Controle Tráfego Urbano Veicular
Controle Tráfego Urbano Veicular
Controle Tráfego Urbano Veicular
TRABALHO FINAL
CONTROLE DE TRFEGO URBANO VEICULAR
Florianpolis
2015
1. INTRODUO
Considerando a malha viria em anexo, o objetivo geral deste trabalho obter o ciclo
timo e tempos de verde efetivo de acordo com o mtodo de Webster e, a partir da
modelagem e otimizao da malha no programa TRANSYT, comparar os resultados obtidos
nos dois mtodos utilizando o programa de microsimulao Aimsun. Os objetivos especficos
deste trabalho so:
1. Analisar a malha modelada em Aimsun, verificando a matriz origem destino e
garantindo um fluxo elevado na malha viria.
2. Para cada interseo, obter os fluxos de saturao, e tempos perdidos inicial e final
usando o mtodo HCM (TRB, 2010).
3. Obter o ciclo timo para a interseo crtica e determinar pelo mtodo de Webster os
planos de todas as intersees, usando defasagem zero.
4.
2. MTODO DE WEBSTER
O mtodo de Webster, para clculo de temporizao semafrica, permite determinar a
temporizao tima de um plano a tempo fixo para uma interseo isolada, do ponto de vista
de minimizao do atraso veicular. O plano obtido atravs do mtodo considera um perodo
no qual o fluxo est variando aleatoriamente em torno de um valor mdio.
O procedimento utilizado neste trabalho para a obteno do ciclo timo da rede e o
tempo de verde disponvel para cada fase apresentado em Carlson (2006). A interseo
representada na Figura 1, com 6 aproximaes, pertence a malha estudada e ser utilizada
neste relatrio para exemplificar os processos de clculo de ciclo timo e tempos de verde, os
quais se repetem analogamente para as demais intersees da malha. importante ressaltar
que as fases para pedestre e VLT compartilham estgios semafricos com aproximaes mais
ocupadas do que estas, portanto foi desconsiderado o efeito das mesmas para clculo no
mtodo de Webster. Em alguns casos, quando as fases dos pedestres ou VLT possuam um
estgio especfico, foi definido para estas o tempo de verde mnimo e, no mtodo de Webster,
estes tempos so considerados tempo perdido.
De acordo com Carlson (2006), o mtodo de Webster pode ser aplicado a uma
interseo atravs dos seguintes passos de clculo:
) e final (
) para
obtidos os valores para a taxa de ocupao da tabela 1. As demais fases no foram colocadas
na tabela, pois representavam tempos de pedestres e do VLT, e em nenhum caso apresentaram
um valor mximo para ocupao, devido ao baixo fluxo . As fases 1 e 9 compem o estgio
1 e as fases 2 e 8 o estgio 3, como pode ser visto na Figura 2. De acordo com a Tabela 1, as
fases 1 e 2 representam a maior taxa de ocupao para cada estgio representado.
Tabela 1: Taxa de Saturao das principais fases da interseo BP008
Fase (aproximao)
1 (300)
2 (547)
8 (1889)
9 (554)
Fluxo
(veic/h)
1119
624
503
1239
Fluxo de Saturao
(veic/h)
3446
2943
2834
3514
Taxa de Ocupao
0,325
0,212
0,171
0,353
, sendo
o nmero
Em que
Em que
1,5 + 5 1,5 29 + 5
=
= 111
1
1 0,5646
= 2 (1 + 1) + 25 = 29
tempo de amarelo. O tempo perdido inicial de cada estgio foi definido como 1 segundo, e o
tempo de no aproveitamento do amarelo foi definido como 1.5 segundos, mas alterado para 1
segundos, tendo em vista que o TRANSYT aceita apenas nmeros inteiros.
Feito isso para todas as intersees, aquela que apresentou o maior ciclo timo foi a
interseo BP001, apresentada na Figura 3, com valor de 137 segundos. Para sincronizao
dos semforos de todas as intersees da malha estudada uma boa prtica utilizar o valor de
maior ciclo timo como o valor de ciclo de todas as intersees, porm com a utilizao do
programa TRANSYT foi possvel testar diversos tempos de ciclo e identificar o ciclo que
melhor se adequa a malha estudada. Detalhes destes testes so apresentados na prxima seo.
5. Subtrair do tempo de ciclo o tempo total L. Desta forma, obtm-se o ciclo de verde
disponvel. Deve-se dividi-lo na razo dos valores de :
Em que
) = 0,6245(120
) = 0,3755(120
29) = 57
29) = 34
= 57 + 1 + 1
= 34 + 1 + 1
3 = 56 s
3 = 33 s
As demais fases, mesmo que com menores fluxos, vo permanecer em verde ao longo
do mesmo perodo que as fases crticas, 9 e 2. Por fim, os verdes dos estgios tero a mesma
durao dos verdes de foco calculados para as fases crticas de cada estgio. A configurao
final dos estgios de acordo com o mtodo de Webster pode ser vista na Figura 4.
CARD TYPE 1
Abaixo so apresentados os principais parmetros deste carto:
ID do
Carto
Tempo
Ciclo
Nmero de
steps
Tempo
Simulao
D1
D2
EQUISAT
(1=yes)
Valor
Atraso
Valor 100
paradas
120
60
60
930
170
CARD TYPE 2
Exibe a lista de ns da malha. Para otimizao os ns so analisados na ordem que
estiverem apresentados no carto.
CARD TYPE 11-17, 21-23
Cartes que fazem referncia s caractersticas iniciais do n. O primeiro algarismo do
ID do carto indica se o n tem ciclo duplo ou no. O segundo algarismo representa o nmero
de estgios no n. Na tabela abaixo, os ns 81 e 82 so de um nico ciclo e possuem 5 e 3
estgios, respectivamente. J o n 94 tem ciclo duplo e 2 estgios.
Estgio 1
Nome Nm.
Tempo Mnimo
Carto N
incio
Verde
15
81
0
12
13
82
0
12
22
94
0
12
Estgio 2
T.
Mn.
Ini.
Verde
12
12
12
12
12
12
Estgio 3
Estgio 4
Estgio 5
T. Mn. T. Mn.
T. Mn.
Ini. Verde Ini. Verde Ini. Verde
24
12
76
12
108
12
108
12
CARD TYPE 31
Este carto considera as alteraes no link. Ele indica em qual estgio inicia o verde
do link e em qual termina o verde, bem como o start lag e o end lag do perodo de verde no
estgio. O start lag corresponde ao tempo de entreverdes, que a soma do tempo de amarelo
e de vermelho integral. Neste parmetro tambm somada a diferena entre o tempo perdido
inicial e o deslocamento efetivo inicial, D1, o que no foi considerado neste trabalho, pois os
dois parmetros possuem o mesmo valor. O end lag definido pela diferena entre o tempo
perdido final e o deslocamento efetivo final, D2, que tambm inexistente neste trabalho.
Nome
Carto
31
31
31
Nm.
Link
300
22
1889
Nm.
N
Sada
82
82
82
Segundo
perodo de
verde
0 0 0 0
0 0 0 0
0 0 0 0
Comprimento
Link
Peso
Parada
Fluxo
Saturao
461
5
3
0
0
0
2940
5000
2940
CARD TYPE 32
Nome Carto
Nmero Link
Fluxo no link
Fluxo
uniforme
32
300
1233
em que N:
nmero de links
100
atraso no link i
Uma desvantagem da otimizao utilizando a heurstica hill climbing que ele pode
encontrar um mnimo local para PI, e no global. Para diminuir as chances de encontrar um
mnimo local, o TRANSYT usa diferentes tempos na otimizao (Crabtree et al., 1996). Os
valores utilizados para o ajuste do hill climbing foram: 18 48 -1 18 48 1 -1 1. Onde os
nmeros 18 e 48 representam uma alterao da defasagem em 18% e 48% do ciclo,
respectivamente. O -1 faz a busca por novos splits e o 1 no representa percentual, mas sim
uma alterao de 1 segundo no valor atual da defasagem (Kraus, 2015).. So consideradas
adequadas, as configuraes para a temporizao semafrica que no violem o tempo de
verde mnimo, configurado como 12 segundos neste trabalho, e so capazes de suportar o
trfego (Crabtree et al., 1996).
10
11
Figura 6: Diagrama espao-tempo para avenida principal da malha viria no sentido BP016 BP001
4. RESULTADOS EM MICROSIMULAO
Os tempos semafricos calculados tanto pelo mtodo de Webster quanto pelo
programa TRANSYT foram implementados no microssimulador Aimsun para avaliao de
desempenho da malha viria. Nesta seo estes resultados sero comparados.
Como parmetro de comparao de desempenho ser usado o atraso mdio dos
veculos. A Tabela 3 apresenta o atraso para cada interseo da malha estudada, para os dois
casos simulados.
Tabela 3: Atraso veicular por interseo resultante da aplicao dos mtodos de Webster e TRANSYT
Interseo
BP001
BP002
BP003
BP006
BP007
BP008
BP009
BP010
BP011
BP013
BP014
BP015
BP016
Atraso (s/vec)
Webster
TRANSYT
159
138
96
54
74
50
130
1691
240
644
44
56
66
91
68
54
1
1
91
84
0
0
138
104
152
211
12
5. CONCLUSO
Dada a malha viria apresentada, este trabalho tratou de testar dois mtodos distintos
para clculo de tempo semafrico em intersees, analisando o desempenho destes mtodos
atravs do tempo de atraso dos veculos nas intersees. Foram testados o mtodo de Webster
e o mtodo de otimizao TRANSYT, sendo que o primeiro calcula os tempos semafricos
analisando as intersees isoladamente, enquanto o segundo otimiza os tempos semafricos
da malha de forma integrada, sendo capaz de defasar o incio de cada ciclo semafrico para
obter sincronismo entre estes. Os resultados mostram que o mtodo TRANSYT comparado ao
mtodo de Webster minimizou o atraso dos veculos que trafegavam na avenida principal da
malha em questo, mas em duas intersees causou atrasos exagerados aos veculos que
intencionavam atravessar a malha nestes pontos.
Os tempos semafricos, tanto aqueles obtidos pelo mtodo de Webster quanto pelo
mtodo TRANSYT devem ser analisados cautelosamente antes de sua implementao. Em
especial, no caso do mtodo Webster, por limitao deste, nenhuma defasagem calculada,
mas empiricamente defasagens simples podem ser definidas de forma a ter uma operao no
otimizada porm melhorada. Enquanto que para o mtodo TRANSYT importante a anlise
das fases que se encontram em estgios no prioritrios, no intuito de impedir que os veculos
destas fases sejam prejudicados demasiadamente. Estas adaptaes manuais complementam a
capacidade computacional destes mtodos em manter o controle do trfego urbano.
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REFERNCIAS
CARLSON, R. C. Aplicao de maximizao de largura de banda no controle de trfego
urbano em tempo-real. Dissertao (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianpolis, 2006.
CRABTREE, M. R.; VINCENT, R. A.; HARRISON, S. TRANSYT/10: user guide.
Crowthorne: Transport Research Laboratory, 1996.
KRAUS, W. Introduo ao Programa TRANSYT. Disponvel em:
<http://user.das.ufsc.br/~werner/das9060/aula_12_Transyt/>. Acesso em: 8 dez. 2015
TRB. Highway capacity manual. Transportation Research Board, National Research Council,
Washington, D.C. 2010.