Apostila Mef 2011
Apostila Mef 2011
Apostila Mef 2011
2011
D.A. Rade
CAPTULO 1
INTRODUO AO MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
1.1 - Fundamentos do mtodo dos elementos finitos
O mtodo dos elementos finitos (MEF) uma tcnica de anlise numrica
destinada obteno de solues aproximadas de problemas regidos por equaes
diferenciais. Embora o mtodo tenha sido originalmente desenvolvido para a anlise
esttica de sistemas estruturais, ele tem sido utilizado no estudo de uma grande
variedade de problemas de Engenharia, nos domnios da Mecnica dos Slidos,
Mecnica dos Fluidos, Transmisso de Calor e Eletromagnetismo. Devido sua
eficincia e flexibilidade, alm de sua adequao implementao em computadores
digitais, o MEF tem hoje uma grande difuso tanto no meio acadmico como no
industrial, estando disponvel em grande nmero de pacotes comerciais existentes
no mercado (ANSYS, NASTRAN, ABAQUS, SYSTUS, COMSOL, etc.).
Contudo, deve ser lembrado que a utilizao eficaz destes programas e a correta
interpretao dos resultados requerem o amplo conhecimento, por parte do
Engenheiro, dos fundamentos do MEF.
A principal motivao para o uso do MEF reside no fato que, devido
complexidade dos problemas prticos de Engenharia, solues analticas em forma
fechada tornam-se inviveis ou mesmo impossveis. Assim, devemos recorrer a
tcnicas capazes de fornecer solues numricas aproximadas. A ttulo de exemplo,
consideremos os problemas de determinao da capacidade de carga de uma placa
contendo enrijecedores e entalhes de formas complexas, ou de determinao da
concentrao de poluentes sob condies atmosfricas no uniformes, ou ainda de
caracterizao do perfil de velocidades em torno de um aeroflio. Para cada um
destes problemas podemos obter, sem grande esforo, as equaes governantes e as
condies de contorno, utilizando princpios elementares da Fsica. Contudo,
nenhuma soluo analtica simples poder ser obtida quando o problema exibir
geometria e/ou condies de contorno complicadas, o que quase sempre ocorre em
situaes prticas. Para contornar esta dificuldade, uma estratgia possvel a
simplificao do problema (em termos de sua geometria e/ou condies de contorno)
de modo a viabilizar a construo de um modelo matemtico cuja resoluo analtica
seja possvel. Contudo, em grande nmero de casos (talvez na maioria das vezes),
este procedimento tem como conseqncia graves imprecises nas previses do
modelo. Uma segunda alternativa consiste em preservar a complexidade do modelo
e empregar tcnicas aproximadas de resoluo. Esta segunda estratgia, na qual
est inserido o MEF, tem sido cada vez mais viabilizada pela crescente capacidade
de processamento dos computadores digitais.
Em todo problema formulado em domnios contnuos, as incgnitas do
problema, denominadas variveis de campo (que podem ser grandezas escalares,
como temperaturas ou vetoriais, como deslocamentos) podem assumir valores
independentes em cada ponto do domnio. Conseqentemente, o problema tem
nmero infinito de incgnitas, sendo caracterizado como um problema
infinito-dimensional. Este tipo de problema geralmente modelado por equaes
diferenciais parciais, cuja soluo analtica dada por funes que fornecem os
1
D.A. Rade
valores das variveis de campo em funo das coordenadas espaciais para todos os
pontos do domnio.
O MEF essencialmente um processo de discretizao, que visa transformar
um problema infinito-dimensional em um problema finito-dimensional, com nmero
finito de incgnitas. O mtodo consiste em dividir o domnio sobre o qual o problema
estudado em vrias regies interconectadas, denominadas elementos. Cada
elemento dispe de um certo nmero de pontos (interiores e/ou limtrofes),
denominados ns ou pontos nodais. O conjunto de elementos utilizados na
discretizao denominado malha. Um exemplo apresentado na Figura 1.1, que
mostra a seo transversal de uma palheta de turbina de geometria complexa,
discretizada em elementos de forma triangular, tendo, em cada vrtice, um n.
Neste exemplo, o problema em questo poderia ser a determinao da distribuio
de temperaturas sobre a seo da palheta, conhecidos o fluxo de calor e as condies
de contorno.
Uma vez definidos os elementos e seus respectivos ns, no interior de cada
elemento so admitidas solues aproximadas para as variveis de campo,
expressas como funes arbitrrias dos valores que as incgnitas assumem nos ns
(valores nodais). Estas funes so denominadas funes de interpolao ou funes
de forma. So tambm impostas condies garantindo a continuidade da soluo no
ns compartilhados por vrios elementos. As incgnitas do problema, denominadas
graus de liberdade (g.d.l.), passam a ser os valores das variveis de campo nos
pontos nodais, sendo o nmero destas incgnitas (agora finito), denominado nmero
de graus de liberdade do modelo. Dependendo da natureza do problema, aps a
discretizao, o modelo matemtico regente resulta representado por um nmero
finito de equaes diferenciais ordinrias ou de equaes algbricas, cuja resoluo
numrica conduz aos valores das incgnitas nodais. Uma vez determinadas estas
incgnitas, os valores das variveis de campo no interior dos elementos podem ser
avaliados empregando as funes de interpolao.
Conforme ser visto mais adiante, a preciso da soluo obtida depende
essencialmente do nmero de elementos e do tipo de funes de forma empregadas
na discretizao. Sendo satisfeitas algumas condies, admite-se que a soluo do
problema discretizado convirja para a soluo exata do problema contnuo medida
que se aumenta o nmero de incgnitas nodais.
D.A. Rade
(a)
(b)
elementos unidimensionais
elementos bidimensionais
3
D.A. Rade
(c)
(d)
elementos tridimensionais
elemento axissimtrico
D.A. Rade
D.A. Rade
D.A. Rade
Figura 1.3 - Modelo de EF para anlise aeroelstica de um Airbus A-320 (100.000 g.d.l.)
(extrado de J.F. Imbert, "Analyse des Structures par Elments Finis)
D.A. Rade
(b)
Figura 1.4 - Anlise trmica por EF de uma tubulao em forma de estrela
(de Desai C.S. e Abel J.F., "Introduction to the Finite Element Method")
D.A. Rade
(c)
Figura 1.5 - Anlise por EF do escoamento de um fluido ideal em torno de um cilindro
posicionado entre duas placas paralelas
(de Desai C.S. e Abel J.F., "Introduction to the Finite Element Method")
D.A. Rade
10
D.A. Rade
11
D.A. Rade
12
D.A. Rade
D.A. Rade
14
D.A.Rade
CAPTULO 2
FORMULAO DO MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
PELO PROCESSO DIRETO
No Captulo 1 havamos mencionado que as relaes matriciais traduzindo o
comportamento de cada subdomnio (elemento) podiam ser obtidas empregando um
dos trs mtodos: Mtodo Direto, Mtodo Variacional e Mtodo dos Resduos
Ponderados.
Neste captulo vamos ilustrar, com o auxlio de exemplos simples, a utilizao
do Processo Direto, que tem a vantagem de proporcionar facilitar a interpretao
fsica para as diversas etapas da elaborao de um modelo de elementos finitos.
Embora sua utilizao seja vivel apenas no tratamento de problemas
unidimensionais simples, os conceitos derivados deste mtodo podem ser estendidos,
com vantagem, a problemas mais complexos.
2.1 Anlise esttica de sistemas compostos por associaes de molas
lineares.
Um dos problemas mais elementares que podem ser examinados sob o
enfoque do MEF a anlise esttica do sistema constitudo por um conjunto de
molas lineares, com constantes de rigidez ki , i=1, 2, ..., como aquele exemplificado
na Figura 2.1. Nesta figura, fi e ui designam, respectivamente, as foras externas
aplicadas e os deslocamentos dos ns. O problema consiste em determinar os
deslocamentos nodais, dados os valores das foras aplicadas.
f1
f2
f3
k1
k2
k3
n 1
n 2
n 3
u1
u2
u3
f4
n 4
u4
Figura 2.1
15
D.A.Rade
fiD
fiE
ki
uiE
uiD
Figura 2.2
ki
k
i
ki uiE fiE
=
ki uiD fiD
(2.1)
D.A.Rade
[K ( ) ] {U ( )}= {F ( )}
i
onde
{U ( ) }= [u
i
E
i
uiD
i=1,2,...
{ } [
e Fi(e ) = fiE
(2.2)
fiD
[ ]
denominada
( )
mn
[ ] = [K ( ) ]
e T
(2.3)
(2.4)
17
D.A.Rade
(2.5)
(2.6)
(2.7)
(2.8)
(2.9)
(2.10)
(2.11)
ki
ki + ki +1
ki +1
fiE
E
E
ui fi
ki +1 ui +1 = fi +1
ki +1 uiD+1 fiD+1
fiD
fiE+1
ki
n i
uiE
(2.12)
fiD+1
ki +1
n i+1
uiD
n i+1
uiE+1
n i+2
uiD+1
Figura 2.3
18
D.A.Rade
k1
k
1
0
k1
k1 + k2
0
k2
k2
k2 + k3
k3
0 u1 f1
0 u2 f2
=
k3 u3 f3
k3 u4 f4
(2.13)
{ } { }
onde
{U ( ) } = [u
g
u2
u3
(2.14)
{ )} = [ f
u4 ] e F (
T
f2
f3
f4 ]
so, respectivamente, os
({x} K
T
(g)
{ x} 0, { x} {0}
19
D.A.Rade
u1
u
= [Ti ](2 4 ) 2
u3
u4
uiE
D
ui
i=1,2,3
2) Pr-multiplicamos as matrizes de rigidez elementares por [Ti ]T e a psmultiplicamos por [Ti ] , para obter as matrizes elementares expandidas, com a
mesma dimenso da matriz de rigidez global:
[K ( ) ](
i
44 )
[ ]
i=1,2,3
(2.15)
K ( g ) = K i( e )
i =1
(2.16)
u1E
D
u1
u1
1 0 0 0 u2
=
0 1 0 0 u3
u4
[K ( ) ] = [T ] [K ( ) ]
1
e
1
1
0
[T1 ] =
0
0
1 k1
0 k1
k1
k1 1 0 0 0 k1
=
k1 0 1 0 0 0
k1
k1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
elemento n 2:
u1
u2E 0 1 0 0 u2
D=
u2 0 0 1 0 u3
u4
20
D.A.Rade
[K ( ) ] = [T ] [K ( ) ]
e
2
e
2
0
1
[T2 ] =
0
0
0 k2
1 k2
0
0
k2 0 1 0 0 0 k2
=
k2 0 0 1 0 0 k2
0
0
0
0
0
0
k3 0 0 1 0 0
=
k3 0 0 0 1 0
0
k2
k2
0
0
0
0
elemento n 3:
u3E
D
u3
u1
0 0 1 0 u2
=
0 0 0 1 u3
u4
[K ( ) ] = [T ] [K ( ) ]
e
3
e
3
0
0
[T3 ] =
1
K ( g ) = K1( e ) + K 2( e ) + K 3( e )
k3
k
3
k1
k
= 1
0
k1
k1 + k2
0
k2
k2
k2 + k3
k3
0
0
k3
k3
0 k3
0 k3
0
0
k3
k3
(2.17)
(2.18.a)
u4 = u4
(2.18.b)
21
D.A.Rade
k1u1 k1u2 = f1
k1u1 k1u2 = f1
k u + (k + k )u k u = f
k u + (k + k )u = f + k u
2
3 3
3 4
3
2
3 3
3
3 4
2 2
2 2
k3u3 + k3u4 = f4
k3u3 + k3u4 = f4
(2.19)
k2 u2 f2 k1u1 u2 k1 + k2
=
=
k2 + k3 u3 f3 k3u4 u3 k2
k2
k2 + k3
f2 k1u1
(2.20)
f3 k3u4
f = k u + k u
3 3
3 4
4
(2.21)
{ }
{ }
{ }
u3 ] ; FA( g ) = [ f 2
T
{ }
f3 ]
f4 ]
Aps reordenao das equaes, o sistema (2.13) pode ser expresso sob a
forma:
{ } = {F ( ) }
( )
{ } {F }
K AA( g ) K A(ig ) U A( g )
(g)
K i(Ag ) K ii( g ) U i
22
D.A.Rade
{ }
{ } { }
(2.22)
{ }
{ } { }
(2.23)
K i(Ag ) U A( g ) + K ii( g ) U i( g ) = Fi ( g )
{U ( ) } = K ( ) ({F ( ) } K ( ) {U ( ) })
(2.24)
{F ( ) } = K ( ) {U ( ) } + K ( ) {U ( ) }
(2.25)
g
AA
g
iA
g
Ai
ii
k2 = 30 104 N/m
f2 = 1000 N
f1 = f 3 = 0 N
k3 = 50 104 N/m
u1 = u4 = 0
u2 = 3, 64 103 m
u3 = 2, 73 103 m
f1 = 727 ,3 N
f4 = 272,7 N
23
D.A.Rade
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% Programa para anlise esttica por EF de sistemas constitudos por molas lineares
%
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% Domingos Alves Rade
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% ENTRADA DE DADOS
% valores dos coeficientes de rigidez das molas
k_values = 1e4*[ 20 30 10 ]; % valores em N/m
% nmero de ns
nb_node = 4;
% matriz de conectividade
mat_conect=[1 2 ; 2 3 ; 3 4 ]
% condies de contorno nos gdl impostos
cond_cont=[1 0 ; 4 0];
% foras externas aplicadas nos gld livres
forcas_aplic= [ 2 1000 ; 3 0]; % valores em Newtons
nb_ele=length(k_values);
% CONSTRUO DAS MAT. ELEMENTARES E MONTAGEM DA MATRIZ DE
% RIGIDEZ GLOBAL
K_global=zeros(nb_node);
for ii=1:nb_ele
K_elementar=k_values(ii)*[1 -1 ; -1 1];
mat_ident=eye(nb_node);
mat_transf=[mat_ident(mat_conect(ii,1),:); mat_ident(mat_conect(ii,2),:)];
K_global=K_global+mat_transf'*K_elementar*mat_transf;
end
%IMPOSIO
DAS
CONDIES
DE
CONTORNO
PELO
MTODO
DO
%PARTICIONAMENTO DA MATRIZ DE RIGIDEZ
% identificao dos gdl livres e gdl impostos
gdl_livres=forcas_aplic(:,1);
gdl_impostos = cond_cont(:,1);
% construo das submatrizes de rigidez
K_ll=K_global(gdl_livres,gdl_livres);
K_li=K_global(gdl_livres,gdl_impostos);
K_ii=K_global(gdl_impostos,gdl_impostos);
% construo dos vetores de foras nos gdl livres e de deslocamentos nos gdl
% impostos
f_liv=forcas_aplic(:,2);
d_imp=cond_cont(:,2);
% CLCULO DOS DESLOCAMENTOS NOS GDL LIVRES E FORAS DE REAO % NOS
GDL IMPOSTOS
d_liv=inv(K_ll)*(f_liv-K_li*d_imp)
f_imp=K_li*d_liv+K_ii*d_imp
Figura 2.4
24
D.A.Rade
Figura 2.5
Na modelagem, cada barra da trelia tratada com um elemento finito, e os pontos
de conexo das barras so associados aos ns do modelo de EF.
Para determinar as relaes foras-deslocamentos para a trelia completa,
devemos, primeiramente, determinar estas relaes para um elemento genrico,
considerado isoladamente, levando em conta sua orientao, e proceder, em seguida,
montagem das equaes matriciais que levam em conta a compatibilidade de
deslocamentos e o equilbrio de foras nos ns.
Considerando a Figura 2.5, que mostra um elemento genrico i, orientado
segundo um ngulo i , cujas propriedades relevantes so: comprimento Li , rea de
seo transversal Ai e mdulo de elasticidade Ei . Vamos utilizar os conceitos
elementares da Resistncia dos Materiais para obter as relaes forasdeslocamentos em nvel elementar.
Para cada elemento, definimos dois sistemas de referncia ilustrados na
Figura 2.6:
-
25
D.A.Rade
(uiD )Y , ( FiD )Y
(u ) ,(F )
Li
E
i Y
( ) x , ( Fi )x
uiE
(uiD )x , ( FiD ) x
(uiD ) X , ( FiD ) X
Ei , Ai
(u ) ,(F )
E
i X
X
Figura 2.6
Deve ser notado, na Figura 2.6, que cada um dos ns apresenta duas
componentes independentes de deslocamento nas direes X e Y, havendo, portanto,
dois graus de liberdade por n. Alm disso, as foras aplicadas nos ns so
orientadas na direo da barra.
Da condio de equilbrio do elemento, temos:
( FiE )x = ( FiD ) x
(2.26)
Li =
( )x ( )x
Li =
( )x ( )x
uiD
uiD
uiE
uiE
Fi E ) Li
(
x
=
(2.27)
Fi D ) Li
(
x
=
(2.28)
Ei Ai
Ei Ai
26
D.A.Rade
Ei Ai
L
i
Ei Ai
L
i
Ei Ai
E
Li ui
Ei Ai u D
i
Li
( )x ( FiE ) x
= D
( )x ( Fi )x
(2.29)
=
D
D
D
D
cos
sen
=
+
u
u
u
u
( i ) x ( i ) X i ( i )Y i ( i ) x 0
sen i
cos i
(uiE ) X
(uiE )Y
D
u
( i ) X
(uiD )Y
sen i
( )
( )
uE
i
D
ui
( uiE ) X
(uiE )Y
(uiD ) X
(uiD )Y
=
T
i
(2.30)
onde:
[T ] = cos0 i
i
[T ]
sen i
0
0
cos i
0
sen i
(2.31)
27
D.A.Rade
[T ]
Ei Ai
L
i
E
i
Ai
Li
(
[ ] ((
(
E A
i i
Li
T
Ei Ai i
Li
u iE
E
ui
D
ui
uD
i
)
)
)
)
Y = T
i
X
( ) x
[ ]
( )x
FE
i
D
Fi
(2.32)
[T ]T
i
( )
( )
FE
i
D
Fi
cos i
sen
i
=
0
0
cos i
cos i
0
( )
( )
FE
i
D
F
i
x
=
(
(
(
(
Fi E cos i Fi E
E
E
Fi sen i Fi
D
= D
Fi cos i Fi
F D sen F D
i i
i
)
)
)
)
Y
X
(2.33)
cos 2 i
Ei Ai cos i sen
Li cos 2 i
cos i sen i
cos i sen i
sen 2 i
cos i sen i
cos 2 i
cos i sen i
cos 2 i
sen 2 i
cos i sen i
cos i sen i
sen 2 i
cos i sen i
sen 2 i
(
(
(
(
u iE
E
ui
D
ui
uD
i
)
)
)
)
Y =
Y
X
(
(
(
(
Fi E
E
Fi
D
Fi
FD
i
)
)
)
)
Y
X
(2.34)
ou:
[K ( ) ] {U ( )}= {F ( )}
i
i=1,2,...
(2.35)
onde:
[K ( ) ]
e
cos 2 i
Ei Ai cos i sen
=
Li cos 2 i
cos i sen i
cos i sen i
cos 2 i
sen i
cos i seni
sen 2 i
cos i sen i
cos 2 i
cos i sen i
cos i sen i
sen 2 i
cos i sen i
sen 2 i
(2.36)
D.A.Rade
45o
100 KN
(a)
(u3 )Y
(F3 )X
(u3 )X
(F3 )Y
Y
(u2 )Y
(F2 )X
X
(F2 )Y
(u1 )Y
(F1 )Y
(F1 )X
(u2 )X
(u1 )X
(b)
Figura 2.7
29
D.A.Rade
Tabela 2.1
E(N/m2)
L(m)
Conectividade
(ns)
(graus)
2,54
2,3
90
20,71010
2,54
1,2
20,71010
3,59
1,3
135
Elemento
A(cm2)
32,3
6,91010
38,7
25,8
Ai
Li
Os valores de uiD
Deslocamentos
( u1 ) X
= 0, 6858 mm
( u2 ) X
= 0,9100 mm
( u2 )Y
= 0,8059 mm
( F3 ) X
= 70, 711KN
( F3 )Y
=0
Reaes de apoio
( F2 )Y
= 70, 711KN
1 = 21,819 MPa
2 = 18, 271MPa
30
D.A.Rade
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% Programa para anlise esttica por EF de trelias planas
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% Domingos Alves Rade
ltima modificao:
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% ENTRADA DE DADOS
% propriedades fsicas e geomtricas das barras [A(m^2) E(N/m^2) L(m) alfa(grau)]
propriedades = [ 32.3e-4
6.9e10
2.54
90
38.7e-4
20.7e10
2.54
180
25.8e-4
20.7e10
2.59
135];
% nmero total de graus de liberdade
nb_gdl = 6;
% matriz de conectividade (graus de liberdade ordenados segundo:
% 1: n 1, direo x
% 2: n 1, direo y
% 3: n 2, direo x
% 4: n 2, direo y
% 5: n 3, direo x
% 6: n 3, direo y
mat_conect=[ 3 4 5 6
1 2 3 4
1 2 5 6];
% condies de contorno nos gdl impostos
cond_cont=[2 0
5 0
6 0];
% foras externas aplicadas nos gld livres(valores em Newtons)
forcas_aplic= [ 1
0
3 -100000*cos(pi/4)
4 -100000*sin(pi/4)];
[nb_ele,dummy]=size(propriedades);
% CONSTRUO DAS MATRIZES ELEMENTARES E MONTAGEM DA MATRIZ DE RIGIDEZ GLOBAL
K_global=zeros(nb_gdl);
for ii=1:nb_ele
coef=propriedades(ii,1)*propriedades(ii,2)/propriedades(ii,3);
alfa=propriedades(ii,4)*pi/180;
K_elementar=coef*[1 -1 ; -1 1];
mat_transf=[cos(alfa) sin(alfa)
0
0
0
0
cos(alfa) sin(alfa)];
K_elementar=mat_transf'*K_elementar*mat_transf;
mat_ident=eye(nb_gdl);
mat_transf1=[mat_ident(mat_conect(ii,1),:); mat_ident(mat_conect(ii,2),:); ...
mat_ident(mat_conect(ii,3),:); mat_ident(mat_conect(ii,4),:)];
K_global=K_global+mat_transf1'*K_elementar*mat_transf1;
end
% IMPOSIO DAS CONDIES DE CONTORNO PELO MTODO DO PARTICIONAMENTO
%identificacao dos gdl livres e gdl impostos
gdl_livres=forcas_aplic(:,1);
gdl_impostos = cond_cont(:,1);
% construo das submatrizes de rigidez
K_ll=K_global(gdl_livres,gdl_livres);
K_li=K_global(gdl_livres,gdl_impostos);
K_ii=K_global(gdl_impostos,gdl_impostos);
% construo dos vetores de foras nos gdl livres e de deslocamentos nos gdl
impostos
f_liv=forcas_aplic(:,2);
d_imp=cond_cont(:,2);
% CLCULO DOS DESLOCAMENTOS NOS GDL LIVRES E FORAS DE REAO NOS GDL IMPOSTOS
disp('Deslocamentos nos gdl livres (em milmetros)');
d_liv=inv(K_ll)*(f_liv-K_li*d_imp)*1000
disp('Reacoes de apoio (em kN) ');
f_imp=(K_li'*d_liv/1000+K_ii*d_imp)/1000
des_global=zeros(nb_gdl,1);
des_global(cond_cont(:,1))=cond_cont(:,2);
des_global(forcas_aplic(:,1))=d_liv/1000;
% CLCULO DAS TENSES NAS BARRAS
for ii=1:nb_ele
alfa=propriedades(ii,4)*pi/180;
31
D.A.Rade
mat_transf=[cos(alfa) sin(alfa)
0
0
0
0
cos(alfa) sin(alfa)];
des_local=mat_transf*des_global(mat_conect(ii,:));
sigma(ii)=propriedades(ii,2)/propriedades(ii,3)*(des_local(2)-des_local(1));
end
disp('Tenses nas barras (em MN/m^2) ');
sigma/1e6
Figura 2.8
32
D.A.Rade
E1, A1, l1
E2, A2, l2
1
N1
(1)
N2
(2)
U2
U1
N3 E3, A3, l3
3
(3)
4 N4
U4
U3
Ei, Ai, li
ki= EiAi/li
(i)
i
i+1
Ni D
Ui E
Ui D
Ni
f iE
fi D
ui E
ui D
Figura 2.9
33
D.A.Rade
N iD i Ai Ei i Ai
N iE N iD
Ei Ai
U iD U iE
li
Ei Ai
U iE U iD
li
1 1 U iE N iE
1 1 D D
U i N i
(2.38)
ki
Ei Ai
li
34
D.A.Rade
T2 ,2
T1 ,1
(1)
(2)
G1, J1, l1
TiE, i
G2, J2, l2
TiD , i
T3 , 3
(1)
ki = GiJi,/li
TiE
TiD
iE
iD
Gi, Ji, li
Figura 2.10
iD
Gi J i D
i iE
li
iE iD
Gi J i E
i iD
li
1 1 iE iE
1 1 D D
i i
(2.39)
ki
Gi J i
li
Ji
Ri4
2
35
D.A.Rade
q1
q1
Q
q1
q3
q3
q2
q2
q4
Figura 2.11(a)
A Figura 2.11(b) mostra um segmento arbitrrio, delimitado por dois ns E
e D, nos quais esto indicadas as respectivas presses piE e piD e vazes qiE e qiD .
1/Ri
i
D
i
qiE
piE
piD
qiE
piE
qiD
piD
Figura 2.11(b)
Em virtude da hiptese de escoamento em regime permanente, para cada
segmento i deve-se ter:
36
D.A.Rade
qiD qiE qi
(2.41)
piD piE Ri qi
(2.42)
qiE
1
Ri
qiD
1
Ri
E
i
piD
E
i
piD
ou:
qiE 1 1 1 piE
D
D
qi Ri 1 1 pi
(2.43)
37
D.A.Rade
K1, A1, l1
K2, A2, l2
Q1
K3, A3, l3
3
T2
T1
Q4
T3
T4
x
Figura 2.12(a)
Ti E
Ki, Ai, li
qiE
Ti D
qiD
Ki
E
Ti E Ti D
TiE
TiD
qiE
qiD
Figura 2.12(b)
Recordamos abaixo as equaes pertinentes aos dois mecanismos de
transferncia de calor (conduo e conveco) que consideramos estar envolvidos
no problema em questo.
qi
qi K i Ai
dT
dx
(2.44.a)
Conveco:
TP
T
qi
qi hi Ai TP T
(2.44.b)
38
D.A.Rade
qi
K i Ai
Ti E Ti D
li
qiD qi
qiD qi
1 1 Ti E
1 1 D
Ti
(2.45)
39
D.A.Rade
K1 A1
l1
q1 K1 A1
0 l
0 0
q4
K1 A1
l1
K1 A1 K 2 A2
l1
l2
K 2 A2
l2
K 2 A2 K 3 A3
l2
l3
K A
2 2
l2
T
0 1
T2
K 3 A3 T3
l3 T4
K 3 A3
l3
0
K 3 A3
l3
(2.46)
q4 h4 A3 T4 T
K1 A1
l
1
q1 K1 A1
0 l
0 0
h4 A3 T
K1 A1
l1
K1 A1 K 2 A2
l1
l2
K 2 A2
l2
K 2 A2 K 3 A3
l2
l3
K 2 A2
l2
T1
0
T2
K 3 A3 T3
l3
T4
K 3 A3
h4 A3
l3
0
K 3 A3
l3
K1 A1 K 2 A2
l1
l2
0
K 2 A2
0
l2
h A T
4 3
K 2 A2
l2
K 2 A2 K 3 A3
l2
l3
K 3 A3
l3
T
2
K 3 A3
T3
l3
T
4
K 3 A3
h4 A3
l3
40
D.A.Rade
K A
q1 1 1
l1
K1 A1
l1
T1
T2
0 0
T3
T4
41
D.A. Rade
CAPTULO 3
FUNDAMENTOS DE CLCULO VARIACIONAL
possvel, e muito conveniente, considerar o procedimento de obteno de
modelos de elementos finitos como um processo variacional. Atravs deste
processo procura-se estabelecer as equaes do movimento ou de equilbrio em
nvel elementar e em nvel global mediante a busca dos pontos estacionrios (ou
pontos crticos, ou pontos extremos) de certas funes, denominadas funcionais,
que so funes escalares de funes que definem a distribuio da varivel de
campo sobre o domnio considerado. Neste contexto o Clculo Variacional
constitui o conjunto de tcnicas matemticas destinadas determinao dos
pontos estacionrios de funcionais.
Os chamados Princpios Variacionais so leis que estabelecem que a
configurao de equilbrio esttico ou de equilbrio dinmico de um dado sistema
mecnico devem corresponder a pontos estacionrios de determinados funcionais
associados ao problema. Em diversos problemas da Mecnica do Contnuo, os
funcionais representam a energia do sistema. As equaes de equilbrio ou do
movimento podem ento ser obtidas desenvolvendo, matematicamente, as
condies de estacionaridade destes funcionais.
Neste Captulo, apresentaremos os fundamentos do Clculo Variacional e
ilustraremos os desenvolvimentos apresentados atravs de exemplos baseados no
uso de Princpios Variacionais da Mecnica, notadamente o Princpio da Energia
Potencial Estacionria e o Princpio de Hamilton. Tais princpios sero
apresentados detalhadamente no Captulo 5.
3.1 Funcionais
independente
envolvendo
uma
varivel
dependente
uma
varivel
x1
(3.1)
u x 2 u 2
(3.2)
42
D.A. Rade
com:
x1 x x 2
(3.3.a)
u x x
(3.3.b)
x1 0
x2 0
(3.4)
u~ x 2 u 2
(3.5)
u, u
u2
u~ x
y x
u1
u x
x1
x2
Figura 3.1
43
D.A. Rade
F x ,u x ,u x F x ,u u ,u u F x ,u x ,u x
(3.6)
u x
(3.7)
F x ,u x ,u x F x ,u x ,u x F x ,u x ,u x
(3.8)
F
F
F x ,u x ,u x F x ,u x ,u x x
x
u
u
(3.9)
F
F
x x
u
u
F x,u x ,u x
(3.10)
I I F F I F =
x2
x1
F x ,u x ,u x F x ,u x ,u x dx
F x ,u x ,u x dx F x ,u x ,u x dx
x2
x2
x1
x1
(3.11)
44
D.A. Rade
x2
F
F
x x dx
u
u
I x,u x ,u x
x1
(3.12)
u x u x dx 0
(3.13)
x1
2
F
d F
F
2
x
dx
x dx
u
dx
u
x1
x
x
1
(3.14)
x2
F
2
u
x1
x
F d F
u dx u x dx 0
(3.15)
F
2
x
u
0 ,
x1
(3.16)
de modo que:
x2
d F
u dx u x dx 0
(3.17)
x1
x Gx dx 0
x1
45
D.A. Rade
x2 0 ,
x1 0
F d F
0
u dx u
(3.18)
(3.18.a)
(3.18.b)
x x1
Em x= x 2 :
F
u
x1 0
x2 0
(3.18.c)
(3.18.d)
x x2
46
D.A. Rade
Observaes:
a equao de Euler-Lagrange (3.18) apresenta-se sob a forma de uma
equao diferencial, cuja resoluo, complementada pelas condies de contorno
(3.2), fornece a funo u(x) que corresponde ao ponto estacionrio do funcional
(3.1).
para um determinado ponto estacionrio do funcional, pode-se
determinar sua natureza (mximo ou mnimo), a partir da anlise do sinal da
segunda variao do funcional I. A segunda variao obtida pela expanso de
I u u em torno de I u utilizando uma srie de Taylor limitada aos termos de
segunda ordem em u . Para o funcional em questo, escrevemos:
F x ,u u ,u u F x ,u ,u
F
F
2F
1 2F
1 2F
2
2
u
u
u
u
uu
u
u
uu
2 u 2
2 u 2
ou:
F x ,u u ,u u F x ,u ,u F x ,u ,u 2 F x ,u ,u
(3.19)
com:
F x ,u ,u
F
F
u
u
u
u
2 F x ,u ,u
(3.20)
1 2F
1 2F
2F
2
2
u
uu
2 u 2
2 u 2
uu
(3.21)
I u u F x ,u u ,u u dx
x2
(3.22)
x1
x2
x2
x2
x1
x1
x1
2
2
F x ,u ,u dx F x ,u ,u dx F x ,u ,u dx
(3.23)
(3.24)
onde:
47
D.A. Rade
x2
I 2 F x ,u ,u dx 2
2
(3.25)
x1
x2
2F
2I 2
u
x1
2 2
2F
u
2
2
2F
dx
uu
(3.26)
I u u 2 qu dx
2
(a)
q(x)
u(x)
Figura 3.2
Confrontando a equao (a) com a equao (3.1), reconhecemos:
48
D.A. Rade
F u ,u
T
u 2 qu
2
(b)
qx
T
(c)
Tu 0L 0
(d)
u L 0 ,
u x
q
xL x
2T
2F
u 2
0 ;
2F
T
u 2
2F
0
uu
1
2
I 2T dx
20
2
49
D.A. Rade
I u F x ,u x ,u x , ,u n x dx
x2
x1
(3.27)
u x 2 u 2
u x1 u1 ;
u x 2 u 2
(3.28)
u n1 x1 u1n1 ;
u n 1 x 2 u 2n 1
na
seo
anterior,
x1 x x 2
com:
u x x
onde 1 um parmetro escalar arbitrrio e x uma funo contnua
arbitrria definida no intervalo x1 x x 2 , que satisfaz s seguintes condies:
x1 0 ;
x2 0
x1 0 ;
x 2 0
(3.29)
n1 x1 0 ;
n1 x 2 0
F
F
F
n n
u
u
u
F x ,u ,u , ,u n
(3.30)
50
D.A. Rade
I 2 F x ,u ,u ,u n dx 0
x
x1
(3.31)
u u u ( n )
x1
(n)
dx 0
(3.32)
x1
F k
k
dx 1
k
x2
x1
d k F
dx
dx k u k
2
2
k 1
F
0 F
k 1 1 1 d F k 2 1 2 d F k 3 1 k 1 d
k
dx u k
dx 2 u k
dx k 1 u k x
u
1
x1
F k
k
dx 1
k
u
x2
x1
2
j
k 1
d k F
j d F k 1 j
dx 1
j
k
dx k u k
dx
j 0
1
(3.33)
x1
k
n
k d F
1
dx
dx k u k
k 0
n k 1
k 0 j 0
2
F k 1 j
0
dx j u k
x
(3.34)
x1
k
n
k d F
1
dx 0
dx k u k
k 0
(3.35)
51
D.A. Rade
k 0
d k F
0
dx k u k
(3.36)
k 0 j 0
2
F k 1 j
0
dx j u k
x
(3.37)
d 2u
1
I EI 2 q x y x dx
2 dx
(a)
q(x)
u(x)
Figura 3.3
52
D.A. Rade
F u,u
1
2
EI u q x u x
2
(b)
equao de Euler-Lagrange:
F d F d 2
u dx u dx 2
F
0
(c)
termos de contorno:
L
F d F
F
0
u 0
u dx u
(d)
u 4
qx
,
EI
(e)
EI u EI u 0L 0
(f)
53
D.A. Rade
I u F u , x , y , u x , u y dx dy
(3.38)
ux , y C u C x , y
(3.39)
D
C
x
Figura 3.4
54
D.A. Rade
com:
u x , y x , y
(3.40)
(3.41)
x , y C 0
(3.42)
F
F
F
F
F
u
u x
u y
x
y
u
u
u x
u y
u x
u y
(3.43)
F
F
x
y 0
u
u x
u y
I F dx dy
D
(3.44)
o que conduz a:
u u x x u y y 0
D
(3.45)
Gx , v
D
x , y
x , y
F x , y
dx dy x , y G x , y dy F x , y dx
x
v
C
55
D.A. Rade
G x , y F x , y
dx dy
x , y
y
x
D
(3.46)
u x x u y y dx dy
D
d F
F
F
dx
dy
=
u y
dx u
u x
D
C
x
d F
dy u y
dx dy
(3.47)
u x
dx
F d F
F
dy
u y
u
dx u x
d F
dy u y
dx dy = 0
(3.48)
F d F
u dx u x
F
d F
dy u y
F
u x dx u y dy
=0
(3.49)
(3.50)
56
D.A. Rade
q(x,y)
T
T
y
z
Figura 3.5
A energia potencial total, incluindo o trabalho da carga distribuda q(x,y)
dada pelo funcional:
I u T u x2 u 2y qu dxdy
2
(a)
F x , y ,u ,u x ,u y
1
T u x2 u 2y qu
2
(b)
T u x2 u 2y q 0
(c)
57
D.A. Rade
x r cos
x r sen
r 2 x2 y2
P(x,y)
R
r
Figura 3.6
Assim procedendo, (c) assume a forma:
T d du
r q 0
r dr dr
(d)
u r
q
R2 r 2
4T
58
D.A. Rade
I u , v F x , u , v , u x , v x dx
x2
x1
(3.51)
u x 2 u 2
(3.52)
v x 2 v 2
x1 x x 2
(3.53.a)
~
v x v x v x
x1 x x 2
(3.53.b)
com:
u x x
(3.53.a)
v x x
(3.53.b)
x1 0
x2 0
(3.55.a)
x1 0
x 2 0
(3.55.b)
59
D.A. Rade
u~ x 2 u 2
(3.56.a)
~
v x1 u1 ;
v~ x 2 u 2
(3.56.b)
x
x
u x
v x
v
(3.57)
F
F
F
F
x
x dx
u
v
u x
v x
x1
(3.58)
F
F
F
F
x
x dx 0
v
u x
v x
u
x1
I 0
(3.59)
x2
F 2
F
dx
u x x
u
x
x
x
1
x2
F
F
v x x dx v x
x
1
2
x1
x2
d F
dx u x dx
(3.60.a)
x1
x2
d F
dx v x dx
(3.60.b)
x1
x2
x2
2
F d F
F d F
F
F
dx
dx 0 (3.61)
v
dx
v
vx x x u dx u x
x
u x
x1
1
1
60
D.A. Rade
F
F
v x
u x
2
0
x1
(3.62)
x1
x1
x2
(3.63.a)
F d F
0
v dx vx
(3.63.b)
I u , v , , z F x , u , v , z , u x , v x , , z x dx
x2
x1
(3.64)
2
F
F
F
v x
z x x
u x
1
(3.65)
(3.66.a)
F d F
0
v dx vx
(3.66.b)
61
D.A. Rade
F d F
0
z dx z x
(3.66.c)
1
m1u12 m 2 u 22
2
1
k10 u12 k 20 u 22 k12 u 2 u1 2
2
(a)
k10
(b)
k 20
k12
m1
m2
u1 t
u 2 t
Figura 3.6
Formemos o seguinte funcional:
t2
1 2
I T V dt m1u12 m 2 u 22 k10 u12 k 20 u 22 k 21 u 2 u1 2 dt
2t
t
1
(c)
Em (c), identificamos:
F u1 , u 2 , u1 , u 2
1
m1u12 m 2 u 22 k10 u12 k 20 u 22 k 21 u 2 u1 2
2
(d)
D.A. Rade
(e.1)
m 2 u2 k 20 u 2 k12 u 2 u1 0
(e.2)
2 2
k12 u1 0
k20 k12 u2 0
(f.1)
ou ainda:
M u K u 0
(f.2)
onde:
u1
u 2
m1
(g.1)
0
m 2
(matriz de inrcia)
(g.2)
k10 k12
k12
k12
(matriz de rigidez)
k20 k12
(g.3)
63
D.A. Rade
CAPTULO 4
PRINCPIOS VARIACIONAIS DA MECNICA
Neste Captulo apresentaremos dois dos principais princpios variacionais
da Mecnica: o Princpio da Energia Potencial Estacionria, aplicvel a corpos
deformveis em equilbrio esttico e o Princpio de Hamilton, que rege os
problemas de dinmica de sistemas rgidos ou flexveis. A partir do princpio de
Hamilton, aplicando as tcnicas do Clculo Variacional, apresentadas no
Captulo 3, obteremos as Equaes de Lagrange do Movimento.
Ser tambm apresentado o Mtodo de Rayleigh-Ritz destinado obteno
de solues aproximadas de problemas regidos por princpios variacionais. Nos
captulos subseqentes, o mtodo de Rayleigh-Ritz, combinado com a noo de
aproximao por subdomnios, ser utilizado para a formulao do mtodo dos
elementos finitos, considerando alguns tipos particulares de elementos.
4.1 Fundamentos da Teoria da Elasticidade em pequenos deslocamentos
Nesta seo recapitularemos os fundamentos da Teoria da Elasticidade
com base na hiptese de pequenos deslocamentos. Esta hiptese admite que as
componentes do deslocamento de um ponto qualquer P do corpo, denotadas
doravante por u, v e w (ver Figura 4.1), sejam pequenas o bastante para justificar
a linearizao das equaes que governam o problema.
z
P
w
P
u
v
x
y
Figura 4.1
64
D.A. Rade
A Figura 4.2 ilustra o estado mais geral de tenses a que pode estar
submetido um elemento diferencial de volume de um corpo elstico, onde
x , y , z so as componentes de tenses normais, xy , yx , xz , zx , yz , zy so as
componentes de tenses cisalhantes e X , Y e Z so as componentes da fora
externa de volume (fora por unidade de volume) atuante sobre o elemento.
zx
zy
xz
Z
X
yz
dz
yx
xy
dy
dx
x
y
Figura 4.2
Tensor das tenses. O estado de tenses em um ponto qualquer do corpo
deformvel determinado por nove componentes formando o chamado tensor das
tenses, definido da seguinte forma:
x xy xz
yx y yz
zx zy z
(4.1)
65
D.A. Rade
xy yx
(4.2a)
xz zx
(4.2b)
yz zy
(4.2c)
x xy xz
X 0
x
y
z
(4.2d)
xy
(4.2e)
xz yz z
Z 0
x
y
z
(4.2f)
yz
Y 0
x xy xz
xy y yz
xz yz z
(4.3)
x
yx
zx
xy xz
y yz
zy z
(4.4)
66
D.A. Rade
u
x
(4.5a)
v
y
(4.5b)
w
z
(4.5c)
xy
u v
y x
(4.5d)
xz
u w
z x
(4.5e)
yz
v w
z y
(4.5f)
(4.6)
x y z xy xz yz T
(4.7)
onde:
x y z xy xz yz T
(4.8)
67
D.A. Rade
e11
e
21
e
E 31
e41
e51
e61
e12
e13
e14
e15
e22
e22
e24
e25
e32
e42
e33
e43
e34
e44
e35
e45
e52
e53
e54
e55
e62
e63
e64
e65
e16
e26
e36
e46
e56
e66
(4.9)
(4.10)
(4.11)
onde:
E 1
s11
s
21
s
S 31
s 41
s51
s 61
s12
s13
s14
s15
s 22
s 23
s 24
s 25
s32
s33
s34
s35
s 42
s 43
s 44
s 45
s52
s53
s54
s55
s 62
s 63
s 64
s 65
s16
s 26
s36
s 46
s56
s 66
(4.12)
(4.13)
x 2G x
y 2G y
z 2G z
x y z
1 2
x y z
1 2
x y z
1 2
(4.14a)
(4.14b)
(4.14c)
68
D.A. Rade
xy G xy
(4.14d)
xz G xz
(4.14e)
yz G yz
(4.14f)
e, inversamente:
(4.15a)
(4.15b)
(4.15c)
1
x y z
E
1
y x z
E
1
z x y
E
E
21
com:
(4.16)
X X
Y Y
Z Z
em S 2
(4.17)
onde:
X x xy m xz n
(4.18a)
Y xy y m yz n
(4.18b)
xz yz m z n
(4.18c)
69
D.A. Rade
zy
xy
dS1
zx
x
xz
yx
yz
Figura 4.3
Denotando as componentes de deslocamentos impostos por u ,v , w , as
condies de contorno ditas geomtricas, aplicveis regio S 2 , so expressas
segundo:
uu
(4.19a)
vv
em S 2
ww
(4.19b)
(4.19c)
r u i v j w k
(4.20)
70
D.A. Rade
u 0
v 0
w 0
em S 2
(4.21)
W F r
(4.22)
W Fx i F y j Fz k u i v j w k Fxu F y v Fz w
(4.23)
W S X u Y v Z w dS
(4.24)
S1
W S x xy m xz n u xy y m yz n v xz yz m z n w dS
(4.25)
S1
L Mm Nn dS x
S
M N
dV
y
z
(4.26)
x u xy v xz w
xy u y v yz w
xz u yz v yz w dV
y
z
x
W S
V
71
D.A. Rade
W S
V
xy
y
xz
z
y yz
u xy
y
z
z
v xz xy
x
z
y
w dV +
u
w v
v u
w
v
w u
yz
y
xy
x
dV
z
xz
z
z
z
y
y
x
x
y
x
V
(4.27)
Introduzimos agora
deslocamentos virtuais:
u
x
as
seguintes
v
y
deformaes
associadas
aos
w
z
(4.28)
xy
v u
x
y
xz
w u
z
x
yz
w v
y
z
W S Xu Y v Z wdV
(4.29)
(4.30)
x x y y z z xy xy xz xz yz yz dV
V
X u Y v Z wdS Xu Yv Z wdV =
V
S1
x x y y z z xy xy xz xz yz yz dV
V
ou ainda:
W S W V W I
(4.31)
onde:
72
D.A. Rade
W S X u Y v Z w dS
(4.32)
S1
(4.33)
W I x x y y z z xy xy xz xz yz yz dV
(4.34)
xy
U
x
U
y
U
xy
xz
U
xz
yz
U
z
(4.35)
U
yz
1 T
1 T E
2
2
(4.36)
1
x y z
2 1 2
(4.37)
73
D.A. Rade
U
U
U
U
U
U
x
y
z
xy
xz
yz dV
y
z
xy
xz
yz
W I
V
W I U dV
(4.38)
com:
U
U
U
U
U
U
x
y
z
xy
xz
yz
x
xz
y
z
xy
yz
ordem
dos
W I U dV
operadores
(4.39)
integrao
(4.40)
X
u
Y
v
Z
w
(5.41)
74
D.A. Rade
u
v
w dS
u
v
w dV
v
w
u
v
w
u
W S W I
S1
W S W I u, v, w dS u , v, w dV
S1
(4.42)
S1
U dV dV dS 0
V
V
S1
(4.43a)
ou ainda:
(4.43b)
onde:
U dV dV dS
V
(4.44)
S1
u u u
v v v
w w w
(4.45)
75
D.A. Rade
u , v , w u , v, w u , v, w 2 u, v, w
Como (u,v,w) um ponto estacionrio do funcional , temos u , v, w 0
e a equao acima fica:
u , v , w u, v, w 2 u, v, w
(4.46)
2 U u , v, w dV
(4.47)
76
D.A. Rade
ni
P1
fi
F1
Si
ri
r1
r1
f1
ri
Fi
Pi
ti
S1
Fn
Pn
rn
fn
O
X
rn
Sn
Z
Figura 4.4
Aplicando a Segunda Lei de Newton para cada partcula do sistema,
considerada isoladamente, escrevemos:
Fi f i mi ri
i=1, 2, ..., n
(4.48)
Fi f i mi ri 0
i=1, 2, ..., n
(4.49)
77
D.A. Rade
ri X i i Yi j Z i k ,
i=1, 2, ..., n
ri X i i Yi j Z i k ,
i=1, 2, ..., n
Fi fi mi ri ri 0
i=1, 2, ..., n
(4.50)
Fi mi ri ri 0
i=1, 2, ..., n
(4.51)
78
D.A. Rade
Fi mi ri ri 0
n
(4.52)
i 1
ou ainda:
W F W I 0
(4.53)
onde:
n
W F Fi ri
i 1
W I mi ri ri
(4.54)
i 1
desingam o trabalho virtual das foras impostas e o trabalho virtual das foras de
inrcia, respectivamente.
A equao (4.53) expressa o Princpio do Trabalho Virtual, o qual
estabelece que para qualquer posio de um sistema de partculas, o trabalho
virtual total realizado por todas as foras impostas e todas as foras de inrcia
resulta nulo para todo e qualquer conjunto arbitrrio de deslocamentos virtuais
introduzidos a partir daquela posio.
4.5 Princpio de Hamilton
No desenvolvimento que segue, ao operador , que designa uma variao
virtual, sero atribudas as mesmas propriedades do operador diferencial do
Clculo Diferencial.
A fim de desenvolver (4.52), introduzimos a identidade:
d ri ri
1
ri ri ri ri ri ri ri ri
dt
2
donde:
r r d ri ri 1 r r
i
i
i i
dt
2
(4.55)
i 1
d ri ri
mi 1 ri ri 0
i dt
i 1
i 1 2
(4.56)
Em (4.56), reconhecemos:
79
D.A. Rade
1 n
mi ri ri (energia cintica do sistema de partculas),
2 i 1
(4.57)
d ri ri
T mi
dt
i 1
n
(4.57)
Observamos que, no caso geral, a energia cintica pode ser expressa como
uma funo de vrias variveis. Em termos das componentes cartesianas dos
vetores posio e velocidade das partculas do sistema, tal funo assume a
forma:
T T x1 , y1 , z1 , x 2 , y 2 , z 2 , , x n , y n , z n , x1 , y1 , z1 , x 2 , y 2 , z 2 ,, x n , y n , z n ,
(4.58)
T
T
T
T
T
T
x1
y1
z1
x n
y n
z n
x1
y1
z1
x n
y n
z n
T
T
T
T
T
T
x1
y1
z1
x n
y n
z n
z n
x1
y1
z1
x n
y n
(4.59)
d ri ri
dt
T dt mi
dt
t i 1
t2 n
n
mi ri ri
i 1
t
1
(4.60)
T dt 0
(4.61)
W F V
(4.62)
D.A. Rade
V V x1 , y1 , z1 , x 2 , y 2 , z 2 , , x n , y n , z n
(4.63)
V
V
V
V
V
V
x1
y1
z1
x n
y n
z n
x1
y1
z1
x n
y n
z n
(4.64)
T V dt 0
t1
ou ainda:
t2
L dt 0
(4.65)
t1
onde:
L T V
(4.66)
L L x1 , y1 , z1 , x 2 , y 2 , z 2 ,, x n , y n , z n , x1 , y1 , z1 , x 2 , y 2 , z 2 , , x n , y n , z n ,
e,
L
L
L
L
L
L
x1
y1
z1
x n
y n
z n
z n
x1
y1
z1
x n
y n
L
L
L
L
L
L
x1
y1
z1
x n
y n
z n
x1
y1
z1
x n
y n
z n
(4.67)
(4.68)
L dt 0
(4.69)
t1
81
D.A. Rade
I L dt
(4.70)
t1
W F WcF WncF
(4.71)
WcF V
(4.72)
L dt 2 WncF dt 0
t1
(4.73)
D.A. Rade
Ref.
t
mo
r
m
L
k
L dt 2 WncF dt 0
t1
(a)
83
D.A. Rade
T Tcursor Tbarra
onde:
Tcursor
1
1
2
m v r 2 v 2 m r 2 r
2
2
Tbarra
1 2 1
J o mo L2 2 (rotao no baricntrica)
2
6
L
cos
2
1
k r ro 2
2
1 2
1
1
L
2
m r r mo L2 2 mgr cos mo g cos k r ro 2
6
2
2
2
(b)
WncF
(c)
L
L
L
L
r r
r
r
(d)
84
D.A. Rade
L
mr 2 k r ro mg cos
r
L
mr
r
L
L
mgr sen mo g sen
1
L
mr 2 mo L2
3
L mr 2 k r ro mg cos r mrr
L
1
(e)
mr
t2
k r ro mg cos r mrr
t1
1
L
(f)
t2
2
mr r dt mrr tt2 rr dt
t1
2
2 1
2 1
2
2
mr
m
L
dt
mr
m
L
o
o
3
3
t1
t2
t1
1
2mrr mr 2 mo L2 dt
t2
3
mr
t2
t1
k r ro mg cos mr r
1
L
85
D.A. Rade
2
1
mrr mr 2 mo L2 0
3
t1
(g)
m r r 2 k r ro mg cos 0
(h)
L
2 1
2
mr mo L 2mrr mr mo g sen t
3
2
(i)
N = 3n p
(4.74)
N = 6n p
(4.75)
86
D.A. Rade
P1
P2
L
x
No caso em questo temos um sistema com duas partculas (n=2) e nmero
toal de coordenadas 3n=6. Em termos das componentes de seus vetores posio
em relao ao sistema de eixos indicados na figura, estas seis coordenadas so
denotas por x1 , y1 , z1 , x 2 , y 2 , z 2 . No entanto, estas seis coordenadas no so todas
indepentes, uma vez que as seguintes as equaes de restrio devem ser
satisfeitas.
z1=0
z2=0
x2 x1 2 y 2 y1 2 L2
87
D.A. Rade
ri ri q1 , q 2 , , q N , t
i=1,2, ..., n
(4.76)
ri xi i y i j z i k
(4.77)
com:
xi xi q1 , q 2 , q N , t
yi y i q1 , q 2 , q N , t
z i z i q1 , q 2 , q N , t
(4.78)
i=1,2, ..., n
vi x i i y i j z i k
(4.79)
88
D.A. Rade
com:
x i
N
x
x
x
x
dxi xi
x
q1 i q 2 i q N i i q j i
t
t
q N
dt
q 2
q1
j 1 q j
y i
y
dy i yi
y
y
q1 i q 2 i q N i
q1
q 2
q N
dt
t
zi
N
z
z
z
dz i z i
z
z
q1 i q 2 i q N i i q j i
q1
q 2
q N
dt
t
t
j 1 q j
yi
y
q j i
t
j 1 q j
N
(4.80)
i=1,2, ..., n
1 n
1 n
T mi vi vi mi x i2 y i2 zi2
2 i 1
2 i 1
(4.81)
x
x
y
z
1 n
i
i
i
i
i
i
T mi
q j
q j
q q j t
2 i 1 j 1 q j
q
t
t
j 1 j
j 1 j
T T q1 , q 2 , q N , q1 , q 2 , q N , t
(4.82)
V V q1 , q 2 , q N , q1 , q 2 , q N , t
(4.83)
L T V Lq1 , q 2 , q N , q1 , q 2 , q N , t
(4.84)
89
D.A. Rade
L
L
L
L
L
L
q1
q 2
q N
q1
q 2
q N
q1
q 2
q 2
q N
q1
q N
ou:
L
L
q j
q j
q j
j 1 q j
(4.85)
WncF
Fi ri
n
(4.86)
i 1
ri
N
ri
r
r
r
q1 i q 2 i q N i q j
q1
q 2
q N
j 1 q j
(4.87)
WncF
n ri
Fi
q j
j 1 i 1
N
q j
(4.88)
ou ainda:
WncF
Q j q j
(4.89)
j 1
onde:
90
D.A. Rade
ri
Q j Fi
q j
i 1
n
(4.90)
L dt 2 WncF dt 0
(4.91)
t1
q j j q j j dt
t1 j 1
t2 N
t2 N
Q q dt 0
j
j
t1 j 1
Rearrajando:
t2 N
q j j j q j q j dt 0
j 1
t1 j 1
(4.92)
2 t2 N d L
dt L q
q
q j j q j j dt q j
t1 t1 j 1
t1 j 1
t2 N
q j dt
(4.93)
d L
dt q j
t1 j 1
Q j q j dt 0
q j
(4.94)
Uma vez que a equao acima deve ser satisfeita para todo e qualquer
conjunto de variaes virtuais arbitrrias e independentes, q j , j=1,2, ..., N,
resulta que as funes que multiplicam cada uma das variaes q j em (4.94)
devem anular-se identicamente. Assim, temos:
d L
dt q j
Qj
q j
j=1,2, ..., N
(4.95)
91
D.A. Rade
(i)
d L L
Q
dt
(ii)
WncF
e desenvolvendo (4.89) considerando a escolha feita para as coordenadas
generalizadas:
WncF Qr r Q ,
constatamos que:
Qr 0
(iii)
L
1 2
1
1
2
m r r mo L2 2 mgr cos mo g cos k r ro 2
6
2
2
2
(b)
92
D.A. Rade
L
mr
r
d L
mr
dt r
1
L
2
2
mr mo L
1
d L
2
2
2mrr mr mo L
3
dt
L
2
mr mg cos k r ro
r
L
L
mgrsen mo g sen
2
(iv)
m r r 2 k r ro mg cos 0
(h)
L
2 1
2
mr mo L 2mrr mr mo gsen t
3
2
(i)
I u F x ,u x ,u x , ,u n x dx
x2
x1
(4.96)
u x 2 u 2
93
D.A. Rade
u x1 u1 ;
u x 2 u 2
(4.97)
u n1 x1 u1n1 ;
u n 1 x 2 u 2n 1
u x ci i x
(4.98)
i 1
Observa-se que este funcional resulta expresso como uma funo escalar de
n variveis, para o qual as condies de estacionariedade so:
I u
c1
0;
I u
c2
0; ;
I u
cn
(4.99)
94
D.A. Rade
y(x)
EI
Figura 4.5
O problema de equilbrio regido pelo Princpio da Energia Potencial
Mnima, que, para o problema em questo, formulado sob a seguinte forma
variacional:
2
L
1 d 2 y
I y EI 2 qy dx 0
0 2 dx
(a)
x
L
a2 sen
2 x
L
(b)
ou
y x a11 x a22 x
onde:
1 x sen
x
L
2 x sen
(c)
2 x
L
y 0 y L 0
95
D.A. Rade
EI d 2 y 2
I y 2 qy dx
2 dx
0
L
EI
2
0
2
2
2
x
2 x
x
2 x
2
a
sen
a
sen
q
a
sen
a
sen
2
2
1
dx
L
L
L
L
L
L
I y a1 sen
a2
sen
L
L
L
0
2 L
2
2
x
2 x
x
2 x
2
2a1a2
qa2 sen
sen
sen
qa1sen
dx
L
L
L
L
L L
I y
a1 L
EI L 2 EI 2 L 2
a1
a2 2q
2 L 2
2 L 2
4
(d)
I
I
a1
a2 0
a1
a2
I
0 ;
a1
I
0
a2
4 ql 4
I
0 a1 5
EI
a1
I
0 a2 0
a2
4 qL4
x
sen
5
EI
L
(4.100)
D.A. Rade
5 qL4
L
y exato
2 384 EI
4
L 4 qL
y aprox. 5
2 EI
4.9 Bibliografia
97
D.A. Rade
CAPTULO 5
FORMULAO DO MEF PELO PROCESSO VARIACIONAL. APLICAO
MODELAGEM DO COMPORTAMENTO DINMICO DE VIGAS DE
EULER BERNOULLI
5.1 Introduo
Neste captulo, o mtodo dos elementos finitos formulado para obteno das
equaes do movimento para vigas de Euler-Bernoulli, utilizando o processo
variacional enfocado no Captulo 3.
So admitidas as seguintes hipteses:
1. Consideram-se exclusivamente os efeitos da flexo transversal, no sendo
considerados os efeitos associados ao movimento longitudinal;
2.
So adotadas as simplificaes da teoria de vigas de Euler-Bernoulli:
desprezam-se os efeitos do cisalhamento transversal e de inrcia de rotao das
sees transversais;
3. Os deslocamentos e rotaes so considerados pequenos e os materiais
apresentam comportamento linear elstico linear isotrpico.
4. Desprezam-se os efeitos dissipativos, isto , considera-se o sistema sem
amortecimento.
Ser considerada a viga mostrada na Figura 5.1 de comprimento e com
condies de contorno arbitrrias, para a qual se admitem as hipteses da teoria de
Euler-Bernoulli, sendo m x (kg/m) e E(x) (N.m-2) a densidade linear e mdulo de
elasticidade longitudinal do material que constitui a viga, respectivamente, I x
(m4) o momento de inrcia de rea da seo transversal da viga em relao ao eixo
baricntrico z, q(x,t) (N.m-1) o carregamento transversal distribudo aplicado
externamente e v(x,t) (m) indica o campo de deslocamentos transversais da viga.
98
D.A. Rade
q(x,t)
x
v(x,t)
L
y
Figura 5.1
Sero a seguir detalhadas as etapas tpicas de uma anlise por elementos
finitos, a saber:
1. Obteno das equaes do movimento em nvel elementar, empregando as
o Princpio Variaciona de Hamilton;
2. Obteno das equaes do movimento em nvel global;
3. Imposio das condies de contorno;
4. Resoluo das equaes do movimento para obteno de diferentes tipos de
respostas dinmicas.
99
D.A. Rade
pelas rotaes das sees transversais nos ns, indicadas por iL t e iR t . Estes
graus de liberdade so agrupados no vetor:
u t v
e
L
i
t iL t
viR t iR t
(5.1)
i x, t
(5.2)
M iL t
iL t
Vi
M iR t
Ei
L
qi(x)
viR t
viL t
vi x, t
iR t
Di
i x, t
x
Vi
y
Figura 5.2
(5.3)
i x, t c2 t 2c3 t x 3c4 t x 2 0 x i
(5.4)
vi i , t viD t
(5.5.a)
100
D.A. Rade
vi
x
vi
x
iE t
x 0
iD t
(5.5.b)
x i
(5.6.a)
ou:
(5.6.b)
vi x, t x ui e t
com:
x 1 x 2 x 3 x 4 x
2
x
x
1 x 1 3 2
l
l
x
x
x
3 x 3 2
l
l
x
4 x l l
l
l
(5.8.a)
2 x x 2l l
l
l
(5.7)
(5.8.b)
(5.8.c)
(5.8.d)
101
D.A. Rade
2(x)
1(x)
1
45o
x
3(x)
1
4(x)
45o
x
Figura 5.3
As equaes (5.6) mostram que o campo de deslocamentos transversais e
rotaes das sees transversais so expressos como combinaes lineares dos
deslocamentos e rotaes nodais, sendo os coeficientes de combinao linear dados
pelas funes de forma.
Visando obter as equaes do movimento em nvel elementar atravs do
Princpio Variacional de Hamilton, devemos formular as energias cintica e
potencial, alm do trabalho virtual do carregamento externo, conforme
desenvolvimento a seguir.
Energia Cintica
v x, t
1 i
Ti mi x i
dx
20
t
(5.9)
102
D.A. Rade
Ti
1 e
ui t
2
(5.10)
M i e ui e t
onde:
(5.11)
e
M i 44 mi x x x dx
T
a chamada matriz de massa ou matriz de inrcia do elemento de viga de EulerBernoulli, cujo elemento geral calculado segundo:
M i
mn mi x m x n x dx , m, n 1a 4
e
(5.12)
22 i 54
156
4 2i 13 i
m
M i e i i
420
156
simtrica
13 i
3 2i
22 i
4 2i
(5.13)
Energia Potencial
i
2 v x, t
1 i
Vi Ei x I i x i 2 dx qi x, t vi x, t dx
0
20
x
Vi E t uiE t M iE t iE t Vi D t uiD t M iE t iD t
2
103
D.A. Rade
Vi
1 e
ui t
2
Q t u t Q t
K i e ui e t ui e t
(5.15)
onde:
K i e
44 Ei x I i x x x dx , m, n 1a 4
T
(5.16)
K i e Ei x I i x m x n x dx , m, n 1a 4 ,
mn
(5.17)
Alm disso:
Q t
e
x qi x, t dx
T
(5.18)
Q t
e
m x qi x, t dx , m 1a 4 ,
(5.19.a)
Q t
e
Vi E t iE t Vi D t iD t
(5.19.b)
104
D.A. Rade
12
6 i
4 2i
EI
K i e i3 i
simtrica
Q t
e
12
6 i
12
6 i
2 2i
6 i
4 2i
(5.20)
qi t 2
2
q t i
i 12
q t i
i
2
2
qi t i
12
(5.21)
Ti Vi dt 0
t2
(5.22)
t1
Q t u t Q t dt 0
1
1
ui e t M i e ui e t ui e t K i e ui e t ui e t
t
2
2
t2
Li
d Li
e
dt u e
ui
i
(5.23)
sendo Li Ti Vi o Lagrangeano.
Efetuando as operaes indicadas em (5.23), obtemos as seguintes equaes
do movimento em nvel elementar:
105
D.A. Rade
(5.24)
M i( e ) ui e t K i( e ) ui e t Qi e t Qi e t
iL t
iR t
Ri
Li
viL t
L
i
t iL t
Rj
Lj
v Lj t
viR t
u t v
i
jL t
viR t iR t
u t v
jR t
v Rj t
L
j
t jL t
v Rj t jR t
1 t
2 t
v2 t
v1 t
u t v t
g
3 t
3
v3 t
1 t v2 t 2 t v3 t 3 t
Figura 5.4
106
D.A. Rade
u t
41
Li
u t
41
L j
e
j
u t
g
46
61
u t
g
46
61
(5.25.a)
(5.25.b)
Elemento i
viL t 1
L
i t 0
R
vi t 0
iR t 0
0 0 0 0
1 0 0 0
0 1 0 0
0 0 1 0
v1 t
0 1 t
0 v2 t
0 2 t
0 v3 t
3 t
(5.26.a)
v1 t
0 1 t
0 v2 t
0 2 t
1 v3 t
3 t
(5.26.b)
Elemento j
v t 0
t 0
v
t
0
t 0
L
j
L
j
R
j
R
j
0
0
0
0
1
0
0
0
0
1
0
0
0
0
1
0
D.A. Rade
(5.27)
T Ti T j
Utilizando a Eq. (5.10) para ambos os elementos e as equaes (5.25), obtmse a energia cintica total expressa sob a seguinte forma, em termos dos graus de
liberdade globais:
1 g
u t
2
(5.28)
M g u g t
T
M g
e
e
66 Li M i Li L j M j L j
T
1 g
u t
2
Q t
K g u g t u g t
(5.30)
com:
T
K g
e
e
66 Li K i Li L j K j L j
(5.31)
(5.32)
e:
61
Li Qi e L j
T
Q
e
Ti Vi dt 0
t2
t1
(5.33)
108
D.A. Rade
d L
dt ui g
Q g
(5.37)
LT V
com
(5.38)
M g u g t K g u g t Q g t
u 0 u
g
u 0 u
(5.39)
g g
M LL
M LI
g
M IL
M II
u t
u t
g
L
g
g g
K LL
K LI
g
K IL
K II
u t
u t
g
L
g
Q t
Q t
g
L
(5.40)
109
D.A. Rade
g g
g
M LL
g g
g g
g g
uL t K LL uL t QL t M LI uI t K LI uI t
(5.41)
Q t M u t M u t K u t K u t
g
g
IL
g
L
g
II
g
IL
g
L
g
II
(5.42)
g g
M LL
g g
uL t K LL uL t 0
(5.43)
u t U e
g
L
it
(5.44)
g
LL
g
i 2 M LL
U i 0
(5.45)
g g
g
M LL
g g
uL t K LL uL t QL t
(5.43)
D.A. Rade
Q t Q e
g
L
it
(5.44)
u t U e
g
L
it
(5.45)
g
LL
g
2 M LL
U L QL
(5.46)
ou:
U K
L
g
LL
g
M LL
Q
L
(5.47)
Anlise Transiente
O problema de anlise transiente consiste na determinao das respostas
temporais da estrutura sob a ao de foras externas variveis no tempo e/ou a um
conjunto de condies iniciais (deslocamentos e/ou velocidades) impostas no instante
inicial. Alternativamente, a excitao pode ser provocada por deslocamentos
impostos variveis no tempo.
Nestes casos, a resoluo feita integrando as equaes do movimento (5.41),
utilizando algoritmos de integrao numrica, tais como os mtodos de Newmark,
Runge-Kutta, Huboldt, dentre outros existentes para esta finalidade. Ao final da
integrao, so conhecidos os valores dos graus de liberdade do modelo de elementos
finitos em um conjunto discreto de pontos dentro do intervalo de tempo escolhido.
4.5. Bibliografia
111