Jurisprudencia Do STJ - Integra
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ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os Ministros da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade,
negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs.
Ministros Raul Araújo, Paulo de Tarso Sanseverino, Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos
Ferreira, Ricardo Villas Bôas Cueva, Marco Buzzi, Nancy Andrighi e João Otávio de
Noronha votaram com o Sr. Ministro Relator.
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AgRg na RECLAMAÇÃO Nº 15.274 - MS (2013/0382601-9)
RELATÓRIO
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é idêntica à matéria debatida naquele REsp n. 1.249.321/RS.
É o relatório.
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AgRg na RECLAMAÇÃO Nº 15.274 - MS (2013/0382601-9)
VOTO
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(vinte) anos, independentemente do caso, se a relação entre as
partes tivesse se dado na vigência do Código Civil de 1916. Por
outro lado, tendo a relação iniciado após o advento do Código
Civil de 2002, ou, se na entrada deste não tivesse decorrido
metade do prazo prescricional vintenário, a pretensão pereceria
em 05 (cinco) anos, se houvesse previsão contratual de
ressarcimento, ou em 03 (três) anos na ausência daquela avença. (
e-STJ fls. 3)
4.- Inicialmente, foi deferida liminar determinando a suspensão do
processo, até o julgamento final da presente Reclamação (e-STJ
fls. 229/231). Solicitadas informações à autoridade judiciária
indicada, foram prestadas às fls. 242/244 (e-STJ).
5.- Instado, na pessoa do Dr. DURVAL TADEU GUIMARÃES, o
Ministério Público Federal opinou pela improcedência da
Reclamação (e-STJ fls. 246/248).
É o breve relatório.
6.- Tendo em vista a decisão proferida pelo C. Supremo Tribunal
Federal, no julgamento dos Embargos de Declaração no Recurso
Extraordinário nº 571.572-8/BA, Rel. Min. ELLEN GRACIE, a
Corte Especial deste Tribunal, apreciando Questão de Ordem
suscitada pela E. Ministra NANCY ANDRIGHI nos autos da
Reclamação 3.752/GO, reconheceu o cabimento de Reclamação
destinada a dirimir divergência entre Acórdão prolatado por
Turma Recursal Estadual e a Jurisprudência desta Corte e
determinou a elaboração de resolução que cuidasse
especificamente do processamento dessas Reclamações.
Editou-se, dessa forma, a Resolução nº 12/09-STJ, publicada em
14.12.2009, justificando o cabimento da Reclamação pela
necessidade de manter a coerência na interpretação da legislação
infraconstitucional, ante a ausência de uma Turma de
Uniformização de Jurisprudência no âmbito dos Juizados
Especiais Estaduais.
Ressalte-se, ainda, que a Reclamação prevista na Resolução nº
12/2009 do STJ é assemelhada ao pedido de uniformização de
interpretação de lei previsto no art. 14 da Lei 10.259/2001 para os
Juizados Especiais Federais e nos arts. 18 e 19 da Lei 12.153/2009
para os Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.
Assim, a C. Segunda Seção deste Tribunal, no julgamento da
Reclamação n. 3.812/ES, Relª. p/ Ac. Minª. NANCY ANDRIGHI,
DJe 12.12.12, firmou o entendimento no sentido de que a
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expressão "jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça"
constante no art. 1º da Resolução nº 12, deve ser interpretada em
sentido estrito, admitindo-se como tal, apenas o entendimento
absolutamente consolidado no âmbito desta Egrégia Corte, no que
se refere à aplicação da lei, ou seja, apenas quando este Tribunal
já tenha editado Súmula a respeito da matéria de direito material
controvertida ou proferido julgamento de Recurso Especial
representativo da controvérsia sobre a questão, pelo rito dos
Recursos Especiais Repetitivos (CPC, art. 543-C, com a redação
da Lei 11.672, de 8.5.2008).
7.- No caso dos autos, cinge-se a controvérsia a examinar se a
conclusão do Acórdão da Turma Recursal Estadual, ao aplicar a
prescrição do art. 205 do novo Código Civil em ação de
restituição de valores pagos na edificação de redes elétricas
rurais, estaria em dissonância com a jurisprudência consolidada
deste Tribunal.
De fato, a Segunda Seção, no julgamento do REsp 1.249.321/RS,
Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, DJe 16.4.13, submetido ao
rito dos recursos repetitivos, firmou entendimento no sentido de
que, se a restituição dos valores despendidos pelo proprietário
rural na construção da rede elétrica estiver prevista
contratualmente, em geral por meio do denominado "Convênio de
Devolução", a prescrição ocorre em 5 anos, na vigência do
Código Civil atual (art. 205, § 5º, I), ou em 20 anos, na vigência
do Código anterior. Isso por se tratar de dívida líquida e certa
prevista em instrumento particular.
Assentou-se também que, existindo termo contratual, geralmente
nominado "Termo de Contribuição", vedando a devolução dos
valores despendidos pelo proprietário na construção da rede, a
prescrição ocorre em 3 anos na vigência do atual Código Civil, ou
em 20 anos na vigência do Código anterior, por se tratar de
pretensão fundada na vedação de enriquecimento sem causa.
8.- Na hipótese, não há previsão de que os valores pagos pelo
interessado deveriam ser restituídos pela empresa de energia. Ao
contrário, consta da sentença ter sido celebrado um termo de
doação sob exigência da concessionária no sentido de que o
usuário graciosamente entregaria à reclamante toda a rede
particular construída. (e-STJ fls. 121)
Infere-se, desse modo, que o precedente colacionado não guarda
similitude fática com a situação em análise, já que nele decidiu-se
acerca do prazo para a restituição de dívida líquida constante de
instrumento público ou particular, pelo qual a concessionária se
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obrigaria a restituir ao consumidor as quantias investidas pelo seu
valor histórico, motivo pelo qual se aplicou o art. 206, § 5º, inciso
I, do Código Civil de 2002.
No caso vertente, todavia, a situação fática é outra,
completamente distinta. A Turma Recursal reconheceu como
direito pessoal a obrigação, por ser originária de contrato de
doação, fixando o prazo decenal estabelecido no art. 205 do
Código Civil. Por sua vez, o precedente tido por afrontado se
refere à regra prescricional para a cobrança de dívida líquida
firmada em instrumento particular.
Desse modo, sendo certa a ausência de similitude fática entre o
Acórdão reclamado e o Aresto paradigma apontado, resta
inviabilizado o exame da Reclamação apresentada. Isso porque,
no caso em exame, a questão jurídica objeto do inconformismo
sequer foi apreciada pelo Colégio Recursal, conforme restou
consignado na decisão proferida pelo E. Min. PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, no julgamento da Rcl 10.932/SP, DJe 7.5.13, a
corroborar a presente conclusão:
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autos (v.g., Rcl 11.937/MS, Min. Maria Isabel Gallotti; Rcl
9.952/MS, Min. João Otávio de Noronha; Rcl 11.006/MS,
Min. Maria Isabel Gallotti; Rcl 9.272/MS, Min. Raul
Araújo)".
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA SEÇÃO
AgRg na
Número Registro: 2013/0382601-9 PROCESSO ELETRÔNICO Rcl 15.274 / MS
Relator
Exmo. Sr. Ministro SIDNEI BENETI
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. WASHINGTON BOLIVAR DE BRITO JUNIOR
Secretária
Bela. ANA ELISA DE ALMEIDA KIRJNER
AUTUAÇÃO
RECLAMANTE : EMPRESA ENERGÉTICA DE MATO GROSSO DO SUL S/A ENERSUL
ADVOGADO : LYCURGO LEITE NETO E OUTRO(S)
RECLAMADO : SEGUNDA TURMA RECURSAL MISTA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
E CRIMINAIS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
INTERES. : ABSALÃO PEREIRA DO AMARAL - ESPÓLIO
REPR. POR : ALDA MARIA CARVALHO DO AMARAL
ADVOGADO : RAFAELA CRISTINA ASSIS AMORIM
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : EMPRESA ENERGÉTICA DE MATO GROSSO DO SUL S/A ENERSUL
ADVOGADO : LYCURGO LEITE NETO E OUTRO(S)
RECLAMADO : SEGUNDA TURMA RECURSAL MISTA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
E CRIMINAIS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
INTERES. : ABSALÃO PEREIRA DO AMARAL - ESPÓLIO
REPR. POR : ALDA MARIA CARVALHO DO AMARAL
ADVOGADO : RAFAELA CRISTINA ASSIS AMORIM
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Seção, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto
do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Raul Araújo, Paulo de Tarso Sanseverino, Maria Isabel Gallotti,
Antonio Carlos Ferreira, Ricardo Villas Bôas Cueva, Marco Buzzi, Nancy Andrighi e João Otávio
de Noronha votaram com o Sr. Ministro Relator.
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