Modos de Especiação
Modos de Especiação
Modos de Especiação
DefinindoEspcies
Uma espcie geralmente definida como grupos de indivduos que
realmente ou potencialmente se reproduzem naturalmente. Nesse sentido,
uma espcie o maior acervo de genes possvel, em condies naturais.
Por Exemplo, essas aranhas de cara feliz parecem diferentes, mas desde que
elas possam se reproduzir, elas so consideradas da mesma
espcie: Theridion grallator.
ConceitoBiolgicodeEspcies
O conceito biolgico de espcies define espcie como os membros de
populaes que cruzam, ou tem potencial para cruzar, naturalmente, no de
acordo com a similaridade de aparncia. Apesar de a aparncia ser til na
identificao de espcies, isto no as define.
Aparncia no tudo
a. Os organismos podem parecer uns com os outros e serem de
espcies diferentes. Por exemplo, cotovias ocidentais (Sturnella
neglecta) e cotovias orientais (Sturnella magna) parecem quase
idnticas, ainda assim no cruzam entre si portanto, elas so
espcies separadas de acordo com essa definio.
Somando-se ao problema
Ns j apontamos duas das dificuldades com o conceito biolgico de
espcie: O que voc faz com os organismos de reproduo assexuada, e o
que voc faz com os organismos que, ocasionalmente, formam hbridos uns
com os outros? Outras dificuldades so:
O que significa dizer que tem potencial para cruzamento? Se uma
populao de sapos fosse dividida por uma auto-estrada, como mostrado
abaixo, que impediu os dois grupos de sapos de cruzarem, devemos
design-los como espcies separadas? Provavelmente no mas quo
distantes eles tm que estar para que possamos traar a linha?
OutrosConceitosdeEspcies
O conceito biolgico de espcies tem suas limitaes (embora ele funcione bem
para muitos organismos e tenha sido muito influente no crescimento da teoria
da evoluo). A fim de solucionar algumas destas limitaes, muitos outros
"conceitos de espcies" tm sido propostos, tais como:
Mesmo que estes dois sapos tenham sido impedidos de acasalar, o fato de eles
poderem reconhecer um ao outro como parceiro em potencial os tornam da
mesma espcie no mbito do conceito de reconhecimento de espcie.
Neste
exemplo,
As
linhagens
A
e
B
de
salamandras Ensatina so espcies distintas. Cada uma tem
um ancestral comum que indivduos de outras espcies no
tm. Mesmo que tenha se diversificado muito, a linhagem C
uma espcie nica, de acordo com o conceito filogentico de
espcies. Nenhuma das subespcies da linhagem C tem um
nico ancestral em comum separado de outras subespcies.
A escolha de um pesquisador de conceito de espcie, muitas vezes reflete o
foco de sua pesquisa. Tomar essa deciso exige que o cientista se comprometa
com o conceito de espcies escolhido. Para a maioria dos propsitos e para a
comunicao com o pblico em geral, o conceito biolgico de espcies usado.
DefinindoEspeciao
A especiao um evento de separao da linhagem que produz duas ou mais
espcies distintas. Imagine que voc esta olhando para a ponta da rvore da
vida que constitui uma espcie de mosca da fruta. Siga a filogenia para onde o
galho da sua mosca de fruta se conecta ao resto da rvore. Esse ponto de
ramificao e todos os outros pontos de ramificaes so eventos de
especiao. Em que ponto mudanas genticas resultaram em duas linhagens
de moscas de fruta distintas, onde anteriormente havia sido apenas uma
linhagem. Mas como e por que isso aconteceu?
Ento,
nos
encontramos
novamente: Quando
outra
tempestade reintroduz as moscas da ilha para o continente, elas
no so facilmente aceitas pelas moscas do continente, pois
evoluram diferentes comportamentos de cortejo. Os poucos que
se acasalam com as moscas do continente, produzem ovos
inviveis por causa de outras diferenas genticas entre as duas
populaes. A linhagem se dividiu agora que os genes no podem
fluir entre as populaes.
CausasdaEspeciao
1. Isolamento Geogrfico
No exemplo das moscas da fruta, algumas larvas de moscas de fruta foram
levadas para uma ilha e a especiao comeou porque a populao foi impedida
de cruzar por isolamento geogrfico. Os cientistas acreditam que o isolamento
geogrfico uma forma comum para o processo de especiao comear: rios
mudam seus cursos, montanhas surgem, continentes derivam, organismos
migram e o que foi uma vez uma populao permanente dividida em duas ou
mais populaes menores.
No necessrio ser exatamente uma barreira fsica como um rio para separar
dois ou mais grupos de organismos pode ser apenas um habitat desfavorvel
entre duas populaes para impedir o acasalamento de uma com a outra.
2. Reduo de Fluxo Gnico
No entanto, a especiao tambm pode ocorrer em uma populao sem
barreiras extrnsecas especficas para fluxo gnico. Imagine uma situao em
que uma populao se estende em uma ampla faixa geogrfica e o
acasalamento dentre a populao no aleatrio. Indivduos no extremo oeste
no teriam nenhuma chance de acasalar com indivduos do extremo norte. Com
isso temos fluxo gnico reduzido, mas no um isolamento total. Isto pode ou
no ser suficiente para causar uma especiao. Especiao provavelmente
tambm requereria presses seletivas diferentes nos extremos opostos, o que
alteraria a freqncia gnica nesses indivduos a ponto de que eles no seriam
mais capazes de se acasalarem se estivessem reunidos.
Modos de especiao
A chave para a especiao a evoluo de diferenas genticas entre as
espcies incipientes. Para uma linhagem ser dividida de uma vez por todas,
as duas espcies incipientes devem ter diferenas genticas que se
expressam de alguma forma que faz com que os acasalamentos entre elas
no aconteam ou no tenham sucesso. Estas no precisam ser grandes
diferenas genticas. Uma pequena mudana na data, local, ou rituais de
acasalamento pode ser suficiente. Mas ainda assim, algumas diferenas so
necessrias. Esta mudana pode evoluir por seleo natural ou deriva
gentica.
Fluxo gnico reduzido provavelmente desempenha um papel crtico na
especiao. Modos de especiao so frequentemente classificados de
acordo com o quanto a separao geogrfica de espcies incipientes pode
contribuir para a reduo de fluxo gnico. A tabela a seguir compara alguns
destes modos de especiao.
Modos de
especiao
Novas espcies
formadas a
partir de...
Aloptrica
(alo = outros,
ptrica = lugar)
Populaes
isoladas
geograficamente
Periptrica
(peri = perto,
ptrica = lugar)
Uma pequena
populao
isolada na borda
de uma
populao maior
Paraptrica
(para = ao lado,
ptrica = lugar)
Uma populao
continuamente
distribuda
Simptrica
(sim = igual,
ptrica = lugar)
Dentro da faixa
da populao
ancestral
EspeciaoAloptrica:AGrandeDiviso
Especiao aloptrica apenas um nome para especiao por isolamento
geogrfico, discutido anteriormente. Neste modo de especiao, algo extrnseco
para o organismo previne dois ou mais grupos de se acasalarem uns com os
outros regularmente, eventualmente causando especiao nesta linhagem. O
isolamento pode ocorrer devido a grande distncia
ou uma barreira fsica, como um deserto ou um
rio, como mostrado abaixo.
EspeciaoPeriptrica
Especiao Periptrica uma verso especial do modo de especiao aloptrica
acontece quando uma das populaes isoladas tem poucos indivduos. Aqui esta
um exemplo hipottico de como o modo de especiao periptrico funciona.
Vamos retornar a nossa intrpida aventura das moscas da fruta fora do
continente em um cacho de bananas podres.
Continuamos a histria do ponto onde o cacho de
bananas foi levado a uma ilha:
1. Desastre
duplo: No
obstante as moscas da fruta da
ilha
estarem
separadas
geograficamente
de
seus
parentes
do
continente,
apenas algumas das larvas
sobreviveram
a
viajem
angustiante para finalmente
colonizar a ilha.
2. Genes raros sobrevivem: Esses poucos
sobreviventes por acaso levam alguns genes que
so raros na populao do continente. Um desses
genes raros acaba causando uma pequena
variao na dana do acasalamento. Outro causa
uma ligeira diferena no formato da genitlia
masculina. Este um exemplo do efeito fundador.
Deriva da freqncia gnica: Essas pequenas
diferenas, que so raras no continente, derivam
para fixao em pequenas populaes da ilha ao
longo de algumas geraes (ou seja, a populao
inteira da ilha acaba tendo esses genes).
3.
EspeciaoParaptrica
Na especiao paraptrica no h nenhuma barreira extrnseca especfica
para fluxo gnico. A populao contnua, mas mesmo assim, a populao
no cruza aleatoriamente. Os indivduos so mais propensos a cruzar com
seus vizinhos geogrficos do que com indivduos de uma parte diferente de
um grupo da populao. Neste modo, divergncias podem ocorrer por causa
do reduzido fluxo gnico entre as populaes e as
diferentes presses de seleo em toda a faixa da
populao.
Podemos observar as primeiras etapas da especiao
paraptrica
em
espcies
gramneas
Anthoxanthum
odoratum ( direita).
Algumas destas plantas vivem
prximas
a
minas
onde o solo foi contaminado com
metais pesados. As
plantas em torno das minas
sofreram
seleo
natural para os gentipos que
so
tolerantes
a
metais pesados. Enquanto isso,
plantas vizinhas que
no
vivem
em
solos
contaminados
no
foram submetidas seleo para
este carter. Os dois
tipos de plantas esto prximas
o suficiente para que
os indivduos tolerantes e no
tolerantes
possam potencialmente fertilizar
um ao outro assim
eles parecem cumprir a primeira exigncia de especiao paraptrica, de
uma populao contnua. No entanto, os dois tipos de plantas evoluram
diferentes pocas de florao. Esta mudana poderia ser o primeiro passo
para cortar inteiramente o fluxo gnico entre os dois grupos.
Emboracontinuamentedistribudos,pocasdiferentesdeflorao
comearamareduzirofluxognicoentreplantascomtolerncia
ametaiseplantasnotolerantes.
EspeciaoSimptrica
Ao contrrio dos modos anteriores, a especiao simptrica no requer
distncia geogrfica em larga escala para reduzir o fluxo gnico entre as
partes de uma populao. Como poderia uma populao de acasalamento
aleatrio reduzir o fluxo gnico e causar especiao? Simplesmente explorar
um novo nicho pode automaticamente reduzir o fluxo gnico com indivduos
que exploram outros nichos. Isto ocasionalmente pode acontecer quando,
por exemplo, insetos herbvoros experimentarem uma
nova planta hospedeira.
Por exemplo, h 200 anos, os ancestrais da mosca da
ma depositavam seus ovos somente em espinheiros
mas hoje em dia, essas moscas depositam seus
ovos em espinheiros (que so nativos da Amrica) e em mas domsticas
(que foram introduzidas na Amrica por imigrantes e cultivadas). As fmeas
geralmente escolhem os tipos de frutos em que cresceram para depositar
seus ovos e os machos tendem a procurar por companheiras nos tipos de
frutos onde eles cresceram. Ento moscas de espinheiros geralmente
acabam acasalando com outras moscas de espinheiros e moscas da ma
geralmente acabam acasalando com outras moscas da ma. Isto significa
que o fluxo gnico entre as camadas da populao que acasalam em
diferentes tipos de frutos reduzido. Esta mudana de hospedeiro de
espinheiro para ma pode ser o primeiro passo para a especiao
simptrica em menos de 200 anos, algumas diferenas genticas entre
esses dois grupos de moscas evoluram.
MoscasdeMa
Mas
Ofluxognicofoireduzido
entreasmoscasquese
alimentamdediferentes
variedadesdealimentos,mesmo
queambosvivamnamesma
reageogrfica.
Espinheiro
No
entanto,
bilogos
questionam se este tipo de
especiao acontece muito
frequentemente. Em geral, a
seleo para especializao
teria que ser extremamente
forte a fim de provocar divergncia na populao. Isso ocorre porque o fluxo
gnico em operao em uma populao de acasalamento aleatrio tende a
destruir as diferenas entre as espcies incipientes...
EvidnciasparaaEspeciao
Especiao em ao?
No vero de 1995, pelo menos 15 iguanas sobreviveram ao furaco Marilyn em
um conjunto de rvores arrancadas. Elas vagaram pelo alto mar por um ms
antes de colonizarem a ilha do Caribe, Anguilla. Esses poucos indivduos foram
talvez, os primeiros da espcie, Iguana iguana, a chegar a ilha. Se houvessem
populaes de Iguana iguana colonizadoras de Anguilla, elas morreram antes
que os humanos pudessem registrar sua presena. .
Os bilogos evolutivos gostariam de saber o que acontece
em seguida: ser que as Iguanas colonizadoras morreram,
ser que sobreviveram e mudaram um pouco apenas, ou
ser que se tornaram reprodutivamente isoladas de
outras Iguana Iguana e tornaram-se uma nova espcie?
Poderamos estar assistindo os primeiros passos de um
evento de especiao aloptrica mas em to pouco
tempo no podemos ter certeza.
Padres
Geogrficos: Se
eventos
de
especiao
aloptrica
acontecessem, poderamos prever que populaes da mesma espcie em
diferentes localizaes geogrficas seriam geneticamente diferentes. H
abundantes observaes que sugerem que isso frequentemente
verdadeiro. Por exemplo, muitas espcies apresentam variedades
regionais que so ligeiramente diferentes geneticamente e na aparncia,
como no caso da Coruja-pintada do norte e da Coruja-pintada mexicana.
Alm disso, espcies em anel so exemplos convincentes de como
diferenas genticas podem surgir atravs de fluxo gnico reduzido e
distanciamento geogrfico.
OexperimentodeDianeDoddcommoscasdefrutasugere
quepopulaesisoladasemdiferentesambientes(e.g.,com
diferentesfontesdealimentos)podemlevaraoinciodeum
isolamento reprodutivo. Estes resultados so consistentes
comaidiadequeoisolamentogeogrficoumimportante
passoparaalgunseventosdeespeciao.
IsolamentoReprodutivo
O ambiente pode impor uma barreira externa a reproduo, tal como um rio ou
intervalo de montanhas entre duas espcies incipientes mas essa barreira
externa sozinha no os far se dividir em espcies completamente
desenvolvidas. A alopatria pode iniciar o processo, mas a evoluo das
barreiras internas (ou seja, de base gentica) ao fluxo gnico necessria para
a especiao estar completa. Se as barreiras internas ao fluxo gnico no
evoluem, indivduos das duas partes da populao iro acasalar entre si
livremente se eles voltarem a ter contato. O que quer que as diferenas
genticas tenham evoludo ir desaparecer assim que seus genes se
Aqui esto algumas das barreiras ao fluxo gnico que podem contribuir para a
especiao. Elas resultam da seleo natural, seleo sexual ou deriva gentica:
Essespnisdeliblulailustramoquocomplexoos
genitaisdeinsetospodemser.
Isolamentogeogrficopodeinstigarumeventodeespeciaomas
mudanasgenticassonecessriasparacompletaroprocesso.
O que pode ter causado isso? Talvez, frutas diferentes eram abundantes na
ilha. A populao da ilha foi selecionada para se especializar em um tipo
particular de fruta e desenvolveu uma preferncia de alimentao diferente
das moscas do continente.
Coespeciao
Se a associao entre duas espcies muito prxima, elas podem sofrer
especiao em paralelo. Isso chamado coespeciao. E especialmente
provvel de acontecer entre parasitas e seus hospedeiros.
Para ver como isso funciona, imagine uma espcie de piolho vivendo em uma
espcie de rato-de-bochechas (um roedor da amrica do norte). Quando os
ratos-de-bochechas se juntam para acasalar, os piolhos tm a oportunidade de
mudar de hospedeiro e talvez acasalar com piolhos em outro rato-debochechas. A troca de hospedeiros permite o fluxo gnico entre as espcies de
piolho.
Filogeniasparalelasobservadasemhospedeirose
parasitasumaevidnciadacoespeciao.
Esse exemplo um pouco idealizado cientistas raramente encontram
hospedeiros e parasitas cujas filogenias coincidam exatamente. Entretanto, s
vezes as filogenias indicam que coespeciao acontece com algumas trocas de
hospedeiros.
EspeciaonasPlantas
Em termos de reproduo, plantas tm muito mais opes do que animais.
Muitas plantas podem reproduzir sexualmente, ao fertilizar outros indivduos ou
elas mesmas e assexuadamente, criando clones de si mesmas atravs de
reproduo vegetativa, enquanto muitos animais apenas se reproduzem
sexualmente.
Similarmente, em termos de especiao, plantas tm mais opes do que
animais. Dois modelos de especiao so particularmente comuns em plantas:
AsespciesdegirassolHelianthusanomalusforamproduzidas
pelahibridizaodeduasoutrasespciesdegirassol.