Eletronica - Livro - Teoria Dos Circuitos Eletricos
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Versão 0.2
ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO
DRAFT
Resumo
Apresentamos uma versão preliminar e incompleta das Notas de Aula utilizadas no curso
de ELE431 - Teoria de Circuitos que ministramos na UFRN para os alunos de graduação em
Engenharia de Computação.
A versão mais recente deste documento está disponı́vel, no formato pdf, em http:\\www.
leca.ufrn.br\~pmotta. Comentários e sugestões podem ser enviados para pmotta@leca.
ufrn.br
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 ii
Evolução :
1
http://www.slackware.com
Sumário
1 Conceitos 1
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Sistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Funções Singulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3.1 Função Degrau Unitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3.2 Função Sinal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3.3 Função Rampa Unitária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3.4 Função Impulso Unitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3.5 Propriedades da Função δ(t) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4 Transformadas de Laplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4.1 Propriedades da Transformada de Laplace . . . . . . . . . . . . 8
1.5 Transformada de Laplace de Funções Periódicas . . . . . . . . . . . . . 11
1.6 Transformada Inversa de Laplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.7 Expansão em Frações Parciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.7.1 Raı́zes Reais Distintas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.7.2 Raı́zes Múltiplas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.7.3 Raı́zes Complexas Simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.8 Teorema do Valor Inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.9 Teorema do Valor Final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.10 Diagrama de Polos e Zeros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
iii
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 iv
4 Função de Transferência 43
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.2 A Função H(s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.3 Resposta ao Impulso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.4 Resposta ao Degrau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.5 Resposta à Rampa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.6 Integral de Convolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5 Resposta em Freqüência 47
5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.2 Curvas de Bode . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5.2.1 H(s) com termo constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5.2.2 H(s) com termo s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5.2.3 H(s) com termo 1 + τ s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.2.4 H(s) com termo s2 + as + b . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5.2.5 Freqüência de Ressonância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
7 Quadripolos 64
7.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
7.2 Parâmetros Z . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
7.3 Parâmetros Y . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
3.1 Circuito RC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.2 Circuito RL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.3 Respostas no domı́nio do tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.4 Regime permanente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.5 Capacitor em aberto e indutor em curto . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.6 Circuito após a chave ter sido aberta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.7 Análise de circuitos no domı́nio da freqüência . . . . . . . . . . . . . . 38
v
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 vi
Conceitos
1.1 Introdução
Apresentamos algumas definições e a fundamentação matemática necessária para
analisar circuitos elétricos no domı́nio da freqüência.
Neste capı́tulo, os circuitos elétricos são tratados pelo termo mais abrangente de
sistemas e são representados sem a preocupação de caracterizar seus componentes.
Na Figura 1.1, é mostrado, então, um circuito elétrico.
1
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 2
1.2 Sistemas
Algumas definições para sistemas :
• Sistemas Lineares - São sistemas para os quais vale o princı́pio da superposição.
Segundo este princı́pio, se e1 (t), r1 (t) e e2 (t), r2 (t) são dois pares diferentes de
excitação/resposta para um determinado sistema, a excitação deste sistema
por e(t) = e1 (t) + e2 (t) deve dar como resposta r(t) = r1 (t) + r2 (t), como mostrado
na Figura 1.2. Para estes sistemas, vale, também, o princı́pio da proporcio-
nalidade. Neste caso, se C1 e(t) for a excitação, com C1 constante, a resposta
será C1 r(t). Diz-se que o sistema, neste caso, preserva a constante de pro-
porcionalidade. Outra caracterı́stica dos sistemas lineares : a excitação e a
correspondente resposta estão relacionadas por uma equação diferencial lin-
ear.
C e (t) C r (t)
1 1 1 1
SISTEMA
C e (t) C r (t)
2 2 2 2
SISTEMA
• Sistemas Passivos - São sistemas compostos por elementos que não introduzem
energia.
• Sistemas Recı́procos - São sistemas para os quais o relacionamento entre a
excitação e a resposta permanece o mesmo quando seus pontos de medida são
trocados.
• Sistemas Causais - São sistemas para os quais a resposta é não-antecipatória,
isto é, são sistemas para os quais se e(t) = 0 para t < T então r(t) = 0 para t < T .
Só existirá resposta se uma excitação for aplicada.
• Sistemas Invariantes no Tempo - São sistemas para os quais se a excitação e(t)
dá como resposta r(t), uma excitação deslocada, e(t ± T ) dará uma resposta
deslocada r(t ± T ).
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 3
u(t)
u(t − a)
t
a
Observar que :
1, se t ≥ a
u(t − a) =
0, se t < 0
A altura da função degrau unitário pode ser modificada multiplicando-se a
função por uma constante. Na Figura 1.5 mostramos o resultado da multiplicação
(escalonamento) dos dois gráficos anteriores por uma constante A > 0.
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 4
A A
t a t
4 u (t − 1)
4
2
t
1
−4
−4 u(t − 2)
1 2 t
Figura 1.6: A função pulso quadrado construı́da a partir da combinação de funções degrau
f (t) = u(sent)
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 5
f(t) = sen t
1
...
t
−1
u(sen t)
1
...
−1
ρ(t) = t u(t)
ρ (t)
1 t
ρ (t − a)
1
a a+1 t
Z ∞ Z 0+
δ(t)dt = δ(t)dt = 1
−∞ 0−
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 7
e, por extensão, Z ∞
f (t)δ(t − T )dt = f (T )
−∞
0
É conveniente ressaltar que δ(t) = u (t). O gráfico da função δ(t) é mostrado na
Figura 1.11
δ
Z ∞
L [u(t)] = u(t)e−st dt
−
Z0 ∞
= e−st dt
0
e−st ∞
= −
s 0
1
=
s
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 8
Linearidade
A propriedade da linearidade estabelece que a a transformada de Laplace de
uma soma de funções é a soma das transformadas de Laplace de cada uma das
funções. Então, X X
L[ fi (t)] = L [fi (t)]
i i
temos,
1 jωt
e − e−jωt
f (t) = senωt =
2j
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 9
Diferenciação
Se F (s) é a transformada de Laplace da função f (t), L [f (t)] = F (s), então
df (t)
L = sF (s) − f (0− )
dt
onde f (0− ) é o valor de f (t) em t = 0− . Por extensão,
n
d f (t) 0
L = sn F (s) − sn−1 f (0− ) − sn−2 f (0− ) − ... − f n−1 (0− )
dtn
onde os superescritos em f (t) indicam derivada em relação a t.
Exemplo - utilizar a propriedade da diferenciação para obter a transformada
0
de Laplace da função δ(t). Sabendo que δ(t) = u (t), temos :
du(t)
L [δ(t)] = L
dt
1
= s
s
= 1
já que u(0− ) = 0.
Integração
Se F (s) é a transformada de Laplace da função f (t), L [f (t)] = F (s), então
Z τ
F (s)
L f (t)dt =
0− s
Exemplo - utilizar a propriedade da integração para obter a transformada de
0
Laplace da função ρ(t). Sabendo que ρ(t) = u (t), temos :
Z t
L [ρ(t)] = L u(t)dt
0−
11
=
ss
1
=
s2
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 10
Multiplicação por t
A propriedade da diferenciação no domı́nio s é definida através da equação :
dF (s)
L [tf (t)] = −
ds
ou, generalizando,
dn F (s)
L [tn f (t)] = (−1)n
dsn
Exemplo - obter a transformada de Laplace da função f (t) = te−at . Temos,
−at d 1
L [te ] = −
ds s + a
1
=
(s + a)2
Por extensão, temos :
n!
L [tn e−at ] =
(s + a)n+1
e
n!
L [tn ] =
sn+1
onde n é inteiro positivo.
Deslocamento Complexo
Se F (s) é a transformada de Laplace da função f (t), L [f (t)] = F (s), então
L [eat f (t)] = F (s − a)
Deslocamento Real
Se F (s) é a transformada de Laplace da função f (t), L [f (t)] = F (s), então
f(t)
a t
Podemos observar que a função f (t) pode ser escrita como a combinação de duas
funções degrau. Temos, portanto,
Daı́,
L [f (t)] = 2L [u(t)] − 2L [u(t − a)]
Então,
2 2e−as
F (s) = −
s s
f (t) = f (t ± T ) T é o perı́odo
L −1 [F (s)] = f (t)
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 12
Assim, se
1
F (s) =
s
a transformada inversa será
1
L −1 [F (s)] = L −1 [ ]
s
= u(t)
N (s)
F (s) =
D(s)
N (s)
F (s) =
(s − s0 )(s − s1 )(s − s2 )
onde s0 , s1 e s2 são raı́zes reais e distintas e o grau do numerador, N (s), é menor
do que 3. Expandindo F (s), temos :
k0 k1 k2
F (s) = + +
s − s0 s − s1 s − s2
Para obter a constante k0 , fazemos :
k1 (s − s0 ) k2 (s − s0 )
(s − s0 )F (s) = k0 + +
s − s1 s − s2
Considerando s = s0 , temos :
k0 = (s − s0 )F (s)
s=s0
Generalizado, temos
ki = (s − si )F (s)
s=si
s2 + 2s − 2
F (s) =
s(s + 2)(s − 3)
Observar que o denominador já encontra-se fatorado. Temos,
s2 + 2s − 2 k0 k1 k2
F (s) = = + +
s(s + 2)(s − 3) s s+2 s−3
Daı́,
s2 + 2s − 2
1
k0 = sF (s) = =3
s=0 (s + 2)(s − 3) s=0
2
s + 2s − 2 1
k1 = (s + 2)F (s) = =−
s=−2 s(s − 3) s=−2
5
s2 + 2s − 2
13
k2 = (s − 3)F (s) = =
s=3 s(s + 2) s=3 15
Temos, então,
1 1 13
3 5 15
F (s) = − +
s s+2 s−3
Daı́, " # " # " #
1 1 13
L −1 [F (s)] = f (t) = L −1 3
− L −1 5
+ L −1 15
s s+2 s−3
Assim,
1 1 13
f (t) = u(t) − e−2t u(t) + e3t u(t)
3 5 15
N (s)
F (s) =
(s − s0 )n D1 (s)
Observamos que F (s) possui polos múltiplos em s0 . Expandindo F (s), temos :
k0 k1 k2 kn−1 N1 (s)
F (s) = n
+ n−1
+ n−2
+ ... + +
(s − s0 ) (s − s1 ) (s − s2 ) s − s0 D1 (s)
Seja
F1 (s) = (s − s0 )n F (s)
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 14
dF1 (s)
= k1 + 2k2 (s − s0 ) + .. + kn−1 (n − 1)(s − s0 )n−2 + ...
ds
então,
dF1 (s)
k1 =
ds s=s0
Derivando novamente, temos :
1 dF1 (s)
k2 =
2 ds s=s0
Generalizando,
1 dm F1 (s)
km = m = 0, 1, 2, ..., n-1
m! dsm s=s0
A k0 k1 k2
F (s) = + + +
s (s + 1)3 (s + 1)2 s + 1
O coeficiente A é obtida pelo método das raı́zes reais distintas enquanto que os
coeficientes k0 , k1 e k2 são obtidos pelo método das raı́zes múltiplas. Então :
s − 2
A = sF (s) =
= −2
s=0 (s + 1)3 s=0
Para o caso das raı́zes múltiplas,
s−2
F1 (s) = (s + 1)3 F (s) =
s
e, então,
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 15
1 d0 s − 2
k0 = = 3
0! ds0 s s=−1
1 d s − 2
k1 = = 2
1! ds s s=−1
1 d2 s − 2
k2 = = 2
2! ds2 s s=−1
Então,
2 3 2 2
F (s) = − + + +
s (s + 1)3 (s + 1)2 s + 1
A transformada inversa é obtida através de :
2 3 2 2
L −1 [F (s)] = L −1 − + L −1 + L −1
+ L −1
s (s + 1)3 (s + 1)2 s+1
Assim,
3
f (t) = L −1 [F (s)] = t2 e−t u(t) + te−t u(t) + 2e−t u(t)
2
N (s)
F (s) =
(s − α − jβ)(s − α + jβ)D1 (s)
Pode-se mostrar que a transformada inversa de Laplace, devido à presença dos
termos complexos, (s − α − jβ) e (s − α + jβ) é dada por
s2 + 3
F (s) =
(s + 2)(s2 + 2s + 5)
O denominador possui um termo não fatorado. Realizando a fatoração, obtemos
:
s2 + 2s + 5 = (s + 1 + j2)(s + 1 − j2)
Assim, F (s) pode ser reescrita na forma :
s2 + 3
F (s) =
(s + 2)(s + 1 + j2)(s + 1 − j2)
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 16
s2 + 3
2 −1 1
jφ
Me = = √ e−jtg 2 +π
2(s + 2) s=−1+j2
5
Logo, M = √2
5
e φ = tg −1 12 + π e, então,
2 1
f1 (t) = √ e−t sen(2t + tg −1 + π)
5 2
e, assim,
7 2 1
f (t) = e−2t + √ e−t sen(2t + tg −1 + π)
5 5 2
N (s)
F (s) =
D(s)
Define-se os polos de F (s) como sendo as raı́zes do seu denominador e os zeros
de F (s) como sendo as raı́zes do seu numerador. O diagrama de polos e zeros é
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 17
e
s=0
zeros = s = 1 − j1
s = 1 + j1
jω
Plano s
j2
1
σ
−1
−j2
2(s − 1)2 s2
F (s) =
(s + 1 + j2)2 (s + 1 − j2)2 (s + 1)2
teremos
s = −1 − j2 (duplo)
polos = s = −1 + j2 (duplo)
s = −1 (duplo)
e
s = 0 (duplo)
zeros =
s = 1 (duplo)
O diagrama de polos e zeros é mostrado na Figura 1.14. Observar que a constante
é explicitada no diagrama através de K = 2.
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 18
jω
Plano s
j2
K=2
σ
−1 1
−j2
2.1 Introdução
Em análise de circuitos, a excitação e o circuito são conhecidos. A resposta é a
tensão ou a corrente em um ou em vários elementos do circuito. Apresentaremos
algumas técnicas que possibilitam a análise de circuitos elétricos.
R
+ + +
Resistor v v(t) v(t)
−
C Fonte de Tensão
(constante) Fonte de Tensão Fonte de Tensão
(variável) Controlada
Capacitor
i i(t) i(t)
L
19
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 20
Fonte
R1 R2
+ +
v R3 v
1 − − 2
Este circuito possui duas malhas. Para cada malha, estabelecemos uma corrente
cujo sentido, arbitrado, é o sentido horário, conforme mostrado na Figura 2.4
1
Lembrar que a tensão, em Volts (sı́mbolo V), entre os terminais de um resistor de resistência R, em Ohms
(sı́mbolo Ω), é dada pela equação v = Ri onde i é a corrente sobre o resistor, em Amperes (sı́mbolo A).
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 21
R1 R2
+ +
v i1 R3 i2 v
1 − − 2
MALHA 1 MALHA 2
(R1 + R3 )i1 − R3 i2 = v1
−R3 i1 + (R2 + R3 )i2 = −v2
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 22
(2 + 4)i1 − 4i2 = 2
−4i1 + (1 + 4)i2 = −6
ou
6 −4 i1 2
=
−4 5 i2 −6
Daı́, obtemos :
i1 −1
=
i2 −2
Apesar de ser simples, o sistema acima pode ser resolvido através da função
linsolve do Scilab. Esta função considera que o sistema linear esta escrito na
forma:
Ax + b = 0
onde A é a matriz dos coeficientes, b é o vetor dos termos independentes e x é o
vetor das incógnitas. O vetor x, no nosso caso, é o vetor das correntes.
i
x= 1
i2
Temos, então, os seguintes procedimentos :
===========
S c i l a b
===========
scilab-2.5
Copyright (C) 1989-99 INRIA
Startup execution:
loading initial environment
-->A = [ 6 -4; -4 5]
A =
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 23
! 6. - 4. !
! - 4. 5. !
-->b = [ - 2; 6]
b =
! - 2. !
! 6. !
-->[x] = linsolve(A, b)
x =
! - 1. !
! - 2. !
-->
R
1
R R
2 i 4
2
−
+ i
v 1
1 v2
− R
5
R i R
3 3
6
Temos,
(R1 + R2 + R3 )i1 − R2 i2 − R3 i3 = v1
−R2 i1 + (R2 + R4 + R5 )i2 − R5 i3 = −v2
−R3 i1 − R5 i2 + (R3 + R5 + R6 )i3 = v2
R1 + R2 + R3 −R2 −R3 i1 v1
−R2 R2 + R4 + R5 −R5 i2 = −v2
−R3 −R5 R3 + R4 + R6 i3 v2
R R
1 2
i1 i R
+ 2 3
+
v v
1 − −
2
Temos,
(R1 + R2 )i1 − R2 i2 = v1 − v2
−R2 i1 + (R2 + R3 )i2 = −v2
R1 + R2 −R2 i1 v1 − v2
=
−R2 R2 + R3 i2 −v2
Então,
7 −6 i1 −5
=
−6 8 i2 −10
Obtemos, resolvendo a equação anterior,
i1
= −5 − 5
i2
Usando o Scilab, temos :
-->A = [ 7 -6; -6 8]
A =
! 7. - 6. !
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 25
! - 6. 8. !
-->b = [ 5; 10]
b =
! 5. !
! 10. !
-->[x] = linsolve(A, b)
x =
! - 5. !
! - 5. !
-->
Exemplo - Obter, usando as equações de malha, as correntes i1 e i2 mostradas
no circuito da Figura 2.7
+
R R
1 − v2 3
i i2
1
− +
v1 v
− 3
+ R2
! 6. - 4. !
! - 4. 10. !
! 10. !
! - 1. !
-->[x] = linsolve(A, b)
x =
! - 2.1818182 !
! - 0.7727273 !
-->
10 Ω
i3
8 Ω 5 Ω
+
15 V i1 3Ω i2 2 Ω
−
ou
! 11. - 3. - 8. !
! - 3. 10. - 5. !
! - 8. - 5. 23. !
-->b = [-15; 0; 0]
b =
! - 15. !
! 0. !
! 0. !
-->[x] = linsolve(A, b)
x =
! 2.6327055 !
! 1.3998288 !
! 1.2200342 !
-->
Nó 1 Nó 2
R2
R1 R3 i
i 2
1
Nó de referência
2. Eleger um nó como o nó de referência. Geralmente, este nó é o que possui
o maior número de elementos conectados. No circuito mostrado, o nó de
referência está destacado. Ao nó de referência é atribuı́do sinal negativo e aos
outros, sinal positivo.
4. Cada nó tem uma tensão em relação ao nó de referência. Daı́, a tensão no nó
1 é v1 e a tensão no nó 2 é v2 .
ou
(G1 + G2 )v1 − G2 i2 = i1
−G2 v1 + (G2 + G3 )v2 = −i2
7A
v1 i
v
2
8Ω
4A 4Ω 12 Ω
Nó de Referência
Temos,
ou :
3 −1 v1 −24
=
−3 5 v2 168
Usando o Scilab, temos :
-->A = [3 -1; -3 5]
A =
! 3. - 1. !
! - 3. 5. !
b =
! 24. !
! - 168. !
-->[x] = linsolve(A, b)
x =
! 4. !
! 36. !
-->
i 7A
v1
3A
5A
v1 v2 v3
1S 2S
7A 3S 4S 1S 4S 17 A
Nó de Referência
Temos :
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 31
(3 + 1)v1 − v2 + 0v3 = 7 − 5
−v1 + (3 + 1 + 2)v2 − 3v3 = 5
−0v1 − 2v2 + (2 + 1 + 4)v3 = 17
-->A = [4 -1 0; -1 6 -3; 0 -2 7]
A =
! 4. - 1. 0. !
! - 1. 6. - 3. !
! 0. - 2. 7. !
! - 2. !
! - 5. !
! - 17. !
-->[x] = linsolve(A, b)
x =
! 1.1532847 !
! 2.6131387 !
! 3.1751825 !
-->
5i
v1 + v − v2
1/2 Ω
5A i 1Ω 1Ω 2Ω 2v
(1 + 1 + 2)v1 − 2v2 = 5 − 5i
−2v1 + (1/2 + 2)v2 = 5i + 2v
i = v1
v = v1 − v2
Portanto,
9 −2 v1 5
=
−9 −4.5 v2 0
e
! 9. - 2. !
! - 9. 4.5 !
-->b = [-5 ; 0]
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 33
b =
! - 5. !
! 0. !
-->[x] = linsolve(A, b)
x =
! 1. !
! 2. !
-->
Assim, v1 = 1V e v2 = 2V .
Capı́tulo 3
3.1 Introdução
Circuitos elétricos podem ser analisados no domı́nio do tempo ou no domı́nio
da freqüência. Como veremos, a análise no domı́nio do tempo resulta em uma
equação diferencial que deve ser resolvida. No domı́nio da freqüencia, a equação a
ser resolvida é uma equação polinomial.
Utilizaremos a teoria apresentada nos dois capı́tulos anteriores para analisar cir-
cuitos elétricos. Inicialmente, mostraremos a análise no domı́nio do tempo. Depois,
no domı́nio da freqüência.
i(t)
+
v(t) C R
dv
i(t) = C
dt
onde C é a capacitância do capacitor. A corrente no resitor é dada por :
v
i(t) =
R
34
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.3 35
dv v
C + =0
dt R
A equação resultante é, portanto, uma equação diferencial de primeira ordem.
Daı́ o nome dado a esse tipo de circuito.
Esta equação diferencial pode ser resolvida por separação de variáveis. Temos,
dv 1
=− dt
v RC
Então,
Z Z
dv 1
=− dt
v RC
Temos,
t
lnv = − +k
RC
onde k é a constante de integração. Considerando v(0) = V0 , temos :
t
v(t) = V0 e− RC
Para fixar conceitos, vamos considerar o circuito LC da Figura 3.2. Este circuito
é formado por um indutor e um resistor. A equação para a tensão no indutor é
dada por :
i(t)
L R
di
v(t) = L
dt
onde L é a indutância do indutor. A tensão no resitor é dada por :
v(t) = Ri(t)
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.3 36
di
+ Ri = 0 L
dt
que, também, pode ser resolvida por separação de variáveis. Temos, então,
R
i(t) = I0 e− L t
Na Figura 3.7, mostramos os gráficos dessas respostas.
v(t)
V0
V0/e
τ = RC t
i(t)
I
0
I0 /e
τ = L/R t
dv
i(t) = C
dt
e, como
v(t) = cte
temos i(t) = 0. Daı́, em regime permanente o capacitor comporta-se como um
circuito aberto.
No caso do indutor, temos
di
v(t) = L
dt
1
e = 2.718281... é a base do logarı́tmo neperiano
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.3 37
e, como
i(t) = cte
temos v(t) = 0. Então, em regime permanente o indutor comporta-se como um
curto circuito.
Exemplo - Para fixar os conceitos, vamos considerar o circuito mostrado na
Figura 3.4. Vamos supor que o circuito está em regime permanente imediatamente
antes da abertura da chave, em t = 0.
t=0 2H
2Ω
+
10 V 1/4 F 3Ω
−
i
2Ω
+ +
10 V 1/4 F v 3Ω
−
Nestas condições,
i(0− ) = 2A
e
v(0− ) = 6V
Após a chave ser aberta, o circuito passa a ser o mostrado na Figura 3.6.
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.3 38
2H
2Ω
i(0 − ) = 2A
+
10 V 1/4 F v(0 − ) = 6V 3Ω
−
Circuito no domínio
do tempo Laplace
Circuito no domínio
da freqüência
Análise por
Malhas ou
Nós
Inversa de Laplace
r(t) R(s)
v(t) = Ri(t)
Aplicando a transformada de Laplace na equação anterior, temos :
V (s) = RI(s)
No domı́nio da freqüência o resistor é, então, representado pelo diagrama mostra-
do na Figura 3.8.
I(s)
+
R V(s)
di
v(t) = L
dt
cuja transformada de Laplace é :
1 i(0− )
I(s) =V (s) +
sL s
− −
onde i(0 ) é o valor da corrente em t = 0 . A primeira equação transformada
representa a tensão sobre os elementos apresentados na Figura 3.9(a) enquanto que
a segunda equação transformada representa a corrente sobre os elementos apresen-
tados na Figura 3.9(b).
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.3 40
I(s) I(s)
+ +
1
sL sL i(0 − ) V(s)
V(s)
s
L i(0 − )
+
(a) (b)
1 t
Z
v(t) = i(τ )dτ + v(0− )
C 0−
com transformada de Laplace dada por :
1 i(0− )
I(s) = V (s) +
sL s
ou
dv
i(t) = C
dt
cuja transformada de Laplace é :
I(s) I(s)
+ +
1
sC
V(s) sC Cv(0 − ) V(s)
+ v(0 − )
s
(a) (b)
i 2H
v(t)
t=0
+ −
3V 1V 2Ω
temos,
4
V (s) = 3
s+ 2
e, então,
3
v(t) = L −1 [V (s)] = 4e− 2 t
Exemplo - Utilizando o método das transformadas, obter a corrente i(t) mostra-
da no circuito da Figura 3.12.Considerar que, com a chave na posição mostrada, o
circuito está em regime permanente.
2F
t=0 i(t)
+ −
3V 1V 3Ω
v(0− ) = −1V
e, então,
4 1
i(t) = L −1 [I(s)] = − e− 6 t
3
Capı́tulo 4
Função de Transferência
4.1 Introdução
Em um sistema linear, a excitação, e(t), e a resposta, r(t), estão relacionadas
através de uma equação diferencial. Aplicando a transformada de Laplace, a relação
entre a excitação E(s) e a resposta R(s) passa a ser algébrica. Usaremos a função
de transferência para analisar a resposta em freqüência de circuitos.
R(s) = H(s)E(s)
I(s) V(s)
1
sL
sC
V (s) R(s)
=
I(s) E(s)
43
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.4 44
sL
I Io
1
I 1
i R
sC
Daı́, " #
R + sL
Ii (s) = 1 + 1
sC
e, então,
Io (s) R + sL
H(s) = =1+ 1
Ii (s) sC
Pelo exposto nos exemplos anteriores, podemos verificar que a função de trans-
ferência depende apenas dos elementos de circuito (R, L, C) e é obtida pela apli-
cação das leis das malhas ou dos nós.
E(s) = L [δ(t)] = 1
temos
R(s) = H(s)
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.4 45
e. desta relação,
r(t) = h(t)
onde a função h(t) é chamada de resposta ao impulso1 .
Exemplo - Obter a resposta ao impulso para o circuito mostrado na Figura 4.3
1
C sC
+ +
δ( t) R 1 R
(a) (b)
L sL
+ +
u(t) 1
R R
s
(a) (b)
I(s) 1
H(s) = =
V (s) R + sL
Então, " !#
−1 1 1 1
α(t) = L − R
R s s+ L
daı́,
1 h R
i
α(t) = 1 − e−t L u(t)
R
f1 (t) ↔ F1 (s)
f2 (t) ↔ F2 (s)
então,
Resposta em Freqüência
5.1 Introdução
Vamos considerar o sistema linear, invariante no tempo, mostrado na Figura 5.1
e(t) r(t)
H(s)
E(s) R(s)
e(t) = Asenωt
temos,
Aω
E(s) =
+ ω2 s2
Como a resposta no domı́nio da freqüência é dada por,
R(s) = H(s)E(s)
temos,
AωH(s)
R(s) =
s2 + ω 2
Expandindo R(s) em frações parciais, temos :
k1 k2
R(s) = + + OUTROS {zTERMOS}
s − jω s + jω |
| {z } Fatores devido a H(s)
Fatores devido a E(s)
47
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 48
k1 k2
R(s) = +
s − jω s + jω
Como pode ser observado, R(s) possui termos com raı́zes complexas simples.
Como vimos no Capı́tulo 1, para estes tipos de função a transformada inversa de
Laplace é da forma
N (s)
M ejφ = |s=α+jβ
βD1 (s)
No caso, temos
α = 0
β = ω
D1 (s) = 1
Assim,
f (t) = r(t) = M sen(βt + φ)
e
M ejφ = AH(jω)
ou
M = |AH(jω)|
φ = ∠H(jω)
E(s) 1
R(s)
sC
H(s) = k
H(s) = s±1
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 50
20logk
ω ,rad/s
φ( jω)
ω ,rad/s
20log|H(jω)| = 20logω
Os gráficos de resposta em amplitude e resposta em fase são mostrados na Figura
5.4
20log|H(j ω)|, db
20db/dec
20
0.1
0
10 ω ,rad/s
−20
φ( jω)
90
ω ,rad/s
1 1
1 |H(jω)| = | jω |= ω
H(jω) = ⇒
jω ∠H(jω) = −90o
Em dB, temos
20log|H(jω)| = −20logω
Os gráficos de resposta em amplitude e resposta em fase são mostrados na Figura
5.5
20log|H(j ω)|, db
20
10
0
0.1 ω ,rad/s
−20
−20dB/dec
φ( jω)
ω ,rad/s
−90
1
Figura 5.5: Resposta em freqüência para H(jω) = jω
ω τ1
p 0; para
20log 1 + ω2τ 2 = 3; para ω = τ1
1
20logω + 20logτ ; para ω
τ
e
ω τ1
o
0 ; para
atanωτ = 45o ; para ω = τ1
ω τ1
o
90 ; para
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 53
20 dB/dec
3 dB
1/ τ ω,rad/s
φ( jω)
90
45
0
1/ τ ω,rad/s
ω τ1
1 0; para
20log √ = −3; para ω = τ1
1 + ω 2 τ 2 −20logω − 20logτ ; para ω 1
τ
e
ω τ1
o
0 ; para
−atanωτ = −45o ; para ω = τ1
−90o ; para ω τ1
20log|H(j ω)|, db
1/ τ
ω ,rad/s
φ( jω)
1/ τ ω ,rad/s
0
−45
−90
1
Figura 5.7: Resposta em freqüência para H(jω) = 1+jωτ
s2 + 2ξωn s + ωn2 2ξ 1
H(s) = 2
=1+ s + 2 s2
ωn ωn ωn
Fazendo s = jω, temos :
ω2 2ξω
H(jω) = 1 − +j
ωn2 ωn
O módulo de H(jω) é
1
ω2 4ξ 2 ω 2 2
|H(jω)| = 1− 2 +
ωn ωn2
Então,
ω2 4ξ 2 ω 2
20log|H(jω)| = 10log 1 − 2 + dB
ωn ωn2
e
2ξω
ωn
∠H(jω) = atan 2
1 − ωω2
n
e o
0 ; para ω ωn
∠H(jω) = 90o ; para ω = ωn
180o ; para ω ωn
ωn2 1
H(s) = =
s2 + 2ξωn s + ωn2 1+ 2ξ 1 2
ωn s + ωn2s
O módulo de H(jω) é
1
|H(jω)| = 1
2 2
ω2 4ξ 2 ω 2
1− 2
ωn
+ ωn 2
Então,
ω2 4ξ 2 ω 2
20log|H(jω)| = −10log 1 − 2 + dB
ωn ωn2
e
2ξω
ωn
∠H(jω) = −atan 2
1 − ωω2
n
e o
0 ; para ω ωn
∠H(jω) = −90o ; para ω = ωn
−180o ; para ω ωn
O valor máximo de |H(jω) ocorre quando o seu denominador for mı́nimo. Então,
considerando,
2
ω2 4ξ 2 ω 2
f (ω) = 1 − 2 +
ωn ωn2
Para
df (ω)
=0
dω
obtemos p
ω = ωr = ωn 1 − 2ξ 2
com
1
0≤ξ≤ √
2
A freqüência ωr é chamada de freqüência de ressonância. Fazendo ω = ωr na
equação para |H(jω)|, temos:
1
Mr = M ax|H(jω)| = p
2ξ 1 − ξ2
com
1
0≤ξ≤ √
2
Para o termo quadrático no numerador,
p
Mr = M ax|H(jω)| = 2ξ 1 − ξ2
Capı́tulo 6
6.1 Introdução
A teoria de Fourier é aplicada diversas áreas :
- Teoria de Antenas
- Óptica - difração
- Teoria da Probabilidade
- Fı́sica Quântica
57
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 58
H(s) Σ
ENTRADA SAÍDA
Decomposição por
Fourier
f (t) = f (t ± T )
a0
d0 =
2
1
dn = (a2n + b2n ) 2
bn
θn = atan(− )
an
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 59
onde :
ejx + e−jx
cosx =
2
e
ejx − e−jx
senx =
2j
Usando a expressão para a série trigonométrica,
∞
a0 X
f (t) = + [an cos(nω0 t) + bn sen(nωt)]
2
n=1
∞
ejnω0 t + e−jnω0 t ejnω0 t − e−jnω0 t
a0 X
= + an + bn
2 2 2j
n=1
∞
X
= cn ejnω0 t
n=−∞
com
1
cn = (an − jbn )
2
1
c−n = (an + jbn ) = c∗n
2
e
an = 2Re[cn ]
bn = −2Im[bn ]
d0 = c0
dn = 2|cn |; n = 1, 2, 3 . . .
θn = ângulo de cn
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 60
A expressão,
∞
X
f (t) = cn ejnω0 t
n=−∞
com Z t0 +T0
1
cn = f (t)e−jnω0 t dt
T0 t0
f(t)
... ...
t
−T −T/4 T/4 T
Usando a expressão
Z t0 +T0
1
cn = f (t)e−jnω0 t dt
T0 t0
temos
A
c0 =
2
e Z T
1 4
cn = Ae−jnω0 t dt; n 6= 0
T −T
4
Então,
A T
cn = [e−jnω0 t ] −T
4
−jnω0 T 4
Daı́,
A nπ
sen( ) cn =
nπ 2
Como é pedida a série trigonométrica, temos
A nπ
an = Re[cn ] = sen( ); bn = 0
nπ 2
e, então,
A 2A 1 1
f (t) = + [cos(ωo t) − cos(3ω0 t) + cos(5ω0 t) − . . .
2 π 3 5
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 61
g(t) = f (t − td ) + k
com
ĉ0 = c0 + k
e
ĉn = cn ejnω0 td para n = ±1, ±2, ±3, . . .
Exemplo - obter a série trigonométrica de Fourier para o sinal apresentado na
Figura 6.3
f(t)
A/2
... ...
−T T t
−A/2
T A
g(t) = f (t − )−
4 2
Então,
T
td =
4
e
A
k=
2
Desta forma,
ĉ0 = 0
e
π
ĉn = cn e−jn 2
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 62
Portanto,
2π π 1 3π 1 5π
g(t) = cos(ω0 t − ) − cos(3ω0 t − ) + cos(5ω0 t − ) − ...
A 2 3 2 5 2
ou
2π 1 1
g(t) = sen(ω0 t) + sen(3ω0 t) + cos(5ω0 t) + . . .
A 3 5
Exemplo - considere o circuito mostrado na Figura 6.4-a tendo como tensão de
entrada, vi (t), o sinal mostrado na Figura 6.4-b. Obter a tensão de saı́da, v0 (t) sobre
o capacitor, em regime permanente. Considerar E = 30π e T = 4s.
1Ω
+
v i(t) 1F v o(t)
(a)
v i(t)
... ...
−T T t
(b)
T
g(t) = f (t − )+0
4
Então,
T
td =
4
e
k=0
Desta forma,
A E
ĉ0 = =
2 2
e
π
ĉn = cn e−jn 2
Portanto,
E 2π π 1 3π 1 5π
vi (t) = + cos(ω0 t − ) − cos(3ω0 t − ) + cos(5ω0 t − ) − ...
2 A 2 3 2 5 2
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 63
ou
E 2π 1 1
vi (t) = + sen(ω0 t) + sen(3ω0 t) + cos(5ω0 t) + . . .
2 A 3 5
Substituindo os valores de E e T , temos :
Como a resposta em regime permanente para cada uma das parcelas senoidais
de vi (t) é dada por :
r(t) = M sen(ω0 t + φ)
com
M = A|H(jω)|
e
φ = ∠H(jω)
temos que obter H(s) e, depois, fazer s = jω. Para o circuito dado, temos :
V0 (s) 1
H(s) = =
Vi (s) s+1
e, então,
1
|H(jω) = √
1 + ω2
e
φ = −atanω
Os cálculos são mostrados na Tabela
Assim,
Quadripolos
7.1 Introdução
Os quadripolos são dispositivos com dois pares de terminais. Cada par de ter-
minais definem uma porta. Na Figura 7.1, mostramos um quadripolo com suas
grandezas associadas.
I1 I2
V QUADRIPOLO V2
1
7.2 Parâmetros Z
Neste caso, o relacionamento entre as grandezas do quadripolo é escrito na
forma:
V1 = Z11 I1 + Z12 I2
V2 = Z21 I1 + Z22 I2
ou, na forma matricial,
Z1,1 Z1,2
Z=
Z2,1 Z2,2
64
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN - Versão 0.2 65
I1 4I 2 I2
3Ω
+ +
+
V V
1 0.1 F 2
I1 I2
R2
+ +
V R1 R3 V
1 2
V1 = R1 I1 − R1 I3
V2 = R3 I2 + R3 I3
0 = −R1 I1 + R3 I2 + (R1 + R2 + R3 )I3
Então,
1 R1 (R2 + R3 ) R1 R 3
Z=
R 1 + R2 + R3 R1 R 3 R3 (R1 + R2 )
7.3 Parâmetros Y
O relacionamento entre as grandezas do quadripolo, neste caso, é escrito na
forma:
I1 = Y11 V1 + Y12 V2
I2 = Y21 V1 + Y22 V2
• Definição Z ∞
L [f (t)] = F (s) = f (t)e−st dt
0−
• Propriedades
1. Proporcionalidade
L [kf (t)] = kL [f (t)]
2. Linearidade X X
L[ fi (t)] = L [fi (t)]
i i
3. Diferenciação
df (t)
L = sF (s) − f (0− )
dt
dn f (t)
0
L n
= sn F (s) − sn−1 f (0− ) − sn−2 f (0− ) − ... − f n−1 (0− )
dt
4. Integração Z τ
F (s)
L f (t)dt =
0− s
5. Deslocamentos
– Domı́nio do tempo
– Domı́nio da freqüência
L [eat f (t)] = F (s − a)
6. Multiplicação por t
dF (s)
L [tf (t)] = −
ds
dn F (s)
L [tn f (t)] = (−1)n
dsn
67
Teoria de Circuitos - PSMP-LECA-UFRN/Versão 0.2 68
• Transformadas
– Funções Singulares
1. Função degrau unitário
1
L [u(t)] =
s
2. Função rampa unitária
1
L [ρ(t)] =
s2
3. Função impulso unitário
L [δ(t)] = 1
– Funções Ordinárias
f (t) ←→ F (s) f (t) ←→ F (s)
1 ω
eat u(t) = s−a senωt = s2 +ω 2
te−at = (s+a)
1
2
s
cos(ωt) = s2 +ω2
Referências Bibliográficas
[*] LATEX
[1] Klaus Steding-Jessen, LATEX Demo : Exemplos com LATEX 2ε , 2000, disponı́vel
em http://biquinho.furg.br/tex-br
[2] H. Kopka, P.W. Daly, A Guide to LATEX - Document Preparation for Beginners
and Advanced Users, Addison Wesley, 1993.
[*] Scilab
[4] Scilab Group, Introduction to Scilab - User’s Guide. Esta referência, e as outras
escritas pelo Scilab Group, podem ser obtidas em http://www-rocq.inria.fr.
[5] Paulo S. Motta Pires, Introdução ao Scilab - Versào 0.1, pode ser obtida em
http://www.leca.ufrn.br/~pmotta
[*] Circuitos
[6] F. F. Kuo, Network Analysis and Synthesis, Second Edition, John Wiley, 1966
[7] Prof. Walmir Freire, Notas de Aula do Curso de Circuitos Elétricos II, DEE-
UFRN
[9] R. A. DeCarlo, P-M. Lin, Linear Circuit Analysis, 1995, Prentice Hall
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