Bombeamento de Ekman
Bombeamento de Ekman
Bombeamento de Ekman
INSTITUTO OCEANOGRFICO
IOC5920 LABORATRIO DE DINMICA DE FLUIDO GEOFSICO
Profs. OLGA SATO e PAULO POLITO
Relatrio #6
B OMBEAMENTO DE E KMAN
Ana Paula Krelling
anapaulak@usp.br
Wandrey B. Watanabe
wandrey@usp.br
11 de junho de 2012
Resumo
A existncia de um rotacional no-nulo da tenso de cisalhamento do vento na superfcie dos
oceanos origina um divergente das velocidades horizontais e consequentemente um transporte vertical,
chamado de bombeamento de Ekman. No presente relatrio, so descritos dois experimentos que visam reproduzir este efeito em laboratrio. Em uma mesa girante, foi colocado um tanque cheio de gua
com duas ventoinhas afixadas no mesmo, posicionadas de forma que o vento gerado pelas mesmas formaria um giro ciclnico em um primeiro experimento, e um giro anti-ciclnico em um experimento
posterior. No experimento com giro ciclnico do vento, foi identificado movimento vertical ascendente
na rego central do tanque, evidenciado pela asceno de particulas de permanganato de potssio originalmente posicionadas no fundo do mesmo. Este movimento ascendente implica em divergncia de
velocidades horizontais em nveis superficiais no tanque. No experimento em que foi gerado um giro
anti-ciclnico do vento, foi identificado movimento vertical descendente no centro do mesmo, evidenciado pela descida de um corante com densidade prxima da gua colocado na superfcie da mesma.
Este movimento descendente implica em convegncia de velocidades horizontais prximo superfcie. Os experimentos realizados reproduzem os processos que ocorrem em giros ocenicos ciclnicos,
como o Vrtice de Vitria, e anti-ciclnicos, como os giros subtopicais.
Introduo
do movimento:
1 p
,
r
1 p
=
,
r
2uG =
2vrG
em r,
(1)
em ,
(2)
mento, sendo independente do fluxo interno geostrfico. Integrando na vertical este termo, tem-se
o transporte horizontal de Ekman, para tal, basta
combinar as equaes 3 com 2 e 4 com 1:
Z 0
1 ()
Vr =
(vr vrG ) dz =
,
(5)
2 0
Z 0
1 (r)
(u uG ) dz =
U =
, (6)
2 0
2r r
2 r
z h
2
(r)
u = uG +
e hE 0 sin hzE 4 +...
1
2||hE
=
( 0 ) z,
(8)
2
i
()
0 cos hzE 4 ,
onde wE a velocidade vertical na base da ca(4)
mada de Ekman, tambm chamada de bombeaq
mento de Ekman, e z o versor da coordenada ver
onde hE = ||
, sendo o coeficiente de viscotical. Observa-se que wE funo da componente
(r)
()
sidade molecular, e 0 e 0 so as componentes vertical do rotacional da tenso de cisalhamento do
da tenso de cisalhamento introduzida. Este um vento.
exemplo claro do que ocorre entre o oceano e a atApesar da influncia da viscosidade na supermosfera, onde esta introduz momento no oceano
fcie do oceano, essencialmente via tenso de cisaatravs da tenso de cisalhamento do vento.
lhamento do vento, ser restrita camada de Ekman
O termo referente viscosidade nas equaes superficial, seu efeito pode ser sentido em uma por3 e 4 depende exclusivamente da tenso de cisalha- o muito maior da coluna de gua. O transporte
2
2.2
2.2.1
Materiais e mtodos
2.2.2
2.1
Experimento 1
As ventoinhas foram posicionadas na poro superior do tanque, em dois cantos opostos, de forma
que o vento gerado pelas mesmas faria um giro ciclnico, isto , no mesmo sentido de rotao do
tanque. Assim posicionadas, o tanque, cheio de
gua at cerca de 1cm abaixo da base das ventoinhas, foi colocado em rotao a uma taxa de 5
rpm. Confetes foram colocados sobre a superfcie
do fluido para auxlio na verificao de entrada do
sistema em rotao de corpo slido. Aps cerca de
15 minutos, quando no foi mais identificado movimento dos confetes no referencial no-inercial,
foram despejadas duas pores de permanganato
de potssio prximas ao centro do tanque (Figura
1). Feito isto, as ventoinhas foram ligadas. Observaes foram realizadas e anotadas.
Observaes
Experimento 2
Lista de materiais
O arranjo do experimento 2 foi semelhante ao do
Mesa girante com velocidade de rotao ajus- experimento 1, com uma diferena: as ventoinhas
foram posicionadas de forma que o vento gerado
tvel;
pelas mesmas fizesse um giro anti-ciclnico. Aps
o sistema entrar em rotao de corpo slido, foi coCmera filmadora anexada mesa girante;
locado sobre a superfcie do fluido um corante de
densidade muito prxima da gua, e as ventoiMonitor conectado cmera;
nhas foram ligadas. Observaes foram realizadas
e anotadas.
Tanque de acrlico quadrado com lados de 40
cm e altura de 20 cm;
Permanganato de potssio;
3.1
Confetes de papel;
Resultados e discusso
Anlise terica
~0 = ar CD |~vw |~vw ,
3
(9)
3.2
Experimento 1
103 CD =
|~vw |
2, 7
+ 0, 142 +
,
|~vw |
13, 09
3.3
Experimento 2
No experimento 2, a gerao de um rotacional negativo da tenso de cisalhamento do vento implicou na gerao e uma zona de alta presso, ou convergncia de correntes em superfcie. Esta zona
de convergncia possui velocidade vertical descendente, o que pde ser identificado pela observao de um movimento descendente do corante.
Este movimento descendente necessariamente dever ser compensado por um movimento vertical
ascendente, o que ocorre junto s bordas do tanque.
(10)
Adaptando para este experimento, ser utilizado a velocidade nominal calculada das ventoinhas no lugar de |~vw |, a qual de 2 m.s1 . Utilizando este valor nas equaes 9 e 10, estima-se
que |~0 | 8 103 P a. Substituindo esta e as
demais escalas na equao 8, tem-se que wE =
O(104 ) m.s1 .
Concluses
(a)
Referncias
CUSHMAN-ROISIN, B.; BECKERS, J. M.
Introduction to Geophysical Fluid Dynamics,
(b)
2nd Edition, Physical and Numerical Aspects.
Figura 2: Observao do bombeamento de Ekman: (a) Waltham, MA: Academic Press, 2011. 875 p.
pouco tempo aps adio de permanganato de potssio (International Geophysics Series, v. 101). ISBN
e (b) aps um maior perodo de tempo.
978-0-12-088759-0.
EKMAN, V. W. On the Influence of the Earths
Rotation on Ocean-Currents. Arkiv fr matematik,
astronomi och fysik, v. 2(11), p. 152, 1905.
LARGE, W. G.; YEAGER, S. G. Diurnal to
decadal global forcing for ocean and seaice
models: The data sets and flux climatologies.
NCAR Tech. Note, TN460+STR, 2004. 105 p.