APOSTILA_ECONOMIA
APOSTILA_ECONOMIA
APOSTILA_ECONOMIA
• Modos de produção
• O Capitalismo
• O Estado
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
5
Bem-vindo à disciplina de Ambiente de Negócios!
Essa será uma disciplina extremamente interessante que deverá mostrar de uma forma
mais estruturada e científica diversos aspectos do nosso cotidiano empresarial.
Para o melhor acompanhamento desta disciplina, o aluno deverá ter a mente aberta
para uma nova forma de ver os fenômenos que certamente já conhece dos noticiários, jornais
e revistas, como inflação, crescimento econômico, as leis da concorrência, entre outros.
Deverá estar familiarizado também com algumas ferramentas matemáticas básicas, como o
uso de equações lineares e a construção de gráficos.
Aliaremos teoria à prática com o uso de exemplos reais em cada unidade da disciplina.
6
Como entender o Ambiente de Negócios?
7
O primeiro aspecto a ressaltar é que Economia é uma Ciência Social. Em razão do uso
intensivo da matemática e da estatística, algumas pessoas são inclinadas a imaginar que
Economia é uma Ciência Exata; mas não é, embora a Matemática e Estatística sejam
ferramentas usadas largamente pelos economistas. A Economia trata da maneira com que os
homens se organizam e organizam seus recursos para produzirem e distribuírem os bens que
desejam. Trata, portanto, do homem e seu meio, sendo então uma ciência humana e, como
alguns autores diriam, é a mais humana de todas as ciências1.
Sobre este amplo conceito de economia, sustentam-se estudos mais específicos, o que
denominamos de ramos da economia. Estudaremos nesta disciplina os princípios elementares
de dois destes ramos: a microeconomia e a macroeconomia. Na microeconomia, veremos
como funcionam os mercados isoladamente, o comportamento de produtores e
consumidores, e como eles decidem trocar produtos no mercado, decidindo as quantidades e
a que preço negociarão suas mercadorias. Na macroeconomia, abordaremos os temas mais
amplos das economias que afetam a todos os agentes que de alguma forma atuam neste
meio. Os principais temas tratados na macroeconomia são o PIB dos países, inflação, os juros,
o câmbio (relação de troca entre moedas de diferentes países), o emprego, as contas do setor
público, as contas externas, entre outros.
1
Há diversos casos de cientistas socias de outras áreas que, ao tentarem entender determinado fenômeno, passaram
a estudar economia para tentar entendê-los melhor, e acabaram por redirecionar suas carreiras para a Economia.
Muitos sociólogos, cientistas políticos, historiadores, entre outros, passaram a se dedicar à economia na busca das
respostas a questões sociais. Também há na economia contribuições importantes de cientistas de áreas tão diversas,
como física, matemática e biologia.
8
Relevância e atualidade
Em um curso de Marketing, poderíamos dizer que poucas coisas são mais importantes
do que entender os mercados em que as empresas operam. Uma das propostas desta
disciplina é justamente a de iluminar este tema; não necessariamente do ponto de vista mais
prático e específico dos mercados em que se atua, mas dos mecanismos gerais que
determinam o funcionamento dos mercados, ou seja, suas “leis”. Apesar de um pouco mais
abstrata, esta abordagem tem a vantagem de ser aplicável a mais casos, de forma genérica,
para todos os mercados.
Outro objetivo deste tópico é mostrar que este mesmo modo de produção ainda está
em constante transformação, mesmo nos dias atuais, que certamente fazem com que o
capitalismo mude e evolua a cada dia2.
2
Ao usarmos o termo ‘evolução’ não nos referimos a uma mudança necessariamente para melhor, mas sim a uma
forma mais adaptada de organização social ao seu meio.
9
O termo 'modo de produção' foi cunhado pelo economista alemão Karl Marx para
denominar os sistemas econômicos dominantes em determinadas civilizações em dados
períodos, cujas características econômicas marcantes eram dadas pelas suas forças produtivas
e as relações de produção entre os grupos de indivíduos daquelas sociedades.
Trata-se de um conceito simplificador, mas que nos ajuda a entender, de uma forma
genérica, como uma sociedade produzia os bens de que precisava e queria usufruir. Neste
sentido, ao estudar a história da humanidade, Marx identificou, de forma idealizada, seis
modelos de funcionamento das economias das civilizações.
Do ponto de vista social, trata-se de uma sociedade sem classes bem definidas. Em
razão do pequeno ou nulo superávit (produção acima das necessidades básicas para a
sobrevivência) não há formação de uma elite significativa. A produção é distribuída de forma
relativamente igual para todos os membros da sociedade, que atuam de forma coletiva.
10
Neste período ocorreu aquela que é considerada uma das mais importantes revoluções
da nossa história e da economia: a invenção da agricultura. A agricultura permitiu a fixação
das sociedades em determinadas regiões, contrariando a tendência nômade anterior (exigida
porque a atividade de coleta e caça é extensiva e pode rapidamente exaurir um determinado
ambiente, exigindo o deslocamento constante). A agricultura desenvolveu-se principalmente
às margens de rios e outras fontes de água doce. O benefício mais importante desta
localização, além da fonte de água para consumo, era a fertilidade dos terrenos ao redor.
Trata-se de uma simplificação feita por Marx para abranger sociedades que tinham
algumas características importantes em comum. Do ponto de vista econômico, todas elas
apresentavam uma base na agricultura, já bastante mais desenvolvida aqui do que a
agricultura rudimentar observada no modo Primitivo. A produção de grãos para alimentação
difundiu-se entre várias destas “novas civilizações”, e diversas técnicas agrícolas passaram a
ser utilizadas de forma disseminada. Houve ainda o desenvolvimento de equipamentos e
instrumentos agrícolas, utilizados como auxílio em todas as fases da produção e até no
armazenamento de colheitas. Desenvolvimentos em outras áreas, como a construção,
atuavam também como apoio à produção, como era o caso da construção de sistemas de
irrigação, a exemplo da fertilização de terrenos mais distantes dos vales dos rios, permitindo o
aumento da produção.
11
Por serem sociedades mais eficientes na produção de alimentos e outros bens, elas
permitiram a formação de classes diferentes na sociedade, como as elites religiosas. Nessas
sociedades é que surgem, pela primeira vez de forma mais formal, a noção de um Estado e de
uma classe gestora dos aspectos comuns daquela sociedade.
Outros aspectos econômicos importantes que surgem como destaque nessas sociedades
foi o uso mais difundido da moeda (dinheiro, representado de forma rudimentar por objetos
de valor como gado, conchas, e posteriormente, moedas de cobre) e do comércio.
Além das características descritas no modo anterior, essas sociedades eram marcadas
por um sistema agrícola mais avançado, rotas de comércio e o uso permanente da guerra
como força econômica. A guerra, além de expandir as fronteiras da civilização a outros povos,
permitia ainda a captura de mais escravos.
Por entenderem que esse modo de produção é similar ao “Asiático”, alguns autores
preferem denominar essas sociedades de forma comum, como “Civilizações Clássicas”.
12
A base econômica continua sendo a agricultura, porém o período é marcado por um
enorme avanço nas práticas artesanais nas áreas têxtil, metalúrgica, produção de ferramentas
e armamentos, entre outros. A importância da produção de bens, além da agricultura, cresce
de forma nunca vista em nenhum período anterior.
Capitalismo
Surge entre os séculos XIV e XVI, na Europa, a partir do mercantilismo, a intensificação
do comércio ocorrida já ao final do período feudal. Na visão de Marx, a característica principal
do capitalismo é a criação do trabalho como um fator de produção comercializável. Dessa
maneira, o capitalismo é marcado pelo uso do trabalho na forma de uma mercadoria.
13
Comunismo
Trata-se de um modo de produção baseado na gestão científica e planejada da
produção, em contraposição ao mecanismo de mercado do capitalismo. No comunismo, há
um ou mais planejadores centrais que, através de avaliações objetivas e científicas, identificam
a quantidade e os tipos de bens que devem ser produzidos. A partir dessa identificação, é feito
um planejamento e a alocação dos recursos exigidos para que esta produção ocorra de fato.
Bens e Mercadorias
Bens são todos os produtos e serviços que têm alguma utilidade para os indivíduos e
que podem ser comercializados de alguma forma. Todas as mercadorias que adquirimos ou
vendemos são bens. Também são considerados bens aqueles materiais adquiridos e utilizados
para a fabricação de outros bens. Nesse caso, os primeiros são chamados de bens
intermediários; enquanto os últimos são denominados bens finais.
Propriedade privada
No capitalismo os bens e direitos são de propriedade de indivíduos (privada) ou do
Estado (pública). Na prática, isso significa que os bens, ativos, mercadorias (e mesmo direitos)
têm dono certo e identificado. Esse proprietário pode, por conseguinte, fazer o uso que desejar
de seus bens, desde que respeite as leis daquele país ou região em que atua. O Estado
também pode ser proprietário, porém nos Estados capitalistas modernos a maior parte da
propriedade é privada e o Estado atua como garantidor destas propriedades e dos contratos.
Fatores de produção
A produção é realizada através da combinação de diversos fatores. Esses fatores são
comumente categorizados em capital, trabalho e terra. Atualmente, capital e terra confundem-
se, pois terra posta à produção também tem as mesmas características de capital. Portanto,
essencialmente, os fatores de produção são capital e trabalho que, combinados, permitem a
produção de produtos e serviços. Por exemplo, para que sejam fabricados pregos são
necessários aço, ferramentas (para cortar e afiar o aço no formato desejado) e algumas
pessoas operando estas ferramentas e a matéria-prima para que o produto final seja realizado.
Nesse caso, então, o aço e as ferramentas são o capital, enquanto o esforço das pessoas em
converter a matéria-prima em pregos é o trabalho.
15
Mercado
Mercado é o ambiente, real ou virtual, em que se dão as trocas dos bens. É o local
onde as pessoas que querem comprar um bem e as pessoas que querem vender este mesmo
bem se encontram para negociar o preço e realizar esta troca. O mercado pode ser,
efetivamente, um mercadinho de bairro onde se compram os alimentos da semana. Pode ser
também uma Bolsa de Valores, onde ativos financeiros - que também são bens - podem ser
negociados. Pode ainda ser um ambiente virtual ou abstrato, por exemplo, um portal na
internet onde é feito um leilão de telefones celulares.
Divisão do trabalho
Trata-se de um dos aspectos mais marcantes do capitalismo. Mesmo em modos de
produção mais modernos, havia um grau de certa diversidade nas atividades de um indivíduo.
Um típico artesão do feudalismo, por exemplo, era responsável por realizar todo um conjunto
de atividades que viriam, ao final, a dar como resultado a produção de um sapato.
É uma característica que damos por “natural”, mas que é bastante recente, a nossa
especialização em profissões. Dessa forma, um biólogo que trabalhe em uma vinícola pode ser
hoje especializado nos processos de fermentação e fazer isso com conhecimento e
produtividade inigualáveis, mas pouco sabe dos solos e das épocas do plantio ou mesmo do
processo de engarrafamento do vinho. No feudalismo, para compararmos, um vinho
provavelmente era feito pela mesma pessoa ou família, que realizavam todo o processo desde
o plantio, colheita, fermentação, produção, engarrafamento e venda.
16
Representação de uma fábrica de alfinetes. Segundo observado por
Adam Smith em seu clássico “Riqueza das Nações”, considerado um dos
fundadores da Ciência Econômica moderna, a divisão do trabalho
permitia que a produção de alfinetes passasse de 20 unidades por
trabalhador (no modelo artesanal) para cerca de 4.800 alfinetes por
trabalhador (no modelo industrial), essencialmente em virtude da divisão
do trabalho.
É fato, aliás, notado por diversos historiadores, que o capitalismo somente vigorou
naquelas nações que detinham um Estado em pleno funcionamento. Observa-se, ainda, que o
capitalismo frutificou primeiro naquelas nações cujo Estado, na nossa concepção moderna,
desenvolveu-se de forma plena.
17
Livre Iniciativa ou Liberdade Econômica
Se podemos considerar que o motor do capitalismo é o mercado, então podemos dizer
que a liberdade econômica é o combustível que faz este motor funcionar.
Essas são apenas algumas das características do capitalismo, mas que perduram em
todas as suas fases desde seu nascimento até os dias atuais, ainda que muitos outros aspectos
tenham se alterado de forma significativa.
Na próxima unidade, trataremos de forma mais objetiva de algumas das “Leis” que
regem o funcionamento dos mercados e dos negócios dentro deste sistema econômico.
18
ANDERSON, Perry. Passages from Antiquity to Feudalism. Nova Iorque: Verso Books,
1997.
SMITH, Adam. Riqueza das Nações: investigação sobre sua natureza e suas causas.
São Paulo: Editora Nova Cultural, 1996.
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19
Principais Temas da micro Empresa
Principais Teorias
O Comportamento do Consumidor
no Ambiente de Negócios
O Mercado
8
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui
9
A metodologia também é, na maioria das vezes, distinta. Na
macroeconomia o estudo dá-se mais por indução, isto é, partimos de casos ou
fenômenos conhecidos, muitas vezes através de dados históricos, e tentamos
entender as leis gerais que determinaram estes casos ou fenômenos. Um desses
métodos é o uso de instrumentos estatísticos - mais propriamente, econométricos -
para tentarmos avaliar o comportamento de variáveis macroeconômicas. Já na
microeconomia neoclássica, a lógica é normalmente dedutiva. A racionalidade por
trás dos fenômenos está dada pela própria lógica dos agentes e alguns axiomas
fundamentais, e a teoria é construída sobre estas bases. Naturalmente, é possível (e
sempre desejável) a posteriori verificar se as teorias são confirmadas pelo mundo
real.
Utilidade
Utilidade é a característica que os produtos e serviços têm de satisfazerem
necessidades ou desejos das pessoas e empresas. Esse conceito de “utilidade”
aproxima-se do uso cotidiano que damos para a palavra. Podemos dizer que um
litro de água tem utilidade por vários motivos. Pode ser usado para saciar a sede;
10
pode ser usado para lavar a louça; pode ser usadoUnidade:
para cozinhar alimentos.
Colocar O unidade aqui
o nome da
conceito de utilidade está ligado, em parte, à característica daquele produto em
satisfazer necessidades ou desejos das pessoas.
Além desse aspecto mais óbvio, os bens também podem ter utilidade mais
abstrata. Por exemplo, um diamante, que a princípio não é um bem “essencial”
para a sobrevivência humana, tem utilidade porque pode ser considerado como
um artigo que embeleza um adereço ou uma pessoa. Dessa forma, a pessoa que
adquire um diamante encontra utilidade nesse objeto, por mais “supérfluo” que
possa parecer a princípio. Vale mencionar também que um serviço também
carrega uma determinada utilidade. Cortar os cabelos, por exemplo, é um serviço
que tem sua utilidade.
Finalmente, outro aspecto que não deve ser esquecido sobre a utilidade é
que ela é subjetiva. Isto é, a percepção de “quão útil” é um determinado produto
depende do seu utilizador ou comprador. Depende também do momento e da
necessidade atribuída àquele produto em um dado momento. Portanto, a utilidade
de um litro d’água para um habitante de uma casa com água encanada abundante
é diferente da utilidade do mesmo litro d’água atribuída por um habitante do
deserto do Saara. A utilidade é subjetiva porque depende do uso que será dado a
determinado bem, das preferências das pessoas, do momento do consumo, entre
outros fatores.
Escassez
Este é um dos conceitos mais importantes da economia e, ao mesmo
tempo, um dos que algumas pessoas encontram mais dificuldade. Por isso, exige
maior atenção.
11
O que dizer dos alimentos, por exemplo, como o milho? Não há uma
quantidade pré-determinada de milho no mundo. Há a quantidade que está
disponível hoje, mas podemos plantar mais e mais, de forma indefinida (pelo
menos ao longo do tempo). Podemos então dizer que o milho não é um produto
escasso? A resposta é um sonoro “NÃO”. Apesar de existir em grandes
quantidades, há um custo para se obter milho. Deve-se plantar, há um custo para
cultivá-lo, colhê-lo, armazená-lo, transportá-lo. Logo, milho entra também na
categoria econômica de produtos escassos.
Bens
Uma vez explicados os conceitos de utilidade e escassez, podemos agora
definir o que são bens. Resumidamente, um bem, no sentido econômico, é
qualquer produto ou serviço que tem utilidade e é escasso. Assim, uma substância
tão importante quanto o ar que respiramos normalmente, em sua forma natural
disponível em abundância, não pode ser considerado um bem econômico por não
haver escassez, salvo em situações ou condições especiais. Outros itens são
escassos, porém não são considerados úteis ou mesmo maléficos e, portanto,
também não são considerados bens econômicos. Alguns exemplos seriam o lixo
doméstico, materiais descartáveis utilizados, a poluição, entre outros.1
Agentes Econômicos
Agentes econômicos são todas as pessoas que tomam qualquer tipo de
decisão na economia, seja pessoal, para suas empresas, governo, etc. As próprias
empresas e o governo podem ser considerados agentes econômicos per se. O
1
Produtos que são considerados nocivos ou indesejáveis têm utilidade negativa, e são considerados
“males”.
12
termo agente vem do fato de que esses indivíduos, grupos, governo,
Unidade: entidades
Colocar o nome ou
da unidade aqui
empresas agem na economia e a ação tem algum efeito ou impacto em seu
funcionamento.
Racionalidade
Um dos princípios mais elementares da microeconomia é a racionalidade.
Racionalidade, no sentido microeconômico, significa duas coisas. Primeiro, que os
agentes econômicos desejam sempre obter o máximo de utilidade. 2 Isto é
conhecido pelo termo “maximização da utilidade”. Trata-se de um princípio
bastante intuitivo, mas ao mesmo tempo de fundamental importância para a teoria
microeconômica. Outro fator da racionalidade é a consideração de que os agentes
econômicos conhecem as regras básicas de funcionamento de seus negócios e de
economia como um todo, conseguindo, com base nessas regras, tomar decisões de
consumo e produção.
2
Agentes econômicos são todas as pessoas que tomam qualquer tipo de decisão na economia, seja
pessoal, para suas empresas, governo, etc. As próprias empresas e o governo podem ser considerados
agentes econômicos per se.
13
Trata-se de um tema fundamental para profissionais de qualquer setor
econômico, sobretudo para profissionais de Marketing. Ao saber identificar o que
dá valor aos bens, os profissionais poderão focar esforços naquelas atividades e
características que “agregam mais valor” aos bens, em detrimento de outras
atividades menos profícuas.
14
à sua disposição e, além disso, consideram também osUnidade:
aspectosColocar
de valorosubjetivos
nome da unidade aqui
que cada pessoas atribui aos bens. Tratava-se de uma visão tão distinta das
anteriores e que ganhou tanta importância que tomou o nome de Revolução
Marginalista. Seus principais expoentes, à época, foram William Jevons (1862),
Carl Menger (1871) e León Walras (1874).
15
faça preferir este àqueles. O gosto de cada um de nós, portanto, é determinante na
atribuição subjetiva de valor. Da mesma forma que a mesma pessoa pode atribuir
um desejo maior ou menor por determinado bem dependendo da situação.
Quanto você pagaria por um guarda-chuva em um dia de sol? E quanto pagaria
pelo mesmo bem em um dia de chuva? Provavelmente valores diferentes.
Provavelmente pagaria também valores diferentes em um momento de chuva se
estivesse voltando para casa de carro, ou se estivesse indo para uma entrevista de
emprego a pé.
Os itens a seguir exigirão uma visão diferente do aluno, e uma mente aberta
para uma forma abstrata de se enxergar fenômenos do cotidiano. Ao ler os
conceitos e explicações a seguir, tente sempre fazer a ponte entre o que é abstrato
(a teoria) e o real (exemplos da nossa vida e o mundo à nossa volta). Este é um
dos pontos em que diversos alunos têm muita dificuldade, o que chamamos de
“capacidade de abstração”. Entretanto, essa é uma capacidade que pode ser
exercitada pelo aluno e, com isso, desenvolvida.
16
entressafra do produto. É a lei da oferta e da procuraUnidade:
que faz com queoonome
Colocar produto
da unidade aqui
fique mais caro quando a oferta do produto diminui nos supermercados e nas
feiras”.
Oferta
17
este significado de promoção. É, sim, a soma das quantidades que os vendedores
desejam vender a um determinado preço. Concretamente, se houvesse apenas 3
produtores de café em grão, e a resposta do primeiro fosse “10 mil sacas”, a
resposta do segundo fosse “30 mil sacas” e a resposta do terceiro fosse “5 mil
sacas”, a oferta seria de 45 mil sacas. Mais rigorosamente, esta é a quantidade
ofertada.
Uma vez entendido este lado inicial da oferta, podemos olhá-la de uma
perspectiva um pouco mais ampla. Perceba que a quantidade ofertada é uma
hipótese, uma possibilidade. Se o preço fosse de R$ 200, a quantidade ofertada
seria de 45 mil sacas de café. Vamos supor agora que a mesma pesquisa fosse feita
para um preço maior, digamos de R$ 250. O que você esperaria que ocorresse
com a oferta? Em situações normais, para bens considerados normais, esperamos
que a oferta seja maior quanto maior for o preço.
18
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui
p (R$/saca)
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
0 20 40 60 80 100 120
q (mil sacas)
Por ser linear, sua representação é dada genericamente por uma equação
do tipo:
19
Dado o conhecimento que você já tem sobre a oferta e o gráfico que
fizemos, o que você espera dos sinais dos parâmetros a e b? Como vimos
anteriormente que a quantidade ofertada sobe à medida que aumentamos o preço,
podemos dizer confortavelmente que o sinal de b é positivo. Isso também é
refletido na inclinação da curva, positiva. Com relação ao sinal de a, no caso
representado no gráfico, sabemos que ele é negativo, mas no momento não é tão
importante darmos atenção a ele.
Esta descrição da função de oferta é uma visão estática. Isto significa que,
em um dado momento, dadas características de produção, consumo e mercado
constantes, ela representa as combinações possíveis de preço e quantidade
ofertadas. Isto é, a quantidade ofertada varia “sobre” a curva de oferta.
20
que, aos mesmos preços, a oferta seria maior do que anteriormente. Estao mudança
Unidade: Colocar nome da unidade aqui
está representada na Figura 2. A linha tracejada representa a oferta antes das
mudanças. A linha cheia representa a curva de oferta após as mudanças (por
exemplo, após uma redução nos custos do setor, de forma generalizada).
p (R$/saca)
450
400
350
300
250
200
150
100
50
-
- 20 40 60 80 100 120 140
q (mil sacas)
Demanda (“procura”)
21
Suponha, então, que fizéssemos uma pesquisa com todos os demandantes
de café em grãos do Brasil. Suponha que a pergunta fosse “quantas sacas você
compraria se o preço fosse R$ 200 por saca?”. A quantidade demandada seria a
soma de todas as quantidades demandadas individuais manifestadas pelos
potencias compradores do mercado. Supondo, então que a soma destas respostas
fosse de 60 mil sacas, esta seria a quantidade demandada associada ao preço de
R$200/saca. O que você espera que ocorra, agora, se aumentarmos o preço
proposto, digamos, para R$ 250/saca? Você se lembra que a oferta aumentava
quando aumentávamos o preço.
22
p (R$/saca)
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui
450
400
350
300
250
200
150
100
50
-
- 20 40 60 80 100
q (mil sacas)
23
Três características são importantes para que um mercado funcione de
forma ótima.
Segundo, deve haver uma definição precisa do produto que está sendo
transacionado (“café arábica tipo II, safra 2009”). Quanto mais específico for o
produto, menor a interferências de variações na qualidade do produto ou outras
variáveis relativas à diferenciação no mercado. Basicamente, esta homogeneização
ou “commmoditização” do mercado permite que a discussão limite-se a preços e
quantidades comercializadas.
Equilíbrio de Mercado
O equilíbrio de mercado ocorre quando a interação entre demandantes e
ofertantes de um bem no mercado leva a que haja uma combinação ótima de
quantidades trocadas a um dado preço. O ponto de equilíbrio 3 é o ponto em que
todos os demandantes que querem comprar o bem a um determinado preço
encontram oferta para ele, e todos os ofertantes que querem vender este bem
àquele preço também encontram demanda para ele. Não há, portanto, “sobras”
nem “falta” de bens.
3
Mais especificamente, aqui referimo-nos ao chamado “Equilíbrio Walrasiano”. Há outras definições de
equilíbrio e um sistema econômico complexo pode ter muitos pontos de equilíbrio ou nenhum. Pode
ainda ter equilíbrios estáveis ou instáveis. Nessa visão inicial, vamos nos restringir ao básico.
24
Vejamos um exemplo: no caso das sacas de café, obtivemos
Unidade: que oa nome
Colocar R$200daa unidade aqui
quantidade ofertada é de 45 mil sacas. Ao mesmo preço, vimos que os
demandantes desejam a quantidade demandada de 60 mil sacas. Pela definição de
equilíbrio do parágrafo anterior, você entende que o mercado está em equilíbrio? É
claro que não. Pois estão faltando 15 mil sacas para que os demandantes consigam
comprar tudo o que desejam ao preço de R$200. A oferta é de 45 mil sacas,
enquanto a demanda é por 60 mil sacas.
O que é preciso que ocorra para haver equilíbrio? É preciso que o preço
suba, pois assim mais ofertantes irão desejar vender seus bens, ao passo que um
maior preço fará com que a demanda caia um pouco, até que se atinja o
equilíbrio.
Fazendo qd = qo:
Isolando p, temos:
Resolvendo p:
Resolvendo q: 54,29
Repare que, neste último passo, pode ser usada tanto a equação da
demanda como da oferta. Obviamente, como se trata do equilíbrio, as quantidades
de demanda e de oferta devem ser idênticas (faça o teste!).
25
seguir, identificamos o ponto de equilíbrio (p=228,57; q=54,29). Qual a
observação a ser feita sobre este ponto? (veja na figura a seguir).
p (R$/saca)
450
400
Oferta
350
300
250
200
150
100
Demanda
50
-
- 20 40 60 80 100 120
q (mil sacas)
26
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui
p (R$/saca)
450
O
400
350
300 Eq2
250
200 Eq1
150
100
D1 D2
50
-
- 20 40 60 80 100 120
q (mil sacas)
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Unidade: Colocar o nome da unidade aqui
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O Comportamento do Produtor no Ambiente de Negócios
A unidade anterior foi bem extensa e, vamos admitir, um pouco complicada. Mas tenho
certeza de que você se viu diante de alguns temas importantes do mundo dos negócios, e que
alguns deles foram resolvidos de uma forma que você não havia imaginado antes. De fato, a
microeconomia tem um poder muito grande e quem consegue dominá-la pode compreender
fatos e fenômenos do mundo dos negócios que estão além do cidadão comum. Então você,
ao compreender a microeconomia, pode usar este poder a seu favor.
5
Nesta unidade vamos dar seguimento aos nossos estudos microeconômicos, mas agora
dando um foco especial para a Produção e para a Competição.
Ah! nesta unidade, vamos abordar estas questões por vezes com ferramentas
matemáticas e, por outras vezes, de uma forma mais conceitual. Seja qual for o caso, é
importante que você faça a leitura sempre pensando nos exemplos reais e na sua própria
experiência de vida para verificar como a teoria ajuda a explicar o mundo real à sua volta.
6
Iniciaremos esta unidade verificando de que forma funciona um dos principais aspectos
da economia a dos negócios: a produção.
O que é produção?
Produção é o ato de produzir bens, sejam eles produtos ou serviços, para vendê-los em
determinado mercado. Contudo, tais bens não são criados a partir do nada. Da mesma forma
que na física, também no caso da produção trata-se mais de uma transformação do que da
criação de algo.
7
Entretanto, o trabalho por si só não permite a produção. É preciso que, em auxílio do
trabalho, haja também capital. Nesse sentido, capital são os insumos, matérias-primas,
ferramentas, instrumentos, terra, equipamentos, máquinas, veículos, entre muitos outros, que
permitem e auxiliam o trabalho na transformação do meio e a produção de bens. Em muitos
casos, o capital é o próprio meio sendo transformado pelo trabalho, como é o caso das
matérias primas.
Vamos imaginar um lenhador que, por ofício, corta árvores de um bosque utilizando
um machado. Neste exemplo simples, o trabalho é o esforço realizado pelo lenhador. O
capital é composto pelo machado, pelas árvores, e também pelo bosque (a terra). O produto é
a lenha. Portanto, a árvore, matéria prima que já estava presente no bosque, só se torna de
fato um produto na medida em que é trabalhado pelo lenhador e transformado em lenha.
Outro fator importante para a produção, que está sutilmente colocado no exemplo
anterior, é que é preciso um determinado conhecimento para que a produção seja realizada. É
preciso, por exemplo, saber manusear o machado, saber quais árvores cortar e onde cortá-las,
saber ainda onde estar (e onde não estar) quando a árvore cair. Todos esses conhecimentos, a
“fórmula” para transformar um determinado conjunto de fatores em um determinado número
de bens, chamaremos de “tecnologia”. As tecnologias podem ser novas ou antigas, melhores
ou piores, mas somente com esses conhecimentos é que a produção torna-se possível.
Outro traço marcante das tecnologias é que elas podem ser modificadas e melhoradas.
Se nos lembrarmos do exemplo da fábrica de alfinetes de Adam Smith, poderemos verificar
que, entre a produção artesanal de alfinetes e a produção industrial, não houve mudança nos
fatores utilizados, que eram algumas ferramentas simples, o arame usado como matéria-prima
e o trabalho de algumas pessoas. O que permitiu o fantástico aumento da produtividade foi
uma mudança no processo produtivo, na forma de se combinar trabalho e capital, isto é, na
tecnologia.
8
Tente imaginar, agora, o seu processo produtivo. Qual sua atuação profissional (seja da
profissão que você já tem ou pretende ter) e tente identificar quais são os itens que compõem
o capital, o trabalho e qual é o processo produtivo ou a tecnologia. Lembre-se que mesmo a
prestação de serviços exige uma boa porção de capital para que exista produção. Mesmo um
professor precisa de equipamentos, infraestrutura, como a sala de aula, cadeiras, etc., e outras
formas de capital para conseguir produzir. Nesse caso, o produto é a disseminação do
conhecimento, considerada um bem, representada na obtenção de um diploma universitário,
por exemplo.1
Existem diversas decisões a serem tomadas pelo empreendedor para que isso possa ser
feito. Uma delas é como produzir.
1
A própria acumulação de conhecimento dos profissionais especializados, neste caso de um professor, é muitas vezes
considerada como um capital pelos economistas. Por vezes esta categoria de capital é denominada de capital humano
ou, ainda, capital intelectual.
9
Conforme mencionamos antes, a maneira mais eficiente de produzir é aquela que
utiliza uma quantidade menor de fatores. Vamos imaginar duas situações. Situação “A”: um
lenhador trabalha durante um dia com seu machado e, fazendo cortes horizontais no tronco
das árvores, consegue produzir 200 Kg de lenha. Situação “B”: o mesmo lenhador trabalha
durante um dia com o mesmo machado e, alternando cortes diagonais e horizontais nas
árvores, consegue produzir 250 Kg de lenha.
O que mudou entre uma situação e outra? Duas coisas: de um lado, mudou o tipo de
corte (a tecnologia, a maneira de produzir); de outro lado, mudou a quantidade produzida.
Perceba que os fatores de produção não mudaram. Podemos, portanto, entender que a
situação “B” exemplifica uma tecnologia mais eficiente que a situação “A”. Por isso, fará
mais sentido que a produção seja feita conforme exemplificado em “B”, pois se pode produzir
uma quantidade maior de bens com os mesmos custos de produção (já que a quantidade de
insumos é a mesma).
De que forma poderíamos expressar essa forma mais eficiente de se produzir? Como
você já percebeu, os economistas gostam muito de representar processos sociais na forma de
equações matemáticas e gráficos. Não será diferente agora. Vamos então traduzir a
transformação de fatores em bens na forma de uma função matemática, a qual
denominaremos “função de produção”. Trata-se, neste exemplo, de uma função simples
(porque o exemplo é simples).
Situação A:
Situação B:
10
Para sabermos a produção, basta substituirmos as quantidades de capital e trabalho
utilizadas. No caso “A” exposto, K=1 e T=1, portanto q = 200. Na situação “B”, K=1 e
T=1, mas q = 250, porque a tecnologia utilizada é mais eficiente.
Custos de produção
Todas as pessoas que têm algum contato com o mundo dos negócios já ouviram falar,
em algum momento, dos custos de produção. É um conceito bastante intuitivo, dizendo
respeito aos custos, despesas e gastos que se tem ao produzir determinados bens. Também é
bastante óbvia a noção de que o empresário sempre quer produzir o máximo (em
quantidades de bens) para um dado custo da produção ou, visto de outra forma, quer
produzir com o menor custo possível, dado um nível de produção. Isso significa, basicamente,
que o produtor quer ter a máxima produtividade possível. Conforme vimos no tópico anterior,
2
Não é ambição desta disciplina cobrir a resolução deste problema, mas é importante que o aluno compreenda que
há técnicas matemáticas que nos permitem atingir uma solução para ele.
11
isso significa produzir com a tecnologia mais eficiente, e utilizando o menor volume de
insumos por quantidade de bens produzidos.
Mas não é só isso. Ao tentar atingir o menor custo da produção possível, o produtor,
além das quantidades de bens produzidos e da quantidade de fatores utilizados, também deve
levar em conta o custo dos fatores de produção.
Portanto, o Custo Total desta produção de 250 Kg de lenha é de R$150. Mas quanto
custou cada Kg de lenha? Neste caso, queremos averiguar o Custo Médio desta produção.
Para isso, basta dividirmos o Custo Total (CT=R$150) pela quantidade produzida (q=
250Kg). Com este cálculo simples, obtemos que o Custo Médio é de R$0,60 por Kg de lenha.
Para obter lucro, o produtor sabe que deveria vender a um preço acima de R$0,60 por
Kg de lenha (descontados todos os eventuais impostos).
Uma forma mais simplificada de tentar resolver essa questão seria através da criação de
um gráfico, representando a Receita obtida pela empresa em função de diversas quantidades
hipotéticas de bens vendidos e o Custo de Produção, representando, de forma análoga, os
custos totais de produção de diversas quantidades hipotéticas de bens produzidos.
O gráfico sugerido tem dois eixos, sendo o eixo vertical a representação dos valores
monetários, em R$, de Receita e Custo. Enquanto o eixo horizontal denota as quantidades
produzidas e vendidas. Este gráfico seria feito com duas funções: uma função de Receita e
outra de Custo Total. A função de receita é bem simples, R = q.p, sendo R a receita Total, q a
quantidade produzida e vendida e p o preço final dos bens. Trata-se, portanto, de uma função
linear em que R cresce à medida que q aumenta. Consideramos que p é constante durante
este exercício (supõe-se dado o preço de mercado). Dessa forma, ao representarmos as
diversas combinações possíveis de R e q, obteríamos uma reta, conforme a linha azul traçada
no gráfico a seguir.
Valor (R$)
Custo
C
Receita
120
B
100
q* q
27
13
O custo, por sua vez, seria obtido através da substituição dos insumos (fatores)
utilizados, na sua combinação mais eficiente, na função de produção e, após isso, seria
realizado o cálculo do Custo Total a partir dos custos de cada insumo utilizado.
Logo, a primeira conclusão é que o produtor deve produzir uma quantidade que está
entre os limites da situação “B”. Mas qual? O lucro máximo obtido seria aquele em que a
distância entre R e CT é a maior possível. Este ponto é identificado pela linha verde. Este
ponto corresponde à quantidade produzida de 27 unidades de produto. A esta quantidade
produzida, o produtor teria uma Receita de R$120 e um Custo total de R$100, portanto um
lucro de R$20.
3
Neste caso estamos tratando do lucro de curto prazo, em que os preços dos produtos, os custos dos fatores, a
tecnologia e os aspectos da concorrência são estáveis. No longo prazo, contudo, estas variáveis podem também
oscilar.
14
Mercado e competição
Neste tópico, examinaremos algumas das formas mais relevantes de competição no
mercado. Vamos investigar de que forma os produtos, ofertantes e demandantes de uma
mercadoria podem fazer com que o jogo da concorrência tome formas diferentes.
Vamos começar com a seguinte pergunta: será que o mercado de automóveis funciona
da mesma forma que o mercado de tomates, por exemplo? De um lado há um setor que tem
poucos produtores, com tecnologia altamente especializada, grande necessidade de capital
para se produzir e vender, e um alto grau de diferenciação entre os produtos. De outro lado,
há um mercado em que os produtos são bastante similares, há baixo custo em se montar uma
unidade produtora (sementes, terra e mão-de-obra simples) e, em consequência, muitos
produtores.
É claro que estas situações não são iguais. Os mercados tomam formas distintas de
acordo com o número de ofertantes e demandantes que atuam nele; o tipo de bem, sobretudo
se os bens são muito parecidos (como soja, petróleo, tomate, minério de ferro, etc.) 4 ou se são
diferenciados (como automóveis, telefones celulares, restaurantes etc.); se há barreiras ou
dificuldades para se entrar neste mercado ou se é fácil iniciar a produção, e mesmo deixar de
produzir.
Concorrência Perfeita
Um ambiente de concorrência perfeita é aquele em que há, conforme sugerido,
extrema competição. Tal ambiente só pode existir quando há um número muito grande de
demandantes e também de ofertantes no mercado, de forma que nenhum competidor ou
comprador, isoladamente, pode influenciar este mercado, seja tentando manipular preços ou
quantidades totais transacionadas. Imagine o caso do mercado de tomates. Há um sem
4
Produtos com estas características são chamados de commodities.
15
número de produtores e, igualmente, uma infinidade de consumidores. Portanto, se um
ofertante ou demandande, de forma isolada, tenta manipular os preços, ele não conseguirá
fazê-lo de forma que afete as quantidades e preços gerais de mercado. Na verdade, um
ofertante que tentasse vender seus tomates a um preço acima do preço de mercado,
provavelmente não teria sucesso em vender qualquer quantidade. Cada demandante ou
ofertante, individualmente, é insignificante neste mercado.
Na situação de concorrência perfeita, os produtos são homogêneos. Isso quer dizer que
não há uma diferenciação entre um produto e outro. Significa que um produtor de tomates
não conseguirá cobrar um preço maior pelos tomates que produz porque são diferentes; na
verdade todos os tomates de uma determinada espécie são extremamente similares. O mesmo
não poderia ser dito de carros de fabricantes diferentes, pois cada fabricante consegue
diferenciar seus produtos em design, equipamentos, acabamento, opcionais, etc., de forma
que eles não são exatamente comparáveis. Mas tomates são tomates. Da mesma forma, soja,
demais gêneros agrícolas, petróleo, minério de ferro, metais em geral, entre outros, são
produtos bastante homogêneos.
Outro aspecto importante para que se observe a concorrência perfeita é que não
existam barreiras muito importantes à entrada nestes mercados, ou mesmo à saída deles. Isso
significa que qualquer pessoa que se sinta estimulada poderia produzir tais bens e competir
nestes mercados. Novamente vem à tona os mercados agrícolas, em que, havendo
disponibilidade de terra, qualquer indivíduo pode iniciar uma produção comprando sementes
e vendendo os bens. O mesmo não poderia ser dito da produção de automóveis, por
exemplo. É necessário um enorme volume de capital, tecnologias bastante sofisticadas, acesso
a mercados, mão-de-obra especializada, etc., para que se possa fabricar um carro sequer. O
mesmo vale para muitas outras indústrias.
16
Monopólio, Oligopólio e Concorrência Monopolista
O extremo oposto da situação de concorrência perfeita é a situação de Monopólio.
Nesse ambiente, apenas um ofertante domina o mercado, provendo bens para os
demandantes. Isso pode ocorrer por diversos motivos. Pode ser, por exemplo, um monopólio
definido por lei, como era o caso do setor de exploração de petróleo, no Brasil, antes da
abertura ao mercado na década de 1990. A lei determinava que somente a Petrobras poderia
explorar e produzir petróleo no Brasil, o que impedia a entrada de novos concorrentes.
Também pode haver monopólio nos casos de patentes, normalmente beneficiando fórmulas
de produtos farmacêuticos ou projetos de engenharia ou tecnologia. Estas, porém, são
patentes temporárias. Além disso, há monopólios nos casos de extrema diferenciação de
produtos ou no caso de grandes barreiras à entrada. Por exemplo, a produção de foguetes
espaciais, é algo tão sofisticado, caro, arriscado e específico, que somente uma empresa
contratada pelo Estado poderia realizar tal empreitada.
17
Entre as situações extremas de concorrência perfeita e monopólio há uma infinidade de
situações intermediárias. Simplificadamente, elas são denominadas de mercados imperfeitos,
ou concorrência imperfeita.
Alguns meios legítimos que permitem aos competidores venderem bens a preços
maiores e, portanto, auferirem lucros maiores, estão a inovação, a diferenciação de produtos,
o aumento da qualidade, a redução de custos, entre outros.
Por exemplo, um produtor que desenvolva uma tecnologia de produção mais eficiente
e consiga com isso reduzir seu custo médio, vendendo ao mesmo preço que os demais
ofertantes do mercado, conseguirá observar maiores lucros. De forma similar, um ofertante
que consiga criar um produto mais atraente aos compradores, poderá conseguir preços
melhores, ainda que o mercado inicialmente fosse de commodities. Este seria o caso, por
exemplo, de um produtor de tomates orgânicos. Por ter maior preferência entre os
consumidores mais exigentes, este tipo de produto seria vendido a preços maiores. Trata-se de
uma diferenciação de produto.
O profissional de marketing deve entender o mercado em que atua e, com base neste
entendimento, pensar em formas de fugir da condição de concorrência perfeita, conseguindo
com isso aumentar a lucratividade de suas empresas.
5
No Brasil, o órgão mais importante de defesa da concorrência é o CADE. Há ainda um código específico que rege as
leis da concorrência e estimula a competição, o Código de Defesa do Consumidor.
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MOCHÓN, F. Princípios de economia. São Paulo: Prentice Hall, 2007
20
Principais Temas da Macroeconomia
Por mais legal e interessante que tenha sido, por limitação de espaço e tempo teremos
que deixar a microeconomia e passar para um novo tema: a Macroeconomia.
Trata-se apenas uma letra na área de estudo (sai o “i”, entra o “a”), mas a mudança de
enfoque é grande. A partir de agora, estudaremos os grandes temas da economia. São temas
que influenciam todos os negócios e empresas do país e, além disso, afetam a todas as
pessoas que vivem nele.
Nas unidades 4 e 5, observaremos a economia de outro ângulo. Será uma visão das
questões mais abrangentes da economia, aquelas relacionadas à economia de um país todo
ou de uma região. Estas unidades são particularmente importantes porque evidenciam temas
que nos afetam a todos. Afinal, todas as pessoas, seja qual for o ramo de atividade
econômica, têm suas vidas afetadas pelos eventos que acontecem na economia do país ou da
sua região. Os profissionais de marketing ou de outro ramo ligado a gestão de empresas são
particularmente afetados, pois seus negócios são diretamente impactados pelas decisões
econômicas, influências externas e políticas do setor público que norteiam as economias.
6
A macroeconomia trata dos grandes temas econômicos das economias de países,
regiões ou mesmo do mundo todo. Para cada tema abordado, a macroeconomia trata das
causas e efeitos das variáveis em questão, além, é claro, de propor medidas para elas, pois
sem uma medida é impossível avaliar com alguma segurança se determinado aspecto da
economia está melhorando ou piorando.
1
Ainda que não seja correto atribuir o bem-estar de uma população somente ao nível de renda ou abundância de
bens de que ela dispõe.
2
Emprego significa que um indivíduo tem uma relação de assalariamento com um empregador, seja do setor público
ou privado. A população economicamente ativa inclui as pessoas empregadas e também profissionais liberais,
autônomos, empresários, agricultores familiares, entre outros.
7
Ao lado dos temas de produção e emprego está a inflação, com o contraste de que,
para esta última variável o que se deseja é o mínimo possível. A economia brasileira conviveu
por décadas com níveis altíssimos de inflação e é fácil percebermos quais os malefícios que
isso traz para a economia. As causas e consequências da inflação serão tratadas de forma mais
específica na unidade 5.
Além destes aspectos, existe um setor da economia que, por suas particularidades e por
seu peso nas economias, atrai atenção especial dos macroeconomistas. Trata-se do setor
público. O monitoramento das principais características deste setor encontra-se na chamada
Economia do Setor Público. O setor público é quantitativamente importante nas
economias porque em geral ocupa um grande espaço como produtor, como consumidor e
como redistribuidor de seus recursos. Além disso, qualitativamente é um setor diferente dos
demais, porque incorpora uma razão de ser distinta dos demais elementos da economia e por
seu papel ativo no mundo econômico, realizado através das políticas públicas, neste caso
específico, nas políticas macroeconômicas. Estas políticas são atividades legítimas de
influenciar a economia para que se atinjam determinados objetivos, em geral comandados
pelos desejos mais gerais da sociedade, manifestados por sua colocação política e social. O
setor público é tão relevante que, além de ser tratado na macroeconomia, compõe uma área
própria de estudos econômicos.
Há ainda muitos outros temas da macroeconomia, que não serão tratados nesta
disciplina. Ao aluno que tenha interesse de aprofundamento, sugerimos uma investigação dos
manuais de macroeconomia citados em bibliografia. Trata-se de uma ciência vasta, dinâmica
extremamente rica e interessante, e que tem contribuído positivamente ao longo da história
para a melhoria do bem-estar das populações de forma intensa e abrangente.
8
Microeconomia vs. Macroeconomia (relembrando)
Conforme vimos anteriormente, a macroeconomia se diferencia da microeconomia
tanto na ênfase e nos temas abordados como, muitas vezes, na metodologia utilizada. Com
relação a este aspecto metodológico, é comum que a microeconomia (neoclássica) faça uso
mais intenso de instrumentos matemáticos e lógico-dedutivos, enquanto que a
macroeconomia é muitas vezes uma ciência indutiva e apoiada em estudos estatísticos e
econométricos. Na macroeconomia, vale-se mais de eventos e dados históricos para deles
extrairmos os princípios de seu funcionamento. Também do ponto de vista da ciência
macroeconômica, é preciso admitir que ela tem sido objeto de maiores incertezas do que a
microeconomia, sobre tudo quanto à dificuldade em se prever períodos de expansão
econômica ou de crise.
9
controlado aquilo que e medido. Estas medidas são próprias de característica da economia e
devem ser avaliadas periodicamente (trimestralmente, anualmente etc.) e sua evolução
acompanhada e controlada. Diversas destas medidas serão mencionadas no item a seguir.
10
Renda e Produtos Nacionais
A produção e a renda nacional estão entre as principais variáveis macroeconômicas
que devem ser medidas periodicamente. A produção agregada de um país mede o valor de
tudo aquilo que foi produzido em seu território, sejam produtos ou serviços.
No Brasil, mede-se a Produção do país, sobretudo com o uso deste conceito chamado
de Produto Interno Bruto (PIB). Ele apura a soma de todos os bens finais que são
produzidos no território nacional, em um determinado período (em geral no ano). Neste caso,
importa se os bens foram produzidos no Brasil, independentemente se foi produzido por uma
empresa brasileira ou estrangeira. Além disso, avaliam-se somente os bens finais. Também
não entram nesta conta os bens usados revendidos, afinal nestes casos trata-se apenas da
transferência de propriedade de um bem que foi produzido em um período anterior, e não a
produção de um bem novo.
11
Há outros conceitos macroeconômicos que também buscam averiguar o nível de
prosperidade de um país ou região. A despesa nacional é a somatória de todos os gastos e
despesas realizadas no país. Se supusermos que os principais grupos econômicos são as
famílias, o setor público e o setor externo, podemos dizer que a despesa é a soma dos gastos
com bens de consumo, investimentos, despesas do setor público (consumo + investimento),
somando-se ainda a exportações e subtraindo-se as importações.
12
Balança Comercial. Caso o resultado seja negativo, significa que a Balança Comercial
encontra-se deficitária.
13
contabilidade do governo, sendo que muitas vezes os gastos e investimentos públicos são as
próprias ferramentas de suas políticas econômicas.
Por outro lado, um descontrole nos gastos públicos pode levar a efeitos indesejados na
economia, com um aumento da inflação, entre outros.
14
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15
MOCHÓN, F. Princípios de economia. São Paulo: Prentice Hall, 2007
16
• O Papel da Moeda na Economia
• Moeda e Inflação
• Políticas Econômicas
• Economia e democracia
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
5
A continuidade do estudo da Macroeconomia levar-nos-á, nesta Unidade, para o
estudo da moeda e de diversas políticas econômicas.
6
O estudo da moeda é um dos temas mais interessantes, importantes e, ao mesmo
tempo, complexos da macroeconomia.
7
modernos, somente os bancos centrais podem imprimir ou criar papel-moeda1. No modo de
produção feudal, para fazermos um paralelo, a moeda metálica somente podia ser cunhada
pelo senhor feudal. Em razão disso, até hoje referimo-nos ao direito de criar moeda como
“direito de senhoriagem”. Isso garante que o estoque de moeda em circulação na economia
possa ser controlado, pois somente valem como moeda os valores oficialmente criados pela
autoridade monetária.
Mas por que utilizamos moeda? Como chegamos ao uso tão abstrato de um pedaço de
metal ou papel que pode representar o equivalente em valor de toneladas de outros produtos?
Para ilustrar por que utilizamos moeda, vamos pensar em uma situação hipotética.
Suponha que há, em uma economia simples, apenas 3 produtores, seus nomes são “A”, “B” e
“C”. Eles produzem, respectivamente, os produtos “PA”, “PB” e “PC”, que são distintos.
Suponha que “A” (que produz “PA”) deseja obter PB. “B”, que produz PB, deseja obter PC.
Enquanto “C”, deseja obter PA. Suponha que esta economia não conheça o uso da moeda.
Como seriam feitas as trocas? “A” não pode trocar diretamente PA com o produtor “B”, pois
A deseja PB, mas B não tem interesse em PA, e sim em PC. Da mesma forma, uma troca
direta entre B e C é impossível, pois B quer PC, mas C quer PA. Assim, a troca nesta
economia só seria possível se os três produtores se encontrassem simultaneamente para
realizar o intercâmbio. Por exemplo, A daria PA ao C, aceitando PC em troca. Em seguida, A
daria PC ao B, que daria PB em troca. A terminaria, com PB; B com PC e C com PA.
Agora imagine tentarmos fazer isso em uma economia real, com milhões de produtores
distintos, com múltiplos interesses em inúmeros produtos distintos. Seria praticamente
1
Os bancos comerciais conseguem expandir a disponibilidade de moeda, mas não criam moeda propriamente dita.
Mesmo quando podem expandir a disponibilidade de moeda, os bancos comerciais estão sempre sujeitos ao controle
e à regulação dos bancos centrais.
8
impossível que os produtores e consumidores desta economia conseguissem todos adquirir o
que desejam.
Contudo, com o uso da moeda, as trocas são facilitadas. Afinal, trocamos qualquer
produto por moeda, e depois trocamos moeda por qualquer outro produto (novamente,
sempre considerando a troca de valores equivalentes). Um profissional, por exemplo, oferece
seu produto (trabalho) em troca de dinheiro. Depois, utiliza este dinheiro para trocar pelos
muitos de bens que deseja adquirir.
A moeda também tem o papel de reserva de valor. Ou seja, significa que a moeda
pode ser acumulada, e este acúmulo de moeda permite, em condições ideais, que o seu
proprietário guarde a riqueza no valor equivalente ao que a soma do valor monetário
representa. Dessa forma, o proprietário de um terreno no valor de R$100 mil é tão rico, em
um dado momento, quanto um proprietário de R$100 mil em dinheiro. Com uma vantagem
ao dinheiro que pode ser trocado por qualquer mercadoria, naquele momento, inclusive pelo
9
terreno. Isto é, quem possui riqueza na forma de dinheiro “vivo” pode usá-lo
instantaneamente para adquirir qualquer outro bem de soma equivalente. Já o proprietário do
terreno normalmente teria que vendê-lo para somente depois poder adquirir outros bens com
seu valor.
Outra função importante da moeda é atuar como unidade de conta, ou seja, ser um
denominador comum monetário. Isso permite a criação de uma unidade de valor (tal como o
metro é a unidade de medida para comprimentos). Por isso, medimos o valor das mercadorias
em reais, ou R$, porque é uma forma comum de apreciarmos quanto de valor há embutido
em cada mercadoria. Isso permite a comparabilidade entre elas e a troca de mercadorias de
valores iguais.
Já verificamos que uma pessoa que tem uma determinada quantidade de moeda é tão
rica quanto uma pessoa que detém bens de valor idêntico. Além disso, a moeda tem a
vantagem de poder ser trocada por qualquer outro bem imediatamente, isto é, tem liquidez
plena e é de curso forçado.
O custo em reter moeda é refletido nas taxas de juros de uma economia. Os juros,
aliás, podem também ser vistos como o “preço do dinheiro”. Ou seja, se uma economia tem
juros de 10% ao ano, significa que, para obter R$100 de que você não dispõe (um
empréstimo), você precisará pagar R$10 de juros. Naturalmente, ao final do empréstimo, você
paga os juros de R$10 e ainda precisa devolver o dinheiro que tomou emprestado. Em uma
economia de juros altos como a brasileira, dizemos que o dinheiro é caro.
2
Salvo no caso de uma deflação crônica, que é um caso raro nas economias capitalistas modernas.
10
mínima de dinheiro que deixamos na forma líquida para realizarmos os pagamentos
necessários em nosso cotidiano.
Moeda e Inflação
Além das suas funções, custos e benefícios explorados anteriormente, a moeda tem
ainda a característica de influenciar outras variáveis econômicas, como a produção, os
investimentos, o nível de preços (e a inflação), entre outras, de forma direta ou indireta. Trata-
se, assim, de uma variável chave na economia e na condução das políticas macroeconômicas.
Trata-se da Teoria Quantitativa da Moeda. Segundo tal teoria, há uma relação entre a
quantidade de moeda na economia e os preços de produtos e serviços que são
transacionados. Esta relação está cristalizada na equação descrita a seguir:
Sendo assim, vamos supor que, em uma determinada economia, consideramos que V
e Q são constantes, em um dado momento. O que ocorre se M aumenta? A resposta é óbvia:
P deve aumentar na mesma proporção. Isso significa que, se a velocidade de circulação da
moeda estiver constante e não houver variação da produção, um aumento no estoque de
moeda será refletido em um aumento do nível de preços, ou seja, inflação. Portanto,
identificamos uma relação clara entre moeda e inflação.
11
Em geral, é razoável supor que V seja estável, senão constante, no curto prazo. Mas Q
pode variar. Neste cenário, se M aumenta, para que não haja inflação, Q deve aumentar na
mesma proporção do aumento de M, pois então P ficaria constante. Ou seja, se houver
aumento da produção, M pode aumentar nesta mesma proporção sem que haja maiores
riscos de que se provoque inflação.
Existem ainda outras teorias e causas possíveis da inflação, como inflação de custos,
inflação de demanda, inflação oligopolista, entre outras, que não serão tratadas aqui.
Entretanto, o aluno interessado em se aprofundar encontrará uma vasta literatura à sua
disposição para entender o tema. É particularmente interessante a evolução do pensamento e
das teorias de inflação, desde a década de 1970 até os anos 1990, bem como a ampla
experiência brasileira no combate à inflação crônica que perdurou no país ao longo dessas
décadas. O Brasil é reconhecidamente o país com o maior conhecimento acumulado no
assunto e com maior aparelhamento para seu monitoramento (múltiplos índices de inflação,
órgãos de controle etc.).
Quando ocorre inflação, o valor da moeda se deteriora. Significa que, por um lado,
cada vez mais moeda é necessária para comprar a mesma quantidade de bens. Significa ainda
que, se a moeda for retida em sua forma líquida, ela perde poder de compra. Portanto em um
ambiente de alta inflação a moeda não serve mais como reserva de valor.
12
Nesse ambiente de variações importantes de preços, aos poucos perde-se a referência
do valor da moeda; afinal, cada dia os preços sobem e não se sabe mais quanto representa o
valor de R$100. Quem se lembra da época de alta inflação no Brasil, desde a década de 1980
até o ano de 1994, irá se lembrar que não se podia fazer as contas em moeda local, pois não
se conseguia perceber o significado daquela quantidade de moeda em valor de mercadorias,
mesmo porque os valores mudavam diariamente. Assim, a moeda perdia também a função de
unidade de medida.
Outra consequência da inflação alta é que, ao se reter uma moeda que se desvaloriza
constantemente, perde-se muito poder de compra. Por isso, os agentes passam a não desejar
mais reter tal moeda e ao final passam a não aceitá-la (o que é um conflito com a legislação
que obriga seu uso). Muitas vezes os agentes de países que convivem com alta inflação
passam a tentar utilizar moedas de outros países, consideradas mais fortes, para suas trocas.
No caso brasileiro da década de 1980, houve em parte utilização de dólares pelos agentes,
ainda que de maneira informal. Por vezes utilizam-se metais nobres, como ouro ou prata.
Há ainda outros efeitos da inflação sobre a economia. Talvez o mais devastador deles
seja o desestímulo que causa ao investimento. Isso porque os investidores precisam de um
ambiente estável para tomar suas decisões de investimento. Como investimentos demoram
anos para dar retorno, o investidor precisa estimar sua rentabilidade futura, seus preços, seus
custos, etc., para poder decidir como e se vai investir. Em um ambiente de alta inflação ou
incerteza é impossível prever tais variáveis, de modo que decisões de investimento acabam
por ser postergadas. A consequência disso é que a economia passa a crescer a taxas mais
baixas do que em um ambiente de inflação controlada.
Políticas Econômicas
O que são políticas econômicas e o que eu tenho a ver com isso?
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concentrar a riqueza. Assim, é necessário que haja uma atuação da sociedade, externa ao
mercado, que possa produzir os efeitos que tal sociedade deseja e que estão para além do
poder do capitalismo na sua forma pura. Nas sociedades modernas, essa atuação é, em geral,
atribuição do Estado, ou seja, do setor público.
As políticas econômicas são o conjunto de práticas realizadas por tais agentes que estão
além ou acima do mercado, que têm por função atingir objetivos da sociedade que o
capitalismo por si só não conseguiria produzir. As políticas econômicas têm os mais variados
objetivos, sendo alguns deles, conforme já mencionamos, a desconcentração de renda, a
manutenção de altos níveis de emprego das pessoas e dos recursos, redução da pobreza,
promoção de altos níveis de bem-estar social, produção de bens públicos, estímulo à
concorrência, manutenção de inflação baixa e um ambiente econômico estável, entre muitos
outros.
Existe uma relação próxima entre o nível de produção de uma economia e o seu nível
de emprego. É, também, uma relação de mútua e direta estimulação, o que quer dizer que, ao
aumentar o nível de produção, há um aumento no nível de emprego; e ao aumentar o nível
de emprego, há um novo incentivo ao aumento de produção. Funciona assim: ao aumentar a
produção, digamos, através do investimento feito por uma empresa de fogões em uma fábrica
nova, é preciso empregar pessoas que irão trabalhar na fábrica. Portanto o investimento foi
feito e contratam-se pessoas para que haja o aumento de produção. Mas a própria
contratação de pessoas irá estimular uma segunda onda de aumento de produção. Pois as
pessoas que estavam desempregadas irão estar agora empregadas e recebendo salários e,
consequentemente, com poder de compra que não tinham antes. Isso significa que irão
consumir e, com isso estimular a produção de mais bens. Por isso, costumamos dizer que,
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quando se realiza um investimento, o aumento total na produção é maior do que o próprio
investimento, pois há um efeito multiplicador nesse estímulo.
Vamos pensar, agora, nas diversas ferramentas que os governos têm à sua disposição
para aumentar a produção (e a renda) e o emprego. Para isso, vamos relembrar a equação da
renda dada na unidade 4. Dissemos que os gastos de um país, que equivalem ao seu produto
(Y), são a soma dos gastos com bens de consumo (C), investimentos (I), despesas do setor
público (G), somando-se ainda a exportações (X) e subtraindo-se as importações (M). De
forma algébrica, podemos dizer que:
Assim, para tentar aumentar a renda nacional, o setor público pode tentar influenciar,
direta ou indiretamente, para o aumento de qualquer das variáveis C, I, G e X, ou para a
diminuição de M.
Estes são apenas alguns exemplos entre uma infinidade de práticas possíveis.
Outro ponto importante a ressaltar sobre as políticas econômicas é que elas podem ter
múltiplos efeitos, alguns desejáveis e outros indesejáveis. Exemplificadamente, um aumento
dos gastos públicos pode estimular o aumento da produção nacional, mas pode também,
como explicamos no item anterior, estimular a inflação. Assim, seria como um remédio que
traz um benefício, mas, juntamente com ele, um efeito colateral importante. Em vista disso, o
setor público deve utilizar medidas que tenham os menores efeitos negativos possíveis, como o
estímulo ao investimento privado.
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Modelos de Crescimento Econômico e Ciclos de Negócio
O crescimento econômico é um dos objetivos de política econômica mais perseguido,
entre outros fatores, pela maior abundância de bens e prosperidade que reflete, bem como
pelos seus efeitos na capacidade de consumo e emprego de uma sociedade.
Existem muitas teorias que buscam explicar esse crescimento. Na maioria delas, a
oferta é mais importante do que a demanda, isto é, sinaliza-se que, no longo prazo, as
sociedades tendem a desejar consumir tudo aquilo que podem produzir, mas há um limite
técnico e mesmo físico à capacidade de produção de uma sociedade em um dado momento.
Entretanto, o crescimento de longo prazo é dado justamente pela capacidade das sociedades
em alargar estes limites, pouco a pouco, mas continuamente.
Existem muitas outras teorias que buscam entender ou explicar por que algumas
sociedades são mais prósperas e têm economias que crescem a velocidade maiores que
outras.
O que é o desenvolvimento?
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Quais seriam outras características exigidas para o desenvolvimento? A resposta deve
ser dada, mais propriamente, pela própria sociedade que busca esse desenvolvimento, e está
relacionada com seus valores e princípios. Mas em geral, há alguns fatores normalmente
comuns a todas as sociedades.
Economia e democracia
Vimos que as sociedades têm desejos que vão além da propriedade e da abundância
material. Um destes anseios, ainda que não seja de ordem econômica, é normalmente a
liberdade, ainda que não seja um valor unânime entre os povos.
Existe uma ligação entre uma economia de mercado e a liberdade de atuação política e
econômica, isto é, a democracia. Não se trata de uma condição de existência, afinal, há
exemplos tão claros como a China, em que predomina uma sociedade de alto nível de
crescimento econômico e, ainda sim, uma sociedade com poucas liberdades políticas.
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MOCHÓN, F. Princípios de economia. São Paulo: Prentice Hall, 2007
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Macroeconomia III: Setor Externo
• Regimes Cambiais
• Exportações e importações
(Balança comercial)
Você deve ler o conteúdo e assistir à videoaula para depois realizar as atividades propostas.
Dado que o tema, diariamente, é noticiado pela mídia, o acompanhamento via jornal e
revista ou telejornais pode facilitar a aprendizagem desta unidade.
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Unidade: Macroeconomia III: Setor Externo
Contextualização
“Política cambial não muda, ela veio para ficar”, diz Mantega
Por Eduardo Campos, Edna Simão, Lucas Marchesini, Ligia Guimarães e José de Castro | Valor
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O que é Taxa de Câmbio?
Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira em moeda nacional. Ou seja, é a taxa
com a qual duas moedas diferentes podem ser trocadas. Por exemplo, a cotação do dólar é 2
reais, ou seja, cada 1 dólar vale 2 reais.
Explore
Saiba mais em: http://www.bcb.gov.br/?txcambio
Pense
Por que variações nas exportações e nas importações podem afetar o nível de produção de um país?
Explore
Saiba mais em: http://www4.bcb.gov.br/pec/taxas/batch/tabmoedas.asp?id=tabmoeda
Dado que a moeda é um produto como qualquer outro, o que determina seu preço são as
forças de oferta e demanda.
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Unidade: Macroeconomia III: Setor Externo
Oferta de Moeda
Os principais ofertantes de moedas (dólares) são:
• Exportadores brasileiros. Os exportadores brasileiros vendem seus
produtos a outros países e recebem em moeda estrangeira.
• Investidores estrangeiros. Os investidores estrangeiros possuem
moeda do seu país e, quando decidem investir no Brasil, têm que trocar
sua moeda estrangeira pelo Real.
• Turistas estrangeiros. Os turistas estrangeiros vêm para o Brasil com a moeda de seu
país, porém, para consumir no Brasil, necessitam trocá-las por Real.
• Tomadores de Empréstimos no exterior e outros. Os bancos estrangeiros possuem
a moeda de seu país e os agentes brasileiros que tomam empréstimos externos devem trocar
a moeda por Real.
Em tese, o equilíbrio entre a demanda e a oferta das diferentes moedas ocorre na definição
da taxa de câmbio. Essa tendência ao equilíbrio se dá devido ao mercado de moedas ter
homogeneidade dos produtos e à transparência do mercado, causada pelo desenvolvimento
dos meios de comunicação e pelo grande número de pessoas que transacionam nesse mercado.
As oscilações na demanda e na oferta de determinada moeda devem conduzir as modificações
no equilíbrio desse mercado (taxa de câmbio). Pode, assim, ocorrer uma:
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Valorização cambial ou apreciação cambial: ocorre quando aumenta o poder de
compra da moeda nacional perante outras moedas. Fator que representa uma queda da
taxa de câmbio.
Desvalorização cambial ou depreciação cambial: representa uma perda do poder de
compra frente outras moedas, o que corresponde a um aumento da taxa de câmbio.
Trocando Ideias
Uma diferenciação importante para avaliar a competitividade dos produtos nacionais é a que
existe entre a taxa de câmbio real e a nominal. A taxa de câmbio real é a taxa de câmbio
nominal deflacionada pela razão entre inflação doméstica e inflação externa. Dessa forma, se
a desvalorização nominal superar a variação da inflação, o produto nacional torna-se mais
competitivo, ou seja, mais barato.
Outra artimanha dos países para manipular a taxa de câmbio é utilizar a política
monetária. Por exemplo, conforme aumenta a taxa de juros, aumenta o ingresso de
fluxo de capital no país, fator que pressiona o câmbio para uma valorização.
Ideias Chave
Quando aumenta a taxa de juros...
• Incentiva o ingresso de recursos financeiros do exterior;
• Instrumento anti-inflacionário;
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Unidade: Macroeconomia III: Setor Externo
Regimes Cambiais
O Banco Central de cada país pode determinar o regime cambial vigente. Esse regime cambial
pode ser definido da seguinte forma: câmbio fixo e câmbio flutuante.
Explore
Saiba mais em: http://www.bcb.gov.br/?txcambio
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Impactos
Como vimos, a taxa de câmbio é uma das variáveis macroeconômicas importantes para a
economia. Seus impactos ocorrem em diversas outras variáveis macroeconômicas, como veremos.
Inflação
Com uma valorização cambial, ocorre o que chamamos de
âncora cambial. São dois os fatores que seguram a taxa de
inflação. Primeiro: com o aumento das importações, aumenta Glossário
a concorrência, fator que tende a pressionar a redução dos
Âncora cambial: quando o
preços nacionais. Segundo: com a queda do preço dos
governo mantém ou valoriza o
produtos importados, os produtos são vendidos no Brasil câmbio para reduzir a taxa de
por um preço mais baixo. Além disso, os produtos nacionais inflação.
que possuem algum insumo de produção terão seus custos
reduzidos, logo poderá haver uma redução dos preços.
O contrário é verdadeiro, uma desvalorização cambial tende a aumentar a taxa de inflação.
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Unidade: Macroeconomia III: Setor Externo
Dívida externa
Com a desvalorização cambial, aumenta o estoque da dívida externa
em reais, não afetando seu saldo em dólares. Por exemplo, se o Brasil
possui uma dívida de 1 bilhão de dolares e o câmbio desvaloriza, a sua
dívida continuará 1 bilhão de dolares, mas aumentará em reais.
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Material Complementar
Explore
Moedas cambiadas:
Site do Banco Central do Brasil: http://www4.bcb.gov.br/pec/taxas/batch/tabmoedas.asp?id=tabmoeda.
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Unidade: Macroeconomia III: Setor Externo
Referências
GREMAUD, Amaury Patrick; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de eTONETO Jr,
Rudinei. Economia Brasileira Contemporânea. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2008
LACERDA, Antonio Correa de. Economia Brasileira. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010
MANKIW, N. G.. Introdução à Economia. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2005.
PASSOS, Carlos Roberto Martins e NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. 5ª ed. SP:
Thomson, 2005.
PINHO, D. B., VASCONCELLOS, M. A. S. de. (Org.). Manual de Economia: equipe de
professores das USP. 5ª edição. São Paulo: Saraiva, 2006
SILVA, César R. L. e LUIZ Sinclair. Economia e Mercados – Introdução à economia. 19
ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VASCONCELLOS, M. A. S.. Economia Micro e Macro. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2001.
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Anotações
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