Cordel
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Cordel
Literatura de Cordel
Apocalypse
Z Ramalho - Rio de Janeiro
Escrito em 1977, trata-se um folheto de cordel onde contm dois poemas estes que, nos discos A
Peleja do Diabo com o Dono do Cu (1979) A Terceira Lmina (1981), so transformados na
canes, respectivamente, Beira- Mar e Cano Agalopada
APOCALYPSE AGALOPADO
Foi um tempo que o tempo no esquece
Que os troves eram roucos de se ouvir
Todo um cu comeou a se abrir
Numa fenda de fogo que aparece
O poeta inicia a sua prece
Ponteando em cordas e lamentos
Escrevendo seus novos mandamentos
Na fronteira de um mundo alucinado
Cavalgando em martelo agalopado
E viajando com loucos pensamentos
Querubins executam nas trombetas
Um acorde em todos instrumentos
Violeiros cantando mandamentos
Plangem cordas, violas e palhetas
Peregrinos carregam nas maletas
Suas tbuas talhadas por Sum
Serpentrios perdidos no sop
Na montanha das aves carirs
Periquitos, canrios e com-criz
Porta-voz do cacique Lucifr
Renuncio morte e mato a vida
Aterrizo no cu minha astronave
Busco pedras, de fino alinhave
Solto raios, trovo no me intimida
Furaces nessa terra perseguida
Amolecem a f no Criador
Derrubando muralhas com furor
Vem a Bsta vingar enfurecida
Despertando em luz enegrecida
E assolando vulces em seu vigor
Pelas praias parou o movimento
Das espumas gentis e flutuantes
No h barcos de velas ululantes
Nem baleias na cor do pensamento
Nesse dia se fez o julgamento
Dos severos castigos do Senhor
Os tesouros da Costa-do-Marfim
E o futuro vai vir quando vier