Vieira, Rodrigo Cuberos
Vieira, Rodrigo Cuberos
Vieira, Rodrigo Cuberos
dist
ndice de esbeltez reduzido referente flambagem por distoro
p
ndice de esbeltez reduzido da chapa ou do elemento
0
ndice de esbeltez reduzido da barra
Coeficiente de poisson
Fator de reduo associado flambagem da barra
FLT
Fator de reduo associado flambagem lateral com toro da barra
Tenso normal, em geral
Tenso de cisalhamento, em geral
fator de reduo associado flambagem da barra
0
Fator de combinao para as combinaes ltimas das aes
2
Fator de utilizao para as combinaes de servio das aes
Deslocamento perpendicular ao plano da chapa
xx
SUMRIO
1. INTRODUO........................................................................................................................... 1
1.1 Consideraes Gerais ............................................................................................................ 1
1.1.1 Principais Elementos de uma Cobertura Metlica.......................................................... 2
1.1.2 Teras Metlicas ............................................................................................................. 9
1.2 Histrico .............................................................................................................................. 16
1.2.1 Perfis Laminados .......................................................................................................... 18
1.2.2 Perfis Formados a Frio ................................................................................................. 21
1.2.3 Perfis Tubulares............................................................................................................ 25
1.2.4 Teras Treliadas.......................................................................................................... 30
1.3 Proposta de Trabalho........................................................................................................... 32
2. ESTUDOS PRELIMINARES................................................................................................... 35
2.1 Teras em Perfil Laminado.................................................................................................. 37
2.2 Teras em Perfil Formado a Frio......................................................................................... 41
2.3 Teras Treliadas em Perfis Abertos ................................................................................... 57
2.4 Teras Treliadas Tubulares................................................................................................ 61
3. O PROGRAMA AUTOTERAS............................................................................................. 65
3.1 Teras em Perfil Laminado.................................................................................................. 65
xxi
3.2 Teras em Perfil Formado a Frio......................................................................................... 67
3.3 Utilizao do Programa ....................................................................................................... 72
3.4 Validao do Programa ....................................................................................................... 74
3.5 Comparaes entre a NBR 8800/1986 e a NBR 8800/2008 ............................................... 80
4. O PROGRAMA AUTOTRUSS................................................................................................ 83
4.1 Comparaes entre a NBR 8800/1986 e a NBR 8800/2008 ............................................... 86
5. ANLISES DAS TERAS ...................................................................................................... 89
5.1 Carregamentos Atuantes nas Teras.................................................................................... 90
5.2 Anlise das Teras em Perfil ............................................................................................... 97
5.2.1 Teras em Perfil Laminado........................................................................................... 98
5.2.2 Teras em Perfil Formado a Frio................................................................................ 100
5.3 Anlise das Teras Treliadas Tubulares .......................................................................... 104
5.3.1 Teras Treliadas Tubulares Planas ........................................................................... 104
5.3.2 Teras Treliadas Tubulares Multiplanares................................................................ 112
5.4 Anlise das Teras Treliadas em Perfis Abertos ............................................................. 115
5.5 Anlise de Custo................................................................................................................ 118
5.6 Comparaes ..................................................................................................................... 123
5.6.1 Comparaes dos Pesos.............................................................................................. 123
5.6.2 Comparaes dos Custos............................................................................................ 127
5.6.3 Comparaes dos Custos Intermedirios.................................................................... 133
5.7 Investigao das Melhores Teras..................................................................................... 137
6. Consideraes Finais ............................................................................................................... 141
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................................ 145
ANEXOS..................................................................................................................................... 153
xxii
ANEXO A TABELAS DAS ANLISES REALIZADAS COM O AUTOTRUSS ............... 155
A.1. Teras Treliadas Planas ................................................................................................. 155
A.2. Teras Treliadas Multiplanares...................................................................................... 157
ANEXO B PROCEDIMENTOS DE NORMA........................................................................ 159
B.1. Determinao dos Esforos Resistentes dos Perfis Laminados....................................... 159
B.2. Determinao dos Esforos Resistentes dos Perfis Formados a Frio .............................. 165
ANEXO C DETALHES SOBRE OS PROGRAMAS............................................................. 177
C.1. Programa AutoTeras ...................................................................................................... 177
C.1.1 Verificao................................................................................................................. 178
C.1.2 Dimensionamento ...................................................................................................... 183
C.1.3 Listas de Perfis........................................................................................................... 186
C.2. Programa AutoTruss 2.0.................................................................................................. 189
1
1. INTRODUO
1.1 Consideraes Gerais
A utilizao das estruturas metlicas na construo civil vem crescendo e se firmando
como uma tima soluo para a execuo de obras de mdio e grande porte, principalmente
quando o uso da estrutura requer a existncia de grandes reas livres, sem a presena de muitos
pilares internos.
Esse bom comportamento das estruturas metlicas para obras de grandes vos se deve a
elevada resistncia mecnica do ao e a existncia de diferentes tipos de perfis, que so
apropriados para as mais diversas situaes de projeto.
Outra grande vantagem das estruturas metlicas que permite a sua utilizao para
grandes vos, a possibilidade de unir os perfis metlicos formando trelias, cujas barras
trabalham sobretudo a trao e compresso, extraindo o mximo da resistncia dos perfis e
resultando em estruturas leves.
Uma estrutura pode ser feita totalmente em estrutura metlica, ou atravs de uma mescla
de dois ou mais tipos de estruturas, como por exemplo, estrutura metlica e de concreto. Essa
mescla muito utilizada no Brasil em galpes industriais, comerciais e de armazenamento, onde
as colunas so feitas em concreto e a cobertura, pela necessidade de grandes reas livres internas,
feita com estruturas metlicas. Portanto, pode-se notar que a cobertura metlica um tipo de
estrutura metlica muito comum de ser executado atualmente no Brasil, o que motivou o
desenvolvimento desse projeto.
2
Dentre os elementos componentes de um sistema de cobertura, foram estudadas as teras
metlicas, analisando os principais tipos usados nas coberturas metlicas, com o objetivo de
buscar as melhores solues de teras com relao aos vos a serem cobertos e s cargas atuantes
na cobertura.
Os resultados finais deste trabalho possibilitam evitar desperdcios de material com a
utilizao de solues que no conduzem as melhores solues de teras, e reduzir o peso final do
sistema de cobertura metlico, aliviando o carregamento atuante sobre o restante da estrutura e
sobre a fundao, o que resulta em reduo do custo da obra.
1.1.1 Principais Elementos de uma Cobertura Metlica
Sabe-se que, em determinadas situaes, o fator tempo extremamente importante para
a finalizao de uma obra, e nesses casos, a utilizao de coberturas em estruturas metlicas
uma das solues mais adotadas.
Um dos fatos que permitem essa rapidez de execuo de uma cobertura em estrutura
metlica que os elementos que a constituem so pr-fabricados, ou seja, j chegam na obra
prontos para serem montados, bastando apenas posicion-los nos locais corretos e unir todos os
elementos.
A possibilidade de trabalhar com elementos pr-fabricados, alm de acelerar o processo
de montagem da estrutura, tambm garante um aumento na produtividade e na qualidade da
construo.
Esses elementos que compem uma cobertura metlica so, basicamente, as estruturas
principais, como vigas ou trelias, as teras, os contraventamentos e as telhas, conforme pode ser
observado na Figura 1.1.
3
As telhas so responsveis por proteger o interior das construes das intempries do
tempo, funcionando como elementos de vedao, alm de transmitir os esforos provenientes do
vento ao restante da estrutura. Existem diversos tipos de telhas, que podem ser utilizados em uma
cobertura, como as telhas cermicas, de fibrocimento, de ao galvanizado, de alumnio e de PVC,
dependendo do tipo de estrutura que ser construdo e do carregamento de vento atuante no local.
Estrutura Principal
Teras
Contraventamentos
Telha
Figura 1.1 Principais elementos que compem uma cobertura metlica
As telhas de ao so as mais utilizadas em coberturas metlicas, por serem leves e se
adaptarem aos vos praticados nessas estruturas. Outra vantagem o fato de serem
disponibilizadas em grandes comprimentos, tornando mais rpido o processo de cobertura da
estrutura, pois uma grande rea pode ser coberta rapidamente com apenas uma telha. A telha
fornecida com o comprimento exato solicitado, evitando desperdcios, variando em torno de 6,0
m e podendo atingir at 12,0 m. Existem espessuras variadas, de acordo com a disposio dos
elementos estruturais da cobertura.
4
As telhas de ao so comercializadas com sees onduladas ou trapezoidais, e
necessitam de uma inclinao mnima de 5% para garantir o escoamento da gua. A sua fixao
nas teras pode ser feita atravs de ganchos ou parafusos autobrocantes, conforme a Figura 1.2.
Figura 1.2 Telha metlica: a) telha apoiada na tera, b) gancho para fixao da telha, c)
parafuso autobrocante. Adaptado de CBCA [33], Pugliesi [55] e Faz Fcil [24]
Outro tipo de telha de ao comumente utilizado para coberturas de grandes estruturas,
a telha zipada, que requer inclinaes prximas a 3%. A sua fixao na tera feita atravs de
clips, e a fixao das telhas nos clips feito atravs de um equipamento especial, conforme a
Figura 1.3.
Figura 1.3 Telha zipada: a) colocao da telha, b) fixao nos clips, c) cobertura finalizada.
Fonte: Metlica [46]
5
As telhas de alumnio so uma alternativa, apresentando um peso menor que as telhas de
ao, porm so mais caras. J as telhas de fibrocimento so bem mais pesadas que as telhas de
ao e alumnio, alm de serem fornecidas em comprimentos menores, pr-definidos pelos
fabricantes, geralmente entre 1,53 m e 2,44 m.
Nos casos onde existe a necessidade de um isolamento trmico ou acstico, podem ser
utilizadas as telhas termo-acsticas, tambm conhecidas como telhas sanduche, que so
compostas por duas telhas de ao convencionais, com um material isolante entre elas, conforme a
Figura 1.4. Como alternativa para tornar o conjunto mais leve, tambm possvel utilizar apenas
uma telha superior e uma chapa fina de ao substituindo a telha inferior.
Figura 1.4 Telhas termo-acsticas. Fonte: Metlica [46]
Nos estudos realizados neste trabalho, ser admitida a utilizao das telhas de ao para
as coberturas, por ser a soluo que se adqua melhor s coberturas metlicas.
As teras so utilizadas como suporte para as telhas, e tambm ajudam na estabilidade
global da estrutura. Devem resistir carga de vento proveniente das telhas, sobrecarga e ao
peso prprio das telhas, alm das demais cargas permanentes ou variveis que vierem a atuar
sobre a tera. O seu posicionamento e espaamento dependem do carregamento aplicado e do
tipo de telha utilizado.
Devido inclinao do telhado, os carregamentos atuam nos dois eixos principais das
teras, ocorrendo uma flexo oblqua. No caso das teras que fazem parte do contraventamento
da estrutura, como entre o primeiro e o segundo prtico, tambm existe uma carga aplicada no
eixo da tera, sendo ento dimensionada a flexo composta.
6
As teras podem ser biapoiadas ou contnuas, e pode ser necessria a existncia de
travamentos intermedirios, tambm conhecidos como linhas de corrente, para conter
lateralmente as teras. A quantidade de linhas de corrente varia de acordo com o vo a ser
vencido pela tera.
Os tipos de teras mais utilizados so as em perfil formado a frio ou laminado, e as
treliadas planas, tambm conhecidas como joists, que so trelias leves. Um outro modelo que
no muito utilizado, mas que est includo nesse estudo por apresentar bons resultados para
grandes vos, a tera treliada multiplanar. Esses tipos de teras so apresentados na Figura 1.5.
Figura 1.5 Tipos de teras: a) teras em perfil, b) teras treliadas
7
As travessas de fechamento, ou longarinas, tambm so muito utilizadas como apoios
para os fechamentos laterais e frontais feitos em chapas ou telhas metlicas. O seu
comportamento muito semelhante ao das teras, sendo que nesse caso, os perfis devem ser
posicionados horizontalmente e resistir s cargas de vento e ao peso prprio dos fechamentos.
Mais detalhes sobre as teras metlicas so fornecidos no prximo item deste captulo.
A estrutura principal serve como apoio para as teras transmitindo os esforos para as
colunas da estrutura, que por sua vez, transmitem os esforos para as fundaes. Pode ser
constituda por vigas em perfis de alma cheia ou por vigas em trelias planas.
As vigas em perfil de alma cheia so feitas normalmente em perfis laminados ou
soldados, e tm como vantagem o tempo e o custo de fabricao reduzidos, facilidade de
montagem e maior altura livre abaixo da viga, j que a altura da mesma geralmente inferior a de
uma trelia. Os perfis mais utilizados so aqueles que possuem maior momento de inrcia no
plano de flexo. Na Figura 1.6a apresentado um exemplo de viga em perfil.
Para grandes vos, as vigas em perfil resultam em estruturas pouco econmicas, sendo
recomendado o uso de trelias planas. Um exemplo de viga treliada apresentado na Figura
1.6b.
Os perfis utilizados para compor as trelias podem ser perfis abertos, como cantoneiras e
perfis U, ou perfis tubulares circulares, retangulares ou quadrados. As teras devem ser
posicionadas sobre os ns das vigas, para evitar a flexo no banzo superior da trelia. O mesmo
vale para as demais cargas adicionais, tanto no banzo superior quanto no banzo inferior.
8
a)
b)
Figura 1.6 Exemplos de vigas da estrutura principal: a) em perfil, b) em trelia plana
Os contraventamentos tm por finalidade garantir a estabilidade global da estrutura,
sendo de extrema importncia para o seu bom comportamento e funcionamento. Normalmente
so utilizados perfis esbeltos, como cantoneiras e barras redondas, fazendo com que trabalhem,
sempre que possvel, somente com esforos de trao.
A presena dos contraventamentos pode ser notada entre as teras, como linhas de
corrente, utilizando-se normalmente barras redondas, e entre duas vigas adjacentes, j que apenas
a presena das teras no garante a estabilidade lateral das vigas.
Caso a viga seja uma trelia, necessrio realizar o contraventamento dos banzos
superiores, normalmente feitos com trelias no plano dos banzos superiores, e dos banzos
inferiores, podendo ser feitos com trelias verticais ou mos-francesas. Os contraventamentos dos
banzos superiores de vigas treliadas aparecem em destaque na Figura 1.7.
9
Figura 1.7 Sistema de contraventamentos dos banzos superiores de vigas treliadas
Dependendo do sistema estrutural adotado, tambm pode ser necessrio realizar o
contraventamento entre duas colunas adjacentes.
1.1.2 Teras Metlicas
Segundo Schulte [67], a utilizao de vigas de alma cheia mais racional para vos
pequenos, devido ao menor trabalho na sua execuo e maior simplicidade na sua manuteno.
A medida que o vo aumenta, a utilizao de vigas de alma cheia no representa a soluo mais
econmica.
Para vencer grandes vos, os perfis das vigas de alma cheia necessrios para resistir aos
esforos atuantes so maiores, e tornam-se muito pesados a partir de certo comprimento, que
depende da intensidade do carregamento aplicado na tera. A determinao da seo transversal
dos perfis est relacionada com o momento fletor atuante na seo crtica da tera, que
proporcional ao quadrado do seu comprimento entre apoios. Assim, torna-se difcil prever at
qual vo a utilizao de perfis vantajosa.
10
A partir do ponto em que os perfis abertos deixam de ser uma soluo economicamente
vivel, passa-se a utilizar as teras treliadas planas. Como alternativa, tambm podem ser
utilizadas as teras treliadas multiplanares, que so pouco aproveitadas nas coberturas metlicas
atuais no Brasil, no havendo, portanto, um dado concreto sobre a partir de qual vo ou
carregamento torna-se vivel a sua utilizao. Portanto, a idia desse trabalho investigar quais
so esses pontos limites para a utilizao dos tipos de teras citados acima, analisando-se vos de
at 40 metros.
Nos primeiros projetos de coberturas metlicas, as teras em perfil laminado foram
bastante utilizadas. Porm, com o crescimento dos perfis formados a frio, estes acabaram
substituindo as teras em perfil laminado, devido a possibilidade de obter perfis com as
dimenses necessrias para resistir aos esforos atuantes, permitindo um melhor aproveitamento
e conseqente reduo do peso da tera. Essa flexibilidade permitida pelos perfis formados a frio
possvel devido a sua confeco a partir da dobragem de chapas finas, sendo possvel regular as
mquinas para fornecer perfis com as dimenses desejadas. A mesma flexibilidade no obtida
com os perfis laminados, pois as dimenses dos mesmos j so pr-definidas e os perfis so
produzidos em larga escala nos processos de laminao a quente.
As sees mais utilizadas para as teras em perfil formado a frio e laminado so
apresentados na Figura 1.8.
a) b)
Figura 1.8 Teras: a) em perfil formado a frio, b) em perfil laminado
Os perfis mais usuais para as barras das teras treliadas planas so os perfis abertos,
como cantoneiras ou perfis U, porm, a crescente utilizao de perfis tubulares abriu uma nova
11
possibilidade de aplicao dos tubos nas barras de teras treliadas, conforme pode ser observado
na Figura 1.9. Os mesmos perfis utilizados para as teras treliadas planas podem ser aplicados
nas teras treliadas multiplanares.
As teras podem ser consideradas biapoiadas ou contnuas, influenciando o seu
dimensionamento, j que a distribuio do momento fletor ao longo da tera contnua diferente
da distribuio em uma tera biapoiada, conforme pode ser observado na Figura 1.10.
Figura 1.9 Perfis utilizados nas teras treliadas
Figura 1.10 Tera: a) biapoiada, b) contnua
Os momentos fletores no meio do vo e nas extremidades das teras contnuas com dois
ou mais apoios internos so menores, em mdulo, do que o momento fletor no meio do vo de
uma tera biapoiada. Esse fato pode trazer benefcios no caso de teras em perfil, pois, como o
12
perfil da tera o mesmo ao longo de todo o vo, pode-se obter um perfil menor para o caso de
tera contnua.
A situao das teras treliadas um pouco diferente, pois em algumas situaes pode
ser vivel variar os perfis utilizados na trelia ao longo do vo. Caso exista essa variao e a tera
seja biapoiada, os perfis dos banzos sero maiores no meio do vo e menores nas extremidades,
onde o momento fletor muito pequeno. Ao levar em considerao a continuidade, ser possvel
diminuir os perfis na regio central do vo, porm, os perfis das extremidades estaro mais
solicitados, podendo ser necessrio utilizar perfis maiores. Portanto, a considerao da
continuidade das teras treliadas pode trazer ou no benefcios com relao ao peso final das
mesmas, dependendo dos perfis que so utilizados para compor a trelia.
Para garantir que haja continuidade entre duas teras em perfil, necessrio que os seus
elementos, como almas e mesas, estejam conectados. Isso pode ser feito atravs de solda
executada em campo, o que no muito recomendado, ou atravs de ligaes parafusadas com
chapas, conforme a Figura 1.11a.
Uma alternativa para a utilizao das chapas pode ser conseguida com os perfis tipo Z
simples ou enrijecidos, que podem ser encaixados sobre um outro perfil de iguais dimenses.
Unindo-se esses perfis com parafusos, possvel obter a continuidade desejada, conforme a
Figura 1.11b.
Figura 1.11 Continuidade em teras em perfil: a) com chapa, b) sem chapa. Fonte: METFORM
[47]
13
Para as teras treliadas, a continuidade pode ser obtida com a ligao do banzo inferior
na viga principal, permitindo o aparecimento de foras axiais nas extremidades dos banzos
superior e inferior, ou seja, existe um binrio de foras na extremidade da tera, que provoca um
momento fletor. Assim, fica garantida a continuidade da tera, como apresentado na Figura 1.12.
Porm, a utilizao dos mtodos citados acima no garante uma total continuidade da
tera. O ideal realizar ensaios para saber qual o grau de engastamento provocado por cada tipo
de ligao, possibilitando determinar quais os reais esforos atuantes ao longo da tera.
Como as teras em perfil laminado ou formado a frio so posicionadas de modo que os
maiores carregamentos sejam perpendiculares ao eixo de maior inrcia, existe a possibilidade de
ocorrncia de flambagem lateral com toro, que torna-se mais crtico quanto maior for o vo da
tera.
Figura 1.12 Continuidade de teras treliadas
Existem algumas telhas metlicas que ao serem conectadas s teras, garantem a
estabilidade lateral das mesmas. Nesses casos devem ser feitas as devidas verificaes para essa
situao especfica, sendo que a interao entre as telhas e as teras no muito simples. A NBR
14762/2001 [9] prope em seu anexo F um mtodo de clculo para levar em considerao essa
interao para o caso de painis conectados a mesa tracionada de um perfil, tendo a mesa
comprimida livre.
viga
principal
14
Nos casos em que as telhas no garantem a estabilidade lateral das teras, existe a
necessidade de utilizar travamentos, denominados linhas de corrente, contendo a tera
lateralmente. A quantidade de linhas de corrente depende do vo que a tera est vencendo,
podendo ser utilizados ferros redondos ou cantoneiras, conforme a Figura 1.13 que ilustra a
fixao de linhas de corrente em teras em perfil.
Figura 1.13 Linhas de corrente em perfis. Fonte: METFORM [47]
Nos casos de teras treliadas planas, tambm existe a necessidade da utilizao das
linhas de corrente, sendo necessrio travar os banzos superior e inferior da trelia, pois no caso de
um carregamento gravitacional, o banzo superior estar comprimido, enquanto que no caso de um
carregamento de suco, a compresso ocorrer no banzo inferior. Esses travamentos das teras
treliadas planas podem ser feitos em cantoneiras ou ferros redondos, conforme a Figura 1.14.
15
Figura 1.14 Linhas de corrente em teras treliadas planas
As teras treliadas multiplanares dispensam a utilizao de linhas de corrente, pois, o
seu arranjo com os dois banzos superiores e o banzo inferior formando uma seo triangular, e a
presena de montantes e diagonais de travamento entre os dois banzos superiores, proporcionam
a rigidez necessria para a tera em todas as direes, como pode ser observado na Figura 1.15.
Figura 1.15 Tera treliada multiplanar
16
A utilizao das teras treliadas requer uma ateno especial para as ligaes das
diagonais e montantes com os banzos das trelias. Os banzos geralmente so compostos por
perfis U, dupla cantoneira, T e tubos circulares ou retangulares. J as diagonais e montantes
normalmente so em dupla cantoneira ou perfis tubulares.
No caso de trelias compostas por perfis abertos, as ligaes das diagonais e montantes
com os banzos normalmente so feitas com a utilizao de chapas de ligao, podendo ser
soldadas ou parafusadas nos perfis. Porm, dependendo dos perfis utilizados, tambm existe a
possibilidade de executar as ligaes sem a presena das chapas, soldando ou parafusando
diretamente um perfil ao outro.
J para as trelias compostas por perfis tubulares, as ligaes podem ser totalmente
soldadas, sem a presena de chapas, realizando cortes retos nas diagonais e montantes, quando
possvel, ou utilizando mquinas especficas de corte a plasma que permitem um encaixe perfeito
entre os tubos. Alternativas consistem em realizar a ligao com a presena de uma chapa
soldada tanto no banzo quanto na diagonal ou montante, ou com duas chapas de ligao, sendo
uma soldada no banzo e a outra na diagonal ou montante, unindo as duas atravs de parafusos.
Ligaes em que as pontas dos tubos das diagonais ou montantes so amassadas e ligadas por
parafusos a uma chapa soldada no banzo so bastante utilizadas, principalmente em estruturas
espaciais. Esse tipo de ligao possvel de ser executado, porm, devem ser tomados os
cuidados necessrios, j que estudos como o apresentado por Mistakidis [49] indicam a presena
de um modo de falha relacionado com a plastificao excessiva na regio prxima a ponta
amassada, que pode conduzir, em alguns casos, a reduo da capacidade de resistncia a
compresso do tubo.
1.2 Histrico
O conhecimento da produo e utilizao do ferro muito antigo, sendo amplamente
aplicado na fabricao de armamentos, como espadas e armaduras, nos perodos dos imprios
grego e romano. Segundo Eekhout [20], os primeiros relatos da utilizao do ferro em uma
17
estrutura no ocidente datam tambm desta poca, onde os gregos utilizaram barras de ferro como
reforo em templos.
No existem relatos da utilizao do ferro para fins estruturais at a era medieval, onde
alguns componentes de ferro eram ocasionalmente utilizados nas construes de catedrais.
Porm, o ferro foi raramente incorporado como um elemento estrutural at o sculo 18.
O incio da utilizao do ferro em obras estruturais s foi possvel com a descoberta do
mtodo de produo industrial do mesmo, no incio do sculo 18, o que barateou o seu custo de
produo, tornando a sua utilizao mais vivel. Nesse perodo, o ferro fundido foi muito
empregado em colunas, como na House of Commons, em Londres, em 1706, proporcionando
uma maior resistncia ao fogo, quando comparado com as colunas de madeira utilizadas na
poca.
Entretanto, as primeiras obras que utilizaram o ferro como elemento estrutural principal
datam da segunda metade do sculo 18. Conforme Pfeil [54], entre 1780 e 1820 foram
construdas pontes em arco ou treliadas, com elementos em ferro fundido trabalhando em
compresso. A primeira ponte em ferro fundido foi a de Coalbrookdale, sobre o rio Severn,
construda na Inglaterra em 1779, constituda por um arco de 30,0 m de vo. Posteriormente, por
volta de 1780, o ferro foi empregado na construo da escadaria do Louvre e no Teatro de Palais
Royal.
A revoluo industrial, iniciada na Inglaterra em meados do sculo 18, e que se
expandiu para o mundo no sculo 19, assim como o advento do motor a vapor e das locomotivas,
incentivaram a utilizao do ferro, principalmente na confeco de trilhos para ferrovias.
Na primeira metade do sculo 19, ocorreu um aperfeioamento da construo metlica,
conforme Schulte [67], com a utilizao de esquemas estaticamente lgicos, o melhoramento da
matria prima com o incio da laminao de perfis, e a construo de edifcios industriais
metlicos.
18
Segundo Salmon [60], aps 1840, o ferro laminado comeou a substituir o ferro fundido,
como por exemplo, na ponte Britannia Bridge, construda em 1850, no Pas de Gales.
O incio do processo de produo de perfis em ferro fundido e laminado em escala
industrial se deu por volta de 1780, com o incio da produo de trilhos por volta de 1820. Essa
produo se estendeu para a fabricao de perfis I em 1870.
Conforme menciona Pfeil [54], as obras mais importantes construdas entre 1850 e 1880
foram pontes ferrovirias em trelia de ferro laminado. Porm, o grande nmero de acidentes
ocorridos nestas obras trouxe tona a necessidade de novos estudos para encontrar um material
com melhores caractersticas.
1.2.1 Perfis Laminados
O ao j era conhecido desde a Antiguidade, porm, no era utilizado devido a falta de
um processo de produo industrial, o que elevava o seu preo. Foi ento que o ingls Henry
Bessemer inventou, em 1856, um forno para a produo do ao em larga escala, o que se deu por
volta de 1870.
Novos fornos de maior capacidade foram ento desenvolvidos, como feito em 1864,
pelos irmos Martin. Posteriormente surgiu o processo Siemens Martin, em 1867, e por volta de
1880 foram introduzidos os laminadores de barras. Com esses novos desenvolvimentos, o ao
substituiu o ferro laminado como o principal material da indstria de construo metlica.
No sculo 20, conforme Schulte [67], ocorreu um aperfeioamento das formas e teorias
das estruturas, e com a inveno da solda eltrica, o ao foi largamente utilizado em construes
industriais, civis e de pontes. A partir de 1940, a teoria das estruturas metlicas se desenvolveu,
com a considerao da plasticidade do material e o aperfeioamento da matria prima. Como
resultado, os aos de maior resistncia passaram a ser utilizados em maior escala a partir de 1950,
19
em contrapartida ao uso quase exclusivo, at ento, do ao-carbono com resistncia a ruptura de
370 MPa.
Segundo Bellei [11], o incio da produo de ferro no Brasil aconteceu por volta de
1812, sendo que a primeira obra executada com ferro pudlado, fundido em territrio nacional, foi
a Ponte de Paraba do Sul, no Estado do Rio de Janeiro, feita com ferro fundido no Estaleiro
Mau, em Niteri, RJ, apresentando cinco vos de 30 metros, construda em 1857. Porm, nesse
perodo, a maioria das obras de ao foram feitas com ao importado, sendo que a primeira que se
tem notcia foi o Teatro Santa Izabel, em Recife, construdo em 1850.
Com o crescimento do pas e o aumento da produo do setor industrial, principal
responsvel pelo consumo de estruturas metlicas, foi implantada, em 1921, a Companhia
Siderrgica Belgo-Mineira, com o objetivo de produzir fio mquina, arame farpado e perfis leves.
O desenvolvimento da indstria siderrgica no pas prosseguiu com a instituio da Comisso
Executiva do Plano Siderrgico Nacional, em 1940. No ano seguinte, foi fundada a Companhia
Siderrgica Nacional, entrando em operao em 1946, voltada para a produo de chapas, trilhos
e perfis de bitolas americanas. Nessa poca, as importaes de ao no Brasil representavam mais
de 60% do consumo do mercado nacional.
At 1956, a CSN voltava a sua ateno para a produo de trilhos e acessrios, que
chegava a ocupar 66,4% da sua capacidade, deixando de produzir perfis mdios e pesados pelo
fato desse ramo no apresentar grande desenvolvimento no pas. Porm, a partir de 1956, ocorreu
uma reduo no consumo de trilhos, incentivando a produo e consumo de perfis estruturais.
A consolidao da indstria siderrgica no Brasil ocorreu na dcada de 60, com a
Usiminas e a Cosipa entrando em operao para a produo de chapas. Com isso, observou-se um
crescimento da produo de ao no pas, passando de pas importador na dcada de 70, para
exportador de ao. Dentre as obras de grande importncia no pas, podemos citar o Edifcio
Avenida Central, no Rio de Janeiro, construdo em 1961, sendo o primeiro edifcio alto em
estrutura metlica no Brasil, e os vos metlicos da Ponte Rio-Niteri, inaugurada em 1974, com
vos laterais de 200 m e vo central de 300 m.
20
Com o crescimento no uso de estruturas metlicas, tambm ocorreu um crescimento de
demanda de tubos de ao, principalmente os sem costura, voltados para a indstria petrolfera
nacional. Para suprir essa necessidade, foi fundada, na dcada de 50, a Companhia Siderrgica
Mannesmann, que atualmente opera com o nome de V&M do BRASIL. Nos dias de hoje, alm
da indstria petrolfera, a utilizao de perfis tubulares cresce bastante com relao aplicao
estrutural, devido ao seu bom desempenho estrutural e ao fator esttico.
No Brasil, os perfis laminados devem ser dimensionados segundo as recomendaes da
NBR 8800/2008 [8], que apresenta algumas diferenas com relao a sua antecessora, a NBR
8800/1986 [7]. Uma dessas diferenas diz respeito a adoo de apenas uma curva de flambagem
para a anlise dos perfis submetidos a compresso, em contrapartida s quatro curvas
anteriormente utilizadas. Alm disso, foram acrescentadas especificaes referentes ao
dimensionamento de estruturas mistas, como colunas, vigas e lajes. Como referncias
internacionais, os perfis laminados seguem os procedimentos das normas Americana, AISC [1], e
Europia, Eurocode 3 Part 1-1 [21] e Eurocode 3 Part 1-8 [23].
Estudos referentes ao comportamento dos perfis laminados podem ser encontrados em
Sophianopoulos [69], com a anlise de perfis I submetidos compresso e carga distribuda
simultaneamente, e Kindmann [37], que realiza anlises numricas e experimentais para diversos
perfis laminados.
Pesquisas sobre a utilizao de sees menos convencionais tambm esto sendo
desenvolvidas, como no trabalho de Chan [14], que busca determinar a resistncia compresso
de perfis laminados de seo elptica. J Szalai [71] apresenta um trabalho sobre as tenses
residuais em perfis I laminados, que ocorrem devido a mudana de temperatura durante o
processo de fabricao do perfil.
Outra linha de pesquisa referente aos perfis laminados diz respeito ao estudo das ligas de
ao, analisando os seus compostos, como no trabalho de Zhang [82].
21
1.2.2 Perfis Formados a Frio
Os perfis formados a frio comearam a ser utilizados nas construes metlicas por volta
de 1850, nos Estados Unidos e na Inglaterra, segundo Yu [81]. Porm, a sua utilizao no era
muito comum, alm de no existirem informaes tcnicas suficientes sobre o comportamento de
tais perfis.
Os primeiros estudos sobre os perfis formados a frio iniciaram-se em 1939, na
Universidade Cornell, nos Estados Unidos, sob a orientao do Professor George Winter. Em
1940, a utilizao dos perfis formados a frio na construo civil comea a se popularizar nos
Estados Unidos, sendo necessrio o desenvolvimento de uma especificao tcnica voltada para
esses perfis, j que o seu comportamento diferente dos perfis laminados.
A primeira especificao referente a perfis formados a frio foi publicada em 1946, nos
Estados Unidos, pela AISI (American Iron and Steel Institute), e segundo Hancock [30], foi
baseada nas pesquisas desenvolvidas por George Winter entre os anos de 1939 e 1946, com a
superviso de um Subcomit Tcnico da AISI. A partir de 1946, devido publicao dessa
especificao, ocorreu um aumento significativo na utilizao dos perfis formados a frio na
construo civil e nos demais setores que utilizam estruturas metlicas, sendo que nos anos 70 o
seu uso foi consolidado nos Estados Unidos.
A medida que novos estudos foram realizados, demonstrando melhores mtodos de
dimensionamento dos perfis, a especificao foi revisada e atualizada, sendo publicadas diversas
verses da mesma.
A ltima verso da especificao tcnica da AISI referente a perfis formados a frio
adotando somente o mtodo das tenses admissveis foi publicada em 1986, sendo a stima
edio da mesma. Em 1991 foi publicada a primeira verso contendo tanto o mtodo das tenses
admissveis quanto o mtodo dos estados limites.
22
Dentre as especificaes internacionais de relevncia no cenrio mundial podemos citar
a norma Australiana e da Nova Zelndia AS/NZS 4600, a Britnica BS 5950-Part 5, a Canadense
CAN/CSA S136, e a Europia Eurocode 3 Part 1-3 [22].
At a dcada de 60, as teras metlicas utilizadas no Brasil eram normalmente perfis U
laminados, produzidos pela CSN. A utilizao dos perfis formados a frio s teve incio no final
da dcada de 60, aps algumas empresas adquirirem prensas dobradeiras e perfiladeiras,
mquinas especficas para a fabricao dos perfis.
Com o aumento da utilizao desses perfis, foi necessrio o desenvolvimento de uma
norma brasileira sobre esse assunto. Assim, foi publicada em 1967 a NB 143/1967 Clculo de
estruturas de ao constitudas por perfis leves, baseada na especificao da AISI de 1962.
Entretanto, a m divulgao feita para essa norma levou a sua pouca utilizao, e a falta
de revises e atualizaes tornou-a ultrapassada, obrigando os engenheiros e projetistas a
adotarem as normas estrangeiras, como as especificaes da AISI.
Essa prtica provocava incompatibilidades principalmente quando eram utilizados
simultaneamente os perfis formados a frio com os laminados ou soldados em um mesmo projeto,
sendo necessria a adoo da norma NBR 8800/1986 [7]. A incompatibilidade se dava devido aos
coeficientes de ponderao das aes e resistncias dessa norma brasileira serem diferentes dos
utilizados nas normas internacionais.
Alm disso, a NB 143/1967, baseada no mtodo das tenses admissveis, era
incompatvel com a NBR 8800/1986 [7], baseada no mtodo dos estados limites. Esses fatos
evidenciaram a necessidade de desenvolver uma nova norma nacional voltada aos perfis
formados a frio.
Em 1980, a publicao da NBR 6355/1980 Perfis estruturais de ao formados a frio,
apresentou definies, simbologias, tolerncias e nomenclaturas referentes aos perfis formados a
frio para fins estruturais, alm de tabelas de perfis de sries comerciais, com dimenses e
propriedades geomtricas, buscando a padronizao dos perfis existentes no mercado.
23
Em 1997, teve incio a elaborao da nova norma de perfis formados a frio, com a
participao de docentes de diversas universidades e empresas ligadas ao setor. Procurando
adequar os procedimentos de dimensionamento a realidade brasileira, foi publicada em 2001 a
nova norma NBR 14762/2001 Dimensionamento de estruturas de ao constitudas por perfis
formados a frio [9], baseada em procedimentos da AISI [2], Eurocode 3 Part 1-3 [22], e da
norma autraliana AS/NZS 4600.
Em 2003, foi publicada a nova NBR 6355/2003 [5], adequando melhor as tolerncias e a
padronizao dos perfis com a realidade brasileira.
Nos ltimos anos, diversos pesquisadores no mundo todo se interessaram em
desenvolver estudos relacionados aos perfis formados a frio. Em 2000, Davies [17] publicou um
trabalho sobre os avanos mais recentes nas pesquisas de estruturas de perfis formados a frio,
demonstrando uma tendncia de sees com espessuras menores e mais enrijecidas, tornando-as
mais propensas a flambagem local e por distoro. Consequentemente existe uma demanda de
melhoria nos procedimentos de dimensionamento dos perfis formados a frio, com o
desenvolvimento de novas tcnicas e estudos de incorporao desses mtodos nas normas
existentes.
Em 2003, Hancock [29] apresentou uma reviso sobre os estudos referentes a perfis
formados a frio entre os anos de 1999 e 2001, abordando diversos temas, como elementos
comprimidos, flexionados, flambagem por distoro, conexes e estruturas mistas. Tambm
apresentada uma breve explicao sobre o novo mtodo para determinao da resistncia dos
perfis formados a frio, denominado de Mtodo da Resistncia Direta.
O Mtodo da Resistncia Direta foi desenvolvido por Schafer [65], como uma
alternativa ao mais amplamente utilizado, o Mtodo da Largura Efetiva, proposto por von
Karman [73] e calibrado por Winter [77], j que com sees cada vez mais complexas, torna-se
complicado e trabalhoso determinar as larguras efetivas de todos os elementos de um perfil.
Segundo Carvalho [13], esse mtodo consiste, basicamente, em utilizar curvas de
resistncia ajustadas experimentalmente para calcular as cargas de colapso atravs da carga de
24
flambagem de todo o perfil e no dos elementos isolados do mesmo, como feito no Mtodo da
Largura Efetiva.
Rusch [59] apresenta uma comparao entre o Mtodo da Resistncia Direta, da Largura
Efetiva, da Espessura Efetiva e das Tenses Reduzidas, indicando as limitaes na aplicao do
primeiro, e a necessidade de novos estudos.
Em 2008, Schafer [64] publicou uma reviso sobre o Mtodo da Resistncia Direta,
apresentando todas as equaes utilizadas para o dimensionamento segundo esse mtodo, e
fazendo uma breve comparao com o Mtodo da Largura Efetiva.
Outro mtodo que est sendo amplamente estudado atualmente em perfis formados a
frio a denominada Generalised Beam Theory (GBT), muito utilizado para a anlise da
flambagem global e por distoro. Davies [18] apresenta os princpios bsicos dessa teoria,
demonstrando o seu procedimento de clculo. Utilizando essa mesma teoria, Schardt [66]
apresenta um estudo sobre a flambagem lateral com toro e a flambagem por distoro.
Rendek [57] tambm aplica essa teoria no seu estudo sobre distoro, e Basaglia [10] a
utiliza para a anlise da flambagem global de estruturas planas e espaciais constitudas por perfis
formados a frio.
Uma breve descrio dos mtodos de determinao da resistncia dos perfis formados a
frio pode ser encontrada em Macdonald [42], que tambm apresenta os modos de falha que
ocorrem nesses perfis, e uma explicao sobre a interao entre eles.
Em LaBoube [40], encontra-se um estudo sobre trelias constitudas por perfis formados
a frio, apresentando um estudo experimental e computacional, visando uma melhor definio
para o dimensionamento dessas trelias. Dubina [19] tambm apresenta um trabalho sobre
trelias constitudas por perfis formados a frio, com ensaios em escala real, dando nfase s
ligaes. Outras anlises experimentais tambm podem ser encontradas em Hancock [31], onde
foram feitos testes em colunas de sees I e tubular quadrada formada a frio, e Wang [75], que
realizou anlises numricas e experimentais em perfis U formados a frio submetidos flexo.
25
Muitos trabalhos sobre teras em perfil formado a frio esto sendo realizados,
principalmente com relao ao estudo de perfis que apresentam restrio de rotao na sua mesa
superior, devido a fixao de certos tipos de telhas. Podemos citar como exemplos os trabalhos de
Gonalves [26], Vran [74], Georgescu [25] e Seek [68].
Outra linha de pesquisa referente as teras em perfil formado a frio diz respeito aos
perfis Z utilizados em situaes de mltiplos vos, visando proporcionar a continuidade da tera
ao longo de dois ou mais vos. Trabalhos referentes ao comportamento dessas teras e da ligao
entre dois perfis consecutivos podem ser encontrados em Ho [32] e Zhang [83].
Devido ao elevado grau de complexidade dos procedimentos de clculo da resistncia
dos perfis formados a frio apresentados nas especificaes e normas referentes ao assunto, o
desenvolvimento de programas computacionais para efetuar os clculos uma boa alternativa,
como pode ser verificado em Papangelis [53]. Tambm aproveitando-se dos mtodos
computacionais, Pala [52] utiliza a programao baseada no algoritmo gentico para a obteno
de frmulas que determinem a tenso de flambagem por distoro em perfis formados a frio.
1.2.3 Perfis Tubulares
Segundo Eekhout [20], a primeira pesquisa cientfica relativa a tubos de ao foi feita por
Edm Mariotte, em 1660, na Frana, para o projeto de tubulaes de suprimento de gua para o
palcio de Versailles, efetuando testes para a determinao da resistncia do material. No sculo
18, muitas fbricas de tecidos da Inglaterra utilizavam colunas de ao, e geralmente essas colunas
eram ocas, constituindo tubos de ao, em uma busca pela reduo do material utilizado e do peso
da coluna.
O conhecimento da grande resistncia das barras tubulares antigo, porm, apenas no
sculo 19 que ocorreram mais avanos nas pesquisas relativas a esse assunto, analisando a
resistncia de diferentes sees transversais. Segundo Eekhout [20], William Fairbairn foi o
primeiro engenheiro a utilizar barras tubulares de ferro de diversas sees transversais para
26
construir uma ponte ferroviria vencendo um grande vo. Seus estudos ajudaram o engenheiro
Robert Stephenson a construir a ponte ferroviria Conway Bridge, tambm denominada Britannia
Bridge, em 1850, no Pas de Gales. Essa ponte era composta por duas sees tubulares
retangulares paralelas de 4,2 m de largura e 5,7 m de altura, vencendo um vo de 140,0 m.
Conforme Wardenier [76], a medida que o processo de laminao a quente se
desenvolveu, novas estruturas tubulares foram construdas, como por exemplo a Firth of Forth
Railway Bridge, no Reino Unido, finalizada em 1890, vencendo vos de 500,0 m. Os tubos
utilizados eram circulares, produzidos com a unio de vrias chapas atravs de rebites, j que na
poca no existia uma maneira de produzir perfis circulares com dimetros de 3,7 m, como
alguns utilizados nessa obra. Muitos dos perfis tubulares utilizados at o final do sculo 19 eram
constitudos pela unio de perfis abertos e chapas, com rebites, como por exemplo, o apresentado
na Figura 1.16, e utilizado pela companhia francesa Zors, em 1863.
Figura 1.16 Perfil tubular usado por Zors. Fonte Eekhout [20]
Novos processos de laminao a quente permitiram a obteno de perfis tubulares sem
costura, como o processo desenvolvido pelos irmos Mannesmann em 1886, ilustrado na Figura
1.17a, possibilitando a obteno de perfis tubulares curtos com paredes finas. Alguns anos mais
tarde, a utilizao desse processo em conjunto com um novo procedimento denominado Pilger
Process, apresentado na Figura 1.17b, tornou possvel a obteno de perfis tubulares de parede
fina, longos e sem costura.
27
Figura 1.17 Processos de laminao: a) Mannesmann, b) Pilger Process. Fonte: Wardenier [76]
Em 1907, Alexander Graham Bell desenvolveu, no Canad, a primeira estrutura espacial
de ao, utilizando perfis tubulares, com o objetivo de obter uma asa leve para um avio. Essa
estrutura espacial acabou no sendo utilizada em avies, mas a idia foi aproveitada para a
construo de uma torre para relgio. Com isso, comearam a surgir estruturas leves similares,
como a torre para armazenamento de gua construda em 1911, em Moscou. Apesar disso, a
aplicao de perfis tubulares circulares em colunas, tubulaes e andaimes continuavam a
dominar.
At 1920, as conexes das estruturas de ao eram todas feitas atravs de parafusos ou
rebites. S aps 1920 que a primeira trelia totalmente soldada foi construda. Novas pesquisas
possibilitaram que em 1930, fosse desenvolvido o processo de soldagem contnua, pelo
americano Fretz Moon, apresentado na Figura 1.18a. Aps a Segunda Guerra Mundial, o
processo de soldagem foi aperfeioado, possibilitando uma maior facilidade para a unio de
perfis tubulares.
28
Para facilitar a ligao de estruturas tubulares espaciais constitudas por muitos
elementos repetitivos e pr-fabricados, com dimenses pequenas, foi desenvolvido em 1942 o
conector Mero, na Alemanha, por Max Mengeringhausen, apresentado na Figura 1.18b. Esse
conector possibilitou a fabricao de grandes estruturas espaciais de uma maneira industrializada,
e continua sendo utilizado at os dias de hoje.
Figura 1.18 Ligaes em perfis tubulares a) processo de soldagem contnua b) conector Mero.
Fonte: Wardenier [76] e Eekhout [20]
Em 1952 os tubos retangulares foram desenvolvidos por Stewarts and Lloyds,
apresentando propriedades semelhantes aos perfis circulares, porm possibilitando a confeco de
ligaes mais simples e permitindo uma unio mais simples com os fechamentos externos, como
as paredes.
O desenvolvimento da indstria petrolfera permitiu a utilizao dos perfis tubulares em
grandes estruturas como plataformas, tendo como vantagem com relao aos perfis abertos, a
facilidade de manuteno e a menor rea de superfcie de proteo contra corroso. A partir desse
ponto, diversas obras foram construdas com a utilizao de perfis tubulares, sendo desenvolvidas
publicaes com recomendaes sobre as conexes entre perfis tubulares.
No Brasil, a NBR 8800/2008 [8], referente ao dimensionamento de estruturas de ao,
traz poucos procedimentos para a anlise de estruturas tubulares e suas ligaes, sendo necessrio
29
recorrer a publicaes internacionais como CIDECT [16], Eurocode 3 Part 1-1 [21], Eurocode 3
Part 1-8 [23], Packer [51] e Rautaruukki [56].
Atualmente esto sendo desenvolvidos diversos estudos referentes a estruturas tubulares,
sendo que um dos assuntos mais abordados diz respeito s conexes. So analisadas desde
conexes soldadas do tipo K e N, como no trabalho de Kindmann [36], at conexes que utilizam
chapas longitudinais soldadas em perfis tubulares, como o trabalho apresentado por Cao [12], no
qual so realizados testes em colunas de perfis tubulares retangulares e anlises computacionais
pelo Mtodo dos Elementos Finitos. Kosteski [39] tambm apresenta uma anlise via Mtodo dos
Elementos Finitos para conexes soldadas do tipo T em perfis tubulares retangulares.
Outros trabalhos sobre ligaes entre perfis tubulares utilizando chapas podem ser
encontrados em Zhao [84], que apresenta um estudo paramtrico via Mtodo dos Elementos
Finitos para tubos retangulares e quadrados, e em Ling [41], que trata sobre ligaes em tubos
circulares. As ligaes soldadas em estruturas treliadas tubulares multiplanares tambm esto
sendo estudadas, como no trabalho de Woghiren [78], que uma anlise de ligaes KK pelo
Mtodo dos Elementos Finitos.
Estudos de perfis tubulares circulares com as extremidades amassadas, muito utilizados
para conexes em estruturas tubulares, podem ser encontrados em Mistakidis [49], com anlises
experimentais e modelagem computacional. Estudos sobre o comportamento desse tipo de
ligao em trelias espaciais, com a realizao de testes e propostas de reforos, podem ser
encontrados em Andrade [3]. Uma anlise terica e experimental dessas ligaes tambm pode
ser observada em Maiola [44].
Outro tipo de conexo estudado diz respeito s ligaes de placas de base, como no
trabalho apresentado por Minchillo [48], onde so apresentadas anlises do comportamento de
tais ligaes para pilares de perfis tubulares, com a utilizao do Mtodo dos Elementos Finitos.
Tambm existem diversos estudos referentes utilizao de colunas mistas, ou seja,
colunas tubulares preenchidas com concreto, como por exemplo, nos trabalhos de Naguib [50] e
Han [28]. Anlises experimentais para a determinao da resistncia a compresso de colunas
30
mistas submetidas a um pr-carregamento podem ser encontradas em Richard Liew [58]. J
estudos experimentais sobre a resistncia ao cisalhamento de colunas mistas so apresentados por
Xu [79].
Os perfis tubulares preenchidos com concreto tambm so analisados em situaes de
incndio, como no trabalho de Kodur [38], onde apresentado um mtodo simplificado de
dimensionamento para tal situao. Um estudo experimental realizado em colunas tubulares
quadradas e retangulares preenchidas com concreto em situao de incndio pode ser encontrado
em Han [27]. J o trabalho apresentado por Yang [80] d uma nfase maior ao comportamento
das colunas mistas tubulares durante a fase de resfriamento e aps o incndio.
1.2.4 Teras Treliadas
A utilizao de trelias planas como apoio para coberturas e pisos uma tecnologia
recente e vem sendo muito aplicada em todo o mundo. Essa idia teve incio nos Estados Unidos,
onde utiliza-se o termo joist para designar essas trelias planas leves.
O sistema de utilizao de trelias leves nas coberturas metlicas consiste em diversas
trelias planas padronizadas, dimensionadas para suportar uma cobertura de maneira biapoiada,
sendo necessrios travamentos laterais para garantir a estabilidade de cada trelia, conforme pode
ser observado na Figura 1.19. Os perfis utilizados so variados, podendo ser perfis abertos ou
tubulares. O baixo peso das trelias possibilita a utilizao de pilares mais esbeltos e reduz as
cargas nas fundaes.
O primeiro emprego das trelias leves data de 1855, sendo aplicado em um banco na
cidade de Nova Iorque, porm somente em 1923 que as primeiras trelias foram
disponibilizadas nos Estados Unidos. Essas primeiras unidades eram trelias do tipo Warren, com
os banzos superior e inferior formados por barras redondas, e as diagonais constitudas por uma
nica barra redonda dobrada na forma senoidal.
31
Figura 1.19 Sistema de trelias leves
Aps a produo da primeira trelia leve, diversos fabricantes de estruturas metlicas
passaram a confeccionar as suas prprias unidades utilizando outros tipos de perfis e geometrias
para a trelia. Isso dificultou a comparao entre a capacidade resistente de cada trelia, e a
escolha de qual opo apresentava o melhor aproveitamento de material.
Portanto, em 1928, os fabricantes americanos fundaram o Steel Joist Institute (SJI),
buscando padronizar os mtodos de clculo, projeto, fabricao e montagem, apresentando uma
especificao tcnica para a definio da capacidade resistente de cada tipo de trelia existente. A
primeira especificao foi publicada ainda em 1928, sendo que um ano mais tarde foi apresentada
a primeira tabela de cargas. Desde ento, diversas atualizaes foram feitas nas publicaes do
Steel Joist Institute [70], promovendo o aumento dos vos vencidos pelas trelias e
desenvolvendo novas tabelas de cargas para outros tipos de ao.
No Brasil, o Centro Brasileiro da Construo em Ao (CBCA) apresentou em 2007 a
publicao Trelias Tipo Steel Joist [34], buscando oferecer uma introduo a padronizao do
uso desse tipo de estrutura no Brasil. Os clculos das trelias foram baseados nas normas
americanas e brasileiras, sendo utilizados os perfis comumente encontrados no Brasil, como
perfis U, T, cantoneiras, tubos circulares e quadrados.
32
Dentre os trabalhos mais recentes, Kim [35] desenvolveu um estudo tridimensional do
comportamento dinmico de estruturas compostas por trelias leves, onde so apresentadas
anlises experimentais e numricas. J Samarra [61] realizou um estudo numrico e experimental
de trelias tubulares planas, comparando os resultados obtidos computacionalmente com os
observados no ensaio de uma cobertura de 900m. As trelias leves tambm vm sendo muito
utilizadas como pisos, denominadas de vigas mistas, onde o banzo superior da trelia
substitudo por uma faixa de concreto, formando uma trelia composta. Trabalhos referentes a
esse assunto podem ser encontrados em Choi [15] e Machacek [43].
1.3 Proposta de Trabalho
O objetivo deste trabalho realizar um estudo sobre os principais tipos de teras
metlicas que podem ser utilizadas em coberturas de estruturas. Para tanto, foram analisados
alguns tipos de teras: teras cuja utilizao j bastante difundida, como as em perfil laminado e
formado a frio, teras cuja utilizao tem aumentado consideravelmente nos ltimos anos, como
as trelias planas, e teras inovadoras, como as trelias multiplanares.
Para este fim, foram realizados estudos sobre o comportamento e dimensionamento de
teras em perfil e em trelias planas e multiplanares, baseando-se nas normas brasileiras NBR
14762/2001 [9], NBR 8800/1986 [7] e NBR 8800/2008 [8], alm de normas e publicaes
internacionais como o Eurocode 3 Part 1-1 [21] e o AISC [1].
Para as anlises dos perfis laminados, foram estudadas e aplicadas as normas vigente e
anterior, respectivamente NBR 8800/2008 [8] e NBR 8800/1986 [7], com o intuito de verificar as
suas principais diferenas, e analisar se as alteraes ocorridas na norma geram grandes
diferenas nos resultados dos dimensionamentos dos perfis laminados. Para facilitar a anlise das
teras em perfil, foi desenvolvido o programa AutoTeras que realiza a verificao e o
dimensionamento desse tipo de tera, seguindo as recomendaes das normas brasileiras para
perfis formados a frio e perfis laminados, utilizando-se a linguagem Object Pascal, atravs do
programa Delphi 2005.
33
Com este programa desenvolvido, foram verificadas as principais sees de perfis
formados a frio utilizadas para teras de coberturas metlicas, os perfis U e Z simples e
enrijecidos, realizando-se processos iterativos, conforme recomendao da NBR 14762/2001 [9].
Tambm foram verificados os perfis laminados mais empregados em teras metlicas, como os
perfis U e I.
As teras treliadas planas em perfis abertos foram verificadas com a ajuda do programa
de anlise estrutural SAP2000 [63], seguindo recomendaes dos manuais e publicaes
referentes ao dimensionamento das trelias leves, como os apresentados pelo Steel Joist Institute
[70] e pelo CBCA [34], e obedecendo os procedimentos estabelecidos pelas normas brasileiras.
Para a anlise das teras treliadas tubulares planas e multiplanares, foi utilizado o programa
AutoTruss 2.0, desenvolvido atravs do convnio de parceria entre a Faculdade de Engenharia
Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp e a empresa V&M do Brasil S. A..
Foram testadas, com os programas citados acima, diversas situaes de vos para as
cargas comumente atuantes nas teras, obtendo-se as melhores geometrias e pesos para cada um
dos tipos de teras. Esses resultados foram ento comparados para investigar qual o melhor tipo
de tera a ser utilizado para cada situao analisada, e tambm qual a melhor geometria para as
teras treliadas tubulares, planas e multiplanares.
Alm de realizar uma comparao dos pesos de cada tipo de tera, tambm foi realizada
uma anlise dos seus custos, fornecidos por uma grande e conceituada empresa nacional. Essa
anlise permitiu chegar a resultados mais realistas, j que cada tipo de tera possui um custo
diferente com relao aos seus materiais, processos de fabricao e montagem.
Os resultados obtidos com esse trabalho podero servir de base para que os projetistas
tenham uma idia inicial de qual o melhor tipo de tera a ser empregado no seu projeto, alm de
analisar a viabilidade da utilizao das teras treliadas tubulares multiplanares.
35
2. ESTUDOS PRELIMINARES
Durante o processo de anlise das teras, j esperado que dificilmente um tipo de tera
ter um bom desempenho em todas as situaes imaginadas, como por exemplo, para grandes e
pequenos vos. Ou seja, dependendo da situao, dever ser encontrado um tipo de tera mais
conveniente.
Uma tera com um bom desempenho significa eficincia e economia, isto , uma tera
leve, que resista aos esforos solicitantes com uma taxa de utilizao dos perfis elevada, e que
seja vivel de ser fabricada e instalada na estrutura.
Para analisar o comportamento e a resistncia aos esforos solicitantes de cada tipo de
tera, foi necessria a realizao de estudos preliminares sobre os processos de fabricao e
montagem das teras, assim como sobre o mtodo de determinao de suas resistncias.
Existem basicamente trs grupos de perfis de ao utilizados para a construo de
estruturas: perfis laminados, perfis soldados e perfis formados a frio, conforme pode ser
observado na Figura 2.1.
O primeiro grupo obtido atravs de laminao a quente em usinas siderrgicas, sendo
que a espessura do perfil pode ser constante ou variar ao longo da seo, como no caso dos perfis
laminados de padro americano, que apresentam abas com espessuras variveis. Os perfis
laminados tm como grande vantagem o seu baixo nvel de tenses residuais, devido a laminao
a quente, porm, a sua utilizao fica inviabilizada em certos casos, devido a sua alta relao
entre peso e momento de inrcia.
36
a) b) c)
Figura 2.1 Grupos de perfis de ao: a) laminados, b) soldados, c) formados a frio
Os perfis soldados so obtidos atravs da soldagem de duas ou mais chapas, podendo-se
chegar a perfis que no existem em catlogos comerciais e que sejam a melhor soluo para
determinada estrutura. Porm, o alto custo do processo de soldagem e as altas tenses residuais
introduzidas pela solda so algumas das desvantagens do uso desses perfis.
Por fim, os perfis formados a frio, tambm denominados de perfis formados a frio, so
obtidos pelo dobramento a frio, ou seja, em temperatura ambiente, de chapas finas de ao. O
processo de dobramento tambm introduz tenses residuais no perfil, porm, permite uma grande
flexibilidade na obteno de formato e dimenses da seo transversal.
Como os tipos de teras analisados so as teras em perfil laminado e formado a frio, as
teras treliadas planas, com perfis abertos e tubulares laminados, e as teras treliadas
multiplanares, com perfis tubulares laminados, foram estudadas com profundidade as normas
brasileiras em vigor NBR 14762/2001 Dimensionamento de Estruturas de Ao Constitudas
por Perfis Formados a Frio Procedimentos [9] e NRB 8800/2008 Projeto de Estruturas de
Ao e de Estruturas Mistas de Ao e Concreto de Edifcios [8], alm da norma NBR 8800/1986
Projeto e Execuo de Estruturas de Ao em Edifcios (Mtodo dos Estados Limites) [7],
com o objetivo de analisar as principais mudanas referentes aos perfis laminados.
37
2.1 Teras em Perfil Laminado
Os perfis laminados so produzidos nas usinas siderrgicas atravs do processo de
laminao a quente do ao. O ao um composto ferroso contendo carbono e quantidades
pequenas de elementos como silcio, fsforo, enxofre, nquel, cobre, dentre outros. O que
diferencia o ferro fundido do ao quantidade de carbono, sendo essa maior no primeiro, e
correspondendo a menos de 0,12% neste ltimo, segundo Santos [62]. Essa diferena torna o ao
muito mais dctil, podendo ser facilmente deformado no processo de laminao.
Para a obteno do ao, so fundidas em um alto forno quantidades predeterminadas de
minrio de ferro, carvo coque e calcrio, suas principais matrias-primas. Nesse processo, o
ferro contido no minrio fundido, e o calcrio liquefeito combinado com as impurezas para
formar a escria. O ferro, denominado nesse ponto de ferro gusa, ento separado da escria, que
por ser menos densa fica flutuando.
O ferro gusa absorve de 3,5 a 4% de carbono do carvo coque durante a operao no alto
forno, tornando-se um material muito quebradio. Portanto, para possibilitar a sua aplicao em
estruturas metlicas, necessrio fazer o seu refino, processo realizado nas aciarias em fornos
eltricos, fornos bsicos a oxignio ou atravs do processo Siemens-Martin.
No processo de refinamento so adicionadas aparas de ao e calcrio ao ferro gusa, e o
excesso de carbono retirado atravs de reaes qumicas que ocorrem com o oxignio, gerando
gases, ou atravs da absoro pelo calcrio lquido, gerando escria. A retirada do excesso de
carbono gera o ao, que separado da escria, e colocado em moldes denominados de
lingoteiras, adicionando-se elementos como mangans e silcio. Aps a solidificao, os moldes
so ento retirados para a obteno dos lingotes, ainda sob elevada temperatura.
Os lingotes so reaquecidos a uma temperatura uniforme necessria para o processo de
laminao, e transportados ao laminador desbastador. Neste estgio, a seo transversal do
lingote reduzida, aumentando o seu comprimento a medida que os rolos do laminador vo
abaixando. Ao final do processo, so obtidos tarugos de seo transversal quadrada ou levemente
38
retangular, utilizados para a laminao de perfis estruturais, ou placas de seo transversal
retangular, utilizadas para a laminao de chapas ou folhas.
A obteno dos perfis estruturais feita atravs da passagem dos tarugos ainda quentes
em vrios laminadores, sendo que cada um possui um conjunto de rolos ajustveis s dimenses e
seo transversal do perfil. Os rolos possuem ranhuras que atravs de vrios passes moldam o ao
conforme a necessidade. Um mesmo laminador utilizado para a confeco de diversos tipos de
perfis, bastando alterar os rolos empregados no processo. Ao final da laminao, os perfis so
cortados nos tamanhos padres.
Os principais tipos de perfis laminados existentes no mercado so as cantoneiras de abas
iguais ou desiguais, perfis I, H e U, tubos circulares ou retangulares, barras redondos, e perfis T
obtidos pelo corte de perfis I ou H. Essas sees transversais podem ser observadas na Figura 2.2.
Figura 2.2 Sees dos perfis laminados
Os perfis laminados so amplamente empregados na construo civil, como em edifcios
industriais, pontes, torres, comportas, plataformas, edifcios de andares mltiplos, trelias e teras
de coberturas, estruturas para transportadores e viadutos. Para as teras de coberturas metlicas, o
mais utilizado o perfil U, porm, tambm pode-se empregar o perfil I. As dimenses dos perfis
laminados so padronizadas, independente da siderrgica produtora.
39
No Brasil, os procedimentos para obteno dos esforos resistentes dos perfis laminados
so estabelecidos pela NBR 8800/2008 [8], que podem ser encontrados no anexo B1.
Especificaes internacionais muito utilizadas mundialmente so a AISC [1], o Eurocode 3 Part
1-1 [21] e o Eurocode 3 Part 1-8 [23].
A fim de comparar as principais diferenas entre a NBR 8800/2008 [8] e a NBR
8800/1986 [7], foram realizados estudos das duas verses da norma referente aos perfis
laminados, focando na anlise dos esforos resistentes.
Com relao s barras submetidas a esforos axiais de compresso, pode-se notar uma
alterao importante nas curvas de flambagem, sendo que as quatro curvas anteriormente
utilizadas conforme o tipo de perfil analisado, foram substitudas por apenas uma curva, igual
para todos os tipos de perfis. Uma comparao entre as quatro curvas de flambagem da NBR
8800/1986 [7] e a curva nica da NBR 8800/2008 [8] pode ser observada na Figura 2.3.
Comparaes das Curvas de Resistncia
0,000
0,100
0,200
0,300
0,400
0,500
0,600
0,700
0,800
0,900
1,000
1,100
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0
Lambda
F
a
t
o
r
d
e
R
e
d
u
o
NBR8800/86-Curva a
NBR8800/86-Curva b
NBR8800/86-Curva c
NBR8800/86-Curva d
NBR8800/08
Figura 2.3 Curvas de resistncia para determinao do esforo resistente a compresso
40
A determinao do momento fletor resistente tambm sofreu algumas pequenas
alteraes com relao s formulaes para a verificao da flambagem lateral com toro,
flambagem local de mesa e flambagem local de alma. Na Tabela 2.1 podem ser observadas as
diferenas na determinao do valor de
p
. As alteraes so muito pequenas, assim como para os
demais valores apresentados nos anexos D e G da NBR 8800/1986 [7] e da NBR 8800/2008 [8],
respectivamente. Uma alterao importante diz respeito ao valor do limite do momento fletor
resistente de clculo para assegurar a validade da anlise elstica, conforme apresentado na
Tabela 2.1.
p p
FLT
FLM
FLA
Limite do momento fletor
resistente de clculo para
anlise elstica
NBR 8800/2008 NBR 8800/1986
y
b
r
L
y
f
E
76 , 1
t
b
y
f
E
38 , 0
w
t
h
y
f
E
76 , 3
y
b
r
L
y
f
E
75 , 1
t
b
y
f
E
38 , 0
w
t
h
y
f
E
50 , 3
y b
f W 25 , 1
1 a
y
f W 50 , 1
Tabela 2.1 Alteraes na determinao do momento fletor resistente de clculo
As alteraes referentes ao momento fletor tm um impacto menor no dimensionamento
dos perfis do que as alteraes da determinao do esforo resistente a compresso. Os impactos
das modificaes so discutidos na seo 3.5.
41
2.2 Teras em Perfil Formado a Frio
Alm de permitir a obteno de perfis com as dimenses desejadas, outra vantagem dos
perfis formados a frio a sua facilidade de armazenamento, uma vez que pode-se estocar uma
grande quantidade de chapas e produzir apenas os perfis que sero utilizados na estrutura.
O fato de os perfis formados a frio serem feitos a partir de chapas finas, conduz a perfis
extremamente leves, reduzindo o peso final da obra e, consequentemente, o seu custo final.
Por esses motivos, os perfis formados a frio so, atualmente, os mais utilizados para a
aplicao em teras de coberturas metlicas convencionais, sendo portanto, de extrema
importncia para esse trabalho, o estudo do seu comportamento e a sua aplicabilidade nas
coberturas metlicas.
Para a obteno dos perfis formados a frio, so dobradas chapas com espessuras a partir
de 0,4 mm, sendo estabelecido um limite de norma de 8 mm. Porm, segundo Carvalho [13],
possvel obter perfis formados a frio com chapas de espessuras superiores a esse limite, chegando
a at 19 mm de espessura, desde que o equipamento disponvel para executar as dobras seja
apropriado para chapas dessa espessura. Outro ponto que deve ser levado em considerao diz
respeito ao tipo de ao utilizado para a fabricao do perfil, que deve ser apropriado para a
espessura da chapa utilizada, j que aos com elevada dureza podero resultar em perfis com
trincas nas regies das dobras.
Existem basicamente dois mtodos de produo de perfis formados a frio: atravs de
perfiladeiras ou prensas dobradeiras.
A perfiladeira constituda por uma srie de cilindros que, com os ajustes adequados,
produzem as dobras necessrias em uma chapa de ao para a obteno do perfil desejado. A
chapa de ao passa continuamente atravs desses cilindros, e cada par de cilindros produz uma
dobra especfica. Quanto maior o grau de complexidade da seo transversal do perfil, maior a
quantidade de dobras, e consequentemente de cilindros necessrios para a obteno do perfil
42
final. Esse processo de produo de perfis com a perfiladeira pode ser observado na Figura 2.4.
Ao final do processo, o perfil cortado automaticamente com o comprimento desejado, sem a
necessidade de parar a perfiladeira. Os comprimentos mais usuais so 6,0 m e 12,0 m.
A prensa dobradeira constituda por um puno que pressiona a chapa de ao contra
uma mesa que possui o formato da dobra que dever ser feita na chapa. Caso o perfil possua mais
de uma dobra, a chapa reposicionada para que a prensa aplique essa nova dobra. Quanto mais
complexa a seo transversal do perfil, maior a quantidade de operaes necessrias na prensa
dobradeira. O posicionamento da chapa na prensa feito manualmente.
Figura 2.4 Produo de perfil em perfiladeira. Fonte: Carvalho [13]
A Figura 2.5 apresenta o processo de utilizao da prensa dobradeira, sendo importante
destacar que todo o comprimento da chapa dobrado ao mesmo tempo. Com isso, o mximo
comprimento do perfil fica limitado ao comprimento da prensa. Os comprimentos mais usuais
para a prensa dobradeira so 6,0 m e 3,0 m.
43
Figura 2.5 Produo de perfil em dobradeira. Fonte: Yu [81]
Comparando os dois mtodos de produo de perfis formados a frio, podemos notar
vantagens e desvantagens em cada um deles. Para a produo de uma grande quantidade de perfis
iguais, com as mesmas formas e dimenses, recomendado o uso das perfiladeiras, por ser um
processo mais rpido e que requer pouco trabalho manual, apesar de possuir um custo inicial
mais alto. A utilizao da prensa dobradeira possui um custo inicial menor, e aconselhada para
pequenas produes e quando existe grande variedade de formas e dimenses dos perfis a serem
produzidos.
A principal razo para essa escolha que a regulagem dos cilindros de uma perfiladeira
para a produo de perfis de diferentes dimenses complexa e demorada, encarecendo o valor
final do perfil. J a regulagem de uma prensa bem mais simples.
A mo de obra utilizada em uma perfiladeira menor, e a sua utilizao permite a
produo de perfis com qualquer comprimento necessrio, enquanto que a prensa limita-se a
produo de perfis com at 6,0 m de comprimento, alm de utilizar mais mo de obra.
Conforme dito anteriormente, existe uma grande flexibilidade na produo de perfis
formados a frio, sendo possvel obter perfis com as mais variadas sees transversais,
dependendo da necessidade de uso do perfil. Na Figura 2.6, so apresentadas algumas das
principais sees de perfis formados a frio.
Os perfis formados a frio tm uma grande gama de aplicao, como por exemplo, as
indstrias automobilstica e aeronutica, em estruturas de carros, caminhes e avies, a
agroindstria, em mquinas agrcolas e silos, setores de estocagem, com prateleiras e racks, alm
da construo civil.
44
Figura 2.6 Sees dos perfis formados a frio
Dentro da rea de construo civil, podemos citar a sua aplicao em obras residenciais,
comerciais e industriais, coberturas metlicas, telhas, formas para concreto, painis de
fechamento, estruturas mistas, como lajes, vigas e colunas mistas, estruturas de steel frame e
membros de trelias planas e multiplanares.
A norma brasileira NBR 6355/2003 [5] padroniza os perfis estruturais de ao formados a
frio, apresentando tabelas de perfis de sries comerciais, com dimenses e propriedades
geomtricas para os tipos de perfis mais utilizados na rea de estruturas: cantoneira, perfil U
simples e enrijecido, perfil Z enrijecido a 90 e a 45 e perfil cartola, conforme a Figura 2.7.
Figura 2.7 Perfis estruturais presentes na NBR 6355/2003 [5]
O trabalho a frio influencia nas propriedades mecnicas do ao virgem, aumentado o seu
limite de escoamento e a sua resistncia a trao, e diminuindo a sua ductilidade, conforme pode
45
ser observado na Figura 2.8. A porcentagem do aumento da resistncia a trao menor que a
porcentagem do aumento do limite de escoamento.
As regies das dobras das sees dos perfis formados a frio sofrem uma maior influncia
do trabalho a frio do que as regies planas. Portanto, as propriedades mecnicas do ao so
diferentes em vrios pontos de uma mesma seo, conforme exemplificado na Figura 2.9. Por
esse motivo, o escoamento da seo transversal sempre se inicia na regio plana, que possui um
limite de escoamento menor, provocando uma redistribuio de tenses das regies planas para
as regies curvas.
Figura 2.8 Aumento da resistncia e diminuio da ductilidade. Fonte: Malite [45]
As normas relacionadas aos perfis formados a frio, como a brasileira NBR 14762/2001
[9] e a americana AISI [2], permitem levar em considerao o aumento do limite de escoamento
devido ao trabalho a frio, trocando a tenso de escoamento do ao virgem por uma tenso maior,
determinada nas referidas normas. Porm, isso s permitido em perfis sujeitos a trao, ou em
46
perfis no esbeltos sujeitos a compresso ou flexo, cujos elementos so espessos, o que
normalmente no ocorre em perfis formados a frio. Portanto, usual utilizar o limite de
escoamento do ao virgem nos clculos dos perfis formados a frio, sendo que o acrscimo
existente funciona como uma reserva de resistncia.
Figura 2.9 Influncia do trabalho a frio nas propriedades mecnicas do ao. Fonte: Malite [45]
Os perfis formados a frio possuem algumas definies e nomenclaturas que so
importantes para o bom entendimento do comportamento desses perfis. Dentro dessas definies,
encontram-se os elementos no enrijecidos e enrijecidos.
Elementos no enrijecidos so elementos planos (almas ou mesas) de um perfil que so
apoiados em apenas uma extremidade paralela a direo das tenses, sendo que a outra
extremidade livre, conforme a Figura 2.10a. Elementos enrijecidos so elementos planos cujas
duas extremidades paralelas a direo das tenses esto apoiadas, conforme a Figura 2.10b. Os
apoios de um elemento podem ser os outros elementos do perfil, como almas e mesas, ou
enrijecedores de borda ou intermedirios, conforme a Figura 2.10c.
47
Tambm importante definir que a largura de um elemento, que usada no
dimensionamento do perfil formado a frio, tomada como a largura reta do elemento, sem
considerar a parte curva, como apresentado na Figura 2.10d.
NE
NE
NE
E
E
E
Largura
a)
b)
c)
d)
Figura 2.10 Definies e nomenclaturas: a) elementos no enrijecidos, b) elementos enrijecidos,
c) enrijecedores, d) largura do elemento
A utilizao de perfis formados a frio requer uma maior ateno a certos problemas que
no ocorrem com frequncia em perfis laminados. O fenmeno mais comum de se constatar nos
perfis formados a frio a flambagem local de seus elementos. Esse fenmeno pode ocorrer
isoladamente ou em conjunto com a flambagem global do perfil.
O fato de serem utilizadas chapas finas para a fabricao dos perfis formados a frio
resulta em elementos dos perfis, como almas e mesas, com uma espessura bem menor que o seu
comprimento. Assim, a flambagem local de um elemento do perfil formado a frio pode ocorrer
antes do escoamento da seo.
Porm, a ocorrncia da flambagem local no indica que a capacidade de resistncia do
perfil foi esgotada, j que um elemento enrijecido em sua extremidade por um outro elemento,
consegue suportar tenses ainda maiores aps a ocorrncia da flambagem local. Esse fenmeno
denominado de resistncia ps-flambagem.
48
Os conceitos de flambagem local e resistncia ps-flambagem podem ser melhor
compreendidos com a utilizao da teoria da flambagem elstica de chapas, uma vez que tanto a
norma brasileira, quanto as normas internacionais, consideram que um perfil formado a frio
formado por uma srie de chapas, que servem como vinculao para as chapas vizinhas, nas
regies de encontro das mesmas.
Quando uma chapa comprimida, ela pode entrar em colapso por escoamento ou por
flambagem. O colapso por escoamento ocorre em chapas muito espessas, com uma relao
pequena entre a largura da chapa e a sua espessura. Assim, a tenso de escoamento atingida
antes da flambagem da chapa. Para chapas cuja relao citada acima grande, ou seja, para
chapas esbeltas, a flambagem ocorre antes que a tenso atinja o limite de escoamento.
No caso de chapas quadradas apoiadas em suas quatro bordas, e submetidas a uma
tenso de compresso uniforme em uma direo, a flambagem da chapa ocorre com uma
curvatura simples nas duas direes, conforme pode ser visualizado na Figura 2.11a.
Porm, em perfis formados a frio, o comprimento dos elementos muito maior que as
suas respectivas larguras. Nesse caso, a flambagem da chapa apresenta uma srie de ondas, cujo
comprimento aproximadamente igual largura w da chapa, conforme apresentado na Figura
2.11b.
A tenso crtica de flambagem para a chapa retangular apresentada na Figura 2.11b, que
possui as quatro extremidades apoiadas, pode ser determinada atravs da equao diferencial
baseada na teoria de pequenos deslocamentos, onde o deslocamento transversal da chapa da
mesma ordem de grandeza que a sua espessura:
0
x D
t f
y y x
2
x
2
2
x
4
4
2 2
4
4
4
=
+
+
(2.1)
Onde:
( )
2
3
1 12
t E
D
= (2.2)
49
E = mdulo de elasticidade;
t = espessura da chapa;
= coeficiente de poisson (0,3 para o ao);
= deslocamento perpendicular ao plano da chapa;
f
x
= tenso de compresso na direo do eixo x.
Figura 2.11 Flambagem de chapas: a) chapa quadrada, b) chapa retangular. Fonte: Malite [45]
A resoluo dessa equao diferencial pode ser encontrada em detalhes em Yu [81] e
Malite [45], e conduz ao seguinte valor para a tenso crtica:
( )
2
2
2
1 12 |
\
|
=
t
w
E
k f
cr
(2.3)
Onde:
2
1
(
\
|
+ |
\
|
=
w
a
m a
w
m k (2.4)
50
m = nmero de meia onda na direo x;
a = comprimento da chapa;
w = largura da chapa.
Os valores de k para diferentes relaes de w a podem ser encontrados na Figura 2.12.
Figura 2.12 Grfico com valores de k. Fonte: Malite [45]
Pode-se notar que para as relaes w a que resultam em nmeros inteiros, o valor de k
4. Esse mesmo valor vlido para relaes w a grandes, maiores do que 4, que ocorrem
normalmente em perfis formados a frio, j que os mesmos apresentam um comprimento muito
maior que a largura de seus elementos.
Os valores de k para diversas situaes de solicitao e condies de contorno podem ser
observados na Tabela 2.2.
51
Tabela 2.2 Tabela com valores de k. Fonte: Carvalho [13]
52
Diferentemente do que se observa em elementos unidimensionais, como as barras, as
chapas no sofrem colapso ao atingirem a tenso crtica de flambagem, devido as suas
caractersticas bidimensionais, resistindo a um acrscimo de carga aps a flambagem devido a
redistribuio das tenses. Esse fenmeno conhecido como resistncia ps-flambagem, e pode
ser melhor compreendido atravs da Figura 2.13, que representa um trecho de uma chapa
uniformemente comprimida e apoiada em suas extremidades.
Figura 2.13 Chapa comprimida
Essa chapa foi discretizada em barras verticais e horizontais, para facilitar a
compreenso do mecanismo. As barras verticais so comprimidas, enquanto as barras horizontais
funcionam como cintas de amarrao, dificultando a sua flambagem. Pode-se perceber que longe
dos apoios, as barras horizontais tm menor poder de amarrao, fazendo com que as barras
verticais centrais flambem com uma facilidade maior, enquanto que prximo aos apoios, a
flambagem das barras verticais menor.
Antes que seja atingida a tenso crtica de flambagem, a tenso uniforme em toda a
chapa, conforme a Figura 2.14a. Ao aumentar a tenso de compresso na chapa, atingindo a
tenso crtica de flambagem, as barras verticais centrais sofrem deformaes, enquanto que
w
w
53
prximo aos apoios elas permanecem com deformaes menores, ou mesmo sem deformaes.
Nesse momento, ocorre uma redistribuio de tenses, observando-se uma diminuio da tenso
na parte central da chapa, e um acrscimo de tenso nas laterais da chapa, conforme a Figura
2.14b.
O nvel de tenso pode continuar a sofrer acrscimos, e a chapa continuar a resistir,
definindo a resistncia ps-flambagem, at que a tenso na regio dos apoios atinja o valor da
tenso de escoamento, ocorrendo o colapso da chapa, conforme a Figura 2.14c.
Figura 2.14 Distribuio de tenses. Fonte: Malite [45]
Para facilitar a anlise da resistncia ps-flambagem e a runa de chapas comprimidas,
von Karman [73] props o conceito de largura efetiva. Esse conceito consiste em substituir a
tenso no uniforme atuante ao longo de toda a largura w do elemento, por uma tenso uniforme,
de valor igual a mxima tenso nas extremidades do elemento, atuando ao longo de uma largura
b, inferior a largura w do elemento, conforme a Figura 2.15. Essa largura b determinada de tal
forma que a resultante provocada pela tenso uniforme atuando na largura b seja igual a
resultante da tenso no uniforme atuando em toda a largura w. Ou seja:
max
w
f b dx f =
0
(2.5)
54
Figura 2.15 Largura efetiva. Fonte: Malite [45]
A largura efetiva de um elemento representa uma largura que s entrar em colapso
quando a tenso de compresso atingir a tenso de escoamento do material. Portanto, a
determinao da largura efetiva de um elemento pode ser feita atravs da utilizao da equao
2.3, fazendo-se
y cr
f f = , 3 0, = (para o ao), b w = , 4 = k (para uma chapa apoiada nas duas
extremidades paralelas a direo da tenso, ou seja, um elemento enrijecido), e isolando-se b:
( )
2
2
2
3 0 1 12
4
|
\
|
=
t
b
,
E
f
y
(2.6)
y
f
E
t , b 9 1 = (2.7)
A equao 2.7 corresponde a frmula de von Karman para a determinao da largura
efetiva de elementos enrijecidos, proposta em 1932. Posteriormente, com a realizao de diversos
ensaios em perfis formados a frio, Winter [77] demonstrou que essa equao tambm pode ser
utilizada para uma tenso f
max
menor que a tenso de escoamento f
y
.
Novos resultados experimentais obtidos por Sechler e Winter [77], e apresentados por
Yu [81], concluram que a largura efetiva de um elemento depende tambm da relao t w . Com
55
esses resultados, Winter [77] props uma modificao para a equao 2.7, introduzindo fatores de
correo empricos e levando em considerao as imperfeies dos perfis:
(
(
\
|
=
max max
f
E
w
t
,
f
E
t , b 475 0 1 9 1 (2.8)
Entre o perodo de 1946 e 1968, a equao 2.8 foi utilizada pela AISI [2] para a
determinao da largura efetiva. Porm, devido a realizao de novos ensaios e a experincia
adquirida nesses clculos, a equao 2.8 sofreu uma pequena adaptao, para se adequar melhor
aos novos resultados obtidos:
(
(
\
|
=
max max
f
E
w
t
,
f
E
t , b 415 0 1 9 1 (2.9)
Reescrevendo a equao 2.3, com os valores de 3 0, = e 4 = k , dividindo por
max
f e
aplicando o operador raiz quadrada, temos:
max
cr
max
f
f
,
t
w
f
E
9 1
= (2.10)
Substituindo a equao 2.10 em 2.9, obtemos:
|
|
\
|
=
max
cr
max
cr
f
f
,
f
f
w b 22 0 1 (2.11)
A raiz quadrada da relao entre a mxima tenso atuante no elemento e a tenso crtica
denominada de ndice de esbeltez reduzido da chapa:
56
cr
max
p
f
f
= (2.12)
Aplicando a equao 2.12 em 2.11, chegamos a equao para a determinao da largura
efetiva de um elemento, utilizada pela norma brasileira NBR 14762/2001 [9]:
p
p
,
w
b
|
|
\
|
=
22 0
1
(2.13)
Desenvolvendo-se a equao 2.12, com a substituio da equao 2.3 e a utilizao de
3 0, = , temos a equao para a determinao do ndice de esbeltez reduzido, adotada pela NBR
14762/2001 [9]:
( )
max
p
max
cr
max
p
f
E k
,
t
w
t
w
E
k
f
f
f
95 0
1 12
2
2
2
=
|
\
|
= = (2.14)
A equao 2.9 aplica-se para elementos enrijecidos, ou seja, com k = 4. Porm,
possvel determinar uma equao geral para diferentes valores de k, seguindo o mesmo raciocnio
apresentado acima, bastando no substituir o valor de k por 4:
(
(
\
|
=
max max
f
E k
w
t
,
f
E k
t , b 208 0 1 95 0 (2.15)
Realizando-se os mesmos procedimentos j descritos, podemos chegar novamente a
equao 2.13, partindo da equao 2.15. Portanto, a largura efetiva de um elemento
determinada com as mesmas equaes, 2.13 e 2.14, seja ele enrijecido ou no, devendo-se utilizar
57
os valores de k apresentados nas tabelas 4 e 5 da NBR 14762/2001 [9], dependendo de como
ocorre a distribuio de tenses no elemento.
Vale destacar que para valores de
p
inferiores a 0,673, obtemos uma largura efetiva
maior que a largura reta do elemento, o que no possvel. Portanto, conclumos que s para
673 0,
p
> ocorre reduo na largura do elemento. Para valores inferiores ou iguais a 0,673, a
largura do elemento no sofre reduo.
Conhecendo-se as tenses atuantes em cada elemento da seo do perfil, enrijecedores,
mesas e alma, possvel determinar a largura efetiva desses elementos, atravs dos conceitos
apresentados acima. Dessa forma encontra-se a rea efetiva total do perfil, somando-se as
larguras efetivas de todos os elementos, e multiplicando-se pela espessura do perfil. Com essa
rea efetiva so determinadas as resistncias do perfil a compresso e a flexo, conforme os
procedimentos estabelecidos pela NBR 14762/2001 [9], que encontram-se no anexo B2.
2.3 Teras Treliadas em Perfis Abertos
Durante muito tempo as teras em perfil, principalmente as formadas a frio, dominaram
o mercado de coberturas metlicas. Porm, com a construo de obras cada vez maiores e a
necessidade de obteno de grandes espaos internos sem a presena de pilares, se fez necessrio
o desenvolvimento de novos sistemas de cobertura capazes de vencer grandes vos, j que nesses
casos os perfis simples tornam-se muito pesados e pouco econmicos. Surgiram ento as teras
treliadas planas, que so trelias leves, amplamente empregadas nos Estados Unidos desde 1928,
cuja utilizao vem crescendo nos ltimos anos no cenrio nacional.
As trelias leves podem ser utilizadas para sistemas estruturais de cobertura,
fechamentos laterais e pavimentos de edificaes. A sua aplicao possibilita a adoo de
arranjos estruturais leves com grandes vos, diminuindo a quantidade de pilares no interior da
construo e reduzindo as cargas nas fundaes.
58
A utilizao das trelias proporciona grandes reas livres, e com a sua padronizao,
ocorre um aumento na velocidade e facilidade de montagem da estrutura. Alm disso, existe a
possibilidade de passagem de dutos e tubulaes de ar condicionado e instalaes eltricas
atravs das trelias, permitindo um melhor aproveitamento do p-direito da construo.
Os perfis utilizados para a composio das trelias podem ser os mais variados
possveis, sendo que o CBCA [34] apresentou em sua publicao solues com os tipos de perfis
de maior uso no Brasil, sendo eles perfis U laminados e formados a frio, T laminados, T eletro-
soldados, cantoneiras laminadas e formadas a frio, tubos circulares e tubos quadrados, ambos sem
costura. Alguns desses perfis so apresentados na Figura 2.16. Quando as trelias so compostas
por perfis abertos nos banzos, geralmente so utilizadas cantoneiras duplas ou simples nas
diagonais e montantes, existindo tambm a possibilidade da utilizao de perfis U. Quando so
adotados os perfis tubulares, eles so utilizados em toda a trelia, tanto nos banzos quanto nas
diagonais e montantes.
x x
x x
x x x x
x x x x
x x
x x
y
y y
y
y
y
y
y
Figura 2.16 Exemplos de perfis utilizados em trelias
Os manuais e publicaes do SJI [70] e do CBCA [34] apresentam tabelas que
possibilitam obter o peso final aproximado das trelias planas e a sua altura, em funo da carga
que a mesma deve suportar e do seu vo. Devido a padronizao, os perfis utilizados nos banzos
superior e inferior so os mesmos para uma determinada trelia, sendo utilizado apenas um perfil
59
para todas as diagonais. A geometria adotada para as trelias nessas publicaes do tipo
Warren, com ou sem montante, conforme a Figura 2.17. Tambm so apresentadas
recomendaes sobre quais os comprimentos de flambagem a serem usados para as barras dos
banzos das trelias.
Figura 2.17 Trelias Warren com e sem montantes
Informaes sobre os apoios das trelias planas nas vigas principais ou colunas tambm
so fornecidas nessas publicaes, apresentando solues para as mais diversas possibilidades de
apoios, como colunas de concreto ou metlicas, vigas de alma cheia ou trelias. Algumas dessas
solues podem ser observadas na Figura 2.18.
Para limitar o comprimento de flambagem das barras dos banzos fora do plano da
trelia, existe a necessidade da utilizao de travamentos entre duas trelias planas adjacentes.
Esses travamentos podem ser feitos horizontalmente ou em diagonal, conforme a Figura 2.19.
Alm de limitar o comprimento de flambagem, os travamentos tambm so importantes para o
alinhamento e estabilizao da trelia durante a montagem.
60
Figura 2.18 Exemplos de apoios das trelias planas
Espaamento entre Trelias
a)
Espaamento entre Trelias
b)
Figura 2.19 Travamentos entre duas trelias planas: a) horizontal, b) diagonal
As cargas so aplicadas no banzo superior da trelia, podendo ser concentradas nos ns
ou distribudas linearmente ao longo das barras. Assim, o banzo superior das trelias est
submetido a esforos combinados, ocorrendo fora axial simultaneamente com flexo em relao
61
aos dois eixos principais de inrcia. Considerando-se o peso prprio dos perfis como uma carga
distribuda ao longo de todas as barras, os perfis do banzo inferior e as diagonais tambm esto
submetidos a esforos combinados, sendo necessrio efetuar o dimensionamento flexo
composta.
Como os perfis utilizados para compor as trelias podem ser laminados ou formados a
frio, as verificaes devem ser feitas de acordo com as normas especficas, como a NBR
8800/2008 [8], AISC [1], Eurocode 3 Part 1-1 [21] e Eurocode 3 Part 1-8 [23] para os para os
perfis laminados e a NBR 14762/2001 [9], AISI [2] e Eurocode 3 Part 1-3 [22] para os perfis
formados a frio. Os procedimentos adotados pelas normas brasileiras podem ser encontrados no
anexo B.
2.4 Teras Treliadas Tubulares
Conforme apresentado pelo CIDECT [16], ao comparar as propriedades de diferentes
perfis com pesos por metro linear muito prximos, nota-se que os perfis tubulares apresentam
uma resistncia a toro muito maior que os perfis abertos, principalmente o perfil tubular
circular, conforme pode ser observado na Figura 2.20. Devido a esse fato, Rautaruukki [56] cita
que os perfis tubulares circulares no so passveis de sofrer flambagem lateral com toro. J
nos perfis tubulares quadrados e retangulares, a flambagem lateral com toro no governa os
clculos na maioria dos casos, devendo ser levada em conta apenas para o caso de sees
tubulares quadradas muito longas, e para sees tubulares retangulares longas com pequena
relao b/h. Essa pode ser considerada uma grande vantagem dos perfis tubulares, j que nos
perfis abertos, a flambagem lateral com toro comumente governa os clculos.
62
Figura 2.20 Comparao das propriedades geomtricas dos perfis. Adaptado de CIDECT [16]
Pode-se notar tambm a vantagem dos perfis tubulares quando submetidos compresso
simples, desde que a barra possua o mesmo comprimento de flambagem em ambos os planos,
pois os perfis abertos apresentam um menor momento de inrcia com relao ao eixo de menor
inrcia, quando comparados com os perfis tubulares. Com isso, a flambagem em relao a esse
eixo governa o dimensionamento dos perfis abertos, reduzindo a sua resistncia.
Para a flexo simples, os perfis abertos so mais vantajosos, pois possuem um maior
momento de inrcia com relao ao eixo de maior inrcia do que os perfis tubulares. Porm,
quando submetidos a flexo obliqua ou composta, os perfis tubulares levam vantagem devido ao
fato de possurem tima resistncia a toro e boa resistncia a flexo em relao aos dois eixos
principais.
Nas trelias estudadas neste trabalho, os carregamentos foram considerados distribudos
linearmente nos seus banzos superiores, devido ao peso prprio dos perfis e a fixao das telhas
63
ao longo da trelia, e no somente nos seus ns, caracterizando a flexo composta, com a
presena de esforos combinados. Dessa forma, a anlise de trelias compostas por perfis
tubulares, que apresentam elevada resistncia aos esforos combinados, justificada, apesar da
sua pouco aplicao atualmente no cenrio nacional.
Alm das vantagens com relao a sua resistncia, os perfis tubulares apresentam uma
maior facilidade de manuteno, j que no possuem cantos e arestas que permitem o acumulo de
sujeira e poeira. Os perfis tubulares tambm apresentam menor rea de pintura quando
comparados com os perfis abertos, reduzindo o custo necessrio para a execuo da proteo
contra a corroso. Outro fator importante a esttica proporcionada pelos perfis tubulares, sendo
muito requisitados pelos arquitetos, proporcionando maior harmonia com o restante do ambiente
e permitindo que a estrutura fique exposta sem causar prejuzos beleza da estrutura.
Dentre os perfis tubulares, existem os circulares, os quadrados e os retangulares. Os
perfis tubulares circulares obtidos atravs do processo de laminao apresentam um nvel de
tenses residuais devido ao resfriamento muito pequeno. J os perfis quadrados e retangulares,
so obtidos, no Brasil, a partir dos perfis circulares, que so amassados para a obteno do perfil
desejado. Esse processo provoca o aparecimento de nveis de tenses residuais maiores nos perfis
quadrados e retangulares. Por esse motivo, optou-se pela utilizao dos perfis circulares nos
estudos das teras treliadas tubulares.
Alm de analisar as trelias tubulares planas, tambm foram realizadas anlises de um
modelo de tera inovador: as trelias tubulares multiplanares. Por serem estruturas espaciais, esse
tipo de trelia dispensa a presena de travamentos entre duas trelias adjacentes, como
necessrio para as trelias planas. Esse fato deve ser levado em conta na escolha do tipo de tera
a ser adotado na cobertura, j que o posicionamento dos travamentos trabalhoso e demorado,
encarecendo o sistema de cobertura.
Como os carregamentos foram considerados distribudos ao longo das barras dos banzos
superiores das trelias, todas as barras devem ser verificadas a flexo composta, podendo ser uma
flexo-compresso ou uma flexo-trao. As barras do banzo inferior, diagonais e montantes
tambm devem ser verificadas da mesma maneira, pois possuem o seu peso prprio distribudo
64
linearmente, provocando flexo em conjunto com uma compresso ou trao. Os procedimentos
para a determinao dos esforos resistentes dos perfis tubulares circulares laminados podem ser
encontrados nas especificaes e normas nacionais e internacionais, sendo que os procedimentos
da norma brasileira NBR 8800/2008 [8] podem ser encontrados no anexo B1.
As diferenas existentes entre a NBR 8800/1986 [7] e a NBR 8800/2008 [8] no
provocam grandes alteraes na determinao dos esforos resistentes dos perfis tubulares. Isso
se deve ao fato de que, para a determinao do esforo resistente de compresso, a curva de
flambagem utilizada na NBR 8800/1986 [7] para os perfis tubulares a curva a, que muito
semelhante a curva adotada na NBR 8800/2008 [8], como pode ser observado na Figura 2.3. Uma
comparao entre a norma vigente e sua antecessora apresentada no item 4.1.
65
3. O PROGRAMA AUTOTERAS
Para a anlise das teras em perfil laminado e em perfil formado a frio, foi desenvolvido
o programa AutoTeras, que realiza a verificao e o dimensionamento desses perfis utilizando-
se a linguagem Object Pascal, atravs do programa Delphi 2005. A seguir sero apresentados
alguns dos procedimentos implementados no programa, alm de uma breve explicao do
funcionamento do mesmo. Maiores detalhes sobre o programa podem ser encontrados no anexo
C.1.
3.1 Teras em Perfil Laminado
Os procedimentos implementados no programa, referentes verificao e
dimensionamento de perfis laminados, seguem as recomendaes apresentadas pela NBR
8800/2008 [8] e NBR 8800/1986 [7], sendo que o usurio pode escolher se deseja realizar os
clculos segundo a norma vigente, ou conforme as recomendaes da norma anterior. Essa opo
foi adotada para possibilitar uma anlise das principais mudanas ocorridas na norma referente
aos perfis laminados.
Os tipos de perfis disponveis para anlise no programa so os perfis U e I, conforme a
Figura 3.1, que so os laminados mais utilizados para teras de coberturas metlicas. As
propriedades geomtricas dos perfis so calculadas baseadas nas dimenses das sees
transversais fornecidas pelo usurio, no caso da verificao de um perfil, ou obtidas por uma lista
de perfis, no caso de um dimensionamento. Essa lista contm as dimenses dos perfis U e I
66
fabricados comercialmente, lembrando que essas dimenses so padronizadas no caso dos perfis
laminados.
Figura 3.1 Tipos de perfis laminados disponveis no programa
Os perfis laminados de padro americano possuem mesas no paralelas, com uma
inclinao na sua face interna, e raios de curvatura que no so fornecidos nos catlogos
comerciais. Dessa maneira, optou-se por considerar, no clculo das propriedades geomtricas,
que os perfis possuem mesas paralelas e no apresentam raios de curvatura. Essas propriedades
geomtricas so utilizadas para o clculo dos esforos resistentes do perfil, segundo os
procedimentos da norma escolhida pelo usurio. Os esforos resistentes de trao, compresso e
flexo so obtidos de maneira direta, ou seja, sem a necessidade de processos iterativos, como no
caso dos perfis formados a frio.
Os esforos solicitantes de clculo so determinados pelo programa, baseado nos
carregamentos e combinaes fornecidas pelo usurio. Os esforos solicitantes e resistentes so
comparados conforme os procedimentos de norma, e os resultados so apresentados na tela do
programa, e tambm em um relatrio. Tambm realizada a anlise da flecha dos perfis,
conforme os limites estabelecidos pelas normas.
Com a possibilidade de escolher entre a NBR 8800/2008 [8] e a NBR 8800/1986 [7],
pde-se efetuar uma comparao entre elas, analisando quais os impactos das alteraes nos
esforos resistentes dos perfis. Essa comparao apresentada no item 3.5.
67
3.2 Teras em Perfil Formado a Frio
Para os perfis formados a frio foram seguidos os procedimentos apresentados pela NBR
14762/2001 [9] para a determinao dos esforos resistentes dos perfis. Os tipos de sees
analisados so os perfis U e Z simples e enrijecidos, conforme a Figura 3.2, que so os quatro
tipos de sees mais utilizados para teras metlicas em perfis formados a frio. As suas
propriedades geomtricas so calculadas pelo programa pelas dimenses fornecidas pelo usurio
ou obtidas por uma lista de perfis. Essa lista contm as dimenses dos perfis existentes na NBR
6355/2003 [5].
Figura 3.2 Tipos de perfis formados a frio disponveis no programa
Com as propriedades geomtricas, so determinados os esforos resistentes de clculo, e
comparados com os esforos solicitantes de clculo, calculados pelo programa com base nas
combinaes e carregamentos fornecidos pelo usurio. Os resultados das comparaes entre os
esforos solicitantes e resistentes so apresentados na tela e em forma de relatrio. As anlises
das flechas tambm so feitas, seguindo o limite estabelecido pela norma.
No caso dos perfis formados a frio, diferentemente dos perfis laminados, a determinao
de alguns esforos resistentes exige a utilizao de processos iterativos, devido ao emprego do
conceito das larguras efetivas. Assim, o desenvolvimento de um programa que efetue esses
clculos de grande ajuda para os projetistas.
A obteno da resistncia trao do perfil simples, e como utiliza a rea bruta, no
necessrio realizar nenhum processo iterativo, uma vez que o conceito da largura efetiva s
68
levado em considerao quando existem elementos (alma, mesa e enrijecedor) comprimidos no
perfil, ocorrendo a flambagem local dos mesmos.
J para a determinao da resistncia compresso, existe a necessidade de utilizar um
processo iterativo, considerando que inicialmente a rea efetiva do perfil corresponde a sua rea
bruta. Efetuam-se ento os clculos apresentados na NBR 14762/2001 [9] para encontrar a tenso
atuante em cada elemento do perfil. Como trata-se apenas de compresso, a tenso ser constante
ao longo de toda a seo, ou seja, ser a mesma para todos os elementos, e deve ser calculada por
y
f = , onde corresponde ao fator de reduo associado a flambagem, e determinado
segundo os procedimentos de norma, considerando que a rea efetiva do perfil corresponde a rea
bruta.
Com essa tenso determinam-se as larguras efetivas de cada elemento do perfil,
conforme os procedimentos apresentados no item 7.2 da NBR 14762/2001 [9], encontrando uma
nova rea efetiva, conforme a Figura 3.3.
Pores no
consideradas
no clculo
Figura 3.3 rea efetiva de um perfil
Essa nova rea efetiva ento adotada para iniciar uma nova iterao, repetindo o
processo descrito acima, ou seja, determinando-se um novo valor de , que conduz a uma nova
tenso atuante nos elementos do perfil. Com essa tenso so calculadas novas larguras efetivas e
69
uma nova rea efetiva. O processo iterativo repete-se at que a diferena entre as reas efetivas de
duas iteraes consecutivas seja inferior a 0,5%.
Para encontrar a resistncia a flexo simples do perfil, tambm utilizado o conceito da
largura efetiva, porm, diferentemente do fato observado na determinao da resistncia a
compresso dos perfis, onde toda a seo possui uma tenso de compresso constante, no caso da
flexo a tenso varia ao longo da seo do perfil, sendo comum a presena de tenses de trao e
compresso em uma mesma seo, como pode ser observado na Figura 3.4.
Compresso Flexo
Figura 3.4 Tenses em perfil comprimido e fletido
Devido a esse gradiente de tenses, as larguras efetivas obtidas em dois elementos
simtricos de uma seo so diferentes, provocando um deslocamento do centro de gravidade da
seo do perfil, conforme a Figura 3.5. Esse deslocamento do centro de gravidade interfere na
determinao do momento resistente, pois ele depende do mdulo de resistncia elstico da seo
efetiva, conforme a equao 3.1, que uma razo entre o momento de inrcia da seo efetiva e a
distncia entre o centro de gravidade e a borda comprimida do perfil, como apresentado na
equao 3.2.
70
d
C G anterior
C G novo
Figura 3.5 Deslocamento do centro de gravidade
=
ef
Rd
W
M (3.1)
d
I
W
ef
ef
= (3.2)
Uma grande diferena entre o procedimento de determinao da normal resistente de
compresso e do momento resistente est na obteno da mxima tenso atuante na seo. Na
compresso ela depende do fator de reduo associado flambagem ( ), que por sua vez
depende da rea efetiva do perfil. J na flexo, a tenso depende do fator de reduo associado
flambagem lateral com toro (
FLT
), que depende do mdulo de resistncia elstico da seo
bruta, e no da seo efetiva, conforme as equaes 3.3 3.6.
Compresso Flexo
y
f = (3.3)
y FLT
f = (3.4)
funo de
0
FLT
funo de
0
5 0
0
,
e
y ef
N
f A
(
= (3.5)
5 0
0
,
e
y c
M
f W
(
= (3.6)
71
Portanto, o processo iterativo utilizado para a compresso no utilizado para a flexo.
Porm existe a necessidade da aplicao de iteraes em uma outra etapa da determinao da
resistncia a flexo, conforme explicado a seguir.
Apesar de a mxima tenso atuante no perfil no depender do mdulo de resistncia
elstico da seo efetiva, o momento resistente depende, conforme a equao 3.1. Portanto, deve-
se encontrar a rea efetiva do perfil, determinando as tenses atuantes em cada elemento da seo
(enrijecedor, mesa e alma), que so diferentes entre si, podendo ser constantes ou apresentarem
um gradiente de tenses. Essa determinao feita com base no item 7.2 da NBR 14762/2001
[9]. Com essa rea efetiva, calcula-se o momento de inrcia da seo efetiva.
Um fator que dificulta esse clculo, que ao encontrar a largura efetiva de um elemento,
como a alma, por exemplo, uma parcela desse elemento desconsiderada no clculo, mudando a
posio do centro de gravidade da seo. Essa mudana altera as tenses atuantes no prprio
elemento, sendo necessrio recalcular a sua largura efetiva. Esse fato pode ser compreendido
atravs da Figura 3.6, onde pode-se notar que as tenses atuantes na alma antes e depois da
determinao da largura efetiva desse elemento so diferentes. Apesar de a mxima tenso de
compresso atuante na seo continuar com o mesmo valor , devido ao rebaixamento do centro
de gravidade da seo, a tenso
1
sofre um pequeno aumento passando a valer '
1
, j a tenso
2
sofre uma diminuio, passando para '
2
. Como as tenses atuantes so diferentes, a largura
efetiva da alma tambm ser diferente.
Nesse ponto utiliza-se o processo iterativo, recalculando-se a tenso atuante nos
elementos e a rea efetiva, sempre que ocorre uma mudana na posio do centro de gravidade da
seo do perfil. Novamente o processo iterativo encerrado quando a diferena entre as reas
efetivas de duas iteraes consecutivas inferior a 0,5%.
72
C G anterior
C G novo
1
2
1'
2'
Antes Depois
Figura 3.6 Alterao nas tenses atuantes na alma
.
Devido inclinao do telhado, os carregamentos aplicados na tera ocorrem em relao
aos dois eixos da seo do perfil, caracterizando a flexo obliqua. Portanto, o procedimento
descrito acima para a determinao do momento resistente, foi implementado para os dois eixos
principais.
A verificao da flambagem por distoro da seo transversal, para barras submetidas
compresso centrada ou flexo, pode ser dispensada para perfis U e Z simples. Para os perfis
enrijecidos, o clculo foi realizado de acordo com o anexo D da NBR 14762/2001 [9].
3.3 Utilizao do Programa
A seguir sero apresentados os procedimentos bsicos para a utilizao do programa,
sendo que informaes mais detalhadas podem ser encontradas no anexo C1. Na tela inicial do
programa, apresentada na Figura 3.7, o usurio deve escolher o tipo de ao e o tipo de perfil.
Tambm devem ser fornecidas as propriedades do ao, vo e nmero de linhas de corrente da
tera. A seguir o usurio escolhe o tipo de anlise desejada, se uma verificao ou um
dimensionamento. Caso opte pela verificao, as dimenses do perfil devem ser fornecidas, caso
contrrio as dimenses sero procuradas na lista de perfis do programa, que pode ser alterada
manualmente.
73
O usurio pode montar o nmero de combinaes que desejar, fornecendo o valor dos
carregamentos e os coeficientes de ponderao. Os carregamentos so considerados distribudos
linearmente ao longo do perfil, e tambm existe a possibilidade de considerar ou no o peso
prprio do perfil, e a inclinao do telhado.
Os resultados obtidos pelo programa, como propriedades geomtricas, esforos
resistentes, equaes de interao e flecha so exibidos na tela e tambm fornecidos em um
relatrio gerado automaticamente. No caso de um dimensionamento, sero exibidos na tela
apenas os resultados referentes ao perfil selecionado, ou seja, o perfil mais leve pertencente lista
que resiste aos carregamentos aplicados. As dimenses desse perfil tambm so exibidas na tela,
e no relatrio gerado pelo programa so exibidos os resultados de todos os perfis da lista.
Figura 3.7 Tela do programa AutoTeras
74
3.4 Validao do Programa
Foram realizadas algumas validaes do programa AutoTeras, comparando-se os
resultados obtidos com clculos manuais e valores de norma. As validaes foram feitas com
relao s propriedades geomtricas dos perfis e aos esforos resistentes.
Propriedades Geomtricas:
Para verificar se os clculos das propriedades geomtricas dos perfis esto sendo feitos
corretamente pelo programa, os resultados obtidos com ele foram comparados com as
propriedades geomtricas das tabelas de perfis comerciais, para os perfis laminados, e das tabelas
contidas na NBR 6355/2003 [5], para os perfis formados a frio. Algumas comparaes so
apresentadas nas Tabelas 3.1 a 3.7. Para os perfis laminados tambm foram realizadas anlises
com o programa AutoCAD. A nomenclatura utilizada ao longo deste trabalho corresponde a:
altura x largura da mesa x espessura da alma x espessura da mesa, para os perfis laminados e
altura x largura da mesa x espessura x largura do enrijecedor de borda, para os perfis formados a
frio, considerando que o raio de dobramento interno igual espessura do perfil.
Catlogo AutoTeras Diferena AutoCAD AutoTeras Diferena
rea (cm
2
) 11,9 11,8 0,84% 11,80 11,8 0,00%
Ix (cm
4
) 174,4 174,8 0,23% 174,80 174,8 0,00%
Wx (cm
3
) 34,3 34,3 0,00% - 34,3 -
Zx (cm) 41,2 41,5 0,73% - 41,5 -
rx (cm) 3,84 3,86 0,52% 3,86 3,86 0,00%
Iy (cm
4
)
15,5 15,62 0,77% 18,50 18,5 0,00%
Wy (cm
3
) 5,1 6,3 23,53% - 6,3 -
Zy (cm) 10,2 12,8 25,49% - 12,8 -
ry (cm) 1,14 1,26 10,53% 1,26 1,26 0,00%
xcg (cm) 1,15 1,26 9,57% 1,26 1,26 0,00%
Perfil U - 102x41,8x6,3x7,5
Tabela 3.1 Propriedades geomtricas do perfil U laminado
75
Catlogo AutoTeras Diferena AutoCAD AutoTeras Diferena
rea (cm
2
) 56,9 56,6 0,53% 56,6 56,6 0,00%
Ix (cm
4
) 5610 5591,9 0,32% 5591,9 5591,9 0,00%
Wx (cm
3
) 442 440,3 0,38% - 440,3 -
Zx (cm) 515 517,7 0,52% - 517,7 -
rx (cm) 9,93 9,94 0,10% 9,94 9,94 0,00%
Iy (cm
4
)
312,0 381,1 22,15% 381,1 381,1 0,00%
Wy (cm
3
) 51,3 62,5 21,83% - 62,5 -
Zy (cm) 90,5 93 2,76% - 93 -
ry (cm) 2,34 2,59 10,68% 2,59 2,59 0,00%
Perfil I - 254x122x11,4x12,5
Tabela 3.2 Propriedades geomtricas do perfil I laminado
Pode-se notar que as propriedades dos perfis laminados referentes ao eixo y obtidas com
o programa apresentam uma diferena considervel das apresentadas no catlogo. Portanto, para
validar as propriedades referentes ao eixo y, foram feitas comparaes com o programa
AutoCAD, considerando os perfis exatamente iguais aos do AutoTeras, conforme a Figura 3.8.
Os resultados so apresentados nas Tabelas 3.1 e 3.2, e demonstram que os valores das
propriedades obtidas com o programa so os mesmos que os obtidos com o programa AutoCAD.
Figura 3.8 Perfis laminados considerados pelo programa
A diferena entre as propriedades referentes ao eixo y contidas no catlogo e obtidas
com o programa se deve ao fato de que no programa no foi considerada a inclinao das faces
internas das mesas dos perfis e nem os raios de curvatura. Isso pode ser comprovado pelas
Tabelas 3.3 e 3.4, que correspondem s propriedades geomtricas dos mesmos perfis das Tabelas
3.1 e 3.2 considerando uma inclinao de 17% nas faces internas das mesas. Os valores das
propriedades geomtricas foram obtidas com o programa AutoCAD.
76
Catlogo AutoCAD Diferena
rea (cm
2
) 11,9 11,8 0,84%
Ix (cm
4
) 174,4 173,9 0,29%
rx (cm) 3,84 3,85 0,26%
Iy (cm
4
) 15,5 15,5 0,00%
ry (cm) 1,14 1,15 0,88%
xcg (cm) 1,15 1,15 0,00%
Perfil U - 102x41,8x6,3x7,5
Tabela 3.3 Propriedades geomtricas do perfil U laminado com faces internas das mesas
inclinadas
Catlogo AutoCAD Diferena
rea (cm
2
) 56,9 56,6 0,53%
Ix (cm
4
) 5610 5573,2 0,66%
rx (cm) 9,93 9,92 0,10%
Iy (cm
4
) 312,0 317,2 1,67%
ry (cm) 2,34 2,37 1,28%
Perfil I - 254x122x11,4x12,5
Tabela 3.4 Propriedades geomtricas do perfil I laminado com faces internas das mesas
inclinadas
Pode-se perceber que a diferena entre os valores do catlogo e os obtidos com o
AutoCAD com uma inclinao de 17% so bem prximos. Porm, como o catlogo no fornece
qual a inclinao de cada perfil e nem o raio de curvatura, para os clculos efetuados pelo
AutoTeras foram considerados os perfis conforme a Figura 3.8.
Nas Tabelas 3.5 a 3.7, referentes aos perfis formados a frio, os valores em destaque
foram recalculados manualmente utilizando as frmulas propostas pela NBR 6355/2003 [5], pois
os valores tabelados no correspondiam aos encontrados pela formulao proposta pela prpria
norma. No foram apresentadas comparaes para o perfil Z simples, pois a NBR 6355/2003 [5]
no possui este tipo de perfil tabelado.
As comparaes demonstram que os resultados encontrados pelo programa so muito
prximos aos apresentados pela NBR 6355/2003 [5], para os perfis formados a frio, com
77
diferenas inferiores a 1,00%. No caso dos perfis laminados foi encontrada uma diferena
considervel com relao s propriedades referentes ao eixo y, pois o programa no considera a
inclinao das faces internas das mesas dos perfis e nem os raios de curvatura, j que esses
valores no so fornecidos nas tabelas dos catlogos de perfis laminados.
NBR 6355 AutoTeras Diferena
rea (cm
2
) 5,07 5,07 0,00%
Ix (cm
4
) 79,42 79,31 0,14%
Wx (cm
3
) 15,88 15,86 0,13%
rx (cm) 3,96 3,96 0,00%
Iy (cm
4
) 12,57 12,58 0,08%
Wy (cm
3
) 3,46 3,47 0,29%
ry (cm) 1,57 1,58 0,64%
It (cm
4
) 0,119 0,119 0,00%
Cw (cm
6
)
211,18 211,18 0,00%
Perfil U - 100x50x2.65
Tabela 3.5 Propriedades geomtricas do perfil U formado a frio
NBR 6355 AutoTeras Diferena
rea (cm
2
) 20,06 20,06 0,00%
Ix (cm
4
) 1928,96 1925,70 0,17%
Wx (cm
3
) 154,32 154,06 0,17%
rx (cm) 9,81 9,80 0,10%
Iy (cm
4
) 252,32 252,46 0,06%
Wy (cm
3
) 35,90 35,92 0,06%
ry (cm) 3,55 3,55 0,00%
It (cm
4
) 1,207 1,208 0,08%
Cw (cm
6
)
32218,03 32218,03 0,00%
Perfil U enrijecido - 250x100x25x4.25
Tabela 3.6 Propriedades geomtricas do perfil U enrijecido formado a frio
78
NBR 6355 AutoTeras Diferena
rea (cm
2
) 1,35 1,35 0,00%
Ix (cm
4
) 5,24 5,23 0,19%
Wx (cm
3
) 2,09 2,09 0,00%
rx (cm) 1,97 1,97 0,00%
Iy (cm
4
) 2,25 2,25 0,00%
Wy (cm
3
) 0,92 0,92 0,00%
ry (cm) 1,29 1,29 0,00%
Ixy (cm
4
) 2,61 2,61 0,00%
() 30,10 30,12 0,07%
I1 (cm
4
) 6,75 6,74 0,15%
I2 (cm
4
) 0,74 0,74 0,00%
It (cm
4
) 0,006 0,006 0,00%
Cw (cm
6
)
9,83 9,83 0,00%
Perfil Z enrijecido - 50x25x10x1.20
Tabela 3.7 Propriedades geomtricas do perfil Z enrijecido formado a frio
Esforos Resistentes:
Os esforos resistentes foram calculados de duas maneiras: atravs de clculo manual e
utilizando-se o programa. Os resultados foram ento comparados para validar os clculos
efetuados pelo programa.
5 metros
Favorvel Desfavorvel
Permanente 0,2 1,3 1,0
Sobrecarga 0,5 1,5 -
Vento de Suco 1,3 1,4 -
Carga (kN/m)
Coeficiente
Lx (m) 5,0
Ly (m) 2,5
Inclinao () 5,0
fy (Mpa) 350,0
Figura 3.9 Dados para validao dos esforos resistentes
Como o clculo manual muito extenso, os resultados foram apresentados tabelados. Os
perfis analisados so um U laminado com dimenses 101,6x40,1x4,57x7,5, e um Z formado a
79
frio com dimenses 300x85x2. Os dados para a validao dos esforos resistentes encontram-se
na Figura 3.9.
Os resultados comparativos entre os clculos efetuados manualmente e com o programa
AutoTeras podem ser observados nas Tabelas 3.6 e 3.7. Para o perfil laminado, os clculos
foram efetuados de acordo com a NBR 8800/2008 [8]. A comparao com a NBR 8800/1986 [7]
apresentada no item 3.5.
Trao
N
t,Rd
(kN)
314,138 314,138 0,00%
Tenso Mxima (Mpa) 44,450 44,589 0,31%
N
c,Rd
(kN)
40,012 40,020 0,02%
Flexo em x
M
x,Rd
(kN.m)
6,885 6,887 0,03%
Flexo em y
M
y,Rd
(kN.m)
2,731 2,731 0,00%
Equao 1 0,708 0,708 0,00%
Equao 2 no se aplica no se aplica -
Equaes de
Interao
Clculo Manual AutoTeras Diferena
Compresso
Tabela 3.8 Esforos resistentes para o perfil laminado U 101,6x40,1x4,57x7,5
Trao
N
t,Rd
(kN)
294,907 294,907 0,00%
Tenso Mxima (Mpa) 181,410 181,401 0,00%
rea Efetiva (cm) 3,982 3,982 0,00%
N
c,Rd
(kN)
65,673 65,671 0,00%
Tenso Mxima (Mpa) 157,180 157,179 0,00%
rea Efetiva (cm) 8,438 8,438 0,00%
Rebaixamento do CG (cm) 1,555 1,554 0,06%
Momento de Inrcia Efetivo (cm
4
) 987,057 987,060 0,00%
Mdulo de Resistncia Efetivo (cm) 55,349 55,350 0,00%
M
1,Rd
(kN.m)
7,909 7,909 0,00%
Tenso Mxima (Mpa) 350,000 350,000 0,00%
rea Efetiva (cm) 7,149 7,149 0,00%
Rebaixamento do CG (cm) 0,432 0,432 0,00%
Momento de Inrcia Efetivo (cm
4
) 27,090 27,087 0,01%
Mdulo de Resistncia Efetivo (cm) 4,545 4,544 0,02%
M
2,Rd
(kN.m)
1,446 1,446 0,00%
Equao 1 0,765 0,765 0,00%
Equao 2 no se aplica no se aplica -
Equaes de
Interao
Clculo Manual AutoTeras Diferena
Compresso
Flexo em 1
Flexo em 2
Tabela 3.9 Esforos resistentes para o perfil formado a frio Z 300x85x2
80
Pela comparao observada acima, nota-se que as diferenas entre o clculo manual e o
efetuado com o programa so muito pequenas, inferiores a 0,50%, demonstrando o bom
funcionamento do programa.
3.5 Comparaes entre a NBR 8800/1986 e a NBR 8800/2008
Como foram implementados os procedimentos de clculo utilizando a NBR 8800/1986
[7] e a NBR 8800/2008 [8], pde-se realizar uma comparao entre elas, analisando quais os
impactos que as alteraes da norma de perfil laminado causam nos esforos resistentes. Para
essa comparao foram realizadas anlises, com o programa AutoTeras, de dois perfis U e dois
perfis I segundo a norma vigente e a sua antecessora. Os carregamentos utilizados foram os
mesmos da Figura 3.9, e os resultados podem ser observados nas Tabelas 3.8 3.11.
NBR 8800/1986 NBR 8800/2008 Diferena
Trao
N
t,Rd
(kN)
314,138 314,138 0,00%
curva de flambagem c nica -
2,624 2,624 0,00%
N
c,Rd
(kN)
39,113 40,020 2,32%
Flexo em x
M
x,Rd
(kN.m)
6,916 6,887 0,42%
Flexo em y
M
y,Rd
(kN.m)
2,276 2,731 19,99%
Perfil U 101,6x40,1x4,57x7,5
Compresso
Tabela 3.10 Perfil laminado U 101,6x40,1x4,57x7,5
81
NBR 8800/1986 NBR 8800/2008 Diferena
Trao
N
t,Rd
(kN)
380,243 380,243 0,00%
curva de flambagem b nica -
2,280 2,280 0,00%
N
c,Rd
(kN)
63,742 64,147 0,64%
Flexo em x
M
x,Rd
(kN.m)
8,170 8,202 0,39%
Flexo em y
M
y,Rd
(kN.m)
3,241 3,868 19,35%
Perfil I 76x61x6,4x6,6
Compresso
Tabela 3.11 Perfil laminado I 76x61x6,4x6,6
NBR 8800/1986 NBR 8800/2008 Diferena
Trao
N
t,Rd
(kN)
2076,260 2076,260 0,00%
curva de flambagem c nica -
1,304 1,304 0,00%
N
c,Rd
(kN)
823,831 1019,194 23,71%
Flexo em x
M
x,Rd
(kN.m)
207,262 204,325 1,42%
Flexo em y
M
y,Rd
(kN.m)
19,708 25,378 28,77%
Perfil U 381x86,9x10,7x16,5
Compresso
Tabela 3.12 Perfil laminado U 381x86,9x10,7x16,5
NBR 8800/1986 NBR 8800/2008 Diferena
Trao
N
t,Rd
(kN)
2662,834 2662,834 0,00%
curva de flambagem b nica -
1,137 1,137 0,00%
N
c,Rd
(kN)
1371,513 1549,970 13,01%
Flexo em x
M
x,Rd
(kN.m)
250,969 251,586 0,25%
Flexo em y
M
y,Rd
(kN.m)
40,932 48,649 18,85%
Perfil I 305x136x14,4x16,7
Compresso
Tabela 3.13 Perfil laminado I 305x136x14,4x16,7
Para os esforos resistentes de flexo, as alteraes na norma no foram muito grandes,
sendo que com relao ao eixo x foram encontrados valores muito prximos. Com relao ao
eixo y as diferena foram maiores, pois ocorreu uma alterao no limite superior do momento
resistente: na NBR 8800/1986 [7] o momento resistente de clculo no pode ser superior
y b
f W 25 , 1 , enquanto que na NBR 8800/2008 [8] o momento resistente de clculo no pode
superar o valor de
1 a y
f W 50 , 1 . Essa alterao vlida para os dois eixos de flexo, porm,
82
como em relao ao eixo x existe a flambagem lateral com toro, o valor do momento resistente
no supera o limite imposto pela norma, no ocorrendo grande alterao no esforo resistente. J
em relao ao eixo y no ocorre a flambagem lateral com toro, e o valor do momento resistente
supera o limite imposto pela norma com uma freqncia maior, provocando uma diferena maior
entre os esforos resistentes para a NBR 8800/1986 [7] e a NBR 8800/2008 [8].
83
4. O PROGRAMA AUTOTRUSS
A anlise das teras treliadas tubulares planas e multiplanares foi feita com a utilizao
do programa AutoTruss 2.0, desenvolvido atravs do convnio firmado entre a Faculdade de
Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP e a empresa V&M do Brasil S.A,
tendo como autores os engenheiros Tiago Lus Duarte Forti, Gustavo Camargo Longhin, Afonso
Henrique Mascarenhas de Arajo e o Prof. Dr. Joo Alberto Venegas Requena. Este programa
tem como finalidade a otimizao do projeto de coberturas planas e tridimensionais em ao, com
a utilizao dos perfis tubulares produzidos pela V&M do Brasil S.A. Maiores detalhes sobre o
AutoTruss podem ser encontrados no anexo C.2.
Mediante o fornecimento de alguns dados de entrada, o programa analisa uma grande
quantidade de geometrias de trelias, fornecendo o peso de cada uma delas. Dessa forma, caso os
dados de entrada sejam fornecidos corretamente, apresentado ao usurio uma srie de casos,
dentre os quais certamente estar ou a soluo mais econmica ou solues muito prximas a
mais econmica. Nesse ponto, cabe ao usurio decidir qual a melhor alternativa para o
problema proposto, e tambm verificar se existe a necessidade de realizar novas anlises para a
obteno de melhores solues.
Pela Figura 4.1, pode-se notar que dentre os dados fornecidos pelo usurio esto o vo
da trelia, a sua largura de influncia, sua altura, o nmero de intervalos de altura que devem ser
analisados, o tamanho de cada intervalo, os limites dos ngulos das diagonais, o tipo e modelo de
trelia e as possveis inclinaes das mesmas. Nos menus do programa o usurio deve indicar o
tipo de ao utilizado, assim como os carregamentos e combinaes atuantes na trelia.
84
Para cada altura de trelia analisada, so geradas cinco geometrias diferentes, variando-
se o ngulo das diagonais entre os limites superior e inferior. Os pesos de todos os casos so
apresentados na tela, e os perfis utilizados podem ser verificados atravs de uma exportao para
o programa AutoCAD. Assim, gerada uma grande quantidade de casos, sendo possvel
encontrar qual a melhor geometria para a condio desejada.
Figura 4.1 Tela do programa AutoTruss 2.0
O programa permite considerar os banzos como elementos de prtico e as diagonais
como elementos de trelia, aproximando-se do comportamento real da estrutura. As trelias so
consideradas isostticas, apoiadas nas extremidades de seus banzos superiores, tendo os seus
banzos inferiores livres. O apoio de uma extremidade considerado fixo e o da outra extremidade
considerado livre para o deslocamento horizontal.
Como a finalidade das trelias analisadas a aplicao em coberturas, sendo que as
telhas sero apoiadas sobre elas, no pode ocorrer alterao no dimetro das barras ao longo dos
banzos superiores, porm, pode-se alterar a espessura do tubo. Para que no seja selecionada uma
85
espessura de tubo para cada barra do banzo, foi definido um nmero mximo de grupos de barras
para o banzo, dependendo do vo da trelia. Essa definio est relacionada com o transporte da
trelia, j que uma carreta convencional permite transportar peas com um comprimento mximo
de 12 m. A Tabela 4.1 e a Figura 4.2 exemplificam o nmero mximo de grupos de barras para
uma trelia, sendo adotada tanto para os banzos superiores, quanto para os banzos inferiores.
Vo da Trelia
(m)
N Mximo de
Grupos
Grupo de Extremidade Grupo Intermedirio
Grupo
Central
12 15m 1 L/2 __ __
16 25m 2 2 trechos de L/3 __ L/3
26 40m 3 2 trechos de 3L/16 2 trechos de 3L/16 L/4
Tabela 4.1 Nmero mximo de grupos de barras
Figura 4.2 Disposio dos grupos
As diagonais tambm so agrupadas de maneira semelhante aos banzos, chegando-se a
um nmero mximo de trs grupos, pois a utilizao de uma quantidade muito grande de perfis
inviabiliza a execuo da trelia. Porm, no caso das diagonais, possvel variar o dimetro dos
tubos entre um grupo e outro, e no apenas a espessura. A Figura 4.3 apresenta uma trelia obtida
com o programa AutoTruss 2.0 que contm dois grupos para os banzos e para as diagonais. Cada
cor corresponde a um grupo de perfil.
Grupo de Extremidade
Grupo Intermedirio
Grupo Central
86
Os perfis disponveis para anlise so os circulares e quadrados presentes no Cat l ogo
Tcni co de Tubos Est rut urai s de Seo Ci rcul ar, Quadrada e Ret angul ar [72], da
V&M do Brasi l , sendo que na composio das trelias deste estudo foram utilizados apenas os
perfis tubulares circulares. Como esses perfis so laminados a quente, o programa realiza os
clculos segundo a norma brasileira de perfis laminados. Porm, como o programa j foi
desenvolvido h algum tempo, os procedimentos seguem a norma NBR 8800/1986 [7].
Figura 4.3 Trelia com dois grupos de perfis
A seguir ser apresentada uma comparao dos resultados obtidos para os esforos
solicitantes de perfis tubulares circulares utilizando-se a NBR 8800/1986 [7] e a NBR 8800/2008
[8], permitindo verificar se as diferenas so muito grandes.
4.1 Comparaes entre a NBR 8800/1986 e a NBR 8800/2008
Pela Figura 2.3 apresentada anteriormente, pode-se esperar que, para os perfis tubulares
circulares, as mudanas promovidas pela NBR 8800/2008 [8] no afetam muito o esforo
resistente compresso, pois a curva a de flambagem que era utilizada para os perfis tubulares
muito prxima curva nica apresentada na NBR 8800/2008 [8]. Esse fato comprovado pelos
resultados apresentados nas Tabelas 4.2 e 4.3, utilizando perfis com limite de escoamento de 350
MPa, mdulo de elasticidade de 205000 MPa, comprimento de dois metros e com esquema
esttico bi-apoiado.
As maiores diferenas para os esforos resistentes de compresso ocorrem para perfis
com valor de entre 0,5 e 0,9, onde a curva de flambagem para perfis tubulares circulares da
NBR 8800/1986 [7] est mais distante da curva nica da NBR 8800/2008 [8]. O perfil da Tabela
87
4.2 se enquadra nessa situao, e mesmo assim a diferena pequena, menor que 5%. Para perfis
com valor de maior, como no caso da Tabela 4.3, essa diferena ainda menor.
NBR 8800/1986 NBR 8800/2008 Diferena
Trao
N
t,Rd
(kN)
544,95 544,95 0,00%
0,774 0,774 0,00%
N
c,Rd
(kN)
441,41 424,09 3,92%
Flexo
M
Rd
(kN.m)
15,44 16,63 7,71%
Compresso
Perfil Tubular 101,6x5,7
Tabela 4.2 Comparao do perfil tubular 101,6x5,7
NBR 8800/1986 NBR 8800/2008 Diferena
Trao
N
t,Rd
(kN)
300,20 300,20 0,00%
1,350 1,350 0,00%
N
c,Rd
(kN)
135,99 139,89 2,87%
Flexo
M
Rd
(kN.m)
4,73 5,26 11,21%
Perfil Tubular 60,3x5,5
Compresso
Tabela 4.3 Comparao do perfil tubular 60,3x5,5
A diferena no valor do esforo resistente flexo um pouco maior, devido a alterao
no limite superior do momento resistente, conforme j mencionado no item 3.5, uma vez que o
perfil tubular circular no sofre flambagem lateral com toro. Porm, como o limite superior do
momento resistente maior na NBR 8800/2008 [8] do que na NBR 8800/1986 [7], a utilizao
desta ltima est a favor da segurana para a determinao do esforo resistente a flexo,
resultando em valores resistentes menores, como pode ser observado nas Tabelas 4.2 e 4.3. Alm
disso, nas trelias tubulares analisadas neste estudo, os esforos predominantes nas barras so de
trao e compresso, havendo apenas cargas distribudas nos banzos superiores.
Como os esforos resistentes compresso no sofrem grandes alteraes, e os
momentos resistentes normalmente so maiores na NBR 8800/2008 [8], o programa AutoTruss
2.0 permanece seguindo os procedimentos de clculo da NBR 8800/1986 [7], j que ele foi
88
desenvolvido dessa maneira, e uma alterao nos procedimentos de clculo implementados no
programa no acarretaria em grandes modificaes nos resultados.
89
5. ANLISES DAS TERAS
Para permitir uma comparao entre as teras estudadas foi necessrio submet-las s
mesmas condies, ou seja, foram definidas algumas premissas adotadas para todos os tipos de
teras:
- As teras fazem parte de estruturas que utilizam coberturas metlicas, como galpes de
uso geral com telhados com duas guas, cujos carregamentos so apresentados no item 5.1;
- Como nas coberturas metlicas geralmente utilizam-se telhas de ao, podendo ser
trapezoidais, onduladas ou zipadas, adotou-se uma inclinao de 5% para o telhado, que respeita
as condies mnimas para evitar empoamento de gua na cobertura, e uma inclinao muito
utilizada nesse tipo de estrutura;
- O ao utilizado possui mdulo de elasticidade de 205000 MPa e limite de escoamento
de 250 MPa;
- Todas as teras so biapoiadas, j que no se pode afirmar que a continuidade ser
garantida totalmente na prtica. Dessa forma, as teras dos vos extremos e intermedirios esto
submetidas aos mesmos esforos solicitantes;
- A distncia entre teras foi fixada em dois metros para todos os tipos analisados. Esse
valor foi adotado por ser compatvel com o vo suportado pela maioria das telhas metlicas
existentes no mercado brasileiro, para os carregamentos utilizados neste estudo;
- Foram analisadas teras com vos de at 40 metros;
- Valor da acelerao da gravidade igual a 9,81 m/s.
90
5.1 Carregamentos Atuantes nas Teras
Para a composio dos carregamentos foram consideradas as aes permanentes e
variveis que frequentemente atuam nas teras de coberturas de galpes para uso geral, que
apresentam um sistema de iluminao simples e no precisam de isolamento trmico e ar
condicionado. Para tanto, a edificao deve possuir dispositivos que permitam o aproveitamento
da iluminao natural e a circulao de ar. Os valores das aes apresentados a seguir foram
definidos seguindo-se orientaes normativas e catlogos de fabricantes dos componentes
utilizados.
- Aes Permanentes:
- Peso prprio da tera: obtido diretamente pelo programa de anlise;
- Telha de ao com espessura de 0,65mm: 7,0 kgf/m = 68,67 N/m;
- Sistema de iluminao simples: 2,0 kgf/m = 19,62 N/m;
- Contraventamentos: 1,0 kgf/m = 9,81 N/m;
- TOTAL: 10,0 kgf/m = 98,10 N/m + peso prprio.
- Aes Variveis:
- Sobrecarga: 250,0 N/m;
- Vento: velocidade bsica de 35,0 m/s.
O valor da sobrecarga segue a recomendao do anexo B da NBR 8800/2008 [8] em seu
item B.5.1. Foi adotada a velocidade bsica do vento de 35 m/s por abranger boa parte do
territrio nacional, conforme pode ser observado na Figura 5.1. Para o clculo do carregamento
de vento foram seguidas as recomendaes da NBR 6123/1988 [4], fazendo as consideraes
apresentadas a seguir.
91
Figura 5.1 Mapa de isopletas. Adaptado de NBR 6123/1988 [4]
- Fator topogrfico S
1
:
Leva em considerao as variaes do relevo do terreno, e para este trabalho foi
considerado terreno plano ou fracamente acidentado, que um tipo de terreno muito utilizado
para a construo de galpes. Portanto S
1
= 1,0.
- Rugosidade do terreno, dimenses da edificao e altura sobre o terreno S
2
:
Considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variao da velocidade do
vento com a altura acima do terreno e das dimenses da edificao ou parte da edificao em
considerao.
92
Para encontrar o valor desse fator, necessrio definir a altura da edificao, que varia
dependendo do projeto analisado. Dessa forma, optou-se por adotar um valor prximo aos mais
comumente adotados em projetos de galpes, chegando-se ao valor de 12,5 metros. Outra
considerao feita diz respeito a rugosidade do terreno, adotado como um terreno da Categoria
III, j que boa parte desses galpes so executados em subrbios, fora dos grandes centros
urbanos, apresentando obstculos como muros e edificaes baixas. Tambm foi considerado
que, como o vo das teras estudadas chega a 40 metros, a maior dimenso horizontal da
edificao excede 50 metros, sendo, portanto considerada Classe C. Assim chega-se ao fator S
2
=
0,905 por interpolao linear na Tabela 5.1.
Tabela 5.1 Tabela para determinao do fator S2. Fonte: NBR 6123/1988 [4]
93
- Fator Estatstico S
3
:
Considera o grau de segurana requerido e a vida til da edificao. Como as edificaes
em estudo so destinadas ao uso geral, como comrcio ou indstria com alto fator de ocupao,
elas se enquadram do Grupo 2, ou seja, S
3
= 1,0.
Assim, possvel encontrar a velocidade caracterstica (V
k
) a partir da velocidade bsica
V
0
= 35 m/s adotada, e obter a presso de obstruo (q):
s / m , , , , S S S V V
k
68 31 0 1 905 0 0 1 35
3 2 1 0
= = =
m / N , , , V , q
k
03 615 68 31 613 0 613 0
2
2
= = =
Para finalizar o clculo do carregamento de vento, preciso encontrar os valores dos
coeficientes aerodinmicos externos e internos da edificao.
- Coeficientes de forma externos:
Como o objeto de anlise deste trabalho so as teras de cobertura, sero determinados
apenas os coeficientes de forma externos referentes cobertura, conforme a tabela 5 da NBR
6123/1988 [4].
Pela hiptese de utilizao das teras para grandes vos, a menor dimenso b da
estrutura, na qual fica posicionada a viga principal, normalmente ser maior que o vo da tera.
Com isso, para uma altura h de 12,5 metros, a relao h/b geralmente ser menor que , j que
na maioria dos casos o vo principal da viga ser maior que 25,0 metros.
Assim, para uma inclinao do telhado de 5%, que corresponde a 2,86, chega-se aos
seguintes coeficientes de forma externos, conforme a Figura 5.2:
94
Figura 5.2 Coeficientes de forma externos. Fonte: NBR 6123/1988 [4]
Vento a 90: Zonas EF, C
e
= -0,86
Zonas GH, C
e
= -0,4
Vento a 0: Zonas EG, C
e
= -0,8
Zonas FH, C
e
= -0,4
Zonas IJ, C
e
= -0,2
Valores extremos dos coeficientes de presso externos: -0,86 e -0,2
- Coeficientes de forma internos:
Devido a presena dos dispositivos para a circulao de ar, como venezianas de
aberturas fixas, foi considerado que as estruturas no apresentam abertura dominante a barlavento
e a sotavento, pois considerou-se que as venezianas de abertura fixa possuem uma
permeabilidade de rea equivalente s reas das aberturas basculantes, como janelas e portes.
Assim, os coeficientes de presso internos obtidos so C
i
= +0,2 e -0,3 para duas faces
opostas igualmente permeveis e as outras faces impermeveis, e C
i
= -0,3 e 0 para quatro faces
igualmente permeveis. Portanto, os valores crticos so C
i
= +0,2 e C
i
= -0,3.
95
- Coeficientes de presso resultantes:
C
e
C
i
= -0,86 (+0,2) = -1,06
C
e
C
i
= -0,2 (-0,3) = +0,1
Portanto, as cargas de vento so:
Vento de Suco: m / N , , , q , 0 650 03 615 06 1 06 1 =
Vento de Presso: m / N , , , q , 0 65 03 615 1 0 1 0 =
Com os valores de todas as cargas atuantes nas teras foi possvel montar as
combinaes para anlise dos estados limites ltimos, seguindo os procedimentos da NBR
8681/2003 [6]. Foram utilizados os procedimentos dessa norma, referente a aes e segurana nas
estruturas, pois os valores dos coeficientes de ponderao da norma que trata dos perfis formados
a frio so diferentes dos coeficientes da norma dos perfis laminados. Os valores dos coeficientes
de ponderao utilizados neste estudo so apresentados na Tabela 5.2. Foram determinadas duas
combinaes, sendo uma somente com as cargas de presso, e outra combinando as cargas de
presso e de suco.
Tipo de Ao Favorvel Desfavorvel
Peso Prprio de Estruturas Metlicas 1,25 1,00 - -
Demais Aes Permanentes 1,30 1,00 - -
Sobrecarga 1,50 - 0,80 0,60
Vento 1,40 - 0,60 0,00
0 2
Coeficiente de Ponderao
Tabela 5.2 Coeficientes de ponderao das combinaes
Combinao 1:
Nessa combinao foram consideradas apenas as cargas de presso:
Peso Prprio: definido automaticamente pelo programa utilizado;
Carga Permanente: 98,1 N/m;
Sobrecarga: 250,0 N/m;
96
Vento de Presso: 65,0 N/m.
Deve-se utilizar o maior valor dentre as combinaes a seguir:
esso Pr Vento ) , ( , a arg Sobrec , Permanente , 6 0 4 1 5 1 3 1 + +
esso Pr Vento , a arg Sobrec ) , ( , Permanente , 4 1 8 0 5 1 3 1 + +
Cujos resultados so:
m / N 13 , 557 0 , 65 ) 6 , 0 ( 4 , 1 0 , 250 5 , 1 1 , 98 3 , 1 = + +
m / N 53 , 518 0 , 65 4 , 1 0 , 250 ) 8 , 0 ( 5 , 1 1 , 98 3 , 1 = + +
Portanto, para a Combinao 1 temos o valor crtico de 557,13 N/m (presso). Deve-se
ressaltar que o peso prprio da estrutura deve entrar nas combinaes multiplicado pelo
coeficiente de ponderao 1,25. Como esse peso prprio obtido pelo programa de
dimensionamento, o seu valor foi computado automaticamente pelo mesmo.
Combinao 2:
Nesse caso foram combinadas as cargas de presso e de suco:
Peso Prprio: definido automaticamente pelo programa utilizado;
Carga Permanente: 98,1 N/m;
Vento de Suco: 650,0 N/m.
Nesse caso, a combinao a ser considerada :
o VentoSuc , Permanente , 4 1 0 1
Cujo resultado :
m / N 9 , 811 0 , 650 4 , 1 1 , 98 0 , 1 =
Portanto, para a Combinao 2 temos o valor de 811,9 N/m (suco). Nesse caso, o
peso prprio da tera deve ser multiplicado pelo coeficiente de ponderao 1,0, e seu valor foi
computado automaticamente pelo programa utilizado.
97
Em nenhuma das combinaes foi levado em considerao o esforo axial atuante nas
teras que participam do sistema de contraventamento, pois apenas uma pequena quantidade das
teras de toda a cobertura esto submetidas a essa situao, devendo ser dimensionadas como um
caso particular, para evitar que as demais teras fiquem superdimensionadas.
Para a anlise dos estados limites de servio tambm foram seguidos os procedimentos
da NBR 8681/2003 [6]. Esses estados limites so caracterizados por deformaes excessivas que
comprometam o aspecto esttico ou a durabilidade da estrutura ou afetem a utilizao da
construo, e vibraes excessivas ou desconfortveis. No caso das teras as deformaes
tambm podem provocar o empoamento de gua na cobertura.
Como neste estudo apenas as telhas esto conectadas s teras, as deformaes no
afetam a utilizao da estrutura e nem causam danos a outros elementos no estruturais. Alm
disso, pelo fato de as aes de vento atuarem na estrutura durante um perodo muito curto de sua
vida til, elas no contribuem para as deformaes que provocam empoamento ou
comprometam a esttica da estrutura, alm de no causar vibraes excessivas. Assim, foram
consideradas apenas as combinaes quase-permanentes para a anlise dos estados limites de
servio, que atuam durante grande parte do perodo de vida til da estrutura:
m / N , , , a arg Sobrec , Permanente 1 248 250 6 0 1 98 6 0 = + = +
Assim como nas combinaes dos estados limites ltimos, o valor do peso prprio da
tera foi computado automaticamente pelo programa utilizado, multiplicado pelo coeficiente de
ponderao 1,0.
5.2 Anlise das Teras em Perfil
A anlise das teras em perfil foi realizada atravs do programa AutoTeras. Foram
utilizados os carregamentos e premissas definidos acima, analisando-se teras com vos variando
a cada dois metros, com um limite mximo de 40 metros. O nmero de linhas de corrente
98
utilizado em cada tera foi definido de modo que se obtenha o perfil mais leve possvel com um
espaamento entre linhas de corrente entre 2,0 e 2,7 metros, que o valor normalmente adotado
para o dimensionamento de teras. O valor de Cb foi adotado como 1,0, a favor da segurana.
5.2.1 Teras em Perfil Laminado
As anlises foram feitas tanto para a NBR 8800/1986 [7] quanto para a NBR 8800/2008
[8]. Porm, os perfis obtidos foram os mesmos, j que para perfis submetidos apenas flexo, as
alteraes na norma de perfis laminados no provoca grandes mudanas nos esforos resistentes,
conforme discutido no item 3.5.
Os resultados obtidos para as teras em perfil U e I laminados so apresentados nas
Tabelas 5.3 e 5.4. Para tornar a anlise das teras realista, a massa das linhas de corrente para
conteno lateral foi somada taxa final do perfil. Foi considerada a utilizao de barras
redondas com dimetro de 9,5 mm, sendo que o comprimento de cada barra de dois metros, j
que esse o valor da largura de influncia da tera. A Figura 5.3 representa os resultados das
teras em perfil laminado em forma de grfico.
No foi possvel realizar anlises at o vo limite de 40 metros, pois no foram
encontrados perfis que respeitem os estados limites ltimo e de servio na lista de perfis
laminados comerciais.
99
2 0 76,2x35,8x4,32x6,9 3,00
4 1 76,2x35,8x4,32x6,9 3,14
6 2 101,6x41,8x6,27x7,5 4,78
8 2 152,4x48,8x5,08x8,7 6,16
10 3 203,2x57,4x5,59x9,9 8,65
12 4 203,2x57,4x5,59x9,9 8,67
14 5 254x66x6,1x11,1 11,50
16 5 304,8x74,7x7,11x12,7 15,42
18 6 304,8x74,7x7,11x12,7 15,43
20 7 381x86,4x10,2x16,5 25,32
Teras em Perfil U Laminado
Vo (m)
Nmero de Linhas
de Corrente
Perfil
Taxa Total
(kg/m)
Tabela 5.3 Teras em perfil U laminado
2 0 76,2x59,2x4,32x6,6 4,14
4 1 76,2x59,2x4,32x6,6 4,27
6 2 101,6x67,6x4,83x7,4 5,76
8 2 127x76,2x5,33x8,3 7,41
10 3 152,4x84,6x5,84x9,1 9,29
12 4 203,2x101,6x6,86x10,8 13,69
14 5 203,2x101,6x6,86x10,8 13,70
16 5 254x118,4x7,87x12,5 18,87
18 6 304,8x133,4x11,7x16,7 30,14
20 7 304,8x133,4x11,7x16,7 30,15
22 8 381x140x10,4x15,8 31,83
24 8 381x140x10,4x15,8 31,81
26 9 457,2x152x11,7x17,6 40,57
28 10 457,2x152x11,7x17,6 40,58
30 10 508x178x15,2x23,3 60,27
Teras em Perfil I Laminado
Vo (m)
Nmero de Linhas
de Corrente
Perfil
Taxa Total
(kg/m)
Tabela 5.4 Teras em perfil I laminado
Pela Figura 5.3 possvel notar que o perfil U apresentou resultados mais leves em
todos os vos analisados. Porm, a utilizao desse perfil s permitiu realizar anlises at 20
metros de vo, pois acima desse valor no existe um perfil comercial que resista aos esforos
solicitantes e atenda o limite de flecha. J com o perfil I foi possvel chegar a um vo de 30
metros, mas sempre com taxas superiores ao perfil U.
100
Teras em Perfil Laminado
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Vo (m)
T
a
x
a
(
k
g
/
m
)
Perfil U Perfil I
Figura 5.3 Grfico das teras em perfil laminado
5.2.2 Teras em Perfil Formado a Frio
Os resultados das teras em perfil U e Z simples e enrijecidos formados a frio so
apresentados nas Tabelas de 5.5 a 5.8, e em forma de grfico na Figura 5.4. Assim como foi feito
para as teras em perfil laminado, a massa das linhas de corrente foi somada taxa das teras.
Os perfis contidos na NBR 6355/2003 [5] s permitiram realizar anlises at vos em
torno de 14 metros. Assim, foram criados perfis maiores para atender um nmero superior de
vos, j que uma das vantagens dos perfis formados a frio a liberdade que o projetista tem em
definir as dimenses dos perfis. Esses perfis criados encontram-se em destaque nas tabelas, e com
eles foi possvel realizar anlises para vos de at 32 metros.
101
2 0 100x50x1,2 0,92
4 1 150x50x2,25 2,28
6 2 150x75x3 3,60
8 2 250x100x2,65 4,73
10 3 300x100x3 5,94
12 4 300x100x3,75 7,36
14 5 300x100x4,75 9,23
16 6 350x125x4,25 9,98
18 6 400x175x4,25 12,46
20 7 450x225x4,25 14,97
22 7 550x250x4,25 17,46
24 8 550x250x4,75 19,47
26 9 500x250x6,3 24,41
28 10 550x250x6,3 25,65
30 10 650x275x6,3 29,35
32 10 600x275x8 35,46
Vo (m)
Teras em Perfil U Formado a Frio
Nmero de Linhas
de Corrente
Perfil
Taxa Total
(kg/m)
Tabela 5.5 Teras em perfil U formado a frio
2 0 75x40x1,2x15x1,2 0,83
4 1 125x50x2x17x2 2,07
6 2 200x75x2x20x2 3,14
8 2 250x85x2x25x2 3,73
10 3 250x100x2,65x25x2,65 5,19
12 4 300x100x3x25x3 6,43
14 5 350x125x3x30x3 7,74
16 5 400x200x2,65x50x2,65 9,35
18 6 400x200x3x50x3 10,55
20 7 450x225x3,35x50x3,35 13,05
22 7 450x225x3,75x50x3,75 14,53
24 8 550x250x3,75x50x3,75 16,75
26 9 650x275x3,35x75x3,35 17,65
28 10 650x275x3,75x75x3,75 19,71
30 10 650x275x4,25x75x4,25 22,24
32 10 650x275x4,75x75x4,75 24,76
Teras em Perfil U Enrijecido Formado a Frio
Vo (m)
Nmero de Linhas
de Corrente
Perfil
Taxa Total
(kg/m)
Tabela 5.6 Teras em perfil U enrijecido formado a frio
102
2 0 150x60x2 2,07
4 1 200x75x2 2,83
6 2 250x85x2 3,43
8 3 300x85x2,65 5,01
10 4 300x85x3,35 6,26
12 5 300x85x4,75 8,70
14 6 350x100x4,25 9,18
16 6 400x175x3,75 11,07
18 6 400x150x4,75 12,94
20 7 500x225x4,25 15,81
22 7 550x225x4,75 18,53
24 8 600x250x4,75 20,40
26 9 550x225x6,3 24,41
28 10 600x250x6,3 26,89
Teras em Perfil Z Formado a Frio
Vo (m)
Nmero de Linhas
de Corrente
Perfil
Taxa Total
(kg/m)
Tabela 5.7 Teras em perfil Z formado a frio
2 0 100x50x2x17x2 1,73
4 1 150x60x2x20x2 2,47
6 2 200x75x2x20x2 3,14
8 2 300x85x2x25x2 4,12
10 3 300x85x2,65x25x2,65 5,39
12 5 300x85x3,35x25x3,35 6,78
14 5 350x125x3x30x3 7,74
16 5 400x175x2,65x50x2,65 8,83
18 6 400x175x3x50x3 9,96
20 7 400x175x3,75x50x3,75 12,34
22 7 550x225x3,35x50x3,35 14,35
24 8 550x225x3,75x50x3,75 16,01
26 9 650x250x3,35x75x3,35 17,00
28 10 650x250x3,75x75x3,75 18,97
30 10 650x250x4,25x75x4,25 21,40
32 10 600x250x6,3x75x6,3 30,06
Teras em Perfil Z Enrijecido Formado a Frio
Vo (m)
Nmero de Linhas
de Corrente
Perfil
Taxa Total
(kg/m)
Tabela 5.8 Teras em perfil Z enrijecido formado a frio
103
Teras em Perfil Formado a Frio
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34
Vo (m)
T
a
x
a
(
k
g
/
m
)
Perfil U Perfil U Enrijecido Perfil Z Perfil Z Enrijecido
Figura 5.4 Grfico das teras em perfil formado a frio
Os perfis U e Z simples apresentam um comportamento parecido, com taxas muito
prximas, e uma ligeira vantagem do perfil U para a grande maioria dos vos. De maneira
semelhante, os perfis U e Z enrijecidos tambm apresentam taxas prximas, com vantagem para
o primeiro em vos inferiores a 14 metros, onde foram utilizados apenas os perfis padronizados
pela NBR6355/2003 [5]. J a utilizao de perfis no padronizados, nos vos superiores a 14
metros, favoreceu o perfil Z enrijecido. Esse fato demonstra que a liberdade dada aos projetistas
em definir o tamanho da seo transversal dos perfis formados a frio, permite obter sees que
favoream ora o perfil U enrijecido e ora o perfil Z enrijecido, dependendo das dimenses
adotadas. Tambm possvel notar que os perfis enrijecidos sempre resultam em taxas menores
que os perfis simples, demonstrando a eficcia dos enrijecedores presentes nas bordas das mesas.
104
5.3 Anlise das Teras Treliadas Tubulares
A anlise das teras treliadas tubulares foi realizada com o programa AutoTruss 2.0, e
foi dividida em duas etapas: anlise das trelias planas e anlise das trelias multiplanares. Foram
estudados vos com variao de 4 metros, at o limite de 40 metros.
5.3.1 Teras Treliadas Tubulares Planas
As trelias planas so compostas por um banzo superior e um banzo inferior, podendo
ser paralelos ou no, alm de diagonais e/ou montantes, sendo que todas as barras esto contidas
no mesmo plano. A Figura 5.5 apresenta as trelias mais comuns dentre os tipos existentes.
Pratt Howe
Warren Warren com montantes
K
Duas guas
Pettit
Baltimore
Figura 5.5 Tipos de trelias
105
Primeiramente deve-se definir qual o melhor tipo de trelia a ser adotado para as teras
treliadas tubulares. Levando-se em considerao a finalidade da trelia, ela deve possuir uma
configurao em banzos paralelos, j que o banzo superior da mesma deve ser reto para a fixao
das telhas. Assim, ficam excludas as trelias em tesoura de duas guas e a Pettit.
Alm disso, segundo Pugliesi [55], para vos superiores a 40 metros so consideradas
preferveis as trelias do tipo Pettit, Baltimore e K. J para vos inferiores a esse limite, so
empregadas as trelias Pratt, Warren com e sem montantes intercalados e Howe. Como os vos
analisados neste trabalho so inferiores a 40 metros, um dos ltimos quatro tipos citados deve ser
o ideal para as teras. A nica diferena com relao as trelias da Figura 5.5 que o apoio das
teras deve ser feito no banzo superior das trelias, resultando nas geometrias apresentadas na
Figura 5.6, j que elas devem estar apoiadas no banzo superior da viga principal, no caso de uma
viga treliada, para que as telhas possam ser fixadas na cobertura.
Warren
Warren com Montante
Pratt
Howe
Figura 5.6 Tipos de trelias planas estudadas
Analisando a Figura 5.6, nota-se que a trelia Warren a que apresenta a menor
quantidade de ligaes e de barras e, portanto a sua montagem mais simples. O tipo Warren
com montante apresenta uma quantidade maior de barras e de ligaes, porm menor que as
106
trelias do tipo Pratt e Howe. Entretanto, essas vantagens da trelia tipo Warren no significam
que ela a melhor soluo, devendo-se analisar todas as hipteses em diferentes condies.
Para definir qual tipo de trelia o mais adequado para este estudo foram realizadas as
anlises de alguns vos para os quatro tipos de trelias, atravs do programa AutoTruss 2.0. Em
todos os casos os resultados foram semelhantes aos apresentados na Tabela 5.9, ou seja, as
trelias do tipo Warren sempre so a maioria dentre as mais leves. Alm disso, as trelias dos
outros trs tipos que figuram entre as mais leves possuem uma quantidade muito maior de barras
e ligaes, e as suas conexes entre diagonais (ou montantes) e banzos so muito mais
complexas. Dessa forma, a trelia do tipo Warren foi definida como o tipo padro para as trelias
tubulares planas deste estudo.
Uma varivel importante na anlise das teras treliadas a altura da trelia, que
tambm afeta diretamente a geometria da mesma, pois alterando-se a sua altura, tambm so
alterados os comprimentos das diagonais e dos montantes, alm de modificar os esforos
atuantes nas barras. Na tentativa de obter a altura ideal da tera, foram gerados diversos modelos
com variao da altura a cada 0,05 m, procurando-se encontrar a tera mais leve para cada vo, e
consequentemente, a altura ideal. Os limites superior e inferior de variao da altura foram
escolhidos dependendo do vo analisado, com o objetivo de encontrar teras com alturas maiores
para vo maiores e com alturas menores para vos menores.
Wardenier [76] menciona que a altura de uma trelia est relacionada com o vo vencido
pela mesma, e a relao entre essas duas grandezas fica aproximadamente entre 1/10 e 1/16. No
estudo desenvolvido, essa relao foi estendia at valores prximos a 1/20, para possibilitar a
anlise de trelias ainda menores, que podem vir a ser econmicas.
107
Altura (m) ngulo () Nmero de Mdulos Tipo Taxa Total (kg/m)
1,05 59,2 16 Warren 5,99
1,30 61,2 14 Warren 6,02
1,10 60,4 16 Warren 6,05
1,20 59,2 14 Warren 6,08
1,00 58,0 16 Warren 6,08
1,25 60,3 14 Warren 6,13
1,35 58,3 12 Warren 6,15
1,00 50,2 12 Warren 6,16
1,20 50,2 10 Warren c/ Mon. 6,17
0,95 59,7 18 Warren 6,20
1,20 65,2 18 Warren 6,22
1,35 65,2 16 Warren 6,22
1,25 66,0 18 Warren 6,23
1,15 66,5 20 Warren 6,26
1,15 49,0 20 Pratt Inv. 6,28
1,10 65,6 20 Warren 6,29
1,30 66,9 18 Warren 6,33
1,10 47,7 20 Pratt Inv. 6,34
0,90 58,3 18 Warren 6,36
1,20 50,2 20 Pratt Inv. 6,38
1,25 68,2 20 Warren 6,40
1,20 50,2 10 Warren 6,42
1,05 66,6 22 Warren 6,45
1,15 68,4 22 Warren 6,47
1,15 49,0 20 Pratt 6,48
1,10 47,7 10 Warren 6,49
1,00 65,6 22 Warren 6,49
1,20 69,3 22 Warren 6,49
Trelia Plana com Vo de 20 metros
Tabela 5.9 Anlise inicial para escolha do tipo de trelia
Mais uma varivel existente que interfere na geometria da trelia e na quantidade de
peas e ligaes, o ngulo de inclinao das diagonais com relao ao banzo. Uma alterao
nesse valor tambm provoca uma alterao no comprimento dos mdulos dos banzos, sendo que
ngulos menores resultam em comprimentos de mdulos maiores, e uma quantidade de ligaes
menores, no significando, porm, que menores ngulos de diagonais resultaro em melhores
solues, devendo-se analisar todos os casos. Inicialmente, o ngulo entre as diagonais foi
limitado entre 30 e 60, porm, com o incio das anlises, pde-se notar que quanto maior o vo
da trelia, maior o ngulo de inclinao da diagonal das trelias mais leves. Para trelias com 12
metros de vo, o ngulo timo ficou em torno de 45 e 50. Esse valor aumenta gradativamente
com o vo, chegando a ultrapassar o valor de 60 para 40 metros de vo. Assim, optou-se por
108
limitar o ngulo das diagonais entre 30 e 70. Na Figura 5.7 possvel visualizar e entender
melhor essas variveis citadas acima.
vo da tera
comprimento do mdulo
a
l
t
u
r
a
ngulo de inclinao
da diagonal
Figura 5.7 Variveis consideradas na trelia
A largura de influncia da tera, juntamente com o vo da mesma, definem sua rea de
influncia, ou seja, a rea de contribuio do carregamento atuante na tera, conforme
apresentado na Figura 5.8. Essa largura de influncia depende da distncia entre teras, que foi
fixado em dois metros.
Figura 5.8 rea de influncia da trelia plana
As anlises das trelias feitas atravs do programa AutoTruss 2.0, considerou que todos
os ns da trelia plana esto impedidos de se deslocarem fora do plano da mesma. Isso significa
que em cada um dos ns foi considerada a presena de um travamento com uma linha de
109
corrente, conforme pode ser observado na Figura 5.9. Dessa forma, quanto maior o comprimento
dos mdulos dos banzos, menor a quantidade de travamentos necessrios, o que facilita a
montagem da estrutura. Esse fato foi levado em considerao quando da escolha das melhores
trelias para cada vo.
Figura 5.9 Travamentos dos ns das trelias planas
Com a definio dos carregamentos e das variveis, iniciou-se a anlise das teras
treliadas planas com o programa AutoTruss 2.0. Os limites superior e inferior de variao da
altura das trelias para cada vo encontra-se na Tabela 5.10.
Vo (m) Limite de altura
4 0,25m - 0,40m
8 0,40m - 0,80m
12 0,50m - 1,20m
16 0,70m - 1,50m
20 0,90m - 2,00m
24 1,10m - 2,20m
28 1,30m - 2,30m
32 1,40m - 2,40m
36 1,60m - 2,50m
40 1,80m - 2,70m
Teras Treliadas Tubulares Planas
Tabela 5.10 Limites das alturas das trelias planas
110
As tabelas com a listagem de todos os casos calculados pelo AutoTruss 2.0 foram salvas
para analisar qual a melhor soluo. No pode-se dizer de imediato que a melhor soluo a que
apresenta o menor peso, pois deve-se levar em considerao a quantidade de barras e de ligaes
que cada trelia apresenta. Maior quantidade de barras e de ligaes, presentes nas trelias com
maior quantidade de mdulos, representa maior dificuldade de montagem e encarecimento da
trelia. Alm disso, maior quantidade de ligaes, ou seja, maior quantidade de ns, tambm
significa maior quantidade de linhas de corrente travando a trelia plana, que alm de dificultar a
montagem da estrutura, tambm aumenta o seu peso final.
Para facilitar na escolha da melhor soluo, a massa das linhas de corrente foi somada
massa da trelia plana, sendo que todos os ns esto contidos lateralmente com linhas de
corrente, exceto os dois ns extremos do banzo superior, conforme a Figura 5.9. Dessa maneira,
foram elaboradas as tabelas de todos os vos contendo a taxa de todos os casos, semelhantes
Tabela 5.9, porm somente com trelias do tipo Warren, que foi definido como o melhor tipo.
Dentre todas as alternativas geradas pelo AutoTruss foi selecionada a opo considerada
como a melhor. Foi dada preferncia para as trelias com menor nmero de mdulos, que
resultam em trelias mais fceis e rpidas de serem montadas, reduzindo o seu custo final. Um
segundo critrio de escolha diz respeito a altura da trelia, dando-se preferncia para as de menor
altura, por questes esttica e de compatibilidade com a viga principal, j que o ideal que a
tera seja menor que a viga. Para cada vo analisado foi elaborada uma tabela contendo de quatro
a cinco opes consideradas como as melhores, sendo que em destaque encontra-se a opo
escolhida. Essas tabelas podem ser encontradas no anexo A. Como exemplo, apresentada a
Tabela 5.11, com as melhores alternativas para o vo de 20 metros.
111
1,30 61,2 14 1,429 6,04
1,20 59,2 14 1,429 6,09
1,35 58,3 12 1,667 6,16
1,00 50,2 12 1,667 6,17
1,20 50,2 10 2,000 6,42
1,10 47,7 10 2,000 6,49
Trelia Plana com vo de 20 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
Tabela 5.11 Melhores alternativas
A soluo escolhida como a melhor para um determinado vo pode no ser a ideal para
todos os projetos que necessitam de teras desse mesmo vo, j que, dependendo da situao,
pode ser necessrio utilizar uma trelia com uma altura maior ou menor. Porm, existe uma
grande probabilidade da soluo de um projeto especfico ser bem prxima a escolhida neste
trabalho, ou estar contida nas tabelas apresentadas no anexo A.
Os resultados finais para todos os vos analisados so apresentados na Tabela 5.12, e
tambm esto contidos no grfico da Figura 5.13. Os perfis utilizados para a composio das
trelias foram os tubos circulares laminados di spon vei s no Cat l ogo Tcni co de Tubos
Est rut urai s de Seo Ci rcul ar, Quadrada e Ret angul ar [72], da V&M do Brasi l .
4 0,30 4 3,53
8 0,50 6 3,92
12 0,85 8 4,82
16 1,00 10 5,45
20 1,20 10 6,42
24 1,20 12 7,12
28 1,65 14 7,79
32 1,65 16 8,58
36 1,65 18 9,35
40 2,15 20 10,34
Teras Treliadas Tubulares Planas
Vo (m) Altura (m)
Nmero de
Mdulos
Taxa Total
(kg/m)
Tabela 5.12 Teras treliadas tubulares planas
112
5.3.2 Teras Treliadas Tubulares Multiplanares
As trelias multiplanares utilizadas neste estudo possuem dois banzos superiores e um
banzo inferior, resultando em uma seo transversal triangular, alm das diagonais e/ou
montantes. Conforme j mencionado, as melhores opes de trelias para teras so as do tipo
Pratt, Warren com ou sem montantes intercalados e Howe, com apoios nos banzos superiores.
Pelas vantagens da trelia tipo Warren j citadas anteriormente, e pelo fato de que nas anlises
das trelias multiplanares, assim como ocorreu nas trelias planas, esse tipo de trelia sempre
esteve entre as solues mais leves, foi adotada a trelia tipo Warren tambm para as teras
treliadas multiplanares, conforme a Figura 5.10.
Vista
Frontal
Figura 5.10 Trelia multiplanar tipo Warren
Diferente da trelia plana, a multiplanar no precisa de linhas de corrente para a
conteno lateral, j que pelo fato de ser uma estrutura espacial, ela j possui rigidez suficiente.
Porm, para garantir um bom comportamento da trelia multiplanar, so necessrios montantes e
diagonais no plano que contm os banzos superiores, conforme apresentado na Figura 5.11. Para
os montantes e diagonais superiores foram utilizados perfis tubulares circulares soldados,
113
enquanto que para os demais perfis da trelia foram utilizados os tubos circulares laminados
di spon vei s no Cat l ogo Tcni co de Tubos Est rut urai s de Seo Ci rcul ar,
Quadrada e Ret angul ar [72], da V&M do Brasi l .
Banzos Superiores
Montante Superior Diagonal Superior
Figura 5.11 Travamentos do plano que contm os banzos superiores da trelia multiplanar
As anlises das trelias multiplanares foram feitas de maneira anloga s anlises das
trelias planas, sendo que a maior diferena entre elas diz respeito a largura de influncia da
trelia multiplanar. Como foi definido nas premissas das anlises, foi adotada a distncia de dois
metros entre teras adjacentes. Assim, para que a largura de influncia de cada banzo superior da
trelia multiplanar tenha dois metros, foi adotada uma distncia entre banzos superiores tambm
de dois metros. Dessa forma, a rea de influncia das trelias multiplanares o dobro da rea de
influncia das trelias planas, conforme apresentado na Figura 5.12.
Figura 5.12 rea de influncia da trelia multiplanar
114
Os limites superior e inferior de variao da altura das trelias multiplanares para cada
vo encontram-se na Tabela 5.13. Essas alturas foram analisadas pelo programa AutoTruss 2.0,
sendo que os resultados das melhores trelias multiplanares so apresentados na Tabela 5.14. A
escolha da melhor soluo para cada vo seguiu o mesmo critrio adotado no caso das trelias
planas, e as tabelas com as melhores alternativas pode ser encontrada no anexo A. Os resultados
obtidos para as teras treliadas tubulares multiplanares tambm so apresentados no grfico da
Figura 5.13, juntamente com os resultados das teras treliadas tubulares planas.
Vo (m) Limite de altura
4 0,25m - 0,50m
8 0,40m - 0,80m
12 0,50m - 1,20m
16 0,80m - 1,60m
20 0,90m - 2,00m
24 1,10m - 2,20m
28 1,30m - 2,30m
32 1,40m - 2,40m
36 1,60m - 2,50m
40 1,90m - 2,70m
Teras Treliadas Tubulares Multiplanares
Tabela 5.13 Limites das alturas das trelias multiplanares
4 0,50 3 4,02
8 0,50 6 4,55
12 1,10 6 5,52
16 1,10 8 6,35
20 1,25 10 6,95
24 1,60 12 7,69
28 1,65 14 8,35
32 1,65 16 9,28
36 1,75 18 10,24
40 2,30 20 11,28
Teras Treliadas Tubulares Multiplanares
Vo (m) Altura (m)
Nmero de
Mdulos
Taxa Total
(kg/m)
Tabela 5.14 Teras treliadas tubulares multiplanares
115
Teras Treliadas Tubulares
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40
Vo (m)
T
a
x
a
(
k
g
/
m
)
Trelia Tubular Plana
Trelia Tubular Multiplanar
Figura 5.13 Grfico das teras treliadas tubulares planas e multiplanares
Entre as trelias tubulares, a plana apresenta taxas menores, mesmo com a considerao
do peso das linhas de corrente, que no so necessrias nas trelias multiplanares. Porm, essa
diferena no muito grande, ficando abaixo de 1,0 kg/m.
5.4 Anlise das Teras Treliadas em Perfis Abertos
Como o uso das trelias planas em perfil aberto j bastante difundido, optou-se por
adotar o tipo de trelia mais utilizado no mercado, que a trelia Warren, que j demonstrou ser a
melhor soluo para as trelias tubulares. Foram analisadas trelias compostas por perfis dupla
cantoneira laminada e U simples formado a frio, tanto para os banzos quanto para as diagonais,
conforme a Figura 5.14, que so muito utilizadas no mercado brasileiro. Para as trelias em dupla
cantoneira foram empregados os perfis padronizados e utilizados comercialmente, enquanto que
para as trelias em perfis U foram empregados os perfis da NBR 6355/2003 [5].
116
Figura 5.14 Tipos de teras treliadas em perfis abertos
Foram analisados vos com variao de quatro metros, at um limite de 40 metros.
Assim como nas trelias tubulares planas, foi considerada a presena de linhas de corrente em
todos os ns dos banzos superior e inferior para possibilitar uma melhor comparao entre os
tipos de teras. Seus apoios esto localizados nas extremidades do banzo superior, e a rea de
influncia a mesma das trelias tubulares planas, conforme a Figura 5.8.
Como na anlise das teras treliadas em perfil aberto foi utilizado o programa de
anlise estrutural SAP2000 [63], e no o programa AutoTruss 2.0 que s permite a anlise de
trelias tubulares, no foi possvel varrer uma gama de alturas para cada vo com o objetivo de
encontrar a melhor geometria da trelia. Assim, foi necessrio definir uma altura fixa para cada
vo estudado, seguindo a recomendao de Wardenier [76] que menciona que a relao entre a
altura e o vo da trelia deve ficar entre 1/10 e 1/16. Essa recomendao foi seguida, exceto para
os vos de 36 e 40 metros, onde foram utilizadas, respectivamente, as relaes de 1/17 e 1/18,
para que as alturas no ficassem muito grandes.
O nmero de barras dos banzos foi definido de modo que o ngulo das diagonais ficasse
sempre entre 30 e 70, mesmo limite utilizado para as trelias tubulares. Alm disso, foi definido
um comprimento mximo de dois metros para as barras dos banzos, para evitar grandes
comprimentos de flambagem que resultariam em perfis mais pesados.
117
Como o programa SAP2000 [63] no permite realizar o dimensionamento segundo as
normas brasileiras, foram adotas as normas americanas AISC [1] e AISI [2] para os perfis dupla
cantoneira laminada e U formado a frio, respectivamente.
Embora as trelias em perfil aberto utilizadas comercialmente normalmente apresentem
o mesmo perfil ao longo de todo o banzo, e apenas um perfil para as diagonais, neste estudo das
trelias em perfil aberto, assim como nas trelias tubulares, adotou-se uma variao da espessura
dos perfis ao longo dos banzos, criando um nmero mximo de trs grupos de perfis, quando
necessrio. O mesmo foi feito para as diagonais, permitindo obter trelias mais leves seguindo os
mesmos critrios utilizados para as trelias tubulares.
Os resultados das anlises das teras treliadas em perfis abertos encontram-se na Tabela
5.15 e no grfico da Figura 5.15. A massa das linhas de corrente tambm foi considerada na taxa
final de cada tera, da mesma forma como foi realizado para as teras treliadas tubulares planas.
4 0,30 4 4,20 4 0,30 4 3,20
8 0,50 6 5,08 8 0,50 6 4,01
12 0,80 8 6,39 12 0,80 8 4,86
16 1,00 10 7,43 16 1,00 10 5,37
20 1,30 10 8,64 20 1,30 10 7,56
24 1,60 12 9,87 24 1,60 12 8,01
28 1,80 14 10,89 28 1,80 14 8,92
32 2,00 16 12,74 32 2,00 16 10,67
36 2,10 18 14,27 36 2,10 18 11,53
40 2,20 20 15,73 40 2,20 20 12,70
Vo (m) Altura (m)
Nmero de
Mdulos
Taxa Total
(kg/m)
Teras Treliadas em Perfis Abertos
Dupla Cantoneira Laminada
Vo (m) Altura (m)
Nmero de
Mdulos
Taxa Total
(kg/m)
Perfil U Formado a Frio
Tabela 5.15 Teras treliadas em perfis abertos
118
Teras Treliadas em Perfis Abertos
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40
Vo (m)
T
a
x
a
(
k
g
/
m
)
Trelia em Dupla Cantoneira Laminada
Trelia em Perfil U Formado a Frio
Figura 5.15 Grfico das teras treliadas em perfis abertos
Em todos os vos analisados, a trelia em perfil U formado a frio apresentou uma taxa
menor que a trelia em dupla cantoneira laminada. Como ambas possuem linhas de corrente, o
responsvel por essa diferena o menor peso dos perfis formados a frio.
5.5 Anlise de Custo
Para determinar qual o melhor tipo de tera, no basta apenas verificar qual modelo
mais leve, j que o seu custo de extrema importncia na escolha do sistema de cobertura. O
ideal realizar uma anlise desses dois fatores, peso e custo, j que mesmo uma cobertura um
pouco mais cara pode ser a melhor soluo, pois caso ela seja mais leve, as cargas atuantes no
restante na estrutura sero menores, permitindo a utilizao de perfis e fundaes mais
econmicas.
O custo total de uma tera no leva em conta somente o valor econmico dos perfis
utilizados, mas tambm a dificuldade e o tempo de fabricao e montagem da cobertura na obra.
119
Assim, foram definidos trs custos intermedirios que compem o custo total da tera: custo do
material, custo de fabricao e custo de montagem.
O custo do material corresponde ao preo dos perfis utilizados em cada tera. Sua
anlise importante para diferenciar as teras compostas por perfis laminados e formados a frio,
que possuem um custo diferente para uma mesma massa de ao utilizada. Alm disso, dentre os
perfis laminados, os tubulares tambm possuem um custo diferenciado, tendo uma grande
influncia no custo total das teras treliadas tubulares.
O custo de fabricao para as teras em perfil agrega as etapas de tratamento e pintura
dos perfis, cortes para obteno dos comprimentos necessrios e execuo de furos para fixao
na obra e passagem das linhas de corrente. J para as teras em trelia, alm da pintura, corte e
furao, tambm computada a etapa de ligao dos perfis para a obteno da trelia, podendo
ser utilizadas soldas, parafusos e chapas de ligaes. Esse custo apresenta valores muito
diferentes entre teras em perfil e treliadas.
Por fim, o custo de montagem abrange as etapas de iamento e fixao das teras na
cobertura, j no local da obra, incluindo a colocao das linhas de corrente, quando necessrio. O
principal fator que influencia no custo de montagem a mo de obra utilizada para a fixao das
teras.
Os valores dos custos descritos acima foram fornecidos por uma grande e conceituada
empresa do mercado nacional do ramo de estruturas metlicas para construo civil, sendo,
portanto, valores confiveis e realistas aos praticados no mercado brasileiro. Embora nas anlises
de peso tenham sido estudados diversos vos de at 40 metros, a realizao da anlise de custo de
todos eles resultaria em um processo muito trabalhoso e demorado. Optou-se ento pela anlise
de quatro vos distintos, 8, 12, 20 e 32 metros, permitindo ter uma boa viso das diferenas de
custo entre os tipos de teras estudados. Os valores obtidos so apresentados nas Tabelas 5.16 e
5.17.
120
Material Fabricao Montagem Total
8 U Formado a Frio 4,73 2,11 1,23 2,25 5,59
8 U enrijecido Formado a Frio 3,73 2,11 1,36 2,25 5,72
8 Z Formado a Frio 5,01 2,11 1,23 2,25 5,59
8 Z enrijecido Formado a Frio 4,12 2,11 1,36 2,25 5,72
8 U Laminado 6,16 3,47 0,95 2,25 6,67
8 I Laminado 7,41 3,47 0,95 2,25 6,67
12 U Formado a Frio 7,36 2,11 1,19 2,25 5,55
12 U enrijecido Formado a Frio 6,43 2,11 1,32 2,25 5,68
12 Z Formado a Frio 8,70 2,11 1,19 2,25 5,55
12 Z enrijecido Formado a Frio 6,78 2,11 1,32 2,25 5,68
12 U Laminado 8,67 3,47 0,95 2,25 6,67
12 I Laminado 13,69 3,47 0,95 2,25 6,67
20 U Formado a Frio 14,97 2,11 1,13 2,25 5,49
20 U enrijecido Formado a Frio 13,05 2,11 1,28 2,25 5,64
20 Z Formado a Frio 15,81 2,11 1,19 2,25 5,55
20 Z enrijecido Formado a Frio 12,34 2,11 1,32 2,25 5,68
20 U Laminado 25,32 3,47 0,95 2,25 6,67
20 I Laminado 30,15 3,47 0,95 2,25 6,67
32 U Formado a Frio 35,46 2,11 1,09 2,25 5,45
32 U enrijecido Formado a Frio 24,76 2,11 1,23 2,25 5,59
32 Z enrijecido Formado a Frio 30,06 2,11 1,23 2,25 5,59
Vo
(m)
Tipo de Perfil
Taxa
(kg/m)
Custos (R$/kg)
Tabela 5.16 Custos das teras em perfil em R$/kg
Material Fabricao Montagem Total
8 Plana Tubular Circular 3,92 4,41 4,44 2,25 11,10
8 Multiplanar Tubular Circular 4,55 4,41 6,31 2,25 12,97
8 Dupla Cantoneira Laminada 5,08 3,12 2,75 2,25 8,12
8 U Formado a Frio 4,01 3,47 3,56 2,25 9,28
12 Plana Tubular Circular 4,82 4,41 4,19 2,25 10,85
12 Multiplanar Tubular Circular 5,52 4,41 6,03 2,25 12,69
12 Dupla Cantoneira Laminada 6,39 3,12 2,53 2,25 7,90
12 U Formado a Frio 4,86 3,47 3,25 2,25 8,97
20 Plana Tubular Circular 6,42 4,41 4,19 2,25 10,85
20 Multiplanar Tubular Circular 6,95 4,41 6,03 2,25 12,69
20 Dupla Cantoneira Laminada 8,64 3,12 2,53 2,25 7,90
20 U Formado a Frio 7,56 3,47 3,25 2,25 8,97
32 Plana Tubular Circular 8,58 4,41 4,19 2,25 10,85
32 Multiplanar Tubular Circular 9,28 4,41 6,03 2,25 12,69
32 Dupla Cantoneira Laminada 12,74 3,12 2,53 2,25 7,90
32 U Formado a Frio 10,67 3,47 3,25 2,25 8,97
Vo
(m)
Tipo de Trelia
Taxa
(kgf/m)
Custos (R$/kg)
Tabela 5.17 Custos das teras treliadas em R$/kg
121
Pelas tabelas anteriores, possvel notar que, para um mesmo tipo de tera, o custo total
por quilograma de ao reduz com o aumento do vo. Para as trelias o custo total fica estvel para
vos superiores a 12 metros. Tambm percebe-se que o custo do material das teras em perfil
formado a frio menor que das teras em perfil laminado. J entre as teras treliadas, o maior
custo de material corresponde s trelias compostas por perfis tubulares, demonstrando que este
o perfil mais caro.
Com relao fabricao, as teras treliadas apresentam um custo muito maior, j que
a sua confeco bem mais complexa e trabalhosa, exigindo um tempo maior. Dentre todas as
trelias, a multiplanar a que apresenta o maior custo de fabricao, j que as suas ligaes so
mais complexas de serem fabricadas.
O custo de montagem apresentado o mesmo para todos os tipos de teras, pois est
sendo considerado o custo da mo de obra e dos equipamentos necessrios para a montagem de
um quilograma de tera.
Pode-se notar que, para uma mesma massa de tera, o custo total das teras treliadas
consideravelmente maior que das teras em perfil, chegando a ser mais que o dobro em alguns
casos. Porm, tambm possvel perceber que a taxa das teras treliadas menor que das teras
em perfil, principalmente para grandes vos, chegando a ser trs vezes menor. Portanto, para
permitir uma real comparao dos custos das teras, necessrio determinar o seu custo por
metro quadrado coberto, levando em considerao as diferenas nas taxas de cada tipo de tera.
Esses valores so apresentados nas Tabelas 5.18 e 5.19.
122
Material Fabricao Montagem Total
8 U Formado a Frio 4,73 9,98 5,82 10,64 26,44
8 U enrijecido Formado a Frio 3,73 7,86 5,07 8,38 21,31
8 Z Formado a Frio 5,01 10,56 6,16 11,26 27,99
8 Z enrijecido Formado a Frio 4,12 8,69 5,60 9,27 23,55
8 U Laminado 6,16 21,39 5,86 13,87 41,11
8 I Laminado 7,41 25,72 7,04 16,68 49,45
12 U Formado a Frio 7,36 15,54 8,76 16,57 40,87
12 U enrijecido Formado a Frio 6,43 13,57 8,49 14,47 36,52
12 Z Formado a Frio 8,70 18,36 10,36 19,58 48,30
12 Z enrijecido Formado a Frio 6,78 14,30 8,95 15,25 38,51
12 U Laminado 8,67 30,09 8,24 19,51 57,83
12 I Laminado 13,69 47,50 13,00 30,80 91,30
20 U Formado a Frio 14,97 31,60 16,92 33,69 82,21
20 U enrijecido Formado a Frio 13,05 27,54 16,71 29,37 73,62
20 Z Formado a Frio 15,81 33,36 18,81 35,57 87,74
20 Z enrijecido Formado a Frio 12,34 26,04 16,29 27,77 70,11
20 U Laminado 25,32 87,85 24,05 56,97 168,87
20 I Laminado 30,15 104,61 28,64 67,83 201,08
32 U Formado a Frio 35,46 74,82 38,65 79,78 193,25
32 U enrijecido Formado a Frio 24,76 52,24 30,46 55,71 138,41
32 Z enrijecido Formado a Frio 30,06 63,42 36,97 67,63 168,03
Custos (R$/m) Vo
(m)
Tipo de Perfil
Taxa
(kg/m)
Tabela 5.18 Custos das teras em perfil em R$/m
Material Fabricao Montagem Total
8 Plana Tubular Circular 3,92 17,30 17,42 8,83 43,54
8 Multiplanar Tubular Circular 4,55 20,07 28,71 10,24 59,01
8 Dupla Cantoneira Laminada 5,08 15,84 13,96 11,42 41,23
8 U Formado a Frio 4,01 13,91 14,28 9,02 37,21
12 Plana Tubular Circular 4,82 21,26 20,20 10,85 52,30
12 Multiplanar Tubular Circular 5,52 24,34 33,29 12,42 70,05
12 Dupla Cantoneira Laminada 6,39 19,94 16,17 14,38 50,48
12 U Formado a Frio 4,86 16,88 15,81 10,95 43,64
20 Plana Tubular Circular 6,42 28,30 26,89 14,44 69,63
20 Multiplanar Tubular Circular 6,95 30,65 41,91 15,64 88,20
20 Dupla Cantoneira Laminada 8,64 26,97 21,87 19,45 68,28
20 U Formado a Frio 7,56 26,22 24,56 17,00 67,78
32 Plana Tubular Circular 8,58 37,83 35,94 19,30 93,07
32 Multiplanar Tubular Circular 9,28 40,92 55,96 20,88 117,76
32 Dupla Cantoneira Laminada 12,74 39,75 32,23 28,66 100,64
32 U Formado a Frio 10,67 37,02 34,67 24,00 95,69
Custos (R$/m) Vo
(m)
Tipo de Trelia
Taxa
(kgf/m)
Tabela 5.19 Custos das teras treliadas em R$/m
123
5.6 Comparaes
Com todas as anlises de pesos e custos realizadas, possvel comparar todos os
modelos de teras propostos, fazendo uma investigao de qual o melhor tipo a ser utilizado,
dependendo do seu vo. Foram realizadas as comparaes tanto dos pesos quanto dos custos, j
que ambos so fatores importantes na escolha do modelo da tera.
5.6.1 Comparaes dos Pesos
Dentre as teras em perfil, as laminadas apresentam uma taxa mais elevada do que
qualquer perfil formado a frio, conforme a Figura 5.16. Os perfis mais leves so o U e o Z
enrijecidos formados a frio, sendo que a diferena entre eles pequena.
Teras em Perfil
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34
Vo (m)
T
a
x
a
(
k
g
/
m
)
U Formado a Frio Ue Formado a Frio
Z Formado a Frio Ze Formado a Frio
U Laminado I Laminado
Figura 5.16 Comparao das taxas das teras em perfil
124
Comparando as taxas dos modelos de teras treliadas estudadas, percebe-se que para
vos inferiores a 16 metros, as melhores solues, em termos de peso, so a trelia tubular plana
e a trelia em perfil U formado a frio, conforme a Figura 5.17. Para vos superiores, a trelia
tubular plana passa a se isolar como a alternativa mais leve, seguida pela trelia tubular
multiplanar. J a trelia em dupla cantoneira laminada a que apresenta as maiores taxas.
Teras Treliadas
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40
Vo (m)
T
a
x
a
(
k
g
/
m
)
Trelia Tubular Plana Trelia Tubular Multiplanar
Trelia Dupla Cantoneira Trelia Perfil U
Figura 5.17 Comparao das taxas das teras treliadas
A comparao entre todos os tipos de teras estudadas apresentada na Figura 5.18.
possvel notar que para vos inferiores a 8 metros as teras em perfil enrijecido formado a frio
so as solues mais leves. Com 10 metros j possvel notar uma ligeira vantagem das teras
treliadas, e a partir dos 12 metros de vo essa vantagem cresce ainda mais. A diferena de peso
entre as teras treliadas bem menor que entre as teras em perfil, sendo que a trelia tubular
plana sempre figura entre as mais leves.
125
Figura 5.18 Comparao das taxas de todas as teras
T
e
r
a
s
e
m
P
e
r
f
i
l
e
T
r
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3
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0
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5
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0
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6
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0
0
7
0
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0
0
0
2
4
6
8
1
0
1
2
1
4
1
6
1
8
2
0
2
2
2
4
2
6
2
8
3
0
3
2
3
4
3
6
3
8
4
0
V
o
(
m
)
T a x a ( k g / m )
U
F
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r
m
a
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o
a
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n
e
i
r
a
T
r
e
l
i
a
P
e
r
f
i
l
U
126
Pelo grfico da Figura 5.18, nota-se que o crescimento nas taxas das teras em perfil tem
uma tendncia exponencial, enquanto que nas teras treliadas esse crescimento aparentemente
linear. Essa diferena se deve ao fato de que o esforo predominante nas teras em perfil o
momento fletor, cujo valor no meio do vo aumenta de forma quadrtica com o crescimento do
vo, conforme a equao 5.1, onde M o momento fletor no meio do vo, q a carga distribuda
e L o vo.
8
L q
M
2
= (5.1)
J nas trelias, o esforo predominante o axial. Um valor aproximado do esforo axial
atuante nos banzos de uma trelia pode ser determinado pelo binrio de foras representado na
Figura 5.19, que deve produzir um momento fletor igual ao momento atuante no meio do vo,
cujo valor foi apresentado na equao 5.1.
N
N
h
Figura 5.19 Esforo axial nos banzos da trelia
Dessa forma, temos que:
8
L q
M h N
2
= = (5.2)
127
Pela equao 5.2, caso a altura da trelia seja mantida constante ao longo de todos os
vos, o esforo axial atuante nos banzos aumenta de forma quadrtica com o aumento do vo.
Porm, no estudo desenvolvido, a altura da trelia cresce com o aumento do vo, seguindo uma
relao entre L/10 e L/20. Se considerarmos que, na mdia, a altura da trelia adotada
corresponde ao valor L/15:
8
L q
15
L
N
2
= (5.3)
8
L q
15 N = (5.4)
Assim, pela equao 5.4, o esforo axial nos banzos da trelia aumenta linearmente com
o vo, provocando um aumento linear na rea do perfil utilizado, e consequentemente no peso da
trelia. Como tambm deve ser levado em considerao o aumento dos esforos axiais nas
diagonais, e no estudo desenvolvido no foi adotada a relao L/15 para a altura de todas as
trelias, o crescimento das taxas das teras treliadas no exatamente linear, mas aproxima-se de
uma reta.
Portanto, analisando-se somente o fator peso, para vos inferiores a 8 metros, a melhor
alternativa a tera em perfil U enrijecido formado a frio. Para vos entre 12 e 16 metros as
teras treliadas tubular plana e em perfil U formado a frio apresentam os menores pesos. J
acima de 20 metros a trelia tubular plana a mais recomendada.
5.6.2 Comparaes dos Custos
Como foram realizadas as anlises de custo apenas para quatro vos de teras, 8, 12, 20
e 32 metros, foi adotada uma mdia dentre os valores desses quatro vos para permitir a anlise
de todos os vos, at 40 metros. A descrio das mdias adotadas e os valores dos custos para
128
cada tipo de tera, obtidos a partir das Tabelas 5.16 e 5.17, so apresentados nas Tabelas 5.20 e
5.21.
Vo Custo Adotado
at 10m valor de 8m 5,59 5,72 5,59 5,72 6,67 6,67
12m valor de 12m 5,55 5,68 5,55 5,68 6,67 6,67
14 18m mdia entre 12 e 20m 5,52 5,66 5,52 5,66 6,67 6,67
20m valor de 20m 5,49 5,64 5,49 5,64 6,67 6,67
22 30m mdia entre 20 e 32m 5,47 5,62 5,49 5,62 - 6,67
32 40m valor de 32m 5,45 5,59 - 5,59 - -
Custo Total (R$/kg)
Perfil Formado a Frio Perfil Laminado
Perfil U
Perfil U
Enrijecido
Perfil Z
Perfil Z
Enrijecido
Perfil U Perfil I
Tabela 5.20 Valores adotados para os custos das teras em perfil
Vo Custo Adotado
at 10m valor de 8m 11,10 12,97 8,12 9,28
12m valor de 12m 10,85 12,69 7,90 8,97
14 18m mdia entre 12 e 20m 10,85 12,69 7,90 8,97
20m valor de 20m 10,85 12,69 7,90 8,97
22 30m mdia entre 20 e 32m 10,85 12,69 7,90 8,97
32 40m valor de 32m 10,85 12,69 7,90 8,97
Custo Total (R$/kg)
Dupla Cantoneira
Laminada
U Formado a
Frio
Trelia Tubular Trelia em Perfil Aberto
Tubular Plana
Tubular
Multiplanar
Tabela 5.21 Valores adotados para os custos das teras treliadas
Com esses valores de custo por quilograma de ao e as taxas de peso apresentadas nos
itens 5.2, 5.3 e 5.4, foram obtidos os custos por metro quadrado para todos os vos e teras
analisados. Esses valores so apresentados nas Tabelas 5.22 e 5.23.
O grfico dos custos das teras em perfil, apresentado na Figura 5.20, possui um
comportamento semelhante ao grfico 5.16, correspondente ao peso das teras em perfil. Assim,
nota-se que as teras em perfil laminado apresentam um custo mais elevado que as teras em
perfil formado a frio, e dentre estas ltimas, os perfis U e Z enrijecidos so as solues de menor
custo.
129
Vo (m)
2 5,16 4,77 11,56 9,92 19,99 27,58
4 12,75 11,83 15,85 14,12 20,92 28,51
6 20,13 17,98 19,18 17,98 31,87 38,41
8 26,44 21,31 27,99 23,55 41,11 49,45
10 33,20 29,67 34,98 30,86 57,71 61,94
12 40,87 36,52 48,30 38,51 57,83 91,30
14 50,95 43,80 50,67 43,80 76,70 91,39
16 55,11 52,94 61,09 50,00 102,84 125,83
18 68,80 59,72 71,46 56,38 102,92 201,01
20 82,21 73,62 86,79 69,61 168,87 201,08
22 95,50 81,60 101,73 80,58 - 212,30
24 106,50 94,05 112,01 89,91 - 212,19
26 133,51 99,13 134,00 95,43 - 270,62
28 140,31 110,65 147,61 106,52 - 270,66
30 160,52 124,87 - 120,19 - 402,00
32 193,25 138,41 - 168,03 - -
Custo Total (R$/m)
Perfil Formado a Frio Perfil Laminado
Perfil U
Perfil U
Enrijecido
Perfil Z
Perfil Z
Enrijecido
Perfil U Perfil I
Tabela 5.22 Custo total das teras em perfil
Vo (m)
4 39,18 52,14 34,13 29,70
8 43,54 59,01 41,23 37,21
12 52,30 70,05 50,48 43,64
16 59,14 80,58 58,72 48,21
20 69,63 88,20 68,28 67,78
24 77,28 97,59 77,98 71,84
28 84,49 105,96 86,03 80,06
32 93,07 117,76 100,64 95,69
36 101,47 129,95 112,75 103,45
40 112,17 143,14 124,26 113,95
Custo Total (R$/m)
Trelia Tubular Trelia em Perfil Aberto
Dupla Cantoneira
Laminada
U Formado a Frio Tubular Plana
Tubular
Multiplanar
Tabela 5.23 Custo total das teras treliadas
130
Teras em Perfil
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
350,00
400,00
450,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34
Vo (m)
C
u
s
t
o
(
R
$
/
m
)
U Formado a Frio Ue Formado a Frio
Z Formado a Frio Ze Formado a Frio
U Laminado I Laminado
Figura 5.20 Comparao dos custos das teras em perfil
Dentre as teras treliadas, as tubulares multiplanares demonstraram ser as de custo mais
elevado, conforme a Figura 5.21. As tubulares planas so a melhor soluo, com relao ao custo,
para vos superiores a 28 metros, porm, entre 20 e 28 metros ela apresenta valores prximos s
trelias em perfil U formado a frio e em dupla cantoneira laminada. Esta ltima apresenta um
desempenho bem melhor em relao ao custo do que em relao ao peso, demonstrando ser uma
boa alternativa a ser considerada. J para vos inferiores a 20 metros, as trelias de menor custo
so as compostas por perfis U formados a frio. Assim, pode-se notar que o custo tem uma
influncia muito grande nas teras treliadas, devendo ser levado em conta na escolha do melhor
tipo de tera.
131
Teras Treliadas
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
160,00
0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40
Vo (m)
C
u
s
t
o
(
R
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/
m
)
Trelia Tubular Plana Trelia Tubular Multiplanar
Trelia Dupla Cantoneira Trelia Perfil U
Figura 5.21 Comparao dos custos das teras treliadas
A comparao entre os custos de todos os tipos de teras, apresentada na Figura 5.22,
demonstra que para vos inferiores a 16 metros as teras em perfil U e Z enrijecidos formados a
frio so as mais econmicas, com uma ligeira vantagem para a primeira. Entre 16 e 20 metros
esses mesmos dois tipos de teras em perfil apresentam custos muito prximos aos das teras
treliadas tubular plana, em dupla cantoneira laminada e em perfil U formado a frio, sendo que
esta ltima apresenta valores um pouco menores que as demais. Entre os vos de 20 e 28 metros a
trelia em perfil U formado a frio o modelo mais barato, enquanto que para vos superiores a 32
metros a tera de menor custo a trelia tubular plana.
A comparao entre os grficos apresentados nas Figuras 5.18 e 5.22 demonstra que o
vo limite a partir do qual as teras treliadas so mais vantajosas que as teras em perfil, maior
com relao ao custo do que com relao ao peso. Isso se deve ao fato de que o custo total por
quilograma de ao das trelias maior que dos perfis. Fato semelhante pode ser observado na
comparao entre as trelias em perfis abertos e tubulares, j que estes apresentam custos por
quilograma de ao mais elevados.
132
Figura 5.22 Comparao dos custos de todas as teras
T
e
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P
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r
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i
l
U
133
O melhor exemplo da influncia do custo por quilograma de ao a trelia tubular
multiplanar, que na comparao dos pesos apresentou bons resultados para vos superiores a 20
metros, perdendo apenas para as trelias tubulares planas, e na comparao dos custos no
figurou entre as trs melhores solues em nenhum vo. Para investigar o motivo dessas
diferenas entre os custos dos tipos de teras, foi realizada uma comparao entre os custos
intermedirios j definidos anteriormente: custo do material, custo de fabricao e custo de
montagem.
5.6.3 Comparaes dos Custos Intermedirios
Para compreender melhor quais dos trs custos intermedirios tm maior influncia no
custo total das teras, foi feita uma comparao entre esses custos por metro quadrado, usando os
valores apresentados nas Tabelas 5.18 e 5.19. Os grficos comparativos de cada custo
intermedirio, bem como do custo total, so apresentados nas Figuras 5.23 a 5.26.
Para as teras em perfil formado a frio foram utilizados apenas os valores dos perfis U e
Z enrijecidos, fazendo uma mdia entre eles, j que esses so as melhores solues tanto em peso,
quanto em custo para os perfis formados a frio. J para as teras em perfil laminado foram
utilizados apenas os valores do perfil U, que tambm a melhor escolha dentre os perfis
laminados.
Com relao ao material, as teras em perfil laminado so as que apresentam os maiores
custos, enquanto que as em perfil formado a frio so as de menor custo para vos inferiores a 20
metros. Entre as trelias, a de menor custo a composta por perfis U formados a frio, embora os
outros trs modelos de teras no apresentem valores muito maiores. Embora o custo por
quilograma de ao dos perfis tubulares seja maior, como as trelias tubulares so leves,
principalmente para grandes vos, o custo de material por metro quadrado no muito elevado.
134
Custo do Material
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
4 8 12 16 20 24 28 32
Vo (m)
C
u
s
t
o
(
R
$
/
m
)
Perfil Formado a Frio Perfil Laminado Trelia Tubular Plana
Trelia Tubular Multiplanar Trelia Dupla Cantoneira Trelia Perfil U
Figura 5.23 Custo do material
Custo de Fabricao
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
4 8 12 16 20 24 28 32
Vo (m)
C
u
s
t
o
(
R
$
/
m
)
Perfil Formado a Frio Perfil Laminado Trelia Tubular Plana
Trelia Tubular Multiplanar Trelia Dupla Cantoneira Trelia Perfil U
Figura 5.24 Custo de fabricao
135
Custo de Montagem
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
4 8 12 16 20 24 28 32
Vo (m)
C
u
s
t
o
(
R
$
/
m
)
Perfil Formado a Frio Perfil Laminado Trelia Tubular Plana
Trelia Tubular Multiplanar Trelia Dupla Cantoneira Trelia Perfil U
Figura 5.25 Custo de montagem
Custo Total
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
160,00
180,00
4 8 12 16 20 24 28 32
Vo (m)
C
u
s
t
o
(
R
$
/
m
)
Perfil Formado a Frio Perfil Laminado Trelia Tubular Plana
Trelia Tubular Multiplanar Trelia Dupla Cantoneira Trelia Perfil U
Figura 5.26 Custo total
136
J para os custos de fabricao, as teras em perfil laminado e formado a frio apresentam
os menores valores, enquanto que a trelia tubular multiplanar possui um custo muito elevado,
mesmo quando comparada com os demais modelos de trelias. Isso se deve a maior dificuldade
na fabricao das trelias tubulares multiplanares, que apresentam ligaes mais complexas de
serem executadas, e em um nmero maior que nas trelias planas. Essa dificuldade, aliada ao
maior tempo necessrio para a confeco da trelia, provocam um aumento no seu custo de
fabricao. Alm disso, as ligaes entre perfis tubulares so mais caras que as ligaes entre
perfis em dupla cantoneira ou U, como pode ser observado pelo maior custo de fabricao da
trelia tubular plana quando comparada com as trelias em perfis abertos, mesmo nas situaes
de grandes vos, nas quais a trelia tubular apresenta um peso menor.
Como o custo de montagem fornecido, por quilograma de ao, o mesmo para todos os
tipos de tera, correspondendo ao custo da mo de obra e dos equipamentos necessrios para a
fixao das teras na cobertura, os modelos mais leves apresentam os menores custos. Pode-se
notar que para vos inferiores a 12 metros os custos de montagem so muito prximos para todos
os tipos de teras. J para vos maiores, as trelias apresentam custos menores, sendo que os
quatro tipos analisados possuem valores parecidos.
A soma dos grficos correspondentes aos trs custos intermedirios resultam no custo
total das teras, apresentado na Figura 5.26. Um grfico mais detalhado dos custos totais das
teras foi apresentado na Figura 5.22.
A anlise dos grficos presentes nas Figuras 5.23 a 5.25 indicam que o comportamento
das curvas das teras em perfil muito semelhante para os trs custos intermedirios, sendo que
os perfis formados a frio, que so mais leves, apresentam custos inferiores aos perfis laminados.
J com relao s trelias, o comportamento da curva de cada modelo diferente dependendo do
custo intermedirio, e nem sempre a trelia mais leve apresenta o menor custo. Por esse motivo,
existe uma diferena entre o comportamento das curvas das trelias na anlise de peso e na
anlise de custo.
137
Tambm pode-se notar que os quatro modelos de trelias apresentam custos prximos
com relao ao material e montagem. J no custo de fabricao, os valores da trelia tubular
multiplanar bem maior que das demais trelias, sendo este o principal responsvel pelo elevado
custo total desse modelo de trelia. Tambm pode-se notar que o custo de fabricao para os
outros trs modelos de trelias maior do que o custo dos perfis, para vos pequenos. Pode-se
concluir, portanto, que esse custo intermedirio o principal responsvel por elevar o custo total
das trelias para vos inferiores a 20 metros.
5.7 Investigao das Melhores Teras
Os resultados obtidos com este estudo permitem investigar quais so os melhores
modelos de teras para cada vo analisado, definindo quais so os vos limites para suas
utilizaes, para as cargas comumente aplicadas em galpes de uso geral. Para facilitar essa
anlise, a Tabela 5.24 foi elaborada, contendo as teras mais leves e de menor custo, encontradas
pelas anlises desenvolvidas neste trabalho.
Vo (m) Com Relao ao Peso Com Relao ao Custo
4 Perfil U Enrijecido Formado a Frio Perfil U Enrijecido Formado a Frio
8 Perfil U Enrijecido Formado a Frio Perfil U Enrijecido Formado a Frio
12 Trelia Tubular Plana Perfil U Enrijecido Formado a Frio
16 Trelia em Perfil U Formado a Frio Trelia em Perfil U Formado a Frio
20 Trelia Tubular Plana Trelia em Perfil U Formado a Frio
24 Trelia Tubular Plana Trelia em Perfil U Formado a Frio
28 Trelia Tubular Plana Trelia em Perfil U Formado a Frio
32 Trelia Tubular Plana Trelia Tubular Plana
36 Trelia Tubular Plana Trelia Tubular Plana
40 Trelia Tubular Plana Trelia Tubular Plana
Melhor Modelo de Tera
Tabela 5.24 Melhores modelos de teras
Para vos inferiores a 8 metros, a tera ideal em perfil U enrijecido formado a frio, j
que ela apresenta menor peso e custo. Pelos resultados apresentados anteriormente, foi possvel
notar que o perfil Z enrijecido formado a frio apresenta pesos e custos muito prximos aos do
138
perfil U enrijecido. Esses valores podem ser reduzidos realizando-se alguns ajustes nas
dimenses do perfil. Alm disso, os perfis Z simples e enrijecidos tm uma grande vantagem no
seu armazenamento e transporte, j que eles podem ser encaixados uns sobre os outros, conforme
a Figura 5.27, economizando espao fsico, e permitindo o transporte de uma quantidade muito
maior de perfis dentro de um mesmo caminho, quando comparados com os perfis U simples e
enrijecidos. Por essas vantagens, muitas empresas optam por utilizar o perfil Z enrijecido em
contrapartida ao perfil U enrijecido, mesmo que ele seja ligeiramente mais pesado ou mais caro,
pois com a economia no armazenamento e no transporte o seu preo final acaba sendo mais
vantajoso.
Figura 5.27 Armazenamento e transporte dos perfis Z
O vo de 12 metros apresenta a trelia tubular plana como a soluo mais leve, tendo um
peso 25% menor que a tera em perfil U enrijecido formado a frio, que a tera de menor custo,
sendo 30% mais barata. Nesse caso, a escolha do melhor tipo de tera pode depender de outros
fatores, como disponibilidade dos perfis para confeco das teras, tempo de fabricao das
mesmas e preferncia do fabricante e empresa executora da obra por um tipo de tera com a qual
estejam mais familiarizados em trabalhar. Como esses fatores so muito variveis, pode-se optar
de um modo geral pela tera em perfil U enrijecido formado a frio, j que a diferena de custo
maior que a diferena de peso.
Outra alternativa para essa situao seria a utilizao da trelia em perfil U formado a
frio, que apresenta um peso muito prximo da trelia tubular plana, e um custo
139
consideravelmente menor. Na comparao da trelia em perfil U formado a frio com a tera em
perfil U enrijecido formado a frio, a trelia apresenta um peso 24% menor, enquanto que o perfil
possui um custo 16% inferior. Nesse caso, pode-se optar pela trelia, pois a diferena de peso
substancialmente maior que a diferena de custo. Alm disso, teras mais leves resultam em uma
economia no restante da estrutura e nas fundaes, devido reduo da carga aplicada em toda a
edificao.
Para vos superiores a 16 metros, as teras treliadas so mais leves e apresentam
menores custos que as teras em perfil, sendo que para 16 metros recomenda-se a utilizao da
trelia em perfil U formado a frio, e em vos superiores a 32 metros, a melhor alternativa a ser
adotada a trelia tubular plana. Nos vos entre 20 e 28 metros, as trelias tubulares planas
apresentam um peso de 11% a 15% menor que as trelias em perfil U formado a frio, que so de
2% a 7% mais baratas. Nesse caso, pode-se dar preferncia para o modelo mais leve, j que a
diferena no custo muito baixa, e a escolha de teras de menor peso pode gerar economia no
restante da estrutura.
Com relao as teras treliadas tubulares multiplanares, pde-se notar um bom
desempenho com relao ao peso, principalmente para vos superiores a 20 metros, sendo o
segundo modelo de tera mais leve, no muito distante da trelia tubular plana. Porm, ao
observar as comparaes de custo, nota-se que essa a trelia mais cara, apresentando um custo
inferior que dos perfis formados a frio apenas para vos acima de 28 metros, dificultando a sua
aplicao.
O fator principal que contribui para o encarecimento das trelias tubulares multiplanares
o seu elevado custo de fabricao, como apresentado na Figura 5.24. Como trata-se de um
modelo inovador de tera, os fabricantes no produzem esse tipo de trelia com freqncia,
enquanto que para os demais tipos de teras estudados, pelo fato de serem mais comuns, j existe
uma padronizao nos procedimentos de fabricao, tornando as trelias tubulares multiplanares
mais caras que os demais modelos. Para tornar as trelias tubulares multiplanares mais atrativas
economicamente, deve-se buscar o desenvolvimento de ligaes mais baratas e simples de serem
executas, alm de pesquisar uma maneira de padronizar a sua fabricao, como uma linha de
140
produo especializada nesse tipo de produto, proporcionando ganho de tempo e reduo no
custo total da trelia. Essas melhorias na fabricao tambm podem beneficiar as trelias
tubulares planas, em menores propores, j que as suas ligaes tambm so feitas entre perfis
tubulares.
141
6. Consideraes Finais
A utilizao das estruturas metlicas no Brasil vem apresentando um crescimento nos
ltimos anos, impulsionado pela necessidade da execuo de estruturas com grandes espaos
internos e pequenas quantidades de pilares, em prazos cada vez menores. A elevada resistncia
mecnica do ao e a possibilidade de produzir peas pr-fabricadas permitem a sua utilizao
para grandes vos, com pequenos prazos de execuo. Assim, as estruturas metlicas so muito
utilizadas nas coberturas de galpes industriais, comerciais e de uso geral, motivando o
desenvolvimento deste estudo.
Dentre os elementos que compem uma cobertura metlica, foram estudadas as teras,
analisando-se os tipos mais utilizados, como perfis laminados e formados a frio, trelias planas
compostas por perfis abertos e tubulares, e um modelo pouco aplicado no mercado nacional, as
trelias tubulares multiplanares. Foram realizadas anlises de peso e de custo, com o objetivo de
investigar quais os melhores tipos de tera para vrios vos de at 40 metros, com as cargas
normalmente aplicadas em galpes de uso geral, e verificar a viabilidade da utilizao das teras
treliadas tubulares multiplanares.
Para a anlise de peso das teras em perfil laminado e formado a frio foi desenvolvido
um programa computacional em linguagem Object Pascal, atravs do programa Delphi 2005,
seguindo os procedimentos das normas NBR 8800/2008 [8] e NBR 14762/2001 [9], ambas em
vigor. Tambm foram implementados os procedimentos da NBR 8800/1986 [7], antecessora a
atual norma referente aos perfis laminados, possibilitando analisar a influncia das alteraes da
norma nos esforos resistentes.
142
Para a anlise de peso das teras treliadas tubulares foi utilizado o programa AutoTruss
2.0, desenvolvido pela equipe do convnio de parceria entre a Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo da Unicamp e a empresa V&M do Brasil S. A.. J para as teras
treliadas em perfis abertos foi utilizado o programa de anlise estrutural SAP2000 [63].
As comparaes entre as normas NBR 8800/2008 [8] e NBR 8800/1986 [7] para perfis
abertos demonstraram que as alteraes provocam maiores alteraes nos esforos resistentes de
compresso, principalmente para perfis com valores de entre 0,5 e 1,5, onde as curvas de
flambagem da NBR 8800/1986 [7] esto mais distantes da curva nica da NBR 8800/2008 [8],
chegando-se a esforos resistentes de compresso maiores com a utilizao da norma vigente. J
para os momentos fletores resistentes, as mudanas da norma no provocam grandes alteraes
nos esforos resistentes. Em relao ao eixo de flexo x, as alteraes so muito pequenas, sendo
um pouco maiores na flexo em relao ao eixo y. Porm, essas modificaes no influenciaram
os resultados dos dimensionamentos das teras em perfis laminados. Para os perfis tubulares, as
alteraes da norma tiveram uma influncia muito pequena nos esforos resistentes a
compresso, j que a curva de flambagem dos perfis tubulares utilizada pela NBR 8800/1986 [7]
semelhante a curva nica da NBR 8800/2008 [8].
As anlises de peso demonstraram que, dentre as teras em perfil, as melhores
alternativas so os perfis U e Z enrijecidos formados a frio. J entre as teras treliadas, para vos
inferiores a 16 metros, as melhores solues so as trelias tubular plana e em perfil U formado a
frio. Para vos superiores, a trelia tubular plana a melhor alternativa, seguida pela trelia
tubular multiplanar. Na comparao geral de todos os tipos de teras, para vos inferiores a 8
metros, as teras em perfil U e Z enrijecidos formados a frio so as que apresentam as menores
taxas. A partir dos 12 metros, as trelias apresentam melhor desempenho, sendo que a trelia
tubular multiplanar demonstrou ser uma boa alternativa com relao ao peso, ficando muito
prxima a trelia tubular plana.
J nas anlises de custo, as teras em perfil apresentaram um desempenho muito
semelhante ao encontrado nas anlises de peso. J nas teras treliadas, os custos demonstraram
ter uma grande influncia na escolha da melhor soluo. Como foram analisados trs custos
143
intermedirios, foi possvel notar que os maiores custos das trelias so referentes fabricao
das mesmas, principalmente para as trelias tubulares multiplanares. Com isso, na anlise de
custo, as teras treliadas levam desvantagem para vos inferiores a 16 metros, superando os
perfis nos demais vos. Entre os vos de 16 e 28 metros, a trelia plana em perfil U formado a
frio apresentou os menores custos, e para vos superiores a trelia mais econmica a tubular
plana.
Para a definio de qual o melhor tipo de tera a ser utilizado, deve-se levar em
considerao tanto o peso quanto o custo das teras. Fazendo-se a anlise comparativa de ambos,
pde-se notar que para vos inferiores a 8 metros, recomenda-se utilizar a tera em perfil U ou Z
enrijecido formado a frio. Para vos superiores a 16 metros, recomenda-se a utilizao das teras
treliadas, sendo que acima de 32 metros, a melhor soluo a trelia tubular plana. Para os vos
onde a melhor soluo com relao ao peso diferente da melhor soluo com relao ao custo,
deve-se observar outros fatores, como disponibilidade dos materiais e tempo de execuo de cada
tipo de tera. Recomenda-se dar preferncia para as solues mais leves, pois resultam em
diminuio da carga aplicada no restante da estrutura, economizando nos perfis utilizados nas
vigas e colunas e tambm nas fundaes.
O estudo desenvolvido demonstrou que as teras treliadas tubulares multiplanares
apresentam um bom potencial para utilizao como teras, com relao ao seu peso, j que para
vos superiores a 20 metros ela o segundo tipo de tera mais leve, com valores ligeiramente
superiores aos da trelia tubular plana. Porm, a anlise de custo demonstrou que a sua fabricao
ainda cara, devido a grande quantidade e a complexidade de suas ligaes. Outro fator que
eleva o seu custo o fato de ser uma trelia pouco comum de ser fabricada, aumentando o seu
tempo de planejamento e produo.
Como propostas de trabalhos e estudos futuros visando diminuio do custo de
fabricao das trelias tubulares multiplanares, esto o desenvolvimento de ligaes mais simples
e fceis de serem executadas, e a padronizao no sistema de fabricao dessas trelias. Dessa
maneira tem-se um ganho de tempo e conseqente reduo no custo total da trelia, tornando-a
uma soluo mais vivel economicamente.
145
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153
ANEXOS
155
ANEXO A TABELAS DAS ANLISES REALIZADAS COM O
AUTOTRUSS
Como o programa AutoTruss 2.0 s permite a anlise de trelias com vos superiores a
12 metros, as trelias tubulares de vos inferiores foram obtidas com a utilizao do programa de
anlise estrutural SAP2000 [63], respeitando os mesmos limites de altura e ngulos de inclinao
das diagonais adotados em todo o estudo. Assim, no s foi possvel elaborar tabelas para vos
inferiores a 12 metros.
A.1. Teras Treliadas Planas
1,00 53,1 8 1,500 4,74
0,85 48,6 8 1,500 4,82
0,95 57,7 10 1,200 4,83
0,70 49,4 10 1,200 4,84
1,10 47,7 6 2,000 4,86
0,85 59,5 12 1,000 4,90
0,55 36,3 8 1,500 5,02
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
Trelia Plana com vo de 12 metros
Altura (m) ngulo ()
156
1,10 58,8 12 1,333 5,35
1,05 52,7 10 1,600 5,38
0,85 51,9 12 1,333 5,43
1,00 51,3 10 1,600 5,45
0,95 49,9 10 1,600 5,51
1,25 51,3 8 2,000 5,77
Trelia Plana com vo de 16 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
1,30 61,2 14 1,429 6,04
1,20 59,2 14 1,429 6,09
1,35 58,3 12 1,667 6,16
1,00 50,2 12 1,667 6,17
1,20 50,2 10 2,000 6,42
1,10 47,7 10 2,000 6,49
Trelia Plana com vo de 20 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
1,25 59,0 16 1,500 6,66
1,40 58,5 14 1,714 6,92
1,20 50,2 12 2,000 7,12
1,15 49,0 12 2,000 7,25
1,50 51,3 10 2,400 7,26
1,10 47,7 12 2,000 7,32
Trelia Plana com vo de 24 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
1,35 61,1 18 1,556 7,53
1,45 58,9 16 1,750 7,55
1,40 58,0 16 1,750 7,61
1,65 58,8 14 2,000 7,79
1,50 52,1 12 2,333 8,04
Trelia Plana com vo de 28 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
1,45 58,5 18 1,778 8,45
1,65 58,8 16 2,000 8,58
1,60 58,0 16 2,000 8,65
1,90 59,0 14 2,286 8,90
1,40 50,8 14 2,286 8,96
Trelia Plana com vo de 32 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
157
1,70 59,5 18 2,000 9,35
1,65 58,8 18 2,000 9,35
1,85 58,7 16 2,250 9,38
1,85 66,1 22 1,636 9,44
Trelia Plana com vo de 36 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
1,95 65,0 22 1,818 10,30
1,90 66,3 24 1,667 10,33
2,15 65,1 20 2,000 10,34
2,40 65,2 18 2,222 10,60
Trelia Plana com vo de 40 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
A.2. Teras Treliadas Multiplanares
1,30 52,4 6 2,000 5,34
1,00 53,1 8 1,500 5,48
1,15 49,0 6 2,000 5,50
0,90 50,2 8 1,500 5,52
1,10 47,7 6 2,000 5,52
Taxa total
(kg/m)
Trelia Multiplanar com vo de 12 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
1,00 49,9 10 1,600 6,34
0,95 51,3 10 1,600 6,34
1,35 53,5 8 2,000 6,34
1,10 47,7 8 2,000 6,35
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
Trelia Multiplanar com vo de 16 metros
Altura (m) ngulo ()
1,35 58,3 12 1,667 6,81
1,55 57,2 10 2,000 6,90
1,25 51,3 10 2,000 6,95
1,10 47,7 10 2,000 7,04
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Trelia Multiplanar com vo de 20 metros
Taxa total
(kg/m)
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
158
1,40 58,5 14 1,714 7,68
1,60 58,0 12 2,000 7,69
1,30 52,4 12 2,000 7,74
1,60 53,1 10 2,400 7,89
Trelia Multiplanar com vo de 24 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
1,65 58,8 14 2,000 8,35
1,45 58,9 16 1,750 8,40
1,95 59,1 12 2,333 8,47
1,30 48,1 12 2,333 8,69
Trelia Multiplanar com vo de 28 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
1,65 58,8 16 2,000 9,28
1,85 64,3 18 1,778 9,35
1,90 59,0 14 2,286 9,36
1,60 58,0 16 2,000 9,36
Trelia Multiplanar com vo de 32 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
1,75 60,3 18 2,000 10,24
1,95 60,0 16 2,250 10,28
2,35 61,3 14 2,571 10,52
Trelia Multiplanar com vo de 36 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
2,30 66,5 20 2,000 11,28
2,50 66,0 18 2,222 11,34
2,20 65,6 20 2,000 11,40
2,15 65,1 20 2,000 11,77
Trelia Multiplanar com vo de 40 metros
Altura (m) ngulo ()
Nmero de
mdulos
Comprimento das barras
dos banzos (m)
Taxa total
(kg/m)
159
ANEXO B PROCEDIMENTOS DE NORMA
B.1. Determinao dos Esforos Resistentes dos Perfis Laminados
A verificao a trao de um perfil laminado segundo a NBR 8800/2008 [8], feito da
seguinte maneira:
Rd , t Sd , t
N N (B.1)
Onde:
- Para o estado limite de escoamento da seo bruta ( 10 , 1
1 a
= ):
1 a
y g
Rd , t
f A
N
= (B.2)
- Para o estado limite de ruptura da seo liquida efetiva ( 35 , 1
2 a
= ):
2 a
u e
Rd , t
f A
N
= (B.3)
Sd , t
N = fora axial de trao solicitante de clculo;
Rd , t
N = fora axial de trao resistente de clculo;
g
A = rea bruta da seo transversal da barra;
e
A = rea lquida efetiva da seo transversal da barra, determinada conforme o item
5.2.3 da NBR 8800/2008 [8];
y
f = resistncia ao escoamento do ao;
u
f = resistncia a ruptura do ao.
160
O ndice de esbeltez
r
L
das barras tracionadas no deve superar o limite de 300.
Para o dimensionamento de barras comprimidas, tem-se:
Rd , c Sd , c
N N (B.4)
Onde:
1 a
y g
Rd , c
f A Q
N
= (B.5)
Sd , c
N = fora axial de compresso solicitante de clculo;
Rd , c
N = fora axial de compresso resistente de clculo;
10 , 1
1 a
= ;
Q= fator de reduo total associado flambagem local, determinado conforme o anexo
F da NBR 8800/2008 [8];
= fator de reduo associado resistncia compresso:
- para 5 , 1
0
:
2
0
658 , 0
= (B.6)
- para 5 , 1
0
> :
2
0
877 , 0
= (B.7)
e
y g
N
f A Q
=
0
(B.8)
e
N = fora axial de flambagem elstica, dada por:
- Para perfis com dupla simetria ou simtricos em relao a um ponto:
e
N o valor que resultar no menor , dentre os apresentados abaixo:
- para flambagem por flexo em relao ao eixo central de inrcia x:
( )
2
2
x x
x
ex
L K
I E
N
= (B.9)
- para flambagem por flexo em relao ao eixo central de inrcia y:
161
( )
2
2
y y
y
ey
L K
I E
N
= (B.10)
- para flambagem por toro em relao ao eixo longitudinal z:
( )
(
(
= J G
L K
C E
r
N
z z
w
ez
2
2
2
0
1
(B.11)
- Para perfis monossimtricos:
Sendo o eixo y o de simetria,
e
N o valor que resultar no menor , dentre os
apresentados abaixo:
- para flambagem por flexo em relao ao eixo central de inrcia x: igual a equao
B.9.
- para flambagem elstica por flexo-toro:
( ) [ ]
( ) [ ]
( )
(
(
+
=
2
2
0 0
2
0 0
1 4
1 1
1 2
ez ey
ez ey ez ey
eyz
N N
r y N N
r y
N N
N (B.12)
- Para perfis assimtricos:
e
N o valor que resultar no menor , dentre as razes da seguinte equao cbica:
( )( )( ) ( ) ( ) 0
2
0
0
2
2
0
0
2
=
|
|
\
|
|
|
\
|
r
y
N N N
r
x
N N N N N N N N N
ex e e ey e e ez e ey e ex e
(B.13)
w
C = constante de empenamento da seo transversal;
E= mdulo de elasticidade do ao;
G= mdulo de elasticidade transversal do ao;
J= constante de toro da seo transversal;
x x
L K = comprimento flambagem por flexo em relao ao eixo x;
y y
L K = comprimento de flambagem por flexo em relao ao eixo y;
t t
L K = comprimento de flambagem por toro;
162
y x
I , I = momento de inrcia da seo transversal em relao aos eixos x e y
respectivamente;
0
r = raio de girao polar da seo bruta em relao ao centro de cisalhamento, dado por:
2
0
2
0
2
y
2
x 0
y x r r r + + + = (B.14)
y x
r , r = raios de girao em relao aos eixos centrais x e y, respectivamente;
0 0
y , x = coordenadas do centro de cisalhamento na direo dos eixos centrais x e y,
respectivamente, em relao ao centro geomtrico da seo.
Os valores de tambm podem ser obtidos pelo grfico da curva de flambagem
apresentado na figura 11 da NBR 8800/2008 [8], ou pela tabela 4 da mesma norma.
A limitao para o ndice de esbeltez
r
L K
das barras comprimidas de 200.
K = coeficiente de flambagem determinado conforme o anexo E da NBR 8800/2008 [8].
O dimensionamento dos pefis submetidos a flexo simples deve seguir os seguintes
procedimentos:
Rd Sd
M M (B.15)
Sd
M = momento fletor solicitante de clculo;
Rd
M = momento fletor resistente de clculo, determinado conforme os anexos G ou H da
NBR 8800/2008 [8], considerando-se, conforme o caso, os estados limites ltimos de flambagem
lateral com toro, flambagem local de mesa comprimida e flambagem local de alma. No pode
ser tomado maior que ( )
1
50 1
a y
y f W , ;
W= mdulo resistente elstico mnimo da seo transversal da barra em relao ao eixo
de flexo.
A determinao da resistncia fora cortante dada por:
163
Rd Sd
V V (B.16)
Sd
V = fora cortante solicitante de clculo;
Rd
V = fora cortante resistente de clculo, dada por:
- para sees I, H e U fletidas em relao ao eixo perpendicular alma (com
a1
= 1,10):
- para
p
:
1 a
pl
Rd
V
V
= (B.17)
- para
r p
< :
1 a
pl p
Rd
V
V
= (B.18)
- para
r
> :
1 a
pl
2
p
Rd
V
24 , 1 V
|
|
\
|
= (B.19)
w
t
h
= (B.20)
y
v
p
f
E k
10 , 1 = (B.21)
y
v
r
f
E k
37 , 1 = (B.22)
y w pl
f A , V 60 0 = (B.23)
w w
t d A = (B.24)
0 , 5 k
v
= para almas sem enrijecedores transversais, para 3
h
a
> ou para
2
w
t h
260
h
a
|
|
\
|
> ;
Para todos os outros casos:
( )
2
v
h a
5
5 k + = (B.25)
a= distncia entre enrijecedores transversais;
h = altura da alma;
w
t = espessura da alma;
d= altura total da seo transversal.
164
- para sees tubulares circulares:
1
5 0
a
g cr
Rd
y
A ,
V
= (B.26)
cr
= menor dos seguintes valores:
y
d
v
cr
f ,
t
D
D
L
E ,
60 0
60 1
4 5
|
|
\
|
= (B.27)
y
d
cr
f ,
t
D
E ,
60 0
78 0
2 3
|
|
\
|
= (B.28)
D= dimetro externo da seo transversal;
d
t = tomada igual a 0,93 vezes a espessura nominal para tubos com costura, e tomada
igual espessura nominal para tubos sem costura;
v
L = distncia entre as sees de foras cortantes mxima e nula.
A verificao de barras submetidas esforos combinados deve obedecer as limitaes
das seguintes inequaes:
- para 2 , 0
N
N
Rd
Sd
:
0 , 1
M
M
M
M
9
8
N
N
Rd , y
Sd , y
Rd , x
Sd , x
Rd
Sd
|
|
\
|
+ + (B.29)
- para 2 , 0
N
N
Rd
Sd
< :
0 1
2
,
M
M
M
M
N
N
Rd , y
Sd , y
Rd , x
Sd , x
Rd
Sd
|
|
\
|
+ + (B.30)
Onde:
Sd
N = fora axial solicitante de clculo, de trao ou de compresso;
Rd
N = fora axial resistente de clculo, de trao ou de compresso;
165
Sd , y Sd , x
M , M = momentos fletores solicitantes de clculo, respectivamente em relao aos
eixos x e y;
Rd , y Rd , x
M , M = momentos fletores resistentes de clculo, respectivamente em relao aos
eixos x e y;
Os deslocamentos mximos permitidos para teras de cobertura so de:
- 180 L para combinaes raras de servio, utilizando-se as aes variveis de mesmo
sentido que o da ao permanente;
- 120 L para as aes variveis de sentido oposto ao da ao permanente (vento de
suco) com seu valor caracterstico.
B.2. Determinao dos Esforos Resistentes dos Perfis Formados a Frio
A verificao de barras submetidas trao feita da seguinte maneira, segundo a NBR
14762/2001 [9]:
Rd , t Sd
N N (B.31)
Onde:
- Para o estado limite de escoamento da seo bruta ( 1 1, = ):
=
y g
Rd , t
f A
N (B.32)
- Para o estado limite de ruptura da seo liquida efetiva ( 35 1, = ):
=
u n t
Rd , t
f A C
N (B.33)
Sd
N = fora normal de clculo;
Rd , t
N = fora normal de trao resistente de clculo;
g
A = rea bruta da seo;
n
A = rea lquida =
g
A rea dos furos, conforme item 7.6.1 da NBR 14762/2001 [9];
166
t
C = coeficiente de reduo da rea lquida, conforme item 7.6.1 da NBR 14762/2001
[9];
y
f = limite de escoamento do ao;
u
f = limite de resistncia trao do ao.
O ndice de esbeltez
r
L K
das barras tracionadas no deve exceder o valor de 300.
Para barras submetidas compresso centrada, a verificao deve ser feita conforme
explicado abaixo:
Rd , c Sd
N N (B.34)
A fora normal de compresso resistente de clculo
Rd , c
N deve ser tomada como o
menor valor encontrado para a flambagem da barra por flexo, por toro ou por flexo-toro, e
para a flambagem por distoro da seo transversal.
A normal de compresso resistente de clculo para a flambagem da barra por flexo, por
toro ou por flexo-toro dada por:
=
y ef
Rd , c
f A
N (B.35)
Onde:
1 1, = ;
= fator de reduo associado a flambagem, apresentado na tabela 8 da NBR
14762/2001 [9], ou calculado por:
( )
0 1
1
5 0
2
0
2
,
,
+
= (B.36)
( ) [ ]
2
0 0
2 0 1 5 0 + + = , , (B.37)
167
= fator de imperfeio inicial. Para a flambagem por flexo, os valores de variam
conforme o tipo de seo, de acordo com a tabela 7 da NBR 14762/2001 [9], sendo:
- para curva a: 21 0, = ;
- para curva b: 34 0, = ;
- para curva c: 49 0, = ;
Para os casos de flambagem por toro ou por flexo-toro, utiliza-se sempre a curva
b para qualquer tipo de perfil. As curvas de flambagem para os perfis utilizados neste estudo
podem ser determinadas pela Tabela B.1;
5 0
0
,
e
y ef
N
f A
(
= (B.38)
ef
A = rea efetiva da seo transversal da barra, calculada com base nas larguras efetivas
dos elementos, adotando uma tenso
y
f = . A NBR 14762/2001 [9] permite determinar
0
de
forma aproximada, adotando
g ef
A A = , porm, para encontrar um valor no aproximado
necessria a utilizao de um processo iterativo;
Tabela B.1 Determinao das curvas de flambagem para sees U e Z de perfil formado a frio.
Adaptado de NBR 14762/2001 [9]
e
N = fora normal de flambagem elstica da barra, definida conforme a seguir:
168
- Para perfis com dupla simetria ou simtricos em relao a um ponto:
e
N o valor que resultar no menor , dentre os apresentados abaixo:
- fora normal de flambagem elstica por flexo em relao ao eixo principal x:
( )
2
2
x x
x
ex
L K
I E
N
= (B.39)
- fora normal de flambagem elstica por flexo em relao ao eixo principal y:
( )
2
2
y y
y
ey
L K
I E
N
= (B.40)
- fora normal de flambagem elstica por toro:
( )
(
(
=
t
t t
w
et
I G
L K
C E
r
N
2
2
2
0
1
(B.41)
- Para perfis monossimtricos:
Sendo o eixo x o de simetria,
e
N o valor que resultar no menor , dentre os
apresentados abaixo:
- fora normal de flambagem elstica por flexo em relao ao eixo y: igual a equao
B.40.
- fora normal de flambagem elstica por flexo-toro:
( ) [ ]
( ) [ ]
( ) (
(
+
=
2
2
0 0
2
0 0
1 4
1 1
1 2
et ex
et ex et ex
ext
N N
r x N N
r x
N N
N (B.42)
- Para perfis assimtricos:
e
N o valor que resultar no menor , dentre as razes da seguinte equao cbica:
( )( )( ) ( ) ( ) 0
2
0
2 2
0
2 2
0
= y N N N x N N N N N N N N N r
ex e e ey e e et e ey e ex e
(B.43)
w
C = constante de empenamento da seo;
E= mdulo de elasticidade;
G= mdulo de elasticidade transversal;
t
I = momento de inrcia a toro uniforme;
169
x x
L K = comprimento efetivo de flambagem por flexo em relao ao eixo x;
y y
L K = comprimento efetivo de flambagem por flexo em relao ao eixo y;
t t
L K = comprimento efetivo de flambagem por toro;
0
r = raio de girao polar da seo bruta em relao ao centro de toro, dado por:
[ ]
5 0
2
0
2
0
2 2
0
,
y x
y x r r r + + + = (B.44)
y x
r , r = raios de girao da seo bruta em relao aos eixos principais de inrcia x e y,
respectivamente;
0 0
y , x = coordenadas do centro de toro na direo dos eixos principais x e y,
respectivamente, em relao ao centride da seo.
A normal de compresso resistente de clculo para a flambagem por distoro da seo
transversal dada por:
- para 414 1,
dist
< :
( )
=
2
25 0 1
dist y g
Rd , c
, f A
N (B.45)
- para 6 3 414 1 , ,
dist
:
[ ] { }
+
=
237 0 6 3 055 0
2
, , , f A
N
dist y g
Rd , c
(B.46)
Onde:
1 1, = ;
dist
= ndice de esbeltez reduzido referente flambagem por distoro, dado por:
5 0,
dist
y
dist
f
|
|
\
|
= (B.47)
dist
= tenso convencional de flambagem elstica por distoro, que pode ser
determinada de acordo com o anexo D da NBR 14762/2001 [9].
170
A NBR 14762/2001 [9] limita o ndice de esbeltez
r
L K
das barras comprimidas em 200.
A verificao de barras submetidas a flexo simples deve ser feita conforme apresentado
a seguir:
Rd Sd
M M (B.48)
Onde:
Sd
M = momento fletor de clculo;
Rd
M = momento fletor resistente de clculo que deve ser tomado como o menor valor
dentre os calculados para o incio do escoamento da seo efetiva, flambagem lateral com toro
e flambagem por distoro da seo transversal:
- Incio do escoamento da seo efetiva:
=
y ef
Rd
f W
M (B.49)
Onde:
1 1, = ;
ef
W = mdulo de resistncia elstico da seo efetiva, calculado com base nas larguras
efetivas dos elementos, com a tenso calculada para o estado limite ltimo de escoamento da
seo efetiva.
- Flambagem lateral com toro:
=
y ef , c FLT
Rd
f W
M (B.50)
Onde:
1 1, = ;
171
ef , c
W = mdulo de resistncia elstico da seo efetiva em relao fibra comprimida,
calculado com base nas larguras efetivas dos elementos, com a tenso
y FLT
f = ;
FLT
= fator de reduo associado flambagem lateral com toro, calculado por:
- para 6 0
0
, :
0 1,
FLT
=
- para 336 1 6 0
0
, , < < :
( )
2
0
278 0 1 11 1 = , ,
FLT
(B.51)
- para 336 1
0
, :
2
0
1
=
FLT
(B.52)
5 0
0
,
e
y c
M
f W
|
|
\
|
= (B.53)
c
W = mdulo de resistncia elstico da seo bruta em relao fibra comprimida;
e
M = momento fletor de flambagem lateral com toro, em regime elstico, que pode ser
calculado pelas seguintes expresses:
- barras com seo duplamente simtrica ou monossimtrica, sujeitas a flexo em torno
do eixo de simetria (eixo x):
( )
5 0
0
,
et ey b e
N N r C M = (B.54)
- barras com seo Z ponto-simtrica, com carregamento no plano da alma:
( )
5 0
0
5 0
,
et ey b e
N N r C , M = (B.55)
- barras com seo fechada, sujeitas flexo em torno do eixo x:
( )
5 0,
t ey b e
I G N C M = (B.56)
et ey
N , N so calculados conforme apresentado anteriormente, considerando
y y y
L L K =
e
t t t
L L K = ;
b
C = coeficiente de equivalncia de momento na flexo, que a favor da segurana pode
ser tomado igual a 1,0, ou calculado da seguinte maneira:
172
C B A max
max
b
M M M M ,
M ,
C
3 4 3 5 2
5 12
+ + +
= (B.57)
max
M = mximo valor do momento fletor solicitante de clculo, em mdulo, no trecho
analisado;
A
M = valor do momento fletor solicitante de clculo, em mdulo, no primeiro quarto do
trecho analisado;
B
M = valor do momento fletor solicitante de clculo, em mdulo, no centro do trecho
analisado;
C
M = valor do momento fletor solicitante de clculo, em mdulo, no terceiro quarto do
trecho analisado;
- Flambagem por distoro da seo transversal:
=
dist
Rd
M
M (B.58)
1 1, = ;
dist
M = momento fletor de flambagem por distoro, dado por:
- para 414 1,
dist
< :
( )
2
25 0 1
dist y c dist
, f W M = (B.59)
- para 414 1,
dist
:
2
dist
y c
dist
f W
M
= (B.60)
dist
= ndice de esbeltez reduzido referente flambagem por distoro, conforme a
equao B.47, com a tenso convencional de flambagem elstica por distoro,
dist
,
determinada de acordo com o anexo D da NBR 14762/2001 [9].
c
W = mdulo de resistncia elstico da seo bruta em relao fibra comprimida.
A verificao quanto a fora cortante deve ser feita em barras fletidas, conforme
apresentado a seguir:
173
Rd Sd
V V (B.61)
Onde:
Sd
V = fora cortante de clculo;
Rd
V = fora cortante resistente de clculo, calculada por:
- para
5 0
08 1
,
y
v
f
k E
,
t
h
|
|
\
|
:
=
t h f ,
V
y
Rd
6 0
(B.62)
- para
5 0 5 0
4 1 08 1
,
y
v
,
y
v
f
k E
,
t
h
f
k E
,
|
|
\
|
<
|
|
\
|
:
( )
=
5 0
2
65 0
,
y v
Rd
E f k t ,
V (B.63)
- para
5 0
4 1
,
y
v
f
k E
,
t
h
|
|
\
|
> :
[ ]
=
h t k E ,
V
v
Rd
3
905 0
(B.64)
1 1, = ;
t = espessura da alma;
h = largura da alma (altura da parte plana da alma);
v
k = coeficiente de flambagem local por cisalhamento, dado por:
- para alma sem enrijecedor transversal:
v
k = 5,34
- para alma com enrijecedores transversais:
- para 0 1,
h
a
:
( )
2
34 5
0 4
h a
,
, k
v
+ = (B.65)
174
- para 0 1,
h
a
> :
( )
2
0 4
34 5
h a
,
, k
v
+ = (B.66)
a= distncia entre enrijecedores transversais de alma.
Para barras submetidas a flexo composta, com fora normal e momentos fletores
combinados, a fora normal solicitante de clculo,
Sd
N , e os momentos fletores solicitantes de
clculo,
Sd , x
M e
Sd , y
M , devem satisfazer as inequaes de interao apresentadas a seguir.
Para barras submetidas flexo-compresso:
0 1
1
1
,
M
N
N
M C
M
N
N
M C
N
N
Rd , y
ey
Sd
Sd , y my
Rd , x
ex
Sd
Sd , x mx
Rd , c
Sd
|
|
\
|
+
|
|
\
|
+ (B.67)
0 1
0
,
M
M
M
M
N
N
Rd , y
Sd , y
Rd , x
Sd , x
Rd ,
Sd
+ + (B.68)
Quando 15 0,
N
N
Rd , c
Sd
, a NBR 14762/2001 [9] permite que a verificao das inequaes
B.67 e B.68 sejam substitudas pela verificao apenas da inequao B.69, que corresponde
inequao B.67 sem levar em considerao os coeficientes
mx
C e
my
C , e as parcelas
relacionadas ao efeito de segunda ordem
|
|
\
|
ex
Sd
N
N
1 e
|
|
\
|
ey
Sd
N
N
1 . Com isso, pode-se dizer que
quando a fora normal solicitante de clculo pequena comparada com a fora normal resistente
de clculo, o efeito de segunda ordem pode ser desprezado.
0 1,
M
M
M
M
N
N
Rd , y
Sd , y
Rd , x
Sd , x
Rd , c
Sd
+ + (B.69)
Onde:
Rd , c
N = fora normal resistente de clculo;
175
Rd ,
N
0
= fora normal resistente de clculo, tomando-se 0 1, = ;
Rd , y Rd , x
M , M = momentos fletores resistentes de clculo, em relao aos eixos x e y,
respectivamente, calculados com 0 1, C
b
= ;
my mx
C , C = coeficientes de equivalncia de momento na flexo composta, em relao
aos eixos x e y, respectivamente, determinados conforme o item 7.9.2 da NBR 14762/2001 [9];
ey ex
N , N = foras normais de flambagem elstica em relao aos eixos x e y,
respectivamente, determinadas pelas equaes B.39 e B.40.
y x
I , I = momentos de inrcia da seo bruta, em relao aos eixos x e y, respectivamente.
Para barras submetidas flexo-trao:
0 1,
N
N
M
M
M
M
Rd , t
Sd
Rd , yt
Sd , y
Rd , xt
Sd , x
+ + (B.70)
0 1,
N
N
M
M
M
M
Rd , t
Sd
Rd , y
Sd , y
Rd , x
Sd , x
+ (B.71)
Onde:
Rd , t
N = fora normal de trao resistente de clculo;
Rd , yt Rd , xt
M , M = momentos fletores resistentes de clculo, em relao aos eixos x e y,
respectivamente, calculados com base no escoamento da fibra tracionada da seo bruta, dados
por:
=
y xt
Rd , xt
f W
M (B.72)
=
y yt
Rd , yt
f W
M (B.73)
1 1, = ;
yt xt
W , W = mdulos de resistncia elsticos da seo bruta, em relao aos eixos x e y,
respectivamente;
Os deslocamentos mximos permitidos para teras de cobertura so de 180 L .
177
ANEXO C DETALHES SOBRE OS PROGRAMAS
C.1. Programa AutoTeras
Todas as informaes que devem ser fornecidas pelo usurio encontram-se na tela
principal do programa, conforme a Figura C.1. Nessa tela, deve-se escolher se ser feita uma
verificao ou um dimensionamento.
Figura C.1 Tela inicial do programa AutoTeras
178
C.1.1 Verificao
Para habilitar o modo de verificao de um perfil, basta selecionar a opo Verificao
no campo Tipo de Anlise, conforme a Figura C.2.
Figura C.2 Escolha do tipo de anlise
Entrada de Dados
A primeira informao que o usurio deve fornecer para iniciar a verificao de um
perfil indicar o tipo de ao de que o perfil feito, ou seja, se um perfil formado a frio ou
laminado. Essa informao fornecida no campo Tipo de Ao, conforme a Figura C.3.
Figura C.3 Escolha do tipo de ao
O prximo passo consiste em selecionar qual o tipo de perfil que ser analisado no
campo Tipo de Perfil. Caso seja feita a opo pelo perfil formado a frio, aparecero quatro
opes distintas: U simples, U enrijecido, Z simples e Z enrijecido, conforme a Figura C.1. Caso
seja selecionada a opo de perfis laminados, o usurio poder escolher por dois tipos de perfis:
U ou I. Alm disso, para os perfis laminados, o usurio deve escolher se os clculos devem ser
feitos utilizando as curvas de flambagem e procedimentos da NBR 8800/1986 [7] ou da NBR
8800/2008 [8], conforme a Figura C.4. Seja qual for o tipo de ao selecionado, uma figura do tipo
de perfil escolhido ser exibida no canto inferior esquerdo da tela, indicando as dimenses e
posies dos eixos.
179
Figura C.4 Tela do programa AutoTeras para perfis laminados
A seguir deve-se fornecer as propriedades do ao como o mdulo de elasticidade e a
tenso de escoamento, ambas em MPa, nos respectivos campos das Propriedades do Ao.
Posteriormente, nos campos de Comprimentos de Flambagem e Apoios, informa-se o vo da
tera, em mm, o nmero de linhas de corrente que sero utilizadas, podendo variar de 0 a 10, e os
coeficientes K de flambagem nas direes x, y e z, caracterizando quais so as condies de
apoio.
As dimenses do perfil a ser verificado so ento determinadas pelo usurio, em mm,
nos campos referentes as Dimenses do Perfil, conforme a Figura C.5. As dimenses que
180
devem ser fornecidas para os perfis formados a frio e laminados so ligeiramente diferentes,
porm sempre seguem as informaes indicadas na figura do campo inferior esquerdo da tela.
Figura C.5 Fornecimento das dimenses dos perfis: a) formado a frio, b) laminado
Por fim devem ser preenchidos os dados necessrios nos campos Carregamentos,
conforme a Figura C.6. Para criar uma combinao, basta clicar no cone Inserir nova
combinao. Os valores dos carregamentos que compem essa combinao devem ser
preenchidos em kN, no caso da normal, e em kN/m, para os demais carregamentos, assim como
os valores de seus respectivos coeficientes. Tambm possvel escolher se o peso prprio do
perfil ser considerado na combinao, indicando o seu coeficiente de ponderao e o valor da
massa especfica do ao, em kg/m.
Para a normal, o valor positivo indica trao, e o valor negativo indica compresso. Para
o carregamento de vento, o valor positivo indica vento de suco, enquanto que o valor negativo
indica vento de presso. Para os carregamentos permanente e de sobrecarga, o valor positivo
gravitacional, e o valor negativo contrrio ao carregamento gravitacional.
Tendo preenchido os valores de uma combinao, deve-se clicar no boto Confirmar
valores, para que eles sejam salvos nessa combinao. Pode-se adicionar novas combinaes,
seguindo os mesmos procedimentos. Caso queira alterar alguma combinao, basta selecion-la
181
na caixa que contm todas as combinaes, alterar os seus valores e ento clicar no boto
Confirmar valores, para que a nova combinao seja armazenada. A inclinao do telhado da
cobertura deve ser indicada no campo Inclinao do telhado, em . Tambm possvel fornecer
valores diferentes do unitrio para os coeficientes Cmy e Cmx.
Para efetuar os clculos e exibir os resultados, basta clicar no boto Calcular, que s
habilitado aps o fornecimento dos carregamentos atuantes na tera.
Figura C.6 Fornecimento dos carregamentos
Resultados
Os resultados obtidos pelo programa so apresentados na prpria tela, nos campos
Propriedades, Resistncias, Esbeltez, Equaes de Interao, Flecha e Cortante.
Tambm so fornecidas quais as combinaes crticas para a anlise dos esforos, da flecha e da
cortante, conforme a Figura C.7.
182
Figura C.7 Resultados da verificao apresentados na tela
Caso a esbeltez esteja acima dos limites estabelecidos pelas normas brasileiras seus
valores sero indicados em vermelho na tela. De maneira semelhante, caso as equaes de
interao resultem em valores maiores do que 1,0 seus valores tambm sero indicados em
vermelho.
Se aparecer escrito a frase no se aplica no local referente Equao 2, significa que
essa equao no precisa ser calculada, conforme recomendao da norma, ou seja, foram
desprezados os efeitos de segunda ordem, pois a normal atuante pequena em comparao a
normal resistente.
Outros resultados so fornecidos no arquivo de texto Resultados.txt, que ser criado
no diretrio onde o programa foi instalado. A Figura C.8 demonstra uma tela com os resultados
contidos nesse arquivo.
Pode-se notar que so fornecidas as composies de cada combinao, o tipo e
dimenses do perfil verificado, sua rea bruta, a inclinao do telhado, o nmero de linhas de
corrente e o nmero de sees que foram analisadas, que depende do nmero de linhas de
corrente.
183
Figura C.8 Arquivo de resultados
Tambm so apresentados os carregamentos distribudos linearmente em relao aos
eixos x e y e em relao aos eixos principais, assim como os momentos atuantes e resistentes para
cada seo analisada e para cada combinao, alm dos valores das equaes de interao.
No final do arquivo apresentado o conjunto de combinaes mais crticas. O valor nulo
para a Equao 2 indica que no foi necessrio calcul-la, segundo as recomendaes da
norma. Por ltimo pode-se verificar qual a flecha mxima e a relao entre os esforos cortantes
solicitante e resistente no apoio.
C.1.2 Dimensionamento
Para iniciar o mdulo de dimensionamento de teras, basta selecionar a opo
Dimensionamento, no campo Tipo de Anlise, j apresentado na Figura C.2. Para o
dimensionamento existe a opo de analisar todos os perfis existentes na lista de perfis, ou
184
dimensionar apenas um tipo de perfil. Essa opo pode ser feita no campo Perfis Inclusos no
Dimensionamento. Caso a opo Todos seja selecionada, o campo Tipo de Perfil fica
bloqueado. Caso a opo Perfil Selecionado seja escolhida, deve-se selecionar qual o tipo de
perfil a ser dimensionado no campo Tipo de Perfil. A Figura C.9 exemplifica essa seleo para
o caso dos perfis formados a frio, sendo que para os perfis laminados a seleo feita da mesma
maneira.
Figura C.9 Seleo dos perfis para dimensionamento: a) todos os perfis, b) apenas o perfil
selecionado
Entrada de Dados
A maioria dos procedimentos de fornecimento dos dados de entrada para o
dimensionamento igual aos apresentados para a verificao. A principal diferena com
relao as dimenses do perfil. No dimensionamento os campos de Dimenses do Perfil esto
bloqueados. Essas dimenses so obtidas pelo programa atravs de listas de perfis contidas em
dois arquivos de texto com os nomes ListaPerfisFF.txt e ListaPerfisLam.txt, referentes aos
perfis formados a frio e laminados respectivamente. Esses arquivos esto localizados no diretrio
onde o programa foi instalado.
A lista dos perfis formados a frio contm todos os perfis padronizados pela NBR 6355
[5], alm de perfis Z simples, que no aparecem nessa norma. A lista dos perfis laminados
185
contm as dimenses dos principais perfis distribudos comercialmente e que tambm so
padronizados. Na Figura C.10 pode-se observar um trecho de cada lista de perfis.
Figura C.10 Lista de perfis: a) formados a frio, b) laminado
Essa lista de perfis pode ser alterada pelo usurio, sabendo-se que a primeira coluna
indica o tipo de perfil: 0 = U simples, 1 = U enrijecido, 2 = Z simples e 3 = Z enrijecido para os
perfis formados a frio, e 0 = U e 1 = I para os perfis laminados. As demais colunas indicam,
respectivamente, em mm, comprimento da alma, comprimento da mesa, espessura, comprimento
do enrijecedor e raio de dobramento interno para os perfis formados a frio, e comprimento da
alma, comprimento da mesa, espessura da alma e espessura da mesa para os perfis laminados.
Caso seja feita alguma alterao, as listas de perfis sempre devem ser salvas com os mesmos
nomes.
Resultados
Os resultados apresentados na tela so referentes ao perfil selecionado como o melhor,
em termos de peso, para a situao imposta pelo usurio. So apresentadas as dimenses do perfil
escolhido assim como o tipo de perfil e a sua figura, conforme verifica-se na Figura C.11. As
propriedades, resistncias, esbeltez, equaes de interao e flecha tambm so apresentadas na
186
tela apenas para o perfil selecionado como o melhor. Os resultados obtidos para todos os perfis
contidos na lista so apresentados no arquivo Resultados.txt, possibilitando uma anlise de
outros perfis diferentes daquele selecionado como o melhor.
Figura C.11 Resultados do dimensionamento apresentados na tela
C.1.3 Listas de Perfis
As Tabelas C.1 e C.2 contm as listas de perfis utilizadas nesse programa para o
dimensionamento dos perfis laminados e formados a frio, respectivamente.
187
U76,2x35,8x4,32x6,9 U254x77x17,1x11,1 I101,6x71,0x8,28x7,4 I304,8x139,1x17,40x16,7
U76,2x38x6,55x6,9 U254x80,8x20,8x11,1 I101,6x72,9x10,20x7,4 I304,8x142,2x20,60x16,7
U76,2x40,5x9,04x6,9 U304,8x74,7x7,11x12,7 I127,0x76,2x5,33x8,3 I381x140x10,4x15,8
U101,6x40,1x4,57x7,5 U304,8x77,4x9,83x12,7 I127,0x79,7x8,81x8,3 I381x141x11,5x15,8
U101,6x41,8x6,27x7,5 U304,8x80,5x13x12,7 I127,0x83,4x12,50x8,3 I381x143x14x15,8
U101,6x43,7x8,13x7,5 U304,8x83,6x16,1x12,7 I152,4x84,6x5,84x9,1 I381x146x16,5x15,8
U152,4x48,8x5,08x8,7 U304,8x86,7x19,2x12,7 I152,4x87,5x8,71x9,1 I457,2x152x11,7x17,6
U152,4x51,7x7,98x8,7 U381x86,4x10,2x16,5 I152,4x90,6x11,80x9,1 I457,2x155x13,9x17,6
U152,4x54,8x11,1x8,7 U381x86,9x10,7x16,5 I203,2x101,6x6,86x10,8 I457,2x157x16x17,6
U152,4x57,9x14,2x8,7 U381x89,4x13,2x16,5 I203,2x103,6x8,86x10,8 I457,2x159x18,1x17,6
U203,2x57,4x5,59x9,9 U381x91,9x15,7x16,5 I203,2x105,9x11,20x10,8 I508x178x15,2x23,3
U203,2x59,5x7,7x9,9 U381x94,4x18,2x16,5 I203,2x108,3x13,50x10,8 I508x179x16,6x23,3
U203,2x61,8x10x9,9 U381x96,9x20,7x16,5 I254,0x118,4x7,87x12,5 I508x181x18,4x23,3
U203,2x64,2x12,4x9,9 I76,2x59,2x4,32x6,6 I254,0x121,8x11,40x12,5 I508x183x20,3x23,3
U203,2x66,5x14,7x9,9 I76,2x61,2x6,38x6,6 I254,0x125,6x15,10x12,5 I508x185x22,2x23,3
U254x66x6,1x11,1 I76,2x63,7x8,86x6,6 I254,0x129,3x18,80x12,5
U254x69,6x9,63x11,1 I101,6x67,6x4,83x7,4 I304,8x133,4x11,70x16,7
U254x73,3x13,4x11,1 I101,6x69,2x6,43x7,4 I304,8x136,0x14,40x16,7
Tabela C.1 Lista de perfis laminados
U50x25x1,2 U200x50x2 Ue200x75x2,25x20x2,25 Z200x75x4,25
U50x25x1,5 U200x50x2,25 Ue200x75x2,65x25x2,65 Z200x75x4,75
U50x25x2 U200x50x2,65 Ue200x75x3x25x3 Z200x75x6,3
U50x25x2,25 U200x50x3 Ue200x75x3,35x25x3,35 Z250x85x2
U50x25x2,65 U200x50x3,35 Ue200x75x3,75x25x3,75 Z250x85x2,25
U50x25x3 U200x50x3,75 Ue200x75x4,25x25x4,25 Z250x85x2,65
U75x40x1,2 U200x50x4,25 Ue200x75x4,75x25x4,75 Z250x85x3
U75x40x1,5 U200x50x4,75 Ue200x75x6,3x30x6,3 Z250x85x3,35
U75x40x2 U200x50x6,3 Ue200x100x2,65x25x2,65 Z250x85x3,75
U75x40x2,25 U200x50x8 Ue200x100x3x25x3 Z250x85x4,25
U75x40x2,65 U200x75x2,65 Ue200x100x3,35x25x3,35 Z250x85x4,75
U75x40x3 U200x75x3 Ue200x100x3,75x25x3,75 Z250x85x6,3
U75x40x3,35 U200x75x3,35 Ue200x100x4,25x25x4,25 Z300x85x2
U75x40x3,75 U200x75x3,75 Ue200x100x4,75x25x4,75 Z300x85x2,25
U75x40x4,25 U200x75x4,25 Ue250x85x2x25x2 Z300x85x2,65
U75x40x4,75 U200x75x4,75 Ue250x85x2,25x25x2,25 Z300x85x3
188
U100x40x1,2 U200x75x6,3 Ue250x85x2,65x25x2,65 Z300x85x3,35
U100x40x1,5 U200x75x8 Ue250x85x3x25x3 Z300x85x3,75
U100x40x2 U200x100x2,65 Ue250x85x3,35x25x3,35 Z300x85x4,25
U100x40x2,25 U200x100x3 Ue250x85x3,75x25x3,75 Z300x85x4,75
U100x40x2,65 U200x100x3,35 Ue250x85x4,25x25x4,25 Z300x85x6,3
U100x40x3 U200x100x3,75 Ue250x85x4,75x25x4,75 Ze50x25x1,2x10x1,2
U100x40x3,35 U200x100x4,25 Ue250x85x6,3x30x6,3 Ze50x25x1,5x10x1,5
U100x40x3,75 U200x100x4,75 Ue250x100x2,65x25x2,65 Ze50x25x2x10x2
U100x40x4,25 U200x100x6,3 Ue250x100x3x25x3 Ze50x25x2,25x10x2,25
U100x40x4,75 U200x100x8 Ue250x100x3,35x25x3,35 Ze50x25x2,65x10x2,65
U100x40x6,3 U250x100x2,65 Ue250x100x3,75x25x3,75 Ze50x25x3x10x3
U100x50x1,2 U250x100x3 Ue250x100x4,25x25x4,25 Ze75x40x1,2x15x1,2
U100x50x1,5 U250x100x3,35 Ue250x100x4,75x25x4,75 Ze75x40x1,5x15x1,5
U100x50x2 U250x100x3,75 Ue300x85x2x25x2 Ze75x40x2x15x2
U100x50x2,25 U250x100x4,25 Ue300x85x2,25x25x2,25 Ze75x40x2,25x15x2,25
U100x50x2,65 U250x100x4,75 Ue300x85x2,65x25x2,65 Ze75x40x2,65x15x2,65
U100x50x3 U250x100x6,3 Ue300x85x3x25x3 Ze75x40x3x15x3
U100x50x3,35 U250x100x8 Ue300x85x3,35x25x3,35 Ze100x50x1,2x17x1,2
U100x50x3,75 U300x100x2,65 Ue300x85x3,75x25x3,75 Ze100x50x1,5x17x1,5
U100x50x4,25 U300x100x3 Ue300x85x4,25x25x4,25 Ze100x50x2x17x2
U100x50x4,75 U300x100x3,35 Ue300x85x4,75x25x4,75 Ze100x50x2,25x17x2,25
U100x50x6,3 U300x100x3,75 Ue300x85x6,3x30x6,3 Ze100x50x2,65x17x2,65
U100x75x2,65 U300x100x4,25 Ue300x100x2,65x25x2,65 Ze100x50x3x17x3
U100x75x3 U300x100x4,75 Ue300x100x3x25x3 Ze100x50x3,35x17x3,35
U100x75x3,35 U300x100x6,3 Ue300x100x3,35x25x3,35 Ze125x50x2x17x2
U100x75x3,75 U300x100x8 Ue300x100x3,75x25x3,75 Ze125x50x2,25x17x2,25
U100x75x4,25 Ue50x25x1,2x10x1,2 Ue300x100x4,25x25x4,25 Ze125x50x2,65x17x2,65
U100x75x4,75 Ue50x25x1,5x10x1,5 Ue300x100x4,75x25x4,75 Ze125x50x3x17x3
U100x75x6,3 Ue50x25x2x10x2 Z50x25x1,2 Ze125x50x3,35x17x3,35
U100x75x8 Ue50x25x2,25x10x2,25 Z50x25x1,5 Ze125x50x3,75x20x3,75
U125x50x1,2 Ue50x25x2,65x10x2,65 Z50x25x2 Ze150x60x2x20x2
U125x50x1,5 Ue50x25x3x10x3 Z50x25x2,25 Ze150x60x2,25x20x2,25
U125x50x2 Ue75x40x1,2x15x1,2 Z50x25x2,65 Ze150x60x2,65x20x2,65
U125x50x2,25 Ue75x40x1,5x15x1,5 Z50x25x3 Ze150x60x3x20x3
U125x50x2,65 Ue75x40x2x15x2 Z75x40x1,2 Ze150x60x3,35x20x3,35
U125x50x3 Ue75x40x2,25x15x2,25 Z75x40x1,5 Ze150x60x3,75x20x3,75
U125x50x3,35 Ue75x40x2,65x15x2,65 Z75x40x2 Ze150x60x4,25x20x4,25
U125x50x3,75 Ue75x40x3x15x3 Z75x40x2,25 Ze150x60x4,75x20x4,75
U125x50x4,25 Ue100x40x1,2x17x1,2 Z75x40x2,65 Ze200x75x2x20x2
U125x50x4,75 Ue100x40x1,5x17x1,5 Z75x40x3 Ze200x75x2,25x20x2,25
U125x50x6,3 Ue100x40x2x17x2 Z100x50x1,2 Ze200x75x2,65x25x2,65
U125x75x2,65 Ue100x40x2,25x17x2,25 Z100x50x1,5 Ze200x75x3x25x3
U125x75x3 Ue100x40x2,65x17x2,65 Z100x50x2 Ze200x75x3,35x25x3,35
U125x75x3,35 Ue100x40x3x17x3 Z100x50x2,25 Ze200x75x3,75x25x3,75
U125x75x3,75 Ue100x40x3,35x17x3,35 Z100x50x2,65 Ze200x75x4,25x25x4,25
U125x75x4,25 Ue100x50x1,2x17x1,2 Z100x50x3 Ze200x75x4,75x25x4,75
U125x75x4,75 Ue100x50x1,5x17x1,5 Z100x50x3,35 Ze200x75x6,3x30x6,3
U125x75x6,3 Ue100x50x2x17x2 Z125x50x2 Ze250x85x2x25x2
U125x75x8 Ue100x50x2,25x17x2,25 Z125x50x2,25 Ze250x85x2,25x25x2,25
U150x50x2 Ue100x50x2,65x17x2,65 Z125x50x2,65 Ze250x85x2,65x25x2,65
U150x50x2,25 Ue100x50x3x17x3 Z125x50x3 Ze250x85x3x25x3
U150x50x2,65 Ue100x50x3,35x17x3,35 Z125x50x3,35 Ze250x85x3,35x25x3,35
U150x50x3 Ue125x50x2x17x2 Z125x50x3,75 Ze250x85x3,75x25x3,75
U150x50x3,35 Ue125x50x2,25x17x2,25 Z150x60x2 Ze250x85x4,25x25x4,25
189
U150x50x3,75 Ue125x50x2,65x17x2,65 Z150x60x2,25 Ze250x85x4,75x25x4,75
U150x50x4,25 Ue125x50x3x17x3 Z150x60x2,65 Ze250x85x6,3x30x6,3
U150x50x4,75 Ue125x50x3,35x17x3,35 Z150x60x3 Ze300x85x2x25x2
U150x50x6,3 Ue125x50x3,75x20x3,75 Z150x60x3,35 Ze300x85x2,25x25x2,25
U150x50x8 Ue150x60x2x20x2 Z150x60x3,75 Ze300x85x2,65x25x2,65
U150x75x2,65 Ue150x60x2,25x20x2,25 Z150x60x4,25 Ze300x85x3x25x3
U150x75x3 Ue150x60x2,65x20x2,65 Z150x60x4,75 Ze300x85x3,35x25x3,35
U150x75x3,35 Ue150x60x3x20x3 Z200x75x2 Ze300x85x3,75x25x3,75
U150x75x3,75 Ue150x60x3,35x20x3,35 Z200x75x2,25 Ze300x85x4,25x25x4,25
U150x75x4,25 Ue150x60x3,75x20x3,75 Z200x75x2,65 Ze300x85x4,75x25x4,75
U150x75x4,75 Ue150x60x4,25x20x4,25 Z200x75x3 Ze300x85x6,3x30x6,3
U150x75x6,3 Ue150x60x4,75x20x4,75 Z200x75x3,35
U150x75x8 Ue200x75x2x20x2 Z200x75x3,75
Tabela C.2 Lista de perfis formados a frio
C.2. Programa AutoTruss 2.0
O programa AutoTruss 2.0 uma ferramenta para facilitar e agilizar o projeto de
coberturas metlicas formadas por estruturas planas e tridimensionais. Ele permite realizar a
anlise de uma grande quantidade de solues estruturais apresentando o peso final de cada uma.
O engenheiro deve analisar esses casos, dentre os quais certamente estar a melhor soluo ou
solues muito prximas da ideal, e selecionar a que melhor atende os requisitos do projeto.
Assim possvel analisar rapidamente uma grande quantidade de propostas.
A obteno dos esforos nas barras das trelias segue os procedimentos da anlise
matricial de estruturas, utilizando-se o mtodo dos deslocamentos. Com esse procedimento
possvel determinar os deslocamentos e rotaes nos ns da trelia, e a partir deles, encontrar as
foras e momentos fletores nas extremidades de cada barra. Para o caso das trelias planas, so
considerados dois deslocamentos e uma rotao por n, enquanto que para as trelias
multiplanares, so considerados trs deslocamentos e trs rotaes por n, conforme a Figura
C.12.
190
x1
y1
z1
x2
y2
z2
x1
y1
z1
z1
x1
y1
x2
y2
z2
z2
x2
y2
a) Trelia Plana b) Trelia Multiplanar
Figura C.12 Deslocamentos e rotaes nas barras
Com as foras e momentos fletores de extremidade, aliadas as foras e momentos
fletores atuantes ao longo das barras, possvel encontrar os mximos esforos normais,
cisalhantes, fletores e de toro em cada barra da trelia. Esses esforos mximos sero utilizados
para o dimensionamento da trelia, buscando-se os perfis mais leves que resistem aos esforos
solicitantes. Os perfis disponveis para anlise so os circulares e quadrados presentes no
Cat logo Tcnico de Tubos Est ruturais de Seo Circul ar, Quadrada e Ret angul ar
[72], da V&M do Brasil. O dimensionamento das barras feito segundo a NBR 8800/1986
[7], sendo que as mesmas so dimensionadas em flexo composta, j que os carregamentos so
aplicados distribudos ao longo dos banzos superiores das trelias.
A anlise realizada pelo programa considera que os materiais esto trabalhando em
regime elstico linear, ou seja, so considerados pequenos deslocamentos e pequenas
deformaes, uma seo transversal plana permanece plana aps a sua deformao, e vale o
princpio da superposio dos efeitos. Com relao s ligaes das barras, permitido que o
usurio defina se as barras so consideradas como elementos de prtico ou de trelia.
A seguir ser apresentado o procedimento de utilizao do programa AutoTruss 2.0,
explicando a entrada de dados e os resultados fornecidos.
191
Entrada de Dados
Os dados de entrada que o usurio deve fornecer so os seguintes, seguindo a tela do
programa apresentada na Figura C.13:
- Vo: vo livre que a trelia deve vencer, devendo ser fornecido em metros;
- Largura: largura de influncia de cada banzo superior da trelia, ou seja, coincide com
a distncia entre trelias. No caso das trelias multiplanares, esse tambm o valor da distncia
entre os banzos superiores de cada trelia. O valor deve ser fornecido em metros;
- Altura: altura inicial da trelia, em metros;
Figura C.13 Tela do programa AutoTruss 2.0
- Intervalos: nmero de intervalos em que a altura da trelia ir variar;
- Tamanho: tamanho de cada intervalo de variao da altura, fornecido em metros. No
caso da Figura C.13, as alturas analisadas sero 1,0m, 1,1m, 1,2m, 1,3m, 1,4m e 1,5m;
192
- L flamb. dos banzos para trelia plana: comprimento de flambagem das barras dos
banzos para trelia plana. Valor fixo;
- Limites ngulo diagonais: define quais so os ngulos mximo e mnimo das diagonais
da trelia. Dentro deste limite sero adotados cinco ngulos distintos, gerando cinco modelos de
trelia para cada altura, permitindo analisar diferentes modulaes com uma mesma altura;
- Modelo: tipo de trelia escolhida pelo usurio, conforme a Figura C.14. A trelia Pratt
invertida tambm conhecida como Howe;
Figura C.14 Modelos de trelia disponveis no programa AutoTruss 2.0
- Tipo: define se a anlise feita para trelia plana, multiplanar (espacial) ou ambas,
conforme a Figura C.15;
Warren
Warren com montante
Pratt
Pratt Invertida
193
Figura C.15 Trelia plana e multiplanar disponveis no programa AutoTruss 2.0
- Inclinao: possibilita aplicar uma inclinao transversal ou longitudinal na trelia para
acompanhar a inclinao da cobertura.
Na guia Arquivo da barra de tarefas existe a possibilidade de salvar os resultados do
programa em um arquivo .csv que pode ser aberto no Excel. Em Visual pode-se selecionar
um plano de visualizao da trelia ou aproximar e afastar a imagem.
A guia Definir permite que o usurio informe os seguintes dados:
- Materiais: escolha do tipo de ao utilizado (250, 300 ou 350 MPa), conforme a Figura
C.16;
Trelia plana
Trelia multiplanar (espacial)
194
Figura C.16 Definio do tipo de material
- Sees: seleo dos perfis que faro parte do dimensionamento das trelias. Podem ser
selecionados tubos circulares e quadrados laminados presentes no Catlogo Tcnico de
Tubos Estruturai s de Seo Circul ar, Quadrada e Retangul ar [72], da V&M do
Brasil, ou circulares soldados, conforme a Figura C.17;
Figura C.17 Escolha do perfis
195
- Carregamentos: definio das cargas atuantes na trelia, sendo carregamento positivo
no sentido gravitacional, conforme a Figura C.18;
Figura C.18 Definio dos carregamentos
- Combinaes: definio dos coeficientes de ponderao das aes, conforme a Figura
C.19;
Figura C.19 Definio das combinaes
196
- Release: permite considerar as barras como elemento de prtico ou de trelia (apenas
com rigidez axial), conforme a Figura C.20.
Figura C.20 Definio dos releases
Resultados
Aps o dimensionamento, o programa apresenta uma tabela com todos os casos
analisados, conforme a Figura C.21, que pode ser salva na guia Arquivo. Com essa tabela
possvel comparar os casos e chegar a uma concluso de qual a melhor soluo, ou se
necessrio realizar uma nova anlise alterando os dados de entrada.
197
Figura C.21 Tela do AutorTruss 2.0 com os resultados
Ao selecionar um determinado caso e clicar com o boto direito sobre ele, iro aparecer
algumas opes, como:
- Executar este caso: a trelia selecionada ser desenhada para visualizao;
- Exportar este caso *.dxf: a trelia selecionada ser salva em um arquivo .dxf, que
pode ser aberto no programa AutoCAD;
- Exportar este caso SAP *.s2k v9.03: a trelia selecionada ser salva em um arquivo
.s2k, que pode ser aberto no programa de anlise estrutural SAP2000 [63].
- Ordenar por peso: os casos sero ordenados por peso.
Assim, os resultados obtidos podem ser salvos em planilhas, arquivos do AutoCAD ou
do SAP2000 [63] para serem feitas outras anlises.