Guia para Elaboracao de OTL
Guia para Elaboracao de OTL
Guia para Elaboracao de OTL
Guia
para elaborao do
Realizao
Luiz Incio Lula da Silva Presidente da Repblica Arnbio Marques de Almeida Jnior Governador do Estado do Acre Ana Leila Galvo Maia Moreira Prefeita do Municpio de Brasilia Eufran Ferreira do Amaral Secretrio de Estado de Meio Ambiente Antonio Willian Flores de Melo Coordenador do Departamento de Gesto Territorial e Ambiental Maria da Conceio Marques de Souza Coordenadora da Diviso de Ordenamento Territorial
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SUMRIO
1 APRESENTAO 2 O QUE ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL? 3 PRINCPIOS METODOLGICOS DO ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL
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4 OBJETIVOS DO ORDENAMENTO TERRITORIAL 5 PASSOS OPERACIONAIS DO ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL (OTL) I. ARTICULAO
II. DIAGNSTICO III. PROGNSTICO IV. IMPLEMENTAO V. AVALIAO E ACOMPANHAMENTO A&A sucesso da construo do Ordenamento
Organizao e Elaborao Adriano Alex Santos e Rosrio Alcione Cristina Costa Sousa Maria da Conceio Marques de Souza Paul Gregor Fischenich Apoio Paul Gregor Fischenich Edio e Reviso de Textos Adriano Alex Santos e Rosrio Alcione Cristina Costa Sousa Antonio Willian Flores de Melo Maria da Conceio Marques de Souza Design Grfico, diagramao e ilustraes gknoronha.com.br Grfica Brilhograf
SOUZA, M. C. M.; ROSRIO, A. A. S.; SOUSA, A.C.C. 2007. S729g SOUZA, Maria da Conceio Marques de; ROSRIO, Adriano Alex Santos e; SOUSA, Alcione Cristina Costa - Guia para elaborao do ordenamento territorial local no Estado do Acre: OTL. Rio Branco/AC: SEMA, 2008. 32p. il. 1. Ordenamento territorial, 2. Zoneamento local, 3. Planejamento territorial Polticas, I. SEMA, I. Ttulo CDU 911.375.5.001.63 (811.2)
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7 BIBLIOGRAFIA
APRESENTAO
O Ordenamento Territorial Local uma ferramenta de planejamento que visa orientar o uso do territrio e aes polticas em diferentes nveis (estadual, federal e municipal), de maneira que as comunidades locais estejam diretamente envolvidas em todas as etapas do processo. A discusso sobre o ordenamento do territrio ficou mais evidente e necessria no final do sec. XX, pois os municpios precisavam de um instrumento capaz de orient-los no planejamento e na execuo de aes de polticas pblicas. Desse modo, em 2004, o Ministrio da Integrao Nacional decidiu elaborar uma proposta de Poltica Nacional de Ordenamento Territorial. A elaborao dessa proposta fundamentou os pilares para uma ao coordenada de Estado na ordenao e na promoo do desenvolvimento local e/ou regional. Atualmente no Brasil existem vrios instrumentos com reflexos no Ordenamento Territorial, tais como Sistema Nacional de Unidades de Conservao SNUC, Poltica Nacional de Desenvolvimento Urbano PNDU, Planos Diretores Municipais, Plano Nacional de Recursos Hdricos, Agenda 21, Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentvel, Programa de Zoneamento Ecolgico-Econmico, e outros. No Acre o Ordenamento Territorial est associado a outros instrumentos que tm finalidades semelhantes tais como a Agenda 21, Zoneamento Ecolgico Econmico - ZEE, Plano Diretor, Etnozoneamento e o Zoneamento Econmico Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco ZEAS, Ordenamento Territorial Local OTL e Plano Estadual de Recursos Hdricos, este em fase de elaborao. Nesse sentido, a idia de realizar o Ordenamento Municipal Local na regional do Alto Acre, tendo como prioritrio o municpio de Brasilia, deu-se por diversos fatores: seus limites fronteirios; o municpio possuir reas que detm unidades territoriais ainda conservadas, mas tambm outras j bastante antropizadas; por ser um eixo de consolidao atravs da BR 317 e sua interligao com o Peru, gerando futuramente uma srie de impactos scio-ambientais. Alm desses fatores ainda houve uma ampla discusso com os
municpios que fazem parte do Consrcio de Desenvolvimento Intermunicipal do Alto Acre e Capixaba CONDIAC durante o processo de tomada de deciso. Dessa forma, a realizao do Ordenamento Territorial Local OTL do municpio de Brasilia consistiu em um esforo conjunto envolvendo tcnicos de diversas secretarias do Estado, a Cooperao Tcnica Alem GTZ, instituies de pesquisa, organizaes no governamentais e a prefeitura municipal. E se constituiu num grande desafio para os gestores pblicos, uma vez que, para a execuo segura das aes deve haver um consenso entre os diferentes setores envolvidos (sociedade civil, privado e pblico). Esse envolvimento se traduz numa gesto participativa e com clara definio das co-responsabilidades. O carter participativo uma das formas de aproximar os executores com os beneficiados permitindo uma contnua troca de experincias com instituies e comunidades representativas de diversos setores. Essa troca resulta em um constante repensar de aes que podem tornar-se ferramenta para a sustentabilidade local. nesse contexto que elaboramos, em parceria com a Cooperao Tcnica Alem GTZ, o Guia Metodolgico para a construo de Ordenamento Territorial Local OTL, tendo como base a experincia no Municpio de Brasilia-AC. O passo a passo contido neste Guia Metodolgico um roteiro norteador que permitir replicar essa experincia nos demais municpios que queiram construir, implementar e monitorar um processo de Ordenamento Territorial. Como cada localidade tem suas especificidades necessrio que ajustes locais sejam feitos e a metodologia adaptada e aperfeioada. Esperamos que este Guia Metodolgico possa servir para orientar processos de construo de Ordenamento Territorial em escala municipal e local, atendendo s demandas de conhecimentos de tcnicos, sociedade civil, gestores pblicos e tomadores de decises de uma forma geral, visando ordenar o territrio para que se tenha UM LUGAR PARA CADA USO E CADA USO EM SEU LUGAR.
Eufran Ferreira do Amaral
Secretrio de Estado de Meio Ambiente
Participativo e Articulado O OTL dever acontecer de forma articulada aos sistemas pblicos de planejamento municipal, estadual e federal. Tambm dever corresponder o mximo possvel aos anseios das populaes das reas abrangidas pelo mesmo. Para isto, fundamental um processo participativo de debate, atravs das comisses setoriais das cmaras legislativas e audincias pblicas. Regulamentaes territoriais divorciadas das condies de vida da populao correm o risco de se transformarem em letras mortas, ou, em fonte de conflitos. Isso significa que o OTL ser muito mais determinado por processos de negociao e dilogo entre os interesses divergentes do que pela indicao tcnica da vocao natural das reas. Objetivando a criao de capacidade de planejamento a nvel local, o procedimento participativo durante todos os passos do ordenamento favorece a formao de capacidade tcnica e organizacional dos atores envolvidos no processo e com isso aumenta a sua capacidade de planejamento territorial. Este processo de qualificao de recursos humanos a nvel local vai aumentar a mdio prazo a autonomia e o empoderamento dos atores locais e a conseqente sustentabilidade do processo do ordenamento. Eficiente Seguindo estes princpios, a relao custo-benefcio ser otimizada. Os estudos temticos se reduziro ao que atualmente considerado necessrio, as atividades se concentram nos assuntos principais do municpio e, com a utilizao da metodologia participativa e articulada, se torna mais eficiente a implementao dos resultados. Desta forma sero reduzidos os custos do OTL e maximizados os seus benefcios.
Pactuar a diviso real do espao para determinao do uso adequado e proteo dos recursos naturais.
Especficos
Subsidiar os atores na tomada de decises sobre o uso da terra e seus recursos naturais; Identificar e auxiliar na mitigao e resoluo dos conflitos scioambientais; Propiciar estratgias de articulao e estabelecer alianas para um melhor controle ambiental e a gesto territorial; Fortalecer a cooperao interinstitucional para atender demandas oriundas de OTL.
Quando
Ordenamento Territorial?
Esta uma pergunta que quase sempre ocasiona uma srie de controvrsias, pois o Ordenamento Territorial um processo que deve ser visto como uma poltica de governos, onde sua finalidade seja a melhoria da qualidade de vida, a preservao e conservao dos recursos naturais e a promoo do desenvolvimento sustentvel. O Ordenamento Territorial no deve ser visto como um processo meramente tcnico.
do
Processo
de
Ordenamento
Com a viso de que o Ordenamento Territorial deve ser uma poltica pblica, se espera como resultado desse processo, uma melhora da gesto pblica sobre o uso do solo, do processo de desenvolvimento, da integrao social e geogrfica, da adequao organizacional e diviso territorial, da competitividade e sustentabilidade, da necessidade de infra-estrutura e servios.
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No diagrama, observa-se que j no incio do processo esto sendo realizadas atividades pertencentes a todas as fases do OTL. Isso reflete o fato de que no existe nenhum espao no qual no esteja sendo realizado algum tipo de planejamento ou ordenamento territorial. Em outras palavras, significa que nenhum ordenamento parte de um espao vazio. Sempre tem como ponto de partida um espao j planejado e ocupado por diversos sistemas de uso, e regulamentado por diversas leis federais, estaduais e municipais que influenciam as opes de uso do espao. Observa-se tambm que no final, todas as fases continuam ocorrendo concomitantemente. O Ordenamento no uma atividade que, num determinado momento, tem um fim e apresenta um produto final elaborado. um processo contnuo e dinmico, caracterizado pela facilidade de adaptao e reao s mudanas proporcionadas pelas polticas de desenvolvimento, a novos conhecimentos e informaes sobre o meio fsico e modificaes nas expectativas da sociedade que sempre continuam alimentando as negociaes sobre o ordenamento do territrio.
IV. Implementao
Elaborao do cenrios do modelo atual de desenvolvimento Elaborao e discusso de cenrios de desenvolvimento sustentvel. ZEE = Normas, Planos de desenvolvimento e Instrues administrativas para regulamentar e orientar o uso dos recursos naturais e gerenciamento do territrio
I. Articulao
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I. ARTICULAO
Passos
A.
operacionais
B. C. D. E. F.
Mobilizao da sociedade local; Convnio entre o rgo executor do Ordenamento e Municpio; Constituio da Comisso Municipal do OTL; Formao das Parcerias e Cooperao Tcnica; Seleo e treinamento de facilitadores; Oficinas de Atores.
O ordenamento territorial no comea numa tabula rasa. J existe um espao estruturado. A malha de cidades e povoados, a rede rodoviria e fluvial, reas de regimes especiais , p.ex. reas indgenas, florestas nacionais, reservas biolgicas etc., reas sob domnio do INCRA, das foras armadas, reas de propriedade privada e de domnio pblico. Em resumo: boa parte do territrio j est zoneado. Mais importante na fase inicial uma clara definio das polticas pblicas da Unio, do Estado e dos municpios. Sem uma viso (p.ex. ZEE Estadual) que orienta os trabalhos, os diagnsticos tendem de aglomerar muito material sem focalizar nas informaes essenciais. Nesta fase, a orientao poltica corresponde articulao do executor do processo com os parceiros institucionais e comunidades beneficirias da ao. um momento importante porque onde acontece a definio de papis, sensibilizao de instituies e da sociedade, formao de grupos, tais como Grupos de Trabalho - GT, Comisses e Conselhos, criao de normas que implementem o OTL como instrumento, assim como, os grupos institudos para acompanhamento. A sensibilizao dos atores institucionais e comunitrios extremamente importante. Em qualquer atividade de planejamento a pergunta quem devemos envolver? deve ser levada em considerao porque a definio dos atores-chave assegura o processo como participativo.
Nivelamento dos atores locais sobre os planos existentes Muitas vezes, a populao local desconhece os planejamentos e atuaes dos diversos atores no municpio. necessrio, portanto, este nivelamento para visualizar o ponto de partida do processo do OTL.
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Elementos que devero ser considerados no Convnio de cooperao tcnica entre o rgo executor do OTL e Prefeituras:
Coordenao do OTL; Nomeao de um coordenador municipal para o OTL; Disponibilizao de espao fsico (sala) para o OTL no municpio; Disponibilizao de computador, impressora e acesso internet, telefone e fax para os facilitadores; Disponibilizao de pelo menos 1 (um) tcnico em tempo integral que permanecer no Municpio para realizar as atividades do OTL; Acompanhamento do OTL no municpio por um consultor e dois tcnicos da instituio executora; Disponibilizao de transporte sempre que necessrio; Servios de elaborao de mapas e anlise de dados com SIG no LSR; Treinamentos; Recursos para elaborao de estudos no diagnstico; Financiamento de eventos participativos.
Na composio dever ser considerado tambm a representao adequada de comunidades rurais do municpio. Devero ser consideradas ainda as reas temticas mais relevantes no ordenamento territorial do municpio (p. ex. agricultura, meio ambiente, sade, questo fundiria, crdito, etc.). A comisso um frum de trabalho, portanto o tamanho no dever exceder 8 a 12 representantes. As
principais funes da
O convnio dever definir claramente as responsabilidades por cada um desses itens acima citados.
CMOTL so: Acompanhamento e Avaliao do andamento do OTL no Municpio; Dar apoio tcnico equipe de facilitadores em questes especficas durante todas as fases do ordenamento; Servir como um canal de participao para os diferentes setores locais, fomentando discusses sobre os temas abordados no OTL em suas respectivas instituies ou organizaes, e representar os diferentes interesses da sociedade nas discusses da CMOTL. Porm, a comisso no o nico canal de Participao. As negociaes de consensos sobre os temas e as reas prioritrias e os cenrios de desenvolvimento sustentvel devero acontecer em oficinas e debates pblicos que envolvam uma maior participao de diferentes grupos de interesse; Assessorar a administrao municipal em questes de ordenamento.
A CMOTL deve se reunir regularmente para discutir os assuntos tratados no mbito do ordenamento e auxiliar na organizao das atividades. aconselhvel estabelecer pelo menos uma reunio ordinria por ms. Para responder a questes mais imediatas, podem ser convocadas reunies extraordinrias da CMOTL. Para a escolha dos membros das instituies que faro parte da referida Comisso podem ser considerados critrios como: Vontade de participao; Atuao no municpio; Representatividade local; Envolvimento com a temtica; Experincia em mobilizao social.
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A Comisso pode ser vinculada ao Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente - COMDEMA atravs de Resoluo.
[Anexo 1 - Minuta de Resoluo do COMDEMA para formalizao da Comisso Municipal do OTL e Anexo 2 - Portaria]
Veja o Anexo 1
no
CD que
O perfil dos facilitadores extremamente importante para o sucesso do OTL. A equipe dever ser composta por facilitadores com experincia em: Moderao e conduo de eventos; Experincia tcnica nas reas relevantes do municpio; Conhecimento amplo das instituies e processos de planejamento locais. Antes de iniciar o treinamento, as pessoas com o perfil desejado tero de ser identificadas/selecionadas. importante a permanncia dos facilitadores no Municpio.
facilitador deve:
Acompanhar o processo de OTL junto s instituies parceiras; Apoiar as Secretarias Municipais de Meio Ambiente ou equivalente em seus planejamentos; Coletar dados de instituies parceiras e de comunidades envolvidas no processo; Manter o fluxo de informaes entre as instituies parceiras; Apoiar a Comisso Municipal na mobilizao de instituies parceiras e/ou outros parceiros para reunies, seminrios ou evento similar; Apoiar o planejamento e monitoramento do processo de OTL; Discutir metodologia para o trabalho de facilitao; Moderar reunies locais; Preparar material informativo sobre as aes e os avanos do OTL; Apoiar a elaborao dos produtos a serem gerados no OTL.
O treinamento dos facilitadores deve focar no processo metodolgico e nos passos operacionais do OTL, e devero participar nesta etapa, alm dos facilitadores, todos os integrantes da comisso. Sugerimos algumas temticas transversais ao OTL, que devero fazer parte do processo de capacitao/treinamento, tais como: Geoprocessamento e Sistema de Informaes Geogrficas; Gesto ambiental; Gesto territorial;
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Gesto de bacias hidrogrficas e de unidades de conservao; Educao agroflorestal; Educao ambiental; Tcnicas de moderao e de levantamento de informaes.
Toda a logstica das oficinas deve ser preparada com bastante antecedncia, envolvendo sempre o coordenador geral do CMOTL. muito importante que essa atividade seja tambm acompanhada pela coordenao do OTL da instituio proponente.
F) Oficinas de Atores
As Oficinas de Atores tm vrias finalidades, e serve principalmente para definir o rumo do OTL atravs da identificao dos maiores problemas scio-ambientais do municpio e da criao de uma viso do desenvolvimento (configurao futura desejvel) e do ordenamento territorial correspondente a esta viso. A partir destas definies sero delimitadas as reas prioritrias do OTL. Nessa oficina sero analisadas as polticas pblicas das esferas federal, estadual e municipal que influenciam no desenvolvimento territorial do municpio. Tendo estas polticas como pano de fundo, sero identificados e localizados os problemas mais importantes segundo a percepo da populao local. Os problemas podem ser organizados segundo as esferas (unio, estado, municpio e comunidade) nas quais se encontram as suas causas. Isso facilita os passos posteriores para elaborao do OTL. Em
resumo, as
Oficinas de Atores so para: Anlise crtica do ordenamento territorial existente municpio; Identificao dos maiores problemas scio-ambientais; Criao de uma viso do desenvolvimento; Definio de linhas temticas e reas prioritrias do OTL; Envolver diversos atores locais; Estimular a identificao dos atores locais com o OTL.
Esta profunda anlise crtica do ordenamento atual constitui-se o passo mais importante que acontecer no mbito da fase de Articulao, pois a partir dessa viso sero definidas as reas prioritrias do OTL e os estudos necessrios para verificar a viabilidade da realizao dessa viso. Por isso, essa anlise dever abranger, entre outras: Iniciativas participativas j em andamento; Diviso do espao atual (p. ex. reas pblicas e privadas, distribuio das principais atividades econmicas, distribuio da infra-estrutura fsica e social, reas destinadas a usos exclusivos, unidades de conservao, terras indgenas, quilombolas, etc.); Informaes e diagnsticos j elaborados sobre o espao; Planos e projetos de rgos pblicos e privados; Legislao (federal, estadual e municipal) que tem efeitos diretos sobre o ordenamento do espao (p.ex. cdigo florestal, legislao ambiental, uso dos recursos minerais, etc.); Outras atividades dos rgos pblicos que no mbito local tm efeito de controle do uso do espao (licenciamento, fiscalizaes, etc.). Definio das reas prioritrias A priorizao das reas corresponder a locais especficos, definidos conjuntamente com a Comisso do OTL. Sugerem-se alguns critrios para definio das reas prioritrias: rea com maiores impactos ambientais e com melhor acesso virio; reas naturais protegidas; rea com potencial em recursos naturais; reas com potencial para a explorao de produtos nomadeireiros, madeireiros e agropecurios.
no
As
Tcnicos das instituies de governo e representantes da sociedade civil, bem como do setor produtivo.
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Outros Objetivos:
1. Identificar consensos Muitas questes j foram planejadas e discutidas e representam um consenso local sobre a ocupao do espao. Portanto, no precisaro mais ser aprofundadas no OTL. O OTL um processo gradual que pode, em qualquer momento, incorporar questes j consensuadas. Desta forma, os esforos podero ser concentrados nas questes mais abertas que precisam de uma definio com maior prioridade. 2. Identificar limitaes externas Outras questes representam determinaes j definidas para a ocupao do espao. Estas determinaes tm que ser consideradas em processos de planejamento local. 3. Identificar conflitos Outras questes podem ainda ser tocadas por planejamentos conflitantes de diferentes rgos do governo ou grupos de interesse. Estas questes precisam de maior aprofundamento no OTL. A sua identificao , portanto, fundamental para nortear o rumo do OTL no municpio.
II. DIAGNSTICO
II. Diagnstico
I. Articulao
Veja o Anexo 3
no
CD que
O objetivo da segunda fase disponibilizar os conhecimentos necessrios para a elaborao de cenrios locais. Desta forma, o Diagnstico consiste em conhecer e compreender a realidade local por meio da elaborao de relatrios primrios e ou secundrios. Durante os trabalhos de diagnstico, devem ser levantadas todas as informaes, realizar oficinas com a comunidade e grupos focais e posteriormente fazer a anlise dos dados, enfocando a situao atual e apontando as possveis oportunidades de desenvolvimento local, atravs da construo de cenrios de desenvolvimento sustentvel. Passos
A.
operacionais
Levantamento e sistematizao dos dados existentes; B. Identificao e execuo dos estudos necessrios; C. Apresentao dos resultados.
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Os mapeamentos participativos servem principalmente para mostrar as potencialidades e fragilidades da comunidade rural, bem como nominar corretamente a infra-estrutura dos ramais, igaraps e lagos.
Veja o Anexo 4
no
CD que
Alguns pressupostos para a execuo a sintonia dos vrios trabalhos do diagnstico (base cartogrfica unificada, prazos, formato dos arquivos digitais padronizados). As oficinas e reunies participativas servem para identificar e aprofundar o entendimento dos problemas locais, apontar solues tendo a comunidade como co-responsvel por algumas aes e, tambm para identificar o nvel e grau de estudos especficos e necessrios para o OT.
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polticas pblicas de maneira mais eficiente e eficaz. Nesta fase do ordenamento territorial local so discutidos e elaborados os indicativos, recomendaes e cenrios. Estes visam mostrar perspectivas futuras sobre o territrio e propor alternativas sobre o seu uso, principalmente em relao conservao dos recursos naturais e seu gerenciamento. O
prognstico deve:
Contemplar o modelo atual de desenvolvimento; Apontar qual a perspectiva de novos modelos sustentveis com base nos indicadores levantados durante a fase do diagnstico. Passos
A. B. C. D. E.
operacionais
Visualizao do modelo atual de desenvolvimento; Elaborao do cenrio de desenvolvimento sustentvel; Agenda de pactuao; Frum de pactuao; Plano Municipal de Ordenamento Territorial Local.
III. PROGNSTICO
O terceiro passo do OTL o prognstico do Municpio que contempla indicativos, recomendaes e cenrios que devem ser apreciados pelos gestores municipais para que possam implementar
I. Articulao
A elaborao de cenrios de desenvolvimento sustentvel refletir nas intervenes atravs de aes de polticas pblicas municipais e na pactuao da sociedade demonstrando como as intervenes polticas, tcnicas e da sociedade podem auxiliar no processo de desenvolvimento sustentvel do territrio.
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Caso seja necessrio podero ser executados trabalhos complementares de diagnsticos para aprofundar os critrios de tomada de deciso entre governo municipal e sociedade. Os resultados do dilogo sero publicados como cenrio definitivo do ordenamento territorial.
C) Agenda de pactuao
Esta agenda de pactuao deve ser traduzida em programas e projetos, normas, planos de desenvolvimento e instrues administrativas para regulamentar e orientar o uso dos recursos naturais e gerenciamento do territrio municipal. Podemos citar como exemplo: Elaborao de diretrizes para o Plano Municipal de Desenvolvimento Sustentvel, subsdio ao Plano Diretor, as Leis Municipais de Parcelamento, de uso e ocupao do solo, etc., pelos rgos competentes.
Veja o Anexo 5
no
CD que
D) Frum de pactuao
Nessa atividade so definidas as atribuies e responsabilidades de cada instituio parceira e que ir contribuir no processo de construo do Plano Municipal de Ordenamento Territorial Local, visando a implementao do mesmo. A apresentao da matriz se dar em forma de plenria, uma vez que a mesma est sujeita ajustes e aprovao das aes por parte dos representantes locais. Durante a pactuao ser apresentado, de forma sucinta, os resultados referentes ao diagnstico: prognsticos e cenrios futuros para o municpio. Alm disso, importante falar da maneira como o Ordenamento Territorial foi construdo em suas diversas fases. Esta retrospectiva permitir aos participantes se verem dentro de todo o processo de construo do OTL, bem como dar uma maior abertura para negociao entre comunidade e instituies governamentais e no governamentais presentes na pactuao. Antes da oficina de pactuao sugere-se um mapeamento de interveno.
O mapeamento de interveno corresponde ao momento que antecede ao Frum de Pactuao. Visitas institucionais so realizadas e, nesse momento, cada instituio tem a oportunidade de analisar todas as demandas vindas das comunidades rurais, atravs da matriz de compatibilizao das demandas sociais, e podem ento assumir compromissos institucionais que venham contribuir com a melhoria da qualidade de vida das comunidades, melhorias das questes ambientais e efetivao de alternativas para nortear o ordenamento territorial. A matriz de demandas sociais e compromissos institucionais contm diretrizes, aes, responsvel(eis), perodo de execuo da ao, parcerias e local (is) de execuo. O Frum de pactuao deve ser guiado pela matriz de compatibilizao de aes. Sua apresentao deve obedecer a dois momentos: 1 Momento: Ser apresentada a plenria do frum com o objetivo dos visitantes visualizarem a ferramenta. 2 Momento: Ocorrer a interveno dos presentes de forma propositiva, de maneira a ajustar as aes e compromissos institucionais a serem validados no frum de pactuao. Este documento uma forma de viabilizar o compromisso entre os gestores pblicos e os representantes das comunidades O Termo de Compromissos: Instituies X Comunidade, dentre os documentos existentes, uma maneira formal de assegurar o cumprimento das aes assumidas publicamente no municpio.
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Estratgias de reviso do plano e pactos firmados com as instituies envolvidas; Definir com a CMOTL aes a curto, mdio e longo prazo em uma matriz que contenha aes novas ou j existentes com a necessidade de continuidade e/ou reformulao, instituies responsveis, tempo de execuo, resultados esperados, possveis riscos da no implementao de aes; recursos necessrios e formas de monitoramento.
a. As disposies preliminares (instituindo o Ordenamento Territorial Local do Municpio e apresentando os principais produtos do OTL); b. Princpios, diretrizes e objetivos; c. reas prioritrias assim como zonas, sub-zonas e unidades de manejo; d. Sistema de monitoramento do OTL; e. Sistema de difuso do OTL; f. Disposies gerais do Ordenamento Territorial Local.
IV. Implementao
I. Articulao
O quarto passo implementar o Plano de Ordenamento Territorial - PLOT, ou seja, dar incio execuo das aes acordadas entre governo e sociedade civil. Para isso interessante elaborar um Projeto de Lei e que o mesmo seja encaminhado para a Cmara Municipal com o objetivo de normatizar o Ordenamento Territorial Local do Municpio. Neste sentido, faz-se necessrio o envolvimento da Assessoria Jurdica nesta questo. importante que este Projeto de Lei contemple, no mnimo, as seguintes questes:
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Portanto, preciso que a CMOTL: Faa uma nova avaliao propondo nomes de titulares e suplentes para o monitoramento e avaliao; Faa reunies peridicas, bimestralmente; Realize encontros extraordinrios, se necessrio. Isto implica dizer que a qualquer momento os membros da Comisso podem ser convocados para discutir questes urgentes; Envolva representantes das trs reas prioritrias do OTL (lembrando que essas reas j foram definidas na primeira etapa); Sejam gerados relatrios (bimestrais e anual) e disponibilizados para instituies e sociedade.
Envolver a sociedade local em todo o processo de implementao, inclusive durante a avaliao e monitoramento das aes proposta no plano municipal de ordenamento territorial. Os cenrios de desenvolvimento sustentvel devero ser construdos nas comunidades priorizando aes que contemplem o setor produtivo e envolvendo todas as categorias do setor rural de forma que as aes implementadas tragam benefcios para todos; O numero de tcnicos que compem a equipe de trabalho do OTL deve ser suficiente para execuo de todas as atividades previstas no projeto; a Coordenao do projeto e a Comisso do OTL devem ser atuantes e participantes de todo o processo, mantendo o mesmo nvel de informaes das atividades; O Ordenamento Territorial Local dinmico, o que nos permite afirmar a necessidade de sua continuidade. Portanto, papel do gestor atualizar o Plano de Ordenamento aps implementao atualizando-o, mediante necessidades e inserir novas aes; importante contar com a colaborao da sociedade civil que deve ser empoderada sobre a filosofia da proposta e a aplicabilidade do OTL. Por isso, deve acompanhar tambm a execuo de aes e novos planejamentos que tenham carter participativo; A coordenao do OTL deve criar mecanismos para lidar com situaes adversas como a fragilidade dos parceiros, o problema de mudanas no quadro de pessoal local, bem como possveis deficincias analticas e visionarias no municpio.
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BIBLIOGRAFIA
DEL PRETTE, Marcos e KRGER, Hans. Referncias metodolgicas de um ZEE Participativo. Elaborado por Del Prette, Marcos e Krger, Hans. Manaus: Agncia de Cooperao Tcnica, 2007. 78p.: il. (Cadernos de Cooperao Tcnica) SENA, Wladymir. Relatrio para elaborao do Guia Metodolgico de Ordenamento Territorial Local de Brasilia, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Acre, 2007. 56p.
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Realizao