Cludio Ximenes

CDIGO DAS CUSTAS JUDICIAIS

Aprovado pelo Decreto-Lei 16/2011, de 13 de Abril

Tribunal de Recurso
2011

NDICE
Decreto-Lei n. 16/2011, de 13 de Abril
CDIGO DAS CUSTAS JUDICIAIS
TTULO I - DISPOSIES GERAIS
Artigo 1 - mbito das custas
TTULO II - CUSTAS CVEIS
CAPTULO I - DISPOSIES GERAIS
SECO I - ISENES
Artigo 2 - Isenes subjectivas
Artigo 3 - Isenes objectivas
Artigo 4 - Reembolso das custas de parte
SECO II - VALOR DA CAUSA PARA EFEITOS DE CUSTAS
Artigo 5 - Regra geral
Artigo 6 - Regras especiais
Artigo 7 - Valor da execuo, do concurso de credores e das alienaes de bens
Artigo 8 - Valor da causa havendo reconveno ou interveno principal
Artigo 9 - Valor da causa nos recursos
Artigo 10 - Valor ilquido, desconhecido ou inexacto
CAPTULO II - TAXA DE JUSTIA
Artigo 11 - Base de clculo da taxa de justia
Artigo 12 - Reduo da taxa de justia segundo a fase do termo do processo
Artigo 13 - Reduo a um oitavo da taxa de justia
Artigo 14 - Taxa de justia nos tribunais superiores
Artigo 15 - Reduo das taxas de justia conforme a fase do recurso
Artigo 16 - Limite mnimo da taxa de justia
CAPTULO III - ENCARGOS
SECO I - ENCARGOS EM GERAL
Artigo 17 - Encargos
Artigo 18 - Custas de parte
SECO II - REMUNERAO E COMPENSAO DOS INTERVENIENTES
ACIDENTAIS
Artigo 19 - Remunerao dos intervenientes acidentais
CAPTULO IV - GARANTIA DE DESPESAS E OUTROS CUSTOS
Artigo 20 - Preparos para despesas
Artigo 21 - Montante dos preparos
Artigo 22 - Quem deve fazer o preparo
Artigo 23 - Oportunidade de pagamento dos preparos para despesas
Artigo 24 - Tribunal em que os preparos so efectuados
Artigo 25 - Restituio de preparos
Artigo 26. - Consequncia da falta do preparo para despesas
Artigo 27 - Custo das certides e outros papis
CAPITULO V - CONTA, PAGAMENTO DE CUSTAS E RATEIO
SECO I - CONTA DE CUSTAS EM GERAL
Artigo 28 - Momento da elaborao da conta

Artigo 29 - Remessa conta e regime de elaborao da conta provisria

Artigo 30 - Liquidao do julgado
Artigo 31 - Conta de custas
Artigo 32 - Prazo para efectuar a conta
Artigo 33 - Dvidas sobre a conta
Artigo 34 - Regras gerais sobre o acto de contagem
Artigo 35 - Custas de valor reduzido
Artigo 36 - Notificao da conta aos interessados
SECO II - RECLAMAO E REFORMA DA CONTA
Artigo 37 - Reclamao e reforma da conta
Artigo 38 - Tramitao da reclamao da conta
Artigo 39 - Recurso da deciso sobre a reclamao da conta ou dvidas do contador
Artigo 40 - Reforma da conta com reposio de custas
SECO III - OPORTUNIDADE DE PAGAMENTO VOLUNTRIO DAS CUSTAS
Artigo 41 - Prazo de pagamento voluntrio das custas
Artigo 42 - Pagamento das custas em prestaes
Artigo 43 - Pagamento das custas por fora de depsito ordem do tribunal
Artigo 44 - Pagamento antes de instaurada a execuo
Artigo 45 - Pagamento das custas por terceiro
SECO IV - PREFERNCIA DE PAGAMENTO E RATEIO
Artigo 46 - Pagamentos e lanamento
Artigo 47 - Ordem de preferncia do pagamento
Artigo 48 - Rateio
Artigo 49 - Pagamento e rateio a efectuar no termo da execuo
TITULO III - CUSTAS CRIMINAIS
CAPTULO I - RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO
SECO I - DISPOSIES GERAIS
Artigo 50 - No restituio de importncias pagas
SECO II - TAXA DE JUSTIA
Artigo 51 - Fixao da taxa de justia
Artigo 52 - Taxa de justia nos Tribunais de 1 instncia
Artigo 53 - Taxa de justia nos recursos
SECO III - ENCARGOS
Artigo 54 - Encargos
Artigo 55 - Remunerao dos intervenientes acidentais
CAPITULO II - LIQUIDAO E PAGAMENTO DE CUSTAS E MULTAS
Artigo 56 - Liquidao, prazo e forma de clculo
Artigo 57 - Notificao da liquidao
Artigo 58 - Reclamao e reforma da liquidao
Artigo 59 - Prazo de pagamento voluntrio das custas
Artigo 60 - Pagamento das custas em prestaes
TITULO IV - MULTAS PROCESSUAIS
Artigo 61 - Multas aplicveis em processos cveis e criminais
Artigo 62 - Liquidao, notificao, reclamao e pagamento
TITULO V - ACTOS AVULSOS
Artigo 63 - Montante relativo a notificaes e outras diligncias avulsas
Artigo 64 - Custo das certides e cpias
Artigo 65 - Montante devido pela confiana de processo
Artigo 66 - Pagamentos das custas dos actos e diligncias avulsos
TITULO VI - JUROS DE MORA

Artigo 67 - Incidncia e taxa do juro de mora

TITULO VII - PAGAMENTO COERCIVO DAS CUSTAS E MULTAS
CAPTULO I - LEVANTAMENTO DE DEPSITO
Artigo 68 - Levantamento de depsito
CAPTULO II - ACO EXECUTIVA POR DVIDA DE CUSTAS E MULTA
Artigo 69 - Informao sobre a existncia de bens penhorveis
Artigo 70 - Instaurao da execuo
Artigo 71 - Termos da execuo por custas, multas e outros valores contados
Artigo 72 - Termos da execuo em casos especiais
Artigo 73 - Cumulao de execues
Artigo 74 - Depsito das custas provveis
Artigo 75 - Insuficincia do activo e arquivamento condicional da execuo
Artigo 76 - Prescrio do crdito de custas
TITULO VIII - SERVIOS DE TESOURARIA
CAPTULO I - MOVIMENTAO DE RECEITAS
Artigo 77 - Depsitos
Artigo 78 - Contas bancrias
Artigo 79. - Guias para depsito ou pagamento
Artigo 80. - Menes constantes das guias
Artigo 81. - Entrega dos duplicados das guias
Artigo 82. - Relao e controlo das importncias pagas
Artigo 83. - Arrecadao dos emolumentos de actos avulsos
Artigo 84. - Destino das receitas
CAPTULO II ORGANIZAO
SECO I - LIVROS OBRIGATRIOS
Artigo 85. - Livros da seco central
Artigo 86. - Livro de registo de contas e liquidaes
Artigo 87. - Livro de pagamentos
Artigo 88. - Livro de emolumentos de actos avulsos
Artigo 89. - Livro de contas correntes de processos
Artigo 90. - Livros auxiliares
Artigo 91. - Termos de abertura e de encerramento
SECO II - PAGAMENTOS
Artigo 92. - Verificao da escrita, pagamento e cheques
Artigo 93. - Pagamento de despesas garantidas pelos preparos
Artigo 94. - Assinaturas dos cheques e meno da data limite do pagamento
Artigo 95. - Expedio, relao e controlo de cheques
Artigo 96. - Perda de validade dos cheques
Artigo 97. - Informao de saldos, balano mensal e sua verificao pelo juiz
Artigo 98. - Nota a enviar ao Ministrio das Finanas

Decreto-Lei n. 16/2011, de 13 de Abril

CDIGO DAS CUSTAS JUDICIAIS
O Cdigo das Custas Judiciais aprovado pelo Decreto-Lei 15/2003, de 1
de Outubro, alm de conter lacunas e deficincias que tornam difcil a sua
aplicao, estabelece valores de taxa de justia que tornam onerosa para as
partes a utilizao dos servios judiciais.
Assim, pretende-se elaborar um novo cdigo de custas que seja fcil de
aplicar e ao mesmo tempo contenha mecanismos que tornem mais efectivo o
acesso aos tribunais a todos independentemente da situao econmica.
No novo Cdigo das Custas Judiciais:
a) Estabelecem-se regimes de custas distintos para os processos cveis e
para os processos-crime e melhora-se a organizao da tesouraria das secretarias
judiciais;
b) Elimina-se o Cofre da Justia previsto cdigo anterior, passando para
o Cofre do Estado os 30% de receita que antes revertia para esse cofre, por se
entender que no se justifica que os Tribunais mantenham essa receita prpria
destinada a suportar pequenas despesas que ficariam melhor cobertas pelo
oramento geral do Estado agora que esse rgo de soberania dispe de
autonomia na gesto do seu oramento, com isso se tornando mais transparente a
utilizao das receitas do Estado e se livrando os tribunais de operaes onerosas
a que no correspondem vantagens financeiras significativas;
c) Criaram-se regras sobre a aplicao do valor tributrio para cobrir
situaes que at aqui no estavam previstas;
d) Altera-se o valor base para o clculo da taxa de justia nos processos
cveis para a tornar menos onerosa;
e) Introduz-se a reduo da taxa de justia em funo da espcie do
processo e da fase em que o processo venha a terminar, para metade, um quarto
ou um oitavo, e admite-se que, atendendo simplicidade do processo, ela possa
ser excepcionalmente reduzida pelo juiz at ao mnimo de US$6,00;
f) Elimina-se o preparo inicial, destinado a garantir as custas do processo
devidas a final, passando a haver apenas a possibilidade de preparo para
despesas, quando seja necessrio para o pagamento encargos relativos a
remunerao de intervenientes acidentais;
g) Cria-se a conta intermdia, que ter lugar no caso de o processo estar
parado durante 6 meses ou estar suspenso;
h) Introduz-se na execuo a liquidao do julgado para permitir
pagamentos aos credores;
i) A conta passar a ser s uma para cada processo e para todos os
responsveis e beneficirios, nela se fazendo a diviso de responsabilidades;
j) Prev-se a possibilidade do pagamento das custas em prestaes, mas
sem juros;

k) Cria-se o rateio para se poder pagar as custas em dvida com o saldo

depositado na conta corrente do processo;
l) Fixa-se no dobro do limite mnimo o valor da taxa de justia criminal
varivel a atender na liquidao quando no seja fixado pelo juiz;
m) Estabelece-se a taxa a pagar pelos actos avulsos e outros servios de
pequeno custo como a passagem de certides e cpias e a confiana de
processos.
n) Baixa-se de 2% ao ms para 0,25% a taxa dos juros de mora das
quantias em dvida.
Assim, nos termos das alneas a) e b) do n. 1 e do n. 3 do artigo 115 da
Constituio da Repblica, o Governo decreta, para valer como lei, o seguinte:
Artigo 1
Aprovao do Cdigo das Custas Judiciais
aprovado o Cdigo das Custas Judiciais publicado em anexo a este decreto-lei
do qual faz parte integrante.
Artigo 2
Processos pendentes
1. O Cdigo das Custas Judiciais agora aprovado aplica-se aos processos
pendentes, sem prejuzo do respeito pelas decises transitadas em julgado.
2. Sem prejuzo do disposto no n 1, as contas e liquidaes j efectuadas e
ainda no pagas podem ser substitudas por outras de acordo com o cdigo
agora aprovado, desde que tal seja requerido pelo responsvel ou interessado
pelo seu pagamento no prazo de 30 dias a contar da entrada em vigor desta
lei ou, quando ainda no tenha sido notificado para a reclamao, no prazo
para a reclamao da conta ou da liquidao.
Artigo 3
Destino das receitas j arrecadadas para o antigo Cofre da Justia
As receitas j arrecadadas para o antigo Cofre da Justia em conformidade com
o Cdigo das Custas anterior so transferidas para o Cofre do Estado.
Artigo 4
Norma revogatria
revogado o Cdigo das Custas Judiciais aprovado pelo Decreto-Lei 15/2003,
de 1 de Outubro, bem como as normas constantes de legislao que consagrem
solues contrrias s adoptadas no novo cdigo.
Artigo 5
Entrada em vigor
O presente decreto-lei, bem como o Cdigo das Custas Judiciais agora aprovado
entram em vigor no dia seguinte ao da sua publicao.

Aprovado em Conselho de Ministros em 2 de Fevereiro de 2011.

O Primeiro-Ministro,
Kay Rala Xanana Gusmo
A Ministra da Justia,
Lcia M. B. F. Lobato
Promulgado em
Publique-se.
O Presidente da Repblica,
Jos Ramos-Horta

ANEXO

CDIGO DAS CUSTAS JUDICIAIS

TTULO I
DISPOSIES GERAIS
Artigo 1
mbito das custas
1. Os processos cveis e os processos-crime esto sujeitos a custas nos termos
dos cdigos de processo respectivos e deste cdigo, salvo nas situaes de
iseno previstas na lei.
2. As custas compreendem a taxa de justia e os encargos.
TTULO II
CUSTAS CVEIS
CAPTULO I
DISPOSIES GERAIS
SECO I
ISENES
Artigo 2
Isenes subjectivas
Sem prejuzo do disposto em lei especial, so isentos de custas:
a) O Estado, incluindo os seus servios ou organismos, ainda que
personalizados;
b) As autarquias locais, associaes e federaes de municpios e liderana
comunitria definida por lei;
c) O Ministrio Pblico;
d) Os partidos polticos legalmente constitudos, nos termos previstos no
Estatuto dos Partidos Polticos;
e) A Igreja Catlica e demais confisses religiosas;
f) As instituies de solidariedade social;
g) Os incapazes ou pessoas equiparadas;
h) Os sinistrados em acidentes de trabalho e os portadores de doena
profissional nas causas emergentes do acidente ou da doena;
i) Os oficiais de justia, quanto s custas de processo intil a que deram
causa, se o Juiz em despacho fundamentado lhes relevar a falta;
j) Os beneficirios da assistncia da Defensoria Pblica.
Artigo 3

Isenes objectivas
Sem prejuzo do disposto em lei especial, no h lugar a custas:
a) Nos processos de adopo;
b) Nos processos de menores;
c) Nos processos de inventrio quando a herana seja deferida a incapazes
e ausentes em parte incerta;
d) Nos processos de interdio, de inabilitao, de autorizao para a
prtica de actos pelo representante do incapaz;
e) Nos incidentes de verificao do valor da causa para efeito de
contagem;
f) Nos processos de trabalho quando as custas sejam da responsabilidade
do trabalhador;
g) Nos pedidos de concesso do benefcio de apoio judicirio, em que seja
atribudo o respectivo benefcio.
Artigo 4
Reembolso das custas de parte
As isenes de custas no abrangem os reembolsos parte vencedores a ttulo de
custas de parte.
SECO II
VALOR DA CAUSA PARA EFEITOS DE CUSTAS

1.
2.
3.
4.

Artigo 5
Regra geral
Nos casos no expressamente previstos atende-se para efeito de custas ao
valor resultante da aplicao da lei de processo.
O valor declarado pelas partes atendido quando no seja inferior ao que
resultar dos critrios legais.
As custas so calculadas pelo valor do pedido inicial, ainda que este venha a
ser reduzido por iniciativa do autor ou do Tribunal.
O autor ou exequente indicar, na petio inicial, a liquidao dos interesses
j vencidos na data da sua apresentao em Tribunal para os efeitos do
disposto neste artigo.

Artigo 6
Regras especiais
1. Nos processos sobre o estado das pessoas e nos processos sobre interesses
imateriais, o valor para efeitos de custas de US$200,00.
2. Nos processos de despejo para denncia de contrato de arrendamento urbano,
o valor o da renda anual, acrescido das rendas em dvida e da indemnizao
requerida.
3. Nos inventrios, ainda que haja cumulao, o valor o da soma dos bens a
partilhar, sem deduo de legados nem de dvidas.

4. Nos embargos de executado, na oposio execuo e na oposio aos

procedimentos cautelares, o valor o do processo em que foram deduzidos
ou, se forem parciais, o da respectiva parte.
5. Nos embargos de terceiro e na oposio penhora, o valor o dos bens
objecto dos embargos ou da oposio.
Artigo 7
Valor da execuo, do concurso de credores e das alienaes de bens
1. O valor atendvel nas execues o da soma dos crditos exequendos ou do
produto dos bens liquidados, se este for inferior.
2. Nos concursos de credores cujas custas devam ficar a cargo do executado o
critrio o da soma dos crditos neles deduzidos ou o dos bens liquidados, se
for inferior; se os bens no tiverem sido ainda liquidados, o valor ser o dos
bens penhorados, se for inferior ao dos crditos deduzidos.
Artigo 8
Valor da causa havendo reconveno ou interveno principal
Quando haja reconveno ou interveno principal com pedido distinto do
formulado pelo autor, o valor a considerar para efeito de custas o da soma dos
pedidos.
Artigo 9
Valor da causa nos recursos
Nos recursos, o valor o da sucumbncia quando esta for determinvel.
Artigo 10
Valor ilquido, desconhecido ou inexacto
Se, em face do processo, o valor for ilquido, desconhecido ou parecer superior
ao declarado pelas partes, o juiz pode fixar causa o valor que repute exacto,
para o que pode ordenar, designadamente, a sua verificao nos termos da lei de
processo.
CAPTULO II
TAXA DE JUSTIA
Artigo 11
Base de clculo da taxa de justia
Sem prejuzo do disposto nos artigos seguintes, a taxa de justia nos processos
cveis calculada com base no valor da aco, dos incidentes ou dos recursos,
nos termos da tabela anexa.
Artigo 12
Reduo da taxa de justia segundo a fase do termo do processo
1. A taxa de justia reduzida a metade:
a) Nas aces que terminem antes de ordenadas as diligncias de prova ou,
se no houver lugar a elas, antes de proferida a deciso final;

b) Nas aces contestadas apenas pelo Ministrio Pblico;

c) Nas execues que findem antes de terminadas as citaes para o
concurso de credores;
d) Nos inventrios que terminem depois de terminadas as citaes para a
conferncia de interessados mas antes da realizao dessa conferncia.
2. A taxa de justia reduzida a um quarto:
a) Nas aces que terminem antes de oferecida a oposio e nas que,
devido falta dela, for proferida sentena;
b) Nas aces que no admitam a citao do ru;
c) Nos inventrios que findem antes de terminadas as citaes dos
interessados;
d) Nas execues que terminem antes de terminadas as citaes dos
executados.
Artigo 13
Reduo a um oitavo da taxa de justia
1. A taxa de justia reduzida a um oitavo:
a) Nos concursos de credores;
b) Nos procedimentos cautelares e respectiva oposio;
c) Nos embargos;
d) Nos incidentes da instncia;
e) Na oposio ao inventrio;
f) Nos outros actos legalmente designados ou configurados como
incidentes.
2. Nos casos especiais e nos processos simplificados, pode ainda o Juiz, quando
tal se justifique, baixar excepcionalmente a taxa de justia at 6,00 USD.
Artigo 14
Taxa de justia nos tribunais superiores
Nos recursos a taxa de justia de metade da constante da tabela.
Artigo 15
Reduo das taxas de justia conforme a fase do recurso
Se o recurso for julgado deserto no Tribunal superior ou terminar antes de este
proferir a deciso, a taxa de justia reduzida a um quarto.
Artigo 16
Limite mnimo da taxa de justia
Nas aces, incidentes e recursos, a taxa de justia, ainda que sujeita a reduo,
no pode ser inferior a US$6,00.
CAPTULO III
ENCARGOS
SECO I
ENCARGOS EM GERAL

Artigo 17
Encargos
As custas compreendem os seguintes encargos:
a) Os reembolsos ao Cofre do Estado por despesas adiantadas;
b) As retribuies devidas a quem interveio acidentalmente no processo,
incluindo as compensaes legalmente estabelecidas;
c) As despesas de transporte, alojamento e alimentao, ou as ajudas de
custo, se a elas houver lugar;
d) O reembolso parte vencedora a ttulo de custas de parte.
Artigo 18
Custas de parte
1. As custas de parte compreendem tudo o que a parte haja despendido com o
processo a que se refere a condenao e de que tenha direito a ser
compensada.
2. Os preparos, bem como as custas pagas que tenham de ser restitudas sero
sempre atendidos na conta final.
3. O restante dispndio s considerado se o interessado apresentar a nota
discriminativa e justificativa no prazo de 10 dias contados do conhecimento
da deciso que importe a contagem do processo.
SECO II
REMUNERAO E COMPENSAO DOS INTERVENIENTES
ACIDENTAIS
Artigo 19
Remunerao dos intervenientes acidentais
1. Os peritos, louvados, tradutores, intrpretes, testemunhas e outras pessoas,
que intervenham acidentalmente no processo ou coadjuvem em quaisquer
diligncias tm direito a uma remunerao a fixar pelo Juiz entre US$6,00 e
US$250,00.
2. Quando a interveno seja de especial complexidade ou demora o juiz pode
elevar o valor da remunerao at ao dobro do mximo do previsto no
nmero anterior.
CAPTULO IV
GARANTIA DE DESPESAS E OUTROS CUSTOS
Artigo 20
Preparos para despesas
1. Nos processos, incidentes e recursos poder haver lugar a preparos para
despesas, salvo iseno legal.
2. Os preparos para despesas so os destinados a fazer face ao pagamento dos
encargos referidos no artigo 19.

Artigo 21
Montante dos preparos
Os preparos para despesas sero indicados, no prazo de 5 dias a contar do
despacho judicial, pela seco do processo, de harmonia com o montante
provvel, lavrando-se cota.
Artigo 22
Quem deve fazer o preparo
1. Deve fazer o preparo para despesas a parte que requer a diligncia.
2. Se a parte responsvel estiver isenta ou dispensada do pagamento de custas, o
oramento dos Tribunais adiantar o montante da despesa, que entrar em
regra de custas a cargo do vencido a final e a favor do Cofre do Estado, sem
prejuzo do benefcio de iseno.
Artigo 23
Oportunidade de pagamento dos preparos para despesas
O preparo para despesas efectuado no prazo de 10 dias a contar da notificao
para o efeito.
Artigo 24
Tribunal em que os preparos so efectuados
Os preparos para despesas so feitos no Tribunal de 1 instncia onde corre o
processo ou incidente.
Artigo 25
Restituio de preparos
1. Os preparos de despesas so restitudos parte que os tenha feito, quando
no haja lugar ao pagamento dos encargos referidos no artigo 19
2. A restituio parcial dos preparos no ter lugar quando a importncia a
restituir seja inferior a US$6,00, revertendo essa quantia para o Cofre do
Estado.
3. O disposto no nmero anterior igualmente aplicvel s importncias
depositadas a ttulo de custas provveis.
Artigo 26.
Consequncia da falta do preparo para despesas
A falta de preparos para despesas determina a no realizao da diligncia, se foi
requerida, sem prejuzo da possibilidade de a parte contrria efectuar o
pagamento para que a diligncia se realize.
Artigo 27
Custo das certides e outros papis
As certides ou outros papis no so entregues sem o prvio pagamento do seu
custo, salvo se houver iseno do respectivo pagamento.
CAPITULO V

CONTA, PAGAMENTO DE CUSTAS E RATEIO

SECO I
CONTA DE CUSTAS EM GERAL
Artigo 28
Momento da elaborao da conta
Salvo disposio em contrrio, as contas dos processos so elaboradas aps o
trnsito em julgado da deciso final e no tribunal que funcionou em 1 instncia.
Artigo 29
Remessa conta e regime de elaborao da conta provisria
1. A seco respectiva deve remeter conta, no prazo de 5 dias, todos os
processos que impliquem o pagamento de custas.
2. A seco remete ainda conta:
a) Os processos suspensos, se o Juiz o determinar;
b) Os processos parados por mais de seis meses por culpa das partes;
c) Os processos em que haja liquidao a fazer.
3. A conta dos processos referidos nas alneas a) e b) do nmero anterior
elaborada como se o processo findasse.
Artigo 30
Liquidao do julgado
Nas aces e graduaes de crditos, quando houver pagamentos a efectuar pelo
tribunal, far-se- a liquidao do julgado na altura em que o processo for conta
pela primeira vez depois da sentena respectiva.
Artigo 31
Conta de custas
Por cada processo, recurso ou incidente sujeito a custas feita uma conta.
Artigo 32
Prazo para efectuar a conta
O prazo de contagem das custas de dez dias; mas, quando se trate de actos
urgentes, ser acomodado ao grau da urgncia e nunca deve ser superior a 5 dias.
Artigo 33
Dvidas sobre a conta
1. Quando tenha dvidas sobre a conta o funcionrio contador deve exp-las e
emitir o seu parecer, e abrir concluso no processo para o Juiz decidir.
2. A deciso considera-se notificada aos interessados com a notificao das
custas.
Artigo 34
Regras gerais sobre o acto de contagem

1. A conta elaborada de harmonia com o julgado em ltima instncia,

abrangendo as custas da aco, dos incidentes e dos recursos.
2. A conta deve conter os elementos indispensveis para o lanamento, ficando
para o efeito arquivado, na seco central, o duplicado ou cpia respectiva.
3. As quantias contadas so arredondadas para a dezena de centavos
imediatamente superior.
4. Na elaborao da conta deve-se:
a) Indicar o nmero da conta e o valor da aco, dos incidentes e dos
recursos;
b) Discriminar e somar as taxas de justia aplicveis.
c) Discriminar na receita do Cofre do Estado as multas, taxas de justia e
juros de mora e de outros crditos;
d) Discriminar os pagamentos e retribuies devidos;
e) Liquidar os reembolsos parte vencedora, dividir as custas de harmonia
com o julgado e compensar a responsabilidade de cada parte com o
despendido por ela, de forma a determinar a quantia que tem a pagar ou
a receber, depois de obtida a soma das quantias discriminadas;
f) Fechar a conta com a indicao do total da dvida, por extenso, e das
guias a passar para cada um dos responsveis, a data e nome e a
assinatura do contador.
5. Se no houver compensao a efectuar, adicionam-se os reembolsos devidos
parte vencedora e faz-se o apuramento do total em dvida.
Artigo 35
Custas de valor reduzido
Quando a importncia em dvida por um interessado seja inferior a US$3,00, ela
no ser considerada, procedendo-se a rateio se for caso disso.
Artigo 36
Notificao da conta aos interessados
1. Os responsveis e os interessados, bem como os respectivos Advogados e
Defensores Pblicos so notificados da conta elaborada, no prazo de dez
dias, para efeito de reclamao, recebimento ou pagamento.
2. A notificao efectuada com cpia da conta.
SECO II
RECLAMAO E REFORMA DA CONTA
Artigo 37
Reclamao e reforma da conta
1. Oficiosamente ou a requerimento dos interessados, o Juiz mandar reformar
a conta se esta no estiver de harmonia com as disposies legais.
2. A reclamao da conta pode ser apresentada, no prazo de 10 dias:
a) Por quem seja responsvel pelo pagamento, antes de pagar as custas; e
b) Por quem tiver qualquer importncia a receber.

Artigo 38
Tramitao da reclamao da conta
1. Apresentada a reclamao da conta, o processo vai imediatamente ao
funcionrio que a efectuou, para se pronunciar no prazo de cinco dias, e em
seguida ao Juiz, que decidir em igual prazo.
2. No admitida segunda reclamao dos interessados sem o depsito das
custas em dvida.
Artigo 39
Recurso da deciso sobre a reclamao da conta ou dvidas do contador
Da deciso do incidente de reclamao e da proferida sobre as dvidas do
funcionrio contador cabe recurso para o tribunal superior se o montante das
custas contadas exceder US$1.000,00.
Artigo 40
Reforma da conta com reposio de custas
1. Se da reforma da conta resultar a necessidade de reposio por parte do Cofre
do Estado ou de outra entidade que j tenha recebido as custas, a
importncia da reposio descontada nas quantias que no ms seguinte
caibam entidade devedora, comunicando-se-lhe o facto por nota de estorno.
2. Se no for possvel a reposio nos termos do nmero anterior, as entidades
devedoras procedero devoluo da importncia em causa.
SECO III
OPORTUNIDADE DE PAGAMENTO VOLUNTRIO DAS CUSTAS
Artigo 41
Prazo de pagamento voluntrio das custas
1. O prazo de pagamento voluntrio das custas de 10 dias.
2. O prazo de pagamento das custas contadas na conta objecto de reclamao
inicia-se com a notificao da nova conta ou da deciso definitiva que no
atendeu a reclamao.
3. Sendo interposto recurso das decises sobre a reclamao da conta, o
responsvel notificado para o pagamento quando o processo baixar ao
tribunal que funcionou em primeira instncia.
Artigo 42
Pagamento das custas em prestaes
Sempre que o montante das custas seja superior a US$50,00, pode o Juiz, no seu
prudente arbtrio, a requerimento do responsvel feito no prazo de pagamento
voluntrio, autorizar o pagamento em prestaes mensais dentro do perodo
mximo de doze meses e sem juros de mora.
Artigo 43
Pagamento das custas por fora de depsito ordem do tribunal

Sempre que o responsvel pelas custas tenha algum depsito ordem do

tribunal, deste sair o pagamento precpuo das custas.
Artigo 44
Pagamento antes de instaurada a execuo
1. Decorrido o prazo de pagamento da dvida de custas e antes de instaurada a
execuo, pode o devedor efectuar ainda o pagamento, acrescido dos juros de
mora taxa de 0,25% ao ms.
2. Os juros so arredondados para a dezena de centavos imediatamente
superior.
Artigo 45
Pagamento das custas por terceiro
Qualquer pessoa pode pagar as custas devidas por outrem, no ltimo dia do
prazo de pagamento ou posteriormente, nas condies em que ao devedor lcito
faze-lo, ficando com direito de regresso contra este, salvo quando se demonstre
que o pagamento foi feito de m f.
SECO IV
PREFERNCIA DE PAGAMENTO E RATEIO
Artigo 46
Pagamentos e lanamento
1. Decorrido o prazo de pagamento voluntrio sem este se mostrar efectuado e
no havendo lugar ao levantamento de depsito nos termos do artigo 43, a
seco de processos remeter imediatamente o processo seco central
para, em 5 dias, ser rateada qualquer parte das custas j pagas e se realizar os
pagamentos nos termos do artigo 47.
2. Os processos cujas contas s impliquem estornos so remetidos seco
central para lanamento nos cinco dias posteriores ao termo do prazo de
reclamao da conta.
Artigo 47
Ordem de preferncia do pagamento
Os pagamentos so realizados pela seguinte ordem de preferncia:
a) As receitas contadas para o Cofre do Estado;
b) As importncias contadas para as outras entidades;
c) As custas de parte.
Artigo 48
Rateio
Realizados os pagamentos a que se refere o artigo anterior, o valor remanescente
rateado pelos restantes credores.
Artigo 49
Pagamento e rateio a efectuar no termo da execuo

Havendo execuo, se o produto dos bens liquidados no chegar para pagamento

da quantia exequenda e do acrescido, procede-se igualmente a rateio do que for
apurado.
TITULO III
CUSTAS CRIMINAIS
CAPTULO I
RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO
SECO I
DISPOSIES GERAIS
Artigo 50
No restituio de importncias pagas
Salvo nos casos especialmente previstos na lei, as custas e as multas pagas no
decurso do processo no so restitudas.
SECO II
TAXA DE JUSTIA
Artigo 51
Fixao da taxa de justia
1. O valor da taxa de justia varivel fixado pelo Juiz em funo da situao
econmica do devedor, da complexidade do processo, ou da natureza
manifestamente dilatria da questo incidental.
2. Se o Juiz no fixar o valor da taxa de justia, deve considerar-se na
liquidao que esta fixada no dobro do limite mnimo, salvo disposio
legal em contrrio.
Artigo 52
Taxa de justia nos Tribunais de 1 instncia
A taxa de justia na 1 instncia deve fixar-se:
a) No processo-crime com interveno de tribunal singular entre US$10,00
e US$200,00;
b) No processo-crime com interveno de tribunal colectivo entre
US$20,00 e US$400,00.
Artigo 53
Taxa de justia nos recursos
A taxa de justia nos recursos deve fixar-se entre USD $10.00 e USD $200.00.
SECO III
ENCARGOS
Artigo 54

Encargos
As custas compreendem os seguintes encargos:
a) Os reembolsos ao Cofre do Estado por despesas adiantadas;
b) As retribuies devidas a quem interveio acidentalmente no processo,
incluindo as compensaes legalmente estabelecidas;
c) As despesas de transporte, alojamento e alimentao ou as ajudas de
custo, se a elas houver lugar.
Artigo 55
Remunerao dos intervenientes acidentais
1. Os peritos, louvados, tradutores, intrpretes, testemunhas e outras pessoas,
que intervenham acidentalmente no processo ou coadjuvem em quaisquer
diligncias tm direito a uma remunerao a fixar pelo Juiz entre US$6,00 e
US$250,00.
2. Quando a interveno seja de especial complexidade ou demora o juiz pode
elevar o valor da remunerao at ao dobro do mximo do previsto no
nmero anterior.
CAPITULO II
LIQUIDAO E PAGAMENTO DE CUSTAS E MULTAS
Artigo 56
Liquidao, prazo e forma de clculo
1. A liquidao das custas e multas realizada pela seco central no prazo de
10 dias.
2. No caso de condenao, a liquidao realizada aps o trnsito em julgado
da deciso final, no tribunal que funcionou em 1 instncia.
Artigo 57
Notificao da liquidao
1. Os responsveis e os respectivos Advogados e Defensores Pblicos so
notificados, no prazo de dez dias, da liquidao feita para efeito de
reclamao, recebimento ou pagamento.
2. A notificao efectuada com cpia da liquidao.
Artigo 58
Reclamao e reforma da liquidao
1. Oficiosamente ou a requerimento dos responsveis, o juiz mandar reformar
a liquidao se esta no estiver de harmonia com as disposies legais.
2. O responsvel pode reclamar da liquidao no prazo de 10 dias, mas nunca
depois de pagar as custas.
Artigo 59
Prazo de pagamento voluntrio das custas
1. O prazo de pagamento voluntrio das custas de 10 dias.

2. Quando h reclamao da liquidao o prazo de pagamento das custas iniciase com a notificao da nova liquidao ou da deciso definitiva que no
atendeu a reclamao.
Artigo 60
Pagamento das custas em prestaes
Sempre que o montante das custas seja superior a US$50,00, a requerimento do
responsvel feito no prazo de pagamento voluntrio, pode o Juiz no seu prudente
arbtrio autorizar o pagamento das custas em prestaes mensais dentro do
perodo mximo de doze meses e sem juros de mora.
TITULO IV
MULTAS PROCESSUAIS
Artigo 61
Multas aplicveis em processos cveis e criminais
As multas aplicveis em processos cveis e criminais so fixadas pelo Juiz, sem
qualquer adicional, entre o mnimo de US$10,00 e o mximo de US$100,00.

1.

2.
3.
4.

Artigo 62
Liquidao, notificao, reclamao e pagamento
A liquidao das multas realizada pela seco central no prazo de 10 dias,
aps o trnsito em julgado da deciso final e no Tribunal que funcionou em
1 instncia.
Os responsveis e os respectivos Advogados e Defensores Pblicos so
notificados, no prazo de dez dias, da liquidao feita para efeito de
reclamao ou pagamento.
Oficiosamente ou a requerimento dos responsveis, o Juiz mandar reformar
a liquidao se esta no estiver de harmonia com as disposies legais.
O responsvel pode reclamar da liquidao no prazo de 10 dias, mas nunca
depois de pagar a multa.
TITULO V
ACTOS AVULSOS

Artigo 63
Montante relativo a notificaes e outras diligncias avulsas
Por cada notificao, afixao de editais ou outras diligncias avulsas devida a
quantia de US$5,00.
Artigo 64
Custo das certides e cpias
1. Por cada certido extrada de um processo so devidos:
a) Pela primeira pgina US$0,50;
b) Por cada uma das 10 pginas seguintes US$0,10;

c) Para l da dcima pgina, US$1,50 por cada grupo de 20 pginas e

US$0,10 por cada uma das restantes.
2. Por fotocpia extrada de um processo so devidos:
a) Por cada pgina das 10 primeiras US$0,10;
b) Para l da dcima pgina, US$1,50 por cada grupo de 20 pginas e
US$0,10 por cada uma das restantes.
Artigo 65
Montante devido pela confiana de processo
Pela confiana de cada processo e seus apensos devida a quantia de US$5,00.
Artigo 66
Pagamentos das custas dos actos e diligncias avulsos
1. As custas dos actos e diligncias avulsos so pagas imediatamente e no
momento em que so requeridas.
2. A conta efectuada no respectivo requerimento ou acto praticado e registada
no livro de emolumentos de actos avulsos.
3. O Secretrio Judicial fiel depositrio das importncias pagas.
TITULO VI
JUROS DE MORA
Artigo 67
Incidncia e taxa do juro de mora
Sobre a totalidade das quantias contadas ou liquidadas, incidem juros de mora
taxa de 0,25% ao ms, a partir do termo do prazo estabelecido para o respectivo
pagamento.
TITULO VII
PAGAMENTO COERCIVO DAS CUSTAS E MULTAS
CAPTULO I
LEVANTAMENTO DE DEPSITO
Artigo 68
Levantamento de depsito
Decorrido o prazo de pagamento das custas ou multas sem a sua realizao ou
sem que o devedor o requeira, o juiz ordenar, nos termos do artigo 43, o
levantamento da quantia correspondente, com incluso dos juros de mora, se o
depsito tiver sido efectuado no processo a que respeitam as custas ou multas.
CAPTULO II
ACO EXECUTIVA POR DVIDA DE CUSTAS E MULTA
Artigo 69
Informao sobre a existncia de bens penhorveis

1. Quando no se obtenha o pagamento das custas ou multas nos termos dos

artigos 41 a 45, 57 a 60 e 68, a seco de processos remeter, no prazo
de 10 dias, certido com a informao do no pagamento ao Ministrio
Pblico para instaurar a execuo para cobrana coerciva, informando se o
devedor possui bens que possam ser penhorados.
2. Recebida a certido o Ministrio Pblico averiguar se o responsvel possui
bens penhorveis.
Artigo 70
Instaurao da execuo
1. O Ministrio Pblico instaurar execuo contra o devedor das custas ou
multas se lhe forem conhecidos bens penhorveis.
2. No instaurada nem prosseguir qualquer execuo se a dvida for de
montante to reduzido que no justifique a actividade ou as despesas a que o
processo daria lugar.
Artigo 71
Termos da execuo por custas, multas e outros valores contados
1. Sem prejuzo do disposto no artigo seguinte, as execues por custas, multas
e outros valores contados so instauradas por apenso ao processo em que teve
lugar a notificao para pagamento, autuando-se o requerimento inicial e
observando-se os demais termos do processo comum de execuo.
2. No caso de desapensao de processos, junta-se ao de execuo certido da
conta ou da liquidao com meno da data do termo do prazo de pagamento
voluntrio.
Artigo 72
Termos da execuo em casos especiais
A execuo por multas aplicadas a intervenientes acidentais efectua-se com base
em certido da liquidao que a seco deve entregar ao Ministrio Pblico no
prazo de 10 dias.
Artigo 73
Cumulao de execues
1. Instaurar-se- uma s execuo contra o mesmo responsvel, ainda que
sejam vrias as contas com custas em dvida no processo e apensos.
2. Sendo vrios os responsveis no solidrios, instaurada uma execuo
contra cada um deles.
Artigo 74
Depsito das custas provveis
As custas provveis da execuo sero depositadas juntamente com a quantia
exequenda.
Artigo 75
Insuficincia do activo e arquivamento condicional da execuo

1. Quando se verifique que o executado no dispe de outros bens penhorveis

e que os penhorados so insuficientes para o pagamento das custas, se sobre
os bens no houver direitos reais de garantia registados, o Juiz, a
requerimento do Ministrio Pblico, dispensar o concurso de credores e
mandar proceder imediata liquidao dos bens a fim de pelo seu produto
serem pagas as custas.
2. Verificando-se que o executado no possui bens, a execuo arquivada,
sem prejuzo de poder continuar logo que lhe sejam conhecidos bens.
Artigo 76
Prescrio do crdito de custas
1. O crdito de custas prescreve no prazo de 5 anos.
2. Arquivada a execuo nos termos do n 2 do artigo anterior, o prazo de
prescrio conta-se da data do despacho de arquivamento.
TITULO VIII
SERVIOS DE TESOURARIA
CAPTULO I
MOVIMENTAO DE RECEITAS

1.

2.
3.
4.

Artigo 77
Depsitos
As quantias provenientes de preparos para despesas, custas e multas, seja
qual for o seu destino, e quaisquer outras importncias relativas a processos,
so depositadas, directamente, atravs de guias, em conta aberta em entidade
bancria, em numerrio ou cheque visado a favor desta.
Os cheques mencionados no nmero anterior podem ser remetidos ao
Secretrio Judicial do tribunal onde corre o processo, de forma a ser recebido
at ao dia anterior ao termo do prazo de pagamento.
O responsvel da seco deve entregar imediatamente as guias ao Secretrio
Judicial, que, por seu turno, far a sua entrega em entidade bancria.
O produto das execues, as rendas, as caues e outras quantias estranhas
aos encargos judiciais so objecto de depsito autnomo em entidade
bancria ordem do Juiz do processo.

Artigo 78
Contas bancrias
1. Cada Tribunal abrir contas em entidade bancria para depsitos e
levantamentos das quantias a que se refere o artigo anterior.
2. As contas referidas no nmero anterior vencem juros.
Artigo 79.
Guias para depsito ou pagamento
1. Logo que comece a correr o prazo para pagamento de quaisquer quantias, a
seco emite as guias respectivas e lavra termo da emisso nos autos e

2.
3.
4.
5.

6.

entrega-as s partes ou aos seus representantes ou mandatrios quando se

apresentarem a levant-las.
Havendo lugar notificao para pagamento de quaisquer quantias, a seco
juntar-lhe- as guias.
O interessado pode solicitar directamente na seco guias para qualquer
pagamento, as quais so imediatamente passadas e entregues.
As guias que devam ser pagas por pessoas que sejam solidariamente
obrigadas ao pagamento so entregues por termo nos autos a quem primeiro
as solicitar.
Sendo urgente a prtica de actos que dependam do pagamento de qualquer
quantia e estando a entidade bancria encerrada, esta entregue ao Secretrio
Judicial ou a quem o substituir, o qual passa a ser o fiel depositrio dela e
deve deposit-la no primeiro dia til seguinte.
Da quantia referida no nmero anterior entregue ao interessado, no prprio
acto, nota-recibo numerada e assinada por quem as recebeu, da qual deve
constar a importncia recebida, o nome da pessoa por quem o depsito ou o
pagamento efectuado e a identificao do processo, arquivando-se o
respectivo talo.

Artigo 80.
Menes constantes das guias
1. As guias para pagamento de qualquer importncia devem conter:
a) A identificao da conta e balco do Banco;
b) A data limite em que o depsito ou o pagamento podem ser efectuados;
c) O Tribunal de que emanam, a natureza e nmero do processo e o
nmero da conta corrente e conta de custas, se for caso disso;
d) O nome do obrigado ao pagamento; e
e) A discriminao e o destino dos valores.
2. As guias so passadas em triplicado, ficando um exemplar no Banco, outro
no processo, entregando-se o terceiro ao depositante.
Artigo 81.
Entrega dos duplicados das guias
1. No primeiro dia til imediato ao do recebimento de preparos para despesas,
custas e multas, a Caixa Geral de Depsitos devolve os duplicados das
respectivas guias ao Tribunal, que os far levantar.
2. Em caso de urgncia, o interessado pode fazer juntar ao processo, logo aps
o pagamento ou depsito o documento comprovativo do pagamento.
Artigo 82.
Relao e controlo das importncias pagas
1. A seco central organiza diariamente uma relao das guias pagas, que
rubricada pelos responsveis das seces de processos.
2. A seco central confere mensalmente a relao com o extracto do Banco e
averigua das eventuais diferenas encontradas.

Artigo 83.
Arrecadao dos emolumentos de actos avulsos
Ficam em caixa, na seco central, as importncias relativas a actos e papis
avulsos de cada ms, a depositar na conta do Cofre do Estado mediante guia, no
1 dia til do ms seguinte.
Artigo 84.
Destino das receitas
Revertem para o Cofre do Estado:
a) O produto das multas de qualquer natureza cobradas em juzo;
b) As taxas de justia cvel;
c) As taxas de justia criminal;
d) Os juros de mora das custas cveis ou criminais;
e) Os juros remuneratrios das contas de depsito;
f) As importncias provenientes de actos avulsos;
g) O valor dos cheques prescritos.
CAPTULO II
ORGANIZAO
SECO I
LIVROS OBRIGATRIOS
Artigo 85.
Livros da seco central
1. A seco central utiliza obrigatoriamente os seguintes livros:
a) Livro de registo de contas e liquidaes;
b) Livro de pagamentos;
c) Livro de emolumentos de actos avulsos;
d) Livro de conta corrente de processos.
2. Os livros a que se refere o nmero anterior devem, sempre que possvel, ser
constitudos por suporte informtico.
Artigo 86.
Livro de registo de contas e liquidaes
1. O livro de registo de contas e liquidaes constitudo pelos duplicados das
contas e liquidaes referidos no n 2 do artigo 34 e no n. 1 do artigo 56.
2. Aps o pagamento das custas em dvida e o lanamento e estorno no livro de
pagamentos, os duplicados referidos no nmero anterior so extrados para
um livro arquivo.
Artigo 87.
Livro de pagamentos
As custas so lanadas no livro de pagamentos logo que sejam pagas ou logo que
sejam efectuados os rateios, com a indicao do nmero e natureza do processo,

do nmero da conta ou liquidao, do nmero e folha do livro onde se encontra a

respectiva conta corrente e de todos os pagamentos a efectuar.
Artigo 88.
Livro de emolumentos de actos avulsos
No livro de emolumentos de actos avulsos so registados, por ordem numrica,
todos os emolumentos cobrados no tribunal, com anotao do nmero da
respectiva conta.

1.

2.
3.
4.

Artigo 89.
Livro de contas correntes de processos
O livro de contas correntes de processos constitudo por folhas, uma para
cada processo e seus apensos, onde se escrituram, diariamente, por parcelas e
em colunas separadas, a crdito as quantias recebidas de preparos para
despesas e de custas pagas, e a dbito as importncias dos pagamentos de
custas a efectuar, e da restituio do saldo em excesso dos preparos para
despesas ou das custas depositadas.
O dbito de pagamento ou da restituio de custas escriturado quando tiver
lugar a remessa do processo seco central para lanamento no livro de
pagamentos, ou quando transitar para outra seco ou Tribunal.
Os saldos de crditos e dbitos so apurados aps os lanamentos de cada dia
e devidamente certificados no termo de remessa seco de processos.
Encerrada a conta a folha respectiva mantida no livro, utilizando-se a
mesma se houver lugar a novos lanamentos.

Artigo 90.
Livros auxiliares
Alm dos indicados nos artigos anteriores, haver os livros que a prtica mostre
necessrios.
Artigo 91.
Termos de abertura e de encerramento
Os livros tm termos de abertura e encerramento assinados pelo Juiz
Administrador do tribunal, que tambm os rubricar em todas as folhas.
SECO II
PAGAMENTOS
Artigo 92.
Verificao da escrita, pagamento e cheques
1. No primeiro dia til de cada ms, aps a abertura da secretaria, o Secretrio
Judicial soma cada uma das colunas do livro de pagamentos depois de nele
lanar todos os processos recebidos para o efeito e de verificar se o total a
pagar por cada processo est em harmonia com a respectiva conta corrente,
bem como se as operaes esto exactas.

2. Apurados os totais, o Secretrio Judicial apresenta o livro, com os

respectivos processos, a exame do Juiz Administrador, que verifica a
conformidade dos lanamentos com o que consta dos processos e ape o seu
visto nuns e noutros; nos processos que hajam de prosseguir ou de ser
remetidos para outro Tribunal, o exame do Juiz Administrador tem lugar
imediatamente aps o lanamento no livro de pagamentos.
3. Seguidamente, o Secretrio Judicial passa cheques a favor de todas as
pessoas ou entidades pela totalidade do que cada um tenha a receber e
apresenta tudo ao Juiz Administrador, o qual verifica a conformidade, assina
os cheques e rubrica no livro a sua nota de verificao.
4. O nmero e a data da remessa dos cheques so anotados no livro.
Artigo 93.
Pagamento de despesas garantidas pelos preparos
1. Aps a diligncia ou audincia a que os preparos se destinem, a seco
elabora a respectiva nota ou relao de despesas, em duplicado, que visada
pelo Juiz.
2. A Seco Central, em face da nota, passa os devidos cheques, nela anotando
os respectivos nmeros e datas.
3. Seguidamente, a seco central faz os devidos lanamentos de dbito na
conta de despesas do livro de conta corrente dos processos.
Artigo 94.
Assinaturas dos cheques e meno da data limite do pagamento
1. Os cheques para movimentao das contas so assinados pelo Juiz
Administrador e pelo Secretrio Judicial.
2. Nos cheques poder ser indicada a data limite do seu pagamento.
Artigo 95.
Expedio, relao e controlo de cheques
1. Os cheques so expedidos at ao dia dez de cada ms, acompanhados de nota
discriminativa.
2. O Tribunal entregar na entidade bancria, no dia da expedio dos cheques,
relao destes com meno, em colunas prprias, da data da emisso, do
nmero correspondente, do nome do interessado, do valor e do termo de
validade se houver lugar a isso.
3. A Seco Central confere, diariamente, a relao de cheques com o extracto
da entidade bancria e anota no duplicado daquela a data em que cada um foi
pago.
Artigo 96.
Perda de validade dos cheques
1. Perdem validade a favor do Cofre do Estado os cheques que no forem
apresentados a pagamento at ao fim de trs meses, contados a partir do
ltimo dia do ms em que o cheque foi emitido.

2. Decorrido o prazo de validade dos cheques sem que tenham sido

apresentados a pagamento, a entidade bancria informar o Tribunal no prazo
de dez dias.
3. Logo que seja recebida a informao, o Secretrio Judicial faz no livro de
pagamentos o lanamento a favor do Cofre do Estado do montante dos
cheques que perderam a validade.
Artigo 97.
Informao de saldos, balano mensal e sua verificao pelo juiz
1. O Secretrio Judicial deve elaborar mensalmente um balano destinado a
apurar se a soma dos saldos do livro conta corrente dos processos, com o
valor dos cheques emitidos e ainda no pagos, corresponde soma do valor
dos depsitos nas contas com a entidade bancria e com as importncias
provenientes de actos avulsos.
2. Para efeito do disposto no nmero anterior, a entidade bancria informa o
Secretrio Judicial, no final de cada ms, do saldo das contas.
3. O balano a que se refere o n. 1 deve ser verificado pelo Juiz Administrador.
Artigo 98.
Nota a enviar ao Ministrio das Finanas
O Secretrio Judicial deve remeter ao Ministrio das Finanas em cada trimestre
nota discriminativa das receitas e reposies relativas ao trimestre anterior.

Tabela a que se refere o artigo 11.

Valor da aco at
US$50,00
US$100,00
US$150,00
US$200,00
US$250,00
US$300,00
US$350,00
US$400,00
US$450,00
US$500,00
US$550,00
US$600,00
US$650,00
US$700,00
US$750,00
US$800,00
US$850,00
US$900,00
US$950,00
US$1.000,00
US$1.200,00
US$1.400,00
US$1.600,00
US$1.800,00
US$2.000,00
US$2.200,00
US$2.400,00
US$2.600,00
US$2.800,00
US$3.000,00
US$3.200,00
US$3.400,00
US$3.600,00
US$3.800,00
US$4.000,00
US$4.200,00
US$4.400,00
US$4.600,00
US$4.800,00

Taxa de justia
US$6,00
US$7,00
US$8,00
US$9,00
US$10,00
US$11,00
US$12,00
US$13,00
US$14,00
US$15,00
US$16,00
US$17,00
US$18,00
US$19,00
US$20,00
US$21,00
US$22,00
US$23,00
US$24,00
US$25,00
US$27,00
US$29,00
US$31,00
US$33,00
US$35,00
US$37,00
US$39,00
US$41,00
US$43,00
US$45,00
US$47,00
US$49,00
US$51,00
US$53,00
US$55,00
US$57,00
US$59,00
US$61,00
US$63,00

Valor da aco at
US$5.000,00
US$5.500,00
US$6.000,00
US$6.500,00
US$7.000,00
US$7.500,00
US$8.000,00
US$8.500,00
US$9.000,00
US$9.500,00
US$10.000,00
US$10.500,00
US$11.000,00
US$11.500,00
US$12.000,00
US$12.500,00
US$13.000,00
US$13.500,00
US$14.000,00
US$14.500,00
US$15.000,00
US$17.500,00
US$20.000,00
US$22.500,00
US$25.000,00
US$27.500,00
US$30.000,00
US$32.500,00
US$35.000,00
US$37.500,00
US$40.000,00
US$42.500,00
US$45.000,00
US$47.500,00
US$50.000,00
US$52.500,00
US$55.000,00
US$57.500,00
US$60.000,00

Taxa de justia
US$65,00
US$69,00
US$73,00
US$77,00
US$81,00
US$85,00
US$89,00
US$93,00
US$97,00
US$101,00
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US$109,00
US$113,00
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US$249,00
US$257,00
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US$273,00
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US$289,00

Para alm de US$60.000,00: US$15,00 de taxa de justia por cada US$5.000,00 ou fraco.