O Estoicismo e o Epicurismo

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Estoicismo

O Estoicismo uma escola de filosofia helenstica fundada em Atenas por Zeno de


Ctio no incio do sculo 3 a.C. Os estoicos ensinaram que as emoes destrutivas
resultavam de erros de julgamento, a relao ativa entre determinismo csmico e liberdade
humana e a crena de que virtuoso manter uma vontade (chamada prohairesis) que est
de acordo com a natureza. Devido a isso, os estoicos apresentaram sua filosofia como um
modo de vida e pensavam que a melhor indicao da filosofia de um indivduo no era o
que uma pessoa diz, mas como essa pessoa se comporta. Para viver uma boa vida, era
preciso entender as regras da ordem natural, uma vez que ensinavam que tudo estava
enraizado na natureza.
Mais tarde os estoicos - tais como Sneca e Epiteto - enfatizaram que, porque "a virtude
suficiente para a felicidade", um sbio era imune ao infortnio. Essa crena semelhante
ao significado da frase "calma estoica", embora a frase no inclua as vises dos "radicais
ticos" esticos onde somente um sbio pode ser considerado verdadeiramente livre e que
todas as corrupes morais so igualmente perversas. O estoicismo desenvolveu-se como
um sistema integrado pela lgica, pela fsica e pela tica, articuladas por princpios
comuns, a tica estica que teve maior influncia no desenvolvimento da tradio filosfica
chegou a influenciar os primrdios do cristianismo.
Desde a sua fundao, a doutrina estoica era popular com seguidores na Grcia romana e
por todo o Imprio Romano - incluindo o imperador romano Marcus Aurelius, at o
fechamento de todas as escolas de filosofia pag em 529 por ordem do Imperador
Justiniano I, que os percebeu como em desacordo com a f crist. O neoestoicismo foi um
movimento filosfico sincrtico, juntando-se o estoicismo e o cristianismo, influenciado
por Justus Lipsius.

Histria
O estoicismo floresceu na Grcia com Cleantes de Assos e Crisipo de Solis, sendo levado
a Roma no ano 155 a.C. por Digenes de Babilnia. Ali, seus continuadores foramMarco
Aurlio, Sneca, Epiteto e Lucano.
O estoicismo foi uma doutrina que sobreviveu todo o perodo da Grcia Antiga, at
o Imprio Romano, incluindo a poca do imperador Marco Aurlio, at que todas as
escolas filosficas foram encerradas em 529 por ordem do imperador Justiniano I, que
percepcionou as suas caractersticas pags, contrrias f crist.

A escola estoica preconizava a indiferena dor de nimo causada pelos males e agruras
da vida. Reunia seus discpulos sob prticos ("stoa", em grego) situados em templos,
mercados e ginsios. Foi bastante influenciada pelas doutrinas cnica e epicurista, alm da
influncia de Scrates.

Princpios bsicos do estoicismo


A filosofia no visa a assegurar qualquer coisa externa ao homem. Isso seria admitir algo
que est alm de seu prprio objeto. Pois assim como o material do carpinteiro a
madeira, e o do estaturio o bronze, a matria-prima da arte de viver a prpria vida de
cada pessoa Os estoicos apresentavam uma viso unificada do mundo consistindo de
uma lgica formal, uma fsica no dualista e uma tica naturalista. Dentre estes, eles
enfatizavam a tica como o foco principal do conhecimento humano, embora suas teorias
lgicas fossem de mais interesse para os filsofos posteriores.
O estoicismo ensina o desenvolvimento do autocontrole e da firmeza como um meio de
superar emoes destrutivas. Defende que tornar-se um pensador claro e imparcial
permite compreender a razo universal (logos). Um aspecto fundamental do estoicismo
envolve a melhoria da tica do indivduo e de seu bem-estar moral: "A virtude consiste em
um desejo que est de acordo com a natureza". Este princpio tambm se aplica ao
contexto das relaes interpessoais; "libertar-se da raiva, da inveja e do cime" e aceitar
at mesmo os escravos como "iguais aos outros homens, porque todos os homens so
igualmente produtos da natureza".
A tica estoica defende uma perspectiva determinista. Com relao queles que no tm a
virtude estoica, Cleanto uma vez opinou que o homem mpio "como um co amarrado a
uma carroa, obrigado a ir para onde ela vai". J um estoico de virtude, por sua vez,
alteraria a sua vontade para se adequar ao mundo e permanecer, nas palavras de
Epicteto, "doente e ainda feliz, em perigo e ainda assim feliz, morrendo e ainda assim feliz,
no exlio e feliz, na desgraa e feliz", assim afirmando um desejo individual
"completamente autnomo" e, ao mesmo tempo, um universo que "um todo rigidamente
determinista".
O estoicismo tornou-se a filosofia mais popular entre as elites educadas do mundo
helenstico e do Imprio Romano, a ponto de, nas palavras de Gilbert Murray, "quase todos
os sucessores de Alexandre [...] declararem-se estoicos

Caractersticas do estoicismo

Virtude o nico bem e caminho para a felicidade;

Indivduo deve negar os sentimentos externos;

O prazer um inimigo do homem sbio;

Universo governado por uma razo universal natural;

Valorizao da apatia (indiferena);

Epistemologia
Os estoicos acreditavam que o conhecimento pode ser atingido por meio do uso da razo.
A verdade pode ser distinguida da falcia, embora, na prtica, apenas uma aproximao
possa ser conseguida. De acordo com os estoicos, os sentidos recebem constantemente
sensaes: pulsaes que passam dos objectos atravs dos sentidos em direco
mente, onde deixam uma impresso na imaginao (phantasia). Uma impresso
originria da mente era designada de phantasma.
A mente tem a capacidade de julgar (sunkatathesis) aprovar ou rejeitar uma
impresso, permitindo que possa ser feita uma distino entre uma verdadeira
representao da realidade de uma falsa. Algumas impresses podem ter um
assentimento imediato, enquanto que outras podem apenas atingir diferentes graus de
aprovao hesitante, que podem ser chamadas de crenas ou opinies (doxa). apenas
atravs da razo que podemos atingir uma clara compreenso e convico (katalepsis).
A certeza e o conhecimento verdadeiro (episteme), alcanvel pelo sbio estoico, podem
apenas ser atingidos pela verificao da convico com a experincia dos pares e pelo
julgamento coletivo da humanidade.
Produz para ti prprio uma definio ou descrio da coisa que te apresentada,
de modo a veres de maneira distintiva que tipo de coisa na sua substncia, na sua
nudez, na sua completa totalidade, e diz a ti prprio se seu nome apropriado, e os
nomes das coisas de que foi composta, e nas quais ir resultar. Pois nada mais
produtivo para a elevao da alma, como ser-se capaz de examinar metdica e
verdadeiramente cada objeto que te apresentado na tua vida, e sempre observar
as coisas de modo a ver ao mesmo tempo que universo este, e que tipo de uso
tudo nele realiza, e que valor todas as coisas tm em relao com o todo -Marco
Aurlio

Filosofia Social

Uma caracterstica distintiva do estoicismo o seu cosmopolitismo: todas as


pessoas seriam manifestaes do esprito universal nico e deveriam, de acordo
com os filsofos estoicos, em amor fraternal, ajudarem-se uns aos outros de

maneira eficaz. Nos Discursos, Epicteto comenta sobre a relao do ser humano
com o mundo: "cada ser humano , primeiro, um cidado da sua comunidade; mas
tambm membro da grande cidade dos homens e deuses..." Esse sentimento
ecoa o de Digenes de Snope, que disse "Eu no sou nem ateniense nem corntio,
mas um cidado do mundo."
Os estoicos da poca promoviam a ideia de que as diferenas externas,
como status e riqueza, no so importantes nas relaes sociais. Em vez disso,
advogavam a irmandade da humanidade e a natural igualdade do ser humano. O
estoicismo tornou-se a mais influente escola do mundo greco-romano e produziu
uma grande quantidade de escritores e personalidades de renome, como Cato, o
Jovem e Epiteto.
Em particular, os estoicos eram notados pela sua defesa clemncia aos escravos.
Sneca exortava: "Lembra-te, com simpatia, de que aquele a quem chamas de
escravo veio da mesma origem, os mesmos cus lhe sorriem, e, em iguais termos,
contigo respira, vive e morre."

Epicurismo

O epicurismo o sistema filosfico que prega a procura dos prazeres moderados


para atingir um estado de tranquilidade e de libertao do medo, com a ausncia de
sofrimento corporal pelo conhecimento do funcionamento do mundo e da limitao
dos desejos. J quando os desejos so exacerbados podem ser fonte de
perturbaes constantes, dificultando o encontro da felicidade que manter a sade
do corpo e a serenidade do esprito, ensinado por Epicuro de
Samos, filsofo ateniense do sculo IV a.C., e seguido depois por outros filsofos,
chamados epicuristas. Epicuro tambm conhecido como o Filsofo do Jardim, pois
"O Jardim" foi como ficou conhecida a escola por ele fundada e que consistia numa
comunidade de amigos e seguidores. L, escreveu com detalhes a filosofia que iria
se tornar conhecida como epicurismo.
Para Epicuro, para ser feliz era necessrio controlar os nossos medos e desejos de
maneira que o estado de prazer seja estvel e equilibrado consequentemente a um

estado de tranquilidade e de ausncia de pertubao.


No Jardim, em Atenas, Epicuro escreveu mais de 300 trabalhos, dos quais nenhum
sobreviveu; deles restam notcias de seus discpulos ou alguns fragmentos. Sua
filosofia de cunho materialista, no havendo espao para a imortalidade. O
filsofo acreditava que o maior bem era a procura de prazeres moderados de forma
a atingir um estado de tranquilidade, chamado de ataraxia, e de libertao do medo,
assim como a ausncia de sofrimento corporal, conhecido como a aponia; por meio
do conhecimento do funcionamento do mundo e da conscincia da limitao dos
desejos. A combinao desses dois estados constituiria a felicidade na sua forma
mais elevada.
A finalidade da filosofia de Epicuro no era terica, mas bastante prtica. Buscava
sobretudo encontrar o sossego necessrio para uma vida feliz e aprazvel, na qual
os temores perante o destino, os deuses ou a morte estavam definitivamente
eliminados. Para isso, fundamentava-se em uma teoria do conhecimento empirista,
em uma fsica atomista e na tica.
No mundo mediterrnico antigo, a filosofia epicurista conquistou grande nmero de
seguidores. Foi uma escola de pensamento muito proeminente por um perodo de
sete sculos depois da morte do fundador. Posteriormente, quase relegou-se ao
esquecimento devido ao incio da Idade Mdia, perodo em que se perderam a
maioria dos escritos deste filsofo grego.
A ideia que Epicuro tinha era a de que, para ser feliz, o homem necessitava de trs
coisas: liberdade, amizade e tempo para filosofar. Na Grcia Antiga, existia uma
cidade na qual, em todas as paredes do mercado, se havia escrito toda a filosofia da
felicidade de Epicuro, procurando conscientizar as pessoas de que comprar e
possuir bens materiais no as tornariam mais felizes, como elas acreditavam .

Histria

O epicurismo foi uma corrente filosfica surgida durante o perodo


da Antiguidade conhecido como helenismo que se inicia no final do sculo IV a.C.
"Trata-se, portanto, do perodo iniciado com a formao dos reinos que dividiram
entre si o imprio de Alexandre, o Grande, e que durou at a conquista romana, em
146 a.C., quando a Grcia foi declarada provncia romana. Segundo alguns

historiadores, esse perodo iria at o advento de Augusto e a definitiva consolidao


do Imprio Romano ( 20 a.C.)."
Como figura notria deste perodo, temos Alexandre III da Macednia, que ficou
conhecido historicamente como Alexandre, o Grande. Educado por Aristteles e
familiarizado com a cultura grega, Alexandre foi responsvel por conquistar
a Mesopotmia, a Prsia, a Fencia, a Palestina e o Egito. Uma de suas tcnicas de
dominao era realizar a manuteno das instituies culturais dos vencidos, o que
resultou na fuso dos elementos culturais gregos e orientais; a esta nova cultura
chamou-se de helenismo. A conquista do Oriente provocou uma srie de alteraes
polticas e culturais, e as tendncias filosficas do perodo so a expresso dessas
mudanas, como no caso do epicurismo.

Princpios Filosficos

Epicuro viveu as contradies deste novo mundo. Sua filosofia se ops


metafsica de Aristteles, cuja origem ele chama de espiritualismo de Plato, que
defendia a ideia de uma dimenso alm do sensvel, supra-real, ao qual seria o
fundamento que constituiria o mundo que vemos, tocamos e participamos. Com
uma filosofia determinista, Epicuro defende a ideia que nada est alm dos nossos
sentidos, no existiria nenhuma realidade que no poderia ser entendida com
auxlio dos nossos cinco sentidos. Este princpio pode ser denominado de
"naturalismo radical". Para esclarecer este fundamento, que compreendido por
trs tomadas de conscincia do indivduo e funciona como um caminho para a
felicidade, podemos dividi-lo em trs postulados, segundo o estudioso Juvenal
Savian Filho.

Compreenso dos deuses

Segundo a crena dos gregos, os deuses estariam preocupados com o ser humano,
sendo responsveis pelas suas vitrias ou desgraas, o que acarretaria num medo

inerente ao homem, que temeria ser punido a qualquer momento por um de seus
atos. Epicuro critica esta ideia. Defende que os deuses existem, mas no esto
preocupados conosco. Afinal, como afirma em sua metodologia do conhecimento,
os juzos que temos dos deuses no se baseiam em prolepses, isto , em imagens
formadas pelas repeties, que produzem veracidade, e nos permitem chegar em
concluses sobre o real. Os deuses, para alguns estudiosos da filosofia de Epicuro,
no tomam conscincia dos humanos, afinal, na perfeio no poderia caber a
imperfeio, sequer por conhecimento. Se os deuses no se encarregam de nosso
destino, beno ou maldio, cabe a nos mesmos a responsabilidade. A felicidade
ou o sofrimento depende das escolhas de cada um.

Compreenso da morte

Para acabar com o temor da morte, Epicuro defende a ideia da morte como sendo o
nada. A dor e o sofrimento residem nas sensaes, na vida como fardo, e se a
morte o total aniquilamento do "viver", o sbio de nada tem a temer. A lgica que
se a vida e as sensaes que causam o sofrimento do indivduo, a morte existiria
para cessar as sensaes, ser o nada, a privao total. Portanto, inadmissvel
aceitar que ocorreria sofrimento, pois a morte ocasionaria o extermnio das
sensaes.

Compreenso dos desejos

necessrio compreender a distino entre os desejos naturais e desejos inteis,


infundados ou tambm chamados de frvolos. Para Epicuro, o desejo se origina de
uma falta, que pode partir da natureza (desejo natural) ou de uma opinio falsa
(desejo frvolo). Os desejos podem ser divididos em:

Desejos naturais e necessrios: so os desejos que livram o corpo da dor da


fome e da sede;

Desejos naturais e no necessrios: so os desejos que surgem da vontade


de variar, por exemplo, o alimento ou a bebida para variar tambm o prazer do
corpo;

Desejos no naturais e no necessrios: so os que nascem de uma opinio


falsa sobre o mundo, incentivados por sentimentos de vaidade, orgulho ou
inveja.

Epicuro tem uma finalidade concreta: a eliminao das dores e a busca dos
prazeres, o sbio deveria desejar os objetos simples e naturais e saber que, por ser
imperfeito, sentir dor, inevitavelmente.
O sbio , portanto, aquele que toma conscincia da prpria existncia e destino,
no aceitando o determinismo de nenhum deus. Para ele, o importante na busca a
sade fsica e a serenidade interior, ocasionadas pela escolha de quais desejos
devero ser saciados. A felicidade reside, ento, na sade do corpo e da alma, que
no pode ser entendida, obviamente, como metafsica, mas parte fundamental da
prpria existncia corprea. Ser feliz ter pleno domnio destes prazeres, o que
pode ser alcanado com a compreenso da natureza dos deuses, da morte e dos
desejos.

O caminho do conhecimento
A teoria do conhecimento epicurista caracterizava-se pela valorizao da
experincia imediata, ou seja, para Epicuro, todo o conhecimento tem como origem
as sensaes e impresses dos sentidos e todas as sensaes so sempre
verdadeiras. Por exemplo, um remo, se visto dentro da gua, possui uma imagem
retorcida, porm, se visto fora dela, o remo possui uma aparncia reta e plana.
Neste caso, qual das sensaes estaria correta? Para Epicuro, no h erro, apenas
uma precipitao. O remo sempre aparentar ser retorcido, caso visto de dentro da
gua. Para esclarecer isto, o filsofo utilizado do termo "prolepse", que pode ser
entendido como um resqucio de percepo anterior, uma espcie de "arquivo de
nossa memria." Ser a repetio das percepes que iro determinar qual a
"verdadeira" forma do remo e construir o conhecimento dentro da tica epicurista.

Os

aforismos de Epicuro

No livro Mximas Principais, Joo Quartim de Moraes, professor aposentado da


Universidade Estadual de Campinas, traduz os principais aforismos que apresentam
a tica das ideias de Epicuro, aos quais algumas que representam sua sntese
sero expostos a seguir, na forma como traduzidas pelo estudioso, com um breve

comentrio:

Aquele que plenamente feliz e imortal no tem preocupaes, nem


perturba os outros; no afetado pela clera ou pelo favor, j que
tudo isso prprio fraqueza.

Para Epicuro, os deuses existem, mas no se preocupam conosco. Como seres


perfeitos de nada necessitam, nem de ningum. Sentir dio, raiva e medo
condio prpria de seres imperfeitos, no dos deuses, cuja condio divina no
permite que caream de algo alm de si mesmos.

impossvel viver prazerosamente sem viver prudente, bela e


justamente, nem viver prudente, bela e justamente sem viver
prazerosamente. Aquele que est privado daquilo que permite viver
prudente, bela e justamente, no pode viver feliz, mesmo se for
correto e justo.

" preciso ser sbio, no para ter prazer (todos os experimentam), mas para viver
prazerosamente. Para Epicuro, a vida prazerosa exige paz de esprito, no sendo
somente a totalidade dos prazeres da vida. A principal diferena, portanto, do
epicurismo e do hedonismo, que o primeiro considera o prazer do repouso, a
experincia psquica da lembrana tambm um prazer; enquanto a segunda
considera apenas a experincia prazerosa no momento de sua fruio.

Nenhum prazer em si mesmo um mal, mas aquilo que produz


certos prazeres acarreta sofrimentos bem maiores do que os
prazeres.

Nenhum prazer , por essncia, ruim: o que produzimos com ele que,
dependendo do tamanho de seu sofrimento, ditar se realmente valer ser saciado.
O prazer de tomarmos um copo de gua quando estamos com muita sede to
verdadeiro quanto o sofrimento de ser afogado pelas guas do mar. As drogas, por
exemplo, usadas sem critrio mdico, podem produzir um mal muito maior que a
euforia ou bem-estar que causam quanto ao prazer imediato que proporcionam. Em
sntese, o prazer e o sofrimento resultam da relao do corpo com os objetos
circundantes.

Aqueles desejos naturais que quando permanecem insatisfeitos no


provocam padecimento, mas suscitam forte tenso, so produto de
uma v opinio, e quando no se dissipam no por causa de sua
natureza prpria, mas da futilidade humana.

"Epicuro considera naturais e necessrios os desejos que suprimem o padecimento,


por exemplo, de beber quando temos sede, ao passo que por naturais e no
necessrios ele entende aqueles que apenas diversificam o prazer sem remover o
padecimento" (MORAES, 2010, p. 47). A passagem um esclio de Digenes
Larcio, que esclarece ponto fundamental do aforismo quanto a diferenciao dos
desejos ditos "naturais e necessrios" e outros "naturais e no necessrios." Por
serem desejos naturais, logo, no deveriam nos perturbar. Se isso realizam, so
baseados em opinies vazias, ocas. comum chamarmos de "futilidade" o vcio de
seguir esse tipo de opinio.

Nome: Sirina Marlene Barboza Baldaia

Trabalh
o
de
Filosofi
a

Concluso
A doutrina de Epicuro entende que o sumo bem reside no prazer e, por isso, foi
uma doutrina muitas vezes confundida com o hedonismo. O prazer de que fala
Epicuro o prazer do sbio, entendido como quietude da mente e o domnio
sobre as emoes e, portanto, sobre si mesmo. o prazer da justa-medida e
no dos excessos. a prpria Natureza que nos informa que o prazer um
bem. Este prazer, no entanto, apenas satisfaz uma necessidade ou aquieta a
dor. A Natureza conduz-nos a uma vida simples. O nico prazer o prazer do
corpo e o que se chama de prazer do esprito apenas lembrana dos
prazeres do corpo. O mais alto prazer reside no que chamamos de sade. A
funo principal da filosofia libertar o homem.

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