Estrutura e Funcionamento Do Sistema Judicial de Angola
Estrutura e Funcionamento Do Sistema Judicial de Angola
Estrutura e Funcionamento Do Sistema Judicial de Angola
O Sistema Judicial da Repblica de Angola, como no podia deixar de ser, pode buscar a sua
informao no Texto da Constituio aprovado em 11 de Novembro de 1975.
Efectivamente, at ascenso Independncia Nacional, sendo Angola integrada que estava no
conjunto das colnias portuguesas, era existente, na capital, um Tribunal, com a denominao de
Tribunal da Relao de Luanda, constituindo a 2 Instncia, relativamente aos Tribunais Comarcos
cuja rea de jurisdio destes era coincidente territorialmente com a dos Distritos Administrativos,
hoje Provncia.
Entretanto, o legislador do Texto data tornado pblico, resolveu a questo dos Tribunais apenas em
dois articulados, remetendo o mais para a lei ordinria, curando no obstante, deixar consignado que
no exerccio das suas funes os Juzes so independentes Arts 44 e 45.
Os textos seguintes no lograram melhor substanciar o anterior v.g. a Lei n. 12/91, de 6 de Maio.
Por isso, foi necessrio chegar-se data da 2 Repblica para ver indelvel e claramente taxada na
Lei Constitucional a consagrao da Justia e dos Tribunais a estes reservada a Seco I do
Captulo IV Arts 120 a 131.
Base Legal do Sistema Judicial Angolano
Procurando joeirar a base legal do Sistema, podemos afirmar que ele assenta particularmente nos
seguintes pilares:
Lei n 23/92 Texto da Constituio
Lei n 18/88 SUJustia
Lei n 20/88 SUJustia
Decreto n 27/90 Regulamento do SUJustia
Lei n 22-B/92 Jurisdio Laboral
Lei n 02/94 Jurisdio Administrativa
Dec-Lei n. 16-A/95 Idem/Normas do Procedimento
Dec-Lei n. 04-A/96 Idem/Regulamento
Lei n. 07/94 Estatuto MJM Pblico
Decretos-Lei n.s 1/94 e 2/99 Est. Orgnico MINJUS
Lei n. 09/96 Jurisdio de Menores
Dec. N. 06/03 Idem/Regulamento
Decreto n. 05/90 Orgnica da PG Repblica
Desenhado como fica o figurino da Justia no Captulo IV na Lei n. 23/92, de 16/09, est no cimo o
Tribunal Supremo como rgo que cupuliza a justia no Pas, por isso de viso nacional, seguindose-lhe os Tribunais Provinciais e Municipais, cujos limites territoriais so quase coincidentes com os
da diviso poltico-administrativa, respectivamente.
O Tribunal Supremo assim a 2 e a mais alta Instncia na hierarquia dos Tribunais Judiciais,
enquanto primeira integram-na os Tribunais Provinciais e Municipais ou seja naquele existem o
Tribunal Pleno e de Recurso para as questes das Cmaras e outras a iniciadas, posto que as
Cmaras constituem a Instncia de recurso para os Tribunais mais abaixo ver Arts 6 a 9, 10, 15
a 22 da Lei n. 18/88, de 31 de Dezembro.
De igual modo e em 1 Instncia as disposies dos Arts 27 a 42.
De referir que algumas disposies do indicado diploma sofreram alteraes introduzidas pela Lei n.
22-B/92, de 9 de Setembro, que veio criar, nos Tribunais Provinciais, a jurisdio do Trabalho com
reflexos, na Cmara do Cvel e Administrativo do T. Supremo.
Funcionando em paralelo, existem mas fora do Sistema comum os Tribunais Militares de j longa
data de natureza, organizao e jurisdio prprias arts 43, 111 e 112 da Lei n 18/88, para alm
dos Tribunais Populares Revolucionrios, de inspirao poltica, que se mantiveram firmes at
publicao das leis do Sistema Unificado de Justia centrado na Lei n. 18/88 Art 116.
A matria executiva da Lei citada vem, em parte, tratada no Decreto-Lei n. 27/90, de 3 de Novembro
que contempla o quadro operandi dos Tribunais, nos seus dois nveis, mais tarde complementado
pelo Estatuto dos Magistrados Judiciais e do Ministrio Pblico, aprovado pela Lei n. 7/94, de 24 de
Abril e por um conjunto de diplomas de nvel inferior.
Fica, ipso facto, patente a interveno de todo este cenrio do Ministrio da Justia, cuja cobertura
lha advm das prprias leis de suporte do SUJ v.g. Arts 79 e 115 n. 2 ut supra, sem prejuzo
da evidente invaso do terreno alheio, alis os Tribunais so rgo de soberania Art 53 L. Const.,
quando, na verdade, o Ministrio da Justia cabe noutro rgo de soberania qual seja o Governo.