Lingua Portuguesa

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EDUC LINE APOSTILA DIGITAL – CONCURSO PETROBRAS 2014 –

PORTUGUES NÍVEL SUPERIOR

CONHECIMENTOS BÁSICOS DOS CARGOS DE


NÍVEL SUPERIOR

LÍNGUA PORTUGUESA
Interpretação textual; Aspectos semânticos: adequação vocabular, denotação,
conotação, polissemia e ambiguidade; Emprego dos sinais indicativos de pontuação:
vírgula, ponto, ponto e vírgula, dois-pontos, reticências, aspas, travessão e parênteses;
Emprego do acento indicativo de crase; Coesão e coerência textuais: mecanismos
linguísticos de conexão e sequência lógica entre as partes do texto (coesão referencial,
lexical, sequencial e temporal); paralelismo sintático e paralelismo semântico;
Relações de coordenação, correlação e subordinação entre orações e termos das
orações; Colocação pronominal dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e
ênclise); Concordância verbal e nominal; Regência verbal.

Interpretação textual;
A compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização de
conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe, o conhecimento
adquirido ao longo de sua vida. É mediante a interação de diversos níveis de
conhecimento, como o conhecimento linguístico, o textual e o conhecimento de mundo,
que o leitor consegue construir o sentido do texto.

E porque o leitor utiliza justamente diversos níveis de conhecimento que interagem


entre si, a leitura é considerada um processo interativo. Pode-se dizer com segurança
que sem o engajamento do conhecimento prévio do leitor não haverá compreensão.

São vários os níveis de conhecimento que entram em jogo durante a leitura.


Começaremos esta apresentação com o conhecimento linguístico, isto é, aquele
conhecimento implícito, não verbalizado, nem verbalizável na grande maioria das
vezes, que faz com que falemos português como falantes nativos. Este conhecimento
abrange desde o conhecimento sobre como pronunciar português, passando pelo
conhecimento do vocabulário e regras da língua, chegando até o conhecimento sobre o
uso da língua.

O conhecimento linguístico, então, é um componente do chamado conhecimento prévio,


sem o qual a compreensão não é possível.

Também o conjunto de noções e conceitos sobre o texto, que chamaremos de


conhecimento textual, faz parte do conhecimento prévio e desempenha um papel
importante na compreensão de textos.

A pouca familiaridade com um determinado assunto pode causar incompreensão. Nesse


caso, a incompreensão se deve a falhas no chamado conhecimento do mundo ou
conhecimento enciclopédico, o que pode ser adquirido tanto formal como
informalmente. O conhecimento de mundo abrange desde o domínio que um físico tem

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sobre sua especialidade até o conhecimento de fatos como “o gato é um mamífero”,


“Angola está na África” etc.

O conhecimento linguístico, o conhecimento textual e o conhecimento de mundo devem


ser ativados durante a leitura para poder chegar ao momento da compreensão; esse
momento que passa despercebido, em que as partes discretas se juntam para fazer um
significado. O mero passar de olhos pela linha não é leitura, pois leitura implica uma
atividade de procura pelo leitor, no seu passado de lembranças e conhecimentos,
daqueles que são relevantes à compreensão de um texto que fornece pistas e sugere
caminhos.

Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação


de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da
língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado.

As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão


inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes
que compõem o texto.

Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as


inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre
produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.

Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura:

Informativa e de reconhecimento; Interpretativa.


A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto,
extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa.
Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma
palavra à idéia-central de cada parágrafo.
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas.
Marque palavras com não, exceto, respectivamente, etc, pois fazem diferença na escolha
adequada.
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior
para ter ideia do sentido global proposto pelo autor.

Organização do texto e ideia central

Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através
dos parágrafos que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e
a conclusão do texto. Pode-se, desenvolver um parágrafo de várias formas:

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a) Declaração inicial;
b) Definição;
c) Divisão;
d) Alusão histórica.

Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques.
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um
espaçamento da margem esquerda.

Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central
extraída de maneira clara e resumida.
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, assegura-se um caminho que nos
levará à compreensão do texto.

A textualidade
É um conjunto de características que fazem com que um texto seja considerado como
tal, e não apenas uma sequência de palavras e frases, ou seja, qualidade ou condição
daquilo que é textual ou, fielmente reproduzido.

Meaugrande e Dressler (1983) apontam sete fatores responsáveis pela textualidade de


um discurso qualquer: a coesão e a coerência, que se relacionam com o material
conceitual e linguístico do texto, a intencionalidade, a aceitabilidade, a situacionalidade,
a informatividade e a intertextualidade, que tem a ver com os fatores pragmáticos
envolvidos no processo sociocomunicativo.

Denotação e Conotação

Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra)
e significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de
signo linguístico (significante + significado) que se constroem as noções de denotação e
conotação.

O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado


sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido
figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim,
estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante
e significado.

Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa


de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores.

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Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem
muitas significações). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos
significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista,
ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à
palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe
completem e esclareçam o sentido.

Como Ler e Entender Bem um Texto

Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de


reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser
o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o
conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação
propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar
uma palavra para resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento
aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.

Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A


preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às
interpretações que a banca considerou como pertinentes.

No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras
formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu.
Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação
pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na
referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.

A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui


são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente
etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-
se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao
questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à
pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma
outra alternativa mais completa.

Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito
para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente
pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes,
são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a
posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
será mais consciente e segura.

A compreensão e a interpretação dos textos devem ser a base dos estudos, tendo em
vista que o desempenho da leitura interfere na aprendizagem de todas as outras
matérias, além de promover a socialização e a cidadania do candidato-leitor. O bom
leitor sabe selecionar o que deve ler e que efetivamente pode contribuir para sua
compreensão sobre a complexidade do mundo atual.

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Interpretar é criar sentido, pois toda interpretação provoca a criação de “outro texto”.
Cada leitor é um sujeito singular, que utiliza diferentes estratégias (sua experiência
prévia, suas crenças, seus conflitos, suas expectativas e suas relações com o mundo)
para dar sentido ao que lê, sem, no entanto, eliminar o sentido original do texto. Cabe,
porém, ressaltar que é quase impossível determinar o grau de fidelidade de um leitor em
relação ao texto original.

O ato de interpretar possibilita a construção de novos conhecimentos a partir daqueles


que existem previamente na memória do leitor. Esses conhecimentos são ativados e
confrontados com as informações do texto, permitindo-lhe atribuir coerência àquilo que
está lendo.

Procedimentos para uma leitura eficaz:


1. Leia todo o texto, com atenção, procurando entender o seu sentido geral.
2. Identifique as ideias o texto (cada parágrafo contém uma ideia central e outras
secundárias), estabelecendo as relações entre as partes.
3. Procure compreender todos os vocábulos e expressões. Muitas vezes, o próprio texto
já fornece o significado da palavra. Mas, na medida do possível, use o dicionário
sempre que estiver lendo, pois com isso aumentará os seus conhecimentos e ampliará o
seu vocabulário. Lembre-se de que é bastante frequente a cobrança do significado (tanto
literal quanto contextual) das palavras nessas provas.
4. Leia atentamente as instruções para a resolução das questões – analise com cuidado o
que cada enunciado pede. Muitas vezes, o erro é proveniente do descuido (da pressa) na
hora de ler as questões (principalmente se quando se subestima as informações
dos comandos).

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS

TEXTO NARRATIVO
 As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, forças naturais ou
fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar dos fatos.

Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou heroína,


personagem principal da história.

O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do protagonista, chama-se


antagonista, e é com ele que a personagem principal contracena em primeiro plano.

As personagens secundárias, que são chamadas também de comparsas, são os figurantes


de influencia menor, indireta, não decisiva na narração.

O narrador que está a contar a história também é uma personagem, pode ser o
protagonista ou uma das outras personagens de menor importância, ou ainda uma
pessoa estranha à história.

Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de personagem: as planas:
que são definidas por um traço característico, elas não alteram seu comportamento
durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem à caricatura; as redondas: são mais

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complexas tendo uma dimensão psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as
suas reações perante os acontecimentos.

 Sequencia dos fatos (enredo): Enredo é a sequencia dos fatos, a trama dos
acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo podemos distinguir, com maior
ou menor nitidez, três ou quatro estágios progressivos: a exposição (nem sempre
ocorre), a complicação, o clímax, o desenlace ou desfecho.

Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, as personagens e


certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, na maioria das vezes,
principalmente nos textos literários mais recentes, a história começa a ser narrada no
meio dos acontecimentos (“in média”), ou seja, no estágio da complicação quando
ocorre e conflito, choque de interesses entre as personagens.

O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior tensão do conflito


entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a conclusão da
história com a resolução dos conflitos.
 Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens participam. Da natureza
dos acontecimentos apresentados decorre o gênero do texto. Por exemplo o relato de um
acontecimento cotidiano constitui uma crônica, o relato de um drama social é um
romance social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, que estabelece
o caráter do texto, e há os fatos secundários, relacionados ao principal.
 Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lugares, ou
mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter informações sobre o espaço,
onde os fatos acontecem. Muitas vezes, principalmente nos textos literários, essas
informações são extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos
narrativo.
 Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num determinado
tempo, que consiste na identificação do momento, dia, mês, ano ou época em que
ocorre o fato. A temporalidade salienta as relações passado/presente/futuro do texto,
essas relações podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, ou sofre
inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fato que aconteceu depois.

O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo material em que


se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela natureza ou pelo relógio. O
psicológico não é mensurável pelos padrões fixos, porque é aquele que ocorre no
interior da personagem, depende da sua percepção da realidade, da duração de um dado
acontecimento no seu espírito.

 Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dissemos, é a


personagem que está a contar a história. A posição em que se coloca o narrador para
contar a história constitui o foco, o aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode
ser caracterizado por :
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às personagens e
à história, tendo uma visão panorâmica dos acontecimentos e a narração é feita em 3 a
pessoa.
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narrativa que é feito
a
em 1 pessoa.
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, aquilo que é
observável exteriormente no comportamento da personagem, sem ter acesso a sua
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interioridade, neste caso o narrador é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.


 Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de apresentar um
foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual a história está sendo contada.
Como já vimos, a narração é feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.

Formas de apresentação da fala das personagens


Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há três maneiras de
comunicar as falas das personagens.

 Discurso Direto: É a representação da fala das personagens através do diálogo.


Exemplo:
“Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da verdade. Vem a
polícia e começa a falar em ordem pública. No carnaval a cidade é do povo e de
ninguém mais”.

No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi: dizer, falar,
acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de travessões. Porém,
quando as falas das personagens são curtas ou rápidas os verbos de locução podem ser
omitidos.

 Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas próprias


palavras, o pensamento ou a fala das personagens. Exemplo:
“Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passados, os meus
primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele momento, a
minha literatura e os menos sombrios por vir”.

 Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se mistura à fala


do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração. Exemplo:
“Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando alto. Quando me
viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles lugares, deram-me bons-dias
desconfiados. Talvez pensassem que estivesse doido. Como poderia andar um homem
àquela hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés no chão como
eles? Só sendo doido mesmo”.
(José Lins do Rego)

TEXTO DESCRITIVO
Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais característicos de um
objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.

As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes, tanto na


descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que vai determinar a
ordem na enumeração dos traços característicos para que o leitor possa combinar suas
impressões isoladas formando uma imagem unificada.

Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, variando as partes


focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a pouco.

Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra técnica. Passaremos
a falar um pouco sobre cada uma delas:
 Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é transmitir a
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impressão que a coisa vista desperta em nossa mente através do sentidos. Daí decorrem
dois tipos de descrição: a subjetiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas
preferências, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o que vê realmente;
já a objetiva traduz a realidade do mundo objetivo, fenomênico, ela é exata e
dimensional.
 Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das personagens,
pela acumulação de traços físicos e psicológicos, pela enumeração de seus hábitos,
gestos, aptidões e temperamento, com a finalidade de situar personagens no contexto
cultural, social e econômico .
 Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o observador
abrange de uma só vez a globalidade do panorama, para depois aos poucos, em ordem
de proximidade, abranger as partes mais típicas desse todo.
 Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos ambientes em
que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma visualização das suas particularidades,
de seus traços distintivos e típicos.
 Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que se
desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um incêndio, de uma briga, de
um naufrágio.
 Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características gerais da literatura,
com a distinção de que nela se utiliza um vocabulário mais preciso, salientando-se com
exatidão os pormenores. É predominantemente denotativa tendo como objetivo
esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos, a
fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.

TEXTO DISSERTATIVO
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação consta de uma série
de juízos a respeito de um determinado assunto ou questão, e pressupõe um exame
critico do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerência e objetividade.

A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir o leitor a respeito
dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como finalidade dar a conhecer ou
explicar certo modo de ver qualquer questão.

A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizando o contexto.

Quanto à forma, ela pode ser tripartida em :


 Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados fundamentais do
assunto que está tratando. É a enunciação direta e objetiva da definição do ponto de
vista do autor.
 Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colocadas na
introdução serão definidas com os dados mais relevantes. Todo desenvolvimento deve
estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre si, de forma que a sucessão deles
resulte num conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e desencadeia a
conclusão.
 Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia central. Na
conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a introdução e os fatos resumidos do
desenvolvimento do texto. Para haver maior entendimento dos procedimentos que
podem ocorrer em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese e
opinião.

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- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é a obra ou


ação que realmente se praticou.
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou não, e de que
se tiram diversas conclusões; é uma afirmação sobre o desconhecido, feita com base no
que já é conhecido.
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e objetos descritos, é um
parecer particular, um sentimento que se tem a respeito de algo.

O TEXTO ARGUMENTATIVO

A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracterizada pela


identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os discursos verbais podem
ser formados de várias maneiras, para dissertar ou argumentar, descrever ou narrar,
colocamos em práticas um conjunto de referências codificadas há muito tempo e dadas
como estruturadoras do tipo de texto solicitado.

Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário que um texto
possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de um ponto de vista de
alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua análise e esta dar-se-á a partir do
momento em que a compreensão do conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja
concretado.
A formação discursiva é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja
transmitir, ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas
análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é soltar
concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo viva. Vemos que o
sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo intuito de persuadir e fazer suas
explanações renderem o convencimento do ponto de vista de algo/alguém.

Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e desejamos


estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e todas as frases ou palavras
articuladas produzem significações dotadas de intencionalidade, criando assim unidades
textuais ou discursivas. Dentro deste contexto da escrita, temos que levar em conta que
a coerência é de relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma
sequencia das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas. Sendo a
argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a apresentação de
argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objetivos; isto se dará através do
convencimento da persuasão. Os mecanismos da coesão e da coerência serão então
responsáveis pela unidade da formação textual.

Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos verbais mais amplos,
como por jogos de elipses, por força semântica, por recorrências lexicais, por estratégias
de substituição de enunciados.

Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a linguagem,


quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre agora), podemos dizer
que há de ter alguém que transmita algo, e outro que o receba. Nesta brincadeira é que
entra a formação de argumentos com o intuito de persuadir para se qualificar a
comunicação; nisto, estes argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da
comunicação ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persuasão).

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Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua unidade a mono
característica da dominação do idioma/língua, e sim o propósito de executar a interação
do meio e cultura de cada indivíduo. As relações intertextuais são de grande valia para
fazer de um texto uma alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os
argumentos dão tornem esta produção altamente evocativa.

A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um texto um aspecto
dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a paráfrase utiliza-se de textos já
escritos, por alguém, e que tornam-se algo espetacularmente incrível. A diferença é que
muitas vezes a paráfrase não possui a necessidade de persuadir as pessoas com a
repetição de argumentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes
diferentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a junção de
palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter na escolha das palavras
e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las, bem como para se adotá-las. Um texto
não é totalmente auto-explicativo, daí vem a necessidade de que o leitor tenha um
emassado em seu histórico uma relação interdiscursiva e intertextual.

As metáforas, metomínias, onomatopeias ou figuras de linguagem, entram em ação


inseridos num texto como um conjunto de estratégias capazes de contribuir para os
efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito utilizada para causar este efeito,
umas de suas características salientes, é que a ironia dá ênfase à gozação, além de
desvalorizar ideias, valores da oposição, tudo isto em forma de piada.

Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir através de
argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito, mais também o não-
dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou conceitos pré estabelecidos, sem
porém com objetivos de forma clara e concisa. O que acontece é a formação de um
ambiente poético e sugerível, capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma
sensação... Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP,
Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição

Estruturação do texto e dos parágrafos.

Os textos são estruturados geralmente em unidades menores, os parágrafos,


identificados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em relação à margem
esquerda da folha.

Possuem extensão variada: há parágrafos longos e parágrafos curtos. O que vai


determinar sua extensão é a unidade temática, já que cada ideia exposta no texto deve
corresponder a um parágrafo.

"O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período,


em que se desenvolve determinada ideia central ou nuclear, a que se agregam outras,
secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela."

Assim Othon Garcia define o parágrafo, e por assim dizer, exerce o parágrafo a
coordenação das partes de uma composição. Esta para comunicar-se plenamente,
depende da eficácia daquele, o que se nota quando há ordenação do raciocínio. Tal

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ordenação independe da rigidez na aplicação do conceito estabelecido, visto poder ser o


parágrafo estruturado de maneiras diversas, dependentes de variáveis quanto ao assunto,
composição, propósito, autor e até mesmo do leitor a que se destina. Contudo, o
chamado parágrafo-padrão, é modelo consagrado de eficácia para todo escritor.

O parágrafo é identificado no texto pelo seu início afastado da margem do papel, o


que facilita, tanto ao escritor como ao leitor, percebê-lo de forma isolada para que de
modo analítico, capte as ideias principais do texto e posteriormente, sintetizá-las
compreendendo então o texto num todo. Assim, é o parágrafo de essencial importância
na composição.

Tal como a sua estrutura, a extensão de um parágrafo também diversificada, e


dependente das mesmas variáveis que a estrutura, contanto que pela sua pequenez ou
grandeza de extensão, não deixe de transmitir integralmente a mensagem, nem torne
confuso ou até mesmo impossível a compreensão desta.

Parágrafo é a unidade redacional que divide o texto em partes menores, cada uma
responsável por um novo enfoque ou abordagem sobre o mesmo assunto que tem em
vista atingir um objetivo. A gramática formal conceitua parágrafo como aquele que está
marcado pela mudança de linha e de um afastamento da margem esquerda, mas sua
finalidade vai além desses conceitos gramaticais.

A compreensão do texto depende de uma estrutura organizacional adequada do


parágrafo, pois o mesmo é resultado de um conjunto de ideias que se inter-relacionam
naturalmente, espontaneamente, consistentemente.

A estrutura organizacional do texto deve-se primeiramente estabelecer uma


ideia capaz de orientá-lo inteiramente, distribuindo-se em introdução, desenvolvimento
e conclusão de forma adequada e assim atingir o objetivo desejado pelo autor. É
importante destacar outros aspectos do texto, selecionar ideias relevantes e manifestar
características de coerência, ou seja, o pensamento deve desenvolver-se de forma lógica,
espontânea e natural. Finalmente, o texto deve ser claro e conciso, ou seja, sem excesso
de pormenores, de explicações desnecessárias, sem repetição de ideias e palavras. É
necessário que o próprio assunto do texto seja restrito proporcionando profundidade de
forma a atrair a atenção do leitor.

O parágrafo é iniciado por uma idéia-núcleo apresentada de forma clara e


concisa que encerra uma ideia básica, que constitui ó tópico frasal. Este indica ao
autor os limites das ideias que pode explanar no parágrafo. O elemento relacionador
é opcional, mas geralmente presente a partir do segundo parágrafo, servindo de
“ponte” entre o parágrafo em si e o tópico que o antecede.

Vale lembrar que o homem ao construir algo, um texto, por exemplo, procura
ou deve fazê-lo seguindo de maneira a esmerar-se pela perfeição, pois, tratando-se
de texto, deve construí-lo como um objeto aberto, plural, dialogante e ligado ao
contexto verbal, estrutural entre o este e a situação em que ele ocorre. Texto extraído
de: MEDEIROS, João Bosco. Português Instrumental. São Paulo: Atlas, 2000

Estrutura do parágrafo

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A Estrutura do parágrafo é um processo em construção que deve ser organizado em


partes, ou seja, o texto ao ser construído deve ser moldado em parágrafos, os quais
deverão ser aumentados ou diminuídos. Isto é, variando de tamanho, de forma a
alcançar o que nos diz Medeiros (2009) “a regra geral para determinar o tamanho é o
bom senso”. A afinal o contexto é quem define o texto através do uso da linguagem.

O tamanho do parágrafo

Os parágrafos são moldáveis como a argila e, podem ser aumentados ou


diminuídos, conforme o tipo de redação e o veículo de comunicação onde o texto vai
ser divulgado. Se o escritor souber variar o tamanho dos parágrafos, dará colorido
especial ao texto, captando a atenção do leitor, do começo ao fim. Em princípio, o
parágrafo é mais longo que o período e menor que uma página impressa no livro, e
a regra geral para determinar o tamanho é o bom senso.

Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para leitores de


pouca formação cultural. A exemplo: A notícia possui parágrafos curtos em colunas
estreitas; artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais longos. Revistas populares,
livros didáticos destinados a alunos iniciantes, geralmente, apresentam parágrafos
curtos.Quando o parágrafo é muito longo, o escritor deve dividi-lo em parágrafos
menores, seguindo critério claro e definido a fim de enfatizar uma ideia.

Parágrafos médios - comuns em revistas e livros didáticos destinados a um leitor


de nível médio (2º grau). Cada parágrafo médio construído com três períodos que
ocupam de 50 a 150 palavras. Em cada página de livro cabem cerca de três
parágrafos médios.

Parágrafos longos - em geral, as obras científicas e acadêmicas possuem longos


parágrafos, por três razões: os textos são grandes e consomem muitas páginas; as
explicações são complexas e exigem várias ideias e especificações, ocupando mais
espaço; os leitores possuem capacidade e fôlego para acompanhá-los. Esse conjunto de
características apresentadas na construção dos parágrafos, acompanhados da coesão e
coerência, ajudam a fazer com que um texto não seja uma sequência de palavras e
frases, dando condição àquilo que é textual, ou seja, fielmente reproduzido.

Se você até hoje detestou textos, talvez não tenha entendido que eles falam uns com os
outros através, não somente da moldagem dos parágrafos, mas também de outros
fatores. Bem, este é o princípio básico do sétimo fator, a intertextualidade:

o conversar entre textos distintos, ou seja, qualquer discurso tem a ver com os fatores
pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo. Fica assim entendido que os
elementos que concorrem para a textualidade numa relação coerente entre as ideias, são:

Fatores semântico/formal (coesão e coerência);


Fatores pragmáticos (intencionalidade, aceitabilidade, situacionabilidade,
informatividade e intertextualidade).

Tópico Frasal

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Constituído habitualmente por um ou dois períodos curtos iniciais, o tópico frasal, que é
a introdução da unidade de composição, nos fornece o tema a ser desenvolvido. Tal
consideração é também feita de forma generalizada, pois o tópico frasal pode não ser
inicial, mas sem dúvida, este é o tipo mais usado por consagrados escritores e
recomendado para os principiantes.

Considerando a recomendação de iniciar o parágrafo com o tópico frasal, este pode


assumir aspectos diferenciados, a saber: declaração inicial - quando primariamente se
afirma ou nega algo, para na sequencia justificar a sentença, desta forma o primeiro
período poderia servir de título para o parágrafo; definição - neste aspecto o tópico
frasal assume um conceito do objeto, material ou imaterial, em questão; divisão -
Buscando objetividade e clareza, apresenta-se o tópico frasal sob a forma de divisão do
objeto em foco. O tópico frasal pode estar inserido em outra parte do texto, ou pode
também estar diluído neste e até mesmo implícito, o que requer muita perspicácia do
escritor e é claro para o leitor.

Iniciando o parágrafo

Vimos o conceito e algumas características do tópico frasal. Este é utilizado pela


maioria dos escritores para iniciar o parágrafo, porém, outros modos podem ser
utilizados como: alusão histórica - introdução com dados históricos que chamem a
atenção do leitor; omissão de identificadores - omitir a identificação de personagens,
ativando a curiosidade do leitor; interrogação - fazendo uma pergunta, que logicamente
exigirá do leitor maior atenção.

I - DESENVOLVENDO O PARÁGRAFO

Desenvolver o parágrafo é expor de forma pormenorizada a ideia principal deste. Tal


desenvolvimento pode se dar por diversas maneiras.

1.0 -Enumerando ou descrevendo detalhes


Desta forma o autor enumera e detalha a ideia apresentada; é muito usada e,
preferencialmente nos parágrafos iniciados pelo tópico frasal.

1.1 - Confrontando, fazendo analogia ou comparando


No confronto, o autor utiliza o artifício de contrapor ideias, seres, coisas, fatos ou
fenômenos. Tal confronto tanto pode ser de contrastes como de semelhanças. Analogia
e comparação, são também espécies de confronto: a primeira trata de semelhança
primária sugerindo uma afinidade completa entre os dados; a segunda mostra
semelhanças reais e visíveis, valendo-se para isto do uso de conectivos de comparação.

1.2 - Definindo, dividindo e citando exemplos


Ao definir, o autor, de forma clara e concisa, conceitua o objeto, ser, fato ou
fenômeno apresentado, esta, pode envolver ou não a divisão e citação de exemplos,
estas por sua vez, podem acompanhar uma definição ou serem usadas isoladamente
desta e uma da outra.
Quando divide, o autor explora as ideias em cadeia, ou seja, após apresentar a temática
no tópico frasal, divide-a e explana-a em períodos seguintes, sempre de forma a manter
a cadeia de desenvolvimento.

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Ao exemplificar, o autor tanto pode estar esclarecendo o assunto proposto quanto


comprovando-o.

1.3 - Mostrando causa, motivo ou razão; consequência ou efeito


Desenvolve-se assim o parágrafo, esclarecendo a causa, motivo ou razão, bem como a
consequência ou efeito do acontecimento ou fato apresentado como ideia principal.
Quando se trata de fenômenos físicos, empregamos os termos causa e efeito; se
humanos usamos os termos motivo, razão e consequência.

II - PARÁGRAFO DESCRITIVO E PARÁGRAFO NARRATIVO

1.0 - Parágrafo descritivo

É aquele que descreve o objeto, ser, coisa, paisagem ou até mesmo um sentimento.
Tal descrição se dá pela apresentação das características predominantes e pelo
detalhamento destas. É portanto o objeto matéria da descrição.

Uma descrição perfeitamente realizada, não se mostra pelas minúcias descritivas do


objeto e sim pela compreensão deste através da imagem reproduzida pela rica
imaginação e pela utilização correta dos recursos de expressão, apresentando traços
específicos do objeto da descrição, sem se preocupar com os supérfluos.

A descrição deve apresentar o ponto de vista do observador, ou seja, o ângulo do qual


será feita a descrição, não só o físico, mas também a atitude da observação.
Quanto ao objeto a ser descrito, deve o autor, apresentar o posicionamento físico
deste, de forma a permitir ao leitor a firme criação do cenário em sua mente. Esta
apresentação se da pela disposição ordenada dos detalhes, o que cria uma cadeia de
ideias que será absorvida pelo leitor.

O posicionamento psicológico é outro ponto a ser apresentado. Este direciona a


descrição para caminhos diversos: o do subjetivismo, quando o autor deixa transparecer
o seu estado de espírito, suas preferências e opiniões, assim descrevendo não apenas o
que vê, mas o que pensa ver, usando para tal, expressões carregadas de conotação; a
descrição pode ser também direcionada para o objetivismo, que é a pura descrição,
fidelíssima ao que se vê, retratando exatamente o quadro contemplado, e desta forma,
com a pura utilização da linguagem denotativa.

Os personagens devem também ser descritos, e esta, reveste-se de maior


complexidade pois, a simples enumeração de características tornaria o personagem
desinteressante. Deve então o autor, valendo-se dos recursos de linguagem, formar uma
representação viva do objeto descrito, transmitindo além das características físicas, o
retrato psicológico do personagem.

A descrição deve abranger também a paisagem ou ambiente, e não como resultado de


mera observação, mas como de um contágio efetivo da natureza ou ambiente sobre o
autor, o que o integra ao quadro e permite maior dinâmica a descrição. Ao descrever
paisagem ou ambiente, cuidados especiais devem ser tomados para que não se valorize
em demasia aspectos secundários, deixando à parte os principais.

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1.1 - O parágrafo narrativo


O parágrafo narrativo deve transmitir fielmente a intenção da narração. Esta tem como
matéria o fato, ou seja, qualquer acontecimento de que o homem participe direta ou
indiretamente.

O relato de um episódio é composto por elementos definidos, a saber: o enredo, os


personagens, a ação, o tempo, o espaço, a causa, a consequência, o foco narrativo, o
clímax e o desfecho. Estes podem aparecer em sua totalidade ou parcialmente dentro de
um parágrafo narrativo.
O enredo é o entrelaçamento dos fatos de uma narração. Os personagens são: o
protagonista, aquele que pratica a ação, normalmente o "mocinho" e personagem
principal da história; e o antagonista, aquele que sofre a ação, o opositor do personagem
principal. Tem-se ainda personagens secundários que são os figurantes da narração. O
tempo, pode ser o cronológico, tempo mensurável do acontecimento ou o psicológico
,imensurável e só conhecido pelo personagem.

O espaço é o local dos acontecimentos. Causa e consequência são respectivamente, o


motivo e o resultado da ação narrada. O foco narrativo é o angulo de vista do narrador,
que pode ser de mero observador, narrando os fatos na terceira pessoa ou, de
personagem, quando usará então a primeira pessoa. O clímax e o desfecho são
respectivamente, o momento de expectativa, de tensão e o fechamento da narração.

É certo que todos os elementos nem sempre estarão contidos em um só parágrafo,


sendo assim presentes em outras unidades da narração, contudo, há a possibilidade
destes serem observados num mesmo parágrafo, devido a capacidade do autor e sua
perícia na utilização dos recursos de linguagem a ele disponibilizados. O fato narrado
pode ser real, como a história da humanidade, a biografia de alguém, a autobiografia,
uma reportagem, ou pode ser também fictício, como novelas, romances, contos e
anedotas.

O parágrafo narrativo tem como núcleo o incidente, o fato ocorrido, nele também,
geralmente, não se tem o tópico frasal explícito, pois este, esta diluído implicitamente
no ordenamento da narração.

A dicotomia primária, apresentada entre os parágrafos narrativo e descritivo é a


dinâmica dos personagens existente no primeiro e a ausência da mesma no segundo.

III - QUALIDADES DO PARÁGRAFO E DA FRASE EM GERAL

O parágrafo e a frase, possuem qualidades em comum, as quais podemos definir de


maneira superficial da seguinte forma: correção - o respeito as normas e princípios do
idioma; clareza - a expressão clara e objetiva da ideia; concisão - a apresentação da
ideia usando o menor número possível de palavras; coesão - expor de forma ordenada as
ideias, uma de cada vez; coerência - a ligação perfeitamente inteligível das partes de um
texto com o seu todo; ênfase - realçar através de mecanismos próprios a ideia
apresentada, e finalmente, argumentação - a exposição dos fundamentos da ideia, de
forma a torná-la suscetível de aceitação.

Devido a intenção deste trabalho, nos deteremos em três destas qualidades, a saber:
coesão, coerência e argumentação.

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Das qualidades do parágrafo e da frase, coesão e coerência, dificultam as suas


definições pois muito se confundem quando da ausência, pois, a falta de uma, redunda
na impossibilidade de existência da outra, isto de forma generalizada. São portanto
responsáveis por garantir ao texto uma unidade de significados encadeados.

1.0 - Coesão
Coesão ou unidade, consiste no resultado do emprego correto dos termos conectivos
da linguagem, o que permite expressar uma coisa de cada vez, omitindo o desnecessário
e prendendo-se às relações existentes entre as ideias, principal e secundárias. Tal
resultado em muito se deve ao correto emprego do tópico frasal.

Na língua portuguesa, muitos recursos garantem a coesão, são eles: a referência - o


uso dos pronomes, advérbios e artigos; a elipse - a omissão de um termo a fim de evitar
sua repetição; o lexical - o uso de sinônimos que evitam a repetição de termos; a
substituição - abreviação de sentenças inteiras, substituindo-as por um expressão de
significado equivalente; a oposição - emprego de termos com valor de oposição, como:
mas, contudo, todavia, porém, entretanto etc.; a concessão - uso de termos como:
embora, ainda que, se bem que, apesar de etc.; a causa - utilização de termos que
indicam a causa do fato: porque, pois, como, já que, visto que etc.; a condição - a
imposição de termos condicionais, tais como: caso, se, a menos que etc.; a finalidade -
mostrar o fim do fato através do emprego de termos como: para que, para, a fim de, com
o objetivo de etc.;

Além dos recursos acima citados, que proporcionam coesão, evitando pormenores
impertinentes, acumulações e redundâncias, outros recursos redacionais proporcionam
coesão ao parágrafo, e podemos citar alguns como: O emprego, sempre que possível do
tópico frasal explícito; o desenvolvimento da idéia-núcleo em um mesmo parágrafo, a
busca da não utilização de frases entrecortadas.

1.1 - Coerência
Valendo-nos da definição primariamente apresentada para coerência, ( a ligação
perfeitamente inteligível das partes de um texto com o seu todo), podemos auferir, que
esta consiste em ordenar e interligar as ideias de maneira clara e lógica e de acordo com
um plano definido.
Para que a coerência seja evidente numa composição, algumas particularidades devem
ser observadas:

A ordem cronológica, espacial e lógica, são algumas destas particularidades. Ordenar


cronologicamente os fatos consiste em não inverter o tempo dos acontecimentos. A
ordem espacial consiste em descrever sob o ângulo da observação o objeto, ou seja, dos
detalhes mais próximos para os mais distantes ou ao inverso. A ordenação lógica nada
mais é do que a manutenção da ideia apresentada através do tópico frasal ou implícita
no texto, a fundamentação desta ideia no seu desenvolvimento e, finalmente a conclusão
da composição.

A satisfação do aspecto de coerência em uma composição não se deve apenas ao


ordenamento da ideia, conseguido através dos recursos acima citados, deve-se também
ao emprego correto dos termos que permitam a transição e a conexão entre as ideias.
Neste ponto, encontramos a necessidade da correta utilização, conforme as normas

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gramaticais, das conjunções, preposições, pronomes e até mesmo dos advérbios e


locuções adverbiais e ainda, em sentido mais amplo, de orações, períodos e parágrafos
que servem de transição ou conexão entre as ideias apresentadas.

Listamos abaixo, alguns advérbios ou locuções adverbiais que proporcionam a


coerência na composição quando da sua utilização.

- Prioridade, relevância - em primeiro lugar, antes de mais nada...


- Tempo - então, enfim, logo, imediatamente, não raro...
- Semelhança, comparação - igualmente, de acordo com, segundo...
- Adição - além disso, também, e...
- Dúvida - talvez, provavelmente...
- Certeza - de certo, por certo, certamente...
- Surpresa - inesperadamente, surpreendentemente...
- Ilustração - por exemplo, quer dizer, a saber...
- Propósito - com o fim de, a fim de...
- Lugar, proximidade, distância - perto de, próximo a, além...
- Resumo - em suma, em síntese, enfim, portanto...
- Causa - daí, por consequência, por isso, por causa...
- Contraste - pelo contrario, exceto, menos...

- Referência em geral - pronomes demonstrativos: este, aquele, esse; pronomes


pessoais; pronomes adjetivos: último, penúltimo; os numerais ordinais: primeiro,
segundo....
Certamente os recursos apresentados nos possibilitarão a busca, e se bem aplicados, o
encontro da coerência em nossas composições.

Aspectos semânticos: adequação vocabular, denotação,


conotação, polissemia e ambiguidade;

ADEQUAÇÃO VOCABULAR

Adequação vocabular" é adequar as palavras à situação de fala. As gírias, por exemplo,


podem ser perfeitamente ajustadas a certos contextos. Repare na palavra "detonada"
utilizada na letra da música abaixo, "Nada a declarar", do grupo Ultraje a Rigor:

Mas eu 'tô vendo que a galera anda entediada


não 'tá fazendo nada e eu não 'tô dando risada
Aí, qualé? Vamos lá, moçada!
Vamos agitar, vamos dar uma detonada!

"Detonar", nos dicionários, aparece como sinônimo de "fazer explodir", "provocar uma
explosão". Na gíria, essa palavra passou a ser usada como sinônimo de "pôr tudo a
perder", "acabar com tudo" e até de "ser o máximo", "ser o melhor dos melhores". O
jogador que "detonou", por exemplo, foi o melhor do jogo.

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No território da gíria, da linguagem popular, usar o verbo "detonar" com esse sentido é
perfeitamente possível. Em linguagem formal, isso não seria de maneira alguma
adequado. "Detonar" se limitaria, nesse caso, a indicar a idéia de explosão.

CONOTAÇÂO, DENOTAÇÂO

Estes dois conceitos são muito fáceis de entender se lembrarmos que duas partes
distintas, mas interdependentes, constituem o signo lingüístico: o significante ou plano
da expressão - uma parte perceptível, constituída de sons - e o significado ou plano do
conteúdo - a parte inteligível, o conceito. Por isto, numa palavra que ouvimos,
percebemos um conjunto de sons ( o significante), que nos faz lembrar de um conceito
(o significado).

A denotação é justamente o resultado da união existente entre o significante e o


significado, ou entre o plano da expressão e o plano do conteúdo. A conotação resulta
do acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da palavra, isto é,
um outro plano de conteúdo pode ser combinado ao plano da expressão. Este outro
plano de conteúdo reveste-se de impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou
positivos, reações psíquicas que um signo evoca.

Portanto, o sentido conotativo difere de uma cultura para outra, de uma classe
social para outra, de uma época a outra. Por exemplo, as palavras senhora, esposa,
mulher denotam praticamente a mesma coisa, mas têm conteúdos conotativos diversos,
principalmente se pensarmos no prestígio que cada uma delas evoca.

Desta maneira, podemos dizer que os sentidos das palavras compreendem duas
ordens: referencial ou denotativa e afetiva ou conotativa.

A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no seu sentido


usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo,
explícito, constante. Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade
palpável.

Denotação é a significação objetiva da palavra; é a palavra em


"estado de dicionário"

Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros


sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras idéias
associadas, de ordem abstrata, subjetiva.

Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a


palavra evoca outras realidades por associações que ela provoca

O quadro abaixo sintetiza as diferenças fundamentais entre denotação e


conotação:
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DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO

palavra com significação restrita palavra com significação ampla

palavra com sentido comum do palavra cujos sentidos extrapolam o


dicionário sentido comum

palavra usada de modo automatizado palavra usada de modo criativo

linguagem comum linguagem rica e expressiva

a) Exemplos de conotação e denotação (textos 1 e 2)

Para exemplificar, de maneira simples e clara, estes dois conceitos,


vamos tomar a palavra cão: terá um sentido denotativo quando
designar o animal mamífero quadrúpede canino; terá um sentido
conotativo quando expressar o desprezo que desperta em nós uma
pessoa sem caráter ou extremamente servil. (Otto M.Garcia, 1973)

Nas receitas abaixo, as palavras têm, na primeira, um sentido objetivo, explícito,


constante; foram usadas denotativamente. Na segunda, apresentam múltiplos sentidos,
foram usadas conotativamente. Observa-se que os verbos que ocorrem tanto em uma
quanto em outra - dissolver, cortar, juntar, servir, retirar, reservar - são aqueles que
costumam ocorrer nas receitas; entretanto, o que faz a diferença são as palavras com as
quais os verbos combinam, combinações esperadas no texto 1, combinações inusitadas
no texto 2.

TEXTO I TEXTO II

Bolo de arroz Receita

3 xícaras de arroz Ingredientes


1 colher (sopa) de manteiga
1 gema 2 conflitos de gerações
1 frango 4 esperanças perdidas
1 cebola picada 3 litros de sangue fervido
1colher (sopa) de molho inglês 5 sonhos eróticos
1colher (sopa) de farinha de trigo 2 canções dos beatles
1 xícara de creme de leite salsa
picadinha Modo de preparar

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Prepare o arroz branco, bem solto. Dissolva os sonhos eróticos


Ao mesmo tempo, faça o frango ao nos dois litros de sangue fervido
molho, bem temperado e saboroso. e deixe gelar seu coração.
Quando pronto, retire os pedaços,
desosse e desfie. Reserve. Leve a mistura ao fogo,
Quando o arroz estiver pronto, junte a adicionando dois conflitos
gema, a manteiga, coloque numa de gerações às esperanças perdidas.
forma de buraco e leve ao forno.
No caldo que sobrou do frango, junte a Corte tudo em pedacinhos
cebola, o molho inglês, a farinha de e repita com as canções dos
trigo e leve ao fogo para engrossar. beatles o mesmo processo usado
Retire do fogo e junte o creme de leite. com os sonhos eróticos, mas desta
Vire o arroz, já assado, num prato. vez deixe ferver um pouco mais e
Coloque o frango no meio e despeje mexa até dissolver.
por cima o molho.
Sirva quente. Parte do sangue pode ser
substituído por suco de
(Terezinha Terra) groselha, mas os resultados
não serão os mesmos.

Sirva o poema simples


ou com ilusões.
(Nicolas Behr)

b) Exemplo de texto denotativo (texto 3)

Os textos informativos (científicos e jornalísticos), por serem, em geral,


objetivos, prendem-se ao sentido denotativo das palavras. Vejamos o texto abaixo, em
que a linguagem está estruturada em expressões comuns, com um sentido único.

Texto 3 - texto técnico-científico

Canibalismo entre insetos

Seres que nascem na cabeça de outros e que consomem


progressivamente o corpo destes até aniquilá-los, ao atingir o estágio
adulto. ... Esse é um enredo que mais parece de ficção científica. No
entanto, acontece desde a pré-história, tendo como protagonistas as
vespas de certas espécies e as paquinhas, e é um exemplo da curiosa
relação dos ‘inimigos naturais’, aproveitada pelo homem no controle
biológico de pragas, para substituir com muitas vantagens os

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inseticidas químicos.

(Revista Ciência Hoje, nº 104, outubro de 1994, Rio, SBPC)

c) Exemplo de texto conotativo (texto 4)

Além dos poetas, os humoristas e os publicitários fazem um amplo uso das palavras
no seu sentido conotativo, o que contribui para que os anúncios despertem a atenção
dos prováveis consumidores e para que o dito humorístico atinja o seu objetivo de fazer
rir, às vezes até com uma certa dose de ironia.

Por exemplo, na propaganda de um ‘shopping’, foi usada a seguinte frase:

Texto 4 - propaganda

O Rio Design Center acaba de ganhar um novo piso.


Marmoleum
o piso natural
(Revista Veja Rio, maio/junho,96)

O anúncio tem aí um duplo sentido, pois transmite duas informações:

1. o Rio Design Center ganhou uma nova loja - PAVIMENTO SUPERIOR


-onde estão à venda pisos especiais;
2. nesta loja é possível encontrar o material para piso, importado da
Holanda, que se chama Marmoleum.

Na frase que fecha o anúncio, desfaz-se a ambigüidade: "Venha até a (ao invés
de o) Pavimento Superior e confira esta e outras novidades de revestimentos para
pisos". Mas a frase de abertura faz pensar em outros sentidos: o centro comercial
ganhou um novo andar, um novo pavimento, ou ganhou um revestimento novo em todo
o seu piso, em todo o seu chão.

d) Exemplo de conotação

Os provérbios ou ditos populares são também um outro exemplo de


exploração da linguagem no seu uso conotativo. Assim, "Quem está na chuva é para
se molhar" equivale a "/Quando alguém opta por uma determinada experiência, deve
assumir todas as regras e conseqüências decorrentes dessa experiência". Do mesmo
modo, "Casa de ferreiro, espeto de pau" significa O que a pessoa faz fora de casa,
para os outros, não faz em casa, para si mesma.

A respeito de conotação, Othon M. Garcia (1973) observa: "Conotação implica,


portanto, em relação à coisa designada, um estado de espírito, uma opinião, um juízo,

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um sentimento, que variam conforme a experiência, o temperamento, a sensibilidade, a


cultura e os hábitos do falante ou ouvinte, do autor ou leitor. Conotação é, assim, uma
espécie de emanação semântica, possível graças à faculdade que nos permite relacionar
coisas análogas ou semelhadas. Esse é, em essência, o traço característico do processo
metafórico, pois metaforização é conotação".

1) Denotação: sentido primitivo, dicionarizado.


Ex.: A flor é perfumada.

2) Conotação:sentido especial que adquire um termo. sentido figurado.


Ex.: Esta menina é uma flor.

Obs.:A conotação é a base da linguagem figurada.


No exemplo acima, temos um caso de metáfora.
Outros exemplos:

 Teus olhos são duas pérolas.


 Iracema a virgem dos lábios de mel.
 A doçura de suas palavras me encanta.
 A vida só lhe atirava pedras.

POLISSEMIA: consiste no fato de uma mesma palavra possuir significados diferentes,


que se explicam pelo contexto. Veja exemplos:

Passar uma mão de tinta no portão = uma demão;


Dar uma mão = ajudar;
Passar a mão no dinheiro do outro= roubar;
Abrir mão de= prescindir, dispensar;
Lançar mão de = utilizar;
Abrir a mão = gastar;
Pegar a mão errada da via = sentindo, direção.
Obs.: O antônimo de polissemia é monossemia (quando uma palavra apresenta apenas
um sentindo).

AMBIGUIDADE ou ANFIBOLOGIA: Consiste no fato de uma frase admitir mais de


uma interpretação. É um recurso linguístico muito utilizado em textos literários
e publicitários. Observe os exemplos:

Anúncio em bancas de revistas: “Aprenda a fazer uma galinha no ponto!”. O


anuncio dá a ideia de que querem vender livros de receitas, mas, na verdade, o que será
vendido é uma revista de ponto-cruz. Ou seja, aprenda a fazer uma galinha no ponto–
cruz, para bordar em panos de pratos.

Interpretação do sétimo mandamento, segundo Bastos Tigres: “Não furtarás – prega o


Decálogo; e cada homem deixa para amanhã a observância do sétimo mandamento”. A
graça vem do fato de que pelo fato de se utilizar o verbo no tempo futuro, as pessoas
estão sempre prorrogando o prazo para começar a respeitar o mandamento.

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Não se esqueça de que a ambiguidade se transforma em um vício de linguagem quando


comprometem a clareza do enunciado:

Vende-se leite de cabra em pó/ Vende-se leite em pó de cabra.


O deputado disse que sempre lutou contra a corrupção e a ética na política.

Emprego dos sinais indicativos de pontuação: vírgula,


ponto, ponto e vírgula, dois-pontos, reticências, aspas,
travessão e parênteses;

Para reproduzirmos, na linguagem escrita, os inumeráveis recursos da fala, contamos


com uma série de sinais gráficos denominados sinais de pontuação. São eles: o ponto ( .
) o ponto de interrogação ( ? ) o ponto de exclamação ( ! ) a vírgula ( , ) o ponto e
vírgula ( ; ) os dois pontos ( : ) as aspas (“ “) o travessão (-) as reticências (. . .) os
parênteses ( () )
Alguns sinais de pontuação servem, fundamentalmente, para marcar pausas ( o ponto,
a vírgula e o ponto e vírgula ); outros têm a função de marcar a melodia, a entonação
da fala (ponto de exclamação, ponto de interrogação, etc.).
Não é fácil fixar regras para o emprego correto dos sinais de pontuação, uma vez que,
além dos casos em que o uso de determinados sinais é obrigatório, existem também
razões de ordem subjetiva para sua utilização.
VÍRGULA
A vírgula é o sinal de pontuação que indica uma pausa de curta duração, sem marcar o
fim do enunciado. A vírgula pode ser empregada para separar termos de uma oração
(vírgula no interior da oração) ou para separar orações de um período (vírgula entre
orações).
Vírgula no interior da oração
Em português, a ordem normal dos termos na frase é a seguinte:
sujeito - verbo - complementos do verbo - adjuntos adverbiais. Quando os termos da
oração se dispõem nessa ordem, dizemos que ocorre ordem direta (ou ordem lógica).
Muitos a matéria da com afinco.
alunos estudaram prova

sujeito verbo ob. direto adj. adverbial

Quando ocorre qualquer alteração na seqüência lógica dos termos, temos a ordem
indireta.

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Com afinco, muitos estudaram a matéria da prova.


alunos

termo
deslocado

Quando a oração se dispõe em ordem direta, não se separam por vírgulas seus termos
imediatos. Assim, não se usa vírgula entre o sujeito e o predicado, entre o verbo e seu
complemento, e entre o nome e seu complemento ou adjunto.
Muitos imigrantes europeus chegaram ao Brasil naquele ano.

sujeito predicado

Todos os alunos a redação ao professor


apresentaram

verbo complemento

A áspera resposta ao candidato deixou-o magoado.

adj. Adnom nome compl. nominal

Usa-se vírgula no interior da oração para:


1. marcar intercalações
Os termos que se intercalam na ordem direta, quebrando a seqüência natural da frase,
devem vir isolados por vírgulas.
Assim, separam-se
a) o aposto intercalado:
Misha, símbolo das Olimpíadas, é um ursinho simpático.

aposto

b) expressões de caráter explicativo ou corretivo:


A sua isto é, o seu comportamento na aula merece elogios.
atitude,

expressão
explicativa

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c) conjunções coordenativas intercaladas:


A sua atitude, no entanto, causou sérios
desentendimentos.

conj. intercalada

d) adjuntos adverbiais intercalados:


Os candidatos, naquele dia, receberam a imprensa.

adj.
adv.intercalado

OBSERVAÇÃO: Se o adjunto adverbial intercalado for de pequena extensão (um


simples advérbio, por exemplo), não se usa a vírgula, uma vez que não houve quebra da
seqüência lógica do enunciado.
Ex.: Os candidatos sempre receberam a imprensa.
advérbio
2 . marcar termos deslocados
Normalmente, quando um termo é deslocado de seu lugar original na frase, deve vir
separado por vírgula.
Nesse sentido, separam-se:
a ) o adjunto adverbial anteposto
Naquele dia, os candidatos receberam a imprensa.

adj. adv.anteposto

OBSERVAÇÃO: Se o adjunto adverbial anteposto for um simples advérbio, a vírgula é


dispensável.
Ex.: Hoje os candidatos deverão receber os jornalistas credenciados.
advérbio
b) o complemento pleonástico antecipado:
Este assunto, já o li em algum lugar.

compl. pleonático

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anteposto

c) o nome do lugar na indicação de datas:


São Paulo, 28 de agosto de 1997.
Roma, 14 de janeiro de 1998.

3. marcar a omissão de uma palavra (geralmente o verbo)


Ela prefere cinema e eu, teatro.

4. marcar o vocativo
“Meus amigos, a ordem é a base do governo.”(Machado de Assis)

vocativo

Pode-se, em vez de vírgula, marcar o vocativo com um ponto de exclamação a fim de


dar ênfase.
Ex.: “Deus, ó Deus! onde estás que não respondes?” (Castro Alves )
5. separar termos coordenados assindéticos
Aquela paisagem nos desperta confiança, tranqüilidade, calma.
“Quaresma convalesce longamente, demoradamente, melancolicamente”. (Lima
Barreto)
OBSERVAÇÃO: Se os termos coordenados estiverem ligados pelas conjunções e, ou,
nem, não se usa a vírgula.
Ex.: Aquela paisagem nos desperta confiança, tranqüilidade e calma.
Pedro ou Paulo casará com Heloísa.
Não necessitam de dinheiro nem de auxílio.
Se essas conjunções vierem repetidas, para dar idéia de ênfase, usa-se a vírgula.
Ex.: E os pais, e os amigos, e os vizinhos magoaram-no.
Não caminhava por montanhas, ou florestas, ou cavernas..

Vírgula entre orações

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1. orações subordinadas adjetivas explicativas


As orações subordinadas adjetivas explicativas sempre são separadas por vírgula.
O homem, que é um ser racional, vive pouco.

o. p. or. sub. adj. explicativa o. p.

OBSERVAÇÃO: As orações subordinadas adjetivas restritivas normalmente não se


separam por vírgulas. Podem terminar por vírgula (mas nunca começar por ela!):
a) quando tiverem uma certa extensão:
O homem que encontramos ontem à noite perto do lago, parecia aborrecido.
b) quando os verbos e seguirem:
O homem que fuma, vive pouco.
Quem estuda, aprende.

2 . orações subordinadas adverbiais


Orações dessa modalidade (sobretudo quando estiverem antecipadas) separam-se por
vírgula.
Quando o cantor entrou no palco, todos aplaudiram.

or. sub. adverbial o. p.

3 . orações subordinadas substantivas


Orações desse tipo (com exceção das apositivas) não se separam da principal por
vírgula.
Espero que você me telefone.

o. p. or. sub. substantiva

4 . orações coordenadas
As orações coordenadas (exceto as iniciadas pela conjunção aditiva e) separam-se por
vírgula.
Duvido, logo penso. Penso, logo existo.
or. coord. or. coord. or. coord. or. coord.

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OBSERVAÇÃO: Pode-se usar vírgula antes da conjunção e quando:


a) as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Os ignorantes falavam demais, e os sábios se mantinham em silêncio.
b) quando a conjunção e vier repetida enfaticamente (polissíndeto).
E volta, e recomeça, e se esforça, e consegue.
c) quando a conjunção e assumir outros valores (adversidade, conseqüência, etc.).
Ele estudou muito, e não conseguiu passar.
Esforçou-se muito, e conseguiu a aprovação.
5 . orações intercaladas
São sempre separadas por vírgulas ou duplo travessão.
Eu , disse o orador , não concordo.
or. intercalada

PONTO
É utilizado para encerrar qualquer tipo de período, exceto os terminados por orações
interrogativas. É um dos sinais que indica maior pausa.
Anoitecia. Eu sou estudante. Refiz as contas e não descobri onde errei.
O ponto é também usado para indicar abreviação de palavras. Sr., Sra., Srtª., V.
Exª., Obs., Ex....
PONTO-E-VÍRGULA
O ponto-e-vírgula marca uma pausa mais longa que a vírgula, no entanto, menor que a
do ponto. Justamente por ser um sinal intermediário entre a vírgula e o ponto, fica difícil
sistematizar seu emprego.
Entretanto, há algumas normas para sua utilização.
Emprega-se o ponto-e-vírgula para:
Separar orações coordenadas que já venham quebradas no seu interior por vírgula.
Os indignados réus mostravam suas razões para as autoridades de forma firme; alguns,
no entanto, por receio de punições, escondiam detalhes aos policiais.
Os indignados réus protestaram; os severos juízes, no entanto, não cederam.
Separar orações coordenadas que se contrabalançam em forma expressiva (formando
antítese, por exemplo).
Muitos se esforçam; poucos conseguem. Uns trabalham, outros descansam.

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Separar orações coordenadas que tenham certa extensão.


Os excelentes jogadores de futebol olímpico reclamaram com razão das constantes
críticas do técnico; porém o teimoso ficou completamente indiferente aos constantes
pedidos dos jogadores.
Separar os diversos itens de um considerando ou de uma enumeração.
Considerando:
a ) a alta taxa de desemprego no país;
b ) a excessiva inflação;
c ) a recessão econômica;
Art. 92. São órgãos do poder judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
II - o Supremo Tribunal de Justiça; ...... (CF)

Emprego do acento indicativo de crase;

Crase é a fusão, a sobreposição de dois as, comumente preposição e artigo feminino.


a + a (s) = à(s)

Nota:
Para melhor compreensão deste assunto, é conveniente revisar os conceitos de artigo
e preposição, os quais se encontram no capítulo da MORFOLOGIA (CLASSES
GRAMATICAIS).

CASOS EM QUE NÃO EXISTE ARTIGO, SENDO O “ A” APENAS


PREPOSIÇÃO

1. Antes de palavra masculina:


Voltamos a pé.
O artigo feminino não pode estar antes de palavra masculina.

2. Antes de artigo indefinido (um, uma):


Entregou-se a uma pessoa leviana.
Não pode haver, diante de um substantivo, ao mesmo tempo, um artigo definido (a) e
um indefinido (uma).

Observações:
Antes de uma poderá haver crase em duas hipóteses:
a) quando “uma” for numeral, caso em que é possível substituí-lo por “duas”:

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Ele chegou à uma hora.


Ele chegou às duas hora.
b) na expressão à uma, significando “ao mesmo tempo”:
Todos à uma começaram a vaiar.

3. Antes de verbo:
Limita-se a cantar sambas.

Pode-se usar artigo antes de verbo (quando for substantivo), mas esse artigo será o
masculino (Gosto de ouvir o cantar dos pássaros), nunca o feminino.

4. Antes de pronomes, exceto os possessivos (ver o item V):


Devo a ela minha aprovação. (pessoal reto)
Glória a ti, que soubeste vencer! (pessoal oblíquo)
Não me dirijo a qualquer pessoa. (indefinido)
Dedicou a vida a essa causa. (demonstrativo)
Solicito a V.Ex.ª um despacho favorável. (tratamento)
A quem te referes? (interrogativo)

Antes desses pronomes jamais aparece artigo.

Observação:
Os pronomes de tratamento senhor, senhora e senhorita admitem artigo, podendo ser
encarados, para efeito de crase, como palavras comuns (item IV).
Antes de pronomes relativos pode haver crase (item VII).

5. Quando a palavra que vem após o a (preposição invariável) estiver no plural:


Dedicava-se a causas nobres.
Se houvesse o artigo, esse deveria concordar com “causas”, e o s apareceria.

Muita atenção para este caso: trata-se de um a (preposição simples, sem s) e de uma
palavra no plural (com s). Se tivéssemos escrito “Dedicava-se às causas nobres”, a
construção seria outra na forma e no sentido, e a solução é a do caso comum (item IV).

6. Antes do sujeito:
Chegou a hora de resolver isso.
Ouvem-se, ao longe, as vozes dos animais.

Antes do sujeito, jamais haverá preposição.

CASO EM QUE NÃO EXISTE PREPOSIÇÃO, SENDO O “A(S)” APENAS


ARTIGO

- Quando, antes do a(s), houver uma preposição:


Insurgiu-se contra as autoridades.
Compareceu perante a comissão de inquérito.
Houve desavenças entre as partes.
O concerto foi marcado para as 21 horas.
As palavras contra, perante, entre e para, como já vimos, são preposições; não
poderia haver outra, a preposição a, junto ao artigo.
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Observação:
Até, quando significa mesmo, ainda, é advérbio; por isso, pode haver crase depois
dele:
O bom leitor dá atenção até às vírgulas.

CASO COMUM DE CRASE

1. Quando é que, “sobre” a preposição, está o artigo, caracterizando a crase?


Na prática, é muito simples fazer essa verificação; basta aplicar o seguinte artifício:
Substitui-se a palavra feminina que estiver depois do a(s) por uma masculina,
respeitando a estrutura da frase. Então:

a) se, no lugar do a(s), aparecer ao(s), haverá preposição e artigo; portanto, crase:
Não foi à festa das amigas.
(Não foi ao baile das amigas.)
Disse às amigas que estava resfriado.
(Disse aos amigos que estava resfriado.)

As combinações ao e aos que aparecem nos artifícios provam a existência das


contrações à e às (crase) nos exemplos.

b) se, no lugar do a(s), aparecer o(s), não haverá preposição e, evidentemente, não
haverá crase:

Vendeu a casa em que morava.


(Vendeu o prédio em que morava.)
Perdi as peças do jogo.
(Perdi os dados do jogo.)
Os artigos o e os dos artifícios provam que a e as dos exemplos não passam também
de simples artigos definidos.

c) se, ao substituir-se a palavra feminina por uma masculina, permanecer, antes


desta, a, isso quer dizer que ele será apenas preposição.
Escreveu o bilhete a máquina.
(Escreveu o bilhete a lápis.)
Estávamos face a face.
(Estávamos rosto a rosto.)

Observação:
Como o artifício prova, essas expressões repetidas (“cara a cara”, “boca a boca” etc.)
jamais apresentam crase.

2. Outros exemplos com respectivos artifícios:


- Escreveu à mãe, pedindo a grana de que precisava.
(Escreveu ao pai, pedindo o dinheiro de que precisava.)
- Minha boa mãe, devo à senhora as maiores alegrias da vida.
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(Meu bom pai, devo ao senhor os maiores prêmios da vida.)


- À esquerda, navegava um barco a vela.
(Ao lado, navegava um barco a vapor.)
- Andava às cegas à cata de amigas; por isso, só encontrou as infelizes.
(Andava aos trambolhões ao encalço de amigos; por isso, só encontrou os
infelizes.)
- Bebeu toda a cerveja, mas não aplacou a sede que, às vezes, lhe invadia a alma
dilacerada.
(Bebeu todo o vinho, mas não aplacou o sofrimento que, aos ensejos, lhe invadia o
coração dilacerado.)

3. Às vezes, como no último exemplo, surge certa dificuldade para fazer a


substituição, ou porque não se encontra uma palavra masculina que agrade, ou porque a
expressão em que está o a(s) não tem similar com masculino.
No primeiro caso, basta dizer que a palavra masculina não precisa guardar qualquer
relação de sentido com a palavra feminina; o que interessa manter é a construção, a
mesma estrutura frasal.
Por exemplo: “Dirigiu-se à feira.”
O artifício poderia ser: “Dirigiu-se ao mercado.”
Mas também poderia ser: “Dirigiu-se ao cinema”, “Dirigiu-se ao encontro”,
“Dirigiu-se ao inferno.”

No segundo caso, ou seja, quando não há similar com masculino, a solução é


familiarizar-se com tais expressões, que não são muitas.

Eis as mais freqüentes:

à baila à gandaia à procura de às tontas


à bessa à grande à regalada às vezes
à bica à guisa de às à
apalpadelas superfície
à bruta à larga às avessas à testa de
à busca de à luz de às boas à toa
à cata de à maneiraàs carradas à tona
de
à custa de à mão às cegas à traição
à à míngua às claras à unha
disposição
à espera de à mercê de às escondidasà vela
solta

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à força à mostra às ocultas à vista


à frente à parte às pressas à vontade

4. Em duas circunstâncias, a palavra feminina a substituir está subentendida:

a) Fui à Marco Polo


Refere-se à Globo.
b) Estava vestido à indiana.

Ainda há quem escreva à Vieira.


No primeiro caso, é uma palavra de natureza genérica (“empresa”, “livraria”,
“companhia”, “construtora”, “oficina” etc.) a que pertence o nome próprio.
Assim:
Fui à empresa Marco Pólo
Refere-se à Livraria do Globo.

O artifício provaria:
Fui ao reduto Marco Polo.
Refere-se ao livreiro do Globo.

No segundo caso, subentende-se a palavra “moda”:


Estava vestido à moda indiana.
(Estava vestido ao jeito indiano.)
Ainda há quem escreve à moda de Vieira.
(Ainda há quem escreva ao estilo de Vieira.)

5. Crase antes de hora.


Caso interessante ocorre quanto à crase antes de horas, não por ser realmente um
caso à parte, mas pelos inúmeros ditos e até escritos estapafúrdios que sobre isso
surgem. Na realidade, não há nada de novo a acrescentar. O que foi dito até aqui vale
também para esse caso. Assim, antes de horas, pode ou não haver crase, bastando
aplicar os mesmos recursos:
Compareceu às 10 horas.
(Compareceu aos 10 minutos.)
À 1 hora, irá ao encontro.
(Ao 1º minuto, irá ao encontro.)
Virá daqui a uma hora.
(Virá daqui a um minuto.)
A reunião estava marcada para as 10 horas.
(“Para” é preposição. Item III).
Os bancos deveriam abrir das 10 às 16 horas.
(Os bancos deveriam abrir dos 10 aos 16 minutos.)

CASOS FACULTATIVOS

1. Antes dos Pronomes Possessivos


O emprego do artigo antes desses pronomes é facultativo.

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Por isso, diz-se que a crase antes deles é facultativa. É, mas em certa circunstância e
nada mais.
Comecemos por examinar estes exemplos:
a) Dirigiu-se humildemente a seu pai.
b) Disse não dever nada a seus irmãos.
c) Disse não dever nada a suas irmãs.

Pelas razões expostas no item II (1 e 5), em nenhuma dessas frases existe artigo, não
se caracterizando, portanto, a crase. Se quisermos dispor da faculdade de usar os artigos,
teremos:
a) Dirigiu-se humildemente ao seu pai.
b) Disse não dever nada aos seus irmãos.

E, obrigatoriamente:
c) Disse não dever nada às suas irmãs.

Na última frase, existe a preposição (quem deve, deve algo a alguém), e passou a
existir o artigo, comprovado pelo s; portanto, existe a crase indicada.

Vejamos, agora, estes exemplos:


a) Por que vendeste a tua casa?
c) Não me interessam as tuas angústias.

Aqui, a indicação da crase nem é facultativa nem é obrigatória: é proibida, porque


não há preposição, mas apenas artigos facultativamente usados. Tanto que poderíamos
escrever:

a) Por que vendeste tua casa?


b) Não me interessam tuas angústias.

Examinemos, enfim, os exemplos seguintes:


a) Dirigiu-se humildemente a sua mãe.
b) Dirigiu-se humildemente à sua mãe.

Ambos estão certos, porque existe a preposição (quem se dirige, dirige-se a alguém),
e o artigo é facultativo, sendo facultativa a indicação de crase.

Conclusão:
Para haver crase facultativa antes de possessivo, é preciso que ele esteja no feminino
singular e que haja preposição. Nos demais casos, ou a crase é proibitiva ou é
obrigatória.

2. Antes de Antropônimos (nomes de pessoas) Femininos


Sendo o uso do artigo facultativo antes dos nomes próprios de pessoas, é facultativo
o uso da crase, bastando que o nome seja feminino e que haja preposição.
a) Pediu um empréstimo a Helena.
b) Pediu um empréstimo à Helena,.

Evidentemente, sem preposição não se admite crase.


Vi a Helena no cinema.

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Neste caso, o que se pode fazer é não usar o artigo, mas jamais indicar crase.
Vi Helena no cinema.

O artifício de substituir por nome masculino funciona aqui da seguinte maneira:


surgindo a ou ao, a crase é facultativa; aparecendo o ou nada, é proibida.

CASO DOS TOPÔNIMOS (nomes de localidades)

Se o topônimo admite artigo feminino e houver preposição, haverá crase:


Referiu-se à França.

Mas se o topônimo não admite artigo, de forma nenhuma haverá crase:


Disse que iria a Paris.

O recurso para verificar se o nome da localidade admite ou não artigo é colocá-lo no


início de uma frase qualquer, em função de sujeito.
A França possui muitos monumentos famosos.
A Bahia é a terra de Castro Alves.
Paris é centro cultural.
Santa Catarina progrediu muito.

França e Bahia admitem artigo; Paris e Santa Catarina rejeitam-no.


Observe bem que o fato de o nome da localidade admitir artigo não é a razão
suficiente para a existência da crase;é imprescindível que haja também a preposição:
Percorreu a Itália de automóvel.
Fazia à Itália os maiores elogios.

Itália admite artigo (A Itália exporta gente), mas só no segundo exemplo há também
a preposição.
Cumpre destacar que todo topônimo acompanhado de um elemento determinante
admite artigo. Roma não admite artigo (Roma era dissoluta), porém, se colocarmos ao
seu lado o determinante antiga ou dos césares etc., passará a aceitá-lo.
A Roma antiga era dissoluta.
A Roma dos césares era dissoluta.
Por conseguinte, há crase em frases como:
Referiu-se à Roma antiga.
Devemos muito à Roma dos césares.

CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM O PRONOME DEMONSTRATIVO A(S)


ANTES DE QUE, QUEM, QUAL, QUAIS E DE

Nada parece mais difícil aos leigos do que reconhecer a crase antes do que, quem,
qual, quais (pronomes) e de (preposição). Isso é, todavia, talvez mais fácil do que nos
outros casos. Bastará aplicar o mesmo artifício de substituição da palavra feminina por
uma masculina, com a diferença de que, nesse caso, a palavra a ser substituída estará
antes do a(s) e não depois.

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Exemplos:
1) A rua a que nos dirigimos é paralela à que te referes.
(O rio a que nos dirigimos é paralelo ao que te referes.)
2) A casa de Maria é semelhante à que pretendo construir.
(O lar de Maria é semelhante ao que pretendo construir.)
3) A reunião à qual não compareceste terminou cedo.
(O encontro ao qual não compareceste terminou cedo.)
4) As obras recentemente iniciadas, às quais se destinou vultosa verba, serão
concluídas antes do prazo.
(Os prédios recentemente iniciados, aos quais se destinou vultosa verba, serão
concluídos antes do prazo.)
5) A sabedoria de certos homens é igual à dos burros.
(O saber de certos homens é igual ao dos burros.)

Observações:
1) No caso do que, ao aplicar o artifício, é preciso tomar cuidado para não substituí-
lo por qual ou quais, pois isso dará solução errada.
Esta é a obra a que me dedico.
Artifício certo: Este é o livro a que me dedico.
Artifício errado: Este é o livro ao qual me dedico.
2) O de pode estar combinado com outras classes, o que em nada altera a regra.
Minha opinião é oposta à daqueles que fazem a guerra.
(Meu parecer é oposto ao daqueles que fazem a guerra.)
3) Antes de quem, que entrou aqui por uma questão didática, nunca aparece crase.
Esta é a moça a quem dedicou seus poemas.
(Este é o povo a quem dedicou seus poemas.)

CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM O A INICIAL DE AQUELE(S),


AQUELA(S), AQUILO.

O pronome demonstrativo aquele e suas variantes pode contrair-se com a preposição :


a + aquele(s) = àquele(s)
a + aquela(s) = àquela(s)
a + aquilo = àquilo.

Como verificar a existência dessa preposição nas frases?

É só substituir aquele(s), aquela(s) ou aquilo por este(s), esta(s) ou isto. Se, na


substituição, aparecer um a, será a preposição, comprovando a existência da crase.

O que dizer àqueles que não escutam?


(O que dizer a estes que não escutam?)
Àquela que vencer daremos uma viagem.
(A esta que vencer daremos uma viagem.)
Referiu-se àquilo como coisa certa.
(Referiu-se a isto como coisa certa.)

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Se nada aparecer antes de este(s), esta(s) ou isto, não haverá crase “sobre” aquele(s)
, aquela(s) ou aquilo.

Percorria aqueles caminhos com desenvoltura.


(Percorria estes caminhos com desenvoltura.)
Eram muito tristes aquelas cenas da guerra.
(Eram muito tristes estas cenas de guerra.)
Aquilo não era coisa que se fizesse.
(Isto não era coisa que se fizesse.)
Coesão e coerência textuais: mecanismos linguísticos de
conexão e sequência lógica entre as partes do texto
(coesão referencial, lexical, sequencial e temporal);

Coerência e coesão textuais são dois conceitos importantes para uma melhor
compreensão do texto e para a melhor escrita de trabalhos de redação de qualquer área.

A coerência diz respeito à ordenação das ideias e dos argumentos, ou seja, aborda a
relação lógica entre ideias, situações ou acontecimentos, apoiando-se, por vezes, em
mecanismos formais, de natureza gramatical ou lexical, e no conhecimento
compartilhado entre os usuários da língua. Pode-se dizer que o conceito de
coerência está ligado ao conteúdo, no sentido constituído pelo leitor. A coerência
depende da coesão. Um texto com problemas de coesão terá, provavelmente, problemas
de coerência.

A coesão trata basicamente das articulações gramaticais existentes entre as palavras, as


orações e frases para garantir uma boa sequenciação de eventos, ou seja, é a
correta ligação entre os elementos de um texto, que ocorre no interior das frases, entre
as próprias frases e entre os vários parágrafos. Pode-se dizer que um texto é
coeso quando elementos coesivos (conjunções, preposições, advérbios e pronomes) são
empregados corretamente.

A coesão de um texto é decorrente das relações de sentindo que se operam entre os seus
elementos. Muitas vezes, a compreensão de um termo depende da interpretação de outro
ao qual ele faz referência.
Os elementos de que a língua dispõe para relacionar termos ou segmentos na construção
de um texto são os recursos vocabulares, sintáticos e semânticos – chamados de
conectivos, coesivos ou conectores.
Os principais mecanismos de coesão textual são:
PREPOSIÇÕES – palavras invariáveis que ligam outras palavras, estabelecendo entre
elas determinadas relações de sentindo e de dependência.
As preposições podem ser:
Essenciais (sempre têm essa função): a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em,
entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
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Acidentais (circunstanciais, pois podem pertencer a outras classes gramaticais): afora,


conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, tirante, salvo, segundo.
Ao ligarem os termos, as preposições podem estabelecer relações de:
Assunto: O ministro falou sobre Educação.
Causa: Ele vibrava de entusiasmo.
Companhia: Estava com o secretário particular.
Direção/sentido: Depois seguiu para o Sul.
Especialidade: Ele é especialista em Sociologia.
Instrumento: Atrapalhou-se com o microfone.
Lugar: Ele mora em Brasília.
Matéria: Aqui comprou uma bota de avião.
Meio: Certamente voltará de avião.
Oposição: Mostrou-se contra a estatização do ensino.
Origem: Na verdade, é natural de Maceió.
Posse: Em Brasília, hospeda-se na casa de Erundina.
Entre outras...
Uma mesma preposição pode atribuir ideias distintas a um texto. Portanto, desista de
decliná-las apenas e atente para os possíveis sentidos que podem trazer ao contexto.
Observe:
Ficar de pé (modo); morrer de fome (causa);
pulseira de ouro (material); maço de cigarros (conteúdo); casa de Luís (posse); falar de
futebol (assunto); descendente de alemães (origem); viajar de avião (meio); atitude de
imbecil (semelhança), etc.

Cuidado!!!
A preposição de não deve contrair-se com:
O artigo que precede o sujeito de um verbo.
Ex: É tempo de a polícia agir com eficácia.
O artigo que faz parte de um título.
Ex: O fato de O Globo ter noticiado a negociação...
Tratar com carinho (modo); ficar pobre com a inflação (causa); vinho se faz com uva
(matéria); ir ao cinema com o Jonas (companhia); jogar com (contra) os argentinos
(oposição).

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Escrever em francês (modo); televisor em cores (qualidade/estado); pagar em cheque


(meio); ficar em casa (lugar); pedir em casamento (finalidade).
Para mim ela está mentindo (referência); ter água para dois dias apenas (tempo);
nascer para o trabalho (finalidade); ser inteligente para não cair numa cilada
(consequência); vou para Goiânia (lugar) – neste caso, para dá a ideia de estada
permanente ou definitiva, ao contrário da preposição „a‟ , que exprime breve regresso.
Desse modo, vamos para o céu ou para o inferno, já que de tais lugares não há regresso.
CONJUNÇÕES – palavras invariáveis que ligam duas orações ou duas palavras de
mesma função em que oração. Podem ser:
Coordenativas ligam orações, estabelecendo entre elas apenas dependência semântica.
São elas:
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
Subordinadas ligam orações, estabelecendo relação de dependência semântica e
gramatical, ou seja, uma oração é termo de outra. São elas: integrantes, causais,
comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, temporais,
finais e proporcionais.
As orações se apresentam como elementos capazes de estabelecer relações de
significado ao texto.
A troca de uma conjunção por outra muda completamente a relação semântica o
período. Observe:
a) Todos os seres humanos são iguais e nenhum é superior ou inferior aos outros. (e =
adição entre as orações)
b) Todos os seres humanos são iguais, portanto nenhum é superior ou inferior aos
outros. (portanto = relação de conclusão)
c) Todos os seres humanos são iguais, porque nenhum é superior ou inferior aos outros.
(porque = relação de causa e feito)

Observe as ideias atribuías por determinas conjunções e expressões


O conectivo “e” anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que foi
dito antes; indica uma progressão semântica que adiciona, que acrescenta um dado
novo. É necessário tomar cuidado na análise dessa conjunção, pois em alguns casos, seu
uso se constitui apenas um recurso estilístico: serve para enfatizar uma ideia!
O mecanismo Ainda serve para introduzir mais um argumento a favor de determinada
conclusão ou incluir um elemento a mais dentro de um conjunto qualquer.
Exemplo: “o nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são pequenos.
Convém lembrar ainda que os serviços públicos são extremamente deficientes”.
Alguns termos servem para introduzir um argumento decisivo (Aliás, além do mais,
além de tudo, além disso), apresentado como acréscimo, como se fosse desnecessário,
justamente para dar o golpe final no argumento contrário. Exemplo: “Os salários estão

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cada vez mais baixos porque o processo inflacionário diminui consideravelmente seu
poder de compra. Além de tudo, são considerados como renda e taxados com
impostos”.
Algumas expressões (isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras) introduzem
esclarecimentos, retificações, desenvolvimento ou desdobramento da ideia
anterior. Exemplo: “Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade em relação aos
fatos, isto é, de seu não comprometimento com nenhuma as forças em ação no interior
a sociedade”.
Alguns conectivos adversativos (mas, todavia, porém, contudo, entretanto) marcam
oposição entre dois enunciados ou dois segmentos do texto. Não é possível ligar, por
meio desses conectivos, segmentos que não se oponham.
Certos elementos de coesão servem para estabelecer gradação entre os componentes de
uma escala. Alguns (mesmo, até, até mesmo) situam a ideia no topo da escala; outros
(ao menos, pelo menos, no mínimo) situam-na no plano mais baixo.
Exemplos:
“O homem é ambicioso, quer ser dono de bens materiais, da ciência, o próprio
semelhante; até mesmo o futuro e da morte”.
“É preciso garantir ao homem seu bem-estar: o lazer, a cultura, a liberdade, ou, no
mínimo, a moradia, o alimento e a saúde”.
Os conectivos que estabelecem ao mesmo tempo uma relação de contradição e de
concessão (embora, ainda que, mesmo que) servem para admitir um dado contrário e
depois negar seu valor e argumento. É preciso ficar atento ao seu uso, pois se essa
relação não for apropriada, deixará o enunciado descabido. Veja:
“Embora o Brasil possua um solo fértil e imensas áreas de terras plantáveis, vamos
resolver o problema da fome”.
PRONOMES RELATIVOS – pronomes que retomam um termo já citado numa
oração, substituindo o no início da oração seguinte. Veja:
Eu trouxe os lápis. Você precisará desses lápis.
Eu trouxe os lápis de que você precisará.
Os pronomes relativos podem ser:
Variáveis: o/a qual, os/as quais; cujo(s), cuja(s);
quantos(s), quantas(s).
Invariáveis: que, quem, onde, como, quando.

Principais características dos pronomes relativos:


1°) Os relativos sempre iniciam uma nova oração.
Visitaremos a cidade / onde eu nasci.

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Oração A Oração B
2°) A maioria das bancas examinadoras do país gosta de cobrar os pronomes relativos
atrelados à regência (nominal ou verbal). Exemplos:
Ele é o rapaz a cujas ideias me refiro.
Ele é o rapaz de cujas ideias discordo.
Ele é o rapaz com cujas ideias concordo.
Ele é o rapaz de cujas ideias desconfio.
3°) O relativo que:
a) Pode retornar palavras que nomeiam pessoas ou coisas.
Ex: O rapaz que chegou é meu vizinho. (o qual)
b) Pode se referir aos demonstrativos o, a, os, as.
Ex: Sei o que você faz neste lugar! (o = aquilo)
4°) O relativo quem só é usado para retomar palavras que designam pessoas.
Ex: Ela é a pessoa com quem você conversava.
5°) Os relativos cujo(a), cujos (as) são usados entre dois substantivos, estabelecendo
entre eles uma ideia de posse.
Discutiremos um assunto cujas causas são complexas.
(cujas causas = as causas do assunto)
6°) Os relativos onde, aonde: essas duas formas sempre indicam lugar e têm empregos
diferentes.
Onde – indica “lugar em que”. Exemplo:
Fui à cidade onde você nasceu. (quem nasce, nasce em).
Aonde – indica “lugar a que”. Exemplo:
Conheço a cidade aonde você vai. (quem vai, vai a ).
7°) Os relativos quanto(s) e quanta(s) são precedidos
de tudo, todo, tanto (e variações). Exemplos:
Esqueceu-se de tudo quanto prometera.
Todos quantos assistiram ao filme ficaram decepcionados.
Você quer provas de concurso? Pois pegue tantas quantas quiser.
8°) O relativo como tem sempre as palavras “modo”, “maneira” ou “forma” como
antecedentes e equivale semanticamente a pelo qual (e variações). Exemplos:

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Contaram-se a maneira como você se comportou. (pela qual)


Vamos acertar o modo como irei trabalhar. (pelo qual)
9°) O relativo quando sempre terá um antecedente que dê ideias de tempo. Nesse caso,
ele equivale semanticamente a em que. Veja os exemplos:
Era chegado o dia quando teríamos que resolver o caso. (em que)
Bendita a hora quando você apareceu aqui! (em que)
PRONOMES DEMONSTRATIVOS – pronomes que situam elementos dentro do
texto, ou seres – no tempo e no espaço – em relação a cada uma das três pessoas
gramaticais. São eles:

Mecanismos de articulação textual


(Têm função anafórica e catafórica) – servem para situar elementos no contexto
linguístico.
Esse, essa, isso, nesse, nessa, nisso, desse, dessa e disso são termos anafóricos
(retomam o que foi mencionado).
Este, esta, isto, neste, nesta, nisto, deste, desta e isto são termos catafóricos (referem-
se ao que será mencionado).
Aquele(s), aquela(s), aquilo são usados – conjuntamente com os pronomes este(s),
esta(s) – para fazer referência a elementos já citados. Sendo assim:
Aquele (e variações) – refere-se ao elemento citado primeiro;
Este (e variações) – refere-se ao elemento citado por último.
Exemplo: Brasil e Uruguai são dois países sul americanos.
Aquele foi colonizado pelos portugueses;
este, pelos espanhóis.
Aquele – Brasil (citado primeiro);
Este – Uruguai (citado por último).

Mecanismos de referência no espaço


(Têm função dêitica) – localizam seres ou coisas no espaço.
Usa-se este, esta, isto, deste, desta, disto, neste, nesta e nisto para o que está próximo
da pessoa que fala.
Usa-se esse, essa desse, dessa, nesse e nessa para o que está próximo da pessoa com
quem se fala.
Aquele, aquela, aquilo, naquele, naquela, naquilo, daquele, daquela e daquilo
indicam o que está longe de quem fala e também longe de quem ouve.

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Exemplo:
“O que é aquilo que está lá no fim da rua?”

Mecanismos de referência no tempo


(Têm função dêitica) – localizam seres ou coisas no tempo.
Este, esta, isto, neste, nesta, nisto, deste, desta e disto indicam um tempo presente
atual.
Exemplo: “Este ano tem sido muito bom para quem quer passar em um concurso
público”. (ano de 2009).
Usa-se esse, essa, isso, nesse, nessa, nisso, desse, dessa e isso indicam um tempo
passado ou futuro, mas não muito distante.
Exemplos: “A seleção brasileira jogará no Chile nesse fim de semana.”
Aquele, aquela, aquilo, naquele, naquela, naquilo, daquele, daquela e daquilo
indicam um tempo distante.
Exemplos: “Mudei para Brasília há vinte anos.
Naquela época aqui não havia tantos mendigos nas ruas”.

Atenção!
Os pronomes adjetivos (último, penúltimo, antepenúltimo, anterior, posterior) e os
numerais ordinais (primeiro, segundo, etc.) também podem ser usados para se fazer
referências em geral.

Paralelismo sintático e paralelismo semântico;


Paralelismo sintático é a combinação de palavras em estruturas sintáticas que se
repetem ao longo o texto. Nesse caso, não se repetem as palavras, mas a mesma
construção sintática (o mesmo tipo de sujeito, seguido do mesmo tipo de verbo com o
mesmo tipo de complemento, etc.).

O paralelismo sintático serve para mostrar que os sentidos transmitidos pelas


construções paralelas mantêm entre si algum tipo de simetria ou de assimetria.
Exemplos:

Nas ondas da praia quero ser feliz / Nas ondas do mar quero me afogar.
Os amores (estão) na mente / As flores (estão) no chão / A certeza (está) na frente / A
história (está) na mão.

Paralelismo semântico é a relação de semelhança (correspondência de sentidos) quanto


ao sentido das orações. Observe os exemplos:

1) Nas ondas da praia quero ser feliz


Nas ondas do mar quero me afogar (Manuel Bandeira)

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(Nesse caso, o paralelismo ocorre pela correspondência do desejo, da atração pelo mar e
pela morte).

2) A semente que tu semeias, outro colhe;


A riqueza que tu achas, outro guarda;
As roupas que tu teces, outro veste;
As armas que tu forjas, outro empunha. (Shelley)
(Nesse caso, o paralelismo põe em relevo o mesmo tema: quem faz alguma coisa não a
faz para si; ou ainda, ninguém usufrui dos bens que produz).

Quebra (intencional) do paralelismo


Anúncio de uma exposição das obras de Salvador Dali, no MASP:

“Quem viu, viu. Quem não viu, ainda pode ver”.


Nesse caso, houve uma quebra intencional do paralelismo, que seria algo como “Quem
não viu, não viu ou “quem não viu, não vai ver mais”. Por meio dessa quebra, o
anunciante procura atrair a atenção do leitor e persuadi-lo a ver a exposição enquanto há
tempo.

Relações de coordenação, correlação e subordinação


entre orações e termos das orações;

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

 Sujeito: é o termo da oração que funciona como suporte de uma afirmação feita
através do predicado. Em análise sintática, o sujeito é um dos termos essenciais da
oração, responsável por realizar ou sofrer uma ação ou estado; o outro é o predicado.
Didaticamente, fazemos uma pergunta para o verbo: Quem é que? ou Que é que? ―
e teremos a resposta; esta resposta será o sujeito.O sujeito simples tem um núcleo.

 "O menino brinca." Quem é que brinca? O menino. Logo, o menino é o sujeito da
frase.
 "O livro é bom." O que é que é bom? O livro. Logo, o livro é o sujeito da frase.
Um jeito de diferenciá-lo de objeto é o seguinte:

 "João come maçã"


 "Quem come maçã?" - Perceba que o verbo vem primeiro.
 "João" - Sujeito, por causa da ordem.
 "O que João come?" - Perceba o predicado vem depois.
 "Maçã" - Objeto, por causa da ordem.
 “Come maçã” – é o predicado.
Lembre-se: Sempre que te pedirem para indicar o sujeito é só fazer uma perguntinha
básica: "Quem?" e você terá o sujeito na resposta.

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Por exemplo: "A empresa fornecia comida aos trabalhadores", Agora façamos a
pergunta - "Quem fornecia comida aos trabalhadores?" - A empresa. Portanto a
empresa é o sujeito.

Predicado: é o termo da oração que, através de um verbo, projeta alguma afirmação


sobre o sujeito

Exemplo:

“[O homem velho] [me contou isso com espanto e desprezo].” (Rubem Braga)
I--------sujeito----------I I--------------------------predicado---------------------------I

Sujeito
É o ser a respeito do qual se declara alguma coisa. “É a pergunta à resposta feita
ao verbo.”
Ex.: Marcelo controlou a situação.

Quem controlou a situação?Marcelo. Logo, Marcelo é o sujeito.

O sujeito se classifica em:

1) Simples: com apenas um núcleo


Ex: O gato bebeu o leite.

Alguém chegou agora

Vendem-se casas.(Casas são vendidas)


.
Gostei muito da resposta.(Sujeito simples:EU)

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Neste último caso ,o sujeito se classifica como simples, mas se encontra


. subentendido,oculto ou elíptico

Mandei-o estudar
Aqui, o pronome o é o sujeito do verbo estudar. E o que se conhece como
sujeito de infinitivo. Isso só ocorre com os verbos causativos ( mandar,deixar,fazer) e
Sensitivos (ver, sentir,ouvir) seguidos de infinitivos. A oração começada
pelo
pronome átono é sempre objetiva direta. Assim, temos: 1ºor.- Mandei
(principal);
2º or- o estudar ( sub. Substantiva obj. direta ).

2)Composto : com mais de um núcleo.


Ex.: Jairo e Mônica foram à escola juntos.
Eu e você seremos felizes.

3)Indeterminado.: quando há sujeito, mas não se pode precisar qual é.


Ocorre em dois casos:
* Com verbos na terceira pessoa do plural, sem o sujeito presente no texto.
Ex.: batem à porta.
Com verbos que não sejam transitivos diretos, 3ª pessoa do singular, mais
pronome
SE( símbolo ou índice de indeterminação do sujeito).
Ex.: precisa-se de ajudantes.
Aqui se vive bem.
Ficou se triste.
Obs.: Se o verbo for transitivo direto, mas vier com objeto direto
preposicionado,
O sujeito também estará indeterminado.
Ex.: Cumpriu-se com o dever.(sujeito indeterminado)
Mas.: Cumpriu-se o dever.( sujeito simples; o dever)

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4) Oração sem sujeito.: quando a oração possui apenas predicado. Alguns autores
Dizem sujeito inexistente. Ocorre nos seguintes casos principais:
* Com o verbo haver significando existir ou indicando tempo.
Ex.: Há muitos livros na estante.
Há meses que não vou lá. (A primeira oração não tem sujeito.)

 Com o verbo fazer indicando tempo decorrido ou meteorológico.


Ex.: Faz três anos que não nos vemos. ( A primeira oração não tem sujeito.)

 Com os verbos de fenômeno da natureza.


Ex.: Ontem choveu muito.

 Com os verbos ser, estar e ir (este seguido de para ) indicando tempo.


Ex.: São duas horas. Hoje são três de março. Era na primavera. Está
Muito frio hoje. Já vai para dois anos que não o vejo.

Predicado

È tudo aquilo que se declara do sujeito.


Ex.: A onça é um animal feroz.

5 – Sujeito oracional: trata-se de uma oração inteira funcionando como sujeito, ou


seja, é um sujeito acrescido de verbo.

* É bom que você ame a Deus.

“O que é bom? que você ame a Deus. (Sujeito oracional)

* Convém que você honre seu pai e sua mãe.

“O que convém?” que você honre seu pai e sua mãe. (sujeito oracional.

Estudo do predicado

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O predicado classifica em:

1) Nominal: formado por um verbo de ligação e um predicativo do sujeito, que


é seu núcleo.
Ex.: Isabel está nervosa.
Está: verbo de ligação.
Nervosa: predicativo do sujeito.

2) Verbal: formado por um verbo transitivo ou intransitivo. O verbo é o núcleo


do predicado.
Ex.: Isabel fez os doces.
Fez: verbo transitivo direto.

3) Verbo nominal; formado por um verbo transitivo ou intransitivo e um


predicativo ( do sujeito ou do objeto).
Ex.: Isabel fez os doces nervosa.
Fez: verbo transitivo direto.
Nervosa: predicativo do sujeito.

Observe bem: Isabel fez os doces e estava nervosa.

“fez os doces” = predicado verbal


“estava nervosa” = predicado nominal

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

1. Predicativo
É o termo que atribui ao sujeito ou objeto uma qualidade, estado, característica
etc. Pode ser.

a) Do sujeito:
Ex.: Rodrigo é estudioso. Ela voltou cansada. (predicativo de Rodrigo que é
sujeito)

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b) Do objeto.
Ex.: Eu o considero inteligente. (predicativo de o que é objeto)

2. Objeto direto

É termo que completa o sentido de um verbo transitivo direto.


Ex.: Comprei um novo aparelho.
Coloquei-o ali.

Ela pegou da agulha. (objeto direto preposicionado)

Observe que, neste caso, o verbo não exige a preposição de. Ele é transitivo
direto.
O objeto direto pode ainda ser:

a) Pleonástico: repetição do objeto direto


Ex.: Sua irmã , ninguém a viu.

b) Interno ou cognato: do mesmo campo semântico ou linguístico do verbo que em


condições normais é intransitivo.
Ex.: Tu vives uma vida tranquila.

3. Objeto indireto

É o complemento de um verbo transitivo indireto.


Ex.: Todos precisam de afeto.
Refiro-me a ela.

Objeto indireto também pode ser pleonástico.


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Ex.: Ao colega, não lhe diga isso.

4. Complemento nominal

É o termo preposicionado que completa o sentido de um nome (substantivo,


adjetivo ou advérbio)
Ex.: tenho medo dos exames.( medo é substantivo )
Estava certo da vitória. ( certo é adjetivo )
Agiu contrariamente a meus interesses. ( contrariamente é advérbio )
Obs. Não confunda o complemento nominal com o objeto indireto, que
também tem preposição. O objeto completa o sentido de um verbo; o complemento
nominal, de um nome.
Ex.: * Necessitamos de leis.
Necessitamos (V.T.I); de leis (Objeto indireto)

* Temos necessidade de leis.


Necessidade (subst.); de leis (complemento nominal)

5. Agente da passiva

É o termo que pratica a ação na voz passiva. Corresponde ao sujeito voz ativa. Vem
introduzido pelas preposições POR (PELO,
PELA) ou DE.
Ex.: A história foi contada por vovó.( o sujeito é passivo: a história )
Mudando a voz do verbo, temos: Vovó contou a história. O agente da passiva
(por Vovó) transformou-se no sujeito da voz ativa ( Vovó).

TERMOS ACESSORIOS DA ORAÇÃO


1. Adjunto adnominal

É o termo de natureza adjetiva que, dentro da mesma pausa, determina,


modifica um substantivo (núcleo).

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Ex.: O rapaz trouxe para a escola uma bela composição.


Note bem: O rapaz( sujeito ), rapaz ( núcleo do sujeito), o (adjunto
adnominal)
E assim por diante:

O adjunto adnominal pode ser representado:


1) Por um artigo.
Ex.: O cão latiu.

2) Por um pronome adjetivo.


Ex.: Minha tia é francesa.

3) Por um numeral adjetivo.


Ex.: Tenho três canetas.
4) Por um adjetivo.
Ex.: Ele sempre tira boas notas.

5) Por uma locução adjetiva.


Ex.: Achei um anel de ouro.

*** Cuidado para não confundir este ultimo caso com o complemento nominal.

Vejamos algumas diferenças:

a) O adjunto adnominal dá uma qualidade, indica posse ou restrição


Ex.: Comprei copos de vidro (qualidade ou matéria).
Não encontrei o brinquedo do garoto ( posse)
Observe também que copos e brinquedo são substantivo concreto.
Assim, não poderiam ter complementos nominais.

b) O complemento nominal completa o sentido da palavra. Sem ele, seria possível


uma pergunta do tipo: de quê ?
Ex : Tenho certeza da vitória (certeza de quê ?)

c) Se a palavra precedida de preposição se liga a adjetivo ou advérbio, só pode ser


complemento nominal .
Ex : estava pronto para tudo (pronto é um adjetivo )

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Atuou favoravelmente a nós (favoravelmente é um advérbio)

d) Se a palavra que está sendo modificada é proveniente de um verbo ou termo


preposicionado será complemento nominal se se tratar do termo passiva
correspondendo a um objeto ou adjunto adverbial; sendo ativo trata-se d adjunto
adnominal.
 A invenção do telégrafo beneficiou a humanidade.
Pode-se dizer: inventaram o telégrafo, logo, o telégrafo é um termo que sofre a ação.
Do telégrafo é complemento nominal.

 A invenção do sábio beneficiou a humanidade. Não se pode transformar invenção


no verbo inventar, porque o sábio praticou a ação de inventar. Logo, do sábio é
adjunto adnominal.

O adjunto adnominal representado por adjetivo pode confundir-se com o predicado.


Vejamos as diferenças:
a) Junto a verbo será predicativo.
Ex: Marta a inteligente. Mauro voltou animado.
b) Unindo-se diretamente a um núcleo de uma função (sujeito, objeto direto e etc.),
é adjunto adnominal.
Ex: A bela criança sorriu (está dentro do sujeito)
c) Vindo depois de um substantivo pode haver confusão. Nesse caso, inverta-se a
frase pondo o adjetivo antes do substantivo. Se continuar ligado a ele será adjunto
adnominal; ficando afastado será predicativo.
Ex: comprei uma casa bonita (comprei uma bonita casa )
Adj. Adn.
Considero o aluno inteligente. (considero inteligente o aluno)
Pred. Obj.
Neste último caso, em que temos um predicativo a palavra o ficou entre o
substantivo e o adjetivo.

2. Adjunto adverbial
É o termo de natureza adverbial que modifica o verbo, adjetivo ou advérbio,
indicando as circunstâncias com que se desenvolve o processo verbal. É representado
geralmente por advérbio ou expressão adverbial.
Ex: Ontem fomos à praia.
Tempo lugar

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Principais adjuntos adverbiais

a) Tempo: Jesus pode voltar a qualquer momento.


b) Modo: Ele surgirá Rapidamente.
c) Lugar: Cristo surgirá das nuvens.
d) Dúvida: Talvez, você não esteja preparado.
e) Negação: Jesus não quer te deixar aqui.
f) Afirmação: Com certeza, Jesus quer salvar-te.
g) Intensidade: Cristo te ama muito.
h) Finalidade: Ele voltará, para te buscar.
i) Comparação: Cristo luta por nós, como um leão pelos filhotes.
j) Concessão: Apesar de não merecermos, Jesus deu sua vida por nós.
k) Condição: Se se arrepender, será salvo.
l) Causa: Cristo precisou morrer, porque pecamos bastante.
m) Conformidade: Devemos andar, segundo Jesus nos ensinou.
n) Proporção: Quanto mais buscamos a Deus, mais dEle nos aproximamos.
o) Matéria: Deixe este seu coração feito de pedra.
p) Preço: Jesus pagou caro pela nossa salvação.
q) Instrumento: Cristo escreveu, com sangue, seu nome no livro da vida.
r) Assunto: Jesus sempre fala da nossa salvação.
s) Companhia: Cristo quer que subamos com ele.
t) Meio: Elias, o profeta, subiu aos céus numa carruagem de fogo.

3. Aposto

Termos que se une a um substantivo ou pronome substantivo, esclarecendo-lhe o


sentido. Geralmente é separado por vírgula ou dois pontos.
Ex.: O cão, melhor amigo do homem, é sempre fiel. (explicativo)
Só queria uma coisa: compreensão. (explicativo)
Gloria, poder, dinheiro, tudo passa. (resumitivo ou recapitulativo)
O rio Amazonas e muito extenso. (apelativo ou especulativo)
Obs: O aposto apelativo ou especulativo é o nome de alguém ou alguma coisa.
Estudou o dia todo, o que deixou a mãe feliz. (aposto diferente a toda uma
oração). Nesse caso, o aposto é representado por palavras como o, fato, etc.

Agora, atente bem para a seguinte comparação:

 Gosto de Petrópolis. (Objeto indireto: complemento do verbo).


 Vim de Petrópolis. (Adj. Adn. Vale por petropolitano)
 Tive medo de Petrópolis. (complemento nominal; tive medo de quê?)

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 O clima de Petrópolis é bom. (adj. Adn. Vale por petropolitano)


 A cidade de Petrópolis é linda. (aposto: é o nome da cidade)

4. Vocativo

Termo com valor exclamativo que serve para interpelar alguém ou algo. “É um
chamativo”. Não pertence ao sujeito, nem ao predicado. Sempre com vírgula.

Exemplos:

 Luís, empreste-me o martelo. (ó Luís!)


 Veja, meu filho, que linda lagoa! (ó meu filho)
 Não faça isso, garoto! (ó garoto!)

ESTUDO DAS ORAÇÕES COORDENADAS

A coordenação é um processo de estruturação sintática através do qual ligamos termos


ou oração sem estabelecer, entre os elementos, relações de dependência sintática.
Orações coordenadas ligam-se umas as outras sem que uma se torne determinante da
outra.
A coordenação pode ser estabelecida através da simples colocação dos termos ou
oração em seqüência (coordenação assindética), ou através do uso de conjunções
coordenativas ( coordenação sintática)

Exemplo:

O menino gemeu , Teresa estremeceu e curvou-se.

Coord. Assindética Coord. Assindética Coord. Sindética

INDEPENDÊNCIA SINTÁTICA E RELAÇÕES LÓGICAS

Em um período construído através do processo de coordenação, embora as orações


sejam sintaticamente independentes, o fato de constituírem juntas uma única frase faz
com que exista entre elas certa dependência de sentido. Essa dependência de sentido
pode existir em maior ou menor grau, de acordo com as relações lógicas existentes entre
as idéias e com as conjunções coordenativas usadas para encandeá-las.

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Exemplo:

 Serviam copinhos de conhaque, esfregavam as mãos, agasalhavam as


crianças.

O período é formado por três orações independentes que poderiam ser transformadas em
três fases distintas ou reordenadas livremente. Existe, portanto, entre as orações, além
da independência sintática; independência de sentido bastante acentuada

 Serviam copinhos de conhaque. Esfregavam as mãos. Agasalhavam as


crianças.

 Agasalhavam as crianças, esfregavam as mãos. Serviam copinhos de


conhaque.

Apesar de acentuada independência de sentido existente entre as orações, é


importante observar que a frase original e sua versão modificadas não têm o mesmo
valor significativo. Quando usamos períodos simples , estamos isolando as idéias e
dando a cada oração valor de frase, isto é, de unidade de comunicação, Quando
escolhemos determinada ordem de colocação das orações, podemos estar sugerindo a
ordem real em que ocorreram os fatos ou, pelo menos, estaremos realçando mais uma
ou outra idéia.
Na frase abaixo, por exemplo, as orações foram submetidas a uma ordenação que
não pode ser alterada porque corresponde à sucessão cronológica real dos fatos

 Examinou as peças, cheirou os móveis com o nariz experiente, fez o


preço.

Do exame dos exemplos apresentados, podemos concluir que as orações


coordenadas são independentes do ponto de vista sintático, mas mantêm, entre si,
relações lógicas menos ou mais estreitas.

ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS: CLASSIFICAÇÃO

A classificação das orações coordenadas é feita a partir da observação e relações


lógicas estabelecidas entre elas. Tais relações podem vir ou não expressas claramente

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através de conjunções coordenativas. Desse modo, distinguimos as orações


coordenadas.

ADITIVAS:

As idéias são colocadas em seqüência, uma adicionada à outra, podendo estar implícita
a idéia de sucessividade temporal.
Conjunções coordenativas: e, nem, não só... mas também, não só... como também.

Exemplos:

 Pela minha parte fechei os olhos e abandonei-me.


 Não podia falar nem mover-se.
 Não só estuda, mas também trabalha.

ADVERSATIVA:

As idéias mantêm entre si relações lógicas de oposição, contraste ou compensação.


Conjunções coordenativas adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto,
entretanto, senão.

Exemplos:

 Insinuei isso, mas ele não me entendeu.


 O serviço é muito; podemos, porém, terminá-lo.
 Quis oferecer-me louvores suaves; entretanto, recuou-se em tempo.

ALTERNATIVA:

As idéias mantêm entre si relações lógicas de exclusão ou alternância no tempo.


Conjunções alternativas: ou... ou. Outras palavras que assumem o valor de conjunções
alternativas: quer ... quer, já... já, seja... seja, ora... ora.

Exemplos:

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 ‘Ora o homem moderno se sente participante, ora é assaltado pelo


sentimento de marginalização’.
 ‘Já corria a atender novos hóspedes, já se desdobrava em contentar os
antigos.
 ‘Quer venha, quer não venha, aqui não ficarei.

EXPLICATIVA:

Quando sindeticamente, são introduzidas pelas conjunções que, pois porque e porque
quando, que estabelecem entre a oração que introduzem e a coordenada anterior uma
dependência de sentido bastante acentuada. As coordenadas explicativas expressam
uma, justificativa para a declaração feita na oração anterior.

Exemplos:

 ‘Saia, pois preciso limpar a sala’.


 A menina chorou, porquanto eu vi seus olhos vermelhos.
 ‘Não chore ainda não, que eu tenho uma razão...’

CUNCLUSIVA:

Quando sindéticas , são introduzidas pelas conjunções logo, pois, portanto, por
conseguinte ou pelos vocábulos conseqüentemente e então, que assumem valor
conclusivo. Tais conetivos estabelecem entre a coordenada que introduzem e a oração
anterior forte dependência de sentido, pois as coordenadas expressam conclusão ou
decorrência da declaração anterior.

Exemplos:

 Não quer trabalhar; logo não merece auxílio.


 Está doente; deveis, pois, ajudá-lo.
 Tem trabalhado muito, portanto está cansado.

COORDENADAS ASSINDÉTICAS: PONTUAÇÃO

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As orações coordenadas assindéticas, isto é, as coordenadas que não são introduzidas


por conjunções coordenativas explicitas, devem separar-se da oração anterior por meio
de pausa. Tal pausa será marcada, na escrita, por:

1 – Vírgula ou ponto-e-vírgula quando se tratar de coordenadas aditivas;

Exemplo:

 Entrou, fechou a porta, tirou o paletó.


 Olhei-a de certo modo, ela não me fitou de modo diferente.
2 – Ponto-e-vírgula, quando se tratar de coordenadas adversativas;

Exemplo:

 Desligue a televisão; não apague a luz.

4 – Ponto-e-vírgula ou dois pontos, quando se tratar de coordenadas conclusivas


ou explicativas.
Exemplo: * Saia; preciso limpar a sala
* Está doente: deves ajudá-lo.
OBS: As coordenadas alternativas são sempre sindéticas.

COORDENADAS SINDÉTICAS: PONTUAÇÃO

Coordenadas sindéticas têm sempre seu conetivo precedido de pausa marcada por
vírgula ou ponto-e-vírgula, exceto se os conetivos forem e, nem (aditivos) e ou (
alternativos). Com tais conetivos a pausa é opcional, sendo aconselhável marcá-la na
escrita, quando se tornar necessário separar mais nitidamente as orações por razão
expressivas ou por necessidade de clareza.

Exemplo;

 Casou, teve filhos e lhe vieram netos, e sobre a descendência ela se deliciou
no gozo de mandar.

A primeira coordenada sindética não se separou da anterior por meio de vírgula (e


lhe vieram netos) ; antes da última coordenada, porém, apareceu a vírgula que parece ter
como objetivo destacar a última oração, que contém uma idéia abrangente, referente ao
conjunto formado pela segunda e pela terceira oração ( filho e netos = descendência).

Neste outro exemplo, a vírgula tornou-se necessária para evitar ambigüidade:

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 Prendeu a gaiola do papagaio, e as crianças protestando, começaram a


gritar.

A vírgula depois do substantivo papagaio mostra que o está coordenando as duas


orações e não os dois termos: a gaiola do papagaio e as crianças. Geralmente, quando as
coordenadas introduzidas por e, nem e ou têm sujeitos diferentes, pode haver o risco da
ambigüidade, sendo aconselhável nesse caso, o uso de vírgula.
Alguns dos conetivos coordenativos podem aparecer iniciando a oração coordenada
ou intercalados na oração que introduzem. Tal intercalação pode ocorrer com as
conjunções adversativas (com exceção do mas) e com todas as conjunções conclusivas.
Quando intercaladas, tais partículas devem vir isoladas e para indicar a pausa maior
entre as orações, será usada o ponto-e-vírgula.

Observe:

 Tínhamos cumprido as ordens; não havia, pois, razões para queixas.


 Ele ainda está doente; parece, entretanto, menos abatido que antes.

ESTUDO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS

REVISÃO: TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

 Objeto direto : complemento de verbos transitivo direto.


Ex.: Mauro comprou um carro. (quem compra, compra alguma coisa ).

 Objeto indireto : complemento de verbos transitivos indireto.


Ex.: Mauro precisa de sua ajuda. (quem precisa, precisa de alguma coisa ) .

 Complemento nominal : termo preposicionado que completa o sentido de nomes


(substantivos, adjetivos e advérbios).
Ex.: Mauro tem necessidade de sua ajuda.

 Agente da passiva : termo preposicionado que pratica a ação verbal, quando este
está na voz passiva analítica.
Ex.: O carro foi roubado pelo mecânico.

 Aposto : equivale a um termo determinado, uma vez que se refere ao mesmo


termo ou à mesma idéia.
Ex.: só lhe peço uma coisa : honre o nome da nossa família.
*** Predicado : Aquilo que se diz do sujeito. Ex. : O melhor é que você venha à
escola.

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***sujeito: A resposta à pergunta feita ao verbo: Ex.: É importante que você busque
ao Senhor.

ORAÇÃO PRINCIPAL E ORAÇÃO SUBORDINADA

Quando um período composto é constituído de oração que são sintaticamente


dependentes haverá pelo menos uma oração principal e uma subordinada.
Denominamos principal a oração sintaticamente incompleta que tem um de seus
termos representado por outra oração. A oração determinante, que exerce função
sintática na outra, ou seja, é termo da outra, é chamada dependente ou subordinada.

Exemplos:

Exigiu que eu revelasse o segurado.

(V. trans. Direto ) (Objeto direto do verbo da oração 1)


Oração Principal Oração subordinada

Repare que a oração 1 não é sintaticamente completa, isto é, um de seus termos,


o objeto direto, não figura nela, mas aparece representado por toda a segunda
oração.

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

Tem o valor de substantivo, exercendo a função de sujeito, objeto direto, objeto


indireto, complemento nominal, predicativo, agente da passiva e aposto.

ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA:


Exerce a função de sujeito da oração principal, cujo verbo estará sempre na 3ª pessoa do
singular. Representa o sujeito oracional.

* Convém que aprendas análise sintática. (o que convém?) * Nota-se que


ele é inteligente. (o que se nota?)

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* Não é certo que ele morreu ontem. (o que não é certo?) * Se ele passará o ano
não se sabe. (o que não se sabe )

ESTRUTURA DAS SUBJETIVAS:

1 Verbo de ligação + predicativo :


* É certo que haveria reunião. * É bom que
aprendas análise sintática.

2 Verbo unipessoal intransitivo ou transitivo indireto de pessoa :


* Admira-me que ele reaja assim. * parece que vai
chover hoje.

3 Verbo transitivo direto na voz passiva analítica ( não aparecendo o agente da


passiva ).
* Foi comprovado que houve o desfile. * Está dito que a
ordem não muda.

ORAÇÃO SUBORDINADA OBJETIVA DIRETA:


Exerce a função de objeto direto da oração principal, que apresenta um V.T.D..
* Veja que horas são. (quem vê, vê alguma coisa ). * Perguntei-lhe
quando ia casar.
* Eu sei por que ele não veio à aula. * Diz-me se sabes a lição.

DIFERENÇA DAS SUBJETIVAS PELAS OBJETIVAS DIRETAS:


Subjetivas: O sujeito é toda uma oração, portanto, o sujeito é oracional.
Objetivas diretas: Apresenta qual quer outro sujeito, menos o oracional.

Subjetivas Objetivas diretas


* Não se sabia se ele vinha. * Ela não sabia se ele vinha.
* Sabe-se que ele é rico. * Veja que horas são.

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ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA PREDICATIVA:


Exerce a função de predicativo da oração principal, cujo verbo é de ligação (ser ).
* O certo é que ele não vem. * O importante é que todos vivam
bem.

DIFERENÇA ENTRE AS SUBJETIVAS E AS PREDICATIVAS:


Subjetivas : apresentam Verbo de ligação + predicativo.
Predicativas : apresentam substantivo + verbo de ligação.

Subjetivas Predicativas
* É importante que aprendam análise sintática. * O importante é que
aprendam análise sintática.
* É bom que se beba água. * O bom é que se beba água.

ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA INDIRETA :


Exerce a função de objeto indireto da oração principal, sendo por isso,
obrigatoriamente, preposicionada.. Traz, naturalmente, um V.T.I.
* Lembre-se de que tens um compromisso. ( quem se lembra, se lembra de alguma
coisa).
* Daremos o prêmio a quem acertar as questões.

ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA COMPLETIVA NOMINAL :


Exerce função de complemento nominal da oração principal, Por isso, preposicionada.
* Sou favorável a que o prendam. * Estou de acordo com o que
você disse.
* Faço referência ao que você disse. * O homem precisa de que Deus o
ajude.

DIFERENÇA ENTRE AS OBJETIVAS INDIRETAS E AS COMPLETIVAS


NOMINAIS :
Objetivas diretas : completam verbos transitivos indiretos.
Completivas nominais : completam nomes ( substantivos, adjetivos, advérbios ).

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Objetivas indiretas Completivas nominais


* Concordo com o que você fez. * Estou de acordo com o que
você fez.
* Ele se refere ao que você disse. * Ele faz referência ao que
você disse.
* Ele necessita de que você o ajude. * Ele tem necessidade de que você o
ajude.

ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA AGENTE DA PASSIVA :


Exerce a função de agente da passiva da oração principal, sendo, obrigatoriamente,
introduzidas pelas preposições (POR ou DE).
* O problema foi resolvido por quem entende do assunto. * Estava cercada de quem
tinha muito dinheiro.

ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA APOSITIVA :


Exerce a função de aposto, explicando um substantivo, pronome substantivo ou numeral
substantivo que aparece na oração principal.
* Só lhe peço isso : que aprenda análise sintática. * Só desejo uma coisa : que
aprendam análise sintática.
* Mas, diga-me uma coisa, essa proposta é boa ? * Siga esta conselho: “Honre teu pai
e tua mão”

Observação. : Geralmente as apositivas são iniciadas após dois pontos ( : ). Raras são
as vezes em que elas são iniciadas após vírgula; mesmo assim, as vírgulas estão apenas
substituindo os dois pontos ( : ).

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS:

São as que têm o valor e a função de um adjetivo. São introduzidas, na maioria das
vezes, por pronomes relativos e referem-se a um termo antecedente, que pode ser um
substantivo ou pronome substantivo ou numeral substantivo. Elas podem ser
classificadas como:
Restritivas : Restringem, limitam o termo antecedente. Explicativas :
explica o termo antecedente.

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Restritivas Explicativas
* Aparecem mais vezes que as explicativas. * Aparecem com menos freqüência.
* Individualizam o antecedente. * Destacam aspectos que já estão implícitos
no termo antecedente
* Não devem ser isoladas por vírgulas. * Devem ser isoladas por vírgulas.

Exemplos : Exemplos :
*O homem que vi ontem era o diretor. * O homem, que é mortal, tem alma
imortal.
* Pedra que rola não cria limo. * Deus, que é nosso pai, nos salvará.
* É teu tudo quanto existe aqui. * Jesus, que é Filho de Deus, nos
ama muito.
* Há palavras cuja origem é obscura. * Paulo, que é operário, não foi
escolhido.
* Admiro o modo como ele trabalha. * A serpente, que é venenosa, tem presas
finas.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS:

São aquelas que, em relação à principal, equivale a um advérbio ou, sintaticamente


falando, a um adjunto adverbial.

ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL CAUSAL : Denotam causa.


Principais conjunções : porque, pois, como ( = porque ), porquanto, pois que, uma vez
que, visto que, por isso que, já que, visto como, que, desde que.
* Faltou ao prometido porque não tinha palavra. * Como ele não
apareceu, não fizemos a reunião.
* Desde que ninguém se mexe, temos que agir nós cidadãos. * O tambor soa
porque é oco.

ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL COMPARATIVA : Estabelece


comparação.

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Principais conjunções : como., tal qual, qual ( depois de tal ), assim como, ( tão ou
tanto ) como, mais que ou mais do que, menos que ou menos do que, tanto quanto, que
nem, feito (= como, do mesmo modo que ), o mesmo que ( = como ).
* Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. * Sou o mesmo que um
cisco em minha própria casa.
* O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. * Por que ficou me
olhando assim feito boba ?

ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL CONCESSIVA: Denota concessão,


ressalva; denotam que se admite um fato contrário à declaração principal, mas que não
impede a sua realização.
Principais conjunções : embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda, mesmo
quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que,
nem que, dado que, sem que ( embora não ), etc..
* A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. * Célia vestia-se bem,
embora não fosse à festa.
* Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. * Beba, nem que seja
um pouco.

ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL CONDICIONAL: Exprimem condições


ou hipótese.
Principais conjunções : se, caso, contanto que, desde que, salvo que, sem que ( = se
não ), a não ser que, a menos que, dado que, etc. .
* Ficaremos sentidos, se você não vier. * Não sairás daqui,
sem que me confesses tudo.
* Comprarei o quadro, desde que não seja caro. * Caso não venha,
perderá o emprego.

ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL CONFORMATIVA : Exprimem


conformidade de um fato com outro.
Principais conjunções : como, conforme, segundo, consoante, etc. .
* As coisas não são como dizem. * Cada um colhe, conforme
semeia.
* Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar. * Realizou a tarefa
como recomendei.

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ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL CONSECUTIVA : Denotam


conseqüência.
Principais conjunções : que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho,
às vezes subentendidos), de maneira que, sem que, que ( não ), etc. .
* Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. * Ontem estive doente, de
sorte que não saí.
* Falou com uma calma que todos ficaram atônitos. * Correu tanto que
desmaiou.

ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL FINAL : Indica finalidade.


Principais conjunções : para que, a fim de que, que ( para que ), porque, etc. .
* Afastou-se depressa para que não o víssemos. * Fiz-lhe sinal que
calasse.
* Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. * Faço votos porque
sejas feliz.

ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL PROPORCIONAL : Estabelece


proporção.
Principais conjunções : à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais... (
tanto mais ), quanto mais ... ( tanto menos ), quanto menos... ( tanto mais ), quanto
mais... ( mais ), ( tanto )... quanto, quanto maior... (maior ), quanto menor... ( menor
),etc..
* Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo. * À medida que se
vive, mais se aprende.
* Os soldados respondiam, à medida que eram chamados. * À proporção que
subíamos, o ar ia ficando mais leve.

ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL TEMPORAL : Indicam tempo.


Principais conjunções : quando, enquanto, antes que, depois que, desde que, logo que,
antes que, assim que, até que, apenas, mal, sempre que, tanto que, primeiro que, todas as
vezes que, cada vez que, agora que, etc..
* Desde que o mundo existe, sempre houve guerra. * Não fale enquanto
come.
* Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia. * Ela me reconheceu,
mal dirigi a palavra.

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ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL MODAL : Exprime modo, maneira.


Principal conjunção : sem que .
* Aqui viverás em paz, sem que ninguém te incomode. * Entrou na sala sem
que nos cumprimentasse.

Obs.: Essas orações não estão consignadas na NGB (Nomenclatura Gramatical


Brasileira), o que constitui uma omissão.

ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL LOCATIVA : Equivale a um adjunto


adverbial de lugar e são iniciadas pelo advérbio onde ( que pode vir precedido de
preposição ), sem antecedente.
* Onde me espetam, fico. * Venha por onde eu
passar.
* Onde quer que farejem raposas, perseguem-nas com fúria. * Quero ir
aonde estás.

Obs. : Estas orações não são mencionadas na NGB.

ORAÇÕES REDUZIDAS

* Quando terminaram as aulas, fomos embora. * Terminadas as aulas fomos


embora.

As duas orações destacadas têm o mesmo sentido e são subordinadas adverbiais


temporais.
No primeiro exemplo aparece a conjunção subordinativa temporal ( quando ). Já no
segundo não aparece conjunção nenhuma, mas o verbo está no particípio que é uma das
formas nominais do verbo. Nesse caso, diz-se que a oração é reduzida. Oração reduzida
é aquela que não vem precedida de conectivo e traz o verbo numa das formas nominais :
infinitivo, gerúndio e particípio.

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES REDUZIDAS

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS :


a) Subjetivas :

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* Não convém procederes assim. ( Não convém que procedas assim ) . "Red. inf. "
* É impossível terem tão pouco interesse. ( que tenham ) . "Red. inf. "
* Penso estar preparado. ( que estou preparado). " Red. inf. "

b) Objetivas diretas :
* Nós mandamos virem os livros. ( que viessem ). "Red. inf. "
* Dizem ter estado lá. ( que estiveram ) "Red. inf. "
* Não falei por não ter certeza. ( porque não tinha ). " Red. inf. "

c) Objetivas indiretas :
* O tempo impedirá você de vir hoje. ( de que venha ) . " Red. inf. "
* Nada me impede de ir agora. ( de que eu vá ) " Red. inf. "
* O pai impedirá os filhos a respeitá-lo. ( a que o respeitem ) . " Red. inf. "

d) Predicativas :
* O essencial é salvarmos a nossa alma. ( que salvemos ) . " Red. inf. "
* Seu sonho era morar no Rio de Janeiro. ( que morasse ) . " Red. inf. "
* O mais sensato seria voltares para casa de teus pais. ( que voltaste ) . " Red. inf. "

e) Completivas nominais :
* Tenho a impressão de o estar vendo. ( de que o estou vendo ) . " Red. inf. "
* Tinha ânsia de chegar lá. ( de que eu chegasse ). " Red. inf. "
* Estou disposto a ir sozinho. ( a que eu vá sozinho ) . " Red. inf. "

f) Apositivas :

* Só te faltas uma coisa : seres feliz . ( que sejas ) . " Red. inf. "
* Só lhe peço isto : honrar o nosso nome. ( que honre ) . " Red. inf. "
* Confesso uma coisa : ser um homem puro. ( que sou ) . " Red. inf. "

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ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

* A morte é o último inimigo a ser destruído por Cristo. ( que será ) " Red. inf. "
* Passaram guardas conduzindo presos. ( que conduziam ) . " Red. ger. "
* Esta é a notícia divulgada pela imprensa. ( que foi divulgada ) . " Red. part. "

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

a) Temporais :
* Ao despedirem-se, choravam. ( Quando se despediam ) . " Red. inf. "
* Chegando lá, avise-me. ( quando chegar ) . " Red. ger. "
* Feito isto, podem sair. ( depois que fizerem ) " Red. part. "

b) Finais :
* Corra para chegar a tempo. ( para que chegue ). " Red. inf. "
* O animal feroz mata para se alimentar. ( a fim de se alimentar ). " Red. inf. "

c) Concessivas :
* Ofendi-o sem querer. ( embora não quisesse ) . " Red. inf. "
* Mesmo correndo, não o alcançou . ( embora corresse ) . " Red. ger. "
* Mesmo oprimidos, não cederemos. ( mesmo que sejamos oprimidos ) . " Red. part. "

d) Condicionais :
* Você não sairá sem antes me avisar. ( sem que me avise ) . " Red. inf. "
* Ficando aí, nada verás . ( se ficares aí ) . " Red. ger. "
* Aberta a porta, entraríamos. ( se estivesse aberta ) . " Red. part. "

e) Causais :
* Marta não veio por se achar doente. ( porque se achava ) . " Red. inf. "

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* Estando adoentado, não saí de casa. ( como estava adoentado ) . " Red. ger. "
* Assaltados, pusemo-nos a correr. ( como fomos assaltados ) . " Red. part. "

f) Consecutivas :
* Muito distraído devia estar você para não me ver na festa. ( para que não me visse ) .
" Red. inf. "
* Aquela cena o impressionou muito, a ponto de lhe tirar o sono. (para que lhe tirasse o
sono) – “Red. Inf”

g) Conformativas:
* Seguindo velho hábito, não aceitou o presente. ( Conforme velho hábito ) . " Red. ger.
"

h) Comparativas:
* Por que ficou me olhando assim feito boba ? (como se fosse boba). “Red. Part.”

i) Modal:
* Retirei-me discretamente, sem ser percebido. (sem que me percebessem) “Red. Inf.”
* Eugênia saiu sem se despedir do pai. (sem que se despedisse) “Red. Inf.”

Observações sobre orações reduzidas:

Inúmeras orações reduzidas, normalmente adverbiais, prestam-se a mais de uma


interpretação. As fronteiras entre os diversos tipos nem sempre são nítidas. Nem faltam
exemplos de orações reduzidas que não se enquadram nos esquemas da NGB.

Haja vista:
* Forçaram o preso a confessar o crime, torturando-o. ( Oração adverbial de meio ou de
modo)
* Em vez de (ou em lugar de) se abandonar ao desânimo, ele reagiu e venceu. (Oração
adverbial de negação)
* Não fez nada o mês inteiro, a não ser (senão) passear. (Oração adverbial de exceção)

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Tenha-se em mente, porém, que o fundamental não é saber classificar as


orações, mas usá-las com acerto, na prática da comunicação oral e escrita.
O emprego criterioso das orações reduzidas assegura à linguagem concisão e
elegância. Quem escreve há de saber utilizar oportunamente ora a forma plena, ora a
forma reduzida. (Domingos Paschoal Cegalla)

ESTUDO DO PERÍODO COMPOSTO

COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO :

Já sabemos que período é a frase constituída por uma ou mais orações, formando
um todo com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.

a) PERÍODO SIMPLES : é constituído por apenas uma oração ( oração absoluta ).


* Os homens investigam o mundo.

b) PERÍODO COMPOSTO : é constituído por mais de uma oração.


* Os homens investigam o mundo, descobrem suas riquezas e constroem suas
sociedades competitivas.
* Os homens constantemente descobrem que as riquezas do mundo pertencem a alguns
privilegiados.
* Os homens investigam o mundo e descobrem que nele há riquezas incalculáveis.

No primeiro exemplo temos um período formado por 3 orações. E mais : as três


são independentes e poderiam mesmo construir três orações absolutas ( Os homens
investigam o mundo. Os homens descobrem as riquezas do mundo. Os homens
constroem suas sociedades competitivas ). As estruturas sintáticas das três orações estão
completas., o que faz com que sejam equivalentes, coordenadas. A esse tipo de período
chamamos PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO.
No segundo exemplo podemos reconhecer uma situação diferente. Nele, temos
também um período formado por duas orações, mas que se interpenetram
profundamente, formando um todo cujas partes isoladas não são capazes de produzir
uma significação completa. Observe o verbo a primeira oração : descobrem possui
como sujeito homens. E esses homens descobrem algo ( descobrir é, no caso, um verbo
transitivo direto ) . O objeto direto desse verbo é, nessa frase, a oração que as riquezas
do mundo pertencem a alguns privilegiados. Percebemos assim que a Segunda oração é
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parte integrante da primeira, é um termo sintático da primeira. A essas orações que


desempenham função sintática em outra oração, dá-se o nome de ORAÇÕES
SUBORDINADAS. As orações que apresentam um ou mais de seus termos
representados por orações subordinadas são chamadas de ORAÇÕES PRINCIPAIS.
Ao período formado por oração principal e oração subordinada chamamos de
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO.
No terceiro exemplo temos um período composto que nos serve de exemplo.
Você irá notar a presença de uma oração subordinada ( que nele há riquezas
incalculáveis – objeto direto de descobrem ) e de orações coordenadas ( Os homens
investigam o mundo / e descobrem ... ) . A esse tipo de período chamamos PERÍODO
COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO.

Colocação pronominal dos pronomes oblíquos átonos


(próclise, mesóclise e ênclise);

SINTAXE DE COLOCAÇÃO PRONOMINAL.

Próclise = Pronome oblíquo antes do verbo.


Ênclise = Pronome oblíquo após o verbo.
Mesóclise ou Tmese = Pronome oblíquo entre o verbo.

Obs.: A próclise pode ser empregada, desde que não inicie orações. Todavia, existindo
termo atrativo, a próclise deve ser usada.

São termos atrativos:

Advérbio; Palavras negativas;


Pronome demonstrativo; Pronome relativo;
Conjunção Subordinada; A palavra “ambos”;
Frases optativas; Pronome indefinido;
Frases exclamativas; Frases interrogativas.
Verbos no gerúndio precedido da prep. “em”

Exs.:
1. Não se mostrou animado com as novidades que se firmaram através da imprensa.
mostrou-se [ F ] que firmaram-se [F]
Alguém o considerou hermético. Em se tratando de opacidade, ninguém o precede.
considerou-o [F] tratando-se [F] precede-o
[F]

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 Em todos os casos acima, temos o uso da próclise, em virtude do emprego de termos


atrativos.

2. Ela se inquietou quando a chamaram de inconseqüente. Os que lhe lançaram


julgamentos não maduros serão repreendidos, de fato. [V]

 Em “Ela se inquietou”, temos o uso da próclise, embora devemos usar a próclise.


Com isso, não tenhamos a próclise como erro gramatical. É que a precedência é do
pronome enclítico. Quando o termo não for atrativo, próclise e ênclise estão corretas,
mas a ênclise tem precedência em relação à próclise, pois a ênclise demonstra a
ordem direta, que tem precedência em comparação com o uso da próclise, que
demonstra o uso da ordem inversa. Assim, em concurso público, se afirmarem que
em “Ela se inquietou”, temos o uso da próclise, mas podemos usar a ênclise, está
incorreta a afirmação. O que fundamenta erro é que não podemos usar a ênclise, mas
devemos usar a ênclise.

3. Bons ventos o levem. [V] * A frase optativa é a expressão de um desejo, cabendo


ao sujeito
levem-no [F] a opção em realizar a ação.

4. Receptivo ao convite, o juiz se entregou à polícia Federal. A operação Moréia foi


um sucesso. [ V] * Como “juiz” não é termo atrativo, também estaria correto “..
entregou-se”

5. Eu te amo!
amo-te! [ F] * A frase é exclamativa.

6. Eu te amo. [ V] Como pronome pessoal não é termo atrativo, ambos corretos,


embora a ênclise te-
amo-te [ V] nha precedência.

7. Comprei o livro que ofereceram-me. [F] * pronome relativo é termo atrativo.


me ofereceram [V]

8. Quero que se esqueçam de tudo. [ V ] * Conjunção subordinada é termo atrativo.


esqueçam-se [ F ]

9. Nada incomoda-me [ F ]
me incomoda [ V ]

10. Não te devolver [ V ] o material é a única alternativa que me resta.[ V ]


devolver-te [V ] resta-me. [ F ]

Obs.: Mesmo existindo termo atrativo, se o verbo estiver no infinitivo, devo empregar a
Próclise, mas posso usar a ênclise.

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11. Se não se envolvesse com drogas, estaria vivo. [ V ]


Se se não envolvesse [ F ]
Se não envolvesse-se [ F ]

Obs.: Existindo mais de um termo atrativo, o pronome oblíquo deve ser usado após o
último termo atrativo.

12. Quando me chamarem, entregar-lhe-ei as provas do crime que... [ V ]


chamaram-me, entregarei-lhe [ F ]
lhe entregarei [ F ]

Obs.: Usar-se-á a mesóclise com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito,


desde que não haja termo atrativo.

13. Se se preocupasse com todos, dir-nos-ia a verdade. [ V ]


diria-nos [ F ]

14. Ninguém me forneceria as provas, se Leandro não autorizasse. [ V ]


fornecer-me-ia [ F ]
forneceria-me
Concordância verbal e nominal; Regência verbal.

Concordância Nominal

Regra geral: o artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome adjetivo concordam com o


substantivo a que se referem em gênero e número.
Ex.: Dois pequenos goles de vinho e um calçado certo deixam qualquer mulher
irresistivelmente alta.
Concordâncias especiais:
Ocorrem quando algumas palavras variam sua classe gramatical, ora se comportando
como um adjetivo (variável) ora como um advérbio (invariável).
Mais de um vocábulo determinado
1- Pode ser feita a concordância gramatical ou a atrativa.
Ex.: Comprei um sapato e um vestido pretos. (gramatical, o adjetivo concorda com os
dois substantivos)
Comprei um sapato e um vestido preto. (atrativa, apesar do adjetivo se referir aos dois
substantivos ele concordará apenas com o núcleo mais próximo)
Um só vocábulo determinado
1- Um substantivo acompanhado (determinado) por mais de um adjetivo: os adjetivos
concordam com o substantivo
Ex.: Seus lábios eram doces e macios.
2- Bastante- bastantes
Quando adjetivo, será variável e quando advérbio, será invariável
Ex.: Há bastantes motivos para sua ausência. (bastantes será adjetivo de motivos)
Os alunos falam bastante. ( bastante será advérbio de intensidade referindo-se ao verbo)

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3- Anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio


São adjetivos que devem concordar com o substantivo a que se referem.
Ex.: A fotografia vai anexa ao curriculum.
Os documentos irão anexos ao relatório.
Nota:
Quando precedido da preposição em, fica invariável.
Ex.: A fotografia vai em anexo.
Envio-lhes, inclusas, as certidões./ Incluso segue o documento.
A professora disse: muito obrigada./ O professor disse: muito obrigado.
Ele mesmo fará o trabalho./ Ela mesma fará o trabalho.

Mesmo pode ser advérbio quando significa realmente, de fato. Será portanto invariável.
Ex.: Maria viajará mesmo para os EUA.
Ele próprio fará o pedido ao diretor./ Ela própria fará o pedido ao diretor.

4- Muito, pouco, caro, barato, longe, meio, sério, alto


São palavras que variam seu comportamento funcionando ora como advérbios (sendo
assim invariáveis) ora como adjetivos (variáveis).
Ex.: Os homens eram altos./ Os homens falavam alto.
Poucas pessoas acreditavam nele./ Eu ganho pouco pelo meu trabalho.
Os sapatos custam caro./ Os sapatos estão caros.
A água é barata./ A água custa barato.
Viajaram por longes terras./ Eles vivem longe.
Eles são homens sérios./ Eles falavam sério.
Muitos homens morreram na guerra./ João fala muito.
Ele não usa meias palavras./ Estou meio gorda.
5-É bom, é necessário, é proibido
Só variam se o sujeito vier precedido de artigo ou outro determinante.
Ex.: É proibido entrada de estranhos./ É proibida a entrada de estranhos.
É necessário chegar cedo./ É necessária sua chegada.
6- Menos, alerta, pseudo
São sempre invariáveis.
Ex.: Havia menos professores na reunião./Havia menos professoras na reunião.
O aluno ficou alerta./ Os alunos ficaram alerta.
Era um pseudomédico./ Era uma pseudomédica.
7- Só, sós
Quando adjetivos, serão variáveis, quando advérbios serão invariáveis.
Ex.: A criança ficou só./ As crianças ficaram sós. (adjetivo)
Depois da briga, só restaram copos e garrafas quebrados. (advérbio)
Nota:
A locução adverbial a sós é invariável.
Ex.: Preciso falar a sós com ele.

8- Concordância dos particípios


Os particípios concordarão com o substantivo a que se referem.
Ex.: Os livros foram comprados a prazo./ As mercadorias foram compradas a prazo.

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Nota:
Se o particípio pertencer a um tempo composto será invariável.
Ex.: O juiz tinha iniciado o jogo de vôlei./ A juíza tinha iniciado o jogo de vôlei.
9- Um e outro, um ou outro, nem um nem outro deixam o substantivo no singular e o
adjetivo no plural.
Ex. Extraíram-me um e outro dente cariados.
10- O adjetivo POSSÍVEL concorda com o artigo que inicia a expressão.
Ex.: Trabalho com livros o melhor possível .
Trabalho com livros os melhores possíveis.

Concordância Verbal

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito.


Ex.: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu jeito
carinhoso de ser.
Casos de concordância verbal:

1) Sujeito simples
Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Ex.: Nós vamos ao cinema.
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).
Casos especiais:
a) O sujeito é um coletivo- o verbo fica no singular.
Ex.:A multidão gritou pelo rádio.

Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.


Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.

b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular
ou vai para o plural.
Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.
c) O sujeito é um pronome de tratamento- o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular
ou do plural).
Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.
d) O sujeito é o pronome relativo que – o verbo concorda com o antecedente do
pronome.
Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.

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e) O sujeito é o pronome relativo quem- o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou


concordar com o antecedente do pronome.
Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.
f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de ...,
quantos de ..., etc.- o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou
indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).
Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?

Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular o verbo concorda com eles


em pessoa e número.
Ex.: Qual de vós me punirá.

g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural- se o sujeito não vier


precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o
verbo concordará com o artigo.
Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência
mundial.
h) O sujeito é formado pelas expressões mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. –
o verbo concorda com o numeral.
Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não
compareceram à aula.
i) O sujeito é constituído pelas expressões a maioria, a maior parte, grande parte,
etc.- o verbo poderá ser usado no singular ( concordância lógica) ou no plural
(concordância atrativa).Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos
candidatos desistiram.
j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo)- o verbo poderá ser usado
no singular ou plural se este vier afastado do substantivo.
Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente da
cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa.]

2) Sujeito composto
Regra geral: o verbo vai para o plural.
Ex.: João e Maria foram passear no bosque.
Casos especiais:
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes- o verbo
ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos ( 1ª pessoa plural) amigos.
O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.
Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis ( 2ª pessoa do plural) amigos.
O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.
No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa.
Ex.: Tu e ele se tornarão amigos.(3ª pessoa do plural)

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Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o


núcleo mais próximo do verbo.
Ex.: Irei eu e minhas amigas.
b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por e - o verbo
concordará com os dois núcleos.
Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.
Nota:
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais
próximo do verbo.
Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.

c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo poderá
ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).
Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade
não o ajudava a se concentrar.
d) Quando há gradação entre os núcleos- o verbo pode concordar com todos os núcleos
(lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo.
Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar
bastava.
e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo concorda
com o aposto resumidor.
Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.
f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões um e outro, nem um nem outro...-
o verbo poderá ficar no singular ou no plural.
Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.
g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou- o verbo irá para o singular
quando a idéia for de exclusão e plural quando for de inclusão.
Ex.: Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)
A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)
h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto...como/
assim...como/ não só...mas também, etc.) - o mais comum é o verbo ir para o plural,
embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.
Ex.: Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo./
Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.

Outros casos:
1) Partícula SE:
a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o sujeito
passivo.
Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.
b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará
obrigatoriamente no singular.
Ex.: Precisa-se de secretárias.
Confia-se em pessoas honestas.

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2) Verbos impessoais
São aqueles que não possuem sujeito, ficarão sempre na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
Deve haver sérios problemas na cidade.
Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.
Nota:
Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais.
O verbo existir não é impessoal. Veja:
Existem sérios problemas na cidade.
Devem existir sérios problemas na cidade

3) Verbos dar, bater e soar


Quando usados na indicação de horas, têm sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...) e
com ele devem concordar.
Ex.: O relógio deu duas horas.
Deram duas horas no relógio da estação.
Deu uma hora no relógio da estação.
O sino da igreja bateu cinco badaladas.
Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
Soaram dez badaladas no relógio da escola.
4) Sujeito oracional
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª
pessoa do singular.
Ex.: Ainda falta/ dar os últimos retoques na pintura.
5) Concordância com o infinitivo
a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:
- não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo
átono.
Ex.: Esperei-as chegar.

- é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome


átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar,
fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e sinônimos).
Ex.: Mandei sair os alunos./Mandei saírem os alunos.

- flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome átono e


determinante de verbo não causativo nem sensitivo.
Ex.: Esperei saírem todos.
b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto
- não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.
Ex.: Passamos horas a comentar o filme.(comentando)

- é facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito for idêntico ao da oração


principal.

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Ex.: Antes de (tu)responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu )responderes, (tu) lerás o
texto.

- é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração
principal e está indicado por algum termo do contexto.
Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o direito de contestarmos.

- é obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração
principal e não está indicado por nenhum termo no contexto.
Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato.
c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal
- não se flexiona o infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal quando
devida à ordem dos termos da oração sua ligação com o verbo auxiliar for nítida.
Ex.: Acabamos de fazer os exercícios.

- é facultativa a flexão do infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal,


quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto.
Ex.: Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e reclamar dela./
Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela.
6) Concordância com o verbo ser:
a- Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes
TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO: o verbo ser ou parecer concordarão com o
predicativo.
Ex.: Tudo são flores./Aquilo parecem ilusões.
Nota:
Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.
Ex.: Aquilo é sonhos vãos.

b- O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes


interrogativos QUE ou QUEM.
Ex.: Que são gametas?/ Quem foram os escolhidos?
c- Em indicações de horas, datas, tempo, distância: a concordância será com a
expressão numérica
Ex.: São nove horas./ É uma hora.

Nota:
Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias pois subentende-se a palavra
dia.
Ex.: Hoje são 24 de outubro./ Hoje é (dia) 24 de outubro.
d- Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se
dará com o pronome.
Ex.: Aqui o presidente sou eu.
Nota:

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Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o


que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração.
Ex.: Eu não sou tu

e- Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará com o predicativo.


Ex.: O menino era as esperanças da família.
f- Nas locuções é pouco, é muito, é mais de, é menos de junto a especificações de
preço, peso, quantidade, distância e etc, o verbo fica sempre no singular.
Ex.: Cento e cinqüenta é pouco./ Cem metros é muito.
g- Nas expressões do tipo ser preciso, ser necessário, ser bom o verbo e o adjetivo
podem ficar invariáveis, (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino
singular) ou concordar com o sujeito posposto.
Ex.: É necessário aqueles materiais./ São necessários aqueles materiais.
h- Na expressão é que, usada como expletivo, se o sujeito da oração não aparecer entre
o verbo ser e o que, ficará invariável.Se aparecer, o verbo concordará com o sujeito.
Ex.: Eles é que sempre chegam atrasados./ São eles que sempre chegam atrasados.

Regência Verbal

1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e não pela preposição em.
Ex.: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo Horizonte.
2- Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela preposição em.
Ex.: Ele mora em São Paulo./ Maria reside em Santa Catarina.
3- Namorar – não se usa com preposição.
Ex.: Joana namora Antônio.
4- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a.
Ex.: As crianças obedecem aos pais./ O aluno desobedeceu ao professor.
5-Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com.
Ex.: Simpatizo com Lúcio./ Antipatizo com meu professor de História.
Nota:
Estes verbos não são pronominais, portanto, são considerados construções erradas
quando os mesmos aparecem acompanhados de pronome oblíquo: Simpatizo-me com
Lúcio./ Antipatizo-me com meu professor de História.
6- Preferir - este verbo exige dois complementos sendo que um usa-se sem preposição e
o outro com a preposição a.
Ex.: Prefiro dançar a fazer ginástica.

Nota:
Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou
palavras: antes, mais, muito mais, mil vezes mais, etc.
Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.

Verbos que apresentam mais de uma regência

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1 - Aspirar
a- no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição. Ex.: Aspirou o ar puro da
manhã.
b- no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a. Ex.: Esta era a vida a que
aspirava.
2 - Assistir
a) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se sem preposição. Ex.: O
técnico assistia os jogadores novatos.

b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a.


Ex.: Não assistimos ao show.

c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a.


Ex.: Assiste ao homem tal direito.

d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em.


Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo.
3 - Esquecer/lembrar
a- Quando não forem pronominais: são usados sem preposição.
Ex.: Esqueci o nome dela.
b- Quando forem pronominais: são regidos pela preposição de.
Ex.: Lembrei-me do nome de todos.
4 - Visar
a) no sentido de mirar: usa-se sem preposição. Ex.: Disparou o tiro visando o alvo.

b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição. Ex.: Visaram os documentos.

c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela preposição a.


Ex.: Viso a uma situação melhor.
5 - Querer
a) no sentido de desejar: usa-se sem preposição. Ex.: Quero viajar hoje.

b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a preposição a.


Ex.: Quero muito aos meus amigos.
6 - Proceder
a) no sentido de ter fundamento: usa-se sem preposição.
Ex.: Suas queixas não procedem.

b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a preposição de.


Ex.: Muitos males da humanidade procedem da falta de respeito ao próximo.

c) no sentido de dar início, executar: usa-se a preposição a.


Ex.: Os detetives procederam a uma investigação criteriosa.
7 - Pagar/ perdoar
a) se tem por complemento palavra que denote coisa: não exigem preposição. Ex.: Ela
pagou a conta do restaurante.

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b) se tem por complemento palavra que denote pessoa: são regidos pela preposição a.
Ex.: Perdoou a todos,
8 - Informar
a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas construções:
1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas preposições de ou sobre).
Ex.: Informou todos do ocorrido.
2) objeto indireto de pessoa ( regido pela preposição a) e direto de coisa. Ex.:
Informou a todos o ocorrido.
9 - Implicar
a) no sentido de causar, acarretar: usa-se sem preposição.
Ex.: Esta decisão implicará sérias conseqüências.
b) no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois complementos, um direto e
um indireto com a preposição em.
Ex.: Implicou o negociante no crime.
c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição com.
Ex.: Implica com ela todo o tempo.
10- Custar
a) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela preposição a. Ex.: Custou ao
aluno entender o problema.

b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se sem preposição. Ex.: O
carro custou-me todas as economias.

c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem preposição.


Ex.: Imóveis custam caro.

Regência Nominal

Alguns nomes também exigem complementos preposicionados. Conheça alguns:

1- acessível a 50- hostil a


2- acostumado a, com 51- idêntico a
3- adaptado a, para 52- impossível de
4- afável com, para com 53- impróprio para
5- aflito com, em, para, por 54- imune a
6- agradável a 55- incompatível com
7- alheio a, de 56- inconseqüente com
8- alienado a, de 57- indeciso em

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9- alusão a 58- independente de, em


10- amante de 59- indiferente a
11- análogo a 60- indigno de
12- ansioso de, para, por 61- inerente a
13- apto a, para 62- insaciável de
14- atento a, em 63- leal a
15- aversão a, para, por 64- lento em
16- ávido de, por 65- liberal com
17- benéfico a 66- medo a, de
18- capaz de, para 67- natural de
19- certo de 68- necessário a
20- compatível com 69- negligente em
21- compreensível a 70- nocivo a
22- comum a, de 71- ojeriza a, por
23- constante em 72- paralelo a
24- contemporâneo a, de 73- parco em, de
25- contrário a 74- passível de
26- curioso de, para, por 75- perito em
27- desatento a 76- permissivo a
28- descontente com 77- perpendicular a
29- desejoso de 78- pertinaz em
30- desfavorável a 79- possível de
31- devoto a, de 80- possuído de
32- diferente de 81- posterior a
33- difícil de 82- preferível a
34- digno de 83- prejudicial a
35- entendido em 84- prestes a
36- equivalente a 85- propenso a, para
37- erudito em 86- propício a

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38- escasso de 87- próximo a, de


39- essencial para 88- relacionado com
40- estranho a 89- residente em
41- fácil de 90- responsável por
42- favorável a 91- rico de, em
43- fiel a 92- seguro de, em
44- firme em 93- semelhante a
45- generoso com 94- sensível a
46- grato a 95- sito em
47- hábil em 96- suspeito de
48- habituado a 97- útil a, para
49- horror a 98- versado em

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