Terror Pânico
Terror Pânico
Terror Pânico
Arnold
Hauser1,
predileo
dos
romnticos
por
efeitos
HAUSER, Arnold. Histria Social da Arte e da Literatura. Trad. de lvaro Cabral. So Paulo: Martins
Fontes, 2000. p.705.
Segundo Vtor Manuel de Aguiar e Silva, tal como gtico, romntico designa, na
poca do iluminismo, tudo o que produzido pela imaginao desordenada, aquilo que
inacreditvel3. Desse modo, em Terror Pnico4 pode ser observado o aspecto gtico do
romance pr-romntico, considerado por Carpeaux como a mstica estranha, terrificante e
sobrenatural aceita pelo pblico burgus consumidor de literatura5:
moas que os encantavo por seu doce fallar, por suas rusticas
narraes. s de todos o mais velho, Frantz, que suppunha que sua
longa idade, 25 annos, e sua experiencia do mundo lhe impunho
por dever de bom tom, desprezar o sentimentalismo e o sexo
feminino e proclama-lo todo corrupto e corruptor, no tomava parte
na conversao de seus amigos, e comsigo mesmo condemnava a
parvoice de que davo prova. Inclinada a cabea entre as mos,
dormitava aborrecido.
(...)Frantz era o unico que no fazia coro com seus amigos,
persuadia-se que devia zombar com os pavores da credulidade, s
elle se achou com alma para perseguir com insolente sarcasmo a
singela confiana das duas meninas, que os receios fazio ainda
mais bellas e mais feiticeiras.9
8
9
Outro conflito seguido de choque entre Wilhelm e Frantz, bem como da proposta
de um ardil violento e brutal para a resoluo da tenso estabelecida nos momentos que
antecedem ao clmax:
Indignado por semelhante proceder, Wilhelm, o mais sensivel de
todos, o que mais desvelado se mostrava em tranquillisar a formosa
Idda, Wilhelm para o fazer callar o interrompe: - (...) achas crassa
estupidez em senhoras assustarem-se por almas do outro mundo:
pois bem; aposto eu que no ters animo de ir ao templo, s, esta
hora, e s escuras, t, valento que s, e de fincar no caixo esta
faca que aqui tens. - Ests-me insultando; Wilhelm, suppes-me
algum fedelho que ainda a pouco largou os coeiros?10
Aps a resoluo dos conflitos anteriores, estabelece-se o conflito entre Frantz e seu
prprio horror: elles o viro que andava resoluto e apressado a principio, ia, quanto mais
se approximava, mais e mais demorando seus passos, e por fim como que recuava, que no
podia mover os ps, que receiava(...)11 E, em seguida, novamente o conflito entre Frantz e
o grupo:
- Frantz, Frantz, clamo os companheiros com grandes risadas,
ests com medo; no te aventures; confessa-te vencido e volta:
perdeste os 20 florins. - Ao ouvir as mofas dos companheiros,
Frantz recobra alento, d-lhe foras o desejo de evitar o oppobrio,
10
11
12
15
BIBLIOGRAFIA
O RECREADOR MINEIRO. Ouro Preto: Typographia Imparcial de Bernardo Xavier Pinto
de Souza: 1845 1848. Tomos I a VII (Biblioteca Nacional)
Terror Pnico. In: O Recreador Mineiro. 01/09/1846. n 41. TomoIV. p.649-650
Lcifer. In: O Recreador Mineiro. TomoII. p.308
Huma alma do outro mundo. In: O Recreador Mineiro. TomoIII. p.424
O noivo defuncto. In: O Recreador Mineiro. TomoV. p.789 e 809
O palcio do diabo. In: O Recreador Mineiro. TomoV. p.833 e 849
O Padre Laurncio. In: O Recreador Mineiro. TomoI, p.179-185; e Tomo II, p. 202-208