vrias lmpadas enfeitam as mesas. Jantamos com alegria, e os apstolos palestram sobre a Histria dos israelitas, desde o incio de sua chegada a esses pases, as guerras contra os moabitas e philisteus. O taverneiro, por sua vez, conta o surgir da antiga cidade de Pella etc. Quando ele Me oferece um leito, agradeo, pois havamos de ficar mesa para descansar.
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36. O SENHOR E O CAPITO ROMANO

1. De manh cedo, todo o pessoal est de p para o preparo do desjejum. Levantamo-nos e fomos frente da casa para apreciarmos a bela paisagem do Vale do Jordo e a cordilheira. Ao entrarmos, a hospedaria estava bloqueada por muitos pagos, inclusive o referido capito e o rabi. Vm em busca de detalhes da cura do moo, sendo informados de tudo. O romano, finalmente, conjetura: Um homem capaz de realizar tal coisa sem recursos materiais, um deus. J assisti a muitos milagres, mas sempre pude descobrir a maneira pela qual eram feitos. Quem seria capaz de encontrar vestgios desta cura? 2. Alguns ento opinam ter Eu muitos acompanhantes, fato semelhante nos magos, e no sabiam a razo disso. O romano no se deixa perturbar e diz: Seus amigos por certo no seriam capazes de aumentar Sua Palavra e Vontade, pois nesta cura nada se consegue por meio de combinao e entendimento secreto. Todos ns poderamos dirigir nossa vontade no sentido de curarmos a minha filha atacada de molstia incurvel, sem algo alcanarmos. Se ele o quisesse, ela ficaria imediatamente s. 3. Assim palestram diante da casa, enquanto Eu e os apstolos estamos mesa; pois voltramos pelos fundos e os empregados e familiares receberam ordem de silncio a Meu respeito. Quando terminamos, digo ao anfitrio: Faze entrar o capito, com seus ajudantes, o velho rabi e o hospedeiro grego, que falar-lhes-ei. Uma vez no recinto, o romano pergunta por Mim e o taverneiro Me aponta dizendo: Sempre hei de me curvar diante deste que ocupa minha cadeira. 4. Aduz o capito: Eu tambm, meu amigo. Virando-se para Mim, prossegue: Grande Mestre, um milagre indito auferiste a toda essa famlia, dando-me a prova de seres realmente um deus. Concede-nos a Graa de dizer qual a situao de nossa crena. Estudei o politesmo, os sbios do Egito, da Grcia e de Roma. Mais tarde me aprofundei na doutrina judaica e seus profetas, dificilmente compreendidos devido sua linguagem mstica. Palestrei com homens da Europa, acerca de fatos
sobrenaturais e da sobrevivncia da alma. Qual foi o resultado? Tudo, menos o que procurava, isto , a Verdade convincente e compreensvel. Existe a crena em um ou vrios deuses, mas dispensa mencionar a confuso concernente sobrevivncia aps a morte. O essencial saber onde est a Verdade. 5. Observando nossas leis de Estado, de modo geral as mais teis para todos os povos, parece-me que o politesmo, se bem que bastante deturpado, merece a maior considerao. A religio judaica de um s deus, d impresso de se aproximar mais da grande Verdade, conquanto seja ainda mais anarquizada que a nossa. Basta observar as traficncias inescrupulosas dos fariseus em Jerusalm, para se concluir serem eles muito mais ignorantes e maldosos que nossos sacerdotes. Certamente poders esclarecer-me com algumas palavras. 6. Digo Eu: Meu amigo Pellagius, capito de Pella, Abila, Golan e Aphek, vim expressamente por tua causa, sabendo que procuras a Verdade h quase trinta anos, sem encontr-la. Foi este o motivo porque vim, como a Eterna Verdade, de sorte que a encontraste e a Minha Luz te iluminar de tal forma, a te tornares um farol para muitos. Mas, tua filha Veronika, est enferma; se tiveres f e o quiseres, ela melhorar. 7. Sumamente comovido, o capito responde: Sim, Senhor e Mestre, creio como talvez poucos em toda a Judia e desejo a sade de Veronika, mais que a minha vida. Todavia no mereo que entres em minha casa, pois minha alma me diz, seres um deus ao qual tudo possvel. Acredito, portanto, na cura de minha filha, caso manifestes a Tua Vontade. Digo Eu: F idntica ainda no vi no povo de Israel. Que se faa segundo a tua convico de Minha Pessoa. Manda trazer a tua filha para que se fortifique com este po e vinho!
37. VERONIKA AGRADECE AO SENHOR

1. Contentssimo, o romano manda um empregado buscar a moa
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que, no obstante deitada, sente-se perfeitamente s e sem mais delongas deseja levantar-se. Sua me a impede, julgando ser este fenmeno a ltima sensao de vida, qual certamente se daria o desenlace. 2. O empregado lhe conta a cura instantnea do filho do hospedeiro, e que o mesmo mdico sensacional teria pronunciado Sua Vontade a pedido do capito, efetuando-se o milagre. Deveria a genitora acreditar simplesmente e deixar a moa levantar-se porque o mdico a esperava na casa do hospedeiro, onde ela teria que tomar o necessrio alimento. Veronika se veste, rapidamente, e com especial cuidado. Queria apresentar-se a Mim como se Eu fora um rei, ao qual pretende oferecer uma taa de ouro. Nem bem entra no recinto, pergunta: Onde est meu Salvador, Deus e Senhor? 3. Respondo: Sou Eu! Vem fortalecer o teu corao com este po e vinho que mandei trazer dos Cus. Contrita, ela se ajoelha e diz: Meu bom Salvador, como poderia eu, pag pecaminosa, agradecer-Te por esta Graa imerecida? 4. Respondo: Senta-te junto de Mim, come e bebe, para dar foras a teu corao e tua alma. Em seguida falaremos com carinho celeste, da gratido unicamente agradvel a Mim. Com expresso belssima, Veronika posta a taa de ouro Minha frente, dizendo: Senhor de todos os senhores, Rei de todos os reis, Deus de todos os deuses, no rejeites esta jia. Sinto em minha alma, no estar altura de Tua Dignidade; considera, ser ela ofertada por um corao amoroso e curado por Ti. 5. Digo Eu: Aceito o que Me ofertado por tal corao e tomarei o vinho desta taa, mas tambm podes usar o Meu copo para beber. Servindo-se deste modo, ela diz: Este vale muito mais que muitos reinados e sinto no somente ter tomado o vinho para o corpo, mas tambm a fora da Vida eterna para a minha alma. Oh, tomai todos vs, deste copo, se ainda duvidais da Vida eterna de vossa alma, a fim de vos fortificardes para tanto. 6. Ela enche o copo e o oferece ao pai que o esvazia, o beija e o devolve filha, agradecendo a Mim. Sentindo o efeito maravilhoso, ele convida a esposa, seus ajudantes e ao hospedeiro pago, a tomarem o
vinho. Imediatamente, este se vira para o colega judeu, dizendo: Onde o compraste? Nunca tomei coisa semelhante. Para hspedes especiais tenho bom vinho na adega, e por vrias vezes te servi em caso de necessidade. Dize-me, onde descobriste essa marca? 7. Responde o taverneiro judeu: Ser difcil, amigo; pois tal vinho no nasce nesta Terra. No ouviste o que disse o grande Salvador filha de nosso capito? Veio do Cu, de Deus, no de vosso deus de fantasia, Bachus, mas do Verdadeiro e nico Deus, cujo Emissrio deve ser este Salvador. Se quiseres maiores esclarecimentos, dirige-te ao Mestre, pois sou ignorante e nada disso entendo. O hospedeiro grego se cala.
38. O RABI ADVERTIDO PELO SENHOR

1. O velho rabi, que ainda no se atrevera a provar o vinho, pede-Me licena para tal. Respondo: s mais pago que todos os outros, sem considerares ser impossvel servir-se a dois senhores, adversrios entre si, que obrigam a fazer tudo que ambos exigem. Por acaso seria possvel servir-se a Deus e ao dinheiro, a um s tempo? Ainda assim, fazes isto h muito tempo. Transforma o teu corao e toma o vinho da Verdade para que tua alma se ilumine. 2. O rabi se serve de uma taa cheia e desata em grande louvor sobre seu especial aroma e Meu Poder. Em seguida exclama: s realmente Aquele que todos os judeus e pagos esperam de h muito. Salve, Filho de David, e salve tambm a todos os homens desta Terra! 3. Acrescento: Teu discurso foi bom. Mas se repetires um brado aos deuses de Roma, a morte no estar longe de ti! bom e justo ser amigo de todas as criaturas, judeus ou pagos, pois tal Minha Vontade porquanto irradio o Meu Sol sobre todas as raas. Positivar quem se acha em erro e deix-lo minguar em sua ignorncia, em vez de conduz-lo ao Caminho da Luz Original, pior que a atitude de ladro e assaltante. Lembra-te disto, velho professor, que costumavas ensinar aos judeus o
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Deus de Abraham, Isaac e Jacob, para em seguida reduz-Lo na escola dos pagos. S judeu perfeito, ou te torna pago, caso encontres no paganismo maior conforto para tua alma vacilante. 4. Diz ele: Senhor, s Misericordioso para com este pecador e perdoa-me os muitos pecados. Respondo: De Minha parte te so perdoados. Trata que tambm as criaturas te perdoem, pois muito prejudicaste as suas almas por causa do teu egosmo. 5. Vira-se o capito para Mim: Senhor, repararei o mal para ele, que compreender o que fazer para o futuro. Penso, no necessitarmos de professor pago. No faz diferena se nossos filhos forem ensinados por professores pagos ou judeus, e o rabi poder prosseguir no ensino primrio. Quanto religio, cuidarei que o antigo paganismo seja transformado em monotesmo. Agora Te peo, Mestre Divino e Senhor, nos demonstres o Caminho que os pagos devem trilhar, pois ainda nos encontramos em plena treva. 6. Comecei a doutrinar a respeito do Reino de Deus na Terra como costumava fazer, levando sete horas para tanto, e todos acreditavam em Mim, inclusive os que estavam fora de casa, pois ouviam as palavras pelas janelas abertas. Ao terminar, tambm aqueles participam do almoo.
39. OS HABITANTES DE PELLA SO DOUTRINADOS

1. Em seguida, encetei um passeio pela cidade, em companhia do capito, curei muitos enfermos e grande massa Me acompanhava. Entrementes, os apstolos ensinavam os judeus no albergue. noite voltei para l, percebendo que os judeus ainda no compreendiam porque vim ao mundo com to grande simplicidade. O grande Rei David havia dito: Levantai, portas, as vossas cabeas, para que entre o Rei da Glria! Quem Este Rei da Glria? o Senhor, Jehovah, Zebaoth! 2. Eles, os judeus de Pella, nada sabiam que Minha Chegada alguma porta tivesse sido dilatada. Meus Ensinos e Milagres combinavam
com aquilo que Isaas e Ezequiel haviam predito do Messias. Minha Apresentao entre os humanos no estava de acordo, por isto os apstolos tm dificuldades na doutrinao. Quando entro, acompanhado dos que Me seguiram pela cidade, os judeus se calam para descobrir algo especial em Minha Pessoa. 3. Ento lhes digo: A Paz seja convosco! O que procurais em Mim, no se apresenta com pompa externa, pois se encontra dentro da criatura. Deveriam os judeus abrir as portas de seus coraes com a Minha Chegada e elevar as portas de suas almas. Mas de h muito desconsideram o convite de David. Por isto caram na priso babilnica, tornando-se escravos de pagos, e de tal escravido no sero libertos, caso no mudem de ndole. Eis os pagos. Dilataram os portais do corao e elevaram as portas de sua alma, acima das estrelas. Por tal motivo, a Luz ser tirada dos judeus e entregue aos outros. 4. Essas palavras aborrecem alguns judeus, enquanto os pagos exultam com grande alegria. Diz em seguida o capito aos judeus: Por que permaneceis aqui analisando os Feitos do Senhor? Voltai aos vossos recintos escuros e no ocupeis a sala pequena. A tal mando, os judeus incrus vo frente da casa, enquanto os outros desejam palestrar com os apstolos. 5. Intervenho, dizendo: J ouvistes a plena Verdade por parte dos Meus discpulos, e no existe outra. Crede e ag conforme ensinaram, que sereis mais intensamente iluminados, em corao e alma. Procurai saber entre pagos quantos foram curados hoje tarde, a fim de que fsseis iluminados atravs deles, e no inversamente. Se bem que a Luz surgiu dos judeus, foram os pagos que A perceberam antes. Assim, a Luz ficar com eles, caso A queiram. Deixai-vos, portanto, esclarecer pelos pagos. 6. Imediatamente vo procura dos pagos entusiasmados com a Doutrina, louvando o Deus de Abraham, Isaac e Jacob, e deste modo, a maioria se converte e segue para os lares onde comenta tudo, comeando a compreender os salmos de David. Entrementes, tomamos a ceia relembrando os acontecimentos da tarde.
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40. O SENHOR E O CAPITO OBSERVAM A AURORA

1. Aps a refeio, o capito, a esposa e filha Me agradecem por tudo que lhes havia proporcionado. Digo-lhes, ento: Vossa f vos ajudou, inclusive o amor a Mim e quele que habita em Mim, e que ireis conhecer melhor quando o Meu Esprito da Verdade Eterna e Sabedoria plena for espargido sobre vs. Agora ide para casa e descansai at de manh; mais tarde teremos oportunidade de abordar vrios assuntos. 2. Todos seguem aos lares, comentando ainda durante horas tudo que havia ocorrido. O velho rabi e o hospedeiro grego ficaram em nossa companhia at perto de meia-noite, especialmente ventilando a incredulidade dos judeus que deveriam estar mais prximos da Verdade. 3. No final, o rabi diz: Confirma-se o dito dos profetas: Ser oculto aos intelectuais e compreensivos, mas revelado s criaturas simples. Os antigos filhos da Luz sempre se achavam supridos do Po da Luz Celeste e no precisavam passar fome. Precisamente este motivo fez com que esquecessem o seu valor sublime, interessando-se pelo alimento abjeto do mundo, como at mesmo eu fiz. 4. Os pagos vidos de conhecimento o perceberam e se apoderaram do farto alimento espiritual; com muito zelo leram nossos livros, tornando-se muito mais fortes que ns por terem aceito o Senhor. Mas Ele ser tambm por ns reconhecido. Ambos os taverneiros do razo ao rabi e se entregam ao sono. Eu e os apstolos ficamos mesa at de manh. 5. De madrugada Me levanto e Me dirijo sozinho ao lado oposto da cidade. Somente um empregado do capito Me viu passeando pelas ruas e avisou prontamente o patro. Este se veste ligeiro e Me descobre em cima de uma colina. Com respeito junta-se a Mim, perguntando qual teria sido o motivo de Minha Vinda sem acompanhamento. 6. Respondo: Espera com pacincia, que sabers a razo. Quando o Sol subir no horizonte, dar-te-ei explicao. Acomodamo-nos num bloco de basalto do qual se podia observar as cenas matinais. Nuvenzinhas com friso dourado flutuam sobre o horizonte que, de nosso ponto de
vista, no apresenta considerveis elevaes. Isso aumenta a beleza da aurora porque o Sol surge como de um abismo de cor sangnea e comea a colorir a Leste os cumes da cordilheira, levando o capito ao xtase. A seguir pergunta como podia Eu, a Quem todas as maravilhas dos Cus estavam ao dispor, encantar-Me com as belezas terrenas. 7. Respondo: Amigo, se o Prprio Mestre no Se alegrar com Suas Obras, quem deveria faz-lo? Pensas que Ele as tivesse criado caso no as tivesse visto em Esprito, proporcionando-Lhe grande alegria? Certamente compreenders agora o motivo de Meu Agrado. Diz ele: Senhor e Mestre, meditando sobre Tua Resposta, admiro-me de minha prpria ignorncia, pois sei positivamente com Quem tenho a imensa Graa de falar. 8. Concluo: No te preocupes. Tudo neste mundo foi por Mim organizado de tal forma que o raiar do dia, o desenvolvimento da flora, fauna e finalmente, do homem, tudo enfim, tem que surgir paulatinamente. Sabers, portanto, porque nem tudo te pode ser claro, o que posteriormente se far quando o Meu Esprito Se espargir dentro de ti. Ento compreenders tudo aquilo que hoje se apresenta enigmtico. Vamos analisar a aurora.
41. OS APSTOLOS PROCURA DO SENHOR

1. Ento explico as diversas manifestaes da aurora, e o capito no se contm de satisfeito, porque ainda alimentava certo misticismo da adolescncia. Entrementes, os apstolos deram pela Minha falta, afligindo-se junto ao hospedeiro. Pedro, finalmente, diz: J sabeis que Ele Se levanta cedo e costuma passar a aurora ao ar livre. Em tempo oportuno, voltar e no precisamos temer algo por Ele. 2. Conjetura Jacob: Tens razo. Ningum melhor do que eu sabe pois sempre estive ao lado Dele que s vezes Ele se oculta para depois alegrar-Se quando Seus amados O encontram. Vamos procur-Lo ime-
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diatamente. Judas Iscariotes pretende fazer oposio, mas Joo o interrompe com rigor: Foste, s e sers um discpulo que nem uma fagulha de Verdade assimilou. Julgas-te inteligente, entretanto mentes a ti e a outros. melhor que silencies, deixando falar os que sabem se expressar segundo o Seu Esprito. 3. Ele se cala e sai de casa, encontrando alguns judeus que perguntam se ali estou. Judas responde: Ide Sua procura, vs mesmos. No recebi ordens para falar a respeito Dele. E assim continua Iscariotes o seu passeio pela cidade cujas casas eram feitas de basalto negro, por no haver madeira. 4. Os apstolos concordam com Jacob em irem Minha procura. Nisto chega um outro empregado do capito, a mando de Veronika, para saber se seu pai se encontra conosco. Eis que Jacob exclama: Agora sei o que se passa! O capito saiu cedo e certamente encontrou o Senhor. Qualquer outro servo saber informar-nos. 5. Todos se dirigem casa do romano, onde falam ao empregado que os informa da direo tomada por Mim. Ligeiros se encaminham para a direo indicada, mas como estivssemos sentados em um bloco cuja parede nos oculta, no conseguem descobrir-nos. Por isto sobem a uma colina mais elevada e radiantes deparam Comigo e o capito. Somente Simon Jud se aproxima, dizendo: Mas, Senhor e Mestre, como estivemos aflitos e tristes por ignorarmos o Teu paradeiro. Se ao menos tivesses dado um aviso, ter-Te-amos acompanhado. Pedimos no o repitas nesta zona to estranha. Se Tua Sabedoria quiser que vs Sozinho a qualquer local, basta nos dizeres que ficaremos sem relutncia. AmamosTe acima de tudo e nos afligimos com Tua Ausncia. 6. Respondo: Assim teria feito, caso ignorasse que Me havereis de achar. Alm do mais, nenhum de vs levou prejuzo por Eu ter fortificado vosso amor para Comigo. Tive que tratar a ss com este amigo, por isto aqui vim. 7. Esta cidade e seus arrabaldes serviro para refgio aos que na poca da grande humilhao crerem em Mim, e preciso fundar uma comunidade em Meu Nome por intermdio desse amigo. Eis o motivo
de Minha Permanncia com o capito. Se Minha Ausncia de alguns minutos vos afligiu tanto, que fareis quando vos deixar fisicamente, por tempo prolongado? 8. Responde Simon Jud por todos: Senhor e Mestre, j sabemos o sentido de Tuas Palavras. Se for preciso, segundo Teus Desgnios, suportaremos Tua Ausncia na esperana que se cumprir tudo que nos relataste. Sabers descobrir em nosso corao que nenhum de ns o deseja para breve. Que a Tua Vontade Se faa.
42. O CAPITO CONSOLA OS APSTOLOS

1. Expressa-se o romano, o qual Eu havia preparado para os acontecimentos futuros em Jerusalm: Amigos, tambm sei o que entristece vossos coraes. Sendo este o nico meio para quebrar a antiga teimosia dos descrentes e faz-los sentir a Verdade, no posso deixar de louvar cada vez mais o nosso Senhor e Mestre, em Deus. Isto s pode suportar o Amor mais elevado e puro de Deus para com Suas criaturas, o que ao nosso sentir seria inteiramente impossvel. 2. Alm disso, Ele voltar junto de ns aps trs dias, para nos confortar com o Seu Esprito Poderoso, assim ficando com os Seus at o Fim dos tempos desta Terra. Julgo termos apenas motivo de nos alegrarmos. Os desvairados bem podem se apossar do Corpo do Senhor e at mesmo mat-Lo, caso o permita para a melhoria dos ignorantes. Mas quem seria capaz de matar a Divindade Eterna e Poderosa, dentro de Seu Corpo? Ela vivificar o Mesmo, e no terceiro dia Ele estar novamente entre ns para alegria de todos. 3. Se fosse possvel eu alimentar a menor dvida a respeito, dentro de algumas semanas faria marchar contra Jerusalm mais de cem mil guerreiros destemidos, e em pouco tempo no haveria uma pedra sobre a outra. O Senhor quer operar o maior Milagre na cidade atesta, de sorte que ainda h tempo para o aniquilamento total. Se os homens no se
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converterem com a maior prova, preferindo continuarem em seu egosmo feroz, os romanos viro para fazer-lhes uma prdica do reino do demnio e de todas as suas frias. 4. Ento no mais se dir: A Paz seja convosco! Mas: A morte venha sobre vs, porque no quisestes aceitar a poca em que Deus, o Prprio Senhor, aproximou-Se de vs. Por isto, sejamos alegres, pois tudo que Ele quer, faz e permite, infinitamente bom. Podemos voltar casa e tomar um bom desjejum, caso o permitas, Senhor. 5. Respondo: Certamente, pois os servos de nosso hospedeiro tudo fizeram para tal fim; tua esposa e tua filha participaram no preparo da refeio. Vamos dar uma pequena volta para no despertarmos a ateno dos moradores que nos seguiriam em massa. Durante o caminho, os discpulos se admiram da inteligncia do romano, e Simon Jud diz: Isto foi-lhe dado pelo Senhor, de modo muito mais profuso que a ns, desde que O acompanhamos. Ele saber o porqu. 6. Digo Eu: Por ter ele Me ofertado mais que vs, desde nosso convvio. Quando aps Minha Transfigurao, o Meu Esprito preencher vossos coraes, sereis levados a toda Sabedoria. Os apstolos se satisfazem com essa assertiva. As palavras do capito lhes deram boa impresso que, com o tempo, foi perdendo o seu efeito. Entrementes chegamos estalagem onde Judas palestrava com alguns judeus. Quando nos avista, entra depressa porque sentira o aroma da comida. Os judeus querem acompanh-lo. O dono da casa, porm, lhes diz: Conheceis o espao reduzido de meu albergue. Ficai no ptio, caso quiserdes algo. Aps o desjejum haver tempo para externardes vosso pedido.
43. O ALMOO DE VERONIKA

1. Fomos ao refeitrio onde a filha do capito nos recebe, agradecendo pela Graa de poder ver-Me e servir-Me. Eu a elogio e ela Me serve vrios peixes em baixela de ouro, po branco e a taa cheia de vinho. Para
os outros havia um vitelo assado. O romano, sua esposa e filha se servem de carne cozida com molho temperado. Todos esto satisfeitos, e Veronika pergunta se os peixes so saborosos. 2. Respondo: V se deixei algo no prato. Todo alimento Me saboroso quando feito por amor. Preparaste esses peixes de melhor qualidade, do Mar Galileu, com o fogo de teu amor, razo porque os apreciei tanto. Alis, no preciso Eu tomar alimento para o Meu Corpo, junto das criaturas; mas fao-o por amor a elas. No podem Me dar algo que no tivessem recebido de Mim; assim aceito tudo com todo amor e alegria como se o tivessem oferecido de sua prpria posse. 3. O mesmo valor tem aquilo que fizeres a um necessitado, por amor a Mim, pois aceito-o como se fosse feito a Mim e Eu te recompensarei aqui e no Alm. Guarda essas Minhas Palavras e aplica-as, que poders contar sempre com o meu pleno Amor. Mas, tu mesma j apreciaste tais peixes; por que no preparaste alguns para ti? 4. Responde Veronika, algo embaraada: T-lo-ia feito, mas s havia quatro no depsito que devem ter aparecido por milagre. Nosso servente havia dito no haver peixes em casa; como se fosse certificar, a meu pedido, encontrou os quatro, portanto milagre verdadeiro. 5. Digo Eu: Veronika, Minha filha, em parte pode ter sido como pensas, pois so Minha Ddiva se bem que no milagrosa. O depsito de peixes muito antigo e tem vrias fendas onde tais peixes se escondem por muito tempo. Chega o dia em que aparecem, como aconteceu. O fato de se terem escondido at esta data, foi Minha Vontade. Sendo apreciadora de tal qualidade, manda dar uma busca no depsito, e o resultado dar para todos.
44. A GRANDE IMPORTNCIA DA DOUTRINA COM RELAO AOS FEITOS DO SENHOR

1. Veronika, seus pais e o empregado vo fonte onde se acha o
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depsito alugado pelo capito, e constatam estar ele completamente cheio. Admirados, eles voltam e dizem: Senhor e Mestre desde Eternidades! Eis um milagre perfeito e nos convencemos que ningum Te pode dar algo que no tivesse recebido por Ti. s o Doador de todas as Ddivas, por isto Te rendemos todo louvor, amor e gratido. 2. Digo Eu: Est bem, est bem; no faais alarde, por causa dos outros. Observa o capito: Senhor, jamais faremos algo contra a Tua Vontade; mas permita que mande carta secreta ao grande nmero de amigos em Roma, pois merecem saber tais maravilhas. 3. Digo Eu: Roma j foi considerada, e teu amigo Agrcola e vrios companheiros Me conhecem melhor que tu. Podes cuidar dessa Comunidade sujeita a ti, que Minha Recompensa no se far esperar. No fales em demasia de Meus Milagres extraordinrios, seno de Minha Doutrina pela qual todos se destinam Vida Eterna no Meu Reino. Somente pelos Milagres ningum se torna feliz, e sim crendo em Mim e vivendo segundo o Meu Verbo. 4. Atravs dos Milagres pode a criatura ser levada a uma f coagida, de pouca utilidade para a alma. Quem Me reconhecer pelas Minhas Palavras, crer e viver pela Doutrina, de livre e espontnea vontade, acha-se no Meu Reino, muito acima do coagido pelas provas. Guardai, vs todos, este ensinamento e no faais grande alarde a respeito delas. Onde o esprito da Verdade prevalece, facilmente far reconhecer a Verdade de Minhas Palavras sem provas externas, e a prpria Verdade libertar e afastar qualquer jugo. 5. Minha Doutrina permanecer eternamente. Todas as provas efetuadas e as ainda a serem operadas conservar-se-o, como qualquer fato histrico que passa de boca em boca, e em pocas futuras pouca aceitao encontraro. Da pura Verdade de Minha Doutrina percebero igualmente, em tempos longnquos, Quem a deu aos homens. Fazei pouca ostentao de Minhas Aes, com exceo das do Meu Amor. O efeito de Minhas Palavras positivo nos romanos que apreciavam fatos espetaculares, mas mudam de opinio.
45. OBJEES DO AJUDANTE DE ORDENS

1. Um ajudante de ordens, bastante culto, diz aps certa meditao: Senhor e Mestre, aceito a Verdade de Teu Conselho sbio, no entanto me vejo obrigado a uma objeo. Se na divulgao de Tua Doutrina e Aes apenas possveis a Deus, no devemos fazer alarde, sers considerado simples professor do povo, como sempre houve em todos os povos sem que fossem deuses. 2. Tais professores certamente foram inspirados pelo Teu Esprito, mas no eram o Prprio Deus, portanto era fcil no serem seus ensinos considerados como Palavras Divinas, servindo apenas como conselhos prticos na observao da Natureza. 3. O mineiro chegava a conhecer e trabalhar os metais; o lavrador preparava o campo para a semeadura; o jardineiro inoculava enxertos em hortas e vinhas. O pastor cuidava de suas manadas; iniciaram-se construes melhores e finalmente foram edificadas grandes cidades, aperfeioando-se tambm as vestes. 4. Sem tais vantagens, assemelhar-nos-amos aos skythos, que habitam em rvores, no tm linguagem, nem conhecimento de Deus. Entre eles certamente nunca surgiu sbio professor, pouca diferena fazendo dos animais ferozes. Mesmo se aparecesse um que levantasse axiomas de vida espiritual, acaso seria como Tu, Deus, capaz de curar pela vontade, encher odres do melhor vinho e tanques de bons peixes? 5. Deveriam os homens no s receber a Tua Doutrina de mxima Sabedoria, mas saber no ser ela dita pela boca de um mortal. Deus aceitou a natureza humana provando por aes somente possveis a Ele, Quem realmente . Para tal fim, impossvel ocultar-se Tuas Aes milagrosas, mas deve-se junt-las Doutrina, mormente as principais. Se as geraes posteriores as considerarem apenas como lendas histricas, pouco prejuzo trar Verdade.
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46. A IMPORTNCIA DA VERDADE

1. Digo Eu: No precisavas proferir tantas palavras, pois sem elas tambm teria percebido a tua boa vontade e teu raciocnio claro. Mas, foi bom por causa dos outros, porque te expressaste bem. De modo algum Eu disse que o divulgador de Minha Doutrina no deveria fazer meno das Minhas Aes, apenas no conviria fazer ostentao e alm disto, mencionar de preferncia as que operei por puro Amor como Mdico e Salvador das criaturas em aflio. 2. As aes que se bem que igualmente efetuadas por amor operei para lev-las mais rapidamente Verdade, o que necessrio somente nesta poca e no em tempos futuros nos quais o Meu Verbo far milagres, no devem ser ostentadas. Isto faria com que os homens se tornassem mais vidos pelos milagres do que pelo efeito real da Doutrina. So mais facilmente desviados da Verdade interna do que os que procuram tudo analisar e guardam apenas o bem e o real. 3. A todos que continuarem firmes e ativos dentro da Doutrina, darei o poder de efetuar vrias provas do puro amor, em Meu Nome. Ser o Prprio Verbo a agir milagrosamente, fator muito mais til do que vosso relato dos milhares de milagres operados por Mim. 4. Caso recebais o dom do milagre, atravs do Esprito do Meu Verbo, preciso que no vos excedais. Em tal hiptese trareis prejuzo boa Causa. Toda e qualquer coao no desperta o esprito na alma, e se o consegue, apenas o faz em parte. Somente a Verdade, livre e aceita sem coao, de certo modo a Luz e a Vida de Meu Esprito de Amor na alma da criatura, pode conseguir isto. Por isto, efetuai milagres o menos possvel a criaturas sedentas de Verdade, se no quiserdes fazer delas bonecos de f, semi-mortas. 5. Tendo efetuado milagre qualquer perante homens entendidos em cincias, no esqueais de demonstrar-lhes o motivo do sucesso, a fim de que sua f em Mim se torne viva. O motivo sou sempre Eu, e sem Mim ningum poder realizar algo verdadeiro.
6. A maneira pela qual se deva explicar tal assunto a pessoas inteligentes e de vontade forte, no deve preocupar-vos. Sendo preciso, tudo vos ser depositado na boca. Aos que Me amam e cumprem Meus Mandamentos, virei Pessoalmente no Esprito de toda Verdade para Me revelar. Ouviro por Mim Mesmo, o que ensinei e fiz nesta poca. 7. Se quissseis anotar tudo, com todas as mincias e circunstncias, precisos seriam mais que mil escrives durante cem anos. E se tudo fosse anotado em inmeros livros, quem haveria de l-los e, alm disto, agir dentro da Doutrina que no conseguiria ler apenas superficialmente em vrios sculos? Por a deduzs porque no quero que faais alarde com os Milagres por Mim operados. A Verdade agir por si s. Se o compreendestes, vamos l fora que vos fortificarei para os acontecimentos de hoje. Todos se levantam e Me acompanham a uma colina prxima da cidade de Pella.
47. A OBSESSO
1. Aps chegarmos ao referido monte, do qual se avista parte do Mar Galileu, as cidades Abila, Golan e Aphek, aponho as Mos em todos auferindo-lhes o poder de curarem enfermos e expulsar maus espritos, em Meu Nome. Terminada essa cena, o capito diz: Senhor e Mestre, j vi por diversas vezes, criaturas que se portavam completamente desvairadas. Havia pocas em que eram calmas e respondiam com bastante juzo, sem demonstrarem qualquer insanidade. De repente eram possudas de uma fora invisvel, se contraam enfurecidas e praguejavam contra pessoas at mesmo bondosas, contra deuses ou o Deus judaico etc., e quando se procurava maniet-las, desatavam em uma gargalhada horrenda e quem se aproximasse, passava mal. 2. Na antiga cidade Gadara conheci dois homens com os quais uma legio de soldados romanos nada teria conseguido. Mantinham-se nas velhas catacumbas e eram uma verdadeira praga aos viajantes e radicados.
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Quando presos e acorrentados, a fria se apossando deles, tudo arrebentavam, e os soldados eram de tal forma tratados com pedras, que tinham de fugir depressa para no serem seriamente feridos. Se lhes atirassem flechas, eles se riam, porque nem o mais perito atirador podia atingi-los. Certamente eram possessos, Senhor? Quem eram e porque foi permitido que pessoas bondosas e s vezes at mesmo crianas inocentes fossem martirizadas? 3. Respondo: Disso tudo, os Meus apstolos e vrios amigos teus em Roma e alhures so informados e te poders orientar em tempo. Por ora basta que tambm tenhas recebido o dom de expulsar tais espritos maus, atravs do Poder e da Fora que opera em Meu Nome. O motivo de tua pergunta sabers dos que fores curar, e muita coisa te diro os Meus discpulos, testemunhas da cura dos obsessos em Gadara. 4. O capito e os demais Me agradecem pela Graa recebida, com exceo de Judas que perambulava pela cidade cata de propinas com aqueles que Eu havia curado, ocupao comum nesse discpulo, pois sempre fora agiota e ladro. Ningum perguntava por ele, provando no fazer falta.
48. DOIS OBSESSOS SO TRAZIDOS JUNTO DO SENHOR

1. Nisto se aproximam alguns cidados da colina, um era o hospedeiro grego, o outro, ferreiro romano que vez por outra se ocupava na cura de animais e de homens, especialmente semi-loucos e epilpticos. Precisamente nesta manh, haviam sido levados ao albergue do grego, dois jovens entre vinte e trinta anos, da cidade Abila e, segundo o parecer do ferreiro, eram acometidos de epilepsia trplice. Imediatamente experimentou todos os recursos. De nada valeram, pois os jovens comearam a vociferar e praguejar tambm contra o taverneiro, ameaando prejudiclo de toda forma. 2. Assustado, o hospedeiro se virou para o ferreiro: Deve ainda
estar nesta zona o grande Senhor e Mestre, certamente pleno de todo Poder e Fora, do contrrio no teria curado tantas criaturas incurveis. Vamos indagar na taverna judaica. Assim, chegam junto de ns e Me relatam o ocorrido. 3. Digo Eu: No se trata de epilpticos, mas de homens tremendamente obsessos. No jovem se acham cinco espritos maus, no outro, dezessete. Manda traz-los para serem curados. Conjetura o taverneiro: Isto ser difcil, pois so to fortes que nem vinte homens conseguem prend-los. Insisto: Devem ser trazidos pelos que os levaram junto de vs. 4. O taverneiro e o ferreiro passam o recado aos homens que trouxeram os obsessos de Abila a Pella, que prontamente procuram executar Minha Ordem. No mesmo instante, ouvem-se vrias vozes da boca dos dois: Que temos ns a ver com o Filho do Altssimo? Por acaso temos que nos deixar martirizar pelo Poder de Sua Vontade e Palavra, antes do tempo? 5. Retruca o taverneiro: No querendo acompanhar-nos, sereis forados pela Sua Onipotncia, e de nada adianta reagir. Bradam todos os espritos a um s tempo: Isto sabemos; todavia, imporemos reao enquanto possvel. Responde o judeu: Maus espritos, que vos atreveis a desafiar a Onipotncia do Senhor! Agora mesmo, o Senhor quer que nos sigais! Amparados com a Minha Vontade, as palavras do taverneiro fazem com que os obsessos se levantem e sigam para junto de Mim.
49. PELLAGIUS CURA UM OBSESSO

1. Eis que o hospedeiro diz: Senhor e Mestre de Eternidades! Obedeceram somente ao Poder de Tua Vontade. Respondo: oportuno conheais a diferena entre os ditos loucos, epilpticos, e os realmente obsessos. Estes pertencem aos verdadeiros obsessos e s podem ser libertos pelos homens atravs de preces e jejuns. Mas aqui dispensamos de ambos os recursos.
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2. O mais moo, atacado de apenas cinco espritos, pode ser curado por qualquer um de vs, pois recebestes o dom para tanto. O mais velho, acometido de dezessete espritos, ningum poderia socorrer sem Minha especial Vontade, pois a f de todos vs ainda possui pouco poder verdadeiramente divino. Ser-vos- dado quando fordes compenetrados do Meu Esprito. Pellagius, designo para ti, o mais moo. Ape-lhe as mos, em Meu Nome, e dize: Em Nome de Jesus, o Senhor, ordeno que abandonais visivelmente para todos, este homem, na forma peculiar de vossa maldade. Vai e faze o que mandei. 3. O capito obedece e no mesmo instante se libertam os cinco espritos em forma de serpentes vaporosas e dotadas de asas de morcego, sobrevoando as nossas cabeas. Uma voz, partindo deles, se faz ouvir: Senhor, Onipotente, quando surgir o dia da salvao para ns, prisioneiros? 4. Retruco: Quando vossa vontade se modificar. Se conheceis a Verdade, e a Luz da Vida no vos sendo estranha, por que ficais presos h mais de mil anos, na antiga mentira e suas obras de teimosia ferrenha? Mudai de vontade e rogai Graa e Misericrdia quele Que Senhor de tudo desde Eternidades e sempre ser, que a salvao vir. 5. Dizem os espritos: Senhor, queremo-lo. D-nos uma vontade diferente e melhor, e faculta-nos Tua Graa e Misericrdia. Liberta-nos do antigo mal de mentiras e de suas obras, pois tambm somos descendentes de Abraham, se bem que do tronco de Esa. 6. Digo Eu: Que se cumpra a vossa vontade. Ide para onde vos impelem amor e vontade. Opem eles: Senhor, no sentimos amor, nem vontade. Emprega em ns a Tua Vontade, segundo a Tua Graa. Estamos cansados de nossa vontade e inclinao. 7. Respondo: Elevai-vos quela regio da Terra, onde espritos mais puros vos conduziro. Nem bem termino, os cinco espritos criam forma humana, como que constituda de vapores mais claros, juntam-se e flutuam em pequena nuvem cirro, cada vez mais transparente at desaparecerem inteiramente. 8. O moo se aproxima e diz: Senhor e Mestre, agradeo-Te por me teres libertado do meu grande sofrimento. Como pago, confesso
no mais acreditar em nossos deuses, pois Tu s Deus de todos os deuses e criaturas, e os prprios demnios se curvam diante de Teu Nome. Havendo alhures um Deus Superior, contra o qual tivesse pecado com minha confisso, que me mate com fria de um raio. 9. Os seus companheiros, ainda pagos, se assustam com o juramento, esperando que Zeus se ofendesse e o aniquilasse. Nada disto acontecendo, o moo se vira para eles: Por que esperais castigo de onde no poder surgir, pois no existe Zeus, muito menos raio em poder de sua mo? 10. Este, perante o Qual me prosterno, o Verdadeiro e Poderoso Zeus. Se dissesse que neste instante milhares de raios se projetariam da Terra, tal aconteceria para a destruio daquilo que Ele determinou. 11. Digo Eu: Levanta-te, Meu filho, e continua em tua f recente que jamais te prejudicars. Vamos livrar o teu irmo de seus dezessete algozes.
50. O SENHOR CURA OUTRO OBSESSO

1. Todos se sentem tomados de grande pavor com Minha Ordem, pois os cinco espritos lhes impuseram grande respeito. Levanto-Me ligeiro, Me aproximo do obsesso e digo, de Mo erguida: Quero que deixeis visivelmente as vsceras deste homem que no tendes direito de martirizar. 2. Eles reagem algumas vezes, a ponto de atirar a vtima ao solo, que se levanta quando os maus espritos so expulsos em forma de crocodilos pequenos e negros. Sendo mais compactos, arrastam-se no cho e finalmente abrem a boca e de voz esganiante, reagem: Quem s tu? No te conhecemos e nunca agimos contra tuas ordens. Com que direito queres nos castigar? Por que nos expulsaste com teu poder dessa habitao dificilmente conquistada? 3. Retruco: No fostes testemunhas quando no Monte Sinai dei as Leis? Quem de vs incitou a Me desafiar, ridicularizar e fazer um bezerro de ouro, para ador-lo no Meu lugar? Fostes os principais dirigentes da rebelio e desviastes grande nmero do povo. Como alegais ser Eu com-
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pletamente estranho para vs e nunca vos dei leis pelas quais teria direito para vos ordenar? 4. Aquilo que vos sucedeu quando Moyss desceu da montanha e em ira justa quebrou as tbuas da Lei, se repita neste momento! Afastaivos daqui, pois longe est a poca de vossa salvao. Os rpteis rastejam rpidos morro abaixo em direo a uma vala pantanosa e coberta de erva daninha, onde se enterram sibilando horrivelmente. 5. Eis que o comandante diz: Essa vala ser prejudicial aos habitantes da zona, caso no a purifiques desses arqui-demnios. At mesmo eu senti pavor. Respondo: Espera um pouco at que termine a questo com os curados, depois veremos como sanear a vala. Nisto se ajoelha igualmente o segundo curado, agradece pelo socorro e faz o mesmo ato de f de seu irmo. Finalmente pede Eu no desconsiderar o pedido do romano, pois tambm se apavora com a vala. 6. Repito: Mais um pouco de pacincia, pois antes disto quero ver se um dos dezessete espritos no quer voltar sob outra forma para discutir Comigo. Elementos tais tambm tm livre arbtrio. Pergunta o comandante: Por que se apresentarem sob a forma de animais to repelentes? Os primeiros se transformaram finalmente, enquanto os outros se afastaram na mesma forma. Qual o motivo disso?
51. NATUREZA DOS CINCO ESPRITOS EXPULSOS

1. Digo Eu: Tal forma corresponde sua tendncia maldosa. A serpente voadora pode ser interpretada com certo grau de prudncia, comparvel astcia de um marechal de campo. Analisando tal prudncia, pouco amor ao prximo descobrirs, mas enorme egosmo, domnio e orgulho desmedido. Essa organizao psquica se apresenta, segundo Minha Luz da suprema Verdade, naquela forma. 2. Basta imaginares uma serpente alada, como ainda existem na frica e durante a poca dos filisteus tambm as havia aqui, nos anos de muito
calor, pois j se torna difcil enfrentar-se uma simples, devido a sua astcia, sendo a fuga para o homem comum, o melhor meio de reao. 3. Quanto serpente alada, a fuga pouco adianta, mas somente uma veste dura como bronze e uma forte espada na mo de um lutador destemido. A veste nea, , neste caso, a Minha Fora de Amor dentro de vs, a espada o Meu Verbo, e a Verdade de Minha Palavra que tudo vence, o lutador adestrado, ou seja um verdadeiro Heri de todos os heris. 4. Da concluirs a razo porque os cinco espritos tinham que aparecer diante de Mim em forma de serpentes aladas. Durante as guerras dos judeus, foram astutos marechais de campo e visavam apenas o prprio lucro, vantagens e honras. Cada qual procurava fundar um reino para si. 5. O homem por eles castigado durante anos, descendente de sua estirpe. Nele descobriram grande talento blico, em estado latente, infiltraram-se em suas vsceras, a fim de despertar tal pendor pelo qual pretendiam lev-lo com o tempo, at o trono de Roma. Todavia nada disto conseguiram porquanto enfraqueciam, atravs suas influncias, as capacidades latentes na alma. Foi-lhes permitida a experincia de sua vontade na ndole dele, para convenc-los de ser tola sua inteno e completamente infrutfera pela astcia tenebrosa. Como ultimamente comearam a perturb-lo em demasia, era chegado o momento de libert-lo. 6. Tudo isto fora previsto, e de bom efeito para ele e tambm para os cinco espritos. Ele encontrou por este caminho a Mim e a Vida Eterna de sua alma. Eles foram curados de sua antiga tolice e ganncia desmedida, e j se encaminharam para as escolas de humildade dos espritos bem intencionados. Eis, em resumo, o que se refere a esse grupo.
52. HISTRIA DOS DEZESSETE ESPRITOS

1. (O Senhor): Quanto ndole dos dezessete espritos, corresponde ela voracidade jamais sacivel dos animais que foram vistos. Quando
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Eu ditava no Monte Sinai, a Moyss, as Leis sob raios, troves, fogo e fumaa, o profeta exigiu com Minha Ordem uma temperana justa em virtude de Minha Presena, a fim de capacitar as almas s Verdades que eram proferidas. 2. Por intermdio de Moyss, o povo pediu permisso para se afastar a um vale distante por causa do grande temor dos fenmenos naturais, prometia ainda manter-se sobriamente, enquanto Moyss e seu irmo estivessem combinando Comigo as ordens a serem cumpridas. 3. Como grande parte insistisse prolongadamente neste sentido, foilhe concedida tal permisso e assim se dirigiu com todos os seus trastes para um vale bastante afastado. Durante algumas semanas tudo correu de acordo com as exigncias de Moyss. Como ele demorasse a aparecer, os israelitas comearam a se esquecer de Minha Pessoa, satisfazendo novamente a sua intemperana. 4. Um dos dezessete espritos, ento, tentou o povo. Com ajuda de outros fundiu um bezerro de ouro e disse s massas: Eis nosso alimento principal, pois a ele agradecemos a subsistncia neste deserto no qual as manadas dificilmente encontram seu alimento. Adoremos esse smbolo to valioso. Mandai preparar banquetes a granel; para nos entregarmos alegria por causa desse smbolo. Em seguida, nomeai-nos para chefes militares que vos conduziremos a um pas fertilssimo, com mais facilidade que o faria o profeta esquecido. Aprendemos no Egito com os astutos crocodilos como se deve agir para conseguir boa presa; segu-nos que no vos faltaro fartos repastos. Deste modo, muitos se deixaram tentar, fazendo o que os amotinadores aconselharam. 5. Este homem no descende propriamente deles; mas, desde a infncia se habituou intemperana, tornando-se verdadeiro gluto, dando entrada aos dezessete espritos em suas vsceras. Ainda assim lucrou. Como eles no incio o incentivavam gula cada vez mais acentuada, seu estmago perdeu a capacidade digestiva, a ponto de ele quase nada mais poder comer, causando espanto aos familiares. Por este meio extinguiu-se a intemperana e sua alma se tornou mais espiritual e forte; corpo e alma entrando em justa ordem, chegara o tempo de libert-lo de
seus algozes. 6. Alm disto, teve essa obsesso outro grande benefcio, isto , entre os abilenses quase totalmente sem f, que na maioria se inclinavam filosofia de Digenes, esticos em alto grau, e no acreditavam na sobrevivncia da alma. 7. Esses duplamente perturbados despertaram portanto boa parte da f na imortalidade da alma e esse fenmeno psquico, assistido por muitos, facilmente levar os habitantes de Abila a se libertarem de seu estoicismo enferrujado. Por isto, nada acontece neste mundo, permitido por Mim, que no sirva para a salvao dos homens, o que tu e os demais certamente compreendeis. Aguardamos, portanto, se um dos dezessete espritos pretende voltar.
53. O SENHOR ADMOESTA O CHEFE DOS ESPRITOS EXPULSOS

1. Quando termino de falar, surge de repente uma neblina negra da mencionada vala, dirigindo-se para ns. Achando-se a dez passos distante de nosso grupo, digo em voz alta: At aqui e no mais alm! Revela-te em tua forma real. Eis que se destaca visivelmente uma forma humana, cuja cor se assemelha aos mouros, trazendo nos braos um bezerro de ouro como se quisesse demonstrar ser o smbolo, seu deus e inclinao. 2. Fao ento surgir um forte raio em forma de serpente alada, que atinge o bezerro e o destri num instante. A figura comea a se mover, torcer e finalmente consegue pronunciar as seguintes palavras: Senhor, porque no nos deixas gozar o que nosso amor almeja? Nunca pedimos que fssemos criados para sofrermos milhares de anos, segundo Tua Vontade. Se nos criaste sem nossa vontade e nos insuflaste uma tendncia e livre arbtrio, porque nos castigas quando agimos segundo nossa ndole? 3. Respondo, novamente com voz alta: Quem, no Infinito, poderia prescrever-Me as aes, que sou Senhor de todo Poder e Fora? Meu
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Amor eterno Me dita como agir, e Minha Sabedoria Infinita o Servo e Organizador da Onipotncia de Minha Vontade. 4. Libertei-vos, atravs de Moyss, do jugo pesado do Egito, quando fostes obrigados a matar os primognitos. Alimentei-vos no deserto e ningum passou fome e sede, com exceo de alguns que no pas das crueldades se dedicaram em demasia intemperana to prejudicial alma. A esses aconselhei sobriedade, em benefcio do corpo e especialmente da alma. 5. Porque exigistes Eu Me afastar de vs, aos quais pretendia transformar em Meus filhos? Pelo simples motivo de no vos atreverdes a voltar glutonaria sob Minha Luz. Preferistes vos afastar para saciar a intemperana e adorar um bezerro de ouro, no Meu lugar. 6. Quem vos insuflou essa tendncia? Eu, por certo que no, mas vs mesmos pelo livre arbtrio sem o qual sereis semelhantes aos animais, no podendo ser educados para Meus filhos. Se Me abandonastes pela livre vontade, porque no vos elevais novamente a Mim, pelo mesmo meio? 7. Julgais Eu vos martirizar? De modo algum. Cada demnio se martiriza de modo prprio devido sua teimosia e perversidade, quando reage contra a Minha Ordem sbia, pretendendo transform-la em benefcio de sua inclinao. 8. Serei eternamente Senhor, nico e Imutvel, sobre o mundo material e espiritual. Atravs do puro amor para Comigo e ao prximo, cada homem e esprito podem alcanar e possuir tudo por Meu Intermdio. Nunca, pela imposio e teimosia. Sou o mais Poderoso de todos os poderosos, e Onipotente acima de todos. 9. Ao mesmo tempo sou o mais Meigo de todos, o Melhor e o mais Misericordioso de todos os bons e misericordiosos. Quem de Mim se aproxima com amor verdadeiro e arrependimento pedindo misericrdia, receb-la-. Havendo Me reconhecido e ainda assim se revoltando, jamais alcanar a salvao, porquanto se atirar em uma infelicidade cada vez maior. Isto deve ser considerado por todo esprito mau e por todos os demnios. Eu sou o Senhor, e alm de Mim no existe outro. Agora,
afasta-te! 10. O esprito desaparece e em seguida se v surgirem da vala, dezessete amontoados de neblina, impelidos por um vento em direo ao Norte. Eis que digo ao capito: Com isso cumpriu-se tambm vosso desejo, pois trata-se dos dezessete espritos. O primeiro transmitiu aos outros o que ouvira aqui, de sorte que resolveram procurar os desertos do Norte a fim de fixar sua atitude futura. Nestas regies so eles influenciados pelas coisas materiais deste mundo, no podendo refletir e descobrir sua prpria maldade pecaminosa. Um dia tambm eles melhoraro. At l o vero ter que afastar o inverno por muitas e muitas vezes.
54. O PERIGO DE ALIMENTOS IMPUROS

1. Diz o comandante: Senhor e Mestre, dize-nos onde costumam deter-se os espritos, para podermos evitar tais stios lgubres. Se nos aproximarmos de tais zonas, alimentando qualquer tendncia com um demnio, facilmente poderamos sofrer prejuzo. 2. Respondo: Amigo, quem crer em Mim e amar-Me atravs das obras de Meu Amor, no precisa temer algo a respeito. Os que alimentam supersties pags, ho-de temer tais espritos em toda parte e se acham por eles rodeados ou at mesmo possessos. As baixas tendncias das criaturas so incentivadas por espritos que outrora foram dominados pelas mesmas inclinaes. 3. Espritos impuros que j viveram, mas na maioria espritos da Natureza que nunca encarnaram, existem em toda parte: no ar, sobre e dentro da terra, na gua e no fogo, nas pedras, metais, plantas, animais, no sangue e na carne humanas, razo porque no devem as criaturas alimentar-se de animais impuros e sufocados. Carne de animais selvagens no presta para o homem, no obstante toda precauo, porque dela no se podem expulsar inteiramente os elementos impuros. 4. De igual modo, no se deve beber a gua de fontes impuras e
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convm manter-se limpos os poos, como fora prescrito por Moyss Minha Ordem. Quem viver segundo as instrues do profeta, preservarse- da possesso de espritos maus e impuros, medida que crer em Mim e em Minha Proteo Paternal, iniciando e terminando tudo em Meu Nome. A no ser assim, ser ele exposto a milhares de perigos, devido sua preguia, ignorncia e tolice. 5. Se Eu no mandasse os anjos protegerem as criaturas de ndole e vontade mais bondosas, poucas seriam as pessoas normais nesta Terra. Entretanto, no devem elas deixar-se levar nesta segurana, porque Meus anjos no impem freios vontade do homem. Considerai-o bem. Todos Me agradecem e louvam a Minha Sabedoria e Poder, e os abilenses pedem Eu visitar sua cidade, pois Me fariam anunciar. 6. Respondo: Podeis faz-lo, porm sou Eu Quem determina poca e hora de Minha Visita. Entrementes, podeis voltar, no esquecendo de vos saciar de po e vinho. A carne de porco deve ser evitada, caso no for preparada segundo Meu Conselho. Novamente Me agradecem, para em seguida se dirigirem cidade, em companhia do hospedeiro e o ferreiro. 7. Ficamos mais algum tempo no monte, e o romano e seus colegas formulam vrias perguntas, recebendo esclarecimento em tudo. Mais tarde se aproxima um servente para anunciar o almoo, ao qual seguimos incontinenti.
55. VIAGEM PARA ABILA

1. Ao chegarmos na taverna, encontramos frente da casa uma grande multido, desejosa de ver e falar-Me mais uma vez, por ter sido testemunha de Meus Atos e tambm conhecedora de Meu Verbo. Eu a recomendo ao comandante Pellagius do qual receberia inteira orientao da doutrina. Conformados, os homens se afastam, pouco a pouco, e tomamos calmamente a refeio. Quando anuncio Minha breve partida com os apstolos, o comandante pede acompanhar-Me a qualquer lugarejo, su-
jeito sua comandatura, levando seus subalternos e Veronika. 2. Permiti-o de bom grado, e assim partimos aps uma hora, acompanhados pelo hospedeiro, seu filho, o taverneiro grego e o ferreiro. Ao despedi-lo fora da hospedaria, transmito ao ferreiro o poder de expulsar maus espritos das criaturas, pelo que muito Me agradece. Em seguida, continuamos ligeiros a nossa trajetria para Abila, que alcanamos uma hora antes do pr-do-sol. 3. Tambm essa cidade habitada na maioria por pagos, havendo somente dez famlias judias que levavam vida submissa e dependente. Todas essas famlias moravam em uma casa velha quase em runas, pois no havia albergue e sinagoga especial. Aproximando-nos dali, digo ao comandante: Vai nossa frente e transmite aos judeus que pernoitarei com eles. O resto se far automaticamente. 4. Assim informados, os judeus dizem ao romano: Tudo estaria bem, mas como proporcionarmos acolhida a todos vs? H recintos velhos e arruinados de sobra. Quem teria vontade de habit-los? L se encontram sapos, serpentes, salamandras e escorpies, e no possvel oferecer-se tal local. Quanto aos nossos quartos, mal servem para dormirmos e seria difcil utiliz-los para pessoas acostumadas a bom trato. Queira persuadir o nosso grande Mestre e Senhor, do Qual j ouvimos falar coisas grandiosas, para no querer-Se acomodar conosco, porquanto existem vrias hospedarias bem aparelhadas. 5. Responde o romano: Farei relato de vossa misria. Todavia sei que nada O deter de Seu Plano. De h muito ter conhecimento de vossa situao precria e certamente quer vos ajudar e no aumentar a mesma. Submetei-vos de bom grado Sua Vontade que encontrareis Graa e Misericrdia de Sua parte. 6. Exclama o mais velho das famlias: Sim, sim, que venha segundo Sua Vontade, porquanto poder certificar-Se de tudo. Apenas estamos tristes por no podermos corresponder Sua Graa. 7. Entrementes, Eu chego casa que se acha qual burgo em runas aqum das muralhas da cidade. O comandante corre ao Meu lado para Me contar o que vira. Eu lhe digo: Amigo, poupa as tuas palavras; h
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muito sei de tudo. Vim, como disseste certo, justamente para socorrer essas criaturas. Vamos procurar o velho da casa.
56. O SENHOR ENTRE OS JUDEUS

1. Acompanhado do comandante, dirijo-Me ao velho, rodeado de outros chefes de famlia que Me recebe com as seguintes palavras: S bem-vindo, Senhor e Mestre, em nossa humilde e pobre moradia que bem fala de nossa situao miservel. 2. Digo Eu: A Paz seja convosco! Sei de tudo, entretanto sois na maior parte culpados da penria; atravs do cio e a completa ausncia de confiana em Deus, nico Doador e Senhor de todas as ddivas, no h quem alcance abastana nesta Terra. 3. Enquanto havia meio e foras, nada fizestes para reparar os danos da casa antiga e pouco ligastes a Jehovah, preferindo as filosofias dos sbios gregos pelo que aumentou vossa misria. Agora sois at mesmo escravos dos pagos e obrigados a esmolar um pouco de po por servios pesados, sem poderdes dizer: Ganhamos o po pelo suor do trabalho. difcil servir-se a quem no acredita em Deus e na sobrevivncia da alma, na recompensa no Alm, tampouco sente amor ao prximo, sendo at inimigo da prpria vida. 4. Quando a situao se tornou por demais aflitiva, comeastes a vos lembrar do antigo Jehovah e a pedir-Lhe socorro, o que Me moveu a vos ajudar em vista dos pagos ignorantes que, em virtude de Digenes, perderam a crena nos deuses. Assim, percebero existir o antigo Deus que ajuda aos que Nele crem, cumprem Seus Mandamentos e esperam Sua Ajuda com f indubitvel e verdadeira. Mostrai-Me vossa casa velha e quase em runas, para ver se podemos nela pernoitar. Em seguida, analisaremos as despensas. 5. Diz o ancio: grande Mestre e Senhor, esta casa certamente contava grande nmero de recintos grandes e pequenos. Descobrimos
apenas sete, bastante avariados. O resto est cheio de bicharia de toda espcie e no pode ser ocupado. Das despensas s existe uma em estado til, inteiramente vazia, descontando algumas cascas de po. Vamos averiguar tudo, para veres como vivem os descendentes de Gad e Rubem. Investigamos todos os recintos da grande manso, confirmando as palavras do velho. 6. Ao chegarmos ao ltimo, digo: Agora hs de conhecer o Poder de Deus no Filho do homem! Penetramos at aqui por cima de runas, colunas despedaadas, espinheiros e bichos, e faremos a volta por salas regiamente enfeitadas e ornamentadas, onde ser um prazer de se pernoitar. Assim o quero, e assim ser! 7. Ao terminar esta sentena, a casa est completamente transformada e no havia o menor vestgio de seu antigo estrago. Os judeus ento exclamam: Isto s possvel quele Que criou Cus e Terra. Todo louvor a Ti, Senhor, que deste ao mortal tamanho poder! Mais tarde visitamos as despensas abarrotadas de tudo que pudesse suprir as necessidades humanas. A admirao aumenta e lhes tira a verbosidade.
57. O ANCIO TESTEMUNHA DO SENHOR

1. Aps certo tempo, o velho diz: Isto indito. Moyss e Elias realizaram coisas que ultrapassaram a compreenso do homem. Mas que representam diante desta obra milagrosa? Todos os profetas proferiam: O Senhor assim diz e quer! Tu, Senhor, disseste: Eu quero e assim ser! Portanto, s Maior que Moyss e Elias. 2. Teu Eu o Prprio Senhor em Plenitude, e eu, como ancio, vi a salvao e sinto vontade de dizer: Senhor, deixa que Teu velho servo ingresse em paz no Alm. s Aquele por Ti Mesmo Prometido. Teu Esprito Eterno falou pela boca dos profetas e anunciou a Tua Descida Terra. Como Verdade Eterna e a Fidelidade Personificada, cumpriste a Tua Palavra vindo a ns em Carne, a fim de nos soerguer, inclusive os
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pagos. Tambm so filhos de No que formaram um povo com os ascendentes de Abraham, sob a regncia do grande Rei e Sumo Sacerdote Melchisedeck de Salm. Toda honra e louvor sejam dirigidos a Ti, Senhor, Senhor, Senhor! 3. Digo Eu: Est bem e certo. compreensvel que vossa f se erguesse atravs de Minha Ao, bem como Me reconhecestes sem demora. Preciso vivificardes essa f pelas obras de amor ao prximo, do contrrio no teria valor para a vida de vossa alma. Aproximei-Me de vs em virtude de Meu Imenso Amor para com as criaturas, de sorte que tambm chegareis a Mim como Meus filhos, atravs do Amor a Mim e ao prximo, o que deve ser bem lembrado. 4. A f em Mim realmente uma luz viva dos Cus, mas somente atravs das obras de amor. Assim como uma iluminao noturna se apaga se no for constantemente alimentada pelo acrscimo de leo, a f mais firme se extingue sem obras de amor. No somente soergui em vossa alma, vossa f completamente extinta, por esse Milagre to fcil para Mim, mas tambm estimulei o amor para Comigo. Da luz desta chama de vida verdadeira e eterna, facilmente percebestes Quem Se aproximou de vs. Isto se tendo dado sem grande esforo e doutrinao, fazei com que continueis, com vossos descendentes, em Meu Nome e na f viva pelas obras de amor. 5. Diz o ancio: Senhor, esse milagre far grande alarde em todas as sessenta cidades, tanto entre judeus como pagos. Que diremos, se aqui vierem pessoas curiosas verificando ter sido essa runa transformada em castelo real? 6. Digo Eu: No vos preocupeis. Se fordes obrigados a falar de Mim e Minha Ao, as palavras sero insufladas em vossa boca. Os mais insistentes podem ser encaminhados para o comandante e seus subalternos que assistiram a obra, podendo dar a devida explicao. ConhecemMe e sabem que tudo Me possvel.
58. INTERPRETAO DA REFORMA DA RUNA

1. (O Senhor): A fim de que compreendais porque novamente erigi esse antigo castelo no qual outrora habitavam soberanos, prestai ateno ao que direi. Principalmente corresponde a reedificao renovao da antiga f em Deus nico e Verdadeiro. 2. Se bem que ainda existam do velho castelo de f alguns vestgios da Verdade, avariados e decompostos, no se prestam para uma habitao vital do Meu Amor e Misericrdia para as almas dos Meus filhos, como eram na poca do Rei de Salm, mas apenas para criaturas cuja alma se identifica com a bicharada, h muito instalada no castelo. 3. O castelo portanto cpia fiel da situao de f em Deus e do cumprimento de Suas Leis, somente em Jerusalm e arrabaldes. Castigarei essa cidade e todos que nela se positivam, no querendo modificar-se e voltar a Mim, de modo mais violento do que fiz a Sodoma e Gomorra em poca de Lot. Eis o segundo motivo pelo qual reedifiquei esse castelo, chamando vossa especial ateno. 4. Quando o Meu Julgamento ocorrer sobre os incrus em Jerusalm e seus arrabaldes, e os poucos fiis fugirem para aqui, preciso serem acolhidos, vivificando assim vossa f recentemente despertada, pelas obras de amor em Meu Nome. O referido Julgamento no ser presenciado pelos velhos dessa cidade, seno pelos jovens e pequeninos. Lembrai-vos ento daquilo que ora vos disse. 5. Cheio de respeito o ancio retruca: Senhor, grande e sublime Teu Nome! H alguns meses vimos noite um fenmeno estranho no firmamento, cujos quadros muito nos apavoraram. No comeo surgiram enormes colunas de fogo, atingindo aparentemente as estrelas. As colunas se juntaram de modo peculiar e se levantaram dando impresso ser apenas um reflexo de algum fogo natural. Sbito, o Cu se tornou todo incandescente. Vimos a cidade de Salomon e grandes exrcitos que sitiavam a metrpole, tudo destruindo, inclusive o Templo. 6. Mais tarde, pela manh, viu-se novamente um fenmeno lumi-
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noso em direo a Oeste. Ningum soube decifrar seu sentido. A apario central se identificava com o que anunciaste a respeito de Jerusalm. Teria realmente relao com Tua Predio atual? Respondo: Sim, Meu amigo, mas agora no discutiremos o assunto. E prefervel tratardes de uma ceia. Do resto j cuidei. 7. Pede o ancio: Senhor, seria conveniente o comandante arranjar algum entendido na arte culinria. H anos nada se cozinhou, no dispomos de fogo, tampouco de lenha. Por esses motivos quase impossvel fornecermos uma refeio completa, muito embora as despensas estejam abarrotadas de tudo, atravs de Tua Graa. De que adianta isso tudo, se ningum de ns entende da matria? 8. Digo Eu: Tua honestidade muito Me agrada, pois falaste a pura verdade. O comandante j emitiu ordens sua filha e a alguns serventes, a fim de prepararem uma boa ceia de peixes que enchem os depsitos, com ajuda de teu pessoal.
59. O CASTELO DE MELCHISEDEK

1. (O Senhor): Neste castelo se encontra uma adega espaosa e feita de pedras de basalto. Por acaso ainda no a descobriste? 2. Responde o ancio, acompanhado de seus primos: Sim, deveria ter existido uma adega do melhor vinho, e tambm deve haver vrios tesouros escondidos, mas ningum de ns se atreveu a descer nas cavernas para fazer pesquisas entre bichos e outros elementos maus. Como se poderia chegar l? Certamente tudo estar em bom estado, atravs de Teu Poder? 3. Digo Eu: Se o credes, certamente. Desconhecendo a entrada, segu-Me at l. O ancio e mais dez empregados Me acompanham com uma vela que acendemos na cozinha. Da segue uma galeria para um portal feito de um bloco de basalto. Demonstro com facilidade como se abre a porta enorme e pesada, que d acesso a uma escada larga pela
qual se desce ao vasto poro. 4. L encontramos grande quantidade de vasilhas de pedra de vrios tamanhos e nmero maior de taas de granito, prata e ouro, causando espanto entre os judeus, pois ignoram, se tais objetos foram criados por Mim ou se descendem de eras remotas. 5. Por isto os esclareo: Todos esses objetos se originam da poca do grande Rei e Sumo Sacerdote de Salm. Este era o Seu Castelo que, como as montanhas dotadas de grotas e cavernas geralmente extraordinrias, no foi feito por mos humanas, mas pelo mesmo Poder que ora o reconstruiu. Eu unicamente sou o verdadeiro Rei de Salm e Sumo Sacerdote Melchisedek, desde Eternidades! Enchei vossos cntaros com vinho que se encontra em grande quantidade nos grandes recipientes. 6. Satisfeitos, os judeus apanham as vasilhas, mas no sabem como tirar o vinho das grandes talhas hermeticamente fechadas com lages pesadas e lisas. Aponto-lhes no fundo um orifcio saliente e tapado por um espiche que facilmente tirado, fazendo jorrar vinho antigo e formidvel, pois o aroma especial certifica a todos sua excepcional qualidade. 7. Quando as vasilhas se acham postas na mesa do grande refeitrio, digo ao ancio: Este vinho foi feito de uvas deste pas, mas quase to velho quanto o castelo. Trata-se do vinho do dzimo, o qual todos os reis sujeitos ao Rei de Salm, Lhe ofereciam, e teve que ser conservado at esta poca para que Eu, o Mesmo Rei, dele bebesse com todos os que crerem em Mim e Me seguem. 8. Enquanto o castelo existir em Meu Nome, o vinho no secar; ainda assim, sero o castelo e grande parte da cidade destrudos pela fora de nossos adversrios, dentro de trezentos anos, a ponto de no se saber localiz-lo. No importa, pois edifico um novo nos coraes que, da maneira que foi feito, jamais poder ser destrudo. Tais monumentos remotos devem desaparecer, para evitar que os homens pratiquem idolatria. Mas cerca de trezentos anos aps Minha Ascenso, o castelo ainda existir e o vinho jorrar, servindo de refgio e conforto.
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60. OCORRNCIA DA POCA DO REI DE SALM

1. Nisto, o ancio pergunta cheio de mximo respeito: Senhor, pelo que consta, o Rei de Salm viveu logo aps No ter deixado a Arca, dedicando-se lavoura. Seus descendentes no se podiam ter procriado de modo tal, que nos tempos daquele misterioso Rei pudesse ter havido to grande nmero de pequenos regentes obrigados a Lhe trazerem o dzimo. O relato , como muitas outras coisas de nossos livros, bastante mstico e no pode ser compreendido pela lgica. 2. Alm disto falaste de Tua Ascenso. Qual seu sentido? Para onde ascenders, e quando? D-nos explicao maior para podermos passar aos descendentes o que nos transmitiste no esprito da Verdade, do Amor e da Vida, podendo acreditar teres sido Tu Mesmo a nos revelares fatos to extraordinrios. 3. Digo Eu: Quanto poca do Rei de Salm, existia Ele desde eternidades, antes de qualquer criatura, portanto antes de No. Com referncia poca em si, em que ensinou Pessoalmente na figura de um anjo, o que se relaciona a Ele Mesmo e finalidade dos homens, dirigiaSe de tempos em tempos ao prprio No. O Governo e Sacerdcio de Melchisedek fundaram-se somente aps alguns sculos dos quais No e seus trs filhos foram contemporneos. A Terra j era bastante povoada e os representantes de um tronco familiar de pequenos povos eram classificados de reis, e levavam anualmente as oferendas a Salm, onde eram orientados pelo grande Rei. 4. Mas quando os povos se haviam estendido sobre o orbe, esqueceram-se do Rei dos reis, Dele se separando. At os que habitavam em Sua Proximidade, no se dirigiam a Salm. Eis que Ele abandonou o castelo e raras vezes visitava alguns patriarcas fiis, como fez a Abraham, Isaac e Jacob, posteriormente a todos os profetas, e ora, Encarnado, Se encontra em vosso meio. 5. Quanto Minha Ascenso, tem ela duplo sentido. O primeiro, no se far esperar dentro de um ano. O segundo se prende a de cada
criatura que cr em Mim, atravs do Esprito de Meu Amor, levando o raciocnio a toda Sabedoria dos Cus. Minha Ascenso Pessoal se dar quando o Meu Corpo, aps trs dias de Minha morte pelas mos dos inimigos de Deus, ressuscitar da tumba, passando Minha Individualidade Divina. 6. Como ouvistes falar ter Elias subido ao Cu, visivelmente, em um carro de fogo, tambm Eu subirei vista de Meus muitos amigos, do solo terrqueo ao Cu, no mais palmilhando em Pessoa entre os mortais para ensin-los, mas apenas estarei audvel e espiritualmente visvel, seguidamente, entre os que crem em Mim, Me amem acima de tudo e ao prximo como a si mesmos. No corao de tais criaturas erigirei Meu novo Castelo, onde habitarei para sempre.
61. A CEIA NO ANTIGO REFEITRIO

1. (O Senhor): Ouvir-Me-o aqueles em cujos coraes tomei morada. Sero por Mim Mesmo ensinados e guiados, e tais justos amantes tero igualmente a Vida Eterna. Os que de Mim se afastarem, como fizeram em pocas remotas os reis por mero amor mundano, deixando de ofertar ao Rei de Salm o que deviam, vero seus burgos de sentimento abandonados por Mim. Dar-se- ento o que sucedeu na poca Dele quando deixou este burgo com todos os anjos, aparecendo em breve toda sorte de contendas, inveja, malquerena e, em virtude disso, guerras. Um povo se levantava contra outro para domin-lo. 2. Quem continuar em Minha Doutrina e Amor sentir a Minha Presena a ponto de fazer jorrar gua Viva, e todos que nela beberem, jamais sentiro sede. Minha Doutrina e a Sabedoria Divina que contm, justamente a gua verdadeira e viva. Quem beb-la sentir sua alma inundada de toda Sabedoria, saciando-se para sempre, sem jamais sentir fome e sede de outros conhecimentos e axiomas. 3. Acabo, Meu velho judeu, de esclarecer o que te parecia incompre-
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ensvel e mstico. No creias, teres sido levado a toda Verdade e Sabedoria. Isto se dar quando Eu, em Esprito de toda Verdade e Sabedoria, tiver ressuscitado tambm em teu corao, ascendendo no Cu de tua vida psquica. Vamos sair dessa adega e tomar a ceia no refeitrio. 4. Este est iluminado com cem lamparinas, embora ainda h pouco representasse uma runa que nem de longe deixava suspeitar sua finalidade. Duas mesas de pedra enormes e colocadas em cima de colunas esto cobertas de puro linho e servidas de peixes, po e vinho. Quantidade de cadeiras cmodas as circundam. 5. Durante a refeio muitos so os assuntos ventilados, e o capito pergunta-Me como deveria justificar esse milagre diante de romanos e gregos. Digo Eu: Podes dizer-lhes a verdade, recomendando sigilo e que de modo algum deveriam denunciar-Me alhures. A fim de que o fato no desperte ateno, a modificao do burgo ser apenas interna; portanto, no faais muito alarde do mesmo. Amanh visitarei alguns pagos em Golan, uma hora aps o meio-dia, e poders acompanhar-Me. Quando voltares, divulgars o Meu Verbo entre esses pagos, servindo-te do milagre aqui ocorrido, para reconhecerem Quem o fez, e vivendo segundo Sua Vontade. O comandante promete seguir rigorosamente Minhas Diretrizes.
62. ALVOROO DIANTE DA CASA JUDAICA

1. Nisto ouve-se grande alvoroo na rua. Vrios operrios, voltando casa, vem a moradia dos pobres judeus inteiramente iluminada e insistem por saber qual o motivo. Virando-Me para o comandante, digo: Vai enfrent-los para se calarem. 2. O comandante obedece, em companhia de um subalterno, e se dirige aos turbulentos: Que tendes a ver com os pobres judeus, se aqui estou como chefe militar? Acaso no deveria permitir a iluminao da casa? Pedindo desculpas, os trabalhadores se afastam. Todavia contam
aos amigos o que viram, dando motivo para vrias suposies, sem contudo se atreverem a pesquisar o porqu. 3. Ao voltar junto de ns, o comandante observa que certamente seria importunado pelos gregos, de manh cedo, desejando isto fosse impedido. Digo Eu: No te incomodes. Haver meio eficaz para afastar os curiosos desta casa. Vamos descansar. Ficarei mesa, enquanto podereis procurar um leito, caso isto for de vosso agrado. 4. Todos Minha mesa preferem fazer-Me companhia. Os judeus procuram os antigos recintos, naturalmente transformados. As lamparinas ficam acesas durante a noite toda, para evitar a aproximao de importunos.
63. A VERDADEIRA CONSAGRAO DO SBADO

1. De manh cedo, o ancio se aproxima de Mim para saber se Eu e Meus discpulos mantnhamos o sbado rigorosamente institudo por Moyss. Respondo: bom e justo santificar-se tal dia segundo a Lei de Moyss. A partir de agora, todos os dias sero santificados quando se faz o bem, segundo Minha Doutrina. , portanto, desnecessrio modificardes vossa atitude num sbado. 2. Toda pessoa sente necessidades, igualmente num sbado, que devem ser satisfeitas sempre que possvel. Apenas deve abster-se de trabalhos pesados para lucro material. Podendo ser til ao prximo ainda que por trabalhos materiais, o homem no desonrar o sbado, mas receber Minha Bno. No havendo tal motivo, aconselhvel descansar em tal dia para ocupar-se de assuntos do esprito. Durante trabalhos materiais, a alma no est em condies de meditar acerca de problemas espirituais e elevar-se a Deus; foi para essa finalidade que Moyss instituiu tal dia. 3. Absurdo no comer e beber aps o surgir e tambm antes do pr-do-sol, no fazer benefcio fsico a um necessitado, como fazem os fariseus em Jerusalm e igualmente ensinam nas sinagogas de outros lugares. Com isto provam jamais terem entendido o ensinamento do pro-
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feta, dando motivo para a maior controvrsia espiritual da Lei de Moyss e dos profetas. Fazei o mesmo que fizestes hoje, que jamais tereis vilipendiado o sbado. 4. Aos pagos, no h necessidade de prestardes servio comum por pagamento miservel, nem hoje nem em dia qualquer. To logo tiverem aceito Minha Doutrina, considerando-vos como semelhantes, podeis prestar-lhes bons servios com todo amor e amizade fraternal, para que reine paz e unio. Eis tudo que diz respeito verdadeira santificao do sbado. 5. Existem pagos inteligentes que afirmam ser mais aconselhvel servir-se ao semelhante do que visitar um templo, para honrar um deus que dispensa prstimos humanos. Do mesmo modo, o Deus nico e Verdadeiro no necessita de servios dos homens, mas unicamente de seu amor aplicado ao semelhante. 6. O amor o verdadeiro elemento vital para a alma, a fim de alcanar a Vida Eterna; e Deus criou justamente os homens para poderem ingressar na Vida Eterna. O verdadeiro ofcio religioso consiste principalmente no recproco servir das criaturas, dentro de Meu Amor, e por ele jamais poderia ser vilipendiado o sbado. 7. Alis, consta o seguinte dito de um profeta, quando os judeus comearam a considerar apenas o culto externo, como fazem os fariseus: V, esse povo Me honra com os lbios, mas seu corao est longe de Mim. Servi-Me, portanto, apenas no corao e desist das cerimnias mortas, que tereis santificado o sbado, em todos os dias. Compreendeste? 8. O velho judeu responde: Sim, Senhor, por isto havemos de consider-lo segundo Tua Vontade. Prontamente ele se dirige famlia para esclarec-la a respeito. Em seguida, trata do preparo do desjejum no que Veronika presta seu auxlio.
64. ENSINAMENTO PARA PAGOS SUPERSTICIOSOS

1. Entrementes, dirigimo-nos para o monte mais alto, de onde se
descortina belo panorama. V-se grande parte do Vale do Jordo, a Leste, as plancies do Eufrates, vastas cordilheiras e lugarejos distantes. No fosse a cerrao, teramos a viso de Jerusalm. O comandante ento observa: Senhor e Mestre, essa neblina parece caracterizar o povo, cujo corao e intelecto esto ainda mais anuviados que essa paisagem. 2. Respondo: Assim , Meu amigo. Por isso muitos encontraro a morte dentro da neblina densa de seus enganos e derivantes pecados de toda espcie. Deixemos tais observaes para gozarmos a aurora estupenda. 3. Todos se calam e se alegram com as cenas matutinas em constante mudana. Nesta zona, as manhs so sempre mais belas em virtude da extenso a Leste, em que muitos meteoros raros, se desenvolvem antes do surgir do Sol, originando-se no solo vulcnico. Os supersticiosos pagos tomavam tais fenmenos por companheiros semi-divinos da deusa Aurora, sempre pronta a aplainar a estrada para Apollo. 4. Era chegado o momento de tirar-lhes tal superstio e explicar o verdadeiro motivo de tais aparies, e assim, o comandante e seus subalternos comeam a compreender a razo de nosso passeio neste monte elevado. Aps ter agradecido pelo ensinamento, um oficial diz o seguinte: Ser difcil libertar o povo da superstio, pois pelo ensino sacerdotal v em cada nuvem, neblina, fumaa, queima de madeira etc., nada mais que espritos e duendes, esperando de sua ao, felicidade ou desgraa. 5. No final, h algo espiritual em todas as aparies, pois sem motivo interno jamais poderia surgir algo externamente. Tal motivo bsico foi pelos antigos sbios interpretado como origem espiritual do fenmeno. difcil convencer-se tais pessoas de que o que vem no seja o que pensam, tratando-se apenas de uma apario necessria de uma causa interna e invisvel. Resta saber se no melhor libert-las pouco a pouco da superstio, porque nada recebem para repor a sua perda, podendo cair no pior materialismo, do qual os habitantes desta cidade no carecem. Que dizes, Senhor e Mestre?
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65. MTODO DE ENSINAMENTO

1. Digo Eu: S posso repetir o que disse aos Meus discpulos. Antes de tudo, ensinai o conhecimento de Deus nico e Seu Reino do Amor e Verdade Eterna, dando o exemplo da Doutrina recebida de Mim. Assim, sero levados a toda Verdade e Sabedoria, atravs de Meu Esprito. 2. Em Pella j vos demonstrei haver motivo interno e espiritual em todos os fenmenos da Terra e do prprio homem. No incio, no aconselhvel passar essa explicao aos alunos, mas inteir-los da questo principal que j conheceis. Quando ela tiver deitado razes, todo o resto ser fcil efetuar. 3. Alis, no vos dediqueis no comeo s explicaes de fenmenos telricos. Ainda no estais bastante preparados e, alm disto, no depende delas a verdadeira salvao da alma. Ensinai apenas a f viva em Mim e a ao segundo a Minha Vontade. De todo o resto, Eu Mesmo cuidarei. Quem cumpre Meus Mandamentos e Me ama verdadeiramente acima de tudo, ser por Mim visitado, recebendo revelaes medida de sua capacidade assimiladora. 4. Foram os talentos dados por Mim to diversamente para que cada um sirva ao prximo dentro de suas necessidades. Por enquanto, nada tendes que fazer para o desenvolvimento dos talentos individuais, e sim, tratar da divulgao do Ensinamento principal. O resto, Eu farei. Satisfeito, o oficial agradece. 5. Entrementes, o Sol havia surgido acima do horizonte. Um empregado vem convidar-nos para o desjejum, e quando chegamos casa, esta se acha sitiada por grande nmero de cidados. Nem bem reconhecem o comandante e seus subalternos, imediatamente se afastam. Em seguida tomamos o desjejum e ningum mais se alterou com a casa dos judeus. Ainda assim, o prefeito achou por bem visitar o militar que Me pede orientao no caso. Respondo-lhe: Podes receb-lo, pois deve se tornar bom instrumento para Mim.
66. O PREFEITO DE ABILA

1. Aps os cumprimentos habituais no grande refeitrio, o comandante pergunta pelo motivo da visita do outro. O prefeito, inteligente e bastante experimentado, que bem conhecia a moradia dos judeus, diz admirado: Ouvindo de tua passagem a negcios por Abila, torna-se dever sagrado fazer-te uma visita e perguntar-te se necessitas de meus prstimos. Muito admirado percebo que nada precisas. Conseguiste transformar a runa dos judeus em verdadeiro palcio, sem ao menos dar-me conhecimento a respeito e sinto ser dispensvel. Caso precises de algo, estou ao teu dispor, at mesmo com minha vida. 2. Diz o comandante: Podes ficar, pois haver motivo para pedir-te auxlio. Por ora toma uma taa de vinho antiqssimo encontrado em uma adega soterrada. Quando experimenta o vinho, o outro exclama: Perdoa-me se fao uma pequena observao. Se este vinho for tua obra, s mais divino que humano. Do mesmo modo a transformao dessa runa em um palcio, de um momento para outro, apenas possvel aos deuses. Os mais entendidos construtores levariam mais que dez anos para tanto. 3. Responde o comandante: Tua observao justa, mas no se aplica minha pessoa. Dentro em pouco sabers a Quem me refiro e ento estars ao meu inteiro dispor. Agora toma o vinho. Aps ter brindado o construtor formidvel do burgo, o judeu prope: Caso for de teu agrado, teria vontade de me convencer se todos os recintos se acham na mesma situao que esse refeitrio, anteriormente habitado por toda sorte de ofdios. 4. Diz o romano: Pois no, se for da Vontade de Algum em nosso meio. Digo Eu: Certo. Os pagos e especialmente os esticos como nosso prefeito, s podem ser convertidos Existncia de Deus Verdadeiro, Senhor de Cus e Terra, atravs de grandes provas.
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67. O COMANDANTE CONVERTE O PREFEITO

1. Todos se levantam da mesa e nos dirigimos aos recintos grandes e pequenos, enorme adega, e o prefeito mal consegue falar de tamanha venerao. Quando voltamos ao refeitrio, passadas algumas horas ele diz: Agora acredito na Existncia de Deus Eterno, quer dizer, no Deus dos judeus que mantm uma f um tanto fraca, considerando-O apenas em determinado dia da semana. Oh comandante, fala-me a respeito desse Deus! 2. Diz aquele: Observa o Homem que minha direita palestra com minha filha, a qual Ele curou milagrosamente em Pella. Por ora s que posso dizer. 3. O outro comea a Me observar com muita ateno e em seguida se vira para o romano, com voz baixa: Externamente, parece judeu da Galilia. Deve ser homem sumamente devoto ao Grande Deus judaico por ter recebido poder to excepcional. Retruca o romano: Em parte tens razo. Com o tempo tudo te ser claro. 4. Eis que Me viro para o romano, dizendo: J podes esclarec-lo. Est em condies de assimil-lo. E o comandante comea a doutrinar o prefeito levando os prprios discpulos admirao, enquanto o outro no alimenta a menor dvida a respeito de Minha Pessoa. 5. Percebendo com Quem estava lidando, o prefeito se levanta e diz com todo respeito: Senhor, s Tu em Quem acreditarei com todos os meus. Dize-me o que fazer para que minha f se transmita aos coraes de outros. No me sinto feliz quando no participam de minha ventura. Todos os meios Te so conhecidos e facilmente poderias orientar-me.
68. AMOR E PACINCIA, PRINCIPAIS VIRTUDES DO HOMEM

1. Digo Eu: Amor e pacincia so as duas virtudes mais importantes para todas as coisas deste mundo e tambm no Universo. No careces
de amor, razo porque Me deixei descobrir por ti. Quanto pacincia justa e uma sintonia com o amor, ests ainda fraco. 2. Faze hoje, em Meu Nome, apenas aquilo que te seja possvel, que o dia seguinte te dir o que fazer para a realizao de finalidade nobre. Neste mundo imenso e destinado para os homens, nada se consegue fora. Se assim no fosse, no teria Eu aceito carne e sangue, como homem fsico, para ensinar-vos Pessoalmente os assuntos de Meu Reino, com toda pacincia e dedicao. 3. Todo homem tem livre vontade indiscutivelmente respeitada. Portanto, no aconselhvel chamar-se a ateno aos Meus Milagres junto a pessoas que ainda no se interessaram pela doutrina estica. Devem ser esclarecidas acerca de Minha Existncia, sem Comeo e sem Fim espiritual, quer dizer, sobre Deus nico e Verdadeiro. Em seguida convm transmitir-lhes a Vontade Dele, e quem a cumprir, ter alcanado a meta final. 4. Aceitando os ensinamentos sem coao externa fsica ou moral e vivendo segundo manda a Doutrina, podeis relatar as Minhas Provas e Minha Presena Individual, fortificando deste modo f e ao. Os esticos endurecidos podeis converter atravs de Meus Milagres. Os desprezadores da vida e desejosos da morte e do no-ser suportam um golpe mais forte, sem sofrerem prejuzo na liberdade de sua vontade. 5. Todavia, no faais alarde desse milagre. Vivem na cidade duas criaturas curadas por Mim, em Pella, cujas mincias so do conhecimento do comandante e de seus subalternos, que Me daro justo testemunho. Fazei o que vos disse, com amor e pacincia, que atingireis uma colheita farta de almas para o Reino da Vida. 6. Houve um proprietrio de grande vinha que contratara dois operrios mediante boa recompensa, e ambos dividiram o terreno para o servio. Um deles queria demonstrar-se dedicado e ativo perante o patro e talvez receberia uma gratificao especial pelo trabalho constante e sem trgua. Em pouco tempo terminou o servio que, em virtude da pressa, no foi profcuo e deu colheita pequena. 7. O segundo refletiu a respeito do tratamento individual de cada
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videira, para conseguir bom fruto. Naturalmente levou mais tempo. Ao fim da colheita, sua vinha estava abarrotada de uvas maravilhosas. Quando veio o dono, elogiou o segundo operrio e lhe deu uma gratificao extra, ao passo que o primeiro, nada de especial recebeu, pois havia causado antes prejuzo do que benefcio. O mesmo deveis considerar durante o trabalho na vinha humana, caso quiserdes obter verdadeira utilidade na divulgao da Doutrina. 8. As criaturas so as videiras e devem ser tratadas segundo sua natureza e carter. Antes de tudo, ensinai a Verdade que as libertar dos erros aos quais suas almas se achavam algemadas, e vs mesmos sentireis as alegrias da maior liberdade em vosso corao.
69. ALMOO E DESPEDIDA DO SENHOR

1. Todos Me agradecem pelo ensinamento, e o prefeito se levanta da mesa quando percebe que o ancio manda servir o almoo. Convido-o para participar do mesmo e ao avistar os bons peixes, ele pergunta ao comandante se eram de Genezareth ou de Gadara. Este responde: Amigo, esses peixes so produzidos pelo Senhor, ao Qual tudo possvel, como j percebeste, de sorte representarem prova de Seu Poder e Glria. Fars bem em te saciares com eles. O prefeito no se faz de rogado, constatando o especial paladar dos pratos. 2. Durante a refeio vrios assuntos so ventilados, inclusive os sonhos, e Eu Mesmo explico o mundo intrnseco dos mesmos e demonstro a fora psquica ainda no desenvolvida, porm divinamente criadora que, pela ao segundo a Minha Doutrina, pode atingir a mxima perfeio. O grego e o comandante romano muito se alegram com isto e o primeiro diz: Quo ignorantes e tolos so os homens, perto de Ti, Senhor. 3. Aparteio: Vim a este mundo justamente para apontar o caminho pelo qual podeis atingir tal perfeio em tudo, Imutvel Posse Minha, desde Eternidades. Sou Tudo em tudo, e tudo est em Mim e vem
de Mim. Assim, tambm vs, Meus filhos, deveis estar Comigo. 4. Afirmo: No h quem visse, ouvisse ou sentisse quais sejam as bem-aventuranas reservadas para os que Me amam e cumprem Meus Mandamentos. Sede comedidos, zelosos no Bem e na Verdade e ativos com todo amor e pacincia, a fim de que o Meu Esprito desperte, cresa e demonstre na Luz clarssima o Mundo de Deus no corao de vossa alma. Nele se oculta o Infinito mais feliz, imperceptvel aos olhos da criatura material. Somente Eu conheo o caminho para l e vo-lo demonstro com clareza. Segu pelo mesmo, para atingirdes o Mundo Divino dentro de vs. 5. Aduz o grego: Eis uma sabedoria profunda; entretanto, no a compreendi inteiramente por ser ainda homem materialista. Tudo farei para despir o homem externo, a fim de compreender mais claramente, o interno. Ajuda-me nesta tarefa difcil, Senhor. A partir de agora estou alegre sabendo, por Teu Intermdio, no haver morte e peo-Te me conserves essa alegria, pois um homem tristonho no pode sentir vontade para trabalhar. 6. Digo Eu: Fazendo o que vos cabe, farei o que Me compete. No almejeis excesso de alegria enquanto palmilhardes na Terra. Por ela, a alma se perde no mundanismo e materialismo, e dificilmente encontrar o caminho vida, em sua perfeio. 7. Interpretai alegria e sofrimento segundo a Minha Vontade e com pacincia e submisso justas, que sereis cumulados com a coroa da vida, em Meu Reino. Chegou o momento de Minha partida para seguir a outro local, onde h muitos mortos que devem ser ressuscitados. Se quiseres, comandante, podes acompanhar-Me a Golan. 8. Responde ele: Senhor e Mestre, se fosse do Teu agrado, acompanhar-Te-ia mais alm, pois disponho de tempo nesta poca. De qualquer forma, irei Contigo aos lugarejos sujeitos ao meu comando, em companhia de um subalterno e de minha filha. 9. Nisto se aproximam os judeus para Me agradecerem pela caridade recebida, pedindo Eu no abandon-los com Minha Graa. Prometolhes Minha Ajuda espiritual, caso permanecessem em Minha Doutrina,
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e o comandante lhes garante proteo, junto ao prefeito.
70. CHEGADA A GOLAN

1. Partimos para Golan, fazendo uma pequena volta fora da cidade para evitar desnecessrio alarde. O prefeito nos acompanha, pois tambm queria fugir de inteis comentrios. A caminho de Golan, o romano nos deixa para visitar um velho amigo. 2. Chegamos noitinha ao porto da cidade e encontramos vrios judeus que somente aps o pr-do-sol se animam a dar uma sada no sbado. Quando nos avistam, um ancio se aproxima e pergunta de nossa procedncia e se ignorvamos o vilipndio por um passeio desnecessrio, enquanto o Sol ainda brilhava no Cu. 3. O romano o enfrenta com rigor, dizendo: Nem todos aqui so judeus, pois o grupo contm romanos de destaque. Vossas leis no nos interessam, e caso quisssemos, os judeus teriam que fazer neste dia o que determinssemos. No tendes direito de deter um irmo de f, em nossa companhia, para saber porque faz ou deixa de fazer isto ou aquilo. Sou plenipotencirio do Imperador e tenho a espada da justia em mo. Quem se atrever a agir contra ela seja judeu, grego ou romano experimentar sua agudez, em qualquer dia. 4. Assustados, os judeus pedem desculpas por no o terem visto no grupo. Tambm eles eram sditos fiis de Roma, cujas leis respeitam. Diz o comandante: Desta vez sereis perdoados. No futuro evitai de inquirir judeus que aqui chegam num sbado. A incidncia do caso ser severamente punida. Podeis prosseguir em vosso passeio. 5. Supondo que o romano tivesse um peloto na retaguarda, os judeus preferem voltar aos lares. Entrementes, o comandante pergunta em que albergue pretendo pernoitar. 6. Respondo: Na outra ponta da cidade h um albergue judeu. L ficaremos a noite, e amanh resolveremos o resto. Dentro em breve
chegamos ao destino, onde o taverneiro nos aborda, perguntando pelos nossos desejos. 7. Digo Eu: Quando viajantes param diante de uma taverna para serem acolhidos; o mesmo se d conosco. Diz ele: Sois ao todo uns quarenta, que dificilmente poderiam ser acomodados em minha casa. L para cima existe um grande albergue grego, onde podereis ser recebidos com todo conforto. Alm disto, tenho uma companheira enferma, e minhas duas filhas tambm se acham indispostas, de sorte que a arte culinria est mal acondicionada. Tudo que tenho reduzido, ao passo que o grego vos supriria do bom e do melhor. 8. Retruco: Isto sei h muito tempo. Justamente por isto quero ficar contigo, para suprir-te de tudo que necessitas. Deixa-nos entrar. Assim, entramos no refeitrio no muito espaoso e arrumado com mesas, bancos e cadeiras. O taverneiro manda trazer lamparinas e se admira muito quando descobre o conhecido comandante Pellagius. Novamente se desculpa de seu albergue, ao que o romano responde: Se quisesse conforto, poderia ter procurado o castelo sempre minha disposio. 9. Apreciando muito mais esse grupo do que o luxo do mundo, ficarei com meu ajudante e minha filha. Alm de tudo, aqui estou por ter o Senhor e Mestre expressado o desejo de visitar este albergue. Ainda sabers Quem e qual a felicidade ocorrida para todos os teus. Manda trazer po e vinho. Servimo-nos vontade, no que o judeu, homem honesto e bondoso, nos acompanha.
71. CURA DA ESPOSA E DAS FILHAS DO JUDEU

1. Aps nos termos confortado um pouco, o taverneiro se encoraja e Me diz: A julgar pela tua vestimenta pareces ser galileu. Como podes ser senhor e mestre, segundo a opinio do comandante? 2. Digo Eu: Manda trazer tua mulher e filhas, que as curarei como fiz filha dele. Eu no o fazendo, no haver mdico que o faa. Obede-
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ce, que vers a Fora e Glria de Deus, no homem. 3. Retruca ele: Sou judeu na ntegra e cumpro a lei; mas na f propriamente dita no sou forte. Os profetas predisseram certas vantagens para o nosso povo, especialmente de um Messias que viria com grande Poder e Glria para erguer o reino destrudo e corrupto, para todos os tempos. At hoje se cumpriu apenas o lado pior, enquanto os benefcios se fazem esperar. Com tais experincias, difcil a f se manter firme. 4. Alm disto, somos obrigados a viver entre pagos, que nos ridicularizam to logo comecemos a falar do Deus nico. So filsofos, sem crena em deuses nem na imortalidade da alma, e sempre sabem provar a nulidade das coisas espirituais. Consideram somente foras da Natureza que criam constantemente segundo as leis nela contidas. Por a vs que nossa f bastante fraca; entretanto, quero acreditar que possas curar minha mulher e filhas. 5. Dentro em pouco, os empregados transportam a enferma no prprio leito, acompanhados das filhas, e o taverneiro diz: Eis aqui o Senhor e Mestre que vos curar de modo milagroso. Tende f e pedi-Lhe. Elas assim fazem com grande emoo, ao que digo: Vossa f vos ajude, assim quero! Levantai e caminhai! Instantaneamente, as trs moas se curam e Me agradecem com fervor, e o taverneiro se junta sua gratido.
72. O PODER MILAGROSO DO SENHOR

1. Aps algum tempo, o judeu se vira para as mulheres: preciso demonstrardes vosso reconhecimento pela ao. Ide cozinha e fazei a melhor refeio possvel. E elas obedecem incontinenti. Eu, porm, digolhe: Podias ter poupado esse trabalho s moas, pois nos satisfazemos com po e vinho. J que mandaste preparar uma refeio, podero faz-la. 2. Neste instante, a mulher chega ao refeitrio e diz com alegria ao marido: O que se passou durante a minha molstia que durou meio ano, sem que o soubesse? As despensas esto abarrotadas de lentilhas,
feijes, trigo, azeite, frutos, uvas, mel, peixes frescos e defumados, po, leite, manteiga, queijo, ovos etc. Perguntei s filhas e empregadas de onde veio isso tudo, sem poderem responder. Como isso aconteceu? 3. O marido, igualmente estupefato, responde: Se assim , comeo a crer nos antigos milagres, como sejam, a chuva de mans e de pardais. Estou certo que o Senhor e Mestre saber Quem encheu as nossas despensas. Diz a judia: Quando ele me curou, vi uma forte luz projetar-se da fronte dele e todo seu corpo estava envolto numa irradiao luminosa. Qui oculta-se algo grandioso nele, talvez o profeta Elias, ou ento o Prprio Messias. 4. Acrescenta o marido: Ters razo. Quem isto pode pela simples vontade, deve estar em unio com o Esprito de Deus. No podemos agradecer-Lhe altura; todavia, aprontai a ceia da melhor maneira possvel.
73. O REINO DE DEUS

1. Voltando ao refeitrio, o judeu Me fita dos ps cabea e diz: Minha mulher deve ter razo. s o Messias Prometido em Pessoa, que no poderia fazer milagres maiores do que estes. Teu Corpo, Senhor e Mestre, igual a qualquer um; mas Tua Alma plena de Poder e Fora divinos. Por isto sejas louvado! 2. Digo Eu: Felizes tu e os teus, por terdes percebido isto em Mim. Bem-aventurados somente aqueles que cumprem a vontade do Pai no Cu, Que Me enviou a este mundo. Eu e o Pai somos Um. Quem Me v e ouve, v e ouve tambm o Pai. Sem Mim, no h quem veja e oua o Pai. Quem, portanto, crer em Mim e agir segundo a Minha Doutrina, receber a Vida eterna. 3. Diz o judeu: Qual a Tua Doutrina? O que preciso fazer para receber de Ti a Vida eterna? Respondo: Quem cr em Mim e no se aborrece Comigo, cumprindo os Mandamentos dados por Moyss, j possui a Vida eterna. No vos dou outra Lei seno a que Moyss recebeu
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de Mim, para transmiti-la aos homens. 4. Reconhece e ama a Deus acima de tudo e ao prximo como a ti mesmo, que cumprirs toda a Lei e, com ela, a Vontade de Quem ora fala contigo. O efeito se demonstrar em tua alma. Compreendeste? 5. Responde o judeu: Sim, Senhor e Mestre; sempre cumpri a Lei de Moyss, no obstante a fraqueza de minha f, e a partir de agora a cumprirei ainda mais. Consta que o Messias fundar um verdadeiro Reino de Deus nesta Terra que jamais tem fim. Como e onde? Teu Trono ficar em Jerusalm? E quando isto ser feito? 6. Digo Eu: Meu Reino no ser um imprio mundano, mas Divino, sem qualquer pompa; nada tem de externo, mas se acha no ntimo da criatura. A Minha Cidade, Minha Morada slida dentro dela, o corao puro que Me ama acima de tudo. Eis o que diz respeito fundao do Reino nesta Terra. 7. Os que esperarem um novo Reino de Deus na Terra, com pompa externa, ver-se-o trados em suas esperanas. Jamais tal Reino seria fundado na plena Verdade. Haver falsos profetas que isto afirmaro em Meu Nome. Nunca, porm, habitarei nem reinarei em tal reino. Esta a Verdade Plena quanto fundao do Meu Reino nesta Terra. Compreendeste? 8. Responde o judeu: Sim, Senhor e Mestre. Muitos ainda presos ao mundo no o entendero, esperando por um reino material e deste modo continuaro no antigo julgamento e cegueira espiritual. S benevolente para com os ignorantes, Senhor, e no abandones os que j descobriram o Teu Reino verdadeiro e procuram seguir a Tua Vontade. Digo Eu: Teu pedido justo e ser atendido. Eis que vem a ceia, vamos sentar-nos.
74. O TAVERNEIRO E O COMANDANTE SO ORIENTADOS

1. Aps tomada a refeio, em companhia da famlia do anfitrio, sua mulher e filhas novamente agradecem pela Graa recebida.
Alguns discpulos se aborrecem com tal repetio e afirmam j terem feito o suficiente. 2. Percebendo a impacincia dos apstolos, digo: Quantas vezes operei milagres e vos saciei Minha mesa, sem ter recebido qualquer manifestao de reconhecimento. Deixai que esses filhos expressem sua alegria. Prefiro o balbuciar de um filho s palavras sbias de um intelectual, nas quais o raciocnio se alegra sem vantagem para o corao. Em verdade vos digo: Quem Me aceita diante do mundo, ser por Mim reconhecido perante o Pai. Deixai, portanto, que os filhos se alegrem. 3. Os discpulos se contm e Eu abeno a famlia do judeu que se retira para a cozinha. At perto de meia-noite dou orientao ao hospedeiro em vrios assuntos, que tambm assistida pelos demais. O comandante, finalmente, se expressa: Senhor, guardei na memria o que falaste em Pella e Abila. Confesso que acabas de ventilar certas coisas jamais sonhadas e Te agradeo muito. Facultaste-me uma noo muito mais profunda acerca dos segredos da Criao. 4. Digo Eu: Meu amigo, muita coisa teria para vos dizer e revelar, mas ainda no estais em condies de suport-las. To logo Eu vos enviar o Esprito Eterno da Verdade e Ele penetrando vossas almas, sereis levados Sabedoria total. 5. O fato de Eu ter podido abordar certos temas com o judeu, se prende ao conhecimento dele das Escrituras, conquanto no as tenha assimilado. Quando tiveres lido a Escritura toda com a justa ateno, descobrirs muita coisa estranha que o intelecto no saber interpretar no sentido espiritual. Isto se dar com a ajuda do Esprito enviado por Mim. 6. Se desejas maior elucidao sobre fenmenos da Natureza, poders visitar o teu colega em Genezareth, bastante informado a respeito. Eu ensino as criaturas segundo sua capacidade assimiladora e em assuntos que j despertaram sua reflexo, sem terem conseguido atingir a Verdade. Assim acontece Eu vos apresentar em toda parte algo novo e estranho; todavia no se trata de novidade, pois j existia sem que fosse descoberto e compreendido. 7. Todos compreendem Minha Explicao, inclusive os discpulos,
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percebendo o motivo mais profundo pelo qual em diversos locais dissertava acerca de assuntos novos ao lado da Doutrina em si.
75. PRENNCIO DE UM TEMPORAL

1. Quando termino de falar, o anfitrio se vira para Mim: Senhor, peo me informes quando algum estiver com vontade de deitar-se, pois j passou metade da noite. 2. Digo Eu: Amigo, deixa estar. Ficaremos como sempre sentados mesa. Depende de ti, procurares o teu leito. Alis, no aconselho que esta noite vos entregueis ao sono. A zona exposta a tempestades e terremotos, e dentro em breve vir um temporal e convm verificar sua direo. 3. Protesta o judeu: Mas, Senhor e Mestre, s Soberano sobre o poder do mal, geralmente provindo de elementos infernais, e basta o pronunciamento de Tua Palavra para evitar que se aproxime o temporal. 4. Digo Eu: Falaste certo segundo teus conhecimentos dos fenmenos naturais. bem verdade que tais tempestades s vezes so assistidas pelos demnios; todavia no podem o Amor e a Sabedoria divinos impedir o desencadear dos elementos. Na Terra repousam inmeros elementos da Natureza que com o tempo tero de alcanar sua salvao. Como esta zona especialmente rica em elementos brutos de toda espcie, enquadra-se na ordem que os elementos sazonados possam irromper para uma existncia mais livre. Convm permitir-lhes a expanso em diversas ocasies, do que ret-los por muito tempo. Muitos grupos explodem e provocam grandes desvastaes, que se apresentam como desertos, onde por longo tempo nada germinar. Compreendes porque tenho que deixar o temporal expandir-se. Ningum precisa tem-lo, entretanto convm ficar acordado. 5. Nisto se aproxima Simon Jud e diz: Senhor e Mestre, quando certa feita nos encontrvamos durante um temporal no Mar Galileu, dentro de uma embarcao bastante frgil, estavas adormecido e fomos
obrigados a Te despertar para no sucumbirmos. Imediatamente ameaaste o temporal, que serenou a ponto de todos afirmarem: Quem ser esse homem, ao qual obedecem ventos e mares? Compreendo ser melhor estar-se acordado durante um temporal; mas porque dormias justamente naquela ocasio? 6. Respondo: Justamente para experimentar vossa f e fortific-la. Alm disso, no disse ao judeu ser aconselhvel tambm para Mim ficar acordado. Meu Conselho no serve como norma de vida para Mim, mas para vs, a fim de atingirdes a perfeio. Se quisesse, poderia entregar-Me ao descanso, haja vista no ter dado a advertncia Minha Pessoa. Velarei em virtude de vossa falta de f. 7. Atentos, todos aguardam o temporal. O hospedeiro, que no obstante Minha Presena, sente crescer o temor, diz: No convm despertar os que j dormem? Respondo: Basta ns estarmos vigilantes. O prprio temporal despertar os moradores da cidade, que procuraro o ar livre. Nesta ocasio teremos bastante trabalho.
76. A NOITE TEMPESTUOSA

1. Neste momento, um vento forte se manifesta, acompanhado de ligeiro tremor de terra. Em seguida levanta-se forte rugir, a meia hora distante, que de minuto em minuto aumenta. Dentro de poucos instantes, a fria alcana a cidade despertando muitos moradores que, apavorados, procuram fugir para o campo, pois temiam ser soterrados nos escombros das casas. 2. Muitos, ao passarem pelo nosso albergue, se admiram de nossa coragem e calma, e alguns vizinhos entram no refeitrio para aconselhar o dono da casa a dirigir-se para o ar livre. Deveriam estar soltos todos os demnios judeus e as frias pags, do contrrio no se compreendia o surgir de noite to tempestuosa, aps dia to sereno. 3. Responde o taverneiro: Amigos, minha casa velha e j passou por
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muitas provas semelhantes, e certamente suportar esta noite sem prejuzo. Entrego tudo a Deus, o Senhor, cheio de Amor e Poder, que no permitir seja minha famlia atingida pelos demnios judeus ou pagos. 4. Dizem os dois vizinhos: Deixa-nos em paz com os deuses, sejam quais forem. Que vantagem teriam por nos martirizarem? Ns, romanos, clamamos por todos eles, e alguns sacerdotes fazem gritaria, inclusive os judeus da cidade. A tempestade e o tremor de terra no cessam e convm salvar-se ao menos a pele. 5. Retruca o judeu: Naturalmente tendes de vos socorrer pessoalmente, sendo vossa f e confiana em Deus, to fracas. A mim, Deus verdadeiro demonstrou que essa tempestade viria por esta zona por motivos mui sbios e no precisaria temer algo. 6. Os romanos se vangloriam com a seguinte afirmao: Ainda que o planeta soobrasse, as runas haveriam de carregar o impvido! Onde est a aplicao da mesma? Eu, judeu crente no Deus Verdadeiro e nico, vivo no justo temor que me d mais coragem que vossa empfia. Se penssseis como eu, podereis ficar dentro de casa sem que algo vos acontecesse. 7. Respondem os romanos: No fundo tens razo. Mas no temos culpa de no participarmos de tua crena e oportunamente falaremos a respeito. Percebendo haver na sala outros hspedes, os romanos fazem tentativa de perguntarem a respeito deles. Todavia eram chamados pelos familiares que os procuravam na rua, e assim, se afastam. 8. Entrementes, o taverneiro pergunta-Me quanto tempo haveria de durar o temporal, e Eu respondo: Mais uma hora, no entanto ningum sofrer dano algum. Falaste bem aos teus vizinhos, que amanh aqui voltaro. Agora podemos descansar para de manh trabalharmos bastante.
77. A BONANA
1. Quando despertamos pela manh, um tanto nebulosa, os discpulos indagam se quero ir ao ar livre. Respondo: Por vrias vezes assistimos
manhs como essa e sempre passei ao ar livre, portanto, tambm o farei hoje. Quero dar aos pagos uma prova, para se converterem mais facilmente ao Deus, nico e Verdadeiro. Quem quiser ficar em casa, que fique. 2. Todos respondem: No Te deixaremos, Senhor, pois queremos estar sempre Contigo. Digo Eu: Ento vamos. Ao chegarmos rua, encontramos grande multido acampada na calada, porquanto temia passar a noite em casa. Conquanto a tempestade terminasse, todos receavam sua volta. Num grupo estavam tambm os dois vizinhos do taverneiro, que felicitam o mesmo, principalmente o comandante e seus subalternos, por terem passado inclumes. 3. Inquiridos pelo romano se haviam ficado a noite ao ar livre, eles respondem: At irromper a fria estvamos em casa. Mas quando a terra principiou a tremer, todos ns fugimos para a rua. Fossem nossas casas construdas de madeira, no teramos sido enxotados. As pedras dos edifcios so mui quebradias, por isto aconselhvel abandon-los em tais ocasies. 4. Diz o comandante: E a proteo dos deuses, da qual todos os pagos se vangloriam? De minha parte, entreguei-me Proteo do Deus nico, e fiquei dentro do albergue sem o menor receio. Somente Ele enche a criatura de coragem para enfrentar o que quer que fosse. Quem no tiver f e confiana em Deus, exposto a toda sorte de sofrimentos e vicissitudes, principalmente na hora derradeira de sua vida.
78. A PROCURA DE DEUS

1. Diz um dos vizinhos: Vemos que tens razo e feliz todo aquele capaz de uma f firme e confiana viva, que o faro suportar todos os embates da vida. Mas, onde busc-las? L em cima, na parte mais larga da rua principal, se acham nossos sacerdotes, e no longe deles, alguns rabis judeus. Ambas as castas demonstram quo pouco esperam do auxlio verdadeiro.
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2. Quando terminar todo perigo do temporal, os nossos comearo a predicar a respeito da ira dos deuses em virtude de nossa f fraca e as oferendas pequenas; e caso continussemos nessa atitude, os deuses haveriam de exterminar o prprio pas. Teriam, portanto, feito grande alarde no Templo, caso no temssemos a repetio do temporal. 3. O mesmo sucede com os sacerdotes judeus. Estariam dentro da sinagoga para estimular os fiis a oferendas maiores, se a nebulosidade no os retivesse. Eis as traficncias dos sacerdotes pagos e judeus, que demonstram claramente serem eles os primeiros a fugirem, provando sua f e confiana fracas. Deste modo, difcil chegar-se convico de uma crena qualquer, e compreende-se nosso lema que cada um deva socorrer a si prprio. Todavia, falaste palavras boas e sentidas, e talvez exista um deus como o descreveste. Mas onde est? Como chegar-se junto Dele? 4. Diz o comandante: Isto no to fcil para um materialista que diria: Se realmente existir um ou vrios deuses, devem deixar-se encontrar pelos homens, caso devam ser considerados; assim no sendo, certamente nem existem. 5. Afirmo, tal no suceder. Primeiro, s houve Um Deus, desde Eternidades, que deseja ser procurado, reconhecido e amado atravs do cumprimento de Suas Leis. Segundo, deve o homem procur-Lo no apenas de hoje para amanh, mas dedicar-se-Lhe com crescente fervor e saudade, que Deus Se manifestar, como j aconteceu a vrios. Ento expressar a tais criaturas a Sua Vontade, segundo a qual continuaro em Seu Amor e Graa, podendo sua alma ser despertada para a Vida eterna. 6. Em tal situao, no haver temores nem fraquezas durante as lutas dentro da vida, mas somente a manifestao da pacincia e completa entrega Vontade Divina, que tudo conduz a bem da criatura. Sendo este o maior tesouro humano, vale a pena procur-lo. 7. Como se cansam os homens procura de tesouros e bens materiais. Um perfura montanhas para descobrir ouro, prata e pedras preciosas. Outro, mergulha nas profundezas do mar para encontrar algumas prolas. Um terceiro, navega pelos mares revoltos em embarcaes mui frgeis, a fim de vender sua mercadoria em pases estrangeiros, pelo lucro de algumas
dracmas. Assim, cada um procura melhorar sua posio na vida. Porque ningum se d ao trabalho da procura do tesouro mais sublime, sabendo que em todas as pocas houve homens que realmente o encontraram?
79. BONS PROPSITOS DO VIZINHO PAGO

1. Responde um dos vizinhos: Tens realmente razo com teu discurso que serve de guia para a descoberta de tal tesouro. At hoje no foi isso possvel. De um lado, os sacerdotes nos dominavam. Do outro, tnhamos oportunidade de observar o judasmo onde deparamos maior confuso e superstio que no politesmo. Preferimos caminhar entre ambos, observamos a Natureza e vivemos segundo suas leis, muito embora cumprssemos externamente as do Governo. Agora acabamos de receber de ti, um meio seguro e com ele nos dedicaremos procura do maior tesouro da vida, do qual depende a imortalidade da alma. 2. Eis que Me manifesto: Uma vontade rigorosa para um trabalho que promete destino sublime, em si, tanto quanto a obra. Esta segue, em sua extenso, a vontade to mais rapidamente quanto o rigor do empreendimento. O comandante demonstrou o justo caminho e entregou os meios apropriados. 3. Responde o vizinho: Amigo, pareces ter encontrado o tal tesouro sublime, porquanto falas como o comandante. A julgar pela vestimenta, s galileu, bem como teus companheiros. No importa serem os galileus desconsiderados como crentes. Pode haver dentre eles alguns que tenham encontrado aquilo que pretendemos possuir. 4. Digo Eu: Julgaste bem; mas neste local no podemos prosseguir no assunto porque o povo se aglomera ao nosso redor. A presena do comandante despertou a curiosidade e convm seguirmos a uma praa fora da cidade, onde haver oportunidade de palestrarmos.
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80. EFEITOS DA TEMPESTADE E DO TERREMOTO

1. Quando chegamos a uma colina onde se v uma velha runa que anteriormente servia de fortaleza aos filisteus, observamos em direo ao Oeste elevarem-se fumaa e algumas labaredas em diversos pontos. Aps certo tempo de observao, o comandante se vira para Mim: Senhor e Mestre, os mencionados elementos da Natureza no sossegaram e, segundo minhas experincias, tais labaredas e fumaas aps um temporal, perduram, s vezes, durante semanas e at mesmo se percebem algumas oscilaes. Por que isto? 2. Respondo: Amigo, em Pella, onde resides propriamente, possuis um lago que te custou muito dinheiro. Caso pretendas criar bons peixes, ters que limp-lo de tempos em tempos. Para tal fim preciso esvazi-lo. Quando aberto o cano principal do lago, a gua se precipita com fragor pela abertura; pouco a pouco diminui e, no fim, sai apenas em gotas e podes comear com a limpeza. Porque no acondicionaste um cano que facilitasse a sada da gua, de momento? 3. Tudo no mundo se d dentro de certa ordem; e caso algo suceda fora da mesma, a conseqncia a equivalente destruio. Se vs, criaturas ignorantes, considerais certa ordem dentro das aes e trabalhos, a fim de alcanardes determinada finalidade, afirmando que um servio rpido de nada vale, deveria Deus, o Eterno Criador de Suas Obras Imensas, agir de modo menos prudente? Deixa portanto tudo correr como corre, que est certo. 4. Satisfeito, o comandante agradece pelo ensino. Os dois vizinhos do taverneiro tambm haviam escutado as Minhas Palavras, de sorte que lhe dizem: Segundo nos parece, esse galileu algo mais inteligente que o romano. No entendemos bem do que se tratava; entretanto, dava impresso que lhe parecia muito demorada essa cena da Natureza. O judeu, ento demonstrou a Ordem respeitada por Deus, e qual o motivo. Quem seria ele, pois o comandante o tratou de senhor e mestre? Como pode expressar-se dessa forma a um judeu?
5. Responde o taverneiro: Por ora no o entendes; mas tempo vir em que se far vossa compreenso. Tais palavras despertam ainda mais a curiosidade dos vizinhos, sem se atreverem a fazer perguntas. Nisto comea a soprar um forte vento de Leste e no demora, sentimos um odor desagradvel de enxofre e piche. Alguns dos presentes, incluindo certos apstolos, Me pedem ordenar ao vento que leve os vapores para outra direo, ou ento deveriamo-nos proteger dentro de casa. 6. Digo Eu: Vede como se encaminha uma quantidade de curiosos para c, a fim de bisbilhotarem nossas aes. Na vanguarda marcham os sacerdotes pagos, dois rabis e alguns judeus que nos abordaram nossa chegada. Todos eles Me so mais desagradveis que o odor pestilento. Justamente por este motivo fiz com que se levantasse a forte ventania. J fazem meno de voltar, temendo que sejam prejudicados pelos venenos. 7. Ao redor da colina havia alguns cidados que nos seguiram, e o comandante faz meno de mand-los embora por um subalterno. Todavia lhe digo: So homens de boa ndole e devem ficar para testemunhas. 8. Entrementes, os vizinhos quedam mais perplexos e, finalmente, dizem ao taverneiro: Que homem estranho! Parece ter dado ordens ao vento para enxotar os hspedes indesejveis. E agora acaba de dar ordens ao prprio militar que prontamente obedece. Alm disto, conhece de longe o carter das criaturas, conservando junto dele as boas. Estamos realmente curiosos para ver o que mais suceder. Diz o judeu: Reflet sobre aquilo que vos disse h pouco, que dentro em breve descobrireis a situao verdadeira.
81. PONDERAES ACERCA DO PODER DO GALILEU

1. Entrementes, os curiosos haviam voltado cidade. Como a zona estivesse livre de qualquer perturbao, ordeno em voz alta, de sorte que todos Me ouam, que o vento levasse os vapores de enxofre e piche para
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os desertos do Eufrates. Imediatamente ele muda de direo e nos encontramos livres dos mesmos. 2. Percebendo-o, os vizinhos do taverneiro dizem: evidente estar o galileu em estreita unio com Deus Verdadeiro, servindo-se de Seu Poder. Como poderia um homem chegar a tal ponto? Finalmente tm razo os judeus por acreditarem em Um S Deus, que pelo Poder de Sua Vontade teria criado tudo que existe. Mas, qual seria o motivo que os prprios judeus pouco se interessam pelo conhecimento deste Deus, para amoldarem suas aes segundo Sua Vontade, como fez o galileu? 3. Se conheceis os caminhos para a conquista do maior tesouro, no entanto no tratais de alcan-los em virtude da cobia pelos dons da matria, sois evidentemente mais tolos que os pagos. No te enquadramos na fileira desses judeus conhecidos na cidade, no entanto sabemos que no estavas isento de dvidas acerca de vossa Divindade. Especialmente os sacerdotes que pregam de forma tal a darem impresso depender a Atitude Divina da determinao deles, sem darem provas de qualquer fora, eis um enigma, pois vimos pelo galileu estar ele em contato direto com Deus. 4. Diz o taverneiro: Amigos, tendes razo. Mas se falarmos a respeito, os mais entendidos no assunto se calam. Vamos silenciar para ouv-los. Nisto, o comandante se vira para Mim: Senhor e Mestre, os homens aos ps da colina no sabem qual medida a tomar e o que pensar de Ti. No seria prudente eu mandar um oficial para esclarec-los um pouco? 5. Respondo: Ainda no. Darei uma prova e em seguida voltaremos ao albergue. Eles seguiro para a cidade a fim de relatar com entusiasmo o que assistiram, dando motivo para muitas conjeturas. Ento ser chegado o momento de lhes demonstrar Quem foi Aquele Que ordenou aos elementos. Agora transformarei a manh encoberta e acalmarei os elementos da Natureza. J se libertaram em nmero justo. 6. Imponho a Minha Vontade s neblinas sobre a Terra e s nuvens grossas no ar, permitindo que o sol resplandea. E assim foi. A manh se apresenta radiosa, facilitando a viso perfeita. Das fendas surgidas durante o terremoto noturno, vez por outra vem-se chispas de fogo a certa
distncia, de pouco agrado dos pagos admirados, no obstante o panorama maravilhoso. Passada meia hora, emito tambm Minha Ordem aos espritos do fogo que se apagam, incontinenti. O vento igualmente se acalma, e o solo parece varrido de todos os detritos.
82. A VOLTA PARA O ALBERGUE

1. A estupefao geral, e os pagos comeam a conjeturar Quem seja Eu, qual Minha Procedncia, e qual a ligao entre Mim e o comandante porquanto no Me trajo como ele. Alguns mais entendidos com a religio judaica, tomam-Me por profeta. Outros, um grande mago vestido como galileu. Outros, ainda, contestam essas hipteses porque no descobriam sinais de magia, nem vara. Assim, as opinies so as mais variadas, sem que algum se atreva a subir a colina e perguntar diretamente. 2. Entrementes, levantamo-nos para voltar ao albergue. Percebendo nossa inteno, os pagos so tomados de grande pavor e voltam rpidos aos lares, onde so aguardados pelas famlias. Ao passarmos pela cidade, vimos os sacerdotes pagos em plena atividade, divulgando que os homens deviam a eles, ter sido poupada a metrpole do cataclismo. A manh nublada se transformara em dia radioso por intermdio de suas preces e promessas aos deuses, ao que os moradores dessa, assim como de outras cidades, se prontificam a fazer ricas oferendas ao templo. 3. No menos intensiva a ao dos sacerdotes judeus no tratamento dos fiis na sinagoga. Todavia no h grande entusiasmo por ambos representantes de crena no sentido do cumprimento das obrigaes. Paramos por algum tempo diante do albergue, observando o tumulto quando os vizinhos do taverneiro conjeturam: Acaso estvamos errados ao predizermos a atitude dos sacerdotes? A manh se transformou pela Vontade poderosa do galileu, e aqui encontramos a mistificao mais gritante. 4. Se os representantes dos deuses ou de um s deus que no caso no faz diferena so os primeiros a fugirem vista de um perigo, como
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poderia um homem mais inteligente crer? Vemos serem precisamente os sacerdotes a prejudicarem a f popular. Quem seria indicado a soergula? Somente atravs de sinais convincentes poderia novamente surgir a f na ajuda de uma divindade. 5. Compreendemos qual a razo de no fugirdes durante a noite; pois quem abriga em sua casa um homem ao qual obedecem todos os elementos, facilmente pode crer e confiar. Deveria ele demonstrar aos sacerdotes orgulhosos, seu Poder Divino, que despertaria nossa f viva. At mesmo os dois rabis mudariam de opinio e talvez retornassem religio dos patriarcas. 6. Digo Eu: Ide com as famlias ao nosso albergue, e deixai os sacerdotes prosseguirem com suas lamrias. Dos ricos nada recebero, e os pobres que estiveram em nossa companhia, sabero relatar a Quem obedecem os elementos da Natureza. Assim haver oportunidade de impedir-lhes as traficncias. Deste modo, todos ns tomamos o desjejum bem preparado.
83. ATITUDE PERANTE OS SACERDOTES

1. Quando o vinho solta os recalques, os vizinhos pagos relatam coisas que causam admirao aos prprios apstolos. Entrementes, um dos rabis entra no refeitrio, para chamar a ateno ao hospedeiro de fazer oferendas ao Deus de Abraham, Isaac e Jacob, porquanto havia poupado os pertences dele, por intermdio das preces feitas pelos sacerdotes do Templo. 2. Tal atrevimento irrita um dos vizinhos, que se levanta e diz ao rabi: Amigo, no teria um de vossos patriarcas e profetas profetizado em que ocasio no mais seria preciso aturar-se os sacerdotes mentirosos e preguiosos? No te envergonhas, realmente, em nos atirar tamanha mentira em rosto? Quando terias tu orado a Deus pela conservao dos pertences desse meu amigo?
3. Vimos a ti e a teu colega, tremendo de medo na grande praa, na qual escolhestes o ponto mais seguro. Porque no ficastes na sinagoga, onde Deus haveria de atender vossas oraes? Acaso tereis feito preces na praa, em benefcio do povo? Conhecemos-vos muito bem. Por isto, fora daqui, do contrrio poderia surgir Algum que vos impila para tanto! Notando a presena do comandante, o rabi abandona o albergue. 4. Diz ento o vizinho: Graas ao Deus judaico, libertamo-nos de um dos mais nfimos atestas. Aduz o comandante: Fugiu qual ladro, e seu colega dificilmente nos procurar, enquanto os sacerdotes pagos aqui viro, to logo souberem eu estar presente. Como agirei sendo militar romano? Devo ser protetor dos sacerdotes, em nome do Imperador. Como posso, se conheo o Deus nico e Verdadeiro, amando-O acima de tudo, e odeio o politesmo? 5. Digo Eu: No faas isto. Os sacerdotes de vossos deuses, que alis nunca existiram seno na fantasia dos homens dominadores, so menos culpados no paganismo que os pregadores, que em eras remotas comearam a converter os crentes em Deus nico, para o politesmo. 6. Se assim , convirs serem vossos sacerdotes alvo de piedade e no de dio. Trata de lev-los ao caminho da Verdade e quando nele comearem a palmilhar, procura dar-lhes trabalho. Ao Imperador no faz diferena tratar-se de judeu ou pago, basta ele dar-lhe o que interessa. Nada precisas temer por parte de Augusto, pela converso ao Deus judaico de alguns sacerdotes de Zeus e Apollo. 7. Alm do mais, os potentados deste pas, h alguns anos aderiram ao judasmo verdadeiro por Meu intermdio, como sejam: o Prefeito Cirenius, seu irmo mais moo Cornlio, o poltico Agrcola em Roma e muitos outros. Eles todos no tendo tido aborrecimentos por parte do Imperador, nada tens a temer, visto que Eu te garanto Minha Proteo especial, caso continues fiel. Dei-te tambm a capacidade de curar os enfermos, em Meu Nome, e libertar os possessos dos maus espritos. Por ora nada mais precisas. 8. Sumamente satisfeito, o comandante diz: Senhor de minha vida! Todo louvor, honra e gratido Te sejam tributados por esta Graa imere-
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cida. Tua Vontade se cumpra por ns, como executada pelos anjos celestes, e Teu Nome seja louvado, hoje e sempre.
84. IMPORTNCIA DO AMOR

1. As palavras do militar provocam forte admirao por parte dos vizinhos do hospedeiro judeu, de sorte que dizem ao primeiro: Agradecemos-te pela confirmao daquilo que sentamos e no nos atrevamos a dizer. Este homem, ao qual tomamos por galileu, o Deus nico e Verdadeiro, no s dos judeus, mas de todas as criaturas. o Esprito Original e Eterno que Se apresenta qual Homem aos humanos, para demonstrar-lhes ser somente Ele Senhor desde Eternidades. Quo felizes somos por esta Revelao. Que venham os nossos sacerdotes para eu apontarlhes o verdadeiro Deus. 2. Os dois romanos fazem meno de se ajoelhar diante de Mim, querendo adorar-Me. Mando que se levantem e ouam a Minha Doutrina. Assim transmito-lhes a Minha Vontade e esclareo-os acerca de vrios assuntos. Deste modo, tornam-se Meus servos. 3. Ambos Me agradecem com efuso e um deles, bom orador, diz: Esta explicao, Senhor e Mestre, dispensa grandes provas de Tua Personalidade Divina. Isto nos convenceu muito mais que os milagres que, no obstante inditos, tm semelhana com os feitos por magos e sacerdotes comuns. Ainda assim agradecemos-Te igualmente pelas provas e pelo dia maravilhoso, surgido atravs de Tua Onipotncia. Somos testemunhas de Tua Fora e Poder e temos coragem de enfrentar as foras do mal, no que certamente nos ajudars. 4. Digo Eu: Disto podeis estar certos, Meus caros amigos, e vos transmito o poder de curar enfermos pelo passe, em Meu Nome, e tambm expulsar os maus espritos dos obsessos. Assim dotados, podeis entrar em luta contra o poder da mentira e do engano nefasto, para conquistardes a vitria final.
5. Tudo que fizerdes, dever ser feito por amor, para despert-lo nos coraes dos que pretendeis conquistar para o Meu Reino. O amor deles se tornando forte e cheio de vida, e querendo vos retribuir algum favor, aceitai-o com gratido; pois somente o amor recproco produz e vivifica uma vida inteiramente nova. 6. No comeo tereis que agir com o amor recebido de Mim, em toda plenitude. Se um homem que pretenda casar-se procurar os pais da eleita e apenas se informa de seus dotes sem ao menos dar demonstrao de amor, acaso poderia despertar algum sentimento na moa e nos genitores? Dificilmente realizar seu desejo. Quem no tiver amor, no o encontrar. Quem procurar o amor com amor, forosamente o encontrar. Isto se dando, no deve neg-lo quando por ele for recebido ativamente. 7. Tomai como Exemplo a Minha Atitude. Vim sem ser chamado, por puro amor, e tudo fiz sem exigir qualquer recompensa. Tendo-Me descoberto e recebido, com todo amor, Eu o aceito de Corao alegre e no Me nego a sentar-Me vossa mesa com os Meus discpulos. Se assim no fizesse, acaso vosso corao se sentiria feliz? Por certo que no. Por isto, aplicai amor sem recompensa. Se as criaturas vos receberem com todo amor, aceitai na justa medida, o que vos ofertarem. 8. Agindo como Eu, dentro em breve tereis propagado o Meu Reino nesta Terra, e nada mais sofrereis. Assim como orgulho, inveja, avareza, cobia e demais vcios despertam o mesmo no semelhante, o amor puro e desinteressado incentiva tal sentimento no prximo. Fazei tudo por amor, que semeareis o amor nos coraes das criaturas que, dentro em breve, dar colheita farta j em vida, e muito mais na Vida Eterna da alma, atravs de Meu Esprito de Amor dentro dela. Todos compreendem o sentido de Meu Ensinamento e prometem aplic-lo na plena verdade.
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85. OS SACERDOTES PAGOS DEFENDEM SUA ATITUDE

1. Enquanto se entretm a respeito de Minhas Palavras, chegam alguns sacerdotes pagos para cumprimentar o comandante, cuja presena lhes fora transmitida por diversos pobres que pela manh haviam rodeado a colina. O motivo principal de sua visita se prende ao homem vestido de galileu, ao qual se alegava obedincia dos prprios elementos. 2. Entrando no refeitrio, fazem reverncia respeitosa diante do militar, dizendo: Perdoa-nos, nobre plenipotencirio do Imperador, escolhido pelos deuses e seus servos mais distintos. Se tiveres qualquer lei nova vinda da cidade de Roma, tem a bondade de transmit-la para que possamos segu-la. 3. Responde o comandante: Nossas leis so invulnerveis e no h acrscimo de espcie alguma. Ainda assim, soube de um fato que no me agrada. Por que enganais e mentis ao povo, dele querendo extorquir sacrifcios a bem de vosso conforto? Alegais dever ele a vossa interferncia junto aos deuses irados, de no terem transformado toda a zona em deserto e que a manh radiosa cabe a vossas preces! Assim pregais perante a multido, que viu vossa fuga desabalada durante a tempestade e o terremoto. Pretendeis deste modo soerguer a f popular? Como possvel que sacerdotes venham a mentir to grosseiramente? 4. Diz um dos sacerdotes: Perdo, nobre senhor. Teu critrio nessa esfera no de todo justo. bem verdade que um sacerdote deva demonstrar a maior coragem e confiana integral no socorro dos deuses, a fim de despertar a f no povo. Mas, em ocasies especiais deve ele no ter receio de demonstrar o temor dos deuses, caso revelem sua ira atravs do desencadear dos elementos. 5. O sacerdote intermedirio entre os deuses e os homens. Jamais, um senhor imortal como os deuses. Enquanto eles demonstram sua presena e poder atravs de raios, troves, ventanias, chuvas etc., pode o sacerdote confortar o povo e manter sua f. O poder dos deuses se manifestando em abalos ssmicos, a f do sacerdote tem o direito de estremecer.
6. Cabe-lhe o direito de aplacar a ira dos deuses por meio de oraes, mas tambm vivel sua demonstrao de fraco mortal, temeroso como qualquer um. Assim sendo, no estvamos de todo errados por termos demonstrado nosso receio dos deuses. Como se deixaram aplacar por ns, em virtude das promessas, convm o povo saber o que compete fazer junto a ns, para evitar que em outra ocasio, os deuses no nos atendam. Somente sete vezes tm eles complacncia com os mortais. Penso, ter justificado a nossa atitude, senhor.
86. INUTILIDADE DA CERIMNIA PAG

1. Diz, em seguida, o comandante: Falaste bem e dentro da lgica. Todavia, no tem valor para mim, porque sentido e verdade esto em campos opostos. No alimentas a menor f e confiana nos deuses, o que poderia provar segundo minhas experincias. Minha afirmao no uma ameaa contra ti e teus colegas. Apenas te esclareo que vossa atitude aparentemente inteligente ter efeito prejudicial perante o povo, que em parte conhece vossa atitude mistificadora. Mormente nesta poca em que comea a se estender entre os judeus, a Existncia de Deus nico e a maneira pela qual deve ser venerado. 2. Certamente tivestes conhecimento a respeito, e vos pergunto porque no procurastes obter certificao, preferindo insistir na teimosia maldosa? Se vos convencestes da nulidade dos deuses, no mais podendo alimentar qualquer f, tratai de descobrir a Verdade. To logo a tenhais encontrado, no a sonegueis perante o povo sedento, tornando-vos mais teis. Transformai os templos pagos em abrigos para pobres e enfermos, e no desprezeis o estrangeiro. Assim, encontrareis a Graa real junto ao Deus nico e Verdadeiro, mais til que todos os tesouros da Terra que procurastes extorquir do povo. 3. Responde o sacerdote: Nobre senhor, falaste a plena verdade. Mas para onde nos dirigiremos a fim de encontrar aquilo que nos seria
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mais til que todos os tesouros do mundo? E o que responderemos aos sumo-sacerdotes ao nos chamarem a ateno pela converso do povo? 4. Diz o comandante: Demonstrarei o caminho mais curto para alcanardes a Verdade viva e pura, a fim de conhecerdes Deus nico e Sua Verdade. Eis minha direita o Homem, capaz de demonstr-La em toda plenitude. Ele o Mesmo a Quem obedecem todos os elementos e foras da Natureza. Quando tiverdes compreendido e assimilado o que acabo de revelar, sabereis o que dizer aos vossos chefes. 5. Alis, so os romanos bastante condescendentes com relao s diversas religies e no tolhem a quem quer que seja. Foi essa a poltica romana nas conquistas dos povos da sia, frica e Europa, erigindo um templo aos deuses estrangeiros. Acabo de vos demonstrar o caminho Verdade pura e viva, e podeis fazer o que vos agrade.
87. PONDERAES DOS COLEGAS TEMPLRIOS

1. Quando termina de falar o comandante, os dois sacerdotes comeam a Me fitar dos Ps Cabea, e um deles diz: Quem s, pois o chefe militar nos deu testemunho de tua pessoa, somente vivel a um deus? Acaso s aquele de quem falaram os pobres, e que mandava aos ventos, nuvens e ao fogo no Monte Talba? 2. Respondo: Sim, sou Eu Mesmo! O testemunho do comandante verdadeiro e convm mant-lo de vossa parte. Todo o resto que vs e o povo necessitais, ser-vos- transmitido pelo taverneiro e seus vizinhos. Se agirdes dentro da f, despertareis a Vida Eterna dentro de vossa alma, conservando-a para sempre. Eu Mesmo embora Filho do homem sou o Caminho, a Verdade e a Vida Eterna. Quem crer em Mim e aplicar a Minha Doutrina, gozar a Vida Eterna da alma, ainda que morresse mil vezes. 3. O teor de Minha Doutrina fcil e compreensvel aprendereis por estes amigos. Agora podeis voltar junto aos colegas e relatar-lhes o
que ouvistes. No devem continuar na extorso de sacrifcios para o apaziguamento dos deuses. Caso insistissem nesse absurdo, darei novamente expanso s foras da Terra, e eles podero ver o que acontece. 4. Os dois sacerdotes nada retrucam, curvam-se com respeito e se juntam aos colegas, ainda entretidos na divulgao de fbulas dos deuses, pelo que recebiam algumas moedas. Quando avistam os outros, perguntam o que houve com o comandante e qual sua opinio a Meu respeito. Respondem eles: O caso muito importante e s pode ser abordado entre quatro paredes. O homem do qual nos falaram os pobres, parece ser mais que simples humano. Segundo seu conselho, devemos parar com a coleta de oferendas, do contrrio sofreramos coisa pior que durante a noite. Voltemos ao nosso castelo. 5. Quando l chegam, acompanhados de alguns moradores importantes, um dos primeiros sacerdotes diz: Farei um resumo do que vi e ouvi no albergue judeu, mormente por parte daquele peculiar homem, que a meu ver devemos seguir a toda risca. Nenhum de ns assistiu que um de nossos deuses houvesse efetuado um milagre. Tudo que foi feito como milagroso sob citao de um deus qualquer, era simples obra de mago sacerdotal. Sem tal recurso, nem o Pontifex Maximus conseguiu realizar qualquer coisa excepcional. 6. Se o mencionado homem ordena aos elementos pelo simples pronunciamento de Sua Vontade, deve ser Ele Deus. Eis o intrito para o relato prometido. Antes de inici-lo, dizei-me qual vossa opinio acerca daquele personagem. Respondem todos: Prossegue naquilo que assististe. Ouviremos com a mxima ateno, aceitando como verdade o que por ti foi aceito como tal.
88. DECISO DOS SACERDOTES

1. O orador faz um relato minucioso, despertando grande admirao por parte de todos, que no fim, exclamam: Se assim , nada mais
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nos resta seno acreditarmos ser Ele Deus Vivo, e no podemos venerar outro qualquer. To logo nos tivermos integrado de Sua Doutrina e Vontade, sero elas nossa norma de vida. 2. Nossas fbulas e esttuas pags sero abolidas, e as crianas recebero ensino novo. Aos sacerdotes cabe a divulgao dessa nova Doutrina, que dever ser cumprida rigorosamente. Agora est em tempo de prestarmos nosso respeito ao Homem-deus, inclusive a gratido por Se ter demonstrado. Todos concordam e se encaminham para o albergue, onde o comandante, informado de tudo por Meu intermdio, pergunta se deve receb-los fora de casa. 3. Digo-lhe: Deixai vir a Mim, todos que estiverem cansados e sobrecarregados pelas trevas, que os saciarei. Deve-se abrir a porta para os que Me procuram, pois encontraro Aquele h muito tempo desejado, todavia no podiam descobrir-Me dentro de sua sapincia mundana. Onde Eu estou, sempre h lugar para todos os que Me amam e procuram. 4. A esta Minha Explicao, o comandante vai pessoalmente abrir a porta, onde os dois sacerdotes perguntam se permitido entrarem no albergue, a fim de Me darem honra e agradecerem por tudo, inclusive Minha Visita a essa cidade, fazendo-Me reconhecer como Deus. 5. O militar responde: O Senhor Se compraz com vossas pessoas, pois sabe da deciso tomada, portanto podeis entrar sem receio. Todos entram no refeitrio e se curvam com o mximo respeito, e os dois oradores expressam sua gratido em nome de todos. 6. Eu Me levanto e os abeno dizendo: Feliz aquele que vem a Mim e Me reconhece como vs. Quem Me reconhece, recebe tanta Luz de Mim a poder acreditar vivamente em Mim. Esta Luz por ora uma pequena fagulha em vossa alma. Quando tiverdes recebido a Minha Doutrina e seguindo-a estritamente, vossa luz se transformar em Sol capacitando-vos a penetrar na Verdade total, de toda vida e existncia, despertando a Vida Eterna dentro de vs. 7. O hospedeiro vos orientar a respeito, e seus vizinhos e empregados sero testemunhas justas e relataro muitas coisas desconhecidas de vs. Deste modo informados, assimilareis claramente Quem Sou. Ago-
ra saciai-vos quela mesa, para em seguida resolvermos outro assunto. Os sacerdotes pagos e vrios cidados de Abila se sentam a uma mesa parte e se servem de po e vinho.
89. GRATIDO DOS SACERDOTES

1. Aps o vinho lhes ter soltado as lnguas, comeam a conjeturar acerca de sbios da antiguidade, at chegarem aos profetas judeus. O primeiro sacerdote tinha conhecimento de Moyss e Isaas, dos quais no apreciava a linguagem oculta, generalizando-a como falha dos profetas, em virtude da qual muitos enganos se infiltraram entre o povo. 2. Enquanto assim confabulam, dou um aceno a Jacob para que lhes d justo esclarecimento, pois ele era entendido nas interpretaes espirituais. Os pagos aceitam a explicao, louvam o apstolo e Me agradecem por ter dado tanta compreenso aos homens. 3. Em seguida, o comandante tambm se aproxima e transmite suas experincias Comigo, despertando grande satisfao. Ao mesmo tempo ele explica a verdadeira formao do planeta, seu movimento e tamanho, e os demais planetas etc.; finalmente, um deles se expressa: Quantos erros no existem entre milhares de criaturas, e quando se far a luz entre elas? 4. Responde o romano: Amigos, entreguemos esse assunto ao Senhor. Ele sabe perfeitamente em que poca dever ser dado conhecimento maior a um povo. A partir de agora a Verdade ser levada rapidamente a todos os homens de boa vontade, e ns mesmos no descansaremos nesse empreendimento. 5. Exclamam todos: Isto mesmo, pois sabemos o que nos cabe fazer. Toda gratido ao Senhor e Deus nico por Se ter prontificado a tomar carne, para nos salvar das algemas da ignorncia e da morte. Um homem que se encontra no erro de tudo que o rodeia, finalmente, tanto quanto um irracional.
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6. Somente aps despertado em esprito, ele ressuscita e enxerga atravs de seu conhecimento e o amor de Deus acima de todas as criaturas. Nosso estado letrgico terminou pela Graa de Deus e vivemos na pura realidade. Que felicidade ser quando sentirmos a Vida real que jamais poder ser extraviada, caso permanecermos com Ele, no justo amor, fonte da Vida Original, sem comeo nem fim. Que todos os homens possam ser despertados do sono mortal para a Vida verdadeira. O orador se comove com as prprias palavras a ponto que mal pode falar.
90. ATITUDE DOS VERDADEIROS DISCPULOS DO SENHOR

1. Nisto Me levanto e dirijo as seguintes palavras aos recm vindos: Se fordes disseminar em Meu Nome, a Minha Luz e Meu Reino pelo justo amor, desinteressado, aos irmos ainda enterrados na densa treva, recebereis maior conhecimento e perfeio, e ento vos sero reveladas coisas que nem de longe sonhais. Continuai fiis no vosso propsito, e no o deixeis apagar pelos prazeres do mundo, que ficareis em Mim e Eu em vs. 2. Tratai de vencer, primeiro, o mundo dentro de vs, e fcil ser de venc-lo no vosso prximo. Ningum poder dar o que no possui. Quem quiser despertar o amor no prximo, dever cerc-lo de amor, e quem pretender incentivar a humildade, ter de aplic-la. Assim, a mansuetude desperta mansuetude, a pacincia desperta a pacincia; a bondade desperta bondade, e a misericrdia desperta a misericrdia. 3. Tomai a Mim como Exemplo. Sou Senhor acima de tudo, no Cu e na Terra. Em Mim est todo Poder, Onipotncia e Fora, entretanto sou de todo corao cheio de Amor, Humildade, Meiguice, Pacincia, Bondade e Misericrdia. Fazei o mesmo, e facilmente se perceber que sois realmente Meus discpulos. 4. Amai-vos como irmos e fazei o Bem, reciprocamente. Que nenhum se eleve acima do semelhante querendo ser o primeiro. Eu, so-
mente, sou o Senhor, vs, simples irmos. No Meu Reino ser apenas primeiro quem, como mais simples, estiver pronto a servir constantemente o seu prximo. 5. No inferno terreno e espiritual, quer dizer, no reino dos demnios e de todos os maus espritos, o esprito mais orgulhoso, altivo, egosta e dominador, o primeiro, para o sofrimento dos outros, a fim de que permaneam numa espcie de humildade, obedincia e submisso. 6. Observai os potentados em seus tronos que regem os povos. Quem poderia se aproximar seno pela mais profunda submisso? Se algum se atrevesse a enfrentar um soberano com atitude de mando, qual seria o seu destino? Eis a ordem no inferno. 7. Os soberanos se deixam importunar at que atendam um pedinte como especial favor. Vs no deveis esperar at que vos peam um favor. Somente a Deus, Senhor e Pai de Eternidades, podeis pedir por todas as coisas, que as recebereis. Os irmos entre si, no devem esperar que expressem as suas necessidades. 8. Um pobre e humilde abordando um rico com algum pedido, no deve deixar de ser atendido; pois uma atitude de dureza desperta outra, e o Meu Reino no est com ela. De que adianta ao homem caso confessar no ntimo: Senhor, Deus de Cus e Terra, creio indubitavelmente seres Tu Criador nico de todos os mundos materiais e espirituais, e que todos os seres vivem, pensam e querem atravs do Teu Poder. 9. Isso no de utilidade salvao de sua alma, mas somente o que for feito com toda alegria e cheio de f. Um praticante de Minha Vontade faz com o pouco, dez vezes mais que aquele que se deixa implorar e finalmente se vangloria com sua obra de caridade. 10. Ag conforme vos expliquei, que haveis de sentir que Minhas Palavras so realmente Palavras de Deus. Assim despertareis o Meu Esprito dentro de vs, que vos levar a toda Sabedoria Celeste, purificandovos e transformando-vos para verdadeiros filhos de Deus. Sabeis o suficiente para a conquista da Vida Eterna de vossa alma. O restante ser-vos- transmitido por nosso hospedeiro e seus vizinhos. A perfeio, surgir atravs do Meu Esprito de Amor. Entendestes?
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91. PARTIDA PARA APHEK

1. Responde o orador: Senhor e Mestre de Eternidades, entendemos bem o que disseste em linguagem clara e pura. Todavia, compreendemos igualmente estarmos muito distantes da justa meta da vida e que teremos de enfrentar muitas lutas internas e externas. 2. Digo Eu: Falaste certo, pois em Meu Nome tereis de suportar perseguies e difamaes dentro do mundo. No percais pacincia e coragem. Lutai com amor e mansido contra os inimigos da Verdade e da Luz Celeste, que conquistareis a coroa da vitria. 3. Jamais deveis desistir do justo amor no corao. Ele suporta tudo e finalmente vence sobre tudo. Se agirdes e caminhardes no amor, Comigo, podereis passar por cima de serpentes, salamandras e escorpies sem que vos possam prejudicar; e caso tomardes veneno por obrigao de outrem, nada sofrereis fisicamente. Eu, o Senhor, digo Amm, e assim e ser com todos que persistirem em Meu Amor. 4. Mas, quem ao lado do Meu Amor, de tempos em tempos namorar com o mundo, no estar seguro diante dos venenos prejudiciais. Quem Me amar verdadeiramente e cumprir os Meus fceis Mandamentos, ser por Mim visitado, caso o desejar de corao. Revelar-Meei e darei muita fora e poder para lutar contra os maus espritos do mundo e do inferno, sem que o possam prejudicar. Agora sabeis de vossa situao ao Meu lado. Quem no Me deixar, no ser abandonado por Mim. E quem lutar Comigo contra o mundo e o inferno, poder estar certo da vitria. 5. Os sacerdotes agradecem pelo Ensino e pela Promessa, e levantam-se com inteno de disseminar a Minha Doutrina entre os pagos. Eu, porm, lhes digo: Amigos, amanh ainda haver tempo para vossa tarefa. Por ora ficai e participai de nosso almoo. Mais tarde partirei com Meus discpulos, e ento podereis preparar-vos com o hospedeiro e seus vizinhos a fim de iniciar amanh vossa divulgao nesta cidade e seus arrabaldes.
6. O hospedeiro manda chamar sua famlia e domsticos, a fim de receberem a Minha Bno, que naturalmente se estende a todos os presentes. Em seguida digo ao comandante: Partiremos para Aphek por um atalho, a fim de no despertarmos a ateno dos moradores na estrada principal. E assim foi e pela noitinha atingimos a cidade de Aphek.
92. O HOSPEDEIRO ROMANO DE APHEK

1. Ao nos aproximarmos da cidade, o comandante diz: Senhor e Mestre, aqui no h judeus radicados e nem albergues. Tenho boa moradia e se for de Tua Vontade poderias pernoitar no meu castelo. 2. Respondo: Possuis confortvel castelo, mas tuas despensas esto vazias. Todos ns estamos algo cansados e necessitamos de alimento. Sei o que pensas no teu ntimo e digo teres razo, que tudo Me possvel. Todavia no vimos aqui para nos fortificarmos milagrosamente, mas divulgar o Meu Reino da Vida entre pagos. Por isto tomaremos o caminho para um albergue romano, onde haver oportunidade para nossa inteno. 3. Quando alcanamos o portal da cidade, somos abordados por uma guarda romana. O comandante se adianta e manda chamar o oficial de guarda que o reconhece e d livre passagem a todos. Ao escurecer, atingimos a taverna e nosso militar manda chamar o dono que prontamente interpelado se pode nos acomodar. 4. Responde ele: Darei o que tenho. O servio para tantas pessoas ser difcil porque mais de dois teros dos empregados est enfermo. O grande susto que passaram durante o temporal e o terremoto da noite passada, e alm disto o pavor de uma repetio, acamaram especialmente as mulheres. 5. Os sacerdotes tudo fizeram para socorr-las, sem xito algum e creio que o tempo ainda ser o melhor mdico de meu pessoal. Entramos somente h uma hora atrs, pois temamos o desabamento da casa. In-
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formo-te, senhor, estarem mais que trs quartas partes dos habitantes ao ar livre. Eis nossa situao, e compreenders no estarmos preparados para recebermos hspedes. 6. A maior parte dos habitantes pobre e no est em condies de satisfazer as exigncias dos templrios, no sentido de aplacarmos a ira dos deuses, de sorte que temem uma repetio da calamidade, razo porque no quer voltar cidade. Eis a situao domstica e geral. Se quiserdes entrar, veremos o que h para comer.
93. PONDERAO DO TAVERNEIRO A RESPEITO DO SENHOR

1. Assim entramos no albergue e somos conduzidos a um confortvel salo que imediatamente ornado com vrias lamparinas. O hospedeiro ento percebe sermos todos judeus, com exceo do comandante, e lhe pergunta como possvel isto, se os judeus eram um horror para os pagos. 2. Ele responde: No te preocupes, seno com po, sal e vinho, que tudo ser esclarecido, oportunamente. O hospedeiro manda trazer o necessrio e nota que a filha do comandante enche a taa de ouro que Me ofertara em Pella e Eu dela sorvo o vinho, enquanto os outros o fazem de cntaros de loua. 3. Aps nos termos confortado, digo-lhe: Amigo, especial Graa ocorreu tua casa. A maior parte de gregos e romanos no est informada das Escrituras dos judeus, nas quais consta dever surgir um Messias do Deus nico e Verdadeiro, Criador de Cus e Terra. Essa Promessa foi feita desde o incio da Humanidade atravs dos profetas. 4. Justamente Eu Sou o Prometido e vim tambm junto dos pagos, para fundar entre eles o Reino de Deus. Vim dos Cus, enviado pelo Pai, o Amor Eterno, e Meu Corao o Trono do Amor. Eu estou Nele e Ele est em Mim. Por conseguinte, habitam em Mim, todo Poder, Fora e Onipotncia no Cu e na Terra. Eu Sou a Vida, a Luz, o Caminho e a
prpria Verdade Eterna. 5. Quem crer em Mim, amar-Me mais que tudo no mundo, viver segundo a Minha Doutrina e amar o prximo como a si mesmo, receber de Mim a Vida Eterna, e Eu o despertarei no dia final. H pouco Me analisaste dos ps cabea e pensaste: Neste homem deve ocultar-se algo grandioso, do contrrio, o comandante no o veneraria tanto. Julgaste certo. A fim de que vejas a veracidade de Minhas Palavras, manda trazer os enfermos que os curarei. Acreditas? 6. Responde ele: Senhor, Tuas Palavras penetraram profundamente na minha alma e despertaram uma sensao jamais sentida. Deve ser verdade tudo o que disseste, por isto, creio poderes salvar os doentes. Assim so transportados para o salo, muitos enfermos, entre os quais havia epilpticos, entrevados pela gota, cegos e mudos que haviam perdido a fala devido ao susto diante do terremoto, e outros, acometidos de febre maligna.
94. O SENHOR CURA OS ENFERMOS DO ALBERGUE

1. O anfitrio, ento, se vira para Mim dizendo: Eis os enfermos, ao todo trinta pessoas, e se quiseres cur-los, acreditaremos em Ti e Te amaremos e louvaremos. Digo Eu: Que assim seja! Instantaneamente, todos se curam e se sentem to bem dispostos como se nunca tivessem padecido. Sumamente gratos se ajoelham perante Mim, pedindo dizerlhes se Eu era Jpiter ou outro deus qualquer, a fim de honr-lo. 2. Respondo: No sou Jpiter, nem outro deus pago que nunca existiu. Tratai de vestir-vos e tomai algum alimento. O resto, quer dizer, o que se refere a Mim, ser-vos- revelado amanh. Aps se terem reconfortado, alguns se dirigem aos sacerdotes acomodados em outro recinto, e lhes relatam como foram socorridos por um judeu, de poder divino, pois os curara atravs de sua vontade. 3. No sabendo opinar acerca do milagre, os sacerdotes resolvem
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mandar um colega, romano entendido em artes e cincias, para averiguar o que havia na realidade. Neste sentido, ele se dirige ao comandante perguntando por Minha Pessoa. Este responde com rispidez: Eis ao meu lado Aquele cujo Nome no sois dignos de pronunciar. Um pouco mais humilde, o outro Me diz: Perdoa se tomo a liberdade de perguntar com modstia, como te fora possvel curar os enfermos sem qualquer remdio. Tenho algum conhecimento e sei o que pode um homem dotado de poderes ocultos. Todavia, no houve mago capaz de qualquer feito sem recursos especiais. No teu caso, pareces agir pela simples vontade, dispensando qualquer meio. 4. Como pode um homem atingir tal fora de vontade? Certo , haver diferenciaes no campo mental; unindo a fora de vontade ao poder da Natureza pela prtica justa, deve ele atingir coisas excepcionais. Mas como se pode adquirir tamanho poder?
95. O SENHOR ANALISA O CURSO EDUCACIONAL DO SACERDOTE

1. Digo Eu: J estudaste em Roma, as Escrituras dos judeus, e posteriormente em Thebas, quando foste ordenado para sacerdote de Zeus, Marte, Minerva e Mercrio, por parte do Imperador Augusto, onde te fizeste iniciar nos mistrios antigos. Dedicaste a maior ateno a Moyss e aos quatro grandes profetas; como continuassem incompreensveis, procuraste secretamente um escriba, cinco anos mais tarde, quando foste transferido para aqui. Ele no podendo esclarecer-te, deitaste de lado as Escrituras como fizeste vossa mitologia. 2. Pela recordao da leitura das Escrituras, devem as aes de Moyss, Aaron, Josu, Elias e os demais profetas, ter demonstrado que eles realizaram tais coisas somente com Ajuda do Deus Verdadeiro, pois no havia outro povo que agisse com tamanho poder. Se Me viste agir dessa forma, certamente o fao com Deus e por Deus. No afirmam os romanos, no
haver sbio sem bafejo divino? Neste caso, Eu certamente fui bafejado por Ele. 3. Diz o sacerdote: Sim, deves ter razo. s mais profundamente orientado nos mistrios de vossas Escrituras que aquele escriba que se dizia sbio. Como podes estar orientado de minha vida, se nunca te vi? Sempre ocultei aquilo que empreendia para o meu conhecimento. 4. Respondo: Com Ajuda de Deus, nico e Verdadeiro, Onipotente desde Eternidade, sem comeo e sem fim. 5. Opina o sacerdote: No o contesto, mas acho estranho que teu Deus, nico, to raramente Se deixa descobrir pelos judeus. Confesso no crer em divindade qualquer. Quanto mais se for sua procura, mais ela se distncia, tornando-se de maior utilidade ao homem no querer levantar o vu de sis. Prefervel continuar-se cego e tolo como smio, do que pesquisar por uma divindade apenas existente na fantasia humana. 6. Tu, certamente, encontraste o teu Deus. Como e onde, isto preservars para ti mesmo como fizeram os antigos, ocultando seu saber em treva. Porque no me foi permitido aproximar-me de Deus, que j conto setenta anos, sendo este privilgio somente teu entre tantos judeus?
96. A QUEDA DA HUMANIDADE

1. Digo Eu: Em teu discurso observaste que determinadas divindades surgiram da fantasia dos homens, inclinados ao domnio e para usufrurem os benefcios do trabalho do semelhante. 2. No incio das criaturas desta Terra, a situao era outra. Todas conheciam Deus nico e Verdadeiro e eram por Ele orientadas, guiadas e protegidas. Recebiam demonstrao bsica que no se deveriam deixar prender pelas tentaes, de modo prprio, porque atrairiam a alma ao julgamento da matria e sua morte, fazendo com que se tornasse muda, cega e insensvel para as coisas divinas e puramente espirituais. 3. Como Deus desse a todos plena liberdade da vontade em seguir o
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Seu Conselho ou tentao do mundo, muitos se deixaram ofuscar pelo mundo e perderam Deus de vista, porquanto o amor nocivo do mundo havia cegado a viso interna. Ento comearam a inventar vrios deuses que deveriam ajud-los nas atribulaes vindas por Deus para seu possvel afastamento do mundo. Os sacerdotes exigiam ricas oferendas e dentro em breve se tornaram orgulhosos dspotas. 4. O socorro, porm, no se apresentava. Deus, nico e Verdadeiro, no os podia ajudar para no positiv-los em sua cegueira e atesmo. Se Deus lhes tivesse dado a ajuda esperada aps seus pedidos dirigidos aos deuses falsos e inexistentes, os sacerdotes teriam tido verdadeiro triunfo, levando o socorrido a esgotar-se em oferendas, para evitar a inimizade dos sacerdotes e deuses. 5. Em virtude de os judeus, como o povo escolhido por terem seus antepassados travado a maior luta contra o mundo, por amor a Jehovah com o tempo se terem afastado do Verdadeiro Deus, dirigindo-se ao mundo como os pagos, tornaram-se surdos e cegos, piores que aqueles. Estes comearam a procurar a Verdade e muitos j a encontraram. 6. A maior parte dos judeus no teve a idia de procurar a Verdade eterna e se sente vontade em sua noite trevosa. Conquanto sentissem sua tendncia atesta, nada deixam transparecer por causa das oferendas e se tornam os inimigos mais ferozes dos que derem justo conhecimento ao povo e lhe demonstrem o justo caminho para Deus, a fim de encontrLo. A esses judeus, ser tirada a pouca luz que possuem, atrofiada, e dada aos gentios para que vejam vivamente.
97. A JUSTA PROCURA DE DEUS

1. (O Senhor): Afirmaste no mais te interessares por qualquer divindade porque nunca se manifestou, no obstante tua procura incessante. Deves considerar, ter sido tua pesquisa um tanto egosta, pois querias estar certo, como grande amigo da vida, existir um verdadeiro Deus e
que a alma continuasse viva aps a morte. O povo deveria continuar no sofrimento da antiga cegueira e tolice, e ofertar aos sacerdotes. 2. Para Deus Verdadeiro, o sacerdote no goza o menor privilgio, pois desconsidera classes sociais. Para Ele, imperador e mendigo esto no mesmo nvel. Tem privilgio somente aquele que O reconhece em Verdade, O ama acima de tudo e seu prximo como a si mesmo, cumprindo os Mandamentos de Deus. Alm disto, deve ser humilde e jamais exigir algo injusto perante a Ordem e a Vontade Divina, seja pela fora ou astcia. Tudo isto um horror para Deus. 3. Vs, sacerdotes, sempre mentistes ao povo e o enganastes, de sorte que compreenders porque Deus, nico e Verdadeiro, no Se manifestou no obstante toda pesquisa. Previa que tereis deixado o povo na mesma cegueira por causa das ponderaes mundanas, como acontecia com muitos sacerdotes egpcios. 4. Eles bem sabiam qual sua situao perante Deus, enquanto o povo deveria acreditar o que lhe incutiam. Eles assim agindo, Deus os castigou com a cegueira que ainda vos prende at que desistais do mundo e procureis Deus, Seu Reino dos Espritos e Sua Justia, dentro da justa Verdade. 5. Quem no O procurar com todo amor, candura, humildade, pacincia e inteira renncia de si mesmo, no O encontrar como mximo Tesouro da Vida. E quem no O procurar e achar deste modo, no deve esperar especial ajuda por parte Dele. 6. Deus zela por todos devido ao Seu Amor Infinito, como tambm o faz por todos os seres no Universo, segundo Sua Ordem eterna e imutvel. De modo especial Ele o faz somente com os que O reconhecem verdadeiramente, fazem Sua Vontade revelada, amando-O acima de tudo pela ao. 7. Realmente, procuraste Deus Verdadeiro por muito tempo e com grande zelo; pergunta-te se o fizeste conforme acabo de explicar. Afirmote, no encontrar Deus quem disser: Senhor, Senhor, onde ests? Se Te procuro como criatura Tua e Te chamo das profundezas de minha noite de trevas, porque no Te deixas descobrir e porque no respondes, dizen-
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do: Aqui estou? 8. Leste todos os profetas e descobriste a Vontade de Deus dentro dos Dez Mandamentos; tanto te agradaram que afirmaste: No h leis mais teis e ponderadas para a verdadeira felicidade das criaturas, e pode se admitir sejam dadas por um Ser Divino. 9. Se assim falavas, porque no te passou pela idia de pratic-las pessoalmente? Se o tivesses feito, terias encontrado Deus. Motivos mundanos te levavam a admir-las sem p-las em prtica. Deixa que agora se transformem em ao e indeniza o mal praticado ao semelhante, de vontade firme, que encontrars facilmente Aquele que procuraste em vo.
98. O SENHOR EXEMPLIFICA A JUSTA PROCURA DE DEUS

1. A esse Meu Discurso, o sacerdote diz: Mestre mui sbio e entusiasta de Deus! Possuo grande fortuna e desejava saber se ajo bem em aplicar trs quartas partes em benefcio dos que por mim foram prejudicados como seguidores das Leis de Moyss, e o restante em outras obras de caridade? 2. Respondo: Amigo, mais do que suficiente; pois Deus em Si, o Amor purssimo. Dar-te-ei um exemplo para maior compreenso. O homem que percebesse necessitar de uma companheira e a procurasse no com amor, mas pelo intelecto frio, achas ele chegar a encontrar uma mulher cheia de amor para com ele? Uma tola sim, que se case com o dinheiro dele para gast-lo com outros. Quem quiser encontrar uma criatura cheia de amor, tem de procur-la com amor. 3. Assim tambm, quem quiser achar Deus, Puro Amor, ter de faz-lo com amor puro no prprio corao, no qual no se agarrou o menor vislumbre de amor mundano. Deste modo, encontra-Lo-. 4. Quando moo, tiveste a sorte de entusiasmar a filha de um patrcio mui rico e tambm sentiste grande afeio por ela e com prazer terias casado com ela, caso o teu sentimento tivesse sido inteiramente
puro. Ela, naquela poca chamada de prola de Roma, te amando muito sem que disto te apercebesses alm do necessrio, tratou de se informar a teu respeito e descobriu que mantinhas outras ligaes amorosas. A partir da, ela se afastou e nunca mais te deu sinal de qualquer simpatia. Entristecido, procuraste nova aproximao e facilmente terias tido xito. No te podendo libertar inteiramente das paixes, perdeste a prola, definitivamente. 5. Fato semelhante d-se com Deus, puro Amor. Encontr-Lo-s somente com Amor puro e desinteressado, para poderes v-Lo, honrLo e Dele receber a Vida Eterna. mui difcil purificar-se o corao cheio de coisas fteis. Uma vontade firme bom operrio e facilita amanh o que hoje ainda te parea impossvel. Uma vez iniciado o propsito, a realizao se torna mais leve. Terias compreendido intimamente o que expliquei?
99. JUSTIFICATIVA PARA A VIDA MUNDANA

1. Diz o sacerdote: Tudo entendi e me certifiquei ainda mais, que tens a teu favor a ajuda de um deus vivo e poderoso, por saberes to nitidamente do meu passado. Considera, porm, as circunstncias humanas a prenderem a casta sacerdotal ao Governo. 2. Toda criatura vinda Terra sem vontade e conhecimento, e obrigada a se manter desde que nasce, realmente um ser miservel. Uma vez crescida a ponto de diferenciar o dia da noite etc., comea-se a determinar a sua educao. Aps esta adquirida, preciso procurar-se profisso que faculte subsistncia vital. Ningum quer viver mal, portanto escolhe o homem um posto que lhe d liberdade no obstante a lei do Estado. Por isto me tornei sacerdote, muito embora meu posto se baseasse em mentira e mistificao. 3. Naturalmente apresentaram-se necessidades variadas que prontamente eram satisfeitas, dentro das normas legislativas, sem que uma di-
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vindade tivesse protestado. Nessas circunstncias, corao e alma s podiam estar plenos de amor material e impuro, pois no havia estmulo de algo espiritual. Em idade avanada, as indagaes referentes verdade se manifestavam mais potentes. 4. Comecei a procurar e pesquisar, e nada encontrei at hoje. Como poderia procurar uma entidade elevada com puro amor, se ela nunca se revelou? No se pode amar o que no existe, seja um deus ou outro objetivo. No me cabe culpa se amei o que se tornara acessvel dentro de minha vida. Dedicar-se aos quadros da prpria fantasia, idntico atitude de um tolo. Seja como for. No momento ainda estou cheio das coisas do mundo e agora se apresenta um Deus Verdadeiro e exige eu abandonar o meu mundo anterior. Isto no ser to fcil em minha idade e aguardo tua orientao.
100. AS PRIMITIVAS REVELAES DO SENHOR

1. Digo Eu: Tens razo apenas em parte, porque acusas a Divindade de desleixo e completa indiferena com relao aos homens, e isto, meu amigo, no verdade conquanto te parea. 2. Deus sempre Se revelou aos homens, portanto tambm a ti, em Roma, e mais nitidamente em Thebas. E quando certo dia te encontravas margem do Nilo, ouviste uma voz alta: L Moyss e vive dentro de seus Mandamentos, que encontrars o que procuras. 3. Novamente fizeste a leitura dos profetas. Mas deixaste de viver segundo as suas leis por motivos vrios. Um ano mais tarde passaste pelo mesmo local do rio e ouviste a mesma voz, e muito meditaste a respeito. Tua atitude, porm, no se modificou. Eras sacerdote romano e no pretendias contrariar as Leis de Roma porquanto poderias acarretar com prejuzo material, conquanto sabias no ser proibido adotar os Mandamentos de Moyss, e aquela voz, no final, consideravas iluso e caso fosse realmente algo espiritual, ela haveria de se repetir.
4. Deste modo procuraste e pesquisaste sem agir, assemelhando-te a um construtor constantemente ocupado em planos; to logo deva iniciar a obra, amedronta-se com o esforo e as despesas. Pensar, meditar, julgar, pesquisar e procurar, no atitude real, mas puramente o propsito para tanto. A vida no sendo propsito para a ao, mas a prpria existncia ativa, preciso que o propsito se transforme em ao, a fim de se atingir a meta. 5. O pouco que empreendeste vez por outra, no foi o suficiente para dar outra orientao tua alma, de sorte que continuavas no mesmo ponto. Agora tomaste, pela primeira vez, a firme vontade de te transformares segundo a Vontade de Deus nico e Verdadeiro, expressa por Mim, e hs de encontrar o que sempre procuraste. De certo modo j o encontraste. Mas s comparvel a um homem dentro de uma floresta, no se apercebendo onde est, devido s rvores. 6. Retruca o sacerdote: Como devo entend-lo, sbio Mestre? Respondo: Eis uma taa vazia. Quero que se encha e deves tomar o vinho. Agora prova se isto pode realizar um mago. 7. Aps ter provado o vinho de especial aroma, o sacerdote diz: Isto nunca foi feito por criatura humana. Deves estar em unio poderosa com o Deus judaico, pois parece estar a tua vontade completamente una com a de teu Deus. Quem chegar a este ponto, certamente ser capaz de se imortalizar. 8. Tivesse eu nascido judeu, teria alcanado grau elevado na unio com Deus, pois no me faltam vontade e dedicao. Como pago, no podia encontrar o justo caminho. Mas agora isto mudar. Permite eu me dirigir aos colegas para lhes transmitir o que recebi, pois tambm sentem o que lhes falta. Digo Eu: Podes ir para falar a Verdade.
101. CONJETURAS ACERCA DAS BELEZAS NATURAIS

1. Aps informados de tudo, facilmente os colegas do sacerdote acei-
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tam a Doutrina e no dia seguinte prestam sua profisso de f. De manh cedo, j Me encontrava com os discpulos ao ar livre e apreciamos o belo panorama, de uma colina. Finalmente, o comandante se expressa: Senhor e Mestre, no se pode criticar o homem por se ter tornado materialista; tudo que v, prende-o com algemas poderosas e no h ensinos espirituais que o libertem de hoje para amanh. A fim de se afastar de todas as tentaes do mundo, preciso o mais alto grau de renncia. 2. Penso que habitantes de zonas menos aprazveis estejam mais acessveis aos conceitos espirituais e transcendentais. Observo o Egito com bastante tristeza. Enquanto no era cultivado, l existiam homens mui inteligentes. Nem bem se comeou a embelezar a natureza estril daquele pas, perdeu-se o sentido elevado da raa, auferindo direitos Natureza que faziam surgir toda sorte de quadros e deuses. A inclinao espiritual desvaneceu-se inteiramente, e o prprio Moyss teve que manter o povo israelita durante quarenta anos no deserto mais estril, a fim de despertar-lhe a tendncia espiritual. Assim opino, ser a maior parte do orbe mui tentadora para a educao espiritual dos homens. Agrada-me esta manh. Mas, sinto o efeito encantador sobre uma alma nova sadia. 3. Digo Eu: Em parte tens razo. No tivesse Eu posto as criaturas nesta Terra em situao tal a se poderem desenvolver segundo o livre arbtrio e a razo, para procurarem o Meu Esprito dentro de si, poderia t-las deixado quais plipos no fundo do mar. 4. Toda a imensa Natureza sumamente necessria para a evoluo do homem; sem ela, pensamentos e sentimentos humanos seriam mui precrios e mal se elevariam acima do reino animal. Sendo a Terra to fartamente organizada com seres variados, o homem obrigado a observla com grande prazer, passando de tais observaes e comparaes atravs dos reinos telricos e a constante mutao das estaes e do mundo estelar, a meditaes mais profundas que o levam a procurar a Origem de tudo. Neste estado de auto-educao, Eu dele Me aproximo para revelar-Me de modo constante e profundo. 5. Justifica-se portanto ser esta Terra, na qual os homens so destinados a se tornarem filhos de Deus, to bela e maravilhosamente organiza-
da. Naturalmente, no deve o homem apegar-se a ela em demasia e prender seus sentidos sua Natureza. Deste modo, sua alma se tornaria materialista e se afastaria de sua meta espiritual pela cegueira e maldade em sua vida de provao. 6. A experincia de todos os tempos nos ensina o quanto difcil levar-se tais criaturas ao justo caminho da Vida, e tu mesmo j colheste e ainda colhers muitas experincias. Eis que se aproximam alguns sacerdotes, em companhia do orador de ontem. Querem sondar pessoalmente o que h Comigo, pois o colega despertou-lhes alguma noo espiritual. Deixemos que se aproximem para encontrar a Verdade da Vida.
102. PEDIDO E PROMESSA DO SACERDOTE

1. O grupo nos cumprimenta amavelmente e o primeiro sacerdote diz aos colegas: Eis o grande homem milagroso, de cuja vontade tudo depende, contendo Sua Palavra a Verdade mais profunda. Sejam-Lhe tributados a maior honra e louvor. 2. Digo Eu: Amigos, no vim a este mundo para Me deixar honrar e louvar pelos homens, mas unicamente para encontrarem por Mim e em Mim, Aquele que perderam por culpa prpria. Quem quiser Me honrar e louvar, aceite a Minha Doutrina e viva de acordo. Enquanto honrardes os dolos de pedra e madeira, no chegareis Verdadeira Luz da Vida, de Deus, tampouco O reconhecereis em Mim, no participando do Meu Reino que Comigo veio junto dos homens desta Terra. 3. Opina um sacerdote politesta: Facilmente poderamos renunciar aos deuses. Mas, que diria o povo, se fomos ns a propagarmos o politesmo, obrigando a massa venerao? 4. Respondo: Tudo depende de vossa vontade. A Verdade at mesmo compreendida por uma criana com mais facilidade que uma mentira. Quanto mais um adulto, a aceitar com amor. Depende somente de vossa vontade, que a Minha Vontade vos ajudar a realizar boa
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obra, em Meu Nome. 5. No espereis uma coao de Minha parte. Todo homem tem livre arbtrio e pode fazer o que quiser. Mas, ai de quem conheceu a Verdade, entretanto a baniu em virtude das vantagens terrenas, no viveu segundo seus princpios e finalmente a perseguir com fogo e espada. Seria melhor que tal criatura fosse amarrada a uma pedra e atirada ao mar mais profundo. 6. Claro , nada haver de real em vossos deuses com suas estampas, principalmente conforme os considerais. Aquilo que ainda mantinha um sentido espiritual e vivo dentro da antiga interpretao, de h muito foi transformado no pior absurdo e mais grossa mentira. 7. Se Eu vos trago a Verdade plena sobre a Existncia de Deus, nico e Verdadeiro, e tambm transmito a Sua Vontade, desist de vossos deuses e estampas para aceitardes a Verdade. Quando a tiverdes aceito, passai-a aos que h muito por ela almejam, e assim sero vossos amigos. Se no vos perseguiram quando os prejudicastes, muito menos o faro ao lhes fazendo o bem para esta vida, e muito mais ainda para a vida almtmulo, em Meu Nome. Quem sou e como Me chamo, sabereis dentro em breve. 8. Obtempera um sacerdote: Mestre excepcional, em vontade e ao. Estamos inclinados a acreditar assistir-te o poder de um ser sobrenatural, pois ouvimos comentrios a respeito da cura dos enfermos de nosso taverneiro. Desejvamos uma prova de teu poder e imediatamente destruiremos todos os nossos deuses, para darmos oferendas no Templo judaico. 9. Digo Eu: Deus nico de todos os povos, no s do judeu, no necessita de tais sacrifcios. Em todos aqueles sacrifcios, Eu era representado em sentido espiritual, inclusive o Reino de Deus que ora estou fundando no para o corpo fsico, mas para as almas e o esprito das criaturas desta Terra. 10. Se ora caminho diante de todos, em Pessoa, cumpriu-se a Escritura, e nada mais preciso para Me representar em sentido espiritual. O sacrifcio novo e de Meu Agrado consista para todos os tempos, que os homens creiam em Mim, amem a Deus acima de tudo e ao prximo
como a si mesmos, pelo cumprimento de Minhas Leis. 11. No quero que construais templos de madeira, pedra, ouro e prata, a fim de Me honrardes por cerimnias tolas nas quais nunca Me deleitei. O verdadeiro templo de adorao seja vosso corao amoroso. Quem se sacrificar por obras de amor para Comigo, em benefcio do semelhante, receber o justo prmio da Vida Eterna e feliz nos Meus Cus. 12. Tampouco deveis considerar dias comemorativos e feriados em honra a Mim. Todos os dias so Meus, nos quais deveis vos lembrar de Mim e fazer o bem ao prximo. Desejando pedir-Me algo, procurai vosso recndito e pedi secretamente, que atenderei vosso pedido. Longe de vs, templos, dolos, dias comemorativos e cerimnias vs. Edificai templos agradveis em vossos coraes e Me ofertai sacrifcios de amor desinteressado. Reparai o mal feito aos pobres, ignorantes e por vs mistificados, que podereis estar certos da Graa de Deus.
103. MILAGRE INTERPRETATIVO PARA OS SACERDOTES

1. (O Senhor): Pedistes a realizao de um milagre e Eu vos satisfarei. No vos tornareis felizes por causa dele, mas em virtude de vossa f. Nesta colina, inteiramente escarpada e rida, est uma figueira velha e seca, h trinta anos. Naquele tempo desabou aqui violento temporal. Torrentes de chuva desceram ao solo e arrancaram a terra escassa e cheia de pedras, e dentro em breve tudo secou. 2. A situao dessa colina, dos arrabaldes extensos e tambm da figueira, idntica vossa compreenso sobre o Deus nico e Verdadeiro. Se para o homem isento do verdadeiro conhecimento a respeito de Deus Vivo, tudo morto, deserto e abandonado em virtude de no receber alimento para alma e esprito, e a tempestade das tendncias mundanas dele varreram o solo alimentcio e vivificador como sendo a Palavra Viva de Deus, tambm esta rvore e a erva a seu redor no podem vicejar. No h solo alimentador, e sim, somente pelo Poder de Deus ser
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possvel criar novo solo dotado do necessrio flora. E assim quero que toda a zona, inclusive essa colina se cubra com duas varas de terra frtil! Que assim seja! 3. Toda a extenso se cobre de solo frtil, causando pavor entre os sacerdotes pagos, levando o primeiro orador seguinte exclamao: Encontramos finalmente Aquele, a Quem procurvamos h tanto tempo! s realmente Deus nico e Verdadeiro, e Te rendemos todo amor, louvor e gratido. Perdoa-nos os pecados, praticados em virtude de nossa ignorncia contra Ti e os semelhantes. Tudo faremos para reparar os possveis prejuzos. Mas contamos igualmente com Tua Graa e Misericrdia, meu Deus e Senhor! 4. Digo Eu: Falaste certo, insuflado pelo Esprito de Meu Verbo aceito em tua alma. Tambm tu te tornaste espiritualmente coberto de solo frtil e o que at ento era deserto e vazio, no podendo produzir fruto algum para a vida, comear a verdejar e frutificar em todos os sentidos, como alimento e saturao da alma para sua Vida Eterna. 5. Continua firme em teu propsito, que surgirs para a vida de muitos, assim como a colina e a zona toda floriro em benefcio de outros. Homem at ento espiritualmente morto, sers vivificado atravs Minha Palavra Viva, aceita pela boa vontade. O mesmo acontecer figueira, morta h trinta anos, cujo tronco ainda apresenta alguns galhos e razes. Quero que tudo se torne vicejante para frutificar abundantemente, e esta figueira velha e seca se torne viva, produzindo frutos saborosos para homens e pssaros. Que assim seja! No mesmo instante se evidencia o milagre diante de todos.
104. DISCURSO DE ANDREAS ACERCA DAS OBRAS DO SENHOR

1. Percebendo Quem Se encontra diante deles, os sacerdotes quedam silenciosos. O prprio taverneiro, no obstante ter visto o milagre
curador, somente agora se convence no ser Eu simples profeta munido do Poder Divino, pois agia independentemente e neste sentido se expressa para o comandante. 2. Este ento responde: Amigo, isto eu j sabia desde Pella, onde tambm doutrinou e deu provas maravilhosas de Seu Poder. Fato como este nunca assisti. Se bem que afirme: Fui enviado pelo Pai a este mundo!, Ele o Mesmo que Se enviou por amor s criaturas para Se tornar Deus e Pai Visvel e Compreensvel, Senhor e Deus, nico. Nele habita o Ser Primrio de todo Ser, a Fora bsica de toda fora, o Poder de todos os poderes, a mais pura Conscincia de todas as conscincias criadas no Infinito, pleno de Suas Obras. Isto tudo no s creio como resultado de muitas pesquisas, mas estou convicto e pronto a dar minha vida por tal convico. 3. Diz o anfitrio: No posso penetrar to profundamente neste segredo sublime. Creio e espero que toda a minha famlia se integre dessa Verdade. Por isto, todo louvor e gratido ao nosso Deus nico e Visvel. 4. Nisto, um sacerdote se aproxima de Andreas e pergunta se Eu j havia efetuado milagres idnticos. O discpulo responde: Vai a todas as zonas da Galilia, Judia, Samaria e outros pases de Norte, Sul, Oeste e Leste e pergunta a respeito, que os homens te demonstraro o que o Senhor j realizou. 5. Muitos foram os milagres semelhantes a este e todas as terras esto plenas de Sua Honra, pois no h Outro semelhante a Ele. Todavia no de Sua Vontade que falemos das provas que deu, para positivar a Verdade de Sua Doutrina. As provas passaro com o tempo, como tudo que perecvel nesta Terra, e caso formos relat-las daqui a muitos anos, ningum as aceitar. Suas Palavras no desaparecero, mas ficaro como Verdade de todas as verdades, em todos os Cus, na Terra e no grande mundo dos espritos. 6. Deseja Ele somente que o Verbo Vivo, vindo dos Cus, seja pregado a todos os homens para receberem a f viva e agirem segundo a Doutrina. Se assim fizerem, sero por Ele despertados e fortificados, a ponto de poderem tambm efetuar milagres, como ns j fizemos pela
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aplicao do passe a enfermos que imediatamente se curaram. Para vs mesmos, este milagre se tornar til se agirdes pela Sua Doutrina. 7. Naturalmente tal prova considerada milagre excepcional, enquanto os assistentes no se acham devidamente informados do autor. To logo O tiverem reconhecido, deixa de ser milagre, pois percebem que para Deus, o Onipotente, nada impossvel. 8. Que a Terra, seno a Palavra e a Vontade do Senhor, vindas de Seu Amor e Sabedoria? Que vm a ser Sol, Lua e todas as estrelas com tudo que comportam, a maioria muito maior que nosso planeta? 9. Se Deus, desde eternidades, pde criar obras gigantescas atravs de Sua Vontade, momentnea ou sucessivamente, segundo Seu Amor e Sabedoria, facilmente pode cobrir uma pequena zona da Terra com solo frtil e frutific-la de acordo com a necessidade do pas e dentro de Sua Ordem Imutvel. 10. Se isto compreendeis como romanos inteligentes e dotados de muitas experincias, percebereis que os milagres do Senhor no so o principal para as criaturas, mas Sua Palavra e Sua Doutrina que nos demonstram o caminho Vida eterna. A Palavra vinda da Boca de Deus tudo em tudo, e por ela viveremos eternamente onde Ele est e agiremos pelo Verbo e Sua Vontade em ns. 11. Responde o sacerdote: Amigo, penetraste profundamente na justa Sabedoria do Senhor e no me admira que os discpulos se portassem to indiferentemente diante do milagre. Guardarei o que acabas de me expor, como se o Prprio Senhor o tivesse dito, e agradeo pela amizade e pacincia.
105. O MILAGROSO DESJEJUM

1. Entrementes, aproxima-se um empregado curado por Mim, para nos avisar o preparo do desjejum. Todos Me seguem, inclusive os sacerdotes que sentem forte atrao e amor para Comigo. Quando Me vem
tomar a refeio, o principal diz: Senhor, Onipotente e Sbio! Eis outro milagre, Tu tomares alimento material, porquanto tudo que existe igualmente Obra de Tua Palavra e Vontade. Poderias dizer: Que seja a mesa coberta de alimento celeste!, e imediatamente se realizaria o que quiseste. Nossa refeio pag impura para um judeu, entretanto a saboreias com Teus discpulos. 2. Digo Eu: Para o puro, tudo puro, portanto tambm o para Mim. Criaturas de boa vontade e na maior parte de corao puro, oferecem alimento igualmente puro, pois Eu Mesmo o purifico, a fim de que ningum seja maculado. Crentes de Eu poder mandar servir uma mesa com alimento dos Cus, atravs de Minha Palavra e Vontade, sentaivos mais prxima, que suceder o que acreditastes. Saciai-vos sem susto e receio, pois tal alimento e bebida vos fortificaro e daro coragem na luta contra o prncipe da treva, da mentira e mistificao, diante de pagos e judeus. 3. Os sacerdotes se sentam mesa indicada, coberta de fino linho e servio. As baixelas e taas ainda se acham vazias diante dos hspedes admirados. Ento lhes digo: Eis a mesa posta com alimentos e bebidas purssimos, dos Cus, muito embora no os vejais. Quero que o elemento espiritual se envolva de matria e podeis comear o desjejum. Os sacerdotes no se contm em expressar louvor e honra de Meu Nome. 4. Entregam-se assim refeio milagrosa, e o hospedeiro manifesta o desejo de prov-la. Todavia lhe digo: Amigo, o que comeres nossa mesa tem a mesma origem, sabor e efeito, pois tambm esses alimentos so a Minha Palavra e Vontade.
106. LIBERTAO DO PAGANISMO

1. Quando todos ns nos saciamos, os sacerdotes agradecem e concluem: Senhor e Deus nico, cremos indubitavelmente em Ti e tomamos a firme resoluo de converter outros pagos. No ser fcil esse
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empreendimento, mormente porque o povo se acha preso ao paganismo. Nesta cidade no haver uma casa sequer que no seja repleta de imagens de protetores dos lares, deuses e semi-deuses. Acabar de um golpe com tais fantasias atravs de doutrinaes e ensinos Teus, ser tarefa rdua. Para a Tua Pessoa, seria faclimo, pois basta quereres e nada mais existir do politesmo. 2. Respondo: Sem dvida poderia faz-lo. Com isto no facilitaria vosso trabalho para Mim e Meu Reino nesta Terra, mas o tornaria muito mais penoso. Uma alma obtusa e supersticiosa, e a livre vontade do homem no se podem alterar por provas e milagres. Se os milagres operados em Jerusalm tivessem tido esse efeito, todos os fariseus e escribas seriam Meus discpulos. Assim no sendo, continuam maus e obtusos, odeiamMe e Me perseguem qual reles rebelde popular. 3. Poderia destruir, de momento, o Templo e seus templrios. De nada adiantaria na sua teimosia, mas os faria ainda mais cegos e maldosos. Assim sendo, deixo o Templo, o orgulho e o domnio de seus asseclas e seguidores, continuarem at sua reao contra Roma, o que finalizar tudo. 4. Deixai a situao como est entre os moradores bondosos dessa cidade, at que sejam iluminados pelo vosso conhecimento, a ponto de perceberem a futilidade de suas imagens e os mais compreensivos vos ajudaro na sua extino. Por ora o bastante que o paganismo seja destrudo nas almas; isto feito, o resto se far por si s. 5. Querer iniciar a destruio dos monumentos de f antiga e s ento esclarecer almas e coraes abalados, seria idntico ao de um homem que mandasse demolir sua casa antes de fazer o plano para nova residncia. Onde ficar morando at a construo acabada? Esta concluda, poder demolir a velha. 6. Se Eu, pelo Poder de Minha Palavra e Vontade, destrusse, de momento, todos os vossos dolos, surgiria uma revoluo dificilmente abafada, ainda que fsseis divulgar a ira dos deuses ofendidos. O povo, finalmente, perguntaria indignado como pde pecar contra os deuses, se sempre se prestou ao sacrifcio. Chegaria a vos apontar de gananciosos e culpados de uma possvel desgraa. Seria melhor repor as esttuas, do
contrrio sereis vtimas de sua ira. Em tais circunstncias, seria difcil divulgar a Minha Doutrina e Crena em Mim, entre pagos. 7. Tratai primeiro da construo nova para eles, que vos ajudaro a destruir a antiga. Quanto aos dolos em suas moradias, feitos na maior parte de ouro e prata, convm fundi-los, vender o metal e distribuir o dinheiro entre pobres. 8. O Meu Reino, ora fundado por Mim nesta Terra, um Reino da Paz, e no de contenda, perseguio e guerra. Convm propag-lo em paz e no usardes da espada. Quando a Minha Doutrina for divulgada por meio da espada, haver em breve grande misria sobre a Terra. Correro torrentes de sangue, e todos os mares tomaro a sua cor. Por isto sede trabalhadores pacficos, em Meu Nome, e evitai discusso e contenda. Ag apenas pelo amor em vosso corao. No amor reside a maior fora e poder. 9. Conquanto seja o paganismo uma rvore velha, oca e sem vida, contm muitas partes ainda rijas e razes quase petrificadas, e no se deixa abater de um s golpe. Com o tempo, pacincia, prudncia e persistncia, ela h de ceder s mltiplas machadadas. O forte machado dado por Mim, a Verdade, perante a qual toda resistncia ignorante e dura ter que ceder. Eis a Minha Vontade. Segu-a que lucrareis muitos frutos para o Meu Reino, pelo Meu Amor em vs.
107. O AMOR AO PRXIMO

1. Os sacerdotes agradecem por Minha Orientao e se renem no seu recinto parte, a fim de resolver sua situao. O primeiro orador ficou em nosso grupo e se dirige ao comandante a respeito da fundio dos dolos, pois desconhecia ourives interessado na compra de metais. Este responde: Farei tudo que for da Vontade do Senhor e Mestre, por isto ouamos primeiro qual Seu parecer. 2. Digo Eu: Ag segundo vosso critrio. O principal que a renda
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seja levada aos necessitados de modo til, o que sereis capazes de julgar atravs de Meu Esprito dentro de vs. Procurai reparar tudo que porventura fizestes de mal ao semelhante, que sereis cumulados com Minha Graa. Por acaso no havendo meio de reparar uma injustia praticada, tende ao menos a boa vontade para tanto, dirigi-vos a Mim que no deixarei de atender vosso pedido. Guardai bem, ningum pode entrar no Meu Reino se no tiver indenizado o menor prejuzo feito a algum. O que no desejais se vos faa, no deve ser praticado por vs. 3. Se sofreis um prejuzo por parte de algum, perdoai e fazei uma advertncia com toda meiguice. Ele melhorando, tereis vosso benefcio. No o fazendo, no deve ser condenado. Dirigi-vos a Mim, no corao, que atenderei vosso justo pedido. Fazei tudo por amor, em Meu Nome, que vos tornareis filhos de Deus e herdeiros do Reino Celeste, no havendo fim para vossa bem-aventurana. 4. Se o compreendestes bem, ag deste modo e ensinai o prximo a fazer o mesmo. Por este meio divulgareis o Meu Reino mais eficientemente, pelo que recebereis grande prmio no Alm, pois aquilo que prometo, e ser Verdade eterna. 5. Diz o comandante: Senhor e Mestre, assimilo a Verdade imensa de todas as Tuas Palavras e Ensinos, e sinto que deveria ser conforme explicaste. Existem entre judeus e pagos, homens perversos, ladres, salteadores, assassinos, adlteros e violadores de ambos os sexos, e temos rigorosas leis para punir tais exemplos horrorosos. Para tais criminosos haveria talvez oportunidade de regenerao, caso no fossem atingidos pela pena capital. Poderiam ser instrudos sobre o que seja bom, verdadeiro e justo, estendendo tal medida a infratores menos pesados. 6. Mas, enquanto regem leis severas, tal desejo continua problemtico. Se eu mesmo tiver acarretado com alguma culpa, ficaria satisfeito se me aplicassem as medidas acima, ao invs de me condenarem sem clemncia. Sou juiz nesse setor, bem conhecido de Ti, Senhor e Mestre, e fui obrigado a mandar vrios criminosos ao crcere. Deveria aplicar-lhes amor ao invs de severidade? 7. Digo Eu: Agirs bem, quando isto for possvel. Quem liberta os
prisioneiros, fsica e espiritualmente, das algemas do demnio, deve ser igualmente liberto dos laos da morte eterna. Quem for juiz e aplicar julgamento suave e justo sobre criaturas cegas, poder aguardar a mesma medida por Mim. Quem for misericordioso, encontrar Misericrdia Comigo. Um juiz severo deparar em Mim Juiz inclemente, pois justamente o rigor ao prximo ser seu juiz. Cada um traz seu prprio juiz dentro de si. Eis uma orientao para teu governo, Meu amigo Pellagius.
108. PROMESSA E ADVERTNCIA DO SENHOR

1. Dessa vez, nos dirigimos ao lado oposto de Aphek, onde tambm existe uma colina, alis mais alta que a outra, igualmente coberta de solo frtil e ervas aromticas. Todos se admiram, e o taverneiro diz: Como se estende a Fora e o Poder de Deus! Pela manh vimos que a parte Leste se achava vicejante atravs de Tua Palavra poderosa, Senhor. Pelo fato de teres igualmente considerado este lado, mais pedregoso, Te rendemos todo louvor e gratido. 2. Raras vezes era procurado pelos habitantes da cidade, precisamente nunca durante o vero, pois as rochas negras esquentavam tanto a impossibilitar a travessia. Tudo isto se transformou em verdadeiro Elsio, entretanto vamos fazer mais um pedido. Toda essa zona mui pobre em gua. No seria possvel providenciar algumas fontes? 3. Respondo: Oportunamente. Por ora farei surgir uma fonte poderosa nesta colina, posse tua, hospedeiro. Ela suprir a cidade com gua abundante. Quanto aos prprios arrabaldes, o inverno no distante se incumbir. Tratai de no secardes no corao a f em Mim e o amor para Comigo e o prximo. Se isto acontecer convosco ou com os descendentes, essas fontes secariam igualmente e a zona estaria mais deserta que hoje. 4. Ela era to frtil como agora, quando foi entregue aos israelitas, em pocas de Josu e dos Juzes, e continuou assim at os primeiros Reis. Quando posteriormente se manifestaram inveja, malquerena, persegui-
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o e guerras entre as tribos de Israel, comeando a Me esquecer, fiz com que grandes tempestades e trovoadas devastassem as terras, e no adiantou o maior zelo humano para fertiliz-las de novo. 5. Acabo de transform-las novamente e l no topo vedes surgir uma fonte rica, cujas guas devem por vs ser levadas aos locais necessitados. Continuai em Meu Amor, e no abandoneis a f em Mim, que ficarei convosco com Minhas Bnos. O que pedirdes ao Pai, em Meu Nome, ser-vos- dado, caso for proveitoso salvao das almas, e onde dois ou trs estiverem reunidos em Meu Nome, cheios de f, estarei em seu meio no Esprito de Meu Amor, Poder e Fora. 6. Pedindo por coisas fteis, nada recebereis, assim como no haveis de entregar uma faca a uma criana, s porque deseja brincar com ela. Por enquanto sois inexperientes em assuntos espirituais, e somente Eu sei o que necessitais para a conquista da Vida Eterna. Por isto, procurai antes de tudo o Meu Reino e Minha Justia, que todo resto ser-vos- dado. Alimentando algum desejo, pedi-Me somente algo justo, bom e verdadeiro.
109. A ONIPOTNCIA DO SENHOR E SUA RESTRIO

1. Diz o hospedeiro: Senhor, o pedido por uma irrigao desta zona, no teria sido injusto e prejudicial? Respondo: De modo algum. Mas se futuramente Me pedirdes apenas coisas materiais, tal no seria justo, bom e real, por serem vantagens terrenas prejudiciais alma. 2. No vim ao mundo em benefcio do corpo, seno da alma. Por isto, pedi-Me antes de tudo que d vantagens eternas vossa alma. Que adiantaria ao homem caso conquistasse todos os tesouros do mundo, sofrendo o maior dano em sua alma? Como poderia salv-la da morte e do julgamento da matria telrica? 3. Afirmas: Senhor, todas as coisas Te so possveis, inclusive a matria telrica Tua Obra. Tens razo. Todavia atesto, nem tudo Me ser
possvel com relao ao homem. Se assim fosse, no necessitaria vir Pessoalmente a este mundo, para vos doutrinar de Minha Prpria Boca. Dei ao homem o livre arbtrio e demonstrei ao seu intelecto, a Verdade e o Bem, ao lado da mentira e do mal, a fim de que analise, julgue e se eduque no sentido de se tornar realmente humano e no um irracional sujeito lei imperativa, que o obriga a viver dentro de Minha Onipotncia, no tendo liberdade, determinao prpria, nem independncia. 4. Alm do fsico, no tem o homem outra lei imperativa dada por Mim, mas uma vontade livre e raciocnio ilimitado pelo qual pode pesquisar, analisar, compreender, conservar e adotar como norma de vida tudo que descobriu de verdadeiro e bom. Por isto analisai tambm vs tudo que vos demonstrado, e conservai e empregai o que de verdadeiro e bom descobristes, que vos tornareis filhos mui queridos e livres, independentes como Eu. 5. Se deste modo vos tiverdes apossado de Minha Vontade e vos tornardes tambm fortes pela f viva para Comigo, todos os seres vos sero submissos. Jamais vos insurgireis contra a Minha Ordem Eterna como base de todo ser e existncia. Nisto consistir a Vida Eterna e BemAventurada de vossa alma, e onde Eu estiver, estareis vs, como filhos Meus, agindo como Eu. 6. A fim de que o homem alcance to sublime bem-aventurana, deve orientar-se segundo Minha Vontade, atravs de seu livre arbtrio, intelecto e raciocnio ilimitados; e Eu no posso intervir pela Onipotncia e obrig-lo a uma outra atitude qual irracional. Deste modo, nem tudo Me possvel em relao aos homens, caso devam continuar eternamente humanos dentro de Minha Ordem Imutvel e Eterna. 7. Compreendereis, portanto, quais sero os pedidos justos diante de Mim, que vos sero satisfeitos medida de vosso benefcio. Pedi apenas o que seja til vossa alma, e raras vezes uma vantagem para o corpo. 8. No sois por isto proibidos de pedir socorro em aflies de ordem material. Digo mais: Caso prestardes benefcios fsicos ao prximo por amor a Mim e em Meu Nome, sereis recompensados por bens espirituais em prol de vossa alma, e se continuardes nas obras do amor e na f viva
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em Mim, recebereis a fora de curar enfermos pelo passe e libertar pessoas endemoninhadas de seus maus espritos, to comuns nesta poca. Disto sereis capazes somente pela f plena e viva em Mim. Em suma, Comigo tudo podereis realizar, sem Mim, nada. Continuai sempre Comigo pelo amor e pela f, que ficarei convosco com Meu Amor, Verdade, Fora e Poder.
110. A QUESTO DO INFERNO

1. Todos Me agradecem por essa extensa explicao e prometem pla em prtica, ainda que custasse luta desenfreada. Pois, dizem eles, qualquer coisa boa para a vida do homem s pode ser alcanada pela luta. Aqui, trata-se da conquista do tesouro mais sublime, portanto no devemos recear qualquer dissabor. Os romanos so corajosos e sempre venceram contra os seus adversrios. Assim tambm esperamos em breve alcanar o domnio sobre nossas fraquezas, e Te pedimos no permitires sermos tentados acima de nossas foras. 2. Respondo: Cu e Terra e tudo que comportam, desaparecero. Minhas Palavras e Promessas, jamais. Nunca deixarei de atender vossos pedidos justificados. Mas nesta poca, o Reino de Deus necessita de violncia e possui-lo-o somente os que o conquistarem com violncia. Por isto se prende plena conquista uma luta interna e externa. No temais os adversrios capazes de matar o corpo, sem prejuzo alma. Temei a Deus que pode expulsar a alma maldosa ao inferno. 3. Adianta-se o comandante e diz: Senhor e Mestre, j que fizeste meno ao inferno, no qual os judeus alegam que as almas so eternamente martirizadas pelos piores demnios, e os pagos consideram para tanto um local chamado Orkus, queira explicar-nos onde est e quem l ingressa aps a morte. Se nos informaste a respeito das bem-aventuranas que aguardam os que viverem segundo Tua Doutrina, igualmente necessrio travarmos conhecimento do destino dos maldosos, principal-
mente os que na Terra foram Teus piores adversrios, a fim de convenclos do bem. 4. Digo Eu: Meu amigo, difcil responder-te racionalmente porque o teu esprito ainda no ingressou inteiramente em tua alma. Todavia, darei a todos pequena orientao. Assim como o Cu est em toda parte onde se encontram criaturas boas e agradveis a Mim, o inferno existe tambm em toda parte onde se acham atestas, inimigos do bem e da verdade, mentirosos, traidores, ladres, salteadores, assassinos, avarentos, dominadores, adlteros e impudicos. 5. Querendo ver o aspecto de tal inferno, basta observardes a alma, a tendncia maldosa e a m vontade de tal criatura na qual age o inferno, e concluireis qual o aspecto do inferno, obra do prprio indivduo. L, cada um quer ser o primeiro, soberano maior e absoluto. Possuidor do maior poder e fora, sendo atendido por todos que devem trabalhar para ele pela pior recompensa. 6. Impossvel esperar-se uma verdade luminosa, de uma tolice to maldosa e cegueira egosta, quando um tirano dominador jamais se convence de sua injustia, aplicada de modo cruel e tampouco estaria disposto a abandonar seu trono dourado, para praticar justa penitncia e procurar reparar o mal praticado. Experimenta convencer tal desvairado, e te certificars de que maneira te enfrentar.
111. UTILIDADE DA DESTRUIO DA FORMA EXTERNA

1. O Senhor: Onde nada se alcana com a Luz mais clara da Verdade, como convencer tais homens sem lhes tolher o livre arbtrio, seno tirando-lhes o amor-prprio? Exterminar tal sentimento pervertido seria idntico a matar a prpria criatura, o que no pode suceder em virtude da Ordem eterna e imutvel. Tudo, desde o mais nfimo at o mais elevado seja bom ou mau dentro do conceito humano indestrutvel como Deus, a Fora, Poder, Amor e Sabedoria eternos, de onde
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tudo surgiu. 2. Transmutaes do imperfeito ao perfeito so possveis pelo fato de Deus querer proporcionar independncia aos Seus Pensamentos e Idias, falando humanamente. Tais transmutaes no so extermnios, seno destruies visveis no campo da natureza. Somente formas materiais, nas quais se oculta um ser de potncia vital e espiritual, isolado por certo tempo da Onipotncia Total, so destrutveis, sem afetar sua integridade interna. 3. As formas externas tm que ser destrutveis, pois sem a destruio no haveria aperfeioamento espiritual, em relao emancipao individual. O que vem a ser para vs, criaturas presas numa forma material e final, o mundo fsico seno Pensamentos e Idias concentrados pela Minha Vontade, que posso modificar como e quando quiser, dentro do Meu Amor e Sabedoria. 4. No o fao por simples capricho, a fim de satisfazer certo prazer dominador moda humana, mas em virtude de uma necessidade eterna como respeito Minha Ordem de Amor, para dar aos Meus Pensamentos e Idias uma independncia plena, livre e individual. Fosse isto possvel por outro caminho que no existe nem pode existir t-lo-ia preferido ao que considerais montono e cansativo. Assim, o caminho por vs conhecido, o nico possvel, portanto unicamente verdadeiro e melhor, porque Minhas Intenes podem ser inteiramente realizadas. 5. Se as criaturas desta Terra no se querem submeter Minha Ordem, querendo criar outra organizao, melhor e racional segundo seu intelecto e livre vontade o que sucede constantemente aqui e no alm so elas as prprias culpadas quando ingressam em situao cada vez pior e finalmente enveredam por atalhos e se cansam, a ponto de no haver outro recurso de achegar-se delas seno pelas aflies auto-criadas. Tais estados perduram at que a alma caia em si, compreendendo jamais poder melhorar pela reao contra Minha Ordem. Meu amigo Pellagius, a constante reao contra a Minha Ordem o prprio inferno com todo seu mal, treva, maldade e sofrimento atroz.
112. FINALIDADE DAS MOLSTIAS

1. O Senhor: Observa um homem de sade frrea. Comete os piores abusos atravs de gozos desmedidos e exerccios desnecessrios. Um amigo experimentado o aconselha a no praticar tais abusos, pois facilmente poderiam finalizar sua existncia. Ele nada aceita, mas continua na mesma maneira de viver. 2. Passados alguns anos, atingido por molstia bastante sria e se revolta qual louco, chamando pelos mdicos. Conseguem cur-lo, se bem que no inteiramente. Mas no deixam de adverti-lo de no prosseguir dentro da antiga norma de vida; do contrrio teria uma recada da qual dificilmente se salvaria. Ele segue tal conselho por certo tempo. No tarda, porm, a ser tentado e comea a viver desregradamente. Conquanto sentisse os sintomas da molstia, no lhes d ateno e continua pecando contra sua natureza debilitada. 3. Sbito, cai de cama com dores atrozes. Vm os mdicos e procuram cur-lo, sem consegui-lo to facilmente, por isto aconselham pacincia. No tendo respeitado o conselho, era ele prprio responsvel de ter cado em enfermidade pior e mais prolongada. 4. Ele sofre mais que um ano e fica completamente desanimado. Todavia, consegue melhorar um pouco e jura por tudo que lhe sagrado aceitar o conselho dos facultativos, inclusive de outros amigos. Essa segunda experincia amarga o fez mais prudente e cuidadoso, e assim comea a se fortificar. Nem bem se sente curado, pensa: Ah, um nico prazer no h de me prejudicar! Como nada de mal sucedesse, ele repete o desatino por vrias vezes. 5. Desta vez, a molstia o atira por vrios anos no leito, sem que um mdico pudesse socorr-lo. Aps essa poca de padecimentos amargos, sente-se melhor pelo hbito da enfermidade e reconhece ter sido uma Graa de Deus, pela qual se curou de sua volubilidade, tornando-se psiquicamente mais puro. O sofrimento fsico faz com que a alma se torne humilde, paciente, sria e adquira foras para dominar os sentidos da carne.
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113. DIFICULDADE DE CONVERSO DE ALMAS DESENCARNADAS

1. O Senhor: Assim como a alma de tal homem se tornou mais comedida, paciente, modesta, pura, forte, rigorosa e profunda atravs do padecimento provocado pela vida devassa, as almas no Alm so igualmente purificadas por vrios sofrimentos, aborrecimentos e dores, autocriados, pela repugnncia de seu proceder desordenado que aumenta medida de sua transformao no pensar, amar, querer, ingressando no prprio esprito, at atingirem uma existncia mais feliz. No Alm, isto se torna difcil e complicado, e para muitas almas demasiadamente pervertidas decorrero longos perodos at que encontrem o caminho Minha Ordem Eterna e Imutvel. 2. Nesta Terra, todo homem tem base slida e vrios caminhos, bons e maus, conselheiros, guias e professores. Facilmente pode-se decidir pelo bem, aps algum discernimento, transformando seu amor e vontade pela aceitao de Minha Ordem que se manifesta cada vez mais clara dentro dele. Na vida alm-tmulo, a alma possui apenas a si mesma e criadora de seu mundo, semelhante a um sonho. Em tal esfera no pode haver outros caminhos seno os que uma alma traou por seu amor, vontade e fantasia. 3. Seu amor e vontade se justificando dentro de Minha Ordem, ao menos na maior parte, dentro em breve se decidir pelo caminho ordenado, em virtude de algumas experincias amargas. Prosseguir nesta trilha nova e passar de sua vida fantasiosa a uma existncia verdadeira e real, onde tudo lhe ser mais claro e compreensvel, o que jamais lhe passou pela idia. 4. Dentro em breve progride pela purificao de suas tendncias. Ao passo que uma outra, em cujo mundo de sonho e fantasia, s vezes nem existe meio caminho ordenado, posto seu amor e vontade desequilibrados, difcil se torna decidir-se a encetar primeiro, uma trilha ordenada, para aps longo tempo dirigir-se ao caminho certo que leva verdadeira
Luz da Vida. 5. Qual ser a sorte de uma alma no outro mundo que nem uma quarta parte do caminho de Minha Ordem tem a registrar, portanto no o encontrar? Eis o prprio inferno. Tal psique caminhar por todas as veredas maldosas em seu mundo trevoso de sonho e fantasia, querendose sobrepor acima de Mim. 6. Nada conseguindo por este meio, seno perdendo cada vez mais, torna-se ela sempre mais irada e vingativa, maldosa e impotente. Imagina inmeros atalhos desordenados no mundo inerte de tal psique. Quando ter passado por eles todos at que comece a pressentir que toda sua ao, zelo e esforo foram simples tolice e assim desperte certa nsia de preferir obedecer do que dominar acima de tudo?
114. EDUCAO INTIL DE UM TIRANO

1. O Senhor: Admitamos que queiras invadir as terras de um tirano cujas intenes e propsitos se concentram na conquista do mundo inteiro, em dominar todos os outros soberanos e fazer-se adorar qual deus. Aps teres vencido sua resistncia e conseguido prend-lo, dirs: Tolo orgulhoso e vaidoso, que pretendias fazer escravos os reis vizinhos, agora ests em meu poder! Serei clemente e justo, caso te humilhes a ponto de querer o bem ao prximo e reparar o prejuzo praticado. Ficars sob minha observao. Se te modificares, poderei reconduzir-te ao teu reinado, em benefcio dos povos. 2. O prisioneiro tudo aceitar, em virtude de tua promessa. Julgas ter-se modificado inteiramente? Aparentemente, pois basta entroniz-lo que tudo far para se vingar. Provocar-se a humilhao de um rei orgulhoso e altivo, a ponto de descer abaixo do cajado da mendicncia, seria o mesmo que fazer-se dele demnio perfeito, ao qual jamais se poderia ajudar no reino das sombras. 3. Tal homem, seja rei ou escravo, tomado de ira mxima e vingana
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imperdovel, no suscetvel converso. O melhor suport-lo com toda pacincia e adverti-lo oportunamente, como fiz Eu Mesmo atravs da boca dos profetas. 4. No se modificando como geralmente acontece seja levado a fortes castigos, pelos quais venha a sentir sua prpria culpa; persistindo em sua maldade, deve ser varrido da Terra, o que cabe somente a Mim, pois vejo nitidamente quando a medida de tal homem est completa. 5. Se refletires acerca da natureza do inferno, sabers onde se encontra e como se apresenta. Assim como o homem virtuoso e religioso dentro da Vontade de Deus, traz dentro de si o Cu e o Reino de Deus, seu oponente carrega o inferno no seu ntimo, pois o seu amor e vontade inabalvel, portanto, sua vida. Compreendeste?
115. PROMESSA DO SENHOR SOBRE O FIM DOS TEMPOS

1. Diz Pellagius: Senhor e Mestre, todos ns Te agradecemos por este conhecimento, alis no de molde a alegrar um corao bondoso. Todavia justo que o mau se condene e se afaste do bom. Se pudssemos enviar anjos poderosos para junto de tais homens para demonstrar-lhes sua injustia, no se converteriam? 2. Respondo: Meu amigo, tal pensamento honra o teu corao. O desejo expressado j foi por muitas vezes efetuado por Mim, tanto neste quanto no outro mundo, e sempre foi de efeito bom e persistente para os ainda dispostos salvao. 3. L a Histria de Sodoma e Gomorra. Anjos verdadeiros desceram dos Cus junto de Lot, e qual foi o resultado? L o que aconteceu em pocas de No. Quem se importou com aquilo, com exceo de No e sua famlia? O que fez Moyss diante do fara tirano, que se tornou cada vez mais irado e maldoso, no desistindo de perseguir o profeta e os israelitas, at que o mar tragasse a ele prprio? V a Histria de Jeric. Grandes foram os sinais sob a regncia de Josu, e excluindo uma prosti-
tuta, ningum se alterou. Estuda a Histria de todos os profetas, grandes e pequenos, e vers o resultado fraco que produziram entre os pecadores contra a Ordem de Deus. 4. Deixemos de lado o que nesta Terra foi tragado pelo tempo, e observemos a poca atual, estupenda e indita. V os Meus discpulos. Quem so? Na maioria pobres pescadores. H alguns de Jerusalm que Me acompanham h certo tempo. Mas onde esto os chefes dessa cidade que tambm ouviram a Minha Palavra, e onde Eu Pessoalmente operei os maiores milagres, acompanhado de um dos maiores anjos? De que adiantou? Querem perseguir e matar-Me a todo transe! 5. No final, permitirei que o faam ao Meu Corpo, para ressuscitar no terceiro dia. Ento visitarei todos os Meus amigos para seu consolo e conforto. Os renitentes no se alteraro por isto, mas perseguiro os Meus amigos at terem completado a medida de suas crueldades, e Eu os varrer da superfcie da Terra. 6. At o Fim do mundo, enviarei Meus mensageiros celestes, para evitar seja o Meu Verbo deturpado e destrudo pelos filhos maus. Mas tambm aqueles sero perseguidos em Meu Nome, at a poca em que voltarei qual raio que de um plo a outro, iluminar tudo que houver na Terra, bom ou mau. Farei, ento, uma grande seleo sobre todo o orbe, conservando apenas os bons e puros. 7. Da concluirs que sempre fiz o que acabas de desejar, e assim farei at o Fim dos Tempos. A vontade livre dos homens sempre ser respeitada, e todos tero que encarnar para prova de sua liberdade e a fim de renunciarem a todos os desejos carnais, tornando-se humildes e pacientes, mantendo e aperfeioando o Meu Reino dentro de si. Quem quiser vir a Mim, ter que faz-lo to perfeito como Eu. Para que isto lhe seja possvel, vim Pessoalmente a este mundo para demonstrar o caminho para todos. 8. No vos deixeis seduzir e ofuscar pelo mundo, sua matria e pelos desejos da carne, para no despertardes o julgamento do mundo e o prprio inferno, a segunda morte da alma.
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116. O AMBIENTE ESPIRITUAL DO SENHOR

1. Minhas Palavras produzem forte impresso nas almas dos romanos, que conjeturam intimamente: Ele tem razo em tudo, e ns humanos somos representantes de Seu Rigor, e no simples distrao de Sua Onipotncia. Em seguida o comandante se vira para Mim: Senhor e Mestre, abordaste em Teu discurso que durante muito tempo, um anjo perfeito Te acompanhou e atestou fielmente teres vindo Terra. Tal fato havia sido prometido atravs dos profetas, de sorte que os pagos tambm estavam informados. No seria possvel chamares um anjo para podermos v-lo? 2. Respondo: Como no? Muito embora a apario de um anjo, no sirva para positivar ainda mais a vossa f em Mim. No necessito chamar tal anjo para apresentar-se conforme pensais. Onde estou, se apresenta o mximo Cu com todas as falanges angelicais que sempre Me rodeiam. Abrirei vossa viso por alguns momentos, para verdes o Meu Ambiente. Que assim seja. 3. Imediatamente, todos vem, como se formassem enormes crculos, inmeros anjos de p, sentados e ajoelhados, voltando seu olhar para Mim e louvando-Me. A viso estonteia os romanos, que pedem Eu fechar-lhes os olhos ainda impuros para tal maravilha. Fao cessar a viso interna, com exceo da presena de Raphael, visto como se fosse de carne e osso. O comandante pergunta, admirado de sua formosura, quem e de onde viera to inesperadamente. 4. Digo Eu: justamente o anjo que sempre Me rodeava como ora, caso era necessrio para despertar a f, ensinando e operando grandes milagres. Se quiseres, poders falar-lhe diretamente. O romano se vira para Raphael e indaga se sempre estava junto de Mim para servirMe. O arcanjo responde: O Senhor no necessita de nossos servios; todavia Lhe servimos com todo amor, pela ajuda prestada aos homens segundo Sua Vontade, para proteger-vos de perseguies maldosas do inferno. Quanto maiores as tarefas nesta Terra e nos outros corpos celes-
tes do Espao Infinito, tanto mais felizes somos. Fazei o mesmo, que fareis o que fao. 5. Obsta o romano: Sei quem s, mas ignoro o que podes fazer. Retruca Raphael: Tudo o que o Senhor Mesmo pode, eu posso. De mim mesmo, posso to pouco quanto tu. Pela Vontade do Senhor, que preenche todo o meu ser, posso realizar tudo. Aceita a Vontade Dele, que poders realizar o que fao. Com isto, Raphael desaparece, e o comandante grava suas palavras no fundo do corao. Eis que surge um empregado para anunciar o almoo, e voltamos ao albergue.
117. OS CIDADOS DE APHEK

1. Aps termos tomado nossa refeio, na qual participaram os sacerdotes pagos, chegam alguns moradores da cidade que Me desconhecem e dizem admirados ao anfitrio: J sabes que os arrabaldes da cidade esto inteiramente floridos? Seria efeito do terremoto, ou teriam os deuses se apiedado em virtude de nossas oraes e oferendas? 2. Responde o taverneiro: No h novidade nisto e tambm estamos sumamente felizes. Sabemos ainda outro fator surpreendente. Sub a colina da murada da cidade que vereis uma fonte extraordinria, podendo suprir todos os moradores da mesma. To logo for possvel, comearemos a fazer a canalizao e igualmente satisfaremos as manadas, que assim no necessitam procurar alimento em grutas e vales. 3. Quando os cidados descobrem a fonte, ficam estonteados, e um, ainda bastante crente nos deuses, diz: Devemos procurar os sacerdotes para a construo rpida de um templo em benefcio de Netuno, agradecendo-lhe por tamanha graa. Alm disto, deve haver um sacerdote aqui instalado, para honrar nosso protetor. 4. Assim, eles voltam cidade, onde fazem o relato do grande milagre. A multido corre at l e analisa o fenmeno, deixando-nos em paz, podemos fazer preparativos para a viagem. Antes de partir, avisei o co-
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mandante e os sacerdotes dos comentrios feitos na fonte pelos cidados, e que agora deveriam estar prontos a evitar deitasse o paganismo razes ainda mais fortes. 5. Responde o romano: Senhor e Mestre, saberemos impedi-lo com Tua Ajuda. Em relao terrena, sou chefe da zona e sujeito somente ao Coronel Cornlio atualmente residente em Capernaum, e ao Prefeito Cirnius, geralmente em Tiro e Sidon. Ambos sendo Teus amigos e adeptos de Tua Causa, pouco temos que temer na tarefa em benefcio da humanidade. 6. Respondo: Sem reao dos homens, o trabalho para o Meu Reino, dificilmente ser feito. Se vez por outra enfrentardes pequenos ou grandes dissabores, no percais a coragem, confiana e f em Mim, que no tereis trabalhado em vo. Como j disse, nesta poca em que o poder do inferno se tornou demasiado forte, Meu Reino necessita de violncia e grande zelo, e s os que empregarem violncia, conquist-lo-o. 7. Viro certas provaes e tentaes sobre vs; mas lembrai que vos avisei a respeito. Sede corajosos, lutai com prudncia e com todo amor contra as investidas do mundo dentro e fora de vs, e assim colhereis com Minha Ajuda, frutos dourados pelo trabalho do Cu e a alegria ser grande e imorredoura. 8. Todo competente trabalhador merece recompensa, e quanto mais pesado o trabalho, tanto maior e especial ser o prmio. Quem no quiser trabalhar por julgar demasiado sacrifcio, no precisa esperar recompensa, mas passar fome. A fome fsica j sendo dolorosa, muito pior ser a fome espiritual para quem j se saciou do Po Celeste, sem esforar-se por um acmulo para o sustento eterno de sua alma. O verdadeiro Po e o Nctar Real dos Cus, sou Eu na Verdade Eterna de tudo que vos ensinei. Recebestes grandes reservas. Tratai que no diminuam. Para evitlo, preciso sejais sempre ativos em Meu Nome. Meu Amor vos fortifique e a Minha Sabedoria vos guie! Todos Me agradecem comovidos pelo ensinamento e os grandes benefcios materiais.
118. PARTIDA DE APHEK

1. Passadas as manifestaes de reconhecimento, o comandante pergunta se lhe permito acompanhar-Me ao prximo distrito. Respondolhe: Amigo Pellagius, tu e os teus fizestes muito; continua em tua comarca e profisso, e em tudo que organizei para teu futuro. Ao voltares a Pella encontrars muito trabalho. Fica mais alguns dias e ajuda os sacerdotes na empresa algo difcil no incio. Caso vierem alguns forasteiros e judeus, no faas grande alarde de Minha Pessoa e Meus Atos. 2. Dou um aceno aos discpulos para deixarem o albergue e Me esperarem fora da cidade, com exceo de Joo que Me acompanha. Fico mais algum tempo para consolar Veronika, cheia de tristeza com a Minha Partida. Depois sigo para a colina, onde o comandante se despede, e marchamos em direo ao Oeste para outra cidade, cujo nome no tem importncia. 3. Haver quem pergunte qual o efeito posterior entre os pagos de Aphek, e quanto tempo levou para aderirem f em Mim. Respondo que, no decorrer de um ano no mais havia pago na cidade e arrabaldes. No incio houve correntes contrrias. O povo sendo instrudo pelos sacerdotes e pelo comandante, em breve reconheceu seus enganos e aceitou feliz o conhecimento da pura Verdade, e Eu no deixei de cumular os fiis seguidores, em Palavra e Ao, com Minha Fora. Aps Minha Ascenso visitei especialmente aqueles lugarejos e transmiti aos convertidos, o consolo pleno e a justa fora para agirem em Meu Nome. 4. Por ocasio das grandes atribulaes em Jerusalm e na Juda, a cidade de Aphek serviu de refgio aos judeus convertidos Minha Doutrina. O comandante fundou uma comunidade, sem pompa, que manteve o seu nome aps Eu cham-lo para junto de Mim. Viveu mais trinta anos aps a Minha Ascenso, sendo nomeado chefe das dez grandes cidades, entre as quais havia quantidade de pequenas. Eis a smula relativa situao daquelas zonas, no que diz respeito Minha Doutrina.
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119. O SENHOR A CAMINHO PARA BETHSADA

1. Seguimos nossa trajetria aps a partida de Aphek, quando a duas horas de distncia da cidade encontramos uma grande caravana que vinha de Damasco, para vender suas mercadorias nas cidades costeiras. Deparando com a zona transformada, o chefe presume ter perdido o caminho. Por isto, dirige-se a Mim, dizendo: Bom amigo, somos comerciantes de Damasco e viajamos duas vezes ao ano para as cidades costeiras pela facilidade de venda. Sempre o trajeto nos levou por Aphek, Golan, Abila, Pella e Genezareth e conhecemos todo atalho. Devemos estar prximos de Aphek, situada num deserto que tinha rochas de basalto negro. Agora, nada disto se v. Tudo est verde e na estrada florescem rvores frutferas de vrias espcies. Certamente houve um engano de nossa parte e pedimos orientao precisa. 2. Digo Eu: Se este caminho foi feito por vrias vezes, deve levar a Aphek. 3. Retruca o chefe da caravana: Deves ter razo, pois a zona toda parece ser a mesma. Acontece haver s vezes duas semelhantes, entretanto so diversas, como se d beira do Eufrates. Acredito em tua informao de nos encontrarmos na rota certa para Aphek. Mas, que fizeram os habitantes, para transformarem o deserto em osis, em to curto espao de tempo? Onde teriam buscado o solo frtil para cobrir o basalto? 4. Fossem eles judeus devotos, poderia-se alegar que surgisse um profeta como Moyss ou Elias, capaz de fazer milagres. Trata-se, porm, de pagos fanticos e inimigos dos judeus, jamais merecedores de uma Graa por parte de Jehovah. Perdoa se vos retemos nesse local e queira informar-nos se conhecestes essa zona quando ainda era deserta. Segundo me parece, no estais admirados com a transformao.
120. O SENHOR SE DIRIGE CARAVANA

1. Digo Eu: Em Aphek sabereis pormenores a respeito da transformao desse antigo deserto. Sabemos da maneira pela qual se deu e conhecemos o motivo importante. Como o dia esteja findando, no h tempo para esclarecer-vos. Afirmo-vos, se o fara se tivesse convertido com as advertncias de Moyss, como fizeram os habitantes de Aphek que aderiram ao puro judasmo, no teria sofrido as pragas, e os desertos do Egito teriam comeado a verdejar. 2. No grande albergue podereis vos convencer que os aphequenses tornaram a verdejar como galho velho e seco do tronco de Abraham. Deus de Abraham, Isaac e Jacob ainda o Mesmo e todas as coisas Lhe so possveis. Quem pode criar o orbe e todos os seres atravs de Sua Vontade, certamente ser capaz de prover um pequeno deserto, com solo frtil, plantas e rvores frutferas. Sendo judeus, naturalmente compreendereis o sentido de Minhas Palavras. 3. No resta dvida ter-se vosso judasmo tornado na maior parte, mundanismo, e os fatos remotos dos quais tendes alguma noo extrada das Escrituras, foram banidos para o reino das fbulas religiosas. Todavia, a situao bem diversa daquela que vosso raciocnio vos induz. Com relao a fatos materiais nos quais o esprito no participa, o intelecto pode julgar e resolver. No tocante s ocorrncias espirituais, decide somente a f viva em Deus e o amor para com Ele e o prximo. 4. Diz o chefe da caravana: Amigo, representas judeu na ntegra, como os h entre ns, em nmero reduzido; no obstante sua f firme, nossa grande cidade no parece merecer especial ateno por parte de Jehovah. 5. Retruco: Ele Se preocupa com os damascenos medida que eles se interessam por Ele. Protesta o chefe: Enviamos, anualmente, nossas oferendas prescritas para Jerusalm, e o Templo est satisfeito. Digo Eu: Prestais honra a Deus com palavras e manadas de gado, vosso corao est longe Dele. No viceja em vosso ntimo, o amor para com Ele, de sorte que dentro de vs e no Templo tudo se tornou deserto,
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como acontece em vossa metrpole. Nem o maior esforo far de Damasco, paisagem frutfera. Tal fato tambm no preciso porque mantendes comrcio com o mundo inteiro, podendo suprir a cidade com po e outras riquezas materiais, assim vos afastando cada vez mais de Deus. Tornando-vos to inteligentes, prudentes e poderosos quanto ao suprimento material, Deus, o Senhor, no necessita preocupar-Se especialmente convosco. 6. Segu para Aphek, l, talvez, vossa alma possa comear a vicejar, e este deserto transformado no vos dar impresso de terdes errado o caminho. Quem no se achar no Caminho justo, tampouco encontrar o caminho certo neste mundo. 7. A tais palavras, o chefe responde: Perdoa-me, ter-vos retido na caminhada. Todos ns lucramos muito com isto. s genuno escriba, e caso fores a Damasco, tudo haveria de florescer. A situao dos nossos escribas bem precria, por isto, a f fraca. Onde no h professores bons, no pode haver discpulos correspondentes. Agradeo em nome da caravana pela pacincia e ateno despendidas. Vem visitar-nos em Damasco, que sers bem recebido. 8. Retruco: Pessoalmente, ser difcil chegar a Damasco. Entretanto mandarei um discpulo especial, dentro em breve. Agradecendo novamente, o chefe se afasta com a caravana.
121. O SENHOR EM UM ALBERGUE EM BETHSADA

1. Seguimos nossa trajetria, e antes do pr-do-sol atingimos um lugarejo perto de Bethsada, onde j doutrinara e operara milagres. Seus moradores eram na maioria pastores e pescadores, pois todos os lugarejos percorridos partindo de Genezareth, se estendiam nas proximidades do Mar Galileu e na foz do Jordo. Pouca importncia h no nome dessas cidades e sim, naquilo que falei e fiz. Minhas Aes, at hoje, caram em esquecimento quase total, enquanto os relatos verbais eram to deturpa-
dos a ponto de no conterem uma vrgula verdadeira, sequer. 2. No referido albergue encontramos boa acolhida, conquanto houvesse apenas peixes secos, certas razes, figos, abboras, avels e queijo de cabra. O dono, grego de nascena, homem bom e paciente, tinha famlia numerosa. Trs filhos com mais de vinte anos, empreendiam semanalmente a viagem ao Mar Galileu, a fim de prover-se do sustento necessrio. Assim tinham feito h dois dias, sem contudo voltarem como de costume. natural estarem os pais aflitos, e ele se desculpa por no ter outro alimento a oferecer.
122. MOTIVO DA AUSNCIA DOS FILHOS DO HOSPEDEIRO

1. Eu acalmo o anfitrio, dizendo: No te aflijas. Dentro de uma hora, teus filhos aqui chegaro com carregamento farto. A pesca foi to abundante, que mal conseguiram transport-la com os animais de carga. Em Bethsada solicitaram mais dois, podendo prosseguir mais rapidamente. 2. Diz o hospedeiro, fiel ao judasmo: Queira Deus de Abraham que tenhas falado a verdade. Retruco: Amigo, no o teria dito, caso no o soubesse. Prezo a verdade acima de tudo, e sou inimigo de toda mentira. 3. Observa o judeu: Porventura s vidente, porquanto pareces saber coisas impossveis por via natural? Vens de Aphek, acima da foz do Jordo, enquanto Bethsada est localizada aos ps das montanhas, cujas faldas formam a margem martima, de sorte que no podes saber do paradeiro de meus filhos. Para tirar-me da dvida, dize-me quantos carneiros e cabras possuo. 4. Digo Eu: Se Me conhecesses, diria no ser aconselhvel tu Me experimentares; por isto responderei. Tens trinta carneiros, dois machos e vinte e oito fmeas, das quais somente quatorze do leite. O motivo de as restantes no darem leite, certamente sabers. Ests mais convicto de Eu poder saber como se encontram os teus trs filhos?
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5. Responde ele: Sim, agora creio em tudo que porventura venhas a dizer. s vidente e sbio judeu. Eu e meus poucos vizinhos aqui viemos h trinta anos e nos estabelecemos com permisso do Governo romano, por ter sido a zona inteiramente despovoada. 6. Somos gregos e nascidos em Tyro, onde fizemos pequena fortuna por meio da pescaria. Em Bethsada travamos conhecimento com judeu, velho e sbio, que nos contou ter sido este territrio, dos mais frteis. Quando os judeus comearam a se esquecer do Deus Verdadeiro, Ele retirou as Suas Bnos e fez vir enormes tempestades que em breve lavaram o solo frtil, e as partes poupadas foram devastadas por guerras repetidas. Assim, tudo se tornou deserto e continuar dessa forma, enquanto os homens no se converterem a Deus. Os pagos nada de bom deviam esperar, pois seus deuses de fantasia no os podiam socorrer e o Deus Verdadeiro no conhecem, portanto no podem confiar Nele como filhos cheios de f.
123. F E CONFIANA DO HOSPEDEIRO

1. (O hospedeiro): A tal revelao do velho judeu, obstei: Ns, gregos, taxados de pagos, fomos iniciados na doutrina judaica e seguimos a Lei de Moyss, com exceo da circunciso na qual no vemos salvao para os homens. 2. O velho concordou que na circunciso s havia benefcio, caso os judeus cumprissem as Leis de Deus. Quanto aos pagos bastava desistirem do paganismo, crerem em Deus Verdadeiro, cumprirem os Seus Mandamentos e O amarem acima de tudo e o prximo como a si mesmos. Dos pagos, Deus exigia somente os sacrifcios do verdadeiro amor no corao. 3. Com essa informao, eu e mais alguns vizinhos resolvemos a converso interna, continuando externamente gregos, a fim de no nos tornarmos sditos dos sacerdotes gananciosos. Certamente sabers ter eu
falado a verdade, pois somos igualmente judeus. 4. Digo Eu: Foi este o motivo que Me trouxe aqui e, alm disto, quero trazer-vos justo consolo e positivar vossa f. Como h certo tempo alimentais a f justa em Deus, louvando-O e honrando-O, Ele certamente vos abenoou em vossas necessidades como prmio de vossa confiana. 5. Responde o grego: Nunca pudemos verificar qualquer prova neste ponto, todavia, nossa f no fraquejou. Conquanto o suprimento fosse escasso, jamais passamos fome e carncia de roupas. As pequenas manadas continuavam sadias e forneciam leite em abundncia. As hortas bem cultivadas, sempre nos supriram abundantemente com as Bnos de Deus. 6. claro no termos sado ilesos de tempestades ocasionais, aceitando-as como pequena prova de amor para com Deus, que nos havia de recompensar o dano sofrido, o que sempre acontecia. Alis esta zona mui raramente visitada por intempries, e caso desabassem grandes temporais nas cordilheiras, pouca influncia teriam neste vale. 7. Assim, estamos satisfeitos com as Bnos de Deus, o que no deixa de ser Bno especial. Que adiantaria possuirmos tudo, se Deus nos castigasse com insatisfao roedora, que em breve se tornaria uma fonte para toda sorte de vcios? Por acaso aumentariam nossa felicidade? Nossa aparente pobreza, que poderia traduzir falta de Bno de Deus, no se justifica. As Bnos internas e invisveis valem muito mais do que qualquer paraso. A quem Deus proporciona satisfao e pacincia, ter dado mais em virtude de sua f, fidelidade e virtude, do que um reinado inteiro com enormes tesouros. Tenho razo?
124. A QUESTO DO MESSIAS

1. Digo Eu, estendendo a Mo para o grego: Amigo, em toda Israel no encontrei f e sentimentos to puros; por isto, a Luz ser tirada dos judeus e entregue aos pagos. Tu e teus vizinhos vos encontrais no justo caminho, e Eu vim para aumentar as Bnos Divinas e demonstrar te-
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rem sido vossa f e fidelidade perante Deus, boas, verdadeiras e justas. Sobre isto ainda haver tempo para falarmos. Nada ouviste comentar a respeito do Messias esperado pelos judeus, e quando esperado? 2. Responde o grego: O velho de Bethsada muita coisa leu para mim, dos profetas, dando-me explicao. A meu ver, o Messias, ou seja, Deus Mesmo, no poderia vir junto dos judeus, atualmente presos aos bens materiais. Se Ele Se apresentar, no ser reconhecido. Sua Atitude ser de plena humildade, amor e pacincia, portanto contrria ao gosto dos judeus orgulhosos. Ns possumos o verdadeiro Messias no corao, e a no ser assim, inutilmente esperaro por Ele em veste debruada a ouro. 3. Digo Eu: Julgaste certo, pois a situao tal qual. Mas eis que vm os teus filhos, carregados de peixes. Manda algum ajud-los. Alguns vizinhos que ouviram Minhas Palavras, vo ao encontro dos pescadores e dentro em pouco esto entre ns, e todos se admiram da enorme fartura. 4. Em toda a redondeza, apenas o hospedeiro possua uma fonte e um pequeno lago artificial que servia de bebedouro para animais. Quando os pescadores traziam peixes vivos, eram atirados no lago. Assim no sendo, mormente no vero, os peixes eram limpos, salgados e defumados em fogo moderado. A maior vantagem da zona era um bosque de ciprestes e mirtos que fornecia lenha indispensvel, facilitando o preparo dos peixes. Desta vez, no havia um peixe morto, no obstante o transporte em sacos. Foi isto mais um motivo de estupefao. Aps tudo bem acondicionado, voltamos ao recinto maior.
125. O SENHOR D TESTEMUNHO DE SI

1. Uma vez sentados mesa feita de pedras, em companhia do hospedeiro e alguns amigos, ele diz: s galileu e sbio a teu modo. Segundo nossos escassos conhecimentos da doutrina judaica, lembro no surgir profeta da Galilia, entretanto s profeta. Como devo entend-lo?
2. Digo Eu: Vivi a maior parte na Galilia, mas nasci em Bethlehem, e no oitavo dia fui circuncidado em Jerusalm, conforme manda a Lei. Por este motivo poderia ser profeta. Entretanto, no sou profeta, mas justamente Aquele do Qual os profetas falaram que viria para libertar a todos que cressem Nele, das algemas da antiga mistificao, da noite do pecado, do julgamento, do inferno e da morte eterna. 3. Sou, portanto, o Senhor e Prprio Mestre, e no servo. Mas neste mundo, vim para servir a todos de boa vontade, com Meu Amor, Sabedoria e Poder e dar-lhes a Vida Eterna. Em verdade vos digo, todos que crem em Mim e vivem inteiramente segundo a Minha Doutrina, no vero, nem sentiro e provaro a morte, sendo transfigurados imediatamente aps a morte, estando Comigo no Paraso, no havendo fim de sua felicidade. Agora sabes, Meu amigo, de Minha Prpria Boca, a Quem acolhes em teu lar. Esses so Meus discpulos, com exceo de um que ainda dirige o olhar para o mundo, conquanto saiba e creia Quem Sou, o que doutrinei e fiz. Que Me dizes? 4. Responde o grego: Senhor e Mestre, que poderia dizer um pobre pecador? o Senhor de todas as coisas e de nossas vidas, por isto s Misericordioso conosco. Havendo nos favorecido com Tua Graa, esperamos que continues conosco para abenoar-nos como Teus filhos. 5. Concordo: Se continuardes na f em Mim e no Amor para Comigo, ficarei convosco com Minha Graa. Mudemos de assunto. No tendes trigal, nem vinha, e vos alimentais de queijo e peixes secos. Por isto, transformarei a zona, e no futuro colhereis cevada e trigo para o preparo de po. Por ora devem vossas despensas estar providas de cereais e po saboroso. 6. Em locais apropriados convm plantardes tambm a videira que produzir uva para o vinho. Ide encher os odres com gua limpa, que se transformar em vinho para perceberdes que estou convosco em virtude de vossa f e justo amor para Comigo, e Minha Graa, Amor e Bno ficaro em vosso meio. Como j disse, no encontrei f semelhante entre judeus, enquanto desconheceis Quem Sou. Fazei o que vos disse.
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126. O FELIZ GAPE

1. Incontinenti, todos pem mos obra e dentro em pouco todos os recipientes e odres esto cheios de gua, e quando provam a mesma, constatam admirados, tratar-se do melhor vinho. Assim, todos louvam o Poder de Deus em Mim e toda redondeza suprida de po, trigo, farinha e vinho. No s isto, aps terem provado o vinho, descobrem em suas despensas grande quantidade de gneros alimentcios, e o taverneiro encontra inclusive vrias qualidades de vagens e legumes, de que grande amigo. Aps certo tempo, todos querem encetar louvores de gratido. 2. Protesto amavelmente: Deixai essas expresses labiais, pois a gratido interna mais do Meu Gosto que o Cntico de Salomon, entoado por toda Israel, de corao mudo. Prefervel trazerdes po e vinho em justa quantidade para nos fortificarmos. 3. Todos Me acompanham mesa, quando a mulher e as filhas do taverneiro se apresentam e ela pergunta se pode servir alguns peixes preparados grega. A essa sugesto, respondo: No deves temer os judeus. Por vrias vezes saboreamos pratos gregos e romanos, sem nos poluirmos. O que introduzido no estmago, em justa medida e higienicamente preparado, no deturpa a criatura, mas unicamente o que projetado pela boca, como sejam maldio, difamao, mentira, palestras obscenas, insultos e descomposturas, prejudicam o homem. Podes mandar servir os teus peixes. 4. Quando Me sirvo em um prato de barro, no que sou imitado pelos apstolos, os adeptos de Joo e os gregos se retraem, causando admirao ao dono da casa que pergunta se desconhecem Quem Sou. Respondo: Bem sabem Quem Sou e tambm no so moisestas ferrenhos. Alimentam certos hbitos enferrujados preferindo no saborear os peixes preparados moda grega. Mas quando estiverem com bastante fome, no se negaro a tanto. 5. Sou agora um verdadeiro Noivo, e esses so Minhas noivas e convivas. Enquanto estiver com eles, no sofrero fome e sede. To logo o
seu Noivo lhes for tirado, tero que suportar fome e sede, vez por outra, e se ento vos procurarem, ho de achar vossos peixes mui saborosos.
127. ONIPRESENA E GRAA DO SENHOR

1. Ao ouvirem Minhas Palavras, os adeptos de Joo e os de Jerusalm se servem achando timo o paladar dos peixes. Em seguida agradecem por tudo confirmando que, no obstante a imensa Luz recebida de Mim, ainda se achavam enterrados no lodo farisaico sem se poderem livrar do mesmo. 2. Digo Eu: Isto se dar quando Eu no mais estiver Pessoalmente entre vs. Estais muito habituados Minha Pessoa, deixando de ser Minha Presena fato extraordinrio. Quando no mais estiver em vosso meio, a tristeza vos invadir fazendo com que sintais mais perfeitamente Quem fui, sou e serei, eternamente. Continuarei espiritualmente convosco, no visvel com olhos da carne, mas pelo justo amor sentido em vosso corao. 3. Todos meditam sobre Minhas Palavras, sem se atreverem a dizer qualquer coisa. O hospedeiro, entusiasmado pelo bom vinho, vira-se para Mim e diz: Senhor e Mestre, bem sei no ficares conosco com Tua Personalidade Santa, at o fim de nossa vida, como tambm no foi Ela a nos suprir de tudo que preenche nossas despensas, pois foi obra de Tua Onipotncia. Nossa pecaminosidade no permite ficares em nosso convvio; mas no nos deixes sem Tua Graa, Teu Amor e Tuas Bnos. 4. Conquanto fssemos pagos, procuramos o Deus Verdadeiro e nico dentro das Escrituras dos judeus, encontrando plena satisfao do nosso anelo. Assim cumprimos Seus Mandamentos e dentro em breve percebemos que Ele Se fazia sentir em nosso meio, dando-nos a intuio de abandonarmos a pescaria e nos estabelecermos nesse deserto. 5. No foram riquezas e mundanismo que aqui encontramos, como acontece nas grandes cidades onde se praticam comrcio, roubo e assalto.
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Conseguimos simplesmente o necessrio para a sobrevivncia e, antes de tudo, a paz da alma e oportunidades para mantermos as Leis Divinas e transmiti-las aos filhos. 6. O resultado magnfico foi a Tua Presena Pessoal, trazendo-nos a certeza de no ter sido baldado o esforo empregado. Assim esperamos, Senhor e Mestre, no mais nos abandonares com Teu Amor, Graa e Bnos, porquanto seguiremos mais rigorosamente a Tua Vontade. Certamente estaremos entristecidos com Tua ausncia Pessoal. Quanto maior no seria ela, se nos deixasses sem Tua Graa especial. No permitas sejamos tocados por provaes penosas, pelas quais poderamos enfraquecer na f e no amor em Ti. Tua Vontade Santificada esteja conosco, agindo at o fim de nossos dias e no prprio alm. Digo Eu: Quem orar como tu, no corao, ser atendido plenamente. Agora mudemos de assunto.
128. DIVULGAO DA DOUTRINA

1. (O Senhor): Todos vs, inclusive os moradores desse lugarejo, estais firmes em Minha Doutrina, a ponto de sentirdes que todas as Leis e os profetas se concretizam no amor para com Deus e o prximo. Quem assim agir, cumprir a Minha Vontade sempre revelada aos homens, e o Meu Esprito despertar sua alma, levando-a a toda Sabedoria, o que ainda haveis de sentir. 2. Todavia trata-se de mais um ponto. Todas as criaturas devem ser ensinadas neste Conhecimento, a fim de poderem pensar, querer, agir e viver segundo o seu esprito. O homem desconhecendo um ensinamento, no poder fazer dele sua norma de vida. Realmente, no coisa fcil conquistar-se criaturas fundamentadas em falsos conceitos e tendncias lucrativas, para a Doutrina da Verdade dos Cus, porquanto todas tm livre arbtrio, segundo o qual agem com vantagens materiais. 3. Imaginai quantas ainda vivem na Terra, em completa treva espiri-
tual. No seria a desejar fossem, quanto antes, levadas Luz que ora Se espargiu sobre vs? Vejo alimentardes o Meu prprio Desejo. Mas como realiz-lo? Porventura conviria encetardes vossa tarefa comeando a divulgar a Minha Doutrina, por toda parte? 4. Tal seria vivel, caso justamente nesta poca, em que o inferno total com todo seu poder e influncias perniciosas se estabeleceu sobre o orbe inteiro, no se opusessem fortes empecilhos. A Terra enorme, e um homem que pretendesse divulgar a Minha Doutrina na sia, Europa e frica, necessitaria de mil anos para conquistar seus habitantes individualmente. 5. Julgais ser isto inteiramente impossvel, ainda que o tamanho do orbe fosse o nico empecilho. Havendo muitas pessoas iluminadas dentro do Verbo, poderiam ser enviadas em todas as direes, no sendo necessrios mil anos para a divulgao do mesmo. 6. Calculastes certo, considerando apenas as dificuldades naturais. Como enfrentar os empecilhos do inferno, os inmeros sacerdotes que so o elemento mais temido e, devido s mistificaes e falsas doutrinas, conseguiram riquezas fabulosas? Tal seria inteiramente impossvel at Mesmo para Mim, por caminhos naturais, para a salvao dos homens, bem como a vs mesmos, conquanto de boa vontade. 7. Agir com Minha Onipotncia, seria idntico a exterminar os homens e deles fazer irracionais que no necessitam de ensino para sua vida natural e agem segundo o instinto que Minha Sabedoria e Poder neles despertaram e mantm, portanto so incapacitados perfeio individual. Somente alguns animais caseiros podem ser educados atravs da inteligncia e a firme vontade do homem, a ponto de lhe prestarem servios rudes e subordinados. Se desta forma, Eu fosse tratar todos os homens enraizados em milhares de erros, que diferena haveria entre eles e irracionais? Que fazer, para divulgarmos a Doutrina, Pessoalmente por Mim trazida de Meus Cus? 8. Preciso no desconsiderarmos, jamais, tempo e pacincia, munidos da firme vontade de confessar aos homens em todas as ocasies propcias, sejam as crenas quais forem, o Meu Nome e Minha Vontade.
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Quem Me confessar sem medo e receio, a fim de iluminar as criaturas para sua salvao, ser por Mim recomendado no Cu perante o Trono de Deus, ou seja o Amor Eterno e purssimo em Mim. 9. Nessa estrada que liga Oriente a Ocidente, passam anualmente muitas pessoas. Raras vezes vm buscar outra coisa, seno gua, seguindo para Aphek. Se dentro em breve vossas terras comearem a produzir vrios frutos e as manadas tambm aumentarem em virtude de Minha Bno, podereis acolher tais viandantes. Sendo inquiridos a respeito da transformao do deserto, aproveitai a oportunidade para demonstrardes ao ignorante, a Luz da Verdade Celeste, falando em Meu Nome. 10. Aceitando a Luz e a Crena, abenoai-o em Meu Nome, pois tal Bno se far sentir, podendo converter em sua ptria, amigos e parentes, tornando-se predecessor de Minha Doutrina dos que oportunamente enviarei a tal localidade. Ag deste modo com pessoas de Bethsada e arrabaldes, que tambm ho de sentir o efeito da Bno em Meu Nome. 11. A Bno consiste em apordes as mos, aos crentes, dizendo com f e confiana em Mim: Deus, o Senhor, que veio junto de ns, em Jesus, provando pelo Poder de Sua Vontade e Palavra ser o Messias Prometido, esteja convosco e por Ele, a paz dos homens nesta Terra que Nele crem, cumprem Seus Mandamentos e so de boa vontade. Assim falando, percebero o efeito da Bno, tornando-se vossos amigos. Aos vacilantes, aplicai a Bno somente quando se tiverem firmado na f, pois uma f duvidosa no se presta para receber Minha Bno.
129. O SENHOR EXPLICA O COSMOS

1. (O Senhor): Vamos abordar outro assunto, referente cosmologia, pois o menor erro nesta cincia acarreta quantidade de outros enganos. Se no pretendeis recair nos antigos erros e supersties dos astrlogos que dizem ler o destino dos homens atravs dos astros, preciso conhecerdes a Terra, seu tamanho etc.
2. De igual modo deveis saber o que sejam Lua, Sol e os outros inmeros astros. Vossa compreenso acerca deste assunto, mormente da movimentao dos planetas, das estrelas fixas, dos eclipses e demais fenmenos no cu, no ar e na gua, completamente errnea. 3. Por isto quero-vos orientar seguramente. No sendo possvel sem recursos visuais, farei demonstrao derivante do Meu Poder e peo a maior ateno. Assim fao, como em outras oportunidades, surgir um globo terrestre em tamanho pequeno, porm suficiente para poder explicar sua constituio, de modo fcil e rpido. O mesmo repito com todos os outros corpos csmicos, demonstro a natureza das estrelas fixas, dos sis centrais, dos enxames globulares, os cometas e os fenmenos relativos a eles. A explicao se estende por algumas horas alm de meia-noite, e como tivesse facilitado a penetrao do esprito na alma, todos assimilam o assunto e se admiram sobremaneira da Imensidade de Minha Sabedoria e Poder. 4. Finalmente, o hospedeiro se manifesta: Senhor e Mestre, isto s pode saber e transmitir o Eterno Criador de Obra to maravilhosa. Se comparo minhas antigas noes com o que ouvimos, me admiro como fora possvel os homens criarem conceitos to absurdos. Moyss e os demais sbios da antiguidade deveriam possuir compreenso certa a respeito, entretanto viceja a maior ignorncia precisamente entre judeus, do que entre gregos e romanos que buscaram seus conhecimentos dos antigos egpcios, conquanto estes consideravam o Sol, um planeta a girar em redor da Terra.
130. A ASTROLOGIA
1. Digo Eu: Amigo, tanto os egpcios quanto Moyss e outros sbios disto tiveram conhecimento, e ele at mesmo escreveu um grande livro a respeito, que se conservou at a poca dos Reis. Ao sacerdcio, vido pelo lucro material, tal conhecimento trazia prejuzos. Por isto, se
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apossou da astrologia egpcia, predizendo aos ignorantes coisas boas e ms, fazendo-se pagar sempre que possvel. 2. Atravs de manobras secretas, conseguia a realizao de suas predies. Os que recebiam prenncios favorveis pagavam, com prazer, alm do estipulado. Os outros, infelizes, se viam obrigados a pedir socorro aos sacerdotes para intercederem em seu favor. Em compensao, tais homens tinham que trazer as oferendas exigidas, de sorte que os sacerdotes nunca saam logrados pelo prenncio de coisas boas ou ms. Ainda assim, o mal se apresentava muito mais freqentemente do que o bem, por lhes dar maior lucro. 3. Da podereis deduzir qual o motivo de precisamente os sacerdotes transformarem as cincias naturais em erros e mentiras. Conjeturavam haver pouca importncia quanto noo dos homens sobre a cosmologia, pois no era possvel convencerem-se pessoalmente da veracidade. Era suficiente acreditar em Deus e cumprir Seus Mandamentos; quanto ao resto, era prefervel no ter conhecimento fundamental. Desconsideravam que um pequeno erro em breve levaria o homem, a maiores, de onde s podia surgir completa ignorncia. 4. O conhecimento que tendes a respeito do estado ignorante do indivduo, prova ser geral em todos os povos. To logo receberem revelao real de todas as coisas terrqueas, os sacerdotes gananciosos no mais podero apresentar suas antigas tolices como verdades, finalizando-se assim sua ignorncia maldosa. 5. Diz o hospedeiro: Est certo, todavia percebo a enorme dificuldade em se querer ensinar um homem fundamentado em noes errneas. No disporemos de recursos apropriados como ora tens a Teu Dispor, e alm disto, o leigo perguntar da origem de nosso conhecimento. Naturalmente nos reportaremos Tua Pessoa. Mas, antes de poder aceitar Quem s em Verdade, muito ter de ser feito. Somente com muita pacincia e tempo, e em Teu Nome, poder-se- realizar coisa profcua. No poderias, ao menos, proporcionar-nos os meios necessrios pelos quais seria mais fcil convencer as criaturas a respeito do Cosmos? 6. Respondo: Nada mais fcil, porm no desta qualidade, mas de
argila e em proporo menor. O resto ter que ser feito pela inteligncia e o raciocnio.
131. INDISPENSVEL PRUDNCIA NO ENSINO

1. (O Senhor): Tende cuidado de no serdes abordados por inimigos da Verdade, genunos lobos em pele de cordeiro, querendo que empresteis o globo de argila, a fim de evitarem seja divulgada a Verdade entre os homens, reduzindo o lucro dos sacerdotes. 2. Se ensinardes ser Eu o Verdadeiro Messias, pouca influncia produzir entre os judeus que diro: Deixemos que os pagos creiam o que quiserem. Aqui, em Jerusalm, continuamos o que somos e nada aceitamos dos pagos. Vossos sacerdotes alegaro: Trata-se de homens bastante prestveis, ainda crentes em deuses. Temos um verdadeiro exrcito de filsofos, e convm aceitarmos criaturas crentes e mais submissas a oferendas. 3. Se, no entanto, comeardes a explicar a formao da Terra com todos os fenmenos, a Lua, o Sol, os planetas e demais estrelas, e os sacerdotes na maior parte vivendo da adivinhao, entrareis em choque com eles. Sede precavidos e ensinai apenas os que tm f firme e amor para Comigo, e repeti o que vos disse. Se seguirem vosso exemplo, tero caminho fcil. Digo-vos, antes que as noes naturais desta Terra se transmitam grande massa, passaro mais de mil anos. De tal conhecimento no depende a Vida Eterna do homem que lhe ser dada pela f no Deus nico e no fiel cumprimento de Sua Vontade. Todavia de grande utilidade para alma e esprito quando ele for purificado da antiga superstio podendo cada vez mais compreender a Divindade e am-La mais intensamente. 4. A estas Minhas Palavras, todos retrucam: Ainda que imaginemos algo dentro de nosso raciocnio mais claro, somente Tu, Senhor e Mestre, tens razo em tudo. Percebemos perfeitamente ser problemtica a divul-
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gao das cincias naturais e teremos a devida precauo a respeito; no entanto, pedimos nos proporciones os recursos necessrios para glorificarmos o Teu Nome. 5. Virando-Me para o hospedeiro, digo: No havendo em tua casa acomodao apropriada onde poderias guardar tais objetos, s Me resta fornecer-te tal recinto. J foi realizado e podemos atravessar o pequeno quarto contguo para passar por uma grande porta ao dito compartimento. 6. Todos se levantam, com exceo de alguns apstolos mais adormecidos, e Me acompanham sala de astronomia e geologia, quatro vezes maior que o refeitrio. Novamente fao demonstrao ao hospedeiro, satisfeito com a utilidade dos instrumentos. Mais tarde voltamos ao nosso recinto onde esperamos, sentados, o despontar do dia.
132. A ZONA ABENOADA

1. De madrugada, o dono da casa ouve alguns vizinhos conversarem sua porta. Levanta-se com cuidado para no despertar ateno e vai ver qual o motivo. Estonteado, ele exclama: Mas, o que isto? A casa minha, mas a zona inteiramente estranha. No se v uma pedra ou rochedo, tudo est florido! Na rocha em que nem uma sara podia vegetar, surgiu um bosque de rvores frutferas, at mesmo carregadas de frutos maduros. Teria vontade de subir para me certificar de tudo. Mas trata-se de um milagre do Senhor, do qual somente faremos uso quando nos der permisso. 2. Os vizinhos concordam e todos do uma volta ao redor da casa, de onde percebem um verdadeiro den em todas as direes, e no se cansam em elogiar-Me. Finalmente apareo, antes do pr-do-sol, e todos caem de joelhos agradecendo pela Bno. 3. Eu os acalmo e os aconselho acompanhar-Me antiga rocha para apreciarmos a aurora e nos certificarmos dentro da natureza da veraci-
dade de Minha Explicao noturna. bastante agradvel o panorama, pois em direo a leste viam-se os muros de Bethsada, inclusive a zona de Aphek. 4. Aps ter-se saciado com a vistoria do pomar, o hospedeiro dirige sua ateno aurora e diz: Agora percebo que o Sol fixo, enquanto a Terra se movimenta do poente ao ocidente. Todos se alegram com o ensino prtico de astronomia. Passada uma hora, surgem na estrada para Damasco, alguns viandantes, pequenos comerciantes carregando utenslios caseiros nas costas. Aproximando-se de nosso local, pelo qual passavam duas a trs vezes por ano e vendiam suas mercadorias nas sessenta cidades, pararam incertos pelo caminho. 5. Um judeu fantico, diz finalmente: Se a zona a mesma que conhecemos, deu-se evidentemente um milagre. Um profeta afirma que esse pas comearia a verdejar na Vinda do Messias e consta ter surgido um homem da estirpe de David, operando coisas milagrosas. 6. Atualmente no se pode dar importncia a tais fatos por sermos deveras assediados por prestidigitadores. Enquanto os judeus possuam tais terras, alm de Damasco, os magos no tinham acesso. De posse dos romanos, eles podem penetrar e executar suas feitiarias, no raro bastante impressionantes. Talvez tivessem passado por aqui para beneficiar essa pobre gente. O mesmo ocorreu em Damasco, h alguns anos, proporcionando a um rico, um prado florido em zona rochosa. Com esta observao seguem caminho. 7. Relato o caso ao hospedeiro e acrescento: Quando chegarem perto de Aphek, vo se orientar muito menos que aqui, pois l repetiu-se este milagre, em proporo muito maior. Quando voltarem, vossa tarefa ser fcil. Em Aphek recebero esclarecimentos a respeito do homem da Galilia, de sorte a no se equivocarem. Em seguida saboreamos alguns frutos e voltamos ao albergue.
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133. SEGUNDA MISSO DOS APSTOLOS

1. Ao entrarmos, todos os apstolos se acham a postos e pedem desculpas por terem dormido alm da hora. Digo-lhes: No vos preocupeis, pois assim foi de Minha Vontade. Tomada a refeio, viroMe novamente para eles, dizendo: No incio de Minha Misso doutrinria, vos enviei a vrios lugarejos para divulgardes a Minha Presena e o Meu Reino, e tambm facultei-vos o poder de curardes pelo passe e exorcizar demnios e maus espritos. Deveis estar lembrados onde e quando vos fiz voltar junto de Mim. Aquela misso foi de bom efeito posterior. 2. Encontramo-nos no grande povoado de Hauran, que forma a margem montanhosa partindo quase na foz do Jordo at sua desembocadura no Mar Morto. Nesta zona, anteriormente excessivamente abenoada, se acham as dez grandes cidades, algumas das quais visitamos com bom resultado, ou sejam Pella, Abila e Golan, restando ainda sete metrpoles e uma grande quantidade de pequenas, e o Meu Tempo est se findando. 3. Durante dois anos e meio trabalhei quase Sozinho, sem descanso, e quero, neste local predileto, repousar durante sete dias. Joo, Jacob e Matheus, nosso escrivo, devem permanecer Comigo. Os outros se dividem em dois grupos. Um deve seguir para Hippos, no longe de Aphek. Outro para Edrei, cidade pequena alcanvel dentro de algumas horas. 4. Nessas cidades encontrareis na maior parte, gregos e romanos. Existem vrias hospedagens cuja hospitalidade podereis aceitar e comer o que vos oferecerem. Se agirdes em Meu Nome, sereis bem recebidos em toda parte. Ao entrardes em um albergue, dizei: A paz seja convosco! Aqui vimos para revelar a grande Luz da Vida provinda dos Cus, do Deus nico e Verdadeiro, a fim de que O conheais. Quem Nele crer, haver de sentir o Seu Poder Divino em ns, enviados por Ele. Se aps tais palavras fordes aceitos, transmit o Meu Nome e Minha Doutrina. 5. Haveis de encontrar grande nmero de enfermos, em ambas as cidades e outros lugarejos. Devem ser curados em Meu Nome, sem aceitar des dinheiro. Enquanto Eu estiver nesta Terra, no necessitareis deste
meio de subsistncia. Algum vos oferecendo algo por puro amor, ainda que dinheiro, podeis aceit-lo. Em toda parte existem pobres que dele necessitam. Passados sete dias, voltai para podermos prosseguir viagem. Ide, pois.
134. ORGANIZAO DOS APSTOLOS

1. Diz em seguida Pedro: Senhor e Mestre, no conviria escolher um dirigente para cada grupo? 2. Respondo: Quando teriam o purssimo amor e a Verdade mais lcida dos Cus, necessitado de dirigentes? O amor, como tambm a Verdade em sua pureza e perfeio, sendo o mais sublime em si, impossvel cogitar-se algo mais elevado. Se tal amor e verdade, provindos de Mim, se acham dentro de vs, que envio em Meu Nome, quem havia de querer dirigir o seu irmo? Como poderias outorgar-te uma chefia, se crs e afirmas ser Eu, unicamente o Senhor, e todos os outros te acompanham nesta afirmao? Quem de vs poderia ser o primeiro? 3. Se um matemtico prova que trs objetos acrescentados a trs idnticos, fazem seis, concordando com o clculo de outros matemticos, quem seria o mais importante? E quem entre eles deveria ser nomeado para dirigente? 4. Eu, somente, sou o Senhor! Vs, sois todos irmos e no pode haver diferenciao. Toda e qualquer distino, por menor que seja, despertaria na alma de um dirigente, a tendncia satnica do domnio, que em breve deturpa o puro amor e a verdade cheia de vida, como aconteceu no incio dos reinados e atualmente se d no Templo de Jerusalm. 5. Quem de vs fizer questo de ser o maior entre os Meus apstolos, que seja o ltimo e mais simples de todos, quer dizer, servo dos irmos. Eis a Ordem em Meus Cus entre os Meus anjos. Em verdade vos digo, todos os que na Terra se deixam nomear em sentido diverso ao acima explicado, enfrentaro situao difcil no Alm. A tarefa mais peno-
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sa para um orgulhoso o que finalmente se d com todos os chefes a humilhao de sua alma. Por isto continuai todos iguais, e que nenhum queira ter a menor vantagem sobre o prximo. Da todos concluiro serdes verdadeiramente Meus apstolos, irmos entre si. Se o compreendestes dentro da Verdade, segu caminho e ag segundo Minha Vontade. 6. Os apstolos Me agradecem pela orientao e cumprem sua misso durante sete dias, convertendo muitos pagos e sacerdotes. Apenas com Judas, o grupo teve sua dificuldade em Edrei, por causa de sua ganncia incorrigvel. Consegue Thoms impedir-lhe tal fraqueza, de sorte que o xito teve boa repercusso. Que fiz Eu durante esse tempo, em companhia dos trs apstolos? Como j disse, repousei fisicamente, pois Meu Corpo igualmente de carne e sangue. Todavia no se passou a temporada em inatividade completa.
135. O TANQUE DE PEIXES DO HOSPEDEIRO

1. No dia da partida dos discpulos fui, em companhia dos outros e dos moradores do local, inspecionar as terras consideradas possesso deles por parte de Roma e pelas quais no pagavam tributo a Herodes, igualmente arrendatrio dos judeus. Durante o passeio, o hospedeiro diz: Senhor, o territrio que se estende alm dos limites de nossas terras, no traz benefcio a quem quer que seja por ser inteiramente rido. Seria errado, caso fssemos cultiv-lo em nosso benefcio? 2. Respondo: De modo algum. O que for por vs cultivado pode ser aproveitado, no havendo quem vos chame responsabilidade. O trabalho ser pesadssimo e a colheita, fraca. Neste sentido dar-vos-ei mais uma ajuda. Mas, por enquanto, estejais satisfeitos com o que abenoei em vosso benefcio. Em futuro breve, viro muitos viajantes a vos proporcionarem maiores lucros e assim podereis preparar tambm este territrio, garantindo a subsistncia dos descendentes. Por ora no vos preocupeis com o problema.
3. Todos se conformam, e nos dirigimos ao conhecido tanque de peixes, abarrotado de vrias qualidades para satisfao dos moradores, conquanto fosse ele posse do hospedeiro. No obstante formarem uma comunidade e levassem vida amistosa, seus terrenos eram demarcados por Roma, individualmente. 4. O tanque e o poo eram posse do hospedeiro. A gua destinava-se ao uso da localidade, enquanto o tanque e os peixes eram propriedade exclusiva dele. Por isto digo: A grande quantidade de peixes especiais tendo sido pescada no Mar da Galilia, atravs de Meu Poder e Vontade, e os peixes aqui sendo trazidos fresquinhos, podendo procriar-se para uso da comunidade, cada casa deve ter direito de tirar o suficiente. Vamos aumentar o tanque para dar espao criao futura. 5. Quando termino de falar, o tanque se apresenta em vastas propores, e todos os moradores Me louvam e agradecem. Em seguida voltamos ao albergue, tomamos uma refeio e novamente subimos ao conhecido monte. Quando o sol est prestes a desaparecer, o anfitrio percebe algumas pessoas vindas de Bethsada em direo ao local, mas que constantemente paravam sem saber se deveriam prosseguir. No demora chegarem hospedaria e o dono Me pergunta como deveria agir. 6. Respondo: Tratando-se de judeus amigos, podes dizer-lhes o que sucedeu. Entrementes voltarei com Meus apstolos e falarei Pessoalmente com os recm-vindos.
136. ESCLARECIMENTO REFERENTE TRANSFORMAO DA ZONA

1. Imediatamente, o hospedeiro se encaminha com os vizinhos para os trs personagens que o assaltam com perguntas referentes ao formidvel estado da vegetao. Ele esclarece: Se vos dissesse ter sido isto apenas milagre divino, no me acreditareis. Todavia esto a as testemunhas. Certamente nunca houve coisa semelhante nesta Terra, enquadrando-se
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porm poca atual em que o Messias Prometido veio junto de ns, em carne e osso. A grande promessa foi dada no s aos judeus, mas a todos os habitantes do planeta, incluindo portanto os pagos. 2. Assim, o Messias, Deus em Pessoa, dignou-Se a nos visitar e Se compadeceu de nossa pobreza material e espiritual, transformando nosso deserto, em terra frtil. Alm disto, proveu-nos de tudo para a subsistncia fsica. 3. Esclareceu-nos a respeito da natureza do orbe, da atmosfera telrica e do Cosmos, libertando-nos da antiga superstio pag. Quanto a isso, no podemos entrar em mincias, por estardes enterrados em noes mui erradas e s oportunamente poderemos ventilar o assunto. Acabo de vos esclarecer dentro da Verdade, a respeito da transformao da zona e se quiserdes, as testemunhas podero responder pessoalmente. 4. Obsta um escriba de Bethsada, conhecido do hospedeiro: Somos obrigados a crer porque de modo natural, tal fato seria impossvel devido esterilidade do solo. De onde seria possvel trazerdes terra frtil para cobrir a zona arenosa que, com referncia vossa parte perfaz mais de mil acres, e onde podereis buscar quantidade to grande de rvores frutferas plantando-as de tal modo a darem impresso de terem uns trinta anos de existncia? No resta dvida, ter havido milagre perfeito, e quem o fez deve ser o Messias Prometido ou, no mnimo, grande profeta. Quando esteve aqui e quanto tempo se demorou? 5. Responde o hospedeiro: Chegou ontem noitinha com Seus apstolos, aos quais enviou para disseminao de Sua Doutrina. Apenas trs aqui ficaram na Companhia Dele e pretendem permanecer durante sete dias. Dentro em pouco Ele estar aqui e podeis falar-Lhe Pessoalmente.
137. CONHECIMENTO DOS HSPEDES

1. informao do taverneiro, os trs judeus encabulam, no sabendo que medida tomar. Aps certo tempo, o ancio se dirige ao anfi-
trio ocupado em servir-lhes po e vinho: Qual o aspecto dele, para podermos cumpriment-lo? 2. Responde ele: Serv-vos primeiro, e caso Ele entrar, no ser difcil reconhec-Lo. Se ns, pagos, facilmente O descobrimos, quanto mais vs, judeus genunos. Eles no se fazem de rogados, positivando especial sabor e perguntam da origem, sabendo que o taverneiro nunca tivera po e vinho semelhante para oferecer. 3. Retruca ele: J vos contei, ter precisamente o Messias nos provido de tudo. Quem capaz de fazer florir uma estepe, atravs Sua Vontade, certamente ter meios para nos dar po e vinho. Estais saboreando verdadeiro po celeste, assim como tambm o vinho no desta Terra. 4. Diz o ancio: Moyss recebeu de Deus, o man para os israelitas, e da rocha tocada pelo seu cajado, brotou gua pura e doce. Todavia no se podem compar-los a este po e vinho. Deve ter agido algum mais importante que Moyss, Aaron, Josu, Elias e todos os profetas. 5. Neste instante entro no albergue com os apstolos e digo: A paz seja convosco! No vos perturbeis com nossa presena e fortificai-vos com este po e vinho que no existem em Bethsada e Gadara. Os trs se levantam e se curvam respeitosamente, dizendo: Senhor, s Tu o Grande Messias, ao Qual tudo possvel, o novo Rei dos judeus que fundar um reino, impossvel de ser exterminado pelo inimigo, at o fim dos tempos! Salve, grande Filho de David! 6. Respondo: Realmente estou fundando um Reino Infinito, um Reino verdadeiramente divino para alma e esprito do homem, que subsistir eternamente. Nele, todos tero a Vida Eterna quando crerem em Mim e viverem segundo a Minha Doutrina. Entendeis apenas a Escritura atravs da letra, sem assimilardes o sentido espiritual da Verdade, pois julgais que vim Terra como Messias, o Eterno Filho de Deus Eterno, a fim de fundar um reino perecvel, para os judeus. Toda esta Terra e o Cu visvel desaparecero. Como, portanto, seria possvel fundar-se um reino eterno para os judeus? Fortificai-vos para poderdes assimilar melhor o sentido espiritual da Escritura. 7. Os trs quedam perplexos. Em seguida o ancio objeta: Eis uma
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linguagem diversa do Templo. L se encontram fariseus, escribas e sumosacerdotes a lerem e explicarem a Escritura pela letra. Mas nunca fizeram florir um deserto ou cobrir solo pedregoso com terra frtil. Este mestre ensina de modo diverso e demonstra no havermos, jamais, entendido a Escritura positivando o Seu Pronunciamento contrrio ao Templo, mas Sua Palavra potente e milagrosa. Sabemos encontrar-se a Verdade plena unicamente com Ele. Viraremos as costas ao sindrio para seguirmos o Mestre. Um brinde para todos os presentes! Os trs judeus erguem as taas e sorvem o vinho at a ltima gota.
138. CONFISSO DO ANCIO

1. Inteiramente feliz, o ancio se dirige a Mim: Senhor e Mestre, certamente j estiveste em Jerusalm. Ser que os templrios Te reconheceram como ns? O que dizem Tua Apario neste mundo? 2. Respondo: A cegueira enorme e egosta dos judeus em Jerusalm no aceitar a Luz Divina, por isto lhes ser tirada e entregue aos pagos. Por vrias vezes doutrinei e operei milagres no Templo, mas de todos os que se acham importantes deixando-se venerar pelos outros, nenhum Me deu crdito. Por isto se dar a prova daquilo que consta a seu respeito, isto , a Minha Luz lhes ser tirada e dada em grande profuso, aos gentios. 3. Vede esses pagos e dirigi-vos a outros, de cidades e lugarejos distantes, e perguntai-lhes sua opinio a Meu respeito. Em verdade, recebereis grandes esclarecimentos. Em compensao podeis ficar estonteados acerca da m fama Minha Pessoa, em Jerusalm e outras cidades judaicas. Entretanto, ensinei em toda parte a mesma Verdade da Vida e operei grandes milagres. Que farei com essa gerao? Responde o ancio: Senhor e Mestre, aplica-lhes o mesmo feito aos sodomitas. Digo Eu: Ainda no. Entre eles existem alguns justos. Mas no levar tempo, porque os poucos justos em Meu Nome sero de tal forma perseguidos
por parte dos materialistas ignorantes e atrevidos, a ponto que nenhum justificado em Minha Luz, se poder manter em tal cidade. Ento a medida deles estar completa e passaro muito pior que os sodomitas e gomorritas. Deixemos este assunto e tratemos de outro. 4. Dizei-Me se nunca ouvistes falar de Mim e de Minhas Aes. H alguns anos estive em Gadara e libertei dois endemoninhados dos maus espritos que se atiraram sobre uma vara de sunos, precipitando-a ao mar. Ningum vos relatou o fato de Eu ter alimentado nas proximidades de Bethsada, milhares de pessoas, com alguns pes e peixes, de forma que ainda sobrou o bastante para encherem vrios cestos? 5. Responde o ancio: Realmente, muitos foram os comentrios e tomamos o autor, filho do carpinteiro Jos, que conheci pessoalmente, e que se chama Jesus, por mago, aluno dos essnios. Foi essa a opinio do povo e no podamos discordar, pois a atitude do filho do carpinteiro, certamente visava a conquista popular para fins egosticos. Se tivssemos sido testemunhas de Tuas Aes, outra teria sido nossa opinio, ainda que fosses dez vezes o filho de Jos. Agora somos testemunhas oculares de Tua Ao, apenas possvel a Deus. E se fores certamente o sers filho de Jos, nada nos impede crermos em Ti, que s e sers o Messias Prometido. Aceita nossa confisso e no nos prives de Tua Bno.
139. QUEM O PRXIMO

1. Digo Eu: Para tanto vos proteger vossa f viva em Mim, e caso aplicardes vossa f em Mim atravs de obras de verdadeiro amor ao prximo, sentireis ser Eu o Messias Prometido, achando provas disto dentro das Escrituras. 2. Retruca o ancio: Senhor e Mestre seria mui fcil, caso se soubesse quem realmente nosso prximo. Esclareo: Vosso prximo todo aquele que necessita de vosso auxlio, seja amigo ou inimigo. Subentende-se no ser possvel dar-se ajuda a quem age contrrio s Leis de Deus.
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Neste sentido se compreende o verdadeiro amor ao semelhante, que garante grande prmio no Cu. 3. Se fordes abordados por pobres a se queixarem de sua misria, socorrei-os medida de vossas foras e posses. O que fizerdes a eles, considerarei feito a Mim, recompensando-vos em vida e muito mais no Meu Reino Eterno. Acaso um adepto e profeta vos visitar em Meu Nome, deve ser recebido com carinho, prestando-lhe ateno. Deste modo tereis aceito a Mim, podendo aguardar recompensa dada a um profeta. 4. Dentro em breve surgiro em Meu Nome, muitos profetas falsos, doutrinando o povo para seu prprio sustento e confundindo-o atravs de falsos milagres aprendidos dos magos. No os aceiteis, ainda que clamassem: Vede aqui ou acol est o Messias, o Ungido de Deus!, e demonstrai-lhes com carinho e rigor estarem agindo contra Mim. Desistindo de sua falsidade, podeis consider-los amigos. Assim no sendo, enxotai-os da comunidade. Fcil ser descobrirdes doutrinador e profeta falsos atravs de suas obras egostas, pois de cardos no se colhem figos e de espinhos no surgem uvas. 5. Sede cheios de amor, meiguice, humildade, misericrdia, justia e verdade para com todos, que serei o mesmo com relao a vs. No sejais duros e surdos contra a voz da pobreza, tanto espiritual quanto materialmente, que Minha Atitude ser idntica para convosco, se porventura vossa voz se dirigir a Mim em qualquer aflio. A vossa medida aplicada vos ser retribuda. 6. Se dispuserdes de grande fortuna e a emprestais a bons juros somente aos que a possam devolver dentro de prazo fixo, no deixastes de praticar certo amor ao prximo, entretanto no por Mim considerado aquilo que vos deu bons juros. Emprestando, sem juros, a necessitados sabendo no ser garantida a devoluo, Eu farei o Pagador dos juros e do capital, sem que algum venha a ser prejudicado. 7. Vede os moradores desse lugarejo, antigamente pobres. Mal tinham para o seu prprio sustento. Quando eram procurados por outros necessitados, prontamente os recebiam e supriam de seus provimentos, sem lhes cobrar algo. Sabendo disto, vim como o melhor Recompensador,
e no haver um que diga ter vindo Eu fora de tempo. Fazei o mesmo, que serei vosso Recompensador em tempo justo.
140. PARBOLA DO FAZENDEIRO

1. (O Senhor): Os fariseus, agiotas, que entendem emprestar seu ouro e prata por juros elevados a outros colegas, esbanjando os juros com prostitutas, e caso forem abordados por pobres e aflitos, respondem: Dirigvos a Deus que vos ajudar, pois tambm ns somos pobres e obrigados a mendigar!, ver-se-o mal perante Mim. 2. Tais falsos servos de Deus a pregarem ao povo o amor a Deus e ao prximo sem jamais t-lo praticado, so perante Mim os piores pecadores e criminosos, recebendo no alm sua paga com o prncipe do inferno. Adlteros, agiotas etc., verdadeiros difamadores de Deus, no entraro no Meu Reino. No sigais, portanto, o seu exemplo. 3. Quem poderia aconselhar o prximo: Dirige-te a Deus em tua aflio, pois s obrigado a am-Lo acima de tudo e Ele certamente te socorrer!, se tal pessoa no acredita em Deus e muito menos O ama? No amando o pobre a quem v, como amar a Deus acima de tudo, no podendo v-Lo? O amor a Deus por parte dos homens se condiciona ao amor ao prximo. Engana-se muito quem afirma ser feliz no amor a Deus, trancando corao e porta diante do pobre. Amai o prximo, pois como vs filho de Deus, e deste modo tereis amado o Pai. 4. Houve certa vez um rico fazendeiro, dono de grandes terras, que proporcionava vida confortvel a todos os serviais. Sua prole, a quem muito amava, freqentava escolas mundanas, a fim de se tornar dona de experincias vrias. Deu-lhe, porm, somente o necessrio para o estgio nas faculdades, a fim de evitar seu excesso, preguia e incapacidade para a posterior administrao da fazenda. 5. Em virtude disto, os filhos no passavam folgados, pelo contrrio, s vezes eram obrigados a recorrer caridade pblica. Um dos que era
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abordado nesse sentido, respondeu: Ora, tendes pai to rico, pedi-lhe que vos ajudar na certa!, e nada lhes deu. Outros, mais bondosos, pensavam: Sabemos ser o fazendeiro bastante rico e facilmente poderia ajudar os filhos em estudos, caso no tivesse suas razes. Todavia nos condi sua misria que procuraremos amenizar. E assim foi. 6. Aps certo tempo, o fazendeiro foi metrpole e procurou saber quem havia prestado auxlio aos seus filhos. Eles ento o levaram a todos os lares onde haviam recebido provas de amor, e o pai centuplicou a importncia despendida e levou os benfeitores prpria fazenda, igualando-os aos seus filhos. 7. Eis perante vs o Fazendeiro. Os pobres neste mundo, so filhos Meus. Os ricos so geralmente filhos do mundo. A fim de impedir que os Meus filhos se excedam nesta escola dura da vida, porm mui salutar, deixo passarem necessidades que devem externar perante os abastados. O que estes fizerem a Meus filhos, ser feito por Mim, compensando-os muitas vezes na Terra, e infinitamente mais no Meu Reino. Quem gozar do amor dos filhos atravs deste sentimento, ter conquistado o Amor do Pai e o Prmio eterno. Tereis compreendido o que seja amar a Deus acima de tudo?
141. PREDIO SOBRE A PAIXO DO SENHOR

1. Responde o ancio: Senhor e Mestre, verdadeiro Pai dos homens, agora entendo pela primeira vez o que seja amar-se Deus acima de todas as coisas. Quem ama os filhos Dele e reconhece Sua Sabedoria, ama a Deus sobre tudo. Assim, o amor ao prximo a maior virtude neste mundo, e nos esforaremos por pratic-lo segundo nossas foras. 2. Nisto chega a mulher do hospedeiro para anunciar a ceia, e ele pergunta se deve mandar servir em mesa no arrumada, ao que respondo: Quando no deserto supri alguns milhares com poucos pes e peixes, no havia mesa posta. Por que no seria possvel repetir-se o mesmo?
Podes mandar servir. 3. Expresso-Me desta maneira por causa dos trs judeus ciosos de mesa bem posta, pois segundo as suas leis, no podiam tomar uma refeio quente, caso a mesa no fosse guarnecida de toalha limpa, podendo ser o judeu maculado. Por isto, os trs me fitam como se estivessem fazendo a seguinte indagao: No consideras todas as prescries de Moyss? 4. Dirigindo-Me a eles, digo: Qual vosso parecer? Possuam os israelitas mesas postas, no deserto quando comiam o man? Responde o ancio: Certamente que no, Senhor e Mestre. Prossigo: Ento tambm podemos saborear peixes fritos em mesa no posta. O que puro para Mim, deve s-lo tambm para vs. Consta igualmente no ser permitido comer-se o po de mos no lavadas, entretanto assim fizestes sem vos tornardes impuros perante Mim. Se assim , quem vos poderia apontar um vilipndio? Porventura um ignorante fariseu no Templo de Jerusalm? Hospedeiro, manda trazer a refeio. 5. Deste modo, todos se satisfazem com o bom gape. Os trs judeus passaram trs dias em Minha Companhia, recebendo pelos apstolos vrios conhecimentos da Escritura, quanto Criao, e os profetas Isaas e Ezequiel. No quarto dia, seguiram a Meu Conselho, para Aphek a fim de se certificarem do que Eu l fizera em benefcio dos crentes pagos. Antes de se despedirem, o ancio indaga se deveriam tambm se dirigir para Jerusalm, podendo abrir os olhos dos fariseus quanto Minha Pessoa. 6. Respondo: Deixai isto. Se Me ouviram Pessoalmente e no acreditaram no obstante as mltiplas provas, muito menos vos daro ateno, mas emitiro ordem de priso onde sereis fustigados. Convm pregardes o Meu Evangelho em vossa comarca, dando a Luz aos pagos, sem contudo acrescentardes ou omitirdes algo. Eu vos dei o Evangelho gratuitamente, e assim dever ser passado a todos os que tm fome e sede. Somente aos puros materialistas no quero que passeis essas prolas. 7. Pela Pscoa irei mais uma vez para Jerusalm e ento Me suceder o que vos expliquei minuciosamente nos livros profticos; no vos aborreais ao receberdes tal notcia, lembrando-vos da Minha Predio
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com a qual se cumprir a ltima vrgula da Escritura. 8. Quando no terceiro dia ressuscitar da morte fsica, voltarei junto de vs assim como ora Me vedes, e sereis fortalecidos com o Meu Esprito. Por pouco tempo nos perderemos de vista, para em seguida nos reencontrarmos para vosso consolo. Em seguida abeno os trs judeus que seguem a Aphek. Subentende-se que quanto mais se aproximavam da cidade, tanto maior se tornava sua estupefao diante do grande milagre e quando atingem o mesmo albergue, onde so amavelmente recebidos, as exclamaes de gratido e louvor so profusas. 9. Entrementes chegavam viajantes nossa estalagem, procurando informaes a respeito da sbita fertilidade da zona. Alguns so esclarecidos. Tratando-se geralmente de negociantes desinteressados das coisas espirituais, nenhum de ns se esforou por inici-los nas verdades da vida, e os moradores compreenderam no ser possvel atirar-se as prolas do Evangelho aos incrus. No stimo dia retornam os apstolos enviados em misso, relatando terem feito bons negcios em Meu Nome. Digo, pois: Deveis saber Eu conhecer vosso trabalho merecendo o prmio de discpulos. Agora descansai e tomai algum alimento.
142. PROSSEGUIMENTO DA VIAGEM

1. De manh continuamos nossa viagem, aps ter Eu abenoado toda a redondeza. O hospedeiro e alguns moradores nos acompanham bom trecho, para depois voltarem enquanto atingamos, noitinha, outra cidade achando boa acolhida em velho albergue. L ficamos alguns dias e ensinei os pagos a respeito do Reino de Deus nesta Terra, positivando Minha Doutrina com provas teis. 2. A maior parte dos sacerdotes pagos convertida ao judasmo. Somente alguns judeus, adeptos dos saduceus fazem dificuldades. Passados alguns dias, continuamos viagem alcanando outra cidade ao anoitecer. A meio do caminho, alguns discpulos comeam a sentir fome e sede,
pois nessa estrada antiga havia apenas uma velha cisterna e poucos albergues, habitados por pastores pobres que s tinham queijo e um pouco de leite a oferecer. 3. Por este motivo, os discpulos pedem Eu fazer um milagre, para beneficiar suas necessidades. Respondo: Poderia faz-lo, caso fosse estritamente necessrio. Se Eu posso jejuar, acaso no se d o mesmo convosco? Dentro de algumas horas estaremos em outra localidade onde haver muito trabalho e convm l chegarmos com sobriedade. Mais tarde tereis um conforto fsico.
143. O POBRE ALBERGUE DA CIDADE DE BASALTO

1. Dentro de uma hora atingimos a referida cidade, onde um velho judeu nos acolhe e oferta po e algum vinho de uvas silvestres, apropriado para matar a sede. Percebendo que alguns discpulos no o apreciam, ele se desculpa, dizendo: Infelizmente no possuo vinho melhor e no disponho de meios para suprir-me de bebida mais pura. Agradeamos a Deus por nos ter dado ao menos este, mais indicado a matar a sede que os vinhos finos das cidades. Somos mais parcimoniosos, saudveis e contentes que os ricos, vidos para matar o tempo, sem se lembrarem de Deus. 2. A essa boa observao, os discpulos elogiam a fidelidade do judeu e se servem com prazer. Em seguida, ele pergunta se ramos negociantes e quantos dias pretendamos ficar. Respondo: Amigo, somos uma espcie de mercadores a negcios com produto invisvel, de sorte que poderias supor Eu querer brincar contigo. Todavia, como te disse. Minha Mercadoria invisvel e de valor mais elevado para quem a aceitar de corao puro e boa vontade. A fim de que vejas em que consiste, manda trazer o teu filho cego e aleijado que o curarei. 3. Responde o judeu: Tua mercadoria a arte de curar? Se assim , fars aqui os melhores negcios, pois no faltam molstias incurveis. Vou buscar o meu filho. Quando o rapaz se acha diante de Mim, pois
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fora transportado em seu leito, Eu o pergunto se deseja se tornar bom. Ele responde: Mestre, se isto te for possvel no que no duvido peo me ds esta Graa. Retruco: Quero que vejas e possas caminhar! Incontinenti se d a cura. 4. Cruzando as mos sobre o peito, o pai exclama: Esta uma cura excepcional. Deves ter agido pelo Esprito de Jehovah, portanto s grande profeta. Observa o filho, entendido na Escritura, mormente nos profetas: Pai, pelo que me consta, os profetas nunca diziam: Eu quero que isso ou aquilo acontea!, seno: O Senhor assim falou, e de Sua Vontade que tal suceda, caso o povo de Israel no desista de seus pecados. 5. Se este salvador me curou pelo poder de sua palavra e vontade, evidentemente maior que profeta, e me lembro das palavras importantes de um que dissera, inspirado pelo Esprito de Jehovah: Quando vier o grande Heri, o Leo de Jud, Rei dos reis, o Senhor de todos os anjos, a este mundo, os cegos vero, os surdos ouviro, os aleijados ficaro retos e pularo quais veados, e tudo isto Ele far de Seu Prprio Poder e fundar um Reino sem fim. 6. Isso se coaduna com a maneira de falar e agir desse Salvador milagroso, e certamente no cometo erro em afirmar ocultar-Se Nele o Messias Prometido aos judeus. O Seu primeiro tratamento quando ainda me achava cego e aleijado no leito, despertou-me de modo tal a no poder duvidar de Seu Poder, portanto tambm O aceito como o Prometido. O futuro demonstrar se me enganei. 7. Diz o pai do rapaz: Podes ter razo, pois tambm eu tive esta idia. Todavia no vamos nos precipitar, o bom Salvador no deixar de nos esclarecer quanto Sua Pessoa. Digo Eu: Assim farei para vossa imensa alegria. Agora convm verificares se tens alguns peixes na despensa, podendo ser preparados vossa moda, e tu e teu filho participareis da refeio. 8. Sumamente triste, o hospedeiro retruca: Milagroso Salvador, h muito tempo carecemos de peixes, pois moramos muito longe do Mar Galileu, do rio Jordo e do prprio Eufrates. Os pequenos riachos que nos suprem de gua para os animais caseiros, no se prestam para a cria-
o de peixes. H tempos havia nas proximidades dessa cidades, grandes lagos de gua doce e ricos em peixes. Devido aos terremotos que se do quase anualmente, secaram, inclusive os peixes. 9. Obsto: No ptio de tua casa tens um poo ao lado de grande lago trabalhado na pedra, podendo conservar gua. Porque no crias peixes no mesmo? Responde ele: Onde poderia buscar peixes vivos para a procriao? Justifica-se portanto minha carncia dentro da despensa. Insisto: Se tens f, podes verificar se no existem l peixes suficientes para a ceia. Quanto ao futuro, teu lago os ter em quantidade.
144. O MILAGRE
1. Quando ele entra na despensa, acompanhado de sua famlia, encontra um cesto de peixes bons e limpos, e manda prepar-Los. A sua mulher no se conforma com o fato, ao que ele responde: No penses a respeito; se ao Homem de Deus fora possvel curar o nosso filho, apenas pela Sua Vontade, certamente ser capaz de encher nossa despensa. Urge tratar da refeio. 2. Ao voltar junto de ns, cheio de gratido, Eu lhe pergunto: Ento que h com os peixes? Responde ele: Mestre milagroso, est tudo em ordem. Mas os peixes no so de gua comum, porm criados por Ti. Vejo ter tido razo o meu filho por ter Te tomado pelo Messias. No s servo de um Ser Supremo, mas o Prprio Altssimo em Pessoa. E se caminhas em carne e osso entre os mortais, ages apenas segundo a Tua Vontade. 3. Se bem que consta no ser possvel ver-se Deus e continuar vivo, deve ter outro sentido. Abraham, Jacob e outros viram e falaram a Deus, e Moyss viu as Costas de Jehovah sem perder a vida, assim como ns Te vemos, continuando vivos. A meu ver, no pode o mortal ver Jehovah, em Sua Origem eterna, continuando vivo, pois o finito no pode compreender o Infinito, nem medir a eternidade. Tenho razo? 4. Respondo: Julgaste acertadamente, no obstante garantida a
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Vida eterna a todos os cumpridores dos Mandamentos de Deus. Enquanto o homem viver nesta Terra dentro de espao e tempo, no poder abarcar e compreender o eterno e infinito do Esprito. Mas, quando o Esprito de Deus, como puro Amor, penetra a alma purificada, iluminando-a e a vivificando com a Vida eterna, torna-se o homem uno com Deus podendo penetrar em Suas Profundezas eternas e infinitas, e sua compreenso justamente aquilo que consta: poder o homem perfeito ver em esprito, Deus, de face a face. Deixemos este assunto, pois a vm os peixes preparados. Aps se terem saciado todos os presentes, o anfitrio pergunta se deve guardar os que sobraram. Respondo: Quem os preparou pode sabore-los. Manda chamar os teus familiares para se saciarem com as sobras.
145. A TAVERNEIRA E OS EMPREGADOS

1. Quando a famlia se apronta para tomar a refeio, entram os empregados para receberem o que lhes cabe da ceia. Muito se admiram ao depararem com os peixes, perguntando pela sua procedncia. Responde a dona da casa: Aqui chegaram alguns forasteiros trazendo peixes. s o que sei. Havendo grande sobra, cada um ter sua parte. Assim, os vinte, rapazes e moas, ceiam com prazer no podendo acabar com o resto. Por isto alegam: Deve haver especial Bno de Jehovah. Juntaste ao po, pequenos pedaos de peixe e no conseguimos comer tudo, conquanto esteja mui saboroso. 2. Diz a patroa: Continuai fiis nossa casa, que a Bno de Jehovah permanecer conosco. Em seguida ela vem sala e nos relata o milagroso aumento dos peixes, na cozinha. O marido ento aparteia: Ao Onipotente tudo possvel, e aos homens cabe apenas louv-Lo e cumprir os Seus Mandamentos. Como sempre acreditamos em Deus e conservamos a fidelidade entre os pagos, ele Se lembrou de ns. Continuemos assim, que Ele ficar conosco com Sua Graa.
3. Digo Eu: s judeu na ntegra e esclarecido como todos deveriam ser. Tens, todavia, pequeno defeito que consiste na reserva contra estrangeiros, no judeus, e intimamente s inimigo dos pagos que tinhas vontade de exterminar, caso fosse possvel. Conheo tua ndole que no justo zelo seria capaz de enfrentar os inimigos do povo de Deus, com a arma em riste. Isto no pode continuar, pois todos os pagos devem receber o Meu Evangelho, no que consiste a Fundao do Reino de Deus nesta Terra. Tempos viro e j chegaram, em que muitos pagos estaro mais prximos de Deus que muitos judeus, que louvam Jehovah com os lbios enquanto o corao se acha longe Dele. 4. Atualmente muitos pagos procuram a Verdade que os filhos de Deus, a contar desde Adam, possuam at hoje. E caso a encontrem, reconhecem-na de pronto e aceitam de corao bondoso e f viva. a Vontade do Senhor que os pagos, h tanto tempo se definhando, sem culpa, na pior treva e superstio sob a tirania dos sacerdotes egostas e dominadores, se tornem felizes pela f no Deus nico e Verdadeiro.
146. O AMOR PARA COM CRENTES DE OUTRAS RELIGIES

1. (O Senhor): Quando h cerca de trinta e trs anos, nasci em Bethlehem em um estbulo, de uma virgem pura e devota chamada Maria, filha nica de Joaquim e Anna, que sempre trabalhou no Templo durante a existncia do velho Simeon, foram justamente os pagos que de longe reconheceram haver vindo ao mundo algo excepcional em Minha Pessoa. Ofertaram-Me ouro, incenso e mirra, e todos os potentados de Roma na Judia, sia e frica Me devotaram todo amor, protegendo-Me contra Herodes que mandara matar todos os meninos at os dois anos, sabendo ter chegado por Mim um Rei dos judeus. Assim, Minha Me carnal e Meu pai de criao com os cinco filhos do primeiro matrimnio, tiveram que fugir Comigo para o Egito e nessa fuga muito Me ajudaram o comandante Cornlius e seu irmo Cirenius, cuidando de boa acolhi-
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da em pas estrangeiro. 2. Isto foi feito por parte dos pagos to odiados pelos judeus, enquanto estes, isto , os poderosos, queriam matar-Me de medo de perderem o seu trono arrendado de Roma, quando Eu atingisse a maioridade. Se assim , justifica-se plenamente Eu demonstrar o mesmo amor aos pagos por eles patenteado desde Minha Infncia. Durante os dois anos e meio de Minha Doutrinao encontrei mais f e amor entre eles do que com judeus que classificam-Me de falso profeta, traidor, revolucionrio e feiticeiro que trabalha em conivncia com Satans, e procuram matar quem Me der crdito. 3. Por isto afirmo que a Luz da Verdade Eterna ser tirada dos judeus e entregue aos pagos. Os outros sero dispersos por todo o mundo sem jamais possurem pas prprio, mas tero que suportar todo vexame e perseguio por parte dos regentes pagos, como testemunho de sua incredulidade e completo desamor. Sempre ho de esperar pelo Messias Prometido, mas em vo. Eu o Sou, e ningum mais por toda Eternidade. 4. Eis o motivo pelo qual deves tambm modificar tua antiga opinio a respeito dos pagos, que deste modo se tornaro teus amigos, facilmente ingressando em tua f real. A maioria no mais acredita nos deuses, mas cultua os ensinos filosficos; tornam-se astutos pensadores e oradores, de sorte que por parte deles recebers ensinamentos que nunca esperaste entre eles. 5. Homens prudentes e perspicazes em coisas terrenas, em breve o sero em assuntos do esprito, sua profundeza da sabedoria e da vida. Depende de como so tratados. Quem pretende trat-los com espada e porretes do antigo dio, certamente far maus negcios. Sendo abordados com meiguice e amor, ser carregado com carinho, recebendo toda sorte de favores. 6. Eis o erro que deves abolir, caso pretendas te tornar judeu perfeito e homem de valor como Eu. Certamente j viste que Deus deixa iluminar o Sol tanto para pagos quanto judeus. Se Ele, Senhor de todas as coisas no mundo e nos Cus, no faz diferena, um judeu na ntegra deve imit-Lo, o Pai Eterno. Com isto no precisa ajud-los na construo de
templos de dolos, pois tal no seria amor ao prximo e no teria valor perante Mim. Libertar os pagos de seus antigos erros e dar-lhes a antiga Luz da Verdade, com carinho, por Mim considerado de grande valia. 7. Se um pobre pago bater tua porta pedindo um auxlio e tu no o atenderes por no ser judeu, nada ters feito para a Vida eterna. Dando-lhe o que necessita, fizeste obra de caridade que te recompensarei cem vezes em vida, e no Alm, infinitamente mais. O verdadeiro amor ao prximo no corao seja judeu ou pago o elemento de vida, verdadeiro e espiritual, pelo qual todo mundo visvel e todos os Cus so conservados. Quem pratica o verdadeiro amor ao prximo, vive na justa Ordem de Deus e cria dentro de si a Vida eterna de sua alma. 8. Alimenta o justo amor para com pagos e judeus, que sers despertado pelo Meu Esprito para a Vida eterna, podendo penetrar em Minhas Profundezas divinas. Assim amars em Mim, Deus acima de tudo, sendo o que posso exigir dos homens na conquista da Vida eterna. Quem praticar este amor, no tem pecados perante Mim, dispensando as oraes judaicas, compridas e fteis, e nem precisa praticar jejuns e penitncias. Compreendeste?
147. O PORQU DAS MISRIAS E DA DECADNCIA HUMANA

1. Diz o hospedeiro: Inteiramente, Senhor e Mestre, e estou a par com Quem estou lidando. Meu filho, curado atravs de Tua Graa e Poder, reconheceu-Te desde o comeo. Quanto ao meu defeito antigo, ser abolido e modificarei minha atitude com referncia aos pagos. realmente difcil compreender-se a razo porque o bem e a verdade devam ser sempre abafados, surgindo apenas quando o mal e o erro comeam a se digladiar. Quantas criaturas padecem na pior misria, ignorncia e aflio, sem se poderem socorrer a si prprias. Ns outros, ainda seguros na Verdade Original, s podemos ter pena, sem termos os meios de ajuda. Conseguimos saciar um faminto e sedento, vestir um desnudo
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e em caso de necessidade consolar um enlutado. S Tu, Senhor, a Quem a misria humana nesta Terra conhecida a fundo, poderias pr um termo s necessidades fsicas e espirituais, to rapidamente quanto curaste o meu filho. Todavia no o fazes, ou mui raramente. Por qu? Seriam quase todos destinados queda e poucos ressurreio? 2. Digo Eu: De modo algum. Se todo homem se torna verdadeiramente homem pelo uso do livre arbtrio, a fim de exercitar, analisar e determinar sua atitude, acontece que se deixa seduzir pelos prazeres materiais, onde se oculta o reino de Satans. No obstante todas as Minhas Advertncias, se esquecem de Mim e de Meus Mandamentos, passando do amor ao prximo ao egosmo, tornam-se preguiosos cuidando apenas dos meios para obrigar os outros a trabalharem para eles. 3. Para tal fim inventam toda sorte de malabarismos que praticam em pblico, oferecendo-se como profetas entusiastas de Deus. Os outros comeam a lhes dar crdito, tomam-nos por criaturas excepcionais e se sentem felizes em lhes ofertar algo e, finalmente, pedem a proteo dos fraudulentos. 4. Com isto, conseguiram sua finalidade. Tornam-se mais importantes e dominadores, aproveitam as Minhas Revelaes em seu prprio benefcio, manifestam-se como senhores dos ignorantes aos quais do leis que obriguem a trabalhos, e caso necessrio, empenham suas posses e vidas pelos tiranos. Neste transe, o povo constantemente advertido atravs de profetas inspirados por Mim, como acontecera em pocas de Samuel quando o judeu exigia um rei idntico ao dos pagos.
148. MOTIVO DA MOLSTIA DO FILHO DO HOSPEDEIRO

1. (O Senhor): Estuda a Histria de Samuel e dos Juzes, e vers o quanto Eu adverti o povo judaico de um regime. De que adiantaram as Minhas Advertncias? Nada. Ele insistia e o recebeu como justo castigo pela sua teimosia. Poderias repreender-Me como se no quisesse socorrer
os judeus deixando que perecessem? Vers que tal nunca foi o caso. No pode se queixar quem age pelo livre arbtrio, e no Me cabe culpa se devido desconsiderao de Minhas Advertncias e apenas desfrutando as delcias carnais, se atire ao abismo e tambm os seus imitadores. 2. Acaso no vim Pessoalmente a este mundo, ensino os ignorantes e opero milagres impossveis a quem quer que seja? Vai a Jerusalm e a outras cidades da Judia e Galilia, e pergunta aos judeus o que pensam de Mim. Querem aprisionar-Me e matar-Me porque lhes repreendo seus pecados mais tenebrosos. De maneira alguma querem desistir do mundanismo, filosofia e conforto. 3. Porventura sou responsvel de sua incorrigibilidade? Opinas poder Eu extermin-los de momento. Pois no. Acontece, serem igualmente Meus filhos, e Meu Amor tem Pacincia para esperar se um ou outro no se volta para Mim. Compreenders que Eu, o mximo Amor e Pacincia, no posso tomar outras medidas para que no venham a se desculpar de falta de considerao quando vier o grande julgamento. Digo mais: Se Jerusalm continuar em sua maldade e talvez ainda aumente na mesma, no se passaro cinqenta anos e o pas sofrer muito pior que outrora Sodoma e Gomorra. 4. Diz o hospedeiro: Senhor e Mestre, sinto que somente Tu s Sbio e tens razo em tudo. So os homens os nicos culpados de seus sofrimentos fsicos e psquicos. Quem seria responsvel que meu filho, de boa ndole e mui devoto, se tornasse cego e aleijado? 5. Respondo: Havia trs motivos principais. O primeiro foi tua especial predileo por ele. Bastava a menor dor de cabea para que chamasses os melhores mdicos que, devido aos remdios fortssimos, levaram o catarro cerebral para os olhos, provocando a cegueira. 6. Segundo: Uma vez cego, os mdicos aplicaram remdios internos e externos, inteiramente errados, que causaram a paralisao do corpo. Terceiro: Sabendo que tal sucederia, Eu o permiti pelo seguinte motivo: Comeaste a dedicar maior ateno e amor aos outros filhos, modificando sua educao. Alm disto, percebeste que um judeu verdadeiro sempre deve ter maior confiana em Deus do que nos mdicos ignorantes,
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pois onde no podem ajudar existe ainda o recurso divino. Assim previ a Minha Visita tua casa, para dar-te uma prova de ser Eu o Senhor ao Qual tudo possvel. 7. Eis a explicao da cegueira e paralisia temporria de teu filho. H, entretanto, um motivo oculto, interno, espiritual e inteiramente incompreensvel para o teu entendimento, que concebers somente no Alm. De Minha Prpria Boca afirmo, no serem tu e ele, psiquicamente falando, desta Terra, mas do Alto, quer dizer, de um outro corpo csmico. Tudo que vs na abbada celeste so corpos csmicos e no h um que no tivesse seres racionais semelhantes a vs. Meus filhos s encarnam na Terra. Nada Me perguntes a respeito. Quando estiveres perfeito em esprito, tua viso interna se elevar a um conhecimento maior.
149. OS DOIS FORASTEIROS DE NNIVE

1. Nisto, dois forasteiros batem porta do albergue, e o dono Me pergunta o que deve fazer. Respondo: Consulta o teu corao dentro do princpio do verdadeiro amor ao prximo, que dir o que fazer. Lembrando-se do Meu Ensinamento referente ao seu grande defeito, ele se levanta da mesa e manda entrar os homens. Inquiridos de sua procedncia, um deles, que mal conhece o hebraico, responde: Viemos de longe, pois habitamos dois dias de viagem alm do local onde outrora existia a grande e potente cidade de Nnive. 2. Existia um dbito de nossa parte junto ao rei tirano, de algumas moedas de prata, por extorses indbitas, o qual no pudemos liquidar no prazo de sete dias. Pedimos prorrogao da dvida, em vo. A resposta foi a seguinte: Se houver condescendncia para um, o povo em peso se apresentaria diante do trono do rei, no dia do pagamento. 3. A fim de se garantirem, os arrecadadores se apossaram de nossos bens, no pouparam mulheres e filhos, levando-os priso. nossa insistncia, foi-nos concedida uma prorrogao de trs meses e neste percurso
nos cabia ganhar a importncia para os cofres reais; do contrrio, mulheres e filhos seriam vendidos a traficantes da ndia, e ns, expatriados. 4. Eis nossa situao debaixo do regime de um tirano que a ningum considera humano, com exceo de si e seus palacianos. Encetamos nossa grande peregrinao para pedir a soma junto de vs, certamente mais bondosos, a fim de voltarmos e resgatarmos nossas famlias. 5. Diz o hospedeiro: Esta sendo a vossa dificuldade, facilmente sereis socorridos. Desejo ainda saber se no estais com fome e sede. Responde um deles: Bastante, pois viemos da zona do Eufrates sem termos tomado coisa alguma. As bilhas que enchemos de manh com gua do rio, se esvaziaram em poucas horas. 6. Penalizado, o hospedeiro traz o suficiente para o conforto dos homens e em seguida Me pergunta a que seita pertencem. Digo-lhe: Ainda cedo para Eu entrar em contato com eles. Prossegue tu, que mais tarde Me manifestarei.
150. CONDIES RELIGIOSAS NA PTRIA DOS FORASTEIROS

1. Em seguida, o hospedeiro se dirige aos recm-vindos perguntando quais as divindades veneradas em seu pas. Um deles responde: Amigo, l no h divindade determinada, pois os sacerdotes esto em constante desacordo e cada qual defende seu deus particular propagando seu poder e glria. 2. Ns dois pertencemos ao tronco judaico que desde a priso sob a regncia do rei Nabucodonozor se estabeleceu em nosso pas, portanto somos moisestas se bem que carecemos de Escritura, Arca de Unio e Templo. O Cu e suas estrelas representam tudo para ns. Cremos no antigo Deus que Moyss demonstrou aos nossos pais e conservamos o sbado e demais Leis; no entanto, Jehovah no parece lembrar-Se especialmente de ns. 3. Retruca o dono da casa: Tambm sou judeu e vos asseguro ter
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Ele Se lembrado de vs por vos ter conduzido aqui. Amanh tudo ser esclarecido devidamente. (Nota: at maro de 1863 o manuscrito apresenta a caligrafia de Lorber. Segue-se um intervalo de um ano. Somente a 11 de abril de 1864 o ditado prosseguiu. Como Lorber estivesse acamado por trs meses devido gota, foi obrigado a ditar o que ouvia). 4. Em seguida ele volta nossa mesa e expressa sua admirao a respeito do que ouvira dos forasteiros. Esclareo-o: Deixa estar. Entre gregos, romanos e judeus a situao em nada melhor. Suas divindades s se prestam para ofuscar e preparar o povo para oferendas, atravs de magias especiais. No possuem jus gladii, nem jus potiores et fortioris, entretanto os dirigentes concordam com a atitude mistificadora dos sacerdotes, pois facilitam o domnio da plebe dispensando grande exrcito. 5. De um modo geral, os regentes pouco ou nada se preocupam com a Natureza divina. Acompanham as cerimnias para enganar as massas. Eles prprios continuam epicuristas quanto maneira de viver, e com referncia crena so cnicos ou saduceus que no acreditam na sobrevivncia da alma. As idias dos chefes correspondem s dos sacerdotes. 6. Se um soberano pretende iniciar uma guerra com um vizinho, os sacerdotes j sabem como preparar os povos, por intermdio dos aclitos, no sentido de ser inevitvel cumprir-se a vontade dos deuses que desejam tal conflito. Deste modo se tornam acessveis a pagarem os impostos necessrios e se consideram honrados em poder pegar das armas em defesa do rei. Tal a situao no somente no pas de nossos amigos, mas no mundo inteiro e levar muito tempo at que os povos cheguem compreenso de terem sido animais de carga dos potentados desde a poca de Moyss, e ainda o sero por muito tempo.
151. OS JULGAMENTOS DE DEUS E SEUS EFEITOS

1. (O Senhor): Julgas como fizeram outros Eu ter o Poder de terminar com tais abusos, e no deixas de ter razo. Neste caso teria que
ser tirado o livre arbtrio do homem que, sem diferena de nascimento e posio, destinado Filiao de Deus, e em vez de razo e intelecto teria que ser suprido de instinto animal, seguindo essa tendncia. Alm disto, teria Eu que mudar a Terra toda fazendo que produzisse forragem para tais criaturas animalescas. Ver-Me-ia obrigado a fazer parecer muitas espcies da flora e fauna, pois existem para, de sua evoluo gradativa, surgir a alma humana, inteiramente livre. 2. Por a vs, no poder ser diferente a situao desta Terra. E se fosse melhor, Eu no teria sido obrigado a vir como Homem ao vosso planeta, a fim de vivificar a velha f nos de ndole mais acessvel devido influncia da poca dos patriarcas, e igualmente levar os outros a crer no serem as profecias, invencionices semelhantes ao politesmo. Toda a Humanidade necessitar mais que alguns milnios para ingressar em um conhecimento mais puro. 3. Sabes que aps o Dilvio, os poucos remanescentes caminharam uma trilha mais luminosa. O mundo e sua matria, na qual se acha o prprio Satanaz, dentro em pouco os atraiu, de sorte que em tempos de Abraham, o atesmo havia progredido bastante. Conta os julgamentos pelos quais Eu visitei tais povos, de modo sensvel e doloroso. Quanto tempo durou o efeito de julgamento tamanho? De modo geral, no mximo trs a quatro existncias, e tudo voltava ao estado anterior, se no pior. Sodoma e Gomorra, Babylon e Nnive seriam hoje um verdadeiro paraso em comparao a Jerusalm, a outras cidades da antiga Terra abenoada e muitas metrpoles dos pagos. 4. Sobre todas elas vir em breve um julgamento aps outro. Mas o efeito ser idntico aos anteriores. Por certo tempo, muitos se regeneraro e penitenciaro. To logo comearem a melhorar, o antigo cio se manifestar, e os astutos obrigaro os outros a trabalhos vrios, por indenizao aparente. 5. Nesta situao, se iniciar a treva psquica. O Sol da Vida submergir e a noite completa surgir do lado oposto e durar muito tempo at aparecer novo dia. Satisfaze-te com o relato da situao atual da Humanidade. Em poca oportuna poders falar a respeito aos amigos fiis, adver-
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tindo-os pacincia e persistncia em Meu Nome, assegurando-os de Meu Amor e Misericrdia, que dentro em breve a situao melhorar tanto entre judeus quanto entre pagos.
152. CONSEQUNCIA DA DIVULGAO DO EVANGELHO. A VOLTA DO SENHOR

1. O hospedeiro se d por satisfeito com Minha Explicao, enquanto alguns adeptos de Joo dizem: Senhor, se esta for a expectativa da evoluo do gnero humano, a Terra antes uma escola para o inferno ao invs de ser para o Cu. De que adianta a pregao do Evangelho para a converso dos povos, se Satanaz continuar sua poltica nefasta? Ao lado dos poucos apstolos se levantaro muitos falsos professores e profetas, fazendo de Ti o que quiserem, e as criaturas se deixaro ofuscar por milagres e feitiarias, a ponto de Teus fiis no se verem seguros. 2. Qual ser o benefcio de Tua Vinda atual? Alguns adotaro a Tua Doutrina com grande temor, mas ai deles, se o mundo os descobrir! A perseguio durar at que os Teus poucos seguidores forem varridos da Terra. Se os israelitas fundiram um bezerro de ouro, em Tua Presena, quanto mais no faro os atuais pecadores? Temos razo, Senhor? 3. Respondo: Em parte, pois a partir de agora protegerei os Meus verdadeiros confessores at o Fim dos Tempos, a ponto que o poder de Satanaz em nada lhes poder infligir. Preciso que cuideis de no cairdes em desavenas entre vs, porquanto tambm vosso livre arbtrio e livre conhecimento sero respeitados. Havendo desunio, sereis vs mesmos a depositardes a primeira pedra fundamental para a falsa profecia, produzindo vrias divergncias em Minha Doutrina. 4. Opinam os adeptos: Senhor, de nossa parte, isso jamais acontecer, pois somos testemunhas de Tua Doutrina e Tuas Aes. 5. Respondo: Realmente assim . Todavia no se passar um ano, e prontamente vos aborrecereis por Minha Causa, negando e traindo-
Me! Digo mais: Se dentro em breve for abatido vosso Pastor, vs, Minhas ovelhas, vos dispersareis. Se bem que vos reunirei aps a Minha Ascenso e vos enviarei para todo o mundo, munidos de tudo para divulgardes o Meu Evangelho da Chegada do Reino de Deus nesta Terra, fazendo muitos adeptos, deles surgiro seguidores a pregarem em Meu Nome, como vs. 6. Os chamados no daro prejuzo, tanto mais porm os outros, provocando discusso e inimizades, e cada um alegar estar doutrinando a Verdade pura e plena. Minha Doutrina ento se assemelhar a um cadver, percebido pelos condores que o consumiro at os ossos. Restar o esqueleto. Mas sero poucos a perceberem atravs de Meu Esprito, qual era o aspecto da carne que cobria os ossos. A maior parte continuar a roer o esqueleto at morrer de fome. 7. Ento haver na Terra muita contenda e ranger de dentes, e os homens h tanto tempo enterrados na treva, comearo a correr atrs de fogos ftuos, imundos, julgando receber justo conhecimento. A repetida extino de tais luzes, pouco a pouco, os levar convico de serem ludibriados. Eis que voltarei qual raio luminoso que tudo iluminar do Poente ao Levante, e tempo vir no qual os falsos professores e profetas nada conseguiro com os homens esclarecidos por aquele raio.
153. O DESPERTAR DOS FIIS NO DIA DO JUZO FINAL

1. Manifesta-se Pedro: Senhor, por vrias vezes afirmaste que todo aquele que crer em Ti e viver segundo a Tua Doutrina, receber a Vida eterna e Tu o despertars no Dia Final. No obstante as diversas explicaes, no estou bem esclarecido. 2. Qual ser o fim daqueles que nada sabero a Teu respeito? Por acaso esto na Terra, a fim de adubarem o solo para uma gerao mais perfeita? No podero passar pela ressurreio efetuada por Ti, porquanto no crem, nem vivem conforme mandas. Alm disto, o Dia Final,
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um assunto misterioso de Tua Doutrina, conquanto houvesse vrias explanaes. Ora tem aspecto de um dia comum, ora especial, para todo indivduo que ingressa no Alm. 3. Seja como for, no compreendo a necessidade de outra ressurreio para os vivos em Teu Nome, mas unicamente necessria para os mortos. Talvez deveriam receber o Evangelho aps a ressurreio? Dnos completo esclarecimento para no opinarmos que tenhas destinado entre milhares, apenas um para a Vida eterna. 4. Digo Eu: Meu Simo Jud, creio que neste ponto no chegars compreenso perfeita conquanto de posse de Meu Esprito, devido a tuas constantes dvidas. J disse por vrias vezes que haveria muita coisa para vos dizer, incompreensvel pelo intelecto. Por isto enviarei o Meu Esprito que, espargido sobre vs, levar-vos- a toda Sabedoria e Verdade. 5. Seria o bastante Eu Me estender acerca de Minha Doutrina, e prontamente havereis de dizer: Abriste Tua Boca em parbolas e smbolos, quem poderia entend-los?, achando Meu Ensinamento duro. Por acaso ignorais que, em relao ao Evangelho sois idnticos s crianas, nutridas com leite, porquanto incapazes de digerirem alimento mais substancial? 6. Quando fordes divulgar o Meu Evangelho, fareis o mesmo que Eu em relao aos ouvintes. Qual seria vossa opinio, se no curso primrio, um escriba comeasse a discorrer acerca dos segredos dos profetas, que nenhum aluno entenderia? No seria ele obrigado a embolsar a seguinte objeo: Sbio amigo, preciso nos ensinares primeiro a ler, escrever e contar. Depois poders experimentar a nossa assimilao de teu profundo saber. A mesma repreenso Eu teria que suportar caso dissertasse sobre o Meu Evangelho, na pura Luz celeste. No entendendo as coisas deste mundo, quase palpveis, qual seria vossa compreenso se falasse sobre assuntos puramente celestiais?
154. O SENHOR POSITIVA A SUA GRAA

1. (O Senhor): O que acabas de perguntar-Me, Simon Jud, se origina do prprio Alm, e no poders compreend-lo inteiramente, acusando-Me secretamente de certa injustia e crueldade tirnica. Isso no te fica bem, tanto mais quanto sabes Quem sou e ter vindo junto de vs, simplesmente por amor, e no por ira e vingana, para poder-Me revelar Pessoalmente em toda a Minha Profundeza e Magnitude, sem usar da boca de um profeta, a fim de explanar a Minha Vontade. 2. No concordas Eu conhecer muito melhor o nmero dos que vivem na Terra, sem terem tido noo a Meu respeito e assim passaro por longo tempo? Como poderia julg-los e conden-los, se inculpveis no podem crer em Mim, se entre judeus que Me ouviram e viram operar milagres, jamais condenei algum, com exceo de alguns poucos que nos tentavam prender e matar? 3. Em toda a Terra no existe povo, descendente de Adam, que no possusse certos detalhes da Era Primitiva da Doutrina divulgada pelos patriarcas. fato sabido que os sacerdotes e soberanos ocultaram o conhecimento do Deus Uno e Verdadeiro, em virtude de seu egosmo, suplantando-o por vrios dolos. 4. Se o povo vive conscienciosamente dentro de tais doutrinas, seu pecado quase nulo perante Mim. Se bem que vive na treva de vrios enganos, quando suas almas chegarem ao Alm encontrando tudo iluminado por Mim, sentiro o mesmo que algum que caminhasse noite e esbarrasse em vrios objetos tomando-os por criaturas, animais etc., menos pelo que so realmente. 5. O viajante fazendo a caminhada noturna, em pleno dia, certamente ver as aparies peculiares como so, rindo-se finalmente de sua prpria tolice, pois tomava um tronco de rvore por assaltante, e uma pedra por hiena. Da deduzirs facilmente que tais almas se equilibram no Alm com muito maior facilidade, na Luz da Vida, que as informadas de Mim, tendo assimilado ser Eu a Luz, a Vida e a Verdade, mas seu
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egosmo e m vontade no o permitiam. Deixemos que cheguem ao Alm, pois fugiro e detestaro a desprezvel Luz da Vida e da Verdade, muito mais que aqui. 6. Por acaso sou injusto, dizendo: Despertarei tambm a esses mortos de esprito quando partirem desta vida, e os julgarei dando-lhes o prmio para suas aes? Pessoalmente no sero julgados por Mim. Mas a Verdade eterna existente tambm dentro deles, que odiaram sobremaneira, julga-los- enxotando-os para longe de Mim. Porventura Me cabe responsabilidade por isto? 7. No dizem os romanos: Volenti non fit injuria? Acaso deveria Eu desfazer-Me de Minha Luz e Verdade eternas, por uma espcie de amor para com Meus inimigos, e vestir a veste da mentira e da mistificao? Certamente no h quem o deseje entre vs. Todavia, tenho para tais almas pervertidas dois consolos: Apontei a parbola do filho perdido e alm disto existem na Casa de Meu Pai, muitas habitaes, quer dizer, institutos de correo e ensino, onde os demnios humanos podem ser educados e regenerados. Da concluirs, Simon Jud, como interpretar o que por vrias vezes expliquei.
155. A NOO DA ETERNIDADE

1. (O Senhor): Certamente estais lembrados Eu nunca ter falado de um dia geral de ressurreio e julgamento, mas, de um especial dia para cada um, no momento em que sua alma deixar o invlucro de provao terrena. Tal despertar no ajudar a todos para a imediata Vida eterna, mas igualmente para a morte sem fim, no que se deve considerar, que a palavra eterna no representa um tempo infinito. Do mesmo modo, o Infinito de Meu Espao Criador no se prende exclusivamente a este Espao que realmente no tem comeo nem fim, assim como Deus Mesmo, do Qual emana este Espao, pleno de Obras de Seu Amor, Sabedoria e Poder de Vontade.
2. A Eternidade corresponde ao tempo nos mundos materiais; no Alm, ela o que aqui o tempo. Isto no quer dizer no haver nela modificaes, apenas indica que a Verdade e a Vida so eternamente e imutavelmente idnticas. O erro e a mentira perduram igualmente eternamente, em confronto Luz da Verdade e Vida, sem que um indivduo fosse obrigado a permanecer eternamente neste contraste. Sabeis ser Deus, o Eterno Amor, Sabedoria, Poder e Fora, constantemente ativo criando de Si para todo o sempre, e deste modo corporifica os Seus Pensamentos levando-os futura emancipao, atravs de Seu Amor e Sabedoria, para o que existem tempo e espao, na Eternidade e no Espao Infinito. 3. Enquanto existir qualquer Criao, haver para o Esprito Divino e Purssimo, um objeto material e criado, de certo modo, objeto da vida experimental das trevas em oposio a Deus. Isto no quer dizer que tal objeto negativo deva permanecer obscuro e mau para toda eternidade, to pouco quanto esta Terra e o Cu visvel com suas estrelas perduraro como so vistos. Com o decorrer dos tempos desaparecero e se dissolvero completamente, dando lugar a uma nova Criao. Por isto digo desde j: Eu fao tudo de novo, e vs sereis Meus novos ajudantes criadores. 4. Sois limitados em tempo e espao, no entanto, encerrais dentro de vs coisas eternas e infinitas, assim como um gro de areia o faz, o que um dia haveis de compreender. Experimentai dividir um gro de areia e depois dizei-Me quando estiverdes prontos com a diviso. Julgo que ao mais exmio matemtico tal tarefa se tornaria cansativa, porquanto jamais teria fim. Tanto nas pequeninas coisas quanto na Eternidade se oculta o Infinito. Se vos falo de Eternidade e Infinito, deveis compreendlos no sentido justo, e no segundo vosso intelecto materialista e mope. Acabo de vos dar um alimento masculino e mais forte, vendo que alguns estejam mais ou menos aptos para digeri-lo. 5. Quando fordes divulgar o Meu Evangelho entre os povos, tereis que oferec-lo qual mingau para crianas. Se fsseis iniciar com os Ensinos acima mencionados, os homens vos tomariam por doidos, nem vos dando ateno. Alis no vos compete preocupar-vos em tal sentido, pois
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na hora sabereis o que dizer. Todo o resto ser feito pelo Meu Esprito em todos que o receberem por vs, sendo renascidos em esprito. Nisto estar a prova evidente que Minhas Palavras no so humanas, mas pronunciadas pela Boca de Deus. Estarias mais elucidado, Simon Jud?
156. O JULGAMENTO FINAL

1. Responde Simon Jud: Senhor e Mestre, agora compreendi melhor. Mas confesso que Tua Infinita Sabedoria quase me sufocou. Para a Tua Pessoa to fcil falar a respeito, quanto um dono de casa falaria de seus instrumentos de lavoura. Todavia nosso intelecto sente o peso de Tua Oniscincia e nossa completa ignorncia. Agradeo pela Graa imensa que nos auferiste. Vejo, porm, no sermos capazes de transmitir todos os imensos segredos do mundo natural e espiritual. 2. Digo Eu: Nem preciso, por ora. Meu Esprito o far entre muitos chamados para tal fim. Para os filhos de hoje o bastante que creiam em Mim e que vim do Pai, em carne, para que todos chegassem ao verdadeiro amor para com Ele e ao prximo, portanto Vida Eterna. Fareis o papel da trombeta ouvida por todos, inclusive pelos que esto nos tmulos, os que o mar mantm aprisionados devido a suas infinitas tolices e pecados, e todos surgiro e se libertaro, recebendo a veste da Vida. 3. Quem for despertado pela trombeta, se-lo- para a Vida e no para a morte. Quem no quiser dar ouvidos ao som da mesma, no ser despertado, mas ficar na noite de sua tumba e na priso do mar, at a poca em que toda a Terra ser dissolvida pelo fogo. Semelhantes poca de No, se casaro e no se perturbaro com a voz dos Meus despertados. Estes sero imediatamente levados desta Terra, e os outros, entregues ao fogo destruidor, com seus afins, para cujo surgimento os materialistas impenitentes concorrero na maior parte. 4. Eis o ltimo julgamento nesta Terra, do qual se manifestaro pe-
quenos indcios logo aps vossa existncia. Alm do mais no deveis pensar que tal fogo irromper em diversos pontos da Terra, a um s tempo, mas sucessivamente, para dar tempo e espao regenerao humana. No ntimo indagais o destino das almas indomveis. Lembrai-vos o que expliquei referente Casa de Meu Pai, onde existem muitas habitaes e institutos de correo, portanto fcil concluirdes o futuro delas. 5. Guardai para vs o que acabo de falar. As criaturas de hoje no poderiam compreend-lo. Foi o motivo por que os judeus, quando se tornaram mais teimosos e ignorantes, no puderam compreender os dois livros de Moyss, guardando-os como apcrifos. 6. Os essnios souberam apossar-se deles em tempo, tirando suas vantagens materiais, o que tampouco era de Minha Vontade quanto poderia concordar que os homens se enterrassem nos pecados esquecendose de Mim, devido s capacidades auferidas por Mim. Ainda assim, enriqueceram com experincias boas e ms, voltando-se para Mim em diversas pocas, preparando-se caminhos para a regenerao e a Vida. Deste modo, os essnios traro bons conhecimentos para muitos.
157. ORIENTAES DO SENHOR PARA JOO E MATHEUS

1. Nisto aparteia o Meu Joo: Devo anotar algo em meus pergaminhos sobre o que to magnanimamente nos ensinaste? Poderia ser til posteridade. 2. Respondo: Deixa estar. Na poca precisa revelarei tais coisas pela boca de servos inspirados, videntes e profetas, aos homens de boa vontade. Nesta poca, os por Mim ressuscitados e renascidos em Meu Esprito, sero levados a todas as Verdades e Sabedoria. 3. Alm do mais importante de Minha Misso doutrinria nesta Terra, anotada em teu Evangelho permanente acerca de Minhas Explicaes e Milagres, mencionars ter Eu ensinado e feito muita coisa no anotada neste Livro. Ainda que tudo fosse escrito em livros, o mun-
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do, quer dizer, os homens no o assimilariam (Ev. Joo 20, 30; 21, 25). quanto basta. 4. Seja suficiente para todos que crem em Mim, amam-Me e cumprem os Meus Mandamentos por amor, Eu revelar-Me Pessoalmente, aps o Batismo em Meu Nome e fortific-los pelo Meu Esprito dos Cus. Enquanto as Minhas Palavras so de plena satisfao de Joo, Matheus opina: Senhor, tambm eu fiz uma compilao de Teus Ensinos e Feitos, entretanto no afirmaste que perdurariam. 5. Respondo: Tambm tuas anotaes subsistiro. As feitas do prprio punho existiro como escrita, em lugar qualquer, sem utilidade para os homens. Ters um substituto que escrever em teu nome e cuja escrita persistir. Portanto podes estar satisfeito e contente. Agora vamos descansar, pois j tarde. Amanh haver outro programa. 6. Os dois peregrinos so levados, a Meu Conselho, a um recinto a parte, enquanto dormimos at a aurora, dirigindo-nos ao ar livre. A uns cem passos existe pequena colina que permite a viso das plancies do Eufrates, o Vale do Jordo at ao Mar Morto, uma parte de Jerusalm, Bethlehem e quantidade de lugarejos at o Lbanon. O hospedeiro faz o explicador e palestra com os apstolos.
158. FATOS HISTRICOS DA CIDADE DE BASALTO

1. Quando, no final, pretende afirmar que a colina que ocupamos seja o Monte Nebo no qual Moyss fora transfigurado, contesto: Meu caro amigo, te excedes no conhecimento topogrfico. A zona do Monte Nebo, do Qual se avista a aromtica Jerich, dista mais para Sul. Porventura tambm conheces o edificador da cidade de basalto que habitas? 2. Responde ele: Senhor e Mestre, tenho poucas noes da Crnica. Segundo me parece, foram os Gaditas os construtores. A zona Norte teria sido posse do tronco Gad, e o Sul, com uma parte da feliz Arbia at o Rio Eufrates, posse do tronco Rubem. As demarcaes de ambos os
pases teriam sido alteradas por poca dos Reis. 3. Digo Eu: Teu clculo est errado em cerca de mil anos. O construtor desta e de vrias outras cidades foi Edon, que vivia antes de Abraham e era possuidor dessas terras, parte importante da Arbia at o Eufrates, ultrapassando Damasco e grande parte da atual Syria; portanto esta cidade e muitas outras, obra de Edon e de seus descendentes, portanto mais nova que Babylon. 4. Neste momento, encontramo-nos na colina na qual Abraham e Edon ofereceram um sacrifcio a Deus, segundo sua f no corao, demarcando os limites de suas terras. A zona para Oeste pertencia a Abraham, e as terras para Leste, a Edon e seus descendentes, que posteriormente se uniram aos de Abraham. Agora sabes quem foi o edificador dessas cidades negras, to slidas que em mil anos no apresentaro vestgios do tempo. 5. Sua povoao sofrer diminuio e pobreza. Embora atualmente ainda sendo frtil, tornar-se- deserto dando parca nutrio s manadas de povos pastorcios, durante o inverno mido, e no ser aconselhvel habitar-se por certo tempo, qualquer dessas cidades. Ainda assim, deve esta zona bastante deserta, florir novamente at o Eufrates, dando abrigo abenoado aos homens de boa vontade. 6. Diz o hospedeiro: J li predio semelhante no profeta Isaas. Quando ser? Poderias determinar a poca, Senhor? 7. Retruco: Isto depende da atitude dos homens, quer dizer, quando se desligarem de seus regentes mundanos e aceitarem a Minha Soberania, como fora em tempos de Moyss e dos Juzes. Todavia dou-te a afirmao, que no se passaro alm de dois mil anos. 8. No continente por ora ainda mui estril que chamais de Europa, e cujos povos vos regem atualmente, tal estado feliz ocorrer ainda antes. Aqui, no velho continente, existe grande quantidade de pedras mui duras, no to facilmente transformadas em terreno produtivo. As pedras duras correspondem aos coraes endurecidos dos homens, que igualmente no se transformam em campos frutferos na aceitao do Meu Verbo, de hoje para amanh.
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9. Digo mais: Antes que a dcima parte dos habitantes do velho continente se encontre de plena posse de Meu Evangelho, a pior parte da Europa ser mais abenoada do que a menor e melhor daqui. Ser preciso muito fogo at que os inmeros habitantes da sia se encontrem ativos sob os raios de Meu Sol de Vida, a fim de se aquecerem para a Vida eterna. 10. Aparteia o hospedeiro: Senhor, que tristeza! Certamente foi esse o motivo por que o profeta no determinou a poca de tal estado feliz. 11. Digo Eu: Meu amigo, no Oeste to longnquo, o Sol nasce muito antes que a Leste. Em compensao, l se far noite mais cedo at que ele surja novamente. Neste quadro natural se oculta sentido espiritual. Em Minha Pessoa, o Sol espiritual surgiu para vs, mais cedo. Em virtude disto, desaparecer mais cedo. Quando ele aparecer novamente, no chegar a vs de Leste, mas de um pas mui distante, quer dizer, do Oeste. Tudo se d dentro de determinada ordem, seja material ou espiritualmente. Tempo vir em que o compreenders melhor.
159. A NATUREZA DO SOL

1. Opina o hospedeiro: Senhor e Mestre, nem o mais sbio serafim atingir a compreenso daquilo que pronuncia a Tua Boca. H um ponto que desejo abordar pelo motivo de o Sol estar surgindo to luminoso, o que dificilmente ocorre devido s neblinas provocadas nos vales. Acaso o Sol um fogo, cujas labaredas so to fortes que no existe comparao? Mas se no inverno seu brilho igual ao vero, acredito no ser propriamente fogo. Formamos uma comunidade de romanos, gregos, rabes e egpcios, de sorte que as opinies so diversas. 2. Digo Eu: Todos vs estais rodeados pela treva mais densa da superstio. Quem quiser entend-lo, saiba que o surgir e desaparecer do Sol so apenas aparentes. Dia e noite se do devido rotao da Terra, que no um disco como julgais; uma esfera bastante grande, dando-se dia e noite como conseqncia de uma rotao, para a qual a esfera
terrquea necessita aproximadamente vinte e quatro horas. 3. O Sol tambm uma esfera, um milho de vezes maior que a Terra. Seu tamanho pequeno efeito de sua grande distncia. Se Eu te desse o nmero de horas que o Sol dista da Terra, no poderias fazer uma idia exata porque te faltam conhecimentos numricos da Arbia. Imagina uma distncia de quarenta e quatro milhes de horas nmero que os rabes aqui presentes podero explicar e ters uma leve noo da distncia do Sol. Ele no circunda o planeta para efetuar dia e noite, ou segundo a superstio de romanos e gregos, tomar um banho no grande mar, a fim de voltar com o mesmo brilho. A Terra faz o seu percurso em redor do Sol em trezentos e sessenta e cinco dias, e este segundo movimento do planeta produz um ano com as seguintes estaes: primavera, vero, outono e inverno. 4. O Sol em si no fogo, pois a sua forte luz provm da irradiao da superfcie atmosfrica, produzida pela rotao em redor de seu prprio eixo, e mais ainda pela velocidade extraordinria com que gira em torno de um Sol Central mui distante. Atravs desses movimentos do Sol no Espao se produz forte eletricidade, e seu brilho idntico ao de um raio, com a diferena que no Sol tal irradiao constante, enquanto o raio se desenvolve devido ao atrito de certas partes de ar, em grau diminuto e de pouca durao. 5. Existem na Terra certas zonas que desenvolvem a eletricidade em fora maior iluminando tais locais durante horas. Quem se quiser convencer disto, pode viajar para a frica onde se elevam cordilheiras enormes, e avistar esses fenmenos em quantidade. A observao dos mesmos ser mais desagradvel do que as tempestades destas zonas, quando as criaturas se ocultam no subsolo, em vez de maravilhar-se com o fulgor de inmeros raios e seu estrondo. 6. Nem todos os fenmenos da Terra pequenina se prestam a despertar tamanha confiana no homem, que o tornasse firme observador, sem susto e medo. Se isto se d aqui, quanto mais no Sol, corpo csmico to colossal. Em esprito haveis de observar tudo isto com a maior satisfao. Enquanto encarnados, no ser possvel.
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7. Com isto termino de explicar qual o motivo do brilho do Sol. O que ainda no assimilas na perfeio, os Meus filhos na Europa sero capazes de calcular pelos dedos, daqui a mil e tantos anos, diminuindo e finalmente exterminando a superstio antiga. Para vs, o suficiente crerdes em Mim e agirdes segundo Minha Doutrina. Todo o resto servos- dado oportunamente. 8. O hospedeiro Me agradece pelo Ensinamento, dizendo que combinava com uma viso proporcionada pelo esprito do profeta Elias de cujos parentes ele mesmo descendia. Neste sonho, prossegue ele, viame acima da Terra percebendo-a como enorme esfera. Perguntei ao esprito o que era aquilo, e ele respondeu: Isto sabers Daquele Que foi antes de mim e sempre o ser. Em seguida acordei. Ao terminar esse relato, um empregado nos chama para o desjejum.
160. O SENHOR PREDIZ A RECEPO DOS FORASTEIROS JUNTO AO REI

1. Quando tomamos lugar no refeitrio, aproximam-se os dois peregrinos e se sentam, tmidos, sua mesa pequena. Ento os chamo para tomarem a refeio em nossa companhia, inspirando-lhes coragem e consolo, levando-os a relatos extensos acerca de seu rei e dos sacerdotes. 2. Aparteio: Para vossos sacerdotes, dentro em breve soar a ltima hora. O atual regente modificar-se-, quando dentro de alguns anos tiver conhecimento de Minha Pessoa. Se lhe fordes pagar o imposto, decuplicado, caso ele o aceite, amavelmente inquirir de onde adquiristes tanto ouro e prata. Ento relatai com modstia, onde estivestes e o que assististes alm do Eufrates. 3. Com prazer ouvir vosso relato e palestrar a respeito de Abraham, Moyss e os demais profetas, mormente de Minha Pessoa, porquanto sou Aquele se bem que Encarnado de Quem profetizaram todos os profetas. Dentro de algum tempo lhe enviarei Meus mensageiros, que
demonstraro tudo o que ouviram e viram. Chegando vossa cidade, ho de procurar-vos primeiro, para serem conduzidos ao rei. 4. Aps tomada a refeio, digo-lhes: Podeis partir sossegadamente, pois frente da casa encontrareis o indispensvel para a viagem. Ambos se levantam e de passagem lanam um olhar furtivo pela porta para verem o que os esperava na rua. Qual no sua surpresa ao depararem com seis camelos. Quatro estavam carregados com ouro e prata, e dois atrelados deviam lev-los ptria. Muito embora a viagem fosse longa e perigosa devido aos bandos de bedunos, os peregrinos chegaram sua terra, inclumes. Imediatamente procuraram o rei, que os nomeou para procuradores de Estado e lhes devolveu as famlias ricamente trajadas.
161. A DIVULGAO DA DOUTRINA EM BABYLON

1. Alguns anos mais tarde, o apstolo Matheus e seu acompanhante foram bem recebidos por aquele rei, durante a viagem para a ndia, e permaneceram na corte durante meio ano. Na sua partida, o soberano lhes deu escolta segura at os limites de seu reino. Deste modo, foi Matheus uma das primeiras testemunhas de Minha Pessoa naquela corte, querendo fazer converses entre os pagos na cidade chamada Babylon, conquanto a antiga formava apenas grande monto de entulho, a boa distncia dali. 2. O rei o desaconselhou dizendo: Basta que eu e a corte saibamos qual a nossa crena; do resto, eu e meu filho trataremos, pois no vos quero expor fria incontida de meus sacerdotes. Quando com o tempo se extinguiro, tratarei de impedir sucessores para poder agir mais facilmente com o povo. Satisfeitos com a informao, os apstolos desistiram de propagar a Doutrina entre os povos daquele soberano. 3. Sete anos mais tarde, Pedro e seu filho Marcus l chegaram igualmente, foram bem recebidos, porm insistiram em divulgar o Evangelho ao menos na cidade. O rei, amigo de ambos, novamente desaconselhou
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tal empreendimento sabendo qual a ndole dos sacerdotes de Baal, e disse a Pedro: Vivemos em um pas que principalmente a Leste at o Rio Ganges, est fervilhando de feras e bestas selvagens, inclusive de ervas venenosas. Onde Deus, o Senhor, permite tal acmulo de animais e plantas nocivas, tanto o solo quanto o ar esto repletos de maus espritos e demnios, vidos quais lees, panteras e hienas a tragarem almas humanas. 4. Tais feras selvagens so perigosas; muito mais, porm, so os sacerdotes de Baal. Cada um abriga dentro de si, no mnimo mil diabos, e somente eu me oponho com severidade e soldados, que na maior parte so judeus, gregos e romanos. Eu mesmo sou vassalo de Roma, cujo reinado atinge at o Ganges, onde comea o Reino ndico cujos limites ningum conhece. 5. Se bem que o conselho agradasse a Pedro, sentiu o forte desejo de palestrar com alguns cidados a respeito de Minha Doutrina e de Meu Reino, fato que naturalmente chegou aos ouvidos dos sacerdotes que enviaram seus fmulos, pedindo ao apstolo falar-lhes de sua religio benfazeja. Por muito tempo, Pedro no se deixou tentar, mormente pelas advertncias de seu filho Marcus que sempre lhe dizia: Deixemos a orientao entregue ao rei que, deste modo, certamente no agiremos contra a Vontade do Senhor. 6. Passados alguns anos, Pedro, certa vez, dera um passeio fora da cidade onde encontrou vrios mendigos e enfermos. Os primeiros beneficiou, e os doentes ele curou pela Fora de Meu Esprito dentro dele. Assistiram o milagre vrios sacerdotes de Baal, que prontamente reconheceram o apstolo e lhe pediram insistentemente acompanh-los a um arrabalde. 7. Pedro cedeu aos seus rogos porque lhe confiaram haver alhures grande nmero de enfermos incurveis, e caso ele os curasse, todos os sacerdotes haviam de aceitar sua religio e destruiriam os templos de prprio punho. Aps meia hora de caminhada, chegaram realmente a certo local, onde viviam muitos enfermos e obsessos, todos curados por Pedro, inclusive ele ressuscitou um morto. Os curados naturalmente comearam a elogi-lo, dizendo: Deves ser enviado por um deus verdadei-
ro, do contrrio no poderias efetuar, pela simples palavra, o que nossos deuses nunca foram capazes. 8. Os sacerdotes se encheram de dio, mas aparentemente amveis, obrigaram-no a visitar ainda outro lugarejo, ao qual se chegava atravessando pequeno bosque de mirtos e roseiras. Neste bosque, eles se atiraram sobre o apstolo, despiram-no, mataram-no e o penduraram pelos ps a uma rvore de mirtos. No tronco ataram uma viga transversal, amarraram suas mos e assim o deixaram, voltando cidade, por outro caminho. 9. O rei, sentindo falta de Pedro, mandou que o procurassem por toda parte, inclusive fora da cidade, e somente no segundo dia foi ele encontrado no bosque de mirtos, terrivelmente massacrado. Entrementes, recebia notcias pelos curados que fora Pedro trazido pelos sacerdotes vila, onde operou grande milagre e at mesmo ressuscitou um morto. Em seguida o convidaram a um passeio para outra zona. 10. Sumamente entristecido, o rei mandou enterrar os despojos de Pedro na cripta real, com todas as honras, mandando transportar para ali a rvore de mirtos. Dos dois mil sacerdotes, o rei no poupou um sequer e mandou lev-los a um deserto, em quatrocentas carroas, onde ficaram expostos voracidade das feras. Com ajuda do soberano, Marcus e os dois procuradores do Governo conseguiram converter quase toda a cidade e, passado um ano, o pas inteiro aderiu Minha Doutrina. 11. Acabo de dar-vos conhecimento, onde e como pereceu o primeiro apstolo deste mundo; portanto, no foi em Roma, muito menos em Jerusalm, mas na nova cidade de Babylon, que posteriormente passou a se chamar Bagd. Esta ocorrncia no foi relatada aos discpulos em casa do hospedeiro, mas somente para vs, na poca atual, de sorte que podemos voltar situao anterior, quer dizer sentados mesa.
162. O SENHOR ABENOA A ZONA DESERTA

1. Nisto, o anfitrio pergunta se Eu no poderia demorar alguns dias
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em sua casa. Respondo: Caso creias em Mim, Me ames e sigas a Minha Doutrina, sempre ficarei contigo em Esprito. Fisicamente no Me demorarei nesta Terra. Meu Tempo est se findando, e muito tenho que fazer alhures, de sorte que partirei para o Sul, com Meus adeptos. 2. Tomamos mais algum po e vinho e nos preparamos para partir. Aps ter abenoado o hospedeiro e todos os moradores, eles Me agradecem e ele prprio nos acompanha por duas horas, em que lhe revelo vrios segredos da vida dando-lhe grande incentivo. 3. Seguimos sobre solo mui estril e abandonado, onde encontramos apenas alguns pastores que prontamente nos pediam esmolas e, s vezes, as exigiam com atrevimento. Os apstolos e adeptos, bastante numerosos, comearam a amea-los para que se afastassem, do contrrio enfrentariam calamidade maior. Os pastores se juntaram em nmero de trinta e faziam meno de nos atacar, dizendo improprios em rabe, idioma conhecido pelos Meus. Joo e Pedro ento Me dizem: Senhor, no dispes de raios e troves? Faze o mesmo que foi feito aos sodomitas, para enxotar essa gentalha! 4. Digo Eu: filhos do trovo e da ira! Porventura deveria castigar esses infelizes, mais do que j so? melhor fazerdes o bem, que prontamente se manifestaro de modo diferente. Chamando os pastores para perto de Mim, digo: Nosso grupo no dispe de ouro e prata, muito menos Eu, o Senhor. E ainda que vos ofertssemos dinheiro, de nada vos serviria neste deserto. Poderei ser til de maneira diversa. Tenho Poder de abenoar vosso terreno, para suprir vossas manadas de forragem e gua, caso for de vosso agrado. 5. Respondem os homens: Se disto fores capaz, ficaramos muito satisfeitos, pois ouro e prata de nada nos adiantariam. s palavras dos pastores, levanto as Mos, agradeo e abeno a zona que imediatamente se cobre de pastos, fontes abundantes aparecem em vrios pontos, e os habitantes so supridos de po e sal. Eles se ajoelham, louvam-Me sobremaneira dizendo no ser Eu humano, mas um deus. Em seguida nos oferecem po e leite, e mesmo quando j longe dali, ouvamos os agradecimentos efusivos dos pastores.
6. A caminho, digo ento aos adeptos: Agora julgai pessoalmente, o que seja melhor: Fazer-se o bem aos que nos querem mal, ou pagar o mal com o mal. Amai vossos inimigos, abenoai-os e fazei o bem a quem vos prejudicar, que juntareis brasas em suas cabeas, fazendo muitos amigos. 7. Segu o Meu Exemplo, que poucas sero as pedras de escndalo em vosso caminho. Mas ai de vs, se enfrentardes os que vos ameaam com pedras nas mos, com a mesma reao. Neste caso haveis de sofrer grandes atribulaes na Terra. O amor gera o amor, ira e castigo tero a mesma reao. 8. Os discpulos guardam o ensinamento no corao e prometem consider-lo at o fim da vida. Ento lhes digo: A maioria o far, entretanto vejo alguns entre vs que, no obstante o Meu Conselho, se serviro de ameaas e castigos, em ocasies reacionrias. Com isto jamais tero bom fruto na divulgao da Doutrina.
163. O SENHOR NA CIDADE SITUADA NO MONTE NEBO

1. Durante a Minha Explicao acima, chegamos a outra cidade antiga, habitada por romanos, gregos e judeus, e a sorte quer que deparemos com alguns judeus e fariseus. Reconhecem-Me imediatamente e comentam: L vem o nazareno que durante a ltima festa no Templo operou vrios milagres, certamente copiados dos essnios, doutrinou no trio e se dizia mais idoso que Abraham etc. 2. Por pouco foi apedrejado, pois nos irritou por demais quando pretendeu classificar-nos como idiotas, perante o povo. Alm disto, alegou ser filho de Deus, no que acreditaram seus adeptos e a multido. Todavia, ele no liga para o sbado, comilo e beberro, priva com publicanos e pecadores. Ns, sempre fiis s Leis de Moyss, somos ultrajados por parte dele que nos garante a eterna condenao. 3. Compreende-se no sermos amigos de tal homem e, alm de tudo, sabemos sua procedncia. De maneira alguma tolo, pois entende
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muito bem conquistar romanos e gregos atravs de seus discursos e magias, pretendendo nosso extermnio. Isto ele no conseguir! Que no repita suas visitas ao Templo, do contrrio poder certificar-se da pretensa filiao de Deus de maneira tal, que jamais se esquecer. Faz sua catequese nessas cidades pags, com a inteno de instigar seus habitantes contra ns. Nada realizar com isto. Jerusalm ser sempre Jerusalm, ainda que milhares de filhos de Deus se opusessem. 4. Como j tivssemos chegado mais perto, ouvimos as ltimas palavras, e os discpulos reclamam por Eu permitir tal abuso. Ento lhes respondo: Se isto vos aborrece, procurai amarrar a boca de cada um. Ser melhor passarmos silenciosos. Deixemos os ces latirem; enquanto assim fazem, no mordem. Caso pretendam atacar-nos, demonstraremos que nossa boca tem dentes, e as mos, unhas. 5. Consigo acalmar apenas um pouco os nimos dos adeptos, que sentem forte vontade de retrucar os insultos dos fariseus; contudo, se controlam e seguem o Meu Exemplo: passamos sem dar importncia ao grupo. A sua curiosidade, porm, os leva a se adiantarem, e quando atingimos a porta da cidade, dois fariseus nos barram a passagem. O primeiro se dirige a Mim, com rispidez, perguntando o que tinha em mente, e se pretendia apenas passar pela cidade. Respondo: Acaso s delegado, ao qual compete fiscalizar os forasteiros e faz-los apresentarem os passaportes? 6. Diz ele: No sou delegado, mas reitor da comunidade judaica com direito de fiscalizar os viajantes, mormente a ti e a teus companheiros, porquanto te conheo de Jerusalm e sei no seres nosso amigo. No respeitas nossos princpios e, alm disto, no podemos de nossa parte aceitar o que alegas diante do povo. s inteligente, bom orador e operas milagres que estonteiam a todos; todavia s nosso inimigo e tentas exterminar-nos que procuramos respeitar a Lei. V l, se no final consegues realizar tua inteno, pois os milagres aprendidos com os essnios sero descobertos e ento saberemos quem realmente s. Aos pagos podes facilmente enganar; os amigos descendentes de Abraham, no! Se na realidade tens poder divino, d-nos uma prova para acreditarmos em tua superioridade, levando-nos crena seres mais que todos os essnios e
feiticeiros do mundo. 7. Respondo: J dei as maiores provas, em quantidade, e que jamais um humano poderia efetuar; entretanto alegais ter Beelzebub, chefe dos demnios, dado seu auxlio. Se com crena idntica vossos antepassados apedrejaram quase todos os profetas, como poderia existir dentro de vs um vislumbre, para poderdes perceber a Verdade de Minha Doutrina e Aes? 8. Beelzebub vosso pai que vos faz agir segundo sua insuflao, o que facilmente percebo. Foi o motivo pelo qual tantas vezes de vs Me acerquei querendo libertar-vos de suas algemas; no entanto, preferis continuar os seus servos, em vez de vos tornardes servos do Deus unicamente Verdadeiro, que nunca conhecestes. Continuai portanto a seu servio. Eu continuarei na Minha Misso e em breve farei ver Humanidade quem sois, e Quem Sou Eu. No nos detenhais e passai bem, em nome daquele a quem servis. 9. Minhas Palavras ofendem os fariseus de tal forma que querem levar-Me com os discpulos delegacia. Eu protesto, dizendo: Sou Eu o Senhor e farei o que quero. Tratai de no serdes levados delegacia, antes de ns! Aqui vim, calmamente, sem querer molestar quem quer que fosse, por palavras ou gestos, muito embora tivesse ouvido vossa opinio a Meu respeito. Teria direito de vos chamar responsabilidade sobre as observaes, que de modo algum poderiam agradar aos Meus discpulos. Por isto repito, ser Eu o Senhor e tenho Poder de penetrar na cidade, sem Me deixar deter por vs. Se isto no vos basta e querendo insistir em vossa inteno, saberei enfrent-la. 10. s Minhas Palavras, Dismas comea a refletir e se vira para os companheiros: Deixemo-los seguir em Nome de Deus. prefervel voltarmos ao nosso grupo, pois de minha parte no quero entrar em choque com pessoas dotadas de poderes ocultos. Caso agirem contra a Vontade de Deus, Ele saber castig-las; se no for assim, nada arranjaremos contra elas. O colega de Dismas no aceita a sugesto e quer chamar os outros, que chegavam lentamente na retaguarda, pois quer que sejamos levados delegacia.
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11. Com rigor, protesto: At aqui, e no mais alm, agir vossa ira demonaca contra Mim e Meus discpulos! Chamarei vigias at amanh, que impediro vossa entrada por qualquer portal. E nesses vigias constituir a prova exigida a Mim, e espero reconhecerdes ser Eu, em Plena Verdade, o Senhor sobre toda criatura nesta Terra, e muito mais do que podeis imaginar. Assim quero, e assim seja! 12. No mesmo instante, quatorze lees se postam diante dos dois fariseus, e um deles agarra o companheiro de Dismas levando-o junto dos outros. Dismas se atira a Meus Ps, pedindo poup-lo porquanto sua opinio de Minha Pessoa o levara por diversas vezes a defender-Me perante o sindrio. O resultado era o mesmo que atirar azeite ao fogo e finalmente foi obrigado a ladrar com os ces. Podiam os colegas distrairse com os lees, que pouca importncia lhes daria. Digo-lhe: Leva-nos cidade, a um bom albergue; em seguida procura o delegado Titus e informa-o estar Eu naquele albergue.
164. O MILAGRE NO ALBERGUE ROMANO

1. Ao entrarmos, mais tarde, no albergue prximo, o dono, romano na ntegra, nos cumprimenta com amabilidade e pergunta de nossos desejos. Digo Eu: Conquanto o Sol esteja em declnio e tivssemos tomado apenas algum po pela manh, ainda cedo para o jantar. Manda trazer po e vinho, por enquanto. 2. Responde ele: Caros amigos, tenho po, carne de porco e carneiro, defumada. Aves, peixes e vinhos so raros nessa cidade. O Vale do Jordo mui longe e o caminho bastante difcil, de sorte que somos obrigados a comprar o necessrio de outras zonas. Nosso solo estril devido falta de gua, pois dispomos apenas de cisternas. Trarei algum po e leite. 3. Virando-Me para ele, digo: Em vez de leite, d-nos gua de tua cisterna. Solcito, ele traz um grande cntaro de pedra, cheio de gua
fresca, e alguns pes de centeio, explicando: a nica espcie de cereal que nasce aqui, pois o trigo no progride, e somos obrigados a importlo de Damaskus ou de Babylon, ainda mais distantes. Dai-vos por satisfeitos com o que tenho. 4. Digo Eu: Tudo bom, quando abenoado por Deus. Obsta o hospedeiro: Logo vi serdes judeus, porque no ligastes carne de porco. A meu ver, caso existisse um deus, ele deveria ter abenoado igualmente a carne de porco. Sou romano e cumpro as leis de Roma, muito boas conquanto no tivessem deuses como autores. De que servem determinadas leis divinas, escritas em linguagem incompreensvel e aproveitadas pelos sacerdotes segundo o seu egosmo? Para ns, os deuses so os anos ricos em colheitas e as foras elementares que as produziram. Desejo-vos bom apetite. 5. Retruco: Manda trazer um clice para cada um de ns, e vem beber conosco. Ele obedece e bebe primeiro, pensando ser preciso animar-nos a tomar a gua. Aps o primeiro gole, ele pra e diz admirado: Mas, o que vem a ser isto? Trouxe gua, e agora bebo vinho, semelhante ao que tomei certa vez na Ilha de Chypre. 6. Digo Eu, aps ter enchido a Minha taa: Toma sem susto, pois certamente dispes de estoque maior. Diz ele: Sim, minha cisterna est pela metade, e se contiver vinho em vez de gua, estaremos supridos alm de um ano. Aqui se deu um milagre, e pela primeira vez acredito em coisas fantsticas, no obstante nunca tivesse crido, mas alimentava averso aos feitos de certos sacerdotes e feiticeiros. Meu pai explicava como realizavam suas maravilhas despertando a minha indignao. Quanto a este, diferente, e com o tempo hei de descobrir como foi feito.
165. CONJETURAS ACERCA DO MILAGRE

1. Nisto, chegam Dismas e o delegado, levando-Me a dizer ao anfitrio: Manda trazer mais duas cadeiras e duas taas. Vim a esta cidade para
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fornecer justamente a esses dois, uma prova integral de Minha Glria. 2. Ambos tomam lugar mesa; quando comeam a beber, exclamam: Onde compraste este vinho de Chypre? Desconhecamos teu estoque. Responde ele, encabulado: Meus senhores, esse vinho foi tirado da cisterna, ainda que no acrediteis. Esses hspedes pediram gua da cisterna, que se transformou em vinho. Sabeis no ser eu de fcil crena, mas aqui se deu um milagre. 3. Diz o delegado: Quero ir cisterna e provar a gua l mesmo, e veremos se realmente milagrosa. Em companhia do taverneiro, ele prova a gua e verifica ser vinho. Sumamente alegre, ele volta com o cntaro cheio, nossa mesa e diz: Nunca vi milagre idntico. E s pode ser feito por Deus. 4. Dismas, que j havia tomado o segundo clice e se sentia um tanto eufrico, diz: Qual o lucro dos judeus fanticos terem enfrentado o Verdadeiro Senhor da Glria com sua estupidez? Certamente estaro suando de pavor, diante dos quatorze lees, enquanto aqui nos fartamos com vinho semelhante ao de Chypre. Por isto afirmo, no simples homem Quem chamou de momento aquelas feras e de modo semelhante transformou gua em vinho, mas pleno do Esprito de Deus. Os l fora dificilmente o compreendero, mas talvez os lees vigias expulsaro os seus demnios, fazendo-os mais acessveis Verdade divina. Tu s o Senhor, e poders fazer o que Te aprouver.
166. CONVERSO DOS FARISEUS

1. Esse discurso desperta a curiosidade do delegado, que Me pede acompanh-lo frente da cidade, pois tem pavor dos lees. Eu o acalmo: Vai com Dismas, que nenhum animal te prejudicar. Quando l chegam, os fariseus pedem libertao daquela praga, ao que o delegado retruca: Dirig-vos ao Senhor, ao Qual ultrajastes tremendamente. Somente Ele poder determinar tal ordem. Bradam os outros: Ped vs,
que Ele Se apiade de nossa aflio, pois queremos crer Nele. 2. Ao Me transmitirem tal pedido, respondo: Urge no pagar-se o mal pelo mal, portanto devem eles ser libertos. No mesmo instante, os lees se afastam e os fariseus se aproximam cheios de f e so fortificados com gua da cisterna. Aquele que em companhia de Dismas tentara barrarMe a passagem, diz: Senhor e Mestre, agora acredito seres realmente Aquele a Quem esperam todos os judeus e pagos. 3. Se tivesses vindo conforme Te anunciaram quase todos os profetas, no teramos feito oposio. Tua Apario to surpreendente que de modo algum podamos supor o Messias em Tua Pessoa. Quase todo mundo conhecia Tua Procedncia, em Jerusalm, pois muitas vezes Teu pai vinha fazer servios de carpintaria, no qual Tu e Teus irmos o ajudavam. Sbito, surgiste como doutrinador, em meio de vrios discpulos e comeaste a atestar contra ns. Isso explica o crescimento do dio contra Ti, que afirmavas diante do povo, no sermos servos de Deus, que desconhecamos, mas lobos vorazes em pele de cordeiro, atirando os incautos s trevas. 4. Alm disto, desviaste o povo atravs de milagres extraordinrios, reduzindo nossa renda por duas mil libras de ouro, no decorrer de dois anos e meio. Divulgaste seres o Filho de Deus Vivo, com que deste um forte golpe antiga Lei de Moyss, onde consta: Eu, somente, sou vosso Deus e Senhor, no Qual deveis crer e confiar. Fora de Mim no h Deus, por isto no deveis venerar outros deuses ao Meu lado. 5. David deu igualmente outra verso da Chegada do Messias, pois disse: Abr as portas para que possa ingressar o Rei da Glria. Quem esse Rei? Jehovah Zebaoth! Dotado de raciocnio humano, compreenders a dificuldade de seres reconhecido como Rei da Glria, devido Tua posio de carpinteiro, nem ao menos como profeta, pois consta no poder surgir um da Galilia. 6. Senhor, perdoa-me se me expresso to francamente, expondo os motivos pelos quais fariseus, sumo-sacerdotes, levitas e outros judeus, sujeitos ao Templo, Te dedicam tamanho dio, sendo que os milagres os irritavam sobremaneira. Eu e outros julgvamos teres aprendido tais coisas
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junto dos essnios querendo auferir-lhes maior terreno, em virtude da poltica de Roma que favorece e ao mesmo tempo se aproveita daquela seita. 7. Conhecemos muito bem os milagres essnios e deles aprendemos alguma coisa, secretamente, o que explica nossa antipatia contra Ti, pois nunca nos demos ao trabalho de analisarmos os Teus Feitos. Confesso, por isto, que somente agora, nessa antiga cidade pag, recebi justo conhecimento. 8. As duas provas aqui operadas, esclarecem as outras, abafam os milagres fteis dos essnios, e Te representam como o Anunciado por David. Nesta zona no h lees, comuns na frica e raramente se perdendo na Arbia. A Teu simples aceno, apareceram quatorze, realmente criados por Ti. Se isto fizeste, facilmente pudeste transformar a gua da cisterna em vinho imperial do Chypre, do qual somente uma vez provei pequeno clice, mesa de Herodes. -me indiferente se conheces o meu nome. Mas Te asseguro que eu e meus colegas jamais havemos de discordar de Ti, junto ao sindrio. No ntimo acreditamos em Ti, venha o que vier.
167. PREDIO FEITA A BARNABS

1. Aps essa justificativa por parte do fariseu, chamado Barnabs, digo: Aceito tua confisso e te perdo os pecados. A quem Eu perdoar, ser perdoado no Cu, como na Terra. Um dia sers um bom operrio na Minha Vinha e muito ters que suportar por causa do Meu Nome. Lembra-te de Minhas Palavras quando tal acontecer, mas nada temas, pois no te deixarei sozinho. Nesses dias, o Reino do Cu passa pela violncia e quem no o conquistar por este meio, nele no ingressar. 2. O tempo que passarei entre os homens, curto. Serei transfigurado de modo mui desagradvel e triste, podendo somente ento fundar um Reino Eterno da Vida para os que crerem em Mim. L viverei com todos os Meus. Acredita-Me, quem crer em Mim, viver segundo Minha Doutrina, amar-Me acima de tudo e ao prximo como a si mesmo, rece-
ber na Terra a Vida eterna e jamais morrer, ainda que fosse possvel morrer cem vezes. Sua alma viver com o Meu Esprito dentro dela, para todo o sempre, mui feliz regendo Comigo na Eternidade. 3. Todos esto contentes com a Minha Promessa, na qual acreditam fielmente. Nisto, o hospedeiro pergunta se deve preparar a ceia. Respondo: A ceia preferida por Mim, que tenha reencontrado e conquistado todos os do Meu Tronco. Pergunta aos outros se desejam cear. 4. Barnabs se levanta e diz: Senhor e Mestre, tambm para ns, consiste Tua Vinda e nossa f em Ti, a melhor ceia. Alis temos po e vinho de sobra. Que mais precisamos? 5. Viro-Me para o anfitrio e digo: V o que tens na despensa, aproveitvel para judeus. Dentro de poucos instantes, ele volta cheio de alegria, dizendo: Eis outro milagre! Todos sabem quo difcil achar-se peixes nesta zona, entretanto a despensa est de tal forma abarrotada que nos suprir por trs dias. J dei ordens para o seu preparo. 6. Confirmam Dismas e Barnabs: Para Deus, tudo possvel, e nada nos admira em Sua Presena. Se povoou mares, lagos e rios com toda sorte de peixes, facilmente podia fazer surgi-los aqui. Assim confessamos que neste Jesus de Nazareth habita a plenitude da Divindade. 7. Aduzo: Continuai nesta f e no vos deixeis seduzir por quem quer que seja. Por esta f em Mim sereis justificados perante a Minha Pessoa, e vos darei a Vida eterna despertando-vos no Dia final.
168. TESTEMUNHO DE F DO DELEGADO

1. Eis que se levanta o delegado, sentado nossa mesa: Senhor, sabes ser eu romano bem equipado em todas as cincias, do contrrio no seria delegado de uma das maiores comunidades situada no Monte Auran. Em virtude de meus conhecimentos, compreende-se eu desprezar desde pequeno o politesmo, dando preferncia a qualquer homem instrudo aos nossos deuses egpcios, gregos e romanos. J em tempos do
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Imperador Augusto, muito foi feito no sentido de exterminar-se o politesmo, sabendo-se ele rodear de homens intelectuais de todos os pases; por isto baniu o poeta Ovdio que havia escrito uma espcie de doutrina de deuses sob o nome Metamorphoses, no que o incentivaram os sacerdotes por remunerao considervel. 2. O sucessor de Augusto seguiu-lhe o exemplo. Fui por ele educado e devido a minha ndole anti-politesta atingi posto to elevado, pois no conto trinta anos. Mas com a negao do politesmo, neguei igualmente a f da imortalidade da alma, o que achava justo. Tornei-me epicurista pela crena, no extrada de livros intelectuais, mas como fruto de vrias experincias. Com muita ateno estudei as obras de Scrates, Platon e Orgenes. Suas provas da sobrevivncia da alma silenciaram com a morte deles, porquanto no encontravam ressonncia dentro da natureza. No fosse assim, tais autores deveriam ter dado provas de suas idias, o que seria de suma importncia para ns. Sou de opinio que uma alma deveria se preocupar com o efeito de suas obras intelectuais. 3. Todavia, tais homens nunca deram o menor sinal daquilo que afirmavam, enquanto as provas da no-existncia da alma se apresentam a todo momento. Tudo que vemos, existe somente por certo tempo, no vem ao caso sua durao. De tal modo me sintonizei com essa verdade que no tenho o menor temor da morte, mas a desejo cada vez mais. Minha conscincia atual me diz que anteriormente minha existncia, se passaram eternidades sem que me tivessem despertado sofrimento e tristeza, por no ter sido testemunha das mesmas. 4. O destino e as foras da natureza me fizeram surgir para uma existncia consciente, fator do qual nunca descobri causa e efeito. Certamente quiseram despertar certa admirao com sua criao. Mas que tenho eu a ver com isto? Os mundos e seus milagres no existem para quem nunca viveu. Por este motivo no desprezo o que encontrei no mundo. apenas ftil e sem valor. O maior valor para mim o no-ser; pois no existindo, no penso, nada quero e fao, no tenho conscincia, boa ou m, e no me torno devedor de quem quer que fosse, no sou obrigado a respeitar leis e no temo castigos dos homens, muito menos por parte de deuses.
5. Tal foi a minha e a confisso de meus genitores, da qual a natureza nos fornece motivos e provas irrefutveis. Quando via os judeus orarem e fazerem penitncias, lastimei-os pela ignorncia, positivando uma superstio, cujos autores deveriam ser os sacerdotes que se deixam servir e alimentar pelos homens. 6. No me satisfiz com isto e estudei os livros dos judeus. Confesso serem mui msticos e incompreensveis. Achei apenas favorvel a divulgao de um s deus, bom e justo; entretanto no faltam ameaas de castigos eternos, idnticos nos ensinos de egpcios, gregos e romanos. Deixei-os de lado como obra de homens fracos, semelhantes aos livros dos deuses que em Alexandria so numerosos. Grande Senhor e Mestre, tal foi minha crena at o momento. Tua Presena me fez sentir o meu engano, e Te peo elucidao mormente a respeito daquilo que afirmaste com Teu despertar Vida eterna, em certo dia final.
169. CRTICA MATERIALISTA

1. Digo Eu: Muitos crentes iguais a ti, foram por Mim convertidos, pois os prefiro aos supersticiosos. Assim poder haver entendimento entre ns. Aps a ceia voltaremos ao assunto. 2. Durante a refeio, o delegado se expressa: A vida tem suas fases boas, haja vista a felicidade de se encontrar, s vezes, um grupo de amigos que nos fazem companhia em ceia igual a esta. Em tais circunstncias poderia-se viver eternamente, do que deixar-se estrangular pela morte, fato com o qual nunca concordei. 3. Sendo necessrio o homem morrer, poderia ser de modo mais agradvel. Mas no, tem que ser martirizado no fim de uma existncia cruciante at, por parte de um destino poderoso, deixar de existir para sempre. Essa organizao mui repelente, at mesmo para quem crer na sobrevivncia da alma, segundo sua superstio. 4. Digo Eu: Ento s um forte crtico da Criao, discordando das
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condies de vida nesta Terra? Que mais no te agrada? 5. Responde ele: Mas, Senhor, se fosse criticar tudo aquilo que dentro da justia no me parece aceitvel, teria assunto para um ano. Como amigo da justia, mencionarei apenas alguns pontos. Todo o resto apenas conseqncia. Veja o nascimento miservel do homem, certamente coroao das qualidades criadoras da natureza. Por que no semelhante ao nascer dos animais, especialmente das aves, que em poucos dias atingem o uso perfeito de suas foras e delas se alegram at o fim? 6. Mas no, o homem nasce mais miservel que qualquer animal, nu, sem foras, desajeitado como uma pedra largada no caminho. Se os progenitores no fossem obrigados, pelo amor instintivo, a trat-lo at se tornar semi-humano, no viveria nem dois dias aps o nascimento. 7. Dois ou trs anos de cuidados ainda seriam admissveis. Doze, s vezes at vinte anos necessita o filho dos cuidados at conseguir sua prpria manuteno. Isto de modo algum prova a dignidade das foras da natureza, mas pelo contrrio. Se no lhe foi possvel dar outra existncia ao homem, poderia ter desistido da mesma. De modo algum tenciono criticar tamanha tolice da natureza. Se foi sua inteno o surgimento de uma criatura para que reconhecesse, amasse e honrasse Seu Criador, deveria ter determinado uma situao que lhe facultasse tais consideraes. Em tal caso, surgiria em uma solidez indestrutvel como a Terra, a Lua, o Sol e as estrelas que perduram imutveis. 8. O homem atinge tal situao aps trinta ou quarenta anos; no entanto comea a enfraquecer em suas foras, e caso alcance a casa dos setenta ou oitenta, ningum o deve invejar. Tal idade j no vida, seno molstia complicada, que pouco a pouco o leva morte e ao no-ser. 9. Para que finalidade? Como pode parecer bom, justo e til fora criadora, o que para a razo humana deve ser condenvel como sendo mau e injusto? Eis o meu motivo principal, na base do qual declaro tudo que segue dentro da natureza, e no final sou obrigado a elogiar os que se deixam ludibriar pela superstio; pois nela encontram motivo de vingana pelos sofrimentos nesta Terra. Mas a felicidade esperada aps a morte de tal modo condicionada, que pe em dvida seu alcance. Acabo de falar,
Senhor e Mestre, e podes ter a bondade de oferecer-me algo melhor.
170. TESTE DO SENHOR

1. Digo Eu: Falaste como delegado, e o assunto s se pode apresentar aos teus olhos conforme externaste. Todavia ests errado quanto tua opinio a respeito da vida do homem e de todos os seres. Terias razo julgando pela aparncia, sempre enganadora; pois tudo o que vs com vida, em sua esfera mil vezes mais indestrutvel que tudo que possas imaginar. 2. Tua mxima se baseia na no-existncia da alma, aps a morte. Neste ponto poderia levar-te crena contrria, com apenas uma apario do alm. Para tanto ainda h tempo, e por ora quero levar-te a outra convico. Formularei pequenas perguntas, facilmente respondidas, que mudaro teu parecer a respeito da Sabedoria do Criador, dando motivo de rires de tua atual compreenso. 3. Porventura j viste um ignorante, mal sabendo expressar-se e muito menos escrever, contar e desenhar, capaz de fazer um esquema para um castelo deslumbrante? Respondes no ntimo: No, o construtor tem que ser munido de todos os conhecimentos. Da deduzirs, que tal homem de modo algum poderia ser to ignorante como mencionei acima. 4. Um castelo no deixa de ser obra meritosa de seu construtor. Assim sendo, concordars que a construo de um mundo igual ao nosso, exige sabedoria e fora muito maiores. Seja o nome dessa fora qual for, capaz de fazer surgir a Terra com tudo que nela existe, deve ela existir de plena conscincia de seu poder e conhecimento penetrante, pois sem a continuidade de sua obra, igual a de um homem, em breve se transformaria em runa. 5. Se a fora criadora de plena posse de sua sabedoria produziu obra to espetacular, certamente no foi menos sbia na produo de obras aparentemente pequenas em tal corpo csmico. Acaso j terias visto algo completamente morto e inexistente, projetar uma vida? Respondes: No,
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tal coisa inimaginvel e at mesmo ilgico. Muito bem. Acaso opinas ser preciso poder menor, para fazer surgir um verme mais nfimo, do que a Terra, a Lua e o Sol? Afirmo-te: Se fores capaz de criar a menor larva, sers igualmente capaz de projetar um planeta perfeito, Sol, Lua e os demais astros. 6. A funo fsica da larva mais insignificante to artstica que no podes fazer a menor idia; e se assim no fosse, como seria possvel nela depositar-se uma alminha substancial aproveitando-se dela para o seu desenvolvimento futuro? Se o Criador do verme no fosse Senhor Perfeito de todas as foras e da Vida, como vivificaria tal maquinismo? E se no fosse apenas Senhor das foras e da Vida, seno incondicionalmente a Vida Eterna, poderia vivificar o prprio verme?
171. O EFEITO DAS FORAS

1. (O Senhor): Acaso j viste uma fora em ao? Respondes: No. Sentem-se as foras, sem jamais terem sido vistas. Sentimos o efeito colossal de tempestades e furaces, mas desconhecemos em que consistem suas foras. Existe certa fora de atrao que prende as criaturas ao solo, do contrrio poderamo-nos levantar em pleno vo. Essa fora age constantemente, sem que algum a visse e qual sua ao. 2. Muito bem. Agora pergunto se j percebeste um portador, que trouxesse a luz do Sol at a Terra. Ou talvez j viste o lao pelo qual se acham unidos os corpos csmicos de forma tal que se vem obrigados a girarem nas mesmas distncias em redor de outros, maiores? Porventura j observaste as foras ativas em flora e fauna para produo de sua espcie? 3. Tais perguntas poderias ter feito ao lado de tua filosofia e qui terias obtido resposta muito mais inteligente do que as lucubraes da crtica. V, no existe maquinismo de vida por mais artstico, criado para durao eterna, pois implicaria para o Criador, uma diviso infinita de Si Prprio, tornando-O cada vez mais fraco e incapacitado do pros-
seguimento da Criao. 4. Se Ele cria um maquinismo de vida apenas para que uma fagulha de Sua Vida Original se consolide e se fortifique em uma liberdade e emancipao de semelhana divina, e em seguida se desfaz do maquinismo unificando-se pelo amor e a sabedoria, nada se perde da Vida Original, e sim, o Criador e a criatura lucram coisas infinitas, por ora incompreendidas por ti. 5. Quando fores renascido em tua alma, pelo verdadeiro Esprito de Deus, sentirs como o Amor de Deus, pelo amor de Seus filhos para com Ele, se torna sempre mais poderoso, e igualmente o Amor Divino nos filhos. 6. Deus foi desde Eternidades um Esprito purssimo e perfeito, no podendo desejar outra coisa seno que Suas criaturas se tornem o que Ele Mesmo , pelos caminhos prescritos, com a diferena que antes de seu aparecimento material, foram apenas Idias e Pensamentos do Criador que por Ele foram projetados no decorrer dos tempos, atravs de Sua Onipotncia. Deu-lhes um invlucro no qual podiam analisar e reconhecer-se, obrigados a fazerem germinar a fora penetrante para a emancipao e liberdade prprias. 7. Amigo, se tal germe do qual nada sabes como homem material no existisse dentro de ti, no terias feito crticas ao Criador. Foi o sentimento vital, indestrutvel, dentro de ti que te incitou para tanto, e Eu vim especialmente por tua causa a essa zona, a fim de demonstrar-te o quanto te achas afastado da coluna de vida e luz. Acabamos de satisfazer nossa tendncia oratria e passaremos a alguns fatos concretos.
172. INTERCMBIO COM DESENCARNADOS. A VISO INTERNA

1. (O Senhor): Afirmaste no ser possvel haver ligao entre os vivos e os desencarnados. Enganas-te muito. A criaturas iguais a ti, real-
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mente no fcil; so desde o princpio educadas dentro da razo, aguando sua fora intelectiva e viso material, descuidando da viso interna. D-se com elas o mesmo que com um homem estando fora de casa querendo olhar para dentro atravs das vidraas, pois ouvira um forte barulho. Conquanto muito se esforce, nada descobre porque o reflexo nos vidros o impede. Insistindo em descobrir o motivo do rudo, ser obrigado a abrir a porta principal e as internas, ou ento ter que partir uma vidraa, talvez vrias, para conseguir seu intento. 2. Se ele no momento do rudo estivesse dentro de casa, facilmente descobriria o motivo do mesmo. Assim consegue-o apenas mais tarde e de modo imperfeito, porque o motivo e o efeito se haviam perdido. Viuse obrigado a procurar em todos os recantos para finalmente descobrir uma loua quebrada, na suposio de que por qualquer movimento se tenha projetado ao solo. Ainda assim no tinha plena certeza, porquanto a loua bem podia ter sido quebrada anteriormente. Baseou-se portanto em uma hiptese, pelo simples fato de no encontrar-se dentro de casa, no momento do barulho. 3. Por esse quadro quero chamar a tua ateno, que um homem apenas educado dentro do raciocnio, nada ou pouco, e talvez apenas indefinidamente, percebe e compreende do que se passa espiritualmente dentro de si. 4. O corpo a casa da alma. O esprito dentro dela foi-lhe dado por Deus, a fim de educar e despertar o seu interesse em tudo que seja espiritual e pondo-a em contato com o esprito. Como poderia ele agir nesse sentido, se a alma de posse de seu livre arbtrio se encontra geralmente fora de casa, confortando-se na luz do mundo? ela de tal modo cegada e perturbada, a ponto de nada ver e perceber do que se passa em sua casa. 5. Se com o tempo, algo a adverte, faz uma busca dentro de casa, e se aflige bastante. Encontra-se avariada, tenta repar-la, unificando-se com a matria de sua morada interna e externa. Procura o esprito que de longe em longe a chamava por certos rudos. Muitas vezes ela nem percebia os mesmos, devido sua distrao mundana. Lanava um olhar furtivo para o interior, encontrando algo duvidoso, preferindo voltar de
onde veio; pois sua viso era ofuscada pela luz externa e a audio interna, abafada pelo rudo mundano. 6. Existem almas infantis que se amedrontam com a luz e o rudo do mundo, dando preferncia distrao com o que encontram dentro de casa. Percebendo algum rumor, podem olhar de dentro para fora pelas vidraas no embaadas pela luz externa, facilmente descobrindo a causa da alterao, o que lhes faculta perceber igualmente o que ocorre dentro da casa. Assim, encontra-se a capacidade visual e auditiva do esprito, dentro da criatura e nunca nos sentidos materiais. Se quiseres palestrar com alguma alma e at mesmo v-la, consegui-lo-s somente dentro de ti. 7. Se tivesses permanecido dentro de casa, de h muito terias feito as mesmas experincias que outros, cujo relato declaravas de iluso; por isto, vivias de preferncia fora de casa, nela lanando um olhar passageiro, mui raramente, provocando crescente aborrecimento, em virtude da ofuscao de tua alma pela luz intelectual, que te impedia vislumbrares o que se encontrava em tua casa vital. Com isto te prejudicaste de modo prprio porque consideravas, e ainda consideras, a morte e o eterno noser, o maior benefcio para uma criatura consciente. 8. Como verdadeiro Senhor da Vida tenho o Poder de te reconduzir ao teu ntimo e fortificar por momentos tua viso interna, e assim poders te convencer, imediatamente, qual a situao da alma aps a morte. Dize-Me a quem desejas ver e falar, que percebers ser tal qual conhecias antigamente.
173. APARECIMENTO DE UMA ALMA

1. Diz o delegado: Deixa-me ver o meu pai, morto h doze anos e pelo qual muito chorei por ter sido timo pai. Digo Eu: Que assim seja! No mesmo instante, a entidade aparece na sala, visvel para todos. O delegado a reconhece e pergunta: Ento continuas vivendo aps a morte? 2. Responde o esprito: Acreditas, porque surgi pelo Poder de Quem
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aqui est e por Ele te ter aberto a viso interna. Porque motivo no acreditaste em tua me e irmos, que logo aps minha passagem me viram e falaram, explicando-lhes ser bem diferente a vida da alma do que imaginam as criaturas? 3. A pior situao durante essa curta vida passam os que no acreditam na sobrevivncia da alma. Conservam essa compreenso no Alm, e aguardam a eterna destruio, que jamais se apresenta. Em virtude disso, so preguiosos e sem interesse para empreenderem algo para sua evoluo, vivendo s vezes vrios milnios nessa crena, da qual no se deixam afastar pelos espritos mais luminosos. Trata de no partires do mundo dentro de tal engano, meu filho. 4. Responde o delegado: Repetiste as mesmas palavras proferidas minha me e irmos, que anotei e ainda guardo como relquia, conquanto at hoje no lhes desse crdito. Queria apenas ver-te e falar-te, mas nunca me foi concedida essa felicidade. 5. Obsta o pai: Como podia? Sempre que te visitava, no estavas em casa, andando ocupado no mundo exterior e sua luz, na qual no podemos aparecer e convencer algum. No somos apario exercida por outra fora, seno a prpria fora ativa em todos os elementos perceptveis ao homem materialista. A fora em si, como vida verdadeira to pouco visvel quanto a fora da matria, a no ser que o materialista voltasse a seu ser real e abrisse a viso interna, podendo entrar em contato com foras ativas.
174. AVENTURAS NO ALM

1. Diz, em seguida, o delegado: Onde costumas permanecer? Responde o genitor: Em nosso reino no h localidade da qual se pudesse afirmar estar aqui ou acol, e ter tal aspecto. Cada alma corresponde ao local, segundo suas tendncias. 2. Pelo clculo terreno me encontro no Alm o tempo suficiente
para ver e saber algo importante. Todavia nada vi semelhante ao que se dizia a respeito, neste mundo. Procurei o rio Estige com o barqueiro Aqueronte, nada vi. Por certo tempo me enchi de pavor de ver qualquer fria, ou os juzes Minos, Aekus e Rhadamantus. No havia motivo para tanto. Quis ir procura do Elysio, caminhando por todas as direes de um grande deserto, e no descobri o dito Elysio. Em suma, nada encontrei e vi, seno a mim mesmo e o solo fofo em que me achava. 3. Aps longo tempo, descobri, a certa distncia, um personagem que parecia estar na mesma situao que eu. Rapidamente dele me acerquei, perguntando: Pareces te encontrar no mesmo estado. Sob os ps nada mais que uma plancie quase infinita, acima da cabea, neblina escura e na areia, as marcas deixadas pelos passos. No h vento que sopre, nem gua. H cerca de dois anos aqui perambulo, nada encontrando para saciar fome e sede. Sei que morri e que minha pobre alma se acha s. Muito me esforcei por descobrir aquilo que acreditava no mundo, mas no tive sucesso. Em todo esse tempo, s o primeiro que me aparece. Porventura me podes informar como devo agir para alcanar um local, mais ou menos estvel? Estou cansado de pesquisar neste deserto. 4. Respondeu o personagem: Existem inmeras criaturas neste reino, mesma procura que tu, por vrios sculos. Querendo algo descobrir, no deves agir como na Terra, na qual se procura tudo fora de si. Aqui no h localidade ou zona, ainda que procurasses no Espao Infinito. 5. Precisas voltar teus sentidos, aspiraes e vontade para dentro de ti, e pensar, pesquisar e modelar internamente, que achars um local correspondente ao teu eu e ao teu amor. Faze de conta que no vs esse deserto e a neblina escura, mas volta-te para a fantasia de tua alma que tudo se transformar. Fiz com que me encontrasses, para te revelar isso. 6. Com essas palavras, o personagem me deixou, e comecei a ponderar sobre o que havia dito, procurando projetar na minha fantasia uma zona qualquer, e, em pouco tempo, ela se apresentou diante de mim. Consistia em um vale, transpassado por riacho. De ambos os lados havia campos, arbustos e rvores, e mais para longe, um grupo de cabanas, das quais me aproximei.
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7. No mesmo instante pensei: Se comear a andar, perderei finalmente o que criei com tanto custo. Tentarei imaginar uma casinha perto de mim, onde hei de morar. Nem bem usei a minha fantasia, a casinha surgiu dentro de boa horta. Ao entrar, vi que estava completamente vazia e prontamente projetei uma quantidade de objetos de utilidade comum, cama, mesa com po e vinho etc. No hesitei em me servir de tudo, sentindo-me to fortalecido a ponto de se tornar minha fantasia mais exuberante.
175. EVOLUO NO ALM

1. (O genitor): Dirigi-me para fora, onde encontrei tudo como anteriormente. Ento pensei: Est tudo bem. Mas estou sozinho. Se ao menos pudesse atrair aquele amigo, para agradecer-lhe pelo bom conselho! Quando me viro para aquela direo, vejo vrias pessoas se aproximarem, entre elas, o dito personagem que logo me diz: Desperta em ti o sentimento do amor, misericrdia, compaixo e caridade, que sers procurado por outros, na situao em que te achavas anteriormente. Divide com eles o teu po e o vinho da vida, que se tornaro vizinhos felizes. Os que no quiserem algo aceitar, deixa procurar alhures outra acomodao, que passaro pela mesma experincia que tu. Persiste no crescente amor, misericrdia e na vontade viva de fazer o bem aos cegos. Isto te enriquecer e aumentar a tua felicidade. 2. O grupo se afastou, e eu segui o conselho recebido. Dentro em breve chegava grande nmero de almas necessitadas e eu lhes perguntei se estavam vendo e percebendo algo. Responderam: At agora, nada mais que uma estepe arenosa sem fim, e acima de ns, neblina escura. Ento entrei em minha cabana para buscar po e vinho. Alguns prontamente viram o que lhes trouxera, enquanto outros nada perceberam, achando eu estar fazendo brincadeira de mau gosto, e assim prosseguiram sua caminhada. 3. Os que haviam aceito po e vinho, descobriram a minha morada
e a bela paisagem. Ficaram comigo e eu os ensinei conforme havia sido orientado. Passado algum tempo, minha cabana estava rodeada de muitas outras, criando-se deste modo um local para mim, onde fiquei at que tivesse estendido o meu ntimo, atravs do amor ao prximo. Essa dilatao tinha o mesmo efeito para com a zona, que se tornava cada vez mais viva e bela, e eu cresci em felicidade e conhecimento. Quanto mais intensa se fazia a luz dentro de mim e me sentindo com vontade de projetar qualquer coisa, tudo surgia fora de mim. 4. Nesta altura comecei e me lembrar de meus familiares deixados na Terra, e em pensamento os orientei da sobrevivncia da alma aps a morte. No levou tempo, fui visitado pela tua me e alguns irmos, e pude comunicar-me com eles como ora fao contigo. Acreditaram em mim e te relataram tal fato. No deste crdito, porque te havias entregue ao mundo exterior com teu pensamento, amor e vontade. 5. Digo mais, o bom amigo que no deserto me dera aquele conselho, muito se parece com este a teu lado, e tive desde o comeo a intuio de ser Ele o Senhor deste e de outros mundos. Falo contigo, porm me acho em meu mundo, de onde concluirs no ser necessrio abandonar o meu paradeiro, pois onde estou tambm est a minha zona. Alis te chamo a ateno ao fato que psiquicamente caminhas em pleno deserto e acima, isto , no teu intelecto, s tens neblina. 6. Essa Terra e tudo que nela vs, igualmente uma Criao de um Esprito Elevado, assim como, em miniatura, projetei pequena localidade. O Amor do grande Esprito, Seus Pensamentos luminosos, Sua Onipotncia e imensa Misericrdia, so os elementos bsicos pelos quais Ele cria zonas to belas e as conserva enquanto quiser. Vs, portanto, apenas uma zona projetada pelo grande Esprito, segundo Sua Ordem. Para tua alma, continuar visvel e algo real enquanto ela estiver envolta de matria. 7. To logo te for tirado o invlucro, sers isento de localidade, solo firme e luz segura, a no ser que tenhas ainda neste mundo, encontrado o caminho ao teu mago. Neste caso levars o que necessitares, sem precisares receber orientao do amigo, a respeito do alcance de uma cabana e amizades. Guarda bem isto, meu filho.
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8. O delegado faz meno de prosseguir na palestra, no que o genitor o impede, dizendo: O que daqui por diante quiseres saber, recebers pela voz interna Daquele Que est a teu lado. Todas as coisas Lhe so comuns, neste mundo e no Alm. Com isto, o esprito desaparece.
176. O INFERNO E SEUS DEMNIOS

1. Virando-Me para o delegado, pergunto: Foi ou no o esprito de teu pai? Responde ele: Grande Senhor e Mestre, to certo quanto sou o filho dele. Se fosse criao de fantasia, no poderia ter falado to sabiamente sobre assuntos estranhos para mim. Creio convictamente na sobrevivncia da alma. Apenas estranhei, no ter ele tido contato com maus espritos dos pagos e demnios dos judeus. Sempre se fala que os maus tambm sobrevivem, com inteno de praticarem maldades, em virtude de seu dio inapagvel. Que aspecto tm os locais dos demnios, e porque meu pai no os viu? 2. Respondo: No te preocupes com isto. Os maus espritos, chamados demnios, tambm se voltam para dentro de si, encontrando apenas maldades, ou seja, seu amor. Constroem seu mundo, correspondente ao seu ntimo, isolam-se em comunidades, segundo o grau de sua perversidade e procuram prejudicar a todos. Sentindo afins nesta Terra, em breve encontram meios para deles se aproximarem, da mesma forma que teu pai se aproximou de ti. Primeiro se apossam do corpo, saturando-o com tudo que seja mau e pernicioso. 3. No comeo se apresentam de mansinho, tentando atrair a alma para a carne. Isto acontecendo, ela perdida para tudo que seja justo, puro, bom e verdadeiro. Justamente por esse motivo, vim Eu a este mundo para terminar com tais abusos remotos, para os que acreditarem em Mim e aceitarem a Minha Doutrina. Eu, somente, sou o Senhor acima de tudo, no mundo e no reino dos espritos. Cr, que vivers. 4. O delegado agradece pelo ensino, entretanto acrescenta: Mas,
Senhor e Mestre, como pudeste tolerar tais abusos, sem lhes dar trmino? 5. Respondo: Sempre o fiz, e nunca se perdeu uma criatura, mais ou menos aproveitvel. Para isto que ora acontece, a humanidade no estava amadurecida e atualmente ainda longe desse estado. Todavia Me apiedei das poucas de boa ndole e lhes fundarei, Pessoalmente, um reino no alm, no qual estaro eternamente Comigo, devendo reger em Minha Companhia. 6. No imenso alm se encontram inmeros espritos pagos e judeus de bom carter. Quando, dentro em breve, Eu voltar ao Meu Ser Original e Eterno, todos eles recebero orientao certa para a Vida Eterna. Aos maus ser dada oportunidade de regenerao para encetarem os caminhos da Luz, ou continuarem em sua perversidade, sofrendo suas conseqncias para sempre. Se assim o querem, no se podem queixar de injustia. 7. Deste modo, o prmio dos bons ser o bem. Dos maus, o mal, e cada um se encontrar no seu Dia Final, aps a morte fsica, quando Eu o despertarei dando-lhe o prmio, bom ou mau. Recebeste resposta a tudo que desejavas saber, e se desse explicaes mais profundas, no as entenderias. Por ora, sois todos, psiquicamente, infantis, no podendo suportar alimento mais pesado. Por isto sois tratados com leite. Uma vez bastante fortalecidos, sereis capazes de suportar alimento mais consistente, dos Cus.
177. OS DOLOS NA CASA DO HOSPEDEIRO

1. Todos, inclusive os apstolos, Me louvam dizendo: Novamente nos esclareceste sobre a vida da alma aps a morte, Senhor e Mestre, e s podia ser dado por Ti esclarecimento de fatos ocultos mente humana. Por isto Te agradecemos de viva voz. 2. Digo Eu: Est bem; acabemos a refeio para, em seguida, nos recolhermos. Eles seguem o Meu Conselho, enquanto Eu no mais Me sirvo, descansando apenas. Perto de meia-noite, comeam a sentir sono,
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razo por que o delegado, os fariseus e os judeus voltam para os lares. Ao despedir-se do hospedeiro, o delegado recomenda ao mesmo de no exigir de ns qualquer pagamento, pois tudo seria pago por ele. 3. Retruca o outro: No te preocupes. Nesta ceia, sou eu o nico devedor, e todos os hspedes, meus credores. Se fossem cobrar o servio prestado, teria que pagar grande soma. Sou apenas amigo do bem e da verdade, e espero rever-te amanh. Assim se despedem, e o hospedeiro se recolhe, muito embora ainda tivesse feito observaes do fato ocorrido, junto da mulher e filhos. 4. A famlia ainda pag, e conservava no quarto de dormir, quantidade de dolos gregos e romanos, de madeira, pedra e cobre. O hospedeiro, ento, vira-se para a mulher e diz: Aps termos tido a grande ventura de conhecermos, Pessoalmente, Deus, unicamente Verdadeiro, amanh mesmo daremos sumio a essas estatuetas. 5. De princpio, ela no concorda. Mas o filho mais velho, livre pensador, reage: Pai, de h muito o teria feito. A crena das mulheres dura qual pedra e no aceita palavra razovel, conquanto deveriam elas compreender serem esses dolos nada mais que matria. Alm disto, so mal feitos, envergonhando o senso artstico. Haja vista, a Diana de Epheso se parece mais a um sapo, e a figura de Jpiter d margem para idealizar qualquer coisa. 6. Suportaria tais figuras, caso fossem obras de artista. As que enfeitam o quarto de nossa me, so feitas por pastores gregos, que as manipulam de madeira e barro, pedras ou chumbo. Em seguida, so consagradas pelos sacerdotes e entregues, a preos exorbitantes, aos revendedores. Aqui chegam tais vendedores ambulantes, e nossas mulheres tm dinheiro bastante para tais tolices. Em compensao, os alimentos so menos saborosos, e os hspedes no tm motivo para elogios. De h muito me intriga a figura de Apollo, de tamanho natural, num canto do refeitrio, pois est inteiramente seboso e negro, a despertar nojo. Amanh mesmo darei cabo dele. 7. Assustada com o rompante do filho, a genitora diz: Tem cuidado de no seres descoberto pelo sacerdote de Apollo, que te castigaria
como sacrlego. 8. Responde o filho: Nada temo por parte dele. Aquele Que nos supriu to milagrosamente com vinho e peixes e impediu a ao dos fariseus pelo aparecimento dos lees, certamente ser capaz de me proteger diante de um tolo sacerdote de Apollo. to ignorante e s sabe relatar as fbulas antigas de deuses, procurando somente o bem estar. Deveria eu sentir vergonha, caso temesse semelhante homem. 9. Satisfeito com a reao do filho, o hospedeiro diz: No te alteres. Amanh veremos as conseqncias desse fato extraordinrio. Todos se calam at de manh, quando ele o primeiro a se levantar.
178. NO MONTE NEBO

1. Ao encontrar-Me no refeitrio, o hospedeiro pergunta com todo amor e respeito se desejo gua perfumada para lavar-Me. Respondo: Poupa-te tal sacrifcio, querendo Eu lavar-Me, tenho gua fresca em toda parte. No longe da cidade existe um Monte, conhecido desde a poca de Moyss, o qual desejo galgar antes do pr-do-sol. Em hebraico, chama-se Nebo; vs o denominais Mons Mosis (Montanha de Moyss). No deves preparar o desjejum cedo demais, pois demorarei trs horas. 2. Diz ele: Senhor e Mestre, tudo ser feito segundo Tuas Ordens. Permite eu e meu filho mais velho Te acompanharmos. Dentro de uma hora estaremos no topo. Eu o concedo, e ele d ordens na cozinha. Ao voltar, encontra os apstolos, o delegado, Dismas e Barnabs diante da porta. Eles pedem licena para tomarem parte no passeio, e assim seguimos para o Monte Nebo, cujo planalto plantado com roseiras e rvores aromticas, e alm disto, dispunha de bancos de basalto. 3. Por este lado da cidade, o Monte se eleva apenas umas cem varas, enquanto em direo do Vale do Jordo tem um declnio de mais de duas mil varas. Desfrutamos de vasto panorama sobre o deserto do Eufrates. Ao Sul vem-se alguns montes conhecidos na Bblia, como sejam, o Hor,
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no qual Moyss, secundado por Aaron e seu filho Eleazar, teve que pedir pela vitria dos israelitas contra os amalekitas. Enquanto ele erguia as mos, a vitria estava do lado dos israelitas. To logo as deixava cair, venciam os amalekitas. Mais distante, via-se o Monte Hur, onde Aaron expirou, e no fundo, o topo do Sinai e Horeb. 4. Em direo ao Oeste viam-se os cumes do Lbano, e para o Norte, os picos do Hermon, dentro de densa neblina. O delegado lastima no se poder vislumbrar a paisagem no Vale do Jordo, ao que Eu observo dever ele esperar a chegada do Sol para dispersar as neblinas. Alm do mais, observaramos a zona do poente. 5. Nisto, vira-se o fariseu Dismas para Mim, dizendo: Senhor e Mestre, seria este Monte em que nos encontramos, o mesmo do qual o grande profeta desapareceu qual chama de luz, diante de todos que o acompanhavam, deixando o seu corpo; em seguida aparecendo de um lado o arcanjo Miguel e do outro, Satans, lutando durante trs dias pelo corpo de Moyss, e no final conseguiu lev-lo? 6. Todo conhecimento judaico at hoje no explicou a finalidade daquele acontecimento, e os prprios profetas no deram explicao a respeito. Os cabalistas declararam o fato de apcrifo, enquanto algumas antigas castas da Arbia confirmam sua veracidade. Que dizes a isso, Senhor? 7. Responde o delegado no Meu lugar: Que importncia tem isto, se o esprito de Moyss salvo e vive em vosso meio? O corpo apenas invlucro do esprito, e no vem ao caso, se foi levado por Satans ou esprito qualquer. Se eu estivesse no lugar do arcanjo, h mais tempo teria dado o prazer a Satans, to vido do corpo de Moyss. 8. Digo Eu: O delegado vos deu boa resposta, pois Eu, o Senhor de toda Vida, de h muito troquei o corpo pecaminoso de Moyss por um outro. Satans no teria tido poder sobre ele, caso o profeta em tempos passados no tivesse cometido pecado algum. Tendo pecado com o fsico, embora sua alma e esprito fossem celestes, Satans quis apossar-se daquilo que era seu. Nada lucrou com isto, mas perdeu quase todo poder, e desde aquele tempo no mais pde aparecer aos mortais, prejuzo enorme para sua ao. A partir da, muitos pagos aderiram doutrina de
Moyss, e o orculo de Dodona, obra principal de Satans, foi destrudo para sempre. O orculo mais recente em Delphi ruiu aps a queda de Tria e no foi reconstrudo. Basta dessas coisas, sem valor para o ntimo da criatura. O melhor de tudo reconhecer-se Deus, nico e Verdadeiro, am-Lo acima de tudo e o prximo como a si mesmo. Dentro em pouco, surgir o Sol, dando motivo para verdes coisas estranhas.
179. A AURORA PECULIAR

1. No mesmo instante, v-se um sol, muito acima do horizonte e parecido com o prprio astro. O delegado no perde tempo para perguntar-Me: Senhor e Mestre, como pde o sol subir to rapidamente sem que o vssemos, no havendo nuvens que pudessem ter impedido nossa viso? 2. Respondo: Este no o verdadeiro, mas o reflexo dele que se encontra abaixo do horizonte no espelho de uma camada de ar inteiramente calma. Este desaparecer quando surgir o verdadeiro. Esse quadro se assemelha ao intelecto humano que desaparecer quando, por Mim, surgir o verdadeiro Sol da Vida, e em parte j apareceu. 3. Obsta o fariseu Dismas: Sou de opinio, ser nosso atual Sol mais traioeiro que essa luz fictcia a leste. No tenciono ser profeta, entretanto afirmo, para ns, o astro aparente em breve desaparecer surgindo o justo Sol do esprito e da vida para os pagos. 4. Digo Eu: Tens razo, pois consta que tirarei a Minha Luz dos judeus, dando-a aos pagos. Por isso digo que sustarei a antiga Unio e o Velho Testamento, para fundar um novo, tanto para judeus quanto para todos os povos da Terra, segundo a Ordem de Melchisedek. Foi Rei de todos os reis e Sumo-sacerdote de todos os sumo-sacerdotes, razo porque todos os regentes e patriarcas Lhe entregavam o dzimo, inclusive Abraham. 5. Sou Eu o Rei Melchisedek, pelo Qual fora feita a Unio partindo de No at Abraham, inclusive a grande Promessa. No pretendo positivar e manter a antiga Unio, mas estabelecer uma nova com todos os de boa
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vontade. Serei assim um Rei, Senhor e Sumo-sacerdote, eternamente, dentro da Ordem perfeita de Melchisedek. 6. Os antigos sacerdotes sacrificavam o sangue de animais para extino dos pecados deles e do povo; entretanto, continuavam pecadores, do contrrio Eu no teria deixado o Meu povo sofrer durante quarenta anos no deserto. Aquele ritual era apenas um smbolo daquilo que dentro em breve ter de acontecer de modo diferente. 7. Aaron e Moyss faziam sacrifcios, anualmente, segundo a prescrio. Isso no foi de proveito para eles ou para o povo que continuava em pecados. Eu Me sacrificarei uma s vez para todos, e os que acreditarem em Mim, sero justificados e purificados perante Mim, no mais havendo pecados com eles. Agora sabeis qual vossa situao diante de Mim. 8. Moyss foi obrigado a ver, sentir e saborear a morte, neste monte, por isto exclamou, no ltimo momento, no ponto em que Me encontro: Senhor, firmaste uma Unio conosco contra a morte e o pecado; todavia tenho que morrer aqui, sem poder levar os meus passos Terra Prometida. 9. Uma voz fez-se ouvir acima dele: Vivers, no pela Lei da antiga, mas pela Graa da Nova Unio que firmarei com os povos da Terra. Eis que Moyss se desintegrou e foi aceito atravs de Minha Graa, e no em virtude de seu mrito. Neste mesmo local vos digo, judeus e pagos, que acabo de firmar e ainda mais a positivarei, uma nova Unio convosco, e em futuro breve o haveis de assistir. O Sol a surgir, ter de Me prestar testemunho, provando no ter Eu falado algo ftil. 10. Eis que aparece o Sol e acima dele l-se em letras luminosas: Honra e Louvor a Deus, unicamente Verdadeiro, nas alturas e nas profundezas!, e abaixo dele: Melchisedek o verdadeiro Rei dos reis e Sumo sacerdote de todos, e Pai nico de Seus filhos, no Cu e nesta Terra.
180. DETURPAO DA DOUTRINA JUDAICA

1. Todos os presentes, mormente os trs romanos e os vrios fariseus,
esto sobremaneira admirados, pois alguns colegas de Dismas e Barnabs os haviam seguido. Esses opinam: maravilhoso ler-se o que ali consta. A antiga Unio com Abraham findou-se e ficou sem efeito. Todos ns sabemos ter terminado a funo da Arca da Unio, h trinta anos, somente Simon e Zacharias conheciam seu poder sobrenatural. Mas a vara de Aaron no mais verdejava, e os sete pes da preposio foram carcomidos pelas traas. Existiam as tbuas de pedra. As letras se apagavam cada vez mais e foi preciso restituir-se a Arca com a mesma madeira, excluindo o ouro e os grandes querubins. Tudo foi recomposto na antiga forma, e no centro fez-se um dispositivo que permitia a colocao de carves em brasa, nos quais se deitavam incenso e resina aromtica, imitando a coluna do Santssimo. 2. O ento sumo-sacerdote julgava ter a nova Arca de Unio a mesma funo da primeira, construda aps a priso babilnica. Mas enganou-se. Por isto, os posteriores sacerdotes no se negavam a demonstr-la a romanos e gregos, mediante pagamento. 3. Fariseus e escribas, de h muito, se convenceram do fim da antiga Unio. Preciso manter-se o povo na velha crena, especialmente no havendo outra melhor, e alm disto deve-se conservar a renda do Templo e de seus servos. Esse o motivo principal por que o Senhor e Mestre, que por ns reconhecido como nico Autor da Unio Eterna e Nova, to perseguido e odiado pelos templrios. Bem sabem ser Sua Doutrina plena de Fora Divina, mas no ignoram seu extermnio, to logo a considerem e permitam sua divulgao entre o povo. Ns, ainda em ligao direta com o Templo, nada podemos fazer, pois temos que esperar cheios de f, o que o Senhor de Cus e Terra venha a determinar. Entregamos nosso destino em Suas Mos, continuando com Ele, com todo amor. 4. Diz o delegado: Fao parte dos que viram a nova Arca de Unio no Templo e me convenci no haver verdade na religio judaica, assim como no existe algo real no politesmo. Este, ao menos, mais engenhoso nas feitiarias para enganar a massa. Se os judeus perceberem a fraude com a coluna de fogo no Santssimo, os templrios faro bem em fugir. Em seguida ele se vira para Mim: Senhor e Mestre, fala se disse a verdade.
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5. Retruco: Inteiramente. No h fraude que se mantenha por muito tempo, assim como a noite tem que desaparecer quando surge o Sol. Podes estar certo que o Templo, seus servos e a prpria cidade de Jerusalm, dentro de pouco tempo desaparecero. No ficar uma pedra sobre outra. Podem os judeus pedir, apenas, que sua fuga no se d em pleno inverno ou em um sbado; pois ento haveriam de sofrer muito mais que em outra estao ou em dia comum. Quando termino de falar, apagamse as letras acima e abaixo do Sol, e as neblinas no Vale do Jordo se dissipam pelos raios que se irradiam nas zonas da Terra Prometida. 6. Diz o delegado: pena, no terem os habitantes de Jerusalm visto a escrita, pois ter-lhes-ia despertado a ateno. Respondo: Justamente para impedir que a vissem, fiz que as neblinas encobrissem aquelas zonas. Quem se alegra com as trevas, deve receber a paga das mesmas. 7. Neste momento, vimos uma gazela perseguida por um chacal. No demora ele alcan-la e a uns cinqenta passos se entrega ao repasto predileto. Em seguida, caminha lentamente para o sul, na expectativa de outra presa. Nisto, sobrevoa o local um enorme condor. Ao avistar o chacal, precipita-se l de cima, agarra-o, no obstante a reao do animal, e o carrega a considervel altura. De l o solta em terreno pedregoso. O chacal morre instantaneamente, o condor desce a pique e novamente levanta vo com o cadver para, em local pacfico, saciar-se do chacal e da gazela. Passada essa cena, o delegado diz: Esse mtodo de destruio recproca entre animais, e as molstias graves dos homens, sempre me pareceram de aspecto cruel. Certamente sabers o motivo disso tudo. De nossa parte, no conseguimos ter noo clara a respeito. 8. Digo Eu: Aps o desjejum haver oportunidade de entrarmos em detalhes. Agora vamos dirigir nosso olhar para Moyss e o arcanjo Miguel, que lutou pelo corpo dele. No mesmo instante, ambos se apresentam e louvam o Meu Nome. Em seguida desaparecem, e voltamos cidade onde o desjejum nos espera.
181. DESTRUIO DOS DOLOS

1. Chegando ao refeitrio, tomamos o desjejum e continuamos sentados mesa, pois Eu no queria aparecer em pblico, sem necessidade, em virtude dos pagos ainda aferrados idolatria. Nisto se apresenta o filho do hospedeiro e Me conta ter sua progenitora abarrotado o dormitrio com dolos e no prprio salo havia uma figura de Apollo, aos quais deseja pr trmino. Pois, diz ele, desde que Te conhecemos, essas figuras no servem para nossa casa. 2. Digo Eu: Caro filho, tens bons sentimentos. Mas se tu mesmo deres cabo delas, fars muitos inimigos entre vizinhos. Vou te ajudar e podes ver se ainda encontras alguma figura. 3. O moo se dirige incontinenti ao ponto onde costumava encontrar-se a imagem de Apollo, sem achar um simples vestgio, o mesmo se dando no dormitrio de sua progenitora. Dirigindo-se cozinha, ele relata o milagre, ao que ela responde: Meu filho, que diro os vizinhos, quando no mais encontrarem um dolo em nossa casa? 4. Responde ele: Deixa por minha conta, pois contarei que o Senhor e Mestre, Autor de grandes milagres, lhes deu sumio com um s pensamento. Alm disto, temos a nosso favor a pessoa do delegado, e os vizinhos se contero em fazer crtica. Aps essa combinao, me e filho Me agradecem pela libertao de algo em que nunca haviam acreditado. 5. Respondo: Vai ao teu dormitrio, que encontrars algo diferente no lugar dos dolos antigos. Quando ela chega ao quarto, descobre um ba de cedro, munido de fechadura e trinco. Ao abri-lo, v que est cheio de moedas de prata. Naturalmente volta para contar ao marido a sua descoberta. 6. Ele, ento, diz: Realmente, aquilo tem muito valor para nosso uso caseiro. O maior de todos somente a palavra recebida do Senhor e Mestre. Vamos procur-Lo, a fim de nos suprir de moedas espirituais que havemos de precisar na outra vida. Entrementes, o delegado Me aborda com o seguinte pedido: Mestre de Eternidades, prometeste responder a
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duas perguntas; uma, ontem noite, e a segunda por ocasio da voracidade dos animais, no Monte Nebo. Queira ter a bondade de elucidar-me.
182. MOTIVO DAS ENFERMIDADES

1. Digo Eu: Quanto questo de ontem, referente s molstias perniciosas e s vezes prolongadas antes da morte, incluindo a morte prematura de crianas, trata-se apenas de permisso, para melhoria das criaturas, e no de determinao surgida de Minha Onipotncia. 2. As criaturas primitivas, que permaneciam na ordem e simplicidade demonstradas por Meu Esprito, nada sabiam de enfermidades. Atingiam idade avanada sem adoecerem, e no final adormeciam, a alma no sentindo dores, nem pavor da morte. 3. Sua alimentao era sempre a mesma, principalmente tomavam leite, po e frutos maduros. Para matar a sede bebiam gua da fonte. Por este motivo eram os nervos alimentados pelas mesmas substncias psquicas, boas e inofensivas, impossibilitando o ingresso no fsico, de qualidades impuras e nocivas. Isto garantia sade boa e forte, tanto espiritual quanto fisicamente. 4. Comparai aquele alimento com os milhares de guloseimas com que se enchem o estmago de hoje, tornando-se evidente a quantidade de substncias impuras e prejudiciais a se apossarem do corpo, comeando a atorment-lo. D-se uma constante luta de elementos, que o fsico consegue acalmar por certo tempo, pelo recurso de ervas e razes. 5. Tal estado saudvel no duradouro, mormente em pessoas idosas, a no ser que voltassem por muito tempo, ao alimento mui simples, e que geralmente no se d. A maioria, sentindo o fsico mais aliviado por remdios de boa escolha, em breve sente apetite das antigas guloseimas, adoecendo mais que anteriormente, tendo morte dolorosa. 6. Por este motivo, Moyss prescreveu o cardpio aos israelitas libertados da escravido do Egito. Quem seguia tais diretrizes, continuava
forte e saudvel at a velhice. A maior parte, dentro em breve comeou a sentir vontade e apetite dos pratos de carne, e a conseqncia foi que adoeciam, finalizando seus dias atormentados por vrias molstias. 7. Fato mais doloroso se apresenta em crianas. Primeiro, os pais pecaram a torto e a direito, acumulando substncias psquicas, ms e perniciosas, de sorte que o pecado se transmitiu prole. Como poderia ser sadia? Segundo, a genitora durante a gestao, mui vida de guloseimas, e os parentes entendem satisfazer-lhe tais desejos. 8. Nesta ocasio, a criana leva o segundo golpe em sua sade. No basta nascer enferma, pois prontamente alimentada com leite fraco. Se com ajuda de vrios remdios consegue salvar-se, recebe o terceiro golpe. Como todos sabem, ela cresce com muita graa e despertando amor dos que a rodeiam. No demora ser ela mimada e cumulada de petiscos, pois os pais no conseguem negar-lhe o que quer que seja. Qual o efeito disto? Estmago e intestinos so de tal forma enfraquecidos, que em breve produzem molstia sria, provocando a morte. 9. Algumas morrem no ventre materno. Nmero maior, logo aps o nascimento, entre dois e trs anos, e a maior parte de quatro a doze anos. As que ultrapassam essa idade, tm que ter pais prudentes, levarem vida casta e diettica, no se aborrecerem, nem se irritarem. Em tal situao poderiam atingir sade prestvel at os oitenta anos. Nessa altura a idade j molstia, em si, herana maternal e de pecados na juventude. 10. Dessa demonstrao percebes no ser Eu o Causador dos males fsicos, mas as prprias criaturas, desde que comearam a abandonar, volvel e voluntariamente, Leis e Regras dadas por Mim, seguindo a sua mente e vontade que atravs de maus espritos no ar, na terra e na gua, tornaram-se cada vez mais obscuras e perturbadas. 11. Os idosos sabiam no ser a noite ao ar livre, amiga dos homens; todavia resolviam seus negcios durante a noite. Tais excessivas especulaes se assemelham ao roubo e assassinato, geralmente efetuados durante a noite. 12. o planeta bastante grande para alimentar mil vezes mais criaturas do que vivem atualmente. Ganncia, avareza e especulao demar-
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caram as fronteiras, e os ricos, avarentos e importantes se apossaram dos territrios maiores e melhores, perseguindo quem se opusesse. Assim acontece que alguns possuem cem mil vezes maior terreno do que necessitam para suas famlias. 13. Em compensao, milhares se viram forados a procurar alimento pssimo beira-mar. Assim inventou-se a navegao que levava os homens caa de tesouros e riquezas martimas. Deste modo, grandes povos vivem dos produtos martimos, o que no se dava com os primeiros habitantes da Terra. 14. Se assim , como pode um homem inteligente supor que as criaturas, que se desviaram da ordem anterior, pudessem estar com sade, como eram as que nunca desobedeceram desde a concepo? A molstia que precede a morte no s a conseqncia do abandono quase total da ordem estabelecida, mas ao mesmo tempo, um guia de almas ainda sadias. Pouco a pouco a alma se retrai de sua carne prejudicada, desvia-se das algemas de substncias nocivas, e caso comecem e martirizla em demasia, ela se afasta em tempo do corpo, com ajuda do seu esprito no alm. Nunca mais ter o desejo de voltar a um corpo, a no ser que se tenha desligada inteiramente maldosa e procure vingana fsica, pela obsesso de uma encarnada, a qual martiriza de modo inclemente, fato j observado por muitos. Acabo de responder tua pergunta de ontem, por isto vamos analisar o caso dos animais.
183. A LUTA EM A NATUREZA

1. (O Senhor): Podes caminhar por todas as zonas da Terra, que hs de encontrar, aparentemente, apenas adversidades entre irracionais. Observa o Sol, sem dvida o maior benfeitor do planeta e das criaturas. Atravs de sua luz e calor tudo comea a se vivificar e germinar, novamente. A flora surge do solo, traz frutos dentro da ordem de sua espcie, e as rvores se tornam suculentas, criam brotos, folhas, flores, s quais
seguem o fruto. 2. Inmeros insetos deitaram seus ovos, a luz e o calor do Sol os chocam, para depois encherem o ar com milhes de pequeninos seres. O mesmo se d com aves, peixes e outros animais, despertando alegria entre os homens. , como j disse, o Sol o maior benfeitor da Terra e suas criaturas, mas igualmente o maior inimigo. 3. Depois de ter despertado todo ser vivo no solo terrqueo, ele aumenta em luz e calor de forma tal, a matar no vero tudo o que criou no inverno e primavera. Essa zona um exemplo disso: Na segunda parte do inverno at a primeira da primavera, tudo verdeja, dando aspecto de um paraso. E agora? Nem bem na segunda parte do outono, tornou-se ela uma estepe na qual nem se v algo verde. Tudo secou e morreu. 4. Se fores frica ou parte sul da Arbia, viajars por muitos dias sem encontrar algo vivo. O calor do Sol mata tudo o que no inverno produziu. As zonas moderadas passam melhor. Em compensao, a poca do inverno dura muito mais que aqui, flora e fauna no progridem to fartamente como nos territrios quentes. 5. At mesmo o mar, que se acha nos trpicos, pouco habitado quando o Sol desenvolve sua maior fora. Peixes e outros martimos fogem para norte ou sul, de acordo como o Sol desenvolve seu maior calor. Na mesma relao do Sol para a Terra, acham-se todas as criaturas entre si. Isso j se d entre os elementos. Porventura no a gua a maior benfeitora, depois do Sol? No desejo de todo lavrador que uma chuva benfica venha a regar campos e hortas? E quando vem, como se regozija a prpria natureza! 6. Admitamos grandes enxurradas, em vez de chuva confortadora, que ningum elogiar sua utilidade. Destroem tudo, deixando terrenos desertos dos quais o homem nem aps sculos consegue extrair algum proveito. 7. Do mesmo modo so os ventos importantes benfeitores para o solo e a sade de todos os seres. Quando desvirtuam em tempestades e furaces produzem apenas prejuzos, quer dizer, do ponto de vista humano, incapaz de apreciar sua utilidade fenomenal.
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8. Fato semelhante ocorre na flora, que contm plantas boas e venenosas, chamadas de joio. Algum possuindo campo limpo para semeadura de trigo e cevada, ambos ho de germinar satisfatoriamente. Vindo um inimigo que semeasse noite quantidade de sementes nocivas, o joio surgiria entre as sementes boas, podendo abaf-las. Existem certas qualidades de plantas que impedem o surgir de outras, quando se tiverem apossado de um terreno. 9. O mesmo se d no campo animal. Um serve de alimento para o outro, e o homem, de espcie animal, o maior animal feroz. Uma gazela, cabra etc., fogem ao verem lobo, urso, leo, tigre etc. O homem, munido de armas potentes, lhes faz caa para se apossar de sua pele e saborear sua carne.
184. FINALIDADE DA LUTA EM A NATUREZA

1. (O Senhor): Desejas saber por que permito tais adversidades em um planeta como a Terra. E Eu te respondo existirem inmeros, muito maiores que o nosso, nos quais pouca ou nenhuma adversidade haverias de encontrar. 2. Por que justamente neste planeta? Por serem seus habitantes, psquica e espiritualmente, de tal forma constitudos a se tornarem filhos de Deus, podendo ento fazer o mesmo que Eu, razo porque j fora dito aos amigos, atravs da boca dos profetas: Sois Meus filhos, portanto deuses, como Eu, vosso Pai, sou Deus. 3. Para que isso seja possvel, a alma tem que ser concatenada de inmeras partculas psquicas do reino animal desta Terra, aps longos perodos, ocorrncia que os antigos sbios denominavam de transmigrao de almas (metempsicose). 4. Se bem que as formas materiais dos seres se devorem reciprocamente, muitas almas so libertas e as afins se unem para um grau mais elevado, ingressando em nova forma at chegarem ao homem.
5. O que sucede com a alma, corresponde a seu esprito no alm, propriamente o gerador, guia, escultor e conservador da psique at atingir a forma humana, cuja alma ingressa ento em sua plena esfera de liberdade, podendo desenvolver-se em sentido moral. 6. Quando a alma se tiver elevado a certo grau de perfeio espiritual, a sua centelha de luz e amor a ela se une, dando-se a paulatina semelhana com Deus. To logo se desprender do corpo, ela um ser perfeitamente semelhante a Deus, podendo projetar tudo, de si mesma, e igualmente manter sua projeo. 7. O que acabo de te revelar, acontece somente nesta Terra, de modo to complexo, e isto pela seguinte razo: Esta Terra corresponde ao Meu Corao. Eu tendo apenas um s Corao, s pode haver um corpo csmico que corresponda inteiramente a ele, isto , ao seu Ponto Central de Vida. 8. Naturalmente no o entendes na ntegra, e se Eu quisesse expliclo ao teu intelecto, levaramos mais de cem anos at que comeasses a perceber algo melhor a Minha Sabedoria interna. Basta te unires ao Meu Esprito em tua alma, e assimilars em um momento, muito mais do que pelo caminho da pesquisa cansativa, em mil anos. Eu aqui Me encontrando e tudo Me sendo possvel, demonstrar-te-ei o resultado psquico da caa por ti observada.
185. EXEMPLO DE UNIFICAO ANIMAL

1. (O Senhor): Viste como no final, o condor se apoderou do chacal que havia ingerido a gazela, levou-o a considervel altura de onde o deixou cair em solo pedregoso, ocasio em que esse animal feroz encontrou a morte. Em seguida, a ave de rapina levou sua presa em direo ao sul, onde existia seu ninho. Novamente a deixou cair porque no suportava mais o peso. 2. A presa bateu em uma rocha, para depois cair num desfiladeiro,
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no qual pastores rabes pastavam suas manadas. No demorou perceberem o condor, inimigo das ovelhas, descer para buscar sua presa. Imediatamente atiraram suas flechas, sendo ele atingido por trs pastores e apanhado como trofu vitorioso. O coitado do chacal est entre as rochas, at que outras aves de rapina o consumiro. 3. Agora observa diante da porta uma figura infantil, espera de acolhimento em um ventre materno. Atrs dessa apario psquica vs uma figura luminosa. Trata-se de seu esprito, incumbido da encarnao, em ocasio oportuna, dessa alma ainda animalesca. Viste como dos trs degraus anmicos, perfeitos, se bem que com milhares de preparativos, surgiu uma alma humana. 4. Ser de sexo masculino, do qual se formar homem perfeito, caso for bem educado. A sutileza da gazela reger o seu corao, a astcia do chacal, a razo, e a fora do condor, sua coragem e vontade. A tendncia predominante ser blica que poder ser moderada pelo sentimento e a prudncia, e deste modo ser til seja qual for sua posio. Tornando-se guerreiro, ter sorte em virtude de sua coragem, entretanto ser presa de outras armas. 5. A fim de que possas observar a criana desde o nascimento, teu vizinho ser seu pai, no ano vindouro. Agora sabes de fatos que at hoje no demonstrei a quem quer que fosse. Vamos nos fortalecer com algum po e vinho, aps palestra to prolongada.
186. APARENTE PRIVILGIO DOS PAGOS

1. Enquanto nos saciamos, os fariseus aparteiam: Agora cremos indubitavelmente seres o Senhor e Verdadeiro Christo, pois tais segredos profundos da natureza s podem ser de Teu Conhecimento. Ao que alguns discpulos acrescentam: Senhor e Mestre, demonstraste-nos coisa semelhante, sem todavia apontares as mincias, e torna-se estranho teu pronunciamento mais preciso entre pagos.
2. Digo Eu: Porventura sois ainda to mopes a ponto de no compreenderdes o motivo? Nunca vos aprofundastes a respeito dos fenmenos e no vos despertava o menor interesse, se um lobo estraalhava um carneiro, ou no final, um arete abatia um lobo. Se bem que fostes seguidores zelosos da Lei moisaica, nunca vos preocuparam as leis da natureza, por isto tratei de vos orientar naquilo que vos levaria ao justo conhecimento. O resto, pouco a pouco ireis aprender Comigo. 3. No incio, alguns entre vs tiveram dificuldades de Me tomar por algo mais que profeta. Tal assunto se tendo tornado compreensvel, conquanto no de modo igual para todos, ser Eu o verdadeiro Messias chegou o momento de vos revelar certos fatos do campo da natureza. Em sua profundeza, o entendimento se far somente quando fordes penetrados pelo Meu Esprito. 4. Ento concluireis, igualmente, ser impossvel fazer-se meno de tais explicaes nesta poca ignorante, mormente entre judeus, inteiramente obtusos no que diz respeito ao sentido do primeiro Livro de Moyss. Por isto, tambm tereis feito o bastante pelo despertar da f em Mim, entre vossos irmos. O necessrio lhes ser dado pelo Meu Esprito. 5. Os romanos tm conhecimentos da natureza por terem feito experincias e observaes. Por isto, devem receber explicaes acerca dos fenmenos psquicos da natureza, que entendem mais facilmente que vs. Alis, acrescento que a Luz principal ser tirada dos judeus teimosos e passada aos pagos, em abundncia. 6. Retruca um adepto de Joo: Tuas Palavras nos entristecem, Senhor e Mestre; somos o povo escolhido por Deus, e Tu Mesmo tens Tua Origem no mesmo. Agora sero os pagos favorecidos, e ns, de certo modo dispersados entre os povos da Terra, sem pas e morada, sem falarse dos descendentes do Rei David.
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187. O AMOR DE JESUS PARA COM O POVO JUDAICO

1. Digo Eu: Meu amigo, falas e julgas qual cego. Os judeus foram o povo escolhido por Deus, acaso se portaram de modo tal a continuarem no que foram destinados desde Abraham? Externamente cumpriam a Lei e louvavam Deus com os lbios, mas seus coraes permaneciam obtusos e afastados de Jehovah. Inmeras vezes foram advertidos, pelos profetas e outros sbios, de como se deviam portar perante Deus. Porventura cumpriram Seus Mandamentos? 2. Viviam em constantes arengas, guerreando-se em virtude de posses terrenas. Uma vez os castiguei com a priso babilnica, isto , pela espada do rei pago, Nabucodonozor. Deixei-os sofrer vexames e misrias durante quarenta anos, todavia no os desprovi de profetas e doutrinadores. 3. Comeando a se regenerar, permiti sua volta ao pas, podendo reconstruir Jerusalm e o Templo, com que tornaram a ser povo considerado. Pouco a pouco esqueceram-se de Mim, no davam ouvidos aos profetas, mas os perseguiram e alguns foram apedrejados. 4. Desconsiderando todas as Minhas Advertncias, insuflei os romanos que invadiram no somente a Terra Prometida, mas grande parte da sia e instituram tetrarcas sobre judeus e outros povos, sem lhes tirarem a Escritura Sagrada e o culto religioso. 5. Agora vim Eu Mesmo, visitei por diversas vezes a cidade de Jerusalm, doutrinei no Templo querendo recolher o povo sob as asas de Meu Amor, Poder e Sabedoria, como faz a ave com seus filhinhos. Qual foi o resultado de Minha Apario, Doutrina e Milagres? O dio cresce dia a dia, sou perseguido em todas direes e at mesmo ameaado de morte, fato que lhes ser permitido dentro em breve para que se cumpra o julgamento anunciado na Escritura. 6. Deixar de existir a antiga Unio, como foi predito por Daniel, e uma nova ser firmada. Nela participaro todos os pagos como herdeiros e possuidores do Reino de Deus. Pouco tempo aps Minha Passagem, eles a conquistaro de novo, destruindo-a de tal modo que das
muitas cidades, inclusive Jerusalm, no ficar uma pedra sobre a outra, tampouco se poder localiz-las. 7. Se afirmei que a Luz ser tirada dos judeus e entregue aos pagos, acaso serei injusto? Procura converter os judeus para que creiam em Mim, que sustarei o ltimo julgamento e renovarei a antiga Unio para mantla at o fim dos tempos. Mas tem cuidado com tal empresa. Passars muito pior que teu doutrinador Joo, que no deserto recomendava as obras de penitncia para o perdo dos pecados, sendo por Herodes atirado ao crcere, onde foi decapitado pela exigncia de Herodades. 8. Seriam os judeus de Jerusalm, amigos de Deus, quando pretendem aprisionar e matar seu Senhor e Pai, em Mim? Conviria deixar-se existir tal povo? Isto no possvel em virtude dos inmeros escolhidos, razo porque encurtarei a poca at o extermnio de Jerusalm e seu povo, atraindo sobre eles, o julgamento.
188. DIRETRIZES COM RELAO AOS FALSOS PROFETAS E AOS MILAGRES

1. (O Senhor): Haver muitos judeus crentes em Mim, alis j existem vrios. Mas no levar tempo, que se levantar grande nmero e cada indivduo escrever e pregar outro Evangelho, como j acontece em muitos lugarejos, fazendo surgirem falsos Christos. Tais falsos divulgadores do Meu Verbo diro aos adeptos: Vede aqui o verdadeiro Christo, pois sou testemunha ocular! Outro afirmar o mesmo. 2. Provocaro igualmente grande confuso entre os pagos, pelo fato de encontrarem maior crdito como judeus do que certos pagos por Mim inspirados. Alm disto, produziro falsos milagres, seduzindo a muitos na aceitao dos falsos Christos. Previno-vos disto para no acreditardes neles, mas devem ser desmascarados perante o povo. Pun os falsos profetas e detende-os na divulgao da Minha Doutrina. Se nessa tarefa fordes indolentes, sereis semelhantes ao sal que se deteriorou tornan-
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do-se imprestvel. Como, pois, temperar-se os alimentos? Por isto, ensinai, antes de tudo, a precauo contra os falsos profetas e seus falsos milagres. 3. Vs mesmos, evitai a discordncia pela palavra ou ao, mas passai a Doutrina na Verdade plena e simples, conforme a recebestes de Mim. Surgindo divergncia entre vs, deitareis a semente desastrosa da contenda em Minha Doutrina, no podendo aguardar louvores e prmios de Minha parte. Sereis classificados de Meus discpulos pelo amor recproco, como tambm Eu vos amei, jamais caindo em discusso e discordncia. Isso acontecer em breve entre os falsos profetas, pois um Christo desafiar outro e at mesmo o perseguir com maldies e condenaes, cujo resultado seria idntico, no que diz respeito Minha Doutrina, destruio de Jerusalm e outras cidades. 4. Saberei manter a Minha Doutrina inteiramente pura at o fim dos tempos. Mas ai dos anticristos! No levaro os seus abusos alm do tempo que os judeus, desde Moyss, praticaram contra Mim. Sero por Mim castigados por um julgamento mundial, pior que o de No, Sodoma e Gomorra. Entre os Meus ficarei at o fim dos tempos, visitando-os sem distino, como Seu Professor em todos os assuntos. Virei qual raio a iluminar do Levante ao Poente, esclarecendo tudo que era escuro e trevoso sobre e Terra. 5. A forte Luz desse raio dizimar os adversrios, assim como a do corisco mata caranguejos ao serem atingidos por ele. Refiro-Me queles que temem o progresso espiritual, sentindo saudades da matria como os israelitas das caarolas cheias de carne do Egito atrasado. O caranguejo, comum naquele pas, procura geralmente seu alimento no lodo. Se de tempos em tempos surge luz, no demora a fazer um movimento retrgrado para o lodo. 6. Porventura no se semelham os judeus de hoje aos israelitas libertos por Moyss no Egito que, em vez de se movimentarem em direo Terra Prometida, somente almejavam as panelas de carne e injuriavam o profeta que de l os havia afastado? No so semelhantes aos crustceos abjetos a no suportarem a luz do raio e, para saciarem sua voracidade, se movimentam para trs em vez de para frente?
7. Por isto determinei seu completo extermnio, atravs do julgamento do fogo e da Luz de Meu Raio. Ento se cumprir o que afirmei em outra ocasio, quando falei que no final faria purificar a Terra atravs do fogo. Julgo ter demonstrado a fundo, porque a Luz ser tirada dos judeus e entregue aos pagos. 8. Conquanto os judeus continuaro a viver entre pagos de todos os povos, esperando pelo Messias que no vir, sero idnticos aos ces e sunos que voltam ao vmito e ao charco. A trplice coberta diante da face de Moyss continuar vedando os seus olhos, porque no suportam a Luz clara dos Cus e por tal razo no compreendem e assimilam o sentido das Escrituras. Ests satisfeito com Minha extensa Explicao? 9. Responde o adepto de Joo: Tenho que estar satisfeito, Senhor e Mestre, pois sinto claramente no haver outra modalidade. Por que abusaram os homens de seu livre arbtrio, deixando-se conduzir pela insuflao do diabo, em vez de seguir o Teu Conselho para se elevarem em plena liberdade na conquista do Reino do Cu? Ainda assim, espero tenhas muitos recursos ao Teu dispor, pois no criaste os homens para se manterem eternamente semelhantes aos crustceos. 10. Digo Eu: Acha-se oculto nos Desgnios de Meu Amor e Minha Sabedoria o que est reservado para eras futuras. Contudo, levar tempo at que o ltimo Sol se tenha extinto. O apagar de muitas estrelas ser visto pelos homens dando lugar a outras, entretanto os crustceos pouco tero perdido de sua forma abjeta. Para Mim, mil anos so idnticos a um momento. O que no consegue uma era longnqua, talvez seja possvel prxima ou milsima. 11. Quem quiser ajuda, receb-la- dentro em breve. Preferindo continuar em sua teimosia, que o faa, ainda que durante milnios. Inclusive a matria telrica, bem como a dos inmeros corpos csmicos, necessitam de alimentao conservadora, e levar muito tempo at que um tomo interno consiga subir superfcie. 12. Por certo no compreenders o que quero dizer com o seguinte: O Filho perdido j se acha a caminho de volta, mas levar tempo quase infinito at que o faa integralmente. Em proporo diminuta, cada peca-
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dor se assemelha a um filho perdido, cuja volta despertar maior alegria do que a presena de noventa e nove justos, jamais necessitados de penitncia. 13. A Palavra que ora falo, serve no somente para esta Terra, mas tem relao para todo o Infinito. No se trata de palavras humanas, e sim, de Palavras Divinas que so ouvidas por mirades de anjos, a lev-las de um ponto a outro de Minhas Criaes infinitas. 14. Por ora no o entendes. Quando fores renascido em esprito, poders vislumbrar as infinitas profundezas de Minhas Misericrdias. Por enquanto satisfaze-te com o que acabas de ouvir; assuntos deste teor no mais sero ventilados por Mim, neste mundo. Guardai-o at o tempo de vossa iluminao interna, aps a qual podereis tambm falar aos compreensivos e inspirados, sobre tudo que vos disse. Diante dos incompreensivos, silenciai e no atireis Minhas Prolas aos sunos. 15. Os discpulos assim fizeram e, especialmente entre judeus, revelaram Meu Padecimento, Morte e Ressurreio, e que portanto fui o verdadeiro Messias. Sobre esses acontecimentos finais no concordaram inteiramente, o que se deduz dos relatos acerca de Minha Ressurreio. Mormente os de Magdalena, alguns acreditaram, enquanto outros tomaram a expresso das mulheres por fbula; at Eu Mesmo surgi e ainda assim tive dificuldades para convenc-los de ter ressuscitado. Apontei aos discpulos o perigo da controvrsia. Entre eles imperava o mesmo que entre outros: o esprito era submisso, a carne fraca.
189. A DIFICULDADE DO OFCIO DOUTRINRIO

1. Enquanto ainda nos encontramos mesa, Barnabs, o fariseu, aparteia: Senhor e Mestre, caso me achasses digno para disseminar a Tua Doutrina, no havia de omitir ou acrescentar uma palavra sequer. 2. Respondo: s judeu e atravs de considervel fortuna conseguiste chegar a ser fariseu, provando tua descendncia do tronco Levi. Todavia, foste educado entre gregos apossando-te de sua teimosia, e nesses
moldes no te dars bem com outro discpulo Meu. 3. Digo a todos: O verdadeiro disseminador de Minha Doutrina tem que ser igual a mdico muito experimentado, jeitoso e habilidoso. Suponhamos que um facultativo seja chamado a uma localidade, onde se encontram muitos enfermos acometidos de gota e outras molstias. Como j tivesse tido casos idnticos, os quais curara com vrios remdios, ele age da mesma maneira, admirando-se de no obter xito, e os enfermos perderam e confiana, procurando outro mdico. Chega, assim, outro especialista. Mais inteligente que o primeiro, ele se informa do sistema de vida, alimentao e quais as enfermidades tidas desde infncia etc. Em seguida, prescreve os remdios, individualmente, conseguindo curar a todos. 4. Sendo somente este o meio de se curar, caso no seja tarde demais, o mesmo ocorre a um verdadeiro mdico de almas, das quais uma de crena fcil, outra difcil, a seguinte orgulhosa, ainda outra avarenta e egosta etc. Caso forem procuradas por um mdico espiritual que, com energia, comece a pregar a Minha Doutrina, pouco resultado obter. 5. Quem no souber chorar com os tristes, rir com os alegres, ser rigoroso com os severos, no se prestar disseminao de Meu Reino sobre a Terra e se assemelhar ao lavrador de mos postas no arado, mas sempre dirigindo os olhares para trs a fim de observar a posio dos sulcos. Esquece-se do arado que, devido falta de ateno, desviou-se, sendo o homem obrigado a retir-lo at o ponto onde ainda se achava reto, para recomear sua tarefa. 6. Eis o que acontece aos divulgadores que pretendam ensinar a todos com um s sistema, sejam carter e qualidades quais forem. Alguns assimilaro qualquer coisa, porque o ensino prestou-se para suas faculdades. Outros, ignorantes e desajeitados, abandonaro o professor. 7. preciso considerar-se o temperamento dos que sero orientados de Minha Doutrina, do contrrio tereis pouco xito. O de f fcil, tudo acreditar, mormente se o ensino for positivado por qualquer milagre. Convm considerardes: Quem aceitar algo novo, com facilidade o abandonar, mormente havendo tentao para tanto. O trabalho com um incrdulo ser muito maior, mas, uma vez conquistado persistir em seu
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conceito. Aos de f fcil no deveis confiar, pois em outra ocasio nem a metade estar mantendo a Doutrina, enquanto outra parte voltar crena anterior, ou aderir a falsos profetas. 8. Por isto, sede unidos com referncia Minha Doutrina. Quanto divulgao, convm analisardes a mentalidade dos que necessitam dela, para depois preg-la segundo seu estado individual. Ento obtereis bons resultados, em toda parte. 9. Alm disto, considerai o provrbio romano pelo qual no se transformar um tronco podre em um deus, e que a pomba temerosa jamais chocou um condor de seus ovos. Como j disse por diversas vezes: Sede cautelosos como serpentes, mas cheios de mansido quais pombas. O ofcio doutrinrio um dos mais difceis e feliz quem souber exerc-lo proficuamente. 10. Diz Barnabs: Acabas de proferir a pura verdade, Senhor e Mestre; tambm fui professor e percebi a dificuldade de se tratar com pessoas de carter diverso. Aceito Teu Conselho e pratica-lo-ei. 11. Respondo: Assim fars. Todavia sers um dos primeiros a discordar com um de Meus apstolos, havendo separao por longo tempo. No te digo quando, onde e com quem isto acontecer. No momento te lembrars de Minhas Palavras. 12. Obsta ele: Sabendo isso antecipadamente, poderias impedir tal ocorrncia desagradvel. 13. Retruco: Em todo planeta sois vs, Meus discpulos, os homens mais livres, e de modo algum vos quero aplicar a algema mais sutil partindo de Minha Onipotncia. Se vos envio ao mundo, a fim de libertardes os homens de seu jugo da lei, em Meu Nome, como poderia enviar-vos como servos manietados? Se assim fizesse, a libertao e salvao seria precria; neste caso, ser-vos-ia aplicado um jugo novo e mais pesado que o anterior Minha Vinda. 14. Eu vos inspiro para apstolos e profetas da Unio nova, e no antiga, e assim sois os primeiros a serem libertados, a fim de que por vs a Minha Salvao se transfira a todos, de modo justo e na Ordem perfeita de Meu Amor Eterno, Sabedoria e Poder. Compreendeste? Barnabs o
confirma, junto dos outros. Acrescento: Ento ficai em Mim, que ficarei convosco at o Fim dos Tempos, despertando a cada um no seu dia final, em Meu Reino.
190. O SACERDOTE DE APOLLO PERGUNTA PELO SENHOR

1. Entrementes, um sacerdote de Apollo, em companhia de dois colegas, manda perguntar por um mensageiro se podia verificar o aspecto do Deus judaico. Informamos ser a hospedaria pblica, podendo ser freqentada por todos. Os representantes politestas no demoram a entrar no salo, onde o primeiro se dirige ao delegado, dizendo: Dize-me quem entre esses judeus, o Deus milagroso, para que lhe possa dar a honra devida. Como sacerdotes dos deuses egpcios, gregos e romanos, sabemos enaltecer os de outros povos, medida de seu mrito. 2. Com olhar indagador, o delegado se volta para Mim, ao que lhe dou a entender que oferea uma taa de vinho, com a afirmao tratar-se de gua da cisterna. Entendendo o Meu Gesto, o delegado diz ao sacerdote de aspecto algo imbecil: Sentai-vos a essa mesa e tomai uma taa de gua, a melhor da cidade. Embora no fosse amigo de gua, o sacerdote de Apollo prova a mesma e constata ser o melhor vinho de Chypre, somente oferecido nos banquetes do Imperador. Por isto pergunta porque o delegado lhe estava pregando essa pea. 3. Retruca o mesmo: Vai pessoalmente apanhar gua da cisterna e depois me conta se vinho. No hs de tomar o hospedeiro por to louco a ponto de fazer encher a cisterna com vrias centenas de odres de vinho carssimo. 4. O sacerdote se levanta e o hospedeiro o acompanha cisterna, dlhe o balde e diz: Colhe tu mesmo e depois, prova. Certificando-se inclusive os colegas, tratar-se de melhor vinho, os sacerdotes aconselham ao hospedeiro guard-lo em odres para poder vend-lo a bom preo. Responde ele: Para tanto no recebi licena de Quem transformou a
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gua em vinho, portanto tudo ficar no mesmo. 5. A isto, os sacerdotes no encontram argumentos, voltando ao refeitrio, onde o sacerdote de Apollo diz com nfase ao delegado: Tal nunca se deu entre os deuses, a comear de Jpiter at a mais simples ninfa fontana. J tratamos com centenas de magos, realmente extraordinrios. Nunca, algum teve idia de transformar gua em vinho. Por isto, peo-te me indicares a quem nessa ilustre assemblia devo externar a minha venerao e respeito. 6. Retruca o delegado, com Minha Aquiescncia: minha direita est o Senhor de toda Glria, Mestre de todos os mestres e Deus de todos os deuses. Diz ele: Neste caso, seria ele o destino at mesmo insondvel a todos os deuses, do qual dependem, assim como o Universo, inclusive a Terra. Segundo me parece, consta em um antigo livro egpcio, que tal divindade insondvel, havia de se revelar aos deuses e homens deste planeta. 7. Hoje cedo, ovacionei como sempre o deus Apollo, quando surgiu o Sol, entretanto muito me surpreendi ao ver aparecerem dois astros. O que me causou enorme estupefao foi a descoberta de palavras debaixo do segundo Sol, que infelizmente no pude interpretar por desconhecer o idioma hebraico. 8. No tive a menor dvida conter aquela escrita importncia excepcional. Quando me informei se algum outro havia percebido o fenmeno, alguns hspedes me disseram que ontem noite, o Deus judaico havia chegado com vrios servos. Se fores Tu o dito Personagem, perdoa eu Te render minha venerao e respeito como pago, e permite a construo de um templo no ponto mais elevado desta cidade, para poder adorar-Te com dignidade.
191. A VERDADEIRA ADORAO

1. Digo Eu: Deixa disto. Meu Templo est em toda parte, mormente no corao dos homens que acreditam em Mim, amam-Me aci-
ma de tudo e cumprem os Meus Mandamentos. Observa a Terra com tudo que comporta, e igualmente o Firmamento. Eis o Meu Templo, construdo por Mim Mesmo; por isto no necessito de outro, feito por mos humanas. Se acreditares ser Eu o Senhor, afasta-te dos dolos e templos feitos pelos homens. Se os construtores prometiam certas vantagens aos homens que lhes traziam oferendas, no tm tanto poder de fazer nascer a mais simples plantinha de musgo, qual seria o poder de seus deuses e templos? 2. Possuem os sacerdotes um poder maldoso, quer dizer, do embuste e insuflao da pior superstio, poder que deriva do chefe dos diabos, que por meios ocultos sabe obscurecer os coraes das criaturas, a fim de enriquecer e aumentar o seu reino. 3. Ai dos que sabem no haver verdade em seus ensinos, entretanto conduzem os homens s trevas, para trabalharem em benefcio deles e com suas oferendas lhes proporcionam vida descansada e confortvel. Digo-vos: Apiedar-Me-ei dos seduzidos, mas nunca dos sedutores. Sabem o que fazem, enquanto os outros o ignoram. 4. Tu mesmo nunca acreditastes em um dos deuses, todavia obrigastes aos homens a crerem em fbulas dos antigos. Se te quiseres salvar da perdio, vira as costas aos deuses e ensina os por ti trados, a respeito do Deus, nico e Verdadeiro, que deste modo poders participar de Meu Reino, que no deste mundo, mas do alm, do qual no tens conhecimento. 5. Responde o sacerdote pago: Senhor, Mestre e Deus, isto ser um trabalho penoso! Os homens esto demasiadamente compenetrados da realidade dos deuses. Se comearmos a ensinar o contrrio, seremos perseguidos e maltratados. 6. Digo Eu: Se crerdes em Mim, tal f vos dar a fora que vos auxiliar a realizar o impossvel. Obsta o sacerdote: Tivemos prova, nada ser impossvel Tua Onipotncia. Poderias, portanto, destruir nossos templos em um s momento. Assim no seremos responsveis perante o povo, podendo mais facilmente dirigir-nos a ele. H muitas testemunhas importantes que poderiam dar seu parecer a respeito. 7. Digo Eu: Isto seria possvel, entretanto melhor ensinardes pri-
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meiro o povo que por mos nos templos e nos bosques a nos circundarem, pois so apenas matagal sem vio. Opina ele: Mestre, Senhor e Deus... Interrompo: Se queres falar Comigo, trata-Me apenas Senhor e Mestre. Deus serei somente quando perceberes no ntimo, o Que seja a Divindade. Podes prosseguir. 8. Diz ele: Como surgiram todos os deuses? No me refiro aos pequenos e semi-deuses, tampouco s deusas. Mas deve haver algo atrs dos deuses principais, venerados at pelos antigos egpcios. Tu, certamente, sers a causa disto.
192. O SURGIR DO PAGANISMO

1. Digo Eu: Os primitivos habitantes do Egito, descendentes de No, foram os portadores do conhecimento do Deus nico e Verdadeiro, para aquele pas, ao Qual veneraram alm de setecentos anos, e ainda existe um templo esculpido em rocha de granito, por quatro faras. 2. No fundo do mesmo acha-se cinzelada a seguinte inscrio: Jabu sim bil, quer dizer, Eu fui, sou e serei. Deste modo e dentro de tal concepo veneravam os primitivos a Divindade, assim como Abraham o fez neste pas, e o Esprito de Deus estava com eles e ensinava-lhes coisas importantes. medida que se inteiravam das foras da natureza, entregavam-se a meditaes sobre a Natureza de Deus. 3. Cada fora descoberta por eles era representada como qualidade peculiar da Fora Original da Divindade. A fim de orientarem mais facilmente o povo, comearam a interpretar tais emanaes atravs de figuras correspondentes e que cada uma, projetada pelo Deus Uno e Verdadeiro, deveria ser igualmente venerada divinamente. 4. Construram escolas e designaram professores. L se ensinava o conhecimento da Divindade, de onde o ensino passava s emanaes isoladas, at que instituram escolas e educadores especiais para cada emanao. Tais emanaes tinham de ser estudadas por todos os alunos,
a fim de serem admitidos na escola principal, aps exames prestados. 5. Com o tempo, tais professores se tornaram sacerdotes, representantes das foras isoladas da Divindade, cabendo-lhes o maior conhecimento. Com o crescimento do povo, construram-se vrias escolas e templos, e os ltimos eram ornamentados com as figuras correspondentes. A descoberta de constantes projees de foras isoladas, incentivou a construo de escolas menores, cujos templos novamente eram enfeitados com estampas da Mesma Divindade. No final, simplificaram-se os ensinos, de sorte que bastava a venerao de uma s fora em qualquer templo, pois deste modo homenageavam a Divindade principal, segundo Suas Projees isoladas. 6. Com isto, o conhecimento original da Divindade Una e Verdadeira se manteve apenas entre os sacerdotes, cada vez mais preguiosos e dominadores. O povo era instigado apreciao e devoo das vrias emanaes isoladas, e somente poucos eram admitidos nos segredos mais profundos, em escolas superiores. 7. Deu-se tambm a afluncia de estrangeiros no Egito, a exigirem a iniciao da Verdade. Se bem que os sacerdotes os levassem de templos a templos, de escolas em escolas, ensinavam apenas a interpretao dos quadros correspondentes. Os estrangeiros compravam as estampas, com algumas orientaes, e na ptria tambm construam templos e escolas, moda egpcia. Assim surgiu o politesmo e a idolatria de estampas, e as criaturas eram levadas crena de terem feito tudo pela venerao de uma ou vrias, conforme eram expostas no templo, ofertando-lhes sacrifcios individuais. 8. A Prpria Divindade era venerada com temor e respeito, como o destino implacvel, e os gregos Lhe erigiram um templo especial sob a denominao: Ao Deus Desconhecido! Em tal templo no havia figura, apenas um crculo coberto com o vu de Isis, que ningum deveria levantar. Eis a explicao completa, a respeito dos inmeros quadros de dolos pagos.
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193. A ORIGEM DA VENERAO DE APOLLO

1. (O Senhor): Classificas-te de sacerdote de Apollo sem saberes qual a fora isolada que os egpcios representavam por essa figura, como Emanao de Deus. Entre os primitivos se manifestava a necessidade de uma diviso de tempo mais definida. Se bem que o dia se dividia pelo fato que o Sol atingia o znite, na metade do dia, a noite lhes impunha dificuldade. Certas constelaes serviam de ponto de partida, todavia percebiam que as estrelas no se apresentavam sempre de modo igual. Assim, a contagem da durao da noite era mais difcil que do dia. 2. Por isto construram colunas elevadas em vastas plancies e observaram a marcha da sombra, marcaram com pedras, Levante e Poente, e partindo desses dois pontos fizeram pequenas divises na linha da sombra, calculando o tempo que um homem necessitaria no decurso de determinado trecho, a passos moderados. 3. Tal trajeto era chamado de trilha e fazia mais ou menos a quarta parte de uma hora de hoje. O tempo da trilha era marcado com pequenas pedras, a de quatro trilhas, com maiores, a coluna principal formava o meio-dia, partindo da qual, vrias eram distribudas. Tais medidores de tempo nos campos eram denominados Sa-pollo, quer dizer, para o campo, a fim de determinar a contagem de tempo para pastores e lavradores. 4. Ornamentava-se tal coluna com uma estampa que segurava, em uma mo, o Sol formado de ao e que deveria ser batido com martelo preso a longa vara, por parte do fiscal, com pancadas correspondentes passagem da sombra do Levante ao Poente. Assim, todos os lavradores sabiam a hora precisa. 5. Subentende-se que posteriormente se tivesse variado a forma na coluna, a fim de exemplificar aos homens, o vo do tempo. Pouco a pouco no mais satisfazia tal instrumento que no permitia a contagem de tempo durante a noite, dedicando-se ateno mais intensiva s constelaes. Inventaram-se doze e se lhes deu o nome de zodaco, segundo os fenmenos surgidos de ms em ms, no qual apareciam trs denomina-
es humanas, os gmeos, o sagitrio e a virgem. 6. Quanto maior a ateno s constelaes, tanto mais precisa se apresentava a qualificao da noite, de sorte que construram em Diathira, um zodaco enorme de pedras esculpidas, ainda hoje existente e sendo obra artstica a despertar grande admirao de todos o astrnomos. 7. De Minha Explicao deduzirs como surgiu teu deus Apollo e porque posteriormente foi transformado em deus do Sol e de outras foras e cincias, convindo que na realidade nunca houve um deus Apollo. O tempo sendo igualmente aceito como uma tendncia principal da Fora Divina, o quadro foi admitido entre os doze deuses principais, apenas projees da Mesma. Deste ensinamento poders concluir como surgiram os outros deuses e dolos, sabendo de que modo ters de ensinar os pagos ignorantes, de sorte que desejem voltar a Mim, Entidade Original e Ser de todo ser e vida.
194. AMOR E PACINCIA NA DIVULGAO DA DOUTRINA

1. Retruca o sacerdote de Apollo: Senhor e Mestre, quo tolos foram os pagos. O assunto to claro que tenho impresso de ter vivido na era remota dos egpcios, mas tambm percebo o grande trabalho que surgir na inteno de elevar-se os gentios esfera da Luz da Verdade. 2. Confio em Tua Ajuda e talvez em tempos futuros poder se registrar um progresso. O melhor do politesmo que o Governo no impe coao podendo todo romano crer o que quiser, ou seguir os filsofos gregos e romanos. Basta o homem ser cidado fiel admitindo as leis de Estado, o resto no interessa ao Governo. Assim, julgo encontrar Tua Doutrina maior compreenso entre pagos que entre judeus. No entendem sua prpria religio nem conhecem as foras da natureza, e aquilo que assimilaram foi-lhes dado pelos pagos. Agradeo-Te, Senhor e Mestre, por Ensino to profundo. Interrompe o delegado: Tambm eu muito lucrei nesta ocasio e saberei o que fazer na converso dos pagos.
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3. Digo Eu: Tudo que fizerdes em Meu Nome, seja feito com muito amor e pacincia. De modo algum deveis pregar o Meu Evangelho, com a espada na mo. Opino haver muitos que ficaro satisfeitos em serem levados da treva profunda Luz clarssima da vida. 4. Vede o Meu Exemplo. Sempre Me mantive cheio de amor e pacincia entre vs, jamais pronunciei uma palavra spera, nem obriguei algum f em Mim, a no ser atravs de algumas provas milagrosas de Amor. Tais provas tambm sereis capazes de operar em Meu Nome. Mas neste caso, sede parcimoniosos, o mais possvel. 5. Os antigos sbios gregos, egpcios e romanos no faziam milagres, entretanto fizeram grande nmero de seguidores. melhor para todos, aceitarem a Minha Doutrina segundo a fora de Sua Verdade, de que mui rica, do que aceit-la somente aps ter sido coagido por vrios milagres. Digo-vos: A letra e todas as demais provas, no vivificam o esprito do homem, seno o Esprito da Verdade nas prprias palavras. 6. A Minha Doutrina consiste apenas no seguinte: Reconhecei e amai em Mim o Esprito de Deus, nico e Verdadeiro, e entre vs, amaivos da mesma forma que cada um se ama a si mesmo. Com esta ao sereis levados, pelo Meu Esprito, a toda Verdade e Sabedoria emanadas de Mim. 7. Fisicamente, deixarei este mundo dentro em breve, mas na Fora de Meu Esprito ficarei convosco at o Fim dos tempos. O que fordes pedir ao Pai, o Eterno Amor em Mim, em Meu Nome, ser-vos- dado. No peais por coisas materiais, pois sei o que necessitais fisicamente. Procurai antes de tudo, o Meu Reino, no amor para Comigo, e para com vosso prximo. Todo o resto ser-vos- dado por acrscimo.
195. ONIPRESENA E ONIPOTNCIA DO SENHOR. O PROCESSO DA VISO

1. Todos agradecem com efuso, e o delegado conjetura: Agora
reconheo plenamente seres realmente o Senhor e Criador do mundo material e espiritual. Teria vontade de perguntar-Te como podes agir a longa distncia, enquanto Te achas aqui Presente. 2. Respondo: Este Meu Corpo, igual ao vosso de carne e sangue, propriamente aquilo que se chama de Filho de Deus, acha-se no momento apenas em vosso meio. A Fora do Esprito de Deus que Se projeta de Mim, preenche todo o Universo e age segundo a Minha Vontade Bsica, justamente no momento em que pronuncio que assim seja!, no audivelmente, mas no Meu ntimo. Tudo que vs, nada mais que a Minha Vontade firme e imutvel. 3. Essa qualidade, de que o teu pai te deu informao precisa, inerente a todos os espritos puros, especialmente aos Meus anjos, sempre a postos para Me servirem, num grau mais perfeito que os espritos menos aperfeioados. 4. Como o mundo ainda prende a tua alma, no podes entender e compreend-lo. Quando ela se libertar atravs de Meu Esprito, o mundo visvel desaparecer, quer dizer, poders v-lo quando quiseres, mas sua matria resistente e seus elementos no mais te podero impor barreira. Do teu prprio ntimo criars um mundo to perfeito e estvel enquanto a tua vontade o quiser fixar. 5. Vou dar-te pequeno exemplo que servir de maior entendimento dentro de justa observao. Tens durante a noite um sonho muito ntido e ests consciente seres tu mesmo a sonhar. Nunca tiveste um sonho em que no terias visto paisagem, recinto e pessoas, com as quais muitas vezes palestravas, segundo teu conhecimento e modo de pensar. Onde estavam paisagem, pessoas etc., seno dentro de ti? 6. Quando tua alma, durante o sono fsico, se sente livre dos laos materiais, no pode deixar de ver o que existe dentro de si, igualmente fora de si mesma. Seja o que for, tal viso pura realidade, onde a alma se acha to vontade como acordada dentro de casa. 7. O fato de poder entrar em contato com vivos e igualmente desencarnados, se baseia no seguinte: Toda alma contm o reflexo de todas as pessoas que viveram, vivem e ainda vivero na Terra, inclusive o
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mundo total dos espritos, em miniatura, assim como um espelho recebe os quadros externos sem que sejam realidades. O espelho no deixa de ser comparao mui fraca por ser morto, podendo apenas representar as formas mortas dos objetos. 8. A alma um espelho vivo. Por isto pode vivificar os quadros ligados a ela e trat-los com se fossem reais, com a enorme vantagem de poder entrar em contato verdadeiro com eles, com um mnimo esforo. Enquanto ela viver na Terra, tal capacidade imperfeita, no sabendo o aproveitamento disso. Quando se tiver desprendido inteiramente, perceber mais nitidamente como aproveitar esse dom. 9. Nesse ponto assemelha-se a um jovem herdeiro que recebeu de seu pai muitos bens, e no comeo no sabe que aspecto tm e para que servem. Com o tempo se identificar com eles e chegar a aproveit-los. O mesmo suceder com toda alma mais ou menos perfeita, cada vez mais consciente daquilo em que ela se baseia, e aplicando os seus dons. 10. Atravs de teus olhos vs as zonas, as criaturas, os objetos etc., como se estivessem fora de ti. Eu, todavia, afirmo que vs tudo isto dentro de ti. Tua alma tem apenas relao com os reflexos das realidades externas, e no com elas mesmas. Somente teus sentidos entram em contato com as realidades. 11. Vs uma cordilheira distncia; todavia no vs a prpria cordilheira, mas apenas seu reflexo atravs da viso ocular, de tal forma a poder receber objetos grandes, em proporo menor, transmitindo-os imediatamente viso da alma, por uma organizao fsica mui artstica. 12. O corpo por si s, nada v, e se assim no fosse, o olho no necessitaria de organizao to fantstica, que apenas existe para a alma. Se visses as realidades como so por Mim projetadas, em seu tamanho verdadeiro, no terminarias o estudo com uma pedra de tamanho regular, durante um milnio. Em sua superfcie havias de vislumbrar milagres to extraordinrios, que nem aps muitos anos te poderias dela separar. 13. No futuro, os homens ho de descobrir uma espcie de lentes pelas quais podero perceber as mnimas coisas em proporo mui dilatada, extasiando-se sobre o Meu Poder e Sabedoria; todavia no conse-
guiro ver um objeto por menor que seja, no tamanho em que por Mim foi criado. 14. Os menores bichinhos que tua vista mal consegue ver, podero ser percebidos em tamanho to colossal como vs um animal realmente grande. Ainda que vissem um infusrio no tamanho de um elefante, tal aumento nada seria em confronto com o tamanho verdadeiro pelo qual Eu criei o infusrio. Dei-te esta explicao para veres que a alma nada v fora, mas dentro de si, medida de sua percepo mais aperfeioada. 15. Quando ela estiver unida ao esprito, poder ver tudo em seu tamanho real, caso isto a alegre. Uma coisa te afirmo: os prprios anjos mais perfeitos tm receio de verem as Minhas Criaes, em seu tamanho verdadeiro, percebendo em tudo Minha Supremacia eterna e infinita. Terias entendido algo?
196. A EVOLUO HUMANA

1. Responde o delegado: Senhor e Mestre, tenho a impresso que dentro de mim tudo comeou a dilatar-se e vejo a Verdade de Tuas Explicaes e os objetos desta Terra como na luz da madrugada. Ainda h muita neblina nas regies mais profundas e terei que esperar at que surja em mim, o Sol do esprito. Tuas Palavras provaram mais que suficientemente que dentro de Ti deve existir uma enormidade infinita, mesmo na menor criao. No h fantasia humana capaz de se elevar a tamanhas alturas e profundezas, a fim de projetar quadros que somente podem ter origem no Criador nico. 2. Todos os presentes acrescentam: Sentimo-nos arrasados diante de Tua Sublimidade, que nos demonstraste com tamanha facilidade, Senhor e Mestre. Que ser, quando Te conhecermos cada vez mais perfeitamente? 3. Digo Eu: Dar-se- convosco o mesmo que acontece a uma semente de mostarda, quando deitada em bom solo: crescer dentro em breve para o tamanho de uma rvore, em cujos galhos os pssaros celestes
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faro seus ninhos. O fruto desta semente se multiplicar at o Infinito, qualidade inerente a todas as sementes. 4. Por ora ainda sois sementes mui simples. Minha Doutrina o solo bem estrumado no qual Eu vos semeio, e caso assimilardes sua fora vital, colhereis frutos abundantes, no Meu Reino. No h olho que visse, ouvido que escutasse e sentido que percebesse o que aguarda aqueles no Meu Reino, que crem em Mim, Me amam e cumprem os Meus fceis Mandamentos. Agora j passou de meio-dia e convm cuidarmos do fsico. Trata disto, bom hospedeiro, em seguida Eu e os discpulos prosseguiremos a marcha. 5. Aps a refeio, que durou perto de uma hora, todos Me pedem ficar at a manh seguinte. Dirigindo-Me para os apstolos, digo: Se quiserdes, podemos ficar. Retrucam eles: Senhor, sabes que nos agrada tudo que for de Tua Vontade. Alm disto, j tarde e ser difcil atingirmos ainda hoje, outro lugarejo. 6. Diz o delegado: Neste caso, Teus discpulos tm razo, Senhor e Mestre; a prxima cidade, localizada nas fontes do Arnon, dista mais que um dia de marcha, e no percurso se encontram apenas uns casebres. 7. Digo Eu: Quanto distncia, facilmente poderamos alcanar aquela cidade. Sendo de vosso desejo ficarmos at amanh, assim ser. Vamos passar a tarde no Monte Nebo.
197. O SUBIR E DESCER DOS ANJOS

1. Todos esvaziam as taas de vinho, para em seguida nos dirigirmos ao mencionado Monte, onde morrera o Meu primeiro e maior profeta. A situao agora mais agradvel do que pela manh, pois o oeste estava livre das neblinas, podendo-se avistar o Vale do Jordo, grande parte do Mar Morto, a Cordilheira do Lbanon com grande quantidade de cidades, lugarejos e vilas, igualmente a antiga cidade de Bethlehm e mais acima, Jerusalm. Palestramos mais que uma hora acerca da Histria da Terra
Prometida e como deveria ser um dos pases mais abenoados do orbe. 2. No final, digo: Tendes razo, entretanto seu aspecto ser bem diverso, dentro de pouco tempo. Alguns de vs e vossos filhos assistiro pessoalmente que esse paraso dos judeus ser transformado em deserto. No tendo reconhecido e igualmente no querendo aceitar a poca de sua grande provao, a poca de Graa ser acompanhada pela do julgamento. Muitos judeus sero dispersos por todo o mundo, havendo outros que se refugiaro nessas sessenta cidades antigas. Se perceberdes serem de boa vontade, devem ser acolhidos. Os teimosos deixai seguir caminho. Em compensao abenoarei essa zona em vasta extenso, a fim de que possais manter grandes manadas e cultivar cevada e trigo. At mesmo a vinha poder ser cultivada, dando-vos bom vinho. 3. Retruca Barnabs: Segundo Tuas Palavras, Senhor e Mestre, ter razo o antigo profeta que disse: A zona de Auran ser triturada pelos gentios; mas quando vier o Senhor da Glria, ela verdejar de novo, tornando-se terra frtil. 4. Acrescento: Assim ser, mas no de modo geral, pois levar tempo muito longo at que essa zona extensa, de Auran, se torne terra frtil. Durante alguns sculos ser fertilizada nos pontos por Mim visitados, onde encontrei coraes bondosos. To logo voltem a endurecer e secar, a terra ter novamente o aspecto anterior. 5. Aparteia o fariseu Dismas: Eu tambm li na Escritura, que quando estiveres na Terra, os Cus estariam abertos, e os anjos subiriam e desceriam para Te servirem. Como devemos interpret-lo? 6. Digo Eu: Penso no ser este assunto incompreensvel aps terdes visto neste local, Moyss e um anjo a seu lado; alis, tem essa passagem da Escritura, outro sentido, de certo modo, o unicamente verdadeiro. O Reino do Cu, ou seja, o Reino de Deus, no consiste em pompa externa para o homem, mas est dentro dele. Quem tiver aceito tal Reino de Deus, Pessoalmente por Mim trazido, pelo Amor para Comigo e ao prximo, o prprio Cu agora aberto, e o prprio anjo que sobe e desce entre Mim e ele, servindo-Me com seu amor. 7. O que vs chamais de Cu, no Cu, mas o prprio mundo,
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criado por Mim para a poca de prova do livre arbtrio dos homens. Quando tiverdes despido vosso prprio mundo com a morte fsica, este mundo externo e visvel no mais existir para vs, tornando-vos habitantes de um outro. Ser inteiramente diverso, criado por vs mesmos, segundo o amor de cada um para Comigo e o prximo. Meu amigo delegado teve ontem noite a prova real quando ouviu o pronunciamento do genitor, falecido h dez anos.
198. APARIO DOS ANJOS

1. (O Senhor): A fim de que vejais, poder Eu deixar-Me servir pelos Meus anjos que habitam o Meu Cu, a penetrar todo o Universo, dar-vos-ei uma prova. Quero que vrios aqui apaream e designarei um para Me servir em vosso benefcio. Eu Mesmo no necessito do servio de anjo ou criatura. Quero que, neste momento, justo nmero de anjos nos circundem. 2. Imediatamente somos rodeados por uma legio de anjos, em vestes brancas, azuis e vermelhas. Pagos, judeus e fariseus cruzam as mos sobre o peito e no se atrevem a pronunciar palavra, de tamanha venerao. Alguns anjos se aproximam e dizem: Caros amigos e irmos, por que tendes temor diante de ns? Seria nosso aspecto to horrendo? 3. Retruca o delegado: Amigos celestes, no bem isto, pelo contrrio e me vejo obrigado a confessar, jamais ter sonhado com figuras to sublimes. O Senhor, ora em nosso meio, evidentemente tambm vosso Senhor, do contrrio no tereis obedecido to velozmente. Eu poderia ter vos chamado durante toda minha vida, sem que algum de vs me aparecesse. Por isto, Ele o Senhor, Tudo em tudo, obedecendo-Lhe Cus e Terra. Somente a grande cegueira dos homens no quer reconhecer a imensa Graa que Ele lhes proporcionou. 4. Nisto se adianta um anjo, precisamente o arcanjo Raphael, e diz: Falaste certo; mas o que ora ainda no se realizou, se-lo- no decurso do
tempo. Cr-me, ns, aqui presentes, e incontveis seres semelhantes, nunca fomos inativos, muito menos neste tempo. 5. Viajamos pela Terra toda e analisamos os coraes humanos, se so capazes de aceitarem a Graa vivificante do Senhor. Caso encontremos tais coraes ns os fortalecemos e to logo o Verbo do Pai chegue a eles, em breve ser aceito com muita alegria. 6. Assim, tambm eu vos procurei anteriormente e vos fortifiquei segundo a Vontade do Senhor, e quando Ele Pessoalmente aqui veio, dentro em pouco O reconhecestes. Para tanto no necessitamos demonstrar-nos perante os homens, pois temos o Poder e Fora Dele, de servirmos de tal forma, a no prejudicarmos o livre arbtrio humano. Agora, tendo reconhecido e aceito o Senhor em vosso corao, nossa apario real no exerce coao sobre vossa alma e podeis falar simplesmente conosco. 7. Retruca o delegado: Sublime amigo dos Cus divinos! Se futuramente tiver algo importante a resolver em Nome do Senhor e necessitasse de tua presena, poderias aparecer-me, caso te chamasse? 8. Diz Raphael: Sim. Mas somente para tua pessoa. Para os teus semelhantes, apenas, caso a minha apario no provocasse f obrigatria. Podes confiar no que te disse, e ainda hoje ters provas de eu te ser til, em muitas coisas, pela Permisso do Senhor. 9. Em seguida, Raphael se afasta, enquanto Eu Mesmo pergunto a todos se esto satisfeitos com a presena dos inmeros anjos. Eles respondem: Senhor, Tua Vontade se faa! Convencemo-nos, no terem os profetas predito inutilmente a Teu respeito. Cada palavra realizouse literalmente. 10. S ento viro-Me para Raphael: Ficars visivelmente entre ns, at que te avise de outra incumbncia. O arcanjo Me agradece pela tarefa. Aps isso, digo aos outros anjos: Voltai para onde Minha Vontade e Sabedoria determinaram um trabalho para vs. Eis que todos desaparecem.
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199. A AO DOS ANJOS

1. Raphael permanece conosco e, subitamente, se veste com uma tnica cinza escura, e seus ps esto munidos de calado. A cabea coberta de chapu moda judaica, geralmente confeccionados de seda ou plo de camelo, de cor qualquer, porm clara. Deste modo, sua figura no desperta ateno. 2. Ento digo ao delegado: Cumprimenta-o como amigo e irmo, e te certifica ser realmente de carne e osso. Ele assim faz e se admira no pouco da figura humana desse arcanjo; por isso pede que ele se sente ao lado dele, na relva. Nisto se aproxima o sacerdote de Apollo, sada Raphael e diz: Certamente no te alegras comigo, que fui por muito tempo sacerdote pago. Mas agora reconheci Deus unicamente Verdadeiro e tudo farei para exterminar, no meu mbito, o paganismo. 3. Responde o arcanjo: Podes estar certo de eu te ajudar e fortalecer quando necessrio, pois tambm estive contigo antes que aceitaste o Senhor e amoldei o teu corao. Mais tarde estarei novamente contigo e o farei um precursor entre teus pagos. No estamos indolentes quando o Senhor, Pessoalmente, pe Mos obra. Como espritos perfeitos, somos de certo modo, os Dedos na Mo do Senhor. Bem sabes que os dedos de algum sempre esto em movimento enquanto empreendem um trabalho. Confia na Promessa do Senhor, e eu no te abandonarei. Acreditas? 4. Retruca o delegado: Por acaso s capaz de tudo que o Senhor faz, com Sua Permisso, naturalmente? Diz Raphael: Caro amigo e irmo, tua pergunta foi bem humana. Ns todos, anjos celestes, somos to pouco capazes de realizar algo como vs, humanos. J te disse, sermos de certo modo, os Dedos de Sua Mo e Executores de Sua Vontade. Como tais, somos seres livres, por coisa alguma limitados, portanto Emanaes da Fora Divina e podemos realizar tudo que essa Fora nos revelar e quiser. O que fazemos, no nossa, mas apenas Obra do Senhor. 5. Somos perfeitamente independentes e em tudo, igualmente livres. A maior independncia residindo na Sabedoria e Vontade do Se-
nhor, subentende-se que tanto o homem quanto um esprito angelical, em si tambm um homem, se encontram na maior independncia e liberdade, medida da posse de Sabedoria e Vontade do Senhor. Vou provar-te por um exemplo terreno. 6. s delegado conceituado e exerces um poder, dado pelo Imperador, sobre essa e mais quatorze cidades, inclusive determinas sobre vida e morte dos habitantes. Como chegaste a tal importante poder? Explicarei. Por meio de estudos legislativos provaste nos rigorosos exames em Roma, teres adotado a vontade do soberano de tal forma que submeteste a tua dele, pelo que te tornaste homem diferente que no incio dos estudos. Tendo gravado a lei imperial, inclusive sua vontade, to vivamente, e algemado teu livre arbtrio, nada perdeste, mas lucraste imensamente. Seguindo a tua vontade prpria, terias continuado escravo da vontade imperial. Aceitando-a como a tua prpria, tornaste-te inteiramente livre e poders fazer o que quiseres, que no te caber responsabilidade. Algum no querendo submeter-se tua ordem, dispes do jus gladii, podendo obrigar os renitentes obedincia pelo poder e fora do Imprio. 7. Quanto mais te esforares por executar rigorosamente a vontade do soberano, o que em breve ele saber, tanto maior o mbito governamental auferido por ele, no qual poders agir muito mais livremente que agora. Deste modo, poders elevar-te cada vez mais, a ponto de seres atrado corte, onde agirs como o prprio Imperador. Pergunta a ti mesmo de que maneira chegaste a tamanho poder, que a resposta s poder ser a seguinte: Renunciei de tal modo minha vontade, que nada mais sobrou seno o desejo de me apossar da vontade do soberano. 8. O mesmo acontece nos espritos mais perfeitos. Ns tambm temos nossa vontade prpria e livre. Entretanto ela infinitamente mais restrita que a Vontade librrima do Prprio Senhor. Quanto mais nos apossarmos da Vontade do Senhor como se fora a nossa, tanto maior sero nosso Poder, Fora e Autoridade, podendo realizar tudo que o Prprio Senhor faz e projeta. Agora compreenders no sermos ns que realizamos as coisas, seno o Prprio Senhor, em ns e por ns. 9. Se algum em teu distrito assalta e mata um viajante, em seguida
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levado preso, diante de tua pessoa, condena-lo-s morte, e ters agido bem porque empregaste a vontade do Imperador, e como tal, ests fora da lei. O assaltante e assassino agiu segundo sua prpria vontade, e por isto sucumbiu. Compreendes que ns, espritos angelicais e possuidores do Poder e Fora de Deus, fazemos livremente e sem responsabilidade tudo que Ele Mesmo faz?
200. UMA PROVA DO PODER DE RAPHAEL

1. Responde o delegado: Acabaste de esclarecer o assunto em apreo de tal forma, a impossibilitar qualquer dvida durante toda a minha vida e reconheo de tua sabedoria, idntica do Senhor, seres capaz de tudo como Ele. Assim, tua ajuda no meu trabalho ser mui profcua. 2. Digo Eu ao delegado: Ento te agradou o Meu servo celeste? Diz ele: Senhor e Mestre, ele fala como se Tu Mesmo estivesses falando e deduzo possuir ele Poder divino como servo de Tua Glria e Majestade; entretanto creio que Tua Sabedoria e Vontade sejam muito mais poderosas do que a mais profunda sabedoria de todos os Teus anjos. 3. Digo Eu: Meu caro amigo, esta noo no veio de teu intelecto, mas de teu esprito no alm, vindo de Mim. Procura apossar-te de Minha Vontade como fizeste com a vontade do Imperador, que dentro em breve ter-te-s unido com o teu esprito provindo de Mim, ou seja, o Meu Amor, Sabedoria e Poder, podendo agir semelhante a esse esprito angelical que se chama Raphael. Nem de longe s capaz de imaginar o seu poder, todavia poders receber algumas provas. Pede tu mesmo uma prova perante todos, para terdes uma idia o que podem o Meu Poder e Minha Vontade atravs dele. 4. Retruca o delegado: Senhor e Mestre, de repente me acho to ignorante que nem sei o que pedir, e seria melhor Tu Mesmo dares uma idia para nossa orientao. 5. Respondo: No, Meu amigo, isto impossvel, pois Raphael
pleno de Meu Poder. Por este motivo retraio Minha especial Vontade e Onipotncia para que ele possa querer e agir de seu prprio tesouro recebido de Mim, e tu reconheceres o que pode realizar o Meu Reino em todos os anjos e criaturas, sem que Eu fosse obrigado a gui-los atravs de Minha Onipotncia. Escolhe tu mesmo o que achas justo ele efetuar. 6. O delegado silencia, esfrega a testa com uma das mos, e com a outra se coa atrs da orelha, no sabendo o que apresentar razoavelmente diante de Mim e Raphael. Finalmente se recorda ter Eu falado na casa do hospedeiro, que essa zona deveria produzir vegetao, cevada, trigo, rvores frutferas e vinha. Neste sentido se expressa junto a Raphael. 7. O arcanjo bate amistosamente em seu ombro e diz: Caro amigo e irmo, formulaste um pedido realmente razovel e ser imediatamente aceito. 8. Protesta ele: No, no, no precisa ser j. Ficarei satisfeito, caso se d paulatinamente e com ajuda de nosso zelo humano. Retruca Raphael: Por acaso ignoras que quem d de pronto, f-lo duplamente e vrias vezes, do que proporcionando ajuda segundo sua convenincia e circunstncia favorvel? Responde o delegado: Realmente assim , e ns romanos temos, na legislao popular, determinao de teor semelhante mas que nem sempre posta em vigor. 9. Diz Raphael: Isto comum entre cidados da Terra, por serem vontade e fora de execuo, carregadas de muitas fraquezas. Nos cidados dos Cus de Deus, tal no se d e tudo que desejamos e queremos, surge no momento, em sua perfeio mxima. Levanta-te e faze uma vistoria pela zona, para te convenceres da veracidade de minhas palavras.
201. A ZONA TRANSFORMADA NO MONTE NEBO

1. O delegado se ergue e dirige o olhar para o vasto terreno em redor, sem reconhec-lo, pois v quantidade de campos de trigo maduro, prados e grandes jardins em volta da cidade e hortas fertilssimas. O prprio
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Monte Nebo est verdejante e apresenta as mais belas figueiras e videiras. Aos ps da cidade, descobre um grande lago, do qual vrios crregos escoam em direes diversas. 2. Levando as mos cabea, ele exclama: Senhor, isto demais e ultrapassa minha compreenso! Que diro os moradores dessa cidade a essa apario? S podero concluir que um deus qualquer se tenha apiedado de suas aflies, atravs do pedido dos sacerdotes. Eu saberei como orientar o povo, o mais rpido possvel. Peo-Te, Senhor, no mais operares outro milagre; pois este me atirou no maior embarao e ainda hoje terei que enfrentar os importunos com suas perguntas cansativas. 3. Digo Eu: No resta dvida, entretanto cuidarei de vos suprir de respostas adequadas, de sorte que todos seguiro felizes e gratos para seus lares, podendo comear a colher os frutos dos terrenos individuais. Com auxlio de teus subalternos poders incutir a ordem de no fazerem alarde, porquanto atrairiam invejosos de outras localidades, e no fim se veriam obrigados a tomar das armas para afast-los. 4. Tambm vs, judeus e Meus apstolos, no faais propaganda entre os conterrneos. Muitos no vos daro crdito, vos ridicularizariam e vos perseguiriam. Outros talvez acreditassem em vs e em Mim. Mas tal f no seria slida, pois dentro em pouco a transformariam em superstio por meio de aditamentos, e alm disto, tal propaganda demasiadamente sujeita antiga mistificao, provocaria f duvidosa pela alegao de ter sido a mo humana a efetuar tal transformao. Mais tarde podereis fazer referncia aos que j aceitaram inteiramente Minha Doutrina e por ela tenham ingressado em Meu Reino. Acreditaro, alegando: Que seria impossvel ao Onipotente? Possuindo-O, teremos tudo! 5. Baseai-vos, no princpio, apenas na Doutrina. Posteriormente podeis passar para as Minhas Provas que, no decorrer dos tempos, f reduzida encontraro. O intelecto criticar tais fatos enquanto no estiver orientado em sua origem, orientao esta que para muitos s pode ser dada no alm. Segu o Meu Conselho, que prosseguireis facilmente. Em caso contrrio, o melhor o que Eu vos digo. Todos prometem obedecer, e o delegado pergunta se deve dar notcias a respeito ao Imperador.
6. Respondo: Por ora deixa o Imperador de lado. Passado um ano, poders informar o Meu amigo Agrcola, que o transmitir oportunamente ao soberano, em teu benefcio. Por enquanto, basta orientares o teu distrito. Caso vier um vizinho das cidades situadas ao Norte, ele mesmo te dir quem foi o autor. O capito Pellagius pode ser informado, pois chefe militar dessa cidade e Me conhece.
202. A VELOCIDADE DE RAPHAEL

1. Em seguida, indago do delegado, se em casa de sua genitora havia qualquer objeto que tivesse desejo de possuir aqui. Ele retruca: Sim, Senhor e Mestre, e trata-se do ttulo de patriciado que durante minha estada em Roma foi de tal modo guardado que no foi possvel encontr-lo. Estava em uma cpsula de ouro, data da poca de Julius Cezar e me empenho pelo ttulo, no tanto por mim, mas pelos irmos mais moos. 2. Diz Raphael, sentado ao lado dele: Ei-lo, v se o mesmo. Sumamente surpreendido, o romano abre o estojo onde se acha o documento, e exclama: Como te foi possvel isto? Responde o arcanjo: Nossa especialidade consiste, entre outras, em podermo-nos locomover, em um momento, de um local para outro, de sorte que fui e voltei de Roma. 3. Diz o romano: Se no conhecesse to bem o estojo e o ttulo, acreditaria que o tivesses criado da mesma forma que transformaste a zona estril em fertilizante. Acredito poderes te locomover, em um momento, de um ponto a outro; entretanto, no te ausentaste. Assim, julgo tenhas enviado um anjo a teu servio, que prontamente executou tua ordem. 4. Diz Raphael: No, meu amigo, fui pessoalmente. O tempo pode, como tudo que se relaciona ao espao, ser dividido em diminutssimas partes, de sorte que o espao por ti denominado de um momento, se divide em inmeros, mais curtos. Para tua capacidade assimiladora tal momento tanto quanto nada, mas no para ns, espritos angelicais per-
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feitos. Eu posso, em tal momentozinho, movimentar-me inmeras vezes mais longa distncia, ida e volta, sem perceberes minha ausncia, e os que se achavam naquele local tampouco sentem minha falta. Conheces a velocidade do pensamento? 5. Responde o delegado: Sim, tenho pequena noo a respeito, segundo o ensino do sbio Platon. Prossegue Raphael: Como se chama o local mais distante que conheces pessoalmente? Diz o romano: Britnia. L estive em companhia de meu pai, e a viagem de ida e volta a Roma durou dois anos, por mar. 6. Diz Raphael: Quanto tempo necessitas ir para l em pensamento? Responde o romano: Em um momento posso estar aqui e l, e ainda que fosse mil vezes mais longe, o tempo no seria maior. Aduz Raphael: V, meu amigo e irmo, a faculdade que possuis com teus pensamentos igualmente nossa, espritos perfeitos, em um grau alis muito mais perfeito, no Reino de Deus, e tal capacidade ser tambm tua, como esprito puro e livre, no Reino Celeste. 7. O Reino de Deus de extenso infinita. Se os espritos perfeitos no se movessem mais rapidamente que os mortais nesta Terra, a execuo da Vontade do Senhor seria duvidosa nos pontos mais afastados de Suas Criaes. Tempo e espao no nos podendo impor barreiras, a Ordem do Senhor em todo o Universo, jamais sofrer a menor perturbao. Entendeste? Retruca o delegado: Entendi algo mais que anteriormente, todavia no serei capaz de assimilar por muito tempo a profundeza deste segredo.
203. A PEDRA LUMINOSA DO SOL

1. Diz em seguida Raphael: Observa o Sol, a oeste. Qual seria a distncia daqui a esse astro? Sei que desconheces a mesma, e ainda que te dissesse o nmero de vossa medida atual, de nada adiantaria, porque no tens conhecimento dos nmeros arbicos, e em nmeros romanos no se
pode exprimir clculo to imenso. Sabes a velocidade que uma flecha necessita para o percurso de cinqenta a cem passos. No ultrapassa quatro momentos, sendo o vo de uma flecha, a mais rpida para teu conhecimento. Caso uma flecha projetada em direo ao Sol no encontrasse resistncia pela atrao da Terra, necessitaria perto de cinqenta anos. Subentende-se que um viajante precisaria vrios sculos para tal viagem a p. Quanto tempo julgas eu necessitar para ir e voltar ao Sol? 2. Responde o romano: Pelo que vejo, tua viagem no demoraria mais que a feita para Roma, ida e volta. 3. Diz Raphael: Respondeste certo, e enquanto falava contigo, l estive e j voltei! Como prova, trouxe uma pequena lembrana. Metendo a mo na tnica, ele tira uma pedra luminosa como o Sol, mostrandoa com as seguintes palavras: Tais pedras no existem na Terra. Mas no grande corpo solar, mormente em sua esfera central que posteriormente irs conhecer pessoalmente, h pedras tais em tamanhos diversos e grande quantidade. 4. Os habitantes do Sol as usam para iluminao de recintos internos, pois o Sol, em si, igualmente escuro. A luz que vs, desenvolve-se em sua superfcie atmosfrica, agindo em sua potncia apenas para o exterior e no prprio Sol, pouco mais fortemente do que avistas a superfcie terrestre, iluminada. 5. Guarda essa pedra com a qual poders iluminar teus recintos, durante dez anos. Passado esse tempo, perder sua luz, paulatinamente. Querendo prolongar seus servios iluminadores, basta exp-la aos raios solares com os quais se suprir, fornecendo-te luz melhor que qualquer lmpada por melhor que seja. Passados cem anos, quando saturada do cido da atmosfera telrica, no mais se prestar para tal fim. 6. Com respeito, o delegado embrulha a pedra em pano limpo e a guarda no bolso, agradecendo ao arcanjo o presente. Os discpulos invejam o romano, conjeturando: H tanto tempo estamos em companhia do Senhor, sem jamais ter Ele operado milagre semelhante. Basta entrar em convvio com romanos, realiza os maiores feitos, e ns os vamos somente entre pagos, aos quais dava explicao direta, ou por meio de
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Raphael. Quando na proximidade de Jerusalm, Nicodemus perguntou pelo Reino de Deus, Ele respondeu: No compreenders as coisas do Cu enquanto no fores renascido. No compreendendo as coisas desta Terra, visvel, como entenderias fenmenos celestes, invisveis? Por que ele no disse isso igualmente aos judeus? 7. Ouvindo tais conjeturas, aproximo-Me dos discpulos e digo: Por que vos queixais secretamente? Porventura no permito serdes testemunhas de tudo que fao entre pagos e no vos disse, h poucos dias, o motivo pelo qual posso demonstrar e explicar-lhes mais que a vs? 8. No que diz respeito aos conhecimentos naturais, no sois orientados, enquanto os romanos possuem vastas noes em tais assuntos. Isso vos falta desde a poca dos Juzes, conhecedores dos fenmenos da Natureza tirados dos dois Livros de Moyss, por vs recusados, preferindo criar a Cabala, cujo contedo pior que o de qualquer filsofo pago. De maneira alguma vos privo da participao de esclarecimentos mais elevados e a provas tais. Quanto tempo terei de suportar-vos at vos tornardes mais compreensivos? 9. Diz Simon Jud: Senhor e Mestre, tem pacincia conosco. Vemos que novamente camos em pecado diante de Ti. Respondo: Est bem. Mas no futuro evitai queixas tais. Eles gravam Minhas Palavras nos coraes, tornando-se mais modestos e pacientes em todas as ocasies.
204. MILAGRES DE RAPHAEL

1. Em seguida, abordamos assuntos mais simples, e o hospedeiro observa que essa zona no teria concorrente em qualquer ponto do orbe, no tocante s maravilhosas pastagens. Todavia, as manadas da cidade e adjacncias eram escassas e seu nmero poderia ser cem vezes maior. 2. Digo Eu: Vossos rebanhos poderiam ser aumentados de modo milagroso como todo o resto, entretanto chamaria ainda mais a ateno dos curiosos. Quem possusse dez carneiros ficaria estatelado quando seu
pastor recolhesse mil, sabendo que o estbulo comporta apenas vinte. Por isto, procurai comprar animais, que dentro de dois anos se tero procriado. Os cereais podem ser guardados, porquanto dispondes de bons celeiros. 3. Daqui podeis avistar um grande lago. Existem mais seis na redondeza, pelos quais os terrenos podero ser irrigados. Contm igualmente grande quantidade de peixes, podendo ser aproveitados pelos moradores. Quanto aos peixes deste lago, devem ser considerados propriedade do delegado, do hospedeiro, dos sacerdotes pagos e dos judeus, tendo cada um direito de pescar a quarta parte, segundo sua necessidade, a fim de que ningum seja prejudicado pela ganncia do prximo. Trata-se de peixes de boa qualidade que jamais empestaro as guas. 4. Todos Me agradecem pelo presente e querem cumprir rigorosamente a partilha, e o delegado promete respeitar a mesma com os demais lagos. Alguns comentando ainda o milagre de se povoar os lagos, Raphael se levanta e diz: Isto nos to fcil como fazer verdejar um deserto, pela Vontade do Senhor. Tanto faz criar animais de qualquer espcie, como plantas etc. 5. Tudo que um esprito pensa e quer, seguindo a Vontade de Deus dentro de si, surge de imediato. Naturalmente o pensar de um esprito puro, diferente de um mortal. O homem s pode imaginar e idealizar formas externas. Ningum pode ter uma idia e dirigir sua vontade a formas do mais nfimo ao mais sublime, e qual sua construo para se tornarem capazes de viver. Isto inerente a um esprito perfeito, tanto em grau diminuto quanto no mais complexo. 6. Para me expressar humanamente, quase a mesma diferena que entre um artista exmio e um homem simples, capaz de talhar uma figura desajeitada de um pedao de madeira. Havendo nesta Terra tamanha diversidade na educao dos homens, quanto mais no reino dos espritos. 7. O elefante atualmente o animal mais colossal e inteligente, podendo ser utilizado para servios pesados, caso receba certo ensino por parte dos homens, e houve um tempo em que essa espcie habitava essa zona. Devido aos abusos dos homens, as terras se tornaram sempre mais estreis, de sorte que os paquidermes emigraram para o Sul, para zonas
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mais frteis, trazendo srias desvantagens para essa zona. 8. Se tu, amigo delegado, o desejares, posso proporcionar-te um casal de elefantes para o qual encontrars forragem de sobra. Olha em direo ao lago, onde avistars dois paquidermes. Manda mais tarde teus empregados levarem alguns pes, que os elefantes os seguiro ao estbulo, bastante espaoso. Corta o capim de teu pasto, deixa-o secar e atar em molhos. Os empregados levaro os animais ao pasto, e eles mesmos transportaro o feno para o celeiro. Deste modo, poders amestr-los para outros trabalhos. 9. O delegado agradece a Raphael e diz: Alguns lavradores so entendidos na educao desses animais, pois conduziram alguns da ndia a Roma, e o Imperador os manteve para o trato deles. Mais tarde aqui vieram a servio de meu pai e agora me servem fielmente.
205. OS ELEFANTES SO AMESTRADOS

1. Entrementes, o Sol havia desaparecido e nos dirigimos casa do hospedeiro. Ao entrarmos no refeitrio, ele pergunta se deve botar um servio para Raphael. Respondo: Naturalmente, pois tambm ele envolto de um corpo, extrado da atmosfera telrica, necessitando de alimento como Eu, o Senhor. Nele, a nutrio transformada de modo diverso que em criaturas terrqueas. Mas no importa. Alimentar-se- como ns, apenas em maior quantidade, e disto deves estar prevenido. Manda trazer po e vinho, e s depois, peixes e carneiro assado. 2. Retruca o hospedeiro: Senhor e Mestre, no disponho de carneiro. Tenho trinta ovelhas, das quais mandarei matar uma, caso o pastor as tiver trazido ao estbulo. 3. Digo Eu: No te preocupes. Na cozinha encontrars um, pronto a ser assado. Por isto nenhuma ovelha deve ser morta, pois todas se acham prenhes e, dentro de algumas semanas, teu rebanho se ter duplicado. O hospedeiro serve po e vinho e vai cozinha para verificar o carneiro.
J no se admira muito, em vista dos outros milagres. Muito mais, porm, a sua mulher e serviais que se achavam na horta, que subitamente se apresentou verdejante. 4. A companheira do hospedeiro no se cansa de relatar sua impresso daquele momento; finalmente concluiu que s podia ser obra do hspede milagroso que tambm os empregados tomavam por um deus, mormente os sacerdotes se tendo submetido s determinaes do mesmo. 5. Enquanto nos confortamos no refeitrio, entram os dois empregados do delegado, contando ofegantes, o seguinte: Que milagre, senhor! Na proximidade do lago pastam dois elefantes, certamente fugidos de uma caravana hindu. Encontram-se precisamente em teu pasto e tens direito de proprietrio. Se quiseres, podemos lev-los ao estbulo, do qual no fugiro to facilmente. 6. Responde o delegado: Est bem, no vos deixarei sem recompensa. Os dois apanham vrios pes, dirigem-se para perto dos elefantes e lhes falam em determinados sons. A ateno despertada e o cheiro do po os atrai, de sorte que seguem os homens, a lhes darem pedaos de po durante o caminho. Pela janela assistimos como os paquidermes acompanham os empregados quais ovelhas pacficas, at o estbulo, onde recebem forragem e gua. S mais tarde, os outros servos puderam aproximar-se deles. 7. Cinco anos mais tarde, quando o Imperador proporcionou ao delegado, posto mais elevado, em virtude da transferncia do capito Pellagius e o Prefeito Cirenius, na grande cidade de Damasco, onde ele protegeu os cristos, o romano presenteou os dois animais ao soberano, inclusive os servos. Muito satisfeito, este lhe auferiu a chefia da cidade e posteriormente a doou, passando tal doao aos prprios descendentes. Eis um pequeno relato a parte.
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206. CAUSA DA BEM-AVETURANA DOS ESPRITOS PERFEITOS

1. Durante a ceia, alegre, Meus apstolos contam de Meus Feitos em cidades e lugarejos, e tambm Raphael recebe elogio por parte deles, porquanto sua atitude excepcional ventilada. Os demais amigos se sentem to felizes com tais relatos, que o delegado observa: Senhor e Mestre, se fosse possvel continuar na Tua Companhia e de Teu servo celeste, desistiria das bem-aventuranas muito mais sublimes de Teus Cus. Considero o Teu Convvio direto como a situao mais privilegiada. Estando Contigo, desnecessrio se torna o conhecimento dos fenmenos naturais. Tudo, desde o mais nfimo ao mais grandioso, do Alpha ao mega, apenas projeo de Pensamentos e Idias fixados pela Tua Vontade e Teu Esprito. 2. Concordo: Falaste certo, pois tambm no Cu de todos os espritos perfeitos, o Meu Convvio lhes a bem-aventurana suprema. Tal felicidade imensa no deriva de Minha Personalidade mui simples, que sou tanto Homem como tu, e como Esprito, tanto quanto o arcanjo Raphael, mas se origina no conhecimento cada vez mais perfeito e claro de Minhas infinitas Perfeies, em Minhas Obras sem nmero e medida. 3. D-se mais ou menos o mesmo entre criaturas desta Terra, inclinadas a artes e cincias. Ouviste, por exemplo, falar de um grande arquiteto e escultor, cujas obras eram alvo da maior admirao. Como no te faltassem os meios necessrios, encetaste a viagem ao pas longnquo onde tal artista executava e expunha seus trabalhos. 4. Dentro em breve chegaste ao local e com facilidade descobriste o endereo do artista, do qual durante a viagem fizeste uma idia fenomenal, inclusive de ser ele pessoalmente de estatura impressionante. Quando chegas a conhec-lo, vs ser homem simples e despretensioso, cuja personalidade no traduz o que contm o seu ntimo. Palestras com ele, pensando: Parece impossvel existir nesse homem to simples, tamanha grandiosidade criadora, da qual os entendidos se extasiavam. Todavia
te sentes feliz e te convences da companhia do maior arquiteto e artista, podendo abordar diversas obras suas. 5. Finalmente, ele observa: Tendo empreendido o sacrifcio de me procurares pessoalmente, quero levar-te daqui, de minha manso que apenas ilustra coisa pouca, para uma cidade longnqua e muito grande, onde ters oportunidade de te alegrar com minhas obras. Acompanhas o artista simptico, que durante a viagem continua homem simples. Quanto mais te aproximas da referida metrpole e de longe avistas os formidveis monumentos, palcios e burgos, tua fantasia a respeito dele se dilata. A simplicidade pessoal desaparece, na proporo que sua grandiosidade espiritual se evidencia pelas obras. 6. No fim, entras na cidade, onde uma obra aps outra, cada vez mais excepcional, artstica e fenomenal, te fazem silenciar, e tua admirao sobre o arquiteto em tua companhia, cresce quando percebes como todos os moradores o cumprimentam com amor e respeito. Dize-Me, amigo, se teu conceito anterior, na contemplao das grandes obras, no se modificou a respeito do artista e se tornou mais extasiante para tua alma?
207. O INCONCEBVEL DA CRIAO

1. Responde o delegado: Sim, Senhor e Mestre, escolheste um quadro perfeito que eu naturalmente no na mesma proporo assisti em minha mocidade, em que viajei com meu pai pelas partes do norte do reinado romano e cheguei a Veneza. L deparei com um palcio formidvel e perfeito dentro das regras artsticas, sentindo vontade de conhecer o arquiteto. 2. Consegui chegar sua residncia e oficina, onde conheci um grego simples, da Ilha de Rhodus, e nem de longe suspeitaria ter ele capacidade de contar pelos dedos. Assim que comeava a palestrar, via-se imediatamente que possua, alm da matemtica de Euclides, outros conhecimentos de arte e cincias, despertando-me o maior respeito. Em Tua
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comparao Senhor, no percebo o que quiseste apontar com relao a Ti Mesmo. 3. Digo Eu: Amigo, nada mais que a tua suposta grande felicidade, na Minha e na companhia de Raphael, ainda no atingiu o mximo grau, o que suceder somente quando te inteirares de todas as Minhas Construes e Criaes. Se bem que saibas que em Mim se concentre a maior capacidade criadora e dela tenhas uma noo elevada desde que viste Eu operar vrios milagres, tua concepo modificar quando teu mbito de viso interna se tiver dilatado e elevado. S ento, o realmente Divino em Mim se destacar em uma Luz cada vez mais pura, se bem que jamais na Luz Final mais sublime, ou seja, o Meu Eu Intrnseco, porque isto impossvel a um esprito criado, no obstante sua mxima perfeio. 4. Agora conjeturas: Mas como? Neste caso, o esprito mais perfeito continuar um eterno nada diante de Ti! Tens razo. Tudo Me possvel. Criar um outro Eu, perfeitamente igual a Mim, no posso, assim como tambm no posso gerar outro Espao infinito e Tempo eterno. Deste modo, o mais perfeito esprito angelical no pode atingir a completa potncia de Luz dentro de Mim, nem os limites do Espao infinito, ou contar as horas das eras infindas. A respeito desses trs fenmenos, ele pode formar conceitos cada vez mais dilatados, sem atingir um fim dos mesmos. Vs a fora iluminadora do Sol e tomas a sua luz como a mais forte. Que dirias, se Eu te apresentasse milhares de sis de tamanho e luz idnticos? A claridade no cairia nesta Terra, mil vezes mais forte? 5. Responde o romano: Senhor e Mestre, no faas isto. Temos de sobra com a luz de um Sol, durante o vero. Se mil sis iluminassem o firmamento, todos os seres haviam de queimar, e no fim, a prpria Terra. Vi certa vez, na Alexandria, o que pode causar a luz do Sol atravs de um espelho cncavo. o Sol aumentado, dez a vinte vezes, e causa no centro tamanho efeito a incendiar tudo. Imagina-se o efeito de mil sis! 6. Digo Eu: Tens razo, a Terra suprida mais que suficientemente com apenas um Sol. Queria somente apontar-te que at mesmo a luz natural pode ser potenciada ao infinito, quanto mais a espiritual! Por isto consta em Moyss, que nenhum ser poderia ver Deus em Sua Realidade
Intrnseca, e continuar vivo. 7. Diz o delegado: Senhor e Mestre, comeo a sentir medo em Tua Presena, pois percebo minha perfeita nulidade e o Teu Todo, e razo tinha Platon quando disse: Em esprito vi a orla da Veste de Deus. Tudo estava transformado em luz, e eu nela me encontrava como que completamente dissolvido. Somente o amor para com a Divindade conservou minha conscincia. 8. Digo Eu: Aquele filsofo tinha razo, mas apenas para o seu tempo. A partir de agora, a coisa ser diferente. Envolvi-Me com um Corpo, a fim de no mais Me apresentar como Deus incompreensvel e invisvel, mas qual Homem, com o qual podeis falar e privar, tornandovos no somente Meus filhos, perfeitamente idnticos, seno igualmente amigos e irmos. Com esta Ddiva de Minha Parte, julgo estardes todos satisfeitos, no vos preocupando ser Eu jamais atingvel em Minhas Capacidades, eternas e divinas. Eis que vem o nosso assado, com o qual nos ocuparemos, deixando todo o resto de lado.
208. A MILAGROSA REFEIO NO ALBERGUE

1. O carneiro dividido por todos os hspedes, de sorte que as partes eram um tanto pequenas. O anfitrio que o percebe, vira-se para Mim dizendo: Senhor e Mestre, pelo que vejo esse cordeiro pequeno para tanta gente e talvez nem supriria o prprio Raphael. 2. Digo Eu: Deixa estar. Meus discpulos sabem que satisfiz milhares de pessoas com alguns pes e peixes, de forma tal a sobrarem vrios cestos cheios de pedaos de po. Assim sendo, teremos de sobra com esse carneiro. Concorda o hospedeiro: Tua Vontade se faa, Senhor e Mestre. Em seguida, senta-se nossa mesa, sem atrever-se a participar do assado, com receio que os outros fossem prejudicados. Deitando um pedao em seu prato, digo: Amigo, acredita no que te disse! Embora todos se venham a saciar, ainda sobrar para os teus empregados.
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3. Os hspedes se servem vontade e quanto mais comem, tanto mais aumenta o que tinham em seus pratos. No final sobra tanto que os pedaos no cabem na grande travessa, na qual o assado havia sido trazido mesa. preciso apanhar-se outra, para levarem o resto cozinha. A famlia do anfitrio e as serventes no se cansam de comentar o milagre, agradecem e se servem, entretanto ainda sobra para o dia seguinte. 4. Enquanto ainda tomamos algum vinho, o delegado se externa da seguinte maneira: Senhor e Mestre, compreendo ser-te possvel, bem como a Raphael, transformar um deserto em zona frtil, gua em vinho, criar dois elefantes e quatorze lees etc., pois trata-se de coisas fceis Tua Onipotncia. Tudo que queres nesta Terra foi por Ti criado, portanto admissvel teres deitado em flora e fauna, a capacidade procriadora, segundo sua espcie. 5. O caso com esse carneiro bem diverso. Havia apenas um, que fora trazido assado mesa, e durante a partilha vimos que as partes seriam pequenas para todos. Quando, porm, se levava um pedao boca, ele crescia. Como podia um organismo morto aumentar, conforme acontece a um cedro que cresce de ano para ano? Confesso, no assimilar esse milagre. 6. Digo Eu: Caro amigo, esses discpulos de h muito Me acompanham e assistiram a vrios milagres dessa espcie. Todavia, nenhum teve a idia de Me perguntar a respeito, conquanto sejam judeus. Isto, devido ignorncia no fazer diferenciao entre um e outro milagre. Vs, romanos, descobristes a diferena em virtude da inteligncia apurada que d ensejo de analisarmos o assunto. 7. Intervm Philippus, geralmente calado: Senhor e Mestre, por diversas vezes teramos feito indagaes. Quando tal acontecia, sempre levvamos uma corrigenda, de modo a preferirmos ouvir, recebendo orientao maior sem reprimenda. 8. Contesto: Se fossem assuntos desse teor, no haveria corrigenda. Indagando de fatos por diversas vezes explicados, forastes-Me a seguinte pergunta: Quanto tempo terei de suportar-vos at vos tornardes mais compreensivos? A esse romano no preciso fazer tal rplica. Sua inteli-
gncia descobre a menor diferena entre uma e outra Ao Minha. Operei um Milagre grandioso quando saciei vrios milhares com po e peixes, reduzidos, e alm disto fiz outros, que o romano classificaria de naturais. Entretanto, no alegastes naquela ocasio: Senhor e Mestre, admitimos teres enchido nossas redes, transformado zonas desertas em frteis, gua em vinho, na Galilia e em outros lugares. Como Te foi possvel transformar pes e peixes, mortos, a ponto de se saciarem milhares? Caro amigo Philippus, se Me tivsseis perguntado desse modo, nenhuma reprimenda vos seria feita. No fazeis diferena entre Minhas Aes, atirando-as no mesmo saco. Nosso romano descobriu algo que merece explicao, sem a menor corrigenda.
209. PROCESSO ALIMENTCIO DO CORPO HUMANO

1. (O Senhor): Caro amigo delegado, tua pergunta inteligente, dar-te-ei resposta clara. V, aparentemente existe diferena em Minhas Obras milagrosas, entretanto assim no . Tudo que ingeres para fortificao e vivificao do corpo, no morto como pensas. Tem o alimento trs faculdades. Primeiro: a material que vs e sentes pelo paladar e aroma, que servem para a vivificao do corpo. Segundo: quando os alimentos chegam ao estmago, so novamente cozidos, e neste cozimento desenvolvem-se duas partes principais, das quais uma, mais grosseira se presta nutrio fsica, dos membros e msculos, a outra levada pelo sangue que deriva de ambas, a todas as partes fsicas. 2. Quando ambas as substncias so levadas do estmago ao intestino, comeas a sentir sede e procuras satisfaz-la. Deste modo, o alimento levado ao duodeno. Atravs de um processo de fermentao, o elemento etreo filtrado, servindo para a vivificao dos nervos, que podes tambm chamar de sistema nervoso. 3. O elemento sumamente sutil que denominaremos de substncia, pelo bao levado ao corao e de l passa inteiramente purificado
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alma, de sorte que ela igualmente absorve do alimento, as substncias afins, sendo alimentada em todas as suas partes, correspondentes ao fsico. 4. Observars que tuas expresses e critrios se manifestam pesados e desconexos, quando estiveres com fome e sede. Se tiveres ingerido alimento bom e saudvel, e tomado bom vinho, tuas opinies e julgamentos tomaro outro carter, provando a participao da alma. Se deixasses de te alimentar por longo tempo, as faculdades de pensar, falar e julgar seriam mui precrias. 5. To logo os alimentos tiverem passado o essencial ao corpo, seus nervos e sua alma, as impurezas so expelidas pelas vias naturais. Se o homem for gluto, tendo erigido o estmago para deus, os alimentos e o excessivo vinho no podem ser expelidos pelo estmago e duodeno, dando-se o acmulo de muitas partculas para o fsico, nervos e alma que passam aos intestinos, e atravs do fgado e bao, bexiga, provocando fermentaes das quais com o tempo se desenvolvem molstias, fazendo com que a alma se torne preguiosa, obtusa e insensvel. 6. Dessas substncias nocivas surge s vezes outro mal. Quando os elementos da natureza, maus e no fermentados, da irradiao de tal homem perceberem haver em estmago e intestino quantidade de elementos afins, infiltram-se no corpo e com eles se unem. Com esse acontecimento, a situao do homem bastante perigosa. No somente o fsico assolado de molstias incurveis, mas inclusive a sua alma que, cada vez mais enfraquecida e preguiosa, no mais se pode defender contra essas influncias, ingressando mais e mais em sua carne sensual e sofredora. 7. A fim de impedir a materializao da alma, s existe o recurso da molstia. Tal criatura perde o apetite e procura expelir os antigos detritos por meio de remdios. s vezes se consegue a cura, jamais, porm completa, pois basta a pessoa esquecer-se de sua situao enfermia, e ter reanimado os elementos de sofrimento, tornando-se o segundo estado, pior que anteriormente. 8. Este no o nico caso prejudicial que o gluto atraiu sobre si. Acresce um terceiro, muito pior, e que consiste na possesso de um ou vrios espritos realmente maus, que temporariamente passaram sua pro-
va de independncia em fsico qualquer. Deste mal, no h mdico que salve um homem, mas somente Eu e aquele que de Mim recebeu tal poder e fora.
210. ALIMENTOS PRINCIPAIS DO HOMEM

1. (O Senhor): Quem quiser permanecer com fsico e alma perfeitamente sadios, tem de ser alimentado desde infncia, moderadamente, com alimentos puros. Vede Meu Exemplo. Sou Humano, mas Me alimento sempre da mesma espcie de comida e vinho, puro e bom, mas dentro da justa medida. O que ora saboreio, diante de teus olhos, j fiz como Menino, inclusive a maioria de Meus apstolos, quase todos pescadores que viviam de peixes. Do suprfluo dos peixes, compravam roupas, po, sal e vinho, que tomavam diludo. Pergunta-lhes se algumas vezes foram acometidos por doenas, com exceo de um que no quero mencionar. 2. Afirmo-te, se os homens tivessem permanecido nas regras alimentcias determinadas por Moyss, nunca os mdicos teriam tido lucro. Entretanto, comearam a se encher quais pagos, a exemplo dos epicuristas, com centenas de guloseimas, caindo em molstias de toda espcie. 3. Peixes de qualidade, que vivem em guas limpas, so o melhor alimento quando preparados como aqui. Em falta desses, po de trigo e cevada, leite de vaca, cabra e ovelha, so alimentos saudveis. Entre os cereais, as lentilhas tomam o primeiro lugar, bem como o milho persa preparado em mingau. Das carnes se presta a de certas galinhas, pombos, gado sadio, cabras e carneiros, inteiramente sem sangue, frita ou cozida, sendo a carne frita prefervel. O sangue no deve ser ingerido. Eis o alimento mais simples, puro e sadio. Todo o resto, mormente ingerido em excesso, nocivo, especialmente no tendo o preparo pelo qual os elementos prejudiciais sejam inteiramente extrados. 4. Indaga o delegado: Senhor e Mestre, como devemos proceder
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com as mltiplas qualidades de frutos e razes? 5. Respondo: Os frutos devem estar maduros para serem ingeridos; entretanto, so mais salutares quando cozidos, fritos ou secos, pois com esse processo so expelidos os elementos da natureza, no fermentados. O mesmo sucede com as razes. 6. Conheces as qualidades de frutos e batatas que se prestam para alimento. Os homens famintos e intemperados no se satisfazem com eles, mas inventam muitos outros alimentos da flora e fauna, e a conseqncia naturalmente as crescentes e mais variadas molstias. 7. De Minhas Palavras deduzirs ser indiferente para Mim, dotar, atravs de Minha Vontade, um campo com qualquer espcie de cereais ou encher teus celeiros com trigo maduro, ou ento, fornecer a ti ou a outro qualquer, um po assado, inclusive aument-lo quando preciso. O mesmo acontece com a carne. Se posso criar animais vivos, certamente Me possvel criar a sua carne, prepar-la e tambm aument-la, segundo as necessidades.
211. O SENHOR, COMO CRIADOR ONIPOTENTE

1. (O Senhor): Em tempos remotos criei apenas um Sol, descomunal para a tua noo. Mas observa o Firmamento durante a noite, e ve-los repleto de estrelas. Todas essas estrelas, com exceo dos planetas por ti conhecidos, tambm so sis, em redor dos quais giram corpos semelhantes nossa Terra. 2. Alm dessas estrelas que avistas noite, deves imaginar bilhes de outras em um Espao infinito, e todos os inmeros sis e planetas surgiram daquele Sol original, naturalmente no inteiramente amadurecidos e prontos, mas quais sementes da espiga de uma haste, com a capacidade reprodutora. Agora te pergunto: Quem forneceu a substncia para a formao e o futuro desenvolvimento dos grandes corpos csmicos? 3. Responde ele: Quem mais, Senhor, seno Tu?
4. Prossigo: Se isto te compreensvel, convirs ser-Me igualmente possvel aumentar um assado de carneiro, da mesma forma que no decorrer dos tempos fiz surgir do imenso Sol original, inmeros outros sis e planetas, e organiz-los fortes e ativos, em determinados pontos do Universo. Para a tua compreenso, uma pedra, objeto inteiramente morto. Se tivesses uma neste momento, Eu poderia aument-la em um tamanho colossal ou dissolver a maior pedra existente, a ponto de nada sobrar para teus sentidos, ou ento poderia transform-la em solo frtil. 5. indiferente se Eu organizo tudo em um planeta qualquer, progressivamente dentro de certa ordem, ou de momento, caso for necessrio. O fato de surgir tudo nos corpos csmicos paulatinamente, como conseqncia de ocorrncia anterior, baseia-se principalmente em Meu Amor, Pacincia e Meiguice para com as criaturas, mormente nesta Terra e subseqentemente para com as de outros mundos, onde passam sua prova de emancipao. Todo Espao infinito Minha Morada particular, onde existem muitas acomodaes que irs conhecer no Meu Reino. Compreendes agora, como Me foi possvel aumentar o assado? 6. De alma contrita, o delegado responde: Senhor e Mestre, compreendo-o melhor que anteriormente, entretanto me sinto quase exterminado diante de Tua Grandiosidade e Majestade. Sinto que existo. Mas percebo tambm que nada sou perto de Ti. 7. Aduzo: Ainda assim, surgiste, como todos, de Mim; portanto s eterno. A maneira pela qual isto se deu, sabers somente atravs de Meu Esprito desperto dentro de ti. Acaso desejas ser mais?
212. CONFISSO DE PEDRO. A PARBOLA DO SEMEADOR

1. Aps Eu ter dado essa explicao, levanta-se Simon Jud, chamado Pedro, e diz: Senhor, tambm ns Te agradecemos por ensinamento to maravilhoso. Somente agora sinto na profundeza de minha alma, seres Tu, fisicamente, o Filho de Deus, o Verdadeiro Cristo, do Qual
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predisseram os profetas desde Moyss, e at mesmo antes dele, os inspirados patriarcas, a comear de Abraham. No saberia o que mais perguntar-Te, pois tudo me parece claro como em um quadro estupendo diante de meus olhos. 2. Digo Eu: Simon Jud, falaste certo porque assim mesmo. No entanto, desertars com as outras ovelhas quando o Pastor for abatido. O homem ter que dar vrias provas de sua f, antes que se aperfeioe igual a seu Mestre. Lembra-te dessas Minhas Palavras. Tambm para ti vir o momento em que Me negars, de medo perante o mundo. Se bem que retornars e fortificars tua f fraca, no o fars de ti prprio, seno pelo Meu Esprito em ti, que te puxar pelos cabelos para tal fim. 3. Diz Simon Jud: Senhor e Mestre, realmente estranho que nunca nos predizes algo de bom, no obstante Te acompanharmos desde o comeo e, por amor a Ti, abandonamos famlia e posses. 4. Digo Eu: Se Eu vos tivesse criado e escolhido apenas para este mundo, profetizaria somente coisas mundanamente favorveis. Tendo vos escolhido somente para Mim e para o Meu Reino no alm, por que te preocupas se no posso anunciar-te fatos agradveis e bons? Bem sabes que o mundo mau e trevoso, ama e alegra somente aquilo que lhe afim. O que for heterogneo, perseguido e condenado. Sois, tanto quanto Eu, no deste mundo, mas do Alto, por isto o mundo nos persegue e odeia. Assim sendo, no te posso predizer outra coisa, caro Simon. Compreendes? 5. Responde ele: Senhor e Mestre, compreendo bem, mas ocorre comigo o que se deu com nosso amigo delegado. Sinto-me inteiramente aniquilado diante de Tua Perfeio infinita e Presena Pessoal. Como j esteja falando, desejava pedir-Te maior elucidao a respeito da parbola do Reino de Deus, dada na proximidade de Bethsada. A explicao foi boa, entretanto no posso concordar com o quadro. 6. Era o seguinte: O Reino de Deus semelhante a um semeador que foi espalhar o trigo em seu campo. Uma parte caiu em caminhos e ruas. Em breve foi pisado e comido pelos pssaros, portanto no germinou nem trouxe frutos. Outra parte caiu em rochas e pedras. Germinou
enquanto encontrou umidade, mas dentro em pouco secou, no tendo a semente oportunidade de dar frutos. Outra parte se perdeu entre cardos e abrolhos. Germinou, mas foi abafada por eles, no dando fruto. Somente uma parte caiu em bom solo e produziu fruto centuplicado. 7. Quando Te pedimos explicao, disseste: A vs dado conhecer os Segredos de Deus, enquanto aos outros no, pois consta nas Escrituras: De olhos e ouvidos abertos, no vero nem ouviro. Em seguida explicaste o quadro, cuja explicao nos satisfez, mas ele prprio no. 8. Se querias dizer que ns representssemos o semeador destinado a disseminar a Tua Doutrina, ou seja, o Reino de Deus na Terra, o quadro teria sua justificativa. Se Tu Mesmo Te apresentas como Semeador, o quadro se torna algo estranho, porque no posso imaginar um semeador prudente, que deixe cair trs partes do trigo nobre onde a experincia remota ensina no poder produzir em caminhos e ruas, rochas e pedras, cardos e abrolhos etc. Subentende-se que ele venha a preparar primeiro um campo prestvel para dar fruto centuplicado. 9. Tu, Senhor e Mestre, s como Semeador infinitamente mais Sbio que ns jamais seremos, e tenho a impresso de cometer pecado, se Te considerasse Semeador imprudente. Se formos ns, o tal semeador, o quadro perfeito, pois alimentamos muita imprudncia e ignorncia. 10. Alm disto, nos advertiste por diversas vezes, no devermos atirar as Tuas Prolas, que so idnticas ao trigo puro e ao Reino de Deus, aos animais. Assim concluo, ser o sentido da parbola uma advertncia de no deitarmos o Teu Trigo em locais onde no germinaria. Teria eu dado esclarecimento certo a respeito, Senhor?
213. A PREGAO DO EVANGELHO A TODAS AS CRIATURAS

1. Digo Eu: Finalmente, o Meu Esprito comea a se manifestar dentro de vs. Se fosse vossa memria mais forte, lembrareis ter Eu Mesmo dado oportunamente o conselho de no agirdes na divulgao da Dou-
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trina qual semeador imprudente, mas conviria deitar a mesma em bom solo. No vos disse anteriormente que todos deveriam dirigir-se a todas as parte do mundo e pregar o Meu Evangelho a todas as criaturas? Como entendeste aquilo? 2. Responde Jud: Senhor e Mestre, com essa pergunta tirasteme uma grande pedra do corao. Tua Convocao feita a ns, despertou, ao menos em mim, o pensamento ridculo que querias realmente nossa divulgao no somente entre os homens prestveis, de certo modo um bom solo, mas inclusive s montanhas, matas, lagos e rios, pssaros, enfim, flora e fauna. Por criatura se entende tudo por Ti criado, e se devemos propagar a Doutrina em todo o mundo, meu raciocnio s podia querer executar Tua Ordem. 3. Alis, no muito certo passarmos ilesos entre feras do deserto, durante tal trabalho. Tua Vontade soberana sobre tudo, e neste caso certamente no haveria motivo para medo maior do que perante o orgulho e egosmo dos materialistas. Houve na ndia, homens capazes de falar aos animais. Nunca vi semelhante coisa, portanto pode-se crer ou no em tal fbula. 4. Digo Eu: Agora o quadro do semeador com relao a todos, referente imprudncia, tornou-se mais claro. Se interpretaste Meu convite de pregar o Evangelho a todas as criaturas, conforme acabas de expressar, deste a prova no ser tua prudncia na semeadura mui profcua. Ainda assim, vos fiz um convite certo e real. Se fordes pregar o Meu Evangelho a criaturas verdadeiras, elas se tornaro sbias em tudo e fortes atravs de Meu Esprito, podendo convencer as menos proveitosas. 5. Coloquei o homem nesta Terra, para se tornar soberano e senhor de todos os seres, o que de h muito no mais o . Pelo contrrio, teve que se deixar dominar pelos irracionais. Voltando a ser o que devia, atravs de Meu Esprito, ser novamente senhor e soberano de todos os seres e eles lhe prestaro servios teis. 6. Se ele disto for capaz, no ser tanto quanto ter pregado o Meu Evangelho a todos os seres? Se, com Meu Poder em ti, poders impor tua vontade a um tigre ou urso, para que se dirija ao seu local, como j viste
por vrias vezes ser feito por Mim, compreenders serem entendidos por todos os irracionais, a Minha Palavra e Vontade. 7. No vos disse, por vrias vezes, que podereis dizer a uma montanha: Atira-te ao mar!, e assim seria, caso tivsseis f inabalvel? Se para a montanha, Minha Palavra em vs compreensvel, se-la- a todos os seres. Naturalmente, subentende-se para tanto verdadeira prudncia de semeador. Assim, caro Simon Jud, ters assimilado melhor a parbola do semeador. Se ainda alimentas algo, como fazias a essa parbola, podes externar-te.
214. O SENTIDO DE VRIAS PARBOLAS

1. Diz Simon Jud: Senhor e Mestre, haveria algo da poca de Teu clebre Sermo da montanha. Mas me envergonho de expressar-me porque minha ignorncia se evidenciaria. 2. Digo Eu: Ora, que teria dito naquela ocasio que ainda no digeriste em tua alma? 3. Encabulado, Simon Jud responde: Foi o assunto do arrancar de olhos e decepar de mos, caso um deles nos aborrecesse; pois seria melhor entrar no Cu, mutilado, do que perfeito, no inferno. Sei que falaste em sentido espiritual, entretanto no conseguimos assimil-lo na profundeza e continuamos presos, por trs quartas partes, no sentido literal. O cegar de uma vista ainda seria possvel. Quanto ao decepar das mos, nem sempre a pessoa dispe de instrumento adequado e, alm disto, seria difcil eu decepar a direita, por ser a esquerda algo desajeitada. 4. Sinto ter dito algo tolo. Mas de que adianta, Tu teres dito tal coisa e eu no entender o sentido espiritual, como tambm no compreendi Tua Ordem em Capernaum, de comermos a Tua Carne e tomarmos o Teu Sangue, para entrarmos em Teu Reino? 5. Esta parbola foi explicada pelo inteligente hospedeiro, e Tu Mesmo confirmaste seu sentido justo. Com referncia mutilao fsica, no
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estamos equilibrados, e caso formos divulgar aquele Sermo, poderia suceder que pessoas de fraco entendimento pusessem em prtica tal ensinamento, enquanto outras, mais inteligentes, diriam ser cruel e impraticvel. 6. Digo Eu: Dirige-te a Meu querido Joo, que logo aps ser dito o sermo, pde explicar o sentido, e sentirs claramente no ter Eu determinado mutilao fsica, seno o controle rigoroso do livre arbtrio e da mente humana. Compreendeste? 7. Responde Pedro: Senhor e Mestre, com essas poucas palavras deste-me explicao completa e posso deixar em paz nosso irmo Joo. Vejo perfeitamente serem a mente do homem, a vista da alma, e a vontade, a mo ativa. Acontece ter o homem dois olhos e duas mos, portanto dois raciocnios e duas vontades, quer dizer, bons e maus, correspondentemente. 8. Quando o raciocnio negativo aborrece o positivo, deve o homem reconhec-lo e desfazer-se do primeiro, para sempre, fazendo o mesmo com a vontade. prefervel ingressar seguramente no Reino Celeste, com raciocnio e vontade positivos, do que descer ao inferno dotado com ambos. Julgo que um homem que, devido s circunstncias da inclinao para o mundo, facilmente se deixa levar a agir, ora seguindo sua m vontade, ora obedecendo ao bem, j se tornou em vida verdadeiro demnio. 9. Um outro, que, devido sua educao original, dispe apenas de raciocnio e vontade maus, podendo agir somente com maldade, no propriamente diabo perverso, seno tolo, pelo qual poderamos pedir que Tu o perdoasses, pois no sabe o que sempre fez. Senhor e Mestre, dize-me se julguei certo. 10. Respondo: Perfeitamente. Naturalmente ters percebido que tal critrio no vem de ti, mas de Meu Esprito dentro de tua alma. Procura libertar-te inteiramente de teu raciocnio e vontade mundanos, que o entendimento celeste do esprito e a fora de vontade do Cu, sero posse tua. Acaso tens mais alguma dvida a respeito dos Ensinamentos dados por Mim humanidade? Hoje estou disposto a endireitar tudo para vs.
215. A JUSTA APLICAO DO AMOR AO PRXIMO

1. Diz Simon Jud: Haveria outros pontos que para o meu intelecto no se apresentam como desejava. Como os principais, aparentemente desconexos foram explicados com tanta facilidade, as linhas menos tortas da minha razo podero se endireitar com o tempo. 2. Digo Eu: Prossegue com tuas observaes. Diz ele: Fa-lo-ei, no muito satisfeito porque demonstro, perante os outros, ser mais ignorante. Sendo de Tua Vontade, vou humilhar-me. Na ocasio em que ensinaste o povo a respeito do amor para com Deus e do prximo, afirmaste devermos amar at mesmo nossos piores inimigos, abenoar os que nos maldizem e fazermos o bem aos que nos prejudicam, e se algum nos der uma bofetada, conviria oferecermos a outra face, em vez de retribuir a bofetada. 3. Sinto que neste proceder, a prtica do amor ao prximo toma a forma verdadeiramente celeste, pois se devemos fazer tudo o que desejamos para ns, justifica-se o amor para com os adversrios etc. Todavia, no se considera a defesa em caso de ataque, pois existem os que perseguem os outros quais arqui-demnios, e em tais situaes devia haver exceo. 4. No me refiro bofetada, pois quem quisesse me dar uma segunda, aceita-la-ia para que houvesse paz e unio entre ns. Mas que fazer se meu adversrio quase me mata com tal aplicao? No seria melhor tomar as devidas precaues de legtima defesa? Neste Ensinamento existe algo errado, segundo minha razo. No sei se falei com prudncia ou no. Acreditando que meu raciocnio mundano deva ser de natureza evoluda, sem a qual eu no Te teria aceito como Senhor e Mestre, sou de opinio ser precisamente ela a perceber pequenos erros. 5. Digo Eu: Tua pergunta boa e justa. No entanto fao a observao de, no obstante teu intelecto, teres memria fraca, no que responsabilizo tua idade avanada, de sorte que no te recordas o que em outra ocasio por Mim foi acrescentado ao ensinamento referido. 6. claro, ser impossvel dar-se a um homem perverso, oportunida-
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de maior para aumentar sua tendncia criminosa. Neste caso, seria a consecutiva condescendncia, nada mais que verdadeira ajuda para a crescente maldade do adversrio. Para este fim, designei neste mundo juzes severos, dando-lhes autoridade de punio dos maldosos, e alm disto formulei um Mandamento pelo qual devereis ser submissos justia do mundo, seja condescendente ou severa. 7. Quem tiver a m sorte de contar com adversrio desse teor, procure as autoridades e faa queixa para impedir o prosseguimento dos atos do maldoso. Caso no seja possvel atravs de punio fsica, a espada ter que entrar em funo. 8. O mesmo ocorre com a bofetada. Caso a recebas de algum que se deixou levar por uma reao sbita, no reajas, a fim de que ele se acalme, podendo ambos voltar anterior amizade, sem juiz terreno. Se fores enfrentado por algum com bofetada assassina, tens pleno direito de defesa. Se assim no fosse, no vos teria dito para sacudirdes tambm a poeira dos ps, no local em que as criaturas no s recusam de vos aceitar, mas ainda vos tratam com escrnio e ameaas de perseguio. 9. Esteja certo, no ter Eu sustado poder e fora da espada por causa do Sermo do amor ao prximo, e no devem ser reduzidos enquanto a inimizade entre os homens tiver atingido o grau que justifique a classificao de demonaca. 10. Entre os patriarcas e antigos juzes constava: Vida por vida, olho por olho, dente por dente! Entre ns, tais leis no devem ser tomadas ao p da letra, que do igualmente a entender que o perdo no deva ultrapassar sete vezes. Tal ponto foi por Mim vrias vezes explicado e por vs compreendido. 11. Mas, como j disse, com isto no sustei a Lei de Moyss, dos Juzes e Profetas, seno apenas as suavizei. Empregavam-na literalmente e puniam com o mesmo rigor a quem muitas vezes prejudicava o prximo, casualmente, e no em virtude de vontade maldosa. 12. A conseqncia disso foi que o povo, em tempos de Josu, o ltimo Juiz em Israel, exigiu um rei, esperando legislao mais amena. Enganou-se, porm, mormente com o Rei Saul, que o castigava muito
mais que os Juzes anteriores. Sob o regime de Davi e Salomo, tudo se tornou mais humano. 13. Posteriormente, quando o reino foi dividido entre vrios soberanos, a situao foi pior que durante os Juzes. Finalmente tornando-se insustentvel, s houve uma soluo: entregar todos os judeus e muitos povos vizinhos, com os quais eles constantemente guerreavam, ao poderio romano, porque Roma tinha as leis mais sbias e teis. Com isto foram estabelecidas, ordem e calma. 14. Se os judeus comearem a se elevar e os sacerdotes apontarem as leis romanas de ultrajantes a Jehovah, condenando os judeus amigos dos pagos, estes se levantaro e entraro neste pas para destru-lo a ponto de no ficar uma pedra sobre a outra. Sero os judeus dispersos a todas as partes do mundo e se dar o que vos predisse: devem orar que tal fuga no suceda no inverno, nem em um sbado. Seria pior que em outra estao e em dia qualquer. Especialmente difcil ser a fuga de mulheres grvidas. 15. Em tal poca, dois judeus dormiro juntos. Um, conhecido como amigo dos romanos, ser salvo, mas o teimoso, condenado. Haver homens a moerem em um moinho. Pela mesma razo, um ser aceito, outro renegado. Quem estiver trabalhando no campo, no volte casa para apanhar o seu palet, e quem estiver consertando o telhado, no deve querer apanhar algum objeto em sua casa, pois convm pular diretamente ao solo e salvar sua pele. Eis, caro Simon Jud, o que por vrias vezes Eu predisse, inclusive a muitos fariseus, e presumo no encontrares algo errado.
216. O MORDOMO INFIEL

1. Responde Simon Jud: Nestes pontos nada h que contrapor, porm existem ainda alguns com os quais no me conformo. Com Teu Amor e Graa espero alcanar o justo equilbrio. 2. Digo Eu: Quais so? Responde Ele: Sendo de Tua Vontade, vou apont-los. Trata-se de Teu Elogio feito ao mordomo infiel e da con-
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denao do hspede que se apresentou sem veste festiva. Acontecem dois fatores incompreensveis: primeiro, como foram os hspedes apanhados pelos empregados, em cercas e ruelas, e empurrados para a ceia, sendo providos com as vestes necessrias. Segundo, o pobre diabo, igualmente impelido ceia, tinha de ser enxotado por no haver posto veste festiva. Este homem e Teu Elogio ao mordomo infiel constituem para mim, erros que no consigo apagar. 3. Digo Eu: No vos disse naquela ocasio: Imitai o mordomo infiel e fazei amigos com o dinheiro injusto, pois vos recebero, se ainda estiverdes ao desabrigo, em suas moradas celestes? Para que o possas entender, ouve-Me com os dois ouvidos, a fim de impedir que entre por um e passe pelo outro, mas conserves no corao o que assimilas. 4. Todo homem abastado, possuidor de imveis e fortuna, maiores do que necessita para o seu sustento, perante Mim, que sou o nico Verdadeiro Fazendeiro, mais ou menos um mordomo infiel; e os bens que alega posse sua, constituem o dinheiro injusto. 5. Se ao menos procura socorrer os pobres, caso sua enfermidade, como Meus Mensageiros, o adverte: O Proprietrio desses bens reclama de ti, em virtude de tua ao injusta, portanto deixars de ser mordomo!, ele far dos necessitados socorridos, amigos que dele se apiedaro e recompensaro sua caridade, quando ele chegar no Meu Reino, desnudo e abandonado. 6. Quando criei o mundo, no medi a Terra nem marquei limites, portanto no disse: Essa parte tua, aquela, de teu vizinho. Fiz da Terra, posse comum de todos. S com o tempo, ganncia e domnio dos homens comearam a medi-la e a determinar: Essa grande rea pertence a mim, e quem quiser trabalhar e servir-me, receber pequena parte do arrendamento. Contudo, sou eu proprietrio. 7. Tal foi a primeira constituio patriarcal entre os homens. Conquanto fosse injusta, foi a melhor e mais sbia. Sendo geralmente o patriarca, homem bom e devoto a Deus, seus sditos e pequenos arrendatrios passavam bem, pois ele cuidava do benefcio de todos. 8. Sua posse era naturalmente mil vezes maior do que necessrio,
portanto era mordomo injusto. Todavia, aplicava seu dinheiro injusto em bens agradveis a Mim, e de seus sditos fez grande nmero de amigos, segundo Minha Vontade e Agrado, e Eu tive que demonstrar o Meu Agrado e Louvor.
217. EXPLICAO DA PARBOLA DO MORDOMO INJUSTO

1. (O Senhor): Deste modo, foi o patriarca Abraham, proprietrio de toda a Terra Prometida, igualmente mordomo injusto. Certamente j ouvistes falar ter ele em Salm, onde morava, organizado uma grande mesa na qual diariamente eram saciados milhares de pobres e necessitados, tanto que surgiu o provrbio de serem bem-aventurados os que tm a felicidade de se alimentar na mesa de Abraham. 2. Por isto foi ele o Meu Predileto, e Eu abenoei, por vrias vezes, toda a sua famlia, pelo que podeis deduzir ter sido Abraham o primeiro e maior amigo do Rei dos reis e do Sacerdote dos sacerdotes, sem comeo e fim, que se chamava Melchisedek. Deu-Lhe Pessoalmente o dzimo e entre todos os reis, unicamente, teve a felicidade e o direito de se poder aproximar da Morada de Melchisedek, Que o visitou, em companhia de dois anjos, e lhe predisse que sua mulher idosa, Sara, lhe daria um filho, o que Abraham acreditou firmemente. 3. Ao mesmo tempo lhe revelou que as cidades de Sodoma e Gomorra sucumbiriam, e que de seu tronco, Ele Prprio surgiria como Homem, para verdadeira bem-aventurana de todos. 4. Deixemos Abraham e Melchisedek, pois o ltimo Se acha entre vs, em Minha Pessoa, e o velho patriarca no est longe Dele, em esprito. Tratemos de um outro mordomo injusto, que vive nas proximidades de Jerusalm e em cuja casa dentro em breve estaremos. Trata-se de Lzaro, um filho de Simon, o leproso, ao qual, sem ele saber, curei aos Meus doze anos, antes de ir a Jerusalm. Isto fiz porque, com toda justia, praticava grandes benefcios a milhares, atravs de sua fortuna vulto-
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sa, assim como faz seu filho Lzaro. 5. Estais lembrados de tudo que Ele fez quando nos hospedou por vrias vezes, e quem aplica seu dinheiro injusto de forma tal, certamente ter muitos amigos em Meu Reino, -Me agradvel e quando morrer, Eu o despertarei para a Vida, sendo sua passagem igual de Meu querido Henoch, que ora aqui est a Meu lado, como verdadeiro arcanjo. Com isto, caro Jud, presumo ter demonstrado claramente aonde dirijo o Meu Louvor para o injusto mordomo, e transformei em ti, a linha curva, em reta. Resta ainda a explicao da ceia, em que foi enxotado o por ti classificado pobre diabo. 6. Os convivas que no compareceram e se desculparam com negcios mundanos, so precisamente tais mordomos injustos que de modo algum merecem de Mim um elogio. Os outros, posteriormente convidados em ruas, ruelas e cercas, so os que, materialmente pobres, se acham internamente com roupas de festa pela vida justa, segundo a Minha Lei. 7. Aquele que tambm se apresentou Minha Ceia, representa pela personalidade, o farisasmo obtuso, tomando lugar Minha Mesa. Quando Eu vim Pessoalmente, como ora acontece diante de todos, vi que teu pobre diabo no tinha veste festiva. Por isto mandei que os Meus servos o enxotassem para a mais densa treva. 8. Tal Ceia oferecida neste momento e desde que Me apresentei como Guia e Doutrinador dos homens desta Terra, e deves ter percebido por vrias vezes que em muitas ocasies se infiltravam Minha Mesa tais hspedes, que sempre fiz enxotar atravs de Minha Palavra. Por qu? Por no terem veste festiva. Entendes agora o que quis demonstrar com tal parbola? 9. Responde ele: Sim, Senhor e Mestre, e acrescento que em Tua Mesa certamente se encontraro, muitas vezes, tais hspedes sem veste comemorativa, e estaria em tempo de afast-los. Digo Eu: Por certo, mas neste mundo nem sempre possvel. Por isto, darei outro quadro do Semeador pelo qual vos deveis orientar.
218. A PARBOLA DO JOIO ENTRE O TRIGO

1. (O Senhor): Um fazendeiro, dono de muitas vinhas, pastos, campos e hortas, recebera de seu pai, especial trigo. Virando-se para os lavradores, disse: Limpai campo vasto com todo cuidado, para no surgir qualquer joio, aps eu ter semeado o trigo mais selecionado. 2. Eles assim fizeram, e o trigo germinou para alegria do fazendeiro, pois no percebia joio entre as hastes. Aps certo tempo, quando o trigo j comeava a botar espigas, os lavradores procuraram o dono e disseram: Patro, fizemos tudo conforme ordenaste e tu mesmo te alegraste com o trigo puro. Agora que comea a botar espigas, surgiu grande quantidade de joio. Se quiseres, podemos arranc-lo. 3. Respondeu o fazendeiro: Deixai-o, para no prejudicardes o trigo. J sabia que o inimigo fizera isto. Esperai o amadurecimento de tudo; quando o trigo estiver na poca de colheita, mandar-vos-ei guard-lo em meus celeiros, e s ento o joio ser juntado em molhos para secar. Em seguida ser queimado, para a futura limpeza do campo. 4. Eis o quadro pelo qual deveis aprender o que fazer com relao ao joio em Meu Campo de Vida. O trigo puro representa aqueles que em Minha Ceia tm veste festiva. O joio em sua totalidade o hspede sem roupa comemorativa. Serviu-se dos alimentos na mesa at que o perspicaz anfitrio chegou ao salo, o que corresponde maturao do trigo puro e do joio. Os hspedes festivamente enfeitados so acolhidos, e o outro, atirado ao fogo da ira do anfitrio, servindo ele prprio purificao do campo maculado, por meio da queima. 5. Neste mundo encontrareis muitos hspedes sem veste especial e percebereis a proliferao do joio entre o trigo puro. No vos altereis por isto, deixai tudo chegar maturao e esperai que o Grande Anfitrio venha Pessoalmente. Com Ele vir igualmente o tempo certo para a seleo, e cada um receber aquilo pelo que seu amor, bom ou mau, se esforou. Em Minha Casa existem muitas acomodaes bem-aventuradas, mas igualmente inmeras prises. Os que preferem as ltimas, tero o
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que desejam e jamais os tiraremos fora para macularem nossas habitaes purssimas do Cu. Querendo resolver sua regenerao, no lhes sero impostas barreiras para tanto. Compreendeste?
219. IDENTIFICAO DO FALSO PROFETA

1. Diz Simon Jud: Entendo perfeitamente, todavia confesso ser tal entendimento muito mais fcil para ns, os primeiros discpulos que atravs de Tua Graa e Amor tivemos muitas oportunidades de ouvir explicaes semelhantes. Tais verdades no sero assimiladas por criaturas enterradas no materialismo, dando-se o mesmo que sucedeu aos Teus Ensinamentos transmitidos por Daniel e Ezequiel etc., que quanto mais se l, menos se entende. 2. Carter parecido contm a Tua Doutrina, mormente quando falas em parbolas e interpretaes espirituais. Agora ns as entendemos. Posteriormente haver milhares a aceitarem o Evangelho, no entanto interpretaro os quadros de modo errneo, dando-se a falsa compreenso. Como poderamos impedir isto? 3. Respondo: No afirmei que a vs, Meus discpulos escolhidos e doutrinadores populares, dado o entendimento dos Segredos de Deus? Todo professor e mestre deve evidentemente entender mais de que seus adeptos, do contrrio no o seria. Se o mestre no fosse mais inteligente que o aluno, dar-se-ia o mesmo que um cego a guiar outro at que ambos cassem no abismo. Por isto, poucos so escolhidos, conquanto muitos, chamados. 4. No comeo devem ser nutridos com o leite simples de Minha Doutrina; tornando-se mais fortes, podero receber alimento mais pesado e substancial. Por isto tende cuidado que no se levantem os simples chamados a dizerem ao povo: Tambm ns fazemos parte dos escolhidos!, a fim de ensin-lo por vantagens terrenas. Neste caso, um cego conduziria outro.
5. Percebereis quem seja um escolhido pelo fato de ser pleno de Meu Esprito, assim como vs, pregando o verdadeiro Amor a Deus e ao prximo. Se pregar como fazem os fariseus no Templo, ser ele tambm um escolhido por eles, fazendo parte do mundo como diabo. Quem no colher de Mim, o verdadeiro Amor e a Sabedoria, dissipar e ser falso doutrinador, atirando as criaturas superstio, da qual nem todos os anjos as podero levar esfera da pura Verdade que liberta, mormente quando tais pessoas tiverem atingido idade avanada e se enraizado na treva da superstio. Afirmo-vos ser mais fcil afastar-se todos os males de uma criatura do que a superstio. Nos outros males, a alma apenas parcialmente presa. Na superstio tola, o totalmente. 6. Por isto previno-vos do aparecimento de profetas falsos, ainda em vossos dias, doutrinadores falsos e igualmente quantidade de cristos falsos, a ensinarem o povo: Ei-Lo!, ou: L est Ele!, ou: Ele habita no Templo!, ou: ...em determinados recintos! Avisai-o, porm, ser aquilo pura fraude. 7. O povo que vos seguir, dever ser abenoado e batizado em Meu Nome. Espargirei o Meu Esprito sobre ele, podendo reconhecer a Verdade e expulsar os profetas e cristos, da comunidade. Caso alguns seduzidos pelos mistificadores no vos queiram ouvir e talvez ainda vos persigam, em considerao do falso profeta e doutrinador, afastai-vos para onde o Meu Esprito vos conduzir. Todo o resto entregai a Mim. Em tempo oportuno saberei mandar a tais mistificadores os Meus Julgamentos, e no Alm tero a mesma sorte do hspede que em Minha Ceia no pusera veste festiva, e as almas por eles desviadas sero seus perseguidores. 8. Basta que Minha Doutrina seja mantida pura entre poucos, no que sempre sero tomadas as medidas necessrias. A plebe materialista deve enxurdar-se e banhar-se no antigo detrito e lodo, entrando em vigor o Meu Mandamento para vs, pelo qual no deveis atirar prolas aos sunos.
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220. A AO MILAGROSA
1. (O Senhor): Se bem que o Meu Evangelho deveria ser divulgado sobre toda a Terra, no imponho um dever ao verdadeiro professor e profeta, no sentido de lev-lo em sua Verdade luminosa, para todos. o suficiente que a Doutrina pura seja transmitida s pessoas bem intencionadas e com tendncias espiritualistas, com o direito de pass-la a outras. Felizes as que a aceitarem; no entanto, o professor e profeta mais perfeito no conseguir o crescimento de uvas em espinhos e de figos, em abrolhos. 2. Sou o Prprio Senhor, e sabeis no haver o que Me fosse impossvel. Ainda assim no posso elevar as criaturas desta Terra esfera de Minha Luz eterna da Verdade, enquanto tm que usar de seu livre arbtrio, no obstante todo o Meu Amor e boa Vontade. O que Eu Mesmo no posso realizar, muito menos ser possvel a vs. 3. Tendes a impresso de que tal fato Me seria possvel atravs de um milagre espetacular, e em parte tendes razo, mas no em sua totalidade. Um milagre age em determinado local e mormente no momento em que foi operado. Em outras localidades, levado o relato do mesmo, e alguns acreditaro, enquanto outros diro o seguinte: Se o milagre foi efetuado para despertar a f, por que no se deu entre ns? 4. No futuro, o mais extraordinrio milagre como outro qualquer fato excepcional, encontraro menos f medida de sua propaganda, e passaro ao mbito de contos e fbulas histricos, servindo na maioria crena fcil, para fortificar a superstio. As criaturas no conseguem discernir entre um milagre falso e um verdadeiro, considerando ambos como extraordinrios, e se deixam coagir f. 5. Por isto deveis praticar milagres o menos possvel, a no ser curar enfermos pelo passe e batizar os que se tornaram firmes na f, para poderem aceitar o esprito da Verdade. Antes de tudo, mantende a pura Verdade. Ela somente liberta o homem de modo completo. Todo o resto deixa uma coao em sua alma, mais ou menos forte, da qual ele no se livra to facilmente. Uma f coagida geralmente muito pior que nenhuma.
6. Os esticos em nada acreditam, entretanto os prefiro aos judeus, tolos e ignorantes, que ainda acreditam ser o detrito do Templo, elemento vivificador para campos, hortas, pastos e vinhas e os fertiliza. Afirmam que quem entregar seu dinheiro como bolo no Templo de Jerusalm, prestar servio muito mais agradvel a Deus, do que favorecendo a um pobre, ao qual teria socorrido por longo tempo. Por isto, pregai somente a Verdade e sede parcimoniosos com milagres. 7. Manifesta-se Meu querido Joo: Senhor e Mestre, quanto a mim, pouco me ocuparei de atitudes milagrosas, pois percebo claramente no ser a atuao milagrosa to til quanto a simples palavra. Quem no se libertar pela palavra verdadeira, muito menos se livrar pelo milagre. No deixam de ter seu benefcio as Provas dadas por Ti, porquanto sabes melhor quando devem ser praticadas e qual seu carter. 8. Ns, Teus apstolos, jamais o entenderemos perfeitamente, enquanto nossas almas estiverem envoltas com essa matria. Assim, sou de opinio ser melhor continuarmos somente com a palavra, que atravs de seu sentido verdadeiro se fortificar, dispensando de outros recursos o que podemos provar pela matemtica. 9. Porventura deveria eu praticar um milagre a quem ensinei que dois mais dois so quatro, a fim de positivar-lhe tal realidade? Creio ser intil esse trabalho. Tua Doutrina mui simples em si qual clculo verdadeiro que qualquer homem, dotado de apenas um vislumbre de boa vontade, deve compreender e assimilar. 10. Todo homem sente uma nsia de procurar Aquele que criou o mundo e tudo que nele existe, pois compreende que o Criador de tais maravilhas deve ser sbio, poderoso e sumamente bondoso, e quem O aceita desse modo, tem que respeit-Lo e am-Lo, passando tal sentimento para os semelhantes, igualmente Obra Divina. Eis duas Verdades matemticas contra as quais no h quem possa argumentar. Acresce a isto que quem compreende tais mximas, ipso facto confirma que Deus no fez surgir tais coisas estupendas a fim de se tornarem distrao do Criador, de hoje para amanh, mas a menor de Suas Obras comporta uma finalidade eternamente crescente. Esta Verdade ser compreensvel
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a qualquer um, sem operar-se milagre. Depende da maneira pela qual lhe exposta. Curar-se enfermos, livrar-se obsessos de seus espritos martirizantes etc., so obras de caridade ao prximo. Mas no deveriam ser praticadas para positivar a Verdade, seno motivadas pelo amor. Senhor e Mestre, teria eu falado certo?
221. CONVERSO ATRAVS DE MILAGRES

1. Digo Eu: Meu caro Joo, falaste de modo justo e verdadeiro. Se desta forma a Minha Doutrina for trazida aos homens, produzir frutos bons e duradouros. Sendo imposta com milagres em profuso, assemelhar-se- a um fruto prematuramente amadurecido que raramente contm sabor real e no pode ser guardado para o futuro. 2. Todo amadurecimento artificial contm pouca resistncia e facilmente passa deteriorao. O que se consegue realizar com facilidade tem seu paralelo com o construtor que edificou sua casa em areia, no vale e com despesa pouca, que por ocasio das enxurradas no pde oferecer resistncia e foi arrasada. O mesmo acontece com a Doutrina do Reino de Deus, que foi pregada e imposta com auxlio de muitos milagres e provas. 3. As criaturas a aceitam com facilidade; mas quando se apresentam tentaes e provaes, de nada dispem para antepor s tentaes quer dizer, quelas que procuram seduz-las com outra religio ou seita seno as provas assistidas, pessoalmente. Se os tentadores, como falsos doutrinadores e profetas, praticam seus falsos milagres diante dos olhos de tais cristos coagidos, estes no tm recursos para positivarem a Verdade intrnseca de Minha Doutrina, por isto a abandonam e passam para os profetas e professores mistificadores. Tais homens, que ainda no compreendem a Verdade, so comparveis a uma vara que se deixa vergar pelo vento. 4. Com carvalhos e cedros, os ventos no podem praticar seus abusos. So comparveis aos homens que se converteram para Mim,
atravs da pura Verdade de Minha Doutrina. Diante deles podero os falsos doutrinadores e profetas engendrar seu jogo traioeiro, pois no se vergaro. A fora da Verdade interna mais poderosa que todas as foras da Terra. 5. Quem entre vs fizer deste ensinamento seu princpio na divulgao do Evangelho, semelhar-se- ao semeador que semeou o trigo somente em bom solo. Desconsiderando tal princpio doutrinrio, deitar sua semente em caminhos e ruas, pedras e rochas, entre espinhos e abrolhos, e pouco resultado obter por ocasio de sua colheita. 6. Dos milagres por Mim operados, no deveis igualmente fazer grande alarde, preferindo abrir a compreenso dos homens para os milagres e provas que realizo diariamente diante de todos, e deste modo colhereis frutos muito melhores e abundantes. To logo compreenderem ser Eu o Senhor e Mestre em todas as coisas, desde eternidades, aceitaro, com facilidade, que por ocasio de Minha Passagem terrestre nada havia de impossvel para Mim. 7. Quem o entender, procure agir de acordo, que Me proporcionar bons frutos. Todavia acrescento que, entre Meus discpulos, alguns h que no o entendem como Joo. Por isto, a palavra dele se manter at o Fim dos Tempos, enquanto isto no se dar com a de qualquer outro, mormente com quem abre sua boca no relato de Meus Milagres. Este Meu Discurso, bem como o de Joo no agradam aos apstolos presentes, todavia nenhum se atreve a fazer objees.
222. ALMAS PR-AMADURECIDAS POR COAO E ALMAS INTEIRAMENTE AMADURECIDAS

1. Levanta-se o delegado e diz: Senhor e Mestre, eu, o hospedeiro e seu pessoal, os trs sacerdotes de Apollo e os fariseus, fomos convertidos atravs de Teus Milagres, conquanto me convencesse que Teus Ensinamentos me fossem muito teis. Acaso devemos fazer parte dos frutos
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prematuramente amadurecidos, e seria possvel que um falso doutrinador e profeta nos fizesse apostatar atravs de suas mistificaes? 2. De minha parte posso afirmar que isso jamais seria possvel com minha pessoa, porque conheo a natureza de tais milagres. Por vrias vezes tive oportunidade de observar magos, cujo negcio redundava em ludibriar o povo. Foi aquela experincia muito boa porque me livrou da superstio e me induziu s obras filosficas. 3. As Provas dadas por Ti e Raphael provaram Tua Divindade, e creio em Ti mais firmemente que a solidez de um diamante. A fora da Verdade de Tua Palavra me fortaleceu na f em Ti, muito mais que as Provas, pois tiveste a Bondade de nos explicar claramente a maneira pela qual ages. No entanto, desejo saber se nosso grupo pertence aos frutos pr-amadurecidos. 4. Respondo: De modo algum, caro amigo, pois uma prova amadurecimento forado apenas para quem imediatamente se torna crente, sem preocupar-se com coisa alguma. Isto no se deu contigo. Aps o Meu Milagre manifestaste objees curiosas e tive at mesmo certa dificuldade para levar-te ao justo caminho. E quando no ntimo j acreditavas em Mim, fizeste crtica acerba contra o Meu Proceder para com todos os seres, mormente para com os homens desta Terra. Se Eu no soubesse argumentar com a Verdade de Minhas Palavras, nem todos os Milagres ter-te-iam levado f em Mim. Foste levado f verdadeira em Mim pela fora da Verdade, e as Provas anteriores e posteriores no aceitaste somente como positivao das mesmas, e sim como benefcio teu e desta cidade, cuja possibilidade aceitas como a Mim e Raphael, e em futuro breve a compreenders ainda melhor. 5. O que o homem analisa, concebe e compreende pelo corao e o esprito, no tem efeito de coao de f, mas apenas fortifica o seu esprito, no sendo classificado de fruto pr-amadurecido, mas faz parte dos inteiramente evoludos. Afirmo o seguinte: Todo aquele que aceita qualquer verdade sem conhecer seus elementos bsicos e tampouco se preocupa com eles, pertence aos frutos no amadurecidos. Mas quem permite surgirem toda sorte de dvidas a respeito, at ter assimilado todos os
seus elementos bsicos, faz parte dos frutos inteiramente amadurecidos. 6. Com relao a Mim, deve o homem ser inteiramente frio ou quente no corao, caso pretenda ser aceito por Mim. Os mornos devem ser afastados at que se tenham tornado ou frios ou quentes. Um carter decisivo -Me mil vezes mais agradvel que milhares de indecisos. Assemelham-se estes aos recipientes de barro ainda crus e imprestveis, at que sejam levados ao fogo. Assim tambm os mornos tm que passar por vrios fogos de provao e tentao at que se tornem prestveis para Mim e o Meu Reino. Presumo ter dito tudo que sirva para a tua compreenso e a de todos. Poderia acrescentar algo mais. Para qu? Quem assimila a Verdade em breve discurso, dispensa explicao maior. Assim no sendo, no compreender a Verdade em dissertao prolongada. Ests satisfeito? 7. Diz o delegado: Muitssimo, e s me resta agradecer at o fim de minha existncia. Por esta Graa construste em nosso corao um Templo jamais atingido pelo poder do mundo. Protege-o diante de tempestades tentadoras. Respondo: O que pedirdes, ser-vos- dado. J passa de meia-noite e convm descansarmos um pouco. Antes de partirmos de manh, teremos oportunidade de palestrar.
223. JUDAS ISCARIOTES

1. De manh cedo, Me dirijo com Joo, Pedro e Jacob ao conhecido Monte Nebo. Os outros discpulos esto ocupados com a lavagem de roupas e cabelos. O hospedeiro, seu filho, o delegado com a famlia e os trs sacerdotes de Apollo no se fazem esperar, e logo aps chegam os apstolos, com exceo de Judas Iscariotes. Preferiu movimentar-se na cidade propalando o benefcio prestado por Mim, e os moradores o favoreciam com algumas moedas que Judas gastava em po e vinho. Percebendo a ausncia do discpulo, o hospedeiro indaga do porqu. 2. Respondo-lhe: Deixa-o. Sua ausncia Me mais agradvel que a
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presena, e no necessito dizer-te mais. Manifesta-se o delegado: Senhor e Mestre, como foi possvel ser aquele homem aceito como Teu discpulo? No me passou despercebido que ele no pode olhar diretamente para a pessoa e mesmo durante Teus Ensinamentos divinos, continuava indiferente, sem dar manifestao de admirao ou aprovao. Em suma, ele no me agrada. Se eu tivesse um empregado dessa ordem, de h muito o teria despedido. Onde nasceu? 3. Digo Eu: galileu e oleiro de profisso. Entre todos os discpulos possui a maior prtica na escrita e oratria. A par disto, cheio de avareza, de certo modo um demnio dentro dele, do qual no se libertar. Todos os demnios e maus espritos quando se apossaram do corao humano, so mais fceis de expulsar do que o demnio da avareza. 4. Em todos os outros maus espritos encontra-se um vislumbre de amor ao prximo. O demnio da avareza o mais pertinaz e penetra o homem de tal forma, at que se lhe torne idntico, podendo us-lo para as aes mais tenebrosas. Precavei-vos antes de tudo da avareza. Qualquer pecador entrar mais facilmente no Reino de Deus que um avarento. 5. Diz o delegado: Se tem este vcio e Tu sendo Onipotente, afastao de Ti. Que faz ele em Tua Companhia? 6. Respondo: Justamente por ser Eu o Senhor Onipotente, tenho que suportar, mormente nesta Terra, Escola de Provao para Meus filhos, tanto os demnios como os anjos. Ningum pode se tornar o Meu filho sem livre arbtrio, e at mesmo ao demnio o caminho de volta no barrado. Compreendes, portanto, porque tolero um discpulo, no qual no sinto agrado enquanto desejar ficar em Minha Companhia. Querendo afastar-se hoje, nenhum de Meu Grupo o impedir. Alis, caso no se corrija, dentro em breve receber o seu prmio. Deixemos esse discpulo ausente. Ainda h outros assuntos a serem ventilados. Aps o desjejum, partirei para a zona onde nasce o conhecido crrego Arnon. o caminho melhor que leva ao Vale do Jordo. L tenho que realizar muita coisa e dentro em breve subirei para Jerusalm.
224. ADVERTNCIA CONTRA A PREGUIA

1. Obsta o delegado: Senhor e Mestre, certamente conheces melhor do que eu, todos os caminhos nesta Terra. Mas conheo, em direo ao norte, uma trilha pela qual se chega ao Vale do Jordo. 2. Respondo: Caro amigo, estou ciente disto; entretanto sei, o que ignoras. Entre todos os Meus Conhecimentos sei igualmente qual o caminho a tomar, qual o lugarejo a visitar e a que hora tenho que chegar. Comigo no se d o mesmo que entre os homens que dizem diante de uma tarefa: No preciso ser feita hoje, amanh ou depois ainda haver tempo. Eu, porm, digo: O que podeis fazer no dia de hoje, no deve ser adiado para amanh. Se viesse um faminto e pedisse comida, recebendo de vs a seguinte resposta: Volta amanh, hoje no temos tempo!, julgais ter tido ele algum benefcio? Tal prorrogao de caridade talvez pertena esfera do amor ao prximo, por Mim pregado? 3. Se tal atitude no faz parte do amor ao semelhante, qualquer adiamento de trabalho que poderia ser executado um dia antes, no faz parte do amor ao prximo, seno da preguia dos homens, e a preguia sempre a origem de todos os pecados e vcios. Um homem sempre ativo, pouco tempo ter para praticar pecados. Ao passo que o preguioso refletir como afastar de si o tdio, surgido da inatividade. Cada um estando sempre rodeado de espritos bons e maus, subentende-se que os maus conseguem influncia em uma criatura ociosa. Isto feito, tolhem a alma com fantasias inteis, atraindo-a cada vez mais para esferas baixas e trevosas. Sabendo disto, no prorrogueis um trabalho que pode ser feito hoje. 4. Responde o delegado: Senhor e Mestre, agradeo tambm por este ensino, do qual deduzi que, como pago, no estava errado em ter feito dele princpio de vida. Todo empregado tem que seguir estritamente tal norma de vida, de sorte que no sofremos de atraso de servio. 5. Digo Eu: Conheo as leis romanas. So boas e quem as respeita, no passa mal na Terra. Eis que surge o Sol e lhe prestaremos nossa ateno. Todos comeam a observar nuvenzinhas claras a Leste, rosadas e cada
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vez mais brilhantes, o que leva os sacerdotes de Apollo a quererem expressar louvores quele deus. Em tempo se controlam, louvam a Mim, dizendo ser Eu o Apollo verdadeiro e eterno, que fazia surgir e desaparecer o Sol, a Lua e todas as estrelas. Concluo: Meus amigos, chamo-Me somente Senhor e Mestre, por isto poupai-Me o nome de Apollo. J vos expliquei o sentido desse nome. Satisfeitos com a advertncia, eles se calam.
225. A ECONOMIA
1. Pergunta, em seguida, o hospedeiro: Senhor e Mestre, como interpretarmos a to elogiada virtude da economia, igualmente princpio vital dos romanos? Consta que quem economiza na juventude, no passa necessidades na velhice, e tal axioma at mais usado entre judeus que entre romanos. 2. Respondo: Os ltimos tambm usam um outro que recomenda meio-termo. A justa economia virtude, enquanto no se excede prejudicando o prximo. Neste caso deixa de ser virtude, passa avareza e se torna vcio. Por isto, prefiro um no exagerado gastador de seus bens a um demasiado econmico. O gastador d algo ao prximo, e seu defeito apenas o imprudente esbanjar de suas posses. Por este motivo nada de bom pratica, e sim, prejudica. 3. O homem muito econmico a ningum favorece, guarda tudo sob pretexto de ser preciso cuidar da famlia. Todavia digo: O fogo do amor para com tua famlia, seja qual luz que acendes durante a noite. Mas o amor aos filhos de pobres deve ser qual incndio colossal, pelo qual se ilumina uma vasta zona. 4. Quem respeitar Minhas Palavras ao lado de sua tendncia econmica, ter, por Mim, sorte em tudo e bno plena, e tal felicidade e bno continuaro em sua casa e famlia. Desconsiderando o Meu Princpio de vida, dentro em breve ver os filhos e parentes esbanjarem de modo inescrupuloso as suas economias, tendo que enfrentar dificuldades
e misrias. Fazei tudo segundo Minha Doutrina, com prudncia e sabedoria, considerando as conseqncias e o final das atitudes. 5. Aparteia o hospedeiro: Estou muito grato, Senhor e Mestre, e alm disto, muito feliz por ter respeitado tal norma desde moo, e no futuro cuidarei ainda mais dela. 6. Novamente se manifesta o delegado: Tambm eu gravarei o Teu Ensino em meu corao e farei com que o meu amor para com a esposa e filhos se torne verdadeira luz; enquanto a educao para com a prole dos pobres incendiar a cidade toda para iluminar todas as redondezas. Est bem assim? Respondo: Isto sabers pelo cumprimento de Minhas Palavras, por isto, age e vive como mandam.
226. UM BOM-DIA DOS GROUS

1. Nisto surge a leste um grande bando de grous e quando se acha acima de ns, comea a se aproximar em movimentos circulatrios. Eis que o delegado pergunta: um sinal de que o tempo mudar. Que achas, Senhor? 2. Respondo: A crena popular fez tal experincia; havendo ou no um bando de grous, natural que em poca do outono, o tempo costuma se modificar. Para este ano deve a temperatura permanecer como , por mais algum tempo. Esses grous no so profetas de mudana meteorolgica, mas suas almas sentem a Presena de Algum. Demonstram-Lhe uma espcie de honra e apresentam seu bom-dia porque sentem ser Ele tambm seu Criador. 3. Um co afeioado ao seu dono, percebe sua proximidade e demonstra pelos saltos e outras manifestaes de agrado, sua amizade e afeto. De um estranho ele no se achega, e caso algum se aproxime do seu dono, imediatamente atacado, obedecendo somente voz dele. Quem lhe diz ser precisamente aquele, seu dono? Isto no se origina na carne do animal, e sim na alma, que se encontra em estado mais elevado
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de inteligncia. 4. Tanto o homem quanto o animal possuem uma esfera externa que os envolve, indispensvel e afim com sua alma. Pessoas que levam vida simples percebem s vezes horas antes, a aproximao de um amigo h muito tempo ausente e podem determinar at a hora de sua chegada. 5. Os irracionais possuem em grau muito mais forte a capacidade de pressentir e perceber, a grande distncia, algo agradvel ou desagradvel. Ces e gatos tm esse dom em alto grau. Podes mandar o teu co a vrios dias de distncia onde deveria ser solto, que em breve voltaria sem conhecer geografia. Quem lhe demonstra o caminho e pelo que se guia, a fim de poder voltar junto de ti? 6. Primeiro, tua irradiao externa de longa projeo, que ele conhece como sendo tua, atravs de sua forte capacidade de faro, muito embora seja cruzada por inmeras outras. Segundo, seu amor instintivo e a fidelidade que o impelem tua pessoa. O fato de no errar o caminho e saber estar-se aproximando cada vez mais, ele percebe pela maior ou menor capacidade de tua esfera vital por ti irradiada. 7. D-se com ela, conquanto em relao psquica, o mesmo que com a irradiao de uma luz, cujo efeito mais forte no local em que se encontra. Quanto mais se afasta, mais fraca e tnue se torna, e a grande distncia pouco se perceber da mesma, mormente uma criatura de viso fraca. Do mesmo modo percebem homens e irracionais as irradiaes de amigos, a longa distncia, principalmente os animais dotados de faro aguado. 8. Sou o Senhor de todas as criaturas em todo o Infinito, portanto tambm da Terra, e esses grous Me cumprimentam e a um aceno Meu, dirigir-se-o para o lago que ontem mandei criar por Raphael. L tomaro seu alimento matutino e se provero de gua necessria para a continuao do vo. 9. Nem bem termino, cerca de trezentos grous descem junto de ns, formando alas e olhando para Mim. Eu lhes aceno para a direo do lago, ao que para l se dirigem e atravs do grulhar demonstram sua alegria pelo alimento e a gua pura, enchendo seus depsitos internos.
Todos observam esse espetculo da natureza com grande agrado, louvando o Meu Amor, Sabedoria e Poder.
227. O SUPRIMENTO DAS AVES

1. Em seguida, o delegado se vira para Mim: Por que necessitam essas aves de gua? Sempre observei que tomam dez vezes mais o tamanho, entretanto no urinam, ao menos nunca vi tal fenmeno. Neste caso, a gua s pode fazer peso durante o vo. 2. Respondo: Meu amigo, o Mestre de Suas Obras sabe melhor o que necessitam para sua conservao e como constitudo o seu corpo, para sua finalidade. Desejando saber da razo de uma ave precisar de gua para o vo, dirige-te a Raphael. 3. O delegado repete a questo ao arcanjo, que explica: Quando abateis um animal, seja carneiro, cabra, bezerro ou boi, os intestinos so tirados quer dizer, estmago, vsceras e bexiga limpos e enchidos de vento, a fim de secarem. As partes maiores so utilizadas para odres e sacos, as menores, para guardar sementes etc. 4. Se tivesses aqui uma bexiga seca ou outro qualquer odre, mais facilmente demonstraria como as aves se servem de gua para o vo. Tomarei as providncias necessrias para tal fim, e eis aqui um odre bastante grande, cheio de gua, no qual poremos alguns ingredientes com capacidade de absorverem o gs carbono e o oxignio, libertando o puro hidrognio. Aqui esto os desejados elementos: ferro, enxofre, cal, sal e carvo. Coloco-os na gua e ouvem-se peculiares rudos de efervescncia. Tomamos uma bexiga vazia e seca para ench-la de hidrognio. Segura-a pela boca e sentirs como puxa para cima. Agora podes solt-la e observa o que acontece. 5. A bexiga cheia de ar, sobe velozmente e dentro em pouco no mais vista. Uma outra, maior e em cuja boca amarram um galho, sobe igualmente com velocidade. Em seguida enchem-se doze bexigas com o
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restante hidrognio, amarram-se galhos pesados, com os quais tambm se elevam ao ar. Terminada a experincia, Raphael diz ao delegado: Tens pequena noo, porque as aves se servem de gua para o vo? Responde ele: Mais ou menos, pois no percebo como usam da gua para voar. 6. Diz Raphael: Cada ave de tal modo constituda a produzir do estoque de gua, igual quantidade de hidrognio, indispensvel para o vo, porque o instinto lhe faculta esse clculo. Com o hidrognio ela enche, de momento, todos os canhes, grandes e pequenos e o interior dos ossculos, tornando-se to leve qual cabelo humano, peso este que vence com as asas e se levanta no ar. Considerando esse processo, compreenders de que maneira se efetua o vo das aves.
228. O VO DOS HOMENS

1. Diz o delegado: Entendo perfeitamente. Mas de onde as aves se suprem dos ingredientes necessrios? Tais elementos no devem se encontrar em toda parte? 2. Responde Raphael: Caro amigo, encontram-se em toda a superfcie terrestre, em quantidade de bilhes de vezes maior que todas as aves necessitam em milhares de anos. As aves so timos mineralogistas, assim como razes e galhos da flora so entendidos e inteligentssimos na matria substancial. Se assim no fosse, no havia tantas espcies de plantas e rvores, e os pssaros tambm no saberiam voar. Vs, portanto, que cada animal e planta descobrem o que lhes seja necessrio e sabem aproveit-lo. 3. Observa um ovo. A casca de cal e seu contedo consiste de cal, sal, ferro e enxofre. O quantitativo de cada elemento, toda ave sabe por si, e onde o encontra. Para tal fim, todo pssaro, animal e criatura possuem os cinco sentidos, e a planta tem suas antenas na raiz e nos galhos. Creio ter esclarecido esse assunto to difcil para os homens. 4. Opina o delegado: Se os homens conhecessem a questo dos
ingredientes e seu nmero quantitativo, poderiam encher odres colossais com hidrognio e com auxlio mecnico, levantar vo quais pssaros. 5. Diz Raphael: O que ora no possvel, futuramente o ser. Por enquanto melhor ao homem no saber voar, pois se tivesse tal capacidade, tornar-se-ia o maior animal voraz na superfcie da Terra, sem cuidar do cultivo. Prefervel que sua alma se torne espiritualmente capaz de voar, enquanto o corpo permanece no solo terrestre, para o que tem a constituio fsica. O homem chega bem longe e, s vezes, longe demais atravs de seus ps. Havendo necessidade de maior pressa, dispe de animais e tambm pode construir navios que o levem sobre o mar, como se fosse firme. No futuro inventaro quantidade de meios de transportes que dispararo com enorme velocidade. Agora sabes mais do que precisas. Tudo isto demonstrei para poderes facilmente reconhecer, que o Senhor o Mestre mais perfeito e inatingvel em todas as Suas Obras. 6. O romano agradece a Mim e a Raphael e diz: Contigo, Senhor, aprende-se em uma hora muito mais que de um professor inteligentssimo. Em Teu Ensino no h limites, e Tua Sabedoria no tem fim. Todos ns Te rendemos Graas e pedimos perdo pelas fraquezas e pecados. 7. Digo Eu: Tambm vs sois perdoados, mas no futuro tereis que vos precaver dos mesmos. Vamos tomar o nosso desjejum para em seguida partirmos. Durante o mesmo, muitos so os comentrios, que no precisam ser mencionados por se tratar de assuntos j conhecidos. 8. Terminado o desjejum, abeno o hospedeiro e sua famlia, e partimos, acompanhados por alguns amigos, durante duas horas, e eles se admiram de ver as terras em bom cultivo. Quando se despedem, Raphael tambm desaparece, pois no mais necessitava dele.
229. O SENHOR NO VALE DO JORDO

1. Perto de meio-dia chegamos a um pequeno lugarejo habitado por pastores rabes, cujo chefe indaga para onde amos, pois de l em diante
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no havia localidades e, caso nos quisssemos reconfortar, ele nos ofereceria seus prstimos. 2. Digo Eu: Agiste bem, considerando-nos em teu corao, e aceito tua boa vontade como ao. Acontece que ainda hoje temos que chegar ao Vale do Jordo, o que nos impede aqui demorarmos. 3. Retruca ele: Se este vosso desejo, podeis seguir por um atalho que parte de minha cabana. Aqui se encontra a primeira fonte do Arno, no havendo grande declive. As outras, que no fim perfazem o crrego, tm declive forte e as trilhas so perigosas. 4. Retruco: Sers recompensado igualmente por este conselho. Mas no com ouro, prata e pedras preciosas, porm com algo mais til. Este terreno que ocupas com os vizinhos se tornar frtil e tuas manadas aumentaro, para que vejas ser Eu mais que simples homem. Oportunamente podes ir cidade situada no Monte Nebo, que os moradores te diro Quem fui, sou e sempre serei. O pastor Me fita de olhos arregalados e pede acompanhar-Me ao vale do Jordo, pois conhece o caminho. 5. Digo Eu: No preciso, porque Eu Mesmo conheo melhor todos os caminhos da Terra. Em virtude de tua gentileza, podes acompanhar-Me certo trecho. Ele toma a dianteira e nos conduz por boa trilha quase perto do vale, onde nos separamos. Trs horas aps o crepsculo, atingimos pequeno lugarejo e descobrimos um albergue. Ao batermos na porta, o dono chega janela e pergunta aborrecido o que queramos a essa hora. Respondo: O dono de albergue por lei obrigado a acolher viajantes, inclusive noite. Tomando-Me por juiz romano, ele abre a porta, faz luz e entramos. Quando nos sentamos no refeitrio, ele indaga se queramos algo para comer. 6. Digo Eu: Nada comemos desde cedo, portanto hs de compreender nossa necessidade de alimento. Tens po e vinho, quanto basta. Diz ele: Tenho estoque de carne e peixe. Se quiseres, posso mandar preparar algo. As serventes ainda no se recolheram. Retruco: Tua carne no serve para judeus, pois no comemos porco, nem burro. Os peixes esto mortos h cinco dias e no se prestam para ns. Traze apenas bom vinho e po.
7. Ele e sua mulher nos servem. Apanhando o po, Eu parto os pedaos e os divido entre ns. O taverneiro enche as taas com vinho, de pssima qualidade. Virando-Me para ele digo: Tens outro vinho, porque nos ofereces o pior? Retruca ele: O bom vinho guardo para romanos e gregos. Para judeus, ele bom demais. Todos os judeus so maus pagadores, e os hospedeiros cuidam de no serem prejudicados. 8. Digo Eu: Toma de um outro cntaro e d-nos gua. Aborrecido, ele obedece, dizendo: Se meu vinho no vos agrada, bebei gua em nome de Neptuno. Eu abeno a gua e a transformo em vinho, como fiz por muitas vezes. Assim nos confortamos. Percebendo que a gua nos agrada, ele diz: Estranho preferirdes a gua pssima ao vinho. Ela no presta por ser do Jordo, que nas proximidades do Mar Morto no d prazer.
230. O HOSPEDEIRO MAL-EDUCADO

1. Ofereo uma taa cheia de gua ao hospedeiro, que se admira sobremaneira ao perceber estar tomando vinho especial. Por isto, diz: Segundo me parece, sois magos e feiticeiros. Com pessoas tais no aconselhvel tratar-se. 2. Respondo: Com magos de nossa espcie podes privar, mas no com os que conheces, pois sempre tm ms intenes e so mistificadores. Eu sou a Prpria Verdade, e toda espcie de fraude est longe de Mim. No futuro percebers isto melhor. Traze mais po. Protesta ele: S tenho um, que preciso para o pessoal. Os vizinhos esto dormindo e no posso pedir-lhes emprestada qualquer coisa. Novamente abeno alguns pedaos em nossa mesa, havendo po de sobra, a ponto de o hospedeiro encher um grande cesto. 3. Este milagre o estonteia de sorte que diz: Transformar-se gua em vinho, no algo de especial, pois coisa semelhante fora realizada pelos sacerdotes de Bacho. Mas criar-se algo, onde nada existe, isto tem cunho divino, pois os mortais no poderiam fazer tal coisa.
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4. Digo Eu: s grego e viajaste por vrias cidades de tua ptria. Nunca te preocupaste com as verdades que se espalham entre os homens, e como hospedeiro no fazes parte dos prestativos. s ganancioso, sem com isto teres feito fortuna. Se no fosse to tarde, Eu teria evitado bater tua porta. 5. Responde ele: Teria sido mais educado, caso teu procedimento no fosse to chocante. Ofereci carne e peixes. A isto fizeste uma observao que no me agradou. Hs de convir que ningum judeu, grego ou romano se deixa injuriar. Percebo que s algo incomum, entretanto s posso oferecer o que tenho a esta hora. Meu nico engano foi de no vos ter oferecido o melhor vinho. Repararei a falta e irei buscar um cntaro cheio. 6. Obsto: Nada disto preciso. Se Eu quisesse, todo o Jordo e o Mar Morto se transformariam em vinho. Temos po e vinho em quantidade, e podes fazer-nos companhia sem causar prejuzo adega. Ele se senta nossa mesa e Me pede desculpas pelo mau jeito, julgando Eu ser sbio, portanto no culparia um homem de sua ignorncia. Aduzo: Est bem. Alimenta-te e s alegre. Amanh Me deixars partir com menos prazer do que hoje Me recebeste.
231. O SENHOR ANUNCIA A CHEGADA DE UMA CARAVANA

1. Entrementes, a mulher e algumas filhas do hospedeiro se aproximam, perguntando se no havamos de querer alimentos quentes, ao que ele retruca: S pediram po e vinho, portanto podes te recolher. Obsta ela: Ser difcil repousarmos, pois temos somente dois pes que de modo algum chegaro para tanta gente. 2. Interrompo: No h necessidade fazerdes po, pois no haver falta enquanto estivermos aqui. Toma esses pedaos que restaram e dlhes tambm trs taas de vinho. Assim acontece, e as mulheres muito se admiram da boa qualidade do vinho, perguntando de onde surgiu e quem os havia suprido de tanto po.
3. Ele explica: Amanh sabereis de tudo, por hoje recomendai aos empregados para arranjarem peixes frescos. Aps as moas se terem afastado, o taverneiro pergunta de Minha Procedncia e qual Meu destino. Respondo: Por enquanto saiba que vim do Alto e seguirei pelo vale do Jordo s proximidades de Jerusalm. Aqui pernoitaremos em tuas cadeiras bastante cmodas, podendo os teus leitos serem aproveitados para os componentes de uma caravana de Jerich, que dentro de uma hora bater tua porta. Prepara-te, porque no te disse uma inverdade. 4. Informada do imprevisto, a mulher dele se exaspera em virtude da carncia de po. Por isto, viro-Me para o marido, dizendo: Verifica se no tens mais que dois pes na despensa. Dirigindo-se para l, ele a encontra abarrotada do melhor po, e a mulher pergunta que indivduo seria Eu, e se era aconselhvel comerem do mesmo. Diz o marido: Acaso no te serviste do po no refeitrio, sem que te prejudicasse? Podes ficar descansada e tratar de arrumar tudo para a chegada de outros hspedes, enquanto ficarei na companhia daqueles.
232. CRTICA DO HOSPEDEIRO ACERCA DOS JUDEUS

1. Voltando junto de ns, o hospedeiro se ajoelha diante de Mim, dizendo: Bom amigo, ainda no faz uma hora que te encontras aqui e j me tornei teu devedor. Deves ser grande profeta dos judeus que certamente no te aceitam. A meu ver, so eles os piores cidados, e seus sacerdotes perseguem todos os seus grandes representantes, considerando pecador todo judeu que prive com romanos e gregos, enquanto no desprezam os ltimos. 2. Digo Eu: Por isto te disse que vim do Alto. Por enquanto ainda no o entendes. Aquela raa sacerdotal de que falaste, uma raa de vboras, quer dizer, de baixo. Entendes isto? 3. Responde ele: Homem estranho, agora faz-se-me pequena luz. Tu s um dos maiores profetas de teu povo! Mas te aconselho no ires
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para Jerusalm, cujos habitantes so os maiores perdulrios, inclusive seus sacerdotes e o Rei Herodes. No compreendemos como os romanos, to inteligentes, puderam arrendar a Judia a um homem tal. 4. Sou macednio e tive oportunidade de passar uma vista na grande biblioteca de Alexandria. Em seguida adotei a profisso militar e em campanhas pequenas e grandes, cheguei at a ndia, frica, at as colunas de Hrcules, Europa, Britnia e Glia, mas em parte alguma encontrei homens to desprezveis como em Jerusalm. 5. Daqui chega-se em trs horas at a margem do Mar Morto, do qual se diz que pelo poder do grande Deus dos judeus, tragou dez cidades, pelo fogo dos Cus e um enorme terremoto. Contudo, aposto que aqueles infelizes enterrados no Mar Morto, no podiam ser piores que o povo orgulhoso de Jerusalm. 6. Por isto me perdoars minha opinio no lisonjeira quando aqui chegaste. No te conhecia de perto e te tomei por simpatizante de Jerusalm. Tuas palavras e aes provaram seres outro. Esse lugarejo consiste de setenta gregos. Um nico judeu possua uma parte do terreno, que compramos por preo bastante elevado para vivermos em paz. Enquanto ele vivia conosco, s havia confuso. No quero generalizar minha opinio, pois deve haver alguns mais humildes e compreensivos. De minha parte, nunca tive a sorte de encontr-los e te advirto de Jerusalm e seus moradores. Retruco: No ests errado e amanh ventilaremos o assunto. Deves agora preparar-te para receber a caravana que vem a.
233. PROSSEGUIMENTO DA PALESTRA ENTRE O GREGO E O SENHOR

1. No demora a chegar a caravana, montada em camelos e burros, sendo acomodados pelos empregados, enquanto o taverneiro recebe os donos, levando-os a um recinto parte onde encontram o necessrio. Voltando para junto de Mim, o grego diz: De maneira alguma me ocu-
parei com essa gente. Logo vi tratar-se de comerciantes de Jerusalm, entre eles levitas. 2. Digo Eu: Como no fosse de teu agrado, no te adverti a respeito. Agora sabes como trat-los para no haver atrito. 3. Diz ele: Podero receber os restantes peixes que foram salgados e fritos. Se quiserem carne defumada, mandarei serv-la, conquanto os judeus no se alimentem da mesma. A menos que estejam em presena de pagos e estando famintos, comem tudo que se lhes serve. Enquanto o dono da casa d suas ordens na cozinha, um daqueles hspedes o procura para saber se no dispunha de vinho melhor. Ele responde: Nas proximidades do Mar Morto no existe outro, portanto dai-vos por satisfeitos. O outro observa que Jerich tambm se acha perto daquele Mar, entretanto l tomaram vinho especial. 4. Retruca o dono: Este local no Jerich, tampouco temos os meios de nos suprir de vinho de Chypre. Assim nos contentamos com o que colhemos aqui. Percebendo nada conseguir do hospedeiro, o hspede volta ao grupo. Ento o grego Me diz: Tenho vinho melhor e lastimo t-lo negado a vs pelo mesmo motivo que neguei queles. Todavia percebi, como j disse, serdes apenas externamente judeus, enquanto vosso ntimo no combina com o judasmo. 5. Tenho alguns conhecimentos a respeito dos judeus da antigidade e tambm me dediquei leitura dos profetas, mas como no os entendia, guardei-os novamente. As obras hebraicas ainda no foram traduzidas em grego, mas somente alguns trechos em romano. Por isto, meu conhecimento fraco. 6. Uma coisa me saltou aos olhos. Os judeus esperam um novo rei, que viria com todo poder e fora, a fim de fundar um reino enorme, poderoso e invencvel. Sou de opinio que tal rei se far esperar por muito tempo, tendo eles que suportar o regime romano. Alis seria de lastimar, se um heri surgisse da sia para libertar a gentalha judaica, do cetro de Roma. No sei se tenho razo. Meu raciocnio, que agradeo aos filsofos gregos, me diz que meu parecer certo.
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234. O SENHOR D TESTEMUNHO DE SI

1. Digo Eu ao hospedeiro: Tens perfeitamente razo. Mas deves considerar que abrigas moradores de Jerusalm no outro recinto e talvez algum te tivesse escutado, podendo causar-te dissabores. 2. Diz ele: No te preocupes. A maioria dos hierosolimitanos me conhece e sabe que um soldado romano no os teme. Alm do mais, possuo ainda a minha espada, com a qual me atrevo a afugentar cem desses tipos. 3. Digo Eu: Conheo honestidade, justia e coragem dos romanos, assim como a hipocrisia quase ilimitada dos judeus, mormente dos templrios. Ainda assim so eles o povo escolhido do Deus Verdadeiro, no Qual os romanos tambm acreditam, pois Lhe erigiram um Templo, chamado o Templo do Deus desconhecido. Todavia, acrescento que o ttulo de povo escolhido ser-lhe- tirado e entregue aos pagos. Os judeus sero dispersos em todo o mundo, no tendo pas e soberano de sua estirpe at o Fim dos Tempos. Sei que esse povo Me odeia e persegue, entretanto terei que Me dirigir para Jerusalm, sem querer e poder Me esquivar de seu grande dio e ira. O sacrifcio praticado por Mim, abrir para todos os homens da Terra, a Porta do Reino de Deus. 4. At ento regiam a antiga morte e pecado, pelos quais a morte veio ao mundo, atravs da Lei que sempre fora dada aos homens. Aps o Meu sacrifcio reinar a Vida atravs da Doutrina Daquele Que ser sacrificado pela plena liberdade da f. Todo aquele que procurar a Verdade, facilmente a encontrar, conquistando a vida mais livre e eterna. 5. Sou Um dos Primeiros a trazer essa Doutrina ao mundo. Vim entre os Meus, mas eles no Me reconheceram nem aceitaram, pois Me perseguem em todos os caminhos e veredas. Por isto deles afastarei o Meu Olhar para dirig-lo aos pagos. s pago, e Eu, judeu. No entanto aqui Me hospedei com todos os Meus apstolos, e como sabes, s te fiz o bem. Mas no s o nico, pois j favoreci a muitos de teus conterrneos e o farei at o Fim dos Tempos.
6. Retruca o grego: De tuas palavras soa uma vibrao estranha e tenho impresso seres mais que profeta do povo judeu. Seus profetas operavam coisas mais ou menos milagrosas. Mas nunca ouvi que tivessem feito o que fizeste. Alm disto, pediam pela palavra e o poder milagroso. Tu nada pedes, mas ages qual senhor, no necessitando que um poder mais elevado te d o dom da palavra e a fora para a ao. Desejava ouvir de ti mesmo, o que dizes de ti. 7. Respondo: Amanh haver tempo para tanto. Ento tu e teus vizinhos haveis de conhecer-Me melhor. Hoje nada direi a respeito, por causa dos judeus que no momento se enchem com comida, pois seu estmago seu deus. De h muito nenhum deles cr no Deus Verdadeiro de Abraham, Isaac e Jacob, nem nos profetas, muito menos em Mim. Prefervel tomarmos mais algum alimento e, querendo palestrar, procuraremos outro assunto, deixando Minha Pessoa de lado.
235. O APARECIMENTO DO MAR MORTO

1. Entrementes, o hospedeiro pede informaes a respeito do Mar Morto, que devido a certos fenmenos, surgiu aps o afundamento de vrias cidades. Respondo: Escolheste bom tema, pois esse grande lago recebeu desde aquele tempo o nome de Mar Morto porque em sua profundidade se acham enterradas duas grandes cidades, Sodoma e Gomorra, e mais sete pequenas, com todos os habitantes e animais. 2. Em tal poca, o Jordo tinha outra direo e desembocava no Mar da Arbia, chamado de Mar Vermelho. Em tempos de Abraham e Lot, deu-se a grande catstrofe, segundo a Vontade de Deus nico e Verdadeiro, e o prprio leito do Jordo recebeu maior profundidade. Deste modo, o rio desemboca no Mar Morto. Se algum navegasse pelas margens na poca em que o lago no exalasse vapores, poderia descobrir vrias runas das cidades menores, debaixo do nvel do Mar. 3. Exclama o taverneiro: Ento verdade o que disse Moyss a
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respeito do aparecimento desse Mar. Vrios navegantes me haviam dito terem visto alguns vestgios de muros etc., do alto das margens bastante ngremes. Eu mesmo nunca tive oportunidade de ir s proximidades do Mar Morto. S se vem rochas escarpadas, to estreis quanto o prprio Mar, onde no se descobre nenhum peixe, nem ao menos na desembocadura do Jordo. 4. Existem alguns pontos dos quais se pode chegar ao nvel, com muita dificuldade, onde se desprende forte odor de enxofre. Foi o motivo porque nunca me interessou ver de perto a natureza do Mar Morto. Qual foi o motivo que teria feito o Deus Verdadeiro afundar aquelas cidades? 5. Respondo: Nada mais que a desobedincia contra Deus, que por muitas vezes advertiu esse povo para deixar seus pecados e abandonar o local das perverses, porque toda aquela zona estava localizada sobre minas de enxofre, e a Divindade sabia quando havia de se incendiar. 6. O povo, porm, continuava em sua perversidade de vrios matizes, desconsiderando a Advertncia Divina, com exceo de Lot e sua pequena famlia. E assim, deu-se um incndio colossal na redondeza do Mar Morto, como j viste na Itlia e Siclia. Todo o Firmamento estava cheio de fogo, que caiu em uma chuva copiosa de enxofre e betume. 7. Essa cena durou mais que quatorze dias, formando debaixo da camada mais leve do solo, um espao oco, e todo o territrio se precipitou nas profundezas do fogo, que somente pouco a pouco se encheram com as guas do Jordo e outros pequenos crregos. Se tal no se tivesse dado, todo o Vale do Jordo se teria incendiado e sucumbido, pois tambm ele est situado em cima de enxofre e betume. Eis um resumo daquilo que leste com todas as mincias no Livro de Moyss.
236. O APARECIMENTO DO MAR CSPIO

1. (O Senhor): Seguindo o Vale do Jordo, foz acima, ultrapassando as Cordilheiras da sia Menor, encontrars um grande lago que os
romanos chamam de Mare Caspicum. Surgiu ele em poca de No, ou para o entenderes melhor, em tempos de Deukalion, da mesma maneira que o Mar Morto, com a diferena que no Mar Morto se acham enterradas apenas nove cidades, enquanto no Mar Cspio, cerca de quinhentas, inclusive a grande metrpole de Hanoch. 2. Talvez perguntes: Por que Deus permitiu que quase toda a povoao do orbe fosse exterminada? A isto respondo, que Deus fez ensinar e advertir os homens, mormente os hanochitas durante quinhentos anos, por meio de profetas e at mesmo por anjos celestes, no sentido de evitarem isto e aquilo, principalmente deixar intactas as montanhas. Sua teimosia e orgulho desrespeitaram as advertncias. 3. Os hanochitas inventaram uma espcie de plvora com a qual encheram as montanhas perfuradas, incendiando-a atravs de longos pavios. A plvora explodia e arrebentava as montanhas. Os hanochitas ignoravam que se encontravam grandes comportas de gua debaixo das montanhas. Estas, perdendo o equilbrio, desmoronavam para dentro das grandes bacias, impelindo guas superfcie do solo. Do outro lado, incendiaram-se igualmente as minas de enxofre, carvo e betume, provocando tambm nas plancies incndios colossais, com que todo o solo soobrou, fazendo surgir um mar. 4. Compreende-se que em tal ocasio, grandes massas de gua subiam superfcie e, com elas, vapores e nuvens que se elevaram a certa altura e desabaram em chuvas torrenciais que duraram mais que doze meses, o que foi muito necessrio, pois do contrrio, a superfcie se teria incendiado em alguns anos. Em profundidades de duas mil braas, e s vezes ainda menos, existem materiais incendiveis como sejam, enxofre, betume e carvo, inclusive bacias enormes de nafta. Convirs, caro amigo, que naquela poca fora indispensvel a maior das enchentes da Terra, isto , da maior parte da sia. Se no fosse assim, a maior parte do orbe seria hoje deserta, como acontece agora, partindo do Mar Cspio at quase o fim da sia. 5. Deus, o Senhor, cuidou que a Terra no fosse destruda, a fim de que os homens no perdessem sua escola de provao na qual devem ser
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educados para a Vida Eterna. Quem no passar pela Escola da Vida, encarnando na Terra, no pode alcanar a Filiao de Deus, ficando eternamente no grau evolutivo dos animais. Por isto a conservao desta Terra sumamente necessria. Amanh, quando abordarmos novamente o assunto, tua compreenso ser maior. 6. Retruca o grego: Caro e milagroso mestre! Sinto algo como quem ao amanhecer vislumbra os primeiros raios do Sol, a lhe iluminarem o caminho. Tm os romanos o seguinte ditado: Non existet vir magnus sine afflatu divino. E tu pareces ser um que recebeu o maior hlito da Divindade, o que quer dizer: Em ti habita toda a Plenitude de Deus! Acrescento: Recebeste uma inspirao do prprio esprito. Por hoje deixemos o assunto de lado. Os fariseus comeam a prestar ateno nossa palestra e convm mudarmos de tema.
237. O MOTIVO DA DESTRUIO DE BABYLON E NNIVE

1. Meditando certo tempo, finalmente o hospedeiro prossegue: Bom amigo, dotado da Fora e do Poder de Deus! Explica-me porque o Deus judaico permitiu que cidades como Babylon e Nnive fossem de tal modo exterminadas que hoje em dia nem se pode localiz-las? 2. bem verdade terem seus habitantes igualmente cometido grandes pecados, mas o que finalmente o pecado? Nada mais que certa ao contrria a qualquer lei, da qual poucos tm noo. Ao lado das leis, deveria se cogitar de educao correspondente. Acontece que os genitores, com exceo da fala e de algumas experincias, so to ignorantes quanto a sua prole, que cresce sem conhecimento e ensino. Quando adultas, tais criaturas se acham presas a muitas paixes, mas dotadas de pouca razo. As tendncias exercem poder maior, de sorte que tais infelizes pecam em detrimento de leis que desconhecem. 3. Quanto mais se prolonga esse estado de coisas, tanto mais tolo se torna um povo, cujo regente e sacerdotes se regozijam da ignorncia po-
pular, e ningum se preocupa da educao, inclusive a Divindade. Basta chegar um ponto insustentvel, Deus vem com Seus Julgamentos tremendos. No seria mais sbio tratar de incio da educao til, pela qual os homens soubessem por que vivem? Por mais que eu medite a respeito, no concordo com a negligncia de Deus Poderoso. 4. Por que existe em Roma maior ordem que alhures? Porque o Governo cuida que todos os cidados tenham conhecimento das leis, at que sejam capazes de prestar exame. S ento recebem o direito de cidadania. O mesmo deveria acontecer com outros povos que deste modo so largados na selvageria, cometendo toda sorte de crimes. Atingindo tal ponto, sucedem-se os castigos do Alto. Surgem ento os profetas e professores incumbidos de reconduzir um povo antiga moral e virtude, como se v na Histria dos judeus. 5. S depois que os israelitas se perverteram sob o domnio dos faras, Deus despertou Moyss, que os deveria libertar de todos os pecados. Por que a Divindade no o fez antes, quando os judeus ainda no se haviam desviado do caminho justo? Muitas vezes, eu e meus vizinhos falamos a respeito, sem que algum entre ns soubesse encontrar justificativa razovel. Por isto fiz a minha pergunta sem rodeios e estou certo que me responders.
238. A PESTE ESPIRITUAL DO CIO

1. Digo Eu: Caro amigo, tua pergunta foi bem formulada. No entanto, esqueceste que Deus no criou esta Terra com tudo que comporta, para durao, e nem pde criar para tal fim. Nela tudo mutvel e perecvel, e apenas um ponto de transio do julgamento original e da morte, para a Vida verdadeira e eterna. 2. A Divindade poderia agir no sentido que o homem se mantivesse em certa ordem, qual planta ou animal, mas em tal caso no seria mais homem, pois no disporia de intelecto, nem razo, nem livre arbtrio.
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No sendo esta a Vontade de Deus, por motivos mui sbios, Ele deu ao homem, razo, inteligncia e vontade livre, e, com isto, capacidade semelhana divina de se poder formar e aperfeioar espiritualmente. 3. Que a Humanidade foi negligenciada na educao pela qual Deus sempre cuidou desde o incio cabe culpa preguia dos homens. Se entre criaturas iguais a ti e a teus vizinhos existem honestas e justas, por que outras no se assemelham a vs? Por serem preguiosas. Deus fez exterminar grandes cidades porque nelas o cio e a depravao comearam a se exceder. 4. Se os habitantes tivessem continuado como vs, Deus no lhes teria enviado adversrios, porm ficariam protegidos. O extermnio se motivou na peste do cio, que no final teria empestado e pervertido todo o gnero humano. Nunca Deus privou os povos de sbios doutrinadores, e, por eles, muitos homens conseguiram salvar-se. Os excessivamente preguiosos tinham que ser exterminados com suas habitaes. 5. Um Governo que pretenda manter boa ordem atravs de suas leis, chamar responsabilidade e punidade os infratores das mesmas. Acaso no deveria a Divindade, embora fosse Bondosa e Indulgente, castigar um povo depravado, despert-lo com aoite da Justia, de sua imensa ociosidade, e gui-lo atividade? 6. Convirs ser isto necessrio. Considera, antes de tudo, a vontade inteiramente livre do homem, contra a qual a Divindade no pode oporSe, e tudo te ser compreensvel neste assunto. Em um planeta, no qual uma criatura no pudesse cair nos piores vcios, em virtude de seu livre arbtrio e intelecto, tampouco poder-se-ia elevar a mais elevada virtude, de semelhana divina. Se meditares um pouco, recebers elucidao em todos os pontos indagadores. Fcil para Deus criar flora e fauna, e proteg-las. A educao dos homens mais difcil, pois s pode ensinlos sem impor-lhes coao interna. Compreendes? 7. Na questo em si, diz o hospedeiro, estou informado. Mas existem muitos senes, no to facilmente esclarecidos. Retruco: Quem consegue percepo clara no assunto principal, fa-lo- nos pontos convergentes. Agora muda de tema porque os fariseus novamente prestam
ateno nossa palestra, tomando-Me por sbio. Amanh ainda teremos dificuldades com eles. Procura problema sem importncia para nossa palestra. Diz ele: Isto difcil, precisamente quando se pretende abordar algo sem valor. Para os romanos, de natureza mais pesquisadora, no fcil falar-se de futilidades. Mas sendo de Tua Vontade, procurarei externar um problema menor.
239. CRTICA DIETTICA DE MOYSS

1. (O hospedeiro): Por que Moyss proibiu aos judeus o consumo da carne de porco? Os romanos entendem o seu preparo e atingem idade mais avanada que os judeus. Talvez ele visasse uma pilhria, sabendo que seus conterrneos se tornaram sunos no Egito, por isto cortou-lhes o gozo da carne de porco. 2. Naquele pas no havia animal, peixe e ave a salvo da voracidade dos israelitas, enquanto na antigidade s comiam carne de gado, galinhas, carneiro e cabras, algumas espcies de peixe, po e vinho, mantendo-se completamente sadios. Soubessem os antigos egpcios e hebreus como se prepara a carne de porco, cora, gazela e coelho, ter-se-iam mantido fortes e saudveis. 3. Moyss foi egpcio por educao e aps ter salvo o povo israelita das garras do fara, adotou o cardpio da corte, dando-lhe cunho divino, pois tivera oportunidade de entrar em contato com a Divindade e at mesmo alegou que o homem se maculava quando o alimento fosse outro que o prescrito. Certamente visou a temperana do povo. Entretanto, lutou durante quarenta anos at que o educasse na manuteno dos alimentos prescritos. 4. Pouco lucrou com isto, segundo critrio romano. Habituou os israelitas s normas externas incentivando a crena de ser o suficiente na venerao de Deus, caso fossem respeitadas as leis externas, e com isto, prestou meio benefcio. Se tivesse instrudo o povo com a sabedoria dos
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antigos egpcios, teria atingido finalidade melhor do que com a proibio da carne de porco. A meu ver, foi este o motivo da perverso atual. Que dirias Tu, quanto aos alimentos a serem ingeridos?
240. ORIENTAO DIETTICA

1. Digo Eu: O mesmo que tu. O que entra pela boca, quando fresco e bem preparado, no macula o homem e no prejudica a sade se for ingerido com temperana. Somente da carne de animais sufocados, como uso em certos pagos, ele no se deve alimentar, porque no sangue agem determinados elementos da Natureza, no fermentados, que para o corpo humano tem efeito de txicos. Sobrecarregam o sangue e provocam molstias que incapacitam para o trabalho. 2. O vinho, fermentado, aps extrados os elementos impuros, recomendvel para todos, no fortalecimento interno e externo. Algum tomando o mosto do qual os elementos impuros ainda no se evaporaram pela fermentao, se prejudicaria. Deve-se tomar vinho velho e puro, e deixar o mosto guardado at que se tenha purificado, atingindo no mnimo dois a trs anos. 3. Bem sei que Moyss praticou certos erros, assim como seu irmo Aaron. Por isto, ambos no chegaram Terra Prometida. Aaron chegou at o Monte Hor, pde ver a Terra Prometida, e morreu. Moyss atingiu o Monte Nebo, tambm viu a Terra Prometida e morreu em seguida. Tu, Meu Amigo, conheces ambas as montanhas por se encontrarem, em tua proximidade. 4. Moyss enriqueceu de sabedoria, mormente o tronco Levi, que o rodeava constantemente. Os demais troncos ele abandonou em sua rudeza e dominou o povo pela tirania, sem que a Divindade lhe tivesse dado Leis para tanto, razo porque Deus lhe aplicava corrigendas. 5. Isso se dava com todos os profetas, pois nenhum sentia verdadeira alegria com sua misso, e a Divindade tinha que insistir com todos os
recursos e at mesmo for-los atividade. Isto fato corriqueiro neste mundo, porque Ela no pode suprimir at ao mais sbio profeta, o livre arbtrio, amor, razo e intelecto. Do contrrio, seria reduzido a um instrumento sem vida. 6. A Divindade obriga o profeta, pela Onipotncia, a falar, escrever e agir segundo Sua Vontade, nos momentos de sua atividade exigida por Ela. Em seguida, liberta-o e ele poder fazer o que quiser, e nesta ocasio, o profeta pode cometer erros como qualquer outro. Compreendes?
241. IMPERFEIO DO CONHECIMENTO HUMANO

1. Responde o hospedeiro: Essa breve resposta foi-me mais compreensvel que a primeira. Entretanto, me lembro do conceito de um sbio que dizia no haver perfeio debaixo do Sol, e ser todo conhecimento, experincia e saber, obra de remendo; e afirmava que o homem se tornava mais sbio, quando compreendia que nada sabia. 2. A vida humana por demais varivel para poder atingir uma educao espiritual. Quando jovem, o homem acometido de vrias paixes, razo porque no pode elevar-se Luz pura do esprito. Entre mil, talvez haja um que faa exceo. Na melhor das hipteses, atinge sessenta, setenta ou oitenta anos. Ento comea a pensar na morte, tornando-se desanimado e sem coragem para uma ocupao intensiva com o Esprito de Deus. Se pudesse atingir no mnimo trezentos anos, sua sabedoria verdadeira teria aspecto melhor. Deste modo s consegue captar coisa pouca, sem poder concatenar suas conquistas escassas porque lhe falta tempo. 3. Em Alexandria existe uma das maiores bibliotecas do mundo, na qual se encontra quantidade de conhecimentos em todos os setores. Onde estaria o homem que vivesse o tempo suficiente para poder ler tudo? Como guerreiro passei por vrios pases do mundo, sem atingir um fim e tambm nada compreendi daquilo que vi. Mentalmente gravei algumas
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experincias e quadros; mas de que me adiantam, se no entendo o que so, como surgiram e qual sua finalidade? 4. O conhecimento humano no ultrapassa a experincia alimentcia, de homens e animais, o uso de madeira para aquecimento e construes. Assim so as criaturas motivo de pena e no vem ao caso se vivem na superstio mais trevosa ou quais sbios eruditos, pois todas elas nada sabem porque vivem no mundo. 5. No tocante sobrevivncia da alma, todos os filsofos esto de acordo. Seu aspecto, porm, impossvel definirem. Neste ponto, talvez tenhas a noo mais sbia, que todavia no estaria em concordncia com os outros. Tenho razo?
242. A TOLERNCIA ROMANA

1. Digo Eu: Tens razo dentro do conceito mundano. Mas, para o esprito existe apenas uma s Verdade, que consiste no conhecimento de Deus, nico e Verdadeiro, no amor para com Ele e o prximo. Este melhor que todas as cincias da Terra, e para tanto, a vida humana bastante longa e boa. 2. Quem for iniciado nesta nica Verdade atravs do esprito do amor em seu corao, dentro em breve possuir sabedoria e cincia maiores que todas as bibliotecas do mundo. Hoje no h tempo para conduzir-te a essa esfera, na qual poucos problemas ters para abordar. 3. Enquanto palestramos, um fariseu entra no quarto e diz: Meus amigos, faltam quase duas horas para meia-noite. Como ouvimos vossa palestra, tomei a liberdade dela participar. Podeis classificar-me de atrevido. Sei, porm, serem os romanos, educados e permitem a um fariseu manifestar-se. 4. Retruca o hospedeiro: Prestamos ateno a todas as opinies, na hiptese que manifestem inteligncia. Alm disto, somos amigos de todos, sejam gregos, judeus, rabes, persas ou hindus. Vossos conceitos em
Jerusalm a respeito do verdadeiro valor e dignidade do homem, diferem muito dos nossos. Quem no for judeu como vs, pecador desprezvel. Para os romanos rege o ditado: Vive honestamente, d o que de direito ao prximo e no prejudiques a quem quer que seja. Para ns no existem pecadores, a no ser ladres, assaltantes e assassinos, e quem age voluntariamente contra a lei. 5. Com respeito religio, damos liberdade a todos a manifestarem sua crena, seja a verdade ou a mentira seu objetivo. Todo o resto entregamos s foras que criaram Terra, Lua, Sol e estrelas. Somos conhecidos como povo guerreiro e sumamente valentes, e o cetro romano rege sobre quase toda Europa, parte da frica e sia. Nunca invadimos um povo que nos deixasse em paz. Somente quando nos ameaava e provocava distrbios, camos sobre ele para domin-lo e faz-lo tributrio, como acontece com judeus e outros povos asiticos, at as fronteiras da ndia. Quanto venerao religiosa, permitimos a manifestao de todas, inclusive dos judeus, construindo at mesmo templos em Roma e Athenas para suas divindades. Talvez errssemos com nossa tolerncia, que neste caso faz parte do princpio pelo qual se deva deixar e favorecer a todos com o que seu. Se concordas com minha opinio, podes falar em nossa companhia. 6. Responde o fariseu: Bom hospedeiro, j falei a muitos romanos, mas nunca encontrei um mais liberal e razovel. Que dirias de nossa situao religiosa, bastante ameaada? Surgiu na Galilia um homem que h trs anos prega contra ns, age milagrosamente moda essnia, querendo converter o povo de ser ele um filho de Deus e at mesmo prova pela Escritura que o Prometido Messias. No sabemos como agir.
243. MS INTENES DO FARISEU

1. Responde o romano: J ouvi falar a respeito desse homem e teria grande satisfao se aqui viesse, pois mais sbio do que qualquer um e
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eu poderia aprender muito com ele. Aqui j vieram muitos sbios e igualmente dotados de poder milagroso, e ao meu lado est um sbio do Oriente que hoje chegou. Acolhi-O com prazer e Ele poder ficar o tempo que quiser. Fazei o mesmo com o galileu, que certamente no vos prejudicar. Querendo persegui-lo, ele far o mesmo, o que acho mui justo. Sinto ele no perseguir os romanos, porque respeitamos homens inspirados. Se me entendeste, aceita o meu conselho, que no ters inimigos. 2. Retruca o fariseu: Tambm ns no somos inimigos de homens sbios e educados. No nos servem os que pretendem privar-nos de nossa subsistncia. Sendo enfrentados por um sbio que semeia suspeita no povo contra ns e, alm disto, afirma ser filho de Deus, cura enfermos etc., impossvel aceitarmos tais atitudes prejudiciais. 3. Por vrias vezes esteve em Jerusalm para doutrinar no Templo, e milhares apostataram do judasmo. Alegando ser filho de Deus, evidentemente contradiz-se, pois em nossa Lei consta: Deves crer em um s Deus, e no manter outros deuses a Meu lado. Nesse caso, teramos dois deuses. Que fazermos com uma doutrina contrria Lei moisaica? 4. bem possvel ser realmente profeta recente, o que se deu por vrias vezes entre judeus, pois sempre a Divindade despertava homens que prediziam ao povo o resultado da negligncia das Leis de Jehovah. Assim, foram-lhe feitas promessas da Vinda de um Messias, caso permanecesse fiel a Ele. 5. O sbio da Galilia se aproveita disso, dizendo-se o Prprio Messias, enquanto nasceu em Nazareth, filho de um carpinteiro, em cuja companhia trabalhou durante quinze anos. Desconhecemos de onde tirou sua sabedoria. Eis os motivos principais porque perseguimos aquele homem. Quem nos quiser aniquilar, ser aniquilado, pois somos mais fortes do que ele com todo seu adeptado.
244. CRTICA DO HOSPEDEIRO CONTRA O SACERDCIO

1. Diz o hospedeiro: Falaste bem, mas tenho a objetar que os romanos, por vs classificados de pagos, nada de bom ouviram a respeito dos fariseus. Sois cheios de orgulho, amor-prprio e tendncia dominadora, perseguindo a quem se atreva enfrentar-vos com a verdade. Opino que vossos profetas, por vs apedrejados, no estavam errados pela assertiva de vosso extermnio, em virtude dos pecados praticados. 2. Muita coisa por eles predita, j se deu, e ainda vos espera o resto. Vosso culto religioso consiste na manuteno do Templo, ornamentado com preciosidades, um altar de sacrifcios e um tal Santssimo, dotado com a Arca. Consta derivar-se ela de Moyss e Aaron, conquanto no mais existe e fora reposta por uma nova, sem efeito. Muitos romanos sabem disso. Pergunto: Por que no sustentais a verdade, preferindo enganar o povo, ao qual induzis fora, superstio, enquanto nada acreditais daquilo que ensinado? 3. No seria mais razovel dizer ao povo: Deus nos tirou Sua Graa em virtude dos muitos pecados. Faamos penitncia justa e peamos a Ele que Se compadea novamente de ns. Por causa de vosso conforto e honra mundanos, preferistes trair o povo. 4. Entre romanos tambm h grande superstio. Mas um romano verdadeiro mantm-se na verdade, e caso encontre algum que seja orientado profundamente, ele o aceita com amor e se enriquece com os tesouros espirituais. So incalculavelmente superiores aos da matria, perecveis e destrutveis. Os bens do esprito so eternos e trazem benefcios. O bem e a verdade devem, por isto, ser conservados enquanto a Terra for habitada. 5. Formando-se sociedades que se opem ao bem e verdade, em virtude do orgulho, domnio e amor-prprio, compreensvel todos os homens sucumbirem nas trevas, querendo perseguir os que a Divindade inspirou para salvar o povo. Segundo me parece, este o caso dos judeus, no s de agora, pois sempre procuraram perseguir aqueles que tenciona-
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vam incutir as Verdades divinas. 6. No fossem os romanos to poderosos, vosso orgulho nos teria banido do pas. Somos fortes e destemidos, e respeitamos Moyss e os demais profetas. Digo mais: No estenderemos nossa complacncia, quando voltarmos com armas na mo, e no passareis to bem como da primeira vez que vos dominamos. 7. Por isto, aconselho no perseguirdes homens sbios e sinceros. Aceitai-os e aplicai o que ensinam. Isto modificar nossa atitude. Estou ansioso por conhecer esse galileu, e daria metade de minha fortuna, caso me desse a honra de sua visita. Deveis fazer o mesmo, pois o bem se paga por si s. O contrrio se castiga automaticamente. So essas as minhas opinies colhidas em viagens pelo reino de Roma. Seguindo o meu conselho, passars melhor do que insistindo em tua tendncia perseguidora. Concordas? 8. Retruca o fariseu: Podes ter razo, pois a Verdade e o Bem devem ser procurados antes de mais nada. Mas onde esto? No fim, o homem fica reduzido a uma crena qualquer, e ningum consegue desvendar o vu de sis. Para ns, melhor manter-se um povo em uma religio sistemtica do que instru-lo demais em Verdades que no consegue compreender. Contesta o hospedeiro: Enganas-te muito. Se ningum se interessar pela Verdade, tudo na Terra passar a uma certa decomposio. Nota: Com estas palavras importantes termina o ditado do Senhor feito a Jacob Lorber, no dia 19 de julho de 1864. Enfermo h algum tempo, foi ele chamado pelo Senhor, em 23 de agosto do mesmo ano, sem ter concludo a obra. Final do 10. Volume Amm
RECEBIDO PELA VOZ INTERNA POR LEOPOLDO ENGEL TRADUZIDO POR YOLANDA LINAU REVISADO POR PAULO G. JUERGENSEN
O GRANDE EVANGELHO DE JOO

Volume XI
Edio eletrnica
Leopoldo Engel Jakob Lorber 382
PREFCIO Com o falecimento de Jacob Lorber, em 1864, sua obra principal, O Grande Evangelho de Joo, ficou incompleta. Somente vinte e sete anos mais tarde foi ela terminada por outro personagem. Em 1891, Leopoldo Engel recebeu a chamada de finalizar a obra e executou essa tarefa, com interrupes, at o ano 1893. Muitas vezes foi afirmado que todas as mensagens dadas pela palavra interna, sempre se adaptam capacidade de impresso e ao ambiente de conhecimento dos mdiuns. Portanto, no de estranhar que o estilo do ltimo volume divirja de Lorber. No existe ritmo fixo e constantemente repetido na expresso das mensagens do Alto, e sim apenas uma adaptao s capacidades do instrumento. Tudo depende do esprito que brota das palavras, enquanto a forma mais ou menos perfeita no tem importncia. Alguns dados biogrficos do autor ainda vivo (1923) sero de interesse comum. J aos onze anos, Engel tornou-se conhecedor das obras de Lorber, atravs de seu pai, chegando a conhecer de passagem em Dresde, o primeiro editor, Joo Busch. Nunca, porm, teve o menor pensamento de ser ele prprio escolhido para escritor. Conquanto fosse inclinado f, era igual aos outros companheiros. A boa educao escolar em Dresde, de modo algum foi propcia a uma tendncia mstica. As cincias naturais pelas quais demonstrava peculiar interesse, em nossas escolas no assumem posio amistosa frente mstica. Seu pai, timo violinista que, sob a regncia do Imperador Nikolau, era mestre de concerto no Teatro Imperial em Petersburgo, com direito penso, no exercia coao ou forte influncia nas convices do filho. De sorte que a vida interior do jovem se desenvolveu independentemente, s vezes vacilante e nem sempre pietista, antes mundana. No fundo do corao alimentava um santurio que procurava ocultar, no permitindo fosse tocado por atestas e zombadores: a f incondicional na Individualidade Divina do Cristo. Aos vinte e dois anos, Engel dedicou-se ao palco. Tornou-se ator e
O Grande Evangelho de Joo Volume XI O Grande Evangelho de Joo Volume X 383
conseguiu importantes xitos em vrios teatros. Precisamente o palco lhe fornecia conhecimento humano, levando-o a conhecer caracteres e ambientes valiosos no desenvolvimento do prprio carter. Por especial coincidncia, Engel teve oportunidade de conhecer o sonambulismo na casa paterna, quando passava as frias com os genitores e um ano mais tarde, um amigo o ajudou a se tornar mdium. Isto foi em 1887, e a partir dali, desenvolveu-se a palavra interior, sem prejuzo da atividade no teatro. Essa carreira no o satisfazia. Procurava outra ocupao que no exigisse constante mudana de residncia, sem ter sorte, pois sempre tinha que voltar ao teatro. Somente no ano de 1898 pde voltar definitivamente as costas ao palco. Durante sua permanncia na Rssia, Engel descobriu certa inclinao para escritor e, atravs de algumas relaes, desenvolveu-se a ponto de lhe facultar modesta subsistncia. A maneira pela qual recebeu a chamada para finalizar O Grande Evangelho, ele pessoalmente relata como segue: Com um amigo espiritualista eu havia combinado de ajud-lo em seus negcios, terminar e talvez melhorar uma inveno feita por ele. Para tal fim fui a Leipzig e morei em casa daquele amigo. Aps certo tempo me via atormentado pelo pensamento cada vez mais forte, de ser eu capaz de escrever o final da obra de Lorber. Afastei a idia que me parecia fantstica e irreal. Como justamente eu deveria receber tamanha Graa? De maneira alguma me sentia digno para tanto. A presso interior aumentava diariamente, de sorte que inteirei o meu amigo inclusive de minha opinio, de eu apenas produzir coisa errnea. Ele balanou a cabea e disse secamente: Se fosse tu, eu escreveria. Certamente perceberemos se vale a pena guardar ou atirar cesta de papel. Ele me encorajou e eu segui o seu conselho. O resultado pode ser lido por todos no ltimo volume. Diariamente ia sendo anotado certo trecho, pequeno, que me vinha claro e ntido, e ao qual eu no era capaz de acrescentar uma palavra sequer quando tinha escrito a ltima frase. Nunca fora preciso reler o assunto anterior. Intil era qualquer preocupao a respeito do seguinte trecho. Quando fazia
uma tentativa neste sentido, no concordava com o tema anterior. Procurei igualmente resistir ao impulso de escrever, que sempre se manifestava pelas nove horas da manh. Tal era impossvel, para grande divertimento de meu amigo que me observava. Uma fora estranha me obrigava a sentar escrivaninha. Dissabores me obrigaram a deixar Leipzig e voltar a Dresde. As mensagens foram interrompidas. Na primavera de 1892 continuaram, para novamente sofrerem interrupo porque fui obrigado a aceitar emprego no teatro. Pilsen foi meu novo destino. L surgiu a presso interior para escrever, sem preparo. Todavia no se tratava da continuao, mas do Catecismo da teosofia alem, que pela primeira vez resume os ensinos de Lorber. Em 1893, finalmente, terminou a mensagem do ltimo volume, em Dresde. Muitas vezes fui perguntado como se manifesta a voz interna, e respondo: Distingo nitidamente trs fases. Primeiro surge aquilo que brota de meu prprio eu, como produto de meu conhecimento ou fantasia. Se posteriormente releio o artigo, ainda que vrios anos mais tarde, reconheo o resultado de meu trabalho. No me ser estranho. A segunda espcie simples inspirao, transmisso de pensamentos de outras esferas. No so palavras, mas pensamentos que me vm, e que sou obrigado a expressar. O resultado em parte posse minha, mas no em essncia, pois sem essa transmisso de pensamentos no sou capaz de realizar algo aproveitvel. Disposio, calma e equilbrio interno fazem parte do sucesso. Perturbaes interrompem imediatamente o trabalho, no qual facilmente podem imiscuir-se pensamentos prprios, capazes de mistificar a inspirao, havendo frtil fantasia. Prudncia e auto-crtica so indispensveis nesse estado. Espritos zombeteiros exercem sua influncia fazendo da tolice, mtodo. Posterior leitura soa estranha e causa admirao, todavia h certas recordaes a respeito. A terceira espcie s vezes enigmtica prpria razo. Pode surgir a mencionada coao, mas tambm se poder fazer sentir, aps pedido ao Alto, a sensao perfeita de um orador interior, como se
a pessoa procurasse relembrar uma palestra havida com amigo. Dse um dilogo. Pergunta e resposta, explicao ntida de coisas desconhecidas e que prova caracterstica facilmente desaparecem da memria, ainda que anotadas. Este fator prova da genuinidade, pois pensamentos prprios podem ser relembrados. Neste e no segundo estado, psicografia prova de fora estranha. O assunto desaparece da memria do psicgrafo, a ponto de ser obrigado a ler com muita ateno para assimilar o contedo. Geralmente no lhe parecem mensagens genunas de sua autoria. Isto no se dando, aceito no mnimo uma mescla com idias prprias, quer dizer, a segunda fase se apresenta com nitidez. Somente severa auto-crtica e mxima neutralidade levam a mensagens do Verbo verdadeiro. A essas explicaes nada temos a acrescentar. A atividade de Engel no estacionou, sendo sua tarefa principal a redao de assuntos que transmitem as Verdades da Nova Luz, em ambientes mundanos. Isso provam seus ltimos trabalhos Raios luminosos, Fora do Verbo e Judas Iscariotes. Bietigheim, Wuerttenberg, fevereiro 1923 Os editores Otto Zluhan e Walter Patenge
11 VOLUME DO GRANDE EVANGELHO DE JOO
1. CRTICA DO HOSPEDEIRO CONTRA O SACERDCIO

Contesta o hospedeiro: Enganas-te muito. Se ningum mais se interessar pela Verdade, tudo na Terra passar a uma decomposio. Somente na Verdade existe vida. Por isto a pesquisa neste sentido, a nica atividade satisfatria que esquenta o corao do homem e desperta o esprito divino dele, enquanto na preguia, mentira e desinteresse na procura das Verdades divinas no s existe a morte fsica, mas, antes de tudo, a perda da alma em coisas materiais que no somente provocam sua morte, mas igualmente a incapacitam vida de alm-tmulo, a fim de progredir e encontrar sua salvao. Se fosse vivel deixar a Humanidade em sua antiga superstio e exclu-la de toda compreenso espiritual apenas para facultar aos servos de f antiga, vida de conforto, a Divindade teria que despertar os povos atravs de toda sorte de provaes, pois de modo algum concorda com tamanha corrupo psquica. Ter que alcanar a conscincia prpria e libertar-se paulatinamente da presso e cegueira impostas pelos mencionados doutrinadores. Facilmente poders concluir a situao de tais responsveis. Quem semeia egosmo e mentira, s pode colher seus frutos. Agis injustamente com o povo de Jerusalm supondo ser benfico mant-lo nos antigos dogmas, em vez de estimul-lo a ouvir as Palavras daquele galileu e emitir seus exemplos de amor, dos quais toda a Syria transborda. Orgulho ilimitado e egosmo feroz vos impedem de reconhecer Aquele Que de h muito vos visitou com toda Sua Divindade. Tambm eu, somente agora acabo de reconhec-Lo claramente. A esse discurso, o fariseu to admirado est que nada consegue responder, preferindo afastar-se para junto de seu grupo que, de ouvido colado porta, acompanhara a polmica. O hospedeiro, porm, vem junto de Mim e diz com simplicidade:
Senhor e Mestre, perdoa-me se em minha grande cegueira no Te reconheci logo de incio. Somente no decorrer da discusso com aquele fariseu, tornou-se-me claro a Quem eu estava hospedando em minha casa. s Tu Mesmo Aquele galileu de quem ele falava. Todavia, s muito mais que simples profeta. Tive a sensao de meu corao se sentir cada vez mais atrado para junto de Ti, e Tua Imagem se projetava sempre mais clara diante de meus olhos, muito embora eu Te virasse as costas. Tive a impresso de no falar eu, mas Tu por mim. Dize-me, carssimo Senhor e Mestre, foi este o caso? Respondo: Sim, assim foi. Fui Eu a falar por ti, e isto tanto mais fcil porque em teu corao arde uma grande chama de amor para Comigo, que Me atraiu tua casa. Sempre ser esta a situao: Tomarei morada em um corao ardente por Mim, e assim tambm Me estabeleci em teu mago. Foi sempre de teu maior agrado ouvir relatos das aes do galileu, e dentro em breve descobriste ocultarem elas muito mais que o poder milagroso de um profeta ou qualquer homem importante. Desejaste com fervor que Eu aqui viesse para te convenceres da Minha Identidade. Contudo, davas maior importncia aos Ensinos do que s Minhas Aes excepcionais. A veracidade logo te convencia. Assim, estavas preparado para a Minha Chegada e Meu Trabalho contigo foi fcil. Uma vez dentro de teu lar, o esprito se manifestou e revelou o que para muitos judeus continuar segredo por muito tempo. Agora descansemos. No quero que os fariseus e comerciantes, admirados com teu discurso, nos venham importunar ainda esta noite. Basta termos que enfrent-los amanh. A estas palavras, o hospedeiro novamente Me agradece pelos benefcios recebidos. Eu o impeo, dizendo agradar-Me sua gratido silenciosa, muito mais que as palavras retumbantes. Em seguida nos conduz a um recinto a parte, para no sermos molestados pelos judeus que iniciavam forte polmica.
2. INTENO DOS FARISEUS

Ao despertarmos no dia seguinte, o hospedeiro nos informa de que os hspedes de ontem haviam indagado dos empregados a respeito de nossa procedncia. Principalmente os trs fariseus se manifestaram um tanto arrogantes, porquanto estavam habituados a ver todos se renderem de venerao. O empregado principal, romano e antigo companheiro de lutas do hospedeiro, os repele com aspereza de sorte que se retraem aborrecidos e dispostos a fazerem queixa dele. Como tomssemos o desjejum no mesmo recinto em que dormimos, ouvimos tudo que discutido na sala. O hospedeiro se havia dirigido para l, a fim de se informar dos desejos dos recm-vindos, que aproveitam a oportunidade de dar expanso irritao. Calmamente ele ouve a queixa e diz: Vossa acusao se justifica apenas no sentido de ter Marcius respondido com energia, pois no sois os nicos hspedes em minha casa. Serve ela para todos os viajantes e no posso fazer especial exceo com cidados de Jerusalm ou membros do sindrio. Meu sistema romano e quem pretende gozar de sua proteo ter que se submeter sua ordem, do contrrio poder procurar outra hospedaria. Ficastes a discutir noite a dentro sem vos preocupar se com isto algum fosse importunado, e finalmente chamastes os empregados, to necessitados do descanso, para interrog-los at que Marcius acabou com tal abuso. Poderia ter sido mais delicado, entretanto no posso condenar sua inteno. O orador fariseu do dia anterior responde: Certifiquei-me de seres especial amigo dos hspedes de ontem. Todavia penso merecermos tambm alguma ateno, como homens de conceito. Seja como for, dize-nos quem so aqueles personagens, mormente seu chefe. Retruca o hospedeiro: No tenho permisso de revelar-vos isto. Querendo sab-lo, basta dirigir-vos a ele, que no ficar devendo resposta. Eis o que quero evitar, diz o fariseu. Percebi participar ele de teu parecer a respeito do povo e seus doutrinadores, pois ouvimos algumas
observaes confirmadoras. Ainda assim parecia emanar de suas palavras uma sabedoria oculta que nos leva a perguntar quem seja e se talvez conhece o galileu, ou qui um seu adepto. Estamos a par que esse mencionado Messias, simples marceneiro de Nazareth, por vrias vezes enviou seus adeptos que teriam operado milagres. Por isto partimos com nossos amigos, comerciantes, que pretendem viajar para Petra, a fim de nos informarmos at que ponto tais abusos conseguiram atiar o povo contra ns e o Templo. O sindrio de Jerusalm no est disposto a permitir seja seu conceito diminudo por um homem que afirma serem seus feitios, Obras do Esprito Divino, e ele mesmo um filho do Altssimo. Dou-te essa informao, para no tomares partido daquele homem, tornando-te conivente de um revolucionrio, com prejuzo de tua prpria pessoa. O Conselho e os juzes de Jerusalm tm poderes bastante para vencer seus adversrios. Se souberes onde se encontra o galileu ou podendo informar-te a respeito, nos prestarias grande favor e te garantimos desconsiderarmos tua atitude e a de teu empregado. A essas palavras do fariseu, o taverneiro tem vontade de reagir contra os trs. Minha Voz o adverte no corao, a ponto de ele dizer calmamente: Se realmente podeis provar ser ele revolucionrio, qui contra o domnio de Roma, podeis estar certos que tudo farei para torn-lo inofensivo. Temos que falar a respeito, pois tenho a impresso de estardes errados. O fariseu cria confiana, convida o hospedeiro a sentar-se a seu lado honra inacreditvel e comea a relatar as insinuaes to conhecidas: que Eu desconsiderava as Escrituras, pretendia abolir Moyss e a velha Unio, em suma, fazer-Me rei dos judeus e destruir o poderio romano. O taverneiro ouve com ateno e pretende colher orientao junto ao hspede to sbio, para depois voltar. Os fariseus e os comerciantes, entre os quais se achava um que durante a purificao do Templo, l estava como agiota, esto satisfeitos com a aparente mudana de opinio do taverneiro e o despedem com benevolncia.
3. O HOMEM, SOBERANO DA NATUREZA

Intimamente furioso, o hospedeiro chamado Mucius volta nossa sala, separada por uma porta slida de sorte a no necessitarmos temer uma surpresa, e diz exasperado: Senhor e Mestre, eis uma prova concludente para a minha declarao anterior a respeito desses sunos do Templo, pois procuram atrair-me s malhas do sindrio com toda argcia. Se fosse por mim, teria vontade de atirar-me sobre eles e faz-los experimentar o corte de minha espada. Mas senti no ntimo a Tua Palavra acalmadora, qual obedeci a ponto de poder demonstrar aparente serenidade. Digo Eu: Fizeste bem. Uma atitude contrria teria aniquilado um trabalho pelo qual aqui vim. Acalma-te, pois tudo est bem conforme est. Agora vamos l fora. Tens um belo jardim, onde poderemos resolver o assunto com esses personagens aborrecidos. Chegando ao jardim, todos se admiram do bom gosto com que fora organizado. Mucius soube aproveitar uma rea relativamente pequena, plantando uma profuso de flores e arbustos ornamentais que artisticamente distribudos, produziam aspecto mui agradvel. Os discpulos elogiam o taverneiro e supem ser esse jardim cpia fiel de sua ndole que tambm passara por trato cuidadoso e especial, conforme se deduzia de suas palavras. Mucius ento explica que sempre lhe dava o mximo prazer meditar em seu jardim, onde seu temperamento bastante fogoso e facilmente inclinado raiva, encontrava calma e paz. Alm disto, o peso da vida lhe parecia menor quando sua alma se tinha fortificado pela observao dos milagres da flora. Se bem que essa zona do Jordo apresentasse clima especialmente favorvel lembrando-lhe as zonas do Sul da frica e da sia, que conheceu como soldado, sempre lhe pareceu haver fator especial no florir de seu jardim. Nunca uma rvore ou arbusto por ele plantados teriam perecido, pois sempre produziam frutos abundantes. Os discpulos tambm se admiram, e Pedro Me pergunta qual o motivo. Respondo: Sentimento, inclinao e atitude do homem, inclusive sua formao espiritual, esto em conexo com o exterior, de sorte a
surgir dali uma ao recproca. J vos demonstrei estar o homem envolto de uma esfera de vitalidade pela qual absorve influncias espirituais do ar que o envolve, e que necessita para nutrio e ampliao de sua alma. De igual modo, ele projeta matria espiritualizada que avidamente absorvida pelo mundo inferior que o circunda. O homem sendo bom, compenetrado de aes nobres e pelo amor a Mim, tais partculas irradiadas se tornam boas, meigas e benficas. No o sendo, d-se o inverso. Aqui tendes o exemplo de quo beneficiadora a irradiao psquica de Mucius sobre todas as plantas. Ele prprio tendo plantado todos os vegetais e os tratando constantemente, envolveu-os em sua esfera que prontamente absorvida. Por isto, aqui tudo ainda est florindo e verdejando, enquanto em outros jardins, vm-se os efeitos do outono. o homem dominador da Natureza quando vive segundo o Meu Verbo e procura unir-se ao Meu Esprito, e nesta capacidade reside o segredo do porqu. Tudo no Universo procura atingir sua forma e possvel perfeio. Oculta-se no homem o poder de atrair todos os seres, que com prazer o seguem devido ao instinto perfeio, inerente a todos. Mas somente um homem perfeito ser capaz de dominar, por exemplo, os instintos de animais ferozes, a ponto de o desejo de perfeio, oculto tambm neles, assumir a supremacia sobre os instintos cruis, tornando-os quais ovelhas. Reconhecem a soberania, isto , a forma perfeita e o poder espiritual no homem. medida do renascimento espiritual, cada um reconhecer a gradativa soberania dentro da Natureza at a completa realizao. Prossegue no servir a Deus, no corao, Mucius, que vers ainda outros milagres que no esses em teu jardim.
4. OS FARISEUS ENFRENTAM O SENHOR

Com os olhos cheios dgua, o taverneiro diz: Senhor e Mestre, j havia sentido no corao que Tu e aquele galileu, ora perseguido pelos
fariseus hospedados em minha casa, sois Uma S Pessoa. Agora tornouse-me certeza que s a Prpria Divindade Personificada. Operar tais milagres e declarar as mincias no campo da Natureza, s pode quem a tiver penetrado e tornado seu maior soberano. Quem, do nada, pode criar po e vinho, pode igualmente fazer surgir o Cu com todas as suas estrelas, conforme explicou Moyss aos judeus de seu tempo. Agradeo-Te, Senhor de Cu e Terra, de me teres achado digno de Tua Visita, pois ns sempre Te procuramos. Virando-Me para os discpulos digo: Vede quo rpido os pagos Me reconhecem e aceitam, enquanto os escolhidos Me expulsam e procuram prender e matar. Este romano encontrou-Me em seu corao, enquanto fui obrigado a operar milagres sobre milagres, a fim de transformar os coraes endurecidos em solo til que facultasse o germinar da semente do Meu Verbo. Por isto, o Reino do Cu ser tirado dos judeus e entregue aos pagos que sabero guard-lo melhor que aqueles. Tu, Mucius, tornar-te-s um bom instrumento aqui no sul, uma barreira contra a maldade dos fariseus e escribas, pois preciso erigirmos ncleos de firmeza invulnervel. Tal ncleo, capaz de guardar o Tesouro do Meu Verbo, ser idealizado pelo teu e os coraes de teus familiares. Agora podes mandar os fariseus e comerciantes falarem Comigo, que tentarei lev-los ao menos a um caminho mais iluminado. Enquanto isto, deixa-te orientar pelo Meu apstolo Joo acerca de Minha Doutrina. Com a transmisso de Meu recado, os judeus so orientados, que o hospedeiro no estava na altura de resposta satisfatria e se vem obrigados a se dirigir ao jardim. Apenas o referido comerciante os acompanha, pois os outros alegam especiais cuidados com a mercadoria que no podia ser abandonada. Assim, os trs fariseus e o comerciante, seguidos por Mucius que se dirige a Joo, nos abordam no jardim. O primeiro orador ento Me diz com benevolncia: Caro amigo, como membros do Conselho Supremo de Jerusalm, pedimos uma informao que certamente estars disposto a fornecer, na hiptese que estejas apto para tanto. Atravs de teu parecer bastante inteligente que ouvimos ontem, a contragosto, percebemos que deves estar bem infor-
mado na Escritura e etnologia. Certamente empreendeste vastas viagens fazendo pesquisas que tambm nos interessaro oportunamente. No momento de suma importncia inteirar-nos de detalhes daquele galileu, mencionado pelo taverneiro, e a respeito do qual fomos destacados a colher informes. Facilmente podias ter tido um encontro com ele em tuas viagens, portanto pedimos te prontifiques a nos esclarecer. Respondo: Nada mais fcil, porque de fato conheo o galileu. Mas trata-se de saber o que devo depor. Coisas boas soaro mal aos vossos ouvidos, pois fostes expedidos para juntar material de acusao. Se Eu falar dentro da Verdade, ningum ser capaz de provar ter ele praticado algum mal, no entanto vos servem apenas relatos de tais aes. Que desejais que Eu faa?
5. O SENHOR CONDENA A ASTCIA DOS FARISEUS

Um tanto encabulado, o fariseu responde: Mestre, percebo ser difcil discutir-se contigo; todavia, peo satisfazeres o meu desejo em explicar-me com que recursos o galileu efetua suas aes milagrosas, ou se talvez so apenas mistificao e artifcios dos essnios. Tambm ns somos amigos da verdade e a procuramos com todo zelo. o motivo de nossa expedio, porque o Supremo Conselho sabe ser ser difcil sermos enganados como o povo tolo. Queira responder-nos e esteja certo que acreditaremos piamente em tuas palavras. Retruco: Por que precisamente em Mim, que desconheceis? Acaso no vivem muitas testemunhas oculares em Israel que alis j afirmaram serem genunas as Aes do Galileu, e no realizadas com auxlio de Satanaz? Conheceis as testemunhas, entretanto no lhes dais crdito. Por que haveis de acreditar em Mim? Diz o fariseu: Ouvimos as tuas sbias explicaes e conclumos no seres to ignorante quanto aqueles que nos relataram os feitos de Jesus de Nazareth. So pessoas de f fcil, portanto no merecem crdito de nossa
parte. Outra coisa se d com um homem que prova a conquista de vasto conhecimento e experincia. A fim de podermos analisar seus milagres, passamos por Jeric, onde teria restitudo a viso a um cego e permanecido por bastante tempo. Confessamos que todos os louvores do povo mendicante, de modo algum nos convenceram de ter havido fatores sobrenaturais. Entre gregos h mdicos muito inteligentes e experimentados, aos quais fora possvel curar molstias, classificadas de incurveis. Por que no admitir-se o mesmo fato com o referido cego? Fomos informados ser possvel encontrarmos o galileu no Vale do Jordo porque no inverno teria inteno de permanecer nesta zona. Foi o que podemos apurar por intermdio de um empregado de Lzaro. Agora conheces a nossa inteno, e certamente no nos deixars sem resposta. Digo Eu: Claro que no, pois sereis atendidos dentro da Ordem. Estranho apenas terdes viajado para analisar suas obras milagrosas em vez de sua palavra. Sei ter o galileu falado por diversas vezes da pouca utilidade dos milagres, nos quais no havia fora convincente para quem no os assistiu e como vs mesmos dais prova. Mas Ele espera tudo da Verdade e Vitalidade de Seu Verbo, no qual reside a justa convico devido fora do esprito Nele presente. Respondei-Me porque no vos preocupa essa anlise. Sorrindo com piedade, o fariseu responde: Estamos de posse dos Livros de Moyss e dos profetas, a Cabala e a Thora. Para que necessitaramos de outras doutrinas? O ensino do galileu, que nos foi transmitido muitas vezes, to confuso e absurdo que um escriba experimentado como ns, no se pode entreter com ele, pois est em linha oposta doutrina de Moyss. Assim, s interessa saber se seus milagres so reais, caso nos forem dadas provas cabais que com agrado seriam reconhecidas, em virtude de surgirem grandes benefcios para o povo, a servio do Templo. Fitando o orador com seriedade, digo: Tolos, acaso acreditais no ser fcil para o galileu destruir o Templo e todos os seus servos? Como admitis poder atra-lo a vossos servios, por meio de astcia? Agora a
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mscara vos foi tirada, e Eu quis que as intenes do Templo fossem reveladas, por causa dos presentes. No vos interessam a verdadeira Vida, a Doutrina de salvao pois crer em uma felicidade aps a morte vos parece absurdo , mas unicamente o poder, conceito e, se possvel, magias com as quais quereis manter o povo em pnico, servindo-vos do medo. A fim de atingirdes tal finalidade, o galileu vos parece o homem indicado. Sabeis que o povo o aceita. Seus milagres verdadeiros ou falsos, no vm ao caso, basta serem feitos a vosso servio e para fins egosticos. De qualquer maneira se prestam para encherem vossas algibeiras e uma vez vos inteirando dos segredos de Jesus de Nazareth, podereis vos livrar dele, caso se torne importuno. Eis as idias do Sindrio e que vos cabe executar. Por isto fostes enviados ao encalo do galileu, pretendendo convenclo para vossos planos. Realmente seria mais fcil desviar o Sol de seus trmites do que realizar vossas intenes escabrosas! O galileu alimenta uma Ordem superior, de Deus, ao Qual venerais com os lbios, nunca porm com o corao. Se fordes dotados de algum critrio, haveis de convir que ele s pode estar empenhado a fazer jus ao Esprito que o impele e do Qual Lhe vem sua magnitude, poder e fora. Vossa ilimitada cegueira a vos impossibilitar o ingresso ao Reino de Deus, ainda vos atirar no abismo. A Misericrdia de Deus chega a assistir com pacincia vossos pecados escabrosos, na esperana de vossa final converso. Se um pecador se encontrasse no meio do inferno e pedisse socorro de Deus, o Senhor, ele seria salvo. Vosso julgamento vossa prpria obra e j est prximo. Em tal momento ser ridculo clamardes: Senhor, s um Deus inclemente e nos aplicaste essas feridas em virtude de nossos mltiplos pecados! Afastaste de ns o Teu Santo Semblante, e agora reinam choro e ranger de dentes entre ns! Responsabilizai a vs mesmos de tal poca horrenda, no como castigo de Deus, seno justa conseqncia de vossa teimosia e preguia mental que vos cega e ensurdece de olhos e ouvidos abertos.
6. IGNORNCIA DOS FARISEUS

Diz o fariseu admiradssimo: Mestre, quem s para falares com tamanho mpeto, pronunciando a nossa condenao? Respondo: Acabei de dizer que os cegos e surdos, de olhos e ouvidos abertos, condenarse-o pela sua prpria teimosia. Purifica-te do detrito do Templo, para que ouas e vejas! Sei que tu e os dois colegas sois os ltimos de alma um tanto aproveitvel. Com muito zelo quisestes descobrir o que de verdade existe nos comentrios do galileu, no entanto, vossa atitude foi de quem sabe de um grande tesouro enterrado no deserto. Sem grandes esperanas, mas apenas levado pela incumbncia, se prontifica para procur-lo. Se o encontrar, ficar satisfeito, assim no sendo, deixa de se preocupar. Todavia vos digo: O Reino do Cu no um tesouro que pode ser procurado to indiferentemente; mas com muito zelo e esforo, no deserto da Vida, e quem no agir deste modo, pode ser que um outro o descubra porque dedicou muito mais zelo no mesmo local em que o primeiro nada encontrou. Deveis procurar com vontade e no com indiferena, a fim de descobrirdes o que vos interessa. Obsta o segundo fariseu, que Me havia observado com maior ateno: Mestre, isso soa como se nos encontrssemos no limiar do Reino do Cu sem encontrarmos esse tesouro. No poderias indicar-nos como devemos procurar? Retruco: J vos falei: Segu as Minhas Palavras! Com isto Me viro para os discpulos, muito admirados com a ignorncia dos fariseus que no compreendiam o sentido de Minha Explicao. Por isto lhes digo: Encontrai-vos inteiramente em Minha Luz, e fcil vossa percepo. Eles se acham nas trevas e no vem a mo diante do nariz. No conseguiremos faz-los completamente videntes, pois os que se prestavam para tanto, j foram desviados do Templo. Todavia devem eles ser preparados ao menos para se tornarem pequeno empecilho para o Templo, reconhecendo-Me apenas como o primeiro apstolo do galileu. Aps Minha Ascenso, sero integralmente convertidos.
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Nota: Deve ter causado estranheza Eu falar, como j fizera em outra ocasio, de Minha prxima Ascenso. Assim fazia porque no a tomavam ao p da letra, presumindo Eu deixar a Palestina quando terminasse a fase de doutrinao, para Me dirigir para a Grcia ou Roma prosseguindo naquela misso. Tambm Minha Afirmativa que o Reino do Cu seria entregue aos pagos, era compreendida neste sentido. Deixei-os nesta crena, preparando-os para algo extraordinrio em futuro breve, a fim de que os acontecimentos corrigissem os falsos conceitos. Deste modo ainda hoje ensino a todos que Me seguem com f, para que a crena viva possa deitar razes, podendo ser organizada pela inteligncia pura do corao.
7. O COMERCIANTE PROCURA O SENHOR

Entrementes, aguardamos com calma o que os trs fariseus, que conjeturam com o comerciante por no conceberem a Minha Personalidade, haviam de antepor, e nem tomamos conhecimento de suas pessoas. Neste meio tempo, Mucius recebera orientao de Joo, querendo agradecer-Me. Eu apontando para aquele grupo, ele cala. Nisto, os quatro homens se aproximam, e o comerciante toma da palavra: Mestre, deduzi de tuas palavras que deves conhecer o galileu, mormente por mencionares sua especial fora qual nada pode resistir. Conquanto nunca o tivesse visto, tambm j cheguei a senti-la e adverti esses amigos de no desafiarem a reao do galileu, porque estariam perdidos. Em vista de tais advertncias apenas consegui despertar ainda mais sua curiosidade. Inquirido pelo hospedeiro a respeito do acontecimento, o outro prossegue: H quase trs anos, recebi permisso de levantar pequena barraca no Templo, para realizar os meus negcios de agiotagem, mui vantajosos na poca da Pscoa. Certo dia, fui informado de que o galileu se encontrava em Jerusalm, havendo-se dirigido ao Templo para doutrinar. No
momento em que me apressava a chegar l, uma voz fortssima ressoava pela velha construo, cujo sentido me lembro perfeitamente: A Casa de Meu Pai uma Casa de orao. Vs a transformastes em antro de assassinos. Assustei-me sobremaneira. No ponto em que se devia encontrar o galileu, deu-se enorme alvoroo, e todos, inclusive eu, fomos tomados de pavor to forte que procuramos escapar. No me atrevi a voltar, de medo que aquele homem poderoso pudesse repetir a mesma cena, e na ocasio da fuga perdi soma considervel que certamente foi cair nas mos do Templo. Sei, portanto, qual o poder do galileu. Pergunta Pedro: Nunca mais o viste? Responde o outro: No. Em parte me vi tolhido de grande temor, mas tambm me faltava tempo. Tive que me esforar por equilibrar o prejuzo monetrio e viajei pelas cidades costeiras onde comerciava o melhor leo exportado para a Grcia e Roma, e outros produtos mais. Partindo de Petra procuro agora novos intercmbios, a fim de levar mercadorias da ndia e Arbia para as cidades costeiras e dali para Roma. Eis o motivo de minha atual viagem. Por isto ainda no tive oportunidade de tomar conhecimento daquele assunto, muito embora tivesse grande vontade de conhecer Jesus de Nazareth. Muitos o acusam de homem duro e antiptico, cuja doutrina corresponde sua ndole. Outros elogiam sua meiguice, sabedoria e poder excepcional com o qual opera os maiores milagres. Tive muitas oportunidades de me convencer que seu poder no imaginao, mas pura realidade. Infelizmente, sempre fui impedido de um encontro por causa dos negcios. Eis que digo ao comerciante: Onde inteligncia mundana e avidez pela riqueza agem em conjunto com egosmo, a voz que suavemente diz ao homem: Procura a Verdade!, tem que emudecer. Um pequeno desvio no trajeto de Jerusalm para Jaffa, Tyro e Sidon, no teria trazido prejuzo, e poderias facilmente ter encontrado o homem capaz de demonstrarte e proporcionar-te maior riqueza do que pudesses aambarcar. Quem no procura, no h-de achar. Quem no bater, no ser recebido. Quem julgar que o conhecimento espiritual do Bem e da Ver-
dade o deva procurar, a fim de lhe ser proporcionado em seus caminhos mundanos, poder esperar eternamente. Quem teme pequeno desvio por comodismo e interesses financeiros, na procura da fonte da Verdade, muito embora dela tivesse ouvido falar, faz parte das criaturas mundanas s quais o Senhor dir no Fim dos Tempos: Sabendo de Mim, no Me procurastes! Agora Eu no vos procuro, conquanto soubesse que aqui estais. Afastai-vos de Mim e dirigi-vos para o local de vosso amor. Diz o comerciante: Senhor e Mestre, vejo que agi injustamente. Quanto tempo terei para viver? Conto mais de cinqenta anos e sinto a minha alma abandonada, pois no acredito no que se ensina em Jerusalm. Sei quanta mistificao l exercida, e a minha vida termina sem que me tivesse satisfeito. Por vrias vezes sondei os ensinamentos do galileu descobrindo maravilhas do amor humano. Talvez ainda fosse possvel encontrar o caminho satisfatrio para o conhecimento do Deus verdadeiro? No podes informar-me onde encontr-lo? Desta vez no temerei o menor desvio de minha rota, para conhec-lo. Respondo: Se tens tamanha fome, certamente sers saciado, satisfazendo-se o teu desejo. Qual a situao de teus companheiros? Acaso tambm aspiram um encontro com o galileu? Diz o fariseu que j havia falado a Mim: Se isto fosse possvel sem grande alarde, ficaramos satisfeitos, podendo expor-lhe propostas do Templo e analisar seus milagres, e o resto seria resolvido. Tais palavras so ditas com certo desprezo por ter o comerciante mencionado a mistificao do Templo, e o orador queria dar por terminada a palestra, visto no surtirem vantagens. Por isto lhe respondo: Amigo, por que te aborreces por ter esse homem falado a verdade? Melhor seria meditares se tambm tua alma no est abandonada, e talvez possa ser salva. Querendo saber onde o galileu operou o ltimo milagre, vai cidade Aphek, pois transformou toda aquela regio estril, em solo frtil, o que todos os moradores podero relatar. Analisai bem se real milagre ou fraude, e em seguida observai o que vos insuflar o corao. Informai o Templo a respeito daquilo que assististes, ou guardai-o segundo vosso sentimento. Qui poder haver
um encontro com o galileu, caso retorneis de coraes purificados. Somente encontra esse Mestre da Vida a quem Ele Se revela. Outros continuam cegos, ainda que privando com Ele. Responde o fariseu com ironia: Ser impossvel lidar com ele, sem descobri-lo. Temos boa viso. Em todo caso agradecemos pelo conselho, pois sabemos onde encontr-lo. Assim se despedem e voltam a casa, em companhia do comerciante que Me havia fitado com grande ateno. Dou ordens a Mucius a fim de no lhes impedir sua possvel partida, porquanto deveriam agir vontade. Mucius os segue, enquanto continuamos no jardim.
8. O SENHOR RELATA A VIDA DO COMERCIANTE

Oriento ento os Meus apstolos pelo exemplo havido, que mundanismo e domnio trariam grande prejuzo alma, e o quanto necessrio estarem eles constantemente vigilantes. No deviam crer ter assimilado todo saber e conhecimento como pretendiam aqueles fariseus, que podiam ser taxados de cientistas porque analisavam tudo pelo raciocnio crtico acreditando apenas no que viam. No entanto caam de dvidas em dvidas da prpria viso havida e finalmente desconfiavam das prprias atitudes e palavras. Ainda assim sua inteno era sria, porm errada porque se dirigia ao exterior e no ao interior. Este representa somente o fruto saboroso de uma noz, enquanto a casca servia para quebrar os dentes. Eis o motivo porque no era possvel revelar-nos to cedo. Efetuar um milagre no teria utilidade por no entenderem a maneira de sua realizao, rejeitando a causa interna, como adeptos da cincia grega. Somente em Aphek, que conheciam, comeariam a se admirar e compreender que ali termina o fato natural, segundo sua noo, e pela pesquisa, libertar-se-iam aos poucos de sua inclinao cientfica. Assim teriam a intuio Quem fora Eu, mormente quando soubessem que passei por aqui. Alis levar muito tempo at chegarem plena
noo, porque dentro em breve sero despachados de Jerusalm, podendo suas almas se purificar em paz e introspeco, evitando se abafe a semente no lodo da metrpole. Abordamos vrios assuntos referentes ao Templo e seus servos, inclusive o destino dos mesmos, quando Mucius volta com o comerciante, informando-nos haverem partido os fariseus com seu pessoal em direo a Leste, e os demais comerciantes estavam preparando os camelos para a partida. O primeiro desejara ficar, a fim de palestrar Comigo. Com amabilidade Me dirijo a ele: O que te reteve aqui, Phoikas? Todo confuso, ele responde: Senhor, de onde sabes este nome, que usava somente na mocidade? Sou grego e me chamo Phoikas. Tornando-me rfo em pequeno, um bom judeu de Tyro me acolheu e posteriormente adotou-me por no ter filhos. Fui circuncidado, tornei-me judeu e batizado com o nome de Agamelon. H decnios no mais ouvi o nome de Phoikas e at mesmo o havia esquecido. Agora tu me chamas assim? Respondo: No te admires, pois sei de muita coisa mais, inclusive de tua adolescncia que no incio passaste em Athenas e posteriormente em Tyro, em companhia de teu pai. Morreu ele devido a um forte resfriado com febre altssima por ocasio do salvamento de mercadoria naufragada. O judeu que te adotou, foi amigo de negcios de teu pai e mantinha comrcio com Jerusalm, chamando-se Malieser. No isto? Estupefato, o comerciante confirma: Exatamente, e me admira tanto mais quanto esses acontecimentos ocorreram h mais de trinta anos, poca em que ainda no havias nascido. Como podes estar informado? As relaes de meu genitor e de meu pai adotivo, tambm j no mais existem. Digo Eu: J afirmei conhecer Eu muita coisa de tua vida. No te preocupes por isto, pois te ser explicado oportunamente. Vamos tomar uma boa refeio, aps a qual haver explicao indispensvel.
9. TRS PROBLEMAS IMPORTANTES

Terminado o almoo, Mucius, o taverneiro, diz: Senhor e Mestre, estou ansioso por fazer algumas perguntas que desde ontem afligem o meu corao. No havendo fariseus a nos perturbarem, desejava expressar-me, caso fosse de Teu Agrado. Digo Eu: Podes fazer perguntas e no te deixes tolher pela presena de Phoikas que tambm deve ser orientado no Reino da verdadeira Vida, como prmio por ter desprezado seus negcios e seguido voz do corao, pois pressente o esprito da Verdade. Phoikas, fizeste um agrado ao Meu Corao e iniciaste um caminho que te levar salvao eterna. Podes formular tuas perguntas, Mucius. Diz aquele: Com Tua Permisso, Senhor e Mestre, peo explicao certa pela razo de nossa vida, o que ser de ns aps a morte e como podemos ser introduzidos sabedoria total. Ontem afirmaste que o cumprimento de Teus dois Mandamentos, elucidados atravs de Teu apstolo, despertava o justo conhecimento no corao do homem. O assunto me parece um tanto velado, por isto Te peo explicao maior. Digo Eu: Caro Mucius, justamente esses trs problemas contm a sabedoria total de todos os Cus e os motivos de Minha Misso doutrinria nesta Terra. Conquanto muito fosse dito a respeito, nunca demais repetir o axioma bsico, a fim de que o corao espiritual do homem transforme as Verdades eternas, em carne e sangue. Responderei por tua causa e principalmente por Phoikas, ainda estranho ao assunto, mas tambm por causa dos Meus, h muito tempo em Minha Companhia, todavia no inteiramente integrados em toda a Verdade. Vive o homem por dois motivos, que devem ser unidos a um personagem central. Primeiro, como concluso final da Criao externa e material, na qual ele classificado e enaltecido como coroao da Criao. Segundo, como ponto de partida do mundo puramente espiritual que com ele atingiu o primeiro degrau do conhecimento prprio, inteiramente livre. De um lado, ele portanto o comeo, e para o outro, o fim
de uma corrente; e ter que encontrar dentro de si o elo de unio, atravs de sua vida apropriada e o livre desenvolvimento. Darei elucidao maior a respeito. Todos os seres, desde o menor, formam uma escala progressiva, de sorte que um completa outro, oferecendo maiores aperfeioamentos e por este motivo, pode desenvolver inteligncia cada vez maior. Vede os irracionais de espcie inferior, aparentemente sem outra finalidade seno a conservao do corpo e a satisfao da voracidade de outros. Surgindo um inimigo de sua existncia, entregam-se ao destino, sem reao, alis impossvel. Isto observais nos insetos e anfbios menores. Da para cima percebeis a inteligncia mais desenvolvida, a ponto de se tornarem os animais conscientes dos perigos que ameaam seu fsico, sabendo desviar-se por meio de atitudes astuciosas. Em outros, de grau superior, essa capacidade ainda mais desenvolvida, dispondo at de armas apropriadas, como sejam garras e dentes, desvencilhando-se de seus adversrios, mas tambm se tornando inimigos de outros. Surge luta recproca na qual se aplicam astcia e esperteza, se bem que para a morte fsica; igualmente progride a inteligncia, a fim de que se desenvolva o carter que em animais superiores atinge visvel variedade. Aproxima-se o limite em que o animal se dispe a procurar o homem, tornando-se caseiro. mais ordenado e manso, podendo desenvolver bastante inteligncia, assemelhando-se ao dono, em certas particularidades de carter. Neste ponto podeis observar atitudes surpreendentes que provam certo raciocnio e capacidade de critrio, a ponto de afirmardes que aos animais apenas falta a fala. So precisamente os que necessitam de um passo para atingirem o homem, em sua evoluo espiritual, semelhante a uma criana que tambm necessita o passo dos anos para se tornar criatura racional. No animal, essa meta no pode ser alcanada por estar imperfeita a forma da alma, enquanto na criana, que s vezes parece mais tola e desajeitada, j reside a forma psquica, capaz de desenvolvimento, assim como em toda semente est a imagem do futuro vegetal.
10. FORMAO DA ALMA AT ATINGIR O HOMEM

(O Senhor): Todos esses animais, cujo nmero to imenso para lhes proporcionar a maior possibilidade de variao das capacidades caractersticas, se encontram debaixo da lei do imperativo categrico, a fim de se desenvolverem para a inteligncia mais elevada. No so capazes de agir contrariamente ao mbito que envolve sua forma psquica. Demonstrai, por exemplo, a uma ave ser melhor no fazer um ninho descoberto, mas talvez uma casinha tecida, ela continuar na construo do ninho. Desde o surgir das espcies, cada qual edificou sua morada como ora acontece. O motivo reside na forma reduzida da alma, impossvel de ser dilatada. Da mesma forma uma criana seria incapaz de aprender a matemtica, caso no tiver compreendido as bases iniciais. Nos irracionais, as diversas formas a serem percorridas correspondem s pocas ou anos de desenvolvimento do homem. Uma vez desenvolvida a mxima inteligncia animal no Me refiro forma, mas somente ao desenvolvimento psquico tais inteligncias podem unir-se a uma alma humana. Deste modo, ela contm as inteligncias que se completam reciprocamente, e alm disto deve ser uma imagem de todos os seres inferiores, em suma, tornar-se completa na forma externa e interna. A coroao da Criao, a forma humana, dotada de um grmen de capacidade altamente desenvolvida, foi alcanada pelo homem nascido na Terra. Agora comea a segunda tarefa. Deve o homem atingir o conhecimento possivelmente livre do Criador e do desenvolvimento interno. At ento a forma psquica era obtusa, no se preocupando de assuntos espirituais e apenas cogitando da lei do mais forte. A Divindade, porm, quer que Sua Obra to cuidadosamente guiada, venha a reconhec-La, procurando aproximar-se Dela por amor, e no de medo de Seu Poder. Como faz-lo? A Divindade tem que Se ocultar, caso queira atingir essa meta. Ter que proporcionar condies que facultem criatura a aceit-La ou no. No pode haver coao, porquanto em tal caso no seria o amor, e sim o
temor a dirigir a vontade. Basta imaginardes os empregados vos servindo com pavor, ao invs de dedicao. A plantinha do amor s pode surgir quando a crescente clareza e penetrao das coisas proporcionam alma, provas livres do grande Amor e Sabedoria de Deus, que a arrebatam para a admirao e o amor. A alma recebe um guia, pois ela como forma perfeita no pode ser levada ao aperfeioamento nem vislumbrar algo superior acima de si, caso no fosse possvel nela penetrar uma sensao espiritual, de um poder que a humilha e incentiva a procurar o seu Criador. Eis a centelha divina, o esprito que nela depositado e com ela deve se desenvolver e sucessivamente penetrar, atravs de uma justa educao e pelo ensino prprio, levando-a ao conhecimento de tudo. Este justo matrimnio que comea com o nascimento do homem, foi fortemente perturbado, porquanto somente se d o desenvolvimento da alma pelo desenvolvimento fsico, permanecendo o esprito qual embrio. A finalidade da vida fazer progredir ambos, de sorte que um se acha na justa dependncia do outro. A centelha espiritual de Deus e contm toda a Verdade e justo conhecimento. Atravs dela, o homem se acha em estreita unio com o Esprito Original de Deus, podendo com Ele penetrar em todos os segredos e sabedoria divinos. So poucos os que disto tm leve pressentimento. Fazer resplandecer esse pressentimento que s vezes se projeta apenas com muita sutileza, para atingir a plena certeza e o saber, eis o motivo de Minha Misso, e o caminho para tal ensinado pela Minha Doutrina.
11. O DESPERTAR INTERIOR E A VIDA APS A MORTE

(O Senhor): Meu apstolo Joo j te explicou, e Eu o confirmo, que nos dois Mandamentos: Ama a Deus acima de tudo e o prximo como a ti mesmo!, se encontram os Dez Mandamentos de Moyss e todo o resto que um homem tem a fazer, a fim de despertar a centelha do
esprito e uni-la cada vez mais sua alma. Somente no justo comportamento diante de Deus e pelas aes de amor para com o semelhante podeis encontrar verdadeira satisfao, a paz interior e o justo domnio das paixes e da morte. Quem sentir a convico de ser impossvel agir contra esses Mandamentos, perceber j em vida, o verdadeiro Cu. Tornou-se invulnervel contra todos os ataques do mal, e com isto, justo soberano de si e da natureza. Existindo na alma do homem tudo que a Terra comporta em seres, natural que, uma vez o esprito tendo conquistado o domnio de tudo em seu lar, tambm poder reger sobre os variados reflexos de seu eu, assim como um rei que se elevou de escravo ao trono, podendo reger sobre todos os partidos aos quais pertencia anteriormente. Subentendese ser isto somente possvel quando o homem encontrou dentro de si o elo de unio da corrente que perfaz a Minha Doutrina, unindo ambos, indissoluvelmente. Como ltimo elo da corrente material que apenas voltou a forma psquica mais perfeita e com ela, a forma humana, ele inteiramente inepto e nada mais que um animal inteligente e desenvolvido. Penso haverdes tudo entendido, e qual o motivo de vossa existncia e como podeis atingir o justo conhecimento. Todos confirmam, dizendo: Sim, Senhor e Mestre. Ento prossigo: Falta responder terceira pergunta, quer dizer: o que sucede ao homem aps a morte. Segundo a Minha Explicao, claro que o homem espiritual (a alma) imperfeitamente desenvolvido na Terra, por ter sido o fsico pesado um grande fardo, ter que sobreviver. No h quem possa afirmar ter alcanado no curto lapso de sua existncia, uma perfeio que o aproximasse de Deus. Tem que enfrentar vrios obstculos fsicos, tentaes de toda espcie, a fim de fortificar o carter e exercitar sua vontade na reao contra si mesmo, atraindo o bem e expelindo as ms tendncias. Somente no Alm ingressa em um novo mundo que lhe revela os Milagres de Deus e o Universo, onde poder ver com olhos do esprito e no com os fsicos que lhe apresentam o mundo material. Na contemplao das grandes Obras milagrosas, ele em breve percebe que a verda-
deira felicidade reside somente na atividade, e que Deus Mesmo o Ser mais ativo. medida de seu progresso receber adequado campo de ao, que poder preencher com grande zelo. Nesta atividade e na observao de seu trabalho til sentir imensa alegria e mxima ventura. Dar-vos-ei bom exemplo da qualidade de ao e para tanto quero a presena de quantidade de espritos felizes que vos orientaro de suas atividades. Nem bem termino de falar, cada presente v a seu lado um habitante do Alm que sada a todos. Meus apstolos no se admiram muito porque j se haviam habituado a tais aparies. Muito mais o fazem o taverneiro e Phoikas, incapazes de falar. Prontamente Eu os ajudo a se refazer e Phoikas diz: Senhor e Mestre, se existissem algumas dvidas aps Tuas Explicaes maravilhosas e sbias, seriam varridas com este fenmeno e sei perfeitamente com Quem estou lidando. Tu Mesmo s o milagroso galileu, no qual se oculta muito mais do que no profeta mais inspirado. Falar deste modo e ser Soberano de falanges espirituais, s pode o Esprito Original que em Ti habita e incorporou fisicamente. Salve a Ti e a todos, aos quais Tu Te revelas! Digo Eu: Caro Phoikas, o que fazes certo. Prefiro, porm, que Me agradeas no corao, em vez de pronunciares palavras retumbantes. Perscruto tanto os coraes quanto tudo que existe, e no considero gratido expressa por palavras. Agora deveis prestar ateno ao que os espritos bem-aventurados demonstrarem, para reconhecerdes no que consiste a felicidade real. Todos se entregam introspeco, durante a qual permaneciam imveis nas cadeiras.
12. VISO PSQUICA DE PHOIKAS

Aps certo tempo, voltam a si a no se cansam de externar sua admirao, relatando o que lhes sucedera, em companhia das entidades, que todavia desapareceram com o despertar dos tutelados. Convido Phoikas a contar o que vira, e ele comea: Senhor e Mes-
tre, foi to excepcionalmente maravilhoso e inteiramente diferente daquilo que os homens imaginam da vida no Alm. O anjo que determinaste para mim levou-me sua esfera espiritual, um mundo isolado, onde rege qual pequeno soberano. Ele provocou o meu arrebatamento psquico, pois o corpo pesado nunca poderia encetar viagem semelhante, entretanto no notei ausncia do fsico. Agora sei perfeitamente, ser ele uma veste incmoda e desajeitada para proteo da alma, a fim de poder desenvolver-se nele. Tal corpo no se acha na vida, mas inteiramente fora da mesma. O esprito angelical levou-me a um territrio solar, no qual havia planetas a girarem ao redor de um Sol, demonstrando-me ser-lhe entregue o cuidado para aquele territrio, pois a seu mando, tudo ocorria pontualmente. Todo poder lhe vinha da completa entrega de sua vontade Tua, por ele reconhecida como unicamente certa e verdadeira, por isto no sentia dificuldade de submisso. Todas as maravilhosas espcies de animais e plantas eram seus pensamentos. Projetava e fixava-os pela concentrao e atravs da formao da matria, aps terem sido por Ti analisados e aceitos como cpia de Teu Pensamento bsico. Assim tudo foi criado. Vi, por exemplo, o anjo elaborar um novo planeta destinado para posterior moradia de seres futuros. Demonstrou-me como o pensamento se desenvolve, semelhante ao artista que cria um quadro mental com todas as mincias. Querendo fixar apenas o que diante de Ti bom e justo, unia-se intimamente Contigo, Pai todo Poderoso de Eternidade, e expunha de certo modo o seu plano. Dizia-lhe, no por palavras, mas em esprito: Est certo e justo perante Mim. Age!, e imediatamente o esprito do anjo se punha em ao, apoderando-se de grande fora de vontade, de sorte que no Sol sujeito a ele surgiu, com forte fragor, uma esfera, o futuro planeta. Isolou-se do Sol e foi atirado ao Espao, entrando em rbita correspondente ao quadro visto por Mim. Nesta obra criadora diante de Ti e por Ti, ele sentia a mxima ventura. Somente deste modo aquele anjo podia se tornar semelhante a Ti, como criador, e atingir maior perfeio.
Conquanto no pudssemos sentir um tomo dessa felicidade, porque no a suportaramos, percebi um quadro ntido de existir ela somente dentro da atividade, em Ti e fora de Ti. Na relao do amor inflamado para Contigo e para com Tuas criaturas, nunca, no cio e simples admirao do Universo. Se assim no fosse, Tua Grandiosidade, Senhor, nos abafaria em vez de nos incentivar ao progresso. Por isto me esforarei por encontrar o justo elo da corrente pelo amor para Contigo e o meu prximo, a fim de me capacitar a atividade semelhante daquele anjo. Explicou-me ele que toda criatura seria capaz para tanto. Compreendi-o bem e jamais desistirei de alcanar essa meta. Agradeo-Te, Senhor, por me teres capacitado a ver e compreender tamanha maravilha. Minha alma deixou de ser abandonada, encontra-se plena do saber celeste e gratido profunda para com o meu Criador, que no fim da vida me tirou do vale da morte, para o cume da vida purssima. Digo Eu: Procuraste formular em palavras claras o que viste, e os presentes te compreenderam, pois viram coisa semelhante. Os que no tiveram tal Graa e apenas foram informados, tero noo fraca, a no ser que lhes seja aberta a viso interna. Enquanto o homem for obrigado a viver no corpo que o fora a enquadrar tudo no equilbrio limitado, sua situao em fatos espirituais ser precria, porque pretende med-los e sent-los atravs dos sentidos no desenvolvidos, to impossvel quanto vossa tentativa em querer encher um balde furado. melhor, portanto, silenciardes da ocorrncia, apenas til para vs. Vamos ao ar livre, pois quero prestar benefcio a esse local. Em seguida, partiremos.
13. O SENHOR ABENOA O LUGAREJO

Levantamo-nos da mesa e fomos rua. J havia mencionado ser o lugarejo pequeno e consistia de poucas casas. No entanto, sua situao favorvel porque dista um dia de viagem de Jerusalm, sendo o ltimo no caminho para Petra que oferece boa acomodao na hospedaria de
Mucius. No podia se queixar de falta de gua pela proximidade do Jordo, mas carecia de rvores copadas, indispensveis como aniquiladoras de vapores e absorvedoras de eletricidade, a fim de proteger as moradias das exalaes do Mar Morto, que com o vento Sul se fazem sentir fortemente. Todas as habitaes esto apenas circundadas de arbustos altos e algumas rvores mirradas, porquanto o ar saltrico impede bom crescimento. Sustar tal prejuzo representava o benefcio que Eu pretendia fazer ao local. Por isto palestro com Mucius e alguns vizinhos que haviam acorrido quando nos viram sair de casa. O servente Marcius e outros haviam relatado a multiplicao dos pes e outros fatos. Todos Me pedem providncias no sentido de amenizar os fortes raios solares que precisamente no Vale do Jordo so mui sensveis, bem como uma proteo contra os vapores nocivos. Eu os atendo, abeno a terra, e no mesmo instante surge em direo ao Sul, a certa distncia da estrada, de sorte que a transformao s podia ser percebida por pessoas bem orientadas um bosque cerrado de pinheiros, apropriados a absorver fortes vapores de salitre, no entanto podendo crescer. Tal floresta forma uma barreira em direo ao lago, mas hoje em dia no mais existe. Explico aos presentes, ser coisa fcil para Mim fazer surgir igualmente quantidade de rvores e arbustos em redor das casas. Todavia, seria melhor fosse encetado um meio natural para tal fim, pois a localidade se encontra beira da estrada pela qual romanos e outros pagos costumam passar a mido, e poderiam atribuir tal milagre aos deuses, provocando aborrecimentos aos moradores. A partir da prxima primavera, a flora demonstraria crescimento especial, de sorte que em dois anos estaria exuberante, proporcionando frescura e ar puro e saudvel. To logo comeassem a derrubar a floresta protetora, por simples ganncia, voltaria o antigo estado insuportvel, mormente no vero, tornando finalmente impossvel a permanncia ali. Os moradores Me agradecem de corao e pedem esclarecimento de Minha Pessoa, de onde Me vinha tamanho poder etc. Indico-lhes Mucius, que saberia responder a tudo.
14. O SENHOR SE DESPEDE DA HOSPEDARIA

Retornamos ao recinto anteriormente ocupado e Mucius Me agradece novamente por todos os benefcios recebidos. Interrompo-o: Caro Mucius, disse-te ontem seres avarento e no simptico aos judeus, e caso no fosse to tarde, no teria entrado em tua casa. Agora quero esclarecer mais alguns pontos, para teres uma norma segura para a vida. De nascena grega, te inclinas para os romanos, mas preciso seguires estritamente ao esprito de Minha Doutrina. No considero romanos, gregos, judeus, persas e outros povos. Existem apenas criaturas destinadas participao do Reino de Deus no corao e na Terra. Foi necessrio escolher um povo do qual viria a Salvao, e s podia ser o povo judaico, em virtude de seu preparo por Moyss e os profetas. Com isto, no leva vantagens sobre outros povos. Somente pela aceitao da Doutrina, do Verdadeiro Messias, que sou Eu desde sempre e para toda Eternidade, ter-se-ia tornado o povo mais poderoso e nobre. Nele existem as condies preparatrias atravs do solo lavrado desde sculos. Isto no se dando, constar: Os primeiros sero os ltimos. Orientado deste modo, no deves cair no erro de desprezar e odiar os judeus quando souberes o que faro a Mim, e sim consider-los de transviados que ignoram o que fazem, cabendo-te lev-los ao justo caminho. No ds preferncia aos teus conterrneos, mas s justo para com todos, a fim de que no sejas taxado de rspido, antiptico e avarento. Esfora-te por Me seguires em tudo, e antes de mais nada, pratica a pacincia. Em muitas oportunidades em que perderias a pacincia, Eu continuo paciente, ouo calmamente as muitas tolices dos homens e procuro ensin-los de modo a no provocar escndalo, fazendo o Bem sempre que possvel. Deste modo todos deveriam agir, querendo ser verdadeiramente os Meus discpulos. Chegou para ti a ltima hora, para a justa compreenso e entendimento. Muitas advertncias foram feitas para abrir o teu ntimo e faz-lo acessvel ao esprito do amor, tolerncia e verdade, de sorte que chegou a
etapa final para tua alma. No fosse isso, no teria vindo tua casa, como te disse ontem, e agora compreenders as Minhas Palavras. Age segundo Minhas Palavras e esteja certo que Minha Bno acompanhar a ti e os teus, para sempre, e assim te tornars um forte esteio em Meu Reino. Mucius est to comovido que no sabe falar. Faz meno de se atirar aos Meus Ps, no que Eu o impeo, dando-lhe Meu Abrao e Bno. Assim fortificado se dirige para junto dos Meus apstolos que lhe estendem a mo, sem proferir palavra. Quando o esprito no corao se manifesta, a boca incapaz de expressar o que a alma sente. Nisto se aproxima o comerciante Phoikas, dizendo: Senhor e Mestre, desejava me desses um bom conselho. Sei que junto de Ti no s se encontra a vida, pois Tu Mesmo s a Prpria Vida. Se bem que no tivesse relatado o que se passara no ntimo durante o curto lapso em Tua Companhia, sei que nada Te oculto, pois leste tudo em meu corao. Estou firme em no desistir da salvao e viver somente segundo o Teu Agrado. Durante o arrebatamento psquico vi perfeitamente Quem realmente s. E aquele anjo que me levou sua esfera solar, demonstrou-me nitidamente onde devo procurar Deus, e que em Ti, a Divindade Se encontra Pessoalmente. Deste modo compenetrado da Verdade, natural o meu desejo de cumprir a Tua Vontade. Digo Eu: Tua inteno Me agrada tanto mais quanto teu zelo at ento se dirigia unicamente conquista de tesouros terrenos, dos quais no momento no careces. Uma vez o esprito desperto, sentes asco de tua vida anterior, porquanto deriva da matria, e nada te impede renunciar mesma. Convenho que em casa de Mucius estarias bem acolhido, principalmente por no teres famlia e ningum te podendo impedir as aes. Tu e nosso amigo, podeis fazer grandes benefcios aos estranhos que por aqui passam. Posses alcanadas com trabalho honesto tornam-se bno justa somente quando aproveitadas no auxlio de pobres e necessitados, no que no te faltam ocasies. Ultimamente expressavas o desejo de aposentar-te, temendo a inatividade e o tdio. Aqui encontras vasto campo de ao que garante Minha Beno. Que Me dizes a essa proposta?
Responde Phoikas: Corresponde ao meu prprio pensamento, mas que no ousava pronunciar por causa de Mucius. Tu Mesmo abordando o assunto, sei que ele concorda por ser de Tua Vontade que trabalhemos juntos, e estou certo de encontrar nele um bom amigo. Mucius se apressa em confirm-lo, percebendo-se a alegria em seus olhos em poder fazer algo que estivesse no Meu Agrado. Ambos se abraam, e o comerciante Me pergunta se podia ser til com as mulas, pois ouvira falar de Minha partida para hoje. Esclareo-o que no seguiria a grande estrada por Jeric para Jerusalm, e sim, mais para o Norte, acima do Vale do Jordo, onde os animais no nos poderiam acompanhar. Deveria ele seguir prontamente para a metrpole, organizar os seus negcios e a mudana. sua pergunta a respeito de seus companheiros que dentro em breve voltariam de Petra, Eu lhe digo no oferecerem campo propcio para aceitao do Meu Esprito e Doutrina, conquanto no fossem maldosos, estavam presos ao lucro material. Haveriam de consider-lo esdrxulo, o que no o deveria incomodar porque no o prejudicaria. Em viagens posteriores o procurariam e em tempo oportuno seriam orientados por ele. Satisfeito, Phoikas d ordens para a partida, vido em cumprir rigorosamente a Minha Vontade. Tudo est em ordem e a hora da partida se aproxima. Todos se despedem de ns, aps Eu os abenoar novamente, e seguimos a grande estrada pelo Vale do Jordo.
15. O SENHOR PREPARA OS DISCPULOS PARA O FUTURO

Aps atravessarmos o Vale, dirigimo-nos para norte por uma vereda que leva por aprazvel colina. Queria evitar a zona de Jeric e, alm disso, Meus discpulos deveriam atingir grau evolutivo perfeio espiritual, no caminho abandonado e desprovido de fatos extraordinrios. Aproxima-se justamente a poca em que consta: Por ora ainda Me vedes. Dentro em breve no mais Me vereis!, e era preciso fornecer escla-
recimento maior aos que estavam amadurecidos para tanto. Principalmente os Meus discpulos no se queriam conformar e acreditar que os judeus alcanariam poder e fora sobre Mim, no obstante as repetidas observaes dadas a respeito. Por esta razo os levo por caminhos desconhecidos a penetrar nas cordilheiras. noitinha, acampamos ao p de montanha bem elevada, e ento comecei a falar-lhes: Meus amados, de h muito sois testemunhas de Minhas Aes e ouvintes de Meu Verbo, de sorte a estardes informados da maneira pela Qual o Reino do Cu desceu em plenitude junto de vs. Trouxe-vos aqui a esse vale ermo, a fim de fazerdes a introspeco e vos fortalecerdes na f para os acontecimentos vindouros. No seria aconselhvel as ovelhas ignorarem o caminho a seguir de modo prprio para o redil, quando o Pastor for abatido. Aprontai-vos a pesquisar onde ainda existe treva em vosso corao, para que a Luz ilumine todos os recantos enquanto esteja irradiando, e assim estais orientados de vossa casa se porventura nela reina treva passageira. Sei muito bem que sois fracos, julgando-vos gigantes enquanto vos dou apoio Pessoal. Este faltando, demonstrar-se- vossa firmeza, no necessitando temer a queda. Vamos primeiro fortificar-nos fisicamente, e depois fazei o que aconselhei. Examinai-vos internamente, e quem tiver qualquer dvida, deve externa-l. Antes de mais nada, um de vs deve olhar o que nos foi proporcionado atrs daqueles arbustos. Pedro e Jacob se dirigem para l e descobrem vrios pes e vinho em cntaros com que nos fartamos. Terminado o repasto, todos silenciam e meditam acerca de Minha Doutrina e Meus Atos. Nenhum apresenta qualquer dvida. At mesmo Pedro, geralmente inclinado a perguntas sempre esclarecidas por ensinamentos, mantm-se calmo e espera do resultado de Minha inteno. Todos se admiram dessa excurso cordilheira. Aps silncio geral de grande expectativa, prossigo: Meus caros, que seguistes sem perguntar pelo destino, ouv o que vos tenho a dizer. Ouv com o corao e no somente com os ouvidos. Todos os segredos e ensinos revelados podem ser compreendidos apenas quando o corao
sentir sua verdade, no se cogitando do critrio do intelecto. Est-se aproximando a poca da qual fala a Escritura: O Filho do homem ser exaltado! Esmagar-te- a cabea e tu (a serpente) o ferirs no calcanhar! Terminar Minha Misso doutrinria, e a vossa se iniciar. Deveis estar bem preparados para no fraquejardes e tremerdes diante dos horrores do futuro. No obstante todo o estmulo que vos ser insuflado, tereis dificuldades em vos manter firmes e vencer a natureza humana. Prosseguindo em Minha Obra aqui concluda, lembrai-vos de Minhas Palavras no Monte Garizim: Felizes os que forem perseguidos por causa da justia e no desistem de seus caminhos, pois o Reino do Cu ser deles. Felizes sereis quando os homens vos caluniarem e perseguirem, falando maldades de vossas pessoas, porquanto mentem. Suas mentiras se voltaro contra eles e os aniquilaro, enquanto recebereis a coroa da sinceridade. Por isto nada temais, ainda que no mais esteja em vosso meio. Continuarei convosco at o Fim dos Tempos! Se fordes procurados pelos ricos e conceituados a vos oferecerem grandes somas para lhes servir, afirmai que j estais a servio de outro Senhor, o Qual vos paga e considera fiis empregados, por isto no podeis aceitar outro compromisso. No h quem sirva a dois senhores, satisfazendo a ambos. Perguntaro quem seja esse senhor. Ento no Me negueis, mas confessai-Me abertamente. Quem Me negar, ser por Mim negado e expulso! Levar muito tempo e sofrer grande atropelo, pavor e sofrimento, at que a Luz volte a ilumin-lo. Por isto, segu as Minhas Palavras!
16. O SENHOR E LCIFER

Enquanto os Meu Olhos pairavam sobre os Meus seguidores que ouviam com devoo as Minhas Palavras sem saberem como interpretlas, Minha Alma sentiu profunda Misericrdia e infinito Amor para com
eles. Ao mesmo tempo percebi como o mal dentro deles se esforava por desviar suas almas de Mim e inclin-las para o mundo. Eis que a Divindade dentro de Mim, irou-Se, o homem Jesus se retraiu, de sorte que somente o Pai dominava. E a Onipotncia falou: Faamos mais uma tentativa para libertar todos esses, daquilo que atrai para o negativo, podendo assim elevar-se aos filhos do Alto, a fim de que o filho perdido volte Casa Paterna! No mesmo momento todos caem em profundo sono. Eu, o homem Jesus e Deus desde Eternidades, estava S e chamei Lcifer, o arcanjo cado, em virtude do qual tudo fora criado. As almas dos adormecidos se desprenderam do corpo, aproximaram-se de Mim e neles ardia uma fagulha luminosa a fornecer luz e vida a essas psiques bastante impuras. Ajoelhando-se diante de Mim, pedem: Senhor, no Te afastes de ns! Tu nos salvaste para nos conduzir adiante! Entrementes aparece Lcifer na figura de um lindo adolescente, mas sem brilho, de fronte inclinada aguardando Minha Palavra. Eis que lhe digo: No te foi possvel ver a Divindade, mas apenas senti-La, Portador de Luz, e quando te projetaste do Centro de Meu Amor, a fim de criar Luz e Vida em todos os Espaos do Infinito, julgaste ser no apenas portador da fora, e sim, possuidor da mesma. Transformaste teu amor em orgulho e disseste: Um Deus invisvel no Deus. Os seres que surgiram atravs de minha vontade, adoram-me, o ser unicamente visvel, como Divindade. Portanto, quero ser para sempre Deus deles! Eis que a Minha Voz Se pronunciou dentro de ti: A Fora de Meu Esprito age contigo e dentro de ti, e todos os atributos que repousam em Mim, formam a escala positiva e negativa at o Infinito. Dar-te-ei uma parte de Meu Poder, de sorte que cada um de ns possa reger partindo de sua limitao intrnseca, um ponto de partida a se projetar do Infinito, de dois lados. Assim poders, como ser criado e projetado por Mim, agir Comigo, como plo contrrio que se justifica perante Mim. Desconsideraste a advertncia. Tua fora criou inmeros seres que te seguiam e se tornaram poderosos, porque Eu no quis aniquilar os recm-criados como parte tua. A falange crescia cada vez mais poderosa e
te classificou de Deus. Novamente cometeste ultraje dizendo: Sou Deus, porque no vejo a Fora criadora! Tolo, como se o finito pudesse ver e compreender o Infinito! Ento te algemei, e essa Fora ora est diante de ti, dizendo: Eu Sou Deus, at ento Invisvel! Reconheces-Me agora? Volta Casa Paterna, a fim de seres liberto das algemas, podendo assumir o lugar que te compete. V esse grupo ajoelhado diante de Mim, vivificado pelo Meu Hlito e para sempre inclinado para Mim. Larga a teimosia e aceita o Hlito clido de Meu Amor, que toda a matria se desfar! Diz Lcifer: s Jesus de Nazareth, homem de grande fora que tambm foi posse minha. Reconhecer em ti, Deus, a mxima Fora, o Infinito no finito, nunca! O que se deu comigo, pode ter sido com outros. As criaturas so mortais e seus corpos apodrecero, assim tambm tu te tornars p! Teu corpo se dizimar, e de Jesus s restar poeira. Conheo minha culpa e me vejo desprovido do brilho luminoso. No te invejo a posse daquelas almas que se dirigiam para ti. Nunca a Onipotncia poderia ter a idia de destru-las, pois sua criao obra minha, para a qual eu cooperei e a amo tanto quanto Ele. Que continue a luta, pois ela condiciona a vida. O pavor da morte trabalho meu, pelo qual prendo minhas criaes a mim, dando-lhes oportunidade para viverem segundo as minhas qualidades. Est tudo certo como . Que mais queres de mim? Respondo: Aqui no lugar para discusses. Sabes muito bem de que se trata. Como Homem-Deus Me dado todo Poder dos Cus, e somente tua teimosia no Me quer reconhecer, na esperana de venceres e te apoderares da Divindade. Interpretas a Sua grande Pacincia como fraqueza, Seu Amor como impotncia. No queres libertar tuas falanges, para cuja salvao Eu Mesmo encarnei, e procuras instig-las, muito embora saibas que teus partidrios enfraqueceram e diminuram. Conseguiste prender as almas e afast-las do conhecimento. O paganismo tua obra. Todavia, tuas aes foram de tal modo desviadas, que os perdidos so levados para Mim, ainda assim no te convences? Diz Lcifer: Eles esperam apenas uma chamada minha para volta-
rem. D-me oportunidade para provar-te quo fracos so. Eu perdendo, reconhecer-te-ei! D-me poder sobre o teu corpo, deixa-me analisar o homem que vive dentro de ti, e veremos o que de divino nele existe. Esses aqui voltaro para mim, quando Jesus tiver pago seu tributo morte. Retruco: Os que por Mim Mesmo so levados para o Meu Reino, esto perdidos para ti, por todo sempre. Desde o incio do mundo sei quais os caminhos que levam salvao. Previne-te bem, tua medida est completa! Voltei por Amor para com os seres de Meus Cus e mundos, e por Amor completarei a Obra, no obstante a tua teimosia. No repises a idia que com tua destruio se venha selar a destruio de todos os seres que de ti surgiram, condicionando o prazo que tambm te espera. Vir o tempo em que no somente estars despido de teu brilho, mas tambm isolado de todos os seres, perante Mim, no havendo possibilidade de extermnio de quem quer que seja. Ento ters que te decidir, caso no prefiras voltar antes, de livre e espontnea vontade. Afasta-te, pois Minhas decises esto firmes, e Minha Vontade se faa! Lcifer desaparece. Eu abeno as almas a Me rodearem, fortificoas e lhes ordeno de voltarem ao fsico.
17. REVELAO DO PLANO CRIADOR E LIBERTADOR

Muitos se admiraro porque Eu afastara as almas dos apstolos, a fim de participarem dessa cena. Havia dois motivos. Primeiro, no deveriam guardar recordao, por ser prejudicial evoluo. Segundo, somente a alma em estado liberto capaz de analisar os antigos graus evolutivos. Esta era a inteno para que pudessem reconhecer-Me como Senhor e Criador, pedindo proteo. Quanto a Lcifer, deveria perceber o afastamento de seus sditos e a crescente impotncia. chegado o momento de se saber quem e o que Lcifer, como deve ser interpretado e a possibilidade de ser vencido em cada criatura. Somente na explicao clara desses assuntos mais importantes se torna
possvel compreender a Criao, a Minha Encarnao, sofrimento e morte. Que o mundo oua o grande segredo de Meu Plano de Criao e Salvao. Quando a Divindade Se tornou consciente e reconheceu em Si, o Esprito criador que tudo abarca, atravs de acontecimentos que sempre vos sero misteriosos, surgiu dentro Dela um imenso mpeto de projeo, de sorte que disse: Quero expandir as Minhas Idias para que veja de que so capazes as Minhas Foras! Enquanto no se manifestava atividade, a Divindade tinha conscincia reduzida de Si Mesma. Somente atravs de Suas Obras, Ela Se apercebeu de Seu Poder, alegrando-Se com isto qual mestre que descobre pelos produtos o que se oculta dentro dele, dando-lhe imenso prazer. Foi, portanto, de Sua Vontade criar, e prosseguiu dizendo: Dentro de Mim repousa todo Poder das Eternidades. Criemos, pois, um ser dotado de todo Poder igual a Mim, mas que comporte os atributos pelos quais Eu possa reconhecer-Me! E assim foi criado um esprito, munido de todo poder de Mim, a fim de apresentar Divindade, as Foras que repousavam em Mim, de modo visvel. Neste esprito, a Divindade queria localizar um ponto fixo de Sua Prpria Atividade, assim como um homem que necessita de um ponto de apoio no qual possa expandir sua fora e tambm, locomoverse. A reao fornecida pelo solo justa, e um meio para fazer surgir a fora e locomoo. A fora desprendida que fora depositada no esprito neo-criado, foi o plo oposto, quer dizer, o equilibrado contraste de todos os atributos denominados divinos, possibilitando a expanso da luz justa do conhecimento. Todo atributo em sua perfeio deve suportar a anlise do pr e do contra. Ambos se equilibrando em determinado ponto, demonstraro a Minha Perfeio. Subindo e descendo do ponto de partida, ambos se perdem no Infinito. Analisai, por exemplo, o amor como lei mais sublime e propriedade mais elevada no ponto central de Meu Corao. Qualquer um convir, que uma criatura mui amorosa pode elevar-se mais ainda, pois facilmen-
te encontrareis na Terra algum que supere o outro pelo sentimento. Todavia percebereis que pessoas mui afetivas possuem igualmente o justo plo contrrio dentro de si, motivo porque so capazes de recusar certos pedidos que prejudicariam os pedintes, por amor e considerao. Criando-se um ser na situao em que se pudesse desenvolver livremente em ambas as direes, compreende-se que tal capacidade de renncia se desenvolveria a tal ponto que redundaria no afastamento cada vez maior do justo limite. Finalmente se perderia nas profundezas infinitas do plo contrrio, quer dizer, na maior condensao e dureza. Podeis imaginar, ao deparardes um homem mau, haver um mais perverso que se perde no pior absurdo do amor-prprio. Se Eu criei um ser que continha somente os plos justos de Meus Atributos divinos, no quero dizer que Eu Me despojasse inteiramente, a ponto de existir como Deus, apenas de uma metade; criei uma entidade que coloquei no limite mencionado, dotei-a de Minha Onipotncia, agindo atravs dela, dando-lhe a possibilidade de desenvolvimento para o bem ou para o mal. A primeira luz do conhecimento, quer dizer, a noo da possibilidade de desenvolvimento em ambas as direes, deveria estimular a permanncia no ponto neutro, a fim de agir e criar em estreita unio com o Esprito Original, para maior alegria de Criador e criatura. Agora compreendeis porque o primeiro esprito criado no podia receber outro nome, seno Lcifer (portador de luz). Abrigava em si a luz do conhecimento e pde, como primeiro ser, perceber os limites das polaridades espirituais. Munido de Meu inteiro Poder, criou outros seres, inteiramente semelhantes a ele, que tambm sentiam a Divindade dentro de si e viam, como ele, incendiar-se a mesma luz do conhecimento. Manifestaram-se tambm como potncias criadoras, provindas de Meu Esprito. Entretanto, neles se apresentaram foras especiais de Meu Esprito Original, correspondendo pelo carter, aos Meus Sete Atributos. No penseis ter havido ausncia dos seis Atributos porque correspondiam a um determinado, pois manifestavam certa tendncia que os capacitava a desenvolv-la especialmente. Desde os primrdios
coloquei os Meus seres na dependncia de outros, melhor meio para evitar a presuno. Lcifer, sabendo dever representar o plo contrrio de Deus, julgou possvel a absoro da Divindade, caindo no erro de a criatura poder consumir o Infinito. Tambm neste ponto valia a Lei: Ningum pode ver Deus (o Infinito), e continuar vivo. Por isto, ele pde sentir a Natureza da Divindade e ouvir Suas Ordens enquanto se mantinha na justa neutralidade, nunca, porm, v-La Pessoalmente. O ser criado jamais podendo compreender o Infinito e facilmente caindo em erros, e pela inclinao negativa neles se podendo positivar, Lcifer se aprofundou na iluso de poder absorver e prender a Divindade, no obstante todas as advertncias. Abandonou o ponto justo da neutralidade, afastou-se do centro de Meu Corao e insistiu no desejo errneo de atrair suas criaturas que dele surgiram, no entanto se originaram de Mim, a fim de dominar os Espaos, habitados de seres de todas as espcies. Deu-se ento a ruptura, uma separao dos partidos, que finalizou com a perda do poder de Lcifer que junto de seus afins ficou privado da fora criadora. Surgiu naturalmente a questo de resolver o destino do exrcito dos espritos cados, aparentemente mortos. Havia dois caminhos a seguir. O primeiro seria o extermnio de Lcifer com seus afins, e criar um outro que certamente seria sujeito ao mesmo engano, porquanto no seria possvel a criao de um esprito mais perfeito, isolado de Mim, portanto independente de Minha Vontade. Inventar mquinas que executassem Minhas Ordens, no era difcil. A fim de conseguir a luz do conhecimento, o caminho inicial era o nico. Mas como, atravs de Lcifer, tinham sido criados outros espritos fiis a Mim, pertenciam eles esfera dele. Um sbito extermnio dele implicaria com o extermnio de todos os seres. Imaginai um homem rodeado de filhos e netos que dele descendem, mas devem sua vida a Mim. Se as aes e pensamentos desse homem devem ser destrudos para sempre, o mesmo deve acontecer aos parentes, do contrrio sua memria continuaria com eles. Somente a completa extino de tudo que algum dia tivera contato com ele, seja de efeito
bom ou nocivo, possibilitaria esquecimento total. Acaso Lcifer merecia isto, quando sua queda se dera apenas por engano, portanto inclui a possibilidade de despojar-se do mesmo? Teriam feito jus ao extermnio, os seres fiis e, finalmente, onde estaria Minha Sabedoria se no tivesse previsto, desde comeo, a possibilidade de uma queda, excluindo portanto uma repetio do processo de Criao? Antes de tudo, onde estaria o Meu Amor se no tivesse desistido do aniquilamento, mas procurado um meio dentro da Sabedoria para reconduzir luz do conhecimento os seres perdidos, a fim de se manterem no justo equilbrio das tendncias polares? Restava apenas o segundo caminho que tendes diante de vs na Criao material. Para tanto basta imaginardes um homem que absolutamente queira aceitar seja o rei do pas soberano poderoso, pois embora dele tivesse recebido fora e poder, nunca chegou a v-lo. Rebela-se e quer-se elevar a regente. A fim de evitar a perdio dos sditos fiis, o rei o prender, tirar-lhe- o brilho externo e a onipotncia, fazendo-o atirar em um recinto seguro at que mude de inteno. O mesmo acontecer aos asseclas. medida de sua penitncia e confessando seu erro, sero libertados aderindo ao soberano que se apresentou pessoalmente. Esse quadro material demonstra Minha Atitude, pois o encarceramento a Criao material. A fim de compreenderdes o que se segue, necessrio despertar os sentidos psquicos, porquanto o intelecto humano demasiado curto. A alma concatenada de inmeras partculas, cada uma correspondente a uma Idia Minha. Uma vez ligadas, a alma no pode ser diferente do que , pois apresenta o carter recebido. Um cristal formado no pode ser alterado em seus elementos, seno transformado em romboedro, hexaedro, octaedro etc., segundo a forma correspondente ao seu carter, quer dizer, na aglomerao das partculas em redor de seu centro vital. Caso deva haver uma modificao porque os cristais esto imperfeitos, tm que ser dissolvidos pelo calor (amor), a fim de se cristalizarem novamente aps o esfriar da gua quente, o que corresponde libertao de sua vontade. Formam-se ento novos e bonitos cristais, e qualquer
qumico cuidadoso saber alcanar belos e grandes exemplares. Eu sou tal Qumico! Dissolvi os cristais impuros (Lcifer e seus asseclas) na gua quente do amor, deixando se cristalizarem novamente essas almas, a fim de se tornarem claras. Sabeis que isto acontece atravs da passagem dos reinos mineral, vegetal e animal. A alma de Lcifer enfeixando a criao total, ela tem que se expressar na forma humana. Deste modo, todas as comunidades de espritos se unem em uma pessoa, expressa pelo guia, formando a esfera dele. No havendo comparao no mundo material, digo: Abr vossos sentidos psquicos. Agora compreendereis que Lcifer acredita ter sido obrigado a agir desse modo para que a matria fosse criada, um engano porque a matria no a finalidade de Minha Criao, mas o livre conhecimento, amor e compreenso da Divindade, enquanto a matria apenas um meio para tanto. Lcifer insistiu no segundo engano e perdeu-se nas causas de suas tendncias polares, mentindo a si mesmo ser obrigado a manter a matria. Foi-lhe dada liberdade suficiente para penetr-la, quer dizer, analisla conscientemente dentro de si para reconhecer, como esprito primrio, o sofrimento que provocou para os companheiros e ter vontade de regenerao. Todavia no o fez, mas teimou em reger qual soberano sobre a matria que lhe pertencia. Para tal fim obscureceu os cristais humanos a se formarem novamente, pois a luta contra Deus lhe parecia grande, elevada e conservadora da vida. Os cristais humanos, que em virtude da finalidade a ser alcanada, tinham de se encontrar livres, podiam inclinar-se para ele ou para Mim, mas caram em vida em suas malhas. V o paganismo onde ele se deixou honrar como rei, e suas qualidades polares, igualmente de grande sabedoria, se faziam venerar como deuses. Podia-se perguntar por que Eu permitia tais abusos? So incompreensveis quando no se cogita da meta final, atravs do conhecimento prprio, em Deus. Se um chefe de Estado se compraz em absurdos e seduz seus partidrios, qual seria o meio mais rpido para lhe trazer o justo conhecimento? Certamente pelo impedimento de seus abusos, pois os partidrios em breve o acompanhariam. Procurando-se afastar primeiro, os companhei-
ros, individualmente, a fim de deix-lo sozinho, a meta seria muito distanciada. Minha Atitude se dirige sempre ao ponto central, e caso no possa ser modificado, ser tomada outra direo. Lembrai-vos da priso dos sditos efetuada pelo regente, ao qual podiam fazer a seguinte objeo: Se vssemos o rei, acreditaramos. Eis o motivo que exigia a Minha Encarnao. Primeiro, para os decados, e segundo, para tornar visvel a Divindade e coroar a f dos que no se haviam perdido. Nisto se baseia o segredo de Minha Encarnao, forada a ultrapassar a matria, que do contrrio se teria tornado sempre mais endurecida, caso Lcifer se perdesse constantemente na obstinao do plo contrrio. Minha Encarnao imps uma barreira e demonstrou nitidamente o caminho para a libertao do paganismo e da venerao dos atributos polares. Assim teve que dar a prova que era possvel o mximo ser atingido, quer dizer, a vitria sobre a morte pela qual os homens foram presos matria e seus prazeres. Segundo, que a vida no ocorre na matria, mas no esprito, sendo aquela apenas priso do mesmo. claro Eu ter escolhido o Pas, povo e famlia para o xito seguro de Meu Sacrifcio, do contrrio Lcifer Me poderia ter vencido, e a Histria do povo judaico responde pergunta dessa possibilidade.
18. A VISO DE EBAHL

Quando os apstolos despertam de seu torpor, admiram-se de terem adormecido e perguntam o que havia ocorrido. Eu explico: No vos preocupeis. Ainda acontecer muita coisa a vos levar mesma indagao sem que vos possa informar de pronto. Em tempo oportuno ireis receber justa noo de tudo. Entre os Meus seguidores havia um judeu, chamado Ebahl, muito empenhado a despertar o seu esprito, pois havia aceito a Minha Doutrina de pleno corao. Em virtude de outras encarnaes que o dotaram de
maiores capacidades psquicas, alcanou o dom da viso, quer dizer, percebia acontecimentos passados ou futuros. Este homem se aproxima de Mim e diz: Senhor e Mestre, sempre a minha alma estremece de dor, quando em horas de meditao procuro polarizar-me Contigo. Surgem quadros escuros que parecem apontar cenas horrendas. J vi fatos passados e futuros. Mas nunca senti essa dor quando penso em Ti e nas imagens horrorosas. Aparteio: Caro Ebahl, relata o que vs, para que os outros saibam o que sente a tua alma. Diz ele: Senhor, vejo as portas do Cu abertas, luz clarssima se projeta das profundezas imensurveis da Criao, e uma voz me diz: Eis a Luz do mundo, que desceu junto dos homens e ora habita entre eles. Ento Te vi caminhar, inundado daquela luz e em Teu Corao inflamou-se uma chama que se tornava cada vez mais luminosa. medida que aumentava a claridade, diminua a luz exterior. Em seguida percebi uma figura escura aproximar-se, procurando cobrir a Luz dentro de Ti. Durante esse empreendimento vi falanges celestes observando com temor o que sucedia. Quanto mais a figura se esforava para envolver-Te nas trevas, tanto mais forte surgia a Luz dentro de ti, a ponto de atirar-se diante de Teus Ps, inteiramente cegada. Tocando a entidade como que morta, disseste: Bem-aventurados os pecadores que se penitenciam, e no h pecado to grande que no pudesse ser perdoado quando a criatura pedir em Meu Nome! Pede, para poderes ser perdoado! Vi ento que Tuas Mos e Ps estavam perfurados e de Teu Corao flua uma gota de sangue. A entidade sugou essa gota, recebendo vida e se tornando cada vez mais luminosa at surgir em pleno brilho. Uma voz vinda do Espao celeste dizia: Enviei o Meu Filho para trazer-Me o perdido. Ele no Se negou a morrer, a fim de reconfortar e vivificar o enfraquecido, com o Sangue de Seu Corao. Salve Ele, pois tornamo-nos Unos para sempre! Quando a voz silenciou, eu voltei a mim. Aquela figura escura, a vi h pouco perto de mim, sorrindo-me com escrnio como se quisesse dizer algo. Em seguida desapareceu. Que significa isto, Senhor e Mestre?
Conquanto seja maravilhoso, sinto uma dor to forte que chega at a me impossibilitar de pensar ou sentir. Digo Eu: Ebahl, tua alma sentindo o que acontecer em dias vindouros, ela treme porque no pode abarcar sua finalidade. Sente-se oprimida, presa pelas impresses incompreensveis que deseja resolver sem poder, porque falta explicao. Sua dor semelhante ao algemado que reage contra as algemas. Procura aumentar teu amor para com Deus, acalma-te no corao e ouve a voz de teu esprito, que recebers pelo justo conhecimento e a pacincia, um forte instrumento capaz de cortar essas algemas. Todos os que tiverem o teu dom, tornando-os capazes de estender sua alma, a ponto de assimilar o futuro que j comea a projetar sua sombra, e tambm podem fazer surgir o passado, visivelmente, devem exercitar-se na pacincia e introspeco, para que a viso no venha provocar presso. O mesmo se d contigo, e o futuro te demonstrar o que de verdade contm a tua viso. Agora deixemos de conversar e apreciemos o ar puro das montanhas, benfico e fortalecedor para o fsico, que nos trar o descanso necessrio. Amanh nos espera grande trabalho, externamente s para Mim, mas internamente para todos, razo por que deveis estar preparados. Ebahl se afasta, e todos os presentes se acomodam na relva. Vigiados pelo Meu Esprito dormiram na vasta Casa do Pai quais crianas, pela ltima vez sob os cuidados de Minha Vontade. A partir deste dia se retraiu a Minha Lei imperativa, em sentido externo, de sorte que medida de sua f conquistada para Mim, os oponentes conseguiram poder sobre eles. Deste modo podiam se exercitar individualmente, ao invs de se encontrar protegidos de Minha Onipotncia Pessoal que os protegia inconscientemente provendo-os de tudo, sem se precisarem preocupar de algo. De agora em diante demonstrariam o quanto Minha Doutrinao e Ao os haviam amadurecido e emancipado.
19. O SENHOR SE HOSPEDA EM CASA DE RAEL

Ao despertarem no dia seguinte, todos se sentem muito confortados entretanto estranham peculiar vazio psquico e certa independncia que se manifestava principalmente na disputa de vrios assuntos, quando antigamente os discpulos costumavam entregar a soluo a Mim. Era o primeiro sinal de emancipao e livre resoluo de seus passos futuros, a ponto de Pedro posteriormente chegar negao de Minha Pessoa, no obstante o seu grande amor. Em seguida deixamos o vale que nos servira de proteo durante a noite e que se tornara palco de acontecimento to importante. Dirigimonos a Nordeste at chegarmos a pequeno lugarejo chamado Rimmon. Nem bem chegamos, um homem se aproxima de Mim e com voz aflita, dizendo-se mensageiro das irms de Lzaro, pede Eu correr para junto daquele amigo, seriamente enfermo, a ponto de as irms temerem por sua vida. H dois dias esse homem aqui espera e havia outros empregados Minha procura, porquanto costumava Eu nesta poca visitar Lzaro. Respondo-lhe: A molstia no mortal, mas servir para a Glria de Deus, a fim de que o Filho seja honrado deste modo. Tomando Minhas Palavras como prova de que Eu curaria o patro, o servo repete o pedido de no Me demorar, evitando o prolongamento do sofrimento. Em seguida volta ligeiro para Bethnia para transmitir a boa notcia s irms. Virando-Me para os discpulos, digo: Procuremos uma hospedaria para descansarmos, pois no h pressa de chegarmos em Bethnia. Indaga Pedro: Senhor, acaso Lzaro j se curou? Respondo: No, mas ficar bom. preciso que se despoje primeiro daquilo que impuro, assim como vs tereis de vos libertar de toda impureza para poderdes ingressar no Reino de Meu e de vosso Pai. Os discpulos nada mais perguntam, pois se haviam acostumado a aceitar as Minhas Determinaes como certas. Passamos pela aldeia at a outra ponta que levava estrada de Jerusalm, onde encontramos uma casa rodeada de belo jardim que demons-
trava ser o dono abastado e procura de um local afastado do mundo barulhento. Enquanto observvamos a situao agradvel daquela manso, um empregado se aproxima e nos convida em nome do dono, para entrarmos e, caso quisssemos, aceitar sua hospitalidade. Como Me apontaram de Guia do grupo, Eu lhe digo: Informa o teu patro que Aquele pelo Qual tanto espera, chegou para hospedar-Se em sua casa. Ele se afasta e entramos no jardim da frente. No demora, o homem volta e nos pede para acompanh-lo. Conduz-nos vasta sala, ricamente ornamentada de tapetes e obras de arte, demonstrando a situao privilegiada do dono. Entrementes, este aparece apoiado em um servente. Trata-se de um homem idoso e enfraquecido, porm de aspecto venervel que desperta grande respeito. Sua fisionomia irradia paz e sua atitude, nobreza patriarcal. Com amabilidade nos cumprimenta pedindo desculpas de no nos ter recebido imediatamente, pois conta cento e vinte anos. ObservandoMe mais de perto, ele se espanta e diz: Rabi, esta noite te vi em sonho! Disseste-me: Rael, procurar-te-ei porque anseias por Mim, e teu lar ser abenoado. E agora vejo a realizao de meu sonho. Quem s, caro mestre, e quem so esses teus companheiros? Respondo: Sou Aquele a Quem esperavas h anos. Aquele a Quem j conhecias, entretanto Se tornou estranho porque faz anos que Me viste pela primeira vez. Retruca ele: Rabi, minha memria se tornou fraca. Sei que te vi alm de meu sonho, todavia no preciso a poca em que isso acontecera. Ainda haver tempo para palestrarmos a respeito. Essa casa vossa, a os servos vos trataro, como fsseis meus irmos. Ele manda trazer gua para lavarmos os ps. Dentro em pouco estamos no refeitrio onde nos confortamos com po e vinho.
20. RAEL RELATA A HISTRIA DE SUA VIDA

Acomodados no salo ricamente arrumado, Rael Me pergunta onde
tivera a oportunidade de ver-me, pois no consegue lembrar-se. Digo Eu: Est claramente escrito no teu corao. No te atreves a expor o desejo mais ardente de um homem terreno. No estarias disposto a nos dizer qual o desejo mais forte que vive dentro de ti? Diz ele, sentado junto de Mim: Rabi, o desejo de todos os israelitas a Descida do Ungido do Senhor para morar conosco, como anunciaram os profetas. Meus dias so contados e minha idade ultrapassa a dos homens em geral. Desta graa sempre deduzi uma prova de me ser dado ver Aquele Que nos foi prometido e deveria entrar na Cidade de David para reinar em Zion como Poderoso Rei. Acabo de expor o meu desejo mais ardente diante de ti e dos teus. Muito bem, digo Eu para Rael, cujo rosto resplandece de f e devoo, mas dize-nos se tiveste algumas provas de se terem aproximado os dias em que Deus haveria de visitar o Seu povo. Responde ele: Rabi, eu no viveria se no tivesse absoluta certeza disto. Viajei pelo mundo afora procura de outros conhecimentos que no os permitidos pelo Templo. Nossos estatutos probem o interesse em outras religies. Mas na mocidade fui uma espcie de livre pensador que pouco indaga a respeito de tais proibies. Para mim, tudo era permitido, bastava me agradasse. Em virtude da morte prematura de meus pais entrei de posse de sua fortuna e quis viajar, na esperana de dilatar os meus conhecimentos, a fim de conseguir posio mais importante que de um escriba que nunca ultrapassou as muralhas de Jerusalm. H mais de cem anos, o povo do Senhor no mais se firma na justa crena que atualmente se acha muito mais abalada, e desde moo sentia que se devia cumprir o que os profetas anunciaram. Minha impacincia crescia cada vez mais quando vi se perder a liberdade do povo e finalmente Pompeu conquistou o pas e a Cidade Santa. Ainda vejo diante de mim como o chefe romano penetrou no Santssimo enquanto o povo do lado de fora esperava que a Ira de Deus se arremessasse sobre a cabea do pago. Nada disto aconteceu. Se bem que o romano estivesse compenetrado da santidade do local, do qual se retraiu com respeito, a Ira do Altssimo no reagiu contra o
poder de Roma. Tampouco o Salvador, o Messias, achegou-Se de Seu povo. Ento o meu corao foi invadido por uma descrena profunda, e resolvi voltar as costas Terra Santa. J havia viajado pela Grcia, sia Menor e Itlia, e pretendi, no Egito, alcanar o justo conhecimento. Moyss tinha sido iniciado na sabedoria total dos sacerdotes, e me interessava fazer o mesmo. Se antigamente era quase impossvel e somente com a mxima persistncia e intercesso do rei, penetrar no templo e seus mistrios, hoje em dia tal empreendimento nada custoso. A doutrina secreta do Egito se tornou mercadoria como qualquer outra. Ao nefito quase nada transmitido da sabedoria antiga. Os sacerdotes no compreendem o que se oculta naqueles smbolos e praticam durante os rituais apenas cerimnias externas, como tambm acontece em nosso Templo. So poucos os verdadeiros sacerdotes que habitam retrados em certas zonas do Egito, ridicularizados pelos prprios colegas, em parte tambm venerados como homens santos. Em verdade no so isto nem aquilo, mas apenas fiis conservadores da crena antiga e verdadeira, testemunho da elevada vida do esprito, da qual o mundo nada pressente. Tive a felicidade de privar com homem tal. Em Thebas obtive o direito ao servio de Horus. Naquele templo vivia um velho sbio, venerado com respeito por parte dos sacerdotes, pois tinha o dom da profecia e da viso espiritual em horas de xtase sagrado. Como acontecesse tudo o que o esprito revelava, desfrutava do maior conceito. A ele agradeo tudo que sei. Amava-me muito e certa vez me disse que eu havia de ver Aquele a Quem ele somente viria por meu intermdio. O Esprito da Sabedoria descer a mando do eterno Amor, para disseminar a mais forte luz. sis chorar pelo esposo abatido. Mas o Filho Eterno assumir o Domnio do Trono do Pai. Surgir ento uma nova era. O globo terrestre soobrar dando lugar a um novo mundo at que novamente o Filho, dotado de todo Poder, far o grande Julgamento da morte, separando o que seja justo do injusto. Deste modo falou o sbio a mim, e sei muito bem o que apontava. Durante doze anos fui aluno daquele homem peculiar e o nico ao
qual ele dedicava inteira confiana. Certo dia ele me disse sentir aproximar-se a morte e desejava que eu conservasse o que me ensinara. Havia um s Deus, ao Qual servia tudo que fora criado. A Divindade resolveu trazer a maior felicidade s criaturas, tomando a carne humana para demonstrar os Caminhos da Salvao aos que quiserem palmilh-los. Dentro em pouco, apresentar-se-ia um grande julgamento, a fim de serem revelados os Caminhos tambm para o poder das trevas, que procura aniquilar o que o Amor constri. Por isto seria aconselhvel que cada um procurasse penitenciar-se para no ser atingido pelo julgamento. Essa penitncia consiste no amor a Deus acima de todas as coisas, respeito s Foras que Dele emanam, todavia no vener-las como deuses, para impedir conceitos errneos. No levaria tempo para tal julgamento destronar todos os deuses. Devia eu jurar de conservar a f em Um Deus. o Mesmo que por ele fora encontrado. No era Deus de vingana como muitas vezes cognominado, mas um Deus de Amor que no castiga, mas s vezes obrigado a pr uma barreira aos povos para no se perderem, e at mesmo tinha que aniquilar o corpo para salvar a alma. O esprito me diz, e os meus olhos se certificaram que o teu pas foi escolhido a vislumbrar o grande milagre. L se realizar o que sempre ser incompreensvel humanidade, por ser divino e no pode ser aceito pela mente! Assim falou o mentor e guia nos mistrios espirituais da religio egpcia, que de certo modo contm as mesmas verdades encontradas em nossos estatutos. Pouco aps ele falecia, e eu voltei ptria para aguardar o grande momento. Em vises ntidas me foi revelado que ainda seria testemunha do mesmo, e achei por bem afastar-me do crculo dos templrios e escribas. Sabia que a Salvao no viria de l. O Messias Prometido no pode aparecer em meio dos que acreditam em Deus medida de suas vantagens, do contrrio seria um Messias dos ricos e distintos, e no um Benfeitor do povo.
21. O SENHOR DESPERTA A MEMRIA DE RAEL

Digo Eu: Nunca pressentiste, Rael, Quem viria ou j veio como Messias esperado? Fitando-Me com um sorriso, ele responde: Mestre, tu e teus companheiros entrastes em minha casa sem que perguntasse quem sois. Deve se praticar a hospitalidade sem considerar a pessoa, a fim de servir-se a ricos ou pobres, por amor ao prximo. Antes de responder-te, devia eu ter alguma idia de vossa identidade. J sou idoso e desejo morrer em paz. Perdoa, se sou precavido em no criar aborrecimentos em Jerusalm, atravs de palestras inadequadas que tambm podem surgir na velhice, pela expresso prematura de pensamentos ocultos. Digo Eu: Se Eu diante de todos revelar esses teus pensamentos, ainda terias receio de ser trado? Retruca ele: Rabi, se fores capaz disto, terias atingido uma perfeio muito elevada do esprito, tornando-te capaz de perceber o espiritual atravs da matria. Uma atitude condenvel de tua parte que me trouxesse aborrecimentos, seria inteiramente impossvel. Capacidades espirituais s podem ser alcanadas quando o homem tiver renunciado maldade. Teus companheiros so certamente iguais a ti. Dize-me os meus pensamentos ocultos, caso fores capaz. Digo Eu: Rael, sabes no somente que o Messias no ser Rei dos judeus qual heri externamente poderoso e lutador que subjugasse todos os povos e possivelmente elegesse cada israelita para pequeno regente de muitos escravos, pois tambm de teu conhecimento consistir o Seu Reino na Salvao das almas, para lev-las ao Seu Reino da Paz, fixado na Eternidade. Tudo isto foi-te provado por aquele sbio do Egito, chamado Saone. Quando h vinte e dois anos estiveste no Templo, assististe, como um merino de doze anos provocara a maior admirao entre todos, no somente pela sua sabedoria, seno pela fora milagrosa. Tua atitude foi de inteira calma, todavia estranhaste que os fariseus e escribas no percebessem Quem Se ocultava naquele menino, enquanto o teu esprito imediatamente te revelou encontrar-Se o Messias Pessoalmente diante de to-
dos. Mas o orgulho tenebroso e a cegueira da alma no permitiam descobrirem o milagre. Sempre acompanhaste o Menino em sua educao. At mesmo procuraste arranjar emprego para os pais, muito embora sabedor que tua ajuda seria dispensvel onde habita a Divindade. Ao menos querias demonstrar boa vontade. Quando a idade comeou a te prender ao lar, h tempos vinhas apenas saindo para o jardim, entretanto procuravas informaes por outros. H trs anos surgiu um profeta de nome Jesus de Nazareth, e ningum melhor do que tu sabe ser ele idntico quele merino. Ningum em toda Israel est mais convicto que tu, ser Jesus Cristo, o verdadeiro Ungido de Deus. Contudo no te atreves a pronunciar tua convico pelos motivos expostos por ti mesmo. Estou certo?
22. O SENHOR FALA SOBRE O MRITO

Durante a referncia a respeito do Merino de doze anos, Rael comeou a Me observar com ateno e, quando terminei de falar, ele aperta a Minha Mo contra o peito e diz comovido: Senhor, ento no esperei em vo por Ti, e meus olhos Te viram em verdade! Amantssimo Pai, como alegras o teu servo imprestvel! Certamente dentro em breve me tirars o peso do corpo, a fim de que o meu esprito se encontre inteiramente em Tua Luz e veja a Tua Glria Infinita que Se oculta na veste humana. Agora compreendo as palavras: Deus Homem, e o Filho do homem rege o mundo. Deus deu a Seu Filho o Poder no Cu e na Terra, e os povos s podem se tornar felizes atravs Dele! Deste modo soavam alguns ensinos sempre mal interpretados e que deveriam provar o engano da nova doutrina. Aqui evidente, ter Deus Se tornado realmente Homem em Ti. Dando-Te todo Poder, ao Filho de corpo e alma, continua como Esprito o Pai. Senhor, como mereo tamanha Graa de Tua Presena? Digo Eu: Rael, acaso preferes Eu ter passado ao largo? Tua observa-
o foi inteiramente intil, pois sei quando e a quem devo procurar para sua felicidade. No pode haver mrito, pois sempre fui atrado pelo amor dos homens. Uma vez que estou aqui, no deves perguntar por questo de cortesia terrena, mas alegrar-te com Minha Presena. Conheo o teu corao e que sentes grande amor para Comigo e imensa alegria com Minha Visita. No Me agrada quando os homens indagam dos motivos, julgando haver prmio por algum mrito. V todos os Meus discpulos. Por que merecem Eu estar constantemente em sua companhia, orientando-os nos segredos dos Cus? No h motivo para tanto. Dedicam-Me amor que os prende livremente Minha Pessoa. Se o amor esfriasse, tambm se afastariam de Mim, a fim de procurarem coisas que os atraem. De maneira alguma h mrito que os faa dignos de permanecerem em Minha Presena. Por isto sempre convidei: Vinde todos a Mim, que sois cansados e sobrecarregados, para vos aliviar do peso. Nada mais exijo seno vosso amor, e Eu imediatamente vos saciarei. Quem, no obstante seu grande peso de pecados, no Me procurar livremente, jamais ver o Meu Semblante. Muito menos alcanar um mrito por obras caridosas, sem amor no corao, julgando forar-Me a procur-lo. Digo-te isto, Rael, a fim de que o ltimo remanescente de uma filosofia que ordena angariares mrito para o progresso espiritual, seja bem esclarecido e compreendas que todo mrito, sem amor para Comigo, de nada vale.
23. A PROPRIEDADE DE RAEL

Em seguida fortifico Rael, de sorte que volte alegria, pois a aparente repreenso o havia totalmente compungido. Assim, sente-se novamente feliz com a Minha Presena e abandona todos os escrpulos. Ao mesmo tempo, seu fsico recebe a energia necessria para poder se movimentar sem qualquer auxlio dos empregados. Essa sensao de fora o extasia de forma tal que d outro testemunho expansivo, Quem Sou, animando a
todos a aderirem a seu xtase. Entretanto, probo-lhes isso por motivos conhecidos e convido a todos a fazermos uma vistoria da propriedade de Rael, pois surgiriam muitas idias aproveitveis. Assim, passamos pelos diversos recintos da casa que externamente em nada se distinguia da construo comum dos judeus, enquanto seu jardim isolado de olhares curiosos, demonstrava estilo grego. Nos quartos viam-se obras de arte grega, romana, egpcia e hindu que davam prova de gosto apurado, levando a muitos discpulos externarem sua admirao, pois nunca haviam visto tanto luxo. O que mais se destacava era o bom gosto artstico, provocando impresso sumamente harmoniosa. O mesmo se notava no jardim correspondendo aos moldes romanos, com esttuas, fontes e alias, apenas um tanto privado de folhagem devido ao efeito do outono. Os meus discpulos tinham visto nas propriedades de Lzaro, jardins e bosques, onde se destacava a utilidade, enquanto aqui se evidenciava o efeito artstico. D-se ento uma discusso se era justo perante Mim, visando-se a meta espiritual, enamorar-se das coisas e tesouros do mundo, ou se seria condenvel a tendncia para o luxo que facilmente poderia fazer com que a alma adormecesse. Essa questo foi o motivo pelo qual convidei os apstolos a estudarem a propriedade de Rael, cuja alegria fora visvel quando percebeu a Minha ateno com a explicao que dera de determinadas esttuas. Os discpulos se admiraram de Minha Atitude, to em contraste com Minha anterior destruio de dolos igualmente feitos com gosto. Ao nos encontrarmos diante de uma esttua de Apollo, dentro de um nicho e rodeado de arbustos provocando um contraste formidvel, sua estupefao no tem limites, pois esperam que o dolo se dizimasse diante de Minha Presena. Pior se tornou a situao ao penetrarmos em uma pequena rotunda onde se encontrava uma completa assemblia de deuses, obras primas que elevavam o ambiente dando impresso de gosto especial, atravs do agrupamento e ornamentao. Aos judeus anteriormente ortodoxos, tais figuras eram um horror. Minha Presena parecialhes inadmissvel perto de Jpiter, Marte, Apollo, Vnus, Minerva e Ceres. De maneira alguma podiam compreender que Eu prestasse ateno s
explicaes de Rael que dava os nomes dos artistas, como se Me fossem inteiramente desconhecidos. Todavia sentiam algo de especial em Minha Atitude, calando-se curiosos do resultado. Aps Rael ter demonstrado todos os seus tesouros, com dados de origem e idade, voltamos ao salo, onde cada um ocupou o lugar anterior.
24. O SENHOR FALA SOBRE ARTE

Eis que os discpulos comeam a externar abertamente sua admirao sobre a organizao de casa e jardim, inapropriada para judeus, de sorte que Rael se desculpa com as muitas viagens feitas entre povos variados cuja habilidade artstica muito admirou. Fra esse o motivo que o levou a enfeitar sua manso, conquanto as obras demonstrassem culto pago. Rendia culto ao belo, sem que o pensamento afetasse sua f em Deus nico. Surgiu ento a controvrsia do perigo e a no aplicao das determinaes de Moyss que proibia o convvio com pagos e o respeito aos seus hbitos. Finalmente Rael diz: Senhor e Mestre, dize-me Tu, se fiz mal em ter organizado a minha casa como viste. Serei o primeiro a destruir essas obras de arte, caso tenha praticado um erro. Respondo: Podes ficar calmo. Se houvesse erro, tudo estaria dizimado. Onde Eu estou, o mal no pode persistir. Tu mesmo percebeste Eu participar de tua alegria em tais obras e at ento no te recriminei. Virando-Me para os discpulos, prossigo: Quando comeareis a julgar atravs de Meu Esprito? Sabeis Eu no sentir prazer quando se age segundo determinados princpios. Ag e julgai pelos princpios do esprito em vs, e no penseis ser contra Deus o que for contra vossos hbitos. Deus permitiu a outros povos o que vos ficou oculto, a fim de conservar o Seu povo capaz para o fruto que ora amadureceu. Quando ele se desprender da rvore, depender dela produzir outro. Tornou-se bastante forte para dispensar a ajuda do jardineiro. Ele tudo fez, medida do poss-
vel. Se a rvore se tornar preguiosa, esse Jardineiro lhe apor o machado. Todos os povos so comparveis a uma rvore frutfera, cada qual necessitando de tratamento individual. Moyss deu aos judeus, leis, estatutos rigorosos e proibies no sentido de se ocuparem somente com o sentimento intrnseco do Verbo de Deus. Quem chamado a manter a semente espiritual, no apenas para esta Terra e seus habitantes, mas para o Universo todo, tem que ser protegido externamente. Quem se dirige para o exterior no pode ser igualmente claviculrio. Desde sempre foram os judeus de carter teimoso e renitente. Essas qualidades se prestam para os conservadores do Verbo Divino. Povos desprovidos dessas tendncias, tinham outras profisses sem contudo serem repelidos por Deus, assim como mos e ps no so desprezados pelo homem, em virtude de no serem conservadores da vida como o corao. Merecem considerao, pois sem eles, o corao teria vida deficiente. Quem pensar ser um horror diante de Deus viver-se fisicamente e espiritualmente de modo diverso que um povo evidentemente sob Sua Proteo direta, muito se engana. Em tempos futuros, em que desaparecer a divergncia dos povos, chegar o ponto em que as criaturas vivero em completa heterogeneidade, entretanto se encontram junto de Meu Corao. Ningum deve, por isto, aborrecer-se com o prximo. Da podeis concluir que Rael esteja em condies de viver em seu lar luxuosamente organizado e em companhia de suas obras artsticas, contudo o considero fiel ao Meu Corao, pois aprecia tudo sem se prender s coisas. Observa com gratido a capacidade espiritual que por Mim foi dada aos homens, a ponto de poder desenvolver-se em alegria para o prximo. Caso ele ou algum de sua casa ligasse estatua de Jpiter a venerao ao mesmo, ela teria sido destruda para que todos vissem existir Um S Deus! Tal no o caso. Rael e seu pessoal se encontram em plena f em Mim e se alegram com os objetos, em virtude de sua arte. Por que deveria Eu destruir o que indiretamente fora por Mim criado, quer dizer, a capacidade artstica, enquanto ele fizer bom uso da mesma? Tudo que chamais de arte, por Deus depositado no corao humano, por motivos mui sbios. Assim como um irracional de inteligncia limitada
incapaz de produzir obra artstica atravs da reflexo, tampouco o seria o homem, caso no procurasse desenvolver suas faculdades espirituais. Sabeis ser fcil julgar um povo culto atravs de seus produtos de arte, pois traduzem o que se reflete na alma popular, pelo sentir, pensar e agir. Quanto mais progredir pelo desprendimento da alma do gozo material, tanto mais perfeitas sero as obras de arte. Naturalmente ser capaz de aproveitar as produes para o sensualismo, que provocaro impresso repugnante, ao observador puro. Jamais se poder alcanar produtos de arte do ponto de vista do belo, se na alma do artista no repousar a faculdade de se elevar a esferas mais puras, quer dizer, vislumbrar com os olhos do esprito o que deseja criar. Poder progredir apenas quando encetar os caminhos por Mim indicados, para produzir o que seja justo. Salomon no teria podido esboar o plano do Templo se no estivesse to livre em esprito, a fim de perceber com a viso interna o reflexo de uma construo puramente celestial, para dar uma cpia fraca daquilo que em Meu Reino visvel para todos. Nada pode ser criado na Terra nem nos Cus, por homens ou espritos, que no se encontre em estupenda plenitude em Deus, portanto em Suas Obras. Onde for que se encontre uma cpia deve existir um original espiritual, assim como uma sombra pressupe um objeto a produzi-la. Deus sendo Infinito e Nele repousando o Bem, o Belo e o Sublime, jamais haver fim, falando espiritualmente, na criao do Belo.
25. A FORMA HUMANA E SUA SALVAO

(O Senhor): Deus Mesmo quis determinar uma meta, quer dizer, uma norma perfeita da qual podem ser derivadas todas as inferiores e superiores, pela criao da forma humana, como ponto de partida de uma linha ascendente e decrescente. Observando a forma humana, dela podeis deduzir a forma animal, e
caso estudardes os embries de irracionais e humanos, percebereis serem inteiramente semelhantes no estado inicial, desenvolvendo-se segundo sua inteligncia psquica. Essa semelhana inicial igualmente prova de que em todo embrio existe a tendncia de atingir a forma humana. Apenas impedido atravs da alma ainda no devidamente evoluda, a quem cabe esse desenvolvimento. No homem repousa a forma que pelos artistas gregos sempre foi declarada a mais harmoniosa, quer dizer a que possui em todas as partes tendncia equilibrada. Nela apenas so esboadas as linhas a serem mantidas para a utilidade do corpo: braos, pernas, cabea e tronco formam uma harmonia que corresponde manuteno fsica e ao sentimento da alma. Pelo simples estudo do corpo humano pode-se facilmente atingir as noes necessrias para saber se uma construo demasiado alta, larga ou estreita, caso impossvel se no tivesse dentro de si a forma bsica para outras criaturas e objetos. No mundo puramente espiritual, tais medidas se desenvolvem at a mais precisa harmonia, segundo a evoluo da alma, de sorte a evidenciar a verdadeira beleza. O esprito puro pode esplandecer em tamanha beleza que vos aniquilaria totalmente, pois somente expresso da perfeio interna e pura. Mas como, alm do amor a Deus, a humildade o maior tesouro, os espritos muitas vezes desprezam o exterior esplendoroso e ocultam o invlucro externo sob o manto da humildade amorosa, assim como Eu, Deus em Pessoa, vesti a carne humana a fim de demonstrar o caminho para a libertao das almas, e igualmente pelo motivo da libertao da forma que Me levar crucificao. Vedes, portanto, no haver mal nenhum na alegria do belo e no zelo do artista pela beleza, pois essa inclinao igualmente mediadora para o desenvolvimento da alma, caso se mantenha em moldes justos. Tereis compreendido isto? Respondem os discpulos: Sim, Senhor e Mestre, conquanto soe bem diferente daquilo que at hoje ouvimos de Ti. Percebemos mais nitidamente a relao ntima entre matria e esprito. Diz Rael para
Mim: Senhor e Mestre, afirmaste que serias crucificado para a salvao da forma. Certamente no sofrers na cruz, a morte do criminoso? Respondo: Meu caro Rael, no te preocupes, pois ainda sers orientado a respeito. Saiba apenas que essa salvao se dar no somente espiritual, mas tambm materialmente, pois como disseram os discpulos, matria e esprito esto estreitamente ligados, e a primeira surgiu da ltima. O esprito tende a sucumbir nela. Por isto preciso romper a matria para ser salva e tornar-se espiritual. Eis a salvao da forma que tambm s pode ocorrer dentro de determinadas leis, do contrrio, a Divindade seria obrigada a destruir Sua Criao, enquanto deseja conservla e salv-la. Deixemos isto de parte. Tudo se aclarar, no aqui, mas em Meu Reino.
26. O PODER DO AMOR

Diz em seguida Rael: Senhor e Mestre, essa promessa me enche de grande alegria. Sei Quem ma deu e que se cumprir na certa. Nada mais pergunto e entrego tudo ao Teu Amor e Misericrdia. Desejava apenas saber o seguinte: Disseste que a compreenso da arte medida para o progresso espiritual dos povos, manifestando sua noo do assunto. Certamente atingiram grau elevado, os gregos e por eles, os romanos, na alegria com a criao artstica. Ainda assim no se pode negar estarem seus hbitos em desacordo com a moral. Como coadunar isto com Tuas Palavras? Digo Eu: Afirmei poder o homem inverter a alma, que o capacita aceitao da produo puramente artstica. To logo for capaz de receber impresses, ela as pode aproveitar segundo seu gosto, mas nunca um homem animal seria capaz de produzir obra ideal. A receptividade para o mal condiciona a predisposio psquica. Desde que um pecador, at ento enterrado no sensualismo, se erguer pela vontade de destruir sua m tendncia, o amor poder nele ingressar e agir, em igual proporo. No fosse assim, no haveria converses sbitas por vs apreciadas ao
Meu lado. Trata-se sempre do poder do amor, seja mau ou bom. As obras classificam seu teor. Por isto, ningum deve condenar e criticar o seu irmo, ainda preso ao amor maldoso e por ele fazendo obras ms, mas apiedar-se dele e procurar convenc-lo do inverso, por meio de seu amor justo. O crtico no sabe se Eu no enviarei um incentivador da vontade, pelo qual o aparentemente perdido transforme sua tendncia maldosa, apresentando-se perante Mim mais justificado do que o primeiro. Porventura esforar-Me-ia tanto pelo filho perdido se no soubesse quo grande e poderoso o seu amor, ora pervertido? Somente pela possibilidade da sbita transformao de todo esprito e criatura, o Pai no amaldioa os Seus filhos, mas Se compadece deles e procura-os Pessoalmente com amor para poderem encontrar o caminho Casa Paterna. Podeis avaliar o grau de amor e pacincia necessrios, ao observardes a imensidade da maldade mundana e sua perverso que precisamente neste pas atingiu o ponto culminante, a fim de que o Amor Divino, como Plo contrrio e Fora mais poderosa, possa tragar e aniquilar a maldade total. Uma fora menor no pode acolher, ao menos espiritualmente, uma maior, e sim o contrrio, para torn-la indene, conforme acontece. Quanto aos gregos e romanos, tais povos sucumbiro, caso aproveitarem os dons espirituais recebidos, em benefcio do conforto e sensualismo. Neste sentido no faltaro advertncias oportunas. No as ligando, tal tumor fsico ter que ser consumido pelo fogo e s vezes extirpado com grandes dores, a fim de conservar o corpo. Os povos ainda no atingiram a firmeza de se manterem constantemente puros. Tal firmeza s pode ser conseguida atravs de disciplina demorada e educao cansativa. Eu, seu Mestre de educao, desci para lhes demonstrar os melhores caminhos. Sendo Eu Mestre de ensino mundial, a meta ser irrevogavelmente alcanada, por caminhos que podero dar impresso de errados, enquanto pelos renascidos em esprito sero facilmente compreendidos. Diz Rael: Senhor, ningum poder duvidar de Tuas Palavras. Entretanto, existe uma questo que nunca pude resolver: Por que so os
judeus o povo escolhido, e por que vieste em carne justamente aqui? Eu, como judeu, sou muito feliz por ser descendente desse povo privilegiado. Todavia no posso ocultar que os judeus, no obstante sua espera do Messias, oferecem o solo menos apropriado divulgao de qualquer ensino espiritual, como ora lhes ofereces. Romanos e gregos, que de h muito provaram sua nsia por algo melhor atravs de sua filosofia, seriam mais indicados. Alm disto, Roma daria a esperana de uma divulgao mais rpida de Tua Doutrina do que a obtusa Jerusalm. Os judeus na certa aguardam posio de poder, pois todo conhecimento espiritual lhes propcio quando puderem trocar Jerusalm por Roma. Qual o motivo de teres escolhido esse povo mal agradecido?
27. O HOMEM MENTAL E O ESPIRITUAL

Digo Eu: Rael, certamente soube o efeito reduzido que teria a Minha Doutrina, e Minhas Palavras sempre o afirmavam. Como o Meu Esprito, o Pai em Mim, antev alm da poca desse povo, sei perfeitamente ser este o caminho certo. O motivo primordial reside em segredos da Criao muito mais profundos do que podeis imaginar. Vim tua casa, a fim de explic-lo, pois todos que aqui Me rodeiam esto intimamente ligados ao assunto e devem j em vida perceber qual a finalidade, para poderem arar o campo futuro e por Mim demonstrado. De h muito estais informados haver criaturas que levam vida retrada e introspectiva, e outras apenas procurando o exterior, pouco ou mesmo nada se preocupando pelo esprito, mas empenhadas a fazer um papel possivelmente glorioso perante os semelhantes. Se isto considerais, tereis de convir a tendncia para o interior e o exterior, quer dizer, criaturas espirituais e materiais. Ambas as tendncias institudas por Deus tm um ponto central onde colidem e se tornam justas perante Mim, o Pai. Todavia podem afastar-se do ponto central, ou melhor, do equilbrio de Minha Criao, emaranhando-se em erros.
Enquanto permanecem justas perante Mim, so comparveis a um fruto carregado de semente viva que contm o invlucro alimentcio para o homem. Todo fruto demonstra primeiro a forma externa e estimulante ao sabor, e somente o homem prudente entende o colher da semente e plantla, a fim de cultivar novas rvores frutferas, com grande esforo e trabalho. A Natureza vos ensina a alimentar o corpo, e o mesmo se d com o alimento espiritual. Preciso criar-se um fruto que oferea semente e alimento comestvel. Este alimento servindo no somente para o homem, mas para todo Universo, caminhos especiais tm que ser tomados. O homem, alm disto, dispondo de livre vontade, eles podem se desviar do ponto criador, do qual partem para ambas as direes. O exemplo esclarecer-vos-. Ado foi o primeiro homem constitudo de forma a conter em si, na justa medida, semente e alimento. Era destinado a cuidar, de livre e espontnea vontade, da semente de Meu Verbo, multiplic-la e pass-la adiante. Foi o primeiro homem livre e de capacidade criadora. A todos os seres anteriores a ele fora dado poder limitado que no podiam aplicar to livremente quanto Ado. Achavam-se por isto somente na sabedoria que lhes fora dada, e no no amor que deveriam desenvolver espontaneamente. Os descendentes de Ado se desenvolveram interna e externamente. Externamente aqueles, destinados a se tornarem o grande nmero de seres encarnados, assimilando o alimento que oculta a semente, a fim de se emanciparem, quer dizer, aprenderem dos que formavam o tronco inteiro e conservaram a Doutrina, a fim de se aquecerem no amor, segundo a ndole deles. Todas as criaturas j existiam como espritos, portanto no surgem espiritualmente renascidas. O motivo de sua encarnao simplesmente a determinao prpria, no pela sabedoria na qual foram inicialmente criadas, mas pelo amor que ora se corporifica em Mim. Essa meta no pode ser alcanada caso falte a semente interna da vida que sempre deve ser protegida, s vezes de modo artificial a fim de que no se polua. O tronco que se destinava a manter a semente desde Ado, foi pequeno e conservou-se como povo judaico. Todos os outros povos podem
ser considerados, mais ou menos, como fruto externo para alimento dos espritos originais que se dispem a passar pelo caminho da carne. Uma vez encarnados, tm que perder a recordao de uma existncia anterior, para se poderem desenvolver livremente e sem considerao e conscincia primitiva. Se esta possibilidade fosse o caso, a sabedoria seria o mvel evolutivo ao invs do amor. A sabedoria calcula, o amor age apenas pela f e o sentimento. Sabeis portanto que o povo judaico comparvel semente do fruto, no propriamente os judeus em si, mas sim o princpio, o esprito, que se perdeu quase totalmente nas almas.
28. EVOLUO DO POVO JUDAICO

(O Senhor): Enquanto um povo permanecer no equilbrio justo da tendncia dirigida para o exterior, ele igualmente justo perante Mim, apresentando-se por isto como povo forte e poderoso, como por exemplo os romanos atualmente que dominam o orbe. Certamente pensais: como possvel ser um povo justificado perante Deus quando nem ao menos tem f em Deus e acredita em muitos deuses? Digo-vos que por ora pouca importncia tem o nome, se o sentimento interno, pelo qual se reconhece e se ama os Desgnios de Deus, for verdadeiro e justo. Se um romano, integrado em sua crena pag, honra os deuses e se esfora em levar vida justa cheia de bondade e desprezando o mal segundo exige sua conscincia e a venerao das foras poderosas, acaso seria condenado porque acredita em Jpiter e Minerva? Certamente que no, pois ser fcil fornecer-lhe o conhecimento de Deus nico, cuja Natureza nada mais exige que a venerao dos deuses, isto , prtica e zelo pela perfeio moral, conforme observastes em muitos romanos. Por isto vos digo: Observai sempre a ndole do homem, pois no vem ao caso sob que forma o amor dele para com Deus se manifesta. Roma tornou-se poderosa por serem suas leis apropriadas a preparar o melhor solo para o Meu Reino vindouro. Enquanto os romanos agirem
de acordo, continuaro o que so. Os povos de ndole exterior sero, portanto, experimentados na justa fora de vontade e tenacidade fsica. Os de tendncia retrada possuem tenacidade e conservao dos hbitos antigos. Isto se vos apresenta pela comparao entre romanos e judeus. Os romanos so um povo conquistador e com tendncia para se estender. Os judeus, o povo da conservao que at mesmo condena ultrapassar os limites de sua raa. Por esse isolamento interno, foi o povo judaico educado com muito zelo para conservar a semente interna. Com a mesma tenacidade com que at ento conservaram os princpios de Moyss, se bem que fossem encobertos de tolices cerimoniosas, no entanto em si sendo verdadeiras e genunas, conservariam o Meu Verbo Novo, caso quisessem aceitar. Em virtude da educao milenar so capazes de reconhecer a Verdade de Minha Doutrina. Todavia, tambm abandonaram o ponto de equilbrio e em vez de continuarem conservadores do selo, tornaram-se teimosos e obtusos, inacessveis inovao, atravs do cio, no qual se transformou a persistncia. Outros povos com inclinao exterior agiro posteriormente de modo semelhante, somente em direo oposta. A apresentao externa para a divulgao facilmente se perde em inconstncia, volubilidade e volpia. Uma vez alcanado um estado que prove ser o caminho entre dois extremos, o justo, os povos futuros o tomaro de preferncia, sem se perderem como ora acontece e ainda acontecer. Com o desprendimento de bilhes de espritos primitivos a tomarem a carne, surgir outra relao entre o mundo espiritual e a humanidade. Quanto maior seu nmero, tanto mais forte ser a influncia naqueles, que devero operar sua transformao da esfera da sabedoria, para a do amor. D-se ento um impulso poderoso dos igualmente dispostos a aperfeioar o caminho evolutivo, e uma espcie de cuidado dos que j o palmilharam. De mos dadas com esse impulso se dar um aumento do Gnero Humano. O nmero de alunos se dilatar cada vez mais, e no existe outra escola seno este planeta. Por este motivo, no pude descer seno aqui e somente entre o povo
judaico, que guarda em sua lei e no desenvolvimento progressivo, as sementes que unicamente desenvolvem a liberdade de esprito e vontade. Em virtude da imensa teimosia do povo, a semente correndo perigo de secar e se tornar imprestvel, vim Pessoalmente, desperto e umedeo-a para uma capacidade mais intensa de vida germinativa. Depende dos prprios judeus se continuaro como mandatrios dos conservadores do selo desta nova Doutrina. Ainda que insistam na teimosia, no Me aceitando, continuaro o povo escolhido de Deus, em virtude de sua educao milenar, podendo, como o filho perdido, encontrar em milnios, o caminho Casa Paterna, onde sero aceitos. Naturalmente haver muitas atribuies at a volta, exigindo prolongado tratamento de pocilgas no estrangeiro. Bem sei que todo zelo junto desse povo ser em vo, e poder fazer o pior em Minha Pessoa, a fim de que ningum venha a dizer haver faltado provas pelas quais um profeta se manifestasse. Ainda assim, a maior prova no surtir efeito. Por isto iniciar-se- aps Mim, uma poca em que no mais se agir atravs de milagres, seno pela palavra, como ora vos dirijo que despertar f maior do que aqueles. Agora sabeis porque os judeus so o povo escolhido e porque aqui se do coisas to grandiosas. Falta somente explicar o motivo pelo qual no foram tomadas medidas para evitar tais aparentes enganos, alis porque no se d um processo evolutivo de equilbrio constante.
29. O POVO DO FUTURO

(O Senhor): Se no houvesse tempestades furiosas sobre o orbe, mas em toda parte, temperatura e correntes atmosfricas semelhantes, ele em breve estouraria e cairia em frangalhos. Somente atravs de tempestades fortssimas e terremotos d-se um efeito positivo de vida, uma renovao que se faz sentir pelo ar vivificador aps considervel temporal. Se vossa preocupao com o corpo chegasse ao ponto de moviment-
lo o menos possvel, expondo-o temperatura moderada e evitando os incmodos, em breve se daria a queda das foras no exercitadas e com isto, a runa do fsico. Se isto se d com o corpo, quanto mais com a alma em constante sonolncia e sem atritos, pois somente ela vive e no o corpo. A fim de achar alegria na vida e no trabalho, preciso ter uma ocupao que lhe proporcione conhecimento e satisfao naquilo que realizou. Na matria, esse trabalho se demonstra na luta do fraco contra o forte. No esprito, atravs do conhecimento e o crescimento dentro do amor. Deus em Sua Natureza sendo Infinito, o esprito pode progredir infinitamente. Esse crescimento implica o surgir e desaparecer de povos, sem considerao dos corpos. Somente as almas tm que crescer, o corpo falvel. Uma planta especial surgindo de uma inferior, vagarosamente, pelo cuidadoso trato e podar dos brotos silvestres, o povo do futuro, que ser um rebanho unificado, guiado por um s Pastor, crescer somente por tratamento demorado, e aps terem sido afastados muitos brotos silvestres. Terminar esse trabalho que implica a grande salvao do mundo, o destino de Minha Encarnao. Ter que ser iniciado isoladamente, pois tambm o grande Oceano se compe de gotas isoladas. Caso se quisesse abstrair-lhe o sal, seria preciso tirar-lhe pequenas quantidades de gua, extrair o sal e guardar essa gua em especial depsito, trabalho que parece intil, entretanto leva meta quando se dispe de eternidades. Tereis compreendido o sentido de Minhas Palavras? Respondem Rael e os demais discpulos: Senhor, medida do possvel, muito embora nos parea conterem Tuas Palavras muito mais do que fora dito. Oportunamente tambm isto nos ser claro pela assimilao completa. Digo Eu: Amigos, leio em vosso ntimo a pergunta, qual ser o povo a tomar o lugar dos judeus, caso no correspondam expectativa, alis evidente, pois do contrrio no teria Eu falado tantas vezes na destruio de Jerusalm, e alm de tudo no existe outro povo que tivesse passado por educao semelhante israelita. Darei resposta. Deus, Onisciente, no to imprudente de edificar
Sua Obra em um esteio somente, mas sim, aproveita vrios, a fim de que a construo no venha a ruir durante a noite, caso o verme tenha corrodo um ou outro alicerce. Deste modo, a obra de salvao se apia em muitos alicerces seguros, de sorte que haver xito, ainda que o inimigo procure impedi-lo por todos os meios. Nesta Terra h vrios povos, capazes de servirem de guarda-selo do Verbo Novo, no lugar dos judeus. A f antiga ser conservada com maior temor, medida que as atribulaes carem sobre eles. E se os judeus forem dispersos sobre todo o orbe, apegar-se-o mais tenazmente f antiga, por ser ela e a reedificao da grandiosidade passada, a nica ncora pela qual podero ser salvos da completa runa e o aniquilamento, o que bem sentem. Meu Verbo Novo necessita igualmente de guarda-selos, quer dizer, de um povo de cujo meio possam surgir novos doutrinadores que purificaro a Doutrina talvez lodosa, transformando a gua estagnada em torrente lmpida. Assim como os judeus amadureceram vagarosamente, o referido povo s pode amadurecer de modo idntico. Semelhante queles que sofreram aprisionamento devido a seus pecados e caram em idolatria, o povo do futuro cair em erros idnticos, em virtude de seu amadurecimento. Se no povo judaico inspirei profetas, tambm l eles surgiro para purificarem a pura Doutrina dos Cus, de todos os aditamentos. Tal povo, por ora, vos quase desconhecido, mas surgir em tempo com grande mpeto e dizimar tudo que for velho e imprestvel. forte em sua impetuosidade natural ainda pura. Os mesmos doutrinadores que aqui encarnaram como Meus servos, l aparecero, encarnados ou apenas espiritualmente, testemunhando de Mim com grande entusiasmo e fora vencedora, como fizeram at hoje. Eu os acompanharei e guiarei invisivelmente. Quando aquele povo tiver atingido alturas a despertarem receio entre outros soberanos, pela conquista mundial como ora fazem os romanos, surgir uma poca cheia de surpresas para todos. No ser aquele povo o ponto central, mas um novo, formado das geraes mais nobres, que conquistar o mundo com Meu Poder, trazendo paz e concrdia
para todos. No centro desse povo nascer a salvao que dispensa rei e lei, pois necessita somente de uma: Ama a Deus acima de tudo e o teu prximo como a ti mesmo. Vs, Meus fiis, sereis colaboradores neste novo Reino material e espiritual. Estais aqui reunidos para ouvirdes em vossa primeira encarnao, de Mim Mesmo, qual vossa misso. Todos que, invisveis aos vossos olhos, sero igualmente trabalhadores na imensa felicidade desta Terra, e por ela, do Universo e do Reino dos espritos, tambm aqui se acham e se alegram de vossa cooperao. Quero que vejais as imensas falanges, necessrias para a realizao da grande Obra! Assim abro a viso espiritual dos presentes, que vem todos os profetas e anjos de Meus Cus, que deles se aproximam com carinho e lhes falam de Minha ltima Revelao.
30. A MORTE
Aps essa cena ter durado cerca de uma hora e os presentes expressado perguntas a respeito dos mais variados assuntos que prontamente lhes so respondidas pelos espritos, chamo Joo Baptista (Elias) e lhe digo em voz alta: Foste Meu Predecessor na poca de Minha Visita entre os homens e s-lo-s na grande era futura de que falei. No sers reconhecido, embora saibas quem s. Essa ltima encarnao ser a pedra fundamental para a construo do Reino da Paz que desponta. Se bem que os homens pouca importncia daro tua palavra, ela lhes ser escrita na alma com letras incandescentes, para o sentirem quando deixarem o corpo. Tua palavra ser o Meu Verbo, e Eu pedirei contas a todos que a ouviram e a desprezaram. Vs, Meus caros, ora juntos de Mim e admirados com o que se descortina perante vossos olhos, formareis o tronco do povo neo-escolhido. Contribuireis para a fundao do mesmo, como enorme Irmandade, em Meu Nome, que se abastece de foras para grandes feitos pelo Meu Esprito. Assim vos despeo para que seja feito o incio, pelo qual o filho
perdido se veja obrigado a voltar, aps no ter tido vontade de ouvir a carinhosa chamada do Pai. Amm. Nisto desaparecem os habitantes celestes e nos encontramos novamente no grande refeitrio de Rael. Por muito tempo os Meus discpulos se acham como que aturdidos das maravilhas que viram, cujos segredos jamais lhes seriam proporcionados posteriormente. Isto se deu para fortalecer as suas almas sem auxlio de milagres, que Eu operava exclusivamente em seu meio. Essa ltima viso deveria se impregnar e tambm se tornar diretriz para a vida espiritual em Meu Reino. Ceamos em silncio. Rael nos indica as mais confortveis acomodaes espalhadas pelos quartos e Me pede uma conversa em particular. Digo-lhe: Este desejo no partiu de ti, mas de Mim, para receberes alguns esclarecimentos pessoais. Assim nos dirigimos ao quarto dele, enquanto os outros se aprontavam para dormir. Quando a ss, Rael Me diz: Senhor e Mestre, sou pecador que no merece abenoares essa casa com Teus Ps. Sei que s sumamente Misericordioso perdoando-me as tolices antigas, caso Te peo de corao. Assim Te rogo, Senhor e Deus, perdoa-me minhas grandes fraquezas, consciente ou inconscientemente praticadas. Digo Eu: Rael, todos os pecados te foram relevados de h muito. No sou Deus de castigo, mas de amor. Como poderia castigar quem se expressa como tu? Vim a este mundo para desfazer o grande peso de pecados que os homens acumularam em seus ombros e desimpedir-lhes os caminhos a maior bem-aventurana. No te preocupes com teus pecados que, de modo geral, datam de tua mocidade, mas que te seguiro tanto quanto as boas obras quando partires daqui. Meu Amor os consome. Agora fala o que te aflige. Alimentas algo especial que te levou a pedir essa conversa. Diz Rael: Senhor e Pai, de corao agradeo por Tuas Palavras. Aumentaram o desejo que se apossou de mim desde que Te vi. Sou velho, meu fsico est alquebrado e imprestvel como habitao desta alma. A esperana de ver o Ungido de Deus, manteve ereta essa poeira cansada e agora, que essa esperana se cumpriu, peo-Te: deixa o Teu servo partir
em paz, para se tornar instrumento mais til em Teu Reino, que vi com os prprios olhos. Se pudesse morrer em Tua Presena, certamente no sentiria a morte e ingressaria em paz no Reino que nos prometeste. Digo Eu: De h muito alimentas esse desejo no corao e tinhas que extern-lo para libertar a tua alma desse ltimo peso. Os que dormem, longe esto de compreenderem o que necessitas saber. O que a morte do homem? Nada mais que a queda do fruto maduro que se d sem especial ajuda do mesmo. Quando o ntimo do homem se acha de tal forma purificado a representar um fruto maduro, o desprendimento da alma evoluda, do corpo, completamente livre. Tal momento se d na criatura que viveu segundo a Minha Vontade, de modo tal a passar da vida fsica espiritual inteiramente sem dor e at mesmo com alegria, mas igualmente sem Minha Presena. Conquanto no estivesses preso vida, sentes certa aflio diante desse momento e julgas poder pass-lo mais facilmente, fortalecido pela Minha Pessoa. Todavia te digo que deves deixar tambm essa fraqueza perdovel, a fim de que tua f, que te conservou at ento e fez com que atingisses idade avanada, se torne inteiramente forte. A f em Mim deve ser justamente o melhor e nico meio de venceres todos os pavores ameaadores da morte. O homem inteiramente firme na f, e Eu lhe dizendo, no corao, estar na hora de ele desatar os laos carnais, pois completou sua tarefa terrena, dar-lhe-ei a fora de romper pessoalmente as algemas e ele adormecer suavemente diante dos olhos de familiares e amigos. Assim deveria ser a morte, mas que dificilmente pode ocorrer porque as criaturas temem o momento da morte, mais que tudo, provocando sua passagem atravs da destruio violenta da mquina fsica e no pelo desgaste justo. A vida errada criou as inmeras molstias que em nada deveriam influenciar a morte, cujo motivo deveria ser provocado pelo amadurecimento da alma. Caro Rael, no queiras interpretar como negao do teu desejo, se digo: Vive mais algum tempo! No o consideres castigo, mas exercita-te em apagar esse ltimo vestgio de teu apego terreno, para ento ingressares Comigo em Meu Reino.
Responde Rael: Ests plenamente certo como sempre, Senhor, e eu hei de conter o meu desejo tolo para tornar-me merecedor de Teu Amor Integral. Sou levado a crer que essa palestra me deu fora para tanto. Mas, como devo interpretar Tuas Palavras: Ingressarei Contigo em Teu Reino? Tambm Tu deixars esta Terra? Digo Eu: Certamente, assim que a Obra estiver completa. Os judeus aplicaro violncia ao Meu Corpo. E neste dia, Eu Mesmo te conduzirei Minha Cidade que ser erigida nos Cus, em lugar de Jerusalm que ser destruda na Terra. Poderia ser a maior de todas, caso o quisessem os seus moradores, to depravados. De l dirigirei o mundo, e os Meus fiis moraro Comigo nas muralhas santificadas, surgidas atravs desta Minha Vida carnal, para cuja construo, Minhas Mos forneceram tijolo por tijolo. Agora basta. Hs de ser cidado daquela Cidade, e em breve o teu esprito perceber o que agora s posso esboar. Entrega o teu corpo ao devido descanso, pois amanh haver oportunidade para outros assuntos. Rael segue o Meu Conselho, e Eu volto junto dos Meus, e passo a noite em uma espreguiadeira.
31. UM DIA DE DESCANSO

No dia seguinte levantamo-nos, como sempre, bastante cedo e nos dirigimos ao jardim. Conquanto as manhs fossem frias, mormente na poca que antecede as chuvas, eram salutares e convidativas. Se as criaturas se habituassem a se levantar cedo, especialmente no vero, e passarem as primeiras horas ao ar livre, o gnero humano em breve seria mais forte. As rajadas fortificadoras a acompanharem os ventos matinais, trazem principalmente o alimento telrico. O efeito conjugado de luz e de calor que se desenvolve, produz peculiares partculas alimentcias para alma e corpo, inteiramente diversas com o Sol a pino e maior calor, desenvolvendo processo qumico pelo qual se tornam mais consistentes e menos assimilveis ao homem.
Meus discpulos ainda palestram acerca das vises do dia anterior, inclusive de sonhos estranhos havidos por quase todos, sem Me fazerem indagaes diretas. Em seguida Rael nos convida para o desjejum, durante o qual se faz sentir grande alegria que trazia referncias humorsticas, at mesmo entre esses homens comumente to srios. Digo-lhes ento que pretendo descansar hoje e quem quisesse, poderia visitar o lugarejo, a fim de socorrer algum necessitado, pois cada qual agiria vontade. A esse convite, Philippus responde: Senhor, caso no Te desagradasse, procuraria um amigo que, a meu ver, deve morar por aqui. um parente distante, e se for possvel conquist-lo, tra-lo-ei, pois sempre foi doutrinador entusiasta do Verbo de Deus e fazia o bem com recursos escassos. Respondo: Podes trazer-Me tal peixinho para que veja o que carece. No sairei de casa, onde todos Me encontraro. Em seguida, todos saem, com exceo de Joo, Pedro e Jacob, e se espalham pelas redondezas. Muitos voltam somente noite, por terem encontrado boa acolhida junto aos pobres e moradores, muito interessados de Minha Pessoa, Procedncia e Atitudes, recebendo todos os esclarecimentos. Eu assim quis, para dar oportunidade a vrios seguidores e discpulos a se exercitarem na divulgao do Evangelho, e ao mesmo tempo chamar a ateno do povoado aos acontecimentos, que seriam esperados na prxima Pscoa. Os trs apstolos ficam junto de Mim, em silncio. Por isto lhes pergunto se no tinham vontade de acompanhar os outros, ao que Joo responde que o fariam, caso fosse de Meu Desejo. Digo Eu: Caros amigos, se quiserdes, ficai. J disse que todos poderiam agir segundo sua vontade. Se julgais perder algo, no ficando em Minha Companhia, estais enganados. Pretendo apenas dar a este Corpo o devido repouso, pois em coisa alguma difere do vosso. Muito trabalhamos, ultimamente, de sorte que Meu Fsico est algo esgotado, conquanto o Esprito esteja inteiramente ativo. Enquanto o Corpo no for assimilado pelo Esprito, que ter de penetr-lo e dele se vestir, ele est sujeito a todas as exigncias como vs. Os trs apstolos se afastam, a fim de no perturbarem o Meu des-
canso, cuidando que no houvesse rumor excessivo dentro de casa, pois em virtude dos numerosos hspedes havia grande movimento. Dessa vez no colaboro com Meu Poder nos mltiplos afazeres caseiros, porque todos se alegravam em poder cuidar de Mim e dos Meus. Neste dia, nada de importante sucedeu. tardinha, Philippus volta com o parente, desejoso de ser instrudo por Mim a respeito do Messias. No Me envolvo em palestra com ele, mas indico-lhe os discpulos que o orientam de tudo. Tornou-se crente, e Eu abeno seus familiares, a seu pedido, para alegria de Philippus, que muito o preza. noite voltam os outros e relatam suas aventuras que na maior parte consistiam em ajuda aos enfermos, em Meu Nome, o que levara os moradores a crerem ser Eu, verdadeiramente, o Messias de Deus, e eles, Meus adeptos. Aps vrios relatos, que no necessitam ser transmitidos, digo: Felizes vs, que vossa f conseguiu tais obras, pois foi o nico mvel das curas, e no a coao do Meu Poder. Prossegu independentes, a fim de que o rebanho no se disperse, quando um dia faltar o Pastor.
32. A MORTE DE LZARO

Terminada a ceia, oriento os presentes que tenciono partir de manh, em direo a Jerusalm (Joo 11, 7). Os apstolos se assustam e comeam a cochichar, at que Pedro se faz ouvir, em nome de todos: Senhor e Mestre, de cada vez que falaste aos judeus, eles quiseram apedrejar-Te, e agora pretendes voltar a Jerusalm? Respondo: Porventura o dia no tem doze horas? Quem caminha de dia e se encontra em plena luz, poderia magoar-se? Eu estou em plena Luz e sei quando chegar Minha hora. Por isto no vos preocupeis Comigo. Quem caminhar noite, e a treva estando fora e dentro dele, em breve se ferir podendo ser exterminado. Bem sabeis no haver quem tivesse poder sobre Mim, caso no lho faculte. Os discpulos se acalmam, e Eu prossigo: de vosso conhecimen-
to, estar enfermo nosso amigo Lzaro e suas irms mandaram-Me procurar. No deveria satisfaz-las, de medo dos judeus? Diz Joo: Senhor, tudo Te conhecido. Como se encontra ele? Respondo: Ele dorme, mas irei despert-lo. Julgando Eu falar do sono fsico, os apstolos obstam: Senhor, se ele dorme, dentro em breve a enfermidade ter cedido. Nada to salutar ao doente como um sono reparador. Respondo: Tendes razo, entretanto estais errados. Lzaro no dorme fisicamente, porque morreu. Sobremaneira assustados, porquanto haviam-no visto h pouco, so e forte, manifestam palavras de compaixo e finalmente perguntas ansiosas se no havia mais recursos, pois poderia estar apenas aparentemente morto e Meu Poder pod-lo-ia despertar. Digo Eu: Lzaro est morto e j se acha enterrado. Ainda assim o ressuscitarei. Foi o motivo de Eu ficar tanto tempo aqui, a fim de que ningum viesse a dizer no estar ele realmente morto, e para que com este ltimo milagre em pblico, muitas almas se tornem inteiramente crentes. Por vossa causa Me alegro no ter estado presente, e que o Pai Me ordenara assim fazer, a fim de despertar a vossa e a f de muitos outros. Amanh seguiremos para Bethnia. Todos se acalmam. Somente Thoms, muitas vezes atormentado pela dvida e no obstante sua f em Minha Palavra, temia fariseus e judeus, diz aos outros irmos: Vamos acompanh-Lo para morrermos com Ele, caso os judeus O ataquem. Jacob lhe probe tais receios e chama ateno que at hoje ningum conseguira algum poder sobre Mim, no obstante to freqentes tentativas. Faz-se silncio prolongado porque cada um est entretido com seus pensamentos. Eis que recomendo seu recolhimento, pois o dia seguinte nos traria grandes esforos, e assim todos procuram suas acomodaes. No dia seguinte levantamo-nos cedo e aprontamos nossa partida. De olhos marejados de lgrimas, Rael pretende acompanhar-nos. Eu aconselho: No levar tempo, e poders ficar Comigo eternamente. Por ora prepara-te para tanto e faze o que te disse. Esses adeptos tm que realizar uma grande tarefa, em Meu Nome. J concluste a tua e te achas justificado perante Mim, sem precisares acompanhar-Me. Muitas vezes exigi o
acompanhamento fsico, conforme sabes. Rael tambm se acalma e se despede com carinho de Mim e dos Meus.
33. CAUSA DA MORTE DE LZARO

A fim de chegarmos a Bethnia, damos uma volta porque no queria passar por Jerusalm, mas atingir a morada de Lzaro, despercebidamente. Bethnia no estava situada no local da vila de hoje; el Azarije, porm mais para o norte, de sorte que viemos por esse lado. A distncia de quinze veredas era calculada partindo do trio do Templo onde se encontrava uma coluna como marco romano, conforme hoje em dia se encontram idnticos em lugarejos menores. Nossa caminhada feita em hora e meia. Esse clculo talvez sirva a um cientista atual para saber onde se devia encontrar a verdadeira Bethnia. Alm de uma zona estril, pedras e abrolhos, nada mais descobrir do local onde operei o ltimo e maior milagre perante os judeus. de conhecimento geral que Lzaro era um dos homens mais ricos de toda Judia e tendo morrido sem herdeiros, a tera parte de seus bens pertencia ao Templo, enquanto suas irms, sem proteo masculina, estavam sujeitas jurisprudncia templria, exercendo geralmente uma tutela bastante incmoda. Fariseus e templrios de h muito estavam vidos da fortuna de Lzaro, e muitas traficncias e intrigas engendraram para domin-lo e se apossarem da herana total. Liquidar as duas irms, no lhes parecia muito difcil. Lzaro havia rejeitado todas as exigncias e ofertas atrevidas e se aborrecia com a insistncia venenosa dos templrios, a tal ponto que Eu o prevenia de deixar essa tendncia porque poderia trazer srias conseqncias. Seguiu os Meus Conselhos medida do possvel e se acalmara desde que lhe proporcionei os mencionados ces que retiveram os importunos. Pouco antes de sua morte tivera outra rixa com os membros do Templo, que o acusavam de falta de respeito, de sorte a enxotar aqueles
homens, bem intencionados com sua salvao psquica, e at mesmo continha seu pessoal da visitao do Templo e dos sacrifcios de penitncia e purificao. Embora soubessem os templrios que tais mentiras e o empenho de denunci-lo junto dos romanos como amigo do rebelde Jesus de nada adiantavam, contavam com os rompantes de seu carter pelos quais talvez casse em contradio em um possvel interrogatrio. Deste modo poderiam prend-lo moralmente ao Templo, e ele, a fim de se libertar, seria obrigado a fazer grandes promessas relacionadas herana. Lzaro conhecia esses planos engenhosos, recusou as queixas perante o tribunal romano, de sorte que se saiu bem e sem irritao visvel. Tanto maior foi a reao interna que o atirou a uma forte febre biliar que em breve o consumiu. Eis a causa externa de sua morte. A interna, espiritual, j fora apontada pela resposta dada ao empregado e pelas palavras dirigidas aos apstolos.
34. CHEGADA A BETHNIA

Ao nos aproximarmos de Bethnia, o empregado que se havia dirigido a Mim, vem ao nosso encontro e relata chorando ter falecido o patro no mesmo dia em que pedira socorro, e fora enterrado h quatro dias. Era hbito dos judeus, mormente na Palestina, no deixar-se o corpo do defunto alm do pr-do-sol, mas sepult-lo imediatamente aps constatada a morte, hbito que se justifica pela rpida decomposio. O empregado volta casa no distante, para anunciar a Minha Chegada s irms que eram diariamente visitadas por amigos e conhecidos, a fim de consolar e aliviar suas almas do afastamento doloroso e do isolamento. Segundo o hbito, as mulheres enlutadas no deviam deixar a casa nos primeiros dias, pois a boa educao mandava viverem visivelmente o luto que tambm deveria ser expresso por queixas e choros. Conquanto no fossem livres dos hbitos enraizados de seu povo,
Maria e Martha sentiam pouca inclinao a cerimnias externas, pois estavam convictas da sobrevivncia da alma. Ansiavam pela Minha Chegada para encontrarem o justo consolo em Minhas Palavras. Se bem que no tivesse surgido em suas almas o pensamento de Eu ressuscitar o irmo, esperavam encontrar Comigo conselho e socorro diante dos fariseus importunos, que j se haviam apresentado com a guarda templria, a fim de se garantirem a herana. Martha foi a primeira a ser encontrada pelo empregado e se achava como sempre ocupada com a organizao domstica, no obstante sua tristeza, pois queria que tudo continuasse em ordem como em tempos idos, em que o irmo primava por uma chefia exemplar em propriedade to vasta. A fim de no despertar alarde, Eu ainda Me mantive fora do local, onde Martha nos aborda e se atira aos Meus Braos, chorando copiosamente. Eu fortifico sua alma, e ela diz as palavras to conhecidas: Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmo no teria falecido. Com isto queria dizer que teria sido fcil cur-lo, como a muitos outros. Por isto ela acrescentou: Sei muito bem que Deus Te concede tudo que Lhe pedires. Essas palavras eram apenas repetio das Minhas to freqentemente proferidas, e no traduziam uma convico segura de ser Eu Mesmo, o Pai, no obstante existirem tantas provas que deveriam ter aberto os olhos de Quem vivia em Mim. Para abrir-lhe o corao f e ao conhecimento, digo com grande poder de convico: Teu irmo ressuscitar! Marta e Maria, porm, receberam tal temor psquico pelo golpe do destino, quase insuportvel, a ponto que somente sua dor estava diante de seus olhos, fazendo retroceder a f antiga em Mim e Minha Misso. fato comum que as criaturas se manifestam firmes na f enquanto as circunstncias da vida se apresentam favorveis, mas imediatamente recaem em temores, at mesmo na incredulidade quando so atingidas por pequena provao que, a seu ver, Deus deveria ter evitado porque se contavam entre os crentes. Por quanto tempo as crianas se atrevero a dar instrues ao professor? Eu, o Professor, educo os Meus filhos, no como o querem, mas como
lhes seja mais til. Assim, tambm Martha, em vez de ser despertada por Minhas Palavras, quer dizer, despertar o irmo do amor, isto , a f morta, responde: Sei que ele ressuscitar na ressurreio do Dia mais recente. Respondo: Ignoras ser todo dia o mais recente, e ser Eu a Ressurreio e a Vida? Quem crer em Mim, viver, ainda que morresse fisicamente. Mas quem viver e crer em Mim, jamais morrer. Quem tem Poder de despertar as almas para que tenham a vida mais verdadeira, clara e pura, como no deveria poder vivificar os corpos que foram criados pela prpria alma? Acreditas? Retruca Martha, na qual surge um vislumbre de recordao das anteriores ressurreies e, com isto, a esperana de Eu talvez operar coisa semelhante, cheia de amor esperanado: Senhor, creio que sejas Cristo, o Filho de Deus, vindo ao mundo para nos salvar! Assim falando, quer atirar-se a Meus Ps. Eu a impeo e recomendo estar alegre e mandar chamar Maria, entretanto deveria silenciar a respeito de nossa palestra. Ela obedece.
35. O SENHOR E MARIA DE BETHNIA

Entrementes, Maria se encontrava no salo, que existia em todos os lares judaicos, rodeada de amigos e conhecidos de Lzaro que lhe davam palavras de conforto e elogiavam os predicados do falecido. Ela preferia esse crculo porque alguns fariseus se portavam quais senhores, e assim impedia sua aproximao atrevida. Antes de Maria conhecer-Me, ela era uma criatura alegre e expansiva que se entregava aos prazeres trazidos pela corte de Herodes Antipas, e devido a fortuna do irmo. Julgava que pela proteo dele era irresponsvel frente opinio pblica e venal. Entretanto foi vtima de experincias desagradveis porque despertara a crena entre os fariseus lascivos de ser ela volvel. Sua antiga maneira de viver se tinha modificado e lhe dava a percep-
o clara de Me reconhecer mais profundamente entre os irmos. Com a morte do mano, os fariseus se apresentavam com maior atrevimento, pois no acreditavam na verdadeira transformao ntima dela e at mesmo procuravam declarar-Me o amante preferido por Lzaro, fazendo observaes sarcsticas a respeito, inclusive a falta de Meu Poder milagroso que deveria ter salvo o amigo. No momento de Minha Chegada, a maior parte dos fariseus no estava presente, pois tinha-se dirigido ao albergue no Monte das Oliveiras, a fim de se orientar a respeito das condies de arrendamento. Esse albergue poderia fazer bons negcios, uma vez sustada a injria e, alm disto, sempre foi muito procurado como local da excurso, em virtude da vista estupenda. Martha aproxima-se despercebidamente de Maria, que se achava algo afastada dos judeus, e lhe diz em surdina: O Mestre chegou e manda chamar-te. Orientada onde Me encontrar, ela se levanta e corre para fora. Os judeus se admiram de sua atitude. Ephraim, amigo de Lzaro que tambm conheceu o pai do mesmo e at Me tinha visto algumas vezes nesta casa, tornando-se meio-crente, pois ainda no Me considerava o Messias, diz: Certamente ela vai chorar e orar na sepultura. Vamos procur-la, para evitar que cometa um desatino. Os outros concordam e seguem vagarosamente a moa que, ao Me ver em meio dos Meus, atira-se aos Meus Ps. Soluando de dor e alegria por Me ver, no consegue expressar-se at que Eu lhe digo com carinho: Maria, por que choras? Ignoras que Meu irmo vive em Meu Reino? Inclinando a cabea, ela repete as palavras da irm: Senhor, se aqui estivesses, meu irmo no teria morrido. Erguendo-a do solo, digo: O Esprito que vive em Mim, poderia ter protegido o teu irmo, caso acreditsseis, embora Eu no estivesse presente. Ainda sois crianas e no compreendeis os Caminhos de Deus. Entrementes, os judeus, em nmero de doze, haviam-se aproximado. Ao verem Maria chorar to copiosamente no querendo consolar-se em Meus Braos, tambm se comovem, inclusive os Meus acompanhantes, havendo de parte a parte, abundantes lgrimas de emoo.
Ephraim, j idoso, diz: Mestre, quo cruel a morte que arrebata o melhor protetor e irmo, em plena virilidade. Por que tal aconteceu? Os demais judeus que Me conheciam e aceitavam o Meu Verbo, pois eram verdadeiros amigos de Lzaro, aos quais ele tinha prestado muita caridade, concordam com o orador e se voltam contra Deus. Maria chora mais desesperadamente, e os Meus Me fitam como que no compreendessem os Caminhos de Deus. Eis que de Minha Alma se apossou profunda tristeza porque os coraes dos que Me pertenciam h tanto tempo e viram obras gloriosas do Esprito de Deus em Mim, to pouco haviam progredido na f verdadeira e viva. Todo Poder de Minha Alma, como Filho do homem, se concentrou no ardente desejo de exterminar completamente a serpente que impedia que os filhos vissem com perfeita clareza e para que a rvore da Vida neles crescesse e desse frutos timos. Esse acontecimento ntimo foi pelo evangelista traduzido da seguinte maneira: Ele Se revoltou em Esprito e Se entristeceu, pois antes de morrer o Meu Corpo, no se havia dado a completa amalgamao da matria com o esprito, como em todos os homens. O Filho do homem fazia Suas exigncias como qualquer outro, estava sujeito s necessidades finitas e disposies psquicas, que apenas pela f e a firme vontade se haviam elevado das dvidas ao conhecimento, e despertavam a completa unio de corpo, alma e esprito. Desde o momento em que no Horto abandonado, a Divindade em Mim havia feito a ltima tentativa de converter Lcifer, o Filho do homem entrava mais em evidncia, tendo que passar em Gethsmane por todas as aflies da alma e os prenncios da morte, a fim de romper as traves da morte, da incredulidade e dvida, no obstante a Divindade Onipotente que Nele habitava, podendo destruir com uma simples palavra Sua Criao, entretanto humilhou-Se mais profundamente que a criatura mais nfima, para salv-la. necessrio que todos assimilem e compreendam essa explicao, do contrrio no se inteiraro do motivo de Minha Encarnao, Meu Sofrimento e morte, positivando a aparente Natureza dupla do Filho do homem e do Filho de Deus.
36. A RESSURREIO DE LZARO

A fim de experimentar os judeus, porquanto Maria ainda chorava em Meus Braos, pergunto-lhes: Onde o enterrastes?, pois deveriam saber Eu conhecer o local. Eles ento respondem: Vem v-lo, Senhor. Voltam para mostrar-Me o caminho, inclusive Maria enxuga as lgrimas, desvencilha-se dos Meus Braos e segue em frente. Acaso necessitava o Conhecedor de todos os caminhos, um guia? Meus Olhos se enchem de lgrimas. E os judeus confabulam: Como foi amigo dele! Soubessem os homens o que se oculta nessa ocorrncia e o que significa no mundo espiritual, jamais duvidariam ser Deus, unicamente, Amor. A futuros escritores ser reservado, quando os coraes se tiverem tornado mais acessveis e puros, esclarecer os mais ntimos Segredos do Esprito Eterno de Deus e exp-los em palavras simples s almas crentes e inocentes, para reconhecerem quo infinitamente grande e inesgotvel a Fonte de Meu Amor. Recordando-se de Meu Milagre feito ao cego na estrada para Jerich, alguns judeus cochicham: No teria sido possvel evitar a morte de Lzaro, Aquele que abriu os olhos do cego? Novamente Me vi tomado de profunda tristeza diante de f to reduzida, pois todas as conversas Me eram audveis conquanto no o fossem para os que Me cercavam. Dirijo-Me para Joo que caminha ao Meu lado, e digo: Joo, quando fores relatar a Ao que pretendo realizar na sepultura, no esqueas de mencionar os cticos, a fim de que a posteridade tenha prova flagrante do pouco valor dos milagres e que toda fora vive apenas no Verbo bafejado pela f. Por isto devem, em dias vindouros, os Meus lutar somente com esta arma forte, pois o que vem de Deus infalvel, devido Sua Natureza interna e imutvel. Assim chegamos sepultura que se encontrava fora de Bethnia, em uma clareira rodeada por oliveiras e arbustos, e tinha sido esculpida na rocha. Lzaro a mandara trabalhar em vida, pois era sua idia favorita de descansar em sua propriedade, continuando seu protetor tambm aps a
morte. A sepultura, ainda hoje existente, sem ser a que demonstrada a forasteiros e viajantes, no era constituda pelo sistema judaico, com antecmera e nichos, porm moda romana, columbria. Havia uma entrada profunda, bastante alta, e no fim uma cavidade na rocha, onde o morto fora deitado, coberto de uma pedra grande e quadrada, dando bastante trabalho sua remoo. Essa galeria deveria receber nichos esquerda e direita para futuras sepulturas das irms de Lzaro. Elas no quiseram conhec-las em vida, razo porque ele mandara lapidar apenas uma. Quando chegamos sepultura, dirigi-Me para alguns serventes ocupados em arrumar o jardim e agora olhavam admirados: Levantai a pedra da sepultura. Perplexos, ouviram a ordem, e Martha que no lhes dava sinal de obedecerem, disse em tom preocupado: Senhor, ele j cheira mal, pois aqui est h quatro dias. Respondo: Martha, por que reages s Minhas Palavras? No te disse que verias a Glria de Deus, caso cresses? Fazei o que disse. Com grande esforo afastam a pedra pesada da sepultura e imediatamente os trabalhadores se retiram devido ao mau cheiro. Nem ao menos nas proximidades era possvel ficar-se, e todos se postam ao lado, admirados de Minha Atitude. Postando-Me entrada da galeria, digo em voz alta: Pai, agradeoTe, por Me teres ouvido, que sou Teu Filho! Sei que sempre Me atendes, pois Tua Voz vive e soa dentro de Mim. No por Mim, mas por causa do povo digo isso, para que creia definitivamente e compreenda que Me enviaste e vives em Mim, como Eu em Ti. Aps essas palavras, viro-Me para a sepultura e digo com voz alta: Lzaro, vem c! No mesmo instante desaparece o mau cheiro, e o defunto comea a se mexer. Maria e Martha, que sentiram no corao qual a Minha Inteno ao dirigir-Me para ali, entretanto alimentavam a dvida no xito, pois geralmente todos preferem crer em se tratando de outros, soltam um grito de alegria e correm para a sepultura. Lzaro estava envolto em panos e o rosto coberto de sudrio. Havia se levantado e estava sentado como quem acorda de sono profundo, no
podendo concatenar as idias. Ento digo s irms: Soltai-lhe os panos e deixai-o caminhar.
37. CONVERSO DE VRIOS JUDEUS

Aps ter-se dado isto, Lzaro Me reconhece e vem correndo para o Meu lado. Em seguida se ajoelha e exclama: Meu Senhor e Meu Deus! Eu o levanto, aperto contra o Peito e digo: Lzaro, venceste a morte com Minha Ajuda. Trata de fazeres isto sem Mim. Realmente livre de todos os laos da morte se torna o homem, quando de modo prprio se apossa de Minha Fora, surgindo como vencedor e soberano da tumba em que dormita a sua alma. Agora vai te fortificar, a fim de que o teu corpo acumule novas foras para a vida terrena. Lzaro nada diz, expressa um cumprimento silencioso e volta de passos lentos para casa, apoiado nas irms e ainda vestido com a mortalha. Os que presenciaram essa cena esto de tal forma comovidos, que somente aps algum tempo encontram palavras para express-lo. Principalmente os judeus, que no incio se demonstraram cticos a respeito de Meu Poder milagroso, Me olham com temor, de sorte que lhes digo: Porventura vos atemorizais diante de Mim porque vistes Eu ser Senhor sobre a morte? Se assim , o que ser, se vos digo que levo a morte como acompanhante? No tendes motivo para jubilar? Por que temeis? Responde um que fizera anteriormente de orador: Senhor, vemos claramente estar corporificado em Ti, toda Fora de Deus. Isto no nos deveria abalar quando nos encontramos frente a frente com Aquele, cujo Hlito nos chamou vida e que nos poderia exterminar em virtude de nossos pecados? Aps termos tido permisso de assistir as Obras de Tua Onipotncia, percebemos quo miserveis e imprestveis somos diante de Ti. Como nos mantermos Tua frente? Digo Eu: Se fosse a Justia o nico Predicado de Deus, nenhum de vs poderia subsistir perante Mim; pois no h um cabelo que no fosse
tocado pelo pecado e a perdio. Amor, Meiguice e Misericrdia de Deus so to infinitos como o Espao universal. Por isto Ele no esquece o mais nfimo ser, por Ele criado. Todavia Ele tambm deseja ser um Pai amoroso para todos, e no um Deus, diante de Quem vos amedrontais e tremeis, em virtude de Sua Ira. O Deus de Ira vive apenas em vossa fantasia. Fostes vs que assim O classificastes, pois para os judeus parecia merecer venerao somente um Deus vingativo e severo, razo porque deitavam peso to grande nos vrios castigos que, entretanto, eram simples conseqncias da maldade, ignorncia e teimosia dos homens. Eu sou o Prprio Pai que desceu em forma humana junto dos homens, para provar-lhes o Seu grande Amor e lhes abrir as portas da Vida, por eles mesmos trancadas. Por que vos atemorizais, percebendo Eu arrombar as portas da morte para poder a vida penetrar em plenas torrentes? Responde o orador, mais confiante: Oh, Senhor, no mais alimentamos temores. Se Tu nos quisesses aceitar, com prazer ficaramos Contigo, eternamente. Digo Eu: J ouvistes falar Eu ter rejeitado algum? Vinde todos a Mim para aliviar-vos e vos libertar inteiramente de todos os laos da morte. A estas Palavras, os assistentes acanhados correm junto de Mim e cada qual procura tocar as Minhas Mos ou Minha Veste. Seus olhos esto cheios de lgrimas, pois so fortemente tocados de Meu Esprito de Amor que lhes despertava uma saudade violenta. Advirto-os de se controlarem e acompanharem-Me junto de Lzaro que havia chegado casa, e no incio havia sido olhado qual fantasma pelos empregados, mas aps as explicaes das irms, era rodeado com grande jbilo. Lzaro era homem mui justo e amado de todos. Atravs de sua morte, a administrao de suas propriedades se tornara duvidosa, de sorte que o pessoal temia pela existncia futura, mormente dependendo do futuro dono. Agora a preocupao era desnecessria, e a alegria, dobrada. fcil de se imaginar como Eu sou recebido por todos que Me consideravam o Salvador de sua aflio. Amavelmente recebo os eflvios de gratido e recomendo oferecerem-na ao Senhor, que no Filho do ho-
mem operava coisas to grandiosas. Sou obrigado a assim falar porque muitos ainda no esto amadurecidos para saber que Eu Mesmo sou o Senhor, ao Qual cabia a gratido. Depois de se ter fortificado e sentindo-se to saudvel como nunca, Lzaro d ordem para uma ceia festiva que entre judeus no podia faltar. Pede-Me participar com os Meus, e pergunta se pode convidar os vizinhos. Eu o concedo com prazer, pois de Minha Vontade que essa Ao fosse conhecida em vasto mbito, por ter sido iniciada a ltima e maior pescaria para o Meu Reino.
38. PLANO DOS FARISEUS

Alguns dos amigos judeus de Lzaro, que mais se aborreceram com o atrevimento dos fariseus, tinham ido ao albergue no Monte das Oliveiras onde esperavam encontrar aqueles e no queriam desistir da alegria oculta em tirarem o bom bocado das bocas dos lobos esfaimados. fcil imaginar-se o terror e a incredulidade com que a notcia era recebida pelos que se embriagavam com a idia de proprietrios do albergue e j tratavam o hospedeiro entristecido, com aspereza, mandavam servir do melhor vinho, inclusive para a guarda templria. Toda a assemblia se encontrava alegre e eufrica quando entraram os judeus, trazendo-lhes a notcia do milagre que instantaneamente aclarou suas cabeas. Quando so informados de Minha Presena, opinam aps breve confabulao, ter Eu engendrado em Bethnia uma fraude essnia fenomenal, na qual um ssia havia sido usado, a fim de ludibriar o Templo na herana de Lzaro. Eu sempre fora amante comum das irms e tudo faria para lhes ser til. De maneira alguma acreditavam na ressurreio. Assim, sua primeira preocupao se concentrava nos meios de se apossarem de Mim, do falso Lzaro e das irms. Haviam arquitetado plano bastante astuto, quer dizer, dois fariseus deveriam chamar a Mim e a Lzaro e demonstrar-nos
sua grande alegria pela ressurreio e procurar afastar-nos da casa. Em seguida, a guarda se apresentaria para nos prender incontinenti. O plano era favorvel, em virtude de os fariseus escolhidos serem de posio elevada e teria sido contra toda boa educao e bons costumes no atender-se a tais sacerdotes, caso honrassem um lar com sua presena. Fssemos judeus genunos daquela poca, teramos que pr disposio desses ilustres hspedes, casa e serviais, do contrrio Lzaro seria taxado de mximo desrespeitador do Templo e de seus representantes. Os judeus se haviam afastado com o hospedeiro, que no se continha de alegria com a feliz notcia, e voltavam junto de ns, em plena confiana que Aquele que rege sobre a morte, facilmente poderia destruir a maldade do Templo. Repreendo-lhes com palavras meigas, sua atitude, talvez humana, mas fora de Minha Ordem. Alegria maldosa no se aplica at mesmo em perversos daquela espcie e obstrui o corao piedade, em virtude da perversidade daqueles homens. Muito se entristecem com Minha reprimenda e s se acalmam, quando os asseguro que nesse caso ningum teria levado prejuzo, mas que no futuro deveriam evitar procedimento idntico. Eles o prometem e se alegram novamente. Entrementes, os fariseus se aproximaram com os esbirros e, afastados da casa, procuram um esconderijo como emboscada. Novamente combinam o plano, pois se concentra na Minha captura, a fim de que Eu seja processado como falsrio e revolucionrio. Esto mais ou menos dez minutos distantes de Bethnia, em uma curva que oculta as casas. Eis que os dois sacerdotes se preparam para mandar um servo que deveria anunciar a chegada deles, quando seu plano muda de aspecto. Com latido feroz, os ces de proteo se atiram contra eles e os rodeiam de tal forma, que nenhum se atreve a mexer. Esses animais dados por Mim a Lzaro, mantiveram-se inteiramente insensveis com a morte dele e no fora possvel lev-los a continuar na vigilncia, motivo porque os templrios se ostentavam to atrevidamente. Uma vez que Lzaro est vivo, toda fora e vitalidade anterior volta neles e se demonstra de modo to desagradvel para os fariseus. Os ces rodeiam o grupo arreganhando
os dentes e quando um empregado se atreve a bater em um deles, arrastado pelo solo, correndo perigo de ser estraalhado. Isto serve para afastar os esbirros e impedi-los do uso de armas, mormente os animais apenas fazendo-se de vigias sem atacar algum.
39. DISPERSO DOS FARISEUS

Entrementes, informo a Lzaro e aos demais presentes das ocorrncias, e os convido a Me acompanharem, a fim de se certificarem dos fatos e fazermos mais uma tentativa de convencer os fariseus da ineficcia de seu poderio. L chegando, incito os esbirros a se desfazerem de suas armas, o que prontamente resolvem. Um empregado de Lzaro as recebe e ao mesmo tempo os enormes ces se deitam calmamente, porm vigiando seus inimigos e prontos a se atirarem sobre eles a um aceno do dono. Ento Me dirijo aos fariseus, envergonhados e cheios de dio por terem descoberto Lzaro como verdadeiro, entretanto julgam no ter ele morrido, mas sim ter-se engendrado uma fraude com sua enfermidade, morte e ressurreio, capaz de evidenciar o Meu falso Poder perante o povo, pois, em pessoa to conhecida, deveria trazer-Me muitos adeptos em toda Judia. Aps lhes ter descoberto seus pensamentos, digo: Quanto tempo julgais Eu vos suportar? Todas as provas dadas e que testemunharam Minha Identidade, so por vs desprezadas. Minha Palavra por vs taxada de mentira. Ignorais existir um limite que o homem no deve ultrapassar, caso no deva sucumbir na morte espiritual, e quando esse limite for atingido, a Misericrdia de Deus tem que exterminar os corpos, para evitar que as almas sejam aniquiladas pelo abuso? Todos vs estais prximos desse limite. Tudo que podereis utilizar pelo corpo para enobrecer a alma, convertido em seu aniquilamento. Tereis os sentidos para esse fim? No enxergais para ver. No ouvis para escutar. No saboreais, no sentis a
fim de usar os sentidos como mediadores, mas apenas para satisfazer a sensualidade. Por isto vos tornastes um cadver putrefato que deve ser exterminado, para no empestar tudo, e ao menos sua cinza se preste para adubo do solo ainda prestvel. Em verdade vos digo: O machado foi deitado em vosso tronco para atirar por terra a rvore venenosa de vossa vida. No acuseis Deus por isto, mas unicamente a vs mesmos. Vistes a grandiosidade ocorrida e muitas testemunhas esto presentes, para testificar pela verdade. Em vs, fermenta o dio e o desejo de aniquilar a Mim e os Meus, o que jamais vos ser permitido. Afastai-vos em vossa ira! Uma coisa sabei: Ireis colher o que semeais! Aps estas Palavras, os sete ces se levantam e enxotam com latido os templrios e esbirros, pelo caminho de Jerusalm que percorrem aos pulos e quedas, em extremo pavor, atingindo as muralhas da capital at onde os animais os perseguem, para depois voltarem. A partir da, Lzaro goza de plena calma em Bethnia como no Monte das Oliveiras, no obstante as intrigas maldosas do Conselho, pois para l nem um sacerdote inimigo se atreve a voltar por causa dos ces.
40. MISSO FUTURA DE LZARO

Aps saneado o Monte das Oliveiras dos importunos fariseus, voltamos para Bethnia onde a ceia festiva estava pronta em casa de Lzaro. Surgiu ento grande discusso a respeito daquilo que ele havia feito enquanto se encontrava na tumba e se lhe ficara alguma recordao do mundo espiritual. Ele esclarece ter tido impresso de sono profundo e sonhos vivos, dos quais alis s sobraram quadros imprecisos. Falara com vrios desencarnados, inclusive com o seu pai, sem poder-se lembrar do assunto. Todavia sabe perfeitamente ter morrido realmente, pois as ltimas horas, mormente o pavor da morte e a vagarosa extino das foras vitais, foram bem sentidas.
Inquirido a respeito do despertar, ele diz, ter ouvido a Minha Voz que lhe ordenava sair da tumba, acordando como em vida. Obedecera, pois soubera imediatamente o que lhe tinha sucedido. Os amigos e os Meus apstolos abordam outros assuntos, como por exemplo, palestras tidas, localidades vistas etc., o que lhes poderia proporcionar maiores esclarecimentos da vida espiritual. Lzaro, entretanto, nada sabia precisar. Eis que Me perguntam pelo motivo desse esquecimento, e Eu respondo: Se estiverdes presos em um crcere, no qual vos proporcionam breve liberdade, podendo fazer passeios e vos alegrar com os milagres da natureza que se vos deparam, mas em seguida fordes obrigados a voltar priso que anteriormente no causava tal impresso enquanto nada de melhor conheceis, vossa alma no se consumir no desejo de prolongar a liberdade? A vida obrigatria no se tornar insuportvel, pois de hora em hora pinta as maravilhas da liberdade gozada, to logo a recordao se apresente? O mesmo se deu com Lzaro. Tirei-lhe a recordao dos fatos ocorridos durante os quatro dias na tumba, porque destinado a fazer muito para Mim nesta Terra. Para tanto a recordao e a saudade da liberdade plena, seriam um impedimento. Tudo est bem como est, e todos vs o compreendereis quando tiverdes deixado o corpo. Alm disto, j ouvistes tantos pormenores nesta casa, a respeito da vida aps a morte, de sorte que as perguntas se tornam mais simples conversa do que pesquisa verdadeira da sobrevivncia da alma. Diz Lzaro: Senhor, posso saber da misso que ainda me ser dada fazer? Respondo: Isso se dar por si s, pois Minha Mo guia a ti e a todos os escolhidos, a fim de trabalharem para o Meu Reino, de modo to sutil a faz-los acreditar fosse de prpria iniciativa. Na realidade assim , pois se quero criaturas livres, a livre determinao delas. Somente os acontecimentos so por Mim de tal modo organizados, que lhes cabe a deciso entre dois caminhos. Meus filhos verdadeiros jamais tero dvidas, por amor de Mim, qual o caminho certo. O impulso da vontade ter que partir sempre deles. Tambm tu ters que te decidir, se queres seguir pela direita ou es-
querda. Um caminho leva diretamente para o trabalho em Meu Nome, o outro, vida cmoda do expectador ocioso. Segundo tua escolha, desenvolver-se- tua ao. Eu sei e te afirmo, que agirs justamente por amor a Mim. Acalma-te. Dizer-te algo mais, prejudicar-te-ia. Responde Lzaro: Senhor, isto me satisfaz plenamente. Sou sumamente feliz em saber que podes usar esse instrumento fraco. D-me apenas a fora necessria para poder concluir minha tarefa satisfatoriamente. Digo Eu: No te preocupes, mas cr e confia, que posso agir por ti e tu por Mim. A justa relao entre Pai e filho d-se ento tambm em vs, como ora se demonstra em Mim. Vim a este mundo para ensinarvos que podereis fazer muito mais do que Eu, caso fordes de boa vontade e cheios de f. O quanto os homens e especialmente os judeus se encontram de boa vontade e confiantes, em breve se demonstrar. Aproxima-se o tempo em que se dar a colheita da Misso doutrinria. Ainda que seja pequena e as sementes sendo poucas, cada qual trar fruto centuplicado, destinado a nutrir o orbe. Ento se apresentar no futuro uma colheita imensa a encher os Celeiros do Pai, de sorte que jamais surgir to enorme fome como ora permitida, a fim de que o filho perdido volte e se sacie. No entendeis Minhas Palavras. No Meu Reino tereis que aprender o seu sentido. Agora prepara-te, Lzaro, para receber muitos hspedes. O boato da ressurreio chegou cidade, e o povo se encaminha para c, a fim de Me ver. Deve ser saciado, e os Meus servos, por ti conhecidos, ajudar-te-o.
41. TRAMA DOS TEMPLRIOS

Quando termino de falar, Raphael j se encontra a Meu lado e cumprimenta amavelmente a Lzaro. Este, Meus discpulos e vrios amigos, anteriormente testemunhas do poder milagroso do arcanjo, sadam-no com palavras efusivas. Rapidamente a sala arrumada para receber os hspedes anuncia-
dos e um movimento intenso se faz sentir dentro de casa, de sorte a preferirmos ir ao ar livre para no impedir os serviais que obedeciam s ordens de Raphael. necessrio chamar ateno que, em virtude da livre evoluo dos Meus seguidores, no mais se manifesta um sensvel efeito de Meu Poder, pois tudo que podia ser classificado de milagroso e extraordinrio, recebia sempre o cunho da ao simplesmente humana. Se digo que dentro de meia hora, tanto no grande salo quanto nos recintos contguos, so colocadas inmeras mesas, nas quais vrias centenas de pessoas deviam almoar, e que ao mesmo tempo tambm os alimentos eram preparados, compreender-se- que tal trabalho no podia ser efetuado por vinte empregados bastante ligeiros, o simples preparo dos servios duraria muito mais tempo. Todavia, tudo est arrumado sem auxlio especial, aos olhos fsicos. Apenas a agilidade do pessoal parecia bastante grande. Com essa observao fica esclarecido que a aproximao do maior acontecimento dos tempos estava sendo preparado sem influncia especial. At mesmo a ressurreio de Lzaro no parecia to estupenda como a transformao, digamos, de zonas estreis em solo frutfero etc. Assim, essa ressurreio estabeleceu a pedra final de Minha Misso e iniciava a colheita da mesma. Quem tiver compreenso e se esforar em seu despertar espiritual, compreender. Quem ainda estiver no tmulo, mande tirar dali a pedra, a fim de que o defunto Lzaro seja despertado e possa sair. Quando nos encontramos diante da casa, vimos na estrada de Jerusalm, grande nmero de pessoas com destino para Bethnia. Tratava-se de judeus, a quem havia sido dada a notcia da ressurreio de Lzaro e agora pretendem certificar-se. Ao nos avistarem, aproximam-se ligeiros e nos fitam boquiabertos. Amavelmente, Lzaro lhes diz: Caros amigos, estais perplexos de eu me encontrar vivo, quando efetivamente morri. Mas sabeis que para Deus tudo possvel, e Ele, que tudo vivifica, certamente pode vivificar esse p terreno, aps lhe ter fugido a vida. Vivo em verdade, e aqui est Quem me ressuscitou. Porventura sereis capazes de duvidar da Fora Divina que habita no Messias, e Se manifesta? Quem ainda assim duvi-
dasse, assemelhar-se-ia pedra mais dura, apenas destrutvel pelo emprego de foras brutas. Viestes para ver-me. Certificai-vos, portanto, que vivo realmente. Em seguida aproximai-vos do Mestre de toda Vida e deixai-vos despertar para a Vida real e o verdadeiro conhecimento de todos os Segredos de Deus, que Ele opera no Filho do homem. O tempo est prximo em que os bons sero separados dos maus, e o trigo ser limpo do joio, a fim de que possa ser semeado para a multiplicidade de um fruto farto. Essas palavras so ditas com grande entusiasmo e em Meu Nome, de sorte que os judeus se comovem profundamente e Me rodeiam, pedindo serem doutrinados. E assim foi. A aglomerao continua e dentro em pouco se juntam cerca de mil pessoas que se certificam do milagre, louvando a Deus, Que em Mim operava tais coisas. Aps serenarem os nimos, dou um aceno a Lzaro que convida a todos participao na ceia festiva. Passa-se ela sem nota especial. Apenas vale mencionar, no exercerem os doze apstolos a tarefa de ensinar e doutrinar os curiosos, mas os outros seguidores e adeptos que de h muito Me acompanham e se acham aparelhados na disseminao. Eu, Lzaro, as irms e os apstolos, achamo-nos no fim da sala, e ele se refere aos fariseus e qual seria a atitude deles aps terem sido maltratados pelos grandes ces e enxotados at Jerusalm. Digo Eu: Voltaram incontinenti para o Templo, convocaram seus colegas e neste momento formam conselho, apresentando queixas do grande embuste ocorrido aqui. A polmica agitada, pois muitos h que se convenceram das obras milagrosas. Alm disto, chegou a notcia dos fariseus que encontramos na casa de Mucius, e afirmam que as zonas beira do Nebo so realmente modificadas, e tambm encontraram uma caravana que relatou os milagres ocorridos em Aphek. Tudo isto Eu teria feito, e se tais coisas se baseiam em verdades, no seria impossvel que Lzaro, morto, tivesse ressuscitado. A transformao de zonas inteiras no deixa de ser obra muito mais valiosa do que vivificar um cadver. No momento d-se grande contenda. Os fariseus oponentes procuram esclarecer tais notcias como fraude. D-se o choque com os amigos
dos fariseus enviados, que testificam no se deixarem enganar como intelectuais e tinham sido escalonados para aquela sindicncia. Eis que se levanta um dos primeiros escribas e diz: No resta dvida que aquele homem opera grandes milagres, motivo por que o Templo se esforou por conquist-lo para seus interesses, sem xito. Alm disso, certo que ele sempre protestou contra os servos do mesmo e fomentou o desprezo do povo contra ns, os servos de Deus. Se quisermos viver em paz com os romanos, preciso que o povo nos obedea cegamente, pois s cabe ao Templo esse dever e direito. Por isto aconselho aprisionarmos esse Jesus de Nazareth como revolucionrio e o entregarmos Justia Romana, ou ento dela exigirmos que seja castigado segundo nossas Leis do Templo. Responde Kaiphas: No fossem os romanos senhores do pas, esse homem de h muito estaria algemado. Todavia possui poderosos amigos entre eles que o protegero. preciso encontrarmos uma oportunidade de ele se entregar por uma ao qualquer, que nos d o direito de agir dentro da justia. Ele bastante inteligente em protestar apenas contra ns, e no contra os romanos. Por isto mais perigoso que qualquer outro, que os romanos imediatamente mandariam aprisionar. Obsta Nicodemus, igualmente presente, para lanar a Minha defesa: Caros amigos, sabeis que o povo adepto de Jesus. Aqui s se conhece uma pequena parte dos que foram curados por ele. No seria prefervel deix-lo entregue ao povo, em virtude de sua fora curadora que realmente esparge grande bno? Essa sugesto faz estourar uma grande revolta no Conselho por tamanha exigncia, e Nicodemus tem que ouvir palavras de escrnio e suspeita. Ele tudo ouve com calma, pois Eu lhe ordeno no corao de calar-se e dirigir-se para aqui. Novamente Kaiphas toma da palavra: Realmente, nada sabeis, nem refletis. melhor para todos que ele morra para o povo, antes que a massa se perca. Assim ordeno que cada um trate de descobrir a oportunidade de que falei. O que deve acontecer, acontea rpido! Os membros do Conselho concordam e encerram a Sesso. Nicodemus se afasta em
silncio e dentro em pouco aqui estar. Agora sabeis a situao do Templo. Nada de preocupaes. No executaro os seus planos antes que Eu Mesmo Me entregue em suas mos.
42. PARTIDA DE BETHNIA

Diz Lzaro: Senhor, naturalmente no Te entregars Pessoalmente a essa corja que apenas merece ser exterminada o quanto antes? Respondo: Acontecer o que est na Vontade do Pai. Sua Vontade se cumpra, enquanto o Filho ter que obedecer. No te preocupes com aquilo que no de tua alada, mas trata de progredir no conhecimento da Vontade de teu e Meu Pai. Indaga Lzaro: Senhor, ento no s Tu, o Pai? Retruco: Certamente o sou. Entretanto, est chegando o momento em que o Pai em Mim ter que Se retrair para a livre deciso do Filho. Os acontecimentos no Templo que acabei de vos revelar, representam o primeiro passo para a deciso do Filho. Acreditai-Me: Ele j Se decidiu, a fim de que o povo no perea. Nada mais perguntes, mas trata que todos os presentes sejam bem cuidados. a ltima vez que desfrutam, como filhos, Minha Presena fsica. Aflito, Lzaro protesta: Senhor, pretendes deixar-nos outra vez? Digo Eu: Sim, partirei amanh cedo e s voltarei para preparar a grande ovelha da Pscoa. Ento ele sugere Eu permanecer por mais tempo durante o inverno, em sua casa. Todavia explico: Sabeis das intenes do Templo; mas no quero que os Meus sejam importunados por Minha Causa. Por isto irei para um local, onde poderei ficar em paz at a Pscoa. Assim seja! Lzaro nada mais diz e se apressa na organizao da hospedaria. Pouco mais tarde chega Nicodemus e comenta os acontecimentos no Templo, que naturalmente coincidem com o Meu Relato anterior. No comeo ele se atemoriza diante dos numerosos presentes, dos quais muitos, bem o conhecem. Eu o acalmo e asseguro que ningum o havia
de trair. Desta noite, em si importante pela converso de todos, no h o que comentar seno o que sempre se dava em ocasies semelhantes. Toda a assemblia ficou ali at o pr-do-sol, e em seguida se despede de Mim e de Lzaro, com palavras de imensa gratido, voltando para Jerusalm, onde espalha o milagre mais intensamente, de sorte que ele, nos prximos dias, nada mais fazia seno justific-lo atravs de sua pessoa. Nessa ocasio no deixava de apontar para Mim e o Meu Verbo, no esquecendo de mencionar a atitude dos fariseus, nas propriedades dele e o castigo aplicado, dando motivo para expanso ao sarcasmo dos judeus. evidente que esse caso serviu para minar o conceito dos fariseus e demonstrar a cobia do Templo, motivo por que paulatinamente o Conselho resolveu o extermnio de Lzaro. Tal crime teria surtido efeito, caso no fosse ele to bem protegido pelos ces, no havendo melhores protetores nem ao menos na guarda pessoal de um rei. Quando os moradores de Jerusalm partem, externo a Lzaro o desejo de bons leitos para que os Meus apstolos pudessem descansar bastante, pois haviam trabalhado para Mim. A eles proponho voltarem para junto dos familiares, pois Eu Me afastaria do mundo para ocultar-Me at a Pscoa. Quem tivesse um negcio importante a resolver ou pretendesse permanecer em casa, durante o inverno, poderia partir com Minha Bno. Certos de Minha Proteo, muitos se apresentam para a partida. Apenas os doze apstolos e umas vinte pessoas desejosas de ficar Comigo, permanecem ao Meu lado. Abeno a todos e os advirto na firme permanncia no Meu Verbo e sua divulgao. Por ocasio da Pscoa aqui haviam de Me encontrar. Repousamos ao ar livre, e bem cedo convoco Meus acompanhantes e Me despeo de Lzaro, das irms e serventes, consolados com Minha Promessa de volta para a Pscoa. Ligeiros, partimos pela estrada para Jerich. O que se deu at a volta para Bethnia perfaz o perodo em que o homem Jesus de Nazareth se torna evidente, e novamente se apresenta todo o prazer e alegria da vida, a fim de que Ele Se decidisse livremente para a imprescindvel morte. Ainda cedo para revelar-se muitos fatos. Somen-
te uma gerao inteiramente compenetrada da Natureza de Meu Amor, poder compreend-lo. Por ora seriam declarados como inverdade. Por isso, passo por cima desses fatos, mencionando acontecimentos histricos.
43. EXPLICAO DA RESSURREIO DE LZARO

Aps certo tempo de marcha silenciosa, Joo se aproxima de Mim e diz: Senhor, sabes o quanto considero Teus Atos e Palavras. Fiz vrias anotaes, mormente de Tua Doutrina, gravei Tuas Palavras no corao e na memria, de sorte que seria faclimo deixar escrito o que especialmente deve perdurar em nosso corao. Tinha vontade de anotar com todo cuidado, a ocorrncia com Lzaro, da qual fomos testemunhas atentas. Parece-me de peculiar importncia e de outra finalidade que no apenas a vivificao de um cadver. Digo Eu: Qual a importncia que julgas ocultar aquele fato? Responde ele: Senhor, Lzaro Te foi muito caro devido sua conduta justa, entretanto morreu de molstia contrada por prpria culpa. No isso prova evidente que o homem, to logo no caminhar conscientemente diante de Teus Olhos, quer dizer, no se julga observado pelos Teus Olhos oniscientes, facilmente pode cair em erros que o levam morte espiritual, da qual somente Tu o poders salvar? E quando as irms enlutadas, isto , seu amor ativo e sua boa vontade, de Ti se aproximam, dizendo: Senhor, aquele que amaste, porm errou, morreu! Tal no se teria dado, caso aqui estivesses!, quer dizer, se ele se sentisse palmilhando sob os Teus Olhos, no teria pecado, acaso no o libertarias da noite mortal, por misericrdia, tirando-lhe as tiras e confortando-o com a gua da vida, de sorte a restabelecer-se como se nunca tivesse morrido? Senhor, este e muitos outros pensamentos vieram e creio haver muita coisa oculta neste fato. Digo Eu: Joo, feliz s tu por reconheceres o que somente o esprito pode revelar, podendo decifrar o sentido espiritual em uma ocorrncia
externa. Por isto te afirmo, ocultarem-se nela segredos infinitos. Quando o grande Lzaro, por cujo motivo Eu vim em Carne, for ressuscitado, o Amor do Pai ser revelado diante de toda criatura, a ponto que vosso amor espiritual faria estourar vosso corao, caso as almas no fossem fortalecidas por muitas provaes. Por ora, os homens percebem apenas uma ressurreio, conquanto extraordinria, que os enche de admirao, mas no de amor para com Deus. Geraes posteriores tambm pouco percebero do sentido interno. Tu, o primeiro a registr-lo, deves dar testemunho e no esquecer em teus relatos o mais importante fato. Agora silenciemos. Esse assunto se destina somente para a tua pessoa. Prosseguimos a marcha. Aps certo tempo, Judas observa Eu no mencionar o nosso destino, e como est vido de permanecer em Jerich, a Meu Tempo uma cidade cheia de prazeres comuns aos ricos, razo porque facilitaria pequeno negcio como curador, ele pergunta se no pretendo l ficar por algum tempo. Respondo: Quem te disse que irei para Jerich? Perplexo e decepcionado com Minha Pergunta, que lhe demonstra o malogro de seu desejo, ele se desculpa, pois supunha que a estrada nos levasse para a cidade. Digo Eu: Cada um palmilha pela estrada indicada pelo esprito. Se Jerich te atrai, segue para l. Eu no te prendo. Mas no perguntes, para onde leva o Meu Caminho, pois no o teu! Judas opina haver grande tentao em visitar-se a cidade de palmeiras, e se Eu Me aborreo, caso ele passasse por l. Contesto: Se despedi todos os outros sem aborrecimento, mas sim, com Minha Bno, porque deveria zangar-Me contigo? Cada um vai para onde o seu esprito o impele. Segue para Jerich, pois tua alma j se encontra l. Ele Me agradece pela permisso e desaparece despercebidamente na prxima hospedaria, alis mui freqentes naquela estrada. L ficou durante todo o tempo de que irei falar, e fez bons negcios como relator e testemunha da ressurreio de Lzaro, entre romanos e forasteiros em Jerich. De passagem seja dito, ter ele contribudo bastante para o conhecimento de Minha Doutrina, que apresentava com grande entusiasmo e
verbosidade, mas sempre com a inteno de atrair para si uma parte da admirao que competia Minha Sabedoria. No obstante essas intenes secundrias, tornou-se bom instrumento para pessoas inclinadas a milagres. De igual modo, no se pode deixar de mencionar que Judas no era mau, apenas queria servir a si mesmo, quer dizer, ao mundo e ao esprito, caindo em tremendo conflito, que outros, muito mais maldosos, souberam aproveitar.
44. O SENHOR EM EPHREM

Aps termos caminhado at a noite, com prolongado intervalo para descanso, reuni a todos e lhes disse que pretendia seguir para Ephrem e l permaneceria por algum tempo. Deveriam silenciar a respeito, porque aproveitaria a ocasio para o Meu fortalecimento e o deles, e igualmente fortaleceria algumas almas vacilantes, para os acontecimentos vindouros. Ephrem era uma cidade pequena, no merecia considerao at mesmo em Meu tempo e para muitos era inteiramente desconhecida. Ficava no longe do Mar Morto e em meio da cordilheira. Querendo saber mais ao certo onde procur-la, em vista de sbio algum ter idia onde encontr-la, traai uma linha da parte superior do Mar Morto at a esquerda, ao incio das montanhas, denominada Deserto Jud, e tereis descoberto Ephrem, da qual hoje em dia no mais h vestgios. quase noite quando declaro o final da viagem, e a cidade, mui pobre, no oferece albergue. Havia apenas algumas cabanas, que no mereciam a denominao de cidade. Os habitantes viviam de criao escassa, pequenas peas de talha de madeira dura e asfalto fornecido pelo Mar Morto. O local tinha sido uma espcie de forte contra as invases de povos nmades, razo porque em pequena elevao se encontrava uma runa de pocas remotas, que oferecia proteo contra vento e chuva. Nesta runa nos acomodamos. Tinha espao para todos, e Pedro opina ser possvel passarmos ali o inverno, caso Eu melhorasse a situao
atravs de Meu Poder. Afirmo que assim seria, mas teria que agir com prudncia por causa dos moradores, a fim de evitar Me denunciassem e eles levassem prejuzo psquico. Tratava-se de pessoas bastante ignorantes que haveriam de nos tratar com venerao desmerecida. Tudo teria que se dar com aspecto natural. Nisso, os demais perguntam porque no havia Eu Me dirigido diretamente a esse local, em vez de fazer uma grande volta por Jerich. Explico-lhes ter sido por causa dos judeus que queria evitar e certamente no Me procurariam aqui, mas alm do Vale do Jordo. Justamente aqui, to perto de Jerusalm, estaramos seguros nesse local abandonado.
45. O VELHO DE EPHREM

Descansamos at a manh seguinte e, em seguida, envio alguns apstolos a comprarem alimentos e tambm negociarem com os moradores, no sentido de nos permitirem morar nessa velha casa. No demora, um ancio e alguns conhecidos nos procurarem para conhecer a gente estranha que pretendia ficar em uma runa, que at ento s servira de esconderijo para aves e outros bichos. Recebemo-lo com amabilidade e sendo Eu apontado como chefe do grupo, ele Me pergunta se somos fugitivos ou proscritos que pretendam ocultar-se nessa zona isolada. Consigo acalm-lo e lhe provo sermos hebreus quanto ele, mas desejvamos passar o inverno em completo retiro para melhor servir a Deus. Demonstrando ele vontade de nos enxotar dali, um adepto se adianta e o cumprimenta como velho amigo com o qual havia freqentado as escolas do Templo, em Jerusalm. Imediatamente ele se transforma e ao ouvir ser Eu o clebre Nazareno do qual muito ouvira falar, pede escusas pela sua desconfiana e com prazer nos d permisso de morar na casa em runas. Ao mesmo tempo nos convida para sua moradia. Todavia, observo: Amigo, tua morada realmente hospitaleira seria pequena para ns, enquanto aqui nos instalaremos confortavelmente.
No Me denuncies perante teus amigos, antes do tempo, para que todos ns estejamos seguros diante dos esbirros templrios e judeus inimigos. Ele nos promete silncio e que saberia rechaar qualquer curioso. O velho burgo pertence comunidade, e ele como chefe dispe de seus direitos sem obrigao com quem quer que seja. Quando lhe digo que os Meus companheiros consertariam a casa, dando-lhe direito maior para agir diante da comunidade e que sem nus poderia dispor de boa construo, ele muito se alegra e garante qualquer material necessrio. Afirmo dispensarmos de ajuda, mas ficaramos satisfeitos, caso ele voltasse oportunamente. Aps a partida dele com o amigo, ao qual pretendia inquirir a Meu respeito, distribuo o trabalho. fcil imaginar-se, no encontrar Eu problemas como carpinteiro jeitoso, e o conserto durou alguns dias, pois no deveria despertar alarde. Claro , que outros carpinteiros necessitariam de vrias semanas para o reparo.
46. O SENHOR EXPLICA O MOTIVO DE SUA MORTE

Quando os recintos se acham arrumados e distribudos, e cada um assumira ocupao adequada, Pedro certo dia Me diz: Senhor, quo agradvel essa morada. realmente algo maravilhoso possuir-se casa prpria e independente. Por que nunca fizeste coisa semelhante? Nunca trataste de um pouso particular, somente agora resolveste vir para esse refgio. No seria possvel ficarmos sempre aqui e de quando em quando visitarmos os judeus para doutrin-los? O melhor seria no mais procurlos, pois no merecem Tuas Aes e a Tua Voz. Digo Eu: Caro irmo, esse pouso no permanente para o Filho do homem. Necessita dele, a fim de armazenar foras para o fim de Sua Misso. Enquanto agi e doutrinei l fora, fui impelido pelo Esprito ao Qual este Corpo tambm sujeito. Agora preciso deitar a pedra final, sem que o Esprito influencie, pois a alma ter que se decidir por amor. O que ora se passa em Minha Alma, jamais um corao humano
saber, pois o Filho do homem ter que se elevar para Filho de Deus. Por isto, ser aquele despido de todo o seu poder, e vs, que Me rodeastes, reconhecereis a Vontade do Pai. Diz Pedro: Senhor, Tu Mesmo s o Pai. Como podes ser destitudo do Poder? Respondo: o maior guerreiro e heri quem enfrenta o inimigo, sem armas, e no teme a morte, sabendo dizim-lo mais rapidamente pelo desprezo da morte. Assim deponho todas as armas da fora e enfrento o inimigo simplesmente com o Poder do Verbo, da meiguice e do amor, a fim de que tambm ele se desfaa de todas as armas da traio e maldade, e se aproxime como filho perdido, mas com remorso. Ainda no o compreendes. Por isto presta ateno ao que vier. Pedro volta junto dos irmos, profundamente tocado, e transmitelhes as Minhas Palavras. Eles tambm no as entendem e opinam ser Eu bastante estranho como certa vez em Kapernaum. Nada mais perguntam, mas procuram aprofundar-se no sentido de Minhas Palavras. Passada uma semana, o ancio volta junto de Mim e diz: Mestre, por intermdio de um morador de Ephrem fui informado de Teu ltimo Milagre e que o Templo se revolta querendo declar-lo mistificao. Procurou-se chamar Lzaro perante o Conselho, a fim de se purificar por uma revogao. Ele no compareceu, mas afirmou que poderiam ouvi-lo em sua casa. Os sacerdotes declararam sua casa maculada e se negaram procur-lo, certamente de medo de sua proteo especial. Naturalmente sabes disto tudo. Todavia temo por Ti, pois a proximidade de Jerusalm facilmente poderia denunciar-Te para Tua desgraa. Respondo: Meu caro delegado, nada temas. Enquanto Eu no o permitir, toda maldade do Templo no tem poder sobre Mim e no h quem Me prenda. Continuarei incgnito. Os prprios moradores de Ephrem no alimentam desconfiana ou vontade de Me conhecer, s porque assim o quero. s o nico que aqui deseja ter contato Comigo e com os Meus, razo porque a porta da casa no fechada. A no ser assim, no h quem ultrapasse esse limiar, salvo que o esprito o guie para Mim. Despreocupado com Minhas Palavras, o delegado diz: Senhor, sei
que s mais que simples profeta ou qualquer ungido de Deus. S quem acolhe o Poder de Deus pode operar milagres como Tu. Concordo inteiramente com Tua Ao e Vontade. Certamente sabers melhor porque assim deve ser. Somente Te peo iniciar-me em Tua Doutrina, que conheo apenas em parte. Eu o recomendo aos apstolos que em breve completam sua orientao.
47. OCUPAO DO SENHOR E DOS APSTOLOS EM EPHREM

Certamente h quem pergunte o que fazamos nesse velho burgo, to isolado do mundo, pois no admissvel no terem os apstolos aproveitado esses dias. Realmente, assim . Conquanto essa poca de retiro servisse especialmente a fim de preparar o Meu Fsico para o futuro penoso e a transformao para o eterno e imutvel Cristo, igualmente Meus adeptos e mormente os apstolos tinham que se aprontar para a misso futura como doutrinadores para todos os homens. O processo que se operava dentro de Mim, ficou despercebido de todos. Todavia ser revelada minuciosamente a maneira pela qual eles se educavam reciprocamente, a fim de proporcionar diretrizes seguras para quem pretenda verdadeiramente trabalhar em seu aperfeioamento, que leva ao renascimento espiritual. Ouv, pois, em que consistia nossa ocupao externa e interna. A primeira, rapidamente explicada, prendendo-se organizao domstica qual cada um se sujeitava por amor ao prximo, mas diante das pequenas exigncias do grupo, pouco tempo ocupava. A questo principal que cada um se tornava til to logo percebesse qualquer necessidade. Essa ateno j prova de amor ao semelhante, enquanto o preguioso em esprito, nem se d conta onde poderia empregar o amor ativo. Durante esses dias pouco auxiliei nas ocorrncias externas, como sejam, o arranjo de alimentos, para evitar a manifestao do cio e igualmente ensinar aos Meus de no confiarem apenas no poder excepcional.
dispensvel mencionar que nada nos faltava. O problema mor se referia ao alimento espiritual. Como era organizado? Primeiro, pela vitria da completa calma interna que no se altera com qualquer aborrecimento ou irritaes mesquinhas. Segundo, pelo exerccio da fora de vontade, capaz de vencer qualquer paixo ou tendncia. Somente quem dominou a si mesmo, poder vencer a outrem. Alm disto, a viso interna era aplicada e cada vez mais aperfeioada. No que Eu lhes abrisse a viso espiritual. Tinham que estar em condies de dirigir a viso interna a objetos que desejavam conhecer. Essa capacidade exige especial purificao da alma. Sendo de origem terrena, s poder perceber fatos espirituais por si mesma, quando se tiver bastante espiritualizado, ou melhor, quando o esprito nela se tornou to poderoso a ponto de proporcionar alma, incumbida de formar o corpo dele, tantas noes espirituais, iluminando-as com sua luz a ponto que tambm ela possa ver, reconhecer e compreender. Enquanto coisas externas, puramente materiais, forem levadas alma atravs do mecanismo externo, ela espiritualmente cega. To logo aprenda a penetrar o invlucro dos corpos, torna-se espiritualmente vidente. Os microscpios de hoje do um quadro perfeito com as menores mincias do invlucro, sem poderem dar detalhes da vida puramente espiritual de todas as coisas. Isto s consegue a alma que se tornou vidente, nunca porm os instrumentos mais apurados de cientista qualquer. Uma vez a alma capacitada de descobrir a vida intrnseca, naturalmente perscruta com a mesma facilidade as construes sutis dos invlucros a enfeixarem essa vida interior. compreensvel que Meus discpulos, destinados a se manifestar como mestres e doutrinadores da vida, deveriam ser instrudos em tudo quando Eu no mais estivesse entre eles fisicamente. Tinham que apossar-se de tudo. H quem pergunte se eles j no tinham tomado posse de tais coisas, necessitando por isto desse retiro no deserto, a fim de conquistarem o domnio interior. Nesse sentido tenho que chamar a ateno ao fato que eles anteriormente viviam sob certa coao exercida pela Minha Pessoa, e alm disto
sentiam a observao de todos que nos seguiam. No resta dvida ser mais fcil evitar-se o mal sabendo-se a pessoa observada, porquanto se manifesta certo pudor perante estranhos e tambm o orgulho de passar por boa. Agora havia chegado a oportunidade para a experincia. Primeiro, Eu Me afastava durante dias para Minha Prpria Preparao. Segundo, os discpulos se encontravam inteiramente livres do povo admirador, que s vezes julgava fossem no mnimo idnticos ao Mestre, ou talvez at mesmo o ultrapassassem, como acontecia comumente. Os moradores de Ephrem quase no se preocupavam conosco, tratando de seus afazeres e nos considerando uma espcie de seita judaica, to comum a Meu tempo, e talvez nos tomavam por adeptos de Joo que se quisessem preparar para o Reino de Deus. Alm disto, percebiam que restaurvamos o velho casaro, dando motivo de sermos taxados de esdrxulos, e seria aconselhvel no privar-se com eles para no serem contaminados pelas suas idias curiosas. Deste modo, justamente este local se prestava para a introspeco e auto-educao. A tendncia para as coisas mundanas j tinha sido vencida, dispensando qualquer experincia. Os que ainda a necessitavam, tinham ficado para trs. Vrios acontecimentos so importantes e devem ser transmitidos, a fim de que todos aprendam a maneira pela qual se processa esse exerccio, e como s vezes fatos de somenos importncia conseguem provocar grande impresso, durante a purificao interior e o fortalecimento da vontade. Nisto se baseia o sentido das palavras de Joo, quando disse: Ele l andava entretido com Seus discpulos.
48. ESTADO PSQUICO DOS APSTOLOS

Quando Meus doze apstolos, certa vez empreenderam uma excurso cordilheira Eu Mesmo a tinha aconselhado para que seus sentidos
se abrissem para a zona, sem Minha Presena foram surpreendidos por torrente de chuva, entre fendas rochosas. Na Palestina ocorrem no inverno fortes chuvas, de aspecto mais assustador que na Europa. As guas se acumulam mais rapidamente, e nas montanhas, que durante o vero secam por completo, formam-se poderosas torrentes, perigosas para os viandantes porque as rochas no absorvem as guas, mas servem de bacias. , portanto, imprudente procurar-se essas grutas na poca das chuvas torrenciais. E foi o que aconteceu com os apstolos que subitamente se viram rodeados de guas violentas, impossibilitando sada ou recuo. Era chegado o momento de provarem sua fora de f, que realmente durou enquanto a gua circundava as rochas. Mas quando foi subindo, a f comeou a vacilar e o pavor da morte tremenda tomava vulto. Suas almas rogavam socorro de Deus, quer dizer, a Jehovah dos patriarcas, e no quele que sabiam encarnado em Mim, de sorte que seus clamores no surtiam efeito. Segurando-se pelas mos e opondo-se fora das guas para garantir o solo fraco debaixo dos ps, de repente as rochas comearam a se mover sob a presso das guas e o perigo atingiu o auge. Eis que Joo exclamou em sua aflio: Senhor e Mestre, salva-nos pela imposio dos elementos! No mesmo momento as guas se acalmaram e os apstolos se encontravam novamente em solo firme, se bem que completamente encharcados. Comovidos, Me agradecem no corao, e logo aps conjeturam porque o primeiro pedido tinha sido desconsiderado, pois Jehovah e Eu ramos Um. Ento Joo pergunta aos irmos, se na primeira ocasio tinham pensado em Mim, ou apenas em Deus, fora de Mim. Envergonhados, todos confessam terem feito essa diferena no auge do pavor, e agora compreendiam porque seus gritos ficaram sem efeito. No demoram a procurar-Me e Me pedem perdo pelo erro praticado. Eu lhes digo: Que teria Eu a vos perdoar? Se no fosse de Minha Vontade de serdes experimentados na f, as guas no vos teriam tocado. No futuro acreditai mais convictamente habitar em Mim Aquele que rege o Universo, e deixai de fazer diferenas, impostas pelo judasmo tacanho. Ningum poder chegar ao Pai, seno por Mim, o Filho.
Essa afirmao, novamente os torna perplexos, pois no compreendiam que o Meu Corpo ainda no tivesse sido transfigurado porquanto pertencia Terra. Somente aps Minha Ascenso caiu-lhes a venda dos olhos porque Eu no podia expressar-Me de modo diferente. Foi o motivo que os levou a discutirem acerca desse ponto, libertando-se de conceitos errneos, empreendimento executado quando Eu no estava entre eles. A introspeco era-lhes mui propcia porque surgiam erros arquijudaicos de sabor templrio, o que facilmente se compreender mormente no sendo mais testemunhas de milagres externos provindos de Meu Poder, que alis pouco efeito produziam durante os anos de convvio direto. Quem souber o quanto necessita a alma de purificao, convir na necessidade do retiro dos apstolos, se bem que no prejudicassem a si mesmos atravs de suas palestras, porm o fariam com quem os ouvisse. Deste modo, um corrigiria o outro, e quando se tornava imprescindvel, Eu novamente Me fazia ouvir. Tanto as Minhas quanto as palestras deles no podiam ser ouvidas por pessoas no evoludas, a fim de evitar que frutos ainda no amadurecidos viessem a secar e cair do tronco.
49. PREOCUPAO DOS APSTOLOS

Talvez muitos se admirem que os apstolos pudessem cair em contendas e dvidas a respeito de Minha Divindade, aps tantos Ensinos e Provas. Nesse ponto preciso considerar-se a natureza humana e fraca, cujo domnio lhes era mais difcil do que para vs, pois Minha Passagem terrestre pode ser considerada de um lance por um crente simples, inclusive a vitria sobre a morte como ponto principal, enquanto naquele tempo a evoluo das almas dependia da Minha Marcha evolutiva, sendo aquele ponto principal o selo de Minha Doutrina. Alm disso, constituem crucifixo e ressurreio, a chave para o entendimento relativo ao Filho do homem e Filho de Deus. Como era
preciso levar os apstolos a uma situao que permitisse sua evoluo independente, fatos externos deveriam fornecer os meios para incentivar o conhecimento interior. Deu-se portanto o seguinte: Estavam eles entretidos em polmica, trocando idias porque Eu h algum tempo chamava ateno diferena tantas vezes mencionada entre Pai e Filho. Combinavam no tem de que o Pai habitasse em Mim, sendo Meu Corpo e a Alma, o Filho. Eis que surgiu o pensamento entre os vinte seguidores, ser difcil compreender-se que o Esprito de Deus pudesse viver em Mim como Homem, agindo e caminhando, quer dizer, de certo modo enfeixado, entretanto regendo o Universo. Se porventura Eu saberia das diretrizes do mesmo, ou talvez o Esprito Se retraa de quando em quando, de sorte a ser Eu apenas Homem. E mais a seguinte dvida: se o Esprito de Deus Se encontrava no Meu Corpo durante o sono. Essas perguntas despertaram admirao entre os apstolos, em virtude da ignorncia do inquiridor. Todavia cada um percebeu alimentar igualmente dvidas a respeito, mormente o ponto do Meu sono, durante o qual no podiam imaginar o que sucedesse. Andreas opinava ser Eu, no sono, apenas Homem. No Lago Geneszareth a Minha Fora Divina surgira somente aps o despertar, de sorte que uma morte sbita poderia ter atingido a todos, caso no Me tivessem despertado em tempo, durante a tempestade. A polmica estava forte e finalmente concluram que o Meu Corpo, durante o sono, deveria ser to desprotegido como o de qualquer um. Por isto acharam necessrio vigiarem a Minha Pessoa, pois ignoravam se os inimigos judeus no tentariam nova investida durante a noite, a fim de Me matarem. Nenhum deles teve a idia de perguntar-Me. Sua preocupao amorosa julgava ser sua viglia, proteo eficiente que durava apenas durante o sono, pois tinham tido provas concludentes, ser ela desnecessria durante o dia. Eu os deixei agir e no parecia notar que naquela manso isolada havia sempre um apstolo vigilante. Passados alguns dias, recolhi-Me certa noite aps a ceia, para entregar-Me ao descanso mais cedo que de costume. O recinto que servia para
Meu dormitrio estava situado no fim de uma ala do casaro, de sorte ser preciso atravessar-se vrios quartos para l chegar. Os discpulos estavam em uma sala central. Enquanto se entretinham em palestra animada, surgiu de repente um forte claro de fogo nos quartos vazios que ligavam a sala ao Meu. Assustados, eles acorrem e vem ser impossvel atravessar para junto de Mim, nem tampouco Eu poderia chegar onde estavam. Todos se atropelam e procuram apagar o incndio. Em vo, pois as chamas continuam a devorar as paredes e certamente teriam atingido o Meu quarto. Desesperados, alguns tentam passar por entre as chamas. Mas impossvel. O solo dos recintos afundara e a ligao estava cortada. Outros opinam que a forte fumaa deveria Me ter sufocado em sono. Nenhum queria afastar-se da sala, igualmente em perigo, antes que fossem orientados de Meu Destino. A fim de terminar com o pavor e sofrimento, fiz com que as chamas se extinguissem, e aps certo tempo tudo estava calmo. Atravessando por cima de vigas carbonizadas e fumegantes, eles chegam at onde estou, encontrando o dormitrio completamente sem dano, e Eu, adormecido no leito. Este quadro os deixa estatelados e ningum se atreve a interromper o Meu aparente sono. Ento Me levanto e sou crivado de perguntas concernentes ao incndio. Fitando-os com rigor, respondo: Sabeis Quem est em Mim e que nada Lhe pode ser oculto! O que o Pai sabe, tambm transmite ao Filho. As chamas que vos queimaram, tinham to pouco efeito quanto todas as perseguies dos odiosos judeus. Somente quando este Corpo for entregue com Minha Vontade, a maldade ter poder sobre Mim. Porventura ignorais que o Esprito vigia quando dorme o Corpo, cuidando de Sua casa? Como sois tolos em imaginar que uma Obra de Deus, ou seja, a construo de Meu Corpo, necessitasse da proteo dos homens! Poderiam os instrumentos feitos pela Mo do Mestre, proteglo, ou seria vivel a criatura preservar o Prprio Criador de qualquer dano, permitido por Ele? Quo tola foi vossa inteno, embora por amor. Desist de querer
proteger-Me. Quem est em Mim, sabe de todas as coisas, e no h quem resista ao Seu Poder. No vos entristeais com Minha Reprimenda que no vos deve magoar. Mas reconhece Quem seja o Senhor, muito embora esteja adormecido de tempos em tempos. Os discpulos tentam afastar-se, mas no conseguem voltar to ligeiros quanto a preocupao os tinha trazido junto de Mim. Novamente os fao voltarem ao Meu lado, e em poucos minutos os quartos esto perfeitos como antes do incndio. Retornam sala e em breve se recolhem, cada qual entregue aos seus pensamentos.
50. O RENASCIMENTO DA ALMA

No dia seguinte, Pedro se aproxima de Mim, dizendo: Senhor e Mestre, todos ns compreendemos nosso erro, porquanto Deus jamais necessitaria do socorro ou cuidado dos homens. Ainda assim, perdura algo incerto porque o Teu Corpo continua s vezes independente do Esprito, a ponto que Tuas Palavras do impresso de seres a Prpria Divindade, enquanto o Fsico em outras ocasies parece estar penetrado por Ele, apenas, oportunamente. Isto provoca certa discordncia, naturalmente perdoada por Ti, em virtude de nossa f firme. Que me dizes a respeito? Respondo: Meu caro Pedro, tu e os irmos ainda no entendeis muita coisa por no terdes atingido o necessrio grau de evoluo, para compreenderdes um fato to simples e tantas vezes explicado. Chegou o momento de experimentardes pessoalmente o que ainda vos parece obscuro em Mim. De que adianta apontar-vos constantemente as diferenciaes entre Filho do homem e Filho de Deus, se dentro de vs ainda no conseguis perceber e sentir a diferena do homem fsico e espiritual? Somente o renascimento perfeito j em vida solucionar essa questo a pleno contento, e destes todos os passos propcios para a conquista do mesmo, de sorte que a meta no dista muito.
Respondei-Me apenas algumas perguntas, para abrir vosso entendimento nesse ponto principal. Como percebeis o pensar e sentir? Trata-se de um processo externo ou interno, quer dizer, podeis responder a uma pergunta feita por vs mesmos, somente porque a aprendestes atravs de um professor, ou seria dada a resposta pelo eu interior, atravs de deduo? Talvez respondais serem possveis ambas as hipteses. Fosse o homem simples mquina, se bem que dotado de alma consciente, s poderia pensar externamente, quer dizer, poderia criar um conhecimento atravs de impresses cerebrais conseguidas pelo ensino, mais ou menos realizado com irracionais. A deduo, porm, provm da pergunta feita da alma a um princpio vivo e interno no homem, que responde e vive como esprito dentro da psique, e como tal perfeito conforme vos disse vrias vezes. Razo por que se pode dar no ntimo da criatura um verdadeiro jogo de perguntas e respostas. Poderia-se objetar: Se o esprito for perfeito, por que surgem s vezes dedues to tolas? Acaso ele nem sempre responde certo? Bem que o faz. Mas representando o esprito imediato princpio de vida da alma, ela pode agir conscientemente como reflexo de um espelho. Este no podendo surgir sem objeto correspondente ao reflexo, a alma s manifesta suas opinies quando partem como reflexos do esprito. Um reflexo de espelho representando tudo inversamente ao objeto, todavia sendo real, o mesmo se d no assunto acima, caso alma e esprito no procurem fundir-se. Somente quem tiver despertado o seu esprito, a ponto de a alma no refletir impresses errneas, terrenas, ter conseguido o renascimento e se encontra em plena Verdade. Naturalmente no fcil romper-se essas barreiras, em virtude de a alma materialista sentir maior tendncia matria do que ao esprito, apenas fracamente manifestado, cuja ao pretende aceitar como dela prpria, carecendo-lhe noo de discernimento. Romper tais barreiras, Minha tarefa, vossa e de todos os Meus seguidores, e este caminho encontrareis no prprio esprito ao qual tereis que fazer falar. Somente ele o nico professor capaz, porque est em unio com o Esprito de Deus e Dele uma miniatura, podendo sorver
toda Verdade apenas com Ele. To logo a alma se tiver submetido natureza do esprito e com isto desistido de todos os desejos, procurando unicamente as coisas espirituais, portanto ingressou no eu superior como alma consciente, a criatura ter atingido um grau que os sbios da ndia chamam de Nirvana e no qual a vontade manifestada por tendncias carnais, inteiramente aniquilada, excluindo qualquer manifestao da carne como existncia material. Esse estado possvel atingir em vida, e deve ser atingido para que a paz completa penetre o corao. Todos vs estais prximos ao renascimento da alma. Em Meu Reino, existe ainda outro renascimento, aps Minha Ascenso: o renascimento do esprito que consiste na Comunho indissolvel Comigo. Ento reinaro a mxima bem-aventurana e felicidade plena dos filhos na Casa Paterna, jamais sentidas pelo corao humano por serem puramente espirituais, no havendo possibilidade de vos fazer compreender o menor vislumbre. Tratai primeiro da conquista do renascimento da alma, a fim de que veja apenas com os olhos do esprito, podendo conhecer a si mesma e sua origem. Eu Mesmo sendo obrigado a galgar todos os degraus evolutivos, como Homem, pois sou o Pioneiro da Humanidade que sempre se emaranhou em erros, no obstante muitos orientadores, compreendereis no poder Eu falar de modo diferente, a fim de vos tornar acessvel a evoluo para a perfeio.
51. ENSINOS PARA O ENOBRECIMENTO DA ALMA

Diz Pedro: Senhor, cada vez mais compreendo ser Tua Natureza idntica nossa e que a diferena consiste apenas em nosso esprito. Tudo faremos para atingir a meta por Ti indicada. O renascimento da alma ainda precrio. Conquanto estivssemos no justo caminho, nem bem estamos ss, do-se certas recadas a nos levarem a grandes tolices. Seria possvel evit-las?
Digo Eu: Sim, primeiro pela conquista da f justa, ainda que no Me vejais, pois felizes os que crem sem ver. Em seguida, libertando-vos de qualquer medo e amando a Deus com todas as foras de vossa alma, pois sabeis estar Ele em Mim e O reconhecestes. Sei que todos vs Me amais verdadeiramente. Mas este amor se dirige, por ora, mais Minha Pessoa do que ao Meu Esprito. Ainda no possus o amor inabalvel que desconhece dvida e no se deixa abalar por coisas incompreendidas. Tendes apenas uma f surgida por meio de Minhas Aes que ainda no se tornou rocha, mas mesclada com terra fofa que as enxurradas do sofrimento conseguem carregar. No deveis crer apenas quando estou convosco, mas acreditai e confiai inteiramente em Meu Poder ainda que no esteja em vosso meio. Analisai vossa alma, se no oculta algo impuro, e despojai-vos do mesmo. Enquanto descobris mau humor, desgostos e pensamentos impuros, a dvida se manifesta e no permite o fortalecimento da f. Tais imperfeies so estranhas ao esprito, razo porque no pode penetrar a alma que livremente se deve despojar delas. Diz Pedro: Sentimo-lo bem, Senhor, e nos esforamos por agir segundo os Teus Conselhos. Mas s vezes realmente difcil vencer a si prprio. Todavia Te amamos de todo corao, com todas as foras da alma. Retruco: Trouxe-vos a Ephrem a fim de vos purificardes e atingirdes a perfeio interna, livremente, portanto deixemos esse assunto. Por acaso sereis Meus discpulos se no cogitasse de vos levar onde podeis servir ao Pai, como Eu agora O sirvo? Ele bem sabe o que faz e quais os instrumentos que escolheu. Haveis de conseguir o que careceis, portanto esforaivos nesse sentido. No faltar a fora, caso peais. Diz Pedro: Estamos cientes, Senhor, que sempre nos facultas as foras necessrias, caso pedirmos. Muitas vezes esquecemos precisamente o pedido por nos acharmos bastante fortes julgando vencer por conta prpria. Essa sensao de fora nos enche de confiana que facilmente se transforma em contrio quando qualquer circunstncia prova a grande fraqueza do corao e o vacilar dos bons propsitos. Porventura no deveramos tratar de fazer algo pelo nosso esforo?
Respondo: Quem procura a unio com Deus tratar primeiro de cumprir a Sua Vontade e acomodar a prpria. Somente a Vontade divina que Se tornou viva e ativa no homem, jamais soobrar. Sendo teimoso e querendo executar algo sem preocupar-se se o plano corresponde Vontade de Deus, no precisa admirar-se quando fracassa. A sensao de fora de que falas, nada mais que orgulho espiritual que se sente avanar perante os outros, querendo realizar algo extraordinrio para satisfao prpria ou para ser admirado pelos outros. Precaveivos dessa tendncia. Meus seguidores devem ser pobres de esprito para poderem receber tudo de Mim e fitarem Deus, verdadeiramente. Os que se julgam espiritualmente ricos, acham-se perfeitos, vangloriando-se da vitria sobre si mesmos, tornando-se cheios de orgulho espiritual. V os fariseus, crentes de servirem a Deus com toda sorte de sapincia e cerimnias tolas, entretanto servem apenas a si mesmos. Impossvel querer insuflar em seu corao o menor ensino da Sabedoria de Meus Cus. Est cheio de tesouros da presuno psquica, enquanto s se pode dar onde existe completa pobreza. Terias tu, e os teus, compreendido? Responde Pedro, que como sempre fazia de orador, aps ter recebido aceno afirmativo dos irmos: Sim, Senhor, pois j nos deste Ensinos semelhantes em vrias ocasies. Desejvamos ouvir outro esclarecimento. Falaste de um renascimento do esprito e da alma, e essa diferenciao nos despertou a ateno. Julgvamos ter atingido tudo que se possa alcanar pela integrao da alma no esprito. Poderias esclarecer-nos isto? Digo Eu: Ouvireis o que vos dado assimilar. Somente no Meu Reino tudo vos ser claro e onde tereis a confirmao de viso e sentidos. No apenas por vossa causa, mas tambm em virtude de vossos seguidores, deveis saber o que quis apontar com o renascimento do esprito.
52. O RENASCIMENTO DO ESPRITO

(O Senhor): Todos os que j em vida seguirem a Mim e ao Meu
Verbo, atingiro a meta tantas vezes apontada como renascimento da alma, quer dizer, a penetrao do esprito na psique. Esta se capacita, ainda no corpo, integrao de toda Sabedoria dos Cus e se torna no somente soberana de si mesma, mas ipso facto de seu meio, at mesmo da Natureza e das foras ocultas, quando procura cumprir a Minha Vontade por amor e em benefcio do prximo. Os recursos para atingir este destino so f e verdadeiro amor ao prximo. Tais criaturas renascidas podem e devem ser mui justas, como as houve em todos os tempos to logo atingissem a mxima perfeio da alma. Isto no quer dizer tivessem atingido a unio com o Esprito de Deus, ativo na pessoa. At ento, tal no fora possvel, porque alm de Mim, a Divindade no existia visvel em Pessoa. Todos os justos antes de Minha Existncia que conseguiram o renascimento da alma, no puderam ver Deus como vs. Por isto, seus ensinos demonstram que a penetrao do mximo aperfeioamento lhe parecia uma integrao do Infinito, por representar Deus Mesmo, como Entidade impessoal, o prprio Infinito, no qual a Natureza de Seu Poder pode ser sentida espiritualmente, sem apresentao pessoal alma. Somente aps a Minha morte, quando o Meu Corpo for aceito como Veste da Divindade Onipotente e Infinita, todos os que deixaram a vida antes do Meu tempo, sero capazes de viver em eterna unio com Deus, em Pessoa. Ser isto em uma cidade que vos demonstrei por certa vez, quando as doze colunas, luminosas, assustaram os hierosolimitanos e que representa a verdadeira e celeste Jerusalm, a eterna Cidade de Deus. O eterno convvio de Deus com Seus filhos justamente o renascimento do esprito. Conquanto muitos aps Mim podero atingir o renascimento da alma, tornar-se-o igualmente mui felizes e venturosos, sem atingirem o mximo grau. Muitos enviados de Meu Esprito desceram Terra e demonstraram aos homens transviados, os caminhos que os levariam paz e iluminao internas, sem contudo serem capazes de apontar os Caminhos diretos para Mim, pois ainda no tinham sido abertos. Todos que quiserem palmilhar os caminhos antigos pode-
ro chegar ao renascimento da alma, mas no ao Convvio Comigo. Isto ser somente possvel pela f em Mim, de ser verdadeiramente o Cristo, o Ungido, ao Qual todo Poder e Glria do Pai foram entregues, a fim de se tornarem felizes os homens por intermdio do Filho. Eu sou a Porta, no existe outra! Quem quiser pisar os Caminhos para o Cu sem desejar conhecer-Me, poder atingir grau bastante elevado de perfeio, nunca porm atingir uma Unio perfeita e visvel com Deus. Compreendestes? Respondem todos: Sim, Senhor, falaste claramente. Prossegue Pedro: Porventura atingiro tambm o do esprito, os que conseguiram o renascimento da alma, vivendo felizes, ou talvez estacionem em seu grau evolutivo? Retruco: Essa pergunta poderias responder por ti mesmo, pois subentende-se no haver obrigao. Um pas dividido por possante rio, sendo visitado por hbil construtor que em breve eleva uma ponte e comea a chamar os que pretendem atingir a outra margem, por acaso todos o atendero? Sem dvida a maior parte. Os outros seguiro aps certo tempo de espera, mormente quando vem que o lado oposto banhado por brilho solar e de aspecto agradvel. Sou Eu tal Construtor! Cada qual procurar o incio da ponte que leva a Mim. O esprito lhe dir: Existe coisa muito mais elevada e sublime do que isto, adquirido por uma vida justa. Procura! Quem tiver procurado em vida, encontrar aps, essa ponte e no vem ao caso se conseguiu se tornar um justo por meio de Minha Doutrina dada agora ou por um doutrinador inspirado por Mim, antigo ou posterior. A tais justos, Eu Mesmo Me dirijo como Aduaneiro, em tempo oportuno. De boa vontade pagaro o tributo, isto , aceitaro o Ensino, que o Pai est no Filho, e quem vir o Filho, ver o Pai. Deste modo sero igualmente aceitos, como todos que desde o incio palmilharam os Meus Caminhos. Por este motivo no deveis olhar com desprezo para os pagos. Entre eles h justos como jamais houve entre os judeus, razo porque os pagos sero aceitos e os judeus, renegados. Diz Pedro: Senhor, de que modo conseguiram os pagos tamanha
justia? Respondo: J afirmei terem sido eles instrudos por enviados do Meu Esprito, trazendo a Luz dos Cus para os homens, segundo seu entendimento. Tais enviados ensinavam antes de tudo a introspeco espiritual, de sorte que podia encontrar a sabedoria quem a quisesse. Eis o renascimento da alma. A mencionada introspeco foi por Mim recomendada como meio adequado de libertar e purificar a alma de todas as manchas e mculas de seu amor-prprio, podendo aproximar-se de Mim. Exercitai-vos na mesma para abrir-se a viso interna e podeis experimentar qual a revelao do esprito quando se tiver tornado vivo em vs. Sabeis como isso se d, portanto ag de acordo. Os discpulos se recolhem e meditam sobre Minhas Palavras, mormente Pedro que at ento pouco interesse demonstrara com os predicados que o esprito poderia trazer alma. Ele se dedica com fervor a manter aberta a viso espiritual, para poder conhecer melhor a si mesmo e o seu ambiente.
53. A VISO ESPIRITUAL

Chegou o momento de acrescentar algumas palavras acerca da viso espiritual para os que caminham as Minhas Veredas e desejam saber o quanto a alma se tornou capaz de evoluo espiritual, em vida. No ser ensinada a conquista de capacidades milagrosas ou mgicas, ou a receita de apenas querer realiz-la, mas simplesmente o caminho de se vencer as mltiplas dvidas do corao, sentidas pela alma enquanto no tiver soltado a carne. Eis a finalidade verdadeira: Tornar-se independente da carne com todos os seus apetites, dvidas e enganos para ingressar e sentir o mundo verdadeiro e justo, no qual a alma deve penetrar inteiramente livre e emancipada. claro que a vida psquica se demonstrara automaticamente, to logo as algemas atadoras da carne se soltarem. Todos que nada sentem dessa vida interna da alma, conquanto leiam o Meu Verbo, encontram-se
inteiramente presos aos laos carnais e so apenas ouvintes e no participantes do mesmo. Todo aquele que se liberta dessas algemas, recebe viso clara sobre as criaturas e a natureza, a ponto de julgar ter-se apurado sua capacidade de percepo. Na realidade trata-se da manifestao do esprito que recebe livre movimentao. Alm disto, deve o homem habituar-se a observar a viso espiritual independentemente dos olhos materiais, e rapidamente atingir as qualidades do esprito, caso Me ame e queira progredir nessa base. Chama-se tal estado de vidncia, faculdade da alma, inteiramente natural, contra a qual ela alis se pode fechar tanto quanto podeis vos negar ao aperfeioamento de certas capacidades. Durante enfermidades, em que muitas vezes se d um desprendimento da alma, que em virtude da fraqueza atinge vidncia nociva, razo por que aparecem muitos erros, a permanncia da alma em um mundo estranho ao corpo nada tem de extraordinrio. Muitas fantasias nada mais so que quadros correspondentes do mundo psquico, e isto porque a linguagem do esprito para com a alma no se apresenta em palavras. So noes perfeitas, enquanto as palavras transmitem essas noes com dificuldade. Desenvolver a capacidade de entendimento da linguagem que vos comum como interpretao lingstica, no apenas vos til, mas at mesmo necessria. Do contrrio, a alma h de se sentir qual estranha aps a morte fsica quando penetrar o mundo dos espritos, cujo idioma no entende e s com muita dificuldade consegue fazer-se compreender. Apenas existe uma grande diferena: os habitantes daquele mundo compreendem o forasteiro, o que no se d com ele. Eles tm que se enquadrar novamente nas pesadas algemas da vida psquica, a fim de adotarem a linguagem fsica e desabituada, que proporciona intercmbio apenas com palavras e no por meio de projeo de pensamentos. Criaturas espiritualmente evoludas, muitas vezes lastimam a impossibilidade de poderem expressar convenientemente suas impresses, ou fixarem o vo de pensamentos to rapidamente como o esprito os apresenta alma. Tal no seria possvel, caso no existisse a linguagem do esprito em quadros velozes e seqncias de noes.
Existe, portanto, muita coisa alm da transmisso por palavras e escritas. Que ningum acredite serem a escrita e oratria o mais brilhante que a alma possa exprimir. So apenas fluxo fraco do empenho do esprito de fazer participar a alma daquilo que se oculta nele. Ningum deve crer em produo especial quando tomado por mestre de tais recursos externos. apenas miservel remendo frente riqueza do mestre interno, que no irradia seus dons para o exterior. O zelo de quem procura chegar linguagem perfeitssima, por intermdio de Minha Fora e pelo amor a Mim, representa o caminhar pela Minha Trilha e seguir-Me. A Meu tempo andei pelo mesmo Caminho e tive que alcanar degrau por degrau, como qualquer um. Agora voltemos para os apstolos.
54. A SANTIDADE DE DEUS

Pedro havia gravado especialmente as Minhas Palavras em seu corao e com sua habitual fora de vontade, imediatamente comeou a educar sua alma. Retraiu-se e por alguns dias no apareceu no meio dos outros, a fim de poder alcanar a viso interior. Novamente chamo a ateno que Meus discpulos aqui estavam para se submeterem a uma espcie de exame voluntrio, independentes de Minha Pessoa e sem nenhuma obrigao por parte do meio, para que as qualidades j alcanadas para o apostolado, dadas por Mim, se tornassem agora posse definitiva. Partindo desse ponto de vista devem ser considerados os fatos ocorridos em Ephrem. Aps Pedro se apresentar novamente no crculo dos irmos, dos quais cada um percorria o caminho individual de sua alma, razo porque seu retraimento nem fora percebido, pois vinha s refeies e se afastava calado, certa noite os apstolos permaneceram por mais tempo unidos, movidos pela pergunta de Jacob, porque a Santidade de Deus poderia sentirse ofendida pelos pecados dos homens, se muitas vezes eram o meio de
purificao, e Deus Mesmo permitia essa possibilidade de pecarem. Deveria haver outro sentido nessa afirmao do Templo, pois at Mesmo Eu muito tinha privado com pecadores, sem jamais sentir-Me ofendido pelo pior pecador. As opinies variavam muito, porque apresentavam Meus antigos Ensinos e cada qual se havia positivado em seu ponto de vista pelo qual considerava a Santidade de Deus. Joo, finalmente, declarou que a palavra Santidade deveria ser interpretada como o grande Amor renunciador de Deus, que alis poderia ser ofendido pela ao contrria ao amor. De igual modo, um bom pai se sentiria magoado atravs dos filhos egostas, conquanto no estivesse irado, mas procuraria meios suaves de externar esse desamor. Caso os recursos brandos no surtissem efeito, tomaria medidas mais severas, no movido pela ira, seno unicamente por amor e pela finalidade justa. Os discpulos concordam com essas palavras, s quais Pedro acrescenta que a Santidade de Deus no s aponta o imenso Amor, mas tambm a grande Sabedoria com que organizou a Criao, segundo sua utilidade perfeita. Evitar o distrbio dessa ordem que enfeixa a utilidade, o dever mais sublime do homem. Precisamente neste ponto, muito os homens pecaram, pois foram de encontro ordem, procurando destruir igualmente a utilidade das Leis da Natureza. Surgiu o Dilvio por terem sido perturbadas ordem e finalidade que as montanhas exercem como peso de bacias subterrneas, dinamitadas pelos hanochitas. Assim, o homem continua at agora a pecar contra a ordem, ofendendo a Santidade, pelo abuso do corpo entregando-se intemperana e impudiccia, e assim torna o fsico imprestvel quando deveria servir de pouso para uma alma sadia. Trata-se de um importante passo para o renascimento, descobrir-se a ordem pela qual deve-se viver, e foi a descoberta dele, Pedro, o quanto necessria a introspeco, meio nico para ser ensinado por Deus e conhecer a Verdade. Os outros perguntam se ele fizera isto, e Pedro afirma que assim agiu nesses dias com grande zelo e est convicto de ter encontrado o caminho para se tornar justo discpulo do Senhor e Mestre. Conquanto estivesse
convencido que os irmos aceitavam as ltimas Palavras do Senhor e procurariam alcanar a meta to prxima, ele se sente impelido a relatar suas observaes, porquanto poderiam ser teis para os outros, assim como eles poderiam acrescentar algo de proveitoso para Pedro.
55. CAMINHO PARA O APERFEIOAMENTO INTERNO

Novamente os irmos pedem a Pedro relatar seus pensamentos e experincias, e ele comea: Caros irmos, h quase trs anos somos constantes seguidores do Senhor, Que nos introduziu em todos os milagres de Seu Mundo, e na certa no h quem duvide de Sua Identidade. Ainda que munido do conhecimento dessa Verdade e da conscincia de estar na direta proximidade Daquele que nosso Criador, s vezes no conseguia vencer certas dvidas mui sutis que me sussurravam: Todo o teu conhecimento e empenho so inteis por jamais alcanares a pureza que justifique tua presena junto Daquele Que realmente sem mcula. A noo da pecaminosidade, que alis deve ser parte integrante de todos, fez-me verter muitas lgrimas amargas, e somente pela amvel persuaso do Senhor fui animado e encorajado a reiniciar a tarefa aparentemente to infrutfera. Consegui, ao menos, conservar a f firme que em nosso Senhor e Mestre reside o nico Exemplo para o aperfeioamento. Entretanto, no tive a felicidade de atingir o menor grau dessa perfeio. Tenho vontade e propsito firmes de no desistir da meta longnqua, muito embora ciente de minha indignidade. Reconheci que o zelo da pesquisa das Leis da Ordem de qualquer forma nos facilita ao menos para muitos purificarmos a alma de muitas mculas. A viso que for capaz de perceber as organizaes externas e cheias de Sabedoria que formam os meios educao, certamente penetrar em breve na finalidade intrnseca, e seu corao se encher de admirao e respeito que o faro passar ao amor para com a Entidade
Onipotente que estabeleceu, em Sua Ordem santificada, a mxima finalidade para salvao e progresso do Universo, que se concretiza na criao de seres capazes de colaborarem com o Esprito de Deus. Alm disto, tal conhecimento ser estmulo para se evitar tudo que seja contrrio conquista dessa meta suprema, e desse modo, a alma se esfora por viver com justia diante de Deus. Somente tolos e demnios, em figura de gente, conseguem opor-se mesma, em prejuzo de corpo e alma. Esse axioma de h muito me guiou. Mas apenas aqui cheguei a conhecer, de olhos abertos, atravs da prpria vontade e no pela viso aberta pelo Senhor, as Leis externas da Natureza que envolvem as mais sublimes Leis do Amor, e espero ter progredido em minha evoluo. Andreas pergunta como Pedro conseguiu tal viso. Ele prprio no liga muito para ela porque prefere a compreenso do Verbo viso interna. Todavia, deve cada um julgar por si, segundo suas convices, razo porque no pretende criticar o zelo de Pedro. Este opina no ser difcil iniciar-se esse caminho, bastam apenas f em Deus e fora de vontade para se penetrar o objeto que se deseja analisar. Durante a observao do objeto externo, apresenta-se a forma interna, e o esprito comea a explicar nitidamente as Leis surgidas pela observao. claro que durante a anlise das coisas, a alma no deve somente achar prazer por ter recebido essa faculdade externa, sem dar ouvidos voz do esprito. Ambas as capacidades tm que marchar em conjunto, evitando prejuzos para o corpo. Ele, Pedro, observou como se edificavam os vegetais, descobrindo que a substncia psquica da planta tanto uma entidade isolada e de capacidade evolutiva quanto o homem, apenas com maiores probabilidades. Se em outros tempos via, nos vegetais, simples produtos da terra assim como na criatura crescem cabelos no fsico agora sabia que toda erva representa uma totalidade isolada, se bem que imperfeita, e que constri o seu corpo conforme faz a alma perfeita do homem. Alis, j possua conhecimentos dados pelo Senhor, a respeito do surgir da alma humana atravs da matria, entretanto no tinha chegado viso minuciosa, manifestada a qualquer tempo, de sorte que muita coisa anterior-
mente apenas sentida, agora se tornara verdadeiramente palpvel. O assunto desperta muitas perguntas, mormente por parte dos discpulos que no pertenciam ao grupo dos apstolos, desejando detalhes desnecessrios a serem repetidos. digno de meno se as partculas imperfeitas da alma vistas por muitos durante a viso espiritual, eram conscientes, e se nas esferas mais nfimas dos corpos orgnicos havia igualmente capacidade sensitiva, havendo determinada finalidade para tanto.
56. A FORA DOS SENTIDOS

Neste assunto, Pedro d a seguinte explicao, tirada da prpria anlise: Primeiro, percebeu que a forma da alma est sendo edificada para fins de progresso, e no apenas para obter moradia cmoda. como se um corredor tivesse determinado limite, tudo fazendo para alcan-lo, considerando sempre a fora disponvel em etapas, para o xito. A alma fixa o intento de atingir certa emancipao, possvel por meio da forma. Por isto esta aceita segundo a finalidade e escolhida pela tonalidade caracterstica. Da se conclui existir, mesmo em esferas nfimas, a conscincia, se bem que diminuta, pois sem ela no haveria possibilidade de evoluo espiritual. Em tais esferas no pode haver capacidade de sensao fsica, pois esta conseqncia da vida psquica mais desenvolvida e comea no limite dos seres, que apresentam circulao de humores. Diz ele: Vegetais tm, por exemplo, capacidade de sentidos, ainda que de grau mais nfimo. As primitivas esferas da fauna, possuem bastante elevado. A circulao de humores a tendncia de vivificar o organismo, partindo de um ponto central e desenvolv-lo para a conscincia, porquanto essa concentrao necessita de um centro vital que, no homem, encontra-se no corao. Os vegetais no possuem corao, no entanto tm no cerne, um princpio de vida que se manifesta pelo empenho de nutrir e conservar as plantas, atravs de circulao apropriada de humores, em um sistema de tubos finssimos que entra em funo na
primavera e no outono. Tal circulao necessita de um incentivo em forma de nervos que nos vegetais so um tanto grosseiros, adelgaando-se nos irracionais. Os nervos tm em comum o fato de serem transmissores de estmulos externos e internos, protegendo-se contra excitantes nocivos, por meio de rgos apropriados e entregando-se aos efeitos propcios. A flor abre e fecha a corola, e o animal foge ou se expe influncia agradvel ou desagradvel. Segundo me parece, a totalidade da Criao recebe capacidade de sentir apenas quando a atividade psquica progrediu a ponto de levar conscincia o desejo para o progresso. Esse desejo o amor estimulante, dado pelo Senhor como recurso suavemente incentivador, a todos os seres, pelo qual atingida a finalidade da transformao do Universo, sem coao, mas pela livre e independente deciso em querer palmilhar as trilhas do aperfeioamento. Tal incentivador o Esprito de Deus, que somente no homem se torna vivo, aceita a forma e aps se apresenta perante Deus, como vencedor que rompeu a forma, absorvendo-a de certo modo.
57. O SENHOR E O HABITANTE DE EPHREM

Aps os apstolos se terem declarado conformes com as dissertaes de Pedro, acrescentando algo de suas opinies, Joo tomou da palavra explicando que Meu Amor cuidadoso sempre considerava que o destino final do homem fosse atingido com a mxima segurana, pois esse destino final prescrevia os caminhos evolutivos. Mas como cada criatura de ndole diferente, a alma individual era guiada de modo diverso, razo por que s se podia fixar uma lei geral, e no isoladamente. Somente Deus conhece o destino final pois a prpria criatura o desconhece e ningum poderia estar informado a que misso fora destinado por Deus. Por isto, caros irmos, prossegue Joo, empenhai-vos, antes do conhecimento, primeiro do justo amor e humildade, para que o Senhor
vos possa conduzir livremente. Procurai apenas o Amor Dele, atingindo desse modo o maior conhecimento, quer dizer: acomodar-vos no Corao de Deus, onde tudo podereis vislumbrar, no por vs mesmos, seno pelo Amor do Pai que far cair as vendas de vossos olhos. Enquanto os apstolos palestram sobre assunto to interessante, ouvese um rudo em uma das janelas da sala, como se algum tentasse evitar uma queda. Rpido, eles acorrem, e encontram um homem agarrado ao parapeito. Evidentemente havia escutado as palestras, perdera o equilbrio e agora est prestes a levar uma queda desastrosa. Puxando-o para cima, os discpulos perguntam se ele se machucara e como conseguira subir a janela to alta. Percebendo as feies amveis, o homem que dava impresso de criminoso pegado em flagrante, responde: Vejo que andava enganado a vosso respeito e peo perdo pelo que fiz. Permit que relate o motivo que me trouxe e quase me acidentou. Sou morador de Ephrem e h tempos venho observando vossa permanncia aqui e comecei a imaginar quais vossos planos nessa runa. Parentes e amigos me disseram que sois essnios a praticarem suas magias. Planejavam uma conspirao contra Roma, no que esse local era propcio. Outros opinavam serdes realmente feiticeiros, capazes de coisas extraordinrias, haja visto o rpido conserto do burgo. Todavia, no davam impresso de conspiradores. Ri-me da idia da magia, porquanto no dou valor a tais coisas, sabendo que na Terra tudo acontece de modo natural. No entanto, tomei a deciso de descobrir quem sois. Por vrias vezes rodeei noite, essa casa, a fim de aguardar uma ocasio propcia, mas sempre me reteve certo receio. Hoje, a curiosidade se tornou imperiosa, e tomei as medidas para tal fim. Diante daquela janela existe uma rvore cujos galhos so fortes. Apanhei algumas varas resistentes, deitei-as sobre os galhos at atingirem o parapeito, e por essa ponte aproximei-me, podendo escutar vossa conversa. O interesse pelo assunto impediu que me descobrsseis, e eu to comovido fiquei, a ponto de esquecer minha situao de intruso querendo pular para dentro da sala. Desconsiderei onde me encontrava e sem
querer bati nas varas que caram l em baixo. A inteno de evitar o barulho quase me atira ao solo, caso no me tivsseis acudido. Peo perdoar-me, pois no sou ladro, nem criminoso, o que podeis acreditar, porquanto seria difcil enganar-vos. Diz Pedro: Amigo, que teramos ns a perdoar, sabendo no ter sido a curiosidade, mas o teu prprio esprito que te trouxe aqui? Longe de ns querermos atribuir-te inteno criminosa. Senta-te e vamos palestrar como homens honestos e sinceros. Caso desejes informaes, estamos prontos para responder. Perdendo todo receio, o morador de Ephrem faz as seguintes indagaes: Nossa procedncia, inteno, o motivo de termos escolhido essa runa para estada e questes pessoais dos discpulos, sendo tudo esclarecido abertamente. Aps informado serem eles adeptos do conhecido nazareno, ele insiste por conhecer-Me. Pedro acalma sua maneira algo intempestiva e aconselha pacincia, pois ele e os demais ignoravam se tal era de Minha Vontade. Ele responde resoluto: Amigos, sempre foi meu hbito procurar a fonte, e no pesquisar os pequenos riachos quando valia penetrar no assunto. Pressinto ocultardes algo especial, e de h muito do meu desejo conhecer o Salvador e ouvir Dele Mesmo, as palavras que eu alcanaria por rodeios. Acaso incompreensvel eu querer aproximar-me Dele o mais depressa possvel, mormente o meu corao estando to saudoso? Podereis afastar a criana que desejasse abraar-vos? Sei atravs da Escritura e por outros fatos que ora sucederam, Quem Jesus de Nazareth. Alis foi a intuio de poder aqui saber algo de Sua Pessoa, que me trouxe, e no a curiosidade, conforme julgastes acertadamente. Se realmente aqui habita o Rei de Zion, do Qual predisseram David e todos os profetas, no Se opor que uma criatura simples, a oferecerLhe um corao cheio de amor, venha a bater Sua Porta. Creio eu conhecer o Esprito Supremo que tomou morada naquele Corpo, e estou certo que Ele sabe o que acontece neste momento. Est minha espera para receber meu sacrifcio de amor. Retruca Pedro, algo admirado: Falas uma linguagem estranha, ao
menos para ns. Nunca ouvimos algum se pronunciar dessa forma, a respeito do Senhor, sem conhec-Lo. Como sabes Quem Ele ? Responde o outro: Isto claro quando se tem olhos e ouvidos, e tais sentidos esto em timo estado, inclusive o meu raciocnio e tambm o corao, que fala muito mais ntido que a razo. Por isto, mantive alerta todos os meus sentidos e descobri o que outros no atinaram, por meio de provas irrefutveis. Porventura preciso ver para crer? Seria necessrio ter-se visto os pases estrangeiros para se acreditar que existem? Certo que no. O que ouvi foi o suficiente, aps ter analisado, para crer e saber Quem Se oculta em vosso Mestre, e estou certo de minha intuio. Neste momento entro na sala e lhe digo: Felizes os que crem sem ver. S bem-vindo, como ltimo dos que apenas pela palavra chegam a Mim, e fica em Minha Companhia, a fim de que tua f seja coroada. Chamas-te Ephraim, e sers uma coluna e um bom esteio na construo de Meu Reino. Vs, outros, aprendei o que quer dizer viver-se segundo o corao e seguir-se unicamente a vontade e os sentidos dele. Ephraim se atira em Meus Braos, inteiramente subjugado pela emoo, e ento se segue uma daquelas cenas muitas vezes descritas e condicionadas pelo amor de um filho, que descobre o seu Pai e O abraa numa felicidade sem par. Passada essa cena e aps Eu ter fortificado Ephraim, declaro aos discpulos ter sido conquistado o ltimo dos que encarnaram como testemunhas de Minha Carreira terrestre, a fim de servir como esteio de Meu Reino. Deste modo preencheu-se o nmero dos chamados a se tornarem doutrinadores para a Minha Escola espiritual, para cujo fim o Filho do homem apareceu, selando o Seu exemplo, Pessoalmente. Novamente, os discpulos so advertidos a se manterem firmes no que viram e ouviram, e aproveitar o curto lapso no sentido de fortificarem-se para o futuro, vencedores de si mesmos e perante outrem.
58. DESPEDIDA DE EPHREM

Externamente, nada de importante sucedeu a partir da. Vivamos calmos e tranqilos. A poca do frio se iniciara, fazendo-se sentir fortemente nas zonas montanhosas, de sorte que os apstolos se juntavam mais a mido dentro de casa, trocando idias. Todos se empenhavam em desenvolver o esprito, razo por que voltavam baila Minha Pessoa e os Ensinamentos. Havia um ponto que chamava a ateno de todos: O inverno demonstrava temperatura excepcionalmente baixa para a Palestina, dando motivo para procurarem a razo do fenmeno. Eis que percebem, em estado visionrio, que o campo estava coberto de primitivos espritos de paz, muitas vezes mencionados, com obrigao de manter ordem em todas as circunstncias terrenas. Esforavam-se justamente a prender e pacificar todas as partculas psquicas de reao, que procuravam subir tona. Havia grande luta em a Natureza que se fazia sentir pelo intenso frio. Perguntavam-Me pela razo dessa luta, e Eu explico estar em estreita conexo com o trmino de Minha Misso. Por ora os elementos de raiva, estimulados pela reao do filho perdido, estavam sendo dominados, a fim de que a obra no fosse perturbada, e o povo se perdesse, em virtude da aceitao daqueles elementos e conseqente endurecimento das almas. Antes de a medida se completar, a Misericrdia procuraria evitar que algum se perdesse por culpa prpria. Se a ltima e incisiva advertncia fosse desconsiderada, apresentar-se-ia a lei, e as conseqncias dos pecados se fariam sentir terrivelmente. Eis o caso dos judeus. Porventura no modificando sua ndole, tampouco protegendo sua alma contra a aceitao dos elementos de raiva, evitando os caminhos at ento seguidos, no mais seriam retidos, e irromperia a desgraa sobre pas e povo. Depois de passados quase trs meses em Ephrem, certo dia apareceu um empregado de Lzaro desejando falar-Me. Fao-o entrar, e ele diz: Senhor e Mestre, Lzaro Te pede auxlio e socorro. Os sacerdotes do
Templo esto mais revoltados do que nunca, em virtude da ressurreio dele. Ameaam-no com a maldio, caso ele no confesse no ter morrido, pois jamais um morto voltou vida. Ser obrigado a tomar a gua maldita, para provar que Deus est com ele. Lzaro conhece o ardil, pois no ltimo caso lhe daro uma gua especial que o far morrer pela segunda vez. Todavia no est certo se ele, confiando em Ti, se deve apresentar no Templo, ou apostatar uma vez para sempre. Respondo: Dize ao Meu querido Lzaro, dever ele procurar Deus onde cr encontr-Lo. Se estiver certo que Deus habita no Templo, deve fazer o que exige. Sabendo Jehovah no estar l, por que pergunta? Prefiro os filhos que se unem ao Pai, no corao, para l escutar o que Ele aconselha. Transmite isso a teu amo. O empregado, um dos mais fiis de Lzaro, o informa do Meu Recado, e ele no hesita em renunciar ao Templo, ameaando os importunos de ele se tornar cidado romano, caso insistissem em apoquent-lo. O sacerdcio deixou-o em paz porquanto a execuo da ameaa faria perder a posse dos bens dele, enquanto esperava atingir sua meta por vias ilcitas. Entrementes, a poca do frio estava passando, fazendo-se sentir os preparos para a festa da Pscoa, em que muitos judeus deixavam suas casas bem organizadas, a fim de evitarem qualquer contratempo durante sua ausncia. Assim, tambm em Ephrem os moradores se aprontavam para passar algum tempo em Jerusalm. Com isso, aproximou-se o momento em que o Meu Corpo deveria ser sacrificado, e a alma foi invadida de tristeza pelo prenncio dos grandes sofrimentos que Me esperavam. Ao mesmo tempo ela se sentia compenetrada da conscincia da grande tarefa a ser realizada, submetendo-se Vontade do Pai. Os apstolos percebiam a luta e Me perguntavam, preocupados, o que sucedia. Eu no admitia tais observaes, dizendo que em breve tudo seria esclarecido. Poucos dias nos restavam passar em Ephrem, por isto reuni os discpulos, mandando que se preparassem para a partida, pois iramos visitar Lzaro. Pedro novamente Me adverte dos templrios, e Eu lhe respondo: Chegou o tempo em que o Filho do homem ser classificado de fraco, e
seus inimigos conseguiro venc-Lo, para julgamento deles; mas para salvao do mundo. Profundamente assustado, Pedro transmite Minhas Palavras aos demais irmos, igualmente preocupados por Minha Causa. Desde aquela hora, ele levava uma espada consigo, pronto para deixar sua vida para Mim, caso os esbirros viessem prender-Me. Chegara o dia da despedida. Entreguei ao delegado da cidade, nosso burgo com tudo que a deixvamos, abenoei-o e por ele, a comunidade, chamei os discpulos, e rpido descemos para a estrada que leva a Jerusalm, pois pretendamos chegar casa de Lzaro, no mesmo dia, a fim de nos hospedarmos pela ltima vez, antes de ser concluda Minha Misso terrena.
59. PERMISSO DA GUERRA

Aps vrias horas de marcha havamos alcanado a estrada que leva de Jerich a Jerusalm, onde tivemos ocasio de descansar um pouco porque uma tropa de soldados romanos ocupava a estrada. Acampamos um pouco mais distante, para deix-los passar e em seguida chegarmos a Bethnia. Ao observarem os discpulos aqueles homens fortes e queimados de sol pertenciam a tropas de escol acampada em Jerich durante o inverno Jacob perguntou se realmente sentiriam prazer no militarismo, pelo fato de o prprio esprito no se manifestar a fim de esclarecer que a guerra representava dio e libertao de todos os vcios. Finalmente, apresentou a pergunta do porqu das guerras, pelas quais tantas vidas eram aniquiladas, as almas se embruteciam e muitas vezes se corrompiam completamente. Todos Me fitam com curiosidade, por nunca ter sido feita tal indagao. Convido-os a aproximarem-se de Mim, evitando Eu falar muito alto e despertar a ateno das tropas em marcha, e digo: preciso que julgueis na observao de todas as coisas, pelo sentido intrnseco e no pelas aparncias. Ocorrncias materiais e espirituais podem estar em ple-
no contraste, por serem muitas vezes expresses polarizadas, at mesmo tm que s-lo, no obstante uma no podendo subsistir sem outra. Quando tais contrastes se apresentam com evidncia, julgais descobrir contra-sensos inexplicveis que todavia no o so, para os olhos do esprito. Em que situao, por exemplo, encontra-se o soldado romano, cuja profisso o crime permitido, com referncia sua posio externa, que de modo algum corresponde Minha Doutrina de Paz, no tocante ao homem interno que veio de Deus e deve voltar para Ele? Certamente indagais como possvel Eu permitir que uma alma, dotada da centelha divina, venha a se emaranhar em tais abusos? Parece-vos difcil encontrar uma explicao. Se aponto a livre vontade da criatura pela qual pode procurar a profisso que quiser, objetareis: Teria sido preciso que desses aos homens liberdade tal, que fosse aproveitada para crimes e mortes, e no seria melhor limitar essa liberdade, ao menos, no sentido de no se provocar sofrimento e misria? Porventura pode a Divindade, o Amor Verdadeiro, assistir com calma s desgraas e sofrimentos praticados pelos homens, sem impor uma barreira? Deve ser uma Entidade sem sentimentos, quando pode observar como Suas criaturas se digladiam. Qualquer homem, caso possusse o poder para tanto, seria forado, pela piedade, a sustar as contendas com rigor fervoroso. Por que no o faz a Divindade que dispe de todas as foras? Deste modo perguntam muitas almas vacilantes, conquanto tivessem recebido muita Luz dos Meus Cus. Duvidam do verdadeiro Amor, e at mesmo da Existncia do Deus de Amor, perdem-se em abismos de dvidas e finalmente renunciam verdadeira f. Desejo dar-vos um esclarecimento que ilumine todas essas questes. Primeiro, preciso considerar a posio de homem para homem, para com Deus, quer dizer, qual sua opinio com relao matria e ao impondervel. claro que o homem simples, psiquicamente no desenvolvido, levando seus pensamentos somente ao exterior, s pode julgar pelo que v e ouve. apenas atrado pelo exterior dos fenmenos pelo qual julgar e far suas dedues e, atravs das experincias, saber aproveitar seu meio de vida. Somente aps chegar a dominar o exterior das
coisas, o intelecto o animar a perguntar pelo porqu, querendo examinlo. A evoluo no mundo material sempre a mesma: primeiro estudase o invlucro para em seguida descobrir-se o sentido espiritual, com muita dificuldade. Sabeis que a evoluo de flora e fauna se baseia no extermnio da forma externa, sem prejuzo do princpio vital nela existente, que almeja o aperfeioamento. Esse exemplo externo da Natureza no passa despercebido ao homem no evoludo, pois vive dentro dele como fora psquica a ser vencida, porque sua vida terrena inclui esse sentido de destruio. Ele imita o exemplo, medida que se outorga o direito do mais forte e o pratica, enquanto se encontra no estado que impede a evoluo da alma. Somente quando surgem perodos nos quais a evoluo psquica toma a dianteira, onde de certo modo a observao puramente material considerada ponto de vista vencido, tal dureza da alma no pode mais surgir, e a fora do mais forte desaparecer por completo. Entra em vigor o direito do esprito iluminado do homem, fora muito mais poderosa que a anterior fora fsica. Todos aqueles soldados se encontram na esfera da pura observao da Natureza que lhes ensina o direito do mais forte. Ainda no se preocupam de evoluo psquica, por isto imitam a luta da Natureza e por ora no sentem vazio dentro de si. Podem ser at mesmo homens bondosos, enquanto no surgir um inimigo militar estrangeiro, que enfrentaro com toda violncia to logo a ordem os chame para a luta. Essa educao preciso ser mantida, porque a descoberta da semente interna se torna possvel apenas pela penetrao dos invlucros externos e duros, enquanto o esprito s pode ser despertado pela experincia. A experincia ensina mais do que centenas de regras decoradas. A Terra uma escola na qual os espritos devem ser instrudos atravs das experincias. Por isto -lhes dada a maior oportunidade de colher experincias, a fim de que o esprito amadurea rapidamente. A maneira pela qual a soma de experincias pesadas, amargas e desagradveis, comparveis a uma torrente, pode ser amainada para um rio calmo e suave, ensinada pela Minha Doutrina, e Minha Vida e ser para sempre um
Exemplo do aproveitamento de todas as experincias, para unir o esprito a Deus. Se desconsiderardes vossas experincias, jamais vos tornareis sbios construtores no Reino de Deus. Meu Sistema se prende ao caminho prtico na educao do homem. Minha Voz s pode ser ouvida na alma da criatura, quando se tiver tornado introspectiva e renunciado matria. A humanidade querendo passar por lutas e guerras nas quais s trata de positivar uma situao poderosa entre dois estados, a experincia ensinar quo reduzidas so as possibilidades de felicidade, satisfao e evoluo espiritual quando gritos de guerra assustam os pases e sufocam as alegrias da vida. Em pocas vindouras, a guerra ser considerada um absurdo, um estado deprimente e indigno dos homens, enquanto agora ainda se espera conquistar honra e glrias. Assim a guerra desaparecer inteiramente. Aps a desistncia de lutas externas, o Gnero Humano se voltar s internas, podendo cada indivduo conquistar maior glria diante de Mim, pela vitria do inimigo interno, do que o mais clebre conquistador diante de seu soberano. Para tal conhecimento, indispensvel se torna a experincia cujo caminho leva por muitos enganos e fadigas. Essa escola a nica que permite o livre desabrochar da alma. O fato de Deus poder assistir aos abusos, se justifica pela meta que supera tudo. Os meios que ajudam a atingila, so mui sbios e contm o efeito mais seguro. O genitor que possusse um filho mal-educado e pouco inclinado obedincia, dar-lhe-ia oportunidade de passar por experincias amargas, mas ao mesmo tempo procuraria amenizar os efeitos prejudiciais. Deus sempre procura os meios suaves. Se no surtirem efeito, usar mais drsticos para manter a Humanidade na trilha que leva ao destino da paz e da pura bem-aventurana. O homem no querendo caminhar por essa trilha, desconsiderando tudo que lhe fora dado nesse mtodo educacional, tal menosprezo o levar desgraa. Desafia todos os empecilhos, de sorte a poder perder a vida pela desconsiderao das regras de prudncia que se apresentam por si s
ao homem mais precavido. Como se pode responsabilizar a Divindade pelo que o homem provocou de prpria iniciativa? Ela no cruel, nem inclinada a sentir prazer no sofrimento de Suas criaturas, mas simplesmente obrigada a reter o Seu Amor e fazer agir a Sabedoria, em virtude da finalidade a ser obtida. Eis mais uma explicao, em assunto to vrias vezes ventilado. Observai os fatos externos partindo da relao interna, para evitardes aparentes dvidas e contra-sensos.
60. BARRABS, O SALTEADOR

Enquanto os apstolos continuam em palestra, vimos uma tropa de soldados conduzindo vrias pessoas, talvez prisioneiras. Haviam agido contra as leis de Roma, e estavam sendo levadas para Jerusalm, a fim de serem julgadas por Pilatus. Um dos homens estava fortemente algemado entre dois soldados armados de espada, prontos a liquid-lo na menor tentativa de fuga. Philippus Me pergunta de quem se trata e qual seu crime. Respondo: Este tanto um instrumento de Deus como vs, conquanto no tivesse posto suas capacidades a servio do Pai. Servir para glorificar o Filho, assim como vs fostes chamados a disseminar Sua Obra. Os outros discpulos, admirados, indagam como interpret-lo, e Eu corto o assunto porque os fatos, em breve, dariam resposta. O prisioneiro to rigorosamente vigiado era chefe de salteadores do deserto, insubmissos s leis de Roma, e que possuam tantos esconderijos nas montanhas a ponto de a Justia no os poder prender. De modo semelhante ainda hoje existem tribos na Palestina, ao Sul e a Leste do Jordo, que levam vida independente e desafiam a soberania da Turquia. Esse homem se chama Barrabs, sumamente destemido, e oferecera vrios combates s tropas incumbidas de aprision-lo. Gozava de certo prestgio entre o povo, devido sua intrepidez que sempre o protegeu em todos os perigos, de sorte a se ter formado uma lenda em volta de sua pessoa, comum em caracteres semelhantes.
No obstante seus assaltos, jamais prejudicava um homem simples, pelo contrrio procurava proteg-lo medida de seu poder. Era declarado inimigo dos ricos, mormente dos romanos que queriam domin-lo, e deste modo era altamente considerado entre os judeus que igualmente odiavam os romanos. O prprio Templo lhe dava proteo, na esperana de conseguir certa influncia sobre os povos rabes por intermdio de Barrabs. Tornando-se por demais atrevido e atacando uma corte romana a caminho de Petra, com dinheiro e tesouros destinados ao pr-consul, o capito de Petra deitou-lhe uma emboscada, aprisionando-o aps violenta reao. Durante a luta, Barrabs matou o filho do governador de Petra, sendo declarado responsvel pela revoluo e crime de morte, merecendo ser julgado por Pontius Pilatus. Em Jerusalm foi ele primeiro levado pretria e, aps ter sido feita a acusao pelo interrogatrio das testemunhas, seria entregue ao tribunal romano. Antes de isto suceder, Pontius Pilatus, como chefe supremo da Judia, tinha plenos poderes sobre o criminoso, sendo apenas responsvel perante o Imperador.
61. PLANO DE JUDAS

Entrementes, os romanos haviam passado com os prisioneiros, e tambm ns podamos seguir nossa marcha. Dentro em pouco aproximamo-nos de Bethnia onde vivia Lzaro, que, movido de grande saudade, subia diariamente ao ponto predileto para esperar-Me. Quando nos avista ao longe, d rapidamente ordens aos empregados que deviam anunciar Minha Chegada, enquanto ele nos encontra na estrada. Dispensa especial meno sua alegria, aps separao to prolongada, podendo ele novamente receber-nos em sua casa. Seguiram-se dias importantes, prprios a convencer Lzaro e tambm os apstolos qual Minha Finalidade com o Gnero Humano, razo por que muito lhes foi revelado, o que por ora no convm ser transmi-
tido ao mundo. Isto ser feito posteriormente. Geralmente nos juntamos noite no grande salo da hospedaria no Monte das Oliveiras, onde muitos se aglomeravam querendo ver e ouvirMe. Nem bem correu a notcia de Eu Me apresentar em pblico, inclusive Lzaro que desde a ressurreio vivia retrado levando vida introspectiva, razo por que conseguiu conhecer-Me melhor e no mais sentia dvidas acerca de Minha Doutrina e Pessoa, deu-se grande aglomerao de judeus de Jerusalm e de outros pases que vinham metrpole para assistir aos festejos. Mormente os forasteiros nos procuravam, movidos pela curiosidade, mas s vezes tambm por motivos sinceros. Todos os judeus, de boa ndole, se encontravam naquela poca perto de Mim, a fim de serem as almas iluminadas, de sorte que os discpulos estavam muito atarefados em confortar os psiquicamente sedentos. Isto no se refere somente aos judeus, pois gregos, romanos e outras nacionalidades, ainda no orientados a Meu respeito, chegavam e eram esclarecidos. Assim, os dias antes de Minha execuo representaram farta pescaria com aqueles que era possvel converter. Este fato preciso ser conhecido para o entendimento do que se segue. Na primeira noite havamo-nos retirado na sala que servia de reunio, quando sbito Judas Iscariotes entra pela porta e nos cumprimenta. Os apstolos j nem contavam mais com sua presena e torciam o nariz ao deparar com ele. Com polidez ele pergunta se permito ele participar de nossa companhia, ao que respondo que podia agir como quisesse. Comeou ento a relatar muita coisa de Jerich e de seus feitos em Meu favor, esperando conquistar o Meu Contentamento. Com cores vivas descreve a misria naquela cidade e a caminho para Bethnia, e como o povo estava sendo oprimido pelo jugo romano. Sua verbosidade tamanha, que todos o ouvem com admirao, porquanto ainda no haviam sentido o poder real de sua oratria. Finalmente, ele diz: Senhor, tivesse eu uma dcima parte de Tua Onipotncia, terminaria em breve a violncia dos grandes, para libertar o povo que, aprisionado, clama por Jehovah, podendo ento louvar e cantar, feliz, o Nome de Deus, o Senhor! Por quanto tempo pretendes hesi-
tar e no dar ouvidos queles rogos? Ele, o Rei, para o Qual Israel se aprontou em receb-Lo, j chegou, mas no Se apresenta! Oculta-Se o Messias to intensamente esperado, o Filho de David, o Homem com o Poder de Deus dentro de Si. Hesita desenvolver esse grande Poder em benefcio do Seu povo, enquanto Israel continua a se lastimar em virtude de sua queda profunda. Senhor, tem Misericrdia para com os pobres e oprimidos. Leva-os felicidade, pois Zion aguarda o seu Rei. Aps essas palavras que revelavam a esperana de Judas por um Messias, libertador do mundo que sempre expliquei de modo diverso, fez-se profundo silncio. Ento respondi: Porventura no chamei os pobres, a toda hora? No foram os tristes consolados por Mim, os enfermos, curados, e os pobres, enriquecidos medida de suas necessidades? Quem est hesitando? Eu no, o mundo hesita porque no quer chegar-se salvao. Dentro em breve, o Filho do homem atingir o cume do Poder, a fim de que fique evidente que Ele pode alcanar o que o mundo almeja e deseja. Isto no se dar para a salvao do mundo, mas em benefcio dos Meus Cus. Satisfaze-te com o que viste e o que dentro em breve irs assistir. Judas se cala alegre. Julga terem suas palavras dado o incentivo para Eu tomar uma atitude resoluta em libertar o povo do jugo romano, sabendo Eu ter Poder para tanto. Tais noes que Judas sabia no estarem em concordncia com Minhas Palavras, ele adquiriu em Jerich, onde procurou pr em prtica os seus talentos e fazendo-se igualmente divulgador de Mim e Minha Misso. Deste modo conseguiu certo conceito entre o povo, mormente por ter podido efetuar algumas curas, em Meu Nome. Herodes, que passava o inverno naquela cidade, foi informado disto. Ansioso de h muito de entrar em contato com o taumaturgo, como Me chamava, mandou procurar Judas. Desembaraado como era, este aproveitou a oportunidade para se apresentar como aluno do Nazareno, despertando algum respeito perante o rei porque as palavras dele eram sustentadas pela boa memria do apstolo, que repetia at mesmo frases
inteiras usadas por Mim. O rei no deixou de perceber que nos comentrios e boatos a Meu respeito havia maior fundamento do que ele pensava, e teve a idia de tal homem milagroso lhe poder ser til contra os romanos. Herodes e Pilatus eram inimigos, pois se viam reciprocamente oprimidos. O despotismo de Herodes era sempre contido por Pontius Pilatus, motivo por que o primeiro se enfurecia, em virtude do desejo de independncia sobre a Judia e a Sria. Um poder sobrenatural, no sujeito a Roma, seria muito do agrado dele. Esta foi a razo pela qual igualmente no era inimigo de Joo que, a seu ver, era profeta, e dificilmente teria mandado mat-lo, caso no tivesse sido levado para tanto atravs da astcia. Em Jerich, Judas teve oportunidade de sobra para se informar a respeito dos atritos entre Herodes e os romanos, e logo percebeu qual o interesse do rei. Julgou servir Minha Causa, caso Me preparasse os caminhos necessrios ao poder, e no se continha de relatar de Minha excepcional Fora de Vontade, Qual tudo na Terra estava sujeito. Especialmente brilhava na descrio do aniquilamento dos guerreiros cruis que fiz estraalhar pelas feras, como prova de ser Eu capaz de enfrentar as armas de Roma, com seres invencveis. Judas que, tanto quanto o povo judaico, almejava o Messias libertador com funo externa e Me julgando o mais apropriado para tal, positivou-se nessas reunies no conceito falso, sentindo o impulso de colaborar por este lado na coroao de Minha Obra. Assim recebeu de Herodes a misso de convencer-Me a procur-lo, pois no ousava expressar ordem direta por medo de Meu Poder. A transferncia para Jerusalm para os festejos, foi combinada como momento mais propcio, de sorte que Judas se apresenta entre ns como emissrio de Herodes, a fim de Me convencer para os planos do rei, tornando-Me simpatizante do Templo. Subentende-se estar Eu bem informado a respeito, dispensando entrar em conversa com Judas. Ele supunha Eu ser incapaz de ler pensamentos mais ocultos, pois conquanto tivesse boa noo espiritual, era materialista e no podia penetrar to fundo na Individualidade e Com-
preenso de Minha Pessoa, vendo apenas um homem talentoso e dotado de faculdades excepcionais. A seu ver, e realmente tivera provas suficientes para tanto, no havia quem se Me opusesse. Duvidava conhecer Eu os traos mais sutis do corao humano. No Meu trato para com ele, fui sempre amvel e carinhoso, todavia mais retrado do que com os demais, de sorte a no compreender a Linguagem do Meu Esprito que s pode ser entendida pelo amor da criatura, e que ele no Me ofertava. Por isto esforou-se, mais tarde, por esclarecer-Me a respeito da necessidade de Libertao externa do povo, propondo ajuda por parte de Herodes. Eu proibia tais aluses com rigor, a ponto de ele se tornar cada vez mais taciturno. Essa observao necessria para se entender o que se passava em sua alma.
62. JESUS UNGIDO POR MARIA

Enquanto quedamos silenciosos, aps o discurso de Judas, cada um entretido com seus pensamentos, abre-se a porta para dar passagem a Maria, irm de Lzaro. De olhos fixos em Mim e sem se preocupar com os presentes, ela se ajoelha e cobre Meus Ps de beijos. Tomando um arrtel de ungento de nardo precioso, unge os Meus Ps e os enxuga com seus cabelos longos. Isto faz, chorando copiosamente e pedindo Eu permitir a uno. Somente pessoas bem situadas podiam se dar a esse luxo. Assim como a repetida lavagem dos ps era necessidade premente naquele tempo em que o calado era rejeitado pela maior parte dos pobres, tambm era preciso untar seguidamente os ps para conservar macia a sola dos mesmos. O ungento de nardo possui qualidades especialmente vivificadoras, de aroma agradvel e de efeito refrescante, e em virtude disto era muito caro a ponto de ser tal uno, luxo extraordinrio permitido apenas aos ricos. A casa encheu-se da fragrncia, de sorte que Judas, sempre tentado
pelo dinheiro, no pode fugir da observao: No teria sido melhor vender-se o ungento e aproveitar-se a soma em benefcio dos pobres? Para que o Senhor precisa de tal leo, quando Nele habita o Poder de Se refrescar a qualquer hora? O motivo dessa observao foi sua avareza, porque a fortuna de Lzaro sempre o aborrecia, razo por que Judas no deixava passar a oportunidade de apontar que os ricos eram devassos, enquanto israelitas honestos passavam misria. Apontando para Maria, ainda de joelhos, digo: Ela fez isso por amor, e para Mim se torna agradvel todo sacrifcio que parte de um corao amoroso. Sua ao no fortaleceu propriamente o Meu Corpo, seno a Minha Alma. Onde se oferta tanto amor, Eu o retribuirei Humanidade. Ela tem o privilgio de Me proporcionar a necessria Fora para o dia de Meu Sepultamento, necessrio para que a Alma possa vencer a pior prova. Por tal motivo, sua ao de amor jamais deve ser esquecida quando fordes pregar o Meu Evangelho. Deixai-a em paz. Erguendo-a, que ainda chorava aos Meus Ps, Eu a abeno dizendo: Maria, o Meu Pai te perdoou os pecados. O que fizeste a Mim, o Filho, ser por Mim testemunhado perante Ele, e tu recebers em Sua Casa, um prmio sem fim. Agora senta-te junto de ns e te conforta. Quem Me deu fora pelo seu amor, no se deve afastar do Meu lado. Essa ao, semelhante de Maria Magdalena, deu motivo para enganos. Foi Maria, irm de Lzaro que Me amava com sentimento puro, seu Senhor e Mestre, no havendo atrao fsica. Por isto sua atitude de importncia diversa de Maria Magdalena. Em seguida viro-Me para os apstolos e digo: Quem verdadeiramente rico no corao, pode dar de seu tesouro sem se tornar pobre. Quanto mais der, tanto mais rico se tornar. Mas quem for pobre dentro de si, perder o pouco por culpa prpria. Pobres de fsico e alma sempre vos rodeiam, e deveis favorec-los de vosso suprfluo. A Mim no tereis para sempre, no podendo em breve suprir-Me de qualquer coisa. Assim falo, a fim de prepar-los para a Minha Despedida, cujo momento prximo no lhes era visvel na alma.
63. PREPAROS DE JUDAS

Nisto, Pedro pergunta se tenho a inteno de descer cidade, amanh, para pregar no Templo. Quando respondo afirmativamente, ele Me desaconselha com insistncia, pois havia visto no albergue vrios templrios que Me fitavam com dio e certamente tramavam alguma traio contra Mim. Retruco: Preciso ir por causa do povo, e no h quem Me deter. Vim expressamente para libert-lo. Ouvindo isto, Judas se levanta secretamente e se afasta sem que algum o perceba. Aproximando-se do povo, aglomerado dentro e fora do albergue, ele relata que Eu viria cidade, e que todos se incumbissem de divulgar que o Salvador de Nazareth assistiria aos festejos. Entre os forasteiros muitos haviam encetado a viagem na convico de Me verem. Correndo a notcia de Eu estacionar sempre em casa de Lzaro, haviam mandado alguns mensageiros saber se realmente Eu l estava e qual Minha Inteno. Orientados pela traio de Judas, dentro em pouco divulgaram o Meu Plano. Ele mesmo se dirigiu para Jerusalm aos vrios albergues e procurava mover forasteiros e radicados, a irem a Meu encontro no dia seguinte. O nmero de Meus adeptos era muito grande, e assim se alastrou rapidamente o Meu Aparecimento em Jerusalm, fato que mais interessava o povo. Enquanto isso ocorria na cidade, nos encontrvamos calmamente em casa de Lzaro, palestrando de coisas sem importncia, quando finalmente Pedro percebeu a ausncia de Judas. Chama primeiro a ateno dos outros e aps Me pergunta diretamente onde se encontra o adepto. Digo-lhe ser desnecessrio preocupar-se com Judas, que agia de livre vontade, no havendo algo em comum com os apstolos. Pedro no insiste, mas expressa seu aborrecimento porque Judas sempre voltava, enquanto todos, muitas vezes, esperavam no mais rev-lo. A isto, Lzaro retruca: Seria fcil afast-lo, caso o Senhor assim quisesse. Permitindo sua presena, certamente foi designado para fatos importantes, e no nos
cabe formar qualquer julgamento.
64. AVENTURAS DE LZARO NO ALM

A fim de fugir desse assunto, Lzaro comea a relatar de sua molstia e de todas as mincias antes da morte, sem lembrar-se do que sucedeu no alm. Isso deu motivo de falarem a respeito da vida depois da morte e qual seria a sensao principal da alma. Lzaro Me pergunta porque no tinha recordao do tempo em que esteve dentro da tumba. Explico-lhe, pois: Porque tua alma se encontrava na mais sublime bem-aventurana que a impossibilitaria entregar-se ainda hoje ocupao terrena. o mesmo que um rei muito bom e sbio, que sempre privou de companhia digna de sua pessoa, e subitamente se veria obrigado a viver com a ral em choupanas miserveis, sem poder modificar sua situao. Para perceberes que no exagerei, recebers a recordao, por alguns instantes, podendo relatar-nos o que passaste. Fala medida que te volta a lembrana, expressando-te com clareza. Quero que no venhas a sentir a atual priso corprea, manifestando-te como esprito livre. Imediatamente Lzaro tomado de breve torpor, para em seguida falar com expresso transfigurada: Agora percebo nitidamente o que senti e pensei na hora da morte. No comeo senti grande pavor, quando a vida comeou a se extinguir. Logo aps surgiu uma indiferena e a necessidade de dormir. O choro das irms ao meu lado pareceu-me intil, pois sabia que haveria de despertar. Em seguida adormeci. Ao despertar, senti-me leve e livre de todas as fadigas fsicas. Respirava o ar mais puro e me senti maravilhosamente confortado. Mantive os olhos fechados, pois era agradvel entregar-me inteiramente ao repouso. Em seguida senti necessidade de abrir os olhos, o que no consegui. Percebi ento que uma mo os tocava, e eu pude abri-los. Deparei com o rosto sorridente de meu pai, admirando-me muito, pois sabia ter ele morrido. Ento me disse que tambm eu deixara a matria
e havia ingressado no mundo espiritual, encontrando-me em seu lar. Olhei em meu redor e vi um recinto maravilhoso, em cores claras e brilhantes. Tanto me comoveu a beleza do mesmo, que exclamei: Caso no quisesse acreditar em tuas palavras, este ambiente me demonstraria estar eu afastado do mundo. esta a tua esfera? Respondeu meu pai: Este recinto corresponde cmara oculta, onde me encontro a ss com o Meu Senhor e Criador, e por Ele estou em toda parte, caso for necessrio. Aqui te acolhi, meu filho, neste santurio, por seres apenas hspede desse reino e posteriormente ingressars em tua propriedade. -me uma grande alegria poder-te receber aqui. Quem amigo do Senhor que palmilhou na Terra, tem direito ao que possumos de melhor, dentro e fora de ns. No entendes este sentido? Esta cmara representa o recndito de meu corao e portanto o centro de minha esfera, da qual te posso levar at onde o meu esprito se estende. Assim sendo, s igual a mim, envolvido de meu amor, co-regente de meu ser, enquanto aqui te encontrares. Cada criatura possui no alm um santurio, no qual se pode recolher perfeitamente, a fim de ser penetrada pelos raios de luz purssima que aqui se infiltram livremente. Hs de usufruir do mesmo benefcio, quando te tornares habitante permanente daqui. Ainda no o s, mas apenas hspede, porque, como pai terreno, me assiste o direito de proteo tua alma. Levantei-me da poltrona em que despertara, abracei o meu pai cheio de amor, e que no deixei at que Tu, Senhor, me chamaste de volta. Com ele fiz vrios passeios, demonstrando-me ele o seu domnio. Cabialhe a principal tarefa de acolher almas recm-vindas da Terra e conduzilas justa atividade espiritual. Vi igualmente como tais almas se achavam cobertas de detritos materiais dos quais tinham de se libertar, e percebi que tudo que se apresenta em esprito, traduz quadro correspondente na figura externa, de sorte que da vontade das almas surgem quadros permanentes que apenas se transformam com a modificao da vontade. Assim surge o mundo visvel dos pensamentos da alma, em virtude do desaparecimento do invlu-
cro fsico que facilita a possibilidade do ocultamento dos mesmos. O mundo de pensamentos no fantasia, e sim algo material espiritualizado e construdo, desde que a vontade do amor, que ter que se harmonizar com a Vontade de Deus, o tiver fixado. Caso a vontade da criatura no harmonize com a Vontade Amorosa de Deus, o mundo de seus pensamentos no poder subsistir. As construes e os pensamentos materiais do homem so perecveis, por no existir a matria na Vontade do Amor do Pai, e foi apenas fixada em forma mutvel para fins determinados. As construes do esprito so imperecveis por ser sua criao, finalidade da Criao de Deus. Deus quer criar atravs de Suas criaturas, dando-lhes felicidades que Ele gozar por intermdio delas. A existncia aqui principalmente um labor espiritual, criao de obras imutveis, e no de obras materiais sujeitas a destruio. Durante a observao de muitos fatos que se apresentaram ao meu esprito, antegozei uma parte da bem-aventurana futura e estarei sempre pronto para despir esse corpo, quando Tu, Senhor, o mandares. Falo-ei to disposto como aqui voltei ao ouvir Tua Voz que me chamava. Meu pai revelou-me tal acontecimento, de sorte que estava preparado para tanto. Sei, igualmente, que toda criatura deve ser despertada por Ti, em fsico, porque nele continuam fatores que a alma necessita para a vida de alm-tmulo. Os elementos materiais do corpo continuam em certa relao com a alma, aps sua dissoluo e desprendimento, semelhante a um homem que viveu muito tempo em determinada zona, alimenta certa simpatia aps o afastamento. As experincias continuam relacionadas ao sentimento psquico, de sorte que se no houvesse efeito recproco, se refletiria um quadro confuso. Por isto procura a alma atrair o elemento psquico que domina as menores partculas do corpo e com essa unio d-se igualmente uma espcie de dissoluo da matria, ou melhor ainda, uma absoro do impuro pelo puro. Tal fenmeno continua incompreensvel ao homem terreno, caso no estiver evoludo em assuntos espirituais. De qualquer maneira essa ressurreio do corpo, que no necessita de pressa, to
necessria quanto da alma pelo esprito que, por sua vez, ser despertado para a vida por Ti, Senhor. Essa graduao que todos tero de passar, importante segredo de Tua Criao, conforme me inteirei no alm. Quando Tua Voz chegou a mim, senti que era afastado e tive a impresso de sonho cujos quadros mudam, para em breve seguir o despertar. Entre os quadros sonhados percebemos uma lacuna, incapaz de a alma poder preencher em sua conscincia. Julguei, portanto, acordar de sono profundo, e me vi deitado na tumba. Sabia o que me ocorrera, todavia s restava a recordao do sonho. Agora, em que me sinto momentaneamente livre do corpo, percebo nitidamente que as algemas fsicas no conseguem dominar a alma liberta quando tiver saboreado a verdadeira liberdade, razo por que Tu, Senhor, soltaste igualmente as amarras do corpo para impedir sua destruio. Agora sei tambm que me explicaste tudo aps a minha ressurreio, entretanto fugiu-me da memria. Deste momento em diante no mais esquecerei esses acontecimentos, conservando-os como tesouro incalculvel. Eis que digo a Lzaro voltar ao que era. Ele cai novamente em breve torpor para despertar alegre com a recordao de um sonho vivo, entre o crculo dos Meus. Para todos, essa cena representa um estudo vivo acerca da morte e serviu-lhes posteriormente para apagar qualquer temor perante o momento final. Aconselhei que se recolhessem, a fim de estarem dispostos para um grande trabalho no dia seguinte.
65. A DIVINDADE E O HOMEM JESUS

Entrementes deixei a casa e Me dirigi ao cume do Monte das Oliveiras onde se aprecia vasto panorama sobre Jerusalm e adjacncias. Eis que a Divindade Se separou de Mim, Homem Jesus, dizendo-Lhe: Diante de ti est a cidade de teu sofrimento que comear nos prximos dias, caso aceites voluntariamente o jugo que servir para salvao da humanidade total.
Fisicamente, apartado de Mim, s Homem igual a outro qualquer. Te esforaste por despertar o Esprito dentro de ti, a Plenitude da Prpria Divindade. Pelo sacrifcio de tua vontade fizeste crescer a Vontade da Onipotncia. Agora depende de tua vontade humana em quereres assumir a obra final e mais pesada. Por isto pergunto: Queres integrar-te como filho no Pai, pela execuo de tudo que Ele te ordena? Ou preferes pertencer unicamente a essa humanidade como filho dos homens e continuar somente neste mundo? Podes te tornar soberano do mundo permanecendo seu salvador. Poders, todavia, ser tambm um guia para junto de Mim, que conduz ao Corao de Deus por meio de tua plena integrao em Mim, e assim sers soberano da Vida para toda Eternidade. Poders ser intermedirio dos homens que foram criados pelo Meu Poder e tero de voltar ao Corao do Pai. No entanto, poders ser intercessor do Amor que ordena Sabedoria, para que transforme sua justia em Misericrdia. Escolhe, pois, neste momento em que se apresenta aos teus olhos o que ser feito ao teu corpo se queres caminhar ao Meu lado, ou se preferes palmilhar dentro de Mim. Chegou a final soluo. Eis que responde a alma Jesus, o Filho do homem: Pai, Tua vontade sempre a minha. Que se d, portanto, unicamente o que Tu quiseres. O que a Terra poderia dar, ela o recebeu de Ti. Quero trilhar o caminho reto e receber somente de Tua Mo o que me espera, portanto obedecerei sempre Tua Vontade. Respondeu a Divindade no corao do Filho do homem: Mais uma vez hei-de perguntar-te, e ento acontecer o que quiseres, caso ds a mesma resposta. V agora, o que o mundo te ofertar. Em prece silenciosa, o Filho do homem permaneceu no Monte, para voltar casa de Lzaro antes do pr-do-sol, sem que algum o tivesse percebido.
66. ENTRADA EM JERUSALM

Antes de surgir o Sol fomos ao ar livre, onde chamei junto de Mim os doze apstolos, dizendo: Meus caros, o dia de hoje se tornar um dia de honra para o Filho do homem, porque o Pai assim o quer por causa dos homens. Todavia isto no vos deve tocar, alm de vosso esprito o permitir, para no vos encherdes de orgulho. Fechai os coraes contra todas as influncias de vaidade e domnio, a fim de evitardes que o inimigo vos domine e vos transforme para seu instrumento. Indagam os apstolos, inclusive Judas, que pela manh havia voltado secretamente: Senhor, como podemo-nos proteger contra o inimigo? Respondi: Abr vossas almas Luz da Sabedoria, que entendereis as profecias. Amai unicamente a Deus, e no ao mundo, que sereis protegidos contra todos os ataques. Em seguida virei-Me para a direo de Jerusalm e exclamei: Tu, filha de Zion, prepara-te para receberes o teu Rei. Aps essas palavras, o Sol aparece com um brilho jamais visto, e no mesmo instante Meus apstolos com exceo de Judas que estava mais distante tm a viso espiritual da construo de uma cidade imensa, no ter, cpia da Jerusalm terrena, porm mais grandiosa. Os portais estavam inteiramente abertos, e uma infinidade de criaturas maravilhosas esperavam como se deveriam aguardar um prncipe. A viso durou apenas alguns momentos. Em seguida lhes disse: L, o Filho est sendo esperado para reinar desde j para toda Eternidade. justo que tambm o Filho do homem seja elevado. Acompanhai-Me. Pedro pergunta se Eu partiria sem despedida de Bethnia e tampouco avisaria Lzaro e as irms. Respondo: Sabes a razo disto? Eu sei o que Me cabe fazer, portanto no te preocupes. Lzaro nos encontrar com suas irms, em justo tempo, e muitos outros para os quais este dia necessrio. Os apstolos nada dizem, mas se admiram, comentando Minha Atitude estranha. Havia tempo que Eu no Me portava desse modo. Joo os adverte evitarem quaisquer observaes e fazerem tudo que viesse a
exigir, para que nada contrariasse Minha Vontade. Todos o prometem, e Pedro jura acompanhar-Me at o inferno, mesmo ignorando o porqu. Judas, que ouvira tal afirmao, obtempera sorrindo: Amigo, o Senhor saber qual o caminho que dever palmilhar. Ele caminha a direo do Enviado de Deus, no para o inferno, mas para a glria e honra de Seu povo. Com entusiasmo ele Me fita. Minha Exclamao lhe parecia uma assertiva de todos os seus desejos, de sorte que via aberto o caminho para todas as honras que tambm seriam suas, como precursor do Messias que muito lhe deveria agradecer. Pedro observa perplexo a atitude orgulhosa e auto-confiante de Judas, entretanto se cala porque os acontecimentos dessa manh o confundem. Assim, continua o caminho com os outros. Entrementes, havamos atingido metade do caminho de Bethnia a Jerusalm. esquerda se acha um lugarejo chamado Bethphague, que hoje no mais existe, e pedi a dois discpulos de Me prestarem um favor. Como todos quisessem ser escolhidos, determinei Joo e Pedro a se dirigirem primeira casa na qual encontrariam um jumento amarrado com um potro. Este potro deveis trazer, digo Eu, pois necessito dele. Algum perguntando quem vos mandou, respondei: O Senhor precisa do animal!, e ele vos ser entregue. Os dois apstolos se dirigem vila, enquanto nos acampamos no caminho sob arbustos e rvores floridas, para aguardarmos a volta deles. Em Bethphague morava um homem chamado Migram que havia sido lanador romano, acompanhara vrias campanhas conseguindo posio de destaque no exrcito pela valentia e prudncia. Quando um ferimento maior, pelo qual claudicava, o obrigou a se exonerar, foi regiamente indenizado e isento de qualquer imposto. Como velho amigo de Marcus, procurara curar-se no sanatrio daquele e por ocasio da partida comprara o jumento acima, levando-o para casa, onde fazia o transporte dos produtos da horta para Jerusalm. Migram, orientado a Meu respeito atravs de Marcus, estava informado de Minha Doutrina e, como romano e declarado adepto, pouco se
preocupava dos judeus em Jerusalm em virtude de tratar somente com enviados e cidados de Roma. Quando os dois apstolos se aproximaram da casa dele, onde realmente acharam os dois animais e desataram o menor, o dono apareceu e com ele vrios outros que ali pretendiam comprar frutos, e pergunta como podiam ter o atrevimento de querer levar o potro. Imediatamente, Joo respondeu conforme Eu havia mandado, e Migram, contentssimo por saber tratar-se de prestar-Me um favor, apressou-se em desamarrar o jumento, a fim de conduzir os dois animais para junto de Mim. Embora os apstolos afirmassem que o Senhor necessitava apenas do menor, ele no prestou ateno e, ligeiro, dirigiu-se ao local onde Eu Me encontrava. Ento lhe digo: Migram, reconheo a tua boa vontade e saberei recompensar o que fizeste para Mim. Prepara o animal que os apstolos te exigiram, para poder ser montado. Incontinenti, ele dobrou o seu manto sobre o lombo do potro, sendo imitado por alguns adeptos Meus, para proporcionarem um assento cmodo. Enquanto assim estvamos ocupados com esses preparativos, surgiu na estrada de Jerusalm, um grande grupo de pessoas. Ao nos avistarem, correm junto de ns e, dentro de poucos instantes, somos rodeados por vrias centenas que Me sadam como Salvador de Israel. Tratava-se de judeus especialmente vindos para os festejos, que em parte Me conheciam de Minhas viagens pelo pas. Louvam-Me como seu Rei, em virtude de haver muitos que haviam sido milagrosamente alimentados e j naquela ocasio pretendiam declarar-Me Rei, razo por que Me afastei. Entrementes, chegam Lzaro, suas irms e empregados que estavam Minha procura, e agora foravam a multido a dar-lhes passagem para ficarem ao Meu lado. Quando os presentes avistam o conhecido Lzaro, cujo nome estava na boca de todos desde sua ressurreio, o jbilo enorme e ns, rodeados por exclamaes de Hosanas e salvas. No impedindo essas demonstraes honrosas, montei calado o animal que se dirigiu estrada de Jerusalm. A multido crescia constantemente pelo alvoroo despertado, cortava galhos das rvores que eram espalhados pelo caminho. Em seguida estendia vestes pelos quais o potro passava, honrarias prestadas aos an-
tigos reis. Ao nos aproximarmos do Monte das Oliveiras, de onde se tem extensa viso sobre Jerusalm, vimos milhares postados nos portais e igualmente o vale de Kidron estava repleto de criaturas. Se bem que Jerusalm fosse uma cidade grande, ela no comportava os forasteiros na poca da Pscoa. Por isto se tornara hbito que os menos abastados, ou at mesmo os que haviam chegado tarde para poderem ser acomodados nos albergues, se acampavam no Vale do Kidron debaixo do Cu ou em tendas. Tambm esses afluem quando so orientados que Eu iria para Jerusalm, e no se cansam de louvar Minhas Aes e mormente a ressurreio de Lzaro, que marchava a Meu lado. Ao nos aproximarmos da torre principal para quem vem do Monte das Oliveiras, a guarda romana procura fech-la temendo um levante. Todavia foi impedida pela presso do povo que procurava da cidade juntar-se a ns, pois fomos vistos e tambm ouvidos atravs das exclamaes. Percebendo que o povo se aproximava com ramos e palmas nas mos, os romanos desistiram da reao, olhando perplexos a afluncia como algo indito e talvez habitual aos festejos. Assim, entramos sem impedimento, tomando direo para o Templo.
67. JESUS NO TEMPLO

Entrementes, os fariseus, sacerdotes e aclitos do Templo caram em tremenda aflio, a fim de resolverem a situao. Naturalmente perceberam de pronto ser impossvel abafar a manifestao impressionante por meio de fora armada, porquanto surgiria imediatamente um levante contra o regime templrio bastante criticado. O povo estava num delrio entusistico que no poderia ser controlado por violncia. Nada mais restava fazer seno atrair possveis privilgios para o Templo, num momento de modificao imprevista. O sumo-sacerdote Kaiphas aconselhou perante um conclio rapidamente convocado, aguardarem a Minha Atitude. Caso Me deixasse acla-
mar para Rei, as foras romanas estariam ao dispor dele. Se porventura Me decidisse contra o Templo e seus servos, pouco Eu poderia alcanar sem irritar o povo, que no desistiria da f em Jehovah. Restava aguardar os acontecimentos e aproveitar qualquer deslize de Minha parte. Os sacerdotes resolveram no aparecer em pblico, abrindo porm o Templo para deixar que sua sublimidade falasse diretamente ao povo. Abrem-se rapidamente todos os portais, inclusive o Santssimo, proibido de ser invadido por israelita e sacerdote, sem preparo e especiais cerimnias, oraes e prvias ablues. Os aclitos deveriam transmitir a Minha Chegada aos compradores que se tinham apresentado em grande nmero nos trios, a fim de se evitar cenas chocantes como Eu j havia provocado anteriormente. Esse cuidado veio tarde demais. Nem bem os agiotas e negociantes haviam ouvido, pela gritaria fora do Templo, o que estava sucedendo, rapidamente juntam seus trastes e mercadorias, fugindo em carreira desabalada, pois se lembravam de Minha Atitude havia algum tempo. Essa segunda limpeza do Templo, que se deu no diretamente com Minha Presena, deu motivo para enganos, atribuindo-se a cena daquela poca na Minha atual Chegada. Quando o povo aflui aos gritos, no Templo, procura antes de tudo os sacerdotes, mormente Kaiphas para ungirMe para Rei, com leo santificado, em seguida pretendendo levar-Me para o castelo de Zion, a fim de adorar-Me. Os sacerdotes, porm, no so encontrados, e o povo penetra livremente pelos trios ao Santssimo. Os apstolos Me cercam preocupados, vendo as intenes das massas, e Pedro pergunta aflito: Senhor, permitirs que Te aclamem Rei de Israel? Mando que se cale e ordeno aos que nos rodeiam a dar-Me passagem para poder entrar no Templo, pois j havia desmontado do jumento. A multido obedeceu, e Eu passei, acompanhado dela, pelos trios at chegar no Santssimo e subi nos degraus do grande altar. Geralmente era proibido plebe ali pisar, pois deveria ficar nas galerias, de onde poderia assistir s cerimnias. Os fariseus e sacerdotes haviam calculado bem o nimo do povo facilmente agitado. Se anteriormente no teria hesitado em obrigar os
sacerdotes a agirem conforme a multido desejava, a impresso do prprio local, no qual era impossvel desafio pessoal em virtude da ausncia dos templrios, fez com que se fizesse silncio solene na expectativa de Minha Atitude. Eu havia ordenado aos discpulos ficarem para trs, de sorte que Me via sozinho diante de todos. Com voz estentrica comeo a falar: Chegou a hora em que todo o mundo dever saber para onde levam os caminhos at ento trilhados, e cada um ter que se decidir para o Pai, ou no. Vs mesmos Me levastes a este ambiente, onde anteriormente habitava o Esprito de Deus, de modo visvel. Agora, porm, Ele se afastou daqui, deixando vazio o local. Escolheu um outro para Si, e cada um poder construir um templo, segundo Minhas Palavras e Ensinamentos. Deixai-vos guiar pela humildade, e em seguida penetrai na Casa de Deus, construda, mas que se tornou vazia, e que de agora em diante deve ser preenchida de obras de amor. Cada ao de amor um tijolo para o Templo que ser coroado com as insgnias da Sabedoria e do Poder, caso o amor for a pedra fundamental. Vim expressamente para aprenderdes o Amor de Mim, por vs desconsiderado. No falo do amorprprio to comum, mas do amor ao prximo no alimentado por vs, entretanto o divinizais como sendo ele a vos conduzir para Deus. Julgando ser Eu vosso Rei, e at mesmo querendo que assim fosse, sabei que Meu Reino no deste mundo, pois habita em toda glria dentro do homem e herana do Pai para o Filho, e por intermdio Deste foi dado a todas as criaturas da Terra e de todos os Cus. Desist de imaginar Eu Me dirigir ao burgo de David, para fundar um reino material. Quem Me quiser seguir, que o faa seguindo Minhas Aes, e ser feliz. O Filho do Pai, e assim est Nele e o Pai est no Filho, e quem seguir o Filho, seguir o Pai. Trazei-Me todos os aflitos de corpo e alma, que os curarei. Os que forem de raciocnio falho, escandalizar-se-o Comigo, e Eu no os poderei curar. Quem se escandaliza Comigo, est cheio de aborrecimento e orgulho, e carece de amor porque lhe parece tolo e duro. Quero curar vossos coraes, e por eles, vossa alma e corpo. A f habita somente no
corao, e caso esta falte, prevalecem as trevas. A f que cresceu pelo conhecimento, uma luz que afugenta qualquer treva. Crede em Mim e no Pai, para que a treva se afaste e possais receber a viso espiritual. Em verdade vos digo: sem a verdadeira f, ningum poder se tornar feliz. E j vos disse, o que deveis crer. Ag segundo Minhas Palavras, assim como Eu agi dentro delas. Ento todos podero fazer o que fiz, e no haver na Terra quem diga que os caminhos para a bem-aventurana lhe foram trancados. A fim de que vejais o que pode a Fora do Pai no homem, trazei vossos enfermos para que os cure. Desci e Me dirigi para os trios onde estavam os doentes, prontos para fazerem um sacrifcio, na esperana de cura atravs das oraes dos sacerdotes. Tal era hbito na Pscoa, principalmente para os que podiam dar moedas de ouro, pois sem elas, os sacerdotes no davam privilgios aos doentes. Muitos juntavam os ltimos pertences na tentativa de conseguir a cura de seus males, deixando porm o Templo, sem t-la conseguido. Aproximando-Me de tais enfermos, pergunto com seriedade: Acreditais que o Deus de vossos antepassados vos cure, caso peais? Ou porventura julgais poderdes sarar com auxlio humano? Respondem alguns desesperados: Mestre, somente Deus nos poderia socorrer, do Qual nos aproximamos neste Templo. Como outros silenciem, indago de sua opinio. Um dentre eles retruca: Mestre, disseram-nos que se o sumo-sacerdote no pedir por ns no Santssimo, no obteramos ajuda. ele o intermedirio junto de Deus. Temos que esperar que tal suceda? Digo Eu: Duvidais que Deus possa vir perto de cada um, caso Lhe pea? Para que um intermedirio? Crede, que sereis socorridos. Retruca o primeiro orador: Mestre, acreditamos no que nos disseram, todavia no recebemos ajuda. No que devemos crer, ento? Digo Eu: Deveis crer que Deus, Pai de Eternidade, de Bondade Infinita e Se aproxima de todos que O imploram com rigor. Deus no necessita dos homens para enviar-lhes o Seu Poder, pois esta Fora pode ser atrada por qualquer um, atravs do amor para com Deus, e se desenvolve no homem, podendo ser levada a efeito. Acreditas?
Olhando-Me com firmeza, o doente responde: Mestre, eu creio por que Tu o dizes. Nunca algum falou como Tu. Digo Eu: Minhas Palavras so a prpria Verdade. Assim sendo, so igualmente a Vida e a Fora da Vida. Como homem, sempre agi segundo seu sentido e tornei-Me mestre da Vida. Por isto digo a todos: Fazei o mesmo, e no pequeis mais, nem por palavras nem por aes. Deixai de pecar, evitando o que possa ultrajar o Amor de Deus e ao prximo, permanecendo deste modo com sade e vos tornando verdadeiros mestres de vida. Levantai-vos e caminhai. Com estas palavras desaparecem todos os males dos enfermos, levantam-se cheios de sade e de fsico forte. A multido novamente prorrompe em ovaes de jbilo e Me louva sobremaneira. Muitos se atiram a Meus Ps e procuram tocar Minhas Mos e vestes para beij-las. Eu no os impeo deixando que todos se aproximem. Outros fazem nova tentativa de chegarem at os sumo-sacerdotes, a fim de que Eu fosse ungido. Estes estavam to bem escondidos que nem se encontrou vestgios, razo por que os intercessores voltam sem xito. Sendo rodeado com mpeto, ordenei silncio e disse: Dizei-Me, Aquele Que diante de Deus como Portador de Sua Fora, poderia ser elevado acima disto? Algo perplexo, o chefe do grupo responde: Mestre, ele talvez no. Mas os que lhe pertencem desejam uma prova externa do poder dele para que o povo se torne feliz sob sua mo poderosa e no seja oprimido. Respondo: Qual foi a vantagem do povo quando Samuel ungiu Saul para rei, a pedido dele? Certamente no lucrou paz e calma, mas lutas e inquietaes. Por que? Porque se tinha cansado do jugo suave que o Senhor lhe imps segundo suas obras e desejou a mo poderosa de um soberano visvel. A partir da no faltaram reis, e no momento tendes um na pessoa de Herodes. Julgais que um novo, que supondes em Mim, vos traria paz, caso ele quisesse ser poderoso regente, externamente? Herodes e os romanos procurariam aniquilar a ele e seus adeptos. Seriam concitados misria, guerra e pobreza, Eu Me tornando rei da Terra. Por acaso estaria isso de acordo com Minha Doutrina que manda amardes o prxi-
mo como a vs mesmos? Desist das cerimnias externas para Comigo. Meu Reino no deste mundo. Procurai erigir o verdadeiro Reino da paz dentro de vs, onde com prazer serei vosso Rei para sempre. O grupo de entusiastas se afasta aborrecido, afirmando no ser Eu um heri do qual o povo de Israel pudesse aguardar sua salvao. Muito embora espalhassem sua opinio entre a multido, pouco xito tiveram porque Minhas Aes falavam por Mim, e a maioria pretendia apostatar em virtude de Minha negao de Me tornar Rei dos judeus. Fez-se maior calma entre todos, aproveitada por Mim e os discpulos para explanaes mais concretas de Minha Doutrina. Assim surgiram vrios grupos, espalhados nos trios do Templo. Nisto surgem dois gregos que haviam assistido o comeo da cena. A quem no fosse judeu era proibido penetrar o Santssimo, razo porque havia tabuletas na entrada. Os dois avistam Philippus e lhe pedem proporcionar-lhes oportunidade de ver-Me e falar-Me. Ele no se atreve a convid-los a se dirigirem junto de Mim porque achava o aviso proibitivo muito importante. Por isto ele informa Andras, e ambos Me procuram, que Me acho rodeado por muitos interessados em Minhas Palavras. Eu os convido a trazerem os dois gregos, que todavia estacionam no limite reservado para eles. Entrementes, os templrios, sacerdotes e fariseus notaram maior calma na praa, havendo alguns disfarados que procuravam espionar a opinio do povo. No perdem tempo para se juntar aos que Me pretendiam exclamar Rei, a fim de instigar os assistentes contra Mim. Um desses disfarados se encontra ao Meu lado e se vira para os outros com irritao pelo fato de Eu permitir aos pagos a penetrarem o Santssimo que deste modo seria profanado. Seria isso digno do Messias que Eu pretendia ser? Muitos, aos quais Meu convite desagradara, igualmente concordam com o orador, de sorte que se levanta um vozerio. Percebendo tal vibrao, viro-Me para Lzaro e os apstolos: Agora chegou o momento de ser transfigurado o Filho do homem, pois venceu-Se inteiramente. Em verdade vos digo: A no ser que a semente do trigo caia por terra e morra, ela continuar sozinha. Morrendo, trar
muitos frutos. Vereis que Minha atitude dar muitos frutos. Referindo-Me aos gregos que estacionaram temerosos, digo em voz alta: Quem ama sua vida, perd-la-. Quem odiar sua vida nesta Terra, a conservar para a Vida eterna. Quem quiser servir-Me, siga-Me. Onde Eu estou, tambm deve estar o Meu servo. E quem Me servir, ser honrado pelo Meu Pai. O referido fariseu continua a atiar os nimos contra Mim, dizendo: Que belo Messias, que convida pagos e outros indivduos a servi-lo a fim de que o Pai o honre. Quem o pai dele? Agradeo pelo convite de odiar minha existncia para receber uma vida eterna, desconhecida. Prefiro essa real. Com atitudes semelhantes, os outros templrios, disfarados, tomam partido contra Mim e procuram instigar a multido. Minha Alma, sentindo que soou a Minha hora, entristeceu-Se diante dos sofrimentos futuros e pelo fato de o povo se manifestar vacilante. Por isto digo aos que Me rodeiam: Minha Alma est aflita. Que direi? Porventura: Pai, salva-Me dessa hora? Mas se Eu vim por causa dessa hora! Pai, glorifica o Teu Nome! Ento ouve-se uma voz do alto, que na realidade soava nos coraes dos que ainda podiam ser despertados vida espiritual: Eu O glorifiquei e novamente o farei! Os que sentiram essa ntima vibrao, diziam, segundo seu adiantamento espiritual: Trovejou!, outros afirmavam: Um anjo falou com ele! Nenhum sentiu dentro de si a voz, mas procurava localiz-la no exterior, dentro de sua evoluo. Por isto lhes digo: Essa voz no veio por Minha Causa, mas pela vossa. Agora surgir o julgamento sobre o orbe. O prncipe das trevas, prncipe deste mundo, ser expulso. No mais h quem se interponha entre o Pai e o Filho do homem. E quando Eu for elevado desta Terra, levarei a todos para chegarem junto do Pai. Respondem alguns fariseus, inclusive o primeiro orador: Ouvimos na Lei que o Cristo ficaria para toda Eternidade. Como afirmas que o Filho do homem deva ser elevado? Quem este filho do homem? Poderia algum subir acima da Eternidade para trazer-nos o seu reino?
Percebendo como esses obtusos haviam de torcer Minhas Palavras, respondo: A Luz estar entre vs por algum tempo. Caminhai enquanto tiverdes a Luz, a fim de que as trevas no vos abatam. Quem caminha na treva, desconhece seu destino. Crede na Luz enquanto Ela Se apresenta, para vos tornardes filhos da Luz, e no da treva. Afasto-Me desse crculo e Me dirijo com os Meus para os trios dos pagos, limite extremo permitido aos no circuncidados. Os chefes do Templo e os sacerdotes foram entrementes informados que o povo se acalmara e que Eu Me opusera a operar um golpe de Estado atravs de uma proclamao de regente. Alm disto, sabiam existir reao momentnea em virtude desse fato. Imediatamente procuram aproveitar a situao, mandando que todos os sacerdotes e levitas formassem uma procisso brilhante. Na vanguarda marchavam os trombeteiros, e os arautos informavam o povo ter o sumo-sacerdote recebido do Senhor, ordem de organizar um grande e extraordinrio sacrifcio para os pecados do povo, perdoando os cometidos durante metade do ano. Com enorme pompa e solenidade o cortejo desfila, e Kaiphas oficia pessoalmente o sacrifcio no grande altar do Templo. Com esta ao o Templo atingia seu intento, pois a multido ainda se mantinha presa s antigas cerimnias e tudo que partia do sindrio. Exerceu-se uma reao contrria de grande impresso, e no decorrer do dia nada mais se percebia de um tumulto popular. O Templo mostrou-se bastante magnnimo at nos dias seguintes. Muitos pobres foram alimentados e presenteados, oraes foram feitas para produzir boa impresso para seus representantes, e afastar o perigo ameaador provocado por Mim. A procisso surgiu no momento em que havamos chegado aos trios. Cheio de curiosidade, o povo se voltou para o espetculo, e ns aproveitamos o momento para deixar o enorme edifcio e voltarmos ao lar de Lzaro.
68. NICODEMUS E OS CHEFES JUDEUS

Voltamos silenciosos, sendo Eu alvo de olhares preocupados por parte dos apstolos, pois era claro ter Eu tentado um golpe decisivo que fora frustrado, incompreensivelmente para todos. Onde ficara Meu Poder milagroso que poderia ter positivado Minha Misso por uma prova externa? A cura de enfermos era algo corriqueiro e realizado at mesmo pelos adeptos, no merecendo especial considerao. A voz vinda do Alto era igualmente duvidosa por no ter sido bastante forte para abater todas as dvidas. Essas ponderaes iam sendo debatidas minuciosamente quando chegamos a Bethnia, onde Me retirei para um recinto isolado, a fim de confortar e fortificar a Minha Alma. Principalmente Judas estava agitado pelo aparente insucesso, dizendo que Minha Meiguice excessiva e a Bondade impediram enfrentar o povo com rigor. Prossegue ele: O Senhor sem dvida Homem de extraordinria Fora e Sabedoria, e estou convicto ser Ele o Messias esperado. Esse Esprito poderoso que s vezes qual raio Se manifesta com Fora excepcional, encoberto de um invlucro muito frgil que demonstra muitas fraquezas. No somente Meiguice e Bondade regem o mundo, e sim, o punho que sabe manobrar a espada com rigor sangrento. Caso o Senhor fosse obrigado a proteger a Si e os Seus, diante dos esbirros, a Fora Divina teria que agir de modo diferente para evitar o fracasso de Sua Obra. Deste modo nunca vencer. Retruca Pedro: Judas, no te lembras quantas vezes fomos perseguidos, e sem Ajuda Dele, na certa teramos perecido? Recorda-te como Ele mandou na tempestade e dispersou e aniquilou as tramas do Templo. Diz Judas: Isto no prova. Sempre havia circunstncias favorveis que nos teriam salvo pelo prprio esforo. Refiro-me a um perigo instantneo visto por todos, Ele no seria obrigado a agir com maior Poder? O povo certamente O acompanharia com grande entusiasmo sem deixar-se iludir por uma procisso to tola.
Pedro e os demais sacodem a cabea, dizendo: Como poderia suceder algo dessa ordem, e quem tomaria a deciso definitiva? O Senhor sabe melhor quais os Planos a serem respeitados e qual Sua Atitude. Judas cala-se e se apresenta sisudo e aborrecido. No lar de Lzaro existe calma, e ningum Me perturba durante o colquio que encetei com o Pai em Mim. Ser difcil compreender essa possibilidade. Minha Alma sentia perfeitamente poder fugir de todo sofrimento, e vacilava porque estava presa Terra como a alma de qualquer um destinado a uma tarefa. O Esprito em Mim prescrevia o caminho a seguir e expunha alma a deciso de palmilh-lo por amor a Ele e s criaturas. Neste momento decisivo de ltima hora, o Filho do homem resolveu seguir o Caminho do Pai. Ao descer a noite, voltei alegre junto dos Meus e incumbi Lzaro de cuidar do nosso suprimento fsico. Assim tomamos a ceia, em companhia dos apstolos, Lzaro e suas irms, e Maria de Magdalon que desde Minha anterior estada neste lar, no deixara aquela famlia. Quando terminamos, um empregado nos informa haver vrios homens no porto, querendo falar a Mim e a Lzaro, mas desejam ficar incgnitos. Esclareo o anfitrio: Trata-se de alguns dirigentes do povo, entre eles Nicodemus, que vm nossa procura durante a noite, disfarados, porque temem mais o mundo que a Deus. Sua inteno humanitria, porm secreta. Em seguida digo ao empregado que convide os forasteiros a entrar sem susto, pois em nosso meio no h quem os trasse. No tardam a entrar: Nicodemus e trs funcionrios de destaque, mais ou menos dependentes do Templo. Ele imediatamente corre junto de Mim e com amor agarra a Minha Mo pedindo Eu evitar a proximidade do Templo, enfurecido com a Minha Atitude de hoje, de sorte que Kaiphas e o Supremo Conselho haviam jurado Me exterminar a qualquer preo. Desta vez, julgavam os Meus adversrios, Eu tinha afastado o perigo em virtude de Minha Ao imprudente. Mas quem poderia garantir isto em outra oportunidade? Era preciso agir com rapidez antes que Me fosse possvel conquistar o povo, atualmente desanimado.
Alm disso, sabia-se que Herodes, a raposa ladina, sempre havia explorado o Templo e se regozijava em sua cobia com a situao aflitiva do sacerdcio com relao ao povo, e simpatizava Comigo como fizera com Joo. Urgia ao rpida, antes que Eu Me ligasse ao tetrarca obtendo proteo segura. Se o Templo necessitava da proteo de Herodes contra o povo, tal lhe custaria enorme soma de dinheiro, porquanto ele nada fazia por amizade e haveria de atirar Jesus como triunfo contra o Templo. Assim, Nicodemus e os colegas estavam muito preocupados Comigo, pedindo com insistncia Eu no confiar em Herodes e tampouco Me expor ao perigo ameaador do Templo. Arriscaram-se a Me trazer essas notcias. Havia outros simpatizantes que, todavia, no se atreviam a procurar-Me por causa dos fariseus. Virando-Me para eles, digo: Meus caros, de h muito estou informado de tudo e pesei as circunstncias. Se o Pai no o quisesse, por acaso a situao seria como ? E se Ele no estivesse Comigo, poderia Eu saber o que devo esperar em futuro breve? Tudo est certo como e dentro da Vontade do Pai. Quem cr em Mim, cr apenas Naquele que Me enviou. E quem Me v, v Quem Me enviou. Vim ao mundo como Luz, para que no continue em trevas quem crer em Mim, mas caminhe em dia claro. Foi o motivo pelo qual sempre Me expressei de tal modo perante o povo, explicando-lhe no ser o Meu Reino deste mundo, e tambm demonstrei o Caminho para atingi-lo. Quem ouvir Minhas Palavras e no crer, no ser per Mim julgado. No vim para julgar o mundo e lhe ordenar qual rei tirano, mas para faz-lo feliz por meio do Verbo e trazer-lhe a paz. Quem Me despreza e no aceita Minhas Palavras, j tem de sobra o que o julga. O Verbo por Mim pronunciado e que perdurar eternamente, julga-lo- no dia em que partir deste mundo para ingressar no Reino Eterno, onde Eu sou e serei eternamente Rei. No falei por Mim, pois o Pai que Me enviou, ordenou que Eu assim fizesse e falasse. Sei que Seu Mandamento a Vida Eterna, razo por que falo como Ele Me disse. No vos preocupeis pelo que aconteceu e ainda acontecer. O Pai assim quer.
Retruca Judas, aflito: Senhor, o Pai est Contigo com todo o Seu Poder. Este Poder poderia deixar-Te, se sois Um? Digo Eu: O Pai, o Filho e o Poder so Unos e jamais podero ser separados, como bem sabes. O Pai est no Filho, e o Filho est no Pai, unidos pelo Poder. Mas o Filho tem que obedecer ao Pai, e assim fazendo, o Pai tudo Lhe dar. O Filho disso sabe porque o Pai o transmitiu. Resta pouco para que o Filho esteja eternamente no Pai. Por ora no vos interessa saber como isto deve ser alcanado. Ser em benefcio vosso e de toda a Humanidade. Aparteia Nicodemus: Senhor, no compreendemos inteiramente Tuas Palavras. Julgamos antes de mais nada, ser preciso pensares em Tua Segurana Pessoal, e aqui vimos para tal fim dentro de nossas foras. No seria prefervel deixares essa localidade para Te ocultares? Este meu sobrinho Te levaria seguro, em virtude de suas relaes exteriores, onde poderias viver certo tempo. Respondo: No sejais tolos. Eu no necessito do socorro dos homens. Se quisesse exterminar Meus inimigos, seria faclimo. No o quero, pois tambm devem participar da salvao, e com eles, o povo inteiro. Fico aqui. Garanto que ningum Me prender antes que Eu Mesmo o queira. Nicodemus custa a se acalmar, por causa do medo constante que o perseguia do Templo. Finalmente concorda, dizendo ter feito seu dever. Aceito sua boa vontade, e ele volta para Jerusalm com os amigos, onde chegam despercebidos, protegidos pela escurido. No demoramos para nos recolher, por ter o dia trazido grande esforo fsico. Passamos a noite em plena calma. Somente a alma de Judas no consegue descansar por causa de muitos pensamentos e sugestes que a assolam.
69. JUDAS E THOMS

Pela manh, Judas se acerca de Thoms, e ambos tm a seguinte palestra: Irmo, diz Judas, consegues compreender o procedimento
do Senhor? Sempre fomos conscientes de nossa vontade e firmes na realizao de uma finalidade. Todavia, no percebo qual a Inteno do Senhor e tambm no estou convicto de estar Ele ciente de Sua Misso final. Ambos fomos testemunhas de Seu Triunfo e como teria sido fcil prender o povo a Si Mesmo, a ponto que O teria acompanhado para onde Ele quisesse. Em vez de convencer todo mundo de Sua Misso messinica, permite que o Templo Lhe tire os frutos de Seu Trabalho, nada faz para realizar os desejos populares, muito embora possusse tamanha fora que poderia mandar no Templo e no Imprio romano. De que Lhe adianta a Fora de Deus com a qual pode ordenar s intempries e curar enfermos, se Ele Mesmo fraco demais para empregla onde necessria? Deveriam os sadios, que muito sofrem debaixo da presso dos romanos e da agiotagem templria, no encontrar Nele seu salvador? Que representa a misria de alguns enfermos em vista da situao aflitiva da coletividade? A Judia, sim, o mundo inteiro suspira debaixo do jugo mais dominador. Regentes gananciosos e um poderosssimo Imperador vivem na maior devassido e ocupam tronos que deveriam pertencer a um soberano sbio e justo, a Mando de Deus. O mundo haveria de se transformar em paraso, e o sofrimento, em alegria, pobreza em abastana, caso Ele ocupasse o trono de Roma. Meu corao vibra de alegria por pensar como tudo poderia ser diferente, mas no . E por que? Porque Ele, em Quem vive a Onipotncia divina, no tem coragem para uma atitude decisiva. Isto me di, Thoms, me preocupa profundamente. Sinto pela misria do povo. Ele, porm, parece ter perdido Seu Interesse, descontando enfermos e fracos. Responde Thoms: Irmo, como falas! No disse Ele Mesmo: No vim a este mundo por causa dos sadios, mas pelos enfermos e alquebrados, para socorr-los e confort-los? Acaso pretendes saber melhor do que Ele, qual o motivo que O trouxe junto de ns? Com impetuosidade Judas retruca: Quem sadio no pas? No so todos enfermos e alquebrados? Somente o Templo e alguns abastados se enchem com o lucro da opresso, e o fsico saudvel internamente miservel, enfermo e corrupto de ira e revolta com as maquinaes dos
potentados. No veio Ele tambm por causa desses? Porventura precisaria o povo somente um Messias para molstias fsicas? Ele quer e deve ser feliz, pois tal a Vontade de Deus. Mas para essa felicidade preciso haver uma posio externamente garantida como usufruiu Salomon, para poder viver em paz e desenvolver-se psiquicamente ao lado de benefcio material. No, meu irmo, meu corao est aflito! Abro-me contigo, pois nunca acreditaste como os outros, incondicionalmente, sem saber o porqu. No sou e no quero ser escravo da superstio. Quero saber para onde leva o caminho. No me interessam distraes, pois quero aes de homem! Apavorado com a atitude de Judas, Thoms adverte: Realmente custo a crer; todavia, sou convicto daquilo que creio. Se pretendes abalar minha f no Senhor, segundo me parece, cansas-te inutilmente. Sei perfeitamente o que deduzir Dele. Deixa-me em paz. Irritado, Judas retruca: Nunca faria isto! Tambm eu estou convicto que todo mundo s pode receber Dele a salvao. Todavia, sei que algo deve acontecer para realiz-la. Chegou a hora! Herodes simpatiza com Ele. O poderio romano, no momento, fraco aqui, porque est sendo empregado em outra parte. Tudo est a favor Dele, o Homem mais poderoso, caso o queira. Urge despertar essa vontade Nele. Assistimos pessoalmente como hesitou, e quais as intenes do Templo. Possusse eu a menor partcula de Seu Poder, escarneceria das traficncias do sindrio, como Ele fez hoje. Essa camarilha no tem poder sobre Ele, e nunca o ter. Mas pode acontecer que Deus Mesmo Lhe venha tirar a Fora, caso Se oponha Vontade do Pai em fazer feliz o Seu povo. No Senhor se concentram todas as condies de receber a Onipotncia Divina. Teremos que esperar eternamente antes que surja algum capaz de realizar coisas to grandiosas. Por isto Ele ter que agir, agora ou jamais, antes que Se extingue a Pacincia Divina. Caso Ele no encontre a coragem para concretizar o que necessrio, pois Deus O mandou, Ele ter que ser forado para tanto! Assustado, Thoms retruca: Obrig-Lo? Quem poderia forar Aquele Que transmite a Voz do Altssimo? Que prove ser Aquele Que diz de
Si! No O sendo, por que esperarmos por um nada? diz meia voz, Judas, com feio apavorante. Retruca Thoms, baixinho: Como seria possvel for-Lo? Irmo, desiste de tais pensamentos. Sinto pavor dos mesmos. Carrancudo, Judas prossegue: O fracalho se apavora diante de pensamentos grandiosos! Tambm eu ignoro a possibilidade. Mas sinto que algo deve acontecer. Cala-te perante os outros a respeito desse assunto, ouviste? Promete! No me tm grande simpatia, e no quero atrair maior dio sobre mim. Thoms lhe estende a mo e diz: Quem haveria de lucrar com minhas palavras? Prometo silenciar. Judas se afasta, dirigindo-se ao cume do Monte das Oliveiras para meditar. Thoms volta de alma oprimida junto dos outros e procura dominar sua inquietao por meio de palestras acalmadoras. Durante o desjejum, Lzaro pergunta se pretendo passar os dias festivos com ele, ou qual seria o Meu Plano. Respondo que havia de deixar Bethnia ainda hoje, no de medo, mas em virtude do povo e dos templrios. Haveriam de praticar maldades, caso soubessem estar Eu aqui sem ser possvel atingir-Me. Para evit-lo e que ningum fosse prejudicado, Eu Me ocultaria por alguns dias. Os apstolos indagam para onde iria. Respondo: Podereis ver, caso quiserdes acompanhar-Me. H um traidor entre vs. Por isto no sereis informados agora. Essa sentena apavora os apstolos que olham em redor de si, pois havia muitos empregados de Lzaro presentes, mas no se atrevem a fazer perguntas. Terminamos a refeio em silncio. Em seguida Me despeo de Lzaro e dos familiares que Me vem partir de corao pesado. Sua f em Mim os eleva acima de todas as preocupaes que algo Me pudesse acontecer por parte do Templo. Seguimos a estrada para Jerich, quando vimos Judas se encaminhar em nossa direo, pois vira nossa despedida, resolvendo participar sem que considerasse as feies pouco amigas dos outros. Segui acompanhado apenas dos doze, para o Jordo, onde Joo havia batizado, local inteiramente abandonado desde que se perdera a voz do pregador no deserto. L nos acampamos sem sermos molestados.
Essa zona bastante agradvel, mormente na primavera quando sua temperatura mui amena. Na margem do Jordo crescem rvores frondosas e arbustos que oferecem sombras e repouso seguro. Permanecemos a dois dias que aproveitei para esclarecer novamente a misso dos apstolos e Minha Doutrina.
70. JUDAS PERANTE O CONSELHO SUPREMO

Tambm Judas assiste as explicaes, sem contudo poder livrar-se de suas idias errneas. Pelo contrrio, convence-se mais ainda no haver to facilmente outro homem capaz de unir-se ao Poder de Deus, quer dizer, que fosse possvel surgir outro Messias aps Mim. Achava honroso, e se envaidecia com o pensamento de ser talvez ele a preparar o ltimo passo que Me obrigaria a fazer uso de Meu Poder, segundo os desejos dele. Julgava-se uma espcie de salvador e em sua cegueira queria agir por Mim. Uma vez surgida a idia de Me poder forar e na firme convico de Eu poder enfrentar qualquer perigo, tudo lhe parecia justo para realizar esse plano. Por isto sugere no segundo dia de nossa estada no Jordo, de ele dirigir-se incgnito para Jerusalm, a fim de sondar as opinies a Meu respeito e se o povo se preocupava com Meu afastamento. Digo-lhe poder agir conforme pensa, e os outros, satisfeitos com seu afastamento, concordam. Ele ainda pergunta onde poderia encontrarMe, e Eu o informo que permaneceria aqui at meio-dia do dia seguinte. Judas se despede e segue para a metrpole, onde todos se admiram de Meu sbito afastamento. Nada mais restou da vibrao provocada por Minha Entrada triunfal. De modo geral, o povo julgava Eu ter fugido do poder do Templo, que estava sendo fortemente vigiado por guardas do sindrio e soldados herodianos. Alm disto, patrulhavam diariamente tropas romanas pela cidade para dispersar qualquer comcio. O Templo j havia pedido proteo a Poncius Pilatus, acusando-Me de revolucionrio. O Prefeito iniciara uma sindicncia, cujo resultado provara que o
povo no tinha demonstrado opinies inamistosas, mas sim, um entusiasmo formidvel pelo Salvador milagroso, conhecido de Pontius. Por este motivo, ele no dera grande importncia ao acontecimento, mandando apenas uma patrulha para manter a ordem. A multido se sente fortemente amedrontada, sabendo ser preciso temer o poderio de Roma em caso de desregramento. O sindrio estava por cima e lhe parecia chegado o momento de assentar um golpe aniquilador contra Mim, caso soubesse como realizlo. Sabia perfeitamente no ser isto mui fcil. Num conselho secreto so ventilados os prs e contras, sem que os templrios chegassem a um acordo. Nisto so informados haver um homem capaz de orientar o Supremo Conselho, do paradeiro do Nazareno. Satisfeitssimo, Kaiphas manda entrar o referido, quer dizer, Judas Iscariotes, que perante todos alega ser capaz de entregar Jesus de Nazareth nas mos dos guardas do Templo, caso fosse mantida a necessria prudncia. Inquirido da maneira pela qual pretendia realiz-lo, Judas responde: Por muito tempo passei em sua proximidade e conheo particularidades dele e de seus adeptos. Houve at mesmo certa poca em que julgava ser ele o Messias esperado. Agora me convenci no ter ele outro fito seno revogar nossos princpios e leis de antanho, para cuja proteo sublime o Templo foi destinado. No podendo oferecer algo melhor e positivo, torna-se perigoso. Como judeu honesto que sou, e empenhado por manter o respeito diante das Leis de Moyss ofereo minha ajuda para acabar com essa maquinao perigosa. No sei se surtir efeito. Mas onde se renem tantos homens inteligentes, certamente se descobrir o meio de prender-se aquele taumaturgo. Indaga Kaiphas: Sabes onde ele se encontra agora? Responde Judas: No. Talvez tenha deixado seu paradeiro. Todavia, tomar, como sempre, a ceia da Pscoa em meio de seus adeptos, e isto, perto da cidade. Exclama um dos fariseus que participara da ressurreio de Lzaro: Que ningum procure prend-lo em Bethnia! Seria infrutfero porque seu poder infernal haveria de se manifestar. O melhor seria captur-lo
noite, por causa do povo ainda preso a ele, e alm disto ouvi falar que o poder de tais feiticeiros mais fraco durante a noite. Havia determinada hora em que o pior feiticeiro seria fraco qual outro, no podendo haver reao. Por acaso ele tambm sente fraqueza em certos momentos? O que faz durante a noite? Responde Judas: Dorme como outro qualquer. Mas penso conhecer a hora mais fraca dele. Triunfantes, os fariseus se viram para os outros colegas, alegando ser preciso aproveitar-se tal oportunidade. Mal humorado, Kaiphas rejeita tal proposta, pois estava certo de que o nazareno no dispunha de outras foras sobrenaturais que os essnios conhecidos por isto. No entanto, concordava na captura noturna para evitar qualquer alarde. Combinaram, ento, com Judas de ele se encontrar, noite, no Templo no dia da Ovelha da Pscoa, para conduzir os esbirros ao local em que se encontra o nazareno. Finalmente, Kaiphas pergunta o preo por tal servio, e Judas, satisfeito por ter o Supremo Conselho cado na armadilha, exulta ao perceber que o seu plano lhe daria lucro monetrio e pede trinta dinheiros. A importncia lhe garantida para a noite marcada. Saindo da, ele passa pela cidade para ouvir a opinio do povo e dos forasteiros, acerca de Minha Pessoa. Em toda parte h enorme admirao em virtude de Minha aparente fraqueza, e entre radicados no encontrou um que duvidasse de Meu Poder tantas vezes comprovado. Percebe com nitidez que Me seria faclimo atrair as massas desde que Eu efetuasse qualquer ao herica. Essa certeza positiva sua inteno de provocar uma situao que Me forasse a afastar ou talvez aniquilar Meus adversrios, de sorte que todos vissem ser impossvel algum reagir contra Mim quando Eu no o quisesse. Acreditando de se ter certificado de tudo e sem preocupar-se com Herodes, que lhe parecia desnecessrio para seus planos, ele volta junto de ns. Seu relato da situao minucioso sobre a opinio em Jerusalm e como o povo continuava esperando o Messias. Eu nada respondo, pelo
que Judas deduz a profunda impresso de seu discurso sobre Mim. bastante conhecedor da ndole humana a no insistir na palestra, pois julga que suas palavras teriam de amadurecer dentro de Mim. Mantevese visivelmente calado, mas podia-se perceber sua satisfao passando apenas a fazer observaes.
71. A CEIA DO SENHOR

Quando se aproxima o meio-dia, convido a todos a Me acompanharem para Jerusalm. Como fosse o dia da Ceia da Pscoa, os apstolos perguntam se desejo tom-la com eles: Confirmo e mando que dois fossem cidade para prepar-la, pois viria mais tarde com os outros. Na cidade vivia um homem que fora curado por Mim, no incio da Minha Misso, quando Me apresentei pela primeira vez em Jerusalm. Era fiel adepto de Minha Doutrina e no temia os judeus e fariseus invejosos. Seu pequeno albergue era freqentado pelos melhores hspedes, mormente por romanos que viajavam para a capital. J Me havia convidado anteriormente para hospedar-Me em sua casa, por isto mando Pedro e Joo encomendarem nossa ceia em seu albergue, que encontrariam ao acompanharem um homem carregando uma bilha de gua quela direo. O proprietrio conhece os apstolos e manda imediatamente arrumar a melhor sala, geralmente usada para festas familiares. L poderamos acompanhar a cerimnia da Ovelha da Pscoa por ele desconsiderada, por ter renunciado seita judaica e privava com romanos. Alm disto, era sua esposa grega, com a qual vivia segundo Minha Doutrina e sem qualquer cerimnia templria. Eis o proprietrio da sala ladrilhada, comentada posteriormente pelos apstolos, com exceo de Joo. Achavam eles importante mencionar onde se dera a ceia, enquanto Joo se preocupava apenas com as palestras havidas. Era noite quando chegamos. Aps sermos cumprimentados com
alegria pelo anfitrio e sua famlia, levam-nos referida sala com a assertiva de que ningum haveria de nos molestar. Tudo que fora dito nesta noite foi por Joo minuciosamente anotado e pode ser lido no Evangelho. Para maior compreenso dos acontecimentos convm relembrar alguns pontos. Feito a ceia dentro do hbito antigo, levantei-Me, cingi-Me e iniciei o lava-ps que demonstrava a mais profunda humilhao do Filho do homem, pois geralmente era feito por empregados e escravos. Alm disto, traduz que ningum pode palmilhar os Meus Caminhos sem que Eu lhe tivesse purificado os instrumentos. O corao tem que ser inteiramente limpo de toda poeira das caminhadas pelas estradas do mundo, sendo Eu a oferecer-lhe os meios. Ningum deve temer tais ablues, do contrrio no teria parte Comigo. Neste smbolo dei um ensinamento profundo aos apstolos, cujo sentido de mxima importncia. Assim como Eu purifiquei os Meus discpulos, as criaturas devem-se esforar em purificar-se para poderem seguir-Me realmente, de coraes puros, isto , de ps lavados. Era hbito que aps a ceia, o chefe de famlia passava mais um bocado a um dos presentes, acompanhado de um ditado da Escritura. No conservou-se tal hbito para os tempos de hoje. Mas naquele tempo era realizado por todos e muitos o consideravam uma espcie de vaticnio para o futuro. Enquanto preparo os pedaos, Minha Alma se sente tomada de profunda tristeza, por isto digo: Um dentre vs Me trair! Apavorados com esta sentena lgubre, os apstolos Me crivam de perguntas, como entend-lo e quem seria o traidor. Nego responder-lhes e comeo a distribuir os bocados, acrescentando uma advertncia a cada um, segundo seu carter. Pedro, um dos primeiros, quem mais se impressionou com Minhas Palavras e d um aceno a Joo que est a Meu lado, a fim de indagar qual seu sentido. A expresso de ter estado Joo inclinado sobre o peito do Senhor, foi interpretada erroneamente, em virtude da incompreenso lingstica. No estvamos deitados mesa como faziam romanos, pois tal hbito nunca fora aceito pelos judeus que evitavam familiarizar-se com povos pagos. Sentados mesa, aquele que deveria receber especial demonstra-
o de amizade, se encontrava direita do pai de famlia, que lhe preparava os pratos. Nessa ocasio, este tinha que se virar por vrias vezes para o lado do outro, de peito voltado para ele. No uso lingstico daqueles tempos, tal circunstncia era traduzida por inclinado sobre o peito do Senhor. Joo, portanto, pergunta em surdina o sentido de Minhas Palavras, e sendo o apstolo mais confidente, respondo: aquele a quem dou o bocado, com que Judas o recebe com as palavras: O que fazes, f-lo depressa. Naturalmente, os demais discpulos no podiam concluir o sentido das mesmas. Judas, igualmente assustado com Meu primeiro Pronunciamento, aceita as palavras como convite para seus planos, levanta-se e se afasta intimamente triunfante. Tomado de orgulho de co-regente futuro que espera se tornar por Mim, bem como a nsia desmedida de colher glrias e honras, facilitam a posse de sua alma por parte de Satans e todos os demnios orgulhosos, vibrando no desejo de dominar e exterminar todos os adversrios. Poderia Eu ter evitado isto? Certo. O Filho do homem tinha de chegar a uma situao em que se Lhe oferecessem todo brilho e honras do mundo. E nisto se baseia a soluo tomada anteriormente. Foi o motivo porque disse, aps o afastamento de Judas: Agora o Filho do homem foi glorificado, e Deus est glorificado Nele. Assim sendo, Deus o glorificar em Si Mesmo, dentro em breve! Quer dizer, o Filho do homem ser verdadeiramente Filho de Deus, e o Pai, dentro em breve, unir-se- a Ele para toda Eternidade. Novamente repito Minha Doutrina total, em poucas palavras, como se l em Joo, Cap. 13-17, com todas as objees e contestaes dos apstolos, inclusive as de Pedro e Philippus. Entrementes, j se fazia tarde. Tomei outra vez o po, do qual havia tirado os primeiros pedaos, e digo aos onze: Que cada um aceite mais este bocado. o Meu Corpo, o Verbo encarnado que deve se tornar vivo em vs. Bebei deste clice. o Meu Sangue, que ser vertido para remisso de vossos pecados. Quem no comer de Minha Carne e no beber de Meu Sangue, jamais alcanar a bem-aventurana. Sabeis como entend-lo, no vos escandalizando
com tais palavras. Comei, bebei, e quando isto for feito, que seja em Minha Memria! Onde dois tal fizerem para Minha Memria, reunindo-se em Meu Nome, estarei entre eles. Os discpulos agiram como Eu os ensinara. Em seguida samos de casa, aps Eu ter agradecido ao hospedeiro, que se despede de Mim, com carinho.
72. JESUS EM GETHSMANE

Passando pela entrada da cidade, dirigimo-nos para o Monte das Oliveiras, onde se encontrava o jardim, ainda hoje chamado de Gethsmane. Pertencia ao albergue no Monte das Oliveiras, propriedade de Lzaro e conhecido como local de excurses. Abaixo do albergue, situado no alto e oferecendo vasto panorama, estendia-se um parque pelo qual se atravessava por um caminho agradvel at o cume. Esse parque o prprio Gethsmane, num ponto bem diferente ao que se costuma apresentar hoje em dia, pelo motivo de que as rvores antigas sugerirem aos visitantes terem encontrado o local certo. Reunimo-nos como sempre na casa do hospedeiro, e Judas estava convicto de encontrar-Me ali, porque Eu no teria deixado Lzaro a fim de estar a ss com os discpulos. O parque oferecia local apropriado para meditao, devido ao absoluto silncio, razo por que levei os apstolos para l, a fim de se aprofundarem nos ltimos acontecimentos. Acampamo-nos algo afastados do caminho, e convidei Pedro, Joo e Jacob a Me acompanharem. Eis que surgiu o momento em que todo peso da prxima desgraa se atirou sobre a Alma do Filho do homem, e a Divindade novamente Se afastou a fim de deixar que o Homem Jesus assumisse a deciso definitiva. Sentindo a hora aterradora, disse: Minha Alma est aflita at a morte! E virando-Se para os trs apstolos: Ficai aqui e vigiai Comigo! Em seguida afastou-Se e orou: Meu Pai, se for possvel, que este clice seja afastado de Mim. A Tua Vontade, porm, seja feita e no a Minha!
Como nessas palavras no havia firme deciso, a Divindade no voltou para o ntimo Dele. Dirigindo-Se aos trs discpulos, Ele os encontrou dormindo. Da concluiu haver somente apoio no Pai dentro de Si. Despertou-os e disse as conhecidas palavras: No sois capazes de vigiar Comigo, por uma hora? Vigiai e orai para no cairdes em tentao. O esprito est disposto, mas a carne fraca. Com tais palavras se referia no s a eles, mas a Si Mesmo. Afastando-Se outra vez, Ele repetiu: Meu Pai, no sendo possvel afastar este clice, toma-lo-ei, fazendo-Se a Tua Vontade! Tomado de inquietao, a Alma procurou apoio externo junto dos Seus, e novamente os encontrou dormindo, to profundamente, a ser impossvel despertlos, pois apenas se moviam chamada. Com isto, Jesus, o Filho do homem, venceu. Cheio de piedade fitou aquele grupo, voltou e exclamou: Pai, sei ser possvel afastar esse clice. Mas Tua Vontade, somente, Se faa, por isto o tomarei! Ento a Divindade voltou inteiramente, fortificou-O e disse: Meu Filho, no fim tiveste que Te decidir. De agora em diante, Pai e Filho esto unidos em Ti, para toda Eternidade. Suporta o que Te cabe. Amm. Levantei-Me e voltei para junto dos apstolos, encontrando-os outra vez adormecidos. Despertei-os e disse: Como possvel dormirdes e deixar-Me sozinho na hora mais difcil? Vigiai e orai para no cairdes em tentao. O esprito est pronto, mas a carne fraca. Deveis ser sempre fortes. Chegou o momento em que serei entregue a Meus adversrios. No durmais, mas sede fortes! Neste instante se aproxima um grupo de guias armados do Templo, munidos de tochas e conduzido por Judas querendo lev-los para o albergue. Os discpulos perguntam o que significa aquilo. Mando que se afastem e enfrento os homens no caminho. Quando Judas Me v, cumprimenta-Me fazendo meno de beijar-Me como sinal combinado para os esbirros. Impedindo-o, digo: Judas, desta forma trais o Filho do homem? Ser-te-ia melhor no teres nascido. Virando-Me para os homens, digo com voz estentrica: A quem procurais? O chefe responde: A Jesus de Nazareth! Dando alguns pas-
sos para frente, dou-Me a conhecer dizendo: Sou Eu! Os soldados recuam por terem ouvido falar a respeito de Meu Poder que temem, razo porque Kaiphas havia escolhido homens que ainda no Me conheciam. Alguns da retaguarda, tombaram devido ao recuo dos outros. Novamente pergunto, pois os esbirros ficaram parados, hesitantes e temerosos: Quem procurais? mesma resposta do chefe, replico: J vos disse ser Eu! Tratando-se de Mim, deixai que estes se afastem. Percebendo que nada lhes acontecia, os guardas, envergonhados do pavor demonstrado, cercam-Me enquanto o chefe dava ordens de cuidarem somente de Minha Pessoa, a mando do sumo-sacerdote. Pedro, sentindo perigo iminente para Mim e no se dando milagre que Me salvasse, desembainha a espada e se dirige para o Meu lado. Malchus o enfrenta com a lana. Pedro reage e corta-lhe a orelha. Eis que digo ao apstolo: Guarda tua espada. Por acaso no deveria Eu tomar o clice dado pelo Meu Pai? Pedro recua, Eu toco o guarda ferido, e sua orelha se cura. Essa Ao tonteia os esbirros a ponto de no mais se preocuparem com os apstolos, pois tratam de levar-Me. Como Eu deixasse, calado, que Me atassem as Mos sem qualquer reao, comentam sua admirao, pois lhes tinham sido dadas ordens de usarem a mxima fora, tratando-se de homem to perigoso. Judas estava parte e esperava que algo acontecesse que assustasse os esbirros. Nada se dando, estava convicto que Meu Poder se apresentaria diante do Supremo Conselho.
73. CONDENAO DO SENHOR

A corte tomou o caminho sobre o ribeiro Cidron, atravessando o mesmo portal pelo qual se dera a Minha Entrada. Os guardas Me levaram, primeiro a Hanns, cunhado do sumo-sacerdote, como seu representante sempre mui ativo nessa questo, portanto era o primeiro a ser informado de Minha captura.
O relato no vai repetir o que consta no Evangelho de Joo, por ser dispensvel, mas ser acrescentado o que poderia dar impresso de falha nos acontecimentos histricos. A maneira pela qual Hanns Me recebeu, e a queda de Pedro podem ser lidos no Evangelho. Hanns mandou-Me atado a Kaiphas. Judas, percebendo que tudo estava tomando rumo diferente do que pensava, viu como Eu ia sendo levado, e seguiu apavorado diante do insucesso de seus planos. Quando procurava chegar at o sumosacerdote, a guarda o impediu. Kaiphas havia convocado o Supremo Conselho, que se achava impaciente e tramando vingana, quando cheguei. Armou-se queixa formal contra Mim e manifestaram-se vrias testemunhas destinadas a Me declararem ru de alta traio. Para tanto aproveitaram Minha Entrada em Jerusalm e que alm disto, Eu ousara penetrar no Santssimo, outorgando-Me poderes sacerdotais que no possua. Provaram claramente ter Eu tido inteno de instigar o povo contra o Imperador de Roma, a fim de fazer-Me rei. Todavia no era possvel encontrarem-se testemunhas que jurassem neste sentido. Finalmente apresentaram-se os que afirmaram de ter Eu dito: Destru este Templo que Eu o reedificarei. Nesta altura, Kaiphas manifestou-se dizendo ser isto ultraje contra o prprio Templo. Para realizar isto, era preciso Poder Divino, auferido unicamente ao Ungido do Senhor que haveria de surgir com todo Poder. Eu, porm, havia dito ser Cristo, o Ungido, portanto Me incita a dizer se realmente sou o Cristo, o Filho de Deus. Respondi: Tu o dizes. Eu afirmo: A partir de agora, o Filho do homem se sentar Direita do Poder e chegar nas nuvens do Cu ao Pai, que habita Nele! Rasgando suas vestes, o sumo-sacerdote exclama: Blasfemou contra Deus! Para qu necessitamos de mais testemunhas? Ouvistes sua blasfmia! Naturalmente todos concordam, pois no Conselho s estavam reunidos os que eram devotos a Kaiphas. Os que porventura fossem a Meu favor como fora provado nas ltimas sesses ignoravam a traio de Judas e a Minha captura. Deste modo, a sentena de morte rapidamente formulada, tratando-se apenas da permisso de Poncius Pilatus.
De manh cedo fui levado presena do Prefeito, ao qual se informara ser Eu rebelde e blasfemo contra Deus, merecendo a morte. Este, sabendo de Minha Entrada triunfal e nada encontrando de revolucionrio em Minha Pessoa, procurou salvar-Me, pois como romano estava inclinado a tomar-Me por semi-deus com poderes especiais. Suas palavras dirigidas a Mim podem ser lidas no Evangelho de Joo. Em seguida virou-se para os templrios frente do Tribunal dizendo que no descobria culpa em Mim. A seguir, um dos sacerdotes graduados se adiantou, esclarecendo ter Eu percorrido o pas e pregado contra o Templo e seus servos, que eram a majestade e representantes de Deus. Nesta ocasio foi mencionado ser Eu galileu. Satisfeito com tal informao, Pilatus viu uma sada para se ver livre da questo. Galilia estava sob domnio de Herodes, que poderia formar a sentena. Terminou o interrogatrio e deu ordens de Me levarem para Herodes. Este muito se alegrou com a Minha chegada, pois via realizado o seu desejo de conhecer-Me Pessoalmente, podendo certificar-se o que havia de verdadeiro nos comentrios de Meu Poder milagroso. Mandou conduzir-Me junto dele e que todos se afastassem. Ficamos ss. Ento comeou a expressar sua admirao de Eu, tendo a Meu Dispor foras especiais, ter-Me deixado prender, e perguntou como era possvel isto acontecer. Eu no lhe respondi, de sorte a encabul-lo e exigindo resposta de Mim. Meu silncio irritou-o de tal forma que se precipitou junto de Mim ameaando-Me com a tortura. Meu Olhar sereno fez com que o inveterado pecador estremecesse e cheio de pavor chamou pela guarda. A fim de ocultar o medo, ele ridicularizou-Me perante os lacaios, que naturalmente acompanharam o soberano em suas chacotas. Viu-se Herodes trado nas esperanas de conseguir algo pelo poder sobrenatural, querendo tirar o mximo proveito da situao. Por isto deu ordens de Me reconduzirem para Pilatus, mandando dizer com palavras corteses que queria ser submisso soberania de Roma e desistia de julgar um sdito que, segundo o Templo, se havia insurgido contra o Impera-
dor. Com uma veste branca que Herodes havia ordenado para Mim como prova de submisso, voltei para perto de Pilatus. No se alegrou com isto; entretanto, agradou-lhe a atitude do tetrarca, dando motivos para posterior reconciliao de ambos os regentes. Entrementes, Pilatus havia sido advertido pela esposa que em sonho vira como os bons e maus espritos estavam sendo separados do Filho do homem, por isto o Prefeito trata de soltar-Me, propondo ao povo de darMe liberdade, pois na Pscoa costumava-se libertar qualquer criminoso favorecido pela multido. Os sacerdotes e templrios, porm, haviam convocado todo seu squito frente do Tribunal que impedia a aproximao do povo acovardado que no estava perto, mas permitiu-a corja templria que procurava consumar o seu fito de exterminar-Me. Como j fora dito, Barrabs era benquisto no Templo, de sorte que pergunta do Prefeito, todos responderam em combinao Barrabs!, exigindo Minha execuo baseada na afirmao de ser Eu revolucionrio e contra o Imperador. Pilatus no sabia como proceder em virtude de apresentarem acusaes suficientes contra Mim, ele, porm, no conseguia confirm-las. Calculou, pois, ser o bastante uma punio pela flagelao e seu veredicto foi imediatamente executado. Depois de tal castigo, os esbirros Me conduziram para fora em estado comiserador, em manto de prpura e coroado com espinhos, e Pilatus esperava que tal quadro levasse os judeus piedade, podendo ele soltarMe. Mas o corao deles era mais duro que pedra e novamente bradaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Pilatus repetia no encontrar culpa em Mim que merecesse a morte, e que Eu havia sido bastante castigado. Ento, os mais exasperados fariseus que se achavam na frente, gritaram: Ele tem que morrer, pois blasfemou contra Deus! Diz-se filho de Deus, e segundo nossa Lei merece a morte quem blasfema contra Deus! Ouvindo isto, Pilatus assustou-se sobremaneira, pois sua opinio pag de que Eu pudesse ser semi-deus viu-se confirmada. Por isto voltou ao edifcio, onde os esbirros Me haviam reconduzido, e perguntou-Me
qual Minha Procedncia, porquanto queria acreditar em Mim e no em Meus acusadores. Eu no lhe respondi, de exausto. Pilatus tornou a perguntar conforme se l no Evangelho de Joo, Cap. 19, vers. 1., e os acontecimentos seguintes se concluem nos vers. 11, 12 e 13. Pilatus acovardado, pois conhecia o Templo, capaz de tudo quando era de seu interesse, queria dar trmino questo e ocupou o assento de juiz, cerimnia romana quando se dava sentena irrevogvel. Apresentou-Me novamente ao povo e perguntou a quem ele deveria soltar. E a camarilha templria bradou: Barrabs! Este foi trazido e liberto. Em seguida, o Prefeito apontou para Mim, dizendo: Eis vosso rei! Que deve ser feito com ele? A turba bradou: Crucifica-o! Ironicamente, Pilatus perguntou: Devo crucificar vosso rei? Adiantou-se um dos sumo-sacerdotes e disse com nfase: No temos outro regente, seno o Imperador. Este homem contra o Imperador e se fez rei por conta prpria. Que assuma a culpa! Com feio severa, Pilatus retrucou: E se for vertido sangue inocente? Que venha o seu sangue sobre ns e nossos descendentes!, exclamou o sumo-sacerdote, e os asseclas o secundaram repetindo sua exclamao. Percebendo no poder ajudar-Me, sem prejuzo prprio, e alm disto temendo uma depreciao do conceito romano, caso demonstrasse fraqueza de carter, Pilatus todavia queria dar sinal externo de sentir-se irresponsvel. Lavou as mos perante o povo e disse: Sou inocente do sangue desse justo, pois no agiu contra nossa lei. Talvez seja diferente dentro da vossa, portanto o entrego vossa jurisdio. Com isto fez-Me entregar aos esbirros em prontido, que Me prenderam, no mesmo momento em que Barrabs estava sendo liberto e aclamado pelo povo.
74. CRUCIFIXO DO SENHOR

O Templo, portanto, vencera e se apressara em executar a sentena de morte. No ser feita a descrio minuciosa de todos os martrios
infligidos ao Meu Corpo, pois no h alma humana capaz de compreendlo em vida. Somente em estado espiritualmente liberto ser apta a conhecer, at que ponto o martrio mortal se prestou a espiritualizar o Corpo inteiramente, colaborando na dissoluo da matria, se bem que no houvesse necessidade desse sofrimento. Convm apenas corrigir certos enganos e esclarecer alguns fatos, a fim de proporcionar quadro ntido dos ltimos momentos do Filho do homem, segundo os Evangelhos bastante exatos. De sada vamos analisar a crucifixo. Era hbito romano que o criminoso sentenciado deveria carregar seu prprio madeiro e se por acaso as foras faltavam, era cruelmente martirizado para chegar ao local de execuo. Tambm Eu no fui poupado disso. Mas as foras em breve abandonaram o Corpo extremamente extenuado, de sorte que tombei por vrias vezes. Simon de Cyrene, adepto de Minha Doutrina e conhecido do Templo, deu com o nosso cortejo e cheio de pavor, viu Minha situao comiseradora. Eis que um dos templrios lhe grita com sarcasmo: V teu grande mestre que no pode socorrer-se a si mesmo! Agora toda sua fraude vem tona! Revoltado, Simon retrucou, de esprito proftico: Ainda haveis de amaldioar a hora em que fizestes isto! De minha parte desejo servir o meu Mestre, para que este caminho de sofrimento lhe seja aliviado. Como no? exclamaram irritados vrios sacerdotes. Se te atreves a criticar as aes do Templo, fars penitncia! Carrega a cruz de teu mestre! Alegre, Simon pe a pesada cruz nos seus ombros fortes e estende-Me a mo, que estou estirado no cho, a fim de apoiar-Me. Eu a aceito, e Simon de tal forma fortificado a se tornar leve aquele peso. Entrementes, todos os Meus Amigos mais ntimos que durante o julgamento no puderam chegar ao tribunal, estavam participando do cortejo. Agora tambm se aproximavam muitos que acovardados no se atreveram a tomar partido a Meu favor, quando os asseclas do Templo gritaram: Crucifica-o! Estes tomaram uma atitude ameaadora quando o cortejo se acercou do portal no qual uma grande praa permitia
espalharem-se. Os fariseus, prevendo qualquer reao, haviam encomendado uma grande corte de soldados romanos que nos esperava na porta em direo ao Golgotha, a fim de manter a ordem. Quando Meus amigos perceberam estar Eu irremediavelmente perdido e ser impossvel libertao violenta das mos dos esbirros, caram em lamentaes, mormente as mulheres. Virando-Me para os mais prximos, digo: No choreis por Minha Causa, mas por vs e vossos filhos. Ho de passar coisas piores que Eu. Eu volto junto de Meu Pai. Eles, ignoraro o seu destino. A tradio da Igreja afirma ter a serva Veronika Me dado um leno, para enxugar o suor. Realmente isto se deu, pois ela estava na frente das mulheres. A impresso do Rosto naquele leno , todavia, lenda posteriormente surgida, assim como digo de passagem no ter havido a Meu Tempo, um judeu Ahasverus que Me enxotasse de sua casa. Ambos so mitos que surgiram mais tarde, de relatos por pessoas devotas e empenhadas por cercar Minha Morte de toda sorte de milagres, que tambm se infiltraram nos Evangelhos. Se realmente tudo tivesse acontecido enquanto o Corpo estava na cruz conforme relatado, o grande terremoto, o obscurecimento do Sol, a apario de espritos etc., Jerusalm teria feito penitncia com saco e cinza, no mesmo dia, e considerado Minha Ressurreio com muita alegria e prova do perdo de todos os pecados. Assim, nada de extraordinrio aconteceu durante Meu falecimento, que pudesse ter tido relao direta. Mesmo porque era preciso respeitar a livre vontade, enquanto para Mim, se este princpio no fosse considerado, j houve anteriormente oportunidades de impressionar por tais milagres. Tudo que aconteceu podia ter sido sem Minha morte, portanto vamos considerar os fatos em si. Aps Eu ter sido levado para o Golgotha, local comum de execues em Jerusalm, Judas Iscariotes acorreu em terrvel desespero e procurou furar o cerco dos guardas. Repelido com violncia, ele parou nas proximidades, de olhar esgazeado, esperando sempre que algo de extraordinrio acontecesse para Minha libertao. Acompanhou Minha condenao
e medida que percebia ter se apagado Minha Fora ou talvez no fosse posta em ao por Mim, seu pavor crescia. Finalmente voltou para o Conselho Supremo, querendo devolver a importncia sob alegao de ter trado um inocente, e se acusando com violncia. Naturalmente foi repelido com escrnio, com a observao que tratasse de resolver a situao. Cheio de desespero, ele atirou o dinheiro na caixa de esmolas do Templo e correu para o Golgotha, na fraca esperana de Eu Me salvar por Mim Mesmo antes que sucedesse o pior. Quando viu atirarem o Meu Corpo sobre a cruz, quando ouviu as marteladas que enterravam os cravos em Minha Carne, ele soltou um grito e fugiu dali. Sem olhar para trs, dirigiu-se a um lugar ermo, enforcandose em uma figueira, por meio de seu cinto. O preo de seu engano, cobia e amor-prprio, custou-lhe muito caro. Posteriormente ser relatado o que lhe sucedeu em seguida. Dias mais tarde encontrou-se o corpo que se soltara do cinto, e estava sendo devorado por ces e chacais. Ali mesmo foi enterrado. Consta ter-se dado um obscurecimento quando Meu Corpo pendia na cruz. Sim, deu-se um grande obscurecimento interno em Jerusalm, e cada um sentia como se algo tivesse perdido sem saber o que fosse. At mesmo os sumo-sacerdotes, escribas, fariseus e templrios que haviam exigido a Minha morte, no sentiam satisfao nem alegria em sua ao. Esta foi a razo pela qual o Templo no tomou medidas contra Meus discpulos e parentes, nem contra Nicodemus, Jos de Arimathia e Lzaro, todos eles presentes Minha Hora derradeira. Agradeciam eles dignidade de Nicodemus, membro do Alto Conselho, a permisso de poderem ficar nas proximidades, geralmente local destinado aos soldados. Os apstolos, com exceo de Joo, no estavam presentes, conforme Eu havia pedido por vrias vezes. O Pastor fora abatido, e as ovelhas debandaram. Haviam se refugiado alguns em casa de Lzaro, outros, com amigos. Somente Joo teve coragem de se mostrar em pblico, tornando-se apoio e consolo para Minha Me. Pedro, que aps sua queda moral se sentiu tomado de profundo arrependimento, seguiu o cortejo, secretamente, que Me levava pelas ruas
de Jerusalm, de um dirigente para outro. Manteve-se afastado dos outros irmos por sentir sua alma necessidade de isolamento e somente agora atingira plena conscincia a respeito de Minha Misso, no que os exerccios em Ephrem lhe foram muito teis. Percebeu a natureza e finalidade de Minha Morte fsica e estava compenetrado de sua necessidade e ressurreio posterior, na qual confiava sem perder palavra a respeito. Com referncia s Minhas ltimas horas na Terra foi dito o necessrio, e quem quiser assisti-las novamente pode ler As sete palavras ditas na cruz, que ser devidamente esclarecido. Quando a Minha Alma se separou do Corpo, deu-se realmente um terremoto. Tal fenmeno no chamava muita ateno, porque naquela zona, a Meu Tempo, os elementos subterrneos do Vale do Jordo se manifestavam mais seguidos que hoje em dia. Que tal fato tivesse realmente relao com Minha morte, no foi percebido pelos judeus obtusos. Certo tambm que o reposteiro no Templo se rasgou como prova externa de no mais haver barreira para chegar-se ao santssimo Recndito do Pai, podendo todos atingi-lo para l receberem a Vida Eterna. Tambm este fato, conquanto estranho, no despertou alarde. Os sacerdotes do servio, emendaram-no, e a questo ficou solucionada. Alm disto fala-se que o Sol perdera o seu brilho. J fora dito que no houve eclipse solar. Mas todos sabem que terremotos em pases quentes se anunciam por forte turvao da atmosfera, pela qual o Sol perde seu brilho. Coisa semelhante ocorreu naquele instante, se bem que tivesse outro motivo. H quem afirme que mortos saram das tumbas, aparecendo a muitos. Isto deve ser bem entendido, e ser fcil para quem aceitar o seguinte. Quando o Corpo havia morrido e os inimigos saturaram sua vingana no Filho do homem, o povo se dispersou, pois um pavor interno o obscurecimento interno motivou que todos procurassem refgio no lar, onde os judeus teriam que se preparar para o sbado que se aproximava com o pr-do-sol. Meus adeptos achegavam-se mais ao Golgotha, de sorte que o crculo aumentava consideravelmente. Jos de Arimathia j tinha procurado
Pilatus, a fim de receber o Meu Corpo, concesso esta que nem sempre era facultada. O Prefeito a deu de bom grado, julgando com isto produzir um aborrecimento aos judeus, inclusive pela inscrio feita em trs idiomas no alto da cruz, que dizia ser Eu Rei dos judeus. Imediatamente, Meus amigos retiraram o Corpo, que foi limpo e ungido, e o carregaram com cuidado ao sepulcro rochoso de Jos de Arimathia, num terreno que este havia comprado de Nicodemus para sua ltima morada. Se bem que Golgotha era um monte rochoso, encontrava-se prximo de um bairro muito povoado, onde romanos e judeus ricos tinham construdo residncias magnficas. Da se explica a proximidade do jardim. Neste tmulo depositaram o Corpo e o lacraram com cuidado, de medo que os judeus pudessem praticar qualquer maldade com o Mesmo. Estes, por sua vez, temiam que Meus adeptos levassem o Corpo e viessem talvez a afirmar ter Eu ressuscitado. Sabiam perfeitamente que corria o boato, entre o povo, de Minha morte predita e posterior ressurreio. Por isto pediram a Pilatus uma escolta, que ele consentiu, por curiosidade se algo surgisse de milagroso, aguardado pelos amigos, mas tambm temido pelos adversrios. Os guardas romanos receberam ordem de vigiarem a tumba durante cinco dias.
75. A MORTE DO SENHOR

O que aconteceu enquanto o Corpo repousava no sepulcro, e qual foi o motivo premente de Minha morte? Eis a explicao: Por diversas vezes foi esclarecido que Ado, como primeiro homem desta Terra, no sentido da completa liberdade espiritual, fora criado a fim de que a matria pudesse ser reconduzida vida livre do esprito. Para tanto era preciso, antes de tudo, o prprio domnio da matria em si, isto , devia ser criado um estado por livre deciso, que de um lado apresentasse o domnio de todas as tendncias interiores, como deleites, desejos
e inclinaes materiais, para poder facultar do outro lado livre ascenso vida purssima do esprito. J fora explicado minuciosamente constituir a alma de partculas diminutas que, crescendo e se desenvolvendo para esferas cada vez mais conscientes, encontram finalmente no homem a forma que, como invlucro material, no tem capacidade de maior evoluo, todavia a possui em sua alma. Por isto d-se no homem o encontro de dois princpios: o final da existncia material como conscincia prpria em mxima potncia, e o incio de uma vida psquica, imutvel na perfeio de sua forma conquistada. Eis porque no consegue o homem neste fio de navalha da vida terrena negar a conscincia de ele viver, para tanto fornece ele mesmo a maior prova entretanto pode no ter a menor idia de ter atingido o limiar da vida espiritual que principia na forma humana. Com outras palavras: aps ter passado por uma seqncia de transformaes dentro da matria cuja finalidade se concretiza na forma humana, esta continua inatingvel em sua configurao. Inicia-se, porm, uma transformao psquica cuja meta a aproximao cada vez mais estreita ao Esprito de Deus e a Unio com Ele. Quem tiver capacidade, que medite! O que sucede quando se d essa transio? Defrontam-se matria e esprito, cada vez mais sutis, todavia no se podem tocar como polaridades. Por isto deve ser demonstrado um caminho, construda uma ponte pela qual se possa chegar da matria ao esprito. Tal caminho ter que ser exemplo que todos podero seguir. Caso no fosse encontrado esse caminho, isto , no houvesse algum que o palmilhasse, impossvel seria a sada da matria para ingressar em uma vida espiritual e livre. Deve ser, portanto, empenho da Divindade de atrair Suas criaturas por Ela imprensadas na evoluo material, por amor e em virtude da salvao, aps terem alcanado o limite que possibilite o caminho espiritual, podendo surgir a relao de Pai para filho. Cabia a Ado construir em si essa ponte, o que lhe era fcil porque as tentaes da matria eram diminutas comparadas com as de hoje. Precisava ele apenas do auto-domnio, obedincia, e a ponte estaria construda.
A vida espiritual surgiria nele com vigor por ser a obedincia o nico meio de provao, em uma criatura livre de qualquer pecado. Somente da desobedincia se seguem todos os demais pecados, como se pode observar facilmente em crianas. Pela queda de Ado deu-se uma recada na matria, isto , naquela polaridade que se pode afastar de Deus tanto quanto Deus Mesmo consegue ascender para bem-aventuranas cada vez mais sublimes. Com a queda de Ado, o pecado veio ao mundo porque Deus no cria uma obra para destru-la. O caminho iniciado ser acompanhado, de certo modo corrigido, pelo motivo de a Sabedoria considerar antecipadamente as conseqncias do insucesso. Tratando-se de criar seres livres e no mquinas espirituais, o caminho do desenvolvimento individual no homem era o nico a ser trilhado. Com o aparecimento do Gnero Humano prosseguiu a seqncia de todos os pecados que se mantm numa queda cada vez mais profunda, dado o incio da desobedincia. Caso Ado no tivesse desobedecido, nenhum descendente poderia cair neste erro, pois teria destrudo um grmen que no podia ser herdado. Assim, ele fecundou esse grmen que nos descendentes desenvolveu-se para uma rvore que mal permite a passagem da luz do Sol atravs de sua copada endurecida. Por vrias vezes foi feita uma tentativa por parte de almas especialmente fortes, de perfurar essa copada a fim de deixar passar os raios solares, e medida que isto foi alcanado em partes isoladas, a Humanidade foi recebendo religies remotas. Todavia, essas almas fortes no conseguiram atingir o cerne da rvore a ponto de quebrar a coroa e provocar a morte dessa rvore poderosa. Isso no lhes foi possvel porque elas mesmas no eram isentas de pecado em sua vida terrena, pois provaram primeiro a matria antes de sentirem sede de Verdade e Conhecimento de Deus. Como o mundo tivesse sabor amargo, procuraram algo melhor. As antigas religies da ndia so as mais remotas que chegaram at vosso conhecimento, pois a do Egito, em seu ensino genuno, foi a mais antiga e seu conhecimento se perdeu. Todos esses doutrinadores eram almas fortes que romperam a copada
da rvore do conhecimento, ensinaram o caminho, falaram e escreveram coisas verdadeiras e genunas. No podiam escrever de outra forma em seu tempo, razo por que muitos assuntos se tornaram caducos, o que fcil de se compreender na relao das coisas. Da se conclui o seguinte: Antes de encarnar em Jesus, Deus era impessoal. Por isto ningum podia chegar Sua Contemplao, mas apenas sentir Sua Natureza, que naturalmente Se podia fazer perceptvel apenas como Luz, por ser Deus, em Si, Luz purssima a projetar os Seus Raios. Onde Ela existe, penetra e vivifica tudo. A Impessoalidade de Deus no condiciona um ponto central de irradiao como em um sol, porquanto um Mar de Luz, onde no existe concentrao. Aqueles, portanto, que espiritualmente ascenderam at o Ser Supremo, no podiam senti-Lo de outra forma seno como um Ser na Luz, um flutuar e repousar na Luz, o matrimnio com a Luz, sem desejos pessoais. Quando o Homem Jesus Se tornou a Personificao de Deus, a sensao de quem se aproximava da Divindade era diferente, a simples aproximao de duas criaturas, o que justifica a expresso dos antigos videntes. Os da poca atual, tambm tm razo. Aps a queda de Lcifer, quando surgiu o mundo material, o Sol espiritual foi criado como Pouso da Divindade. No entanto no deve ser considerado como concentrao nica. A Luz estava em toda parte no mundo espiritual, e enquanto a alma do homem estivesse presa ao corpo, tal Sol espiritual no podia ser visto antes de Minha Vida terrena. O aparecimento do mesmo era a coroao da f dos espritos que o viram, primeiro. Agora, tambm o para o homem que cr em Mim, to logo a viso espiritual lhe for aberta. O Homem Jesus pode revelar Seu Reino total a todos que crem Nele. Surge ainda a pergunta: Por que se descobrem nas antigas religies os mesmos princpios? Para quem tiver compreendido essas revelaes, seria estranho caso assim no fosse. Se as antigas religies so predecessoras da Doutrina do Filho do homem e do Filho de Deus, elas tm que conter os princpios desta e no podem apresentar coisas heterogneas. O fato de se manter a vida dos doutrinadores, isolada, semelhante Minha, se
baseia no mesmo motivo. Se a antiga religio do Egito em seus traos originais que apenas chegou poca atual de modo apagado devido ao posterior culto dos deuses fosse conhecida inteiramente, poder-se-ia afirmar que a religio crist foi extrada da egpcia; a tal ponto so idnticas, mormente quando se reconhece a natureza de Osiris, Isis e Horus, em seu sentido original. A que ponto consegui Eu romper a rvore do pecado e no somente a copada de folhagens? Antes de tudo preciso esclarecer o que seja pecar. Muitos respondero rapidamente: Pecado tudo aquilo que vai contra a Vontade de Deus. Certo. Mas que vem a ser a Vontade de Deus e como a conhece o homem que nem acredita em Deus, e muito menos aceita Sua Vontade? preciso raciocinar dentro da vida humana. Ningum pode pecar contra Deus, caso no O conhea, tampouco algum poderia aborrecerse com um cego que afirmasse no existir a luz, s porque no a v. Assim Deus no afligir quem O desconhece. Entretanto, pode um cego ofender algum embora no o veja, mas ouve e sente, podendo usufruir sua caridade direta, caso se oponha de qualquer maneira. Poderia pecar contra o amor, pois no obstante sua cegueira, no contesta sua natureza. O mesmo se d com o espiritualmente cego que pode pecar contra o amor do prximo, ainda que desconhea Deus. O amor ao prximo o caminho para o amor a Deus, o que j foi muitas vezes explicado. Como o Homem Jesus tivesse cumprido esse Mandamento em seus menores detalhes, desde a adolescncia, o amor de Deus tambm aumentou, de sorte que pde finalmente integrar-Se Nele. O pecado no tinha poder sobre Ele, pois Se esforava por atingir o Caminho invisvel do Amor de Deus, pelo caminho visvel do amor ao prximo que se manifesta por obras externas. Deus dera apenas uma ordem a Ado: a obedincia incondicional. Ele a desconsiderou e pecou. O Homem Jesus imps a Si Mesmo esse Mandamento, por amor a Deus, nada fazendo contra a Vontade do Pai, e Se tornou Exemplo luminoso para os seguidores. Atingiu assim o estado que Ado deixou de atingir, e apaziguou em Si a Divindade que fora
ultrajada em Sua Santidade pela desconsiderao do Mandamento. A Sabedoria estipulou o Mandamento. A Vontade, a Fora, exigiu o cumprimento. O Amor encontrou o caminho para cumprir as condies em Jesus, indispensveis para trazer de volta o antigo estado de bemaventurana para todas as criaturas. Este caminho, que leva diretamente a Deus, foi aberto e trilhado pelo Homem Jesus, que deste modo Se tornou Filho de Deus, trazendo a Salvao. A morte de Jesus a confirmao da obedincia incondicional. No teria sido preciso. Mas, como a Humanidade dentro do livre arbtrio o exigisse atravs do hlito de Lcifer, Jesus submeteu-Se tambm a essa exigncia e morreu. A queda de um pecado a outro produz a crescente dureza de alma. A fim de expressar este estado, fala-se de coraes endurecidos, e no se pode antever a que extremo capaz. A matria, o prazer externo, aumenta sempre, e com isto desaparece a conscincia de qualquer semente psicoespiritual. Tal endurecimento leva no final a um estado animal, que nada mais conhece seno a subsistncia e procriao, sem liberdade espiritual. A salvao de tal estado s pode provir de uma doutrina puramente espiritual que leva conscincia moral da dignidade humana, e essa doutrina foi dada em poucas palavras de clareza e compreenso mximas. Seu cumprimento rompe as algemas da matria, liberta os elos dos prazeres materiais e leva finalmente desejos e apetites a um estado de sensaes purssimas, como o conhecimento do mal, no para sua realizao, pois o eu mental se dilui cada vez mais pela evoluo. medida que se d este fenmeno, a algema da matria amolece, para no fim no mais ser sentida como tal. A rvore do pecado s pde ser partida por Jesus porque enfeixava o Esprito de Deus, que j havia dado a Ado o Mandamento sem que fosse cumprido. H quem diga: Onde est a prova de que os doutrinadores anteriores no conseguissem o mesmo? Pois o fato acima explicado se passa despercebido dos olhos humanos, sendo um fenmeno interior que nenhum outro, a no ser Jesus poderia abordar, enquanto o caso externo, o surgimento de um doutrinador exemplar, sua vida e bons ensinos, inclusive a morte, foram por vrias vezes demonstrados. Como
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agora foi quebrada a rvore do pecado, e anteriormente apenas rompida a coroa? O efeito externo dentro do mundo de pouco efeito, pois o pecado floresce como nunca, e a Humanidade s pode julgar sinais externos. primeira vista, tal a impresso. Analisando mais de perto, assim no . Qualquer pessoa que inicia o caminho da evoluo interna, perceber em breve como ele realmente. A aparncia como casca externa, no tem valor. Mas quem no quiser trilhar o caminho interno, no pode ser persuadido, ou por outra, impossvel fornecer-lhe um quadro desse caminho, assim como no se consegue dar a um cego a noo das cores. A deciso est com o xito. O caminho existe, deve ser palmilhado, para depois ser julgado. Sem Mim, no h quem chegue ao Pai, e sem a f em Jesus, no houve sbio que sentisse o Ser Supremo e Onipotente como Fonte de todo Amor que Se pode manifestar pessoalmente. O impessoal se torna Personalidade em Jesus, e a unio de Ambos na Forma Humana possibilita a aproximao da criatura ao Criador, a integrao da matria no esprito, a reconduo da seqncia dos pecados por cima da barreira de matria e esprito, que de outra forma jamais se poderiam tocar. A Ponte para tanto a Vida de Jesus. Surge, portanto, a questo: At onde chegavam as almas desencarnadas antes da morte do Filho do homem? medida que seguiam a uma doutrina dada pelos professores anteriormente surgidos, podiam chegar ao conhecimento e bem-aventurana, sem todavia atingir a percepo da Divindade Personificada. Isto se deu pela primeira vez em que o Corpo de Jesus repousava no tmulo, e Sua Alma passou a fronteira com o Esprito Divino que Nela habitava, mostrando-Se a todos como Aquele que e foi. A respeito deste assunto s podem ser dados alguns indcios. Posteriormente ele ser nitidamente revelado. Com esta Revelao no mundo espiritual iniciou-se a construo e povoao da Nova Jerusalm como Cidade de Deus, e permanecer para toda a Eternidade.
76. RESSURREIO E ASCENSO DO SENHOR

No terceiro dia da Pscoa, a Divindade retornou e chamou o Corpo do Filho do Homem, que imediatamente Se dissolveu e foi dado Alma como Veste. Essa ocorrncia foi presenciada pelos guardas romanos como luz esplandecente a preencher o sepulcro, assustando-os de maneira tal que fugiram a fim de anunciar Eu ter ressuscitado. A pedra foi removida diante da entrada para todos lanarem um olhar no interior. Os soldados correram junto de Pilatus, admiradssimo com a notcia, que transmitiu ao Conselho Supremo com certa malcia. Alguns membros se dirigiram para o sepulcro achando-o vazio, e procuraram ocultar o fato de medo da reao popular. Pagando os guardas, exigiram que fosse divulgado terem os discpulos roubado o corpo enquanto os primeiros dormiam. Ao mesmo tempo garantiram impunidade junto a Pilatus que teria de castigar com a morte, o lapso de dormirem no posto. Pilatus, porm, negou-se a permitir a impunidade e disse, quando um sacerdote graduado procurava negociar com ele: Ou eles dormiram, tornando-se duplamente merecedores de punio, incluindo a mentira, ou ento no dormiram. No quero expor-me ira do ressuscitado por uma mentira. Percebendo que nada poderiam arranjar neste sentido, os sacerdotes entregaram grande soma de dinheiro aos guardas, a fim de fugirem para zonas longnquas. Em seguida foi divulgado o boato do roubo do corpo, cuja crena se conserva at hoje. Pelo Evangelho sabe-se ter Eu aparecido para muitos, em toda parte onde doutrinei, para demonstrar aos Meus seguidores que Minha Doutrina era certa. No somente foi vista a Minha Pessoa, mas a de muitos que partiram antes, aparecendo em sonho aos parentes e isoladamente at mesmo de dia, para dar-lhes notcia da Nova Jerusalm. Esses fatos foram posteriormente relacionados ao momento de Minha morte, e eis a explicao de que muitos desencarnados ressuscitaram e apareceram nos lares de parentes.
Ser mencionado em breves palavras o que sucedeu at o afastamento do Corpo do Monte das Oliveiras. Maria Magdalena foi a primeira que Me viu e a ocorrncia se deu tal qual como Joo relata. (Joo 20, 1-18). Ela se dirigiu muito cedo ao sepulcro, em companhia de seis moas antes de o Conselho ser informado para orarem e untarem mais uma vez o Corpo com ungentos aromticos que deveriam preserv-lo da decomposio. Achando o sepulcro vazio, correram para relat-lo aos apstolos. Aps se ter abrandada a perturbao e todos voltando para informarem os que nada sabiam a respeito, Maria Magdalena l ficou sozinha. J foi dito o motivo porque lhe disse: No me toques! Seu amor ainda impuro para Comigo, a teria destrudo caso tivesse tocado Meu Ser puramente espiritual. A seguir, Joo relata ter Eu aparecido aos discpulos quando se reuniram a portas fechadas. Deu-se grande inquietao entre o povo de Jerusalm aps os falsos comentrios dos fariseus. A maioria no lhes dava crdito, pois sabia ser algo indito que soldados romanos desleixassem seu posto de tal forma que um sepulcro pudesse ser aberto e violado. Muitos foram os comentrios a respeito do sono profundo dos mesmos, e tal informao inaceitvel foi escarnecida e comparada ao sono ainda mais profundo do Templo. Os sacerdotes se enraiveceram e procuraram prender os discpulos que deitavam por terra a mentira daqueles, querendo mat-los. Os apstolos se reuniram no albergue do Monte das Oliveiras para resolverem sua situao. Thoms no estava presente, pois se empenhava na cidade por colher informaes. Em meio reunio, da qual tambm Lzaro participava, Eu surgi e saudei a todos que Me rodearam vencidos pela alegria. Novamente os orientei sobre a finalidade de Minha morte, a misso deles e que no deveriam sentir medo, pois pela justa confiana e o amor para Comigo, estariam seguros de qualquer perseguio. Proveilhes a imortalidade em Meu Reino atravs de Meu Aparecimento, e todos se compenetraram da f de corao devoto. Em seguida despedi-Me, aps lhes ter dado o conselho de se reunirem de novo passados oito dias, e que cada um procurasse organizar sua
situao caseira. Oito dias mais tarde ocorreu a cena com Thoms descrita por Joo (Cap. 20, vers. 26-29). Nos dias aps a Pscoa apareci a todos que estiveram em contato direto Comigo, para lhes dar a prova da veracidade de Minha Doutrina e confortar as almas na divulgao da mesma. Ningum foi excludo. Os que com Minha morte se enraiveceram contra os judeus, foram abrandados e os vacilantes, fortalecidos. Intil descrever todos esses fatos, pois nada aconteceu que no pudesse ser imaginado por qualquer um. Foram eles a coroao de sua f, entretanto no houve dilatao de Meus Ensinos. O relato dos dois discpulos de Emas, por exemplo, fornece quadro preciso de acontecimentos semelhantes. A Revelao no Mar Galileu (Joo 21, 1-19) teve a finalidade de soerguer Pedro, que muito sofria por Me ter negado. Por isto foi-lhe dada a oportunidade de ativar sua f. Quando os discpulos estavam no barco e Me viram, chamando a ateno de Pedro, ele atirou-se incontinenti ao mar para encurtar o caminho para Mim. Esta f o purificou das mculas ainda inerentes a ele. Todos que Me reconhecerem, tero de procurar o caminho mais curto atravs do mar revolto. Sua trplice negao corresponde s Minhas trs perguntas: Tu Me amas? Oculta-se neste fato um grande segredo, solucionado por todos que leram esta Obra com o corao, e no somente com o intelecto. Que cada um se analise para descobrir esse segredo. Os apstolos se entregaram a seus afazeres para definir sua situao material. Conforme havia aconselhado, reuniram-se em determinado dia, quarenta dias aps a Pscoa, correspondendo aos quarenta dias no deserto, necessrios para a preparao de cada um. Todos que Me eram afins se apresentaram, e Eu surgi em meio deles e os levei ao cume do Monte das Oliveiras, de onde se tem ampla viso. Reuni os apstolos em Meu redor. Os outros discpulos se postaram num grande crculo. Adverti a todos a se manterem firmes na Minha Doutrina, e dei aos apstolos a incumbncia de divulgarem Meu Evangelho em todo o mundo. Despedi-Me e declarei que a partir de ento no mais Me
veriam, mas estariam unidos a Mim, em Esprito. Em seguida os abenoei, e desapareci.
EPLOGO DO SENHOR Com isto foi dito e fielmente escrito o que se relaciona Minha Vida terrena, e o que na Terra surgiu visivelmente. Falta, porm, uma grande parte, isto , o que se deu no mundo espiritual. O mundo ainda est muito cru para compreend-lo, inclusive os que acreditam em Minhas Palavras diretas. Tempo vir, e no dista muito, em que os homens voltaro a um entendimento puramente espiritual. Ento ser oportuno revelar tambm isto, para apressar tal poca. Os povos devem ser aproximados e a Terra tornar-se ambiente de paz. Amm.
Fim do Gramde Evangelho de Joo

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Obras da Nova Revelao

TRADUZIDO POR YOLANDA LINAU REVISADO POR PAULO G. JUERGENSEN

O Grande Evangelho de Joo Volume X 1

RECEBIDO PELA VOZ INTERNA POR JAKOB LORBER

UNIO NEO-TEOSFICA 2004 www.neoteosofia.com.br

O Grande Evangelho de Joo Volume X 3

O Grande Evangelho de Joo Volume X 5

O Grande Evangelho de Joo Volume X 7

O Grande Evangelho de Joo Volume X 9

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Obras da Nova Revelao

O Grande Evangelho de Joo Volume X 13

O SENHOR NOS ARRABALDES DE CESARIA PHILIPI

1. PROPOSTAS PARA A RPIDA DIVULGAO DA DOUTRINA

2. FALHAS DE UMA DIVULGAO OBRIGATRIA

O Grande Evangelho de Joo Volume X 15

3. O ROMANO CONVERTE SEUS AMIGOS

O Grande Evangelho de Joo Volume X 17

4. PERSAS E HINDUS SO SALVOS POR RAPHAEL

O Grande Evangelho de Joo Volume X 19

5. VIAGEM DO SENHOR PARA GENEZARETH

O Grande Evangelho de Joo Volume X 21

6. A REFEIO EM CASA DE EBAHL

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7. A REFEIO INTERROMPIDA PELO ROMANO

O Grande Evangelho de Joo Volume X 25

8. UM MILAGRE DO SENHOR ACALMA OS ROMANOS

O Grande Evangelho de Joo Volume X 27

O Grande Evangelho de Joo Volume X 29

10. INDAGAES FILOSFICAS DO CAPITO

O Grande Evangelho de Joo Volume X 31

11. CONSIDERAES NEGATIVAS

O Grande Evangelho de Joo Volume X 33

12. O CONSTANTE ZELO DE DEUS PARA COM AS CRIATURAS

O Grande Evangelho de Joo Volume X 35

13. O CAPITO PEDE ORIENTAO ACERCA DO GLOBO TERRESTRE

14. RAPHAEL, PROFESSOR DE ASTRONOMIA

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15. RELAO ENTRE OS PLANETAS E O SOL

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16. CONDIES PARA A CONQUISTA DA SABEDORIA

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O Grande Evangelho de Joo Volume X 43

17. RAPHAEL POSITIVA SEU PODER

O Grande Evangelho de Joo Volume X 45

18. A MATANA DE ANIMAIS

19. FINALIDADE DA LUTA EM A NATUREZA

O Grande Evangelho de Joo Volume X 47

20. VARIABILIDADE DA CRIAO DO ORBE

O Grande Evangelho de Joo Volume X 49

21. A SUBSTNCIA PSQUICA E SUA GRADATIVA LIBERTAO DA MATRIA

O Grande Evangelho de Joo Volume X 51

22. COMPOSIO DA ALMA HUMANA

O Grande Evangelho de Joo Volume X 53

23. QUEDA DA DOUTRINA PURA

O Grande Evangelho de Joo Volume X 55

24. PROPOSTA PARA DESMASCARAR OS FALSOS PROFETAS

O Grande Evangelho de Joo Volume X 57

ADVERTNCIA PARA A POCA ATUAL