Tudo Sobre Clinopiroxenios
Tudo Sobre Clinopiroxenios
Tudo Sobre Clinopiroxenios
INSTITUTO DE GEOCINCIAS
Trabalho final
da disciplina de Mineralogia (GE 300)
Discentes:
Aline Pereira Cabral
093339
084590
094579
Docente:
Prof. Dr. Alfonso Schrank
Sumrio
Resumo..............................................................................................................5
Introduo..........................................................................................................5
2.7 Onfacita.......................................................................................................22
2.7.2 Propriedades Fsicas...........................................................................23
2.7.3 Propriedades qumicas e fsico-qumicas............................................23
2.7.4 Ocorrncia, uso e paragnese............................................................24
5.Concluso......................................................................................................31
6.Referncias Bibliogrficas.................................................................................32
Resumo
O presente artigo visa analisar e descrever o subgrupo dos clinopiroxnios, passando por
uma viso geral e introdutria do grupo dos silicatos e suas grandes divises. A mencionada
anlise considera suas principais caractersticas, tais como propriedades qumicas, fsicas,
fsico-qumicas e cristalogrficas de seus minerais constituintes, bem como sua ocorrncia,
uso e paragnese. Uma breve comparao mostrando as diferenas bsicas entre
clinopiroxnios e os ortopiroxnios tambm ser apresentada destacando a importncia dos
mesmos.
Introduo
Os silicatos representam os maiores constituintes da crosta terrestre, e seu bloco
construtor bsico (SiO-44) est presente em cerca de 95% da mesma. To extenso grupo
apresenta inmeras possibilidades de subdivises, sendo a mais usual delas a que se foca
no tipo de estrutura formada. Essa estrutura, em alguns casos, formar cadeias que podem
ser duplas ou apenas simples. Os silicatos de cadeia simples constituem o grupo dos
piroxnios, que so o grupo constituinte, mais importante, das rochas gneas, rochas estas
de composio variada, sob condies diversas. Estes, alm de exibirem uma ampla
variao qumica, tambm possuem minerais tanto do tipo ortorrmbicos quanto
monoclnicos. Os minerais ortorrmbicos, denominados ortopiroxnios constituem uma
srie simples de minerais de composio (Mg,Fe2+)SiO3, enquanto que os monoclnicos
so denominados como o subgrupo dos clinopiroxnios, (do grego klin, raiz de klno:
inclinar; tal nomenclatura remete estrutura inclinada unidirecionalmente, caracterstica
das estruturas monoclnicas) que ser o foco do presente trabalho, que ir descrever e
analisar suas caractersticas e propriedades no seu decorrer.
A anlise dos minerais tem por base suas propriedades cristalogrficas, qumicas e
fsicas, bem como sua ocorrncia, uso e paragnese, alm do ambiente geolgico em que
podem ser encontrados. O conjunto de resultados obtidos com a anlise destes elementos
permite uma organizao em grupos embasada nas semelhanas que os minerais
apresentam entre si, do mesmo modo que esta permite entender como eles se formaram,
indicando as causas de como determinadas caractersticas desenvolveram-se de certa
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forma sob condies ideais. Este estudo contribui para um melhor entendimento de como
tais minerais, podem, num segundo momento, organizar-se para compor as rochas que
constituem o planeta.
1- Silicatos
Os silicatos constituem o grupo mineral mais importante em termos quantitativos,
uma vez que constituem mais de 90% na crosta terrestre, e esto presentes em
praticamente todas as rochas gneas, salvo raras excees.
Esses minerais caracterizam-se pelo fato de apresentar ctions de silcio,
tetravalentes, ligados a quatro oxignios. A coordenao tetradrica, a carga bivalente
negativa do oxignio implica numa carga -4 para o complexo, cuja frmula qumica
dada por (SiO-44)e representada estruturalmente na imagem a baixo:
A formao dos silicatos em geral est sujeito ao seu grau de polimerizao, que
depende diretamente das condies de formao dos minerais, numa relao que implica
que quanto mais alta a temperatura de formao, mais baixo ser o grau de
polimerizao.
O grau de polimerizao dos silicatos reflete-se diretamente na estrutura do mineral,
que podem apresentar-se em tanto apresentar tetraedros independentes quanto grupos
mltiplos, como cadeias, folhas ou arranjos tridimensionais. Essa estrutura divide os
silicatos em cinco grandes grupos:
Tabela 1: Tabela dos silicatos como relao no grau de polimerizao dos tetraedros de slic
1.1 Piroxnios
Referem-se aos minerais de cadeia simples, representados por XY(Si2O6), de modo
que os ctions maiores ligados a cadeia esto representados por X e os menores por Y. Os
primeiros so fracamente carregados, de modo que sua posio geralmente ocupada
pelo clcio ou sdio, ligado a oito oxignios. Os ctions do tipo Y, por sua vez, esto em
coordenao 6, o que torna possvel a presena de magnsio, ferro, alumnio, mangans,
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Por fim, as cores dos piroxnios podem variar bastante, desde verde-claro at o
preto, porm, essa variao depende tanto da quantidade de ferro como tambm de outros
minerais como, por exemplo, o Titnio, o Cromo e o Mangans. Em geral os minerais do
grupo dos piroxnios apresentam uma densidade alta variando aproximadamente entre
3,3 3,6 g/cm3 e isso ocorre devido presena de ons pesados tais como o Fe2+. Como
as ligaes laterais das cadeias com ctions bivalentes so bem fortes, os piroxnios
tendem a apresentar uma dureza alta, variando entre 5 e 6, isso tambm pode ser
explicado pelas fortes ligaes entre o silcio e o oxignio.
2 Clinopiroxnios
Os clinopiroxnios, como j foram relatados anteriormente, representam um
subgrupo dos piroxnios que se caracterizam pela estrutura monoclnica na qual se
cristaliza. As condies genticas deste mineral esto relacionadas com a srie de Bowen
e analisando esta srie, j apresentada, nota-se que os minerais constituintes do grupo dos
clinopiroxnios esto relacionados ambientes de formao que envolvem altas
temperaturas.A nomenclatura dos clinopiroxnios pode ser observada no grfico a seguir
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2.1 Clinoenstatita
Figura 5: Clinoestatita
Clivagem: distinta.
Dureza: 5-6.
Brilho: vtreo.
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Soluo slida: cristaliza-se abaixo dos 566, sendo por esta razo o polimorfo de baixa
temperatura da srie, ressaltando que pode tambm originar-se de um arrefecimento
rpido dos outros polimorfos. A soluo slida manifesta diadoquia, ou seja, apresenta
substituies mtuas entre o magnsio e o ferro.
Composio qumica
Frmula qumica: Mg2[Si2O6]; 24.21% Mg; 40.15% MgO; 27.98% Si; 59.85%
SiO2.
Estrutura cristalina
Monoclnico, prismtico.
Ocorre associada ao diopsdio, cromita e enstatita, sendo dimorfa com esta ltima, e
forma uma srie com a clinoferrossilita. Ocorre como fenocristais, em andesitos no
feldspticos e com altas concentraes de magnsio. um constituinte essencial de
meteoritos condriticos e acondriticos.
Os membros da srie clinoenstatita-clinoferrossilita so de rara ocorrncia, sendo
encontrados somente em algumas rochas gneas e metamrficas, alm dos j citados
meteoritos.
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2.2 Pigeonita
Figura 6: Pigeonita
Possue cerca de 10% de CaSiO3 em sua composio, o que representa cerca do triplo
da quantidade de clcio presente nos piroxnios ortorrmbicos.
2.2.1 - Propriedades fsicas
Dureza: 6.
Fratura: conchoidal.
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Estrutura cristalina
Monoclnico, prismtico.
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2.3 Diopsdio
Figura 7: Diopsdio
Cor: branca, verde plida, verde escura em amostras de mo; incolor em lmina
delgada.
Hbito: prismtico, lamelar sendo que na maioria das vezes {110} mais
desenvolvida que {100} e {010}.
Soluo slida
H uma srie isomrfica completa entre CaMgSi2O6 e CaFeSi2O6, para os minerais
da srie diopsdio-hedembergita. Embora o alumnio esteja presente na maior parte dos
minerais da srie, a substituio com o silcio menor que 10%. O ferro frrico tambm
est presente, em concentraes menores ou iguais a 0,25 de Fe3+, do mesmo modo que o
cromo tende a aparecer em rochas bsicas e ultrabsicas. As quantidades de mangans
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so baixas, diminuindo ainda mais nas pores em que a concentrao de ferro aumenta.
Composio qumica
Estrutura cristalina
Monoclnico, prismtico.
2.4 Joansenita
Figura 8: Joansenita
Dureza: 6.
Cor: branca, verde plida, verde escura em amostras de mo; incolor em lmina
delgada.
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Composio qumica
Frmula qumica: Ca (Mn, Fe) (Si2O6); 22,69% CaO; 28,70% MnO; 48,62%
SiO2.
Estrutura cristalina
Monoclnico, prismtico.
Geminao: {100}.
2.5 Augita
Figura 9: Augita
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Seu nome originrio da partcula grega que quer dizer "auge", para "brilhar"
ou "brilho", este nome foi dado em aluso aparncia de suas superfcies de clivagem.
Alguns dos aspectos diagnsticos deste mineral o fato dele ser reconhecido,
usualmente, por seus cristais caractersticos, com seo transversal de quatro e oito lados.
Distingui-se do diopsdio por sua cor mais escura, e da Hornblenda por sua clivagem. A
Augita pode ser chamada tambm de Fassate, embora este termo deva ser utilizado para
variedade de augita com ferro.
Os Ensaios laboratoriais nos permitem concluir que este mineral corresponde aos
nmeros 4 e 4,5 na tabela de fusibilidade e apresenta um comportamento insolvel em
contato com o cido clordrico.
Dureza: 5,5 a 6
Brilho: vtreo.
Diafaneidade: translcida.
Cor: bastante variada podendo ter tons que vo desde o castanho at o preto.
Composio qumica
Estrutura cristalina
Monoclnico, prismtico.
Seu smbolo de Hermann-Mauguin 2/m, possui um centro de simetria, um eixo de
simetria binrio e um plano de simetria.
Hbito: tipo prismtico.
Parmetros de clula: a = 9.699, b = 8.844, c = 5.272 e = 106.97.
Relao axial: a:b:c = 1.097 : 1 : 0.596.
Geminao: lamelar. Ocorre em {110} e {010}
2.6 Jadeta
Segundo a literatura este mineral foi descoberto em 1863 e seu nome vem da
expresso espanhola piedra de yjada, pedra do lado, em referncia ao seu suposto efeito
curativo sobre as doenas renais.
Os seus principais aspectos diagnsticos esto relacionados mineralogia tica,
um assunto que ser abordado na segundo semestre, na segunda parte do trabalho.
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59,03% SiO2.
Estrutura cristalina
Monoclnico, prismtico.
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2.7 Onfacita
Segundo a literatura, este mineral foi descoberto em 1863 e o seu tem origem
grega e significa uvas verdes, em aluso a sua habitual cor verde claro.
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Dureza: 5-6.
Diafaneidade: translcida.
Estrutura cristalina
Monoclnico, prismtico.
Seu smbolo de Hermann-Mauguin 2/m, possui um centro de simetria, um eixo de
simetria binrio e um plano de simetria.
Parmetros de clula: a = 9.45-9,68, b = 8.57-8,90, c = 5.23-5,28, = 105 108.
Relao axial: a: b: c =1.0921: 1:0. 5993.
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Geminao: {100}
Hbito: macio ou anadrico.
olivina
diopsido
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2.8 Aegerina-Augita
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Estrutura cristalina
Monoclnico, prismtico.
2.9 Cosmocloro
Figura13: Cosmocloro
Segundo a literatura este mineral foi descoberto em 1897 e seu nome vem da
expresso alem kosmisch, que quer dizer csmica, em aluso sua ocorrncia meteoritos
e da expresso grega cloro, em aluso a sua colorao esverdeada.
Os seus principais aspectos diagnsticos esto relacionados mineralogia tica,
um assunto que ser abordado na segundo semestre na segunda parte do trabalho.
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Brilho: vtreo.
Hbito: prismtico, colunar, lamelar.
Diafaneidade: transparente translcido.
Composio qumica
Estrutura cristalina
Monoclnico, prismtico.
2.10 Aegirina
Figura14: Aegirina
Dureza: 6.
Brilho: vtreo.
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Estrutura cristalina
Monoclnico, prismtico.
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2.11 Espodumnio
Figura 14:Espodumnio
Dureza: 6.5 7.
Cor: incolor, amarelo, verde claro, verde esmeraldo, rosa a violeta, roxo, branco,
cinza.
Hbito: tabular.
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Estrutura cristalina
Monoclnico, prismtico.
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3 - Consideraes finais
Conclui-se que os clinopiroxnios so inossilicatos de cadeia simples do sistema
monoclnico, so predominantemente de cor verde e so formados em ambientes de alta
temperatura e presso em contatos de diques, em rochas que sofrem metamorfismo de
contato. No possuem importncia econmica significativa, de modo que sua minerao
no ocorre de maneira relevante, com exceo da pigeonita que pode ser comercializada
como gema. No entanto, sua importncia geolgica inegvel, visto que caracteriza
ambientes especficos de gnese e desenvolvimento, e junto com os feldspatos, quartzo e
os feldspatides so de fundamental importncia para a classificao de rochas gneas e
metamrficas.
Por fim, o conhecimento dos minerais em questo bem como dos demais minerais
existentes contribui para um melhor entendimento da geologia e seus processos de uma
forma mais abrangente.
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4- Referncias Bibliogrficas
http://webmineral.com/data/Augite.shtml
http://rruff.geo.arizona.edu/doclib/hom/augite.pdf
http://www.mindat.org/min-419.html
http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/silicatos/inossilicatos/piroxenios/augita.html
http://webmineral.com/data/Aegirine.shtml
http://rruff.geo.arizona.edu/doclib/hom/aegirine.pdf
http://www.mindat.org/min-31.html
http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/silicatos/inossilicatos/piroxenios/aegirina.html
Deer W. A., Howie R. A., Zussman J. Minerais Constituintes das Rochas Uma
Introduo. Lisboa: Fundao Calouste Gulbenkian, 1992, 2 Edio.
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