Anemia
Anemia
Anemia
Autores
Ângelo Atalla1
Publicação: Out-2005
Outra limitação é que a faixa de normalidade é ampla e, a partir de valores no limite superior,
pode haver queda e não se caracterizar anemia. Além disto, como o limite inferior é definido a
partir de dois desvios-padrões abaixo da média, 2,5% da população abaixo dos limites
definidos serão arbitrariamente caracterizados como anêmicos.
As hemácias são células anucleadas, de forma discóide e de natureza flexível para passar
facilmente pela microcirculação. Têm como função transportar o oxigênio, o que é feito por
meio de sua ligação com a hemoglobina. A integridade de sua membrana é mantida pela
produção intracelular de ATP. Elas têm vida média de 120 dias, o que significa que 0,8% a 1%
das hemácias circulantes devem ser repostas diariamente. Essa tarefa é eficazmente cumprida
pela medula óssea, que ainda pode aumentar sua produção em 2 a 3 vezes agudamente e 6 a
8 vezes, cronicamente.
1
Professor Adjunto da Disciplina de Hematologia da Faculdade de Medicina da UFJF.
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para a linhagem eritropoiética não parece ser regulada por fatores externos, sendo um
processo intrínseco a ela. Na medula, o primeiro precursor eritróide reconhecido
morfologicamente é o proeritroblasto. A partir dele, toda a eritropoese é influenciada por fatores
de crescimento e hormônios, com destaque para a eritropoetina.
A eritropoetina é uma glicoproteína produzida e liberada pelos capilares peritubulares dos rins
e, em níveis muito menores, nos hepatócitos. O estímulo para a secreção desse hormônio é a
redução do oxigênio que chega aos rins, o que pode acontecer na anemia, na hipoxemia ou,
mais raramente, na redução da perfusão renal (estenose da artéria renal). Quando cai o nível
de hemoglobina, aumenta-se a secreção da eritropoetina, estimulando a proliferação das
células precursoras medulares eritróides, aumentando a produção de hemácias. Essa resposta
também é observada na vigência de hipoxemia, nesse caso levando a policitemia. Mas para
que o todo o processo se dê, é necessária, além da função renal normal, integridade da
medula óssea e suprimento adequado dos substratos necessários para a síntese da
hemoglobina, sobretudo o ferro.
Normalmente, os eritrócitos liberados pela medula ainda contêm RNA residual, sendo
denominados reticulócitos. A taxa normal de reticulócitos é de até 0,5-1,5%, sendo sua
determinação importante para caracterizar a taxa de liberação pela medula e expressar a
eficácia da eritropoese.
Após 120 dias de vida, as hemácias são fagocitadas pelo sistema retículo-endotelial. A
hemoglobina é processada e os aminoácidos e o ferro são reutilizados. O anel de protoporfirina
do grupo heme é catabolizado em bilirrubina indireta, conjugada no fígado e excretada na bile.
Assim, há um mecanismo dinâmico de produção e destruição de hemácias, cujo equilíbrio
mantém os níveis normais.
Nos quadros agudos não há tempo para compensações. A redução do intravascular leva a
hipotensão postural, queda do débito cardíaco, desvio do sangue da pele para outros órgãos,
dispnéia e choque.
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10 - Quais são os sintomas das anemias?
Nas formas leves e de instalação crônica o paciente pode ser assintomático, pela eficácia dos
mecanismos compensatórios. Com a progressão do quadro surgem:
• cefaléia,
• vertigens e zumbidos,
• palpitações,
• diminuição da libido,
• alteração do humor,
• incapacidade de concentração,
• anorexia,
Os principais são:
• taquicardia leve,
• ictus forte,
• edema discreto.
O quadro clínico é diferente nas anemias agudas, pois não há tempo para os mecanismos de
compensação. Nestes casos o quadro clínico refere-se à hipóxia tecidual e à hipovolemia. Há
hipotensão postural e taquicardia e, nos casos mais graves choque, dispnéia, sudorese,
palidez e confusão mental, que pode evoluir para rebaixamento de consciência ou mesmo
coma.
História clínica detalhada é a base da investigação das anemias. O início da anemia, a duração
dos sintomas, hábitos alimentares, alteração de hábitos intestinais, história familiar, social,
medicamentosa e ocupacional podem trazer dados que levarão ao diagnóstico etiológico da
anemia. A história ginecológica também é importante, sendo relevantes dados como
laqueadura tubária, mais de sete dias de fluxo menstrual mensal, coágulos a partir do segundo
dia e/ou uso de mais de 12 absorventes por ciclo, abortos ou gestações com curto intervalo de
tempo.
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14 - Existem sinais ou sintomas específicos que podem auxiliar no diagnóstico
etiológico das anemias?
Ela deve incluir hemograma com medida dos índices eritrocitários, sobretudo o volume
corpuscular médio (VCM) e o índice de anisocitose (RDW), contagem de plaquetas e de
reticulócitos, além do esfregaço de sangue periférico.
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18 - O que é o volume corpuscular médio (VCM)?
Avalia a média do tamanho (volume) das hemácias, expresso em fentolitros (fl). Calculado pela
seguinte fórmula:
Por ser medido eletronicamente, seus resultados não são sensíveis a pequenas populações de
micrócitos ou macrócitos, podem sofrer alterações por distorções de forma e aglutinação
eritrocitária. Por isso, é fundamental a análise do esfregaço de sangue periférico na
investigação das anemias.
Reflete o conteúdo médio de hemoglobina por hemácia. Como é expressa em picogramas (pg),
reflete a massa de hemoglobina. Calculada pela fórmula:
Índice que analisa a heterogeneidade do volume das hemácias. A análise dessa variação
permite a obtenção deste índice, que representa a amplitude de distribuição dos glóbulos
vermelhos. Serve como um índice de anisocitose, que se altera precocemente na deficiência de
ferro, mesmo antes da alteração de outros parâmetros, como o VCM e a diminuição da
hemoglobina. Seu valor normal situa-se entre 11,5 a 14,5%.
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23 - Quais as alterações mais freqüentemente reveladas na hematoscopia?
Anemias normocíticas são aquelas que têm VCM entre 80-100 fl. Elas podem estar
relacionadas a uma doença subjacente obrigando o clínico a desenvolver extensa pesquisa na
busca etiológica.
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28 - Como investigar as anemias normocíticas hiperproliferativas?
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30 - Como proceder a investigação das anemias microcíticas?
A maioria das anemias microcíticas (VCM inferior a 80 fl) é devido a deficiência de ferro ou
distúrbios de sua utilização. Elas podem cursar com reticulócitos elevados, diminuídos ou
normais, o que novamente fará de sua contagem o passo inicial da investigação etiológica
(figura 4).
• Ferritina sérica: reflete o estoque tecidual de ferro. Por ser proteína de fase rápida,
pode estar elevada em condições de inflamação aguda ou crônica. Valores normais
são diferentes para sexo e dependem do método utilizado.
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32 - Com a classificação funcional e a cinética de ferro, como investigar as anemias
microcíticas hipoproliferativas?
Em vigência de macrocitose (VGM acima de 100 fl) e na ausência do uso de drogas que
cursam com macrocitose associada (hidroxiuréia e zidovudine), a pesquisa deve ser dirigida
principalmente para as deficiências de folato e de vitamina B12 (figura 7).
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35 - O que é anemia aplástica?
Na anemia aplástica ocorre lesão da célula tronco medular, dando origem a pancitopenia. A
etiologia pode ser por radioterapia, quimioterapia, solventes (benzeno, tolueno) ou drogas
(cloranfenicol, sulfa, fenitoína carbamazepina, sais de ouro). Casos idiopáticos são descritos e
provavelmente têm natureza auto-imune. Além do quadro clínico da anemia, o paciente pode
apresentar infecções e sangramentos, sobretudo de pele e mucosas. O laboratório revela
pancitopenia com VCM normal. A biópsia de medula evidencia acentuada hipocelularidade com
poucos focos de hematopoiese.
Formas leves podem receber apenas suporte clínico e hemoterápico. Imunossupressão com
ciclofosfamida, corticóides, ciclosporina e globulina antitimócito pode ser tentada. Pacientes
jovens (menos de 50 anos) e com formas graves (menos de 500 neutrófilos, menos de 20.000
plaquetas, menos de 1% de reticulócitos e medula com celularidade inferior a 20%) têm
indicação de transplante de medula óssea.
Diferentes doenças crônicas cursam com anemia por falência na produção medular, cada uma
com seu quadro clínico específico. Os mecanismos aventados são diminuição da eritropoetina,
seqüestro de ferro pelos macrófagos, efeito inibidor de citocinas inflamatórias (IL-1). São
habitualmente anemias leves e com esfregaço pouco alterado (discreta anisocitose, pouca
microcitose). Embora 70% dos casos apresentem-se como normocítica, em 30% elas são
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microcíticas, mas geralmente com discreta microcitose (VCM entre 70-80, enquanto VCM
inferior a 70 sugere deficiência de ferro ou talassemia).
Não. Elas têm mecanismos fisiopatológicos diversos. Na insuficiência renal crônica, o principal
fator responsável pela anemia é a deficiência de eritropoetina. Outros fatores contribuintes
incluem: deficiência de ferro (ferritina < 60 sugere esse dado), de folato, toxicidade pelo
alumínio (microcítica), fibrose de medula óssea, anemia hemolítica microangiopática (por
hipertensão grave, glomerulonefrite, púrpura trombocitopênica trombótica, hemolítico-urêmica).
A deficiência de ferro é a causa mais comum de anemia em todo o mundo. O clínico deve ter
em mente que a anemia ferropriva é sempre uma manifestação de uma doença subjacente e
que todos os esforços devem ser dirigidos à descoberta etiológica e seu tratamento. A
negligência deste fato e reposição de ferro aleatoriamente poderá propiciar a evolução de uma
doença grave, como neoplasia de cólon.
Quando o diagnóstico não é alcançado, deve-se fazer mielograma para avaliação histoquímica
da reserva de ferro nos macrófagos. Eventualmente, havendo motivos clínicos para se
suspeitar da deficiência de ferro, pode-se tratar como tal por três a quatro semanas e repetir o
hematócrito.
Alguns exames laboratoriais também podem auxiliar na distinção entre a anemia ferropriva e as
talassemias (tabela 4).
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Tabela 4. Diferenciação laboratorial entre anemia ferropriva e a associada a doença
crônica
Anemia Ferropriva Talassemia
Ferro Sérico Diminuído Elevado ou normal
Ferritina Diminuída Elevado ou normal
RDW Elevada Normal
Saturação de Transferrina Diminuída Normal ou elevada
Com a reposição de sulfato ferroso oral, antes das refeições (325 mg duas vezes ao dia). Deve
ser mantido por três a seis meses depois da normalização do hematócrito, para restaurar os
estoques. A adição de vitamina C não parece influenciar em melhor absorção. A reposição
parenteral pode ser a opção em pacientes que não toleram a reposição oral, não aderem a ela
ou tenham doença gastrintestinal que impeça a absorção.
São doenças hereditárias com redução da síntese das cadeias de globina (alfa ou beta):
• alfa – deleção do gene responsável pela síntese da cadeia alfa. Ocorre em negros e
asiáticos.
Anemia grave (Htc menor que 10%), que surge após seis meses de vida. Praticamente não há
HbA, com predomínio da HbF e variável quantidade de HbA2 (0 a 10%). Pela redução de
cadeia beta, as cadeias alfa em excesso se precipitam e lesam a membrana das hemácias,
levando a grave hemólise com icterícia e hepatoesplenomegalia. Transfusões repetidas
acabam determinando hemossiderose com endocrinopatias, falência cardíaca e hepática.
Os quadros leves não precisam de tratamento. Suplementação de folato está indicada nas
fases de crescimento, vigência de infecções ou gravidez. Nas formas graves há necessidade
de transfusão e reposição de folato. A deferrioxamina, quelante de ferro, deve ser usada para
evitar hemossiderose. Esses pacientes não devem receber reposição de ferro, daí a
fundamental importância de diferenciá-la da ferropriva.
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47 - Que são anemias megaloblásticas?
São distúrbios na síntese de DNA pelos precursores dos eritrócitos por deficiência de folato ou
vitamina B12.
o Gastrectomia total.
As anemias megaloblásticas cursam, além dos sintomas habituais de anemia, com alterações
na língua (glossite atrófica). Pode haver anorexia, perda de peso e febre. Na deficiência de
vitamina B12 é comum o surgimento de sintomas neurológicos (neuropatia, com parestesias
em mãos e pés; alterações do equilíbrio, alterações mentais, com confusão e demência).
A anemia megaloblástica pode ser de intensidade variável, mas sempre com VCM elevado,
entre 100-140 fl. O esfregaço com macro-ovalócitos e neutrófilos hipersegmentados é
importante para o diagnóstico. O VCM eleva-se precocemente, às vezes antes da queda do
hematócrito. A eritropoese ineficaz, com destruição de precursores de eritrócitos pode levar a
falsa anemia hemolítica, com elevação de bilirrubinas indireta e LDH, mas os reticulócitos não
se elevam. Quando a medula óssea é avaliada ela se mostra com hiperplasia eritróide e
alterações megaloblástica nas três séries mielóides.
Deficiência de B12
Vitamina B12 1000 mcg intramuscular: diariamente, por duas semanas, depois semanal até
normalização do hematócrito e depois mensalmente, pelo resto da vida na anemia perniciosa
ou enquanto persistir a causa nas outras etiologias.
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Deficiência de folato
Ácido fólico 1 mg/dia por via oral por quatro a oito semanas ou enquanto persistir a causa.
53 - Leitura recomendada
Adamson JW, Longo DL. Anemia and polycythemia. In. Fauci AS, Braunwald E, Isselbacher KJ
et al. Harrison’s Principles of Internal Medicine. The Mc-Graw-Hill, 2001.
Bickley LS, Hoekelman RA. Propedêutica Médica. 7a Edição. Guanabara Koagan, 1999.
Greer, John P.; Foerster, John; Lukens, John N.; Rodgers, George M.; Paraskevas, Frixos;
Glader, Bertil Wintrobe's Clinical Hematology . Publisher: Lippincott Williams & Wilkins. 11th
Edition, 2003.
Schrier S. Approach to the adult patient with anemia. In: Up To Date, Rose BD (Ed), Up To
Date, 2005.
Tierney Jr LM, McPhee SJ, Papadakis MA. Current Medical. Diagnosis & Treatment. 41st
Edition. Lange Medical Books. New York, 2002.
Toh BH, van Driel IR, Gleeson PA. Pernicious anemia. N Engl J Med 1997;337:1441-1448.
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Noripurum®
Sacarato de hidróxido de ferro III
Solução para uso endovenoso
Uso adulto ou pediátrico
Composição e apresentações — Solução injetável endovenosa: Embalagem com 5 ampolas de 5 ml. Cada ampola de 5 ml contém: ferro 100 mg, na forma de complexo de sacarato de hidróxido de
ferro III, água para injeção e hidróxido de sódio q.s.p.
Indicações — Anemias ferropênicas graves (pós-hemorrágicas, pós-partos, pós-cirúrgicas). Distúrbios de absorção gastrointestinal ou impossibilidade de se utilizar a ferroterapia por via oral nos casos de
intolerância às preparações orais de ferro em doenças inflamatórias gastrointestinais, que poderiam ser agravadas pela ferroterapia oral e nos casos em que a falta de resposta à ferroterapia seja suspeita
de falta de adesão ao tratamento. Anemias no 3o trimestre da gravidez ou no puerpério. Correção da anemia ferropênica no pré-operatório de grandes cirurgias. Anemia ferropriva que acompanha a
insuficiência renal crônica.
Contra-indicações — Hipersensibilidade conhecida ao ferro ou aos complexos de ferro monossacarídeos e dissacarídeos. Não deve ser utilizado por pacientes portadores de anemias que não sejam
causadas por deficiência de ferro e nem em situações de sobrecarga férrica ou distúrbios da utilização de ferro. Também não deve ser usado no primeiro trimestre da gravidez.
Precauções e advertências — NORIPURUM Endovenoso somente deve ser administrado quando a indicação da ferroterapia tiver sido confirmada através de investigação apropriada com exames
laboratoriais. A administração parenteral de preparados de ferro pode causar reações alérgicas ou anafiláticas, que podem ser potencialmente letais. Observa-se que pacientes que recebem
betabloqueadores simultaneamente à terapia férrica não reagem adequadamente à adrenalina. Administrar o produto com cuidado em pacientes com histórico de asma brônquica, eczema, outras alergias
atópicas ou reações alérgicas por outras preparações parenterais de ferro e pacientes com baixa capacidade de ligação do ferro e/ou deficiência de ácido fólico, uma vez que tais pacientes apresentam
risco acentuado de apresentar reação alérgica ou mesmo reação anafilactóide. NORIPURUM Endovenoso deve ser administrado com cuidado em pacientes com disfunção hepática ou renais. Deve-se ter
um cuidado especial na administração do produto em pacientes que sofrem de infecções agudas ou crônicas que possuem valores excessivos de ferritina, uma vez que a administração parenteral de ferro
pode influenciar desfavoravelmente uma infecção viral ou bacteriana. Pode ocorrer hipotensão se a injeção for administrada rapidamente. A estabilidade de sistemas coloidais é limitada. Por isso,
particularmente nos casos de armazenagem inadequada, há possibilidade de formação de sedimentos nas ampolas do preparado. Não se recomenda o uso parenteral de compostos à base de ferro
durante o primeiro trimestre de gestação. Durante os segundo e terceiro trimestres, a administração deve ser feita com cautela. O produto deve ser administrado com cautela durante a lactação.
Interações medicamentosas — Como todos os preparados à base de ferro para uso parenteral, o produto não deve ser administrado junto aos compostos orais de ferro, uma vez que a absorção oral do
ferro é reduzida. Portanto, deve-se iniciar o tratamento oral no mínimo 5 dias após a última injeção. A administração concomitante de inibidores da ECA pode aumentar efeitos sistêmicos de ferro
parenteral. Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas: É improvável que o produto tenha alguma influência na habilidade de dirigir e operar máquinas.
Reações adversas — As mais freqüentes reações adversas a medicamentos relatadas em experimentações clínicas com relação à administração de NORIPURUM endovenoso foram: deturpação
passageira do paladar, hipotensão, febre e tremores, sensação de calor, reações no local da injeção, espasmos venosos no local da veia puncionada e náusea, ocorrendo em 0,5% a 1,5% dos pacientes.
Reações anafilactóides sem seriedade ocorreram raramente. Reações anafilactóides, em geral, são potencialmente as reações adversas mais sérias. Recomenda-se, nestes casos, a suspensão imediata
da ferroterapia e, se necessário, adotar-se as medidas habituais para controle de reações anafiláticas. Pode ocorrer hipotensão se a injeção for administrada rapidamente. Em estudos clínicos, as
seguintes reações adversas têm sido relatadas em relação temporal com a administração de NORIPURUM Endovenoso, com, no mínimo, uma possível relação causal: Desordens do sistema nervoso:
Comum (maior ou igual a 1% e menor que 10%): Deturpação passageira do paladar. Incomuns (maior ou igual a 0,1% e menor que 1%): Dor de cabeça e vertigens. Rara (maior ou igual a 0,01% e menor
que 0,1%): Parestesia. Desordens cardiovasculares: Incomuns: Hipotensão e colapso; taquicardia e palpitações. Desordens respiratória, torácica e mediastinal: Incomuns: Broncoespasmo, dispnéia.
Desordens gastrointestinais: Incomuns: Náusea, vômito, dor abdominal, diarréia. Desordens da pele e tecidos subcutâneos: Incomuns: Prurido, urticária, erupção cutânea, exantema, eritema. Desordens
musculoesqueléticas, do tecido conectivo e ossos: Incomuns: Espasmos musculares, mialgia. Desordens gerais e desordens no local de administração: Incomuns: Febre, tremores, vermelhidão, dores nas
costas e tensão; desordens no local de injeção, tais como flebites superficiais, queimadura, inchaço. Raras: Reações anafilactóides (raramente envolvendo artralgia), edema periférico, fadiga, astenia, mal-
estar. Além disso, em relatos espontâneos, as seguintes reações adversas foram relatadas: Casos isolados: redução do nível de consciência, delírio, confusão, angioedema e inchaço nas articulações.
Evitar extravasamento paravenoso, pois o extravasamento no local da injeção pode causar dor, inflamação, necrose do tecido, abscesso estéril e manchas na pele.
Posologia — Cálculo da posologia: A posologia deverá ser determinada individualmente, conforme a necessidade total de ferro, levando-se em conta três fatores: 1) grau de deficiência de ferro em mg,
déficit total de ferro em mg; 2) peso do paciente em kg; 3) reserva necessária de ferro. Pode-se encontrar a dose total (em ml) para um tratamento completo, utilizando-se as seguintes fórmulas:
deficiência total de Fe (mg) = [peso (kg) x déficit Hb (g/dl) x 2,4] + reservas de Fe (mg). Total em ml de NORIPURUM Endovenoso a ser aplicado = deficiência total de Fe (mg)/20 mg/ml. Se a dose total
necessária exceder a dose única máxima permitida, a administração deve ser dividida. Posologia média recomendada: Adultos e pacientes idosos: 5-10 ml (100 a 200 mg de ferro) uma a três vezes por
semana, dependendo do nível de hemoglobina. Crianças: Há dados limitados referentes a crianças nas situações estudadas. Se houver necessidade clínica, é recomendado não exceder a dose de 0,15
ml (3 mg de ferro) por kg de peso corporal, uma a três vezes por semana, dependendo do nível de hemoglobina. Dose única máxima tolerada: Crianças: 0,35 ml/kg de peso corporal diluído em solução
fisiológica, infundido em no mínimo 3,5 horas. Adultos e pacientes idosos: Injeção: 10 ml (200 mg de ferro) administrados em, no mínimo, 10 minutos. Infusão: Dose única máxima tolerada: 7 mg de
ferro/kg de peso corporal administrada uma vez por semana, mas não excedendo 25 ml de NORIPURUM Endovenoso diluídos em 500 ml de solução fisiológica, administrados em no mínimo 3,5 horas.
Uma incidência mais elevada de reações adversas (em particular, hipotensão), que pode ser também mais grave, é associada às doses mais elevadas.
Cuidados na administração — As ampolas devem ser visualmente inspecionadas quanto à presença de sedimentos e danos antes de serem utilizadas. Somente aquelas livres de sedimento e que
apresentem solução homogênea devem ser usadas. Uma vez aberta a ampola, a administração deve ser imediata. NORIPURUM Endovenoso deve ser diluído somente com solução de cloreto de sódio
0,9% p/v. NORIPURUM Endovenoso deve ser administrado por via intravenosa e nunca por via intramuscular pois, em função de seu elevado pH, pode ocorrer necrose do tecido muscular. Pode-se
administrar a solução por infusão gota a gota, por injeção endovenosa lenta ou diretamente na linha do dialisador. Antes da administração da primeira dose de NORIPURUM Endovenoso, deve-se
administrar uma dose-teste. Se alguma reação alérgica ou intolerância ocorrer durante a administração, a terapia deve ser imediatamente interrompida. Infusão endovenosa: NORIPURUM Endovenoso
deve preferencialmente ser administrado por infusão gota a gota, a fim de reduzir o risco de episódios hipotensivos e injeção paravenosa. O diluente deve ser exclusivamente soro fisiológico, em uma
diluição de 1 ml de NORIPURUM Endovenoso (20 mg de ferro) em no máximo 20 ml de solução de cloreto de sódio 0,9% p/v. Injeção endovenosa: NORIPURUM Endovenoso pode ser administrado não
diluído, por injeção endovenosa lenta a uma velocidade máxima de 1 ml por minuto (uma ampola de 5 ml em 5 minutos), não excedendo a dose de 10 ml (200 mg de ferro) por injeção. Após a aplicação,
estender o braço do paciente. Injeção direta no dialisador: NORIPURUM Endovenoso pode ser administrado diretamente na linha do dialisador, seguindo as mesmas recomendações para injeção
endovenosa ou infusão endovenosa.
Superdose — Existem casos fatais por intoxicação com ferro parenteral. Superdose pode causar uma sobrecarga aguda de ferro que pode se manifestar como hemosiderose e, em especial, quando a
anemia foi incorretamente diagnosticada como anemia ferropênica, devendo-se tratá-la da mesma maneira que a talassemia, isto é, com a administração endovenosa de deferoxamina. Superdosagem
pode ser tratada com medidas de suporte e, se requerido, um agente quelante de ferro. No caso de superdose, podem ocorrer sintomas tais como náusea, vômito, diarréia, gastralgia e letargia. Em casos
graves, as seguintes situações podem ser esperadas: hiperglicemia, leucocitose, acidose metabólica, hipotensão, taquicardia, convulsão, cãibra e coma. Após 12 a 48 horas, existe a possibilidade da
ocorrência de necrose tubular e de células hepáticas. O tratamento da superdose deve ser iniciado com a administração de deferoxamina se os seguintes sinais e/ ou sintomas ocorrerem dentro de 6
horas após a superdose: vômito, diarréia, glicemia > 150 mg/dl e leucocitose importante > 15 x 109/l. No caso de ocorrência de insuficiência renal, será necessário hemodiálise, uma vez que o complexo
deferoxamina-ferro (ferrioxamina) é efetivamente eliminado pela diálise.
Produto de uso sob prescrição médica.
Ao persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado.
SAC: 0800-7710345.
Registro no M.S. 1.0639.0099.
ALTANA Pharma Ltda. é a nova razão social da Byk Química e Farmacêutica Ltda.
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