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RELATRIO
O EXMO. SR. MINISTRO LUIZ FUX (Relator): Trata-se de recurso
especial interposto pelo MUNICPIO DE SO MARCOS , com fulcro na alnea "a" do inciso
III do art. 105 da Constituio Federal, no intuito de ver reformado acrdo prolatado pelo
egrgio Tribunal de Justia do Estado do Rio Grande do Sul, sob o fundamento de ter o
mesmo violado o disposto no inciso IV do art. 3 da Lei n 8.009/1990.
Noticiam os autos que o ora recorrido interps recurso de agravo de
instrumento, com fundamento no art. 522 do CPC, contra r. deciso do Juzo singular que
julgou improcedente o incidente de impenhorabilidade de imvel de famlia, albergado na Lei
8.009/1990 e na Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), suscitado na ao de execuo fiscal
ajuizada pelo MUNICPIO DE SO MARCOS em face de SRGIO PAULO NEVES , para
a cobrana de contribuio de melhoria decorrente da pavimentao da rua onde se situa o
imvel.
O i. Des. Relator do feito na origem, deu provimento ao agravo, sob os
seguintes fundamentos:
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTRIO. BEM IMVEL.
IMPENHORABILIDADE. PRINCPIO DA DIGNIDADE HUMANA.
ESTATUTO DO IDOSO.
1. O tributo exigido contribuio de melhoria, decorrente da
pavimentao da rua em que situado o imvel. Trata-se, portanto, de
contribuio devida em razo da valorizao do imvel pela obra
pblica que melhorou significativamente sua situao. A Lei n
8.009/90 excepcionou a regra da impenhorabilidade aos casos em
que o crdito se origina do prprio imvel. Merece, entretanto,
afastamento sua literal aplicao, diante do princpio da dignidade
humana, na exata exegese da Lei n 10.741/03.
2. Tendo em vista que o bem penhorado onde reside o agravante e o
seu nico imvel, lev-lo hasta pblica causar grave leso a este,
mormente em razo de tratar-se de pessoa idosa. Agravo provido. "
(fls. 60).
Irresignado, o MUNICPIO DE SO MARCOS interps o presente recurso
especial, em que aduz, em sntese, que o acrdo recorrido teria negado e suspendido
indevidamente a aplicao do art. 3, inciso IV da Lei 8.009/1990. Sustenta que na hiptese
sub examine a impenhorabilidade no poderia ser argida em proveito do devedor, uma vez
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VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO LUIZ FUX (Relator): Preliminarmente,
impe-se o conhecimento do presente recurso, posto atendido o requisito do
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REsp 873224 / RS
JULGADO: 16/10/2008
Relator
Exmo. Sr. Ministro LUIZ FUX
Presidenta da Sesso
Exma. Sra. Ministra DENISE ARRUDA
Subprocurador-Geral da Repblica
Exmo. Sr. Dr. AURLIO VIRGLIO VEIGA RIOS
Secretria
Bela. MARIA DO SOCORRO MELO
AUTUAO
RECORRENTE
PROCURADOR
RECORRIDO
ADVOGADO
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MUNICIPIO DE SO MARCOS
VANDERLEI JOS RECH E OUTRO(S)
SRGIO PAULO NEVES
ELMAR MICHELON BORGHETTI
CERTIDO
Certifico que a egrgia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epgrafe na sesso
realizada nesta data, proferiu a seguinte deciso:
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso especial, nos termos do voto do
Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Teori Albino Zavascki, Denise Arruda (Presidenta) e Benedito
Gonalves votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falco.
Braslia, 16 de outubro de 2008
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