1) O documento discute o desenvolvimento psicológico da infância e adolescência segundo a perspectiva de Jean Piaget.
2) Piaget acreditava que as crianças tentam compreender o mundo através de interações ativas com objetos e pessoas.
3) Ele propôs que o desenvolvimento cognitivo ocorre em estágios, com as crianças construindo gradualmente esquemas mentais mais complexos para organizar o mundo.
1) O documento discute o desenvolvimento psicológico da infância e adolescência segundo a perspectiva de Jean Piaget.
2) Piaget acreditava que as crianças tentam compreender o mundo através de interações ativas com objetos e pessoas.
3) Ele propôs que o desenvolvimento cognitivo ocorre em estágios, com as crianças construindo gradualmente esquemas mentais mais complexos para organizar o mundo.
1) O documento discute o desenvolvimento psicológico da infância e adolescência segundo a perspectiva de Jean Piaget.
2) Piaget acreditava que as crianças tentam compreender o mundo através de interações ativas com objetos e pessoas.
3) Ele propôs que o desenvolvimento cognitivo ocorre em estágios, com as crianças construindo gradualmente esquemas mentais mais complexos para organizar o mundo.
1) O documento discute o desenvolvimento psicológico da infância e adolescência segundo a perspectiva de Jean Piaget.
2) Piaget acreditava que as crianças tentam compreender o mundo através de interações ativas com objetos e pessoas.
3) Ele propôs que o desenvolvimento cognitivo ocorre em estágios, com as crianças construindo gradualmente esquemas mentais mais complexos para organizar o mundo.
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Prof: Abrao Gomes
Graduao: Pedagogia e Filosofia
Especializao: Psicopedagogia Clinica e Hospitalar Polo: Boa Sorte Curso: Pedagogia Disciplina: Psicologia do desenvolvimento da infncia e da adolescncia ISETED Instituto Superior de Educao Tecnologia e Desenvolvimento Social www.iseted.com.br Rua Coelho Neto, 190 Altamira Barra do Corda Telefone: Fixo (99) 3643-2006 Tim (99) 8112-4271 Oi (99) 9954-8998
Introduo
A pesquisa no campo do Desenvolvimento tem-se vindo a expandir a um ritmo acelerado e impressionante. O progresso torna-se especialmente evidente em reas como a percepo da memria, linguagem, caractersticas de temperamento e ligao afetiva criana-me. Durante as primeiras dcadas deste sculo, os objetivos da psicologia do desenvolvimento eram basicamente a descoberta e a descrio das tendncias prprias de cada idade, das caractersticas comportamentais cognitivas e fsicas. Contudo os pesquisadores neste campo nos ltimos anos passaram a preocupar-se cada vez mais com a explicao e com os processos e mecanismos subjacentes ao desenvolvimento humano. Algumas das razes para a existncia de uma psicologia do Desenvolvimento o fato de as reaes dos seres humanos serem influenciadas pela sua histria anterior de experincias. improvvel que possamos entender os adultos a menos que apreciemos as relaes precisas entre as experincias da infncia e as habilidades, desejos e crenas do adulto. As habilidades, motivos e medos dos adultos so mais bem entendidos se for estudado o seu desenvolvimento, desde o incio da infncia. til podermos predizer o comportamento adulto a partir do conhecimento das primeiras experincias. Na palavra psicologia, apresentamos a psicologia da criana como uma psicologia gentica, isto , como uma descrio de um desenvolvimento progressivo do esprito da criana. Salta aos olhos que h um desenvolvimento da personalidade e das suas diversas componentes, fsicas e morais, desde o recm-nascido at ao adulto. Este desenvolvimento faz-se de maneira lenta e contnua, no entanto com momentos de crise que so passos em frente e com perodos de relativa estabilidade que so etapas. Mas por estes perodos de crise e de estabilidade no serem ntidos, no temos que nos admirar das divergncias existentes entre os autores. H outra razo para esta divergncia, no evidente que o crescimento do corpo, da afetividade, da razo e da liberdade vo a par. ntido por exemplo que a crise fisiolgica da puberdade e a crise psicolgica da adolescncia no coincidem perfeitamente. Conforme determinado autor ps em relevo tal ou tal aspecto do desenvolvimento da criana, assim as suas divises podero ser diferentes das de outro. Finalmente no preciso ter uma grande experincia para se dar conta de que h diferenas notveis de indivduo para indivduo: as crises so muito acentuadas num , e quase inexistentes noutro, os momentos de relativa estabilidade, so mais ou menos longos, o indivduo pode estar com avano ou com atraso no seu desenvolvimento. Toda a determinao se faz aqui com base numa mdia: verdadeira no conjunto, falsa em cada caso individual. Tendo em conta todas estas reservas, indispensvel, para ver claro, distinguir etapas e descrever as caractersticas de cada uma. Isto no importante apenas para a clareza do esprito, essencial para o pedagogo e o educador. Criana Ativa ou Passiva? - Ser a criana ativa ou passiva frente ao mundo das pessoas e dos objetos? - Ser a criana fundamentalmente guiada pela experincia ou ser capaz de selecionar de modo ativo as experincias que deseja compreender e investigar? A primeira perspectiva (John Watson, Bandura) mostra a criana como facilmente moldvel de acordo com os padres escolhidos por quem toma conta dela. Estes constituem os moldes que a criana ir imitar. Numa segunda perspectiva a criana considerada ativa, esta colocada como capaz de um maior grau de controlo do seu prprio desenvolvimento. H limites aos poderes do meio ambiente para a modificao da criana. Est pressuposto que inerente mente humana o ser atrada pela compreenso e que a maturao que determinar quando um simples evento passar a ser encarado como um problema a ser entendido. Tanto a explorao do incomum como a construo mental de objetos ou ideias a partir de algum projeto prvio so propriedades inerentes ao ser Humano.
Teoria de Jean Piaget.
Jean Piaget considera que a criana tenta compreender o seu mundo atravs de um relacionamento activo com as pessoas e objectos. A partir dos encontros com acontecimentos, a criana vai se aproximar do
objetivo ideal que o raciocnio abstrato. Piaget estimulou o interesse pelos estgios maturacionais do desenvolvimento e pela importncia da cognio para muitos aspectos do funcionamento psicolgico, tendo atuado como uma contra fora construtiva ideia de que as crenas, pensamentos e modos de uma criana abordar problemas so basicamente o resultado daquilo que se lhe ensine diretamente. Piaget acredita assim que os objectivos do desenvolvimento incluem a habilidade para raciocinar de modo abstrato, para pensar sobre situaes hipotticas de modo lgico e para organizar regras, por ele designadas operaes, em estruturas de nvel superior mais complexo. EPISTEMOLOGIA GENTICA No seu estudo da epistemologia gentica, Piaget procura explicar como so possveis as relaes, as condies de toda a interao possvel entre os indivduos e as condies de atribuio de significado. A epistemologia gentica surgiu porque Piaget buscava solucionar o que seria conhecer, ou seja organizar, estruturar e explicar. Para Piaget o conhecimento se adquire a partir da relao que o indivduo desenvolve com o seu meio. As pessoas podem adquirir diferentes nveis de conhecimento relacionados com a sua vivncia, por isso no se pode dizer, que uma pessoa sem leso orgnica, possui conhecimento inferior a outra. Como exemplo pode-se citar as diferenas entre uma criana de rua e uma criana de um lar bem estruturado. A criana de rua certamente estar inferior em relao ao conhecimento didtico que a criana de um lar bem estruturado possa ter adquirido na escola, porm isso ocorre porque o meio da criana de rua no solicitou o seu aprendizado escolar e no significa que ela no tem a capacidade de aprender. A criana, para se adaptar ao seu meio e adquirir conhecimento se utiliza de seu esquema motor, ao qual, atravs de aes, ela se adapta ao meio. Ela age no mundo organizando-o e estruturando-o e, concomitantemente, ocorre a construo externa das estruturas mentais, que so estruturas orgnicas especficas para o ato de conhecer, responsveis pela nossa capacidade de estabelecer relaes lgicas. As aes da criana no se organizam aleatoriamente, mas, ao contrrio, supe sempre uma ordenao, uma seriao e uma classificao ou simplificao. Segundo Piaget, o comportamento humano supe sempre uma lgica de aes, a qual inconsciente. As estruturas mentais funcionam seriando, ordenando e estabelecendo relaes. As estruturas de ordem aparecem como algo inerente a qualquer organizao biolgica e ao funcionamento dessas organizaes. Aparecem como algo inerente adaptao que leva dos nveis mais elementares aos mais complexos. Qualquer tipo de conhecimento que o ser humano alcance depende sempre de uma estrutura e de um acontecimento. Piaget estuda as condies para que o indivduo se torne um ser social, ou seja, as condies necessrias para que os indivduos realizem as possibilidades contidas no genoma da espcie. Ele pretende explicar por que e como a criana sofre em certos momentos e em outros a influncia de tal ou tais relaes sociais. A criana comea a adquirir conhecimento atravs da assimilao, que conferir significado a algo. Ela pode desenvolver o seu sistema de significaes atravs de da sua relao com os objetos. Para Piaget o objeto tem sentido porque possvel de ser assimilado (classificado e ordenado) por um sistema de esquema de aes, no sentido de que em presena de um objeto novo a criana tenta assimil-lo aplicando-lhe sucessivamente todos os esquemas dos quais dispe: ela chupa balana etc. Os esquemas funcionam como uma tentativa de definir o objeto pelo uso. Ela constri outros sistemas de significao reunindo objetos pelas suas funes complementares numa mesma atividade ou situao. Por exemplo: prato, colher e copo formam um sistema de significao; a banheira e o sabonete. Assim a criana vai organizando e estruturando o seu mundo. De zero a 1 ano, antes da aquisio da linguagem, a criana j tem um mundo organizado em vrios sistemas de significao. atravs desses esquemas, significao, aquisio, que ela descobre as primeiras razes (Piaget conceitua o conhecimento como descoberto das razes). Por volta de 1 a 1,5 a criana adquire a capacidade de distinguir, ela representa atravs de uma imagem mental (visual) eventos ou coisas que esto fora do campo visual e brincando de faz-de-conta, tipos de conduta que implicam a representao atravs da imagem. Tudo isso ocorre antes da aquisio da linguagem e Piaget diz que essa capacidade de representar condio necessria para a aquisio da linguagem, porm se condio necessria para a construo da linguagem, no condio suficiente. A construo do discurso no depende apenas desta capacidade, mas de toda uma organizao espao- temporal e causal das representaes. Sem essas organizaes que procedem em nvel das aes, o
discurso impossvel. O discurso da criana se inicia como dublando as ales para depois revelar as organizaes dos eventos, dos objetos e das pessoas em relao espao-temporal e causais. A linguagem surge dublando as aes, mas j como resultado de distinguir significado de significante e sua principal caracterstica a de expressar as representaes das imagens organizadas no espao e no tempo, em sistemas lgicos de significao. J as aes so transformadas em operaes graas a capacidade de manter na conscincia (memria) as vrias coordenaes estabelecidas na prtica. A operao ainda uma ao significante pois as ligaes que ela utiliza so de natureza implicativa e no mais causal. Assim a hiptese de Piaget de que tanto a causalidade quanto as aes lgico- matemticas tm sua origem comum na ao. O aspecto causal da ao engloba suas dimenses espao- temporais, sua velocidade e seu dinamismo, enquanto as ligaes lgico-matemticas fazem abstraes dessas condies fsicas para reter apenas a forma das coordenaes. Segundo Piaget, h dois processos complementares que conduzem a este resultado e que parecem responsveis pela diferenciao progressiva entre o lgico-matemtico e o causal; de um lado, a representao que torna possvel os quadros que englobam, simultaneamente, os fatos passados, presentes e futuros que, no plano das constataes perceptivas, permanecem sucessivos. De outro lado, a interveno de auto-regulaes, introduzindo nestes sistemas um equilbrio mvel, de tal modo que as coordenaes possam ser efetuadas nos dois sentidos direto e inverso (ou recproco) e se transformarem assim em operaes reversveis. A noo fsica do virtual diz respeito a possibilidades cujas compensaes podem ser simultneas para o pensamento, apenas pelo fato de que eles so concebidos como possveis: o que caracteriza o raciocnio hipottico-dedutivo justamente passar diretamente do possvel ao necessrio pelo estabelecimento de relaes entre os primeiros sem ser por intermdio o real. Alis, esse o critrio para se reconhecer a chegada da criana, a etapa do pensamento formal. Esta oposio entre o possvel e o real que explica as mltiplas diferenas que subsistem entre as operaes e as relaes repatveis no mundo fsico. As operaes lgico-matemticas, que uma vez construdas, se libertam das aes que esto nas suas origens, ultrapassando o real para alcanar o nvel das relaes hipottico-dedutvel justamente passar diretamete do possvel ao necessrio, pelo estabelecimento de relaes sem ser por intermdio do real. Esse o critrio para se reconhecer a chegada da criana a etapa do pensamento formal.
Noo de estdios de desenvolvimento A noo de estdio , de certo modo, artificial e surge como instrumento de anlise, indispensvel para a explicao dos processos e das caractersticas que se vo formando ao longo o desenvolvimento da criana. A criana, medida que evolui vai-se ajustando realidade circundante, e superando de modo cada vez mais eficaz, as mltiplas situaes com que se confronta. Se uma criana de 3 anos resolve determinado problema, suscitado pelo meio, que no conseguia aos 2 anos, porque possui, a partir de agora uma determinada estrutura mental diferente da anterior e, de certo modo, superior, porque lhe permite resolver novos problemas e ajustar- se situao. Os sucessivos ajustamentos da criana ao meio que se vo manifestando ao longo do seu desenvolvimento devem interpretar- se em funo desses mesmos estdios. Os vrios psiclogos da criana no so unnimes no que se refere sucesso dos estdios, na medida em que cada um os aplica como instrumentos da sua prpria teoria explicativa. Piaget refere-se a estdios no numa perspectiva global, mas cada estdio no comportando todas as funes: mentais, fisiolgicas, sociais e afectivas, mas somente funes especficas. Assim considera a existncia de estdios diferentes relativamente inteligncia, linguagem e percepo. Piaget refere que a aceitao da noo de estdio exige determinados pressupostos, tais como: - Carcter integrado de cada estdio. As estruturas construdas e especficas de determinada idade da criana tornam- se parte integrante da estrutura da idade seguinte; - Estrutura do conjunto. Os elementos constituintes de determinado estdio esto intimamente ligados entre si e contribuem conjuntamente para caracterizar determinada conduta; - Todo o estdio tem um nvel de preparao e um nvel de consecuo .O estdio no surge definido e acabado, mas evolui no sentido da sua superao.
- As crianas podem iniciar e terminar determinado estdio em idades diferentes. O perodo estabelecido para delimitar os estdios mdio. Os estdios de Piaget colocam a tnica na funo intelectual do desenvolvimento. Ele no nega a existncia e a importncia de outras funes, mas delimita e especifica o campo da sua investigao ao domnio da epistemologia gentica. A psicologia da criana, em Piaget, quase se identifica com uma psicologia da inteligncia. Cada estgio definido por diferentes formas do pensamento. A criana deve atravessar cada estdio segundo uma sequncia regular, ou seja, os estdios de desenvolvimento cognitivo so sequenciais. Se a criana no for estimulada / motivada na devida altura no conseguir superar o atraso do seu desenvolvimento. Assim, torna-se necessrio que em cada estdio a criana experincie e tenha tempo suficiente para interiorizar a experincia antes de prosseguir para o estdio seguinte.
Normalmente, a criana no apresenta caractersticas de um nico estdio, com excepo do sensrio - motor, podendo reflectir certas tendncias e formas do estdio anterior e / ou posterior, Ex. : uma criana que se encontre no estdio das operaes concretas pode ter pensamentos e comportamentos caractersticos do pr-operatrio e / ou algumas atitudes do estdio das operaes formai Estdio sensrio-motor (0 - 18/24 meses) Neste estdio a criana desenvolve a sua motricidade e os seus mecanismo sensrias, ou seja, ela desenvolve os mecanismos locomotores ( gatinhar e andar) e de preenso que lhe permitiram explorar o meio em que se encontra, ao mesmo tempo que desenvolve a viso, a audio, o tacto etc. Este estdio ao contrrio do que se poderia pensar de extrema importncia para o desenvolvimento intelectual futuro, porque quanto mais estimulada for a criana, mais possibilidades ela ter de se desenvolver intelectualmente. Ao nascer a criana dispem de um conjunto de reflexos, sendo a suco um deles. O reflexo existe, porm s se revela na presena do estmulo que o consolida e exige o seu funcionamento. Quando a criana alcana o seio da me, o reflexo da suco obtm seu estmulo adequado. Mais tarde, levar todo o tipo de objetos boca ( generalizao do reflexo). Com cerca de 6 meses o bebe j capaz de procurar os objetos escondidos. Com um ano de idade a criana experimenta ativamente novos comportamentos. Tendo atirado um boneco que tinha na mo, ao cho, a criana repete vrias vezes e em vrias posies esse mesmo comportamento para verificar e feito obtido. Este estdio indica o contacto da criana com o mundo e o inicio da sua explorao. A criana adquire um conhecimento prtico do mundo que a rodeia. Estdio pr-operatorio (2 - 7 anos) Umas das caractersticas deste perodo o desenvolvimento da atividade simblica, caracterizada pelo fato da criana diferenciar o significante do significado. A criana desenvolve a linguagem, estando esta muito ligada funo simblica. Caractersticas deste perodo de desenvolvimento: PENSAMENTO PR-OPERATRIO (2 a 7 anos) Caracteriza-se pelo aparecimento acentuado das representaes mentais, desenvolvendo as funes simblicas (capacidade de simbolizar um fato real, ou seja, "faz de conta"). 1 subestgio - nvel pr operatrio ou simblico ( 2 4 anos) A fica evidente o aparecimento da linguagem (da funo simblica) e o aparecimento da imagem, por isso a linguagem , nessa poca, um acompanhamento da ao, baseada em imagem. Com a palavra, h possibilidade de exteriorizao da vida interior e, portanto, a possibilidade de corrigir aes futuras. A criana j antecipa o que vai fazer. A criana passa a procurar a razo causal e finalista de tudo ( a fase dos famosos "porqus). Sua linguagem caracteriza-se pelo monlogo. Fala consigo mesma o tempo todo, como se exercitasse este recm adquirido esquema de assimilao. Aprende inmeras palavras diariamente, mas faz pouco esforo em adaptar a sua linguagem s necessidades do ouvinte. No consegue pensar sobre o prprio pensamento. Ela tem dificuldades de reconhecer a ordem em que mais de dois ou trs eventos ocorrem e no possui o
conceito de nmero. Assimilam os aspectos aparentes que mais chamam a sua ateno, e atem-se a um estado do objeto e no a transformao deste, portanto o pensamento esttico e imvel. Ainda no pode ordenar, nem formar com coerncia o mundo que a cerca. No h tentativa de esquematizar ou refazer. Aos pais e educadores 1.Conte muitas histrias, ainda que repetidas (que por sinal a criana adora). 2. Qualquer resistncia a ordens pode ser contornada pelo faz-de-conta. 3. Brinque por algum tempo com ela, diariamente. Lembre que ela no tem noo de tempo e portanto 10 minutos pode ser uma infinidade... 4. Panelinhas, carrinhos, casinhas...toda a imitao da realidade seu brinquedo favorito. 5. Tenha sempre papel e lpis a mo, desenhar uma atividade em todos os momentos e lugares. 6. Ensine a folhear revistas e, no final do perodo, ajude-a a recortar (3/4 anos). 7. Brinque com maquiagem. Pinte os rostos de palhaos, animais...Fantasias, roupas... 8. Ensine os movimentos bsicos com a massa de modelar: construir cobras e bolinhas... 9. Construa castelos nas areias, piscinas, leve carros, baldinhos... 10. No castigue a mentira, pois ela no tem noo sociolgica deste ato e no a deixe de castigo por longo tempo pois no tem noo de tempo (pode-se dizer que ficou uma hora sem que tenha passado 5 minutos). 2 subestgio - Intuitivo ( 4 7 anos) Entre 4 e 7 anos assiste-se a uma nova estruturao dos esquemas cognitivos. Esta fase intermediria se caracteriza por um esforo considervel de adaptao idia de uma forma semi-simblica de pensamento que o raciocnio intuitivo. J h uma explorao de vrios traos do objeto, na busca de um todo. Adquirem uma noo mais elaborada de regra, e consegue organizar o brinquedo, porm no a discute. Mas ainda no h uma conservao de um todo. As regras mantm maior constncia e organizaes, mas carecem de reversibilidade e de conservaes e relatividade. J comeam as tentativas de agrupamento (por um trao apenas, sem incluses de classe) e ordenaes por um trao preceptivo, ainda apoiado em pareamentos (sem incluso de sries). Ela pode relacionar duas dimenses do objeto mas no amplia as suas concluses sobre compensaes e conservaes porque ainda est muito presa s imagens perceptivas. No aspecto afetivo surgem os sentimentos interindividuais em relao aos pais ou professores, um misto de amor e temor. Aos pais e educadores 1.Livros de histrias, revistinhas podem ser manuseados diretamente sem a dependncia do adulto. 2. Pode comear a interessar-se pela leitura e escrita o que deve ser visto com naturalidade em imprimir qualquer presso. 3. Leve-a junto sempre que for FAZER coisas (lavar um carro, consertar uma torneira, ver uma obra, limpar a cozinha, cuidar do jardim...) 4. Aproveite o momento de grande partilha. Construa junto brinquedos, desenhos, abra um relgio velho... 5. Responda-lhe os "por qus" mas sempre questionando, fazendo-a pensar e dar tambm sua opinio. O pensamento cientfico se constri quando se reflete e opina. Faa experincias(ou deixe-a fazer), desde simples misturas de sobras num restaurante at aquelas mais estruturadas quando ela fizer uma pergunta. 6. Discuta os preconceitos, leve-a a partilhar os trabalhos domsticos independente do sexo. Ensine-o a lidar com o diferente. O racismo e todas as discriminaes so proibidas por lei. Ensine seu filho a conviver socialmente. 7. Assista filmes ou outros programas juntos, partilhe opinies. Critique e elogie a televiso mostrando que o que ali esta questionvel, no imutvel. 8. Jogue com ela jogos populares como "damas", "loto", "memria", "domin" e outros similares. Estabelea seu tempo, imponha limites, pois ela pedir sempre mais... 9. Conte histrias completas, com incio, meio e fim. Pergunte sobre a histria. 10. Colecione alguma coisa (ou vrias). Tampinhas, papel de bombom etc. Aqui se origina o que sero as colees da criana entre os 7 e 12 anos.
Egocentrismo - considerado como a incapacidade manifesta da criana de se por no ponto de vista do outro. A criana considera que o que mais importante para os outros o que mais importante para si; o objeto que fica mais perto dela tambm o que fica mais perto de outra pessoa, mesmo que esta se encontre no lado oposto, tendo por isso outros objetos que esto mais perto de si do que aquele que est mais perto da criana. A criana que tem um irmo dir isso mesmo, que tem um irmo, mas se lhe perguntarmos quantos irmos tem o seu irmo poder dizer que no tem nenhum. Neste estdio, a criana afirma mas nunca demonstra, porque o carter social da sua conduta, dado o seu egocentrismo, no lhe permite provar as coisas perante os outros. A criana no sente necessidade de se justificar. Irreversibilidade - Refere-se incapacidade manifestada pela criana para entender a reversibilidade de certos fenmenos, ou seja, ela no percebe que as coisas permanecem as mesmas, mesmo que sofram uma operao ( transformao ). em consequncia desta caracterstica que se chama a este perodo pr- operatrio. A criana mo entende o problema da conservao ( quer dos lquidos quer dos slidos ). A criana no percebe por exemplo que a quantidade de massa e de gua no se altera apesar de mudarem de forma. A criana deste grupo etrio no se consegue descentrar ou seja ela focaliza a sua perspectiva apenas numa dimenso do estmulo e no entra em conta com os outros fatores.
Raciocnio Transdutivo
- um tipo de raciocnio que parte do particular e chega ao particular. Referindo-se sua filha, Jaquelina, Piaget observa que o facto de ela ver o pai aquecer a gua para fazer a barba, lhe permite concluir que sempre que se aquea a gua, para o pai fazer a barba. Animismo Tendncia para considerar as coisas como sendo vivas, dotadas de intenes e de conscincia. Esta caracterstica exprime uma confuso entre a realidade objetiva e subjetiva. A criana observa os objetos e apercebe-se de que so teis para o homem, e por isso, confere-lhes intencionalidade. Artificialismo - a crena de que as coisas foram construdas pelo homem ou por uma entidade divina, mas de forma semelhante ao da fabricao humana. A criana acredita que as montanhas crescem porque se plantaram pedras que foram fabricadas Jogo - Para Piaget o jogo mais importante o jogo simblico (s acontece neste perodo), neste jogo predomina a assimilao (Ex. : o jogo do faz de conta, as crianas "brincam aos pais", "s escolas", "aos mdicos", ...). o jogo de construes transforma-se em jogo simblico com o predomnio da assimilao (Ex. : Lego - a criana diz que a sua construo , por exemplo, uma casa. No entanto, para os adultos " tudo menos uma casa"). - Inicialmente (mais ao menos aos dois anos), a criana fala sozinha porque o seu pensamento ainda no est organizado, s com o decorrer deste perodo que o comea a organizar, associando os acontecimentos com a linguagem na sua ao. A criana ao jogar est a organizar e a conhecer o mundo, por outro lado, o jogo tambm funciona como "terapia" na libertao das suas angustias. Alm disto, atravs do jogo tambm nos podemos aperceber da relao familiar da criana (Ex. : Quando a criana brinca com as bonecas pode mostrar a sua falta de amor por parte da me atravs da violncia com que brinca com elas). Realismo Moral - a criana considera que os deveres e os valores t~em uma identidade prpria, independentemente da conscincia do sujeito; impem-se por si. A gravidade de um acto no medida em funo da inteno que o motivou mas em funo dos prejuzos materiais. A criana que, ao ajudar a me a pr a mesa para o almoo, parte, sem querer, quatro copos, merece um castigo maior do que a criana que, para se vingar da me que lhe bateu, partiu um copo porque o atirou ao cho, propositadamente.
Estdio das operaes concretas (7 11/12 anos) O que caracteriza essencialmente este perodo o facto da criana j possuir a noo de reversibilidade, isto , j consegue operar mas somente se estiver na presena dos objectos sobre os quais ir recair a operao. A partir dos 6-7 anos, idade que coincide com o inicio da escolaridade bsica, a criana pensa de maneira diferente que a criana anteriormente descrita. A criana j dispem de estruturas operatrias que lhe permitiram seriar, classificar e numerar. A classificao exige o agrupamento por classes. A classificao um sistema de operaes que implica uma relao de semelhanas e diferenas. A criana, agora capaz de agrupar diversos objectos pela sua cor, pelo seu tamanho e pela sua forma. A seriao consiste na ordenao de elementos segundo uma qualidade que varia. Trata-se de uma relao sobre assimetrias. A criana j capaz de pr por uma ordem um conjunto de bonecas de vrios tamanhos e fazer-lhes corresponder as suas sombrinhas que tambm variam de tamanho. A incluso de classes- outra das caractersticas deste estdio, a presena desta estrutura permite criana um conjunto de relaes em que se observa que uma classe pode conter outras classes inferiores, mas que lhe esto inclusas. A relao com os outros- a criana deste nvel etrio tem tendncia para simpatizar com as pessoas que tm os mesmos interesses que os seus, e que a valorizam. A simpatia supem uma escala comum de valores, que est na origem da troca, enquanto que a antipatia deriva da ausncia de gostos comuns e de um certo sentimento de desvalorizao. A socializao- neste estdio a criana j capaz de cooperar. A criana discute com as suas companheiras para fazer prevalecer o seu ponto de vista. Ela j joga segundo regras e as crianas controlam-se umas s outras. Agora a criana, j pensa antes de agir, porque a sua capacidade impulsiva tende a diminuir. Estas caractersticas andam associadas ao aparecimento da lgica, na medida em que esta implica um sistema de relaes que exige a coordenao de diferentes pontos de vista. Estdio das operaes formais (11/12 anos em diante) A partir dos 11/12 anos o jovem comea a libertar-se do concreto e a raciocinar abstractamente. Agora, j pode operar sem que seja necessrio ter os objectos ou os seres perante si, para apoiarem a operao. O pensamento formal pera sobre o pensamento simblico, sobre a linguagem ou o simbolismo matemtico. possvel fazer dedues, no tendo presente a realidade, mas sobre enunciados hipotticos. De agora em diante, o jovem preocupa-se com problemas abstractos, como sejam os valores ou as ideologias, e interessa-se pelo futuro. A anlise combinatria por exemplo, permite ao jovem tentar hipteses de forma rigorosa e sistemtica e no por obra do acaso. Se apresentar-mos quatro frascos contendo lquidos incolores (A,B,C,D) e a seguir um quinto frasco (F) que combinado com qualquer coisa d um liquido de cor amarela, o jovem faz um a experimentao sistemtica. Comea por combinar casa um dos quatro frascos com o liquido do frasco F e, caso no d resultado, comea, por ordem, a associar os frascos dois a dois, com o contedo do frasco F: (A+B+F), (A+C+F), etc., at fazer todas as combinaes possveis. Erikson estgios de desenvolvimento psicossocial Erikson estgios de desenvolvimento psicossocial como articulada por Erik Erikson explicar oito estgios atravs do qual um saudvel desenvolvimento humano deve passar da infncia para o final a idade adulta . Em cada fase, a pessoa enfrenta, e espero mestres, novos desafios. Cada fase tem por base a concluso dos estgios anteriores. Os desafios de estgios no completaram com sucesso pode ser esperado para reaparecer como problemas no futuro. No entanto, o domnio de uma fase no obrigado a avanar para a prxima fase. A teoria de Erikson fase caracteriza um indivduo avanar atravs dos estgios de vida oito como uma funo de negociar sua ou suas foras biolgicas e as foras socioculturais. Cada fase caracterizada por uma crise psico social destas duas foras em conflito (como mostrado na tabela a seguir). Se um indivduo, de fato, com sucesso conciliar essas foras (favorecendo o primeiro atributo mencionado na crise), ele ou ela sai do palco com a virtude .correspondente. Por exemplo, se uma criana entra na fase de criana (autonomia versus vergonha e dvida) com mais confiana do que desconfiana, ele ou ela carrega a virtude da esperana para os estgios de vida restantes.
Os estgios Idade aproximada Virtudes Crise Social psico Relao significativa Pergunta existencial Exemplos 0-2 anos Espera A confiana bsica versus desconfiana Me Posso confiar no Mundial? Abandono de alimentao, 2-4 anos Vontade Autonomia versus vergonha e dvida Pais Tudo bem que ser eu? Formao WC Vesturio, Eles Mesmos 4-5 anos Propsito Iniciativa vs Culpa Famlia Est tudo bem para eu fazer, se mover e agir? Explorando, usando ferramentas ou Fazendo Arte 5-12 anos Competncia Indstria vs Inferioridade Vizinhos School, Posso faz-lo no mundo de pessoas e coisas? Escola, Esportes 13-19 anos Fidelidade Confuso de identidade vs Papel Peers Mentor, Quem sou eu? O que eu posso ser? Relaes Sociais 20-24 anos Amor Intimidade vs Isolamento Amigos, Parceiros Posso amar? Relacionamentos romnticos 25-64 anos Cuidados Generatividade versus estagnao Domsticos, Workmates Posso fazer minha contagem vida? Trabalho, Parenthood 65-morte Sabedoria Integridade Ego vs Desespero A umanidade, My Kind bom para ter sido eu? Reflexo sobre a vida Esperanas: Confiana Mistrust vs (Oral-sensorial Nascimento-2, anos) Pergunta existencial: Posso confiar no Mundial? A primeira etapa de centros de Erik Erikson teoria em torno das necessidades bsicas da criana a ser cumpridos pelos pais e esta interao levando a confiana ou desconfiana. Confiana, conforme definido por Erikson "uma verdade essencial de outros, bem como um sentido fundamental da prpria credibilidade". A criana depende dos pais, especialmente a me, para o sustento e conforto. Entendimento relativo a criana do mundo e da sociedade vm dos pais e sua interao com a criana. Se os pais expem a criana ao calor, regularidade e carinho confivel, a viso do beb do mundo vai ser um de confiana. Se os pais no conseguem oferecer um ambiente seguro e atender s necessidades bsicas da criana um sentimento de desconfiana ir resultar. Desenvolvimento de desconfiana pode levar a sentimentos de frustrao, suspeita de retirada, e uma falta de confiana. De acordo com Erik Erikson, a tarefa principal do desenvolvimento na infncia para saber se ou no outras pessoas, especialmente os cuidadores primrios, regularmente satisfazer as necessidades bsicas. Se os cuidadores so fontes consistentes de alimentos, conforto e carinho, uma criana aprende confiana de que os outros so seguros e confiveis. Se eles so negligentes, ou talvez at mesmo abusivo, a criana aprende em vez desconfiana de que o mundo est em uma undependable, imprevisvel, e, possivelmente, um lugar perigoso. Embora negativo, ter alguma experincia com desconfiana permite criana ter uma compreenso do que constitui situaes perigosas mais tarde na vida. Vontade: Autonomia versus Vergonha e Dvida (Muscular-Anal, 2-4 anos) Pergunta existencial: ok para ser eu? Como os ganhos criana controle sobre funes eliminative e habilidades motoras , eles comeam a explorar os arredores. Os pais ainda fornecer uma forte base de segurana a partir do qual a criana
pode se aventurar a afirmar a sua vontade. Pacincia dos pais e incentivo ajuda a promover a autonomia da criana. As crianas nesta idade gostam de explorar o mundo ao redor deles e eles esto constantemente aprendendo sobre seu ambiente. preciso ter cuidado com essa idade, enquanto as crianas podem explorar as coisas que so perigosas para a sua sade e segurana. Nessa idade, as crianas desenvolvem os seus interesses em primeiro lugar. Por exemplo, uma criana que gosta de msica pode gostar de jogar com o rdio. As crianas que apreciam o ar livre pode estar interessado em animais e plantas. Pais altamente restritivas, no entanto, so mais propensas a incutir na criana uma sensao de dvida, e relutncia em procurar novos desafios. Como eles ganham maior coordenao muscular e mobilidade, as crianas tornam-se capazes de satisfazer algumas das suas necessidades prprias. Eles comeam a alimentar-se, lavar-se e vestir-se, e usar o banheiro. Se cuidadores incentivar a auto-suficientes comportamento, as crianas desenvolvem um sentido de autonomia, um sentido de ser capaz de lidar com muitos problemas por conta prpria. Mas se cuidadores exigir muito em pouco tempo, se recusam a deixar as crianas executar tarefas de que so capazes, ou ridicularizar primeiras tentativas de auto-suficincia, as crianas podem desenvolver vez vergonha e dvidas sobre sua capacidade de lidar com problemas. Objetivo: Iniciativa vs Culpa (Locomotor-genital, pr-escolar, 4-5 anos) Pergunta existencial: OK para mim fazer, mover e agir? Iniciativa aumenta a autonomia da qualidade de empresa, planejamento e atacando uma tarefa por causa de apenas estar ativo e em movimento. A criana est aprendendo a dominar o mundo ao seu redor, aprendendo habilidades e princpios bsicos da fsica. As coisas caem para baixo, no para cima. Coisas redondas rolar. Eles aprendem a fechar e amarrar, contar e falar com facilidade. Nesta fase, a criana quer iniciar e concluir as suas prprias aes para um propsito. A culpa uma emoo nova confuso. Eles podem se sentir culpado por coisas que, logicamente, no deve causar culpa. Eles podem sentir culpa quando esta iniciativa no produzir os resultados desejados. O desenvolvimento de coragem e independncia so o que pr-escolares, com idades entre trs e seis anos de idade, alm de outras faixas etrias. As crianas pequenas nesta categoria enfrentam o desafio de iniciativa contra culpa. Conforme descrito na Abelha e Boyd (2004), a criana durante esta fase enfrenta as complexidades do planejamento e desenvolvimento de um senso de julgamento. Durante esta fase, a criana aprende a tomar a iniciativa e se preparar para papis de liderana e de realizao meta. Atividades procurados por uma criana nesta fase podem incluir comportamentos de risco, como atravessar uma rua sozinhos ou andar de bicicleta sem capacete, ambos estes exemplos envolvem auto- limites. Dentro de casos que requerem iniciativa, a criana tambm pode desenvolver comportamentos negativos. Esses comportamentos so o resultado de a criana desenvolver um sentimento de frustrao por no ser capaz de alcanar um objetivo como planejado e pode se envolver em comportamentos que parecem agressivo, cruel, e muito assertiva para os pais. Comportamentos agressivos, tais como atirar objetos, batendo ou gritando, so exemplos de comportamentos observveis durante este estgio. ** Pr-escolar cada vez mais capaz de realizar tarefas por conta prpria, e pode comear coisas novas. Com esta crescente independncia vem muitas escolhas sobre as atividades a serem desenvolvidas. s vezes, as crianas tomam em projetos que podem facilmente realizar, mas em outras vezes eles empreender projetos que esto alm de suas capacidades ou que interferem com os planos de outras pessoas e atividades. Se os pais e os professores pr-escolares incentivar e apoiar os esforos das crianas, ao mesmo tempo, ajud-los a fazer escolhas realistas e adequadas, as crianas desenvolvem iniciativa independncia no planejamento e realizao de actividades. Mas se, em vez disso, adultos desencorajar o exerccio de actividades independentes ou descart-los como bobo e incmodos, as crianas desenvolvem a culpa sobre as suas necessidades e desejos. Competncia: Indstria vs Inferioridade (Latncia, 5-12 anos) Pergunta existencial: Posso fazer isso no mundo de pessoas e coisas? O objetivo de trazer uma situao produtiva para a concluso gradualmente substitui os caprichos e desejos de jogo . Os fundamentos da tecnologia so desenvolvidos. Para perder a esperana de tal associao "trabalhador" pode puxar a criana de volta para o mais isolado, a rivalidade menos consciente familiar da edipiano tempo. [ carece de fontes? ]
"As crianas nessa idade esto se tornando mais conscientes de si mesmos como indivduos." Eles trabalham duro para "ser responsvel, ser bom e fazer o certo." Eles esto agora mais razovel para compartilhar e cooperar. Allen e Marotz (2003) tambm lista algumas caractersticas cognitivas de percepo de desenvolvimento especficos para essa faixa etria. Crianas compreender os conceitos de espao e tempo em mais lgicas, formas prticas. Eles ganham uma melhor compreenso da causa e efeito, e de tempo de calendrio. Nesta fase, as crianas esto ansiosas para aprender e realizar habilidades mais complexas: ler, escrever, contar o tempo. Eles tambm comear a formar os valores morais , reconhecer as diferenas culturais e individuais e so capazes de gerenciar a maioria de suas necessidades pessoais e de higiene com ajuda mnima. Neste estgio, as crianas podem expressar sua independncia, falando para trs e ser desobediente e rebelde. Erikson viram as do ensino fundamental anos como crtico para o desenvolvimento da auto- confiana . Idealmente, a escola primria oferece muitas oportunidades para as crianas a alcanar o reconhecimento dos professores, pais e colegas, produzindo coisas-imagens de desenho, resolver problemas de adio, escrever frases, e assim por diante. Se as crianas so incentivadas a fazer e fazer as coisas e depois so elogiados por seus feitos, eles comeam a demonstrar indstria por ser diligente, perseverante em tarefas at que concludo, e colocar o trabalho antes do prazer. Se as crianas esto em vez ridicularizados ou punidos por seus esforos ou se eles acham que so incapazes de satisfazer seus professores e expectativas dos pais, eles desenvolvem sentimentos de inferioridade sobre suas capacidades. Nesta idade, as crianas comeam a reconhecer seus talentos especiais e continuar a descobrir interesses como a sua educao melhora. Eles podem comear a escolher para fazer mais atividades para prosseguir esse interesse, tais como participar de um esporte, se eles sabem que tm a habilidade atltica, ou entrar para a banda se eles so bons na msica. Se no permitiu descobrir talentos em seu prprio tempo, eles iro desenvolver um sentimento de falta de motivao, baixa auto-estima e letargia. Eles podem se tornar "batatas de sof" Se eles no esto autorizados a desenvolver interesses. Fidelity: Identidade vs Confuso Papel (Ado lescncia, 13-19 anos) Pergunta existencial: Quem sou eu eo que eu posso ser? O adolescente recm preocupado com a forma como eles aparecem para os outros. Superego identidade a confiana que o acumulado mesmice exterior e continuidade preparado no futuro sejam acompanhadas por um mesmice e continuidade de uma de significado para si mesmo, como evidenciado na promessa de uma carreira. A capacidade de resolver em uma escola ou identidade profissional agradvel. Em estgios mais avanados da adolescncia, a criana desenvolve um sentido de identidade sexual . Como eles fazem a transio da infncia para a idade adulta, os adolescentes refletir sobre os papis que iro desempenhar no mundo adulto. Inicialmente, eles esto aptos a experimentar algum papel confuso de idias e sentimentos mistos sobre as formas especficas em que eles se encaixam na sociedade e podem experimentar uma variedade de comportamentos e atividades (por exemplo, mexer com carros, baby-sitting para os vizinhos, afiliando com determinados grupos polticos ou religiosos). Eventualmente, Erikson proposto, a maioria dos adolescentes alcanar um sentido de identidade a respeito de quem so e de onde suas vidas esto indo. Erikson creditado com a criao do termo " Crise de Identidade ". [8] Cada fase que veio antes e que segue tem a sua "crise" prpria, mas ainda mais agora, por isto marca a transio da infncia para a idade adulta. Esta passagem necessria porque "Durante a infncia, a pessoa forma identificaes muitos. Mas a necessidade de identidade na juventude no cumprida por estes". [9] Este ponto de viragem no desenvolvimento humano parece ser a reconciliao entre "a pessoa um tem vindo a ser "e" a sociedade espera uma pessoa a tornar-se ". Este sentimento emergente de auto ser estabelecido por falsificao experincias passadas com antecipaes do futuro. Em relao s etapas de vida oito como um todo, o quinto estgio corresponde ao cruzamento: O que nico sobre a fase de identidade que ele um tipo especial de sntese das etapas anteriores e um tipo especial de antecipao de outros mais tarde. Juventude tem uma certa qualidade nica na vida de uma pessoa, uma ponte entre a infncia ea idade adulta. A juventude um tempo de mudana radical-o corpo muda grandes que acompanham a puberdade, a capacidade da mente para
procurar uma intenes prprias e as intenes dos outros, a conscincia subitamente aguado da sociedade papis ofereceu para a vida futura. Adolescentes "so confrontados com a necessidade de re-estabelecer limites [] para si e para fazer isso em face de um mundo muitas vezes potencialmente hostil". Isto , muitas vezes desafiando vez que os compromissos esto sendo convidados para antes de papis de identidade particulares tm formado . Neste ponto, um est em um estado de "confuso de identidade", mas a sociedade normalmente faz concesses para que os jovens "encontrar-se", e este estado chamado de "moratria": O problema da adolescncia um dos papel confuso, uma relutncia em comprometer que pode assombrar uma pessoa em seus anos de maturidade. Dadas as condies e direito Erikson acredita que estes so, essencialmente, ter bastante espao e tempo, uma moratria psicossocial, quando uma pessoa pode experimentar e explorar livremente o que pode surgir um firme senso de identidade, uma conscincia emocional e profunda do que ele ou ela . Como em outras fases, bio-psico-sociais foras esto no trabalho. No importa como se foi levantada, uma de ideologias pessoais esto agora escolhido para si mesmo. Muitas vezes, isso leva a entrar em conflito com adultos com mais de orientaes religiosas e polticas. Outra rea em que os adolescentes esto decidindo por si mesmos a sua escolha de carreira, e muitas vezes os pais querem ter uma palavra a dizer decisivo nesse papel. Se a sociedade muito insistente, o adolescente vai aquiescer aos desejos externos, efetivamente forando-o a 'encerrar' na experimentao e, portanto, a verdadeira auto-descoberta. Uma vez que algum se instala em uma viso de mundo e vocao, se ele ou ela ser capaz de integrar este aspecto de auto-definio em uma sociedade diversificada? De acordo com Erikson, quando um adolescente foi equilibrado ambas as perspectivas de "O que eu tenho?" E "O que que eu vou fazer com isso?" Ele ou ela tenha estabelecido sua identidade:
Dado que a prxima etapa (intimidade) muitas vezes caracterizado por casamento, muitos so tentados a coroar o quinto estgio menos 20 anos de idade. No entanto, estas faixas etrias so bastante lquido, especialmente para a realizao de identidade, uma vez que pode levar muitos anos para tornar-se aterrada, para identificar o objeto de sua fidelidade, para sentir que se tem "maioridade". Na Young Man Luther biografias e Verdade de Gandhi, Erikson determinou que suas crises terminou em idades de 25 e 30, respectivamente: Erikson faz notar que o momento de crise de identidade para pessoas de gnio freqentemente prolongado. Ele ainda observa que, em nossa sociedade industrial, a formao da identidade tende a ser longo, porque nos leva tanto tempo para adquirir as habilidades necessrias para tarefas idade adulta em nosso mundo tecnolgico. Ento ... no temos um intervalo de tempo exato em que a encontrar-nos. Isso no acontece automaticamente em 18 ou em 21. Uma regra muito aproximada do polegar para a nossa sociedade iria colocar o fim em algum lugar uma de vinte anos.
Amor: Intimidade vs Isolamento (idade adulta jovem, 20-24, ou 20-40 anos) Pergunta existencial: eu posso amar? O conflito Intimidade vs Isolamento enfatizado em torno de 30 anos de idade. No incio desta etapa, confuso de identidade vs papel est chegando ao fim, embora ele ainda permanece na base do palco (Erikson, 1950). Jovens adultos ainda esto ansiosas para misturar suas identidades com os amigos. Eles querem caber dentro Erikson acredita que so por vezes isolada devido a intimidade. Temos medo de rejeies, como ser rejeitado ou nossos parceiros de romper com a gente. Estamos familiarizados com a dor, e para alguns de ns, a rejeio doloroso; nossos egos no pode suportar a dor. Erikson tambm argumenta que "Intimidade tem uma contrapartida: distanciamento: a disponibilidade para isolar e, se necessrio, para destruir essas foras e as pessoas cuja essncia parece perigoso para a nossa prpria, e cujo territrio parece invadir a extenso de uma de relaes ntimas" (1950 ). Depois que as pessoas tm estabelecido suas identidades, eles esto prontos para fazer compromissos de longo prazo com os outros. Eles tornam-se capazes de formar um relacionamento ntimo e recprocas (por exemplo atravs de uma amizade prxima ou casamento) e voluntariamente fazer os sacrifcios e concesses que tais relacionamentos exigem. Se as pessoas no podem formar esses relacionamentos ntimos - talvez por causa de suas prprias necessidades - uma sensao de isolamento pode resultar.
AS OITO IDADES DO HOMEM, segundo Erik Erikson
Erikson, no livro Infncia e Sociedade, apresenta trs contribuies principais ao estudo do ego humano. Primeiro, sugeriu que, lado a lado com os estgios de desenvolvimento psicossocial descritos por Freud (oral, anal, flico e genital), havia estgios psicossociais de desenvolvimento do ego, nos quais o indivduo tinha de fixar novas orientaes bsicas para si e para seu mundo social. Em segundo lugar, afirmou que o desenvolvimento da personalidade no para na adolescncia, mas continua atravs de todo o ciclo vital. E, finalmente, declarou que cada estgio tem ao mesmo tempo um componente positivo e outro negativo. Examinando-se o esquema dos estgios de vida pode-se compreender muita coisa a respeito dessas contribuies, bem como sobre o modo de pensar de Erikson. Ele identificou oito estgios no ciclo da vida humana, em que cada um dos quais se torna uma nova dimenso de interao social, que quer dizer, uma nova dimenso na interao da pessoa consigo mesma e/ou com seu ambiente social. 1 - CONFIANA x DESCONFIANA - O primeiro estgio do esquema erikssoniano corresponde ao estgio oral da teoria psicanaltica clssica e, em geral, transcorre durante o primeiro ano de vida. No entender de Erikson, a nova dimenso social que emerge, durante este perodo, de confiana bsica, num extremo e a desconfiana, no outro. O grau em que a criana vem a confiar no mundo, nas demais pessoas e em si prpria, depende em grande parte da qualidade dos cuidados que recebe. A criancinha cujas necessidades so satisfeitas logo que aparecem, cujos desconfortos so prontamente atendidos, que acariciada, com a qual se brinca e conversa, desenvolve uma noo do mundo, como sendo um lugar seguro de estar e, das pessoas, como prestativas e dignas de confiana. Quando, porm, os cuidados so irregulares, insuficientes e com a marca da rejeio, promove, a desconfiana bsica, uma atitude de medo e suspeita, de parte da criancinha, quanto ao mundo, em geral e s pessoas, em particular, que permanecer durante os estgios posteriores de desenvolvimento. Cabe dizer, nesta altura, que o problema bsico de confiana versus desconfiana no se resolve de uma vez e para sempre durante o primeiro ano de vida, pois torna a reaparecer em cada um dos sucessivos estgios do desenvolvimento. E, nisso, tanto h esperana como perigo. A criana que entra na escola com a idia de desconfiana pode vir a confiar em determinado professor que se d ao trabalho de tornar-se merecedor dessa confiana e, com esta segunda oportunidade, a criana supera a desconfiana inicial. De outro lado, a criana que atravessa a infncia com uma noo vital de confiana, ainda poder ter seu senso de desconfiana ativado em estgio posterior da vida se. Por exemplo, seus pais se divorciarem ou separarem em circunstncias desagradveis.
OBTENO DO EQUILBRIO
2 - AUTONOMIA x DVIDA - O segundo estgio abrange o segundo e o terceiro anos de vida, o perodo que na teoria freudiana chamado de estgio anal. Erikson entende que neste perodo surge a autonomia, desenvolvimento esse que se baseia nas novas habilidades motora e mental da criana. Neste estgio, a criana no s pode andar mas, tambm, trepar, abrir e fechar, cair, empurrar, puxar, segurar e soltar. A criana pequena orgulha-se dessas novas realizaes e quer fazer tudo sozinha, quer tirar o papel de uma bala, tirar a vitamina do vidro ou dar descarga na privada. Se os pais reconhecem a necessidade de a criana fazer tudo aquilo de que capaz, por conta prpria e quando quiser, ento ela desenvolve o senso de que pode controlar seus msculos, seus impulsos, a si prpria e, o que no de pouca importncia, seu meio ambiente: o sentido da autonomia. Quando, porm, os que por ela zelam, mostram-se impacientes e fazem pela criana o que ela capaz de fazer sozinha, estaro reforando o seu senso de vergonha e dvida. certo que todos os pais por vezes so speros com os filhos e as crianas so rijas o bastante para desculpar tais lapsos. Somente quando os cuidados so seguidamente superprotetores e as reprimendas pelos acidentes (sejam urinar, derramar ou quebrar coisas) so rspidas e irrefletidas que a criana cria um exagerado senso de vergonha em relao a outras pessoas e um exagerado senso de dvida em relao a sua capacidade de controlar o mundo e a si prpria.
Se a criana sai deste estgio com menos autonomia do que vergonha ou dvida, isto distorcer negativamente suas tentativas posteriores de conquistar autonomia na adolescncia e maturidade. A criana que, ao contrrio passa por essa fase como senso de autonomia superando nitidamente os sentimentos de vergonha e de dvida, estar bem preparada para ser autnoma em etapas posteriores do ciclo da vida. Mais uma vez, porm, o equilbrio entre autonomia e vergonha e dvida, estabelecido durante este perodo, pode ser alterado em direo positiva ou negativa, por acontecimentos posteriores. 3 - INICIATIVA x CULPA - Nesse terceiro estgio (em geral nas idades de quatro a cinco anos), a criana em idade pr-escolar , praticamente, dona de seu corpo e capaz de andar de velocpede, correr, cortar e bater. Pode, pois, iniciar atividades motoras de vrios tipos, por conta prpria e no mais responde apenas s aes de outras crianas ou, simplesmente, as imita. O mesmo prevalece quanto linguagem e atividades imaginrias. Assim sendo, Erikson afirma que a dimenso social que surge neste estgio tem em um dos plos a iniciativa e, no outro, a culpa. O fato de se a criana vai sair deste estgio com senso de iniciativa superando, em muito, o senso de culpa, depende em grande parte de como seus pais respondem a essas atividades de iniciativa prpria. Crianas que tm muita liberdade e oportunidade de iniciar brincadeiras motoras como correr, andar de bicicleta, patinar, escorregar, disputar e lutar, tm reforado o seu senso de iniciativa. E a iniciativa reforada, ainda, quanto os pais respondem, s perguntas das crianas (iniciativa intelectual) e no se esquivam nem inibem a atividade imaginria ou a brincadeira. De outro lado, se os pais fazem a criana sentir que sua atividade motora m, que suas perguntas aborrecem e que suas brincadeiras so tolas e estpidas, neste caso fomentam um senso de culpa que ultrapassa as atividades da iniciativa prpria, em geral, e que prevalecer durante os estgios posteriores da vida. 4 - INDSTRIA x INFERIORIDADE - O quarto estgio o perodo etrio dos seis aos onze anos. So anos da escola primria (descritos na psicanlise clssica como fase de latncia). o tempo em que o amor da criana pelo pai ou pela me (do sexo oposto ao seu) e a rivalidade com o do mesmo sexo, ficam em repouso. , tambm, o perodo em que a criana torna-se capaz de raciocnio dedutivo e de brincar e aprender por regras. Somente neste perodo, por exemplo, que ela pode jogar bolas de gude, damas e outros jogos em que cada um tem sua vez e que exigem obedincia s regras. Erikson, afirma que, a dimenso psicossocial que emerge durante este perodo, tem, num extremo, o bom senso de indstria e, no outro, o senso de inferioridade. A palavra indstria escreve esplendidamente um tema dominante neste perodo de escola primria durante o qual predomina o interesse pela maneira como as coisas so feitas, como funcionam e para que servem. a idade de Robinson Cruso, no sentido em que o entusiasmo e o pormenor minucioso com que Cruso descreve suas atividades agradam ao prprio e nascente senso de indstria infantil. Quando as crianas so estimuladas em seus esforos por fazer, realizar ou, ainda, construir coisas prticas (seja construir cabanas no alto de rvores ou modelos de avies ou, ainda, cozinhar, fazer doces etc.), quando tm permisso para terminar seus produtos e so elogiadas e recompensadas pelos resultados, ento o senso de indstria promovido. Ao contrrio, os pais que consideram os esforos dos filhos, no sentido de fazer e realizar, como simples travessuras ou como causa de baguna, ajudam a estimular o senso de inferioridade, na criana. Durante os anos da escola primria, contudo, o mundo da criana abrange mais do que o lar. Nesta altura, instituies sociais outras, alm da famlia, vm a desempenhar um papel importante na crise de desenvolvimento do indivduo. (Neste ponto, Erikson introduz mais um avano na teoria psicanaltica, que at aqui, se preocupava apenas com os efeitos do comportamento dos pais, sobre o desenvolvimento da criana). As experincias escolares da criana contribuem de forma muito importante para o seu equilbrio entre indstria e inferioridade. Por exemplo, criana com Q.I. de 80 a 90, portanto abaixo da mdia, pode sofrer uma experincia traumtica, na escola, mesmo quando seu senso de indstria recompensado e estimulada, em casa. Ela uma criana inteligente demais para ficar nas turmas especiais mas, ao mesmo tempo, lenta demais para competir com as crianas de capacidade intelectual mdia. Conseqentemente, passa por constantes fracassos nos deveres escolares, que reforam seu senso de inferioridade. Por outro lado, a criana que tenha tido o seu senso de indstria desestimulado no lar, poder t-lo revitalizado na escola, por obra de um professor sensvel e interessado. Por conseguinte, se a criana ir
formar um senso de indstria ou inferioridade, j no depende unicamente dos cuidados zelosos dos pais, mas das aes e iniciativas, tambm, dos outros adultos que interagem com ela.
A CRISE DE IDENTIDADE DO ADOLESCENTE
5 - IDENTIDADE x CONFUSO DE PAPIS - Quando a criana passa adolescncia (mais ou menos na idade de 12 aos 18 anos), segundo a teoria psicanaltica tradicional, ocorre um re-despertar do problema do romance familiarda primeira infncia. Sua maneira de resolver este problema procurar e encontrar um parceiro romntico de sua prpria gerao. Embora Erikson no rejeite este aspecto da adolescncia, chama ateno para o fato de que h outros problemas. O adolescente, tanto mental como fisiologicamente, e, alm dos novos sentimentos, sensaes e desejos que experimenta, em decorrncia de modificaes orgnicas, desenvolve uma infinidade de novos meios de entender o mundo e de pensar a respeito dele. Entre outras coisas, os adolescentes podem hoje imaginar a respeito de como pensam as outras pessoas e conjeturar sobre o que estas pessoas pensam a seu respeito. Ao mesmo tempo, o adolescente pode imaginar famlias, religies e sociedades ideais com as quais compara as famlias, religies e sociedades imperfeitas, de sua experincia. E, finalmente, o adolescente torna-se capaz de construir, ou adotar, teorias e filosofias que constituiro um todo harmonioso de todos os aspectos conflitantes da sociedade. Resumindo, o adolescente um idealista impaciente que acredita ser to fcil realizar um ideal, como imagin-lo. Erikson cr que a nova dimenso interpessoal que emerge durante este perodo tem relao com um senso de identidade do ego, na extremidade positiva e, com um senso de confuso de papis, na extremidade negativa. Isto quer dizer que dada a recm descoberta capacidade integradora do adolescente, sua tarefa reunir todas as coisas que tenha aprendido sobre si mesmo como filho, como aluno, atleta, amigo, escoteiro, vendedor de jornais etc. e que apresente continuidade com o passado, enquanto se prepara para o futuro. No grau em que um jovem consiga ser bem sucedido neste esforo, atingir um senso de identidade psicossocial, um senso de quem ele , de onde est e para onde vai. Em contraste com os principais estgios, em que os pais desempenham um papel mais ou menos direto na determinao do resultado da crise de desenvolvimento, sua influncia durante este estgio muito mais indireta. Se a jovem pessoa, graas aos pais atinge a adolescncia com uma noo vital de confiana, de autonomia, de iniciativa e indstria, ento sero muito maiores suas possibilidades de alcanar um significativo senso de identidade do ego. O oposto, naturalmente, vale para o jovem que entra na adolescncia com muita desconfiana, vergonha, dvida, culpa e inferioridade. Por conseguinte, comea no bero a preparao para uma adolescncia bem sucedida e a obteno de um senso de identidade psicossocial. Quando, seja devido a uma infncia infeliz ou por circunstncias sociais difceis, a jovem pessoa no consegue formar um senso de identidade pessoal, apresenta certo vulto de confuses de papis - ou seja um senso de no saber o que se , nem daquilo de que se faz parte, nem de com quem se est. Esta confuso um sintoma freqente entre jovens delinqentes. As meninas adolescentes promscuas, muitas vezes, parecem ter noo fragmentada da identidade pessoal, pela qual entendem o seu comportamento sexual, como descontnuo com os seus sistemas de valores e inteligncia. Alguns jovens procuram uma identidade negativa, uma identidade oposta a que lhes foi atribuda pela famlia e pelos amigos. Possuir uma identidade como delinqente, s vezes, pode ser prefervel a no ter qualquer identidade. O fracasso no estabelecimento de um senso claro de identidade pessoal na adolescncia no garante fracasso perptuo. Por outro lado, a pessoa que atinge um senso prtico de identidade do ego, na adolescncia, necessariamente encontrar desafios e ameaas, a esta identidade, a medida que avana na vida. Erikson, talvez mais do que qualquer outro terico da personalidade, tem enfatizado que a vida uma mudana constante e que resolver problemas, em qualquer estgio determinado da vida, no constitui garantia contra a ocorrncia de novos problemas, nem contra a descoberta de novas solues para problemas anteriores, em estgio subseqentes.
CONFLITOS DA FASE MDIA DA VIDA
6 - INTIMIDADE x ISOLAMENTO - O sexto estgio do ciclo vital o incio da maturidade, aproximadamente o perodo do namoro e comeo da vida familiar, que se estende desde o final da adolescncia at o comeo da meia idade. Quanto a este estgio, bem como aos estgios doravante descritos, a psicanlise clssica nada tem de importante a dizer. Para Erikson, entretanto, a aquisio prvia de um senso de identidade pessoal e a dedicao a um trabalho produtivo, que assinalam este perodo, do origem a uma nova dimenso interpessoal de intimidade, num extremo e de isolamento, no outro. Quando Erikson fala em intimidade, quer dizer muito mais do que a simples realizao amorosa. Refere-se capacidade de compartilhar com outrem e cuidar de outrem, sem temor de perder-se a si mesmo, no processo. No caso da intimidade, como no caso da identidade, o sucesso ou fracasso, j no dependem diretamente dos pais, s indiretamente, a partir do que eles tenham contribudo para o sucesso ou fracasso, do indivduo, nos estgios iniciais da vida. Tambm aqui, tal como no caso da identidade, as condies sociais podem auxiliar ou prejudicar o estabelecimento do senso de intimidade. Do mesmo modo, a intimidade no precisa envolver a sexualidade, pois abrange o relacionamento entre amigos. Soldados que lutam juntos em circunstncias perigosas, muitas vezes, criam um senso de compromisso, um para com o outro, que exemplifica a intimidade no sentido mais lato. Se no for criado um senso de intimidade com os amigos ou com o parceiro conjugal, o resultado, no entender de Erikson, a sensao de isolamento - de estar s, sem ningum com quem partilhar ou de quem cuidar. 7 - GENERATIVIDADE x ABSORO EM SI MESMO - Este stimo estgio meia idade ou, aproximadamente, o perodo em que as crianas se tornam adolescentes e os pais j esto fixados no trabalho e/ou profisso traz consigo o potencial de uma nova dimenso, com a generatividade num extremo ou a absoro em si mesmo e a estagnao, no outro. O que Erikson quer dizer com generatividade que a pessoa comea a interessar-se por outras fora de sua famlia imediata, com as geraes futuras e com a natureza da sociedade e do mundo em que elas vivero. Por conseguinte, a generatividade no se restringe aos que so pais e pode ser encontrada em qualquer indivduo que se preocupe ativamente com o bem-estar dos jovens e com a idia de tornar o mundo um lugar melhor para as futuras geraes viverem e trabalharem. Aquelas que no chegam a formar um senso de generatividade caem num estado de absoro em si mesmas, em que as necessidades e comodidades pessoais so a preocupao dominante. 8 - INTEGRIDADE x DESESPERO - O oitavo e ltimo estgio no esquema eriksoniano corresponde grosseiramente ao perodo em que os principais esforos do indivduo aproximam-se do fim e h tempo para a reflexo - e para o desfrute dos netos, quando existem. A dimenso psicossocial que ganha destaque durante esta fase, ten a integridade num extremo e o senso de desespero, no outro. O senso de integridade ocorre, ou seja, decorre da capacidade do indivduo de apreciar em retrospecto toda a sua vida com alto grau de satisfao. Na outra extremidade fica o indivduo que rev a prpria vida como uma srie de oportunidades e direes perdidas. Ento, no ocaso da vida, entende que tarde demais para comear de novo, Para algum assim, o resultado inevitvel o senso de desespero pelo que poderia ter sido.
NOVAS CONTRIBUIES PSICANLISE
So esses, pois, os principais estgios do ciclo da vida, na concepo de Erikson. de longo alcance a significao desses estgios para os meios tradicionais de encarar o desenvolvimento da personalidade e as perturbaes emocionais dos adultos. Ao descrever os estgios do desenvolvimento da personalidade alm daqueles da infncia. Erikson sugere que existem crises emocionais que so exclusivas de cada estgio da vida, inclusive na meia-idade e na maturidade. Essa colocao, deixa livre o clnico para tratar os problemas emocionais dos adultos, como fracassos, pelo menos em parte, na soluo das crises de personalidade genuinamente adultas e no, como at aqui, como meros resduos de frustraes e conflitos infantis. Alm disso, essa idia sobre crescimento da personalidade, tira dos ombros dos pais uma parte do nus pelo desenvolvimento bem sucedido, alm de levar em considerao o papel que a prpria pessoa e a sociedade desempenham na formao do indivduo.
possvel que as inovaes de Erikson em teoria psicanaltica sejam exemplificadas melhor em seus escritos psico-histricos, aos quais ele combina a intuio psicanaltica com uma verdadeira imaginao histrica. Aps a publicao de INFNCIA E SOCIRDADE, em 1950, Erikson lanou-se aplicao do seu esquema do ciclo de vida humana, no estudo de personagens histricos. Escreve uma srie de brilhantes ensaios sobre homens diversos como Mximo Gorky, Geoge Bernad Shaw e o prprio Freud. Tais estudos no so ilimitados relatos de casos, mas sim reflexos da notvel compreenso de Erikson da histria social e poltica europia bem como da literatura. Em cada um desses ensaios, os vultos so mostrados como verdadeiros personagens histricos, cujas vidas refletiram e foram refletidas pelas pocas em que viveram. Esses esboos biogrficos, tais como as posteriores biografias completas feitas por Erikson, so uma espcie de discrio psicanaltica da personalidade e contribuem, ao mesmo tempo, para a histria e para a teoria da personalidade. Suas incurses pela psicobiografia chegaram ao auge em dois alentados estudos sobre o pai do protestantismo, Martinho Lutero e o apstolo da no violncia, Mahatma Gandhi. interessante salientar que, nos dois casos, houve na prpria vida de Erikson , elementos comparveis s crises havidas na existncia dos biografados: a crise de identidade profissional, em Lutero e a crise de generatividade (a preocupao com as geraes futuras) no primeiro protesto no violento de Gandhi, na ndia, aos quarenta e oito anos, a mesma idade em que Erikson publicou seu primeiro livro Childhood and Socity (Infncia e Sociedade). Apesar do reconhecimento amplo e internacional da contribuio de Erikson psiquiatria, psicologia, educao e servio social, nem todas as suas formulaes foram aceitas sem crticas. Os psiclogos Douvan e Adelson afirmam em The Adolescent Experience (A Experincia do Adolescente) que, embora a teoria da identidade, de Erikson, possa ser vlida para meninos, no o para meninas, porque a identidade de uma mulher se define, em parte, pela identidade do homem com o qual ela casa. Erikson foi tambm criticado por ter opinio manifestamente otimista a respeito da humanidade e dos poderes auto-curativos do homem. Poder-se-ia retrucar, contudo, que a idia eriksoniana um salutar contrapeso idia manifestamente negativa, do homem, como sustentada pelos freudianos clssicos. Seja como for, h evidncia de que as teorias de Erikson vm tendo influncia rejuvenescedora sobre a psicanlise, uma vez que os psicanalistas mais moos demonstram, hoje, uma nova liberdade no modo pelo qual encaram Freud, na perspectiva histrica, no reconhecimento de sua grandeza, mesmo sem aceitar inteiramente suas doutrinas. A obra de Erik Erikson deu psicanlise um vigor que h muito tempo no conhecia e ampliou seu discernimento da personalidade adulta e do panorama geral da histria.
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
Desenvolvimento e as suas concepes Compreender as mudanas contnuas do ser humano operadas ao longo da vida e descobrir as razes dessas mudanas tem constitudo um desafio para a Psicologia, nomeadamente para os psiclogos do desenvolvimento. Por desenvolvimento entende-se o conjunto de mudanas contnuas no ser humano ao longo da sua existncia. O conceito de desenvolvimento pressupe assim uma sequncia de alteraes graduais que levam a uma maior complexidade no interior de um sistema ou organismo. Na evoluo por que passa cada indivduo desenham-se estdios que seguem uma ordem praticamente imutvel, mas o tempo de permanncia em cada um deles varia conforme o indivduo. A psicologia do desenvolvimento uma rea especializada da Psicologia que s amadureceu no sculo XIX. At contemporaneidade, era impossvel o aparecimento desta rea de investigao, devido aos esteretipos que se mantinham acerca do conceito de criana e da pouca importncia que lhe era concedida. Uns tinham uma viso negativa da infncia, encarando a criana como uma espcie de selvagem quase sem humanidade, incluindo-a na mesma categoria em que mantinham os primitivos e os deficientes mentais. Outros consideravam que as crianas tinham uma mente como a dos adultos, sendo a nica
diferena entre ambos o crescimento e no o desenvolvimento; constituindo a criana como um adulto em miniatura. Desta forma, o estatuto prprio da criana no era reconhecido, o que tinha reflexos negativos na educao familiar e escolar que lhe exigiam condutas muito prximas das do adulto, sem que ela pudesse comportar-se da forma pretendida. As grandes mudanas quanto ao modo de encarar a criana deve-se teoria evolucionista de Darwin, estilhaadora da fronteira intransponvel entre animal e ser humano, abre caminho a uma nova perspectiva em psicologia genericamente apelidada de organicismo por oposio ao maturacionismo. Maturacionismo: Gesell encabea a defesa do modelo maturacionista, acreditando que o desenvolvimento se deve fundamentalmente a processos internos de maturao do organismo. Segundo o maturacionismo, as diferenas observadas ao longo do desenvolvimento ocorreriam numa sequncia geneticamente determinada, devendo muito pouco s influncias ambientais externas. Mecanicismo: Os psiclogos behavioristas so adeptos de um modelo mecanicista, segundo o qual o organismo humano reage passivamente s imposies do meio externo, que determinam as suas progressivas modificaes. Resumidamente, podemos dizer que psiclogos como Watson e Skinner negligenciam qualquer interferncia de factores internos associados aos organismo. Reduzindo o organismo ao binmio SR, acreditam que as diferenas detectadas na evoluo do indivduo se devem exclusivamente s situaes do meio. Organicismo: Os psiclogos que defendem o modelo organiscista assumem uma perspectiva interaccionista, em que consideram que o desenvolvimento um processo dinmico em que factores maturacionais, genticos e da experincia externa se combinam no decorrer dos diferentes estdios por que o indivduo passa ao longo da vida. O modelo organicista reala o carcter adptativo do processo de desenvolvimento , uma vez que considera que ao progredir na sequncia dos estdios, o organismo dispe de mecanismos psicolgicos diferentes e qualitativamente superiores de interveno no meio. Essas intervenes, por sua vez, contribuem para reorganizar os mecanismos psicolgicos, fazendo com que o indivduo fique melhor apetrechado para ajustar adequadamente os comportamentos s exigncias do meio. Piaget e o desenvolvimento cognitivo Jean Piaget elaborou uma teoria do desenvolvimento a partir do estudo da inteligncia da criana e do adolescente. A sua teoria permitiu que se acabasse com a concepo de que a adolescncia da criana era semelhante do adulto, existindo entre elas mera diferena quantitativa. Segundo Piaget, a inteligncia precede o pensamento, desenvolvendo-se por etapas progressivas que exigem processos de adaptao ao meio. Deste modo, o desenvolvimento pressupe a maturao do organismo, bem como a influncia do meio fsico e social. Para compreendermos a teoria de Piaget, necessrio termos em conta alguns conceitos: 1. Esquema em cada etapa de desenvolvimento esto presentes esquemas mentais, que formam uma estrutura quando coordenados entre si. 2. Adaptao a inteligncia uma adaptao ao meio ambiente, feita atravs da assimilao e da acomodao. 3. Assimilao o processo de integrao dos dados da experincia nas estruturas do sujeito. 4. Acomodao a modificao constante das estruturas do sujeito para se adaptar aos novos elementos provenientes do meio. Entre a assimilao e a acomodao desenrola-se a coordenao que permite que ocorra o desenvolvimento intelectual progressivo. 5. Organizao o pensamento actua de forma organizada e de acordo com o meio, isto , a adaptao ao meio conduz organizao do pensamento e o pensamento organizado estrutura melhor os objectos do meio. 6. Estdios so fases ou etapas qualitativamente diferentes por que passa o desenvolvimento intelectual. O desenvolvimento intelectual faz-se por etapas sucessivas em que as estruturas intelectuais se desenvolvem progressivamente. Cada novo estdio representa uma forma de equilbrio cada vez maior, que permite uma adaptao mais adequada s circunstncias.
Em todos os estdios existe uma interaco entre o sujeito e o mundo, feita atravs da assimilao e da acomodao. Estes dois mecanismos possibilitam a construo das novas estruturas ou esquemas. Inicialmente so esquemas de aco que quando interiorizados se transformam em esquemas operatrios. O desenvolvimento pode explicar-se atravs de diferentes factores, como a hereditariedade, a maturao interna, que no actua sozinha e por isso um factor insignificante. O segundo factor a experincia fsica, a aco dos objectos. A lgica da criana em especial, advm das aces exercidas sobre os objectos. O terceiro factor prende-se com a educao, que no entanto, por si s insuficiente, sendo necessria a assimilao por parte da criana. O quarto factor a equilibrao, ou seja, o equilbrio entre os trs factores anteriores. O desenvolvimento da inteligncia faz-se pelo intercmbio constante entre a criana e o meio. Piaget distingue quatro estdios de desenvolvimento. Estdio da inteligncia sensrio-motora: desde o nascimento at aos 2 anos. Neste estdio a criana no se distingue dos objectos que a rodeiam, nem compreende as relaes entre os objectos independentemente dela. Em vez de palavras e conceitos, a criana serve-se de percepes e movimentos organizados em esquemas de aco. Na presena de um objecto novo, a criana procura compreend-lo pelo uso, sacudindo-o por exemplo. Durante estes 2 anos, ao nvel da aco, a criana constri noes fundamentais para o desenvolvimento ulterior, como a noo de objecto permanente e a de causalidade. Se taparmos com um leno um objecto do interesse do beb, este no afasta o obstculo para lhe chegar, pois ao desaparecer do seu campo perceptivo, o objecto deixou de existir para ele. No fim deste perodo, j compreende a permanncia do objecto, mesmo quando escondido em stios diferentes. Aos 18 meses, o beb j capaz de chegar aos objectos que quer, isto , j capaz de ralaes objectivas de causalidade, na medida em que se serve de meios apropriados para alcanar os seus fins. Trata-se de uma causalidade egocntrica, ligada aco prpria, caracterizada pela ausncia de relaes objectivas entre o meio e o fim a atingir. Estdio das representaes pr-operatrias: dos 2 aos 7 anos. A entrada neste estdio marcada pelo aparecimento da funo semitica ou simblica, que assinala o incio do pensamento. A funo simblica a capacidade de criar smbolos para substituir ou representar os objectos e de lidar mentalmente com eles. A linguagem , a imagem mental e o jogo simblico so manifestaes da funo simblica. A linguagem permite criana comunicar com os outros, contudo, neste perodo a criana muito egocntrica, pelo que o dilogo inexistente, mesmo quando brinca com outras crianas, pois fala para si sem se interessar pelas respostas dos outros. A este propsito, devemos falar de monlogo colectivo, em vez de dilogo. O jogo simblico tambm marcado pelo egocentrismo, pois a criana torna o real no real dos seus desejos, transformando os objectos naquilo que quer. A esta capacidade da criana chamamos realismo. A emisso de palavras significa que a criana j possui imagens mentais. Piaget fala a este respeito de pr-conceitos, na medida em que a criana, no dispondo ainda de esquemas de generalizao, incapaz de distinguir com nitidez todos de alguns. Neste perodo, os esquemas de aco so substitudos por esquemas de representao, assinalando o incio da inteligncia representativa ou pensamento. Nesta altura, a criana manifesta curiosidade por aquilo que a rodeia, mas interpreta as coisas sempre em funo de si, o que torna o pensamento incipiente e altamente egocntrico. O pensamento que comea neste perodo apresenta as seguintes caractersticas: o antropomorfismo, que se refere viso animista ou antropomrfica da criana, caracterstica deste perodo, a criana concebe as coisas como vivas e dotadas de inteno e sentimentos, semelhana do que se possa com os seres humanos. O antropomorfismo deste pensamento tambm se manifesta na noo de causalidade da criana. Em face dos acontecimentos, a criana pergunta: o que ?; porqu?. Estas questes no exigem apenas resposta causal, mas tambm final, na medida em que ela entende que tudo orientado para um fim. Apesar de j possuir inteligncia representativa, a causalidade que atribui aos objectos de natureza finalista. Nesta fase da vida, os pr-conceitos permitem criana produzir inferncias, que contudo no so do tipo indutivo nem do tipo dedutivo. O raciocnio da criana procede por vaga analogia associativa. Isto significa que criana vai recorrer a uma generalizao ainda imprecisa e sem controlo. Por exemplo,
se a criana vir um tigre na televiso vai dizer que se trata de um gato, dadas as suas caractersticas serem idnticas s de um gato. A este tipo de raciocnio, Piaget designa raciocnio transductivo. O raciocnio dedutivo tambm prprio desta fase da vida da criana. Se, nesta fase, colocarmos em fila oito fichas brancas, separadas por pequenos intervalos e pedirmos a uma criana que, com fichas pretas, construa uma fila igual, veremos que far uma fila do mesmo comprimento da branca, mas sem se preocupar com a correspondncia termo a termo. Conclui-se assim, que a criana avalia a quantidade pela percepo do espao ocupado, ou seja, pela configurao global, sem se deter na anlise das relaes entre os objectos. Estdio das operaes concretas: dos 7 aos 11 anos. Nesta fase, as estruturas intuitivas transformam-se num sistema de relaes de tipo operatrio, o que significa que as aces interiorizadas ou aces mentais que j se manifestam no perodo precedente tornam-se agora reversveis e designam-se por operaes. Piaget realizou vrias experincias para estudar a reversibilidade de pensamento, presente nas operaes que as crianas so capazes de efectuar neste estdio. a conservao: se deitarmos em 2 copos iguais a mesma quantidade de gua e se fizermos notar a uma criana de 4 ou 5 anos que o lquido se encontra ao mesmo nvel nos 2 copos, ela admiti-lo- imediatamente. Porm, se, em seguida, transvasarmos o lquido de um dos copos para um recipiente mais estreito e mais alto e lhe perguntarmos qual o que contm mais gua, ela apontar para o recipiente alto e estreito. Isto significa que a criana no estdio anteriormente referido ainda no atingiu o nvel operatrio, uma vez que no capaz de regressar mentalmente ao ponto inicial. As suas operaes no possuem ainda a reversibilidade. Quando uma criana atinge o pensamento operatrio, afirmar sem reservas que a quantidade de lquido no se alterou pelo facto de ter sido mudado de um vaso para o outro. Poder mesmo servir-se de argumentos para justificar a sua resposta. So trs os tipos de argumentos a que pode recorrer: o da identidade, o da reversibilidade e o da compensao. Identidade a mesma gua porque no se ps nem se tirou nenhuma./ Reversibilidade a mesma gua porque, se se voltasse a deitar no copo pequeno, ficava como dantes./ Compensao a mesma gua porque este copo mais alto mas tambm mais estreito. Quando uma criana justifica de uma destas formas, significa que j est de posse do esquema da conservao da quantidade. Ainda neste perodo, adquirir a conservao de peso, de volume, etc. - a classificao: se colocarmos uma criana, ainda em estdio pr-operatrio , perante brinquedos ou figuras de animais , em que haja oito ces caniche, dois ces terrier e trs gatos e lhe pedirmos para fazer coleces de animais, ela far trs grupos simples, um de terriers, outro de ces caniches e outro de gatos. A criana j tem assim a noo de incluso em classes. A confuso entre todos e alguns, caracterstica dos perodos anteriores, tende, portanto, a desaparecer nesta fase. Contudo, as estruturaes lgicas apresentam ainda algumas limitaes. As operaes so concretas, recaindo directamente sobre os objectos e situaes actuais, no sendo ainda capaz de raciocinar sobre situaes hipotticas. Estdio das operaes formais: dos 11 aos 15 anos. Ao contrrio do anterior estdio, durante a adolescncia desenvolve-se a inteligncia formal, que significa a entrada num domnio novo que o do pensamento puro. Assim, nesta fase, o adolescente capaz de raciocinar sobre hipteses abstractas, ou seja, proposies enunciadas verbalmente, ou atravs de outros smbolos, a partir dos quais se efectuam os encadeamentos tpicos da lgica formal. Desta forma, o adolescente j capaz de raciocinar dedutivamente a partir de hipteses, mas tambm capaz de formular hipteses para resolver um problema, as quais compara de forma sistemtica na experincia, at encontrar a soluo explicativa mais adequada. Ao mesmo tempo, surge tambm a possibilidade de compreender princpios abstractos, demonstrando uma grande abertura a conceitos cientficos e filosficos a que no demonstrava qualquer interesse em fases anteriores. Esta nova capacidade para pensar abstractamente leva o adolescente a fazer da sua prpria reflexo um objecto sobre o qual pode reflectir. Esta atitude reflexiva imbuda de um novo egocentrismo intelectual que se manifesta na convico de que o seu pensamento est apto a resolver
todos os problemas e de que se as suas ideias so indubitavelmente as melhores. O jovem actua como se os outros e o mundo tivessem que se organizar em funo dos seus pontos de vista, que apresenta e defende por via lgico- argumentativa. Nesta fase, o adolescente capaz de se colocar na perspectiva do outro, atingindo um novo equilbrio eu- mundo. Freud e o desenvolvimento psicossexual Assim como Piaget na perspectiva cognitiva, tambm Freud considera que a compreenso do comportamento exige uma anlise dos fenmenos psquicos. Contudo, se a perspectiva cognitiva encara as pessoas como processadoras racionais de informao, a perspectiva psicodinmica procura evidenciar aspectos em que a racionalidade humana falha: enfatiza as motivaes inconscientes e o papel desempenhado pelas vivncias emocionais infantis na estruturao da personalidade do adulto. Segundo Freud, o nosso aparelho psquico ou estrutura da personalidade, formado por 3 componentes ou sistemas motivacionais, tambm designados por instncias do eu ou instncias de personalidade, so elas o id, o ego e o superego. O id, tambm designado por infraeu ou infraego, constitudo por todos os impulsos biolgicos, como a fome, a sede e o sexo, que exigem satisfao imediata. o fundamento da sobrevivncia individual e da espcie. O superego, tambm chamado supereu, formado pelo conjunto de regras e proibies impostas primeiramente pelos pais e depois pela sociedade em geral e que foram interiorizados pelo indivduo. o fundamento da moral. O ego, tambm chamado eu, o elemento decisor dos conflitos travados entre o id e o superego, portanto, o fundamento racional da personalidade humana. Segundo Freud, estas 3 instncias estabelecem entre si uma relao dinmica, muitas vezes conflitual, de que resulta a conduta das pessoas. Assim, o comportamento de umas pessoas compreende- se pela supremacia do id e o comportamento de outras compreende-se pela supremacia do superego. A nvel gentico, o id o primeiro elemento. Nasce com a criana, sendo a nica motivao do beb nos primeiros meses de vida, o que significa que a energia psquica deriva apenas de tendncias instintivas de natureza biolgica, cujo nico objectivo a satisfao imediata na busca exclusiva do prazer. O ego, de acordo com a teoria psicanaltica, surge relativamente cedo, medida que a criana vai experienciando e se vai apercebendo de privaes e recusas no mundo exterior. O ego tem por funo orientar as pulses de acordo com as exigncias da realidade, tornando possvel a adaptao do indivduo ao mundo externo, de forma a ficar apto a enfrentar situaes geradoras de ansiedade. Sendo o rbitro na luta entre as pulses inatas e o meio, o ego desenvolve um conjunto de mecanismos de defesa que exercem um controlo inconsciente sobre as pulses que ameaam o equilbrio psquico do indivduo, canalizando-as para formas indirectas e substitutivas da obteno do prazer. O superego constitui a moral do indivduo e tem a sua origem na relao da criana com os pais, que lhe fazem exigncias, interdies e ameaas que pesam sobre a criana. Este controlo imposto a partir do exterior tende a ser interiorizado, pelo que por volta dos 7 anos, o superego j uma instncia interna que actua de modo automtico e espontneo. O superego formado ento por princpios morais e representa um conjunto de valores nucleares como a honestidade, o sentido de dever e de responsabilidade, as obrigaes, etc.... Contudo, o superego no elimina a actuao do id, que se mantm activo ao longo da vida. Toda a teoria de Freud desenvolve-se roda do conceito de energia psicossexual ou lbido, cuja provenincia so as pulses biolgicas e instintivas do id. Freud defende que o desejo ou busca do prazer psicossexual surge no indivduo antes da puberdade, logo a partir do nascimento. O termo prazer psicossexual usado por Freud num sentido muito amplo, que inclui as sensaes agradveis resultantes da estimulao de diversas reas do corpo e considera que a energia psicossexual ou lbido deriva de processos metablicos. Os rgos envolvidos na digesto e procriao, fundamentais para a sobrevivncia do indivduo e da espcie, so zonas ergenas, ou seja, fontes instintivas de prazer sexual. Desde modo, a criana atravessa uma srie de estdios, cada um dos quais se associa a sensaes de prazer ligadas a uma zona ergena especfica. O controlo destas sensaes origina conflitos cuja
resoluo influencia a formao da personalidade adulta, pelo que para alcanar a maturidade psicolgica, o indivduo deve resolver positivamente os conflitos prprios de cada etapa. Assim, as pessoas que experienciam um excesso de frustrao ou de satisfao dos sentimentos sexuais de cada perodo podero permanecer psicologicamente presas a esse estdio, fenmeno designado por fixao, segundo Freud. O Estdio oral decorre desde o nascimento at aos 12/18 meses. Durante este perodo a boca a principal fonte de prazer, tornando-se numa zona ergena, dado que no se presta apenas satisfao das necessidades alimentares do beb, como tambm se constitui como fonte de prazer sensual, pelo que nesta fase, seja ou no alimento, tudo o que a criana agarra levado boca. O seio materno ento fonte de grande satisfao que lhe permite estabelecer uma relao afectiva de proximidade com a me, cuja natureza marca o modo como futuramente se relacionar com o mundo. No incio deste estdio, a criana vive um estado de indiferenciao eu- mundo com o qual contacta fundamentalmente atravs da boca e por isso que durante alguns meses se limita a mamar no seio, na chupeta ou no bibero passivamente. Posteriormente, ela prpria procura agarrar qualquer objecto, chegando a mord-lo, de acordo com o desenvolvimento de uma oralidade mais agressiva, para a qual contribui o aparecimento de dentio. Segundo Freud, a fixao neste estdio conduz tendncia exagerada para comportamentos de gratificao oral, como por exemplo, comer, beber, beijar e fumar. Neste perodo, comea-se a estruturar a personalidade, desenvolvendo-se algumas caractersticas com dimenses bipolares, de acordo com o excesso de satisfao ou de desprazer. Posteriormente, Freud coloca a criana no Estdio anal, que decorre dos 12/18 meses aos 3 anos. Neste perodo, mais especificamente aos 2 anos, a criana comea a desenvolver o controlo muscular ligado defecao, sendo que a descarga reflexa produzida pela presso nos msculos do esfncter anal, torna-se agradvel. Deste modo, tanto reter, como expulsar fezes torna-se numa fonte de prazer, constituindo a regio anal como a zona ergena desta fase. Tambm por esta altura, os pais preocupam- se com a criao de hbitos de higiene. Se a exigncia dos pais for demasiado rgida a criana tende a reter as fezes ou a expuls-las nos momentos mais inoportunos. Segundo Freud, a educao do asseio demasiado restritiva ou tolerante pode determinar 2 tipos de personalidade adulta: - No retentivo-anal, verificam-se caractersticas como avareza, obstinao, meticulosidade, ordem compulsiva. - No expulsivo-anal, verifica-se a tolerncia, a submisso, a generosidade excessiva e desordem. Dos 3 aos 5/6 anos, a criana encontra-se no Estdio flico, cujo objecto da lbido so os rgos genitais. Isto porque nesta fase que a criana descobre que o corpo dos rapazes e das raparigas e diferente, pelo que a criana obtm prazer ao tocar nos rgos genitais. Se os pais ensinam aos filhos que isso vergonhosos, os rapazes podem contrair o medo da castrao e as raparigas a inveja do pnis. Rapazes ou raparigas podem apresentar, futuramente, dificuldades de relacionamento sexual. Nesta fase, as crianas vivem a primeira experincia de amor heterossexual. O rapaz nutre uma atraco especial pela me, ao mesmo tempo que desenvolve uma agresso competitiva em relao ao pai; contudo, procura imit-lo para conquistar a me, desenvolvendo assim o conceito de masculinidade. Freud designou esta vivncia complexo de dipo. No caso da rapariga, esta sente-se atrada pelo pai, vendo a me como um obstculo realizao dos seus desejos, embora procure parecer-se com ela, de forma a seduzir o pai, construindo o conceito de feminilidade; esta vivncia designada complexo de Electra. Quando estes complexos no so bem resolvidos, quer porque as fantasias sexuais infantis so satisfeitas por defeito ou por excesso, pode ocorrer uma fixao nesta fase, da qual resultam dimenses bipolares de personalidade: orgulho-humildade; seduo-retraimento; promiscuidade-castidade. Dos 5/6 anos aos 12/13 anos, a criana encontra-se no Estdio de latncia. Nesta fase, os desejos sexuais esto praticamente ausentes. Esta situao de apaziguamento das pulses sexuais deve-se amnsia infantil, processo pelo qual a criana reprime no inconsciente as experincias fortes do estdio flico. A criana canaliza a energia psquica para actividades de outro tipo. A curiosidade sexual cede lugar curiosidade intelectual que a entrada na escola ajuda a desenvolver, tambm na medida em que afasta a criana do mundo familiar carregado de afectividade e portanto a explorao, a descoberta, a procura e a inveno ocupam a criana num sem- nmero de actividades de acordo com os seus gostos ou
metas a atingir. Durante este perodo de acalmia sexual, a criana procura tornar-se numa espcie de criana-modelo bem comportada e apreciada pelos pais, professores e amigos. O aparelho psquico constitudo pelas 3 instncias,- id, ego, superego- est completamente organizada nesta fase, pelo que a estrutura da personalidade se encontra praticamente formada. No estdio seguinte, o desenvolvimento psicossexual est terminado. Aps o estdio de latncia, Freud considera o Estdio Genital, desencadeado depois da puberdade. Nesta fase, a sexualidade desperta de novo e com grande intensidade, facto explicvel pela maturao orgnica e aos impulsos desencadeados pela consequente produo de hormonas sexuais. Este estdio torna-se assim uma repetio dos perodos precedentes, pelo que se reactivam os conflitos vividos na infncia. O complexo de dipo revivido pelo adolescente de uma forma muito especial, o amor vivido no perodo flico em relao ao progenitor do sexo oposto agora canalizado para uma atraco heterossexual por pessoas alheias ao universo familiar. A satisfao dos impulsos da lbido procurada pela prtica de actividades sexuais de natureza genital. Os jovens que atingem este estdio aps terem resolvido os conflitos inerentes s fases anteriores, esto preparados para o exerccio de actos ligados reproduo, bem como para assumir as responsabilidades da idade adulta. No h fixao neste perodo, visto ser a ltima etapa desenvolvimento psicossexual. Erikson e o desenvolvimento psicossocial A perspectiva de Erikson caracteriza-se pela sua nfase nos aspectos psicossociais. Apesar de discpulo de Freud, Erikson descorda da teoria deste psiclogo, nomeadamente nos seguintes aspectos: valorizao exagerada da energia libidinal como chave explicativa do desenvolvimento; Reduo do desenvolvimento aos perodos que decorrem da infncia adolescncia; Subestimao das interaces indivduo- meio; Privilgio concedido vertente patolgica da personalidade Pelo contrrio, Erikson apresenta uma teoria de desenvolvimento, cujos pressupostos so os seguintes: a energia que orienta o desenvolvimento essencialmente de natureza psicossocial, havendo portanto uma valorizao interaco entre a personalidade em transformao e o meio social; o desenvolvimento um processo contnuo que se inicia com o nascimento e se prolonga at ao final da vida; a personalidade constri-se medida que a pessoa progride por estdios psicossociais que, no seu conjunto, constituem o ciclo da vida; em cada estdio manifesta-se uma crise que vivida em funo de aspectos biolgicos, individuais e sociais. A crise consiste num conflito ou dilema que deve ser resolvido, sendo que existe uma soluo positiva e negativa para cada um deles; os conflitos esto, desde o nascimento, latentes no indivduo, s se tronando patentes e predominantes em fases especficas da vida; quando as crises so resolvidas de forma positiva, resultam em equilbrio e sade mental, j as solues negativas das crises conduzem ao desajustamento e ao sentimento de fracasso; ajustamento ou desajustamento no so situaes ou estados definitivos. Em fases subsequentes, o indivduo pode passar por experincias positivas e negativas que contrariem as vivncias tidas em estados anteriores. Desta forma, o conceito de crise , segundo Erikson fundamental para a construo da personalidade, que se desenvolve em funo da resoluo de crises sucessivas. De acordo com a forma como a crise for resolvida, a pessoa situar-se- mais ou menos adequadamente no contexto social. As crises psicolgicas que permitem ao indivduo adquirir sentimentos, como confiana em si prprio, autonomia, iniciativa, ou, ao invs, falta de confiana, sentimentos de inferioridade e culpabilidade, surgem ao longo da vida, distribudas por 8 idades, em cada uma das quais aparecem virtudes especficas. Erikson emprega o termo virtude com o significado de uma aquisio positiva que ocorre quando a resoluo da crise favorvel. Esta aquisio constitui um ganho psicolgico emocional e social que se pode traduzir por um valor, por uma caracterstica de personalidade, por uma competncia, por uma qualidade pessoal ou por um sentimento.
1 idade Beb: vai desde o nascimento at aos 18 meses. O conflito tpico desta idade : Confiana vs. Desconfiana. Durante este perodo, o relacionamento com a me da maior importncia. Se a me alimenta bem o filho, se o aconchega e acarinha, brinca e fala ternamente com ele, o beb desenvolve o sentimento de que o ambiente agradvel e seguro, criando uma atitude bsica de confiana e face ao mundo. Contudo, se pelo contrrio, o comportamento da me no satisfaz o beb, este desenvolve medos e suspeitas que contribuem para a formao de uma atitude negativa de desconfiana. A virtude desenvolvida durante este perodo a esperana. Esta fase corresponde ao estdio oral da teoria de Freud. 2 idade criana de tenra idade: situa-se desde os 18 meses at aos 3 anos. O conflito tpico desta idade a Autonomia vs. Vergonha e dvida. Nesta fase, as crianas sentem ainda necessidade de proteco, mas simultaneamente, gostam de experimentar. Por isso, sentem-se bem sempre que podem exercitar as suas capacidades motoras: correr, puxar, empurrar, segurar, largar so actividades que treinam e procuram desenvolver. Se os pais encorajarem a criana a exercitar estas habilidades, ela desenvolve o controlo dos seus msculos, o que contribui para o domnio do seu prprio corpo e do ambiente que a rodeia. Desta forma, a criana ganha autonomia. No entanto, se a criana for impedida de usar as suas capacidades ou se lhe exigido que use essas capacidades precocemente, a criana desenvolve sentimentos negativos, como a vergonha e a dvida. A boa resoluo entre aquilo que a criana quer e o que os outros exigem dela, resulta na sua fora de vontade, virtude prpria desta idade. Este perodo aproxima-se do estdio anal da teoria de Freud. 3 idade criana em idade pr-escolar: dos 3 aos 6 anos. O conflito prprio desta fase Iniciativa vs. Sentimento de culpa. O desejo de experimentar mantm-se e amplia-se com a aquisio de novas capacidades intelectuais, como o pensamento e a linguagem, que usa como outras formas de explorar a realidade. Com elas toma iniciativas, idealiza faanhas, realiza tarefas e exibe-se. Se os pais compreendem e aceitam o jogo activo das crianas, estas sentem que o seu sentido de iniciativa valorizado. Porm, se os pais se impacientam e consideram disparatadas as suas perguntas, brincadeiras e actividades, as crianas sentem-se culpadas e inseguras, evitando agir de acordo com os seus prprios desejos. A virtude prpria deste perodo a tenacidade, desenvolvida quando o conflito resolvido de forma positiva. Este perodo aproxima-se do estdio flico da teoria de Freud. 4 idade criana em idade escolar: dos 6 aos 12 anos. O conflito prprio desta idade Diligncia vs. Sentimento de inferioridade. A criana franqueia o universo da escola, onde se espera que faa grandes aprendizagens, a nvel acadmico e social. Sonha com o sucesso, desenvolvendo esquemas cognitivos para se tornar excelente nas tarefas desempenhadas. Quando as crianas se sentem menos capazes do que os seus pares, sentem-se inferiores. No entanto, se se sentirem bem sucedidas e acreditarem nas suas capacidades e no seu valor pessoal, empenham-se comprazer no trabalho, desenvolvendo a diligncia. A virtude desenvolvida nesta fase a competncia ou percia. Este perodo aproxima-se do estdio de latncia da teoria de Freud. 5 idade adolescente: dos 12 aos 20 anos. O conflito prprio desta idade Identidade vs. Confuso. Nesta idade, o adolescente apercebe-se da sua singularidade como pessoa, adquirindo a noo de que um ser nico, com identidade prpria, mas inserido num meio social onde tem vrios papis a desempenhar, pelo que o adolescente vai ter de integrar diversas auto- imagens: jovem, amigo, estudante, seguidor, lder,, trabalhador, homem ou mulher numa nica imagem e a partir dela que escolhe uma carreira profissional e um estilo de vida. Se nos perodos anteriores conseguiram obter confiana bsica, autonomia, iniciativa e diligncia, os adolescentes constrem mais facilmente a sua identidade. Se pelo contrrio, manifestam dificuldades em saber o que so, o que querem, que opes fazer e que papel desempenhar, vivem situaes difceis de confuso e indeciso.
A virtude desenvolvida nesta fase a lealdade (para com si prprio) ou fidelidade. Este perodo aproxima-se ao estdio genital da teoria de Freud. 6 idade jovem adulto: dos 20
aos 35 anos. O conflito tpico desta idade Intimidade vs. Isolamento. Nesta fase, o jovem adulto j est preparado para estabelecer laos sociais caracterizados pelo bem-estar, amizade, partilha e confiana. A intimidade requer que o sentimento de identidade pessoal facilite o relacionamento com outrem numa base de compromissos, alterao de hbitos e, mesmo, de aceitao de sacrifcios. As dificuldades em estabelecer relacionamentos ntimos contribuem para que as pessoas se fechem em si mesmas e permaneam no isolamento. As virtudes desenvolvidas nesta idade so o amor e a afiliao (querer sentir-se querido). 7 a idade adulto: dos 35 anos aos 65 anos. O conflito tpico desta idade Generatividade vs. Estagnao. O termo generatividade foi criado por Erikson e designa o comprometimento do adulto em relao ao futuro e nova gerao. A afirmao pessoal do adulto desenvolvida atravs das preocupaes com os jovem , o seu bem-estar e o desejo de contribuir para um mundo melhor. No entanto, se em vez de desenvolver actividades que considera produtivas e teis aos outros, o adulto se preocupa apenas consigo prprio, a sua vida caracteriza-se pela estagnao. As virtudes adquiridas neste estdio so a produo e a ajuda aos outros. 8 a idade Idoso: dos 65 anos em diante. O conflito tpico deste perodo a Integridade vs. Desespero. Esta fase coincide com a entrada na reforma, em que a pessoa se empenha em reflectir, fazendo um balano da sua vida. Quando a pessoa se sente satisfeita por considerar que a sua vida teve mrito, surge o sentimento de integridade. Nas situaes em que a pessoa se apercebe de que nada que fez que tivesse sentido e de que j demasiado tarde para comear de novo, surge o desespero. A principal virtude adquirida neta idade a sabedoria. A relao me- filho Assim que nasce, a criana faz parte de uma famlia que o grupo bsico da sociedade, sendo que posteriormente se integrar noutros grupos, sendo-lhe conferido o estatuto de ser humano. Desta forma, constatamos que o desenvolvimento e a socializao so processos simultneos e interdependentes. Nos primeiros tempos de vida, o universo social da criana centra-se na me, pelo que a relao que +e estabelecida entre ambos deve ser considerada de um modo particular. Durante sculos, o papel da mulher no grupo familiar era unicamente ocupar-se das tarefas caseiras e cuidar dos filhos. Quando dava luz, a mulher sabia perfeitamente como lidar com o recm- nascido: aliment-lo e lav-lo. Acreditava-se, no entanto, que o beb apenas tinha estas necessidades, assemelhando-se a um tubo digestivo desprovido de capacidades para alm da suco, do choro e pouco mais. Pensava-se assim que o recm-nascido no via, no ouvia, no distingui cheiros, nem sentia outras emoes a no ser as dores de origem digestiva. O beb era considerado desprovido de memria e incapaz de qualquer aprendizagem. Assim sendo, durante o primeiro ano de vida, os cuidados materiais eram concebidos como tarefas cujo objectivo era simplesmente assegurar o crescimento fsico e a maturao fisiolgica do beb, de modo a ficar apto a, futuramente, saber comportar-se como um adulto. A psicologia do desenvolvimento alterou substancialmente as concepes do passado acerca do recm-nascido, que deixou de ser encarado como um ser insuficiente e passivo, a viver durante meses na mais completa indiferena a tudo o que o rodeia, passando a ser considerado como um ser de dotado de natureza activa, desperto para o mundo envolvente. Tm-se a noo de que o recm-nascido portador de necessidades especficas que exigem ser satisfeitas e de capacidades espera de serem desenvolvidas. Piaget, Freud e Erikson, cada um na sua perspectiva, consideravam uma nova infncia, em que a criana, desde o nascimento, vai-se desenvolvendo a nvel intelectual, afectivo e social, respectivamente. Piaget apresenta o Estdio da inteligncia sensrio-motora, como base de todo o desenvolvimento intelectual futuro. De acordo com Piaget, a criana nasce com esquemas de aco que quando desenvolvidos e interiorizados, se transformam, mais tarde, em esquemas de pensamento.
Freud, por sua vez, centra-se na capacidade de a criana sentir prazer e desprazer praticamente desde o momento do nascimento. Centradas na amamentao as primeiras vivncias afectivas contribuem para a formao da personalidade, determinando o ulterior relacionamento emocional com as outras pessoas. Por fim, temos a teoria de Erikson, segundo a qual a confiana ou desconfiana norteiam o relacionamento social., radicando nas experincias vividas durante os primeiros meses de vida. O modo como beb resolve o primeiro conflito existencial influencia o grau de esperana num futuro relacionamento social gratificante. Todos estes psiclogos evidenciam que o desenvolvimento dinmico e que necessita de uma relao com outrem. A me ento o primeiro agente atravs do qual a criana intercambia com o meio, desenvolvendo com ela as primeiras relaes afectivas e iniciando o seu processo de relacionamento com o mundo fsico e social. Estas concepes contemporneas acerca do que a criana nos primeiros tempos, mudaram o modo como a me assume os cuidados maternais, pelo que a criana apresenta necessidades que no so exclusivamente comer, dormir, estar limpa e agasalhada. s necessidade fisiolgicas juntam-se outras que se no forem satisfeitas, comprometero o desenvolvimento harmonioso da personalidade individual. Muitos psiclogos se tm dedicado ao estudo da privao do afecto materno. A este respeito, a psicanalista Ana Freud efectuou observaes em infantrios fundados no tempo da guerra para acolher os filhos das mes trabalhadoras cujos maridos se tinham alistado em combate. Estas crianas eram bem cuidadas em termos de alimentao e higiene, no entanto, quase todas apresentavam perturbaes emotivas e atraso no desenvolvimento, cujas causas foram atribudas ausncia de afecto materno. Tambm o psicanalista americano Spitz efectuou estudos semelhantes, observando crianas abandonadas que passaram a viver, desde os primeiros meses de vida, em orfanatos e outras instituies similares. Spitz concluiu que a privao dos cuidados e aconchego maternos levavam morte precoce, dificuldades no relacionamento interpessoal manifestados por condutas que passam pela insensibilidade a outrem e pela tendncia para, a todo o custo, granjear o afecto e a ateno dos outros. As observaes de Bowlby so mais recentes e foram feitas em crianas de tenra idade. Bowlby concluiu que quando as crianas so afastadas da famlia por perodos de tempo superiores a 3 meses, vm a sofrer de perturbaes que se desenvolvem em 3 fases: inicialmente, mostram desespero; em seguida, irritao e clera, mesmo em relao famlia; por ltimo caem num estado de indiferena e apatia. O vnculo afectivo que se estabelece entre o filho e a me e que se traduz pelo desejo da presena desta e do seu contacto tem uma origem de cariz emocional, cuja satisfao reside em experincias gratificantes como: estar ao colo, ser embalado, abraado, e beijado, receber afagos, festas e carcias. Ao contrrio da teoria de Freud e com se pensava at finais dos anos 50, que esse vnculo afectivo era uma resposta natural me enquanto elemento que lhe satisfaz as necessidades fisiolgicas. Harlow realizou experincias notveis em que macacos eram criados por 2 mes artificiais, sendo que uma era feita de arame, tinha uma espcie de bibero onde eles se alimentavam; outra, revestida de material felpudo, proporcionava aos macaquinhos um contacto macio e agradvel. Harlow verificou que os animaizinhos estabeleceram um vnculo afectivo com a me de veludo, permanecendo a maior parte do tempo abraados a ela na procura do conforto que a me de arame no lhes podia dar. Mesmo quando sentiam fome ou queriam explorar objectos nas imediaes, procuravam uma posio que lhes permitisse no perderem o contacto com a me mais confortvel. Mal se apercebiam da presena de objectos estranhos, corriam para ela e agarravam-se-lhe com todas as foras. Pouco depois, acalmavam-se ao seu colo e observavam os objectos. Parecia estarem a viver um conflito entre o medo que o 2estranho lhes provocava e a curiosidade que sentiam pela novidade. Progressivamente, iam explorando os objectos, usando a me como base de apoio: corriam a tocar num objecto e regressavam rapidamente; voltavam aos objectos mais calmamente e, alguns, transportavam os objectos para junto dela.
Harlow concluiu assim, que aps estabelecido o vnculo afectivo, a me de veludo proporcionava-lhes sentimentos de segurana que contribuam para a perda de receio quando pretendiam satisfazer a sua necessidade. Inicialmente, Harlow pensou que as mes felpudas satisfaziam as necessidades emocionais dos bebs macacos, pois entre os 3 e os 6 meses pareciam saudveis e normais. No entanto, no se tornaram adolescentes nem adultos com padres de comportamento semelhantes aos dos outros macacos. Harlow verificou o seguinte: Apresentavam comportamentos compulsivos, movendo-se em crculos ou baloiando o corpo para trs e para diante; no revelavam qualquer interesse por outros macacos ou pessoas; eram sexualmente desajustados, no se relacionando normalmente com macacos do sexo oposto; quando algumas macacas ficaram grvidas mostravam-se incapazes de cuidar dos filhos e rejeitavam-nos agressivamente. Alguns dos macaquinhos recm-nascidos morreram mesmo. A razo destas perturbaes foram atribudas privao ou dfice de estimulao sensorial, perceptiva e social que os macacos sofreram na situao de isolamento. Apesar de se ligarem afectivamente me substituta, esta no interagia com eles, no havendo um intercmbio de sinais , pelo que as mes substitutas no lhes ensinaram a comportar-se em sociedade. Das observaes de Harlow podemos concluir que o beb precisa de criar laos afectivos com algum, mas tambm de viver num meio social estimulante onde possa interagir com os outros e aprender a comportar-se em sociedade. A adolescncia Por adolescncia entende-se a etapa da vida que se estende da infncia idade adulta. Inicia-se com a puberdade, ou seja, com os primeiros sinais de maturao sexual, o que, em termos de idade, varia conforme os sexos, o clima, o meio e a cultura. O fim muito mais difcil de identificar, uma vez que ser adulto essencialmente um estado de esprito e no uma mera condio de crescimento do corpo. A adolescncia esta poca longa de transio entre a infncia e a idade adulta. Os adolescentes esto a afirmar a sua independncia, tarefa por vezes penosa e pouco apoiada pelos pais, que os vem a deixar de se comportar como crianas cumpridoras e obedientes e a no se comportarem ainda como adultos responsveis. Esta atitude paterna encontra paralelo no modo de sentir paradoxal do filho, que se acha demasiado velho para ser tratado como criana e demasiado novo para assumir os deveres e um adulto. Este perodo da vida no pode ser caracterizado em termos absolutos. Assim, se queremos caracterizar a singularidade da adolescncia, temos que considerar, desde j, que essa singularidade reside, exactamente, na sua pluralidade. Um dos factores que mais contribuem para fazer da adolescncia um conceito plural advm da vivncia particular que cada jovem faz das diversas e profundas transformaes que ocorrem em si ao longo deste perodo. A entrada em funcionamento dos mecanismos hormonais determina o crescimento rpido do corpo e o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundrios. As alteraes de cariz psicolgico so sinal de que os jovens esto, sob o ponto de vista orgnico, aptos para a funo reprodutora. Simultaneamente, os jovens desenvolvem uma nova forma de pensar. As operaes formais conferem-lhe a capacidade de efectuar uma descolagem mental do concretamente vivido para a esfera do abstractamente imaginado. O pensamento do adolescente caracterizado pelo seu egocentrismo, levando-o a crer que as experincias por que passa s to suas e nicas que muito dificilmente algum as poder entender. O adolescente sente-se muitas vezes incompreendido, mesmo sentindo que as pessoas se preocupam consigo. Uma outra forma de egocentrismo dos primeiros anos da adolescncia consiste em os jovens, apesar de bem informados sobre os perigos que assolam as pessoas, negarem psicologicamente a hiptese de eles prprios serem vtimas desses perigos. Este sentimento de invulnerabilidade incentiva-os aventura, expondo-os a riscos que muitas vezes tm consequncias dramticas e irreversveis.
medida que, progressivamente, atinge uma maior maturidade intelectual, o adolescente torna-se sensvel a novas questes, interessando-se por explorar domnios at ento inacessveis, pelo que se sente impelido a aprofundar o conhecimento de si e do mundo. Neste percurso, o jovem reavalia as suas convices, at ento inquestionveis. O carcter absoluto dos valores que aceitava do adulto agora relativizado, ao passar pelo seu pensamento autnomo. A anlise crtica que o adolescente comea a fazer no significa abandono ou total rejeio de crenas e valores que trazia na infncia. Eles podem, pelo contrrio, ser includos em lugar de destaque na hierarquia valorativa, que agora constri. S que, assim sendo, eles so pessoalmente assumidos como significativos e j no apenas respeitados porque impostos pela autoridade do adulto. Deste modo, o jovem empenha-se fortemente na equacionao de problemas de natureza tico- moral, assumindo posies tericas defensoras de ideais. Em todas as sociedades circulam ideias feitas ou preconceitos acerca da adolescncia carecendo de fundamento, por no traduzirem adequadamente aquilo que se passa na realidade. Na sociedade ocidental contempornea, vulgar associar-se ao conceito de adolescncia todo um conjunto de comportamentos problemticos e desviantes relacionados com o consumo de droga, actos de vandalismo, violncia, roubo e homicdios, gravidez prematura, suicdio e outros. primeira vista, as estatsticas parecem validar a ideia de que a adolescncia propcia a comportamentos delinquentes e atitudes de desvio, contudo, referem-se a jovens com comportamentos de desvio, os quais constituem um problema social grave. Porm, como se tratava de estudar a delinquncia juvenil, os psiclogos no tinham como objectivo a observao de jovens com comportamentos socialmente aceitveis. A esmagadora maioria dos adolescentes que vivem dentro da normalidade raramente so estudados e a sua vida quotidiana praticamente ignorada. A delinquncia juvenil existe e merece que os adultos se preocupem com ela, mas generalizar indevidamente conduz a preconceitos sociais estigmatizadores. Estas investigaes apoiam em muitos aspectos a ideia de Erik Ekison de que a construo da identidade pessoal o acontecimento relevante do jovem nesta etapa da vida. Para essa construo, o adolescente precisa de contacto com os pais, de conviver com amigos e colegas e de gastar algum tempo consigo prprio. Identidade Quando chega adolescncia, o jovem vive uma srie de mudanas: mudanas fsicas, hormonais, cognitivas, sociais, morais, que provocam sentimentos de insegurana. Durante estas mudanas, o adolescente tem que construir a sua identidade pessoal. Entretanto, o pensamento abstracto instalado nesta fase d-lhe o poder de relativizar as coisas, pelo que os adultos deixam de ser as suas referncias irrepreensveis por que eram tidos na infncia. O adolescente ganha a conscincia de que os adultos mentem e roubam. Desta forma, o jovem depara-se com dificuldades acrescidas pela convico de que, para se afirmar na sua individualidade, precisa de ser diferente das outras pessoas, mas que s ser reconhecido e socialmente aceite se for como elas. Entre a infncia e a idade adulta, sem pertencer a uma ou a outra, o adolescente, inseguro, debate- se com a tarefa de construo de si prprio como ser singular e nico, tarefa que acarreta uma outra, a construo de um horizonte significativo, de um futuro em que confie para poder habitar. Identidade prescrita/outorgada Em todas as culturas, a partir da puberdade, os indivduos tm que desempenhar novos papis e assumir novas responsabilidades. Em muitas delas, espera-se que os filhos exeram funes idnticas s dos pais e se comportem como eles. Em algumas culturas, os pais podem escolher os parceiros com que os filhos ho-de casar, decidir o ano do casamento e o comportamento que devem ter antes, durante e depois do casamento. A identidade prescrita assim aquela que os jovens so exteriormente direccionados, no questionando, nem resistindo, pelo contrrio, aceitando passivamente os papis que lhes so prescritos por algum que detm autoridade sobre eles. A identidade destes jovens , portanto, adquirida segundo um plano pr- estabelecido, sem margem para manifestaes de autonomia, sem necessidade de procurar experincias, sem hesitaes nem sobressaltos, sem dificuldades, sem crises. Pelo menos, estes jovens evitam a ansiedade e as incertezas por que passam os que tentam encontrar-se a si prprios.
Apesar de se mostrarem contentes e seguros, os adolescentes com identidade prescrita tendem a ser dogmticos quando as suas convices so postas em causa e a impor papis s novas geraes. Crise de identidade Contudo, aquilo que mais prprio das sociedades ocidentais industrializadas oferecer aos jovens uma quantidade enorme de escolhas possveis; no entanto, apesar de parecerem liberais quanto s possibilidades oferecidas ao jovem para ele exercer a sua autonomia, estas sociedades no deixam de dificultar a afirmao da identidade ao prolongar-lhe excessivamente o perodo de dependncia em relao aos adultos. Permanncia em casa dos pais, sujeio econmica, restries comportamentais so entraves com que o jovem se debate quando pretende autonomizar-se, construir a sua identidade pessoal, situando-se assim num fluxo de foras contrrias que contribuem para que o jovem tenha que passar, segundo Erikson, por uma crise cuja vivncia e resoluo que determinaro a sua personalidade e a sua vida como adulto. Identidade difusa ou confusa A difuso da identidade caracteriza-se essencialmente pela inexistncia de um ncleo bem definido e estvel da personalidade do adolescente. Assim, o jovem entrega-se a tarefas que rapidamente abandona, experimentando sucessivos papis, no encontrando nenhum que lhe assente bem. O sentimento de incerteza quanto sua identidade e baixa auto- estima comum em muitos adolescentes fazem com que avaliem superficialmente as alternativas e de deixem fascinar por muitas delas, vivendo numa espcie de universo sem referncias, em que coisas, normas, valores, passado e futuro tm a marca da relatividade, o adolescente entrega-se ao presente, saltitando cata de experincias momentaneamente gratificantes como se fosse desprovido de razes, sem histria, sem horizonte, sem nada a que se agarrar. Identidade adquirida No final da adolescncia, suposto que o jovem tenha j construdo uma noo a seu respeito, isto , apresente uma estrutura bem definida, que integre o seu passado, as experincias que teve, os vrios papis que desempenhou. Para que o adolescente se sinta autnomo, sabendo quem e o que deseja na vida, preciso que sinta que os outros reconhecem a sua determinao em permanecer firme na pensar e no agir, no sentir e projectar. Neste sentido, desempenha papel fundamental o relacionamento estabelecido com algumas pessoas que, por serem significativas, se constituram como modelos de identificao. Moratria psicossocial Ao construir a sua identidade, o jovem no fica imune a sobressaltos, paragens, hesitaes e desvios de percurso. Na realidade, o jovem precisa, muitas vezes, de um perodo de pausa, afastando-se das presses e exigncias impostas pelo adulto. Por esta altura, ao jovem interessa-lhe experienciar a vida e as oportunidades que ela oferece, testando as suas capacidades em simultneo. Nesta aventura, o jovem quer estar s e tem como nico objectivo encontrar-se. Erikson designa por moratria psicossocial este perodo de latncia, que se caracteriza por ser um perodo de compasso de espera em relao aos compromissos adultos. A moratria, segundo Erikson, pode ser um perodo de vida bomia ou de devaneios imaginativos, de abnegao ou de extravagncias. A moratria pode ser confundida com a difuso da identidade, dado que em ambos os casos, o adolescente parece andar sem rumo. No entanto, elas distinguem-se nas vivncias subjectivas e nos objectivos prosseguidos. Na difuso da identidade, o adolescente anda, de facto, sem rumo, mas no faz nada para o remediar. O que o caracteriza a fuga s responsabilidades e o entregar-se fruio imediata do prazer. J na moratria, o jovem empenha-se na tarefa de encontrar um sentido para a sua vida; f-lo sozinho, recusando caminhar pelas pegadas dos outros. A moratria resume-se portanto a um perodo de espera que o jovem responsavelmente concede a si mesmo. uma espera activa, sendo um perodo em que o adolescente se experimenta e se avalia antes de assumir papis em relao aos quais desconhece se lhe ajustam ou se est preparado para os desempenhar com eficincia e dignidade.
A formao da identidade depende de diversos factores, como a famlia, a cultura, a poca e experincias de infncia. Vrios especialistas se tm dedicado a estudar este perodo de indefinio que caracteriza a adolescncia. o caso de Alan Waterman, que insiste na dificuldade de simplificar as regras de jogo tpicas desta fase. Segundo Waterman, a moratria no se prolonga indefinidamente; a partir dela o jovem pode construir a sua identidade ou cair na difuso. Do estado de difuso, o jovem pode aceder a uma moratria ou a uma identidade prescrita. Da identidade prescrita possvel passar a uma fase de difuso ou de moratria. Quando o jovem adquire a sua identidade, pode entrar num estado de crise, vivendo um perodo de moratria ou de difuso. Assim, no se pode definir objectivamente o percurso que conduz construo da identidade pessoal. O que se sabe, que a difuso da identidade sinnimo de dfice de auto-estima e incapacidade de suportar tenses, pelo que uma pessoa com identidade difusa, quando decide alguma coisa, f-lo sem a reflexo que seria necessria. Contrariamente, uma pessoa com identidade sente uma relativa realizao individual no que respeita ao sentimento de auto-estima, capacidade de suportar tenses e de resistir ao conformismo exagerado. Resumidamente, identidade significa poder de tomar decises e mant-las com relativa consistncia. Uma questo crucial para os pais de adolescentes neste momento de tanta rebeldia e confuso o to falado limite. Os ataques frontais aos pais, vindos desta necessidade de independncia da famlia, acabam por gerar crticas quanto a sua maneira de agir, vestir, amizades, gostos etc. Aproveitando essas circunstncias o adolescente julga no haver vantagens em permanecer sob a proteo familiar como um escape para sua necessidade de independncia. Embora esses ataques no visem destru-los, mas apenas diferenci-los. Esses adolescentes amam seus pais precisam de suas orientaes e direcionamentos estabelecendo limites para seus prprios impulsos de independncia. Grande parte dos adultos traz dificuldades na relao com o adolescente quando se trata da autoridade e da liberdade. Constata-se em vrias instituies educacionais e famlias a indeciso entre ser rigoroso ou indulgente, arbitrrio ou democrata. H um equvoco no pensar que liberdade ilimitada em nome da democracia mais educativa, isto pode criar o caos no desenvolvimento desse indivduo. Os jovens via de regra, no possuem dentro de si discernimento, juzo e capacidade necessria para fazer bom uso da liberdade ilimitada. Pais demasiadamente autoritrios deixaro somente duas opes ao jovem: conformar-se ou rebelar-se. Mais fcil seria se os adultos conseguissem um equilbrio entre ser coerentemente indulgentes e coerentemente firmes, sem tocar os dois extremos; aplicando leis de modo ponderado.