Língua Portuguesa
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LNGUA PORTUGUESA
1.1. - Leitura e interpretao de diversos tipos de textos (lite-
rrios e no literrios)
1.2. - Sinnimos e antnimos
1.3. - Pontuao e acentuao
1.4. - Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral,
pronome, verbo, advrbio, preposio e conjuno: emprego
e sentido que imprimem s relaes que estabelecem
1.5. - Concordncia verbal e nominal
1.6. - Regncia verbal e nominal
1.7. - Colocao pronominal
1.8. - Crase
1.9. - Redao oficial: formas de tratamento, correspondncia
oficial
COMPREENSO E INTERPRETAO DE TEXTOS
Os concursos apresentam questes interpretativas que tm por finali-
dade a identificao de um leitor autnomo. Portanto, o candidato deve
compreender os nveis estruturais da lngua por meio da lgica, alm de
necessitar de um bom lxico internalizado.
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto
em que esto inseridas. Torna-se, assim, necessrio sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compem o texto.
Alm disso, fundamental apreender as informaes apresentadas por
trs do texto e as inferncias a que ele remete. Este procedimento justifica-
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideolgica do autor
diante de uma temtica qualquer.
Denotao e Conotao
Sabe-se que no h associao necessria entre significante (expres-
so grfica, palavra) e significado, por esta ligao representar uma con-
veno. baseado neste conceito de signo lingustico (significante + signi-
ficado) que se constroem as noes de denotao e conotao.
O sentido denotativo das palavras aquele encontrado nos dicionrios,
o chamado sentido verdadeiro, real. J o uso conotativo das palavras a
atribuio de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreenso,
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada
construo frasal, uma nova relao entre significante e significado.
Os textos literrios exploram bastante as construes de base conota-
tiva, numa tentativa de extrapolar o espao do texto e provocar reaes
diferenciadas em seus leitores.
Ainda com base no signo lingustico, encontra-se o conceito de polis-
semia (que tem muitas significaes). Algumas palavras, dependendo do
contexto, assumem mltiplos significados, como, por exemplo, a palavra
ponto: ponto de nibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste
caso, no se est atribuindo um sentido fantasioso palavra ponto, e sim
ampliando sua significao atravs de expresses que lhe completem e
esclaream o sentido.
Como Ler e Entender Bem um Texto
Basicamente, deve-se alcanar a dois nveis de leitura: a informativa e
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra-
em-se informaes sobre o contedo abordado e prepara-se o prximo
nvel de leitura. Durante a interpretao propriamente dita, cabe destacar
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para
resumir a ideia central de cada pargrafo. Este tipo de procedimento agua
a memria visual, favorecendo o entendimento.
No se pode desconsiderar que, embora a interpretao seja subjetiva,
h limites. A preocupao deve ser a captao da essncia do texto, a fim
de responder s interpretaes que a banca considerou como pertinentes.
No caso de textos literrios, preciso conhecer a ligao daquele texto
com outras formas de cultura, outros textos e manifestaes de arte da
poca em que o autor viveu. Se no houver esta viso global dos momen-
tos literrios e dos escritores, a interpretao pode ficar comprometida. Aqui
no se podem dispensar as dicas que aparecem na referncia bibliogrfica
da fonte e na identificao do autor.
A ltima fase da interpretao concentra-se nas perguntas e opes de
resposta. Aqui so fundamentais marcaes de palavras como no, exce-
to, errada, respectivamente etc. que fazem diferena na escolha adequa-
da. Muitas vezes, em interpretao, trabalha-se com o conceito do "mais
adequado", isto , o que responde melhor ao questionamento proposto. Por
isso, uma resposta pode estar certa para responder pergunta, mas no
ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
alternativa mais completa.
Ainda cabe ressaltar que algumas questes apresentam um fragmento
do texto transcrito para ser a base de anlise. Nunca deixe de retornar ao
texto, mesmo que aparentemente parea ser perda de tempo. A descontex-
tualizao de palavras ou frases, certas vezes, so tambm um recurso
para instaurar a dvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
ser mais consciente e segura.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretao de
texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
01. Ler todo o texto, procurando ter uma viso geral do assunto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, no interrompa a leitura, v
at o fim, ininterruptamente;
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
umas trs vezes ou mais;
04. Ler com perspiccia, sutileza, malcia nas entrelinhas;
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06. No permitir que prevaleam suas ideias sobre as do autor;
07. Partir o texto em pedaos (pargrafos, partes) para melhor compre-
enso;
08. Centralizar cada questo ao pedao (pargrafo, parte) do texto cor-
respondente;
09. Verificar, com ateno e cuidado, o enunciado de cada questo;
10. Cuidado com os vocbulos: destoa (=diferente de ...), no, correta,
incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
aparecem nas perguntas e que, s vezes, dificultam a entender o que se
perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
exata ou a mais completa;
12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
lgica objetiva;
13. Cuidado com as questes voltadas para dados superficiais;
14. No se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
mas a opo que melhor se enquadre no sentido do texto;
15. s vezes a etimologia ou a semelhana das palavras denuncia a
resposta;
16. Procure estabelecer quais foram as opinies expostas pelo autor,
definindo o tema e a mensagem;
17. O autor defende ideias e voc deve perceb-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito so importants-
simos na interpretao do texto.
Ex.: Ele morreu de fome.
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realizao
do fato (= morte de "ele").
Ex.: Ele morreu faminto.
faminto: predicativo do sujeito, o estado em que "ele" se encontrava
quando morreu.;
19. As oraes coordenadas no tm orao principal, apenas as idei-
as esto coordenadas entre si;
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vo dar a ele maior clareza
de expresso, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
Cunegundes
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
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TEXTO NARRATIVO
As personagens: So as pessoas, ou seres, viventes ou no, for-
as naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar
dos fatos.
Toda narrativa tem um protagonista que a figura central, o heri ou
herona, personagem principal da histria.
O personagem, pessoa ou objeto, que se ope aos designos do prota-
gonista, chama-se antagonista, e com ele que a personagem principal
contracena em primeiro plano.
As personagens secundrias, que so chamadas tambm de compar-
sas, so os figurantes de influencia menor, indireta, no decisiva na narra-
o.
O narrador que est a contar a histria tambm uma personagem,
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tncia, ou ainda uma pessoa estranha histria.
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-
nagem: as planas: que so definidas por um trao caracterstico, elas no
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e
tendem caricatura; as redondas: so mais complexas tendo uma dimen-
so psicolgica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reaes
perante os acontecimentos.
Sequncia dos fatos (enredo): Enredo a sequncia dos fatos, a
trama dos acontecimentos e das aes dos personagens. No enredo po-
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, trs ou quatro estgios
progressivos: a exposio (nem sempre ocorre), a complicao, o climax, o
desenlace ou desfecho.
Na exposio o narrador situa a histria quanto poca, o ambiente,
as personagens e certas circunstncias. Nem sempre esse estgio ocorre,
na maioria das vezes, principalmente nos textos literrios mais recentes, a
histria comea a ser narrada no meio dos acontecimentos (in mdia), ou
seja, no estgio da complicao quando ocorre e conflito, choque de inte-
resses entre as personagens.
O clmax o pice da histria, quando ocorre o estgio de maior ten-
so do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
ou seja, a concluso da histria com a resoluo dos conflitos.
Os fatos: So os acontecimentos de que as personagens partici-
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o g-
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano
constitui uma crnica, o relato de um drama social um romance
social, e assim por diante. Em toda narrativa h um fato central,
que estabelece o carter do texto, e h os fatos secundrios, rela-
cionados ao principal.
Espao: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu-
gares, ou mesmo em um s lugar. O texto narrativo precisa conter
informaes sobre o espao, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
zes, principalmente nos textos literrios, essas informaes so
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos
narrativo.
Tempo: Os fatos que compem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificao do momento,
dia, ms, ano ou poca em que ocorre o fato. A temporalidade sa-
lienta as relaes passado/presente/futuro do texto, essas relaes
podem ser linear, isto , seguindo a ordem cronolgica dos fatos,
ou sofre inverses, quando o narrador nos diz que antes de um fa-
to que aconteceu depois.
O tempo pode ser cronolgico ou psicolgico. O cronolgico o tempo
material em que se desenrola ao, isto , aquele que medido pela
natureza ou pelo relgio. O psicolgico no mensurvel pelos padres
fixos, porque aquele que ocorre no interior da personagem, depende da
sua percepo da realidade, da durao de um dado acontecimento no seu
esprito.
Narrador: observador e personagem: O narrador, como j dis-
semos, a personagem que est a contar a histria. A posio em
que se coloca o narrador para contar a histria constitui o foco, o
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
zado por :
- viso por detrs : o narrador conhece tudo o que diz respeito s
personagens e histria, tendo uma viso panormica dos acon-
tecimentos e a narrao feita em 3
a
pessoa.
- viso com: o narrador personagem e ocupa o centro da narra-
tiva que feito em 1
a
pessoa.
- viso de fora: o narrador descreve e narra apenas o que v,
aquilo que observvel exteriormente no comportamento da per-
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-
dor um observador e a narrativa feita em 3
a
pessoa.
Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-
presentar um foco narrativo, isto , o ponto de vista atravs do qual
a histria est sendo contada. Como j vimos, a narrao feita
em 1
a
pessoa ou 3
a
pessoa.
Formas de apresentao da fala das personagens
Como j sabemos, nas histrias, as personagens agem e falam. H
trs maneiras de comunicar as falas das personagens.
Discurso Direto: a representao da fala das personagens atra-
vs do dilogo.
Exemplo:
Z Lins continuou: carnaval festa do povo. O povo dono da
verdade. Vem a polcia e comea a falar em ordem pblica. No carna-
val a cidade do povo e de ningum mais.
No discurso direto frequente o uso dos verbo de locuo ou descendi:
dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
travesses. Porm, quando as falas das personagens so curtas ou rpidas
os verbos de locuo podem ser omitidos.
Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
prprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
xemplo:
Z Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
nos sombrios por vir.
Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
mistura fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narrao.
Exemplo:
Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
alto. Quando me viram, sem chapu, de pijama, por aqueles
lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
que estivesse doido. Como poderia andar um homem quela
hora , sem fazer nada de cabea no tempo, um branco de ps
no cho como eles? S sendo doido mesmo.
(Jos Lins do Rego)
TEXTO DESCRITIVO
Descrever fazer uma representao verbal dos aspectos mais carac-
tersticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
As perspectivas que o observador tem do objeto so muito importantes,
tanto na descrio literria quanto na descrio tcnica. esta atitude que
vai determinar a ordem na enumerao dos traos caractersticos para que
o leitor possa combinar suas impresses isoladas formando uma imagem
unificada.
Uma boa descrio vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
pouco.
Podemos encontrar distines entre uma descrio literria e outra tc-
nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
Descrio Literria: A finalidade maior da descrio literria
transmitir a impresso que a coisa vista desperta em nossa mente
atravs do sentidos. Da decorrem dois tipos de descrio: a subje-
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tiva, que reflete o estado de esprito do observador, suas prefern-
cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e no o
que v realmente; j a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-
vo, fenomnico, ela exata e dimensional.
Descrio de Personagem: utilizada para caracterizao das
personagens, pela acumulao de traos fsicos e psicolgicos,
pela enumerao de seus hbitos, gestos, aptides e temperamen-
to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-
cial e econmico .
Descrio de Paisagem: Neste tipo de descrio, geralmente o
observador abrange de uma s vez a globalidade do panorama,
para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as
partes mais tpicas desse todo.
Descrio do Ambiente: Ela d os detalhes dos interiores, dos
ambientes em que ocorrem as aes, tentando dar ao leitor uma
visualizao das suas particularidades, de seus traos distintivos e
tpicos.
Descrio da Cena: Trata-se de uma descrio movimentada,
que se desenvolve progressivamente no tempo. a descrio de
um incndio, de uma briga, de um naufrgio.
Descrio Tcnica: Ela apresenta muitas das caractersticas ge-
rais da literatura, com a distino de que nela se utiliza um vocabu-
lrio mais preciso, salientando-se com exatido os pormenores.
predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis-
mos, a fenmenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.
TEXTO DISSERTATIVO
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertao cons-
ta de uma srie de juzos a respeito de um determinado assunto ou ques-
to, e pressupe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever
com clareza, coerncia e objetividade.
A dissertao pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questo.
A linguagem usada a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-
do o contexto.
Quanto forma, ela pode ser tripartida em :
Introduo: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda-
mentais do assunto que est tratando. a enunciao direta e ob-
jetiva da definio do ponto de vista do autor.
Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo-
cadas na introduo sero definidas com os dados mais relevan-
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias
articuladas entre si, de forma que a sucesso deles resulte num
conjunto coerente e unitrio que se encaixa na introduo e de-
sencadeia a concluso.
Concluso: o fenmeno do texto, marcado pela sntese da ideia
central. Na concluso o autor refora sua opinio, retomando a in-
troduo e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer
em um dissertao, cabe fazermos a distino entre fatos, hiptese
e opinio.
- Fato: o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida;
a obra ou ao que realmente se praticou.
- Hiptese: a suposio feita acerca de uma coisa possvel ou
no, e de que se tiram diversas concluses; uma afirmao so-
bre o desconhecido, feita com base no que j conhecido.
- Opinio: Opinar julgar ou inserir expresses de aprovao ou
desaprovao pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje-
tos descritos, um parecer particular, um sentimento que se tem a
respeito de algo.
O TEXTO ARGUMENTATIVO
Um texto argumentativo tem como objetivo convencer algum das
nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer
tema ou assunto.
constitudo por um primeiro pargrafo curto, que deixe a ideia no ar,
depois o desenvolvimento deve referir a opinio da pessoa que o escreve,
com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve
tambm conter contra-argumentos, de forma a no permitir a meio da
leitura que o leitor os faa. Por fim, deve ser concludo com um pargrafo
que responda ao primeiro pargrafo, ou simplesmente com a ideia chave da
opinio.
Geralmente apresenta uma estrutura organizada em trs partes:
a introduo, na qual apresentada a ideia principal ou tese;
o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e
a concluso. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser
de diferentes tipos: exemplos, comparao, dados histricos, dados
estatstico, pesquisas, causas socioeconmicas ou culturais, depoimentos -
enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor
tem consistncia. A concluso pode apresentar uma possvel
soluo/proposta ou uma sntese. Deve utilizar ttulo que chame a ateno
do leitor e utilizar variedade padro de lngua.
A linguagem normalmente impessoal e objetiva.
O roteiro da persuaso para o texto argumentativo:
Na introduo, no desenvolvimento e na concluso do texto argumen-
tativo espera-se que o redator o leitor de seu ponto de vista. Alguns recur-
sos podem contribuir para que a defesa da tese seja concluda com suces-
so. Abaixo veremos algumas formas de introduzir um pargrafo argumenta-
tivo:
Declarao inicial: uma forma de apresentar com assertivi-
dade e segurana a tese.
A aprovao das Cotas para negros vem reparar uma divida moral e
um dano social. Oferecer oportunidade igual de ingresso no Ensino Superi-
or ao negro por meio de polticas afirmativas uma forma de admitir a
diferena social marcante na sociedade e de igualar o acesso ao mercado
de trabalho.
Interrogao: Cria-se com a interrogao uma relao prxima
com o leitor que, curioso, busca no texto resposta as perguntas feitas na
introduo.
Por que nos orgulhamos da nossa falta de conscincia coletiva? Por
que ainda insistimos em agir como espertos individualistas?
Citao ou aluso: Esse recurso garante defesa da tese car-
ter de autoridade e confere credibilidade ao discurso argumentativo, pois
se apoia nas palavras e pensamentos de outrem que goza de prestigio.
As pessoas chegam ao ponto de uma criana morrer e os pais no
chorarem mais, trazerem a criana, jogarem num bolo de mortos, virarem
as costas e irem embora. O comentrio do fotgrafo Sebastio Salgado
sobre o que presenciou na Ruanda um chamado conscincia pbli-
ca.
Exemplificao: O processo narrativo ou descritivo da exempli-
ficao pode conferir argumentao leveza a cumplicidade. Porm,
deve-se tomar cuidado para que esse recurso seja breve e no interfira
no processo persuasivo.
Noite de quarta-feira nos Jardins, bairro paulistano de classe mdia.
Restaurante da moda, frequentado por jovens bem-nascidos, sofre o se-
gundo arrasto do ms. Clientes e funcionrios so assaltados e amea-
ados de morte. O cotidiano violento de So Paulo se faz presente.
Roteiro: A antecipao do que se pretende dizer pode funcionar
como encaminhamento de leitura da tese.
Busca-se com essa exposio analisar o descaso da sociedade em
relao s coletas seletivas de lixo e a incompetncia das prefeituras.
Enumerao: Contribui para que o redator analise os dados e
exponha seus pontos de vista com mais exatido.
Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Sade de So Pau-
lo aponta que as maiores vtimas do abuso sexual so as crianas meno-
res de 12 anos. Elas representam 43% dos 1.926 casos de violncia se-
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xual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Prola Bying-
ton.
Causa e consequncia: Garantem a coeso e a concatenao
das ideias ao longo do pargrafo, alm de conferir carter lgico ao pro-
cesso argumentativo.
No final de maro, o Estado divulgou ndices vergonhosos do Idesp
indicador desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educao para ava-
liar a qualidade do ensino (). O pssimo resultado apenas conse-
quncia de como est baixa a qualidade do ensino pblico. As causas
so vrias, mas certamente entre elas est a falta de respeito do Estado
que, prximo do fim do 1 bimestre, ainda no enviou apostilas para al-
gumas escolas estaduais de Rio Preto.
Sintese: Refora a tese defendida, uma vez que fecha o texto
com a retomada de tudo o que foi exposto ao longo da argumentao.
Recurso seguro e convincente para arrematar o processo discursivo.
Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que no o ideal,
mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento.
O aspecto mais polmico era a venda de bebidas alcolicas nos es-
tdios. A lei eliminou o veto federal, mas no exclui que os organizadores
precisem negociar a permisso em alguns Estados, como So Paulo.
Proposta: Revela autonomia critica do produtor do texto e ga-
rante mais credibilidade ao processo argumentativo.
Recolher de forma digna e justa os usurios de crack que buscam
ajuda, oferecer tratamento humano dever do Estado. No faz sentido
isolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to-
dos. Mundograduado.org
Modelo de Dissertao-Argumentativa
Meio-ambiente e tecnologia: no h contraste, h soluo
Uma das maiores preocupaes do sculo XXI a preservao ambi-
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-
vivncia humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
do analisados, so equivocadamente colocados em oposio tecnologia.
O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avano tem um preo a
se pagar. As indstrias, por exemplo, que so costumeiramente ligadas ao
progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respons-
veis pelo prejuzo causado Camada de Oznio e, por conseguinte, pro-
blemas ambientais que afetam a populao.
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, no vemos
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa poca em que preservar
os ecossistemas do planeta mais do que avano, uma questo de
continuidade das espcies animais e vegetais, incluindo-se principalmente
ns, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,
podemos consider-las parceiras na busca por solues a essa problemti-
ca.
O desenvolvimento de projetos cientficos que visem a amenizar os
transtornos causados Terra plenamente possvel e real. A era tecnol-
gica precisa atuar a servio do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
do que em favor de um conforto momentneo. Nessas circunstncias no
existe contraste algum, pelo contrrio, h uma relao direta que poder se
transformar na salvao do mundo.
Portanto, as universidades e instituies de pesquisas em geral preci-
sam agir rapidamente na elaborao de pacotes cientficos com vistas a
combater os resultados caticos da falta de conscientizao humana. Nada
melhor do que a cincia para direcionar formas prticas de amenizarmos a
ferida que tomou conta do nosso Planeta Azul.
Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textual
dissertativa assim organizada:
1 pargrafo: Introduo com apresentao da tese a ser defendi-
da;
Uma das maiores preocupaes do sculo XXI a preservao ambi-
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-
vivncia humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
do analisados, so equivocadamente colocados em oposio tecnologia.
2 pargrafo: H o desenvolvimento da tese com fundamentos ar-
gumentativos;
O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avano tem um preo
a se pagar. As indstrias, por exemplo, que so costumeiramente ligadas
ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respon-
sveis pelo prejuzo causado Camada de Oznio e, por conseguinte,
problemas ambientais que afetam a populao.
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, no vemos
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa poca em que preservar
os ecossistemas do planeta mais do que avano, uma questo de
continuidade das espcies animais e vegetais, incluindo-se principalmente
ns, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,
podemos consider-las parceiras na busca por solues a essa problemti-
ca.
3 pargrafo: A concluso desenvolvida com uma proposta de
interveno relacionada tese.
O desenvolvimento de projetos cientficos que visem a amenizar os
transtornos causados Terra plenamente possvel e real. A era tecnol-
gica precisa atuar a servio do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
do que em favor de um conforto momentneo. Nessas circunstncias no
existe contraste algum, pelo contrrio, h uma relao direta que poder se
transformar na salvao do mundo.
Portanto, as universidades e instituies de pesquisas em geral preci-
sam agir rapidamente na elaborao de pacotes cientficos com vistas a
combater os resultados caticos da falta de conscientizao humana. Nada
melhor do que a cincia para direcionar formas prticas de amenizarmos a
ferida que tomou conta do nosso Planeta Azul. Prof Francinete
A ideia principal e as secundrias
Para treinarmos a redao de pequenos pargrafos narrativos, vamos
nos colocar no papel de narradores, isto , vamos contar fatos com base na
organizao das ideias.
Leia o trecho abaixo:
Meu primo j havia chegado metade da perigosa ponte de ferro
quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Com
isso, ele no teve tempo de correr para a frente ou para trs, mas, demons-
trando grande presena de esprito, agachou-se, segurou, com as mos,
um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
Como voc deve ter observado, nesse pargrafo, o narrador conta-nos
um fato acontecido com seu primo. , pois, um pargrafo narrativo. Anali-
semos, agora, o pargrafo quanto estrutura.
As ideias foram organizadas da seguinte maneira:
Ideia principal:
Meu primo j havia chegado metade da perigosa ponte de ferro
quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte.
Ideias secundrias:
Com isso, ele no teve tempo de correr para a frente ou para trs, mas,
demonstrando grande presena de esprito, agachou-se, segurou, com as
mos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
A ideia principal, como voc pode observar, refere-se a uma ao peri-
gosa, agravada pelo aparecimento de um trem. As ideias secundrias
complementam a ideia principal, mostrando como o primo do narrador
conseguiu sair-se da perigosa situao em que se encontrava.
Os pargrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado
de ideias secundrias. Entretanto, muito comum encontrarmos, em par-
grafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o exemplo:
O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Incio.
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Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a-
proveitar o bom tempo. Pegaram um animal, montaram e seguiram conten-
tes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela me.
Nesse trecho, h dois pargrafos.
No primeiro, s h uma ideia desenvolvida, que corresponde ideia
principal do pargrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Incio.
No segundo, j podemos perceber a relao ideia principal + ideias
secundrias. Observe:
Ideia principal:
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a-
proveitar o bom tempo.
Ideia secundrias:
Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos,
levando um farto lanche, preparado pela me.
Agora que j vimos alguns exemplos, voc deve estar se perguntando:
Afinal, de que tamanho o pargrafo?
Bem, o que podemos responder que no h como apontar um pa-
dro, no que se refere ao tamanho ou extenso do pargrafo.
H exemplos em que se veem pargrafos muito pequenos; outros, em
que so maiores e outros, ainda, muito extensos.
Tambm no h como dizer o que certo ou errado em termos da ex-
tenso do pargrafo, pois o que importante mesmo, a organizao das
ideias. No entanto, sempre til observar o que diz o dito popular nem
oito, nem oitenta.
Assim como no aconselhvel escrevermos um texto, usando apenas
pargrafos muito curtos, tambm no aconselhvel empregarmos os
muito longos.
Essas observaes so muito teis para quem est iniciando os traba-
lhos de redao. Com o tempo, a prtica dir quando e como usar pargra-
fos pequenos, grandes ou muito grandes.
At aqui, vimos que o pargrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia
principal e outras secundrias. Isso no significa, no entanto, que sempre a
ideia principal aparea no incio do pargrafo. H casos em que a ideia
secundria inicia o pargrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja o
exemplo:
As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou trs vezes, o solo
estremeceu violentamente sob meus ps. Logo percebi que se tratava de
um terremoto.
Observe que a ideia mais importante est contida na frase: Logo per-
cebi que se tratava de um terremoto, que aparece no final do pargrafo.
As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou comprovam a afirmao:
as estacas tremiam fortemente, e duas ou trs vezes, o solo estremeceu
violentamente sob meus ps e estas esto localizadas no incio do par-
grafo.
Ento, a respeito da estrutura do pargrafo, conclumos que as ideias
podem organizar-se da seguinte maneira:
Ideia principal + ideias secundrias
ou
Ideias secundrias + ideia principal
importante frisar, tambm, que a ideia principal e as ideias se-
cundrias no so ideias diferentes e, por isso, no podem ser separadas
em pargrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundrias deve-
mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia
principal e mant-las juntas no mesmo pargrafo. Com isso, estaremos
evitando e repetio de palavras e assegurando a sua clareza. importan-
te, ao termos vrias ideias secundrias, que sejam identificadas aquelas
que realmente se relacionam ideia principal. Esse cuidado de grande
valia ao se redigir pargrafos sobre qualquer assunto.
ESTRUTURAO E ARTICULAO DO TEXTO
Resenha Critica de Articulao do Texto
Amanda Alves Martins
Resenha Crtica do livro A Articulao do Texto, da autora Elisa Guima-
res
No livro de Elisa Guimares, A Articulao do Texto, a autora procura
esclarecer as dvidas referentes formao e compreenso de um texto
e do seu contexto.
Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o
texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de
uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensveis para a
sua construo, como as intenes do falante (emissor), o jogo de ima-
gens conceituais, mentais que o emissor e destinatrio executam.(Manuel
P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado isso, um texto no pode existir de forma
nica e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quanto
semanticamente para que haja um entendimento e uma compreenso
deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se expli-
cam de forma recproca.
Completando o processo de formao de um texto, a autora nos escla-
rece que a economia de linguagem facilita a compreenso dele, sendo
indispensvel uma ligao entre as partes, mesmo havendo um corte de
trechos considerados no essenciais.
Quando o tema a situao comunicativa (p.7), a autora nos esclare-
ce a relao texto X contexto, onde um essencial para esclarecermos o
outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con-
forme so inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendi-
mento de que no podemos considerar isoladamente os seus conceitos e
sim analis-los de acordo com o contexto semntico ao qual est inserida.
Segundo Elisa Guimares, o sentido da palavra texto estende-se a
uma enorme vastido, podendo designar um enunciado qualquer, oral ou
escrito, longo ou breve, antigo ou moderno (p.14) e ao contrrio do que
muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen-
to, uma frase, um verbo ect e no apenas na reunio destes com mais
algumas outras formas de enunciao; procurando sempre uma objetivida-
de para que a sua compreenso seja feita de forma fcil e clara.
Esta economia textual facilita no caminho de transmisso entre o enun-
ciador e o receptor do texto que procura condensar as informaes recebi-
das a fim de se deter ao ncleo informativo (p.17), este sim, primordial a
qualquer informao.
A autora tambm apresenta diversas formas de classificao do discur-
so e do texto, porm, detenhamo-nos na diviso de texto informativo e de
um texto literrio ou ficcional.
Analisando um texto, possvel percebermos que a repetio de um
nome/lexema, nos induz lembrar de fatos j abordados, estimula a nossa
biblioteca mental e a informa da importncia de tal nome, que dentro de um
contexto qualquer, ou seja que no fosse de um texto informacional, seria
apenas caracterizado como uma redundncia desnecessria. Essa repeti-
o normalmente dada atravs de sinnimos ou sinnimos perfeitos
(p.30) que permitem a permutao destes nomes durante o texto sem que o
sentido original e desejado seja modificado.
Esta relao semntica presente nos textos ocorre devido s interpre-
taes feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada semnti-
ca referencial (p.31) para causar esta busca mental no receptor atravs de
palavras semanticamente semelhantes que fora enunciada, porm, existe
ainda o que a autora denominou de inexistncia de sinnimo perfeito
(p.30) que so sinnimos porm quando posto em substituio um ao outro
no geram uma coerncia adequada ao entendimento.
Nesta relao de substituio por sinnimos, devemos ter cautela
quando formos usar os hipernimos (p.32), ou at mesmo a hiponmia
(p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs-
tituies pode-se causar desajustes e o resultado final no fazer com que a
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imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi-
lao, errnea, pode ser utilizada.
Seguindo ainda neste linear das substituies, existem ainda as nomi-
naes e a elipse, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso por
um verbo substitudo por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquanto
na segunda, ou seja, na elipse, o substituto nulo e marcado pela flexo
verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro de
Elisa Guimares:
Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presena suave. Mil
deles no causam o incmodo de dez cearenses.
__No grita, ___ no empurram< ___ no seguram o brao da gente,
___ no impem suas opinies. Para os importunos inventaram eles uma
palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para
essa casta de gente (...) (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crnicas
escolhidas. Rio de Janeiros, Jos Olympio, 1958, p.82).
Porm preciso especificar que para que haja a elipse o termo elptico
deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais j
ditos anteriormente so primordiais para a compreenso e produo textu-
al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grande
valor para tais feitos.
Ao abordar os conceitos de coeso e coerncia, a autora procura pri-
meiramente retomar a noo de que a construo do texto feita atravs
de referentes lingusticos (p.38) que geram um conjunto de frases que iro
constituir uma microestrutura do texto (p.38) que se articula com a estrutu-
ra semntica geral. Porm, a dificuldade de se separar a coeso da coe-
rncia est no fato daquela est inserida nesta, formando uma linha de
raciocnio de fcil compreenso, no entanto, quando ocorre uma incoern-
cia textual, decorrente da incompatibilidade e no exatido do que foi
escrito, o leitor tambm capaz de entender devido a sua fcil compreen-
so apesar da m articulao do texto.
A coerncia de um texto no dada apenas pela boa interligao entre
as suas frases, mas tambm porque entre estas existe a influncia da
coerncia textual, o que nos ajuda a concluir que a coeso, na verdade,
efeito da coerncia. Como observamos em Nova Gramtica Aplicada da
Lngua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed):
A coeso e a coerncia trazem a caracterstica de promover a inter-
relao semntica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que
chamamos de conectividade textual. A coerncia diz respeito ao nexo
entre os conceitos; e a coeso, expresso desse nexo no plano lingusti-
co (VAL, Maria das Graas Costa. Redao e textualidade, 1991, p.7)
No captulo que diz respeito s noes de estrutura, Elisa Guimares,
busca ressaltar o nvel sinttico representado pelas coordenaes e subor-
dinaes que fixam relaes de equivalncia ou hierarquia respectiva-
mente.
Um fato importante dentro do livro A Articulao do Texto, o valor atribu-
do s estruturas integrantes do texto, como o ttulo, o pargrafo, as inter e
intrapartes, o incio e o fim e tambm, as superestruturas.
O ttulo funciona como estratgica de articulao do texto podendo de-
sempenhar papis que resumam os seus pontos primordiais, como tam-
bm, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto.
Os pargrafos esquematizam o raciocnio do escritos, como enuncia
Othon Moacir Garcia:
O pargrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-
venientemente as ideias principais da sua composio, permitindo ao leitor
acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estgios.
bom relembrar, que dentro do pargrafo encontraremos o chamado
tpico frasal, que resumir a principal ideia do pargrafo no qual esta
inserido; e tambm encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos
de pargrafo, cada qual com um ponto de vista especfico.
No que diz respeito ao tpico Inicio e fim, Elisa Guimares preferiu a-
bord-los de forma mtua j que um consequncia ou decorrncia do
outro; ficando a organizao da narrativa com uma forma de estrutura
clssica e seguindo uma linha sequencial j esperada pelo leitor, onde o
incio alimenta a esperana de como vir a ser o texto, enquanto que o fim
exercer uma funo de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o
que tambm, alimenta a imaginao tanto do leito, quanto do prprio autor.
No geral, o que diz respeito ao livro A Articulao do Texto de Elisa
Guimares, ele nos trs um grande nmero de informaes e novos concei-
tos em relao produo e compreenso textual, no entanto, essa grande
leva de informaes muitas vezes se tornam confusas e acabam por des-
prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto e
dificultando o entendimento terico.
A REFERENCIAO / OS REFERENTES / COERNCIA E COESO
A fala e tambm o texto escrito constituem-se no apenas numa se-
quncia de palavras ou de frases. A sucesso de coisas ditas ou escritas
forma uma cadeia que vai muito alm da simples sequencialidade: h um
entrelaamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto
falado ou escrito. Os mecanismos lingusticos que estabelecem a conectivi-
dade e a retomada e garantem a coeso so os referentes textuais. Cada
uma das coisas ditas estabelece relaes de sentido e significado tanto
com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, constru-
indo uma cadeia textual significativa. Essa coeso, que d unidade ao
texto, vai sendo construda e se evidencia pelo emprego de diferentes
procedimentos, tanto no campo do lxico, como no da gramtica. (No
esqueamos que, num texto, no existem ou no deveriam existir elemen-
tos dispensveis. Os elementos constitutivos vo construindo o texto, e so
as articulaes entre vocbulos, entre as partes de uma orao, entre as
oraes e entre os pargrafos que determinam a referenciao, os contatos
e conexes e estabelecem sentido ao todo.)
Ateno especial concentram os procedimentos que garantem ao texto
coeso e coerncia. So esses procedimentos que desenvolvem a din-
mica articuladora e garantem a progresso textual.
A coeso a manifestao lingustica da coerncia e se realiza nas
relaes entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos
em relao aos substantivos; formas verbais em relao aos sujeitos;
tempos verbais nas relaes espao-temporais constitutivas do texto etc.),
na organizao de perodos, de pargrafos, das partes do todo, como
formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver
um tema ou as unidades de um texto. Construda com os mecanismos
gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.
1. Considere-se, inicialmente, a coeso apoiada no lxico. Ela pode
dar-se pela reiterao, pela substituio e pela associao.
garantida com o emprego de:
enlaces semnticos de frases por meio da repetio. A mensa-
gem-tema do texto apoiada na conexo de elementos lxicos su-
cessivos pode dar-se por simples iterao (repetio). Cabe, nesse
caso, fazer-se a diferenciao entre a simples redundncia resul-
tado da pobreza de vocabulrio e o emprego de repeties como
recurso estilstico, com inteno articulatria. Ex.: As contas do
patro eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas
Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patro queria engan-
lo.Enganava. Vidas secas, p. 143);
substituio lxica, que se d tanto pelo emprego de sinnimos
como de palavras quase sinnimas. Considerem-se aqui alm
das palavras sinnimas, aquelas resultantes de famlias ideolgi-
cas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaar, revoar,
voar;
hipnimos (relaes de um termo especfico com um termo de
sentido geral, ex.: gato, felino) e hipernimos (relaes de um
termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais especfi-
co, ex.: felino, gato);
nominalizaes (quando um fato, uma ocorrncia, aparece em
forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.:
consertar, o conserto; viajar, a viagem). preciso distinguir-se en-
tre nominalizao estrita e. generalizaes (ex.: o co < o animal)
e especificaes (ex.: planta > rvore > palmeira);
substitutos universais (ex.: Joo trabalha muito. Tambm o fao.
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7
O verbo fazer em substituio ao verbo trabalhar);
enunciados que estabelecem a recapitulao da ideia global.
Ex.: O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e tambm
deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono
(Vidas Secas, p.11). Esse enunciado chamado de anfora con-
ceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere
so retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta.
Com esse recurso, evitam-se as repeties e faz-se o discurso a-
vanar, mantendo-se sua unidade.
2. A coeso apoiada na gramtica d-se no uso de:
certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-
se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados
como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto,
diferentemente dos pronomes de 1
e 2
pessoa:
Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
O que voc quer dizer com isso?
e) Para indicar tempo passado, no muito prximo do momento em que
falamos:
Um dia desses estive em Porto Alegre.
Comi naquele restaurante dia desses.
f) Para indicar aquilo que j mencionamos:
Fugir aos problemas? Isso no do meu feitio.
Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia no est muito distan-
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te.
3. AQUELE (e variaes) e AQUILO usam-se:
a) Para indicar o que est longe das duas primeiras pessoas e refere-se
3.
Aquele documento que l est teu?
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Naquele instante estava preocupado.
Daquele instante em diante modifiquei-me.
Usamos, ainda, aquela semana, aquele ms, aquele ano, aquele
sculo, para exprimir que o tempo j decorreu.
4. Quando se faz referncia a duas pessoas ou coisas j mencionadas,
usa-se este (ou variaes) para a ltima pessoa ou coisa e aquele (ou
variaes) para a primeira:
Ao conversar com lsabel e Lus, notei que este se encontrava nervoso
e aquela tranquila.
5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposio DE,
pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
Voc teria coragem de proferir um palavro desses, Rose?
Com um frio destes no se pode sair de casa.
Nunca vi uma coisa daquelas.
6. MESMO e PRPRIO variam em gnero e nmero quando tm carter
reforativo:
Zilma mesma (ou prpria) costura seus vestidos.
Lus e Lusa mesmos (ou prprios) arrumam suas camas.
7. O (e variaes) pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
ISSO ou AQUELE (e variaes).
Nem tudo (aquilo) que reluz ouro.
O (aquele) que tem muitos vcios tem muitos mestres.
Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
A sorte mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela no ama os
homens superiores.
8. NISTO, em incio de frase, significa ENTO, no mesmo instante:
A menina ia cair, nisto, o pai a segurou
9. Tal pronome demonstrativo quando tomado na acepo DE ESTE,
ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO.
Tal era a situao do pas.
No disse tal.
Tal no pde comparecer.
Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu-
des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha
QUE, formando a expresso que tal? (? que lhe parece?) em frases como
Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
ou OUTRO TAL:
Suas manias eram tais quais as minhas.
A me era tal quais as filhas.
Os filhos so tais qual o pai.
Tal pai, tal filho.
pronome substantivo em frases como:
No encontrarei tal (= tal coisa).
No creio em tal (= tal coisa)
PRONOMES RELATIVOS
Veja este exemplo:
Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo
casa um pronome relativo.
PRONOMES RELATIVOS so palavras que representam nomes j re-
feridos, com os quais esto relacionados. Da denominarem-se relativos.
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente.
No exemplo dado, o antecedente casa.
Outros exemplos de pronomes relativos:
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
O lugar onde paramos era deserto.
Traga tudo quanto lhe pertence.
Leve tantos ingressos quantos quiser.
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso?
Eis o quadro dos pronomes relativos:
VARIVEIS INVARIVEIS
Masculino Feminino
o qual
os quais
a qual
as quais
quem
cujo cujos cuja cujas que
quanto quantos quanta quantas onde
Observaes:
1. O pronome relativo QUEM s se aplica a pessoas, tem antecedente,
vem sempre antecedido de preposio, e equivale a O QUAL.
O mdico de quem falo meu conterrneo.
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem
sempre um substantivo sem artigo.
Qual ser o animal cujo nome a autora no quis revelar?
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) so pronomes relativos quando precedidos
de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas.
Tenho tudo quanto quero.
Leve tantos quantos precisar.
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou.
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
EM QUE.
A casa onde (= em que) moro foi de meu av.
PRONOMES INDEFINIDOS
Estes pronomes se referem 3 pessoa do discurso, designando-a de
modo vago, impreciso, indeterminado.
1. So pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUM, FULANO,
SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUM, OUTREM, QUEM, TUDO
Exemplos:
Algo o incomoda?
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve.
No faas a outrem o que no queres que te faam.
Quem avisa amigo .
Encontrei quem me pode ajudar.
Ele gosta de quem o elogia.
2. So pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA
CERTAS.
Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem vrias profisses.
Certo dia apareceu em casa um reprter famoso.
PRONOMES INTERROGATIVOS
Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de
modo impreciso 3 pessoa do discurso.
Exemplos:
Que h?
Que dia hoje?
Reagir contra qu?
Por que motivo no veio?
Quem foi?
Qual ser?
Quantos vm?
Quantas irms tens?
VERBO
CONCEITO
As palavras em destaque no texto abaixo exprimem aes, situando-
as no tempo.
Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re-
ceita de como mat-las. Que misturasse em partes iguais acar, farinha e
gesso. A farinha e o acar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
Assim fiz. Morreram.
(Clarice Lispector)
Essas palavras so verbos. O verbo tambm pode exprimir:
a) Estado:
No sou alegre nem sou triste.
Sou poeta.
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b) Mudana de estado:
Meu av foi buscar ouro.
Mas o ouro virou terra.
c) Fenmeno:
Chove. O cu dorme.
VERBO a palavra varivel que exprime ao, estado, mudana de
estado e fenmeno, situando-se no tempo.
FLEXES
O verbo a classe de palavras que apresenta o maior nmero de fle-
xes na lngua portuguesa. Graas a isso, uma forma verbal pode trazer em
si diversas informaes. A forma CANTVAMOS, por exemplo, indica:
a ao de cantar.
a pessoa gramatical que pratica essa ao (ns).
o nmero gramatical (plural).
o tempo em que tal ao ocorreu (pretrito).
o modo como encarada a ao: um fato realmente acontecido no
passado (indicativo).
que o sujeito pratica a ao (voz ativa).
Portanto, o verbo flexiona-se em nmero, pessoa, modo, tempo e voz.
1. NMERO: o verbo admite singular e plural:
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as trs pessoas gramaticais:
1 pessoa: aquela que fala. Pode ser
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeo.
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NS. Ex.: Ns adorme-
cemos.
2 pessoa: aquela que ouve. Pode ser
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VS. Ex.:Vs adormeceis.
3 pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela
adormece.
b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles
adormecem.
3. MODO: a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante
em relao ao fato que comunica. H trs modos em portugus.
a) indicativo: a atitude do falante de certeza diante do fato.
A cachorra Baleia corria na frente.
b) subjuntivo: a atitude do falante de dvida diante do fato.
Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
c) imperativo: o fato enunciado como uma ordem, um conselho, um
pedido
Corra na frente, Baleia.
4. TEMPO: a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
em relao ao momento em que se fala. Os trs tempos bsicos so:
a) presente: a ao ocorre no momento em que se fala:
Fecho os olhos, agito a cabea.
b) pretrito (passado): a ao transcorreu num momento anterior quele
em que se fala:
Fechei os olhos, agitei a cabea.
c) futuro: a ao poder ocorrer aps o momento em que se fala:
Fecharei os olhos, agitarei a cabea.
O pretrito e o futuro admitem subdivises, o que no ocorre com o
presente.
Veja o esquema dos tempos simples em portugus:
Presente (falo)
INDICATIVO Pretrito perfeito ( falei)
Imperfeito (falava)
Mais- que-perfeito (falara)
Futuro do presente (falarei)
do pretrito (falaria)
Presente (fale)
SUBJUNTIVO Pretrito imperfeito (falasse)
Futuro (falar)
H ainda trs formas que no exprimem exatamente o tempo em que
se d o fato expresso. So as formas nominais, que completam o esquema
dos tempos simples.
Infinitivo impessoal (falar)
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.)
FORMAS NOMINAIS Gerndio (falando)
Particpio (falado)
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser:
a) agente do fato expresso.
O carroceiro disse um palavro.
(sujeito agente)
O verbo est na voz ativa.
b) paciente do fato expresso:
Um palavro foi dito pelo carroceiro.
(sujeito paciente)
O verbo est na voz passiva.
c) agente e paciente do fato expresso:
O carroceiro machucou-se.
(sujeito agente e paciente)
O verbo est na voz reflexiva.
6. FORMAS RIZOTNICAS E ARRIZOTNICAS: d-se o nome de
rizotnica forma verbal cujo acento tnico est no radical.
Falo - Estudam.
D-se o nome de arrizotnica forma verbal cujo acento tnico est
fora do radical.
Falamos - Estudarei.
7. CLASSIFICACO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em:
a) regulares - so aqueles que possuem as desinncias normais de sua
conjugao e cuja flexo no provoca alteraes no radical: canto -
cantei - cantarei cantava - cantasse.
b) irregulares - so aqueles cuja flexo provoca alteraes no radical ou
nas desinncias: fao - fiz - farei - fizesse.
c) defectivos - so aqueles que no apresentam conjugao completa,
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe-
nmenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc.
d) abundantes - so aqueles que possuem mais de uma forma com o
mesmo valor. Geralmente, essa caracterstica ocorre no particpio: ma-
tado - morto - enxugado - enxuto.
e) anmalos - so aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
gao.
verbo ser: sou - fui
verbo ir: vou - ia
QUANTO EXISTNCIA OU NO DO SUJEITO
1. Pessoais: so aqueles que se referem a qualquer sujeito implcito ou
explcito. Quase todos os verbos so pessoais.
O Nino apareceu na porta.
2. Impessoais: so aqueles que no se referem a qualquer sujeito implci-
to ou explcito. So utilizados sempre na 3 pessoa. So impessoais:
a) verbos que indicam fenmenos meteorolgicos: chover, nevar, ventar,
etc.
Garoava na madrugada roxa.
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Houve um espetculo ontem.
H alunos na sala.
Havia o cu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
claros.
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenmeno meteorolgico.
Fazia dois anos que eu estava casado.
Faz muito frio nesta regio?
O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
O verbo haver impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
3 pessoa do singular - quando significa:
1) EXISTIR
H pessoas que nos querem bem.
Criaturas infalveis nunca houve nem haver.
Brigavam toa, sem que houvesse motivos srios.
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
2) ACONTECER, SUCEDER
Houve casos difceis na minha profisso de mdico.
No haja desavenas entre vs.
Naquele presdio havia frequentes rebelies de presos.
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3) DECORRER, FAZER, com referncia ao tempo passado:
H meses que no o vejo.
Haver nove dias que ele nos visitou.
Havia j duas semanas que Marcos no trabalhava.
O fato aconteceu h cerca de oito meses.
Quando pode ser substitudo por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
pretrito imperfeito, e no no presente:
Havia (e no H) meses que a escola estava fechada.
Morvamos ali havia (e no H) dois anos.
Ela conseguira emprego havia (e no H) pouco tempo.
Havia (e no H) muito tempo que a policia o procurava.
4) REALIZAR-SE
Houve festas e jogos.
Se no chovesse, teria havido outros espetculos.
Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
5) Ser possvel, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
seguido de infinitivo):
Em pontos de cincia no h transigir.
No h cont-lo, ento, no mpeto.
No havia descrer na sinceridade de ambos.
Mas olha, Tomsia, que no h fiar nestas afeiezinhas.
E no houve convenc-lo do contrrio.
No havia por que ficar ali a recriminar-se.
Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locuo adverbial de
h muito (= desde muito tempo, h muito tempo):
De h muito que esta rvore no d frutos.
De h muito no o vejo.
O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
ele formam locuo, os quais, por isso, permanecem invariveis na 3
pessoa do singular:
Vai haver eleies em outubro.
Comeou a haver reclamaes.
No pode haver umas sem as outras.
Parecia haver mais curiosos do que interessados.
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
A expresso correta HAJA VISTA, e no HAJA VISTO. Pode ser
construda de trs modos:
Hajam vista os livros desse autor.
Haja vista os livros desse autor.
Haja vista aos livros desse autor.
CONVERSO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
sentido da frase.
Exemplo:
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
Observe que o objeto direto ser o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
passar a agente da passiva e o verbo assumir a forma passiva, conser-
vando o mesmo tempo.
Outros exemplos:
Os calores intensos provocam as chuvas.
As chuvas so provocadas pelos calores intensos.
Eu o acompanharei.
Ele ser acompanhado por mim.
Todos te louvariam.
Serias louvado por todos.
Prejudicaram-me.
Fui prejudicado.
Condenar-te-iam.
Serias condenado.
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
a) Presente
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
- um fato que ocorre no momento em que se fala.
Eles estudam silenciosamente.
Eles esto estudando silenciosamente.
- uma ao habitual.
Corra todas as manhs.
- uma verdade universal (ou tida como tal):
O homem mortal.
A mulher ama ou odeia, no h outra alternativa.
- fatos j passados. Usa-se o presente em lugar do pretrito para dar
maior realce narrativa.
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Esprito das Leis".
o chamado presente histrico ou narrativo.
- fatos futuros no muito distantes, ou mesmo incertos:
Amanh vou escola.
Qualquer dia eu te telefono.
b) Pretrito Imperfeito
Emprega-se o pretrito imperfeito do indicativo para designar:
- um fato passado contnuo, habitual, permanente:
Ele andava toa.
Ns vendamos sempre fiado.
- um fato passado, mas de incerta localizao no tempo. o que ocorre
por exemplo, no inicio das fbulas, lendas, histrias infantis.
Era uma vez...
- um fato presente em relao a outro fato passado.
Eu lia quando ele chegou.
c) Pretrito Perfeito
Emprega-se o pretrito perfeito do indicativo para referir um fato j
ocorrido, concludo.
Estudei a noite inteira.
Usa-se a forma composta para indicar uma ao que se prolonga at o
momento presente.
Tenho estudado todas as noites.
d) Pretrito mais-que-perfeito
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ao passada em
relao a outro fato passado (ou seja, o passado do passado):
A bola j ultrapassara a linha quando o jogador a alcanou.
e) Futuro do Presente
Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato
futuro em relao ao momento em que se fala.
Irei escola.
f) Futuro do Pretrito
Emprega-se o futuro do pretrito do indicativo para assinalar:
- um fato futuro, em relao a outro fato passado.
- Eu jogaria se no tivesse chovido.
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto.
- Seria realmente agradvel ter de sair?
Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretrito indica polidez e s
vezes, ironia.
- Daria para fazer silncio?!
Modo Subjuntivo
a) Presente
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
- um fato presente, mas duvidoso, incerto.
Talvez eles estudem... no sei.
- um desejo, uma vontade:
Que eles estudem, este o desejo dos pais e dos professores.
b) Pretrito Imperfeito
Emprega-se o pretrito imperfeito do subjuntivo para indicar uma
hiptese, uma condio.
Se eu estudasse, a histria seria outra.
Ns combinamos que se chovesse no haveria jogo.
e) Pretrito Perfeito
Emprega-se o pretrito perfeito composto do subjuntivo para apontar
um fato passado, mas incerto, hipottico, duvidoso (que so, afinal, as
caractersticas do modo subjuntivo).
Que tenha estudado bastante o que espero.
d) Pretrito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretrito mais-que-perfeito
do subjuntivo para indicar um fato passado em relao a outro fato
passado, sempre de acordo com as regras tpicas do modo subjuntivo:
Se no tivssemos sado da sala, teramos terminado a prova tranqui-
lamente.
e) Futuro
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro j conclu-
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do em relao a outro fato futuro.
Quando eu voltar, saberei o que fazer.
VERBOS IRREGULARES
DAR
Presente do indicativo dou, ds, d, damos, dais, do
Pretrito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
Pretrito mais-que-perfeito dera, deras, dera, dramos, dreis, deram
Presente do subjuntivo d, ds, d, demos, deis, dem
Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, dssemos, dsseis, dessem
Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
MOBILIAR
Presente do indicativo mobilio, moblias, moblia, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, moblie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
Imperativo moblia, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem
AGUAR
Presente do indicativo guo, guas, gua, aguamos, aguais, guam
Pretrito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
Presente do subjuntivo gue, agues, ague, aguemos, agueis, guem
MAGOAR
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
Pretrito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa-
ram
Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
Conjugam-se como magoar, abenoar, abotoar, caoar, voar e perdoar
APIEDAR-SE
Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-
vos, apiadam-se
Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei-
vos, apiedem-se
Nas formas rizotnicas, o E do radical substitudo por A
MOSCAR
Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam
Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus-
quem
Nas formas rizotnicas, o O do radical substitudo por U
RESFOLEGAR
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais,
resfolgam
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis,
resfolguem
Nas formas rizotnicas, o E do radical desaparece
NOMEAR
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam
Pretrito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomevamos, nomeveis,
nomeavam
Pretrito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea-
ram
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear
COPIAR
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
Pretrito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram
Pretrito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiramos, copi-
reis, copiaram
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem
ODIAR
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam
Pretrito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odivamos, odiveis, odiavam
Pretrito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram
Pretrito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiramos, odireis,
odiaram
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar
CABER
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem
Pretrito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam
Pretrito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubramos,
coubreis, couberam
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubssemos, coubsseis,
coubessem
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem
O verbo CABER no se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
imperativo negativo
CRER
Presente do indicativo creio, crs, cr, cremos, credes, crem
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam
Imperativo afirmativo cr, creia, creiamos, crede, creiam
Conjugam-se como crer, ler e descrer
DIZER
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem
Pretrito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram
Pretrito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, dissramos, dissreis,
disseram
Futuro do presente direi, dirs, dir, diremos, direis, diro
Futuro do pretrito diria, dirias, diria, diramos, direis, diriam
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam
Pretrito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, dissssemos, disssseis,
dissesse
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem
Particpio dito
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer
FAZER
Presente do indicativo fao, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem
Pretrito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram
Pretrito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizramos, fizreis, fizeram
Futuro do presente farei, fars, far, faremos, fareis, faro
Futuro do pretrito faria, farias, faria, faramos, fareis, fariam
Imperativo afirmativo faze, faa, faamos, fazei, faam
Presente do subjuntivo faa, faas, faa, faamos, faais, faam
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizssemos, fizsseis,
fizessem
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer
PERDER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam
Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam
PODER
Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem
Pretrito Imperfeito podia, podias, podia, podamos, podeis, podiam
Pretrito perfeito pude, pudeste, pde, pudemos, pudestes, puderam
Pretrito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudramos, pudreis,
puderam
Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam
Pretrito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudssemos, pudsseis,
pudessem
Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Gerndio podendo
Particpio podido
O verbo PODER no se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
imperativo negativo
PROVER
Presente do indicativo provejo, provs, prov, provemos, provedes, provem
Pretrito imperfeito provia, provias, provia, provamos, proveis, proviam
Pretrito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
Pretrito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provramos, prov-
reis, proveram
Futuro do presente proverei, provers, prover, proveremos, provereis, provero
Futuro do pretrito proveria, proverias, proveria, proveramos, provereis, prove-
riam
Imperativo prov, proveja, provejamos, provede, provejam
Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam
Pretrito imperfeito provesse, provesses, provesse, provssemos, provsseis,
provessem
Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem
Gerndio provendo
Particpio provido
QUERER
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Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem
Pretrito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Pretrito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quisramos, quis-
reis, quiseram
Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Pretrito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quisssemos quissseis,
quisessem
Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem
REQUERER
Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
Pretrito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
requereram
Pretrito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,
requerereis, requereram
Futuro do presente requererei, requerers requerer, requereremos, requerereis,
requerero
Futuro do pretrito requereria, requererias, requereria, requereramos, requere-
reis, requereriam
Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais,
requeiram
Pretrito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerssemos,
requersseis, requeressem,
Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
requerem
Gerndio requerendo
Particpio requerido
O verbo REQUERER no se conjuga como querer.
REAVER
Presente do indicativo reavemos, reaveis
Pretrito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve-
ram
Pretrito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvramos, reouvreis,
reouveram
Pretrito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvssemos, reou-
vsseis, reouvessem
Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,
reouverem
O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas s nas formas em que esse apresen-
ta a letra v
SABER
Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem
Pretrito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam
Pretrito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubramos,
soubreis, souberam
Pretrito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabamos, sabeis, sabiam
Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubssemos, soubsseis,
soubessem
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem
VALER
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham
TRAZER
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem
Pretrito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazamos, trazeis, traziam
Pretrito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram
Pretrito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxramos,
trouxreis, trouxeram
Futuro do presente trarei, trars, trar, traremos, trareis, traro
Futuro do pretrito traria, trarias, traria, traramos, trareis, trariam
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam
Pretrito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxssemos, trouxsseis,
trouxessem
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe-
rem
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem
Gerndio trazendo
Particpio trazido
VER
Presente do indicativo vejo, vs, v, vemos, vedes, vem
Pretrito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram
Pretrito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram
Imperativo afirmativo v, veja, vejamos, vede vs, vejam vocs
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam
Pretrito imperfeito visse, visses, visse, vssemos, vsseis, vissem
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Particpio visto
ABOLIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem
Pretrito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolamos, aboleis, aboliam
Pretrito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram
Pretrito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolramos, abolreis,
aboliram
Futuro do presente abolirei, abolirs, abolir, aboliremos, abolireis, aboliro
Futuro do pretrito aboliria, abolirias, aboliria, aboliramos, abolireis, aboliriam
Presente do subjuntivo no h
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolssemos, abolsseis,
abolissem
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Imperativo afirmativo abole, aboli
Imperativo negativo no h
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Infinitivo impessoal abolir
Gerndio abolindo
Particpio abolido
O verbo ABOLIR conjugado s nas formas em que depois do L do radical h E ou I.
AGREDIR
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam
Nas formas rizotnicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substitudo por I.
COBRIR
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram
Particpio coberto
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir
FALIR
Presente do indicativo falimos, falis
Pretrito imperfeito falia, falias, falia, falamos, faleis, faliam
Pretrito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falramos, falireis, faliram
Pretrito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
Futuro do presente falirei, falirs, falir, faliremos, falireis, faliro
Futuro do pretrito faliria, falirias, faliria, faliramos, falireis, faliriam
Presente do subjuntivo no h
Pretrito imperfeito falisse, falisses, falisse, falssemos, falsseis, falissem
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Imperativo afirmativo fali (vs)
Imperativo negativo no h
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Gerndio falindo
Particpio falido
FERIR
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
MENTIR
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
FUGIR
Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
IR
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vo
Pretrito imperfeito ia, ias, ia, amos, eis, iam
Pretrito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Pretrito mais-que-perfeito fora, foras, fora, framos, freis, foram
Futuro do presente irei, irs, ir, iremos, ireis, iro
Futuro do pretrito iria, irias, iria, iramos, ireis, iriam
Imperativo afirmativo vai, v, vamos, ide, vo
Imperativo negativo no vo, no v, no vamos, no vades, no vo
Presente do subjuntivo v, vs, v, vamos, vades, vo
Pretrito imperfeito fosse, fosses, fosse, fssemos, fsseis, fossem
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Lngua Portuguesa
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Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Gerndio indo
Particpio ido
OUVIR
Presente do indicativo ouo, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Presente do subjuntivo oua, ouas, oua, ouamos, ouais, ouam
Imperativo ouve, oua, ouamos, ouvi, ouam
Particpio ouvido
PEDIR
Presente do indicativo peo, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Pretrito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente do subjuntivo pea, peas, pea, peamos, peais, peam
Imperativo pede, pea, peamos, pedi, peam
Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
POLIR
Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
REMIR
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
RIR
Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Pretrito imperfeito ria, rias, ria, riamos, reis, riam
Pretrito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
Pretrito mais-que-perfeito rira, riras, rira, rramos, rireis, riram
Futuro do presente rirei, rirs, rir, riremos, rireis, riro
Futuro do pretrito riria, ririas, riria, riramos, rireis, ririam
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Pretrito imperfeito risse, risses, risse, rssemos, rsseis, rissem
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Gerndio rindo
Particpio rido
Conjuga-se como rir: sorrir
VIR
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vm
Pretrito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vnhamos, vnheis, vinham
Pretrito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Pretrito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viramos, vireis, vieram
Futuro do presente virei, virs, vir, viremos, vireis, viro
Futuro do pretrito viria, virias, viria, viramos, vireis, viriam
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham
Pretrito imperfeito viesse, viesses, viesse, vissemos, visseis, viessem
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Gerndio vindo
Particpio vindo
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir
SUMIR
Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir
ADVRBIO
Advrbio a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o prprio ad-
vrbio, exprimindo uma circunstncia.
Os advrbios dividem-se em:
1) LUGAR: aqui, c, l, acol, ali, a, aqum, alm, algures, alhures,
nenhures, atrs, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan-
te, atravs, defronte, aonde, etc.
2) TEMPO: hoje, amanh, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
nunca, j, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, ento, amide, breve,
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, to, bastante, dema-
siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quo, tanto, bem,
mal, quase, apenas, etc.
5) AFIRMAO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
6) NEGAO: no.
7) DVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, qui, decerto,
provavelmente, etc.
H Muitas Locues Adverbiais
1) DE LUGAR: esquerda, direita, tona, distncia, frente, entra-
da, sada, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, tarde, noite,
s ave-marias, ao entardecer, de manh, de noite, por ora, por fim, de
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.
3) MODO: vontade, toa, ao lu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferncia, em ge-
ral, a cada passo, s avessas, ao invs, s claras, a pique, a olhos vis-
tos, de propsito, de sbito, por um triz, etc.
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a p, a cavalo, a martelo, a mqui-
na, a tinta, a paulada, a mo, a facadas, a picareta, etc.
5) AFIRMAO: na verdade, de fato, de certo, etc.
6) NEGAAO: de modo algum, de modo nenhum, em hiptese alguma,
etc.
7) DVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc.
Advrbios Interrogativos
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como?
Palavras Denotativas
Certas palavras, por no se poderem enquadrar entre os advrbios, te-
ro classificao parte. So palavras que denotam excluso, incluso,
situao, designao, realce, retificao, afetividade, etc.
1) DE EXCLUSO - s, salvo, apenas, seno, etc.
2) DE INCLUSO - tambm, at, mesmo, inclusive, etc.
3) DE SITUAO - mas, ento, agora, afinal, etc.
4) DE DESIGNAO - eis.
5) DE RETIFICAO - alis, isto , ou melhor, ou antes, etc.
6) DE REALCE - c, l, s, que, ainda, mas, etc.
Voc l sabe o que est dizendo, homem...
Mas que olhos lindos!
Veja s que maravilha!
NUMERAL
Numeral a palavra que indica quantidade, ordem, mltiplo ou frao.
O numeral classifica-se em:
- cardinal - quando indica quantidade.
- ordinal - quando indica ordem.
- multiplicativo - quando indica multiplicao.
- fracionrio - quando indica fracionamento.
Exemplos:
Silvia comprou dois livros.
Antnio marcou o primeiro gol.
Na semana seguinte, o anel custar o dobro do preo.
O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
QUADRO BSICO DOS NUMERAIS
Algarismos Numerais
Roma-
nos
Arbi-
cos
Cardinais Ordinais Multiplica-
tivos
Fracionrios
I 1 um primeiro simples -
II 2 dois segundo duplo
dobro
meio
III 3 trs terceiro trplice tero
IV 4 quatro quarto qudruplo quarto
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52
V 5 cinco quinto quntuplo quinto
VI 6 seis sexto sxtuplo sexto
VII 7 sete stimo stuplo stimo
VIII 8 oito oitavo ctuplo oitavo
IX 9 nove nono nnuplo nono
X 10 dez dcimo dcuplo dcimo
XI 11 onze dcimo
primeiro
onze avos
XII 12 doze dcimo
segundo
doze avos
XIII 13 treze dcimo
terceiro
treze avos
XIV 14 quatorze dcimo
quarto
quatorze
avos
XV 15 quinze dcimo
quinto
quinze avos
XVI 16 dezesseis dcimo
sexto
dezesseis
avos
XVII 17 dezessete dcimo
stimo
dezessete
avos
XVIII 18 dezoito dcimo
oitavo
dezoito avos
XIX 19 dezenove dcimo nono dezenove
avos
XX 20 vinte vigsimo vinte avos
XXX 30 trinta trigsimo trinta avos
XL 40 quarenta quadrag-
simo
quarenta
avos
L 50 cinquenta quinquag-
simo
cinquenta
avos
LX 60 sessenta sexagsimo sessenta
avos
LXX 70 setenta septuagsi-
mo
setenta avos
LXXX 80 oitenta octogsimo oitenta avos
XC 90 noventa nonagsimo noventa
avos
C 100 cem centsimo centsimo
CC 200 duzentos ducentsimo ducentsimo
CCC 300 trezentos trecentsimo trecentsimo
CD 400 quatrocen-
tos
quadringen-
tsimo
quadringen-
tsimo
D 500 quinhen-
tos
quingent-
simo
quingent-
simo
DC 600 seiscentos sexcentsi-
mo
sexcentsi-
mo
DCC 700 setecen-
tos
septingent-
simo
septingent-
simo
DCCC 800 oitocentos octingent-
simo
octingent-
simo
CM 900 novecen-
tos
nongentsi-
mo
nongentsi-
mo
M 1000 mil milsimo milsimo
Emprego do Numeral
Na sucesso de papas, reis, prncipes, anos, sculos, captulos, etc.
empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
Joo Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
Luis X (dcimo) ano I (primeiro)
Pio lX (nono) sculo lV (quarto)
De 11 em diante, empregam-se os cardinais:
Leo Xlll (treze) ano Xl (onze)
Pio Xll (doze) sculo XVI (dezesseis)
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte)
Se o numeral aparece antes, lido como ordinal.
XX Salo do Automvel (vigsimo)
VI Festival da Cano (sexto)
lV Bienal do Livro (quarta)
XVI captulo da telenovela (dcimo sexto)
Quando se trata do primeiro dia do ms, deve-se dar preferncia ao
emprego do ordinal.
Hoje primeiro de setembro
No aconselhvel iniciar perodo com algarismos
16 anos tinha Patrcia = Dezesseis anos tinha Patrcia
A ttulo de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi-
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigsima primeira casa), pgina trinta e dois
(= a trigsima segunda pgina). Os cardinais um e dois no variam nesse
caso porque est subentendida a palavra nmero. Casa nmero vinte e um,
pgina nmero trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever tambm: a
folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
ARTIGO
Artigo uma palavra que antepomos aos substantivos para determin-
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gnero e o nmero.
Dividem-se em
definidos: O, A, OS, AS
indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular.
Viajei com o mdico. (Um mdico referido, conhecido, determinado).
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso,
geral.
Viajei com um mdico. (Um mdico no referido, desconhecido, inde-
terminado).
lsoladamente, os artigos so palavras de todo vazias de sentido.
CONJUNO
Conjuno a palavra que une duas ou mais oraes.
Coniunes Coordenativas
1) ADITIVAS: e, nem, tambm, mas, tambm, etc.
2) ADVERSATIVAS: mas, porm, contudo, todavia, entretanto,
seno, no entanto, etc.
3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, j... j, quer, quer,
etc.
4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por
consequncia.
5) EXPLICATIVAS: isto , por exemplo, a saber, que, porque,
pois, etc.
Conjunes Subordinativas
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc.
2) CAUSAIS: porque, j que, visto que, que, pois, porquanto, etc.
3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
etc.
6) INTEGRANTES: que, se, etc.
7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
8) CONSECUTIVAS: tal... qual, to... que, tamanho... que, de sorte que, de
forma que, de modo que, etc.
9) PROPORCIONAIS: proporo que, medida que, quanto... tanto mais,
etc.
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc.
VALOR LGICO E SINTTICO DAS CONJUNES
Examinemos estes exemplos:
1) Tristeza e alegria no moram juntas.
2) Os livros ensinam e divertem.
3) Samos de casa quando amanhecia.
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53
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma orao:
uma conjuno.
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO esto ligando
oraes: so tambm conjunes.
Conjuno uma palavra invarivel que liga oraes ou palavras da
mesma orao.
No 2 exemplo, a conjuno liga as oraes sem fazer que uma dependa
da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
conjuno E coordenativa.
No 3 exemplo, a conjuno liga duas oraes que se completam uma
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjuno
QUANDO subordinativa.
As conjunes, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
CONJUNES COORDENATIVAS
As conjunes coordenativas podem ser:
1) Aditivas, que do ideia de adio, acrescentamento: e, nem, mas
tambm, mas ainda, seno tambm, como tambm, bem como.
O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
No aprovo nem permitirei essas coisas.
Os livros no s instruem mas tambm divertem.
As abelhas no apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam
as flores.
2) Adversativas, que exprimem oposio, contraste, ressalva, com-
pensao: mas, porm, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao
passo que, antes (= pelo contrrio), no entanto, no obstante, ape-
sar disso, em todo caso.
Querem ter dinheiro, mas no trabalham.
Ela no era bonita, contudo cativava pela simpatia.
No vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce.
A culpa no a atribuo a vs, seno a ele.
O professor no probe, antes estimula as perguntas em aula.
O exrcito do rei parecia invencvel, no obstante, foi derrotado.
Voc j sabe bastante, porm deve estudar mais.
Eu sou pobre, ao passo que ele rico.
Hoje no atendo, em todo caso, entre.
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternncia ou, ou ... ou,
ora ... ora, j ... j, quer ... quer, etc.
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos.
Ou voc estuda ou arruma um emprego.
Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo.
Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando.
"J chora, j se ri, j se enfurece."
(Lus de Cames)
4) Conclusivas, que iniciam uma concluso: logo, portanto, por con-
seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
As rvores balanam, logo est ventando.
Voc o proprietrio do carro, portanto o responsvel.
O mal irremedivel; deves, pois, conformar-te.
5) Explicativas, que precedem uma explicao, um motivo: que, por-
que, porquanto, pois (anteposto ao verbo).
No solte bales, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem
causar incndios.
Choveu durante a noite, porque as ruas esto molhadas.
Observao: A conjuno A pode apresentar-se com sentido adversa-
tivo:
Sofrem duras privaes a [= mas] no se queixam.
"Quis dizer mais alguma coisa a no pde."
(Jorge Amado)
Conjunes subordinativas
As conjunes subordinativas ligam duas oraes, subordinando uma
outra. Com exceo das integrantes, essas conjunes iniciam oraes que
traduzem circunstncias (causa, comparao, concesso, condio ou
hiptese, conformidade, consequncia, finalidade, proporo, tempo).
Abrangem as seguintes classes:
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, j
que, uma vez que, desde que.
O tambor soa porque oco. (porque oco: causa; o tambor soa:
efeito).
Como estivesse de luto, no nos recebeu.
Desde que impossvel, no insistirei.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (to
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto)
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que
(= como).
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento.
O exrcito avanava pela plancie qual uma serpente imensa.
"Os ces, tal qual os homens, podem participar das trs categorias."
(Paulo Mendes Campos)
"Sou o mesmo que um cisco em minha prpria casa."
(Antnio Olavo Pereira)
"E pia tal a qual a caa procurada."
(Amadeu de Queirs)
"Por que ficou me olhando assim feito boba?"
(Carlos Drummond de Andrade)
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero.
Os governantes realizam menos do que prometem.
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que
(= embora no).
Clia vestia-se bem, embora fosse pobre.
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer.
Beba, nem que seja um pouco.
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo.
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.
Em que pese autoridade deste cientista, no podemos aceitar suas
afirmaes.
No sei dirigir, e, dado que soubesse, no dirigiria de noite.
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que
(= se no), a no ser que, a menos que, dado que.
Ficaremos sentidos, se voc no vier.
Comprarei o quadro, desde que no seja caro.
No sairs daqui sem que antes me confesses tudo.
"Eleutrio decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos
que os mosquitos se opusessem."
(Ferreira de Castro)
5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas no
so como (ou conforme) dizem.
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar."
(Machado de Assis)
6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, to, tanto,
tamanho, s vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de
forma que, de maneira que, sem que, que (no).
Minha mo tremia tanto que mal podia escrever.
Falou com uma calma que todos ficaram atnitos.
Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) no sa.
No podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
No podem ver um brinquedo que no o queiram comprar.
7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que).
Afastou-se depressa para que no o vssemos.
Falei-lhe com bons termos, a fim de que no se ofendesse.
Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: proporo que, medida que, ao passo que, quanto
mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
medida que se vive, mais se aprende.
proporo que subamos, o ar ia ficando mais leve.
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vo tendo.
Os soldados respondiam, medida que eram chamados.
Observao:
So incorretas as locues proporcionais medida em que, na medida
que e na medida em que. A forma correta medida que:
" medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
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(Maria Jos de Queirs)
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
que, assim que, desde que, antes que, depois que, at que, agora que,
etc.
Venha quando voc quiser.
No fale enquanto come.
Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
Agora que o tempo esquentou, podemos ir praia.
"Ningum o arredava dali, at que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
cnti)
10) Integrantes: que, se.
Sabemos que a vida breve.
Veja se falta alguma coisa.
Observao:
Em frases como Sairs sem que te vejam, Morreu sem que ningum o
chorasse, consideramos sem que conjuno subordinativa modal. A NGB,
porm, no consigna esta espcie de conjuno.
Locues conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
por mais que, ainda quando, medida que, logo que, a rim de que, etc.
Muitas conjunes no tm classificao nica, imutvel, devendo, por-
tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
to. Assim, a conjuno que pode ser:
1) Aditiva (= e):
Esfrega que esfrega, mas a ndoa no sai.
A ns que no a eles, compete faz-lo.
2) Explicativa (= pois, porque):
Apressemo-nos, que chove.
3) Integrante:
Diga-lhe que no irei.
4) Consecutiva:
Tanto se esforou que conseguiu vencer.
No vo a uma festa que no voltem cansados.
Onde estavas, que no te vi?
5) Comparativa (= do que, como):
A luz mais veloz que o som.
Ficou vermelho que nem brasa.
6) Concessiva (= embora, ainda que):
Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
Beba, um pouco que seja.
7) Temporal (= depois que, logo que):
Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
8) Final (= pare que):
Vendo-me janela, fez sinal que descesse.
9) Causal (= porque, visto que):
"Velho que sou, apenas conheo as flores do meu tempo." (Vivaldo
Coaraci)
A locuo conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase:
1) Concessiva: Ns lhe dvamos roupa a comida, sem que ele pe-
disse. (sem que = embora no)
2) Condicional: Ningum ser bom cientista, sem que estude muito.
(sem que = se no,caso no)
3) Consecutiva: No vo a uma festa sem que voltem cansados.
(sem que = que no)
4) Modal: Sairs sem que te vejam. (sem que = de modo que no)
Conjuno a palavra que une duas ou mais oraes.
PREPOSIO
Preposies so palavras que estabelecem um vnculo entre dois ter-
mos de uma orao. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
segundo, um subordinado ou consequente.
Exemplos:
Chegaram a Porto Alegre.
Discorda de voc.
Fui at a esquina.
Casa de Paulo.
Preposies Essenciais e Acidentais
As preposies essenciais so: A, ANTE, APS, AT, COM, CONTRA,
DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
ATRS.
Certas palavras ora aparecem como preposies, ora pertencem a ou-
tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposies acidentais: afora,
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, no obstante, salvo,
segundo, seno, tirante, visto, etc.
INTERJEIO
Interjeio a palavra que comunica emoo. As interjeies podem
ser:
- alegria: ahl oh! oba! eh!
- animao: coragem! avante! eia!
- admirao: puxa! ih! oh! nossa!
- aplauso: bravo! viva! bis!
- desejo: tomara! oxal!
- dor: a! ui!
- silncio: psiu! silncio!
- suspenso: alto! basta!
LOCUO INTERJETIVA a conjunto de palavras que tm o mesmo
valor de uma interjeio.
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam!
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim!
SINTAXE DA ORAO E DO PERODO
FRASE
Frase um conjunto de palavras que tm sentido completo.
O tempo est nublado.
Socorro!
Que calor!
ORAO
Orao a frase que apresenta verbo ou locuo verbal.
A fanfarra desfilou na avenida.
As festas juninas esto chegando.
PERODO
Perodo a frase estruturada em orao ou oraes.
O perodo pode ser:
simples - aquele constitudo por uma s orao (orao absoluta).
Fui livraria ontem.
composto - quando constitudo por mais de uma orao.
Fui livraria ontem e comprei um livro.
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAO
So dois os termos essenciais da orao:
SUJEITO
Sujeito o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.
Os bandeirantes capturavam os ndios. (sujeito = bandeirantes)
O sujeito pode ser :
- simples: quando tem um s ncleo
As rosas tm espinhos. (sujeito: as rosas;
ncleo: rosas)
- composto: quando tem mais de um ncleo
O burro e o cavalo saram em disparada.
(suj: o burro e o cavalo; ncleo burro, cavalo)
- oculto: ou elptico ou implcito na desinncia verbal
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu)
- indeterminado: quando no se indica o agente da ao verbal
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Come-se bem naquele restaurante.
- Inexistente: quando a orao no tem sujeito
Choveu ontem.
H plantas venenosas.
PREDICADO
Predicado o termo da orao que declara alguma coisa do sujeito.
O predicado classifica-se em:
1. Nominal: aquele que se constitui de verbo de ligao mais predicativo
do sujeito.
Nosso colega est doente.
Principais verbos de ligao: SER, ESTAR, PARECER,
PERMANECER, etc.
Predicativo do sujeito o termo que ajuda o verbo de ligao a
comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Nosso colega est doente.
A moa permaneceu sentada.
2. Predicado verbal aquele que se constitui de verbo intransitivo ou
transitivo.
O avio sobrevoou a praia.
Verbo intransitivo aquele que no necessita de complemento.
O sabi voou alto.
Verbo transitivo aquele que necessita de complemento.
Transitivo direto: o verbo que necessita de complemento sem auxlio
de proposio.
Minha equipe venceu a partida.
Transitivo indireto: o verbo que necessita de complemento com
auxlio de preposio.
Ele precisa de um esparadrapo.
Transitivo direto e indireto (bitransitivo) o verbo que necessita ao
mesmo tempo de complemento sem auxlio de preposio e de
complemento com auxilio de preposio.
Damos uma simples colaborao a vocs.
3. Predicado verbo nominal: aquele que se constitui de verbo
intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais
predicativo do sujeito.
Os rapazes voltaram vitoriosos.
Predicativo do sujeito: o termo que, no predicado verbo-nominal,
ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Ele morreu rico.
Predicativo do objeto o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto
direto ou indireto.
Elegemos o nosso candidato vereador.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAO
Chama-se termos integrantes da orao os que completam a
significao transitiva dos verbos e dos nomes. So indispensveis
compreenso do enunciado.
1. OBJETO DIRETO
Objeto direto o termo da orao que completa o sentido do verbo
transitivo direto. Ex.: Mame comprou PEIXE.
2. OBJETO INDIRETO
Objeto indireto o termo da orao que completa o sentido do verbo
transitivo indireto.
As crianas precisam de CARINHO.
3. COMPLEMENTO NOMINAL
Complemento nominal o termo da orao que completa o sentido de
um nome com auxlio de preposio. Esse nome pode ser representado por
um substantivo, por um adjetivo ou por um advrbio.
Toda criana tem amor aos pais. - AMOR (substantivo)
O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo)
Ns agamos favoravelmente s discusses. - FAVORAVELMENTE
(advrbio).
4. AGENTE DA PASSIVA
Agente da passiva o termo da orao que pratica a ao do verbo na
voz passiva.
A me amada PELO FILHO.
O cantor foi aplaudido PELA MULTIDO.
Os melhores alunos foram premiados PELA DIREO.
TERMOS ACESSRIOS DA ORAO
TERMOS ACESSRIOS so os que desempenham na orao uma
funo secundria, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo
alguma circunstncia.
So termos acessrios da orao:
1. ADJUNTO ADNOMINAL
Adjunto adnominal o termo que caracteriza ou determina os
substantivos. Pode ser expresso:
pelos adjetivos: gua fresca,
pelos artigos: o mundo, as ruas
pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas
pelos numerais : trs garotos; sexto ano
pelas locues adjetivas: casa do rei; homem sem escrpulos
2. ADJUNTO ADVERBIAL
Adjunto adverbial o termo que exprime uma circunstncia (de tempo,
lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advrbio.
Cheguei cedo.
Jos reside em So Paulo.
3. APOSTO
Aposto uma palavra ou expresso que explica ou esclarece,
desenvolve ou resume outro termo da orao.
Dr. Joo, cirurgio-dentista,
Rapaz impulsivo, Mrio no se conteve.
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
4. VOCATIVO
Vocativo o termo (nome, ttulo, apelido) usado para chamar ou
interpelar algum ou alguma coisa.
Tem compaixo de ns, Cristo.
Professor, o sinal tocou.
Rapazes, a prova na prxima semana.
PERODO COMPOSTO - PERODO SIMPLES
No perodo simples h apenas uma orao, a qual se diz absoluta.
Fui ao cinema.
O pssaro voou.
PERODO COMPOSTO
No perodo composto h mais de uma orao.
(No sabem) (que nos calores do vero a terra dorme) (e os homens
folgam.)
Perodo composto por coordenao
Apresenta oraes independentes.
(Fui cidade), (comprei alguns remdios) (e voltei cedo.)
Perodo composto por subordinao
Apresenta oraes dependentes.
( bom) (que voc estude.)
Perodo composto por coordenao e subordinao
Apresenta tanto oraes dependentes como independentes. Este
perodo tambm conhecido como misto.
(Ele disse) (que viria logo,) (mas no pde.)
ORAO COORDENADA
Orao coordenada aquela que independente.
As oraes coordenadas podem ser:
- Sindtica:
Aquela que independente e introduzida por uma conjuno
coordenativa.
Viajo amanh, mas volto logo.
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- Assindtica:
Aquela que independente e aparece separada por uma vrgula ou
ponto e vrgula.
Chegou, olhou, partiu.
A orao coordenada sindtica pode ser:
1. ADITIVA:
Expressa adio, sequncia de pensamento. (e, nem = e no), mas,
tambm:
Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.
Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM.
A doena vem a cavalo E VOLTA A P.
2. ADVERSATIVA:
Ligam oraes, dando-lhes uma ideia de compensao ou de contraste
(mas, porm, contudo, todavia, entretanto, seno, no entanto, etc).
A espada vence MAS NO CONVENCE.
O tambor faz um grande barulho, MAS VAZIO POR DENTRO.
Apressou-se, CONTUDO NO CHEGOU A TEMPO.
3. ALTERNATIVAS:
Ligam palavras ou oraes de sentido separado, uma excluindo a outra
(ou, ou...ou, j...j, ora...ora, quer...quer, etc).
Mudou o natal OU MUDEI EU?
OU SE CALA A LUVA e no se pe o anel,
OU SE PE O ANEL e no se cala a luva!
(C. Meireles)
4. CONCLUSIVAS:
Ligam uma orao a outra que exprime concluso (LOGO, POIS,
PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,
etc).
Ele est mal de notas; LOGO, SER REPROVADO.
Vives mentindo; LOGO, NO MERECES F.
5. EXPLICATIVAS:
Ligam a uma orao, geralmente com o verbo no imperativo, outro que
a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.)
Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. No mintas, PORQUE PIOR.
Anda depressa, QUE A PROVA S 8 HORAS.
ORAO INTERCALADA OU INTERFERENTE
aquela que vem entre os termos de uma outra orao.
O ru, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.
A orao intercalada ou interferente aparece com os verbos:
CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc.
ORAO PRINCIPAL
Orao principal a mais importante do perodo e no introduzida
por um conectivo.
ELES DISSERAM que voltaro logo.
ELE AFIRMOU que no vir.
PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)
ORAO SUBORDINADA
Orao subordinada a orao dependente que normalmente
introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a orao principal
nem sempre a primeira do perodo.
Quando ele voltar, eu saio de frias.
Orao principal: EU SAIO DE FRIAS
Orao subordinada: QUANDO ELE VOLTAR
ORAO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
Orao subordinada substantiva aquela que tem o valor e a funo
de um substantivo.
Por terem as funes do substantivo, as oraes subordinadas
substantivas classificam-se em:
1) SUBJETIVA (sujeito)
Convm que voc estude mais.
Importa que saibas isso bem. .
necessrio que voc colabore. (SUA COLABORAO) necessria.
2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto)
Desejo QUE VENHAM TODOS.
Pergunto QUEM EST AI.
3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto)
Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS.
Tudo depender DE QUE SEJAS CONSTANTE.
Daremos o prmio A QUEM O MERECER.
4) COMPLETIVA NOMINAL
Complemento nominal.
Ser grato A QUEM TE ENSINA.
Sou favorvel A QUE O PRENDAM.
5) PREDICATIVA (predicativo)
Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA)
Minha esperana era QUE ELE DESISTISSE.
No sou QUEM VOC PENSA.
6) APOSITIVAS (servem de aposto)
S desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE)
S lhe peo isto: HONRE O NOSSO NOME.
7) AGENTE DA PASSIVA
O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR)
A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM.
ORAES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Orao subordinada adjetiva aquela que tem o valor e a funo de
um adjetivo.
H dois tipos de oraes subordinadas adjetivas:
1) EXPLICATIVAS:
Explicam ou esclarecem, maneira de aposto, o termo antecedente,
atribuindo-lhe uma qualidade que lhe inerente ou acrescentando-lhe uma
informao.
Deus, QUE NOSSO PAI, nos salvar.
Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na misria.
2) RESTRITIVAS:
Restringem ou limitam a significao do termo antecedente, sendo
indispensveis ao sentido da frase:
Pedra QUE ROLA no cria limo.
As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem.
Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, no est mais aqui.
ORAES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Orao subordinada adverbial aquela que tem o valor e a funo de
um advrbio.
As oraes subordinadas adverbiais classificam-se em:
1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razo:
Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE.
O tambor soa PORQUE OCO.
2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma
comparao.
O som menos veloz QUE A LUZ.
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA.
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite:
POR MAIS QUE GRITASSE, no me ouviram.
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, so ouvidos com agrado.
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major no faltava.
4) CONDICIONAIS: exprimem condio, hiptese:
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Lngua Portuguesa
57
SE O CONHECESSES, no o condenarias.
Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO?
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato
com outro:
Fiz tudo COMO ME DISSERAM.
Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI.
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequncia, um resultado:
A fumaa era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS.
Bebia QUE ERA UMA LSTIMA!
Tenho medo disso QUE ME PLO!
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto:
Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE.
Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR.
8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade:
MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende.
QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior ser o tombo.
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na
orao principal:
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam.
10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE.
Aqui vivers em paz, SEM QUE NINGUM TE INCOMODE.
ORAES REDUZIDAS
Orao reduzida aquela que tem o verbo numa das formas nominais:
gerndio, infinitivo e particpio.
Exemplos:
Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO.
Dizem TER ESTADO L = Dizem QUE ESTIVERAM L.
FAZENDO ASSIM, conseguirs = SE FIZERES ASSIM,
conseguirs.
bom FICARMOS ATENTOS. = bom QUE FIQUEMOS
ATENTOS.
AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO,
entristeceu-se.
interesse ESTUDARES MAIS.= interessante QUE ESTUDES
MAIS.
SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
me.
CONCORDNCIA NOMINAL E VERBAL
CONCORDNCIA NOMINAL E VERBAL
Concordncia o processo sinttico no qual uma palavra determinante
se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexes.
Principais Casos de Concordncia Nominal
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em
gnero e nmero com o substantivo.
As primeiras alunas da classe foram passear no zoolgico.
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gnero e nmero vo
normalmente para o plural.
Pai e filho estudiosos ganharam o prmio.
3) O adjetivo ligado a substantivos de gneros e nmero diferentes vai
para o masculino plural.
Alunos e alunas estudiosos ganharam vrios prmios.
4) O adjetivo posposto concorda em gnero com o substantivo mais
prximo:
Trouxe livros e revista especializada.
5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais prxi-
mo.
Dedico esta msica querida tia e sobrinhos.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o
sujeito.
Meus amigos esto atrapalhados.
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica-
tivo no gnero da pessoa a quem se refere.
Sua excelncia, o Governador, foi compreensivo.
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo
vo para o singular ou para o plural.
J estudei o primeiro e o segundo livro (livros).
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier
precedido de artigo e o segundo no vo para o plural.
J estudei o primeiro e segundo livros.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural.
J li os captulos primeiro e segundo do novo livro.
11) As palavras: MESMO, PRPRIO e S concordam com o nome a
que se referem.
Ela mesma veio at aqui.
Eles chegaram ss.
Eles prprios escreveram.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere.
Muito obrigado. (masculino singular)
Muito obrigada. (feminino singular).
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando adjetivo e fica
invarivel quando advrbio.
Quero meio quilo de caf.
Minha me est meio exausta.
meio-dia e meia. (hora)
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan-
tivo a que se referem.
Trouxe anexas as fotografias que voc me pediu.
A expresso em anexo invarivel.
Trouxe em anexo estas fotos.
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu-
em advrbios em MENTE, permanecem invariveis.
Vocs falaram alto demais.
O combustvel custava barato.
Voc leu confuso.
Ela jura falso.
16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advrbios, no variam, se adjetivos,
sofrem variao normalmente.
Esses pneus custam caro.
Conversei bastante com eles.
Conversei com bastantes pessoas.
Estas crianas moram longe.
Conheci longes terras.
CONCORDNCIA VERBAL
CASOS GERAIS
1) O verbo concorda com o sujeito em nmero e pessoa.
O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular.
O pessoal ainda no chegou.
A turma no gostou disso.
Um bando de pssaros pousou na rvore.
3) Se o ncleo do sujeito um nome terminado em S, o verbo s ir ao
plural se tal ncleo vier acompanhado de artigo no plural.
Os Estados Unidos so um grande pas.
Os Lusadas imortalizaram Cames.
Os Alpes vivem cobertos de neve.
Em qualquer outra circunstncia, o verbo ficar no singular.
Flores j no leva acento.
O Amazonas desgua no Atlntico.
Campos foi a primeira cidade na Amrica do Sul a ter luz eltrica.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen-
temente.
A maioria das crianas recebeu, (ou receberam) prmios.
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram).
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
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Lngua Portuguesa
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sujeito paciente.
Vende-se um apartamento.
Vendem-se alguns apartamentos.
6) O pronome SE como smbolo de indeterminao do sujeito leva o
verbo para a 3 pessoa do singular.
Precisa-se de funcionrios.
7) A expresso UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no
singular e o verbo no singular ou no plural.
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem)
8) A expresso UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
Ele um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
9) A expresso MAIS DE UM pede o verbo no singular.
Mais de um jurado fez justia minha msica.
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUM, ALGO, NINGUM, quando
empregadas como sujeito e derem ideia de sntese, pedem o verbo
no singular.
As casas, as fbricas, as ruas, tudo parecia poluio.
11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
sujeito.
Deu uma hora.
Deram trs horas.
Bateram cinco horas.
Naquele relgio j soaram duas horas.
12) A partcula expletiva ou de realce QUE invarivel e o verbo da
frase em que empregada concorda normalmente com o sujeito.
Ela que faz as bolas.
Eu que escrevo os programas.
13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito
um pronome relativo.
Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
Fui eu que fiz a lio
Quando a LIO pronome relativo, h vrias construes poss-
veis.
que: Fui eu que fiz a lio.
quem: Fui eu quem fez a lio.
o que: Fui eu o que fez a lio.
14) Verbos impessoais - como no possuem sujeito, deixam o verbo na
terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
este sua impessoalidade.
Chove a cntaros. Ventou muito ontem.
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discusses.
CONCORDNCIA DOS VERBOS SER E PARECER
1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
RECER concordam com o predicativo.
Tudo so esperanas.
Aquilo parecem iluses.
Aquilo iluso.
2) Nas oraes iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con-
corda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
Que so florestas equatoriais?
Quem eram aqueles homens?
3) Nas indicaes de horas, datas, distncias, a concordncia se far com
a expresso numrica.
So oito horas.
Hoje so 19 de setembro.
De Botafogo ao Leblon so oito quilmetros.
4) Com o predicado nominal indicando suficincia ou falta, o verbo SER
fica no singular.
Trs batalhes muito pouco.
Trinta milhes de dlares muito dinheiro.
5) Quando o sujeito pessoa, o verbo SER fica no singular.
Maria era as flores da casa.
O homem cinzas.
6) Quando o sujeito constitudo de verbos no infinitivo, o verbo SER
concorda com o predicativo.
Danar e cantar a sua atividade.
Estudar e trabalhar so as minhas atividades.
7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
concorda com o pronome.
A cincia, mestres, sois vs.
Em minha turma, o lder sou eu.
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo,
apenas um deles deve ser flexionado.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
REGNCIA NOMINAL E VERBAL
Regncia o processo sinttico no qual um termo depende gramati-
calmente do outro.
A regncia nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e
adjetivos).
Exemplos:
- acesso: A = aproximao - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM
EM = promoo - averso: A, EM, PARA, POR
PARA = passagem
A regncia verbal trata dos complementos do verbo.
ALGUNS VERBOS E SUA REGNCIA CORRETA
1. ASPIRAR - atrair para os pulmes (transitivo direto)
pretender (transitivo indireto)
No stio, aspiro o ar puro da montanha.
Nossa equipe aspira ao trofu de campe.
2. OBEDECER - transitivo indireto
Devemos obedecer aos sinais de trnsito.
3. PAGAR - transitivo direto e indireto
J paguei um jantar a voc.
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
J perdoei aos meus inimigos as ofensas.
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
Prefiro Comunicao Matemtica.
6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
Informei-lhe o problema.
7. ASSISTIR - morar, residir:
Assisto em Porto Alegre.
amparar, socorrer, objeto direto
O mdico assistiu o doente.
PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
Assistimos a um belo espetculo.
SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
Assiste-lhe o direito.
8. ATENDER - dar ateno
Atendi ao pedido do aluno.
CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENO - objeto direto
Atenderam o fregus com simpatia.
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto
A moa queria um vestido novo.
GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto
O professor queria muito a seus alunos.
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto
Todos visamos a um futuro melhor.
APONTAR, MIRAR - objeto direto
O artilheiro visou a meta quando fez o gol.
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pr o sinal de visto - objeto direto
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia.
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constri-se com objeto indireto
Devemos obedecer aos superiores.
Desobedeceram s leis do trnsito.
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
exigem na sua regncia a preposio EM
O armazm est situado na Farrapos.
Ele estabeleceu-se na Avenida So Joo.
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" intransitivo.
Essas tuas justificativas no procedem.
no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constri-se
com a preposio DE.
Algumas palavras da Lngua Portuguesa procedem do tupi-guarani
no sentido de dar incio, realizar, construdo com a preposio A.
O secretrio procedeu leitura da carta.
14. ESQUECER E LEMBRAR
quando no forem pronominais, constri-se com objeto direto:
Esqueci o nome desta aluna.
Lembrei o recado, assim que o vi.
quando forem pronominais, constri-se com objeto indireto:
Esqueceram-se da reunio de hoje.
Lembrei-me da sua fisionomia.
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
pagar - Pago o 13 aos professores.
dar - Daremos esmolas ao pobre.
emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
agradecer - Agradeo as graas a Deus.
pedir - Pedi um favor ao colega.
16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
O amor implica renncia.
no sentido de antipatizar, ter m vontade, constri-se com a preposio
COM:
O professor implicava com os alunos
no sentido de envolver-se, comprometer-se, constri-se com a preposi-
o EM:
Implicou-se na briga e saiu ferido
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposio A:
Ele foi a So Paulo para resolver negcios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA:
Depois de aposentado, ir definitivamente para o Mato Grosso.
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difcil, no tem pessoa
como sujeito:
O sujeito ser sempre "a coisa difcil", e ele s poder aparecer na 3
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblquo. Quem sente di-
ficuldade, ser objeto indireto.
Custou-me confiar nele novamente.
Custar-te- aceit-la como nora.
Funes da Linguagem
Funo referencial ou denotativa: transmite uma informao objetiva,
expe dados da realidade de modo objetivo, no faz comentrios, nem
avaliao. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular
ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem denotativa, ou seja,
no h possibilidades de outra interpretao alm da que est exposta.
Em alguns textos mais predominante essa funo, como: cientficos,
jornalsticos, tcnicos, didticos ou em correspondncias comerciais.
Por exemplo: Bancos tero novas regras para acesso de deficientes. O
Popular, 16 out. 2008.
Funo emotiva ou expressiva: o objetivo do emissor transmitir suas
emoes e anseios. A realidade transmitida sob o ponto de vista do
emissor, a mensagem subjetiva e centrada no emitente e, portanto,
apresenta-se na primeira pessoa. A pontuao (ponto de exclamao,
interrogao e reticncias) uma caracterstica da funo emotiva, pois
transmite a subjetividade da mensagem e refora a entonao emotiva.
Essa funo comum em poemas ou narrativas de teor dramtico ou
romntico.
Por exemplo: Porm meus olhos no perguntam nada./ O homem atrs do
bigode srio, simples e forte./Quase no conversa./Tem poucos, raros
amigos/o homem atrs dos culos e do bigode. (Poema de sete faces,
Carlos Drummond de Andrade)
Funo conativa ou apelativa: O objetivo de influenciar, convencer o
receptor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos),
sugesto, convite ou apelo (da o nome da funo). Os verbos costumam
estar no imperativo (Compre! Faa!) ou conjugados na 2 ou 3 pessoa
(Voc no pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de
funo muito comum em textos publicitrios, em discursos polticos ou de
autoridade.
Por exemplo: No perca a chance de ir ao cinema pagando menos!
Funo metalingustica: Essa funo refere-se metalinguagem, que
quando o emissor explica um cdigo usando o prprio cdigo. Quando um
poema fala da prpria ao de se fazer um poema, por exemplo. Veja:
Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que voc deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Este trecho da poesia, intitulada Para fazer um poema dadasta utiliza o
cdigo (poema) para explicar o prprio ato de fazer um poema.
Funo ftica: O objetivo dessa funo estabelecer uma relao com o
emissor, um contato para verificar se a mensagem est sendo transmitida
ou para dilatar a conversa.
Quando estamos em um dilogo, por exemplo, e dizemos ao nosso recep-
tor Est entendendo?, estamos utilizando este tipo de funo ou quando
atendemos o celular e dizemos Oi ou Al.
Funo potica: O objetivo do emissor expressar seus sentimentos
atravs de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das
palavras, da sonoridade, do ritmo, alm de elaborar novas possibilidades de
combinaes dos signos lingusticos. presente em textos literrios, publi-
citrios e em letras de msica.
Por exemplo: negcio/ego/cio/cio/0
Na poesia acima Epitfio para um banqueiro, Jos de Paulo Paes faz uma
combinao de palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro,
de acordo com o poeta.
Por Sabrina Vilarinho
EMPREGO DO QUE E DO SE
A palavra que em portugus pode ser:
Interjeio: exprime espanto, admirao, surpresa.
Nesse caso, ser acentuada e seguida de ponto de exclamao. Usa-se
tambm a variao o qu! A palavra que no exerce funo sinttica
quando funciona como interjeio.
Qu! Voc ainda no est pronto?
O qu! Quem sumiu?
Substantivo: equivale a alguma coisa.
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Lngua Portuguesa
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Nesse caso, vir sempre antecedida de artigo ou outro determinante, e
receber acento por ser monosslabo tnico terminado em e. Como subs-
tantivo, designa tambm a 16 letra de nosso alfabeto. Quando a palavra
que for substantivo, exercer as funes sintticas prprias dessa classe
de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, etc.)
Ele tem certo qu misterioso. (substantivo na funo de ncleo do objeto
direto)
Preposio: liga dois verbos de uma locuo verbal em que o auxiliar o
verbo ter.
Equivale a de. Quando preposio, a palavra que no exerce funo
sinttica.
Tenho que sair agora.
Ele tem que dar o dinheiro hoje.
Partcula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase, sem prejuzo
algum para o sentido.
Nesse caso, a palavra que no exerce funo sinttica; como o prprio
nome indica, usada apenas para dar realce. Como partcula expletiva,
aparece tambm na expresso que.
Quase que no consigo chegar a tempo.
Elas que conseguiram chegar.
Advrbio: modifica um adjetivo ou um advrbio. Equivale a quo. Quando
funciona como advrbio, a palavra que exerce a funo sinttica de adjunto
adverbial; no caso, de intensidade.
Que lindas flores!
Que barato!
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser:
pronome relativo: retoma um termo da orao antecedente, projetando-o
na orao consequente. Equivale a o qual e flexes.
No encontramos as pessoas que saram.
pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substanti-
vo ou pronome adjetivo.
pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for pronome substan-
tivo, a palavra que exercer as funes prprias do substantivo (sujeito,
objeto direto, objeto indireto, etc.)
Que aconteceu com voc?
pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a funo
sinttica de adjunto adnominal.
Que vida essa?
Conjuno: relaciona entre si duas oraes. Nesse caso, no exerce
funo sinttica. Como conjuno, a palavra que pode relacionar tanto
oraes coordenadas quanto subordinadas, da classificar-se como conjun-
o coordenativa ou conjuno subordinativa. Quando funciona como
conjuno coordenativa ou subordinativa, a palavra que recebe o nome da
orao que introduz. Por exemplo:
Venha logo, que tarde. (conjuno coordenativa explicativa)
Falou tanto que ficou rouco. (conjuno subordinativa consecutiva)
Quando inicia uma orao subordinada substantiva, a palavra que recebe o
nome de conjuno subordinativa integrante.
Desejo que voc venha logo.
A palavra se
A palavra se, em portugus, pode ser:
Conjuno: relaciona entre si duas oraes. Nesse caso, no exerce
funo sinttica. Como conjuno, a palavra se pode ser:
* conjuno subordinativa integrante: inicia uma orao subordinada subs-
tantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
* conjuno subordinativa condicional: inicia uma orao adverbial condi-
cional (equivale a caso).
Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Partcula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuzo
algum para o sentido. Nesse caso, a palavra se no exerce funo sintti-
ca. Como o prprio nome indica, usada apenas para dar realce.
Passavam-se os dias e nada acontecia.
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos verbos pronominais.
Nesse caso, o se no exerce funo sinttica.
Ele arrependeu-se do que fez.
Partcula apassivadora: ligada a verbo que pede objeto direto, caracteriza
as oraes que esto na voz passiva sinttica. tambm chamada de
pronome apassivador. Nesse caso, no exerce funo sinttica, seu papel
apenas apassivar o verbo.
Vendem-se casas.
Aluga-se carro.
Compram-se joias.
ndice de indeterminao do sujeito: vem ligando a um verbo que no
transitivo direto, tornando o sujeito indeterminado. No exerce propriamente
uma funo sinttica, seu papel o de indeterminar o sujeito. Lembre-se de
que, nesse caso, o verbo dever estar na terceira pessoa do singular.
Trabalha-se de dia.
Precisa-se de vendedores.
Pronome reflexivo: quando a palavra se pronome pessoal, ela dever
estar sempre na mesma pessoa do sujeito da orao de que faz parte. Por
isso o pronome oblquo se sempre ser reflexivo (equivalendo a a si mes-
mo), podendo assumir as seguintes funes sintticas:
* objeto direto
Ele cortou-se com o faco.
* objeto indireto
Ele se atribui muito valor.
* sujeito de um infinitivo
Sofia deixou-se estar janela.
Por Marina Cabral
CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES
CORRETAS E INCORRETAS
O reconhecimento de frases corretas e incorretas abrange praticamente
toda a gramtica.
Os principais tpicos que podem aparecer numa frase correta ou incorreta
so:
- ortografia
- acentuao grfica
- concordncia
- regncia
- plural e singular de substantivos e adjetivos
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- verbos
- etc.
Daremos a seguir alguns exemplos:
Encontre o termo em destaque que est erradamente empregado:
A) Seno chover, irei s compras.
B) Olharam-se de alto a baixo.
C) Saiu a fim de divertir-se
D) No suportava o dia-a-dia no convento.
E) Quando est cansado, briga toa.
Alternativa A
Ache a palavra com erro de grafia:
A) cabeleireiro ; manteigueira
B) caranguejo ; beneficncia
C) prazeirosamente ; adivinhar
D) perturbar ; concupiscncia
E) berinjela ; meritssimo
Alternativa C
Identifique o termo que est inadequadamente empregado:
A) O juiz infligiu-lhe dura punio.
B) Assustou-se ao receber o mandato de priso.
C) Rui Barbosa foi escritor preeminente de nossas letras.
D) Com ela, pude fruir os melhores momentos de minha vida.
E) A polcia pegou o ladro em flagrante.
Alternativa B
O acento grave, indicador de crase, est empregado CORRETAMENTE
em:
A) Encaminhamos os pareceres Vossa Senhoria e no tivemos respos-
ta.
B) A nossa reao foi deix-los admirar belssima paisagem.
C) Rapidamente, encaminhamos o produto firma especializada.
D) Todos estvamos dispostos aceitar o seu convite.
Alternativa C
Assinale a alternativa cuja concordncia nominal no est de acordo com o
padro culto:
A) Anexa carta vo os documentos.
B) Anexos carta vo os documentos.
C) Anexo carta vai o documento.
D) Em anexo, vo os documentos.
Alternativa A
Identifique a nica frase onde o verbo est conjugado corretamente:
A) Os professores revm as provas.
B) Quando puder, vem minha casa.
C) No digas nada e voltes para sua sala.
D) Se pretendeis destruir a cidade, atacais noite.
E) Ela se precaveu do perigo.
Alternativa E
Encontre a alternativa onde no h erro no emprego do pronome:
A) A criana tal quais os pais.
B) Esta tarefa para mim fazer at domingo.
C) O diretor conversou com ns.
D) Vou consigo ao teatro hoje noite.
E) Nada de srio houve entre voc e eu.
Alternativa A
Que frase apresenta uso inadequado do pronome demonstrativo?
A) Esta aliana no sai do meu dedo.
B) Foi preso em 1964 e s saiu neste ano.
C) Casaram-se Tnia e Jos; essa contente, este apreensivo.
D) Romrio foi o maior artilheiro daquele jogo.
E) Vencer depende destes fatores: rapidez e segurana.
Alternativa C
COLOCAO PRONOMINAL
Palavras fora do lugar podem prejudicar e at impedir a compreenso
de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posio funcionalmente
correta em relao s outras, assim como convm dispor com clareza as
oraes no perodo e os perodos no discurso.
Sintaxe de colocao o captulo da gramtica em que se cuida da or-
dem ou disposio das palavras na construo das frases. Os termos da
orao, em portugus, geralmente so colocados na ordem direta (sujeito +
verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As
inverses dessa ordem ou so de natureza estilstica (realce do termo cuja
posio natural se altera: Corajoso ele! Medonho foi o espetculo), ou de
pura natureza gramatical, sem inteno especial de realce, obedecendo-se,
apenas a hbitos da lngua que se fizeram tradicionais.
Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos:
(1) nas oraes intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas,
no sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera voc?); (3) nas
reduzidas de infinitivo, de gerndio ou de particpio (Por ser ele quem ...
Sendo ele quem ... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o
que for possvel); (5) nas optativas (Suceda a paz guerra! Guie-o a mo
da Providncia!); (6) nas que tm o verbo na passiva pronominal (Elimina-
ram-se de vez as esperanas); (7) nas que comeam por adjunto adverbial
(No profundo do cu luzia uma estrela), predicativo (Esta a vontade de
Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaas); (8) nas constru-
das com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente
depois do verbo da orao principal as oraes subordinadas substantivas:
claro que ele se arrependeu.
Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes ca-
sos: (1) nas oraes interrogativas (Que espcie de homem ele?); (2) nas
exclamativas (Que bonito esse lugar!).
Colocao do adjetivo como adjunto adnominal. A posposio do ad-
junto adnominal ao substantivo a sequncia que predomina no enunciado
lgico (livro bom, problema fcil), mas no rara a inverso dessa ordem:
(Uma simples advertncia [anteposio do adjetivo simples, no sentido de
mero]. O menor descuido por tudo a perder [anteposio dos superlativos
relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposio do adjetivo,
em alguns casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande
homem, um pobre rapaz).
Colocao dos pronomes tonos. O pronome tono pode vir antes do
verbo (prclise, pronome procltico: No o vejo), depois do verbo (nclise,
pronome encltico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que s ocorre com
formas do futuro do presente (V-lo-ei) ou do futuro do pretrito (V-lo-ia).
Verifica-se prclise, normalmente nos seguintes casos: (1) depois de
palavras negativas (Ningum me preveniu), de pronomes interrogativos
(Quem me chamou?), de pronomes relativos (O livro que me deram...), de
advrbios interrogativos (Quando me procurars); (2) em oraes optativas
(Deus lhe pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te comportes);
(4) com gerndio regido de em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo
regido da preposio a, sendo o pronome uma das formas lo, la, los, las
(Fiquei a observ-la); (6) com verbo antecedido de advrbio, sem pausa
(Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o acompanharam) ou
de pronomes indefinidos (Todos a estimam).
Ocorre a nclise, normalmente, nos seguintes casos: (1) quando o ver-
bo inicia a orao (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim, conta-
ram-me que...), (3) com locues verbais cujo verbo principal esteja no
infinitivo (No quis incomodar-se).
Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretrito, a me-
sclise de regra, no incio da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o
verbo estiver antecedido de palavra com fora atrativa sobre o pronome,
haver prclise (No o chamarei. No o chamaria). Nesses casos, a lngua
moderna rejeita a nclise e evita a mesclise, por ser muito formal.
Pronomes com o verbo no particpio. Com o particpio desacompanha-
do de auxiliar no se verificar nem prclise nem nclise: usa-se a forma
oblqua do pronome, com preposio. (O emprego oferecido a mim...).
Havendo verbo auxiliar, o pronome vir procltico ou encltico a este. (Por
que o tm perseguido? A criana tinha-se aproximado.)
Pronomes tonos com o verbo no gerndio. O pronome tono costuma
vir encltico ao gerndio (Joo, afastando-se um pouco, observou...). Nas
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62
locues verbais, vir encltico ao auxiliar (Joo foi-se afastando), salvo
quando este estiver antecedido de expresso que, de regra, exera fora
atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjun-
es etc.) Exemplo: medida que se foram afastando.
Colocao dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos pre-
cedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo
quando vm sem artigo definido (Guardei boas lembranas suas); quando
h nfase (No, amigos meus!); quando determinam substantivo j deter-
minado por artigo indefinido (Receba um abrao meu), por um numeral
(Recebeu trs cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lem-
brana minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus).
Colocao dos demonstrativos. Os demonstrativos, quando pronomes
adjetivos, precedem normalmente o substantivo (Compreendo esses pro-
blemas). A posposio do demonstrativo obrigatria em algumas formas
em que se procura especificar melhor o que se disse anteriormente: "Ouvi
tuas razes, razes essas que no chegaram a convencer-me."
Colocao dos advrbios. Os advrbios que modificam um adjetivo, um
particpio isolado ou outro advrbio vm, em regra, antepostos a essas
palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando modificam o
verbo, os advrbios de modo costumam vir pospostos a este (Cantou
admiravelmente. Discursou bem. Falou claro.). Anteposto ao verbo, o
adjunto adverbial fica naturalmente em realce: "L longe a gaivota voava
rente ao mar."
Figuras de sintaxe. No tocante colocao dos termos na frase, salien-
tem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hiprbato -- intercalao de um
termo entre dois outros que se relacionam: "O das guas gigante caudalo-
so" (= O gigante caudaloso das guas); (2) anstrofe -- inverso da ordem
normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lanou-se na gela-
da areia" (= Lanou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposi-
o, para a orao principal, de termo da orao subordinada: "A nossa
Corte, no digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= No digo
que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) snquise --
alterao excessiva da ordem natural das palavras, que dificulta a compre-
enso do sentido: "No tempo que do reino a rdea leve, Joo, filho de
Pedro, moderava" (= No tempo [em] que Joo, filho de Pedro, moderava a
rdea leve do reino). Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicaes Ltda.
Colocao Pronominal (prclise, mesclise, nclise)
Por Cristiana Gomes
o estudo da colocao dos pronomes oblquos tonos (me, te, se, o, a,
lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relao ao verbo.
Os pronomes tonos podem ocupar 3 posies: antes do verbo (prclise),
no meio do verbo (mesclise) e depois do verbo (nclise).
Esses pronomes se unem aos verbos porque so fracos na pronncia.
PRCLISE
Usamos a prclise nos seguintes casos:
(1) Com palavras ou expresses negativas: no, nunca, jamais, nada,
ningum, nem, de modo algum.
- Nada me perturba.
- Ningum se mexeu.
- De modo algum me afastarei daqui.
- Ela nem se importou com meus problemas.
(2) Com conjunes subordinativas: quando, se, porque, que, conforme,
embora, logo, que.
- Quando se trata de comida, ele um expert.
- necessrio que a deixe na escola.
- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.
(3) Advrbios
- Aqui se tem paz.
- Sempre me dediquei aos estudos.
- Talvez o veja na escola.
OBS: Se houver vrgula depois do advrbio, este (o advrbio) deixa de
atrair o pronome.
- Aqui, trabalha-se.
(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.
- Algum me ligou? (indefinido)
- A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
- Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
(5) Em frases interrogativas.
- Quanto me cobrar pela traduo?
(6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).
- Deus o abenoe!
- Macacos me mordam!
- Deus te abenoe, meu filho!
(7) Com verbo no gerndio antecedido de preposio EM.
- Em se plantando tudo d.
- Em se tratando de beleza, ele campeo.
(8) Com formas verbais proparoxtonas
- Ns o censurvamos.
MESCLISE
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer ama-
rei, amars, ) ou no futuro do pretrito (ia acontecer mas no aconteceu
amaria, amarias, )
- Convidar-me-o para a festa.
- Convidar-me-iam para a festa.
Se houver uma palavra atrativa, a prclise ser obrigatria.
- No (palavra atrativa) me convidaro para a festa.
NCLISE
nclise de verbo no futuro e particpio est sempre errada.
- Tornarei-me. (errada)
- Tinha entregado-nos.(errada)
nclise de verbo no infinitivo est sempre certa.
- Entregar-lhe (correta)
- No posso receb-lo. (correta)
Outros casos:
- Com o verbo no incio da frase: Entregaram-me as camisas.
- Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se.
- Com o verbo no gerndio: Saiu deixando-nos por instantes.
- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convm contar-lhe tudo.
OBS: se o gerndio vier precedido de preposio ou de palavra atrativa,
ocorrer a prclise:
- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
- Saiu do escritrio, no nos revelando os motivos.
COLOCAO PRONOMINAL NAS LOCUES VERBAIS
Locues verbais so formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerndio
ou particpio.
AUX + PARTICPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se
houver palavra atrativa, o pronome dever ficar antes do verbo auxiliar.
- Havia-lhe contado a verdade.
- No (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.
AUX + GERNDIO OU INFINITIVO: se no houver palavra atrativa, o
pronome oblquo vir depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.
Infinitivo
- Quero-lhe dizer o que aconteceu.
- Quero dizer-lhe o que aconteceu.
Gerndio
- Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
- Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
Se houver palavra atrativa, o pronome oblquo vir antes do verbo auxiliar
ou depois do verbo principal.
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63
Infinitivo
- No lhe quero dizer o que aconteceu.
- No quero dizer-lhe o que aconteceu.
Gerndio
- No lhe ia dizendo a verdade.
- No ia dizendo-lhe a verdade.
Figuras de Linguagem
Figuras sonoras
Aliterao
repetio de sons consonantais (consoantes).
Cruz e Souza o melhor exemplo deste recurso. Uma das caractersticas
marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia.
Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volpias dos violes, vozes
veladas / Vagam nos velhos vrtices velozes / Dos ventos, vivas, vs,
vulcanizadas." (fragmento de Violes que choram. Cruz e Souza)
Assonncia
repetio dos mesmos sons voclicos.
Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrtico do
litoral." (Caetano Veloso)
(E, O) - "O que o vago e incngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me
deu." (Fernando Pessoa)
Paranomsia
o emprego de palavras parnimas (sons parecidos).
Ex: "Com tais premissas ele sem dvida leva-nos s primcias" (Padre
Antonio Vieira)
Onomatopeia
criao de uma palavra para imitar um som
Ex: A lngua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois
dava a sua vida / Para falar com algum. / E estava sempre em casa / A
boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..."
(Ceclia Meireles)
Linguagem figurada
Elipse
omisso de um termo ou expresso facilmente subentendida. Casos mais
comuns:
a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implcito: iremos depois,
comprareis a casa?
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracan, no ligar
de o estdio Maracan
c) preposio - estar bbado, a camisa rota, as calas rasgadas, no lugar
de: estar bbado, com a camisa rota, com as calas rasgadas.
d) conjuno - espero voc me entenda, no lugar de: espero que voc me
entenda.
e) verbo - queria mais ao filho que filha, no lugar de: queria mais o filho
que queria filha. Em especial o verbo dizer em dilogos - E o rapaz: - No
sei de nada !, em vez de E o rapaz disse:
Zeugma
omisso (elipse) de um termo que j apareceu antes. Se for verbo, pode
necessitar adaptaes de nmero e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo,
nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros no, por: alguns estu-
dam, outros no estudam. / "O meu pai era paulista / Meu av, pernambu-
cano / O meu bisav, mineiro / Meu tatarav, baiano." (Chico Buarque) -
omisso de era
Hiprbato
alterao ou inverso da ordem direta dos termos na orao, ou das ora-
es no perodo. So determinadas por nfase e podem at gerar anacolu-
tos.
Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu.
Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipao.
Obs2.: Se a inverso for violenta, comprometendo o sentido drasticamente,
Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na snquise
Obs3.: RL considera anstrofe um tipo de hiprbato
Anstrofe
anteposio, em expresses nominais, do termo regido de preposio ao
termo regente.
Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso da
morte vos cobre a todos.
Obs.: para Rocha Lima um tipo de hiprbato
Pleonasmo
repetio de um termo j expresso, com objetivo de enfatizar a ideia.
Ex: Vi com meus prprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao
seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre no lhe
devo (OI pleonstico)
Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorncia, perdendo o
carter enftico (hemorragia de sangue, descer para baixo)
Assndeto
ausncia de conectivos de ligao, assim atribui maior rapidez ao texto.
Ocorre muito nas or. coordenadas.
Ex: "No sopra o vento; no gemem as vagas; no murmuram os rios."
Polissndeto
repetio de conectivos na ligao entre elementos da frase ou do perodo.
Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as
ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o
sarcasmo / e sob a gosma e o vmito (...)" (Carlos Drummond de Andrade)
Anacoluto
termo solto na frase, quebrando a estruturao lgica. Normalmente, inicia-
se uma determinada construo sinttica e depois se opta por outra.
Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo no passa de alguns
anos sem importncia (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito
lhe parece (alteraram-se as relaes entre termos da orao)
Anfora
repetio de uma mesma palavra no incio de versos ou frases.
Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta
/ Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)
Obs.: repetio em final de versos ou frases epstrofe; repetio no incio
e no fim ser smploce. Classificaes propostas por Rocha Lima.
Silepse
a concordncia com a ideia, e no com a palavra escrita. Existem trs
tipos:
a) de gnero (masc x fem): So Paulo continua poluda (= a cidade de So
Paulo). V. S lisonjeiro
b) de nmero (sing x pl): Os Sertes contra a Guerra de Canudos (= o livro
de Euclides da Cunha). O casal no veio, estavam ocupados.
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3 pess - os brasileiros, mas
quem fala ou escreve tambm participa do processo verbal)
Antecipao
antecipao de termo ou expresso, como recurso enftico. Pode gerar
anacoluto.
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64
Ex.: Joana creio que veio aqui hoje.
O tempo parece que vai piorar
Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse.
Figuras de palavras ou tropos
(Para Bechara alteraes semnticas)
Metfora
emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. um tipo de
comparao implcita, sem termo comparativo.
Ex: A Amaznia o pulmo do mundo. Encontrei a chave do problema. /
"Veja bem, nosso caso / uma porta entreaberta." (Lus Gonzaga Junior)
Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metfora: personificao
(animismo), hiprbole, smbolo e sinestesia. ? Personificao - atribuio de
aes, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri
aos enamorados) ? Smbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumin-
do valor convencional, abstrato. (balana = justia, D. Quixote = idealismo,
co = fidelidade, alm do simbolismo universal das cores)
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas
Catacrese
uso imprprio de uma palavra ou expresso, por esquecimento ou na
ausncia de termo especfico.
Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a
enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primiti-
vamente para significar apenas colocar na terra.
Obs1.: Modernamente, casos como p de meia e boca de forno so consi-
derados metforas viciadas. Perderam valor estilstico e se formaram
graas semelhana de forma existente entre seres.
Obs2.: Para Rocha Lima, um tipo de metfora
Metonmia
substituio de um nome por outro em virtude de haver entre eles associa-
o de significado.
Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor
pelo possudo, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (conti-
nente pelo contedo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivduo pala classe -
culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro
malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matria pela
obra - copos).
Antonomsia, perfrase
substituio de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expres-
so que facilmente o identifique. Fuso entre nome e seu aposto.
Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leo,
Escritor Maldito = Lima Barreto
Obs.: Rocha Lima considera como uma variao da metonmia
Sinestesia
interpenetrao sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, viso,
audio, gustao e tato).
Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ...
/ Na dolncia velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. /
Era um som feito luz, eram volatas / Em lnguida espiral que iluminava /
Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava."
(Cruz e Souza)
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metfora
Anadiplose
a repetio de palavra ou expresso de fim de um membro de frase no
comeo de outro membro de frase.
Ex: "Todo pranto um comentrio. Um comentrio que amargamente
condena os motivos dados."
Figuras de pensamento
Anttese
aproximao de termos ou frases que se opem pelo sentido.
Ex: "Neste momento todos os bares esto repletos de homens vazios"
(Vinicius de Moraes)
Obs.: Paradoxo - ideias contraditrias num s pensamento, proposio de
Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Cames)
Eufemismo
consiste em "suavizar" alguma ideia desagradvel
Ex: Ele enriqueceu por meios ilcitos. (roubou), Voc no foi feliz nos exa-
mes. (foi reprovado)
Obs.: Rocha Lima prope uma variao chamada litote - afirma-se algo
pela negao do contrrio. (Ele no v, em lugar de Ele cego; No sou
moo, em vez de Sou velho). Para Bechara, alterao semntica.
Hiprbole
exagero de uma ideia com finalidade expressiva
Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela louca pelos filhos
(gosta muito dos filhos)
Obs.: Para Rocha Lima, uma das modalidades de metfora.
Ironia
utilizao de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor
irnico.
Obs.: Rocha Lima designa como antfrase
Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta.
Gradao
apresentao de ideias em progresso ascendente (clmax) ou descenden-
te (anticlmax)
Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu no saiba, que eu no
veja, que eu no conhea perfeitamente."
Prosopopeia, personificao, animismo
a atribuio de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e
inanimados.
Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jao
Bosco / Aldir Blanc)
Obs.: Para Rocha Lima, uma modalidade de metfora.
REDAO OFICIAL
MANUAL DE REDAO DA PRESIDNCIA DA REPBLICA
2
a
edio, revista e atualizada
Braslia, 2002
Apresentao
Com a edio do Decreto n
o
100.000, em 11 de janeiro de 1991, o Pre-
sidente da Repblica autorizou a criao de comisso para rever, atualizar,
uniformizar e simplificar as normas de redao de atos e comunicaes
oficiais. Aps nove meses de intensa atividade da Comisso presidida pelo
hoje Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira Mendes, apre-
sentou-se a primeira edio do MANUAL DE REDAO DA PRESIDNCIA
DA REPBLICA.
A obra dividia-se em duas partes: a primeira, elaborada pelo diplomata
Nestor Forster Jr., tratava das comunicaes oficiais, sistematizava seus
aspectos essenciais, padronizava a diagramao dos expedientes, exibia
modelos, simplificava os fechos que vinham sendo utilizados desde 1937,
suprimia arcasmos e apresentava uma smula gramatical aplicada
redao oficial. A segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar Mendes,
ocupava-se da elaborao e redao dos atos normativos no mbito do
Executivo, da conceituao e exemplificao desses atos e do procedimen-
to legislativo.
A edio do Manual propiciou, ainda, a criao de um sistema de con-
trole sobre a edio de atos normativos do Poder Executivo que teve por
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Lngua Portuguesa
65
finalidade permitir a adequada reflexo sobre o ato proposto: a identificao
clara e precisa do problema ou da situao que o motiva; os custos que
poderia acarretar; seus efeitos prticos; a probabilidade de impugnao
judicial; sua legalidade e constitucionalidade; e sua repercusso no orde-
namento jurdico.
Buscou-se, assim, evitar a edio de normas repetitivas, redundantes
ou desnecessrias; possibilitar total transparncia ao processo de elabora-
o de atos normativos; ensejar a verificao prvia da eficcia das normas
e considerar, no processo de elaborao de atos normativos, a experincia
dos encarregados em executar o disposto na norma.
Decorridos mais de dez anos da primeira edio do Manual, fez-se ne-
cessrio proceder reviso e atualizao do texto para a elaborao desta
2
a
Edio, a qual preserva integralmente as linhas mestras do trabalho
originalmente desenvolvido. Na primeira parte, as alteraes principais
deram-se em torno da adequao das formas de comunicao usadas na
administrao aos avanos da informtica. Na segunda parte, as alteraes
decorreram da necessidade de adaptao do texto evoluo legislativa na
matria, em especial Lei Complementar n
o
95, de 26 de fevereiro de
1998, ao Decreto n
o
4.176, de 28 de maro de 2002, e s alteraes consti-
tucionais ocorridas no perodo.
Espera-se que esta nova edio do Manual contribua, tal como a pri-
meira, para a consolidao de uma cultura administrativa de profissionali-
zao dos servidores pblicos e de respeito aos princpios constitucionais
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia, com a
consequente melhoria dos servios prestados sociedade.
PEDRO PARENTE
Chefe da Casa Civil da Presidncia da Repblica
Sinais e Abreviaturas Empregados
* = indica forma (em geral sinttica) inaceitvel ou agramatical.
= pargrafo
adj. adv. = adjunto adverbial
arc. = arcaico
art. = artigo
cf. = confronte
CN = Congresso Nacional
Cp. = compare
f.v. = forma verbal
fem.= feminino
ind. = indicativo
i. . = isto
masc. = masculino
obj. dir. = objeto direto
obj. ind. = objeto indireto
p. = pginap. us. = pouco usado
pess. = pessoa
pl. = plural
pref. = prefixo
pres. = presente
Res. = Resoluo do Congresso Nacional
RI da CD = Regimento Interno da Cmara dos Deputados
RI do SF = Regimento Interno do Senado Federal
s. = substantivo
s.f. = substantivo feminino
s.m. = substantivo masculino
sing. = singular
tb. = tambm
v. = ver ou verbo
v. g; = verbi gratia
var. pop. = variante popular
PARTE I
AS COMUNICAES OFICIAIS
CAPTULO I
ASPECTOS GERAIS DA REDAO OFICIAL
1. O que Redao Oficial
Em uma frase, pode-se dizer que redao oficial a maneira pela qual
o Poder Pblico redige atos normativos e comunicaes. Interessa-nos
trat-la do ponto de vista do Poder Executivo.
A redao oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do pa-
dro culto de linguagem, clareza, conciso, formalidade e uniformidade.
Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituio, que dispe,
no artigo 37: A administrao pblica direta, indireta ou fundacional, de
qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, morali-
dade, publicidade e eficincia (...). Sendo a publicidade e a impessoalidade
princpios fundamentais de toda administrao pblica, claro est que
devem igualmente nortear a elaborao dos atos e comunicaes oficiais.
No se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redi-
gido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreenso. A
transparncia do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilida-
de, so requisitos do prprio Estado de Direito: inaceitvel que um texto
legal no seja entendido pelos cidados. A publicidade implica, pois, ne-
cessariamente, clareza e conciso.
Alm de atender disposio constitucional, a forma dos atos normati-
vos obedece a certa tradio. H normas para sua elaborao que remon-
tam ao perodo de nossa histria imperial, como, por exemplo, a obrigatori-
edade estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 de
que se aponha, ao final desses atos, o nmero de anos transcorridos desde
a Independncia. Essa prtica foi mantida no perodo republicano.
Esses mesmos princpios (impessoalidade, clareza, uniformidade, con-
ciso e uso de linguagem formal) aplicam-se s comunicaes oficiais: elas
devem sempre permitir uma nica interpretao e ser estritamente impes-
soais e uniformes, o que exige o uso de certo nvel de linguagem.
Nesse quadro, fica claro tambm que as comunicaes oficiais so ne-
cessariamente uniformes, pois h sempre um nico comunicador (o Servio
Pblico) e o receptor dessas comunicaes ou o prprio Servio Pblico
(no caso de expedientes dirigidos por um rgo a outro) ou o conjunto
dos cidados ou instituies tratados de forma homognea (o pblico).
Outros procedimentos rotineiros na redao de comunicaes oficiais
foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de tratamento e de
cortesia, certos clichs de redao, a estrutura dos expedientes, etc. Men-
cione-se, por exemplo, a fixao dos fechos para comunicaes oficiais,
regulados pela Portaria n
o
1 do Ministro de Estado da Justia, de 8 de julho
de 1937, que, aps mais de meio sculo de vigncia, foi revogado pelo
Decreto que aprovou a primeira edio deste Manual.
Acrescente-se, por fim, que a identificao que se buscou fazer das ca-
ractersticas especficas da forma oficial de redigir no deve ensejar o
entendimento de que se proponha a criao ou se aceite a existncia
de uma forma especfica de linguagem administrativa, o que coloquialmente
e pejorativamente se chama burocrats. Este antes uma distoro do que
deve ser a redao oficial, e se caracteriza pelo abuso de expresses e
clichs do jargo burocrtico e de formas arcaicas de construo de frases.
A redao oficial no , portanto, necessariamente rida e infensa
evoluo da lngua. que sua finalidade bsica comunicar com impesso-
alidade e mxima clareza impe certos parmetros ao uso que se faz da
lngua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalstico, da
correspondncia particular, etc.
Apresentadas essas caractersticas fundamentais da redao oficial,
passemos anlise pormenorizada de cada uma delas.
1.1. A Impessoalidade
A finalidade da lngua comunicar, quer pela fala, quer pela escrita.
Para que haja comunicao, so necessrios: a) algum que comunique, b)
algo a ser comunicado, e c) algum que receba essa comunicao. No
caso da redao oficial, quem comunica sempre o Servio Pblico (este
ou aquele Ministrio, Secretaria, Departamento, Diviso, Servio, Seo); o
que se comunica sempre algum assunto relativo s atribuies do rgo
que comunica; o destinatrio dessa comunicao ou o pblico, o conjunto
dos cidados, ou outro rgo pblico, do Executivo ou dos outros Poderes
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da Unio.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado
aos assuntos que constam das comunicaes oficiais decorre:
a) da ausncia de impresses individuais de quem comunica: embora
se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de de-
terminada Seo, sempre em nome do Servio Pblico que fei-
ta a comunicao. Obtm-se, assim, uma desejvel padronizao,
que permite que comunicaes elaboradas em diferentes setores
da Administrao guardem entre si certa uniformidade;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicao, com duas
possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidado, sempre conce-
bido como pblico, ou a outro rgo pblico. Nos dois casos, te-
mos um destinatrio concebido de forma homognea e impessoal;
c) do carter impessoal do prprio assunto tratado: se o universo te-
mtico das comunicaes oficiais se restringe a questes que di-
zem respeito ao interesse pblico, natural que no cabe qualquer
tom particular ou pessoal.
Desta forma, no h lugar na redao oficial para impresses pessoais,
como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um
artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literrio. A redao oficial
deve ser isenta da interferncia da individualidade que a elabora.
A conciso, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos vale-
mos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
alcanada a necessria impessoalidade.
1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicaes Oficiais
A necessidade de empregar determinado nvel de linguagem nos atos
e expedientes oficiais decorre, de um lado, do prprio carter pblico des-
ses atos e comunicaes; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui
entendidos como atos de carter normativo, ou estabelecem regras para a
conduta dos cidados, ou regulam o funcionamento dos rgos pblicos, o
que s alcanado se em sua elaborao for empregada a linguagem
adequada. O mesmo se d com os expedientes oficiais, cuja finalidade
precpua a de informar com clareza e objetividade.
As comunicaes que partem dos rgos pblicos federais devem ser
compreendidas por todo e qualquer cidado brasileiro. Para atingir esse
objetivo, h que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados
grupos. No h dvida que um texto marcado por expresses de circulao
restrita, como a gria, os regionalismos vocabulares ou o jargo tcnico, tem
sua compreenso dificultada.
Ressalte-se que h necessariamente uma distncia entre a lngua fala-
da e a escrita. Aquela extremamente dinmica, reflete de forma imediata
qualquer alterao de costumes, e pode eventualmente contar com outros
elementos que auxiliem a sua compreenso, como os gestos, a entoao,
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsveis por essa
distncia. J a lngua escrita incorpora mais lentamente as transformaes,
tem maior vocao para a permanncia, e vale-se apenas de si mesma
para comunicar.
A lngua escrita, como a falada, compreende diferentes nveis, de acor-
do com o uso que dela se faa. Por exemplo, em uma carta a um amigo,
podemos nos valer de determinado padro de linguagem que incorpore
expresses extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurdico,
no se h de estranhar a presena do vocabulrio tcnico correspondente.
Nos dois casos, h um padro de linguagem que atende ao uso que se faz
da lngua, a finalidade com que a empregamos.
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu carter impessoal, por
sua finalidade de informar com o mximo de clareza e conciso, eles reque-
rem o uso do padro culto da lngua. H consenso de que o padro culto
aquele em que a) se observam as regras da gramtica formal, e b) se
emprega um vocabulrio comum ao conjunto dos usurios do idioma.
importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padro culto na
redao oficial decorre do fato de que ele est acima das diferenas lexi-
cais, morfolgicas ou sintticas regionais, dos modismos vocabulares, das
idiossincrasias lingusticas, permitindo, por essa razo, que se atinja a
pretendida compreenso por todos os cidados.
Lembre-se que o padro culto nada tem contra a simplicidade de ex-
presso, desde que no seja confundida com pobreza de expresso. De
nenhuma forma o uso do padro culto implica emprego de linguagem
rebuscada, nem dos contorcionismos sintticos e figuras de linguagem
prprios da lngua literria.
Pode-se concluir, ento, que no existe propriamente um padro ofici-
al de linguagem; o que h o uso do padro culto nos atos e comunica-
es oficiais. claro que haver preferncia pelo uso de determinadas
expresses, ou ser obedecida certa tradio no emprego das formas
sintticas, mas isso no implica, necessariamente, que se consagre a
utilizao de uma forma de linguagem burocrtica. O jargo burocrtico,
como todo jargo, deve ser evitado, pois ter sempre sua compreenso
limitada.
A linguagem tcnica deve ser empregada apenas em situaes que a
exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos
acadmicos, e mesmo o vocabulrio prprio a determinada rea, so de
difcil entendimento por quem no esteja com eles familiarizado. Deve-se
ter o cuidado, portanto, de explicit-los em comunicaes encaminhadas a
outros rgos da administrao e em expedientes dirigidos aos cidados.
Outras questes sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e
estrangeirismo, so tratadas em detalhe em 9.3. Semntica.
1.3. Formalidade e Padronizao
As comunicaes oficiais devem ser sempre formais, isto , obedecem
a certas regras de forma: alm das j mencionadas exigncias de impesso-
alidade e uso do padro culto de linguagem, imperativo, ainda, certa
formalidade de tratamento. No se trata somente da eterna dvida quanto
ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma
autoridade de certo nvel (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes
de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito polidez,
civilidade no prprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunica-
o.
A formalidade de tratamento vincula-se, tambm, necessria unifor-
midade das comunicaes. Ora, se a administrao federal una, natural
que as comunicaes que expede sigam um mesmo padro. O estabeleci-
mento desse padro, uma das metas deste Manual, exige que se atente
para todas as caractersticas da redao oficial e que se cuide, ainda, da
apresentao dos textos.
A clareza datilogrfica, o uso de papis uniformes para o texto definiti-
vo e a correta diagramao do texto so indispensveis para a padroniza-
o. Consulte o Captulo II, As Comunicaes Oficiais, a respeito de nor-
mas especficas para cada tipo de expediente.
1.4. Conciso e Clareza
A conciso antes uma qualidade do que uma caracterstica do texto
oficial. Conciso o texto que consegue transmitir um mximo de informa-
es com um mnimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade,
fundamental que se tenha, alm de conhecimento do assunto sobre o
qual se escreve, o necessrio tempo para revisar o texto depois de pronto.
nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundncias
ou repeties desnecessrias de ideias.
O esforo de sermos concisos atende, basicamente ao princpio de e-
conomia lingustica, mencionada frmula de empregar o mnimo de
palavras para informar o mximo. No se deve de forma alguma entend-la
como economia de pensamento, isto , no se devem eliminar passagens
substanciais do texto no af de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusiva-
mente de cortar palavras inteis, redundncias, passagens que nada a-
crescentem ao que j foi dito.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de
alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundrias. Estas
ltimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalh-las, exemplific-las;
mas existem tambm ideias secundrias que no acrescentam informao
alguma ao texto, nem tm maior relao com as fundamentais, podendo,
por isso, ser dispensadas.
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A clareza deve ser a qualidade bsica de todo texto oficial, conforme j
sublinhado na introduo deste captulo. Pode-se definir como claro aquele
texto que possibilita imediata compreenso pelo leitor. No entanto a clareza
no algo que se atinja por si s: ela depende estritamente das demais
caractersticas da redao oficial. Para ela concorrem:
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretaes que
poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
b) o uso do padro culto de linguagem, em princpio, de entendimento
geral e por definio avesso a vocbulos de circulao restrita,
como a gria e o jargo;
c) a formalidade e a padronizao, que possibilitam a imprescindvel
uniformidade dos textos;
d) a conciso, que faz desaparecer do texto os excessos lingusticos
que nada lhe acrescentam.
pela correta observao dessas caractersticas que se redige com
clareza. Contribuir, ainda, a indispensvel releitura de todo texto redigido.
A ocorrncia, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais
provm principalmente da falta da releitura que torna possvel sua correo.
Na reviso de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele ser de f-
cil compreenso por seu destinatrio. O que nos parece bvio pode ser
desconhecido por terceiros. O domnio que adquirimos sobre certos assun-
tos em decorrncia de nossa experincia profissional muitas vezes faz com
que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre verda-
de. Explicite, desenvolva, esclarea, precise os termos tcnicos, o significa-
do das siglas e abreviaes e os conceitos especficos que no possam ser
dispensados.
A reviso atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que
so elaboradas certas comunicaes quase sempre compromete sua
clareza. No se deve proceder redao de um texto que no seja seguida
por sua reviso. No h assuntos urgentes, h assuntos atrasados, diz a
mxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejvel repercusso no
redigir.
Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evitado em to-
das as comunicaes oficiais, transcrevemos a seguir um pitoresco quadro,
constante de obra de Adriano da Gama Kury, a partir do qual podem ser
feitas inmeras frases, combinando-se as expresses das vrias colunas
em qualquer ordem, com uma caracterstica comum: nenhuma delas tem
sentido!
CAPTULO II
AS COMUNICAES OFICIAIS
2. Introduo
A redao das comunicaes oficiais deve, antes de tudo, seguir os
preceitos explicitados no Captulo I, Aspectos Gerais da Redao Oficial.
Alm disso, h caractersticas especficas de cada tipo de expediente, que
sero tratadas em detalhe neste captulo. Antes de passarmos sua anli-
se, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de
comunicao oficial: o emprego dos pronomes de tratamento, a forma dos
fechos e a identificao do signatrio.
2.1. Pronomes de Tratamento
2.1.1. Breve Histria dos Pronomes de Tratamento
O uso de pronomes e locues pronominais de tratamento tem larga
tradio na lngua portuguesa. De acordo com Said Ali, aps serem incor-
porados ao portugus os pronomes latinos tu e vos, como tratamento
direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra, passou-se a
empregar, como expediente lingustico de distino e de respeito, a segun-
da pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior.
Prossegue o autor:
Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a
palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria supe-
rior, e no a ela prpria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com
o tratamento de vossa merc, vossa senhoria (...); assim usou-se o trata-
mento ducal de vossa excelncia e adotaram-se na hierarquia eclesistica
vossa reverncia, vossa paternidade, vossa eminncia, vossa santidade.
A partir do final do sculo XVI, esse modo de tratamento indireto j es-
tava em voga tambm para os ocupantes de certos cargos pblicos. Vossa
merc evoluiu para vosmec, e depois para o coloquial voc. E o pronome
vs, com o tempo, caiu em desuso. dessa tradio que provm o atual
emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos
s autoridades civis, militares e eclesisticas.
2.1.2. Concordncia com os Pronomes de Tratamento
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresen-
tam certas peculiaridades quanto concordncia verbal, nominal e prono-
minal. Embora se refiram segunda pessoa gramatical ( pessoa com
quem se fala, ou a quem se dirige a comunicao), levam a concordncia
para a terceira pessoa. que o verbo concorda com o substantivo que
integra a locuo como seu ncleo sinttico: Vossa Senhoria nomear o
substituto; Vossa Excelncia conhece o assunto.
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de
tratamento so sempre os da terceira pessoa: Vossa Senhoria nomear
seu substituto (e no Vossa ... vosso...).
J quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gnero gramati-
cal deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e no com o
substantivo que compe a locuo. Assim, se nosso interlocutor for homem,
o correto Vossa Excelncia est atarefado, Vossa Senhoria deve estar
satisfeito; se for mulher, Vossa Excelncia est atarefada, Vossa Senho-
ria deve estar satisfeita.
2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular
tradio. So de uso consagrado:
Vossa Excelncia, para as seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo;
Presidente da Repblica;
Vice-Presidente da Repblica;
Ministros de Estado;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Foras Armadas;
Embaixadores;
Secretrios-Executivos de Ministrios e demais ocupantes de cargos
de natureza especial;
Secretrios de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.
b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores;
Ministros do Tribunal de Contas da Unio;
Deputados Estaduais e Distritais;
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes das Cmaras Legislativas Municipais.
c) do Poder Judicirio:
Ministros dos Tribunais Superiores;
Membros de Tribunais;
Juzes;
Auditores da Justia Militar.
O vocativo a ser empregado em comunicaes dirigidas aos Chefes de
Poder Excelentssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica,
Excelentssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
As demais autoridades sero tratadas com o vocativo Senhor, seguido
do cargo respectivo:
Senhor Senador,
Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Senhor Governador,
No envelope, o endereamento das comunicaes dirigidas s autori-
dades tratadas por Vossa Excelncia, ter a seguinte forma:
A Sua Excelncia o Senhor
Fulano de Tal
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Ministro de Estado da Justia
70064-900 Braslia. DF
Em comunicaes oficiais, est abolido o uso do tratamento dignssimo
(DD), s autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade pressuposto
para que se ocupe qualquer cargo pblico, sendo desnecessria sua repe-
tida evocao.
Vossa Senhoria empregado para as demais autoridades e para parti-
culares. O vocativo adequado :
Senhor Fulano de Tal,
(...)
No envelope, deve constar do endereamento:
Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, n
o
123
12345-000 Curitiba. PR
Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do
superlativo ilustrssimo para as autoridades que recebem o tratamento de
Vossa Senhoria e para particulares. suficiente o uso do pronome de
tratamento Senhor.
Acrescente-se que doutor no forma de tratamento, e sim ttulo aca-
dmico. Evite us-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o
apenas em comunicaes dirigidas a pessoas que tenham tal grau por
terem concludo curso universitrio de doutorado. costume designar por
doutor os bacharis, especialmente os bacharis em Direito e em Medici-
na. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade
s comunicaes.
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificncia, empregada por for-
a da tradio, em comunicaes dirigidas a reitores de universidade.
Corresponde-lhe o vocativo:
Magnfico Reitor,
(...)
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierar-
quia eclesistica, so:
Vossa Santidade, em comunicaes dirigidas ao Papa. O vocativo cor-
respondente :
Santssimo Padre,
(...)
Vossa Eminncia ou Vossa Eminncia Reverendssima, em comunica-
es aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
Eminentssimo Senhor Cardeal, ou
Eminentssimo e Reverendssimo Senhor Cardeal,
(...)
Vossa Excelncia Reverendssima usado em comunicaes dirigidas
a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendssima ou Vossa Senhoria Reve-
rendssima para Monsenhores, Cnegos e superiores religiosos. Vossa
Reverncia empregado para sacerdotes, clrigos e demais religiosos.
2.2. Fechos para Comunicaes
O fecho das comunicaes oficiais possui, alm da finalidade bvia de
arrematar o texto, a de saudar o destinatrio. Os modelos para fecho que
vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria n
o
1 do Ministrio da
Justia, de 1937, que estabelecia quinze padres. Com o fito de simplific-
los e uniformiz-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois
fechos diferentes para todas as modalidades de comunicao oficial:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Repblica:
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,
Ficam excludas dessa frmula as comunicaes dirigidas a autorida-
des estrangeiras, que atendem a rito e tradio prprios, devidamente
disciplinados no Manual de Redao do Ministrio das Relaes Exteriores.
2.3. Identificao do Signatrio
Excludas as comunicaes assinadas pelo Presidente da Repblica,
todas as demais comunicaes oficiais devem trazer o nome e o cargo da
autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da
identificao deve ser a seguinte:
(espao para assinatura)
NOME
Chefe da Secretaria-Geral da Presidncia da Repblica
(espao para assinatura)
NOME
Ministro de Estado da Justia
Para evitar equvocos, recomenda-se no deixar a assinatura em pgi-
na isolada do expediente. Transfira para essa pgina ao menos a ltima
frase anterior ao fecho.
3. O Padro Ofcio
H trs tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade
do que pela forma: o ofcio, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformi-
z-los, pode-se adotar uma diagramao nica, que siga o que chamamos
de padro ofcio. As peculiaridades de cada um sero tratadas adiante; por
ora busquemos as suas semelhanas.
3.1. Partes do documento no Padro Ofcio
O aviso, o ofcio e o memorando devem conter as seguintes partes:
a) tipo e nmero do expediente, seguido da sigla do rgo que o
expede:
Exemplos:
Mem. 123/2002-MF
Aviso 123/2002-SG
Of. 123/2002-MME
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento
direita:
Exemplo:
Braslia, 15 de maro de 1991.
c) assunto: resumo do teor do documento
Exemplos:
Assunto: Produtividade do rgo em 2002.
Assunto: Necessidade de aquisio de novos computadores.
d) destinatrio: o nome e o cargo da pessoa a quem dirigida a co-
municao. No caso do ofcio deve ser includo tambm o endereo.
e) texto: nos casos em que no for de mero encaminhamento de do-
cumentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
introduo, que se confunde com o pargrafo de abertura, na qual
apresentado o assunto que motiva a comunicao. Evite o uso das formas:
Tenho a honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que, em-
pregue a forma direta;
desenvolvimento, no qual o assunto detalhado; se o texto contiver
mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em pargrafos
distintos, o que confere maior clareza exposio;
concluso, em que reafirmada ou simplesmente reapresentada a
posio recomendada sobre o assunto.
Os pargrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em
que estes estejam organizados em itens ou ttulos e subttulos.
J quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estru-
tura a seguinte:
introduo: deve iniciar com referncia ao expediente que solicitou o
encaminhamento. Se a remessa do documento no tiver sido solicitada,
deve iniciar com a informao do motivo da comunicao, que encami-
nhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado
(tipo, data, origem ou signatrio, e assunto de que trata), e a razo pela
qual est sendo encaminhado, segundo a seguinte frmula:
Em resposta ao Aviso n 12, de 1 de fevereiro de 1991, encaminho,
anexa, cpia do Ofcio n 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral
de Administrao, que trata da requisio do servidor Fulano de Tal.
ou
Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cpia do tele-
grama n
o
12, de 1
o
de fevereiro de 1991, do Presidente da Confederao
Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernizao de tcnicas
agrcolas na regio Nordeste.
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69
desenvolvimento: se o autor da comunicao desejar fazer algum
comentrio a respeito do documento que encaminha, poder acrescentar
pargrafos de desenvolvimento; em caso contrrio, no h pargrafos de
desenvolvimento em aviso ou ofcio de mero encaminhamento.
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicaes);
g) assinatura do autor da comunicao; e
h) identificao do signatrio (v. 2.3. Identificao do Signatrio).
3.2. Forma de diagramao
Os documentos do Padro Ofcio devem obedecer seguinte forma de
apresentao:
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no
texto em geral, 11 nas citaes, e 10 nas notas de rodap;
b) para smbolos no existentes na fonte Times New Roman poder-
se- utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
c) obrigatrio constar a partir da segunda pgina o nmero da pgi-
na;
d) os ofcios, memorandos e anexos destes podero ser impressos
em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e
direita tero as distncias invertidas nas pginas pares (margem
espelho);
e) o incio de cada pargrafo do texto deve ter 2,5 cm de distncia da
margem esquerda;
f) o campo destinado margem lateral esquerda ter, no mnimo, 3,0
cm de largura;
g) o campo destinado margem lateral direita ter 1,5 cm;
h) deve ser utilizado espaamento simples entre as linhas e de 6 pon-
tos aps cada pargrafo, ou, se o editor de texto utilizado no
comportar tal recurso, de uma linha em branco;
i) no deve haver abuso no uso de negrito, itlico, sublinhado, letras
maisculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra
forma de formatao que afete a elegncia e a sobriedade do do-
cumento;
j) a impresso dos textos deve ser feita na cor preta em papel bran-
co. A impresso colorida deve ser usada apenas para grficos e i-
lustraes;
l) todos os tipos de documentos do Padro Ofcio devem ser impres-
sos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich
Text nos documentos de texto;
n) dentro do possvel, todos os documentos elaborados devem ter o
arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveita-
mento de trechos para casos anlogos;
o) para facilitar a localizao, os nomes dos arquivos devem ser for-
mados da seguinte maneira:
tipo do documento + nmero do documento + palavras-chaves do
contedo
Ex.: Of. 123 - relatrio produtividade ano 2002
3.3. Aviso e Ofcio
3.3.1. Definio e Finalidade
Aviso e ofcio so modalidades de comunicao oficial praticamente i-
dnticas. A nica diferena entre eles que o aviso expedido exclusiva-
mente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao
passo que o ofcio expedido para e pelas demais autoridades. Ambos tm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos rgos da Adminis-
trao Pblica entre si e, no caso do ofcio, tambm com particulares.
3.3.2. Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, aviso e ofcio seguem o modelo do padro ofcio,
com acrscimo do vocativo, que invoca o destinatrio (v. 2.1 Pronomes de
Tratamento), seguido de vrgula.
Exemplos:
Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica
Senhora Ministra
Senhor Chefe de Gabinete
Devem constar do cabealho ou do rodap do ofcio as seguintes in-
formaes do remetente:
nome do rgo ou setor;
endereo postal;
telefone e endereo de correio eletrnico.
3.4. Memorando
3.4.1. Definio e Finalidade
O memorando a modalidade de comunicao entre unidades admi-
nistrativas de um mesmo rgo, que podem estar hierarquicamente em
mesmo nvel ou em nveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de
comunicao eminentemente interna.
Pode ter carter meramente administrativo, ou ser empregado para a
exposio de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por deter-
minado setor do servio pblico.
Sua caracterstica principal a agilidade. A tramitao do memorando
em qualquer rgo deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de
procedimentos burocrticos. Para evitar desnecessrio aumento do nmero
de comunicaes, os despachos ao memorando devem ser dados no
prprio documento e, no caso de falta de espao, em folha de continuao.
Esse procedimento permite formar uma espcie de processo simplificado,
assegurando maior transparncia tomada de decises, e permitindo que
se historie o andamento da matria tratada no memorando.
3.4.2. Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padro ofcio,
com a diferena de que o seu destinatrio deve ser mencionado pelo cargo
que ocupa.
Exemplos:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administrao
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurdicos
4. Exposio de Motivos
4.1. Definio e Finalidade
Exposio de motivos o expediente dirigido ao Presidente da Rep-
blica ou ao Vice-Presidente para:
a) inform-lo de determinado assunto;
b) propor alguma medida; ou
c) submeter a sua considerao projeto de ato normativo.
Em regra, a exposio de motivos dirigida ao Presidente da Repbli-
ca por um Ministro de Estado.
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministrio, a
exposio de motivos dever ser assinada por todos os Ministros envolvi-
dos, sendo, por essa razo, chamada de interministerial.
4.2. Forma e Estrutura
Formalmente, a exposio de motivos tem a apresentao do padro
ofcio (v. 3. O Padro Ofcio). O anexo que acompanha a exposio de
motivos que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normati-
vo, segue o modelo descrito adiante.
A exposio de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
formas bsicas de estrutura: uma para aquela que tenha carter exclusiva-
mente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta
projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposio de motivos que simplesmente leva
algum assunto ao conhecimento do Presidente da Repblica, sua estrutura
segue o modelo antes referido para o padro ofcio.
J a exposio de motivos que submeta considerao do Presidente
da Repblica a sugesto de alguma medida a ser adotada ou a que lhe
apresente projeto de ato normativo embora sigam tambm a estrutura do
padro ofcio , alm de outros comentrios julgados pertinentes por seu
autor, devem, obrigatoriamente, apontar:
a) na introduo: o problema que est a reclamar a adoo da medi-
da ou do ato normativo proposto;
b) no desenvolvimento: o porqu de ser aquela medida ou aquele ato
normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais alter-
nativas existentes para equacion-lo;
c) na concluso, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual
ato normativo deve ser editado para solucionar o problema.
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70
Deve, ainda, trazer apenso o formulrio de anexo exposio de moti-
vos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte modelo previsto
no Anexo II do Decreto n
o
4.176, de 28 de maro de 2002.
Anexo Exposio de Motivos do (indicar nome do Ministrio ou rgo
equivalente) n
o
, de de de 200 .
5. Mensagem
5.1. Definio e Finalidade
o instrumento de comunicao oficial entre os Chefes dos Poderes
Pblicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder
Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administrao
Pblica; expor o plano de governo por ocasio da abertura de sesso
legislativa; submeter ao Congresso Nacional matrias que dependem de
deliberao de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer
comunicaes de tudo quanto seja de interesse dos poderes pblicos e da
Nao.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministrios Presi-
dncia da Repblica, a cujas assessorias caber a redao final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional
tm as seguintes finalidades:
a) encaminhamento de projeto de lei ordinria, complementar ou finan-
ceira.
Os projetos de lei ordinria ou complementar so enviados em regime
normal (Constituio, art. 61) ou de urgncia (Constituio, art. 64, 1
o
a
4
o
). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime nor-
mal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com solicitao de urgn-
cia.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do Congres-
so Nacional, mas encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da
Presidncia da Repblica ao Primeiro Secretrio da Cmara dos Deputa-
dos, para que tenha incio sua tramitao (Constituio, art. 64, caput).
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem plano pluria-
nual, diretrizes oramentrias, oramentos anuais e crditos adicionais), as
mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros do Congresso
Nacional, e os respectivos avisos so endereados ao Primeiro Secretrio
do Senado Federal. A razo que o art. 166 da Constituio impe a
deliberao congressual sobre as leis financeiras em sesso conjunta, mais
precisamente, na forma do regimento comum. E frente da Mesa do
Congresso Nacional est o Presidente do Senado Federal (Constituio,
art. 57, 5
o
), que comanda as sesses conjuntas.
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido no mbi-
to do Poder Executivo, que abrange minucioso exame tcnico, jurdico e
econmico-financeiro das matrias objeto das proposies por elas enca-
minhadas.
Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos rgos inte-
ressados no assunto das proposies, entre eles o da Advocacia-Geral da
Unio. Mas, na origem das propostas, as anlises necessrias constam da
exposio de motivos do rgo onde se geraram (v. 3.1. Exposio de
Motivos) exposio que acompanhar, por cpia, a mensagem de enca-
minhamento ao Congresso.
b) encaminhamento de medida provisria.
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituio, o Presi-
dente da Repblica encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a seus
membros, com aviso para o Primeiro Secretrio do Senado Federal, juntan-
do cpia da medida provisria, autenticada pela Coordenao de Documen-
tao da Presidncia da Repblica.
c) indicao de autoridades.
As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicao de pes-
soas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribunais
Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do Banco Central,
Procurador-Geral da Repblica, Chefes de Misso Diplomtica, etc.) tm
em vista que a Constituio, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui quela
Casa do Congresso Nacional competncia privativa para aprovar a indica-
o.
O curriculum vitae do indicado, devidamente assinado, acompanha a
mensagem.
d) pedido de autorizao para o Presidente ou o Vice-Presidente da
Repblica se ausentarem do Pas por mais de 15 dias.
Trata-se de exigncia constitucional (Constituio, art. 49, III, e 83), e a
autorizao da competncia privativa do Congresso Nacional.
O Presidente da Repblica, tradicionalmente, por cortesia, quando a
ausncia por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicao a cada Casa
do Congresso, enviando-lhes mensagens idnticas.
e) encaminhamento de atos de concesso e renovao de concesso
de emissoras de rdio e TV.
A obrigao de submeter tais atos apreciao do Congresso Nacional
consta no inciso XII do artigo 49 da Constituio. Somente produziro
efeitos legais a outorga ou renovao da concesso aps deliberao do
Congresso Nacional (Constituio, art. 223, 3
o
). Descabe pedir na men-
sagem a urgncia prevista no art. 64 da Constituio, porquanto o 1
o
do
art. 223 j define o prazo da tramitao.
Alm do ato de outorga ou renovao, acompanha a mensagem o cor-
respondente processo administrativo.
f) encaminhamento das contas referentes ao exerccio anterior.
O Presidente da Repblica tem o prazo de sessenta dias aps a aber-
tura da sesso legislativa para enviar ao Congresso Nacional as contas
referentes ao exerccio anterior (Constituio, art. 84, XXIV), para exame e
parecer da Comisso Mista permanente (Constituio, art. 166, 1
o
), sob
pena de a Cmara dos Deputados realizar a tomada de contas (Constitui-
o, art. 51, II), em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento
Interno.
g) mensagem de abertura da sesso legislativa.
Ela deve conter o plano de governo, exposio sobre a situao do Pa-
s e solicitao de providncias que julgar necessrias (Constituio, art.
84, XI).
O portador da mensagem o Chefe da Casa Civil da Presidncia da
Repblica. Esta mensagem difere das demais porque vai encadernada e
distribuda a todos os Congressistas em forma de livro.
h) comunicao de sano (com restituio de autgrafos).
Esta mensagem dirigida aos Membros do Congresso Nacional, en-
caminhada por Aviso ao Primeiro Secretrio da Casa onde se originaram os
autgrafos. Nela se informa o nmero que tomou a lei e se restituem dois
exemplares dos trs autgrafos recebidos, nos quais o Presidente da
Repblica ter aposto o despacho de sano.
i) comunicao de veto.
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituio, art. 66, 1
o
), a
mensagem informa sobre a deciso de vetar, se o veto parcial, quais as
disposies vetadas, e as razes do veto. Seu texto vai publicado na nte-
gra no Dirio Oficial da Unio (v. 4.2. Forma e Estrutura), ao contrrio das
demais mensagens, cuja publicao se restringe notcia do seu envio ao
Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto)
j) outras mensagens.
Tambm so remetidas ao Legislativo com regular frequncia mensa-
gens com:
encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos
ou compromissos gravosos (Constituio, art. 49, I);
pedido de estabelecimento de alquotas aplicveis s operaes e
prestaes interestaduais e de exportao (Constituio, art. 155,
2
o
, IV);
proposta de fixao de limites globais para o montante da dvida
consolidada (Constituio, art. 52, VI);
pedido de autorizao para operaes financeiras externas (Cons-
tituio, art. 52, V); e outros.
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71
Entre as mensagens menos comuns esto as de:
convocao extraordinria do Congresso Nacional (Constituio,
art. 57, 6
o
);
pedido de autorizao para exonerar o Procurador-Geral da Rep-
blica (art. 52, XI, e 128, 2
o
);
pedido de autorizao para declarar guerra e decretar mobilizao
nacional (Constituio, art. 84, XIX);
pedido de autorizao ou referendo para celebrar a paz (Constitui-
o, art. 84, XX);
justificativa para decretao do estado de defesa ou de sua prorro-
gao (Constituio, art. 136, 4
o
);
pedido de autorizao para decretar o estado de stio (Constitui-
o, art. 137);
relato das medidas praticadas na vigncia do estado de stio ou de
defesa (Constituio, art. 141, pargrafo nico);
proposta de modificao de projetos de leis financeiras (Constitui-
o, art. 166, 5
o
);
pedido de autorizao para utilizar recursos que ficarem sem des-
pesas correspondentes, em decorrncia de veto, emenda ou rejei-
o do projeto de lei oramentria anual (Constituio, art. 166,
8
o
);
pedido de autorizao para alienar ou conceder terras pblicas
com rea superior a 2.500 ha (Constituio, art. 188, 1
o
); etc.
5.2. Forma e Estrutura
As mensagens contm:
a) a indicao do tipo de expediente e de seu nmero, horizontalmen-
te, no incio da margem esquerda:
Mensagem n
o
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do
destinatrio, horizontalmente, no incio da margem esquerda;
Excelentssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizon-
talmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da Re-
pblica, no traz identificao de seu signatrio.
6. Telegrama
6.1. Definio e Finalidade
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos
burocrticos, passa a receber o ttulo de telegrama toda comunicao oficial
expedida por meio de telegrafia, telex, etc.
Por tratar-se de forma de comunicao dispendiosa aos cofres pblicos
e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas
quelas situaes que no seja possvel o uso de correio eletrnico ou fax
e que a urgncia justifique sua utilizao e, tambm em razo de seu custo
elevado, esta forma de comunicao deve pautar-se pela conciso (v. 1.4.
Conciso e Clareza).
6.2. Forma e Estrutura
No h padro rgido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos
formulrios disponveis nas agncias dos Correios e em seu stio na Inter-
net.
7. Fax
7.1. Definio e Finalidade
O fax (forma abreviada j consagrada de fac-simile) uma forma de
comunicao que est sendo menos usada devido ao desenvolvimento da
Internet. utilizado para a transmisso de mensagens urgentes e para o
envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento h premncia,
quando no h condies de envio do documento por meio eletrnico.
Quando necessrio o original, ele segue posteriormente pela via e na forma
de praxe.
Se necessrio o arquivamento, deve-se faz-lo com cpia xerox do fax
e no com o prprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapi-
damente.
7.2. Forma e Estrutura
Os documentos enviados por fax mantm a forma e a estrutura que
lhes so inerentes.
conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha
de rosto, i. ., de pequeno formulrio com os dados de identificao da
mensagem a ser enviada.
8. Correio Eletrnico
8.1 Definio e finalidade
O correio eletrnico (e-mail), por seu baixo custo e celeridade, trans-
formou-se na principal forma de comunicao para transmisso de docu-
mentos.
8.2. Forma e Estrutura
Um dos atrativos de comunicao por correio eletrnico sua flexibili-
dade. Assim, no interessa definir forma rgida para sua estrutura. Entretan-
to, deve-se evitar o uso de linguagem incompatvel com uma comunicao
oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicaes Oficiais).
O campo assunto do formulrio de correio eletrnico mensagem deve
ser preenchido de modo a facilitar a organizao documental tanto do
destinatrio quanto do remetente.
Para os arquivos anexados mensagem deve ser utilizado, preferenci-
almente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo
deve trazer informaes mnimas sobre seu contedo..
Sempre que disponvel, deve-se utilizar recurso de confirmao de lei-
tura. Caso no seja disponvel, deve constar da mensagem pedido de
confirmao de recebimento.
8.3 Valor documental
Nos termos da legislao em vigor, para que a mensagem de correio
eletrnico tenha valor documental, i. , para que possa ser aceita como
documento original, necessrio existir certificao digital que ateste a
identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
PROVA SIMULADA I
01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e grafia das palavras.
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
(B) O chefe deferia da opinio dos subordinados.
(C) O processo foi julgado em segunda estncia.
(D) O problema passou despercebido na votao.
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exlio.
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos :
(A) Quando ele vir suas notas, ficar muito feliz.
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido.
(C) A colega no se contera diante da situao.
(D) Se ele ver voc na rua, no ficar contente.
(E) Quando voc vir estudar, traga seus livros.
03. O particpio verbal est corretamente empregado em:
(A) No estaramos salvados sem a ajuda dos barcos.
(B) Os garis tinham chego s ruas s dezessete horas.
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte do crime.
(D) O rapaz j tinha abrido as portas quando chegamos.
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda.
04. Assinale a alternativa que d continuidade ao texto abaixo, em
conformidade com a norma culta.
Nem s de beleza vive a madreprola ou ncar. Essa substncia do
interior da concha de moluscos rene outras caractersticas interes-
santes, como resistncia e flexibilidade.
(A) Se puder ser moldada, daria timo material para a confeco de
componentes para a indstria.
(B) Se pudesse ser moldada, d timo material para a confeco de
componentes para a indstria.
(C) Se pode ser moldada, d timo material para a confeco de com-
ponentes para a indstria.
(D) Se puder ser moldada, dava timo material para a confeco de
componentes para a indstria.
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(E) Se pudesse ser moldada, daria timo material para a confeco de
componentes para a indstria.
05. O uso indiscriminado do gerndio tem-se constitudo num problema
para a expresso culta da lngua. Indique a nica alternativa em que
ele est empregado conforme o padro culto.
(A) Aps aquele treinamento, a corretora est falando muito bem.
(B) Ns vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje.
(C) No haver demora, o senhor pode estar aguardando na linha.
(D) No prximo sbado, procuraremos estar liberando o seu carro.
(E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa.
06. De acordo com a norma culta, a concordncia nominal e verbal est
correta em:
(A) As caractersticas do solo so as mais variadas possvel.
(B) A olhos vistos Lcia envelhecia mais do que rapidamente.
(C) Envio-lhe, em anexos, a declarao de bens solicitada.
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicaes.
(E) Qualquer que sejam as dvidas, procure san-las logo.
07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de
flexo de grau.
(A) Nas situaes crticas, protegia o colega de quem era amiqussimo.
(B) Mesmo sendo o Canad friosssimo, optou por permanecer l duran-
te as frias.
(C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos.
(D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim.
(E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malssima qualidade.
Nas questes de nmeros 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala-
vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas.
08. Os pesquisadores trataram de avaliar viso pblico financiamento
estatal cincia e tecnologia.
(A) ... sobre o ... do ... para
(B) a ... ao ... do ... para
(C) ... do ... sobre o ... a
(D) ... ao ... sobre o ...
(E) a ... do ... sobre o ...
09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a
franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contrat-los, pois
eles devem estar aptos comercializar seus produtos.
(A) ao ... a ...
(B) quele ... ...
(C) quele... ... a
(D) ao ... ...
(E) quele ... a ... a
10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a
norma culta.
(A) Bancos de dados cientficos tero seu alcance ampliado. E isso
traro grandes benefcios s pesquisas.
(B) Fazem vrios anos que essa empresa constri parques, colaborando
com o meio ambiente.
(C) Laboratrios de anlise clnica tem investido em institutos, desenvol-
vendo projetos na rea mdica.
(D) Havia algumas estatsticas auspiciosas e outras preocupantes apre-
sentadas pelos economistas.
(E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no
litoral ou aproveitam frias ali.
11. A frase correta de acordo com o padro culto :
(A) No vejo mal no Presidente emitir medidas de emergncia devido s
chuvas.
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, no receberemos recla-
maes.
(C) Para mim construir um pas mais justo, preciso de maior apoio
cultura.
(D) Apesar do advogado ter defendido o ru, este no foi poupado da
culpa.
(E) Faltam conferir trs pacotes da mercadoria.
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os neg-
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possveis
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele-
o no s permite s empresas avaliar os investidores com relao
aos negcios, mas tambm identificar o perfil desejado dos investido-
res.
(Texto adaptado)
Para eliminar as repeties, os pronomes apropriados para substituir
as expresses: das empresas de franquia, s empresas, os investi-
dores e dos investidores, no texto, so, respectivamente:
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles
(C) seus ... nas ... los ... deles
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu
(E) seus ... lhes ... eles ... neles
13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo
com o padro culto.
(A) Quando possvel, transmitirei-lhes mais informaes.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente.
(C) O dilogo a que me propus ontem, continua vlido.
(D) Sua deciso no causou-lhe a felicidade esperada.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris.
14. O pronome oblquo representa a combinao das funes de objeto
direto e indireto em:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasio.
(B) A lio, vou faz-la ainda hoje mesmo.
(C) Atribumos-lhes agora uma pesada tarefa.
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada.
(E) Essa histria, contar-lha-ei assim que puder.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obt-lo.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos
respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta :
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obteno.
(B) O desejo do diploma levou-o luta em obt-lo.
(C) O desejo do diploma levou-o luta pela sua obteno.
(D) Desejoso do diploma foi luta pela sua obteno.
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obt-lo.
16. Ao Senhor Diretor de Relaes Pblicas da Secretaria de Educao
do Estado de So Paulo. Face proximidade da data de inaugurao
de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Dignssimo
Secretrio da Educao do Estado de YYY, solicitamos a mxima
urgncia na antecipao do envio dos primeiros convites para o Ex-
celentssimo Senhor Governador do Estado de So Paulo, o Reve-
rendssimo Cardeal da Arquidiocese de So Paulo e os Reitores das
Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se
programar e participar do referido evento.
Atenciosamente,
ZZZ
Assistente de Gabinete.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas
so correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por
(A) Ilustrssimo ... Sua Excelncia ... Magnficos
(B) Excelentssimo ... Sua Senhoria ... Magnficos
(C) Ilustrssimo ... Vossa Excelncia ... Excelentssimos
(D) Excelentssimo ... Sua Senhoria ... Excelentssimos
(E) Ilustrssimo ... Vossa Senhoria ... Dignssimos
17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
respeitam as regras de pontuao.
(A) Por sinal, o prprio Senhor Governador, na ltima entrevista, revelou,
que temos uma arrecadao bem maior que a prevista.
(B) Indagamos, sabendo que a resposta obvia: que se deve a uma
sociedade inerte diante do desrespeito sua prpria lei? Nada.
(C) O cidado, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade
Policial, confessou sua participao no referido furto.
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor soluo, no caso deste
funcionrio, seja aquela sugerida, pela prpria chefia.
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(E) Impunha-se, pois, a recuperao dos documentos: as certides
negativas, de dbitos e os extratos, bancrios solicitados.
18. O termo orao, entendido como uma construo com sujeito e
predicado que formam um perodo simples, se aplica, adequadamen-
te, apenas a:
(A) Amanh, tempo instvel, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu perodo.
(C) O passeio foi adiado para julho, por no ser poca de chuvas.
(D) Muito riso, pouco siso provrbio apropriado falta de juzo.
(E) Os concorrentes vaga de carteiro submeteram-se a exames.
Leia o perodo para responder s questes de nmeros 19 e 20.
O livro de registro do processo que voc procurava era o que estava
sobre o balco.
19. No perodo, os pronomes o e que, na respectiva sequncia, remetem
a
(A) processo e livro.
(B) livro do processo.
(C) processos e processo.
(D) livro de registro.
(E) registro e processo.
20. Analise as proposies de nmeros I a IV com base no perodo
acima:
I. h, no perodo, duas oraes;
II. o livro de registro do processo era o, a orao principal;
III. os dois qu(s) introduzem oraes adverbiais;
IV. de registro um adjunto adnominal de livro.
Est correto o contido apenas em
(A) II e IV.
(B) III e IV.
(C) I, II e III.
(D) I, II e IV.
(E) I, III e IV.
21. O Meretssimo Juiz da 1. Vara Cvel devia providenciar a leitura do
acrdo, e ainda no o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
I. as palavras Meretssimo e Cvel esto incorretamente grafadas;
II. ainda um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura
pelo Juiz;
III. o e foi usado para indicar oposio, com valor adversativo equivalen-
te ao da palavra mas;
IV. em ainda no o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acr-
do, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
Est correto o contido apenas em
(A) II e IV.
(B) III e IV.
(C) I, II e III.
(D) I, III e IV.
(E) II, III e IV.
22. O rapaz era campeo de tnis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
Ao transformar os dois perodos simples num nico perodo compos-
to, a alternativa correta :
(A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeo de tnis.
(B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeo de tnis.
(C) O rapaz era campeo de tnis, j que seu nome saiu nos jornais.
(D) O nome do rapaz onde era campeo de tnis saiu nos jornais.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeo de tnis.
23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci-
dos galhos da velha rvore.
Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre
o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
(A) Quem podou? e Quando podou?
(B) Qual jardineiro? e Galhos de qu?
(C) Que jardineiro? e Podou o qu?
(D) Que vizinho? e Que galhos?
(E) Quando podou? e Podou o qu?
24. O pblico observava a agitao dos lanterninhas da plateia.
Sem pontuao e sem entonao, a frase acima tem duas possibili-
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento
correto das relaes entre seus termos e pela sua adequada pontua-
o em:
(A) O pblico da plateia, observava a agitao dos lanterninhas.
(B) O pblico observava a agitao da plateia, dos lanterninhas.
(C) O pblico observava a agitao, dos lanterninhas da plateia.
(D) Da plateia o pblico, observava a agitao dos lanterninhas.
(E) Da plateia, o pblico observava a agitao dos lanterninhas.
25. Felizmente, ningum se machucou.
Lentamente, o navio foi se afastando da costa.
Considere:
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar;
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de
modo;
III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do
fato;
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar;
V. felizmente e lentamente so caracterizadores de substantivos.
Est correto o contido apenas em
(A) I, II e III.
(B) I, II e IV.
(C) I, III e IV.
(D) II, III e IV.
(E) III, IV e V.
26. O segmento adequado para ampliar a frase Ele comprou o carro...,
indicando concesso, :
(A) para poder trabalhar fora.
(B) como havia programado.
(C) assim que recebeu o prmio.
(D) porque conseguiu um desconto.
(E) apesar do preo muito elevado.
27. importante que todos participem da reunio.
O segmento que todos participem da reunio, em relao a
importante, uma orao subordinada
(A) adjetiva com valor restritivo.
(B) substantiva com a funo de sujeito.
(C) substantiva com a funo de objeto direto.
(D) adverbial com valor condicional.
(E) substantiva com a funo de predicativo.
28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relao estabe-
lecida pelo termo como de
(A) comparatividade.
(B) adio.
(C) conformidade.
(D) explicao.
(E) consequncia.
29. A regio alvo da expanso das empresas, _____, das redes de
franquias, a Sudeste, ______ as demais regies tambm sero
contempladas em diferentes propores; haver, ______, planos di-
versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos
possveis franqueados.
A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e
relaciona corretamente as ideias do texto, :
(A) digo ... portanto ... mas
(B) como ... pois ... mas
(C) ou seja ... embora ... pois
(D) ou seja ... mas ... portanto
(E) isto ... mas ... como
30. Assim que as empresas conclurem o processo de seleo dos
investidores, os locais das futuras lojas de franquia sero divulgados.
A alternativa correta para substituir Assim que as empresas conclu-
rem o processo de seleo dos investidores por uma orao reduzi-
da, sem alterar o sentido da frase, :
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(A) Porque concluindo o processo de seleo dos investidores ...
(B) Concludo o processo de seleo dos investidores ...
(C) Depois que conclussem o processo de seleo dos investidores ...
(D) Se concludo do processo de seleo dos investidores...
(E) Quando tiverem concludo o processo de seleo dos investidores ...
A MISRIA DE TODOS NS
Como entender a resistncia da misria no Brasil, uma chaga social
que remonta aos primrdios da colonizao? No decorrer das ltimas
dcadas, enquanto a misria se mantinha mais ou menos do mesmo tama-
nho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. H mais crianas
em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro
perodo da nossa histria. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil
tambm so as menores desde que se passou a registr-las nacionalmen-
te. O Brasil figura entre as dez naes de economia mais forte do mundo.
No campo diplomtico, comea a exercitar seus msculos. Vem firmando
uma inconteste liderana poltica regional na Amrica Latina, ao mesmo
tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte
oponente das injustas polticas de comrcio dos pases ricos.
Apesar de todos esses avanos, a misria resiste.
Embora em algumas de suas ocorrncias, especialmente na zona rural,
esteja confinada a bolses invisveis aos olhos dos brasileiros mais bem
posicionados na escala social, a misria onipresente. Nas grandes cida-
des, com aterrorizante frequncia, ela atravessa o fosso social profundo e
se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestaes
a criminalidade, que, se no tem na pobreza sua nica causa, certamente
em razo dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistncia da
pobreza extrema entre milhes de habitantes no uma empreitada sim-
ples.
Veja, ed. 1735
31. O ttulo dado ao texto se justifica porque:
A) a misria abrange grande parte de nossa populao;
B) a misria culpa da classe dominante;
C) todos os governantes colaboraram para a misria comum;
D) a misria deveria ser preocupao de todos ns;
E) um mal to intenso atinge indistintamente a todos.
32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistncia da misria no
Brasil, uma chaga social que remonta aos primrdios da coloniza-
o?'':
A) tem sua resposta dada no ltimo pargrafo;
B) representa o tema central de todo o texto;
C) s uma motivao para a leitura do texto;
D) uma pergunta retrica, qual no cabe resposta;
E) uma das perguntas do texto que ficam sem resposta.
33. Aps a leitura do texto, s NO se pode dizer da misria no Brasil
que ela:
A) culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em
outras reas;
B) tem manifestaes violentas, como a criminalidade nas grandes
cidades;
C) atinge milhes de habitantes, embora alguns deles no apaream
para a classe dominante;
D) de difcil compreenso, j que sua presena no se coaduna com a
de outros indicadores sociais;
E) tem razes histricas e se mantm em nveis estveis nas ltimas
dcadas.
34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto :
A) Entender a misria no Brasil impossvel, j que todos os outros
indicadores sociais melhoraram;
B) Desde os primrdios da colonizao a misria existe no Brasil e se
mantm onipresente;
C) A misria no Brasil tem fundo histrico e foi alimentada por governos
incompetentes;
D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas reas,
a misria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo;
E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da
misria que leva criminalidade.
35. As marcas de progresso em nosso pas so dadas com apoio na
quantidade, exceto:
A) frequncia escolar;
B) liderana diplomtica;
C) mortalidade infantil;
D) analfabetismo;
E) desempenho econmico.
36. ''No campo diplomtico, comea a exercitar seus msculos.''; com
essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil:
A) j est suficientemente forte para comear a exercer sua liderana
na Amrica Latina;
B) j mostra que mais forte que seus pases vizinhos;
C) est iniciando seu trabalho diplomtico a fim de marcar presena no
cenrio exterior;
D) pretende mostrar ao mundo e aos pases vizinhos que j suficien-
temente forte para tornar-se lder;
E) ainda inexperiente no trato com a poltica exterior.
37. Segundo o texto, ''A misria onipresente'' embora:
A) aparea algumas vezes nas grandes cidades;
B) se manifeste de formas distintas;
C) esteja escondida dos olhos de alguns;
D) seja combatida pelas autoridades;
E) se torne mais disseminada e cruel.
38. ''...no uma empreitada simples'' equivale a dizer que uma em-
preitada complexa; o item em que essa equivalncia feita de forma
INCORRETA :
A) no uma preocupao geral = uma preocupao superficial;
B) no uma pessoa aptica = uma pessoa dinmica;
C) no uma questo vital = uma questo desimportante;
D) no um problema universal = um problema particular;
E) no uma cpia ampliada = uma cpia reduzida.
39. ''...enquanto a misria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse
segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria:
A) mantiver; B) manter; C)manter; D)manteria;
E) mantenha.
40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos
abaixo :
A) ''Como entender a resistncia da misria...'';
B) ''No decorrer das ltimas dcadas...'';
C) ''...desde que se passou a registr-las...'';
D) ''...comea a exercitar seus msculos.'';
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''.
PROTESTO TMIDO
Ainda h pouco eu vinha para casa a p, feliz da minha vida e faltavam
dez minutos para a meia-noite. Perto da Praa General Osrio, olhei para o
lado e vi, junto parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma
trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era
um menino.
Escurinho, de seus seis ou sete anos, no mais. Deitado de lado, bra-
os dobrados como dois gravetos, as mos protegendo a cabea. Tinha os
gambitos tambm encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura-
cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de
sua existncia. No era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo
mesmo, um traste intil, abandonado sobre a calada. Um menor abando-
nado.
Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de
sucos de frutas, vrios casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns
mastigavam sanduches. Alm, na esquina da praa, o carro da radiopatru-
lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ningum
tomava conhecimento da existncia do menino.
Segundo as estatsticas, como ele existem nada menos que 25 milhes
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no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reao do menino se eu o acor-
dasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu
problema? O problema do menor abandonado? A injustia social?
(....)
Vinte e cinco milhes de menores - um dado abstrato, que a imagina-
o no alcana. Um menino sem pai nem me, sem o que comer nem
onde dormir - isto um menor abandonado. Para entender, s mesmo
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a
ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e
lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos
desperta mal contida irritao - para nos pedir um trocado. No temos
disposio sequer para olh-lo e simplesmente o atendemos (ou no) para
nos livrarmos depressa de sua incmoda presena. Com o sentimento que
sufocamos no corao, escreveramos toda a obra de Dickens. Mas esta-
mos em pleno sculo XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, con-
quistando um futuro melhor para os nossos filhos. At l, que o menor
abandonado no chateie, isto problema para o juizado de menores.
Mesmo porque so todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo
terminaro na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadro da Morte.
Pode ser. Mas a verdade que hoje eu vi meu filho dormindo na rua,
exposto ao frio da noite, e alm de nada ter feito por ele, ainda o confundi
com um monte de lixo.
Fernando Sabino
41 Uma crnica, como a que voc acaba de ler, tem como melhor
definio:
A) registro de fatos histricos em ordem cronolgica;
B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano;
C) seo ou coluna de jornal sobre tema especializado;
D) texto narrativo de pequena extenso, de contedo e estrutura bas-
tante variados;
E) pequeno conto com comentrios, sobre temas atuais.
42 O texto comea com os tempos verbais no pretrito imperfeito -
vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudana para o pretrito perfei-
to - olhei, vi etc.; essa mudana marca a passagem:
A) do passado para o presente;
B) da descrio para a narrao;
C) do impessoal para o pessoal;
D) do geral para o especfico;
E) do positivo para o negativo.
43 ''...olhei para o lado e vi, junto parede, antes da esquina, ALGO que
me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se
deve a que:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa;
B) o cronista antecipa a viso do menor abandonado como um traste
intil;
C) a situao do fato no permite a perfeita identificao do menino;
D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo;
E) o emprego desse pronome ocorre em relao a coisas ou a pesso-
as.
44 ''Ainda h pouco eu vinha para casa a p,...''; veja as quatro frases a
seguir:
I - Daqui h pouco vou sair.
I - Est no Rio h duas semanas.
III - No almoo h cerca de trs dias.
IV - Estamos h cerca de trs dias de nosso destino.
As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver
so:
A) I - II
B) I - III
C) II - IV
D) I - IV
E) II - III
45 O comentrio correto sobre os elementos do primeiro pargrafo do
texto :
A) o cronista situa no tempo e no espao os acontecimentos abordados
na crnica;
B) o cronista sofre uma limitao psicolgica ao ver o menino
C) a semelhana entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa
a sujeira;
D) a localizao do fato perto da meia-noite no tem importncia para o
texto;
E) os fatos abordados nesse pargrafo j justificam o ttulo da crnica.
46 Boinas-pretas um substantivo composto que faz o plural da mesma
forma que:
A) salvo-conduto;
B) abaixo-assinado;
C) salrio-famlia;
D) banana-prata;
E) alto-falante.
47 A descrio do menino abandonado feita no segundo pargrafo do
texto; o que NO se pode dizer do processo empregado para isso
que o autor:
A) se utiliza de comparaes depreciativas;
B) lana mo de vocbulo animalizador;
C) centraliza sua ateno nos aspectos fsicos do menino;
D) mostra preciso em todos os dados fornecidos;
E) usa grande nmero de termos adjetivadores.
48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
significa que:
A) a aparncia do menino no permitia saber se dormia ou estava
morto;
B) a posio do menino era idntica de um morto;
C) para os transeuntes, no fazia diferena estar o menino dormindo ou
morto;
D) no havia diferena, para a descrio feita, se o menino estava
dormindo ou morto;
E) o cronista no sabia sobre a real situao do menino.
49 Alguns textos, como este, trazem referncias de outros momentos
histricos de nosso pas; o segmento do texto em que isso ocorre :
A) ''Perto da Praa General Osrio, olhei para o lado e vi...'';
B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadro da Morte'';
C) ''...escreveramos toda a obra de Dickens'';
D) ''...isto problema para o juizado de menores'';
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, no mais''.
50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento
do texto uma:
A) metonmia;
B) comparao ou smile;
C) metfora;
D) prosopopeia;
E) personificao.
RESPOSTAS PROVA I
01. D 11. B 21. B 31. D 41. D
02. A 12. A 22. A 32. B 42. B
03. C 13. C 23. C 33. A 43. C
04. E 14. E 24. E 34. A 44. E
05. A 15. C 25. D 35. B 45. A
06. B 16. A 26. E 36. C 46. A
07. D 17. B 27. B 37. C 47. D
08. E 18. E 28. C 38. A 48. C
09. C 19. D 29. D 39. A 49. B
10. D 20. A 30. B 40. B 50. C
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