Dec Regulamentar 23-95 PDF Texto
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23/95
de 23 de Agosto
O Decreto-Lei n. 207/94, de 6 de Agosto, veio actualizar a legislao existente em
matria de sistemas pblicos e prediais de distribuio de gua e de drenagem de
guas residuais, aprovando os princpios gerais a que devem obedecer a respectiva
concepo, construo e explorao e prevendo que a regulamentao tcnica
daqueles sistemas, bem como as respectivas normas de higiene e segurana seriam
aprovadas por decreto regulamentar.
Atendendo ao leque de interessados na presente regulamentao, uns possuidores
de formao tcnica adequada outros como utentes dos sistemas, considerou-se
oportuno concentrar num mesmo texto legislativo aqueles princpios gerais aprovados
pelo Decreto-Lei n. 207/94, de 6 de Agosto, privilegiando-se a segurana jurdica
no acesso e consulta dessa regulamentao.
Ouvida a Associao Nacional de Municpios Portugueses;
Assim:
Ao abrigo do disposto no artigo 3. do Decreto-Lei n. 207/94, de 6 de Agosto, e nos
termos da alnea c) do artigo 202. da Constituio, o Governo decreta o seguinte:
Artigo 1.
Aprovao
1 - aprovado o Regulamento Geral dos Sistemas Pblicos e Prediais de
Distribuio de gua e de Drenagem de guas Residuais, que se publica em anexo
ao presente diploma e dele faz parte integrante.
2 - Fazem ainda parte integrante do presente diploma os anexos I a XXIII ao
Regulamento referido no nmero anterior.
Artigo 2.
Entrada em vigor
1 - O presente Regulamento entra em vigor um ano aps a data da sua
publicao.
2 - As autarquias locais devem adaptar os seus regulamentos em conformidade com o
regime constante do presente diploma, ate data prevista no nmero anterior.
Artigo 3.
Norma revogatria
revogada toda a legislao que contrarie o presente Regulamento, designadamente
os regulamentos aprovados pelas Portarias nmeros 10 367, de 14 de Abril de 1943, e
11 338, de 8 de Maio de 1946, na data da sua entrada em vigor.
Presidncia do Conselho de Ministros, 10 de Abril de 1995.
Anbal Antnio Cavaco Silva - Lus Francisco Valente de Oliveira - Joaquim Martins
Ferreira do Amaral - Adalberto Paulo da Fonseca Mendo - Jos Bernardo Veloso Falco
e Cunha - Maria Teresa Pinto Basto Gouveia.
Promulgado em 13 de Julho de 1995.
Publique-se.
O Presidente da Repblica, MRIO SOARES.
Referendado em 17 de Julho de 1995.
O Primeiro-Ministro, Anbal Antnio Cavaco Silva.
Regulamento Geral dos Sistemas Pblicos e Prediais de Distribuio de gua e
de Drenagem de guas Residuais
TTULO I
Disposies gerais
CAPTULO I
Objecto e mbito de aplicao
Artigo 1.
Objecto
2 - Quando o novo sistema se interligar num ou mais pontos com outro j existente,
deve ser avaliado o impacte hidrulico e eventualmente estrutural sobre este ltimo,
por forma a evitar-se quebras significativas da sua eficincia.
Artigo 8.
Remodelao ou reabilitao de sistemas existentes
1 - Na remodelao ou reabilitao de sistemas existentes deve fazer-se a avaliao
tcnico-econmica da obra, procurando a melhoria da sua eficincia sem originar um
impacte hidrulico ou estrutural negativo nos sistemas envolventes.
2 - Na avaliao tcnico-econmica devem ser considerados tambm os custos
sociais resultantes do prejuzo causado aos utentes, aos pees, ao trnsito automvel
e ao comrcio.
CAPTULO II
Elementos de base para dimensionamento
Artigo 9.
Cadastro do sistema existente
1 - Na elaborao de estudos de sistemas de distribuio de gua deve ter-se em
considerao os elementos constantes dos respectivos cadastros.
2 - Os cadastros devem estar permanentemente actualizados e conter, no mnimo:
a) A localizao em planta das condutas, acessrios e instalaes complementares,
sobre carta topogrfica a escala compreendida entre 1:500 e 1:2000, com implantao
de todas as edificaes e pontos importantes;
b) As seces, profundidades, materiais e tipos de junta das condutas;
c) A natureza do terreno e condies de assentamento;
d) O estado de conservao das condutas e acessrios;
e) A ficha individual para os ramais de ligao e outras instalaes do sistema;
3 - Os cadastros podem existir sob a forma grfica tradicional ou informatizados.
Artigo 10.
Dados de explorao
Na elaborao de estudos de sistemas de distribuio de gua deve atender-se aos
dados de explorao, nomeadamente os relativos aos macro e microconsumos, nveis
nos reservatrios, presses na rede, horas de funcionamento das estaes
elevatrias e de tratamento e indicadores de qualidade fsica, qumica e
bacteriolgica da gua.
Artigo 11.
Evoluo populacional
1 - Na elaborao de estudos de sistemas de distribuio de gua indispensvel
conhecer a situao demogrfica actualizada da zona a servir, em termos de
populao residente e flutuante, e avaliar a sua evoluo previsvel.
2 - Devem ser consultados os dados de estudos existentes e os registos disponveis,
nomeadamente os recenseamentos populacionais, os recenseamentos eleitorais, a
ocupao turstica e os planos de desenvolvimento urbanstico.
Artigo 12.
Capitaes
1 - A elaborao de estudos de sistemas de distribuio de gua deve basear-se
no conhecimento dos consumos de gua, quando existam e sejam representativos, os
quais podem ser obtidos a partir dos registos dos servios de explorao dos
sistemas existentes.
2 - Com base nos valores do consumo de gua e da populao obtm-se a
capitao mdia anual actual e, a partir desta, estima-se a sua evoluo previsvel.
3 - Quando no se disponha de informao correcta dos consumos, os valores da
capitao so estimados atendendo dimenso e caractersticas do aglomerado, ao
nvel de vida da populao e seus hbitos higinicos e s condies climticas
locais.
Artigo 13.
Consumos domsticos
c) 30 l/s - grau 3;
d) 45 l/s - grau 4;
e) A definir caso a caso - grau 5;
3 - Nas zonas onde no seja tcnica ou economicamente possvel assegurar os
referidos caudais instantneos atravs da rede pblica, dimensionada para consumos
normais, nomeadamente em pequenos aglomerados, deve providenciar-se para que
haja reservas de gua em locais adequados, que assegurem aqueles caudais
conjuntamente com os caudais disponveis na rede de distribuio existente.
Artigo 19.
Factores de ponta
1 - Na falta de elementos que permitam estabelecer factores de ponta instantneos,
devem usar-se, para os consumos domsticos ou outros que tenham uma variao
assimilvel da populao, os valores resultantes da expresso:
(Ver formula no documento original)
2 - Os factores de ponta em redes de distribuio podem ser avaliados pelo grfico do
anexo VII.
3 - Para consumos especiais cuja variao no seja assimilvel da populao
residente, como os de zonas tursticas com pontas sazonais, os factores de ponta
devem ser calculados parte.
CAPTULO III
Rede de distribuio
SECO I
Condutas
Artigo 20.
Caudais de clculo
Nos sistemas de distribuio de gua consideram-se os caudais dirios mdios anuais
previstos no incio da explorao do sistema e no ano de horizonte de projecto,
afectados de um factor de ponta instantneo, a que se adicionam os caudais de fugas e
perdas.
Artigo 21.
Dimensionamento hidrulico
1 - No dimensionamento hidrulico deve ter-se em conta a minimizao dos custos,
que deve ser conseguida atravs de uma combinao criteriosa de dimetros,
observando-se as seguintes regras:
a) A velocidade de escoamento para o caudal de ponta no horizonte de projecto no
deve exceder o valor calculado pela expresso:
(Ver formula no documento original)
b) A velocidade de escoamento para o caudal de ponta no ano de incio de
explorao do sistema no deve ser inferior a 0,30 m/s e nas condutas onde no
seja possvel verificar este limite devem prever-se dispositivos adequados para
descarga peridica;
c) A presso mxima, esttica ou de servio, em qualquer ponto de utilizao no deve
ultrapassar os 600 kPa medida ao nvel do solo;
d) No aceitvel grande flutuao de presses em cada n do sistema,
impondo-se uma variao mxima ao longo do dia de 300 kPa;
e) A presso de servio em qualquer dispositivo de utilizao predial para o caudal de
ponta no deve ser, em regra, inferior a 100 kPa o que, na rede pblica e ao nvel do
arruamento, corresponde aproximadamente a:
H = 100 + 40 n
onde H a presso mnima (kPa) e n o nmero de pisos acima do solo, incluindo
o piso trreo; em casos especiais, aceitvel uma reduo daquela presso mnima, a
definir, caso a caso, em funo das caractersticas do equipamento.
Artigo 22.
Situaes de incndio
Nas situaes de incndio no exigvel qualquer limitao de velocidades nas
condutas e admitem-se alturas piezomtricas inferiores a 100 kPa.
Artigo 23.
Dimetros mnimos
1 - Os dimetros nominais mnimos das condutas de distribuio so os seguintes:
a) 60 mm em aglomerados com menos de 20 000 habitantes;
b) 80 mm em aglomerados com mais de 20 000 habitantes;
2 - Quando o servio de combate a incndios tenha de ser assegurado pela mesma
rede pblica, os dimetros nominais mnimos das condutas so em funo do risco da
zona e devem ser:
a) 80 mm - grau 1;
b) 90 mm - grau 2;
c) 100 mm - grau 3;
d) 125 mm - grau 4;
e) 150 mm (a definir caso a caso) - grau 5.
Artigo 24.
Implantao
1 - A implantao das condutas da rede de distribuio em arruamentos deve fazer-se
em articulao com as restantes infra-estruturas e, sempre que possvel, fora das
faixas de rodagem.
2 - As condutas da rede de distribuio devem ser implantadas em ambos os lados
dos
arruamentos,
podendo
reduzir-se
a
um
quando
as condies
tcnico-econmicas o aconselhem, e nunca a uma distncia inferior a 0,80 m dos
limites das propriedades.
3 - A implantao das condutas deve ser feita num plano superior ao dos colectores
de guas residuais e a uma distncia no inferior a 1 m, de forma a garantir proteco
eficaz contra possvel contaminao, devendo ser adoptadas proteces especiais
em caso de impossibilidade daquela disposio.
Artigo 25.
Profundidade
1 - A profundidade de assentamento das condutas no deve ser inferior a 0,80 m,
medida entre a geratriz exterior superior da conduta e o nvel do pavimento.
2 - Pode aceitar-se um valor inferior ao indicado desde que se protejam
convenientemente as condutas para resistir a sobrecargas ou a temperaturas
extremas.
3 - Em situaes excepcionais, admitem-se condutas exteriores ao pavimento desde
que sejam convenientemente protegidas mecnica, trmica e sanitariamente.
Artigo 26.
Largura das valas
1 - Para profundidades at 3 m, a largura das valas para assentamento das tubagens
deve ter, em regra, a dimenso mnima definida pelas seguintes frmulas:
L=De+0,50 para condutas de dimetro at 0,50 m;
L=De+0,70 para condutas de dimetro superior a 0,50 m;
onde L a largura da vala (m) e De o dimetro exterior da conduta (m).
2 - Para profundidades superiores a 3 m, a largura mnima das valas pode ter de ser
aumentada em funo do tipo de terreno, processo de escavao e nvel fretico.
Artigo 27.
Assentamento
1 - As tubagens devem ser assentes por forma a assegurar-se que cada troo de
tubagem se apoie contnua e directamente sobre terrenos de igual resistncia.
2 - Quando, pela sua natureza, o terreno no assegure as necessrias condies
de estabilidade das tubagens ou dos acessrios, deve fazer-se a sua substituio por
material mais resistente devidamente compactado.
escoamento compreendida entre 0,5 m/s e 2,0 m/s, funo da presso disponvel na
rede pblica.
Artigo 35.
Dimetro mnimo
1 - O dimetro nominal mnimo admitido em ramais de ligao de 20 mm.
2 - Quando se tenha de assegurar simultaneamente o servio de combate a
incndios sem reservatrio de regularizao, o dimetro no deve ser inferior a 45 mm.
Artigo 36.
Profundidade mnima
A profundidade mnima de assentamento dos ramais de ligao de 0,80 m, que pode
ser reduzida para 0,50 m nas zonas no sujeitas a circulao viria.
Artigo 37.
Insero na rede pblica
1 - A insero dos ramais de ligao nas condutas da rede pblica de distribuio
faz-se por meio de acessrios adequados, devendo prever-se vlvula de
seccionamento para suspenso do servio de abastecimento.
2 - A insero no permitida em condutas com dimetro superior a 300 mm,
excepto em casos devidamente justificados.
Artigo 38.
Natureza dos materiais
Os ramais de ligao podem ser de PVC, de polietileno de mdia ou alta
densidade, de ferro fundido dctil ou de outros materiais que renam as
necessrias condies de utilizao.
CAPTULO IV
Elementos acessrios da rede
Artigo 39.
Juntas
1 - As juntas estabelecem a ligao de tubos, elementos acessrios e demais
dispositivos da rede pblica de distribuio e devem ser estanques, possibilitar a
dilatao e facilitar a montagem e desmontagem de tubos e acessrios.
2 - De acordo com a sua funo e caractersticas, as juntas podem classificar-se
em rgidas, flexveis, de dilatao e de desmontagem.
Artigo 40.
Vlvulas de seccionamento
1 - As vlvulas de seccionamento devem ser instaladas de forma a facilitar a operao
do sistema e minimizar os inconvenientes de eventuais interrupes do abastecimento.
2 - As vlvulas de seccionamento devem ser devidamente protegidas e facilmente
manobrveis e localizar-se, nomeadamente:
a) Nos ramais de ligao;
b) Junto de elementos acessrios ou instalaes complementares que possam ter de
ser colocados fora de servio;
c) Ao longo da rede de distribuio, por forma a permitir isolar reas com um mximo de
500 habitantes;
d) Ao longo de condutas da rede de distribuio mas sem servio de percurso, com
espaamentos no superiores a 1000 m;
e) Nos cruzamentos principais, em nmero de trs;
f) Nos entroncamentos principais, em nmero de duas.
Artigo 41.
Vlvulas de reteno
1 - As vlvulas de reteno devem instalar-se, de acordo com o sentido do
escoamento pretendido, nas tubagens de compresso e ou de aspirao das
instalaes elevatrias e, quando necessrio em termos de operao, na rede de
distribuio ou em reservatrios.
2 - Na definio e caracterizao das vlvulas de reteno devem ser determinados o
Artigo 48.
Lanamento dos efluentes das descargas de fundo
1 - Os efluentes das descargas de fundo devem ser lanados em linhas de gua
naturais, colectores pluviais ou cmaras de armazenamento transitrio,
salvaguardando-se, em qualquer dos casos, os riscos de contaminao da gua da
conduta.
2 - Sempre que necessrio, devem prever-se na zona de lanamento dispositivos de
dissipao de energia cintica.
Artigo 49.
Dimensionamento das descargas de fundo
O dimensionamento de uma descarga de fundo consiste na determinao do seu
dimetro de modo a obter-se um tempo de esvaziamento do troo de conduta
compatvel com o bom funcionamento do sistema, no devendo o seu dimetro ser
inferior a um sexto do dimetro da conduta onde instalada, com um mnimo de 50 mm.
Artigo 50.
Medidores de caudal
Os medidores de caudal tm por finalidade determinar o volume de gua que se escoa,
podendo, conforme os modelos, fazer a leitura do caudal instantneo e do volume
escoado ou apenas deste e ainda registar esses valores.
Artigo 51.
Instalao dos medidores
1 - Os medidores de caudal devem ser instalados em locais devidamente protegidos,
acessveis e de forma a possibilitarem leituras correctas.
2 - Para alm da montagem nos ramais de introduo predial de todos os consumidores,
os medidores de caudal devem ser instalados nas condutas de sada dos
reservatrios e das instalaes elevatrias e noutros pontos criteriosamente
escolhidos, por forma a permitir um melhor controlo do rendimento do sistema.
3 - Os medidores de caudal no devem ser instalados em pontos de eventual
acumulao de ar para se evitar perturbaes nas medies, devendo prever-se
comprimentos mnimos de tubagem a montante e a jusante sem qualquer
singularidade, com valores recomendados pelos fabricantes, que s podem ser
reduzidos pela utilizao de regularizadoras de escoamento.
4 - Devem prever-se vlvulas de seccionamento a montante e a jusante do medidor de
caudal.
Artigo 52.
Factores de seleco dos medidores
Na seleco de um medidor de caudal devem ter-se em ateno, alm da gama de
caudais a medir, a preciso pretendida, a perda de carga admissvel, a presso de
servio, o dimetro e posio da conduta, o espao para montagem, a robustez, a
simplicidade de reparao e a necessidade de medies num ou nos dois sentidos.
Artigo 53.
Bocas de rega e de lavagem
1 - A implantao das bocas de rega e lavagem funo da organizao
urbanstica dos aglomerados populacionais, nomeadamente arruamentos e espaos
verdes.
2 - O afastamento entre bocas de rega e lavagem, quando necessrias, no deve ser
superior a 50 m.
3 - O dimetro nominal mnimo das bocas de rega e lavagem e respectivos ramais
de alimentao de 20 mm.
Artigo 54.
Hidrantes
1 - Consideram-se hidrantes as bocas de incndio e os marcos de gua.
2 - As bocas de incndio podem ser de parede ou de passeio, onde normalmente se
encontram incorporadas.
3 - Os marcos de gua so salientes em relao ao nvel do pavimento.
Artigo 61.
Factores de dimensionamento
O dimensionamento das captaes deve apoiar-se em estudos hidrogeolgicos de base
e no resultado de medies locais, tendo em vista as previses de consumo.
Artigo 62.
Proteco sanitria
As captaes devem possuir uma adequada proteco sanitria destinada a evitar
ou, pelo menos, reduzir os riscos de inquinao da gua captada, de acordo com a
legislao aplicvel.
SECO II
Instalaes de tratamento
Artigo 63.
Finalidade
As instalaes de tratamento tm por finalidade proceder s correces necessrias
por forma que as caractersticas fsicas, qumicas e bacteriolgicas da gua tratada
sejam as de uma gua prpria para consumo humano.
Artigo 64.
Tipos
1 - As instalaes podem ser de tratamento:
a) Fsico e desinfeco;
b) Fsico-qumico com desinfeco;
c) Fsico-qumico com afinao e desinfeco;
2 - As operaes de tratamento de maior importncia so: sedimentao, coagulao,
filtrao, desinfeco, correco da dureza ou acidez e arejamento.
Artigo 65.
Localizao
Na localizao das instalaes de tratamento deve considerar-se:
a) A disponibilidade de rea;
b) A proximidade da origem de gua;
c) Os condicionamentos urbansticos, topogrficos, geolgicos e hidrolgicos,
nomeadamente a verificao dos nveis mximos de cheia;
d) A localizao da fonte de alimentao de energia elctrica;
e) A localizao da descarga de emergncia, quando necessria;
f) A facilidade de acesso;
g) A integrao no restante sistema por forma a minimizar os custos globais.
Artigo 66.
Concepo e dimensionamento
1 - A seleco dos processos de tratamento a utilizar e o esquema de
funcionamento devem procurar uma eficincia adequada com um mnimo de custos.
2 - O dimensionamento das instalaes de tratamento deve ter em conta o caudal a
tratar, a qualidade da gua bruta e a qualidade da gua que se deseja obter.
SECO III
Reservatrios
Artigo 67.
Finalidade
Os reservatrios tm principalmente as seguintes finalidades:
a) Servir de volante de regularizao, compensando as flutuaes de consumo face
aduo;
b) Constituir reservas de emergncia para combate a incndios ou para assegurar a
distribuio em casos de interrupo voluntria ou acidental do sistema de montante;
c) Equilibrar as presses na rede de distribuio;
d) Regularizar o funcionamento das bombagens.
Artigo 68.
Classificao
Os reservatrios classificam-se:
Concepo geral
Artigo 87.
Concepo de novos sistemas
1 - Na concepo de novos sistemas h que atender:
a) presso disponvel na rede geral de alimentao e necessria nos
dispositivos de utilizao;
b) Ao tipo e nmero de dispositivos de utilizao;
c) Ao grau de conforto pretendido;
d) minimizao de tempos de reteno da gua nas canalizaes;
2 - As presses de servio nos dispositivos de utilizao devem situar-se entre 50
kPa e 600 kPa, sendo recomendvel, por razes de conforto e durabilidade dos
materiais, que se mantenham entre 150 kPa e 300 kPa.
Artigo 88.
Remodelao ou ampliao de sistemas existentes
Sempre que na remodelao ou ampliao de um sistema haja aumento de caudal de
ponta, deve comprovar-se a suficincia da capacidade hidrulica de transporte das
canalizaes e das eventuais instalaes complementares a montante, sem
prejuzo das condies de funcionamento do sistema na sua globalidade.
CAPTULO III
Elementos de base para dimensionamento
Artigo 89.
Dispositivos de utilizao
1 - Na elaborao dos estudos relativos distribuio predial de gua, devem definir-se
os tipos de dispositivos de utilizao e indicar-se a sua localizao.
2 - Os aparelhos alimentados por dispositivos de utilizao devem estar
devidamente identificados nas peas desenhadas do projecto.
Artigo 90.
Caudais instantneos
1 - Os caudais instantneos a atribuir aos dispositivos de utilizao devem estar de
acordo com o fim especfico a que se destinam.
2 - Os valores mnimos dos caudais instantneos a considerar nos dispositivos de
utilizao mais correntes so indicados no anexo IV.
Artigo 91.
Coeficientes de simultaneidade
1 - Na determinao dos caudais de clculo deve ter-se em conta a possibilidade
do funcionamento no simultneo da totalidade dos dispositivos de utilizao,
considerando-se coeficientes de simultaneidade como se dispe nos nmeros
seguintes.
2 - Designa-se por coeficiente de simultaneidade numa dada seco a relao entre o
caudal simultneo mximo previsvel, ou seja o caudal de clculo, e o caudal
acumulado de todos os dispositivos de utilizao alimentados atravs dessa seco.
3 - O coeficiente de simultaneidade pode ser obtido por via analtica ou grfica
resultante de dados estatsticos aplicveis.
4 - No anexo V apresentada uma curva que, tendo em conta os coeficientes de
simultaneidade, fornece os caudais de clculo para um nvel de conforto mdio em
funo dos caudais acumulados, e pode ser utilizada para os casos correntes de
habitao sem fluxmetros.
5 - No caso de instalao de fluxmetros, ao caudal de clculo obtido de acordo
com os nmeros anteriores deve ainda adicionar-se o caudal de clculo dos
fluxmetros, a determinar de acordo com o indicado no anexo V.
Artigo 92.
Presses na rede pblica
Para efeitos de clculo da rede predial devem ser fornecidos pela entidade gestora os
valores das presses mxima e mnima na rede pblica no ponto de insero naquela.
CAPTULO IV
Ramais de ligao
Artigo 146.
Finalidade
Os ramais de ligao tm por finalidade assegurar a conduo das guas residuais
prediais, desde as cmaras de ramal de ligao at rede pblica.
Artigo 147.
Caudais de clculo
Os caudais de clculo so determinados de acordo com as regras estabelecidas no
ttulo V - sistemas de drenagem predial de guas residuais.
Artigo 148.
Dimensionamento hidrulico-sanitrio
No dimensionamento hidrulico-sanitrio dos ramais de ligao deve atender-se ao
caudal de clculo e s seguintes regras:
a) As inclinaes no devem ser inferiores a 1%, sendo aconselhvel que se
mantenham entre 2% e 4%;
b) Para inclinaes superiores a 15% devem prever-se dispositivos especiais de
ancoragem dos ramais;
c) A altura do escoamento no deve exceder a meia seco ou atingir a seco cheia,
respectivamente, em ramais de ligao domsticos ou pluviais.
Artigo 149.
Dimetro mnimo
O dimetro nominal mnimo admitido nos ramais de ligao de 125 mm.
Artigo 150.
Ligao rede de drenagem pblica
1 - As redes de guas residuais domsticas dos edifcios abrangidos pela rede pblica
devem ser obrigatoriamente ligadas a esta por ramais de ligao.
2 - As redes de guas pluviais dos edifcios abrangidos pela rede pblica devem ser
ligados a esta por ramais de ligao, a menos que descarreguem em valetas, de
acordo com o disposto no ttulo V.
3 - Em edifcios de grande extenso, pode-se dispor de mais de um ramal de ligao
para cada tipo de guas residuais.
Artigo 151.
Insero na rede de drenagem pblica
1 - A insero dos ramais de ligao na rede pblica pode fazer-se nas cmaras
de visita ou, directa ou indirectamente, nos colectores.
2 - A insero directa dos ramais de ligao nos colectores s admissvel para
dimetros destes ltimos superiores a 500 mm e deve fazer-se a um nvel superior a
dois teros de altura daquele.
3 - A insero nos colectores pode fazer-se por meio de forquilhas simples com um
ngulo de incidncia igual ou inferior a 67. 30', sempre no sentido do escoamento, de
forma a evitar perturbaes na veia lquida principal;
4 - A insero dos ramais de ligao nos colectores domsticos pode ainda ser
realizada por t, desde que a altura da lmina lquida do colector se situe a nvel
inferior ao da lmina lquida do ramal.
Artigo 152.
Traado
1 - O traado dos ramais de ligao deve ser rectilneo, tanto em planta como em perfil.
2 - A insero do ramal na forquilha pode ser feita por curva de concordncia de ngulo
complementar do da forquilha.
Artigo 153.
Ventilao da rede
No devem existir dispositivos que impeam a ventilao da rede pblica atravs
dos ramais de ligao e das redes prediais.
Artigo 154.
Natureza dos materiais
Os
ramais
de ligao podem ser de grs cermico vidrado
interna e
externamente, ferro fundido, PVC rgido, beto, fibrocimento ou outros materiais que
renam as necessrias condies de utilizao.
CAPTULO V
Elementos acessrios da rede
SECO I
Cmaras de visita
Artigo 155.
Localizao
1 - obrigatria a implantao de cmaras de visita:
a) Na confluncia dos colectores;
b) Nos pontos de mudana de direco, de inclinao e de dimetro dos
colectores;
c) Nos alinhamentos rectos, com afastamento mximo de 60 m e 100 m, conforme se
trate, respectivamente, de colectores no visitveis ou visitveis;
2 - Os afastamentos mximos referidos na alnea c) do nmero anterior podem ser
aumentados em funo dos meios de limpeza, no primeiro caso, e em situaes
excepcionais, no segundo.
Artigo 156.
Tipos
1 - As cmaras de visita podem ser de planta rectangular ou crcular, com cobertura
plana ou tronco-cnica assimtrica, com geratriz vertical.
2 - As cmaras de visita podem ainda ser centradas ou descentradas em relao ao
alinhamento do colector, sendo este ltimo tipo o que permite o melhor acesso pelo
pessoal de explorao.
Artigo 157.
Elementos constituintes
As cmaras de visita so constitudas por:
a) Soleira, formada em geral por uma laje de beto que serve de fundao s paredes;
b) Corpo, formado pelas paredes, com disposio em planta normalmente
rectangular ou circular;
c) Cobertura, plana ou tronco-cnica assimtrica, com uma geratriz vertical na
continuao do corpo para facilitar o acesso;
d) Dispositivo de acesso, formado por degraus encastrados ou por escada fixa ou
amovvel, devendo esta ltima ser utilizada somente para profundidades iguais ou
inferiores a 1,7 m;
e) Dispositivo de fecho resistente.
Artigo 158.
Dimenso mnima
1 - A dimenso mnima, em planta, ou o dimetro, respectivamente, da cmara de
visita rectangular ou circular no deve ser menor que 1 m ou 1,25 m, consoante a
sua profundidade seja inferior a 2,5 m ou igual ou superior a este valor.
2 - A relao entre a largura e a profundidade das cmaras de visita deve ter sempre em
considerao a operacionalidade e a segurana do pessoal da explorao.
Artigo 159.
Regras de implantao
1 - A insero de um ou mais colectores noutro deve ser feita no sentido do
escoamento, de forma a assegurar a tangncia da veia lquida secundria principal.
2 - Nas alteraes de dimetro deve haver sempre a concordncia da geratriz superior
interior dos colectores, de modo a garantir a continuidade da veia lquida.
3 - As mudanas de direco, dimetro e inclinao de colectores, que se realizam
em cmaras de visita, devem fazer-se por meio de caleiras semicirculares
construdas na soleira, com altura igual a dois teros do maior dimetro, de forma a
assegurar a continuidade da veia lquida.
Artigo 169.
Instalao
1 - A insero das forquilhas nos colectores feita obrigatoriamente com um ngulo de
incidncia igual ou inferior a 67 30?;
2 - Sempre que possvel, a instalao das forquilhas deve ser simultnea com a
execuo do colector pblico e, se a instalao do ramal de ligao vier a ser feita
posteriormente, a forquilha deve ficar tamponada.
3 - Em caso de no existncia de forquilha aquando da instalao do ramal de ligao,
necessrio remover um troo do colector, substituindo-o pela forquilha, ou
efectuar a perfurao do colector atravs de mecanismos que permitam a correcta
insero do ramal colector.
CAPTULO VI
Instalaes complementares
SECO I
Instalaes elevatrias
Artigo 170.
Localizao
Na localizao das instalaces elevatrias deve observar-se o disposto no artigo 74.
Artigo 171.
Dispositivos de tratamento preliminar
Sempre que as caractersticas das guas residuais afluentes e a proteco do sistema
a jusante o justifiquem, deve prever-se nas estaes elevatrias a utilizao de
desarenadores, grades ou trituradores.
Artigo 172.
Implantao de descarregador
As instalaes elevatrias devem dispor a montante de um descarregador ligado a um
colector de recurso para fazer face ocorrncia de avarias, necessidade de colocao
fora de servio ou afluncia excessiva de guas residuais.
Artigo 173.
Cmara de aspirao ou de toma
1 - No dimensionamento da cmara de aspirao de uma estao elevatria deve ser
cuidadosamente analisada a variabilidade dos caudais afluentes, o que se torna
particularmente importante em sistemas unitrios.
2 - O volume da cmara deve ser calculado em funo da frequncia de arranque dos
equipamentos de elevao, com o objectivo de evitar tempos de reteno que
excedam cinco a dez minutos para os caudais mdios afluentes.
3 - A forma da cmara deve ser de molde a evitar a acumulao dos slidos, o que
exige adequada inclinao das paredes.
Artigo 174.
Equipamento elevatrio
1 - O equipamento elevatrio pode ser constitudo por grupos electrobomba,
submersveis ou no, parafusos de Arquimedes e ejectores.
2 - Na definio e caracterizao dos grupos electrobomba deve ter-se em considerao
os seguintes aspectos:
a) Nmero mximo de arranques por hora admissvel para o equipamento a
instalar;
b) Velocidade mxima de rotao;
c) Instalao, no mnimo, de dois dispositivos de elevao idnticos, tendo, neste caso,
cada um a potncia de projecto e destinados a funcionar como reserva activa mtua
e, eventualmente, em simultneo em caso de emergncia;
3 - Os parafusos de Arquimedes podem ser utilizados com vantagem em situaes de
grande variabilidade de caudais e pequenas alturas de elevao.
4 - Os ejectores podem ser utilizados para pequenas alturas de elevao e pequenos
caudais quando se pretenda fcil e simples manuteno e boas condies de
higiene e segurana dos operadores do sistema.
Artigo 175.
Condutas elevatrias
1 - O dimetro interior das condutas elevatrias deve ser definido em funo de estudo
tcnico-econmico que abranja todo o perodo de explorao, sendo recomendvel que
o seu valor no desa abaixo de 100 mm.
2 - A velocidade mnima de escoamento deve ser de 0,70 m/s.
3 - O perfil longitudinal deve ser preferencialmente ascendente, no devendo a linha
piezomtrica intersectar a conduta, mesmo em situaces de caudal nulo.
4 - Devem ser definidas as envolventes de presses mnimas e mximas
provenientes da ocorrncia de regimes transitrios e verificada a necessidade ou no de
rgos de proteco.
5 - Sempre que se pretenda libertar o ar das condutas deve recorrer-se
preferencialmente a tubos de ventilao.
6 - Deve ser evitada, sempre que possvel, a colocao de ventosas nas condutas
elevatrias, mas, em caso de absoluta necessidade, devem ser utilizadas ventosas
apropriadas para guas residuais.
7 - Nos pontos baixos das condutas e, sempre que se justificar, em pontos
intermdios, devem ser instaladas descargas de fundo por forma a permitir o seu
esvaziamento em perodo de tempo aceitvel, salvaguardando-se condies de
salubridade e ambiente.
8 - Devem calcular-se os impulsos nas curvas e pontos singulares e prever-se macios
de amarrao de acordo com a resistncia do solo.
9 - Para evitar a formao de gs sulfdrico devem evitar-se condutas elevatrias
extensas.
SECO II
Bacias de reteno
Artigo 176.
Finalidade
1 - As bacias de reteno so estruturas que se destinam a regularizar o
escoamento pluvial afluente, amortecendo os caudais de ponta e permitindo
compatibilizar o seu valor com limites previamente fixados.
2 - Para alm do aspecto fundamental de regularizao dos caudais afluentes, as
bacias de reteno podem ainda, segundo os seus tipos, apresentar as seguintes
vantagens:
a) Contribuir para o melhoramento da qualidade das guas pluviais;
b) Contribuir para o melhor comportamento do sistema de drenagem global onde se
encontram integradas, quando da ocorrncia de precipitaes excepcionais;
c) Possibilitar a constituio, quando se trate de bacias de gua permanente, de plos
de interesse turstico e recreativo, especialmente quando integradas no tecido urbano ou
em zonas verdes;
d) Constituir reservas contra incndios ou para fins de rega.
Artigo 177.
Tipos
1 - As bacias de reteno podem ser:
a) Subterrneas, formando verdadeiros reservatrios de regularizao enterrados;
b) Superficiais, constituindo reservas de gua ao ar livre;
2 - As bacias de reteno superficiais podem classificar-se, quanto ao seu
comportamento hidrulico, em:
a) Bacias secas, se contiverem gua apenas num perodo relativamente curto a seguir
chuvada;
b) Bacias de gua permanente, se contiverem gua mesmo em perodo de estiagem.
Artigo 178.
Elementos constituintes
As bacias de reteno superficiais so constitudas por:
a) Corpo, que inclui fundo e bermas e resulta do aproveitamento possvel das condies
topogrficas locais;
b) Dispositivos de funcionamento normal destinados a assegurar a regularizao
do caudal efluente e a manuteno de um nvel mnimo a montante, no caso de bacias
de gua permanente;
c) Dispositivos de segurana, descarregadores de superfcie e eventualmente diques
fusveis, destinados a garantir o esgotamento das guas em condies excepcionais;
d) Descarga de fundo, com o objectivo de assegurar o esvaziamento da bacia de
reteno em operaces de limpeza e manuteno, podendo tambm funcionar como
sistema de segurana.
Artigo 179.
Dimensionamento hidrulico
1 - O dimensionamento hidrulico de uma bacia de reteno consiste no clculo do
volume necessrio ao armazenamento do caudal afluente, correspondente
precipitao com um determinado perodo de retorno ou a um hidrograma de cheia
conhecido, por forma que o caudal mximo efluente no ultrapasse determinado
valor preestabelecido.
2 - A natureza do problema a resolver, o grau de preciso requerido e a informao
disponvel condicionam o mtodo de clculo a utilizar.
3 - Se no se dispuser de um modelo de escoamento que permita gerar o
hidrograma de entrada ou hidrograma do escoamento afluente, pode recorrer-se ao
mtodo simplificado.
4 - O mtodo simplificado baseia-se no conhecimento das curvas intensidade durao-frequncia aplicveis rea em estudo e permite o clculo do volume
necessrio para armazenar o caudal afluente resultante da precipitao do perodo de
retorno escolhido, de modo que na descarga se obtenha um caudal, suposto
constante, correspondente capacidade maxima de vazo a jusante.
5 - O pr-dimensionamento do volume de armazenamento pode ser obtido pela
expresso seguinte:
(Ver formula no documento original)
Artigo 180.
Aspectos construtivos
1 - Nas bacias secas, a inclinao do fundo no deve ser inferior a 1/20 para impedir a
formao de zonas alagadas e as inclinaces dos taludes das bermas no podem
exceder 1/6 ou 1/2, consoante sejam ou no transitveis.
2 - Nas bacias de gua permanente aconselhvel existir, em tempo seco, uma lmina
lquida permanente de altura no inferior a 1,5 m a fim de evitar o desenvolvimento
excessivo de plantas aquticas e possibilitar a vida pisccola.
3 - Estando a bacia de gua permanente integrada em zona urbana, deve
prever-se uma variao do nvel de gua de cerca de 0,5 m para a precipitao do
perodo de retorno escolhido e assegurar-se o tratamento conveniente das bermas,
considerando nomeadamente:
a) Taludes relvados com inclinao no superior a 1/6;
b) Parmetros verticais de 0,75 m de altura, ao longo dos quais se verificam as
variaes de nvel da gua;
c) Bermas de 2 m a 4 m de largura, no coroamento dos parmetros verticais, por
razes de segurana.
SECO III
Sifes invertidos
Artigo 181.
Finalidade
Os sifes invertidos so condutas em forma de U que, funcionando graviticamente
sob presso, se destinam a ultrapassar obstculos, num plano inferior a estes, ou a
vencer zonas de vale.
Artigo 182.
Dimensionamento hidrulico
1 - No dimensionamento hidrulico de sifes invertidos deve ter-se em particular
ateno a necessidade de manter velocidades de autolimpeza para a gama previsvel
de caudais.
2 - Deve garantir-se, no incio da explorao, a ocorrncia de velocidades entre 0,70 e
1 m/s, pelo menos uma vez por dia.
3 - No clculo das perdas de carga devem incluir-se as perdas de carga localizadas
entrada e sada, em curvas, vlvulas, junes e outras singularidades.
4 - Os tempos de reteno no devem exceder, em regra, dez minutos, a fim de
minimizar a formao de gs sulfdrico.
Artigo 183.
Aspectos construtivos
Os sifes invertidos devem ter:
a) Pelo menos duas condutas em paralelo, para situaes em que se preveja grande
variabilidade de caudais;
b) Descarregadores laterais de ligao dos vrios ramos, quando existam;
c) Cmaras de visita a montante e a jusante;
d) Adufas em cada ramo, instaladas nas cmaras de montante e de jusante;
e) Inclinaes compatveis com a possibilidade de uma limpeza eficaz;
f) Dispositivos de descarga de fundo ou, em alternativa, poo ou reservatrio para onde
as guas residuais possam ser escoadas e posteriormente removidas.
SECO IV
Desarenadores e cmaras de grades
Artigo 184.
Desarenadores
1 - Os desarenadores podem ser implantados a montante de estaes de tratamento,
de instalaces elevatrias e de sifoes e ainda nas cabeceiras de sistemas unitrios ou
separativos de guas pluviais, quando a montante exista uma bacia hidrogrfica
carreando elevadas quantidades de materiais.
2 - O dimensionamento dos desarenadores deve facultar a remoo de partculas com
dimenso igual ou superior a 0,2 mm e evitar a deposio de matria organica,
devendo garantir-se uma velocidade de escoamento compreendida entre 0,15 m/s e 0,30
m/s.
3 - O funcionamento dos desarenadores exige a remoo peridica das areias
acumuladas.
Artigo 185.
Cmaras de grades
1 - As cmaras de grades destinam-se quando necessrio a reter slidos grosseiros
em suspenso e corpos flutuantes, a fim de proteger as canalizaes, vlvulas e
outros equipamentos situados a jusante, de eventuais obstrues.
2 - As dimenses das grades devem ajustar-se a velocidades de escoamento
compreendidas entre 0,50 m/s e 0,80 m/s na seco til.
SECO V
Medidores e registadores
Artigo 186.
Localizao
Devem ser previstas disposies construtivas para a medio e registo de caudais nos
seguintes locais:
a) entrada das estaes de tratamento;
b) Na descarga final no meio receptor;
c) Nas estaes elevatrias;
d) Imediatamente a jusante de zonas ou instalaes industriais;
e) Em pontos estratgicos da rede de colectores.
CAPTULO VII
SECO III
guas residuais industriais
Artigo 195.
Descarga na rede pblica
As guas residuais industriais, sempre que possam ser misturadas, com vantagens
tcnicas e econmicas, com as guas residuais domsticas, devem obedecer s
regras previstas nos artigos seguintes.
Artigo 196.
Condicionantes descarga na rede pblica de guas residuais
do sector agro-alimentar e pecurio
1 - As guas residuais das indstrias alimentares, de fermentao e de destilaria
s so admitidas nos colectores pblicos desde que seja analisada a necessidade,
caso a caso, de pr-tratamento.
2 - As guas residuais das indstrias de lacticnios s podem ser admitidas nos
colectores pblicos se forem depuradas em conjunto com elevado volume de guas
residuais domsticas, de modo a garantir-se um grau de diluio aceitvel.
3 - As guas residuais das indstrias de azeite, designadas por guas ruas, no
podem ser conduzidas para as redes pblicas de drenagem, devendo promover-se
o seu transporte a local adequado.
4 - As guas residuais das indstrias de matadouros e de pecuria s podem ser
introduzidas nos colectores pblicos se sofrerem pr-tratamento adequado e se o seu
volume for compatvel com a diluio necessria nas guas residuais domsticas.
Artigo 197.
Condicionantes descarga na rede pblica de guas residuais
do sector industrial, florestal e mineiro
1 - As guas residuais das indstrias de tabacos, madeira, produtos florestais,
txteis e motores s podem ser admitidas nos colectores pblicos desde que seja
analisada a necessidade, caso a caso, de pr-tratamento.
2 - As guas residuais das indstrias de celulose e papel no devem ser tratadas
em conjunto com as guas residuais domsticas.
3 - As guas residuais das indstrias metalrgicas, de petrleo e seus derivados
no devem ser admitidas nos colectores pblicos;
4 - As guas residuais das indstrias qumicas e farmacuticas, dada a sua variedade,
s podem ser aceites nos colectores pblicos se se provar previamente que, com
ou sem pr-tratamento, so susceptveis de tratamento conjunto com as guas
residuais domsticas.
5 - As guas residuais das indstrias de galvanoplastia devem ser tratadas, no sendo
permitida a incorporao destas guas residuais nos colectores pblicos, a menos
que, na totalidade, representem menos de 1% do volume total das guas residuais.
6 - Nas indstrias de pesticidas, devem prever-se sistemas de tratamento adequados,
antes de se fazer a sua juno no colector pblico.
7 - As guas residuais das indstrias de resinas sintticas s podem ser
descarregadas nos colectores pblicos se o seu teor em fenol for inferior a 100 mg/l.
8 - As guas residuais das indstrias de borracha podem sofrer a adio de nutrientes
para permitir depurao biolgica conjunta.
9 - As guas residuais das indstrias metalomecnicas podem ser aceites nos
colectores pblicos, desde que representem uma pequena fraco do efluente
domstico.
10 - As guas residuais das indstrias extractivas e afins devem ser objecto de exame,
caso a caso, relativamente aos processos qumicos e fsicos com que esto
relacionadas, e ser tratadas em instalaes com elevado grau de automatizao.
TTULO V
Sistemas de drenagem predial de guas residuais
CAPTULO I
Regras gerais
Artigo 198.
Separao de sistemas
1 - A montante das cmaras de ramal de ligao, obrigatria a separao dos
sistemas de drenagem de guas residuais domsticas dos de guas pluviais.
2 - As guas residuais industriais, aps eventual tratamento adequado de acordo
com as suas caractersticas fsicas, qumicas e microbiolgicas, podem ser conduzidas
ao sistema de drenagem de guas residuais domsticas ou pluviais, conforme a sua
semelhana.
Artigo 199.
Lanamentos permitidos
1 - Em sistemas de drenagem de guas residuais domsticas permitido o lanamento,
para alm destas, das assimilveis, de acordo com o artigo 116.
2 - Em sistemas de drenagem de guas residuais pluviais permitido o lanamento
das guas provenientes de:
a) Rega de jardins e espaos verdes, lavagem de arruamentos, ptios e parques de
estacionamento, ou seja, aquelas que, de um modo geral, so recolhidas pelas
sarjetas, sumidouros ou ralos;
b) Circuitos de refrigerao e de instalaes de aquecimento;
c) Piscinas e depsitos de armazenamento de gua;
d) Drenagem do subsolo.
Artigo 200.
Lanamentos interditos
Sem prejuzo do disposto em legislao especial, interdito o lanamento em sistemas
de drenagem de guas residuais qualquer que seja o seu tipo, das matrias e
materiais previstos no artigo 117.
Artigo 201.
Cadastro dos sistemas
A entidade gestora do servio de drenagem pblica de guas residuais deve manter
em arquivo os cadastros dos sistemas prediais.
Artigo 202.
Identificao das canalizaes
As canalizaes instaladas vista ou visitveis devem ser identificadas consoante a
natureza das guas residuais transportadas, de acordo as regras de normalizao
estabelecidas.
CAPTULO II
Concepo dos sistemas
Artigo 203.
Ventilao
1 - Os sistemas de drenagem de guas residuais domsticas tem sempre
ventilao primria, que obtida pelo prolongamento de tubos de queda at sua
abertura na atmosfera ou, quando estes no existam, pela instalao de colunas de
ventilao nos extremos de montante dos colectores prediais.
2 - Alm deste tipo de ventilao, os sistemas devem dispor, quando necessrio,
de ventilao secundria, parcial ou total, realizada atravs de colunas ou de ramais e
colunas de ventilao.
3 - A rede de ventilao de guas residuais domsticas deve ser independente de
qualquer outro sistema de ventilao do edifcio.
Artigo 204.
Remodelao ou ampliao de sistemas existentes
Sempre que na remodelao ou ampliao de um sistema haja aumento do caudal de
ponta, deve comprovar-se a suficincia da capacidade de transporte dos tubos de
queda e colectores prediais e da ventilao do sistema.
Artigo 205.
Sistemas de drenagem de guas residuais domsticas
1 - Todas as guas residuais recolhidas acima ou ao mesmo nvel do arruamento onde
est instalado o colector pblico em que vo descarregar devem ser escoadas para
este colector, por meio da aco da gravidade.
2 - As guas residuais recolhidas abaixo do nvel do arruamento, como o caso de
caves, mesmo que localizadas acima do nvel do colector pblico, devem ser
elevadas para um nvel igual ou superior ao do arruamento, atendendo ao possvel
funcionamento em carga do colector pblico, com o consequente alagamento das
caves.
3 - Em casos especiais, a aplicao de solues tcnicas que garantam o no
alagamento das caves pode dispensar a exigncia do nmero anterior.
4 - Para preveno da contaminao deve observar-se o estipulado no artigo 85.
Artigo 206.
Sistemas de drenagem de guas pluviais
1 - Na concepo de sistemas de drenagem de guas pluviais, a ligao rede pblica
pode ser feita directamente ou atravs de valetas de arruamentos.
2 - As guas pluviais recolhidas a nvel inferior ao do arruamento devem ser drenadas
conforme o referido no artigo anterior.
Artigo 207.
Sistemas de guas residuais domsticas
onde no exista drenagem pblica
Os sistemas prediais de guas residuais domsticas, quando no exista drenagem
pblica, devem obedecer a todas as disposies do presente Regulamento, at
cmara do ramal de ligao.
CAPTULO III
Elementos de base para dimensionamento
Artigo 208.
Caudais de descarga de guas residuais domsticas
1 - Os caudais de descarga a atribuir aos aparelhos e equipamentos sanitrios devem
estar de acordo com o fim especfico a que se destinam.
2 - Os valores mnimos dos caudais de descarga a considerar nos aparelhos e
equipamentos sanitrios so os indicados no anexo XIV.
Artigo 209.
Coeficiente de simultaneidade
1 - Deve ter-se em conta a possibilidade do funcionamento no simultneo da
totalidade dos aparelhos e equipamentos sanitrios, considerando-se na determinao
do caudal de clculo o coeficiente de simultaneidade mais adequado, nos termos
dos nmeros 1 a 3 do artigo 91.
2 - Apresenta-se no anexo XV uma curva que, tendo em conta os coeficientes de
simultaneidade, fornece os caudais de clculo em funo dos caudais acumulados e
pode ser utilizada para os casos correntes de habitao.
Artigo 210.
Precipitao
1 - Na determinao da precipitao a adoptar, deve ter-se em conta o disposto no
artigo 128.
2 - O perodo de retorno a considerar no dimensionamento hidrulico de uma rede
predial de drenagem pluvial deve ser, no mnimo, de cinco anos, para uma durao de
precipitao de cinco minutos.
Artigo 211.
Coeficiente de escoamento
O coeficiente de escoamento determinado de acordo com o disposto no artigo 129.,
sendo a unidade o valor para coberturas de edifcios.
CAPTULO IV
Canalizaes
SECO I
Ramais de descarga
Artigo 212.
Finalidade
1 - Os ramais de descarga das guas residuais domsticas tm por finalidade a
conduo destas aos respectivos tubos de queda ou, quando estes no existam, aos
colectores prediais.
2 - Os ramais de descarga de guas pluviais tm por finalidade a conduo destas
aos respectivos tubos de queda ou, quando estes no existam, aos colectores
prediais, poos absorventes, valetas ou reas de recepo apropriadas.
Artigo 213.
Caudais de clculo
1 - Os caudais de clculo dos ramais de descarga de guas residuais domsticas
devem basear-se nos caudais de descarga atribudos aos aparelhos sanitrios e nos
coeficientes de simultaneidade, nos termos dos artigos 209. e 211.
2 - Os caudais de clculo de ramais de descarga de guas pluviais devem basear-se
nas reas a drenar em projeco horizontal, no coeficiente de escoamento e na
precipitao.
Artigo 214.
Dimensionamento hidrulico-sanitrio
1 - No dimensionamento hidrulico-sanitrio dos ramais de descarga de guas
residuais domsticas deve ter-se em ateno:
a) Os caudais de clculo;
b) As inclinaes, que devem situar-se entre 10 e 40 mm/m;
c) A rugosidade do material;
d) O risco de perda do fecho hdrico;
2 - Os ramais de descarga individuais podem ser dimensionados para escoamento a
seco cheia, desde que sejam respeitadas as distncias mximas entre o sifo e a
seco ventilada indicadas no anexo XVI.
3 - Quando excedidas aquelas distncias e nos sistemas sem ramais de ventilao,
os ramais de descarga devem ser dimensionados para escoamento a meia seco.
4 - Os ramais de descarga no individuais devem ser sempre dimensionados para
escoamento a meia seco.
5 - No dimensionamento hidrulico dos ramais de descarga de guas pluviais deve
ter-se em ateno:
a) Os caudais de clculo;
b) As inclinaes, que no devem ser inferiores a 5 mm/m;
c) A rugosidade do material;
6 - Os ramais de descarga de guas pluviais podem ser dimensionados para
escoamento a seco cheia.
Artigo 215.
Dimetro mnimo
1 - Os dimetros nominais mnimos admitidos para os ramais de descarga individuais
dos aparelhos sanitrios so os fixados no anexo XIV.
2 - O dimetro nominal mnimo dos ramais de descarga de guas pluviais de 40 mm,
excepto quando aplicados ralos de pinha em que o dimetro mnimo deve ser de 50
mm.
Artigo 216.
Sequncia de seces
A seco do ramal de descarga no pode diminuir no sentido do escoamento.
Artigo 217.
Traado
1 - O traado dos ramais de descarga deve obedecer ao princpio dos traados
varejveis, devendo ser feito por troos rectilneos unidos por curvas de concordncia,
facilmente desobstruveis sem necessidade de proceder sua desmontagem, ou por
caixas de reunio.
2 - O troo vertical dos ramais de descarga no pode exceder, em caso algum, 2 m de
altura.
Os ramais de ventilao podem ser de PVC rgido, ferro fundido ou outros materiais
que renam as necessrias condies de utilizao.
SECO III
Algerozes e caleiras
Artigo 225.
Finalidade
Os algerozes e caleiras tm por finalidade a recolha e conduo de guas pluviais
aos ramais de descarga ou aos tubos de queda.
Artigo 226.
Caudais de clculo
Os caudais de clculo de algerozes e caleiras devem ser obtidos de acordo com as
reas a drenar, tendo em conta o determinado nos artigos 210. e 211.
Artigo 227.
Dimensionamento hidrulico
No dimensionamento hidrulico de algerozes e caleiras deve ter-se em ateno:
a) Os caudais referidos no artigo anterior;
b) A inclinao;
c) A rugosidade do material;
d) A altura da lmina lquida, que no deve exceder 0,7 da altura da seco transversal.
Artigo 228.
Natureza dos materiais
Os algerozes e caleiras podem ser de chapa zincada, beto, fibrocimento, PVC rgido
ou outros materiais que renam as necessrias condies de utilizao.
SECO IV
Tubos de queda
Artigo 229.
Finalidade e taxa de ocupao
1 - Os tubos de queda de guas residuais domsticas tm por finalidade a conduo
destas, desde os ramais de descarga at aos colectores prediais, servindo,
simultaneamente, para ventilao das redes predial e pblica.
2 - A taxa de ocupao num tubo de queda consiste na razo entre a rea ocupada
pela massa lquida e a rea da seco interior do tubo.
Artigo 230.
Caudais de clculo
1 - Os caudais de clculo de tubos de queda de guas residuais domsticas devem
basear-se nos caudais de descarga.
2 - Os caudais de clculo de tubos de queda de guas pluviais devem ser o
somatrio dos caudais de clculo dos algerozes, caleiras e ramais de descarga que
para eles descarregam.
Artigo 231.
Dimensionamento hidrulico-sanitrio
1 - No dimensionamento hidrulico-sanitrio de tubos de queda de guas residuais
domsticas deve ter-se em ateno:
a) Os caudais de clculo referidos no artigo anterior;
b) A taxa de ocupao, que no deve exceder o valor de um tero em sistemas com
ventilao secundria, devendo descer at um stimo em sistemas sem ventilao
secundria, de acordo com a tabela do anexo XVII;
2 - O dimetro dos tubos de queda de guas residuais domsticas deve ser
constante em toda a sua extenso.
3 - obrigatria a instalao de coluna de ventilao sempre que o caudal de clculo
nos tubos de queda com altura superior a 35 m for maior que 700 l/min.
4 - No dimensionamento hidrulico dos tubos de queda de guas pluviais deve ter-se
em ateno:
a) Os caudais de clculo referidos no artigo anterior;
b) A altura de gua acima de tubo de queda, ou seja a carga na coluna;
facilmente acessveis.
Artigo 243.
Natureza dos materiais
As colunas de ventilao podem ser de PVC rgido, ferro fundido ou outros materiais
que renam as necessrias condies de utilizao.
SECO VI
Colectores prediais
Artigo 244.
Finalidade
Os colectores prediais tem por finalidade a recolha de guas residuais provenientes
de tubos de queda, de ramais de descarga situados no piso superior adjacente e de
condutas elevatrias, e a sua conduo para o ramal de ligao ou para outro tubo de
queda.
Artigo 245.
Caudais de clculo
1 - Os caudais de clculo dos colectores prediais de guas residuais domsticas
devem basear-se nos caudais de descarga atribudos aos aparelhos sanitrios que
neles descarregam e nos coeficientes de simultaneidade, nos termos dos artigos
208. e 209.
2 - Os caudais de clculo dos colectores prediais de guas pluviais devem ser o
somatrio dos caudais de clculo de tubos de queda e ramais de descarga que lhes
esto directamente ligados e, eventualmente, de guas freticas.
Artigo 246.
Dimensionamento hidrulico
1 - No dimensionamento hidrulico dos colectores prediais de guas residuais
domsticas e pluviais deve ter-se em ateno:
a) Os caudais de clculo;
b) A inclinao, que deve situar-se entre 10 mm e 40 mm/m, podendo baixar at 5
mm/m no caso de colector predial de guas pluviais;
c) A rugosidade do material;
2 - Os colectores prediais de guas residuais domsticas e pluviais devem ser
dimensionados para um escoamento no superior a meia seco e a seco cheia,
respectivamente.
Artigo 247.
Dimetro mnimo
O dimetro nominal dos colectores prediais no pode ser inferior ao maior dos dimetros
das canalizaes a eles ligadas, com um mnimo de 100 mm.
Artigo 248.
Sequncia de seces
A seco do colector predial no pode diminuir no sentido do escoamento.
Artigo 249.
Traado
1 - O traado de colectores prediais deve ser rectilneo, tanto em planta como em
perfil;
2 - Nos colectores prediais enterrados devem ser implantadas cmaras de inspeco
no seu incio, em mudanas de direco, de inclinao, de dimetro e nas confluncias.
3 - Quando os colectores prediais estiverem instalados vista ou em locais facilmente
visitveis as cmaras de inspeco devem ser substitudas por curvas de transio,
redues, forquilhas e por bocas de limpeza localizadas em pontos apropriados e em
nmero suficiente, de modo a permitir um eficiente servio de manuteno.
4 - As cmaras ou bocas de limpeza consecutivas no devem distar entre si mais de
15 m.
Artigo 250.
Cmara de ramal de ligao
Artigo 263.
Camaras retentoras
1 - As cmaras retentoras tm por finalidade separar e reter matrias transportadas
pelas guas residuais que sejam susceptveis de produzir obstrues, incrustaes
ou outros danos nas canalizaes ou nos processos de depurao.
2 - As cmaras retentoras de gorduras e as cmaras retentoras de hidrocarbonetos
tm por finalidade a separao, por flutuao, de matrias leves.
3 - As cmaras retentoras de slidos tem por finalidade a separao, por
sedimentao, de matrias pesadas.
Artigo 264.
Dimensionamento das cmaras retentoras
As cmaras retentoras devem ser dimensionadas de modo a terem volume e rea de
superfcie livre adequados ao caudal afluente e ao teor de gorduras, hidrocarbonetos ou
slidos a reter.
Artigo 265.
Implantao das cmaras
1 - No permitida a introduo, nas cmaras retentoras, de guas residuais
provenientes de bacias de retrete e urinis.
2 - As cmaras retentoras devem localizar-se to prximo quanto possvel dos locais
produtores dos efluentes a tratar e em zonas acessveis, de modo a permitir a sua
inspeco peridica e a oportuna remoo das matrias retidas.
Artigo 266.
Aspectos construtivos das cmaras
1 - As cmaras retentoras podem ser prefabricadas ou construdas no local e devem
ser impermeveis, dotadas de dispositivos de fecho resistentes e que impeam a
passagem dos gases para o exterior.
2 - As soleiras devem ser planas e rebaixadas em relao canalizao de sada.
3 - Estas cmaras devem ser ventiladas e dotadas de sifo incorporado ou localizado
imediatamente a jusante, caso no existam sifes nos aparelhos.
CAPTULO VII
Aparelhos sanitrios
Artigo 267.
Dispositivos de descarga
Todas as bacias de retrete, urinis, pias hospitalares e similares devem ser providos de
autoclismos ou fluxmetros capazes de assegurarem eficaz descarga e limpeza,
instalados a um nvel superior queles aparelhos, de modo a impedir a
contaminao das canalizaes de gua potvel por suco devida a eventual
depresso.
CAPTULO VIII
Ensaios
Artigo 268.
Obrigatoriedade e finalidade
obrigatria a realizao de ensaios de estanquidade e de eficincia, com a finalidade
de assegurar o correcto funcionamento das redes de drenagem de guas residuais.
Artigo 269.
Ensaios de estanquidade
1 - Nos ensaios de estanquidade com ar ou fumo, nas redes de guas residuais
domsticas, deve observar-se o seguinte:
a) O sistema submetido a uma injeco de ar ou fumo presso de 400 Pa, cerca
de 40 mm de coluna de gua, atravs de uma extremidade, obturando-se as restantes
ou colocando nelas sifes com o fecho hdrico regulamentar;
b) O manmetro inserido no equipamento de prova no deve acusar qualquer
variao, durante pelo menos quinze minutos depois de iniciado o ensaio;
c) Caso se recorra ao ensaio de estanquidade com ar, deve adicionar-se produto
Denncia do contrato
1 - Os utilizadores podem denunciar, a todo o tempo, os contratos que tenham
subscrito, desde que o comuniquem, por escrito, entidade gestora.
2 - Num prazo de 15 dias os utilizadores devem facultar a leitura dos instrumentos
de medio instalados.
3 - Caso esta ltima condio no seja satisfeita, continuam os utilizadores
responsveis pelos encargos entretanto decorrentes.
Artigo 305.
Clusulas especiais
1 - Na celebrao de clusulas especiais a que se refere o artigo 20. do Decreto-Lei
n. 207/94, de 6 de Agosto, deve ser acautelado tanto o interesse da generalidade dos
utilizadores como o justo equilbrio da explorao dos sistemas pblicos.
2 - Se os sistemas pblicos estiverem equipados com estruturas de distribuio
de gua e de drenagem de guas residuais, o contrato pode ser nico desde que a
entidade gestora seja responsvel pela explorao simultnea daqueles sistemas.
3 - Na recolha de guas residuais devem ser claramente definidos os parmetros
de poluio que no devam exceder os limites aceitveis pelo sistema.
4 - Deve ficar expresso no contrato que a entidade gestora se reserva o direito de
proceder s medies de caudal e colheita de amostras para controlo, que
considere necessrias.
CAPTULO IV
Projecto
Artigo 306.
Elementos de base
da responsabilidade do autor do projecto a recolha de elementos de base para a
elaborao dos projectos, devendo a entidade gestora fornecer toda a informao de
interesse, designadamente a existncia ou no de redes pblicas, as presses mxima
e mnima na rede pblica de gua e a localizao e profundidade da soleira da
cmara de ramal de ligao ou a localizao e profundidade do colector pblico.
Artigo 307.
Alteraes
1 - Alteraes ao projecto aprovado que impliquem modificao dos sistemas prediais
ficam sujeitas prvia concordncia da entidade gestora.
2 - No caso de pequenas modificaes que no envolvam alteraes de concepo do
sistema ou do dimetro das canalizaes dispensvel o sancionamento prvio pela
entidade gestora.
3 - Quando for dispensada a apresentao do projecto de alteraes, devem ser
entregues entidade gestora, aps a concluso da obra, as peas desenhadas
definitivas.
Artigo 308.
Exemplar da obra
Deve sempre existir no local da obra, em bom estado de conservao e ao dispor da
fiscalizao, um exemplar completo do projecto aprovado devidamente autenticado.
CAPTULO V
Execuo das obras
Artigo 309.
Responsabilidade
da responsabilidade do proprietrio ou usufruturio a execuo das obras dos
sistemas prediais de acordo com os projectos aprovados.
Artigo 310.
Aces de inspeco
Sempre que julgue conveniente, a entidade gestora procede a aces de
inspeco das obras dos sistemas prediais que, para alm da verificao do correcto
cumprimento do projecto, incidem sobre os materiais utilizados na execuo das
instalaes e comportamento hidrulico do sistema.
Artigo 311.
Ensaios
Durante a execuo das obras dos sistemas prediais a entidade gestora deve
acompanhar os ensaios de eficincia e as operaes de desinfeco previstas neste
Regulamento.
ANEXO I
Simbologia - Distribuio pblica de gua
(Ver figuras no documento original)
ANEXO II
Simbologia - Distribuio predial de gua
1 - Canalizaes e acessrios
(Ver figuras no documento original)
2 - Aparelhos
(Ver figuras no documento original)
3 - Materiais
(Ver figuras no documento original)
ANEXO III
Terminologia - Distribuio predial de gua
Ramal de ligao - canalizao entre a rede pblica e o limite da propriedade a servir.
Ramal de introduo colectivo - canalizao entre o limite da propriedade e os ramais
de introduo individuais dos utentes.
Ramal de introduo individual - canalizao entre o ramal de introduo colectivo e
os contadores individuais dos utentes ou entre o limite da propriedade e o contador,
no caso de edifcio unifamiliar.
Ramal de distribuio - canalizao entre os contadores individuais e os ramais de
alimentao.
Ramal de alimentao - canalizao para alimentar os dispositivos de utilizao.
Coluna - troo de canalizao de prumada de um ramal de introduo ou de um ramal
de distribuio.
ANEXO IV
Caudais mnimos nos dispositivos de utilizao
gua fria ou quente
(Ver tabela no documento original)
ANEXO V
Caudais de clculo em funo dos caudais acumulados para um nvel mdio
de conforto
(Ver grficos no documento original)
ANEXOS VI
Esquema tipo de desenvolvimento em altura
(Ver esquema no documento original)
ANEXO VII
Caudal de distribuio
(Ver esquema no documento original)
ANEXO VIII
Simbologia de drenagem pblica de guas residuais
(Ver esquema no documento original)
ANEXO IX
Regies pluviomtricas
(Ver esquema no documento original)
ANEXO X
Coeficientes de escoamento
(Ver esquema no documento original)
ANEXO XI
Tipos de tratamento de guas residuais
1 - Com gerao de resduos
(Ver tabela no documento original)