Sistema Apg IIICore Eucotiledonea
Sistema Apg IIICore Eucotiledonea
Sistema Apg IIICore Eucotiledonea
(ou TRICOLPADAS)
As eudicotiledneas tm como principal
sinapomorfia o plen tricolpado (ou condies
derivadas deste tipo polnico). Formam o maior
grupo de angiospermas, abrangendo cerca de 3/4
das espcies e seu monofiletismo fortemente
sustentado por dados moleculares baseados em
seqncias de nucleotdeos de genes como rbcL,
atpB e 18S rDNA (e.g. Chase et al. 1993, Soltis
et al. 1997, 1998).
Alm do plen tricolpado, outra
caracterstica
morfolgica
comum
nas
eudicotiledneas o perianto diferenciado em
spalas e ptalas na maioria dos grupos. Perianto
de tpalas no diferenciadas um carter comum
nos grupos que primeiro divergiram na evoluo
das angiospermas (exceto em Nymphaeales) e
em monocotiledneas (exceto nas comelinides).
Esta diferenciao do perianto parece ser um
carter unificador das eudicotiledneas, apesar
de ter aparecido independentemente em alguns
outros grupos de angiospermas. Os estames
apresentam filetes delgados e bem diferenciados
das anteras. Alm disso, a maioria dos grupos de
eudicotiledneas possui plastdios dos elementos
de tubo crivado com gros de amido (tipo-S) e
elementos de vaso com placas de perfurao
simples, mas ainda duvidoso que estes
caracteres sejam sinapomorfias do grupo.
A diversificao nas eudicotiledneas
mostra a irradiao de uma srie de famlias e
grupos de famlias no incio da linhagem
principal. A grande maioria delas est includa
em
um
grande
clado,
denominado
eudicotiledneas nucleares, definidas pelas flores
predominantemente pentmeras. Dentro deste
grupo, h trs grandes clados que renem a
maioria das espcies: as Caryophyllidae, as
Rosidae e as Asteridae.
RANUNCULALES
A presena dos venenosos alcalides
benzilisoquinolnicos, um grupo de compostos
encontrados tambm nas Magnoliales e Laurales
e alguns caracteres florais presumivelmente
plesiomrficos, como estames e carpelos
numerosos e livres, s vezes dispostos
espiraladamente, levaram alguns autores (e.g.
Cronquist 1968, 1981, Dahlgreen 1983,
Takhtajan 1969, 1980, Thorne 1974, 1992) a
posicionarem Ranunculales em uma subclasse
junto com os grupos de magnoliides e outros
grupos que teriam divergido logo aps a origem
das angiospermas, e que portanto no estariam
Ranunculaceae
Ervas ou subarbustos, ocasionalmente
trepadeiras (Clematis). Estpulas ausentes.
Folhas alternas, s vezes rosuladas na base,
raramente opostas (Clematis), simples, lobadas,
dissectas a compostas, denteadas, serreadas a
crenadas,
peninrveas,
ocasionalmente
palminrveas.
Inflorescncias
geralmente
cimosas, ocasionalmente em racemos, espigas ou
panculas terminais. Flores bissexuadas,
raramente
unissexuadas,
geralmente
actinomorfas, hipginas, com receptculo
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112
113
114
esquerda)
bacculenta
macadamia
(abaixo,
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Betacianina
Betaxantina
Antocianina
Caractersticas diagnsticas de Caryophyllanae: o embrio
em forma deferradura em torno do perisperma (acima,
esquerda), a placentao central-livre (acima, direita) e a
presena de betalainas em contraste antocianina,
responsveis pelas cores vermelhas (betacianina) e amarelas
(betaxantina).
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Caryophyllidae
Filogenia mostrando as relaes entre os membros de Caryophyllidae. Note a presena de dois clados que podem ser reconhecidos
como Caryophyllales (em azul) e Polygonales (em vermelho), com Rhabdodendron aparecendo como grupo irmo desse clado.
CARYOPHYLLALES
Caryophyllales inclui 15 famlias e
cerca de 8.600 espcies. Elas formam um grupo
natural reconhecido por vrias sinapomorfias,
embora excees possam ser encontradas.
Possuem caule com anis concntricos de xilema
e floema ou de feixes vasculares, folhas inteiras,
plastdios tipo-P (i.e. com elementos de tubo
crivado com filamentos proticos perifricos e,
freqentemente, tambm com um cristal protico
central; nas demais eudicotiledneas o corpo
protico costuma ser de amido) e betalanas
como pigmentos vacuolares. O perianto
monoclamdeo, mas em alguns casos existe um
ciclo de estamindios petalides que simula uma
corola (Caryophyllaceae). Em outros o pedicelo
floral reduzido, de modo que as brcteas ficam
adjacentes ao perianto, simulando um clice em
volta do perianto (algumas Nyctaginaceae) ou
ainda existem casos de tpalas numerosas e
espiraladas que vo mudando gradualmente de
sepalides a petalides em direo ao interior
(Cactaceae). As anteras possuem clulas
parietais externas desenvolvendo-se diretamente
no endotcio e o gro de plen em vrias
famlias caracteristicamente pantocolpado e/ou
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Phytolaccaceae
Ervas ou arbustos, raramente rvores;
cristais de oxalato de clcio (rafdios) presentes.
Estpulas ausentes. Folhas alternas, simples,
inteiras,
peninrveas.
Inflorescncias
indeterminadas, geralmente racemos ou espigas,
terminais. Flores bissexuadas, monoclamdeas,
inconspcuas, actinomorfas, hipginas. Tpalas
5, sepalides, imbricadas, livres. Estames 10-,
livres a ligeiramente conados na base. Ovrio tri
a multicarpelar, sincrpico ou apocrpico, tantos
lculos quanto so os carpelos; placentao
axilar, 1 vulo por lculo. Disco nectarfero
geralmente presente. Fruto baga.
Phytolaccaceae inclui quatro gneros e
cerca de 30 espcies (25 em Phytoloca),
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possuindo
distribuio
predominantemente
tropical. So geralmente plantas txicas que,
dentre outros efeitos, provocam irritao
alrgica. No Brasil, aparecem como arbustos
com caule ligeiramente suculento, ocorrendo
principalmente em borda de florestas em clima
mais frio. A maior parte dos gneros
tradicionalmente includos em Phytolaccaceae
foi segregado em duas outras famlias,
Petiveriaceae e Stegnospermataceae, pois sua
incluso tornava as Phytolaccaceae polifilticas.
Assim, a familia ficou restrita basicamente a
subfamlia Phytolaccoideae.
Petiveriaceae
Arbustos ou rvores; cristais de oxalato
de clcio (rafdios) presentes. Estpulas ausentes.
Folhas alternas, simples, inteiras; venao
pinada. Inflorescncias indeterminadas, racemos
ou espigas, terminais. Flores bissexuadas,
monoclamdeas,
actinomorfas,
hipginas.
Tpalas 4, sepalides, imbricadas, livres.
Estames 4-, livres. Ovrio unicarpelar,
unilocular; placentao basal, 1 vulo. Fruto
drupa, aqunio ou smara.
Nyctaginaceae
Arbustos
ou
rvores,
menos
freqentemente ervas; cristais de oxalato de
clcio (rafdios) presentes. Estpulas ausentes.
Folhas opostas, simples, inteiras, peninrveas.
Inflorescncias determinadas, axilares ou
terminais, geralmente apresentando brcteas
conspcuas. Flores geralmente bissexuadas,
monoclamdeas,
actinomorfas,
hipginas.
Tpalas geralmente 5, conadas, formando um
perianto tubuloso, com base geralmente carnosa
e verde, diferenciada da poro distal petalide;
a preflorao tipicamente induplicada (valvar
ou torcida), resultando na diferenciao da parte
distal do perianto em reas mesotpalas
membranceas e reas externas das tpalas
ligeiramente espessadas. Estames (-1)5(-40),
livres a ligeiramente conados na base,
geralmente de tamanhos distintos. Ovrio
unicarpelar, unilocular; placentao basal, 1
vulo. Disco nectarfero em torno do ovrio.
Fruto aqunio, geralmente envolvido pela
poro basal carnosa do tubo do perianto,
freqentemente com tricomas uncinados ou
glandulares.
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Portulacaceae
Ervas
suculentas
apresentando
metabolismo CAM. Estpulas freqentemente
reduzidas a pequenas escamas ou tufos de
tricomas. Folhas opostas ou alternas, simples,
inteiras, peninrveas (nervuras geralmente
inconspcuas). Inflorescncias determinadas,
muitas vezes congestas e reduzidas a glomrulos
terminais. Flores geralmenre bissexuadas,
monoclamdeas, actionomorfas, hipginas a
perginas (at epgena em Portulaca), associadas
a 2 bractolas sepalides que simulam um clice.
Tpalas 5-6(-), petalides, livres, imbricadas.
Estames ismeros, opostos s tpalas, ou
ocorrendo em menor ou maior nmero que as
tpalas, livres a ligeiramente adnatos s tpalas;
gro de plen tri a policoporado, espinuloso.
Ovrio 2-3-carpelar, sincrpico, unilocular;
placentao central-livre ou basal, -1 vulos.
Disco nectarfero ou nectrios individuais
presentes. Fruto cpsula loculicida ou pixidial;
sementes com ou sem carncula. X = 6-12.
A
relao
filogentica
das
Portulacaceae ainda controversa. Estudos
recentes apoiam a excluso das Didieraceae e
Basellaceae, mas deixam dvidas quanto ao
monofiletismo da famlia. Portulacaceae inclui
cerca de 20 gneros e mais de 450 espcies,
estando distribuda predominantemente no Novo
Mundo, geralmente em reas secas. Os maiores
gneros so Calandrinia e Portulaca; em ambos,
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Cactaceae
Plantas suculentas com metabolismo
CAM, de porte varivel, desde herbceas a
arborescentes; caule geralmente fotossintetizante
(claddio), cilndricos, articulados e achatados
ou costelados, ramificados ou no, formando
uma copa aberta, candelabriforme ou plantas
globosas. Os ramos apresentam-se diferenciados
em um sistema de ramos longos e ramos curtos;
os longos produzem folhas fotossintetizantes, os
curtos (arolas) produzem espinhos, gloqudios e
flores.
Estpulas
ausentes.
Folhas
fotossintetizantes
geralmente
caducas
(Opuntioideae) ou ausentes (Cactoideae),
raramente persistentes e ento alternas, simples,
inteiras,
com
nervuras
inconspcuas
(Pereskioideae); folhas nos ramos curtos
O monofiletismo de Cactaceae
sustentado por caractersticas morfolgicas e por
uma inverso de 6 kb no DNA do cloroplasto
(Judd et al. 1999). Provveis sinapomorfias no
moleculares incluem a presena de arolas com
espinhos e/ou gloqudios, flores com hipanto e
tpalas numerosas e espiraladas, estames
numerosos e frutos do tipo baga. Cactaceae est
dividida em trs subfamlias. As Pereskioideae
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claddios
articulados
(Homalocladium).
Estpulas conadas, formando uma crea, bainha
que envolve o caule, muitas vezes caduca, em
geral, deixando uma cicatriz circular no n.
Folhas alternas, freqentemente dsticas,
simples, inteiras, peninrveas, ocasionalmente
palmadas ou pinatissectas. Inflorescncias
racemiformes ou espiciformes de cimas
compostas, cada flor subtendida por um colar
escarioso de bractolas fundidas (ocrola).
Flores
bissexuadas,
ocasionalmente
unissexuadas (ento, plantas geralmente diicas:
Ruprechtia e Triplaris), monoclamdeas,
geralmente trmeras, actinomorfas, hipginas.
Tpalas geralmente 6, em duas sries de 3, ou 5,
conadas na base formando um tubo curto ou
longo, imbricadas, geralmente petalides,
persistentes, ocasionalmente acrescentes no
fruto. Estames 2-9, geralmente 6 em dois ciclos
de 3, livres a ligeiramente conados na base.
Ovrio (2)3-carpelar, sincrpico, unilocular, s
vezes com septos vestigiais na base; placentao
basal, 1 vulo. Nectrio em um disco em volta
da base do ovrio ou glndulas pareadas na base
dos filetes. Fruto aqunio ou ncula, trgono ou
trialado, envolvido pelo perianto persistente e
modificado em segmentos alados (e.g. Triplaris
e Ruprechtia) ou o perianto tornando-se carnoso
simulando uma drupa (e.g. Coccoloba). X = 713.
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Droseraceae
Ervas insetvoras de pequeno porte.
Estpulas presentes ou no. Folhas alternas,
geralmente rosuladas, circinadas, sensitivas,
revestidas total ou parcialmente por indumento
com tricomas simples e glandulares (secretores
de enzimas digestivas) e emergncias secretoras
de mucilagem. Inflorescncias cimosass. Flores
bissexuadas,
diclamdeas,
actinomorfas,
hipginas. Spalas (4-)5(-8), imbricadas,
ligeiramente conadas na base. Ptalas (4-)5(-8),
livres, marscerentes. Estames 5(15), livres a
ligeiramente conados na base. Gros de plen 515-porados, liberados em ttrades. Ovrio 3(-5)carpelar, sincrpico, unilocular; placentao
parietal ou sub-basal, 3- vulos; estiletes
distintos, profundamente bfidos (soldados em
um nico estilete em Dionaea). Fruto cpsula
loculicida; sementes numerosas, diminutas. X =
10-30.
10
10
30
30
80
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SANTALALES
Inclui plantas hemiparasitas, ou seja,
com folhas fotossintetizantes, mas com razes
modificadas em um haustrio que retira gua e
minerais do xilema do hospedeiro. A relao
entre as famlias dessa ordem tem se mostrado
instveis,
especialmente
devido
ao
posicionamento de Viscoideae. Esse grupo
compartilha com as Loranthaceae uma extrema
reduo dos vulos e da placenta. Os vulos no
possuem integumentos e nucelo diferenciados e
ficam suspensos em uma massa viscosa derivada
da degenerao da placenta. Na frutificao, essa
massa passa ntegra no intestino de aves e adere
ao ramo do hospedeiro favorecendo a disperso
das plantas. Viscoideae era tratada como uma
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127
Loranthaceae
Hemiparasitas de ramos, arbustivas,
raramente rvores parasitas de raiz (Phthirusa e
Gaiadendron), haustrio presente, simples ou
mltiplo. Estpulas ausentes. Folhas opostas,
menos comumente alternas ou verticiladas,
simples, inteiras, peninrveas, geralmente
coricea a carnosa. Inflorescncias espigas,
racemos
ou
umbelas
axilares.
Flores
bissexuadas, raramente unissexuadas (plantas
diicas), diclamdeas, actinomorfas, ssseis ou
pediceladas, epginas. Clice reduzido e circular
no pice do ovrio (calculo). Ptalas (4-)6(-9),
coniventes em tubo alongado, valvares. Estames
isostmones, opostos s ptalas, anteras com
deiscncia longitudinal, introrsa; estamindios
presentes nas flores femininas; gros de plen
trilobados ou triangulares, 3-4-aperturados.
Ovrio
nfero,
3-4-carpelar,
sincrpico,
unilocular, vulos numerosos, sem nucelo e
integumentos definidos, imersos em um corpo
central que substitui a placenta (a papila ou
mamelo), estigma simples. Fruto baga ou
drupa; semente geralmente 1, sem testa, com
mais de um embrio suspenso em um tecido
viscoso. X = 8-12.
Inclui cerca de 900 espcies em 70
gneros, possuindo distribuio pantropical e
subtropical, especialmente no Hemisfrio Sul.
No Novo Mundo, h cerca de 14 gneros e
aproximadamente 230 espcies, a maioria em
Strutanthus, Psittacanthus e Phthirusa. Em
classificaes mais antigas, Loranthaceae inclua
grupos
de
hemiparasitas
posteriormente
divididas em Viscaceae, Eremolepidaceae e
Loranthaceae. Mais recentemente, Viscaceae e
Eremolepidaceae foram reunidas s Santalaceae.
Na circusncrio atual, as Loranthaceae so
diagnosticadas pelo hbito arbustivo hemiparasita, folhas simples, opostas sem estpulas,
flores com clice reduzido a um calculo,
estames opositiptalos, ovrio nfero e fruto
carnoso, com embries livres em uma semente.
As
Loranthaceae
so
parasitas
arbustivas de ramos de dicotiledneas, retirando
gua e minerais do hospedeiro atravs de
haustrios,
mas
mantendo
atividade
fotossinttica. A polinizao das espcies com
flores grandes e tubulosas, como as de
Psittacanthus, realizada por pssaros e
borboletas, enquando a das espcies com flores
inconspcuas (e.g. Struthanthus, Phthirusa) deve
ser realizada por diferentes grupos de abelhas. A
disperso realizada quase sempre por aves,
razo pela qual essas plantas so conhecidas no
Brasil como ervas-de-passarinho. A semente
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Balanophoraceae
Holoparasitas de razes, herbceas,
suculentas, sem clorofila, tubrculos radiculares
subterrneos de onde partem haustrios curtos
que se fixam s razes do hospedeiro. Parte
epgea da planta tomentosa, escamosa ou nua,
alva, amarelada, rosa, vermelha ou prpura.
Caule com catfilos que se originam
endogenamente dos tubrculos radiculares, no
ramificados.
Folhas
escamiformes,
sem
estmatos,
espiraladas.
Inflorescncia
semelhante a um fungo, emergente, terminal,
racemosa, espiciforme, algumas vezes globosa,
raramente ramificada, amarela a prpura;
pednculo com escamas ou bracteado (em
Langsdorffia, Lophophytum e Scybalium), nu ou
muito
reduzido;
brcteas
escamiformes,
triangulares ou peltadas, cobrindo as flores ou
caindo antes da antese. Flores pequenas,
numerosas, actinomorfas, unissexuadas (plantas
monicas ou diicas), embebidas em camadas de
tricomas
filiformes
(Scybalioideae).
As
estaminadas agregadas, raramente solitrias, com
perianto 3(8)-lobado ou ausente, isostmones;
estames opostos aos lobos do perianto,
variavelmente fundidos em sinndrio (filetes
soldados entre si na poro inferior). As
pistiladas com perianto reduzido ou ausente,
hipginas, ovrio 2-3-carpelar, sem definio de
lculos e vulos; estiletes bilobado (inteiro, em
Langsdorffia),
estigma
capitelado,
liso,
glandular. Fruto aqunio, algumas vezes
agregado em infrutescncia semelhante a um
fungo.
Balanophoraceae:
Distribuio
geogrfica
(acima);
inflorescncias femininas de Balanophora laxiflora (abaixo,
esquerda) e masculinas e feminina de B. latisepala
(respectivamente, abaixo, direita).
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Famlia
principalmente
tropical,
ocasionalmente subtropical, com 18 gneros e 43
espcies, distribuda nas regies tropicais da
Amrica do Sul at o Mxico, na frica do Sul,
Austrlia e Nova Zelndia. Nos neotrpicos, a
famlia est representada por sete gneros e 15
espcies. freqente no sul do Brasil, sendo
representado pelos gneros Helosis, Scybalium e
Langsdorffia. Sua posio prxima as
Santalaceae tem sido defendida pela forte
similaridade na reduo das flores femininas.
Entretanto, parece que, na maioria dos parasitas,
o gineceu sujeito a reduo. Dessa maneira,
esta similaridade pode ser convergncia e no
evidncia de uma relao de parentesco (Hansen,
1980). A classificao da APG II (2003) no
posiciona as Balanophoraceae em nenhuma
ordem.
A polinizao em Balanophoraceae
ocorre principalmente por dpteros atrados por
secrees aucaradas, embora tenham sido
observados
himenpteros
em
suas
inflorescncias. Pouco se sabe sobre sua
disperso. Em Balanophora, os frutos so
praticamente do tamanho e do peso de sementes
de orqudeas, e a disperso pelo vento parece
provvel. Nas espcies sul-americanas, os frutos
so maiores, e a disperso deve ser realizada por
agentes biticos. Nesses casos, as altas taxas de
amido nos tecidos da maioria das espcies devem
atrair herbvoros que podem contribuir para a
disperso (Hansen, 1980).
SAXIFRAGALES
Ordem heterognea, constituda por 11
famlias (sensu APG II 2003) antes posicionadas
em trs subclasses distintas de dicotiledneas
(Cronquist 1981, Takhtajan 1997). A ordem
mal representada nas Amricas, sendo mais
diversa no Velho Mundo.
Crassulaceae
Ervas, subarbustos ou arbustos.
Estpulas ausentes. Folhas alternas, opostas,
verticiladas ou em rosetas basais, simples,
inteiras ou com margem crenada, peninrveas,
lmina suculenta. Inflorescncias cimosas,
raramente panculas, axilares ou termnais. Flores
bissexuadas, raramente unissexuadas (plantas
diicas), diclamdeas, actinomorfas, hipginas.
Spalas 4-5, livres ou conadas. Ptalas 4-5, livres
ou conadas. Estames geralmente diplostmones
em um ou dois ciclos, quando em dois ciclos o
externo alterniptalo e o interno epiptalo,
anteras com deiscncia longitudinal; gros de
plen tricolporados. Ovrio spero, (4)5(6)-
Muitas
espcies
reproduzem-se
assexuadamente pela formao de propgulos na
margem da folha, razo pela qual so
denominadas no Brasil de folhas-da-fortuna. A
maioria das espcies apresenta fotossntese CAM
(ou metabolismo cido das crassulceas),
fixando CO2 noite e mantendo os estmatos
fechados durante o dia, minimizando a perda de
gua por transpirao. As flores so
possivelmente polinizadas por insetos e as
pequenas
sementes
so
provavelmente
dispersadas pelo vento.
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