Publico Mar 2014

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Estado pediu a penhora


de meio milho de euros
de salrios em 2013
Valores da cobrana coerciva bateram recorde ao aproximar-se dos dois
mil milhes de euros. Crditos, imveis, contas, veculos e vencimentos so
o alvo. Nalguns casos s descontado um sexto do vencimento Destaque, 2/3
Governo duplica subsdio
de fardamento, mas polcias
desvalorizam e voltam
hoje a manifestar-se junto
Assembleia da Repblica p9
CML ter de entregar
documentos que avaliam
prticas seguidas nas
adjudicaes de obras p16
Primeiro-ministro disse no
debate quinzenal que os
salrios e as penses no
podem regressar ao nvel do
perodo pr-troika p4/5
Proteco de Dados
autoriza MAI a filmar
manif de polcias
Cmara de Lisboa
perde recurso final
contra o PBLICO
Salrios e penses
no voltam a nveis
de 2011, avisa Passos
UCRNIA
EUROPA TEME FACTURA
PESADA SE AVANAR COM
SANES RSSIA Mundo, 22/23
KEVIN LAMARQUE/REUTERS
PUBLICIDADE
Portugal goleia e Ronaldo j o melhor marcador da seleco p46 QUI 6 MAR 2014 EDIO LISBOA
Ano XXV | n. 8728 | 1,10 | Directora: Brbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Miguel Gaspar, Simone Duarte, Pedro Sousa Carvalho | Directora de Arte: Snia Matos
ISNN:0872-1548
PALEONTOLOGIA
DINOSSAURO PORTUGUS
DO JURSSICO FOI O MAIOR
PREDADOR TERRESTRE DA EUROPA Cincia, 35
FUTURO CEO DA PEUGEOT CITRON
O FOCO NOS PRXIMOS DOIS ANOS
FAZER A EMPRESA DAR A VOLTA,
DIZ CARLOS TAVARES Economia, 21
Encontro diplomtico sobre o Lbano juntou o ministro russo Serguei Lavrov e o secretrio de Estado americano, John Kerry
N
OS
A,
OPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPAAAAAAAAAAAAAAAAAAACincia, 35
Os prmios atribudos de valor superior a 5.000 esto sujeitos a imposto do selo taxa legal de 20%, nos termos da legislao em vigor.
A criar excntricos de um dia para o outro
ESTASEXTA-FEIRAVAI SERDOOUTRO MUNDO.
JACKPOT EXTRA
2
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DESTAQUE
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
DVIDAS FISCAIS
Estado pediu
a penhora de
meio milho
de salrios
em 2013
Cobrana coerciva aumentou 57,9% em 2013
Valores da cobrana coerciva
Em milhes de euros
Fonte: Ministrio das Finanas
2.070.315
2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005
0
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2010 2009 2008 2007 2006 2005
1923
1408
1543
1636
1544
1327
1243 1230 1218
Ordens de penhoras Reverses contra administradores
e gerentes de empresas
Bens penhorados em 2013
+57,88%
Veculos
e outros
Imveis
Contas bancrias
e produtos financeiros
Crditos
1080 2190
3785
6268
15.190
19.384
611.941 576.751
123.588
192.169
O
nmero de ordens de penho-
ras de vencimentos e de sal-
rios por parte da Autoridade
Tributria e Aduaneira (AT)
a contribuintes com dvidas
ao sco disparou 19% em
2013 face ao ano anterior, chegando
s 532.042 ordens de penhoras. Este
universo engloba, segundo os dados
cedidos ao PBLICO pelo Ministrio
das Finanas, tambm os casos em
que a noticao de penhora por par-
te do sco leva o contribuinte deve-
dor a regularizar a dvida em causa.
Se o zer no prazo de 30 dias, evita-se
que o vencimento seja efectivamente
executado.
A cobrana coerciva, que esteve
em queda durante cinco anos con-
secutivos, inverteu a tendncia no
ano passado, disparando 57,9% de
2012 para 2013. Um crescimento que
est ligado ao aumento do nmero de
ordens de penhora. Ao todo, foram
determinados pelos servios do sco
2.070.315 ordens, mais 450.449 (ou
27,81%) do que em 2012, ano em que o
aumento fora ainda mais expressivo,
de 74,6%. O Ministrio das Finanas
no esclareceu qual o montante total
de dvidas dos contribuintes AT, in-
formao que o PBLICO solicitou.
O sco s avana para a penhora
de salrios depois de emitir ordens
sobre outros bens considerados de
maior liquidez. Primeiro, so pe-
nhoradas rendas, contas e depsitos
bancrios (ou outros crditos nan-
ceiros). S ento podem ser penho-
rados salrios, seguindo-se veculos
e, em ltimo caso, imveis. Embora
os vencimentos sejam o quarto bem
na ordem de penhoras a executar,
foram o terceiro tipo de activo com
mais ordens de penhora, s superado
pelos crditos e contas bancrias (ver
infograa).
No caso dos salrios, a regra
penhorar um tero do vencimento,
mas AT tm sido dadas instrues
para apenas ordenar a penhora de
um sexto dos vencimentos, ou se-
ja, metade do valor previsto na lei,
garante a Secretaria de Estado dos
Assuntos Fiscais. O procedimento
vigora desde 2012, quando foi refor-
Os valores da cobrana coerciva bateram
um recorde ao aproximarem-se dos dois
mil milhes de euros. Crditos, imveis,
contas, veculos e vencimentos so o alvo
Pedro Crisstomo
e Lus Villalobos
DR
Entre os automveis alvo de ordens de penhora esto veculos topo de gama
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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DESTAQUE
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3
PBLICO
2013 2012 2011
Rolls-Royce
Bentley
Aston Martin
Ferrari
Range-Rover
Ducati
Lexus
Harley-Davidson
Saab
Porsche
Jaguar
Jeep
Land Rover
Alfa Romeo
Volvo
Audi
BMW
Mercedes
Volkswagen
Automveis e motociclos penhorados
1
4825
4436
2961
1982
1272
483
318
267
111
110
92
54
29
23
22
16
8
5
Rendas
Vencimentos
e salrios
79.668
32.434
68.034
532.042
33.824
mado o modelo de penhoras de bens.
Ao PBLICO, porm, as Finanas no
esclareceram em que casos se aplica
esta medida. Por princpio, a ideia
proteger quem aufere os salrios
mais baixos.
Os mais de dois milhes de ordens
de penhora resultaram, na prtica,
numa cobrana coerciva de 1923 mi-
lhes de euros, um aumento de 57,9%
face a 2012 (mais 705 milhes de eu-
ros). Para o secretrio de Estado dos
Assuntos Fiscais, Paulo Nncio, este
crescimento demonstra a eccia, a
rapidez e a pro-actividade da admi-
nistrao scal.
Os nmeros mostram o universo
da ordem de penhoras, mas no ne-
cessariamente o montante dos bens
penhorados. Isto porque tanto no
total das 2.070.315 ordens de penho-
ra como nos 1923 milhes de euros
de cobrana coerciva os montan-
tes dizem respeito quer aos valores
penhorados, quer aos montantes re-
gularizados depois de os devedores
terem recebido uma noticao.
Quando um devedor recebe uma
ordem de penhora, -lhe concedido
um prazo de 30 dias para pagar a d-
vida. O processo extinto se a dvida
for regularizada nesse prazo; mas se
o devedor no o zer, accionada a
penhora. O PBLICO questionou o
Ministrio das Finanas, sem sucesso
at ao fecho da edio, sobre quantos
contribuintes (e qual o montante de
cobrana correspondente) pagaram
ao sco depois de serem noticados
da existncia de uma penhora.
Dos 1923 milhes de euros de co-
brana coerciva, cerca de 80% fo-
ram dvidas cobradas a empresas
e os restantes 20% a contribuintes
individuais.
H casos em que a penhora um
crdito de um devedor scal sobre
um terceiro, o que signica que o
credor passa a ser a autoridade s-
cal. Por exemplo, se o fornecedor
de um restaurante tem dvidas ao
sco e accionado um processo
de execuo, a AT pode penhorar
o crdito que esse fornecedor tem
sobre o restaurante. No ano passado,
foram noticados por email 950 mil
contribuintes, num total de 9160 mi-
lhes de mensagens. O impacto, diz
o ministrio, foi bastante elevado
porque induziu a regularizao da
situao tributria.
Os vencimentos e salrios repre-
sentaram cerca de um quarto dos
bens sobre os quais versaram ordens
de penhora (25,7%). frente esto os
crditos (29,6% do total) e ainda as
contas bancrias e produtos nan-
ceiros, com 27,9%. Com um peso j
muito abaixo, de 6%, esto os im-
veis, enquanto sobre veculos j s
caram 4,1% dos pedidos; as rendas,
o primeiro bem a ser penhorado, s
foram alvo de 1% das ordens, o que
signica que a esmagadora maioria
dos devedores do sco no tinha este
bem para ser penhorado. No caso dos
imveis, foram dadas mais de 123 mil
ordens de penhora, que comeam
por incidir sob os prdios rsticos,
seguindo-se os terrenos para cons-
truo, armazns, estacionamentos
e arrecadaes. S em ltimo caso o
sco tem por alvo as habitaes. No
entanto, as Finanas no souberam
dizer quantos fogos foram alvo de
penhora no ano passado.
No segmento de veculos, foram
abrangidos diversos casos, incluin-
do mais de 400 Mercedes, e, at, 16
Ferrari e um Rolls-Royce.
P
ara o secretrio de Estado
dos Assuntos Fiscais,
Paulo Nncio, o aumento
do nmero de cobranas
coercivas e de ordens
de penhora deve-se a
um reforo da capacidade da
Autoridade Tributria e Aduaneira
no combate economia paralela e
fraude scal. O novo sistema de
facturao lanado no ano passado,
diz, um dos vrtices das medidas
do combate economia paralela e
fraude scal.
A que se deve o aumento dos
valores de cobrana coerciva em
2013, que caram prximos de
dois mil milhes de euros?
Deve-se a um aumento da
eccia da administrao scal
e, fundamentalmente, em
resultado de uma maior eccia
no combate ao incumprimento
scal. Esse aumento resultou, por
um lado, da criao da Autoridade
Tributria e Aduaneira e, em
segundo lugar, de um conjunto de
reformas realizadas nos ltimos
dois anos que permitiram que a
administrao scal tenha hoje
uma capacidade para combater a
fraude e o incumprimento scal
que nunca teve na sua histria.
Qual foi o impacto do perdo
scal nestes nmeros? O
programa de regularizao de
dvida (lanado no nal de 2013)
originou a resoluo de alguns
destes processos de execuo?
Uma parte da cobrana coerciva
originada em 2013 resulta do
processo de regularizao, em
que os contribuintes pagaram os
montantes em falta [em] processos
de execuo scal a correr.
Tendo em conta o total de
dvidas ao sco, qual a eccia
da cobrana coerciva no
pagamento dessas dvidas?
Em virtude das reformas que foram
introduzidas, a administrao scal
tem hoje uma capacidade crescente
de combater o incumprimento
e a fraude scal. O Governo
continuar a apostar nesta
estratgia, no sentido de reforar
ainda mais o combate economia
Fisco tem uma capacidade
crescente de combate evaso
paralela e fraude scal desde
a reforma da facturao, que se
iniciou em 2013, mas tambm
com a troca de informaes que
resulta da declarao mensal
de remuneraes, tambm
introduzida em 2013. Por outro
lado, nesta matria, este resultado
tambm muito importante para
assegurar um sistema scal mais
justo e equitativo. Sempre que a
administrao scal ganha eccia
no combate ao incumprimento
e fraude scal, est a defender
de uma forma mais efectiva os
contribuintes cumpridores.
Como que se explica o
aumento exponencial das
reverses desde 2010?
Explica-se por via de uma
aplicao mais rigorosa da lei e,
por outro lado, de uma capacidade
maior da administrao scal
de detectar atempadamente
da existncia de bens detidos
pelas empresas que esto a ser
executadas. Isso leva a que a
administrao scal tenha a
obrigao de reverter as dvidas
scais contra os gerentes ou
administradores de empresas que
tm dvidas ao sco.
Estamos a falar de que tipo de
aces no terreno?
Estamos a falar do combate
fraude, economia paralela,
a situaes de subfacturao,
a esquemas de fraude scal, a
situaes que so detectadas
quer por inspeces no terreno,
quer por cruzamento de
dados, por exemplo, atravs do
sistema e-factura. Isso permite
administrao scal iniciar uma
inspeco, fazer a respectiva
correco e, caso a empresa no
apresente bens susceptveis de
pagar em dvida scal, reverter
essa dvida, como consta da lei,
contra os administradores das
empresas com dvidas ao sco.
Nmero de
reverses dispara
H
dez anos, houve
apenas 165 casos
de reverses ligadas
a incumprimentos
fiscais, ou seja, em
que administradores e
gerentes de empresas
so responsabilizados
pelas dvida da sociedade
comercial perante o Estado.
O nmero tem vindo a
subir, mas, a partir de 2007,
comeou a aumentar de
forma mais acelerada. Se
entre 2007 e 2008 o nmero
duplicou, no ano seguinte
j triplicou. Depois, em
2011, havia j o dobro das
reverses registadas dois
anos antes, chegando s
32.434 (ver infografia).
Apesar disso, os nmeros
continuaram a disparar, e
chegaram perto das 80 mil
no ano passado, uma subida
de 145% face a 2011 e de 17%
face ao ano anterior.
De acordo com a
Secretaria de Estados
dos Assuntos Fiscais,
houve uma agilizao das
tramitaes processuais
e uma uniformizao dos
procedimentos a partir de
Outubro de 2012. Nessa
altura, foi criado um sistema
operacional que desencadeia
a responsabilizao dos
administradores e gerentes,
quando seja detectada
a insuficincia de bens
penhorveis do devedor
originrio, ou seja, a
empresa em causa.
Ao PBLICO o secretrio de
Estado dos Assuntos Fiscais,
Paulo Nncio, afirma que
tem havido uma aplicao
mais rigorosa da lei, bem
como uma capacidade maior
da administrao fiscal de
detectar atempadamente da
existncia de bens detidos
pelas empresas que esto a
ser executadas. Factores que
levam, diz, obrigao de a
administrao fiscal reverter
as dvidas fiscais contra os
gerentes ou administradores
de empresas que tm dvidas
ao fisco (ver entrevista ao
lado).
Paulo Nncio,
secretrio de
Estado dos
Assuntos Fiscais,
diz que h uma
aplicao mais
rigorosa da lei
Entrevista
4
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PORTUGAL
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
Passos Coelho avisa que salrios
e penses no voltam a nveis de 2011
O primeiro-ministro defendeu on-
tem que os salrios e as penses no
podem regressar ao nvel dos atribu-
dos no perodo pr-troika, apesar
de garantir que os cortes na funo
pblica so temporrios.
A natureza temporria ou deni-
tiva dos cortes foi tema de discusso
no debate quinzenal, marcado por
um protesto do BE e pelo regresso
dos distrbios s galerias.
No frente-a-frente com Passos, An-
tnio Jos Seguro desaou o primei-
ro-ministro a dizer quais os cortes
que quer passar de provisrios a de-
nitivos. Passos Coelho insistia com
o secretrio-geral socialista sobre a
necessidade de haver um entendi-
mento entre os dois, em nome do
equilbrio das contas pblicas, no pe-
rodo ps-troika. Mas garantiu: No
podemos regressar ao nvel salarial
de 2011; no podemos regressar ao
nvel remuneratrio das penses de
2011.
O chefe do Governo respondeu
ainda que no anda a negociar nada
com a troika nas costas dos portugue-
ses. E acusou Antnio Jos Seguro
de eleitoralismo: O senhor recusou
sentar-se com o Governo com medo
de car associado aos cortes. Agora
pode ter a coragem de no car a
pensar nas eleies.
Relativamente a remuneraes,
Passos Coelho comprometeu-se a
apresentar ainda este ano uma
proposta para tornar mais susten-
tvel a Segurana Social e sobre as
remuneraes na funo pblica.
O debate entre Passos Coelho e An-
tnio Jos Seguro foi interrompido
por trs vezes por protestos nas gale-
rias contra o Governo, mas terceira
o primeiro-ministro informou que
queria continuar a falar, apesar de
ainda se ouvirem os gritos na sala.
Os dois lderes apresentaram-se
como exemplo de polticos dispon-
veis para trabalhar a convergncia
poltica. Mas, decorridos os primei-
ros 20 minutos do debate quinzenal,
PS e PSD mantinham-se distantes em
relao ao perodo ps-troika.
Os lderes dos dois principais par-
tidos tentaram imputar um ao outro
as razes pela falta de compromisso.
Ainda no tinha chegado ao Gover-
no e j tinha viabilizado oramentos
do Governo, atirara Passos Coelho a
Seguro depois de este o ter questio-
nado sobre quando que o primeiro
descobrira o valor do consenso.
Momento antes, Seguro responde-
ra a mais um desao para um enten-
dimento lembrando o acordo do PS
em relao ao tratado scal europeu
e regra de ouro. O seu apoio come-
ou e acabou a, respondeu o chefe
do Governo.
O primeiro-ministro arrancara pa-
ra o debate lembrando as avaliaes
positivas da troika e o facto de o pas
estar a dois meses de distncia do
m do programa. Temos de mos-
trar a nossa capacidade para pros-
seguir sem esse condicionamento,
alertou Passos Coelho. Quem tem
algo a dizer agora, avisou o social-
democrata.
Mais uma vez, um debate que
comeava sobre a necessidade de
compromisso resultava sobretudo
na evidncia das divergncias. Segu-
ro assumiu-o durante o debate, ao
frisar que a grande diferena que
separa o PS do Governo a estratgia
para alcanar o equilbrio das contas
pblicas. Passos evidenciou-o logo
na primeira reaco resposta do
lder socialista: Creio que no tem
razo em nenhuma das questes que
levantou.
A questo dos cortes salariais
temporrios ou denitivos haveria
de ser retomada pelo lder do PCP,
Jernimo de Sousa. H medidas que
so temporrias e ns temo-las assu-
mido como temporrias. Dou-lhe um
exemplo claro: os cortes salariais que
foram na funo pblica ainda para
este ano (2014) so temporrios. Se
verdade que no podemos regressar
ao passado, mesma bitola salarial,
tambm no podemos manter, ad
aeternum, este nvel de desvio e de
distoro do leque salarial da admi-
nistrao pblica, porque isso pe
em causa o seu futuro, respondeu
Passos Coelho.
O secretrio-geral do PCP insistiu
O debate entre Passos Coelho e Antnio Jos Seguro foi interrompido por trs vezes por protestos nas galerias c
Lderes dos sociais-democratas
e socialistas demonstram de novo
a distncia entre os dois partidos
no debate quinzenal de ontem
com o primeiro-ministro
Parlamento
Sofia Rodrigues
e Nuno S Loureno
Silncio de Passos levou Bloco de Esquerda a abandonar debate
O
s deputados do Bloco
abandonaram ontem o
plenrio, quando decorria
o debate com o primeiro-
ministro, depois de este recusar
responder a uma interpelao
de Catarina Martins. O incidente
parlamentar deu-se aps a
coordenadora do BE ter afirmado
que a palavra de Passos no
vale nada. Uma acusao que
levou o primeiro-ministro a uma
tomada de posio radical. Dado
o valor que a minha palavra tem,
no estar espera de resposta,
atirou. Perante a insistncia do
chefe do Governo, os deputados
do BE saram para no mais
voltar. sada do plenrio,
Pedro Filipe Soares, lder da
bancada bloquista, confirmou
ter solicitado presidente
da Assembleia da Repblica
uma conferncia de lderes
extraordinria sobre o incidente.
Assuno Esteves recusou a
iniciativa por no ver eficcia
imediata na reunio para a
qual apenas adivinhava uma
dimenso ruidosa.
Respeitando essa deciso, no
deixaremos de levar a questo
prxima conferncia de lderes,
reagiu Pedro Filipe Soares depois
de classificar o silncio de Passos
como um precedente grave.
No incio do frente-a-frente,
Catarina Martins comeara por
dizer que o debate poltico se
marcava pelo valor da palavra. E
confrontou o primeiro-ministro
com o anncio da criao de
um grupo de trabalho sobre
natalidade, quando h meses o
PSD apresentou no Parlamento
um conjunto de propostas nessa
rea e depois pediu o adiamento
da votao. N.S.L.
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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PORTUGAL
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5
em saber em que medidas concre-
tas sero executados os anuncia-
dos cortes adicionais previstos de
dois mil milhes de euros. Num
tom menos assertivo relativamente
ao que utilizou com Seguro, Passos
Coelho usou uma imagem com uma
pea de vesturio. H uma diferena
entre vestir uma cinta e comprimir
as despesas ou realmente emagrecer
o Estado. No h um portugus que
no tenha a noo clara de que no
podemos voltar exactamente aos n-
veis de remunerao que tnhamos
antes desta crise. No possvel. Ago-
ra, apresentaremos essas medidas
que nos permitem manter a trajec-
tria oramental, seja do lado das
penses, seja das remuneraes da
administrao pblica, armou.
Jernimo de Sousa acusou ainda
o chefe de Governo de ter acertado
com a troika o relatrio da 12. avalia-
o s ser conhecido em Junho, aps
as eleies europeias. Em Junho vir
a factura. Voto arrecadado, factura
apresentada, mas no dita explici-
tamente, atirou o lder comunista.
Na resposta, Passos Coelho recusou
manobras eleitoralistas e adiantou
que as linhas de fora oramentais
estaro no Documento de Estratgia
Oramental, que ser apresentado
em Abril.
O lder da bancada do PSD, Lus
Montenegro, lamentou a posio de
isolamento do PS, mas optou por
questionar o primeiro-ministro sobre
a Ucrnia. Passos Coelho aproveitou
para apelar moderao sobre a
expresso de opinies sobre a situa-
o daquele pas.
contra o Governo
NUNO FERREIRA SANTOS
Um cartaz e um logtipo com um
ponto de interrogao em grande
plano. Uma cano de 2014, Resis-
tir de novo, que apela a um novo
despertar. E uma medalha come-
morativa do 40. aniversrio do 25
de Abril. Estas so as principais ini-
ciativas que a Associao 25 de Abril
(A25) apresentou ontem na sua sede
em Lisboa.
Do programa de comemoraes
dos 40 anos do 25 de Abril pela A25
constam um cartaz e um logtipo,
ambos da autoria de Jlio Pomar e de
Henrique Cayatte. Trata-se de uma
imagem com fundo vermelho, com
um ponto de interrogao branco de-
senhado ao centro, e as datas, 1974 a
verde e 2014 a preto.
Questionado sobre o signicado
do ponto de interrogao, Jlio Po-
mar justicou-se com a incerteza dos
tempos, sublinhando a gravidade do
momento que estamos a atravessar.
Daqui para a frente, o que que vai
ser?, questionou. O autor da ima-
gem referiu-se ainda urgncia de
discutir a revoluo dos cravos, no-
tando que a mdia de idades das pes-
soas presentes era um sinal muito
grave, sendo por isso fundamental
aproveitar a experincia dos que
zeram Abril.
A associao anunciou que vai
apresentar uma medalha comemo-
rativa, feita em bronze, que assinala
um perodo signicativo da implan-
tao e consolidao da democracia
em Portugal que, para o seu autor,
Jos Aurlio, tem algo de buclico e
romntico. Ser tambm cunhada
uma moeda de dois euros que entra-
r em comercializao, da responsa-
bilidade da Casa da Moeda.
A cano Resistir de novo, de Jos
Jorge Letria e Carlos Alberto Moniz,
entoada ontem na associao, faz
parte de um CD do lbum Cano
dos 40 anos de Abril resistir de no-
vo. A letra da msica aborda a actu-
al situao de crise a incerteza do
futuro, a hipoteca estrangeira e a
emigrao para dizer que preci-
so despertar e resistir de novo.
Um apelo a uma nova revoluo, a
passar pela cabea dos promotores
da iniciativa?
Um ponto
de interrogao
para os 40 anos
do 25 de Abril
No nos passa pela cabea, est-
nos na cabea, respondeu Vasco
Loureno. Mas, destacou, trata-se de
uma revoluo diferente, feita es-
sencialmente pelo povo portugus,
que no pode continuar a aguentar
a sela que lhe colocaram em cima, a
assistir, inclusivamente, ao facto de
quem nos ocupa estar a iniciar uma
nova guerra mundial. E, por isso, o
capito de Abril insiste que o povo
tem de reagir.
No temos c botas cardadas a
ocupar-nos, mas estamos ocupados.
Alis, so os prprios governantes
que falam em ocupao. Estamos a
dar um grito de revolta e esperemos
que os portugueses sejam capazes
dessa nova revoluo, especicou.
Vasco Loureno informou ainda
que a A25 props RTP a realizao
de um espectculo educativo no dia
25 de Abril, em directo para todo o
pas, mas, de acordo com o dirigen-
te, no houve acordo entre as duas
entidades sobre o evento. A RTP su-
geriu que a associao participasse
na transmisso do tradicional espec-
tculo, na Praa do Rossio. No acei-
tmos. Pensmos que os moldes que
eles queriam para o espectculo, com
a capa de dar voz juventude, iam
desvirtuar e branquear o 25 de Abril.
Deve ter havido ali alguma deter-
minao superior, [a convico] de
que o nosso espectculo podia ser
demasiado subversivo para os tem-
pos que correm, disse Vasco Lou-
reno, lamentando a forma como a
Assembleia da Repblica est a pre-
parar as comemoraes: pena que
quem tinha o dever de comemorar
[a liberdade] de forma aberta tenha
tanta vergonha de o fazer.
O presidente da A25 tambm
anunciou que quem protagoni-
zou a revoluo de h 40 anos no
aprova a ideia de se transferir tem-
porariamente o Posto de Comando
da Pontinha, onde se coordenou a
operao militar de 1974, para a As-
sembleia da Repblica. O posto no
se pode connar a objectos e mate-
riais utilizados nas misses, argu-
mentou, salientando que o prprio
edifcio tem um signicado especial.
Deveria, sim, classicar-se o posto de
comando como um edifcio de inte-
resse nacional, defendeu.
12.
Jernimo de Sousa acusou
Passos de ter acertado com
a troika o relatrio da 12.
avaliao s ser conhecido
em Junho, aps as europeias
Comemoraes
Melissa Lopes
Vasco Loureno criticou
a forma envergonhada
como o Estado est a
preparar a comemorao
da revoluo dos cravos
O
PS defendeu que o
processo legislativo deve
prosseguir, a maioria
no levantou objeces
e a Comisso parlamentar de
Assuntos Constitucionais vai
enviar o diploma para votao
em plenrio. O projecto de
lei socialista de co-adopo
cujo processo estava
congelado devido proposta
de referendo do PSD
dever ser votado na prxima
semana. Foi na conferncia
de lderes de ontem que os
socialistas deram a conhecer
a sua posio em relao
consequncia directa
do chumbo do Tribunal
Constitucional proposta de
referendo. H um projecto
de lei que est em sede de
comisso e a que o processo
tem de ser desenvolvido,
resumiu o deputado socialista
Antnio Braga ao PBLICO.
Segundo o deputado, no
houve contestao da maioria
em relao a essa posio.
O projecto de lei, j pronto h
semanas, vai assim a votao
final global. Na prxima
quarta-feira, ser acrescentado
um ponto ordem de trabalhos
da comisso, em que se
renovar a deciso de enviar
para a mesa da presidncia
o projecto de lei do PS,
confirmou o presidente da
comisso parlamentar de
Assuntos Constitucionais, o
social-democrata Fernando
Negro. De acordo com a
prtica parlamentar, e no
havendo contestao da
maioria, a votao dever ser
agendada para sexta-feira, dia
14 de Maro.
PSD e CDS pretendiam
adiar a questo para depois
das europeias. Na semana
passada, depois de uma
reunio do grupo parlamentar
do PSD, o lder da bancada,
Lus Montenegro, havia feito
um apelo ao PS para que se
deixasse o tema para mais
tarde, uma vez que a maioria
est legalmente impedida de
reapresentar uma proposta de
referendo antes das prximas
eleies. Nuno S Loureno
Co-adopo deve
ser votada dia 14
Vasco Loureno
contra a
mudana
do posto de
comando da
Pontinha para o
Parlamento
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PORTUGAL
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
RUI GAUDNCIO
FERNANDO VELUDO/NFACTOS
Programa foi reduzido a 101 tweets, tantos quantos os dlmatas da histria da Disney, notou Rangel
Pensado para a gerao das redes
sociais, o programa eleitoral da co-
ligao PSD/CDS, apresentado on-
tem, est organizado em 101 pontos.
Tantos quantos os dlmatas [a his-
tria infantil da Disney] em forma de
tweet, uma mensagem curta com
menos de 300 caracteres, armou
o cabea de lista, Paulo Rangel, nu-
ma sesso com dirigentes do PSD
e do CDS, na qual no chegaram a
ser revelados os nomes de todos os
candidatos da coligao e que se
realizou na ausncia de alguns dos
candidatos j conhecidos.
O objectivo que os utilizado-
res de redes sociais possam fazer
passar as nossas ideias, explicou
Paulo Rangel. S este modo de co-
municao, 101 tweets, textos cur-
tos, incisivos, em que cada um deles
contem uma ideia, uma mensagem,
uma ideia ou uma mensagem por-
ttil, que cada um possa levar para
todo o lado, s este manifesto j
todo um programa no seu modo de
comunicao, salientou o eurode-
Paulo Rangel e Nuno Melo
apresentam programa para
as europeias e criticam Seguro
putado, provocando alguns risos na
sala de um hotel, em Lisboa.
Da plateia estiveram ausentes
os presidentes do PSD e do CDS e
no foi divulgado nesse momento
a candidata que ocupar o oitavo
lugar da lista e que foi indicada pelo
partido de Paulo Portas. S noite
o perl e o nome da candidata fo-
ram revelados, durante o Conselho
Nacional do CDS, convocado ontem
para raticao da lista. Trata-se da
militante Ana Birrento, professora
universitria e presidente do centro
de distrital da Segurana Social de
Setbal. A hiptese de ser escolhida
uma mulher que no integra o grupo
parlamentar do CDS nem dirigente
nacional do partido j era admitida
tarde por alguns centristas.
Horas antes de o PS promover a
apresentao ocial do cabea de
lista s europeias, na noite passa-
da (ver texto ao lado), Paulo Rangel
acusou Antnio Jos Seguro de estar
apostado na divisa do quanto pior
melhor e de zombar da imagem
de Portugal. O social-democrata de-
saou o secretrio-geral do PS a di-
zer na noite de ontem por que razo
no tenta um entendimento com o
Governo. Se est to preocupado
[com Portugal], por que no se senta
para um acordo, para Portugal sair
de forma negociada e com sucesso
do programa de assistncia, desa-
ou Paulo Rangel, depois de con-
denar o comportamento do lder
do PS na visita que fez a Londres,
onde proferiu uma comunicao
na London School of Economics. E
insistiu: Caro secretrio-geral do
PS, responda, por favor. Por que
vai fazer um retrato negro do pas?
Ainda por cima, falso e errneo, que
prejudica os portugueses?
O mesmo recado j tinha sido da-
do por Nuno Melo, do CDS, em quar-
to lugar da lista Aliana Portugal.
Choca ver, custa perceber que [Se-
guro faa isto], no exacto momento
em que tudo se joga, em que Portu-
gal querer terminar o resgate em
17 de Maio. Quando externamente
reconhecem os resultados, l fora,
no estrangeiro, o secretrio-geral do
PS faz tudo para dizer o contrrio,
acusou o centrista.
Os 101 pontos do programa elei-
toral da coligao Aliana Portugal,
que Paulo Rangel quer ver espalha-
dos por telemvel, computador a
computador, foram resumidos pe-
lo eurodeputado do PSD em cinco
prioridades: unio bancria; cres-
cimento; comrcio livre; polticas
demogrcas; e nanciamento para
as regies ultraperifricas. O euro-
deputado do CDS enumerou nove
prioridades, entre as quais incluiu
a agricultura.
Na arquitectura institucional, Pau-
lo Rangel defendeu o princpio de
mais democracia e mais integra-
o. Nenhum dos dois respondeu
a perguntas dos jornalistas. Seguro ontem noite na apresentao oficial de Assis
Francisco Assis acusou ontem noi-
te o primeiro-ministro, Pedro Passos
Coelho, de ser o responsvel pela
situao crtica que o pas vive e no
a chanceler alem Angela Merkel,
como muitos dirigentes da actual
maioria PSD/CDS dizem. O proble-
ma do pas no a senhora Merkel
mesmo o primeiro-ministro que
fez do programa de ajustamento -
nanceiro o seu programa ideolgico
para governaro o pas, sublinhou
o cabea de lista do PS na sesso de
apresentao da sua candidatura ao
Parlamento Europeu, que decorreu
na Alfndega do Porto.
Assis apontou as diferentes entre
a candidatura socialista, por si en-
cabeada, e aquela que liderada
pelo social-democrata Paulo Ran-
gel, dizendo que o cabea de lista
da Aliana Portugal protagoniza um
projecto de manuteno da auste-
ridade para Portugal.
A opo que temos que fazer
muito simples: como em quase to-
das as dicotomias da vida, a dife-
rena entre a resignao ao situa-
cionismo em Portugal e na Europa
e a forma cvica como ns vemos a
poltica, disse Assis.
Escolhido e anunciado o candi-
dato, Antnio Jos Seguro vai agora
tratar da lista ao Parlamento Euro-
peu (PE), que ser divulgada at ao
nal deste ms. Embora o secret-
Francisco Assis defende
que problema do pas
no Angela Merkel
mas Passos Coelho
rio-geral do PS tenha sido inexvel
na aplicao da lei de limitao de
mandatos nas recentes eleies au-
trquicas, tudo indica que a regra
no ser aplicada nas europeias,
uma opo que no agradar a al-
guns elementos da sua direco.
Especula-se muito sobre a lista
que Antnio Jos Seguro vai apre-
sentar e a questo que se coloca
saber se vai fazer uma grande reno-
vao ou se opta por manter alguns
dos eurodeputados socialistas. Mas
h no PS quem diga que Seguro no
quer nesta altura abrir nenhuma
frente, porque quer ser primeiro-
ministro, razo pela qual dizem
escolheu Francisco Assis.
Todavia, no PS as opinies divi-
dem-se. Uns acreditam que o lder
do partido no vai mexer muito na
lista, dando como garantida a recon-
duo de Elisa de Ferreira, que j
cumpriu dois mandatos, Correia de
Campos e Vital Moreira.
De sada poder estar o eurode-
putado Capoulas Santos, distinguido
pelo Parlamento Europeu no mbito
do Prmio Eurodeputados 2014
na rea da agricultura e desenvol-
vimento rural, e Lus Paulo Alves
(Aores).
Fonte do PS disse ao PBLICO que
para o lugar do eurodeputado dos
Aores dever ser indicado um ou-
tro socialista da regio. Rera-se que
nas eleies autrquicas de Setem-
bro, Capoulas Santos recusou enca-
bear a lista do PS Cmara de vo-
ra, que regressou s mos da CDU.
Um dos nomes de que se tem falado
para integrar a lista do PS ao Parla-
mento Europeu o do ex-lder da
UGT, Joo Proena, que j fez saber
que gostaria de ser eurodeputado,
bem como do ex-lder parlamentar
socialista, Carlos Zorrinho.
Eleies europeias
Margarida Gomes
Aliana Portugal
Sofia Rodrigues
Francisco Assis foi ontem
noite apresentado
oficialmente como
candidato dos socialistas ao
Parlamento Europeu
O oitavo lugar da lista ao
Parlamento Europeu ser
ocupado pela militante
centrista Ana Birrento,
soube-se ontem noite
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PORTUGAL
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
Quase cinco anos depois da queixa,
a ZON Optimus resolveu desistir do
processo que corria em tribunal por
causa do concurso da licena para o
quinto canal aberto em sinal digital.
O PBLICO apurou que a ZON Op-
timus e a ZON II Servios de Tele-
viso enviaram um requerimento ao
Tribunal Administrativo de Lisboa a
26 de Fevereiro passado, anunciando
a sua desistncia do pedido de aco
que haviam interposto e requerendo
a extino da instncia.
A ZON e a Telecinco, as duas candi-
datas ao concurso da licena do quin-
to canal em sinal digital, foram chum-
badas pela Entidade Reguladora para
a Comunicao Social em Abril de
2009 por falta de qualidade. Ambas
recorreram da deciso para tribunal.
A Telecinco interps uma providn-
cia cautelar, a que o tribunal deu ra-
zo, e processou depois a Entidade
Reguladora da Comunicao Social
(ERC) por ter sido excluda, congelan-
do a possvel reabertura do concurso.
Em Dezembro de 2012, a Telecinco
resolveu desistir da queixa que zera
na Relao de Lisboa porque pouco
tempo depois iria perder a iseno
das custas judiciais. Na altura, o ad-
vogado do consrcio, que inclua os
antigos jornalistas David Borges e
Emdio Rangel e tambm o j faleci-
do Carlos Pinto Coelho, justicou ao
PBLICO a deciso com os custos e
com o facto de no haver qualquer
previso de um prazo para o desfe-
cho do processo.
O PBLICO contactou a assessoria
da ZON Optimus mas no conseguiu
obter um comentrio sobre esta de-
sistncia processual.
Com esta sada de cena da ZON Op-
timus, ca assim aberto o caminho
para um novo concurso, de forma a
que o quinto canal, o nico realmen-
te novo que deveria ter sido lanado
na plataforma da TDT, possa avanar.
No entanto, isso ainda dever demo-
rar. O ministro da tutela pediu ERC
e Anacom que organizem uma con-
sulta pblica sobre o futuro da TDT e
tem tambm um grupo de trabalho
no seu gabinete que est a estudar o
dossier. Poiares Maduro sempre de-
fendeu que a oferta de TDT escassa.
O Conselho de Opinio (CO) da RTP
defendeu no Parlamento que os seis
membros do novo Conselho Geral
Independente, previsto nos estatutos
da empresa, no devem ser remu-
nerados, sob pena de certas perso-
nalidades perderem o interesse em
integrar o rgo.
O presidente do CO, Manuel Coe-
lho da Silva considera que estas per-
sonalidades devem ser especialistas
nas suas competncias e reectir o
que a sociedade pensa sobre a rdio
e a televiso pblicas.
No precisamos de especialistas
da rdio e televiso, mas de per-
sonalidades com conhecimento e
competncias e que possam reec-
tir aquilo que os portugueses pensam
sobre que o servio pblico, disse,
durante a audio sobre as recentes
alteraes s leis da TV, rdio e ser-
vio pblico. Manuel Coelho da Silva
alertou para uma potencial coni-
tualidade entre o CGI e o conselho
de administrao da RTP se no for
claricado na lei que aquele rgo
no deve interferir no trabalho da
gesto da empresa. E defendeu que
o CGI no deve estar [na RTP] per-
manentemente para no criar falta
de responsabilizao do conselho de
administrao, apontando que es-
ta tambm uma justicao para a
no remunerao dos seus membros.
Considerou ainda que no faz sen-
tido que o Conselho de Opinio no
seja ouvido no caso de uma eventual
destituio da administrao da RTP,
defendendo que sempre que houver
uma deciso do Conselho Geral In-
dependente este deve ter um pare-
cer prvio do Conselho de Opinio.
Esta medida no est nos estatutos,
mas Manuel Coelho da Silva espera
que o diploma venha a integrar es-
ta sugesto, j que uma articulao
entre o CGI e o Conselho de Opinio
uma garantia de independncia.
E tambm diz ser contra a existncia
do cargo de director-geral de conte-
dos, porque esse sim, pode por em
causa a liberdade dos directores de
informao e de programas, disse.
Manuel Coelho da Silva alertou pa-
ra a questo da rdio, que no tem o
mesmo tratamento que a televiso,
dizendo ser preciso pensar no futu-
ro daquele meio de comunicao.
O presidente do CO defendeu ainda
a aposta na formao dos trabalha-
dores da RTP, a existncia de prove-
dores para avaliar os contedos das
televises privadas e o alargamento
da oferta da TDT. Lusa
ZON Optimus
desistiu do
processo do
quinto canal
Remunerar
o Conselho
Geral levanta
dvidas
Televiso Digital Terrestre
Maria Lopes
Novo rgo da RTP
Concurso estava em
tribunal porque os
candidatos impugnaram
a deciso da ERC, que
chumbou as propostas
TIAGO MACHADO
Comisso exige ao MAI que avise os participantes da manifestao de que esto a ser filmados
Nada de som, s imagem. E estas no
podero ser copiadas nem usadas pa-
ra aplicar processos disciplinares aos
elementos das foras de segurana,
mas apenas em processos criminais
caso haja incidentes que ponham
em causa a segurana de pessoas e
bens.
Foram estas as imposies da Co-
misso Nacional de Proteco de Da-
dos (CNPD) para aprovar o pedido
feito pelo Ministrio da Administra-
o Interna (MAI) para lmar a mani-
festao da GNR, PSP, PJ, ASAE, SEF,
Guarda Prisional e Polcia Martima,
marcada para as 18h de hoje, entre
o Marqus de Pombal e o largo fron-
teiro ao Parlamento.
De acordo com o parecer da CNPD
a que o PBLICO teve acesso, o MAI
pediu comisso autorizao para
usar trs cmaras de vdeo portteis
para monitorizao de incidentes
policiais na manifestao prevista
para hoje. A autorizao foi dada, mas
com condicionantes. Desde logo o ti-
po de lmagem: o pedido foi para a
captao de imagens, reala a CNPD,
por isso, as cmaras cuja marca e
Proteco de Dados autorizou
MAI a filmar manifestao
de polcias hoje no Parlamento
modelo foram identicados no pedi-
do de parecer no podero gravar
o som. E se os aparelhos no permi-
tirem gravar apenas imagens sem
som, ento no devem ser usados.
A comisso exige tambm que o
MAI avise os participantes da mani-
festao de que esto a ser lmados
e que os agentes que esto a usar
as cmaras estejam devidamente
identicados. Mas que seja ainda
mais pr-activo e por isso sugere
que a informao de que haver
lmagem na manifestao atravs
de cmaras portteis e a nalidade
da mesma sejam publicitadas no s-
tio da Internet da PSP e atravs de
rgos de comunicao social. Ou-
tra imposio que no sejam feitas
quaisquer cpias das gravaes se
houver relevncia criminal, devem
ser remetidos ao Ministrio Pblico
os originais, no podendo a PSP car
com cpia e todos os acessos a es-
ses contedos sejam registados.
O parecer lembra ao MAI que as
imagens recolhidas s podem ser uti-
lizadas para o efeito de proteco da
segurana das pessoas e bens e pre-
veno da prtica de factos ilcitos
qualicados pela lei como crimes,
no podendo em consequncia servir
de prova no mbito de procedimen-
tos disciplinares. Esta recomenda-
o vem na sequncia do anncio de
que seriam levantados processos dis-
ciplinares aos elementos das foras
de segurana que na manifestao
de 21 de Novembro tinham rompido
as barreiras de segurana e subido a
escadaria do Parlamento at porta.
J o aumento de 25 para 50 euros
por ms de suplemento para farda-
mento das foras de segurana, de-
cidido ontem em Conselho de Minis-
tros, considerado uma migalha
pela GNR e pela PSP. Jos Alho (GNR)
lembra o corte de 150 euros mensais
nos diversos suplementos que rece-
biam e a obrigatoriedade de comprar
uma nova farda nos prximos meses.
Por isso, a benesse anunciada no ser-
vir para desmobilizar.
Mantemos o sentimento de revol-
ta com os cortes anunciados para o
oramento deste ano e que nos fez
sair rua a 21 de Novembro, ar-
mou ao PBLICO Paulo Rodrigues
(PSP). A organizao espera uma pre-
sena reforada em relao ao lti-
mo protesto, estimando que estejam
12 mil pessoas. Para evitar abusos e
confuso, Paulo Rodrigues diz que
a organizao est atenta a pesso-
as activas nas redes sociais que no
pertencem a estas foras e que dizem
que se vo juntar ao protesto. No
queremos que ponham em causa os
nossos motivos nem que venham
ofuscar as nossas reivindicaes por
ms razes. Queremos que comece e
acabe da melhor maneira.
Jos Alho, da GNR, diz esperar que
no se repitam os distrbios de No-
vembro, mas garante que, se acon-
tecerem, a GNR sair muito reforada
aos olhos da opinio pblica e ajuda-
r ao aceleramento da aprovao da
lei orgnica da guarda e at a uma
nova distribuio territorial.
Protestos
Maria Lopes
Governo duplica subsdio
de fardamento mas polcias
desvalorizam migalha de
50 euros mensais e voltam
hoje a protestar frente AR
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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PORTUGAL
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No fcil tomar o pequeno-
almoo com um primeiro-ministro
luxemburgus cujo nome no
Jean-Claude Juncker. Durante
18 anos, ele foi uma presena
constante no Conselho Europeu,
nos bons e nos maus momentos,
como se zesse parte do cenrio,
enquanto os outros mudavam.
Como presidente do Eurogrupo
desde 2005, teve um papel
fundamental na resposta crise
da dvida soberana. No se
trata apenas de uma questo de
longevidade poltica. Juncker,
com a sua inteligncia e o seu
conhecimento profundo da
integrao europeia, era um
defensor do interesse comum a
todos, mais ricos ou mais pobres
(o Luxemburgo o mais rico), do
Norte ou do Sul. Um democrata-
cristo que, como muitas vezes
ouvi dizer, era um cristo-socialista.
Xavier Bettel, o jovem liberal
(41 anos feitos em Lisboa) que o
substituiu, primeiro-ministro de
uma coligao com os socialistas e
os verdes. No cargo h trs meses,
ainda lhe falta experincia para
navegar sem bssola no labirinto
europeu. Cordial e descontrado,
fala vontade da crise europeia
e da maneira de sair dela. O seu
pas mantm o triplo A. Mas a
economia, assente num sector
nanceiro gigantesco (que oferece
excelentes condies de secretismo
ao capital internacional), no cou
imune crise. Como nos explicou (a
mim e a Nuno Aguiar, do Negcios),
Crnica
Teresa de Sousa
o desemprego, que era de 2,3%
antes da crise, passou para 7,1%, e
a dvida pblica de 6% na mesma
altura j est em 30%.
sobre estes indicadores
preocupantes que assenta
a mensagem mais importante
que trouxe a Lisboa e que pouco
transpareceu na conferncia de
imprensa conjunta com o seu
homlogo portugus: no temos
lugar para mais portugueses
com baixas qualicaes,
que continuam a chegar ao
Luxemburgo ao ritmo de 10 mil por
ano. Hoje, com o desemprego,
mais difcil absorver os imigrantes
do Sul da Europa com qualicaes
muito baixas, acrescenta o
ministro da Justia, Flix Braz,
que, nem de propsito, luso-
descendente (nasceu l mas os
irmos ainda nasceram c), e
membro do partido ecologista. O
argumento est no desemprego.
A mensagem: se insistirem em
ir, tero provavelmente piores
condies de vida do que as
que tinham na ptria. No se
trata, diz o primeiro-ministro do
Luxemburgo, de sermos como a
Sua, continuamos a respeitar
a livre circulao, mas temos
de cortar nos gastos sociais (dos
mais generosos da Europa), se
queremos evitar as mesmas
medidas que Portugal teve de
adoptar. Pouco depois, o primeiro-
ministro portugus haveria de
dar a relao entre Portugal e
o Luxemburgo em matria de
imigrao como exemplo daquilo
que deve ser a Europa, quando
se trata da livre circulao. Mas o
maior banho de gua fria viria a
seguir alis muito sublinhado
pelos seus assessores, no fosse
car qualquer dvida. Portugal
tem de continuar a aplicar a
austeridade, aceitando as condies
europeias para o apoio sua
economia. Consequncias sociais
ou consequncias econmicas
da aplicao do programa de
ajustamento so coisas que lhe
esto distantes. Tentmos explicar
que a austeridade matou uma
parte da economia, o que parece
uma novidade. Que a unio
bancria, incluindo o mecanismo
de resoluo, urgente para
Portugal, para conseguir nanciar
a economia com taxas de juro
mais prximas das dos pases do
Norte. Os seus assessores parecem
absolutamente insensveis ao
argumento. No m, quando lhe
perguntmos se, anal, o que
pensa sobre os problemas dos
pases sujeitos a programas, sobre
a unio bancria ou sobre uma
futura mutualizao da dvida
exactamente o mesmo que a
chanceler alem, a sua resposta no
podia ser mais cndida: Sim.
O Norte e o Sul
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PORTUGAL
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
ENRIC VIVES-RUBIO
Autoridades portuguesas vo poder
ordenar escutas noutros pases da UE
Directiva sobre escutas uniformiza as normas dentro da Unio Europeia
Chama-se deciso europeia de in-
vestigao (DEI) e um instrumento
novo que, quando entrar em vigor,
permitir s autoridades judiciais de
um pas da Unio Europeia ordenar
escutas, buscas ou a audio de teste-
munhas noutros Estados-membros.
O objectivo da directiva aprovada
h dias pelo Parlamento Europeu
(com 467 votos a favor, 22 contra e
dez abstenes) facilitar as inves-
tigaes penais transnacionais, em
crimes como o terrorismo, o homi-
cdio, o rapto, o trco de droga, a
corrupo, as redes de pedolia e o
trco de pessoas, entre outros. O
novo mecanismo ainda est longe de
estar operacional, j que ter de pas-
sar pelo crivo do Conselho Europeu
e de ser publicado no jornal ocial
da UE. A partir dessa data, os Esta-
dos-membros tero trs anos para
transpor a directiva. Mesmo assim,
esta aprovao constitui um marco
importante na cooperao judiciria
entre pases da Unio (UE), pondo
m a um processo negocial difcil,
que durou cerca de trs anos.
A determinao de prazos para
a anlise dos pedidos, que sero
realizados atravs de formulrios-
padro, uma das novidades deste
instrumento. A aceitao ou no do
pedido de obteno de provas de-
ver ser feita no prazo de 30 dias.
Se merecer a concordncia das au-
toridades judiciais do pas receptor,
a medida de investigao dever ser
executada num mximo de 90 dias.
Se no for possvel cumprir estes pra-
zos, a autoridade que deve executar
o pedido ter de informar o Estado
de emisso dos motivos do atraso.
A deciso relativa aceitao, bem
como a execuo efectiva da medida
de investigao devero ocorrer com
a mesma celeridade e prioridade que
em processos nacionais similares,
diz a directiva aprovada na quinta-
feira passada.
Casos mediticos como os de Ma-
deleine McCann ou o Freeport, para
dar dois exemplos que envolveram
dois pases Portugal e a Inglaterra
, teriam desde logo beneciado des-
ta directiva pela menor complexida-
de administrativa e burocrtica que
assegurar, armou num comuni-
cado Nuno Melo, o eurodeputado do
CDS que foi relator desta proposta.
Actualmente, j existem mecanis-
mos de cooperao judiciria entre
pases, mas estes esto dispersos por
vrios diplomas, so diferentes de
Estado para Estado e dependem, por
vezes, de acordos bilaterais. Esta di-
rectiva uniformiza as normas dentro
da UE e dene o funcionamento dos
pedidos de obteno de prova.
Em Dezembro de 2008 foi aprovada
uma deciso-quadro que criou o man-
dado europeu de obteno de provas.
Mas o facto de o mecanismo s se apli-
car a elementos de prova j existentes
e de no ter vigorado nas ordens in-
ternas ditou o seu insucesso.
Foi um fracasso, resume o pro-
curador Jorge Costa, especialista em
cooperao judiciria. O magistra-
do considera esta directiva um passo
importante na melhoria do sistema
de recolha e validade da prova, mas
nota que ainda demorar bastante
at estar ao dispor das autoridades
judicirias portuguesas. Todos os
documentos aprovados na UE de-
moram muito tempo a entrar em
vigor. Nesta altura ainda no esto
transpostas vrias directivas na rea
da Justia que foram aprovadas em
2009 e 2010, exemplica.
O diploma agora aprovado prev
ainda em que situaes possvel um
Estado-membro recusar o pedido de
obteno de provas, o que inclui ca-
sos em que o mesmo possa prejudi-
car interesses nacionais essenciais
de segurana, ou se no for autori-
zado pela lei do Estado executor em
processos nacionais semelhantes. A
DEI poder tambm ser recusada por
existir imunidade ou privilgio do vi-
sado na lei do Estado que ir executar
o pedido. Admite-se ainda que este
Estado adie a sua execuo, quando
esta possa prejudicar uma investiga-
o ou aco criminal em curso ou
os objectos, documentos ou dados
em causa j estejam a ser utilizados
noutro processo. A autoridade de
execuo pode ainda recorrer a uma
medida de investigao diferente da
indicada no pedido, caso essa condu-
za ao mesmo resultado, mas utilize
meios menos intrusivos.
Em princpio, o Estado que cum-
pre o pedido suporta todas as despe-
sas relacionadas com a execuo da
DEI, menos as consideradas excep-
cionalmente elevadas, como as de-
correntes de transcrio e traduo
de escutas telefnicas.
Directiva aprovada no Parlamento Europeu h dias ainda demorar anos a entrar em vigor. Especialista
considera novo instrumento um passo importante na melhoria do sistema de recolha da prova
Justia
Mariana Oliveira
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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PORTUGAL
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PAULO PIMENTA
Dirigentes da FNE reuniram-se ontem com o Ministrio da Educao
A dirigente da Federao Nacional
de Educao (FNE) Lucinda Dmaso
armou ontem que saiu com mais
dvidas do que com informaes
da primeira reunio com o Minis-
trio da Educao e Cincia (MEC)
para a negociao do diploma so-
bre os concursos de colocao dos
professores. Estamos a falar de um
assunto essencial para a vida pro-
ssional e pessoal dos docentes
no vamos abord-lo com pressas
e em cima do joelho, demasiado
importante o que est em causa,
declarou ao PBLICO, criticando a
forma como o ministrio tutelado
por Nuno Crato est a conduzir o
processo.
Segundo Lucinda Dmaso, na
reunio de uma hora e vinte mi-
nutos a primeira para negociar
as alteraes legislao cou a
perceber que o MEC se prope fazer
um concurso anual externo para a
vinculao de docentes que cum-
pram o 6. ano de contrato conse-
cutivo e completo na mesma rea de
disciplinas e para os que vejam o seu
contrato renovado pela quinta vez.
Mas porqu cinco contratos para
uns e quatro para os outros? No sei,
no percebi, comentou. Tambm
disse ter cado com a ideia de que
o MEC prope manter a contrata-
o de escola nos agrupamentos
dotados de autonomia, mas num
FNE avisa que no
negociar concurso
de professores
em cima do joelho
modelo com alteraes que no
teve tempo para analisar.
A proposta s nos foi entregue,
em papel, a meio da reunio. E ape-
nas trs exemplares. No estamos em
condies de comentar seja o que for
antes de a analisar cuidadosamente
e receio que no consigamos enviar
uma contraproposta no dia 10, como
pede o ministrio. Compreendemos
a pressa do MEC para lanar os con-
cursos, mas deveria ter comeado a
tratar disto mais cedo este assunto
tem de ser tratado com seriedade e
serenidade, frisou.
A FNE continua a defender a vin-
culao de todos os professores
contratados que cumpriram mais
de trs anos de contratos anuais e
sucessivos desde 2001, altura em
que entrou em vigor uma directi-
va comunitria que visa combater
o abuso do recurso aos contratos
temporrios. Alm disso, contesta
a contratao de escola e defende
a colocao de todos os professo-
res de forma centralizada, pelo que
as ideias que Lucinda Dmaso diz
ter conseguido reter parecem no
coincidir com as exigncias da FNE.
Educao
Graa Barbosa Ribeiro
As negociaes sobre
as novas regras para a
colocao de professores,
atravs de concursos,
comearam ontem
DR
Desafio foi feito a alunos do 10. e 11. ano de quatro secundrias do pas
Querem menos horas de aulas, mais
rvores. A comida na cantina s ve-
zes est salgada, outras vezes falta
sal. Querem msica, uma rdio,
acesso livre Internet, contestam
o facto de s os professores terem
a palavra-passe. Estas so apenas al-
gumas das reivindicaes de alunos
de quatro escolas do pas que fazem
parte de um conjunto de oito lmes
exibido a 5 de Maro na Fundao
Calouste Gulbenkian.
O desao, feito a alunos do 10. e
11. ano de quatro secundrias do
pas em Mondim de Basto, bidos,
Vilela e Vila Nova da Barquinha ,
consistiu em identicarem os pon-
tos positivos e negativos da escola e,
atravs dessa reexo, fazerem um
lme. Em cada escola constituram-
se dois grupos: um que construiria
um ponto de vista sobre o lado posi-
tivo; outro acerca do negativo.
Nos lmes h momentos encena-
dos, como as manifestaes, mas
tambm h alturas em que eles se
esquecem da cmara. H uma alu-
na que chora ao mesmo tempo que
diz que gostava de ter uma vida
mesmo muito maluca: Viajar por
todos os stios, conhecer culturas
diferentes. Faz parte de um grupo
de jovens de um curso tecnolgico,
que estuda fotograa. Queixam-se
de que o ambiente da escola no
bom, mesmo entre colegas: Vejo no
olhar das pessoas, aquele olhar de
gozo, apontar mesmo. um bocado
mau isso. Outra colega conta que,
se pudesse, mudava o relaciona-
mento entre professores e alunos:
Eu sinto muito aqui, principalmen-
te na cantina, sinto um bocado di-
ferena entre alunos e professores.
Porque s vezes h las enormes,
os alunos esto ali h muito tempo
espera e os professores chegam l
e almoam hora que chegam. E se
eles do aulas, ns tambm temos
aulas. Alis, sempre me ensinaram
que o respeito e mostrar que estou
certo vem sempre de cima.
uma reexo sobre a escola,
feita por adolescentes. Tem trans-
gresso, tenses: Quisemos passar
a barreira do politicamente correc-
to, conta a realizadora Filipa Reis,
No lado bom j est tudo
bem, no lado mau que
podemos melhorar a escola
alizadores dos documentrios Li K
Terra e Bela Vista, e tambm pela
actriz e encenadora Maria Gil. A di-
rectora do programa Gulbenkian
Educao para a Cultura e Cincia,
Maria de Assis, salienta que o objec-
tivo foi tambm dar aos alunos mais
conhecimentos sobre os processos
ligados construo de um vdeo
e leitura de imagens. Admite, po-
rm, que o tema da escola se tornou
to importante que acabou por
se sobrepor questo da literacia
visual.
Mas o projecto teve frutos: houve
casos em que os alunos constituram
uma associao de estudantes e ou-
tros em que, como em Vila Nova da
Barquinha, conseguiram acesso
Internet. Ns vamos l fazer uma
exploso e depois vimo-nos embo-
ra, brinca Filipa Reis. O professor
de Matemtica de Vila Nova da Bar-
quinha, Paulo Tavares, no tem d-
vidas de que o processo foi enri-
quecedor em termos formativos:
At para tomarem conscincia de
que, para conseguirem algo, tm
de dizer o que no est bem. Isso
d-lhes uma conscincia crtica e
construtiva maior.
Pedro Rodrigues, de 16 anos, esco-
lheu o grupo do no, o dos pontos
negativos. Justica que tanto o pai
como a me trabalham na escola e
que, por isso, sempre esteve mui-
to ligado ao lado bom. No lado
bom j est tudo bem, no lado mau
que podemos melhorar a escola, e
eu gosto de mudana, acrescenta.
No caso desta escola do Agrupamen-
to Josefa de bidos, depois da sema-
na das ocinas, os alunos decidiram
que devia haver uma associao de
estudantes. Organizaram-se em lis-
tas e marcaram eleies. Pedro Ro-
drigues agora o presidente.
uma das coordenadoras do projecto
Operao Stop, desenvolvido pelo
Descobrir Programa Gulbenkian
Educao para a Cultura e Cincia,
em parceria com as escolas e com as
Cmaras Municipais de Mondim de
Basto, bidos, Paredes e Vila Nova
da Barquinha.
Literacia visual
Nos vdeos tambm h momentos
em que os jovens elogiam a escola
porque nela que compartilham
os melhores momentos, porque
aprendem, porque os prepara para
o futuro. Eles encenam manifesta-
es, entrevistas. Gritam: Quere-
mos comer! Queremos comer! Ns
temos fome, queremos comer!
Queixam-se da comida: Falta-lhe
sal sempre! O calor nas salas su-
foca-os: Falta ar condicionado. Eu
morro de calor! Os meus olhos at
choram por eu estar ali cheio de ca-
lor. H ainda um momento em que
uma das alunas faz de funcionria
da escola e impede a sada de jovens
quando estas dizem que vo ter au-
las de teatro. Quero a conrmao
disso, diz-lhes. So ordens do con-
selho directivo, frisa. Mas quando
duas midas dizem que vo fumar
uma ganza, deixa-as passar.
As ocinas de vdeo, que duraram
uma semana, foram orientadas por
Filipa Reis e Joo Miller Guerra, re-
Educao
Maria Joo Lopes
Em quatro secundrias
do pas, os alunos foram
desafiados a reflectir sobre
os aspectos positivos e
negativos da escola
Conjunto de lmes
sobre alunos foi
exibido ontem
na Fundao
Gulbenkian. E eles
falam de tudo
A FNE continua
a defender a
vinculao
de todos os
professores
contratados que
cumpriram mais
de trs anos de
contratos anuais e
sucessivos desde
2001
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PORTUGAL
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
PEDRO CUNHA
Subida do mar pode deixar Jernimos
e centro do Porto debaixo de gua
Fonte: Marzeion, B.; Levermann, A., Environ. Res. Lett., 9 (2014) PBLICO
Nmero de stios que podem ser afectados e % sobre o total
Patrimnio Mundial debaixo de gua
47
110
136
148 149
+1 C +2 C +3 C +4 C +5 C
Vinhas
do Pico
Centro de
Angra do
Herosmo
Mosteiro dos
Jernimos
Centro
histrico
do Porto
6,5% 18,9% 15,3% 20,6% 20,7%
O Mosteiro dos Jernimos e a Torre
de Belm, o centro histrico do Por-
to, parte das vinhas da ilha do Pico
e a zona central de Angra do Hero-
smo esto entre dezenas de stios
classicados como Patrimnio Mun-
dial pela UNESCO que podem car
debaixo de gua devido ao aumento
da temperatura da Terra, segundo
um estudo cientco publicado on-
tem. Mas no para j. Nem para
o m do sculo. Ser nos prximos
dois mil anos.
Nessa altura, a civilizao huma-
na, se ainda existir, ser completa-
mente diferente. Mas a subida do
nvel do mar ser em grande parte
um reexo do que est a acontecer
agora, com a crescente concentra-
o de gases com efeito de estufa
na atmosfera.
O estudo realizado pelos inves-
tigadores Ben Marzeion, da Univer-
sidade de Innsbruck, na ustria, e
Anders Levermann, da Universi-
dade de Potsdam, na Alemanha
baseia-se em modelos sobre a
expanso trmica do oceano e o
derretimento do gelo dos glaciares,
da Antrctida e da Gronelndia. Tu-
do somado, por cada grau adicio-
nado temperatura do planeta, o
mar car em mdia 2,3 metros
mais elevado ao m de dois mil-
nios, em comparao com agora.
As consequncias deste aumento
podem ser brutais, em vrios senti-
dos. Mas o estudo procurou avaliar
um aspecto de que se tem falado
pouco: o que acontecer com aqui-
lo que a humanidade considera ser
os seus maiores tesouros culturais.
Combinando a subida do nvel do
mar com a topograa do planeta, os
cientistas concluem que, se a tem-
peratura se mantiver trs graus Cel-
sius acima do nvel pr-industrial, as
guas podero submergir parcial-
mente 136 stios classicados como
Patrimnio Mundial ou 19% dos
720 que hoje existem. Com cinco
graus Celsius a mais, o nmero so-
be para 149 (21%).
Mesmo que a temperatura se
mantenha ao nvel actual 0,8 graus
acima dos valores anteriores Revo-
luo Industrial , 47 stios tm os
dias contados, embora sejam muitos
milhares de dias, caso no se tomem
da populao mundial vivem em zo-
nas que podem car alagadas, caso
a Terra que um a cinco graus mais
quente, respectivamente. Treze pa-
ses sobretudo pequenas naes-
ilhas do Pacco podem perder
mais de 50% da sua rea.
Tudo isto poder acontecer em
dois mil anos, um prazo dilatado em
comparao com a escala de dca-
das que est na agenda poltica cli-
mtica. Mas, para o fsico Filipe Du-
arte Santos, nomeado recentemente
pelo Governo para rever a estratgia
de gesto da zona costeira em Por-
tugal, faz sentido raciocinar a lon-
gussimo prazo. absolutamente
legtimo pensar nisso, arma.
Os oceanos, diz o investigador, ab-
sorvem 90% do excesso de energia
que resulta do actual desequilbrio
trmico da Terra. O que se vai pas-
sar durante centenas de anos que
a energia trmica se vai propagar
no oceano em profundidade, com-
pleta. No h muitas hipteses de
inverter isso.
As guas podero submergir parcialmente 136 stios classificados como Patrimnio Mundial
Estudo avalia efeito da subida do nvel do mar nos stios classicados como Patrimnio Mundial da UNESCO.
O mar car em mdia 2,3 metros mais elevado ao m de dois milnios, em comparao com agora
Alteraes climticas
Ricardo Garcia
medidas de adaptao. Dada a es-
cala milenar da vida do dixido de
carbono na atmosfera, os nossos
resultados indicam que so neces-
srias decises fundamentais sobre
o patrimnio cultural da humanida-
de, escrevem os autores do artigo.
A longa lista de stios em risco
inclui monumentos emblemticos,
como a Esttua da Liberdade ou a
Torre de Londres, e muitas zonas
histricas de cidades como Bruges,
Npoles e So Petersburgo.
Publicado na revista Environmen-
tal Research Letters, o estudo identi-
ca especicamente o aumento de
temperatura a partir do qual cada
local ca ameaado. Em Portugal,
o centro de Angra do Herosmo j
est comprometido com os actuais
0,8 graus Celsius a mais do que na
era pr-industrial. As vinhas do Pico
caro com 1,3 graus a mais, o Mos-
teiro dos Jernimos com 1,6 graus e
o centro do Porto com 2,5 graus.
Na prtica, trs destes quatro s-
tios portugueses estaro em risco
mesmo se a humanidade conseguir
manter o aumento da temperatura a
dois graus Celsius. Este objectivo es-
t expresso em acordos internacio-
nais, mas a sua concretizao depen-
de de mudanas profundas no uso
da energia, hoje largamente baseado
na queima de combustveis fsseis.
O patrimnio natural apenas
a ponta do icebergue de um vasto
conjunto de efeitos muito mais pro-
blemticos que a subida do nvel do
mar pode ter no futuro. O prprio
estudo estima que entre 2,2 e 10,5%
A BELTR8NICA
DIVISO DE SISTEMAS TELEFNICOS DIGITAIS
308 802 470
Servio Nacional de Atendimento
Nmero Nacional/Chamada Local
Estamos em todo o pas, informe-se j:
AVEIRO BEJA BRAGA BRAGANA COIMBRA VORA FUNCHAL
FUNDO GUARDA LEIRIA LISBOA LOUL P. DELGADA PORTALEGRE
PORTO SANTARM SETBAL V. CASTELO VILA REAL VISEU
Porqu estar refm de contratos de fidelizao forados?
Sr. Empresrio, chegou o momento!
de eliminar os elevados encargos mensais, com alugueres de linhas
telefnicas e com o trfego de chamadas dos telefones e telemveis
e ainda ter melhores comunicaes e servios avanados na sua
Empresa, contribuindo para o aumento da produtividade.
O portunidade nica. *Oferecemos gratuitamente e sem qualquer
compromisso, durante 5 anos um Link Telefnico e de Dados
Profissional Multicanal com a mais avanada tecnologia empresarial
de UCoIP - Comunicaes Unificadas sobre IP. Inclui ainda uma licena
para os seus telemveis e telefones fazerem chamadas ilimitadas
sem custos com o trfego para as redes fixas e mveis nacionais
e internacionais. Conquiste independncia! No necessita de estar
ligado ou contratar operador telefnico.
Elimine os encargos mensais com alugueres de linhas e com trfego de
chamadas, mas no s. Principalmente passe a ter funes avanadas
como: telemveis a suspenderem e transferirem chamadas, fazerem
reunies, conferncias, consultas durante uma comunicao, envio
para identificao do nmero selecionado e muitos outros servios
que colocam a sua empresa a produzir muito mais. Tal como os
telemveis, os telefones e os computadores tambm beneficiam de
novas funes avanadas que melhoram em muito a qualidade e os
servios da sua empresa.
No caso de existirem filiais as comunicaes podem ser unificadas como
se estivessem num nico edifcio. Elimina as distncias, aumentando
em muito a produtividade e solidifica a unio da Empresa.
Tudo isto pode estar ao seu alcance completamente *grtis e sem
qualquer compromisso durante 5 anos, aps os quais a deciso sua.
*Oferta de elevado valor comercial limitada ao perodo dos dias da publicao deste anncio informativo,
a todas as empresas ou servios que tiverem condies tcnicas locais para receberem esta tecnologia.
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PORTUGAL
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
PEDRO VILELA
Percentagem de mulheres portuguesas vtimas de violncia est abaixo dos 33% da mdia europeia
Quase um quarto das mulheres por-
tuguesas j foi vtima de violncia f-
sica ou sexual inigida pelos respec-
tivos parceiros. A percentagem de
respostas positivas (24%) ca abaixo
da mdia europeia (33%), segundo
o inqurito escala europeia apre-
sentado ontem pela Agncia para
os Direitos Fundamentais da Unio
Europeia (EU). Trata-se do maior
estudo sobre violncia de gnero al-
guma vez realizado e baseado em
42 mil entrevistas a mulheres dos 28
Estados-membros.
Quando a pergunta muda para se
alguma vez experienciou violncia f-
sica perpetrada por um no-parceiro,
10% das portuguesas inquiridas neste
inqurito respondem que sim, con-
tra uma mdia europeia de 20%. A
diferena reduz-se quando a questo
sobre a violncia psicolgica exer-
cida pelos parceiros: 36% das portu-
guesas respondem que sim, contra
uma mdia europeia de 43%.
Apesar disso, maior a percenta-
gem de portuguesas que classica
a violncia contra mulheres como
muito comum: 60% das portugue-
Estudo mostra que
24% das portuguesas
foram vtimas de violncia
sas responderam sim, ao mesmo
tempo que, na mdia europeia, a
percentagem desce para os 27%.
Logo a seguir, 33% das portuguesas
classicaram o problema como bas-
tante comum, contra 51% da mdia
europeia.
Questionadas sobre se conhecem
algum, no seu crculo familiar ou de
amigos, que j foi vtima de algum ti-
po de violncia, 37% das portuguesas
responderem que sim (na mdia eu-
ropeia, a percentagem de respostas
positivas subiu para os 39%). Quando
questionadas sobre se consideram
que os mdicos deviam perguntar
s doentes se os ferimentos que
apresentam foram provocados por
comportamentos violentos, 97% das
portuguesas responderam que sim,
contra 87% da mdia europeia.
Segundo o estudo, 30% das portu-
guesas ignoram a existncia de leis
que protegem as mulheres vtimas de
violncia domstica, ao mesmo tem-
po que 34% no sabem que h leis e
polticas nacionais de preveno. Por
outro lado, as campanhas contra a
violncia domstica so conhecidas
por 70% das portuguesas, ou seja,
mais do que a mdia europeia (50%).
Em termos globais, a violncia de
gnero na Unio Europeia assume
contornos chocantes, segundo os
responsveis pelo estudo, citados pe-
la agncia Lusa, nomeadamente por-
que uma em cada trs mulheres da
UE foi vtima de pelo menos um epi-
sdio de abuso sexual, fsico ou psi-
colgico. E, nos 12 meses anteriores
realizao do estudo, 3,7 milhes de
mulheres sofreram violncia sexual
e 13 milhes foram alvo de violncia
fsica. O estudo sublinha por isso a
necessidade de formar os prossio-
nais de sade para saberem ler os
sinais, j que a grande maioria das
mulheres recorre aos servios de sa-
de quando quer denunciar um caso
de maus tratos.
Em Portugal, a Associao Portu-
guesa de Apoio Vtima (APAV) di-
vulgou recentemente dados sobre
as queixas recebidas em 2013 con-
cluindo que a crise est fazer baixar
o nmero de pedidos de apoio e, por
outro lado, a dicultar a resposta s
vtimas. As pessoas aparecem no
s com o problema da vitimao mas
com uma srie de problemas relacio-
nados, como a necessidade de casa,
emprego, alimentao e sade. E,
com a crise, os tcnicos tm muita
mais diculdade em responder a es-
sas necessidades, adiantou ao P-
BLICO Jos Duque, da APAV.
Em 2013, esta associao apoiou
menos 212 vtimas directas de crime
(8733, contra as 8945 de 2012). uma
descida que contrasta com as conse-
cutivas subidas vericadas nos lti-
mos anos. Por outro lado, apesar do
menor nmero de pedidos de ajuda,
foram necessrios mais 14.475 epi-
sdios de atendimento para garan-
tir o respectivo encaminhamento:
37.222 atendimentos em 2013, contra
os 22.747 do ano anterior.
As empresas que promovam uma
maior igualdade salarial entre ho-
mens e mulheres vero valorizadas
as suas candidaturas aos fundos
comunitrios, armou ontem a se-
cretria de Estado dos Assuntos Par-
lamentares e da Igualdade. As em-
presas que tiverem maiores nveis de
igualdade entre homens e mulheres
nas remuneraes praticadas tero,
naturalmente, uma valorizao nas
suas candidaturas, o que signica
mais fcil acesso aos fundos comu-
nitrios, revelou Teresa Morais, em
conferncia de imprensa, aps a reu-
nio do Conselho de Ministros.
O Governo aprovou ontem a adop-
o de um conjunto de medidas des-
tinadas a promover a igualdade sa-
larial entre homens e mulheres e a
eliminao das discriminaes sala-
riais com base no sexo. Trata-se de
uma desigualdade salarial que tem
sido persistente ao longo dos anos
e justica medidas de particular in-
tensidade, considerou a secretria
de Estado, acrescentando que esta
medida ser debatida o quanto antes
com os parceiros sociais.
Esta deciso, ontem aprovada
pelo executivo, assenta no relatrio
referente s diferenciaes salariais,
por ramos de actividade, e entretan-
to concludo pelo Governo, especi-
cou Teresa Morais. Com base neste
estudo, que assenta em dados reco-
lhidos em 2011, e que o Governo pre-
tende dar a conhecer, em primeira
Empresas com maior
igualdade salarial
privilegiadas no acesso
a fundos comunitrios
mo, aos parceiros sociais, sero
adoptadas medidas em sede de re-
gulamentao no acesso aos fundos
comunitrios de coeso, de forma a
valorar positivamente na seleco
das candidaturas as empresas que
apresentem melhores nveis de cum-
primento de princpio de igualdade
salarial, referiu a governante.
Entre as medidas aprovadas, as
empresas do Sector Empresarial
do Estado (SEE) cam obrigadas a
apresentar, de trs em trs anos, um
relatrio sobre as remuneraes pa-
gas a mulheres e homens, tendo em
vista o diagnstico e a preveno de
diferenas injusticadas nas remu-
neraes. O Governo exige que as
concluses dos relatrios nas empre-
sas do SEE sejam tornadas pblicas
e estes passaro a estar disponveis
na pgina ocial da Comisso para a
Igualdade no Trabalho e no Emprego.
Ser ainda disponibilizada uma
ferramenta electrnica que possibi-
lite, a partir da insero dos dados re-
lativos aos trabalhador, medir o grau
das diferenas salariais existentes
nas empresas e identicar situaes
concretas de diferenciaes salariais
entre mulheres e homens. No entan-
to, Teresa Morais sublinhou que esta
medida no de cariz sancionatrio.
As empresas do sector privado
tambm podero concorrer aos
fundos comunitrios, mas, ao con-
trrio das empresas do Estado, no
so obrigadas a realizar ou a divulgar
qualquer relatrio sobre as remune-
raes pagas aos trabalhadores de
cada um dos sexos. margem da
conferncia de imprensa, Teresa
Morais disse Lusa que cabe agora
ao secretrio de Estado do Emprego,
Octvio de Oliveira, apresentar o es-
tudo em sede de concertao social
o mais rapidamente possvel.
Governo
Inqurito europeu
Natlia Faria
Conselho de Ministros
aprovou ontem a adopo
de um conjunto de medidas
para promover igualdade
30% das portuguesas
disseram desconhecer
a existncia de leis de
proteco s vtimas
FERNANDO VELUDO/NFACTOS
Governo quer acabar com a persistente desigualdade salarial
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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15
Suposto esquema de uso fraudulento de receitas comeou em 2010
Um dos dois alegados lderes do pro-
cesso Remdio Santo revelou ontem
em tribunal que o esquema de uso
fraudulento de receitas mdicas para
burlar o Servio Nacional de Sade
(SNS) era do conhecimento da inds-
tria farmacutica.
So mtodos dos quais se fala e
so conversa dentro da indstria far-
macutica. So esquemas comuns
na indstria farmacutica, respon-
deu Rui Peixoto, um dos 18 arguidos
acusados de lesar o SNS em quatro
milhes de euros, ao procurador do
Ministrio Pblico durante a terceira
sesso do julgamento que decorre no
Tribunal de Monsanto, em Lisboa.
O alegado lder do grupo do Norte,
que data dos factos era chefe regio-
nal de uma das empresas do grupo
Bial, explicou que, depois de levanta-
dos nas farmcias, os medicamentos,
que constavam de uma lista, ou eram
destrudos ou entravam novamente
no circuito normal de comercializa-
o nacional ou eram entregues a
armazenistas que depois os exporta-
vam atravs de um circuito paralelo.
Rui Peixoto frisou que os medica-
mentos por si angariados directa-
mente ou atravs de outros arguidos
(delegados de informao mdica)
com base em receitas forjadas
eram depois vendidos a um farma-
cutico e exportador de medicamen-
tos, tambm arguido no processo.
O arguido acrescentou que, para o
Burla era do
conhecimento
das farmacuticas
alegado esquema fraudulento, s in-
teressavam medicamentos que eram
comparticipados pelo Estado, no
mnimo, 65% a 75%.
Rui Peixoto j tinha explicado que
o suposto esquema comeou em
2010 e que se prolongou at 2012,
acrescentando que Lus Basile
nico arguido em priso preventiva
era o mdico que lhe passava as
receitas. No total, s este clnico
acusado de prescrever receitas no
valor de 1,7 milhes de euros.
Segundo a acusao, dois grupos
o grupo do Norte e o grupo Cen-
tro/Sul tero alegadamente leva-
do a cabo uma fraude que passava
pela obteno, com a conivncia de
mdicos, de receitas passadas em
nome de utentes do SNS que bene-
ciavam da prescrio de medica-
mentos que tinham elevadas com-
participaes do Estado (entre os
69% e os 100%).
Com as receitas falsas, os arguidos
compravam os medicamentos em
diversas farmcias, onde apenas era
paga, no acto da compra dos medica-
mentos, a parte do preo que cabia
ao utente. Depois, o SNS pagava far-
mcia o valor relativo compartici-
pao. Os medicamentos assim obti-
dos eram posteriormente revendidos
no mercado internacional, designa-
damente na Alemanha e em Angola,
sendo os lucros distribudos entre os
membros da associao criminosa.
Os 18 arguidos so suspeitos de
pertencerem a uma alegada rede que
ter lesado o SNS em cerca de quatro
milhes de euros, valor reclamado
pelo Estado no pedido de indemniza-
o. Entre os 18 envolvidos esto seis
mdicos, dois farmacuticos, sete de-
legados de informao mdica, uma
esteticista, um empresrio brasileiro
e um comerciante de po.
PAULO RICCA
Processo Remdio Santo
Arguido revela em
julgamento que esquema
de uso fraudulento de
receitas era conhecido pela
indstria farmacutica
O suspeito de matar Alexandra Ne-
no, em Loures, e Diogo Ferreira, em
Oeiras, em 2008, foi acusado de trs
crimes de homicdio, informou on-
tem a Procuradoria-Geral Distrital
de Lisboa (PGDL). Ir tambm res-
ponder por um crime de homicdio
tentado, por disparar um tiro, na
zona das Amoreiras, em Lisboa, na
madrugada de 1 de Maro, dia em
que ter matado Diogo Ferreira.
O arguido entregou-se s auto-
ridades em Novembro, cinco anos
depois dos factos, e est em priso
preventiva desde ento. acusado
de ter matado Alexandra Neno no es-
tacionamento junto ao condomnio
onde vivia, na Urbanizao Real For-
te, em Sacavm, no dia 29/2/2008. E
Diogo Ferreira, no parque de estacio-
namento de um centro comercial de
Oeiras, a 1 de Maro do mesmo ano.
O MP imputou-lhe ainda um cri-
me de roubo e outro de furto, ambos
tentados, e um crime de deteno de
arma proibida. Acusa-o pelos mes-
mos crimes que estava fortemente
indiciado, aps o primeiro inter-
rogatrio judicial, que decorreu no
Tribunal de Loures, a 22 de Novem-
bro ltimo. Fonte ligada ao processo
adiantou Lusa que o companheiro
de Alexandra Neno se constituiu as-
sistente no processo. Frisou que a
me da vtima requereu a constitui-
o como assistente, mas o tribunal
recusou, justicando a deciso com
o facto de o companheiro da vtima j
se ter constitudo como assistente.
Paulo Almeida entregou-se volun-
tariamente Polcia de Segurana
Pblica. Em conferncia de impren-
sa, realizada na ocasio, Paulo Re-
belo, da Directoria de Lisboa e Vale
do Tejo da Polcia Judiciria (PJ), ex-
plicou que o homem, que no tinha
antecedentes criminais, tinha con-
tactado o 112 para admitir a autoria
dos homicdios. Na mesma altura,
sublinhou que s o prprio saberia
explicar a motivao para o assas-
snio de Alexandra Neno, quando a
mesma estacionava o carro no seu
bairro de residncia, e o de Diogo
Ferreira, supostamente atingido
mortalmente pelo mesmo homem,
no dia seguinte, no parque de esta-
cionamento de um centro comercial
de Oeiras. Lusa
Procuradoria
acusa homem
de triplo
homicdio
Justia
Suspeito das mortes de
Alexandra Neno e Diogo
Ferreira e de uma outra
tentativa de homicdio
16
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LOCAL
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
ENRIC VIVES-RUBIO
Constitucional rejeita recurso e obriga
cmara a dar documentos ao PBLICO
Cmara nunca quis revelar relatrio sobre contratao de obras
A conferncia de juzes da 3. Seco
do Tribunal Constitucional (TC) re-
jeitou por unanimidade um recurso
apresentado em Setembro pelo mu-
nicpio de Lisboa contra uma deciso
anterior do TC. Este acrdo, datado
de 26 de Fevereiro, irrecorrvel e
tem como consequncia a obrigao
de a autarquia entregar ao PBLICO
um relatrio subscrito h cerca de
trs anos por um dos seus vereado-
res, bem como outros documentos
com ele relacionados.
O recurso agora inviabilizado vi-
sava a anulao de uma deciso su-
mria do TC que, em Julho do ano
passado, recusara o pedido da c-
mara liderada pelo socialista Ant-
nio Costa para que fosse declarada
a inconstitucionalidade de um an-
terior acrdo do Tribunal Central
Administrativo Sul (TCAS) sobre o
mesmo assunto.
Nesse acrdo, os desembargado-
res haviam rechaado um conjunto
de argumentos do municpio que, a
serem aceites, representariam um
rude golpe para aquilo que a ju-
risprudncia dos tribunais e da Co-
misso de Acesso aos Documentos
Administrativos (CADA) em relao
aos direitos de os cidados acederem
a este gnero de documentos. Em l-
tima anlise, poderia estar em causa
muito do que o consenso social e
poltico sobre a necessidade de as-
segurar a transparncia da adminis-
trao pblica.
O recurso camarrio ao qual o
TCAS negou provimento em Janeiro
de 2013 prendia-se com uma sentena
do Tribunal Administrativo do Crcu-
lo de Lisboa num processo intentado
pelo PBLICO contra o municpio,
no ano anterior, por causa de este se
recusar a entregar-lhe os documen-
tos em causa. Na sentena proferida
em Agosto de 2012, o juiz havia da-
do razo ao PBLICO, intimando o
municpio a entregar-lhe no prazo de
dez dias os materiais solicitados, sob
pena de incorrer no crime de deso-
bedincia e de o seu presidente ser
obrigado a pagar uma multa diria
at ao cumprimento da sentena.
O acrdo agora subscrito pelo vi-
ce-presidente do TC e por dois juzes
da terceira seco no susceptvel
de recurso e vem obrigar Antnio
Costa a cumprir a sentena da pri-
meira instncia, de Agosto de 2012.
Trs meses antes de o caso ter sido
levado a tribunal pelo PBLICO, j a
CADA, um rgo independente que
funciona no mbito da Assembleia da
Repblica, tinha despachado favora-
velmente uma queixa do jornal, emi-
tindo um parecer, no-vinculativo,
onde se conclua que, nos termos da
Lei de Acesso aos Documentos Ad-
ministrativos (LADA), o municpio
devia facultar todos os documentos
requeridos.
Foi a recusa do presidente da c-
mara em acatar este parecer e em
responder aos requerimentos do jor-
nal que deu origem queixa judicial
apresentada.
Na origem do caso encontra-se
um relatrio elaborado no incio de
2011 pelo ento vereador Fernando
Nunes da Silva acerca das prticas
camarrias referentes adjudicao
e execuo das obras municipais. Por
aquilo que se soube atravs de uma
curta recomendao elaborada pela
Comisso para a Promoo das Bo-
as Prticas do municpio, com base
naquele relatrio, e depois divulgada
no site da cmara, a contratao das
obras enfermava de graves proble-
mas. Entre eles avultava o excessivo
recurso gura dos ajustes directos,
em detrimento dos concursos pbli-
cos, e a sua concentrao num redu-
zido nmero de empresas bem co-
mo os elevados gastos em trabalhos
a mais e o pagamento de vultuosos
juros de mora aos empreiteiros.
Requerido a Antnio Costa em Ou-
tubro de 2011, ao abrigo da LADA,
esse relatrio e outros documentos
com ele relacionados nunca foram
entregues ao jornal, no tendo os
sucessivos requerimentos sobre o
assunto alguma vez tido resposta.
Os receios da cmara
Nos trs recursos que dirigiu ao TCAS
e ao TC, o municpio deixou porm
bem claro o entendimento que sub-
jaz sua reiterada recusa de divulgar
aqueles documentos.
A obrigatoriedade de abrir os seus
arquivos, nos termos que a CADA e
os tribunais vm sufragando, sus-
tentou a autarquia num desses re-
cursos, abre caminho a que todas
as decises polticas e documentos
que as corporizam quem sujeitas
ao escrutnio pblico e, eventual-
mente, judicial, o que ir conduzir,
inevitavelmente, diminuio/perda
da autonomia que deve caracterizar
o exerccio do poder poltico.
Para o municpio liderado por An-
tnio Costa, a diculdade em traar
com clareza a fronteira entre a fun-
o poltica e a funo administra-
tiva tem potenciado a perigosa e
nefasta tendncia, hoje infelizmente
cada vez mais comum, de, na tentati-
va de se obterem ganhos imediatos,
se procurar judicializar a funo po-
ltica e legislativa.
Para a Cmara de Lisboa, no se
trata de esconder o que quer que
seja do domnio pblico, trata-se
de proteger a reserva das discusses
e documentos de cariz poltico que
outra utilidade no tm do que aju-
dar na tomada de decises e opes,
essas sim pblicas.
No caso do relatrio sobre as obras
municipais, o municpio tem susten-
tado nos tribunais que se trata de um
documento preparatrio de decises
polticas relacionadas com a reestru-
turao dos servios camarrios, que
estava discusso em 2011. A gnese
e o contedo conhecido do docu-
mento evidenciam, contudo, que
no existe qualquer relao entre
uma coisa e a outra.
Os tribunais, alis, no tiveram em
conta esse argumento, considerando
mesmo, em termos jurdico-consti-
tucionais, que os documentos que
[os municpios] emanam no exerc-
cio das suas legais atribuies e das
competncias dos seus rgos so
documentos administrativos e no
documentos de natureza poltica.
Foi a alegada inconstitucionali-
dade deste entendimento do TCAS
que levou Costa a recorrer para
o TC. Sucede que a primeira deci-
so dos juzes do Palcio Ratton e o
acrdo emitido na semana passada
nem sequer avaliaram essa matria,
limitando-se a declarar, fundamen-
tando, que os recursos do municpio
no preenchem os requisitos que a
lei estipula para que o TC os possa
apreciar.
O acrdo obriga o municpio a pa-
gar uma taxa de justia que foi xada
em cerca de dois mil euros.
Nos ltimos dois anos, tanto o Blo-
co de Esquerda como o PSD reque-
reram vrias vezes, no Parlamento e
na Assembleia Municipal de Lisboa,
cpias do relatrio de Nunes da Sil-
va, mas nunca obtiveram resposta
da cmara.
Ao m de quatro aces perdidas em tribunal e de dois anos e meio de recusas, Cmara de Lisboa vai ter
de cumprir a lei e entregar documentos onde se avaliava as prticas seguidas nas adjudicaes de obras
Transparncia
Jos Antnio Cerejo
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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LOCAL
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So mais de mil os trabalhadores da
Cmara de Lisboa que vo transitar
j na prxima semana, no dia 10 de
Maro, para os mapas de pessoal das
24 juntas de freguesia da capital.
A lista com os nomes desses tra-
balhadores e a denio da data de
transio constam de uma proposta
aprovada ontem, em reunio priva-
da da cmara. Nela, os vereadores
Fernando Medina, Graa Fonseca
e Duarte Cordeiro lembram que
entre 3 e 14 de Fevereiro decorreu
um perodo de audincia de in-
Mais de mil trabalhadores
da autarquia de Lisboa passam
para as freguesias a 10 de Maro
teressados, relativamente a uma
primeira lista, com 1048 nomes,
que tinha sido publicada em Bo-
letim Municipal no m de Janeiro.
Durante esse perodo, o municpio
recebeu 352 alegaes de trabalha-
dores e uma do Sindicato dos Tra-
balhadores do Municpio de Lisboa,
tendo tambm havido algumas jun-
tas de freguesia a pronunciar-se.
Das 352 alegaes, 116 eram, como
revelou na semana passada o vere-
ador Fernando Medina, que tem o
pelouro dos Recursos Humanos,
pedidos de transferncia para uma
freguesia diferente daquela que es-
tava prevista. Tambm houve quem
alegasse que os critrios de transio
para as juntas eram vagos e impreci-
sos ou que tinham sido erradamente
aplicados na sua situao concreta.
No caso dos trabalhadores afectos
ao Departamento de Higiene Urba-
na do municpio, cou denido que
seriam excludos da passagem para
Reorganizao
Ins Boaventura
O PCP lamenta que 268
trabalhadores da cmara
sejam obrigados a
transitar para as juntas
contra a sua vontade
ao mesmo tempo que trabalha para
desmantelar sectores operacionais
que abriro caminho destruio do
sector pblico e sua privatizao,
acrescenta o partido, cujos dois ve-
readores votaram contra a proposta.
J o eleito do CDS, que desde o
incio deste processo vem defenden-
do que a transferncia de recursos
humanos e de competncias para
as freguesias deve ser feita de for-
ma faseada e gradual, para evitar
problemas e quebras de funciona-
mento, absteve-se. Joo Gonalves
Pereira aplaude aquilo que conside-
ra ter sido um recuo da maioria
liderada por Antnio Costa, ao assu-
mir que a transio de trabalhadores
que vai ocorrer na prxima semana
apenas a primeira de duas fases.
Segundo o Mapa de Pessoal do
Municpio para 2014, a Cmara de
Lisboa tem 10.427 postos de traba-
lho previstos, dos quais 9445 esto
ocupados.
as juntas os trabalhadores com au-
sncias superiores a um ano, aque-
les que tivessem entregue pedidos
de aposentao, os eleitos como
representantes dos trabalhadores
para a rea de higiene e segurana
e os com tempo de servio igual ou
superior a 38 anos.
De acordo com nmeros divulga-
dos pelo PCP, das 352 pessoas que se
pronunciaram contra a sua transfe-
rncia, s 84 viram os seus pedidos
deferidos, sendo que destes apenas
dez se mantm na Cmara Munici-
pal de Lisboa [CML]. Assim sendo,
resume o partido em comunicado,
houve 268 trabalhadores do muni-
cpio obrigados a transitar para as
juntas de freguesia mesmo contra a
sua vontade.
O PCP no concorda que a CML
deixe de ter ao nvel municipal pol-
ticas em reas to importantes como
parte da higiene e limpeza urbana,
educao, desporto, aco social,
Breve
Cultura
Rui Moreira marca
Feira do Livro
para Setembro
A Cmara do Porto
anunciou, ontem, que vai
avanar com a realizao da
Feira do Livro na cidade. O
anncio surge depois de a
autarquia ter cancelado as
negociaes com a APEL
Associao Portuguesa de
Editores e Livreiros para a
realizao do evento deste
ano, na sequncia das
declaraes do presidente
da associao, Joo Alvim,
exigindo um acordo
plurianual e com garantia
de financiamento para os
prximos anos.

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LEVE PARA CASA A MAIOR COLECO
DE SCARES DE 2014.
Leve para casa mais 2 dos 26 scares desta coleco DVD Pblico, com um dos melhores lmes da dcada de 80.
Esta semana, por mais 5,95, leve para casa O Touro Enraivecido, realizado por Martin Scorsese e vencedor de 2
scares incluindo o de melhor Actor para Robert De Niro pelo seu complexo e brilhante papel. Faa como os
grandes do cinema: leve o scar para casa.
5. DVD O Touro Enraivecido, quarta-feira, 12 Maro, por +5,95.
Preo total da coleco 35,70. s quartas, entre 12 de Fevereiro e 19 de Maro de 2014.
Preo unitrio 5,95. Limitado ao stock existente. A compra do produto obriga aquisio do jornal.
Joo,
como leitor do Pblico:
26 scares
Robert De Niro,
como Jake LaMotta:
1 scar
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ECONOMIA
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
Fundao Oriente vai vender a sede,
um palacete avaliado em 10 milhes
A sede da Fundao Oriente vai passar para os antigos armazns frigorcos do bacalhau, hoje designado
Edifcio Pedro lvares Cabral, e onde, desde 2008, funciona o Museu do Oriente, tambm da instituio
DANIEL ROCHA
A histria do edifcio que a Fundao Oriente quer vender, situado no corao da capital, remonta a 1876
A Fundao Oriente colocou venda
dois palacetes de traa barroca, na
Rua do Salitre, em Lisboa, onde h
24 anos funciona a sede, adquiridos
ao Estado em 1989, avaliados agora
em cerca de 10 milhes de euros.
O objectivo transferir os servi-
os centrais da Fundao Oriente
para a rea desocupada (e entaipa-
da) do Museu do Oriente, instalado
nos antigos armazns da Comisso
Reguladora do Comrcio do Baca-
lhau, um smbolo da arquitectura
do Estado Novo.
Tratou-se de uma deciso [a ven-
da] tomada h vrios anos e que vi-
sa racionalizar os activos, mas tam-
bm o funcionamento da fundao
[Oriente], pois no faz sentido o
crebro estar aqui [na Rua do Sali-
Imobilirio
Cristina Ferreira
tre] e o resto dos servios estarem
no museu, na doca de Alcntara,
explicou ao PBLICO Carlos Mon-
jardino, presidente da Fundao
Oriente, formalmente instituda em
1988 pela Sociedade de Turismo e
Diverses de Macau (STDM), ligada
a Stanley Ho, o magnata que deteve
at 2001 o monoplio do jogo em
Macau.
A sua criao teve como contra-
partida a concesso pelo Governo
de exclusividade na explorao do
jogo no territrio que esteve sob ad-
ministrao portuguesa at 1999.
Se houver possibilidade, a transfe-
rncia [da sede] far-se- ainda este
ano, mas preciso que a venda dos
edifcios se materialize, reconhe-
ceu Carlos Monjardino, que conr-
mou estar a avaliar uma proposta
de compra, ainda por ocializar. O
mesmo responsvel declinou reve-
lar a origem da oferta.
J a propriedade que est venda
(a actual sede), no centro de Lisboa,
junto Avenida da Liberdade, foi ad-
quirida em 1989 ao Estado portugus
e foi agora avaliada, apurou o PBLI-
CO juntou de fonte ligada ao proces-
so, num valor que oscila entre os 10
e os 12 milhes de euros, de acordo
com as avaliaes feitas. Com uma
traa barroca, dispe de um jardim
com cerca de trs mil metros qua-
drados, que inclui, para alm de um
pavilho de caa, um muro com pai-
nis de azulejos do sculo XVIII do
ceramista Bartolomeu Antunes.
J o complexo central conta com
vrias salas ornamentadas com pin-
turas e outros detalhes de poca. O
Estado ter manifestado em tempos
inteno de considerar os jardins co-
mo sendo de interesse pblico (no
podendo, assim, ser intervenciona-
dos), um propsito que acabou por
no ser formalizado, sublinhou Car-
los Monjardino. A ausncia de qual-
quer classicao valoriza o activo a
alienar pela fundao que dispe
de vrios compartimentos, anda-
res, terraos e jardins pois confe-
re margem de manobra aos futuros
donos para introduzirem alteraes,
nomeadamente, mexendo nas pre-
existncias ou retirando-lhe partes
relevantes (espelhos, grandes portas
interiores, dos sales, de ferro/lato
trabalhado, lareiras de mrmore).
Um edifcio histrico
A sua histria longa e remonta a
1876, quando foi pedida a licena de
construo por Joo Alberto Lopes,
que o manteve na sua posse durante
dois anos, altura em que o vendeu a
Jos Alves Machado por 22 contos.
Filho de lavradores, de Cabris, este
homem de negcios passou a pro-
priedade ao irmo, Manuel, antigo
emigrante no Brasil, liado no Par-
tido Regenerador. Amigo do ento
primeiro-ministro Fontes Pereira de
Melo (igualmente do Partido Rege-
nerador) foi tornado 1. visconde de
Alves Machado pelo rei D. Lus I.
A segunda transaco ocorreu
em 1899, por 35 contos, e teve como
comprador o conselheiro Joaquim
Jos Cerqueira, de Viana do Castelo,
scio da famlia Ramalho Ortigo, e
tambm ele emigrante no Brasil, on-
de manteve, alis, negcios.
Antes de passarem para a posse
do Estado, em 1972, que ali instalou
a Federao Nacional dos Produtores
de Trigo, mais tarde EPAC, os imveis
sede da Fundao Oriente alberga-
ram o Instituto Nacional de Estats-
tica e, depois, o Externato Feminino
Francs. Em 1989 foram adquiridos
pela instituio liderada por Carlos
Monjardino.
A Fundao Oriente possui outras
propriedades, uma delas emblem-
tica, que o Convento da Arrbida,
na zona de Setbal, onde promove
seminrios. Esta estrutura do scu-
lo XVI foi construda para receber
monges arrbidos, da ordem fran-
ciscana, e est classicada como de
interesse pblico desde 1977. No Sul,
nas Caldas de Monchique, possui um
empreendimento hoteleiro termal.
Em Macau, detm a Casa Garden
onde est instalada a sede local o
antigo Hospital de S. Rafael e outros
prdios restaurados de acordo com
a traa original. Os activos estendem-
se a Goa, Brasil e Timor.
A sede da Fundao Oriente vai
passar assim para os antigos arma-
zns frigorcos do bacalhau, hoje
designado Edifcio Pedro lvares Ca-
bral, onde, desde 2008, funciona o
Museu do Oriente. A rea museol-
gica hoje o plo mais importan-
te da instituio, que adquiriu ao
Estado, em 2004, o prdio na doca
de Alcntara por 7,9 milhes de eu-
ros (a verba reverteu, como receita
ordinria, para a Administrao do
Porto de Lisboa).
Com uma rea bruta de cerca de
18 mil metros quadrados e de im-
plantao de 2250 metros quadra-
dos, o bloco dispe de uma cave e
de seis pisos superfcie, cuja cons-
truo data de 1939 destinado ao ar-
mazenamento e ao comrcio de ba-
calhau. Da autoria do arquitecto Joo
Simes, foi enriquecido com grandes
painis alegricos em baixo-relevo
da autoria do escultor Barata Feyo.
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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ECONOMIA
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19
O IGCP, a agncia que gere a dvida
pblica portuguesa, colocou 1,26
mil milhes de euros de dvida
junto de um investidor local. A
operao foi anunciada ontem pelo
presidente do IGCP, Joo Moreira
Rato, em entrevista Bloomberg,
onde tambm avanou que, logo
que o mercado estabilize, Portugal
regressar s emisses a cinco e a
10 anos.
De acordo com informao pres-
tada por Moreira Rato, a colocao
de dvida privada junto de um nico
investidor, que no foi identicado,
foi realizada no ms passado, pe-
lo prazo de oito anos e meio, e a
uma taxa de juro de 4,6%.
Esta estratgia de colocao de
dvida privada no indita. Em Ja-
neiro de 2011, numa altura em que o
mercado estava praticamente fecha-
do para Portugal, o antigo ministro
das Finanas, Teixeira dos Santos,
anunciou a realizao de uma emis-
so particular, mas no identicou
os montantes, nem a nacionalidade
do comprador ou compradores.
Na entrevista agncia nancei-
ra, o presidente do IGCP deixou ain-
da a indicao de querer regressar
ao mercado, com emisses a cinco
e 10 anos logo que o mercado de
dvida estabilizar, referindo-se,
possivelmente, crise poltica na
Ucrnia, que no tem afectado ne-
gativamente as taxas de juro impl-
citas das obrigaes portuguesas,
mas que cria alguma instabilidade
nos mercados. A nossa maior pre-
ocupao construir liquidez e re-
ganhar o acesso pleno ao mercado,
armou Moreira Rato, citado pela
Lusa, adiantando, no entanto, que
o IGCP vai explorar outras oportu-
nidades de emisso.
O presidente do IGCP aludiu ain-
da possibilidade de realizar outras
operaes de recompra de obriga-
es. Recorde-se que, na semana
passada, Portugal fez um leilo de
recompra de dvida, amortizando
antecipadamente 1,32 mil milhes
de euros em ttulos que venciam
em Outubro de 2014 e em 2015. Is-
to devido ao excedente de tesoura-
ria existente, e que pouco rende ao
Estado em termos de juros.
IGCP fez
colocao
privada de 1,3
mil milhes
Estado
Rosa Soares
Negcio foi feito junto de
um investidor local, pelo
prazo de oito anos e meio,
com juro de 4,6% Dados do BCE mostram a fragmentao na zona euro
Em Janeiro, as empresas que pedi-
ram novos emprstimos aos bancos
nacionais viram o custo com juros
subir ligeiramente. De acordo com
informao do Banco Central Euro-
peu (BCE), os emprstimos at um
milho de euros caram acima dos
6%, mantendo uma trajectria muito
prxima dos custos suportados pelas
empresas gregas.
Em Janeiro, e incluindo todas as
maturidades, a taxa de juro mdia
dos novos emprstimos aumen-
tou 0,26 pontos percentuais, para
5,34%, face aos 5,08% do ms ante-
rior.
As taxas de juro de novos em-
prstimos com montantes at 250
mil euros aumentaram para 6,62%,
contra 6,35% do ms anterior. No ca-
so dos emprstimos at um milho
de euros, foi quebrada a barreira dos
6%, ao xarem-se em 6,18%, contra
5,89% do ltimo ms de 2013. Isto
apesar da melhoria de uma srie de
indicadores da economia portuguesa
e de o pas estar a terminar o plano
de resgate no tempo previsto, e com
possibilidade de evitar um novo res-
gate e, at, um programa cautelar.
Nos novos emprstimos acima de
um milho de euros, a taxa de juro
subiu para 4,89%, o que compara
com 4,6% no ms anterior. Para -
nanciamentos at um ano, a taxa m-
dia situou-se em 5,34% em Janeiro,
Juros cobrados
s empresas sobem
acima dos 6%
mais 0,2 pontos percentuais face ao
ms anterior.
Os juros cobrados s empresas
portuguesas cam muito acima dos
valores cobrados s congneres es-
panholas, onde, ainda assim, tam-
bm se vericou um agravamento.
As taxas cobradas s empresas do
pas vizinho passaram de 3,31% em
Dezembro de 2013 para 3,62% em
Janeiro ltimo.
A comprovar o que se designa de
fragmentao dos mercados custos
de acesso ao nanciamento desiguais
entre os pases da zona euro , as
empresas alems pagaram taxas de
juro bem mais baixas e a revelar uma
ligeira descida face a Dezembro de
2013. Os valores mdios de Janeiro
caram em 2,02%, contra 2,03% do
ms anterior.
Uma anlise dos dados do BCE,
feita pelo Gabinete de Estratgia e
Estudos do Ministrio da Economia,
mostra que a taxa de juro de novos
depsitos (de prazo superior a um
ano), realizados pelas empresas e
famlias, se xaram em 2,09%, au-
mentando 0,17 pontos percentuais
face ao ms anterior.
No primeiro ms do ano, a dife-
rena entre a taxa de juro mdia
de novos emprstimos e a taxa de
juro de novos depsitos situou-se,
assim, em 3,2 pontos percentuais,
o que compara com uma diferena
de 3,22 pontos percentuais no ms
anterior.
Comparativamente a Espanha e a
Itlia, as taxas de juro de novos de-
psitos foram de 1,62% e 1,88% em
Janeiro, respectivamente. As dife-
renas entre a taxa de juro de novos
emprstimos e a taxa de juro de no-
vos depsitos situaram-se, assim, em
2,00 pontos percentuais e 1,51 pontos
percentuais, respectivamente.
KACPER PEMPEL/REUTERS
Financiamento
Rosa Soares
Disparidade face ao custo
de financiamento de pases
como Espanha continua.
Juro dos emprstimos at
um milho de euros subiram
O PS decidiu reunir-se com o Gover-
no para debater as infra-estruturas
prioritrias para o pas. Numa carta
enviada ontem ao ministro da Eco-
nomia, os socialistas acusam, no en-
tanto, o executivo de ter iniciado o
processo tardiamente e sem a de-
vida fundamentao. Mais tarde, o
socialista Rui Paulo Figueiredo ape-
lava ao ministro da Economia para
agendar a reunio de uma vez por
todas. Ao que o PBLICO apurou,
da Horta Seca saiu uma proposta pa-
ra que o encontro ocorra amanh ou
no incio da prxima semana.
Na missiva, o partido liderado por
Antnio Jos Seguro escreveu que
esto agora nalmente reunidas as
condies mnimas para o PS trans-
mitir (...) o seu entendimento sobre
os investimentos pblicos propostos
pelo Governo. A resposta surgiu de-
pois de o secretrio de Estado das
Infra-estruturas, Transportes e Co-
municaes, Srgio Monteiro, ter
anunciado que iria enviar estudos
sobre as infra-estruturas considera-
das prioritrias, elencadas num re-
latrio produzido por um grupo de
trabalho nomeado pelo Governo.
O PS conrmou ter recebido par-
te dos documentos solicitados,
acrescentando que o envio foi feito
15 dias aps a solicitao. Ao que
o PBLICO apurou, os documentos
enviados so os que estiveram na
base do relatrio feito pelo grupo
PS aceita reunir-se com
Governo para debater
infra-estruturas
prioritrias
de trabalho, que foi divulgado em
Janeiro. Na carta, os socialistas re-
feriam ainda que o facto de par-
te dos estudos no existir limita a
desejvel apreciao aprofundada
sobre esta matria, acrescentando
que no devemos utilizar dinheiros
pblicos, dinheiro dos contribuin-
tes, sem estudos custo-benefcio ou
sem estudos sobre o impacto dos
projectos.
Ao nal do dia, em declaraes
aos jornalistas no Parlamento, o de-
putado socialista Rui Paulo Figuei-
redo apelou ao ministro da Econo-
mia, Antnio Pires de Lima, para
que de uma vez por todas marque
a reunio com o PS. Acho estra-
nho que o ministro nos tenha res-
pondido que est com problemas
de agenda.
O PBLICO sabe que o PS preten-
dia que Pires de Lima agendasse o
encontro j para hoje, mas o minis-
tro no tinha disponibilidade, pelo
que foi proposto que a reunio ocor-
ra amanh ou no incio da prxima
semana. At ao fecho desta edio,
o Governo aguardava ainda pela res-
posta dos socialistas. As reunies na
Horta Seca comeam j hoje, com
Os Verdes e o Partido Comunista
Portugus, seguindo-se, amanh,
o CDS e o Bloco de Esquerda. No dia
13 de Maro, ser recebido o PSD.
De entre as infra-estruturas con-
sideradas prioritrias, que foram
avaliadas em mais de 5000 milhes
de euros, esto maioritariamente
projectos do sector porturio, co-
mo o novo terminal de contentores
de Lisboa, e ferrovirios, de que
exemplo a linha de mercadorias en-
tre vora e Badajoz. O Governo tem
de fazer chegar uma lista fechada de
projectos Comisso Europeia em
Abril. com Nuno S Loureno
Investimento
Raquel Almeida Correia
Agora que est decidido o
encontro, o problema a
data. Pires de Lima recebe
hoje PCP e Os Verdes
RUI GAUDNCIO
Pires de Lima props encontro com PS j para amanh
20
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ECONOMIA
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
Bolsas
PSI-20
ltima Sesso Performance (%)
NomedaEmpresa Var% Fecho Volume Abertura Mximo Mnimo 5dias 2014
PSI 20 INDEX 0,65 7417,50 234071375 7391,73 7458,96 7365,76 0,38 13,09
ALTRI 0,17 2,92 227298 2,92 2,94 2,90 1,54 30,13
BANIF -0,885 0,01 42570074 0,01 0,01 0,01 -3,42 6,67
BPI 0,18 1,71 1375528 1,71 1,72 1,70 -0,93 40,71
BCP 1,44 0,20 150107039 0,19 0,20 0,19 -0,97 18,57
BES 0,69 1,46 18196054 1,46 1,50 1,45 5,07 40,52
COFINA 1,77 0,63 309254 0,63 0,63 0,63 -2,20 26,55
EDP 0,94 3,21 9461353 3,18 3,22 3,18 3,79 20,04
EDP RENOVVEIS 0,26 4,60 753526 4,60 4,65 4,56 -3,61 19,14
ESFG 0,14 4,97 118016 5,00 5,02 4,95 2,97 2,31
GALP ENERGIA 1,05 12,06 1313562 11,99 12,10 11,90 -0,67 1,17
J. MARTINS 0,95 12,17 1049086 12,08 12,28 12,00 -7,38 -14,42
MOTA-ENGIL -0,18 5,12 675899 5,13 5,20 5,08 -0,85 18,44
PT 0,31 3,25 2076497 3,24 3,27 3,22 -1,46 2,85
PORTUCEL -0,09 3,21 263503 3,20 3,23 3,19 0,94 10,21
REN 0,65 2,80 273986 2,79 2,80 2,79 2,47 25,11
SEMAPA 1,11 10,48 122199 10,33 10,68 10,33 0,68 28,64
SONAE IND. 2,03 0,80 672305 0,80 0,81 0,80 -2,11 42,63
SONAE 0,31 1,30 3445507 1,30 1,31 1,29 -1,97 23,83
ZON OPTIMUS -2,26 5,62 1060689 5,75 5,81 5,62 7,58 4,07
O DIA NOS MERCADOS
Aces
Divisas Valor por euro
Dirio de bolsa

Dinheiro, activos e dvida

Preo do barril de petrleo e da ona, em dlares
Mercadorias
Petrleo
Ouro

Obrigaes
OT 2 anos
OT 10 anos
Taxas de juro
Euribor 3 meses
Euribor 6 meses
Euribor 6 meses
Portugal PSI20
ltimos 3 meses
ltimos 3 meses
Obrigaes 10 anos
Mais Transaccionadas Volume
Variao
Variao
Melhores
Piores
ltimos 3 meses
ltimos 3 meses
Europa Euro Stoxx 50
BCP 150.107.039
BANIF 42.570.074
BES 18.196.054
EDP 9.461.353
SONAE 3.445.507
Sonae Indstria 2,03%
Cofina 1,77%
BCP 1,44%
ZON OPTIMUS -2,26%
BANIF -0,885%
MOTA-ENGIL -0,18%
Euro/Dlar
Euro/Libra
Euro/Iene
Euro/Real
Euro/Franco Suo
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
1,373
0,8212
140,48
3,1823
1,2188
0,287%
0,386%
109,04
1336,94
1,887%
4,722%
PSI20
Euro Stoxx 50
Dow Jones
Variao dos ndices face sesso anterior
2800
2900
3000
3100
3200
5750
6125
6500
6875
7250
0,300
0,325
0,350
0,375
0,400
0,65%
-0,01%
-0,24%
De um lado, acusado de cometer o
mesmo erro do Japo e de deixar o
risco de deao crescer at se tor-
nar incontrolvel. Do outro (prin-
cipalmente da Alemanha), criti-
cado por colocar o balano do BCE
numa posio ingervel e de fazer
regressar o risco de hiperinao
Europa. Mario Draghi no tem
qualquer hiptese, hoje, em mais
uma reunio do conselho de gover-
nadores do Banco Central Europeu,
de tomar uma deciso que agrade a
todos quanto ao rumo a seguir na
poltica monetria europeia.
So vrias as opes que os res-
ponsveis do BCE tm neste mo-
mento em cima da mesa. A primeira
no fazer nada. Pode-se dizer mes-
mo que, neste momento, a hipte-
se mais provvel. A taxa de inao
manteve-se nos 0,8% em Fevereiro
e os ltimos dados econmicos do
conta da continuao de uma acele-
rao, embora ligeira, da expanso
econmica na zona euro.
Os dados do Purchasing Mana-
gers Index (PMI) uma medida do
ritmo da actividade na indstria e
nos servios publicados ontem
apresentaram nmeros para a zona
euro que so melhores do que a es-
timativa inicial e que apontam para
uma consolidao do crescimento
da economia. O PMI subiu de 52,9
pontos em Janeiro para 53,3 pon-
tos em Fevereiro. Um valor do PMI
acima de 50 pontos indica normal-
mente uma expanso na actividade
econmica.
Sem dados que aumentem a ur-
gncia de o BCE tomar uma posio
mais agressiva contra o risco de de-
ao, o banco central pode optar
por, em Maro, reservar as suas ar-
mas para mais tarde.
At porque se acredita que, do la-
do da Alemanha, a tomada de me-
didas extraordinrias apenas ser
aprovada se os indicadores econ-
micos que apontem para a deao
forem indesmentveis.
Quando anunciar a sua deciso, o
BCE ir, em simultneo, apresentar
as suas novas previses para o cres-
cimento e a inao na zona euro,
com dados pela primeira vez para
Mario Draghi entre
os sinais de retoma
e o risco de deflao
2016. Esses nmeros vo dar pistas
para aquilo que poder acontecer
nas reunies seguintes do conselho
de governadores. Mesmo que hoje
a o BCE decida no adoptar novas
medidas, se as previses apontarem
para um cenrio at 2016 de varia-
es de preos ainda mais longe do
objectivo de mdio prazo, car no
ar a expectativa de que as medidas
podem no demorar muito a sur-
gir.
Se decidirem fazer alguma coisa
imediatamente, existem vrios tipos
de abordagens, umas mais suaves,
outras mais ambiciosas.
A resposta tradicional baixar as
taxas de juro. Foi isso que o BCE fez
em Dezembro, surpreendendo os
mercados. Neste momento, a taxa
de juro aplicada nos emprstimos
realizados pelo BCE aos bancos j
de 0,25%, o que signica que uma
nova descida colocaria a taxa a zero
ou muito prximo, tal como j acon-
tece neste momento nos EUA. Seria
a ltima vez que o BCE poderia usar
esta arma.
Tambm no captulo das taxas,
poderia ser feita uma descida na
taxas de juro de depsitos do BCE,
que determina aquilo que os bancos
recebem por deixarem o seu exces-
so de liquidez parqueado no BCE,
em vez de o emprestarem a outros
bancos, a empresas ou famlias. A
taxa de depsito j est a zero, pelo
que teria de passar de forma indita
para terreno negativo, ou seja, os
bancos passariam a pagar para ter o
dinheiro depositado no BCE.
Outro cenrio que, no fazendo
parte das polticas tradicionais de
um banco central, j no constituiria
uma surpresa seria o lanamento
de um novo emprstimo de longo
prazo aos bancos, semelhana do
que foi feito no incio da crise.
O BCE, que garantia a liquidez dos
bancos com emprstimos de curto
prazo, realizou operaes de nan-
ciamento a trs anos, que ajudaram
os bancos (incluindo os portugue-
ses) a estarem mais tranquilos em
relao s suas necessidades de -
nanciamento. Agora que uma parte
signicativa dos emprstimos j foi
devolvida, uma nova ronda pode ser
realizada.
Poltica monetria
Srgio Anbal
Reunio do BCE
de hoje ir mostrar
se Draghi est disposto
a ir mais longe nos
estmulos economia
Mario Draghi vai
apresentar hoje,
pela primeira
vez, os dados
das previses
do BCE para
2016
So negociaes difceis do pon-
to de vista tcnico e poltico e por
isso a data prevista da celebrao
da Parceria Transatlntica de Co-
mrcio e Investimento Unio Euro-
peia - Estados Unidos da Amrica
(PTCI UE-EUA) derrapou do nal
de 2014 para meados de 2015. Mas
o Governo portugus est convicto
do seu sucesso e da enorme opor-
tunidade que representa para as
empresas portuguesas, que no ano
passado exportaram 3000 milhes
de euros para o mercado norte-ame-
ricano (5% do total de produtos e
servios exportados).
Ontem, os secretrios de Estado
adjunto e da Economia e dos Assun-
tos Europeus, Leonardo Mathias e
Bruno Maes, reuniram-se com
cerca de 30 empresrios e gestores
de topo dos mais variados sectores
para conhecerem os grandes obst-
culos que limitam as ambies por-
tuguesas no mercado norte-ameri-
cano. Segundo Leonardo Mathias,
empresas que j tm bom negcio
no pas, como a Portucel e a Amorim
& Irmos, queixam-se da diculdade
na obteno de vistos para os seus
colaboradores; farmacuticas como
a Hovione lamentam os elevados
custos para registar um medicamen-
to no pas; outras lamentam ainda as
regras dos concursos pblicos que
vedam a participao a empresas
estrangeiras, quando, na Europa, se
estimula o lanamento de concursos
pblicos internacionais.
O objectivo do Governo reunir
este repertrio de queixas e levar a
Comisso Europeia a inclu-las no
documento nal com que inicia-
r, na prxima semana, mais uma
ronda negocial com tcnicos norte-
americanos. As actividades indus-
trial e agrcola estaro no topo das
prioridades a defender por Portugal
junto de Bruxelas. Em causa esto
as elevadas barreiras tarifrias im-
postas aos sectores do leite, txtil,
bebidas ou conservas, mas tambm
os chamados custos de contexto, as-
sociados a processos burocrticos,
como licenas ou certicaes tcni-
cas ou de qualidade, que consomem
capital e recursos humanos.
Acordo
comercial
entre EUA e
UE s em 2015
Exportaes
Ana Brito
Governo reuniu-se com
empresas em vsperas de
mais uma ronda negocial
do acordo comercial entre
Europa e Estados Unidos
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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ECONOMIA
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21
PASCAL ROSSIGNOL / REUTERS
Carlos Tavares: O foco nos prximos
dois anos fazer a empresa dar a volta
Carlos Tavares fez a sua carreira na indstria automvel, tendo passado da Renault para a Peugeot
A braos com quebras nas vendas e
dois anos de prejuzos, o grupo PSA
Peugeot Citron est procura de no-
vos caminhos. O executivo portugus
Carlos Tavares, de 55 anos, um vete-
rano da indstria vindo da Renault,
vai assumir no nal do ms o cargo
de CEO. Quer guiar o grupo francs
pelo caminho da recuperao, com
um olho posto nos novos mercados e
outro na criao de uma nova marca,
para se juntar s duas que a empresa
j comercializa.
No entanto, por ora, tem uma me-
ta de curto prazo. O principal ob-
jectivo ter uxo de caixa positivo
em 2016 e abater dvida. O foco nos
prximos dois anos fazer a empre-
sa dar a volta. E, se possvel, fazer
algum lucro, armou, num dos en-
contros com jornalistas que teve esta
semana, no salo internacional de
automveis de Genebra.
A PSA, que tem na Europa o princi-
pal mercado, ressentiu-se com a forte
contraco do consumo europeu nos
ltimos anos, que atirou as vendas
de automveis para valores mnimos
das ltimas duas dcadas. Os ltimos
meses, porm, tm sido de alguma
recuperao no sector. Em 2013, fo-
ram vendidos cerca de 12,3 milhes
de unidades e a Associao Europeia
de Fabricantes Automveis prev um
crescimento modesto de 2% ao longo
deste ano a tendncia tambm se
regista em Portugal, onde o ano pas-
sado j foi de crescimento.
A indstria, porm, est cautelosa
quando recuperao na Europa.
Estamos melhor, mas a realidade
que ainda estamos longe do pi-
co, armou em Genebra, citado
pela agncia Bloomberg, o respon-
svel mximo de vendas do grupo
Volkswagen, Christian Klingler. Es-
tamos num caminho razovel para
uma recuperao modesta, disse
por seu lado o presidente executivo
da Ford europeia, Stephen Odell.
J Carlos Tavares notou a existn-
cia de uma recuperao no Sul da Eu-
ropa e no duvida de que as pesso-
as continuaro a comprar carros na
Europa. Mas explicou que no quer
correr o risco de ancorar o negcio
num nmero reduzido de regies.
Creio que o futuro desta empresa
ser global. Precisamos de vendas
mais fragmentadas. E apontou a
Rssia e os pases da Amrica La-
tina como mercados onde o grupo
precisa de anar estratgias. Um dos
problemas, referiu, a proliferao
de modelos. Em alguns mercados,
possvel ter perdas apesar de ter-
mos 28 modelos venda. J os EUA
so um mercado que faz sentido,
acrescentou ainda o executivo, mas
apenas quando se tem dinheiro.
Outra estratgia, j anunciada, a
criao de uma nova marca autno-
ma a partir da linha DS, da Citron.
Questionado sobre um dos proble-
mas clssicos do grupo, a separao
de duas marcas que nem sempre so
distintas, Tavares classicou a Peuge-
ot como o rigor dos alemes, com a
paixo e a sosticao latina e a Ci-
tron como uma marca de conforto
e inovao til. J a DS, a gama que
neste momento agrega os modelos
de segmento mais alto da Citron,
ter o glamour francs.
Tavares espera que estas caracte-
rsticas europeias vinguem no cada
vez mais importante mercado chins,
onde, no ano passado, se venderam
praticamente 21 milhes de carros.
Aqui, a empresa francesa conta com
a parceria da fabricante local Dong-
feng, que no ms passado se tornou
um dos trs grandes accionistas do
grupo. A Dongfeng tem uma partici-
pao de cerca de 14% na PSA, obtida
na sequncia de uma operao de
aumento de capital, que deu outros
14% ao Estado francs e reduziu para
outro tanto a quota da famlia Peu-
geot. Ao todo, a operao ps nos
bolsos da companhia mais trs mil
milhes de euros.
A opo pela entrada de novo capi-
tal e por uma estrutura tripartida no
foi consensual dentro dos histricos
donos do grupo. O futuro CEO ar-
mou que no ter problemas em ter
o Estado como accionista e lembrou
que essa uma realidade com a qual
j viveu na Renault. Num discurso
conante, classicou a entrada do no-
vo capital como uma nova oportuni-
dade, embora reconhecendo que se
tratou de um imperativo. Por ago-
ra, a Peugeot teve um bom arranque
para 2014: o modelo 308 foi conside-
rado em Genebra o Carro Europeu
do Ano, distino atribuda por um
painel de jornalistas especializados.
O jornalista viajou a convite
da PSA Peugeot Citron
Gestor portugus est prestes a assumir o cargo de topo da Peugeot Citron, o grupo francs
de construo automvel que se afundou com a crise que nos ltimos anos alastrou na Europa
Automveis
Joo Pedro Pereira
22
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MUNDO
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
Europa teme a factura pesada que vai
pagar se avanar com sanes Rssia
Se no sculo XXI os pases ricos no
querem nem ouvir falar de entrar
em guerra com soldados e canhes
uns contra os outros, como se fazia
h 100 anos, e preferem falar em
negociaes e sanes, esse cami-
nho tambm no fcil, como se
provou ontem, um dia em que se
tentou explorar a via diplomtica na
NATO e em Paris. Mas a possibilida-
de de uma guerra econmica com a
Rssia causa um arrepio na espinha
colectivo dos governos europeus,
ao pensarem nas consequncias
econmicas.
Se no h propriamente guerra no
terreno, e h tentativas de conver-
saes diplomticas, h um azedar
das relaes. A NATO anunciou uma
reviso aprofundada da sua coope-
rao com a Rssia e a suspenso do
planeamento de uma misso con-
junta relacionada com a destruio
das armas qumicas srias. Ao mes-
mo tempo, vai acelerar o envolvi-
mento com a liderana civil e militar
ucraniana, anunciou o secretrio-
geral da organizao, Anders Fogh
Rasmussen, aps um encontro com
representantes russos.
Em Paris houve uma intensa mo-
vimentao diplomtica, com a pre-
sena do ministro dos Negcios Es-
trangeiros russos a ser vrias vezes
desconrmada de uma reunio em
que se poderia discutir a situao na
Crimeia, margem de um encontro
diplomtico sobre o Lbano. Acabou
por conversar com o secretrio de
Estado norte-americano John Kerry
e outros congneres europeus.
Hoje, os lderes da Unio Europeia
renem-se numa cimeira extraordi-
nria para discutir sanes contra
a Rssia. Mas enquanto os Estados
Unidos esto a pressionar para que
sejam impostas sanes fortes, na
UE h divises, que no tm apenas
a ver com a dependncia em relao
ao gs natural russo.
H outros valores que pesam, co-
mo o facto de Londres ser a cidade
preferida dos milionrios russos.
Setenta grandes empresas russas
de hidrocarbonetos, como a Ga-
zprom, a Rosneft ou a Lukoil, ou
o banco Sberbank, esto cotadas
em Londres. Roman Abramovich,
o milionrio proprietrio do clube
de futebol Chelsea, um prximo
do Presidente Vladimir Putin.
A Alemanha tem na Rssia o seu
quarto maior parceiro comercial fo-
ra da Unio Europeia as empresas
alems tm 22 mil milhes de euros
investidos no pas. A chanceler An-
gela Merkel, embora no ponha a hi-
ptese de sanes de lado, a lder
europeia que mais tem defendido a
mediao embora secundada por
Frana, Reino Unido, Holanda e It-
lia. Entre as empresas com grandes
investimentos na Rssia est a Re-
nault, que em parte propriedade
do Governo francs, e est prestes
a aumentar o capital que detm no
maior fabricante de automveis rus-
so para 75% ainda este ano. E Paris
tem em curso um negcio para ven-
der a Moscovo navios de guerra, de
que no est pronta a abdicar.
Retaliao
S se devem considerar sanes se
no prosseguirem as negociaes.
As sanes tm sempre um impac-
to negativo para os que as lanam,
devemos avaliar a situao com cui-
dado. provvel que haja contra-
sanes, avisou Jykri Katainen, o
primeiro-ministro da Finlndia, que
tem uma fronteira de 1300 quilme-
tros com a Rssia e uma longa expe-
rincia de disputas com Moscovo.
Contra-sanes exactamente
o que promete Andrei Klishas, da
cmara alta do Parlamento russo,
que anunciou agncia RIA Novosti
estar a preparar uma lei que permi-
tir congelar bens e propriedades de
empresas americanas e europeias na
Rssia, em retaliao contra eventu-
ais sanes econmicas.
O que Klishas tem em mente ro-
a a chantagem: Estamos apenas
a sugerir que em vez de nos ame-
aarmos uns aos outros com san-
es, devamos sentar-nos com os
nossos parceiros e ler a Constituio
ucraniana para compreender o que
o aconteceu neste pas soberano.
O objectivo, diz, fazer com que
ouam os nossos argumentos legais
e reajam de forma adequada, quer
Alguns dos homens armados no identificados mas com equipamento russo que esto na Crimeia
NATO suspende cooperao com a
Rssia, enquanto diplomatas tentam
forar Moscovo a negociar, sem
prejudicar a economia
Ucrnia
Clara Barata
UE prepara 11.000 milhes de euros de apoio financeiro Ucrnia
A
Unio Europeia est
disposta a garantir durante
os prximos dois anos um
apoio financeiro Ucrnia no
valor de 11.000 milhes de euros.
O anncio foi feito ontem pelo
presidente da Comisso Europeia
e surge como resposta a um
cenrio de quase insolvncia na
Ucrnia. Os EUA j prometeram
a entrega de garantias de
1000 milhes de dlares e est
neste momento a ser tambm
negociado com o Fundo
Monetrio Internacional um
emprstimo ao pas.
Duro Barroso explicou que o
pacote de ajuda ser garantido
atravs do oramento da UE
e de instituies financeiras
internacionais baseadas na
UE. Tanto o Banco Europeu de
Investimento (BEI) como o Banco
Europeu para a Reconstruo
e Desenvolvimento (BERD)
vo participar nesta operao.
O portugus disse ainda que
o programa de ajuda est
parcialmente dependente da
concretizao de um acordo
entre a Ucrnia e o FMI.
O novo governo ucraniano
tinha anunciado na semana
passada, pela voz do seu
primeiro-ministro, que o pas
ir necessitar durante os
prximos dois anos de cerca
de 25.000 milhes de euros de
financiamento. As necessidades
de curto prazo sero de cerca de
2900 milhes de euros.
A queda abrupta da divisa, a
perda do apoio financeiro que
tinha sido prometido pela Rssia
e a perspectiva de subida abrupta
dos custos de fornecimento de
energia fazem com que a Ucrnia
se encontre neste momento em
situao de falncia iminente,
que apenas pode ser evitada
coma chegada de emprstimos
de emergncia do exterior.
O mais recente problema est
relacionado com o fornecimento
de gs por parte da empresa
russa Gazprom, que avisou as
autoridades ucranianas que no
poderia manter o preo com
desconto que vinha a praticar se
a dvida do pas empresa (cerca
de 1,5 mil milhes de dlares)
no fosse rapidamente saldada.
Srgio Anibal
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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MUNDO
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23
os nossos parceiros europeus e ame-
ricanos queiram, quer no.
A Unio Europeia decidiu con-
gelar os bens de 18 ucranianos
suspeitos de se terem apropriado
indevidamente de fundos estatais.
E o secretrio da Defesa norte-ame-
ricano, Chuck Hagel, anunciou que
a cooperao econmica com a Po-
lnia e com os pases blticos as
naes da UE que defendem uma
posio mais dura com a Rssia ia
ser reforada.
No terreno, deu-se um incidente
diplomtico. Robert Serry, enviado
especial do secretrio-geral das Na-
es Unidas, cou encurralado num
caf em Sinferopol, a capital, com
o seu carro rodeado por uma mi-
lcia armada a Rssia continua a
negar que os homens armados com
carros militares de matrculas rus-
sas na Crimeia faam parte do seu
Exrcito. Serry refugiou-se com um
grupo de jornalistas e ps um m
abrupto sua misso.
FILIPPO MONTEFORTE/AFP
Na Crimeia, uma guerra entre amigos
Nada de novo na guerra da
Crimeia. As duas manifestaes
esto frente-a-frente, ao lado dos
dois exrcitos frente-a-frente, mas
tudo est calmo. Pelo menos o
que diz o chefe dos mais fortes, um
homem que no quer dizer como
se chama nem de que pas vem.
Tudo se passa na mesma rua,
distncia de uma pedrada, embora
alguns estejam armados com
lana-msseis. fcil ir falar com o
inimigo, mas no possvel discutir
assunto nenhum. Os agressores
dizem-se alis protectores,
generosidade que deveria ench-
los de orgulho. No se identicam,
decerto por modstia.
Uns esto fechados num quartel,
sem comunicaes nem comida
so os ucranianos. Outros
cercam o quartel armados at aos
dentes chamam-lhes russos,
mas eles dizem-se simplesmente
amigos. Entre os manifestantes,
uns gritam No guerra!, e
dizem no querer o separatismo.
Os outros gritam tambm No
guerra!, e dizem tambm que no
querem o separatismo. Mas umas
so loiras outras morenas. Umas
russas outras trtaras, ou, segundo
as russas, banderas. Sim, nas
manifestaes, so todas mulheres.
Na base militar, dentro e fora, s
homens.
Isto a ocupao da nossa
terra, diz Lenara Chubukchieva,
43 anos, historiadora, casada,
dois lhos. No acredito que eles
tenham vindo para nos ajudar. Isto
uma invaso. Lenara uma das
cerca de 200 mulheres que vieram
manifestar-se contra a presena
dos soldados russos. A base militar
ca do outro lado da rua, entrada
da cidade de Bachchisarai, e est
cercada por dezenas de soldados
com armamento sosticado, que
inclui metralhadoras pesadas
nossas foras militares. Sero
uns 30, ou 50 fechados l dentro,
dizem as mulheres. Tenho amigos
na base. Tentei telefonar, mas no
atendem os telefones.
Uma mulher grita com mais
veemncia do que a maioria. Tem
olhos azuis, cheios de lgrimas
e raiva, um beb ao colo e um
lho, de 29 anos, fechado na base
militar. Sim, ele um soldado
da Ucrnia, diz ela, sem desviar
os olhos da direco do quartel,
sem mentir, sem se render. No
guerra! No guerra! repete.
Do outro lado da rua h outra
manifestao, a favor dos russos.
No queremos a guerra,
diz Natalia Popkova, 37 anos,
operadora de computadores.
Temos medo dos radicais fascistas
que tomaram o poder em Kiev.
Ns no elegemos aquele governo.
Temos medo que eles nos probam
de falar russo.
a principal queixa de todas
as manifestantes deste lado da
rua. O Parlamento em Kiev, sob a
inuncia dos revolucionrios de
Maidan, aboliram a lei que atribua
ao russo o estatuto de lngua ocial
na Crimeia, alm do ucraniano.
Alguns russos temem agora que o
prximo passo seja a proibio.
Ns no temos medo da Rssia,
mas sim da Ucrnia, diz Natalia.
Estamos aqui para apoiar a ajuda
destes amigos russos. E todos
volta acrescentam argumentos
e teorias que justicam esta
inclinao. Os banderas
[seguidores de Stepan Bandera,
lder nacionalista ucraniano no
tempo da Segunda Guerra] j
atacaram russos em vrias regies.
Eles querem-nos fora da Crimeia.
So separatistas, dizem.
Ludmila Michalovska, 55 anos,
engenheira electrotcnica, loura,
com um crucixo ao pescoo, diz:
Ns devemos juntar-nos Rssia,
porque a Rssia mais forte, e
pode proteger-nos. Outra voz
acrescenta: Os banderas querem
declarar a Crimeia um estado
trtaro. Natalia, de temperamento
pragmtico, diz: No queremos
juntar-nos Unio Europeia. Se o
zermos, perderemos poder de
compra, porque l os preos so
muito mais elevados. Comida,
casa, gs, tudo mais caro. E
perderemos os benefcios sociais
para os reformados. Aponta para
a outra manifestao, quase em
triunfo: As banderas tambm
vo perder os benefcios.
Na manifestao pr-russos,
quase todas as mulheres so
louras, de meia-idade, e usam
casacos de peles. No meio
delas, surge uma com opinies
dissonantes. Tambm sou russa,
mas sou contra a presena das
tropas russas aqui. No devemos
lutar uns contra os outros. Somos
todos eslavos.
Gera-se confuso, um homem
que dizem ser o lder da milcia
pr-russa corre para l. Ela est
errada, tudo est bem, nada vai
acontecer, diz ele, em tom severo.
Vamos esperar pelo referendo,
diz o homem, que no se identica
nem fala a jornalistas. Depois
do referendo, a Crimeia ter um
estatuto de maior autonomia
dentro da Ucrnia, e a Rssia vai
poder proteger-nos, explicam
os homens da milcia. Proteger-
vos de quem? Dos separatistas
ucranianos, explicam. Depois,
aos poucos, vamos sendo anexados
Federao Russa.
A gritaria das mulheres no
pra, dos dois lados da rua. Passam
carros a buzinar, no se percebe
a favor de quem. Um Lada do
tempo sovitico, ferrugento, mas
com vidros fumados, e um aileron
grande como o de um avio,
tem escrito na porta: My life, my
rules. Nada de novo na guerra da
Crimeia.
Duas manifestaes. Uns
contra os outros. Mulheres
e homens. Ucranianos
e russos. Todos dizem
no guerra
e lana-msseis. So foras
comandadas pela Rssia, ningum
duvida, embora eles no admitam.
Muita gente nunca vira armas
assim na Crimeia. S tinha visto
metralhadoras destas nos lmes,
disse Shakir, o nosso intrprete.
Se carmos em silncio,
eles vo entrar numa escalada
de violncia, explica Lenara,
referindo-se aos russos. Isto
uma ameaa Crimeia. Isto
a guerra. As mulheres trazem
bales com as cores da bandeira
da Crimeia e cartazes que dizem
No guerra e Mulheres unidas
contra a guerra. So mulheres
de todas as idades, quase todas
de etnia trtara. Gritam para
os russos, que esto do outro
lado da rua e ngem no ouvir.
Os russos cercam a base de
Infantaria, pequenos grupos
dispostos volta do velho edifcio,
de onde nunca deixa de se ouvir
uma playlist musical que inclui
canes trtaras e rock and roll..
Esto l dentro h quatro
dias, sem comida, nem acesso a
telefones ou Internet. Os russos
chegaram no domingo e exigiram a
rendio. Os militares ucranianos
recusaram. O comandante deixou
sair quem quis, s no primeiro dia.
Depois os russos bloquearam as
portas. Por amizade, claro. Para
os proteger dos fascistas. Agora,
o destino de uns ser o de todos.
Ou se rendem, ou... Eles no se
vo render, so uns heris, diz
Aisha Umierova, 24 anos, uma das
manifestantes. Ns apoiamos as
VOLODYMYR PETROV/AFP
As sanes
tm sempre um
impacto negativo
para os que as
lanam
Jykri Katainen
primeiro-ministro da Finlndia
Reportagem
Paulo Moura,
em Simferopol
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MUNDO
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
Juncker, candidato provvel da direita
europeia sucesso de Barroso
Congresso do Partido Popular Europeu vota amanh em Dublin o seu candidato, sabendo que mesmo
que ganhe as eleies europeias dever procurar outro nome por presso dos Governos dos 28 pases
FRANCOIS LENOIR/REUTERS
Jean-Claude Juncker dever ser o escolhido pelo Partido Popular Europeu para suceder a Duro Barroso
As peas do futuro brao-de-ferro
entre o Parlamento Europeu (PE) e
os Governos da Unio Europeia (UE)
para a sucesso de Duro Barroso na
presidncia da Comisso Europeia
caro completas amanh, com a es-
colha pelos conservadores do Par-
tido Popular Europeu (PPE) do seu
candidato ao cargo.
Jean-Claude Juncker, ex-primeiro-
ministro do Luxemburgo durante 18
anos, dos quais oito tambm como
presidente do Eurogrupo (os minis-
tros das Finanas do euro), o as-
pirante em melhor posio para ser
eleito o candidato ocial do PPE no
congresso que comea hoje e termina
amanh em Dublin. A reunio conta-
r com os lderes dos partidos-mem-
bros, incluindo o primeiro-ministro
portugus, Pedro Passos Coelho, mas
igualmente a ministra das Finanas,
Maria Lus Albuquerque, e o vice-pri-
meiro-ministro, Paulo Portas.
A ideia de escolher candidatos
sucesso de Barroso, que termina o
mandato no m de Outubro, partiu
das famlias polticas europeias que,
apoiando-se nas disposies do Tra-
tado de Lisboa que atribuem a elei-
o do presidente da Comisso ao
PE, consideram que lhes cabe igual-
mente a escolha.
Os 28 Governos da UE discordam,
argumentando que so eles, segundo
o tratado, que tm de propor o presi-
dente da Comisso, tendo em conta
o resultado das eleies europeias
(que decorrem este ano entre 22 e
25 de Maio), cabendo depois ao PE
votar a sua investidura.
A escassas semanas do incio da
campanha eleitoral, este diferendo
foi posto em banho-maria, mas ter
de ser resolvido possivelmente du-
rante a cimeira extraordinria de l-
deres da UE prevista para 27 de Maio.
At l, todas as famlias polticas,
exceptuando o PPE, j designaram
o seu candidato, que vai ser o chefe
de la da campanha eleitoral dos res-
pectivos partidos em todos os pases.
Desta forma, defendem os partid-
rios da ideia, os cidados europeus
podero identicar-se com a pessoa
que ir presidir durante os prximos
cinco anos Comisso Europeia, o
rgo executivo da UE.
tituio do belga Herman Van Rom-
puy, que tambm termina o mandato
no m do ano.
A ideia no entusiasma a Alema-
nha, o que leva algumas fontes no
PPE a considerar que no est exclu-
do que Duro Barroso possa car
com o cargo.
A busca de compromissos pode-
r, de resto, ser facilitada pela exis-
tncia de vrios cargos a preencher:
alm dos presidentes da Comisso e
Conselho Europeu, ainda haver que
escolher o alto-representante para a
poltica externa da UE, o presidente
permanente do eurogrupo, o presi-
dente do PE e at o secretrio-geral
da NATO.
Em caso de vitria do PPE, que
segundo as sondagens est longe de
adquirida, Schulz visto como um
possvel futuro alto-representante
para a poltica externa, ou, eventu-
almente, para um segundo mandato
de presidente do PE.
No congresso do PPE, os partidos-
membros tero de se pronunciar
amanh sobre outros dois candida-
tos: o francs Michel Barnier, actu-
al membro da Comisso Europeia
responsvel pelo Mercado Interno
e Servios Financeiros muito apre-
ciado no PE pelo seu trabalho de
moralizao do sector nanceiro
e o ex-primeiro-ministro da Letnia
Valdis Dombrovski.
Com o prazo para a apresentao
de candidaturas encerrado ontem
ao meio-dia, o nome do primeiro-
ministro da Finlndia, Jirki Katai-
nen, que chegou a ser mencionado,
no foi apresentado. O que no quer
dizer que no possa ser o prximo
presidente da Comisso, j que ne-
nhum dos candidatos ociais tem
grandes probabilidades de vir a ser
o escolhido. O mesmo poder acon-
tecer com o chefe do Governo po-
laco, Donald Tusk, que aspira, em
segredo, ao cargo.
Comisso Europeia
Isabel Arriaga e Cunha,
em Dublin
Os socialistas confirmaram h
uma semana o actual presidente do
PE, o alemo Martin Schulz, como
seu candidato. Os liberais elegeram
Guy Verhofstadt, ex-primeiro-minis-
tro belga e presidente da respectiva
bancada parlamentar no PE, em
detrimento de Olli Rehn, actual co-
missrio europeu responsvel pelos
Assuntos Econmicos e Financeiros
e a cara da troika de credores in-
ternacionais de Portugal, Grcia, Ir-
landa e Chipre. Os verdes optaram
pela candidatura dupla da alem Ska
Keller e do francs Jos Bov. Final-
mente, a esquerda seleccionou o
grego Alexis Tsipras, presidente do
partido Syriza, que quer correr com
a troika do seu pas.
O risco de o PE entrar em confron-
to com os Governos, caso estes no
escolham o candidato do partido
mais votado, real.
Os 28, que recusam ser pressio-
nados, podero, no entanto, evitar
uma crise com o PE se nenhum dos
principais partidos (PPE e socialistas,
hoje com 274 e 193 eurodeputados,
respectivamente) conseguir uma vi-
tria folgada, como parece ser o ca-
so. As sondagens colocam-nos taco
a taco com uma ligeira vantagem
para os socialistas o que refora a
ideia de que ser preciso encontrar
uma gura de compromisso capaz
de fazer a ponte entre as duas sen-
sibilidades.
E se for um leto?
Juncker e Schulz tm assim muito
poucas probabilidades de serem
nomeados pelos 28, a menos que
o seu partido ganhe as eleies por
maioria absoluta.
Alis, e ainda que esteja bem co-
locado para ser o candidato do PPE
Comisso, Juncker sobretudo
falado enquanto possvel prximo
presidente do Conselho Europeu (as
cimeiras de lderes da UE), em subs-
Julho
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MUNDO
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
Israel anunciou que interceptou um
carregamento de msseis de mdio
alcance perto do Sudo. As autori-
dades dizem que o Iro est por trs
da operao e que o material, fabri-
cado na Sria, tinha como destino a
Faixa de Gaza.
Na madrugada de ontem, diz o di-
rio Haaretz, foras israelitas inter-
ceptaram um cargueiro, registado
no Panam, descobrindo a bordo
dezenas de rockets fabricados na
Sria, com alcance de cerca de 100
quilmetros. Trata-se do mesmo
tipo de projcteis usado pelo mo-
vimento xiita libans Hezbollah na
guerra entre Israel e o Lbano em
2006.
Podemos dizer com certeza que
o Iro est por trs desta operao,
armou um responsvel militar ao
Haaretz. O militar relatou o percur-
so das armas: da Sria foram carre-
gadas num avio no aeroporto de
Damasco para o Iro, da postas no
cargueiro, que arrancou, h cerca
de dez dias. Ainda passou pelo Ira-
que, onde Israel acredita que foram
cobertos com cimento para disfar-
ar a carga, antes de se dirigir a um
porto no Sudo.
As foras israelitas interceptaram
o navio cerca de um dia antes de
este conseguir chegar ao Sudo. Os
rockets deveriam depois seguir, via
terrestre, pelo Sinai, no Egipto, at
Faixa de Gaza.
O movimento palestiniano Ha-
mas, no poder na Faixa de Gaza,
negou qualquer envolvimento e
disse que a histria est a ser usada
para justicar o bloqueio israelita
ao territrio. Israel controla a fron-
teira e restringe a entrada de muito
material que possa ser usado con-
tra si. O Egipto bloqueia a fronteira
terrestre a sul, e desde o derrube
do Presidente Mohamed Morsi as
novas autoridades tm fortalecido
o controlo e inundado dezenas de
tneis usados para contrabando. A
postura mais dura em relao ao Ha-
mas do novo regime continuou na
semana passada com a ilegalizao
do movimento no pas.
Israel e o Hamas observam um
cessar-fogo desde 2012, mas foram
lanados mais de 60 rockets de Gaza
para Israel desde ento.
Msseis
do Iro
para Gaza
interceptados
Israel
Raide da marinha
israelita a navio registado
no Panam ocorreu
perto do Sudo
MARIO LAPORTA/AFP
Francisco no quer ser visto como um super-homem e diz que um homem normal, que ri e chora
Francisco foi a personagem do ano
para a revista Time, fez capa da
Rolling Stone e um sucesso nas re-
des sociais. As suas intervenes, so-
bre a pobreza ou os males da Igreja,
geram um entusiasmo pouco habitu-
al tanto que se fala j de papama-
nia ou franciscomania. Exageros,
diz o Papa, denunciando uma certa
mitologia criada em torno dele.
O Papa um homem normal, que
ri, chora, dorme tranquilo e tem ami-
gos como toda a gente. Uma pessoa
normal, diz Francisco em entrevista
ao Corriere della Sera, a terceira a um
jornal italiano desde que foi eleito,
faz dia 13 um ano. O Papa diz gos-
tar de estar entre as pessoas, junto a
quem sofre, andar pelas parquias,
numa proximidade pastoral que est
a revolucionar a imagem que o mun-
do tem do chefe da Igreja Catlica e
que o leva, por exemplo, a telefonar
a quem lhe escreve com pedidos de
ajuda. Quando algum nos chama
porque quer falar, fazer um pedido,
pedir um conselho. Em Buenos Aires
era mais simples, mas um hbito
que cou, um servio.
Do que Francisco no gosta da
interpretao ideolgica do seu
pensamento, da construo de uma
imagem que no coincide com aqui-
lo que ele diz ou pensa. Sigmund
Freud dizia, se no me engano, que
toda a idealizao uma agresso.
Pintar o Papa como uma espcie de
super-homem, uma espcie de estre-
la, parece-me ofensivo.
Quanto ao caminho percorrido
desde a tarde em que assomou va-
randa de S. Pedro e se apresentou
multido como o Papa que veio do
m do mundo, admite que, quando
foi eleito, no tinha nenhum projec-
to para a reforma da Igreja e que s
meses mais tarde concluiu que devia
ser dada prioridade discusso sobre
a crise muito sria que atravessa a
famlia, tema do snodo dos bispos
que vai realizar-se em Outubro.
Do encontro, que ter uma segun-
da etapa em Outubro de 2015, podem
sair mudanas, como a permisso
para que os divorciados recasados
possam receber os sacramentos,
incluindo a comunho. O tema foi
abordado no consistrio e deu ori-
Papa critica os que querem fazer dele
uma espcie de super-homem
Igreja Catlica
Ana Fonseca Pereira
Francisco diz que a crise
da famlia deve ser alvo de
uma reflexo profunda
por parte da Igreja
gem a uma discusso intensa entre
os cardeais, admitiu o Papa, mas a
discusso fraternal e aberta faz cres-
cer o pensamento teolgico e pasto-
ral. No o temo, antes o busco,
diz, sublinhando que s com uma
reexo profunda se pode confron-
tar seriamente as situaes particu-
lares, incluindo a dos divorciados,
com profundidade pastoral.
Criticado pelos sectores mais tra-
dicionais da Igreja pela pouca aten-
o dada ao que os seus antecessores
chamaram os valores no-negoci-
veis da vida e da moral sexual, Fran-
cisco diz nunca ter compreendido
a expresso valores so valores,
e basta. E, se rearma que o ca-
samento entre um homem e uma
mulher, recusa criticar as unies
civis institudas em muitos pases
para regular diferentes situaes
de convivncia.
Francisco repete as crticas a uma
globalizao que salvou da pobreza
muitas pessoas, mas condenou ou-
tras tantas a morrer de fome. Sobre
o antecessor diz que Bento XVI no
uma esttua nem um museu. A
sua sabedoria um dom de Deus,
arma, revelando que rejeitou os
conselhos de quem defendia que ele
deveria retirar-se para uma abadia
longe do Vaticano. Pensei nos avs
que, com a sua sabedoria e com os
seus conselhos, do fora famlia e
no merecem terminar os seus dias
numa casa de repouso.
Pedofilia: Ningum fez mais do que a Igreja
Papa elogia reaco corajosa de Bento XVI
S
o as primeiras palavras do
Papa desde que, no ms
passado, uma comisso
das Naes Unidas acusou
o Vaticano de no ter tomado
as medidas necessrias para
proteger as crianas dos abusos
de padres pedfilos. Ningum
fez mais [do que a Igreja],
assegura Francisco na entrevista
ao Corriere della Sera.
Os casos de abuso so
terrveis, porque deixam feridas
profundssimas, comea por
dizer, quando questionado
sobre o escndalo que mancha
a reputao da Igreja h mais
de uma dcada. Mas o Papa
afirma que Bento XVI foi muito
corajoso, quer quando pediu
perdo em nome da Igreja
s milhares de vtimas, quer
quando emitiu novas regras que
as dioceses devem cumprir face
a denncias de abuso.
O anterior Papa abriu um
caminho e a Igreja nesta via
fez muito, talvez mais do que
ningum, diz, sublinhando
que as estatsticas sobre o
fenmeno da violncia contra as
crianas so impressionantes,
mas mostram que a grande
maioria dos abusos acontecem
no seio da famlia ou da
vizinhana. A Igreja Catlica
foi a nica instituio pblica
a reagir com transparncia e
responsabilidade. Ningum
fez mais. E ainda assim a
nica a ser atacada, lamentou
Francisco, sem se referir
directamente s concluses
da Comisso de Direitos das
Crianas da ONU.
Divulgado a 5 de Fevereiro,
o relatrio acusa o Vaticano de
no reconhecer a extenso dos
crimes cometidos, de no ter
dado os passos necessrios para
proteger as crianas e de ter
adoptado um comportamento
e tomado decises que levaram
continuao dos abusos e
impunidade dos predadores.
Para cortar caminho, escrevem
os relatores, a Igreja deve afastar
imediatamente todos os padres
que cometeram abusos e deve
tornar obrigatria as denncias
das suspeitas s autoridades
judiciais.
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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MUNDO
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27
Maduro responder com fora e
contundncia a ingerncias externas
No dia do primeiro aniversrio da morte de Hugo Chvez, o Presidente reagiu contra a convocao de uma
reunio do Conselho Permanente da Organizao dos Estados Americanos para analisar a crise no pas
TOMAS BRAVO/REUTERS
O desfile em memria do lder da revoluo bolivariana foi uma manifestao da fora e capacidade de mobilizao do Governo
Com milhares de apoiantes do Go-
verno, vestidos com as camisas ver-
melhas do chavismo, a assistir ao
desle cvico-militar que assinalou
o primeiro aniversrio da morte de
Hugo Chvez, o Presidente da Vene-
zuela, Nicols Maduro, recrudesceu
a sua retrica contra os crticos e ad-
versrios da revoluo bolivariana,
e garantiu que responder com
fora e contundncia a qualquer
tentativa de intervencionismo na
Venezuela.
Um ano depois da morte do
nosso comandante em chefe, a re-
voluo bolivariana continua de
p, vitoriosa na batalha pelo socia-
lismo, declarou Maduro, que desta
vez dirigiu as suas crticas contra a
Organizao de Estados Americanos
(OEA), cujo Conselho Permanente
agendou para hoje uma discusso
da crise venezuelana.
H por a um Governo de direi-
ta que pretende levar ao Conselho
Permanente da OEA um plano de
interveno de foras estrangeiras
no pas, informou o Presidente, re-
ferindo-se ao Panam, que solicitou
a discusso do tema, aps quase um
ms de protestos populares que j
zeram 18 mortes. Mas que no se
equivoque a direita com o nosso po-
vo e a nossa revoluo. Peo o apoio
do povo para responder com fora
e contundncia contra qualquer ac-
o de ingerncia ou ataque sobe-
rania nacional, declarou.
O embaixador do Panam na OEA,
Arturo Vallarino, disse em entrevista
estao nacional do seu pas que a
reunio foi pedida para analisar a si-
tuao e sobretudo as denncias em
matria de violao dos direitos hu-
manos, e rejeitou a ideia de se tratar
de uma ingerncia em assuntos inter-
nos. uma chamada de ateno pa-
ra a necessidade de adoptar medidas
que ajudem a pr cobro violncia
na Venezuela, considerou.
J chega a histria nefasta de 60
anos de golpes de Estado da OEA,
prosseguiu o herdeiro escolhido por
Hugo Chvez. L em Washington
que ela est bem. OEA fora daqui,
agora e para sempre!, bradou o
Presidente, que considerou que o
caminho da Venezuela est com a
Unio das Naes Sul-Americanas
presos e tm que ser castigados se-
veramente. A lei ser aplicada contra
estes sabotadores, disse Maduro,
que elogiou a actuao da Guarda
Nacional e fez um novo apelo s
Unidades de Batalha Hugo Chvez,
aos conselhos comunais, trabalha-
dores, camponeses e todas as orga-
nizaes sociais para que faam
valer a voz de Hugo Chvez nas suas
comunidades.
A marcha militar de Caracas mar-
cou o nal de uma semana de inac-
tividade laboral decretado pelo Pre-
sidente Nicols Maduro para que as
crianas pudessem aproveitar os fes-
tejos do Carnaval, e que entroncou
na jornada de homenagem a Hugo
Chvez, que se prolongar por dez
dias. As cerimnias contam com a
presena do Presidente de Cuba,
Ral Castro, e tambm do Presiden-
te da Bolvia, Evo Morales. Um dos
pontos altos consistia na ante-estreia
mundial do documentrio O Meu
Amigo Hugo, do realizador norte-
americano Oliver Stone, e que seria
transmitido pelo canal Telesur.
No bairro 23 de Enero da capital
venezuelana, uma parquia de 100
mil habitantes que alberga o museu
militar que agora serve de mauso-
lu de Hugo Chvez, o Presidente
Nicols Maduro no goza da mesma
popularidade que o seu antecessor,
mas benecia do mesmo apoio. Ma-
duro tem um problema de carcter
e no se v to forte como Chvez.
Mas apoiamo-lo e acompanhamos a
sua gesto, disse BBC Mundo Jo-
s Gonzlez, que membro de um
dos conselhos comunitrios do bair-
ro. Enquanto ele zer perdurar a
herana [de Chvez], o povo estar
feliz e satisfeito. Se ele quiser seguir
outro caminho, no ir muito longe,
avisava Angela Sandoval, em decla-
raes AFP.
Venezuela
Rita Siza
Alguns lderes de oposio pedi-
ram aos manifestantes que tm sado
diariamente rua para cumprirem
um dia sem protestos por ocasio das
cerimnias de homenagem a Hugo
Chvez, que morreu a 5 de Maro de
2013, com 58 anos, depois de vrios
tratamentos contra o cancro. No en-
tanto, a cidade de Caracas voltou a
amanhecer com ruas barricadas e
em San Cristbal, a cidade onde co-
mearam os protestos, a deputada
de oposio Maria Corina Machado
liderou uma marcha anti-Governo.
No seu discurso, o Presidente
anunciou a deteno de vrios
chefes de grupos violentos e fascis-
tas, que teriam sido encontrados
pela Guarda Nacional na posse de
armas de guerra, cocktails molotov,
cartuchos e plvora e se prepara-
riam para fechar estradas, tneis
e pontes em Caracas e pelo menos
outras quatro cidades. Esto bem
A marcha militar
de Caracas
marcou o nal
de uma semana
de inactividade
laboral
(Unasur), a organizao alternati-
va constituda em 2008. O nosso
Norte o Sul, reforou.
O desle cvico-militar em mem-
ria do lder da revoluo bolivariana
da Venezuela, que serviu para mos-
trar populao uma srie de novos
equipamentos de ponta do Exrcito
nacional, foi ao mesmo tempo uma
manifestao da fora e capacidade
de mobilizao do Governo, apesar
da contestao.
30
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MUNDO
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
Secretrio estadual de segurana
do Rio de Janeiro, Beltrame
o rosto das UPP (Unidades
de Polcia Pacicadora) nas
favelas. O projecto, iniciado
em 2008, visa acabar com o
poder paralelo armado que,
no Rio, so tracantes e milcia
, conquistando o territrio
para o estado. Mas as UPP
maiores e emblemticas esto
sob fogo, por ataques do trco
ou erros da polcia. Entretanto,
as manifestaes de rua devem
aumentar neste pr-Copa do
Mundo, segundo os relatrios de
Beltrame.
J depois desta entrevista no
seu gabinete por cima da Central
do Brasil, centro da cidade (numa
manh tensa, com todos os media
a tentarem falar com ele por causa
de uma questo de actualidade),
a polcia divulgou imagens do
equipamento especial para
manifestaes, uma espcie de
Robocop.
Como que a polcia se est a
preparar para o pr-Copa?
Temos um batalho de grandes
eventos, e j temos um batalho de
choque, que dos mais treinados
do pas. Passmos por rveillons,
Jogos Pan-Americanos [2007],
Copa das Confederaes [2013],
Jornada Mundial da Juventude
[com visita do Papa, 2013]. Vamos
fazer, sim, a Copa do Mundo.
Nos ltimos meses tem
acontecido uma srie de
ataques a UPP, mortos,
desaparecimentos, tiroteios,
cocktails-molotov, a delegacia do
Complexo do Alemo sob fogo.
um sinal de que o programa
est em risco de colapso?
Absolutamente, no. Voc tem 36
UPP e tem problema em dois ou
trs. No Alemo e na Rocinha.
Complexo da Penha, tiros no
Pavo-Pavozinho...
Pavo-Pavozinho, temos um
incidente.
Os problemas esto a acontecer
em favelas muito grandes,
emblemas do programa.
No temos problema em 36 UPP.
Temos em trs, quatro, que sejam
cinco.
Muito emblemticas.
Um milho e meio de pessoas so
atendidas por 9 mil policiais. No
Complexo do Alemo e da Penha
temos 140 mil pessoas. Rocinha
tem 101 mil. So comunidades que
h 30 anos estavam tiranizadas,
ali dentro tinha um imprio, no
tinha poder executivo, legislativo
nem judicirio. No tenho iluso
de que isso vai parar de uma hora
para outra. A gente tem problemas
em reas em torno de 100 mil
habitantes. Porque, alm de serem
grandes, as vielas facilitam a aco
de bandidos que se escondem e
permanecem.
Se os ataques se multiplicam,
cria-se a viso de que o estado
est recuando face ao trco.
No fragilizam o programa?
Procuram fragilizar, mas s
legitimam cada vez mais nossas
aces. Vamos prender essas
pessoas, se tiver de reforar
policiais, vamos fazer.
O senhor sempre disse que no
bastava segurana, que era
preciso programa social, uma
implantao a vrios nveis. Que
aconteceu com a UPP Social?
No est mais comigo. Est com
a secretaria de assistncia social.
Houve muitas trocas. Foi daqui
para essa secretaria, quando
mudou o secretrio foi para a
prefeitura.
Isso faz sentido?
Eu quero que as pessoas sejam
atendidas, que tenham uma
perspectiva de vida, digo e repito
que no vai ser policial com um
fuzil que vai melhorar a vida. O
estado, o municpio, a Unio, as
ONG, a sociedade precisam fazer
um gesto mostrando que estamos
do lado delas. Eu no coordeno
todas essas aces, j fao muito.
Mas gostaria que isso acontecesse
com mais velocidade, sim.
Do ponto de vista dos
moradores: algum que
est, por exemplo, na Cidade
de Deus, onde a luz falta
sistematicamente, os servios
falham. A leitura que vai
fazer das vantagens da UPP
afectada por isso.
Claro que sim. A polcia no
est ali para ser repressora nem
numa situao militarizada, mas
para oportunizar que outras
coisas aconteam. A UPP uma
oportunidade de integrar a favela
na cidade. Se no zer isso, no
vira a pgina da violncia. A
segurana fez o seu papel, est l.
Mas o cidado precisa de muito
mais.
Vamos falar do caso
Amarildo, um emblema forte...
Muito ruim.
... que extravasou para alm do
Rio. Temos a Rocinha, favela
superemblemtica do Rio de
Janeiro, com UPP. E de dentro
da UPP que vem este caso,
com 25 polcias indiciados [por
tortura e morte do ajudante de
pedreiro Amarildo]. Tornou-
se o smbolo de uma polcia
corrupta, violenta, torturadora.
Como possvel que um caso
como este tenha acontecido
numa UPP?
muito ruim, um absurdo. Mas
aconteceu. O que que o estado
fez? Foi l e prendeu as pessoas
[polcias]. Inclusive os ociais.
Ou vamos deixar de fazer UPP
porque a polcia corrupta? Vamos
deixar os morros como estavam
porque a polcia corrupta?
Temos de avanar, tirar as pessoas
do estigma de um fuzil. Se uma
mulher apanhava, quem julgava
isso era o Nem da Rocinha [ex-
chefe do trco, hoje preso].
Agora, a polcia errou? Errou
muito feio. E est revertendo esse
quadro atravs da major Priscila
[de Azevedo, que substitui o
comandante preso, major Edson
Santos]. A polcia prendeu essas
25 pessoas e trabalhou dia e noite
l dentro sem fuzil, sem arma. E
quantas pessoas tem l dentro
queimadas, sumidas [por aces
do trco]? A polcia tem seus
erros, chegou aqui com D. Joo
[VI, em 1808], veio para proteger
D. Joo e a corte, no o povo, e isso
est no DNA dela.
Justamente, a questo da
formao: como se reverte isso?
Faz dois anos que mudmos o
currculo dos policiais, a carga
horria. Agora toda voltada para
a populao, eu digo, para o nosso
cliente. Tem muito de sociologia,
de direitos humanos, para
procurar a proximidade. Temos
uma polcia que se acostumou a
fazer guerra, que no prestava
servio, que teve um secretrio que
pagava para quem mais produzia
auto-de-resistncia. Como se
reverte isso? Com formao, e est
acontecendo. As turmas a partir
de Maio j tm o novo currculo.
Infelizmente no vamos colher
esses frutos agora, mas tenho a
certeza de que essas coisas vo
mudar, como na Rocinha j esto
mudando e nas UPP mais antigas,
menores, esto muito mais
consolidadas. Isto uma conquista
diria do policial. S que junto com
esse policial tem aquele que veio
com D. Joo. Temos de fazer, correr
Jos Mariano Beltrame As manifestaes fragilizaram
a polcia, admite o homem que comanda a segurana
no Rio de Janeiro. E a polcia errou feio no caso Amarildo.
No se mudam 200 anos de repente, diz
A polcia deve deixar de ser militar
mas isso leva tempo a amadurecer
Se a polcia age,
ela corrupta,
excessiva. Se
ela no age, est
prevaricando
Entrevista
Alexandra Lucas Coelho,
Rio de Janeiro
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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MUNDO
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o risco. E se acontecerem os casos
Amarildo, punir e botar para a
rua.
Quando em Julho entrevistei o
coronel Ibis [ento responsvel
pela nova formao de polcias],
ele defendeu que a polcia
militar no devia ser militar. O
que acha?
Concordo que podamos ter uma
s polcia.
Ento por que que a polcia
continua a ser militar?
Porque so 200 anos com estes
vcios. Isso tem de acontecer, e vai
acontecer, mas a prpria polcia
precisa de amadurecer. Se voc
der uma caneta [gria de futebol:
lanar a bola entre as pernas do
adversrio] no consegue. Essas
polcias [civil e militar] precisam de
A polcia tem seus
erros, chegou aqui
com D. Joo [VI, em
1808], veio para
proteger D. Joo e a
corte, no o povo
aquela caveira?
uma polcia criada h 30 ou 40
anos, e um smbolo que se criou
no Rio de Janeiro, algo muito forte
no Bope. Acho o Bope a melhor
tropa de assalto do mundo. Claro
que foi muito glamurizado, essas
coisas no precisaria. E o Bope a
cada dia reduz suas aces. A cada
lugar que a pacicao chega
um lugar a menos para o Bope.
A tendncia que que cada vez
mais aquartelado, s saindo em
muito conito. O que estamos
fazendo acabar as reas de
conito. Porque o Rio de Janeiro
viveu 30 anos de guerra.
Mesmo assim, em Junho
tivemos aquela aco do Bope
no complexo de favelas da Mar
[10 moradores mortos] que
foi desastrosa para a polcia
como um todo. Aconteceu num
contexto de levantamento na
rua que deu uma expresso
muito grande ao caso.
Inclusive tivemos um policial do
Bope morto. Isso que o Bope fez,
fazia semanalmente, no havia
critrio para tirar o Bope do
batalho. Hoje tem. Aconteceu
aquele incidente, os policiais
esto respondendo por isso.
Possivelmente dois vo perder o
emprego. O nosso papel trocar a
roda do trem com o trem andando.
No posso desligar a polcia e
fazer outra. As pessoas que esto
caminhando na rua no querem
saber. Querem ir para casa com
segurana.
Hoje seria impensvel a
glamurizao do Bope como
no lme Tropa de Elite porque
a relao da classe mdia com
a polcia parece ter mudado
muito em 2013. A classe mdia
que foi para a rua e levou com
gs: todo esse quadro criou uma
inexo.
As manifestaes fragilizaram
essa relao, no tenho dvida.
Mas tambm passaram do ponto.
A polcia no pode car omissa e
no pode se exceder. Se a polcia
age, ela corrupta, excessiva. Se
ela no age, est prevaricando. No
meio de um movimento catico,
sem liderana, que reivindica 15,
20 coisas, como voc vai trabalhar?
A polcia foi completamente
apanhada de surpresa pelas
manifestaes?
Todos ns. Porque nunca se
viram manifestaes do jeito
que aconteceram. A polcia foi
apanhada de surpresa em todos os
lugares.
O desaparecimento de
Amarildo no foi uma excepo.
Os homicdios descem, mas
os desaparecidos sobem. Nos
ltimos 10 anos, o nmero
de desaparecidos no Rio de
Janeiro aumentou quase 30 por
cento, enquanto o nmero de
homicdio caiu 50%. Nas favelas
com UPP, nas 18 cujos nmeros
esto disponveis, o nmero de
desaparecidos aumentou 56%.
No se pode concluir daqui que
o nmero de homicdios cai
custa dos desaparecidos?
No. Primeiro, a gente l os
homicdios pelos registos. Quando
uma pessoa morre, dicilmente
algum no faz registo. No
desaparecimento, o que acontece?
A pessoa desaparece, durante
cinco dias dita desaparecida,
depois comea uma investigao.
E 70 ou 75% dos desaparecidos
retornam. So doentes, alcolatras,
dependentes qumicos, tm
problemas com a famlia. Eles
reaparecem, s que no dada
baixa na delegacia. Isso foi uma
pesquisa que zemos.
Mas que factor pode explicar o
aumento de desaparecidos nas
favelas com UPP?
Aumentou muito o nmero de
ocorrncias policiais. Porqu?
Porque a pessoa pode sair do
morro e ir na delegacia dizer:
o meu marido me bateu. O
desaparecido pode ser a mesma
coisa. Antes, a pessoa no ia fazer
o registo.
uma grande quantidade de
gente desaparecida.
como um armrio. Agora se
abriu, pblico. Se olhar o nmero
de estupro, aumentou. O nmero
de leso contra mulher aumentou.
Tem registo de furto de telefone.
De posto bancrio. Antes, se o
Nem matasse o Amarildo, eu no
ia estar aqui dando explicao.
Quantos Amarildos tem no Rio
de Janeiro queimados no forno
de microondas [tcnica do trco
para se desfazer de corpos,
colocando-os dentro de pneus,
depois incendiados]? O Amarildo
foi muito ruim, mas junto com
essa histria tem muito de
positivo. Todos os homicdios que
ocorreram na Rocinha depois da
pacicao foram elucidados.
O que aconteceu com a UPP da
Mar? Porque tem vindo a ser
adiada?
Porque a Mar no trivial. um
lugar onde tem as trs faces
criminosas, onde temos de fazer
aces em trs momentos. E isso
envolve 1500 homens.
Estava prevista. O que
aconteceu? A polcia sentiu
que no tinha condies para
avanar?
Voc faz um planejamento. A
comea a ver que incidncias
criminais cam importantes em
determinados lugares. No posso
excluir as pessoas da Baixada,
de Niteri [zonas at agora no
cobertas por UPP]. Ento o que
a gente faz? Alguns concertos no
planejamento em cima da mancha
criminal.
O trco na Mar reforou-se?
Hoje tem bastante gente l. No vai
ser uma operao fcil.
Amanh: reportagem na Mar
experimentar integrao, e ver que
juntas so mais fortes. Mudar 200
anos no obra para um ou dois
secretrios.
Mas defende que a PM devia
deixar de ser PM?
Defendo. um processo que
tem de ser amadurecido pelas
instituies policiais, pelos
sindicatos, para que vejam que a
maioria das polcias do mundo so
uma s. Botar isso num decreto
e fazer com que segunda-feira
funcione movimentaria um caos
no pas. Mas sou absolutamente
favorvel.
A caveira como emblema
do Bope [tropa de elite,
protagonista do lme com o
mesmo nome]: como possvel
que uma polcia possa ter
Srie especial do Pblico
http://blogues.publico.pt/brasilnaestrada/
YASUYOSHI CHIBA/AFP
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CULTURA
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
Um dia destes, um amigo acercou-
se de Egberto Gismonti e avisou-o
de que corria o risco de passar
a gurar no Livro de Recordes do
Guinness. Era um comentrio
em jeito de piada, mas que no
escondia uma enorme verdade:
poucos msicos/compositores
se podero alguma vez gabar
de ser interpretados por gente
pertencente a universos musicais
to distintos.
Em causa estava a composio
Bodas de Prata, gravada
originalmente por Gismonti num
dos seus lbuns fundamentais,
Academia de Danas (1974).
Desde ento, o tema foi tocado e
cantado por gente do jazz como
Wayne Shorter e Sarah Vaughan,
interpretado por guras cimeiras
da msica erudita como Yo-Yo
Ma e Martha Argerich, ouvido
no reportrio de um sem-m de
msicos brasileiros como Mauro
Senise e Flora Purim. Olha que
beleza, cou a pensar Gismonti.
Fiz msica para ir parar no
Guinness.
Tal reconhecimento apenas
espelha a amplitude da msica
que Egberto Gismonti faz
publicamente desde que lanou
o primeiro lbum, homnimo,
em 1969. Nascido no Rio de
Janeiro, em 1947, dividiu-se desde
criana entre o violo e o piano,
adoptando os dois instrumentos,
confundindo todos quantos
gostam de se orientar com
catalogaes denitivas sobre
gneros.
Por comodidade, diz-se que
um msico de jazz, mas,
a par da improvisao e da
complexidade que podem ajudar
a tal classicao, Gismonti viveu
e tocou com a tribo Xingu da
Amaznia, estudou orquestrao
com Nadia Boulanger (discpula
de Stravinsky) em Paris e integra
as milhentas tradies musicais
brasileiras (choro, frevo, etc.) nas
suas composies. Para ele, tudo
mais simples do que isto. No
Brasil, dizemos que o importante
terminar o concerto e ouvir do
pblico que vem assistir que esto
satisfeitos e felizes, e vo sair para
jantar, para danar, para namorar,
nada que esteja relacionado com a
msica, diz ao PBLICO. esse o
seu objectivo para os concertos de
hoje, na Casa da Msica (Porto),
e amanh, no Centro Cultural de
Belm, ambos s 21h.
Que concerto este que vem
apresentar a Portugal?
Para dar um resumo rpido:
tenho 66 discos, 29 lmes, 25
ballets, 30 peas de teatro. Depois
de tantos projectos, onde uma
quantidade imensa de msica
foi feita, refeita e composta, na
realidade me dou ao direito de
no ir aos lugares para tocar um
repertrio X, e sim ir aos lugares
rever os meus amigos. Porque
quando se grava cinco, dez, 15,
20, 30 discos, o grande interesse
vender mais discos. Quando se
grava 66 discos, o meu interesse
rever as pessoas que foram os
melhores protagonistas da minha
vida prossional. Ou seja, quando
entro numa sala com dez pessoas,
500, mil ou 2 mil, olho essas
pessoas e aquilo justica a minha
existncia como msico. Ento
isso: viajo para me divertir e
encontrar meus amigos. Se puder
tocar bem, melhor ainda.
Isso signica que actualmente
j no prepara os concertos,
no sentido de saber o que
vai tocar? Sobe ao palco e
improvisa?
No, no bem improviso. Eu
tenho um longo texto, uma
diferena para quem vai comear
uma carreira. Eu toco, seja
sozinho, com grupo ou com
orquestras coisa que fao
constantemente , sem partituras.
Tenho um texto musical que
perfaz 800 ou 900 msicas.
E posso me dar o direito de
comear a tocar e ir escolhendo
aquilo que me parece estar sendo
mais agradvel para as pessoas
ouvirem. No toco buscando o
aplauso. Fico sentado de frente,
numa posio bastante fcil
de ver as pessoas. A reaco
delas, o olhar, a boa vontade,
a benevolncia, a doao, isso
ca muito claro para mim. Ento
quando toco alguma coisa que
denitivamente no condiz com
a disponibilidade das pessoas,
como no estou ali procurando
vender disco nenhum j z os
discos que tinha de fazer, continuo
fazendo mas no tenho interesse
comercial nenhum nessa histria
e no estou improvisando
msicas, antes vou ordenando
todas as falas musicais que tenho.
No tem nenhum nvel de risco
nisso. At porque risco voc tem
quando tem medo de tocar. Eu
no tenho receio nenhum, me
sinto muito em casa. No me
posso referir a outras msicas
porque no as conheo e no
as frequento, mas para aquela
msica que fao diria que existe
uma situao mtua, entre quem
faz e quem ouve, de delidade
muito grande.
Em que se concretiza essa ideia
de delidade, no seu caso?
Sou muito el s minhas ideias
musicais. Por mais que elas se
modiquem com o passar dos
anos, elas se modicam como
a vida nos modica: vamo-
nos maturando, modicando,
tornando mais contraditrios
porque um direito liberdade.
Mas existe uma delidade muito
grande. muito bonito terminar
uma apresentao em qualquer
parte e encontrar pessoas que
vo ao camarim conversar e que
mostram, por exemplo, uma foto
que foi tirada h 12 anos, outro
que traz um disco e diz que o
lho quando nasceu ouviu muito
a msica tal. Tem sempre uma
gentileza muito grande e um lao
a que chamaria familiar, onde
a delidade ao afecto muito
presente. Isso me diverte muito
e me faz feliz. Em Portugal, ou
em qualquer outro lugar, tenho
sempre amigos. interessante que
se um dia escrever um livro sobre
Egberto Gismonti Filho de um casamento
impossvel, cresceu com a certeza de que
conciliar sinais contraditrios fazia parte da
sua normalidade. Hoje na Casa da Msica,
amanh no CCB, quer rever os amigos
A minha vida, felizmente, foi sempre
regida por questes contraditrias
Fui estudar
piano, porque o
meu pai libans
queria um
instrumento
aristocrtico,
depois a minha
me dizia Va
bene, o piano
forte, mas onde
est a serenata?.
A serenata foi
a guitarra que
trouxe
Entrevista
Gonalo Frota
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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CULTURA
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tocando instrumentos de sopro
e a Nova Filarmnica de Tquio.
Ser um disco duplo. No nal
de Abril, venho para a Europa
novamente para gravar um outro
disco para a ECM em que ter
cordas viola caipira brasileira,
viola de 12 cordas e guitarra
portuguesa. Normalmente,
no vou a palco tocando esses
instrumentos, que levei muitos
anos aprendendo a tocar direito
para poder me exprimir. curioso
que, depois de tantos anos, tenha
tantos projectos contendo um
leque que considero bastante
largo. E cada projecto que eu z
em disco tem um ttulo no s
em portugus uma excepo:
Meeting Point mas tm ttulos
muito claros, voltados para uma
histria cultural de miscigenao.
Isso o que defendo na minha
vida: misturar, no separar.
justo concluir que esse
interesse pela miscigenao ,
antes de mais, um reexo da
sua ascendncia, sendo lho de
pai libans e me italiana?
Claro que sim. evidente que
se voc considerar os moldes,
as culturas tradicionais libanesa
e italiana do Sul da Itlia, ser
impossvel, sob o ponto de vista
terico, uma mamma italiana,
teimosa porque as mammas
da Catnia mandam em todo
o mundo , casar-se com um
libans machista. impossvel
imaginar que isso possa dar certo.
Nascemos trs lhos sou o mais
novo dos trs , fomos crescendo
e quando a vida comeou a nos
ensinar amor, afecto, respeito e
dignidade, pouco a pouco fomos
percebendo que ramos frutos
de uma coisa quase impossvel.
O que nos deu direito a muita
liberdade, porque se o impossvel
nos tornou reais, podemos
procurar o impossvel sempre.
Ento, sou um procurador de
novas questes. E, para minha
sorte, o Brasil tem questes novas
todos os dias, sejam sociais,
polticas, econmicas, criativas,
de engenharia, deontologia, de
qualquer medicina. um pas
muito contraditrio. Mas tem uma
coisa que comea a aparecer no
Brasil, lentamente, de que gosto
muito: os planos que fazemos no
so mais para o futuro, so para
hoje. Tenho a impresso de que
o Brasil descobriu que os planos
para o futuro nunca deram certo.
Voc tem de fazer planos para
hoje planos no sentido de estar
Os planos que [o
Brasil faz] no so
mais para o futuro,
so para hoje
feliz e excitado pela vida. No
adianta fazer um plano para daqui
a 18 anos.
curioso que se dena como
um procurador. H tempos,
dizia que Joo Gilberto s tinha
gravado meia dzia de discos
porque tinha encontrado logo
aquilo que queria fazer. O seu
percurso movido antes por
uma procura incessante, por
uma insatisfao permanente?
No, diria que o Joo Gilberto
muito mais competente do que eu
musicalmente. Ele no precisa de
60, 70 ou 80 discos para falar algo
que seja muito representativo.
Conseguiu uma coisa que
praticamente impossvel: um
brasileiro que trabalha e vive com
snteses. Eu sou o tpico brasileiro
prolixo, que falo para pensar. O
Joo Gilberto no precisa disso
pela competncia que tem. Basta
um acorde, um compasso e
meia palavra cantada para todos
saberem o que ele est falando.
No tenho isso. No tenho
dvidas de que o Tom Jobim, o
representante dessa coisa a que
a gente chama bossa nova, ele
mais o Joo Gilberto mudaram
um conceito de cantar e de tocar
e de se acompanhar. Eu sou a
pessoa que procura e que quer
questes novas porque me foram
dadas certas funes, ou a vida me
props e aceitei certas questes.
Por exemplo: Como ser lho de
duas raas to contraditrias?.
Por esta razo que fui estudar
piano, porque o meu pai
libans queria um instrumento
aristocrtico, depois a minha
me dizia Va bene, o piano
forte, mas onde est a serenata?.
A serenata foi a guitarra que
trouxe. So questes muito
contraditrias que felizmente
me foram colocadas quando eu
tinha pouqussima idade, onde
a admisso da mistura muito
grande, porque as crianas no
medem nada. A minha vida,
felizmente, foi sempre regida
por questes contraditrias. E a
nica maneira que encontrei de
conviver com isso foi admitindo
no ser responsvel pelo que
pensava ontem. Seno no teria
o direito de me contradizer, e eu
quero esse direito para viver feliz.
Ento o facto de fazer muito, no
signica que eu tenha qualidade,
signica que tenho muitas ideias
e no estou ainda convencido que
alguma delas seja fundamental.
as minhas tournes, esse livro ter
nomes de cidades e de pessoas.
No ter nomes de teatros,
quantos discos z, se vendi muitos
ou no. Isso nunca foi um alvo a
ser alcanado e ocasionalmente,
por conta do pblico, os discos
que z acabaram por ser todos
editados e a maioria deles
continua sendo editada. E
alguns muito raros ainda esto
aparecendo.
Refere-se a Magico: Carta de
Amor [registo ao vivo de um
concerto de 1981, em trio, com
Jan Garbarek e Charlie Haden,
lanado pela ECM em 2012]?
O Manfred [Eicher, director da
editora ECM] e eu tivemos uma
conversa e acabmos lanando
Carta de Amor, gravado h 31
anos. Tenho feito projectos
com a ECM como co-produtor
e o prximo disco, que j est
pronto, contm duas orquestras
diferentes: uma de jovens
brasileiros que eu dirijo moos
e moas de 20 e poucos anos,
DR
A R C H I V E
H A R VA R D
sala polivalente do CAM
www. har var dnagul benki an. pt
curadoria: haden guest joaquim sapinho
harvard na gulbenkian
dilogos sobre o cinema portugus e o cinema do mundo
6. depoi s de vanda
SE XTA- F E I RA, 7 MAR 2 0 1 4
histria de la meva mort (2013) / 148
debate
18h15
albert serra
SBADO, 8 MAR 2 0 1 4
los mejores temas (2012) / 103
saudade (2011) / 167
15h00
17h15
tomita katsuya
nicols pereda
DOMI NGO, 9 MAR 2 0 1 4
off highway 20 (2007) / 77
juntos (2009) / 73
la france (2007) / 102
15h00
16h45
18h30
tomita katsuya
nicols pereda
serge bozon
com a presena de
nicols pereda
tomita katsuya
albert serra
serge bozon
debate
debate final
34
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CULTURA
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
PUBLICIDADE
Os scares j caram para trs e co-
roaram 12 Anos Escravo, de Steve Mc-
Queen, apesar de terem dado mais
prmios a Gravidade, de Alfonso
Cuarn. O Crculo de Crticos On-
line Portugueses acabou tambm
aparentemente dividido o lme de
Cuarn foi o que os crticos de sites
de cinema portugueses mais premia-
ram em nmero, mas o lme de 2013
mesmo A Vida de Adle: Captulos 1
e 2, de Abdellatif Kechiche. Em por-
tugus, a escolha foi para A ltima
Vez Que Vi Macau, de Joo Pedro Ro-
drigues e Joo Rui Guerra da Mata.
A Vida de Adle e Gravidade
so os melhores de 2013 para
os crticos online portugueses
As escolhas, reveladas esta se-
mana, so a segunda eleio desde
crculo fundado em Fevereiro de
2012 e que rene crticos de cine-
ma que publicam em sites como o
Split Screen, a revista Umbigo ou
tvPrime e Magazine HD. O prmio
mais importante, o de Melhor Filme
do ano, foi ento para a Palma de
Ouro da edio de 2013 do Festival
de Cannes o romance entre La
Seydoux e Adle Exarchopoulos sob
o olhar do tunisino Abdellatif Kechi-
che foi uma das grandes ausncias
das nomeaes para os scares (e
mesmo da sua shortlist), apesar dos
crditos acumulados desde a sua
passagem pela Croisette e dos elo-
gios de crticos por todo o mundo.
A Vida de Adle: Captulos 1 e 2 foi
ainda distinguido pelo argumento
adaptado.
Gravidade recebeu o reconheci-
mento do Crculo de Crticos Online
Portugueses em cinco categorias dis-
Cinema
Segunda edio dos
prmios do Crculo de
Crticos Online Portugueses
distingue filmes estreados
em Portugal em 2013
Libertado, foi distinguido por ter o
Melhor Argumento Original, Melhor
Actor Secundrio (Christoph Waltz)
e Melhor Elenco. Os prmios deste
crculo so exactamente dedicados
aos melhores lmes estreados co-
mercialmente em Portugal durante
o ano transacto.
Por isso mesmo, o prmio de me-
lhor actor foi para Daniel Day-Lewis
por Lincoln, de Steven Spielberg,
escolha que coincide tambm com
a dos scares de 2013. A melhor ac-
triz Cate Blanchett, por Blue Jas-
mine, de Woody Allen, e a melhor
actriz secundria La Seydoux. Na
animao, foram galardoados Fro-
zen O Reino do Gelo, de Chris Buck
e Jennifer Lee, e Rugas, de Ignacio
Ferreras. O melhor lme no falado
em ingls nem em portugus foi o
dinamarqus A Caa, de Thomas
Vinterberg (Dinamarca), e o melhor
documentrio Procura de Sugar
Man, de Malik Bendjelloul.
tintas alm do prmio de melhor
realizador, que coincide tambm
com as escolhas da Academia de
Artes e Cincias Cinematogrcas
de Hollywood, foram atribudos
os prmios de Melhor Sequncia,
Melhor Fotograa, Melhores Valo-
res de Produo e Melhores Efeitos
Especiais.
Tanto A Vida de Adle: Captulos
1 e 2 como Gravidade so lmes de
2013, mas o crculo premiou ainda
um lme que data de 2012 mas que
s em 2013 se estreou em Portugal:
um outro olhar sobre a escravatura,
o de Quentin Tarantino em Django
La Seydoux
foi tambm
considerada a
melhor actriz
secundria pelo
seu papel em A
Vida de Adle
Breve
Festival
Sonar em Barcelona
com Chic e Massive
Attack em Junho
Massive Attack, Chic, Neneh
Cherry e Richie Hawtin so
alguns dos artistas que
participam, entre 12 e 14 de
Junho, em Barcelona, no 21.
festival de msica electrnica
Sonar. Um dos espectculos
mais esperados o do grupo
Chic, responsvel por alguns
dos temas mais danveis da
histria, como Le Freak, e cujo
lder, Nile Rodgers, produziu o
ltimo lbum dos Daft Punk. O
novo espectculo dos Massive
Attack, desenhado por Robert
Del Naja, outro dos cabeas
de cartaz.
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
|
CINCIA
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35
Dinossauro portugus do Jurssico foi
o maior predador terrestre da Europa
Ossos com 150 milhes de anos classicados como nova espcie de dinossauro carnvoro. Atravs deles,
uma equipa em Portugal viajou no tempo, at altura em que o Atlntico Norte ainda estava a formar-se
SERGUEI KRASOVSKII
Eis o maior predador conhecido que
pisou terra rme na Europa: um di-
nossauro carnvoro que, h 150 mi-
lhes de anos, se passeava pelo ter-
ritrio que actualmente Portugal.
Tinha mais de dez metros de com-
primento, pesava quatro a cinco to-
neladas e os dentes bem aados, em
forma de lmina, dicilmente deixa-
riam as presas indiferentes, ou, pior,
inclumes aps as suas investidas.
Os seus ossos so agora descritos
pelo belga Christophe Hendrickx e
pelo portugus Octvio Mateus, am-
bos paleontlogos da Universidade
Nova de Lisboa e do Museu da Louri-
nh, na revista PLOS ONE. Classicam
este predador do Jurssico Superior
como uma espcie de dinossauro no-
va para a cincia e referem que essa
concluso se baseou principalmente
num maxilar, encontrado h mais de
uma dcada por um paleontlogo
amador a 70 quilmetros a norte de
Lisboa, nas arribas de uma praia.
Em 2003, o holands Aart Walen,
voluntrio no Museu da Lourinh,
e o seu lho pequeno procuravam
fsseis nas arribas da Praia da Verme-
lha, no concelho de Peniche, quando
se depararam com o maxilar esquer-
do de um dinossauro. Associados a
esse fssil apareceram dentes, uma
vrtebra da cauda e uma costela. A
primeira descrio cientca deste
material de 2006, mas no se avan-
ou logo que se tratava de uma nova
espcie de torvossauro.
Na altura, encontrmos diferen-
as, mas no eram sucientes para
dizer que era uma nova espcie, diz
Octvio Mateus. Agora, a equipa j o
pde armar, aps um estudo mais
pormenorizado do maxilar.
At ao momento, conhecia-se
uma s espcie de torvossauro: o
Torvosaurus tanneri, tambm com
150 milhes de anos. Encontrado em
1972 nos Estados Unidos e descrito
em 1979, durante muito tempo era o
nico torvossauro conhecido at
que, em 2000, foi revelada a desco-
berta de uma tbia em Portugal.
Essa tbia tinha sido encontrada
por um agricultor em Casal do Bicho,
localidade do concelho de Alcobaa.
Octvio Mateus e outro investigador
estudaram-na e concluram, num tra-
balho publicado em 2000, que per-
lhes de anos) e o aparecimento dos
primeiros humanos (h cerca de dois
milhes de anos). Mas isso o que
menos interessa numa histria de c-
o. Sempre admirei a reconstruo
deste mundo utpico, onde dinos-
sauros e humanos vivem juntos,
diz, num comunicado, Christophe
Hendrickx, de quem partiu a ideia a
homenagem a Gurney.
O nmero de dentes est entre as
principais diferenas entre o torvos-
sauro americano e o seu primo por-
tugus. Enquanto o Torvosaurus tan-
neri apresenta 11 dentes ou mais em
cada maxilar, o Torvosaurus gurneyi
tem menos de 11. No seria menos
assustador por isso, uma vez que os
seus dentes podiam chegar aos dez
centmetros de comprimento. S o
crnio podia ter mais de um metro.
No houve predador terrestre
maior do que este no Jurssico, re-
fere Octvio Mateus. No mar, pos-
svel que tenha havido ictiossauros
maiores, acrescenta, mas em terra
rme os torvossauros, tanto o da
Amrica do Norte como o da Euro-
pa, no tinham outros predadores
altura. Reinavam no topo da cadeia
alimentar. Era um predador activo
que caava outros grandes dinossau-
ros, como evidenciam os dentes em
forma de lmina, frisa ainda Chris-
tophe Hendrickx.
Olhando para outros tempos, os
torvossauros nem foram os maiores
dinossauros de sempre. Todos car-
nvoros, o Tyrannosaurus rex (com
12 metros, na Amrica do Norte), o
Carcharodontosaurus (12 metros tam-
bm, na frica do Norte) e o Gigano-
tosaurus (com 15 metros, na Argenti-
na) suplantaram-nos. Viveram num
perodo posterior, j no Cretcico.
Que importncia tem haver dois
torvossauros, com a mesma idade,
em dois continentes, que se afasta-
vam e pelo meio ia nascendo o Atln-
tico Norte? Quer dizer que a Euro-
pa e a Amrica do Norte tinham de
estar separadas h tempo suciente
para o Torvosaurus evoluir em duas
espcies diferentes de um lado e do
outro do Atlntico, responde Oct-
vio Mateus. Dantes, a perspectiva
era que havia a mesma espcie em
dois continentes, portanto tinha de
haver pontes de terra no Jurssico
Superior. Ns dizemos que as pon-
tes de terra so mais antigas do que
se pensava, possivelmente uns dez
milhes de anos.
Essas ligaes entre a Europa e a
Amrica do Norte tero ento desa-
parecido h uns 160 milhes de anos,
tornando o Atlntico intransponvel
para os animais terrestres. Esta pois
uma histria real, contada pelos tor-
vossauros e os seus ossos.
Paleontologia
Teresa Firmino
tencia pelo menos a um dinossauro
do gnero Torvosaurus. O osso no
tinha informao para se dizer mais.
Seria ento uma tbia do j identi-
cado Torvosaurus tanneri, pelo que
este dinossauro americano tambm
teria representantes na Europa? Ou
seria de um primo, do mesmo gne-
ro mas de outra espcie? O que era
claro que era um Torvosaurus. Era
a primeira referncia a este gnero
fora da Amrica do Norte, lembra
Octvio Mateus.
Agora, este paleontlogo e Christo-
phe Hendrickx olharam novamente
para o maxilar descoberto por Aart
Walen e pelo lho. Anal, vivia deste
lado do Atlntico um torvossauro de
uma outra espcie.
O nome cientco escolhido pa-
ra a nomear Torvosaurus gurneyi
uma homenagem ao ilustrador
norte-americano James Gurney,
criador da srie de livros Dinotopia.
Neste mundo utpico, dinossauros
e humanos vivem felizes lado a lado
numa ilha, ainda que isso seja uma
impossibilidade histrica, devido
separao por muito tempo entre a
extino dos dinossauros (h 65 mi-
CHRISTOPHE HENDRICKX
Ilustrao
cientfica
de um
torvossauro,
dinossauro
carnvoro que
chegava aos
dez metros de
comprimento;
ao lado, uma
rplica do seu
crnio com os
dentes bem
afiados
H msicas que so
autnticas obras de arte.
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Insolvncia de Joaquim Jos Constantino Vieira e Maria do Rosrio Bandeira Lus
2. Juzo Cvel do Tribunal Famlia e Menores e de Comarca de Cascais
Proc. 213/13.8TBCSC
AT AO PRXIMO DIA 18 de Maro de 2014
Vai a Administradora da Insolvncia acima indicada, receber propostas em carta fechada para a venda:
Verba n. 1 - Prdio urbano sito na Rua Leite de Faria, n.s 12 e 12 A, freguesia de Charneca de Caparica,
Concelho de Almada, descrito na 2. C. R. Predial de Almada sob o n. 13421, freguesia de Charneca de
Caparica e inscrito na matriz sob o n. 21076, da freguesia indicada. Valor mnimo: 272.789,00.
Verba n. 2 - Prdio de dois pisos, sito na Av. do Mar, n. 127 e 127/A, Aroeira, freguesia de Charneca
de Caparica, Concelho de Almada, descrito na 2. Conservatria do Registo Predial de Almada sob o n.
1459/19870430, freguesia de Charneca de Caparica e inscrito na matriz sob o n. 22744, da freguesia
indicada. Valor mnimo: 260.465,28.
Verba n. 3 - Prdio urbano destinado a habitao, sito na Aldeia da Ribeira, 2025-088 Alcanede, freguesia
de Alcanede e Concelho de Santarm, sob o n. 2984, freguesia de Alcanede e inscrito na matriz sob o
art. 3108, da freguesia indicada. Valor mnimo: 156.500,00.
As propostas devero vir devidamente identicadas comnome, nmero de contribuinte, telefone, fax, mo-
rada e respetivo montante por extenso, a enviar, dentro de outro sobrescrito, por correio registado, para a
Administradora da Insolvncia Massa Insolvente de Joaquim Jos Constantino Vieira e Maria do Rosrio
Bandeira Lus, Estrada de Benca, n. 388 - Atelier - 1500-101 Lisboa, at ao dia acima indicado.
A Administradora reserva o direito de no entregar caso o valor seja inferior ao valor mnimo acima in-
dicado.
O comprador, logo que noticado, entregar o montante correspondente a 30% emcheque, emitido or-
demda Massa Insolvente de JoaquimJos Constantino Vieira e Maria do Rosrio Bandeira Lus, sendo
o restante, 70%, entregue no acto da escritura, que ser outorgada no prazo de trinta dias.
As propostas sero abertas no dia 21 de Maro de 2014, pelas 9H, no escritrio da Administradora da
Insolvncia sito na Estrada de Benca, 388 Atelier, 1500-101 Lisboa, podendo estar presentes todos os
interessados e demais intervenientes, no sendo impeditivo concretizao do ato da venda a ausncia
dos mesmos.
Os bens so vendidos no estado fsico e jurdico em que se encontram, livre de nus ou encargos,
sendo da responsabilidade do(s) proponente(s) comprador(es) todos os custos inerentes compra,
nomeadamente impostos respetivos, tendo sido ouvido o credor hipotecrio nos termos do n. 2 do
Art. 164 do CIRE.
Os imveis sero mostrados em dias a combinar previamente com a Administradora da Insolvncia. Ma-
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Assembleia-Geral Ordinria
De harmonia com o disposto nos Estatutos e no exerccio da competncia con-
signada nos seus artigos 14. e 19., convoco a Assembleia-Geral Ordinria da
Associao Portuguesa de Sociologia para o dia 16 de abril de 2014 (quarta-
feira), no Anteatro do Colgio do Esprito Santo da Universidade de vora, em
vora, com a seguinte Ordem de Trabalhos:
1. Finalizao do Processo Eleitoral para os corpos sociais para o binio 2012-
2014, iniciado a 28 de fevereiro de 2014 - abertura da urna e contagem dos
votos (eletrnicos, por correspondncia e presencial depositado em urna).
A Assembleia-Geral Ordinria decorrer no dia indicado, com incio s 18h00.
Se hora marcada no estiver presente a maioria dos scios, a Assembleia-Ge-
ral ter lugar uma hora depois (19:00 horas) com os scios presentes, de acordo
com o artigo 20. dos Estatutos. Para efeitos do exerccio do voto presencial, a
urna estar aberta durante o VIII Congresso Portugus de Sociologia, nos dias
15 e 16 de abril, nas instalaes da Universidade de vora, em perodo diurno
a denir pela Mesa da Assembleia-Geral, no qual estejam garantidas - com os
recursos disponveis - as condies de segurana necessrias para o efeito.
igualmente possvel o voto por correspondncia nos termos aqui expressamen-
te indicados.
As listas candidatas devero entregar o respetivo programa e constituio at ao
nal do dia 17 de maro de 2014 na sede da APS (Av. Prof. Anbal de Bettencourt,
9 Piso 2 - Sala 2.16, 1600-189 Lisboa), que caro disponveis para consulta em
www.aps.pt no espao dedicado aos Destaques.
Lisboa, 28 de fevereiro de 2014
A Presidente da Mesa da Assembleia-Geral
Maria da Saudade Baltazar
1 O voto eletrnico exerce-se mediante solicitao prvia (entre os dias 10
e 15 de abril) de cdigo de utilizador e palavra-chave, enviando e-mail para
eleicoes_2014@aps.pt e indicando nome e n. de scio. A urna eletrnica acessvel em
www.aps.pt, entre 10 e 16 de abril (no ltimo dia, at s 17h30).
O voto por correspondncia exerce-se mediante obteno do respetivo boletim em www.
aps.pt, e o posterior envio postal para APS, Av. Professor Anbal de Bettencourt, n. 9, 1600-
189 Lisboa, acompanhado de comprovativo (cpia de BI ou CC) - at 5 dias teis antes do
ato eleitoral (i.e., dia 09 de abril a data postal limite).
TRIBUNAL JUDICIAL
DE SETBAL
1. Juzo Cvel
Processo n. 826/14.8TBSTB
ANNCIO
Interdio / Inabilitao
Requerente: Ministrio P-
blico
Requerido: Jos Carlos de
Sousa Marques
Faz-se saber que foi dis-
tribuda neste tribunal, a
ao de Interdio/Inabili-
tao em que requerido
Jos Carlos de Sousa Mar-
ques, com residncia em
domiclio: Rua Heliodoro
Salgado, 30, r/c, 2950-
000 Palmela, para efeito
de ser decretada a sua
inabilitao por anomalia
psquica.
N/Referncia: 13429016
Setbal, 28-02-2014
O Juiz de Direito
Dr. Victor Namorado Freire
A Ocial de Justia
Cristina Marques
Pblico, 06/03/2014
Embaixador
ANTNIO RESSANO
GARCIA
MISSA DE 7. DIA
Sua mulher Teresa e seu lho Antnio
participam que amanh, sexta-feira dia
7, s 19.00 horas, na Capela de Nossa
Senhora das Necessidades no Minist-
rio dos Negcios Estrangeiros, ser re-
zada Missa pelo seu eterno descanso.
P.N. A.M.
Agncia Funerria Magno - Cascais
Servilusa - Nmero Verde Grtis 800 204 222
Servio Funerrio Permanente 24 Horas
RODRIGO MARQUES
GUIMARES
FALECEU
Sua mulher Margarida Guimares, seus lhos
Margarida Guimares Gonzalez, marido e lhos, e,
Rodrigo Guimares, mulher e lhos, participam o
falecimento de seu muito querido marido, pai, so-
gro e av. Ser celebrada Missa de Corpo Presen-
te hoje, 5. feira, pelas 15 horas na Igreja de Santo
Antnio do Estoril, seguindo-se o funeral para o
Crematrio do Cemitrio de Rio de Mouro.
Agncia Funerria Magno - Cascais
Servilusa - Nmero Verde Grtis 800 204 222
Servio Funerrio Permanente 24 Horas
MARIA LGIA
DOS SANTOS
SEABRA LAGE
Agradecimento e Missa de 7. Dia
A famlia vem por este meio agradecer a todas as
pessoas que assistiram ao funeral ou que de qual-
quer forma lhe manifestaram o seu sentimento e pe-
sar e comunica que a Missa de 7. Dia, pelo seu eter-
no descanso, ser celebrada amanh, sexta-feira,
dia 7, pelas 19,15 horas na Igreja das Antas - Porto.
Agncia Funerria Portuense Santa Catarina
Servilusa
A ALZHEIMER PORTUGAL uma Instituio Particular de Solidariedade Social fundada em 1988. a nica
organizao em Portugal especicamente constituda para promover a qualidade de vida das pessoas com demncia e
dos seus familiares e cuidadores.
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cuidadores formais e informais, Apoio Domicilirio, Centros de Dia, Apoio Social e Psicolgico e Consultas Mdicas
de Especialidade.
Contactos
Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3, Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8 - E-mail: geral@alzheimerportugal.org
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38 PBLICO, QUI 6 MAR 2014 CLASSIFICADOS
TRIBUNAL JUDICIAL DE AVIS
ANNCIO DE VENDA EM CARTA FECHADA
EM PROCESSO DE INSOLVNCIA
Processo n.: 3/13.5TBAVS (Seco nica)
Insolvente: Bernardo Filipe Correia e outro(s)
Administrador da Insolvncia: Sebastio Campos Cruz (Dr.)
Bem a vender: Quinho Hereditrio Prdio rstico denominado Santa Luzia, freguesia
e concelho de Avis, com rea total de 10.000 m2, descrito na Conservatria Reg. Predial de
Avis sob o n. 1164/20071122 e inscrito na matriz sob o art. 31-A, com o valor patrimonial
de 43,62. Ser vendido no estado fsico e legal em que se encontra e livre de quaisquer
nus ou encargos.
Modalidade de Venda e apresentao das propostas: Venda em carta fechada (registada)
ou entregue em mo com remetente da sede do administrador da insolvncia, sita na Rua
Seram Lima, 245, 1. - Sala 7, 4785-315 Trofa, telefones 252415079, fax 252 416 645 e
e-mail insolvencias@cruzroc.com. As propostas devem dar entrada na sede do adminis-
trador da insolvncia at ao dia 17/03/2014 s 17,30 horas. Os proponentes devem indicar
a sua identicao e direo completa, contactos telefnicos e eletrnicos e no envelope
deve constar por fora a palavra Proposta e processo n. 3/13.5TBAVS (Seco nica)
Verba Dois.
Valor-base de Venda para 1/2: 28.150,00 , tendo em conta a avaliao efetuada pelo cre-
dor hipotecrio.
Valor mnimo de venda para 1/2: 85% do valor-base, ou seja, 23.927,50 .
Cauo: Juntamente com a proposta deve ser apresentado um cheque visado no valor de
1.196,38 , ou garantia bancria do mesmo montante, emitido a favor da Massa Insolvente
de Bernardo Correia, correspondente a 5% do valor mnimo de venda que ser imediata-
mente devolvido caso no seja adjudicado.
Data e hora para mostrar o bem: O imvel pode ser visitado no dia 08/03/2014 das 12,00
horas s 13,00 horas.
Data, hora e local para abertura das propostas: As propostas sero abertas no escritrio
do administrador da insolvncia, sita na Rua Seram Lima, 245, 1. - Sala 7, 4785-315 Trofa
no 17/03/2014 s 18,00 horas.
Trofa, 03 de Maro de 2014
O Administrador da Insolvncia - Sebastio Campos Cruz (Dr.)
Pblico, 06/03/2014
TRIBUNAL JUDICIAL DE LOUL
ANNCIO DE VENDA EM CARTA FECHADA
EM PROCESSO DE INSOLVNCIA
Processo n.: 2180/13.6TBLLE (2. Juzo Competncia Cvel)
Insolvente: Nicola Gomes Jesus
Administrador da Insolvncia: Sebastio Campos Cruz (Dr.)
Bem a vender: Prdio urbano - frao autnoma designada pela letra O, sito na Rua da
Alemanha, Lote 3.5.6/66, 3. andar, n. 15, freguesia de Quarteira e concelho de Loul,
descrito na Conservatria do Registo Predial de Loul sob o n. 2727 e inscrito na respetiva
matriz sob o art. 11713, com o valor patrimonial de 96.081,42. Ser vendido no estado
fsico e legal em que se encontra e livre de quaisquer nus ou encargos.
Modalidade de venda e apresentao das propostas: Venda em carta fechada (registada)
ou entregue em mo com remetente da sede do administrador da insolvncia, sita na Rua
Seram Lima, 245, 1. - Sala 7, 4785-315 Trofa, telefones 252415079. As propostas devem
dar entrada na sede do administrador da insolvncia at ao dia 18/03/2014 s 14,30 horas.
Os proponentes devem indicar a sua identicao e direo completa, contactos telefni-
cos e eletrnicos e no envelope deve constar por fora a palavra Proposta e processo n.
2180/13.6TBLLE (2. Juzo Competncia Cvel) Verba Um.
Valor-base de venda: 128.000,00 , tendo em conta a avaliao efetuada pelo credor hi-
potecrio.
Valor mnimo de venda: 85% do valor-base, ou seja, 108.800,00 .
Cauo: Juntamente com a proposta deve ser apresentado um cheque visado no valor de
5.440,00 , ou garantia bancria do mesmo montante, emitido a favor da Massa Insolvente
de Nicola Jesus, correspondente a 5% do valor mnimo de venda que ser imediatamente
devolvido caso no seja adjudicado.
Data e hora para mostrar o bem: O imvel pode ser visitado no dia 12/03/2014 das 15,00
horas s 15,30 horas.
Data, hora e local para abertura das propostas: As propostas sero abertas no escritrio
do administrador da insolvncia, sita na Rua Seram Lima, 245, 1. - Sala 7, 4785-315 Trofa
no 18/03/2014 s 15,00 horas.
Trofa, 03 de Maro de 2014
O Administrador da Insolvncia - Sebastio Campos Cruz (Dr.)
Pblico, 06/03/2014
TRIBUNAL JUDICIAL DE LOUL
ANNCIO DE VENDA EM CARTA FECHADA
EM PROCESSO DE INSOLVNCIA
Processo n.: 2180/13.6TBLLE (2. Juzo Competncia Cvel)
Insolvente: Nicola Gomes Jesus
Administrador da Insolvncia: Sebastio Campos Cruz (Dr.)
Bem a vender: Prdio urbano - frao autnoma designada pela letra X-3, sito na Rua
Dr. Joo V, Edifcio Miravila, Bloco A, 10. andar, apartamento 1002, freguesia de Quartei-
ra e concelho de Loul, descrito na Conservatria do Registo Predial de Loul sob o n.
5564 e inscrito na respetiva matriz sob o art. 3717, com o valor patrimonial de 38.641,18.
Ser vendido no estado fsico e legal em que se encontra e livre de quaisquer nus ou
encargos.
Modalidade de venda e apresentao das propostas: Venda em carta fechada (registada)
ou entregue em mo com remetente da sede do administrador da insolvncia, sita na Rua
Seram Lima, 245, 1. - Sala 7, 4785-315 Trofa, telefones 252415079. As propostas devem
dar entrada na sede do administrador da insolvncia at ao dia 18/03/2014 s 14,00 horas.
Os proponentes devem indicar a sua identicao e direo completa, contactos telefni-
cos e eletrnicos e no envelope deve constar por fora a palavra Proposta e processo n.
2180/13.6TBLLE (2. Juzo Competncia Cvel) Verba Dois.
Valor-base de venda: 146.000,00 , tendo em conta a avaliao efetuada pelo credor hi-
potecrio.
Valor mnimo de venda: 85% do valor-base, ou seja, 124.100,00 .
Cauo: Juntamente com a proposta deve ser apresentado um cheque visado no valor de
5.440,00 , ou garantia bancria do mesmo montante, emitido a favor da Massa Insolvente
de Nicola Jesus, correspondente a 5% do valor mnimo de venda que ser imediatamente
devolvido caso no seja adjudicado.
Data e hora para mostrar o bem: O imvel pode ser visitado no dia 12/03/2014 das 14,30
horas s 15,00 horas.
Data, hora e local para abertura das propostas: As propostas sero abertas no escritrio
do administrador da insolvncia, sita na Rua Seram Lima, 245, 1. - Sala 7, 4785-315 Trofa
no 18/03/2014 s 14,30 horas.
Trofa, 03 de Maro de 2014
O Administrador da Insolvncia - Sebastio Campos Cruz (Dr.)
Pblico, 06/03/2014
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Administradora Insolvncia
RECEBEM-SE PROPOSTAS PARA O IMVEL
Insolvncia de Miriam Pires Ana
Comarca da Grande Lisboa Noroeste Sintra - Juzo Comrcio
Proc. 20.178/12.0T2SNT
AT AO PRXIMO DIA 18 de Maro de 2014
Vai a Administradora da Insolvncia acima indicada, receber propostas emcarta fechada
para a venda:
Frao autnoma designada pela letra L correspondente ao 2. andar B, com arreca-
dao na esteira do prdio sito em Monte de Abrao, parcela 4, lote 79, freguesia de
Queluz, Concelho de Sintra, descrito na C.R.P. de Queluz sob o registo nr. 2948 e inscrito
na matriz predial urbana sob o art. 5315.
Valor mnimo 80.000,00.
As propostas devero vir devidamente identicadas com nome, nmero de contribuinte,
telefone, fax, morada e respetivo montante por extenso, a enviar, dentro de outro so-
brescrito, por correio registado, para a Administradora da Insolvncia Massa Insolvente
de Miriam Pires Ana, Estrada de Benca, n. 388 - Atelier, 1500-101 Lisboa, at ao dia
acima indicado.
A Administradora reserva o direito de no entregar caso o valor seja inferior ao valor
mnimo acima indicado.
O comprador, logo que noticado, entregar o montante correspondente a 30% emche-
que, emitido ordemda Massa Insolvente de MiriamPires Ana, sendo o restante, 70%,
entregue no acto da escritura, que ser outorgada no prazo de trinta dias.
As propostas sero abertas no dia 21 de Maro de 2014, pelas 9H, no escritrio da
Administradora da Insolvncia sito na Estrada de Benca, 388 - Atelier, 1500-101 Lisboa,
podendo estar presentes todos os interessados e demais intervenientes, no sendo im-
peditivo concretizao do ato da venda a ausncia dos mesmos.
O bem ser vendido no estado fsico e jurdico em que se encontra, livre de nus ou en-
cargos, sendo da responsabilidade do(s) proponente(s) comprador(es) todos os custos
inerentes compra, nomeadamente impostos respetivos, tendo sido ouvido o credor
hipotecrio nos termos do n. 2 do Art. 164 do CIRE.
O bem ser mostrado em dias a combinar previamente com a Administradora da Insol-
vncia. Maria Teresa Martins Revs - Estrada de Benca, 388 - Atelier, 1500-101 Lisboa
- Tel./Fax: 217743622.
Pblico, 06/03/2014
Maria Teresa Martins Revs
Administradora Insolvncia
RECEBEM-SE PROPOSTAS PARA METADE
INDIVISA
Insolvncia de Paulo Miguel Gaspar Taveira
Comarca da Grande Lisboa Noroeste - Sintra - Juzo Comrcio
AT AO PRXIMO DIA 17 de Maro de 2014
Vai a Administradora da Insolvncia acima indicada, receber propostas em carta fechada
para a venda:
Metade indivisa da frao autnoma designada pela letra AE , correspondente ao 7. Dt.
sito na Urbanizao Quinta das Flores, Lote 67, actual Rua do Coronel Melo Antunes, Lote
67, Massam, descrito na Conservatria do Registo de Queluz, com o n. 806, freguesia de
Massam e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 1170. Valor mnimo: 47.686,00.
As propostas devero vir devidamente identicadas com nome, nmero de contribuinte,
telefone, fax, morada e respetivo montante por extenso, a enviar, dentro de outro sobres-
crito, por correio registado, para a Administradora da Insolvncia Massa Insolvente de
Paulo Miguel Gaspar Taveira, Estrada de Benca, n. 388 - Atelier - 1500-101 Lisboa, at
ao dia acima indicado.
A Administradora reserva o direito de no entregar caso o valor seja inferior ao valor mnimo
acima indicado.
O comprador, logo que noticado, entregar o montante correspondente a 30%emcheque,
emitido ordem da Massa Insolvente de Paulo Miguel Gaspar Taveira, sendo o restante,
70%, entregue no acto da escritura, que ser outorgada no prazo de trinta dias .
As propostas sero abertas no dia 21 de Maro de 2014, pelas 9H, no escritrio da Admi-
nistradora da Insolvncia sito na Estrada de Benca, 388 Atelier, 1500-101 Lisboa, podendo
estar presentes todos os interessados e demais intervenientes, no sendo impeditivo
concretizao do ato da venda a ausncia dos mesmos.
O bem ser vendido no estado fsico e jurdico em que se encontra, livre de nus ou
encargos, sendo da responsabilidade do (s) proponente (s) comprador (es) todos os
custos inerentes compra , nomeadamente impostos respetivos, tendo sido ouvido o credor
hipotecrio nos termos do n. 2 do Art. 164 do CIRE.
O bem ser mostrado em dias a combinar previamente com a Administradora da Insolvn-
cia. Maria Teresa Martins Revs - Estrada de Benca, 388 Atelier - 1500-101 Lisboa - Tel./
Fax - 217743622.
Pblico, 06/03/2014
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TRIBUNAL DE FAMLIA
E MENORES E DE
COMARCA DE CASCAIS
3. Juzo Cvel
Processo: 1072/14.6TBCSC
ANNCIO
Interdio / Inabilitao
Requerente: Ministrio P-
blico
Requerida: Maria Quitria
Estvo Teixeira
Faz-se saber que foi distri-
buda neste tribunal, a ao
de Interdio / Inabilitao
em que requerida Maria
Quitria Estvo Teixeira,
com residncia atual no
Centro de Apoio Social do
Piso, sito na EN 247-5,
Quinta do Piso, 2645-005
Alcabideche, para efeito de
ser decretada a sua interdi-
o por anomalia psquica.
N/ Referncia: 12557123
Cascais, 21-02-2014.
A Juza de Direito
Dr. Ana Rodrigues da Silva
A Ocial de Justia
Maria Jos Ventura
Pblico, 06/03/2014
TRIBUNAL DE COMARCA
E DE FAMLIA E
MENORES DE ALMADA
1. Juzo Competncia Cvel
Processo: 7237/13.0TBALM
ANNCIO
Interdio / Inabilitao
Requerente: Ministrio P-
blico
Requerido: Miguel Moreira
Loureno
Faz-se saber que foi distri-
buda neste tribunal, a ao
de Interdio / Inabilitao
em que requerido Miguel
Moreira Loureno, com re-
sidncia em domiclio: Rua
Hugo Casaes, N. 1 - R/c
Dt. B, 2820-603 Charneca
da Caparica, para efeito
de ser decretada a sua in-
terdio.
N/ Referncia: 12586661
Almada, 17-02-2014.
A Juza de Direito
Dr. Rita Silva Viegas
A Ocial de Justia
Cristina Barca
Pblico, 06/03/2014
TRIBUNAL DE COMARCA E DE
FAMLIA E MENORES DE ALMADA
ANNCIO DE VENDA EM CARTA FECHADA
EM PROCESSO DE INSOLVNCIA
Processo n.: 7373/11.8TBALM (4. Juzo Competncia Cvel)
Insolvente: Ceclia Maria Ribeiro Coutinho
Administrador da Insolvncia: Sebastio Campos Cruz (Dr.)
Bem a vender: Meao do Prdio Urbano - Frao E, 2. Andar Esquerdo, destinado habita-
o, sito na Praceta Ernesto Condeixa, da freguesia da Trafaria e concelho de Almada, descrito
na Conservatria do Registo Predial de Almada sob o n. 00219/060189, e inscrito na matriz
predial com o nmero 1863 - E, com o valor patrimonial de todo o prdio de 82.520,00. Ser
vendido no estado fsico e legal em que se encontra e livre de quaisquer nus ou encargos.
Modalidade de venda e apresentao das propostas: Venda em carta fechada (registada) ou
entregue em mo com remetente da sede do administrador da insolvncia, sita na Rua Seram
Lima, 245, 1. - Sala 7, 4785-315 Trofa, telefones 252415079. As propostas devem dar entrada
na sede do administrador da insolvncia at ao dia 17/03/2014 s 14,00 horas. Os proponentes
devem indicar a sua identicao e direo completa, contactos telefnicos e eletrnicos e no
envelope deve constar por fora a palavra Proposta e processo n. 7373/11.8TBALM (4. Juzo
Competncia Cvel) .
Valor-base de venda para a meao: 29.000,00 , tendo em conta a avaliao feita por perito
qualicado.
Valor mnimo de venda para a meao: 85% do valor-base, ou seja, 24.650,00 .
Cauo: Juntamente com a proposta deve ser apresentado um cheque visado no valor de
1.232,50 , ou garantia bancria do mesmo montante, emitido a favor da Massa Insolvente
de Ceclia Coutinho, correspondente a 5% do valor mnimo de venda que ser imediatamente
devolvido caso no seja adjudicado.
Data e hora para mostrar o bem: O imvel pode ser visitado no dia 08/03/2014 das 11,00 horas
s 12,00 horas.
Data, hora e local para abertura das propostas: As propostas sero abertas no escritrio do
administrador da insolvncia, sita na Rua Seram Lima, 245, 1. - Sala 7, 4785-315 Trofa no
17/03/2014 s 14,30 horas.
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ZONLusomundoAmoreiras
Av. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996
The Monuments Men - Os Caadores de
Tesouros M12. 13h10, 16h, 18h40, 21h40,
00h15; 300: O Incio de Um Imprio M16.
13h30, 16h30, 19h, 21h20, 24h; Um Quente
Agosto M16. 12h50, 15h30, 18h20, 21h,
23h40; Solteira e Fabulosa M12. 12h40,
15h10, 21h10; 12 Anos Escravo 23h20; O
Filme Lego M6. 13h, 15h30, 18h10
(V.Port./3D); O Clube de Dallas M12. 18h50,
24h; A Grande Beleza M16. 18h30; Fim-de-
semana Em Paris M12. 13h40, 15h50, 21h50,
00h20; Nebraska M12. 13h20, 16h20, 21h30
ZONLusomundoColombo
Av. Lusada. T. 16996
12 Anos Escravo 12h40, 15h35, 18h30,
21h25, 00h20; Pompeia M12. 13h10, 15h40,
18h10 (2D), 21h10, 23h45 (3D); Academia
de Vampiros M12. 13h30, 16h05,
18h50, 21h40, 00h10; O Filme Lego M6.
13h20, 15h50 (V.Port./3D), 18h25, 21h05
(V.Port./2D); Eclipse em Portugal M16.
23h40; The Monuments Men - Os
Caadores de Tesouros M12. 13h, 15h30,
18h15, 21h15, 23h55; 300: O Incio de
Um Imprio M16. 12h55, 15h25, 18h, 21h,
23h50; O Sobrevivente M16. 13h05, 15h55,
21h20; O Clube de Dallas M12. 18h40,
00h05; Um Quente Agosto M16. 12h50,
15h45, 18h35, 21h30, 00h15; 300: O Incio
de Um Imprio M16. 13h25, 16h, 18h45,
21h35, 00h25 (Sala IMAX)
ZONLusomundoVascodaGama
Parque das Naes. T. 16996
Um Quente Agosto M16. 13h, 15h40,
18h40, 21h30, 00h20; RoboCop M16.
23h40; O Filme Lego M6. 13h30, 16h, 18h20,
21h10 (V.Port./3D); 12 Anos Escravo 21h,
24h; O Clube de Dallas M12. 12h40,
15h30, 18h10; The Monuments Men - Os
Caadores de Tesouros M12. 13h20, 16h10,
21h50, 00h30; O Sobrevivente M16.
18h50; 300: O Incio de Um Imprio M16.
12h50, 15h20, 18h, 21h20, 23h50; Academia
de Vampiros M12. 13h10, 15h50, 18h30,
21h40, 00h10
300: O Incio de Um Imprio
De Noam Murro. Com Sullivan
Stapleton, Rodrigo Santoro,
Eva Green. EUA. 2014. 103m.
Drama, Guerra. M16.
Adaptado da novela grca
de Frank Miller, este o novo
captulo da saga em que o general
Temstocles tenta unir toda a
Grcia, ao liderar a batalha contra
Xerxes, um mortal transformado
em deus, e Artemisia, a vingativa
comandante da armada
persa. Face a uma fora quase
invencvel e com uma enorme
desvantagem numrica, estes
soldados lutam at morte, com
bravura e sacrifcio, mudando o
curso da Histria para sempre...
Academia de Vampiros
De Mark Waters. Com Zoey
Deutch, Lucy Fry, Danila
Kozlovsky. EUA. 2014.
Comdia, Aco. M12.
Aos 17 anos, Rose no uma
rapariga igual s outras. Ela
uma Dhampir - ou vampira
guardi -, cujas funes
se restringem a proteger
os Moroi, uma estirpe de
vampiros paccos que vivem
discretamente no mundo dos
humanos. Protectora da princesa
Lissa que, para alm de pertencer
famlia real dos vampiros,
tambm a sua melhor amiga,
Rose vai sacricar tudo o que
for necessrio para a proteger
dos Strigoi, que se inltraram na
academia de S. Vladimir com a
inteno de destruir a linhagem
dos Moroi...
Fim-de-semana Em Paris
De Roger Michell. Com Jeff
Goldblum, Lindsay Duncan,
Jim Broadbent. GB. 2013. 93m.
Drama, Comdia. M12.
Nick e Meg decidem festejar
o aniversrio de casamento
em Paris, o lugar onde, 30
anos antes, passaram uma
inesquecvel lua-de-mel. Com
os lhos criados e nenhum
compromisso inadivel,
seguem viagem com o intuito
de reacender a chama perdida.
Porm, l chegados, parece que
nada lhes sai como esperado e
eles percebem que a sua relao
est bastante mais deteriorada
do que imaginavam. Mas, mesmo
aps tanto tempo de vida em
comum, sero eles capazes de
resistir magia da cidade mais
romntica do mundo?
Lies de Harmonia + Primria
De Emir Baigazin. Com Timur
Aidarbekov, Aslan Anarbayev,
Mukhtar Andassov. ALE/
Cazaquisto/FRA. 2013. 120m.
Drama. M16.
Durante um exame mdico,
Aslan, de 13 anos, humilhado
pelos colegas de escola. O
incidente de tal modo marcante
que lhe provoca um distrbio
de personalidade que se vai
manifestar numa obsessopela
limpeza. Entregue aos cuidados
da av, ele um rapaz solitrio
que alimenta uma averso
profunda a um colega que se
diverte a atorment-lo. medida
que o tempo passa, este dio vai
tomando novas propores, at
se transformar num jogo brbaro
e descontrolado...
Rincn de Darwin
De Diego Fernndez. Com
Jorge Esmoris, Carlos Frasca,
Jorge Temponi. Uruguai. 2013.
78m. Drama, Comdia. M12.
A atravessar um momento
particularmente difcil na sua
vida, Gastn informado de uma
herana deixada pelo av, numa
localidade no interior do pas.
Por esse motivo, decide fazer
uma viagem de reconhecimento
ao local, na companhia de
Americo e de Beto. Este
trajecto, que todos julgavam ser
relativamente curto, acaba por
demorar bastante mais do que o
esperado e os trs homens, to
diferentes, so obrigados a uma
convivncia inesperada. E ser
isso que os far compreender
o quanto esto agarrados ao
passado e que chegou a hora de
darem um passo em direco
sua evoluo pessoal.
Um Novo Flego
De Drake Doremus . Com
Felicity Jones, Guy Pearce,
Mackenzie Davis, Amy Ryan.
EUA. 2013. 98m. Drama. M12.
Apesar da aparente estabilidade
da sua vida, Keith sente-se
perdido e algo arrependido das
escolhas que foi fazendo ao
longo do percurso. Certo dia, a
sua mulher decide acolher uma
estudante britnica ao abrigo de
um programa de intercmbio.
Se, at esse momento, Keith se
tentava convencer de que os seus
sentimentos eram transitrios,
tudo posto em causa quando
conhece a nova inquilina...
Em estreia
lazer@publico.pt
cinecartaz@publico.pt
Almada
ZONLusomundoAlmadaFrum
Estr. Caminho Municipal, 1011. T. 16996
Um Quente Agosto M16. 12h50, 15h40,
18h30, 21h20, 00h10; O Filme Lego M6.
13h25, 15h55, 18h40 (V.Port./2D), 21h10,
23h40 (V.Port./3D); The Monuments
Men - Os Caadores de Tesouros M12.
12h30, 15h20, 18h, 21h, 23h50; 300: O
Incio de Um Imprio M16. 13h30, 16h,
18h30, 21h30, 00h20 (2D), 12h55, 15h25,
18h10, 21h, 23h40 (3D); Gravidade M12.
18h50; RoboCop M16. 13h05, 15h50, 18h35,
21h15, 00h05; Eclipse em Portugal M16.
13h10, 15h25, 21h25, 00h20; O Clube
de Dallas M12. 13h, 15h45, 18h35, 21h20,
00h05; Pompeia M12. 13h15, 15h50, 18h35,
21h35, 00h15; Academia de Vampiros M12.
13h, 15h35, 18h25, 21h, 23h45; Aquele
Estranho Momento M16. 13h20, 15h40, 18h,
21h45, 00h15; Filomena M12. 12h45, 15h30,
18h10, 21h, 23h45; 12 Anos Escravo 13h25,
17h, 21h05, 00h05; O Sobrevivente M16.
12h40, 15h30, 18h20, 21h30, 00h20
Amadora
UCI DolceVitaTejo
C.C. da Amadora, Estrada Nacional 249/1,
Venteira. T. 707232221
Winters Tale - Uma Histria de Amor M12.
Sala 1 - 18h50, 21h35; O Filme Lego M6.
Sala 1 - 14h05, 16h25 (V.Port.); O Filme
Lego M6. Sala 2 - 13h45, 16h10, 18h30, 21h15
(V.Port.); 300: O Incio de Um Imprio M16.
Sala 3 - 13h50, 19h05 (2D), 16h05, 21h45
(3D); Aquele Estranho Momento M16.
Sala 4 - 13h55, 16h15; O Sobrevivente M16.
Sala 4 - 19h, 21h30; Chovem Almndegas
2 M6. Sala 5 - 13h50, 16h (V.Port.); O Lobo
de Wall Street M16. Sala 5 - 21h30; Golpada
Americana M16. Sala 5 - 18h30; 12 Anos
Escravo Sala 6 - 18h30, 21h30; Eclipse em
Portugal M16. Sala 6 - 14h05, 16h20; Um
Quente Agosto M16. Sala 7 - 14h, 16h35,
19h10, 21h40; RoboCop M16. Sala 8 - 13h45,
16h15, 18h50, 21h20; The Monuments
Men - Os Caadores de Tesouros M12. Sala
9 - 13h50, 16h25, 19h, 21h35; Pompeia M12.
Sala 10 - 14h20, 16h55, 19h30 (2D), 21h55
(3D); Academia de Vampiros M12. Sala 11 -
14h10, 16h25, 18h55, 21h20
Barreiro
CastelloLopes- FrumBarreiro
Campo das Cordoarias. T. 760789789
300: O Incio de Um Imprio M16.
Sala 1 - 15h30, 21h30 (2D), 18h30
(3D); RoboCop M16. Sala 2 - 21h35; O Filme
Lego M6. Sala 2 - 15h10, 17h20 (V.Port./2D),
19h30 (V.Port./3D); The Monuments Men
- Os Caadores de Tesouros M12. Sala 3 -
15h40, 18h20, 21h10; Pompeia M12. Sala 4
- 15h20, 18h10, 21h20
Cascais
ZONLusomundoCascaiShopping
EN 9, Alcabideche. T. 16996
Um Quente Agosto M16. 12h45, 15h30,
18h30, 21h10, 00h10; The Monuments
Men - Os Caadores de Tesouros M12. 13h,
15h50, 18h40, 21h20, 00h20; Academia de
Vampiros M12. 13h30, 16h10, 18h35, 22h,
00h15; 12 Anos Escravo 18h; O Clube de
Dallas M12. 23h30; O Sobrevivente M16.
12h40, 15h20, 21h50, 00h25; Pompeia M12.
12h50, 15h20, 18h20 (2D), 21h40, 24h
(3D); 300: O Incio de Um Imprio M16.
13h10, 16h, 18h50, 21h30, 23h50; O Filme
Lego M6. 13h20, 15h40, 18h, 21h (V.Port./3D)
Fim-de-semana Em Paris Fim-de-semana Em P
PBLICO, QUI 6 MAR 2014 | 41
Caldas da Rainha
Vivacine- CaldasdaRainha
C.C. Vivaci. T. 262840197
O Filme Lego M6. Sala 1 - 16h, 18h20, 21h15
(V.Port.); Academia de Vampiros M12.
Sala 2 - 15h40, 18h10, 21h30; 300: O
Incio de Um Imprio M16. Sala 3 - 15h20,
17h45, 21h15; The Monuments Men - Os
Caadores de Tesouros M12. Sala 4 - 15h25,
18h, 21h20; Pompeia M12. Sala 5 - 15h30,
17h50, 21h25
Carcavelos
Atlntida-Cine
R. Dr. Manuel Arriaga, C. C. Carcavelos
(Junto Estao de CP). T. 214565653
Um Quente Agosto M16. Sala 1 - 15h30,
21h30; The Monuments Men - Os
Caadores de Tesouros M12. Sala 2 - 15h30,
21h30
Sintra
CinemaCityBeloura
Beloura Shopping, R. Matos Cruzadas, EN 9,
Quinta da Beloura II, Linh. T. 219247643
Winters Tale - Uma Histria de Amor M12.
Cinemax - 17h20; Pompeia M12. Sala
1 - 15h20, 19h40, 21h55; Golpada
Americana M16. Sala 2 - 18h45,
21h35; Pompeia M12. Sala 2 - 17h25
(3D); 300: O Incio de Um Imprio M16. Sala
2 - 16h10, 18h40, 22h (3D), 15h30, 17h30,
19h50, 21h50 (2D); O Filme Lego M6. Sala 3 -
16h (V.Port./3D), 15h30, 17h40, 19h30, 21h40
(V.Port./2D); The Monuments Men - Os
Caadores de Tesouros M12. Sala 4 - 15h40,
18h30, 21h45; O Lobo de Wall Street M16.
Sala 5 - 17h50, 21h20; Coelho Kung Fu M6.
Sala 6 - 15h20 (V.Port.); A Rapariga Que
Roubava Livros M12. Sala 6 - 21h40; Amor
Infinito M16. Sala 6 - 19h35; Chovem
Almndegas 2 M6. Sala 7 - 15h45 (V.Port.)
CastelloLopes- FrumSintra
Loja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789
Pompeia M12. Sala 1 - 15h50, 21h50
(2D), 18h40 (3D); 12 Anos Escravo Sala
2 - 21h25; O Filme Lego M6. Sala
2 - 15h15, 19h20 (V.Port./2D), 17h20
(V.Port./3D); Academia de Vampiros M12.
Sala 3 - 16h10, 19h, 21h40; 300: O Incio de
Um Imprio M16. Sala 4 - 16h, 21h30 (2D),
18h50 (3D); O Clube de Dallas M12. Sala
5 - 21h20; RoboCop M16. Sala 5 - 15h40; O
Sobrevivente M16. Sala 5 - 18h30; Um
Quente Agosto M16. Sala 6 - 18h20,
21h10; Aquele Estranho Momento M16.
Sala 6 - 15h30; The Monuments Men - Os
Caadores de Tesouros M12. Sala 7 - 15h45,
18h35, 21h45
Leiria
CinemaCityLeiria
Rua Dr. Virglio Vieira da Cunha, Ponte das
Mestras. T. 244845071
O Filme Lego M6. Sala 1 - 15h40, 17h50,
19h50, 21h45 (V.Port./2D), 16h (V.Port./3D); O
Sobrevivente M16. Sala 2 - 21h55; Eclipse
em Portugal M16. Sala 2 - 17h40, 20h,
22h; A Revolta dos Perus M6. Sala 3 - 15h35
(V.Port.); Winters Tale - Uma Histria de
Amor M12. Sala 3 - 13h20, 17h35; 300: O
Incio de Um Imprio M16. Sala 3 - 16h10,
18h40, 21h50 (2D); 300: O Incio de
Um Imprio M16. Sala 4 - 15h30, 17h30,
19h30, 21h30; The Monuments Men -
Os Caadores de Tesouros M12. Sala
5 - 15h20, 18h30, 21h35; Pompeia M12.
Sala 6 - 15h35, 19h55, 22h05 (2D), 17h40
(3D); RoboCop M16. Sala 7 - 19h25
Cineplace- LeiriaShopping
CC Leiria Shopping, IC2.
300: O Incio de Um Imprio M16. Sala
1 - 14h30, 19h10 (2D), 16h50, 21h30
(3D); Pompeia M12. Sala 2 - 14h10, 16h50
(2D), 16h30, 21h10 (3D); O Filme Lego M6.
Sala 3 - 13h40, 18h (V.Port./2D), 15h50
(V.Port./3D); Eclipse em Portugal M16. Sala
3 - 20h10, 22h10; The Monuments Men
- Os Caadores de Tesouros M12. Sala 4 -
14h10, 16h40, 19h10, 21h40; Gravidade M12.
Sala 5 - 19h; 12 Anos Escravo Sala 5
- 21h20; RoboCop M16. Sala 5 - 14h; O
Sobrevivente M16. Sala 5 - 16h30; Um
Quente Agosto M16. Sala 6 - 13h30, 16h,
18h30, 21h; Eu, Frankenstein M12. Sala 7 -
14h50, 19h40, 21h50; Ao Encontro de Mr.
Banks M12. Sala 7 - 17h
Loures
Cineplace- LouresShopping
Quinta do Infantado, Loja A003 - Centro
Comercial Loures Shopping.
Pompeia M12. Sala 1 - 14h20, 19h (2D),
16h40, 21h20 (3D); O Filme Lego M6.
Sala 2 - 13h, 19h30 (V.Port./3D),
15h10, 17h20 (V.Port./2D); Eclipse
em Portugal M16. Sala 2 - 21h40; Um
Quente Agosto M16. Sala 3 - 13h40,
18h40; RoboCop M16. Sala 3 - 16h10,
21h10; O Sobrevivente M16. Sala 4 -
19h20; Academia de Vampiros M12. Sala
4 - 14h40, 17h, 21h50; 300: O Incio de Um
Imprio M16. Sala 5 - 14h30, 19h10 (2D),
16h50, 21h30 (3D); The Monuments Men
- Os Caadores de Tesouros M12. Sala 6
- 16h, 18h30, 21h; Blue Jasmine M12. Sala
7 - 12h50; 12 Anos Escravo Sala 7 - 19h10,
21h50; O Clube de Dallas M12. Sala 7 - 15h
Montijo
ZONLusomundoFrumMontijo
C. C. Frum Montijo. T. 16996
O Filme Lego M6. 15h40, 18h20
(V.Port./2D), 21h (V.Port./3D); 300: O
Incio de Um Imprio M16. 16h, 18h40
(2D), 21h30; The Monuments Men - Os
Caadores de Tesouros M12. 15h35,
18h10, 21h20; Pompeia M12. 15h50,
18h50, 21h45; RoboCop M16. 15h30, 18h,
21h10; Academia de Vampiros M12. 16h10,
18h30, 21h40
Odivelas
ZONLusomundoOdivelasParque
C. C. Odivelasparque. T. 16996
The Monuments Men - Os Caadores
de Tesouros M12. 15h30, 18h20, 21h20; O
Filme Lego M6. 18h30, 21h10 (V.Port./2D),
16h (V.Port./3D); Pompeia M12. 15h20, 18h,
21h; 300: O Incio de Um Imprio M16.
15h40, 18h10 (2D), 21h30 (3D); Academia de
Vampiros M12. 15h50, 18h40, 21h40
Oeiras
ZONLusomundoOeirasParque
C. C. Oeirashopping. T. 16996
O Clube de Dallas M12. 21h05,
23h55; Uma Histria de Amor M16.
23h50; O Filme Lego M6. 12h55, 15h20,
18h, 21h (V.Port.); Filomena M12. 13h15,
15h45, 18h50; Um Quente Agosto M16.
12h40, 15h25, 18h10, 21h10, 24h; O
Sobrevivente M16. 13h10, 16h, 18h45, 21h45,
00h30; 12 Anos Escravo 12h30, 15h30,
18h30, 21h30, 00h25; The Monuments
Men - Os Caadores de Tesouros M12. 13h,
15h50, 18h40, 21h40, 00h20; 300: O Incio
de Um Imprio M16. 13h10, 15h40, 18h20,
21h20, 00h10
Miraflores
ZONLusomundoDolceVitaMiraflores
Av. das Tlipas. T. 707 CINEMA
O Sobrevivente M16. 15h10, 18h10, 21h10;
300: O Incio de Um Imprio M16. 15h30,
18h30 (2D), 21h30 (3D); O Filme Lego M6.
15h, 17h30, 19h40, 22h (V.Port.); The
Monuments Men - Os Caadores de
Tesouros M12. 15h20, 18h20, 21h20
Torres Novas
CastelloLopes- TorreShopping
Bairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220
300: O Incio de Um Imprio M16. Sala 1
13h, 18h20, 21h30 (2D), 15h40 (3D);
Pompeia M12. Sala 2 - 13h10, 18h30 (3D),
15h30, 21h40 (2D); O Sobrevivente M16.
Sala 3 - 21h20; O Filme Lego M6. Sala 3 -
12h50, 17h10 (V.Port./3D), 15h, 19h15 (V.Port./3D)
Torres Vedras
ZONLusomundoTorresVedras
C.C. Arena Shopping. T. 16996
O Filme Lego M6. 18h50, 21h40 (V.Port./2D),
16h15 (V.Port./3D); The Monuments Men
- Os Caadores de Tesouros M12. 15h45,
18h25, 21h15; O Sobrevivente M16. 15h30,
18h10, 21h; Pompeia M12. 16h25, 19h,
21h50; 300: O Incio de Um Imprio M16.
16h, 18h40 (2D), 21h30 (3D)
Santarm
CastelloLopes- Santarm
Largo Cndido dos Reis. T. 760789789
O Lobo de Wall Street M16. Sala 1 - 21h; Jack
Ryan: Agente Sombra M12. Sala 1 - 15h50,
18h40; 12 Anos Escravo Sala 2 - 18h20,
21h10; Golpada Americana M16. Sala 2 -
15h30; 300: O Incio de Um Imprio M16.
Sala 3 - 16h10, 21h30 (2D), 18h50 (3D); O
Filme Lego M6. Sala 4 - 15h, 19h20
(V.Port./2D), 17h10 (V.Port./3D); Eclipse em
Portugal M16. Sala 4 - 21h50; Winters Tale
- Uma Histria de Amor M12. Sala 5 - 15h40,
18h30, 21h20; Pompeia M12. Sala 6 - 16h,
18h50, 21h40
Seixal
Cineplace- Seixal
Qta. Nova do Rio Judeu.
300: O Incio de Um Imprio M16. Sala 1 -
14h30, 19h10 (2D), 16h50, 21h30 (3D); The
Monuments Men - Os Caadores de
Tesouros M12. Sala 2 - 14h20, 16h50, 19h20,
21h50; RoboCop M16. Sala 3 - 13h30, 16h,
18h30, 21h; Pompeia M12. Sala 4 - 14h10,
18h50 (2D), 16h30, 21h10 (3D); O
Sobrevivente M16. Sala 5 - 22h10; O Filme
Lego M6. Sala 5 - 13h30, 20h (V.Port./2D),
15h40, 17h50 (V.Port./3D); Um Quente
Agosto M16. Sala 6 - 17h, 21h40; Aquele
Estranho Momento M16. Sala 6 - 14h50,
19h30; Gravidade M12. Sala 7 - 15h20, 17h20;
12 Anos Escravo Sala 7 - 21h20; O Clube de
Dallas M12. Sala 7 - 13h; Eclipse em Portugal
M16. Sala 7 - 19h20
Faro
SBC-International Cinemas
C. C. Frum Algarve. T. 289887212
12 Anos Escravo Sala 1 - 15h45, 18h35,
21h25; Uma Histria de Amor M16. Sala 2 -
19h25; RoboCop M16. Sala 2 - 14h15, 16h50,
22h; Um Quente Agosto M16. Sala 3 - 13h05,
15h40, 16h10, 18h45, 21h20; The Monuments
Men - Os Caadores de Tesouros M12. Sala
4 - 21h10; O Filme Lego M6. Sala 4 - 14h25,
16h40 (V.Port./2D), 18h55 (V.Port./2D); 300:
O Incio de Um Imprio M16. Sala 5 - 14h30,
16h40, 18h55, 21h10; Pompeia M12. Sala 6 -
14h35, 16h50, 19h05, 21h20; 300: O Incio
de Um Imprio M16. Sala 7 - 12h50, 15h05,
17h20, 19h35, 21h50; Golpada Americana
M16. Sala 8 - 15h50, 21h05; Ao Encontro de
Mr. Banks M12. Sala 8 - 13h10, 18h25; O Lobo
de Wall Street M16. Sala 9 - 15h05, 21h; Jack
Ryan: Agente Sombra M12. S. 9 - 12h45, 18h40
Albufeira
Cineplace- AlgarveShopping
Estrada Nacional 125 - Vale Verde.
O Filme Lego M6. Sala 1 - 13h30,
20h (V.Port./2D), 15h40, 17h50
(V.Port./3D); Eclipse em Portugal M16. Sala
1 - 22h10; 300: O Incio de Um Imprio M16.
Sala 2 - 14h30, 19h10 (2D), 16h50, 21h30
(3D); Um Quente Agosto M16. Sala 3 - 17h,
21h50; Ciclo Interrompido M16. Sala 3 -
14h40, 19h30; Academia de Vampiros M12.
Sala 4 - 14h20, 16h40, 19h, 21h20; Blue
Jasmine M12. Sala 5 - 12h50; Gravidade M12.
Sala 5 - 17h15; 12 Anos Escravo Sala 5 -
19h10, 21h50; O Clube de Dallas M12. Sala
5 - 15h; Pompeia M12. Sala 6 - 14h10, 18h50
(2D), 16h30, 21h10 (3D); Coelho Kung Fu M6.
Sala 7 - 14h (V.Port.); RoboCop M16. Sala 7 -
16h, 18h30, 21h; The Monuments Men - Os
Caadores de Tesouros M12. Sala 8 - 14h10,
16h40, 19h10, 21h40; O Sobrevivente M16.
Sala 9 - 13h40, 16h10, 18h40, 21h10
Portimo
Algarcine- CinemasdePortimo
Av. Miguel Bombarda. T. 282411888
300: O Incio de Um Imprio M16.
Sala 1 - 15h, 17h, 19h, 21h30; O Filme
Lego M6. Sala 2 - 13h50, 17h45, 19h45
(V.Port.); Pompeia M12. Sala 2 - 15h45, 21h30
Cineplace- Portimo
Quinta da Malata, Lote 1 - C. C. Continente.
Pompeia M12. Sala 1 - 14h, 16h20, 18h50,
21h; O Filme Lego M6. Sala 2 - 13h, 15h10,
17h20, 19h30 (V.Port.); RoboCop M16. Sala 3
- 14h10, 19h20; O Sobrevivente M16. Sala 3 -
16h40, 21h50; Academia de Vampiros M12.
Sala 4 - 14h30, 16h50, 19h10, 21h30; The
Monuments Men - Os Caadores de
Tesouros M12. Sala 5 - 13h40, 16h10, 18h40,
21h10; 300: O Incio de Um Imprio M16.
Sala 6 - 14h20, 16h30, 19h, 21h20
Tavira
ZonLusomundoTavira
R. Almirante Cndido dos Reis. T. 16996
The Monuments Men - Os Caadores de
Tesouros M12. 16h, 18h40, 21h20; 300: O
Incio de Um Imprio M16. 15h50, 18h10
(2D), 21h10 (3D); Pompeia M12. 16h10,
18h30, 21h30; O Filme Lego M6. 15h30,
18h20 (V.Port./2D), 21h (V.Port./3D); O
Sobrevivente M16. 15h40, 18h25, 21h05
TEATRO
Lisboa
ABarraca- TeatroCineArte
Largo de Santos, 2. T. 213965360
O Fascismo dos Bons Homens Trigo Limpo
Teatro Acert. Enc. Pompeu Jos. De 5/3 a
8/3. 4 a Sb s 21h30.
CasadasMscaras
Beco da Casa das Mscaras. T. 217120600
Manifesto Antropfago Enc. Ricardo
Bargo. De 6/3 a 27/3. 5 s 21h30. M/18.
TeatrodaComuna
Praa de Espanha. T. 217221770
Quem Quer Ser Irrevogvel? Portugal: Um
Reality Show Comuna Teatro Pesquisa.
Enc. Carlos Paulo. A partir de 6/3. 5 a Sb s
22h (Caf-teatro). M/16.
TeatrodaCornucpia- BairroAlto
Rua Tenente Ral Cascais, 1A. T. 213961515
Iluso Teatro da Cornucpia. Enc. Luis
Miguel Cintra. De 20/2 a 9/3. 3 a Sb s 21h.
Dom s 16h.
TeatroMariaVitria
Avenida da Liberdade. T. 213461740
Lisboa Amor Perfeito Comp.: Companhia
de Dana TMV. Enc. Mrio Ranho. A partir
de 14/11. 5 e 6 s 21h30. Sb e Dom s
16h30 e 21h30. M/12.
TeatroMeridional
Rua do Acar, 64. T. 218689245
Magma De Sara Belo. Enc. Sara Belo. De 6/3
a 9/3. 5 a Sb s 21h30. Dom s 16h.
TeatroMunicipal SoLuiz
Rua Antnio Maria Cardoso. T. 213257650
Ode Martima Com Diogo Infante. De 5/3 a
16/3. 4 a Sb s 21h. Dom s 17h30. M/12.
TeatroNacional D. MariaII
Praa D. Pedro IV. T. 800213250
A Porta Comp.: TNDM II. Enc. Joo Mota. De
27/2 a 30/3. 4, 5 e 6 s 11h (para escolas).
Sb s 21h15. Dom s 16h15. M/6. Tropa-
Fandanga Com Joo Paulo Soares (piano),
Vasco Sousa (baixo acstico e viola),
AS ESTRELAS
DO PBLICO
Jorge
Mourinha
Lus M.
Oliveira
Vasco
Cmara
Caadores de Tesouros mmmmm mmmmm
Cu sobre os Ombros mmmmm
Ciclo Interrompido mmmmm mmmmm mmmmm
A Grande Beleza mmmmm mmmmm A
Lies de Harmonia mmmmm mmmmm
Nebraska mmmmm mmmmm mmmmm
Rincon de Darwin mmmmm mmmmm
300- O Incio de um Imprio mmmmm mmmmm
Um Quente Agosto mmmmm mmmmm
Uma Histria de Amor mmmmm mmmmm mmmmm
a Mau mmmmm Medocre mmmmm Razovel mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
No centenrio da Ode Triunfal, de lvaro de Campos,
o projecto Estranhar Pessoa realiza um colquio
internacional sobre a vida e obra de Fernando
Pessoa. Entre hoje e sbado, na Fundao Calouste
Gulbenkian, em Lisboa, renem-se 50 especialistas
em diversas reas de estudos pessoanos. Alm
dos debates, o programa inclui um concurso de
curtas-metragens, cujo vencedor ser revelado
na sesso de encerramento. O acesso aos trs
dias custa 40 para o pblico em geral e 15 para
estudantes. Depois do colquio, no domingo, ainda
promovido um passeio por Lisboa com Fernando
Pessoa. Inscries e programa completo da iniciativa
disponveis em www.estranharpessoa.com.
O dia triunfal de Fernando Pessoa
42 | PBLICO, QUI 6 MAR 2014
SAIR
Francisco Cardoso (bateria), Rben da Luz
(trombone), Maria Joo Cunha (acordeo),
Lus Petisca (guitarra portuguesa), Andr
Dias (guitarra portuguesa). Comp.: Teatro
Praga. Enc. Pedro Penim, Jos Maria Vieira
Mendes, Andr e. Teodsio. De 20/2 a 16/3.
4 s 19h. 5 a Sb s 21h. Dom s 16h (na
Sala Garrett).
TeatroTivoli BBVA
Avenida da Liberdade, 182. T. 213572025
Lar, Doce Lar De Lusa Costa Gomes. Enc.
Antnio Pires. Com Joaquim Monchique,
Maria Rueff. A partir de 6/2. 5 a Sb s
21h30. Dom s 16h30. M/12. Durao: 95m.
TeatroTurim
Estrada de Benfica, 723A. T. 217606666
Do Amor De 27/2 a 9/3. 5 a Dom s 21h30.
Almada
TeatroExtremo
Rua Serpa Pinto, 16. T. 212723660
All You Need Is Love Enc. Joo Carracedo.
De 20/2 a 20/3. 5 s 21h30.
Barreiro
AuditrioMunicipal AugustoCabrita
Av. Escola de Fuzileiros Navais. T. 212070578
Woyzeck Enc. Jlio Mesquita. Com
Ana Carolina, Miguel Linares, Miguel S
Nogueira, Nuno Pereira, Ricardo Gio, Rui
Cardoso, Rui Mendes, Vanda Mano. De 6/3 a
7/3. 5 e 6 s 21h30. M/16. Durao: 90m.
Sintra
CasadeTeatro
Rua Veiga da Cunha,20 . T. 219233719
Mata-Dor Enc. Rui Pires. Dia 6/3 s 21h30
(Periferias - Festival Internacional de Artes
Performativas de Sintra). M/16.
EXPOSIES
Lisboa
AppletonSquare
Rua Accio Paiva, 27 - r/c. T. 210993660
Ltd. De Pedro Casqueiro. De 6/3 a 2/4. 3 a
Sb das 14h s 19h. Pintura.
4 a Dom das 10h s 18h . Rubens, Brueghel,
Lorrain - A Paisagem Nrdica do Museu do
Prado De 3/12 a 30/3. 3 a 6 das 10h s 19h.
Sb das 10h s 21h. Dom das 10h s 19h.
Nextart
CentrodeExperinciasArtsticas
Rua da Vitria. T. 213421215
ColomboapartiroOvo De Susana
Gaudncio. De 6/3 a 10/4. 2 a 6 das 15h s 19h.
MSICA
Lisboa
CasinoLisboa
Parque das Naes. T. 218929000
Soundsuite - The Comfort Song
Project Com Teresa Rico (voz), Nuno
Craveiro (guitarra e voz), Manu Teixeira
(percusso). De 6/3 a 9/3. 5 a Dom s 22h.
CinemaSoJorge
Avenida da Liberdade, 175. T. 213103400
Primitive Reason & Friends Dia 6/3 s
21h30 (na Sala Manoel de Oliveira). Com
James Beja, Mark Cain, Ana Stilwell, Marta
Ren e NelAssassin.
ColiseudosRecreios
R. Portas de Santo Anto.
T. 213240580
Gusttavo Lima Dia 6/3 s 21h30.
FundaoeMuseuCalousteGulbenkian
Avenida de Berna, 45A. T. 217823000
Ben Johnson, Lucy Crowe, Coro e
Orquestra Gulbenkian Maestro Paul
McCreesh. Com Ben Johnson (tenor), Lucy
Crowe (soprano). Orq.: Coro e Orquestra
Gulbenkian. De 6/3 a 7/3. 5 s 21h. 6 s 19h.
Hot ClubedePortugal
Praa da Alegria, 48. T. 213619740
The Wild Bunch De 6/3 a 8/3. 5 a Sb s
22h30 e 24h.
MusicBox
Rua Nova do Carvalho. T. 213430107
Simply Rockers Sound System feat. Aba
Shanti-I Dia 6/3 s 00h.
Sociedade
deInstruoGuilhermeCossoul
Avenida Dom Carlos I, 61 - 1. T. 213973471
Trio Magenta Dia 6/3 s 22h.
TeatroVillaret
Av. Fontes Pereira de Melo. T. 213538586
Penicos de Prata Dia 6/3 s 21h30.
Amadora
EspaoCultural RecreiosdaAmadora
Avenida Santos Mattos, 2. T. 214369055
Orquestra Gerao Dia 6/3 s 21h30 (4.
Ciclo de Jazz da Amadora).
Cartaxo
CentroCultural doCartaxo
Rua 5 de Outubro. T. 243701600
Wooden Shjips + Black Bombaim s 23h.
Faro
TeatroMunicipal deFaro
Horta das Figuras. T. 289888110
Young-Choon Park Dia 6/3 s 21h30.
Leiria
TeatroJosLciodaSilva
Avenida Heris de Angola. T. 244834117
Mafalda Veiga Com Mafalda Veiga (voz),
Filipe Raposo (piano e arranjos), Lars
Arens (trombone e eufnio), Claudio Silva
(trompete e flugel). Dia 6/3 s 21h30 (M/3).
DANA
Lisboa
TeatroCames
Parque das Naes. T. 218923470
OrfeueEurdice Com Divino Sospiro, Ecce
Ensemble, Coro da ESML. Maestro Paulo
Vassalo Loureno (Coro). Comp. Nacional de
Bailado. Coreog. Olga Roriz. De 27/2 a 16/3. 5 a
Sb s 21h. Dom s 16h. M/3.
SAIR
CordoariaNacional
Avenida da ndia. T. 213646128
lbum de Famlia Nelson DAires Bolsa
2012 | Estao Imagem Mora De Nelson
DAires. De 1/3 a 30/3. 3 a 6 das 10h s
19h. Sb e Dom das 14h s 19h. Prmio de
Fotojornalismo 2013 | Estao Imagem
Mora De vrios autores. De 1/3 a 30/3. 3 a
6 das 10h s 19h. Sb e Dom das 14h s 19h.
Culturgest
R. Arco do Cego. T. 217905155
A Concluso da Precedente De Ana Jotta.
De 14/2 a 11/5. 2, 4, 5 e 6 das 11h s 19h
(ltima entrada s 18h30). Sb, Dom e
feriados das 14h s 20h (ltima entrada
s 19h30). IA convocao de todos os
seres De Luisa Correia Pereira. De 14/2 a
11/5. 2, 4, 5 e 6 das 11h s 19h (ltima
entrada s 18h30). Sb, Dom e feriados
das 11h s 20h (ltima entrada s 19h30).
Marginalia De Pedro Casqueiro. De 14/2
a 11/5. 2, 4, 5 e 6 das 11h s 19h (ltima
entrada s 18h30). Sb, Dom e feriados das
14h s 20h (ltima entrada s 19h30).
EspaoArteTranquilidade
R. Rodrigues Sampaio, 95. T. 213503500
Sobre Cada Erva De Rui Dias Monteiro. De
6/3 a 9/5. 3 a 6 das 12h30 s 19h.
FundaoArpadSzenes- VieiradaSilva
Praa das Amoreiras, 56. T. 213880044
Escrita ntima De Vieira da Silva, Arpad
Szenes. De 6/2 a 19/4. 4 a Dom das 10h s
18h. 3 a Dom das 10h s 18h (a partir de 1
de Maro). Documental. Re-Move De Sofia
Pidwell, Yonamine. De 25/2 a 27/4. 4 a Dom
das 10h s 18h. 3 a Dom das 10h s 18h.
FundaoeMuseuCalousteGulbenkian
Avenida de Berna, 45A. T. 217823000
Os Czares e o Oriente: Ofertas da Turquia
e do Iro no Kremlin de Moscovo De vrios
autores. De 28/2 a 18/5. 3 a Dom das 10h s
18h (ltima entrada s 17h30). Pintura.
GaleriaArtePerifrica
Praa do Imprio, CCB. T. 213617100
Musa xparadisiaca De Thomas Nolle. De
22/2 a 20/3. Todos os dias das 10h s 20h.
GaleriaPedroCera
Rua do Patrocnio, 67E. T. 218162032
Azul e Amarelo De Antonio Ballester Moreno.
De 17/1 a 7/3. 3 a 6 das 10h s 13h30 e das
14h30 s 19h. Sb das 14h30 s 19h.
MNAC- MuseudoChiado
Rua Serpa Pinto, 4. T. 213432148
Arte Portuguesa 1850-1975 De vrios
autores. De 20/2 a 31/12. 3 a Dom das 10h
s 18h.
MuseuColecoBerardo
Praa do Imprio, CCB. T. 213612878
da cauda cabea De Carla Filipe. De 29/1 a
4/5. 3 a Dom das 10h s 19h (ltima entrada
s 18h30). Exposio Permanente do
Museu Coleco Berardo (1960-2010) De
Vito Acconci, Louise Bourgeois, Jos
Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons,
Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy
Sherman, William Wegman, entre outros.
A partir de 9/11. 3 a Dom das 10h s 19h
(ltima admisso s 18h30). O Consumo
Feliz. Publicidade e Sociedade no Sculo
XX De vrios autores. De 17/5 a 27/10. 3 a
Dom das 10h s 19h (ltima entrada 18h30).
MuseudoOriente
Av. Braslia - Edifcio Pedro lvares Cabral
Doca de Alcntara Norte. T. 213585200
Febre De James Chu, Alice Kok, Julia Lam,
entre outros. De 13/2 a 27/4. 3, 4, 5, Sb
e Dom das 10h s 18h. 6 das 10h s 22h.
Itinerrios De Arlinda Frota. De 21/2 a 18/5.
3, 4, 5, Sb e Dom das 10h s 18h. 6 das
10h s 22h. Jiang Shanqing De 6/2 a 27/4.
3, 4, 5, Sb e Dom das 10h s 18h. 6 das
10h s 22h. Sombras da sia A partir de
28/6. 3, 4, 5, Sb e Dom das 10h s 18h. 6
das 10h s 22h (gratuito das 18h s 22h).
MuseuNacional deArteAntiga
Rua das Janelas Verdes. T. 213912800
Domingos Sequeira. A Adorao dos
Magos (estudos preparatrios) De 17/12
a 30/3. 4 a Dom das 10h s 17h30. 3 das
14h s 17h30. Pintura, Desenho. Obra
Convidada: Virgem com o Menino de
Andrea del Verrocchio (c.1435-1488) De
30/1 a 18/5. 4 a Dom das 10h s 18h. 3
das 14h s 17h30. Pintura. Pintura e Artes
Decorativas do Sculo XII ao XIX De Vrios
autores. A partir de 16/12. 3 das 14h s 18h.
Os Primitive
Reason
celebram
20 anos de
carreira no
So Jorge
FARMCIAS
Lisboa
ServioPermanente
Nova Iorque (Campo Grande -
EntreCampos) - Av. Estados Unidos da
Amrica, 140-B - Tel. 217932009 Nova Luz
(Alto de S. Joo) - Rua D. Domingos Jardo,
28-A - Tel. 218143439 Padre Cruz (Carnide
- B Pe. Cruz(Junto Igreja)) - Rua A - Lt. 138
R/C - B Padre Cruz - Tel. 217121520 Simo
(Olivais) - Rua Cidade Cabinda, 16 A - Tel.
218510581 Vera Cruz (Areeiro) - Praa
Afrnio Peixoto, 2 - B - Tel. 218484941 Veral
(Chile - Alto de S. Joo) - Rua Morais Soares,
109 - 111 - Tel. 218123608 Principe Real (So
Mamede) - Rua da Escola Politcnica, 16-18 -
Tel. 213425455
OutrasLocalidades
ServioPermanente
Abrantes - Silva Alandroal - Santiago
Maior , Alandroalense Albufeira - Alves
de Sousa Alccer do Sal - Alcacerense
Alcanena - Correia Pinto Alcobaa -
Magalhes Alcochete - Cavaquinha ,
Pvoas (Samouco) Alenquer - Nobre
Brito , Varela Aljustrel - Pereira Almada
- Do Bairro (Cova da Piedade) , Central -
Trafaria (Trafaria) Almeirim - Barreto do
Carmo Almodvar - Ramos Alpiara -
Gameiro Alter do Cho - Alter , Portugal
(Chana) Alvaizere - Ferreira da Gama
, Castro Machado (Alvorge), Pacheco
Pereira (Cabaos), Anubis (Mas D.
Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora
- Carmele , Vaz Martins Ansio - Teixeira
Botelho , Medeiros (Avelar), Rego (Cho
de Couce), Pires (Santiago da Guarda)
Arraiolos - Misericrdia Arronches - Batista
, Esperana (Esperana/Arronches) Arruda
dos Vinhos - Da Misericrdia Avis - Nova de
Aviz Azambuja - Dias da Silva , Nova, Peralta
(Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do
Intendente) Barrancos - Barranquense
Barreiro - Mascarenhas Neto Batalha
- Ferraz , Silva Fernandes (Golpilheira)
Beja - Central Belmonte - Costa , Central
(Caria) Benavente - Miguens Bombarral
- Hipodermia Borba - Carvalho Cortes
Cadaval - Central , Figueiros (Figueiros
Cadaval (Jan,Mar,Maio)) Caldas da Rainha
- Central Campo Maior - Campo Maior
Cartaxo - Central do Cartaxo Cascais
- Bicesse (Bicesse) , Misericrdia, Aisir
(Parede) Castanheira de Pera - Dinis
Carvalho (Castanheira) Castelo Branco
- Rodrigues dos Santos (Sarzedas)
Castelo de Vide - Freixedas Castro
Verde - Alentejana Chamusca - Moura
(Vale de Cavalos) Constncia - Baptista ,
Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Almeida
Covilh - Crespo Crato - Misericrdia
Cuba - Da Misericrdia Elvas - Moutta
Entroncamento - Antnio Lucas Estremoz
- Grij vora - Horta das Figueiras Faro
- Montepio Ferreira do Alentejo - Fialho
Ferreira do Zzere - Graciosa , Soeiro,
Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere)
Figueir dos Vinhos - Campos (Aguda) ,
Correia Suc. Fronteira - Vaz (Cabeo de
Vide) Fundo - Avenida Gavio - Gavio
, Pimentel Goleg - Salgado Grndola -
Moderna Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha
A Nova) , Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro),
Monsantina (Monsanto/Beira Baixa),
Freitas (Zebreira) Lagoa - Lagoa Lagos - A
Lacobrigense Leiria - Maio (Barreira) Loul
- Miguel Calada , Pinto, Paula (Salir) Loures
- Santo Antnio dos Cavaleiros Lourinh -
Marteleirense , Ribamar (Ribamar) Mao
- Catarino Mafra - Marques (Azueira) ,
Costa Maximiano (Sobreiro) Marinha
Grande - Moderna Marvo - Roque Pinto
Moita - Jordo Pedrosa (Vale da Amoreira)
Monchique - Higya Monforte - Jardim
Montemor-o-Novo - Misericrdia Montijo
- Moderna Mora - Canelas Pais (Cabeo)
, Falco, Central (Pavia) Moura - Faria
Mouro - Central Nazar - Silvrio , Maria
Orlanda (Sitio da Nazar) Nisa - Ferreira
Pinto bidos - Vital (Amoreira/bidos)
, Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira
Odemira - Confiana Odivelas - Serra
da Luz (Serra da Luz) , Aniceto Ferronha
(Urb. Bons Dias - Odivelas) Oeiras - Alegro
(Carnaxide) , Alto da Barra, Sacoor Oleiros
- Martins Gonalves (Estreito - Oleiros) ,
Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-
Oleiros) Olho - Olhanense Ourique - Nova
(Garvo) , Ouriquense Palmela - Graa
(Cabanas) Pedrgo Grande - Baeta
Rebelo Penamacor - Melo Peniche -
Central Pombal - Vilhena Ponte de Sor
- Matos Fernandes Portalegre - Chambel
Suc. Portel - Fialho Portimo - Rosa Nunes
Porto de Ms - Lopes Proena-a-Nova -
Roda , Daniel de Matos (Sobreira Formosa)
Redondo - Xavier da Cunha Reguengos
de Monsaraz - Martins Rio Maior - Central
Salvaterra de Magos - Martins Santarm -
Confiana Santiago do Cacm - Barradas
So Brs de Alportel - So Brs Sardoal
- Passarinho Seixal - Central - Aldeia Paio
Pires (Aldeia do Paio Pires) Serpa - Oliveira
Carrasco Sert - Lima da Silva , Farinha
(Cernache do Bonjardim), Confiana
(Pedrogo Pequeno) Sesimbra - Lopes
Setbal - Marques , Rodrigues Ferreira
Silves - Algarve Sines - Atlntico , Monteiro
Telhada (Porto Covo) Sintra - Rodrigues
Garcia (Agualva) , Almargem (Algueiro
- Mem Martins), Simes Lopes (Queluz),
Dumas Brousse (Rinchoa) Sobral Monte
Agrao - Costa Sousel - Mendes Dordio
(Cano) , Andrade Tavira - Montepio Artistico
Tavirense Tomar - Ribeiro dos Santos
Torres Novas - Central Torres Vedras -
Espadanal Vendas Novas - Nova Viana do
Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc.
Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de
Xira - Central de Alverca (Alverca) , Quinta
da Piedade (Quinta da Piedade), Central
Vila Nova da Barquinha - Oliveira Vila Real
de Santo Antnio - Pombalina Vila Velha
de Rodo - Pinto Vila Viosa - Duarte Alvito
- Baronia Ourm - Avenida
DR
PBLICO, QUI 6 MAR 2014 | 43
RTP1
6.30 Bom Dia Portugal 10.00 Praa
da Alegria 13.00 Jornal da Tarde 14.12
Os Nossos Dias 15.05 Portugal no
Corao 18.00 Portugal em Directo
19.08 O Preo Certo 19.53 Direito de
Antena 20.00 Telejornal 21.17 Bem-
vindos a Beirais 22.08 Quem Quer Ser
Milionrio 23.08 5 Para a Meia-Noite
00.22 Filme: Firewall 2.07 O Mentalista
2.47 Ler +, Ler Melhor 2.57 ramos Seis

RTP2
7.00 Zig Zag 15.03 No Meio do Nada
15.25 Magnatas e Estrelas de Cinema
16.30 Sociedade Civil 18.00 A F dos
Homens 18.33 Ler +, Ler Melhor 18.42
Zig Zag 20.56 Ler +, Ler Melhor 21.07
Metamorfose a Cincia da Mudana
22.00 Sntese 24 Horas 22.25 Agora
(Dirios) 22.33 Anatomia de Grey
23.20 Estado de Graa - Best Of 00.10
Sinais de Vida 00.54 Agora (Dirios)
1.04 Euronews
SIC
6.00 SIC Notcias 7.00 Edio da
Manh 8.40 A Vida nas Cartas - O
Dilema 10.00 Queridas Manhs 13.00
Primeiro Jornal 14.30 Senhora do
Destino 15.40 Boa Tarde 18.30 Sangue
Bom 20.00 Jornal da Noite 21.45 Sol
de Inverno 23.00 Amor Vida 00.00
A Guerreira 1.00 C.S.I. Las Vegas 2.15
Cartaz Cultural 2.45 As Taras de Tara
TVI
6.30 Dirio da Manh 10.10 Voc
na TV! 13.00 Jornal da Uma 14.45 A
Outra 16.00 A Tarde Sua 18.22 Doce
Fugitiva 20.00 Jornal das 8 21.44 O
Beijo do Escorpio 22.50 Belmonte
00.00 Doida por Ti 00.46 Ele Ela 1.47
Autores 2.45 Amor aos Pedaos
TVC1
12.55 Gladiadores (V.P) 14.30 A Idade
da Loucura 16.05 Bairro 18.00 Terra
Prometida 19.45 Sarilhos em Famlia
21.30 Boas Vibraes 23.10 Notas de
Amor 1.05 A Idade da Loucura
FOX MOVIES
13.49 Censurado 15.17 Scarface - A
Fora do Poder 18.02 Monty Python
- O Sentido da Vida 19.47 Mr. Bean
em Frias 21.15 Waterworld 23.26 O
Demnio 00.45 Sangue Por Sangue
HOLLYWOOD
15.40 S Eles! 17.25 A.I. - Inteligncia
Artificial 19.55 Ali G 21.30 Harry Potter
e a Pedra Filosofal 00.05 A Coisa Mais
Doce 1.35 O ltimo Destino 3
AXN
15.33 Investigao Criminal 16.23
Velas Negras 17.13 O Mentalista 18.03
Castle 19.43 Mentes Criminosas 23.15
Hannibal 00.11 Castle
AXN BLACK
16.34 Filme: Estranhos de Passagem
18.11 Jornalistas 19.09 Whitechapel
20.00 Tempos Primitivos 20.51
Sobrenatural 21.35 Sobrenatural 22.22
Filme: Estranhos de Passagem 00.02
Sobrenatural
AXN WHITE
15.55 Filme: Lembras-te da ltima
Noite? 17.48 Descobrindo Nina
18.36 Doutora no Alabama 19.24
Suburgatory 20.12 Melissa e Joey
21.00 Franklin & Bash 21.50 Filme:
Bad Boys 23.50 Franklin & Bash 00.38
Pequenas Mentirosas
FOX
15.19 Elementar 16.04 C.S.I. 17.34
C.S.I. Miami 18.13 Hawai Fora Especial
18.54 Flashpoint 19.43 Lei & Ordem:
Intenes Criminosas 20.34 Lei
& Ordem: Unidade Especial 21.19
Investigao Criminal: Los Angeles
22.15 Hawai Fora Especial 23.05
Investigao Criminal: Los Angeles
FOX LIFE
17.08 Raising Hope 17.47 Uma Famlia
Muito Moderna 18.37 How to Live with
your Parents 19.26 O Sexo e a Cidade
20.23 Filme: The Social Nightmare
22.00 Filme: Romance Perigoso 00.18
Uma Famlia Muito Moderna
DISNEY
16.30 Littlest Pet Shop 16.55 Phineas
e Ferb 17.35 Boa Sorte, Charlie! 18.00
Shake It Up 18.25 Jessie 18.50 Austin &
Ally 20.05 Filme: High School Musical
2 (Karaoke)
DISCOVERY
18.45 O Segredo das Coisas 19.15 Tits
Mecnicos 20.05 Pesca de Ouro
21.00 Jias sobre Rodas 22.00 Fast n
Loud 22.55 Motards do Inferno 23.45
Perdido, Vendido
HISTRIA
20.30 O Preo da Histria: O Veculo
dos Marines 20.52 O Preo da
Histria: A Jogada de Corey 21.15
Restauradores: Tractores e camies
21.37 Restauradores: Bicicletas e
Barbecues 22.00 Restauradores:
Imprevisvel 22.23 Restauradores:
Um Sof Sobre Rodas 22.50
Restauradores: Litros De Soda 23.13
Restauradores: Partidas Pesadas 23.35
O Preo da Histria: A Jogada de Corey
ODISSEIA
19.12 Portugal, Caminho Incerto
20.07 Materiais de ltima Gerao
21.00 Teorias da Conspirao 21.19
1000 Formas de Morrer 21.59 O
Milionrio Secreto III 23.28 Teorias da
Conspirao 23.47 1000 Formas de
Morrer 00.27 O Milionrio Secreto
PUBLICIDADE
agenda@publico.pt
lazer@publico.pt
FICAR
CINEMA
O Gosto do Sak [Sanma No Aji]
TVC2, 18h05
ltimo lme de Yasujiro Ozu
(de 1962) que, doente, sabia
que morreria em breve. Da que
esta reexo nostlgica sobre o
Inverno da vida seja tambm
a sua despedida ao gosto do
sak bebido quase como num
cerimonial contendo a memria
do passado e dos bons tempos.
Firewall [Firewall]
RTP1, 00h22
Jack Staneld um especialista
em segurana informtica que
se tornou conhecido por criar
escudos contra os ataques de
piratas informticos que tentam
quebrar os cdigos dos bancos.
Mas no se lembrou de se
proteger a si prprio. E Bill Cox,
depois de investigar a sua vida e
a sua famlia durante um ano, faz
refns da mulher e dos lhos.
INFANTIL
High School Musical 2 (Karaoke)
Disney, 20h05
A escola acabou e o grupo
prepara-se para o Vero. Mas tudo
parece mudar quando Sharpay
consegue um emprego para Troy
no seu clube de campo e uma
bolsa de estudo desportiva para
a universidade. O preo a pagar
juntar-se a ela no nmero musical
do Festival de Vero do Clube.
SRIES
Melissa & Joey
AXN White, 20h12
Estreia da 3. temporada. Joe
procura uma nova oportunidade de
trabalho, o que faz com que Melissa
se aperceba que eventualmente
iro seguir caminhos separados.
Em simultneo, Melissa tem
um novo relacionamento, mas
rapidamente descobre que namora
com o ex-marido da namorada do
Joe
Under the Dome
MOV, 22h30
ltimo episdio da 1. temporada.
Srie norte-americana de co
cientca que conta a histria
de Chester Mill, uma pequena
povoao que ca isolada aps
a apario de uma gigantesca
cpula transparente que separa
os habitantes do resto do mundo.
No episdio de hoje, os segredos
da cpula so revelados e Junior,
Angie e Norrie descobrem o
mistrio por detrs de Monarch.
ENTRETENIMENTO
Revistar
SIC Caras, 20h15
2. temporada. Soa Fernandes
faz uma viagem no tempo
com diversas personalidades
portuguesas e recupera memrias
antigas de episdios marcantes
nas suas vidas. Na estreia desta
temporada, Pedro Abrunhosa o
convidado.
DOCUMENTRIOS
Terror nos Cus
National Geographic, 21h20
Estreia. O engenheiro aeroespacial
Brendan Walker revela as
consequncias de levarmos a
tecnologia da aviao ao limite.
Nesta srie documental, os
desastres areos no chegam
realmente a acontecer. No entanto,
situaes de pnico ou avarias,
que caram gravadas quer em
udio, quer em vdeo, comprovam
a impotncia a que o ser humano
est diariamente sujeito.
Sarilhos em Famlia,
TVC1, 19.45
OsmaisvistosdaTV
Tera-feira, 04
FONTE: CAEM
SIC
TVI
SIC
TVI
RTP1
14,8
12,9
12,8
12,7
12,3
Aud. % Share
29,3
24,4
24,3
25,0
25,6
RTP1
2:
SIC
TVI
Cabo
14,9%
2,8
19,0
22,4
30,4
Sol de Inverno
Jornal das 8
Jornal da Noite
O Beijo do Escorpio
O Preo Certo
ESTREIA T2 HOJE 23h15
axn.pt
ABRAA A LOUCURA
(
C
)
2
0
1
3
N
B
C
U
N
IV
E
R
S
A
L
M
E
D
IA
, L
L
C
44 | PBLICO, QUI 6 MAR 2014
JOGOS
CRUZADAS 8727
BRIDGE SUDOKU
TEMPO PARA HOJE
AMANH
Aores
Madeira
Lua
Nascente
Poente
Mars
Preia-mar
Leixes Cascais Faro
Baixa-mar
Fonte: www.AccuWeather.com
Ponta
Delgada
Funchal
Sol
15
Viana do
Castelo
Braga
6 20
Porto
5 15
Vila Real
6 18
5 17
Bragana
3 19
Guarda
3 15
Penhas
Douradas
3 14
Viseu
6 19
Aveiro
6 17
Coimbra
6 19
Leiria
8 19
Santarm
8 21
Portalegre
8 18
Lisboa
8 20
Setbal
8 21 vora
7 22
Beja
6 20
Castelo
Branco
8 21
Sines
8 20
Sagres
11 18
Faro
12 22
Corvo
Graciosa
Faial
Pico
S. Jorge
S. Miguel
Porto Santo
Sta Maria
12 16
13 17
Flores
Terceira
13 17
13 18
13 21
14 17
15
15
07h02
Nova
18h35
13h27 8 Mar.
1m
3m
16
1-2m
18
1-1,5m
17
1,5-2m
06h10 3,2
18h31 3,1
12h13 0,9
00h40* 1,0
05h47 3,2
18h08 3,1
11h48 1,1
00h14 1,2
05h51 3,1
18h11 3,0
11h35 0,9
23h59 1,0
2-2,5m
2-2,5m
3m
13
14
*de amanh
Horizontais 1. Substncia usada para a
fixao de penteados. Grupo musical.
2. Conserva de uvas. Razes de urze de
que se faz o carvo. 3. Sigla de Save Our
Souls. Relativo a vrzea. 4. Capital do
Egipto. Latim (abrev.). 5. Molusco com a
concha globosa e em espiral. Repblica
Dominicana (domnio de Internet). 6.
Forma internacional de vltio. Espao
de 12 meses. 7. Seguir at. Corrigenda.
8. Prefixo (montanha). Pasta. 9. Acto de
ir para longe. Opinio poltica (fig.). 10.
Contraco da prep. de com o pron.
pess. ele. Pano grosso sobre o qual
se pintam os quadros. 11. Doura (fig.).
Caminhai. Atmosfera.
Verticais: 1. Portugus. Designao
popular da guitarra clssica. 2.
Insignificncia (fig.). Ando com veloci-
dade. 3. Casta de uva minhota. No qual
lugar. 4. Prefixo (movimento, juno).
Ofcio. Sistema que no slido nem
lquido. 5. Atende. Que no imagin-
rio. 6. Aguentar. Entreguei. 7. Estrondo.
Bolo chato e circular de farinha de arroz
e azeite de coco, usado na sia. 8. Fruto
da nogueira. Descaramento (fam.). A
ti. 9. Pano branco, ingls, muito usado
no Brasil, para fatos de homem. Vem
ao mundo. 10. Parente por agnao.
Grude. 11. Gnero de macaco nocturno
da Amrica Tropical. Conceber.

Depois do problema resolvido encon-
tre o provrbio nele inscrito (4 pala-
vras).
Soluo do
problema anterior:
Horizontais: 1. Rodo.
Arruma. 2. Audio. s.
3. Filtra. Cila. 4. Atira.
Lene. 5. Re. VENTOS.
6. Mu. Uivar. 7. Ladra.
Ura. 8. TEMPO. Rasar.
9. Alou. Bom. 10. Da.
Ainda. Pi. 11. Arara.
Esgar.
Verticais: 1. Rufar.
Atada. 2. Item. Elar. 3.
Dali. Ulmo. 4. OUTRO.
Apuar. 5. Dra. Udo.
Ia. 6. Aia. Vir. In. 7. R.
Levar. DE. 8. Rocena.
Abas. 9. Intruso. 10.
Mleo. Rampa. 11.
Asa. Suar. Ir.
Ttulo da obra:
Ventos de Outro
Tempo.
Oeste Norte Este Sul
- - - 1
passo 1 2ST* 4
passo 4ST passo 5**
passo 6 passo passo
passo

Leilo: Relativamente natural, sendo 1) * -
bicolor menor, e 2) ** trs ases de cinco
chaves.
Carteio: Sada: Dez de paus. Qual a me-
lhor linha de jogo?
Soluo: O leilo relativamente normal,
sendo que a mo de Sul preferiu o salto
para a partida em copas como forma de
mostrar um unicolor fechado, e uma mo
necessariamente com poucas perdentes.
Norte tem fit, algumas vazas de jogo, e es-
colheu um caminho pouco elegante e
algo brusco na pesquisa do cheleme, mas
simultaneamente com a vantagem de no
dar indicaes ao flanco sobre eventuais
controlos nos naipes menores.
Aps a sada, a situao est longe de ser
simptica, pois o naipe de paus est des-
de logo aberto e as baldas propiciadas
pelo naipe de espadas no so suficien-
tes. Consegue ver alguma distribuio
que permita ter hipteses de sucesso na
obteno de doze vazas (sem que antes o
adversrio tire duas, bem entendido!)?
Dador: Sul
Vul: N-S
Problema
5238
Dificuldade:
fcil
Problema
5239
Dificuldade:
difcil
Soluo do
problema5236
Soluo do
problema 5237
NORTE
AKQ5
J104
K83
872
SUL
84
AKQ9853
7
A53
OESTE
J107632
72
A104
109
ESTE
9
6
QJ9652
KQJ64
Joo Fanha/Pedro Morbey
(bridgepublico@gmail.com) Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
A execuo do contrato passa por admitir
algumas premissas. A primeira a de que,
se o s de ouros estiver colocado em Este,
as possibilidades de sucesso so zero,
pelo que se torna desde logo obrigatrio
assumir o mesmo esquerda (o facto de
no ter sado a ouros d um pouco mais de
esperana de que assim seja). Depois,
importante ler as cartas jogadas na primei-
ra vaza. Se o dez de paus for um singleton,
bastar jogar um ouro em direco ao
morto para libertar o Rei como dcima se-
gunda vaza. No entanto, o quatro de paus
fornecido por Este, em contagem par-
mpar, indica cinco cartas, com grande
probabilidade, pelo que uma hiptese a
descartar. Assim, apenas resta a hiptese
de um squeeze sem ajuste, o qual necessi-
ta que, sob o desfile de todas as copas me-
nos uma, a seis cartas do fim, Oeste tenha
de ficar agarrado a quatro cartas de espa-
das ( Este que tem o bicolor menor), ao s
de ouros seco e um pau. Sob a ltima co-
pa, no podendo baldar o s nem espadas,
Oeste tem forosamente que baldar o ni-
co pau. Na sequncia, baldamos a quarta
espada do morto e jogamos um ouro para
cima, apurando as ltimas quatro vazas
(trs espadas e o Rei de ouros). Oeste faz o
s, mas no tem como aceder aos paus da
mo de Este. Bem jogado!
Oeste Norte Este Sul
- 1 2ST ?

Oquemarcacomaseguintemo?
KJ102 K95 J754 A4
Resposta: Viu o adversrio intervir em
bicolor menor sobre a abertura do par-
ceiro, com o qual possui um bom fit e
uma mo forcing partida, embora sem
valores extras. No entanto, o parceiro ain-
da no limitou a mo, pelo que altura de
o informar da sua. Como? Com a boa voz:
Trs paus, cue-bid, garantindo um fit de
quatro cartas, com controlo de figura a
paus e um mnimo de doze pontos honra.
altura de ouvir o parceiro!
Meteorologia
Ver mais em
www.publico.pt/tempo
46
|
DESPORTO
|
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
Goleada da seleco no dia em
que Ronaldo voltou a fazer histria
O ltimo teste antes da convocatria
nal de Paulo Bento para o Mundial
do Brasil correu muito bem a Portu-
gal e melhor ainda a Cristiano Ronal-
do. O atacante do Real Madrid tor-
nou-se no segundo portugus com
mais internacionalizaes (110), s
superado por Figo, e isolou-se como
melhor marcador da seleco, com
49 golos, deixando pelo caminho
Pauleta. Frente aos Camares, com
muitas novidades no onze, valeu o
resultado gordo, de 5-1, e a exibio
na segunda parte.
Paulo Bento fez mais mexidas no
onze inicial do que seria expect-
vel. Ao todo, foram seis as novidades
na equipa em relao aos titulares
que disputaram a segunda partida
com a Sucia, no play-o de acesso
ao Mundial. Entre os quais duas es-
treias absolutas: o bracarense Rafa
Silva e o benquista Ivan Cavaleiro.
O sportinguista William Carvalho me-
receu tambm a titularidade, depois
de ter sido chamado durante o jogo
da segunda mo com os nrdicos.
Beto, na baliza, Rolando e Neto no
centro da defesa, foram igualmente
chamados para o ltimo teste. Da-
quela que tem sido a espinha dorsal
da seleco de Paulo Bento perma-
neceram apenas os defesas laterais
Joo Pereira e Fbio Coentro; Joo
Moutinho e Ral Meireles no miolo
e o incontornvel Cristiano Ronaldo,
claro est, no ataque.
Para a primeira metade da parti-
da, Paulo Bento testou um plano al-
ternativo ao preferencial 4-3-3, com
Ivan Cavaleiro e Cristiano Ronaldo a
juntarem-se no eixo atacante, can-
do o jogador do Real Madrid com
total liberdade posicional. As mui-
tas mexidas e alguma natural falta
de entrosamento dos jogadores no
contriburam para a melhor exibio
da seleco nacional, que teve di-
culdades em gerir o encontro, mes-
mo aps ter chegado vantagem.
O golo portugus surgiu na melhor
fase da equipa na primeira metade,
depois de uma boa movimentao
atacante, com Joo Moutinho a co-
locar em Joo Pereira no corredor
direito, antes do lateral do Valncia
tocar para Ronaldo entrada da rea
e o atacante rematar para as redes
adversrias, aos 21. Cinco minutos
PEDRO NUNES/AFP
Crsitiano Ronaldo chegou aos 49 golos pela seleco e passou Pauleta
depois, um bom trabalho de Coen-
tro, no lado canhoto, foi desviado
com um toque de calcanhar de Ra-
fa, com a bola a acabar por perder-
se na linha de fundo. E foi o me-
lhor de Portugal nos primeiros 45.
Os Camares pegaram ento no
encontro, aproximando-se da bali-
za de Beto com sucessivas trocas de
bola, e deram relevncia ao maior
ascendente com o empate, aos 43.
Um lance com responsabilidades pa-
ra a defesa nacional, com Aboubakar
a surgir sozinho entre os centrais e a
bater o guarda-redes do Sevilha.
Para a segunda metade, Paulo Ben-
to comeou por fazer apenas duas
alteraes. Eduardo entrou para a
baliza e Edinho reforou o ataque,
saindo Rafa. A seleco voltava ao
seu desenho tctico mais habitual e
melhorou em todos os aspectos. In-
tensicou-se a presso ofensiva e os
lances de perigo surgiram com mais
frequncia na rea dos Camares.
Um livre de Ronaldo, aos 54, aca-
bou na malha lateral, e, dois minutos
depois, rematou para boa defesa de
Assembe, que j havia negado, no
mesmo minuto, o golo a Coentro. O
jogo ganhava velocidade e emotivida-
de. Os africanos reagiam a espaos,
ainda que sem grande objectividade,
valendo alguns remates de fora da
rea para fazer mexer Eduardo.
Aps os aperitivos, Ral Meireles
chegaria mesmo ao segundo golo,
na sequncia de um erro clamoro-
so de um defesa do Camares, que
permitiu um roubo de bola do mdio
portugus, aos 66, que escolheu de-
pois o lado para marcar. Um minuto
depois, as facilidades consentidas pe-
la defesa africana, possibilitaram o
terceiro golo, agora de Coentro, de
p esquerdo, assistido por Ivan Cava-
leiro. O festival de golos continuou,
com Edinho, aos 76, depois de um
trabalho de Ronaldo no lado esquer-
do. E o madeirense faria mesmo o
segundo, aos 84, para levar ao rubro
o Estdio Dr. Magalhes Pessoa.
O resultado desnivelado premiou
a melhor segunda parte da equipa
de Paulo Bento, com os Camares
a darem alguns indicadores daquilo
que espera Portugal no Mundial do
Brasil, onde defrontar o Gana, no
ltimo jogo da fase de grupos. Uma
seleco mais forte do que aquela
que jogou em Leiria e que dicil-
mente conceder tantas facilidades
defensivas.
Portugal goleou os Camares no ltimo teste antes do anncio da convocatria nal para o Brasil,
com Cristiano Ronaldo a isolar-se no topo dos melhores marcadores e a deixar Pauleta para trs
Crnica de jogo
Paulo Curado
Portugal 5
Cristiano Ronaldo 21, 84, Raul
Meireles 66, Fbio Coentro 67,
Edinho 77
Camares 1
Aboubakar 43
Jogo no Estdio Dr. Magalhes Pessoa,
em Leiria.
Assistncia 21.355 espectadores
Portugal Beto (Eduardo, 46), Joo
Pereira, Rolando, Neto, F. Coentro
a34, William Carvalho (Miguel Veloso,
76), R. Meireles, J. Moutinho, Rafa
(Edinho, 46, Antunes, 82), Cristiano
Ronaldo (Josu, 88) e Ivan Cavaleiro
(Varela, 70). Treinador Paulo Bento
Camares Itandje (Assemb, 46),
Assou-Ekotto, Nkoulou (Kana-Biyik,
46), Chedjou (Nounkeu, 70), Nyom,
Song a34, Makoun (Matip, 70),
Eyong, Choupo-Moting, Aboubakar
(Bedimo, 63) e Etoo. Treinador Volker
Finke
rbitro Andre Marriner (Inglaterra)
Positivo/Negativo
Cristiano Ronaldo
Abriu e fechou a goleada.
Mais dois golos, cinco
nos ltimos dois jogos da
seleco, que o colocam
no topo dos melhores
marcadores de sempre de
Portugal.
Fbio Coentro
Uma boa exibio e um
excelente golo. Pouco
utilizado no Real, est de
pedra e cal na seleco.
William/Ivan Cavaleiro
Duas exibies que
melhoraram na segunda
metade. O sportinguista
pode ter dado um
grande passo para estar
na lista final de Bento.
O benfiquista acusou
a responsabilidade no
primeiro tempo, mas
recomps-se.
Camares
Ajudou festa. As
debilidades defensivas no
avizinham nada de positivo
no Mundial.
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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DESPORTO
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47
Alemanha foi apenas q.b. frente ao Chile,
a Espanha bateu a Itlia e o Brasil esmagou
No ltimo jogo particular antes da di-
vulgao, por Luiz Felipe Scolari, da
convocatria para o Mundial 2014, o
Brasil goleou a frica do Sul por 5-0,
com hat-trick de Neymar. Num en-
contro que tambm pode ser encara-
do como a passagem de testemunho
da organizao do Mundial a frica
do Sul acolheu o torneio em 2010 e
o Brasil organiza a edio deste ano
o controlo da partida pertenceu
sempre aos brasileiros.
Oscar, aps passe de Hulk, inau-
gurou o marcador aos dez minutos.
E Neymar apontou o primeiro da
conta pessoal num remate em que
fez a bola passar por entre as per-
nas do guardio sul-africano (41).
Logo aps o intervalo, no perdeu
tempo e ampliou a vantagem do
Brasil: isolado por Fred na cara de
Ronwen Williams, Neymar picou
a bola por cima do guarda-redes. Aos
79 Fernandinho fez o quarto golo
da equipa orientada por Scolari com
um pontap de fora da rea e, j no
perodo de compensao, Neymar
completou o hat-trick com o golo
mais fcil da noite: aps assistncia
de J, s teve de encostar.
Os adversrios de Portugal no Gru-
po G do Mundial 2014 no deslum-
braram. A Alemanha at venceu o
Chile, graas a um golo solitrio de
Mario Gtze, mas a equipa de Joa-
chim Lw viu-se submetida pelo ad-
versrio. Os chilenos zeram mais re-
mates (chegaram a acertar nos ferros
da baliza de Neuer) e tiveram mais
posse de bola mas no conseguiram
evitar a derrota.
O Gana perdeu frente a Monte-
negro: o nico golo da partida foi
apontado por Damjanovic de grande
penalidade. Os EUA tambm foram
derrotados, pela Ucrnia (2-0). Yar-
molenko e Devic zeram o resultado
a favor dos ucranianos.
Diego Costa estreou-se pela Espa-
nha com uma vitria (1-0) sobre a
63. golo em 99 jogos pela seleco) e
Gradel, este j no tempo de compen-
sao. Tambm j depois da hora,
dison Mndez fez o golo da vitria
do Equador sobre a Austrlia. O jogo
tinha comeado da melhor maneira
para os socceroos, que aos 32 ven-
ciam por 3-0 com dois golos, Tim
Cahill tornou-se o melhor marcador
da histria da seleco australiana.
Mas, no segundo tempo, o Equador
fez quatro golos e conquistou a vi-
tria.
Em Paris, a seleco francesa re-
cebeu e bateu a Holanda por 2-0.
Benzema abriu caminho ao triun-
fo, conrmado por Matuidi ainda
Tiago Pimentel
Gana e EUA, adversrios
de Portugal no Grupo G do
Mundial 2014, perderam
com Montenegro e Ucrnia
Itlia. Aps uma homenagem a Luis
Aragons, a roja quebrou a resistn-
cia italiana aos 63, por intermdio
de Pedro Rodrguez.
O ataque argentino deixou a dese-
jar na visita Romnia e o marcador
no chegou a funcionar. A equipa de
Alejandro Sabella teve Messi, Higuan
e Agero, por exemplo, mas no fez
um golo para amostra. No estdio ha-
via adeptos com uma faixa a lembrar
o tcnico que Carlos Tvez tambm
argentino.
O Blgica-Costa do Marm tam-
bm terminou empatado, mas a 2-2.
A vantagem de dois golos dos belgas
foi anulada por Drogba (apontou o
JAVIER SORIANO/AFP
Diego Costa estreou-se com a camisola da seleco espanhola
antes do intervalo. E assim chegou
ao m uma srie de 17 jogos conse-
cutivos sem perder para a equipa
holandesa.
A Inglaterra tambm venceu, mas
no convenceu. Em Wembley, frente
Dinamarca, a equipa de Roy Hodg-
son chegou vantagem graas a um
golo de Sturridge, aos 82. Boa sorte
para o Mundial, vo precisar, disse
um irnico Morten Olsen no nal do
encontro.
Seis anos depois de ter declarado
a independncia da Srvia, o Koso-
vo disputou o primeiro encontro in-
ternacional reconhecido pela FIFA.
A seleco kosovar empatou (0-0)
com o Haiti. Gibraltar, outra equipa
recm-chegada ao panorama inter-
nacional pelo menos a nvel ocial
perdeu com a Estnia (0-2).
Dois dos seleccionadores portu-
gueses em aco no tiveram me-
lhor sorte: o Iro de Carlos Queiroz
foi batido (1-2) pela Guin Conacri e
a Grcia de Fernando Santos tam-
bm perdeu (0-2), diante da Coreia
do Sul.
O encontro entre Moambique e
Angola terminou empatado (1-1). Os
angolanos estiveram em vantagem,
mas a seleco moambicana reps
a igualdade no segundo tempo.
ALGUNS PARTICULARES
Japo-Nova Zelndia 4-2
Kosovo-Haiti 0-0
Rssia-Armnia 2-0
Iro-Guin Conacri 1-2
Moambique-Angola 1-1
frica do Sul-Brasil 0-5
Arglia-Eslovnia 2-0
Montenegro-Gana 1-0
Grcia-Coreia do Sul 0-2
Hungria-Finlndia 1-2
Rep. Checa-Noruega 2-2
Israel-Eslovquia 1-3
Bsnia-Herzegovina-Egipto 0-2
Colmbia-Tunsia 1-1
Turquia-Sucia 2-1
Luxemburgo-Cabo Verde 0-0
Romnia-Argentina 0-0
Ucrnia-EUA 2-0
Gibraltar-Estnia 0-2
Sua-Crocia 2-2
ustria-Uruguai 1-1
Rep. Irlanda-Srvia 1-2
Alemanha-Chile 1-0
Pas de Gales-Islndia 3-1
Polnia-Esccia 0-1
Blgica-Costa do Marfim 2-2
Frana-Holanda 2-0
Inglaterra-Dinamarca 1-0
Austrlia-Equador 3-4
Espanha-Itlia 1-0
REACES
Eu sabia que [tornar-me
o melhor marcador da
seleco] ia acontecer
naturalmente. J jogo h
dez anos na seleco.
Acabei de falar com o
Pauleta, ele deu-me os
parabns. No procuro
bater os recordes, isso
acontece com muito
esforo e dedicao.
No prometo golos [no
Mundial], apenas posso
prometer muito esforo,
dedicao e trabalho.
Cristiano Ronaldo
Globalmente h
coisas muito positivas
para tirar. Optmos ao
intervalo por voltar ao
nosso figurino habitual.
Acho que entrmos bem
na primeira parte
No podemos ficar
eufricos por ganhar um
particular por 5-1. Temos
de tentar preparar da
melhor maneira a grande
competio que a vem.
No se trata de
ter dvidas. Houve
jogadores que deram
uma boa resposta.
Estamos satisfeitos.
Paulo
Bento
Estamos satisfeitos.
Paulo
Bento
48
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DESPORTO
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
MIGUEL RIOPA/AFP
Anunciada sada de Paulo Fonseca,
substitudo pelo interino Lus Castro
O empate em Guimares foi o 16.
jogo que o FC Porto no venceu nesta
temporada e a gota de gua que sig-
nicou a sada de Paulo Fonseca, um
desfecho que se discutia h muito. O
clube recorreu a uma soluo inter-
na para tomar conta do plantel nos
prximos tempos: Lus Castro, at
ontem treinador da equipa B azul
e branca, foi anunciado como subs-
tituto de Paulo Fonseca. uma solu-
o interina, como declarou o clube,
mas que provavelmente se manter
at ao nal da poca, apesar de o FC
Porto ainda estar na corrida por v-
rios ttulos e do rumor Marco Silva,
desmentido por fonte portista e tam-
bm pelo presidente do Estoril.
Pinto da Costa e a restante direc-
o no se querero precipitar neste
dossier, talvez tendo em conta o ciclo
duro que a vem. Lus Castro, se en-
tretanto no chegar outro tcnico,
defrontar Sporting, Benca e duas
vezes o Npoles nos prximos seis
jogos. Vamos tentar que tudo seja
bom para todos e chegar ao objectivo
de ganhar os ttulos em disputa, dis-
se Lus Castro ao site do clube.
Nos quase 32 anos sob liderana
de Pinto da Costa, o FC Porto nunca
tinha despedido um treinador to
tarde na temporada. Paulo Fonseca,
vtima dos maus resultados, foi o pri-
meiro a ser afastado aps o nal de
Janeiro. Neste perodo, foi a stima
mudana de tcnico com a poca a
decorrer. Os casos anteriores foram
os de Quinito (1988-89), Tomislav Ivic
(1993-94), Octvio Machado (2001-
02), Victor Fernndez (2004/05) e,
ainda na pr-poca, Del Neri (2004-
05) e Co Adriaanse (2006-07).
Paulo Fonseca, em declaraes ao
site portista, reconheceu que o trajec-
to da equipa esteve longe de encan-
tar. um ciclo que se fecha. As coi-
sas no correram da melhor forma,
mas saio com a conscincia de que
dei sempre o meu melhor. O futebol
mesmo isto e nem sempre as coi-
sas correm como queremos. O mais
importante o futuro do FC Porto e
as partes chegaram concluso que
o melhor seria a minha sada, disse
Fonseca, que tinha voltado a colocar
o lugar disposio e agradeceu ao
clube a oportunidade e pediu aos
adeptos apoio para a equipa.
Na poca passada, no Paos de
Ferreira, Paulo Fonseca s perdeu
com os trs grandes. Na corrente,
com outro arsenal, fez pior. O ciclo
durou 37 jogos e teve 21 vitrias, no-
ve empates e sete derrotas menos
uma do que nos 41 realizados pelos
pacenses. Mas foi, mais do que tudo,
o campeonato que ditou a separao,
que aconteceu no dia em que Paulo
Fonseca fez 41 anos e em que fun-
cionrios do clube apagaram men-
sagens contra a equipa das paredes
do Estdio do Drago. O saldo na pro-
va de 13 vitrias, quatro empates e
quatro derrotas e atrasos de nove e
quatro pontos para Benca e Spor-
ting, respectivamente. A revalidao
est complicadssima e poucos adep-
tos acreditam nela. Nas trs pocas
anteriores em conjunto, o FC Porto
sofreu s um desaire na Liga.
Poucos interinos
Ter um tcnico interino tem sido
uma soluo muito residual na era
Pinto da Costa e, nestes moldes, se se
conrmar a manuteno at nal da
poca, indita. Se se descontar An-
tnio Morais (que substituiu Pedroto
por motivos de doena; Incio tam-
bm comandou a equipa enquanto
Bobby Robson se restabelecia de um
problema de sade), restam Alfre-
do Mura (dois jogos na transio de
Quinito para Artur Jorge) e Rui Barros
(triunfo na Supertaa na passagem
de Co Adriaanse para Jesualdo).
Quando Pinto da Costa operou mu-
danas no banco depois de o campe-
onato se ter iniciado, o FC Porto nun-
ca registou melhorias ao ponto de o
vencer, apesar de ter subido sempre
de posio. Em 1988-89, estava dois
pontos atrs do Benca e um atrs do
Sporting com Quinito e cou em 2.
a sete pontos do Benca com Artur
Jorge. Em 1993-94, estava em 3. a
quatro do Benca com Ivic e, com
Robson, terminou vice-campeo
a dois das guias. Em 2001-02,
Mourinho manteve os sete pontos
de atraso para o Sporting que herdou
de Octvio Machado, mas subiu de
5. para 3.. E em 2004-05, de Fer-
nndez para Jos Couceiro, passou
de 3. para 2., mas foi ultrapassado
pelo Benca. E s Robson ganhou al-
guma coisa na poca em que entrou,
no caso a Taa de Portugal.
A histria foi diferente nas pocas
imediatamente a seguir, com o FC
Porto a recuperar sempre o ttulo.
Paulo Fonseca esteve nove meses no comando tcnico do FC Porto
O ciclo de Fonseca no Drago terminou com 37 jogos, 21 vitrias e sete derrotas. Ontem comeou
o de Lus Castro, que era o treinador da equipa B do FC Porto e orientar, interinamente, a principal
Futebol
Manuel Assuno
10 Agosto 2013
Primeiro jogo oficial no comando
tcnico do FC Porto. Frente ao
V. Guimares, na discusso do
primeiro trofu da temporada,
o campeo nacional venceu com
naturalidade (3-0) e deixou boas
indicaes, conquistando
a 20. Supertaa do currculo.
22 Setembro 2013
No terreno do Estoril, perde
os dois primeiros pontos do
campeonato, depois de um
empate (2-2) num jogo em que
esteve duas vezes em vantagem
e que gerou duras crticas do
FC Porto arbitragem
protagonizada por Rui Silva.
26 Novembro 2013
A carreira na Liga dos Campees
comeou mal e mal terminou. O
FC Porto averbou duas derrotas
(Atltico Madrid e Zenit) em casa,
mas foi o empate no Estdio do
Drago, com o modesto ustria
Viena, que deitou tudo a perder
(1-1), hipotecando as hipteses
de apuramento para os oitavos-
de-final. A eliminao seria
confirmada na ltima jornada,
com novo desaire no Estdio
Vicente Caldern.
30 Novembro 2013
Em Coimbra, o FC Porto sofre
a primeira derrota da poca na
Liga. Depois de ter sado da 8.
jornada com cinco pontos de
vantagem sobre os segundos,
Benfica e Sporting, chega ao
final da 11. ronda j na terceira
posio, dois pontos atrs
dos rivais. Foi o terceiro jogo
consecutivo do campeonato a
perder pontos.
12 Janeiro 2014
Dia de clssico no Estdio da Luz.
Com os dois clubes empatados
na tabela (33 pontos), o FC
Porto chega a Lisboa com a
possibilidade de deixar o Benfica
novamente para trs. Mas acaba
por perder o ltimo jogo da
primeira volta da Liga (2-0) e v o
rival fugir-lhe na classificao.
23 Fevereiro 2014
Uma inesperada derrota em
casa, frente ao Estoril (0-1),
ditou o fim de um perodo de
invencibilidade no Estdio do
Drago, em jogos da Liga, que
durava desde 25 de Outubro de
2008. O resultado seguiu-se a
um surpreendente empate (2-2),
dias antes, para a Liga Europa,
depois de o FC Porto ter estado
em vantagem por 2-0.
2 Maro 2014
O filme repete-se. Em
Guimares, os drages
desperdiam uma vantagem de
dois golos (2-2) e vem aumentar
para nove pontos o fosso para o
lder, ao fim de 21 jornadas.
5 Maro 2014
Fim de linha para Paulo Fonseca.
O FC Porto anuncia a resciso
contratual, 268 dias depois. N.S.
As datas-chave do reinado de Paulo Fonseca
PBLICO, QUI 6 MAR 2014
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NELSON GARRIDO
Lus Castro em 2004, quando treinava o Penafiel
Quando olhamos para o compndio
de jogos entre Sporting e Penael,
em Alvalade detectamos, no dia 13
de Maro de 2005, a nica derrota
do historial dos lees. O que que
isto tem a ver com Lus Castro? Tu-
do. O agora treinador interino do
FC Porto era, data, o tcnico do
Penael. Nessa temporada de 2004-
05, conduziu os durienses segunda
melhor prestao de sempre na Liga,
um 11. lugar. Foi justamente o traba-
lho realizado durante esse perodo
que chamou a ateno dos dirigentes
dos drages.
Lus Manuel Ribeiro de Castro, 52
anos, est longe de ser um novato no
FC Porto. Na verdade, esta a oitava
temporada que cumpre no clube, ao
qual chegou em Setembro de 2006,
para ocupar o cargo de director tc-
nico da rea da formao. Durante
sete pocas, coordenou os escales
jovens do clube, at tomar conta da
equipa B, em Agosto do ano passado.
E os resultados esto vista.
O trajecto do FC Porto B tem sur-
preendido ao longo da poca. De tal
forma que, 32. jornada, os azuis
e brancos que, de acordo com os
regulamentos, no podero subir de
escalo lideram a classicao da
II Liga, com dois pontos de vantagem
sobre o Moreirense. Foi luz desses
resultados que Lus Castro deixou
ontem uma mensagem aos antigos
Um licenciado em Fsica
que se destacou em Penafiel
jogadores: Que continuem to de-
terminados como estiveram at hoje.
uma equipa com um percurso de
ascenso ao longo da poca.
O mesmo pode dizer-se do trajecto
do tcnico. Como jogador, iniciou a
carreira ao servio do Vieirense, sal-
tando depois para a Unio de Leiria,
clube ao qual se seguiriam V. Gui-
mares, O Elvas, Fafe e Recreio de
gueda, j em m de ciclo. E seria
precisamente em gueda que se
estrearia como treinador (de 1998
a 2000), antes de se aventurar no
Mealhada (2000-01), no Estarreja
(2001-03) e na Sanjoanense (2003
a Setembro de 2004).
O passo seguinte levou-o at Pe-
nael, onde acabou por dar nas vis-
tas. Em 2005, Lus Castro concluiu
o curso de treinador de IV Nvel da
UEFA, ao mesmo tempo que liderou
os durienses para uma poca de su-
cesso na Liga. Na temporada seguin-
te, j sem as principais referncias
do plantel, no conseguiu evitar a
despromoo do clube, mas a ver-
dade que as suas capacidades no
passaram despercebidas.
Licenciado em Fsica pela Univer-
sidade de Coimbra, o agora treinador
interino do FC Porto vai ser acompa-
nhado no banco por Antnio Folha
(ex-jogador do clube) e Jos Tavares
(preparador fsico), que transitam
tambm da equipa B, para alm de
Paulinho Santos e Wil Coort, treina-
dor de guarda-redes, que se mantm
em funes.
Nuno Sousa
Breves
Futebol
Espanha
Suspensos rbitros e
delegados da Liga do
V. Guimares-Benfica
Messi sobre Puyol:
Vamos estranhar
a sua ausncia
O conselho de disciplina (CD)
da Federao Portuguesa de
Futebol puniu ontem, com um
jogo de suspenso, os rbitros
e os delegados da Liga que
no relataram os incidentes
entre Jorge Jesus e a polcia,
no fim do jogo V. Guimares-
-Benfica, de 22 de Setembro
de 2013. Segundo o CD, o
rbitro Bruno Esteves, os seus
assistentes e o quarto rbitro,
assim como os delegados da
Liga de Futebol Profissional,
Paulino Carvalho e Carlos
Santos, estaro suspensos por
uma jornada, em funo do
artigo 196. do Regulamento
Disciplinar, que se prende
com a falta de informaes a
que se encontram obrigados.
Esta punio diz respeito
ausncia, nos relatrios, dos
incidentes entre o treinador
do Benfica e as foras de
segurana pblica.
O argentino Lionel Messi
admitiu que os jogadores
do Barcelona vo estranhar
muito a ausncia do defesa
Carles Puyol, que anunciou
na tera-feira o abandono
do clube catalo no final
da presente temporada.
Em declaraes prestadas
ao programa da televiso
argentina Mundo Leo, o
avanado do Bara declarou
que Puyol seguramente,
pensou muito na deciso
de abandonar o clube. No
uma deciso fcil e, se ele
a tomou, foi porque est
totalmente convencido e
seguro. Ns vamos estranhar
muito, tanto no balnerio
como dentro do campo,
reconheceu Messi. Para
onde quer que v, faz muito
bem, porque merece. Ele
uma grande pessoa,
observou.
fugas.publico.pt
Disponvel em formato digital
assinaturas.publico.pt
Especial
Brasil,
mostra a tua cara
SBADO
Recife
Rio de Janeiro
Chapada dos Guimares
Eco-chefs
Pastelaria Colombo
Amaznia, a solido da selva
e o sabor do Par
No rasto da seleco portuguesa
em Campinas
50
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DESPORTO
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PBLICO, QUI 6 MAR 2014
O presidente do Sporting foi ontem
a Belm pedir a colaborao do Pre-
sidente da Repblica para ajudar a
fazer uma reforma profunda do
futebol portugus, para a qual, avi-
sou, necessria coragem.
Bruno de Carvalho apresentou a
Cavaco Silva um conjunto de pro-
postas que a direco do Sporting
gostaria de ver legisladas e que, ale-
ga o clube, so fundamentais para
fomentar a credibilidade e transpa-
rncia do mundo do futebol. sada
da audincia com o chefe de Estado,
o presidente dos lees disse que o
clube no quer pequenas mudan-
as. Queremos algo que fortalea o
futebol e o desporto.
Ainda que no tenha sido um pe-
dido formal de apoio, o encontro foi
uma forma de marcar terreno, desta
vez ao nvel mais elevado. A direc-
o do clube j tinha apresentado
as mesmas propostas aos grupos
parlamentares, a outros clubes e
Federao Portuguesa de Futebol.
O Sporting defende a reduo do
IVA Imposto sobre o Valor Acres-
centado para os eventos despor-
tivos, a criao de benefcios scais
para os clubes que apostarem na
formao de atletas, a regulamen-
tao do sector das apostas online.
Mas tambm alteraes em questes
mais especcas relacionadas com a
prossionalizao da arbitragem, os
sorteios dos rbitros ou a publicita-
o das suas classicaes.
Bruno de Carvalho lembrou que
o futebol move milhes, tanto de
euros como de adeptos. O futebol
tem um papel social que os clubes
no podem esquecer e que quem
legisla tambm no pode esquecer,
realou. Por isso, o exemplo do fu-
tebol e do desporto nacional no po-
de ser o de que vivemos num mundo
que no transparente, armou.
Presidente
do Sporting
pediu apoio
a Cavaco
Tnis
Pedro Keul
Futebol
Maria Lopes
Bruno de Carvalho tem
apresentado as suas
propostas de renovao
do futebol portugus
a vrias entidades
Bruno de
Carvalho
defende
alteraes
profundas
no futebol
portugus
Breves
Tiro
Xadrez
Joo Costa ganha
medalha de bronze
no Europeu
Favoritos j tropeam
no Campeonato
da Europa
O atleta portugus de tiro
desportivo Joo Costa
classificou-se ontem em
terceiro lugar na final da
prova de pistola a 10 metros
do Campeonato da Europa
de Ar Comprimido, que se
realizou em Moscovo, na
Rssia. Joo Costa, que
actualmente ocupa a quinta
posio do ranking europeu
na disciplina de pistola de
ar comprimido a 10 metros,
foi afastado da disputa dos
dois primeiros lugares ao
18. tiro, com 180 pontos,
a escassas quatro dcimas
do bielorrusso Vitali Kudzi
(segundo) e a cinco do
ucraniano Oleh Omelchuk
(primeiro). Joo Costa foi
stimo classificado na
mesma disciplina nos Jogos
Olmpicos de Londres, que
decorreram em 2012.
Decorridas trs das 11 jornadas
da 15. edio do Campeonato
da Europa individual, apenas
cinco, dos 259 participantes,
contam por vitrias os seus
jogos. So eles os russos
Vladislav Artemiev, Alexander
Riazantsev e Eugenyi Nadjer,
o israelita Ilia Smirin e o leto
Igor Kovalenko, que formam
o quinteto de lderes, em
que Artemiev, de 16 anos, a
maior sensao. O jovem, que
ainda no alcanou o ttulo
de Grande Mestre, venceu
nas duas primeiras rondas
adversrios teoricamente
mais fracos, mas na terceira
bateu categoricamente
Denis Khsmatullin, 57. da
lista mundial. O vencedor na
edio de 2012, o russo Dmitry
Jakovenko, segue no grupo
perseguidor, enquanto o
detentor do ttulo, o ucraniano
Alexander Moisenko, est a
meio da tabela, com 50% dos
pontos possveis.
Michelle Brito venceu, pela segunda vez no ltimo ano, uma top-100
Graas a duas vitrias muito suadas,
Michelle Brito alcanou o quadro -
nal do torneio de Indian Wells, o seu
primeiro no circuito principal desde
o Open dos EUA, em Agosto de 2013.
Apesar do menor acerto no servio,
a nmero um portuguesa no ranking
mundial, em que ocupa o 123. lugar,
vai disputar pela quarta vez o BNP
Paribas Open, o primeiro grande tor-
neio do ano aps o Open da Austr-
lia, da categoria mxima em ambos
os circuitos prossionais.
No primeiro encontro do quali-
fying do torneio feminino, da cate-
goria WTA Premier Mandatory, Mi-
chelle somou a segunda vitria nos
12 ltimos meses no WTA Tour sobre
uma top 100 a outra registou-se no
ltimo Vero, quando venceu Maria
Sharapova no torneio de Wimbledon
ao eliminar a japonesa Misaki Doi
(100.), por 3-6, 7-5 e 6-0. Um ano
depois de derrotar Doi neste quali-
fying, quando a japonesa ocupava o
83. lugar, Michelle precisou de pra-
ticamente duas horas para vencer,
apesar das 10 duplas-faltas (apenas
uma na ltima partida), compensa-
das com oito breaks.
Na segunda ronda, o nmero de
duplas-faltas subiu para 15, mas Mi-
chelle voltou a mostrar-se agressiva
nos jogos de resposta, tendo obtido
nove breaks no servio da eslovena
Tadeja Majeric (129.), a quem ven-
ceu por 7-5, 5-7 e 6-3. Michelle voltou
Michelle Brito
junta-se a Joo Sousa
em Indian Wells
a estar em bom plano no set decisivo,
em que liderou por 5-1, antes de con-
cluir ao m de duas horas e meia.
Esta a quarta presena no qua-
dro principal em Indian Wells da te-
nista portuguesa, sempre depois de
ultrapassar o qualifying em 2009,
perdeu com Urszula Radwanska;
em 2010 e 2013, com Alexandra
Dulgheru. Amanh, a adversria no
quadro principal ser a checa Karo-
lina Pliskova (67.), igualmente de 21
anos. J se defrontaram por quatro
vezes, tendo a portuguesa ganho
apenas a primeira, em 2010.
No quadro do torneio masculino, o
primeiro Masters 1000 do ano, Joo
Sousa (45.) tem como primeiro opo-
nente o cazaque nascido na Ucrnia
e formado no circuito universitrio
norte-americano, Aleksandr Nedo-
vyesov (79.), que ocupa o seu me-
lhor ranking de sempre depois de
ter sido nalista num challenger na
ndia.
Esta edio do torneio de Indian
Wells, dotado com 8,7 milhes de
euros, tem como atraco Martina
Hingis, a campeonssima sua que
volta a competir no WTA Tour, na
variante de pares, ao lado da alem
Sabine Lisicki.
Mas o prprio torneio, proprieda-
de do milionrio Larry Ellison, con-
tinua a ser cada vez mais atractivo:
em 2011 colocou o sistema electrni-
co Hawk-Eye em todos os courts. H
dois anos, ergueu uma estrutura de
1700 metros quadrados para o pbli-
co se proteger das altas temperatu-
ras do deserto californiano; em 2013,
criou um servio de rdio; este ano,
inaugurou o Stadium 2, de oito mil
lugares (metade da capacidade do
court central), wi- gratuita em todo
o recinto e locais para carregar os
aparelhos electrnicos.
STEFAN WERMUTH/REUTERS
O torneio norte-americano
ter a presena de dois
tenistas portugueses no
quadro principal
A seleco portuguesa de sub-21
derrotou ontem, no Estdio Cida-
de de Barcelos, a Macednia por
2-0, em jogo de apuramento para
o Europeu de 2015 da categoria. A
equipa das quinas soma agora 15
pontos, mais seis do que Israel, se-
gunda classicada.
Foi Bernardo Silva quem colocou
Portugal em vantagem. Aos 51, Ri-
cardo Pereira cruzou para o segun-
do poste e o jogador do Benca,
desmarcado, inaugurou o marca-
dor, de p esquerdo, com toda a
naturalidade. Minutos depois, foi
a vez de Ricardo Esgaio. O sportin-
guista fez o 2-0 de grande penali-
dade, aos 59.
O triunfo da equipa das quinas
ficou praticamente assegurado
nos primeiros quinze minutos do
segundo tempo. Mas o resultado
podia ter sido bem mais robusto.
Aos 67, Gonalo Pacincia, que se
estreou pelos Sub-21, cobrou outro
penlti, s que para as mos de Di-
mitrevski.
J no incio da primeira metade,
os portugueses protagonizaram al-
guns momentos perigosos. Aos 18,
Andr Gomes no chegou a tempo
de inaugurar o marcador, no segui-
mento de um cruzamento de Carlos
Man e, aos 26, rematou contra a
defesa macednia, que aliviou pa-
ra canto.
O sportinguista, contudo, no
tem bons motivos para se recordar
da partida, pois saiu aos 35, devido
a uma leso, cuja gravidade ainda
no totalmente conhecida.
Apesar de a seleco portuguesa
ter estado um pouco adormecida
durante os primeiros 45, acabou
por ganhar alguma dinmica no
segundo tempo, justificando o
triunfo.
Com esta vitria, Portugal soma
agora 15 pontos mais seis do que
Israel, segunda classicada , com
cinco vitrias em cinco jogos.
equipa de Rui Jorge restam
agora mais trs jogos. Alm de ir
Macednia, no prximo dia 23 de
Maio, desloca-se a 4 de Setembro
Noruega e, dia 8 do mesmo ms,
recebe o Azerbaijo.
Sub-21 no
bom caminho
rumo ao
Europeu
Futebol
Patrcia Rogado
Portugal venceu a
Macednia e somou o
quinto triunfo consecutiva
no apuramento para o
Europeu 2015 da categoria
PBLICO, QUI 6 MAR 2014 | 51
ESPAOPBLICO
EDITORIAL
CARTAS DIRECTORA
A diplomacia na hora
das escolhas
A dana de cadeiras
na Europa
A
diplomacia poder ajudar a resolver
a crise ucraniana? No dia em que
os lderes da UE se renem com
a possibilidade da imposio de
sanes Rssia na agenda, ao mesmo
tempo que americanos, europeus e russos
se comprometem a continuar o dilogo,
a pergunta pertinente. Mas, para haver
uma sada diplomtica, preciso que os
intervenientes tenham objectivos claros.
Ora, at este momento, no se pode dizer
que sejamos capazes de compreender
exactamente o que querem russos,
americanos e europeus. Dito de outra
maneira, o lado ocidental est longe
de estar unido. A praa nanceira de
Londres no quer car sem o dinheiro
russo e Berlim tem feito tudo para evitar
um extremar de posies. A hiptese
de a UE recorrer a sanes no clara,
Se a Rssia no for travada, a UE
pagar um preo muito alto
enquanto Washington admite a hiptese
de sanes unilaterais. margem destas
movimentaes no terreno, a Rssia aperta
o seu controlo militar na Crimeia.
O problema de fundo que Moscovo j
denunciou tacitamente o acordo assinado
em 1994, no qual se comprometia a respeitar
a integridade territorial ucraniana. E os
lderes ocidentais tm de ser claros em duas
matrias. Primeiro, as fronteiras ucranianas
so inviolveis e as tropas russas tm de
retirar. Segundo, o Ocidente tem a obrigao
de apoiar a transio democrtica na
Ucrnia. Nesse sentido, o emprstimo ontem
anunciado por Duro Barroso foi um passo
muito positivo. As hesitaes ocidentais
quanto s sanes deixaro a Putin a
sensao de que pode continuar a agir com
impunidade. No se sabe exactamente
at onde a Rssia quer ir, mas plausvel
dizer-se que a Rssia ir certamente at
onde a deixarem ir. A Unio Europeia tem
de perceber que precisa de escolher entre
as consequncias econmicas de curto
prazo e o risco de ter uma guerra nas suas
fronteiras. Se a Rssia no for travada, a UE
pagar um preo muito alto por no ter sido
capaz de fazer as escolhas certas.
N
o congresso que comea hoje em
Dublin, o PPE vai escolher o seu
candidato para liderar a Comisso
Europeia. Juncker dever ser a
escolha da direita. Todas as famlias
polticas j escolherem os seus candidatos,
desde Martin Schulz pelos socialistas a Guy
Verhofstadt pelos liberais, passando pela
dupla Ska Keller-Jos Bov pelos Verdes
e terminando no polmico Alexis Tsipras
pela ala mais esquerda.
O inslito no meio desde processo
de escolha de nomes que existe a
possibilidade de nenhum deles vir a
ocupar a cadeira que ao longo de dez anos
foi ocupada por Barroso. que cada um
l o Tratado de Lisboa como lhe convm.
Os eurodeputados acham que deve ser
o Parlamento a escolher o presidente da
Comisso e os membros do Conselho, ou
seja, os 28 governos, acham que devem
ser eles. E o mais provvel, e caricato,
que a questo no dever estar claricada
antes das eleies de Maio.
Pblico 24 anos
Passados 24 anos, desde que
conseguimos comear a ter e ler
o PBLICO, continua este a ser
o melhor dirio generalista que
temos. Continuam, apesar de tudo,
e apesar do mau momento que
estamos a viver, e que tem feito
baixar demasiadas situaes,
entre as quais Cultura e Educao,
e Respeito entre Cidados, tem
conseguido manter um patamar
digno, neste tempo deselevado.
A Edio de 5 de Maro de 2014
comemorativa destes 24 anos,
que to depressa tm passado,
curiosa, dado ser centrada no
Brasil. Claro que o Brasil ainda
mais que futebol, e ainda bem.
Uma vez que se no fosse o futebol,
esta edio, porventura, no seria
sobre o Brasil. Nem teria como
directora por um dia a brasileira
Adriana Calcanhotto. Mas foi e
esto todos de parabns por mais
As cartas destinadas a esta seco
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um nmero
telefnico de contacto. O PBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
no solicitados e no prestar
informao postal sobre eles.
Email: cartasdirector@publico.pt
Contactos do provedor do Leitor
Email: provedor@publico.pt
Telefone: 210 111 000
um aniversrio, desde Sonae
proprietria bem como direco
e a todos os que fazem o PBLICO
continuar a s-lo. E, claro, os
leitores, para quem o PBLICO
feito, mas sem os quais no haveria
razo de haver PBLICO. Venham
mais 24 anos, mesmo que muitos
possamos e at devamos, para
no estar a mais j por c no
andar, mas ser sinal de que se
aposta, na Cultura e Educao, e
Respeito entre Cidados, e num
pas, nosso, num tempo global,
mais consistente, para todos.
Augusto Kttner de Magalhes, Porto

A me luminosa
Filomena Teixeira, me de Rui
Pedro, e me de todas as mes com
lhos desaparecidos, um exemplo
de abnegao, ternura e insistncia
na procura do lho que no v
h 16 anos. Filomena escreveu ao
Rui: Quando puderes, juras que
me respondes? Eu continuo aqui
espera. Um abrao do tamanho
do mundo, da tua me que te
adora e no sabe o que fazer sem
ti! Filomena vive procurando Rui
Pedro. Os cinco sentidos desta me
multiplicaram-se num apelo do
tamanho de todos os mundos. A me
das mes, a me coragem, a me
luminosa procurando na escurido
a sua criana, merece respeito e
ajuda. Filomena uma. A luta desta
mulher deve ser continuada por
todos. Eugnio de Andrade em Sem
Ti, escreveu: E de sbito desaba o
silncio/ um silncio sem ti/sem
lamos/ sem luas/ S nas minhas
mos/ oio a msica das tuas.
Ademar Costa, Pvoa de Varzim

A Ucrnia
e a lei dos mais fortes
A Ucrnia vem avivar o problema
dos que, poltica, militar e
economicamente, pretendem
Os artigos publicados nesta seco respeitam a norma ortogrfica escolhida pelos autores
impor os seus interesses aos mais
fracos. Entre aqueles esto os
EUA, a China, a Rssia e a Unio
Europeia. Esta conseguiu, com
o suporte dos EUA, desmembrar
a Jugoslvia, pas rebelde, pouco
submisso. A China ocupou o
Tibete e o seu poderio econmico
vergou o Ocidente, cobioso do
vastssimo mercado chins. A URSS,
debilitada, implodiu, mas a Rssia,
respeitada devido ao seu poderoso
arsenal nuclear e riquezas naturais,
pde desmembrar a Gergia, sem
sofrer tambm consequncias. De
longe, os EUA, defendendo seus
grandes interesses no globo, so
a potncia mais prevaricadora
das leis internacionais, invadindo
desde 1950 quase 20 pases e dando
cobertura a inmeros regimes
totalitrios e a Israel, que oprime
o povo palestiniano. Os grandes
jogam agora o seu poder na Ucrnia
(...). Oxal a diplomacia prevalea.
Antnio Catita, Lisboa
52 | PBLICO, QUI 6 MAR 2014
Contra a mercantilizao do conhecimento: por
uma educao e uma cincia pblicas e cidads

hoje evidente que, sob o pretexto
da crise nanceira, o atual governo
avana a passos largos para uma
estratgia de fragmentao e
mercantilizao da educao e
da cincia, num duplo sentido:
por um lado, as escolas, os
cursos, os/as professores/as, os/
as investigadores/as e o prprio
conhecimento, so reduzidos a
produtos transacionveis e consumveis,
como quaisquer outros; por outro lado,
a estratgia nacional para a educao e a
cincia resume-se produo e difuso de
informao til s empresas e a um projeto
de Estado ao servio dos grandes interesses
capitalistas, no mbito de um projeto
mais vasto de transformao da sociedade
portuguesa numa sociedade de mercado
desregulado, tentando aplicar uma viso
distorcida das regras de funcionamento
da economia de mercado sociedade,
beneciando os beneciados e prejudicando
todos os outros. Tal estratgia tem um
signicado e um efeito muito profundos
na produo da sociedade de amanh,
sobretudo atendendo a que diversos autores
recentes a tm designado como sociedade
do conhecimento, embora esta atualizao
discursiva no possa ser aceite de modo
acrtico. Frequentemente invocada de
forma otimista para caracterizar uma
poca que tem que ver com o nascimento
e expanso das novas tecnologias e de
novos negcios no setor do conhecimento
intensivo, com novas prticas de controlo
e avaliao do saber, com a centralidade
da racionalidade produzida pela cincia, a
proposta de construo de uma sociedade
de conhecimento tem-se tornado, tambm,
numa construo de desinformao e
de desconhecimento, nomeadamente
quando envolta no vu da competitividade
e crescimento e da preocupao poltica
de pendor claramente economicista, em
que a utilidade de cada um ca dependente
da capacidade de se tornar mais ajustado,
pela mudana na forma e contedo das
qualicaes, s novas exigncias do
mercado.
Em educao, vai-se armando um
sistema baseado no autoritarismo, nos
exames e nas hierarquias disfuncionais,
que segmenta as crianas desde o incio do
percurso escolar, lanando-as numa longa e
voraz competio, cujo resultado no ser
outro seno a excluso e submisso de uma
larga maioria, outrora excluda de facto e
actualmente excluda do interior dado
permanecer na escola sem ter sucesso nela.
O contacto entre crianas de diferentes
meios sociais tornado dispensvel ou
mesmo indesejvel, negligenciando a
sua importncia para o conhecimento
das e o respeito pelas diferenas. O
desenvolvimento de um conhecimento
geral, de um pensamento crtico e
humanista ou de prticas emancipatrias
de cidadania, pilares fundamentais da
sociedade democrtica, ca completamente
submergido neste novo quase-mercado
educativo, que alimenta igualmente
mercados paralelos, como os das
explicaes e dos frmacos. As crianas e
jovens, com condies muito assimtricas e
diferentes inteligncias, gostos e interesses,
passam a ser formados neste novo
darwinismo social, em que cada um luta por
si, todos contra todos e que ganhe o mais
forte (que , em regra, o mais privilegiado,
quem pertence a uma classe dominante).
Isto signica um violento ataque ao conceito
de educao, pelo menos como este tem
sido concebido e praticado desde o projeto
de construo de uma escola de massas,
universal, obrigatria e gratuita, multi-
regulada, com igualdade de acesso e de
sucesso.
Ao nvel cientco, procura-se impor a
mesma lgica, lanando permanentemente
os investigadores uns contra os outros,
enriquecendo uns e excluindo outros, em
nome de uma produtividade cientca e de
uma utilidade para a economia, nem sequer
aferidas por critrios
transparentes ou
por instrumentos
credveis.
Condenam-se
extino, desta
forma, linhas de
investigao e
reas disciplinares
inteiras,
esquecendo-se que
muitos dos avanos
cientcos so, na
verdade, pblicos,
educativos, culturais
e civilizacionais,
no tendo uma
aplicao direta
e de curto prazo
para o crescimento
econmico, mas
constituindo a
base indispensvel
para muitas
dessas aplicaes.
As cincias sociais so particularmente
afetadas, no sendo reconhecido o seu
importante papel na consolidao da
cidadania crtica, das polticas pblicas e do
desenvolvimento social e econmico.
Nesta voragem da fragmentao e
da competio, elimina-se igualmente
a prpria noo de comunidade
cientca, sem a qual a cincia no
poder desenvolver-se. Mais grave ainda,
esfuma-se a ideia do conhecimento como
bem pblico, sem o qual o projeto de
sociedade democrtica e moderna ca
irremediavelmente truncado. Um discurso
que tem como uma das suas pedras de
toque a ideia de que a investigao deve
ser realizada nas empresas tem como
consequncias deixar de lado toda a
investigao fundamental nas cincias
sociais e humanas (que no passvel
de a ser realizada) e, ao mesmo tempo,
condena as empresas portuguesas a no
beneciarem da investigao cientca,
dado que a esmagadora maioria, pelas
suas caractersticas, no tem qualquer
capacidade de a desenvolver ou promover.
Na prtica, advoga-se o desinvestimento
em cincia.
Nada disto, porm, inevitvel. O projeto
de uma educao e de uma cincia que
constituam bens pblicos e pilares da
democratizao e do desenvolvimento ao
servio da humanizao das sociedades,
tem mobilizado muitos milhes de pessoas
ao longo dos ltimos sculos e, em
Portugal, conheceu um enorme avano
nas ltimas dcadas, independentemente
das utuaes dos ciclos econmicos.
Alm disso, os prprios avanos culturais
e tecnolgicos tm produzido inmeros
novos meios atravs dos quais tal projeto
pode ser atualizado e aprofundado.
A Internet possivelmente o melhor
exemplo, mas no o nico.
tempo, pois, de nos unirmos e
dizermos que esta no a educao e a
cincia que queremos deixar s novas
geraes. Tal projeto implica, tambm,
um exerccio crtico e autocrtico, de
recusa de fechamento em modelos
anacrnicos. verdade que as nossas
escolas e universidades foram assentes
em pesadas hierarquias e numa tradio
de fechamento elitista, herana das
estruturas religiosas, reforada pelo Estado
Exorta-se a que
a promoo
da cultura
cientfica seja
uma prioridade
nacional,
enquanto base
de cidadania,
de incluso no
subordinada, de
conhecimento
rigoroso de ns
prprios
Novo e no totalmente removida pela
revoluo democrtica. fundamental
que as escolas, as universidades e os
centros de investigao sejam espaos, eles
prprios, democrticos, justos, rigorosos
e humanistas, de forma a que possam ser
alavancas da democracia, do bem-estar, da
justia social e do desenvolvimento humano
sustentvel.
Exorta-se, ento, a um movimento
coletivo, no apenas de repdio consciente
e fundamentado da nova ordem
mercantilista, mas que contribua para
armar estes sistemas como bens pblicos
e pilares da coeso crtica, democratizao
e desenvolvimento. Exorta-se, ainda, a que
a promoo da cultura cientca seja uma
prioridade nacional, enquanto base de
cidadania, de incluso no subordinada,
de conhecimento rigoroso de ns prprios,
dos outros e do mundo, pilar chave, enm,
de uma esfera pblica alargada. Exorta-se,
nalmente, considerao das cincias
sociais como possibilidade de entender os
mltiplos tempos que fazem o presente; de
combater o preconceito, a discriminao
e as diversas formas de desigualdade,
contribuindo para a compreenso e a
superao da atual crise econmica,
nanceira e social.
Carlos Estvo (Universidade do
Minho), Fernando Diogo (Universidade
dos Aores), Joo Teixeira Lopes
(Universidade do Porto), Maria Jos
Casa-Nova (Universidade do Minho),
Pedro Abrantes (Universidade Aberta),
Sofia Marques da Silva (Universidade do
Porto), membros do Manifesto para um
Mundo Melhor (Manifesto Internacional de
Cientistas Sociais)
BRBARA RAQUEL MOREIRA
Debate Educao e cincia
PBLICO, QUI 6 MAR 2014 | 53
BARTOON LUS AFONSO
1991 outra vez...
P
utin contra o mundo!, essa a
lio simplista que nos tem sido
oferecida para explicar a crise
ucraniana. muito revelador
como se tem preferido explicar
tudo quanto est a acontecer
na Ucrnia e na Crimeia a partir
de verses muito simplistas de
uma geopoltica de trazer por
casa, e muito pouco a partir dos
dados da Histria, da Antropologia e de uma
anlise minimamente crtica das Relaes
Internacionais. A leitura da realidade, e
sobretudo da realidade que no nos est
prxima, tende a fazer-se, j o sabemos, a
partir de simplicaes que, bem vistas,
acabam por dizer mais do observador do que
nos reproduzem a realidade observada...
O que aconteceu em Kiev foi uma revoluo,
como tem sido dito? Os sangrentos confrontos
das ltimas semanas, que levaram s ruas
milhares de pessoas genuinamente indignadas
com o governo autoritrio e corrupto de
Ianukovich, opuseram os mesmos dois
blocos que desde 1991 disputam o poder,
ambos dirigidos pelos tpicos dirigentes
corruptos e cleptocrticos que tomaram
conta de muitas das ex-repblicas soviticas
depois do m da URSS, e que contrapem,
na Ucrnia como noutros stios, quem se
apoia prioritariamente nos oligarcas russos
e quem, pelo contrrio, procura satisfazer as
multinacionais ocidentais ou, como o novo
governo de Kiev, pede agora aos ucranianos
sacrifcios para cumprir as novas instrues
do FMI... O que os divide no , portanto,
um programa poltico que permita perceber
haver aqui uma esquerda (que existe, claro,
e que nunca foi ou ser apoiada por Putin!)
e uma direita: o que h so duas direitas,
favorveis ambas a privatizaes e reformas
do Estado que tm permitido, desde h 20
anos, a apropriao sem pudor de recursos
pblicos, criando uma sociedade que passou,
como outras do mundo ps-comunista, a deter
recordes europeus de desigualdade entre ricos
e pobres. Ianukovich j tinha estado antes
no poder (primeiro-ministro em 2004-05 e
2006-07), e agora regressam ex-ministros dos
governos de Iuchenko e Timochenko (2004-
10). Revoluo? A mim parece-me business
as usual. Em poltica externa, verdade que
uns esto mais prximos de Moscovo e outros
de Berlim ou de Washington mas todos
estiveram de acordo, por exemplo, em enviar
tropas para o Afeganisto e para o Iraque sob
as ordens dos americanos, ou em permitir
a abertura na Ucrnia de uma das prises
secretas da CIA. E no preciso trabalhar-
se no Kremlin para se julgar serem sinistros
alguns dos novos dirigentes ucranianos: basta
ler-se o Guardian, de Londres! Desde um ex-
diretor dos servios secretos, agora Presidente
interino, Olexander Turchynov, que ter
destrudo documentos que comprovariam
ligaes da ex-primeira--ministra Timochenko
com o crime organizado; um banqueiro, Arsen
Avakov, acusado de operaes ilegais com
terras do Estado, agora nomeado ministro
do Interior; um ultradireitista antissemita,
Dmitri Iarosh, nomeado vice-diretor dos
servios secretos; um vice-primeiro-ministro,
Oleksandr Sych, que acha coisas to liberais
como que as mulheres devem mudar de
vida, se querem evitar o risco de violao
(Guardian, 4/3/2014).
O problema mais grave agora a questo
da Crimeia. O risco de secesso tudo menos
surpreendente num pas historicamente
dividido entre regies ocidentais submetidas
ustria at 1918 e Polnia (at 1939), e regies
orientais ancestralmente ligadas identidade
russa e onde a identidade nacional ucraniana
nunca se consolidou. A Crimeia , alis, um
caso parte, j que 60% da populao russa
e fazia parte do territrio russo da Unio
Sovitica at 1954, quando Krustchov se
lembrou de a transferir para a Ucrnia. H aqui
um paralelo evidente com o caso jugoslavo. O
m da URSS fez com que milhes de russos se
tornassem de alguma forma estrangeiros em
todas as demais 14 ex-repblicas soviticas,
ao mesmo tempo que milhes de srvios
passavam a s-lo dentro de ex-repblicas
jugoslavas que se tornavam independentes.
Em ambos os casos, 1991 trouxe o m de
experincias federais em que cada uma
das repblicas federadas (ou repblicas
autnomas dentro destas o caso da Crimeia
na Ucrnia, ou do Kosovo dentro da Srvia) se
constitura como representao poltica de um
povo com autonomia e identidade nacional
devidamente reconhecidas.
A crise dos regimes comunistas (re)abriu
o caminho ao pior nacionalismo: xenfobo,
nostlgico do pior passado, o dos fascismos
genocidas dos anos 40. Nacionalistas
ucranianos e croatas,
recordemos, haviam
sido dos mais
empenhados aliados
da Alemanha nazi
no Holocausto e
na perseguio da
resistncia sovitica
e jugoslava contra
os ocupantes nazis.
A imploso dos
sistemas federais
abriu caminho a
novos Estados de
modelo unitrio,
onde a integrao
das minorias (os
russos na Ucrnia, os
srvios na Crocia)
foi tudo menos
serena, julgando os
nacionalistas de turno que elas podem ser
pretexto para a ingerncia externa (de Moscovo
ou de Belgrado). A ascenso de nacionalistas
ao poder em Kiev foi percebida na Crimeia
como a rutura do fragilssimo equilbrio
conseguido em 1992-95 com a sua autonomia,
gradualmente cerceada, dentro da Ucrnia. E
sendo a coligao que voltou ao poder em Kiev
favorvel adeso da Ucrnia NATO, natural
que os russos duvidem da viabilidade futura do
acordo de 1992 sobre a manuteno das velhas
bases navais soviticas do mar Negro.
Historiador. Escreve quinzenalmente
quinta-feira
A crise dos
regimes
comunistas
(re)abriu o
caminho ao pior
nacionalismo
Ao
calharaz
N
a tera-feira, tinha a Praia
das Mas sobrevivido a uma
onda terrorista, conhecemos e
comemos um impostor cozido
com grelos de couve galega e os
primeiros espargos do ano, sbia
e respeitosamente cultivados
pelo nosso amigo Joo Maria.
O ano passado houve parcos
espargos, mas este ano a
vingana fui dulcssima: sabiam por cinco
ou seis anos de fome, tal era a delcia. Os
primeiros espargos chegaram cedo, em
jeito de consolao pela Primavera que nem
sequer s escondidas se deixa avistar.
Os grelos de couve galega conhecidos
aqui por espigas so um petisco que
procurvamos h anos sem ponta de
satisfao. So folhas generosas com um
sabor fresquinho e acidulado. So mais
sumarentas que os espinafres e mais
saborosas do que as ramas de beterraba
ou de nabo. Parecem-se um pouco com
os grelos de couve-nabo, mas com mais
personalidade. No compreendo por que
que as couves galegas so todas trituradas
para fazer ripas para caldo verde. A
julgar pelos grelos, podero estar a ser
gravemente subestimadas. Porque no h
venda grelos de couve galega, ao lado dos
de nabo e de couve? mais um mistrio da
nossa agricultura.
Entretanto o peixe impostor era um
calharaz (pontinus kuhlii) que gosta de
se fazer passar por cantarilho-legtimo
(Helicolenus dactylopterus dactylopterus) e at
pelo augusto rascasso-vermelho (Scorpaena
scrofa), o melhor dos peixes portugueses.
Dito isto, no era nada mau o raio do
calharaz: era fofo, mas bom. Recomenda-se.
Miguel Esteves Cardoso
Manuel Lof
Ainda ontem
Pelo contrrio
54 | PBLICO, QUI 6 MAR 2014
O sono da razo
liberta demnios
Poltica Agrcola Comum:
a difcil hora da deciso
A
Europa, paraso relativo,
de estabilidade, liberdade,
democracia, abundncia e
tolerncia, construda no ps-
guerra em nome da Razo e
Humanismo, encontra-se em
profunda crise.
Depois dos lsofos
ps-modernistas-
ps-existencialistas
terem dedicado carreiras inteiras
relativizao dos fundamentos/
alicerces que sustentavam os valores
humanistas/iluministas nos labirintos
contorcidos do estruturalismo e ps-
estruturalismo, as suas elites terem
abdicado da responsabilidade de Ser, e
termos sucumbido ao materialismo e ao
consumo de massas, no podemos car
surpreendidos que essas mesmas massas
tenham cheirado a oportunidade e
o espao disponvel para ressuscitar o
irracional, e libertar os seus demnios.
O eclipse das elites responsveis
permitiu o festim orgistico dum
capitalismo amoral e movido apenas
pela ganncia, que est a minar os
fundamentos dos ideais europeus, que
constituram sistemas poltico-sociais
equilibrados e notveis em vrias social-
democracias europeias, num progresso
civilizacional nico.
As massas, sentindo-se manipuladas,
so movidas apenas por um ressentimento
anti-sistema confundindo-o,
irracionalmente, com inconformismo
radical.
Em Frana, este ressentimento une
aliados anteriormente inimaginveis:
minorias tnicas transformadas em
racistas, confundindo anti-sionismo com
anti-semitismo, ao lado da Direita Radical,
Conservadores Estticos e Intelectuais de
Esquerda, todos unidos no antigo tema,
sempre disponvel a ser ressuscitado
e reutilizado. O semitismo confundido
com o sionismo e um certo tipo de
capitalismo internacional, irresponsvel e
manipulador.
Bode expiatrio sempre disponvel, e
elemento aglutinador para todos os dios
e frustraes.
Tempos confusos e assustadores. Os
demnios no necessitam de programa,
pois a sua dinmica sustentada pela
surpresa paralisante do horror e do
instinto cego e primrio.
Num artigo recentemente publicado no
jornal de referncia holands Volkskrant,
uma conhecida poltica e parlamentar, ao
meditar sobre a profunda e preocupante
crise europeia, no que respeita a
representatividade da classe poltica e
credibilidade das instituies europeias,
N
o nal do ano passado, aps
quase trs anos de debates e
de intensas negociaes no
Parlamento Europeu (PE), e
entre este e a Comisso e o
Conselho, foi estabelecido o
acordo que contm as regras
de aplicao e o envelope
nanceiro, global e por Estado-
membro, da Poltica Agrcola
Comum (PAC), para o perodo 2014/20, que
representa para Portugal cerca de 8 mil
milhes de euros.
Foi a primeira vez que o PE teve poder
de deciso real nesta matria, por fora
do Tratado de Lisboa. Pela primeira vez
tambm, a PAC vai conceder aos Estados-
-membros uma margem de manobra
que nunca antes fora atribuda, para lhes
permitir responder s suas especicidades
prprias. E compreende-se que assim seja.
Jamais a PAC se tinha aplicado a 28 Estados-
membros, num territrio com uma vastido
que vai do rctico ao Mediterrneo e do
Atlntico ao mar Negro, muito longe da
relativa homogeneidade agro-climtica dos
tempos da sua fundao, quando a ento
CEE era composta apenas por seis pases.
Quer isto dizer que, at Agosto de 2014,
impreterivelmente, e nalguns casos antes,
os governos nacionais vo ter de tomar
decises muito difceis, com consequncias
polticas e eleitorais evidentes. Dou
alguns exemplos. Os Estados-membros
podero decidir atribuir um pagamento
suplementar aos primeiros hectares das
exploraes, devendo para isso reduzir os
pagamentos das maiores a favor das mais
pequenas, provocando assim um claro efeito
redistributivo. A Frana e a Alemanha j
anunciaram que utilizaro este instrumento,
sendo que, no caso desta ltima, o montante
suplementar ser de 50 euros por hectare,
nos primeiros 30. A Polnia, por outro
lado, anunciou que utilizar a margem de
gesto nanceira disponvel do seu envelope
nacional para elevar o montante da ajuda
mdia por hectare dos seus agricultores,
dos actuais 215 euros para os 250 euros, isto
, para um valor muito prximo da mdia
europeia. Actualmente, a ajuda mdia em
Portugal de 187 euros por hectare.
De acordo com a nova PAC, os Estados--
membros devero obrigatoriamente reduzir
as ajudas aos agricultores que recebem
mais do que 150.000 euros por ano, para
redistribuir pelos demais, mas podem
decidir qual a percentagem de reduo a
aplicar, entre 5% e 100%. No caso portugus,
recebem mais de cento e cinquenta mil euros
por ano apenas cerca de 300 agricultores
ou sociedades agrcolas, isto , 0,16% do
universo de 187. 000 benecirios. Contudo,
recebem cerca de 10% dos apoios totais.
usava duas metforas para ilustrar qual
tem sido, at agora, a atitude. A primeira
a que a forada dinmica europeia
pode ser comparada a uma bicicleta.
imperativo continuar a pedalar. Se se
interromper o processo, cai-se. A segunda
que, para ser aceite como pr-europeu,
no se pode exprimir dvida ou crtica.
Perante as ameaas que pairam no
horizonte, e os demnios que tm sido
libertados na perspectiva das prximas
eleies europeias, estas atitudes
tornaram-se insustentveis.
A Europa sofre de um problema
de imagem e comunicao. Com o
desenvolvimento (exclusivamente
desconstrutivo
e utilitarista)
de reformas
necessrias,
tem-se dado
ateno exclusiva
s questes
nanceiras,
conrmando
a imagem da
Europa da Banca.
Isto, associado
imagem da Europa
como instituio
cara, hermtica,
politicamente
clientelista,
hiperburocrtica
e no dirigida s
pessoas (dce
democrtico),
tem conrmado a
ideia, errada, de
que um verdadeiro
pr-europeu no
exprime crticas ou
apresenta dvidas.
Esquecemo-
nos de que a
grande maioria
dos europeus est
preocupada (ou
mesmo assustada com estes sinais dos
tempos) e deseja a sobrevivncia da Unio
Europeia, atravs de o ressurgimento de
uma verdadeira elite de dirigentes capazes
de liderar em nome dos Valores e da
primazia do Ser, reequilibrando o processo.
Muitos polticos pensaro que o
sistema vai acordar e reagir com os
resultados das eleies europeias. Mas
o sistema est dependente da bra,
qualidade, carisma e determinao da
poltica e dos seus representantes. deles
que depende a defesa dos ideais e valores
que garantem o Acordar da Razo deste
obscuro perodo de letargia que na sua
inrcia tem permitido o espao e criado o
vazio, disponveis para o ressurgimento de
to assustadores demnios.
Historiador de Arquitectura
Os diferentes governos podero tambm
decidir se optam por um regime especco
para os pequenos agricultores. Se o
gGoverno assim decidir, signicar a
melhoria automtica da situao dos
agricultores que recebem menos de 500
euros/ ano, uma vez que a nova PAC
estabeleceu este como o valor mnimo
a receber por um agricultor que opte
por este regime. Em Portugal seriam
automaticamente
beneciados
cerca de 80.000
agricultores, ou
seja, quase metade
do universo total
dos agricultores
que beneciam de
apoios comunitrios.
Estes so apenas
alguns exemplos
do vasto leque
de escolhas que a
nova PAC oferece
agora aos Estados-
-membros da UE.
Podem acrescentar-
-se ainda a denio
do nmero de
hectares passveis
de majorao,
em 25%, para os
jovens agricultores,
e a opo pela
regionalizao
dos pagamentos,
de modo a evitar,
ou no, a drenagem
dos apoios
nanceiros dos agricultores de umas
regies para outras. Outras opes so
o ritmo da convergncia, quer dizer,
a maior ou menor velocidade com que,
at 2020, se aumentaro os apoios aos
agricultores que recebem abaixo da mdia
nacional, por contrapartida da reduo
No se pode
aceitar que se
arraste para
depois de 25
de Maio o que
pode e deve ser
antes decidido
e explicado aos
agricultores,
consumidores
e contribuintes
As massas
so movidas
apenas por um
ressentimento
anti-sistema
Debate Agricultura na UE Debate Crise e democracia
Capoulas Santos Antnio Srgio Rosa de Carvalho
PBLICO, QUI 6 MAR 2014 | 55
O discurso, a realidade
e os pobres
E
u pensava que quando um
governante dizia que o pas
estava melhor se estava
a referir, naturalmente,
elevao dos padres de
qualidade de vida dos seus
habitantes. Um Portugal
melhor signicava, para mim,
progresso, mais bem-estar,
reforo do Estado social, mais
justia na repartio da riqueza criada,
menos pobreza, menos desigualdade
social, mais investimento pblico, menos
dependncia do exterior.
Este desfasamento existente entre alguns
indicadores econmicos e a realidade
concreta do quotidiano da esmagadora
maioria dos portugueses demonstra o
desprezo que esta poltica tem pelos mais
frgeis, por aqueles que considero com
menos recursos econmicos escolares,
culturais, sociais, ou seja, os socialmente
mais vulnerveis e desfavorecidos.
Pensionistas com baixas reformas, idosos
doentes, desempregados, benecirios de
rendimento social de insero.
No se pode falar em sinais de
recuperao econmica, quando essa
recuperao no se traduz em recuperao
social. Mais importante que o regresso de
Portugal aos mercados o regresso dos
portugueses a nveis de sobrevivncia com
dignidade. As estatsticas e os nmeros
so importantes, mas por detrs de cada
percentagem est um rosto, uma histria
de vida, uma famlia, uma angstia, um
desespero, um sofrimento silencioso.
Desde que o programa eleitoral do PSD se
transformou no programa poltico da troika
as medidas de austeridade impostas pela
actual governao esto a destruir a vida de
milhares de portugueses.
Os pobres que j eram pobres sofrem
agora com Pedro Passos Coelho os efeitos
de uma pobreza cada vez mais severa.
Os que estavam no risco de cair na
pobreza, afundaram-se no precipcio da
precariedade. Os que estavam a tentar
sair da sua situao de excluso, viram
agravada a sua dependncia dos servios de
assistncia e so agora confrontados com
a necessidade de se desenrascarem sem
a ajuda do Estado pois a Segurana Social
est sem dinheiro. Os novos pobres, muitos
deles licenciados, j constam na lista dos
que dormem nas ruas de Lisboa e do Porto.
A perseguio ideolgica aos
benecirios de rendimento social de
insero continua. Com a regulamentao
da nova legislao e com a colaborao
de todos os expedientes administrativos
e burocrticos da Segurana Social e dos
centros de emprego so todos os dias
excludos milhares de pobres deste apoio
econmico de misria. Os benecirios
renovam o seu pedido de esmola ao
Estado, mas, mesmo assim, porque no so
convocados atempadamente pelo tcnico
gestor para assinarem o chamado contrato
de insero, cam automaticamente com
este apoio cessado sem um nico tosto
para sobreviverem. A responsabilidade
no do requerente, mas sim dos servios
e do sistema da Segurana Social. Muitos
benecirios reclamam, mas mesmo
assim esperam quatro e cinco meses
para os servios corrigirem este erro de
funcionamento to penalizador. A lei ainda
no foi alterada, pois tem como propsito
rme deixar sem apoio e sem proteco
social os que j esto a chegar ao m da
linha de sobrevivncia com o mnimo de
direitos garantidos.
Pacheco Pereira considera que a social-
democracia deve ter como princpio o
Estado assumir a funo essencial de
garantir justia social, mas sobretudo dar
garantias de que os frutos da riqueza de um
pas devem ser distribudos em primeiro
lugar pelos que mais precisam.
Pedro Passos
Coelho, que no
recente congresso
do PSD realizado
no Coliseu dos
Recreios de Lisboa
falou tanto na
raiz ideolgica do
seu partido e no
orgulho da matriz
programtica el
social-democracia,
prefere destruir
o Estado social
e canalizar os
recursos nanceiros
do Estado, no para
proteger as pessoas
na velhice, na
doena, na pobreza
e no desemprego,
mas sim para
recapitalizar os
bancos, tapar o
buraco do BPN,
pagar os prejuzos das parcerias pblico-
privadas, os prejuzos dos swaps, da fuga de
impostos dos grandes grupos econmicos
para o estrangeiro, pagar estudos e
pareceres aos escritrios de advogados
amigos do seu partido, conceder regalias e
privilgios a assessores e adjuntos.
A dvida privada tornou-se dvida
pblica, as medidas temporrias de
austeridade tornaram-se denitivas, as
ordens do exterior so em Portugal modos
de obedincia. Nenhum pobre votou nos
senhores do FMI, mas so eles que decidem
a sua vida. O Tribunal Constitucional
comea a ser intimidado e pressionado,
o interesse individual sobrepem-se ao
interesse colectivo, a promiscuidade entre
A resposta
humilhante
deste Governo
para matar a
fome a muitos
portugueses
j tem lista de
espera
ILYA NAYMUSHIN/REUTERS
Debate Crise e desigualdades
Jos Antnio Pinto
dos que recebem acima dessa mdia. Ou,
ainda, a denio dos sectores que vo
permanecer com apoios directamente
ligados s quantidades produzidas, que
um instrumento importante para evitar o
abandono ou a reduo da competitividade
de algumas actividades em certas regies.
Para Portugal, o leite, os ovinos e os bovinos
de carne so os exemplos mais eloquentes.
A deciso que o Governo ter de tomar
ser sobre que sectores abranger, j que o
montante disponvel para este efeito, em
princpio cerca de 13% do envelope nacional,
manifestamente escasso para responder a
todas as reivindicaes.
At ao momento no se conhecem
decises sobre estas e outras matrias, nem
se prev quando sejam tomadas. Foram
apenas, discretamente, anunciadas algumas
orientaes gerais sobre um nmero
restrito de questes, levantando algumas
delas a suspeio de que no h inteno
de utilizar os mecanismos que a PAC agora
disponibiliza para introduzir mais justia e
equidade entre os agricultores e as regies.
Ora, quando se trata da congurao
do conjunto de regras, de prioridades e
de repartio de meios nanceiros que
consubstanciam todo o apoio de que o
complexo agro-orestal portugus ir
beneciar at 2020, abrangendo trs
legislaturas, o mnimo que se pode exigir
de um governo supostamente amigo da
lavoura, para alm de ponderao e
dilogo com os parceiros e partidos de
oposio, celeridade e transparncia.
No se pode por isso aceitar que, s
porque as decises so difceis, se arraste
para depois de 25 de Maio o que pode e
deve ser antes decidido e explicado aos
agricultores, aos consumidores e aos
contribuintes.
Deputado europeu e relator do
Parlamento Europeu para a Reforma da
PAC
os homens dos negcios e os detentores
de cargos polticos cada vez maior, as
funes sociais do Estado esto diludas
no interesse do lucro privado. O exemplo
da degradao da escola pblica para
beneciar o nanciamento de colgios
privados agrante, a privatizao de
servios de sade lucrativos no pra de
crescer, a gesto do fundo de penses da
Segurana Social para as mos das grandes
seguradoras privadas uma evidncia, a
investigao cientca sem nanciamento
nas mos das grandes empresas uma triste
constatao.
No decorrer deste processo de
recomposio social os pobres j no tm
vaga ou lugar nas chamadas cantinas
sociais. A resposta humilhante deste
Governo para matar a fome a muitos
portugueses j tem lista de espera.
Mesmo assim, Lus Montenegro, lder
parlamentar do PSD, refere com orgulho
que este esforo de conteno oramental
para equilibrar as contas do Estado tem
sido feito com enorme sensibilidade social.
Mais grave do que armar isto dizer que o
pior j passou, tentar iludir e hipnotizar os
portugueses com a ideia de que Portugal vai
sair deste programa de auxlio econmico
externo de forma limpa.
Que limpeza poder existir para os
doentes com cancro que vivem longe do seu
local de tratamento e perderam o subsdio
de transporte? Que limpeza poder existir
na vida de mais de 692 mil desempregados
inscritos nos centros de emprego em
Novembro de 2013? Que limpeza poder
existir no corao e na saudade dos 250
mil portugueses que emigraram no ano
de 2013? Que limpeza poder existir no
dia-a-dia dos idosos que no tm dinheiro
para ir farmcia adquirir medicamentos?
Que limpeza poder existir nas mos dos
doentes com sida a quem tem sido negada
a disponibilizao de medicamentos
inovadores por serem mais dispendiosos
para oramento do Servio Nacional de
Sade?
Assistente social
TIAGO MACHADO
bb5e5a01-2121-41f1-b3a9-476e74a0ddb7
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ESCRITO
NA PEDRA
As dvidas serviram, diz-se, para excitar o gnio de Dickens e Balzac: no encontrando em mim um gnio a
excitar, vingam-se da humildade do seu papel torturando-me Ea de Queirs (1845-1900), escritor portugus
QUI 6 MAR 2014
Contribuinte n. 502265094| Depsito legal n. 45458/91 | Registo ERC n. 114410 | Conselho de Administrao - Presidente: ngelo Pauprio Vogais: Antnio Lobo Xavier, Cludia Azevedo, Cristina Soares, Pedro Nunes Pedro E-mail publico@publico.pt Lisboa Edifcio Diogo Co, Doca de Alcntara Norte, 1350-352
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Algarve: Telef.: 289363380; Fax: 289363388; Coimbra: Telef.: 239980350; Fax: 239983605. Assinaturas 808200095 Tiragemmdia total de Janeiro 35.772exemplares MembrodaAPCT Associao Portuguesa do Controlo de Tiragem
Parlamento Europeu aprova
directiva que vai demorar
anos a entrar em vigor p10
Sede passar para o edifcio
onde desde 2008 funciona o
Museu do Oriente p18
Estudo avalia efeito da subida
do nvel do mar nos stios que
so Patrimnio Mundial p12
Aps 21 vitrias e sete
derrotas em 37 jogos, termina
ciclo de Paulo Fonseca p48/49
Portugal vai poder
ordenar escutas
noutros pases da UE
Fundao Oriente
decide vender sede
que vale 10 milhes
Subida do mar
ameaa Jernimos
e centro do Porto
Paulo Fonseca sai
no FCP e d lugar ao
interino Lus Castro
Totoloto
8 11 47 48 49 13
4.200.000
1. Prmio
SOBE E DESCE
Cristiano Ronaldo
J se sabia que o
internacional portugus
iria tornar-se no melhor
marcador de sempre da
seleco nacional de futebol,
s no se sabia quando. Foi
ontem, no jogo de preparao
para o Mundial disputado frente
aos Camares, que Portugal
venceu com uma goleada j
pouco habitual (5-1).
Ronaldo fez dois
golos e soma
49 golos, mais
dois do que
Pauleta. No top
trs est ainda
Eusbio. (Pg. 46)
Vasco Loureno
Tem razo o presidente
da Associao 25 de
Abril quando critica a
forma envergonhada como o
Governo e a AR se preparam
para comemorar os 40 anos da
revoluo dos cravos. Nem
os tempos de
crise justificam
o magro
oramento
(300 mil
euros). Porm,
Loureno no pode esquecer
que os planos de Assuno
Esteves eram bem mais
arrojados. O tom contundente
de Loureno excessivo, como
tambm excessiva a crtica ao
facto de o Posto de Comando
da Pontinha ir simbolicamente
para o Parlamento no mbito
das comemoraes. (Pg. 5)
Jos Antnio Seguro
Depois da recusa em se
reunir com o Governo
para debater as infra-
-estruturas prioritrias para o
pas, o PS reconsiderou. Para
isso contribuiu o anncio feito
pelo secretrio de Estado Srgio
Monteiro de que iria enviar aos
partidos estudos sobre as infra-
estruturas avaliadas em mais
de cinco mil milhes de euros.
No fazia sentido que o PS fosse
o nico partido ausente das
reunies que envolvero tambm
o ministro da Economia. (Pg. 19)
Paulo Fonseca
Paulo Fonseca no
resistiu srie de maus
resultados e deixou
ontem de ser o treinador do FC
Porto, onde foi para j substitudo
por Lus Castro, que era o
treinador da equipa B portista
e agora fica como interino da
equipa principal. Adivinhava-se
a sada de Fonseca, que deixa
o FC Porto longe da luta pelo
ttulo, a nove pontos do Benfica
e a quatro do Sporting.
O empate em
Guimares, 16.
jogo sem ganhar
na poca, ditou
o seu futuro no
Drago. (Pg.
48) Jornalista
jmtavares@outlook.com
O RESPEITINHO NO BONITO
Pinto Monteiro e Adolf Hitler
P
into Monteiro, antigo
procurador-geral da
Repblica e um homem
que tanto tem feito pela
Justia em Portugal, decidiu
pronunciar-se sobre o fecho
dos tribunais da seguinte forma:
No venham com a troika. A
Justia fecha os tribunais porque
quer fechar os tribunais. A troika
como a histria do papo. o
que se dizia ao pequeno: Vem
a o papo. Agora a troika.
Para poupar mais uns tostes
arruna-se populaes que s tm
quase os tribunais. Fecha tudo,
fecha o banco, fecha as Finanas,
fecha tal... Era melhor proibirem
populaes que tm menos de x,
fecharem-nas fora como fazia
antigamente o regime nazi.
Ora c est. O regime nazi.
Foi nos anos 50 que o lsofo Leo
Strauss, embora de origem alem
e lho de pais judeus, decidiu
denunciar a falcia a que chamou
reductio ad Hitlerum, que
consiste na tentativa de refutar
os argumentos de um oponente
comparando-os a iniciativas ou a
convices partilhadas por Adolf
Hitler ou pelos nazis. Em vez de
se discutir seriamente o assunto
que est em causa e de tentar
Joo Miguel Tavares
rebater racionalmente as opinies
contrrias, atira-se l para o meio
susticas e bigodinhos e j est.
Evita-se assim perder tempo
com actividades extremamente
aborrecidas, tais como pensar ou
argumentar.
Citando Strauss: Um ponto
de vista no refutado por
ter acontecido, mas por ter
sido partilhado por Hitler.
Infelizmente, Pinto Monteiro
nem sequer alcana esse tipo de
sosticao: no se conhecendo
a posio de Hitler sobre o fecho
de tribunais em reas com pouca
populao, o ex-procurador-geral
aconselha apenas o Governo a
agir como os nazis, criando guetos
para quem reside em concelhos
deserticados. Tendo em conta
a diculdade em vislumbrar
qualquer relao entre fechar
um tribunal no interior e enar
portugueses num gueto ao estilo
de Varsvia, somos obrigados,
a bem do rigor, a afastar Pinto
Monteiro de Leo Strauss (Leo
Strauss com certeza agradece) e a
aproxim-lo da famosa lei criada
pelo senhor Godwin.
M
ike Godwin um
advogado norte-
americano que em 1990
notou que a utilizao da
cartada nazi no parava
de crescer sua volta e
formulou uma frase de tal modo
certeira sobre as discusses online
que cou a partir da conhecida
como Lei de Godwin. Diz ela:
medida que uma discusso online
se prolonga, a probabilidade
de surgir uma referncia ou
uma comparao envolvendo
Hitler e os nazis aproxima-se de
1. Pinto Monteiro no estava
online quando comparou fechos
de tribunais a guetos nazis (so
declaraes prestadas Rdio
Altitude, da Guarda), mas utilizou
exactamente o mesmo grau zero
de sosticao argumentativa.
certo que aps a referncia
nazi, Pinto Monteiro ainda
tentou um esboo de alegao,
acrescentando: As terras do
interior esto a morrer. No h
nenhuma poupana que justique
a deslocao das populaes,
em terras em que s j h os
tribunais. Penso que isso uma
vergonha e algum devia pr
cobro a essa vergonha. No fao
ideia quem seja este algum,
que deveria pr cobro
vergonha (Churchill, De Gaulle,
Eisenhower?), mas uma pessoa ca
logo consolada quando tem gente
desta craveira intelectual a opinar
sobre o pas. Para Pinto Monteiro,
a deserticao no justica que
se feche coisa alguma. As pessoas
foram-se embora, as crianas no
nascem, no h gente para servir,
mas o Estado, esse, no se move.
O dinheiro no interessa. O Estado
eterno. todo-poderoso. No
recua. Vive mil anos. Tal como o
Terceiro Reich, no ?
Spas com objectividade.
Chegou o , o site com as experincias
e descontos que interessam.

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