GABRIELA FIORE
Orientadora
Prof MSc. Amlia de Lourdes Nogueira da Fonseca
Unifev
SUMRIO
INTRODUO.....................................................................................................
1 HISTRIA DA GASTRONOMIA.......................................................................
2 GASTRONOMIA E RELIGIO..........................................................................
10
CONSIDERAES FINAIS.................................................................................
13
REFERNCIAS....................................................................................................
15
ANEXOS...............................................................................................................
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RESUMO
Este artigo cientfico, visa abordar primeiramente a histria da Gastronomia, mostrando a sua
importncia na sociedade e os seus avanos, at se tornar a arte da culinria, a qual
conhecemos atualmente. Trataremos da relao entre gastronomia e religio, que desde
sempre esteve presente na vida do Homem, modificando e influenciando o seu modo de vida
e tambm os seus hbitos alimentares. Abordaremos tambm, alguns costumes e estes hbitos
alimentares dentro de algumas religies mais conhecidas, como o Judasmo, Budismo,
Islamismo, Hindusmo, Candombl e Umbanda. Seu objetivo, demonstrar a variedade
cultural gastronmica existente nas diversas religies, e a importncia de certos alimentos
nestas. Tambm, demonstraremos um pouco das crenas relacionadas ao tipo de alimentao
dos religiosos, assim como as restries e proibies impostas por cada religio. O enfoque
deste, ser principalmente para a religio crist, e alguns hbitos adquiridos por seus adeptos,
que possui um grande nmero de seguidores, sendo uma das maiores religies do mundo.
Palavras-chave: Religio. Gastronomia. Cultura. Hbitos alimentares.
ABSTRACT
This research paper aims to address primarily the history of gastronomy, showing its
importance in society and its progress, to become the art of cooking, which we know today.
Treat the relationship between food and religion, which has always been present in the life of
man, modifying and influencing your way of life and their eating habits. Will also discuss
some of these customs and eating habits within a few more known religions such as Judaism,
Buddhism, Islam, Hinduism, Candombl and Umbanda. Your goal is to demonstrate the
cultural gastronomic variety existing in various religions, and the importance of these certain
foods. Also, we will demonstrate some of the beliefs related to the type of religious power,
and the restrictions and prohibitions imposed by each religion. The focus of this will be
mainly for the Christian religion, and some habits acquired by his supporters, which has a
large following, one of the world's major religions.
Keywords: Religion. Gastronomy. Culture. Eating habits.
_____________________________
Aluna do Curso de Ps Graduao em Docncia no Ensino Superior.
Orientadora, Prof Mestre em Educao Do Ensino Superior.
INTRODUO
pelo Papa Paulo VI, em que h a missa do lava ps. Durante este perodo os fiis mais devotos
ficam sem comer carne vermelha por sacrifcio e respeito, alguns fazendo promessas e
abdicando, alm da carne, de outros prazeres como no comer chocolate ou ingerir bebidas
alcolicas, por exemplo.
Para iniciar, introduziu-se um pouco da histria da gastronomia, pois, a
alimentao sempre fez parte da vida do homem. No entanto, este hbito foi-se requintando e
tornando-se alm de um hbito nutricional e prazeroso em algo luxuoso e artstico. Em
seguida abordou-se um pouco sobre religio e gastronomia, para poderem-se entender melhor
alguns hbitos adotados em algumas culturas e/ou religies mais conhecidas e citadas. E
finalmente adentrou-se nos hbitos adotados especificamente pelo Cristianismo.
Com este estudo, queremos mostrar o quanto as crenas podem
interferir nos hbitos alimentares, e no modo de vida dos adeptos religiosos.
1 HISTRIA DA GASTRONOMIA
percebendo a importncia do cultivo para a alimentao e com isto fixando-se a terra. Esta
prtica trouxe uma riqueza alimentar, o que possibilitou o crescimento da populao
desenvolvendo migraes. Logo, o comrcio era gerado para suprir as necessidades de outras
regies que no possussem tanta variedade.
Apenas os egpcios e os mesopotmicos
mantiveram-se em sua prpria terra, graas intensa e
permanente fertilidade propiciada pelos rios Nilo, Tigre e
Eufrates. Os pioneiros na arte gastronmica foram os indianos,
africanos, rabes, japoneses, chineses e os italianos da era do
Imprio Romano. Logo a fartura resultante da abundncia de
alimentos gerou o comrcio, pois havia a carncia de
determinados produtos em uma ou outra regio, assim era
preciso estabelecer um intercmbio entre estes territrios. O
comerciante gerava um fenmeno at este momento indito,
alguns alimentos novos tornavam-se indispensveis para as
pessoas, implementando ainda mais os trmites comerciais.
(SANTANA).
tambm as farinhas que produziam. No plantavam frutas, mas alimentavam-se daquilo que a
natureza lhes proporcionava. Com a colonizao portuguesa, a alimentao brasileira teve
uma miscigenao, assim como seu povo. Alm dos ndios, a culinria brasileira formou-se a
partir da mistura de hbitos alimentares das culturas portuguesa e africana.
Os negros, trazidos para o Brasil como escravos, pelos colonizadores
portugueses, contriburam com o tradicional prato brasileiro, o arroz e feijo. Outras
contribuies africanas, so ainda de grande popularidade em nosso pas, como o piro,
cuscuz, carnes diversas, moluscos e crustceos, legumes, verduras e frutas variadas. Inhame,
quiabo, erva-doce, gengibre, aafro, gergelim, amendoim africano, melancia, banana e coco
foram trazidos do continente africano (Portal Educao). Dos portugueses, receitas como
bolos de milho, canjica e pudins, foram, e ainda so, muito presentes na culinria brasileira.
Atualmente, a gastronomia est em alta, e muitos novos chefes tm
surgido. Novos cursos de formao so criados em universidades e, programas de televiso,
principalmente em canais pagos, so oferecidos em sua maior variedade, desde chefes junior,
grandes chefes renomados internacionalmente.
2 GASTRONOMIA E RELIGIO
pilares da religio.) jejuam durante 30 dias sem interrupo, pois um perodo de sacrifcio
e purificao espiritual, em que o tempo dedicado totalmente s oraes.
No judasmo, a carne de porco tambm no consumida, eles no se
alimentam de animais com sangue, pois o sangue representa a vida. Para isto, as carnes por
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eles consumidas, passam pelo processo denominado kosher, em que todo o sangue do
animal retirado antes de seu preparo. O animal tambm no pode sofrer em seu abate, pois
seu sofrimento faz com que produza adrenalina, e isto pode afetar o bem estar do ser humano,
j que esta adrenalina produziria subprodutos txicos. Assim como os mulumanos, os judeus
tambm fazem um jejum com durao e 25 horas conhecido como Yom Kippur (Dia do
Perdo). um perodo de intensas oraes.
As religies afro-brasileiras, como o Candombl e a Umbanda,
utilizam-se de oferendas para os Orixs, ofertando diversos tipos de comidas e tambm
bebidas. Sacrifcios de animais tambm so praticados no Candombl, como condio de
continuidade da vida. Estes costumes de oferendas se d devido crena destes religiosos, de
que assim, estariam mais ligados aos deuses. Est uma forma de agradecimento, como uma
pagamento cerimonial aos deuses. As religies afro so muito comuns principalmente na
Bahia, que mantm a tradio at mesmo em sua alimentao, como o Acaraj, que uma
comida que s pode ser produzida pelos filhos de Santos, pois sua receita nica e tem um
grande significado espiritual, pois a comida que representa Ians, deusa do vento, Orix da
tempestade (DOCUMENTAO, 2013). Toda a comida oferecida aos Santos e Orixs
possui uma receita especfica e preciso que se tenha um Iyabass, que quem elabora a
iguaria como se deve.
No budismo, a base principal da alimentao o arroz, alimento muito
comum e de grande consumo no Extremo Oriente. Eles tambm aderem alimentao
natural, sendo vegetarianos. Porm, aps o sculo X, passaram a permitir o consumo de
alguns peixes, pois aps a dinastia Tang, a cultura chinesa passou a sobressair sobre a cultura
japonesa, interferindo assim, principalmente na culinria. No h po nos mosteiros, e o
consumo de acar e leo vegetal reduzido. Utilizam-se muito de brotos, algas e soja, e
como sua cultura atrai muitos turistas, alguns mosteiros fazem excees em seus cardpios
para aqueles que possuem o hbito de comer carne. A higienizao no preparo dos alimentos
e a organizao da cozinha so fundamentais, alm de hbitos que demonstrem respeito, como
o de comer pouco.
11
12
Uma pesquisa (anexos) bem simples foi feita com 60 alunos dos cursos de
Gastronomia e Nutrio, sobre seus hbitos alimentares na sexta-feira Santa. Sabemos j, que
este um hbito comum dos catlicos, e por isto perguntamos suas religies. Vale acrescentar
aqui, que em nenhum momento perguntamos se o estudante possua hbitos alimentares
vegetarianos, pois como podemos verificar, temos 6 evanglicos, de 23 entrevistados, que no
comem carne vermelha na sexta-feira Santa.
Contraditoriamente, h 10 catlicos, de 19 entrevistados, que no abdicam a
carne durante a data que precede a Pscoa. Aqui, podemos perceber o quanto os preceitos
catlicos esto se perdendo com o tempo, pois a maioria j no segue mais as restries
pregadas dentro de suas crenas.
Alm de catlicos e evanglicos, temos 9 espiritas, sendo 3 que no
consomem carne vermelha, 6 testa agnstico, 1 universalista que no consome carne
vermelha e 2 testemunha de Jeov. Assim podemos perceber que os cristos evanglicos
predominam entre os entrevistados, seguindo dos catlicos, passando para os espritas, testa
agnstico, testemunha de Jeov e universalista.
No entanto, independente de datas comemorativas, h registros na bblia
sagrada de que devemos ter uma alimentao rica em cereais, frutas e legumes e com
moderao de carnes vermelhas. No cristianismo, desde o incio, as bebidas tambm tiveram a
sua importncia. Ao contrrio de algumas religies que no permitem a ingesto de bebidas
alcolicas, o vinho, como j foi citado, tem uma conotao totalmente simblica para a
religio crist. Outras bebidas como licores, espumantes e elixires tambm se destacaram,
pois eram tidos como cones da boa alimentao.
O consumo de peixe e do po tambm tem sua importncia simblica, pois
o po passou a representar o corpo de Cristo, e antes de sua morte, peixe e po eram os
principais alimentos dos cristos. O po, como o vinho, fez parte da Santa Ceia, e atualmente
tem uma representatividade muito importante entre os fiis. H inclusive, em So Paulo, o
famoso Mosteiro de So Bento, em que h uma grande comercializao de pes e bolos,
produzidos pelos prprios monges beneditinos. De acordo com a filosofia do Mosteiro,
13
CONSIDERAES FINAIS
14
sua localidade, e dentro de sua cultura, exerce os preceitos passados de gerao em gerao,
alguns com maior rigorosidade, outros mais amenos.
Dentre as diversas religies mencionadas, destacou-se o cristianismo,
pois uma das maiores religies do mundo, e em nosso pas, podemos dizer que a que mais
tem aderentes. Percebemos que, apesar dos ensinamentos e regras transmitidos para seus
seguidores, o Cristianismo seja talvez a religio que tem menos praticantes das restries
alimentares impostas pela religio. Todos se do o direito liberdade de escolha alimentar e,
apenas em alguns perodos como a quaresma, seguem os ensinamentos bblicos.
Podemos explicar isto, pelo fato de o Brasil ser um pas totalmente
miscigenado, com uma populao completamente variada e no termos aqui uma cultura
nica que implicaria na influncia de vida das pessoas. Separamos nosso pas em 5 regies, e
dentre estas 26 estados e um distrito, e mesmo assim podemos ver dentro de um nico estado
uma diversidade cultural extremamente grande.
Mas acima de tudo, vimos tambm que h um grande respeito entre as
religies, em relao aos seus hbitos alimentares. As regies que possuem grande fluxo de
turistas incluem em sua gastronomia um cardpio variado, para aqueles que so de fora, e
consequentemente mantm outros hbitos alimentares.
Em suma, podemos dizer que, independente de raa, cor, cultura,
conceitos e hbitos alimentares, o que realmente importa o respeito mtuo e se os adeptos
esto satisfeitos com suas crenas e acreditam que estejam exercendo seu papel dentro desta.
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REFERNCIAS
A FESTA de Babette. Direo: Gabriel Axel. Dinamarca: Play Arte, 1986. DVD (102 min).
Legendado em Portugus.
ALVES, Christiane.; OLIVEIRA, Gabriella.; CURY, Leandro.; MENDES, Mariana. A
comida e o Sagrado: O alimento que satisfaz o Corpo e o Esprito. Portal PUC-Rio Digital.
Disponvel em:
<http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/media/2%20%20a%20comida%20e%20o%20sagrado.pdf>. Acesso em: 18/mar/2014.
16
NRY, Carlos Henrique Cardona. A gastronomia religiosa como produto turstico. Anais do
VII Seminrio de Pesquisa em turismo do MERCOSUL, 2012. Disponvel em: <
http://www.ucs.br/ucs/tplVSeminTur%20/eventos/seminarios_semintur/semin_tur_7/gt14/arq
uivos/14/01_06_01_Nery>. Acesso em: 17/mar/2014.
RINCON, Maria Luciana. Quaresma: por que algumas pessoas no comem carne nesta
poca.? Mega Curioso. Disponvel em: <http://www.megacurioso.com.br/datascomemorativas/42317-quaresma-por-que-algumas-pessoas-nao-comem-carne-nesta-epoca.htm>. Acesso em: 20/mar/2014.
RONDINELLI. Paula. Alimentao e religio. Um estudo antropolgico no movimento
alternativo. Disponvel em:
<http://www.pucsp.br/nures/revista3/3_edicao_alimentacao_religiao.pdf>. Acesso em:
18/mar/2014.
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ANEXOS
Abaixo, uma pesquisa feita com alguns alunos dos cursos de Nutrio e Gastronomia. Eles
responderam um questionrio sobre sua religio, e se cristos, responderam sobre o hbito de
comer carne vermelha especificamente na sexta-feira Santa, que a que precede o domingo
de Pscoa.
IDADE
FACULDADE
RELIGIO
CARNE
VERMELHA
?
Marcelo Marciano
34
Unilago
Catlico
Sim
23
Unilago
Catlica
No
Danilo Moterani
26
Unilago
Catlico
Sim
Rodolfo Ferranti
20
Unilago
Esprita
Sim
Arythuza Dourado
35
Unilago
Esprita
Sim
29
Unilago
Catlico
Sim
23
Unilago
Esprita
Sim
19
Unilago
Catlico
No
30
Unilago
Catlico
No
Leyer de Melo
21
Unilago
Testa
Sim
Agnostico
Natalia Vulpini
23
Unilago
Evanglica
Sim
20
Unilago
Evanglica
Sim
20
Unilago
Testa
Sim
Agnstico
Diego Augusto Araujo Dias
18
Unilago
Evanglico
Sim
18
Unilago
Catlico
Sim
18
Unilago
Testa
Sim
Agnstico
Bruna Carpine de Souza
20
Unilago
Catlica
No
Diego Signorette
32
Unilago
Evanglico
Sim
18
28
Unilago
Evanglica
Sim
19
Unilago
Evanglico
Sim
28
Unilago
Catlica
No
Andrelina de P. A. Coutinho
33
Unilago
Evanglica
Sim
18
Unilago
Evanglica
Sim
Namaire Cunha
18
Unilago
Evanglica
Sim
19
Unilago
Evanglico
Sim
25
Unilago
Esprita
Sim
23
Unilago
Catlico
No
19
Unilago
Evanglica
Sim
47
Unilago
Catlica
No
25
Unilago
Esprita
No
27
Unilago
Evanglica
Sim
38
Unilago
Catlico
No
32
Unilago
Catlico
Sim
34
Unilago
Esprita
No
19
Unilago
Testa
Sim
Agnstico
Mariana Longo Palma
18
Unilago
Catlica
Sim
47
Unilago
Catlica
Sim
21
Unorp
Esprita
No
Natana Abreu
20
Unorp
Catlica
Sim
19
Unorp
Evanglica
Sim
35
Unesp
Catlica
Sim
17
Senac
Evanglica
No
16
Senac
Evanglica
No
24
Senac
Catlica
No
Wauany Gareliele
16
Senac
Evanglica
No
Mariana Negrini
16
Senac
Evanglica
Sim
16
Senac
Evanglica
No
16
Senac
Evanglica
No
16
Senac
Esprita
No
16
Senac
Evanglico
No
19
16
Senac
Testa Agn.
Sim
16
Senac
Evanglica
Sim
16
Senac
Testemunha
Sim
de Jeov
Igor Zanini Avada
17
Senac
Universalist
No
a
Helena Azevedo Barbosa
16
Senac
Testa
Sim
Agnstica
Victor Ap. Pereira de Souza
16
Senac
Evanglico
Sim
16
Senac
Catlica
Sim
Guilherme Petricone
16
Senac
Testemunha
Sim
de Jeov
Giovanna Oliveira Voltran
17
Senac
Esprita
No
Hudson Coutinhos
35
Senac
Evanglico
Sim