Economia
Economia
Economia
Conceitos da Economia
Modos de produo
O Capitalismo
O Estado
Ateno
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material terico atentamente antes de realizar
as atividades. importante tambm respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
O primeiro aspecto a ressaltar que Economia uma Cincia Social. Em razo do uso
intensivo da matemtica e da estatstica, algumas pessoas so inclinadas a imaginar que
Economia uma Cincia Exata; mas no , embora a Matemtica e Estatstica sejam
ferramentas usadas largamente pelos economistas. A Economia trata da maneira com que os
homens se organizam e organizam seus recursos para produzirem e distriburem os bens que
desejam. Trata, portanto, do homem e seu meio, sendo ento uma cincia humana e, como
alguns autores diriam, a mais humana de todas as cincias1.
Sobre este amplo conceito de economia, sustentam-se estudos mais especficos, o que
denominamos de ramos da economia. Estudaremos nesta disciplina os princpios elementares
de dois destes ramos: a microeconomia e a macroeconomia. Na microeconomia, veremos
como funcionam os mercados isoladamente, o comportamento de produtores e
consumidores, e como eles decidem trocar produtos no mercado, decidindo as quantidades e
a que preo negociaro suas mercadorias. Na macroeconomia, abordaremos os temas mais
amplos das economias que afetam a todos os agentes que de alguma forma atuam neste
meio. Os principais temas tratados na macroeconomia so o PIB dos pases, inflao, os juros,
o cmbio (relao de troca entre moedas de diferentes pases), o emprego, as contas do setor
pblico, as contas externas, entre outros.
H diversos casos de cientistas socias de outras reas que, ao tentarem entender determinado fenmeno, passaram
a estudar economia para tentar entend-los melhor, e acabaram por redirecionar suas carreiras para a Economia.
Muitos socilogos, cientistas polticos, historiadores, entre outros, passaram a se dedicar economia na busca das
respostas a questes sociais. Tambm h na economia contribuies importantes de cientistas de reas to diversas,
como fsica, matemtica e biologia.
Relevncia e atualidade
Em um curso de Marketing, poderamos dizer que poucas coisas so mais importantes
do que entender os mercados em que as empresas operam. Uma das propostas desta
disciplina justamente a de iluminar este tema; no necessariamente do ponto de vista mais
prtico e especfico dos mercados em que se atua, mas dos mecanismos gerais que
determinam o funcionamento dos mercados, ou seja, suas leis. Apesar de um pouco mais
abstrata, esta abordagem tem a vantagem de ser aplicvel a mais casos, de forma genrica,
para todos os mercados.
J com relao macroeconomia, a relevncia contribuir para o ambiente
econmico a que todas as empresas de um pas esto submetidas. Entender este ambiente
econmico compreender os fatores que influenciam os negcios e permitem um
posicionamento mais consciente no mercado de atuao da empresa.
Ao usarmos o termo evoluo no nos referimos a uma mudana necessariamente para melhor, mas sim a uma
forma mais adaptada de organizao social ao seu meio.
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O termo 'modo de produo' foi cunhado pelo economista alemo Karl Marx para
denominar os sistemas econmicos dominantes em determinadas civilizaes em dados
perodos, cujas caractersticas econmicas marcantes eram dadas pelas suas foras produtivas
e as relaes de produo entre os grupos de indivduos daquelas sociedades.
Trata-se de um conceito simplificador, mas que nos ajuda a entender, de uma forma
genrica, como uma sociedade produzia os bens de que precisava e queria usufruir. Neste
sentido, ao estudar a histria da humanidade, Marx identificou, de forma idealizada, seis
modelos de funcionamento das economias das civilizaes.
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Neste perodo ocorreu aquela que considerada uma das mais importantes revolues
da nossa histria e da economia: a inveno da agricultura. A agricultura permitiu a fixao
das sociedades em determinadas regies, contrariando a tendncia nmade anterior (exigida
porque a atividade de coleta e caa extensiva e pode rapidamente exaurir um determinado
ambiente, exigindo o deslocamento constante). A agricultura desenvolveu-se principalmente
s margens de rios e outras fontes de gua doce. O benefcio mais importante desta
localizao, alm da fonte de gua para consumo, era a fertilidade dos terrenos ao redor.
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Por serem sociedades mais eficientes na produo de alimentos e outros bens, elas
permitiram a formao de classes diferentes na sociedade, como as elites religiosas. Nessas
sociedades que surgem, pela primeira vez de forma mais formal, a noo de um Estado e de
uma classe gestora dos aspectos comuns daquela sociedade.
Outros aspectos econmicos importantes que surgem como destaque nessas sociedades
foi o uso mais difundido da moeda (dinheiro, representado de forma rudimentar por objetos
de valor como gado, conchas, e posteriormente, moedas de cobre) e do comrcio.
Capitalismo
Surge entre os sculos XIV e XVI, na Europa, a partir do mercantilismo, a intensificao
do comrcio ocorrida j ao final do perodo feudal. Na viso de Marx, a caracterstica principal
do capitalismo a criao do trabalho como um fator de produo comercializvel. Dessa
maneira, o capitalismo marcado pelo uso do trabalho na forma de uma mercadoria.
O capitalismo, assim, caracterizado por uma sociedade de classes em que, de um
lado, h os proprietrios do capital (ou capitalistas) e de outro lado h os proprietrios de
trabalho (ou desapropriados de capital), que precisam vender sua fora de trabalho.
Um dos marcos do capitalismo o fenmeno histrico denominado Revoluo
Industrial. A Revoluo Industrial foi um conjunto de transformaes tcnicas, tecnolgicas,
cientficas e sociais que permitiram um aumento sem precedentes na produtividade e na
variedade de bens produzidos pelas sociedades.
Do ponto de vista da dinmica capitalista, o principal motor de desenvolvimento deste
sistema est baseado na livre iniciativa dos empreendedores, que decidem alocar seu capital
em empresas e projetos que vislumbram serem lucrativos. Este modo de produo marcado
ainda pelo funcionamento do mercado, um ambiente (que pode ser real ou abstrato) de
livre negociao de mercadorias. Nesse ambiente, os indivduos que desejam comprar e os
indivduos que desejam vender determinadas mercadorias encontram-se para negociar preos
e quantidades a serem comercializadas.
Trataremos de outros aspectos do capitalismo ainda nesta unidade.
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Comunismo
Trata-se de um modo de produo baseado na gesto cientfica e planejada da
produo, em contraposio ao mecanismo de mercado do capitalismo. No comunismo, h
um ou mais planejadores centrais que, atravs de avaliaes objetivas e cientficas, identificam
a quantidade e os tipos de bens que devem ser produzidos. A partir dessa identificao, feito
um planejamento e a alocao dos recursos exigidos para que esta produo ocorra de fato.
No limite, o comunismo seria um meio de produo mais eficiente que o capitalismo,
por minimizar desperdcios que ocorrem normalmente no capitalismo, como o desemprego,
o uso de recursos para propaganda e outros elementos da concorrncia, alm de propiciar um
maior ganho de escala na gesto da produo. No seu limite extremo, o comunismo
eliminaria outros aspectos de modos de produo anteriores, como a necessidade de se usar
moeda para trocas.
Na prtica, o Comunismo foi um modo de produo idealizado, mas nunca realizado
de fato. As experincias econmicas inauguradas pela Unio Sovitica no sculo XX foram
denominadas de socialismo real, cujo objetivo era o de estabelecer o comunismo como
modo de produo, todavia sucumbiram antes desta realizao. Alguns dos aspectos
fundamentais ao comunismo, como a democracia plena, no estiveram presentes nessas
economias.
Bens e Mercadorias
Bens so todos os produtos e servios que tm alguma utilidade para os indivduos e
que podem ser comercializados de alguma forma. Todas as mercadorias que adquirimos ou
vendemos so bens. Tambm so considerados bens aqueles materiais adquiridos e utilizados
para a fabricao de outros bens. Nesse caso, os primeiros so chamados de bens
intermedirios; enquanto os ltimos so denominados bens finais.
Mercadorias so, simplesmente, os bens quando transacionados ou comercializados.
Eles tm a dupla caracterstica de terem algum valor para as pessoas e poderem ser
negociados entre elas.
Propriedade privada
No capitalismo os bens e direitos so de propriedade de indivduos (privada) ou do
Estado (pblica). Na prtica, isso significa que os bens, ativos, mercadorias (e mesmo direitos)
tm dono certo e identificado. Esse proprietrio pode, por conseguinte, fazer o uso que desejar
de seus bens, desde que respeite as leis daquele pas ou regio em que atua. O Estado
tambm pode ser proprietrio, porm nos Estados capitalistas modernos a maior parte da
propriedade privada e o Estado atua como garantidor destas propriedades e dos contratos.
Fatores de produo
A produo realizada atravs da combinao de diversos fatores. Esses fatores so
comumente categorizados em capital, trabalho e terra. Atualmente, capital e terra confundemse, pois terra posta produo tambm tem as mesmas caractersticas de capital. Portanto,
essencialmente, os fatores de produo so capital e trabalho que, combinados, permitem a
produo de produtos e servios. Por exemplo, para que sejam fabricados pregos so
necessrios ao, ferramentas (para cortar e afiar o ao no formato desejado) e algumas
pessoas operando estas ferramentas e a matria-prima para que o produto final seja realizado.
Nesse caso, ento, o ao e as ferramentas so o capital, enquanto o esforo das pessoas em
converter a matria-prima em pregos o trabalho.
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Mercado
Mercado o ambiente, real ou virtual, em que se do as trocas dos bens. o local
onde as pessoas que querem comprar um bem e as pessoas que querem vender este mesmo
bem se encontram para negociar o preo e realizar esta troca. O mercado pode ser,
efetivamente, um mercadinho de bairro onde se compram os alimentos da semana. Pode ser
tambm uma Bolsa de Valores, onde ativos financeiros - que tambm so bens - podem ser
negociados. Pode ainda ser um ambiente virtual ou abstrato, por exemplo, um portal na
internet onde feito um leilo de telefones celulares.
Diviso do trabalho
Trata-se de um dos aspectos mais marcantes do capitalismo. Mesmo em modos de
produo mais modernos, havia um grau de certa diversidade nas atividades de um indivduo.
Um tpico arteso do feudalismo, por exemplo, era responsvel por realizar todo um conjunto
de atividades que viriam, ao final, a dar como resultado a produo de um sapato.
No capitalismo, porm, a produo feita de forma extremamente parcelada e
especializada. Na produo de um sapato, por exemplo, um funcionrio pode ser responsvel
apenas por colar a sola do sapato no couro, mas ele faz isso de forma extremamente
especializada e sem precisar trocar ferramentas e equipamentos. No seu conjunto, com a
produo sendo feita por diversas pessoas realizando atividades parciais, mas de forma
especializada, h um enorme aumento da produtividade.
uma caracterstica que damos por natural, mas que bastante recente, a nossa
especializao em profisses. Dessa forma, um bilogo que trabalhe em uma vincola pode ser
hoje especializado nos processos de fermentao e fazer isso com conhecimento e
produtividade inigualveis, mas pouco sabe dos solos e das pocas do plantio ou mesmo do
processo de engarrafamento do vinho. No feudalismo, para compararmos, um vinho
provavelmente era feito pela mesma pessoa ou famlia, que realizavam todo o processo desde
o plantio, colheita, fermentao, produo, engarrafamento e venda.
Essa maior diviso do trabalho que permitiu o alcance de maior produtividade e
especializao no capitalismo.
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ANDERSON, Perry. Passages from Antiquity to Feudalism. Nova Iorque: Verso Books,
1997.
MANDEL, Ernest. An Introduction to Marxist Economic Theory. Nova Iorque:
Pathfinder Press, 1974.
SMITH, Adam. Riqueza das Naes: investigao sobre sua natureza e suas causas.
So Paulo: Editora Nova Cultural, 1996.
VASCONCELLOS, M. A. S.; ENRIQUEZ GARCIA, M. Fundamentos de Economia. 2. ed.
So Paulo: Saraiva, 2005.
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