O Estoicismo e o Epicurismo
O Estoicismo e o Epicurismo
O Estoicismo e o Epicurismo
Histria
O estoicismo floresceu na Grcia com Cleantes de Assos e Crisipo de Solis, sendo levado
a Roma no ano 155 a.C. por Digenes de Babilnia. Ali, seus continuadores foramMarco
Aurlio, Sneca, Epiteto e Lucano.
O estoicismo foi uma doutrina que sobreviveu todo o perodo da Grcia Antiga, at
o Imprio Romano, incluindo a poca do imperador Marco Aurlio, at que todas as
escolas filosficas foram encerradas em 529 por ordem do imperador Justiniano I, que
percepcionou as suas caractersticas pags, contrrias f crist.
A escola estoica preconizava a indiferena dor de nimo causada pelos males e agruras
da vida. Reunia seus discpulos sob prticos ("stoa", em grego) situados em templos,
mercados e ginsios. Foi bastante influenciada pelas doutrinas cnica e epicurista, alm da
influncia de Scrates.
Caractersticas do estoicismo
Epistemologia
Os estoicos acreditavam que o conhecimento pode ser atingido por meio do uso da razo.
A verdade pode ser distinguida da falcia, embora, na prtica, apenas uma aproximao
possa ser conseguida. De acordo com os estoicos, os sentidos recebem constantemente
sensaes: pulsaes que passam dos objectos atravs dos sentidos em direco
mente, onde deixam uma impresso na imaginao (phantasia). Uma impresso
originria da mente era designada de phantasma.
A mente tem a capacidade de julgar (sunkatathesis) aprovar ou rejeitar uma
impresso, permitindo que possa ser feita uma distino entre uma verdadeira
representao da realidade de uma falsa. Algumas impresses podem ter um
assentimento imediato, enquanto que outras podem apenas atingir diferentes graus de
aprovao hesitante, que podem ser chamadas de crenas ou opinies (doxa). apenas
atravs da razo que podemos atingir uma clara compreenso e convico (katalepsis).
A certeza e o conhecimento verdadeiro (episteme), alcanvel pelo sbio estoico, podem
apenas ser atingidos pela verificao da convico com a experincia dos pares e pelo
julgamento coletivo da humanidade.
Produz para ti prprio uma definio ou descrio da coisa que te apresentada,
de modo a veres de maneira distintiva que tipo de coisa na sua substncia, na sua
nudez, na sua completa totalidade, e diz a ti prprio se seu nome apropriado, e os
nomes das coisas de que foi composta, e nas quais ir resultar. Pois nada mais
produtivo para a elevao da alma, como ser-se capaz de examinar metdica e
verdadeiramente cada objeto que te apresentado na tua vida, e sempre observar
as coisas de modo a ver ao mesmo tempo que universo este, e que tipo de uso
tudo nele realiza, e que valor todas as coisas tm em relao com o todo -Marco
Aurlio
Filosofia Social
maneira eficaz. Nos Discursos, Epicteto comenta sobre a relao do ser humano
com o mundo: "cada ser humano , primeiro, um cidado da sua comunidade; mas
tambm membro da grande cidade dos homens e deuses..." Esse sentimento
ecoa o de Digenes de Snope, que disse "Eu no sou nem ateniense nem corntio,
mas um cidado do mundo."
Os estoicos da poca promoviam a ideia de que as diferenas externas,
como status e riqueza, no so importantes nas relaes sociais. Em vez disso,
advogavam a irmandade da humanidade e a natural igualdade do ser humano. O
estoicismo tornou-se a mais influente escola do mundo greco-romano e produziu
uma grande quantidade de escritores e personalidades de renome, como Cato, o
Jovem e Epiteto.
Em particular, os estoicos eram notados pela sua defesa clemncia aos escravos.
Sneca exortava: "Lembra-te, com simpatia, de que aquele a quem chamas de
escravo veio da mesma origem, os mesmos cus lhe sorriem, e, em iguais termos,
contigo respira, vive e morre."
Epicurismo
Histria
Princpios Filosficos
Segundo a crena dos gregos, os deuses estariam preocupados com o ser humano,
sendo responsveis pelas suas vitrias ou desgraas, o que acarretaria num medo
inerente ao homem, que temeria ser punido a qualquer momento por um de seus
atos. Epicuro critica esta ideia. Defende que os deuses existem, mas no esto
preocupados conosco. Afinal, como afirma em sua metodologia do conhecimento,
os juzos que temos dos deuses no se baseiam em prolepses, isto , em imagens
formadas pelas repeties, que produzem veracidade, e nos permitem chegar em
concluses sobre o real. Os deuses, para alguns estudiosos da filosofia de Epicuro,
no tomam conscincia dos humanos, afinal, na perfeio no poderia caber a
imperfeio, sequer por conhecimento. Se os deuses no se encarregam de nosso
destino, beno ou maldio, cabe a nos mesmos a responsabilidade. A felicidade
ou o sofrimento depende das escolhas de cada um.
Compreenso da morte
Para acabar com o temor da morte, Epicuro defende a ideia da morte como sendo o
nada. A dor e o sofrimento residem nas sensaes, na vida como fardo, e se a
morte o total aniquilamento do "viver", o sbio de nada tem a temer. A lgica que
se a vida e as sensaes que causam o sofrimento do indivduo, a morte existiria
para cessar as sensaes, ser o nada, a privao total. Portanto, inadmissvel
aceitar que ocorreria sofrimento, pois a morte ocasionaria o extermnio das
sensaes.
Epicuro tem uma finalidade concreta: a eliminao das dores e a busca dos
prazeres, o sbio deveria desejar os objetos simples e naturais e saber que, por ser
imperfeito, sentir dor, inevitavelmente.
O sbio , portanto, aquele que toma conscincia da prpria existncia e destino,
no aceitando o determinismo de nenhum deus. Para ele, o importante na busca a
sade fsica e a serenidade interior, ocasionadas pela escolha de quais desejos
devero ser saciados. A felicidade reside, ento, na sade do corpo e da alma, que
no pode ser entendida, obviamente, como metafsica, mas parte fundamental da
prpria existncia corprea. Ser feliz ter pleno domnio destes prazeres, o que
pode ser alcanado com a compreenso da natureza dos deuses, da morte e dos
desejos.
O caminho do conhecimento
A teoria do conhecimento epicurista caracterizava-se pela valorizao da
experincia imediata, ou seja, para Epicuro, todo o conhecimento tem como origem
as sensaes e impresses dos sentidos e todas as sensaes so sempre
verdadeiras. Por exemplo, um remo, se visto dentro da gua, possui uma imagem
retorcida, porm, se visto fora dela, o remo possui uma aparncia reta e plana.
Neste caso, qual das sensaes estaria correta? Para Epicuro, no h erro, apenas
uma precipitao. O remo sempre aparentar ser retorcido, caso visto de dentro da
gua. Para esclarecer isto, o filsofo utilizado do termo "prolepse", que pode ser
entendido como um resqucio de percepo anterior, uma espcie de "arquivo de
nossa memria." Ser a repetio das percepes que iro determinar qual a
"verdadeira" forma do remo e construir o conhecimento dentro da tica epicurista.
Os
aforismos de Epicuro
comentrio:
" preciso ser sbio, no para ter prazer (todos os experimentam), mas para viver
prazerosamente. Para Epicuro, a vida prazerosa exige paz de esprito, no sendo
somente a totalidade dos prazeres da vida. A principal diferena, portanto, do
epicurismo e do hedonismo, que o primeiro considera o prazer do repouso, a
experincia psquica da lembrana tambm um prazer; enquanto a segunda
considera apenas a experincia prazerosa no momento de sua fruio.
Nenhum prazer , por essncia, ruim: o que produzimos com ele que,
dependendo do tamanho de seu sofrimento, ditar se realmente valer ser saciado.
O prazer de tomarmos um copo de gua quando estamos com muita sede to
verdadeiro quanto o sofrimento de ser afogado pelas guas do mar. As drogas, por
exemplo, usadas sem critrio mdico, podem produzir um mal muito maior que a
euforia ou bem-estar que causam quanto ao prazer imediato que proporcionam. Em
sntese, o prazer e o sofrimento resultam da relao do corpo com os objetos
circundantes.
Trabalh
o
de
Filosofi
a
Concluso
A doutrina de Epicuro entende que o sumo bem reside no prazer e, por isso, foi
uma doutrina muitas vezes confundida com o hedonismo. O prazer de que fala
Epicuro o prazer do sbio, entendido como quietude da mente e o domnio
sobre as emoes e, portanto, sobre si mesmo. o prazer da justa-medida e
no dos excessos. a prpria Natureza que nos informa que o prazer um
bem. Este prazer, no entanto, apenas satisfaz uma necessidade ou aquieta a
dor. A Natureza conduz-nos a uma vida simples. O nico prazer o prazer do
corpo e o que se chama de prazer do esprito apenas lembrana dos
prazeres do corpo. O mais alto prazer reside no que chamamos de sade. A
funo principal da filosofia libertar o homem.