Comparativo Steel Frame X Concreto Armado
Comparativo Steel Frame X Concreto Armado
Comparativo Steel Frame X Concreto Armado
O steel frame e o concreto armado são dois métodos comuns de construção de estruturas em
edifícios. O primeiro é um sistema construtivo que utiliza perfis de aço galvanizado para criar
uma estrutura de suporte para as paredes, pisos e telhados, enquanto que o concreto armado é
um sistema que utiliza concreto reforçado com barras de aço para suportar as cargas da
construção.
Uma das principais vantagens do steel frame em relação ao concreto armado é a rapidez de
construção, já que as peças são pré-fabricadas e montadas no local, enquanto que no concreto
armado as formas precisam ser construídas no local e o concreto precisa ser despejado e curado
antes da construção continuar.
ABSTRACT
Steel frame and reinforced concrete are two common methods of constructing structures in
buildings. The first is a construction system that uses galvanized steel profiles to create a
support structure for walls, floors and roofs, while reinforced concrete is a system that uses
concrete reiforced whith steel bars to support construction loads
One of the main advantages of the steel frame in relation to reinforced conrete is the speed of
construction, since the parts are prefabricated and assembled on site, while in reinforced
concrete the forms need to be built on site and the concrete needs to be poured and healed
before construction continued.
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................03
2 DESENVOLVIMENTO....................................................................................05
2.1 Steel Frame – definição e
histórico .....................................................................05
2.2 Concreto Armado – definição e
histórico.............................................................08
2.3 Métodos Construtivos .........................................................................................10
2.3.1 Steel
Frame..................................................................................................10
2.3.2 Concreto
Armado .......................................................................................13
2.4 Comparativo de custos.........................................................................................14
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................17
REFERÊNCIAS ......................................................................................................18
1 INTRODUÇÃO
A construção civil tem se atualizado com o decorrer dos anos com avanços tecnológicos
visando a produtividade e melhor administração do tempo. Métodos construtivos
diferentes do convencional – que se utiliza o concreto armado – têm se mostrado muito
eficientes e seguros, porém ainda há um receio em sua aceitação e utilização perante à
sociedade. Atualmente, devido ao não conhecimento da população em geral, métodos
diferentes do convencional, não tem sido aceito pela maioria, muito pelo não
entendimento das suas estruturas e das funcionalidades que podem beneficiar a curto,
médio e longo prazo ao cliente e também ao encarregado.
O aço é o material resultante da interligação do carbono, do ferro e de outros elementos
através do processo químico aos quais são submetidos, com leveza, porém boa
resistência, que, no steel frame, é seu principal diferencial.
Em contrapartida o concreto armado é pesado. Com uma resistência superior ao aço,
uma vez que consegue ser submetido a pesos maiores. Também, é muito bem aceito
pela sociedade, mas seu peso próprio, sua demora na construção, prolongam a entrega
da obra.
Tendo como base esses dois materiais, no presente relatório será abordado suas
particularidades, diferenças, vantagens e desvantagens, bem como uma comparação de
custos de uma residência.
4
2 DESENVOLVIMENTO
Steel Frame (quadro de aço) é um sistema construtivo que utiliza perfis de aço
galvanizado, formados a frio para a estrutura do edifício. É um método construtivo
industrializado, que consiste em peças pré-fabricadas que são transportadas para o
canteiro de obras e montadas no local. Esse sistema tem ganhado cada vez mais
popularidade na construção civil devido às suas vantagens, como rapidez na execução,
menor geração de resíduos, maior precisão no dimensionamento das peças, melhor
isolamento térmico e acústico, diversas opções de acabamento e facilidade na instalação
de tubulações e fiações elétricas e hidráulicas.
O steel frame é um método construtivo onde a maior parte de seus componentes não é
feita in loco, portanto a organização e limpeza da obra é maior. Por ser um método
construtivo seco, é mais fácil de controlar a umidade e evitar a proliferação de fungos e
bactérias, o que é especialmente importante em ambientes que exigem alta higiene,
como hospitais e laboratórios. Esse sistema precisa estar interligado de maneira
assertiva com as fundações, acabamentos, os fechamentos, hidráulica, elétrica entre
outros. A utilização dessas estruturas é usual em países como Estados Unidos, Nova
Zelândia, Japão e Europa, e encontra-se atualmente em fase de rápido crescimento no
Brasil.
Entretanto, uma das dificuldades em relação ao steel frame é a obtenção de mão de obra
especializada nesse método construtivo. Por não haver muitas empresas que trabalham
com esse tipo de serviço, acaba encarecendo o custo total da obra, já que as empresas
que trabalham com isso, acabam tendo uma demanda maior, portanto encarecendo a
mão de obra.
Outro ponto negativo do steel frame é a limitação de pavimentos. Uma vez que o
método utilizando o concreto armado consegue suportar diversos pavimentos, o steel
frame consegue suportar até 5 pavimentos, por isso é mais procurado para edificações
térreas ou de 2 pavimentos.
Esses perfis começaram a ser utilizados a partir de 1850 na Inglaterra e Estados Unidos,
onde foi utilizado pela primeira vez na construção de hangares de aviação. Na época, o
5
sistema construtivo era conhecido como "light steel framing" e consistia em perfis de
aço galvanizado que eram unidos por parafusos.
Nos anos 50, o sistema foi aprimorado com a utilização de perfis em forma de "C", o
que permitiu uma maior rigidez da estrutura. Nos anos 60, o Steel Frame foi adotado
para a construção de edifícios residenciais de até três pavimentos, principalmente em
áreas de terremotos, devido à sua alta resistência.
A partir dos anos 90, o Steel Frame se popularizou em diversos países, principalmente
em países desenvolvidos, como Canadá, Austrália e Japão, devido às suas vantagens
construtivas e ambientais. Já no Brasil, o Steel Frame começou a ser utilizado somente
na década de 90 e a passos lentos tem sido melhor desenvolvido e aprimorado.
Com a crescente demanda por construções sustentáveis, o Steel Frame vem ganhando
destaque no mercado da construção civil. Além de ser um sistema construtivo eficiente
e rápido, o Steel Frame é mais sustentável do que os métodos tradicionais, pois gera
menos resíduos e consome menos água e energia durante a construção. A precisão do
sistema, tanto dos cálculos de material que será utilizado quanto na execução, faz com
que a geração de resíduos seja praticamente zero, já que a estrutura é fabricada com as
dimensões definidas em projeto, dispensando o corte de peças, consequentemente isso
gera uma construção mais barata, rápida e limpa.
Com a produção de 32,9 milhões de toneladas em 2010, o Brasil encontra-se entre os 10
maiores países que produzem o aço no mundo e, segundo Tavares (2012) ocupa a nona
posição no ranking da associação mundial.
Em nossa região, pode ser citado um exemplo de obra na cidade de Ibirubá – RS,
primeira obra realizada em Steel Frame na cidade, onde a arquiteta e urbanista Paula
Nascimento foi surpreendida por seus clientes que propuseram esse método construtivo.
A fase de execução da obra iniciou-se em final de agosto de 2022 (Figuras 1,2,3 e 4).
6
Figura 1 – Estrutura da Construção Residencial em Ibirubá (Nov/2022)
7
Figura 4 - Fachada da Construção Residencial em Ibirubá (Mar/2023)
A obra tem chamado atenção no município, uma vez que muitos dos moradores de Ibirubá e
região não conhecem o método construtivo.
8
construídas com concreto armado, como a Ponte de Tarragona, na Espanha, em 1913, e a Torre
de Inglaterra, em Londres, em 1929.
O uso do concreto armado se popularizou rapidamente na Europa e nos Estados Unidos, durante
as primeiras décadas do século XX. Durante a Segunda Guerra Mundial, o concreto armado se
tornou um material estratégico, utilizado na construção de bunkers, pontes e outras estruturas
militares.
No Brasil, a utilização do concreto armado começou na década de 1910, com a construção de
edifícios em São Paulo, como o Edifício Martinelli, o primeiro arranha-céu do país, inaugurado
em 1929 (figura 6). Desde então, o concreto armado se tornou um material de construção muito
utilizado em obras de todos os tipos e tamanhos em todo o país.
Atualmente, o concreto armado é uma técnica consolidada na construção civil, com normas e
procedimentos padronizados em todo o mundo. A técnica continua a evoluir, com o surgimento
9
de novas tecnologias e materiais que permitem a construção de estruturas cada vez mais
resistentes e duráveis.
O impacto da Revolução Industrial foi determinante para o aprimoramento da produção do
ferro, primeiramente, e do aço, posteriormente:
Há um momento na História em que o ferro passa a ser empregado com tão
diversificados fins, dentre eles a construção de edifícios, que é inevitável o
registro desse material como um fator essencial para as transformações de toda
ordem por que passou a sociedade. Este momento é o século XIX (GOMES,
1986, p. 13).
No Brasil, a primeira norma de concreto armado foi feita pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT1 e chamou-se de NB-1 (foi também a primeira Norma Brasileira de
Engenharia). Era o ano de 1940 e o trabalho de preparação da norma foi feito sobre um trabalho
original da Associação Brasileira de Cimento Portland - ABCP, uma entidade tecnológica
empresarial que reúne os fabricantes de cimento de todo o País.
● Método “Stick”: Neste método de construção os perfis são cortados no canteiro da obra,
10
● d) “Balloon Framing”: A construção tipo “Stick” ou por painéis podem ser montadas na
pavimento a cada vez, e os painéis não são estruturalmente contínuos. As cargas de piso
são descarregadas axialmente aos montantes. É um método bastante utilizado nas
construções atuais (Trebilcock, 1994).
Sendo que o método mais utilizado atualmente é de painéis que inicia pela fundação que é feita
em concreto armado em tipo sapata corrida ou viga baldrame. O pavimento piso é feito em laje
pré-moldada composta por vigotas treliçadas e tavelas cerâmicas. Já a estrutura é constituída por
perfis metálicos em aço galvanizado. As paredes internas podem ser feitas de OSB (painéis
compostos por tiras de madeiras na mesma direção), gesso acartonado, placas cimentícias, etc.
Já nas paredes externas podem ser feitas de placa cimentícia, gesso ou demais acabamentos
(figura 7).
Para evitar o movimento da edificação devido à pressão do vento, a superestrutura deve ser
firmemente ancorada na fundação. Esses movimentos podem ser de translação ou tombamento
com rotação do edifício. A translação é uma ação onde o edifício desloca-se lateralmente
devido à ação do vento. Tombamento é uma elevação da estrutura em que a rotação pode ser
11
causada por assimetria na direção dos ventos que atingem a edificação (Scharff, 1996). A
escolha da ancoragem mais eficiente depende do tipo de fundação e das solicitações que
ocorrem na estrutura devido às cargas, condições climáticas e ocorrência de abalos sísmicos
(Consul Steel, 2002). O tipo de ancoragem, suas dimensões e espaçamento são definidos
segundo o cálculo estrutural. Os tipos mais utilizados de ancoragem são: a química com barra
roscada; a com fita metálica e a fixação com barra roscada tipo “J”.
12
Figura 10 - Painel Típico
13
permite uma maior precisão na fabricação das peças, o que reduz o tempo de execução
da obra.
● Protensão: neste método, a armadura é tensionada antes da aplicação do concreto. Dessa
forma, as peças ficam comprimidas e resistem melhor às cargas, aumentando a sua
capacidade de suporte. A protensão é muito utilizada na construção de pontes e
viadutos, onde é necessário suportar grandes cargas.
● Concreto projetado: neste método, o concreto é projetado em alta velocidade sobre uma
superfície previamente preparada. É uma técnica muito utilizada na construção de túneis
e galerias subterrâneas.
O custo por metro para obras em Steel Frame e Concreto Armado pode variar de acordo com
diversos fatores, como localização geográfica, complexidade do projeto, acabamentos, entre
outros.
Após a realização de um levantamento bibliográfico, constatou-se grande eficácia da
aplicabilidade do uso de materiais construtivos como Light Steel Frame. Apesar de apresentar
um custo mais elevado de materiais quando comparado com a alvenaria convencional, o LSF se
torna mais vantajoso no quesito custo da mão de obra para a execução. Esse fato é evidenciado
na Figura 12 do estudo de Ecker e Martins (2014), que analisa a construção de 339 habitações
populares no estado do Paraná.
14
Apesar da construção convencional não exigir uma mão de obra especializada, seu preço é
superior a mão de obra das construções industrializadas que necessitam de trabalhadores
especializados. Este fato é devido ao extenso tempo que leva para a obra do sistema de alvenaria
ser concluída. A Figura 13 demonstra tais informações.
A longa duração de uma obra construída em alvenaria não só eleva o custo da mão de obra, mas
também acarreta em despesas indiretas adicionais. Por outro lado, nas construções
industrializadas, a duração do processo é relativamente mais baixa, o que contribui para reduzir
essas despesas. Essa diferença significativa pode ser observada no gráfico comparativo
apresentado por Molin e Malandrin (2017) na Figura 14.
15
Fonte: Molin e Malandrin (2017)
Em sua pesquisa, Ecker e Martins (2014), estimou o custo total de construção das 339
residências nos sistemas construtivos steel frame, wood frame e alvenaria convencional, foram
somados os custos diretos, custos indiretos e impostos (sendo este último considerado em 5,65%
do valor das despesas diretas). Os valores obtidos podem ser observados na Figura 15.
Figura 15: Custos para a construção de 339 residências nos sistemas construtivos steel frame,
wood frame e alvenaria convencional
Fonte: Ecker e Martins (2014)
Ainda, conforme destacado por Ecker e Martins (2014), os sistemas construtivos
industrializados utilizam materiais que ainda são recentes no mercado da construção civil, o que
pode elevar seu custo de produção, já que a comercialização desses produtos ainda é baixa.
Entretanto, foi possível constatar neste estudo que o sistema mais acessível é o Steel Frame,
enquanto a alvenaria se mostrou o sistema mais oneroso.
A revisão bibliográfica revela que existe uma abundância de manuais técnicos disponíveis sobre
os materiais e as técnicas construtivas empregadas no sistema construtivo Light Steel Frame,
assim como diretrizes de projetos arquitetônicos. No entanto, no que se refere ao projeto
estrutural, ainda há uma carência de material bibliográfico, sendo que a primeira norma de LSF
do Brasil foi desenvolvida somente em 2022. Portanto, ainda há muito conhecimento que deve
ser consolidado e publicado nesse aspecto.
Ademais, a revisão da literatura permite compreender as diversas vantagens estruturais e
construtivas que o sistema construtivo Light Steel Frame possui, que o coloca em condições de
competir com os sistemas construtivos convencionais.
Entre as vantagens desse sistema em relação às edificações de concreto armado e alvenaria,
podemos destacar a redução no consumo de água e desperdício de materiais, maior precisão
orçamentária, facilidade na execução das etapas elétricas e hidráulicas, além do menor peso da
edificação que sobrecarrega menos as fundações.
16
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
17
REFERÊNCIAS
ECKER, Taienne Winni Paiz. Martins, Valdemar. Comparativo dos sistemas construtivos
steel frame e wood frame para habitações de interesse social. Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Trabalho de Conclusão de Curso, Pato Branco – PR, 2014. Disponível em:
http://riut.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/14389/2/PB_COECI_2014_2_7.pdf Acesso em:
02/05/2023
ESSER, César Rafael Pimentel. Estimativa de custo entre sistemas estruturais em light steel
frame e concreto armado-estudo de caso. Trabalho de Conclusão de Curso. Brasília. Centro
Universitário de Brasília. 2014. Disponível em:
https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/6422/1/21233223.pdf Acesso em 01/05/2023
Acesso em: 01/05/2023
FERREIRA, Rafael Guilherme Gomes. O uso do aço na construção civil. Congresso Técnico
Científico da Engenharia e da Agronomia – CONTECC, 2021, UNIP-Brasília. Disponível em:
https://www.confea.org.br/midias/uploads-imce/Contecc2021/Civil/O%20USO%20DO%20A
%C3%87O%20NA%20CONSTRU%C3%87%C3%83O%20CIVIL.pdf Acesso em:
01/05/2023.
FREITAS, Maria Luiza Macedo Xavier de. Concreto armado no brasil: invenção, história,
revisões: História e Historiografia da Arquitetura e do Urbanismo Modernos no Brasil.
Salvador – BA, ano 2019. Disponível em:
https://docomomobrasil.com/wp-content/uploads/2020/04/119437.pdf Acesso em: 01/05/2023
MENEGUEL, Guilherme. DARE, Mônica Elizabeth. Comparativo de custos diretos entre os
sistemas construtivos light Steel Framing e concreto armado com vedação em blocos
cerâmicos e em blocos de concreto celular autoclavado. Local: Criciúma – SC. Disponível
em: http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/5897/1/GuilhermeMeneghel.pdf Acesso em:
30/04/2023
PEREIRA, Lucas Henrique Souza. Comparação entre os orçamentos de uma edificação
térrea de alto padrão em light steel frame e em concreto armado com alvenaria de
vedação. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal de São Carlos, ano 2023, São
Carlos. Disponível em:
https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/17829/TCC_Lucas_Pereira_758577.pdf?
sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 29/04/2023
RODRIGUES, Francisco Carlos. Steel Framing: Engenharia. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro
de Siderurgia/CBCA, 2006. 127p.
MOLIN, Brayon Heron de Castro Dall. MALANDRIN, Lucas Lima. Comparativo de custo
entre os sistemas de alvenaria convencional, light steel frame e wood frame para habitação
popular. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Trabalho de Conclusão de Curso,
Campo Mourão – PR, 2017. Disponível em:
18
https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/6162/1/comparativocustossistemasconstrutivos.
pdf Acesso em: 02/05/2023.
19