Ética Pastoral

SEMINRIO TEOLGICO PRESBITERIANO
REV. DENOEL NICODEMOS ELLER

Rua Joviano Naves, 301 Palmares Belo Horizonte MG
CEP 31155-710 Fone (31) 3426-9949
DATA: 05 de novembro de 2002
AVALIAO: ____________
ALUNO: Gladson Pereira da Cunha

TIPO DE TRABALHO: Resenha/Anlise Crtica
DISCIPLINA: tica II
TURMA: 4 Ano
TURNO: Noturno
PROFESSOR: Rev. Lineu Faria

REFERNCIA BIBLIOGRFICA: Kessler, Nemuel, tica Pastoral, Rio de
Janeiro: Casa Publicadora das Assemblias de Deus, 1994
O presente trabalho de Nemuel Kessler tem como objetivo tratar assuntos de grande
pertinncia entre o meio pastoral, assuntos estes que tm ocupado o pensamento de vrios
ministros e que tambm tm destrudo muitos ministrios. O problema de Kessler surge no
momento em que assume um perspectiva puramente assembleiana, no sendo imparcial ao
tratar de alguns temas de ordem organizacional, no dando outras alternativa em alguns
casos, e mesmo questes doutrinrias que ele apresenta sempre esto numa perspectiva
pentecostal.
Alm disso, Kessler possui uma hermenutica meio dbia ao trabalhar alguns textos
bblicos. Por exemplo, ao tratar sobre a Santidade exigida por Deus aos pastores, Kessler
alegoriza, ou com ele diz, espiritualiza, de tal modo o texto de Levtico 21.18-20, que ele
perde um o seu objetivo, e recebe uma aplicabilidade que no existe de fato. E ainda sobre
L1 que colocado como o pior exemplo de pai por oferecer sua filhas virgens aos homens
de Sodoma que queriam fazer mal aos mensageiros de Deus que estavam em sua casa.
bvio que existem casos de pssimos pais na Bblia, mas por certo este no o melhor
deles.
Diria ainda que Kessler atinge o objetivo de tratar sobre tica Pastoral a partir do
captulo V. Os primeiros captulos, isto do 1 ao 4, so mais um tratado hiperitolgico que
tico, discorrendo sobre a vida e a vocao pastoral. Temas como santidade, vida familiar,
emocional, pastoral, caractersticas da personalidade so importantes, mas no so
necessria ou essencialmente ticos. No captulo 4, por exemplo, ele falando sobre o pastor
no plpito, afirma que o plpito no faz o bom pastor, o que no to verdade assim, pois
1 p. 104
uma igreja quando contrata um pastor no quer saber se ele um bom administrador ou
engenheiro, ela quer na verdade um pregador. Esta afirmao de Kessler passaria
despercebida se no fosse pelo fato dele mostrar o plpito como algo de grande
importncia para o pregador. Isto seria no mnimo considerado uma contradio.
Por conta disto, Nemuel Kessler perdeu um pouco da sua objetividade ao tratar
destes assuntos perifricos tica Pastoral Crist, isto porque quando o leitor chega ao
assunto propriamente dito ele j perdeu o interesse inicial.
Contudo, este primeiros captulos chamam a ateno dos seminaristas, pastores e de
toda a liderana eclesisticas para os possveis perigos que podem ser encontrados no
ministrio. Na indicao deste perigos, Kessler procura demonstrar as opes para se livrar
deles mais biblicamente que pragmaticamente. Isto pode ser tanto positivo como negativo2.
A indicao destas possveis armadilhas fundamental para que o pastor desenvolva sua
capacidade de aperceber-se das dificuldades que ele poder enfrentar em seu ministrio,
procurando evitar tais situaes, impedindo assim a derrocada ministerial.
Nos captulos restantes, isto do 5 a 7, Kessler cumpre realmente o seu propsito e
consegue tratar mais especificamente sobre tica Pastoral. Os captulos 5 e 6 poderiam ser
condensados em um s, pois Administrao e Liderana so temas correlatos. Deste modo,
ele poderia mostrar com desempenhar o papel de lder aplicado na administrao e
organizao da igreja. Porm, o que acontece que ele se torna meio repetitivo no captulo
6, o que torna, como venho frisando, a leitura meio maante.
Eu diria que o captulo 5 est isento de crticas. Kessler soube ser mais direto e no
rodou muito pelas margens e periferias do tema trabalhado. Contudo, o mesmo no pode
ser dito com respeito ao captulo 6. Este captulo possui uma srie de ponto que se repetem,
como por exemplo, quando ele cita alguns problemas que so enfrentados pelos pastores,
quando estes exercessem a liderana, a questo de utilizao devida do tempo volta tona3,
o mais interessante que este mesmo assunto fora discutido anteriormente no captulo 34.
A aparte de toda a obra o captulo 7. Podemos dizer que ele o resumo de todo o
trabalho de Nemuel Kessler, pois ele sintetiza topicamente todo o livro. Acredito que seria
possvel fazer uma resenha desta obra a partir deste captulo. Pena que no o li antes! De
qualquer forma, o que vale a experincia que se adquire duma leitura.
2 Nota: Pelo fato de entender que Kessler no tem uma boa hermenutica possvel que muitos textos e
exemplos bblicos dados por ele, numa ltima anlise, so apenas pretextos para confirmar o seu
pensamento, logo importante conferir cada texto e sua interpretao.
3 p. 164
4 p. 111
Concluindo, avaliando este trabalho de Kessler, eu diria que ele inferior aos livros
que lemos no semestre passado. Ele repetitivo, cansativo e pouco objetivo. Os temas vo
e vem na progresso dos captulos sem tanta necessidade, pois so temas que quando bem
trabalhados so totalmente esgotveis. Outro ponto passvel de critica o uso de textos
bblicos sem qualquer ligao com o que estava sendo dito e/ou fora do seu contexto.
Existem alguns dados cientficos sem uma devida citao de fontes, o que no d
credibilidade ao que foi dito sobre temas com sade e alimentao. Mesmo as fontes que
ele cita so de autores sem muita expresso, com exceo de Billy Grahan.
Muito do que foi dito est baseado num experiencialismo, e pergunto at onde isto
critrio de avaliao objetiva? Acredito que serei meio antiptico, mas este livro serve
muito bem para o meio assembleiano, porm no para o nosso.
Porm, h de se ressaltar que foi uma tentativa de prover o pblico pastoral de um
material dentro do contexto tico necessrio ao bom desenvolvimento deste ministrio.
Ele, como um tudo, trabalha todas as reas mais problemticas do ministrio, pobremente,
mas trabalha. Acredito que ele poderia ser indicado como uma breve introduo do temas,
mas no como uma boa exposio do assunto. Entendo, que este livro deixou a desejar,
pois no preencheu as minhas expectativas.

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