Capítulo 7 - PH, Acidez, Alcalinidade e Dureza
Capítulo 7 - PH, Acidez, Alcalinidade e Dureza
Capítulo 7 - PH, Acidez, Alcalinidade e Dureza
7.1. pH...........................................................................................................................166
7.1.1. Conceito............................................................................................................... 166
7.1.2. Importncia nos estudos de controle de qualidade de guas...............................167
7.1.3. Determinao de pH............................................................................................. 169
7.1.4. Correo de pH.................................................................................................... 171
CAPTULO 7
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7.1. pH
7.1.1. Conceito
O primeiro equilbrio qumico de interesse que ocorre na gua a
dissociao de sua prpria molcula, que pode ser representada atravs da seguinte
equao qumica:
H2O H+ + OH-
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168
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7.1.3. Determinao de pH
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b)
c)
para as aplicaes em laboratrio e para o controle dos sistemas de uma maneira geral.
Para algumas condies de campo em que no exigida grande preciso, o papel
indicador de pH pode ser utilizado para estimativas preliminares.
O pH-metro (Figura 7.1.) consiste em um potencimetro, um eletrodo de
vidro, um eletrodo de referncia e um dispositivo de compensao de temperatura.
Quando os eletrodos so imersos na soluo, um circuito formado atravs do
potencimetro. O eletrodo de referncia consiste em uma semi-clula que gera um
potencial de eletrodo constante. Geralmente so utilizados eletrodos de prata/cloreto de
prata e, em menor escala, cloreto de mercrio (chamado calomelano). O eletrodo
indicador constitudo por um bulbo de vidro especial (borossilicato de sdio) contendo
uma concentrao fixa de HCl ou uma soluo tampo com pH conhecido em contato
com um eletrodo de referncia interno. Quando se imerge o eletrodo na soluo, a
superfcie externa do bulbo se hidrata, promovendo-se assim a troca de ons sdio com
ons H+ da soluo, de modo a formar uma camada superficial de ons hidrognio. Este
fato se associa repulso de nions, como stios de silicatos negativamente carregados,
por exemplo, produzindo um potencial na interface da soluo (vidro), que funo da
atividade dos ons H+ na soluo.
Os pH-metros devem ser calibrados com solues tampo, antes da sua
utilizao, apresentando uma variao de 55 a 59 mV/unidade de pH, em ambas as
faixas de calibrao. O bulbo do eletrodo deve ser sempre bem conservado, mantido
imerso em soluo de cloreto de potssio. A imerso em gua destilada provoca diluio
da soluo interna, no sendo procedimento recomendado. Existem pH-metros portteis,
que podem ser utilizados em campo, alimentados por baterias. Alm dos pH-metros de
laboratrio, existem os industriais, cujas sondas podem ser imersas diretamente nos
tanques de tratamento, emitindo informaes contnuas em tempo real.
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FAIXA DE pH
Alaranjado de Metila
Verde de Bromocresol
Vermelho de Metila
Tornassol
Azul de Bromotimol
Vermelho Cresol
Vermelho Fenol
Azul de Timol
Fenolftalena
Timolftalena
Amarelo Alizarina
3,1 - 4,6
3,8 - 5,4
4,4 - 6,2
4,5 - 8,3
6,0 - 7,6
7,2 - 8,8
6,8 - 8,4
8,0 - 9,6
8,2 - 9,8
9,3 - 10,5
10,1 - 11,1
COR EM MEIO
COR EM MEIO
CIDO
Vermelho
Amarelo
Vermelho
Vermelho
Amarelo
Amarelo
Amarelo
Amarelo
Incolor
Incolor
Amarelo
BSICO
Laranja
Azul
Amarelo
Azul
Azul
Vermelho
Vermelho
Azul
Vermelho
Azul
Lils
7.1.4. Correo de pH
Em muitas situaes de tratamento, ocorre a necessidade de se alterar o
valor do pH das guas, de forma a atender a determinadas exigncias. Para a elevao
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173
de cidos fortes (cidos minerais: clordrico, sulfrico, ntrico, etc.), cidos fracos
(orgnicos: cido actico, por exemplo, e inorgnicos: cido carbnico, por exemplo) e
sais que apresentam carter cido (sulfato de alumnio, cloreto frrico, cloreto de
amnio, por exemplo).
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175
176
177
178
179
180
181
HIDRXIDO
CARBONATO
BICARBONATO
0
0
0
2P-T
T
0
2P
2P
2(T-P)
0
T
T - 2P
0
0
0
pH INICIAL
182
A
B
C
D
F.F.
10,0
14,4
8,2
0
11,0
10,0
11,2
7,0
A.M.
15,5
38,6
8,4
12,7
Soluo:
Cculo das alcalinidades:
alcalinidade(mg / L CaCO3 ) =
MH SO
V
2
x 100.000,
AMOSTRA
onde o nmero 100.000 representa o peso molecular do CaCO3 expresso em mg. Para
MH SO
2
da alcalinidade, para estas condies, basta multiplicar o resultado da titulao por 10.
Assim, tem-se (Tabela 7.4.):
(mg/LcaCO3)
P
T
100
155
144
386
82
84
0
127
Hidrxido
Carbonato
Bicarbonato
110
288
4
0
0
98
0
127
183
7.4.1. Definio
Dureza de uma gua a medida da sua capacidade de precipitar sabo,
isto , nas guas que a possuem, os sabes transformam-se em complexos insolveis,
no formando espuma at que o processo se esgote. causada pela presena de clcio e
magnsio, principalmente, alm de outros ctions como ferro, mangans, estrncio,
zinco, alumnio, hidrognio, etc, associados a nions carbonato (mais propriamente
bicarbonato, que mais solvel) e sulfato, principalmente, alm de outros nions como
nitrato, silicato e cloreto. So quatro os principais compostos que conferem dureza s
guas: bicarbonato de clcio, bicarbonato de magnsio, sulfato de clcio e sulfato de
magnsio.
184
185
GRAU DE DUREZA
branda ou mole
moderadamente dura
Dura
muito dura
186
7.4.7. Pseudo-dureza
A pseudo-dureza provocada pela presena de ons sdio, atravs do
efeito de on comum, em guas do mar e em guas salobras.
187
O
C
HO
H
H
O
C
HO
O
C
HO
C
HO
H
N H
H
H
H
N H
O
C
ONa
Ca+2
O
C
O Na
O
C
O
O
Ca
2 Na
A titulao feita com EDTA 0,01 mol/L sendo que a amostra tem seu
pH elevado para 10 atravs da adio de soluo tampo. O indicador metalocrmico
o negro de Eriocromo T (NET), que apresenta viragem de vermelho (vinho) para azul
(escuro), quando a reao de complexao se completa.
O resultado da dureza expresso em mg/L CaCO3, atravs da relao:
Dureza (mg/L CaCO3) =
188
dureza ao clcio, o mesmo procedimento descrito para a dureza total deve ser utilizado,
apenas diferindo pelos fatos de que o pH deve ser elevado para 13 (para precipitar o
magnsio na forma de hidrxido), utilizando-se hidrxido de amnio, e de que os
indicadores recomendados so o Azul Preto de Eriocromo R (viragem de vermelho para
azul) ou o Murexida (purpurato de amnio - viragem de rosa para prpura).
Nestas determinaes titulomtricas de dureza, o analista deve ter certa
experincia, pois as viragens dos indicadores no so muito ntidas. O mtodo fica
bastante prejudicado quando se tem amostras de guas poludas, sobretudo as que
possuem cor elevada. O pr-tratamento das amostras com suspenso de hidrxido de
alumnio, procedimento recomendado, geralmente no capaz de remover totalmente a
cor, permanecendo interferncia residual
189
190
191
192
10. POVINELLI, J. Curso Tcnicas Experimentais em Saneamento Ambiental, PsGraduao em Hidrulica e Saneamento. Escola de Engenharia de So Carlos
USP, 1979.
11. SAWYER, C.N., Mc CARTY, P.L. e PARKIN, G.F. Chemistry for Environmental
Engineering, Mc Graw-Hill International Editions, Civil Engineering Series,
4th ed., 1994.